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Mantenedora
ASSOCIAÇÃO UNIFICADA PAULISTA DE ENSINO
RENOVADO OBJETIVO
Mantida
UNIVERSIDADE PAULISTA
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO
DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA
Vol.I
São Paulo – SP
2
Sumário
1 APRESENTAÇÃO .................................................................................. 6
1.1 Denominação do curso ..................................................................... 6
1.2 Modalidade ....................................................................................... 6
1.3 Local da oferta .................................................................................. 6
1.4 Regime de matrícula ........................................................................ 6
1.6 Duração do curso ............................................................................. 6
1.7 Carga horária do curso ..................................................................... 6
1.8 Base legal ......................................................................................... 6
1.8.1 Do credenciamento .................................................................... 7
2 DADOS INSTITUCIONAIS ..................................................................... 7
2.1 Da instituição de ensino e da entidade mantenedora ...................... 7
2.1.1 Histórico da IES .......................................................................... 7
2.1.2 A missão institucional ................................................................. 8
2.1.3 Vocação da universidade ........................................................... 8
2.1.4 A Educação a Distância na Universidade Paulista .................... 9
2.1.4.1 Sistema de Ensino Interativo (SEI)........................................ 10
2.1.4.2 Sistema de Ensino Presencial Interativo I (Sepi I) ................ 11
2.1.4.3 Sistema de Ensino Presencial Interativo II (Sepi II) .............. 11
2.1.5 Metodologia de ensino-aprendizagem ..................................... 12
3 RECURSOS E INFRAESTRUTURA .................................................... 14
3.1 Instalações dos campi .................................................................... 14
3.2 Os polos de apoio presencial ......................................................... 14
3.3 Sede da UNIP Interativa ................................................................. 15
3.4 Da tecnologia .................................................................................. 16
3.5 Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) ..................................... 18
3.5.1 Blackboard ................................................................................ 18
3.5.2 Moodle ...................................................................................... 19
4 CONCEPÇÃO DE EDUCAÇÃO E CURRÍCULO DO PROCESSO DE
ENSINO-APRENDIZAGEM ..................................................................... 19
4.1 Sistema de comunicação ............................................................... 22
4.1.1 Sobre os meios ......................................................................... 22
3
4.1.2 Material didático ....................................................................... 22
4.1.2.1 Livro-texto .............................................................................. 23
4.1.2.2 Materiais didáticos da disciplina ............................................ 24
4.1.2.3 Teleaulas ............................................................................... 25
4.1.2.4 Ambiente Virtual de Aprendizagem – AVA ............................ 26
4.1.3 Concepção de avaliação .......................................................... 27
4.1.4 Gestão acadêmico-administrativa ............................................ 30
4.1.5 Biblioteca .................................................................................. 30
4.1.5.1 Gestão das bibliotecas e do acervo dos polos EaD .............. 31
4.1.5.2 Serviço de processamento técnico........................................ 31
4.1.5.3 Informatização do acervo e serviços ..................................... 31
4.1.5.4 Acervo ................................................................................... 32
5 ADMINISTRAÇÃO ACADÊMICA ......................................................... 33
5.1 Coordenação de curso ................................................................... 33
5.1.1 Estrutura organizacional ........................................................... 33
5.2 Coordenador do curso .................................................................... 33
5.3 Composição e funcionamento do Colegiado de Curso .................. 34
5.4 Atenção ao discente ....................................................................... 35
5.4.1 Apoio aos discentes ................................................................. 37
6 CORPO DOCENTE E TÉCNICO-ADMINISTRATIVO ......................... 37
6.1 Formação acadêmica e profissional ............................................... 37
6.2 Regime de trabalho ........................................................................ 38
6.2.1 A equipe multidisciplinar da UNIP Interativa ............................ 40
6.3 Apoio didático-pedagógico aos docentes ....................................... 41
6.3.1 Apoio didático-pedagógico ....................................................... 41
6.3.2 Capacitação .............................................................................. 41
6.4 Núcleo Docente Estruturante ......................................................... 41
6.4.1 Corpo técnico-administrativo .................................................... 42
6.5 Atividades acadêmicas articuladas com a formação – pesquisa e
extensão ............................................................................................... 43
6.5.1 Programa de Iniciação Científica .............................................. 43
6.5.2 Pesquisa ................................................................................... 44
4
6.5.3 Pós-graduação stricto sensu .................................................... 44
6.5.4 Pós-graduação lat -sensu ......................................................... 44
6.5.5 Projeto de extensão .................................................................. 45
7 ORGANIZAÇÃO DO CURSO ............................................................... 45
7.1 Projeto Pedagógico do Curso ......................................................... 46
7.1.1 Relevância social do curso de Pedagogia ............................... 47
7.1.2 Metas do Plano Nacional de Educação (PNE) ......................... 53
7.1.3 Demanda nacional do curso ..................................................... 56
7.1.4 Formas de acesso ao curso ..................................................... 59
7.2 Concepção do curso ....................................................................... 60
7.2.1 Histórico do curso ..................................................................... 60
7.2.2 O curso de Pedagogia da UNIP ............................................... 64
7.2.3 Organização didático-pedagógica ............................................ 66
7.3 Objetivos do curso .......................................................................... 68
7.3.1 Objetivos gerais ........................................................................ 68
7.3.2 Objetivos específicos ................................................................ 68
7.4 Perfil do egresso ............................................................................. 71
7.4.1 Competências ........................................................................... 71
7.5 Mercado de trabalho ....................................................................... 73
7.6 Estrutura curricular ......................................................................... 75
7.6.1 Eixos estruturantes ................................................................... 78
7.6.2 Núcleos de estudos .................................................................. 82
7.6.2.1 Núcleo de estudos básicos .................................................... 82
7.6.2.2 Núcleo de aprofundamento de estudos e diversificação de
estudos .............................................................................................. 84
7.6.2.3 Núcleo de estudos integradores ............................................ 85
7.7 Conteúdos básicos, específicos e teórico-práticos ........................ 87
7.8 Matriz curricular .............................................................................. 88
7.9 Carga horária .................................................................................. 93
7.10 Disciplinas optativas (somente para a modalidade a distância) ... 94
7.11 Disciplinas de Nivelamento ....................................................... 94
7.12 Atividades complementares ......................................................... 95
5
7.13 Estudos Disciplinares (ED) ........................................................... 96
7.14 Estágio Supervisionado ................................................................ 96
7.15 Prática pedagógica do curso de Pedagogia ................................. 98
7.16 Projeto: “Construção de Brinquedos e Organização de
Brinquedotecas nos Polos” ................................................................. 100
7.17 Projetos e práticas de ação pedagógica .................................... 100
7.17.1 Operacionalização dos projetos ........................................... 104
7.18 Trabalho de Conclusão de Curso ............................................... 105
6
1 APRESENTAÇÃO
1.1 Denominação do curso
Curso de Licenciatura em Pedagogia.
1.2 Modalidade
Educação a distância (EaD).
1.3 Local da oferta
O curso de Pedagogia na modalidade EaD é oferecido nos polos de apoio
presencial distribuído em todo o território nacional.
1.4 Regime de matrícula
Seriado semestral.
1.6 Duração do curso
O curso tem duração de 3 anos.
1.7 Carga horária do curso
Carga horária do curso: mínimo de 3.200 horas.
1.8 Base legal
O curso de Licenciatura em Pedagogia da Universidade Paulista (UNIP),
em consonância com os regimentos do Núcleo Docente Estruturante do
curso – que regulamentam o NDE (Núcleo Docente Estruturante), suas
atribuições e responsabilidades referentes à formulação do Projeto
Pedagógico do Curso (PPC) e sua implementação e desenvolvimento –, os
preceitos da Lei de Diretrizes e Bases (LDB) da Educação Nacional (Lei nº
9.394/1996), as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de
Professores da Educação Básica (Resolução CNE/CP nº 1/2002), os
Parâmetros Curriculares Nacionais instituídos para o Ensino Fundamental e
Médio e a Resolução CNE/CP nº 2/2002, foi concebido com base na
Resolução CNE/CP nº 1/2006, que instituiu as Diretrizes Curriculares
Nacionais para o curso de Licenciatura em Pedagogia. Pautou-se também no
que se refere à acessibilidade de portadores de necessidade especiais,
presente no Decreto nº 5.296, de 02 de dezembro de 2004, no que se refere
à Língua Brasileira de Sinais, a partir do Decreto nº 5626/2005, e no que
corresponde ao estágio de estudantes, disposto na Lei nº 11.788, de 25 de
setembro de 2008.
7
1.8.1 Do credenciamento
O credenciamento da UNIP para a oferta da modalidade EaD, conforme
as portarias MEC nº 3.633, de 9 de novembro de 2004, e MEC nº 3.475, de
22 de outubro de 2004, resultou das experiências anteriores da IES e
possibilitaram que a Universidade ampliasse sua atuação na EaD.
2 DADOS INSTITUCIONAIS
2.1 Da instituição de ensino e da entidade mantenedora
A UNIP é atualmente mantida pela Assupero – Associação Unificada
Paulista de Ensino Renovado Objetivo, CNPJ nº 06.099.229/0001-01,
associação civil sem fins lucrativos e com fins educacionais, com sede e foro
na cidade de São Paulo, no estado de São Paulo, situada na Avenida
Paulista, 900, 1º andar, no bairro da Bela Vista, CEP 01310-100. A Assupero
é pessoa jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, com estatuto
registrado e protocolado em microfilme no Quarto Cartório de Títulos e
Documentos de São Paulo, em 4 de fevereiro de 2004, sob o número
477740. A UNIP possuía como mantenedora anterior a Supero – Sociedade
Unificada Paulista de Ensino Renovado Objetivo, tendo sua transferência de
mantença analisada e aprovada pelo Ministério da Educação.
2.1.1 Histórico da IES
A iniciação da UNIP no Ensino Superior ocorreu em 1972, por meio do
IUP, Instituto Unificado Paulista, com a oferta dos cursos de Letras,
Pedagogia, Comunicação Social e Psicologia, reconhecidos pelo Decreto
Federal nº 77.546/76. Posteriormente, foi autorizado a funcionar, como
habilitação do curso de Letras, o curso de Tradutor e Intérprete, também
reconhecido pelo Decreto nº 77.546/76.
A partir do IUP, a organização, em permanente processo de crescimento,
solicitou e obteve do Conselho Federal de Educação, em 1975, a autorização
para o funcionamento do IEEP, Instituto de Ensino de Engenharia Paulista,
nas habilitações Civil, Mecânica e de Produção Mecânica, todas
reconhecidas pela Portaria nº 26/82, publicada em 12 de janeiro de 1982.
O curso de Ciência da Computação foi criado por meio do Decreto nº
95.005, de 5 de outubro de 1987, sendo reconhecido pela Portaria Ministerial
nº 1.201/92. O curso de Tecnologia em Processamento de Dados foi criado
por meio do Decreto nº 95.484, sendo reconhecido pela Portaria Ministerial
nº 2.023/91.
O curso de Odontologia, afeito ao IOP, Instituto de Odontologia Paulista,
foi autorizado a funcionar pelo Decreto Federal nº 85.791, de 9 de março de
8
1981, sendo reconhecido pela Portaria Ministerial nº 456/84. Vinculado ao
IOP, foi solicitado o funcionamento do curso de Farmácia, autorizado a
funcionar pelo Decreto Federal nº 95.239, de 13 de novembro de 1987,
reconhecido pela Portaria nº 984/93 publicada em 8 de julho de 1993.
Em 9 de novembro de 1988, por meio da Portaria Ministerial nº 550, foi
autorizado pela via do reconhecimento o funcionamento da UNIP, integrada,
inicialmente, pelos cursos até então vinculados aos três institutos
mencionados e pelos cursos de Estudos Sociais, com habilitação em História
e Geografia, e Ciências, com habilitação em Matemática, recebidos por
transferência de mantença da Universidade São Francisco.
2.1.2 A missão institucional
Conforme citado no PDI atualmente em vigor na UNIP, a missão de uma
universidade está intrinsecamente relacionada a um compromisso
permanente com princípios e propósitos que lhe imprimam um caráter,
diferenciando-a de outras instituições congêneres.
A UNIP tem como missão promover o ensino, a pesquisa e a extensão,
aplicando-os a serviço do progresso da comunidade que vive em sua área de
abrangência e influência, contribuindo para o fortalecimento da solidariedade
entre os homens e para o esforço de desenvolvimento do país.
Na busca por seus objetivos, a instituição obedece estritamente aos
princípios de respeito à dignidade da pessoa e aos seus direitos
fundamentais, prescrevendo quaisquer formas de discriminação.
2.1.3 Vocação da universidade
Conforme descrito no Projeto Pedagógico Institucional (PPI), a vocação
da universidade é “preparar profissionais competentes, com sólida formação
humanística e técnico-científica, conscientes do seu papel social e do
compromisso com a cidadania”. Assim, a UNIP trilha seu caminho, como
instituição de Ensino Superior, “contribuindo para o desenvolvimento
sustentável não apenas dos estados em que atua, mas também de todo o
país”. O mesmo documento traça o perfil das ações e padrões de conduta
pelos profissionais envolvidos direta e indiretamente no cotidiano da
universidade.
Valendo-se dos preceitos do PPI, documento que fixa os propósitos e
metas a serem alcançados durante a formação dos alunos, os critérios
norteadores para a definição do perfil do egresso pautam-se por uma visão
humanista, que internaliza valores como responsabilidade social, justiça e
ética profissional. O intuito da seleção de tais valores reside na maneira de
9
integrar produtivamente conhecimentos, competências, habilidades e
talentos na formação do futuro profissional.
A consagrada articulação entre ensino, pesquisa e extensão é
fundamental para a sustentação da instituição. A qualidade do ensino
vincula-se fortemente à competência em pesquisa, enquanto as atividades
de extensão se articulam com as experiências de pesquisa e de ensino.
A participação de alunos em atividades de extensão, entre outras,
constitui situação essencial do conhecimento acadêmico e profissional. A
participação discente nos projetos e atividades de pesquisa e extensão
completa a formação integral do aluno.
A UNIP é uma universidade multicampi, que atende à demanda
educacional de 130 mil estudantes. Os campi da UNIP encontram-se
localizados em 11 unidades na cidade de São Paulo e em 13 do estado de
São Paulo. A UNIP também está presente nos municípios de Manaus,
Brasília e Goiânia, oferecendo cursos na modalidade presencial.
No que diz respeito à modalidade EaD, a UNIP conta hoje com 598 polos,
em todos os estados da Federação, distribuídos pelas regiões Norte, com 38
polos; Nordeste, com 94; Sul, com 68; Sudeste, com 328; e Centro-Oeste,
com 70, além de um estabelecimento de ensino localizado no Japão, na
cidade de Hamamatsu.
2.1.4 A Educação a Distância na Universidade Paulista
A modalidade EaD, como um sistema específico de ensino-aprendizagem,
necessita de uma gestão acadêmico-administrativa distinta daquela que
atende à modalidade presencial, visto que a modalidade, as ferramentas e os
processos são outros devido à distância física entre atores. Por essa razão, a
UNIP instituiu o Centro de Educação a Distância – UNIP Interativa, órgão
suplementar da Universidade, responsável pela coordenação, supervisão,
assessoramento e prestação de suporte técnico à execução de atividades
pedagógicas e da formação na EaD pelos institutos que compõem a
Universidade Paulista.
No intuito de atender às demandas específicas das diversas regiões, a
UNIP Interativa oferece os seguintes formatos na modalidade EaD: o
Sistema de Ensino Interativo (SEI), o Sistema de Ensino Presencial Interativo
I (Sepi I) e o Sistema de Ensino Presencial Interativo II (Sepi II). Embora os
formatos apresentem características diferentes, todos mantêm a qualidade
exigida pela UNIP para os seus cursos.
Os formatos encontram-se configurados conforme visto a seguir.
10
2.1.4.1 Sistema de Ensino Interativo (SEI)
Esse formato privilegia o ensino no Ambiente Virtual de Aprendizagem
(AVA). No AVA, o aluno acessa todo o conteúdo disponibilizado, a qualquer
momento, pela internet. Isso possibilita ao estudante a organização do seu
ritmo de estudo. O SEI prevê, ainda, momentos presenciais que perfazem
20% (vinte por cento) da carga horária total do curso.
A interação com o professor ocorre por meio do fórum, que acontece
durante a disciplina. Esse espaço é utilizado para debates entre alunos,
professores, tutores a distância, que atuam na mediação das ações
pedagógicas por e-mail, telefone e pelo feedback postado no AVA, além de
servir para o acompanhamento dos trabalhos realizados e das avaliações
dos alunos.
Nesse formato, é disponibilizado o plantão tutorial presencial, realizado
por profissional habilitado na área específica de atuação. Ele orienta os
alunos com relação ao AVA, auxilia na organização dos estudos, na
realização dos estágios e nas atividades complementares e facilita a
interação dos alunos com o polo, onde o aluno deve realizar suas avaliações
e atividades e participar dos encontros programados.
Cada disciplina está dividida em unidades, sendo que, para cada uma, o
aluno deve assistir à teleaula sem a obrigatoriedade de data e horário,
devendo estudar o conteúdo referente a cada unidade, realizar as atividades
propostas pelo professor e responder aos questionários no AVA, respeitando
o período preestabelecido em calendário acadêmico.
Os slides utilizados pelos professores nas teleaulas, contendo os
principais tópicos da unidade, também ficam disponíveis no AVA. O aluno
deve desenvolver todas as atividades previamente descritas antes de passar
para a unidade subsequente.
Os momentos presenciais que o aluno deve cumprir constam do
calendário acadêmico e da plataforma acadêmica. São eles:
• módulo de Introdução à EaD;
• aula inaugural com o coordenador do curso;
• palestras sobre temas pertinentes ao curso;
• atendimento pedagógico para a elaboração dos projetos e trabalhos de
conclusão de curso e para as práticas docentes ou de ação
pedagógica;
11
• atendimento e supervisão das atividades que envolvem os estágios;
• avaliações;
• entrega de documentos, trabalhos e atividades complementares.
2.1.4.2 Sistema de Ensino Presencial Interativo I (Sepi I)
Esse formato prevê tanto momentos de atividades no AVA como
encontros presenciais semanais no polo de apoio presencial. Nesse formato,
o aluno deve comparecer ao polo para acompanhar de forma síncrona a
exibição das teleaulas e interagir com o professor no decorrer das aulas.
Também são propostas atividades presenciais, que o aluno deverá
desenvolver com os colegas, além de encaminhar via chat as soluções ou
dúvidas sobre o tema sugerido. Essas atividades são acompanhadas por
tutores presenciais. O aluno participa ainda do plantão tutorial presencial
semanal.
O estudante deve realizar suas avaliações, atividades e encontros
programados pela legislação no polo de apoio presencial no decorrer do
curso. Deve participar também do módulo de Introdução à EaD, da aula
inaugural e das palestras.
Cada disciplina está dividida em unidades. Em cada unidade, o aluno
deve: assistir à teleaula no polo no qual está matriculado, seguindo o
calendário escolar; ler os conteúdos oferecidos e responder aos
questionários; participar dos encontros com os tutores no polo, bem como
dos chats, e realizar as demais atividades previstas para a unidade. Os
slides utilizados pelos professores na teleaula permanecem disponíveis no
AVA.
2.1.4.3 Sistema de Ensino Presencial Interativo II (Sepi II)
Esse formato privilegia dinâmicas acadêmicas presenciais com o aluno,
com o objetivo de promover a flexibilidade, a interdisciplinaridade e a
articulação entre teoria e prática. O planejamento é feito pelos docentes das
disciplinas e coordenadores. A orientação fica a cargo dos tutores
presenciais e/ou professores consultores. Além dos encontros presenciais,
existem atividades acadêmicas a serem realizadas no AVA.
O AVA do Sepi II é um sistema formado por soluções integradas de
gerenciamento de aprendizagem, conhecimento e conteúdos on-line, que
proporcionam a interação entre alunos e tutores. Por meio do AVA, são
disponibilizados aos alunos textos e questionários, que deverão ser
desenvolvidos no decorrer do semestre. Por meio dos questionários, os
12
alunos acompanham e avaliam o seu progresso no processo de ensino-
aprendizagem.
O aluno conta com o apoio da equipe da tutoria a distância, que o orienta
no desenvolvimento de seus estudos no decorrer do semestre letivo. A
ferramenta utilizada no AVA é o fórum de discussão, que promove a
comunicação, a aprendizagem colaborativa e a interação entre alunos e
tutores. Os fóruns são acompanhados diariamente pela tutoria a distância, e
as dúvidas são respondidas em, no máximo, 48 horas.
Todo material relativo ao conteúdo ministrado está disponível nos
seguintes formatos de arquivo: interativo (Flash e Silverlight), documento do
Word, documento PDF e slides em Powerpoint, entregues aos alunos por
meio de CDs e também disponibilizados no AVA.
2.1.5 Metodologia de ensino-aprendizagem
Os princípios metodológicos são estabelecidos em consonância com as
Diretrizes Curriculares Nacionais. Não obstante, em congruência com essa
orientação, este método articula os espectros dos valores humanísticos,
difundindo a inserção teórica na realidade e promovendo a interação do
homem com o mundo. Inspirados nessa Filosofia, os cursos superiores de
licenciatura desenvolvem seus conceitos educacionais pautados na
abordagem sociointeracionista, que concebe a aprendizagem como um
fenômeno que realiza a interação com o outro; portanto, a aprendizagem
possui dimensão coletiva. Segundo Vygotsky, a aprendizagem deflagra
vários processos internos de desenvolvimento mental, que tomam corpo
somente quando o sujeito interage com objetos e sujeitos em cooperação.
Uma vez internalizados, esses processos tornam-se parte das aquisições do
desenvolvimento. Assim, um processo interpessoal é transformado num
processo intrapessoal.
Como metodologia de ensino-aprendizagem, o curso superior de
licenciatura adota atividades como aulas expositivas, aulas dialogadas,
dinâmicas de grupo, leituras comentadas, visitas técnicas, palestras,
pesquisa bibliográfica e outras atividades acadêmico-científico-culturais,
visando à oferta de experiências diversificadas aos discentes. O curso busca
o desenvolvimento de programas que privilegiem o enlace entre a teoria e a
prática, enfocando o uso e a adequação de recursos audiovisuais,
tecnológicos, de novos métodos e técnicas de ensino, procurando o
aperfeiçoamento do trabalho acadêmico e sua aplicação profissional. A
integração entre estudos teóricos, aulas e atividades práticas é exercida por
meio de atividades complementares, trabalhos individuais e em grupo,
projetos de ação pedagógica, atividades de práticas docentes e atividades de
extensão.
13
A EaD é uma modalidade educacional cuja característica principal é a
forma de interação, tendo como instrumento facilitador a comunicação
baseada em recursos diversificados. Nessa perspectiva, a UNIP Interativa
oferece o contato visual, auditivo e verbal direto e frequente por meio de
suas aulas, recursos didáticos e dialógicos que promovam a interatividade e
estimulem a aprendizagem dos estudantes.
Levando em consideração as demandas específicas, motivadas pelo
processo de ação e reflexão, confluentes e divergentes, de pessoas oriundas
de diversas regiões, a UNIP Interativa utiliza teleaulas, materiais impressos,
chats, fóruns, textos complementares, slides de teleaula, atividades
complementares, projetos e práticas de ação pedagógica e questionários
para efetivar uma interação de qualidade, a fim de proporcionar a
dialogicidade necessária, tendo em vista contribuir para a construção do
conhecimento entre os agentes envolvidos no processo de ensino-
aprendizagem.
No curso de Pedagogia, as atividades seguem uma dinâmica que
pressupõe, além dos momentos de interação com o professor, o
autoaprendizado (aprendizagem independente).
De acordo com Barreto (2007), o enfoque da autoaprendizagem ou
aprendizagem independente surgiu no mundo inteiro a partir dos anos 1970,
com o objetivo de criar um modelo de organização mais flexível no processo
de ensino-aprendizagem e buscando ofertar não um programa universitário
padronizado, mas programas alternativos capazes de atender necessidades
e interesses mais específicos ou, ainda, voltados para o desenvolvimento de
competências. É sob esse contexto que podemos ressaltar que a EaD,
mesmo sendo uma forma de aprender que afasta fisicamente o aluno do
professor, pode aproximar o autoaprendiz de cursos de seu interesse e
proporcionar a formação continuada em diversos setores da sociedade.
Diante disso, entendemos que o aluno deve ser incentivado a estudar e
pesquisar de modo independente e com atividades extras, tendo como intuito
o fortalecimento do aprendizado colaborativo, a dinamização da
comunicação e a utilização das ferramentas existentes. Saber comunicar-se,
descrever, analisar e sintetizar fatos e informações tirados da vida cotidiana,
das relações na família, na comunidade, no curso e na empresa e saber
trabalhar em grupo de maneira participativa são partes das estratégias de
maior investimento do aluno em sua formação, pois isso fortalece o saber
científico e o que advém da experiência. Estratégias de ensino que
incorporem a experiência de vida dos alunos os ajudam a ter um maior
rendimento em seu processo de aprendizagem.
Assim, nossos alunos são orientados a desenvolver o hábito de estudo
independente, posto que o perfil do professor deve acompanhar os
14
movimentos e transformações na sociedade em decorrência dos avanços
científicos e tecnológicos.
3 RECURSOS E INFRAESTRUTURA
3.1 Instalações dos campi
A Universidade conta, em cada campus, com uma estrutura
organizacional própria para cuidar do planejamento, execução e controle
necessários para o adequado funcionamento dos cursos da unidade e para o
desenvolvimento das atividades propostas em seus respectivos projetos
pedagógicos. Para tanto, destacam-se:
• salas de aulas amplas, iluminadas e ergonômicas;
• bibliotecas com acervos atualizados, salas de estudos anexas que
oferecem condições de pesquisa e acesso aos bancos de dados
diretamente pelo sítio da UNIP;
• laboratórios de informática que oferecem, além das máquinas, o apoio
técnico especializado para os alunos, tanto em horários de aula como
em horários livres. Todas as máquinas estão interligadas em rede, com
acesso à internet;
• teatros e auditórios, na maioria dos campi, utilizados tanto para
apresentações artísticas como para ciclos de palestras e seminários;
• amplos espaços de convivência dos alunos, como: livrarias,
lanchonetes, reprografias e caixas eletrônicos.
3.2 Os polos de apoio presencial
Os polos de apoio presencial da UNIP Interativa, distribuídos em todo o
território nacional, são os espaços físicos nos quais acontecem os encontros
presenciais, as orientações de estudos e as atividades. Esses locais
fornecem a estrutura material e contam com equipes qualificadas para
atender o aluno.
A infraestrutura de apoio necessária para o atendimento ao aluno nos
polos de apoio presencial é composta por equipe administrativa (monitor de
informática, secretária, manutenção e zeladoria) e uma equipe pedagógica
(coordenador e tutor presencial na área específica dos cursos). O espaço
dos polos de apoio presencial atende aos requisitos de dimensão, limpeza,
iluminação, acústica, segurança, conservação e comodidade necessárias
nas instalações administrativas, salas de aula, salas de coordenação, tutoria,
15
instalações sanitárias, área de convivência, sala de estudo, laboratório de
informática e biblioteca.
Todos os espaços devem estar devidamente identificados e em
conformidade com o Decreto nº 5.296/2004, que trata da acessibilidade. O
polo apresenta equipamentos de suporte local que incluem:
• projetor multimídia data show, com a resolução adequada;
• acesso à internet;
• instalação elétrica apropriada e suficiente para as necessidades dos
equipamentos de suporte instalados com proteção;
• microcomputadores com sistemas operacionais e aplicativos
devidamente licenciados.
No caso de utilização de satélite, o conjunto de recepção é composto por:
• antena parabólica VSAT;
• servidores adequados e compatíveis com ambiente operacional
institucional;
• transmissor tipo Rádio Anúbis Banda KU;
• amplificador de sinal.
No caso de não utilização de satélite, a comunicação é feita por meio de
internet banda larga provida pelo polo de apoio presencial para os
respectivos equipamentos de suporte.
3.3 Sede da UNIP Interativa
Na sede, o espaço destinado aos coordenadores, professores e tutores é
amplo, permitindo sua integração. Todos os setores encontram-se
devidamente equipados e possuem espaço adequado ao seu funcionamento.
A UNIP Interativa possui sala de coordenação, sala para os tutores e
professores e sala multimídia para professores e tutores a distância. Elas são
equipadas com projetores, computadores para acompanhamento das aulas
ministradas na sede e para a interação com os alunos via chat. Há espaços
específicos dimensionados para toda a equipe de apoio técnico-
administrativo, com toda a infraestrutura necessária para o desenvolvimento
das suas funções.
16
A sede dispõe de espaço para arquivamento de toda a documentação
pessoal e acadêmica dos alunos. Possui, ainda, 5 (cinco) estúdios com toda
tecnologia adaptada ao modelo pedagógico.
3.4 Da tecnologia
A partir dos três formatos ofertados, nota-se que os componentes
tecnológicos empregados pela UNIP Interativa e que podem ser adotados
são: internet, satélite, CD-ROM, DVD e webcast. As teleaulas são produzidas
na sede da UNIP em São Paulo. A transmissão é feita via satélite e o polo de
apoio presencial pode recebê-la, via satélite ou via internet.
Toda a infraestrutura tecnológica desenvolvida pelo Nutec – Núcleo de
Tecnologia da UNIP está consolidada em conceitos de comunicação
baseada em bancos de conteúdos distribuídos por dispositivos multimídia
conectados ou não. A fundamentação técnico-teórica para isso está nos
conceitos de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC), em que todos
os recursos tecnológicos estão organizados em estruturas computacionais
gerenciadas por bancos de dados, assegurando que os conteúdos
programáticos dos cursos sejam distribuídos de forma sistêmica e
controlada. Com base nisso, é necessária a organização desses conteúdos,
informações e dados dentro de uma base informatizada que garanta a
produção e distribuição do conhecimento em um ambiente monitorado e
acompanhado por professores e tutores de forma interativa.
Tradicionalmente, o banco de dados era o repositório de informações, tendo
atualmente evoluído para o controle das mídias textuais e audiovisuais,
transformando-se de fato em um banco de conteúdos multimídias. As
modernas técnicas de BI1 asseguram que esse sistema de base de
conteúdos possa ser acompanhado, medido e controlado, possibilitando à
instituição o monitoramento dos processos de interatividade e dialogicidade
do corpo docente e discente no interior do modelo pedagógico proposto para
cada um dos formatos – SEI e SEPI.
Para sustentar essa proposta, a UNIP mantém uma estrutura de
servidores e uma equipe de desenvolvedores que avalia as ferramentas
existentes no mercado, utilizando as que melhor se adaptam ao projeto
pedagógico da instituição, desenvolvendo novas ferramentas e aplicativos
que integrem todos os softwares próprios e de terceiros.
1 BI (Business Intelligence ou inteligência em negócios).Conceitos e métodos para
melhorar a capacidade de tomada de decisões, utilizando sistemas baseados em regras de
negócio.
17
Como ambiente virtual de aprendizagem, utilizamos o conteúdo on-line –
COL2, uma ferramenta própria que gerencia informações textuais e produtos
multimídia que, associados a exercícios, ajudam na aquisição do
conhecimento proposto. Para controlar toda entrega de trabalhos dos alunos,
atividades complementares, documentos, relatórios de estágio e trabalhos de
curso, disponibilizamos para os alunos o Atol3 (atividades on-line) que
armazena nos banco de dados todo o gerenciamento dos locais onde estão
guardados os trabalhos dos alunos. O Blackboard e o Moodle são utilizados
como plataformas de distribuição de conteúdos em diferentes suportes, tais
como: textos, teleaulas, vídeos (entre os principais), integrando recursos de
interação entre professores, tutores e alunos.
Para o controle da produção gráfica dos materiais impressos, a instituição
utiliza o Metrics4. O BIE
5 é uma ferramenta própria que, por meio de
ferramentas de BI, relaciona todas as bases de dados de todas as etapas de
produção, distribuição e controle dos conteúdos em um único ambiente. Para
o controle acadêmico, a UNIP Interativa utiliza o Lyceum6, e para a
modalidade presencial, o Sisun7.
Para distribuição dos conteúdos, a UNIP conta com sólida estrutura de
Telecom baseada no tripé acessibilidade, segurança e redundância,
requisitos primordiais para que os alunos recebam os conteúdos com acesso
adequado ao AVA.
A UNIP possui um conjunto de tecnologias composta por:
• satélites com cobertura nacional – Panasat, em operação conjunta com
o Multicast Hughes;
2 COL Nutec-UNIP: Conteúdo on-line. Ferramenta que gerencia informações textuais
e produtos multimídia.
3 Atol Nutec-UNIP: Atividades on-line. Controla e acompanha a entrega de trabalhos
dos alunos.
4 Software de controle da produção gráfica.
5 BIE Nutec-UNIP. Adaptação dos procedimentos de BI (Business Intelligence ou
inteligência em negócios) aplicados ao controle dos alunos.
6 Software de controle acadêmico da Techen Sistemas.
7 Software de controle acadêmico.
18
• internet, com link de alto desempenho de acesso ao backbone8 nacional
e internacional;
• redundância em cinco data centers: dois locais (Cidade Universitária e
Paulista) e três externos de grande porte (o TIC da Telefônica, o da
Embratel e o do Terremark) – todos ligados via conexão óptica.
Essa composição de recursos tecnológicos viabiliza aos alunos de todo o
Brasil acesso ao conteúdo educacional da forma prevista no projeto
pedagógico.
3.5 Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA)
O suporte tecnológico distribui-se em três dimensões: uma dimensão
ampla (que congrega os meios necessários para o desenvolvimento
pedagógico dos cursos), uma dimensão de recursos de interação para o
acompanhamento dos alunos e uma de avaliação.
Neste projeto pedagógico, elucidam-se as especificidades da EaD, que
originam demandas de interação entre os implicados no processo. Para
tanto, detalham-se a seguir os sistemas de informação utilizados na
veiculação dos conteúdos pertinentes.
3.5.1 Blackboard
A plataforma utilizada pela UNIP Interativa como espaço de publicação de
conteúdos e de centralização das demais plataformas desenvolvidas é o
Blackboard. Essa plataforma dispõe de ferramentas que permitem a
interação do alunado com todo o corpo docente, bem como a publicação dos
conteúdos pedagógicos de forma clara e acessível.
Além das ferramentas oferecidas pela própria plataforma, a instituição a
utiliza para integrar o acesso às demais plataformas desenvolvidas, a fim de
centralizar o acesso em um único login, o que viabiliza a auditoria completa
da vida acadêmica do aluno e do corpo docente.
Ao acessar a plataforma, o aluno terá disponível o conteúdo necessário
para a realização de seu curso. Além das disciplinas, estão disponibilizados
avisos gerais, avisos da disciplina, guia do aluno, vídeos instrucionais,
manuais explicativos, brinquedoteca, calendário acadêmico, secretaria virtual
(Lyceum) e demais ferramentas personalizáveis pelo aluno, como calendário
de tarefas e até o próprio layout da plataforma. Ao visualizar o Guia do
8 Conjunto da rede de internet.
19
Aluno, é possível entender a funcionalidade de cada ferramenta, bem como o
roteiro de estudo a ser seguido.
O material pedagógico é disponibilizado por disciplina e por turma. Nas
disciplinas, são propostos fóruns de discussão que permitem o debate entre
os alunos – e entre os alunos e o corpo docente – sobre temas específicos.
Para tratar de assuntos gerais, o aluno utiliza a ferramenta “mensagens”, que
permite o envio de mensagens a um ou a todos os usuários matriculados na
disciplina. Os prazos e a ordem das disciplinas seguem o calendário
acadêmico.
3.5.2 Moodle
A plataforma utilizada para a publicação de conteúdo no Sepi II é o
Moodle. Ele conta com as principais funcionalidades disponíveis nos
ambientes virtuais de aprendizagem e é composto por ferramentas de
avaliação, comunicação, disponibilização de conteúdo, administração e
organização. Por meio dessas funcionalidades, é possível dispor de recursos
que permitem a interação e comunicação entre o alunado, professores e
tutoria, a publicação do material de estudo em diversos formatos de
documentos, a administração de acessos e a geração de relatórios.
No ambiente virtual de aprendizagem Moodle, o aluno tem acesso ao
material pedagógico, disponibilizado por disciplina, além dos recursos de
interação que permitem o diálogo entre os alunos, professores e a equipe de
tutoria.
O material de cada disciplina é publicado pelo professor responsável por
ela no Moodle, seguindo a proposta do calendário acadêmico de realização
dos encontros presenciais. A publicação de material, módulo a módulo, pelo
professor, facilita o acompanhamento do aluno no AVA.
4 CONCEPÇÃO DE EDUCAÇÃO E CURRÍCULO DO PROCESSO DE
ENSINO-APRENDIZAGEM
Conforme consta no PDI, a “educação ao longo de toda a vida” organiza-
se em torno de quatro aprendizagens fundamentais, que constituem os
pilares do conhecimento:
1) aprender a conhecer significa, antes de tudo, o aprendizado dos
métodos que nos ajudam a distinguir o que é real do que é ilusório
e ter, assim, acesso aos saberes de nossa época. A iniciação
precoce na ciência é salutar, pois ela dá acesso, desde o início da
vida humana, à não aceitação de qualquer resposta sem
fundamentação racional e/ou de qualquer certeza que esteja em
contradição com os fatos;
20
2) aprender a fazer é um aprendizado da criatividade. “Fazer”
também significa criar algo novo, trazer à luz as próprias
potencialidades criativas, para que venha a exercer uma profissão
em conformidade com suas predisposições interiores;
3) aprender a viver junto significa, em primeiro lugar, respeitar as
normas que regulamentam as relações entre os seres que
compõem uma coletividade. Porém, essas normas devem ser
verdadeiramente compreendidas, admitidas interiormente por cada
ser, e não sofridas como imposições exteriores. “Viver junto” não
quer dizer simplesmente tolerar o outro com suas diferenças
embora permanecendo convencido da justeza absoluta das
próprias posições;
4) aprender a ser implica em aprender que a palavra “existir”
significa descobrir os próprios condicionamentos, descobrir a
harmonia ou a desarmonia entre a vida individual e social.
Focada nessas premissas norteadoras, a UNIP incorpora aos seus cursos
abordagens que busquem:
• a construção coletiva expressa na intenção e prática de cada segmento
institucional, levando em conta a articulação dialética, diferenciação e
integração, globalidade e especificidade;
• a interação recíproca com a sociedade caracterizada pela Educação e
desenvolvimento econômico-social sustentáveis, reafirmando o seu
compromisso como potencializadora da formação humana e
profissional;
• a construção permanente da qualidade de ensino, entendida e
incorporada como processual e cotidiana da graduação e da pós-
graduação, indagando continuamente sobre o tipo de sociedade que
temos e queremos, a função dos cursos superiores frente às novas
relações sociais e de produção, e sobre o perfil do profissional a formar
frente às exigências do mercado de trabalho;
• a integração entre ensino, pesquisa e extensão, buscando a construção
de um processo educacional fundado na elaboração e reelaboração de
conhecimentos e objetivando a apreensão e intervenção em uma
realidade dinâmica e contraditória;
• a extensão voltada para seus aspectos fundamentais, quais sejam:
tornar a coletividade beneficiária direta e imediata das conquistas do
ensino e da pesquisa, socializando o saber, e a coleta do saber não
21
científico elaborado pela comunidade para, estruturando-o em bases
científicas, restituí-lo à sua origem;
• o desenvolvimento curricular contextualizado e circunstanciado,
expressão da concepção de conhecimento como atividade humana
processualmente construída na produção da vida material; e
• a unidade entre teoria e prática, por meio do desenvolvimento, por parte
de professores e alunos em atividades de pesquisa e iniciação
científica.
A UNIP, ao longo de seu percurso histórico como entidade educacional,
sempre empregou ferramentas tecnológicas de comunicação em seu
processo de construção e disseminação do conhecimento. Isso propiciou um
conjunto de experiências individuais e coletivas para o corpo discente e
docente e para com a própria instituição.
Ao iniciar o desenvolvimento de atividades acadêmicas em EaD, a IES
apoiou-se na experiência adquirida nos últimos vinte anos. Os desafios
presentes no contexto socioeducacional e tecnológico atual possibilitaram
aprimorar algumas das práticas pedagógicas que a Universidade
desenvolveu ao longo do tempo.
Um dos motivos que levou a UNIP a propor cursos em EaD foi a
compreensão de que a construção do conhecimento se dá a partir da
interação entre todos os elementos envolvidos no processo de ensino-
aprendizagem, ou seja, em uma dimensão conjunta. Nessa interação,
estimula-se a aprendizagem e o desenvolvimento do aluno.
As estratégias pedagógicas selecionadas visam a proporcionar a
construção do conhecimento individual e coletivo, por meio da elaboração de
projetos e de discussões pautadas e mediadas, que desafiam o aluno,
levando-o a refletir sobre os conceitos apresentados e sua aplicabilidade em
diferentes contextos.
O processo de ensino-aprendizagem se baseia na construção de relações
intra e interpessoal. Em outras palavras: aluno e material didático; alunos
entre si; alunos e professores; alunos e tutores; alunos e instituição;
professores e tutores. Estimulando-se essa interação, valoriza-se o
conhecimento já adquirido pelos alunos ao longo de suas vidas, estreitando o
vínculo afetivo e acadêmico necessário para o cotidiano da EaD.
Essa interação é viabilizada pelo uso de estratégias dialógicas como os
chats, fóruns e orientação de trabalhos interdisciplinares. Esse processo
desenvolve-se continuamente, mantendo um enfoque pedagógico
22
consistente e coerente com as diretrizes curriculares e as propostas dos
cursos, de suas metas e critérios de avaliação.
A aprendizagem é cooperativa e a sala de aula é vista como um AVA
criativo e incentivador. O professor desempenha o papel de orientador de um
processo de ensino-aprendizagem proativo e investigativo, no qual há
autonomia quanto aos métodos pedagógicos por parte dos lados envolvidos
na execução das tarefas, com mais ênfase no processo do que no resultado.
Consequentemente, a aprendizagem acontece em grupo, proporcionando
transformações significativas nas pessoas envolvidas.
Na evolução da EaD, a UNIP, em coerência com sua missão e vocação,
tem aprimorado seus modelos, estratégias, materiais e atividades, visando à
participação ativa dos alunos e professores no processo de ensino-
aprendizagem. Dessa forma, fomenta a democratização da Educação no
país, possibilitando o acesso a uma metodologia de ensino inovadora e
utilizando tecnologia avançada.
Os serviços de apoio relacionados à modalidade estão congregados na
UNIP Interativa de maneira que cada uma das equipes esteja integrada em
suas ações. Sendo assim, a UNIP Interativa, entendida como sistema de
EaD, organiza-se por meio de sistemas interdependentes entre si:
comunicação, acompanhamento e avaliação.
4.1 Sistema de comunicação
4.1.1 Sobre os meios
O sistema de comunicação da UNIP Interativa tem base em serviço de
tecnologia da informação e comunicação, responsável por prover e dotar
recursos de interação por meio de AVA, para que professores, alunos e
tutores mantenham relação no processo da formação. Organiza e dispõe
informação fundamentada nos conteúdos afins aos programas, cursos e
projetos desenvolvidos na modalidade a distância. Os projetos pedagógicos
dos cursos oferecidos nas modalidades presenciais e a distância são os
mesmos, no entanto, às especificidades da modalidade EaD, nas quais
professores, alunos e tutores tornaram necessária a criação de serviços que
suportem as demandas por interação entre os implicados no processo
ensino-aprendizagem. O sistema de comunicação atende, prioritariamente, a
essa interação.
4.1.2 Material didático
O material didático utilizado na UNIP Interativa é desenvolvido em sintonia
com os princípios epistemológicos, metodológicos e políticos explicitados no
PDI da Instituição, nas Diretrizes Curriculares Nacionais e nos Projetos
23
Pedagógicos dos Cursos. Seu uso é precedido de avaliação por
especialistas externos, que sugerem e orientam a adoção de medidas
visando ao seu aperfeiçoamento.
O conjunto de mídias, selecionado para desenvolver as competências
específicas propostas para cada curso, respeita as características
socioeconômicas dos diferentes grupos de alunos.
A produção do material impresso e disponibilizado no AVA atende às
lógicas distintas de concepção, produção, linguagem e tempo. A
convergência e a integração entre as diversas mídias são garantidas pelas
equipes multidisciplinares, constituídas por especialistas: em conteúdos, em
desenvolvimento de páginas web, em desenho instrucional, em ilustração,
em diagramação, em revisão do material produzido, dentre outros, como
determina o artigo 1° do Decreto nº 5.622/2005.
4.1.2.1 Livro-texto
Os livros-textos produzidos observam os seguintes critérios:
• exercem a função de um mediador privilegiado, atuando como roteiro
de estudos;
• contêm sugestões de atividades que fomentam reflexões, pesquisas e a
sistematização de ideias;
• ensejam relações com o campo de conhecimento, além de outros
“olhares” e possíveis saberes que esse campo incita;
• compõem “trilhas” com várias possibilidades de acesso, instigando o
aluno a procurar outros tipos de fontes para estudo;
• inserem-se em uma rede de diferentes tipos de materiais – livros,
filmes, artigos etc. – cuja composição permite atingir os objetivos
propostos para a formação dos alunos;
• utilizam ícones padronizados;
• inserem imagens e gráficos;
• apresentam ao menos dois exercícios por módulo, que estimulam a
reflexão, a aplicação e a ampliação do conhecimento, oferecendo a
resposta de um exercício no livro e de outro na plataforma.
A elaboração do livro texto é realizada de forma dialógica, ancorada no
tripé educador-educando-objeto do conhecimento, permitindo ao aluno agir,
24
refletir e interagir no desenrolar da ação pedagógica. O livro texto deve
fomentar a reflexão do aluno, levando-o a buscar informações em outras
fontes, realizar novas leituras, descobrir novos caminhos e apropriar-se dos
conhecimentos gerados e adquiridos. Esse processo contínuo considera o
aluno como um agente ativo e capaz de autoavaliar o seu progresso no
decorrer do curso.
O texto dialógico estabelece uma conversa amigável entre o autor e o
leitor, desenvolvendo o senso crítico do aluno e levando-o a compreender a
relevância do conteúdo do texto para seu cotidiano e prática profissional. O
conteúdo deve contemplar a ementa da disciplina e compor um todo coeso,
integrando, de forma contínua e complementar, as suas diferentes partes:
unidades, tópicos, reflexões, atividades, bibliografia, gráficos e imagens.
O docente conteudista é o profissional especialista que redige o material
didático da disciplina e/ou produz material para o ambiente virtual de
aprendizagem e/ou grava o conteúdo nas mídias, áudio e vídeo (quando for
o caso). Ele recebe orientações sobre a utilização das diversas mídias e
participa de treinamentos e workshops.
A Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos (CQA), composta
por professores especialistas, submete o livro-texto a uma criteriosa análise
de seu conteúdo. Dessa análise, resulta um parecer que é enviado ao
coordenador do curso para retroalimentar as partes envolvidas no processo
de produção, até que o livro-texto seja aprovado.
No Departamento de Revisão, são verificados: originalidade do texto,
padronização, coesão, coerência, clareza, vícios de linguagem, uso incorreto
da Língua Portuguesa, ortografia e adequação aos padrões estruturais
adotados pela UNIP Interativa.
O Departamento de Educação Digital reúne profissionais com
conhecimentos técnicos de produção e configuração de possibilidades de
estruturação visual e é responsável pela diagramação do texto. Uma vez
diagramado, o livro-texto passa por uma última revisão e é enviado ao
coordenador do curso que, juntamente com o docente conteudista, verifica o
material finalizado, liberando-o para impressão e envio ao Departamento de
Planejamento – Controle de Materiais, que o disponibilizará ao docente que
produzirá os materiais didáticos da disciplina e ao departamento responsável
pela inserção dos materiais no AVA.
4.1.2.2 Materiais didáticos da disciplina
Podem ser utilizados numa determinada disciplina os seguintes materiais:
slides, questionários, exercícios, textos complementares, fóruns e Estudos
Disciplinares (ED), dentre outros.
25
O Departamento de Planejamento é responsável pelo planejamento e
coordenação das gravações dos cursos no formato SEI, pela produção de
livros-textos e calendários acadêmicos e pela publicação de informações
referentes às atividades complementares, além da produção dos materiais
das aulas.
São suas atribuições: liberar os materiais para a transmissão de aulas ao
vivo no formato Sepi, para a tutoria a distância e para inserir os conteúdos no
AVA, e também controlar as atividades, avaliações e informações na
disciplina Atividade do tutor de sala.
O material é submetido às seguintes etapas:
• recebimento e controle;
• revisão ortográfica e uso correto da Língua Portuguesa;
• diagramação;
• liberação para inserção no AVA;
• geração de imagens;
• liberação para gravação das teleaulas;
• liberação para a Tutoria.
O Departamento de Planejamento possui profissionais qualificados para
realizar todas as etapas do processo.
4.1.2.3 Teleaulas
As teleaulas contêm a ementa e o programa da disciplina e seu conteúdo
é elaborado por um professor escolhido pelo coordenador do curso em
conjunto com o líder da disciplina.
O professor distribui o conteúdo da disciplina nas unidades, respeitando a
carga horária definida na matriz curricular e organiza a sua apresentação aos
alunos. As teleaulas são gravadas de acordo com a organização elaborada
pelo professor.
As teleaulas, com duração de uma hora, são divididas em quatro blocos
de quinze minutos cada, sendo que, ao final de cada bloco, o professor
propõe uma questão referente ao tema abordado. O bloco seguinte inicia-se
com um comentário do professor referente à atividade proposta no bloco
26
anterior. A separação em blocos tem o objetivo de tornar a aula mais
dinâmica e interativa.
É importante ressaltar que todas as teleaulas possuem intérprete de
libras, o que permite aos alunos portadores de necessidades especiais
acompanharem o conteúdo ministrado pelo professor.
As teleaulas são gravadas em estúdio e editadas pelos profissionais da TV Web. Após a edição, as teleaulas são enviadas ao departamento de
Educação Digital, que prepara o link e realiza a sua inserção no AVA. O
docente da teleaula é acompanhado no estúdio por um tutor da área da
disciplina, tanto nas teleaulas gravadas como nas teleaulas transmitidas ao
vivo.
4.1.2.4 Ambiente Virtual de Aprendizagem – AVA
Foi possível compreender que o aluno necessita de orientações claras
quanto ao entendimento e possibilidades da EaD, do funcionamento do
curso, dos mecanismos de interações e comunicação disponíveis para uma
aprendizagem colaborativa. Para introduzir o aluno ao universo da EaD,
produzem-se teleaulas, diversos vídeos, normas e calendários
acompanhados de manuais e guias digitalizados no AVA, que:
• abordam a plataforma utilizada (AVA);
• apresentam as abas e ferramentas disponíveis;
• orientam a navegação dos fóruns e do sistema de mensagem
(tecnológicos de comunicação);
• disponibilizam o calendário acadêmico;
• disponibilizam as disciplinas e conteúdos programáticos, bem como as
atividades e exercícios propostos.
Os docentes coordenadores de cada curso elaboram as aulas inaugurais
e instrucionais nas quais os alunos, além de conhecerem as particularidades
do seu curso, interagem com o coordenador e com os docentes de apoio.
Nessas aulas, realizadas com a presença do aluno no polo de apoio
presencial, os coordenadores:
• explicitam o processo de ensino-aprendizagem a ser desenvolvido no
semestre;
• apresentam as disciplinas;
27
• informam como a equipe de docentes acompanhará o processo
pedagógico;
• informam como interagir com a equipe multidisciplinar;
• transmitem informações sobre o calendário, atividades, critérios e
mecanismos de avaliação;
• explicam as funções das pessoas que acompanharão os alunos no
polo, a equipe presencial, tutoria a distância, docentes e
coordenadores.
Alinhada à sua missão e vocação, a UNIP Interativa contribui para a
inclusão digital do aluno, inserindo-o no contexto educacional, social e
cultural do Ensino Superior do país. O esforço de inclusão norteia a equipe
da EaD no desenvolvimento e planejamento das ações pedagógicas
utilizadas ao longo do processo de ensino-aprendizagem. Da mesma forma,
o desenvolvimento do material didático busca ultrapassar barreiras
geográficas e regionais. Em suma, a perspectiva interacionista é vista como
essencial para a modalidade EaD.
A equipe de docentes desenvolve os materiais didáticos do AVA, atendendo
às necessidades específicas de cada disciplina e respeitando os referenciais
de qualidade propostos para a Educação de Ensino Superior a Distância.
Fluxograma do desenvolvimento do material didático
4.1.3 Concepção de avaliação
A avaliação do aluno deve servir não só para medir seu rendimento
acadêmico, mas, principalmente, para estimulá-lo a sustentar um
28
desempenho positivo. O crescimento intelectual do aluno ao longo do
processo de sua formação deve ser valorizado, considerando-se os objetivos
do curso e as qualidades desenvolvidas, apontando-se as insuficiências
observadas e os caminhos para superá-las.
O sistema de avaliação é concebido na perspectiva de garantir o
desenvolvimento de competências no processo de formação. Nesse sentido,
a avaliação destina-se a induzir a aprendizagem dos alunos, de modo a
favorecer seu percurso e regular as ações que orientam e incentivam sua
formação. Desse modo, a avaliação não se destina a punir os que não
alcançam o que se pretende, mas a ajudar cada aluno a identificar melhor as
suas necessidades de formação e empreender o esforço necessário para
realizar sua parcela de investimento no próprio desenvolvimento profissional.
O sistema de avaliação não deve incidir sobre elementos a serem
memorizados, mas na verificação da capacidade de refletir sobre o
conhecimento, de questioná-lo e de (re)construí-lo dos pontos de vista
científico, metodológico e político.
Tende avaliar não é só o conhecimento adquirido, mas a capacidade de
acioná-lo e de buscar outros para realizar o que é proposto. Avaliar significa
verificar não apenas se os alunos adquiriram os conhecimentos necessários,
mas também se, quanto e como fazem uso deles para resolver situações-
problema (reais ou simuladas) relacionadas, de alguma forma, com o
exercício da profissão.
Dessa forma, a avaliação é realizada mediante critérios explícitos e
compartilhados com os alunos, uma vez que o que é objeto de avaliação
representa uma referência importante para quem é avaliado, tanto para a
orientação dos estudos como para a identificação dos aspectos considerados
mais relevantes para a formação em cada momento dos cursos.
A avaliação é entendida como um processo a ser desenvolvido durante o
período letivo. Ela apresenta determinadas especificidades que são
regulamentadas pela instituição. As formas de avaliação no curso seguem os
critérios de avaliação e promoção da UNIP e são adequadas às
especificidades de formação do futuro educador.
Para isso, são utilizados instrumentos variados, tais como: prova escrita
individual presencial, produção e apresentação de textos, pesquisa
bibliográfica e de campo, relatórios e fichas de leitura de textos, comentários
escritos de livros lidos, resolução de exercícios práticos, desenvolvimento por
meio dos projetos e atividades que relacionam a teoria e a prática no
desenvolvimento dos planos de ensino das disciplinas do curso.
29
A avaliação da aprendizagem no AVA leva em conta todo o percurso
acadêmico do aluno e permite o acompanhamento de frequência e nota, a
partir do desenvolvimento de questionários e atividades, entre outros,
possibilitando, ainda, a oportunidade de evolução e melhoria contínua por
meio da revisão e feedback.
Estimula-se a autoavaliação, possibilitando a autocorreção dos exercícios,
questionários e atividades, de modo que o aluno possa acompanhar sua
evolução e rendimento escolar. Para tanto, o sistema oferece as respostas
comentadas das atividades propostas, assim que o aluno as desenvolve e as
salva no sistema em que, automaticamente, abre-se a oportunidade de
verificação e de proficiência. Incentiva-se também o aluno a buscar
esclarecimentos e avançar em seu conhecimento, revendo os materiais
disponíveis e recorrendo aos tutores a distância, tutores presenciais e
docentes sempre que necessário. O acesso ao AVA permite ao professor
acompanhar o aluno e ao aluno avaliar o seu progresso nas disciplinas,
atividades, exercícios e trabalhos.
As ferramentas de interação e comunicação com o corpo docente são
compostas por e-mails, chats, fóruns de discussão e utilização do contato
telefônico, mas o contato pode ainda ocorrer presencialmente, no polo de
apoio presencial, por meio dos professores consultores e/ou tutores
presenciais. A partir desses instrumentos, é possível traçar um perfil das
dificuldades vividas pelo aluno e promover orientações individualizadas,
materializadas formalmente pelos docentes e tutores, acompanhando o
desenvolvimento do aluno em seu curso.
Uma vez detectadas dificuldades específicas, promovem-se aulas de
apoio com a disponibilização de material complementar, podendo ser
utilizados tanto a teleaula quanto o texto complementar, além de um
acompanhamento mais individualizado por parte dos tutores e professores.
A avaliação presencial complementa o processo. Ela é feita
bimestralmente no polo presencial de apoio no qual o aluno está matriculado,
seguindo o calendário acadêmico de cada curso. No formato Sepi II, a
avaliação presencial é semestral.
Para garantir a segurança das avaliações presenciais, a equipe de TI da
UNIP desenvolveu um sistema que permite a randomização das questões de
prova no ato de sua impressão, o que possibilita a confecção de provas com
diferentes questões para cada aluno de um mesmo grupo. Na sede, as
questões de prova são elaboradas por professores e encaminhadas a um
departamento específico que recepciona, organiza e insere as questões no
sistema. Ele é disponibilizado ao polo de apoio presencial apenas nas datas
pré-estabelecidas pela sede, conforme o calendário acadêmico.
30
As avaliações presenciais, depois de realizadas, são enviadas ou
digitalizadas pelo polo de apoio presencial e encaminhadas para a sede da
instituição para serem corrigidas pelos docentes.
O sistema e a logística do processo de avaliação foram verificados por
meio de um projeto-piloto desenvolvido no segundo semestre de 2010 e, em
2011, foram introduzidos de forma gradativa nos diferentes cursos.
O detalhamento dos mecanismos do processo avaliativo consta do
regimento geral, disponível em: <www.unip.br>.
4.1.4 Gestão acadêmico-administrativa
A secretaria acompanha a vida escolar dos alunos desde o seu ingresso
na IES, orientando os procedimentos relacionados às matrículas e
renovações destas, verificação da documentação e pedidos de emissão de
serviços solicitados pela secretaria virtual. Controla, também, os documentos
referentes à conclusão do curso, o encaminhamento para execução e
registro de diplomas, assim como a sua retirada.
Para o bom funcionamento da secretaria, foram padronizados alguns
procedimentos. Após a aprovação no processo seletivo, o próprio candidato
deve realizar sua matrícula. Nesse ato, ele recebe o contrato e, ao aceitá-lo,
torna-se responsável pelo acesso ao sistema e pela impressão do boleto.
A matrícula somente é efetivada após o pagamento da primeira parcela
do curso e a entrega do contrato de prestação de serviços educacionais
devidamente assinado e dos documentos pessoais e de escolaridade.
A UNIP Interativa utiliza, para gerenciamento do sistema de controle
acadêmico, o Lyceum.
4.1.5 Biblioteca
As bibliotecas da UNIP (central, setoriais e dos polos de EaD)
desempenham um importante papel na execução da missão organizacional
da instituição. O desenvolvimento das coleções das bibliotecas UNIP vem
acompanhando as novas tecnologias da informação, adquirindo acervos
impressos e digitais em vários suportes, como livros, plataformas de leitura
de livro na web, periódicos, DVDs, CD-ROMs e bases de dados nacionais e
internacionais, atendendo às necessidades geradas pelas atividades de
ensino, pesquisa e extensão da Universidade.
31
4.1.5.1 Gestão das bibliotecas e do acervo dos polos EaD
A biblioteca sede da EaD encontra-se na Avenida Torres de Oliveira, 330,
no bairro Jaguaré, cidade de São Paulo, dentro do campus da UNIP
denominado Cidade Universitária. Por meio dela, são tomadas as decisões
sobre tratamento técnico, expansão de acervo e serviços oferecidos para os
alunos EaD nos campi UNIP, nas bibliotecas setoriais e polos de apoio
presencial. As bibliotecas setoriais estão localizadas em polos distribuídos
nas capitais dos estados de todo o Brasil. As bibliotecas setoriais dão
suporte de catalogação, classificação e de referência para os polos
próximos, além de integrar o seu acervo ao serviço de intercâmbio de
materiais.
4.1.5.2 Serviço de processamento técnico
Todo o acervo da UNIP é registrado em conformidade com os seguintes
padrões internacionais:
• Classificação Decimal Universal (CDU);
• Table Cutter-Sanborn;
• Código de catalogação anglo-americano (AACR-2);
• Machine-Readable Cataloging (MARC-21).
4.1.5.3 Informatização do acervo e serviços
O sistema de gestão utilizado é o Pergamum, que permite o controle do
acervo e da circulação em ambiente on-line, dispensando a necessidade de
instalação de softwares nos polos e possibilitando que a consulta ao catálogo
seja feita a partir de qualquer micro conectado à internet. O sistema
Pergamum integra-se ao Sistema Sisun de Biblioteca, da Biblioteca Central
da UNIP, que foi desenvolvido pela Universidade e deposita os registros de
todos os livros da instituição, desde os mais antigos até as coleções raras. O
catálogo on-line dos sistemas Pergamum e Sisun permite consulta por filtros
de assunto, autor, título e biblioteca, estando disponível no site acadêmico 24
horas por dia por meio da internet. Além de permitir a consulta multicampi, a
comunidade da UNIP presencial e de EaD pode utilizar todos os recursos
disponíveis em qualquer biblioteca da própria mantenedora e instituições
coligadas. Tendo como suporte os sistemas Pergamum e Sisun, o serviço de
referência das bibliotecas UNIP disponibiliza para o corpo discente e docente
presencial e de EaD os seguintes serviços:
32
• pesquisa bibliográfica;
• orientação e normalização de trabalhos acadêmicos seguindo as
normas da ABNT. Visando ao melhor atendimento à demanda desse
serviço, foi elaborado o Guia de Normalização para Apresentação de
Trabalhos Acadêmicos, que está disponibilizado na página da internet
da instituição:
<http://www2.unip.br/servicos/biblioteca/download/manual_de_normaliz
acao.pdf>;
• empréstimo domiciliar;
• renovação on-line (feita pelo próprio aluno por meio da internet);
• reserva on-line (feita pelo próprio aluno por meio da internet);
• intercâmbio de material entre bibliotecas (EaD e presencial);
• consulta local;
• elaboração de referências bibliográficas (ABNT);
• Comut – programa de comutação bibliográfica que visa a facilitar a
obtenção de cópias de documentos independentemente de sua
localização (no Brasil ou no exterior), provendo o acesso aos
documentos exclusivamente para fins acadêmicos e de pesquisa;
• treinamento de usuários.
4.1.5.4 Acervo
• Material impresso: atualmente, o acervo dos campi da UNIP conta
com mais de 1.000.000 de itens. Além destes, os polos de apoio
possuem cerca de 400.000 itens, podendo o aluno de EaD fazer uso de
material de qualquer um desses materiais, realizando o empréstimo
presencial ou solicitando o intercâmbio de títulos.
• Material on-line: no ambiente on-line, todos os alunos da UNIP podem
acessar os bancos de dados de periódicos, inclusive da Capes e
EBSCO. Recentemente foram incorporados ao acervo materiais virtuais
de várias editoras, tendo como destaque a Biblioteca Virtual da Pearson
(BV), com cerca de 1.600 títulos que podem ser lidos pelos alunos por
computador, celular, tablet etc. A BV permite também a impressão de
partes dos livros.
33
5 ADMINISTRAÇÃO ACADÊMICA
5.1 Coordenação de curso
5.1.1 Estrutura organizacional
A Coordenação do Curso é exercida pelo coordenador geral, que conta
com o apoio de coordenadores locais que se encarregam da supervisão
acadêmica da realização dos cursos. Compete a cada coordenador auxiliar,
entre outras funções, o papel de definir e gerenciar a equipe docente do
curso sob sua responsabilidade.
Na EaD há um coordenador que realiza plantões na sede da Unip
Interativa. A Coordenação de Curso conta ainda com o apoio de líderes de
disciplina, competindo a estes, entre outras funções, a responsabilidade de
definir e manter atualizados os planejamentos didáticos de suas respectivas
disciplinas (objetivos, planos de ensino, conteúdos programáticos,
bibliografia etc.).
Os planos de ensino e os planejamentos didáticos completos elaborados
pelos líderes de disciplinas constituem o padrão que é adotado pelo curso,
cabendo às equipes docentes fazer as adequações necessárias. Em resumo,
a coordenação do curso é exercida pela estrutura matricial, por meio da qual
os docentes respondem hierarquicamente para seus respectivos
coordenadores e, em termos funcionais, obedecem às orientações dos
líderes de disciplina. Tanto os coordenadores como os líderes de disciplina
respondem ao coordenador geral do curso.
5.2 Coordenador do curso
A Coordenação do Curso é exercida por um coordenador designado pelo
reitor e homologado pela Mantenedora (Regimento Geral da Universidade,
artigo 23).
Para exercício do cargo de coordenador do curso são exigidos os
seguintes requisitos:
• titulação acadêmica compatível com a sua missão de liderar
educadores do Ensino Superior;
• experiência profissional;
• experiência acadêmica suficiente para permitir uma visão adequada da
realidade do Ensino Superior;
34
• acompanhamento continuado e abrangente da evolução do mundo,
tanto no que diz respeito às carências das organizações como no que
trata dos avanços nas práticas de gestão;
• capacidade de liderar equipes.
5.3 Composição e funcionamento do Colegiado de Curso
Dadas as características de atuação multicampi da Universidade, o
Colegiado do Curso é formado por dois tipos de colegiados complementares
entre si: o Colegiado Geral e os Colegiados Locais. O Colegiado Geral é
composto pelo coordenador do curso e pelos coordenadores locais,
enquanto cada Colegiado Local é composto pelo coordenador e sua
respectiva equipe de docentes. Ambos os tipos de colegiado contam com
uma representação discente. Os Colegiados Locais atuam simultaneamente
como alimentadores e disseminadores/multiplicadores das decisões e
orientações do Colegiado Geral.
Ao Colegiado de Curso, na forma como ele está instituído e de acordo
com o Regimento Geral da Universidade (art. 29), compete o seguinte:
• propor e executar atividades e promover a articulação interna e das
relações entre os cursos da mesma área localizados em outros campi;
• aprovar o plano de atividades de curso;
• promover a articulação e a integração das atividades docentes;
• propor providências de ordem didática, científica e administrativa aos
órgãos da administração superior;
• opinar sobre a realização de programas de ensino, pesquisa e
extensão;
• responsabilizar-se pela elaboração de projetos de pesquisa de
extensão na área de competência e coordenar e supervisionar sua
execução;
• desenvolver e aperfeiçoar metodologias próprias para o ensino das
disciplinas de sua competência;
• distribuir encargos de ensino, pesquisa e extensão aos membros do
corpo docente;
• responsabilizar-se pelo oferecimento das disciplinas relacionadas ao
setor específico do saber que define o âmbito de sua competência;
35
• elaborar as ementas, os programas e os planos de ensino para as
disciplinas de sua competência;
• avaliar o desempenho individual de cada docente;
• participar de programa ou projetos de pesquisa e extensão de natureza
interdisciplinar;
• promover e coordenar seminários, grupos de estudos e outros
programas para o aperfeiçoamento docente;
• ao final do semestre, avaliar os programas relativos ao curso;
• constituir comissões especiais para assuntos específicos;
• acompanhar a expansão do conhecimento nas áreas de sua
competência, por meio de intercâmbio com centros de pesquisadores
que desenvolvam trabalhos inovadores e, também, por meio do
incentivo à participação dos docentes em eventos científicos e culturais
nas respectivas áreas de especialização;
• exercer as demais atribuições que se incluam, de maneira expressa ou
implícita, no âmbito de sua competência;
• fazer indicação para admissão do pessoal docente.
Presidido pelo coordenador de curso, o Colegiado Geral reúne-se
ordinariamente, no mínimo, uma vez por semestre. Cada Colegiado Local,
presidido pelo respectivo coordenador, também se reúne ordinariamente, no
mínimo, uma vez por semestre. As normas para funcionamento desses
colegiados são as que estão estabelecidas no Art. 31 do Regimento Geral da
Universidade.
5.4 Atenção ao discente
Os polos possuem profissionais com formação universitária específica
para cada área do conhecimento, considerando os cursos ofertados pela
UNIP Interativa. Eles orientam, conduzem e facilitam o processo de ensino-
aprendizagem junto aos alunos. A equipe de apoio é formada por:
• coordenador do polo: responsável pelo funcionamento dos processos
administrativos e pedagógicos que se desenvolvem na unidade. O
coordenador deve conhecer os projetos pedagógicos dos cursos
oferecidos no polo de apoio presencial, estar atento às ações previstas
nos calendários, especialmente daquelas que tratam das atividades de
tutoria presencial. Deve, também, zelar pela disponibilidade de
36
equipamentos e atualização da infraestrutura viabilizando o
acontecimento das atividades. O coordenador deve ter, no mínimo,
titulação de graduação e formação específica em EaD.
• secretaria do polo: responsável pelo atendimento aos alunos do polo
de apoio presencial quanto ao recebimento, conferência e envio de
documentos à secretaria acadêmica da Universidade. É responsável,
também, pela recepção e entrega de documentos solicitados pelo aluno
por meio da secretaria virtual.
• tutor presencial: o papel do tutor na modalidade EaD é fundamental
para o desenvolvimento dos alunos. Ele deve acompanhá-los quanto ao
entendimento dos conteúdos propostos, desenvolvimento de atividades
e outros aspectos pertinentes ao processo de ensino-aprendizagem.
Os principais meios e mecanismos de interatividade, atendimento,
orientação e suporte da UNIP Interativa são:
• AVA: são disponibilizados manuais, aulas instrucionais, guia do aluno,
manuais explicativos, calendário acadêmico, secretaria virtual, material
pedagógico, conteúdos para nivelamento, fórum e chat;
• secretaria virtual: ferramenta disponibilizada exclusivamente aos
alunos, permite acesso às informações acadêmicas e financeiras, além
de proporcionar permissão para solicitação de serviços e consulta
destes. Dentro da secretaria virtual, é disponibilizado o Manual de
Informações Acadêmicas;
• material didático impresso: o livro-texto atua como roteiro de estudo e
fomenta reflexões, pesquisas e a sistematização de ideias, incentivando
a continuidade do processo de ensino-aprendizagem no AVA por meio
da realização de exercícios, participação em fóruns de discussão e
chats;
• polo de apoio presencial: são os espaços físicos onde acontecem os
encontros presenciais, orientações de estudos e atividades. Possui
equipe de apoio capacitada para atender às demandas do alunado;
• central de atendimento ao aluno: orienta os alunos sobre os
procedimentos acadêmicos e financeiros, esclarece dúvidas sobre as
atividades a serem desenvolvidas pelos alunos e dá orientação quanto
aos calendários escolares;
• tutoria a distância: acompanha as teleaulas, medeia a interação com os
alunos, auxilia o professor e o coordenador do curso no
desenvolvimento das atividades didáticas e participa dos chats e fóruns;
37
• participação dos discentes da EaD nas atividades de iniciação
científica;
• parcerias ou convênios da UNIP com prefeituras em vários estados
para a realização de estágios (opcionais) para os cursos superiores de
tecnologia;
• disponibilização de palestras on-line à comunidade acadêmica da EaD
e à comunidade em geral;
• disponibilização de softwares gratuitos aos discentes da EaD;
• sistema próprio de postagem de trabalhos acadêmicos e de atividades
complementares;
• acordo de cooperação da UNIP com empresas para a atribuição de
descontos aos alunos.
5.4.1 Apoio aos discentes
O coordenador do pólo de apoio presencial realiza o atendimento pessoal
ao aluno, o observa e procura descobrir os obstáculos que o impedem de ter
um resultado favorável no processo de aprendizado.
Se o problema for exclusivamente de aprendizado, o coordenador do pólo
de apoio presencial se apoia no coordenador do curso do aluno para um
“programa personalizado de avaliação do estudante”.
Caso o problema seja de ordem psicológica, o coordenador do pólo de
apoio presencial atua como um mediador junto ao estudante e, muitas vezes,
com os pais do aluno, encaminhando-o para as clínicas do curso de
Psicologia da UNIP ou mesmo para clínicas específicas a fim de obter alguns
tipos de tratamentos fora da IES dentro do maior sigilo profissional possível.
6 CORPO DOCENTE E TÉCNICO-ADMINISTRATIVO
6.1 Formação acadêmica e profissional
O corpo docente é constituído por profissionais cujas trajetórias de
formação e experiências são coerentes com as disciplinas ministradas e com
o projeto do curso.
Os professores são estimulados à educação continuada, tanto pelo
oferecimento, pela UNIP, de cursos de extensão e pós-graduação (com
descontos), como pelo subsídio em participações em eventos e
apresentações e publicações de trabalhos em geral.
38
A UNIP também oferece programas de apoio à pesquisa, como o
Programa Individual de Pesquisa Docente, que tem por objetivo promover o
desenvolvimento de investigações científicas e destina-se aos professores
dos programas de mestrado e/ou integrantes dos grupos de pesquisa da
UNIP que possuam o título de doutor.
No entanto, a atuação do docente ultrapassa os limites dos conteúdos das
disciplinas, pois este deve estar atento ao cumprimento da missão da UNIP,
com atitudes de “respeito à dignidade da pessoa e aos seus direitos
fundamentais, proscrevendo quaisquer formas de discriminação”.
O corpo docente participa ativamente dos eventos de extensão da
Universidade, tanto em sua concepção como em sua realização, envolvendo
toda a comunidade acadêmica em programas sociais e culturais.
Para ingresso na Universidade, os professores são selecionados
localmente pelos coordenadores, sendo suas indicações submetidas às
instâncias superiores para aprovação. Os requisitos exigidos para a docência
são:
• titulação acadêmica: privilegia-se os candidatos com melhor titulação,
compatível com as disciplinas a serem ministradas. A titulação mínima
aceitável é a de especialista;
• formação não acadêmica: privilegiam-se os candidatos com maior
formação, ainda que não acadêmica (treinamentos empresariais, cursos
de extensão, cursos de atualização, entre outros);
• experiência acadêmica: privilegiam-se candidatos com maior e melhor
experiência acadêmica;
• experiência profissional: para disciplinas mais específicas, o requisito
experiência é fundamental. Já para as disciplinas de formação geral, a
experiência não é um requisito eliminatório; porém, mesmo assim é
desejado.
6.2 Regime de trabalho
Todos os professores são contratados no regime de Consolidação das
Leis do Trabalho. Conforme constante no PDI da Universidade, o regime de
trabalho do corpo docente está previsto nas seguintes modalidades:
• regime integral: com exigência de 40 horas semanais de trabalho;
• regime em tempo parcial: com exigência de 20 horas de trabalho
efetivo;
39
• regime de horas-aula.
A UNIP possui plano de carreira docente instituído em regulamento
aprovado pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Consepe) e
homologado pelo Conselho Universitário (Consuni).
No mencionado Regulamento do Magistério Superior, encontram-se as
atividades atribuídas aos seus integrantes, o regime de trabalho, o quadro de
carreira, as categorias funcionais, as formas de ingresso e promoção e a
remuneração. O Regulamento discrimina a carreira docente nas categorias
funcionais: professor auxiliar, professor assistente, professor adjunto e
professor titular, e apresenta os requisitos para ingressos ou promoção.
No PDI da Universidade Paulista estão relacionados os requisitos
necessários para o ingresso em cada categoria:
• profissionalizante I: o candidato deve possuir escolaridade
correspondente ao Ensino Superior completo (bacharelado ou
equivalente) e experiência mínima de um ano de efetivo exercício de
atividade profissional;
• profissionalizante II: o candidato a essa categoria deve possuir
escolaridade correspondente ao Ensino Superior completo
(bacharelado ou equivalente) e pós-graduação lato sensu
(especialização) completa com o mínimo de 360 horas, conforme
Resolução CNE n° 01/2001, de 3 de abril de 2001, e experiência
mínima de dois anos de efetivo exercício do magistério;
• profissionalizante III: o ingresso nessa categoria deve possuir
escolaridade correspondente ao Ensino Superior (bacharelado ou
equivalente) e pós-graduação stricto sensu (mestrado ou doutorado)
concluídos e aprovados em universidade de reconhecida capacidade
técnica ou possuir, pelo menos, cinco anos de experiência profissional
ou de coordenação em sua área de atuação e experiência mínima de
três anos de efetivo exercício do magistério superior ou no ensino de
formação profissional;
• profissionalizante IV: o ingresso nesta categoria deve possuir
escolaridade correspondente ao Ensino Superior (bacharelado ou
equivalente) e pós-graduação stricto sensu (mestrado ou doutorado)
concluídos e aprovados em universidade de reconhecida capacidade
técnica ou possuir, pelo menos, cinco anos de experiência profissional
ou de coordenação em sua área de atuação e experiência mínima de
cinco anos de efetivo exercício do magistério superior.
40
6.2.1 A equipe multidisciplinar da UNIP Interativa
A equipe multidisciplinar da UNIP Interativa é responsável pela
organização dos cursos. Ela é composta por:
• docente conteudista: profissional especialista que redige o material
didático da disciplina e/ou produz o material para o AVA e/ou grava o
conteúdo nas mídias, áudio e vídeo (quando for o caso);
• docente da disciplina: profissional que faz o planejamento da ação
pedagógica, interage e orienta os alunos nos momentos programados,
com os tutores a distância e presenciais, se necessário; elabora os
instrumentos de avaliação do aluno; efetua a correção das questões
discursivas com a equipe de tutores a distância; organiza e participa de
fóruns e chats;
• docente de apoio: profissional que executa diferentes atividades para
complementar o trabalho do docente da disciplina e contribui para o
bom desenvolvimento do processo de ensino e aprendizagem;
• docente supervisor: profissional capacitado em EaD que supervisiona
as atividades acadêmicas que permeiam o processo ensino-
aprendizagem junto aos polos;
• professor consultor: profissional que acompanha e orienta
presencialmente os alunos nos polos de apoio presencial;
• docente coordenador de curso: profissional responsável pela
coordenação de toda a equipe de docentes da área. Conduz, direciona
e orienta os profissionais envolvidos no processo de EaD. Trabalha de
forma integrada com o grupo, estimulando a reflexão crítica sobre os
conteúdos e as demais ações;
• docente coordenador do polo: profissional responsável por todas as
ocorrências que envolvem o processo acadêmico-administrativo no
polo;
• tutor a distância: profissional especializado na área de atuação, que
trabalha diretamente ligado à coordenação do curso e aos docentes.
Auxilia os alunos no processo de ensino-aprendizagem e no uso das
diversas tecnologias como e-mail, telefonia, material didático, AVA etc.
Em suma, o tutor atua como facilitador do contato entre o aluno, a
instituição e o conteúdo, podendo mediar discussões com os docentes
das disciplinas e com os alunos devidamente matriculados em tais
espaços;
41
• tutor presencial: profissional habilitado na área específica de atuação
e com conhecimento tecnológico. Orienta os alunos com relação ao
AVA de forma síncrona ou não, e os auxilia na organização dos
estudos; facilita a interação dos alunos no polo; auxilia a realização dos
estágios e das atividades complementares e esclarece os alunos
quanto aos procedimentos acadêmicos.
6.3 Apoio didático-pedagógico aos docentes
6.3.1 Apoio didático-pedagógico
A UNIP Interativa dispõe de departamentos que oferecem apoio direto ao
docente, tais como: setor de revisão (conteúdo e ortografia), planejamento
pedagógico (agendamento de teleaulas, treinamento audiovisual aos novos
professores e diagramação do material eletrônico) e tutoria a distância
(acompanhamento em estúdio das teleaulas e chat-atividade).
6.3.2 Capacitação
A UNIP proporciona aos docentes e ao corpo técnico administrativo a
oportunidade de aprimoramento profissional contínuo, oferecendo desde
curso de capacitação até pós-graduação lato sensu, nas modalidades
presencial e a distância, e stricto sensu, na modalidade presencial.
A UNIP Interativa dispõe, além do curso de Formação em Educação a
Distância (EaD), cursos de capacitação e aperfeiçoamento, ofertados
exclusivamente aos professores, aos tutores e aos funcionários da UNIP e
dos polos de apoio presencial, com o objetivo de ampliar o conhecimento da
modalidade, bem como de garantir a normatização das informações e
procedimentos utilizados.
6.4 Núcleo Docente Estruturante
O Núcleo Docente Estruturante (NDE) é um órgão consultivo de
coordenação didática que será responsável pela concepção do projeto
pedagógico dos cursos. O NDE tem por finalidade propor, elaborar,
implantar, implementar, atualizar e complementar a política de ensino e sua
execução.
São atribuições do NDE:
• tomar conhecimento dos Planos Pedagógicos Curriculares e Planos de
Ensino já existentes;
• elaborar o Projeto Pedagógico do Curso definindo sua concepção e
fundamentos;
42
• atualizar periodicamente o Projeto Pedagógico do Curso;
• conduzir os trabalhos de reestruturação curricular, sempre que
necessário;
• promover a integração horizontal e vertical do curso, respeitando os
eixos estabelecidos pelo Projeto Pedagógico;
• acompanhar as atividades do corpo docente;
• coordenar a elaboração e recomendar a aquisição de lista de títulos
bibliográficos e outros materiais necessários ao curso;
• sugerir providências de ordem didática, científica e administrativa que
se entendam necessárias ao desenvolvimento das atividades do curso;
• zelar pela regularidade e qualidade do ensino ministrado pelo curso.
Os coordenadores de curso também participarão do NDE sempre que
houver necessidade. Este reunir-se-á ordinariamente pelo menos uma vez
por semestre e, extraordinariamente, sempre que convocado pelo
coordenador geral. A UNIP, em conformidade com a Resolução Conaes nº 1,
de 17 de junho de 2012, por meio de seu órgão colegiado superior,
normatizou o funcionamento do NDE; seu regulamento encontra-se no
Apêndice II.
6.4.1 Corpo técnico-administrativo
O corpo técnico-administrativo é constituído por profissionais qualificados
para as funções exercidas. Esses funcionários são selecionados pelo
Departamento de Recursos Humanos da entidade mantenedora, atendendo
à solicitação dos numerosos setores de atividades da instituição.
Na modalidade EaD, a equipe técnico-administrativa da sede é a
seguinte:
• secretaria: secretária setorial e auxiliares;
• tesouraria: tesoureira setorial e auxiliares;
• setores de apoio: auxiliares;
• revisores;
• técnicos: responsáveis pela inserção do material no AVA;
43
• pessoal administrativo: responsável pelo agendamento de estúdio,
recebimento de materiais, controle do calendário acadêmico;
• equipe técnica: responsável pelo estúdio de gravação e transmissão
das teleaulas, palestras, videoconferências etc.;
• equipe de TI;
• central de atendimento: responsável pelo processo seletivo,
secretaria, tesouraria e informações gerais;
• marketing: responsável pela elaboração e divulgação e material
publicitário nas diversas mídias, bem como participação em feiras e
eventos;
• assessoria: responsável pelo polo de apoio presencial,
supervisionando as atividades acadêmicas e administrativas;
• setor de regulação, avaliação e supervisão;
• central Lyceum: responsável pelo suporte ao sistema de controle
acadêmico;
• gráfica e expedição: responsável pela impressão do material didático
impresso e pelo envio do material para o polo de apoio presencial;
• recursos humanos: responsável pela seleção e realocação de
empregados.
6.5 Atividades acadêmicas articuladas com a formação – pesquisa e
extensão
Dadas as características do mundo atual, no que diz respeito à evolução
do conhecimento, é obrigação da Universidade orientar e estimular seus
alunos à continuidade dos estudos.
Às atividades de pesquisa e pós-graduação da UNIP, deve caber o papel
de propiciar condições para esse aprendizado continuado, não só
focalizando aprender conhecimentos existentes, mas estimulando também a
produção de novos conhecimentos.
6.5.1 Programa de Iniciação Científica
A Vice-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa da UNIP promove
anualmente um concurso que prevê a atribuição de bolsas de Iniciação
44
Científica UNIP e bolsas de Iniciação Científica PIBIC – CNPq para alunos
da graduação e para cursos superiores de tecnologia.
Para participar, o aluno deve procurar um professor da Universidade,
portador, no mínimo, do título de mestre e que possua conhecimentos na
área em que pretende desenvolver o projeto, e solicitar a sua orientação.
Após a aceitação do orientador, o aluno deve apresentar formulário próprio
devidamente preenchido, anexando seu projeto de pesquisa e histórico
escolar da graduação, e encaminhá-lo ao setor de pesquisa da Universidade.
As solicitações são julgadas e classificadas por uma comissão, indicada pela
Vice-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação da UNIP.
6.5.2 Pesquisa
A UNIP incentiva continuadamente a investigação científica pelos seus
grupos de pesquisa e pelos programas UNIP de apoio à pesquisa.
A Universidade conta, atualmente, com 49 (quarenta e nove) grupos de
pesquisa cadastrados no Diretório dos Grupos de Pesquisa do Brasil do
CNPq, sendo 11 (onze) em Ciências Exatas e Tecnologia, 8 (oito) em
Ciências Humanas, 18 (dezoito) em Ciências da Saúde e 12 (doze) em
Ciências Sociais e Comunicação (incluindo-se aqui os grupos específicos da
área de Administração), com vasta produção científica atestada por
publicações em livros e periódicos indexados. Os temas desenvolvidos estão
relacionados com cidadania, meio ambiente, aplicações tecnológicas e
outros. Os grupos de pesquisas com foco específico em Administração
podem ser identificados, a qualquer momento, no site <http://www.unip.br>.
6.5.3 Pós-graduação stricto sensu
A Instituição conta com cinco programas de mestrado, nas áreas de
Administração, Comunicação, Engenharia da Produção, Patologia Ambiental
e Experimental e Odontologia e três programas de doutorado, nas áreas de
Comunicação, Engenharia da Produção e Patologia Ambiental e
Experimental, recomendados pela Capes e reconhecidos pelo CNE/CES.
6.5.4 Pós-graduação lat -sensu
A UNIP oferece, de forma presencial ou a distância, um conjunto de
cursos de especialização lato sensu cuja finalidade é permitir aos graduados,
um aprofundamento de conhecimentos em áreas específicas. Os cursos de
pós-graduação lato sensu podem ser consultados a qualquer tempo, no site
<http://www.unip.br>.
45
6.5.5 Projeto de extensão
A Universidade Paulista, por meio da Vice-Reitoria de Extensão
Comunitária, realiza atividades com o objetivo de colaborar com o
desenvolvimento local, regional e nacional. Assim, a instituição abre suas
portas para a comunidade, no intuito de efetivar seu compromisso com a
melhoria das condições de vida das pessoas, por meio de um saber ligado
aos seus interesses e necessidades.
Para contribuir com essa Filosofia, os cursos desenvolvem eventos de
extensão, envolvendo a comunidade nos campi e polos. Escolhe-se um tema
central que abrange as diversas áreas de conhecimento e que é elaborado
pela coordenação do curso e colocado em prática pelos agentes envolvidos
(na modalidade presencial seriam os professores e alunos, enquanto na
modalidade a distância, a equipe multidisciplinar da UNIP Interativa,
juntamente com os alunos, participará da atividade de extensão). Toda
atividade de extensão é documentada e posteriormente avaliada,
considerando-se principalmente seu impacto na comunidade. O
Regulamento de Extensão se encontra no Apêndice II.
7 ORGANIZAÇÃO DO CURSO
De acordo com o artigo 2º da Resolução CNE/CP nº 1/2006, o curso de
Pedagogia aplica-se à formação inicial do docente de Educação Infantil, anos
iniciais do Ensino Fundamental, Ensino Médio na modalidade normal e em
cursos de Educação Profissional e na área de serviços de apoio escolar,
bem como em outras áreas nas quais sejam previstos conhecimentos
pedagógicos: Educação de Jovens e Adultos, educação rural, educação
indígena e ambientes não escolares.
Nesses termos, o curso de Pedagogia da UNIP, como espaço legítimo de
formação, busca adequar-se às propostas atuais sobre o papel do
profissional da Educação e tem como desafio a necessidade de concentrar a
formação docente na complexidade da organização do trabalho pedagógico,
ao pensar o “ser pedagogo” como um profissional preparado, reflexivo,
participativo e dinâmico. Para tanto, compreende que é necessário enfatizar
que a formação dos estudantes implica investimento pessoal e um trabalho
com vistas à construção de uma identidade profissional, construindo “um
saber plural, formado pelo amálgama, mais ou menos coerente, de saberes
oriundos da formação profissional e de saberes disciplinares, curriculares e
experienciais” (TARDIF, 2002, p. 32).
Assim, acredita-se que a visão de desenvolvimento de um curso de
Pedagogia que possa criar diferenciais e transcender as próprias
expectativas dos seus idealizadores pressupõe a elaboração de elementos
curriculares coerentes, a formação de equipes consistentes, o estímulo
46
permanente a ações de controle eficazes que possibilitem a detecção de
desvios e a imediata ação corretiva dos processos.
O planejamento das ações pedagógicas seguirá os ditames hierárquicos
em relação à legislação vigente e às orientações da Universidade, mas
procurará construir elementos que se aproximem da realidade geopolítica
dos diferentes polos, a fim de formar profissionais cujos perfis sejam
adequados para interagir em diferentes contextos.
7.1 Projeto Pedagógico do Curso
Este Projeto Pedagógico pretende oferecer um referencial de estrutura
para o curso de licenciatura em Pedagogia com base em orientações teórico-
práticas, a partir das disciplinas e atividades propostas para a aplicabilidade
do saber “competente” construído no decorrer do curso. Para tal, pauta-se,
como subsídio legal, nas Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de
Licenciatura em Pedagogia, de 15 de maio de 2006.
Destacando os elementos inerentes à diversidade nacional e em especial
à EaD, nos polos da Universidade Paulista localizados em diferentes regiões
do país e à autonomia pedagógica das instituições, conforme o próprio artigo
6º das DCN, este projeto pauta-se na competência da docência e também
nas demais atividades que a envolvem, como a participação e gestão de
sistemas e instituições de ensino (parágrafo único, artigo 4º, Resolução
CNE/CP nº 1, de 15 de maio de 2006).
A competência que se pretende como consciência dos alunos do curso de
Pedagogia da UNIP exige a docência de melhor qualidade, posto que:
[...] a docência da melhor qualidade, que temos
de buscar continuamente, se afirmará na
explicitação dessa qualidade – o quê, por que,
para quê, para quem. Essa explicitação se dará
em cada dimensão da docência:
• na dimensão técnica, que diz respeito à
capacidade de lidar com os conteúdos –
conceitos, comportamentos e atitudes – e à
habilidade de construí-los e reconstruí-los com
os alunos;
• na dimensão estética, que diz respeito à
presença da sensibilidade e sua orientação
numa perspectiva criadora;
47
• na dimensão política, que diz respeito à
participação na construção coletiva da
sociedade e ao exercício de direitos e deveres;
[...]
• na dimensão ética, que diz respeito à
orientação da ação, fundada no princípio do
respeito e da solidariedade, na direção da
realização de um bem coletivo (RIOS, 2003, p.
108).
Este Projeto Pedagógico está ancorado nos preceitos da docência de
melhor qualidade propostos por Terezinha Azeredo Rios e com base nas
diretrizes curriculares para o curso de Pedagogia que se aplicam à formação
inicial para o exercício da docência em sua diversa aplicação.
O curso de Pedagogia, vinculado à área de Ciências Humanas, privilegia
a formação profissional e sua qualidade nas relações humanas, respondendo
às demandas imediatas do nosso tempo e antecipando o futuro,
acompanhando a evolução dos acontecimentos e as necessidades sociais
neste século, por meio da interdisciplinaridade, conforme previsto na
organização curricular, da aproximação da teoria e prática e da atenção dada
ao caráter globalizado de universidade e à diversidade característica da
localização de cada polo.
O Projeto Pedagógico do Curso de Pedagogia da UNIP, que está em
constante atualização, visa a dar oportunidade aos seus egressos, por meio
de condições plenas de estudo e práticas profissionalizantes, a fim de que se
formem em conformidade com o perfil desejado, acumulando competências e
habilidades que possibilitem o sucesso na vida pessoal e profissional.
7.1.1 Relevância social do curso de Pedagogia
Segundo Papadopoulos (2007), no mundo inteiro, a Educação suscita um
interesse crescente. Ademais, ela é considerada sucessivamente, ainda
segundo o autor, como a chave da prosperidade econômica futura, como o
instrumento privilegiado da luta contra o desemprego, como o motor do
progresso científico e tecnológico, como a condição sine qua non da
vitalidade cultural das sociedades cada vez mais orientadas para o trabalho,
como ponta de lança do progresso social e da igualdade, como a garantia de
preservação dos valores democráticos, ou como o passaporte para o êxito
individual.
Neste contexto, Franco, Libâneo e Pimenta (2007) afirmam que a
Pedagogia pode ser entendida como teoria e prática da Educação, na
acepção que, de um modo geral, é tomada do pedagogo alemão, Schimied-
48
Kowarzik, para quem a Pedagogia é a ciência da e para a Educação.
Segundo esse autor, citado por Franco, Libâneo e Pimenta, a Pedagogia
investiga teoricamente o fenômeno educativo, formula orientações para a
prática, com base nela própria, e propõe princípios e normas relacionados
aos fins e meios da Educação.
Este mesmo autor expressa uma visão do papel formativo da Pedagogia
em toda a sua complexidade que, de certa forma, é importante para a
compreensão da relevância social deste curso. Esse ponto de vista se
fundamenta na perspectiva de que:
[...] a Educação é uma função parcial integrante
da produção e reprodução da vida social, que é
determinada por meio da tarefa natural, e ao
mesmo tempo cunhada socialmente, da
regeneração de sujeitos humanos, sem os quais
não existiria nenhuma práxis social. A história do
progresso social é simultaneamente também um
desenvolvimento dos indivíduos em suas
capacidades espirituais e corporais e em suas
relações mútuas. A sociedade depende tanto da
formação e da evolução dos indivíduos que a
constituem, quanto estes não podem se
desenvolver fora das relações sociais
(SCHIMIED-KOWARZIK apud FRANCO,
LIBÂNEO e PIMENTA, 2007, p. 66).
Frente ao exposto, fica evidente que, em razão da complexidade desses
processos, a Pedagogia pode ser uma reflexão sistemática sobre as práticas
educativas e para ação educativa. Portanto, a relevância social do curso de
Pedagogia volta-se para o desenvolvimento de sua capacidade reflexiva
buscando, nas teorias científicas, a articulação entre teoria e prática a partir
da compreensão e da análise do todo que constitui a organização do
trabalho educativo tanto no âmbito da docência quanto da gestão e do
planejamento, quer em instituições públicas ou particulares, escolares ou não
escolares, tendo como rumo a transformação da sociedade.
Nestes termos, busca-se ampliar a visão educativa, sensibilizando o
futuro pedagogo para as ocorrências internacionais, as necessidades
nacionais e as urgências sociais, dimensionando a visão educativa para o
âmbito regional e local, a fim de tornar o formando competente para atuar
como profissional da Educação e como agente de transformação social.
Tomando-se por base o trabalho pedagógico como principal articulador na
formação do pedagogo, firma-se o currículo por meio da ênfase na prática
docente, na pesquisa educacional, nas diferentes linguagens, de modo
49
teórico e laboratorial, aproximando-as dos meios de comunicação e
concretizando a perspectiva da EaD.
Diante disso, o curso de Pedagogia da UNIP parte do pressuposto que na
EaD a interação entre educadores e educandos ocorre por meio da utilização
pedagógica de tecnologias inovadoras de informação e comunicação, associadas a sistemas de gestão e avaliação que lhes são peculiares.
Conforme orientações contidas na Resolução CNE/CP nº 1/2006,
entendemos que o princípio da relevância da formação do licenciado em
Pedagogia deve-se ao desenvolvimento de sua capacidade reflexiva ao
buscar, nas teorias científicas, a articulação entre teoria e prática na
perspectiva da docência, mas não se restringe a ela, na medida em que o
curso contempla também a formação do profissional da Educação para atuar
como suporte pedagógico. De acordo com o parágrafo único do artigo 3º das
DCNs, na formação do licenciado em Pedagogia, é central:
I – o conhecimento da escola como organização complexa que tem a
função de promover a Educação para e na cidadania;
II – a pesquisa, a análise e a aplicação dos resultados de investigações
de interesse da área educacional;
III – a participação na gestão de processos educativos e na organização e
funcionamento de sistemas e instituições de ensino.
Com isso, entendemos que o cenário enseja atenção aos espaços da
educação escolar e não escolar, cuidando-se, entretanto, para não ocorrer a
fragmentação do curso.
Portanto, como profissional indispensável ao atendimento dos grandes
desafios da atualidade brasileira, a formação do pedagogo implica a
compreensão crítica dos problemas educativos e sociais presentes nos
diferentes contextos do país.
Nesse sentido, considerando tal demanda da sociedade, toda a
infraestrutura de que dispõe e, também, a experiência no uso de tecnologia
de informação e comunicação, a UNIP colocou à disposição da população
também o curso de Pedagogia na modalidade EaD.
Entendemos que a oferta do curso na modalidade EaD se justifica com
base nos indicadores de formação docente do país. Para ilustrar o exposto,
tomamos como referência a sinopse dos professores da Educação Básica do
ano de 2009 (Tabela 1), realizada pelo Instituto Nacional de Estudos e
Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Consta no documento que,
de um total de 369.698 professores da Educação que se encontram em
50
exercício da função no mês de maio de 2009 em todo o país, quase 52% não
tinham curso superior. Quando se analisa a situação do ponto de vista
regional, percebemos que as regiões menos favorecidas economicamente
são as que mais necessitam de professores formados. Por exemplo, na
região Norte, do total de 24.704 professores em exercício deste nível de
ensino, 68,9% não eram licenciados; na região Nordeste, o percentual sobe
para 71,8%. Entretanto, quando analisamos as regiões mais ricas do país, ou
seja, Sul e Sudeste, verificamos que a situação tem uma mudança
significativa, mas nem por isso não preocupante, posto que na região
Sudeste o percentual de professores da Educação Infantil sem curso
superior cai para 49,9% e na região Sul para 45%.
Como se vê, a carência de professores licenciados em Pedagogia para
atuar na Educação Infantil, conforme determina o artigo 62º da LDB
9.294/96, é grande até mesmo nas regiões mais favorecidas do país, e a
EaD representa uma alternativa importante para auxiliar na resolução do
problema, segundo prevê o Plano Nacional de Educação, Lei 10.182/2001.
De acordo com esse dispositivo legal, a LDB considera a EaD um
importante instrumento de formação e capacitação de professores em
serviço. Numa visão prospectiva, de prazo razoavelmente curto, é preciso
aproveitar melhor a competência existente no Ensino Superior presencial,
para institucionalizar a oferta de cursos de graduação e iniciar um projeto de
universidade aberta que dinamize o processo de formação de profissionais
qualificados, de forma a atender as demandas da sociedade brasileira.
51
Tabela 1: Número de professores na Educação Infantil, segundo a
região geográfica e a unidade da Federação, em 2009.
Fonte: MEC/Inep.
Quando analisamos o quadro de professores dos anos iniciais do Ensino
Fundamental, constatamos que a situação também é grave. Esse ponto de
vista se fundamenta no quadro sinóptico de professores da Educação
Básica, elaborado pelo Inep com base no ano de 2009 (Tabela 2).
52
Tabela 2: Número de professores no Ensino Fundamental – anos
iniciais, segundo a região geográfica e a unidade da Federação, em
2009.
Fonte: MEC/Inep/DEED.
Notas:
1 - Professores são os indivíduos que estavam em efetiva regência de classe em
27/05/2009.
2 - Não inclui os professores de turmas de atividade complementar.
3 - Professores (ID) são contados uma única vez em cada unidade da Federação,
porém podem ser contados em mais de uma UF.
4 - Inclui os professores de turmas de Educação Infantil e Ensino Fundamental
Multietapa.
5 - Ensino Médio Normal/Magistério: inclui os professores do Magistério específico
indígena.
Com base na Tabela 2, identificamos que, de um total de 721.513
professores dos anos iniciais do Ensino Fundamental, em exercício em maio
de 2009, 38,7% não tinham curso superior. E mais: entre esses professores,
53
6,3% não tinham nem mesmo o Ensino Médio na modalidade Normal, ou
seja, trata-se de professores leigos.
Quando se analisa a situação na perspectiva regional, o quadro é
bastante complexo e expressa ainda mais a questão da desigualdade social.
Por exemplo, na região Norte, o percentual de professores sem curso
superior é de 55,2%; na Nordeste, 59,5%. Por outro lado, nas regiões Sul e
Sudeste, o quadro é bem diferente, pois embora apresente um indicador de
professores dos anos iniciais do Ensino Fundamental menos grave do que as
regiões citadas, ainda assim há problemas. Na região Sul, foi detectado um
percentual de 24,4% de professores não licenciados e, na Sudeste, 27%.
Com base nos indicadores ora apresentados, entende-se que a EaD
poderá oferecer oportunidades de estudo a milhões de brasileiros de
diferentes idades que não conseguem frequentar presencialmente cinco dias
por semana um curso superior em virtude de vários fatores, como horário ou
jornada de trabalho incompatível com a rigidez do sistema presencial e com
o curso que o candidato pretende realizar, a longa distância entre sua cidade
e a Instituição de Ensino Superior (IES) mais próxima e, especialmente, os
custos dos cursos presenciais ainda inacessíveis a boa parte da população
brasileira (CASTRO, 2008).
O desenvolvimento de tecnologias interativas possibilita contato em tempo
real entre estudantes de locais distintos, geograficamente distantes,
originando um novo tipo de espaço de aprendizagem que proporciona ao
aluno a possibilidade de interação com as diferentes realidades e o acesso
ao conhecimento sem ter que se deslocar diariamente até uma sala de aula
(KENSKI, 2007).
Nesses termos, o compromisso assumido pela UNIP é o de oferecer aos
futuros pedagogos da modalidade a distância uma formação profissional
básica e sólida, capaz de possibilitar-lhes habilidades e competências com
vistas a deixá-los aptos a atuar nas diferentes situações que emergem do
cotidiano da população, bem como responder de forma competente às
demandas que requerem sua atuação profissional.
7.1.2 Metas do Plano Nacional de Educação (PNE)
A participação do ensino privado no nível superior aumentou, sobretudo a
partir da década de 1970. Nos últimos vinte anos, o setor privado tem
oferecido quase dois terços das vagas.
De 1994 para cá, o número de alunos subiu 36,1% nas instituições
privadas, contra 12,4% nas federais, 18,5% nas estaduais e 27,6% nas
municipais. Segundo o PNE, a manutenção das atividades de pesquisa e
extensão típicas das universidades, o suporte necessário para o
54
desenvolvimento científico, tecnológico e cultural do país, não será possível
sem o fortalecimento do setor público. Paralelamente, a expansão do setor
privado deve continuar, desde que garantida a qualidade.
Entre outros, são objetivos do plano: oferecer, até o final da década,
Educação Superior para, pelo menos, 30% da faixa etária entre 18 e 24
anos; diminuir as desigualdades de oferta de vagas entre as diferentes
regiões do país; estabelecer sistema interativo de EaD; assegurar efetiva
autonomia didática, científica, administrativa e de gestão financeira para
universidades públicas; institucionalizar sistema de avaliação interna e
externa que englobe os setores público e privado; instituir programas de
fomento para as instituições de Educação Superior constituírem sistemas
próprios e articulados de avaliação; diversificar o sistema, favorecendo e
valorizando estabelecimentos não universitários que atendam clientelas
específicas; estabelecer, em nível nacional, diretrizes curriculares que
assegurem a necessária flexibilidade e diversidade; incentivar a criação de
cursos noturnos.
Essas metas fazem parte do PNE para o período de 2001 a 2010. Em
2010 foi apresentada pelo Conselho Nacional de Educação (CNE) a proposta
de um novo PNE para o período 2011-2020. Essa proposta foi amplamente
debatida no ano de 2010 na Conferência Nacional de Educação (Conae),
que é um espaço de discussão sobre os rumos que o país deve tomar em
todos os níveis de ensino. Foram discutidas e indicadas diretrizes e
estratégias de ação para a configuração desse novo PNE.
Isso posto, o novo PNE apresenta dez diretrizes, que prevêem:
I – erradicação do analfabetismo;
II – universalização do atendimento escolar;
III – superação das desigualdades educacionais;
IV – melhoria da qualidade do ensino;
V – formação para o trabalho;
VI – promoção da sustentabilidade socioambiental;
VII – promoção humanística, científica e tecnológica do país;
VIII – estabelecimento de metas de aplicação de recursos públicos em
Educação como proporção do produto interno bruto;
IX – valorização dos profissionais da Educação;
55
X – difusão dos princípios da equidade, do respeito à diversidade e a
gestão democrática da Educação.
O Plano Nacional de Educação em tramitação no Congresso Nacional
estabelece vinte metas para Educação nos próximos dez anos e duas delas
estão diretamente relacionadas ao curso de Pedagogia.
No caso da meta 1, fica estabelecido o seguinte: universalizar, até 2016, o
atendimento escolar da população de 4 e 5 anos, e ampliar, até 2020, a
oferta de Educação Infantil de forma a atender a 50% da população de até 3
anos.
Para que esta meta se concretize, o curso de Pedagogia terá um papel
fundamental na formação de professores aptos a lecionar para a faixa etária
de zero a cinco anos. Considerando-se que o número de professores para
esse segmento educacional não atende às demandas do momento, a criação
de novas vagas com qualidade para formar futuros pedagogos é de
fundamental importância.
Quanto à meta 2, que determina a universalização do Ensino
Fundamental de nove anos para toda população de 6 a 14 anos,
entendemos que tal fato obterá êxito somente se houver pedagogos
formados para atender às futuras demandas tanto do setor público quanto
privado.
As metas 8, 12 e 13 estão atreladas aos nossos propósitos na medida em
que buscam:
• elevar a escolaridade média da população de 18 a 24 anos de modo a
alcançar mínimo de 12 anos de estudo para as populações do campo,
da região de menor escolaridade do país e dos 25% mais pobres, bem
como igualar a escolaridade média entre negros e não negros, com
vistas à redução da desigualdade educacional (meta 8);
• elevar a taxa bruta de matrícula na Educação Superior para 50% e a
taxa líquida para 33% da população de 18 a 24 anos, assegurando a
qualidade da oferta (meta 12);
• elevar a qualidade da Educação Superior pela ampliação da atuação de
mestres e doutores nas instituições de Educação Superior para 75%, no
mínimo do corpo docente em efetivo exercício, sendo, do total, 35%
doutores (meta 13).
Para cada meta existem várias estratégias, com o objetivo de
operacionalizar e atingir as metas propostas, dentro do prazo da vigência do
56
PNE (2011/2020), desde que não haja prazo inferior definido para as metas
específicas.
As metas previstas deverão ter como referência os censos nacionais da
Educação Básica e Superior mais atualizados, disponíveis na época da
aprovação deste plano como lei.
Esse novo PNE, por estabelecer uma política de Estado, deverá ser
tratado como principal prioridade pelo Estado nacional e pela sociedade
brasileira. Deverá, também, propiciar a correção das deficiências e lacunas
do Plano anterior (que vigorou entre 2001 e 2010), bem como contribuir para
o aprimoramento e avanço das políticas educacionais em curso no país, e
muito contribuirá para a superação da visão fragmentada que tem marcado a
organização e a gestão da Educação nacional.
Assim, no que se refere ao PNE, o atual momento é de transição, ou seja,
o PNE 2000-2010 já se encerrou e o PNE 2011-2020 encontra-se em
discussão no Congresso Nacional. Não há, portanto, PNE vigente, o que leva
à necessidade de refletir sobre o PNE proposto e em discussão, no que
tange aos aspectos da política pública educacional inerente ao curso.
A oferta do curso de Pedagogia da UNIP se adere ao referido PNE 2011-
2020, em especial para atendimento da meta de número 13, que trata da
elevação das taxas bruta e líquida de matrícula na Educação Superior da
população de 18 a 24 anos.
Segundo o censo da Educação Superior MEC/Inep 2009, os cursos de
graduação tiveram crescimento de 13% em relação a 2008. Dentre eles, os
cursos oferecidos na modalidade a distância aumentaram 30,4% versus
12,5% dos os cursos presenciais. A partir da análise do perfil dos estudantes
de Ensino Superior (MEC/Inep), constamos que o aluno de graduação de
EaD ingressa na Educação Superior mais tardiamente do que o da
graduação presencial e, por conseguinte, a conclusão do curso a distância
ocorre, em média, aos 36 anos, enquanto na presencial os alunos concluem
aos 28 anos.
Frente ao exposto, a oferta do curso de Pedagogia por parte da UNIP
integra-se perfeitamente no contexto educacional brasileiro, tanto atual
quanto de cenário futuro.
7.1.3 Demanda nacional do curso
De acordo com a sinopse da Educação Básica realizada pelo Instituto
Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), com
base no ano letivo de 2009, constatamos que, para formar 52.580.452 alunos
da Educação Básica, considerando que desse total 17.295.618 estão
57
matriculados nos anos iniciais do Ensino Fundamental, 6.762.631 na
Educação Infantil e os demais no Ensino Médio e na Educação de Jovens e
Adultos, o país conta com 1.977.978 professores de Educação Básica.
Deste total de professores, 721.513 estão atuando nos anos iniciais do
Ensino Fundamental e desses, 279.430 não são licenciados em Pedagogia
ou no Normal Superior e 46.594 não têm nem mesmo o curso Normal em
nível médio.
Com base nesses indicadores, não há dúvidas quanto à necessidade de
ampliação da área de formação docente. No caso da Educação Infantil, vale
lembrar que, dos 369.698 professores em exercício em 2009, 191.670 não
tinham curso de licenciatura em Pedagogia e 34.435 tinham apenas o Ensino
Médio regular.
De acordo com as metas do PNE, a quantidade de docentes em creche,
pré-escola e classes de alfabetização deve crescer nos próximos anos. O
PNE estabeleceu a meta de atendimento escolar para 50% das crianças de
até três anos de idade e 80% das crianças de 4 a 6 anos. A meta para as
crianças de seis anos é ainda mais ambiciosa, ou seja, 100% de atendimento
escolar no mesmo período de tempo, isto é, dez anos. Para atingir essas
metas, a rede pública terá que aumentar consideravelmente sua
participação, o que demandará o aumento do número de docentes nessa
área de atuação. Uma realidade insofismável, especialmente quando se
considera que, em 2002, o censo escolar registrou um total de 2,4 milhões
de funções docentes na Educação Básica, para um total de 50,6 milhões de
alunos matriculados em creches, pré-escolas, classes de alfabetização,
Ensino Fundamental e Ensino Médio.
Cabe aqui reiterar que a oferta do curso de Pedagogia visa à qualificação
de profissionais para as diferentes regiões brasileiras, na modalidade a
distância para o exercício da docência na Educação Infantil, nos anos iniciais
do Ensino Fundamental, na organização e gestão das escolas de Educação
Básica. Com base nos indicadores apresentados pelo Inep (2009), fica
evidente que o Brasil, de modo geral, apresenta grande necessidade de
formação de profissionais para a atuação na Educação Infantil, Fundamental
e apoio pedagógico no Ensino Médio e Superior.
Um conjunto de fatores contribui para inserir a formação de professores
na pauta das políticas educacionais nas três esferas governamentais, ou
seja, federal, estadual e municipal.
No Brasil, a Constituição de 1988 e a LDB estimularam a implementação
de medidas importantes para a gestão, o financiamento e a organização
pedagógica da Educação Básica, quais sejam:
58
• municipalização, descentralização e democratização da gestão
educacional;
• criação do Fundef, inaugurando um regime de colaboração entre União,
estados e municípios para a gestão e o financiamento do Ensino
Fundamental;
• formulação de diretrizes e parâmetros curriculares para a Educação
Básica, consoante à Lei nº 9.394/96 e às características e demandas da
sociedade do conhecimento;
• criação do Fundeb para substituir o Fundef e ampliar a abrangência do
financiamento da Educação Básica no país;
• aprovação da ementa constitucional 59/2009 que torna Educação
Básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de
idade, assegurada inclusive sua oferta gratuita para todos os que a ela
não tiveram acesso na idade própria;
• introdução da tecnologia da informação nas escolas e o
aperfeiçoamento dos critérios de seleção e aquisição dos insumos
didáticos e pedagógicos.
Ao mesmo tempo, outras determinações da Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional (LDBEN nº 9.394/96) acarretam políticas e decisões importantes na área da formação de professores. São elas:
• obrigatoriedade (ou valorização) da formação dos professores em nível
superior, tanto os que serão incorporados ao exercício do magistério
nos anos iniciais do Ensino Fundamental como aqueles que já estão
atuando em ambientes não escolares;
• posicionamento da Educação Infantil como parte integrante da
Educação Básica, o que acabou por inserir as creches e pré-escolas no
âmbito da política e gestão educacionais, de competência dos órgãos
normativos e executivos dos diferentes sistemas de ensino.
Considerando o cenário apresentado, o curso de Pedagogia se justifica na
medida em que se propõe contribuir para que as funções docentes na
Educação Básica sejam ocupadas por professores legalmente habilitados e
com a competência técnica e profissional que essa atuação exige.
O curso de Licenciatura em Pedagogia da UNIP vem atender a essas
inúmeras demandas que se apresentam na contemporaneidade, e vem
proporcionar um ensino de qualidade, humano, ético e cidadão.
59
Além disso, em seu processo de implantação, a UNIP, além do estado de
São Paulo, privilegiou todas as regiões com carência de vagas no Ensino
Superior, em especial na área específica de formação de professores para
atuar na Educação Infantil e nas séries iniciais do Ensino Fundamental, como
é o caso dos diversos polos da EaD.
Em 2007, o curso de Pedagogia da UNIP passou a ser oferecido na
modalidade EaD prevalecendo as diretrizes e o número de vagas
estabelecido pelos conselhos superiores da UNIP, em todo o território
nacional e em cada um dos polos presenciais programados para funcionar.
Na decisão de oferecer o número de 60 (sessenta) vagas por polo, leva-se
em conta que o curso em EaD está dimensionado e plenamente adequado
em relação ao corpo docente e a tutoria, bem como as condições de
infraestrutura da IES nos polos de apoio presencial. O número de vagas
oferecido poderá ser ampliado para atender à demanda de uma dada região
considerando-se indicadores do MEC/Inep. Em função da demanda, as
vagas podem ser remanejadas entre cursos e/ou entre polos. Em caso de
inviabilidade operacional de um polo, o total das vagas oferecidas será
remanejado para os demais polos em funcionamento.
7.1.4 Formas de acesso ao curso
O acesso ao curso de licenciatura em Pedagogia da UNIP se dá por meio
de processo seletivo, cabendo ao conselho superior deliberar sobre critérios
e normas de seleção de estudantes, considerando os atos editados pelos
órgãos normativos dos sistemas de ensino, observada a legislação em vigor.
Conforme estabelecido no capítulo III do regimento geral da UNIP, as
formas de acesso ao curso estão definidas a seguir:
Art. 58 O processo seletivo aberto a candidatos que tenham escolarização
completa de nível médio ou equivalente, tem como objetivo verificar sua
aptidão intelectual e selecioná-los para o ingresso nos cursos de graduação.
§ 1º O processo seletivo considera os conhecimentos comuns às diversas
formas de Ensino Médio, sem ultrapassar este nível de complexidade.
§ 2º O processo seletivo pode ser unificado em sua execução para todos
os cursos da Universidade.
§ 3 º O processo seletivo é supervisionado pela Vice-Reitoria de
Graduação, organizado e coordenado pela Diretoria de Admissão discente.
Art. 59 O processo seletivo é disciplinado por edital, que poderá ser
divulgado de forma resumida, indicando-se os locais onde os interessados
poderão ter acesso às informações completas.
60
Art. 60 O processo seletivo é válido para o período letivo a que se destina,
tornando-se nula a aprovação obtida se o candidato deixar de requerer
matrícula ou de apresentar a documentação necessária nos prazos fixados
no edital.
Art. 61 Pode ser exigido dos candidatos a aprovação em testes ou provas
de habilidades específicas, antes do processo seletivo, para os cursos que o
justifiquem.
7.2 Concepção do curso
7.2.1 Histórico do curso
Para Eduardo Chaves (1980), a primeira regulamentação do curso de
Pedagogia ocorreu em 1939. Essa regulamentação, por meio do Decreto-Lei
nº 1.190, de 4 de abril de 1939, organizou a Faculdade Nacional de Filosofia
da Universidade do Brasil e instituiu o chamado padrão federal, ao qual
tiveram que se adaptar os currículos básicos dos respectivos cursos
oferecidos por outras instituições de Ensino Superior.
Essa primeira regulamentação aponta para alguns problemas quanto à
definição dos objetivos do curso de Pedagogia, conforme apontam vários
autores. Para Sônia de Jesus Nunes Bertolo (1996), “a própria criação do
curso de Pedagogia é muito controvertida, visto que ele é criado e descriado,
sem ao menos ter sido implantado junto à Universidade do Brasil”.
Sônia de Jesus Nunes Bertolo (1996) assinala que os cursos de formação
de educadores a partir da criação do curso de Pedagogia foram concebidos,
inicialmente, como cursos técnicos profissionalizantes, uma vez que a
proposta curricular priorizou a formação do bacharel (técnico em Educação)
ao estabelecer três anos de formação, enquanto a formação do licenciado
limitou-se a um ano de duração e destinava-se à preparação do professor da
Escola Normal. Para a autora, esse destino conferia uma aparente definição
ao exercício para o licenciado.
Coelho (1987) entende que o curso de Pedagogia surge sob o signo de
certa indefinição. Sobre a dualidade do curso, José Carlos Libâneo (1996)
afirma que a primeira regulamentação do curso de Pedagogia no Brasil, em
1939, previa a formação do bacharel em Pedagogia, conhecido como técnico
em Educação.
Nota-se, portanto, que o curso de Pedagogia nasceu das faculdades de
Filosofia e desde sua criação revelou muitos problemas. Carmem Silva
Bissolli da Silva (1999) sinaliza que um dos focos de tensão foi a prescrição
de um currículo, o qual nem sequer se limitou ao mínimo, para a formação de
um profissional claramente identificável. E mais, acrescenta a autora, “outro
61
foco da tensão é relativo à separação bacharelado-licenciatura, refletindo a
nítida concepção dicotômica que orientava o tratamento de dois
componentes do processo pedagógico: o conteúdo e o método”.
A segunda regulamentação do curso de Pedagogia ocorreu em 1962.
Esta aconteceu em decorrência da aprovação, pelo Congresso Nacional, da
Lei de Diretrizes e Bases nº 4.024/61. De acordo com Chaves, nesta
ocasião, o Conselho Federal de Educação viu-se levado a baixar “currículos
mínimos” para vários cursos, entre os quais o de Pedagogia. Assim, tivemos
a aprovação do Parecer nº 251/62-CFE de autoria do professor Valnir
Chagas. Para Anair Altoé (2001), naquele momento, algumas modificações
foram introduzidas no currículo do curso de Pedagogia, mas essas
alterações mantiveram intocados os problemas fundamentais já existentes.
Bertolo (1996) afirma que a primeira alteração sentida foi na duração do
curso, que passou para 4 anos. Quanto ao propósito do parecer, entendeu
que se poderia dizer que ele foi parcialmente alcançado, uma vez que o
esquema da formação do educador não se alterou muito, pois continuou a
formar licenciados para atuar na Escola Normal e técnicos de Educação.
Para a autora, o que de fato muda com essa proposta é a implantação de
uma formação concomitante entre técnicos e docentes, fazendo com que o
pedagogo recebesse formação mais generalista, rompendo-se com o
esquema 3+1.
Ainda sobre a segunda regulamentação, Bertolo (1996) entendeu que a
tentativa de fortalecimento do curso de licenciatura pareceu ter produzido
efeito contrário. Parte do pressuposto de que os cursos de Pedagogia
ficaram cada vez mais descaracterizados e sem identidade, e isso contribuiu
para que se ampliasse o seu desprestígio frente às demais licenciaturas, pois
é nesse período que se fortaleceu a tendência que defendia a extinção do
curso de Pedagogia.
A terceira regulamentação do curso deu-se em 1969. Essa
regulamentação ocorreu como consequência da reforma universitária
instituída pela Lei nº 5.540/68. Nessa nova versão, o curso de Pedagogia
assumiu a responsabilidade de formar especialistas por intermédio de
habilitações profissionais. De acordo com Bertolo, “na concretização desse
objetivo, a formação do professor foi novamente secundarizada, na medida
em que as questões educacionais passaram a ser concebidas como
problemas essencialmente técnicos e que, portanto, deveriam ser tratados
por especialistas”. Ela acrescenta que esse modelo de formação ampliou a
dicotomia entre professores e técnicos/especialistas. O período em questão
representa a passagem do generalista para o especialista.
Para Altoé (2001), os estudos pedagógicos em nível superior, até os anos
1960, tiveram evolução lenta e irregular, pois a Educação é um dos setores
62
da sociedade em que os mecanismos sociais de resistência à mudança
atuam com mais intensidade.
Nas décadas de 1960 e 1970, a ambiguidade e a pseudoidentidade do
curso de Pedagogia permaneceram, e seus egressos mantinham função
indefinida no Ministério da Educação – os técnicos em Educação buscavam
conquistar novos espaços, mediante atualização e aperfeiçoamento.
Altoé (2001) acrescenta que, no final da década de 1970, a questão que
mais preocupava os educadores envolvidos com a formação dos professores
era a reformulação ou a extinção do curso. Os argumentos formulados na
época estavam todos embasados em críticas sobre a identidade e a função
do pedagogo e dos técnicos.
Para Brzezinski (1994), educadores brasileiros interessados na formação
do profissional da Educação ao se sentirem ameaçados, passaram a
articular um movimento de resistência ao poder constituído que, no caso, era
o Conselho Federal de Educação, buscando realizar as reformulações
necessárias para a formação do professor.
Somente a partir de 1980, em São Paulo, durante a realização da
Primeira Conferência Brasileira de Educação (CBE), após o golpe militar, foi
criado o Comitê Pró-Formação do Educador. Nota-se que esse foi o primeiro
espaço organizado para promover discussões sistematizadas sobre
formação de professores no Brasil.
Muitas discussões e estudos dos educadores envolvidos no processo de
reestruturação do curso de Pedagogia levaram-nos a apontar e distinguir
duas dimensões, conforme defende Altoé (2001). A primeira, que o curso de
Pedagogia e as licenciaturas constituem o verso e o reverso da mesma
questão, e a segunda, que a docência é a base da identidade do profissional
da Educação. De acordo com a autora, foi nesse momento que o movimento
nacional de educadores construiu a primeira trincheira de resistência contra a
extinção do curso de Pedagogia.
Sobre este assunto, Íris Brzezinski (1994, p. 348) afirma:
[...] à medida que avançavam os estudos e a
reflexão teórica no campo epistêmico da
reformulação curricular, principiam os
educadores a negar a prática imediata de
apresentar um projeto para regulamentação do
curso para impedir ações arbitrárias do CFE. A
densidade das reflexões, portanto, impulsionava
o momento a optar por uma análise mais global
da questão, que requeria uma inserção na
63
totalidade externa do movimento – a sociedade
brasileira – e, ao mesmo tempo, passaram a ser
examinadas com maior clareza as
complexidades internas às reformulações
curriculares, com todos os seus conflitos e
tensões, assim como as especificidades
regionais e locais.
Para a autora, os pareceres 251/62 e 252/62 de Valnir Chagas eram tidos
como a palavra de ordem durante o período de reformulação do curso de
Pedagogia. Esse ponto de vista é corroborado a partir do momento em que
ela enfatiza que:
[...] os dados colhidos em 50% das
Universidades Federais Brasileiras e nas três
grandes Universidades Estaduais Paulistas que
mantêm licenciaturas plenas em Pedagogia
revelam que 65% dessas instituições dedicam-
se à formação de professores para o início de
escolarização, além de ofertarem, na ordem de
60%, as habilitações tradicionais de graduação
(BRZEZINSKI, p. 352).
Para Altoé (2001), a partir dos anos de 1990, a situação não mudou
muito, pois a identidade do curso de Pedagogia, representada pelo debate
sobre suas funções, bem como da sua estruturação, a partir daquele
momento, deixou de ser uma das questões centrais do movimento e passou
a ser absorvida pela coordenação da Anfope – Associação Nacional pela
Formação dos Profissionais da Educação.
Com a publicação das Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de
Pedagogia em 2006 por meio da Resolução CNE/CP nº 1/2006, ficou claro
que a identidade do curso de Pedagogia deve ser pautada pela docência na
infância, implicando a licenciatura como identidade consequente do
pedagogo. Além disso, o artigo 64 da LDB 9.394/96 foi mantido, garantindo,
portanto a formação do gestor educacional (administração escolar,
supervisão escolar, orientação educacional e inspeção escolar). Entretanto,
as habilitações foram extintas e, com isso, o curso de licenciatura em
Pedagogia deverá formar o estudante integralmente para o conjunto das
funções a ele atribuídas. O pedagogo, a partir de então, deverá ter uma
formação teórica, diversidade de conhecimentos e de práticas, que se
articulam ao longo do curso.
64
7.2.2 O curso de Pedagogia da UNIP
O curso de Pedagogia da UNIP tem sua origem marcada pela criação da
própria Instituição. Sua criação deu-se em 1972 por meio do IUP, juntamente
com os cursos de Letras, Comunicação Social e Psicologia, reconhecidos
pelo Decreto Federal nº 77.546/76.
Desde então, o curso de Pedagogia da UNIP tem acompanhado as
sucessivas transformações legais e as diferentes concepções para a
formação do profissional da Educação que vigoraram nesse longo período de
sua existência.
O curso de Pedagogia da UNIP, em seus primórdios, adotou modelo
tradicional, fixado na Resolução n° 2 e no Parecer CFE 252/69, formando
profissionais licenciados habilitados para o exercício da docência das
disciplinas pedagógicas nos cursos de magistério em nível médio e os
profissionais licenciados denominados “especialistas”, para atuarem junto às
escolas e sistemas de ensino; administradores escolares, supervisores,
orientadores educacionais e inspetores de ensino.
A partir da Portaria Ministerial nº 550, de 9 de novembro 1988, foi
reconhecido o funcionamento da UNIP, o que possibilitou, em 1990, a
formação de uma Comissão Interna de Avaliação do Curso de Pedagogia.
Essa comissão propôs a reformulação do curso de Pedagogia, cujos
formatos passaram a ser aplicados em 1991 e incluíram novas habilitações:
Magistério de 1ª à 4ª séries do 1º grau, Desenvolvimento de Recursos
Humanos na Empresa (Treinamento) e Tecnologia Educacional, autorizadas
a funcionar pelo Conselho Universitário, por resolução do Consuni nº 1.129,
de 8 de setembro de 1995, já reconhecidas pelo MEC, e a terceira somente
autorizada sem reconhecimento, por falta de formação de turmas.
Em 2004, o curso de Pedagogia reorganizou seu currículo e passou a ser
semestral. Conservou suas duas vertentes: a da docência (magistério da
Educação Infantil e magistério do Ensino Fundamental – 1ª à 4ª séries – para
os alunos que não haviam cursado o magistério no Ensino Médio) e a
formação de “especialistas” (Administração Escolar e Supervisão Escolar),
quando já professores formados em nível médio, possibilitando o futuro
retorno do já licenciado para completar outras habilitações de seu interesse.
Com a promulgação da LDB 9.394/96, como a UNIP já oferecia o
magistério, não teve de fazer nenhuma adequação, pois sua matriz
contemplava plenamente tanto o previsto no artigo 62, no que tange à
formação docente, quanto o contido no artigo 64, que trata da gestão
educacional.
65
A partir de 2007, o curso de Pedagogia da UNIP deixa de oferecer as
habilitações e se organiza com base nas orientações previstas na Resolução
CNE/CP nº 1, de 15 de maio de 2006, que instituiu as Diretrizes Curriculares
Nacionais para o curso de licenciatura em Pedagogia, a fim de formar o
pedagogo com vistas à atuação profissional na docência da Educação
Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental. Além disso, o currículo
passou a contemplar plenamente o artigo 64 da LDB 9.394/96, ou seja,
formação de profissionais de Educação para
administração, planejamento, inspeção, supervisão e
orientação educacional para a Educação Básica e, será
feita em cursos de graduação em Pedagogia ou em nível
de pós-graduação, a critério da Instituição de Ensino,
garantida, nesta formação, a base comum nacional.
Assim, atendeu também a formação do gestor educacional (orientação
educacional, supervisão escolar, administração – gestão escolar).
Em 2009, o NDE iniciou seus trabalhos no curso de Pedagogia e propôs a
reformulação do curso com vistas a uma melhor adequação às Diretrizes
Curriculares Nacionais, Resolução CNE/CP nº 1/2006. Nessa matriz, houve
uma mudança significativa quanto à prevalência da formação do educador da
infância em detrimento da gestão educacional. O NDE, juntamente com o
colegiado do curso, propôs ao Conselho Superior Universitário uma nova
matriz, que foi aprovada e teve sua vigência a partir de 2010.
No decorrer do ano de 2010, o NDE e o colegiado de curso continuaram
os trabalhos e constataram que, apesar de a matriz em vigor trazer
mudanças significativas, não atendia plenamente às orientações das
Diretrizes Curriculares Nacionais do curso de Pedagogia. Nesses termos, foi
feita a proposição de um novo projeto de matriz curricular com o
estabelecimento de três eixos estruturantes assim organizados por ordem de importância: docência, com o propósito de formar profissionais para lecionar
na Educação Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental; gestão,
com o propósito de formar profissionais competentes para atuar na
administração e planejamento da Educação em ambientes escolares e não escolares; e pesquisa e construção do conhecimento, cuja intenção é a
inserção do estudante de Pedagogia no contexto da pesquisa educacional.
Essa nova proposta foi acatada pelo conselho universitário e encontra-se
em vigor no momento. Trata-se de um projeto que o coaduna com a tese de
que a formação docente de qualidade é fundamental na medida em que a Lei
de Diretrizes e Bases da Educação Nacional considera a Educação Infantil e
o Ensino Médio como etapas da Educação Básica a serem estendidas a
todas as crianças e jovens, estabelecendo, em decorrência, novas
exigências para a formação do profissional da Educação e a tentativa de
66
fortalecer a escola, em seus diferentes níveis, como espaço específico para
o ensino, para a aprendizagem e para o enriquecimento cultural, devendo
criar as condições para o desenvolvimento das capacidades a que todos têm
direito, notadamente, aquelas que têm na Educação escolarizada seu lócus
de efetivação e aprimoramento.
Essas demandas para a instituição escolar e os profissionais que nela
atuam indicam que a formação não deve ser restrita ao exercício da
docência ou ao exercício de funções técnicas existentes nas unidades
escolares. Pelo contrário, exige-se cada vez mais uma formação profissional
que possibilite a compreensão e a atuação no complexo processo da
Educação escolarizada, cuja meta é garantir a aprendizagem dos alunos sob
sua responsabilidade. O profissional da Educação é chamado, cada vez
mais, a participar de decisões sobre diferentes propostas educacionais, bem
como sua implementação nas unidades ou nos sistemas escolares.
Novas tarefas são postas para a escola, não porque seja a única instância
responsável pela Educação, mas por ser a instituição que desenvolve uma
prática educativa planejada e sistemática durante um período contínuo e
extenso na vida das pessoas e porque se mantém como referência social da
difusão de conhecimento, tecnologia e cultura em suas diferentes formas.
Nesse contexto, cabe às instituições de Ensino Superior definir, em seu
Projeto Pedagógico de Curso, objetivos coerentes com o perfil do egresso,
tendo em vista atenderem às demandas educacionais do país. Com esse
propósito, o curso de Pedagogia da UNIP foi idealizado.
7.2.3 Organização didático-pedagógica
Para atender aos objetivos gerais e específicos do curso de Pedagogia, é
necessária a adoção de uma Pedagogia que priorize a construção do
conhecimento, em substituição à mera reprodução de conteúdos, levando a
uma postura crítica e, para isso, é necessário estimular a articulação dos
conteúdos propostos com a vivência cotidiana do aluno, que pode assim
exercitar a práxis social.
Assim, o processo educativo constitui-se em um processo de mão dupla
que se instaura entre o saber científico e o saber que advém da experiência,
e supõe o desenvolvimento de um modelo pedagógico com aulas partilhadas
entre professores e discentes, que precisam ser vistos como sujeitos
participantes do processo pedagógico ao invés de objetos receptores de
conhecimento preexistente.
Supõe ainda a compreensão crítica da Educação, em seu reconhecimento
como prática determinada pela sociedade que, embora condicionada, pode
contribuir para transformar as relações sociais, econômicas e políticas à
67
medida que consiga assegurar a todos um ensino de qualidade,
comprometido com a formação de profissionais conscientes de seu papel na
sociedade.
A formação plena do cidadão envolve a incorporação de uma concepção
crítica das relações existentes entre Educação, trabalho e sociedade e de
uma Pedagogia que se inspire nessa concepção, garantindo ao aluno o
acesso ao processo de produção de conhecimento, compreendido como
decorrência das trocas que o estudante estabelece na interação com o meio,
cabendo ao professor exercer a mediação desse processo, tendo em vista a
assimilação crítica e ativa de conteúdos significativos e atualizados.
Assim, os métodos de ensino fundamentam-se nas atividades e iniciativas
dos indivíduos. Os métodos utilizados propiciam o diálogo, respeitam os
interesses e os diferentes estágios do desenvolvimento cognitivo dos
indivíduos para favorecer a autonomia e a aprendizagem, visando não
apenas “aprender a fazer”, mas, sobretudo “aprender a aprender” (DELORS,
2001). O indivíduo tem a oportunidade de ser ativo em sua própria formação
intelectual e profissional.
Do ponto de vista institucional, essa Filosofia se traduz no compromisso
de acompanhar a evolução das potencialidades do aluno, adotando
procedimentos que orientem seu processo de aprendizagem e estimulem a
conscientização do compromisso com a sua própria formação, não só
profissional, mas também como cidadão responsável.
Na proposta pedagógica dos cursos da UNIP, a atenção para a cidadania
nunca é privilégio, mas condição de direito. O exercício da cidadania é visto
como vivência cotidiana, pois as práticas sociais, políticas, culturais e de
comunicação são dimensões que fazem parte da vida pública. O respeito ao
outro, essencial à cidadania, também deve ser iniciado nas relações
cotidianas: na família, na comunidade, no curso e na empresa.
O tratamento contextualizado dos conteúdos representa um recurso
necessário para tirar o aluno da situação de espectador passivo. Assim, a
metodologia de ensino procura o contexto mais próximo do aluno e mais
facilmente explicável para dar significado e utilidade aos conteúdos de
aprendizagem como o da vida pessoal, do cotidiano e da convivência. O
cotidiano e as relações estabelecidas com o ambiente social, físico e virtual
deverão atribuir significado ao conteúdo curricular, fazendo a ponte entre o
que se faz, se vive e se observa no dia a dia.
Para viabilização do Projeto Pedagógico, o curso pauta-se por uma
Filosofia humanista e busca oferecer uma formação crítica e questionadora.
Valoriza a pluralidade de pensamento, entendendo o conflito de ideias como
fecundo e importante para a formação pretendida.
68
As transformações culturais, políticas e sociais influenciam o
desenvolvimento das organizações e da sociedade. Assim, o entendimento
dessas transformações é fundamental para construir as bases da concepção
do curso.
7.3 Objetivos do curso
7.3.1 Objetivos gerais
Tomando como referência as Diretrizes Curriculares Nacionais para o
curso de Pedagogia, Resolução CNE/CP nº 1/2006, o curso de licenciatura
em Pedagogia da UNIP destina-se à formação de licenciados em Pedagogia
para exercer as funções de docência na Educação Infantil e nos anos iniciais
do Ensino Fundamental, nos cursos de Ensino Médio, na modalidade
Normal, na Educação de Jovens e Adultos e nos cursos de Educação
Profissional, na área de serviços e apoio escolar, assim como para atuar na
organização e gestão educacional da Educação Básica e em espaços não
escolares, aptos a conhecer, analisar, avaliar e atuar, de forma consciente e
crítica, na prática escolar, levando em consideração os contextos sociais,
culturais, históricos, econômicos e geopolíticos das sociedades, bem como
os fins e os valores da Educação.
7.3.2 Objetivos específicos
O curso de licenciatura em Pedagogia da UNIP tem como objetivos
específicos proporcionar aos estudantes uma formação sólida com vistas a
dotá-los de habilidades e competências para:
• pensar criticamente, analisar e se comprometer com a solução dos
problemas da sociedade, contribuindo para a sua transformação por
meio de uma atuação criativa e ética;
• transitar nas mais diferentes áreas do saber, estando aptos a adaptar-
se e a desenvolver-se em outras áreas diferentes daquela de sua
formação;
• trabalhar em equipe, interagindo com outras pessoas e culturas, sendo
capaz de respeitar e conviver com as diferenças;
• compreender de forma ampla e consistente o fenômeno educativo e
sua prática que se dá em diferentes âmbitos e especialidades;
• articular ensino e pesquisa na recepção e produção do conhecimento e
da prática pedagógica;
69
• dominar processos e meios de comunicação em suas relações com os
problemas educacionais.
Além disso, o curso de Pedagogia da UNIP, com base em sua
especificidade, definida na Resolução CNE/CP nº 1, de 15 de maio de 2006,
trabalha para que se cumpra o determinado no artigo 5º:
O egresso do curso de Pedagogia deverá estar apto a:
I – atuar com ética e compromisso com vistas à
construção de uma sociedade justa, equânime,
igualitária;
II – compreender, cuidar e educar crianças de
zero a cinco anos, de forma a contribuir para o
seu desenvolvimento nas dimensões, entre
outras, física, psicológica, intelectual e social;
III – fortalecer o desenvolvimento e as
aprendizagens de crianças do Ensino
Fundamental, assim como daqueles que não
tiveram oportunidade de escolarização na idade
própria;
IV – trabalhar, em espaços escolares e não
escolares, para a promoção da aprendizagem de
sujeitos em diferentes fases do desenvolvimento
humano, em diversos níveis e modalidades do
processo educativo;
V – reconhecer e respeitar as manifestações e
necessidades físicas, cognitivas, emocionais e
afetivas dos educandos nas suas relações
individuais e coletivas;
VI – ensinar Língua Portuguesa, Matemática,
Ciências, História, Geografia, Artes, Educação
Física, de forma interdisciplinar e adequada às
diferentes fases do desenvolvimento humano;
VII – relacionar as linguagens dos meios de
comunicação à Educação nos processos
didático-pedagógicos, demonstrando domínio
das tecnologias de informação e comunicação
adequadas ao desenvolvimento de
aprendizagens significativas;
70
VIII – promover e facilitar relações de
cooperação entre a Instituição educativa, a
família e a comunidade;
IX – identificar problemas socioculturais e
educacionais com postura investigativa,
integrativa e propositiva em face de realidades
complexas, com vistas a contribuir para
superação de exclusões sociais, étnico-raciais,
econômicas, culturais, religiosas, políticas e
outras;
X – demonstrar consciência da diversidade,
respeitando as diferenças de natureza
ambiental-ecológica, étnico-racial, de gêneros,
faixas geracionais, classes sociais, religiões,
necessidades especiais, escolhas sexuais, entre
outras XI – desenvolver trabalho em equipe,
estabelecendo diálogo entre a área educacional
e as demais áreas do conhecimento;
XII – participar da gestão das instituições
contribuindo para elaboração, implementação,
coordenação, acompanhamento e avaliação do
Projeto Pedagógico;
XIII – participar da gestão das instituições
planejando, executando, acompanhando e
avaliando projetos e programas educacionais,
em ambientes escolares e não escolares;
XIV – realizar pesquisas que proporcionem
conhecimentos, entre outros: sobre alunos e
alunas e a realidade sociocultural em que estes
desenvolvem suas experiências não escolares;
sobre processos de ensinar e de aprender, em
diferentes meios ambiental-ecológicos; sobre
propostas curriculares; e sobre organização do
trabalho educativo e práticas pedagógicas;
XV – utilizar, com propriedade, instrumentos
próprios para construção de conhecimentos
pedagógicos e científicos;
XVI – estudar, aplicar criticamente as diretrizes
curriculares e outras determinações legais que
71
lhe caiba implantar, executar, avaliar e
encaminhar o resultado de sua avaliação às
instâncias competentes.
7.4 Perfil do egresso
Tomando-se como referência os objetivos do curso de Pedagogia da
UNIP, espera-se que o egresso seja o profissional que conceba o fenômeno
educativo no processo histórico, dinâmico e diversificado, respondendo
criticamente aos desafios que a sociedade lhe coloca; que atue de forma
reflexiva, crítica, cooperativa, com ética e conhecimento fundamentado, com
habilidades para levantar problemas e, principalmente, que proponha
alternativas de intervenção para a Educação Básica no Brasil; que exerça a
capacidade de liderança e de busca do conhecimento; que produza
conhecimentos como docente/pesquisador/gestor de processos pedagógicos
que envolvam crianças, jovens e/ou adultos, em instituições escolares e não
escolares.
Em síntese, o estudante, ao concluir o curso de Pedagogia na UNIP, deve
ter habilidades e competências para atuar nas diferentes modalidades de
ensino e ser o gestor pedagógico da sua sala de aula, participando
ativamente da gestão escolar, além de possuir habilidades e competências
para assumir a função de gestor escolar e não escolar, considerando os
diferentes contextos em que a Educação se realiza.
7.4.1 Competências
O início deste milênio aponta para um panorama educacional que
apresenta pequenas e grandes mudanças. Pequenas, porque ainda há muito
a ser modificado. Grandes, porque podemos observar as transformações que
a aplicação da LDB 9.394/96 e, posteriormente, os Parâmetros Curriculares
Nacionais vêm implantando em cada escola brasileira (ALESSANDRINI,
2002). Com a promulgação das Diretrizes Curriculares Nacionais para o
curso de Pedagogia, essas grandes transformações passaram a ser
percebidas não somente nas escolas brasileiras, mas também no interior das
Instituições de Ensino Superior que intentam formar um profissional
comprometido com a docência.
Para Rios (2003, p. 53), “o docente é o professor em exercício, isto é, que
efetivamente desenvolve uma atividade”. Ser professor é uma profissão e é
isto que o curso de Pedagogia faz, ou seja, formar profissionais competentes
para a docência.
Este ponto de vista se justifica a partir do momento em que a atividade
docente vem se modificando em decorrência de transformações nas
concepções de escola e nas formas de construção do saber, resultando na
72
necessidade de se repensar a intervenção pedagógico-didática na prática
escolar (PIMENTA, 2003).
Ainda de acordo com a autora, um dos aspectos cruciais dessas
transformações é o investimento na qualidade da formação dos docentes e
no aperfeiçoamento das condições de trabalho nas escolas, para que
favoreçam a construção coletiva de Projetos Pedagógicos capazes de alterar
os quadros de reprovação, de retenção e da qualidade social e humana dos
resultados e escolarização.
Frente ao exposto, entendemos que o curso de Pedagogia deve abranger
conteúdos e atividades que constituam base consistente para a formação do
educador capaz de atender ao perfil apresentado. Nessa direção, as
seguintes competências, entre outras, devem ser desenvolvidas:
• compreensão ampla e consistente do fenômeno e da prática educativos
que se dão em diferentes âmbitos e especialidades;
• compreensão do processo de construção do conhecimento no indivíduo
inserido em seu contexto social e cultural;
• capacidade de identificar problemas socioculturais e educacionais,
propondo respostas criativas às questões da qualidade do ensino e
medidas que visem a superar a exclusão social;
• compreensão e valorização das diferentes linguagens manifestas nas
sociedades contemporâneas e de sua função na produção do
conhecimento;
• compreensão e valorização dos diferentes padrões e produções
culturais existentes na sociedade contemporânea;
• capacidade de apreender a dinâmica cultural e de atuar
adequadamente em relação ao conjunto de significados que a
constituem;
• capacidade para atuar com jovens e adultos defasados em seu
processo de escolarização;
• capacidade de estabelecer diálogo entre a área educacional e as
demais áreas do conhecimento;
• capacidade de articular ensino e pesquisa na produção do
conhecimento e da prática pedagógica;
73
• capacidade para dominar processos e meios de comunicação em suas
relações com os problemas educacionais;
• capacidade de desenvolver metodologias e materiais pedagógicos
adequados à utilização das tecnologias da informação e da
comunicação nas práticas educativas;
• compromisso com a ética na atuação profissional e com a organização
democrática da vida em sociedade;
• articulação da atividade educacional nas diferentes formas de gestão
educacional, na organização do trabalho pedagógico escolar, no
planejamento, execução e avaliação de propostas pedagógicas da
escola;
• elaboração do Projeto Pedagógico, sintetizando as atividades de ensino
e administração, caracterizadas por categorias comuns como:
planejamento, organização, coordenação e avaliação e por valores
comuns como: solidariedade, cooperação, responsabilidade e
compromisso.
As competências próprias do pedagogo, decorrentes do Projeto
Pedagógico da Universidade Paulista, devem credenciá-lo ao exercício profissional em áreas específicas de atuação, tais como: educação especial, Educação de Jovens e Adultos, educação ambiental e outras áreas emergentes do campo educacional.
7.5 Mercado de trabalho
Segundo Arruda (2001), a profissão docente garante empregabilidade,
uma vez que apenas a educação formal constitui um serviço consumido por nada menos que um terço da população brasileira e está em vias de expansão. Isso vem ao encontro do aumento no setor de serviços, que, segundo os economistas, é uma realidade na sociedade contemporânea. O aumento da expansão escolar, portanto, poderá contribuir para a discussão sobre o papel da escola e sua relação com a sociedade na contemporaneidade e sobre a formação dos professores para atuar nessa escola em tempos de globalização e acelerado avanço tecnológico.
Nos últimos anos, observa-se que o mercado de trabalho tem se
expandido para além da formação do professor. Em levantamento feito em 2011 pela coordenação e docentes da UNIP para a elaboração deste projeto, foi possível observar a inserção do pedagogo em diferentes campos de atuação profissional.
74
Para se ter uma ideia do mercado de trabalho para o pedagogo no Brasil, pode-se tomar como referência o número de professores em exercício na Educação Básica. De acordo com o Inep (2011), no ano de 2009 tínhamos um total de 1.977.978 professores em sala de aula, sendo que, deste total, 1.091.211 estavam atuando na Educação Infantil ou nos anos iniciais do Ensino Fundamental, ou seja, campo de atuação dos licenciados em Pedagogia distribuídos em todo o território nacional, conforme figura a seguir.
Figura 1 – Distribuição dos professores no Brasil por região geográfica
Fonte: Elaborado pela coordenação de Pedagogia a partir de dados do Inep.
O curso de Pedagogia da UNIP tem formado profissionais para atuar em
instituições diversas e o mercado de trabalho tem-se ampliado para além do
ambiente escolar.
O novo cenário da Educação se abre no século XXI com novas
perspectivas para o profissional que se insere no mercado de trabalho, sob
diversas abrangências, como nos mostra a própria sociedade, que vive um
momento particular discussões sobre globalização, neoliberalismo, terceiro
setor, educação on-line, enfim, uma nova estrutura se firma na sociedade, a
qual exige profissionais cada vez mais qualificados e preparados para
atuarem neste cenário competitivo.
Sobre este assunto, concorda-se com Bertrand (2007), para quem o
campo aberto pelo tema da Educação e do trabalho é extremamente vasto,
sobretudo se tomamos os dois termos em sentido amplo: Educação
incorporando a formação profissional e trabalho, remunerado ou não, assim
como as diferentes noções de emprego e de qualificação.
75
Segundo Maria Edna Sabina de Oliveira, citada por Ribeiro (2003), a
educação em espaços não escolares vem confirmar esta discussão de que
participamos. O pedagogo sai do espaço escolar que, até pouco tempo, era
seu espaço (restrito) de trabalho, para se inserir nesse novo espaço de
atuação com uma visão redefinida da atuação desse profissional: empresas,
hospitais, ONGs, associações, igrejas, eventos, emissoras de transmissão
(rádio e TV) e outros, formam, hoje, seu novo cenário de atuação – locais
que eram espaços, até então, restritos a outros profissionais. A atual
realidade vem, com certeza, quebrando preconceitos e ideias de que o
pedagogo está apto para exercer apenas suas funções na sala de aula.
Onde houver uma prática educativa, existe aí uma ação pedagógica
(GRECO, 2005).
Além da docência, o pedagogo atua também no âmbito da gestão
educacional (administração escolar, supervisão, orientação educacional).
Para se ter uma ideia desse flanco de mercado, apenas na Secretaria da
Educação do Estado de São Paulo, cuja escolha de diretor é feita por meio
de concurso público e é condição sine qua non a sua formação em
Pedagogia ou que tenha mestrado ou doutorado em Educação, existem mais
de 10.400 profissionais atuando como diretores de escola ou vice-diretores.
Quando se sabe que, na maior parte dos municípios paulistas, o processo de
escolha do diretor é o mesmo adotado pelo estado, claro está que o mercado
de trabalho para o pedagogo é bastante amplo.
Nesses termos, o curso de Pedagogia da UNIP busca atender à demanda
posta pela realidade socioeducacional, cultural e econômica em todo o
território nacional por meio da oferta do curso em EaD. Ademais, conforme
assinalado pelas Diretrizes Curriculares (BRASIL, 2006), ele tem como
proposta abordar uma formação baseada em concepções, princípios e
objetivos construídos em relações sociais, étnico-raciais e produtivas,
buscando articular o conhecimento científico e cultural, os valores éticos e
estéticos, inerentes aos processos de aprendizagem, de socialização e de
construção do conhecimento, priorizando o diálogo entre diferentes visões do
mundo.
7.6 Estrutura curricular
De acordo com Libâneo (2004), o currículo constitui o elemento nuclear
do Projeto Pedagógico; é ele que viabiliza o processo de ensino e
aprendizagem. Ademais, a proposta curricular define-se como projeção do
Projeto Pedagógico, ou seja, o currículo é um desdobramento necessário do
Projeto, tornando forma pelas intenções e orientações previstas no projeto,
expressas em objetivos e conteúdos.
O currículo deve caracterizar as bases processuais da formação
acadêmica e profissional. É um complexo de diversos processos
76
relacionados com a formação profissional, cultural e humanística dos
estudantes. Deve ser traduzido por componentes curriculares que se
organizam a partir de disciplinas, eixos, ênfases e/ou núcleos; que
contemplam a inclusão desses diferentes componentes, os quais integram
conteúdos em projetos, experiências e atividades acadêmicas, pesquisa e
extensão, expressando a tradução das ações e movimentos necessários ao
ensino e à aprendizagem.
Para construí-lo, é necessária uma seleção de conhecimentos,
competências, habilidades, atitudes, valores, metodologias e situações de
aprendizagem consideradas importantes. Tem por referência determinados
destinatários e contextos do estado do conhecimento elaborado e da
realidade cotidiana dos sujeitos, do futuro docente, da cultura e da ciência
em suas diferentes dimensões. Também é importante frisar que a referida
seleção deve ser um processo coletivo, pois selecionar, classificar, distribuir
e avaliar conteúdos curriculares põem em ação as múltiplas representações
que percorrem os espaços culturais.
O ementário e a bibliografia deste Projeto Pedagógico do curso de
Pedagogia da Universidade Paulista expressarão a linha geral para nortear a
estrutura da matriz curricular, posto que, no momento efetivo de execução,
estas serão adaptadas ao contexto da realidade de Educação a distância no
qual serão implementadas.
No sentido amplo da estrutura do curso, com destaque para os aspectos
de interdisciplinaridade, integração prática e teórica, incentivo à pesquisa e à
especialização, bem como, “customização” do curso à realidade regional dos
discientes, ressalta-se a incorporação das atividades complementares à
licenciatura em Pedagogia.
Os objetivos gerais e específicos de cada conteúdo são desenvolvidos por
intermédio de aulas expositivas interativas com aplicação de situações-
problema, videoconferências e estudos de caso e teleaulas,
complementados com trabalhos com coleta de dados ou pesquisas,
realizados individualmente ou em grupo, podendo as aulas serem
complementadas com leitura dirigida de textos e artigos selecionados,
elaboração e apresentação de trabalhos e outras atividades que visem a
desenvolver as competências e habilidades pretendidas e pertinentes ao
curso de licenciatura em Pedagogia.
O uso de bibliografia secundária no aprendizado é estimulado no curso.
Entende-se como bibliografia secundária os livros-textos elaborados pelo
corpo docente ou outros materiais de estudo, a partir da pesquisa nas
bibliografias originais, base de dados on-line da UNIP, especialmente na
área de humanidades: Ação Educativa, Edubase e Multidisciplinar,
77
Periódicos Capes e Biblioteca Virtual, além de sites e portais em
conformidade com o espírito de facilitação e viabilização de pesquisa.
A Coordenação do Curso, em parceria com o Núcleo Docente
Estruturante, o colegiado de curso e o corpo docente como um todo mantêm
processo contínuo de atualização das ementas, dos conteúdos
programáticos e da bibliografia básica, em ambiente aberto a sugestões de
projetos, de debates, de trabalhos e pesquisas a respeito do futuro
profissional dos egressos, da dinâmica do mercado e de outros assuntos de
interesse do curso.
A adoção dos procedimentos de atualização de ementas visa a garantir a
integridade e a coerência entre os objetivos propostos e a práticas de ensino
para que haja a integração horizontal e vertical, modulando-se à
interdisciplinaridade, tão peculiar no campo de estudo da Pedagogia.
Portanto, para a formação do licenciado em Pedagogia, é central:
• a competência para atuar como educador da infância, ou seja, na
Educação Infantil (0 a 5 anos) e nos anos iniciais do Ensino
Fundamental;
• o conhecimento da escola como organização complexa que tem a
função de promover a Educação para e na cidadania;
• a pesquisa, a análise e a aplicação dos resultados de investigações de
interesse da área educacional;
• a participação na gestão de processos educativos e na organização e
funcionamento de sistemas e instituições de ensino.
A organização curricular do curso de Pedagogia da UNIP tem como base
os eixos estruturantes a seguir descritos.
Tomando como referência a Resolução CNE/CP 1/2006 que estabelece
as Diretrizes Curriculares Nacionais para o curso de Pedagogia, a estrutura
curricular do curso de Pedagogia da UNIP está voltada para a formação de
“profissional” apto a atuar especialmente na docência dos anos iniciais do
Ensino Fundamental e na Educação Infantil, na gestão e no planejamento da
Educação em ambientes escolares e não escolares.
Em consonância com a proposta pedagógica do curso e com a concepção
político-filosófica da UNIP, que prioriza o conhecer, o fazer, o conviver e o
ser, a organização curricular volta-se especialmente para a formação
profissional do licenciado em Pedagogia, preservando as orientações das
DCNs do curso e o padrão de qualidade previsto no Plano de
78
Desenvolvimento Institucional (p. 41). Logo, a organização curricular
contempla os seguintes princípios:
• visão interdisciplinar;
• formação global, com equilíbrio entre oferta de conteúdos gerais e
específicos;
• articulação entre teoria e prática em busca de assegurar as
competências e habilidades;
• formação humanística inserida no contexto social dos alunos;
• visão ampliada do conceito de sala de aula, que deve superar a
conformação tradicional, propiciando a efetiva participação do alunado
no processo de aprender;
• inclusão de disciplinas profissionalizantes, com a finalidade de
aproximar os alunos do perfil profissional estabelecido no curso de
licenciatura em Pedagogia.
7.6.1 Eixos estruturantes
O curso de Pedagogia da UNIP, conforme a Resolução CNE/CP nº
1/2006, se organiza em três grandes eixos, nesta ordem de importância: 1)
docência; 2) gestão; 3) pesquisa e produção do conhecimento.
Esses eixos são estruturantes e funcionam, por si, como elementos
norteadores do currículo. Funcionam como elemento de sustentação para o
desenvolvimento de competências e habilidades nos educandos, conforme
consta dos objetivos previstos do curso e em consonância com o perfil do
egresso definido nesse PPC.
Os eixos estruturantes norteiam, também, o aprimoramento do pedagogo
na perspectiva da formação do educando-cidadão, em todas as suas
dimensões, perpassando os quatro pilares da Educação expressos para a
sociedade emergente do século XXI, no relatório da Unesco denominado
Educação: um tesouro a descobrir, sob a coordenação de Jacques Delors,
como segue: aprender a conhecer; aprender a fazer; aprender a conviver e
aprender a ser (DELORS, 2001).
A seguir, apresentamos as intenções de cada eixo norteador do curso de
Pedagogia da UNIP:
Docência: formação inicial para o exercício da docência na Educação
Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental, nos cursos de Ensino
79
Médio, na modalidade Normal, e em cursos de Educação Profissional na
área de serviços e apoio escolar, bem como em outras áreas nas quais
sejam previstos conhecimentos pedagógicos.
Tomando como referência as Diretrizes Curriculares Nacionais para o
curso de Pedagogia, mais precisamente o parágrafo primeiro do artigo 2º do
referido documento, concordamos com Evangelista e Triches (2008) que a
docência deixa de ser prática docente em sala de aula e assume dimensão
mais abrangente:
Compreende-se a docência como ação
educativa e processo pedagógico metódico e
intencional, construído em relações sociais,
étnico-raciais e produtivas, as quais influenciam
conceitos, princípios e objetivos da Pedagogia,
desenvolvendo-se na articulação entre
conhecimentos científicos e culturais, valores
éticos e estéticos inerentes a processos de
aprendizagem, de socialização e de construção
do conhecimento, no âmbito do diálogo entre
diferentes visões de mundo (BRASIL, 2006,
p. 1).
Além disso, o artigo 4º da Resolução repete o artigo 2º e inclui um
parágrafo único que reforça essa compreensão de docência abarcando
outras áreas de ação:
Parágrafo único. As atividades docentes também compreendem participação na organização e gestão de
sistemas e instituições de ensino, englobando: I -
planejamento, execução, coordenação, acompanhamento
e avaliação de tarefas próprias do setor da Educação; II -
planejamento, execução, coordenação, acompanhamento
e avaliação de projetos e experiências educativas não
escolares; III - produção e difusão do conhecimento
científico-tecnológico do campo educacional, em
contextos escolares e não escolares (BRASIL, 2006,
p. 2).
Gestão: gestão educacional, entendida numa perspectiva democrática,
que integre as diversas atuações e funções do trabalho pedagógico e dos
processos educativos, especialmente no que se refere ao planejamento, à
administração, à coordenação, ao acompanhamento, à supervisão, à
inspeção, à orientação educacional e à avaliação em contextos escolares e
não escolares e nos sistemas de ensino e ao estudo e participação na
80
formulação, implementação e avaliação de políticas públicas na área de
Educação.
Embora na redação do artigo 4º da Resolução CNE/CP nº 1/2006 a
palavra “participação” não esclareça se o curso de Pedagogia fornecerá
conhecimentos que possibilitem ao professor participar/acompanhar a gestão
da escola, bem como se produzirá e difundirá conhecimentos ou se sua
função suporá as duas tarefas, o curso de Pedagogia da UNIP garante o
contido no artigo 64 da LDB 9.394/96.
Essa vertente do currículo se justifica a partir do momento em que a
administração pública adquiriu um formato gerencial, mais ágil e flexível, com
o objetivo de imprimir eficiência ao desempenho do Estado, tornando-o mais
compatível com a atual fase do capitalismo global e competitivo (FONSECA;
OLIVEIRA, 2009).
Pesquisa e produção do conhecimento: a prática cotidiana da pesquisa
é o elemento de significação maior para reconhecimento de nossa
identidade, ou seja, a do pedagogo, superando assim processos anacrônicos
de conteudismos. Cabe ressaltar que a pesquisa tomada em suas múltiplas
experiências metodológicas acolhe diferentes correntes do pensamento e
promove a participação ativa de docentes e discentes para a produção do
conhecimento. No curso de Pedagogia da UNIP, a pesquisa e a produção do
conhecimento estão presentes nos diferentes componentes curriculares e
especialmente nos projetos de ação pedagógica e no trabalho de curso.
Concordamos com Fazenda (2001), para quem, ao assumir a tarefa de
investigar, o educador se depara com muitas dificuldades, e é com base
nesse princípio que acreditamos que o licenciado em Pedagogia deve ser um
profissional comprometido com o ato investigativo e que somente por meio
de um trabalho contínuo e sério ele poderá vencer os obstáculos quando
estiver no exercício da profissão. Portanto, a introdução à prática de
pesquisa em Educação deve iniciar na Pedagogia tal qual como nos
propomos a fazer.
Pesquisa é o ato pelo qual procuramos obter
informações sobre alguma coisa. Com definição
tão ampla, podemos dizer que estamos sempre
pesquisando. Contudo, num sentido mais estrito,
visando à criação de um corpo sistemático de
conhecimentos sobre certo assunto, o ato de
pesquisar deve apresentar certas características
específicas. Não buscamos, com ele, qualquer
conhecimento, mas um conhecimento que
ultrapasse nosso entendimento imediato na
explicação ou na compreensão da realidade que
81
observamos. Neste caso, estamos fazendo
pesquisa para construir o que entendemos por
ciência, ou seja, tentando elaborar um conjunto
estruturado de conhecimentos que nos permita
compreender em profundidade aquilo que, à
primeira vista, o mundo das coisas e dos
homens nos revela nebulosamente ou sob uma
aparência caótica. Vamos então percorrendo
aqueles caminhos que nos parecem, segundo
critérios, mais seguros para construir uma
compreensão aproximada dos homens, da
natureza, das relações humanas etc. (GATTI,
2002, p. 9-10).
Ao fazermos uma leitura mais aprofundada das Diretrizes Curriculares
Nacionais para o curso de Pedagogia, fica evidenciada a hegemonia da
docência, chave que define a identidade e ação do profissional. Para ilustrar
o exposto, Evangelista e Triches (2008) fizeram uma contagem de palavras
na Resolução cujo resultado encontrado foi: a palavra “docência/docente”
aparece oito vezes no texto, “professor”, cinco; “licenciatura/licenciado”,
nove; “gestão”, nove; “pesquisa”, quatro; “produção de conhecimento”, uma;
e “pedagogo” não aparece.
Considerando os eixos estruturantes definidos pelo curso de Pedagogia
desta universidade e o verificado pelas autoras no parágrafo anterior,
entendemos que conseguiremos contemplar as DCN sem perder de vista a
identidade do curso construída no decorrer de sua história.
Para compreender melhor essa proposta, apresentamos, a seguir, o
desenho estrutural de articulação desses eixos.
Quadro 1
Eixo Natureza Carga horária
Docência
Compreensão dos processos educativos institucionalizados, considerando a natureza específica do
processo docente, as relações ambiental-ecológicas, sócio-históricas e políticas que acontecem no interior das instituições, no contexto imediato e no âmbito mais geral em que ocorre o fenômeno educativo. Saberes e práticas
específicos à formação dos pedagogos aptos a atuar como professores na Educação Infantil, nos anos iniciais do
Ensino Fundamental e na Educação de Jovens e Adultos.
2.420
Gestão
Saberes e práticas específicos à formação do pedagogo aptos a atuar na organização, no planejamento, supervisão
e gestão de sistemas, unidades, projetos e experiências
380
82
educativas e a relação escola comunidade. Este eixo estuda também os processos de implantação,
acompanhamento e avaliação de políticas públicas de Educação escolar e não escolar integradas às políticas
econômicas e sociais do Estado brasileiro.
Pesquisa e produção do
conhecimento
A pesquisa do trabalho do pedagogo nos ambientes escolares e não escolares, suas práticas e implicações nos impactos das reformas educacionais bem como os projetos
e experiências educativas, a produção e difusão do conhecimento do campo educacional.
440
7.6.2 Núcleos de estudos
Tendo como ponto de partida as Diretrizes Curriculares Nacionais para o
curso de Pedagogia, a estrutura do curso de Pedagogia da Universidade
Paulista, respeitadas a diversidade nacional e a autonomia pedagógica das
instituições, constitui-se em três grandes núcleos: estudos básicos,
aprofundamento e diversificação de estudos e estudos integradores.
A seguir, detalhamos os procedimentos adotados pela UNIP nos
direcionamentos de cada núcleo de estudo.
7.6.2.1 Núcleo de estudos básicos
O núcleo de estudos básicos, sem perder de vista a diversidade e a
multiculturalidade da sociedade brasileira, por meio do estudo acurado da
literatura pertinente e de realidades educacionais, assim como por meio de
reflexão e ações críticas, articulará:
• aplicação de princípios, concepções e critérios oriundos de diferentes
áreas do conhecimento, com pertinência ao campo da Pedagogia, que
contribuam para o desenvolvimento das pessoas, das organizações e
da sociedade;
• aplicação de princípios da gestão democrática em espaços escolares e
não escolares;
• observação, análise, planejamento, implementação e avaliação de
processos educativos e de experiências educacionais, em ambientes
escolares e não escolares;
• utilização de conhecimento multidimensional sobre o ser humano, em
situações de aprendizagem;
83
• aplicação, em práticas educativas, de conhecimentos de processos de
desenvolvimento de crianças, adolescentes, jovens e adultos, nas
dimensões física, psicológica e cultural em sentido amplo;
• realização de diagnóstico sobre necessidades e aspirações dos
diferentes segmentos da sociedade, relativamente à Educação, sendo
capaz de identificar diferentes forças e interesses, de captar
contradições e de considerar esse mesmo diagnóstico nos planos
pedagógico e de ensino-aprendizagem, no planejamento e na
realização de atividades educativas;
• planejamento, execução e avaliação de experiências que considerem o
contexto histórico e sociocultural do sistema educacional brasileiro,
particularmente no que diz respeito à Educação Infantil, aos anos
iniciais do Ensino Fundamental e à formação de professores e de
profissionais na área de serviço e apoio escolar;
• estudo da didática, de teorias e metodologias pedagógicas, de
processos de organização do trabalho docente;
• decodificação e utilização de códigos de diferentes linguagens
utilizadas por crianças, além do trabalho didático com conteúdos
pertinentes aos primeiros anos de escolarização, relativos à Língua
Portuguesa, Matemática, Ciências, História e Geografia, Artes,
Educação Física;
• estudo das relações entre educação e trabalho, diversidade cultural,
cidadania, sustentabilidade, entre outras problemáticas centrais da
sociedade contemporânea;
• atenção às questões atinentes à ética, à estética e à ludicidade, no
contexto do exercício profissional, em âmbitos escolares e não
escolares, articulando o saber acadêmico, a pesquisa, a extensão e a
prática educativa;
• estudo, aplicação e avaliação dos textos legais relativos à organização
da Educação nacional.
No núcleo de estudos básicos, agrupam-se os conteúdos que, “sem
perder de vista a diversidade e a multiculturalidade da sociedade brasileira,
por meio de estudo da literatura pertinente às realidades educacionais, assim
como por meio de reflexão e de ações críticas que articularão a formação de
conhecimento” (DCNs, 15 de maio de 2006) em quesitos como:
• fundamentos da Educação com ênfase nos aspectos filosóficos,
históricos e sociais, com a localização no tempo e no espaço dos
84
primórdios da atuação do pedagogo, iniciando o desenvolvimento da
capacidade reflexiva e crítica do educando;
• observação e análise da realidade em que se insere o processo
educativo, levando-se em conta, além dos fundamentos da Educação,
os aspectos econômicos, políticos e culturais que configuram e
condicionam a realidade;
• reflexão sobre a prática pautada em teorias, a fim de planejar,
implementar e avaliar processos, experiências profissionais, Projetos
Pedagógicos em ambientes escolares e não escolares;
• aplicação da reversibilidade do pensamento no que se refere a
questões de espaço, tempo e desenvolvimento humano;
• estudo e a apreciação dos princípios expressos na Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional e nas Diretrizes Curriculares Nacionais,
adequando-as ao processo de planejamento pedagógico;
• estudo e aplicação de conhecimentos de processos do
desenvolvimento de crianças, jovens e adultos, juntamente com a
inserção nos contextos culturais e sociais, respeitando as dimensões:
cognitiva, afetiva, social, ética, estética, artística, cultural e lúdica;
• planejamento, realização, gestão e avaliação do trabalho pedagógico
escolar e não escolar, a partir do entendimento da dinâmica institucional
e seus processos organizacionais;
• estudo da didática, de teorias e metodologias pedagógicas, de
processos de organização do trabalho docente, incluindo a perspectiva
da Educação a distância;
• realização de diagnóstico da realidade, formulação, discussão e
avaliação do Projeto Pedagógico da escola, dando ênfase à docência
na Educação Infantil, no Ensino Fundamental (1º ao 5º ano) e na
Educação de Jovens e Adultos.
7.6.2.2 Núcleo de aprofundamento de estudos e diversificação de
estudos
O núcleo de aprofundamento e diversificação de estudos está voltado
às áreas de atuação profissional priorizadas pelo Projeto Pedagógico das
instituições ao atender a diferentes demandas sociais e oportunizará, entre
outras possibilidades:
85
• investigações de processos educativos e gerenciais, em diferentes
situações institucionais: escolares, comunitárias, assistenciais,
empresariais e outras;
• avaliação, criação e uso de livros-textos, textos, materiais didáticos,
procedimentos e processos de aprendizagem que contemplem a
diversidade social e cultural da sociedade brasileira;
• estudo, análise e avaliação de teorias da Educação a fim de elaborar
propostas educacionais consistentes e inovadoras.
O núcleo de aprofundamento e diversificação de estudos é voltado às
áreas dos projetos realizados pela UNIP a fim de criar possibilidades de:
• estudo de novas tecnologias da informação aplicadas à Educação, por
intermédio de práticas laboratoriais;
• estudo e investigação da diversidade dos alunos em sala de aula, da
inclusão social e de portadores de necessidades especiais, visando à
promoção da qualidade da Educação;
• estudo, análise e avaliação de teorias da Educação, articulando os
conteúdos e metodologias específicas das áreas de conhecimento
então envolvidas nos diferentes âmbitos de formação e atuação
profissional, na docência ou no apoio pedagógico ao perfil do egresso;
• preparação do educando para realizar e analisar situações educativas e
de ensino, de modo a produzir conhecimentos teóricos e práticos
aplicados a diferentes realidades culturais, destacando-se o
desenvolvimento de projeto de voluntariado e o futuro engajamento do
pedagogo em tal categoria.
7.6.2.3 Núcleo de estudos integradores
O núcleo de estudos integradores proporcionará o enriquecimento
curricular e compreende participação em:
• seminários e estudos curriculares, projetos de iniciação científica e
extensão, diretamente orientados pelo corpo docente da instituição de
Educação Superior;
• atividades práticas de modo a propiciar vivências nas mais diferentes
áreas do campo educacional, assegurando aprofundamentos e
diversificação de estudos, experiências e utilização de recursos
pedagógicos;
86
• atividades de comunicação e expressão cultural.
O núcleo de estudos integradores deverá se concentrar em um
conjunto de atividades que proporcionará enriquecimento curricular e
compreende participação em ações como:
• projetos de iniciação científica, conforme normas da UNIP;
• cursos e eventos proporcionados pela extensão comunitária e
universitária;
• visitas técnicas, conforme o interesse do alunado e a especificidade do
curso de Pedagogia;
• seminários e palestras proporcionados nos horários fixados para as
atividades complementares ou pela TV Web;
• apresentações de peças teatrais, filmes, videoconferências etc.;
• exposições da produção de alunos à comunidade estudantil pela TV
Web ou discutidas em chats;
• visitas a museus, parques temáticos, escolas, creches, ONGs,
bibliotecas, escolas técnicas, públicas e particulares.
O núcleo de estudos integradores possibilita condições para que o aluno
possa promover a articulação e a integração entre saberes e processos
investigativos dos diversos campos do conhecimento, visando à formação do
pedagogo.
No sentido amplo da estrutura do curso, com destaque aos aspectos de
interdisciplinaridade, especialmente nos componentes curriculares que
privilegiam a metodologia e prática de ensino (História e Geografia;
Matemática e Ciência; Arte e Educação Física etc.), integração prática e
teórica, incentivo à pesquisa e à especialização, bem como, “customização”
do curso à realidade regional dos discentes, ressalta-se a incorporação das
atividades complementares à licenciatura em Pedagogia.
Esses núcleos de estudos expressam-se na matriz curricular do curso de
Pedagogia da UNIP, por meio de um desenho curricular geral assim
organizado:
87
Quadro 2
Núcleo de estudo básicos Componentes curriculares
Carga horária total
Interpretação e Produção de Textos; Homem e Sociedade; Teorias Psicológicas do Desenvolvimento; Fundamentos de Filosofia e Educação;
História da Educação; Comunicação e Expressão; Ciências Sociais; Psicologia do Desenvolvimento: Ciclo Vital; História do Pensamento Filosófico;
Educação Ambiental; Estrutura e Funcionamento da Educação Básica; Didática Fundamental; Filosofia, Comunicação e Ética; Alfabetização e
Letramento; Psicologia do Desenvolvimento e Teorias de Aprendizagem; Estrutura e Organização da Escola de Educação Infantil; Jogos e Brinquedos
na Infância; Orientação e Práticas em Projetos na Infância; Psicologia Construtivista; Metodologia e Prática do Ensino da Matemática e Ciências;
Orientação em Supervisão Escolar e Orientação Educacional; Gestão Educacional; Metodologia e Prática do Ensino de Língua Portuguesa;
Metodologia de Arte e Movimento: Corporeidade; Metodologia do Trabalho Acadêmico; Estatística; Didática e Metodologia do Ensino Médio: Normal e
Educação Profissional; Orientação em Práticas de Projetos de Ensino Fundamental; Metodologia e Prática do Ensino de História e Geografia;
Educação de Jovens e Adultos: Fundamentos e Metodologia; Métodos de Pesquisa; Escola, Currículo e Cultura; Relatório do Projeto de Pesquisa:
Apresentação; Sociologia e Educação; Avaliação Educacional; Orientação e Prática de Gestão da Educação em Ambientes Escolares e Não Escolares;
Projetos e Práticas de Ação Pedagógica; Estágios Supervisionados.
2.480
Núcleo de aprofundamento e diversificação de estudos Componentes curriculares
Carga horária total
Introdução à Educação a Distância; Tecnologia da Informação e Comunicação em Educação; Língua Brasileira dos Sinais; Relações Étnico-raciais e
Afrodescendência; Educação Inclusiva; Estudos Disciplinares; Disciplina Optativa; Pedagogia Interdisciplinar; Pedagogia Integrada; Tópicos de
Atuação Profissional.
560
Núcleo de estudos integradores Carga
horária total
Atividades Complementares 200
Carga horária Total 3.240
7.7 Conteúdos básicos, específicos e teórico-práticos
A matriz curricular do curso de licenciatura em Pedagogia, em
consonância com as normas vigentes (Diretrizes Curriculares Nacionais –
CNE/CP nº 1, de 15 de maio de 2006), contempla disciplinas que privilegiam
os seguintes conteúdos interligados:
Conteúdos básicos: estudos relacionados às Ciências Sociais, Filosofia,
Políticas Públicas, Sociologia, Psicologia, Ciências da Comunicação e da
Informação.
88
Conteúdos específicos: estudos de métodos e técnicas pedagógicas,
fundamentos e procedimentos de avaliação, abrangendo os conteúdos
relacionados com a formação do docente em Educação Infantil, no Ensino
Fundamental – séries iniciais, na Educação de Jovens e Adultos e na
Educação a Distância. Contempla, também, a formação dos profissionais de
apoio pedagógico: administradores – gestores, supervisores escolares e
orientadores educacionais. Embasar-se-á o futuro pedagogo em métodos de
pesquisa científica e no aprofundamento da língua nacional, sendo esta
última uma forma de nivelamento de conhecimentos.
Conteúdos teórico-práticos: Ao longo do curso serão oferecidas
propostas de atividades práticas nos polos a partir da brinquedoteca virtual e
do desenvolvimento de projetos por intermédio de brinquedoteca elaborada
pelos alunos juntamente com a comunidade pela construção de brinquedos
com materiais recicláveis; acompanhamento de estágio supervisionado, de
atividades complementares para vivências práticas em ambiente de iniciação
profissional, além de projetos e oficinas que serão realizados tanto nos polos
quanto no AVA.
Todas as âncoras temáticas serão permeadas por práticas significativas,
associadas às teorias em estudo que darão oportunidade à perspicácia na
formação do pedagogo-pesquisador. Além dos agrupamentos
retromencionados, os conteúdos serão sistematizados em diferentes áreas
do conhecimento, a serem elencadas anualmente, conforme as demandas e
as tendências socioeconômicas presentes à época.
Todavia, à guisa de sugestão, os temas deverão se concentrar nas áreas
de saúde pública, socioeducação, arte-educação, diversidade, inclusão,
alfabetização e outros grandes temas que se apresentem carentes da
contribuição do alunado nas diferentes regiões do país.
7.8 Matriz curricular
O curso de Pedagogia da UNIP faculta ao aluno quatro ingressos, no
decorrer do ano, para a modalidade a distância. Tem a duração de 2.140
horas teóricas, 300 horas de estágio supervisionado, 400 de projetos e
práticas de ação pedagógica, 200 de estudos disciplinares e 200 horas de
atividades culturais, acadêmicas e científicas, totalizando 3.240 horas,
atendendo aos parâmetros das Diretrizes Curriculares Nacionais para o
curso de Pedagogia, estabelecidas pela Resolução CNE/CP nº 1, de 15 de
maio de 2006, conforme quadro a seguir.
89
Quadro 3
Matriz curricular adequada à resolução CNE/CP nº 1/2006
Pedagogia Licenciatura - UNIP Interativa
ICH
Matriz 2013
Período Disciplina (Nome Completo) CH Semestral (horas)
1 Interpretação e Produção de Textos 40
1 Homem e Sociedade 40
1 Psicologia do Desenvolvimento: Ciclo Vital 60
1 História do Pensamento Filosófico 40
1 Educação Ambiental 40
1 História da Educação 80
1 Política e Organização da Educação Básica 40
1 Estudos Disciplinares 30
1 Introdução à Educação à Distância 20
Total 390
2 Comunicação e Expressão 40
2 Ciências Sociais 40
2 Psicologia do Desenvolvimento e Teorias da Aprendizagem
60
2 Fundamentos de Filosofia e Educação 40
2 Didática Fundamental 60
2 Tecnologia da Informação e Comunicação em Educação 60
2 Língua Brasileira de Sinais - Libras 40
2 Estudos Disciplinares 30
Total 370
3 Relações Étnico-Raciais no Brasil 60
3 Filosofia, Comunicação e Ética 40
3 Psicologia Construtivista 40
3 Alfabetização e Letramento 60
3 Estrutura e Organização da Escola de Educação Infantil 40
3 Jogos e Brinquedos na Infância 40
3 Orientação e Práticas em Projetos na Infância 60
90
3 Estudos Disciplinares 30
Total 370
3 Projetos e Práticas de Ação Pedagógica 100
4 Estatística 40
4 Psicologia Sócio-Interacionista 40
4 Metodologia e Prática do Ensino da Matemática e Ciências
60
4 Orientação e Prática de Projetos de Ensino Fundamental 60
4 Metodologia e Prática do Ensino de Língua Portuguesa 60
4 Metodologia de Arte e Movimento: Corporeidade 60
4 Pedagogia Interdisciplinar 40
4 Estudos Disciplinares 30
4 Disciplina Optativa 20
Total 410
4 Projetos e Práticas de Ação Pedagógica 100
5 Metodologia do Trabalho Acadêmico 40
5 Gestão Educacional 40
5 Educação Inclusiva 40
5 Orientação em Supervisão Escolar e Orientação Educacional
60
5 Metodologia e Prática do Ensino da História e Geografia 40
5 Educação de Jovens e Adultos: Fundamentos e Metodologia
40
5 Sociologia e Educação 60
5 Pedagogia Integrada 40
5 Estudos Disciplinares 40
Total 400
5 Projetos e Práticas de Ação Pedagógica 100
6 Métodos de Pesquisa 40
6 Didática e Metodologia do Ensino Médio: Normal e Educação Profissional
40
6 Escola, Currículo e Cultura 60
6 Avaliação Educacional 60
6 Relatório do Projeto de Pesquisa: apresentação 60
91
6 Orient. e Prática de Gestão da Educ em Ambientes Escolares e Não Escolares
60
6 Tópicos de Atuação Profissional 40
6 Estudos Disciplinares 40
Total 400
6 Projetos e Práticas de Ação Pedagógica 100
6 Atividade Complementar 200
Total 2140
Estágio Supervisionado 300
Projetos e Práticas de Ação Pedagógica 400
Estudos Disciplinares 200
Atividades Complementares 200
Total Geral (em horas) 3.240
Na UNIP Interativa, o curso de Pedagogia oferece aulas inaugurais com o
propósito de familiarizar o aluno com o curso e com as ferramentas do AVA.
Essas aulas acontecem no início de cada semestre e são ministradas pelo
coordenador do curso que se concentra nos aspectos inerentes às questões
pedagógicas como organização curricular do semestre e o propósito das
disciplinas; as atividades práticas; o Estágio Supervisionado; as atividades
complementares etc. Além disso, o setor de supervisão de tutoria a distância
ministra uma aula orientando os alunos sobre os procedimentos para
acessarem o AVA, tais como secretaria virtual, contato com professores,
prazos, calendários acadêmico etc.
Considerando-se que o Estágio Supervisionado está previsto para ser
realizado a partir do terceiro semestre do curso, além das orientações
disponibilizadas no AVA, a Coordenadoria de Estágios em Educação, setor
responsável pela validação dos estágios, ministra aulas instrucionais para
subsidiar os alunos no cumprimento do Estágio Supervisionado.
Portanto, o aluno do curso de Pedagogia participará de aulas, teleaulas e
atividades previstas na matriz curricular, além de outras propostas que
desafiem sua inteligência e enriqueçam suas perspectivas, na busca de
conhecimentos.
Os eventos de cunho cultural, científico e acadêmico são planejados e
apresentados aos educandos, ao longo dos seis semestres de curso, na
forma de: visitas técnicas, palestras, encontros, peças teatrais, filmes
educativos, campanhas de saúde pública, outras de solidariedade humana,
92
ações de voluntariado, atividades esportivas e outras diferentes
manifestações artísticas.
Tais eventos serão propostos em horários próprios, sob a forma de
atividades complementares e serão avaliados por meio de relatórios e
comprovantes apresentados pelos alunos, para reconhecimento da
ampliação de seus conhecimentos e competências, não se confundindo com
as atividades do estágio curricular supervisionado.
A estrutura curricular proposta foi organizada a partir dos componentes
curriculares considerados essenciais para a tomada de consciência e a
reflexão sobre as correntes de pensamento pedagógico, para a organização
e a estrutura da escola, bem como para a discussão e a reflexão teórico-
prática, essencial à formação docente. A estrutura curricular objetiva o
estímulo à pesquisa, a construção do conhecimento, o debate e,
principalmente, a prática pedagógica, de forma que o professor sinta-se
capaz de exercer o seu papel de educador da infância na escola.
Considerando o disposto na Resolução CNE/CP nº 1, de 17 de junho de
2004, que institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das
Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura afro-brasileira
e africana, está prevista na matriz curricular a disciplina Relações Étnico-
raciais e Afrodescendência para tratar do assunto.
A Língua Brasileira de Sinais (Libras), que, nos termos do Decreto nº
5.626/2005, constitui disciplina obrigatória para os cursos de licenciatura,
está prevista na matriz curricular do curso.
Ao longo de todo o curso de licenciatura em Pedagogia, a prática estará
presente por meio de projetos de ação pedagógica e dela partirão os
questionamentos, a resolução de problemas e a reflexão que levam ao
aperfeiçoamento da atuação do professor. Neste contexto de vivência da
realidade, os alunos desenvolverão as habilidades e as competências
próprias do perfil do profissional, responsável pela formação e inserção da
criança no contexto sociocultural e na promoção do seu desenvolvimento
psicológico, afetivo e cognitivo.
O Estágio Supervisionado, componente curricular obrigatório do Curso de
Licenciatura em Pedagogia, totaliza 300 horas e deverá ser entregue até o 6º
semestre.
A UNIP tem consciência de que o momento de realização do Estágio
Supervisionado configura-se na inserção do aluno-professor na realidade
educacional: da sala de aula, do espaço escolar mais amplo das relações
profissionais existentes na escola, das atividades educativas que ocorrem
em outros contextos, tais como família, trabalho, movimentos sociais,
93
culturais e sindicais, entre outros. Desse modo, o Estágio Supervisionado
constitui o eixo teoricamente fundamentado para a formação do professor,
supera a ideia de simples aplicação dos conhecimentos e se faz um
instrumento de inserção do aluno na realidade, em condições de
compreender e interferir nas relações sociais na escola e fora dela.
O Trabalho de Curso (TC) está previsto no 6º período do curso de
licenciatura em Pedagogia, abordando uma das áreas de atuação do
profissional licenciado. É realizado sob orientação docente, a partir do
contato com os componentes curriculares do curso de licenciatura em
Pedagogia, sendo que o aluno deverá procurar o tema a ser desenvolvido
em seu TC. Logo, este não deve ser encarado como um componente
curricular a ser desenvolvido apenas no último semestre do curso, pois será
o resultado de um processo de formação e investigação, que terá início no
contato com os temas acadêmicos. Diante disso, o aluno terá como escolher
os temas de pesquisa no início do curso e no último ano o aluno disporá de
tempo específico para dedicar-se à conclusão do trabalho de investigação do
tema escolhido, contando, para tanto, com professor experiente em
orientação de trabalho de pesquisa para acompanhá-lo nessa tarefa de
sistematização.
Ao longo do curso de licenciatura em Pedagogia, os alunos devem
cumprir carga horária em atividades complementares, que constituem um
importante instrumento de flexibilização curricular. Essas atividades podem
ser desenvolvidas em qualquer semestre, inclusive no período de férias
escolares. Além disso, eles desenvolverão projetos de ação pedagógica sob
a orientação de professores nas diferentes área.
A seleção de conteúdos para cursos oferecidos pela UNIP segue as
diretrizes pedagógicas estabelecidas nos itens 1.5 e 2.3.2 do PDI (p. 15, 62-
63), observando a determinação da abrangência de cada disciplina e o
disposto no Artigo 47º da Lei nº 9.394/96, que estipula o mínimo de duzentos
dias letivos de trabalho acadêmico efetivo por ano, para fins de adequação e
correto balanceamento dos conteúdos, assegurando-se o equilíbrio entre
profundidade e abrangência.
7.9 Carga horária
Quadro 4
Componentes curriculares Carga horária
Disciplinas Obrigatórias e Optativa 2140
Estágio Supervisionado 300
Projetos e Práticas de Ação Pedagógica 400
94
Estudos Disciplinares 200
Atividades Complementares 200
Total Geral (em horas) 3.240
7.10 Disciplinas optativas (somente para a modalidade a distância)
Como forma de enriquecer o currículo, ampliar a formação geral dos
alunos e com o objetivo de formar um profissional com alguns diferenciais, a
UNIP oferece as disciplinas optativas: Relações Étnico-Raciais e
Afrodescendência, Marketing Pessoal, Educação Ambiental, Atuação junto
ao Idoso e Libras (esta somente para os bacharelados e tecnológos) para
que o estudante exerça a sua livre escolha. As disciplinas optativas são
gratuitas e ofertadas no 4º semestre do curso.
A oferta de disciplina Libras atende ao Decreto n.º 5.626 de 22 de
dezembro de 2005, que regulamentou a Lei n.º10.436, de 24 de abril de
2002.
7.11 Disciplinas de Nivelamento
A Universidade Paulista oferece um programa de revisão de conteúdos de
diversas disciplinas ministradas no Ensino Médio. Ele abrange os principais
conteúdos nos quais boa parte dos universitários – recém-ingressantes ou
veteranos – apresenta dificuldades para acompanhar durante os cursos
superiores.
O discente com necessidades de nivelamento de conteúdos básicos
poderá acessar pelo AVA as disciplinas:
• Língua Portuguesa;
• Matemática;
• Estatística;
• Língua Inglesa;
• Língua Espanhola.
Em cada disciplina cursada, é feita uma autoavaliação pelo interessado
para verificar o nível de conhecimento adquirido.
O serviço é gratuito e o aluno escolhe as disciplinas que pretende cursar.
Dessa maneira, ele poderá recorrer ao “Sistema de Conteúdo Online”
durante o semestre, ou até o final de seu curso.
95
7.12 Atividades complementares
Atividades complementares são atividades extracurriculares que
possibilitam ao aluno adquirir conhecimentos de interesse para sua formação
pessoal e profissional, constituindo um meio de ampliação de seu currículo
com experiências e vivências acadêmicas internas e externas ao curso,
conforme regulamento definido pela universidade (Apêndice II).
As atividades complementares têm a finalidade de enriquecer o processo
ensino-aprendizagem, privilegiando a complementação da formação
profissional do pedagogo. A abrangência do escopo dessas atividades inclui
as modalidades de disseminação de conhecimentos, de assistência
acadêmica, de iniciação científica e tecnológica e as desenvolvidas no
âmbito de programas de difusão cultural.
Essas atividades incorporam o núcleo de estudos integradores e são
definidas e normatizadas pelo Colegiado do Curso de Pedagogia por meio de
planejamento junto à Coordenação de Extensão e de Pesquisa. Além disso,
são também uma ação de colaboração com outros cursos, núcleos e outras
instâncias da universidade, de modo a garantir o oferecimento de atividades
no campo da Educação e afins que atendam aos objetivos deste projeto
pedagógico.
A realização de atividades complementares propicia ao profissional a
oportunidade de desenvolver a capacidade crítica e reflexiva a fim de que
possa propor soluções para as questões surgidas no mundo do trabalho e
numa sociedade em processo constante de mudanças. Assim, a UNIP
estabelece as normas específicas de regulamentação das referidas
atividades.
Em aproveitamento da estrutura e do suporte técnico e operacional da
Coordenação de Extensão, a coordenação do curso deverá oferecer
atividades complementares em áreas específicas de interesse dos alunos
por meio da iniciação científica e da extensão durante os semestres do curso
de Pedagogia. Na modalidade EaD, a coordenação do curso conta com o
apoio do coordenador de polo na implementação das atividades propostas,
respeitando a identidade e o contexto de cada região.
A partir disso, as atividades complementares serão, dentre outras:
estudos, práticas ou atividades de natureza científica, cultural, social, técnica
ou profissional executadas pelo estudante por meio de participação em
minicursos; cursos de extensão curricular; planejamento e organização de
oficinas; palestras; mesas redondas; cursos livres; atividades comunitárias;
seminários; encontros; publicação e/ou apresentação de trabalho científico;
colaboração em atividades de pesquisa; participação em comissão
organizadora de eventos voltados para a área educacional; participação em
96
congressos; eventos; e jornadas educacionais, desde que atendam aos
objetivos do curso. Serão consideradas também visitas extracurriculares a
instituições ligadas ao campo educativo, aprovadas pela coordenação do
curso de Pedagogia e seus pares. Essas visitas visam ao enriquecimento e à
atualização do processo de formação do pedagogo.
7.13 Estudos Disciplinares (ED)
Os ED complementam a formação por meio de teleaulas com conteúdos
atuais e essenciais para a formação do pedagogo e de exercícios. Os
exercícios visam o aprofundamento dos conteúdos apresentados nessas
teleaulas. Seu escopo é estimular o aluno a adquirir maior conhecimento em
sua área de atuação.
7.14 Estágio Supervisionado
De acordo com a Lei nº 11.788, de 25 de setembro de 2008, o estágio é o
ato educativo escolar supervisionado desenvolvido no ambiente de trabalho
e visa à preparação para o trabalho produtivo de educandos que estejam
frequentando o ensino regular em instituições de Educação Superior,
Educação profissional, Ensino Médio, Educação Especial ou que estejam
nos anos finais do Ensino Fundamental ou na modalidade profissional da
Educação de Jovens e Adultos.
Os Estágios Supervisionados incluem atividades de prática pré-
profissional exercidas em situações reais de trabalho, na forma da lei, tendo
como finalidades básicas proporcionar a formação escolar e permitir ao
estudante ter acesso ao seu futuro campo de atuação profissional a partir de
um contato direto com questões práticas e teóricas durante um determinado
número de horas.
O Estágio Supervisionado em Pedagogia é uma atividade que o estudante
atende de forma obrigatória para obtenção do grau acadêmico, podendo
realizar, como atividade opcional, o estágio não obrigatório, que poderá ser
incluído no volume de horas obrigatórias. O estágio regular e obrigatório
trata-se, portanto, de um procedimento didático-pedagógico que colabora no
processo educativo-formativo dos alunos e consta ou é parte relevante deste
projeto pedagógico de curso. O programa de Estágio Supervisionado tem
como finalidade proporcionar a formação escolar e permitir ao estudante o
acesso a seu futuro campo de atuação profissional, tendo em vista os
conhecimentos, habilidades e atitudes características do curso de graduação
em Pedagogia.
De acordo com Pimenta e Lima (2006), o estágio tem como metas refletir,
sistematizar e testar conhecimentos teóricos e instrumentos discutidos em
sala de aula ao levantar problemas e propor soluções para a instituição,
97
inserindo a responsabilidade social e o conjunto de valores e éticas que
envolvem a cidadania.
Será dada relevância que abordam temáticas de projetos no que se refere
ao movimento constante de teoria-ação-teoria.
O Manual de Estágio presente na relação de anexos deste PPC
(Apêndice II) visa orientar o aluno sobre os itens pertinentes à vivência
prática junto ao mercado de trabalho e traz outras informações para
professores e alunos.
No curso de Pedagogia, o estágio se caracteriza como o conjunto das
atividades de aprendizagem profissional e de complementação de ensino
sob a forma de projetos instituídas segundo a especificidade do curso,
devidamente orientadas, acompanhadas e supervisionadas pelos
professores orientadores de estágio, como forma de desenvolver, associar e
documentar a aplicação e a construção de teorias e instrumentais de
conhecimentos, as habilidades, a ética, os valores para saber fazer e as
atitudes que repercutem no posicionamento pessoal diante das exigências
social e profissional.
A estruturação do Estágio Supervisionado conta ainda com a colaboração
permanente do setor responsável pela coordenação de estágios, um espaço
que coordena os estágios obrigatórios e não obrigatórios e no qual o aluno
tem acesso às vagas disponíveis, publicadas em quadro de avisos e outros
meios eletrônicos. O setor de estágios é também um espaço que está em
reorganização em face da nova legislação de estágios (Lei n° 11.788, de 25
de setembro 2008). Quando é o caso, o coordenador de estágio analisa e
assina os termos de compromisso e os acordos de estágio firmados entre as
entidades, como escolas, ONGs e empresas, e o aluno.
O estágio pode ser subdividido em dois momentos:
1 – Estágio não obrigatório: serão os realizados do 2º ao 6º períodos. Eles
são opcionais aos alunos, servem como capacitação profissional para os
licenciandos em Pedagogia e devem seguir a regras estipuladas pela Lei nº
11.788, de 25 de setembro de 2008, e pelos setores ou departamentos de
estágio da UNIP.
2 – Estágio curricular obrigatório: faz parte do processo de formação
profissional para os cursos de licenciatura em Pedagogia em todas as
instituições de Ensino Superior no Brasil. Para o aluno graduar-se, deve
realizá-lo a partir do 3º período, com o cumprimento da carga horária de 300
horas e obediência a regras e condutas estipuladas no Manual de Estágio
Supervisionado em Pedagogia, ao final deste documento (Apêndice II),
acrescidas às orientações ministradas nas disciplinas de Práticas e Projetos.
98
O Relatório de Estágio Supervisionado do curso de Pedagogia
apresentado à UNIP é um requisito obrigatório e deve contemplar o número
de 300 horas, distribuídas em diferentes áreas, conforme consta do
Regulamento de Estágio (Apêndice II).
As limitações da jornada de atividades dos estágios serão definidas de
comum acordo entre a Instituição de Ensino, a parte concedente e o aluno
estagiário ou seu representante legal. Essa limitação deve constar no termo
de compromisso e ser compatível com as atividades escolares do 2º ao 6º
períodos, previstas na matriz curricular, e nas condições propostas pelos
objetivos específicos do ementário da Instituição. A jornada atenderá
especificamente às limitações impostas no artigo 10 da Lei de estágio, e a
fiscalização constante é proposta à instituição UNIP.
A normatização do estágio curricular obrigatório encontra-se no
Regulamento dos Estágios Supervisionados (Apêndice II). O estágio
curricular é avaliado por meio da atribuição de notas de zero a dez, da
comprovação das horas-atividade exigidas e da entrega dos relatórios
parciais e final. Caso o aluno não cumpra essas condições, ele ficará
reprovado no estágio e deverá se matricular em regime de dependência.
7.15 Prática pedagógica do curso de Pedagogia
Na sociedade contemporânea, as rápidas transformações no mundo do
trabalho, o avanço tecnológico configurando a sociedade virtual e os meios
de informação e comunicação incidem com bastante força na escola,
aumentando os desafios para torná-la uma conquista democrática
(PIMENTA; LIMA, 2004).
Diante das transformações sociais, do desenvolvimento tecnológico e da
evolução do modo de pensar menos autoritário e menos regrado, o processo
de desenvolvimento da escola entra na pauta como um dos mais importantes
aspectos a serem discutidos, pois é na escola que são promovidas as mais
importantes formulações teóricas sobre o desenvolvimento cultural e social
de todas as nações.
De uma maneira geral, os agentes educacionais e a escola estão
vivenciando um processo de mudança que tem se refletido principalmente
nas ações de seus alunos e no contexto escolar, dando origem a pontos de
dificuldade e de insegurança entre professores e agentes escolares e
comprometendo o processo de ensino-aprendizagem.
Em sintonia com esse novo cenário, o curso de Pedagogia da UNIP tem
apoiado e incentivado a pesquisa educacional por meio de ações conjuntas
da Coordenação de Curso e do corpo docente. A prática pedagógica no
curso de Pedagogia trata da compreensão do planejamento como processo
99
de reflexão e sistematização da prática docente. Além disso, refere-se à
construção de modalidades de organização didático-pedagógica do
conhecimento nos contextos de ensino e tem por objetivos criar situações
que favoreçam o aluno a:
• compreender o planejamento como sistematizador das situações de
ensino que concretizam as intenções explicitadas no projeto
pedagógico e no currículo;
• reconhecer a necessidade de formalização das decisões do
planejamento no plano didático;
• planejar situações de ensino para diferentes contextos, níveis e
modalidades.
As ementas são elaboradas metodologicamente de modo a privilegiar o
conjunto de técnicas, a organização de linguagens e os espaços, tempos e
fazeres da prática pedagógica, com vistas à aprendizagem significativa dos
licenciandos em Pedagogia. O planejamento e a organização dos conteúdos
didáticos constantes na matriz curricular do curso de Licenciatura em
Pedagogia da UNIP abordam as diferentes formas de expressão das
concepções de ensino, de aprendizagem, de ambiente e de conhecimento.
Múltiplos modos de organização e de formalização das decisões
assumidas no processo de planejamento (planos, projetos, unidades de
ensino) relacionado com ambientes educativos diferentes (escolares, não
escolares, EaD, EJA) são considerados no curso de Pedagogia como
instrumentos de avaliação da prática pedagógica, com o propósito de
aprimorar e desenvolver as relações entre o ensinar e o aprender.
Dentre as atividades voltadas para a prática pedagógica, serão
desenvolvidas atividades que buscam atender às especificidades das
diferentes comunidades, de forma integrada e interdisciplinar e sem perder
de vista o atendimento aos eixos estruturantes do curso.
As atividades citadas visam desenvolver a capacitação de auxiliares de
desenvolvimento infantil (ADI) e formar brinquedotecas em escolas, clubes,
hospitais, associações de bairro etc. Além dessas atividades, incluem-se
também ações de voluntariado, principalmente as que atendem educadores
de escolas públicas e particulares dos envolvidos.
Na EaD, essas atividades são realizadas por meio de oficinas ministradas
por professores, participação dos alunos nos diferentes polos, intervenções
nas teleaulas e sessões de chats.
100
7.16 Projeto: “Construção de Brinquedos e Organização de
Brinquedotecas nos Polos”
Orientar a construção de brinquedotecas nos diversos polos da Unip
Interativa e indicar o desenvolvimento de projetos que envolvam esse
“ambiente do brincar”. É uma opção institucional que visa atender:
1) A demanda nacional dos nossos alunos nas perspectivas de suas
aprendizagens. O curso de Pedagogia da Universidade Paulista – UNIP
pretende formar profissionais da educação que entendam e respeitem a
infância concebida enquanto período de vida identificado com “o brincar”.
Assim, organiza a orientação de construções de brinquedos a partir de
materiais recicláveis e suas diferentes utilizações em forma de projetos.
2) O envolvimento das diversas comunidades nas quais os polos de apoio
estão inseridos nas atividades da universidade. Entende-se que a
participação da comunidade neste projeto é mais uma forma de colaboração
mútua entre alunos e população do entorno dos polos. Essa contribui com
materiais, sugestões e construções de brinquedos, mas também vivencia o
desenvolvimento de projetos com suas crianças elaborados pelos nossos
alunos.
3) O destaque para a regionalidade cultural. Cada grupo pode oferecer
diferentes modos ou materiais para a construção de um mesmo brinquedo ou
até sugestões de brinquedos diferentes que envolvam características
culturais de cada local.
4) A escolha de materiais recicláveis também indica a preocupação da
universidade com a sustentabilidade do planeta e com as reflexões que
nossos alunos, futuros educadores, possam realizar a partir de suas práticas
acadêmicas.
Várias disciplinas do curso dão suporte teórico para o desenvolvimento
das atividades práticas realizadas pelas propostas deste projeto. Ainda, as
participações dos alunos nas construções dos brinquedos e nos
desenvolvimentos de projetos nas brinquedotecas, podem ser revertidas em
horas de estágio e atividades complementares.
O projeto e seu desenvolvimento encontram-se descrito no Apêndice II
deste PPC.
7.17 Projetos e práticas de ação pedagógica
Sabemos que a relação entre teoria e prática apresenta-se como um
problema ainda não resolvido em nossa tradição filosófica, epistemológica e
pedagógica. Sabemos também que, vista na ótica da marca positivista, a
teoria traz como representação a ideia de que pode ser comprovada na
101
prática, condicionando uma visão de que a teoria antecede à prática. Esta,
por sua vez, aplica soluções trazidas pela teoria (FERNANDES;
FERNANDES, 2008).
Com base nesses princípios e de acordo com o que estabelece a Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) nº 9.394/96, as Diretrizes
Curriculares Nacionais da Formação Docente postas no Parecer CNE/CP nº
9/2001, no Parecer CNE/CP nº 28/2001, no Parecer CNE/CP nº 2/2002 e na
Resolução CNE/CP nº 2, de 19 de fevereiro de 2002, que trata das 400 horas
de Prática como Componente Curricular para a formação docente; e
considerando as Normas Gerais de Graduação da UNIP, o Projeto Político
Pedagógico do Curso de Pedagogia e as discussões realizadas pelo Núcleo
Docente Estruturante, defendemos a tese de que a prática é o próprio modo
como as ações vão sendo feitas e cujo conteúdo é perpassado por uma
teoria. Assim, a realidade é um movimento constituído pela prática e pela
teoria como faces de um dever mais amplo, consistindo a prática no
momento pelo qual se busca fazer algo, produzir alguma coisa e que a teoria
procura conceituar, significar e, com isso, administrar o campo e o sentido
dessa atuação (PIMENTA, 2003).
Nesses termos, a prática no curso de Pedagogia tem o tratamento de um
componente curricular que carrega certo vínculo com o Estágio
Supervisionado, embora não se restrinja a ele, pois, assim como Pimenta e
Lima (2006), entendemos que o estágio sempre foi identificado como a parte
prática dos cursos de formação de profissionais em geral, em contraposição
à teoria. Assim, partilhamos o mesmo ponto de vista das autoras, que
apontam que o estágio não é a prática, mas sim a representação da prática.
Estabelecemos o vínculo dos projetos e prática de ação pedagógica ao
Estágio Supervisionado porque compreendemos que, durante os momentos
em que o aluno estiver observando a prática pedagógica como instrumento
de aprendizagem, poderá também analisar a realidade educacional dos
diferentes contextos e propor projetos de intervenção da realidade
observada.
É notório que o exercício de qualquer profissão é prático no sentido de
que é o aprender a fazer “algo” ou realizar uma “ação”. A profissão de
professor também é prática e, como tal, o modo de aprender a profissão se
dará conforme a perspectiva da imitação. A partir da observação, imitação,
reprodução e, às vezes, da reelaboração dos modelos existentes na prática,
consagrados como bons, esse aprendizado será realizado (PIMENTA; LIMA,
2006).
Diante disso, entendemos que o estágio por si só não contempla a
formação do pedagogo no contexto das exigências deste novo século. Por
outro lado, Projetos e Ação Pedagógica subsidiam essa formação à medida
102
em que propiciam aos graduandos momentos de elaboração, ação e
reflexão.
Muitas vezes, os alunos aprendem com os professores, observando-os e
imitando-os, mas também elaboram seu próprio modo de ser a partir da
análise crítica do modo de ser do docente. Nesse processo, escolhem,
separam aquilo que consideram adequado, acrescentam novos modos e se
adaptam aos contextos nos quais se encontram. Para isso, lançam mão de
suas experiências e dos saberes que adquiriram.
Portanto, no curso de Pedagogia da UNIP, os projetos e práticas de ação
pedagógica estão atrelados às disciplinas que carregaram vínculo à
especificidade de cada projeto. Eles estão inseridos desde o terceiro período
do curso, com o propósito de colaborar para a formação da identidade do
professor pesquisador, reflexivo e atuante na sociedade a partir da
articulação com as demais disciplinas e mediante ações educativas
integradoras que estreitem o vínculo universidade-escola-comunidade.
Ao transcenderem o ambiente virtual de aprendizagem e o conjunto do
ambiente da polo, os projetos e práticas de ação pedagógica podem
envolver-se com órgãos normativos e executivos dos sistemas de ensino,
agências educacionais não escolares, entidades de representação
profissional, famílias e comunidade.
Nessa perspectiva, partimos do pressuposto de que os projetos e práticas
de ação pedagógica se constituem na formação mediante a relação
educação-trabalho, estabelecendo o vínculo entre a teoria em cada disciplina
e sua articulação com os conteúdos e métodos trabalhados nos períodos e
integrando os componentes curriculares acadêmico, laboral e investigativo a
partir da observação, vivência e simulação da prática profissional desde o
início da vida universitária.
A carga horária desses projetos é de 400 horas, distribuídas a partir do
terceiro período do curso e organizadas pelo coletivo de professores sob
orientação da coordenação do curso de Pedagogia. É, portanto, uma
atividade disciplinar regular pela qual transitam de forma coerente e
organizada os conhecimentos das diversas áreas de estudo que, sobretudo,
assumem caráter integrador no curso.
Tendo em vista a formação de profissionais com autonomia,
responsabilidade e compromisso social, as ações em prática enfatizam o
trabalho independente.
Entre as ações a serem desenvolvidas pelo aluno no âmbito da prática,
destacam-se a participação em atividades voltadas à pesquisa, reflexão e
103
intervenção em situações-problema na comunidade escolar ou extraescolar e
a realização de oficinas e minicursos diversos.
As atividades são desenvolvidas a partir de embasamento teórico
fundamentado nas diferentes disciplinas e da observação do ambiente
educativo nos momentos de realização do Estágio Supervisionado, que
representa o futuro campo de atuação do profissional e serve como
oportunidade para o confronto entre a teoria apreendida e a prática, com
vistas à investigação científica. Tais atividades respeitam os níveis de
assimilação, que dependem das condições teórico-metodológicas do aluno.
Por isso, em várias situações de aula, a prática poderá vincular-se à
relação educação-trabalho como meio de estimular esse envolvimento e
preparar o aluno para o exercício da profissão.
Os projetos de ação pedagógica estarão ancorados nas seguintes
disciplinas (eles não se restringirão a escolas):
• 3º período – Orientação e Prática de Projetos na Infância;
• 4º período – Orientação e Prática de Projetos no Ensino Fundamental;
• 5º período – Orientação em Supervisão Escolar e Orientação
Educacional;
• 6º período – Orientação e Prática de Projetos em Gestão Educacional
em Ambientes Escolares e Não Escolares.
Consideramos que esse tipo de atividade nos subsidia na formação do
pedagogo por entendermos que o estudante que pretendemos formar há de
ser crítico, criativo, capaz de estabelecer relações e fazer julgamentos,
atuante, responsável, comprometido com o que faz, bem informado, capaz
de se perceber no grupo e atuar no sentido de seu fortalecimento e de sua
coesão.
Para tanto, isso exige tanto dos estudantes quanto dos professores
orientadores clareza em relação às suas intenções e ações.
Assim, as situações de ensino-aprendizagem hão de suprir o que é
concreto e significativo na realidade do aluno e, ainda, o que ele precisa
alcançar em matéria de conhecimento elaborado para tornar maior seu
entendimento sobre o real e potencializar a possibilidade de uma atuação
mais consciente, consequente e eficaz. Essas são situações de ensino que
informam, auxiliam a interpretar a vida, produzem aprendizagens
significativas, desenvolvem potencialidades, habilidades, aptidões e
capacidades mentais e, ao mesmo tempo, fortalecem a autonomia, o sentido
104
de partilha, cooperação e ajuda mútua e o sentimento de solidariedade,
coesão, união, responsabilidade e comprometimento consigo mesmo, com o
outro, com o grupo e com a própria vida.
Tal proposta há de se constituir, portanto, numa experiência que
possibilite a participação ativa do aluno no processo dinâmico de ensino-
aprendizagem e o desenvolvimento de sua capacidade de observação,
reflexão, crítica e de criação. Essa participação deve permear todo o
processo de desenvolvimento do projeto, desde sua concepção até o
acompanhamento das ações previstas e correspondente avaliação.
Esse trabalho deve oferecer ao aluno a oportunidade de:
• participar da definição dos temas a serem trabalhados;
• fortalecer sua autonomia, comprometimento com o trabalho e
responsabilidade compartilhada com colegas e professores;
• debater e confrontar suas ideias, experiências e resultados de
pesquisas a partir do aprofundamento, enriquecimento, construção ou
reelaboração coletiva de conhecimentos e conceitos;
• juntamente com colegas, participar da produção de conhecimentos
significativos e funcionais para todo o grupo;
• estimular e valorizar diferentes habilidades, potencialidades e aptidões
dos alunos;
• apreender e interpretar conceitos, assuntos e informações, utilizando o
conteúdo próprio de diferentes disciplinas;
• formar uma visão global da realidade, segundo os múltiplos elementos
que nela se inter-relacionam.
7.17.1 Operacionalização dos projetos
O entendimento de prática presente nesses projetos é o de
desenvolvimento de habilidades instrumentais necessárias à implementação
da ação docente. Um curso de formação estará dando conta do aspecto
prático da profissão na medida em que possibilite o treinamento em
situações experimentais de determinadas habilidades consideradas, a priori,
como necessárias ao bom desempenho docente (PIMENTA; LIMA, 2006).
Nesses termos, a prática é defendida como instrumento de integração e
conhecimento da realidade social, política, econômica e do trabalho de sua
105
área/curso; como instrumento de iniciação à pesquisa e ao ensino; e como
instrumento de iniciação profissional.
Para os alunos do curso em EaD, a apresentação dos resultados dos
projetos será feita por meio de postagens do projeto elaborado e de painéis
por meio dos quais serão divulgados os resultados nos polos, com
momentos de interatividade entre alunos e professores.
O projeto e seu desenvolvimento encontram-se descrito no Apêndice II
deste PPC.
7.18 Trabalho de Conclusão de Curso
Realizado no curso de Pedagogia, o Trabalho de Curso (TC) decorre de
atividades práticas de disciplinas profissionalizantes e de acordo com a
matriz curricular.
O Trabalho de Curso (TC) é uma atividade acadêmica que visa à
complementação do processo de ensino-aprendizagem e promove o
aperfeiçoamento da formação acadêmica por meio da realização de um
trabalho técnico-científico de maior profundidade em área específica de
conhecimento, a critério do aluno. O TC é considerado como parte
indissociável dos cursos de licenciatura em Pedagogia da UNIP.
Segundo a legislação vigente, o TC é um componente curricular que
poderá ser desenvolvido sob uma das seguintes formas: monografia, projeto
de iniciação científica ou projetos de atividades centrados em áreas teórico-
práticas e de formação profissional relacionadas com os cursos e de acordo
com as normas balizadoras da Associação Brasileira de Normas Técnicas
(ABNT).
Desse modo, o colegiado de curso e o NDE decidiram que os alunos do
curso de Pedagogia poderão optar por realizar seu TC em dos seguintes
formatos:
• monografia: é uma dissertação (em sentido lato) sobre um ponto
particular de uma ciência, de uma arte, de uma localidade etc. e pode
ser sobre um mesmo assunto ou sobre assuntos relacionados. A
monografia é o principal tipo de texto científico e pode ser escrita por
uma ou mais pessoas. É um trabalho acadêmico que apresenta o
resultado de investigação pouco complexa e sobre tema único e bem
delimitado. De acordo com Marconi e Lakatos (1999), a monografia
pode ser entendida como um estudo sobre um tema específico ou
particular com suficiente valor representativo e que obedeça a uma
metodologia rigorosa. Ademais, ao optar pela monografia, o estudante
deve investigar determinado assunto não só em profundidade, mas,
106
dependendo dos fins a que se destina, também em todos os ângulos e
aspectos;
• artigo científico: é um relato analítico de informações atualizadas
sobre um tema de interesse para determinada especificidade. Trata-se,
portanto, do resultado de um estudo desenvolvido por meio de uma
pesquisa ou de um projeto de ensino, de pesquisa ou de extensão.
Segundo Marconi e Lakatos (2007, p. 261), “artigos científicos são
pequenos estudos, porém completos, que tratam de uma questão
verdadeiramente científica, mas que não se constituem em matéria de
um livro”. Seu objetivo é divulgar os resultados de um estudo e procurar
levar ao conhecimento do público interessado novas ideias e
abordagens;
• material didático-pedagógico: é tudo aquilo que é utilizado para
facilitar o processo de ensino e aprendizagem. Meksenas (2001, p. 52)
define o material didático como um ambiente ou obra, escrita ou
organizada, “com a finalidade específica de ser utilizada numa situação
didática”. Os materiais didáticos são aqueles associados a situações de
ensino-aprendizagem e, por isso, possuem características específicas
na apresentação dos conteúdos (POSSOLI; CURY, 2009). Segundo
Goldberg (1983), o material didático deve ser entendido de modo amplo
e contextualizado.
O TC contribui para que o licenciando possa efetuar e comprovar as
relações existentes entre teoria e prática no setor educacional escolar e não
escolar, vivenciando a docência e o suporte técnico-pedagógico em
instituições educativas e reconhecendo as diversas áreas para atuação de
acordo com o aprendizado das disciplinas desenvolvidas no curso.
O Regulamento de TC (Apêndice II) complementa os recursos básicos
para a realização do trabalho, apontando os caminhos e regras que
orientadores e acadêmicos deverão percorrer do início das pesquisas até a
apresentação pública dos trabalhos.
Os alunos são orientados por professores do quadro docente da
universidade por meio de correções e indicações em ambiente virtual
específico para postagens por parte dos alunos e devolutivas por parte dos
orientadores. Também são disponibilizados chats e fóruns. Ao final do 6º
período, os alunos encaminham os painéis previamente para os orientadores
e, em data agendada, eles são apresentados por meio de teleconferência em
tempo real para a banca examinadora, que os avalia por meio de
questionamentos feitos e encaminhados via e-mail também em tempo real.
No caso de possíveis publicações do Trabalho de Curso de Pedagogia –
pôster, artigos ou anais de congresso –, o trabalho deverá ser encaminhado
107
com o aval do orientador, constando o nome dos alunos, do professor e da
Universidade.
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