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1 MANUAL DE BIOSSEGURANÇA ODONTOLOGIA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA

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MANUAL DE BIOSSEGURANÇA

ODONTOLOGIA

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA

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Universidade Estadual de Feira de Santana

Departamento de Saúde - Odontologia

Disciplina: SAU570 Biossegurança

O propósito deste manual é auxiliar e orientar os estudantes de graduação do curso de

Odontologia, sobre as práticas de biossegurança em todos os ambientes clínicos. Foi

baseado em uma revisão de literatura e em artigos disponíveis na internet. Esse manual

é o resultado da colaboração dos estudantes de Biossegurança do período 2017.2, sob

orientação da prof.ª Dayliz Quinto Pereira.

Docente: Dayliz Quinto Pereira

Discentes: Ana Kamila de Souza Santana

Ana Luiza Oliveira

Euller Caíque da Cruz Batista

Giovana Gabriela Carlos Canto

Jéssica de Oliveira Teixeira

Lorena Malta Loyo

Luana Souza Carneiro

Manuela Valverde

Maylanne Freitas dos Santos

Naire Ferreira de Oliveira

Priscila Alves Torreão

Rodrigo Souza de Araújo

Stefanny Lelis Oliveira

Victória Carneiro Bastos de

Oliveira

Universidade Estadual de Feira de Santana Avenida Transnordestina, s/n - Novo Horizonte CEP 44036-900 - Feira de Santana – Bahia - www.uefs.br

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SUMÁRIO

01 INTRODUÇÃO ------------------------------------------------------------------------------------ 04

02 PROTEÇÃO PESSOAL E DA EQUIPE PROFISSIONAL ------------------------------------- 04

03 LAVAGEM DAS MÃOS -------------------------------------------------------------------------- 05

04 IMUNIZAÇÃO DA EQUIPE DE TRABALHO ------------------------------------------------- 05

05 CONCEITO DE INFECÇÃO CRUZADA ------------------------------------------------------- 06

06 LIMPEZA E DESINFECÇÃO DO CONSULTÓRIO -------------------------------------------- 06

07 SOLUÇÕES FISIOLÓGICAS, ANTISSÉPTICAS E DESINCRUSTANTES ------------------ 08

08 CUIDADOS COM OS MATERIAIS E EQUIPAMENTOS DO CONSULTÓRIOS ----------- 11

09 ESTERILIZAÇÃO DOS INSTRUMENTAIS E MATERIAIS --------------------------------- 12

10 EMBALAGEM PARA ESTERILIZAÇÃO ------------------------------------------------------- 16

11 PROTEÇÃO RADIOLÓGICA -------------------------------------------------------------------- 17

12 MANUTENÇÃO DOS EQUIPAMENTOS ODONTOLÓGICOS ------------------------------ 18

13 GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS E LIXO -------------------------------------- 20

14 BIOSSEGURANÇA EM ENDODONTIA E DENTÍSTICA ----------------------------------- 22

15 BIOSSEGURANÇA EM PRÓTESE -------------------------------------------------------------- 24

16 BIOSSEGURANÇA EM ODONTOPEDIATRIA ----------------------------------------------- 25

17 BIOSSEGURANÇA EM SAÚDE COLETIVA --------------------------------------------------- 26

18 RISCOS DE DOENÇAS OCUPACIONAIS NO CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO ------- 28

19 GLOSSÁRIO -------------------------------------------------------------------------------------- 29

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ---------------------------------------------------------------- 33

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01 - INTRODUÇÃO

A biossegurança em Odontologia compreende o conjunto de medidas empregadas com a

finalidade de proteger a equipe e os pacientes em ambiente clínico. Essas medidas preventivas

abrangem práticas ergonômicas no desenvolvimento do exercício da profissão, controle dos riscos

físicos e químicos e princípios de controle da infecção (Costa et al, 2000).

02 - PROTEÇÃO PESSOAL E DA EQUIPE

Para a proteção do profissional em saúde bucal e de toda a sua equipe, é necessário que

as medidas de precaução padrão sejam cumpridas, a fim de reduzir os riscos e evitar infecção

cruzada. Além disso, existem os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), que visam a proteção

do profissional em seu ambiente de trabalho. Os EPIs são:

Gorro: Deve ser preferencialmente descartável, cobrir todo o cabelo e as orelhas e ser

trocado sempre que necessário ou a cada turno de trabalho. Recomenda-se o uso do gorro também

pelo paciente.

Óculos de Proteção: Os óculos devem possuir as laterais largas, ser confortáveis, com boa

vedação lateral, totalmente transparentes, permitindo a lavagem com água e sabão, desinfecção

quando indicada, sendo embalados e guardados em local limpo e seco. É ESSENCIAL o uso dos

óculos também pelo paciente para evitar acidentes!

Protetor facial: Representa uma barreira física de proteção à transmissão aérea de

infecções e inalação de agentes e substâncias químicas, e, ainda, protegem a face contra impactos

físicos, impactos de partículas voláteis, respingos de produtos químicos e material biológico.

Máscara: Deve ser descartável, de filtro duplo e tamanho suficiente para cobrir

completamente a boca e o nariz, permitindo a respiração normal e não irritando a pele. Devem ser

descartadas após o atendimento a cada paciente ou quando ficarem umedecidas. São indicadas

visando, também, a proteção contra microrganismos vindos de secreções dos pacientes, como

saliva, tosse, espirros, e que podem estar suspensos no ar.

Jaleco/avental: Deve ser de mangas longas, tecido claro e confortável, podendo ser de

pano ou descartável para os procedimentos que envolvam o atendimento a pacientes, e

impermeável nos procedimentos de limpeza e desinfecção de artigos, equipamentos ou ambientes.

Deve ser usado fechado durante todos os procedimentos.

Luva: Deve ser de boa qualidade e usadas em todos os procedimentos. Tipos de luvas

recomendados: Luva grossa de borracha e cano longo durante os processos de limpeza de artigos

e ambientes. Luva de látex de procedimento para atividades clínicas e estéreis para procedimentos

cirúrgicos, que devem ser descartadas a cada paciente. Luva de plástico, usada como sobre luvas,

quando houver necessidade de manusear artigos fora do campo de trabalho. Luva de amianto,

couro ou aramida, usada na Central de Material Esterilizado - CME, no manuseio de artigos

esterilizados. As luvas devem ser retiradas imediatamente após o término do tratamento do

paciente. Deve-se lavar as mãos assim que retirar as luvas. É necessário utilizar dois pares de

luvas em procedimentos cirúrgicos de longa duração ou com sangramento profuso.

Calçado: Deve ser fechado e com solado antiderrapante.

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Protetor para os pés: tecnicamente chamado “propés”, esse equipamento previne a

contaminação direta e a infecção cruzada entre o ambiente de atendimento e a sala de espera ou

outra área do consultório. Sendo assim, os propés são utilizados dentro da sala de atendimento e

devem ser retirados quando o profissional precisar deslocar-se para outro ambiente, a fim de não

levar contaminação para outras áreas.

Joias e bijuterias: deve-se utilizar o mínimo possível, uma vez que podem possuir

reentrâncias, possibilitando o acúmulo de microrganismos e, consequentemente, proporcionando

a infecção cruzada;

Maquiagem e perfume: maquiagem é uma grande fonte de partículas que significam perigo,

já que a maioria são aderentes, pois contém glicerina, mica, titânio, entre outros. O excesso de

rímel, batom e laquê é preocupante. Os perfumes também devem ser evitados, pois são poluentes

ambientais, muitos pacientes têm intolerância a cheiros em função de determinado estado de

saúde, e podem impregnar em ambientes fechados que contêm filtro de ar condicionado.

Unhas: sempre curtas e bem cuidadas, não podem ultrapassar a ponta dos dedos e,

preferencialmente, sem esmalte, uma vez que o mesmo libera partículas por micro- fraturas.

Cabelos: sempre presos e recobertos por gorro.

03 - LAVAGEM DAS MÃOS

Lave as mãos ao chegar à clínica, antes e depois de calçar as luvas de procedimento, antes

e depois de alimentar-se, depois de ir ao banheiro, entre outras situações.

Técnica:

1. Retire anéis, pulseiras e relógio;

2. Abra a torneira;

3. Molhe e ensaboe as mãos;

4. Friccione uma mão na outra, de 15 a 30 segundos, observando as palmas, dorsos,

interdígitos, polegares, articulações dos dedos, unhas e extremidades dos dedos e punhos;

5. Enxague em água corrente;

6. Seque as mãos com papel toalha;

7. Utilize o papel toalha para fechar a torneira, se a mesma não tiver acionamento

automático.

04 - IMUNIZAÇÃO DA EQUIPE DE TRABALHO

Os profissionais da saúde possuem maior risco de contrair alguma doença

infectocontagiosa do que o restante da população. Por essa razão, devem sempre estar

imunizados. As vacinas mais indispensáveis aos cirurgiões-dentistas e sua equipe de saúde bucal

são:

Hepatite B, é ministrada em 3 doses sendo a 2ª dose um mês após a aplicação da 1ª, e a

3ª dose após seis meses que a primeira.

Influenza, é ministrada em dose única a cada ano, para prevenção contra os vírus da

gripe.

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Dupla tipo adulto (difteria e tétano), é ministrada em 3 doses, via intramuscular sendo a

2ª dose realizada de 4 a 8 semanas após a primeira e a 3ª dose, de 6 a 12 meses após a

segunda. O reforço deve ser feito em dose única a cada 10 anos.

Tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola), é ministrada em dose única, mas

recomenda-se uma 2ª dose para atingir melhores índices de proteção sendo intervalo de 30 dias.

Tuberculose e BCG, é ministrada durante a infância, mas os profissionais de saúde

retornam a receber essa vacina após a vida adulta, mesmo sem comprovação científica se essa

vacina surte efeito após a vida adulta.

Febre amarela, é ministração uma dose a partir dos 9 meses de idade. Uma dose

deve ser administrada a cada 10 anos.

Anti-pneumocócica, a imunização requer uma dose. Contudo, pessoas com

imunodeficiência, têm alto risco de doença grave por S. pneumoniae. Assim, é indicada uma

segunda dose cinco anos após a primeira.

É de preferência que essas vacinas sejam ministradas no Sistema Público, para garantir o esquema

vacinal, do lote e da conservação correta.

05 - CONCEITO DE INFECÇÃO CRUZADA

Infecção Cruzada é a infecção ocasionada pela transmissão de microrganismo de um

indivíduo a outro indivíduo, geralmente pelo pessoal, ambiente ou fômite. Através do controle da

infecção, podemos evitar as infecções sérias e até mesmo a morte. Várias fontes com potenciais

de infecção estão presentes na clínica odontológica: mãos, saliva, secreções nasais, sangue,

roupas e cabelo, assim como instrumentais e equipamentos.

O consultório odontológico é um ambiente altamente contaminado, seja por bactérias vindas

da boca do paciente, pelas mãos dos cirurgiões-dentistas e assistentes, por gotículas eliminadas

durante os procedimentos, pelo aerossol contaminante ou pelos instrumentos e equipamentos

contaminados. É uma atividade que expõe os pacientes, a equipe, o próprio cirurgião-dentista e

indiretamente seus familiares às mais diversas doenças infecciosas. A inspiração do ar

contaminado (aerossol) ou o contato saliva-sangue faz com que ocorra a propagação da

contaminação. Na clínica odontológica, a infecção cruzada, que é a transmissão de microrganismos

de pessoa a pessoa (paciente-profissional, paciente-paciente e profissional-profissional) através de

contaminação aérea, de objetos ou instrumentos contaminados é dada através de 3 veículos

(sangue, saliva e instrumental contaminado) e 2 vias de contaminação: Inalação (spray de aerossol

das turbinas) e Inoculação (perfuro-cortantes).

06 - LIMPEZA E DESINFECÇÃO DO CONSULTÓRIO

A limpeza e a desinfecção das superfícies dos ambientes visam proporcionar bem-estar e

conforto aos pacientes e aos profissionais da área de saúde e são importantes como barreira de

controle de infecção e proteção do meio ambiente. A realização da limpeza e desinfecção das

superfícies é fundamental para a redução da incidência de infecções.

Os instrumentais devem ser classificados em:

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• Instrumentos críticos: são instrumentos de corte ou ponta que penetram nos tecidos

subepiteliais. Devem ser obrigatoriamente esterilizados.

• Instrumentos semi-críticos: são instrumentos que entram em contato com a mucosa ou

pele íntegra (moldeiras, espelhos, instrumentais para restaurações). Podem ser

desinfetados, mas quando possível e preferencialmente esterilizados.

• Instrumentos não críticos: entram em contato apenas com a pele íntegra ou não entram

em contato com o paciente. (Pinça perfuradora de lençol de borracha, arco de Young,

mufla). Devem ser desinfetados.

As áreas devem ser classificadas em:

• Áreas críticas: são áreas que oferecem maiores risco de transmissão de infecções, ou

seja, áreas que realizam um grande número de procedimentos possuindo ou não pacientes

com alto risco de comprometimento imunológico. Exemplos: Centros Cirúrgicos, Central de

Material, Clínicas ou Consultórios odontológicos, Laboratórios onde são manipulados

espécimes clínicos.

• Áreas Semicríticas: são áreas onde o risco de transmissão de infecções é menor. Apesar

de serem frequentadas por pacientes, estes não requerem cuidados de alta complexidade

ou isolamento. Exemplos: sala de triagem e/ou sala de espera.

Áreas Não-Criticas: são áreas não ocupadas por pacientes. Exemplos: áreas

administrativas.

As técnicas de higiene se dividem em três partes:

A- Limpeza concorrente

B- Limpeza Terminal

C- Limpeza de sanitários

Limpeza concorrente

Entende-se por limpeza concorrente a higienização diária das áreas. Essa limpeza tem

como objetivo a manutenção do asseio, a reposição de materiais de consumo como: sabão

líquido, papel toalha, papel higiênico, saco para lixo e inclui: a) limpeza de piso, remoção de

poeira do mobiliário e peitoril, b) limpeza completa do sanitário e c) limpeza de todo o mobiliário

da unidade (bancadas, mesa e cadeiras).

Observações importantes:

• A limpeza de portas e paredes só será realizada se houver alguma sujidade;

• A limpeza das superfícies horizontais deve ser repetida durante o dia, pois há acúmulo de

partículas existentes no ar pela movimentação de pessoas;

• Deve-se evitar varrer superfícies a seco. Por isso, recomenda-se a limpeza realizada com

vassoura mop tira pó.

O ato de varrer o piso favorece a dispersão de microorganismos que podem estar veiculados às

partículas de pó. A vassoura mop tira pó essa dispersão é mínima.

Limpeza Terminal

É o processo de limpeza e/ou desinfecção de todas as áreas, objetivando a redução da

sujidade e, consequentemente, da população microbiana, reduzindo a possibilidade de

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contaminação ambiental. É realizada periodicamente, envolvendo piso, parede, teto e mobiliário,

assim como ar condicionado.

Para qualquer atividade de limpeza e desinfecção, luvas grossas de borracha devem ser

utilizadas. No final do dia, essas luvas devem ser lavadas, enxaguadas e colocadas para secar do

lado avesso e com os punhos voltados para baixo.

Paredes, janelas, persianas, portas, tetos e pisos não constituem risco de infecção, desde

que mantidos limpos. É desnecessária a desinfecção a menos que haja respingo ou deposição de

matéria orgânica, quando é recomendada a descontaminação localizada. Deve-se estabelecer uma

rotina de limpeza periódica, de acordo com a área ou quando houver sujidade visível.

Pisos: diariamente; Janelas: semanalmente; Paredes, persianas, teto e portas: quinzenalmente; Ar-

condicionado: semanalmente.

Descontaminação e limpeza localizada na presença de matéria orgânica (por ex.: sangue):

1. Aplicar solução de hipoclorito de sódio a 1% (puro) sobre a matéria orgânica e aguardar cinco a

dez minutos.

2. Remover com auxílio de papel-toalha ou pano, que deve ser descartado.

3. Proceder à limpeza com água e sabão.

07 - SOLUÇÕES FISIOLÓGICAS, ANTISSÉPTICAS E DESINCRUSTANTES

Gluconato de clorexidina

É um anti-séptico químico, com ação antifúngica e bactericida, capaz de eliminar tanto

bactérias gram-positivas quanto gram-negativas. Possui também ação bacteriostática, inibindo a

proliferação bacteriana.

Aplicações:

É geralmente utilizado como ingrediente ativo em anti-sépticos bucais para combater a placa

bacteriana e outras bactérias orais. Produtos a base de gluconato de clorexidina geralmente são

utilizados no combate ou prevenção de afecções gengivais como a gengivite.

PVPI

Iodopovidona ou Povidona-iodo (PVPI) é um complexo químico solúvel em água de iodo com

polivinilpirrolidona (PVP), com conteúdo de 9.0% a 12.0% de iodo ativo, calculado sobre uma base

seca. Pode ser facilmente formulado como uma solução tópica anti-séptica (com surfactantes e/ou

álcool), em aerossol ou unguento em concentrações de 7.5% a 10%.

Aplicações:

Estes produtos são usados em hospitais para limpeza e desinfecção da pele, no preparo

pré-operatório e no tratamento de infecções sensíveis ao iodo. A solução comercialmente mais

conhecida da iodopovidona é Betadine e Povidine®, que se utiliza para a desinfecção de pequenos

ferimentos. Também se usa para preparar a pele antes de uma operação cirúrgica por sua forte

capacidade microbicida tópica de amplo espectro. A maioria dos produtos similares que são

comercializados sem prescrição são uma solução de 10% de iodopovidona.

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Hipoclorito de sódio

Hipoclorito de sódio é um composto químico com fórmula NaClO. Uma solução de hipoclorito

de sódio é usada frequentemente como desinfetante e como agente alvejante. Na verdade, é

frequentemente chamado por apenas "alvejante", embora outros produtos químicos sejam

chamados assim também. Uma diluição de 1:5 de alvejante doméstico em água (1 parte de

alvejante para 4 de água) é eficaz contra diversas bactérias e alguns vírus, e é frequentemente o

desinfetante de preferência para limpar superfícies em hospitais. A solução é corrosiva e, após seu

uso, precisa ser completamente removida, de forma que é algumas vezes seguida de uma

desinfecção por etanol.

Aplicações:

Usado como alvejante e na desinfecção de superfícies do consultório, como bancada,

mesas, pias, paredes e piso. Também é usado na Odontologia, durante o tratamento endodôntico,

para desinfetar canais radiculares e dissolver qualquer resto de tecido da polpa do dente.

Detergente enzimático

O detergente enzimático é um produto diferente dos outros detergentes. Em sua composição

vamos encontrar uma determinada combinação de tensoativos, pH e enzimas. O produto não

espuma, o seu pH é neutro (fator importante em sua aplicação), ele não é corrosivo, não irrita e

tem a vantagem de ser biodegradável.

Aplicações:

Seu uso é voltado para a dissolução de material orgânico a exemplo de resíduos de tecidos

corpóreos, muco, pus, sangue, entre tantas outras sujidades que possam aderir ao instrumental

usado no ambiente odontológico e hospitalar.

Como usar o detergente enzimático:

Ao se fazer o uso do detergente enzimático, os instrumentos são imersos em sua solução

por 10 a 20 minutos. Com isso, ocorre a degradação do material orgânico que se encontra nos

mesmos. É interessante observar que sua eficácia para este fim é tão grande que ele chega a atuar

nos lugares mais inacessíveis do instrumental. O instrumentador ao fazer uso do detergente

enzimático, por sua vez, deve estar atento para as recomendações feitas pelo fabricante. Entre um

e outro poderá haver alguma diferença, que, consequentemente, influenciará no resultado final ou

na preparação da solução. O seu uso não dispensa a necessidade de posteriormente ser usada

alguma solução desinfetante no instrumental. Eles removem a matéria orgânica, mas não

possuem a capacidade de eliminar os microrganismos. A adição de outros produtos químicos

ao detergente enzimático também não é recomendada. Se isso for feito, o pH da solução enzimática

poderá ser alterado, o que por sua vez pode fazer com que as enzimas se tornem inativas. É

interessante observar que as enzimas em si não são agentes de limpeza. O que elas fazem é agir

sobre sujidades para quebrar a resistência das mesmas, possibilitando assim a remoção.

Desincrustante

É um detergente concentrado a base de ortofosfato trissódico com alto poder dissolvente,

emulsionante e dispersante, destinado à limpeza de artigos médico-hospitalares-odontológicos:

instrumentais, utensílios e vidrarias impregnados de matéria orgânica, como sangue e demais

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fluidos corpóreos, que serão submetidos a desinfecção/esterilização. Deve ser utilizado após a

lavagem com o detergente enzimático.

Soro fisiológico

Soro fisiológico é uma solução isotônica em relação aos líquidos corporais que contem 0,9%,

em massa, de NaCl em água destilada. Cada 100mL da solução aquosa contém 0,9 gramas do sal

(0,354 gramas de Na+ e 0,546 gramas de Cl-, com pH = 6,0).

Aplicações:

A solução estéril é normalmente usada para infusão intravenosa (devido à isotonicidade com

relação ao sangue humano), lavagem de lentes de contato, irrigação nasal, e muitas vezes usada

para limpar um novo piercing, além de utilizada na hidratação da pele. Isso porque o soro possui

propriedades de limpeza, capaz de diminuir a dilatação dos poros do rosto e nutrir a cútis. Também

é um bom meio para armazenar um dente avulsionado (arrancado) até que possa ser re-implantado

por um dentista.

Álcool 70

O álcool 70 (álcool etílico hidratado 70° INPM) é um desinfetante de média ou baixa eficiência

que contém álcool etílico e água (deionizada), ou seja, uma solução aquosa de álcool. A solução

alcoólica ideal é aquela com concentração de 70% p/p (70 ºINPM) ou 77% v/v (77 ºGL) onde “p” é

o peso e “v”, o volume. Nessa concentração, o álcool não desidrata a parede celular do

microrganismo, podendo penetrar no seu interior, onde irá desnaturar proteínas, fato que não

ocorre quando se utiliza o álcool acima ou abaixo da concentração ideal.

Aplicações:

O álcool etílico e o álcool isopropílico são considerados desinfetantes de nível intermediário,

empregados tanto na desinfeção de superfícies e instrumentos como na antissepsia da pele. O

efeito antimicrobiano do álcool, que se dá pela desnaturação de proteínas e a dissolução de

gorduras, destrói, por exemplo, a membrana do Mycobacterium tuberculosis e do HSV (vírus da

herpes simples). A ação antimicrobiana do álcool não é efetiva na presença de matéria orgânica

que, quando aderida à superfície do material a ser desinfectado, funciona como uma barreira

mecânica à ação do álcool sobre os microrganismos.

Vantagens do álcool 70:

• Bactericida de ação rápida;

• Ação na presença do Mycobacterium tuberculosis e virucida (somente para vírus

lipofílicos);

• Irritante leve;

• Baixo custo;

• Não-tóxico;

• Incolor e não deixa resíduos.

Desvantagens do álcool 70:

• Não é esporicida;

• Tem atividade diminuída na presença de matéria orgânica;

• Danifica material de plástico, borracha ou acrílico;

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• Evapora rapidamente, com diminuição da atividade antimicrobiana em sangue seco, saliva

e outras matérias orgânicas;

• Não tem registro como desinfetante na EPA (“Environmental Protection Agency”); e

• Não é aceito pela “American Dental Association - ADA” como desinfetante de superfície

fixa e instrumental;

• Não apresenta ação contra vírus hidrofílicos;

• Não tem ação residual;

• É um desinfetante de nível médio.

O uso do álcool 70% como agente de desinfecção e antissepsia é bastante popular por se tratar

de um processo simples, relativamente rápido e de baixo custo para se realizar o controle da

infecção. No entanto, o uso do álcool, que é considerado um desinfetante de nível intermediário,

sua utilização acaba sendo, muitas vezes, superestimada, provavelmente devido à sua facilidade

de aquisição e praticidade de uso.

08 - CUIDADOS COM OS MATERIAIS E EQUIPAMENTOS DO CONSULTÓRIO

Barreiras para proteção dos equipamentos:

• A proteção deve ser utilizada antes do atendimento clínico de cada paciente.

• Podem ser utilizados como barreira de proteção: barreiras plásticas (sacos e canudos),

filme de PVC, fita crepe, protetor de seringa tríplice.

• Utilize barreias de proteção na cadeira do paciente (encosto da cabeça, das costas e

braços), mocho (encosto e alavanca de regulagem), alça do refletor, alça de movimentação

do equipo, mangueiras, cuspideira, apoio das canetas do equipo, puxador de gaveta, e

caneta esferográfica para anotações.

Limpeza dos artigos odontológicos:

• O passo inicial para processamento dos instrumentos odontológicos é a descontaminação

o ou desinfecção terminal, que pode ser realizada:

1. Imersão completa do artigo em solução desinfetante (acompanhado ou não de fricção),

por 30 minutos; ou,

2. Imersão do artigo em água em ebulição por 30 minutos; ou,

3. Autoclavagem prévia do artigo ainda contaminado, sem uso do ciclo de secagem.

• A seguir, proceder a limpeza, na qual se deve realizar a fricção mecânica dos artigos,

utilizando água e sabão, auxiliada por escovas e esponja.

• Enxaguar abundantemente com água potável e corrente e secar o material.

• A secagem dos artigos objetiva evitar interferência da umidade nos produtos e poderá ser

feita em estufa regulada para este fim ou com toalhas de papel descartável

• O desincrostante deve ser usado antes do detergente enzimático quando necessário.

• Usar luva grossa para a limpeza.

Cuidados com as peças de mão:

• Caso as peças de mão não estejam estéreis, realize a desinfecção antes do uso. Aplique

álcool 70% em uma gaze e friccione vigorosamente no corpo e cabeça das peças de mão.

Repita o procedimento três vezes com um intervalo de tempo suficiente entre as

aplicações para que o álcool evapore;

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• Projeta as peças de mão com barreiras plásticas (sacos de sacolé ou protetores

específicos para este fim). Se preferir, utilize um isqueiro para aquecer o plástico,

modelando-o conforme o formato de cada peça de mão;

• Após o uso, acione a peça de mão por 30 segundos;

• Com uma gaze, limpe a peça de mão com água e sabão, cuidando para não fazer muita

espuma;

• Lubrifique as peças de mão de acordo com as instruções do fabricante;

• É indicada a autoclavagem das peças de mão após o uso diário.

09 - ESTERILIZAÇÃO DOS INSTRUMENTAIS E MATERIAIS

A esterilização é sem dúvida uma das mais importantes formas de controle de infecção. Não

existe instrumental “quase estéril”, ou ele está ou não está estéril. Definimos esterilização como um

processo capaz de destruir todas as formas de vida: bactérias, fungos e vírus, protozoários inclusive

na sua forma vegetativa e esporulada.

MÉTODOS FÍSICOS:

Calor seco (estufa)

Calor úmido + pessão (autoclave)

Radiação beta e gama

Incineração

Microesferas de vidro

MÉTODOS QUÍMICOS:

Formaldeído

Glutaraldeído

Óxido de etileno

Peróxido de hidrogênio

Plasma de peróxido de hidrogênio

Calor seco (estufa)

É o meio de esterilização mais utilizado atualmente na Odontologia. Mesmo assim muitos

profissionais operacionalizam o aparelho de forma incorreta, comprometendo a eficiência do

processo. Algumas falhas mais frequentes relacionam-se à aferição da temperatura e ao tempo de

exposição do instrumento ao agente esterilizante. O termostato do aparelho indica a temperatura

da base da estufa, não necessariamente do seu interior onde está o instrumental para a

esterilização. Para aferir a temperatura real no interior da estufa devemos utilizar um termômetro

acessório que é colocado no orifício respirador do aparelho. O Ministério da Saúde através do

Serviço de Vigilância Sanitária estabelece o tempo de 1 hora a 170 °C ou 2 horas a 160 °C.

Baseados nesta determinação recomenda-se o tempo de 2 horas a 160 °C por afetar menos os

instrumentos e materiais submetidos a esterilização.

Protocolo de esterilização em estufa:

1) ligar a estufa vazia até alcançar a temperatura de 160 °C no termômetro acessório;

2) colocar as embalagens sobre as prateleiras sem vedar totalmente os orifícios. Não empilhar

os pacotes pois a temperatura será diferente nas embalagens que se encontram no centro da

pilha;

3) fechar a estufa, aguardar a temperatura atingir novamente 160 °C. Gire o botão de ajuste

de temperatura até que a luz indicadora de aquecimento se apague;

4) ajustar então timer ou relógio despertador para um tempo de 2 horas;

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5) transcorrido o tempo, desligue a estufa e aguardar a temperatura atingir aproximadamente

70 °C a 60 °C para abrir o aparelho e retirar o instrumental.

O ciclo total de esterilização varia de 3 a 4 horas.

Calor úmido + pressão (autoclave)

A autoclave é considerada, hoje, o meio mais prático e eficaz para esterilização em

consultório odontológico. A esterilização se faz pela ação do vapor de água superaquecido e

mantido sob pressão. Os aparelhos encontrados atualmente no mercado são de fácil operação e

apresentam-se em diferentes tamanhos, capacidade e desenhos. As autoclaves tipo “panela de

pressão” trabalha com 1 atmosfera de pressão, 118 a 121 °C de temperatura e suas câmaras

podem ter capacidade de 6 até 21 litros. As do tipo “cassete” trabalha com 1 a 2 atmosfera de

pressão, 121 a 134 °C de temperatura, tendo um depósito para água destilada e um cassete

(câmara) de esterilização. As do tipo “elétricas de mesa ou automáticas” possibilitam a regulagem

de pressão e temperatura através da seleção do programa. Por conferirem uma maior praticidade

e confiabilidade da esterilização indicamos as autoclaves com bomba de vácuo e de secagem, que

não necessitam abertura da porta ou tampa para realizar a secagem. A bomba de vácuo remove

todo o ar residual do interior da câmara de esterilização através de pressão negativa diminuindo o

risco de falhas durante a esterilização. A bomba de secagem realiza a secagem dos pacotes após

a esterilização com a porta fechada e o ar que entra para esta finalidade na câmara de esterilização

é filtrado, o que não acontece quando abrimos a porta para a secagem.

Protocolo de esterilização em autoclave:

O primeiro passo para a realização de um ciclo de esterilização em autoclaves é o

conhecimento de como o aparelho funciona segundo as recomendações dadas pelo fabricante.

Etapas do ciclo de esterilização nas autoclaves tipo “elétricas de mesa ou automáticas”;

1) verificar o nível de água destilada no reservatório;

2) dispor os pacotes de modo a permitir a circulação do vapor sem que estes toquem as

paredes do aparelho;

3) fechar a autoclave verificando se houve completa adaptação da tampa;

4) ligar o aparelho;

5) aguardar o ciclo de esterilização, seguindo as recomendações do fabricante para a

secagem.

Radiação beta e gama

Com grande poder de penetração independente do material embalado são amplamente

utilizados na indústria de artigos médicos, odontológicos (principalmente implantes) e

farmacêuticos. Apesar da complexidade de operação e do custo elevado, poderá tornar-se no futuro

no método de eleição para a esterilização.

Incineração

É um método destrutivo para os materiais, é eficiente na destruição de matéria orgânica e

lixo hospitalar.

Microesferas de vidro

O aparelho contém um recipiente com microesferas de vidro, que são aquecidas

eletricamente até uma temperatura de aproximadamente 230 ºC . Os instrumentos endodônticos,

cones de papel absorvente ou bolinhas de algodão são introduzidos no compartimento

14

permanecendo de 3 a 8 segundos sob aquecimento. Alguns autores preconizam a substituição das

microesferas de vidro por sal de cozinha. Estes aparelhos têm sido questionados principalmente

pela dificuldade em se controlar a temperatura da resistência e pela possibilidade da aderência de

resíduos de vidro nos materiais a serem esterilizados.

Formaldeído

O formaldeído é um gás incolor, possui odor irritante característico, cáustico para a pele. Quando

em concentrações superiores a 20mg/L polimeriza-se formando o paraformaldeído, um precipitado

branco. Este, quando aquecido, libera formaldeído. Comercialmente é encontrado em solução

aquosa a 38-40% em peso, e contém de 8-15% de metanol como estabilizante (para evitar a

polimerização). A atividade germicida do formaldeído se deve à aquilação de radicais amino,

carboxil, oxidril e sulfidril de proteínas e ácidos nucléicos microbianos, formando pontes metilênicas

ou etilênicas, o que impedem que esses compostos celulares realizem suas funções. O formaldeído

tem ação lenta. Quando em concentração de 5%, necessita de 6 a 12 horas para agir como

bactericida e de 18 horas, a 8%, para agir como esporicida. O formaldeído tem função fungicida,

viruscida e bactericida. Se agir por 18 horas tem ação esporicida.

Glutaraldeído

O glutaraldeído é um dialdeído saturado - 1,5 pentanedial. Em solução aquosa apresenta pH

ácido e não é esporicida. As formulações que são utilizadas possuem outros componentes para

que a solução passe a ter esta ação. As formulações encontradas são:

Solução ativada: é adicionada uma substância ativadora, o bicarbonato de sódio, que torna a

solução alcalina (pH 7,5 a 8,5), tendo então atividade esporicida.

Solução potencializada: utiliza uma mistura isomérica de álcoois lineares, possui um pH de 3,4 a

3,5. Essa mistura à temperatura ambiente possui função esporicida baixa e se aquecida a 60oC

torna-se esporicida em exposição por 6 horas.

O glutaraldeído tem potente ação biocida, é bactericida, virucida, fungicida e esporicida. Sua

atividade é devida a alquilação de grupos sulfidrila, hidroxila, carboxila e amino dos microrganismos

alterando seu DNA, RNA e síntese de proteínas. A atividade esporicida se deve ao fato do

glutaraldeído reagir com a superfície do esporo, provocando o endurecimento das camadas

externas e morte do esporo.

Óxido de etileno

O óxido de etileno C2H4O é um gás incolor à temperatura ambiente, é altamente inflamável.

Em sua forma líquida é miscível com água, solventes orgânicos comuns, borracha e plástico. Para

que possa ser utilizado o óxido de etileno é misturado com gases inertes, que o torna não-inflamável

e não-explosivo.

A umidade relativa é de suma importância na esterilização por óxido de etileno. Alguns

enfoques são dados a esta importância da umidade na esterilização por óxido de etileno, um deles

é o fato de que o aumento da umidade relativa aumenta o poder de esterilização do óxido de etileno.

Outro enfoque dado a essa importância é que ocorrem reações químicas entre o óxido de etileno

e unidades biológicas, essas reações são ligações covalentes e, portanto, não se dissociam, para

15

isso a ionização deve ocorrer em um solvente polar; assim a água funciona nesta reação como

meio de reação ou solvente.

Um outro aspecto da importância da umidade neste tipo de esterilização é o fato de que a

água e o agente esterilizante promovem reciprocamente a permeabilidade através de embalagens

de filme plástico, dependendo de sua característica polar ou apolar. O óxido de etileno funciona

como transportador através de filmes não polares e hidrófobos; já a água favorece a passagem de

óxido de etileno através de filmes polares (celofane e poliamida por exemplo). O óxido de etileno

reage com a parte sulfídrica da proteína do sítio ativo no núcleo do microrganismo, impedindo assim

sua reprodução.

A utilização do óxido de etileno na esterilização é hoje principalmente empregada em

produtos médico-hospitalares que não podem ser expostos ao calor ou a agentes esterilizantes

líquidos: instrumentos de uso intravenoso e de uso cardiopulmonar em anestesiologia, aparelhos

de monitorização invasiva, instrumentos telescópios (citoscópios, broncoscópios, etc.), materiais

elétricos (eletrodos, fios elétricos), máquinas (marcapassos, etc.), motores e bombas, e muitos

outros. Este tipo de esterilização contribui para a reutilização de produtos que inicialmente seriam

para uso único, assim a prática deste tipo de esterilização evidencia vantagens econômicas, porém

a segurança de se reesterilizar estes produtos ainda é questionada.

Peróxido de hidrogênio

Peróxido de hidrogênio ou água oxigenada é um agente oxidante e a uma concentração de

3 a 6% tem poder desinfetante e esterilizante, porém pode ser corrosivo para instrumentais. A ação

do peróxido de hidrogênio se deve ao ataque da membrana lipídica, DNA e outros componentes

das células, pelos radicais livres tóxicos que o peróxido produz. Alguns microrganismos aerobios

são capazes de produzir catalase ou superóxido dismutase, assim eles se protegem da atividade

microbicida transformando o peróxido de hidrogênio em oxigênio e água. Para se evitar esse efeito

o peróxido de hidrogênio utilizado para esterilização é de concentração maior e possui

estabilizantes. Pode ser utilizado como opção para esterilização de materiais termo-sensíveis. É

usado na desinfecção e esterilização de superfícies planas e sólidas, na esterilização de capilares

hemodializadores, na desinfecção de lentes de contato e outros. Está indicado na desinfecção de

nebulizadores o que é feito através de nebulização de peróxido de hidrogênio a 7,5% por 30

minutos. É também utilizado para desinfecção de materiais contaminados pelo HIV, a uma

concentração de 6%, numa imersão por 15 a 30 minutos.

Plasma de hidrogênio

O plasma é um estado físico da matéria definido como uma nuvem de íons, elétrons e

partículas neutras, as quais são altamente reativas. É um estado diferente dos demais conhecidos

(líquido, gasoso e sólido) e vem sendo chamado de quarto estado da matéria. O plasma é produzido

através da aceleração de moléculas de peróxido de hidrogênio (água oxigenada) e ácido

peracético, por uma forte carga elétrica produzida por um campo eletromagnético (microondas ou

radiofreqüência). Os elétrons dessas moléculas são então "jogados" fora de seus átomos, aceleram

partículas carregadas, recombinam-se com outros átomos ou elétrons, retornam para a baixa

energia e produzem brilho visível.

16

Ocorre interação entre os radicais livres gerados pelo plasma e as substâncias celulares

como enzimas, fosfolipídeos, DNA, RNA e outros, impedindo o metabolismo ou reprodução celular.

Este método de esterilização é utilizado como alternativa para artigos sensíveis a altas

temperaturas e à umidade e vem sendo estudada sua característica ecologicamente viável, pois é

um sistema de esterilização atóxico, com processo ambiental saudável. Este processo pode ser

aplicado em materiais como alumínio, bronze, látex, cloreto de polivinila (PVC), silicone, aço

inoxidável, teflon, borracha, fibras ópticas, materiais elétricos e outros. Não é oxidante. O plasma

de peróxido de hidrogênio não deve ser utilizado para derivados de celulose, uma vez que o

processo se dá a baixas pressões. A esterilização por este método exige embalagens que não

contenham em suas formulações celulose.

10 - EMBALAGEM PARA ESTERILIZAÇÃO

Após a secagem o instrumental realiza-se a embalagem para a esterilização. Algumas normas

devem ser seguidas:

1. Na autoclave (calor úmido) pode se utilizar como embalagem: tecido de algodão cru,

tecido sintético a base de polipropileno, caixa metálicas perfuradas próprias para autoclave, caixas

plásticas perfuradas, papel grau cirúrgico, papel crepado, papel kraft , pequenos vidros , tubos de

ensaio ou envelopes em nylon;

2. Algodão ou similar permeável ao vapor, podem ser utilizadas para esterilização em

autoclave (calor úmido), mas devem ser lavadas entre uma esterilização e outra;

3. O tecido sintético a base de polipropileno é uma medida econômica para a esterilização,

pois após lavado pode ser reutilizado para nova esterilização, desde que não haja rompimentos no

tecido;

4. Caixas plásticas e metálicas perfuradas podem ser utilizadas em instrumentais de uso

sequencial, tipo material de exame clínico, que são utilizados no prazo menor que 24 horas. Não

podem ser armazenados;

5. Papel grau cirúrgico ou rolo gral é hoje o mais indicado para a esterilização em autoclave.

O papel não apresenta amido e nem corante, mantendo a esterilização por mais tempo permitindo

o armazenamento pode ser autovedante ou a vedação pode ser feita com seladora;

6. Papel crepado, de auto custo e solta resíduos durante a esterilização danificando a

autoclave;

7. Papel kraft contém amido e corantes. O amido pode funcionar como um caldo de cultura

e invalidar a esterilização e o corante desprende-se durante o ciclo de esterilização causando danos

a autoclave e a estufa;

8. Tubos de vidro ou de ensaio devem ser vedados na tampa com gaze ou algodão

permeável ao vapor e estes vidros ou tubos de ensaio devem ser posicionados com a abertura

voltada para baixo para evitar a condensação de vapor no seu interior;

9. Nylon permite a esterilização em autoclave e estufa e também podem ser vedados com

seladora. Apresentam como desvantagem o custo e a dificuldade de abertura das embalagens

durante o preparo da mesa cirúrgica;

10. Na estufa (calor seco) pode-se utilizar como embalagem o papel kraft n.º 80 monolúcido,

tubos de ensaio, pequenos vidros, envelopes em nylon ou caixas metálicas;

17

11. As caixas metálicas favorecem o contacto entre metais possibilitando a formação de

correntes galvânicas39. A má adaptação da tampa da caixa favorece a contaminação devendo ser

vedada com fita adesiva que suporte as altas temperaturas da estufa;

12. Para esterilização em estufa(calor seco) do instrumental clínico e outros recomenda-se

a embalagem com caixas metálicas, nylon ou papel alumínio. As limas, alargadores, brocas e outros

instrumentos ou materiais esterilizáveis de tamanho pequeno devem ser embaladas em tubos de

ensaio ou pequenos vidros revestidos por papel alumínio. A utilização do vidro proporciona maior

validação da esterilização por impedir a perfuração da embalagem;

13. Todas as embalagens devem ser identificadas com seu conteúdo. Embalar o

instrumental separadamente para evitar a formação de correntes galvânicas, que favorecem a

perda do corte e alteração da tempera do aço;

14. Embalar o instrumental segundo a necessidade de uso para que se evite esterilizações

desnecessárias. Por exemplo, não devemos esterilizar vários jogos de limas endodônticas em uma

mesma embalagem, pois estaríamos reesterilizando jogos de limas não utilizados;

15. Quando uma embalagem é aberta, todo o instrumental aí contido será contaminado,

necessitando nova esterilização;

Importante:

Embalagem composta de papel grau cirúrgico deve ter o ar removido antes da selagem, pois

o ar atua como um obstáculo na transmissão de calor e de umidade. O fechamento do papel grau

cirúrgico deve promover o selamento hermético da embalagem e garantir sua integridade. A faixa

de selagem deve ser ampla, preferencialmente de 1 cm ou reforçada por duas ou três faixas

menores. Recomenda-se promover o selamento deixando uma borda de 3 cm, o que facilitará a

abertura asséptica do pacote. As embalagens devem ser identificadas antes da esterilização. A

identificação deve ser feita em fita ou etiqueta adesiva e deve conter a descrição do conteúdo,

quando necessário, data e validade da esterilização e nome do funcionário responsável pelo

processamento do artigo.

Após a esterilização, o instrumental deve ser armazenado em local exclusivo, separado dos

demais em armários fechados, protegido de poeira, umidade e insetos, e a uma distância mínima

de 20 cm do chão, 50 cm do teto e 5 cm da parede. O local de armazenamento deve ser limpo e

organizado periodicamente, sendo verificados sinais de infiltração, presença de insetos, retirando

os pacotes danificados, com sinais de umidade e prazo de validade da esterilização vencido. Estes

artigos devem ser processados novamente. Os pacotes esterilizados devem ser manipulados o

mínimo possível e com cuidado.

11 - PROTEÇÃO RADIOLÓGICA

A radiação X é uma forma de radiação eletromagnética, de natureza semelhante à luz. Os

comprimentos de onda dos raios X são menores do que os raios ultravioleta (UV), maiores do que

a dos raios gama e não visíveis ao olho humano por conta de seu tamanho muito pequeno.

Possui comprimento de ordem de 0,01 a 10 nanômetros. A produção de raios X se deve

principalmente devido a transições de elétrons nos átomos, ou da desaceleração

de partículas energéticas carregadas. Os raios-x têm alto poder de penetração nos tecidos

biológicos, e são mutagênicos, podendo causar danos genéticos ás células. Deve-se evitar ao

máximo a exposição aos raios-x, tanto ao profissional quanto aos pacientes.

18

Observações importante:

1. Os equipamentos de raio-x NÃO

EMITEM RADIAÇÃO enquanto

estão desligados ou em modo stand

by (ocioso). Esses equipamentos

emitem radiação somente quando o

botão de disparo do controle remoto

é pressionado, seguido de sinal

sonoro.

2. Crianças são mais sensíveis aos

efeitos mutagênicos dos raios-x. A

quantidade de radiografias e o

tempo de exposição devem ser o

menor possível.

3. Gestantes e lactantes NÃO PODEM ser submetidas ao raio-x, devido ao risco de causar má

formação e outras anomalias ao feto.

Cuidados com radioproteção:

• O número de exposições radiográficas e o tempo de exposição deve ser o menor possível;

• Utilize filmes sensíveis (tipo D ou, preferencialmente, tipo E);

• Utilize os tempos de exposição recomendados;

• Proteja o paciente com avental de chumbo e protetor de tireoide;

• Permaneça fora da área de risco, a pelo menos 1,80 metros da cabeça do paciente, fora

do feixe primário, ou protegido atrás de um biombo revestido com chumbo ou parede de

concreto revestida com massa baritada;

• Nunca segure o filme para o paciente. Caso o próprio paciente seja incapaz de segurá-lo

(criança ou deficiente físico-mental), solicite ao acompanhante que segure o filme e

proteja-o com vestimenta plumbífera.

Controle de infecção:

• Proteja o filme radiográfico com barreiras plásticas;

• Esterilize os posicionados radiográficos a cada paciente;

• Utilize sobre-luvas para manipular a aparelho de raios X e os aventais de chumbo e para

realizar o processamento da radiografia.

12 - MANUTENÇÃO DOS EQUIPAMENTOS ODONTOLÓGICOS

Nas últimas décadas, os equipamentos odontológicos evoluíram de simples instrumental

para sistemas complexos. Isso ocasionou uma deficiência nos cuidados de manutenção,

aumentando o risco de acidentes relacionados aos equipamentos. Uma parcela crescente do risco

desses equipamentos é atribuível a fatores evitáveis, tais como avaliação tecnológica, critérios de

aquisição, instalações disponíveis, manutenções, treinamentos e descontinuidade inadequados.

Tipos de manutenção

Define-se manutenção como o conjunto de ações que visam assegurar as boas condições

técnicas de um equipamento, preservando-lhe as características funcionais de segurança e

REGIÃO TEMPO DE EXPOSIÇÃO

Incisivos e caninos 0,20s

Pré-molares e molares 0,30s

Interproximal 0,30s

oclusal 0,40s

REGIÃO TEMPO DE EXPOSIÇÃO

Incisivos e caninos 0,30s

Pré-molares e molares 0,40s

Interproximal 0,40s

oclusal 0,60s

CRIANÇAS (0-12 ANOS)

ADULTOS (>12 ANOS)

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qualidade. Distinguem-se duas formas de ações: uma delas é a prevenção, denominada

manutenção preventiva, e a outra é a correção, denominada manutenção corretiva. Manutenção

preventiva (MP) é a intervenção prevista, preparada e programada antes do provável aparecimento

de uma falha. A manutenção preventiva pode ser sistemática ou programada, condicional e

preditiva:

o Manutenção sistemática ou programada – feita em intervalos de tempo fixos

preestabelecidos.

o Manutenção condicional – realizada nos equipamentos quando estes estão na iminência

de apresentar falhas. A detecção desse estado de quasefalha é possível, utilizando os

próprios sentidos humanos ou os aparelhos eletrônicos que monitoram algum parâmetro

de desempenho dos equipamentos.

o Manutenção preditiva – feita por meio da substituição de peças ou componentes, levando

em consideração um perfil estatístico. Esse perfil é obtido pelas análises estatísticas dos

históricos de falhas dos equipamentos.

o Manutenção corretiva (MC) - é o conjunto de ações aplicadas ao equipamento para

restabelecer suas funções.

Equipamentos

Os principais equipamentos utilizados nos serviços de Odontologia são: aparelho de

microabrasão; amalgamador; aparelho a laser; aparelho de radiografia intra/ extra oral; aparelho de

sucção de alta/baixa potência; aparelho de ultra-som para limpeza de materiais; aparelho de

polimerização de resinas; aparelho de teste elétrico de polpa dentária; aquecedor endodôntico para

guta-percha; articulador de prótese dentária; esterilizadores – estufa e autoclave; unidade

eletrocirúrgica; câmera intra/extra oral; contra-ângulo redutor; delineador de uso odontológico;

equipamento para profilaxia odontológica bicarbonato de sódio/ultra-som; equipamento para

clareamento dental e fotopolimerização de resinas; equipos odontológicos; estufa; foco cirúrgico;

fotopolimerizador; localizador eletrônico de ápice; micromotor odontológico; motor elétrico;

plastificador a vácuo para uso odontológico; cadeira odontológica. Para cirurgias bucomaxilofaciais

também são necessários equipamentos como monitor de sinais fisiológicos (ECG, oximetria,

capnografia, pressão não invasiva e temperatura), desfibrilador/monitor, bomba de infusão, sistema

de anestesia, sistema odontológico de abrasão a ar e turbina de alta rotação;

Manutenção externa

Para serviços de Odontologia de pequeno e médio porte recomenda-se utilizar serviços de

terceiros ou serviços externos ao serviço (manutenção externa), em função da relação

custo/benefício. É importante ressaltar que as empresas fornecedoras de serviços externos

deverão apresentar condições técnicas para atender às normas de segurança e de qualidade dos

equipamentos. Esses serviços poderão ser em forma de contratos ou chamadas. O processo

desses contratos deve ser uma relação de parceria e, sobretudo, uma relação de satisfação para

as partes envolvidas. A escolha desse tipo de serviço dependerá da análise de custo/benefício.

Benefícios da manutenção preventiva

A importância da manutenção preventiva justifica-se não apenas por reduzir os dispêndios

com equipamentos odontológicos e garantir a segurança de seus usuários, mas também por evitar

o elevado custo social causado pelo maior tempo de indisponibilidade de uso desses

equipamentos, devido a deficiências em sua gerência e manutenção.

20

Recomendações gerais

• Antes de colocar o produto em uso ou aparelho em funcionamento, leia atentamente as

instruções de uso e/ ou instalações contidas no próprio aparelho, na embalagem ou no

manual respectivo, conforme o caso.

• Nos aparelhos certifique - se de que a voltagem a ser utilizada é a mesma indicada neles

(110 ou 220 Volts) . Verifique também, se a instalação elétrica do local está correta e

perfeita.

• Para evitar danos, mantenha o produto em ambiente protegido de intempéries (chuva,

vento, umidade, raios solares, etc.)

• Não introduza quaisquer objetos estranhos a função própria do aparelho, principalmente

quando este estiver em funcionamento, evitando acidentes.

• Verifique o preenchimento correto e complete se necessário a “Identificação do consumidor

e do produto”, destaque as partes e remeta as fábricas, uma via, para que o Termo de

Garantia comece a vigorar conservando em seu poder a sua via.

13 - GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS E LIXO

O descarte inadequado de resíduos tem produzido passivos ambientais capazes de colocar em

risco e comprometer os recursos naturais e a qualidade de vida das atuais e futuras gerações. Os

resíduos dos serviços de saúde - RSS se inserem dentro desta problemática e vêm assumindo

grande importância nos últimos anos.

Gerenciamento de resíduos

O Plano de Gerenciamento dos Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS) é o documento que

aponta e descreve as ações relativas ao manejo de resíduos sólidos, que corresponde às etapas

de: segregação, acondicionamento, coleta, armazenamento, transporte, tratamento e disposição

final. Deve considerar as características e riscos dos resíduos, as ações de proteção à saúde e ao

meio ambiente e os princípios da biossegurança de empregar medidas técnicas administrativas e

normativas para prevenir acidentes. O PGRSS deve contemplar medidas de envolvimento coletivo.

O planejamento do programa deve ser feito em conjunto com todos os setores definindo-se

responsabilidades e obrigações de cada um em relação aos riscos.

Manejo

O manejo dos RSS é entendido como a ação de gerenciar os resíduos em seus aspectos intra

e extra estabelecimento, e todos os protocolos podem ser consultados através do portal da

ANVISA: (http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/manuais/manual_gerenciamento_residuos.pdf)

Definição: resíduos do serviço de saúde

De acordo com a RDC ANVISA no 306/04 e a Resolução CONAMA no 358/2005, são definidos

como geradores de RSS todos os serviços relacionados com o atendimento à saúde humana ou

animal, inclusive os serviços de assistência domiciliar e de trabalhos de campo; laboratórios

analíticos de produtos para a saúde; necrotérios, funerárias e serviços onde se realizem atividades

de embalsamamento, serviços de medicina legal, drogarias e farmácias inclusive as de

manipulação; estabelecimentos de ensino e pesquisa na área da saúde, centro de controle de

zoonoses; distribuidores de produtos farmacêuticos, importadores, distribuidores produtores de

21

materiais e controles para diagnóstico in vitro, unidades móveis de atendimento à saúde; serviços

de acupuntura, serviços de tatuagem, dentre outros similares.

Classificação:

A classificação dos RSS vem sofrendo um processo de evolução contínuo, na medida em que

são introduzidos novos tipos de resíduos nas unidades de saúde e como resultado do

conhecimento do comportamento destes perante o meio ambiente e a saúde, como forma de

estabelecer uma gestão segura com base nos princípios da avaliação e gerenciamento dos riscos

envolvidos na sua manipulação. Os resíduos de serviços de saúde são parte importante do total de

resíduos sólidos urbanos, não necessariamente pela quantidade gerada (cerca de 1% a 3% do

total), mas pelo potencial de risco que representam à saúde e ao meio ambiente. Os RSS são

classificados em função de suas características e consequentes riscos que podem acarretar ao

meio ambiente e à saúde. De acordo com a RDC ANVISA no 306/04 e Resolução CONAMA no

358/05, os RSS são classificados em cinco grupos: A, B, C, D e E.

▪ Grupo A - engloba os componentes com possível presença de agentes biológicos que, por

suas características de maior virulência ou concentração, podem apresentar risco de

infecção. Exemplos: placas e lâminas

de laboratório, carcaças, peças

anatômicas (membros), tecidos,

bolsas transfusionais contendo

sangue, dentre outras.

▪ Grupo B - contém substâncias

químicas que podem apresentar risco

à saúde pública ou ao meio ambiente,

dependendo de suas características

de inflamabilidade, corrosividade,

reatividade e toxicidade. Ex:

medicamentos apreendidos,

reagentes de laboratório, resíduos

contendo metais pesados, dentre

outros.

▪ Grupo C - quaisquer materiais

resultantes de atividades humanas

que contenham radionuclídeos em

quantidades superiores aos limites de

eliminação especificados nas normas

da Comissão Nacional de Energia

Nuclear - CNEN, como, por exemplo,

serviços de medicina nuclear e

radioterapia etc.

▪ Grupo D - não apresentam risco

biológico, químico ou radiológico à

saúde ou ao meio ambiente, podendo

ser equiparados aos resíduos

domiciliares. Ex: sobras de alimentos

e do preparo de alimentos, resíduos

das áreas administrativas etc.

GRUPO A

MATERIAL INFECTANTE

GRUPO B

MATERIAL TÓXICO

GRUPO C

MATERIAL RADIOATIVO

GRUPO D

MATERIAL RECICLÁVEL

GRUPO E

MATERIAL

PERFUROCORTANTE

SÍMBOLOS DE IDENTIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS

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▪ Grupo E - materiais perfuro-cortantes ou escarificantes, tais como lâminas de barbear,

agulhas, ampolas de vidro, pontas diamantadas, lâminas de bisturi, lancetas, espátulas e

outros similares.

14 - BIOSSEGURANÇA EM ENDODONTIA E DENTÍSTICA

O sucesso do tratamento endodôntico está embasado não somente no correto diagnóstico,

no adequado planejamento e execução técnica, mas principalmente nos cuidados com a

manutenção da cadeia asséptica durante o atendimento ao paciente. Orsi (1979) afirmava que

vários fatores influenciam na execução e sucesso do tratamento endodôntico; dentre esses,

destacou a perfeita esterilização e desinfecção do instrumental e material a serem utilizados. Não

se aceita apenas a desinfecção de instrumentos e materiais que possam ser esterilizados, já que

o processo de esterilização é capaz de eliminar qualquer forma de vida microbiana. Porém, é

importante ressaltar que a eficiência desse procedimento depende do preparo prévio do

instrumental, além do domínio dos diferentes métodos de esterilização. É de consenso geral que

todo o material, antes de ser esterilizado ou desinfetado, deva, obrigatoriamente, passar por um

processo de limpeza. A literatura refere que à presença de matéria orgânica e resíduos junto aos

instrumentos pode interferir no processo de esterilização, pois cria barreiras de proteção para os

microrganismos, podendo impedir a penetração do agente esterilizante (MILLER, 1991). Com

relação à endodontia, sabe-se que a adequada esterilização do instrumental é essencial para que

a cadeia asséptica seja mantida e que se possa obter com isso o sucesso esperado do tratamento.

Oliveira et al. (2000) afirmaram que uma das falhas na manutenção da cadeia asséptica seria o

manuseio dos instrumentos endodônticos sem que os mesmos estejam devidamente limpos e

esterilizados.

De acordo com o Ministério da Saúde e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA)

as limas endodônticas devem, preferencialmente, ser esterilizadas em autoclave. Atualmente, a

esterilização em estufas (calor seco) é recomendada por organismos nacionais e internacionais

apenas para alguns tipos de brocas e alicates ortodônticos na Odontologia. Estas indicações se

justificam pelo fato de o processo exigir longo período de tempo e altas temperaturas, podendo

ocorrer falhas durante a esterilização. Ainda mais, os equipamentos utilizados atualmente nos

serviços odontológicos não são automatizados, não permitem registros confiáveis dos parâmetros

físicos do processo, permitem a interrupção do processo e o monitoramento biológico é complexo.

As embalagens recomendadas para a esterilização em autoclave são o papel grau cirúrgico, papel

crepado, tecido não-tecido, tecido de algodão cru (campo duplo), vidro e nylon, cassetes e caixas

metálicas perfuradas. Embalagens compostas de papel grau cirúrgicas devem ter o ar removido

antes da selagem, pois o ar atua como um obstáculo na transmissão de calor e de umidade. O

fechamento do papel grau cirúrgico deve promover o selamento hermético da embalagem e garantir

sua integridade. A faixa de selagem deve ser ampla, preferencialmente de 1 cm ou reforçada por

duas ou três faixas menores. Recomenda-se promover o selamento deixando uma borda de 3 cm,

o que facilitará a abertura asséptica do pacote. As embalagens devem ser identificadas antes da

esterilização. A identificação deve ser feita em fita ou etiqueta adesiva e deve conter a descrição

do conteúdo, quando necessário, data e validade da esterilização e nome do funcionário

responsável pelo processamento do artigo.

Após a esterilização, o instrumental deve ser armazenado em local exclusivo, separado dos

demais em armários fechados, protegido de poeira, umidade e insetos, e a uma distância mínima

de 20 cm do chão, 50 cm do teto e 5 cm da parede. O local de armazenamento deve ser limpo e

organizado periodicamente, sendo verificados sinais de infiltração, presença de insetos, retirando

23

os pacotes danificados, com sinais de umidade e prazo de validade da esterilização vencido. Estes

artigos devem ser processados novamente. Os pacotes esterilizados devem ser manipulados o

mínimo possível e com cuidado.

Objetos com grande chance de disseminação

• Aparelho de Raio X

• Filme radiográfico

• Caixa de Revelação

Limpeza alta e baixa rotação

• Deve ser acionada por 20 á 30” ao final de cada paciente ou utilizar o Sistema Flush

quando presente

• Depois deve ser escovada com detergente e enxaguada com água morna;

• Embalada e autoclavada.

• Utilizar preferencialmente canetas com sistema Push Button.

Limpeza Seringa Tríplice

• A limpeza e esterilização serão iguais ao da Alta e Baixa Rotação

• É recomendada proteção plástica tanto do cabo como da ponta da seringa

Bochechos

Antes de procedimentos clínicos quando administrados diminuem até 95% da contaminação

pelos aerossóis. E essa diminuição se dá na primeira hora de atendimento, reduzindo assim

significativamente os microrganismos da cavidade bucal. Por seu poder antisséptico, atua contra

microrganismos positivos, negativos e algumas leveduras. É um poderoso bactericida e sua ação

é prolongada.

Isolamento

A principal vantagem do isolamento absoluto é não permitir que a saliva, e

consequentemente bactérias cheguem à região que está sendo tratada. Ele é indicado em uma

grande quantidade de procedimentos odontológicos, sendo que é indispensável em qualquer

procedimento endodôntico e é altamente recomendado em procedimentos de restaurações.

Organização da mesa auxiliar e clínica

Durante todo o tratamento endodôntico, devem ser tomadas medidas que impeçam ou

minimizem a presença de microrganismos no campo de trabalho durante o ato operatório. Uma das

maneiras de conseguir esta manutenção, é a organização da mesa clínica e mesa auxiliar.

Manuseio dos instrumentais

Materiais perfurocortantes depois de utilizados em procedimentos realizados nos

pacientes, poderão transmitir doenças por contaminação de vírus ou bactérias, se algum tipo de

ferimento for provocado quando estes elementos forem manuseados. Após o uso, deverão ser

descartados em recipiente apropriado, de paredes rígidas. Adote todos os cuidados necessários

para evitar ferimentos com esses materiais potencialmente contaminados.

24

Cuidados com as resinas compostas

Como indicado pelo fabricante, sabe-se que as resinas armazenadas em baixas

temperaturas diminuem a proliferação microbiana, porém muitos profissionais desavisados

armazenam em armários e gavetas. O possível comprometimento da resina composta com a

contaminação, especialmente pela possibilidade de provocar infecção cruzada deve ser

observada pois esta não pode ser submetida a nenhum tipo de desinfecção física ou química.

Algumas medidas visam minimizar a contaminação deste material: usar espátulas esterilizadas

diferentes para a manipulação das resinas compostas; usar bisnagas unidoses; armazenar a

resinam em baixas temperaturas, seguindo a recomendação do fabricante.

Cuidados com o mercúrio

• Os frascos com mercúrio e amalgamadores devem ser localizados distantes de fontes de

calor (estufa, autoclave, ar condicionado, outros...);

• Quando houver derramamento acidental de mercúrio, deve-se desligar imediatamente a

estufa e fechá-la, aguardando a assistência técnica para que esta avalie e proceda sua

limpeza;

• A remoção de restaurações de amálgama deverá ser feita em blocos, sob refrigeração

abundante (água, ar-spray) e sugadores de saliva potentes;

• Acoplado à cuspideira do equipo odontológico, deverá existir um filtro separador de

resíduos de amálgama;

O mercúrio deve ser estocado em frascos inquebráveis e hermeticamente fechados.

15 - BIOSSEGURANÇA EM PRÓTESE

Abaixo estão listados pontos importantes sobre a biossegurança em prótese dentária:

Proteção dos profissionais, pacientes e meio ambiente

• É obrigatória a disponibilização de óculos de proteção para o paciente, em procedimentos

que promovam a dispersão mecânica de partículas durante o ato operatório.

• A paramentação deve ser de uso exclusivo do consultório.

• Deverá existir um sistema de registro onde conste, obrigatoriamente, a história clínica do

paciente incluindo questões específicas sobre medicação, doenças atuais e passadas entre

outros itens.

• É obrigatória a desinfecção de moldagens, devido a presença de sangue e saliva, devendo

as mesmas em caso de transporte, ser acondicionadas em embalagens impermeáveis.

• Moldagens de alginato e hidrocolóide reversível deverão ser borrifadas com solução de

hipoclorito de sódio a 1% (solução de Milton), lavadas e vazadas imediatamente.

• Moldagens de silicone, polissulfeto, pasta zinco-enólica, poliéster e registros de cera deverão

ser imersas por dez minutos em solução de hipoclorito de sódio a 1% (solução de Milton),

lavadas e vazadas de acordo com a recomendação do fabricante.

• Não manter materiais de moldagem imersos em desinfetantes além do tempo recomendado,

ou seja, mais que dez minutos para evitar danos às impressões.

25

Fica proibido o uso do fumo, bem como o porte de cigarros acesos, ou assemelhados como

cachimbos, charutos, no recinto de ambulatórios, postos de saúde e demais estabelecimentos de

saúde.

Das instituições empregadoras

É de responsabilidade dos empregadores:

• A vacinação contra Hepatite B para todos os profissionais da equipe de saúde bucal;

• O fornecimento dos EPIs em quantidade e qualidade adequada de acordo com a presente

norma, a todos os profissionais da equipe de saúde bucal;

• O encaminhamento dos profissionais, o registro e a notificação imediata, quando de

acidentes punctórios com material biológico, de acordo com os protocolos estabelecidos

pelo Ministério da Saúde e Ministério do Trabalho

• A adesão às medidas de precauções contidas nesta Norma;

16 - BIOSSEGURANÇA EM ODONTOPEDIATRIA

A maioria das crianças coopera com o atendimento odontológico quando se forma o vínculo

na relação profissional-paciente. No entanto, uma pequena parte das crianças pode resistir ao

atendimento odontológico e não atender satisfatoriamente aos comandos do cirurgião-dentista,

ainda que este demonstre empatia, liderança e habilidade de ouvir. Essa resistência deve-se à

ansiedade, imaturidade, dor ou ao simples desejo de não colaborar. Para ambos grupos de

crianças, o profissional deve apoiar a criança e sua família para o enfrentamento da situação. As

técnicas de adaptação comportamental são as ferramentas para isso, desde que baseadas em

evidências científicas, na arte do profissional em conduzir o atendimento e no respeito aos

princípios de autonomia, beneficência e não-maleficência.

Objetivos da adaptação do comportamento da criança:

• Estabelecer comunicação adequada

• Realizar atenção odontológica de qualidade

• Promover atitudes positivas para o cuidado com a saúde bucal

• Desenvolver a confiança na relação paciente/família e profissional

• Prevenir ou reduzir medo e ansiedade

• EVITAR ACIDENTES

Adaptação do comportamento de crianças em odontologia

Comportamentos positivos: ouvir a criança e a família; investir tempo para explicar os

procedimentos; ser paciente; não impedir os pais de entrarem no consultório, não ameaçar a

criança.

Avaliação do comportamento da criança

Nem toda criança não cooperativa tem ansiedade odontológica e nem todas as crianças

medrosas tem problema de comportamento no consultório odontológico. Usar criteriosamente

técnicas aversivas: controle de voz, ausência do responsável, estabilização protetora.

Desaconselha-se estabilização protetora para crianças que necessitem de múltiplas sessões de

tratamento.

26

Quando a criança não cooperar e/ou necessitar de grande número de procedimentos

odontológicos, considerar com seus responsáveis legais a indicação de:

• Cuidados paliativos (adequação do meio, ART ou postergar o tratamento

• Intervenção farmacológica (sedação/anestesia geral)

O controle da dor na clínica Odontológica Infantil é de extrema importância para realização de

um tratamento humanizado e de qualidade. Nesse sentido, a anestesia local pode ser definida

como perda temporária de sensação ou de dor, produzida por um agente aplicado superficialmente

ou injetado, sem deprimir o nível de consciência

A criança não deve se mexer, utilizando para prevenir acidentes com prática a quatro mãos.

Deve- se usar técnicas de distração durante todo o tempo, injetar a solução anestésica lentamente,

observar refluxo de sangue na seringa (em caso afirmativo, reinserir a agulha). E registrar na ficha

clínica: Tipo e dose do anestésico (mg), vasoconstrictor (mg ou concentração), tipo de injeção

(infiltrativa, bloqueio, intraligamentar) e reação do paciente Ulceração traumática pós-operatória.

Além disso Informar o acompanhante sobre a duração da anestesia (‘dormência’) e orientar não

morder a mucosa, a utilização de bloqueio do nervo alveolar inferior não aumenta o risco de trauma

ao tecido mole quando comparada à anestesia infiltrativa.

17 - BIOSSEGURANÇA EM SAÚDE COLETIVA

Observa-se que o conceito de biossegurança é fundamentado na premissa de que os riscos

podem ser identificados, avaliados e controlados pela ciência (Wynne, 2001). Além disso, sugere

uma separação entre ética e risco, na qual cientistas e reguladores são designados para lidar com

assuntos relacionados ao risco, enquanto os interesses sociais são considerados separadamente,

frequentemente denominados “assuntos éticos”, delegados à avaliação por especialistas em ética

(Levidow, 2001).

Dentre as principais preocupações e problemas a enfrentar estão os:

• Necessidade de formulação de uma política nacional de Biossegurança em Saúde, com

identificação precisa das responsabilidades e atribuições das esferas de gestão do SUS;

• Disseminar o conhecimento das normas de biossegurança;

• Carência de profissionais qualificados para a implantação de projetos de Biossegurança na

área de saúde nas diferentes regiões do Brasil;

• Necessidade adequação da infraestrutura laboratorial e equipamentos de proteção

individuais e coletivos;

• Necessidade de investimento na capacitação profissional das equipes estaduais e

municipais; Monitoramento das atividades laboratoriais e controle de risco (saúde humana

e ambiente);

• Monitoramento, planejamento e gerenciamento do descarte de resíduos das atividades de

saúde (laboratórios, hospitais);

• Monitoramento, planejamento e gerenciamento das atividades produtivas de

manufaturados que envolvem risco biológico (produção de vacinas, hemocentros,

matadouros etc);

• Monitoramento de condições de ocorrência de endemias e/ou pandemias (gripes aviária e

suína, Síndrome Respiratória Aguda Grave/SARS)

27

• Hospitais e clínicas produzem lixo com alto poder de contaminação. São capazes de gerar,

ainda, resíduos químicos de risco e rejeitos radioativos , além disso, produzem uma

enorme quantidade de lixo “comum”, que acaba sendo descartado de maneira inadequada

com potencial infectante.

Até 1980, o foco era limitado para as ações de vigilância somente aos estabelecimentos de

prestação de serviços odontológicos. Em 1980, inclusão de novos temas em debate na vigilância

sanitária em saúde bucal: fiscalização da qualidade de produtos de uso domésticos (creme e

escova dentais), de uso profissional (mercúrio, etc) e relativos a ambiente (água). No âmbito da

Saúde Bucal Coletiva atual, as ações em Vigilância abrangem 3 dimensões:

• Estabelecimentos de prestação de serviços odontológicos;

• Produtos de Higiene bucal

• Alimentos e Bebidas

Dentro dos estabelecimentos odontológicos é preciso:

• Fiscalizar os riscos presentes (físicos, químicos, biológicos);

• Condições mínimas de Instalações (paredes pintadas ou revestidas até 2 metros, no

mínimo, com material liso e impermeável; ter lavabo com água corrente nas salas

operatórias; normas para a prática do serviço de radiografias);

• Materiais (EPIs, material de consumo adequado);

• Os recursos humanos adequados e compatíveis com a proposta de atividade e que

satisfaçam as exigências das resoluções do CFO;

• Os recursos tecnológicos devem apresentar equipamentos e instrumentos capazes de

propiciar a saúde dos pacientes, em adequadas condições de proteção, segurança,

ergonomia e o satisfatório desempenho das atividades propostas.

Para os produtos para Higiene Bucal:

• Escovas dentais: as cerdas devem apresentar dilacerações nem achatamentos e cujas

extremidades devem ser arredondadas e estar no mesmo plano, macias, cabo reto e

plano, 3 fileiras transversais e 6 longitudinais de cerdas contidas em tufos regularmente

espaçados contendo, cada um, de 80 a 86 filamentos de cerdas.

• Dentifrícios: o principal agente no dentifrício de interesse em termos de vigilância sanitária

é o flúor. Na norma brasileira (Portaria SNVS nº 22, de 20/12/1989) não há obrigatoriedade

de os dentifrícios conterem flúor. Mas se o fabricante o faz, o produto deve conter “flúor

solúvel, iônico ou ionizável” na quantidade de pelo menos 600 ppm após 12 meses da data

de fabricação e pelo menos 450 ppm “no restante do seu prazo de validade”. A

concentração mínima inicial é 1.000 ppm; o teor máximo permitido é 1.500 ppm.

• Fios e fitas dentais: não há normas no Brasil. É uma falha.

• Enxaguante bucal: a concentração de flúor solúvel deve ser entre 202,5 e 247,5 ppm; o

composto de flúor, contido no produto, seja reativo com o esmalte dentário e/ou a dentina; o

rótulo deve informar: a fórmula química do composto de flúor presente no enxaguatório, sua

concentração (em ppm), as indicações, modo de uso, data de fabricação e a ressalva de

que o produto não deve ser usado por crianças de idade inferior a 6 anos.

28

18 - RISCOS DE DOENÇAS OCUPACIONAIS NO CONSULTÓRIO

ODONTOLÓGICO

A doença ocupacional ou profissional está definida no artigo 20, I da Lei n. 8.213 de 24 de julho de 1991 como a enfermidade produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e constante da relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social.

Os problemas ocupacionais da profissão do cirurgião-dentista dizem respeito àqueles que envolvam a sua saúde e a de seus auxiliares, durante a prática odontológica.

O consultório odontológico, como qualquer outro ambiente de trabalho, expõe o cirurgião-dentista a vários riscos ocupacionais dentre eles riscos físicos, químicos, biológicos e ergonômicos. É o ambiente onde o cirurgião-dentista passará o período que chamamos de "período útil", isto é, a época de sua existência que dedicará ao exercício profissional da odontologia.

Podemos considerar, dentro de um ambiente clinico odontológico, uma série de fatores de risco, dentre eles físicos, químicos, biológicos, ergonômicos, ambientais e sociais.

Os riscos físicos estão relacionados à iluminação, radiação, ruído, calor, ventilação e agentes mecânicos.

Radiação No consultório odontológico, atualmente, existem dois tipos básicos de radiação: as ionizantes

(raio-X) e as não-ionizantes, que são aquelas que produzem calor (infra-vermelho e ultra-violeta). Ruídos O cirurgião-dentista está exposto a várias fontes de ruído, tais como compressores de ar,

sugadores de alta potência e turbinas de alta rotação. As alterações provocadas por um alto nível de ruído causam reações que podem ser passageiras ou, em alguns casos mais graves, irreversíveis.

Agentes mecânicos Vários tipos de injúrias mecânicas podem ocorrer ao cirurgião-dentista e seus auxiliares

durante os diversos procedimentos odontológicos, como por exemplo partículas de tártaros atingindo os olhos durante a raspagem coronal, cortes com instrumentos afiados e perfurações com agulhas ou instrumentos pontiagudos. Tais injúrias podem resultar em graves lesões podendo levar ao afastamento do profissional.

Vibrações mecânicas relacionadas ao trabalho podem causar sérias consequências à saúde do profissional. Estes efeitos dependem da intensidade da vibração, frequência, direção, tipo, ponto de penetração e tempo de exposição. As vibrações mecânicas que, através dos membros superiores afetam o organismo, podem causar mudanças no sistema vascular, neural e osteoarticular. As ocorrências de tais mudanças associadas às vibrações excedendo as freqüências seguras levam ao diagnóstico de uma doença ocupacional denominada síndrome da vibração.

Riscos químicos Os principais riscos químicos de uma clínica odontológica incluem o mercúrio, látex, produtos

da clínica odontológica, produtos de limpeza e óxido nitroso (N,O). Irritações nos olhos e vias respiratórias têm sido associadas à exposição a substâncias voláteis de resina, produtos de limpeza e reveladoreslfixadores de raio-x. Isto incluem procaina, sabões, eugenol, formalina, fenol e outros desinfetantes.

De todos os riscos químicos, o mais importante e mais perigoso é o mercúrio. Riscos biológicos

29

Todas as pessoas envolvidas em um atendimento odontológico estão sujeitas à contaminação por vírus, bactérias e fungos que podem causar diversas enfermidades, dentre as quais se destacam a hepatite, tuberculose, herpes e a AIDS. As principais infecções virais de reconhecida transmissão ocupacional na prática odontológica são; hepatites A, B, C, D e E; AIDS (HIV); herpes (seis tipos: herpes simples, varicela-zoster, Esptein-Barr, citomegalovírus e herpesvírus humano 6, vírus da gripe, rinovírus e adenovírus; vírus coxsackie; papilomavírus humano; vírus linfotrópico humano I; rubéola; sarampo e parotidite virótica. Dentre as infecções bacterianas encontram-se: tuberculose, sífilis, blenorragia (gonorréia), difteria, legionelose. Com relação aos fungos, os mais presentes no dia-a-dia da clínica são: Candida, Fusarium, C/adosporium, Alternaria e Penicillium.

Riscos ergonômicos Os riscos ergonômicos abrangem: instalação, modelo e idade dos equipamentos; fluxograma

da clínica; pessoal auxiliar; jornada de trabalho; repetitividade e monotonia. A lista de fatores que predispõe um cirurgião-dentista a desenvolver disfunções relacionadas

a riscos ergonômicos é longa. Nela incluem diferentes condições normais, estado de saúde, condicionamento físico e atividades voluntárias do profissional. Ignorar as características particulares deste profissional pode confundir a identificação da etiologia de uma disfunção potencialmente relacionada à ergonomia e frustar uma prevenção efetiva.

Riscos sociais Os riscos sociais se referem à relação do profissional com pacientes, protéticos, auxiliares,

órgãos da classe, administradores de convênios e o isolamento dentro do consultório. Devido à natureza e às condições do trabalho na clínica odontológica, muitos estudos

sugerem que a odontologia gera mais estresse que qualquer outra profissão e seu controle é fundamental para o sucesso na prática odontológica. O estresse é a chave da saúde destes profissionais.

Riscos ambientais

Os principais riscos ambientais são referentes ao lixo hospitalar e ao esgoto do consultório.

19 - GLOSSÁRIO

Acidente: Evento ou sequência de eventos de

ocorrência anormal, que resulta em consequências

indesejadas, ou algum tipo de perda, dano ou prejuízo

pessoal, ambiental ou patrimonial.

Aerossol: Conjunto de pequeninas massas líquidas ou

sólidas que podem se locomover pelo ar ou se tornar

aéreas por força de um processo físico.

Agente Biológico de Controle: O organismo vivo, de

ocorrência natural ou obtido através de manipulação

genética, introduzido no ambiente para o controle de

uma população ou de atividade biológica de outro

organismo vivo considerado nocivo.

Agente de Risco: Pode ser compreendido como

qualquer componente de natureza física, química,

biológica ou radioativa que possa vir a comprometer a

saúde do homem, dos animais, do meio ambiente ou a

qualquer dos trabalhos desenvolvidos.

Agente Infeccioso: Todo organismo microscópico ou

não, com capacidade para causar infecção

independente da predisposição do indivíduo.

Agrotóxicos: Produtos químicos destinados ao uso em

setores de produção, no armazenamento e

beneficiamento de produtos agrícolas, nas pastagens,

na proteção de florestas nativas ou implantadas e de

outros ecossistemas, e também de ambientes urbanos,

hídricos e industriais, cuja finalidade seja alterar a

composição da flora ou da fauna, a fim de preservá-las

da ação danosa de seres vivos considerados nocivos,

bem como as substâncias e produtos empregados

como desfolhantes, dessecantes, estimuladores e

inibidores do crescimento.

Antissepsia: Procedimento que visa o controle de

infecção a partir do uso de substâncias microbicidas ou

microbiostáticas de uso na pele ou mucosa.

Antisséptico: É um germicida para uso em pele ou

mucosa.

30

Área Não Crítica: Dependências que não apresentam

risco de transmissão de infecção.

Área Restrita: Conjunto de ambientes de maior rigor

asséptico, protegido por barreira contra contaminação.

Área Semicrítica: Local de menor risco de transmissão

de infecção.

Área Contaminada: Local destinado a receber os

artigos contaminados ou sujos e onde se possa

executar os procedimentos de descontaminação

prévia, lavagem e secagem do material.

Artigos Críticos: São artigos que penetram através da

pele e mucosas, atingindo tecidos subepiteliais.

Artigos Não Críticos: São os artigos que entram em

contato com a pele íntegra, mas não com mucosas.

Artigos Semicríticos: São artigos que entram em

contato com a pele não íntegra e membranas mucosas,

devendo no mínimo serem submetidos a desinfecção.

Assepsia: Conjunto de medidas utilizadas para impedir

a penetração de microrganismos (contaminação) em

local que não os contenha.

Autoclave à Vapor: Equipamento de pressão

equipados com acessórios que possuem duas câmaras

concêntricas, cilíndricas ou retangulares, separadas

por um espaço (camina), no qual é introduzido vapor.

São utilizadas para esterilização de material.

Alergia: Reação sintomática que ocorre em

consequência de uma interação do anticorpo ou de

célula sensibilizada e um alérgeno (seja de origem

natural ou sintética).

Biossegurança: A biossegurança pode ser definida

como um conjunto de medidas que busca minimizar os

riscos inerentes a uma determinada atividade. Esses

riscos não são apenas aqueles que afetam o

profissional que desempenha uma função, e sim todos

aqueles que podem causar danos ao meio ambiente e

à saúde das pessoas.

Bactericida: Agente que destrói bactérias.

Bacteriostato: Qualquer agente que detém ou evita a

proliferação de bactérias sem destruí-las.

Barreira (contra contaminação): Bloqueio físico que

deve existir nos locais de acesso a área onde seja

exigida assepsia e somente se permita a entrada de

pessoas com indumentária apropriada (paramentação).

Barreira de Ruído: Barreiras de vegetação, paredes

ou muros de diferentes alturas e materiais, instalados

entre uma fonte de ruído (indústria, máquinas,

rolamento de automóveis em uma estrada etc.) e os

receptores (habitantes), com o objetivo de reduzir os

níveis sonoros a padrões aceitáveis, mitigando assim

os impactos diretos e indiretos dessa fonte.

Biocida: Substâncias químicas, de origem natural ou

sintética, utilizadas para controlar ou eliminar plantas

ou organismos vivos considerados nocivos à atividade

humana ou à saúde (ACIESP, 1980).

Biodegradação: Decomposição de um material em

componentes mais simples por organismos vivos.

Bioindicador: Indicador biológico. Espécie de animal

ou vegetal que indica a existência de modificações

orgânicas, físicas e químicas num ambiente.

Blindagem: Material radiopaco, colocado entre a fonte

de radiação e as pessoas, equipamentos, etc, de modo

a proporcionar proteção contra a radiação ionizante.

Boas Práticas Laboratoriais (BPL): É o conjunto de

normas, indispensáveis para a segurança do operador

e do laboratório, que dizem respeito à organização e às

condições sob as quais os estudos em laboratório e/ou

campo são planejados, realizados, monitorados,

registrados e relatados.

Biofilmes: São comunidades biológicas com um

elevado grau de organização, onde as bactérias

formam comunidades estruturadas, coordenadas e

funcionais.

Banco de dentes: locais responsáveis pela capitação,

retirada, processamento, armazenamento e a

distribuição de órgãos dentais para fins terapêuticos, de

ensino e pesquisa.

Bancos de tecidos: Responsáveis pela capitação,

retirada, processamento e armazenamento de tecidos

para fins terapêuticos de ensino e pesquisa.

Contaminação: Introdução no meio ambiente (água,

ar, solo ou alimentos) de organismos patogênicos, de

substancias toxicas ou radioativas em concentrações

nocivas à saúde dos seres humanos.

Central de Material Esterilizado (CME): Unidade

destinada à recepção, ao expurgo, à limpeza, à

descontaminação, ao preparo, à esterilização, à guarda

e à distribuição dos materiais utilizados nas diversas

unidades de um estabelecimento de saúde. Pode

localizar-se dentro ou fora da edificação usuária dos

materiais.

Contaminação Cruzada: Transmissão de agentes

infecciosos entre pacientes e equipe dentro de um

ambiente clínico.

Centro Cirúrgico: Unidade destinada ao

desenvolvimento de atividades cirúrgicas, bem como à

recuperação pós-anestésica e pós-operatória imediata.

31

Contágio Mediato: Ocorre quando o agente infeccioso

fica um tempo maior exposto ao meio ambiente. Neste

caso não há um contato íntimo entre a fonte

contaminada com a receptora não contaminada.

Contágio Imediato: Ocorre quando o agente

infeccioso fica exposto por um tempo nulo ou mínimo

ao meio ambiente. Exige contato direto de uma

superfície contaminada com outra não contaminada.

Contágio por vetores: Ocorre quando temos um

elemento intermediário, o vetor, geralmente um inseto

ou artrópode. O tempo que vai do momento que o vetor

se infecta ao momento que se torna infectante ou

transmissor é denominado de período de incubação

extrínseca.

Colonização: É a presença de microrganismos nos

tecidos do hospedeiro sem causar manifestações

clínicas, inflamatórias ou imunológicas, ou seja doença.

Contaminação ocorre quando existe a presença

transitória de microrganismos sobre a superfície

corpórea sem invasão ou reação inflamatória. E

também se refere a presença de microrganismos sobre

objetos.

Descarte: Fase do manejo interno de resíduos que se

destina a desprezar os resíduos conforme a sua

classificação em recipientes adequados a cada grupo

de resíduos.

Descontaminação: Processo de tornar qualquer

objeto ou região seguros para o contato de pessoas

não-protegidas, fazendo inócuos os agentes químicos

ou biológicos, suprimindo ou amortecendo os agentes

radiológicos.

Desinfecção: Processo que elimina a maioria dos

microrganismos, exceto os esporos bacterianos de

superfícies inanimadas ou artigos hospitalares

mediante a aplicação de meios físicos ou químicos.

Desinfecção de atividade biocida alta: Quando os

desinfetantes são eficazes contra todas as formas

vegetativas bacterianas e destroem parcialmente os

esporos.

Desinfecção de atividade biocida baixa: Quando os

desinfetantes têm somente ação contra as vegetativas

bacterianas.

Desinfecção de atividade biocida intermediária:

Quando os desinfetantes não destroem esporos, têm

ação sobre o bacilo da tuberculose, ampla ação sobre

vírus e fungos, porem não destroem todos eles.

Desinfestação: Extermínio de insetos, roedores ou

outros animais danosos às atividades humanas e

transmissores de doenças.

Degermação: Significa a diminuição do número de

microrganismos patogênicos ou não, após a escovação

da pele com água e sabão.

Desinfetantes: Substância ou produto capaz de deter

ou inibir a proliferação de microrganismos patogênicos

em ambientes e superfícies, à temperatura ambiente.

Doença Endêmica: Doença que está constantemente

presente na população especifica. Uma infecção que é

transmitida direta ou indiretamente sobre humanos e

está ocorrendo dentro de uma expectativa habitual.

Será hiperendêmica se a mesma for alta.

Doença Epidêmica: Uma doença que afeta

simultaneamente um grande numero de pessoas, que

se dissemina rapidamente, sendo sua incidência acima

do esperado.

Esterilização: É o processo de destruição de todas as

formas de vida microbiana, inclusive as esporuladas,

mediante aplicação de agentes físicos e/ou químicos.

EPI (Equipamento de Proteção Individual): Todo

dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo

trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis

de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho.

Ergonomia: Estudo cientifico das relações entre

homem e máquina, visando a uma segurança e

eficiência ideais no modo como um e outro interagem.

Expurgo: Ambiente destinado à limpeza de

instrumental mèdico-hospitalar e/ou despejo de dejetos

de pacientes.

Esporos: Forma mais resistente dos microrganismos,

sendo mais difícil de serem eliminados.

Esterilizante: Agente físico ou químico capaz de

destruir todas as formas de microrganismos, inclusive

as esporuladas.

EPC (Equipamento de Proteção Coletiva):

Dispositivo ou equipamento utilizado para prevenção

de acidentes e proteção de profissionais e cidadãos em

áreas de trabalhos e arredores dos setores e unidades

executores de atividades de risco.

Fumigação: É a dispersão sob forma de partículas, de

agentes desinfetantes como gases, líquidos ou sólidos.

Germicidas: São meios químicos utilizados para

destruir todas as formas microscópicas de vida e são

designados pelos sufixos “cida” ou “lise”, como por

exemplo, bactericida, fungicida, virucida, bacteriólise,

etc.

Infecção: É o resultado da penetração, aderência e

multiplicação de um agente infeccioso especifico no

organismo humano ou animal onde possam causar

efeitos adversos.

32

Infecção cruzada: É a infecção causada pela

transmissão de microrganismos de uma paciente para

outro indivíduo.

Infecção endógena: É um processo infeccioso

decorrente da ação de microrganismos já existentes,

naquela região ou tecido, de uma paciente.

Infecção exógena: É aquela causada por

microrganismos estranhos ao paciente.

Infecção hospitalar: Infecção que é desencadeada ou

iniciada em hospital por agentes infectocontagiosos

geralmente resistentes a antibióticos comuns e

convencionais mais simples.

Imunização: Processo de tornar imune.

Infectante: Aquele que pode causar uma infecção;

aplica-se, geralmente, ao parasita (por exemplo, o

gametócito, o esporozoíto).

Imunidade: Resistencia de um hospedeiro contra

determinado agente etiológico, associada à presença

de anticorpos ou células de ação especifica.

Instrumentos críticos: São instrumentos de corte ou

ponta que penetram nos tecidos sub-epteliais. Devem

ser obrigatoriamente esterilizados.

Instrumentos semicríticos: São instrumentos que

entram em contato com a mucosa ou pele integra.

Podem ser desinfetados, mas quando possível e

preferencialmente esterilizados.

Instrumentos não críticos: Entram em contato

apenas com a pele íntegra ou não entram em contato

com o paciente. Devem ser desinfetados.

Infecção emergente: São infecções causadas por

microrganismos anteriormente desconhecidos ou

microrganismos conhecidos, mas que agora

apresentam novas manifestações clinicas ou

comportamento biológico.

Infectividade: É o nome que se dá à capacidade que

tem certos organismos de penetrar e de se desenvolver

ou de se multiplicar no novo hospedeiro, ocasionando

uma infecção.

Infectantes perfurocortantes: Qualquer material

pontiagudo ou que contenham fios de corte capazes de

causar perfurações ou cortes.

Limpeza: É a remoção da sujidade de qualquer

superfície, reduzindo o numero de microrganismos

presentes. Esse procedimento deve obrigatoriamente

ser realizado antes da desinfecção e/ou esterilização.

Manejo de resíduos: É a ação de gerenciar os

resíduos de serviços de saúde, nos seus aspectos intra

e extra estabelecimentos desde a geração até a sua

disposição final.

Mapa de risco: É uma representação gráfica de um

conjunto de fatores presentes nos locais de trabalho,

capazes de acarretar prejuízos à saúde dos

trabalhadores: acidentes e doenças de trabalho.

Material biológico: Todo material que contem

informação genética e seja capaz de auto reprodução

ou de ser reproduzido em um sistema biológico.

Meio asséptico: Meio isento de formas de

microrganismos.

Nível de biossegurança: Nível de contenção

necessário para permitir o trabalho em laboratório de

forma segura e com risco mínimo para o operador e

para o ambiente.

Patógeno: Agente causador ou produtor de doenças.

Profilaxia: Conjunto de medidas que tem por finalidade

prevenir ou atenuar as doenças, suas complicações e

consequências.

Procedimentos críticos: São aqueles em que há

penetração no sistema vascular.

Procedimentos semicríticos: São aqueles que

entram em contato com secreções orgânicas (saliva)

sem invadir o sistema vascular.

Procedimentos não críticos: São aqueles quando

não há penetração no sistema vascular e não entram

em contato com as secreções orgânicas.

Plano de gerenciamento de resíduos: Regulamento

integrante do processo de licenciamento ambiental que

aponta e descreve as ações relativas ao manejo de

resíduos sólidos, no âmbito dos estabelecimentos de

saúde.

Prevenção: Termo que, em saúde pública, significa a

ação antecipada, tendo por objetivo interceptar ou

anular a ação de uma doença.

Resíduo infectante: Resíduo que pode causar uma

infecção ou transmissão de doenças.

Resíduo tóxico ou perigoso: É o material descartado,

geralmente na forma química, que pode causar a morte

ou danos à seres vivos.

Riscos: A probabilidade que tem um indivíduo de gerar

ou desenvolver efeitos adversos em situações próprias

do meio; ameaça e vulnerabilidade são fatores

componentes do risco.

Risco biológico: A probabilidade da ocorrência de um

evento adverso em virtude da presença de uma agente

biológico.

33

Resíduos biológicos: É composto pelos resíduos que

podem conter agentes biológicos e que possam trazer

riscos à saúde humana, aos animais e ao ambiente.

Resíduo comum: É aquele assemelhado ao resíduo

sólido urbano, compreendendo os resíduos sólidos

comuns recicláveis e não recicláveis, que não

mantiveram nenhum contato com contaminant5es

químicos, biológicos ou radioativos.

Radioproteção: Conjunto de medidas que visam

proteger o homem e o meio ambiente de possíveis

efeitos indevidos causados pela radiação ionizante, de

acordo com princípios básicos estabelecidos pela

CNEN.

Sanificação: É feita quando se reduz os

microrganismos a um número considerado isento de

perigo. O difícil é se avaliar este número. É o que se faz

nas lavanderias, quartos, consultórios e demais

ambientes, lavando-se.

Superinfecção ou Suprainfecção: É verificada em

termos evidências clinicomicrobiológicas de uma nova

infecção sobreposta a uma infecção preexistente

durante a terapêutica antimicrobiana desta última.

Sepsia: Significa presença de microrganismos nos

tecidos produzindo infecção.

Sanitização: Método que envolve diferentes

processos, visando a obter o grau de higiene e limpeza

adequadas em todos os componentes do ambiente de

trabalho, reduzindo, assim, os microrganismos

presentes a um número compatível com o produto e

aceito pela legislação.

Sala de utilidades ou expurgo: Ambiente destinado à

limpeza, desinfecção e guarda dos materiais e roupas

utilizados na assistência ao paciente e guarda

temporária de resíduos.

Tindalizarão: Consiste em uma técnica de

esterilização fracionada, em que o vapor fluente (água

de 60°C a 90°C) é aplicado durante trinta a sessenta

minutos, por repetidas vezes, resfriando-se entre cada

aquecimento.

Transmissão: Transferência de um agente etiológico

animado de uma fonte primaria de infecção para um

novo hospedeiro. A transmissão pode ocorrer de forma

direta ou indireta.

Toxicidade: Propriedade que a substância ou produto

tende ser tóxico ou venenoso.

Vigilância sanitária: Constitui a observação dos

comunicantes durante o período máximo de incubação

da doença, a partir da data do último contato com um

caso clínico ou portador, ou da data em que o

comunicante abandonou o local em que se encontrava

a fonte primária da infecção.

Virulência: É a capacidade infecciosa de um

microrganismo, medida pela mortalidade que ele

produz e/ou por seu poder de invadir tecidos do

hospedeiro.

Vacina: É uma preparação biológica que fornece

imunidade adquirida ativa para uma doença particular.

Veneno: Consiste em qualquer tipo de substância

tóxica, seja ela sólida, líquida ou gasosa, que possa

produzir qualquer tipo de enfermidade, lesão, ou alterar

as funções do organismo ao entrar em contato com um

ser vivo, por reação química com as moléculas do

organismo.

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