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EXMO. SR. JUIZ DE DIREITO DA __ VARA DA FAZENDA MUNICIPAL DA COMARCA DE MACEIÓ/AL. RICARDO LUIZ DE SOUZA, brasileiro, professor, solteiro, inscrito no RG sob o nº 10040023 SSP/AL, inscrito no CPF sob o nº 872.109.754-20, endereço eletrônico [email protected], residente e domiciliado à Rua Miguel Palmeira, 258, Farol, CEP: 57.055-310, vem, mediante advogados infra-assinados, conforme instrumento de procuração anexo, perante Vossa Excelência, impetrar o presente MANDADO DE SEGURANÇA C/C PEDIDO LIMINAR com fundamento no inciso LXIX do Art. 5º da Constituição Federal e na Lei nº 12.016/09, em face do SECRETÁRIO MUNICIPAL DE GESTÃO/SEMGE, CNPJ 18.113.955/0001-10, com endereço na Rua Pedro Monteiro, 5, Centro, CEP: 57020- 150, conforme fatos e fundamentos a seguir descritos. Para conferir o original, acesse o site https://www2.tjal.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0718141-65.2018.8.02.0001 e código 2A77F2E. Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por LUCAS JOSE LEITE RAMALHO e www2.tjal.jus.br, protocolado em 20/07/2018 às 12:10 , sob o número 07181416520188020001. fls. 1

MANDADO DE SEGURANÇA C/C PEDIDO LIMINAR · EXMO. SR. JUIZ DE DIREITO DA __ VARA DA FAZENDA MUNICIPAL DA COMARCA DE MACEIÓ/AL. RICARDO LUIZ DE SOUZA, brasileiro, professor, solteiro,

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EXMO. SR. JUIZ DE DIREITO DA __ VARA DA FAZENDA MUNICIPAL DA COMARCA DE

MACEIÓ/AL.

RICARDO LUIZ DE SOUZA, brasileiro, professor, solteiro, inscrito no RG sob o nº

10040023 SSP/AL, inscrito no CPF sob o nº 872.109.754-20, endereço eletrônico

[email protected], residente e domiciliado à Rua Miguel Palmeira, 258,

Farol, CEP: 57.055-310, vem, mediante advogados infra-assinados, conforme

instrumento de procuração anexo, perante Vossa Excelência, impetrar o presente

MANDADO DE SEGURANÇA C/C PEDIDO LIMINAR

com fundamento no inciso LXIX do Art. 5º da Constituição Federal e na Lei nº

12.016/09, em face do SECRETÁRIO MUNICIPAL DE GESTÃO/SEMGE, CNPJ

18.113.955/0001-10, com endereço na Rua Pedro Monteiro, 5, Centro, CEP: 57020-

150, conforme fatos e fundamentos a seguir descritos.

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DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA

Inicialmente, afirma o Autor que não possui recursos financeiros para arcar

com as custas do processo sem o prejuízo do próprio sustento e da sua família, pelo

que faz jus aos benefícios da gratuidade da justiça.

DOS FATOS

O Demandante é servidor público municipal, ocupando cargo efetivo de

Professor de Educação Física lotado na Secretaria Municipal de Educação (SEMED), sob

a matrícula nº 19647-9. Conforme ata eletiva e termo de posse de eleição, anexos, o

impetrante foi eleito para o quadriênio 2017/2021 como vice-presidente da

Confederação Brasileira de Handebol, entidade máxima do handebol nacional, fazendo

jus à licença para desempenho de mandato em confederação, conforme disposto pelo

Art. 119 da Lei Municipal 4.973/2000, pelo art. 84 da Lei Orgânica do Município e pelo

Art. 92 da Lei Municipal nº 4.167/93.

Munido de fundamentação legal e fática, requereu o direito à licença com

remuneração mediante processo administrativo nº 100.22629/2017, anexo.

Entretanto, houve indeferimento e pedido de arquivamento do Processo (fl. 106) pelo

Ilustre Secretário Municipal de Gestão, o Sr. Reinaldo Brag da Silva Júnior, baseado em

parecer emitido pelo Procurador Chefe Administrativo em exercício, o Senhor Artur

Carnaúba Guerra Sangreman Lima, que diante de uma interpretação restritiva da

atuação do professor de Educação Física, e avaliação limitada acerca das

confederações de desportos, opinou pela negativa de concessão de licença

remunerada ao ora Impetrante (fl. 106).

Cumpre salientar que licença de natureza semelhante já havia sido concedida

ao ora Impetrante referente a exercício de mandato na Federação Alagoana de

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Handebol no quadriênio de 2010/2014, assim como no ano de 2017 o ora Impetrante

já havia recebido a licença para exercício de mandato na Confederação Brasileira de

Handebol por parte do Estado de Alagoas, visto que também ocupa cargo de professor

de educação física em âmbito estadual, entretanto, apesar da fundamentação ser

suficiente nos casos descritos, foi negada pelo ente municipal mediante interpretação

distinta.

Apesar da negativa, é evidente, conforme será demonstrado pela

fundamentação a seguir e por toda a documentação anexa, que o ora Impetrante

cumpria todos os requisitos necessários para a concessão da licença com remuneração

para mandato em confederação, não restando alternativa senão presente medida na

busca pela proteção de seu direito subjetivo líquido e certo.

DO DIREITO

O direito à licença com remuneração para mandato em confederação está

consubstanciado pelo Art. 119 da lei municipal 4.973/2000, que dispõe:

Art. 119 - É assegurado ao servidor o direito à licença com

remuneração para o desempenho de mandato em

confederação, federação, associação de classe de âmbito

nacional, estadual ou municipal, sindicato representativo da

categoria ou entidade fiscalizadora da profissão. (grifo nosso)

§ 1º - Somente poderão ser licenciados servidores eleitos para

cargos de direção ou representação, até o máximo de 03 (três)

por entidade devidamente cadastrada.

§ 2º - A licença terá duração igual à do mandato, podendo ser

prorrogada, no caso de reeleição, e por uma única vez.

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Tratando espeficicamente do servidor que ocupe cargo no magistério público

municipal, o assunto também é tratado na Lei Municipal nº 4.167/93, que em seu Art.

92 dispõe:

Art. 92 - É assegurado ao ocupante de cargo do magistério

público municipal o direito à licença para o desempenho de

mandato em confederação, federação, associação de classe de

âmbito nacional, estadual, municipal, sindicato representativo

da categoria a que pertença em função do cargo ocupado, sem

prejuízo da sua remuneração e direitos, garantida inclusive a

inamovibilidade enquanto dure o mandato que lhe cumpra

exercer. (grifo nosso)

Parágrafo único – a licença terá duração igual ao

mandato, podendo ser prorrogada em caso de reeleição.

No parecer que ensejou a decisão do Secretário, o Procurador Municipal

afirmou não considerar a atuação na Confederação Brasileira de Handebol como

representante de interesses relativos ao profissional de Educação Física. Entretanto,

resta claro que essa interpretação restritiva da atividade do educador físico vai de

encontro às disposições federais sobre o tema, além de contrapor também a atividade

desempenhada pela referida confederação e das dimensões da própria legislação

municipal, como será demonstrado, o que torna o ato de autoridade praticado uma

violação a direito subjetivo líquido e certo do Impetrante, dando razão à concessão

da medida de segurança com fundamentação no Art. 1º da Lei nº 12.016.

Inicialmente, cumpre salientar que o Art. 119 da lei municipal 4.973/2000 não

restringe a licença para cumprimento de mandato somente aos sindicatos das

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categorias, mas abrange também às confederações e federações a que o servidor

pertença em função do cargo ocupado, que, tratando do profissional da educação

física, merece uma análise específica das atribuições a serem desempenhadas e da

estrutura organizacional da classe.

O modelo de gestão esportiva no Brasil é o confederativo, onde as entidades

máximas são as confederações (entidades de administração nacional) e suas afiliadas

regionais são as federações. Neste modelo, a lei 9.615/1998 (Lei Pelé) incentiva a livre

associação, sendo somente uma confederação e uma federação regional reconhecida

pelo poder público e pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB) para cada modalidade

desportiva. A partir desta organização, os clubes e atletas se filiam às federações, que

por sua vez filiam clubes e atletas às confederações, sendo estes os representantes

legítimos no sistema desportivo em vigência.

Visto que as confederações podem ser de várias espécies, dentre elas a da área

desportiva, observa-se que o campo de atuação do professor/profissional de Educação

Física estaria dentro dessa modalidade, conforme podemos observar nas disposições

do Conselho Federal de Educação Física (CONFEF) acerca da profissão e área de

atuação de sua categoria profissional, dispostos no Documento de Interveção do

Profissional de Educação Física, criado pela Resolução CONFEF nº 046/2002 (anexo),

que, dentre outras coisas, afirma:

I - PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA

O Profissional de Educação Física é especialista em atividades

físicas, nas suas diversas manifestações.

[...]

II - EDUCAÇÃO FÍSICA

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A Educação Física contempla, dentre outros, os significados:

· O conjunto das atividades físicas e desportivas;

[...]

1 - DA INTERVENÇÃO PROFISSIONAL

O Profissional de Educação Física utiliza diagnóstico, define

procedimentos, ministra, orienta, desenvolve, identifica,

planeja, coordena, supervisiona, leciona, assessora, organiza,

dirige e avalia as atividades físicas, desportivas e similares,

sendo especialista no conhecimento da atividade

física/motricidade humana nas suas diversas manifestações e

objetivos, de modo a atender às diferentes expressões do

movimento humano presentes na sociedade, considerando o

contexto social e histórico-cultural, as características regionais

e os distintos interesses e necessidades, com competências e

capacidades de identificar, planejar, programar, coordenar,

supervisionar, assessorar, organizar, lecionar, desenvolver,

dirigir, dinamizar, executar e avaliar serviços, programas,

planos e projetos, bem como, realizar auditorias,

consultorias, treinamentos especializados, participar de

equipes multidisciplinares e interdisciplinares, informes

técnicos, científicos e pedagógicos, todos nas áreas das

atividades físicas, do desporto e afins. (grifo nosso)

[...]

2- DO EXERCÍCIO PROFISSIONAL

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O Profissional de Educação Física exerce suas

atividades por meio de intervenções, legitimadas por

diagnósticos, utilizando-se de métodos e técnicas específicas,

de consulta, de avaliação, de prescrição e de orientação de

sessões de atividades físicas e intelectivas, com fins

educacionais, recreacionais, de treinamento e de promoção da

saúde, observando a Legislação pertinente e o Código de Ética

Profissional e, sujeito à fiscalização em suas intervenções no

exercício profissional pelo Sistema CONFEF/CREFs.

4 - DOS LOCAIS DE INTERVENÇÃO

O exercício do Profissional de Educação Física é pleno

nos serviços à sociedade, no âmbito das Atividades Físicas e

Desportivas, nas suas diversas manifestações e objetivos. O

Profissional de Educação Física atua como autônomo e/ou em

Instituições e Órgãos Públicos e Privados de prestação de

serviços em Atividade Física, Desportiva e/ou Recreativa e em

quaisquer locais onde possam ser ministradas atividades

físicas, tais como: Instituições de Administração e Prática

Desportiva, Instituições de Educação, Escolas, Empresas,

Centros e Laboratórios de Pesquisa, Academias, Clubes,

Associações Esportivas e/ou Recreativas, Hotéis, Centros de

Recreação, Centros de Lazer, Condomínios, Centros de

Estética, Clínicas, Instituições e Órgãos de Saúde, "SPAs",

Centros de Saúde, Hospitais, Creches, Asilos, Circos, Centros de

Treinamento Desportivo, Centros de Treinamento de Lutas,

Centros de Treinamento de Artes Marciais, Grêmios

Desportivos, Logradouros Públicos, Praças, Parques, na

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natureza e outros onde estiverem sendo aplicadas atividades

físicas e/ou desportivas. (grifo nosso)

V - ESPECIFICIDADES DA INTERVENÇÃO PROFISSIONAL

7 - GESTÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA E DESPORTO

Intervenção: Diagnosticar, identificar, planejar, organizar,

supervisionar, coordenar, executar, dirigir, assessorar,

dinamizar, programar, ministrar, desenvolver, prescrever,

prestar consultoria, orientar, avaliar e aplicar métodos e

técnicas de avaliação na organização, administração e/ou

gerenciamento de instituições, entidades, órgãos e pessoas

jurídicas cujas atividades fins sejam atividades físicas e/ou

desportivas.

Com base no que foi apresentado, resta claro que o ato do Ilustre Secretário,

baseado no parecer opinativo do nobre Procurador não levou em consideração as

especificidades organizacionais da carreira do profissional de Educação Física, além de

ter aplicado uma interpretação absolutamente restritiva do dispositivo legal que trata

da licença remunerada do servidor para exercício de mandato em confederação,

carecendo assim de fundamentação válida o ato do Secretário que indeferiu o pleito

ordenando o seu arquivamento.

Inclusive, tal fato ganha ensejo quando, em leitura ao processo administrativo

anexo, de nº 100.22629/2017, observa-se em fls. 98-99 que outros servidores

municipais que atuam como professores de educação física estão sob a mesma licença

para exercício de mandato em Confederação, demonstrando mais uma vez o caráter

único da área, que já era reconhecido pelo Órgão Municipal.

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Além dos dispositivos legais trazidos, também é necessário demonstrar a

atuação da Confederação Brasileira de Handebol na representação do profissional de

educação física em âmbito escolar. Conforme demonstrado pelo estatuto da referida

Confederação, em seu Art. 4º, a CBHb tem por fim:

a) administrar, dirigir, controlar, difundir e incentivar em

todo o país a prática do handebol em todos os níveis, inclusive

o profissional e o handebol praticado por portadores de

deficiências, quando a Federação Internacional permitir.

[...]

h) promover e fomentar a prática de handebol de alto

nível, estudantil, universitário e de cunho social (grifo nosso)

[...]

n) interceder perante os poderes públicos, em defesa dos

direitos e interesses legítimos das pessoas jurídicas e físicas

sujeitas à sua jurisdição; (grifo nosso)

A atuação da Confederação Brasileira de Handebol tem ligação direta com a

representação dos interesses da classe do Profissional de Educação Física, visto que

esta classe apresenta uma estrutura organizacional legal específica, já que o desporto

nacional segue o modelo confederativo. Tal fato também está embasado no Art. 217

da Constituição Federal, que determina:

Art. 217. É dever do Estado fomentar práticas desportivas

formais e não-formais, como direito de cada um, observados:

I - a autonomia das entidades desportivas dirigentes e

associações, quanto a sua organização e funcionamento;

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II - a destinação de recursos públicos para a promoção

prioritária do desporto educacional e, em casos específicos,

para a do desporto de alto rendimento;

III - o tratamento diferenciado para o desporto profissional e o

não- profissional;

IV - a proteção e o incentivo às manifestações desportivas de

criação nacional.

Assim, diante de todo o exposto, é evidente que a interpretação limitadora do

Ilustre Procurador não levou em consideração todas as atribuições do profissional de

educação física, tampouco a dimensão da atuação da Confederação Brasileira de

Handebol e nem a legislação municipal e federal sobre o tema ao considerar que a

referida Co fede ação ão ep ese ta a lasse de t a alhado es ela io ada ao a go

ue o se vido o upa o u i ípio de Ma eió o o fu da e to de sua negativa,

sendo o ato de indeferimento e arquivamento do pleito por parte do Secretário da

Gestão realizado de forma indevida.

Conforme demonstrado, portanto, resta claro que ora Impetrante cumpria

todos os requisitos necessários para a concessão da licença com remuneração para

mandato em confederação, não restando alternativa senão a concessão da medida de

segurança para a proteção de seu direito subjetivo líquido e certo.

Cumpre salientar que os fatos alegados pelo Impetrante estão, desde já,

comprovados, estando a petição inicial acompanhada dos documentos indispensáveis

a essa comprovação, conforme determinado pela legislação referente ao Mandado de

Segurança.

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DA LIMINAR

P ese tes os e uisitos legais, e ue seja expedida, li i a e te e i audita

alte a pa te , a o de pa a ue a autoridade coatora condeda a licença com

remuneração para exercício de mandato em confederação ao impetrante para que

exerça o cargo de Vice-Presidente da Confederação Brasileira de Handebol, conforme

fundamentação apresentada supra.

O periculum in mora se verifica ante o prazo pare exercício do mandato, que é

limitado ao quadriênio, visto que a negativa da licença torna inviável a atuação do ora

Impetrante na Confederação, não podendo exercer seu direito líquido e certo pelo

tempo em que foi eleito, conforme demonstrado pelos documentos juntados à inicial.

Conforme demonstrado pela fundamentação presente na inicial, além das

provas documentais anexas e a negativa indevida da autoridade coatora, foi

demonstrado o fumus boni juris, que junto dos demais elementos aqui apresentados,

dão ensejo ao provimento da liminar.

DOS PEDIDOS

Diante de todo o exposto, requer-se:

a) liminarmente, inaudita altera parte, que seja concedida a medida liminar,

com a expedição de ofício para que a autoridade coatora suspenda o ato

lesivo que deu motivo ao pedido, sendo dada licença com remuneração ao

Impetrante, conforme fundamentação supra, num prazo máximo de 72h

(setenta e duas horas), para exercício de mandato em confederação;

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b) a notificação da Autoridade coatora para prestar informações no prazo legal

de dez dias, conforme artigo 7, I, da Lei 12.016/2009.

c) cientificar do presente feito a Procuradoria Geral do Município, que

representa judicialmente a pessoa jurídica a que esta vinculado o

Impetrado, para que, querendo, ingressem no feito;

d) que seja dada vistas ao Ministério Público;

e) que seja concedido, em sentença, a segurança ora perseguida ao

Impetrante, confirmando-se os pedidos formulados acima, em sede e

pedido liminar;

f) que seja deferida a gratuidade de justiça ao Impetrante conforme

fundamentação apresentada à exordial.

Dá-se à causa o valor de R$ 954,00 (novecentos e cinquenta e quatro reais)

Nestes termos, pede deferimento.

Maceió/AL, 19 de julho de 2018.

Lucas José Leite Ramalho

OAB/AL nº 12.252

João Paulo Leite Ramalho

OAB/AL nº 15.535

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Juízo de Direito - 14ª Vara Cível da Capital / Fazenda MunicipalAv. Presidente Roosevelt, 206, Fórum Desembargador Jairon Maia Fernandes,

Barro Duro - CEP 57045-900, Fone: 4009-3523, Maceió-AL - E-mail: [email protected]

Autos nº: 0718141-65.2018.8.02.0001Ação: Mandado de SegurançaImpetrante: Ricardo Luiz de SouzaImpetrado: Secretário Municipal de Administração, Recursos Humanos e Patrimonio

DECISÃO

Trata-se de Mandado de Segurança com pedido liminar impetrado por

Ricardo Luiz de souza, devidamente qualificado na inicial, em face do Secretário

Municial de Gestão/SEMGE, igualmente qualificado.

Aduz a parte impetrante que ocupa o cargo de Professor de Educação

Física lotado na SEMED e que foi eleito, para o cargo de vice presidente da

Confederação Brasileira de Handebol (quadriênio 2017/2021).

Afirma que diante dessa situação requereu o direito à licença com

remuneração, tendo sido este pleito indeferido, não obstante já ter sido concedida

licença de natureza semelhante em quadriênio anterior.

Assim, requereu, liminarmente, a expedição de ofício para que a

autoridade coatora suspenda o ato lesivo que deu motivo ao pedido, sendo dada licença

com remuneração ao Impetrante, bem como, os benefícios da justiça gratuita.

Juntou os documentos de fls. 13/165.

É o relatório.

Fundamento e decido.

Trata-se de mandado de segurança no qual a controvérsia cinge-se à

possibilidade de ser concedida ao impetrante licença com remuneração, em virtude do

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Juízo de Direito - 14ª Vara Cível da Capital / Fazenda MunicipalAv. Presidente Roosevelt, 206, Fórum Desembargador Jairon Maia Fernandes,

Barro Duro - CEP 57045-900, Fone: 4009-3523, Maceió-AL - E-mail: [email protected]

seu afastamento do cargo de professor de educação física para o exercício do cargo de

vice presidente da Confederação Brasileira de Handebol.

Para a concessão da liminar requerida é estritamente necessária a

presença dos requisitos que lhe dão ensejo, quais sejam o fumus boni iuris e o

periculum in mora.

No que pertine ao fumus boni iuris, este se resume na plausibilidade do

direito alegado, ou seja, na consistência dos argumentos utilizados pelo impetrante.

No caso sob exame, antes de tudo, revela-se imprescindível a análise da

legislação relativa ao tema. Vejamos o que dispõe a Lei 4.973 do Município de Maceió

(Estatuto dos servidores):

Art. 119 - É assegurado ao servidor o direito à licença com remuneração para o desempenho de mandato em confederação, federação, associação de classe de âmbito nacional, estadual ou municipal, sindicato representativo da categoria ou entidade fiscalizadora da profissão. § 1º - Somente poderão ser licenciados servidores eleitos para cargos de direção ou representação, até o máximo de 03 (três) por entidade devidamente cadastrada. § 2º - A licença terá duração igual à do mandato, podendo ser prorrogada, no caso de reeleição, e por uma única vez.

A lei municipal 4.167/93 também trata do assunto em destaque. Vejamos:

Art. 92 - É assegurado ao ocupante de cargo do magistério público municipal o direito à licença para o desempenho de mandato em confederação, federação, associação de classe de âmbito nacional, estadual, municipal, sindicato representativo da categoria a que pertença em função do cargo ocupado, sem prejuízo da sua remuneração e direitos, garantida inclusive a inamovibilidade enquanto dure o mandato que lhe cumpra exercer. Parágrafo único - a licença terá duração igual ao mandato, podendo ser prorrogada em caso de reeleição.

Por fim, o artigo 84 da Lei Orgânica do Município de Maceió assim dispõe:

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Juízo de Direito - 14ª Vara Cível da Capital / Fazenda MunicipalAv. Presidente Roosevelt, 206, Fórum Desembargador Jairon Maia Fernandes,

Barro Duro - CEP 57045-900, Fone: 4009-3523, Maceió-AL - E-mail: [email protected]

Art. 84 - O servidor público municipal, desde que eleito para o cargo diretivo de associação ou sindicato vinculado a sua categoria funcional, poderá licenciar-se junto à municipalidade sem prejuízo de seus direitos, vencimentos e vantagens, com garantia de inamovibilidade, enquanto dure o mandato que lhe cumpra exercer.

Vê-se, pois, que os supratranscritos dispositivos legais trazem como

requisitos para a concessão da licença: 1) Ter sido o servidor eleito para cargo de

direção ou representação; 2) Não ser ultrapassado o limite de três servidores licenciados

por entidade devidamente cadastrada; 3) Ter sido o servidor eleito para mandato de

categoria compatível com as funções exercidas no cargo ocupado no município.

Analisando tais prescrições legais, vale destacar que o ato impugnado

neste mandado de segurança foi motivado da seguinte maneira:

"A interpretação que se extrai dos dispositivos mencionados acima é a de que somente poderá ser concedida a licença para exercício de mandato classista nos casos em que o servidor ocupe cargo diretivo em confederação, federação sindicado da categoria a que pertença em função do cargo efetivo ocupado no município de Maceió.(...)Dessa forma, a Confederação Brasileira de Handebol é uma entidade representativa da modalidade desportiva do Handebol Brasileiro, não se tratando de pessoa jurídica que represente a classe de trabalhadores relacionada ao cargo que o servidor ocupa no município de Maceió. Ademais, a previsão legal acerca da licença para desempenho de mandado classista é voltada para garantir aos servidores a possibilidade de representar as entidades sindicais ou fiscalizadoras da sua categorial profissional, não sendo possível a sua aplicação para direção de ente desvinculado destes interesses."

Cotejando os dispositivos legais com a resposta da Administração,

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Juízo de Direito - 14ª Vara Cível da Capital / Fazenda MunicipalAv. Presidente Roosevelt, 206, Fórum Desembargador Jairon Maia Fernandes,

Barro Duro - CEP 57045-900, Fone: 4009-3523, Maceió-AL - E-mail: [email protected]

entendo que não cabe ao Judiciário interferir no caso sob comento. Isso porque não se

vislumbra qualquer ilegalidade ou afronta a princípios administrativos por parte da

autoridade coatora.

Ora, até por meio de uma interpretação sistemática e à luz do princípio

do interesse público, chega-se à conclusão de que não é plausível manter um servidor

afastado das atividades inerentes a seu cargo efetivo, recebendo os vencimentos, e

exercendo mandato em outra entidade completamente distinta do ente que o remunera, e

que não guarda relação com suas funções originárias.

Com efeito, não vislumbro qualquer relação entre o cargo de professor

de educação física lotado na SEMED, e o mandato de vice diretos da Confederação

brasileira de handebol, motivo pelo qual deve ser mantido o ato impugnado, mormente

em face de sua presunção de legitimidade.

Destarte, ausente o requisito da probabilidade do direito, não vejo como

deferir o pedido formulado na inicial.

Ante o exposto, com fundamento no artigo 84 da Lei Orgânica

Municipal, INDEFIRO A LIMINAR requerida.

Notifique-se a autoridade impetrada para, querendo, no prazo da lei,

prestar as informações que julgar necessárias, se manifestando sobre cada ponto alegado

na inicial.

Oficie-se o órgão de representação judicial da pessoa jurídica interessada

para que, querendo, ingresse no feito.

Em seguida, dê-se vista dos autos ao Ministério Público Estadual.

Maceió , 08 de agosto de 2018.

Antonio Emanuel Dória Ferreira Juiz de Direito

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TJ/AL - COMARCA DE MACEIÓ Emitido em: 09/08/2018 20:25 Certidão - Processo 0718141-65.2018.8.02.0001 Página: 1

CERTIDÃO DE REMESSA DE RELAÇÃO

Certifico que o ato abaixo consta da relação nº 0349/2018, encaminhada para publicação.

Advogado Forma Lucas José Leite Ramalho (OAB 12252/AL) D.J

Teor do ato: "Autos nº: 0718141-65.2018.8.02.0001 Ação: Mandado de Segurança Impetrante: Ricardo Luiz de Souza Impetrado: Secretário Municipal de Administração, Recursos Humanos e Patrimonio DECISÃO Trata-se de Mandado de Segurança com pedido liminar impetrado por Ricardo Luiz de souza, devidamente qualificado na inicial, em face do Secretário Municial de Gestão/SEMGE, igualmente qualificado. Aduz a parte impetrante que ocupa o cargo de Professor de Educação Física lotado na SEMED e que foi eleito, para o cargo de vice presidente da Confederação Brasileira de Handebol (quadriênio 2017/2021). Afirma que diante dessa situação requereu o direito à licença com remuneração, tendo sido este pleito indeferido, não obstante já ter sido concedida licença de natureza semelhante em quadriênio anterior. Assim, requereu, liminarmente, a expedição de ofício para que a autoridade coatora suspenda o ato lesivo que deu motivo ao pedido, sendo dada licença com remuneração ao Impetrante, bem como, os benefícios da justiça gratuita. Juntou os documentos de fls. 13/165. É o relatório. Fundamento e decido. Trata-se de mandado de segurança no qual a controvérsia cinge-se à possibilidade de ser concedida ao impetrante licença com remuneração, em virtude do seu afastamento do cargo de professor de educação física para o exercício do cargo de vice presidente da Confederação Brasileira de Handebol. Para a concessão da liminar requerida é estritamente necessária a presença dos requisitos que lhe dão ensejo, quais sejam o fumus boni iuris e o periculum in mora. No que pertine ao fumus boni iuris, este se resume na plausibilidade do direito alegado, ou seja, na consistência dos argumentos utilizados pelo impetrante. No caso sob exame, antes de tudo, revela-se imprescindível a análise da legislação relativa ao tema. Vejamos o que dispõe a Lei 4.973 do Município de Maceió (Estatuto dos servidores): Art. 119 - É assegurado ao servidor o direito à licença com remuneração para o desempenho de mandato em confederação, federação, associação de classe de âmbito nacional, estadual ou municipal, sindicato representativo da categoria ou entidade fiscalizadora da profissão. § 1º - Somente poderão ser licenciados servidores eleitos para cargos de direção ou representação, até o máximo de 03 (três) por entidade devidamente cadastrada. § 2º - A licença terá duração igual à do mandato, podendo ser prorrogada, no caso de reeleição, e por uma única vez. A lei municipal 4.167/93 também trata do assunto em destaque. Vejamos: Art. 92 - É assegurado ao ocupante de cargo do magistério público municipal o direito à licença para o desempenho de mandato em confederação, federação, associação de classe de âmbito nacional, estadual, municipal, sindicato representativo da categoria a que pertença em função do cargo ocupado, sem prejuízo da sua remuneração e direitos, garantida inclusive a inamovibilidade enquanto dure o mandato que lhe cumpra exercer. Parágrafo único - a licença terá duração igual ao mandato, podendo ser prorrogada em caso de reeleição. Por fim, o artigo 84 da Lei Orgânica do Município de Maceió assim dispõe: Art. 84 - O servidor público municipal, desde que eleito para o cargo diretivo de associação ou sindicato vinculado a sua categoria funcional, poderá licenciar-se junto à municipalidade sem prejuízo de seus direitos, vencimentos e vantagens, com garantia de inamovibilidade, enquanto dure o mandato que lhe cumpra exercer. Vê-se, pois, que os supratranscritos dispositivos legais trazem como requisitos para a concessão da licença: 1) Ter sido o servidor eleito para cargo de direção ou representação; 2) Não ser ultrapassado o limite de três servidores licenciados por entidade devidamente cadastrada; 3) Ter sido o servidor eleito para mandato de categoria compatível com as funções exercidas no cargo ocupado no município. Analisando tais prescrições legais, vale destacar que o ato impugnado neste mandado de segurança foi motivado da seguinte maneira: "A interpretação que se extrai dos dispositivos mencionados acima é a de que somente poderá ser concedida a licença para exercício de mandato classista nos casos em que o servidor ocupe cargo diretivo em confederação, federação sindicado da categoria a que pertença em função do cargo efetivo ocupado no município de Maceió. (...) Dessa forma, a Confederação Brasileira de Handebol é uma entidade representativa da modalidade desportiva do Handebol Brasileiro, não se tratando de pessoa jurídica que represente a classe de trabalhadores relacionada ao cargo que o servidor ocupa no município

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TJ/AL - COMARCA DE MACEIÓ Emitido em: 09/08/2018 20:25 Certidão - Processo 0718141-65.2018.8.02.0001 Página: 2

de Maceió. Ademais, a previsão legal acerca da licença para desempenho de mandado classista é voltada para garantir aos servidores a possibilidade de representar as entidades sindicais ou fiscalizadoras da sua categorial profissional, não sendo possível a sua aplicação para direção de ente desvinculado destes interesses." Cotejando os dispositivos legais com a resposta da Administração, entendo que não cabe ao Judiciário interferir no caso sob comento. Isso porque não se vislumbra qualquer ilegalidade ou afronta a princípios administrativos por parte da autoridade coatora. Ora, até por meio de uma interpretação sistemática e à luz do princípio do interesse público, chega-se à conclusão de que não é plausível manter um servidor afastado das atividades inerentes a seu cargo efetivo, recebendo os vencimentos, e exercendo mandato em outra entidade completamente distinta do ente que o remunera, e que não guarda relação com suas funções originárias. Com efeito, não vislumbro qualquer relação entre o cargo de professor de educação física lotado na SEMED, e o mandato de vice diretos da Confederação brasileira de handebol, motivo pelo qual deve ser mantido o ato impugnado, mormente em face de sua presunção de legitimidade. Destarte, ausente o requisito da probabilidade do direito, não vejo como deferir o pedido formulado na inicial. Ante o exposto, com fundamento no artigo 84 da Lei Orgânica Municipal, INDEFIRO A LIMINAR requerida. Notifique-se a autoridade impetrada para, querendo, no prazo da lei, prestar as informações que julgar necessárias, se manifestando sobre cada ponto alegado na inicial. Oficie-se o órgão de representação judicial da pessoa jurídica interessada para que, querendo, ingresse no feito. Em seguida, dê-se vista dos autos ao Ministério Público Estadual. Maceió , 08 de agosto de 2018. Antonio Emanuel Dória Ferreira Juiz de Direito"

Maceió, 9 de agosto de 2018.

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