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Manejo do Solo, Nutrição e Adubação do Maracujazeiro-azedo na Região do Cerrado ISSN 1517 - 5111 Agosto, 2008 223

Manejo Do Solo, Nutricao e Adubacao Do Maracujazeiro Azedo Na Regiao Do Cerrado

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manejo do solo adubação e nutrição mineral do maracujazeiro

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  • CG

    PE 7

    538

    Manejo do Solo, Nutrio e Adubaodo Maracujazeiro-azedo na Regio do Cerrado

    ISSN 1517 - 5111Agosto, 2008 223

  • Documentos 223

    lvaro Vilela de ResendeCludio SanzonowiczMariana Coelho de SenaMarcelo Fideles BragaNilton Tadeu Vilela JunqueiraFbio Gelape Faleiro

    Manejo do Solo, Nutrio e Adubao do Maracujazeiro-azedo na Regio do Cerrado

    Embrapa Cerrados

    Planaltina, DF

    2008

    Empresa Brasileira de Pesquisa AgropecuriaEmbrapa CerradosMinistrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento

    ISSN 1517-5111

    Agosto, 2008

  • Exemplares desta publicao podem ser adquiridos na:

    Embrapa CerradosBR 020, Km 18, Rod. Braslia/FortalezaCaixa Postal 08223CEP 73310-970 Planaltina, DFFone: (61) 3388-9898Fax: (61) 3388-9879http://[email protected]

    Comit de Publicaes da UnidadePresidente: Jos de Ribamar N. dos AnjosSecretria-Executiva: Maria Edilva NogueiraSuperviso editorial: Fernanda Vidigal Cabral de MirandaEquipe de reviso: Fernanda Vidigal Cabral de Miranda Francisca Elijani do Nascimento Jussara Flores de Oliveira Arbus Normalizao bibliogrfica: Marilaine Schaun PelufEditorao eletrnica: Renato Berlim FonsecaCapa: Renato Berlim FonsecaFoto da capa: Nilton Tadeu Vilela JunqueiraImpresso e acabamento: Divino Batista de Sousa

    Alexandre Moreira Veloso

    Impresso no Servio Grfico da Embrapa Cerrados

    Embrapa 2008

    M274

    1a edio1a impresso (2008): tiragem 100 exemplares

    Todos os direitos reservadosA reproduo no-autorizada desta publicao, no todo ou em parte,

    constitui violao dos direitos autorais (Lei no 9.610).

    Dados Internacionais de Catalogao na Publicao (CIP)Embrapa Cerrados

    Manejo do solo, nutrio e adubao do maracujazeiro-azedo na regio do Cerrado / lvaro Vilela Resende... [et al.]. Planaltina, DF : Embrapa Cerrados, 2008. 34 p. (Documentos / Embrapa Cerrados, INSS 1517-5111 ;

    223).

    1. Maracuj. 2. Fruta tropical. 3. Manejo do solo. I. Resende, lvaro Vilela de. II. Srie.

    634.42-CDD21

  • Autores

    lvaro Vilela de ResendeEngenheiro Agrnomo, D.Sc.Pesquisador da Embrapa [email protected]

    Cludio SanzonowiczEngenheiro Agrnomo, Ph.D.Pesquisador da Embrapa [email protected]

    Mariana Coelho de SenaAcadmica de Agronomia da Universidade de Braslia [email protected]

    Marcelo Fideles BragaEngenheiro Agrnomo, D.Sc.Pesquisador da Embrapa [email protected]

  • Nilton Tadeu Vilela JunqueiraEngenheiro Agrnomo, D.Sc.Pesquisador da Embrapa [email protected]

    Fbio Gelape FaleiroEngenheiro Agrnomo, D.Sc.Pesquisador da Embrapa [email protected]

  • Apresentao

    O maracuj-azedo um produto importante e com grande potencial de expanso na explorao agrcola da regio do Cerrado. Seu cultivo representa opo tanto para empreendimentos de larga escala quanto para a pequena propriedade. As prticas de correo e adubao dos solos do Cerrado constituem aspectos fundamentais ao sucesso do investimento na cultura. Esta publicao apresenta informaes para o manejo do solo, diagnstico do estado nutricional e uso de corretivos e fertilizantes nas fases de implantao e produo da cultura do maracujazeiro-azedo.

    Jos Robson Bezerra Sereno Chefe-Geral da Embrapa Cerrados

  • Sumrio

    Introduo ................................................................................... 9

    Escolha da rea ......................................................................... 10

    Preparo do Solo ......................................................................... 11

    Anlise do Solo .......................................................................... 11

    Calagem .................................................................................... 13

    Gessagem ................................................................................. 14

    Adubao Corretiva .................................................................... 15

    Adubao de Implantao ........................................................... 18

    Conservao do Solo .................................................................. 20

    Nutrio do Maracujazeiro ........................................................... 21

    Diagnstico Nutricional pela Anlise de Solo e Folha ....................... 26

    Adubao de Produo ............................................................... 27

    Consideraes Finais .................................................................. 30

    Referncias .............................................................................. 31

    Abstract ................................................................................... 34

  • Manejo do Solo, Nutrio e Adubao do Maracujazeiro-azedo na Regio do Cerradolvaro Vilela de Resende; Cludio Sanzonowicz; Mariana Coelho de Sena; Marcelo Fideles Braga; Nilton Tadeu Vilela Junqueira; Fbio Gelape Faleiro

    IntroduoPara a implantao de uma cultura, um dos pontos mais crticos o planejamento das etapas que vo da escolha da rea para o plantio at a fase de estabelecimento inicial das mudas no campo. A correta realizao das operaes de preparo e condicionamento qumico inicial do solo primordial ao sucesso das etapas subseqentes da produo. O planejamento de um pomar de maracuj-azedo deve ser feito utilizando estudos bsicos que orientem um plano de explorao da propriedade, cujos procedimentos podem viabilizar o agronegcio. Esses estudos compreendem o levantamento das caractersticas climticas e fsico-qumicas do solo, com definio da classe de solo, da textura e da profundidade do solo e a flutuao do lenol fretico no perfil nas diferentes pocas do ano. Alm disso, deve-se levar em conta os recursos hdricos disponveis, como a qualidade e o volume de gua no perodo mais crtico do ano. Principalmente tratando-se de uma espcie semiperene, como o maracujazeiro, as condies da rea de cultivo devem ser otimizadas o quanto antes, pois a correo de problemas de solo posteriormente ao plantio, quando possvel, bem mais complicada.

    Um estado nutricional adequado pr-requisito para a obteno de maior produtividade do maracujazeiro. O conhecimento dos pontos

  • 10 Manejo do Solo, Nutrio e Adubao do Maracujazeiro-azedo na Regio do Cerrado

    crticos, em termos de requerimentos nutricionais, e a familiarizao com os padres de desenvolvimento das plantas so aspectos tcnicos importantes que o produtor precisa assimilar para manejar corretamente a adubao, possibilitando que o potencial produtivo da cultura seja plenamente explorado.

    Esta publicao descreve os principais aspectos a serem observados na escolha de rea, correo do solo, adubaes corretivas, adubao de implantao e conservao do solo para a cultura do maracuj-azedo. So elencadas as funes principais dos nutrientes no desenvolvimento e na produo do maracujazeiro e os sintomas visuais das respectivas deficincias. Finalizando, so apresentadas sugestes para o manejo da adubao das plantas na fase de produo. As principais informaes sobre definio de dosagens relativas s prticas de correo do solo e adubao para a cultura foram compiladas de boletins de recomendao elaborados para os estados de Minas Gerais (RIBEIRO et al., 1999), So Paulo (RAIJ et al., 1996) e regio do Cerrado (SOUSA; LOBATO, 2002).

    Escolha da reaA escolha da rea onde ser instalado o pomar dever ser feita considerando a topografia (declividade) do terreno, o tipo de solo e a localizao das vias de acesso. Esses so fatores preponderantes e de influncia direta nas prticas agronmicas e no escoamento da produo. Deve-se evitar reas sujeitas a ventos fortes e freqentes.

    O maracujazeiro se desenvolve em praticamente todos os tipos de solo. Entretanto, seu plantio deve ser feito em reas de solos profundos (sem impedimentos fsicos at pelo menos 60 cm de profundidade) e bem drenados. Deve-se evitar solos muito arenosos, muito argilosos ou pedregosos, dando preferncia a solos ricos em matria orgnica (teores acima de 30 g kg-1) e de textura mdia (areno-argilosos). Solos mais argilosos localizados em reas de baixada esto mais sujeitos ao encharcamento, que no tolerado pelo maracujazeiro. Tambm se deve preferir reas com relevo plano ou levemente inclinadas, com

  • 11Manejo do Solo, Nutrio e Adubao do Maracujazeiro-azedo na Regio do Cerrado

    declividade menor que 8 % (MANICA, 1981; KLIEMANN et al., 1986; MELETTI, 1996; LUNA, 1999; RANGEL, 2002; BORGES, 2004). Alguns solos muito planos, com vegetao nativa rasteira (campo limpo), podem apresentar lenol fretico prximo superfcie na poca das chuvas. O excesso de gua no perfil inibe o desenvolvimento das razes e favorece a incidncia de doenas do sistema radicular.

    Preparo do SoloRecomenda-se que uma arao a 30 cm de profundidade seja feita com pelo menos um ms de antecedncia ao plantio das mudas, seguida de uma gradagem (STEINBERG, 1988; BORGES, 1999). Por ocasio do plantio, devem ser abertas covas de 30 cm x 30 cm x 30 cm, ou sulcos com pelo menos 20 cm de profundidade (MANICA, 1981).

    O preparo com grade niveladora, se necessrio, deve ser feito com o mnimo de operaes e prximo poca de plantio das mudas. A presena de compactao no solo pode acarretar baixa infiltrao de gua, ocorrncia de enxurrada e razes deformadas. Identificada a existncia de camada compactada, por meio da abertura de trincheiras ou uso do penetrmetro, seu rompimento deve ser feito com um implemento que alcance profundidade imediatamente abaixo ao seu limite inferior. Podem ser empregados, com eficincia, arado, escarificador ou subsolador, dependendo da profundidade a ser atingida.

    Anlise do SoloAntes de se definir a aplicao de corretivos e fertilizantes, deve-se proceder anlise qumica do solo. Para isso, so necessrios cuidados na amostragem, j que no laboratrio no h como corrigir os erros cometidos nessa etapa. Uma amostragem mal feita resulta em anlise, interpretao e recomendao inadequadas e, conseqentemente, em prejuzos ao produtor (CANTARUTTI et al., 1999). Assim sendo, a amostra deve representar, o mais fielmente possvel, as condies mdias de fertilidade da rea.

  • 12 Manejo do Solo, Nutrio e Adubao do Maracujazeiro-azedo na Regio do Cerrado

    Deve-se fazer um plano de amostragem, que consiste em dividir a rea em glebas homogneas, considerando os seguintes aspectos: tipo de cobertura vegetal; formas de relevo delimitadas pelas mudanas de declividade; caractersticas fsicas (cor, textura e profundidade do solo) e histrico da rea referente ao emprego de corretivos e fertilizantes e cultivos anteriores.

    preciso coletar um determinado nmero de amostras simples ou subamostras para compor a amostra a ser enviada ao laboratrio. Para que a amostragem seja representativa, o ideal coletar de 20 a 30 amostras simples por gleba de solo uniforme. Essa gleba pode ter poucos metros quadrados ou vrios hectares. Em geral, a profundidade de amostragem de 0 cm a 20 cm, mas, principalmente para culturas semiperenes ou perenes, conveniente amostrar tambm na camada de 20 cm a 40 cm. A amostragem do solo em profundidade permite detectar a existncia de impedimentos qumicos (ex: deficincia de clcio ou elevado teor de alumnio) ou fsicos (ex: pedregosidade ou camada compactada) ao crescimento das razes, os quais implicam menor capacidade de explorao do solo e, conseqentemente, menor potencial de absoro de gua e aproveitamento de nutrientes pela planta.

    Deve-se proceder coleta num caminhamento em ziguezague pela rea. A superfcie do solo deve ser limpa, removendo-se restos vegetais sem remover a camada superficial do solo. Deve-se usar, de preferncia, um trado para coletar as subamostras, colocando-as em um balde de plstico e misturando-as, de forma a obter uma amostra composta homognea. Uma alquota de volume aproximado de 0,25 L deve ser colocada em saco plstico limpo e devidamente identificada para envio ao laboratrio. A amostragem pode ser feita em qualquer poca do ano, desde que seja feita com antecedncia ao plantio e s adubaes (CANTARUTTI et al., 1999; MALAVOLTA et al., 2002; SANZONOWICZ, 2002).

    As recomendaes de calcrio e fertilizantes para implantao do pomar so baseadas nos resultados da anlise do solo coletado de 0 cm a 20 cm, e a gessagem definida de acordo com os dados de anlise do subsolo (de 20 cm a 40 cm ou abaixo).

  • 13Manejo do Solo, Nutrio e Adubao do Maracujazeiro-azedo na Regio do Cerrado

    CalagemA calagem eleva o pH do solo e neutraliza o alumnio txico, alm de proporcionar maior suprimento de clcio (Ca) e magnsio (Mg) e reduzir a fixao de fsforo (P) (ANDRADE, 2002). Alm disso, o calcrio, quando utilizado adequadamente, proporciona um estmulo atividade microbiana e o aumento da disponibilidade de vrios nutrientes para as plantas (ALVAREZ; RIBEIRO, 1999).

    A calagem dever ser realizada sempre com base na anlise do solo. A saturao por bases a ser atingida funo do tipo de solo, ocorrncia de toxidez de alumnio e mangans e disponibilidade de micronutrientes. Em solos do Cerrado, a elevao excessiva do pH (acima de 6,0) pode acarretar srios problemas de deficincia dos micronutrientes catinicos cobre (Cu), ferro (Fe), zinco (Zn) e, principalmente, mangans (Mn).

    Para o maracujazeiro cultivado nas condies do Cerrado, de acordo com Andrade (2002), deve-se elevar a saturao por bases (V) na camada de 0 cm a 20 cm a 50 %, com um teor mnimo de Mg de 0,5 cmolc/dm

    3. Alvarez e Ribeiro (1999) recomendam, para o Estado de Minas Gerais, elevao da saturao por bases a 70 % e teor mnimo de Ca+Mg de 2,0 cmolc/dm

    3. Para o Estado de So Paulo, Piza Jnior et al. (1996) recomendam aplicar calcrio para elevar a saturao por bases a 80 % e o Mg a um teor mnimo de 0,9 cmolc/dm

    3.

    Para o clculo da quantidade de calcrio necessria, considerando aplicao em rea total e incorporao a 20 cm de profundidade, utiliza-se a frmula:

    Quantidade de calcrio = [(Ve-Va) x T] / PRNT

    Em que:

    Ve = saturao por bases esperada (%).

    Va = saturao por bases atual na anlise do solo (%).

    T = capacidade de troca de ctions potencial (CTC em cmolc dm3).

    PRNT = poder relativo de neutralizao total do calcrio a ser utilizado (%).

  • 14 Manejo do Solo, Nutrio e Adubao do Maracujazeiro-azedo na Regio do Cerrado

    De acordo com as condies do solo, deve-se decidir o tipo de calcrio a ser usado. Como a cultura do maracuj exigente em clcio e magnsio, de um modo geral, recomenda-se, principalmente quando o solo apresentar teores inferiores a 0,4 cmolc/dm

    3 de magnsio, utilizar o calcrio dolomtico, que contm entre 25 % a 30 % de xido de clcio e acima de 12 % de xido de magnsio. Durante a etapa de preparo do solo, o calcrio deve ser aplicado a lano em toda a rea e incorporado com arado e grade a uma profundidade de 20 cm, pelo menos 60 dias antes da adubao fosfatada e da abertura das covas. Para que ocorra reao satisfatria do calcrio com o solo, preciso que haja umidade durante esse perodo.

    GessagemA aplicao de gesso agrcola (CaSO4.2H2O) recomendada em caso de reas com subsolo cido, com saturao por alumnio (Al) maior que 20 % e teor de Ca menor que 0,5 cmolc/dm

    3 em alguma camada na profundidade de 20 cm a 80 cm (SOUSA et al., 1996), poro do perfil onde a calagem no tem efeito. Portanto, para saber se h necessidade de uma gessagem, preciso analisar o solo em profundidade abaixo de 20 cm. O gesso pode ser aplicado a lano, no momento da calagem, e a quantidade a ser aplicada depender da textura do solo, podendo ser calculada da seguinte maneira (SOUSA et al., 1996):

    Necessidade de gesso (kg/ha) = 75 x teor de argila (%).

    A dose de gesso assim determinada apresenta efeito residual de pelo menos 5 anos, podendo chegar a 15 anos, dependendo do solo. Corrigindo-se o solo por meio desse critrio, no ser necessrio reaplicar gesso por esse perodo, e o suprimento de enxofre para as plantas ser suficiente por um perodo ainda superior aos citados acima (SOUSA; LOBATO, 2002).

    Desse modo, o gesso agrcola, que contm 15 % de enxofre (S), pode servir tambm como fonte desse nutriente em caso de solos deficientes (ANDRADE, 2002). importante destacar que o gesso no altera o pH, apenas diminui a toxidez por alumnio e fornece Ca

  • 15Manejo do Solo, Nutrio e Adubao do Maracujazeiro-azedo na Regio do Cerrado

    e S em subsuperfcie no solo (LIMA, 2005). A gessagem favorece o crescimento radicular em profundidade, aumentando a capacidade de a planta absorver gua e nutrientes, alm de conferir maior resistncia ao dficit hdrico quando o cultivo no irrigado.

    Adubao CorretivaOs pomares de frutferas, por apresentarem perodo produtivo mais longo, exigem maiores cuidados com as correes de deficincias de fertilidade do solo. Em reas recm-abertas na regio do Cerrado, as limitaes nutricionais precisam ser diagnosticadas e sanadas antes da implantao das culturas; caso contrrio, at mesmo o pegamento das mudas pode ser prejudicado.

    A deficincia de fsforo um dos principais fatores limitantes ao crescimento das plantas cultivadas na regio. Por ser pouco mvel no solo e pelo fato de a maioria dos solos tropicais apresentarem alta capacidade de fixao de fsforo, o nutriente deve ser aplicado de maneira a elevar sua disponibilidade na regio de crescimento radicular. A partir da anlise do solo, interpreta-se a disponibilidade de P (Tabela 1) e faz-se a recomendao da adubao corretiva (Tabela 2). O fertilizante deve ser aplicado a lano, seguido de incorporao com grade at 10 cm de profundidade (ANDRADE, 2002).

    Tabela 1. Interpretao dos teores de fsforo na anlise de solo para a regio do Cerrado.

    Teor de argila (%)

    Teor de fsforo(1)

    (mg/dm3)Baixo Mdio Adequado

    Igual ou < 15 18,0

    16 35 15,0

    36 60 8,0

    > 60 6,01 Extrator Mehlich 1

    Fonte: Andrade (2002).

  • 16 Manejo do Solo, Nutrio e Adubao do Maracujazeiro-azedo na Regio do Cerrado

    Tabela 2. Recomendao de adubao fosfatada corretiva de acordo com o teor de argila e a disponibilidade de fsforo no solo para a regio do Cerrado.

    Teor de argila (%)Teor de P no solo

    Baixo Mdio AdequadoP2O5 (kg/ha)

    Igual ou < 15 60 30 016 35 100 50 036 60 200 100 0> 60 280 140 0

    Fonte: Andrade (2002).

    As doses recomendadas (Tabela 2) referem-se aplicao de fontes de P solveis em gua, como superfosfato simples e superfosfato triplo. Normalmente as quantidades de adubo fosfatado para corrigir o solo so elevadas. Uma alternativa para reduzir custos usar outras fontes, cujo valor unitrio de P pode ser menor, como fosfatos naturais de alta reatividade, cuja eficincia, no primeiro ano, avaliada com culturas anuais de cerca de 60 % em relao das fontes solveis. A partir do segundo ano, essa eficincia aumenta (SOUSA et al., 2002).

    Em solos pobres em potssio (K), recomenda-se adubao corretiva (Tabela 3). Por tratar-se de um nutriente sujeito a perdas por lixiviao e sendo o maracujazeiro uma planta de crescimento inicial relativamente lento, pode-se optar por aplicar e incorporar o fertilizante potssico em faixas ao longo das linhas de plantio, especialmente no caso de solos mais arenosos e espaamentos mais largos entre as linhas de plantio (ANDRADE, 2002).

    Tabela 3. Interpretao da anlise de solo e recomendao de adubao pots-sica corretiva, em funo do teor de potssio e da CTC ou do teor de argila no solo, para a regio do Cerrado.

    Teor de K (mg/dm3)Interpretao

    Dose de K2O(kg/ha)CTC a pH 7 < 4,0 cmolc/dm3 ou teor de argila < 20 %

    < 15 Baixo 5016 a 40 Mdio 25> 40 Adequado 0

    CTC a pH 7 > 4,0 cmolc/dm3 ou teor de argila > 20%

    < 25 Baixo 10025 a 80 Mdio 50> 80 Adequado 0

    Fonte: Sousa e Lobato (1996), citado por Andrade (2002).

  • 17Manejo do Solo, Nutrio e Adubao do Maracujazeiro-azedo na Regio do Cerrado

    No Cerrado, os micronutrientes mais comumente deficientes so boro (B), cobre (Cu) e zinco (Zn). Segundo Galro (2002), para a adubao de correo com micronutrientes, deve-se aplicar a lano, com incorporao a 10 cm de profundidade, 2,0 kg/ha de boro; 2,0 kg/ha de cobre; 6,0 kg/ha de mangans (Mn); 0,4 kg/ha de molibdnio (Mo); e 6,0 kg/ha de zinco para o cultivo do maracuj, quando os teores no solo forem baixos (Tabela 4).

    Tabela 4. Interpretao da disponibilidade de micronutrientes em solos de Cer-rado.

    NutrienteTeor no solo

    (mg/dm3)Disponibilidade

    B (Extrator: gua quente)0 a 0,2 Baixa

    0,3 a 0,5 Mdia> 0,5 Alta

    Cu (Extrator Mehlich 1)0 a 0,4 Baixa

    0,5 a 0,8 Mdia> 0,8 Alta

    Cu (Extrator DTPA)0 a 0,2 Baixa

    0,3 a 0,8 Mdia> 0,8 Alta

    Mn (Mehlich 1)0 a 1,9 Baixa

    2,0 a 5,0 Mdia> 5,0 Alta

    Mn (Extrator DTPA)0 a 1,2 Baixa

    1,3 a 5,0 Mdia> 5,0 Alta

    Zn (Mehlich 1)0 a 1,0 Baixa

    1,1 a 1,6 Mdia> 1,6 Alta

    Zn (Extrator DTPA)0 a 0,5 Baixa

    0,6 a 1,2 Mdia> 1,2 Alta

    Fe (Extrator DTPA)0 a 4 Baixa

    5 a 12 Mdia> 5,0 Alta

    Fonte: Adaptado de Galro (2002).

  • 18 Manejo do Solo, Nutrio e Adubao do Maracujazeiro-azedo na Regio do Cerrado

    Adubao de ImplantaoEssa adubao refere-se ao fornecimento de nutrientes na cova ou no sulco de plantio das mudas do maracujazeiro. O espaamento recomendado para a cultura varivel, podendo ser de 6 m x 3 m, 6 m x 4 m ou 3 m x 5 m, o que corresponde a densidades de 416 a 666 plantas por hectare. Para a regio do Cerrado, Andrade (2002) recomenda adubao em covas de acordo com o volume de solo, conforme a Tabela 5. Os fertilizantes devem ser misturados com o solo de enchimento da cova de forma homognea e com 30 dias de antecedncia ao plantio. Esse procedimento evita desequilbrios nutricionais e a queima das razes. Caso seja utilizada adubao orgnica na cova, a utilizao de N e K no plantio pode ser dispensada. As adubaes de cobertura com N e K devem ser repetidas trs ou quatro vezes a cada 30 dias aps o plantio das mudas, distribuindo-se os adubos em filete ao redor ou ao lado da planta de maracujazeiro.

    Tabela 5. Sugesto de adubao de cova e de cobertura para a regio do Cerrado, pressupondo que a calagem e adubaes corretivas j tenham sido efetuadas.

    Fertilizante/nutriente/corretivo Adubao de cova(1) (para 1 m3 solo) Cobertura (g/cova)

    Esterco de curral ou 100 litros -

    Esterco de aves 25 litros -

    Calcrio dolomtico 1.000 g -

    Nitrognio (N) Oriundo do adubo orgnico 20 g

    Fsforo (P2O5) 700 g -

    Potssio (K2O) Oriundo do adubo orgnico 20 g

    Micronutrientes1,0 g de B + 1,0 g de Cu + 1,0 g de Mn

    + 0,05 g de Mo + 5,0 g de Zn-

    1 Uma cova de 0,3 m x 0,3 m x 0,3 m corresponde a 0,027 m3 de solo.Fonte: Adaptado de Andrade (2002).

  • 19Manejo do Solo, Nutrio e Adubao do Maracujazeiro-azedo na Regio do Cerrado

    Para o Estado de Minas Gerais, Souza et al. (1999) recomendam aduba-es de plantio e ps-plantio variveis conforme as condies de fertilidade do solo (Tabela 6). Esses autores indicam, ainda, a aplicao de 20 L de esterco de curral ou 5 L de esterco de galinha ou 2 L de torta de mamona, 60 dias antes do plantio, misturados terra de enchimento da cova.

    Tabela 6. Recomendaes de adubao para plantio e ps-plantio do

    maracujazeiro em Minas Gerais.

    poca Dose de N

    Disponibilidade de P Disponibilidade de KBaixa Mdia Boa Baixa Mdia Boa

    Dose de P2O5 Dose de K2O

    ................................................................g/planta............................................................ Plantio 0 60 40 20 0 0 0Ps-plantio30 dias 30 0 0 0 0 0 060 dias 40 0 0 0 30 20 1090 dias 0 0 0 0 60 40 20Total 70 60 40 20 90 60 30

    Fonte: Adaptado de Souza et al. (1999).

    Piza Jnior et al. (1996) recomendam, para o Estado de So Paulo, a aplicao de 40 L de esterco de curral curtido ou 8 L de esterco de galinha por cova, juntamente com 200 g de P2O5, 4 g de Zn e 1 g de B, cerca de 30 dias antes do plantio das mudas. Em cobertura, so sugeridas aplicaes, por planta, de 10 g, 15 g, 20 g e 30 g de N aos 30, 60, 90 e 120 dias aps o plantio, e de 20 g e 30 g de K2O aos 90 e 120 dias.

    Percebe-se que, conforme a fonte de consulta, as quantidades de nutrientes a serem fornecidas por planta variam de forma expressiva. preciso considerar que as indicaes da Tabela 5 so para reas que j receberam calcrio e adubaes corretivas, correspondendo, portanto, a quantidades de nutrientes inferiores s sugeridas por Piza Jnior et al. (1996) para o Estado de So Paulo.

    importante atentar, ainda, para o fornecimento de enxofre (S). Caso no tenha sido adicionado juntamente com outros nutrientes por exemplo,

  • 20 Manejo do Solo, Nutrio e Adubao do Maracujazeiro-azedo na Regio do Cerrado

    na forma de gesso, superfosfato simples ou sulfato de amnio, deve-se aplicar uma dessas fontes de modo a suprir 20 kg/ha de S.

    Em geral, as aplicaes de calcrio, fsforo, enxofre e micronutrientes promovem considervel efeito residual, podendo atender a demanda da cultura por trs anos ou mais, o que no se verifica no caso do nitrognio e potssio, os quais devem ser aplicados com maior freqncia. De qualquer forma, o monitoramento peridico da lavoura com anlises de solo e de folha recomendvel, a fim de melhor orientar adubaes futuras e permitir a correo de eventuais problemas nutricionais.

    Conservao do SoloAlgumas prticas conservacionistas devem ser adotadas para prevenir e controlar a eroso. Para isso, algumas medidas de carter vegetativo, edfico e mecnico devem ser adotadas, de forma a abranger, da forma mais ampla possvel, os diversos aspectos desse problema. Deve-se lembrar que a conservao do solo constitui-se em um sistema de manejo e no apenas em algumas prticas isoladas (BERTONI; LOMBARDI NETO, 1999).

    Entre as medidas de conservao de carter vegetativo, destaca-se a manuteno de vegetao, espontnea ou cultivada, cobrindo a superfcie do solo para proteg-lo da eroso. O manejo do mato com roadas em vez de capinas ou dessecao qumica mais conveniente, pois associa o aporte peridico de resduos orgnicos (cobertura morta) e a manuteno de plantas vivas, com razes ativas, que agregam as partculas do solo e ciclam nutrientes. Nesse caso, somente o local em volta da planta de maracujazeiro deve ser mantido no limpo, de forma a impedir a competio de plantas daninhas com a cultura. Andrade et al. (2002) cultivaram em consrcio, entre as linhas de maracujazeiro, espcies capazes de proteger o solo, atenuar perdas de nutrientes por lixiviao e diminuir a oscilao trmica do solo. Concluram que, alm de proporcionar proteo contra eroso, o consrcio de leguminosas, tais como a crotalria, o feijo-de-porco e o amendoim-forrageiro, contribui na ciclagem de nutrientes e aumenta a populao

  • 21Manejo do Solo, Nutrio e Adubao do Maracujazeiro-azedo na Regio do Cerrado

    de microorganismos simbiontes. Alguns produtores no Estado de Minas Gerais conduzem culturas como a do abacaxizeiro nas entrelinhas do maracuj, o que tambm propicia uma maior conservao do solo.

    Como exemplo de prticas edficas, tem-se a adubao orgnica, a qual pode proporcionar aumento no teor de matria orgnica do solo. Assim, melhoram as condies fsicas e h um estmulo aos processos biolgicos do solo. Conseqentemente, h aumento no crescimento das plantas e reduo das perdas de solo por eroso (BERTONI; LOMBARDI NETO, 1999).

    Alm das prticas citadas acima, tambm devem ser adotadas prticas mecnicas, tais como o plantio em nvel e o terraceamento nos locais com maior inclinao. A associao de terraos com cordes de contorno vegetados (com capim-elefante, por exemplo) recomendada para as reas mais declivosas e sujeitas ao escorrimento superficial da gua das chuvas.

    Nutrio do MaracujazeiroCada nutriente desempenha determinadas funes nos vegetais, as quais so essenciais para que possam se desenvolver adequadamente, completando seu ciclo de vida, desde o crescimento inicial aps a germinao at a fase reprodutiva com a produo de frutos e sementes. Quando h deficincia de algum nutriente, as funes a ele relacionadas no so realizadas ou ocorrem de forma precria. Como conseqncia, acontecem distrbios fisiolgicos que acabam por provocar modificaes tpicas na aparncia das plantas ou no seu padro de crescimento. Assim, possvel descrever a sintomatologia caracterstica, referente carncia de cada nutriente numa dada espcie vegetal. A visualizao desses sintomas na planta ajuda a detectar e identificar provveis problemas nutricionais, constituindo a chamada diagnose visual.

    Contudo, a diagnose visual deve ser vista como uma ferramenta auxiliar na deteco de deficincias nutricionais. Para essa diagnose, necessrio um grande conhecimento da cultura, exigindo razovel experincia de campo, visto que os sintomas nutricionais podem ser facilmente confundidos com

  • 22 Manejo do Solo, Nutrio e Adubao do Maracujazeiro-azedo na Regio do Cerrado

    sintomas de outros problemas fisiolgicos, de doenas (SANZONOWICZ; ANDRADE, 2005), ou, ainda, de injrias provocadas por herbicidas e outros defensivos agrcolas. Alm disso, muito comum a associao de sintomas de deficincia de mais de um nutriente, o que pode dificultar a identificao do problema. Por isso, no se aconselha que um diagnstico seja feito apenas por essa avaliao visual, mas com base tambm em anlises qumicas do solo e das folhas (BORGES, 2004).

    A seguir so apresentados comentrios sobre a importncia dos diversos nutrientes (MARTELETO, 1991; MALAVOLTA et al., 1997) e relatados os sintomas de deficincias no maracujazeiro-azedo e no maracujazeiro-doce (MANICA, 1981; KLIEMANN et al., 1986; QUAGGIO; PIZA JNIOR, 1998; BORGES, 2004; SANZONOWICZ ; ANDRADE, 2005). Uma vez que existe semelhana entre os sintomas que ocorrem nesses dois tipos de maracuj, as informaes disponveis se complementam.

    Nitrognio (N)O nitrognio de fundamental importncia para o crescimento e a formao vegetativa do maracujazeiro. Tem grande efeito sobre a produo, estimulando a formao de gemas florferas.

    Plantas deficientes em nitrognio apresentam menor porte e ramos mais finos e em menor nmero. As folhas podem apresentar colorao mais clara e menor rea. As folhas mais velhas amarelecem e caem prematuramente. Ocorre necrose no pice das bordas das folhas inferiores, que murcham e caem antes de secarem completamente. Alm disso, as gavinhas se tornam reduzidas, no se enroscam, adquirem colorao purprea e secam nas partes terminais. No maracuj-doce, a deficincia leva produo de poucas flores e frutos.

    Fsforo (P)O fsforo responsvel pelos processos de armazenamento e transferncia de energia necessria aos processos biolgicos da planta.

    As plantas com deficincia em fsforo se tornam menores, com as folhas mais velhas apresentando colorao escura e passando

  • 23Manejo do Solo, Nutrio e Adubao do Maracujazeiro-azedo na Regio do Cerrado

    progressivamente a uma colorao amarelada, da margem para o centro. Observam-se folhas em forma de canoa e de colorao achocolatada. O caule do maracujazeiro-doce fica mais fino do que o normal e ocorre desfolha prematura da planta. So tambm relatados sintomas de colorao verde-bronzeada com reflexos azulados e folhas mais velhas descoloridas como se estivessem queimadas pelo sol. As gavinhas se tornam delgadas e pouco enroladas com colorao vermelho-violcea, e os frutos ficam verdes ou sem colorao amarela uniforme.

    Potssio (K)O potssio funciona como ativador enzimtico e participa nos processos de abertura e fechamento de estmatos e na fotossntese.

    Nos casos em que h deficincia, observa-se clorose progressiva dos bordos para o interior das folhas, com posterior necrose dos tecidos. Em virtude de o potssio ser um nutriente mvel na planta, esses sintomas so observados nas folhas mais velhas. H mumificao dos frutos e a formao de frutos com colorao verde-plida, casca espessa e reduzido nmero de sementes. Pode haver florao intensa, porm o pegamento dos frutos reduzido, o que resulta em baixa produo. Para o maracuj-doce, verifica-se reduo no peso dos frutos e sua queda prematura.

    Clcio (Ca)O clcio tem uma funo estrutural, como constituinte das paredes celulares, conferindo elasticidade a elas. Participa do funcionamento de membranas e tem papel na absoro inica.

    A deficincia de clcio provoca a morte da gema apical, o apare-cimento de pontuaes negras nas margens das folhas e a ocorrncia de clorose e necrose internervais em folhas mais novas. Ocorrem deformaes nas folhas. H necrose das gavinhas do tero inferior da haste e ocorrem interndios mais curtos nas extremidades dos ramos. Alm disso, a deficincia provoca necrose do pice das razes. Os frutos adquirem uma colorao verde-plida e ficam com a casca espessa. Para o maracuj-doce, observa-se o encarquilhamento das folhas mais velhas, as quais adquirem um aspecto coriceo.

  • 24 Manejo do Solo, Nutrio e Adubao do Maracujazeiro-azedo na Regio do Cerrado

    Magnsio (Mg)O magnsio componente da molcula de clorofila, alm de ativador enzimtico. Esse nutriente participa de processos de absoro inica, fotossntese e respirao.

    Havendo deficincia de magnsio, as folhas mais velhas ficam com manchas amareladas entre as nervuras. Depois, as manchas se unem e adquirem colorao marrom, permanecendo com as nervuras verdes. Observa-se intensa queda prematura das folhas, sendo que as folhas mais novas se tornam finas e verde-claras. As gavinhas do tero inferior da haste secam e as situadas nos teros mdio e superior adquirem colorao avermelhada. Em maracujazeiro-doce, as folhas ficam mais espaadas e apresentam clorose internerval, ocorrendo tambm queda das folhas mais velhas.

    Enxofre (S)O enxofre componente estrutural de protenas e vitaminas, partici-pando de processos vitais, como a fotossntese, a respirao e a sntese de gorduras e protenas.

    Em condies de deficincia, as folhas mais novas se tornam clorticas, com nervuras avermelhadas na face abaxial da folha. Alm disso, os ramos ficam mais finos. As folhas dos ramos terminais no se desenvolvem completamente e ficam amareladas. Em plantas de maracuj-doce, aparecem folhas com bordas serrilhadas.

    MicronutrientesEmbora requeridos em quantidades muito pequenas pelas plantas, os micronutrientes desempenham uma srie de funes vitais no metabolismo vegetal. O boro est ligado translocao de carboidratos na planta. Os elementos cobre, ferro, mangans e zinco so ativadores enzimticos da fotossntese, da respirao e do metabolismo de nitrognio, entre outros. J o molibdnio est relacionado ao processo de utilizao de nitrognio pelas plantas.

  • 25Manejo do Solo, Nutrio e Adubao do Maracujazeiro-azedo na Regio do Cerrado

    Nos casos em que h deficincia de boro (B), ocorre reduo no tamanho e deformao das folhas, que apresentam aspecto coriceo e bordos ondulados. As plantas ficam atrofiadas e ocorre necrose da gema terminal, o que geralmente causa o brotamento das gemas laterais. Ocorrem tambm uma clorose irregular e manchas necrticas nas margens das folhas.

    Sob deficincia de cobre (Cu), as folhas mais velhas tornam-se grandes e largas e adquirem colorao verde-escura. A lmina foliar fica encurvada para baixo. Ocorrem manchas clorticas entre as nervuras e clorose nas margens das folhas, que podem ficar parcialmente murchas.

    Nas plantas com deficincia em ferro (Fe), ocorre clorose entre as nervuras das folhas mais novas. Com o tempo, toda a folha adquire uma colorao branco-amarelada e h morte das gemas.

    Havendo deficincia de mangans (Mn), aparecem manchas clorticas entre as nervuras das folhas mais novas, sendo que as nervuras e parte do tecido ao redor delas permanecem verdes. Quando a deficincia acentuada, as folhas mais novas se tornam pequenas e amareladas. Ocorre alongamento foliar e o centro do limbo foliar adquire aspecto enrugado. Pode ocorrer encurvamento das folhas para baixo.

    A deficincia de zinco (Zn) geralmente se manifesta nas folhas superiores, aparecendo pequenas manchas necrticas esbranquiadas e com bordos amarelos. Quando h uma intensificao da deficincia, a clorose se generaliza, as folhas se tornam menores e com os bordos levemente ondulados. No caso do maracuj-doce, os interndios se tornam mais curtos e h formao de brotaes excessivas e raquticas em forma de roseta.

    Na deficincia de molibdnio (Mo), as folhas mais velhas apresentam clorose internerval e ocorre um encurvamento das margens das folhas para cima. O aspecto visual dessa deficincia parecido com os sintomas de falta de nitrognio.

  • 26 Manejo do Solo, Nutrio e Adubao do Maracujazeiro-azedo na Regio do Cerrado

    Diagnstico Nutricional pela Anlise de Solo e Folha

    O monitoramento do estado nutricional do maracujazeiro e o

    dimensionamento das adubaes da cultura na fase de produo devem ser

    baseados em anlises peridicas de solo e folhas. Recomendam-se anlises

    anuais e sempre que houver necessidade de confirmao de eventuais

    suspeitas ou problemas detectados na diagnose visual da lavoura.

    Os procedimentos de amostragem do solo devem seguir as orientaes j

    mencionadas. A coleta de solo deve ser realizada aps a colheita de cada

    safra, quando o solo apresenta-se com menor contedo de nutrientes.

    Quando for o caso, importante diferenciar a amostragem feita nas

    entrelinhas ou nos locais de adubao prximos ao p das plantas, onde

    ocorrem maiores alteraes da fertilidade (CANTARUTTI et al., 1999;

    MALAVOLTA et al., 2002).

    A anlise foliar um instrumento importante principalmente no diagnstico

    das deficincias ou dos excessos de nutrientes, porque, alm de ser o

    destino dos nutrientes que foram absorvidos pelas razes, nas folhas

    que ocorre a maior atividade qumica na planta. Para a amostragem

    de folhas para anlise, somente folhas sadias pertencentes mesma

    espcie e plantas com a mesma idade devem ser coletadas. No caso do

    maracujazeiro, recomenda-se coletar a quarta ou a quinta folha a partir

    da ponta, juntamente com o pecolo, de ramos medianos produtivos de

    plantas vigorosas, sendo uma a quatro folhas por planta e 50 folhas por

    gleba homognea. Se houver presena visvel de partculas de poeira

    ou de resduos de produtos pulverizados na lavoura, as folhas coletadas

    devem receber uma lavagem rpida em gua corrente, sendo colocadas

    em sacos de papel e enviadas para o laboratrio o mais rpido possvel

    (MALAVOLTA et al., 1997; OLIVEIRA, 2002; LIMA, 2005). Na Tabela 7,

    so apresentadas as faixas adequadas de teores de nutrientes nas folhas

    indicadoras do maracujazeiro.

  • 27Manejo do Solo, Nutrio e Adubao do Maracujazeiro-azedo na Regio do Cerrado

    Tabela 7. Concentraes adequadas de macro e micronutrientes em folhas do maracujazeiro.

    MacronutrienteTeor na folha

    (g/kg)Micronutriente Teor na folha (mg/kg)

    N 40-50 B 40-100P 2,3-2,7 Cu 10-15K 20-30 Fe 120-200Ca 15-25 Mn 40-250Mg 2,0-2,5 Zn 25-60S 3,0-4,0 Mo 1,0-1,2

    Fonte: Oliveira (2002).

    Para alguns nutrientes, tendo em vista a grande amplitude dos valores

    correspondentes s faixas de concentraes foliares consideradas

    adequadas para o maracujazeiro (Tabela 7), pode ser interessante que

    o produtor procure estabelecer valores de referncia para as condies

    de cultivo especficas da sua lavoura. Os teores mdios de nutrientes

    encontrados em folhas de plantas normais, vigorosas e produtivas

    po dem servir como uma referncia, para fins de comparao com

    os teores observados nas reas ou nas plantas com suspeita de

    problemas nutricionais.

    Adubao de Produo

    Na fase de produo, importante atentar para a reposio dos

    nutrientes exportados com a colheita dos frutos do maracujazeiro.

    Quanto maiores as produtividades obtidas, mais intenso o

    esgotamento do solo. A obteno de uma boa safra pode refletir

    negativamente na safra seguinte, caso o produtor se descuide das adubaes de manuteno. Conforme se observa a seguir, as sugestes de doses de nutrientes tm alguma variao de acordo com a regio do Pas.

    Andrade (2002) apresenta, tanto para reas onde no tenham sido feitas adubaes corretivas, quanto para reas que j vm sendo cultivadas na regio do Cerrado, as seguintes recomendaes

  • 28 Manejo do Solo, Nutrio e Adubao do Maracujazeiro-azedo na Regio do Cerrado

    (Tabela 8), de acor do com a anlise foliar para N e do solo para P e K, considerando tambm a produtividade de frutos esperada. Os teores na anlise de solo, correspondentes classificao de disponibilidade baixa, mdia ou ade quada, podem ser obtidos nas Tabelas 1 e 3, respectivamente, para P e K.

    O fsforo deve ser aplicado de uma s vez no incio das chuvas. A aplicao dos fertilizantes com N e K deve ser parcelada, mensalmente, durante o perodo chuvoso, distribuindo-se os adubos em faixas dos dois lados das plantas, mantendo-se uma distncia de 20 cm a 30 cm do caule (ANDRADE, 2002). recomendada, ainda, a pulverizao com soluo de micronutrientes com 0,3 % de cido brico + 0,6 % de sulfato de zinco + 0,4 % de sulfato de cobre + 0,5 % de sulfato de mangans + 0,5 % de uria, devendo ser feitas trs aplicaes, em outubro, janeiro e abril (GALRO, 2002).

    Tabela 8. Recomendao de adubao de produo do maracujazeiro para a regio do Cerrado.

    Produtividade esperada (t/ha)

    Teor de N na folha (g/kg) Disponibilidade de P no solo Disponibilidade de K no solo

    < 36 36-55 > 55 Baixa Mdia Adequada Baixa Mdia Ade quada

    .........N (kg/ha) ......... ......... P2O5 (kg/ha) ........ .........K2O (kg/ha) ..........

    < 10 35 30 15 20 15 0 90 60 40

    10-15 45 35 20 40 30 0 115 80 50

    15-20 60 50 30 60 40 10 155 100 70

    20-25 80 65 40 70 50 15 170 115 95

    > 25 100 80 50 90 60 15 250 165 115

    Fonte: Adaptado de Andrade (2002).

    Na Tabela 9 so transcritas as recomendaes de Souza et al. (1999) para adubao do maracujazeiro na fase de frutificao (primeiro e segundo anos) e aps a poda de restaurao, em virtude dos resultados da anlise do solo, para o Estado de Minas Gerais. Em cultivos de sequeiro, no caso da adubao aps a poda de restaurao, seria mais conveniente que o fornecimento de nutrientes sugerido para o ms de setembro (Tabela 9)

  • 29Manejo do Solo, Nutrio e Adubao do Maracujazeiro-azedo na Regio do Cerrado

    fosse realizado em outubro ou novembro, na regio do Cerrado, quando haveria melhores condies de umidade no solo.

    Tabela 9. Adubao de produo do maracujazeiro para o Estado de Minas Gerais.

    Disponibilidade de P no solo1 Disponibilidade de K no solo2

    poca Dose de N Baixa Mdia Boa Baixa Mdia BoaDose de P2O5 Dose de K2O

    .................................................g/planta ...........................................Nov. 20 0 0 0 0 0 0Jan. 60 0 0 0 90 60 30Mar. 40 60 40 20 150 100 50Segundo anoNov. 40 0 0 0 90 60 30Jan. 40 90 60 30 90 60 30Mar. 60 0 0 0 90 60 30Aps poda de restauraoSet. 20 60 40 20 0 0 0Nov. 0 0 0 0 0 0 0Jan. 20 0 0 0 60 40 20Mar. 20 0 0 0 0 0 0

    1 Para solos com 0 % a 15 % de argila, as classes de disponibilidade baixa, mdia e boa

    correspondem, respectivamente, a 30,1 mg/dm3 de P (Extrator

    Mehlich 1) na anlise.

    Para solos com 15 % a 35 % de argila, os valores so 20,1 mg/dm3 de P.

    Para solos com 15 % a 60 % de argila, os valores so

    12,1 mg/dm3 de P.

    Para solos com 60 % a 100 % de argila, os valores so

    8,1 mg/dm3 de P.2 As classes de disponibilidade baixa, mdia e boa correspondem, respectivamente, a

    71 mg/dm3 de K na anlise.

    Fonte: Adaptado de Alvarez e Ribeiro (1999) e Souza et al. (1999).

    Para o Estado de So Paulo, Piza Jnior et al. (1996) consideram a anlise de solo e a produtividade esperada como critrios para definir a adubao de produo (Tabela 10). A aplicao dos fertilizantes deve ser parcelada em at oito vezes no perodo de outubro a maio. Esses autores recomendam, ainda, a aplicao de

  • 30 Manejo do Solo, Nutrio e Adubao do Maracujazeiro-azedo na Regio do Cerrado

    25 L de esterco de curral por planta, em cobertura, na entressafra. Em outubro e novembro, deve-se realizar uma adubao com micronutrientes, aplicando 1 kg/ha de B e 4 kg/ha de Zn em solos com B3,0(t/ha) Dose de N Dose de P2O5 Dose de K2O

    ................................................... kg/ha ............................................35 140 140 100 80 420 350 280 140

    Fonte: Adaptado de Piza Jnior et al. (1996).

    Consideraes FinaisOs corretivos e fertilizantes representam grande parte do custo de produo do maracuj e, se mal manejados, no surtem o efeito desejado e podem at mesmo prejudicar as plantas. Alm do impacto econmico direto, sua utilizao de forma racional e equilibrada contribui para o aumento na quantidade e na qualidade do produto colhido importantes fatores de competitividade no agronegcio.

    O conhecimento acerca da nutrio e da adubao do maracujazeiro-azedo relativamente escasso. Assim, torna-se ainda mais importante

  • 31Manejo do Solo, Nutrio e Adubao do Maracujazeiro-azedo na Regio do Cerrado

    ao fruticultor o esprito investigativo e observador. Experincias simples no manejo da adubao dos pomares e registros sobre o comportamento das plantas podem resultar em informaes valiosas para a melhoria do sistema de produo adotado na propriedade.

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  • 33Manejo do Solo, Nutrio e Adubao do Maracujazeiro-azedo na Regio do Cerrado

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  • 34 Manejo do Solo, Nutrio e Adubao do Maracujazeiro-azedo na Regio do Cerrado

    Mineral Nutrition and Fertilization of Sour-passion Fruit in the Cerrado Region

    AbstractThe orchard implantation and practices regarding the soil acidity correction, nutrient supply, and soil conservation are crucial to the establishment and sustainability of the passion fruit culture in the Cerrado region. Soil and leaf analyses represent the base to improve soil fertility according to plant nutrient requirement, avoiding nutritional disorders, waste of inputs, and pollution. In this publication we present available information for soil management, nutritional status diagnosis, and fertilizers recommendations for the passion fruit establishment and production.

    Index terms: passion fruit, Passiflora spp., soil fertility, plant nutrition, orchard.

    Sumrio - clique diretamente sobre o item desejadoIntroduoEscolha da reaPreparo do SoloAnlise do SoloCalagemGessagemAdubao CorretivaAdubao com ImplantaoConservao do SoloNutrio do MaracujazeiroDiagnstico Nutricional pela Anlise de Solo e FolhaAdubao de ProduoConsideraes FinaisRefernciasAbstract