Manual de Atuação Funcional Das Promotorias de Justiça de Tutela Coletiva MP_RJ

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  • 1Ministrio Pblico do Estado do Rio de Janeiro

    Manual de atuao Funcional das ProMotorias de Justia

    de tutela coletiva

    6 CENTRO DE APOIO OPERACIONAL DAS PROMOTORIAS DE JUSTIA de deFesa da cidadania, do consuMidor e

    Proteo ao Meio aMBiente e PatriMnio cultural

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  • 3Manual de atuao Funcional das ProMotorias de Justia

    de tutela coletiva

  • 4Elaborao

    Maria Cristina Menezes de AzevedoCoordenadora do 6 Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justia de Defesa da Cidadania, do Consumidor e de Proteo ao Meio Ambiente e Patrimnio Cultural

    Leandro Silva NavegaSubcoordenador do 6 Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justia de Defesa da Cidadania, do Consumidor e de Proteo ao Meio Ambiente e Patrimnio Cultural

    Vincius Leal CavalleiroSubcoordenador do 6 Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justia de Defesa da Cidadania, do Consumidor e de Proteo ao Meio Ambiente e Patrimnio Cultural

    Carlos Bernardo Alves Aaro ReisPromotor de Justia

    Flvia Reis RibeiroTcnico Processual

    Geraldinne Nogueira PereiraAssessora Jurdica

    Jos Carlos Lima dos SantosTcnico Administrativo

    RevisoNanci da Costa Batista Gerente do Ncleo de PesquisaJaqueline Soares LealSupervisora da Coordenadoria de Acompanhamento de ProjetosFbio Vieira da SilvaSupervisor da Gerncia de Desenvolvimento Profissional

  • 5PROCURADORIA-GERAL DE JUSTIA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

    (Em 14 de dezembro de 2009)

    PROCURADOR-GERAL DE JUSTIA

    Procurador de Justia Cludio Soares Lopes

    Corregedor-Geral do Ministrio Pblico

    Procurador de Justia Cezar Romero de Oliveira Soares

    Subprocuradoria-Geral de Justia de Administrao

    Procurador de Justia Mnica da Silveira Fernandes

    Subprocuradoria-Geral de Justia de Planejamento Institucional

    Procurador de Justia Carlos Roberto de Castro Jatahy

    Subprocuradoria-Geral de Justia de Atribuio Originria Institucional e Judicial

    Procurador de Justia Antnio Jos Campos Moreira

    Subprocuradoria-Geral de Justia de Direitos Humanos e Terceiro Setor

    Procurador de Justia Leonardo de Souza Chaves

    Chefia de Gabinete

    Procurador de Justia Astrio Pereira dos Santos

    Consultoria Jurdica

    Procurador de Justia Jos dos Santos Carvalho Filho

    Secretaria-Geral do Ministrio Pblico

    Procurador de Justia Jos Augusto Guimares

  • 6rgo Especial do Colgio de Procuradores de Justia

    (Em 14.12.2009)

    Membros natos

    Procurador-Geral de Justia: Cludio Soares Lopes

    Corregedor-Geral: Cezar Romero de Oliveira Soares

    Secretria: Mrcia lvares Pires Rodrigues

    Membros natos

    Cezar Romero de Oliveira Soares

    Carlos Antonio Navega

    Joo Baptista Lopes de Assis Filho

    Vera de Souza Leite

    Elio Gitelman Fischberg (afastado)

    Maria Cristina Palhares dos Anjos Tellechea

    Levi de Azevedo Quaresma

    Dalva Pieri Nunes

    Maria Amlia Couto Carvalho

    Hugo Jerke

    Membros eleitos

    Mrcia lvares Pires Rodrigues

    Ftima Maria Ferreira Melo

    Lilian Moreira Pinho

    Pedro Elias Erthal Sanglard

    Nilo Augusto Francisco Suassuna

    Maria da Conceio Lopes de Souza

    Walberto Fernandes de Lima

    Ktia Aguiar Marques Selles Porto

    Leila Machado Costa

    Patrcia da Silveira da Rosa

    Conselho Superior do Ministrio Pblico

    (Em 14.12.2009)

    Procurador-Geral de Justia: Cludio Soares Lopes

    Corregedor-Geral: Cezar Romero de Oliveira Soares

    Srgio Roberto Ulha Pimentel

    Dirce Ribeiro de Abreu

    Denise Freitas Fabio Guasque

    Guilherme Eugnio Vasconcelos

    Denise Muniz de Tarin

    Jos Maria Leoni Lopes de Oliveira

    Julio Cesar Lima dos Santos

    Orlando Carlos Neves Belm

    Membros suplentes

    Eleitos pelos Procuradores

    Israel Stoliar

    Eleitos pelos Promotores

    Anna Maria Di Masi

    Jos Augusto Guimares

    Mendelssohn Erwin Kieling Cardona Pereira

    Marlon Oberst Cordovil

  • 7PreFcio

    Aps intenso trabalho dos Centros de Apoio Operacional, vm a lume os manuais de atuao funcional do Ministrio Pblico do Estado do Rio de Janeiro, fruto dos esforos de Coordenadores e Subcoorde-nadores, que se debruaram nas questes tcnicas mais relevantes em suas respectivas reas.

    Considerada uma das prioridades da Administrao Superior, a ela-borao dos Manuais tem o escopo de conciliar e interligar dois prin-cpios bsicos da Instituio: a Unidade e a Independncia Funcional.

    Traaram-se, assim, diretrizes de trabalho. Longe de ferir o prima-do da Independncia Funcional, os Manuais que se sujeitam, como qualquer obra humana, a aperfeioamento futuro visam padroni-zao de procedimentos, para que, do Noroeste ao Sul Fluminense, Promotoras e Promotores de Justia tenham um guia seguro de atuao, em favor da Unidade Institucional.

    com este esprito, e grato ao trabalho de toda a Equipe, que entregamos os Manuais Classe.

    Rio de Janeiro, 14 de dezembro de 2009

    Cludio Soares LopesProcurador-Geral de Justia

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  • 9aPresentao

    Prezado(a) Colega,

    Segundo a diretriz estabelecida pela Administrao Cludio Soares Lopes, de nfase na qualidade institucional, a Subprocuradoria-Geral de Justia de Planejamento Institucional tem o prazer de apresentar classe a coleo de manuais de atuao funcional do Ministrio P-blico do Estado do Rio de Janeiro, elaborada pelos Centros de Apoio Operacional e pela Coordenadoria de Acompanhamento de Projetos.

    A coleo ser composta por obras dedicadas a cada rea de atua-o institucional do Ministrio Pblico, alm de uma abordando ques-tes relativas redao oficial e outra, editada pelo Conselho Nacional de Procuradores-Gerais, que versa sobre o Controle Externo da Ativi-dade Policial.

    Deve-se destacar que o Manual de Redao Oficial tambm ser distribudo aos servidores, vez que constatada a necessidade de padro-nizao da forma de atuao do corpo auxiliar do Ministrio Pblico.

    Esperamos que a coleo atinja sua finalidade, qual seja a de ser-vir como um roteiro sugestivo de atuao, dentre a enorme gama de atribuies que possui o Membro do Ministrio Pblico, visando m-xima efetividade da atuao institucional no Estado do Rio de Janeiro.

    Finalmente, no poderamos deixar de registrar nossos agradeci-mentos Fundao Escola Superior do Ministrio Pblico do Estado do Rio de Janeiro (FEMPERJ) e ao Centro de Estudos Jurdicos (CEJUR) pelo apoio indispensvel na consecuo deste objetivo.

    Rio de Janeiro, 14 de dezembro de 2009

    Carlos Roberto de Castro JatahySubprocurador-geral de Justia de Planejamento Institucional

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    suMrio

    1. ATRIBUIES DAS PROMOTORIAS DE JUSTIA DE TUTELA COLETIVA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13

    1.1. Atribuies Extrajudiciais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13

    1.2. Atribuies Judiciais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14

    2. DAS ESPCIES DE PROCEDIMENTOS MINISTERIAIS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17

    2.1. Breve Nota . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17

    2.2. Procedimentos Ministeriais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18

    2.3. Recomendaes Prticas quanto a Peas de Informao ou Procedimentos em Trmite em Dissonncia com a Sistemtica da Resoluo GPGJ n. 1522/09 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21

    3. FASE EXTRAJUDICIAL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22

    3.1. Breve Nota . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22

    3.2. Atuao do Ministrio Pblico mediante Provocao .. . . . . . . . . . . . 23

    3.3. Trmite dos Procedimentos Preparatrios e dos Inquritos Civis. . 29

    3.4. A Formao da Opinio .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31

    3.5. Outros Instrumentos de Atuao Ministerial .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34

    4. DA NORMATIZAO INTERNA .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37

    5. A TTULO DE CONCLUSO .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56

    6. BIBLIOGRAFIA BSICA RECOMENDADA .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57

    6.1. Tutela Coletiva Aspectos Processuais .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57

    6.2. Direito Ambiental e Urbanstico .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58

    6.3. Direito do Consumidor .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59

    6.4. Cidadania e Patrimnio Pblico .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60

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    1. atriBuies das ProMotorias de Justia de tutela coletiva

    1. 1. ATRIBUIES EXTRAJUDICIAIS

    A atribuio extrajudicial das Promotorias de Justia de Tutela Co-letiva se resume s investigaes no criminais envolvendo leses, ou ameaa de danos, a direitos metaindividuais (difusos, coletivos stricto sensu e individuais homogneos) que no abranjam matria menorista.

    Adotando-se a diviso por matria vigente no Ministrio Pblico do Estado do Rio de Janeiro, verifica-se a existncia de trs campos principais de atuao extrajudicial das Promotorias de Justia de Tutela Coletiva, a saber:

    1) Meio Ambiente, abrangendo urbanismo, patrimnio histrico-cultural e meio ambiente natural, destacando-se que, no Minis-trio Pblico fluminense, o entendimento dominante no senti-do de que a tutela do meio ambiente do trabalho atribuio do Ministrio Pblico do Trabalho;

    2) Consumidor e Contribuinte, inclusive os servios pblicos pa-gos mediante tarifa;

    3) Cidadania, englobando sade, educao, improbidade adminis-trativa, patrimnio pblico, moralidade administrativa, defesa das minorias e dos deficientes fsicos, e outros interesses metain-dividuais de forma residual.

    Atualmente, j existem Promotorias de Justia de Tutela Coletiva especializadas em sade, em educao e na defesa dos idosos e dos deficientes fsicos.

    Em alguns locais da regio metropolitana e do interior do Estado existem, por conta de expressa autorizao nas respectivas resolues

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    do Procurador-Geral de Justia, divises internas de atribuies por ma-tria, por meio de ordens de servio, especializando-se alguns rgos de execuo apenas em matria ambiental.

    1. 2. ATRIBUIES JUDICIAIS

    Na sistemtica da Resoluo GPGJ n. 1.173/03, em sede jurisdi-cional, a Promotoria de Justia de Tutela Coletiva possui as seguintes atribuies:

    1.2.1. Parte-Autor

    Propositura e acompanhamento processual de aes civis pblicas (cautelares, cognitivas e executivas), exceo de matria menorista.

    1.2.2. Custos Legis

    Aes Civis Pblicas propostas por outros colegitimados e aes populares conexas a aes civis pblicas.

    Observaes:

    1) No a matria que determina a atribuio processual das Pro-motorias de Justia de Tutela Coletiva, mas sim a espcie de de-manda. Assim, no atribuio da Promotoria de Justia de Tutela Coletiva atuar como fiscal da lei em aes populares ambientais que no sejam judicialmente declaradas conexas a aes civis p-blicas, ou ainda atuar em mandados de segurana coletivos.

    2) Em havendo desistncia do autor extraordinrio, ou do popular, este em casos em que haja conexo com ao civil pblica, atribuio da Promotoria de Justia de Tutela Coletiva assumir o plo ativo, atentando-se para o fato de que h necessidade de intimao pessoal do colegitimado ativo para prosseguir com a ao e, se for pessoa jurdica de direito pblico ou rgo pbli-co, h possvel cometimento de ato de improbidade administra-tiva, devendo-se extrair peas. Sublinhe-se que, se no houve conexo da ao popular com ao civil pblica, a atribuio ser do Promotor de Justia Cvel.

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    3) Em havendo ao popular em curso versando sobre fatos objeto de apurao em inqurito civil, de bom alvitre a atuao ex-trajudicial em sintonia com o Promotor de Justia Cvel, inclusi-ve fornecendo a este elementos probatrios a serem utilizados no processo. Observe-se que no h de se falar em conexo de ao popular com inqurito civil. A atuao em conjunto entre diferentes rgos de execuo vital ao bom desempenho das atividades institucionais em sede de tutela coletiva.

    4) No o nome dado pelo demandante que define se uma de-terminada ao pode ser considerada como ao civil pblica, mas sim os interesses tutelados (difusos, coletivos stricto sensu e individuais homogneos) e, desde que no se tenha adotado as regras genricas da Lei n. 4.717/65, ou o rito do mandado de segurana (coletivo). Dessa forma, aes coletivas, aes cautelares inominadas e casos semelhantes so de atribuio da Promotoria de Justia de Tutela Coletiva.

    5) O termo conexo utilizado na Resoluo n. 1.173/03 o foi de forma atcnica, compreendendo tanto a conexo quanto a con-tinncia previstas no Cdigo de Processo Civil, como tambm eventual conexo probatria, nos moldes do processo penal.

    6) No h conexo entre processo de ao civil pblica em curso e processo de ao popular em que j haja julgamento em pri-meiro grau, ainda que pendente de recurso (vide verbete n. 235 da smula da jurisprudncia dominante no Superior Tribunal de Justia).

    7) A atribuio para promover a execuo nas hipteses de coisa julgada material em processo de ao popular, quando o autor popular se quedar inerte, do Promotor de Justia Cvel, salvo houver processo referente ao civil pblica com coisa julgada material e que tenha se desenvolvido em conexo com o proces-so da ao popular.

    8) Deve o Promotor de Justia de Tutela Coletiva buscar atuar em conjunto com os Promotores de Justia Criminais e com as As-sessorias do Procurador-Geral de Justia (atribuio originria cvel e criminal), possibilitando troca de informaes, em es-

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    pecial em sede de ilcitos ambientais e de atos de improbidade administrativa. No caso destes, quando houver, em tese, ilcito criminal, fornecer subsdios que auxiliem a atuao da Chefia Institucional em sede de controle concentrado e abstrato de leis/atos normativos municipais ou estaduais.

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    2. das esPcies de ProcediMentos Ministeriais

    2. 1. BREVE NOTA

    A sistemtica da Lei n. 7.347/85, bem como a de diplomas simi-lares, prev, como procedimento inquisitivo cvel, em sede de tutela transindividual, o inqurito civil.

    Todavia, h, na sistemtica da Resoluo n. 1.522/09, bem como na da Resoluo n. 23/2007 do Conselho Nacional do Ministrio Pblico, previso de procedimento preparatrio, o qual no visa, como ser adiante explicado, a substituir o inqurito civil.

    Por outro lado, ainda existem em trmite, nas diversas Promotorias de Justia de Tutela Coletiva, procedimentos no adequados sistem-tica vigente, conforme se ver a seguir.

    A importncia em se observar a sistemtica vigente no apenas de ordem formal, at mesmo porque no o nome dado ao procedimen-to inquisitivo que define a sua essncia. O respeito a tal sistemtica mostra-se importante na medida em que a sua inobservncia gera erros na alimentao do sistema de controle de dados das Promotorias de Justia e do prprio Ministrio Pblico, como um todo, acarretando, no raras vezes, a existncia de procedimentos dplices em curso no mesmo rgo de Execuo, ou em Promotorias de Justia distintas. Ademais, sem a devida adequao dos procedimentos inquisitivos, no ficam delineados os objetos de investigao, o que pode acabar por retardar a formao de opinio, bem como tambm pode acarretar ar-quivamentos implcitos.

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    2. 2. PROCEDIMENTOS MINISTERIAIS

    2.2.1. Inqurito Civil (IC)

    Trata-se de procedimento ministerial de natureza inquisitiva cvel, que visa colher elementos aptos a formar a opinio do Promotor de Justia no que tange a leses ou ameaas de leses a direito (s) metaindividual (ais).

    Bastam indcios, por mais fracos que sejam, para a sua instaurao, isto , basta que se vislumbre a possibilidade, em tese, de tutela coleti-va, para que esteja autorizada a atuao do Ministrio Pblico.

    Tal espcie de procedimento a regra na sistemtica da Resoluo GPGJ n. 1.522/09 e na da Resoluo n. 23/2007, do Conselho Nacio-nal do Ministrio Pblico.

    Observe-se, de outro prisma, que o inqurito civil no pode ser usado para investigar crimes, mas nada impede que seja utilizado para apurar ilcitos de natureza cvel que eventualmente caracterizem tam-bm ilcitos penais, remetendo-se cpias dos autos ou das peas perti-nentes Promotoria de Justia com atribuio criminal, para a adoo das medidas pertinentes.

    2.2.2. Procedimento Preparatrio (PP)

    Procedimento previsto na sistemtica da Resoluo GPRJ n. 1.522/09 (art. 7), cabvel nas hipteses em que, a partir da anlise da representao e/ou de peas de informao, no se vislumbre, de imediato, a possibilidade, em tese, de tutela coletiva, o que afastaria a atuao ministerial (ou, pelo menos, da Promotoria de Justia de Tutela Coletiva), ou, ainda, colher indcios da existncia do fato noticiado. Tambm est previsto na Resoluo n. 23/2007 do Conselho Nacional do Ministrio Pblico (art. 2, 4).

    O objetivo do procedimento preparatrio verificar a existncia de algum elemento ou de alguma informao que demonstre a pos-sibilidade, em tese, de atuao do Ministrio Pblico na defesa dos direitos transindividuais. Em havendo tal possibilidade, converte-se o procedimento preparatrio em inqurito civil, delineando-se as linhas de investigao a serem seguidas.

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    Registre-se, ainda, a existncia de corrente que defende a utiliza-o do procedimento preparatrio para hipteses em que haja dvida quanto atribuio do rgo de Execuo, o que, data venia, no se coaduna com a sistemtica em vigor.

    Merece destaque, ainda, que o procedimento preparatrio inicia-do como mera promoo, sem necessidade de utilizao de portaria, esta reservada ao inqurito civil (no momento de sua instaurao, ou no momento da convolao do procedimento preparatrio em inqu-rito civil).

    Observe-se que a numerao dos procedimentos preparatrios a mesma dos inquritos civis, devendo ser sequencial e anual, conforme dispe a Resoluo n. 23/2007 do Conselho Nacional do Ministrio Pblico.

    2.2.3. Procedimento Administrativo (PA)

    No previsto na sistemtica da Resoluo GPGJ n. 1.522/09, nem na da Resoluo n. 23/2007 do Conselho Nacional do Ministrio P-blico.

    Antes da entrada em vigor da resoluo em tela, era usual a ins-taurao de procedimentos administrativos quando os indcios iniciais eram por demais fracos ou ainda quando havia dvida acerca da atri-buio para atuar no caso.

    Observe-se que os procedimentos administrativos so extremamen-te usuais na rea da infncia e juventude, em virtude de sua expressa previso na Lei n. 8.069/90. No entanto, os procedimentos administra-tivos vm sendo utilizados, data venia, de forma indevida como subs-titutivos dos inquritos civis e dos procedimentos preparatrios (vide item IV.3).

    Todavia, possvel a instaurao de procedimentos administrativos sem contedo inquisitivo, com o escopo de: (i) instruir expedientes administrativos da Promotoria de Justia (e.g. atendimento a diligncias deprecadas por outros rgos de execuo do Ministrio Pblico); (ii) de se buscar elementos complementares quando j houver processo em curso (e.g. tomar providncias extrajudiciais com o intuito de loca-lizar testemunha; solicitar ao GATE Ambiental a elaborao de quesitos

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    tcnicos), ou mesmo findo, com vistas a verificar a pertinncia, ou a possibilidade, de iniciar a execuo de ttulo executivo judicial (e.g. verificar se determinada pessoa jurdica continua exercendo atividades as quais foi condenada a se abster tpica hiptese em casos envolven-do poluio sonora).

    Em resumo, as hipteses de instaurao de procedimento adminis-trativo so as seguintes:

    A) Organizar os expedientes administrativos da Promotoria de Jus-tia de Tutela Coletiva, tais como atendimentos de solicitaes e requisies de informaes ou de diligncias de outras Promoto-rias de Justia e de rgos da Administrao Superior do MPRJ, bem como de outros entes (outros Ministrios Pblicos, Juzos etc.);

    A) Organizar diligncias diversas determinadas pelo Promotor de Justia com o intuito de instruir processos em curso (v.g. verifi-cao de cumprimento de liminar, localizao de testemunhas, solicitaes ao GATE etc.) ou j findos (v.g. verificao de cum-primento espontneo pelo ru de deciso condenatria visando apurar a pertinncia de execuo do ttulo executivo judicial etc.).

    2.2.4 Peas de Informao em trmite, sem adequao

    Tambm usual a existncia, sob as mais diversas denominaes (e.g. protocolo geral, sindicncia etc.), de peas de informao em tr-mite, com determinao de cumprimento de diligncias, sem a devida adequao, isto , sem haver a instaurao de inqurito civil, ou de procedimento preparatrio. Deve ser feita a devida adequao, instau-rando-se inqurito civil ou procedimento preparatrio, ressalvadas as hipteses em que j seja possvel a formao de opinio.

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    2.3. RECOMENDAES PRTICAS qUANTO A PEAS DE INFORMAO OU PROCEDIMENTOS EM TRMITE EM DISSONNCIA COM A SISTEMTICA DA RESOLUO GPGJ N. 1.522/09

    No que tange aos procedimentos administrativos inquisitoriais e s peas de informao em trmite ambos em desconformidade com a sistemtica da Resoluo GPGJ n. 1.522/09, deve-se proceder devida adequao, conforme o caso concreto, da seguinte forma:

    A) Procedimentos administrativos e peas de informao em trmi-te sem portaria de instaurao:

    a. Lavrar portaria de instaurao de inqurito civil, determinan-do as diligncias pertinentes e delineando-se as linhas de in-vestigao;

    b. Convolar em procedimento preparatrio, determinando as diligncias pertinentes;

    c. Promover o arquivamento, ou ainda;

    d. Propor ao civil pblica.

    B) Procedimentos administrativos e peas de informao em trmi-te com portaria de instaurao: proceder da forma prevista no subitem A, porm no havendo necessidade de lavratura de portaria no caso de instaurao de inqurito civil ou de elaborar promoo de procedimento preparatrio, bastando que se deter-mine a pertinente convolao, logicamente, se for o caso, com as pertinentes adaptaes na linha investigatria anteriormente apresentada.

    De se observar que a convolao do procedimento, conforme re-tro apregoado, importa na adequao administrativa (cartorria) do procedimento, com a aplicao de sequncia numeral nova, de acordo com a espcie de feito inquisitivo (inqurito civil ou procedimento pre-paratrio), as referncias aos atos instrutrios decorrentes, entre outras medidas administrativas.

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    3. Fase extraJudicial

    3.1. BREVE NOTA

    A atuao extrajudicial do Ministrio Pblico, em sede de tutela co-letiva, pode se iniciar por provocao, isto , mediante o recebimento de representao, com ou sem peas de informao; ou por iniciativa prpria (ex officio).

    Quando h um requerimento de providncias dirigido ao Ministrio Pblico, alguns Promotores buscam diferenciar as hipteses de repre-sentao das de mera notcia. Ocorre que tal discusso irrelevante em termos prticos.

    A representao pode vir acompanhada ou no de peas de infor-mao, entendendo-se estas como quaisquer documentos, exceo de legislao nacional/federal.

    O Promotor de Justia deve evitar o trmite de procedimentos que versem sobre temas idnticos ou sobre questes j postas em juzo, de-vendo, dessa forma, sempre que receber qualquer representao, ou an-tes de instaurar de ofcio qualquer espcie de procedimento, determinar secretaria que certifique a existncia de investigao e/ou de processo judicial (ao civil pblica proposta ou no pelo Ministrio Pblico e/ou ao popular conexa ao civil pblica) sobre determinado tema.

    Por outro lado, ao constatar procedimentos sobre o mesmo assunto, ou quando um procedimento englobar o outro, deve apens-los, na forma do disposto no assento n. 04 do Conselho Superior.

    A seguir, sero elencadas as providncias iniciais, a rotina das in-vestigaes, e o momento da formao da opinio ministerial e os seus possveis desdobramentos.

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    3.2. ATUAO DO MINISTRIO PBLICO MEDIANTE PROVOCAO

    Uma vez provocado o Ministrio Pblico, apresentam-se ao Promo-tor de Justia, de acordo com o caso concreto, cinco opes, as quais podem ser combinadas (e.g. indeferimento parcial; declnio parcial de atribuio; instaurao de procedimento preparatrio ou de inqurito civil quanto a um dos objetos da representao etc), a saber:

    3.2.1. Indeferimento de plano

    Ausncia de qualquer hiptese de atuao do Ministrio Pblico. Se houver possibilidade de atuao de qualquer outro rgo de execuo do Ministrio Pblico Estadual, ou ainda de outro Ministrio Pblico, no caso de indeferimento, mas sim de remessa ao rgo com atribui-o (declnio de atribuio).

    Hipteses mais comuns de indeferimento de plano

    A) Leso ou ameaa de leso a direito individual sem que haja in-dcios de violaes a direito individuais homogneos (e.g. repre-sentao ao Ministrio Pblico porque determinada loja atrasou a entrega de um bem de consumo qualquer);

    B) Ausncia de interesse pblico primrio ou de relevncia na tu-tela coletiva (e.g. moradores de um bairro que reivindicam a reforma de uma quadra poliesportiva);

    C) Impossibilidade flagrante de tomada de qualquer futura provi-dncia judicial (e.g. Juiz de Direito que representa ao Ministrio Pblico, solicitando providncias contra sociedade empresria porque esta interpe apelaes de forma abusiva e manifesta-mente protelatrias);

    D) Menor potencial ofensivo do ato de improbidade administrativa luz do princpio da proporcionalidade, ou seja, ausncia de improbidade administrativa material (ltimo momento do iter de individualizao do ato de improbidade administrativa). Deve-se tomar cuidado nessas hipteses em razo do alto grau de subje-tividade na anlise do que seja menos potencial ofensivo, em

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    razo das mltiplas variveis scio-econmicas que envolvem o caso. Por outro lado, a leso nfima noticiada pode fazer parte de um esquema maior, ou ser comumente repetida. Hipteses em que o indeferimento de plano no recomendado.

    Algumas Recomendaes

    A) Buscar preservar a imagem do Ministrio Pblico perante pessoas mais humildes, explicando de forma simples, no corpo da pro-moo e pessoalmente ao representante, em caso de leses indi-viduais, que o indeferimento no significa que a pessoa no te-nha um determinado direito, mas apenas que o Parquet no pode atuar naquele caso. Encaminhar o representante, em tais casos, e sempre por ofcio, Defensoria Pblica, ou a qualquer outro rgo pblico com atribuio para resolver o problema. Apenas atentar para que haja observao no ofcio de encaminhamento que este no confere ao seu portador qualquer preferncia no atendimento. possvel, conforme o entendimento do Promotor de Justia, o encaminhamento a outros servios de assistncia jurdica gratuita, tais como escritrios modelos de faculdades de direito. Incentiva-se, assim, o exerccio da cidadania;

    B) Em havendo peas de informao (vide item 3.1.), aps o decur-so in albis do prazo para recurso administrativo do representan-te, dever-se- enviar o procedimento ao Conselho Superior para reviso do indeferimento, luz do princpio da obrigatoriedade;

    C) Em no havendo peas de informao, aguardar eventual recur-so administrativo do representante; caso no haja manifestao do interessado, acautelar a notcia na Promotoria de Justia em definitivo;

    D) Em qualquer caso, sempre notificar o representante do indefe-rimento e inform-lo da possibilidade de interpor recurso ad-ministrativo ao Conselho Superior, se este for identificado, ou identificvel;

    E) Em havendo peas de informao, remeter ao Conselho Supe-rior, aps o decurso do prazo, para interposio de recurso ad-ministrativo.

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    F) Atentar para a possibilidade de juzo de retratao do Promotor de Justia em havendo a interposio de recurso administrativo.

    3.2.2. Declnio de atribuio

    Quando ausente qualquer hiptese de atuao da Promotoria de Justia de Tutela Coletiva, porm apresentando-se possvel, em tese, a atuao de outro rgo de execuo, ou ainda de outro Ministrio Pblico.

    O declnio de atribuio pode ocorrer no apenas ab initio, mas a qualquer tempo durante o curso do procedimento preparatrio ou do inqurito civil. No cabe aqui qualquer recurso administrativo ao Con-selho Superior, pois a forma de controle aqui o instituto do conflito (positivo ou negativo) de atribuies.

    So, em resumo, duas as espcies de declnio de atribuio, quais sejam:

    A) Atribuio em favor de outro ramo do Ministrio Pblico (Mi-nistrio Pblico Federal, Ministrio Pblico do Trabalho, Minis-trio Pblico Eleitoral etc), atentando-se para os seguintes casos (rol exemplificativo):

    a) Envolvendo matria ambiental, em que h intensa discusso doutrinria e divergncia jurisprudencial no que tange competncia das Justias Estadual e Federal, em especial no que se refere caracterizao de interesse federal;

    b) Referentes a direitos trabalhistas de servidores pblicos quan-do o regime for celetista, caso em que a atribuio do Mi-nistrio Pblico do Trabalho, ao contrrio do que ocorre em hipteses de no realizao de concurso pblico para cargos em regime celetista;

    c) Envolvendo o sistema nico de sade, seara em que tam-bm h intensa divergncia no que tange competncia e existncia de interesse federal, especialmente nos casos em que o repasse se d por prvia manifestao de vontade (contrato, convnio, etc.) entre a Unio os demais entes fe-derativos;

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    d) Relacionadas ao meio ambiente do trabalho, em que preva-lece o entendimento de que a atribuio do Ministrio P-blico do Trabalho;

    e) Referentes a ilcitos (cveis ou criminais) eleitorais, atentando-se que, nos casos de propaganda ilegal com uso de verba pblica, a persecuo do ato improbidade administrativa se mantm com o Ministrio Pblico Estadual.

    Observe-se que a soluo de eventual conflito positivo ou negativo de atribuies entre ramos distintos do Ministrio Pblico, em que pese as demais posies sobre o tema, cabe ao Supremo Tribunal Federal (no mais ao Superior Tribunal de Justia, segundo entendimento re-centemente formado na Corte Suprema brasileira).

    Por fim, importante destacar a existncia de intenso debate institucio-nal acerca da possibilidade de um determinado Ministrio Pblico atuar em litisconsrcio com outro Ministrio Pblico, ou por conta prpria, em outra Justia que no a correspondente sua atribuio original.

    B) Atribuio de outro rgo de execuo do Ministrio Pblico Fluminense hipteses mais comuns:

    a) Em favor da Promotoria de Justia de Infncia e Juventude (ou da Promotoria Cvel ou de Famlia com tal atribuio):

    Matria de tutela coletiva envolvendo crianas e adolescen-tes, observando-se que pode haver pontos de tangenciamen-to com a atribuio das Promotorias de Justia de Tutela Co-letiva, sendo recomendada a atuao em conjunto, evitando o fracionamento da tutela metaindividual;

    Em relao ao FUNDEB (mesmo raciocnio para o extinto FUNDEF), bem como a outros fundos, prevalece o enten-dimento de que a fiscalizao da aplicao das verbas do FUNDEB e a eventual propositura de ao civil pblica para forar a aplicao ou vedar transferncias ilcitas das Pro-motorias de Justia de Infncia e Juventude. A atribuio das Promotorias de Justia de Tutela Coletiva restringe-se persecuo de eventuais atos de improbidade administrativa envolvendo irregularidades em tais fundos. Devem-se evi-

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    tar investigaes concomitantes, devendo a Promotoria de Justia aguardar o desfecho das investigaes da Promotoria de Justia de Infncia e Juventude. O mesmo raciocnio vale para o funcionamento de conselhos envolvendo a matria da infncia e juventude.

    b) Promotorias de Justia de Tutela Coletiva da Capital, em casos de danos regionais ou nacionais (v. Lei n. 8.078/90, art. 93), quando esta tambm atinge a comarca da capital.

    c) Promotorias de Justia de Investigaes Criminais, junto Jui-zados Especiais Criminais etc, observando-se que o mesmo fato pode gerar consequncias tambm na esfera cvel (e.g. ato de improbidade administrativa; danos ambientais etc).

    d) Promotorias de Famlia (ou cveis com tal atribuio): casos envolvendo registro civil ou pessoas que necessitam ser in-terditadas.

    e) Promotorias de Justia de Defesa do Idoso e do Deficiente Fsico: direitos coletivos lato sensu dos idosos e dos deficien-tes fsicos, e direitos individuais sem natureza homognea de idosos. Observe-se que nos municpios no abrangidos pela atribuio territorial de Promotoria de Justia de Defesa do Idoso e do Deficiente Fsico, a atribuio para a defesa dos interesses transindividuais envolvendo tais categorias da Promotoria de Justia de Tutela Coletiva local, e a defesa dos direitos individuais no homogneos dos idosos de atri-buio das Promotorias de Justia Cveis.

    3.2.3 Instaurao de procedimento preparatrio 1

    Em relao aos procedimentos preparatrios, observar os prazos es-tabelecidos na Resoluo GPGJ n. 1.522/09 e na Resoluo n. 23/2007 do Conselho Nacional do Ministrio Pblico, convolando-os em inqu-rito civil, ou tomando qualquer outra providncia pertinente, tendo-se em conta que o prazo em tela imprprio.

    1 Vide item 3. 2. supra.

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    O importante quanto a este ponto a convolao do procedimento preparatrio em inqurito civil quando estiver clara a possibilidade em tese de tutela coletiva e ainda no houver elementos para formar a opinio ou os necessrios propositura de ao civil pblica, lavrando-se a res-pectiva portaria, e se traando as linhas de investigao a serem seguidas.

    Em havendo procedimentos preparatrios com portaria (hiptese comum em relao aos procedimentos preparatrios usados de forma distinta da prevista na Resoluo GPGJ n. 1.522/09 e na Resoluo n. 23/2007 do Conselho Nacional do Ministrio Pblico), convolar em inqurito civil, apenas determinando o registro como tal, sem haver ne-cessidade de lavrar-se portaria. Deve-se, em tal promoo, adaptar, se pertinente, as linhas de investigao em razo dos elementos colhidos no procedimento preparatrio.

    Observar a necessidade de autuao do procedimento preparatrio com numerao sequencial a dos inquritos civis e a manuteno da numerao ao se convolar o procedimento preparatrio em inqurito civil (vide art. 2, 5, da Resoluo n. 23/2007 do Conselho Nacional do Ministrio Pblico).

    3.2.4. Instaurao de inqurito civil 2

    Ao instaurar inqurito civil, deve o Promotor de Justia, na portaria, sempre delimitar o objeto de investigao, traando as linhas iniciais de investigao, evitando-se indeferimentos implcitos ou futuros arqui-vamentos tcitos.

    Aconselha-se a evitar objetos por demais amplos quando no rela-cionados entre si (e.g. inqurito civil instaurado com base em relatrio do Tribunal de Contas que detectou irregularidades na aplicao de verbas na sade por municpio, ausncia de controle interno e, ainda, desdia na arrecadao de tributos), uma vez que, em virtude das dife-rentes diligncias pertinentes a cada objeto, acaba-se por se retardar a formao da opinio final.

    Por fim, recomenda-se a separao dos considerandos que tenha contedo ftico dos que faam referncias s normas jurdicas a serem aplicadas.

    2 Vide item IV. 2. supra

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    3.2.5 Propositura imediata de ao civil pblica

    possvel, em no havendo possibilidade (ftica ou legal) de ce-lebrao de termo de ajustamento de conduta, como si ocorrer em casos envolvendo improbidade administrativa (quanto a este ponto especfico, vide item V.4, n. 2). Se houver tal possibilidade, deve-se instaurar inqurito civil e iniciar as tratativas objetivando a celebrao de termo de ajustamento de conduta (idem).

    Observe-se que, nos casos de improbidade administrativa, mui-to comum a propositura imediata de ao civil pblica com base em denncia criminal e nas peas de informao que a instruram (e.g. denncia por abuso de autoridade; crime de funcionrio pblico etc...), ou ainda com base em processos oriundos do Tribunal de Contas com condenao administrativa definitiva e em aes populares com con-denao de ressarcimento ao errio j transitada em julgado. No exis-te qualquer dever legal do Promotor de Justia em instaurar inqurito civil, nem tampouco de oferecer ao suposto autor do ilcito oportu-nidade para prestar esclarecimentos, pois no h contraditrio nessa fase.

    Porm, em casos de notria publicidade ou de relevante interesse poltico ou econmico, pode-se mostrar pertinente a notificao do in-vestigado para prestar esclarecimentos.

    Em outros termos, o inqurito civil no condio de procedibili-dade da ao civil pblica, nem para a elaborao de termo de ajus-tamento de conduta. Assim, se o procedimento prvio ou mesmo a representao contiverem provas suficientes, tais medidas podem ser tomadas.

    3.3. TRMITE DOS PROCEDIMENTOS PREPARATRIOS E DOS INqURITOS CIVIS 3

    1) Com toda resposta ou com todo documento vindo aos autos, in-clusive eventuais requerimentos de dilao de prazo para resposta, deve a secretaria abrir vista ao Promotor de Justia para imediata cincia e adoo das medidas pertinentes (estas vo desde mero

    3 ver modelos de ordens de servio constantes no cd-rom

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    despacho para se aguardar demais respostas at a propositura de ao civil pblica);

    2) recomendvel que o Promotor de Justia instrua a sua secretaria a abrir vistas diferenciadas dos procedimentos, dividindo-os em dilign-cias completas; diligncias incompletas; primeira reiterao; segunda reiterao etc., facilitando e agilizando a anlise dos feitos inquisitivos;

    3) Atentar que no pertinente esperar estarem completas as dilign-cias determinadas para s ento abrir vista dos autos, pois pode ser necessria alguma providncia complementar que poderia ter sido antes determinada ou at mesmo se vislumbrar a desnecessidade da espera do recebimento das demais respostas em razo do teor das j apresentadas;

    4) Instruir a secretaria para abrir vista dos autos, em havendo oitivas ou reunies agendadas, com antecedncia mnima de 48h, de forma que o Promotor de Justia possa analisar e estudar os autos;

    5) Recomenda-se sejam determinadas, em seguida s oitivas ou s reu-nies, as medidas pertinentes;

    6) A folha de abertura de vista deve mencionar sempre os documentos juntados aos autos, em caso de no ocorrer com o intuito de se pro-ceder s oitivas ou visando reunies;

    7) Registrar nos autos todas as diligncias realizadas;

    8) Cuidado com as reiteraes de requisies, adotando-se estratgia, em caso de segunda reiterao, para caracterizar eventual conduta criminosa (Lei n. 7.347/85, art. 10; ou crime de desobedincia) e eventual ato de improbidade administrativa;

    9) Atentar para o trmite prioritrio de procedimentos envolvendo direitos metaindividuais de idosos (quando de atribuio da Pro-motoria de Justia de Tutela Coletiva) e instaurado com base em relatrios de comisses parlamentares de inqurito;

    10) Observar que, em relao a algumas autoridades, no possvel se oficiar diretamente, devendo-se faz-lo por intermdio do Procura-dor-Geral de Justia. Este apenas encaminha o ofcio elaborado pela Promotoria de Justia. Vide Lei n. 8.625/93, art. 26, 1 e Lei Com-

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    plementar Estadual n. 106/03, art. 35, 1. Registre-se que o art. 6, 8, da Resoluo n. 23/2007 do Conselho Nacional do Ministrio Pblico ilegal no que tange extenso do rol de autoridades que no estavam previstas na Lei n. 8.625/93, eis que transbordou seu carter regulamentador.

    3.4. A FORMAO DA OpiniO

    Concludas as investigaes, ou parte delas, havendo a possibilida-de de desmembramento do inqurito civil, pode-se chegar a duas con-cluses distintas, quais sejam, a ocorrncia ou no de dano (ou ameaa de) apta a autorizar o uso da tutela coletiva.

    Em no havendo leso (ou ameaa de) de fundo metaindividual, dever-se- promover o arquivamento do inqurito civil (ou do proce-dimento preparatrio ou das peas de informao), com remessa ao Conselho Superior para reviso e eventual homologao.

    J em caso de ilao no sentido de ocorrncia de leso ou ameaa de leso de fundo transindividual, abrem-se duas alternativas ao Pro-motor de Justia, quais sejam, o incio de tratativas para celebrao de termo de ajustamento de conduta (vedado tal ajuste em casos de improbidade administrativa, isto , no que tange aplicao das san-es previstas na Lei n. 8.429/92, mas no quanto ao ressarcimento do errio, pretenso esta que no se confunde com a de aplicao de sanes. Tal posicionamento no pacfico, cf. Hugo Nigro Mazzilli) ou a propositura de ao civil pblica.

    3.4.1. Do Arquivamento

    A) Observar os enunciados do assento n. 04 do Conselho Superior;

    B) Verificar se foram esgotadas todas as diligncias possveis;

    C) Narrar de forma sucinta o objeto de investigao;

    D) Notificar o representante do arquivamento, inclusive sobre a pos-sibilidade de manifestao perante o Conselho Superior, em caso de discordncia, at a reviso da promoo de arquivamento. Se for caso de direito individual sem fundo transindividual, adotar a

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    recomendao feita em relao ao indeferimento de representao, no que concerne a explicar que o Ministrio Pblico no est afir-mando a inexistncia do direito da parte;

    E) Observar o prazo de trs dias para encaminhamento ao Conse-lho Superior, observando-se a regulamentao da Resoluo n. 1.522/09 acerca do termo inicial do prazo;

    F) Evitar os arquivamentos implcitos. Se o Promotor de Justia formar a sua opinio quanto a um dos objetos do inqurito civil no senti-do de promover seu arquivamento, e ainda houver necessidade de continuao das investigaes em relao a outros objetos, deve-se extrair cpia de todo o procedimento e promover o pertinente ar-quivamento parcial, restringindo-se, assim, as investigaes. Nesse caso, deve-se colocar cpia da promoo nos autos principais.

    3.4.2. Do Termo de Ajustamento de Conduta

    A) Buscar sempre ouvir a opinio de eventuais representantes, em es-pecial quando se tratar de direitos coletivos stricto sensu e indivi-duais homogneos, porm com cuidado quanto a eventuais usos polticos;

    B) Em casos mais complexos, organizar audincia pblica para discutir os pontos da minuta de termo de ajuste de conduta, mais uma vez tomando cuidado com eventuais usos polticos do caso;

    C) Tendo em vista que o termo de ajuste de conduta celebrado tem efi-ccia de ttulo executivo extrajudicial, e que o objeto de cognio em sede de embargo de executado por demais amplo, sempre fa-zer constar clusula em que aquele que ajusta sua conduta assuma o que lhe imputado;

    D) defeso constar clusula de iseno de responsabilidade penal, bem como por ato de improbidade administrativa, se for o caso e, por outro lado, deve-se sempre atentar incluso de prazos para as obri-gaes assumidas e multas, na hiptese de descumprimento destes;

    E) As obrigaes assumidas no termo de ajustamento de conduta de-vem ser certas quanto sua existncia e lquidas quanto sua exe-cutibilidade;

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    F) O termo de ajustamento de conduta no substitui as licenas am-bientais e outros atos administrativos pertinentes, sendo interessan-te constar clusula nesse sentido;

    G) A regra a recomposio do dano ambiental. Apenas se no for possvel, pode-se substituir a reparao do dano por pecnia;

    H) Em casos envolvendo danos ambientais, orienta-se constar do termo as clusulas das medidas compensatrias da degradao - que dife-rem, por conseguinte, das medidas reparatrias;

    I) Cuidado com a destinao de multas e reparaes em pecnia. O destino daquelas pode ser objeto de tratativa, mas as reparaes devero sempre se dirigir aos fundos previstos no art. 13, da Lei n. 7.347/85. Se se optar por destinar a verba para reparao de danos ambientais na regio, de acordo com o esprito da Lei n. 7.347/85, pode-se celebrar outro termo de ajustamento de conduta com o rgo pblico responsvel por aplicar tal verba, atentando-se na-tureza pblica desta, ou inclu-lo no j firmado;

    J) Aps a celebrao do termo de ajustamento de conduta, convolar o objeto do inqurito civil para fiscalizao do cumprimento. O ar-quivamento do inqurito s ocorre aps o integral cumprimento do avenado, quando, ento, o Conselho Superior ir analisar o termo de ajustamento de conduta;

    K) O termo de ajustamento de conduta pode ser parcial, porm, em tal caso, dever ser proposta a ao civil pblica quanto ao ponto no abrangido, ou, ainda, se arquivar parcialmente quanto ao ponto no abrangido pelo termo de ajuste, se for o caso;

    L) Buscar sempre o controle do cumprimento de termo de ajustamento de conduta celebrado por outros legitimados;

    M) No h poder de dispor sobre direitos transindivudais em sede de termo de ajustamento de conduta, no cabendo, assim, sua cele-brao quando se tratar de improbidade administrativa (observar opinies em contrrio, j salientadas);

    N) Dar publicidade ao termo de ajustamento de conduta, com o envio aos rgos de mdia, em especial os locais, e a setores da Sociedade civil organizada;

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    O) Em termos de ajuste de conduta celebrados com entes pblicos, fazer constar sempre observao de que o compromisso de ajusta-mento de conduta no autoriza despesas em desconformidade com a Lei de Responsabilidade Fiscal.

    3.4.3 Da propositura da Ao Civil

    A) Se for em relao a apenas um dos objetos do inqurito civil, con-tinuar o procedimento, desmembrando-o, ou extraindo cpias para instruir a petio inicial;

    B) Determinar a abertura de pasta para acompanhamento do proces-so, conhecida como espelho, iniciando-a com cpia da petio inicial devidamente protocolada e eventualmente com cpias de todos os principais documentos que instruram a pea vestibular. Aconselha-se a instruir sempre as pastas de acompanhamento com os principais atos e peas do processo, permitindo-se, inclusive, um maior preparo do Promotor de Justia para participar de futuras au-dincias de instruo e julgamento;

    C) Determinar o acompanhamento processual por meio da rede mun-dial de computadores. aconselhvel que cada Promotoria de Justi-a de Tutela Coletiva mantenha sistema de controle de andamento de todos os processos de sua atribuio, evitando que estes fiquem desnecessariamente paralisados;

    D) No olvidar de instruir a petio inicial com cpias das iniciais para servirem de contraf.

    3.5. OUTROS INSTRUMENTOS DE ATUAO MINISTERIAL

    Em sua atuao extrajudicial, conta o Promotor de Justia de Tutela Coletiva com diversos instrumentos jurdicos sua disposio, desta-cando-se, a seguir, os principais:

    3.5.1. Expedio de Notificaes

    Regulamentada pelo art. 129, inc. VI, da Constituio da Repblica

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    e pelo art. 26, inc. I, da Lei n. 8.625/93, entre outros dispositivos legais. Pode o Promotor de Justia determinar a expedio de notificaes para colher depoimento ou esclarecimentos e, em caso de no com-parecimento injustificado, requisitar conduo coercitiva.

    O instrumento em tela tem papel fundamental nas atividades in-vestigatrias do Ministrio Pblico, devendo, todavia, o Promotor de Justia atentar a eventuais prerrogativas previstas em lei em favor de de-terminadas autoridades, as quais podem marcar dia, hora e local para serem ouvidas, ou, em alguns poucos casos, prestar esclarecimentos por escrito.

    Tambm se deve atentar que, caso a pessoa a ser ouvida seja a investigada, ela no poder ser conduzida coercitivamente, nem ser presa em flagrante pelo crime de falso testemunho.

    3.5.2. Requisies

    Na instruo das diversas espcies de procedimentos inquisitivos a cargo do Promotor de Justia, este conta com o poder de expedir re-quisies de diligncias, informaes, certides, documentos e exames periciais, devendo ser observadas as hipteses em que o carter confi-dencial das informaes ou documentos almejados somente possa ser afastado por ordem judicial (h grande divergncia quanto possibili-dade do Ministrio Pblico quebrar o sigilo bancrio, sobre a qual recomenda-se a leitura das obras supra recomendadas).

    Mister se faz observar ainda que o prazo mximo para atendimento s requisies ministeriais se encontra previsto no art. 8, 1, da Lei Com-plementar n. 75/93, que se aplica, por fora do art. 80, da Lei n. 8.625/93, aos Ministrios Pblicos estaduais, sendo de no mximo dez dias, inver-tendo a regra anterior constante do art. 8, 1, da Lei n. 7.347/85.

    A fixao dos prazos poder ser outra conforme a complexidade da requisio, devendo o Promotor de Justia atuar aqui com extrema prudncia, evitando requisitar o impossvel.

    3.5.3. Recomendao

    Trata-se de instrumento de atuao ministerial pelo qual o Parquet recomenda aos responsveis por leses ou ameaa de leses de fun-

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    do metaindividual a adoo de condutas para sanar as irregularidades constatadas.

    3.5.4. Vistorias e diligncias externas

    Buscando instruir os procedimentos inquisitivos de sua atribuio, abre-se a alternativa ao membro do Parquet de realizar diligncias ou vistorias externas, podendo contar com a colaborao de rgos auxi-liares do prprio Ministrio Pblico (e.g. GATE, GAP etc.) e de entes pblicos (e.g. FEEMA, PROCONs etc...).

    Da mesma forma, pode o membro do Ministrio Pblico participar de reunies organizadas por outros entes, tais como conselhos muni-cipais, porm sem poder de voto, se existente tal possibilidade, j que sua atuao se limita instruo de procedimento inquisitivo.

    3.5.5. Audincias Pblicas

    Forma de dilogo direto com a Sociedade e utilizada em casos mais complexos, mormente naqueles em que h necessidade de fiscaliza-o diretamente pela Sociedade. Tomar cuidado com eventuais usos polticos por terceiros. Sempre atentar para a publicao de aviso de realizao de audincia pblica em peridico local e no dirio oficial.

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    4. da norMatizao interna

    Sem prejuzo dos diversos diplomas legislativos que, luz da Cons-tituio da Repblica, regulam a tutela coletiva e as atividades do Mi-nistrio Pblico (Lei n. 7.347/85; Lei n. 7.853/85; Lei n. 8.625/93; Lei Complementar n. 75/93 e Lei Complementar Estadual n. 106/03, en-tre outros), h de se destacar a existncia de normatizao interna, no mbito do Ministrio Pblico do Estado do Rio de Janeiro, que regu-lamenta a atuao ministerial em sede de tutela metaindividual, bem como a existncia da Resoluo n. 23/2007 do Conselho Nacional do Ministrio Pblico.

    Dessa forma, a seguir, elencam-se os atos normativos internos, in-clusive resolues do Procurador-Geral de Justia que veiculam reco-mendaes sem fora normativa, os enunciados das smulas dos en-tendimentos da Chefia Institucional e do egrgio Conselho Superior; assentos deste ltimo rgo colegiado, e algumas das ordens de servio do 6 Centro de Apoio Operacional.

    1) Resoluo n. 23 do Conselho Nacional do Ministrio Pblico: Re-gulamenta os artigos 6, inciso VII, e 7, inciso I, da Lei Comple-mentar n 75/93 e os artigos 25, inciso IV, e 26, inciso I, da Lei n 8.625/93,disciplinando, no mbito do Ministrio Pblico, a instau-rao e tramitao do inqurito civil.

    2) Resolues do Procurador-Geral de Justia:

    A) Resoluo GPGJ n. 1.522/09: Regulamenta o inqurito civil no mbito do Ministrio Pblico do Estado do Rio de Janeiro e d outras providncias revogando assim, expressamente, a Reso-luo GPGJ n. 1.066/02;

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    B) Resoluo GPGJ n. 1.129/03: Expede recomendao, sem car-ter normativo, dirigida aos membros do Ministrio Pblico do Estado do Rio de Janeiro, a respeito da atuao funcional em in-quritos civis e aes civis pblicas propostas em virtude de im-probidade administrativa, com fundamento na Lei n 8.429/92.

    C) Resoluo GPGJ n. 1.173/03: Transforma as atuais promotorias de justia de defesa de interesses difusos e direitos coletivos em promotorias de justia de tutela coletiva, fixa as respectivas atri-buies, revoga a resoluo GPGJ n 997/2001, demais disposi-es esparsas em contrrio, e d outras providncias.

    D) Resoluo GPGJ n. 1.221/04: Estabelece normas concernentes expedio e cobrana das despesas operacionais com o forne-cimento de certides, informaes e cpias reprogrficas.

    E) Resoluo GPGJ n. 1.241/04: Expede recomendao, sem car-ter normativo, dirigida aos membros do Ministrio Pblico, no que concerne observncia da prerrogativa funcional prevista no art. 82, inciso III, da Lei Complementar n 106/2003, no sen-tido de que o recebimento de intimao em qualquer proces-so ou procedimento seja pessoal, mediante a entrega dos autos com vista ao membro do Ministrio Pblico com atribuio;

    F) Resoluo GPGJ n 1325/2006: Altera os incisos VI e XVI do art. 4 da Resoluo GPGJ no 1.173, de 13 de outubro de 2003;

    3) Atos do Conselho Superior do Ministrio Pblico:

    A) Regimento interno: poca da atualizao desta segunda edi-o ainda se encontrava em discusso o novo regimento interno do Conselho Superior;

    B) Assento n. 04 do Conselho Superior: Traa regras referentes ao tr-mite de procedimentos inquisitivos dplices e d outras providncias.

    C) Enunciados da Smula do Conselho Superior do Ministrio P-blico do Estado do Rio de Janeiro.

    C.1) Aspectos Processuais e Procedimentais:

    ENUNCIADO N 05/07 CSMP/RJ: MEIO AMBIENTE. INEXIS-TNCIA DE DANO AMBIENTAL. Se a notcia de dano ao meio

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    ambiente no ratificada por meio de prova idnea, produzida no curso da investigao, merece homologao o arquivamento promovido pela Promotoria de Justia oficiante. (Aprovado na sesso de 02 de maio de 2007)

    ENUNCIADO N 21/2008 DO CSMP/RJ: IMPROBIDADE AD-MINISTRATIVA. INSUFICINCIA DE PROVAS DE ATOS DE IMPROBIDADE E AUSNCIA DE DANOS AO ERRIO. Merece homologao a promoo de arquivamento de inqurito civil ou de procedimento preparatrio para apurar improbidade ad-ministrativa se, no curso da investigao, restar comprovada a insuficincia de provas da prtica de atos de improbidade ti-pificados nos artigos 9, 10 e 11 da Lei Federal n 8.429/92 e da ausncia de danos ao errio. (Aprovado na sesso de 30 de julho de 2008).

    ENUNCIADO 27/2009 DO CSMP/RJ: INDEFERIMENTO DE RE-PRESENTAO DE INSTAURAO DE INQURITO CIVIL, DE PROCEDIMENTO PREPARATRIO OU DE PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO. NOTIFICAO DO REPRESENTANTE OU IMPOSSIBILIDADE DE FAZ-LO. NO INTERPOSIO DE RE-CURSO. REMESSA DOS AUTOS AO CONSELHO SUPERIOR. DESNECESSIDADE. ARQUIVAMENTO DOS AUTOS NO PR-PRIO MBITO DA PROMOTORIA DE JUSTIA OFICIANTE. INTELIGNCIA DOS ARTS. 18, PARGRAFO, NICO DA RESOLUO GPGJ 1.066/02 E 5 PARGRAFO 4 DA RESO-LUO N 23 DO CONSELHO NACIONAL DO MINISTRIO PBLICO. NO CONHECIMENTO DA PROMOO DE IN-DEFERIMENTO: No merecer ser conhecida pelo Conselho Su-perior do Ministrio Pblico promoo de indeferimento de re-presentao para a instaurao de Inqurito Civil, Procedimento Preparatrio ou Procedimento Administrativo, quando a notcia apresentada no vier acompanhada de qualquer pea de infor-mao e/ou no fornecer qualquer suporte para a instaurao de procedimento investigatrio por parte dos Promotores de Justia de Tutela Coletiva, do Idoso e da Infncia e da Juventude, desde que, notificado, o Representante deixe de interpor recurso no prazo do art. 5 pargrafo 1, da Resoluo n 23 do CNMP, ou ainda quando aquela notificao se mostrar impossvel, seja pela ausncia de endereo ou qualquer outro meio de comu-nicao com o Noticiante, devem os autos ser arquivados no prprio mbito da Promotoria de Justia, a teor do que dispem os arts. 18, pargrafo nico da Resoluo do GPGJ n 1.066/02 e 5, pargrafo 4, da Resoluo n 23 do Conselho Nacional do Ministrio Pblico.

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    ENUNCIADO N 18/07 DO CSMP/RJ: DANOS A INTERESSES OU DIREITOS DIFUSOS, COLETIVOS E INDIVIDUAIS INDIS-PONVEIS OU HOMOGNEOS. AJUIZAMENTO DE AO JUDICIAL CONTEMPLANDO O OBJETO DA INVESTIGAO DO MP. PERDA DO INTERESSE PROCEDIMENTAL: Merece homologao a promoo de arquivamento de inqurito civil ou de outro procedimento administrativo instaurado para apu-rar notcia de leso a interesses ou direitos difusos, coletivos e individuais indisponveis ou homogneos se, no curso da inves-tigao, ficar comprovado o ajuizamento de ao civil pblica, de ao popular, de ao de improbidade ou de outra medida judicial pelo Ministrio Pblico ou por terceiros legitimados, cujo pedido contemple o objeto da portaria de instaurao, por perda do interesse procedimental. (Aprovado na sesso de 17 de dezembro de 2007)

    ENUNCIADO N 16/07 DO CSMP/RJ: DANOS A INTERESSES OU DIREITOS DIFUSOS, COLETIVOS E/OU INDIVIDUAIS HOMOGNEOS. CELEBRAO DE TAC. TTULO EXECU-TIVO EXTRAJUDICIAL. DESNECESSIDADE DE ACP: Merece homologao a promoo de arquivamento de inqurito civil ou de outro procedimento administrativo instaurado para apu-rar notcia de leso a interesses ou direitos difusos, coletivos e/ou individuais homogneos se, no curso da investigao, for celebrado um termo de ajustamento de conduta com o investi-gado para cumprimento da legislao especfica, para prevenir, cessar, reparar e/ou compensar os danos causados, assinalados prazos para o cumprimento das clusulas e fixadas multas pelo descumprimento, o qual tem fora de ttulo executivo extrajudi-cial, nos termos do artigo 5, 6, da Lei Federal n 7.347/85 c/c o art. 79-A da Lei Federal n 9.605/98, tornado desnecessrio o ajuizamento de ao civil pblica pelo Ministrio Pblico. (Aprovado na sesso de 05 de setembro de 2007)

    C.2) Meio Ambiente:

    ENUNCIADO N 02/07 CSMP/RJ: MEIO AMBIENTE. POLUI-O SONORA. CESSAO DE ATIVIDADES NOCIVAS. Mere-ce homologao o arquivamento do inqurito civil ou do proce-dimento preparatrio que conclui pela cessao das atividades poluidoras geradoras de rudos. (Aprovado na sesso de 02 de maio de 2007)

    ENUNCIADO N 20/2008 DO CSMP/RJ: MEIO AMBIENTE.

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    POLUIO SONORA. USO ANORMAL DA PROPRIEDADE. LESO A DIREITO INDIVIDUAL OU DE GRUPO, NO CO-LETIVO NEM DIFUSO. TUTELA PELOS PRPRIOS INTERES-SADOS COM BASE NOS DIREITOS DE VIZINHANA. FALTA DE ATRIBUIO DO MINISTRIO PBLICO: Merece homo-logao o arquivamento de inqurito civil ou de procedimento administrativo para apurar notcia de poluio sonora por uso anormal da propriedade, se, no curso da investigao, ficar com-provado que os rudos atingem somente os vizinhos, sendo a leso apenas a direito individual ou de grupo, e no a direitos difusos ou coletivos, cuja tutela deve ser dada pelos prprios interessados, com base nos direitos de vizinhana, faltando atri-buio ao Ministrio Pblico. (Aprovado na sesso de 27 de maio de 2008).

    ENUNCIADO N 10/07 CSMP/RJ: MEIO AMBIENTE. POLUI-O ATMOSFRICA. CESSAO DAS EMISSES ILEGAIS: Merece homologao o arquivamento de inqurito civil ou de procedimento preparatrio que apura poluio atmosfrica, se ficar comprovada nos autos a cessao das emisses no ar de gases, partculas e/ou radiaes acima dos limites legais permi-tidos para a atividade poluidora. (Aprovado na sesso de 29 de maio de 2007).

    ENUNCIADO 25/2008 DO CSMP/RJ: MEIO AMBIENTE. PO-LUIO HDRICA. LANAMENTO DE EFLUENTES LQUIDOS E/OU DEJETOS EM RECURSO HDRICO SEM TRATAMENTO OU COM TRATAMENTO INADEQUADO. INSTALAO DE EQUIPAMENTO ANTIPOLUIO DE ACORDO COM OS PADRES DE QUALIDADE AMBIENTAL. CESSAO DA CONTAMINAO DAS GUAS: Merece homologao a pro-moo de arquivamento de inqurito civil ou de procedimento preparatrio para apurar poluio hdrica pelo lanamento em recurso hdrico de efluentes lquidos e/ou dejetos provenientes de unidade ou conjuntos residenciais, comerciais, de servios, agropecurios ou industriais, se ficar comprovado nos autos a instalao de fossa, sumidouro, Estaes de Tratamento de gua (ETA) ou de Esgotos (ETE), emissrio submarino ou de outro equipamento antipoluio de acordo com os padres de quali-dade ambiental para cada poluente que assegure a cessao da contaminao das guas.

    ENUNCIADO 26/2008 DO CSMP/RJ: MEIO AMBIENTE. PO-LUIO DO SOLO. DESPEJO DE RESDUOS SLIDOS A

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    CU ABERTO SEM TRATAMENTO OU COM TRATAMENTO INADEQUADO. INSTALAO DE EQUIPAMENTO ANTIPO-LUIO DE ACORDO COM OS PADRES DE QUALIDADE AMBIENTAL. DESCONSTAMINAO DA REA: Merece ho-mologao a promoo de arquivamento de inqurito civil ou de procedimento preparatrio para apurar poluio do solo pelo despejo a cu aberto de resduos slidos provenientes de unida-de ou conjuntos residenciais, comerciais, de servios, agropecu-rios ou industriais, se ficar comprovado nos autos a instalao de usinas de reciclagem e/ou de compostagem de lixo, incine-radores, aterros sanitrio e industrial ou de outro equipamento antipoluio de acordo com os padres de qualidade ambiental para cada poluente que assegure a descontaminao da rea.

    ENUNCIADO N 19/2008 DO CSMP/RJ: FAUNA. APREEN-SO DE ANIMAIS SILVESTRES PELOS RGOS AMBIENTAIS. CRIAO E/OU COMERCIALIZAO ILEGAIS. ENCAMINHA-MENTO DOS ESPCIMES PARA INSTITUIO PBLICA OU PARTICULAR AUTORIZADA E/OU SUA LIBERTAO NO SEU HABITAT NATURAL. ADOO DAS PROVIDNCIAS ADMINISTRATIVAS E POLICIAIS CABVEIS PARA REPARA-O DOS DANOS E PUNIO DOS INFRATORES. DESNE-CESSIDADE DE ACP: Merece homologao a promoo de ar-quivamento de inqurito civil ou de procedimento preparatrio instaurado para apurar notcia de danos ambientais pela criao e/ou comercializao ilegais de animais silvestres, sem auto-rizao dos rgos ambientais ou em desacordo com ela, se, no curso da investigao, ficar comprovado o encaminhamento dos espcimes da fauna silvestre apreendidos para centros de triagem, zoolgicos, criadouros autorizados ou sua libertao no seu habitat natural, com a adoo das providncias adminis-trativas e policiais cabveis para reparao dos danos e punio dos infratores, tornando desnecessrio o ajuizamento de ao civil pblica pelo Ministrio Pblico. (Aprovado na sesso de 27 de maro de 2008).

    ENUNCIADO N 03/07 CSMP/RJ: MEIO AMBIENTE. REGENE-RAO NATURAL TOTAL. A regenerao natural de toda a rea degradada, com o encerramento da atividade nociva ao meio-ambiente, possibilita a homologao de promoo de arquivamento de inqurito civil ou procedimento preparatrio instaurado para apurar o dano ambiental. (Aprovado na sesso de 02 de maio de 2007)

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    ENUNCIADO N 22/2008 DO CSMP/RJ: URBANISMO. OBRA OU ESTABELECIMENTO SEM AUTORIZAO DOS RGOS COMPETENTES E/OU EM DESACORDO COM O ZONEAMEN-TO URBANO. ENCERRAMENTO DAS ATIVIDADES ILEGAIS: Merece homologao a promoo de arquivamento de inqu-rito civil ou de procedimento preparatrio para apurar danos ao meio ambiente artificial se ficar comprovado nos autos o en-cerramento das atividades da obra ou do estabelecimento sem autorizao dos rgos competentes e/ou em desacordo com o zoneamento urbano do local. (Aprovado na sesso de 12 de agosto de 2008).

    ENUNCIADO 24/2008 DO CSMP/RJ: PATRIMNIO CULTU-RAL. INEXISTNCIA DE DANOS AOS BENS PROTEGIDOS AD-MINISTRATIVAMENTE, LEGALMENTE E/OU JUDICIALMENTE: Merece homologao a promoo de arquivamento de inquri-to civil ou de procedimento preparatrio para apurar danos ao patrimnio cultural, se ficar comprovada nos autos a inexistn-cia de prejuzos ao bem ou ao conjunto de bens protegidos por atos administrativos, por legislao especfica e/ou por deciso judicial, devido ao seu valor histrico, paisagstico, artstico, ar-queolgico, paleontolgico, ecolgico ou cientfico. (Aprovado na sesso de 25 de agosto de 2008).

    C. 3) Consumidor e Contribuinte:

    ENUNCIADO N 07/07 DO CSMP/RJ: CONSUMIDOR. IN-TERESSE INDIVIDUAL DISPONVEL. AUSNCIA DE LEGITI-MIDADE DO MINISTRIO PBLICO. Merece homologao a promoo de arquivamento de procedimento instaurado em virtude de notcia de leso a direitos consumeristas se, no curso da investigao, ficar evidenciada leso de carter meramente individual e disponvel a consumidor. (Aprovado na sesso de 02 de maio de 2007)

    ENUNCIADO N 11/07 DO CSMP/RJ: CONSUMIDOR. INE-XISTNCIA DE DANO: Merece homologao a promoo de arquivamento de procedimento administrativo instaurado para apurar notcia de leso a direitos consumeristas se, no curso da investigao, ficar comprovada a inexistncia de dano aos con-sumidores na relao de consumo. (Aprovado na sesso de 29 de maio de 2007)

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    ENUNCIADO N 13/07 DO CSMP/RJ: CONSUMIDOR: REGU-LARIZAO DOS PRODUTOS E/OU SERVIOS: Merece ho-mologao a promoo de arquivamento de procedimento ad-ministrativo instaurado para apurar notcia de leso aos direitos dos consumidores se, no curso da investigao, ficar comprova-da a regularizao dos produtos e/ou servios pelos fornecedo-res. (Aprovado na sesso de 26 de junho de 2007)

    C.4) Cidadania e Patrimnio Pblico:

    ENUNCIADO N 23/2008 DO CSMP/RJ: CIDADANIA. RE-CLAMAO DE USURIO CONTRA RGO PBLICO OU CONCESSIONRIA. REGULARIZAO DOS SERVIOS P-BLICOS: Merece homologao a promoo de arquivamento de inqurito civil ou de procedimento preparatrio para apurar reclamao de cidado contra rgo pblico ou concessionria se ficar comprovada nos autos a regularizao da prestao dos servios pblicos pela entidade responsvel. (Aprovado na ses-so de 12 de agosto de 2008).

    ENUNCIADO N 12/07 DO CSMP/RJ: IMPROBIDADE. PRES-CRIO E AUSNCIA DE DANO AO ERRIO: Merece ho-mologao a promoo de arquivamento de inqurito civil ou de procedimento preparatrio para apurar improbidade admi-nistrativa se, no curso da investigao, ficarem comprovadas a prescrio da ao, regulada pelo artigo 23, incisos I e II da Lei Federal 8.429/92, e a ausncia de danos ao errio. (Aprovado na sesso de 29 de maio de 2007)

    ENUNCIADO N 21/2008 DO CSMP/RJ: IMPROBIDADE AD-MINISTRATIVA. INSUFICINCIA DE PROVAS DE ATOS DE IMPROBIDADE E AUSNCIA DE DANOS AO ERRIO. Merece homologao a promoo de arquivamento de inqurito civil ou de procedimento preparatrio para apurar improbidade ad-ministrativa se, no curso da investigao, restar comprovada a insuficincia de provas da prtica de atos de improbidade ti-pificados nos artigos 9, 10 e 11 da Lei Federal n 8.429/92 e da ausncia de danos ao errio. (Aprovado na sesso de 30 de julho de 2008).

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    D) Enunciados de Smulas de Conselhos Superiores do Ministrio Pblico de outros Estados.

    D.1) Aspectos Processuais e Procedimentais:

    ENUNCIADO N 12. CSMP/SP Sujeita-se homologao do Conselho Superior qualquer promoo de arquivamento de inqurito civil ou de peas de informao, bem como o inde-ferimento de representao, desde que contenha peas de in-formao alusivas defesa de interesses difusos, coletivos ou individuais homogneos.

    *ENUNCIADO N 29. CSMP/MG: Ao analisar a promoo de arquivamento de peas de informao, procedimentos prepara-trios ou inquritos civis, se houver insuficincia de elementos de convico mnimos para a formao da opinio actio, o mem-bro do Conselho Superior do Ministrio Pblico poder, aps relatrio, invocar, per relationem, como fundamento de sua de-ciso, a motivao exposta pelo Promotor de Justia.

    Nota: (*) Reformado na 4 Sesso Ordinria/ 2008, realizada em 03/03/2008 e publicada em 03/04/2008; publicao especfica em 08/03/08.

    *ENUNCIADO N 16 do CSMP/MG: As peas de informao registradas no SRU pelo rgo de execuo do Ministrio Pbli-co, no exerccio da atribuio de atendimento ao pblico (arts. 32, II, da Lei 8.625/93, e 74, II, da Lei Complementar n 34/94), no se submetem a arquivamento homologado pelo Conselho Superior do Ministrio Pblico, nos casos relativos verificao de eventual leso a interesse individual cujo titular seja identifi-cvel e o objeto divisvel. Observar-se- o disposto no art. 7 da Resoluo Conjunta PGJ/CGMP n. 03/2007.

    Nota: (*) Reformado na 22 sesso Ordinria/ 2008, realizada em 10/11/2008 e publicada em 11/12/08. Publicao especfica do texto com as respectivas alteraes no Dirio Oficial: 12/11/2008.

    ENUNCIADO N 11. CSMP/SP O Conselho Superior no tem atuao consultiva em matria de defesa de interesses difusos, coletivos e individuais homogneos, exceto em matria proce-dimental, como nas questes referentes tramitao do inquri-to civil ou das peas de informao.

    ENUNCIADO N 13. CSMP/SP No cabe ao Ministrio Pbli-co do Estado promover medidas administrativas ou jurisdicio-nais em face do uso de praia ou de terrenos de marinha pela Unio, por intermdio do Ministrio da Marinha.

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    ENUNCIADO N 15. CSMP/SP O meio ambiente do trabalho tambm pode envolver a defesa de interesses difusos, coletivos ou individuais homogneos, estando o Ministrio Pblico, em tese, legitimado sua defesa.

    ENUNCIADO N 16. CSMP/SP O membro do Ministrio P-blico que promoveu o arquivamento de inqurito civil ou de peas de informao no est impedido de propor a ao civil pblica, se surgirem novas provas em decorrncia da converso do julgamento em diligncia.

    ENUNCIADO N 21. CSMP/SP Homologada pelo Conselho Superior a promoo de arquivamento de inqurito civil ou das peas de informao, em decorrncia de compromisso de ajus-tamento, incumbir ao rgo do Ministrio Pblico que o cele-brou, fiscalizar o efetivo cumprimento do compromisso, do que lanar certido nos autos.

    ENUNCIADO N 25. CSMP/SP No h interveno do Conse-lho Superior do Ministrio Pblico quando a transao for pro-movida pelo Promotor de Justia no curso de ao civil pblica ou coletiva.

    ENUNCIADO N 40. CSMP/SP Realizada alguma diligncia inves-tigatria a partir de representao, eventual encerramento do proce-dimento deve ser feito por promoo de arquivamento, devendo os autos ser remetidos ao Conselho Superior para reexame obrigatrio.

    ENUNCIADO N 8. CSMP/SP Sero propostas perante a justia comum estadual as aes civil pblicas em que haja interes-ses de sociedades de economia mista, sociedades annimas de capital aberto e outras sociedades comerciais, ainda que delas participe da Unio como acionista.

    ENUNCIADO N 1. CSMP/SP Se os mesmos fatos investigados no inqurito civil foram objeto de ao popular julgada impro-cedente pelo mrito e no por falta de provas, o caso de arqui-vamento do procedimento instaurado.

    *ENUNCIADO N 39. CSMP/MG: A duplicidade de procedi-mentos acerca do mesmo tema no d ensejo ao arquivamento de um deles. Se detectada tal circunstncia na fase preparatria (PP ou IC), dever o membro do Ministrio Pblico promover o apensamento dos autos, objetivando viabilizar uma deciso uniforme. Na hiptese de haver sido ajuizada ao civil pblica, por qualquer dos legitimados, a providncia a ser adotada ser a sua juntada ou apensamento ao feito principal.

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    Nota: (*) Reformado na 22 sesso Ordinria/ 2008, realizada em 10/11/2008 e publicada em 11/12/08. Publicao especfica do texto com as respectivas alteraes no Dirio Oficial: 12/11/2008.

    *ENUNCIADO N 6. CSMP/MG: Havendo conexo ou conti-nncia entre fatos diversos, convm sejam objeto de um nico procedimento investigatrio.

    Nota: (*) Aprovado, por maioria de votos, na 8 Sesso Ordin-ria/ 1996, realizada em 30/05/96 e publicada em 21/08/96; pu-blicao especfica no Dirio Oficial: 31/05/96. Republicaes em: 04/02/2000, 04/09/2001 e 03/02/2004.

    ENUNCIADO N 4. CSMP/SP: Tendo havido compromisso de ajustamento que atenda integralmente defesa dos interesses difusos objetivados no inqurito civil, caso de homologao do arquivamento do inqurito.

    ENUNCIADO N 20. CSMP/SP Quando o compromisso de ajustamento tiver a caracterstica de ajuste preliminar, que no dispense o prosseguimento de diligncias para uma soluo definitiva, salientado pelo rgo do Ministrio Pblico que o celebrou, o Conselho Superior homologar somente o compro-misso, autorizando o prosseguimento das investigaes.

    ENUNCIADO N 23. CSMP/SP A multa fixada em compromis-so de ajustamento no deve ter carter compensatrio, e sim cominatrio, pois nas obrigaes de fazer ou no fazer normal-mente mais interessa o cumprimento da obrigao pelo prprio devedor que o correspondente econmico.

    *ENUNCIADO N 23. CSMP/MG: No ser apreciado pelo Conselho Superior do Ministrio Pblico o Compromisso de Ajustamento de Conduta promovido no curso de Ao Civil P-blica ou Coletiva.

    Nota: (*) Aprovado na 19 Sesso Ordinria/ 2002, realizada em 11/11/2002 e publicada em 29/11/2002; publicao especfica no Dirio Oficial de 15/11/2002. Republicado em 03/02/2004.

    *ENUNCIADO N 17. CSMP/MG: O Compromisso de Ajus-tamento de Conduta, firmado entre o Ministrio Pblico e o autor dos fatos, deve sempre ser precedido de Procedimento Administrativo ou Inqurito Civil Pblico, agindo ulteriormente o Curador, nos termos dos enunciados ns. 01 e 02 do Conselho Superior do Ministrio Pblico.

    Nota: (*) Reformado na 21 Sesso Ordinria/ 2004, realizada em 13/12/04 e publicada em 16/02/2005.

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    *ENUNCIADO N 15. CSMP/MG: Na elaborao de compro-misso de ajustamento de conduta, firmado perante o Minist-rio Pblico, deve haver expressa previso de clusula relativa aplicao de pena pecuniria diria, em caso de descumprimen-to dos termos e prazos acertados.

    Nota: (*) Aprovado na 21 Sesso Ordinria/ 1999, realizada em 13/12/99 e publicada em 26/02/2000; publicao especfica no Dirio Oficial: 04/02/2000. Republicaes em: 04/09/2001 e 03/02/2004.

    *ENUNCIADO N 5. CSMP/MG: O acordo firmado entre o au-tor dos fatos e os rgos de fiscalizao no impossibilita e nem substitui o Termo de Compromisso de Ajustamento de Conduta. Este tem fora executiva (art. 5, 6 da Lei 7.347/85 e 585, II, do CPC), o que torna mais seguro o escopo da atuao minis-terial.

    Nota: (*) Reformado na 21 Sesso Ordinria/ 2004, realizada em 13/12/04 e publicada em 16/02/2005.

    *ENUNCIADO N 1. CSMP/MG: O Compromisso de Ajusta-mento de conduta, firmado entre o Ministrio Pblico e o autor dos fatos, pe termo ou suspende o Inqurito Civil ou o pro-cedimento preparatrio. D-se o primeiro caso quando, eficaz-mente, o acordo se cumpre de imediato, sendo desnecessrio tempo para o seu adimplemento. Na segunda hiptese, deve-se aguardar o prazo nele estipulado para o pleno cumprimento das clusulas pactuadas, quando ento, mediante percia de consta-tao, verificar-se- a implementao e a eficcia ou no das me-didas reparatrias. Se restarem cumpridas e eficazes, arquiva-se o inqurito, remetendo-o, aps relatrio, ao Conselho Superior do Ministrio Pblico. Se no, promovem-se as medidas neces-srias. (novo acordo ou ao civil pblica).

    Nota: (*) Reformado na 22 sesso Ordinria/ 2008, realizada em 10/11/2008 e publicada em 11/12/08. Publicao espec-fica do texto com as respectivas alteraes no Dirio Oficial: 12/11/2008.

    ENUNCIADO N 02. CSMP/CE: Os Termos de Ajustamento de Conduta TACs firmados pelos Promotores de Justia em suas funes ministeriais no carecem de homologao pelo Conse-lho Superior do Ministrio Pblico. Somente merecem ateno homologatria os pedidos de arquivamento de Inqurito Civil Pblico ou Peas de Informaes que envolvam interesses di-fusos.

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    ENUNCIADO N 1. CSMP/MS: Quando o compromisso de ajustamento tiver a caracterstica de ajuste preliminar, que no dispense o prosseguimento de diligncias para uma soluo de-finitiva, salientado pelo membro do Parquet que o celebrou, o Conselho Superior homologar somente o compromisso, auto-rizando quele o prosseguimento das investigaes, como en-tender de direito. (aprovada pelo Conselho Superior do Ministrio Pblico do Es-tado de Mato Grosso do Sul, em reunio Ordinria realizada no dia 27 de abril de 2006.)

    ENUNCIADO N 17. CSMP/SP: Convertido o julgamento em diligncia, reabre-se ao Promotor de Justia que tinha promo-vido o arquivamento do inqurito civil ou das peas de infor-mao a oportunidade de reapreciar o caso, podendo manter sua posio favorvel ao arquivamento ou propor a ao civil pblica, como lhe parea mais adequado. Neste ltimo caso, desnecessria a remessa dos autos ao Conselho, bastando co-municar o ajuizamento da ao por ofcio.

    *ENUNCIADO N 25. CSMP/MG: Rejeitada a promoo de arquivamento de Inqurito Civil ou outro procedimento admi-nistrativo por insuficincia probatria, o membro do Ministrio Pblico dever, sem prejuzo da coleta de informaes com-plementares vislumbradas, cumprir as diligncias apontadas em deliberao singular ou colegiada do Conselho Superior do Ministrio Pblico, no prazo de 30 (trinta) dias, elaborando re-latrio suplementar no sendo o caso de aforamento de Ao Civil Pblica, que dever ser comunicada ao Conselho Superior do Ministrio Pblico, ou informando acerca da necessidade de prorrogao do prazo para o cumprimento da diligncia.

    Nota: (*) Reformado na 21 Sesso Ordinria/ 2004, realizada em 13/12/2004 e publicada em 16/02/2005.

    *ENUNCIADO N 24. CSMP/MG: Rejeitada a promoo de arquivamento de Inqurito Civil ou do procedimento prepara-trio, o membro do Ministrio Pblico designado para a reali-zao de diligncias, prosseguimento do inqurito civil ou do procedimento preparatrio ou aforamento de Ao Civil Pblica age por delegao do Conselho Superior do Ministrio Pblico, exercendo, nesta condio, a opinio actio, do Colegiado.

    Nota: (*) Reformado na 22 sesso Ordinria/ 2008, realizada em 10/11/2008 e publicada em 11/12/08. Publicao espec-fica do texto com as respectivas alteraes no Dirio Oficial: 12/11/2008.

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    *ENUNCIADO N 19. CSMP/MG: Convertido o julgamento em diligncia, aps o cumprimento da mesma, reabre-se ao Promotor de Justia que tinha promovido o arquivamento do inqurito civil ou das peas de informao a oportunidade de reapreciar o caso, pelo prazo de 30 (trinta) dias, podendo man-ter sua posio favorvel ao arquivamento ou propor a ao ci-vil pblica, como lhe parea mais adequado. No ltimo caso, deve-se comunicar o ajuizamento da ao ao Conselho Supe-rior. Caso no seja possvel o cumprimento das diligncias no prazo estabelecido, o Promotor de Justia dever informar ao Conselho Superior do Ministrio Pblico acerca da necessidade de prorrogao do referido prazo.

    Nota: (*) Reformado na 21 Sesso Ordinria/ 2004, realizada em 13/12/04 e publicada em 16/02/2005.

    ENUNCIADO N 39. CSMP/SP: Diante do enunciado da S-mula n 736, do Egrgio Supremo Tribunal Federal, as promo-es de arquivamento de inqurito civil ou assemelhados que tenham por objeto as condies de higiene, sade e segurana do meio ambiente do trabalho no sero conhecidas, devendo os autos ser remetidos ao Ministrio Pblico do Trabalho, exce-to quando se tratar de servidores ocupantes de cargo criado por lei, de provimento efetivo ou em comisso, includas as autar-quias e fundaes pblicas, nos quais a atribuio do Minis-trio Pblico Estadual, pois compete Justia comum estadual conhecer das respectivas aes.

    *ENUNCIADO N 2. CSMP/MG: A suspenso do Inqurito Ci-vil ou do procedimento preparatrio de que trata o enunciado n 1, ato do Promotor de Justia que o preside, no depen-dendo de apreciao do Conselho Superior do Ministrio P-blico. Cumpre, entretanto, ao rgo promovente da suspenso registrar no Sistema nico de Inquritos Civis e Procedimentos Preparatrios - SRU, o prazo da mesma.

    Nota:(*) Reformado na 22 sesso Ordinria/ 2008, realizada em 10/11/2008 e publicada em 11/12/08. Publicao espec-fica do texto com as respectivas alteraes no Dirio Oficial: 12/11/2008.

    *ENUNCIADO N 13. CSMP/MG: Ao propor o arquivamento de inqurito civil ou do procedimento preparatrio, antes da remessa dos autos ao Conselho Superior do Ministrio Pblico, o Promotor de Justia dever dar cincia de sua deciso parte interessada, tanto a que levou o fato ao conhecimento do Pro-motor de Justia, quanto a que foi investigada. Na notificao

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    pessoal dessa deciso, dever ser explicitado que os interessa-dos podero, no prazo de dez dias, apresentar razes escritas ou documentos que sero juntados aos autos do inqurito civil ou anexados s peas informativas at a sesso do Conselho Superior do Ministrio Pblico na qual ser apreciada a promo-o de arquivamento. A incluso em pauta do inqurito civil ou do procedimento preparatrio dar-se-, no mnimo, aps quinze dias da data de protocolo na Procuradoria-Geral de Justia da promoo de arquivamento.

    Nota: (*) Reformado na 22 sesso Ordinria/ 2008, realizada em 10/11/2008 e publicada em 11/12/08. Publicao espec-fica do texto com as respectivas alteraes no Dirio Oficial: 12/11/2008.

    D.2) Meio Ambiente:

    ENUNCIADO N 5. CSMP/SP: Reparado o dano ambiental e no havendo base para a propositura de ao civil pblica, o inqurito civil deve ser arquivado, sem prejuzo das eventuais providncias penais que o caso comporte.

    *ENUNCIADO N 22. CSMP/MG: Como forma de inibir pr-ticas prejudiciais ao meio ambiente, nas hipteses de no ter havido concurso do agente para a regenerao ou recuperao do recurso natural degradado, deve o Promotor de Justia, inde-pendentemente de outras medidas, exigir a reparao do dano causado ao meio ambiente por meio de indenizao ou medida compensatria (inteligncia do artigo 225, 3, Constituio Federal c/c artigo 3 da Lei n 7.347/85).

    Nota: (*) Aprovado na 10 Sesso Ordinria/ 2002, realizada em 17/06/2002 e publicada em 05/09/2002; publicao especfica no Dirio Oficial de 14/08/2002. Republicado em 03/02/2004.

    ENUNCIADO N 18. CSMP/SP Em matria de dano ambien-tal, a Lei n. 6.938/81 estabelece a responsabilidade objetiva, o que afasta a investigao e a discusso da culpa, mas no se prescinde do nexo causal entre o dano havido e a ao ou omisso de quem cause o dano. Se o nexo no estabelecido, caso de arquivamento do inqurito civil ou das peas de informao.

    ENUNCIADO N 14. CSMP/SP Em caso de poluio sonora praticada em detrimento de nmero indeterminado de mora-dores de uma regio da cidade, mais do que meros interesses

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    individuais, h no caso, interesses difusos a zelar, em virtude da indeterminao dos titulares e da indivisibilidade do bem jurdico protegido.

    ENUNCIADO N 6. CSMP/SP. Em matria de dano ambiental provocado por fbricas urbanas, alm das eventuais questes atinentes ao direito de vizinhana, a matria pode dizer respeito qualidade de vida dos moradores da regio (interesses indivi-duais homogneos), podendo ainda interessar a toda a coleti-vidade (interesse difuso no controle das fontes de poluio da cidade, em beneficio do ar que todos respiram).

    *ENUNCIADO N 8. CSMP/MG: Regenerada naturalmente a rea degradada, compete ao rgo do Ministrio Pblico a pro-positura de ao civil pblica, ou firmar ajustamento de condu-ta, com o objetivo indenizatrio, coibindo-se o enriquecimento ilcito.

    Nota: (*) Aprovado na 18 Sesso Ordinria/ 1997, realizada em 06/11/97 e publicada em 29/01/98; publicao especfica no Dirio Oficial: 08/11/97. Republicaes em: 04/02/2000, 04/09/2001 e 03/02/2004.

    ENUNCIADO N 13. CSMP/SP No cabe ao Ministrio Pbli-co do Estado promover medidas administrativas ou jurisdicio-nais em face do uso de praia ou de terrenos de marinha pela Unio, por intermdio do Ministrio da Marinha.

    ENUNCIADO N 22. CSMP/SP Justifica-se a propositura de ao civil pblica de ressarcimento de danos e para impedir a queima de cana-de-acar, para fins de colheita, diante da in-frao ambiental provocada, independentemente de situar-se a rea atingida sob linhas de transmisso de energia eltrica, ou estar dentro do permetro de 1 km de rea urbana. (Pts. n.s 34.104/93, 22.381/94, 16.399/941 e 02.184/94; Ap. Cvel n. 211.501-1/9, de Sertozinho, 7 Cm. Cvel do TJSP, por vota-o unnime, 8.3.95).

    ENUNCIADO N 27. CSMP/SP Sem prejuzo da responsabili-zao do agente pblico, quando o caso, e de eventuais medidas na rbita criminal, o Conselho Superior do Ministrio Pblico homologar arquivamento de inquritos civis ou assemelhados que tenham por objeto infrao ambiental consistente apenas em falta de licena ou autorizao ambiental, j que a matria deve encontrar soluo na rea dos rgos licenciadores, que contam com poder de polcia suficiente para o equacionamento da questo.

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    *ENUNCIADO N 7. CSMP/MG: O compromisso de Ajusta-mento de Conduta, firmado entre o Ministrio Pblico e o infra-tor dos direitos difusos e coletivos, alm de prever a plena re-parao de todos os danos constatados, deve exigir indenizao por vantagens indevidas eventualmente auferidas pelo infrator com o produto do ilcito, tais como apropriao de material le-nhoso no desmatamento ou de qualquer matria-prima ilegal-mente extrada.

    Nota: (*) Aprovado na 17 Sesso Ordinria/ 1996, realizada em 29/10/96 e publicada em 12/12/96; publicao especfica no Dirio Oficial: 31/10/96. Republicaes em: 04/02/2000, 04/09/2001 e 03/02/2004.

    ENUNCIADO N 10. CSMP/SP A regularizao do parcelamen-to do solo para fins urbanos enseja o arquivamento do inqurito civil ou das peas de arquivamento do inqurito civil ou das peas de informao, sem prejuzo de eventuais medidas penais.

    ENUNCIADO N 41. CSMP/SP: O Conselho Superior homolo-gar promoo de arquivamento de inqurito civil ou asseme-lhado que tenha como objeto desmembramento ou desdobro, desde que no seja continuado e que no cause impacto ur-banstico, assim considerado aquele que no exija novas obras de infraestrutura ou criao de novos equipamentos comunit-rios para atender s necessidades dos moradores, ressalvando a ocorrncia de infrao penal. Em ocorrendo danos ambientais concomitantes, observar-se-, quanto s atribuies, o disposto no Ato n 55/95-PGJ.

    ENUNCIADO N 42. CSMP/SP: O Conselho Superior homolo-gar promoo de arquivamento de inqurito civil ou asseme-lhado que tenha como objeto parcelamento de solo implantado de fato e completamente consolidado, quando, cumulativamen-te, (a) estiver provido da infra-estrutura prevista em lei, que ofe-rea condies de habitabilidade e (b) for possvel a regulari-zao dominial dos lotes, ressalvando eventual infrao penal. Em ocorrendo danos ambientais concomitantes, observar-se-, quanto s atribuies, o disposto no Ato n 55/95-PGJ.

    D.3) Consumidor e Contribuinte:

    ENUNCIADO N 2. CSMP/SP Em caso de propaganda enga-nosa, o dano no somente daqueles que, induzidos a erro, ad-quiriram o produto, mas tambm difuso, porque abrange todos os que tiveram acesso publicidade.

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    ENUNCIADO N 3. CSMP/SP O Ministrio Pblico tem legi-timidade para ajuizar ao civil pblica visando contrapropa-ganda e a responsabilidade por danos morais difusos.

    ENUNCIADO N 44. CSMP/SP Na defesa de interesses indivi-duais homogneos que tenham expresso para a coletividade, o Ministrio Pblico parte legtima para ajuizar ao civil pbli-ca em matria tributria.

    D.4) Cidadania e Patrimnio Pblico:

    ENUNCIADO N 31. CSMP/SP: O Conselho Superior do Mi-nistrio Pblico homologar o arquivamento de inquritos ci-vis ou assemelhados que tenham por objeto a continuao da prestao de servios ao Poder Pblico aps aposentadoria do servidor, por tempo de servio, se o benefcio foi obtido em data anterior Lei 9.528/97 e no houver, de plano, indcios de que os servios no foram efetivamente prestados ou outra circuns-tncia relevante que demande investigao.

    *ENUNCIADO N 10 do CSMP/MG: Os atos de improbidade praticados na vigncia da Lei n 8.429/92, embora no causado-res de efetivo dano ao errio, devem ser objeto de ao prpria, para a responsabilizao do seu gestor, com o fim de aplicao das sanes previstas no mencionado diploma legal.

    Nota: (*) Aprovado na 21 Sesso Ordinria/ 1997, realizada em 11/12/97 e publicada em 31/03/98; publicao especfica no Dirio Oficial: 07/02/98. Republicaes em: 04/02/2000, 04/09/2001 e 03/02/2004.

    ENUNCIADO N 32. CSMP/SP: O Conselho Superior do Mi-nistrio Pblico homologar o arquivamento de inquritos civis ou assemelhados que tenham por objeto fato que constitua ape-nas infrao administrativa desde que, cumulativamente, no haja indcios de ofensa a interesses que ao Ministrio Pblico incumba defender e no se vislumbre indcios de que o poder de polcia no est sendo exercido.

    ENUNCIADO N 33. CSMP/SP: O Conselho Superior do Mi-nistrio Pblico homologar o arquivamento de inquritos civis ou assemelhados que tenham por objeto irregularidades sim-plesmente formais praticadas no mbito da administrao pbli-ca, como tais se considerando aquelas relativas a no existn-cia de livros e controles ou sua incorreo, contabilidade ou tesouraria deficiente e inadequado controle da dvida ativa e

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    de bens, caso no existam indcios de que tais faltas, por ao ou omisso, foram meios para a prtica de ato que encontre adequao na Lei 8.429/92.

    E) Recomendaes nmeros 1, 2, 4 e 6 do Conselho Superior do Ministrio Pblico.

    Tais atos e seu inteiro teor formam os anexos deste manual, bem como se encontram disponveis na intranet do Ministrio Pbli-co do Estado do Rio de Janeiro.

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    5. a ttulo de concluso

    Por derradeiro, convm registrar que o presente trabalho no pre-tende de forma alguma invadir a independncia funcional de qualquer Promotor de Justia, nem estabelecer verdades absolutas.

    Outrossim, o i