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Pimenta Bueno/RO 2015 GOVERNO DO ESTADO DE RONDÔNIA SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO INSTITUTO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO RURAL ABAITARÁ Confúcio Aires Moura Eliane Cristina Farias Lucilene Gonçalves Curso técnico em Agroecologia 2º ano A Manejo de Animais II

Manejo de bovino e de pastagem

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trabalho sobre manejo de bovinos e de pastagem

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Pimenta Bueno/RO 2015

GOVERNO DO ESTADO DE RONDÔNIA

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

INSTITUTO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO RURAL ABAITARÁ

Confúcio Aires Moura

Eliane Cristina Farias

Lucilene Gonçalves

Curso técnico em Agroecologia

2º ano A

Manejo de Animais II

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Manejo de Bovino e de Pastagem

Estudantes: Tiago Ribeiro Lagassi

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1.0 Desmame As desmamas dos bezerros de cortes geralmente acontecem entre seus 6 a 8 meses de vida, porem ele feito de forma incorreta pode trazer menor desempenho no período seguinte da recria e redução da imunidade, tornando o bezerro mais susceptível à doenças. Por isso devemos manejar de forma correta o desmame; A primeira forma de desmama é a separação, separa o bezerro da vaca, deixa o bezerro no local onde ele está acostumado a ficar, de forma que ele não escute sua mãe, sendo alimentado corretamente e tendo água limpa em abundância. A segunda forma é a desmama com visualização, pesquisas feitas pela Universidade da Califórnia-Davis mostram que os bezerros desmamados desta forma ganharam 30% de peso a mais que os animais desmamados tradicionalmente. Consiste em deixar o bezerro e a vaca juntos, separados apenas por uma cerca bem forte e apertada para que o bezerro não se junte com a vaca, o bezerro permanece visualizando sua mãe (/vice-versa), diminuindo o estresse de ambos. Fornecendo água, ração e capim em abundância. A terceira forma é a separação em dois estágios, no primeiro se coloca no nariz do bezerro uma tabuleta, mas mantendo o bezerro junto a vaca com se não estivesse sendo desmamado, o bezerro não mama, apresenta o mesmo comportamento do que está sem a tabuleta. Depois de 4 a 7 dias é feita a separação do bezerro com a vaca. Esta forma é considerada a mais eficiente (que demonstrou melhores resultados) em comparação com as anteriores. Porém exige mão de obra para colocar e retirar as tabuletas e o custo para compra-las, se tornando difícil para grandes quantidades de animais. Observações a serem tomadas durante a desmama: – Evitar práticas como aplicação de vermífugos e vacinas e castração durante a desmama. O ideal é que tais práticas sejam feitas 4 semanas antes; – Bezerros devem ser checados com frequência e, os doentes, removidos imediatamente do piquete para uma área de isolamento, ajudando a prevenir a disseminação de doenças, e devidamente tratados. – Nos primeiros dias após a separação, deve-se evitar distúrbios aos recém desmamados. Transporte e comercialização devem ser evitados. Se viagens forem necessárias, devem ser o menos estressante possível. – Os piquetes devem ser protegidos contra ventos e providos de sombra, reduzindo-se os estresses climáticos adicionais. – O tratamento preventivo de doenças deve ser feito por meio de vacinações, como também o controle de ecto e endoparasitos, seguindo um rígido manejo sanitário.

2.0 Reprodução Reprodução é a multiplicação da espécie pelo acasalamento ou pela inseminação boa eficiência reprodutiva permite maior vida útil dos animais e mais nascimentos de bezerros. As vacas leiteiras devem ser cobertas ou inseminadas, no primeiro cio, a partir de 45 dias após a parição. Observa-se a vida útil produtiva de uma fêmea como se fosse uma grande reta, na qual são mostrados os eventos que ocorrem durante a vida do animal, representados por vários momentos. O primeiro é o nascimento, depois a desmama, a puberdade, o primeiro e os sucessivos parto, até o descarte ou saída do rebanho. Seguindo a linha da vida do animal, o primeiro momento é o que acontece antes do primeiro parto e o primeiro evento importante é o desmame da cria, pois bezerros bem desmamados mostram a capacidade da mãe em criá-los. Devem ser pesados e sadios. As diferenças esperadas na progênie, para peso à

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desmama, quanto mais altas, mostram que a fêmea é boa criadeira. É um dos parâmetros mais importantes da pecuária, pois reflete a habilidade materna. Em gado de corte a desmama não deve ultrapassar os 8 meses de idade. No momento que vai desde o nascimento até o primeiro parto, a principal ocorrência é a puberdade, fase em que o sistema reprodutor se encontra em formação, culminando com o surgimento do primeiro cio. Após puberdade, vem a primeira monta ou inseminação, seguindo-se a primeira fecundação, culminando com a primeira gestação da fêmea. É um conjunto de acontecimentos novos e vitais na vida do animal que devem ser observados, levando-se em conta, principalmente, a nutrição e a sanidade. Um bom manejo nessa fase prepara a fêmea para uma vida reprodutiva normal e aspectos de manejo importantes devem ser observados, destacando-se o peso e idade à primeira cobrição. Novilhas com baixo peso e sem desenvolvimento de ossatura, compatível com a idade, não devem ser cobertas. A faixa de peso ideal para a primeira cobrição em bovinos de corte é de 300 – 350 kg. Esse peso deve ocorrer, em condições de boa alimentação, por volta dos 18 meses de idade da fêmea. Após essa fase, vem o pré- parto, ou seja, os dois meses que antecedem o parto, devendo-se tomar algumas decisões importantes de manejo, como: pôr as fêmeas em piquetes separados, com bom pasto, sombra, água à vontade e tranquilidade que requer toda fêmea gestante. Observar, ainda, que os animais devem apresentar bom estado de carne antes do parto, a fim de parirem sem problemas e terem boa performance reprodutiva no pós-parto. O fecho desse primeiro momento para as fêmeas primíparas, ou seja, que estão parindo pela primeira vez, é a idade à primeira cria, a qual depende de tudo o que aconteceu nas fases de aleitamento, desmama e puberdade. Tem alta correlação com a vida útil produtiva da fêmea, significando que fêmeas que apresentam o primeiro parto mais cedo, podem ser mais férteis e produzir mais durante a vida útil reprodutiva. Significa precocidade reprodutiva e as novilhas devem ser manejadas com muita atenção, de modo a parirem pela primeira vez até os 27-28 meses. O segundo momento ocorre ao primeiro parto, todavia, todos os cuidados devem se estender aos outros partos. É a fase em que a fêmea deve ter assistência, ostensiva, se for o caso, quando necessitar de ajuda, durante ou após o parto, principalmente na assepsia da área genital da mãe e nos cuidados que se deve ter com a cria. Um problema de parto pode inutilizar a fêmea para reprodução, do mesmo modo que um corte de umbigo mal feito ou uma secreção que entope as vias respiratórias de um recém-nascido podem causar graves consequências, com prejuízos para o criador. Nas áreas de várzea, isso é muito complicado, em virtude das condições naturais em que os animais vivem: alagados, pântanos, lamaçais, grandes distâncias, seca forte, enchentes, etc. É importante que a fêmea tenha todas as condições no pós-parto, principalmente nutricionais. Isso, logo adiante, irá compensar a presença do bezerro, bem como a lactação, pois são fatores que podem interferir no cio e na próxima cobrição, ocasionando um período de serviço e um intervalo de partos mais dilatados. O terceiro momento é o período que antecede a próxima fecundação, o período de serviço - PS, ou seja, é o período que vai do parto à próxima fecundação, dividindo-se em período puerperal, quando ocorre a involução uterina, isto é, a recomposição do sistema genital, principalmente o útero e o restabelecimento da atividade ovariana. As fêmeas que apresentam infecção, retardam a involução uterina e aumentam um período de anestro (ausência de cio), dilatando o período de serviço. O serviço propriamente dito, é o período no qual o touro está cobrindo a fêmea, isto é, está em serviço. No caso de ser usada inseminação artificial (IA) o controle desse período é muito mais seguro e o manejo reprodutivo fica mais simples. Na inseminação artificial não se usa fêmea com infecção, enquanto que na monta natural o touro pode disseminar uma doença para as outras fêmeas

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do rebanho. Um problema ocorrido durante o parto, associado ou não a uma deficiência nutricional, pode alterar totalmente essa fase da criação. A sua importância é fundamental para a lucratividade da fazenda, pois quanto maior for o PS, maior será, também, o intervalo de partos - IDP, e quanto maior for o IDP, menor será a produtividade do rebanho, acarretando sérios prejuízos. O quarto momento é, também, um dos mais importantes para a produção animal, pois envolve o IDP - Intervalo de Partos, que depende de outros artifícios de manejo, seja nutricional, reprodutivo e/ou sanitário. O raciocínio sobre o IDP é bastante simples: toda fêmea deve parir todos os anos, ou seja, dar uma cria a cada ano. O IDP é o termômetro fisiológico para todo o manejo reprodutivo, pois um problema ocorrido nessa fase da criação refletirá na relação custo-benefício do negócio pecuária. O quinto momento é o PSE, ou seja, quando as fêmeas iniciam preparação, visando o próximo parto e devem ser secas, ou seja, apartar os bezerros que ainda estiverem mamando. Após isso vem o reinício de tudo, ou seja, os cuidados com as fêmeas gestantes e assim por diante (voltar para o primeiro momento). Os cuidados com as fêmeas gestantes, obrigatoriamente passam pela confirmação da gestação, aos 60 dias após a monta ou a inseminação artificial, para que sejam providenciadas as devidas ações preventivas sanitárias, nutricionais e de controle reprodutivo com o final da gestação e início do parto. O manejo sanitário deve ser seguido e o controle de ecto e endoparasitas, principalmente, com as crias, deve ser bastante rigoroso.

3. 0 Alimentação 3.1 arraçoamento Dentre as ferramentas imprescindíveis nos confinamentos de bovinos de corte, destaca-se o manejo de cocho. Esta técnica de manejo alimentar, por meio do planejamento e do controle do fornecimento da dieta, objetiva reduzir variações no consumo de ração por bovinos confinados (VASCONCELOS, 2005). No entanto, se utilizada erroneamente resulta na ineficiência alimentar destes animais (VASCONCELOS, 2011). Os principais métodos de arraçoamento adotados nos confinamentos são os seguintes: sistema com sobras, onde se permite sobras no cocho; e sistema de cocho limpo, onde não se permite sobras no cocho. Segundo Owens (2007), o manejo de cocho para ambos os métodos de arraçoamento envolve três fatores básicos: leitura de cocho; comportamento ingestivo; e registro da oferta e do consumo de ração. A leitura de cocho consiste numa avaliação da quantidade de sobras de ração na linha de cochos antes do primeiro trato, que normalmente ocorre pela manhã. Leituras de cocho adicionais podem ser realizadas à noite (VASCONCELOS, 2005). Os escores de cocho servem para indicar possíveis ajustes na quantidade de ração a ser fornecida aos piquetes durante o dia (FERREIRA, 2011), e assim evitar desperdícios, ou falta de alimento. Num bom manejo de cocho, o fornecimento dos tratos deve ser sempre no mesmo horário, permitindo que se crie uma rotina de alimentação por parte dos animais e haja melhor eficiência animal. Por exemplo, se houver atraso no trato, os animais quando enfim tratados consumirão com voracidade em razão de estarem muito famintos, podendo ser acometidos por distúrbios digestivos e reduzir o consumo de ração posteriormente, o que certamente afetará o ganho de peso. Segundo Horton (1990), quando o vagão tratador chega ao piquete o ideal seria que: 25% dos animais estivessem na linha de cocho esperando; 50% estivessem se dirigindo para o cocho; e 25% estivessem se levantando, deitados ou mesmo ruminando.

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3.2 Minerais Visando melhorar a produção de leite, aumentar a taxa de natalidade, aumentar o peso à desmama, diminuir a idade de abate, etc., deve-se prestar mais atenção à nutrição mineral para prevenir deficiências destes elementos. Os minerais são indispensáveis para o bom desenvolvimento das funções vitais, sendo que algumas vitaminas são armazenadas no corpo dos bovinos, principalmente no fígado, e podem ser utilizadas à medida de suas necessidades por longo período, sem que os animais apresentem sintomas de deficiências, mesmo comendo uma dieta pobre nestes nutrientes, até que suas reservas se esgotem. No entanto, muitas vitaminas não são armazenadas pelos bovinos, o que exige uma ingestão diária suficiente para não haver prejuízos que reflitam em queda de produção, desempenho reprodutivo, ou mesmo, morte. Ao contrário de algumas vitaminas, os minerais não podem ser sintetizados de maneira nenhuma pelos animais, logo devem estar presentes na alimentação. Os bovinos sob pastagens ingerem os minerais através das plantas forrageiras, e estas absorvem os elementos do solo. Portanto, os níveis de minerais das forrageiras dependem da espécie das forragens, da concentração mineral do solo, do tipo de solo e das formas químicas com que os elementos se encontram no solo. Assim, um mesmo tipo de pastagem apresentará diferentes níveis de minerais em diferentes regiões do país. A utilização dos minerais pelos ruminantes é complexa. Atualmente, 15 minerais são considerados essenciais, entanto, conhece-se mais de 70 inter-relações em que a quantidade excessiva de um elemento influencia na absorção ou utilização de outro elemento mineral. Funções Os minerais desempenham basicamente 03 (três) tipos de funções no organismo animal: Atuam como componentes estruturais dos órgãos e tecidos corporais, tais como o Cálcio, Fósforo e Magnésio; Atuam como componentes dos fluídos e tecidos corporais que intervêm na manutenção da pressão osmótica, do equilíbrio ácido-base, da permeabilidade da membrana e transmissão de impulsos nervosos (Sódio, Cloro, Potássio, Cálcio, Magnésio); Atuam como catalizadores em sistemas enzimáticos e hormonais (Ferre, Cobalto, Cobre, Zinco, Selênio e Magnésio). Conforme a quantidade necessária na dieta, os minerais são divididos em: MACROMINERAIS = necessários em grandes quantidades. São eles: Ca, P, Mg, Cl, S e K. MICROMINERAIS = necessários em pequenas quantidades. São eles: Fe, Co, Zn, Mn, I, Mo, Se, N, Ni, e Cr. Os principais são cálcio e fósforo. CÁLCIO E FÓSFORO – Por volta de 99% do Cálcio e 80% do Fósforo são encontrados nos ossos e dentes e podem ser mobilizados, quando necessário, para uso no metabolismo. Esses dois elementos são extremamente importantes para o desenvolvimento ósseo (feto e crescimento) e manutenção da estrutura óssea dos bovinos e bubalinos. Nas pastagens brasileiras, quase sempre o Fósforo é deficiente, sendo o teor de Cálcio ligeiramente mais elevado. As pastagens formadas com leguminosas geralmente são mais ricas em Fósforo e principalmente em Cálcio, mas dependem da disponibilidade destes minerais no solo onde são cultivadas. Assim, a carência de Fósforo é um estado predominante em bovinos que vivem a pasto. Faz-se necessária a suplementação constante desse elemento (P). Para que ocorra uma boa utilização e absorção de Cálcio e Fósforo é preciso uma dieta com quantidades adequadas da Vitamina D3. O Cálcio desempenha importantes funções fisiológicas no animal, como transmissão de impulsos, contração e vital em diversas funções metabólicas, principalmente na utilização e transferência de energia (ATP).

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DEFICIÊNCIAS DE CÁLCIO E FÓSFORO: Em bovinos, os sintomas de deficiência de Cálcio e Fósforo não são específicos de um ou de outro elemento, mas na prática pode-se compará-lo conforme o quadro abaixo: EMBED PBrush MAGNÉSIO – O Magnésio é amplamente distribuído entre os tecidos vegetais e animais, mas cerca de 70% de todo o Magnésio corporal localiza-se no esqueleto. A deficiência de Magnésio caracteriza-se por: atraso de crescimento, falta de apetite, incoordenações e convulsões musculares. Os bezerros que se alimentam só de leite podem apresentar deficiências nos ossos e dentes por falta desse alimento. ENXOFRE – O Enxofre é componente de proteínas, algumas vitaminas e vários hormônios. Os microrganismos do rúmen possuem capacidade para converter o Enxofre inorgânico em compostos orgânicos sulfurosos que podem ser utilizados pelo animal. Por exemplo: o Sulfato de Sódio pode ser convertido pelas bactérias do rúmen e a Cistina e Metionina e então incorporados a proteína microbiana. Os sinais de deficiência de Enxofre em bovinos são: redução do apetite, perda de peso, fraqueza, excessiva salivação, lacrimação, tristeza e morte. Na deficiência de Enxofre, a síntese de proteína microbiana é reduzida e o animal apresenta sinais de desnutrição proteica. Alimentos ricos em proteínas são também ricos em Enxofre. A silagem de milho é normalmente pobre em Enxofre. SÓDIO, CLORO E POTÁSSIO – O Sódio e o Cloro juntos formam o Cloreto de Sódio, que é o sal comum ou sal grosso. Deficiências de Sódio e Cloro podem ocorrer devido as plantas forrageiras apresentarem normalmente baixos teores de Sódio e em virtude da perda de Sódio pelo suor, principalmente em animais mantidos em ambientes quentes ou usados para trabalho. Destes três elementos, o Sódio é o mais importante para os bovinos, uma vez que não tem se observado deficiência de Cloro e Potássio. Os bovinos tem grande avidez pelo sal comum, por isso é utilizado em todos os suplementos minerais e suas misturas, e é o que limita a ingestão voluntária da mistura mineral. O primeiro sintoma de deficiência de Sódio é a depravação do apetite, manifestada pelo hábito de consumir madeiras, terra, paredes e suor de outros animais. Outros sinais de deficiência são a diminuição do apetite, perda de peso, queda da produção de leite, acompanhada da redução do teor de gordura do leite. A maioria dos alimentos ricos em proteínas contém altos níveis de Potássio, e geralmente as pastagens possuem teores maiores que os requeridos pelos bovinos. COBALTO – Quando existe deficiência de Cobalto, as bactérias do rúmen não conseguem sintetizar Vitamina B12 (o Cobalto é utilizado como matéria-prima da Vitamina B12). Por isso, a deficiência de Cobalto é, na verdade, deficiência de Vitamina B12. Os animais apresentam pelos arrepiados e a vassoura da cauda se desprende com facilidade, até a perda de pelos da cauda. Outros sintomas são: perda gradual de apetite, queda de peso e anemia severa. É muito comum animais sob boas pastagens apresentarem deficiência de Cobalto. Tal fato se deve as necessidades aumentadas de minerais pelo alto valor nutritivo das pastagens. Quanto melhor a alimentação, maior é a exigência de minerais para processar (digerir) tais alimentos. FERRO E COBRE – Sinais de deficiência de Ferro são mais comuns em bezerros lactantes (o leite é pobre em Ferro) e em animais com excessiva perda de sangue. Vermes e carrapatos causam grande perda de sangue. Deficiência de Cobre e Ferro causam anemia e perda de apetite. A adição de Ferro na dieta de bezerros lactantes melhora consideravelmente o desenvolvimento. A deficiência de Cobre poderá causar ainda deformações ósseas, despigmentação, lesões no coração com morte súbita e diarreia persistente. IODO – O Iodo é requerido para a síntese dos hormônios produzidos pela tiroide

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(Tiroxina e triodotiroxina), que regulam a taxa metabólica do animal. Cerca de 70-80% do total de Iodo no organismo se encontra na glândula tireoide. A deficiência de Iodo se caracteriza pelo aumento da tireoide (bócio, papo e papeira), nascimento de bezerros sem pelos e com alta mortalidade, crescimento e maturidade retardados, alteração na reprodução como infertilidade e esterilidade, cios irregulares ou ausência de cio. MANGANÊS E ZINCO – O Manganês e o Zinco atuam como ativadores de enzimas no organismo do animal. Deficiência de Manganês em bovinos provocam falhas reprodutivas em fêmeas e machos, má formação óssea, paralisia e deterioração do sistema nervoso central. A deficiência de Zinco é caracterizada por diminuição do desenvolvimento, apatia, dermatite (inflamação da pele), que é mais severa no pescoço, cabeça e membros, além de coceiras (prurido). O Zinco é fundamental para se ruma pelagem lisa. SELÊNIO – Embora longamente reconhecido como um elemento tóxico para bovinos, atualmente o Selênio é comprovadamente um elemento essencial. Os bovinos alimentados com pastagens desenvolvidas em solos ácidos estão mais sujeitos a essa deficiência. Em bezerros, a falta de Selênio causa doença do músculo branco e em adultos, prejudica o desempenho reprodutivo. Existe uma inter-relação entre Selênio, retenção de placenta e Vitamina E. CROMO – Está relacionado com a insulina, é fator de tolerância da glicose e regulador do nível de colesterol. A suplementação mineral deve ser feita normalmente pela adição de misturas minerais preparadas e colocadas em cochos de ração ou próprios para mineralização, uma vez que a alimentação diária dos bovinos e bubalinos não atende os requerimentos diários desses animais. Os bovinos não apresentam um consumo especial pela maioria dos minerais, exceto para o sal comum. Devido a sua aceitabilidade, o sal é veículo dos outros minerais e o limitador do consumo da mistura mineral. A mistura mineral pode ser incorporada nas rações concentradas de bovinos de leite ou animais confinados. Para o gado em regime de pastagem, que não recebe concentrado, é preciso confiar na ingestão voluntária da mistura, por isso, ela deve ser bastante palatável. Vários fatores influenciam o consumo voluntário da mistura mineral, entre eles: fertilidade do solo e tipo de forragem, disponibilidade de nutrientes energéticos e proteicos, necessidades individuais, conteúdo mineral na água de bebida, palatabilidade da mistura, administração recente de boa mistura mineral e forma física do produto (blocos, pó, etc.). O consumo médio de mistura mineral é de 60g por cabeça/dia, ou, 1,95kg/mês, ou ainda aproximadamente 25kg/ano. Ressaltamos que não atingiremos um nível aceitável de produtividade para o rebanho nacional sem o uso diário de uma mistura mineral séria. Não é admissível que o Brasil tenha um dos maiores rebanhos do mundo em número de animais, espaço e condições favoráveis para o desempenho da pecuária e tão baixos índices zootécnicos. É preciso um esforço entre vendedores e técnicos a fim de melhorar essa situação e eliminar a carência nutricional da grande maioria da população. Cabe aos técnicos e industriais desenvolver produtos sérios e aos vendedores levar essa tecnologia ao campo.

3.3 Substituto do leite O período de alimentação mais importante de um bezerro são as primeiras 24 horas. É essencial que você alimente seu bezerro com colostro logo após o nascimento. O colostro é o primeiro leite da vaca. Ele tem duas vezes os sólidos, três vezes os minerais e cinco vezes mais proteína do leite integral. Ele também contém anticorpos que combatem doenças. Estes anticorpos são vitais para a sobrevivência do bezerro, pois eles nascem com pouca imunidade.

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O colostro pode ser ordenhado da vaca ou comprado em forma de pó. 3 L de colostro deve ser dado ao bezerro imediatamente após o nascimento e outra vez após 12 e 24 horas. Substituto de leite Você pode escolher entre dois tipos de substitutos do leite. O substituto de leite padrão é formulado para ser o mais próximo possível do leite integral. O substituto do leite de alta proteína acrescenta proteína e gordura a fim de aumentar o crescimento de seu bezerro. Esta proteína e gordura vem geralmente do soro de leite, gordura animal e óleo vegetal. Os substitutos do leite de alta proteína custam uma média de 10 por cento a mais que os tipos convencionais. Antes de começar a alimentar com um substituto de leite, escolha um tipo e use-o até que seu bezerro seja desmamado. Se você escolher um substituto do leite padrão, alimente seu bezerro com 7 L a 11 L de substituto de leite por alimentação, duas vezes por dia, durante seis semanas. Ele deve ser alimentado três vezes ao dia, durante os meses frios do inverno. Os substitutos do leite padrão contêm 18 a 20 por cento de proteína. Substitutos do leite ricos em proteínas contêm 22 a 30 por cento de proteína. A quantidade de substituto com a qual você alimentará seu bezerro irá depender de seu peso corporal. Para a primeira semana, alimente o seu bezerro de 1 1/2 por cento do seu peso corporal em pó seco por dia. Isto significa que se o seu bezerro pesa 45 quilos, alimente-o com 600g de pó seco. A taxa de diluição da água é de 15 por cento. Dividindo em duas refeições por dia, você iria alimentar o seu bezerro com 340g de pó seco misturado com 10 xícaras de água. Na segunda semana de desmame, você precisa alimentar seu bezerro com 2 por cento do seu peso corporal. Isso equivale a 1,2 kg de pó seco para cada 45 kg de peso corporal. Iniciador para bezerro Comece a oferecer grãos primordiais para seu bezerro quando ele tiver de 3 a 4 dias de idade. Iniciadores de bezerro devem ser oferecidos como livre escolha, colocando o grão em um alimentador no curral e permitindo que o bezerro escolha quando e quanto quer comer. Defina uma rotina para dar a ração inicial ao seu bezerro, recarregando o alimentador depois de ter terminado a ração. A maioria dos bezerros só vai roer o grão na primeira semana, por isso, não se assuste se o bezerro não comer muito no início. Certifique-se de usar uma ração inicial que tenha pelo menos 26 por cento de proteína. Quando o bezerro come uma média de 1 kg de ração por dia, em torno de 8 semanas de idade, você pode começar o processo de desmame. Adicione 56 g de cultura de levedura na ração para incentivar o consumo. Reduza a quantidade de leite que você alimenta pela metade e ofereça de 2,5 kg a 3 kg de ração por dia. Neste momento, você pode começar a complementar a dieta do seu bezerro com feno. 3.4 Ureia A utilização de fontes alternativas de proteína na produção de bovinos é importante, uma vez que fontes convencionais são concorrentes com a alimentação humana. A ureia destaca-se como fonte de nitrogênio não-proteico, sendo bastante utilizada na alimentação de ruminantes, apesar de sofrer limitações devido à sua baixa aceitabilidade pelos animais, sua segregação quando misturada com outros ingredientes e sua alta toxicidade, que é agravada pela elevada solubilidade no rúmen. A ureia pode ser considerada uma alternativa interessante, principalmente no período das secas, quando as forrageiras apresentam baixas taxas de crescimento e baixos níveis de proteína. A ureia pode ser fornecida em diferentes sistemas de alimentação: associada ao sal mineral, misturas múltiplas, cana-de-açúcar, capim picado, silagem, concentrados e outros. Pode-se destacar algumas vantagens do uso da ureia como, por exemplo, tecnologia simples e acessível a qualquer produtor; fonte de nitrogênio não-proteico de baixo custo; baixo custo de implantação; redução das perdas de peso dos animais no período seco e também mantém e/ou estimula a produção de leite. A escolha do

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sistema a ser utilizado dependerá da disponibilidade e dos custos desses produtos e do manejo adotado na fazenda. Sistema de alimentação com ureia É importante relembrar que para se obter um bom desempenho dos animais com o uso da ureia misturada ao sal mineral no período seco, é importante que exista boa disponibilidade de forragem no pasto, mesmo que a forragem esteja seca (macega). A forragem, mesmo seca, é rica em celulose (importante para as bactérias sintetizarem proteína) e pobre em proteína. O fornecimento de sal mineral com ureia estimula o consumo da pastagem e melhora o desempenho dos animais. Existem no mercado várias misturas minerais com ureia pronta para uso, mas a mistura do sal mineral com ureia pode ser feita na própria fazenda. Para formulação da mistura na fazenda, pode-se utilizar sal mineral pronto para uso ou misturar sal branco com misturas minerais na proporção 1:1 ou 2:1 Como usar: Deve-se escolher um sal mineral de boa qualidade para misturar à ureia. É importante obedecer às relações da Tabela 1 para proporcionar uma adaptação gradativa dos animais ao consumo da mistura e, dessa forma, diminuir o risco de intoxicação. Pode-se usar níveis maiores de ureia na mistura, mas seria necessário o uso de um palatabilizante (melaço, farelo de arroz, farelo de milho, outros), pois a ureia é amarga e, em maiores quantidades, poderá reduzir o consumo pelos animais. O aumento da proporção de ureia na mistura será interessante se houver alta disponibilidade de forragem na fazenda (mais de 3.500 Kg de MS/ha). Um exemplo desta mistura: 40% ureia + 50% sal mineral + 10% fubá. IMPORTANTE: · A mistura do sal mineral com ureia tem que ser bem homogeneizada; · Deve haver uma boa distribuição dos cochos e em locais estratégicos, como próximos de bebedouros. Os cochos devem ter dimensões adequadas para que a mistura fique disponível para todos os animais; · Colocar a mistura nos cochos no mínimo duas vezes por semana, sem enchê-los muito; · Não deixar faltar mistura para os animais, caso contrário, os animais terão que ser adaptados à mistura novamente; · Os cochos têm que ser cobertos, ligeiramente inclinados, com furos nas extremidades, para evitar que a chuva molhe a mistura e a água se acumule nos cochos; · A área de cocho sugerida é de 5 a 10 cm por animal. Ex.: Para 20 animais, utilizar um cocho de 2 m para fornecimento de sal mineral + ureia; · Não fornecer a mistura a animais em jejum, famintos, cansados ou depauperados; · Deve-se conhecer o consumo médio da mistura por animal, para, se necessário, intervir no fornecimento de algum dos componentes da mistura. Existe várias outras misturas de com a ureia com qualidades diferentes.

Cuidados na utilização da ureia

É importante relembrar alguns cuidados recomendados para utilização de ureia para ruminantes. 1. Os animais devem ser inicialmente adaptados ao consumo de ureia. Não usar em quantidades superiores às recomendadas anteriormente; 2. A ureia deve ser misturada de forma homogênea aos alimentos, a fim de se obter uma ingestão regular desse alimento; 3. Deve ser fornecida misturada ao alimento diariamente, sem interrupções; 4. Usar cochos cobertos e com furos para dreno d’água; 5. Uma boa suplementação mineral quando se usa ureia é extremamente necessária para se obter um bom desempenho dos animais; 6. Nunca use ureia dissolvida em água de beber dos animais ou em “sopões”;

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7. É importante um acompanhamento técnico para escolha e adequação de um método que se adapte às condições de cada propriedade. Os sintomas de intoxicação por ureia apresentados pelos animais são os seguintes: · Agitação · Salivação em excesso · Falta de coordenação · Tremores musculares · Micção e defecção frequentes · Respiração ofegante · Timpanismo No caso de intoxicação, utilizar como antídoto duas garrafas de vinagre por animal, logo aos primeiros sinais, da seguinte maneira: · Coloque o bico da garrafa no canto da boca do animal e deixe o vinagre descer goela abaixo; · Movimente o animal quando estiver dando vinagre; · Não puxe a língua do animal para dar o vinagre; com isso, se evita que o vinagre vá para o pulmão do animal e o asfixie. Obs.: Deve-se recorrer ao veterinário da fazenda, caso necessário. IMPORTANTE: · Se for adequadamente utilizada, conforme as recomendações técnicas mencionadas, a ureia não causa intoxicação. Essa só ocorrerá em caso de ingestão em períodos curtos ou em quantidades acima das recomendadas.

4.0 Doenças que afetam os bovinos Aborto O aborto trata-se da interrupção da gestação decorrente de uma infecção placentária e/ou fetal ou fatores ambientais não infecciosos. A determinação das causas do aborto infeccioso é de fundamental importância para o controle sanitário em uma propriedade Acidente Ofídico (Picada de Cobra) O Acidente Ofídico é o envenenamento de homens e animais pela picada de cobras venenosas através da injeção de suas toxinas (veneno). Acidose Acidose é uma doença metabólica aguda, causada pela ingestão súbita de dietas com excesso de carboidratos, como grãos (trigo, milho, aveia, sorgo) ou outros alimentos altamente fermentáveis (silagem em geral) em grandes quantidades Actinobacilose Actinobacilose é uma doença infecciosa crônica e granulomatosa, causada por uma bactéria chamada Actinobacillus lignieresii, que afeta os tecidos moles. A bactéria penetra e causa a doença quando há lesão na mucosa da boca, que pode ocorrer por traumatismos por alimentos fibrosos ou grosseiros. Actinomicose Actinomicose é uma doença infecciosa causada por uma bactéria denominada Actinomyces bovis, que acomete bovinos de qualquer idade e outras espécies como ovinos, suínos e equinos. Para a doença ocorrer, este microrganismo patogênico oportunista necessita que haja um traumatismo penetrante ou contundente.

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Berne Berne é uma ectoparasitose causada pela larva de uma mosca chamada Dermatobia hominis, muito comum no Brasil. Durante o voo, a mosca adulta do berne põe seus ovos em outra mosca qualquer (moscas vetoras). Estas, ao pousarem no gado, depositam os ovos. Bicheira Bicheira é a designação usual e popular da doença que cientificamente recebe o nome de miíase cutânea. Esta enfermidade é caracterizada pela infecção da pele dos animais por uma grande quantidade de larvas da mosca chamada Cochliomyia hominivorax. Botulismo Botulismo é uma forma de intoxicação alimentar resultante da ingestão e absorção pela mucosa digestiva de potentes toxinas pré-formadas produzidas pela bactéria Clostridium botulinum, presente no solo, no trato gastrintestinal dos animais e em alimentos contaminados e mal conservados. Brucelose A brucelose bovina é uma doença infecciosa de caráter crônico, causada pela Brucella abortus. É uma zoonose (doença que é transmitida dos animais para o homem) de distribuição mundial que afeta o sistema reprodutivo dos animais (bovinos, ovinos, caprinos, suínos, equinos e cães). Carbúnculo Sintomático Carbúnculo sintomático é uma doença infecciosa endógena, conhecida também como "Manqueira", "Mal de Ano", "Peste de Ano", "Peste de Manqueira", "Quarto Inchado", que acomete principalmente em animais jovens (de 6 meses a 2 anos de idade), geralmente bovinos e ovinos, mas também caprinos. Carrapatose Carrapatose é uma das parasitoses mais importantes que afetam os rebanhos brasileiros é a carrapatose, que causa enormes prejuízos ao produtor e grande desconforto para os animais, prejudicando o seu desenvolvimento e produção. Ceratoconjuntivite Infecciosa Bovina (CIB) A Ceratoconjuntivite Infecciosa Bovina, também conhecida por "olho branco", é a doença ocular mais importante dos bovinos. É causada por uma bactéria denominada Moraxella bovis. Cetose A Cetose é uma doença metabólica dos ruminantes que ocorre em consequência de um desequilíbrio energético, com a formação de ácidos graxos por metabolização de gordura que se transformam em corpos cetônicos. Dermatofilose É um processo infeccioso da pele que acomete bovinos, ovinos, caprinos, equídeos, cães e até o homem, causado por uma bactéria denominada Dermatophilus congolensis que se caracteriza por uma dermatite exsudativa, com erupções cutâneas crostosas e escamosas. Dermatomicose É uma dermatite localizada, infectocontagiosa, de caráter crônico, causada pela invasão da pele e pelos por fungos, conhecidos como dermatófitos, que é caracterizada

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por descamação e perda de pelos. Também conhecida pelo nome de "tinha", dermatofitose ou tricofitose. Diarreia Viral Bovina (BVD) A diarreia viral bovina (BVD) é uma enfermidade dos bovinos, e também de outros ruminantes, que causa grandes perdas econômicas nos rebanhos de corte e, principalmente, de leite de todas as idades. Ela age deprimindo o sistema imunológico do animal afetado, dando condições para que outras doenças se instalem e se disseminem no rebanho. Diarreias Apesar do aprimoramento das técnicas de manejo e das estratégias de prevenção e tratamento, as diarreias continuam sendo o problema mais comum e oneroso que afeta os bezerros nas fases iniciais da vida. Doença Digital Bovina (DDB) A DDB é um conjunto de enfermidades que afetam a extremidade dos membros do bovino incluindo pele, tecidos subcutâneo e córneo, ossos, articulações e ligamentos. Representa uma das principais doenças que acometem o gado leiteiro e, em menor proporção, o gado de corte. Edema Maligno - Gangrena Gasosa O Edema Maligno, também conhecido por gangrena gasosa, é uma infecção “exógena”, ou seja, que vem de fora para dentro, produzida por um ou mais dos seguintes microrganismos: C. septicum, C. chauvoei, C. novyi tipo A, C. sordellii e C. perfringens tipo A. Eimeriose ou Coccidiose A Coccidiose ou Eimeriose é uma doença parasitária causada por protozoários do gênero Eimeria sp., bastante frequente em ruminantes. É responsável por alterações gastrintestinais e morte, principalmente de animais jovens. Encefalite por Herpesvírus Bovino - Tipo 5 O herpesvírus bovino tipo 5 (BHV-5) é o agente causador da encefalite por herpesvírus em bovinos. A enfermidade pode ser confundida com polioencefalomalácia, intoxicação pelo chumbo e outros agentes que conduzam a sinais clínicos do sistema nervoso central. Febre Aftosa É uma doença infectocontagiosa de notificação obrigatória. No Brasil é causada pelos vírus “A”, “O” e “C”, os quais se espalham facilmente e rapidamente, ultrapassando barreiras geográficas. Acomete todos os animais domésticos biungulados (duas unhas): bovinos, ovinos, caprinos e bubalinos, além dos animais selvagens, como: veados, capivaras, porcos do mato, etc. Febre Catarral Maligna A febre catarral maligna (FCM) é uma doença infecciosa viral que afeta principalmente bovinos e veados, apresentando alta mortalidade. O agente etiológico pertence à família Herpesviridae, subfamília Gammaherpesvirinae.

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Fotossensibilização É uma doença de bovinos, ovinos, caprinos, e equinos que ocorre devido a uma sensibilização das camadas superficiais da pele quando expostas à radiação solar intensa, devido à ação de certas drogas, plantas ou outras substâncias. Hemoglobinúria Bacilar (HB) Doença infecciosa de bovinos e, muito raramente, de ovinos. Acomete geralmente animais adultos e é causada pela bactéria Clostridium haemolyticum, antigamente conhecida como Clostridium novyi tipo D. Ela só ocorre quando essa bactéria está alojada no fígado e este sofre lesão, dando condições de falta de oxigenação, fazendo com que haja multiplicação com produção de toxinas, as quais caem na corrente sanguínea desencadeando a doença. Hipocalcemia A hipocalcemia, também conhecida como "Febre vitular", "Febre do leite" ou "Paresia puerperal" é uma doença metabólica que acomete bovinos, geralmente animais de alta produção leiteira, com menor incidência em ovinos e caprinos. Intoxicação por Ureia É uma intoxicação aguda, causada pelo consumo de ureia na dose recomendada por animais que não foram adaptados previamente; por acesso acidental, sendo ingerida em grandes quantidades (no caso de animais já adaptados); quando há erros de dosagem e falta de homogeneidade em mistura nas rações. É caracterizada por incoordenações motoras, tremores musculares, colapso e morte. Intoxicações A intoxicação é o efeito nocivo que se produz quando uma substância tóxica é ingerida, inalada ou entra em contato com a pele, os olhos ou as membranas mucosas. As intoxicações podem acontecer por uso indevido de medicamentos e agrotóxicos, alimentos mal conservados ou contaminados, contatos com animais peçonhentos, plantas tóxicas, etc. Praticamente qualquer substância usada em grande quantidade por qualquer via (oral, injetável, tópica, etc.) pode ser tóxica. A identificação do produto tóxico e a avaliação exata do perigo envolvido são fundamentais para um tratamento eficaz. As causas mais comuns de intoxicação em animais domésticos são o uso incorreto de medicamentos e as plantas tóxicas. O comportamento tóxico das plantas é bastante variável, pois existem muitos fatores que podem influenciar sua toxicidade, como: tipo de solo, clima, estádio vegetativo da planta, partes da planta, espécie animal, sede (falta de água), desconhecimento da planta pelo animal e período de ingestão. A intoxicação depende da quantidade de substância tóxica absorvida, da natureza dessa substância e da via de introdução. De acordo com o tempo de exposição do princípio tóxico, a intoxicação pode ser manifestada de dois modos diferentes: intoxicação aguda (quase sempre por ingestão acidental de uma planta ou de algumas de suas partes, surgindo sintomas de intoxicação em tempo relativamente curto) e intoxicação crônica (devido à ingestão continuada, acidental ou propositada de certas espécies vegetais, responsáveis por distúrbios clínicos muitas vezes complexos e graves). Laminite Laminite é uma doença caracterizada por um processo inflamatório agudo ou crônico das partes sensíveis do casco, que afeta várias espécies de animais domésticos, sendo os equídeos os mais susceptíveis. Em equinos é conhecida também por “aguamento”. A sua ocorrência em bovinos é baixa, sendo maior em animais confinados devido às condições alimentares a que são submetidos

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Leptospirose A leptospirose é uma doença infecciosa transmitida por bactérias da espécie Leptospira interrogans, existindo uma grande variedade de sorovares capazes de provocar a doença em mamíferos. Os principais sorovares encontrados no Brasil são: hardjo, wolffi, canicola, Pomona, grippotyphosa e o icterohaemorrhagiae, e estão amplamente disseminados nos rebanhos nacionais, chegando a taxas de prevalência de 80% ou mais. Leucose Bovina A Leucose Bovina é uma virose de curso crônico e prolongado, responsável por significativas perdas econômicas, principalmente no rebanho leiteiro. Língua Azul A Língua Azul (LA) é uma doença que acomete animais de interesse econômico, tais como ovinos, caprinos, bovinos e bubalinos. A LA é causada por um vírus transmitido através da picada de um pequeno mosquito Culicoides sp., conhecido popularmente como maruim, borrachudo ou mosquito-pólvora, que transmite o vírus do animal doente para o sadio. Listeriose Listeriose é uma doença causada pela bactéria Listeria monocytogenes, e que pode ser veiculada pelos alimentos. Acomete diversas espécies animais, inclusive o homem, porém ruminantes parecem ser mais suscetíveis. Os principais reservatórios da L. monocytogenes são o solo e a água, que podem contaminar os alimentos, porém esta bactéria também pode ser encontrada nas plantas, na silagem e em outros alimentos, paredes e pisos de instalações e fezes. Mosca-dos-chifres A mosca-dos-chifres (Haematobia irritans) atualmente é considerada um dos ectoparasitas mais importantes dos bovinos das Américas, assumindo um grande papel como entrave no desenvolvimento da pecuária brasileira. Neosporose A neosporose é causada por um parasito chamado Neospora caninum, que tem como hospedeiro o cão, figura comum nas fazendas. As fezes de cães infectados podem contaminar água e alimentos dos bovinos. Onfalites Onfalites são as infecções do umbigo, que podem ocorrer na veia umbilical (onfaloflebite), na artéria umbilical (onfaloartrite) e no úraco (uraquite). Papilomatose A papilomatose é uma doença infecciosa e contagiosa, causada por um vírus e caracterizada pela presença de lesões tumorais que ocorrem na pele, mucosas e em alguns órgãos. Acomete muitas espécies de mamíferos e aves. Pneumonias A broncopneumonia dos bezerros é uma doença que afeta os pulmões dos animais. É de ocorrência bastante comum, principalmente em animais de criações leiteiras. É o segundo problema de saúde mais comum de bezerros jovens, sendo a diarreia o problema número um.

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Polioencefalomalácia (PEM) A Polioencefalomalácia ou Necrose Cérebrocortical (NCC) é uma desordem metabólica aguda, de causa não infecciosa que acomete ruminantes de todas as idades, sendo que no Brasil os animais adultos a campo são os mais afetados. São várias as causas dessa doença e muitas ainda são desconhecidas. Raiva A raiva é uma doença que não tem cura: mata. Acomete todos os mamíferos domésticos e silvestres, inclusive o homem. Reticuloperitonite Traumática A reticuloperitonite traumática é uma doença de bovinos causada pela perfuração do retículo ou do rúmen por objetos pontiagudos que são ingeridos pelos animais em consequência dos seus hábitos indiscriminados ou não seletivos de alimentos. Rinotraqueite Infecciosa Bovina (IBR) A rinotraqueíte infecciosa bovina é uma doença viral causada pelo herpesvírus bovino tipo 1 (BHV-1). A IBR possui distribuição mundial e infecta bovinos e alguns ruminantes selvagens. O diagnóstico é feito através do isolamento do agente e sorologia. Tétano É uma doença infecciosa, não contagiosa, altamente fatal, causada pela toxina de uma bactéria chamada Clostridium tetani, que entra no organismo através de uma lesão prévia. É caracterizada por rigidez muscular (tetania), podendo levar à morte por parada respiratória ou convulsões. Toxoplasmose A toxoplasmose é uma zoonose de distribuição mundial que acomete o homem e outros animais de sangue quente (mamíferos e aves), tanto de produção quanto de companhia, domésticos e silvestres, sendo causada pelo protozoário Toxoplasma gondii, única espécie existente no gênero. Tricomonose A Tricomonose Bovina é uma doença infecciosa sexualmente transmissível (venérea) de bovinos, causada por um protozoário denominado Tritrichomonas foetus, cujo habitat é o trato genital de bovinos, sendo transmitido do macho para a fêmea através da monta ou pelo uso de sêmen contaminado. Tristeza Parasitária Bovina A Tristeza Parasitária Bovina (TPB) é uma doença infecciosa e parasitária dos bovinos causada por um protozoário do gênero Babesia (Babesiose) e por rickttesia do gênero Anaplasma (Anaplasmose), transmitida aos animais pelo carrapato dos bovinos, Rhipicephalus (Boophilus) microplus. Tuberculose Doença infecciosa bacteriana crônica não contagiosa, caracterizada pela forma pulmonar ou localizada (linfonodos) ou mesentérica. É uma zoonose importante, causada pelo

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Mycobacterium bovis, que possui uma adaptabilidade ao hospedeiro bovino quando comparado ao M. tuberculosis e M. avium, embora possa infectar o homem. Verminose Verminose é uma doença causada por várias espécies de parasitas, uns mais patogênicos e outros menos. A verminose causa grandes prejuízos, podendo levar até a 20% de redução da produção leiteira e diminuição do desenvolvimento de animais jovens.

5.0 Manejo de pastagem 5.1 Capineiras A capineira como forma de suplementação volumosa do rebanho leiteiro ainda se constitui em alimento tradicional como complemento da pastagem na estação chuvosa e o principal volumoso, durante o período seco do ano, na maioria das propriedades que desenvolvem a atividade leiteira. No entanto, os resultados em termos de produção de leite são bastante variáveis. Essa variação na produção animal, é causada, quase sempre, pela utilização de forragem com diferentes idades, e que apresentam valores nutritivos muito diferentes, afetando, consequentemente o consumo diário dos animais. O capim-elefante é considerado uma das mais importantes forrageiras tropicais devido ao seu elevado potencial de produção de biomassa, boa adaptação aos diversos ecossistemas e boa aceitação pelo animal, sendo largamente utilizado na alimentação de rebanhos leiteiros sob diversas formas como: capineira, feno, silagem e, também, sob pastejo. É a forrageira mais indicada para a formação de capineiras, para corte e fornecimento de forragem verde picada no cocho, pois, além de uma elevada produtividade, apresenta as vantagens de propiciar maior aproveitamento da forragem produzida e uma redução de perdas no campo. Como desvantagem, apresenta uma rápida perda de qualidade decorrente do aumento da idade da planta, fator observado na maioria das forrageiras tropicais. Ou seja as capineiras é o capim diferenciado, que se é plantado em local protegido e adubado, para alimentação do animal geralmente na época de seca. 5.2 Espécies de forrageiras Forrageiras rústicas e de boa tolerância a solos de baixa fertilidade e competitividade com as plantas daninhas (próprias para sistemas extensivos, com pouco ou nenhum uso de fertilizantes, exigindo menos esforço na limpeza das pastagens e sob manejo de pastejo contínuo ou rotativo): · Braquiarão (Brachiaria brizantha, cultivar Marandu): Capim de crescimento semidecumbente · Dictyoneura (Brachiaria humidicola, cultivar Lanero): Capim de crescimento estolonífero. *tolera solos com pouca drenagem. · Humidicola (Brachiaria Humidicola, cultivar Humidicola): Capim de crescimento estolonífero. *tolera solos com pouca drenagem. · Decumbens (Brachiaria decumbens, cultivarBasilisk): Capim de crescimento touceira decumbente. · Ruziziensis (Brachiaria Ruziziensis, cultivar Ruziziensis): Capim de crescimento cespitoso.

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· Piatã (Brachiaria brizantha, cultivar BRS Piatã): Capim de crescimento touceira decumbente. · Xaraés / MG5 (Brachiaria brizantha, cultivar Hoechst(stafh): Capim de crescimento touceira. Forrageiras menos rústicas, mas com valor nutritivo relativamente maior (próprias para sistemas intensivos com uso de fertilizantes e sob manejo de pastejo rotativo): · Tanzânia (Panicum maximum, cultivar Tanzânia) - capim de touceira. · Mombaça (Panicum maximum, cultivar Mombaça) - capim de touceira. · Massai (Panicum maximum, cultivar Massai) – capim de touceira

Escolha das espécies forrageiras Através da identificação criteriosa das características da propriedade e das plantas bem adaptadas pode-se chegar a uma situação bem próxima da ideal, ou seja, adequada as necessidades de cada rebanho. Características a serem observadas - Adaptação (fertilidade, clima e regime de chuvas) - Resistência ao pisoteio - Resistência ao frio e geadas - Produtividade (produção da massa verde) - Resistência às pragas - Resistência ao fogo Principais espécies forrageiras Capim colonião - adaptação a solos arenosos de boa fertilidade - baixa resistência ao frio - reprodução tanto por muda como por semente - boa resistência ao pisoteio - manejo com melhor aproveitamento não inferior a 40cm e não superior a l,5m. - produtividade de 40 a 50 ton. de massa verde/ha/ano em 3 ou 4 cortes/ano, podendo chegar entre 180 e 200 ton. adubando. Brachiaria decumbens - alta resistência à seca - bastante agressiva, boa para controle de erosão - responde bem a adubação - manejo: entrar com os animais com a altura da planta entre 30 e 40 cm e retirar com 10 a 15 cm, com descanso 15 dias - boa resistência ao pisoteio. Brachiaria humidicola - resistente ao pisoteio - tolerante ao ataque de cigarrinhas - bastante agressiva - mais exigente que a decumbens quanto à qualidade do solo - usada mais para equinos.

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Brachiaria Ruzziziensis - menos agressivas que as outras - não é exigente em fertilidade, mas responde bem a adubação - resistente a alta pluviosidade. Setária Kazungula - grande resistência à seca - tolera baixas temperaturas, mas não a geadas - solos de textura médias e férteis - manejo de 50 cm até 10 cm (não deixar atingir alto grau de maturação) - elevada palatabilidade - sofre ataque de cochonilha. Capim Rhodes - boa agressividade e ocupação do terreno - boa resistência ao fogo - boa resistência ao pisoteio - não tolera frio intenso, nem terrenos úmidos - solo de textura média de razoável fertilidade - usar manejo baixo (30cm até 10 - 15 cm) - sofre ataque de cochonilha. Capim elefante - resistência relativa ao frio, fogo e seca - baixa resistência à geada - manejo como pastagem - 70 a 80 cm até 30 cm - manejo como capineira: 1,30 a 1,50 m até 15 a 20 cm - idade de maturação 100 dias - plantar as mudas com 15 cm de profundidade, com 50 cm até 1,0 m de espaçamento. Capim Jaraguá - curto período de aproveitamento - alta resistência ao fogo, pisoteio e solos fracos - pouco tolerante a secas e baixas temperaturas Capim gordura - baixa produtividade - resistente a solos fracos - não tolerante ao fogo, pisoteio e a seca - bom para terrenos com alta declividade. Andropogon - crescimento lento - bastante produtivo e palatável - resistente à seca e ao fogo - alta resistência à cigarrinha - não exigente muita qualidade de solo. 5.3 Manejo de pastejo Quando a fertilidade do solo é alta e há aumento da produção do capim, o gado não consegue fazer o pastejo uniforme e eficiente (sem desperdícios) se os pastos não forem divididos: ele

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se concentra em apenas uma porção da área, fazendo o pastejo de rebrota e formando os chamados “malhadouros”; o restante do pasto acaba passando e ficando sem ser pastejado. Os “malhadouros” levam a uma degradação da pastagem porque a planta não consegue ter o tempo necessário para armazenar carboidratos de reserva nas raízes, que é importante para que a planta rebrote novamente. Portanto, com a fertilidade de solo alta há necessidade de dividir os pastos pelos seguintes motivos: # não degradação da pastagem com a formação dos “malhadouros”; # maior aproveitamento do pasto produzido, com consequente aumento na lotação. Quando a fertilidade do solo é baixa, não há grande produção de capim e, portanto, não há muito ganho na lotação com as divisões do pasto, já que não há tanta desuniformidade de pastejo. A lotação máxima que se consegue no sistema contínuo é de 1,5 unidades animais por hectare, enquanto que no rotacionado se consegue até 15 (dependendo da adubação utilizada). Tanto no pastejo contínuo como no rotacionado há a necessidade de reposição de nutrientes através da adubação, já que o estoque de nutrientes que o solo possui não é infinito. Na maioria das vezes levam-se anos para recuperar a fertilidade do solo novamente. Não existe o "capim milagroso" que produza bastante e tenha um bom valor nutritivo, sem que a fertilidade do solo seja satisfatória. É recomendável que o período de ocupação não seja maior que 3 dias, porque depois desse período começam a surgir brotos novos de capim responsáveis pela fotossíntese, que irá nutrir a planta e recompor os carboidratos de reserva das raízes. No sistema rotacionado há uma maior produção por área, mas o ganho individual do animal é menor, comparado ao sistema contínuo, já que não há tanta chance de seleção de alimento por parte do animal. VANTAGENS E DESVANTAGENS DO SISTEMA DE PASTEJO CONTÍNUO As vantagens são as seguintes: - Menor mão de obra; - Maior desempenho animal, dependendo das condições do capim, por causa da capacidade de seleção do alimento pelo animal; - Menor custo inicial. As desvantagens são as seguintes: - Baixíssima lotação, conseguindo no máximo 1,5 unidades animais por hectare; - Menor receita por unidade de área, devido à baixa lotação; - Desuniformidade de pastejo quando a fertilidade do solo é alta, diminuindo a capacidade de lotação (não se aproveita todo o pasto produzido); - Possibilidade de esgotar os carboidratos de reserva das raízes do capim (pois não há período de descanso), levando o pasto à degradação; - Valor nutritivo do pasto varia mais. VANTAGENS E DESVANTAGENS DO SISTEMA DE PASTEJO ROTACIONADO As vantagens desse sistema são as seguintes: - Possui um potencial de altíssima lotação, dependendo da fertilidade do solo, da adubação utilizada e do capim usado; - Maior receita por unidade de área devido ao aumento da lotação; permitindo competir economicamente com outras atividades agropecuárias; - Maior controle do manejo, possibilitando obter uma melhor qualidade nutritiva do pasto; - Menor risco de degradação do pasto, já que respeitamos a fisiologia da planta. As desvantagens desse sistema são os seguintes: - Maior custo inicial, com aumento da infraestrutura de cercas; - Maior mão de obra; - Menor ganho individual por animal.

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PROBLEMAS DE COMPACTAÇÃO DO PASTO EM CADA SISTEMA Em qual sistema se terá maior problema de compactação: num sistema contínuo, onde há 1 unidade animal por hectare ou, num sistema rotacionado, onde há 15 unidades animais por hectare? Tudo leva a crer que ocorre maior compactação no segundo caso, mas ocorre exatamente o contrário. No sistema rotacionado, há uma intensa produção e morte de raízes porque a planta é mais exigida e há maiores condições de crescimento das raízes (devido à fertilidade do solo elevada e ao período de descanso), funcionando como descompactado do solo, pois a morte das raízes deixa poros. Logo após o pastejo, o solo sofre uma compactação superficial, mas após o período de descanso, o solo volta às mesmas condições físicas do período anterior ao pastejo. No sistema contínuo de baixa fertilidade a compactação é maior porque não há tanta produção de raízes e também porque o sistema radicular costuma ser menor, não permitindo a descompactação do solo. 5.3 Silagem A silagem é um alimento volumoso, usado principalmente para bovinos. Na época seca ela pode substituir o pasto. Na engorda em confinamento ela é usada junto com os grãos e farelos. Atualmente, a colheita adequada das forrageiras se tornou um elemento essencial do ciclo produtivo, fazendo parte do cotidiano da grande maioria das fazendas produtoras nacionais e mundiais. A palavra silagem é utilizada para identificar a forragem verde, suculenta, conservada por meio de um processo de fermentação anaeróbica. A esse processo damos o nome de ensilagem, que consiste no corte da planta na época ideal; o enchimento do silo, local destinado ao armazenamento da silagem; compactação da massa verde picada; e vedação do silo. Esse processo tem sido utilizado com finalidade de produção de alimento volumoso de boa qualidade, durante todo o ano, permitindo o aproveitamento do excesso de forragens do período das águas, para o fornecimento aos animais durante o período seco, quando ocorre uma diminuição da qualidade e quantidade das forrageiras. Em princípio, qualquer espécie forrageira, anual ou perene, pode ser ensilada. Entretanto, o milho é a que tem sido mais utilizada na produção de silagens, em função, principalmente, de seu alto conteúdo de energia, além da facilidade de mecanização na ensilagem e da alta produção de matéria seca/ha. A produção de silagem é muito importante, principalmente, para empreendimentos de exploração intensiva com vacas leiteiras ou bovinos em confinamento, onde a exigência por volumoso de boa qualidade é maior. Está se tornando cada vez mais comum na produção de gado de corte em confinamento, pela procura por melhores índices zootécnicos e rentabilidade econômica.

6.0 Referencias HENRY, W.A. Forragem e nutrição. São Paulo, Vanorden & Comp., 1907. 700p. http://www.portalagropecuario.com.br/bovinos/pecuaria-de-corte/aprenda-como-fazer http://www.riagro.com.br/raçãoleite http://www.codevasf.gov.br/noticias/2007/capacitacao-em-arracoamento-animal/ http://agronomia.com.br/conteudo/artigos/artigos_nutricao_bovinos

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http://agronomia.com.br/conteudo/artigos/artigos_deficiencias_minerais Alimentação de gado de leite / Editores: Lúcio Carlos Gonçalves, Iran Borges, Pedro Dias Sales Ferreira. – Belo Horizonte: FEPMVZ, 2009. 412 p. : il. Inclui bibliografia ISBN 978-85-87144-34-8 1. Bovino de leite – Alimentação e rações. 2. Bovino de leite - Nutrição. 3. Nutrição animal. I. Gonçalves, Lúcio Carlos. II. Borges, Iran. III. Ferreira, Pedro Dias Sales. www.coanconsultoria.com.br http://www.milkpoint.com.br/radar-tecnico/nutricao/como-escolher-um-substituto-de-leite http://www.ehow.com.br/substituto-leite-necessario-alimentar-bezerro-estrategia_736 Gonçalves Clenderson Corradi de Mattos Teixeira Júlio César Salvador Flávio Moreno http://www.inseminacaoartificial.com.br/desmame http://ruralcentro.uol.com.br/analises/desmama-de-bezerros-manejo-correto http://centraldapecuaria.com.br/artigos/visualiza.asp?artigo=27 http://www.criareplantar.com.br/pecuaria/lerTexto.php?categoria=19&id=89 MIYAZAKI MAX ROBERTO ENGENHEIRO AGRÔNOMO CREA 7198/D http://www.agrosilagem.com.br/ http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/BovinoCorte http://www.vallee.com.br/pt/produtos/bovinos-de-leite/doencas/ EMBRAPA.com.br EMATER-RO IDARON-RO