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1 NA TAPADA NACIONAL DE MAFRA MAMÍFEROS

Mamiferos

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Publicação sobre mamíferos da Tapada de Mafra.

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Um Guia dos Mamíferos que é possível observar na Tapada Nacional de Mafra.

Este guia em formato pdf pode ser descarregado para um dispositivo portátil de leitura que o acom-panhará na sua visita à Tapada, para ter sempre a informação ao alcance dos dedos.

Para ver o guia em formato de livro seleccione no Acrobat Reader ou equivalente, na opção View, o modo de duas páginas e depois a opção de visiona-mento da capa. Terá assim a visão das duplas pági-nas tal como foram criadas.

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VEADO(Cervus elaphus)

De porte superior ao seu parente Gamo, esta espécie prima pela sua im-ponência.Os veados machos possuem hastes ramificadas e pontiagudas, cuja forma-ção é igual à descrita para o gamo. Aliás esta espécie possui um ciclo de vida e comportamento semelhante aos descritos para o gamo.A brama desta espécie é mais sonora até porque machos adultos defen-dem territórios de grandes dimensões.Possui comportamento mais esquivo e, normalmente, é mais activo no crepúsculo e mesmo durante a noite.Habita zonas pouco frequentadas da Tapada, com boas áreas de refúgio, excepto na altura da reprodução (Outono) em que se torna mais despre-ocupado com a presença humana.A TNM possui uma população selvagem de cerca de 50 exemplares e também alguns indivíduos em cercados.É herbívoro, alimentando-se assim de frutos, erva e rebentos de árvores e arbustos. O veado raramente utiliza os comedouros isto porque são muito pouco sociáveis com o ser humano.As crias, 1 por fêmea, nascem normalmente primeiro que as dos gamos (Maio/Junho) após também cerca de 7 meses de gestação. Exibem uma pelagem mosqueada que desaparece por volta dos 3-4 meses de vida. A pelagem dos juvenis e adultos é sempre homogénea de tons castanhos, independentemente da altura do ano.4

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GAMO(Cervus dama)

O Gamo, Cervus dama, é o Cervídeo mais abundante na TNM (ultrapassa os 300 indivíduos) e também o mais sociável com o ser humano.Tal como a maioria dos Cervídeos, só os machos possuem hastes que nesta espécie são espalmadas. As hastes são estruturas ósseas de cresci-mento descontínuo, que caem anualmente na Primavera, crescendo de imediato umas novas, que atingem o seu tamanho máximo em finais do mês de Julho.Durante o Outono, os machos adultos lutam entre si pela posse das fêmeas. Durante esta altura, emitem roncos aos quais se chama brama. A brama tem como objectivo despertar a atenção das fêmeas e dissuadir machos concorrentes.As crias, normalmente 1 por fêmea, nascem em meados de Maio/Junho, após cerca de 7 meses de gestação.Possui duas pelagens ao longo do ano: a de Inverno de tons escuros e homogénea e a de Verão de tons mais claros e mosqueada.

É uma espécie herbívora que se alimenta essencialmente de erva, frutos, rebentos de árvores e de arbustos. Durante a época de Verão são coloca-dos suplementos alimentares em estruturas próprias - comedouros.

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Esta espécie é de fácil observação pois tem hábitos diurnos e circula por toda a Tapada. Para além disso, possuímos também alguns exemplares em cercado com o objectivo de facilitar as observações se as condições meteorológicas forem adversas.

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JAVAlI(Sus scrofa)

Representando a família dos Suídeos, esta espécie de hábitos essencial-mente crepusculares e nocturnos, abunda e circula por toda a TNM.

Os machos são mais corpulentos que as fêmeas e possuem os dentes cani-nos mais salientes (sobressaem na beiçada - navalhas e amoladeiras).

Dependendo da idade, os javalis possuem vários tipos de pelagem: nascem com listas escuras longitudinais sendo assim designados por “listados”. A partir dos 6 meses, vão perdendo progressivamente as listas ficando acas-tanhados. Por volta de 1 ano de vida, ficam mais escuros, de tons cinzentos a pretos.

São animais omnívoros que remexem o solo à procura de sementes, fru-tos, raízes, tubérculos e pequenos invertebrados. Também são oportunistas podendo caçar coelhos, répteis, roedores e alimentarem-se mesmo de cadáveres (mais comum na época de verão em que os outros alimentos escasseiam).

As crias, em número de 1-10, nascem no final do Inverno, início da Prima-vera, após cerca de 4 meses de gestação. Os nascimentos ocorrem em abrigos especiais que as progenitoras constroem- “fojos de parto”.6

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RAPOSA(Vulpes vulpes)

A raposa é um canídeo que abunda em liberdade pela TNM, embora de efectivo populacional desconhecido.

É um animal territorial que delimita a sua área através de dejectos (colo-cados em cima de tufos de erva ou de pedras), urina e outras secreções. Nesse território, escava a sua rede de tocas.

A reprodução ocorre de Dezembro a Janeiro e, após cerca de 50 dias, nas-cem as crias em número de 4 a 5.

Tem sobretudo hábitos nocturnos ou crepusculares, tornando-se mais diurna no Verão onde os alimentos são mais escassos. Nesta época, é fre-quente ingerir frutos.

As observações directas são escassas mas pode-se encontrar inúmeros vestígios tais como pegadas, excrementos ou mesmo o odor corporal. As visitas nocturnas e do amanhecer são as mais aconselháveis para quem as quer observar.

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São animais sociáveis que vivem em grupo, alcateia, onde existe uma forte hierarquia social. São liderados por um casal, alfa, ao qual cabe tomar as prin-cipais decisões que garantem a sobrevivência da alcateia.

Todos os elementos da alcateia comunicam entre si através de sons e postu-ras corporais (movimentos de cauda e orelhas) que revelam dominância ou submissão. São animais carnívoros que se alimentam de cervídeos, coelhos e mesmo roedores.

A época de reprodução ocorre entre o fim do Inverno e o princípio da Pri-mavera e após 2 meses nascem 3-7 crias por ninhada. Toda a alcateia contri-bui na alimentação e cuidados com as crias.Em Portugal estima-se uma população de cerca de 200-400 indivíduos que vivem sobretudo a Norte do Rio Douro.

Estatuto de conservação segundo o novo livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal: Em perigo.

Vários são os objectivos da existência deste cercado na TNM, que passam pela divulgação e conservação desta espécie mas também porque se trata de um predador que ocupa o topo da cadeia alimentar, existindo a maior parte das suas presas naturais em liberdade na Tapada.

lObO-IbÉRICO(Canis lupus signatus)

Na Tapada, o lobo-ibérico apenas vive em cercado, sendo o exemplar pertença do CRlI, com o qual a TNM tem um protocolo de cooperação. Com gran-des semelhanças com o cão de raça Pastor Alemão, esta espécie possui a cabeça e o peito mais pronun-ciados, com orelhas pequenas e triangulares.

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GENETA(Genetta genetta)

Parecida com um gato de pequeno tamanho, esta espécie tem hábitos nocturnos e comportamento esquivo, sendo, por isso, de difícil obser-vação.

É uma espécie carnívora que se alimenta de roedores, aves e mesmo répteis. Tem grandes capacidades trepadoras.

Devido ao facto de depositar os seus excrementos sempre nos mes-mos locais- latrinas-, a sua presença é de fácil identificação.A reprodução ocorre em meados de Fevereiro/Março ou Julho/Agosto e, após 11 semanas, nascem as crias, em número de 1-4, num ninho construído num tronco ou buraco entre rochas.

Possui as glândulas odoríferas situadas junto à cauda, bastante desen-volvidas o que em situações de ameaça, liberta um odor muito forte e incomodativo. muito forte e incomodativo.

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SACA-RAbOS(Herpestes ichneumon)

De corpo alongado e de patas curtas, esta espécie tem hábitos diurnos mas é de comportamento esquivo o que a torna de difícil observação. Frequentemente apoia-se apenas nas patas posteriores para melhor ob-servar o que o rodeia.

É uma espécie carnívora que se alimenta basicamente de coelhos, roedores, aves, ovos e répteis.

Vive em grupos familiares formados pela progenitora, crias e juvenis (nin-hada anterior).

A época de reprodução ocorre em Fevereiro/Março e após cerca de 84 dias, nascem as crias em número de 4 a 6.

Tal como os seus parentes africanos, o saca-rabos é resistente ao veneno das cobras.

Uma curiosidade, o saca-rabos apresenta a pupila horizontal, caso raro nos mamíferos. Na TNM podem ocasionalmente ser observados na zona da Tojeira pois trata-se de uma zona aberta com bastantes coelhos e répteis.10

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DONINHA(Mustela nivalis)

Representante da família dos mustelídeos de pequeno tama-nho (machos: 202-314 m; fêmeas: 173-181 mm).

Esta espécie está activa tanto de dia como de noite, alternando períodos de actividade com períodos de descanso.

A reprodução ocorre em meados de Abril/Maio e em Julho/Agosto, e após cerca de 34-37 dias, nascem as crias em núme-ro de 4 a 6. Os cuidados parentais são só da responsabilidade da fêmea.

É uma espécie carnívora que se alimenta essencialmente de roedores pois é suficientemente pequena para os perseguir dentro das próprias tocas.

São animais solitários.

TOIRãO(Mustela putorius)

O toirão também pertence à família dos Mustelídeos mas é de tamanho superior ao da doninha (macho: 30-46 cm; fêmea: 29-35 cm).

Esta espécie tem hábitos nocturnos, sendo os machos solitá-rios e as fêmeas vivem com os juvenis.

São carnívoros, alimentando-se de roedores, insectos, aves e minhocas, alimentos esses que armazena.

A reprodução ocorre entre Março e Junho e após 42 dias nas-cem as crias em número de 2-12.

A forma domesticada é designada por Furão que era no passa-do utilizado pelos caçadores para tirar os coelhos da toca.

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OURIçO-CAIxEIRO(Erinaceus europaeus)

O ouriço-cacheiro pertence à família dos Erinacídeos.

Possui o corpo coberto por espinhos que vão sendo substituí-dos de modo irregular.

Tem comportamento nocturno, sendo bastante esquivo.

É uma espécie omnívora que ingere minhocas, insectos, aranhas, lesmas, anfíbios, juvenis de roedores, frutos e cogumelos.

São animais solitários e não territoriais.

A reprodução ocorre na primavera, após a hibernação. Após 31-35 dias, nascem as crias, em número de 4-6.Mais uma vez os excrementos são facilmente encontrados e identificados, pois têm a forma de pequenos c e neles se vê os elitros dos insectos.12

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TExUGO(Meles meles)

O Texugo é o último representante da família dos Mustelídeos exis-tente na Tapada.

Tem hábitos nocturnos e comportamento muito esquivo sendo, por isso, de difícil observação. No entanto, um olhar atento para o chão, muitas vezes encontra as pegadas, facilmente identificadas por apre-sentar as marcas das 5 almofadas e 5 unhas.Entra em letargia de Novembro a Fevereiro e vive em grupos sociais.

A reprodução ocorre sobretudo entre Fevereiro e Maio, nascendo 1-5 crias por ninhada (gestação efectiva de 7 semanas).

É um animal omnívoro, ingerindo minhocas, insectos, roedores, toupei-ras, coelhos, frutos e bolbos.

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TOUPEIRA COMUM(Talpa occidentalis)

A toupeira-comum pertence à família dos Talpídeos.

Esta espécie está activa tanto de dia como de noite, passando a maior parte da sua vida no interior de uma rede de túneis, escavados com as suas patas anteriores com a forma de pás.

Alimentam-se quase exclusivamente de minhocas, mas podem também ingerir insectos e lesmas.

Os acasalamentos têm lugar sobretudo durante o mês de Abril e, após cerca de 28 dias, nascem 3-4 crias por ninhada.

É facilmente detectada pelos montinhos de terra à superfície dos túneis.

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COElHO-bRAVO(Oryctolagus cuniculus)

O coelho-bravo pertence à família dos leporídeos, da qual faz parte a lebre (não existe na TNM).

Vivem em colónias e os seus vários elementos depositam os ex-crementos em locais certos - latrinas. Dentro da colónia existe uma forte hierarquia social, onde os dominantes têm direito a ocupar os melhores ninhos. As latrinas encontram-se em abun-dância no interior das áreas vedadas como é o caso da vedação da boavista (passagem do pedestre amarelo).

É uma espécie herbívora que ingere erva, raízes e folhas.

O seu máximo de actividade ocorre de noite e ao crepúsculo.

Os acasalamentos ocorrem durante todo o ano, com a maior parte das ninhadas a nascerem entre Abril e Junho. O tempo de gestação é de 28-33 dias, após o qual nascem 3-12 crias. Pode-rão ocorrer entre 3-7 ninhadas por ano. As crias nascem cegas, surdas e sem pêlo. 15

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Micro-mamíferosOs pequenos mamíferos da Tapada

Várias são as espécies de micro-mamíferos existentes na TNM, embora não haja nenhum inventário actualizado nem dados sobre o seu efectivo popula-cional.

As observações efectuadas indicam que estão presentes na Tapada micro--mamíferos representantes das famílias Soricidae e Muridae. Algumas espé-cies ou géneros estão listadas abaixo.

Soricídeos:Sorex sp. - Musaranho Crocidura russula - Musaranho-de-dentes-brancos

Murídeos:Apodemus sylvaticus - Ratinho-do-campo Rattus rattus - Ratazana-pretaMus sp. - Rato-caseiro Microtus sp. - Rato-cego

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Até há bem pouco tempo praticamente desconheci-dos na Tapada, finalmente este grupo de mamíferos encontra-se a ser estudado e inventariadas as espécies existentes.

De momento estão identificadas 6 espécies (mais uma suspeita mas ainda não confirmada) referidos na lista

MORCEGOS Os Quirópteros da Tapada

da página ao lado. Os morcegos são os únicos mamíferos que conseguem voar e as várias espécies variam muito em tamanho, aparên-cia, comportamento e noutros aspectos da sua biologia.De voo ágil e utilizando a ecolocação, estes pequenos ani-mais alimentam-se de insectos que capturam de noite em pleno voo ou quando estes se encontram pousados na água ou em rochas.

Durante o inverno a maioria das espécies hiberna por falta de alimento. Na Primavera dão à luz, geralmente uma cria, que é amamentada pela progenitora.

Podem ocupar os mais variados locais, desde grutas, minas e outros subterrâneos. Outras espécies preferem buracos de árvores e há também aquelas que se abrigam em casas, pontes e fendas de muros.

Os morcegos estão protegidos por lei, havendo muitas es-pécies ameaçadas ou mesmo em perigo de extinção.Várias são as ameaças de que são alvo, desde a poluição, o uso de pesticidas, perturbação dos vários abrigos, abate de árvores velhas, entre outros.18

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• Morcego de ferradura pequeno (Rhinolophus hip-posideros)- identificação de 3 abrigos e observação de exemplar na mão

• Morcego anão (Pipistrellus pipistrellus)- observação de exemplar encontrado morto e detecção acústica

• Morcego pigmeu (Pipistrellus pygmaeus)- observa-ção de indivíduo na mão

• Morcego de Kuhl (Pipistrellus kuhlii)- potencial mas não confirmado

• Morcego hortelão claro/hortelão escuro (Eptesicus isabellinus/ Eptesicus serotinus)- detecção acústica sendo por isso difícil determinar a espécie presente

• Morcego rabudo (Tadarida teniotis)- detecção acús-tica

• Morcego arborícola gigante/ arboricola grande (Nyctalus lasiopterus/ Nyctalus noctula)- não é possível separar as 2 espécies por detecção acústica mas a estatística da região aponta para o Nyctalus lasiopterus.

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MAMíFEROS NA TAPADA NACIONAl DE MAFRA

edição: TNM Outubro 2011www.tapadademafra.pt

design: Jose Antuneswww.joseantunes.com