91
97 MANDATO XI ATA Nº. 14/2015 SESSÃO ORDINÁRIA DE 27 DE NOVEMBRO DE 2015 Aos vinte e sete dias do mês de novembro do ano de dois mil e quinze, nesta cidade de Braga, no Auditório da Empresa InvestBraga, pelas vinte e uma horas, reuniu, em sessão ordinária, a Assembleia Municipal de Braga, sob a Presidência da Senhora Hortense Lopes dos Santos, com a assistência do Senhor Serafim Figueiral Rebelo, como Primeiro Secretário e do Senhor João Manuel Tinoco Ribeiro da Silva, como Segundo Secretário. MAIORIA LEGAL - A SRª. PRESIDENTE DA MESA comunicou que havia quórum, tendo-se verificado a presença de setenta e dois membros. ESTIVERAM PRESENTES OS SEGUINTES MEMBROS: João Alberto Granja dos Santos Silva, Maria do Pilar Araújo Teixeira, Bento Duarte da Silva, Hugo Alexandre Lopes Soares, João Filipe Monteiro Marques, Maria Ester da Silva Taveira, Domingos da Silva Abreu, Natacha Sofia Miranda Fontes, Rui Manuel Martins Ribeiro Leite, João Vasconcelos Barros Rodrigues, Arlindo Henrique Lobo Borges, Carlos Alberto Sousa Duarte Neves, Maria Isabel Magalhães Mexia Monteiro da Rocha, Gonçalo Nuno Lopes de Castro Pimenta de Castro, Manuel Maria Beninger Simões Correia, Sílvia Maria Rodrigues de Oliveira, José Marcelino da Costa Pires, Ilda de Fátima Gomes Esteves Carneiro, Pedro Miguel Pereira de Sousa, Ana Paula Enes Morais Pereira, Bento Ferraz Gomes de Faria, Cláudia Patrícia Serapicos Alves, Sebastião Marques Quarenta, José António de Oliveira Rocha,

MANDATO XI ATA Nº. 14/2015 SESSÃO ORDINÁRIA DE 27 DE ...Tinoco Ribeiro da Silva, como Segundo Secretário. MAIORIA LEGAL - A SRª. ... José Manuel Ribeiro Afonso, Luís Filipe

  • Upload
    others

  • View
    0

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: MANDATO XI ATA Nº. 14/2015 SESSÃO ORDINÁRIA DE 27 DE ...Tinoco Ribeiro da Silva, como Segundo Secretário. MAIORIA LEGAL - A SRª. ... José Manuel Ribeiro Afonso, Luís Filipe

97

MANDATO XI

ATA Nº. 14/2015

SESSÃO ORDINÁRIA DE 27 DE NOVEMBRO DE 2015

Aos vinte e sete dias do mês de novembro do ano de dois mil e quinze, nesta

cidade de Braga, no Auditório da Empresa InvestBraga, pelas vinte e uma horas,

reuniu, em sessão ordinária, a Assembleia Municipal de Braga, sob a

Presidência da Senhora Hortense Lopes dos Santos, com a assistência do Senhor

Serafim Figueiral Rebelo, como Primeiro Secretário e do Senhor João Manuel

Tinoco Ribeiro da Silva, como Segundo Secretário. MAIORIA LEGAL - A SRª.

PRESIDENTE DA MESA comunicou que havia quórum, tendo-se verificado a

presença de setenta e dois membros. ESTIVERAM PRESENTES OS

SEGUINTES MEMBROS: João Alberto Granja dos Santos Silva, Maria do

Pilar Araújo Teixeira, Bento Duarte da Silva, Hugo Alexandre Lopes Soares,

João Filipe Monteiro Marques, Maria Ester da Silva Taveira, Domingos da Silva

Abreu, Natacha Sofia Miranda Fontes, Rui Manuel Martins Ribeiro Leite, João

Vasconcelos Barros Rodrigues, Arlindo Henrique Lobo Borges, Carlos Alberto

Sousa Duarte Neves, Maria Isabel Magalhães Mexia Monteiro da Rocha,

Gonçalo Nuno Lopes de Castro Pimenta de Castro, Manuel Maria Beninger

Simões Correia, Sílvia Maria Rodrigues de Oliveira, José Marcelino da Costa

Pires, Ilda de Fátima Gomes Esteves Carneiro, Pedro Miguel Pereira de Sousa,

Ana Paula Enes Morais Pereira, Bento Ferraz Gomes de Faria, Cláudia Patrícia

Serapicos Alves, Sebastião Marques Quarenta, José António de Oliveira Rocha,

Page 2: MANDATO XI ATA Nº. 14/2015 SESSÃO ORDINÁRIA DE 27 DE ...Tinoco Ribeiro da Silva, como Segundo Secretário. MAIORIA LEGAL - A SRª. ... José Manuel Ribeiro Afonso, Luís Filipe

Marta Filipa Azevedo Ferreira, Rui Sérgio Ferreira da Silva Dória, José Manuel

Lopes Ferreira, Manuel António Gomes Pinto, Francisco Marques de Oliveira,

Carla Maria da Costa e Cruz, Raúl Alfredo Cardoso Peixoto da Silva, Bruno

André Ferreira Gomes da Silva, Bárbara Seco de Barros, Manuel Carlos

Ferreira da Silva, Paula Cristina Barata Monteiro da Costa Nogueira, Agostinho

Fernando Monteiro Fernandes, José Manuel Ribeiro Afonso, Luís Filipe Paiva

da Mota Pedroso, João José da Costa Pires, Manuel Jorge Costa Pires, Eva

Paula Sousa, José Manuel Ferreira Gomes, António Araújo Fonseca Veiga, José

Maria Machado Silva, Fernando Alberto Oliveira Costa Silva, João da Silva

Oliveira, Manuel António Veiga de Carvalho, Carolina Nogueira Vilaça

Teixeira, Marco Paulo Ferreira de Oliveira, João António de Matos Nogueira,

Augusto Vieira de Carvalho, Sérgio Filipe de Sá Antunes Oliveira, Manuel da

Silva Dias, Ricardo José Pintos dos Anjos Ferreira, José Magalhães Soares

Gomes, Manuel de Azevedo Martins, Fernando José Ferreira Peixoto, João

Lamego Moreira, José António Vieira Peixoto, Hilário Fernandes Lopes, Carlos

Alberto Ferreira de Sá, Romeu Gomes, António Martins de Araújo, Mário José

Reis Vieira, Emiliano Renato Araújo Noversa, Alexandre José de Sá Vieira,

Manuel Pereira de Faria, Marcelino Moreira de Sá e José Manuel Gomes

Martins. SUSPENSÃO TEMPORÁRIA DE MANDATO: A Assembleia, em face

dos pedidos apresentados, deliberou aceitar a suspensão de mandato dos

seguintes membros: Filomena Maria Beirão Mortágua Sousa Freitas Bordalo,

Américo dos Santos Afonso, Rosa Maria Macedo da Cunha, Paulo Alexandre

Lopes de Carvalho Viana, Alexandre Amoedo da Cruz Lourenço, Adelino da

Costa Correia, Mário Alexandre Peixoto Gomes, Tânia Correia da Cruz, José

João Pereira Correia, Luís Jorge Vaz Santos Antunes Coelho, Nuno Álvaro

Freitas Barbosa de Alpoim, Rui Alberto Alves de Sousa e Silva, João Gilberto

Page 3: MANDATO XI ATA Nº. 14/2015 SESSÃO ORDINÁRIA DE 27 DE ...Tinoco Ribeiro da Silva, como Segundo Secretário. MAIORIA LEGAL - A SRª. ... José Manuel Ribeiro Afonso, Luís Filipe

98

Dias Sousa, Carlos Joel Barbosa Pereira, Catarina Lourenço Ribeiro e Diana

Sofia de Sá Carneiro Gonçalves Basto. FALTARAM OS SEGUINTES

MEMBROS: Vítor Manuel de Sousa Leite Cibrão Coutinho, Joaquim de

Oliveira Rodrigues e Carmindo João Costa Soares. Passou-se depois ao

PERÍODO DE INTERVENÇÃO ABERTO AO PÚBLICO. Neste período

registou-se a intervenção da SRª. LUÍSA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES DE

CASTRO, para informar que estava a intervir em nome da sua empresa

Bragataxis, a qual tinha alguns problemas com a Divisão de Trânsito, que os

ignorava e recusava a resolvê-los. Tinha já reclamado por escrito, por mail, mas

não resolvia os seus problemas. Havia uma separação entre os taxistas da

cidade e os das aldeias, que eram constantemente descriminados. Queria que

isso se resolvesse. Queria que a sua licença da freguesia de São Mamede fosse

para junto do restaurante “Gato”, para se aproximar mais da população e que a

sua licença da freguesia de Sobreposta fosse para a freguesia de Tenões. Já

tinha feito o pedido várias vezes e ainda não lhe resolveram o problema. Pediu

ainda aos Presidentes das Juntas de Freguesia o parecer, o qual foi positivo.

Mas, mesmo assim, nomeadamente a Divisão de Trânsito, ainda não resolveu a

situação. Tinha uma empresa e queria criar postos de trabalho. Era esse o apelo

que hoje ali deixava, que a Câmara Municipal não demorasse tanto tempo a

resolver os problemas das pessoas e das empresas. Registou-se depois a

intervenção do SR. JÚLIO LOPES, que disse ser munícipe desta cidade há

trinta e cinco anos, sentindo-se como um filho adotivo da cidade e que gostava

muito de cá viver, achando ser espetacular viver em Braga. Vivia na periferia da

cidade de Braga e preocupava-o a instalação de infraestruturas de rede ou fibras

óticas por parte das empresas de comunicações, designadamente, a “Nós”, a

Vodafone, a Meo, e outras, tornando o aspeto muito pouco cuidadoso, sendo

Page 4: MANDATO XI ATA Nº. 14/2015 SESSÃO ORDINÁRIA DE 27 DE ...Tinoco Ribeiro da Silva, como Segundo Secretário. MAIORIA LEGAL - A SRª. ... José Manuel Ribeiro Afonso, Luís Filipe

horrível ver cabos a passar pelo céu de uma forma desregulada. Desconhecia

quem regulava tal situação. Já esteve em favelas e nem mesmo aí isso acontecia.

Morava em Parada de Tibães, tendo feito lá um investimento e feito sacrifícios

para instalar a sua família fora do circuito urbano com a intenção de lhe dar

alguma qualidade de vida, mas porque também prezava muito a natureza.

Constatou que neste último verão proliferaram cabos de eletricidade, da “Nós”,

da Vodafone, da Meo e não conseguia compreender como era que a entidade,

que não sabia quem era que mandava a sério nisso. Os cabos cada vez eram

mais e entendia que deveria haver uma preocupação da Câmara em obrigar

essas empresas, que tinham lucros chorudos, a abrir uma vala e obrigar todas as

entidades e empresas a reunirem-se e num só buraco instalarem tudo o que

tivessem que instalar. O ano passado instalaram gás natural, abriram um

buraco. Questionando as pessoas, disseram que tinham autorização da EDP.

Abusivamente até entraram num seu terreno. Mas não conseguia compreender

quem regulava, quem vigiava e quem autorizava. Foi à Junta de Freguesia que o

informou que houve alguém que lá foi e que pretendia colocar um poste num

terreno seu, o que não autorizou, mas que lhe colocaram um poste mesmo em

frente à sua casa. Isso não o assustava, mas achava que ficava muito feio, tendo

em conta, que estava prevista a revitalização daquela zona, o que levaria mais

visitantes. Entendia que a Câmara deveria ter essa preocupação de os fazer e

reunir com vista a arranjar uma solução para essa situação. Primeiro, saber

quem regulava e permitia e depois evoluir do circuito urbano para as periferias

e acabar com isso. Passou-se, depois, ao PERÍODO DE ANTES DA ORDEM

DO DIA, que teve início com a apresentação de um Voto de Pesar, pela Srª.

Deputada do P.S., ANA PAULA ENES MORAIS PEREIRA, que começava por

dizer que o grupo do PS na Assembleia Municipal apresentava um sentido voto

Page 5: MANDATO XI ATA Nº. 14/2015 SESSÃO ORDINÁRIA DE 27 DE ...Tinoco Ribeiro da Silva, como Segundo Secretário. MAIORIA LEGAL - A SRª. ... José Manuel Ribeiro Afonso, Luís Filipe

99

de pesar pelo falecimento, no passado dia nove de novembro, do Cónego Jorge

Peixoto Coutinho, de setenta e seis anos de idade, um ímpar Vianense que quis

servir e pertencer a Braga. Jorge Peixoto Coutinho, natural de Alvarães, Viana

do Castelo, ordenado sacerdote a quinze de julho de mil novecentos e sessenta e

dois pelo Seminário da Arquidiocese de Braga. Em mil novecentos e setenta foi

nomeado Vice-Reitor do Seminário Conciliar. Foi capelão do Colégio de São

Caetano e presidente da Assembleia Geral da Fraternidade Sacerdotal. Em mil

novecentos e oitenta e cinco foi eleito Cónego Capitular do Cabido

Metropolitano e Primacial Bracarense e, em dois mil e três, Arcediagado do

Cabido. Licenciado em Filosofia pela Gregoriana em Roma, e, em Filologia

Românica pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Doutorado em

Filosofia pela Faculdade de Filosofia de Braga. O Sr. Cónego Jorge Coutinho

dedicou toda a sua vida ao ensino, à investigação, à formação e à proteção dos

mais desfavorecidos. O seu sorriso discreto, o seu temperamento reservado, a

sua sabedoria, a sua capacidade de compreensão dos outros e a sua aptidão

para congregar os Bracarenses em torno de um objetivo comum, como era

exemplo a Semana Santa de Braga, tornaram-no uma referência e um modelo de

vida. De todas as missões que realizou, a cidade de Braga e a Região Norte,

beneficiaram muito daquilo que foi ao longo dos anos o seu trabalho como

Presidente da Comissão da Quaresma e Solenidades da Semana Santa de Braga,

da dedicação que lhe votou, do empenho que teve em tornar estas solenidades

cada vez mais solenes e nobres. Concedeu à Semana Santa de Braga também a

dimensão cultural das artes humanas, a elevação, em que cada interveniente teve

espaço e oportunidade para dar o melhor de si, para se superar continuamente,

imprimindo uma dinâmica de melhoria contínua que beneficiou Braga e os

Bracarenses. O seu contributo à Semana Santa mereceu o reconhecimento de

Page 6: MANDATO XI ATA Nº. 14/2015 SESSÃO ORDINÁRIA DE 27 DE ...Tinoco Ribeiro da Silva, como Segundo Secretário. MAIORIA LEGAL - A SRª. ... José Manuel Ribeiro Afonso, Luís Filipe

diversas instituições eclesiais e civis e a candidatura a estatuto de relevância

turística, cultural e religiosa. Assim, pelo seu contributo, pelo percurso e

exemplo de vida, propunha-se que a Assembleia Municipal deliberasse: Um-

Aprovar o presente "Voto de Pesar'' pelo falecimento do Sr. Cónego Jorge

Peixoto Coutinho; Dois – Manifestar à sua Família, à Arquidiocese de Braga e à

Comissão da Quaresma e Solenidades da Semana Santa de Braga as mais

sentidas condolências, transmitindo o teor deste “Voto de Pesar”. A palavra foi

depois dada ao PRESIDENTE DA UNIÃO DE FREGUESIAS DE SÃO JOSÉ

DE SÃO LÁZARO E SÃO JOÃO DO SOUTO, SR. JOÃO JOSÉ DA COSTA

PIRES, para, por seu turno, apresentar outro Voto de Pesar, referindo que:

Faleceu no passado dia nove do corrente mês de novembro, com setenta e seis

anos de idade, o Cónego Professor Doutor Jorge Peixoto Coutinho, ilustre

capitular do Cabido Metropolitano e Primacial Bracarense; foi, ao mesmo

tempo e durante vários anos, presidente da comissão da Quaresma e das

Solenidades da Semana Santa de Braga. Dois - Natural de Alvarães, Viana do

Castelo, o Cónego Jorge Coutinho, sempre se mostrou um Bracarense de

coração; era de realçar o seu incansável contributo para elevar o prestígio desta

cidade multisecular, não só dentro mas também além-fronteiras, atraindo os

milhares de turistas estrangeiros que em cada ano nos visitavam, em número

cada vez mais crescente, para participarem ou assistirem às celebrações

religiosas e para admirarem o encanto dos muitos monumentos que enriqueciam

a história da cidade dos Arcebispos. O salto qualitativo que, com ele, atingiram

as cerimónias da Semana Santa de Braga, fizeram destas uma atração turística

nunca vista noutras cidades do país. Em consequência, e devido à sua culta e

generosa ação, a economia da cidade cresceu e ficou mais enriquecida. Três - O

Professor Doutor Jorge Coutinho foi um académico brilhante e dedicou toda a

Page 7: MANDATO XI ATA Nº. 14/2015 SESSÃO ORDINÁRIA DE 27 DE ...Tinoco Ribeiro da Silva, como Segundo Secretário. MAIORIA LEGAL - A SRª. ... José Manuel Ribeiro Afonso, Luís Filipe

100

sua vida ao ensino (nas Faculdades de Filosofia e de Teologia da Universidade

Católica), à investigação e à formação dos jovens e sua preparação para a vida;

era membro da Sociedade Científica da Universidade Católica Portuguesa desde

mil novecentos e oitenta e sete. Quatro - No plano social, o Cónego Jorge

Coutinho nutria uma paixão pelos mais desfavorecidos, sendo disso exemplo a

sua dedicação, há mais de quatro décadas, ao Colégio dos Órfãos de São

Caetano, fundado pelo grande Arcebispo de Braga, Dom Frei Caetano Brandão.

Cinco - A prolongada salva de palmas com que, à saída da Sé de Braga para

Alvarães, os Bracarenses se despediram do Cónego Jorge Coutinho, disse bem

do apreço, do carinho e da gratidão que soube conquistar junto da Comunidade

Bracarense. Assim, a Assembleia Municipal de Braga, reunida em sessão de

vinte e sete de novembro de dois mil e quinze, deliberou: Um - Manifestar à

Família, ao Cabido da Sé de Braga e à Comissão da Quaresma e das

Solenidades da Semana Santa, um voto de profundo pesar pela morte do Cónego

Prof. Doutor Jorge Peixoto Coutinho; Dois - Recomendar à Câmara Municipal

de Braga que, como forma de perpetuar a memória do Cónego Jorge Coutinho,

promovesse a atribuição do seu nome a uma das artérias da cidade de Braga. A

SRª. PRESIDENTE DA MESA informou que o voto de pesar apresentado pelo

PS pretendia acrescentar também recomendar à Câmara Municipal de Braga

que, como forma de perpetuar a memória do Cónego Jorge Coutinho,

promovesse a atribuição do seu nome a uma das artérias da cidade de Braga.

Postos à votação em simultâneo foram os dois votos de pesar aprovados por

unanimidade. Interveio de seguida o Sr. Deputado do P.S., SEBASTIÃO

MARQUES QUARENTA, para apresentar mais um Voto de Pesar que dizia que

em onze de novembro de dois mil e quinze faleceu Paulo Cunha e Silva. No

percurso académico licenciou-se em medicina, completou o doutoramento e

Page 8: MANDATO XI ATA Nº. 14/2015 SESSÃO ORDINÁRIA DE 27 DE ...Tinoco Ribeiro da Silva, como Segundo Secretário. MAIORIA LEGAL - A SRª. ... José Manuel Ribeiro Afonso, Luís Filipe

lecionou Anatomia na Universidade do Porto. Foi professor de Pensamento

Contemporâneo na Faculdade de Desporto daquela instituição. No âmbito

profissional, sempre esteve ligado à cultura. Recebeu, de resto, uma das mais

altas condecorações do governo francês, ao tornar-se "Cavaleiro da Ordem das

Artes e Letras". Desempenhava, à data do decesso o cargo de vereador da

Cultura da Câmara Municipal do Porto e foi uma das mais relevantes figuras da

cultura nortenha. Foi responsável pelas áreas do Pensamento, Ciência,

Literatura e Projetos Transversais no âmbito do projeto denominado "Porto dois

mil e um Capital Europeia da Cultura", colunista regular de jornais e

comentador de programas televisivos, diretor do Instituto das Artes do

Ministério da Cultura, entre dois mil e três e dois mil e cinco, e, conselheiro

cultural da Embaixada de Portugal em Roma entre dois mil e nove e dois mil e

doze. Foi também coordenador científico dos Estudos Contemporâneos da

Fundação de Serralves desde dois mil, lugar onde promoveu diversas atividades

em torno dos temas da cultura contemporânea. Foi colaborador regular da

fundação Gulbenkian e era igualmente presidente da comissão de Cultura do

Comité Olímpico de Portugal". Paulo Cunha e Silva, numa das últimas

entrevistas mostrou-se dececionado com certos aspetos do mundo, especialmente

na área da cultura. Dizia "Olho com tristeza e ceticismo para a captura da

política pelas finanças e da cultura pelos fundos de investimento". Sustentava

que "O sonho, mesmo que não se concretize, é o motor secreto da mudança. Um

mundo sem sonho é um mundo condenado à sua previsibilidade e anomia.

Sonhar é preciso, e é preciso perseguir o sonho, por mais inconcretizável que

pareça." Cunha e Silva, com fortes ligações familiares a Braga, merecia o

apreço desta Assembleia Municipal. Assim, o Grupo Municipal do Partido

Socialista propunha que a Assembleia deliberasse: Um - Aprovar o voto de pesar

Page 9: MANDATO XI ATA Nº. 14/2015 SESSÃO ORDINÁRIA DE 27 DE ...Tinoco Ribeiro da Silva, como Segundo Secretário. MAIORIA LEGAL - A SRª. ... José Manuel Ribeiro Afonso, Luís Filipe

101

pelo falecimento de Paulo Cunha e Silva; Dois - Respeitar um minuto de

silêncio; Três - Manifestar à sua família sentidas condolências, endereçando-lhe

o teor deste "Voto de Pesar". Posto à votação foi o presente voto de pesar

aprovado por unanimidade, seguido de um minuto de silêncio. A palavra foi

dada à Srª. Deputada da C.E.M., PAULA CRISTINA BARATA MONTEIRO

DA COSTA NOGUEIRA, para proceder à apresentação de uma Recomendação

realçando que, no Concelho de Braga, com próximo de cento e oitenta e dois mil

habitantes, viviam nove mil trezentas e setenta e seis crianças entre os cinco e os

nove anos e dez mil quatrocentas e oitenta e quatro entre os dez e os catorze

anos. Um total de dezanove mil oitocentas e sessenta crianças em idade escolar

que representavam cerca de onze por cento da população residente. Crianças

que mereciam um olhar atento da parte de quem geria os destinos do concelho.

Crianças atuais, homens e mulheres de amanhã, cuja opinião podia fazer a

diferença num mundo cada vez mais urbano e global. A iniciativa internacional

"Cidades Amigas das Crianças", lançada em mil novecentos e noventa e seis

pela UNICEF, só em dois mil e sete teve a adesão de municípios Portugueses.

Parte do princípio que o elevado número de crianças vivia nas cidades, que

deviam crescer em ambiente saudável e seguro, ter acesso a serviços essenciais e

proteção contra a violência, abusos e exploração. Tinha em vista transformar as

cidades em locais habitáveis por TODOS, assumindo que o bem-estar das

crianças era o principal indicador de uma sociedade saudável e de boa

governança. Uma Cidade Amiga das Crianças assumia os mais novos como

parceiros na tomada de decisões para a cidade. Promovia os direitos da criança

a andar sozinha nas ruas com segurança, a encontrar amigos e brincar, a viver

num ambiente com espaços verdes, seguros e sem poluição, a participar em

eventos culturais e sociais e a exercer a cidadania. Implicava que os municípios

Page 10: MANDATO XI ATA Nº. 14/2015 SESSÃO ORDINÁRIA DE 27 DE ...Tinoco Ribeiro da Silva, como Segundo Secretário. MAIORIA LEGAL - A SRª. ... José Manuel Ribeiro Afonso, Luís Filipe

definissem políticas públicas direcionadas para a criança e atribuíssem verbas

do orçamento para esse efeito, de modo explícito e que as cidades candidatas ao

título fossem escrutinadas pelo Ministério do Trabalho, da Solidariedade e

Segurança Social e pelo Comité Português da Unicef e elaborassem um relatório

regular sobre a Situação da Infância. O Comité Português da UNICEF

desencadeou recentemente o processo de relançamento do Programa em

Portugal. Para que o título de Cidade Amiga das Crianças fosse atribuído a cada

Município era indispensável que houvesse uma manifestação formal de interesse

pelo presidente da Câmara Municipal e que fosse apresentado, até março de dois

mil e dezasseis, um plano municipal de implementação do programa. Atendendo

ao exposto a Assembleia Municipal de Braga, reunida a vinte e sete de novembro

de dois mil e quinze, recomendava à Câmara Municipal de Braga: Que

desencadeasse as ações necessárias para que Braga apresentasse um Plano

Municipal de implementação do programa e se candidatasse ao título "Cidade

Amiga das Crianças". Posta à votação foi a referida recomendação aprovada

por unanimidade. Interveio de seguida o Sr. Deputado do P.S.D., JOÃO

FILIPE MONTEIRO MARQUES, para apresentar uma Moção subordinada ao

tema: “Repúdio dos ataques terroristas a Paris, de treze de novembro e

expressão de solidariedade para com o povo francês”, referindo que sendo este

um tema alvo de sucessivos e qualificados debates, o grupo parlamentar do PSD,

entendeu, ainda assim, ser um imperativo levá-lo à consideração dos

representantes dos bracarenses. Ali na assembleia onde se debatiam as questões

que diziam respeito à cidadania, não podiam deixar de assinalar o repúdio em

relação a atos bárbaros e injustificáveis, ao mesmo tempo que expressavam a

incondicional solidariedade para com o povo francês, com uma especial e

natural nota de atenção para os parisienses. Tudo isto porque os atentados do

Page 11: MANDATO XI ATA Nº. 14/2015 SESSÃO ORDINÁRIA DE 27 DE ...Tinoco Ribeiro da Silva, como Segundo Secretário. MAIORIA LEGAL - A SRª. ... José Manuel Ribeiro Afonso, Luís Filipe

102

passado dia treze de novembro, em vários pontos da capital francesa, foram um

ataque sem fronteiras. Um ataque sem fronteiras, porque perpetrado por um

grupo de gente que agiu em nome de um ideal de terror sem marcas ou limites

territoriais. Um ataque sem fronteiras porque não separou o justo do injusto, o

certo do errado, o inocente do culpado. Um ataque sem fronteiras, porque feito

em nome da mistura indiscriminada de Estado e religião, direito e moral. Este

foi, não tivessem dúvidas, um ataque a todos nós, um ataque à ideia de liberdade

que defendíamos, um ataque à democracia e, por isso, um ataque também àquela

casa. Em suma, podia ter sido ali! Entre o que sabiam hoje e o que sabiam no

dia dos atentados, nada se alterou. A barbárie que desfilou pelos ecrãs de

televisão não teve, não tinha e nunca teria desculpa e era bom afirmá-lo sem

tibieza: tinha como culpados os terroristas que realizaram os ataques. O

ocidente tinha sido perito a teorizar desculpas para problemas cujas respostas

eram mais evidentes do que aquilo que pareciam. Era certo que o combate ao

terrorismo não terminava na demonstração de força que tínhamos vindo a

assistir por parte da França, em conjunto com os EUA e a própria Rússia. Mas

não tivessem dúvidas, os atos de terror a que assistimos em Paris obrigavam a

uma resposta proporcionada e eficaz. Uma resposta que aniquilasse as ameaças

de forma exemplar. Uma resposta que pusesse em causa a continuação do

movimento terrorista DAESH e que permitisse eliminar a ameaça de novos

atentados. Essa resposta era complexa e, por isso, múltipla na sua natureza,

intensidade e urgência. O pedido de auxílio militar por parte das autoridades

francesas (lançado pela primeira vez desde que o mecanismo foi previsto no

Tratado da União Europeia) foi unanimemente respondido de forma afirmativa

pelos países da União Europeia, esperando-se desenvolvimentos na coordenação

de esforços entre os vários Estados-Membros, a muito breve prazo.

Page 12: MANDATO XI ATA Nº. 14/2015 SESSÃO ORDINÁRIA DE 27 DE ...Tinoco Ribeiro da Silva, como Segundo Secretário. MAIORIA LEGAL - A SRª. ... José Manuel Ribeiro Afonso, Luís Filipe

Sem prejuízo das ações conjuntas que o próprio mecanismo salvaguardava, a

título primordial, no seio da Organização do Tratado do Atlântico Norte

(OTAN), Portugal saberia seguramente estar à altura das suas

responsabilidades e do seu legado histórico, contribuindo, na medida das suas

disponibilidades, para apoiar um país parceiro nesta hora de grande

dificuldade. Como era sabido, em Paris residia uma imensa comunidade

portuguesa, sendo a capital francesa considerada como a segunda cidade

portuguesa no mundo. Em Paris morreram dois desses muitos portugueses que

honravam o nosso país e que engrandeciam a França. Nessa comunidade viviam

muitos bracarenses que seguramente ficaram em choque com o que aconteceu e

temiam a ocorrência de ataques semelhantes. Paris, no entanto, não foi senão o

epicentro ocidental do terror que se espalhava indiscriminadamente por diversos

pontos do globo. No Egipto, como na Nigéria, em Bamako, como em Nova

Iorque, eram infelizmente vários os exemplos do mal que atentavam contra a

vida alheia sem hesitação, em nome do pensamento único, da vertigem

fundamentalista e de valores não meramente opostos, mas verdadeiramente

adversários daqueles partilhados pelas democracias liberais, como a nossa. Na

vertigem dos acontecimentos não deveria perder-se, porém, o norte do que nos

distinguia. Era a solidariedade, o respeito pela diferença, a cultura de liberdade

e tolerância que devíamos empunhar, em primeira instância, como arma contra

a ditadura do terror. Neste momento da história, em que tantos precisavam do

nosso auxílio, importava reafirmar o compromisso com a ajuda aos refugiados,

os de hoje, os de ontem e os de amanhã, que fugiam justamente dessa ditadura.

Era no abrigo daqueles que comungavam da esperança da liberdade e da

tolerância militante que encontraríamos o espaço comum, sem fronteiras, raças

ou credos que deveria servir de base universal na luta a favor de um mundo livre

Page 13: MANDATO XI ATA Nº. 14/2015 SESSÃO ORDINÁRIA DE 27 DE ...Tinoco Ribeiro da Silva, como Segundo Secretário. MAIORIA LEGAL - A SRª. ... José Manuel Ribeiro Afonso, Luís Filipe

103

e contra o terrorismo. Assim, considerando a perda de vidas humanas e a

universalidade dos valores que foram atacados em Paris no passado dia treze de

novembro; Considerando, também, que o grau de terror e gratuitidade de

violência dos mesmos impunha um incondicional repúdio de tais atos e

manifestação de irrestrita solidariedade para com as vítimas, a cidade de Paris e

a França; Considerando que entre as vítimas se contavam vidas de cidadãos

portugueses e que Paris acolhia uma comunidade portuguesa de enorme

dimensão; Considerando que se impunha uma resposta conjunta e coordenada

de todos os agentes públicos e de todas as vontades benévolas para com o

objetivo do desmantelamento do terrorismo, à escala de responsabilidades de

cada um desses agentes; Considerando que importava não confundir franjas de

população extremista, europeia e estrangeira, com a grande maioria daqueles

que defendiam e pretendiam viver em liberdade; Considerando que o apoio

contínuo aos refugiados não devia ser posto em causa em virtude destes ataques,

a Assembleia Municipal de Braga, reunida a vinte e sete de novembro de dois

mil e quinze, aprovou: Um voto de condenação veemente e incondicional aos

ataques terroristas de que Paris foi alvo; A recomendação à Câmara Municipal

para que se redigisse e enviasse uma missiva à congénere parisiense

expressando: o repúdio incondicional dos ataques do dia treze de novembro, a

consternação da população bracarense face aos atos bárbaros conhecidos e a

solidariedade irrestrita do concelho de Braga para com Paris e os seus

cidadãos, neste momento particularmente difícil. Um minuto de silêncio em

memória das vítimas. Foi posteriormente apresentada uma outra Moção cujo

tema era: “Moção de solidariedade para com as vítimas de atos terroristas”

pelo Sr. Deputado do P.S., PEDRO MIGUEL PEREIRA DE SOUSA, que dizia

que no passado dia treze do presente mês, Paris foi palco de um dos mais

Page 14: MANDATO XI ATA Nº. 14/2015 SESSÃO ORDINÁRIA DE 27 DE ...Tinoco Ribeiro da Silva, como Segundo Secretário. MAIORIA LEGAL - A SRª. ... José Manuel Ribeiro Afonso, Luís Filipe

violentos e bárbaros ataques terroristas na Europa, causando mais de uma

centena de mortos e mais de trezentos feridos, dos quais cerca de uma centena

em estado considerado grave ou muito grave. A capital francesa voltou, neste

quadro, ao estado de emergência que não conhecia desde a Segunda Guerra

Mundial e toda a Europa se viu obrigada a reforçar meios de segurança face à

ameaça de novos atentados. Os atentados terroristas perpetrados em Paris

(cento e vinte e nove mortos), na universidade queniana de Garissa (cento e

quarenta e sete mortos), a bordo de um avião russo, no Sinai (duzentos e vinte e

quatro mortos) ou em Beirute (quarenta e três mortos), mas também nos ataques

dos extremistas islâmicos em Alepo, Damasco e Bagdad somavam milhares de

vítimas. Não esqueciam, também, e não esqueceriam nunca, as Torres Gémeas,

em Nova Iorque, a estação de Atocha, em Madrid, a rede do metro de Londres e

todos os lugares do mundo onde se matava cobardemente. Na verdade, e como

não poderia deixar de ser, todo e qualquer atentado contra a vida de cidadãos

indefesos mereciam a sua mais vil e profunda repulsa. A resposta ao terrorismo

pressupunha o conhecimento das suas causas, mas também o combate às

condições políticas, económicas e sociais concretas que constituíam o caldo

cultural para a sua aceitação como forma de luta. A urgência de uma política de

paz e desanuviamento nas relações internacionais e de respeito pelo direito

internacional que reconhecesse a soberania de todos os Estados, nomeadamente

no Médio Oriente, constituíam pilares essenciais do desenvolvimento económico,

social e cultural que defendiam. Ao invés, a escalada de ingerência e de

agressões contra Estados soberanos da região do Médio Oriente, tinha

alimentado e suportado grupos radicais de quem os refugiados que hoje

conhecíamos eram as principais vítimas, ou porque, sendo muçulmanos,

recusavam a sua interpretação abusiva do Islão ou professavam outras religiões,

Page 15: MANDATO XI ATA Nº. 14/2015 SESSÃO ORDINÁRIA DE 27 DE ...Tinoco Ribeiro da Silva, como Segundo Secretário. MAIORIA LEGAL - A SRª. ... José Manuel Ribeiro Afonso, Luís Filipe

104

nomeadamente, cristã ou judaica, ou porque a escalada terrorista que hoje

também nos ameaçava há muito destruiu as suas vidas, nos seus Países. Neste

quadro, importava, ainda, recordar que naquela fatídica Sexta- Feira, o terror

foi contra os cidadãos e as cidadãs que se divertiam e circulavam em liberdade,

foi contra a França, foi contra todas e todos nós. A violência do terrorismo

investiu contra a convivência democrática própria das gentes livres, de cidades

abertas, multiculturais, multiétnicas e inclusivas. Em Paris, cidade Luz, os

valores universais foram atingidos, mas não vencidos. Não havia morte para a

Razão. A Razão era a matriz dos valores, da dignidade, dos direitos comuns e

transversais a todas e todos. O terror não podia nunca ser percebido como

próprio de grupos étnicos ou religiosos, de grupos culturais, de nações ou

regiões. O terror era sempre um comportamento absurdo que a todos nos atingia

e que devíamos combater e repudiar. Não podíamos conceder. O horror nunca

nos traria a vertigem de desdizer os nossos códigos. Valorizemos os nossos

valores civilizacionais como forma de nos defendermos. O terror era tudo menos

civilização. Paris era agora o lugar, a que todos pertencíamos. O lugar onde se

gerava uma nova forma e força de viver e de conviver, numa vontade, individual

e coletiva, para uma luta pela dignidade e os direitos, pela liberdade, pela

solidariedade, pela fraternidade e pela democracia. Face ao exposto, a

Assembleia Municipal de Braga, reunida hoje, em sessão pública, deliberou:

Repudiar veementemente os atentados terroristas do passado dia treze, em Paris

e condenar todas as ações extremistas que tinham conduzido à morte de milhares

de inocentes; Afirmar os valores da liberdade, democracia e respeito pelo direito

internacional como princípios inalienáveis que nenhuma escalada terrorista

podia por em causa. Enviar a presente Moção para as seguintes entidades:

Ministério dos Negócios Estrangeiros; Embaixada de França em Portugal;

Page 16: MANDATO XI ATA Nº. 14/2015 SESSÃO ORDINÁRIA DE 27 DE ...Tinoco Ribeiro da Silva, como Segundo Secretário. MAIORIA LEGAL - A SRª. ... José Manuel Ribeiro Afonso, Luís Filipe

Presidência do Conselho de Ministros; Presidente da Assembleia da República;

Grupos Parlamentares da Assembleia da República; Presidente da Assembleia

Municipal; Presidentes das Juntas e Assembleias de Freguesia do concelho de

Braga; Conselho Português para a Paz e Cooperação;

Comunicação Social. Registou-se a intervenção do Sr. Deputado da C.E.M.,

MANUEL CARLOS FERREIRA DA SILVA, para informar que a CEM se

agregava àquelas moções, particularmente à do PS, na medida em que, para

além das vítimas Parisienses, se alargava e estendia a todas as vítimas do mundo,

da África e, como tal, achavam que deveria fazer-se também um minuto de

silêncio por todas essas vítimas, por se justificar. Postas à votação em simultâneo

foram as duas moções aprovadas por unanimidade, seguidas de um minuto de

silêncio. A palavra foi depois dada ao Sr. Deputado do P.P.M., MANUEL

MARIA BENINGER SIMÕES CORREIA, para proceder à apresentação de

uma outra Moção subordinada ao tema “ Primeiro de dezembro, o dia da

identidade nacional”, que revelava que um país não vivia do seu passado mas

tinha que manter viva a sua memória. Num momento histórico em que Portugal

se debatia com uma crise moral e de valores muito grave, conduzindo-nos a

republica para uma situação económica e social preocupante, em que muitos

portugueses se viam constrangidos a trocar o País por outros, era fundamental

comemorar o ato que nos uniu como povo e como Estado soberano, o momento

em que Portugal renasceu, o ato que nos projetou no futuro como Nação

independente. Até dois mil e doze, o dia da Restauração da Independência,

primeiro de dezembro, era feriado nacional. No entanto, a partir de dois mil e

treze, o último governo português decidiu eliminar o feriado de um de dezembro.

Esta data relembrava a ação de nobres portugueses, que a um de dezembro de

mil seiscentos e quarenta, invadiram o Paço Real e aclamaram Dão João, Duque

Page 17: MANDATO XI ATA Nº. 14/2015 SESSÃO ORDINÁRIA DE 27 DE ...Tinoco Ribeiro da Silva, como Segundo Secretário. MAIORIA LEGAL - A SRª. ... José Manuel Ribeiro Afonso, Luís Filipe

105

de Bragança, como rei de Portugal e gritaram: “Nós somos livres e o nosso Rei é

livre”. A restauração da independência foi o culminar de um período de grande

descontentamento por parte da população portuguesa que não estava satisfeita

com a união ibérica, entre Portugal e Espanha. A união ibérica originou

problemas à população portuguesa, com sobrecarga de impostos e envolvimento

de Portugal nos conflitos de Espanha. Não havia feriado mais importante para

uma nação do que a sua independência e para um povo do que a sua liberdade. O

primeiro de dezembro era o mais antigo feriado civil português e o mais alto dos

feriados patrióticos, tendo atravessado regimes e mudanças políticas e sociais,

sendo a forma como desde há século e meio os portugueses, da esquerda à

direita, dos monárquicos aos republicanos, escolheram celebrar a sua

independência e liberdade. Com a aprovação do Código do Trabalho,

promulgado pelo Presidente da República no dia dezoito de junho de dois mil e

doze, operou-se a supressão do feriado primeiro de dezembro. Estavam a falar,

nada mais, nada menos, da data nacional mais importante, do dia em que

celebramos o valor essencial do nosso país, como país soberano independente.

Na generalidade dos países que adquiriram a independência nacional contra

outros, esse feriado era inclusive o principal de todos os feriados,

correspondendo ao respetivo dia nacional, como era o caso dos Estados Unidos

da América, com o seu quatro de julho e como era o caso da larga maioria dos

Estados-Membros da União Europeia, bem como também o era de todos dos

países da CPLP. O dia um de dezembro constituía a origem e a matriz dos

Feriados Oficiais Portugueses. Se não tivesse existido o primeiro de dezembro de

mil seiscentos e quarenta, não haveria o dez de junho ou o vinte e cinco de abril,

pois a agenda dos feriados oficiais Portugueses coincidiria com a de Madrid.

Assim o PPM propunha à Assembleia Municipal que se aprovasse a seguinte

Page 18: MANDATO XI ATA Nº. 14/2015 SESSÃO ORDINÁRIA DE 27 DE ...Tinoco Ribeiro da Silva, como Segundo Secretário. MAIORIA LEGAL - A SRª. ... José Manuel Ribeiro Afonso, Luís Filipe

Moção: Um - Que a Assembleia Municipal de Braga recomendasse ao novo

Governo da República Portuguesa, ontem empossado, que encetasse todos os

esforços para a reposição do feriado de um de dezembro, uma data que traduzia,

porventura, como nenhuma outra, a identidade, a história e a coesão nacionais;

Dois - Que se enviasse a Moção ao Excelentíssimo Senhor Presidente da

República, ao Excelentíssimo Senhor Primeiro Ministro, ao Excelentíssimo

Senhor Presidente da Assembleia da República, e a todos os grupos

parlamentares da Assembleia da Republica, para que todos pudessem contribuir

para a reposição, enquanto feriado nacional, do dia da identidade nacional.

Posta à discussão, usou da palavra o Sr. Deputado do P.S.D., HUGO

ALEXANDRE LOPES SOARES, para tecer algumas considerações sobre a

moção agora apresentada, tendo, para o efeito, referido que a lei que suspendeu

os feriados e que decorria do memorando de entendimento assinado pelo governo

do PS, em dois mil e onze, e os credores internacionais, previa que esses feriados

ficassem suspensos, não só os dois feriados civis, mas também os dois feriados

católicos, que tivesse uma reavaliação, no ano de dois mil e dezassete, em sede de

concertação social, com os parceiros sociais para avaliar ou não do impacto que

teve na economia portuguesa e na sua produtividade essa suspensão, mas

também essa reavaliação com a Santa Sé. De resto, essa matéria foi discutida em

sede da Assembleia da República, tendo havido entrada de projetos, já nesta

legislatura, do Partido Comunista Português, do Bloco de Esquerda, do Partido

Socialista e do Partido Social Democrata, em razões diferentes. Cada um dos três

partidos da esquerda queriam que os feriados fossem já imediatamente

retomados, designadamente os dois civis. O Partido Social Democrata e o CDS-

PP, pretendiam que a lei fosse cumprida, porque as leis mereciam e deviam ter

estabilidade no nosso ordenamento jurídico e que só em dois mil e dezassete se

Page 19: MANDATO XI ATA Nº. 14/2015 SESSÃO ORDINÁRIA DE 27 DE ...Tinoco Ribeiro da Silva, como Segundo Secretário. MAIORIA LEGAL - A SRª. ... José Manuel Ribeiro Afonso, Luís Filipe

106

fizesse a avaliação, mas que se começasse já, ou desde já, essa conversação, quer

com os parceiros sociais, quer com a concertação social. A verdade era que os

três partidos da esquerda retiraram os projetos que visavam a introdução

imediata dos feriados no ordenamento jurídico nacional. Pelo que, se fosse esse o

entendimento do Sr. Deputado do PPM, se poderia até reformular a sua

recomendação, no sentido que se recomendasse ao governo, através da

Assembleia Municipal que, de imediato, se iniciassem conversações, quer com os

parceiros sociais, porque era a eles quem competia, por força da lei, fazer essa

avaliação, quer com a Santa Sé, para que, aí sim, se pudesse recuperar os quatro

feriados que o memorando de entendimento assinado pelo estado nacional e os

credores internacionais, suspenderam os tais feriados. Pedia que fizesse essa

alteração à recomendação, se não o fizesse, o Grupo Municipal do PSD, abster-

se-ia naquela votação. Registou-se ainda a intervenção da Srª. Deputada da

C.D.U., CARLA MARIA DA COSTA E CRUZ, para dizer que foi ali apenas

fazer uma intervenção para repor a verdade, porque a intervenção que acabaram

de ouvir pelo Deputado Municipal Hugo Soares e Deputado da Assembleia da

República, estava a faltar à verdade. Estava a faltar à verdade, porque era

verdade que o PCP, o Partido Ecologista “Os Verdes”, o BE e o PS entregaram

projetos de lei relativamente à reposição dos feriados. Mas não era verdade que

tivessem retirado os projetos para votação. Aquilo que foi feito foi que o PCP

exigiu, porque por lapso não o fizeram, a discussão pública relativamente a esses

projetos. E era isso que estava em discissão. Estavam em discussão pública esses

projetos. Após o período de discussão pública haveria, certamente, a discussão,

em sede de Assembleia da República. E estavam criadas as condições, com

aquele novo quadro parlamentar, para reporem os feriados, para reporem aquilo

que PSD e CDS-PP, ao longo dos últimos quatro anos, roubaram os portugueses

Page 20: MANDATO XI ATA Nº. 14/2015 SESSÃO ORDINÁRIA DE 27 DE ...Tinoco Ribeiro da Silva, como Segundo Secretário. MAIORIA LEGAL - A SRª. ... José Manuel Ribeiro Afonso, Luís Filipe

e, nomeadamente, também os trabalhadores. Retomou do uso da palavra o Sr.

Deputado do P.S.D., HUGO ALEXANDRE LOPES SOARES, para, em defesa

da honra, dizer à Srª. Deputada Carla Cruz que não o ofendia quem queria,

ofendia quem o próprio deixasse. Mas a Srª. Deputada, provavelmente, não diria,

por ignorância, para não ser também ofensivo, não participava nas conferências

de líderes e talvez o comité central lhe tivesse explicado mal. A verdade era que

era público; a verdade era que era notório; a verdade era que qualquer um dos

membros da Assembleia Municipal poderia consultar a discussão e que o

agendamento sobre os diplomas do PCP estava feito. Foi na passada quarta-feira

e na Conferência de Líderes o PCP e os demais partidos da esquerda portuguesa

retiraram os projetos de agendamento, julgava que foi assim que disse, não

tendo, portanto, faltado à verdade. Talvez por ignorância, quiçá, atrevida, a Srª.

Deputada acabou de faltar à verdade ao plenário daquela Assembleia Municipal,

mas talvez a Srª. Deputada, se quisesse, teria a oportunidade de ir ali dizer “peço

desculpa que me enganei”. Posta à votação foi a referida moção aprovada com

os votos do P.S., da C.E.M., da C.D.U. de alguns Presidentes de Junta e de um

do P.P.M.; com as abstenções do P.S.D., do C.D.S.-P.P. e de um do P.P.M.. De

seguida interveio o Sr. Deputado da C.E.M., MANUEL CARLOS FERREIRA

DA SILVA, para, numa Declaração Política, subordinada ao tema: “As eleições

e o novo quadro político: por uma utopia realista”, realçar que após um longo

tempo de consultas do Presidente da República, em que se destacaram

predominantemente banqueiros e economistas do sistema instalado, eis que

finalmente o governo do PS, com o apoio parlamentar maioritário do Bloco de

Esquerda (BE, do Partido Comunista Português (PCP) e do Partido Ecologista

Os Verdes (PEV), tomou posse e preparava-se para iniciar um novo ciclo político

de alívio e de esperança, que deixará para trás a severa política de austeridade e

Page 21: MANDATO XI ATA Nº. 14/2015 SESSÃO ORDINÁRIA DE 27 DE ...Tinoco Ribeiro da Silva, como Segundo Secretário. MAIORIA LEGAL - A SRª. ... José Manuel Ribeiro Afonso, Luís Filipe

107

empobrecimento sobre uma larga maioria de portugueses. Poder-se-ia pensar

que a Cidadania em Movimento (CEM), enquanto grupo de cidadãos/ãs, deveria

ocupar-se de assuntos locais e/ou deveria manter-se indiferente ou neutro

perante a viragem histórica que estava a ocorrer no País. Nessa linha de

pensamento também poderiam dizer que Ricardo Rio, como Presidente da

Câmara, tão pouco poderia ou deveria imiscuir-se nos assuntos nacionais e em

lides partidárias da coligação nos períodos eleitorais e pós-eleitorais. Mas não.

A CEM, mesmo discordando das posições do Presidente da Câmara, (por

exemplo, do esquecimento, na comemoração de quarenta anos da Associação

Industrial do Minho, dos verdadeiros produtores de riqueza que eram os

trabalhadores) e sobretudo da instrumentalização de associações, de IPSS e

mesmo de estruturas eclesiásticas, da utilização de certas manobras eleitorais

como “convívios” e passeios a pessoas de terceira idade, assumia que todos

obviamente podiam tomar posição e que tão pouco a CEM podia ficar no meio da

ponte; antes, pelo contrário, a CEM congratulava-se com este compromisso

histórico das esquerdas, na medida em que ele era favorável à grande maioria

dos portugueses e portuguesas. Pela primeira vez, na democracia portuguesa no

pós vinte e cinco de abril se recolocou na prática o princípio constitucional de

que as eleições eram, em primeira instância, eleições de deputados e não para

primeiro-ministro. Não obstante as iniciais condições excludentes por parte do

Presidente da República de dois partidos com um milhão de votos e quase vinte

por cento de eleitores, alegadamente cidadãos de segunda, a CEM saudava não

só a determinação do PS como a disponibilidade dos demais partidos de

esquerda – BE, PCP e PEV – em dar o suporte parlamentar necessário com o

propósito de virar a página da austeridade, repor salários e pensões, subir o

salário mínimo nacional, reforçar o Estado Social e reverter algumas das

Page 22: MANDATO XI ATA Nº. 14/2015 SESSÃO ORDINÁRIA DE 27 DE ...Tinoco Ribeiro da Silva, como Segundo Secretário. MAIORIA LEGAL - A SRª. ... José Manuel Ribeiro Afonso, Luís Filipe

privatizações. Não só o Partido Socialista se reorientou mais à esquerda como os

partidos à sua esquerda (BE, PCP e PEV), não obstante as respetivas diferenças

programáticas, nomeadamente face ao PS, souberam sentar-se à mesa para

negociar um programa de governo e responder realisticamente às suas respetivas

bases de apoio na atual emergência nacional. Quase toda a direita evidenciou

estupefação, pavor ou mesmo raiva, quando os seus interesses instalados e suas

novas expetativas no próximo futuro poderiam estar em risco ou gorar-se perante

o facto de perfilar-se no horizonte um legítimo, histórico e inédito entendimento à

esquerda, entre o PS, o BE, o PCP e o PEV. Sim, histórico e inédito e, em grande

parte inesperado, porque tradicionalmente o PS – que governou em maioria

absoluta ou, em maioria relativa, com acordos pontuais à esquerda ou à direita –

desta vez, mais ainda quando não alcançou a maioria relativa, era certo,

evidenciou a lucidez de romper com o estafado “arco da governação”, responder

à crise social e económica das classes sociais mais afetadas pela austeridade, ir

ao encontro do originário ideário social-democrata e liderar uma alternativa

política com base num acordo de incidência parlamentar com os referidos

partidos. Por isso, era de saudar este compromisso histórico à esquerda e, como

tal, ignorar fantasmagorias de “falta de ética”, de “obscenidade política”, de

“fraude eleitoral” e até de “Golpe de estado”, manifestações em torno do dilema

ou “nós” ou o “dilúvio caótico” ou insinuações de “traição” às motivações do

eleitorado! Estavam perante mais uma das experiências inovadoras numa Europa

economicamente desregulada e dominada por partidos democratas – cristãos

e/ou mesmo sociais – democratas mas rendidos ao neoliberalismo e incapazes de

regular mercados financeiros, criar emprego e restaurar o setor público, reforçar

o Estado Social, reduzir a pobreza e combater desigualdades, enfim, redistribuir

de modo mais equitativo a riqueza, nomeadamente os rendimentos. Com esta

Page 23: MANDATO XI ATA Nº. 14/2015 SESSÃO ORDINÁRIA DE 27 DE ...Tinoco Ribeiro da Silva, como Segundo Secretário. MAIORIA LEGAL - A SRª. ... José Manuel Ribeiro Afonso, Luís Filipe

108

nova experiência política, a política no sentido nobre regressou e em força:

nunca se discutiu tanto política após mil novecentos e setenta e cinco. Não só a

democracia participativa e associativa podiam florescer e revigorar-se como a

democracia representativa, em crescente crise e descrédito nos últimos tempos,

podia reganhar novo fôlego e renovar-se, podendo, além disso, ser dado um novo

impulso para reconquistar direitos (a reposição de feriados e do horário das

trinta e cinco horas teimosamente rejeitado por este executivo e pelo PSD/CDS

nesta Assembleia Municipal, seguidistas da politica governativa do PSD/CDS) ou

alcançar novos direitos (co adoção de crianças por casais homossexuais, a

procriação medicamente assistida com apoio público), rejeitar planos de maior

privatização da saúde ou da municipalização da educação ou entrega desta a

privados onde havia escolas públicas, contribuir para democratizar as

instituições europeias e internacionais entregues a uma espécie de tecnocracia e

financeira. Era hora de combater preconceitos e fantasmas e sobretudo o

fatalismo conservador - neoliberal de que “não há alternativa”. Era hora da

viragem, era hora de criar esperança e sonhar com uma utopia realista, vista

esta como alavanca de mudança gradual e progressista por mais democracia,

mais justiça e bem-estar social. Usou depois da palavra o Sr. Deputado do

C.D.S-P.P., GONÇALO NUNO LOPES DE CASTRO PIMENTA DE

CASTRO, para apresentar outra Declaração Política, subordinada ao tema: “Os

quarenta anos do vinte e cinco de novembro de mil novecentos e setenta e cinco”,

que começava por realçar que em vinte e cinco de novembro de mil novecentos e

setenta e cinco forças moderadas e radicais defrontaram-se numa luta forte e

determinada. Ganharam os moderados. O arco da governação, composto por PS,

PSD e CDS, iniciava o seu projeto para o país, colocando Portugal na rota da

democracia pluralista, no caminho do desenvolvimento económico e social, no

Page 24: MANDATO XI ATA Nº. 14/2015 SESSÃO ORDINÁRIA DE 27 DE ...Tinoco Ribeiro da Silva, como Segundo Secretário. MAIORIA LEGAL - A SRª. ... José Manuel Ribeiro Afonso, Luís Filipe

caminho da Europa e das suas organizações de desenvolvimento e segurança, no

modelo europeu de desenvolvimento humano, social, político e económico. O

partido comunista, a União Soviética e a restante extrema­ esquerda saíram

derrotados. Porque foi necessário lutar pela democracia pluralista: a vinte e

cinco de agosto com a chegada ao poder da nova liderança do PCP, foi

constituída a Frente de Unidade Revolucionária (FUR), com o objetivo claro de

preparar, nas ruas, o golpe que aniquilaria as forças da «reação» e colocaria no

poder um governo da vanguarda revolucionária. O PCP deixaria cair o

primeiro-ministro Vasco Gonçalves, seu aliado, mas já esgotado por mais de um

ano de sucessivos governos provisórios, cada vez menos populares. Sucedeu-lhe

o almirante Pinheiro de Azevedo, aceite pelos comunistas mas que rapidamente

lhes fez frente. A FUR incluía a LCI, movimento trotskista, onde militava

Francisco Louçã, hoje no Bloco de Esquerda; o MDP (partido satélite do PCP,

equivalente ao que eram hoje os Verdes); a FSP (dissidentes do PS); o PRP-BR,

de Isabel do Carmo e Carlos Antunes (mais tarde indiciados por atos

terroristas); a Organização primeiro de maio; e a LUAR movimento autor de

ações espetaculares contra a ditadura de Salazar e Marcelo Caetano. Os

diversos partidos inscreviam-se nas correntes mais díspares- e rivais- e faziam a

síntese impossível: havia Leninistas, trotskistas, não-alinhados, católicos

progressistas e até alguns maoistas. Só a UDP (hoje parte integrante do Bloco de

Esquerda), da linha albanesa, corria em pista própria. A junção de todos estes

movimentos inconciliáveis só se percebia à luz da preparação de uma frente

comum contra todos os que defendiam um regime parlamentar, pluralista,

alinhado com a Europa Ocidental, a CEE e a NATO. A FUR tinha um braço-

armado clandestino nas Forças Armadas, os SUV (Soldados Unidos Vencerão),

encarregado de espalhar propaganda e promover a agitação nos quartéis, à

Page 25: MANDATO XI ATA Nº. 14/2015 SESSÃO ORDINÁRIA DE 27 DE ...Tinoco Ribeiro da Silva, como Segundo Secretário. MAIORIA LEGAL - A SRª. ... José Manuel Ribeiro Afonso, Luís Filipe

109

margem da tradicional disciplina militar. Os comunistas recuaram no último

momento. O todo-poderoso secretário-geral do PCP, Álvaro Cunhal, percebeu

que, numa guerra civil, os revolucionários perderiam contra as forças

moderadas, que detinham as principais unidades militares do País e tinham a

grande maioria da população a seu favor. Em caso de conflito e derrota, o PCP

seria arrastado e corria o risco de desagregação, carregando o ónus da eclosão

de uma guerra civil. Na composição parlamentar da Assembleia Constituinte,

eleita a vinte e cinco de abril desse ano, as forças revolucionárias tinham trinta e

seis dos duzentos e cinquenta deputados e as forças moderadas duzentos e

catorze. Já agora, um pequeno apontamento engraçado, passados quarenta anos,

a extrema-esquerda voltava a ter os mesmos trinta e seis deputados na

Assembleia. As forças moderadas, mais numerosas, organizadas e disciplinadas,

eram coordenadas pelo coronel António Ramalho Eanes (que seria depois eleito

Presidente da República, nas primeiras eleições presidenciais por sufrágio

universal, em mil novecentos e setenta e seis, e reeleito em mil novecentos e

oitenta), e anularam, com profissionalismo militar, a aventura dos revoltosos,

mal organizados e pouco disciplinados. Pires Veloso, comandante da Região

Militar Norte, Franco Charais, seu congénere do Centro e Vasco Lourenço,

homólogo em Lisboa, eram homens dos nove ou próximos do grupo. Tinham o

Exército na mão. Jaime Neves liderava os Comandos da Amadora, protagonizava

as ações mais espetaculares, ao expulsar os ocupantes do emissor de Monsanto

da RTP e ao cercar o poderoso quartel de Lanceiros dois, na Ajuda, onde estava

a força revolucionária da Polícia Militar (PM) liderada pelo major Mário Tomé,

mais tarde deputado da UDP (partido hoje absorvido pelo Bloco de Esquerda).

Esta ação provocou os únicos mortos - três - do vinte e cinco de novembro, todos

militares da PM. Não era, propriamente, o temido banho de sangue... O

Page 26: MANDATO XI ATA Nº. 14/2015 SESSÃO ORDINÁRIA DE 27 DE ...Tinoco Ribeiro da Silva, como Segundo Secretário. MAIORIA LEGAL - A SRª. ... José Manuel Ribeiro Afonso, Luís Filipe

Presidente Costa Gomes representou um papel crucial de moderação e de defesa

da legalidade. Estava evitada a guerra civil. "O Verão Quente, entre onze de

março e vinte e cinco de novembro, fora longo- oito meses de constante tensão

político-militar e um clima de guerra civil latente. Pelo meio, o primeiro-ministro

Pinheiro de Azevedo chegou a ser cercado, com o seu Governo, em São Bento,

por elementos da FUR e o Governo chegou a entrar em greve! O cerco repetir-

se-ia, poucas semanas antes do vinte e cinco de novembro, em torno do

Parlamento, pelos sindicatos da construção civil, apoiados pela FUR. Os

deputados da Assembleia Constituinte estiveram sequestrados quarenta e oito

horas, enquanto operários em fato-macaco ocupavam os vetustos sofás dos

corredores, numa reconstituição lusitana da tomada do Palácio de Inverno, pelos

bolcheviques, na revolução russa de mil novecentos e dezassete. O vinte e cinco

de novembro normalizou o esquizofrénico clima político nacional. A

estabilização surgia com a aprovação da Constituição, em mil novecentos e

setenta e seis, com os votos de todos os partidos à exceção do CDS, e com a

eleição do primeiro Governo Constitucional, chefiado por Mário Soares (PS)" -

relatou Filipe Luís. Não havia dúvida que a maioria dos portugueses devia muito

ao movimento dos capitães de abril, que entrou na História como uma forma

exemplarmente pacífica de pôr fim a uma longa ditadura, dando origem à

construção da democracia no país. Mas também era verdade que alguns desses

militares, apoiados por um grande leque de forças políticas, travaram a queda de

Portugal no precipício da ditadura comunista opondo-se a outros militares "de

Abril". O vinte e cinco de novembro de mil novecentos e setenta e cinco deveria

possuir o mesmo estatuto do que o vinte e cinco de abril de mil novecentos e

setenta e quatro, sob pena de estarmos a admitir a existência de meias verdades

na História recente de Portugal. Se celebrávamos a queda de uma ditadura, por

Page 27: MANDATO XI ATA Nº. 14/2015 SESSÃO ORDINÁRIA DE 27 DE ...Tinoco Ribeiro da Silva, como Segundo Secretário. MAIORIA LEGAL - A SRª. ... José Manuel Ribeiro Afonso, Luís Filipe

110

que razão não fazíamos o mesmo em relação à data em que foi travada a

imposição de uma ditadura da extrema-esquerda? No conturbado período que

vivíamos, esta reconstituição histórica, fazia ainda mais sentido: passados

quarenta anos, da data, em que os partidos efetivamente democráticos,

conseguiram impedir a instauração de uma ditadura de índole soviética, não

deixava de ser irónico e até diriam mesmo, um mau pronuncio, que essas mesmas

forças partidárias conseguissem pela primeira vez, chegar ao Governo de

Portugal. Tal só acontecia à boleia de um novo Partido Socialista, que fruto de

uma ambição desmesurada, apenas pensava na conquista do poder, fazendo

tábua rasa da história do próprio PS. Quanto ao vinte e cinco de novembro de

mil novecentos e setenta e cinco, não tinham dúvidas que o mesmo merecia ser

comemorado, quanto ao vinte e cinco de novembro de dois mil e quinze,

receavam que o mesmo viesse a ser recordado pelos piores motivos. Oxalá

estivessem errados. Interveio depois o Sr. Deputado da C.E.M., MANUEL

CARLOS FERREIRA DA SILVA, para, noutra Declaração Política com o

tema: “O bairro do Picoto: plano de um simulacro de reabilitação”, dizer que na

sequência da demolição das barracas no Parque da Ponte em mil novecentos e

noventa e sete, a Câmara Municipal de Braga, dando eco a um abaixo-assinado

de cerca de quatrocentas pessoas para ser construído um bairro de ciganos

segregado da cidade, acabou por ceder a esta onda excludente, com o intrigante

argumento de que “ os ciganos pretendiam continuar a residir agrupados

segundo a organização que tinham nas barracas.” O certo era que, em vez de

construções adequadas à vida coletiva dos ciganos, foi construído um complexo

habitacional no Picoto, em que cada casa, com portas e janelas de vidro

transparentes, tinha três alegados “andares”, cada um com uma divisão ou

quarto “empinado” um sobre outro, com cerca de vinte íngremes degraus, e sem

Page 28: MANDATO XI ATA Nº. 14/2015 SESSÃO ORDINÁRIA DE 27 DE ...Tinoco Ribeiro da Silva, como Segundo Secretário. MAIORIA LEGAL - A SRª. ... José Manuel Ribeiro Afonso, Luís Filipe

espaço para colocar eletrodomésticos e sobretudo mesas e móveis! Para agravar

mais o processo segregacionista e discriminatório foi seguidamente colocado

junto deste bairro isolado um posto da PSP como força dissuasora de eventuais

infrações ou crimes de membros de etnia cigana! O bairro com cerca de cento e

cinquenta pessoas, separado da cidade por uma íngreme ladeira, tinha-se

mantido social e culturalmente isolado, enquistado e afastado da vida da cidade.

Era conhecido das diversas forças políticas a organização de um colóquio

organizado pelo Centro de investigação em Ciências Sociais da Universidade do

Minho, tendo tido a oportunidade de visitarem aquele bairro, representantes dos

partidos e grupos com assento na Assembleia Municipal. Deste e doutros

contactos anteriores e subsequentes puderam inferir que a maioria dos

moradores preferia a demolição e o seu realojamento, pois, para além da falta de

condições habitacionais dignas, as casas, sobretudo as situadas junto à encosta

do monte, eram extremamente húmidas e estavam deterioradas por penetração

das águas da encosta e com extensas rachadelas nas paredes, pelo que os

habitantes, nomeadamente crianças e idosos tinham graves problemas de saúde.

Tendo em conta que as relações sociais oscilavam entre um pólo de proximidade

e afetividade e um pólo de alheamento e distanciamento ou mesmo repulsa, nas

relações entre portugueses ciganos e não ciganos predominava este segundo pólo

em que as situações de discriminação e racização eram fruto de insociabilidades

e distanciamentos em que o diferente era visto como inferior ou mesmo perigoso.

Por isso, a CEM considerava que o mais adequado seria iniciar uma política de

sociabilidade interétnica e multicultural, o que implicava a demolição pelas

razões de degradação, isolamento e estigmatização dos membros da comunidade

cigana. E, se eventualmente após um estudo se concluísse, a partir de vários

argumentos e evidências, que o bairro pudesse ser reabilitado, tal só poderia ter

Page 29: MANDATO XI ATA Nº. 14/2015 SESSÃO ORDINÁRIA DE 27 DE ...Tinoco Ribeiro da Silva, como Segundo Secretário. MAIORIA LEGAL - A SRª. ... José Manuel Ribeiro Afonso, Luís Filipe

111

lugar sob três condições: Primeiro - uma real reabilitação urbana com condições

de habitação dignas dos tempos de hoje; Segundo - uma recomposição social do

bairro, da qual resultasse não um bairro etnicamente homogéneo mas pluriétnico

e pluricultural, tal implicando o realojamento de famílias ciganas e não ciganas;

Terceiro - a descida de quota e ligação do bairro com a vida urbana,

proporcionando um espaço aprazível suscetível não só de quebrar evitamentos e

hostilidades como promover a convivência interétnica entre velhos e novos

moradores. Tendo a CEM consciência que o Partido Socialista já se teria

apercebido do erro da construção deste bairro segregado, o que os espantava era

ver os partidos da coligação PSD/CDS, que ao tempo do executivo de Mesquita

Machado eram favoráveis à demolição, agora abandonassem a ideia e se

inclinassem pela reabilitação, a qual, com o dinheiro disponível no orçamento

para dois mil e dezasseis, não passará contudo de um simulacro de reabilitação

ou requalificação. Como se explicava? Por falta de verbas ou as prioridades ou

escolhas de afetação de recursos eram outras (por exemplo, a renovação do PEB,

dinamização económica e empreendedorismo a cargo da InvestBraga)?

Certamente que era mais fácil entregar cheques de fundos comunitários para os

programas geridos pela InvestBraga, por exemplo, do que trabalhar e contribuir

para a valorização de territórios socialmente desvalorizados. Se o executivo

camarário enchia a boca de que apoiava as famílias mais carenciadas, por que

era que, em vez de se empenhar seriamente num processo de valorizar territórios

com identidades negativas, contribuía para a manutenção do ferrete do estigma

para com os ciganos? Onde estava a política social da Câmara e em particular a

política de habitação social básica? Ou preferia o Senhor Presidente da Câmara,

talvez mesmo acompanhado por alguma figura eclesiástica, prosseguir, como

bom “empreiteiro da moral”, uma politica de segregação da minoria étnica

Page 30: MANDATO XI ATA Nº. 14/2015 SESSÃO ORDINÁRIA DE 27 DE ...Tinoco Ribeiro da Silva, como Segundo Secretário. MAIORIA LEGAL - A SRª. ... José Manuel Ribeiro Afonso, Luís Filipe

cigana, mais ainda servindo-se de alguns dos ciganos para alardear a

intervenção camarária, como o fez no corrente ano em Santa Tecla, a prometer a

famílias desprovidas (ciganas e não ciganas) mundos e fundos comunitários para

os bairros sociais? Pelo que puderam verificar no plano de atividades para dois

mil e dezasseis, estavam mais uma vez perante uma sessão de fogo-de-vista, sem

real substrato político e sem suficiente suporte financeiro. Pela sua parte,

estavam convictos que outros mundos eram possíveis, importava promover

relações interétnicas pacíficas e de respeito mútuo pelos direitos de uns e outros

e de práticas de multiculturalidade à luz duma cidadania plena. Depois foi a vez

do Sr. Deputado da C.D.U., BRUNO ANDRÉ FERREIRA GOMES DA SILVA,

apresentar outra Declaração Política, salientado que dois dias após a

comemoração do vinte e cinco de novembro, urgia recordar que o respeito pelas

liberdades e pelos direitos implicava uma luta constante e árdua. Uma

comemoração que nos recordava que todos os tipos de violência deviam merecer

repúdio. Foi sob esse pretexto que no pretérito dia vinte e cinco de novembro se

celebrou o dia internacional pela eliminação da violência contra as mulheres.

Recordassem, também, um “outro” vinte e cinco de novembro, sublinhando o

nosso vívido repúdio contra a violência que ali era celebrada pela direita

radical: A saber: treze de julho de mil novecentos e setenta e cinco: Assalto e

destruição do Centro de Trabalho do PCP em Rio Maior; vinte e um de julho de

mil novecentos e setenta e cinco: Assalto ao Centro de Trabalho do PCP em

Estarreja, Aveiro, Castelo Branco e Oliveira de Azeméis; onze de agosto de mil

novecentos e setenta e cinco: Assalto e destruição do Centro de Trabalho do PCP

em Braga; vinte e seis de agosto de mil novecentos e setenta e cinco: Assalto ao

Centro de Trabalho do PCP na Areosa (Porto e Peniche); vinte e sete de agosto

de mil novecentos e setenta e cinco: Assalto ao Centro de Trabalho do PCP em

Page 31: MANDATO XI ATA Nº. 14/2015 SESSÃO ORDINÁRIA DE 27 DE ...Tinoco Ribeiro da Silva, como Segundo Secretário. MAIORIA LEGAL - A SRª. ... José Manuel Ribeiro Afonso, Luís Filipe

112

Esmoriz; vinte e quatro de setembro de mil novecentos e setenta e cinco: Bomba

contra o Centro de Trabalho do PCP em Vieira do Minho; vinte e dois de

setembro de mil novecentos e setenta e cinco: Bomba Contra o Centro de

Trabalho do PCP na Marinha Grande; vinte e quatro de setembro de mil

novecentos e setenta e cinco: Bomba contra militante do PCP em Fafe; dez de

outubro de mil novecentos e setenta e cinco: Atentado contra militante do PCP no

Porto; quinze de outubro de mil novecentos e setenta e cinco: Bomba contra

militante do PCP no Porto; catorze de novembro de mil novecentos e setenta e

cinco: Bomba contra sede da CGTP e da UEC no Porto; quatro de dezembro de

mil novecentos e setenta e cinco: Bomba contra o Centro de Trabalho do PCP em

Famalicão. Apenas em julho de mil novecentos e setenta e cinco, foram

contabilizados oitenta e seis atos de violência contra Centros de Trabalho e

dirigentes do PCP. Em agosto do mesmo ano, ocorreram cento e cinquenta e três

assaltos, dos quais cinquenta e cinco com destruição dos Centros de Trabalho do

PCP, vinte e cinco do MDP/CDS, trinta e nove incêndios de origem criminosa,

quinze bombas e dezenas de agressões. Festejassem, pois então, todos os dias de

luta contra violência. Envergonhasse-se esta direita de celebrar, numa casa da

Democracia, um dia tão vergonhoso como aquele que ocorreu em vinte e cinco

de novembro de mil novecentos e setenta e cinco. Envergonhasse-se esta direita

de manter nesta cidade uma estátua tão indigna. Porque as bombas não podiam

ser, jamais, fonte de celebração. Fossem elas lançadas contra um restaurante em

Paris ou contra um Centro de Trabalho do PCP. Outra Declaração Política foi

presente, agora pelo Sr. Deputado do P.S.D., JOÃO ALBERTO GRANJA DOS

SANTOS SILVA, dizendo que, pelo segundo ano consecutivo, Braga foi

distinguida como Autarquia mais Familiarmente Responsável, fruto de políticas

municipais amigas das Famílias Bracarenses que contribuíam, efetivamente,

Page 32: MANDATO XI ATA Nº. 14/2015 SESSÃO ORDINÁRIA DE 27 DE ...Tinoco Ribeiro da Silva, como Segundo Secretário. MAIORIA LEGAL - A SRª. ... José Manuel Ribeiro Afonso, Luís Filipe

para o aumento da qualidade de vida dos cidadãos. O prémio foi atribuído pelo

Observatório das Autarquias Familiarmente Responsáveis (OAFR) e foi recebido

por Firmino Marques, Vice-Presidente da Câmara Municipal de Braga, no

passado dia dezoito de novembro, na Associação Nacional de Municípios, em

Coimbra. Como era sabido este Executivo Municipal definiu como prioritária a

área social. O que se refletia na implementação de medidas que beneficiavam as

famílias, nomeadamente as mais carenciadas. Eis alguns exemplos dos dois

últimos anos: procedeu à oferta generalizada dos manuais escolares aos alunos

do primeiro ciclo; reforçou os apoios sociais aos alunos do escalão A e B; a

redução da taxa de IRS para as famílias; reduziu a taxa do IMI – Imposto

Municipal sobre Imóveis; reduziu a tarifa de água para famílias numerosas e

IPSS’s; criou o cartão sénior e cartão famílias numerosas com um significativo

conjunto de benefícios; revitalizou o projeto “Avóspedagem”; lançou um

programa de apoio à vacinação; em parceria com outras entidades, inovou, ao

disponibilizar aos cidadãos os programas do “Pimpolho e “Braga a Sorrir”;

alavancou o projeto “Bragasol” e dinamizou, para as crianças das famílias

carenciadas, - o programa “Férias Fantásticas”, assim como a Colónia Balnear

na Fundação “O Século”. Os factos falavam por si e estas medidas eram sentidas

diariamente por todos os Bracarenses que beneficiavam de uma melhoria

evidente da sua qualidade de vida. A Bandeira Verde tinha como principal

objetivo dar visibilidade às autarquias com boas práticas e incentivar as

restantes a fazerem mais e melhor no âmbito das políticas de apoio à família. A

iniciativa favorecia o diagnóstico interno e promovia a cooperação entre as

autarquias, “ajudando efetivamente à criação de uma cultura favorável à família

e à conciliação Família/Trabalho”. Por último, uma saudação para os

municípios minhotos que, além de Braga, foram distinguidos com aquele

Page 33: MANDATO XI ATA Nº. 14/2015 SESSÃO ORDINÁRIA DE 27 DE ...Tinoco Ribeiro da Silva, como Segundo Secretário. MAIORIA LEGAL - A SRª. ... José Manuel Ribeiro Afonso, Luís Filipe

113

galardão: Famalicão, Póvoa de Lanhoso e Vieira do Minho. Passou-se de

seguida à apresentação da ORDEM DE TRABALHOS: PONTO NÚMERO UM

– APROVAÇÃO DA ATA DO DÉCIMO PRIMEIRO MANDATO NÚMERO

TREZE BARRA DOIS MIL E QUINZE, DE NOVE DE OUTUBRO. Submete-

se à aprovação da Assembleia Municipal, nos termos do número dois, do artigo

quinquagésimo sétimo, do Anexo um da Lei número setenta e cinco barra dois mil

e treze, de doze de setembro, a ata número treze barra dois mil e quinze, do

décimo primeiro Mandato, referente à sessão ordinária da Assembleia Municipal,

realizada em nove de outubro. Posta à votação foi a referida ata aprovada por

unanimidade. PONTO NÚMERO DOIS – GRANDES OPÇÕES DO PLANO E

ORÇAMENTO DA CÂMARA MUNICIPAL DE BRAGA PARA O ANO DE

DOIS MIL E DEZASSEIS E MAPA DE PESSOAL. Submete-se à apreciação e

votação da Assembleia Municipal, nos termos da alínea a), do número um, do

artigo vigésimo quinto do Anexo um da Lei número setenta e cinco barra dois mil

e treze, de doze de setembro, a proposta do Executivo Municipal, aprovada em

reunião de vinte e seis de outubro do ano em curso, relativa às Grandes Opções

do Plano e Orçamento da Câmara Municipal para o ano de dois mil e dezasseis,

bem como o mapa de pessoal previsto no número três, do artigo vigésimo oitavo

da Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas, aprovada pela Lei número trinta

e cinco barra dois mil e catorze, de vinte de junho, nos termos da alínea o), do

número um do artigo vigésimo quinto do Anexo um da Lei número setenta e cinco

barra dois mil e treze, de doze de setembro e ainda a estimativa da despesa fiscal

decorrente de isenções e reduções, para o ano de dois mil e dezasseis, nos termos

do disposto no número dois, do artigo quadragésimo primeiro do Regulamento

Municipal de Taxas e Licenças e que aqui se dá por reproduzida e transcrita e

vai ser arquivada em pasta anexa ao livro de atas. Posta à discussão, começou

Page 34: MANDATO XI ATA Nº. 14/2015 SESSÃO ORDINÁRIA DE 27 DE ...Tinoco Ribeiro da Silva, como Segundo Secretário. MAIORIA LEGAL - A SRª. ... José Manuel Ribeiro Afonso, Luís Filipe

por usar da palavra a Srª. Deputada da C.D.U., BÁRBARA SECO DE

BARROS, que, a propósito, disse que passados dois anos de governação do

“tempo novo” que a maioria neste executivo municipal tanto apregoou – e

continuava a apregoar – deparavam-se, pela terceira vez, com um documento

repleto de promessas e intenções, que lhes davam conta de uma cidade quase ao

nível da ilha Utopia de Thomas More – não pela forma como estava organizada,

como ficava claro – mas somente pelo facto de existir apenas no papel. E este

papel extenso, onde lhes eram explicadas as linhas que orientavam a governação

do nosso município, e onde os chavões habituais se seguiam uns aos outros, com

uma ou outra atualização que urgia introduzir pela força do jargão tecnológico e

empresarial, poderia resumir-se, no final, a muito pouco. O Plano de Atividades

organizava-se segundo quatro eixos de desenvolvimento que, por sua vez, se

operacionalizavam em dez linhas de ação. Não se iriam pronunciar sobre cada

um destes pontos, como era natural, até para não correrem o risco de cair na

tentação de copiar a demagogia dos textos que os descreviam. Centravam-se,

então, apenas em alguns aspetos que facilmente comprovavam que o Rei, afinal,

vai mesmo nu. Logo à cabeça, foram presenteados com o plano para a

dinamização económica e a afirmação turística, onde não faltavam os familiares

termos como inovação, talento e empreendedorismo. Pela linha de raciocínio

logo dos primeiros parágrafos, queria-lhes parecer que estas seriam as

competências que o município encarava como chave para combater o

desemprego jovem e o de longa duração. Isto porque o Plano Estratégico para o

Desenvolvimento de Braga dois mil e catorze-dois mil e vinte e seis – sobre o

qual tiveram também oportunidade de se pronunciar – apresentava o que era

definido como uma visão clara de especialização inteligente, que ia permitir que

Braga, e passava a citar: “Um - Se posicione no top dez ibérico e top três

Page 35: MANDATO XI ATA Nº. 14/2015 SESSÃO ORDINÁRIA DE 27 DE ...Tinoco Ribeiro da Silva, como Segundo Secretário. MAIORIA LEGAL - A SRª. ... José Manuel Ribeiro Afonso, Luís Filipe

114

nacional a nível económico, cultural e de qualidade de vida; Dois - Atinja um

índice de crescimento de um por cento acima da média da Península Ibérica;

Três - Tenha uma geração líquida de pelo menos quinhentos novos empregos por

ano; Quatro - Se afirme como uma “innovation city da Ibéria” com património

milenar e Cinco - Se consolide como centro de indústrias inovadoras e da

juventude”. À primeira vista, tinham que admitir, estes objetivos pareciam

incríveis e especialmente importantes para consolidar Braga como uma cidade

do desenvolvimento económico. No entanto, bastava continuar a ler para

perceber em que se baseavam todos estes pontos. Por exemplo: a criação do

“Innovation Arena”, novo Parque de Inovação e de Negócios de Braga, que era

focado no sector das Tecnologias de Informação, Comunicação e Eletrónica e no

“nearshoring”, e que representará, segundo o entusiasmo deste documento, um

salto como nunca antes visto no sector empresarial e industrial do concelho. De

seguida, eram lembrados do tipo de empresas que constituíam um exemplo para a

maioria neste executivo: Bosch, IBM ou a Randstad/Vodafone. Ora, não seria

necessário lembrar, mas o melhor era fazê-lo, que estas eram empresas que

recorriam a contratos temporários, que pagavam salários baixos, que estavam

constantemente a despedir trabalhadores para depois recrutar outros tantos para

as mesmas funções e que desrespeitavam em larga escala (quase diria

proporcional à larga escala de emprego que garantiam) os direitos dos seus

funcionários. Não seria difícil perceber, então, que toda a ambição do

desenvolvimento económico pujante que o executivo prometia aos seus munícipes

era feito à custa das suas fracas condições de trabalho e de vida. Não seria

difícil, de facto, cumprir desta forma a criação de quinhentos postos de trabalho

a cada ano, mas ficava fácil também clarificar de que tipo de emprego estavam a

falar. Aliás, voltando um pouco atrás: um dos enfoques do novo Parque de

Page 36: MANDATO XI ATA Nº. 14/2015 SESSÃO ORDINÁRIA DE 27 DE ...Tinoco Ribeiro da Silva, como Segundo Secretário. MAIORIA LEGAL - A SRª. ... José Manuel Ribeiro Afonso, Luís Filipe

Inovação e de Negócios de que falavam há pouco era o “nearshoring”, que

significava precisamente encontrar soluções para prestação de serviços

partilhados em locais que fossem atrativos pela especialização da sua mão-de-

obra, pelo seu baixo custo, e pelo ambiente legal com menos restrições para as

empresas, mas que garantissem, ao mesmo tempo, um controlo mais fácil e

próximo da produção. Portugal, como Espanha, a Roménia ou a República

Checa, entre outros países, apresentavam-se então como melhores soluções do

que, por exemplo, a Índia – mas apenas pela distância física. Embora se tornasse

então muito fácil decifrar os meandros de todas estas estratégias, o que não

conseguiam perceber era como uma Câmara se podia orgulhar de a apresentar

como a solução que queria implementar no seu município, impingindo um modelo

que favorecia apenas as grandes empresas - muitas delas multinacionais – que

conseguiam aumentar brutalmente os seus lucros por recorrerem a esta brilhante

jogada, empregando centenas e centenas de jovens, mulheres e homens com o

salário mínimo nacional e sem qualquer garantia de futuro, com contratos de seis

meses, de um mês, ou à semana. O que neste documento parecia relacionar-se

estreitamente com a qualidade de vida de quem vivia (e queria viver) em Braga,

era, por tudo isto, depois de analisado, inversamente proporcional. Não bastava

a esta maioria criar cartões e descontos, não bastava a esta maioria oferecer

manuais escolares a todos os alunos, não bastava a esta maioria dizer que queria

contribuir para a erradicação da pobreza, quando depois, com a outra mão,

favorecia no município a exploração, a precariedade e os baixos salários. Mas a

bem da verdade, não tinha a Câmara Municipal condições para resolver o

investimento e o incentivo à economia, responsabilidade da administração

central, e da coordenação de políticas de emprego e inserção profissional – no

entanto, cabia sim a uma Câmara Municipal potenciar as condições para que

Page 37: MANDATO XI ATA Nº. 14/2015 SESSÃO ORDINÁRIA DE 27 DE ...Tinoco Ribeiro da Silva, como Segundo Secretário. MAIORIA LEGAL - A SRª. ... José Manuel Ribeiro Afonso, Luís Filipe

115

estas medidas tivessem o melhor impacto possível no município, ao invés de

potenciar precisamente o seu contrário e, pior do que isso, fazer destas opções

apanágio da sua estratégia para o desenvolvimento e para o combate ao

desemprego. Claro que, nesta matéria, não poderiam esperar atitude diferente de

uma Câmara que insistia em não ouvir os seus próprios trabalhadores acerca do

aumento da carga horária semanal a que se viam obrigados a trabalhar, sem

receber mais por isso, desde que se passou das trinta e cinco para as quarenta

horas neste município, opção ideológica bem vincada da maioria neste executivo,

como inclusive puderam recordar na última sessão desta mesma Assembleia, ou

que empregava centenas de trabalhadores recorrendo a Contratos de Emprego-

Inserção, como eram exemplo os vinte e três profissionais que seriam alocados às

escolas do município, medida anunciada há pouco tempo. Como dizia, não

bastava a esta maioria apresentar um plano de intenções – porque não era um

plano de intenções que precisavam de estar aqui hoje a votar, por mais bonita

que ficasse a moldura. O que os munícipes de Braga precisavam era de um Plano

e de um Orçamento que refletisse o que eram realmente as opções tomadas para

seu benefício, as que eram, pelo seu carácter de importância, circunstancial ou

de urgência, prioritárias para melhorar as condições de vida da população.

Medidas que melhorassem, ou contribuíssem para melhorar, de facto, o que eram

as carências das famílias do município, as suas dificuldades, as suas exigências e

aspirações, fosse ao nível da habitação, da cultura, do desporto, da educação ou

da mobilidade. Como, por exemplo, transportes públicos com horários alargados,

com carreiras que cobrissem todo o concelho com a regularidade necessária e

com tarifas mais económicas – mesmo que lhes atirassem com a areia do

“transporte flexível” para os olhos, ela não serviria para mascarar a falta de

uma aposta concreta numa melhor resposta da rede de transportes urbanos, que

Page 38: MANDATO XI ATA Nº. 14/2015 SESSÃO ORDINÁRIA DE 27 DE ...Tinoco Ribeiro da Silva, como Segundo Secretário. MAIORIA LEGAL - A SRª. ... José Manuel Ribeiro Afonso, Luís Filipe

suprimisse as necessidades existentes e que servisse, ao mesmo tempo, para

atrair mais utentes para esta forma de transporte, já que não era novo para

ninguém que menos oferta obrigava a alternativas que melhor servissem os seus

horários e modos de vida, e que por norma essa alternativa era o carro.

Valorizavam o esforço, no papel, de articular em rede este serviço e de pensar em

novas soluções para a interface ferroviária, bem como a requalificação do atual

terminal rodoviário, e a consciência de que era preciso integrar todos estes

sistemas com a rede ciclável e os eixos de circulação pedonal, mas os exemplos a

que tinham assistidos nestes dois anos não prometiam grande proatividade neste

sentido. O município decidiu tomar iniciativa da renovação da frota dos

Transportes Urbanos de Braga, no entanto adquiriu viaturas com mais anos do

que a média de idade das viaturas da TUB - EM, deixando cair por terra a visão

estratégica nesta matéria; a não ser que servisse para comprovar o que vinham

dizendo: o tempo novo era, afinal, o tempo velho mascarado de modernidade. De

qualquer maneira, seria escusado criar muitas expectativas quanto à promoção

dos modos suaves de mobilidade, à melhoria da oferta do sistema de transportes

públicos ou o reforço da intermodalidade do sistema de transportes, já que num

investimento que se previa em cerca de quinze milhões de euros, doze vírgula oito

milhões seriam assegurados pelo FEDER. Para clarificar: dois vírgula dois

milhões de euros era quanto a Câmara de Braga previa conseguir assegurar de

um investimento de quinze milhões o que, no limite, significaria que, já que a

maior fatia do bolo dependia de fundos comunitários e da aprovação do projeto

em questão, ele não avançaria caso esse apoio não chegasse. O mesmo acontecia

com a regeneração urbana para a Frente Ribeirinha do Este, o Centro Histórico

de Braga, Edifícios Industriais Devolutos e Reabilitação de Edifícios como

Instrumento Financeiro, onde o montante global de investimento previsto era de

Page 39: MANDATO XI ATA Nº. 14/2015 SESSÃO ORDINÁRIA DE 27 DE ...Tinoco Ribeiro da Silva, como Segundo Secretário. MAIORIA LEGAL - A SRª. ... José Manuel Ribeiro Afonso, Luís Filipe

116

mais de vinte e sete milhões de euros, dos quais dez milhões eram de privados,

estimando-se que os restantes dezassete milhões viessem por via do FEDER. Se

quanto aos transportes este documento identificava um conjunto de intenções que

se transformavam em apostas apenas e se o quadro de apoios comunitários

previstos se confirmasse, o mesmo acontecia com o espaço público e os

equipamentos coletivos dos bairros sociais das Enguardas e de Santa Tecla, com

a reabilitação do Mercado Municipal, do Parque de Exposições de Braga, da

Pousada da Juventude, a intervenção no bairro do Picoto, a Fábrica Confiança e

ainda as Escolas Básicas um de Gualtar, Merelim São Pedro e São Lázaro ou o

Centro Comunitário na Escola Francisco Sanches. Significava, então, que a

esmagadora maioria do que se inseria neste plano, incluindo as sinergias a serem

criadas entre o centro histórico ao restante território, não correspondiam a um

investimento próprio da Câmara Municipal, nem sequer a nenhum estádio de

uma estratégia verdadeiramente montada, porque daqui não se conseguia retirar

nenhuma interligação gradual entre obras ou requalificações. O que daqui se

retirava era a promessa da terra sagrada, onde tudo funcionava com uma

engrenagem perfeitamente oleada, mas onde não existia, se olhassem com

atenção, nenhuma das peças fundamentais para a fazer funcionar. E o que este

plano lhes dizia ainda era que, se nestes dois anos não foram capazes de

implementar nenhuma destas peças, nos próximos continuariam a não o

conseguir fazer, por insistirem em querer construir a casa pelo telhado, num

empreendimento que, mesmo que completo, não serviria à cidade e aos seus

munícipes, por mais parecido que fosse com o Silicon Valley. E não, não queriam

com isto diabolizar os fundos comunitários, oportunidade que concordavam não

dever ser desperdiçada, no entanto, entendiam que se deviam estabelecer

prioridades no investimento, não ficando este dependente na totalidade desses

Page 40: MANDATO XI ATA Nº. 14/2015 SESSÃO ORDINÁRIA DE 27 DE ...Tinoco Ribeiro da Silva, como Segundo Secretário. MAIORIA LEGAL - A SRª. ... José Manuel Ribeiro Afonso, Luís Filipe

fundos. As intervenções nas áreas social e de educação, como os bairros sociais

ou o parque escolar, sendo, a seu ver, prioritários e urgentes, não deveriam estar

sujeitos a este tipo de financiamento, devendo, pelo contrário, ser garantidas por

investimento próprio da Câmara Municipal, sob o risco de não se concretizarem.

Podiam centrar-se noutro aspeto que o plano de atividades tanto parecia

valorizar, que se prendia com as relações institucionais, nomeadamente com as

Juntas de Freguesia, mas chegavam à mesma conclusão. Esta maioria, que tanto

se orgulhava da relação de proximidade com as Juntas do concelho, que tantas

competências lhes atribuíam, inclusivamente, parece não conseguir traduzir no

orçamento o reforço financeiro necessário ao funcionamento e capacidade de

resposta das mesmas, a braços com inúmeras dificuldades. As vastas

competências assumidas pelas Juntas de Freguesia, bem como os serviços que

prestavam às populações, necessitavam de especial valorização e reforço através

de dotação orçamental. Ao mesmo tempo, esta maioria insistia em manter na sua

esfera competências que não eram suas, mas sim da administração central, do

Governo, e que significavam investimento municipal que podia ser canalizado

para outras funções. Relativamente ao Plano Plurianual de Investimentos, não

poderiam deixar de sublinhar o seu desagrado com o corte nos investimentos em

segurança e ordem públicas, como a proteção civil e luta contra incêndios, que

viu reduzido o valor em noventa e sete vírgula vinte e quatro por cento face a

dois mil e quinze, ou a falta de reforço relativamente à Polícia Municipal,

estrutura votada sucessivamente ao abandono, que o atual executivo outrora

tanto criticou, pelo desleixo e falta de investimento nesta polícia administrativa.

Por fim, não poderiam deixar de insistir que, em matéria de impostos e taxas

municipais, o previsto aumento de receitas provenientes de impostos diretos

representavam um peso cada vez maior nas receitas do município, continuando a

Page 41: MANDATO XI ATA Nº. 14/2015 SESSÃO ORDINÁRIA DE 27 DE ...Tinoco Ribeiro da Silva, como Segundo Secretário. MAIORIA LEGAL - A SRª. ... José Manuel Ribeiro Afonso, Luís Filipe

117

não haver uma correspondência destes valores no investimento, fazendo-o

depender maioritariamente de fundos comunitários. Mais, olhando para a

previsão de aumento de receitas provenientes de taxação sobre os munícipes,

poderiam concluir que, afinal, existiria margem para, por exemplo, diminuir o

IMI; o que não existia, como tinham vindo a afirmar, era vontade política para o

fazer. Sendo o Poder Local um espaço privilegiado de resolução de problemas,

bem como de afirmação dos interesses e aspirações da população, um documento

como este deveria refletir estas prioridades, o que, na análise que faziam dele,

não se coadunava com o que hoje ali votavam. Por este motivo, as Grandes

Opções do Plano e Orçamento para dois mil e dezasseis, traduzindo-se mais num

documento de propaganda do que nas necessidades do município de Braga,

mereceria a sua reprovação. Depois foi a vez da Srª. Deputada da C.E.M.,

PAULA CRISTINA BARATA MONTEIRO DA COSTA NOGUEIRA se

pronunciar sobre a matéria em discussão, tendo, para o efeito, realçado que os

documentos que a Câmara lhes apresentou neste ponto tinham um pecado

original, que era o da falta de articulação. Havia no Plano de Atividades, um

conjunto de ações, que não eram replicadas nas Grandes Opções do Plano e que

não tinham tradução no Plano Plurianual de Investimentos. Por outro lado, os

documentos eram muito desequilibrados não havendo uma uniformização da

informação. Se numas áreas a precisão e a articulação estava presente – pena

era que a execução fosse só promessa - noutras verificava-se uma lista de

atividades avulsas e compromissos relativamente a questões óbvias, denunciando

a inexistência de uma estratégia global. Por exemplo, era suposto que constasse

de um Plano ações óbvias como a “manutenção e conservação de todos os

espaços verdes que estejam sob a alçada do município”? No capítulo da

Educação e quando andavam a encher a boca com o facto de integrarem a Rede

Page 42: MANDATO XI ATA Nº. 14/2015 SESSÃO ORDINÁRIA DE 27 DE ...Tinoco Ribeiro da Silva, como Segundo Secretário. MAIORIA LEGAL - A SRª. ... José Manuel Ribeiro Afonso, Luís Filipe

das Cidades Educadores, não conseguiram ainda elaborar um Projeto Educativo

Municipal, que estruturasse e desse coerência à panóplia de ações avulsas, numa

vertigem de apresentar trabalho que, não poucas vezes, colidia e se sobrepunha

às competências de outras instituições. Tiveram muita pressa em elaborar um

Plano Estratégico de Desenvolvimento Económico, mas pelos vistos não se

quiseram comprometer com um Projeto Educativo Municipal. Depois, quanta

confusão de narizes. Parecia que no Pelouro queriam meter a foice em seara

alheia. Então era da competência da Câmara traçar as Linhas Orientadores da

Oferta Educativa? Já para não falar no receio que tinham em relação a uma

coisa chamada “Escola de Pais”, termo perigoso e que criava em qualquer

família em dificuldades a sensação de incompetência. Por que era que não se

preocupavam com a educação de adultos, que estava ausente deste documento. E

se estavam preocupados com as famílias por que não investirem na mediação

familiar? No capítulo da coesão social, repetiam-se os mesmos erros: uma

panóplia de iniciativas certamente estimáveis mas sem nenhum enquadramento

estratégico, que havia de vir, sabia-se lá quando, com o tão propalado Plano de

Desenvolvimento Social. Havia projetos para todos os gostos. Mas não havia

uma palavra sobre intervenção no âmbito da violência doméstica e do apoio às

vítimas. Quem lesse o parágrafo referente ao Programa Cidade Amiga das

Crianças ficava com a sensação que não se percebeu os objetivos e o alcance

deste projeto. Palavroso, mas pouco consistente era o capítulo da Valorização e

Promoção Ambiental. Estava visto que tínhamos um vereador, que gostava muito

de calçar galochas, para limpar rios e plantar árvores. Mas não percebia que

ações iriam ser concretizadas para eliminar os focos de poluição, nomeadamente

no rio Este. Sobre Sete Fontes parecia que o grande desiderato pariu um rato.

Iriam plantar árvores no terreno dos outros, fazendo de conta que já tinham um

Page 43: MANDATO XI ATA Nº. 14/2015 SESSÃO ORDINÁRIA DE 27 DE ...Tinoco Ribeiro da Silva, como Segundo Secretário. MAIORIA LEGAL - A SRª. ... José Manuel Ribeiro Afonso, Luís Filipe

118

Parque. Apesar do grande défice de áreas verdes e de terem abdicado do parque

Norte, não havia uma única referência à criação de um único parque verde, ou

de zonas verdes. Seria que estavam a pensar em proliferar esculturas de algas

como a que estava na Avenida Central para cumprir as metas do Pacto Europeu

dos Autarcas? O roteiro Camiliano, ou a atribuição dos Prémio Manuel

Monteiro e Alberto Sampaio eram boas notícias, num capítulo igualmente farto

em enumerações de atividades que nada traziam de novo. Mas o Plano

Plurianual de Investimentos não previa um cêntimo para a valorização e

musealização da Ínsula das Carvalheiras ou do Teatro Romano, que só

constavam do capítulo de Valorização Patrimonial como intenção. Na

Regeneração Urbana e Desenvolvimento Rural talvez tivessem regeneração a

mais e desenvolvimento a menos. Se saudavam as intervenções nos bairros de

Santa Tecla e das Enguardas, não podiam aceitar que manter cento e cinquenta e

cinco cidadãos num gueto chamado Picoto, mesmo com as casinhas arranjadas

não era aceitável e era oposto da inclusão social. Prometia-se a reabilitação da

Estação Rodoviária, a construção de uma variante, e o reforço da

intermodalidade do sistema de transporte, mas não se especificava em que

moldes e com que dinheiro. Em contrapartida, gostaram de ler que iria ser

melhorada a oferta do sistema de transportes públicos. Desconfiavam era que

fosse através da compra de autocarros quase tão velhinhos como os nossos à

STCP… Apesar de a mobilidade estar mais detalhada nas Grandes Opções do

Plano, o que leram foi um interessante enunciado daquilo que já sabiam há muito

que era preciso fazer, o que surgia orçamentado em termos de Plano Plurianual

era uma ínfima parte. O Desenvolvimento Rural preconizava festas e feiras e

muitas atividades na Quinta Pedagógica. Mas era surpreendente que um

concelho com uma significativa área agrícola e florestal não fosse contemplado

Page 44: MANDATO XI ATA Nº. 14/2015 SESSÃO ORDINÁRIA DE 27 DE ...Tinoco Ribeiro da Silva, como Segundo Secretário. MAIORIA LEGAL - A SRª. ... José Manuel Ribeiro Afonso, Luís Filipe

na febre da dinamização económica. Os empreendedores e fazedores da “smart

city” deviam achar que o setor primário era para parolos! Numa perspetiva mais

otimista eram boas notícias a recuperação do Parque de Exposições, do Mercado

Municipal, da antiga Escola Francisco Sanches e até da Fábrica Confiança,

embora, neste último caso, talvez fosse urgente saberem para que iria servir.

Assim como eram boas as notícias do aumento das transferências para as Juntas

de Freguesia, pelo qual também ali se bateram, por considerar que este aumento

garantia uma autonomia e uma dignidade às Juntas, que não se compaginava

com a sucessiva pedinchice de verbas por vezes irrisórias, para esta ou aquela

iniciativa. Estas boas notícias não iludiam uma navegação à vista em áreas que

consideravam prioritárias para a coesão do concelho, como a educação, a

cultura, ou a ação social. Um punhado de boas iniciativas avulsas, não faziam

uma boa política educativa, cultural e social. Por isso, este Plano e Orçamento

não iriam merecer o seu voto favorável. Mais uma intervenção foi registada,

agora pelo Sr. Deputado do P.S.D., JOÃO ALBERTO GRANJA DOS SANTOS

SILVA, para dizer que foram hoje chamados a apreciar e a votar as Grandes

Opções do Plano e o Orçamento do Município de Braga para o ano de em dois

mil de dezasseis. Os documentos de gestão municipal revelavam que o Município

de Braga iria gerir, em dois mil de dezasseis, um orçamento de noventa e oito

milhões e oitocentos e cinquenta mil euros. A receita municipal prevista para dois

mil de dezasseis ascendia a cerca de noventa e oito milhões de euros,

apresentando, em relação à receita orçamentada, em dois mil e quinze, um

acréscimo de nove por cento, ou seja, mais oito vírgula dois milhões de euros do

que no ano anterior. As receitas correntes apresentavam um crescimento de cinco

por cento, ou seja, mais quatro vírgula um milhões de euros, relativamente ao

estimado para dois mil e quinze, destacando-se, também, a receita proveniente de

Page 45: MANDATO XI ATA Nº. 14/2015 SESSÃO ORDINÁRIA DE 27 DE ...Tinoco Ribeiro da Silva, como Segundo Secretário. MAIORIA LEGAL - A SRª. ... José Manuel Ribeiro Afonso, Luís Filipe

119

impostos diretos e de transferências correntes que, em conjunto, representavam

cerca de oitenta e quatro por cento do total da receita corrente e setenta e três

por cento da receita total. As transferências de capital, cujos principais

beneficiários eram as Juntas de Freguesia, ascendiam a seis milhões de euros,

referentes a obras e melhoramentos nas freguesias por delegação de

competências, apresentando um aumento de cinquenta por cento, o que

significava mais dois milhões de euros do que em dois mil e quinze. Uma

afirmação clara do reconhecimento e da importância que este executivo dava às

Juntas de Freguesia. A previsão de poupança corrente para o próximo ano era de

dezanove virgula quatro milhões de euros, mais setenta e oito por cento do que o

valor estimado para dois mil e quinze. Este valor tornava-se ainda mais

significativo, tendo em conta a imposição feita, a partir de dois mil e catorze,

pelo Tribunal de Contas de se contabilizar como despesas correntes e não de

capital, as transferências feitas para as empresas municipais, no âmbito dos

contratos-programa, que, até então, eram registados como despesas de capital.

Por outro lado, as Despesas Correntes totalizavam sessenta e seis vírgula sete

milhões de euros, menos quatro vírgula quatro milhões de euros do que o que

estava previsto para dois mil e quinze, o que só por si era algo de significativo e

que dizia bem de uma gestão rigorosa, que este Executivo tinha implementado ao

seu desempenho. No que se referia ao PPI – Plano Plurianual de Investimento

para dois mil e dezasseis previa-se uma execução de dezanove vírgula quatro

milhões de euros, apresentando, assim, um aumento de cento de dezassete por

cento relativamente a dois mil e quinze. Analisando em detalhe e decompondo

este Pleno, as funções sociais eram as que mais peso tinham, com um

investimento de quinze vírgula quatro milhões de euros, que correspondia a

oitenta por cento do PPI, enquanto para a educação estava previsto um

Page 46: MANDATO XI ATA Nº. 14/2015 SESSÃO ORDINÁRIA DE 27 DE ...Tinoco Ribeiro da Silva, como Segundo Secretário. MAIORIA LEGAL - A SRª. ... José Manuel Ribeiro Afonso, Luís Filipe

investimento de um vírgula sete milhões de euros, destinados a intervenções de

requalificação no parque escolar municipal, tendo como casos mais relevantes as

previstas nas escolas EB um de São Lázaro, de Merelim São Pedro e de Gualtar.

A habitação e os serviços coletivos, com um investimento de sete vírgula quatro

milhões de euros, correspondente a trinta e oito por cento do PPI, onde se

incluíam projetos de requalificação e reabilitação do Mercado Municipal (dois

virgula seis milhões de euros), dos blocos habitacionais e do espaço público dos

bairros de Santa Tecla (um virgula um milhões de euros), das Enguardas (um

virgula dois milhões de euros) e do Picoto (zero virgula dois milhões de euros).

Por seu turno, os serviços culturais e recreativos apresentavam um montante de

seis vírgula quatro milhões de euros, destacando-se a requalificação do Parque

de Exposições de Braga (três milhões de euros), a reconstrução do Edifício da

Fabrica Confiança (quinhentos mil euros), a Pousada da Juventude (quinhentos

mil euros) e a reabilitação do Eixo Desportivo da Rodovia (quinhentos mil

euros). A área económica teria um investimento de três milhões de euros,

dedicados na sua maior parte à conservação e reparação da rede viária

municipal, com destaque para a construção do acesso ao Parque Industrial de

Sobreposta (trezentos e sessenta e cinco mil euros). Estava prevista a

implementação de uma solução tecnológica de controlo de tráfego (quinhentos

mil euros) e o reforço estrutural do Parque de estacionamento da Cangosta da

Palha (quinhentos mil euros). Mereciam uma especial referência as diversas

contingências que impendiam sobre o plano de gestão financeira do Município:

os processos ainda pendentes de tramitação judicial, correspondentes a mais de

vinte milhões de euros de encargos adicionais, o elevado volume de dívida

contratada (direta e indiretamente), e que agora se ia progressivamente

amortizando ou as que decorriam da estrutura extremamente rígida de custos

Page 47: MANDATO XI ATA Nº. 14/2015 SESSÃO ORDINÁRIA DE 27 DE ...Tinoco Ribeiro da Silva, como Segundo Secretário. MAIORIA LEGAL - A SRª. ... José Manuel Ribeiro Afonso, Luís Filipe

120

fixos herdada dos executivos socialistas, que condicionava em muito a

capacidade de investimento da autarquia. Apesar das dificuldades conhecidas, a

Câmara Municipal de Braga era cumpridora das suas obrigações assumindo-se

como “boa pagadora”, apesar deste cenário, conseguiu ainda fazer baixar para

vinte e cinco dias o prazo médio de pagamento a fornecedores, o que era um

indicador interessante, face às situações de mercado e que a colocava, num

conjunto de câmaras, com melhor desempenho a este nível, como poderia ser

facilmente consultado no Anuário dos Municípios portugueses onde era posto em

comparação o desempenho em vários indicadores das diversas autarquias do

país e não hesitou em seguir uma política fiscal ativa e uma politica socialmente

responsável, traduzidas no abdicar das receitas potenciais com o IRS, o IMI e a

Derrama, e no assumir de novas despesas em benefício das famílias, como

aconteceu com a oferta generalizada dos manuais escolares e com o programa e

saúde oral “Braga a Sorrir”. Em dois mil e dezasseis, haveria um novo reforço

de duzentos mil euros no apoio ao arrendamento para famílias carenciadas, mais

cem mil euros de investimento no programa de apoio à vacinação (Rotavírus) e

mais cento e cinquenta mil euros de apoio às refeições escolares para famílias

carenciadas e nos períodos não letivos. Um tema que merecia, também, ali, uma

referência, pelo relevo que tinha, pela importância que tinha, pelo impacto que

tinha nas contas e pela gravidade de que se revestiu, tinha a ver com a extinção

da parceria pública privada e a liquidação da SGEB, em dois mil e dezasseis,

com a renegociação da dívida bancária que o Município teria de assumir, a

Câmara iria gerar uma poupança anual superior a três milhões de euros, valor

que iria ser canalizado para o reforço do investimento. O fim da SGEB e deste

modelo ruinoso, diria escandaloso de gestão municipal, iria ainda permitir uma

poupança global que ultrapassava os oitenta milhões de euros, esperando-se, e

Page 48: MANDATO XI ATA Nº. 14/2015 SESSÃO ORDINÁRIA DE 27 DE ...Tinoco Ribeiro da Silva, como Segundo Secretário. MAIORIA LEGAL - A SRª. ... José Manuel Ribeiro Afonso, Luís Filipe

realçava esse aspeto, que todas as instituições e pessoas envolvidas e

interessadas pudessem cooperar de forma empenhada, para que esse objetivo se

tornasse realidade o mais depressa possível. Pela gravidade que assumiu, pelos

contornos que tinha, com as implicações financeiras, com que aquilo arrastava

de acordos coletivos, ninguém poderia ficar de fora desse esforço. Estava certo

que os que estavam naquela sala e fora dela, se dependessem deles, tudo fariam

para que aquele objetivo de interesse coletivo chegasse a bom porto, no interesse

de todos. Tendo em conta as novas oportunidades de financiamento geradas pelo

arranque prático do quadro comunitário dois mil e catorze - dois mil e vinte,

através da contratualização já definida para a CIM Cávado ou da candidatura

submetida para o PEDU, o município esperava obter os recursos necessários à

concretização de um importante conjunto de projetos, que totalizavam cerca de

vinte milhões de euros de investimento. E não se dissesse que era um orçamento

que dependia de fundo comunitários para o seu sucesso, porque nada estava

escondido, bastava ler o documento com detalhe, porque estava lá tudo

clarificado. Se não houvesse projetos a fundo comunitários, não poderiam ir

buscar o dinheiro. Se tinha bastantes projetos comunitários, era acusado de estar

dependente desse sucesso, para se poder avaliar o Plano, o que não era, de facto,

verdade, porque essas matérias estavam identificadas, estavam separadas,

estavam especificadas e estavam fundamentadas. A reabilitação do Mercado

Municipal e do Parque de Exposições de Braga, as intervenções dos Bairros

Sociais das Enguardas, Santa Tecla e Picoto, a Pousada de Juventude, o Centro

Comunitário a criar na Escola Francisco Sanches, a Fábrica Confiança, as EB

um de Gualtar, Merelim São Pedro e São Lázaro e diversos projetos relacionados

com a mobilidade, faziam parte das iniciativas previstas para dois mil e

dezasseis. Sem estarem dependentes do recurso a fundos comunitários estavam

Page 49: MANDATO XI ATA Nº. 14/2015 SESSÃO ORDINÁRIA DE 27 DE ...Tinoco Ribeiro da Silva, como Segundo Secretário. MAIORIA LEGAL - A SRª. ... José Manuel Ribeiro Afonso, Luís Filipe

121

previstos outros projetos não menos importantes: a requalificação do Pavilhão

Flávio Sá Leite, do Parque Desportivo da Rodovia e da EB um de Esporões e os

acessos rodoviários a zonas empresariais em Sobreposta e Navarra. O executivo

assumia, e bem, o compromisso de continuar a valorizar e promover os seus

principais eventos – Semana Santa, Braga Romana, Rampa da Falperra, Festas

de São João, Noite Branca, Braga é Natal – promovendo muitas outras

atividades próprias e apoiando as coletividades na diversidade e riqueza da sua

ação, continuando uma linha de ação em que a Câmara não tinha que ser a

promotora de tudo, mas tinha que ser o elemento dinamizador e estimulador da

participação de toda a sociedade. Foi isso que tinha feito. Deu bons resultados e

era isso que se propunha continuar a fazer. Em dois mil e dezasseis, Braga iria

ser a capital Ibero-Americana da Juventude, um momento ímpar de afirmação e

projeção da nossa terra num território mais vasto e diversificado a que

estávamos ligados por fortes afinidades históricas. Braga iria continuar a

desenvolver-se, a afirmar-se e a distinguir-se como uma “cidade aberta ao

mundo, no dinamismo do seu tecido empresarial, na valia dos seus centros de

produção de conhecimento, na vitalidade da sua vida social e cultural”. Estavam,

pois, perante um Plano e um Orçamento ambiciosos, sensatos, com prioridades

claras e objetivos concretos identificados com os verdadeiros interesses dos

bracarenses. Por tudo isto o Grupo Municipal do PSD iria votar favoravelmente

as Grandes Opções do Plano e o Orçamento do Município de Braga para dois

mil e dezasseis. Depois foi a vez do Sr. Deputado do P.S., PEDRO MIGUEL

PEREIRA DE SOUSA se pronunciar sobre a matéria ora em discussão, tendo

inicialmente referido que se recordava de muitas vezes, naquela Câmara, ouvir o

Dr. Ricardo Rio, hoje Presidente da Câmara, criticar o Partido Socialista por

fazer orçamentos, planos, plano plurianuais de campanha, eleitoralistas. Fazia-o,

Page 50: MANDATO XI ATA Nº. 14/2015 SESSÃO ORDINÁRIA DE 27 DE ...Tinoco Ribeiro da Silva, como Segundo Secretário. MAIORIA LEGAL - A SRª. ... José Manuel Ribeiro Afonso, Luís Filipe

normalmente, no ano que antecedia as eleições autárquicas. A novidade para o

Plano de Atividades e Orçamento para dois mil e dezasseis era que, de facto, o

período de campanha chegou mais cedo. O período de campanha chegou mais

cedo em várias dimensões. Chegou mais cedo no anúncio, esta semana, de que,

curiosamente, em dois mil e dezassete, a Agere faria um abaixamento do seu

tarifário. Chegou mais cedo de um conjunto de outros compromissos, também ali

integrados naquele Plano e Orçamento, a que dedicaria os próximos minutos, de

uma forma que o Partido Socialista achava que se tornaria claro para todos. Mas

não poderiam começar, sem ser pelo princípio e o princípio, de facto, para dizer,

naquela Câmara, que da análise detalhada, cuidada e apurada daquilo que eram

os documentos que os serviços da Câmara Municipal e o Executivo Municipal

fizeram chegar aos Deputados Municipais, órgão com obrigações de escrutínio e

de acompanhamento do trabalho da Câmara Municipal, tinha, de facto,

problemas graves. Havia um conjunto de desarticulações pouco entendíveis numa

Câmara que já ia para o seu terceiro ano de mandato entre o PPI, o Plano de

Atividades, o Orçamento, havia coisas que não casavam umas com as outras.

Havia coisas que não tinham enquadramento numa questão e apareciam

desfasadas das outras e essa nota, como registo de contributo para o futuro, tinha

todo o prazer em lhes oferecer detalhadamente ao Executivo Municipal. Indo ao

pormenor, dizer que daquele Plano e Orçamento, resultavam claras algumas

questões. O não reforço dos apoios sociais, num tempo em que era sabido, que

havia cerca de trezentas famílias a reclamar habitação, a custos controlados,

junto da Bragahabit. Uma inversão grande nas prioridades políticas daquilo que

deveria ser, no entender do Partido Socialista, prioridades da Câmara

Municipal. O PS continuava sem entender, o Sr. Presidente da Câmara dizia que

o apoio aos manuais escolares, não era por essa via que se fazia redistribuição

Page 51: MANDATO XI ATA Nº. 14/2015 SESSÃO ORDINÁRIA DE 27 DE ...Tinoco Ribeiro da Silva, como Segundo Secretário. MAIORIA LEGAL - A SRª. ... José Manuel Ribeiro Afonso, Luís Filipe

122

fiscal, aquilo que se fazia era injustiça social, porque não fazia sentido, por

exemplo, a Câmara não teve capacidade, ou entendeu não ter hoje, vinha no novo

orçamento mascarar, ainda que de uma forma tímida, envergonhada, o apoio

para as refeições escolares, que há poucos meses chumbou numa proposta do

Partido Socialista, que era mais ambiciosa, mais arrojada e mais justa, tendo em

conta aquilo que eram as reais necessidades de muitas famílias do nosso

concelho. Mas deixar de fazer uma aposta nas refeições escolares, como fez há

uns meses nos períodos de interrupção letiva para agora pagar

indiscriminadamente a famílias com rendimentos que poderiam ir dos quinhentos

euros por mês, seiscentos, mil euros por mês, como poderiam ir aos dez, vinte,

trinta mil, sem limite, era algo que não fazia sentido e era claramente uma

prioridade que não se cansariam de denunciar, porquanto sabiam que essa

despesa, também, influía, mais tarde, noutras opções que muitas vezes eram

prejudicadas por aquele tipo de opções, no seu entender, erráticas. Mas queria,

também, recordar algumas coisas que Ricardo Rio dizia, repetidamente, nos

tempos, nos longos anos, em que foi líder da oposição e, repetidamente candidato

à Câmara Municipal de Braga. E recordava-se bem, sem precisar de auxiliares

de memória, que havia três áreas chave que Ricardo Rio repetia muitas vezes.

Falava de que era necessário criar um programa de apoio à renda para os mais

jovens. Um programa de arrendamento para os mais jovens para que se

pudessem emancipar mais cedo. Falava da criação de opções de habitações a

custos controlados na periferia. Falava de um fundo de reabilitação para o

Centro Histórico e, por exemplo, sobre essas três questões, que tão caras eram

ao Sr. Presidente da Câmara, tantas e tantas as vezes que as repetia, espantava-

se o Partido Socialista, estranhava, pelo menos o Partido Socialista, que sendo

durante tantos anos prioridade, voltassem no terceiro orçamento que Ricardo

Page 52: MANDATO XI ATA Nº. 14/2015 SESSÃO ORDINÁRIA DE 27 DE ...Tinoco Ribeiro da Silva, como Segundo Secretário. MAIORIA LEGAL - A SRª. ... José Manuel Ribeiro Afonso, Luís Filipe

Rio, Sr. Presidente da Câmara e os seus pares, apresentaram à Câmara

Municipal e à Assembleia Municipal, eles não se encontrarem contemplados e

dentro daquilo que eram as opções da maioria. Mas não poderiam deixar de

destacar um conjunto de incongruências que esta maioria ia desfiando mês após

mês, ano após ano. Lembrava-se também bem, de forma clara e distinta, de que

Ricardo Rio repetia que era necessário pôr fim à prestação de serviços de

refeições, via Bragahabit. Disse-o várias vezes. Não concordava com o modelo.

Não concordava com a solução. Hoje reforçava aquela aposta e aquele

investimento e reforçava-a sem ter dado qualquer explicação cabal, qualquer

explicação entendível e qualquer explicação que de alguma forma trouxesse

coerência à tomada da sua posição política. Mas havia, também, hoje, um

conjunto de questões que eram caras e que continuavam sem ter respostas. Uma

casa construída, um equipamento do qual já tinha falado e que o Sr. Presidente

disse que continuava com problemas por resolver e que era uma chaga social do

nosso tempo, a questão da violência doméstica e que era um equipamento que

continuava sem ver a luz do dia, que continuava sem poder prestar o apoio social

devido e que também neste Plano e Orçamento, surgia como uma intenção, mas

era mais uma questão que vinha repetida, replicada e que temiam, com pena,

naturalmente, do serviço que deixava de ser prestado e que tão grande utilidade

tinha, que pudesse, mais uma vez, não ver a luz do dia. Mas no plano das faltas

de fio condutor, no plano daquilo que eram as incongruências da maioria e do

seu Presidente que por ela respondia, em primeiro lugar, lembrar, também, mais

algumas coisas. Há meses fez título de todos os jornais locais que o bairro do

Picoto, uma política que no seu tempo poderia ter feito algum sentido, mas que os

anos demonstraram, de facto, que não o fez, aliás a política dos bairros sociais

sociologicamente evoluiu para outras perspetivas de integração e, hoje, não era,

Page 53: MANDATO XI ATA Nº. 14/2015 SESSÃO ORDINÁRIA DE 27 DE ...Tinoco Ribeiro da Silva, como Segundo Secretário. MAIORIA LEGAL - A SRª. ... José Manuel Ribeiro Afonso, Luís Filipe

123

pensava como o era nesse tempo e tinham, naturalmente, de enquadrar as

questões e as críticas no seu devido tempo. Mas estava a falar de um tempo muito

recente. O tempo de Ricardo Rio que há seis meses dizia que era necessário e que

era um imperativo e que fez as parangonas dos jornais locais, demolir o Picoto e

que dizia hoje, meia dúzia de meses depois, que tinha destinado cerca de um

milhão de euros, para a sua reabilitação. Mas também na forma como a Câmara

se relacionava com os seus trabalhadores no plano da teimosia, no plano da

inflexibilidade, sendo hoje, a única Câmara no distrito, que após alterações que

aconteceram já no plano da Assembleia da República e no Governo, a questão

das trinta e cinco horas, se mantinha inflexível àquilo que eram as

recomendações dos representantes desses trabalhadores, as preocupações da

integração positiva entre o trabalho e a família, a integração de uma construção

societária equilibrada entre aquilo que era a fruição e a vida profissional. Havia

hoje um clima que não era benéfico nessa matéria, que era gerador de

desmotivação por os funcionários municipais sentirem num plano de

diferenciação, face à maioria dos seus pares, nas restantes Câmaras Municipais

do distrito e do país e era também tempo de a Câmara acordar com sensibilidade

para essa realidade, porque estavam por provar os supostos ganhos de

efetividade daquilo que se retirava de produtividade, que se poderiam retirar

majoração de cinco horas de trabalho semanais, mas era notório que no plano da

relação que se estabelecia e que todos estabeleciam com funcionários municipais

na Câmara, nas empresas, diariamente, em muitas circunstâncias, que essa era

uma questão de que muitos reclamavam e que era um fator de divisão e de

polarização de descontentamento, que naturalmente o facto de haver uma atitude

fechada, hirta e plástica sobre essa matéria, em nada beneficiava aquilo que

devia ser uma atitude positiva de entrega de ânimo e de boa energia no trabalho

Page 54: MANDATO XI ATA Nº. 14/2015 SESSÃO ORDINÁRIA DE 27 DE ...Tinoco Ribeiro da Silva, como Segundo Secretário. MAIORIA LEGAL - A SRª. ... José Manuel Ribeiro Afonso, Luís Filipe

que estes funcionários gostariam também de entregar de outra forma mantendo-

se e tendo condições de trabalho em igualdade com os seus pares, funcionários

de outras autarquias, bem aqui ao lado. Mas não podiam deixar de saudar,

também, o aumento que aquele Plano trazia ao nível do investimento para as

freguesias. Aquela era uma boa notícia que o Partido Socialista, no quadro

daquilo que era a sua história e o seu património de forte investimento nas

freguesias, não poderia deixar ali de assinalar. Aliás, após dois anos, de dois mil

e treze e dois mil e catorze, de descida abrupta no investimento para as

freguesias, havia um aumento naquela rúbrica de investimento nas freguesias.

Um aumento que colocava este Executivo, pele primeira vez, perto dos números

que eram praticados e que eram tradição do Partido Socialista na sua lógica de

investimento, na sua lógica de construção de orçamento muito virado para o

desenvolvimento equilibrado, pleno e cabal do concelho de uma forma

harmoniosa e virada para aquilo que devia ser o equilíbrio entre a dimensão

rural, semi rural e urbana, que o nosso concelho ainda tinha. Mas sobre isso não

podiam também de deixar duas ou três notas, que reforçavam a lógica com que

começou a sua intervenção. A intervenção de que estava aberta a campanha

eleitoral para dois mil e dezassete. Desde dois mil e treze, ou seja nos dois

últimos orçamentos, dois mil e treze, dois mil e catorze, transitavam para o

orçamento do próximo ano, cento e trinta e três obras, que estavam ainda por

terminar. Ou seja, não foram ainda terminadas nos prazos que estavam

estabelecidos e seguiam termos para o próximo orçamento. Mas por que o tempo

era de começar a dar corda aos sapatos e o Sr. Presidente da Câmara parecia ter

urgência de começar a sua campanha com mais antecedência do que aquilo que

era tradição, havia para o orçamento de dois mil e dezasseis, mais de cento e

cinquenta obras nas freguesias. E, naturalmente, isso não poderia de deixar,

Page 55: MANDATO XI ATA Nº. 14/2015 SESSÃO ORDINÁRIA DE 27 DE ...Tinoco Ribeiro da Silva, como Segundo Secretário. MAIORIA LEGAL - A SRª. ... José Manuel Ribeiro Afonso, Luís Filipe

124

sendo da parte do Partido Socialista algo que elogiavam, no qual se reviam e no

qual se reconheciam, de pôr em causa, que se durante dois anos das cento e

trinta e três obras, havia cento e trinta e três obras por concluir, dizer que em

dois mil e dezasseis se iriam completar cento e cinquenta novas obras, o Partido

Socialista assinalava e dizia ali que ali estaria, numa perspetiva escrutinadora e

exigente para que essas obras, ao contrário daquilo que o Sr. Presidente muitas

vezes ali disse, não serem apenas na teoria de andar de chapéu na mão, na

relação com os Srs. Presidente de Junte e para andarem de orçamento em

orçamento, de ano para ano, de documento em documento. Mas queriam dizer

ainda mais algumas coisas. Anunciando as baixas das tarifas da Agere para dois

mil e dezassete, esqueceu-se o Executivo Municipal de falar de uma questão

importante e era importante também, neste Plano e Orçamento, dizer algumas

coisas sobre a questão da Agere, nomeadamente sobre a proposta do contrato de

gestão delegada que o Partido Socialista, a seu tempo, e bem, denunciou na

Câmara Municipal, como contendo cláusulas de valorização daquilo que era o

capital dos privados em oito vírgula vinte e cinco por cento ao ano,

obrigatoriamente, e que, hoje, um ano depois, com supostas trocas permanentes

de correspondência entre a Câmara Municipal e a HERSAR, que ninguém

conhecia, esse assunto deixou de estar no horizonte, mas esse pêndulo, qual

guilhotina, sem resolução à vista, sem explicações adicionais, continuava sob a

cabeça de todos os Bracarenses. Mas queria, também, lembrar outras questões,

nomeadamente na área dos transportes. Na área dos transportes, recordava,

também, há não muito tempo, uma entrevista de um especialista na área de

transportes, o Engenheiro Batista da Costa, que falava no quadro dum plano

estratégico para a mobilidade no concelho. Um plano estratégico que dizia um

conjunto de coisas extremamente ambiciosas, algumas delas naquilo que era o

Page 56: MANDATO XI ATA Nº. 14/2015 SESSÃO ORDINÁRIA DE 27 DE ...Tinoco Ribeiro da Silva, como Segundo Secretário. MAIORIA LEGAL - A SRª. ... José Manuel Ribeiro Afonso, Luís Filipe

pensamento atual da mobilidade e no quadro daquilo que eram até algumas

experiências que foram feitas noutras latitudes, um quadro que ao partido

Socialista suscitaram profundas dúvidas. Mas dizia aquele Senhor, membro do

Conselho de Administração dos TUB-EM que estava preparado e estava

acordado com a Câmara Municipal um plano de investimento de cento e trinta e

cinco milhões de euros a dez anos para a reconversão de todo o modelo

estratégico de mobilidade e de transportes na cidade. Foi, aliás, alvo de um

suplemento num jornal diário, um suplemento com várias páginas, com várias

cores, um suplemento verdadeiramente panfletário, que fazia um grande número

de propaganda a tudo isso, que fazia uma grande feira sobre tudo isso, que

lançava um grande alarido sobre tudo isso, mas também ali, infelizmente para

todos, as ambições e algum desnorte estratégico e de planeamento que esta

maioria ia revelando, ficou claro que aquilo que se dizia, há alguns meses, tinha

uma lógica desgarrada, tinha uma lógica pouco consolidada e tinha uma lógica

pouco coerente naquilo que devia ser uma estratégia de desenvolvimento segura,

estruturada e que não admitisse desvios e tergiversações permanentes. Portanto,

dizer a esse plano estratégico para a mobilidade e para os transportes de cento e

trinta e cinco milhões a dez anos, de quinze a vinte milhões a dez anos para a

renovação da frota, ou seja, um virgula cinco milhões de euros por ano, para

renovação da frota e decidiu a Câmara Municipal de Braga poupar, disse o

Deputado Hugo Soares, mas quando se propunha a renovação da frota dos TUB-

EM, houve uma renovação que se foi fazendo ao longo dos anos, vinha esta

maioria, num suposto negócio de ocasião, comprar quarenta e quatro autocarros

por duzentos e cinquenta mil euros. Esses quarenta e quatro autocarros tinham

cerca de quinze anos de idade média e eram, na sua maioria, autocarros cuja

média de idades era superior ou muito nivelada com a média de idades do atual

Page 57: MANDATO XI ATA Nº. 14/2015 SESSÃO ORDINÁRIA DE 27 DE ...Tinoco Ribeiro da Silva, como Segundo Secretário. MAIORIA LEGAL - A SRª. ... José Manuel Ribeiro Afonso, Luís Filipe

125

parque automóvel dos TUB. E, portanto, a um grande plano, a uma grande

ambição, a uma grande estratégia, decidiu a Câmara Municipal de Braga

poupar, ou não, o futuro o diria, e optar por uma solução diminuída, mas que de

todo não correspondia àquilo que era uma verdadeira ambição de renovação, de

regeneração e de afirmação de uma nova política de transportes e de mobilidade.

No plano dos quadros comunitários, dizer também duas ou três coisas. O PS, ao

contrário do que ali muitas vezes fez o Dr. Ricardo Rio, não iria ali dizer, porque

saudavam a inclusão e o trabalho feito e de preparação para a candidatura aos

quadros comunitários, que decidiu empolar o orçamento pela via dos quadros

comunitários. Como, aliás, ouviram a oposição, na altura, o poder de hoje, fazer

muitas vezes. Aquilo que iriam dizer era que, não partindo para o discurso do

empolamento, partindo sim, como sempre, para o discurso da responsabilidade,

que entendiam que no ano de dois mil e dezasseis, tendo em conta todo o atraso

de contratualização e de um conjunto de suporte técnico e administrativo que

tinha que ver hoje, ainda, com a execução e a entrada em execução do novo

quadro comunitário dois mil e catorze – dois mil e vinte, que tinham profundas

dúvidas que também estes elementos, esperando que assim não fosse, pudessem

ser apenas elementos decorativos que não levasse, de facto, à execução que

também o PS desejava, porquanto, suportavam projetos de interesse para o

concelho. A fechar, duas ou três notas muito breves. Ler o Plano de Atividades.

Ler o Orçamento. Ler o Plano Plurianual de Investimentos e comparar o número

de vezes em que se falava de empreendorismo, “startups”, imensas vezes, eram

repetidas as afirmações e as citações e o número de vezes que se falava de

emprego, de criação de emprego e de oportunidades, que eram muito poucas,

quase inexistentes, dizia bem do erro estratégico sobre a forma como se

concessionava e como se preparava a estrutura e o desenvolvimento de um

Page 58: MANDATO XI ATA Nº. 14/2015 SESSÃO ORDINÁRIA DE 27 DE ...Tinoco Ribeiro da Silva, como Segundo Secretário. MAIORIA LEGAL - A SRª. ... José Manuel Ribeiro Afonso, Luís Filipe

concelho. Por fim, fechar com uma nota mais técnica, para um economista

habilitado, como era o Dr. Ricardo Rio e não sendo o interveniente um

economista habilitado, era um curioso dedicado e estudava com atenção todos os

documentos, que ali tinha a oportunidade de debater e de discutir. E, enquanto

curioso dedicado, sem a propriedade de ser um economista reputado ou

renomado, dizer algumas coisas ao Dr. Ricardo Rio. Dizer-lhe que olhar o

Orçamento em inúmeras das rúbricas de despesa e ver valores de grandeza, por

exemplo, um milhão setecentos e oitenta e dois mil euros, seiscentos e cinquenta e

cinco mil euros, um milhão e dezoito mil euros, para um conjunto de rúbricas

indiferenciadas e nessas três rúbricas dizer que havia rúbrica de um milhão

setecentos e cinquenta e dois mil euros, que tinha na rúbrica outros um milhão

setecentos e vinte, ou seja, noventa e oito por cento, cabia num saco que ninguém

sabia para onde iria, ninguém sabia para o que iria ser gerido, ninguém sabia

para o que seria aplicado, ninguém sabia para o que iria ser usado, escapando

daquela forma habilidosa e que confirmava uma lógica de engenharia financeira

e contabilística, isso acontecia vezes atrás de vezes e essa era uma forma

inteligente ou esperta, mas ardilosa, de tentar escapar ao controlo daquela

Assembleia Municipal, num conjunto de áreas que eram importantes e onde a

rúbrica “outros” levava, não raras vezes, sem especificação, sem capacidade de

escrutínio, pelo órgão que tinha a competência para o fazer, grande parte dos

valores alocados a determinadas rúbricas de despesa daquele Orçamento.

Fechar recordando duas citações de Ricardo Rio. Ricardo Rio disse em tempos,

acabou-se a política do chapéu na mão e das obras anos seguidos nos Planos e

Orçamentos. Confirmava-se o que o Sr. Presidente disse e aquilo que fazia era

mais ou menos como o Frei Tomás, “Olha para o que ele diz, não olhes para o

que ele faz”. Mas recordando-lhe uma boa final, Ricardo Rio disse, também, que

Page 59: MANDATO XI ATA Nº. 14/2015 SESSÃO ORDINÁRIA DE 27 DE ...Tinoco Ribeiro da Silva, como Segundo Secretário. MAIORIA LEGAL - A SRª. ... José Manuel Ribeiro Afonso, Luís Filipe

126

“agora só orçamentamos os projetos aprovados”, criticando, muitas vezes, uma

lógica do PS de empolar orçamentos, de empolar investimentos, que tantas vezes

ali replicou e que também, naquele Orçamento, na sua ação, porque nem sempre

as dificuldades de ação eram compagináveis com as facilidades da oposição, em

que se podia dizer tudo quilo que se queria, vinha no seu próprio Orçamento

contrariar. Por todos aqueles motivos e porque entendiam que Braga merecia

mais e merecia melhor, o Partido Socialista iria, naturalmente, votar contra

aqueles documentos. A palavra foi depois dada ao Sr. Deputado do C.D.S.-P.P.,

CARLOS ALBERTO SOUSA DUARTE NEVES, para dizer que estavam

perante um Plano e Orçamento para dois mil e dezasseis, que era,

provavelmente, o primeiro Plano, que não estava refém da herança do Partido

Socialista. A primeira mensagem, Sr. Presidente da Câmara, era para lhe dizer

que reconheciam o mérito daquele plano e daquele Orçamento, num esforço sério

de construir uma visão para Braga, uma visão que, inclusive, constava dum

documento estratégico e que tinha em Braga vinte- vinte e cinco, portanto visão a

dez anos uma ambição, uma esperança, que resultou, fundamentalmente, das

eleições de dois mil e treze e que inauguraram, como o Sr. Presidente disse, e

muito bem, um novo tempo para Braga. Esse novo tempo para Braga, dois anos

depois, podia materializar-se numa nova estratégia que estavam a fazer e que

estavam a fazer cidade com princípios de rigor na gestão, com princípios de

transparência nas contas e na ação governativa e no governo do Município, com

muito maior proximidade, com inovação nas políticas, com ambição nos

objetivos e nas concretizações, mas também com uma preocupação de

solidariedade e de não esquecer que uma cidade desenvolvida tinha que ser,

acima de tudo, uma cidade solidária. Portanto, aprazia-lhes muito reconhecer

que, pela primeira vez, e de forma mais liberta das amarras do passado, este

Page 60: MANDATO XI ATA Nº. 14/2015 SESSÃO ORDINÁRIA DE 27 DE ...Tinoco Ribeiro da Silva, como Segundo Secretário. MAIORIA LEGAL - A SRª. ... José Manuel Ribeiro Afonso, Luís Filipe

Plano, efetivamente, refletia aquela ambição e aquela visão. Aquela visão e

aquela estratégia constavam dos tais quatro eixos de desenvolvimento, que

parecia que incomodava muita gente, mas queria ter uma cidade melhor para

viver. Uma cidade melhor para visitar. Uma cidade melhor para investir e

também, já agora, uma cidade que se afirmasse no contexto da região e, em

particular, na euro-região do norte de Portugal, sem esquecer a Península

Ibérica, onde estávamos instalados. Portanto, esses quatro eixos de

desenvolvimento, que depois declinavam para dez áreas de intervenção estavam

bem estruturados e, no fundo, forneciam uma arquitetura, que permitia que Plano

após Plano, estratégia de orçamento após estratégia, pudesse ser materializada

com objetivos, mas também com resultados que pudessem, depois, ser

escrutinados por todos. Nesse contexto, hoje tínhamos uma cidade muito mais

aberta. Uma cidade muito mais conectada e cosmopolita e isso não era mal

nenhum. Porque uma cidade muito mais conectada permitia ter hoje as

instituições a trabalhar em rede com o Município e eram as universidades que

hoje tinham voz que, no passado, estava a Câmara voltada de costas para essas

mesmas universidades. Hoje tínhamos o INL, que era um laboratório de

excelência e de classe mundial, que hoje tinha uma articulação com a Câmara

Municipal e não era só aquele sistema de oxigénio e de produção de biomassa a

partir da captura do CO dois, que representava a ligação ao INL. E hoje tinham

também boa articulação ao nível institucional e ao nível da promoção da ciência

e tecnologia. Mas também tinham ao nível da dimensão solidária, porque as

IPSS’s e a própria Misericórdia trabalhavam em articulação com o Município e

com a rede social que o Município tinha. Como também tinham com as

associações empresariais, com as empresas, com as coletividades e com as

associações e juventude e também com as ONG’s. Esta conectividade

Page 61: MANDATO XI ATA Nº. 14/2015 SESSÃO ORDINÁRIA DE 27 DE ...Tinoco Ribeiro da Silva, como Segundo Secretário. MAIORIA LEGAL - A SRª. ... José Manuel Ribeiro Afonso, Luís Filipe

127

intermunicipal era fundamental para reforçar a rede que Braga precisava para

ser uma cidade mais desenvolvida. Mas essa conectividade e o estabelecimento

dessas redes também se faziam fora das fronteiras do Município. A recuperação

da dinâmica do Quadrilátero Urbano, que estava completamente moribundo,

porque Braga não lhe quis dar valor, porque Braga não quis reconhecer a

importância que uma associação de municípios para fins específicos, como era o

caso, servia muito mais do que um mero instrumento para capturar fundos

europeus. Era, acima de tudo, um instrumento para articulação de políticas e

também para uma lógica de afirmação supramunicipal e regional que devia ser

reforçada e que devia ser estimulada. Aprazia-lhe muito registar que os quatro

Presidentes de Câmara reuniram regularmente e procuravam articular políticas,

não só no Quadrilátero, mas também, num outro organismo, esse sim, de

natureza formal e autárquica que era a CIM do Cávado, onde havia um conjunto

de articulação de políticas, havia, inclusive, planos de coesão e desenvolvimento

territorial que eram submetidos em conjunto a candidaturas a fundos europeus e,

portanto, asseguravam essa lógica supramunicipal, tanto do lado das

infraestruturas, como do lado da educação, como do lado da formação e da

empregabilidade. E isso era muito importante. Mas também uma afirmação de

Braga num contexto suprarregional, até no contexto da euro região do norte de

Portugal, designadamente, no Eixo Atlântico e aprazia-lhes também registar que

o Sr. Presidente da Câmara era também Presidente da Rede de Cidades do Eixo

Atlântico. Essa dimensão de Braga aberta ao mundo estava já a ter resultados.

Os indicadores do turismo e os indicadores também de visitantes que Braga tinha

tido ao longo dos últimos anos, já eram um bom reflexo. E não havia mal nenhum

que a “Noite Branca”, a “Braga Romana”, “o São João” e todos os outros

eventos que Braga tinha organizado, e bem, estivessem cada vez com mais

Page 62: MANDATO XI ATA Nº. 14/2015 SESSÃO ORDINÁRIA DE 27 DE ...Tinoco Ribeiro da Silva, como Segundo Secretário. MAIORIA LEGAL - A SRª. ... José Manuel Ribeiro Afonso, Luís Filipe

pessoas a participar. Projetavam Braga para o país. Projetavam Braga, alguns

deles, até, para o mundo e, portanto, era também, um bom exercício, um bom

exemplo daquilo que nestes dois últimos anos Braga tinha conseguido e que

reafirmavam Braga na trajetória de desenvolvimento e de crescimento

sustentado. Contudo, havia um conjunto de notas que era importante deixar ali. A

gestão rigorosa dos recursos públicos tinha no Plano para dois mil e dezasseis

um elemento que lhes parecia particularmente relevante. Designadamente, a

intenção de extinguir e de incorporar na estrutura municipal a Sociedade

Gestora de Equipamentos Desportivos de Braga, a SEGEB. A tão malfadada

parceria público privada que em tempos do executivo socialista foi estabelecida e

que custava quase sete milhões de euros por ano em custos de capital e de

manutenção e estes custos, lamentavelmente, eram crescentes, designadamente,

os de manutenção. Aprazia-lhes muito registar a intenção de internalizar essas

competências na Câmara Municipal e de estimar que essa poupança, pelo menos,

por ano, se traduzisse em três milhões de euros. Estes três milhões de euros,

seguramente, seriam um estímulo muito importante para o plano de investimentos

que estava ali desenhado e que em alguns casos carecia mesmo de intensidade de

capital do lado do Executivo. Era importante dizer que aquele exercício de

transparência e de rigor tinha exemplos concretos, porque, por exemplo, a

despesa corrente reduzia-se dezanove vírgula quatro milhões de euros e isso

significava um aspeto muito importante. Antes deste orçamento, nos anos

anteriores, a despesa corrente, a despesa que ficava comprometida no dia um de

janeiro de cada exercício representava mais de setenta por cento. Ou seja, mais

de setenta por cento do orçamento estava capturado por compromissos à partida,

o que significava que ficava muito pouco disponível para investimento. Todos

sabiam da dificuldade que Portugal viveu ao longo deste últimos anos,

Page 63: MANDATO XI ATA Nº. 14/2015 SESSÃO ORDINÁRIA DE 27 DE ...Tinoco Ribeiro da Silva, como Segundo Secretário. MAIORIA LEGAL - A SRª. ... José Manuel Ribeiro Afonso, Luís Filipe

128

designadamente, no acesso a capital e significava, por isso, que a poupança era

um ganho duplo, porque libertava orçamento e porque melhorava os ratios de

endividamento do próprio Município e daquilo que era vulgarmente conhecido

por “rating”, o que melhorava o custo do dinheiro que o Executivo de Braga

poderia beneficiar, quando se tivesse que endividar. Era também um bom

exemplo daquilo que a gestão rigorosa tinha vindo a conseguir ao longo dos

últimos anos. Importava também destacar a importância que foi dada, e ali de

forma inequívoca, às dimensões sociais no âmbito do Plano de Atividades. A

aposta numa Braga solidária tinha um conjunto de exemplos que já ali foram

referenciados pelo Deputado João Granja dos quais se permitia destacar os

duzentos mil euros para apoio ao arrendamento. Uma fiscalidade amiga das

famílias e, sobretudo, das famílias mais carenciadas, mas essa era um aspeto

particularmente importante, quando se falava da importância de libertar

rendimento para as pessoas. A continuidade na oferta de manuais escolares aos

alunos do primeiro ciclo, mas com a descriminação positiva para as famílias

mais carenciadas, em particular, dos escalões A e B, que para além do material

escolar tinham um outro conjunto de benefícios. A questão das refeições

escolares, e permitia-se lembrar ao companheiro de hemiciclo municipal Pedro

Sousa, que o reforço do apoio às refeições escolares constava do ponto doze da

ordem de trabalhos e era para os escalões A e B e na página onze do Plano de

Atividades era clara que era para as famílias mais carenciadas. Portanto, não

percebia qual tinha sido a sua indignação por tentar associar o apoio às

refeições escolares a todos, nomeadamente, àqueles que tinham mais

rendimentos. Era importante, também, referenciar, como uma boa medida de

política social, o congelamento das tarifas para os Tub e para a Agere, sendo

que, inclusive, havia uma expetativa na Agere, que em dois mil e dezassete essas

Page 64: MANDATO XI ATA Nº. 14/2015 SESSÃO ORDINÁRIA DE 27 DE ...Tinoco Ribeiro da Silva, como Segundo Secretário. MAIORIA LEGAL - A SRª. ... José Manuel Ribeiro Afonso, Luís Filipe

mesmas tarifas pudessem ser reduzidas. No âmbito da cidade participativa e

numa lógica de participação dos cidadãos, foi este Executivo que inaugurou o

Orçamento Participativo de forma eficaz e efetiva. Iam já para a segunda edição,

já em dois mil e quinze e em dois mil e dezasseis seria a terceira, mas também, o

orçamento participativo escolar e o orçamento jovem. Eram bons exemplos da

forma como a sociedade civil podia e devia participar nos destinos do seu

Município e isso era um bom exemplo. Falando do Plano de Investimentos, ele

estava ancorado num forte instrumento financeiro, que Braga tinha ao seu

dispor, sendo certo que as candidaturas ainda não estavam aprovadas, mas havia

uma forte expetativa de que a maior parte destes investimentos viesse a recolher

fundos europeus. E seria pouco inteligente, para não dizer outra coisa, não

aproveitar os fundos europeus. Porque se os fundos europeus não fossem

aproveitados por Braga, seguramente, o seriam por outras cidades. Quando tanto

mal se falava dos fundos europeus, dizendo que Braga tinha que pôr o seu

orçamento a fazer exatamente o mesmo que os fundos europeus, só estava apenas

com alguma dúvida, então de onde vinha o dinheiro? Era muito fácil dizer que

devia ser o orçamento e os capitais próprios do Município a pagar a demolição

do Picoto, ou a pagar a nova frota de autocarros para os TUB. Contudo, talvez

valesse a pena perceber, que se não fosse o desvaria nas contas que o Executivo

Socialista lhes deixou como herança, talvez houvesse mais dinheiro, por exemplo,

para reconstruir, ou até demolir o próprio Picoto que nunca deveria ter sido

construído naquele sítio e hoje ficava muito espantado por ver o Deputado Pedro

Sousa falar do Picoto e falar da alteração de opção, em termos de demolição e,

agora, pela requalificação, quando o próprio PS devia por a mão na consciência

e recuar dezoito anos e perceber que em mil novecentos e noventa e sete nunca

devia ter construído aquele bairro, naquele sítio. Valia a pena ter alguma

Page 65: MANDATO XI ATA Nº. 14/2015 SESSÃO ORDINÁRIA DE 27 DE ...Tinoco Ribeiro da Silva, como Segundo Secretário. MAIORIA LEGAL - A SRª. ... José Manuel Ribeiro Afonso, Luís Filipe

129

memória e valia a pena perceber que com demagogia não iriam lá. Iam lá com

realismo, com pragmatismo e com transparência e isso estava bem plasmado no

Plano e Orçamento para dois mil e dezasseis. Como também estava de forma

inequívoca, a opção pela requalificação, pela regeneração de bairros sociais. E

ali uma mensagem importante e um alerta para o Executivo para que essa

regeneração e requalificação não ficasse apenas e só pelo edificado. Era

provavelmente a parte mais fácil da requalificação, contudo tinham que fazer

regeneração social. Tinham que olhar e atender às pessoas, porque elas eram,

obviamente, o principal destinatário daquele processo de regeneração, ou

requalificação. Era preciso trazer novas vidas, novos hábitos, novos

compromissos, novos sentidos de responsabilidade a esses bairros e não torná-

los guetos, ainda que com cara lavada. Não era esse o objetivo e sabia que a

própria Bragahabit tinha no seu Plano de Atividades inscritas, no âmbito da CIM

do Cávado, um conjunto de ações candidatadas a fundos europeus, precisamente

para atuar a esse nível. Isso era particularmente importante para combinar

aquilo que eram as regenerações físicas com a intervenção ao nível das pessoas.

As outras intervenções, designadamente que estava prevista para o parque de

Exposições, era também muito relevante e isso enquadrava-se naquilo que era o

plano estratégico para o desenvolvimento económico de Braga, que deveriam ter

bem presente. Era importante dizer que uma cidade só era solidária se fosse

sustentada e se fosse desenvolvida. Não valia a pena continuar com a ideia, não

valia a pena ter condicionalismos e a ter fundamentalismos ideológicos de pensar

que uma cidade solidária, uma região solidária, um estado solidário, tinha que

ser sempre à custa do Estado, do dinheiro público e da lógica assistencialista.

Não teria necessariamente que ser assim. Uma sociedade solidária tinha que,

acima de tudo, partir da solidariedade entre as pessoas e havia muitos exemplos

Page 66: MANDATO XI ATA Nº. 14/2015 SESSÃO ORDINÁRIA DE 27 DE ...Tinoco Ribeiro da Silva, como Segundo Secretário. MAIORIA LEGAL - A SRª. ... José Manuel Ribeiro Afonso, Luís Filipe

de solidariedade entre as pessoas, que não eram assim tão intensivos em capital,

exigindo, isso sim, boas políticas e era para essas boas políticas que alertavam e

desafiavam o Executivo a perseguir. E a questão do desenvolvimento económico

parecia que hoje estava na ordem do dia, porque causava algum embaraço a

alguma esquerda que se incomodava muito, mas incomodava-se muito conforme

o ambiente onde estava. O PS foi ali dizer que ficava muito incomodado por ver

muitas vezes inscrito no Plano e Orçamento empreendedorismo e inovação.

Talvez valesse a pena recordar ao deputado Pedro Sousa, que o próprio líder do

seu partido, António Costa, hoje Primeiro-Ministro, tinha dito recorrentemente

que o empreendedorismo e inovação era uma das linhas mestras do seu próprio

governo. E ainda bem que o era, porque também acreditavam que poderia ser

para Braga e deveria ser para Braga, porque o empreendedorismo e inovação

era uma via mais sustentável para gerar emprego qualificado. E quando falava

de emprego qualificado, não estava a falar em qualificação ao nível dos

diplomas, mas sim ao nível do valor gerado por cada hora de trabalho prestado.

Melhores salários, melhor sustentabilidade, maior vínculo no trabalho e menor

precariedade. Quando estavam a falar de empreendedorismo e inovação estavam

a falar, fundamentalmente, de trazer mais e melhor emprego qualificado e melhor

qualificação no emprego para a cidade de Braga. Não havia mal nenhum de falar

de “nearshore”, porque “nearshore” também falam de centros de competências,

falavam de centros de engenharia e outros centros que vendiam para o mundo

serviços de altíssimo valor acrescentado, como algumas multinacionais faziam,

como algumas empresas portuguesas também faziam. Era uma boa forma de

exportar cá dentro, como fazia o turismo, não necessitando de exportar os nossos

talentos, necessitando que os nossos talentos tivessem que ir para fora, para ter

melhores rendimentos. Poderiam fazê-lo cá dentro. Poderiam fazê-lo a partir de

Page 67: MANDATO XI ATA Nº. 14/2015 SESSÃO ORDINÁRIA DE 27 DE ...Tinoco Ribeiro da Silva, como Segundo Secretário. MAIORIA LEGAL - A SRª. ... José Manuel Ribeiro Afonso, Luís Filipe

130

operações de “nearshore”, porque estavam a vender para o mundo, mas a partir

da sua própria casa, a partir da sua própria cidade. Fazia muito bem o Sr.

Presidente em ter no Plano e Orçamento a estratégia para Braga o “nearshore”,

como uma grande opção estratégica, porque não tinha dúvidas nenhumas, que se

fossem à Concentrix, à empresa que estava no edifício da estação de comboios,

que era da Refer, como sabiam, e olhassem para as seiscentas pessoas que lá

estavam a trabalhar, que não ganhavam o salário mínimo, e que tinham níveis de

satisfação e níveis de desempenho ao melhor daquele grupo empresarial, que

tinha cinquenta e quatro mil pessoas em todo o mundo. Estavam a falar de

realidades que estavam aqui. Não estavam a falar de ficção científica. Todos

conheciam esses bons exemplos e esses exemplos tinham que ser cada vez mais

atraídos para Braga, porque eles qualificavam o emprego em Braga, traziam

mais e melhor rendimento para a cidade e para os Bracarenses. Falar disso era

falar também da preocupação que tinham que ter com o desenvolvimento da

nossa cidade, mas de uma forma sustentada. Fazia-lhes alguma espécie,

efetivamente, ouvir falar da questão da mobilidade e de dizer que os TUB tinham

um plano muito ambicioso. Pois tinha. Tinha um plano muito ambicioso, que

também tinha um grande envelope. Talvez se tivessem os cofres mais cheios,

teriam mais possibilidade de contratar e implementar esses projetos. Estavam a

fazê-lo com transparência e os TUB estavam a comprar os autocarros que

podiam e a passar os cheques, mas de forma muito transparente. Não havia

cheques esquisitos. Não havia negócios duvidosos. Era tudo claro e transparente.

E, se calhar, gostariam de ter autocarros novos. Pois, mas os dos TUB, que

apesar de tudo tinham uma conta de exploração positiva e estava ano após ano a

melhorar a sua conta de exploração, não precisavam de outros subterfúgios para

ter a renovação da sua frota e acreditavam e estava perfeitamente inscrito no

Page 68: MANDATO XI ATA Nº. 14/2015 SESSÃO ORDINÁRIA DE 27 DE ...Tinoco Ribeiro da Silva, como Segundo Secretário. MAIORIA LEGAL - A SRª. ... José Manuel Ribeiro Afonso, Luís Filipe

Plano e Orçamento, que a mobilidade sustentável era uma prioridade e que os

novos modos também suaves de mobilidade faziam parte daquela agenda para

uma cidade mais sustentável e mais amiga das pessoas, mais amiga do ambiente.

Por tudo isso, e não era pouco, o Grupo Municipal do C.D.S.-P.P., iria votar a

favor do Plano e Orçamento para dois mil e dezasseis. Passou depois a usar da

palavra o SR. PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE BRAGA,

RICARDO BRUNO ANTUNES MACHADO RIO, para começar por confessar

que não esperava ir para uma sessão da Assembleia Municipal de apreciação do

Plano e Orçamento da Câmara Municipal elaborado pela maioria em funções e

ouvir tantos elogios, como ali ouviu, durante aquela sessão e que foram bem

traduzidos na expressão aplicada pelo Deputado Municipal Pedro Sousa de que

aquele era um plano de campanha. Porque, a não ser que ele estivesse a

subscrever a visão, também já ali hoje partilhada, pelo Deputado Carlos Silva, de

que os Bracarenses eram uma espécie de animais estúpidos que se deixavam

manipular pelos encantos da maioria em funções, para si, um plano de

campanha, era um plano que ia ao encontro das aspirações dos Bracarenses, e,

portanto, nas quais eles se reviam e isso levaria a que se revendo nessas opções,

revendo-se nas políticas do Executivo Municipal, lhe pudessem confiar o seu voto

nas próximas eleições. A não ser que não fosse assim, de facto, este Plano era

não um plano de campanha, mas um Plano coerente com aquilo que eram as

políticas seguidas por este Executivo, definidas, há muito tempo, como uma visão

estratégica para o nosso concelho e que entendiam que eram as que melhor

respondiam aos desafios para Braga e às aspirações dos Bracarenses. Devia

dizer que olhavam, em primeiro lugar, para a intervenção municipal, num

contexto global. E começaria mesmo por aí, porque, curiosamente, num

documento em que se analisavam, sobretudo, as intervenções diretas do

Page 69: MANDATO XI ATA Nº. 14/2015 SESSÃO ORDINÁRIA DE 27 DE ...Tinoco Ribeiro da Silva, como Segundo Secretário. MAIORIA LEGAL - A SRª. ... José Manuel Ribeiro Afonso, Luís Filipe

131

Executivo Municipal ou da Câmara Municipal, foram ali muito versadas as

empresas municipais e gostaria de dizer que, de facto, olhavam para o universo

municipal como um todo, como um grupo que trabalhava em coerência

devidamente articulado, em que havia, obviamente, áreas de competência

repartidas por diferentes estruturas. Mas nesse todo, devia dizer tinha que dar

ali, reiterando esse mesmo testemunho, que um dos grandes contributos para o

sucesso do trabalho deste Executivo Municipal tinha sido, precisamente, os

profissionais de cada uma das áreas do Município. Fosse da Câmara Municipal,

fosse das empresas municipais, tinham assentado na sua dedicação e

competência, na sua esmagadora maioria, porque, obviamente, havia sempre

exceções que fugiam à regra. Tinha agido nesse trabalho que tinha assentado boa

parte do sucesso do seu trabalho. E sobre essa matéria das trinta e cinco horas

que ali voltou a ser levantada, gostaria de lembrar que aquela mesma

Assembleia, os senhores Deputados que estavam ali sentados, na última sessão,

rejeitaram uma moção que foi formulada e votada para que o Município

retomasse as trinta e cinco horas e, portanto, o Município correspondia, neste

momento, àquela que foi a vontade sufragada pela Assembleia Municipal, na

última sessão. Caso não se lembrassem, a democracia não era só boa quando

funcionava a nosso favor. Era também quando não funcionava de encontro às

nossas pretensões e a verdade era que essa moção foi rejeitada. Mas também

fossem taxativos, a Câmara Municipal cumpria a lei. E, portanto, o novo

Governo que ontem entrou em funções iria, seguramente, repor, como prometeu,

as trinta e cinco horas na Administração Local e na Administração Pública em

geral, e quando assim acontecesse, a Câmara Municipal acataria a lei que

estiver em vigor e reporá aos seus trabalhadores as trinta e cinco horas que

emanarem dessa lei. Voltando à questão do universo municipal, de facto, além da

Page 70: MANDATO XI ATA Nº. 14/2015 SESSÃO ORDINÁRIA DE 27 DE ...Tinoco Ribeiro da Silva, como Segundo Secretário. MAIORIA LEGAL - A SRª. ... José Manuel Ribeiro Afonso, Luís Filipe

própria Câmara Municipal, o universo municipal era composto pelas empresas

municipais. E, curiosamente, de entre as empresas que ali foram abordadas, ou

de entre as empresas que compunham esse agregado, houve uma que não foi ali

citada e que julgava que era pelo reconhecimento unânime da excelência do

trabalho que tinha sido desenvolvido, que era o Theatro Circo, em ano festivo, o

centenário tinha sido, de facto, um pilar da dinamização cultural e da projeção

do concelho, que todos reconheciam, da interligação dos agentes culturais, da

complementaridade da programação, do acolhimento de novos eventos e,

portanto, julgava que sobre essa matéria não havia qualquer dúvida e isso teria

justificado essa omissão por parte dos diversos grupos. A Investbraga, que por

mais críticas que fizessem ao facto de Braga ser hoje um concelho no norte do

país que tinha registado maior nível de crescimento no emprego criado, não

estava a falar na redução de desemprego, que, obviamente, poderia dar aso a que

numa leitura, nalgumas vezes, um pouco abusiva, fosse dito que era por qualquer

tipo de expediente. Não, estava a falar de criação efetiva de postos de trabalho,

fosse nas grandes empresas industriais, fosse no setor comercial, fosse no setor

do “nearshoring”, eram muitos e vários os projetos de grande envergadura que

tinham sido desenvolvidos no nosso concelho, tinham sido ampliados no nosso

concelho e isso era, naturalmente, muito positivo para Braga, estando

estatisticamente comprovado e isso, também, diria que, em última análise,

corroborava o asserto que a empresa tinha seguido nessa componente da

dinamização económica e do apoio ao empreendedorismo e, já não falava ali, da

própria componente da rentabilização da atividade daquele Parque de

Exposições, que se estava também a verificar um grande crescimento e uma

muito maior rentabilidade. Mas, sobre essa matéria, havia ali uma nota que não

poderia deixar de fazer, era que depois de ouvir o Deputado pedro Sousa dizer

Page 71: MANDATO XI ATA Nº. 14/2015 SESSÃO ORDINÁRIA DE 27 DE ...Tinoco Ribeiro da Silva, como Segundo Secretário. MAIORIA LEGAL - A SRª. ... José Manuel Ribeiro Afonso, Luís Filipe

132

que só por incompreensão era que se conseguia ver a insistência com que a

Câmara, a propósito da dinamização económica, invocava o empreendorismo,

invocava as “startups”, repetia empreendorismo, repetia as “startups”, e isso

não correspondia, se calhar, à melhor estratégia para promover o

desenvolvimento económico, julgava que ele estava a querer dizer que a escolha

para Secretário de Estado da Indústria do responsável da “StartUp de Lisboa”

foi um erro do Governo, também, ontem empossado. Quanto à Agere, diria que

haveria de chegar o dia em que se iria fazer arqueologia desse processo de

privatização parcial e em que se iria perceber quais foram, ao longo dos anos, as

responsabilidades não sufragadas sequer em sede de Executivo Municipal,

portanto, se não escamoteavam a sua responsabilidade na opção política de

concretizar essa privatização, obviamente, que tinha que alijar qualquer

responsabilidade sobre os contornos que ao longo dos anos presidiram ao

relacionamento, em sede de acordo parassocial, em sede de opções de gestão,

como aquela que retirou ao contexto da Agere a responsabilidade de gerir as

águas pluviais, por parte da Câmara Municipal, e várias outras opções que

foram, de facto, um fator de benefício direto, claro e objetivo para o parceiro

privado, ao longo destes anos, mas isso, algum dia se iria fazer esse escrutínio

devidamente. Dizia que, na ótica dos Bracarenses, aquilo que de facto importava,

era que essa empresa prestava um serviço cada vez de melhor qualidade, que

respondesse ao conjunto do território e que o fizesse de forma cada vez mais

económica e segura. Ora, se a componente da segurança e da qualidade tinha

sido, sucessivamente, corroborada pelos indicadores da HERSAR que estavam

disponíveis publicamente, onde a Agere tinha dos melhores indicadores, a nível

nacional. Se a eficiência da gestão tinha sido corroborada, ainda recentemente,

pelo Anuário Financeiros dos Municípios Portugueses, como sendo a empresa

Page 72: MANDATO XI ATA Nº. 14/2015 SESSÃO ORDINÁRIA DE 27 DE ...Tinoco Ribeiro da Silva, como Segundo Secretário. MAIORIA LEGAL - A SRª. ... José Manuel Ribeiro Afonso, Luís Filipe

que teve os melhores resultados, a nível nacional, a componente, também

económica, registou, ao longo deste mandato, uma inversão clara, face àquela

que era a prática do passado. Aos aumentos de treze e oito por cento que se

registaram durante muitos anos, na água e no saneamento, inverteu-se com uma

descida para dois e cinco por cento desses aumentos nos primeiros anos, um

congelamento neste ano, e, finalmente, uma descida que iria ser concretizada em

dois mil e dezassete. Se quisessem, deixava para dois mil e dezoito, mas achava

que os Bracarenses preferiam que fosse mais cedo do que mais tarde. E, por

outro lado, também conseguiram acrescentar uma série de outros benefícios às

famílias numerosas, que reduziram a sua fatura da água em mais de cinquenta

por cento. Às IPSS’s, que tinham um desconto de doze e meio por cento. Às

Juntas de Freguesia, que no próximo ano passariam a ter um desconto também

de vinte por cento. E, obviamente, que no próximo ano, sem qualquer dúvida,

esperavam ter o contrato de gestão delegada aprovado. As condições na sua

componente material e naquilo que dependia da opção da Câmara Municipal não

seriam muito diferentes daquelas que foram inicialmente conhecidas e que,

frisava, o que estava em causa era o relacionamento entre a Câmara e a Agere,

não entre a Câmara e o parceiro privado. Isso era substancialmente diferente e

era algo que era importante, também, clarificar. E aquilo que disse e repetia, era

que na ótica dos Bracarenses, esse relacionamento media-se na sua carteira. E

se, qualquer que fosse o contrato de gestão delegada que viesse a ser celebrado,

conseguissem promover uma redução do custo dos serviços, os Bracarenses

estavam a ganhar e, naturalmente, que a empresa estava a corresponder às sua

obrigações, enquanto agente económico, para com todos os seus acionistas e não

apenas com os seus parceiros privados. Falou-se ali muito dos Tub e sobre os

Tub podia começar por apresentar ali um vasto rol de aquisições de autocarros

Page 73: MANDATO XI ATA Nº. 14/2015 SESSÃO ORDINÁRIA DE 27 DE ...Tinoco Ribeiro da Silva, como Segundo Secretário. MAIORIA LEGAL - A SRª. ... José Manuel Ribeiro Afonso, Luís Filipe

133

usados, ao longo da última década, que foram concretizados pelo anterior

Executivo, pelas anteriores administrações dos Tub. Estavam ali alguns membros

sentados na bancada, em que, efetivamente, a Câmara Municipal, por valores

muito superiores àqueles que agora foram incluídos naquele negócio realizados

com as STCP, adquiriu autocarros com catorze, quinze, dezasseis, dezassete

anos, nalguns casos, com dezenas de milhares de euros que custou cada um

desses autocarros e até, curiosamente, pegando numa expressão que foi usada

por alguns comentadores representativos dos partidos, alguns deles até foram

comprados a uma empresa que se chamava “Isasucatas” e, portanto, se calhar,

transmitindo o espírito que alguns quiseram apontar. Pois bem, tinha que dizer

que os autocarros que agora foram adquiridos eram autocarros perfeitamente

operacionais. Estavam em totais condições de circulação. Foram, todos eles, um

por um, inspecionados, antes de serem adquiridos. E, mais do que isso, eram

autocarros que por mais que viessem dizer que eram da mesma idade que aqueles

que estavam, em média, a circular em Braga, a média tinha destas coisas, era

que para a média ser de quinze, dezasseis ou dezassete anos, como era

atualmente, e portanto estes autocarros estarem em linha com a média, havia

outros autocarros, que não aqueles que foram também mais recentemente

adquiridos, que tinham vinte e cinco, vinte e seis, vinte e sete, vinte e oito, vinte e

nove e trinta anos e esses autocarros que estavam em funcionamento na nossa

cidade que eram, não só, um foco de prejuízo para os Tub, face aos custos de

funcionamento, face aos custos de manutenção, mas, sobretudo, um prejuízo

enormíssimo, do ponto de vista ambiental e da qualidade dos serviço que era

prestado à população, iria ser, agora, enviados para abate. E, portanto, era só a

partir daí fazer as contas. Se se retiravam autocarros com vinte e cinco e trinta

anos e se se introduziam autocarros com quinze, a média iria descer e iria descer

Page 74: MANDATO XI ATA Nº. 14/2015 SESSÃO ORDINÁRIA DE 27 DE ...Tinoco Ribeiro da Silva, como Segundo Secretário. MAIORIA LEGAL - A SRª. ... José Manuel Ribeiro Afonso, Luís Filipe

substancialmente. E sobre essa matéria não havia, também cumpria dizê-lo,

nenhum ameaçar daquela que foi a estratégia assumida pelo Engenheiro Batista

da Costa e pelos responsáveis da empresa municipal de que iriam continuar o

esforço para renovar a frota e para adquirir autocarros novos ao longo dos

próximos anos. Iriam, seguramente, fazê-lo. Agora, não podiam passar ao lado

daquela oportunidade de adquirir quarenta e quatro autocarros, perfeitamente

operacionais, como disse, pelo preço que custariam dois novos no marcado. E

percebia, e tinha que o dizer, que o PCP e o BE ficassem bastante incomodados

com esse negócio. Era que, de facto, depois de os STCP terem perdido quarenta e

quatro autocarros, que estavam perfeitamente operacionais, não sabia o que

iriam fazer aos cento e cinquenta motoristas que queriam pôr a conduzir sucata

nas ruas do Porto. Pediu, depois, ao PS para comparar os primeiros dois anos

com os dois anos iniciais dos mandatos anteriores, realçando que as mais de cem

obras nas freguesias, que agora o executivo iria tentar concretizar, não foram lá

colocadas por este executivo, mas já constavam dos anteriores planos do PS, não

lhes tendo sido dada qualquer execução. “Se não fizemos mais obras foi porque

estivemos a pagar muitos dos vossos compromissos, e pelo menos até dois mil e

trinta, os orçamentos municipais serão sempre reféns do passado”, acrescentou o

orador. Este plano e orçamento era um documento claro, transparente e

ambicioso, e o Município iria procurar usar ao máximo os fundos comunitários,

para investir em grandes projetos do concelho e nas freguesias. Graças a este

Plano e Orçamento e ao trabalho que tinha vindo a ser desenvolvido, Braga iria

ser um município de referência no contexto internacional e iria ser cada vez mais

um concelho onde valia a pena viver, investir e visitar. Posta à votação foi a

referida proposta aprovada com quarenta e nove votos a favor; dezasseis votos

contra e uma abstenção. Interveio depois o SR. PRESIDENTE DA JUNTA DE

Page 75: MANDATO XI ATA Nº. 14/2015 SESSÃO ORDINÁRIA DE 27 DE ...Tinoco Ribeiro da Silva, como Segundo Secretário. MAIORIA LEGAL - A SRª. ... José Manuel Ribeiro Afonso, Luís Filipe

134

FREGUESIA DE GUALTAR, JOÃO ANTÓNIO DE MATOS NOGUEIRA,

para numa Declaração de Voto, dizer que: "A Junta de Freguesia de Gualtar iria

votar favoravelmente o Plano de Atividades da Câmara Municipal de Braga para

dois mil e dezasseis, porque esta incluiu a Requalificação e Ampliação da Escola

EB um de Gualtar, que esta Câmara também tinha retirado do seu Plano de

Atividades para dois mil e catorze, apesar dos protestos da Junta de Freguesia,

facto que na época a levou a votar contra o Plano de Atividades para dois mil e

catorze. É justo agora reconhecer que o Município compreendeu o erro e a

injustiça que estava a cometer contra um projeto educativo de relevância e de

grande sucesso, facto com que a Freguesia de Gualtar se congratula. No entanto,

o Município de Braga retirou a construção do Campo de Futebol, obra de

compromisso eleitoral do Dr. Ricardo Rio para com os Gualtarenses e que esteve

em Plano e intenção do Município até Julho de dois mil e quinze. Este gesto é

incompreensível e acrescenta desigualdade para com os Gualtarenses que se vêm

privados de um espaço desportivo de grande alcance na formação dos seus

jovens e na prática desportiva de todos. Importa relembrar que não é uma

questão financeira que impede a construção do campo de futebol já que as

poupanças promovidas pela extinção da SGEB, onde se incluía o campo de

futebol de Gualtar, poderiam numa parte ser canalizadas para esta obra. Assim,

vê-se a Freguesia de Gualtar forçada a abster-se da votação do Plano de

Atividades e Orçamento da Câmara Municipal de Braga para dois mil e

dezasseis, esperando que, como aconteceu com a Escola EB um, o Município de

Braga reconheça o erro e torne e a incluir a construção do Campo de Futebol de

Gualtar nas suas intenções." PONTO NÚMERO TRÊS – PEDIDO DE

ISENÇÃO DO PAGAMENTO DE IMI E IMT - BRAGAHABIT – EMPRESA

MUNICIPAL DE HABITAÇÃO DE BRAGA, E.M.. Submete-se à apreciação e

Page 76: MANDATO XI ATA Nº. 14/2015 SESSÃO ORDINÁRIA DE 27 DE ...Tinoco Ribeiro da Silva, como Segundo Secretário. MAIORIA LEGAL - A SRª. ... José Manuel Ribeiro Afonso, Luís Filipe

aprovação da Assembleia Municipal a proposta do Executivo Municipal,

aprovada em reunião de nove de novembro do ano em curso, tendo em vista a

concessão de isenção à Bragahabit – Empresa Municipal de Habitação de Braga

– EM, do pagamento do IMI e IMT, nos termos do número dois, do artigo décimo

segundo da Lei número dois barra dois mil e sete, de quinze de janeiro,

relativamente a todos os imóveis de que é ou possa vir a ser sua propriedade,

pelo período de cinco anos renovável por mais cinco, a contar de um de janeiro

de dois mil e dezasseis (data da entrada em vigor da nova Lei das Finanças

Locais), considerando que se trata de uma empresa municipal pública, que tem

por objeto social a promoção da habitação social no Município de Braga e

gestão social, patrimonial e financeira dos seus prédios. Posta à votação foi a

referida proposta aprovada por unanimidade. PONTO NÚMERO QUATRO –

DESAFETAÇÃO DO DOMÍNIO PÚBLICO MUNICIPAL DE UMA

PARCELA DE TERRENO COM A ÁREA DE QUATROCENTOS E

DEZASSEIS METROS QUADRADOS, SITA NO PARQUE INDUSTRIAL DE

ADAÚFE – SEGUNDA FASE – ADAÚFE. Submete-se à apreciação e

aprovação da Assembleia Municipal, nos termos da alínea q), número um, artigo

vigésimo quinto, do Anexo um, da Lei número setenta e cinco barra dois mil e

treze, de doze de outubro, a proposta aprovada pelo Executivo, em reunião de

catorze de setembro do ano em curso, em que se solicita autorização para a

desafetação da dominialidade pública municipal, da parcela de terreno com a

área de quatrocentos e dezasseis metros quadrados, situada no Parque Industrial

de Adaúfe – segunda fase, freguesia de Adaúfe, do concelho de Braga, que se dá

por reproduzida e transcrita e vai ser arquivada em pasta anexa ao livro de atas.

Usou da palavra o SR. VEREADOR DA CÂMARA MUNICIPAL DE BRAGA,

MIGUEL SOPAS DE MELO BANDEIRA, para dizer que se tratava da

Page 77: MANDATO XI ATA Nº. 14/2015 SESSÃO ORDINÁRIA DE 27 DE ...Tinoco Ribeiro da Silva, como Segundo Secretário. MAIORIA LEGAL - A SRª. ... José Manuel Ribeiro Afonso, Luís Filipe

135

alienação de estreitas faixas de terreno adossadas a lotes e já ocupadas pelos

pavilhões neles erigidos no Parque industrial de Adaúfe. Teriam resultado do

deturpado dimensionamento dos lotes e consequente ocupação com construções

em banda que neles foram edificadas. Configurando uma medida de

regularização da situação. Posta à votação foi a referida proposta aprovada com

quarenta e nove votos a favor; com dois votos contra e com quinze abstenções.

PONTO NÚMERO CINCO – RENOVAÇÃO DO PRAZO PARA

HOMOLOGAÇÃO DA LISTA DE CLASSIFICAÇÃO FINAL DO

PROCEDIMENTO CONCURSAL COMUM PARA OCUPAÇÃO POR

TEMPO INDETERMINADO DE UM POSTO DE TRABALHO NA

CARREIRA/CATEGORIA DE TÉCNICO SUPERIOR PARA A DIVISÃO DE

CONTABILIDADE. Submete-se à apreciação e aprovação da Assembleia

Municipal, a proposta aprovada em reunião do Executivo de vinte e seis de

outubro do ano em curso, relativa à renovação do prazo para homologação da

lista de classificação final do procedimento concursal comum para ocupação por

tempo indeterminado de um posto de trabalho na carreira/categoria de técnico

superior para a Divisão de Contabilidade. Posta à votação foi a referida

proposta aprovada com onze abstenções. PONTO NÚMERO SEIS –

RENOVAÇÃO DO PRAZO PARA HOMOLOGAÇÃO DAS LISTAS DE

CLASSIFICAÇÃO FINAL. Submete-se à consideração da Assembleia

Municipal, nos termos do disposto no número três, do artigo sexagésimo quarto

da Lei número oitenta e dois-B barra dois mil e catorze, de trinta e um de

dezembro (LOE dois mil e quinze), com vista a aprovação, a proposta da Câmara

Municipal, aprovada em reunião de nove de novembro do ano em curso, relativa

à renovação do prazo para homologação das listas de classificação final. Posta à

votação foi a referida proposta aprovada com dez abstenções. PONTO

Page 78: MANDATO XI ATA Nº. 14/2015 SESSÃO ORDINÁRIA DE 27 DE ...Tinoco Ribeiro da Silva, como Segundo Secretário. MAIORIA LEGAL - A SRª. ... José Manuel Ribeiro Afonso, Luís Filipe

NÚMERO SETE – PROPOSTA DE ANULAÇÃO DA DELIBERAÇÃO DO

ÓRGÃO EXECUTIVO QUE APROVOU O MAPA DE PESSOAL PARA DOIS

MIL E DEZASSEIS, TÃO-SOMENTE NO QUE RESPEITA À ÁREA DE

FORMAÇÃO PARA O RECRUTAMENTO DE TÉCNICO SUPERIOR PARA

A DIVISÃO DE INOVAÇÃO, SISTEMAS DE INFORMAÇÃO E

QUALIDADE, LIMITANDO-SE À MERA INDICAÇÃO DE

LICENCIATURA. Submete-se à apreciação e aprovação da Assembleia

Municipal, a proposta aprovada em reunião do Executivo de nove de novembro

do ano em curso, relativa à anulação da deliberação do órgão executivo que

aprovou o mapa de pessoal para dois mil e dezasseis, realizada em reunião de

vinte e seis de outubro de dois mil e quinze, tão-somente no que respeita à área

de formação para o recrutamento de técnico superior, para a Divisão de

Inovação, Sistemas de Informação e Qualidade, limitando-se à mera indicação de

licenciatura. Posta à votação foi a referida proposta aprovada com três

abstenções. PONTO NÚMERO OITO – RECONHECIMENTO DO

INTERESSE PÚBLICO MUNICIPAL NA REGULARIZAÇÃO DA

AMPLIAÇÃO DO ESTABELECIMENTO INDUSTRIAL DA EMPRESA

POSTEREDE, SITUADA EM MIRE DE TIBÃES. Submete-se à apreciação da

Assembleia Municipal, para efeitos de aprovação, a proposta do Executivo

Municipal, aprovada em reunião de nove de novembro do ano em curso,

referente ao pedido de reconhecimento de interesse público municipal na

regularização da ampliação do estabelecimento industrial da Empresa Posterede,

situada em Mire de Tibães, nos termos do disposto na alínea a), do número

quatro, do artigo quinto, do Decreto-Lei número cento e sessenta e cinco barra

dois mil e catorze, de cinco de novembro, que se dá por reproduzida e transcrita

e vai ser arquivada em pasta anexa ao livro de atas. Posta à votação foi a

Page 79: MANDATO XI ATA Nº. 14/2015 SESSÃO ORDINÁRIA DE 27 DE ...Tinoco Ribeiro da Silva, como Segundo Secretário. MAIORIA LEGAL - A SRª. ... José Manuel Ribeiro Afonso, Luís Filipe

136

referida proposta aprovada com oito abstenções. PONTO NÚMERO NOVE –

CONTRATO DE CONSTITUIÇÃO DO DIREITO DE SUPERFÍCIE A

CELEBRAR ENTRE O MUNICÍPIO DE BRAGA E O SPORTING CLUBE

DE BRAGA. Submete-se à apreciação e aprovação da Assembleia Municipal, a

proposta do Executivo Municipal, aprovada em reunião de nove de novembro do

ano em curso, referente ao contrato de constituição do direito de superfície a

celebrar entre o Município de Braga e o Sporting Clube de Braga, que tem

particular interesse em dinamizar e valorizar toda a envolvente do Estádio

Municipal de Braga e, bem assim, criar uma nova centralidade urbana,

documento que se dá por reproduzida e transcrita e vai ser arquivada em pasta

anexa ao livro de atas. O SR. PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE

BRAGA, RICARDO BRUNO ANTUNES MACHADO RIO explicou que já após

a deliberação em sede de reunião do executivo municipal, o Sporting Clube de

Braga pediu o alargamento do prazo de cedência dos quarenta para os cinquenta

anos, por forma a permitir uma mais fácil negociação dos processos de

financiamento bancário, solicitando assim à Assembleia Municipal que tivesse

isso em atenção na hora da votação. O Edil explicou que no caso da piscina

estavam a falar de um equipamento onde o município já investiu mais de oito

milhões de euros e realçou que o direito de superfície era, neste caso, o que

melhor salvaguardava os direitos do município e frisou, novamente, que a

câmara não iria meter um cêntimo neste projeto. Notou, ainda, que a cedência

das piscinas acabava por corresponder a uma moção aprovada na anterior

Assembleia Municipal, no sentido de resolver o problema deste mamarracho,

onde tinham sido investidos mais de oito milhões de euros. Defendeu que a opção

pelo direito de superfície nas piscinas, em vez da doação já realizada dos

terrenos para a instalação da Academia do Sporting Clube de Braga, teve em

Page 80: MANDATO XI ATA Nº. 14/2015 SESSÃO ORDINÁRIA DE 27 DE ...Tinoco Ribeiro da Silva, como Segundo Secretário. MAIORIA LEGAL - A SRª. ... José Manuel Ribeiro Afonso, Luís Filipe

atenção o investimento já realizado pelo Município, a salvaguarda do acesso

para outras instituições e para eventos municipais. Usou depois da palavra o SR.

PRESIDENTE DA JUNTA DE FREGUESIA DE GUALTAR, JOÃO

ANTÓNIO DE MATOS NOGUEIRA, para realçar que o Partido Socialista

sempre teve como seu objetivo apoiar o Sporting de Braga na construção da

Academia destinada à promoção e desenvolvimento desportivo dos atletas do

Sporting Clube de Braga. Aliás era pública a manifestação desta intenção que

continuavam a apoiar, mas nunca nos terrenos que agora o Município de Braga

propunha para o efeito. Os terrenos que agora o Município propunha, estavam

destinados à construção de um parque urbano e a utilização destes para a

construção da Academia seria um erro imperdoável, que condicionariam uma

zona que seria mais um pulmão verde da cidade e do concelho. Onde estavam os

críticos que no passado tanto criticavam a Câmara de Braga pela falta de

espaços verdes? Pelos vistos agora tudo valia em nome de uma intenção que

poderia ser construída noutro local, nomeadamente, num dos locais outrora

apontados, como por exemplo no Parque de Exposições. Ou então Braga,

felizmente, tinha área verde e a crítica que era feita era injusta e apenas serviu

como arma de arremesso politico. A demagogia a que se assistia iria converter

um espaço ambiental por excelência e que o Partido Socialista na sua gestão

municipal adquiriu para o efeito. Eram dos que apoiavam e que sempre estiveram

na linha da frente na promoção do desporto concelhio, preconizado pelo Sporting

de Braga e assim continuariam, porque era essa a nossa matriz, sendo prova

disso a inclusão do projeto de construção da Academia, num dos programas do

Partido Socialista como fator de desenvolvimento desportivo, mas nunca em

detrimento de um parque urbano. O Partido Socialista não negava os seus

projetos e as suas orientações e esperava que a Direção do Sporting de Braga

Page 81: MANDATO XI ATA Nº. 14/2015 SESSÃO ORDINÁRIA DE 27 DE ...Tinoco Ribeiro da Silva, como Segundo Secretário. MAIORIA LEGAL - A SRª. ... José Manuel Ribeiro Afonso, Luís Filipe

137

viesse reconhecer, publicamente, que o PS era e era um partido que projetava e

dinamizava também o desporto bracarense, retificando assim a infeliz declaração

do seu responsável máximo. Declaração que lamentavam por ser injusta e haver

uma nítida interferência no quadro político-partidário que não reconheciam e

que muito lamentavam. Interveio de seguida a Srª. Deputada da C.E.M., PAULA

CRISTINA BARATA MONTEIRO DA COSTA NOGUEIRA, para inicialmente

dizer que depois discutiria com o Deputado João Nogueira qual era o seu grau

de filiação, apenas para lhe dizer que não tinha inimigos nem ali, nem em parte

nenhuma, tinha, quando muito, adversários políticos e tinha posicionamentos

críticos sobre algumas declarações, assim como ele teria noutras matérias.

Sempre que achasse que aquilo que ele dissesse não dignificava a Assembleia,

sinalizá-lo-ia no mesmo direito de expressão e de crítica que ele tinha quando as

proferia. Dito isso, poderia ter a certeza que não tinha inimigos nem ali, nem em

lado nenhum. Acerca daquele direito de superfície, queria levantar algumas

questões, e olhando para aqueles textos, iria ver se o Sr. Presidente

acompanhava o seu raciocínio, porque lendo aquilo pensou que se o direito de

superfície impedia a candidatura do Sporting de Braga a fundos comunitários e

foi essa a razão que foi invocada para se ter optado pela doação dos terrenos,

pensava que cabia perguntar naquele momento, se aquela opção, agora, de

optarem pelo direito de superfície, não impedia que o Sporting de Braga também

não pudesse aceder a fundos comunitários. No entanto, parecia-lhe que a

resposta à pergunta que estava a enunciar estava inscrita na alínea c) da

cláusula sete, que dizia “podem os outorgantes todos e quaisquer instrumentos e

figuras jurídicas para acautelar o interesse das partes como sejam autorizações

necessárias para em circunstâncias específicas ser o Clube ou o Município o

requerente daquelas candidaturas”. E a sua questão era se isso foi válido, ou

Page 82: MANDATO XI ATA Nº. 14/2015 SESSÃO ORDINÁRIA DE 27 DE ...Tinoco Ribeiro da Silva, como Segundo Secretário. MAIORIA LEGAL - A SRª. ... José Manuel Ribeiro Afonso, Luís Filipe

seja, podia ser a Câmara a fazer a candidatura para a realização do multiusos,

uma vez que aquilo que fizeram ali ou que iriam fazer ali era a questão do direito

de superfície, a sua questão era se aquele instrumento poderia ser usado dessa

forma, então por que aquela estratégia que estava contida na alínea c) da

cláusula sete, não foi utilizada para os restantes terrenos. Achava ser uma dúvida

legítima. Se antes se dizia que não podiam dar o direito de superfície, porque o

Sporting de Braga não podia recorrer a fundos comunitários, mas então agora

estavam a fazê-lo. Gostaria de ver esclarecida tal dúvida. Passou a usar da

palavra o SR. PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE BRAGA,

RICARDO BRUNO ANTUNES MACHADO RIO, para esclarecer que era uma

questão estritamente de forma. De facto, em termos dos direitos que foram

conferidos à sociedade eles eram idênticos na medida em que também a doação,

cumpria enfatizá-lo, tinha um fim específico consignado e, portanto, havia

sempre um direito de reversão e mesmo no caso da doação, caso não fosse

cumprido. Isso era uma condicionante também para o próprio financiamento.

Mas, neste caso, o que foi opção do Município, foi entender que o facto de ter

existido um investimento de mais de oito milhões de euros na própria piscina, na

estrutura da piscina. O facto do próprio Município, ao contrário do que

acontecia no Centro de Formação Desportiva, que era um projeto exclusivamente

do Sporting Clube de Braga, querer salvaguardar um espaço que seria para

fruição do próprio Município ou de coletividades que este viesse a designar e sem

por em causa aquele princípio que já haviam assumido de forma taxativa, de que

a Câmara não iria investir um cêntimo naquele projeto em termos financeiros,

que o modelo que melhor salvaguardava aquelas condicionantes era a questão do

direito de superfície. Não havia nenhuma outra fundamentação, que não fosse

esse princípio, que diria que era político mais do que jurídico. Interveio depois o

Page 83: MANDATO XI ATA Nº. 14/2015 SESSÃO ORDINÁRIA DE 27 DE ...Tinoco Ribeiro da Silva, como Segundo Secretário. MAIORIA LEGAL - A SRª. ... José Manuel Ribeiro Afonso, Luís Filipe

138

Sr. Deputado do P.S.D., JOÃO ALBERTO GRANJA DOS SANTOS SILVA,

que, apenas para salvaguardar o rigor formal, disse que a bancada do PSD e do

PS subscreviam o alongamento do prazo de cinquenta anos para ficar

salvaguardada a iniciativa, em sede de Assembleia, no espírito da lei como

lembrou, e muito bem, o Sr. Deputado Pedro Sousa. A palavra foi dada à SRª.

Deputada da C.D.U., CARLA MARIA DA COSTA E CRUZ, para realçar que

era de mais relembrar que a partir do momento em que a doação de terrenos ao

Sporting Clube de Braga para construção da sua Academia foi proposta em sede

de Câmara Municipal e da Assembleia Municipal que a CDU se empenhou em

encontrar forma de aproveitar o momento para resolver dois dos problemas que

pareciam não ter solução para aquele local: o abandono ao qual estava ditado e

o edifício inacabado das piscinas olímpicas que se situa junto ao Estádio

Municipal. Dando especial relevância ao impasse que existia relativamente

àquele edifício, onde já quase nove milhões de euros estavam perdidos, e para o

qual não existia, nem a médio nem a muito longo prazo, solução à vista, a CDU

propôs-se a resolver de vez o grande elefante branco da cidade. No decorrer do

processo, foi efetuada a alteração do regime jurídico para o edifício das piscinas

olímpicas, de doação para direito de superfície, solução que louvavam e

saudavam, desde logo porque era esta a figura que defendiam também para a

Academia mas que não foi, infelizmente, possível de concretizar. Aliás sobre este

ponto gostaria de dizer que o Sr. Presidente foi fazer a explicação a uma questão

levantada pelo Grupo Municipal da CEM, mas foi-lhes dito, na altura, que um

dos grandes problemas para não se concretizar aquela sua proposta de direito de

superfície, teria a ver com acessos a créditos bancário e pensava que também

deveria ter sido ali dito para se fazer um esclarecimento cabal daquilo que foram

as situações que, pelo menos, foi uma duvida que também a CDU levantou,

Page 84: MANDATO XI ATA Nº. 14/2015 SESSÃO ORDINÁRIA DE 27 DE ...Tinoco Ribeiro da Silva, como Segundo Secretário. MAIORIA LEGAL - A SRª. ... José Manuel Ribeiro Afonso, Luís Filipe

quando foi essa discussão e foi essa a resposta que lhes foi dada e acreditavam

que, segundo as informações que foram dadas, na altura, pelos serviços jurídicos

da Câmara Municipal. A par desta alteração, valorizavam também a aceitação

de outras contrapartidas que impuseram a este projeto em concreto, desde logo a

possibilidade de utilização do pavilhão multiusos a ser construído por parte do

município, a existência de um espaço próprio reservado ao pelouro do desporto e

o acesso público e livre ao circuito de manutenção física e desportiva. E era por

estes motivos que o Grupo Municipal da CDU iria votar favoravelmente aquela

proposta. Posta à votação foi a referida proposta aprovada com duas abstenções

e um voto contra. PONTO NÚMERO DEZ – PROPOSTA PARA

ESTABELECIMENTO DE UM PROTOCOLO DE GEMINAÇÃO COM A

CIDADE CLUJ-NAPOCA, NA ROMÉNIA. Submete-se à apreciação e votação

da Assembleia Municipal, proposta do Executivo Municipal, aprovada em

reunião de nove de novembro do ano em curso, referente à proposta para

estabelecimento de um protocolo de geminação com a cidade de Cluj-Napoca, na

Roménia. Posta à votação foi a referida proposta aprovada por unanimidade.

PONTO NÚMERO ONZE – CONTRATOS INTERADMINISTRATIVOS DE

DELEGAÇÃO DE COMPETÊNCIAS NAS JUNTAS DE FREGUESIA.

Submete-se à apreciação e votação da Assembleia Municipal, nos termos da

alínea k), do número um, do artigo vigésimo quinto, do Anexo um da Lei número

setenta e cinco barra dois mil e treze, de doze de setembro, as propostas

aprovadas nas reuniões do Executivo Municipal de doze e vinte e seis de outubro

e de nove de novembro do ano em curso, relativas aos Contratos

Interadministrativos de Delegação de Competências nas seguintes freguesias: a)

- União de Freguesia de Escudeiros e Penso (Santo Estevão e São Vicente), para

a execução da obra denominada “Acesso mobilidade condicionada ao edifício da

Page 85: MANDATO XI ATA Nº. 14/2015 SESSÃO ORDINÁRIA DE 27 DE ...Tinoco Ribeiro da Silva, como Segundo Secretário. MAIORIA LEGAL - A SRª. ... José Manuel Ribeiro Afonso, Luís Filipe

139

antiga sede da Junta de Freguesia de Santo Estevão de Penso”, no montante de

quarenta e dois mil novecentos e trinta euros; b) - União de Freguesias de

Merelim São Pedro e Frossos, para a execução da obra denominada

“Alargamento e pavimentação da rua Trás-as-Bouças – Merelim São Pedro”, no

montante de setenta mil seiscentos e noventa euros e noventa e três cêntimos

euros; c) - União de Freguesias de Arentim e Cunha, para a execução da obra

denominada “Alargamento e pavimentação da rua da Ponte Seca”, no montante

de onze mil novecentos e cinquenta e seis euros e oitenta cêntimos euros. Postas à

votação foram as referidas propostas aprovadas com duas abstenções. PONTO

NÚMERO DOZE – ATRIBUIÇÃO DE APOIOS FINANCEIROS A

DIVERSAS JUNTAS DE FREGUESIA. Submete-se à apreciação e aprovação

da Assembleia Municipal, as propostas aprovadas nas reuniões do Executivo

Municipal de doze e vinte e seis de outubro do ano em curso, relativas à

atribuição de apoios financeiros, nos termos do preceituado na alínea j), do

número um, do artigo vigésimo quinto do Anexo um da Lei número setenta e

cinco barra dois mil e treze, de doze de setembro, às seguintes Juntas de

Freguesia: a) - Junta de Freguesia de Mire de Tibães, destinado à execução da

“Pintura e ampliação de seis campas – Cemitério de Mire de Tibães”, no

montante de quatro mil trezentos e sessenta e dois euros e vinte e dois cêntimos;

b) - Junta de Freguesia de Padim da Graça, destinado à execução das

“Instalações sanitárias do campo de futebol do Águias da Graça”, no montante

de seis mil trezentos e sessenta euros; c) - Junta de Freguesia de Mire de Tibães,

destinado à atividade “Semana rural”, no montante de mil euros; d) - União de

Freguesias de Este (São Pedro e São Mamede), para comparticipar as despesas

decorrentes com a realização da “Terceira edição das Bruxarias do Vale do

Este”, no montante de dois mil e quinhentos euros; e) - União de Freguesias de

Page 86: MANDATO XI ATA Nº. 14/2015 SESSÃO ORDINÁRIA DE 27 DE ...Tinoco Ribeiro da Silva, como Segundo Secretário. MAIORIA LEGAL - A SRª. ... José Manuel Ribeiro Afonso, Luís Filipe

Vilaça e Fradelos, destinado à execução das obras de “Águas pluviais na rua dos

Galos”, no montante de três mil duzentos e quinze euros e cinco cêntimos; f) -

Junta de Freguesia de Tebosa, destinado ao programa “Os piratas vão à

piscina”, no montante de doze mil euros/época, por ano, renovável, num total de

vinte horas semanais (aluguer da piscina). Postas à votação foram as referidas

propostas aprovadas com duas abstenções. PONTO NÚMERO TREZE –

REFORÇO DOS APOIOS SOCIOEDUCATIVOS AO NÍVEL DAS

REFEIÇÕES ESCOLARES. Submete-se à apreciação e aprovação da

Assembleia Municipal, a proposta do Executivo Municipal, aprovada em reunião

de nove de novembro do ano em curso, referente ao reforço dos apoios

socioeducativos ao nível das refeições escolares, documento que se dá por

reproduzida e transcrita e vai ser arquivada em pasta anexa ao livro de atas.

Posta à discussão, usou da palavra o Sr. Deputado da C.D.U., BRUNO ANDRÉ

FERREIRA GOMES DA SILVA, para dizer que eram sobejamente conhecidas e

reconhecidas as dificuldades que inúmeras famílias atravessavam para fazer face

aos custos com a educação. Dificuldades que derivavam de uma política

“austeritária” asfixiante, desumana e tão-somente preocupada com exigências

despersonalizadas dos sacrossantos mercados. Sob o pretexto do “custe o que

custar”, o falecido governo PSD/CDS relegou a educação pública para as

calendas, transformando cantinas escolares em cantinas socias ou mera “sopa

dos pobres”. Contudo, a CDU não podia deixar de sublinhar a importância do

apoio financeiro em apreço. Por conseguinte, tal medida mereceu o seu voto

favorável. Não podiam, todavia, branquear as causas da inexistência de um

serviço público de qualidade, também no que concernia à prestação das refeições

escolares, incluindo todas as funções que a estas estavam associadas,

nomeadamente empratamento, apoio às crianças na hora da refeição, limpeza,

Page 87: MANDATO XI ATA Nº. 14/2015 SESSÃO ORDINÁRIA DE 27 DE ...Tinoco Ribeiro da Silva, como Segundo Secretário. MAIORIA LEGAL - A SRª. ... José Manuel Ribeiro Afonso, Luís Filipe

140

entre outras. Pesasse embora a CDU considerasse que este serviço competisse à

Administração Central, a qual que deveria assegurá-lo na plenitude, dotando-o

das verbas necessárias para dar uma resposta cabal, garantindo as refeições

escolares de qualidade e os necessários recursos materiais e humanos, sem

imputação de despesas adicionais ao município e/ou às famílias. Pelo exposto, a

CDU advertia para a necessidade de se garantir que as verbas envolvidas se

destinavam, tão-somente, à redução das despesas dos agregados familiares com

o serviço de refeições escolares, garantindo-se, deste modo, que o apoio

financeiro chegasse efetivamente às famílias e que não fosse aproveitado para

fins diversos pelas instituições que prestavam tais serviços. Usou ainda da

palavra o SR. PRESIDENTE DA JUNTA DE FREGUESIA DE GUALTAR,

JOÃO ANTÓNIO DE MATOS NOGUEIRA, para dizer que uma das grandes

medidas que foram implementadas pelos governos socialistas foi o serviço de

refeições generalizadas aos alunos do primeiro ciclo. Aliás, na sequência daquilo

que foi a ampliação da rede do pré-escolar e dos apoios sócio educativos

inaugurados, também, na governação de uma gestão socialista, no tempo do

Primeiro-ministro António Guterres. A forma como este Município estava a

executar aquela tarefa de longo alcance social era aquela que, no entender do

Partido Socialista, era a mais correta. Era delegando, naturalmente, nas Juntas

de Freguesia, porque quando falavam numa política de proximidade, nada

melhor do que entregar aos eleitos da maior proximidade, algumas dessas

tarefas. Porque descentralizar era também delegar nas freguesias algumas

tarefas que se calhar seriam muito mais caras, se calhar seriam menos rentáveis

se fossem executadas pelos municípios e muitíssimo mais caras se fossem feitas

pela administração central. Era também uma forma de dignificar o papel das

freguesias. Mas a verdade era que aquele serviço de refeições, que hoje assumia

Page 88: MANDATO XI ATA Nº. 14/2015 SESSÃO ORDINÁRIA DE 27 DE ...Tinoco Ribeiro da Silva, como Segundo Secretário. MAIORIA LEGAL - A SRª. ... José Manuel Ribeiro Afonso, Luís Filipe

uma importância cada vez maior, porque muitas das crianças fazia, sobretudo as

famílias mais carenciadas, a sua principal refeição na escola. Era evidente que

aquela medida era de elogiar. Mas era uma medida que deva ter mais expansão,

devia ser mais corajosa e devia ir mais longe. O Partido Socialista apresentou

em junho ou julho uma proposta que iria muito mais longe e que versava,

sobretudo, três aspetos que hoje eram de vital importância para a escola, para os

alunos e para a família. Era uma proposta perfeitamente ajustada às

necessidades e uma proposta que poderia ser o início de uma experiência que

pensava que mais tarde poderia ser uma medida de grande alcance social e que

seria, sobretudo, apoiada em três vertentes. Na vertente das interrupções letivas e

das férias para os alunos originários de famílias carenciadas, normalmente

escalões A e B, mas devia lembrar que havia muitas famílias, que não estavam

nesse escalão e eram carenciadas. E porquê? Porque, infelizmente, as

burocracias da Segurança Social e de outros executivos de governos, atrasavam

a definição do escalão a que cada família pertencia. E hoje uma família que não

tinha escalão A ou B, poderia ser também uma família necessitada. E, por isso,

as Juntas de Freguesia tinham um papel importantíssimo na deteção dessas

situações. Era por isso que esta medida também era minimalista relativamente

àquela matéria, porque entregou a gestão, audição e levantamento aos

Agrupamentos Escolares, quando o deveria ter feito às Juntas de Freguesia e às

Associações de Pais, que eram as entidades que estavam no terreno, por

delegação da Câmara, a fazer esse serviço. Mas voltando à proposta do Partido

Socialista, dizer que o Município de Braga poderia ter ido mais longe, porque

hoje as famílias precisavam não só de um serviço de refeições organizado, com

higiene, com qualidade e segurança alimentar, mas também precisavam de ATL

para os seus filhos. O ATL que era feito pela Segurança Social não cobria a

Page 89: MANDATO XI ATA Nº. 14/2015 SESSÃO ORDINÁRIA DE 27 DE ...Tinoco Ribeiro da Silva, como Segundo Secretário. MAIORIA LEGAL - A SRª. ... José Manuel Ribeiro Afonso, Luís Filipe

141

totalidade das necessidades e havia freguesias onde existia o apoio direto da

Segurança Social e outras que não e as crianças eram todas iguais e todas

tinham o mesmo direito. E a proposta seria o início de uma comparticipação que

ajudaria as famílias mais carenciadas a poder ter os seus filhos em ATL’s que,

efetivamente, pudessem estar num ambiente seguro educativo tranquilo. E havia

uma terceira vertente nessa proposta que era uma outra necessidade. Era

também de comparticipar para o lanche das crianças originárias de famílias

carenciadas. Estava convencido que, na altura, o Executivo Municipal não

aprovou a proposta do Partido Socialista, não porque não tivesse verbas, porque

os custos estavam calculados, mas porque era originária de uma força que não

valia a pena dar aso e agora aos poucos e poucos estavam a reproduzir aquela

proposta. Esperava que o fizessem, sobretudo, nas três vertentes e uma medida

que poderia ser mais corajosa, efetivamente, começou devagar, devagarinho, mas

esperava que pudesse ir longe. As crianças e as famílias mais carenciadas

agradeceriam isso à Câmara. Porque agradecer era uma forma também de

implementar medidas que saíam muitas vezes daquilo que era as competências

normais e que muitas vezes eram até competências de outra esfera. “Sr.

Presidente tenha coragem. Vá mais longe e preconize os apoios, conforme a

proposta do Partido Socialista”, rematou o mesmo orador. Posta à votação foi a

referida proposta aprovada por unanimidade. PONTO NÚMERO CATORZE –

ISENÇÃO DE TAXAS MUNICIPAIS. Para apreciação da Assembleia

Municipal, junto se envia informação sobre os benefícios fiscais concedidos pela

Câmara Municipal, nos termos do número três, do artigo quadragésimo primeiro

do Regulamento Municipal de Taxas e Licenças Municipais, que se dá por

reproduzida e transcrita e vai ser arquivada em pasta anexa ao livro de atas. Não

se registou nenhuma intervenção. PONTO NÚMERO QUINZE –

Page 90: MANDATO XI ATA Nº. 14/2015 SESSÃO ORDINÁRIA DE 27 DE ...Tinoco Ribeiro da Silva, como Segundo Secretário. MAIORIA LEGAL - A SRª. ... José Manuel Ribeiro Afonso, Luís Filipe

INFORMAÇÃO PRESTADA PELAS COMISSÕES PERMANENTES.

Registou-se a intervenção do PRESIDENTE DA COMISSÃO PERMANENTE

DE EDUCAÇÃO, CULTURA, DESPORTO E JUVENTUDE, SR. JOÃO

ANTÓNIO DE MATOS NOGUEIRA, para dizer que todos conheciam a posição

relativamente àquilo que devia ser o trabalho duma Comissão Permanente. Era

um trabalho que deveria estar na sequência daquilo que pudessem ser situações

que fossem colocadas numa Comissão Permanente para estudar, para analisar

com detalhe aquilo que eram as propostas, a atitude e a ação política de cada um

dos Vereadores de acordo com os seus pelouros e não ir muito mais longe do que

isso, não os multiplicar, porque não valia a pena. Mas deixassem-no fazer um

reparo, a Comissão a que presidia tinha tido alguma dificuldade em arranjar da

parte do Senhor Presidente da Câmara a disponibilização do respetivo Vereador

da tutela para essas reuniões. E gostaria de justificar a razão por que ainda não

fizeram uma das reuniões ordinárias. No início do mês pediu autorização ao

Senhor Presidente para disponibilizar a Senhora Vereadora da Educação e

Cultura e passadas três semanas não tinha nenhuma resposta, facto que,

naturalmente, inibia a realização dessa reunião. Gostaria que, em ato contínuo,

ou se assim o entendesse, que na qualidade de Presidente da Comissão de

Educação, Cultura, Desporto e Juventude, pudesse, sempre que fosse necessário,

acertar com a Senhora Vereadora a disponibilidade dela que teria que ser

sempre á segunda-feira por causa dos Deputados que também integravam a

Comissão, para que dessa forma mais simples e rápida pudessem, em tempo útil,

executar aquilo que era também uma das situações regimentais da Assembleia

Municipal. Gostaria que simplificassem aquela situação, para que a reunião

Comissão pudesse ser frutuosa e pudesse ir de encontro àquilo que eram as

expetativas dos membros da referida Comissão. PONTO NÚMERO

Page 91: MANDATO XI ATA Nº. 14/2015 SESSÃO ORDINÁRIA DE 27 DE ...Tinoco Ribeiro da Silva, como Segundo Secretário. MAIORIA LEGAL - A SRª. ... José Manuel Ribeiro Afonso, Luís Filipe

142

DEZASSEIS – INFORMAÇÃO DO SR. PRESIDENTE DA CÂMARA

MUNICIPAL ACERCA DA ATIVIDADE DO MUNICÍPIO. Não se registou

nenhuma intervenção. APROVAÇÃO DA ATA EM MINUTA: A Assembleia

Municipal deliberou aprovar a ata em minuta, para produzir efeitos imediatos, na

parte respeitante aos pontos um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete, oito, nove,

dez, onze, doze e treze, de conformidade com o disposto no número três, do artigo

quinquagésimo sétimo, da Lei número setenta e cinco barra dois mil e treze, de

doze de setembro. ENCERRAMENTO: À uma hora e quarenta e cinco minutos,

a Srª Presidente da Mesa deu por encerrados os trabalhos desta sessão de vinte e

sete de novembro, de que para constar se lavrou a presente ata que vai ser

assinada pelos membros da Mesa.