Manual Atualizado

Embed Size (px)

Citation preview

GOVERNO DO ESTADO DO ACREArnbio Marques de Almeida JniorGovernador do Estado do Acre

Gilberto do Carmo Lopes SiqueiraSecretrio de Estado de Planejamento

Joo Csar DottoSecretrio de Estado de Desenvolvimento, Cincia e Tecnologia

FEDERAO DAS INDSTRIAS DO ACREJoo Francisco SalomoPresidente da Federao das Indstrias do Estado do Acre

FEDERAO DO COMRCIO DO ACRELeandro Domingos Teixeira PintoPresidente da Federao do Comrcio do Estado do Acre

FEDERAO DAS ASSOCIAES COMERCIAIS DO ACREGeorge Teixeira PinheiroPresidente da Federao das Associaes Comerciais do Acre

FEDERAO DA CMARA DOS DIRIGENTES E lOGISTAS DO ACRERubenir Nogueira GuerraPresidente da Federao da Cmara dos Dirigentes e Logistas do Acre

FEDERAO DA AGRICUlTURA DO ACREAssuero Doca VeronezPresidente da Federao da Agricultura do Estado do Acre

SEBRAE/ACCarlos Takashi SasaiPresidente do Conselho Deliberativo do SEBRAE

Orlando Sabino Costa FilhoSuperintendente SEBRAE

EQUIPE TCNICA

Econ. Alosio Mestriner DetominiDiretor Executivo do Programa Integrado de Desenvolvimento Sustentvel do Estado do Acre / SEPLAN

Msc. Eng Florestal Alexandre TostesDiretor Executivo de Programas,Projetos e Captao de Recursos / SEPLAN

Econ. Carlos Loureno Rabaal PintoDepartamento de Planejamento e Projetos / SDCT

Adm. Marcelo Chaves BatistaAssessor Tcnico de Projetos / SEPLAN

Econ. Srgio Barroso da Silva Adm. Gilson Ranzuli SalomoAssessor Tcnico em Com. Exterior/ FIEAC Consultor / FIEAC

Econ. Soraya Neves de MenezesGerente da Unid. de Mercado de Inovao e Tecnologia / SEBRAE

Econ. Ubiracy da Silva DantasAssessor da Superintendncia / SEBRAE

Cludia Lima Saldanha Mirian Nazareth C. MorenoAnalista / SEBRAE Chefe de Depto. De Estudos e Pesquisas Aplicado Gesto / SEPLAN

Econ. Msc. Carlos Estevo Ferreira CasteloConsultor / UFAC

onas de Processamento de Exportao ZPEs so distritos industriais incentivados, onde as empresas neles localizadas operam com reduo/suspenso de impostos e contribuies federais e liberdade cambial (podem manter no exterior 100% das divisas obtidas nas exportaes), com a condio de destinarem pelo menos 80% de sua produo de bens e servios ao mercado externo. A parcela vendida no mercado interno paga integralmente os impostos e contribuies incidentes nessa operao, bem como os impostos suspensos por ocasio da importao e da aquisio de insumos no mercado interno. As ZPEs e mecanismos similares constituem em uma das estratgias mais utilizadas no mundo para a consecuo dos objetivos centrais de qualquer poltica de desenvolvimento local, tais como gerao de empregos, aumento do valor agregado das exportaes, correo de desequilbrios regionais e difuso de tecnologias e mtodos de gesto mais modernos. No existe, entretanto, um modelo nico de ZPE: os diferentes pases atribuem nfases distintas a estes objetivos (para ajustar o mecanismo s suas condies especficas, ordenamento jurdico e prioridades nacionais). Em conseqncia, as ZPEs existentes diferem em nome, incentivos concedidos e caractersticas operacionais. A China, por exemplo, utiliza seis modelos distintos de ZPEs: zonas de desenvolvimento econmico e tecnolgico, zonas econmicas especiais, zonas de desenvolvimento de indstrias de alta tecnologia, zonas fron-

Z

1

O QUE SO ZPES?

7

teirias de cooperao econmica, zonas francas tursticas e ZPEs propriamente ditas. Do ponto de vista da estratgia de desenvolvimento, o papel fundamental das ZPEs no Brasil disponibilizar, tanto para as empresas estrangeiras como para as nacionais, condies de investimento e de operao similares s disponveis em outros pases que conosco concorrem acirradamente na atrao do investimento internacional. Com as ZPEs, o Brasil passou a contar com um instrumento de desenvolvimento adicional e complementar aos que j havia institudo, que ser indispensvel para viabilizar certos investimentos, especialmente os de grande porte direcionados para as exportaes, que requerem um pacote de incentivos s oferecido pelas ZPEs

2O8

COMO SURGIU A ZPE DO ACRE?

esforo para a implantao da Zona de Processamento de Exportao do Acre foi concretizado atravs de parcerias formadas pelo Governo do Estado, Empresrios, Parlamentares e com o apoio da Associao Brasileira de Zonas de Processamento de Exportao ABRAZPE. Foi formado um Grupo de Trabalho GT, coordenado pelo Governo do Estado e FIEAC, com a misso de elaborar o Projeto a ser apresentado ao Ministrio de Desenvolvimento, Indstria e Comrcio Exterior - MDIC.

Durante os trabalhos de elaborao do projeto, os empresrios acreanos com o apoio SEBRAE/AC, organizaram uma Misso para a China, com o objetivo de prospeco de mercados e conhecer o modelo de ZPE em funcionamento naquele pas. A Misso contou com a participao de aproximadamente 75 pessoas, entre elas autoridades do Governo do Estado, Parlamentares e empresrios dos mais diversos setores. Essa experincia foi avaliada pelo Grupo de Trabalho GT de forma positiva, que ao mesmo tempo conclua o Projeto ZPE/AC a ser apresentado ao MDIC. O Projeto ZPE/AC foi protocolado no MDIC no dia 16 de junho de 2010. Aps tramitao legal, no dia 28 de junho de 2010, o mesmo foi aprovado pelo Conselho das Zonas de Processamento de Exportao CZPE (Resoluo N 9 de 28/06/2010, publicada no DOU n 122 de 29/06/2010) e indicado para assinatura do Decreto Presidencial. O Presidente da Repblica, Luiz Incio Lula da Silva, assinou o Decreto de 30 de junho de 2010 que foi publicado no Dirio Oficial da Unio no dia 01 de julho de 2010 (DOU N124 Pagina 15), criando a ZPE/AC. O esforo agora a implementao da ZPE/AC, atravs de uma objetiva agenda de trabalho, coordenada pelo Governo do Estado, FIEAC e SEBRAE. Esta agenda prev atividades intensas at dezembro de 2010. A ZPE do Acre mudar o cenrio econmico e social do Acre, transformando suas potencialidades regionais, seus recursos florestais, em oportunidades de negcios, investindo em produtos diferenciados, com alto valor agregado e ampliando escala, de forma que apresentem vantagens comparativas, em relao a outras regies, e que sejam competitivos, tanto no mercado interno, como no mercado mundial. Neste contexto, a ZPE do Acre desempenhar uma funo estratgica fundamental no processo de desenvolvimento do Estado, em consonncia com a Poltica Nacional de Desenvolvimento Produtivo (lanada em maio/2008), contemplando 5 (cinco) dos seus 6 (seis) destaques estratgicos: i) exportaes (ampliao

9

e diversificao); ii) regionalizao (nova distribuio geogrfica da indstria); iii) micro e pequenas empresas (capacitao para o mercado externo e gerao de postos de trabalho); iv) integrao produtiva com a Amrica Latina e Caribe (articulao com as cadeias produtivas nas reas fronteirias da Amaznia); e v) produo sustentvel (manejo de uso mltiplo dos recursos florestais, agroflorestais, certificao e preservao do meio ambiente).

3A

QUAIS SO OS OBJETIVOS DAS ZPES?

s ZPEs (ou mecanismos similares) so o instrumento mais utilizado no mundo para promover, simultaneamente, os seguintes objetivos:

Atrair investimentos estrangeiros voltados para as exportaes; Colocar as empresas nacionais em igualdade de condies

com seus concorrentes localizados em outros pases, que dispem de mecanismos semelhantes; Reduzir desequilbrios regionais; Criar empregos; Aumentar o valor agregado das exportaes e fortalecer o balano de pagamentos; Difundir novas tecnologias e prticas mais modernas de gesto; A experincia internacional comprova que as ZPEs efetivamente promovem esses objetivos.

10

4

QUAl O PERFIl DA ZPE DO ACRE?

A

antecipao do perfil mais provvel de uma ZPE, ainda que de forma aproximativa, elemento essencial para fundamentar no somente o planejamento estratgico da ocupao da rea (tamanho dos lotes, dimensionando das necessidades de energia, saneamento bsico, treinamento de mo-de-obra etc.), como tambm para estimar o montante dos investimentos totais e definir uma estratgia de promoo da ZPE, no Pas e no exterior. Num primeiro momento, estimase que as indstrias pioneiras a serem instaladas na ZPE do Acre, devam ter foco nos mercados do Peru e da Bolvia, entretanto, a dinmica da economia e as relaes comerciais, ao longo do tempo, definiro o perfil da ZPE do Acre.

11

5E

H COMPATIBIlIZAO ENTRE A REA DE lIVRE COMRCIO - AlC E A ZPE DO ACRE?

ncontra-se em tramitao no Legislativo e no Executivo (caso a opo seja a de uma Medida Provisria) um Projeto de Lei que prope a extenso da ALC de Brasilia (que j foi estendida para Epitaciolndia) para Xapuri e Rio Branco. Uma questo que convm examinar, portanto, a integrao entre os dois mecanismos, na hiptese de aprovao do Projeto de Lei. A ZPE do Acre ficar contida na ALC-Rio Branco? H dois aspectos onde se coloca a possibilidade de integrao dos dois mecanismos: (a) as condies de venda para o mercado interno; e (b) a hiptese de cumulatividade, por empresa localizada na ZPE do Acre, dos incentivos proporcionados pelos dois regimes. Vejamos estes dois casos separadamente. a) Vendas no Mercado Interno de Produtos Oriundos da ZPE do Acre e da ALC-Rio Branco. Os produtos internados a partir da ALC-Rio Branco podero ter sido industrializados dentro dela (ou seja, so nacionais, contendo ou no componentes estrangeiros), ou simplesmente estocados no estado em que foram importados. Os produtos industrializados na ALC-Rio Branco sero isentos do IPI, sejam eles destinados ao mercado regional ou a qualquer parte do territrio nacional. Para isso, entretanto, preciso que, na sua composio final, haja predominncia de matrias-primas regionais. No ser possvel, por exem-

12

plo, fabricar produtos eletro-eletrnicos na ALC-Rio Branco e vend-los com incentivos fiscais no mercado domstico, como ocorre com a Zona Franca de Manaus (ZFM). Como no caso da ZFM, os projetos industriais precisaro ser aprovados pela Superintendncia da Zona Franca de Manaus (SUFRAMA). Quando se tratar de produtos importados (e vendidos no estado em que ingressaram no Pas, ou seja, que no foram sido submetidos a nenhum processo de transformao), se essa venda for destinada prpria rea da ALC-Rio Branco, no incidiro sobre ela o Imposto de Importao (II) e o IPI. Se for destinada ao restante do territrio nacional, estes impostos sero cobrados (tecnicamente, os impostos sero suspensos na entrada na ALC-Rio Branco e convertidos em iseno na venda para a rea, ou pagos, quando da sada para o restante do territrio nacional). No h um limite para a parcela vendida no mercado regional ou nacional. No caso da ZPE do Acre, a venda no mercado interno (regional ou nacional) estar limitada a 20% da receita bruta do ano calendrio. Outra diferena que a suspenso alcana, alm do II e do IPI, tambm o PIS, a COFINS, o PISImportao, a COFINS-Importao e o Adicional ao Frete para Renovao da Marinha Mercante (AFRMM). Na ZPE, no poder haver a simples estocagem de produtos importados para posterior venda no mercado interno. Os insumos importados tero que ser submetidos a alguma operao de transformao industrial. Na ZPE do Acre, os bens de capital importados, novos ou usados, tambm sero desonerados desses impostos e contribuies. Evidentemente, as empresas localizadas na ZPE no tero nenhum tratamento preferencial para as vendas para a rea da ALC-Rio Branco. Da mesma forma que as vendas para o restante do Pas, tais operaes estaro sujeitas ao mesmo

13

tratamento dispensado s importaes, de maneira geral. A ZPE contar com um tratamento diferenciado no que diz respeito ao cmbio (as empresas podero manter, permanentemente, as divisas obtidas na exportao, em instituies financeiras no exterior) e tambm certas facilidades relativas ao controle administrativo das operaes de comrcio exterior vantagens estas que no estaro presentes na ALC-Rio Branco. H limite global para as importaes realizadas pela ALC-Rio Branco, condio esta que no existir para a ZPE. Resumidamente, pode-se dizer que se uma empresa industrial (e s as industriais, no as meramente comerciais) puder exportar mais de 80% de sua renda bruta, a sua localizao na ZPE do Acre o ser mais vantajosa. No atingindo este limite, ela ainda ganhar se localizando em outra parte da ALC-Rio Branco. b) A Possibilidade em uma Empresa Acumular os Benefcios da ALC-Rio Branco e da ZPE do Acre. A hiptese de uma empresa em ZPE acumular outros incentivos contemplada pela Lei n 11.508/2007 (art. 18, 4). A acumulao possvel nos seguintes casos: os incentivos administrados pela SUDAM (o mais importante dos quais a reduo do IR, pelos primeiros 10 anos); a reduo a zero do IR sobre remessas para promoo no exterior; e os incentivos da Lei de Informtica e Automao e do Programa de Incluso Digital. Porm, o art. 17 da Lei 11.508/2007 estabelece que a empresa instalada em ZPE no poder usufruir de quaisquer incentivos ou benefcios no expressamente previstos nesta Lei. Portanto, a acumulao de incentivos se restringe aos indicados no pargrafo anterior.

14

Isso significa que se a empresa optar por se localizar na ZPE, mesmo estando includa na rea delimitada para a ALC-Rio Branco, s ter acesso aos benefcios contemplados pela Lei 11.508/2007. No h, pois, conflito entre os dois mecanismos. Esto perfeitamente claras as condies em que as empresas operaro num e noutro mecanismo. c) Outras Caractersticas Distintivas entre a ALC-Rio Branco e a ZPE do Acre. Do ponto de vista administrativo, a ZPE do Acre ter uma empresa criada especificamente para sua implantao e gesto, enquanto que a ALC-Rio Branco ser administrada pela Superintendncia da Zona Franca de Manaus (SUFRAMA), que cobrar uma taxa por estes servios prestados. A SUFRAMA no ter nenhuma ingerncia na ZPE. A Secretaria da Receita Federal do Brasil (SFRB) exercer a vigilncia e o controle aduaneiro em ambos os casos. Para se instalar na ZPE, as empresas (industriais) tero que apresentar projeto ao Conselho Nacional de Zonas de Processamento de Exportao (CZPE) e as interessadas em se implantar na ALC-Rio Branco, devero apresentar projetos SUFRAMA. Para simplesmente importarem produtos estrangeiros, basta um credenciamento naquela autarquia. As isenes e benefcios da ALC-Rio Branco sero vlidos por 25 anos, e os da ZPE, por at 20 anos, podendo, entretanto serem prorrogados por igual perodo, quando de tratar de projetos de grande porte. Um ltimo ponto distintivo diz respeito s vedaes contempladas pelas duas legislaes. Os benefcios da ALC-Rio Branco no estaro disponveis para a industrializao de armas, munio e fumo. Para a ZPE do Acre, as vedaes alcanam armas e munio (salvo com autorizao do Co-

15

mando do Exrcito) e material radioativo (salvo com autorizao da Comisso Nacional de Energia Nuclear). Na ZPE tambm no sero autorizados projetos que evidenciem a simples transferncia de plantas industriais j instaladas no Pas.

6S

QUAIS SO OS INCENTIVOS OFERECIDOS PElAS ZPES?

o os seguintes os principais incentivos oferecidos pelas ZPEs, contidos na Lei n 11.508/2007, e na Medida Provisria que a complementar (ver legislao bsica no site do MDIC):

Suspenso de impostos e contribuies federais (Imposto de Importao, IPI, PIS, COFINS, PIS-Importao e COFINS-Importao e Adicional ao Frete para Renovao da Marinha Mercante - AFRMM); As empresas podero destinar o correspondente a at 20% do valor da receita bruta resultante da venda de bens e servios para o mercado interno. Sobre estas vendas incidiro, integralmente, todos os impostos e contribuies normais sobre a operao e mais os impostos/contribuies suspensos quando da importao e aquisio de insumos no mercado interno; As empresas instaladas em ZPEs localizadas nas reas da SUDAM ou da SUDENE, tero acesso adicionalmente, aos benefcios administrados por estas duas autarquias, dos quais os mais importantes so:

16

7

QUAIS OS PRINCIPAIS REQUISITOS PARA UMA EMPRESA SE INSTAlAR EM UMA ZPE?

Reduo fixa de 75% do Imposto de Renda por um prazo de

10 anos; e mais 12,5% para o perodo de apurao entre 2009 e 2013; Depreciao de bens de capital no ano de aquisio; e Iseno do IOF nas operaes de cmbio envolvendo bens de capital importados. As empresas tero liberdade cambial (podero manter no exterior 100% das divisas obtidas nas suas exportaes); Os tratamentos fiscal, cambial e administrativo resumidos acima sero assegurados pelo prazo de at 20 anos, podendo ser renovado pelo mesmo perodo; e Estes so os incentivos relativos aos impostos federais. Na esfera estadual, as empresas em ZPE podero se beneficiar ainda da iseno do ICMS nas importaes e nas compras no mercado interno, conforme Convnio CONFAZ 99/1998. A instalao de empresa em ZPE depende de prvia autorizao do Conselho Nacional das Zonas de Processamento de Exportao (CZPE). A solicitao de instalao dever ser feita mediante apresentao de projeto que indique viabilidade tcnica e econmica, na forma estabelecida pelo CZPE, o qual caber analisar e aprovar os empreendimentos industriais, inclusive os de expanso da planta inicialmente instalada. A apreciao do mesmo ser realizada de acordo com a ordem de protocolo no CZPE.

17

O projeto a ser submetido apreciao do CZPE dever, em primeira instncia, ser protocolado na Administradora da Zona de Processamento de Exportao do Acre S/A. - AZPE/AC, com sede no municpio de Senador Guiomard, a qual dever manifestar formalmente sua recomendao ao CZPE. Os bens a serem produzidos pela empresa limitam-se queles relacionados em ato emitido pelo CZPE, de acordo com sua respectiva classificao na Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM). Observa-se que a empresa poder produzir e comercializar to somente aqueles bens e servios indicados no projeto e autorizados pelo CZPE. Para iniciar suas operaes, a empresa autorizada, alm de observar as determinaes estabelecidas pelo CZPE, dever atender aos seguintes requisitos: Dispor de sistema informatizado de controle de entrada, esto-

que e sada de mercadorias, de registro e apurao de crditos tributrios devidos, extintos ou com pagamento suspenso, integrado aos sistemas corporativos da empresa, o qual permita livre e permanente acesso da RFB; e Ser capaz de promover entradas e sadas de bens em seu estabelecimento por meio de Nota Fiscal Eletrnica (NF-e), na forma estabelecida na legislao especfica. No sero autorizadas, produo, importao ou exportao de armas ou explosivos de qualquer natureza, salvo com prvia autorizao do Comando do Exrcito; e material radioativo, salvo com prvia autorizao da Comisso Nacional de Energia Nuclear CNEN. A empresa instalada na ZPE no poder constituir filial ou participar de outra pessoa jurdica localizada fora de ZPE, assim como, vedada a instalao de empresas cujos projetos evidenciem a simples transferncia de plantas industriais j instaladas no Pas.

18

Somente poder instalar-se em ZPE a pessoa jurdica que assuma o compromisso de auferir e manter, por ano-calendrio, receita bruta decorrente de exportao para o exterior de, no mnimo, 80% (oitenta por cento) de sua receita bruta total de venda de bens e servios. A receita bruta aqui citada ser considerada depois de excludos os impostos e contribuies incidentes sobre as vendas.

8A

ZPE NO BRASIl?

s ZPEs foram criadas no Brasil pelo Decreto-Lei n 2.452/1988, substitudo recentemente pela Lei n 11.508/2007 (com as alteraes introduzidas pela Lei n 11.732/2008). No incio, elas estavam circunscritas s regies Norte e Nordeste. Com a Lei n 8.396/1992, elas puderam ser tambm instaladas em outras regies do Pas. Antes da atual gesto haviam sido autorizadas 17 ZPEs, atravs de decreto presidencial, 13 na gesto Jos Sarney, e 4 na gesto Itamar Franco, nas seguintes localidades: Barcarena (PA), So Lus (MA), Parnaba (PI), Maracana (CE), Macaba (RN), Joo Pessoa (PB), Suape (PE), Aracaju (SE), Ilhus (BA), Vila Velha (ES), Itagua (RJ), Tefilo Otoni (MG), Imbituba (SC), Rio Grande (RS), Araguana (TO), Cceres (MT) e Corumb (MS). Dessas 17 ZPEs autorizadas, apenas quatro j construram as obras de infra-estrutura (cercas, acessos, instalaes para a Receita Federal, sistema de vigilncia etc.), mas no foram alfande-

19

gadas pela Receita Federal (espcie de habite-se para permitir o incio do seu funcionamento). So as ZPEs de Imbituba (SC), Tefilo Otoni (MG), Araguana (TO) e Rio Grande (RS). As demais se encontram em diferentes fases do processo de implantao, que envolve: constituio da empresa administradora, elaborao de plano diretor, de projeto de alfandegmento (a ser apresentado Receita Federal), estudos de impacto ambiental (EIA/RIMA), execuo das obras de infra-estrutura, promoo/ atrao de investidores, assistncia a investidores etc. A ZPE de Imbituba chegou a ter aprovados trs projetos industriais, mas que no puderam ser implantados devido falta de alfandegamento. Com a deciso do atual Governo Federal, de retomar a implantao do programa das ZPEs, esta questo estar sendo resolvida muito em breve Na atual gesto do Presidente Luis Incio Lula da Silva, o mesmo criou 06 ZPEs atravs de Decreto de 30 de julho de 2010, publicado no Dirio Oficial da Unio no dia 01 de julho de 2010 (DOU N124 Pagina 15), nas seguintes localidades: Senador Guiomard (Acre), Boa Vista (RR), Parnaba (PI), Bataguassu (MS), Fernandpolis (SP) e Aracruz (ES). Assim como, assinou Decreto no dia 27/01/2010, mudando a localizao da ZPE de Suape para um terreno no Municpio de Jaboato dos Guararapes, prximo ao Porto de Suape. As obras de instalao da ZPE do Acre j encontram-se em execuo, com previso de concluso para agosto/2010 das obras da rea onde se instalar a empresa administradora da ZPE.

20

21

9

QUEM COMANDA O PROGRAMA DAS ZPES NO GOVERNO FEDERAl?

programa das ZPEs administrado pelo Conselho Nacional das Zonas de Processamento de Exportao (CZPE), que composto pelos Ministros do Desenvolvimento, Indstria e Comrcio Exterior (na qualidade de seu presidente), da Fazenda, da Integrao Nacional, do Meio Ambiente e do Planejamento. O CZPE integra a estrutura administrativa do MDIC e a ele cabe aprovar a criao de ZPEs, autorizar a instalao de projetos indstrias nas ZPEs e disciplinar os vrios aspectos relativos ao funcionamento do programa. O apoio tcnico e administrativo ao Conselho prestado por uma Secretaria-Executiva, tambm pertencente ao MDIC. A criao de ZPEs feita atravs de decreto do Presidente da Repblica, mediante proposta aprovada e encaminhada pelo CZPE. As decises do Conselho so publicadas no Dirio Oficial da Unio.

O

22

10A` ` ` Legislao Bsica

QUAl A lEGISlAO BSICA DAS ZPES NO BRASIl?

legislao bsica das ZPEs no Brasil a Lei n 11.508/2007, que substituiu o Decreto-lei n 2.452/1988.

` Lei 11.508/2007, com a nova redao dada pela Medida

`

`

Provisria 418/2008. Dispe sobre o regime tributrio, cambial e administrativo das Zonas de Processamento de Exportao, e d outras providncias. Mensagem n. 524, de 20 de julho de 2007. Mensagem de Veto da LEI N 11.508, DE 20 DE JULHO DE 2007. Projeto de Lei 146/96 Texto aprovado pelo Congresso Nacional em 27/06/2007. Espera a sano presidencial. Redao Final (aprovada) das Emendas Aprovadas da Cmara dos Deputados ao Projeto de Lei n 5.456, de 2001. Projeto de Lei n. 5.456 de 2001 Dispe sobre o regime tributrio, cambial e administrativo das Zonas de Processamento de Exportao, e d outras providncias. Texto aprovado pelo Senado Federal. Lei 11.508/2007, com as alteraes introduzidas pela Lei 11.732/2008. Altera as Leis ns 11.508, de 20 de julho de 2007, que dispe sobre o regime tributrio, cambial e administrativo das Zonas de Processamento de Exportao, e 8.256, de 25 de novembro de 1991, que cria reas de livre

23

comrcio nos municpios de Boa Vista e Bonfim, no Estado de Roraima; e d outras providncias. ` Decreto n 6.634, de 5 de novembro de 2008. Dispe sobre o Conselho Nacional das Zonas de Processamento de Exportao - CZPE, de que trata o art. 3o da Lei no 11.508, de 20 de julho de 2007, e d outras providncias. ` Decreto n 6.814, de 6 de abril de 2009. Regulamenta a Lei no 11.508, de 20 de julho de 2007, que dispe sobre o regime tributrio, cambial e administrativo das Zonas de Processamento de Exportao - ZPE. ` Decreto n. 4.632, de 21/03/2003. Aprova a Estrutura Regimental e o Quadro Demonstrativo dos Cargos em Comisso e das Funes Gratificadas do Ministrio do Desenvolvimento, Indstria e Comrcio Exterior, e d outras providncias. Secretaria da Receita Federal ` Instruo Normativa n. 952/2009. Dispe sobre a fiscaliza-

o, o despacho e o controle aduaneiros de bens em Zonas de Processamento de Exportao (ZPE). Conselho Nacional das Zonas de Processamento de Exporta-

o CZPE.` Resoluo n 1, de 26 de maio de 2010. Estabelece a Orien-

tao Superior da Poltica das Zonas de Processamento de Exportao. ` Resoluo n 2, de 15 de maio de 2009. Estabelece procedimentos para apresentao de Propostas de Criao de Zonas de Processamento de Exportao. ` Resoluo n 3, de 15 de maio de 2009. Estabelece os requisitos a serem observados pelos proponentes na apresentao dos projetos industriais referentes s Zonas de Processamento de Exportao ZPE. ` Resoluo n 4, de 15 de setembro de 2009. Cria o Grupo

24

de Assessoramento Tcnico - GAT do CZPE.` Resoluo n 5, de 15 de setembro de 2009. Dispe sobre

as atribuies e responsabilidades das Administradoras das Zonas de Processamento de Exportao. ` Resoluo n 7, de 15 de setembro de 2009. Revoga Resolues do Conselho Nacional das Zonas de Processamento de Exportao CZPE n 10, de 4 de janeiro de 1990, n 15 de 28 de setembro de 1993, n 17, de 18 de maro de 1994, n 18, de 16 de maio de 1995. ` Resoluo n 17, de 18 de maro de 1994. Dispe sobre a concesso de visto permanente ou autorizao de trabalho a estrangeiros. Conselho Nacional de Imigrao ` Resoluo Normativa n. 18, de 18 de agosto de 1998 Dis-

ciplina a concesso de visto permanente a estrangeiro que pretenda vir ao Pas na condio de investidor, administrador ou diretor de empresa localizada em Zona de Processamento de Exportao - ZPE. Circulares do Banco Central do Brasil ` Circular 1.390 de 30/11/1988 Disciplina as operaes dire-

ta ou indiretamente vinculadas s atividades, no Pas, de empresas que se venham a instalar em Zonas de Processamento de Exportaes - ZPE. Conselho de Administrao Fazendria CONFAZ ` Convnio ICMS 99/1988 Autoriza os Estados do Rio Grande

do Sul, Santa Catarina, do Tocantins e do Rio de Janeiro a conceder iseno nas sadas internas destinadas aos estabelecimentos localizados em Zona de Processamento de Exportao - ZPE, na forma que especifica. Convnio ICMS 12/99 Altera o Convnio ICMS 99/98, de 18.09.98, que au-

25

toriza os Estados do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina, do Tocantins e do Rio de Janeiro a conceder iseno nas sadas internas destinadas aos estabelecimentos localizados em Zona de Processamento de Exportao - ZPE. Conselho do Mercado Comum MERCOSUL ` Deciso n. 008/1994, do Conselho do Mercado Comum

Disciplina o funcionamento das zonas francas, zonas de processamento de exportao e reas aduaneiras especiais no mbito do MERCOSUL. ATA Mercosul N 69/00 Regimes Aduaneiros Especiais de Importao.

11A26

AS ZPES OFERECEM O RISCO DE AUMENTO DE CONTRABANDO?

s ZPEs oferecem maior garantia contra o contrabando do que os sistemas de controle existentes no restante do Pas.

Primeiro, porque a rea da ZPE cercada e dotada de sistemas especiais de controle e vigilncia; e, segundo, porque existe uma unidade da Receita Federal dentro de cada uma delas, controlando rigorosamente as entradas e sadas de pessoas e mercadorias. As sanes previstas para desvios/descumprimento de compromissos numa ZPE so mais rigorosas do que as existentes para empresas localizadas fora delas.

No surpreende, portanto, que a experincia internacional simplesmente no registre o contrabando como um problema associado ao funcionamento das ZPEs.

12

OS INCENTIVOS DAS ZPES J NO ESTO SENDO OFERECIDOS POR MECANISMOS EXISTENTES, TAIS COMO O DRAWBACK, O AEROPORTO INDUSTRIAl E A MP DO BEM? EM OUTRAS PAlAVRAS: AS ZPES AINDA SO NECESSRIAS?

verdade que vrios dos incentivos contemplados nas ZPEs podem ser (parcialmente) encontrados em outros mecanismos legais, todos eles atendendo a situaes especficas.

H, por exemplo, muita similaridade entre o funcionamento das empresas em ZPE e as empresas preponderantemente exportadoras (de que trata o art. 40 da Lei 10.865/2004). Sobre esses mecanismos todos, no entanto, as ZPEs tm as seguintes principais vantagens: Todos os incentivos esto consolidados em um nico texto legal (e

no espalhados em vrios deles) e so garantidos por at 20 anos;

27

Alm de consolidada, a legislao bsica das ZPEs uma lei

aprovada pelo Congresso Nacional, e essa hierarquia legal d maior segurana quanto estabilidade das regras do jogo que absolutamente essencial para atrair grandes investimentos estrangeiros (o aeroporto industrial, por exemplo, regulado por uma instruo normativa da Receita Federal, e seu credenciamento concedido a ttulo precrio); As ZPEs proporcionam ainda um incentivo muito importante, que no existe fora delas, que a possibilidade de as empresas nelas instaladas poderem manter at 100% das divisas obtidas pelas suas exportaes em instituies financeiras no exterior. Com isso, essas empresas estaro fora do risco cambial brasileiro. Como se sabe, a Lei 11.371/2006 permitiu que as empresas exportadoras possam manter um determinado percentual (fixado pelo Conselho Monetrio Nacional) dessas divisas l fora, mas s as empresas em ZPE tm a garantia, definida em lei, de poderem mant-las integralmente no exterior. Todos os outros mecanismos so teis em determinadas circunstncias, tm seu papel e precisam ser preservados, mas no substituem, conjunta ou isoladamente, as ZPEs. Estas no foram criadas para substituir os mecanismos existentes, mas para complement-los, ampliando o leque de opes a serem disponibilizadas para os setores produtivos. A experincia internacional mostra que polticas industriais inteligentes contemplam vrios tipos de mecanismos indutores, que dem s empresas a faculdade de escolher qual deles atende mais adequadamente a suas necessidades especficas. Por ltimo, no se deve perder de vista que o papel fundamental das ZPEs, do ponto de vista da estratgia de desenvolvimento, oferecer - tanto para os investidores internacionais como para os empresrios nacionais as mesmas condies disponibilizadas

28

por outros pases que concorrem acirradamente conosco na atrao do investimento estrangeiro. Ou conseguimos entender corretamente esse fato ou vamos continuar perdendo certos investimentos estratgicos que j desistiram de se estabelecer aqui por no encontrarem mecanismos oferecidos por outros pases.

13A

AS VENDAS DAS ZPES NO MERCADO DOMSTICO NO VO CONCORRER DESlEAlMENTE COM AS EMPRESAS lOCAlIZADAS FORA DElAS?

lei n 11.732/2008 contempla, a possibilidade de venda de at 20% da produo no mercado interno, mas sobre essa transao incidir, integralmente, o imposto de importao sobre o contedo importado que o produto tiver, mais (tambm integralmente, sem nenhuma reduo) todos os impostos indiretos e contribuies. Ou seja, essas vendas recebero o mesmo tratamento das importaes normais - que o mesmo procedimento usado em todo o mundo, para conciliar as vantagens das ZPEs com a necessria preservao das condies de concorrncia entre empresas dentro e fora dessas reas. Nunca demais lembrar que

29

a fabricao de produtos importados gera empregos l fora; e os produzidos nas ZPEs brasileiras criaro empregos aqui. Convm ter presente ainda que o acesso s ZPEs est inteiramente aberto (na verdade, estimulado) s empresas nacionais, que podero encontrar nesses locais as condies de competitividade necessrias para enfrentar a concorrncia internacional, que dispe de incentivos semelhantes.

14N

AS ZPES NO ESTO ANACRNICAS?

as atuais condies da economia mundial, elas ainda conservam alguma utilidade?

Na verdade, o conceito de zonas francas/ZPEs tem mais de dois mil anos, uma vez que os fencios, gregos e romanos j utilizavam os portos francos para a facilitao do comrcio. Nos anos 60, as zonas francas, at ento basicamente comerciais, passaram a incorporar incentivos para atividades de industrializao, nascendo a o conceito moderno de zona franca industrial/ZPE. O novo mecanismo rapidamente se espalhou pelo mundo, especialmente a partir da dcada de 70. Mas o crescimento das ZPEs tem sido mais expressivo exatamente nos ltimos 10/20 anos, especialmente nos Estados Unidos, na China e na ndia.

30

Alm do vigoroso crescimento recente, o mecanismo se diversificou, incorporando, alm das atividades industriais, tambm a prestao de servios de todo tipo, inclusive o turismo. Portanto, longe de anacrnico, trata-se de um mecanismo moderno, em constante aperfeioamento e diversificao, e cada vez mais utilizado pelos pases que entenderam corretamente a lgica da produo e do comrcio internacional e se equiparam para tirar proveito das oportunidades que eles oferecem.

15O

AS ZPES SO COMPATVEIS COM A POlTICA INDUSTRIAl E DE COMRCIO EXTERIOR DO GOVERNO?

fato de que as ZPEs serem utilizadas por quase todos os pases do mundo, independentemente de seu nvel de desenvolvimento e de seu regime econmico, por si s j constitui uma evidncia suficiente de que elas so compatveis com qualquer poltica industrial e de comrcio exterior - e at com a ausncia de uma tal poltica. Mas, por sua relevncia em termos de estratgia de desenvolvimento, esta relao precisa ser examinada com um pouco mais de detalhe. A partir dos anos 70, as polticas industriais baseadas no protecionismo exacerbado contra a concorrncia estrangeira (substituio de importaes) cederam lugar a processos de abertura/ liberalizao, com a finalidade principal de introduzir mais competio e eficincia nos sistemas industriais que foram montados

31

sombra do aparato protecionista. Sempre atrasado, o Brasil s fez isso no comeo dos anos 90. De uma maneira geral, os processos de liberalizao seguiram estratgias que se distinguiram principalmente pela abrangncia territorial (todo o territrio nacional ou somente reas delimitadas) e setorial (toda a economia ou s alguns setores selecionados) e pelo ritmo da reduo das barreiras protecionistas (imediatamente ou segundo um processo de diminuio gradual). Todas essas opes tiveram vantagens e desvantagens. Os pases asiticos foram os primeiros a perceber, ainda no incio dos anos 70, que poderiam, atravs das ZPEs, garantir as vantagens de uma liberalizao comercial imediata, localizada e controlada (necessria para atrair investimentos), sem incorrer nas desvantagens de se lanarem a uma liberalizao precipitada e generalizada, alcanando todos os produtos e setores econmicos - que poderia desestruturar sua indstria. Com as ZPEs, aqueles pases puderam criar as condies para atrair investimentos que demandavam a liberdade imediata e completa para importar insumos e bens de capital (para a produo de produtos a serem exportados), sem comprometer a necessria proteo indstria nacional, que precisava de tempo e uma estratgia de exposio cautelosa e gradual concorrncia estrangeira. nesse sentido que as ZPEs podem ser consideradas um mecanismo no apenas compatvel, mas tambm complementar (e necessrio) para conciliar a criao de condies para o reforo imediato do setor industrial exportador com o tempo necessrio para preparar a indstria nacional para uma exposio responsvel concorrncia externa se a isso se propuser a poltica industrial e de comrcio exterior.

32

16A

QUAl A DIFERENA ENTRE AS ZPES E A ZONA FRANCA DE MANAUS?

literatura internacional no costuma incluir a Zona Franca de Manaus (ZFM) na categoria de zonas francas/ZPEs (os prprios dirigentes da ZFM querem mudar o nome para Plo Industrial de Manaus-PIM). A caracterstica essencial desses mecanismos a vinculao dos seus incentivos s exportaes - e esta vinculao no constitui uma exigncia na ZFM. A ZFM e continuar a ser a nica zona franca brasileira com acesso irrestrito (as ZPEs s podero vender at 20% de sua produo) e preferencial ao mercado interno (gozam de reduo/ iseno) quando as ZPEs pagam integralmente todos os impostos/contribuies normais sobre essas operaes. No resto do mundo, as vendas realizadas pelas zonas francas/ ZPEs no mercado domstico so tratadas rigorosamente como importaes, ou seja, pagam integralmente os direitos alfandegrios sobre o contedo importado e (tambm integralmente) todos os impostos indiretos (no nosso caso, o IPI, o ICMS, a COFINS e o PIS-PASEP). Por isso, as zonas francas/ZPEs no acarretam concorrncia desleal com as empresas localizadas fora delas. No se pode dizer o mesmo com relao ZFM. Esta tem toda uma justificativa geopoltica, econmica e de integrao nacional, mas no constitui uma ZPE.

33

O desconhecimento dessas diferenas e a conseqente associao das ZPEs ZFM tm prejudicado o correto entendimento do programa.

17A

QUAIS SO AS PRINCIPAIS DESVANTAGENS DAS ZPES?

rigor, as ZPEs no apresentam desvantagens. A imagem distorcida que o programa ainda conserva em algumas reas resulta, fundamentalmente, da m compreenso de seu potencial desenvolvimentista e de suas caractersticas operacionais, bem como do empenho do governo anterior em impedir o seu funcionamento - o que levou desmobilizao e paralisao da implantao das ZPEs nos Estados. O grosso da experincia internacional e da literatura sobre estratgias de desenvolvimento considera as ZPEs um mecanismo poderoso para promover atividades voltadas para a exportao de produtos com maior valor agregado, especialmente para pases em estgio mdio de desenvolvimento (como o Brasil). A razo que elas pouco podem fazer (como, alis, qualquer outro instrumento de poltica econmica) em pases muito pobres, sem infra-estrutura logstica, sem recursos naturais ou mo-deobra qualificada, e instvel politicamente. H o argumento de que, no outro extremo, em pases altamente desenvolvidos, bem dotados desses fatores, elas seriam desne-

34

cessrias, uma vez que as condies que elas propiciam j esto naturalmente presentes nesses pases. Como explicar, ento, o amplo e crescente uso das ZPEs em um pas como os Estados Unidos? A resposta que mesmo nesses pases existem funes que elas podem preencher adequadamente, especialmente na proviso de infra-estruturas logsticas, isenes tributrias e desburocratizaes operacionais que fazem a diferena no ambiente extremamente competitivo das atuais relaes econmicas internacionais.

18A

COMO FICA A INCIDNCIA DO ICMS SOBRE AS TRANSAES REAlIZADAS PElAS EMPRESAS EM ZPE?

legislao bsica das ZPEs uma lei ordinria federal, que no pode criar incentivos de impostos includos na rea de competncia de outros entes federativos.

Em princpio, portanto, o ICMS (que um imposto estadual) dever incidir sobre importaes realizadas por empresas em ZPE e sobre as sadas de mercadorias (inclusive sobre os servios de transporte), destinadas a essas empresas. Legalmente, isenes de ICMS s podem ser estabelecidas quando autorizadas por Convnio no mbito do CONFAZ.

35

Isso foi feito pelo Convnio CONFAZ 99/1998 (alterado pelo Convnio CONFAZ 12/1999), que autorizou os Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Rio de Janeiro e Tocantins a concederem iseno do ICMS nas sadas internas destinadas aos estabelecimentos localizados em ZPE. O mesmo Convnio autorizou o Rio Grande do Sul a isentar tambm a entrada em estabelecimento localizado em ZPE, de mercadoria ou bem importados do exterior e a prestao do servio de transporte de produtos entre as ZPEs e os locais de embarque/ desembarque. Todos esses Estados incorporaram o referido Convnio s suas respectivas legislaes de ICMS. Alm disso, estabeleceu-se um precedente, que poder ser invocado pelos demais Estados.

36

Fontes de Informaes: Secretaria de Estado de Planejamento do Acre SEPLANAv. Getlio Vargas, n 232, Palcio das Secretarias, 4 Andar Centro Rio Branco/Acre. CEP:6990-660, Tel/Fax: (068) 3224-4535 [email protected]

Secretaria de Estado de Desenvolvimento Cincia e Tecnologia do Acre - SDCT

Bibliografia Consultada: Associao Brasileira de Zonas de Processamento de Exportao - ABRAZPE

37