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Curso de Horta J ardim  em Agricultura Biológica  Póvoa de Santa Iria Nota introdutória: Caros colegas hortelões, esta compilação de materiais tem por objectivo complementar toda a informação partilhada ao longo das várias sessões em que decorreu a formação, permitindo-vos aceder a um conjunto de textos, diagramas e tabelas, que estou certo, constituirão um óptimo material de consulta e apoio, à implementação futura dos vossos projectos de Agricultura Biológica. Gostaria de vos pedir que em caso de partilha, sempre que seja referido, divulguem conjuntamente com os materiais, a respectiva fonte, por respeito ao trabalho dos autores. José Mariano Fonseca [email protected] 

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Sobre Hortas e Jardins

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Curso de Horta Jardim 

em Agricultura Biológica 

Póvoa de Santa Iria

Nota introdutória:

Caros colegas hortelões, esta compilação de materiais tem por objectivo complementar toda a informação

partilhada ao longo das várias sessões em que decorreu a formação, permitindo-vos aceder a um conjunto de

textos, diagramas e tabelas, que estou certo, constituirão um óptimo material de consulta e apoio, à

implementação futura dos vossos projectos de Agricultura Biológica. Gostaria de vos pedir que em caso departilha, sempre que seja referido, divulguem conjuntamente com os materiais, a respectiva fonte, por respeito

ao trabalho dos autores.

José Mariano [email protected]

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Enquadramento do conceito de Agricultura Biológica 

 A Agricultura Biológica  é um tipo de agricultura que utiliza ao máximo os processosbiológicos, ou seja, recorre à actividade dos seres vivos, como é o caso das bactérias, fungos,insectos, árvores, pássaros…sem omitir o ser humano.

«A ausência quase total de produtos poluentes e a tolerância face à fauna e à floraespontâneas, conferem, de facto, a função duma mini-reserva (quase) natural à horta e aopomar biológico. Este papel do espaço agrícola na conservação da natureza torna-sefundamental num mundo cada vez mais consagrado ao betão, aos relvados e às

monoculturas.»Fonte: Jean-Paul Thorez – Guia de Agricultura Biológica (Hortas e Pomares) – Vida Editores

Um espaço gerido de acordo com os princípios da Agricultura Biológica, independentementeda sua dimensão, deve orientar-se sempre no sentido de: procurar gerir os recursos de formasustentada; incentivar a fixação ou favorecer a existência de comunidades bióticas locais (vidasilvestre); fazer uso de práticas que visem a melhoria do solo no sentido do seu equilíbrio(composição e estrutura); promover a diversidade a todos os níveis (na selecção de plantasnos materiais e nas práticas utilizadas); privilegiar as medidas preventivas ao nível daprotecção de culturas e fitossanidade; efectuar a reciclagem e reutilização de materiaisreduzir os desperdícios no uso de energia e água; fomentar estilos de vida mais saudáveis e aobtenção de alimentos de elevado padrão alimentar.

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Glossário de alguns termos técnicos utilizados em Agricultura Biológica:

Composto - resulta de um conjunto de técnicas aplicadas para controlar a decomposição demateriais orgânicos, com a finalidade de obter, no menor tempo possível, um material estávelrico em húmus e nutrientes minerais; com atributos físicos, químicos e biológicos superiores(sob o aspecto agronómico) àqueles encontrados na(s) matéria(s) prima(s). Melhora os solosdo ponto de vista da sua estrutura e composição.

Sideração ou adubação verde  – consiste na utilização plantas que foram cultivadas com o

intuito de serem posteriormente enterradas, para que depois de decompostas aumentem afertilidade dos solos. Normalmente utilizam-se para este fim plantas fixadoras de azoto(leguminosas) e plantas que produzem muita matéria vegetal (como por exemplo o centeio),as quais são enterradas antes da floração. O enterro destes materiais deve ser feito a poucaprofundidade (20 a 30 cm), algumas semanas (4 a 5) antes da cultura que se pretendefertilizar.

Mulching  –  cobertura do solo com materiais orgânicos (palha, aparas de madeira, tiras decartão, etc.) para protecção do solo, diminuição de ervas daninhas e manutenção de níveis dehumidade adequados.

Rotação de culturas  – consiste na sucessão de famílias de culturas num mesmo talhão (ou

canteiro), de modo que uma determinada família só regresse ao talhão após 3 a 4 anos. Estaé uma medida que não só, evita o esgotamento de um mesmo tipo de recursos do solo comotambém, previne contra pragas e doenças residentes no solo.

Auxiliares de luta biológica - insectos, aves, anfíbios, repteis e mamíferos que se alimentamde algumas pragas nos jardins, hortas e pomares. A sua presença é estimulada através dainstalação de maciços (alinhamentos de flores e pequenos arbustos) e sebes de variedadesautóctones, da manutenção de muros de pedra, abrigos e pequenos lagos.

Consociação ou plantas companheiras – consiste na utilização de plantas que através doscheiros que libertam ou das substâncias que produzem têm um efeito repelente sobrealgumas pragas. Esta capacidade permite o seu cultivo conjunto com outras plantas quebeneficiam da sua proximidade e efeito protector.

Chorumes  –  consistem em infusões de plantas (em geral a frio), onde a maceração dasmesmas em água (da chuva, preferencialmente), por alguns dias ou semanas, permite umasolução rica em certos elementos químicos que podem ser posteriormente utilizados comoadubos líquidos ou biopesticidas, consoante o modo de preparação.

Biopesticidas  – são soluções que se enquadram dentro da chamada “luta química” , sendoobtidos geralmente a partir de extractos de plantas e caracterizam-se por apresentar baixatoxicidade (ou mesmo toxicidade nula) para a fauna auxiliar. Apresentam uma acçãoespecifica para a praga a que se destinam.

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Vamos conhecer o solo

O conhecimento do tipo de solo de que dispomos é um aspecto crucial para o sucessode qualquer projecto de cultivo. De forma simplificada, os solos podem dividir-se em trêscategorias de acordo com o predomínio dos seguintes constituintes: areia, argila e matériaorgânica.

Solos arenosos -

Solos argilosos -

Solos francos -

caracterizam-se essencialmente por revelarem porosidades e permeabilidadeselevadas. A porosidade confere-lhe a existência de muitos espaços vazios(poros) que vão estar preenchidos por ar e água, permitindo uma boacapacidade de arejamento e facilidade para as plantas enraizarem. A elevadapermeabilidade faz com que estes solos necessitem de ser regados efertilizados com mais frequência, visto que estes componentes são removidoscom maior facilidade. Estes solos são considerados leves, dado a facilidadecom que se trabalham, pois as partículas estão soltas. Estes solos revelamuma apetência extraordinária para culturas hortícolas.

apresentam porosidades e permeabilidades baixas, o que significa poucacapacidade de arejamento e dificuldade em deixar-se atravessar pela água. Aperda de fertilidade é menor, dado que os nutrientes não são tão facilmentearrastados pela água. Estes solos consideram-se pesados pois as suaspartículas tendem a misturar-se com a água, agregando-se, o que dificulta oseu trabalho, especialmente durante o tempo chuvoso. A generalidade dasculturas tende a dar resultados satisfatórios neste tipo de solos, no entanto, énecessário ter atenção a culturas que são pouco exigentes em água, quandoas mesmas são cultivadas em períodos chuvosos.

caracterizam-se essencialmente por apresentar níveis elevados de matériaorgânica e um equilíbrio ao nível das componentes arenosa e argilosa. Sãosolos ideais para o cultivo, mas constituem uma raridade.

É muito importante ter em conta que todos os solos podem ser melhorados na suacomposição e estrutura, através da adição de matéria orgânica.

Teste prático para conhecer o seu solo

Fonte: “Guia Verde das Hortas e Jardins” – Edições da DECO

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Fertilização orgânica

Um espaço cultivado constitui um sistema artificial onde o homem se substitui em parteà Natureza, realizando tarefas que visam conseguir o desenvolvimento precoce de plantascom valor nutritivo. A fertilização constitui um dos expoentes máximos dessas tarefas, pois ao“alimentar” regularmente as plantas consegue-se que estas aumentem e acelerem o seucrescimento. Em Agricultura Biológica, o enfoque ao nível da fertilização não é a planta, massim o solo. Se tivermos um solo bem “alimentado”, onde todo o tipo de nutrientes estejampresentes, então as plantas poderão aceder a estes de acordo com as suas necessidadesNuma fertilização orgânica, ao contrário da fertilização química, não se pretende fornecer às

plantas apenas os nutrientes que estas gastam em maior abundância (macro nutrientes – NaP e K) mas também, os nutrientes que utilizam em porções diminutas (micro nutrientes  – FeMg e Zn) garantindo assim, que estão disponíveis macro nutrientes para assegurar o seucrescimento e micro nutrientes para regular os seus equilíbrios, assegurando assim, plantassaudáveis e de alto valor nutritivo. Uma fertilização orgânica equilibrada consegue-se atravésda adubação verde e da compostagem.

Fonte: http://producoesronron.blogspot.com/p/partilhas.html  

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Compostagem

Breves noções sobre Compostagem

 A compostagem é um processo biológico em que os microrganismos transformam a matériaorgânica num material semelhante ao solo, a que se chama composto. Este método possibilitaa transformação dos resíduos orgânicos provenientes da horta, do jardim e da cozinha, numóptimo material para fertilizar e melhorar as características gerais do solo.

Tipos de compostores

Diferentes modelos e funcionalidades

Na aquisição de um compostor é muito importante ter em atenção alguns aspectos:

resistência do material

arejamento

existência de base anti-ratos

existência de portas laterais 

 – este é um aspecto a ter em conta, principalmente se o recipientese destina a um espaço escolar, dado que, por vezes as criançasdescobrem neles um elemento de brincadeira. É importante que orecipiente tenha alguma estabilidade mesmo que esteja vazio.

- o processo decomposição decorre em presença do oxigénio, logoé de importância vital, a existência de orifícios em quantidadesuficiente para que a circulação do ar ocorra naturalmente. Alguns

orifícios dispersos a meio do recipiente, são normalmentesuficientes. Na ausência de orifícios em quantidade suficiente, ocompostor requer mais atenção, devendo ser mais frequente o seuarejamento, com recurso a uma forqueta com a qual se vaespetando e revirando a mistura.

- mais importante que impedir a entrada de visitas indesejadas nocompostor, este acessório permite dar estabilidade ao recipientequando vazio e principalmente leva-nos a perceber o limite espaciado recipiente, o seja o seu fundo.

- facilitam a remoção do composto.

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Receita caseira para fazer composto

Depois de escolher um modelo de compostor com um nível de arejamento adequado,devo introduzir no mesmo, proporções idênticas de materiais verdes (têm muita humidade esão ricos em azoto) e de materiais castanhos (são secos e ricos em carbono). Sempre que seadicionar materiais ao compostor deve-se estar atento às proporções referidas anteriormente.

Se o compostor tiver um bom arejamento, este permitirá aos microrganismosdesenvolverem os processos biológicos adequados ao processo de compostagem, casocontrário terá de se revirar a mistura regularmente com recurso a uma forqueta de arejamento(ou ferramenta similar) para evitar a compactação dos materiais.

Os materiais em compostagem devem apresentar um aspecto humedecido no interiordo compostor, sendo necessário regá-los sempre que tal não se verifique, tendo no entanto,cuidado para que não fiquem encharcados (tipo empapados).

Passados 4 a 8 meses o composto está pronto a usar, dependendo do tipo decompostor.

Materiais para compostar

Fonte: “Guia Verde das Hortas e Jardins” – Edições da DECO

Nota de correcção: evitar colocar no compostor alimentos cozinhados e pão em demasia, para não atrair animais indesejados.

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A temperatura do Composto  –  é um factor vital para inviabilizar a germinação dassementes de ervas daninhas. Verificando-se mais facilmente a partir do momento que o compostorestá meio cheio, onde se regista a subida da temperatura até valores próximos dos 70ºC, durante doisou três dias, tempo suficiente para interromper a germinação.

Fonte: O Segredo da Terra – Edibio 

Aplicação do composto 

O composto pode ser aplicado sem restrições na generalidade das culturas, no entanto, éimportante que seja ligeiramente enterrado ou tapado com palha para lhe permitir uma degradaçãolenta em resposta à solicitação das plantas. O composto não constitui um elemento final a ser utilizadopelas plantas, ele vai sendo gradualmente assimilado à medida que vai sendo trabalhado pelosmicrorganismos do solo, que o separam nos compostos orgânicos imprescindíveis ao crescimento dasplantas.

Vantagens da aplicação do Composto

► A compostagem fornece um material rico em nutrientes que melhora o desenvolvimento de plantas, jardins e relvados.

► O composto actua no solo como uma esponja, ajudando o solo a reter a humidade e os nutrientes.

► O composto ajuda a melhorar as características de solos, quer sejam solos argilosos ou arenosos

concedendo-lhes outra estrutura.

► Os solos ricos em composto são menos afectados pela erosão.

► O uso de composto aumenta os nutrientes desse solo, reduzindo o recurso ao uso de fertilizantesquímicos.

►  A compostagem dos resíduos reduz significativamente a quantidade de resíduos a depositar ematerros sanitários.

► Não requer demasiados conhecimentos técnicos ou equipamentos.

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A teia da vida dentro do compostor

Fonte: Worms – Eat My Garbage – Mary Appelhof – Flowerfield Enterprises

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A Rotação de culturas como medida preventiva

 A rotação de culturas previne não só o esgotamento preferencial de determinado tipo deculturas como também, consiste num óptimo método para prevenir as pragas e doenças quese alojam no solo

Principais famílias de cultivares

Brássicas – Todo o tipo de couves, rabanete, nabo e nabiça.

Leguminosas – Ervilha, feijão, fava e grão.

Solanáceas – Batata, tomate, beringela e pimento.

Umbeliferas – Cenoura, pastinaca, salsa, coentros, aipo e funcho.

Compostas – Alface, chicória e endívias

Liliáceas – Cebola, alho e chalotas.

Chenopodiaceas – Beterraba, espinafre e acelga.

Cucurbitáceas – Pepino, abóboras, melão e melancia.

Culturas precedentes favoráveis e desfavoráveis

Fonte: Manual de Agricultura Biológica - AGROBIO

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Sugestões para beneficiar as culturas

A prática da Agricultura Biológica visa a promoção da biodiversidade. Os espaços de cultivo

devem apresentar-se com culturas diversificadas de modo a garantir uma produção variada, evitando

assim, o esgotamento preferencial de um tipo de recursos do solo (o que é frequente em

monoculturas). A diversidade de culturas, permite também, atrair um maior número de auxiliares, que

contribuem para a redução na utilização de factores de produção (pesticidas), permitindo assim obter

alimentos de alto valor nutritivo a preços mais acessíveis. Nos canteiros com plantas diversificadas e

cultivadas em associação, estas beneficiam-se mutuamente, no entanto, é muito importante ter em

atenção quais são as misturas mais adequadas para tirar benefício do processo. Algumas parcerias

entre plantas, permitem uma utilização diversificada dos recursos do solo e do espaço, sem que se

verifique competição entre as plantas. Noutros casos, as plantas beneficiam da proximidade das suas

vizinhas porque estas repelem algumas pragas através de substâncias que produzem, ou contribuem

para o reforço do seu sistema imunitário.

Tabela com algumas sugestões de plantas que beneficiam do cultivo em proximidade

Fonte: http://producoesronron.blogspot.com/p/partilhas.html  

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Plantas com efeito repelente

Fonte: http://producoesronron.blogspot.com/p/partilhas.html  

Outras plantas com interesse e utilidade em Agricultura Biológica

Urtiga

Urtica dióica

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Consolda

Symphytumofficinale

Fonte: http://producoesronron.blogspot.com/p/partilhas.html  

Maceração ou Chorume de consolda

Macerar cerca de 3 quilos de folhas de consolda

em 45 litros de água (da chuva de preferência)

durante cerca de quatro semanas.

Usar a maceração sem diluir como adubo foliar. 

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Receitas para consociar e prevenir pragas e doenças

Fonte: Manual de Agricultura Biológica - AGROBIO

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Combater pragas com os seus predadores naturais Luta Biológica)

 As aves insectívoras são um auxiliar extraordinário principalmente quando se encontram em período de nidificação ealimentação das crias pois nessa altura é muito frequente observá-las a procurar em todos os cantinhos da horta àprocura de bichinhos para a sua prole. Para que estas se fixem nas imediações é muito importante plantar sebes dearbustos diversos, introduzindo também alguns cujos frutos ou bagas possam constituir um suplemento alimentar paraestas aves em especial nos meses frios em que os insectos escasseiam. Em muitas espécies é vital a existência detocas nas árvores para nidificar ou em alternativa aconselha-se a instalação das caixas ninhos, que devem ser instaladasno Outono, viradas a sudeste e a uma altura suficientemente segura (3 a 4 m), para evitar predadores domésticos (exgatos).

Existem muitos insectos que assumem um papel preponderante no combate de pragas, pois estes alimentam-se deoutros insectos que devoram as culturas. A Joaninha é um desses amigos das hortas que conjuntamente com outrosinsectos úteis favorecem o controlo natural de pragas. Uma horta biológica deve apresentar além de sebes, bordadurasconstituídas por maciços de flores e arbustos que atraiam um maior número destes amigos. Também a diversidade deculturas nos canteiros é factor preponderante para os atrair.

Os ouriços-cacheiros juntamente com musaranhos e toupeiras são mamíferos imprescindíveis no controlo de caracóis,lesmas, grilos ralos e outros inimigos rastejantes. Mais uma vez a instalação de abrigos (montes de folhas ou lenhas)muros de pedra, sebes e maciços, são uma ajuda imprescindível para atrair e manter por perto alguns destes amigos.

 As rãs, as salamandras e os sapos, são outra presença recomendável numa horta biológica, pois ajudam a controlar umgrande número de pragas de hábitos diurnos e nocturnos. As duas primeiras requerem que se instale um pequeno lagopois necessitam regularmente de estar próximo destes. Os sapos requerem apenas algumas folhas velhas onde estejahúmido, um vaso quebrado debaixo do qual se abrigam ou na faltam destes, optam por se enterrar e apenas sair numanoite fresca e húmida.

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Armadilhas e receitas caseiras para combater pragas

Receita para fazer uma garrafa mosqueira

Dividir uma garrafa de água de litro e meio em três partes iguais, em seguida, abrir quatro orifícios com 1centímetro de diâmetro, no terço mais próximo do gargalo (a meio desta divisão), de modo que fiquemperpendiculares entre si. Preparar uma solução com 50 gramas de fosfato diamónico dissolvidos em um litrode água. Deitar a solução na garrafa, fechar e afixar a garrafa próximo das culturas que se pretende proteger.Para aumentar a eficiência deste dispositivo pode-se ainda colar uma fita de cor amarela próximo dosorifícios, em torno da garrafa mosqueira.

Receita para Insecticida natural à base de calda de sabão de potassa

Misturar numa caçarola com um litro de água, 150 gramas de raspas de sabão de potassa. Aquecerligeiramente até que o sabão se dissolva.

Depois de arrefecer a mistura, adicionar a esta 1 decilitro de óleo e mexer energicamente.

Diluir a mistura em dez partes de água não calcária e utilizar para pulverizar ou pincelar sobre afídeos epulgões-lanigeros.

Receita para capturar/ afastar caracóis e lesmas

Coloque cerveja num recipiente e enterre-o até próximo do seu bordo. Cubra-o com uma tampa ligeiramentelevantada, de modo que não entre água, mas de modo a que estes bichos consigam entrar. Introduza norecipiente um pauzinho para socorrer outros bichinhos que lá tenham caído.

 A cinza de lenha, a serradura ou as cascas de ovo trituradas, e espalhadas junto das plantas ou nos locais depassagem destes animais, funcionam como barreiras intransponíveis.

Armadilha para mosca da couve

Cortar um quadrado de cartão com 15 cm de lado e fazer num dos lados um entalhe (corte) até meio.

 Aplicar a armadilha sempre que transplantar as couves do viveiro para os canteiros, colocando a planta entreo entalhe.

Coloque terra apenas à volta da bordadura da armadilha para evitar que se vire com o vento.

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Tabelas para apoio às sementeiras, plantações e colheitas 

Fonte: Como cultivar a Horta e o Jardim – Louise Riotte – Publicações Europa-América

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Fonte: Como cultivar a Horta e o Jardim – Louise Riotte – Publicações Europa-América

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Fonte: Como cultivar a Horta e o Jardim – Louise Riotte – Publicações Europa-América

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Fonte: Como cultivar a Horta e o Jardim – Louise Riotte – Publicações Europa-América

Sugestão:

A “falsa sementeira” é um procedimento que evita o aparecimento de muitas ervas em simultâneo com a germinaçãoda sementeira principal. Depois da preparação do terreno e da fertilização com composto, deve-se aguardar pelo

menos 15 dias. Durante este período procede-se à rega do canteiro como se tivesse realizado a sementeira, caso seja

necessário. Este procedimento visa forçar a germinação das sementes de ervas daninhas que permaneçam enterradas

no solo da horta. Passados 15 dias estas já terão germinado e podem destruir-se com um ancinho sem revolve

demasiado o solo, permitindo desta forma que a sua matéria orgânica se decomponha antes da sementeira, servindo

também de fertilizante. Após mais uma semana pode então, realizar-se a verdadeira sementeira.

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Fonte: “Guia Verde das Hortas e Jardins” – Edições da DECO

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Recolha de Sementes e Multiplicação de Plantas

Para se efetuar a recolha de semente é de vital importância que as plantas completem oseu ciclo produtivo, isto é, têm de dar flor e se assim for o caso, temos de permitir que os frutosse formem e amadureçam. Como regra geral devemos guardar para recolher semente, plantassaudáveis e que apresentem as características que queremos preservar. É muito importanteque a semente recolhida não venha apenas de um exemplar de planta ou fruto, pois assimasseguramos melhor a preservação da biodiversidade, pelo que é muito importante, se forpossível, reservar alguns bons exemplares para recolha de semente (um mínimo de 4 a 6plantas ou frutos, para cada variedade).

Método húmido para limpeza de semente de Alface

No caso, as alfaces, devemos selecionar plantas de bom porte que ilustrem o tamanho desejado para

a planta no pico máximo do seu desenvolvimento. Estas plantas devem manter-se nos canteiros de

modo a completarem o seu ciclo, que se caracteriza pelo espigar (alongamento vertical da planta) e

surgimento das suas hastes florais, de onde geralmente surgem algumas flores. Após a polinização,

verifica-se que a flor vai secando, dando lugar ao aparecimento de um tipo de penugem branca, noinício da qual está presa a semente (escura ou clara consoante as variedades), verificando-se assim a

maturação da semente. A recolha da semente faz-se de forma faseada, introduzindo as astes florais

dentro de um saco ou balde e agitando as mesmas para o seu interior, onde se soltam as sementes já

maturas, dado que esta maturação não ocorre toda em simultâneo.

 Após recolha da semente de alface constatamos que juntamente com esta surgem imensos

fragmentos secos das hastes florais da planta que constituem lixo e prejudicam o armazenamento e a

preservação da semente. Pelo que se deve proceder à limpeza da mesma, usando para isso o

chamado método húmido, que consiste em colocar o produto da recolha de semente num recipiente

com água. A semente que apresenta viabilidade é mais pesada e deposita-se no fundo do recipiente,

ficando a outra e o lixo à tona de água. Todo o material que não interessa é vertido fora e volta-se a

mexer a mistura para separar o lixo. Este processo deve-se repetir adicionando água e retirando, até

que reste apenas no fundo do recipiente a semente viável e limpa. Por último com o auxilio de um crivo

fino deve-se separar a semente, passá-la por água corrente e por fim vertê-la num prato ou sobre um

pano onde secará à sombra. Uma vez seca a semente deve ser guardada num frasco fechado e

armazenado em local escuro, frio e seco.

Nota: Este método pode também ser aplicado a Couves, Alho Francês e Cebola.

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Método fermentativo para limpeza e proteção da semente de tomate

No caso do tomate, a exemplo de outras plantas que dão fruto ou vagem, deve-se seleccionaos frutos que estão mais próximos da terra (os que estão dispostos na parte inferior da plantaapresentam maior taxa de fertilidade e pureza) e se apresentam no seu ponto máximo de maturação,que no caso da generalidade das variedades de tomate, consiste em apresentar uma cor vermelhaintensa. Tal como no caso das alfaces deve-se extrair semente de vários frutos provenientes de várias

plantas (ver sugetão de atividade para limpeza e armazenamento da semente). Abrir ao meio com ambas as mãos cada um dos tomates maduros previamente selecionados

para recolha de semente e espremer o seu conteúdo para dentro de uma taça de vidro. Após alguns

dias (3 a 5) constata-se o aparecimento de uma película de natureza fúngica sobre o liquido onde

estão mergulhadas as sementes. A película deve ser removida logo que se constata a sua

consistência, verificando-se que agarrado a esta estão sementes, as pouco viáveis, dado que as que

interessa preservar estão no fundo. Passar a mistura por um crivo debaixo de água corrente, para

lavar a semente, e proceder como anteriormente para a alface. Este método visa a formação de uma

película protetora em torno da semente que lhe dá mais viabilidade e a protege.

Nota: Este método pode também ser aplicado a Pepinos.

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Fonte: “Manual Prático para a Colheita e Conservação de Sementes “ 

Colher para Semear – José Miguel Fonseca

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Fonte: “Manual Prático para a Colheita e Conservação de Sementes “ 

Colher para Semear – José Miguel Fonseca

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Fonte: “Manual Prático para a Colheita e Conservação de Sementes “ 

Colher para Semear – José Miguel Fonseca

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