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MANUAL DO ENCONTRISTA ERECOM SEROPEDICA 2014

Manual de encontrista

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MANUAL DO

ENCONTRISTA

ERECOM SEROPEDICA 2014

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“Acreditar no mundo é o que mais nos falta; nós perdemos completamente o mundo, nos desapossaram dele. Acreditar no mundo significa principalmente suscitar aconteci-mentos, mesmo pequenos, que escapem ao controle [...]. É ao nível de cada tentativa que se avaliam a capacidade de resistência ou, ao contrário, a submissão a um controle.”

Gilles Deleuze, em “Controle e Devir”, 1990.

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RESISTIR, RE-existir, RE-significar,RE-formar, RE-interpretar, RE-comunicar, REgional.

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Pela primeira vez, o Encontro Regional de Estudantes de Comu-nicação Social acontecerá no município de Seropédica, interior do Estado do Rio de Janeiro, saindo dos berços cômodos da cidade grande. O Erecom trará debates sobre temas atuais e relevant-es ligados à qualidade de formação do/a comunicador/a social, democratização da comunicação, combate às opressões, defesa da cultura e da comunicação popular, incentivo à organização estudantil, liberdade de expressão e de manifestação artística, cultural e política. O encontro é uma das iniciativas do movimento estudantil de estudantes de Comunicação Social de todo o Brasil, organizado pela Executiva Nacional de Estudantes de Comunicação Social (Enecos), coletivos, Centros e Diretórios Acadêmicos.

Além de um espaço de socialização de saberes e de construção coletiva, o Erecom é, portanto, um espaço de formação política. Enquanto estudantes, entendemos que encontros como este são vitais no processo de formação crítica de estudantes de nos-sa área, unindo vozes que buscam debater e pautar o social da Comunicação. A luta por uma Comunicação de fato social conec-ta estudantes de todo o país, que se organizam na Enecos e em seus encontros nacionais ou regionais.

O Erecom Seropédica 2014 representa para a região Sudeste uma reorganização, tanto na atuação orgânica e cotidiana da Executi-va, quanto nas lutas levadas pelos Centros e Diretórios Acadêmi-cos de escolas da região. Neste ano, o Coletivo Bonde do Rio assumiu a tarefa e pretende reunir centenas de estudantes do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo na Universi-dade Federal Rural do Rio de Janeiro, a partir do tema “Olha que coisa mais linda, quem tá passando é o Bonde - Comunicação, Cultura e Resistência”.

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ERECOM SEROPÉDICA 2014

Os principais objetivos de um ENCONTRO REGIONAL DE ESTU-DANTES DE COMUNICAÇÃO SOCIAL (Erecom) são dar visibilidade às pautas da Enecos e aproximar estudantes do movimento estudantil, através de debates, palestras, oficinas, atividades lúdicas e do simples contato entre universitárias/os de difer-entes realidades, em um encontro realizado de estudantes para estudantes, sem fins lucrativos. O Erecom acontece de forma descentralizada, ou seja, cada regional da Enecos realiza o seu.

Os encontros geralmente duram de 3 a 4 dias, e acontecem em uma universidade-sede. Construídos de forma colaborativa, trazem convidadas/os para falar sobre assuntos importantes da Comunicação Social que muitas vezes não encontram lugar na sala de aula. Este ano o encontro da região Sudeste acontece no Rio de Janeiro, organizado pelo Coletivo Enecos Bonde do Rio na cidade de Seropédica, com objetivo de trazer a galera de São Paulo, Minas Gerais, Espiríto Santo e do próprio Rio.

ERECOM SEROPÉDICA 2014

Sediar o Erecom não se restringe à responsabilidade de propor-cionar às/aos estudantes de toda região Sudeste do Brasil a ex-periência de um encontro. Abrir as portas para o Erecom exigiu que uma universidade com protagonismo histórico no campo das agrárias se descobrisse nas humanidades. Demandou estu-dantes de comunicação do Rio de Janeiro articulados e dispostos a construir um encontro político de resistência e cultura.

Desconstruir o imaginário de Cidade Maravilhosa e empoderar a Baixada Fluminense como lugar de fala protagonista é reforçar a lógica de resistência dando voz e visibilidade: Erecom Seropédica 2014 em pauta, com o tema “Olha que coisa mais linda, quem tá passando é o bonde: Comunicação, Cultura e Resistência”.

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Participar ativamente do processo de construção do curso, da Executiva Nacional de Estudantes de Comunicação Social e do primeiro Encontro Regional de Estudantes de Comunicação da UFRRJ é deixar a a marca amarelo-Enecos no Centro Acadêmi-co de Comunicação Social (Caco), na história da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro e de Seropédica. Comunicar é REsistir!

SEGURA. SE. PREPARA

Bonde do Rio chegou para derrubar os muros do oligopólio da comunicação, da privatização da educação, da opressão e da invisibilidade às minorias.

Está decretado que toda população marginal desse país tem voz. Que toda mulher, todx homossexual, todx transsexual, todx pretx, todx pobre tem espaço.

Está decretado que todo beco de favela é espaço de livre-sonhar e que todo sonho de todx meninx pobre vale mais que duas mil luas sob um céu constelar.

Viemos para olhar pelo avesso do mundo, para questionar os padrões, pra ressignificar os sentidos e fazer nascer da insta-bilidade a bruta e linda flor da resistência. Vamos parir o novo porque não temos medo que o asfalto quente da metrópole cari-oca dê a luz à mudança.

ENECOS, RESISTE.

BONDE DO RIO RE-EXISTE

EU VIM COMUNICAR E NINGUÉM VAI ME SEGURAR.

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COLETIVO BONDE DO RIO

“Olha que coisa mais linda, quem tá passando é o Bonde...”

O Coletivo Bonde do Rio foi formado em 2012 por estudantes da UERJ e UFF que militavam na Enecos e sentiram a ne-cessidade de se organizar horizontalmente na articulação da executiva na Regional Sudeste II (RJ). Trazendo a defesa do funk enquanto cultura popular e identitária do Rio de Janeiro em seu manifesto, o Bonde do Rio é um grupo orgânico de estudantes da UERJ, UFF, UFRJ, UFRRJ, PUC, FACHA, CCAA e UBM que se articulam ativamente para pensar a Enecos em nosso Estado. Somos estudantes de Jornalismo, Relações Públicas, Cinema, Publicidade e Propaganda, Multimídia, e qualquer outro curso ligado à Comunicação Social que se uni-ram pela militância e pela amizade para fazer de suas univer-sidades um espaço de formação e ação social.

Nos reunimos mensalmente, e no dia a dia através da in-ternet, para pautar ações da Enecos nas escolas de Co-municação do Rio. Seminários, mostras de arte, debates, cineclubes e atos são organizados coletivamente a partir da estrutura horizontal, priorizando a livre circulação de ideias e vozes dentro do grupo.

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O BONDE MANIFESTA! - Que bonde é esse?

O bonde não tá passando, ele veio pra ficar.

Um coletivo que se formou em 2012 através da articulação da Regional Sudeste II - Rio de Janeiro, da Executiva Nacional de Estudantes de Comunicação (Enecos). Acreditamos que mui-tas pessoas vão passar para contribuir com o aprofundamento dos nossos debates e para construir e articular a Enecos com uma perspectiva local e autêntica na sua diversidade.

ENTÃO, DÁ O PAPO!

O social da comunicação é o que nos interessa. Em torno dele pautamos a nossa qualidade de formação, o combate às opressões e a necessidade de lutarmos pela democratização da comunicação, bandeiras institucionais da Enecos, pela perspectiva de que a universidade deve exercer, também, um papel de aproximação com a cidade e os nichos sociais. Para atuação da Executiva no Rio, o debate dessas bandeiras aliado aos interesses das/os estudantes que atuam no coletivo acaba sendo atravessado também pela discussão do nosso papel como comunicadoras/es frente à cultura popular carioca e às práticas e problemáticas atuais de espaço de um Estado cuja capital passa por intenso processo de transformação urbana.

O FUNK NÃO É MODISMO

Não é só falar, e nem falar só de funk. O que nos levou a abordar esta cultura não foi apenas a identificação por fazer-mos parte dela. Foi enxergar que, no contexto do Rio de Janei-ro, estudar, debater e aproveitar o potencial de comunicação popular do funk carioca é uma necessidade. Primeiro veio a vontade de estudar o funk e pautá-lo na Enecos, pra tentar complexificar mais a ideia que se tem de música opressora. O funk carioca, como qualquer tipo de música e movimento

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cultural, sem dúvida tem faces opressoras. Mas, ao mesmo tempo, podemos observá-lo como espaço que começa a ser permeado por pautas como diversidade sexual e feminismo, sem ignorar a trajetória já trilhada, há muito tempo, pelo funk de cunho social e o fato de que nasceu de um grupo oprimido. Depois, veio a essência e a vontade de nos movimentarmos em um coletivo, para tocar as tarefas da Regional de forma mais horizontal. E é claro, como característica da nossa atu-ação, nos inspiramos na atitude funk, sua descontração e sua inventividade na forma de expressão.

Somos @ funkeir@ com o microfone na mão. Somos o funk que, quando toca, não deixa ninguém parado. Somos @ oprim-id@ lutando por democratização. Somos tod@s comunicação.

Somos Enecos Coletivo Bonde do Rio.

Chega junto!

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COMISSÃO ORGANIZADORA - #AJUDALUSIANO“Ih, me perdi! Não sei mais como voltar pra Rural!”“Velho, que dor de cabeça! Preciso de uma farmácia.”“Putz, como faço pra achar o alojamento?”

Calma, calma. A Comissão Organizadora do Erecom Seropédi-ca sabe que o campus é grande, os espaços são distantes e pode haver a necessidade de dar um pulinho fora da faculdade para comprar algo. Para que tudo corra bem e ninguém se perca por aí, prejudicando o encontro, separamos o contato de algumas pessoas que conhecem tudo dessa cidade chamada Seropédica e da querida Rural. Se liga aí que temos organi-zadoras de todas as operadoras de telefone e com Whatsapp, para atender a todos os gostos e bolsos.

Carolina Vaz - (24) 9 8376-2825 (Oi)Neuriane Gualberto - (21) 9 8559 8817 (Oi)Thayane Guimarães - (21) 9 8106-1590 (Tim]Pamela Machado - (21) 9 6954-3960 (Tim)Clívia Mesquita - (21) 9 9362-4535 (Claro)Nayara Alves - (21) 9 9955-7332 (Vivo)Ana Clara Frontelmo - (21) 9 9100-9103 (Vivo)

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ENECOSUniversidade pra quem? Pra quê?

A Executiva Nacional de Estudantes de Comunicação Social (Enecos) é a entidade que representa o movimento estudantil de Comunicação no Brasil. A história de organização e luta de estudantes de Comunicação remonta aos anos 1970, quando entidades do tipo foram ilegalizadas pela ditadura militar. De lá pra cá, estudantes têm passado pela construção da Executiva e marcado em sua história as lutas pelo Social da Comunicação em nossas escolas, sociedade e mídia.

A Enecos se consolidou, então, como uma das executivas de cur-so mais fortes do país. Em muitos momentos históricos, foi im-portante representação na luta por uma mídia mais plural que tivesse como objetivo primordial o interesse público. A Univer-sidade é o berço do movimento estudantil, mas seus muros não abarcam todas as suas possibilidades de ação. A Enecos surge para colocar o espaço acadêmico na contradição do movimento da sociedade. A escola do avesso questiona as/os estudantes sobre seu papel enquanto gerador/a e difusor/a de informação e conhecimento. Atravessa, entre as perspectivas individuais da carreira, as responsabilidades coletivas da formação superior.

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AQUI A GENTE SE ENCONTRA PRA DISCUTIR E TRANSFORMAR O

SOCIAL, NÃO SÓ PARA APRENDER UM OFÍCIO!

Representar as/os estudantes, movimentá-los enquanto gru-po social, lutar pelas melhorias em nossos cursos, questionar os esteriótipos e os padrões, dar o retorno da aprendizagem privilegiada do ensino superior à população, mas principal-mente fazer da universidade o nosso espaço de voz e luta, tudo isso está no cerne da existência do movimento estudantil e da criação dos centros e diretórios acadêmicos.

SOMOS TODXS COMUNICAÇÃO SOCIAL!

Você percebeu que no início do texto falamos em “estudante de Comunicação Social”, e não “estudante de Jornalismo”, ou “estudante de Publicidade”? Não importa se somos es-tudantes de Jornalismo, Relações Públicas, Publicidade e Propaganda, Cinema, Educomunicação, Radio & TV, Produção Cultural ou Editorial. A Enecos entende a responsabilidade com a comunicação, ferramenta social comum a todos os ofícios que gerem as representações midiáticas, os criadores de estigmas e a memória social. Por isso, compreende que o debate enquanto executiva não pode ser sectarizado e que a união das habilitações em torno de uma causa social for-talece o movimento estudantil de comunicação.

CENTROS E DIRETÓRIOS ACADÊMICOS

Os CAs e DAs são representações nas universidades que existem para pautar os interesses das/os estudantes junto à órgãos de colegiados, fomentar o movimento estudantil e realizar, apoiar e divulgar eventos e espaços de formação acadêmica, política, social e cultural. Cada CA e DA resiste à apatia, à falta de tempo comum da/o estudante, à burocracia das universidades e à hierarquia que muitas vezes coloca o interesse estudantil como último elo da cadeia acadêmica.

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Portanto, são os Centros e Diretórios os menores núcleos de atuação da Enecos e também os mais efetivos, pois lidam dia-riamente com os entraves diários e as peculiaridades de cada instituição. É dentro desses centros e diretórios que a Enecos se faz atuante 365 dias ao ano, seja pautando as discussões, respaldando as necessidade ou propondo ações.

PELA LUTA NACIONAL, UMA EXECUTIVA NACIONAL

Juntas/os somos mais fortes, e unidas/os nacionalmente, podemos pensar o Social da Comunicação em nosso país. Quando foi oficialmente criada, em 1991, a ideia era, para além de possibilitar o Encontro Nacional de Estudantes de Comunicação Social, o Enecom, possibilitar o encontro de culturas, histórias, vivência e realidades de estudantes de todo o Brasil, possibilitar a formação de uma “contra-escola”, que abordasse aquilo que não é discutido em sala de aula: a Enecos surge como um grande CENTRO ACADÊMICO NACIO-NAL, uma executiva de curso em que os nossos interesses pudessem ser pensados para além das nossas universidades, mas na sociedade como um todo.

BANDEIRAS DE LUTA

É da época de sua criação a adoção de 3 bandeiras de luta que norteiam nossos encontros: a Democratização da Comu-nicação, o Combate às Opressões e a Qualidade de Formação do/a Comunicador/a Social. São essas 3 bandeiras que, ao se reinventarem e ressignificarem ao longos dos anos, tentam nos nortear na solução - nada fácil - do primeiro questiona-mento que fizemos: qual o seu papel enquanto estudante de Comunicação Social dentro da universidade e fora dela?

Anualmente, um coletivo regional da Enecos organiza o Enecom: em 2014, o XXXV Enecom aconteceu na Universidade Federal de Alagoas, em Maceió, reunindo mais de 700 estu-

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dantes para 8 dias de painéis, oficinas, grupos de discussão, núcleos de vivência, mostra de artes, de trabalhos acadêmicos e para o Festival Mundaú, que trouxe a cultura alagona para dentro da Universidade. Além do Enecom, há os Congres-sos, chamados Cobrecos, que acontecem para discutirmos a organização da Enecos e os nossos posicionamentos políticos e planejamento de ações. Há ainda os Encontros Regionais, Erecoms, que acontecem nas diversas regiões do país com a proposta de aproximar as questões locais dentro da discussão da Comunicação Social. Todos os encontros são realizados sem fins lucrativos, e de forma coletiva.

A Enecos somos nós, estudantes, e pode ser você, estudante. Ela é formada e existe porque nos unimos e sentimos neces-sidade de fazer essa entidade existir. Nos encontros nacionais ou regionais, criamos laços de amizade e de luta com pessoas que vivem realidades muito próximas e muito diferentes das nossas, e são essas relações em rede que criam a executiva, que não existe fisicamente. A Enecos existe enquanto re-sistência, seja para organizar os encontros, feitos por cole-tivos locais de forma inteiramente colaborativa, seja para se manter enquanto um espaço de total circulação de ideias, livre e suprapartidária.

Quando estudantes gritam “SOMOS ENECOS”, esse grito é a afirmação de uma identidade que assumimos como nossa: a digital da Enecos é a nossa digital, nos reconhecemos nela e a luta por uma Comunicação de fato Social é a nossa luta.

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COMUNICAÇÃO, CULTURA E RESISTÊNCIA

Discutir a cultura popular também é discutir nossa sociedade, que se organiza em um processo de inclusão e exclusão, de-finindo o que atende ao anseios de uma minoria que reivindica para si a definição e manutenção de uma ordem estabelecida. Analisando políticas públicas, a aceitação da cultura popu-lar por camadas mais abastadas e a representação midiática dessas expressões, podemos com facilidade identificar uma relação de poder, que envolve questões que vão muito além do que o senso comum nos leva a crer.

Pensamos cultura enquanto expressão e identidade de um coletivo e, ao mesmo tempo, como fluidez, constante mudança. Onde se sustenta a sua possibilidade de resistência: em sua capacidade de manter-se ou de transformar-se? Ao analisar-mos grupos ameaçados por deslocamentos e reconfigurações culturais promovidas por um processo violento de expulsão e criminalização, queremos mostrar que o exercício da resistên-cia, em muitos momentos, constitui as próprias culturas, em movimento constante de auto-afirmação. Queremos discutir a situação a que populações marginalizadas são submetidas diariamente, e principalmente refletir qual vem sendo o papel do/a Comunicador/a Social dentro da problemática.

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Guattari e Rolnik (1986, p. 20) compreendem a cultura como “um mercado geral de poder”, no qual o embate das forças repercute não apenas “sobre os objetos culturais, ou sobre as possibilidades de manipulá-los e criar algo”, mas também “poder de atribuir a si os objetos culturais como signo distintivo na relação social com os outros”. Pretendemos discutir o papel da Comunicação Social como agente mediadora de grupos e discursos. Queremos nos aprofundar nas discussões que nos trouxeram a esse tema e tro-car com os/as estudantes das mais variadas habilitações reflexões acerca da nossa profissão frente aos desafios que serão debatidos.

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ENTENDA O ERECOM SEROPÉDICATudo o que você precisa saber para aproveitar todos os espaços do encontro

Credenciamento

É o espaço em que cada estudante, de cada delegações, receberá seus materiais de apoio e estudo para os dias do Encontro. Esses materiais estão no Kit Encontrista, e você receberá também seu crachá e uma pulseira de identifi-cação. Além disso, é o momento em que cada encontrista irá se inscrever na oficina que desejar.

Acorda

A Cultural do Erecom estava boa demais, você ficou até o final e acabou indo dormir tarde. Sim, nós sabemos: acordar às 6hrs da manhã é pesado e o despertador não vai adiantar. Mas nós já passamos por tudo isso e vida de militante é assim mesmo! Por isso que durante todos os dias do Encontro, terá uma delegação super disposta pra

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te acordar das formas mais diferentes possíveis (e com muito barulho!). Com os Acordas é impossível não ter disposição pra participar dos espaços do Erecom. Acorda e vai pro café!

Reunião de Brigada

Quem já não ouviu das famosas brigadas? Para você que ainda não sabe, as brigadas são grupos de interação e auxílio na organização do evento. No Erecom Seropédica, a divisão nas brigadas será feita por grupos de um mesmo estado, com um determinado número de pessoas. A CO decidiu por este tipo de aranjo, para facilitar o diálogo, as reuniões e a organização interna das brigadas. As ativi-dades que a galera realizará são: auxílio na preparação do café da manhã, distribuição das refeições no almoço e janta, marcação dos crachás, ajuda no bar da Cultural e limpeza da Cultural ao final.

Painéis

Os painéis acontecem todos os dias durante o Encontro e têm como objetivo ser um espaço de formação e de aprofundamento dos conhecimentos das/os participantes com relação as bandeiras de luta da Executiva. Servem para problematizar questões sob a ótica do tema proposto e facilitam a troca de experiências entre as/os encontris-tas reunidas/os em Grupos de Discussão (que você já vai saber o que é). Os painéis estarão divididos com foco nas temáticas que a CO escolheu, levando em consideração a temática do Erecom e a realidade da Comunicação no Rio de Janeiro. Dá uma olhada e entenda mais sobre cada painel:

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Democom: Televisão Pública e Veículos Comunitários

Sabemos que no âmbito da lei, apesar de com muitas algumas falhas, o sistema de comunicação brasileiro é imensamente melhor do que o cenário que temos hoje. A frase é simples: “Os meios de comunicação social não podem, direta ou indiretamente, ser objeto de monopólio ou oligopólio” (Art. 220, § 5º). Ao contrário disso, sistema de radiodifusão brasileiro, além de hiperconcentrado, mantém um oligopólio ilegal com a participação de par-lamentares em concessões públicas totalizando 1/3 do senado e 1/5 da câmara dos deputados com autorização. Consequentemente, a informação difundida não é plural e segue o pensamento único de manutenção de estereóti-pos e pouca proposição política.

É diante disso que as rádios e TVs livres formam uma importante via de resistência. Criminalizados fortemente e com duras restrições na lei de radiodifusão, a luta pela democratização da audiência permanece invisível no país. Com a política institucional permeada de concessões, a aprovação de políticas públicas que tornem isso possível fica ainda mais complicado. Além disso, a dominação de setores de mídia diferentes pelas mesmas organizações, o que em muitos países é proibido, mantém a ordem da in-formação hegemônica que é repassada para uma grande audiência. Num país em que o número de televisores supera o número de geladeiras, mesmo com o avanço da internet, a luta por espaço onde se concentra a audiência permanece no sistema de radiodifusão. Nesse senti-do, o painel de Democom traz à tona a discussão sobre televisão pública e veículos comunitários e seu papel na democratização da comunicação.

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Combate às Opressões: Sexualização e Invisibilidade da Mul-her Negra e Extermínio da Juventude Negra e Pobre

Um jovem negro no Brasil tem até 4 vezes mais chances de ser assassinado do que um jovem branco. 6 a cada 10 mulheres assassinadas são negras. A mortalidade mater-na de uma mulher negra é de 3 a 4 vezes maior do que de uma mulher branca.

É a partir dessas e de outras tantas constatações que sur-giu a necessidade de abordar a questão racial no painel de Combate às Opressões do Erecom Seropédica 2014. O estado de exceção coloca de modo muito explícito o seu caráter racista: o racismo institucional produz dados cada vez alarmantes que evidenciam a criminalização da pobreza e o extermínio da juventude pobre e negra. A sociedade brasileira, historicamente calcada pela ex-clusão, mantém as suas bases racistas e opressoras. No território do Rio de Janeiro, é por meio da estigmatização da favela como sendo vinculada a um sistema de violên-cia natural que a juventude negra e pobre é criminalizada e assassinada diariamente. É através do argumento de guerra às drogas que tanques de guerra invadem a fave-la. E é das vielas e becos dessas mesmas favelas que vai surgir o grito da resistência negra do Rio de Janeiro: Presentes! Pela representação da mulher negra na mídia, com sua força e história referenciadas. Contra a hiper sexualização do corpo da mulata, que incentiva o turismo sexual e, consequentemente, a sua exploração. Contra o extermínio da juventude pobre e negra. O Erecom vem mandar o papo: se a carne mais barata do mercado é a carne negra, que a universidade se pinte de povo! Existi-mos! Resistimos!

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QFC: Somos Todos Comunicação Social a Reforma Curricular, Ética Publicitária e o papel social das Relações Públicas.

Não é difícil perceber que o sistema brasileiro educacional apresenta uma série de falhas e valorização da lógica de mercado, em detrimento à qualidade e ao cuidado com a formação social do profissional. Isso se vê inclusive (e muito enfaticamente) na formação de comunicadores. É por isso que o painel de QFC do Erecom Seropédica tem como proposta debater o panorama da educação que recebemos em nossas Escolas de Comunicação, trazen-do à tona aspectos sensíveis e pouco discutidos. Com a intenção de ser representativo dentre os alunos de Co-municação, o painel irá abordar temáticas de três habili-tações do curso, são ela: Jornalismo, Relações Públicas e Publicidade. Teremos em foco a Reforma Curricular de Jornalismo e suas consequências com as Novas Dire-trizes Curriculares do MEC; o papel social e as alterna-tivas de atuação dentro das Relações Púbicas e o debate do acúmulo social na ética publicitária. Afinal, será que profissionais de comunicação de SP, MG, ES e RJ têm a mesma formação, e todas e todos se preocupam com o social? É por isso que a Enecos vem agregar: movimento estudantil é também formação profissional.

Grupos de Discussão (GD’s)

Os GDs são uma maneira de ampliar as questões debati-das nos encontros de forma mais intimista e colaborativa. Diversos temas que estão sendo colocados na sociedade não cabem muitas vezes na grade do encontro, então espaços simultâneos de discussão são propostos para que os/as estudantes e a Enecos possam debater também so-

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bre questões que não estão necessariamente inseridas na Executiva Nacional de Estudantes de Comunicação Social - no seu cotidiano. Os GDs irão compor os painéis e serão facilitados pelas/os convidadas/os da mesa que, após se posicionarem sobre a grande temática, se reunirão com parte das/os estudantes para fazer o recorte e debater as questões propostas. Tá preparada/o? Essas discussões prometem deixar todo mundo com muita coisa pra falar! Cada GD terá um subtema que dialogará com o tema prin-cipal. São eles:

Painel de Democom:

Lei da Radiodifusão

Canal da Cidadania

Comunicação como direito humano

Painel de Combate às Opressões

Representação da favela pela mídia (estudos de caso)

Visibilidade da mulher negra na mídia (estudos de caso)

Painel de QFC

Obrigatoriedade do Diploma de Jornalista

Publicidade Infantil

Plenária Auto-Organizada de Mulheres

As reivindicações feministas foram sempre presentes e debatidas na Executiva, mas no Cobrecos Sergipe 2011, como ação do GET de Combate às Opressões, pautamos a criação de um Coletivo Nacional de Mulheres da Enecos auto-organizado, para que pudéssemos organizar e dar

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maior centralidade a essa discussão. A partir daí surgi-ram reuniões, um projeto para o Coletivo, uma cartilha de Mulheres e, no Enecom Pará 2011, a primeira Plenária de Mulheres.

O debate sobre o feminismo surge dentro do MECom com a importância de formar comunicadores/as responsáveis por combater opressões à mulher dentro do cenário midiático. Para isso é preciso que o senso crítico e des-naturalização da relação de gênero seja parte da con-strução social da/o comunicadora/o. A representatividade da mulher no espaço social ainda é pequena e isso não é diferente na área de comunicação. O empoderamento da mulher é necessário para aumentar a participação social e política, além de desconstruir a imagem da mulher na mídia. Vemos que os veículos de comunicação de massa configuram uma imagem do gênero feminino que corrob-ora a opressão de gênero: campanhas publicitárias retra-tam a mulher constantemente como a única responsável pela manutenção do lar, ou muitas vezes de forma hip-er-sexualizada, objetificando e reafirmando o processo de dominação social. A invisibilidade de estatísticas e notícias sobre a violência contra a mulher, seja ela física, psicológica, obstétrica, caseira, ou a banalização de casos de estupro no noticiário sem a problemática social por trás são algumas das discussões que propomos. É impor-tante lembrar que a plenária é construída e protagonizada por mulheres, portanto somente elas podem participar. Maaaaas… Aguardem mais um cadinho.

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Plenária Mista sobre Gênero

Plenária Mista? Gênero? Mas o que é esse espaço, afinal, que eu nunca vi nos encontros da Enecos? Relaxa, que você vai entender! Por iniciativa da Comissão Organiza-dora do Erecom Seropédica, foi criado o primeiro espaço que visa a discutir o movimento feminista com os homens. Pensado como um espaço de iniciação e contato com a história e a luta feminista, essa plenária acontecerá con-comitantemente à Plenária Auto-organizada de Mulheres. É importante ressaltar que a criação de um espaço femi-nista em que os homens também pudessem participar e se inteirar no debate já era um pedido de muitos mem-bros da Executiva, mas não o cerne da decisão.

A necessidade desse espaço surgiu para que os homens se vejam como atores responsáveis pela construção e problematização do machismo na sociedade, iniciando assim o contato com os debates e as causas feministas, sem atravessar o protagonismo e a emancipação das mulheres. Queremos abordar a desconstrução do ma-chismo como instrumento de uma comunicação e cultura mais referenciadas às mulheres. A plenária mista vem trazer à tona a necessidade do debate feminista em todas as esferas sociais. Para isso, a mesa composta apenas por mulheres irá trazer as perspectivas da luta destas e apontar caminhos em que os homens podem apoiar e desconstruir. Esse espaço tem como característica o con-tato inicial com o que nos leva a lutar por uma sociedade com equidade de gênero, bem como de tirar o cobertor do machismo, velado ou maquiado no cotidiano.

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Plenária de Diversidade Sexual

A plenária de Diversidade Sexual, assim como a de Mul-heres, nasce do debate sobre Combate às Opressões da Enecos. A partir dele foi criado o Coletivo Nacional de Diversidade Sexual da Enecos e junto, a nossa plenária em questão.

A discussão sobre a diversidade sexual dentro da comu-nicação é um dos pontos de partida para amplificar o combate a homofobia, a transfobia e a lesbofobia, dando visibilidade às minorias e incentivando o debate dentro da mídia. O Brasil é hoje líder mundial em assassinatos por homofobia, sendo o número considerado ainda maior por conta dos processos em que o crime de ódio não pode ser comprovado. A exposição desses dados nos meios de co-municação, bem como a maior participação da população LGBT representada nesses veículos, é parte da construção que queremos enquanto executiva de Comunicação.

Neste Erecom, a Plenária de diversidade sexual trará como discussões principais a Transfobia, a Homonor-matividade e Invisibilidade Lésbica, temáticas que se mostram novas e com debate incipiente em muitos dos movimentos sociais ligados às questões LGBT.

Oficinas

Para além da troca de conhecimento nos moldes de educação mais formais, os encontros da Enecos buscam sempre trazer, também, espaços de aprendizagem que inserem os debates da Executiva de forma lúdica e através da experimentação. As oficinas são um desses espaços. Aqui, nós vivenciamos a ligação entre as diversas for-mas de se produzir: seja arte, conteúdo, comunicação ou

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cultura. Fica ligada(o) que neste Erecom teremos oficinas que estão exalando resistência, das mais diversas formas: grafitti, jornalismo literário, teatro do oprimido, dança afro e muito mais! Qual vai ser a sua?

Artcom

Fotografias, fanzines, esculturas, peças publicitárias, de-senhos, cordéis. Como o próprio nome já sugere, o Artcom é o espaço em que as/os encontristas poderão expor suas mais variadas produções artísticas e compartilhar com o resto do Encontro o conceito de arte que cada um tem para si. Assim como em todos os outros espaços, o Art-com tem como proposta a troca: aquilo que faz com que vejamos no outro múltiplas possibilidades de nós mesmos e de nossas realidades. As obras vão ficar expostas, du-rante todo o Erecom, pelos corredores da faculdade.

Simpecos

Idealizado para promover o contato da Academia com as questões sociais da Comunicação, além de valorizar a produção acadêmica regional, o Simpósio de Pesquisa em Comunicação Social (Simpecos) foi pensado para que o encontro estudantil vá além de suas atividades tradi-cionais e possa dar ênfase naquilo que é essencial para a formação de comunicadoras/es, mas que muitas vezes não é valorizado dentro das próprias faculdades: a pesqui-sa científica em Comunicação. O espaço objetiva a troca de experiências em estudos de Comunicação a partir de eixos propostos pela Comissão Organizadora, todos eles dialogando com as questões sociais trazidas pelo encon-tro. Os trabalhos, selecionados a partir de edital específ-ico, serão apresentados no Encontro, oferecendo às/aos

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encontristas avaliação feita por um grupo de doutoran-das/os convidados.

Espaço do Movimento Estudantil

Como o Erecom irá reunir estudantes de muitas escolas de Comunicação que ainda não estão representadas na Enecos, o espaço para o Movimento Estudantil vai juntar tanto o movimento de base da executiva (calouras/os, cidades sem representatividade da Enecos, quem não faz parte de Centro ou Diretório Acadêmico) quanto quem já está no movimento estudantil de Comunicação e precisa se renovar. Esse espaço visa que, de modo orgânico, os estudantes possam expor a realidade social, política e institucional que vivem e que assim troquem experiências e ideias de projetos que deram certo em cada lugar.

A proposta também é convidar ex-militantes e militantes mais antigas/os da Enecos para contribuir no debate, entendendo a construção política como contínua. Após essa troca, é necessária a articulação de ações que serão propostas em âmbito regional para fazer a executiva pre-sente nas universidades. Assim construiremos a luta do MECom.

Corecom (Conselho Reginal de Entidades de Base de Comunicação)

E aí, o que você achou do Erecom Seropédica 2014? O Conselho Regional de Estudantes de Comunicação Social é o espaço de encerramento do Erecom, realizado no últi-mo dia e, como espaço deliberativo da Enecos em âmbito regional, e é o momento de avaliação do encontro, assim como das atividades que a Enecos realizou durante o ano

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regionalmente. Então vale elogiar, criticar, propôr e até chorar de emoção pela despedida. Também é no Corecom que a Executiva traça quais atividades serão tocadas após o encontro e define o local do próximo Erecom Sudeste. O conselho também é o momento de apresentar às/aos encontristas as propostas e documentos feitos em cada espaço do encontro, assim como a prestação de contas preliminar. É importante lembrar que cada entidade de base presente - CA, DA ou comissão pró-CA, terá direito a um voto na hora de deliberar ações futuras.

Culturais

O Erecom Seropédica 2014 tem como tema “Olha que coi-sa mais linda, quem tá passando é o bonde: Comunicação, Cultura e Resistência”. Nossas festas vão passear por várias músicas e danças que representam a nossa cultura mais original e espontânea. Jongo, samba, funk, Black, charme e toda a irreverência do carnaval carioca vão dar forma ao caldeirão da Enecos. As culturais prometem ser um espaço de imersão e vivência de tudo que veremos ao longo do encontro. Preparem suas saias para o livre dançar e suas cucas para o efeito Odara.

Místicas

Como sensibilizar o outro para temas pouco falados nas universidades? Como fazer com que se coloque no seu lugar e amplie a sua própria visão de mundo? O que fazer se, mesmo em um ambiente plural como o do Erecom, ainda assim for notada a reprodução de práticas e dis-cursos opressores? Muitas vezes as palavras parecem insuficientes diante da complexidade do que queremos

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dizer e do efeito que desejamos encadear. É para isso que existem as místicas dentro dos encontros da Enecos. Através de músicas, palavras de ordem e tudo que a cri-atividade permitir, esse espaço do abstrato, o sensível, o indizível. É a expressão própria da resistência, a expressão e reafirmação da diversidade.

Movimento Pró-Saia

O Movimento pró-saia ganhou dimensão na Enecos pelo ativismo de Lucas Fortuna. Militante da causa LGBT e estudante de comunicação da UFG, gostava de usar saias cotidianamente como ato político pela desconstrução do papel de gênero e popularizou o hábito dentro dos encon-tros da ENECOS desde 2004.

Lucas foi mais uma vítima de homofobia. Foi assassina-do no dia 18 de novembro de 2012. Encontrado em uma praia, de cueca, com sinais de espancamento e tortura pelo corpo. Apesar da família acreditar que o crime tenha sido motivado por homofobia, a delegada Gliede Ângelo, responsável pelo caso, não considerou a suspeita.

Depois disso, o dia 18 de novembro é o dia da Enecos vestir suas saias. Assim como Lucas, uma pessoa homos-sexual é assassinada a cada 26 horas no Brasil.

O Brasil é o país recordista em assassinatos motivados por homofobia, embora o movimento LGBT especule que o número deve ser ainda maior por conta dos casos em que não é considerado o parecer por crime de ódio, como o de Lucas. É por isso que a Enecos, assim como a CO do Erecom Seropédica 2014 clama aos meninos do encon-tro: TIREM SUAS SAIAS DO ARMÁRIO e vamos continuar na luta contra a homofobia e o padrão heteronormativo imposto pela ordem social.

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“Jornalecos”

O Jornal impresso “Jornalecos” e sua plataforma virtual também é outra novidade que o Erecom Seropédica 2014 trouxe às/aos estudantes de Comunicação do Sudeste. A iniciativa foi pensada como forma de trocar informações e conhecimento acerca da realidade do estado de cada encontrista. E nenhuma outra forma de construir essa integração seria melhor do que disseminando também a produção escrita, radiofônica, audiovisual e publicitária de nós mesmos, estudantes.

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I WILL SURVIVE!Dicas para fazer da sua experiência no Erecom Seropédica a melhor possível!

[1] O combate às opressões começa por nós

O combate às opressões não está só na nossa atuação militante, profissional e acadêmica, mas também no nosso comportamento diário. Precisamos naturalizar que todas/os merecem respeito, independentemente de cor, raça, gênero, sexualidade, religião, posição política, so-taque, etc. Às vezes, podemos pensar que uma piada com esse viés é inocente, principalmente quando não temos a real intenção de ofender, mas a opressão pode ser muito sutil e atingir negativamente a outra pessoa..

Vamos evitar esse tipo de comportamento e tentar con-versar amigavelmente com quem se equivocar nessas atitudes. Assim teremos um encontro lindo, diverso, con-strutivo e respeitoso.

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[2] Não perca o seu crachá!

O crachá será o seu “passaporte” durante o encontro. É com ele que você poderá entrar nos espaços para realizar as refeições e também onde serão registradas as infor-mações dos espaços de que você participou, o que implica diretamente na produção dos certificados do encontro. Procure andar sempre com ele ao pescoço e em caso de perda, procure a CO. Não se preocupe: ele é lindo, criativo e você ainda vai poder personalizar!

[3] Sono nosso de cada dia

Depois das culturais, é normal que algumas pessoas que-iram continuar a festa com seus próprios ritmos, dança e violão. Não é proibido e faz parte da construção orgânica do encontro, mas vamos estar atentos aos horários dos espaços no dia seguinte, para ninguém dormir sentado e podermos absorver o máximo dos debates. Além disso, tem gente que prefere dormir cedo e o local interno do aloja-mento deve ser respeitado. Vamos procurar não falar alto e nem fazer cantoria nas portas dos quartos e corredores. A Rural é gigante e o espaço externo ao bloco estará livre.

[4] Tá calor, tá quente!

Seropédica é sempre muito quente ! Use sempre pro-tetor solar, carregue água na sua bolsa, e não se acanhe em andar com uma sombrinha para se proteger do sol! Também pode usar esse manual como leque, se precisar. Assim, ele fica sempre em mãos.

[5] Hora do aperto

Vamos circular por diferentes espaços da Rural, e em

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muitos deles os banheiros não têm papel higiênico. Ande sempre com um rolo ou um pedaço. Às vezes também não tem água, isso álcool em gel resolve.

[6] Não suma!

A Rural é linda e conhecer alguns espaços dela que não fazem parte da nossa programação, nos horários livres, é uma boa ideia. Como o lago do IA, não vá embora sem conhecê-lo! Mas, tente não fazer isso sozinha/o, em es-pecial pegar ônibus ou van para fora da Rural. Caso haja necessidade, avise sempre alguém da Comissão Organiza-dora (C.O.)., para que possamos dar todas as informações. Mesmo que vá com um grupo de amigos, é importante que a C.O. esteja ciente.

Se você precisar/quiser mesmo ir para o centro da cidade, vá até o ICHS, atravesse a rua e espere passar van (custa R$1,50) ou ônibus (até R$3,20) para Seropédica. Também dá pra fazer isso na portaria, pergunte aos guardas. Peça para descer na “segunda passarela”, onde tem farmácia, mercados e comércio em geral.

[7] Comidinha fora de hora é normal

Oferecemos duas refeições na sexta-feira, três no sábado e três no domingo. Mas se bater aquela larica, é sempre bom que você tenha aquele biscoitinho esperto em mãos. Caso não tenha, ou se tiver perdido a refeição, tem al-guns espaços que você pode procurar para comprar algo: Quiosque da Tia Cida (perto da Caur), Quiosque do Marce-lo (perto do espaço da cultural) e Quiosque da Tia Maria (no caminho para o P1). Mas lembre-se: o ideal é ter sem-pre algumas coisinhas pra comer (biscoito, amendoim, etc) porque esses lugares podem estar fechados.

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[8] Banhos estratégicos

A faculdade irá disponibilizar espaços com chuveiros para o encontro, mas como devem imaginar, não temos muitos. Assim, se não utilizarmos ao mesmo tempo, será mais fácil tomar banho sem pegar fila e sem se atrasar para os espaços! É normal querer tomar banho quando acorda e antes da cultural, mas se puder fazer isso na hora do al-moço, ou de tarde, e já ficar de banho tomado pra cultural, teremos menos filas e é melhor para todo mundo! Encon-tro de estudantes é uma aula de vivência e estratégia!

[9] Não sequele!

Tenha muita atenção com os horários dos espaços. Se você terminou o almoço cedo e ainda quer tomar um sol na canga e tomar um banho antes do próximo espaço, não dá tempo. Escolha. Se todo mundo achar que pode atrasar 10, 15 minu-tos pro espaço, demoramos para começar, a/o convidada/o fica lá esperando e depois não temos tempo suficiente para fazer o debate que tanto queremos e é primordial pro encon-tro. Sejamos sempre responsáveis, acima de tudo.

[10] Respeite nosso espaço de convivência

A Rural te recebe e você ajuda a cuidar dela! Não vamos rabiscar, pintar e sujar as paredes da universidade e dos alojamentos, que são salas de aula. O mesmo com os banheiros: vamos tentar manter limpos. Também não vamos deixar lixo por aí, no chão da universidade, seja grama, concreto ou lago.

[11] Brincadeira também pode ser preconceito!

Durante o encontro, a Rural estará em período de aulas e é importante que saibamos respeitar as/os outras/os

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estudantes da faculdade, que vêm do Brasil inteiro. Além disso, Seropédica é um município no interior do estado, parte da Baixada Fluminense, e com uma população em sua maioria de grande carência socioeconômica. Vamos evitar tomar atitudes que podem ser entendidas como preconceituosas, mesmo que essa não seja a intenção. Piadas, brincadeiras, determinadas formas de olhar, e outras coisas, são exemplos de situações que podem ser chatas e constrangedoras.

[12] Se liga e não dá mole

Tá afim de dar aquela relaxada na onda da Cannabis ou é adepto a qualquer outro tipo de vibe: sem problemas, sem caô, o evento é múltiplo e todas/os encontristas são livres para qualquer forma de manifestação social, desde que com responsabilidade. É importante lembrar que a segurança dos espaços foi reforçada, por profissionais da própria facul-dade, para que o Encontro ocorra da melhor forma possível. Sendo assim, tanto nos painés, plenárias, GD’s e Culturais, quanto nos momentos livres, vamos procurar ser cautelosos e não usar nenhum tipo de substâncias não legalizada em locais muito abertos ou que os seguranças possam ver (es-pecialmente nas Culturais!!). Arruma um cantinho esperto, não dê bobeira e sem problemas se achar alguns macacos em cima do poste.

[13] Emergência

A Rural tem um posto de saúde dentro do campus. Fica en-tre a Caur e o P1, mas é melhor pedir para alguém da Rural te levar até lá, caso precise. Fica aberto 24h, e na maior parte do tempo só atende emergências.

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Pavilhão Central [P1]Programação

EntradaPrincipalUFRRJBR 465

PrefeituraUniversitária

Cultural

PATAlojamento,Credenciamento eProgramação

Área da PiscinaChuveiros

Ginásio

Piscina

PytágorasBiblioteca

Instituto deCiências Humanase Sociais [ICHS]

Pavilhão deQuímica [PQ]

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Instituto deZootecnia [IZ]

CAURRefeitório

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Pedagógico-político- Carolina Vaz (UFRRJ)- Guilherme Alves (UERJ)- Kadu Barros (UFRJ)- Karina Santos (UERJ)- Letícia Clipes (UERJ)- Rayssa Dias (UERJ)- Samantha Su (UFF)- Thayane Guimarães (UFF)- Victor Viana (UFRRJ)

Comunicação- Fernanda Ramos (UFF)- Guinevere Gaspari (UFRJ)- Karen Garcia (UBM)- Paulo Henrique Calmon (UFRJ)- Priscila Cabral (UFRJ)- Raphael Bandeira (UERJ)- Victor Soriano (UFRJ)- Willian Wendos (CCAA)

Comunicação Visual- Ana Seno (UFRJ)- Kadu Barros (UFRJ)- Charles L'Astorina (UFRJ)- Jonas Feitosa (UERJ)- Pedro Esteves (UFF)

Mobilização- Eduardo Paulanti (UERJ)- Guinevere Gaspari (UFRJ)- Hara Flaeschen (UERJ)- Isabella de Oliveira (UFF)- Nayara Alves (UERJ)- Samantha Su (UFF)

Cultural- Eduardo Paulanti (UERJ)- Hara Flaeschen (UERJ)- Nayara Alves (UERJ)- Willian Wendos (CCAA)

Estrutura- Ana Clara Frontelmo (UFRRJ)- Caroline Feijó (UFRRJ)- Clívia Mesquita (UFRRJ)- Jaqueline Suarez (UFRRJ)- Jonas Ohana (UFRRJ)- Luana de Moraes (UFRRJ)- Mateus Cunha (UFRRJ)- Neuriane Gualberto (UFRRJ)- Pamela Machado (UFRRJ)- Thamara Lopes (UFRRJ)- Victor Viana (UFRRJ)

Finanças- Carolina Vaz (UFRRJ)- Guilherme Alves (UERJ)

COMISSÃO ORGANIZADORA DO ERECOM SEROPÉDICA 2014

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COMISSÃO GESTORA NACIONAL DA ENECOS - 2014

Coordenação Geral- Mariana Buente (UFBA/Bahia)- Ismar Paiva (UFRN/Rio Grande do Norte)- Caroline Araújo (UFCG/Paraíba)

Comunicação- Carolina Vaz (UFRRJ/Rio de Janeiro)- Márcio Feitosa (UFCA/Ceará)

Finanças- Guilherme Alves (UERJ/Rio de Janeiro)- Carlos Gabriel Ferreira (UFU/Minas Gerais)

Democratização da Comunicação- Márcio Anastácio (UFAL/Alagoas)

Qualidade de Formação do/a Comunicador/a Social- Letícia Clipes (UERJ/Rio de Janeiro)

Combate às Opressões- Joanna Alcântara (UNEB/Bahia)

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apoio:

apoio institucional: