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Noções Básicas do Manejo de Animais Silvestres Brasileiros (Treinamento a Agentes Ambientais) Marcelo Lima Reis (Biólogo, Mestre em Ecologia) Chefe do Serviço de Pesquisa Científica da Fundação Pólo Ecológico de Brasília 1º tópico: BIODIVERSIDADE Brasil país em Megadiversiade Biomas Brasileiros: Floresta Amazônica; Cerrado (Pantanal); Mata Atlântica; Caatinga; Pampas. Principais Ameaças antrópicas: Desmatamento (desvegetação); Queimadas; Represas (hidroelétricas), Caça 2º tópico: TAXONOMIA, BIOLOGIA E ECOLOGIA DAS ESPÉCIES SILVESTRES BRASILEIRAS (Ênfase na Fauna do Cerrado); identificação; distribuição geográfica; alimentação; reprodução; comportamento; curiosidades; “status”. Grupos e subgrupos abordados: Herpetofauna: anfíbios e répteis Avifauna: passeriformes e não passeriformes Mastofauna: pequenos mamíferos (voadores e não voadores) e médios e grandes mamíferos

Manejo de Animais Silvestres

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Noções Básicas do Manejo de Animais Silvestres Brasileiros (Treinamento a Agentes Ambientais)

Marcelo Lima Reis (Biólogo, Mestre em Ecologia)

Chefe do Serviço de Pesquisa Científica da Fundação Pólo Ecológico de Brasília 1º tópico: BIODIVERSIDADE Brasil 1º país em Megadiversiade Biomas Brasileiros: Floresta Amazônica; Cerrado (Pantanal); Mata Atlântica; Caatinga; Pampas. Principais Ameaças antrópicas: Desmatamento (desvegetação); Queimadas; Represas (hidroelétricas), Caça 2º tópico: TAXONOMIA, BIOLOGIA E ECOLOGIA DAS ESPÉCIES SILVESTRES BRASILEIRAS

(Ênfase na Fauna do Cerrado); identificação; distribuição geográfica; alimentação; reprodução; comportamento; curiosidades; “status”.

Grupos e subgrupos abordados: Herpetofauna: anfíbios e répteis

Avifauna: passeriformes e não passeriformes Mastofauna: pequenos mamíferos (voadores e não voadores) e médios e grandes mamíferos

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3º tópico: TÉCNICAS DE ESTUDOS E MONITORAMENTO DE ANIMAIS SILVESTRES. Metodologias básicas de Inventário de Fauna; Dados secundários: (bibliografia) regional e local

Dados Primários: (atual) coleta de campo “in locu” Observação indireta Indícios (pegadas, abrigos, carcaças, fezes, ninhos, peles, marcas, sinais); Zoofonia (sons e vocalizações) Observação direta (avistamento) Ronda (diurnas e noturnas) Transecto Censo por ponto (Esforço de amostragem: tempo (hora) ou distância (km) (a pé, à cavalo, de barco, de veículo) Captura Manual (arrastão) (Esforço de amostragem: tempo (hora) ou distância (km) Armadilhagem Live trap (captura o animal vivo) Alçapão, “pit fall”, (armadilha/noite) Rede de neblina (horas/rede) Snap trap (captura o animal morto) Abate: espingarda Informação (entrevista): livros, fotos, desenhos, descrições

Metodologias básicas de Monitorameto; Captura, marcação e recaptura Anilhamento, brinco, tatuagem, microship, marcas naturais - foto ou desenho

Radio telemetria Preparação de Material Biológico

Via úmida (fixação): (peixes, répteis, anfíbios e morcegos)

Formol a 4% (diluir em 10 vezes) 1 semana Álcool a 70% trocar 1 vez por ano

Via seca (taxidermia): Preparação da pele e do crânio (aves e mamíferos) Tipos de coleção: científica, didática, exposição e de referência)

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4º tópico: MANUTENÇÃO EM CATIVEIRO. Recintos (abrigo, cambiamento,

Contenção Contenção física (técnicas e equipamentos); Contenção química (técnicas e equipamentos); Transporte. jaulas de transporte

5º tópico: TRIAGEM Centro de triagem; Centro de reabilitação; Solturas (reintrodução e translocação) Unidades de conservação

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BIODIVERSIDADE

A biodiversidade é representada pelas espécies de animais e vegetais hoje existentes no planeta.

O Brasil é o mais rico dentre os 17 países de Megadiversiade, isto é, que juntos possuem 70% das espécies mundiais.

Possui de 10 a 20% da diversidade biológica (número de espécies) do planeta e também é o primeiro do “ranking” considerando os endemismos (espécies restritas a uma determinada área).

• Brasil é o 1º em número de espécies de plantas superiores, com aproximadamente 56 mil (22% do total mundial);

• Com mais de 524 espécies (10% do total mundial), também é o 1º em relação aos mamíferos, sendo 131 endêmicas (4º do mundo). Além disso, possui 77 espécies de primatas (27% do total conhecido);

• É o 1º em peixes de água doce com mais de 3000 espécies (duas vezes mais do que qualquer outro país);

• Com relação aos anfíbios está em 2º lugar, tanto em relação ao número de espécies com 10% do total mundial (517 espécies), quanto em espécies endêmicas (294);

(fotos de anfíbios)

• Ocupa o 2º lugar em vertebrados, excluindo peixes, com 3131 espécies das quais 788 são endêmicas;

• Com 1622 espécies de aves e 191 endemismos, ocupa a 3ª colocação mundial;

• Em relação aos répteis ocupa a 5ª colocação em número de espécies (468) e em espécies endêmicas (172);

• Possui de 10 a 15 milhões de insetos. Hoje somos 5,8 bilhões de habitantes no Planeta e logo chegaremos a 8 bilhões, ocupando cada vez mais espaço na terra. Como resultado estamos pressionando outras espécies e nos próximos 30 anos, as atividades humanas deverão ser responsáveis pelo desaparecimento de cerca de 20% das espécies existentes conhecidas.

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ECOSSISTEMAS BRASILEIROS Ecossistema é o conjunto formado pelo ambiente físico (solo, água, atmosfera) e os seres vivos que o habitam. O Brasil também possui uma grande diversidade de ecossistemas, produto da grande variação climática e geomorfológica de um país de dimensões continentais, com mais de 8,5 milhões de km² terrestres.

• A Floresta Amazônica é a maior floresta tropical do Planeta com 40% do total remanescente. Abriga a maior bacia hidrográfica do mundo, sendo que 60% esta dentro do território brasileiro;

• Brasil possui a maior área de savana dentro de um país: o Cerrado, ocupando ¼ do seu território. Hoje já perdeu 40% da sua vegetação nativa e esta entre os 25 ecossistemas mais críticos (hotspots) do planeta. Apenas 1,5% do seu território esta protegido em Unidades de Conservação.

• A Mata Atlântica é uma das florestas mais ricas e ameaçadas do planeta. Cobria mais de 1 milhão de km²(12% do território nacional) e atualmente está reduzida a menos de 7% de sua área original. Seus remanescentes são considerados como Patrimônio Nacional.

• O Pantanal é a maior e mais significativa área inundada conhecida;

• A Caatinga é o único ecossistema endêmico do Brasil, ocupando 10% do território nacional.

Várias das espécies importantes para a economia mundial, como o amendoim, castanha do pará, carnaúba, seringueira, guaraná, abacaxi, caju, além de inúmeras espécies forrageiras, madereiras e medicinais, são originárias dos ecossistemas brasileiros.

• Aproximadamente apenas 8% do Território Nacional está protegido como Unidade de Conservação Federal ou Estadual e 15%, considerando as Reservas Indígenas.

As florestas controlam o clima e os ciclos aquáticos e abrigam milhões de plantas, animais e microorganismos interligados em uma fina cadeia.

Cada componente tem o seu papel no funcionamento do ecossistema e que se suprimido, este “equilíbrio” mudará, geralmente sem que se possa prever de que forma.

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EXTINÇÃO Nos últimos dois séculos o homem causou o desaparecimento de mais de 200 espécies de animais.

• No Brasil das 3131 espécies de vertebrados silvestres, exceto peixes, 258 estão vulneráveis ou ameaçadas de extinção(8% do total);

• Neste status também se encontram-se 13% dos mamíferos, com mais de 70 espécies ameaçadas, 103 espécies de aves (6,3%) e 5,6% da herpetofauna (répteis e anfíbios) com 55 espécies;

• Brasil tem a maior diversidade de primatas do Planeta e 1/3 esta ameaçada de extinção. Dentre as 25 espécies mais ameaçadas do Planeta, cinco vivem no Brasil. As principais causas que levam a extinção de espécies silvestres brasileiras são: 1 ) Destruição dos Habitats desflorestamento e desmatamento: retirada total da vegetação nativa; queimadas:

2 ) Degradação dos habitats

poluição das águas (recursos hídricos e marítimos); poluição do ar; 3 ) Caça e Pesca Caça e pesca pela carne e pele Caça e pesca de subsistência Coleta de subprodutos (ovos, penas, ossos, Tráfico (captura para animais de estimação)

Na verdade para a maioria das espécies, normalmente a extinção é conseqüência da associação de mais de uma dessas causas.

Extinção é para sempre - Inclusive a da espécie humana

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DESMATAMENTO O desmatamento (retirada total ou parcial da vegetação nativa) é uma das maiores

ameaças ao meio ambiente pois, em um curto espaço de tempo, devasta extensas áreas

naturais provocando a destruição dos abrigos e das fontes de alimentos de inúmeras espécies

que ali são encontradas.

As principais justificativas para o desmatamento indiscriminado são a necessidade de

expandir área para atividades agropecuárias, urbanização e a extração de madeira.

• Cerca de 470 mil km2 (12%) da área original da Amazônia já foram desmatados, o

equivalente a mais da metade do estado de Mato Grosso.

• A situação no Cerrado é mais grave, pois são cerca de 1,2 milhões km2 destruídos,

equivalente a todo estado do Pará (restam aproximadamente 40% de áreas nativas)

• O pior quadro é da Mata Atlântica, com uma área original de 1,3 milhões km2 dos quais

restam apenas 8% de floresta original.

• A extração de madeira na Amazônia abastece 90% do consumo de madeira no Brasil. Cerca

de 80% desta extração é ilegal e 70% da madeira derrubada é desperdiçada.

• As consequências do desmatamento indiscriminado são a destruição do ambiente e das

espécies nele encontradas.

• O assoreamento de rios (depósito de areia no leito), desmoronamento de barrancos e

empobrecimento do solo são exemplos da destruição do ambiente causados pelo

desmatamento.

• Rios assoreados perdem espécies de peixes e suas enchentes são muito mais fortes.

• O desmatamento retira a matéria prima, torna os solos pobres exigindo fertilização e

adubação, feitos com produtos químicos extremamente prejudiciais ao homem.

As terras já desmatadas são suficientes para cobrir necessidade de produção do país,

ou seja, não é mais necessário desmatar mas sim atualizar a tecnologia de produção. O

desmatamento é a principal maneira de destruir o ambiente, causa perdas irreparáveis e pode

levar inúmeras espécies à extinção, inclusive o homem.

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QUEIMADAS

As florestas virgens nos trópicos úmidos, quase nunca se incendeiam e quando isso acontece, raramente se alastram por grandes extensões de terra. O clima úmido, com altos índices de precipitação, gera condições desfavoráveis aos incêndios florestais. Entretanto as mudanças causadas por atividades humanas estão transformando estas paisagens em uma verdadeira colcha de retalho, misturando florestas preservadas com áreas degradas, tornando estas regiões cada vez mais suscetíveis ao fogo, e o que é pior , a incêndios de grandes proporções. Apesar de regiões mais secas como o Cerrado já apresentarem um histórico natural de queimadas, a ocupação humana deste ambiente tem aumentado a freqüência de incêndios, contribuindo com a degradação destes ambientes. • Quando a vegetação é queimada, parte dos nutrientes é perdida para a atmosfera como gases, empobrecendo o solo. • A superfície do solo pode atingir temperaturas acima de 500°C, durante uma queimada. • Queimadas frequentemente provocam perda da biodiversidade, principalmente das espécies mais vulneráveis • As queimadas contribuem para o Efeito Estufa e para o Aquecimento do Planeta, pela liberação de grandes quantidades de dióxido de carbono na atmosfera. • A maioria dos incêndios florestais são provocados pelo homem, principalmente para limpeza do terreno e renovação de pastagem. No Brasil são responsáveis por mais de 65% do total das áreas queimadas no território nacional. Além de todas estas conseqüências danosas ao meio ambiente, as queimadas

provocam ainda efeitos diretos e imediatos em algumas espécies, matando seus indivíduos

durante a passagem do fogo. Os mais vulneráveis são os que possuem pelagem longa e

extensa e de movimento lentos, como os tamanduás-mirim, os tamanduás-bandeira e as

preguiças, além de uma grande quantidade de invertebrados e filhotes de pássaros.

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CAÇA A caça e a pesca predatória de animais silvestres visando, o consumo de carne, a venda de subprodutos como couro, penas e cascos, o tráfico e a extração de venenos, bem como a coleta de ovos , são atividades ilegais e proibidas por leis brasileiras. • Segundo dados do IBAMA, somente em 1997 foram apreendidos no Brasil 23.107 animais vivos, 7.837 animais abatidos, 2.222 peles, 12.870 pescados e 891 crustáceos, além de 7.692 ovos de tartarugas e 11.050 peixes ornamentais amazônicos. • A caça e a captura ilegal constituem uma das principais ameaças atuais para as populações de diversas espécies, que de alguma forma são "apreciadas" pela população. Alguns exemplos de animais da fauna brasileira caçados: Para o consumo da carne: - Tatu-bola (Tolypeutes tricinctus) - Peixe-boi (Trichechis inunguis) - Ema (Rhea americana) - Mutum (Crax fasciolata) - Tartaruga-da-amazônia (Podocnemis expansa) - Muçuã (Kinosternon scorpioides) Por predarem animais domésticos: - Lobo-guará (Chrysocyon brachyurus) - Onça-pintada (Panthera onca) - Cachorro-do-mato (Cerdocyon thous) - Águias, gaviões e falcões (Harpia harpyja, Harpyhaliaetus coronatus, - Spizastus melanoleucus, Falco deiroleucus ) Pelo alto valor comercial de suas peles: - Jacaré-de-papo-amarelo (Caiman latirostris) - Jacaré-açu (Melanosuchus niger) - Jaguatirica (Leopardus pardalis) Para a utilização de penas, plumagens, cascos e cujos ovos são consumidos: - Ema (Rhea americana) - Tartarugas-marinhas (Caretta caretta, Chelonia mydas, Dermochelys coriacea, - Eretmochelys imbricata e Lepidochelys olivacea) Para o comércio ilegal, animais de estimação, colecionadores, extração de venenos: - Araras azuis (Anodorhynchus spp) - Arara-vermelha (Ara chloroptera) - Papagaio-verdadeiro (Amazona aestiva) - Curió (Oryzoborus angolensis) - Canário-da-terra (Sicalis flaveola) - Macaco-prego (Cebus apella) - Mico-estrela (Callithrix penicillata) - Iguana (Iguana iguana) - Jararacas (Bothrops spp) - Cascavel (Crotalus durissus) - Anfíbios (Dendrobates spp) A criação em cativeiro para fins econômicos pode ser considerada uma estratégia de manejo benéfica para a conservação de determinadas espécies. Deste modo, somente é permitida a utilização de produtos e subprodutos da fauna silvestre provenientes de criadores comerciais autorizados pelo IBAMA.

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RESUMO Marsupiais (gambás, cuícas e catitas)

Edentados (tatus, preguiças e tamanduás) Chirópteros (morcegos) Primatas (micos e macacos)

Carnívoros (felinos, canídeos, procionídeos e mustelídeos) MAMÍFEROS: Cetáceos (botos, baleias e golfinhos) Perissodáctilos (anta) Artiodáctilos (porcos e veados) Sirênios (peixe-boi)

Roedores (ratos, esquilos, porco-espinhos, cutias, pacas, capivaras) Lagomorfos (coelho: tapiti) Aquáticas (patos, garças, marrecos, guarás, frangos-d’água, etc) Psitacídeos (periquitos, papagaios, araras) Rapina (gaviões, águias, urubus) AVES: (resumo) Noturnas (bacural, corujas) Beija flores, pica-pau, tucanos, etc.. Passeriformes (passarinhos) Serpentes (cobras peçonhentas e não peçonhentas) Répteis: Lagartos (lagartos, lagartixas, teiús, Crocodilianos (jacarés) Quelônios (tartarugas, cágados e jabutis)

Anfíbios: Sapos (sapo-cururus) Pererecas (hilas) Rãs

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Tipos de Recebimentos de Animais Silvestres

- Apreensão por órgãos oficiais (tráfico) Feiras Aeroportos Portos Postos de fronteiras Barreiras rodoviárias Particulares

- “Doação” de particulares animais de estimação (filhotes) encontros casuais ou acidentes. (trabalho de educação ambiental - nunca comprar um animal silvestre). O que fazer com os animais apreendidos? Centro de triagem Zoológicos Criadores autorizados (conservacionistas, científicos, comerciais) Soltura (centro de reabilitação) Museus Instituições Científicas de Pesquisa e Ensino.

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PROTOCOLO DE ENTRADA DE ANIMAIS DA FunPEB

Todos os animais que chegam a FunPEB, entram pelo serviço de triagem e ficam em

quarentena na veterinária, exceto as serpentes que entram (são registradas) e fazem a quarentena no Serpentário.

O horário de recebimento na veterinária e no serpentário é das 8:00h às 18:00h em dias úteis. Fora deste horário os animais serão recebidos pelo serviço de vigilância na portaria ou na veterinária e os animais serão registrados em fichas avulsas.

Todo o animal é registrado no Livro Ata: “Registro de Entrada de Animais”, onde são

anotadas as seguintes informações para cada animal: 1. Número de registro do livro (seqüencial em ordem crescente) ; 2. Nome comum do animal e nome científico; 3. Data de entrada; 4. Nome do depositante (instituição ou “doador particular”), no caso do segundo o endereço e

telefone; 5. Procedência: local da captura do animal (o mais preciso possível); 6. Sexo e idade do animal; 7. Tipo e data da saída do animal da triagem; 8. Observações gerais (estado físico do animal, data da captura, idade do animal quando

capturado, circunstância da captura, alimentação e medicamentos utilizados, tempo de cativeiro, entre outros);

9. Assinatura do responsável pelo recebimento. Obs.: É importante ressaltar que os itens 5 (procedência) e o 8 (observação), principalmente

no que se refere as circunstância da captura), são de extrema importância na triagem e devem ser sempre preenchidos com a maior precisão possível.

Todo animal deve ser individualizado (marcado) para não ser confundido com os demais e

manter a fidelidade dos dados registrados. O Ideal é ter um livro para cada grupo: mamíferos, aves e répteis (herpetofauna)

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FICHA DE RECEBIMENTO DE ANIMAIS SILVESTRES TIPO: ( ) DOAÇÃO (fauna não brasileira) ( ) RETENÇÃO (fauna brasileira) ( ) DEPÓSITO (Ações de Fiscalização) Nº LIVRO:___________ Nome comum:______________________ Nome científico:___________________________

Local de coleta: ______________________________________________________________

Prodecência (Instituição): _______________________________________________________

Sinais particulares ou marcação: ________________________________________________

Sexo ( ) M ( ) F ( )

Estado do animal: ___________________________________________________________

Obs.: _____________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

DECLARAÇÃO O(A) Sr(a) _________________________________________________________________, RG nº

_________________, residente à _________________________________________,

bairro: ___________________________________, telefone nº ____________________, na cidade de

___________________________________ está entregando o animal acima descrito ao Jardim Zoológico de

Brasília.

Fica reservado ao Jardim Zoológico de Brasília, com a devida anuência do IBAMA, dar o

destino adequado ao animal seja, para incorporação ao seu plantel, permuta ou transferência a outras

instituições afins, ou mesmo efetivando a sua soltura, após avaliação das condições físicas e psicológicas, a

distribuição geográfica e programas de reintrodução.

De acordo,

__________________________________________

Brasília, _____ de ___________________ de 199__

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PROTOCOLO DE TRIAGEM DOS ANIMAIS DA FunPEB A Triagem é feita seguindo os seguintes critérios:

1. Animal não sadio: Animal onde foi detectado algum problema de saúde, quando sua entrada na instituição.

O animal será tratado do problema específico e fará também todo o procedimento de quarentena, onde será vermifugado, vacinado e serão feitos exames de fezes, urina e sangue (conforme o caso e a necessidade).

Após o tratamento o animal será considerado sadio e seguirá o procedimento padrão de triagem

2. Animais sadio:

Animais que não apresentam qualquer problema aparente, quando a sua entrada na instituição. O animal fica em quarentena, onde será vermifugado, vacinado e serão feitos exames de

fezes, urina e sangue (conforme o caso e a necessidade). 1.1 Animais de interesse da Fundação Pólo Ecológico de Brasília: Animais que serão utilizados pela instituição para exposição, pesquisa e/ou permuta (excedente). Estes serão incorporados ao plantel (tombados ao patrimônio) e serão definidos através de

consultas aos respectivos curadores e/ou assistentes (técnicos da DICON). 1.2 Animais que não interessam a FunPEB: Animais que não serão utilizados pela instituição.

1.2.1 Animais que apresentam potencial para soltura (translocação). Animal com procedência conhecida, recém capturado e que não apresenta nenhum problema

físico ou comportamental que prejudiquem a sua sobrevivência em vida livre. 1.2.1.1 Espécies que ocorrem na área do Distrito Federal e Entorno Serão soltos em áreas pré estabelecidas, após os procedimentos normais para soltura.

1.2.1.2 Espécies brasileiras que não ocorrem na área do Distrito Federal e Entorno

Serão enviados as regiões de origem para soltura (parceria com o IBAMA), após os procedimentos normais para soltura.

1.2.2 Animais que não apresentam potencial para soltura:

Animal nascido em cativeiro ou que permaneceu muito tempo cativo ou que apresenta algum problema físico ou comportamental que comprometa sua sobrevivência em vida livre

a) Serão enviados a criadores (conservacionistas, científicos e/ou comercial) credenciados ao IBAMA, para cativeiro ou semi cativeiro.

b) Serão enviados a outras Instituições de Pesquisa como Universidades e Museus.

Page 15: Manejo de Animais Silvestres

PROTOCOLO DE SOLTURA DE ANIMAIS DA FunPEB

1) Todo animal passível de soltura deverá antes de ser solto:

• Passar por um período de quarentena, onde será examinado, vermifugado, vacinado e

serão feitos exames de fezes, urina e sangue (conforme o caso e a necessidade). Este

procedimento é importante para evitar a entrada de doenças na natureza;

• Ser marcado (tatuagem, brinco, anilha, picotes na orelha, ablação de dígitos, corte de

escama, etiquetas, entre outros);

• Ser feita a biometria básica específica para cada grupo;

• Ser feita a coleta de sangue para estudo genético (DNA e citogenética), conforme o caso;

• Ser feita a coleta de ectoparasitas;

• Ser anestesiado, quando necessário para executar os procedimentos acima;

• Executar outros procedimentos que se julgar conveniente.

2) As solturas deverão ocorrer, preferencialmente, em áreas naturais próxima ao local de captura; 3) Os animais sempre que possível deverão ser monitoradas (telemetria); Respeitar os aspetos biológicos da espécie (solitários ou gregários, diurnos ou noturnos) 4) Deverá existir uma catalogação das áreas para soltura (incentivar as RPPNs); Pré avaliação da capacidade suporte (alimentação, abrigo, espaço físico, população residente, etc.). Verificar as condições do entorno (quantidade e qualidade das áreas naturais, fiscalização, receptividade, etc.). Termo de compromisso do proprietário da área (contra caça, captura, queimada, desmatamento, etc.). 5) Sempre que necessário será solicitada licença do IBAMA. A soltura deverá ser registrada através de fotografia ou filmagem e ocorrer, preferencialmente, ao final da tarde e com os animais alimentados. Em alguns casos será necessário um local para reabilitação. Todo o animal com potencial de soltura deverá permanecer o menor tempo possível no cativeiro.

Page 16: Manejo de Animais Silvestres

TERMO DE SOLTURA A Fundação Pólo Ecológico de Brasília (FunPEB) vem por meio deste, oficializar a devolução a natureza (soltura), após os procedimentos padrões de identificação, exame clínico, quarentena, marcação e biometria e conforme seu protocolo de soltura, do animal por ela recebido e abaixo discriminado: Nome científico: Tamandua tetradactyla

Nome comum: Tamanduá-mirim

Sexo: fêmea Idade: adulto

Procedência: capturado na rodovia da QI-26 Lago Sul.

Data de entrada na FunPEB: 14 de setembro de 1999.

Tipo de entrada: “doação” de particular

Marcação: tatuagem ( Z3 ) na parte interna da coxa direita.

Local de soltura: Jardim Botânico de Brasília - Mata do Córrego Cabeça de Veado.

Data e hora da soltura: 07 de outubro de 1999, às 15:00h.

Biólogo (a) responsável: Veterinário (a) responsável: Testemunhas:

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Entrada de animal (serviço de triagem)

Animal não sadio Animal sadio

tratamento

Quarentena

Animal com potencial para soltura

Animal sem potencial para soltura

Soltura em áreas naturais do DF e entorno

Soltura em U.C do DF e Entorno

Zoológicos credenciados pelo IBAMA

Criadores científico, (conservacionista, comercial) e fiel depositário

Procedimentos padrões (marcação e biometria)

Autorização do IBAMA

Instituições de pesquisa: universidades, museus, etc

Soltura em outras regiões (IBAMA)

Eutanásia (Coleções)

Page 18: Manejo de Animais Silvestres

CONTENÇÃO

FÍSICA

Equipamentos e Materiais para Captura e Contenção Física

1. Laço de lutz (pequenos répteis)

2. Pau de couro (grandes mamíferos: lobo-guará, tamanduá-bandeira)

3. Laço para mamífero (médios mamíferos: carnívoros)

4. Puçá ou paçagua (aves, pequenos e médios mamíferos)

5. Gancho para ofídios (serpentes)

6. Mangueira transparente (serpentes)

7. Saco de pano (aves, répteis, pequenos mamíferos)

8. Forca ou forquilha (médios mamíferos)

9. Rede (grandes mamíferos)

10. Armadilha (todos)

11. Luva de couro (raspa) uso freqüente.

12. Botas de cano longo (preferencialmente de couro ou borracha)

13. Jaula de contenção (médios e grandes animais)

Page 19: Manejo de Animais Silvestres

Puças: O arco deve ser sempre protegido com material macio, como borracha (câmara de ar) e plástico

(mangueira), para evitar que o animal machuque a boca ou quebre os dentes, e seu diâmetro deve ser, no mínimo, do tamanho (altura) do animal a ser capturado.

O “saco” deve ter sempre, no mínimo, o dobro do tamanho do diâmetro da abertura (arco), para possibilitar o giro do puça sobre o animal. A malha deve ser sempre menor do que a boca e o focinho e/ou da pata e coxa do animal, para impedir que este morda e fique preso pela boca, assim como que a perna passe pelo puça. Pau de couro, gancho e os laços: A ponta do cabo deve ser protegida com material macio (borracha ou plástico), para evitar que o animal machuque a boca ou quebre os dentes.

O cabo deve ter sempre um comprimento duas vezes maior do que o comprimento do animal. Laço de lutz e pau de couro Deve-se inicialmente afrouxar a tira de tal modo a se formar um laço compatível com o porte do animal a

ser capturado Passar a laçada pela cabeça, na medida do possível, envolve-se também um dos membros anteriores. Manter a corda tracionada para conter o animal, tomando cuidado com o excesso de pressão para não

machucar o animal Para liberação basta aliviar a tensão na corda, afrouxando a laçada e permitindo a saída do animal Gancho para ofídios é passado aproximadamente no início do seu terço médio e em seguida erguido

aproximadamente a uma distância de 30 cm do solo A extremidade do gancho com a cobra deve ser mantida a mais baixa possível para dificultar o acesso do

animal à mão do capturador através do cabo. Se o animal subir pelo cabo do gancho deve-se provocar um pequeno “tranco” no gancho ou soltar o

animal no chão para recaptura-lo em seguida Para liberação deve-se abaixar o gancho de modo a fornecer apoio ao ofídio, evitando a queda do mesmo.

Mangueira:

Deve ser transparente e seu diâmetro um pouco maior do que o diâmetro da serpente, para evitar que o animal consiga virar dentro da mangueira.

Forca ou Forquilha: Cabo de metal onde a sua extremidade é em forma de “U”.

Usada para fixar o pescoço do animal contra o solo ou parede. Deve ser revestida com material macio ou acolchoado.

Laço para mamífero: tubo metálico contendo no seu interior uma corda, presa em uma de suas extremidades, formando um laço. Nesta extremidade existe uma mangueira plástica revestindo o tubo, para evitar traumatismo no animal.

Jaula de contenção: Jaula ou gaiola com uma parede interna acoplada de forma que se movimente em relação a

parede oposta até imobilizar o animal

Page 20: Manejo de Animais Silvestres

CONTENÇÃO QUÍMICA Equipamentos especiais Zarabatanas (curtas distâncias)

Bastão de aplicação (curtas distâncias)

Pistolas de ar comprimido (médias distâncias)

Rifle de dardos (longas distâncias)

Qualquer que seja o meio empregado para conter o animal deve obrigatoriamente:

Permitir plena segurança para o paciente;

Permitir plena segurança para a equipe envolvida;

Principais medicamentos (drogas) 1. Narcóticos : Etorfina, Carfentanil, Butorfanol

3. Ketamina (ketalar, francotar), Tiletamina (zoletil)

4. Xilazina (rompum, kensol), Metomidina (dormitol), Detomidina (domosedan)

5. Diazepan (valium, kiatrium), Midazolam (dormonid)

Page 21: Manejo de Animais Silvestres

Transporte A caixa deverá ser preparada de acordo com a espécie a ser transportada (tipo de material, Nunca para no sol Deixe os animais em jejum nos casos de viagens curtas Viagens longas alimentação com produtos de fácil digestão – uvas, laranjas, maçãs, bananas Cada animal deve viajar separadamente em cada caixa Animais que vivem em grupos devem viajar em caixas com vários compartimentos separados por por

tela, permitindo um pequeno contato (visual) entre os animais A caixa deve Ter adequada ventilação As superfícies internas não devem conter projeções ou saliências Portas com travas, porta para comida, alças para carregar a caixa Documentação Necessária: GTA Guia de Transporte Animal, emitido pelo posto de Defesa Sanitária do Ministério da Agricultura ou

por um veterinário clínico credenciado pelo ministério Licença de Transporte do IBAMA, para animais da fauna silvestre brasileira. Para o exterior: Certificado Zoo-Sanitário Internacional CZI, fornecido pelo Ministério da Agricultura Licença CITIES - IBAMA

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Répteis Os répteis têm estado entre os animais menos estudados ou conhecidos pelas pessoas. Temidos devido ao

seu aspecto ou pelo fato de alguns possuir veneno, quase sempre têm sido implacavelmente eliminados, diante da falta de informação e da propagação de crenças populares. Na verdade são animais fantásticos que ocupam funções bem definidas na natureza. Ocorrem em quase todos os ambientes, com exceção dos gelados.

Dentição das Serpentes Áglifas: apresentam dentes maciços, desprovidos de canal ou sulco externo, não inocula veneno. Boideos

(jibóia, sucuri) e alguns colubrideos (caninana, boipeva) Opistóglifas: Possuem um ou mais pares de dentes diferenciados, situados na porção posterior e dotados

de sulco externo, por onde flui veneno. Algumas colubridaes (muçurana, falsa coral) Proteróglifas: Dispõe de presas anteriores fixas, com sulco profundo, sendo funcionalmente

canaliculares. (corais e serpentes marinhas) Solenóglifas: Possuem presas canaliculadas e curvadas para trás, situadas na porção anterior do maxilar

móvel, o que possibilita a ereção das presas no momento do bote (agulha de injeção). Jararacas, cascavéis e surucucus. (botes 1/3 do corpo, exceto a última)

Cativeiro De forma geral, são animais que aceitam bem o cativeiro, desde que atendidas suas exigências básicas,

como temperatura, umidade, higiene e nutrição. Principalmente as duas primeiras. Conhecimento básico da biologia das espécies, afim de serem satisfeitas suas exigências elementares. Terrário devem-se controlar a temperatura, umidade, iluminação e ventilação (manutenção constante – higiene) Contenção Luva de couro ou raspa de couro (de preferencia de cano longo) Bota de couro de cano longo ou perneira Pau-de-couro (animais grandes) Gancho (serpentes) Laço-de-lutz (serpentes e pequenos animais) Mangueira transparente (serpentes) Lata (quelônios) Indução vago-vagal (lagartos e jacarés) Massagem abdominal (jacarés) Caixa de transporte, deve ser de madeira, com abertura menor que a caixa e tampa móvel com

fechadura.

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Nutrição Algumas espécies aceitam pedaços de carne ou víceras, outras são vegetarianas, pelo menos em uma fase

de suas vidas. A grande maioria necessita de alimento vivo, que pode ir de pequenos vertebrados como roedores e aves, passando por peixes e outros répteis até uma variedade de invertebrados. Normalmente durante a muda o animal não se alimenta até que o processo se complete.

Biotério: camundongo, cobaio, pintainho, tenébrio, grilo, minhoca, drosófila, barata, etc.. Não é aconselhável utilizar uma dieta exclusiva de tenébrios, pois estes animais são pobres em cálcio e

sua carapaça quitinosa é de difícil digestão. Quando um animal for deixado no recinto, como alimento, por mais de 12 horas, deverá ser colocado

também um pouco de comida (ração) para este animal, principalmente quando se tratar de roedores. Isto evitará com que seu animal seja roído ou até devorado pela “comida”.

Alimentação Forçada: administração de alimentação “mole” (carne moída, gema de ovo e suplemento vitamínico, colocado em uma seringa de 20ml (sem agulha) e ligado a uma sonda, previamente lubrificada (óleo natural), que é introduzida aproximadamente 1/3 do comprimento da serpente, afim de atingir o estômago. Em alguns casos (jacarés ou serpentes) pode-se introduzir o alimento inteiro diretamente na garganta do animal (camundongo com ovo ou peixe), com auxilio de uma pinça longa.

Alimentos Industrializados (principalmente para tartarugas, iguanas e jabutis) Lojas especializadas Alimentação dos Filhotes: Nos primeiros dias de vida não é necessário que se alimente a maioria dos

filhotes de répteis, visto que ainda estão absorvendo o vitelo. Esse processo pode durar vários dias. Para a maioria das serpentes: filhotes de ratos (neonatos) ou aves e minhocas, esta ultima particularmente

para filhotes de serpentes ofiófagas, como também pedaços de carne cortados em finas tiras. Para os cágados: carne moída e para os jabutis: frutas, verduras, legumes e carne em pedaços condizentes

com o porte do animal. Iguanas e algumas espécies de jararaca, quando jovens, alimentam-se diferentemente dos adultos. Os

primeiros ingerem principalmente artrópodes e o segundo anfíbios (pequenas pererecas). No caso de jovens lagartos é recomendável oferecer também filhotes de insetos, compatíveis com o

tamanho da boca e recém-mudados, de maneira que apresentam a carapaça mais maleável, facilitando a ingestão e digestão

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Sexagem de Répteis

Espécie Machos Fêmeas Plastão côncavo Plastão reto Cauda maior Cauda menor Orifício cloacal mais afastado do plastão Orifício cloacal mais próximo do plastão

Jabutis

Placas anais em ângulo pronunciado Placas anais em ângulo não pronunciado Cauda nitidamente maior Cauda nitidamente menor Cágado Placas anais em ângulo pronunciado Placas anais em ângulo não pronunciado Cauda mais longa Cauda mais curta Cauda mais larga em sua base (hemipênis) Cauda Diferenças nas escamas ventrais e caudais Diferenças nas escamas ventrais e caudais Algumas espécies de boídeos apresentam “unhas” maiores, ao lado da cloaca

Algumas espécies de boídeos apresentam “unhas” menores, ao lado da cloaca

Serpentes

Utilização de sonda ou cateter *1 Geralmente maiores Geralmente menores Geralmente apresentam um enorme papo Geralmente não apresentam enorme papo Quando excitados são mais coloridos Menos coloridos Cristas maiores Cristas menores

Lagartos

Poros femorais mais evidentes Poros femorais menos evidentes Crocodiliano Só com exame manual *2

*1 Este instrumento devidamente esterilizado e lubrificado (vazilina), deve ser introduzido na cloaca do

animal e direcionado á cauda. No caso de fêmea, a sonda penetrará pouco (de uma a três escamas). No caso de macho, a sonda penetrará uma distância muito maior (de oito a doze escamas), devido a presença do sulco onde está alojado o hemipênis.

*2 A prática consiste em introduzir um dedo (usar luva lubrificada) na cloaca do animal e dirigir cranialmente. No caso de macho é possível apalpar uma pequena projeção ou papila, que é o pênis. Em alguns casos é possível tirar o pênis para fora. Este método está limitado a animais de médio e grande porte.

Reprodução: A reprodução dos animais, na maioria dos casos, é a prova de que estão sendo mantidos

adequadamente. A forma mais comum é a oviparidade, isto é, a postura de ovos fertilizados. Algumas espécies são

ovoviviparas, isto é, os filhotes saem da mãe já completamente formados. Em algumas espécies, os espermatozóides de uma cópula podem ser armazenados por vários anos,

possibilitando posturas férteis sem novos acasalamentos. São independentes da água para reprodução, pois depositam seus ovos em terra firme. Verificar o tipo de

substrato adequado para cada espécie. A transferencia dos ovos deve ser feita com muito cuidado a fim de se evitar danos ao embrião, marcando

a porção superior e então removendo-os sem mudar a posição original. Incubadora: Recipiente plástico, com pelo menos 20 cm de altura, com uma camada de 10 a 15 cm de

vermiculita ou pó-de-xaxim umedecido. Coloca-se os ovos sobre esta camada e fecha-se hermeticamente o recipiente. Devem ser feitas vistorias regulares para que os ovos não se desidratem (murchem). Se isso acontecer os ovos devem ser retirados e o substrato umedecido. Deve-se evitar borrifar água sobre os ovos.

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Preparação de material científico:

Dados coletados:

Procedência (localidade) – estado, município, cidade ou fazenda),

coordenadas geográficas

Data – dia, mês, ano

Habitat (ambiente) – mata, cerrado, brejo, pasto, jardim, etc.

Local específico – chão, folhiço, tronco, buraco, etc..

Espécie, nome vulgar, idade, condição reprodutiva e

morfometria (comprimento rostro-anal, cauda e peso)

Etiquetagem: papel vegetal escrito com tinta nanquim, ou rotulo de plástico com o número de

campo ou da coleção.

Como matar: injeção de barbitúrico (Tio-Nembutal) na região do coração ou no cérebro através da

narina, inalação de clorofórmio ou éter, congelado ou afogado em álcool (cachaça).

Fixação: injeção de formol a 10% (diluído em água), isto é, 1 parte de formol para 9 partes de água. O

formol do comércio “puro” (formalina) vem a 40%, então na verdade a diluição é 4%.

A solução deve ser injetada na cavidade geral até encher o animal sem distendê-lo. Os lagartos grandes

devem receber também injeções nas massas musculares, especialmente nas coxas e cauda, assim como as cobras

com mais de 1 metro na cauda de 2 e 2 cm. Cobras e jacarés muito grandes devem ser eviscerada e tartarugas

grandes, guarda-se o casco limpo.

O animais devem ser arrumados (posição padrão) em caixas plásticas com tampa, sobre e sobe papel ou

pano umedecidos em solução de formol (10%). Ficando por aproximadamente 3 dias. Depois os animais passam

aos recipientes definitivos totalmente submersos em solução de álcool a 70% (3 porções de água para 7 de

álcool)