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MALAS PRONTAS ANO 1 - EDIÇÃO Nº1 - NOVEMBRO 2012 VOLTA AO MUNDO EM SEIS CONTINENTES Nesta edição Rio de Janeiro Nova York Paris Cairo Sidney Dúvidas do Viajante Relato de viagem Os prazeres de viajar A cidade tradicional na cultura oriental é referência em tecnologia e negócios ao redor do mundo A MODERNA E SECULAR TÓQUIO PROJETO_FINAL.indd 1 19/11/2012 15:39:33

Malas Prontas

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Revista Experimental

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MALAS PRONTASANO 1 - EDIÇÃO Nº1 - NOVEMBRO 2012

VOLTA AO MUNDO EM SEIS CONTINENTES

Nesta edição Rio de Janeiro Nova York Paris Cairo Sidney Dúvidas do Viajante Relato de viagem Os prazeres de viajar

A cidade tradicional na cultura oriental é

referência em tecnologia e negócios ao redor do

mundo

A MODERNA E SECULARTÓQUIO

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MALAS PRONTASwww.malasprontas.com.br

11/201206 OS PRAZERES DE VIAJAR

O esporte radical do turismo

08 RELATO DO LEITORA primeira viagem para a Disney a gente nun-ca esquece

10 AMÉRICA DO SUL“Cidade Maravilhosa” – Os esforços do Rio de Janeiro para continuar lindo e preparar-se para a Copa do Mundo

16 AMÉRICA DO NORTE“New York, New York” – Os segredos e melho-res lugares da cidade que nunca para

22 EUROPA“Paris, je t’aime” – A cidade em que a arte de observar faz parte dos pontos turísticos

28 ÁFRICA“Sob as pirâmides de Cairo” – O que há entre o sol quente o rio da maior cidade do mundo árabe

34 ÁSIA“A moderna e secular Tóquio” – A cidade tradi-cional que é referência em tecnologia e negó-cios ao redor do mundo

CAPA

42 OCEANIA“Sidney: postal por escrito” – A cidade em que todos se sentem bem e o único defeito é não morar lá

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DICAS DE VIAGEM“Dúvidas do viajante: o que não pode faltar nos preparativos de sua viagem”

CRÔNICAOn The Road

Foto

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ente

Templo “pagode”, em Miyajima

CAPA Rafael RenteTemplo Sensoji, em Tóquio

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Boa leitura e boa viagem!Equipe Malas Prontas

EDITORIAL

A Malas Prontas surgiu num con-texto editorial onde já existiam

muitas revistas de viagem no mercado. Mas, o consenso na redação foi o de que ainda faltava algo para preencher a mala de viagem. Atualmente, o viajante atual não é mais turista. É também co-nhecedor de onde visita e interessado em aprofundar-se culturalmente. Por isso, a Malas Prontas apresenta, a cada edição, uma cidade bacana, conhecida ou não, de cada um dos continentes, dividindo o continente americano en-tre norte e sul, já que todos sabem que o Brasil e a América Latina guardam lo-cais especiais para cada edição.

Assim, a Malas Prontas está cheia, na medida certa. Além das blusas pe-sadas, malhas finas, biquínis e tênis de corrida, as malas contêm o básico, mas também o inesperado para a sua viagem. Além de trazer o clássico so-bre as cidades mais visitadas ao redor do mundo, a Malas Prontas apresenta o lado B, aquele cantinho especial que não está em roteiros de viagem e guias comerciais.

Uma das nossas maiores preocupa-ções era a de não parecer uma revis-

ta somente para o período de férias, como guia de viagem para determi-nado destino. Por isso, as reportagens são especiais e feitas exclusivamente por nossos repórteres, além de sessões de fotos de quem esteve lá para foto-grafar, mas principalmente voltou para nos contar o que há de mais especial.

As sessões fixas como “Relato do Leitor”, “Dicas de Viagem” e “Crôni-ca” preenchem o dia-a-dia nas nossas rotinas atarefadas, nos aproximando de onde gostaríamos de estar, mesmo quando as férias estão longe. Ou ainda, preenchem a nossa vida, com ideias, dicas e pensamentos não somente liga-dos ao conceito de viajar.

A Malas Prontas é uma revista que veio para ficar na sua rotina. Reflete o prazer de descobrir lugares novos, de entrar em contato com diferentes culturas e como é possível rir, mesmo numa adversidade em que o pneu fura ou uma mala é extraviada. Nossa ideia é fazer com que a revista seja tão pra-zerosa em sua leitura assim como é em sua preparação, com alma jovem mas madura, de quem ainda tem o mundo inteiro para descobrir e visitar.

Revista experimental produzida por alu-nas do segundo ano de Jornalismo, da Faculdade Cásper Líbero, para as aulas de Computação e Planejamento Gráfico, em 2012.Os textos aqui reproduzidos foram co-piados sem o objetivo de pretender ser de nossa autoria. Sua função é mera-mente acadêmica e os nomes dos auto-res de texto e foto são fictícios.Professores orientadores Helena Jacob e Toshio Yamasaki.

Beatriz Viabone

Camila Lafratta

Gabriela Soutello Boa leitura e boa viagem!Equipe Malas Prontas

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O esporte radical do turismo

Mesmo semsaltar de paraquedas, viajar é sempre radical

POR RiCARDO FREIRE

ILUSTRAÇÕES FERNANDO de souza

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Desculpe se o título levou você a pensar que eu falaria sobre trekking, rafting, expedições de moto ou viagens

em veleiro. Na verdade o assunto é bem mais prosaico: por que costumamos exigir tanto de nós mesmos durante nossas via-gens?

Tudo bem que a gente normalmente disponha de menos tempo e de menos dinheiro do que gostaria. Só o que o pri-meiro luxo a ser cortado de qualquer viagem parece ser dormir. O segundo, descansar. Daí a transformar qualquer viagenzinha numa maratona é um pulo.

É bom lembrar que toda viagem envolve, por definição, um stress emocional considerável. Chegar numa terra estranha, aprender a se localizar, ativar o alerta anti-encrenca, negociar todos os movimentos com eventuais companheiros de viagem, tudo isso exige bastante da gente. Mas é parte indissociável do desafio – e do prazer – de viajar.

No entanto, junte-se a esse stress emocional um excesso de exigência física, e daí eu acho que a coisa já configura maso-quismo.

Veja a diferença. Quando um atleta vai fazer uma maratona, um trekking ou uma travessia a vela, ele passa meses, anos se preparando. Mas quando a gente sai de casa para dormir uma

noite sentado num avião e, ao desembarcar, pegar um carro para dirigir 350 quilômetros até o destino final, ninguém acha que é preciso preparo físico especial.

E por aí vamos. Não prevemos alguns dias de adaptação ao novo fuso horário. Atulhamos nosso itinerário de paradas. Inventamos vôos de madrugada. Fazemos bate-voltas de três horas de ida e três de volta, contra a opinião de todos a quem perguntamos. Enfrentamos frio sem estarmos vestidos com as roupas adequadas. Saímos para cumprir nossos roteiros mes-mo chovendo canivetes. Deixamos que nos marquem conexões apertadas, que nos fazem viajar com o coração na mão.

Por que isso? Porque viajamos com o espírito dos alpinistas do Everest. Encasquetamos com objetivos que nos impomos e não sossegamos enquanto não fincamos nossas bandeiras em cada um deles.

Nada contra ter objetivos ou enfrentar desafios. Mas propo-nho objetivos e desafios de outra natureza. Que tal nos desa-fiarmos a viajar da maneira mais prazerosa e confortável, com o tempo e o dinheiro de que dispomos? Exigindo menos do corpo e oferecendo mais recompensa à mente? Praticando, nas férias, aquilo a que nos preparamos durante o resto do ano: curtir bas-tante?

OS PRAZERES DE VIAJAR

Que tal viajar exigindo

menos do corpo e mais

da mente?

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RELATO DO LEITOR

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A primeira vez que eu fui para a DisneyWorld (aquela de Orlando) tinha 3 anos de idade (sendo essa alias, minha

1ª viagem internacional). A primeira vez que eu fui para a Dis-neyLand (aquela da Califórnia, e a primeira do mundo), eu tinha 24, mas pareceu que eu tinha 3.

Incrível o poder que a Disney gera nas pessoas! A mágica de um mundo de fantasia, sonho, onde todos são felizes, contentes e só querem saber de alegria lá faz todo sentido, e o melhor: é realidade! Não é a toa que o lugar tem o “sobrenome” de Magic Kingdom ou Reino da Fantasia/Mágica, em português.

Acredito que qualquer pessoa deva ir para a Disney (qual-quer uma delas), um dia na sua vida, com 3, 15, 24, 40, 60 anos, não importa. Essa é aquela famosa experiência para se ter pelo menos uma vez na vida. Não é uma cidade (como Nova York), não é uma região (Provance), nem muito menos um pais (como a Itália) mas é um dos destinos mais desejados de todo o mundo.

Tenho algumas poucas lembranças da Disney de Orlando, quando era pequena: são flashes do mundo em miniatura “It’s a small world”, o medinho do piratas do caribe e da subida da Space Mountain (minha 1ª montanha russa!) e os fogos brilhan-do atrás da cúpula do Epcot Center.

Na DisneyLand, na Califórnia, eu queria dizer que a experi-ência foi diferente, mas só posso afirmar que foi melhor! Além de poder entrar em qualquer brinquedo (sem restrição nenhu-ma de altura e idade! rs) eu me lembro melhor da sensação do mundo de fantasia. Antes de chegar por lá, pensei que acha-ria tudo meio bobo, infantil demais, mas umas 2 horas depois, estava totalmente integrada ao ambiente, achando tudo lindo, mágico! Não dava para me enganar: eu estava muito feliz de estar lá!

Já na hora de entrar, a moça da recepção me perguntou: “É a sua primeira visita a Disney. “A DisneyLand sim”- eu pensei, falei e logo depois ganhei um botton de “First Visit”. “Welcome, Bem Vinda”, sorrisos e cumprimentos para todo lado! A viagem ao mundo mágico já tinha começado.

It`s a small world: me trouxe a lembrança da 1ª viagem,

mas me deixou com um pouco de medo. Os bonecos estavam parecendo mais bizarros e aterrorizantes. As crianças no barco do lado, entretanto, pareceram gostar.

Indiana Jones Adventure: a minha atração favorita! Tem aventura, sustos, viradas loucas e tudo mais! Fui acho que pelo menos umas 2 vezes! Buzz Lightyear Astro Blasters: acabando com os ET`s, com ajuda do Buzz, do Toy Story. Tão simples mas tão legal! Mad tea Party: as xícaras malucas, um clássico do parque. Piratas do Caribe: Ainda continua sendo uma das mais tradicionais e melhores atrações, com direito a Jack Sparrow e tudo! O restaurante ao lado da atração, o Blue Bayou é um dos mais charmosos de todo parque!

Castelo da Bela Adormecida: menor do que o da Cinderela, na Disney de Orlando, mas ainda fofo! Finding Nemo: um pas-seio de submarino, simplinho, mas bem fofo. Valeu a filinha, de espera. Star Tour – A aventura continua! Uma experiência 3D, com direito a C3PO, R2-D2 e Darth Vader! Clássico! Casa do Mi-ckey e da Minnie e a Motanha russa Gadget`s GO Coaster, que é pequeninha, mas bem razoável! Foto com o Mickey inclusa!

Parade: A festa que dá para ver os personagens da Disney. Até aqui eu me empolguei! Fantasmic: o auge do dia, com mu-sica, fogos e lágrima nos olhos. Foi aqui que eu percebi que es-tava realmente encantada!

Na hora de ir embora, a ficha foi caindo de que aquele dia mágico (no qual, não importasse a desgraça que estivesse acon-tecendo no mundo, eu seria a pessoa mais feliz da terra) esta-va acabando. A utopia e viagem para aquele mundo colorido e feliz, muitas vezes bobo, mas tão mágico, uma hora tem que acabar. Que pena...

Por alguns momentos eu até me senti um pouco mal, meio hipócrita, de estar tão feliz quando a realidade, a gente sabe que é bem outra, mas por outro lado eu pensei: “como é bom se sentir assim de novo, criança, feliz, sem preocupações, bem bobona”. Ainda bem que existe uma Disney, qualquer uma, para a gente lembrar de se sentir assim, nem que seja de vez em quando. Vambora ir/voltar quando então para a Disney hein?!

A primeira viagem para a Disney a gente nunca esquecePor Guta Cunha

Clássica Parada dos personagens da Disney Fo

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AMÉRICA DO SUL

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CIDADEMARAVILHOSANa onda positiva da pacificação dos morros e dos investimentos para a Copa do Mundo e as Olimpíadas, a cidade maravilhosa se reiventa com atrativos urbanos de primeira linha

Por LETÍCIA CIMERIFotos AGÊNCIA RIO

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A partir do alto, em sentido horário: For-te de Copacabana; Jardim Botânico; casa de show Circo Voador; Theatro Municipal; Bondinho do morro de Santa Tereza; casa de samba na lapa, Rio Scenarium; bon-dinho do Morro da Urca e Arcos da Lapa

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O Rio de Janeiro é uma cidade de fama mundial. Cartão postal do país, a cidade destaca-se por sua exuberante

beleza natural, formada pela perfeita harmonia entre o mar e a montanha. Junte-se a esta topografia monumentos históricos, variada oferta de meios de hospedagem, bares, restaurantes, o sol, a praia, o verde das encostas e chega-se à receita do que faz com que o carioca seja um povo alegre e hospitaleiro. Nele se identifica o estilo de viver, produzir, comportar-se, estar atento a todos os acontecimentos, lançar moda e expressões. Esse jei-to de ser é resultado da vida ao ar livre que o Rio propicia, dan-do abertura para que o povo desta cidade absorva, com muita peculiaridade tudo e todos que aqui chegam.

O que seria da máquina fotográfica se não existissem cida-des como o Rio de Janeiro? As praias começam na Baía de Gua-nabara e estendem-se às margens do Oceano Atlântico numa sequência de privilegiada beleza, alegria e descontração dos frequentadores. O Rio oferece uma infinidade de atrativos na-turais, somados aos produzidos pelo homem, que podem ser admirados num simples passeio de carro ou ônibus turístico. Mas tudo deve ser visto de perto, entrando no mar, na mata, nos parques, nos prédios históricos, nos centros culturais, su-bindo até os mirantes, deixando-se arrebatar pelo som da música dos bares, das discotecas, das salas de espetáculos. O paladar também precisa de atenção e não faltam restaurantes, cantinas, lanchonetes, casas de chá para agradar ao mais exi-gente dos gourmets.

A cidade do Rio de Janeiro destaca-se como aglutinadora da cultura brasileira. Aqui é possível encontrar um grande núme-ro de artistas dos mais diferentes campos de atividade: escri-tores, cientistas, pesquisadores, artistas plásticos, músicos, ar-quitetos, urbanistas, botânicos, ambientalistas. É um centro de publicação dos mais importantes órgãos da imprensa política e literária. Com isso a cidade transformou-se num importante pólo da indústria de comunicação.

Os museus, teatros, bibliotecas e centros culturais, uma combinação de acervo com arquitetura, invadem as ruas do Rio com arte. O artesão tem espaços reservados no Rio para apre-sentar seus produtos em feiras ao ar livre ou em lojas, onde podem ser encontradas verdadeiras coleções de arte popular brasileira como peças em madeira, cerâmica, barro, palha, te-celagem manual, couro, peças indígenas e outros materiais pro-cedentes de diversas regiões do país.

É fácil descobrir por que o carioca sempre se apresenta com um sorriso. Ele vive em uma cidade onde a beleza é a perfeita harmonia das montanhas com o mar e o céu. Por isso para vi-ver, brincar, admirar, sentir, a cidade oferece tantas opções, que podem ser aproveitadas desde o amanhecer até o dia seguinte.

Conhecer a música, o teatro, a cultura e a história de um povo que vive na melodia do mar, na criação de novas modas e

na alegria da natureza é a mais completa forma de lazer. O Rio tem roteiros quase obrigatórios, mirantes com vistas

deslumbrantes, mata onde a vida se manifesta ao redor e qui-lômetros de praias. Em muitos parques o lazer é gratuito para a prática do jogging, andar de bicicleta ou simplesmente cami-nhar.

Se o propósito é diversão uma boa opção são os parques te-máticos, os clubes, as casas de jogos eletrônicos, os shoppings com toda infra-estrutura de lazer e compras, casas de shows, teatros e cinemas multiplex.

É no Rio de Janeiro que está o Estádio do Maracanã, o maior estádio de futebol do mundo, onde a emoção explode nos gri-tos de gol, nas bandeiras agitadas, no compasso das jogadas espetaculares dos atletas de times do Rio e do Brasil.

No entanto é nas manifestações populares que o Rio se destaca. O povo é o show de uma festa sem hora de acabar. O Carnaval e o Réveillon são, cada um a sua maneira, a tradução perfeita do espírito de seu povo. Um espírito que contagia a todos os cariocas e os que visitam a cidade, de onde quer que venham. De um lado foliões dançando horas seguidas em uma manifestação pura de alegria e liberdade. De outro luzes, fogos de artifício e confraternização para brindar com um espetáculo de beleza e união a chegada do ano novo.

O Carnaval, explosão geral da alegria carioca, a nossa maior festa popular, reúne emoções, criatividade, plasticidade, cores sons e muita fantasia. Na Passarela, o espetáculo é promovido pelas Escolas de Samba que passam embaladas por uma mistu-ra rítmica contagiante, criada a partir de influências africanas. Nas ruas as bandas, os blocos, os bailes populares enchem o coração de empolgação e paixão, é o rito da alegria. São os foli-ões que brincam livremente, acompanhados por bandas de mú-sica e muito cerveja gelada. Nos clubes e casas de espetáculos, os bailes à fantasia levam homens, mulheres e grupos a lançar mão de sua criatividade para viver as mais insólitas figuras com originalidade ou suntuosas vestimentas.

O Réveillon é um espetáculo à parte, que emociona mais de dois milhões de pessoas reunidas nos quatro quilômetros de extensão de asfalto e areia, tendo como cenário a praia de Co-pacabana. As pessoas, quase todas vestidas de branco, vindas dos quatro cantos do mundo, numa mistura de magia e devo-ção, aguardam o show de fogos de artifício, espocando no céu ou caindo em cascatas das fachadas dos hotéis, que iluminam, por 30 minutos toda a praia. A confraternização, uma demons-tração de paz e harmonia, não faz diferenças de classes sociais, raças ou credos. Todos celebram a chegado do novo ano, com a certeza de que o importante é sentir e viver esse momento único.

O Rio de Janeiro é, por sua abrangência e arte, música, lite-ratura, magia e, sobretudo, vida.

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AMÉRICA DO SUL

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AMÉRICA DO SUL

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A onda de hostels-design continua a todo vapor no Rio. Novidade em Bo-tafogo, o Oztel tem suítes para casal e quartos coletivos. Em algumas opções há banheiros coletivos, o que diminui bastante o preço das estadias. O hostel também oferece cozinha coletiva para você preparar lanches rápidos.O bar só lembra o dos albergues típi-cos pelo clima descontraído: o cardá-pio oferece sanduíches criativos, como o de mortadela com molho chimichurri e pistache na ciabatta (18 reais). Para beber, além de cerveja há espumante Chandon Brut e drinques baratinhos, como a batida de gengibre (3 reais).

Rua Pinheiro Guimarães, 91,tel. 3042-1853, oztel.com.br

Espaço privilegiado do samba, da MPB, do choro, do forró e da gafieira na noite carioca, o Rio Scenarium reforça o pro-cesso de revitalização cultural da Rua do Lavradio, no Centro Histórico do Rio An-tigo. Situado na Rua do Lavradio, nº 20, Rio Scenarium é um misto de antiquário e casa de shows. O ”Pavilhão da Cultura”, como é deno-minado, recebe, só nos finais de sema-na, cerca de duas mil pessoas nos três andares e no salão anexo.Notícia freqüente nos principais jornais e revistas nacionais e internacionais, o Rio Scenarium é um destaque na noite carioca.

Rua do Lavradio, 20- Centro Antigo tel:(21)3147-9005

ONDE FICAR ONDE COMER ONDE AGITAR

Acima, vista aérea da Praia de Copacabana. Abaixo, a visão previlegiada do Cristo Redentor que abraça o Rio de Janeiro. Depois, a vida boêmia que atravessa o dia, até a noite, nas orlas cariocas.

Esse bar na Praça da Bandeira conta com um cardápio brasileiríssimo. Lá foi criado o bolinho de feijoada (porção com quatro, 19 reais), que já virou um clássico carioca. É recheado com couve e vem acompanhado de uma porçãozi-nha de torresmo e uma minibatida de limão para beber. É um típico bar cario-ca, com cara de boteco, mas com servi-ço e cardápio de primeira.No cardápio, as cervejas aparecem di-vididas por países. Para sobremesa, a combinação de queijo coalho com goiabada cremosa (20 reais) substitui o tradicional Romeu e Julieta e tem igual ou maior sabor.

Rua Barão de Iguatemi, 379,tel. 2273-1035

Oztel Aconchego Carioca Rio Scenarium

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Por ELIANE BRUMFotos RONALDO FRASA

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Em qualquer rua da cidade, em qualquer época do ano, você pode ter certeza que vai encontrar pelo menos uma loja ou quiosque vendendo camisetas com a icônica frase: I love New York. Se todas as milhares de pessoas que compram esses itens estão dispostas a declarar seu amor por Nova York, com certeza deve haver algo de muito especial nessa cidade, não acham?

Não há como negar que Nova York, a cidade mais populo-sa dos Estados Unidos, é um destino clássico de viagem, e que nunca sai de moda. Não faz muita diferença se você já tenha ido inúmeras vezes, essa ilha mágica nunca deixa de oferecer novidades e diversões surpreendes, até mesmo para os que lá vivem. Muitos estudantes, entre inúmeras opções de cidades para estudar inglês, escolhem esse destino para desembarca-rem e dificilmente se arrependem.

Fazer um Intercâmbio em Nova York, é ideal para os estu-dantes que querem combinar estudo com a experiência e o contato com novas culturas e pessoas, devido a diversidade cul-tural da cidade. Quem faz um intercâmbio nos Estados Unidos, sabe que além de praticar inglês no dia-dia, tem a chance de participar de diversas atividades sociais, viajar, conhecer o pais e vivenciar a cultura americana.

Talvez a melhor maneira de começar sua aventura em Nova York de uma forma divertida e diferente é ver a cidade america-na toda de uma vez só do banco de passageiro de um helicóp-tero, voando por cima dos arranha-céus, e passar ao ladinho da Estátua da Liberdade. Não parece animador? De volta ao chão, por que não ir fazer um pique-nique no Central Park ou garanta seus ingressos para uma partida no estádio Yankee para assis-tir aos melhores times de baseball e vivenciar uma experiência completamente americana!

Claro que não é apenas ao longo do dia que existe entrete-nimento em Nova York. A cidade que nunca dorme oferece uma infinidade de opções se você quiser cair na noite durante o pe-rído em que estuda inglês na cidade, desde os teatros vibrantes da Broadway até os restaurantes e bares mais finos do Times Square. Mais ao centro da cidade, a energia ambiciosa de Nova York é capturada perfeitamente na estátua de bronze Charging Bull em Wall Street, a capital financeira dos EUA.

Provavelmente os seus primeiros dias durante o seu Inter-

câmbio em Nova York, será uma mistura de sentimentos e sen-sações: além de muita histórias pra contar, novos amigos e um destaque a mais no seu currículo, você voltará uma pessoa me-lhor e com a certeza que tudo valeu a pena. A Kaplan possui 3 escolas em Nova York e está disposta a lhe ajudar a realizar essa experiência da melhor forma. Lembra que fazer um Intercâmbio não é fácil, mas é incrível!

A mais rica e influente cidade do planeta pulsa dinamismo e agito cultural. Você já viu essas ruas, praças e edifícios em dezenas de filmes, mas uma visita in loco é sempre um encon-tro com o inusitado e o fascinante. É impressionante perceber que a verticalidade de seus arranha-céus, como o Empire State Building, combina perfeitamente com as linhas horizontais da Brooklyn Bridge ou os gramados do Central Park. Os musicais nas casas ao longo da Broadway complementam a grandiosida-de de super-museus como o MoMA, o Metropolitan e o New Museum ou os disputados eventos esportivos em templos sa-grados como o Yankee Stadium e o Madison Square Garden.

Seus restaurantes estão entre os melhores do mundo, não importa a especialidade, assim como seus hotéis. Aliás, hospe-dagem aqui é um dos custos mais altos para os viajantes. Para circular pela Big Apple abuse das linhas do metrô, sempre prá-ticas e perto das melhores atrações, e evite os táxis para não correr o risco de ficar preso no famoso trânsito local. As opções de compras são as mais variadas que se pode imaginar, de brin-quedos a roupas, de eletrônicos a livros raros, afinal não há ci-dade que melhor simbolize o capitalismo que Nova York, afinal, ícones como Wall Street e a Nasdaq estão aqui.

Para quem se sente meio claustrofóbico no meio de tanto con-creto, a pedida são passeios pelo rio Hudson, Ellis Island ou a Está-tua da Liberdade, a tríade que recebeu, por séculos, levas e levas de imigrantes que formaram a cara e a alma da cidade. Aqui é fácil ver um italiano bebendo uma cerveja irlandesa em Chinatown, ou um taxista paquistanês que consegue falar palavras em espanhol com seu colega dominicano. Ou seja, praticamente nada restou de suas raízes holandesas, quando a cidade era conhecida como Nova Amsterdã (o bairro do Harlem manteve o nome, mas a alma é puro jazz). Da velha York britânica a maior influência são belos edifícios coloniais perdidos nas sombras dos prédios vizinhos.

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Nova York, capital do mundo, a mais rica e influente cidade do planeta, mais po-pulosa dos Estados Unidos, onde se ouve mais idiomas, que nunca dorme, mais, nunca, sempre, mundo! Nova York é, em si, um superlativo. Antes de conhecê-la, é fácil pensar que se trata de exagero. Mas ao ca-minhar por suas ruas e avenidas, constata--se o inevitável: Nova York é única!

Nova York é a cidade mais populosa dos Estados Unidos e terceira mais da América, atrás de São Paulo e Cidade do México. Em suas ruas podemos ouvir mais de 800 idio-mas diferentes. Em suas residências, 80% das famílias falam uma língua diferente do Inglês. É um caldeirão cultural. É fantástica!

Para aproveitar bem a viagem, é im-prescindível que você saiba como se orientar na cidade. A primeira informa-ção importante é que Nova York é dividi-da em 5 distritos (boroughs):

1 - Manhattan, onde estão 99% dos pontos turísticos, lojas, hotéis e restau-rantes da cidade. Muito provavelmente você vai se hospedar, alimentar, passe-ar, comprar e divertir em Manhattan. É possível que não venha a conhecer efe-tivamente os demais distritos e, acredite, talvez seja o suficiente. Manhattan é uma ilha, por isso você verá muitas pontes e se acostumará a ver os dois rios que a cir-cundam, o East River e o Hudson River.

2 - The Bronx, que nós brasileiros chamamos geralmente só “Bronx”, está localizado no norte da cidade e é o úni-co distrito que fica no continente, pois os outros 4 são ilhas.

3 - Queens, é o maior distrito de Nova York, o mais multicultural e onde estão os dois principais aeroportos da cidade, o La Guardia e o JFK.

4 - Brooklyn, o distrito mais populo-so de Nova York.

5 - Staten Island (pronuncia-se ‘stéten ailand’), no extremo sudoeste de Nova York, é o distrito mais isolado e menos habi-tado da cidade, além de ser o único não co-nectado por túnel ou ponte a outro distrito.

Acima à esquerda, Estátua da Liberdade; à direita, residenciais em primeiro plano; abaixo, prédios comerciais da cidade

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Este é o primeiro cinco-estrelas desse canto sul do Village. O lobby é palaciano, com tapetes persas e lareira de pedra. Nos 135 quartos, não tão grandes, mas elegantes, janelões do piso ao teto dão vista para o East Village, e há TVs de tela plana e conexão wi-fi gratuita. Alguns têm hidromassagem no terraço. Do lado de fora, o corredor da Bowery Street vem ga-nhando status e sedia um novo museu (o New Museum).

335 Bowery East e West Village New York, tel. +1(212)505-9100

Podem falar o que quiserem da Magno-lia Bakery e sua fama conquistada em Sex and the City. As melhores cupcakes estão no Lower East Side, nessa padaria com jeito de quarto de adolescente. As babycakes não levam açúcar, farinha nem glúten. E mesmo assim são uma das sobremesas mais gostosas da cida-de. Viciante. Em apenas 5 minutos, pre-pra 8 cupcakes lindinhos, prontos pra receber sua cobertura favorita.

248 Broome Street New York, tel. +1 (855) 462-2292

O teatro que lançou gente como Aretha Franklin, Michael Jackson e Ella Fitzgerald ain-da tem lendários shows e noites de amadores (sempre às quartas).O local é uma das salas de música mais co-nhecidas dos Estados Unidos, e é tambem reduto dos artistas negros da cidade. Ele é listado no Registro Nacional de Lugares Histó-ricos, e foi o local onde era realizado o con-curso de talentos conhecido como Showtime at the Apollo.

253 West 125th Street New York, NY 10027, Estados Unidos

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Manhattan Bridge

ONDE FICAR ONDE COMER ONDE AGITARBowery Hotel Babycakes Apollo Theater

AMÉRICA DO NORTE

tel. +1 (212) 531-5300

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Paris,

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Paris, je t’aime

A receita é clássica: para aproveitar Paris ao máximo, basta pôr em ação o mais parisiense dos verbos: flâner. Flanar. Caminhar ao acaso. Dominar a arte de observar com discrição.

EUROPA

Por PABLO REZENDEFotos MÁRCIO COSTA

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Cidade de cartões-postais: no topo, a pirâmide do Museu do Louve; à esquerda, o emblemático Aco do Triuno; e abaixo, a famosa Champs-Elysées, que liga um ao outro

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No caminho é impossível não topar com cartõespostais – que ficam ainda mais inesquecíveis quando aparecem assim,

do nada, sem avisar. Mas veja bem: Paris não está apenas nas visões grandiosas. Está nos mercadinhos, nos cafés fuleiros, e sobretudo na incrível noção de elegância que todos parecem compartilhar.

E quanto à famosa rispidez dos parisienses – responda “Bonjour, Madame” ou “Bonjour, Monsieur” a cada bom-dia que receber nas lojas e restaurantes, e você vai ver como a sua percepção vai mudar. Não existe época imprópria para visitar Paris. Mas tampouco — pelo menos do ponto de vista meteoro-lógico — existe uma época perfeita.

Os céus de Paris costumam estar mais cinzentos do que ensolarados, e é difícil escapar de alguma chuva, não importa quando você vá. Nevar é raro (quando acontece, é mais para o finzinho de janeiro ou em fevereiro). Agosto é o mês em que parece haver mais turistas — mas é porque muitos parisienses tiram férias e saem da cidade. Alguns restaurantes e lojas volta-dos para os moradores podem dar férias coletivas, mas a Paris dos turistas continua funcionando.

A Air France e a TAM voam direto de São Paulo e do Rio. A TAP liga São Paulo, Rio, Brasília, Belo Horizonte, Salvador, Recife, Natal e Fortaleza a Paris com uma conexão em Lisboa. Todas as outras cias. aéreas que levam para a Europa também chegam a Paris, saindo de São Paulo e/ou do Rio, com uma conexão.

Se você já estiver na Europa, venha de trem de Londres (2h20), Amsterdã (3h20), Colônia (3h15) ou da Suíça (3h30 de Genebra, 4h30 de Zurique). Vindo de Portugal, da Espanha, da Itália ou de qualquer outro país, prefira o avião.

Paris é dividida em 20 bairros numerados, ou arrondisse-ments (diga: arrondiss’mã) organizados em espiral a partir do coração da cidade, onde estão a estação Châtelet (a mais movi-mentada) e o Louvre.

Quanto mais baixo o número do arrondissement, mais central é a sua localização (e mais fácil fica para você se loco-mover). Tente ficar entre os arrondissements 1 e 6 (Châtelet/Louvre, Bourse, Marais, île St.-Louis, Quartier Latin, Sorbonne, St.-Germain), e você chegará mais rápido a qualquer canto da cidade. Evite barbadas em fim de linha de metrô; a dica é não se hospedar perto das “Portes”, que são os limites de Paris. Se for a sua primeira vez em Paris, não fique menos do que cinco dias inteiros. Menos que isso, só vai dar para ver a Paris que você já ‘conhecia’ antes de sair de casa.

Para quem fica mais tempo, dá para escolher um bate-vol-ta de trem — como a Reims (45 min.), Chantilly (1h), Chartres

(1h), Troyes (1h30), Nancy (1h30) ou Strasbourg (2h30). Bruxelas (1h25) e/ou Bruges (2h30), também podem ser encaixadas como pit stops no caminho a Amsterdã. Se for para o Vale do Loire (2h de carro), fique ao menos duas noites. O Mont St.-Michel (3h30 entre trem e ônibus) também fica bem melhor com pernoite.

No centro de Paris, na divisa entre o 1º e o 2º arrondisse-ments, já fora da confusãozinha de Châtelet, um espaço de al-guns quarteirões esconde um dos passeios mais chiques que você pode fazer na cidade.

Venha pela rue Étienne Marcel para passar pela Place des Victoires — uma praça circular, construída na confluência de seis ruas, que figura fácil entre as mais bonitas de Paris (para mim, só perde para a Place des Vosges e a Place Vendôme). As fachadas são austeras e a estátua eqüestre no meio da praça não tem cara de muitos amigos, mas se você diminuir o passo vai encontrar as vitrines de Kenzo e Thierry Mugler. Siga pela rue de la Feuillade e um pouco adiante, à sua esquerda, você encontrará os fundos do Palais-Royal. Entrez, s’il vous plaît.

Construído originalmente para hospedar o Cardeal Riche-lieu, o palácio teve diversos usos ao longo do tempo; o mais interessante é o de 1784 para cá, quando virou uma espécie de shopping center avant-la-lettre. Em torno dos seus jardins, me conta a Wikipédia, Louis-Philippe II fez instalarem 145 lojas, entre cafés, restaurantes, salões de cabeleireiro, museus. De to-dos os ocupantes originais, ainda resta um: o venerável Grand Véfour, um dos bastiões da haute gastronomie, no mesmo en-dereço há 225 anos.

As arcadas hoje abrigam lojas de grifes, moda de vanguarda, alguns antiquários, uma loja de chapéus, perfumarias. Dois tea-tros funcionam por lá — o Thêatre du Palais-Royal, numa quina dos fundos, e a Comédie Française, na frente.

Dois ou três cafés das arcadas mantêm mesas no pátio. Sen-te-se ali para um café ou un verre e você vai pensar que está a léguas do burburinho da Paris central.

O mais bonito do Palais-Royal, pra mim, está no pátio: o jar-dim é a obra de arte topiária mais linda que eu já vi (e olha que eu fui a Villandry). O espaço é pequeno, mas o efeito é de uma simetria taj-mahaliana.

Continuando em direção à entrada do Palais pela rue Saint--Honoré você vai ver também as 260 colunas moderninhas de Daniel Buren, instaladas em 1986 durante o mandato de Jack Lang como ministro da Cultura.

Saia novamente pelos fundos. Bem no meio da quadra você encontrará a rue Vivienne, onde estão as outras duas paradas do passeio.

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A Place de la Concorde, uma das maiores praças públicas da França

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Em um bairro mais afastado do Centro(portanto, menos turístico), o 20º ar-rondissement, esse hotel de preços ca-maradas tem ambientes divertidos, en-tre o urbano, o vintage e o rock ‘n’ roll, inteiramente decorados pelo designer--estrela Philippe Starck. Um público predominantemente jovem circula en-tre os dois restaurantes, o bar e o ter-raço disputados. Os quartos são quase todos pequenos, alguns single, e sem-pre com internet wi-fi e filmes grátis à sua escolha – com transmissão em umatela iMac de 24 polegadas.

109 Rue de Bagnolet, tel. 4348-4545,mamashelter.com

ONDE FICAR

Feminilidade é a marca registrada de Anne-Sophie Pic, única chef francesa (euma das quatro mulheres na história) areceber três estrelas do Guia Michelin. Embalada pelo sucesso de seu restau-rante La Maison Pic, em Valence, um Relais & Châteaux no sudeste francês, ela acaba de inaugurar sua primeira casa em Paris. Espere encontrar lá a tal feminilidade que Anne-Sophie defende como trunfo de suas receitas premia-das, com delicados toques de lavanda, alcaçuz, flor de laranjeira ou especia-rias como a tonka perfumando peixes.

Rue du Louvre, s/nº, tel. 4260-4040,ladamedepic.fr

ONDE COMER

Uma portinha discreta, quase imper-ceptível, a poucas quadras do Lou-vre, guarda o novo hit de Paris para entendidos em drinques. Dos mes-mos donos do Experimental Cocktail Club, esse espaço segue a fórmula do irmão mais velho, que ganhou fama por jogar luz sobre a arte da mixolo-gia justamente na cidade dos vinhos. A decoração orna com a da badalada steakhouse do andar de cima, a Beef Club, com muito vermelho, mogno e bordô. Peça um dos ponches (65 eu-ros, para cinco pessoas).

58 Rue Jean-Jacques Rousseau,tel. (9) 5252-8934, eccbeefclub.com

ONDE AGITARMama Shelter La Dame de Pic Le Ball Room du Beef Club

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Descobrindo o que há entre o sol quente e o rio histórico da maior e mais povoada cidade

do mundo árabePor RENATO MATTOS

Fotos MARIANA FURIGO

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Em suas origens, os mamelucos faziam públicas suas execuções mortais, mas a partir do século XIX o lugar foi eleito pelo santo

Mitwalli para a realização de seus milagres. Hoje em dia, a popu-lação e os turistas unham na porta ou um tufo de cabelo ou uma peça de suas prendas com a finalidade de ver cumpridos seus rogos. Também no Cairo Islâmico se encontra Bayn al-Qasryn, a que era principal praça pública da cidade, no Medieval. Nela se ergueram vários palácios mamelucos, destacando o Mausoléu e a Madraza de Qalaun, cuja origem se remota à 1279.

Muito conhecidos são os mercados e zocos cairotas. Como se detalha mais acima, o mercado mais importante é o de Khan al--Khalili, situado no Cairo islâmico, onde as sedas e as especiarias são os produtos mais procurados. Em quanto aos zocos, o de An--Nahassin é um dos mais populares devido a sua grande oferta de objetos de cobre e latão. Também é importante o zoco das -Sagha.

A cidade de Cairo recebeu 9,1 milhões de turistas em 2006. Varias das principais atrações da cidade se aglomeram no de-nominado centro histórico, Patrimônio da Humanidade pela UNESCO. No entanto, há outros pontos fundamentais do turis-mo cairota que não está situados em seu centro histórico.

Evidentemente, os reclamos da cidade e do país são as Pi-râmides de Gizé, situadas a uns 20 quilômetros ao sudoeste da capital. A Grande Pirâmide de Quéops é considerada como uma das Sete Maravilhas do Mundo Antigo e a única que permane-ce ainda em pé. Sua missão foi acolher o sarcófago do faraó Quéops e se crê que para sua construção se usaram cerca de

2,5 milhões de blocos de pedra calcária. Algumas aleijadas são as vizinhas pirâmides dos reinos se encontram as duas grandes pirâmides de Quéfren e Miquerinos.

A cidade de Cairo recebeu 9,1 milhões de turistas em 2006. Varias das principais atrações da cidade se aglomeram no de-nominado centro histórico, Patrimônio da Humanidade pela UNESCO. No entanto, há outros pontos fundamentais do turis-mo cairota que não está situados em seu centro histórico.

Os cinemas cairotas abrigam, em sua grande maioria, super-produções de Hollywood com subtítulos em árabe. As produções locais desfrutam também de êxito na população do Cairo. Estes filmes freqüentemente são rodados nos grandes estúdios situa-dos em Misr ou Al-Ahram, ambos muito próximos das Pirâmides de Gizé. O cinema independente nacional é ainda pouco popular entre os cairotas, e é que somente os cinemas Good News Grand Hyatt e Ramsés Hilton projetam este tipo de cinema.

Cairo conta com numerosas universidades, teatros, monu-mentos e museus. O Museu Egípcio é o mais importante deles, situado na praça Tahrir, que abriga a melhor coleção de obje-tos do Antigo Egito do mundo. Atualmente está planejando sua mudança para um edificio maior, erguido na zona de Giza.

Algumas das festas e acontecimentos mais importantes dentro do panorama cultural cairota são a Feira do Livro, durante os meses de ja-neiro e fevereiro, a Feira de Exposições do Cairo, durante março e abril; o Festival Internacional da Canção do Cairo em junho, julho e agosto e o Festival de Teatro Experimental em setembro, outubro e novembro.

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Uma Hollywood árabe

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O epicentro da vida cultural cairota encontra-se no Centro Cul-tural Nacional, um complexo de edifícios culturais dedicados

ao teatro, dança e música, situado na ilha de Gezira. Neste cen-tro destaca A Ópera de Cairo, inaugurada em 10 de outubro de 1988 pelo presidente Hosni Mubarak e que abrigou um concerto da Orquestra Filarmônica Real Britânica em janeiro de 2007, sua atuação no Oriente Médio e na África. A música clássica habitu-almente é predominante na Ópera da cidade, aonde também é fácil desfrutar de música clássica árabe, aonde está goza de maior difusão é no Instituto de Música Árabe, localizado na Ramsis Stre-et. Uma cita obrigada para a música na cidade é o Festival de Música Árabe, que se celebra a princípios do mês de novembro na Ópera do Cairo. No dizer em que o complexo cultural se dão outros seis teatros e auditórios. A atual Ópera substituiu a Ópera Khedivial, ou também conhecida como a Ópera Real, edifício que se levantou em 1869 e que se manteve ativo até 1971.

Um dos acontecimentos culturais mais importantes da cidade é o Festival Internacional de Cairo, que reúne vários filmes de vá-rios países durante o mês de dezembro, convertendo-se em um dos festivais cinematográficos mais importantes do mundo. Cai-ro, anteriormente conhecido como a “Hollywood do Oriente”,14 perdeu o status de capital cinematográfica do Oriente em favor da Bollywood hindú. A censura segue sendo, ainda hoje em día,

habitual no festival embora tenha recebido, desde sua criação em 1976, as super-estrelas como John Malkovich, Nicolas Cage, Morgan Freeman, Bud Spencer, Gina Lollobrigida, Ornella Muti, Sophia Loren, Elizabeth Taylor, Oliver Stone o Catherine Deneuve.

Na parte literária, destaca, sobretudo Naguib Mahfouz, Prê-mio Nobl de Literatura em 1988, cuja “Trilogia de Cairo” é a obra que o marcou. O escritor logro um grande êxito entre a crí-tica local atrás das primeiras edições em 1956 e 1957, mas ain-da quando foram traduzidas para o inglês em 1990. No entanto, a pesar do êxito e fama literária que outorgou para a cidade, o célebre escritor que foi apunhalado em 1994 por fundamenta-listas.14 E foi objeto de ira e das pressões dos integristas que o acusaram de blasfemar contra o mundo muçulmano. Faleceu em 2006 como conseqüência de uma úlcera hemorrágica.

Outra figura fundamental da literatura cairota é Nawal el-Saadawi, Chegou a ser encarcerada durante o regime de Sadat. Quem fundou a Associação de Solidariedade de Mu-lheres Árabes e escreveu extensamente sobre a sociedade árabe. Ao igual que sua colega Mahfuz, o-Saadawi foi dura-mente criticada, abusada e perseguida pelos extremistas is-lâmicos, forçando seu exílio para Estados Unidos, onde tem lesionado em classes em diversas universidades. Chegou a ser encarcerada durante o ávido e terno regime de Sadat.

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Acima à esquerda, pirâmide macro; à direita, interior da catedral; abaixo à esquerda, mesquita da cidade; à direita, esfinge egípcia.

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O hotel conta com confortável espaço.Considerado por muitos como um dia menos movimentado, o bar fica aberto até as 3h30. Nas outras noites ele fun-ciona uma hora e meia a mais e, no do-mingo, até as 2h30. A cozinha costuma fechar mais cedo, mas ainda é possível pedir alguns pratos e porções até altas horas. A hamburgueria do Itaim Bibi, disputada até mesmo depois da balada, serve de sanduíches a milk-shakes até as 5h, em dias de semana, e até as 6h, nas noites de sexta. Encontro dos baladeiros, a hamburgueria funciona 24 horas.

Rua 12 Ahmed Ragheb| Cornish El-Nile, Garden City, Cairo 11519, Egitotel. +20 2 27980000

Localizado no centro da cidade, o resa-taurante conta com o melhor da típica comida árabe. O cardápio é dotado de especialidades como pão fresco e mezze devine. Hum-mus excelente, servido no seu próprio mini-churrascoA rede de padarias possui três unidades na cidade: Jardins, Alto de Pinheiros e Vila Madalena. As duas primeiras fun-cionam 24 horas e oferecem, além dos pães e lanches tradicionais, um sushi bar até as 6h e opções de pizza até as 4h. nas unidades Pinheiros e Moema.

Rua El Thawra Council Street | P.O. Box 732, El Orman - Giza, Cairo, Egitotel. 02/27359640

A unidade que fecha mais tarde é a do Itaim Bibi, localizada junto a bares e ba-ladas. De quinta a sábado, quando o mo-vimento é maior, fica aberta até as 5h. Fecha à 1h na segunda, às 2h na terça e às 4h na quarta. No domingo, funciona até a 0h. Sediada nos Jardins. Além dos pedidos à la carte, oferece um bufê de café da manhã todos os dias a partir das 5h. De segunda a sexta sai R$ 18,80 por pessoa e aos sábados, domingos e feria-dos custa R$ 27,80 por pessoa. Além dis-so, um bufê de sopas, um de frutos e um de carne é servido até altas horas

Rua 6 Kasr El Nil St | across from the Conrad Hotel - Cairo, Egitotel. 02/25740855

Abaixo à esquerda, vista leste de importantes monumentos da cidade; À direita, pirâmides principais e camelos nativos ao sol.

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ONDE FICAR ONDE COMER ONDE AGITARKempinski Nile Abu Sid Souq al-Gamaal

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A cidade secular é referência em tecnologia e negócios ao redor do mundo

Por MARCIE GRYNBLAT PELLICANOFotos RYOKAN

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Eu estava para começar o texto dizendo pomposamente: Fui ao Japão! Mas não é verdade. Pensei também em di-

zer: Fui a Tóquio. Seria um pouquinho mais verdadeiro, mas ain-da seria exagerado. Na verdade, fui a Shinagawa, que é um dos bairros da capital japonesa. Circulei pra lá e pra cá na cidade, procurei conhecer o máximo que o trabalho, o calor e a curta duração da viagem permitiram, mas é claro que o que conheci melhor foram as redondezas do hotel.

Shinagawa é uma imensa estação que reúne metrô, trans-porte regional e trem bala. Uma total loucura em termos de circulação de pessoas. Às 9H da manhã, por exemplo, é impra-ticável caminhar contra a massa humana que chega para o tra-balho nas dezenas de torres que circundam o hotel. E por que a frescura de evitar dizer “Fui ao Japão”? Porque o Japão é muito grande! Sim, eu sei que é pequeno. Digo “grande” porque é ou-tro mundo. A começar da língua, da qual a gente só consegue entender duas ou três palavras. Que mudam para três ou qua-tro no final da viagem.

Mas, seja como for, acho que consegui conhecer um pouqui-nho de Tóquio. Do freqüentadíssimo templo de Asakusa Kan-non, cercado por várias 25 de Março, até a paz total do templo Meiji-jingu, cercado por mais de 70 hectares de floresta. Vi tam-bém outros templos, como o Tosho-gu, mas esses dois parecem marcar os extremos: os lugares excessivamente turísticos; e os que ainda permanecem meio fora do radar. Fui também aos jar-dins imperiais. Lindos. Como são lindo também os muros (ou o que restou deles) com cinco metros de espessura. Apesar do sol escaldante (odeio o calor, mas acho linda a expressão!), cami-nhei o que pude das alamedas, ruelas e pontes. Mas nem em sonho daria para cobrir uma área cujo perímetro já teve mais de 16 km. Ainda mais com o termômetro marcando 32 graus.

O mesmo problema encontrei em Ueno, um parque bastan-te bonito, mas castigado pelo mesmo sol inclemente (uau, hoje

eu tô que tô!). O que me salvou foram os museus no interior da área. São dois ou três, mas visitei apenas o mais importante (pelo menos para mim): o Museu Nacional de Arte Ocidental. E quem encontrei lá?! Um caminhão de impressionistas! Qua-dros maravilhosos, que deixaram o ocidente há décadas para decorar as paredes de um rico banqueiro antes de decorar as do museu. Sei que ninguém vai ao Japão para ver arte européia, mas a visita vale a pena.

Voltando a Tóquio, o que me impressionou foi a eficiência do metrô e a facilidade com que ele pode ser usado graças à informação sempre em japonês e inglês. Rodei bastante, prin-cipalmente na linha Yamanote que é uma espécie de Circle Line (de Londres).

Quantos aos bairros, perambulei por Ginza onde vi-sitei outro tipo de templo: os templos do consumo. Mitsukoshi,Matsuzakaya, Takashimaya, Muji, UniQlo e por aí afora. Isso sem falar da papelaria Ito-ya, com nove andares re-pletos de utilidades e inutilidades fantásticas. Estive lá duas ou três vezes, uma delas para trocar uma lampadinha de leitura que não funcionava direito. Bom, como não havia mais lampa-dinhas em estoque, eles mandaram entregar no dia seguinte no hotel. Até aí, tudo bem. Mas sabem quanto custou a lam-padinha? Menos de cinco dólares! Em Tóquio é fácil cair nas compras.

Uma coisa sobre qual infelizmente não posso escrever são os restaurantes japoneses, pois minha ojeriza a peixe me man-teve afastada deles. Freqüentei um chinês maravilhoso e des-cobri que é possível, sim, consumir o mesmo prato dias e dias seguidos. E já que estamos num parágrafo culinário, o que me chamou a atenção foi a escassez e o consequente alto preço das frutas. Bananas embrulhadas uma a uma e vendidas não exatamente a preço de banana. Viva o Brasil tropical! É o que eu pensava a cada visita ao mercado.

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Não posso deixar de abrir um parágrafo (mereceria um li-vro) para as regras de etiqueta que o japonês procura seguir nas suas relações diárias. Falar baixo, inclinar-se em sinal de res-peito, entregar e receber todo e qualquer objeto sempre com as duas mãos. Enfim, ser tranquilo e gentil em vez de rude e apressado, como estamos acostumados a ver em tantas outras capitais. Isso sem falar na cortesia dos motoristas e taxi e na limpeza dos veículos. Eles com luvas brancas; e os carros, com toalhinhas de renda. Também brancas! Que contraste com New York e não só New York. Na verdade, o falar baixo e o silêncio em geral são duas coisas que se destacam em Tóquio. A pro-pósito disso, escrevi um guest-post na Psiulândia. Parece que estou guesting demais, não?

Foi de apenas 10 dias minha permanência em Tóquio, mas o suficiente para me apaixonar. Exato, eu que não como peixe e que não caibo nas roupas japonesas, gamei (do velho e bom verbo gamar) pela cidade. E olhem que, além do peixe e dos tamanhos de roupa, quase tive um trauma no templo de Asaku-sa. Foi quanto tentei tirar a sorte seguindo o ritual do peda-ço: primeiro você escolhe um palitinho aleatoriamente; depois procura a gavetinha (num móvel imenso) cuja inscrição seja a mesma do palito.

Aí você abre a gavetinha e retira um bilhetinho: sua sorte está escrita nele. Eu disse sorte?! A minha mensagem era péssi-ma! Não vou ter desejo realizado, não vou ganhar dinheiro, não vou ser feliz, e por aí afora. Meu Deus, que saudade daquele papagaio que escolhia papeizinhos na saída da escola: só saía coisa boa. Mas deixemos para lá. Só trago ótimas lembranças do Japão, quer dizer, de Tóquio. Voltaria voando, se fosse possí-vel. Quem sabe o próximo ano. E quem sabe incluindo Nagóia e Kioto. E por que não a China, que também está ali do lado? Se eu for mesmo para a China, o risco é que meu próximo post aqui só fale de comida… Está bem, de muralha e de comida.

Se voltasse para o Japão, certamente tentaria conhecer a ilha de Aogashima. Aogashima é uma ilha no Mar das Filipinas, a 358 km de Tóquio. Apesar de toda essa distância, ela faz parte do mesmo parque nacional onde fica o Monte Fuji e é adminis-trada por uma subprefeitura subordinada à prefeitura da capital japonesa. A população local é de apenas 195 sortudos (2012) que formam a menor cidade do Japão e vivem na mais pura paz oriental, cercados de água e verde, em uma área de 3,5 km de comprimento por 2,5 km de largura.

Aparentemente, a única preocupação deles é (ou deveria ser) com a própria ilha, já que ela é um vulcão ativo, com a últi-ma erupção registrada em 1785. E é nesse vulcão que está uma das atrações de Aogashima.

Você percebeu que existe um cone vulcânico no meio da ilha, certo? Pois esse cone está no meio de outra cratera, bem maior, que toma conta de quase toda região (são 1,5 km de diâ-metro dentro daquela área que eu citei ali em cima).

Esse cone dentro da cratera entrou até na bandeira local (que me parece muito mais o símbolo de um super-heroi japo-nês). Segundo o Flags of The World, o círculo representa a ilha, enquanto o triângulo maior é o vulcãozão e o triângulo central é o conezinho.

A maioria dos sites que pesquisei dizem que não existe ne-nhuma atividade além de trekking. Mas o site oficial da ilha (que conhece o lugar melhor do que ninguém) mostra a verda-deira atração de um lugar tão isolado no mundo: o céu à noite.

Se você também enlouqueceu com Aogashima e quer muito ir para lá, saiba que as únicas formas de chegar são de helicóp-tero ou de barco, sempre a partir da ilha Hachijo-jima, a mais próxima, onde você consegue chegar de avião ou de ferry desde Tóquio.

Certamente é um perrengue. Mas paisagens como essas e tanta tranquilidade devem valer o esforço.

Da esquerda para a direita, Templo do Parque Nuemo; o movimentado bairro de Shibuya, em Tóquio; Parque Ueno, no centro de Tóquio, em pleno outono; mercado de rua japonês, perto da estação Shimbashi

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Roda-gigante Daikanransha - é a segunda maior roda-gigante do mundo, atrás apenas da London Eye, da Inglaterra. Daikanransha significa “gran-de roda-gigante” - e ela é realmente enorme, com 115 metros de altura.

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Shopping: os eletrônicos eram mais caros do que nos EUA, então a gente achou legal ver as novidades mas não valia a pena comprar nada. Eles tem uma variedade absurda de celulares e acessórios para celular (cada capinha coloridíssima e com mil penduri-calhos). De um modo geral é tudo mais caro que nos EUA, então a gente só comprou

mesmo coisas muito típicas como artesanato local. Kimonos custam centenas de dólares, os mais caros passando dos milhares de dólares, uma yukata pode ser um

opção mais em conta.As mega lojas de departamentos como a Takashimaya e a Matsuya por exem-

plo tem nos seus subsolos stands de comida, onde você pode comprar desde frutas frescas a uma refeição completa por preços ótimos. As estações de trem também tem restaurantes bons e com preços bem em conta (menos de 10 dólares por pessoa), a estação de Kioto por exemplo está cheia de bons res-

taurantes. Os sorvetes soft serve (como os que são servidos no McDonald’s) estão por todo lugar no Japão, nos sabores mais inusitados. O Japan Guide

tem uma área ótima no site explicando sobre os diversos tipos de comidas e restaurantes. Os trens balas tem serviço de bordo vendendo refeições e lanches bem legais. Máquinas de comida e bebidas estão espalhadas

pelas ruas e estações de trem, tenha sempre moedas para usar nes-sas máquinas. Usei muito esse site chamado Bentopra encontrar res-taurantes. Existem padarias francesas em tudo quanto é estação de

trem e metrô, a gente sempre comprava pães deliciosos pra tomar o nosso café da manhã na rua. Muitos menus tem fotos dos pra-

tos, o que ajuda muito na hora de escolher, vimos pouquíssimos menus sem fotos. Vários tem pelo menos os ingredientes prin-cipais escritos em inglês (beef, chicken, pork) então você tem

uma noção do que vai receber, mesmo que todo o resto do prato seja um mistério.

Por incrivel que pare-ca, os eletronicos custam mais caro que nos Es-tados Unidos, vale a pena comprar apenas artesanato local

abceglncokkimrecekekkmprz

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ÁSIA

À esquerda, Parque Ueno, com o espetáculo das cerejeiras, a famosa “Sakura”, na primavera. À direita e acime, Templo Zoju. À direita e abaixo, fábrica tradicional e secular de saquês

É um hotel em estilo japonês com baixo custo de estadia. Com café da manhã e serviço de camareira, funciona como hotéis de grandes cidades, mas com decoração e estilo orientais.As refeições são servidas numa sala co-letiva, onde você pode aproveitar para arriscar algumas palavras em japonês, ou facilitar o encontro com outros tu-ristas que falem inglês.Nem todos os quartos possuem banhei-ro privativo, o que remete aos hostels. Mas, essa vantagem a menos garante estadias mais econômicas, que você pode reverter em ótimas compras!

Minshuku Network Japantel. 0120-07-6556

Esse restaurante é uma ótima opção para quem não gosta de peixe cru, ou ainda, para quem quer fugir dos res-taurantes japoneses, tão populares no mundo todo.É um especialista em panquecas ao es-tilo japonês, recheadas com carne ou vegetais e macarrão cozido.A diversão é que você cozinha alguns ingredientes na sua própria mesa, o que desafia os clientes em suas técni-cas gastronômicas, além de evitar lon-gas esperas pela refeição e permitir que o próprio cliente escolha exatamente o que deseja comer.

La Porte Aoyama, 5th floor, Harajuku & Aoyama. tel. 03/3844-9502

Com capacidade para 750 pessoas na pista principal, o Air foi palco para uma das cenas do filme Encontros e Desen-contros (2003), de Sofia Coppola. Tem tudo que um clube noturno precisa: telão grande, bar em ambiente sepa-rado, sala VIP e cadeiras para dar uma descansada. A festa The Breath, que acontece no primeiro sábado de cada mês, já é bem conhecida pelos fãs de deep house e techno house.No cardápio, a balada oferece drinks especiais, com toques de menta, hor-telã e especiarias orientais.

Shibuya-ku Sarugaku 2-11 Hikawa Bldg B1F e B2F. tel. 03-5784-3386

ONDE FICAR ONDE COMER ONDE AGITARMinshuku Sometaro AIR

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Sidney:postal por escrito

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OCEANIA

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OCEANIA

A cidade é absurdamente limpa e bonita. As pessoas são extremamente simpáticas. Tudo parece ter sido irritantemente feito para você se sentir à vontade em qualquer lugar. O único defeito? Não morar aqui.

Por DANIEL NUNESFotos MONIQUE VELLOSO

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21 de janeiro de 2005. Uma das características em comum entre as grandes cidades do mundo é que elas se acham.

Ande por Paris, por Nova York, por Londres, por Roma, por San Francisco, por Barcelona, pelo Rio, e você percebe que essas cidades não fazem nada para combater o seu complexo inato de superioridade. Mesmo quando têm problemas crônicos ou insolúveis, como o clima (no caso de Londres), a violência (no caso do Rio) ou a paranóia (no caso atual de Nova York), as grandes cidades do mundo têm certeza de que estão abafando e não perdem a chance de colocar o forasteiro no seu devido lugar.

Sydney tranqüilamente pode ser escalada nesse time de ci-dades de primeiríssima grandeza. Sydney é linda, gostosa, tran-qüila, simpática e civilizada – eu não conheço nenhuma outra grande cidade que mereça esses cinco adjetivos ao mesmo tempo. Mas – engraçado: Sydney não se acha. Quer dizer, de-pois de uma semana por aqui, não achei que Sydney se achasse. Pode ser que Sydney se ache tanto, mas se ache tanto, que faça uma força incrível para fingir que não está se achando. Mas acho difícil. Você não acha?

(Parênteses: viajar é, sim, tirar conclusões precipitadas so-bre os lugares que você visita. Se você não quer tirar conclusões precipitadas, não viaje – faça um doutorado. Fecha parênteses).

Uma revista de culinária daqui traz uma entrevistazinha com Anthony Burdain, o cozinheiro que virou escritor de best-sellers (”Cozinha Confidencial”, “Por um prato de comida”). Bourdain diz que gosta de Sydney porque aqui é a única “no-bullshit zone” da Terra. O único território livre de frescura do planeta. (Nota do tradutor: livre de frescura no sentido de formalidade e hipocrisia. Porque do outro tipo de frescura Sydney está lotada – a cidade é uma das capitais do mundo gay.)

Os Sydneysiders – ou sídneis, como quer o meu genial amigo Guime – são tão acessíveis e despojados que não parece que alguém precise nascer aqui para se tornar rapidamente um de-les. Eu não consigo me imaginar transformado num parisiense, num florentino ou num carioca ainda nesta encaranação. Mas, sei lá por quê, acho que bastava eu piorar ainda mais a minha pronúncia, e pronto: até eu poderia ser um sídnei.

Mas será que eu gostaria de ser um sídnei? A cidade é deslumbrante, não há dúvida. Sua baía – que eles chamam de

A Ponte da Baía de Sydney

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Harbour – é toda recortada, e oferece quarenta prainhas (aten-ção: eu falei quarenta) com balneareabilidade perfeita. Pega-mos uma barca nas docas de Circular Quay e em quinze minutos estávamos em Watsons Bay, onde nos esperavam duas praias pequenininhas, de águas transparentes, que um carioca jamais pensaria em procurar na baía de Guanabara. As barcas – ou os ferries, se você preferir – são os morros de Sydney: é a bordo deles que você aprecia as belezas de Sydney, tanto as naturais quanto as construídas pelo homem. (A propósito: não há avenidas beira-mar. Sydney só se mostra para quem passeia por suas águas.)

O centrão de Sydney, chamado de CBD (Central Business District) é o endereço dos hotéis mais clássicos, e desemboca no cartão-postal da cidade: a Ópera de Sydney, com seu vizi-nho Jardim Botânico e a Ponte da Baía (Harbour Bridge) ao fundo. Para lá do centrão, em direção ao fundo da baía, ficam as docas do Darling Harbour. Ali foi montado um turistódromo de proporções quase lasvegasianas, com shoppings, monotri-lho, cassino, aquário e uns três puertos maderos de restauran-tes, bares e lanchonetes.

A Sydney mais bacana, claro, fica fora da zona turística. As primeiras docas para cá do centrão são as de Wooloomooloo, onde um armazém restaurado com inteligência e talento virou um hotel (o W), um condomínio de apartamentos e uma ala de restaurantes, todos chiquérrimos.

(Novos parênteses. Provavelmente você não esteja fami-liarizado com a minha definição para os pontos cardeais em português do Brasil. É assim: para o viajante brasileiro – eu incluído, e na janelinha – não existe esse negócio de norte, sul, leste e oeste. Os pontos cardeais, em português do Brasil, são: à esquerda, à direita, pra cá, pra lá, na frente, atrás, em cima e debaixo. Fecha novos parênteses.)

Subindo o morro atrás das docas de Wooloomooloo, você passa pela zona do nem-tão-baixo-meretrício-assim (Kings

Cross) e chega a Darlinghurst – que, junto com Paddington e Surry Hill, forma o triângulo de bairros descolados. Por ali todos os restaurantes são bacanas, inclusive os baratos. Muitos deles não têm grana para – ou não se deram ao trabalho de – investir numa licença para vender bebidas, e por isso funcionam em re-gime “BYO” (bring your own, traga sua própria garrafa). Outros têm licença, e mesmo assim aceitam o BYO, cobrando uma ro-lha bem módica. Como se não bastasse ser um Leblon gastronô-mico, Darlinghurst (”Darlo” para os de casa), em especial, está cheio de hotéis charmosos e baratos – alguns até baratíssimos. Se for verão, não esqueça suas Havaianas – entre as oito da ma-nhã e as oito da noite, é o que todo mundo calça.

As praias ficam meio longe – principalmente para quem está de ônibus. As pessoas aqui vão à praia como quem vai a um parque – não como quem vai à sala de estar da nação, como no Brasil. Falam muito que os australianos têm cultura de praia, mas nós temos muito a ensinar a eles – a começar pelo queijo de coalho na brasa. Em troca, eles poderiam nos contar como é que se consegue manter uma baía inteira limpa mesmo com portos funcionando e barcas e mais barcas cru-zando pra lá e pra cá o tempo todo. Deixo aqui uma suges-tão de factóide para o César Maia: dar a concessão da Baía da Guanabara à prefeitura de Sydney, para fazer o que quiser. Aposto que em dez anos todos poderíamos mergulhar e abrir os olhos na enseada de Botafogo.

Mesmo com toda a beleza, toda a limpeza, toda a simpatia e toda a civilização, não sei se eu gostaria de virar um sídnei. Pensando bem, morar aqui pra quê? Para não empinar o na-riz? Para não desenvolver um charme que ninguém consegui-ria imitar? Para não lançar aquele olhar de eu-moro-na-me-lhor-cidade-do-mundo-e-você-não? Ah, assim não tem graça.

Demorou, mas eu achei o defeito de Sydney. O defeito é que Sydney não se acha.

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À esquerda, o Royal Botanic Gardens e à direita, turistas pas-seando em Shelly Beach

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O Four Seasons apresenta impressio-nantes vistas do porto de Sydney e a Opera House e está perfeitamente po-sicionada perto da zona histórica de Rocks e a Ópera de Sydney. Os quartos são elegantemente decorados, com banheiros de mármore e abundância de mogno. A equipe é atenciosa e efi-ciente, a piscina exterior é a maior em qualquer hotel em Sydney, o spa é um dos melhores da cidade. Se você esti-ver viajando com crianças, então pe-quenos toques, como um homem de gengibre, fazem a diferença.

199 George Street, tel. 9250-3100, fourseasons.com/sydney

As janelas com vista para a água são enormes, a atmosfera é elegante e buzzy, e muitas das tabelas têm uma relação íntima com a vista deslum-brante. A comida, criada por Matthew Moran, um dos grandes chefs da Aus-trália, é imaginativa e saborosa. Pratos de destaque no momento de escrever incluem o filé de cordeiro assado com barriga confit, purê de berinjela, toma-te e manjericão fondue e um molho de azeitona preta, e o lombo de coelho com abobrinha, limão, lagosta refogada e um alazão velouté.

1 Macquarie Street, East Circular Quay, tel. 9252 2555, ariarestaurant.com

Provavelmente, o bar mais famoso de Sydney. Está na cena há 12 anos e não tem abrandado. O jardim de 1970, cer-veja temático por o porto é apenas um ótimo lugar para comer, beber e dançar. É praticamente tão simples como isso. Grande para aniversários, almoços lon-gos, dia de garotas, eventos corporati-vos, coquetéis e canapés, afterparties, pacotes de churrasco, eventos esporti-vos, bebidas sexta-feira, e muito muito mais ... Cargo foi criad em 2000 e calo-rosamente recebidos com uma salva de palmas.

52 The Promenade, tel. 9262 1777, car-gobar.com.au

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Vistas panorâmicas da cidade: visão lat-eral da Ponte e da Opera House (esq.) e visão aérea das várias ilhotas que com-põem Sydney (acima(.

A maior cidade do continente se expande por 11 ilhas e 40 praias

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ONDE FICAR ONDE COMER ONDE AGITARFour Seasons Hotel Sydney

Aria Cargo Bar

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A ansiedade é o primeiro elemento que lem-

bramos de colocar na mala e, com isso, mui-

tas vezes o que é essencial acaba ficando

para depois. O depois chega somente às vés-

peras, ou apenas na viagem, atrapalhando

todos os planos.

O QUE NÃO PODE FALTAR NOS PREPARATIVOS DA

SUA VIAGEM

Para evitar transtornos e surpresas de última

hora, separamos as melhores dicas para resol-

ver as dúvidas de todos os viajantes: aqueles

de primeira viagem, que mal sabem por onde

começar, ou também os já veteranos, que pre-

cisam apenas de uma forcinha na memória.

Ultrapassar o peso de sua mala pode ser um

problema tão grande quanto esquecer de

trocar o dinheiro para a moeda local, ficando

sem dinheiro válido para as primeiras horas.

Porém, problemas em documentos e no pas-

saporte podem acabar com a viagem.

A antecedência antes dos voos também cos-

tuma atrapalhar muitas férias, ou interrompê-

las. Costumamos subestimar o trânsito dos

centros urbanos, mas nunca se esqueça: an-

tecedência nunca é demais para quem vai

viajar.

Além dessas dicas básicas, nosso tutorial das

próximas páginas ensina, ou lembra, o básico

para aproveitar uma viagem como deve ser:

sem dores de cabeça, sem estresse e com

muita diversão, boas lembranças e experiên-

cias de vida.

POR RENATA COPPOLA

ILUSTRAÇÕES FERNANDO de souza

Dúvidas do Viajante

O grande segredo

é sempre pro-

gramar-se e ser

organizado com

os preparativos!

FICA A

DICA!

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DICAS DE VIAGEM

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Dúvidas do Viajante

Quando viajamos de carro ou fazemos trilhas

à pé em lugares desconhecidos, qualquer

dúvida pode se transformar num erro de per-

curso. Sempre consulte mapas e faça plane-

jamentos

O processo para ter em mãos o passaporte

comum pode demorar até três meses, mas

em casos de extrema emergência a Polícia

Fereal pode emitir um passaporte provisório.

Ninguém se contenta com lembranças de

uma viagem apenas na memória. Antes de

embarcar confira se sua câmera fotográfi-

ca está funcionando e carregue as pilhas!

Em altas temporadas jamais confie na sor-

te para encontrar um hotel livre quando

chegar ao destino. Reservas servem para

o conforto de ter uma cama te esperando.

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Dúvidas do Viajante

Aeroportos são sempre cheios, mesmo em

baixa temporada. Cidades grandes não

possuem mais horário para trânsito. Por

isso, saia sempre 3 horas antes para voos

nacionais e 6 horas para internacionais.

O seu banco pode cobrar tarifas cambiais

ou bloquear serviços caso não seja avisa-

do. Um mês antes de viajar avise seu geren-

te sobre a viagem e confira as condições.

Leve apenas o es-

sencial. Você não

precisa de cinco

pares de sapato

para uma viagem

de uma sema-

na! Sobrepeso na

mala pode custar

caro!

Faça sempre

uma lista com os

principais itens a

serem lembrados!

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CRÔNICA

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Passei boa parte das férias da minha infância em Lins, ci-dade interiorana onde moravam meus avós paternos.

Como Lins fica a quatrocentos e trinta quilômetros de São Pau-lo, não seria incorreto dizer que passei boa parte das férias da minha infância dentro do carro, indo ou voltando de Lins. Da cidade, guardo poucas lembranças: já da estrada, das infinitas horas que separavam a nossa casa da de nossos avós, lembro de muita coisa.

O começo da viagem era sempre animado. Eu e minha irmã, que não víamos o pai durante a semana, falávamos sem parar sobre os acontecimentos mais importantes dos últimos dias: “Eu tô com dois dentes moles!”, “A tia Silvia tá grávida!”, “O Du-ílio é muito burro, ele desenhou um homem com o bigode em cima do nariz!”.

Quando sossegávamos um pouco, meu pai contava uma ou outra novidade. Dizia que havia falado com a nossa avó e que ela já estava fazendo a gelatina de canela que a gente gosta-va, que esse ano o presépio estava ainda mais caprichado, com uns boizinhos e vacas que o meu avô tinha mandado fazer em Bauru, e a gente ficava ali, olhando o mato passar borrado pela janela e imaginando o que faria primeiro quando chegasse , se corria para o presépio ou para as gelatinas.

Quatrocentos e trinta quilômetros, contudo, são quatrocen-tos e trinta quilômetros, de modo que mais cedo ou mais tarde o tédio se abatia sobre nós e surgia a pergunta incontornável: “Pai, falta muito?”. Sabíamos que a resposta era positiva, mas não nos importávamos. Queríamos era ouvi-lo dizer quanto, exatamente, pois meu pai tinha inventado uma unidade de me-dida para viagens muito mais interessante do que quilômetros, milhas ou nós: “Acho que faltam uns... Dezesseis banhos”. Fa-

zíamos uma cara séria, como convém a viajantes escolados, e perguntávamos: “de chuveiro ou banheira?”. “Banheira”, dizia ele. “E caprichado, desses de lavar atrás da orelha e entre os de-dos dos pés.” Então começávamos a simular os banhos, ao mes-mo tempo em que os narrávamos, desde o momento de tirar a roupa até pentear os cabelos. Pelo retrovisor, ele conferia cada passo: “E as meias, tiraram as meias?”. “Tô entrando!”, dizia mi-nha irmã. “Na banheira vazia?! Tem que encher!”. A alavanca do vidro direito era a água quente, a do vidro esquerdo, a fria. Enquanto o vento entrava no carro, botávamos os pés aos pou-cos no vão entre os bancos, testando a temperatura da água.

O banho só era considerado terminado quando estivésse-mos limpos, vestidos e penteados. Alongar o processo era fácil, sempre tinha um “esfrega as costas”, um “creme rinse” ou um “embaixo das unhas” para nos manter ocupados por mais al-guns quilômetros. O problema era quando ele errava na conta, já estávamos na entrada da cidade e ainda tínhamos que tomar três ou quatro banhos. Então fazíamos o que chamávamos de “lava a jato”, método ultra rápido de assepsia, pelo qual era per-mitido lavar o corpo com a espuma do xampu e recomeçar o processo sem ter que pentear os cabelos. Uma ou outra vez ele chegou a estacionar o carro na esquina da casa da nossa avó, depois de seis horas de viagem, para que tirássemos a espuma dos olhos ou terminássemos de secar os cabelos.

Então entrávamos correndo casa adentro, comíamos as ge-latinas, víamos as melhorias do presépio, éramos mimados pelo avô e pela avó. Mais tarde, antes de dormir, tomávamos banho de chuveiro. Um banho chato, com água de verdade e sabo-nete, que parecia durar muito mais quilômetros do que os do banco de trás do nosso carro.

POR ANTÔNIO PRATA

ILUSTRAÇÕES ana terraz

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