Mandado Seguranca Lei 12016 2009

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JOS AUGUSTODE ALCKMIN SRTN ....EI!.BRAslUA RADJOCENTER SALA1.020 TELI F1\.'{(61) 3282900CEP 79,719-900 ASSOCIADOS .llRASiLlA-DJi' ANTON!O CSAR BUENO MilRRA ANTO::-nOAUOUSTO ALCKMIN NOGUEIRA RODR!GO aT\TIO BARBOSA DE ALENCASTRO aTAVIO PA!'AIZ GA'm VIVTANCRISTIK-\. COLLENGR! CAt\I- EXCELENTSSIMOSENHORPRESIDENTEDOEGRGIOTRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL TribunalSuperi9rEleitoralPROTOCOLOJUDICIARIO28.316/2009.9: 09/1212009-18:21O 11\1(j JOSROBERTOARRIJDA,brasileiro,casado,engenheiroe GovernadordoDistritoFederal,portadordaRG590.415,SSP-DF,com endereo na ResidnciaOficialdoGDF,RodoviaEPTGNorte,Taguatinga-DF,filiadoao DEMOCRATAS,vem,respeitosamente,peranteVossaExcelncia,comfundamento nos artigo 5,incisos LXIX da Constituio Federal, ele o art.1 da Lei 12.016/2009 (Nova Lei do Mandado de Segurana), via de seu advogado (doc. 1), impetrar MANDADO DE SEGURANA COM PEDIDO DE LIMINAR contra ato da Comisso Executiva Nacional do DEMOCRATAS,partido poltico com Estatuto registrado em Cartrio e perante o Tribunal Superior Eleitoral, com sede no SenadoFederal,AnexoI,26andar,Braslia-DF,CEP70165-900,pelas razesde fato e de direito a seguir alinhadas. //l 2 ALCKMIN ADVOGADOS ,;' 1- DOS FATOS Emfacededivulgaopelaimprensadefatosrelacionadoscom investigaoaindaemcursonaPolciaFederal,alcunhada"CaixadePandora", assim como intensa repercussoque os fatostiveram na mdia,antes mesmo de ser articulada qualquer acusao contra oImpetrante,oDEMOCRATAS,partidoaoqual o Impetrante filiado,articula sua precipitada e ilegal expulso. Comefeito,oRequerentefiliadoaoDEMOCRATASdesde26de setembrode2001esagrou-seeleitoGovernadordoDistritoFederalem primeiro turno com mais da metade dos votos vlidos nas eleies de 2006 (doc. 2). ,atualmente,onicogovernadordoDEMOCRATASe,tambm, membrodoDiretrioNacional,doConselhoPoltico,bemcomodoDiretrio Estadual e daComisso Executiva do Democratas do Distrito Federal. OcorrequeorgopartidriooraImpetradosereuniunatardede tera-feira, dia 1 de dezembro de 2009, oportunidade em que recebeu representao assinadaporoutrostrsfiliadospedindoa"...instauraodeProcessoRegular para aplicao da medida disciplinar deexpulso sumria ... " contra o Impetrante, conforme, alis, registrado amplamente pela imprensa(doc. 3). Arepresentaodisciplinar levada Comissoimpetrada pretendia o imediato cancelamento da filiaodo Impetrante e,apenasdepoisdisso,concederlheprazodesessentadiasparaadefesa.Pedidoabsurdo,d m. V.,jqueno possvel o sobrestamento de filiao partidria, para posterior revalidao, conforme oresultadodoprocessodisciplinar.Osrepresentantesbuscavam,naverdade,a aplicaodaexpulsosumria,sempermitiraoImpetrantequalquerdireitode defesa. Eis o teor da representao sobre o tema, verbis: /! I" X ," j ! 3 ALCKMIN ADVOGADOS "Ediantedosfatosextremamentegraves,comoosnoticiados nestarepresentao,oEstatutodoDemocratasautorizaquea expulso,nosmoldescitados,sejafeitadeformasumria, cautelarmente,estabelecendo-seaps,semefeitosuspensivo,o contraditrio (g.n.),quando entoassegurada a ampla defesa. a dico do 99, a seguir transcrito: Art.99 - As medidas disciplinares sero aplicadas pelas ExecutivasNacional,EstaduaisouMunicipais,cabendo recursos,noprazodetrsdias,semefeitosuspensivo, para os rgos hierarquicamente superiores. 4 - Noscasosdeextrema gravidade ou urgncia,a ComissoExecutivaNacionalpoderaplicar sumariamente qualquer das penalidades previstas no caputdoart.97desteEstatuto,bemcomodecretar intervenooudissoluodergopartidrio,em qualquer nvel da administrao partidria. 5- Damedidadisciplinaradotadadeconformidade comopargrafoanterior,serabertoocontraditrioe oferecidoaoacusadoomaisamplodireitodedefesa, sem efeito suspensivo, no prazo de sessenta dias. Na mesmareunio,contudo,aoarrepiodasdisposiesestatutrias, doCdigodeticautilizadonapeainaugural,ficoudecididoconcederao Impetrado prazode8(oito)diaspara oferecimentodedefesa que,segundoconsta do expediente de notificao (doc.4),dever ser dirigida Procuradoria Jurdica do DiretrioNacional.Cumpreanotarquearepresentaofoiencaminhadaao Impetrantedesacompanhadadeelementosmateriaisdeprovasobreoquanto sustentado pela acusao. Trata-se,pois, deinominvelatentado aodireitode ampla defesa que deveriaserasseguradoaofiliado,cujorespeitoosustentculobsicodaordem jurdica, valedizer,os princpiosdodevidoprocessolegal edocontraditrioeda ampladefesa,insculpidosnoart.5,incisosLIVeLVdaConstituioFederal, justamentenoCaptuloI,"DosDireitoseDeveresIndividuaiseColetivos",do Ttulo II que estampa o seguinte: Dos Direitos e Garantias Fundamentais. F oialm,tomou para siacompetncia para julgamentodoprocesso, quando clarssimo noCdigo de tica que as infraes"extremamente graves" I; 4 ALCKMIN ADVOGADOS < ~< ~< ~ termoutilizadonarepresentao,quedemandariaumjuzoprviode admissibilidade -, devemser apreciadas pelorespectivo diretrio que, no caso de governador o Regional. Ademaisdisso,amesmalIDprensa,invocadanarepresentao,d conta queo processo j foiabertoe que noser concedido aoImpetrante o amplo direitodedefesa.TranscreveafirmaesdoRelatordequenopretendefazer percia equeo processoser concludona prxima quinta-feira,dia10.Eiso teor da matriaextrada dostiodeinternet G 1 (doc.5),queoportal denotciasda Globo: "RelatordoprocessodeexpulsodeArrudadoDEMdescarta pedir percias Jos Thomaz Non diz que julgamento polrUco. 'No tenho pretenso de fazer um inqurito', disse. Eduardo Bresciani Do G 1, em Braslia orelatordoprocessoquepodelevarexpulsodoDEMdo governadorJosRobertoArruda(DF),oex-deputadoJos Thomaz Non (DEM-PB), descartou nesta quinta-feira (3) qualquer pedido de percia em vdeos ouudios do escndalo de desvio de recursosnoDistritoFederal.Nonafirmouqueoprocesso "poltico"e,por isso, este tipo de procedimentono necessrio. Eleesteveno CongressoNacionalnestatardeconversandocom integrantes da cpula do partido. "Notenhoapretensodefazeruminquritopolicial.Voufazer umarespostaaumquestionamento jurdico?No,euvoufazer umarespostaaumquestionamentopoltico.Porisso,novou fazer percia nenhuma", disse Non. o escndalo do mensalo do DEMde Brasliacomeouno dia 27 denovembro,quandoaPolciaFederaldeflagrouaoperao CaixadePandora.Noinqurito,ogovernadorJosRoberto Arrudaapontadocomoocomandantedeumesquemade distribuio de propina a deputados distritais e aliados. Emsuadefesa,o governador j questionouum dosudios que o envolve no esquema. Uma conversa gravada pelo ex-secretrio de RelaesInstitucionais DUlval Barbosa, que detonouo escndalo, mostraumanegociaosobreopagamentodepropina.Arruda enfatizouquehfalhasnagravaoequepoderiahaver edio nasfalas.APolrciaFederaljnegouqualquerproblemacomo udio. Non, no entanto, diz que no deseja alongar o processo,previsto paraserconcludonaprximaquinta-feira(10)."Voulera acusao e a defesa.No vou fazer diligncia nenhuma".O prazo 5 ALCKMIN ADVOGADOS para Arruda entregar sua defesa terminanaprpria quinta e NonO acredita ser possvel apresentar seuparecer nomesmo dia.Ele j adiantouquenopretendeconversarcomogovernadorato julgamento. o relator destacou que a deciso do partido precisa ser justificvel paraasociedade."umadecisoqueprecisaserjustificvel perante a imprensa e as pessoas no elevador, na rua,em todos os lugares"." TambmaFOLHAONLINEdestasegunda-feira,7dedezembro,traz matria (doc.6)afirmandoquea Impetrada pretende fazer o julgamento definitivo j nesta quinta-feira, dia 10. A seguir: 07/12/2009 - 09h22 EXPULSO DE ARRUDA J EST SELADA, AVALIA DIREO DO DEM Simone Iglesias da Folha de S.Paulo,em Braslia AExecutivaNacionaldoDEMjtrabalhacomaexpulsodo govemador do Distrito Federal, Jos Roberto Arruda, envolvido em um suposto esquema de formao de caixa dois paraa campanha eleitoral de 2006 e de distribuio de propina a aliados polticos. Marcadaparaquinta-feira,aleituradorelatrioqueestsendo produzidopeloex-deputadoJosThomazNonOseruma formalidade para no deixar Arruda sem direito defesa. Democratasmantiveramnofimdesemanaconversassobreo episdioedizemqueadecisoesttomadaenopassadesta semana, no que depender das questes regimentais. fiAdecisojesttomadaeeudiriaquemaisde90%da Executiva ir decidir pela desfi li ao", afirmouo deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO), da Executiva. Arruda analisa a possibilidade de recorrer Justia paraprotelar a deciso,soboargumentodequenoteveacessoatodoo inqurito que o cita. Ogovernadoraindanoentregousuadefesaaopartidoea direoacreditaqueelesofarnaquinta-feiraaomeio-dia, quando termina o prazo. "Defendiodireitoplenodefesaporqueexpulsonopode ocorreremritosumlo,maSadecisoquetomaremosser histlca,pois o DEMmostrar que diferente dos outros partidos pornoseromissonemconivente",disseodeputadony:x lorenzoni (RS). OdeputadoACMNetodissequeoprazodadoaArrudauma questoderespeitoaoestatutopartidrio,masquenoh condies de "passar a mo na cabea de ningum". Aexpulsoserdefinidapor41democratase45votos(quatro integrantesdaExecutivatmdireitoavotarduasvezespor acumularem cargos de liderana -os deputados RonaldoCaiado, ACM Neto e Andr de Paula e o senador Herclito Fortes). precisoobtermaiolasimples,23votos.Asvotaesna Executivageralmentesoabertas,masadireofarvotao secretanaquinta-feira.Oresultadodeverseroficializadona madrugada de sexta-feira. 6 ALCKMIN ADVOGADOS AssimqueadefesadeArrudaforentregue,orelatortercinco horasparaanalis-Ia.Depois,leroseurelatrioeoferecera Arrudatempoparadefesa.SdepoisoDEMpartirparaa votao, que no tem tempo limite para acabar. Tambmalvo daOperaoCaixadePandora,o PauloOctviomembrodaExecutiva,masdeverseausentar. Seforexpulso,Arrudatemmais60diasparasedefender,sem, porm, que a deciso da Executiva seja suspensa nesse perodo. Conforme se v, sem juzo preliminar, sem conceder o devido direito defesa,comosmeiosprprios,iminenteojulgamentopelaImpetradadeum processo complexo, em que a prova deve ser examinada com cuidado. Tudo prestes acausar ao Impetrante grave usurpaodesua condiode filiadoao Partido,que repercutir, de modo incontornvel, na sua capacidade eleitoral passiva; bem de alta relevncia para a cidadania. Assim a presente Impetrao, mediante aqual oora Impetrante busca aproteodesua garantia deser processadoe julgado por autoridadecompetente, bemcomodever respeitadooseu direitoaodevidoprocessolegal,asseguradoo contraditrioea ampla defesa,com todos os meios de prova previstos em lei e nas normas estatutrias. 11 - DO CABIMENTO DO MANDADO DE SEGURANA Conformedispeoart.5,incisoLXIX,daConstituioFederalo mandado de segurana via processual dirigida proteo de direito lquido e certo contraatoilegalouameaadeautoridadepblicaouagentedepessoa jurdica investido de atribuies do pblicas. Porsuavez,orecentetextosancionadoda LeinO12.01612009,que disciplinaomandadodesegurana,trazosseguintesdispositivosquemerecem transcrio, verbis: 7 ALCKMIN ADVOGADOS "Art.10 - Conceder-se-mandadodeseguranaparaproteger direitolquidoecerto,noamparadoporhabeascorpusou habeasdata,sempreque,ilegalmenteoucomabusodepoder, qualquerpessoafisicaoujurdicasofrer violaoouhouver justo receiode sofr-Iaporpartedeautoridade,sejade quecategoria for e sejam quais forem as funes que exera. 10 - Equiparam-sesautoridades,paraosefeitos desta Lei.os representantesourgosdepartidospolticoseos administradores de entidades autrquicas, bem como os dirigentes depessoasjurdicasouaspessoasnaturaisnoexercciode atribuiesdopoderpb6co,somentenoquedisserrespeitoa essas atribuies. [ ... ]" Conformesev,otextoclaroemincluir explicitamente norolde autoridades os representantes e rgos partidrios,secundando jurisprudncia desse colendo Tribunal que,ainda na vigncia da Lei nO1.533/51, j admitia ocabimento do writ contra ato que violasse direitos relativos filiao partidria. Defato,ospartidospolticossofigurasinstitucionaisdotadasde atribuiesdeelevadointeressepblico.So,segundoaordemconstitucional, indispensveisaoprocessopoltico,efuncionamcomoeloentreocidadoeo Estado para que se atinja de forma mais eficaz o ideal democrtico. No escliodoMinistroSEPLVEDAPERTENCEI,os partidos polticos tm natureza bifronte que nascem como associaes civis mas so"instrumentos do exerccio plural da cidadania... ". Tambm esseo entendimento doigualmente ilustre MinistroCARLOS AYRESBRITTO(Consulta nO1407TSE),segundooqualliavontadeobjetiva da Constituiofazdospartidospolticosummecanismoselementardosistema representativoemquesetraduz anossa democracia dotipodireto.".Salientou S. Exa.,na oportunidade,que"ningumchegaao poder estataldecarter eletivopopular sem a formal participao de uma dada agremiao politica.O que traduz 1 Recurso especial eleitoral 9467, acrdo nO12211, DJ de 21/05/1992, pg. 7155. / 8 ALCKMIN ADVOGADOS a formaodeumvnculonecessrioentreos partidos polticose onossoregime representativo ". Namesmaassentada,emquecomeavaasurgIrafigura constitucionaldafidelidadepartidria,onomenoseminenteministroMarco Aurliofoienfticoaodizersobreo"eloinafastvel"deidentificaoentreo candidato e o partido. Defato,ospartidospolticosrecebemasfiliaesdoscidadosque gozem deseus direitos polticos eas encanrinha, para anotao, Justia Eleitoral. Nobastasse,apenasospartidosescolhem,emconveno,dentreseusfiliados, aquelesqueserocandidatosdalegendaaocargoseletivosemdisputa.Podem aindacancelaroregistrodedeterminadofiliado,masnoest imuneaosdemais preceitos constitucionais de liberdade. Ademaisdisso,segundoinscritonoart.14,3(>,incisoV,da Carta Magna,a filiao partidria condio de elegibilidade, que deve estar satisfeita no prazo de um ano antes da eleio (art. 9Q da Lei 9.504/97 - Lei das Eleies), verbis: Art.9 Paraconcorrerseleies,ocandidatodeverpossuir domicrroeleitoralnarespectivacircunscriopeloprazode,pelo menos,um anoantes do pleito e estar com a filiao deferidapelo partido no mesmo prazo. Tem-se,assim,queospartidospolticossodepositriosdeumcaro patrimnio de cidadania para o Impetrante,qual seja,a filiao partidria,que est em vias de ser cancelado pela Impetrada, sem o amplo direito defesa. Porisso,mesmoantesdaalteraodadisciplinadomandadode segurana,estabeleceu esse colendo Tribunal Superior Eleitoral o cabimento da via mandamentalparaagarantiadedireitolquidoecertodepermanecerfiliadoa partido poltico. Nesse sentido: 9 ALCKMIN ADVOGADOS Mandado de segurana. Partido poltico.Expulso de filiado. Admissvelaseguranacontraasanodisciplinar,se suprimidaapossibilidadedeofiliadodisputar opleito,por no mais haver tempo de filiar-se a outro partido politico. (...) MS nO2.821- ReI. Min. GARCIA VIEIRA Mandadodesegurana.Recursoordinrio.2.AtodoDiretrio RegionaldoPFl deSantaCatarina,consistentenaexpulsoe cancelamentodafiliaopartidriadosDeputadosEstaduais,ora recorrentes.3.DecisodoTREqueextinguiuoprocessosem julgamentodomrito,porimpossibilidadejurdicadopedido,por no se considerarem autoridades os representantes ourgos dos partidos polticos, para efeito de mandado de segurana- 1,art. 1,lei n 1.533151,comaredaodadapelalei n9.259/96.4. Hipteseespecialssimaemqueorgopartidrioafastoua possibilidade de os recorrentes disputarem a eleio,por no mais haver tempo,antes dopleito,parasefinar a outropartidopoltico. Caracteriza-se.naespcie.atodeautoridadepiJblica, impugnvelpelaviadomandadodesegurana.5.Recurso conhecidoeprovidoparaqueoTRE-SCjulgueomritodo mandado de segurana como entender de direito. RO 79- ReI.Min. NRI DA SilVEIRA Desse modo, inegvel o cabimento da via mandamental na espcie. " lU - DA COMPETENCIA DA JUSTIA ELEITORAL A mesma jurisprudncia assinalada mostra que se trata demandado se seguranaaserdirimidopelaJustiaEleitoral,tendoemvistaquesecuidade condiodeelegibilidade, fundamental para oeventual registro de candidatura.No caso em exame,eventual pretensodoImpetranteaconcorrer reeleio aocargo queoraocupaseriaobstadapelofatodejestarsuperadooprazoeleitoralde filiaes,tomandoinfrutfera,ainda,atransfernciadofiliadoparaoutra legenda poltica. 10 ALCKMIN ADVOGADOS ..l TalentendimentofoichanceladopeloTribunalSuperior Eleitoralno RecursoOrdinrio n79 j citado,em que seadmitiu queo mandado desegurana haveria de ser ajuizado na Justia Eleitoral2. Tratava-se, no caso paradigma, demandamus impetrado junto ao TRE catarinenseemque,tendosidoesgotadooprazodefiliaopartidria,no poderiam os deputados estaduais do PFL - atual DEMOCRATASse filiarem a outra legenda. Assim,dvida nosubsiste quanto competncia da Justia Eleitoral paraconhecereprocessardemandadosdeseguranaqueversemotemada ilegalidade do ato de cassao da filiao partidria em processo disciplinar. o caso aqui idntico.Deveras,a instaurao de processodisciplinar para cancelamento sumrio de filiao partidria, com as agravantes postas ao norte, medidaapremriscoiminentedeimpedimentodoexercciodacapacidade eleitoral pelo Impetrante. Novotocondutordoarestodoprecedenteacimareferidootrecho finalmereceaquitranscrio,umavezqueesclarecedordaatuaodorgo partidrio investido de poderes de agente pblico, in verbis: "Pergunta-se:nomomentoemqueorgopartidrioexera tamanhopoder,cassandoos direitos de um cidado,investidono exercrciodopoderpoltico,ficaeleimpedido,numasituaoem quenopodemaissefiliarapartidopolftico,deprosseguiro exerccio do mandato ou de disputar nova eleio? Creio que nessas situaes especiais,Senhor Presidente,o rgo partidrio desempenhafuno de autoridadepblica,concemente prpriaconstituiodopoder,porqueseopartidotem competncia,poderdedesligar,deimpedirqueseexerciteum direitoquedecorredalei,spode,parece-me,numasituao dessas,serreconhecidocomoautoridadepb6caquandoexerce tal poder. 2 RMS n 79, Classe 2Y Redator designado Ministro Nri da Silveira. DJ - Dirio de Justia, Data J 17/0811998, Pgina 138. RITSE -Revista de Jurisprudncia do TSE, Volume 10, Tomo 3, Pgina 105 ) 11 ALCKMIN ADVOGADOS Hentidadesquetmdelegaesdepoderese,paraaqueles efeitos,soautoridadeseseusatossoimpugnadospor mandadodesegurana.Assim,porquereconhecemos determinadas competncias dos partidos polticos, quando eles as exercitam - e so competncias que decorrem dalei - estes esto investidos realmente de uma autoridade pblica; as suas decises so impugnadas por via de mandado de segurana." Se j noregimeda Lei n1.533/51essa era aorientao prevalente, commaisrazoagora,emfacedarecenteLeinO12.016/2009,quedisciplinao mandado de segurana,quenol,doseu art.1equipara sautoridades pblicas os representantes ou rgo de partidos polticos, como j demonstrado. Conformesev,otextoclaroemincluir noroldeautoridadesos representantesergospartidrios.Claroe justo,tendoemconta queos partidos polticossofigurasinstitucionaisdotadasdeatribuiesdeelevadointeresse pblico.So, segundo a ordem constitucional, indispensveis ao processo poltico, e funcionam como elo entre o cidado e o Estado para esse ideal democrtico. Por outrolado,tendoem vista queacoaopartedergonacional partidrio,aimpetraodeveserdirigidaaocolendoTribunalSuperiorEleitoral, emfacederegradecompetnciaqueestabelecequeassuntosdeinteresseda direo nacional do Partido devem ser submetidos diretamente ao TSE. Assimoajuizamentodopresentemandamusperanteessa col.Corte Eleitoral de rigor. IV - DA VIOLAO A DIREITO LQUIDO E CERTO IV.1- DA AFRONTA AO CONTRADITRIO E AMPLA DEFESA n 12 ALCKMIN ADVOGADOS Nocasoemexame,confonne j assinalado,aComissoExecutiva NacionaldoDEMOCRATASrecebeurepresentaonaqualsepedeaexpulso sumria e esta, de pronto, estabeleceu exguo prazo para que o Impetrante apresente defesacontra matriaspublicadasna imprensa,semoutroselementosdesuporte probatrio.Comosematriasjornalsticasfossemelementoscabaisde comprovao de algo. AoaSSImfazer,demonstroudesconhecer,datavenia,seuprprio Estatuto, que em seu art.67, alnea "m" lhe comete o dever de"adotar providncias para o fiel cumprimento do Estatuto e doCdigo de tica Partidrios ... ". Isto sediz,data venia,haja vista que,de largada,superou o juzo de admissibilidadeou prelibaoinscritonos 2do art.94 doEstatuto,quedispe sobre a designao de Relator para examinar o cabimento da representao no prazo de 8 (oito) dias.Superou essa faseetransfonnou tal prazo de 8 (oito) dias num rito sumarssimo, em que no ser possvel oamplo direito defesa,confonne previsto claramente em outros dispositivos. Com efeito,ocaput do art.96 do Estatuto garante aampla defesa aos filiadosem processosqueimponham medidasdisciplinares,especialmentequando as imputaes versarem sobre os temas das alneas "d' e "ti'. de conferir, verbis: Art.96- Osfiliados,especialmenteosmembrosdergos partidrios, mediante a apuraco em processo regular em que lhes sejagarantidaampladefesa,ficarosujeitossmedidas disciplinares, quando ficar provado que so responsveis por: a) infrao de dispositivos do Programa, do Estatuto, do Cdigo de tica,oudesobedinciaorientaopolfticafixadapelorgo competente; (...) d)improbidadenoexercciodecargosoufunespblicas,de mandato parlamentar ou de rgo partidrio; e)atividadepolticacontrriaaoEstadodeDireito,aoRegime Democrtico e aos interesses partidrios; t)faltadeexaono..'~ cumprimentodosdeveresatinentes)S,.,...' , funes pblicas e partidrias;. 13 ALCKMIN ADVOGADOS ...l...l...l (...) (g.n.) Ao assim. proceder - em afronta ampla defesa consagrada pelo Texto Magno,findouemviolarasalneas"e"e''I'domesmodiplomapartidrio. Sobretudoquandotalprincpioveminsculpido no 2doart.97, justamente para casos de expulso, a seguir: "2D - Ocorreraexpulso,comcancelamentodefiliao,nos casosdeextremagravidadeedepartidria,apurado emprocessoregularnoqual sejaasseguradoaoacusadoampla defesa." Masnos.Oart.83diz claramentequeasnormasdoCdigode tica so parte integrante do Estatuto do Democratas, e l consta igualmente claro o seguinte: Art.21- Serasseguradoaosacusadosodireitodeampla defesa em todas as fasesdo processo,podendoesta ser feita pelo prprio oupor seu representante habilitado. Pargrafonico - O interessado poderpedir a juntada de provas ouaudinciatestemunhal,tantoperanteoConselhodetica duranteainstruodoprocesso,comoperanteorgojulgador nos prazos aqui definidos. (g.n.) A Constituio (art.5,LV) garante o contraditrio e ampla defesa aos litigantesemprocessojudicialouadministrativo.Trata-se,portanto,degarantia fundamental docidado e tm por base o princpio da igualdade. Sobre o tema Alexandre de Moraes3 ensina que: Porampladefesa,entende-seoasseguramentoquedadoao rudecondiesquelhepermitamtrazerparaoprocesso todos oselementos que tendentes a esclarecer a verdade oumesmo de omitir-seoucalar-se,seentendernecessrio,enquantoo contraditrioaprpriaexteriorizaodaampladefesa, impondo ()3 Direito Constitucional.So Paulo, Atlas, 83 Edio, p.117. (/ 14 ALCKMINADVOGADOS aconduodialticadoprocesso(parconditio),poisatodoato produzidopelaacusao,caberigualdireitodadefesadeoporse-lheoude dar-lhe a verso que melhor se apresente,ou,ainda, de fornecer uma interpretao jurdica diversa da que foi dada pelo autor1O. CNDIDO DINAMARC04 esclareceque"dopassadoaafirmaodo contraditrioexclusivamentecomoaberturaparaaspartes,desconsideradaa participaodo juiz".O jurista cita onovoCdigodeProcesso Civil francs,que dispe"ojuizdeve,emtodasascircunstncias,fazerobservareobservarele prprio o princpio docontraditrio". Citaaindaodiplomaprocessualportugus,queestabelece"o juiz deveobservarefazercumprir,aolongodetodooprocesso,oprincpiodo contraditrio,no lhesendo lcito,salvo casodemanifesta desnecessidade,decidir questesdedireitooudefato,mesmoquedeconhecimentooficioso,semqueas partes tenham tido a possibilidade de sobre elas se manifestarem". Nocaso,datamaximavenia,aImpetrantedeuaoImpetrado,sem dilaoprobatria,um prazo de8(oito)dias.Assim,ps em jugo afiliaode um governador,quecredencialconstitucionaldeelegibilidade,combaseem representaoformuladaemmatriasjornalsticas,semdaraoacusadoa possibilidadedeexercer ocontraditriocom todosos meios disponveis,medida deflagranteocerceamentodedefesa(CF- art.5,LV),matriadendole constitucional que complementa as garantias do devido processo legal. Outra circunstncia do caso em exame, que afronta de forma indelvel o direito constitucional ao contraditrio e ampla defesa, diz respeito ao fato de que oprocessodisciplinarfoioferecidocombaseemnotciasjornalsticase desacompanhadadeelementosmateriaisdeprova,medianteoqualpretendemos autores que o Impetrante produza defesa impossvel de acusao incgnita. vftI ///4 Fundamentos do Processo Civil Moderno.So Paulo, Malheiros, 2a Edio, p.124. 15 ALCKMIN ADVOGADOS Ora,ocasodizcomaventadasinfraesqueoMpetrante,na qualidadedegovernadordoDistritoFederal,teriaparticipado,semprecisaras circunstncias em que tal participao teria se dado. Comefeito,dainicialquegravaesdeudioevdeo "demonstraramorequeridoedeputadosdistritaisrecebendorecursosilegais. ", masnoinforma asuposta ilegalidade relacionadaaoespecficorecursoqueteria sidorecebido pelo Impetrante.Ou seja, no h indicao precisa e circunstanciada do suposto ilcito que teria sido cometido pelo representado. Nocaso,buscamosautoresaaplicaodeapenamentode elevadssimagravidade,comrepercussodiretanosdireitospolticosdeum governador eleito pelo Partido, mediante processo disciplinar fundadoem pretensas infraesque,mesmoantesdotrminodoinquritopolicialemandamento,j foramconsideradasdeextrema gravidade,malgradoainda no haja conclusopor parteda Polcia Federal.Como mximo respeito,pede-se a formulaodedefesa impossvel sem que se tenha conhecimento preciso da acusao. Trata-se, portanto, de afronta garantia constitucional da ampla defesa e do contraditrio que tem como corolrio a necessidade de se dar ao acusado pleno conhecimentode todas ascircunstncias da imputao, sob pena de inpcia da pea inicial,conformetorrencialjurisprudnciadenossostribunais,especialmenteo Excelso Pretrio. Registre-se,ademais,que,atopresentemomento,osadvogadosdo representado sequer tiveram acesso a todo o acervo carreado aos autos do Inqurito n 650 doSuperior Tribunal de Justia, inviabilizando por completo que possa o seu direito de defesa ser exercido em plenitude. Nocaso,aacusaofoideduzidadeformanocircunstanciada,ou seja,semdeterminarexatamenteporquemeioemodoorepresentadoteria concorridoparaaprticaqueoautorconsiderailcitaeextremamentegrave,a pontodepediraaplicaodepenalidadecomconsequnciasdrsticase incontornveis,queatingedireitoconstitucionaldecidadania,suacapacidade1 j// / 16ALCKMIN ADVOGADOS eleitoral passiva.Fere, ademais, preceito basilar do Estado Democrtico de Direito, a dignidade da pessoa humana (art.1,llI, CF). IV.2 - DA AFRONTA AO PRINCPIO 00 JUIZ NATURAL Outra questo a ser avaliada no presente mandamus o direito lquido e certo do Impetrante de ser julgado o em instncia prpria, flagrantemente violado pelaImpetradaquandochamouparasiacompetnciadenomearrelatore estabelecer prazo e rito imprprio. darepresentaoqueso "fatosextremamentegraves ",aatrairo quanto inscrito no 2, do art.20, do Cdigo de tica, a saber: Art.20- agravidadedaindisciplinaoudainfraoseraferida pela Comisso Executiva. 10- Asinfraesdenaturezagraveserojulgadaspela Comisso Executiva que poder submete-Ias ao Diretlo. 2!l- Asinfraesdeextremagravidade seroobrigatoriamente submetidas ao respectivo Diretrio. Estatudo claramente assimqueasinfraes graves so julgadas pela ComissoExecutiva,quepodeounochamarparaapreciaodiretrio.As extremamentegravesassimconsideradopelarepresentao- sero obrigatoriamentesubmetidasaorespectivoDiretrio.Emqualquerdoscasos, ntido que a competncia respectiva, conforme expresso no 2. Trata-sededisposiopoliticamentelgica,eisqueafiliao dirigida eaceita pelo rgo municipal da agremiao poltica, tal como expresso no art. 7, inciso I, do Estatuto do Democratas. No Distrito Federal, contudo, no h sede municipaldas agremiaes polticas, apenas a Estadual, responsvel pela administrao do cadastro de filiados, '1 bem como dasdemaisprerrogativas polticaslocais,dentre as quaisaconvocao( / ? 17 ALCKMIN ADVOGADOS ) deconvenopara deliberarsobrecoligaesecandidaturas.Nessepasso,o juzo natural de julgamento do Impetrante , obrigatoriamente o Diretrio do DF. Em sede administrativa ou jurisdicional a observncia doprincpio do juiz natural meio indispensvel garantia dodevidoprocesso para a obteno da imparcialidade do julgamento. EstpresentedesdeaprimeiraConstituiodoBrasil(1824)ehoje veminscritono art.5,incisoLlll, da Carta Magna de1988,comoseguinte teor, verbis: LIII- ningumserprocessadonemsentenciadosenopela autoridade competente; ainda presente noincisoXXXVIIda nossaCarta Poltica,queno admite juzo ou tribunal de exceo. Toimportanteaimparcialidadequeo princpiodo juiz natural vem expresso na Declarao Universaldos Direitos do Homem (art.10) quandoassenta aobrigatoriedadedejulgamentoportribunaisindependenteseimparciais.Na mesma esteira o Pacto de So Jos da Costa Rica, a seguir: Art.8 - Todapessoatemdireitoaser ouvida,comasdevidas garantiasedentrode umprazorazovel,porumjuiz outribunal competente, independente e imparcial, estabelecido anteriormente por lei,naapurao de qualquer acusao penal formuladacontra ela,ouparaquesedeterminemseusdireitosouobrigaesde natureza civil, trabalhista fiscal ou de qualquer outranatureza. Nessepasso,asseguraraoImpetranteumjulgamentoporinstncia partidriasignificaria impedir aimpessoalidadeeoarbtrio.Significaria preservar seu direito lquido e certo de ter assegurado todos os meio de defesa admitidos e ser julgado pelo Diretrio do Democratas do Distrito Federal,que,conforme comando do Cdigo de tica do Partido, que parte integrante do Estatuto (art. 83). 18 ALCKMIN ADVOGADOS ,"\,..> ,,.} .,.}Nocasoaindamaispresenteessa necessidade,hajavistaanatureza bifrontedospartidospolticosque,enquantoassociaescivis,sotitularesde direitos pblicos subjetivos. Demais disso, a Constituio de1988 traz consigo - no rol dos direitos individuais doseu art.5- importantes exigncias a serem respeitadas,sob pena de se ferir a dignidade da pessoa humana, que se afigura como a viga mestra do Estado DemocrticodeDireito(art.10,111).Dentretaisgarantiasfundamentaisque,no sendo respeitadas, podem infringir a dignidade, dedestacar odevido processo legal (inciso LIV) com todos os seus consectrios, entre os quais o contraditrio, a ampla defesa (inciso L V) e o juzo natural. Osprincpioscitadosservemparailustraragrandepreocupao dispensadaaoprincpioda dignidadeda pessoahumana,afimdeimpedirquea atividade partidria, manifestada sob ointeresse,em tese,de velar pelos princpios estatutrios, resulte como justificativa depreciao do indivduo, do filiado. ANDRL.BORGESNETTO,emsuaobra:"ARazoabilidade Constitucional(oprincpiododevidoprocessolegalsubstantivoaplicadoacasos concretos) - Revista Jurdica Virtual do Palcio do Planalto N12 - MAIO/2000"5, afirma: "Duassoasfacetasdodevidoprocessolegal,aadjetiva(que garante aos cidados umprocesso justo e que se configuracomo um direito negativo,porque o conceito dele extradoapenas limita a condutado governo quandoesteatuano sentido derestringir a vida,aliberdadeouopatrimniodoscidados)easubstantiva (que,medianteautorizaodaConstituio,indicaa existnciadecompetncia aser exercidapelo Judicirio.no sentidodepoder afastar aaplicabilidadedeleisoudeatos governamentais na hiPtese de os mesmos serem arbitrrios. tudocomoformadelimitaracondutadaquelesagentes p(Jblicos)". (g.n.) 5 extrado do site: http://www.planalto.gov.br/CCIVIL/revistalRev_12lrazoab_const.htm. ~ 7[J/ L 19ALCKMIN ADVOGADOS , ~, ~.'> Nobastasse,almdospreceitosconstitucionaisjcitadosparao sustentodoquantoaquiserequer,deseinvocartambmartigo3,incisoI,que prev: "Art.3 ConstituemobjetivosfundamentaisdaRepblica Federativa do Brasil: 1- construir uma sociedade livre, justa e solidria". Conclui-se,assim,serobjetivodaRepblicaqueasnonnaseatos decorrentesdasinstituiespolticas,dotadasdeatribuiesdeelevadointeresse pblico,tenhamcontedojusto,razoveleproporcional.Assim,segundoeste axioma,todacondutapoderserdeclaradainconstitucionalporsereminjusta, irrazove1 ou desproporcional. De outra sorte,conatural ao reconhecimento jurdico da dignidadeda pessoahumana,pormeiododevidoprocessolegalesuaanlisesubstancial, decorreasalvaguardadosdireitosdapersonalidade.Estes,consoanteapreciso conceitualdeCarlos Albertoda Mota Pinto,6 configuram"umcontedomnimo e imprescindvel da esjrajurdica decada pessoa", incidentes sobre a vida pblica e privada, integridade fisica e psicolgica, nome, imagem, dentre outros. No presente caso,a integridade psicolgica, a honra edemais valores intrnsecos vida pblica e privada do Impetrante esto sendo preteridos em funo da discricionariedade da Impetrada em assolar suas expectativas de se fazer valer do direito ampla defesa e demais preceitos ao norte expendidos. Necessrio,assim,datavenia,teremcontaqueaobservnciadas conseqncias jurdicas decorrentesdosdireitosde personalidade imprescindvel 6PINTO,CarlosAlbertoda Mota,"Teoriageraldodireitocivil".Coimbra:CoimbraEditora,;1 1996. p. 207.1. //.0'/ / 20ALCKMIN ADVOGADOS ao respeito da dignidade, porquanto o quese pretende evitar que o Requerente seja submetido a qualquer sorte de menosprezo pela agremiao. Portanto,Excelncia,arealizaoda reunioda Executiva Nacional do DEMOCRATAS no dia 10 de dezembro, prxima quinta-feira, sem haver ao menos se analisar os argumentosdedefesaou,ainda,sem queoprocedimento tenha sido inaugurado na instncia partidria natural, traz inmeras conseqncias antijurdicas aoImpetrante,fatoestequepodeserresumidonaseguintedoutrinadecunho jusnaturalista: "DireitoinjustonoDireito.Poderserconvenohumana, vontadedeumaassembliaouimposiodeumditador,mas, apesardessaformajurdica,apesar deserelaboradosegundoa tcnicajurdica,tertodasascaractersticasformaisdanorma juridica, se no tiver contedo justo, no Direito". "O Direito a prpria coisa justa, j tinham visto os romanos"7. v- DO PEDIDO DE CONCESSO DE LIMINAR Os provimentos de ndole cautelar sujeitam-se, por imperativo legal, demonstraoda plausibilidade jurdica da concessofmalda ordemifumusboni iuris),bemcomoaameaaiminentedelesodedireitodedifcilreparao (periculum in mora). Istoposto,entendeoImpetrantequeosargumentoslanadosno presente mandadode segurana,de ofensa clara aocontraditrio e ampla defesa, bem como do devido processo tambm quando afronta ao princpio do juiz natural (art.5,incisos XXXVII e LllI da Carta Magna) so suficientes demonstrao da plausibilidade e complexidade do direito em questo. 717. Jacy de Souza Mendona, O Curso de Filosofia do Direito do Professor Armando Cmara, Porto Alegre:Sergio Antonio F abris Editor, 1999, p. 127. 21 ALCKMIN ADVOGADOS Quantoao periculuminmora,j emcursooprazode8(oito)dias, previstonoEstatutopararecurso(art.99,10)enoparaoexercciodeuma efetivadefesacontraacomplexaacusaoperpetradapelosdeputadoesenadores signatrios da representao. Ademaisdisso,aImpetrada j tomouilegalmente(dm.v.)parasia competnciadejulgamento,umavezquenomeouRelatore,segundonotcias, realizar, em seguida, o julgamento da representao. Iminente,portanto,oriscoparaoImpetrantedeser julgadoporum tribunal imprprio,sem as garantiasdo contraditrio eda ampla defesa,que poder resultarnaviolaosuadignidade(art.10,III,CF),bemcomoasdemais prerrogativasdefiliadoagremiaopolticaemembrodedireopartidria: participardereuniesdoConselhoPolticoNacional,doDiretrioNacional,do Diretrio Regional, convenes ordinrias e extraordinrias, etc. Justifica-se,incasu,aaplicaodopoder geraldecautelaconferido aomagistradosconformeprevistonosartigos798e799doCdigodeProcesso Civil, que dispem: Art. 798. Alm dos procedimentos cautelares especficos, que este CdigoregulanoCaptuloIIdesteLivro,podero juiz determinar asmedidasprovisriasquejulgaradequadas,quandohouver fundado receio de que uma parte. antes do julgamento da lide. cause ao direito daoutra leso grave e de difcil reparao. Art.799.Nocasodoartigoanterior,podero juiz,paraevitaro dano,autorizarouvedaraprticadedeterminadosatos. ordenar a guarda judicial de pessoas e depsito de bens e impor a prestao de cauo. possibilidadequetemomagistradode"criar providnciasde segurana,foradoscasostpicosjarroladospeloCdigo ..."(THEODORO j 22ALCKMIN ADVOGADOS ,..> ,..> ,..>JNIOR,1999:377) 8.Por contadessepoder,havendoreceiodeleso graveede dificil reparao,toma-sepossvelao juiz a adoodemedidasacautelatriasque no aquelas previstas na legislao processual civil. VI - DO PEDIDO Demonstrada a ilegalidadedoato praticado pela Comisso impetrada (d. m. v. ) e a evidncia do periculum in mora, requer o Impetrante: a)seja deferidaaliminar,inauditaaltera parte,para aimediata suspensodo processamento da representao em curso; b)anotificaodaImpetradapara,querendo,contestaromritodapresente ao; c)nomrito,sejaconcedidaaseguranaparaanularoprocessodisciplinar instauradocontraoImpetranteparalheserasseguradoodireitolquidoe certo de ser processado perante a Instncia Partidria prpria,como tambm com a observncia do rito ordinrio, respeitando-se o direito aocontraditrio 8 Mas a funo cautelar no fica restrita s providncias tpicas, porque o intuito da lei assegurar meio de coibir qualquer situao de perigo que possa comprometer a eficcia e utilidade do processo principal. Dai existir, tambm, a previso de que caber ao juiz determinar outras medidas provisrias, alm das especificas, desde que julgadas adequadas, sempre que houver fundado receio de que uma parte, antes do julgamento da lide, cause ao direito da outra leso de grave e difcil reparao (CPC, art. 798). H, destarte, medidas que o prprio legislador defme e regula suas condies de aplicao, e h tambm medidas que so criadas e deferidas pelo prprio juiz, diante de situaes de perigo previstas ou no reguladas expressamente pela lei. Esse poder de criar providncias de segurana, fora dos casos tpicos j arrolados pelo Cdigo, recebe, doutrinariamente, o nome de "poder geral de cautela". , porm, de ressaltar que entre as medidas tpicas e as que provm do poder geral de cautela no h diferena de natureza ou substncia. Em todos os casos - adverte Rocco - os rgos judicantes desempenham a mesma funo de natureza cautelar, ou seja, a atividade destinada a evitar um perigo proveniente de um evento possvel ou provvel que possa suprimir ou restringir os interesses tutelados pelo direito. Diante, porm, do poder geral de cautela, a atividade jurisdicional apia-se em "poderes indeterminados", porque a lei, ao prev-los, no cuidou de preorden-los a providncias de contedo determinado e especifico. J nos procedimentos especificos, tudo que diga respeito ao exerccio da funo cautelar, quer quanto ao cabimento da providncia, quer quanto a seu objetivo, pressupostos e limites, tudo isto est adredemente previsto e regulado pela lei. (in "Curso de Direito Processual Civil", 9" edio, Forense,1992, vol. lI, P . ~ I372/373). '" I 23 ALCKMIN ADVOGADOS eamplad e f e s ~tomando,seforocaso,nulaadecisodeexpulsoque porventura venha a ser tomada. D-se ao presente o valor de R$1.000,OO,para efeitos fiscais. Termos em que Pede Deferimento. PROCURAO , Pelopresenteinstrumentoparticular,JOSEROBERTO ARRUDA,brasIleiro, casado, engenheiro e Governador do Distrito Federal,portadordaRG590.415,SSP-DF,comendereona ResidnciaOficial do GDF,RodoviaEPTGNorte,Taguatinga-DF, nomeia e constitui seu bastante procurador oDr.JOSEDUARDO RANGELDEALCKMIN,brasileiro,casado,advogado, inscritona OAB/DF, sob onO2.977,com escritrio no SRTN,Ed.BrasfliaRdio Center,sala1.020,em Brasflia- DF,aquem confere ospoderes da clusulaad judiciaeespeciaisnasinstnciasadministrativas, peranteoMinistrioPblicoeno foroem geral, e,assim,propor e contestar aes ou representaes, interpor recursos,pedir liminar, acompanhandoosfeitosatdecisofinal.Outorga,ainda, poderesespeciaisparadesistir,transigirefazeracordos,tudoem defesa dos interesses do Outorgante. O presente mandato poder ser substabelecido, com ou sem reserva de iguais poderes. Brasfli JOS,ROBERTOARRUDA