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MANUAL DE EVANGELISMO E DISCIPULADO ORGANIZADO POR Pr. Robespierre Machado

Manual de Evangelismo e Discipulado - Pr. Robespierre Machado

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Hoje a igreja perdeu muito de sua forrça e atuação evangelizadora. Essa tem sido ofuscada por muitos outros desafios importantes, mas não prioritários. Como igreja não podemos esquecer e descuidar do fato que a evangelização do mundo continua sendo o nosso maior desafio.

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MANUAL DEEVANGELISMO E DISCIPULADO

ORGANIZADO POR

Pr. Robespierre Machado

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MANUAL DE EVANGELISMO & DISCIPULADO

Robespierre MachadoE-Mail [email protected]

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PRIMEIRA PALAVRA

uero parabeniz�-lo pela escolha feliz – a escolha de estudar. Sou grato ao SENHOR que por sua gra�a infinita, e miseric�rdia em amor me concedeu o privil�gio de compartilhar sua palavra e minist�rio com voc�, aqui

no Ibught – N�cleo Plataforma..

Mergulhar na teologia b�blica, historiografia e pr�tica da evangeliza��o � uma aventura aben�oada, fascinante e despertadora quanto a voca��o e chamado do SENHOR para nossa vida. S�o as experi�ncias de um evangelista.

Conhecer o que aqueles que vieram antes n�s realizaram no Nome de JESUS nos encoraja a prosseguir para o alvo (Fp 3.14) e isto fazemos sempre no esp�rito de obedi�ncia (Mc 16.15,20) copiando letra a letra o modelo que nos � dado nas Sagradas Escrituras (Ex 25.9,40; I Ts 1.7; Tg 5.10).

Bem, minha ora��o � que voc� seja despertado pelo SENHOR para o supremo chamado de DEUS em sua vida e que afinal a semelhan�a de Paulo possa tamb�m no final de tudo com convic��o no ESP�RITO SANTO afirmar “ N�o fui desobediente a vis�o celestial” ( At 26.19).

Boa aula!

DEUS muito aben�oe voc�, no Nome de JESUS!!

Salvador, outono de 2011.

Pr. Robespierre Machadoprofessor

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INTRODU��O

Hoje a igreja perdeu muito de sua for�a e a��o evangelizadora. Essa tem sido ofuscada por muitos outros desafios importantes, mas n�o priorit�rios. Como igreja n�o podemos esquecer e descuidar do fato que a evangeliza��o do mundo continua sendo o nosso maior desafio.

Em todo mundo homens de toda classe social, condi��o econ�mica, etnia ou op��o pol�tica, necessitam saber que Deus os ama e que em Cristo lhes oferece o caminho de regresso para Si mesmo, Jo�o 3.16; 14.6. Ricos e pobres, capitalistas e prolet�rios, civis, militares e pol�ticos necessitam ouvir a chamada ao arrependimento e a f�.

O an�ncio destas boas novas por meio da prega��o, testemunho pessoal, literatura, distribui��o da B�blia, etc., � algo que incumbe, no tempo presente, a todo crente. Aquele que evangeliza, o evangelizador, tem uma vida diferente. � algu�m que aprendeu a servir, � carta viva que mostra a aplicabilidade da mensagem que anuncia.

O servi�o crist�o n�o � optativo, n�o � algo que podemos fazer se quisermos. � a marca da nova vida. “Pelos seus frutos os conhecereis”. “Se me amais, guardareis meus mandamentos.” George B. Duncan disse a esse respeito, em Berlim: “..tr�s canais de comunica��o est�o abertos ao evangelho: ‘o que temos ouvido’, sugere a comunica��o aud�vel, ‘o que temos visto’, sugere a comunica��o vis�vel; ‘o que contemplamos e as nossas m�os apalparam, com respeito ao Verbo da vida’, sugere o que poder�amos chamar de comunica��o tang�vel do Evangelho.”

N�o � poss�vel separar a proclama��o do Evangelho da “demonstra��o” desse Evangelho. S�o diferentes entretanto, insepar�veis.

� importante ressaltar que o evangelismo n�o � uma disciplina isolada. Ele est� entrela�ado com a sua fonte – o evangelho -, bem como com a vida daquele que divulga a mensagem de Deus. Por esta raz�o devemos nos esfor�ar para n�o teorizar excessivamente estes estudos. Pois, quem se prop�e a evangelizar, precisa conhecer bem a mat�ria, mas acima de tudo, precisa ter disposi��o para coloc�-la em pr�tica.

A minha proposta para o desenvolvimento da mat�ria no decorrer dos pr�ximos encontros �: Que primeiramente nos debrucemos pacientemente nas janelas que a hist�ria gentilmente nos abre e contemplemos os registros hist�ricos que nos foram legados por aqueles que foram seus protagonistas e testemunhas vivas. Hoje nos tornamos herdeiros, guardi�es e continuadores dessa obra, n�o por escolha nossa ou deles mas do pr�prio SENHOR que nos chamou designou como igreja sua e povo seu – evangelistas para essa gera��o.

Portanto ao dirigir o nosso olhar primeiramente ao legado de evangeliza��o j� consolidado que o fa�amos com esp�rito de humildade reconhecendo naqueles que foram protagonistas dessas hist�rias modelos que hoje devem imitados.

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HIST�RIA DA EVANGELIZA��O NO BRASIL

HUGUENOTES. Liderados pelos pastores Pierre Richier, de cinq�enta anos e Guillaume Chartier, de trinta anos um grupo de dezesseis huguenotes, procedentes da Europa, foram os primeiros protestantes a desembarcar em terras brasileiras e americanas em 07 de mar�o de 1557. Al�m desses dois pastores, formados em teologia, profundamente conhecedores das Sagradas Escrituras, participaram da viagem os seguintes aspirantes ao minist�rio e profissionais em varias artes: Pierre Bourdon (torneiro), Matthieu Verneuil, Jean du Bourdel, Andr� la Fon (alfaiate), Nicolas D�nis, Jean Gardien (perito retratista), Martin David, Nicolas Raviquet, Nicolas Carmeau, Jacques Rousseau e Jean de Lery, o cl�ssico historiador desta viagem e da estadia desses destemidos mission�rios evang�licos no Brasil.

Em 10 de mar�o de 1557 foi celebrado o primeiro culto evang�lico no Brasil e nas Am�ricas. A dire��o do culto coube ao pastor franc�s Pierre Richier. A primeira passagem b�blica lida em terras brasileiras foi o Salmo 27:3,4. O hino entoado naquela ocasi�o foi o salmo 5. No dia 21 de mar�o de 1557 foi organizada a primeira igreja evang�lica no Brasil tendo nessa data sido celebra��o da primeira Ceia do Senhor em terras brasileiras e no continente americano.

O trabalho rec�m organizado seguia a seguinte rotina: todas as noites havia reuni�es onde oravam e pregavam a palavra de Deus. Aos domingos, havia duas reuni�es evangel�sticas. Os irm�os que implantaram a primeira igreja evang�lica no Brasil eram huguenotes vindos da Fran�a.

A origem da palavra "huguenotes" n�o � clara. H� quem diga que deriva de Besan�on Hugues, l�der da revolta em Genebra. O bi�grafo de Jo�o Calvino, Bernard Cottret, afirma que "huguenotes" vem de "confederados" (em franc�s "Eidguenot", derivado do Su��o-alem�o Eidgenossen, ou confederados, express�o designando as cidades e cant�es helv�ticos partid�rios da Reforma). Na Genebra do s�culo XVI havia uma rivalidade interna entre os "mamelucos", que eram conservadores e se orientavam favoravelmente � Sav�ia, e os "confederados" ou Eidguenotes, que eram mais progressivos e enveredaram pelo protestantismo.

Owen I.A. Roche, no seu livro The Days of the Upright, A History of the Huguenots (New York, 1942), escreveu que "Huguenot" � "uma combina��o de flamengo e alem�o. Na �rea flamenga da Fran�a, os estudantes que se reuniam em uma casa privada para estudar secretamente a B�blia eram chamados Huis Genooten (colegas de casa) enquanto na zona alem� e su��a eram chamados Eid Genossen (colegas de juramento), que indicava as pessoas ligadas entre elas sobre juramento. Afrancesado em "Huguenot", muitas vezes usado com tom de desaprova��o, a palavra virou, em dois e tr�s s�culos de triunfo e de terror, um s�mbolo de honra paciente e coragem". Outros afirmam que o termo derive do nome de um lugar no qual os protestantes franceses celebravam o pr�prio culto; esse lugar era chamado "Torre de Hugon" e se encontra em Tours.

HOLANDESES (Igreja Reformada). A presen�a holandesa no Brasil ( 1630-1654 ) foi marcada por atividades evangel�sticas na regi�o nordeste do pa�s. Nessa �poca obreiros foram enviados aos �ndios e visitadores saiam a confortar enfermos com a

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leitura da B�blia. Nesse tempo, tamb�m, muitos templos foram constru�dos no Recife. Durante a ocupa��o holandesa no Brasil foi elaborado um projeto para traduzir a B�blia para a l�ngua nacional. Em 1624 os crentes da frota holandesa, estacionada na Bahia, iniciaram cultos. Mais tarde, em 14 de fevereiro de 1630, teve in�cio uma s�rie de cultos no Recife.

LUTERANOS. A primeira igreja luterana chegou ao Brasil com os alem�es que emigraram para o sul do pa�s, por volta de 1800.

METODISTAS. Em mar�o de 1836, o Rev. Justin Spaulindg, foi designado como primeiro mission�rio metodista ao Brasil. O Rev. Spaulindg foi enviado, ao Brasil, pela igreja metodista norte-americana. Inicialmente estabeleceram como bases uma escola e uma congrega��o no Rio de Janeiro, posteriormente estabeleceram trabalhos em Piracicaba, no estado de S�o Paulo.

Por volta de 1824, o Brasil era visto como um pa�s 100% cat�lico. A partir de 1855, mais mission�rios protestantes come�aram a chegar e a residir permanentemente por aqui e, em tr�s d�cadas, todas as denomina��es protestantes hist�ricas se estabeleceram no pa�s. Muitos mission�rios tinham especializa��es profissionais e contribu�ram muito para a educa��o e demais �reas sociais. Fundaram igrejas, escolas, universidades, cl�nicas, hospitais, jornais, editoras, etc. Trabalharam em favor da liberdade religiosa, promovendo o respeito � sua inerente diversidade. Apresentaram a “salva��o pela gra�a, mediante a f�” e a vis�o respons�vel de que “a f� sem obras � morta”. A partir da�, pode-se dizer que a igreja evang�lica brasileira tem contribu�do para “mudar a cara” desta grande na��o.

ROBERT REID KALLEY. M�dico e mission�rio escoc�s chegou ao Brasil, vindo da Ilha da Madeira. Em 10 de maio de 1855 chegou ao Rio de Janeiro indo morar em Petr�polis, na resid�ncia do Embaixador Americano. Numa tarde de Domingo, a 19 de agosto de 1855, Kalley e sua esposa Sarah instalaram em sua resid�ncia a primeira classe de Escola Dominical, contando com cinco crian�as, filhos de cidad�os americanos. Foi contada a hist�ria do profeta Jonas. Em 1855 organizou o Igreja Evang�lica Fluminense, segundo o modelo congregacional.

PRESBITERIANOS. Ashbel Green Simonton, enviado pela Junta de Miss�es Estrangeiras da Igreja Presbiteriana dos Estados Unidos da Am�rica do Norte, chegou ao Brasil, desembarcando no Rio de Janeiro, em 12 de agosto de 1859. Em 12 de abril de 1860 organizou a primeira Escola Dominical, de confiss�o presbiteriana, com assist�ncia de cinco crian�as. Em 12 de janeiro de 1862, Simonton recebeu duas pessoas por profiss�o de f�, foram os primeiros membros da igreja presbiteriana no Brasil.

BATISTAS. O primeiro pregador batista a trabalhar no Brasil, foi um mission�rio norte-americano que chegou ao Rio de Janeiro em 1859, mas por problemas de sa�de se viu for�ado a voltar � sua p�tria em 1861. Em 15 de outubro de 1882 William e Ann Bagby, Zachary e Kate Taylor e Antonio Teixeira de Albuquerque organizaram a Primeira Igreja Batista do Brasil, em Salvador, estado da Bahia.

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CONGREGAÄÅO CRISTÅ NO BRASIL. Vindo para o Brasil e Argentina em 1909 j� 20 de abril de 1910 Luige Francescon realizou o primeiro batismo em Santo Antonio da Platina, Paran�, batizando o italiano Felicio Mascaro e mais dez pessoas; depois dirigiu-se para a cidade de S�o Paulo, onde foram batizadas mais vinte pessoas. Durante alguns anos, os fi�is reuniram-se sem denomina��o e ap�s adquirirem o primeiro pr�dio, na cidade de S�o Paulo, foi escolhido o nome "Congrega��o Christ� do Brasil", oficializado quando da realiza��o da Conven��o, em 1936. Alterado nos anos 1960 por quest�es internas substituiu-se a contra��o "do" pela contra��o "no".

Possuiu maioria italiana at� a d�cada de 1930, quando ent�o passaram a preponderar as demais etnias; desde 1950 est� presente em todo territ�rio brasileiro e em diversos pa�ses. Em 2007 reportou 19.926 casas de ora��o no Brasil em 2000 havia cerca de 2,4 milh�es de membros declarados no Brasil.

ASSEMBLÇIAS DE DEUS. No dia 18 de junho de 1911, na cidade de Bel�m, capital do estado do Par�, foi organizada a Igreja AssemblÉias de Deus. Inicialmente o nome adotado foi MissÑo de FÉ ApostÖlica.

Os seus organizadores, Gunnar Vingren e Daniel Berg eram mission�rios, suecos, e chegaram ao Brasil em 19 de novembro de 1910, vindos dos Estados Unidos. Antes do trabalho haver completado dois anos, a falta de obreiros j� era sentida em v�rias localidades onde se �am estabelecer igrejas e congrega��es.

Foi assim que, por orienta��o divina, o mission�rio Gunnar Vingren separou no m�s de fevereiro de 1913, Absal�o Piano, como primeiro pastor da Assembl�ia de Deus no Brasil. O segundo foi Isidoro Filho, o terceiro, Crispiniano de Melo, o quarto, Pedro Trajano e o quinto Adriano Nobre.

Cerca de 12 milh�es de pessoas congregam nos mais de 100 mil templos espalhados por todo territ�rio nacional. N�o h� localidade, urbana ou rural, onde a Assembl�ia de Deus n�o esteja presente. Conven��o Geral das Assembl�ias de Deus no Brasil e a Conven��o de Madureira s�o, entre outras, as principais conven��es de car�ter nacional da denomina��o.

Na Bahia as AD chegaram em 1926 com os primeiros cultos realizados na Boca do C�rrego, munic�pio de Canavieiras, sul do estado.

Na capital, Salvador, a primeira Assembl�ia de Deus foi organizada em maio de 1930 pelos mission�rios suecos Otto e Adina Nelson. O primeiro culto em Salvador aconteceu no dia 25 de maio de 1930 em im�vel alugado pelos mission�rios na Av. Carlos Gomes, centro da cidade.

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PROP�SITOAo estudar Evangelismo e Discipulado propomos debater tanto a teoria quanto a pr�tica do evangelismo em suas perspectivas b�blicas, teol�gicas, ministeriais e das a��es da igreja local quer coletiva ou individualmente.

OBJETIVOS COMUNS1) Conceituar o evangelismo (sua base, defini��o e processo) dentro do prisma b�blico;

2) Desenvolver t�cnicas para o evangelismo pessoal;

3) Desenvolver uma consci�ncia dos fatores culturais que afetam o evangelismo;

4) Desenvolver t�cnicas para liderar a igreja local na sua tarefa evangel�stica;

5) Estudar os princ�pios do crescimento da igreja e desenvolver t�cnicas para o

crescimento integral do povo de Deus.

TEOLOGIA DE EVANGELIZA��O

Como; Onde, Quando e Porque s�o questionamentos que devem nortear a a��o evangelizadora da igreja na sociedade. Assim as necessidades do homem urbano/rural moderno tornam imperativo o estudo de uma teologia e pr�xis de evangeliza��o compat�veis com os princ�pios e modelos b�blicos aplic�veis � realidade atual. Os problemas relacionados com a miss�o evangelizadora da Igreja exigem uma pr�xis evangel�stica focada nas realidades e problem�ticas contempor�neas.

A CIDADE E A EVANGELIZA��OA cria��o da primeira cidade data de cerca de seis mil anos, as Escritura Sagradas citam Caim como seu organizador, tendo dado a ela o nome de seu filho, Enoque. A cidade, com suas estruturas sociais, econ�micas e pol�ticas, � o palco onde a evangeliza��o urbana acontece, sendo esta urdida e executada pelos m�ltiplos minist�rios organizados nas denomina��es presentes em cada metr�pole. Assim, a mensagem de CRISTO � levada aos homens desafiando-os, no presente, a uma tomada de decis�o quanto ao seu destino eterno.

Nesse contexto a cidade tornou-se uma atual e desafiadora fronteira mission�ria urbana demandando para sua conquista espiritual e conseq�ente colheita de vidas uma emergente e plena compreens�o, pela igreja, de suas realidades sociais e espirituais.

O estudo da teologia da evangeliza��o urbana objetiva entre outros fatores o seguinte:

Tomar consci�ncia da realidade das cidades e seus desafios

Considerar os fatos b�blicos e os princ�pios relacionados com miss�es urbanas

Apreciar os m�todos evangel�sticos urbanos hoje adotados

Elaborar projetos objetivando a evangeliza��o das cidades

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A EVANGELIZA��O NO NOVO TESTAMENTONo Novo Testamento a evangeliza��o n�o parece haver sido jamais uma quest�o discutida. Isto �, n�o encontramos os ap�stolos instando, exortando, repreendendo, planejando e organizando programas evangel�sticos.

Na igreja apost�lica a evangeliza��o era algo que se considerava ponto pac�fico, e funcionava sem t�cnicas nem programas especiais. Simplesmente acontecia surgindo sem esfor�o da comunidade dos crentes, como a luz surge do sol, era autom�tica, espont�nea, cont�nua, contagiosa. Paulo n�o exortava repetidamente as suas igrejas a unirem esfor�os para a propaga��o da f�, e como deveriam pratic�-la e guard�-la.

Salta aos olhos a artificialidade de ensinar t�cnicas de comunica��o da mensagem desvinculadas dessa �nfase primeiramente na vida do crente e no testemunho total da comunidade crist�. N�o se d� no ar, d�-se no mundo, em bairros concretos, de cidades concretas, de sociedades concretas. D�-se, n�o a homens abstratos, e sim a homens de carne e osso, que vivem dentro de determinadas estruturas sociais, que sofrem, gozam, iludem-se e se desiludem, lutam e esperam.

O FEN�MENO DA URBANIZA��O DAS CIDADES Em todo mundo � conseq��ncia da acelerada migra��o de indiv�duos das �reas rurais para os centros urbanos em propor��o nunca antes experimentada na hist�ria da civiliza��o humana. As conseq��ncias para a vida humana s�o inevit�veis: viol�ncia, desagrega��o da fam�lia, extrema pobreza, drogas, d�ficit habitacional, ineficiente sistema de sa�de e educa��o etc. O s�culo XX come�ou com 15% da popula��o mundial vivendo nas cidades e terminou com 15 % vivendo fora das cidades.

Fatores determinantes da urbaniza��o

A industrializa��o: O processo de industrializa��o provocou o crescimento, fazendo surgir megacidades;

O crescimento natural da popula��o

Desejo de melhores condi��es de vida: escola para os filhos, melhores sal�rios, assist�ncia m�dica;

Atra��o pelos grandes centros: A penetra��o das imagens de TV que iludem com expectativa de vida melhor;

Mecaniza��o da agricultura e conseq�ente desemprego.

A COMPLEXIDADE DO HOMEM URBANO E SUAS M�LTIPLAS QUEST�ES

I. Psico-sociaisa) Anonimatob) Aliena��oc) Isolamentod) Despersonaliza��o

II. Morais e Religiosasa) Tend�ncia a ser um crist�o nominalb) Relaxamento dos padr�es morais c) Inclina��o � auto-sufici�ncia

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III. C�vicas e Pol�ticasa) Consci�ncia pol�tica mais acentuadab) Tend�ncia a ser influenciado por grupos de press�o

Problemas do homem modernoa) Econ�micos/Viol�ncia urbanac) Quest�es sociais/Educacionaisd) Crises na fam�lia/Psicol�gicosf) Espirituais e morais

REVISANDO

N�o haver� evangeliza��o sem testemunho pessoal – a pr�tica vivencial;

A fam�lia ocupa papel fundamental na evangeliza��o local;

T�cnicas, cursos, semin�rios de nada adiantar�o se n�o experimentarmos a plenitude do poder do Esp�rito Santo em nossa vida pessoal e comunit�ria;

Os dons espirituais como ferramentas capacitadoras, o batismo no Esp�rito Santo, a vida de santifica��o s�o imprescind�veis � uma efetiva e produtiva evangeliza��o;

Vida devocional pautada na medita��o di�ria da B�blia, a Palavra de Deus, ora��o pessoal e particular e compromisso discipular com os prop�sitos evangelizadores do Senhor Jesus nos far�o ganhadores de almas, pescadores de homens.

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O EVANGELHO E O EVANGELISMOAo escrever sobre o evangelismo um pastor afirmou o seguinte: “Existe em nosso mundo hoje uma coisa pequenina que pode fazer a diferen�a entre a vida e a morte para voc� e seus conhecidos. Esta coisa pequena estava com voc� ontem, est� com voc� agora e vai estar com voc� amanh�. Se n�o fizer uso dela, seus conhecidos podem morrer e voc� tamb�m. Sabe o que � esta coisa t�o pequena mais t�o importante para voc� e seus conhecidos? � a sua l�ngua! A sua habilidade de falar.” ( Evangelismo, Amor em A��o – Garner Allen Dutton) Ezequiel 3. 16 – 27.

Joseph Aldrich, apontou em seu livro “Amizade, a Chave Para a Evangeliza��o”, algumas armadilhas que tem fragilizado a igreja nesta batalha de ganhar os perdidos.

Como primeira armadilha ele citou:

“A necessidade de nos relacionarmos com um n�mero cada vez mais crescente de pessoas mutilou a nossa capacidade de nos confrontarmos bem at� mesmo com uma �nica pessoa”.

Um segundo motivo da nossa inefici�ncia � o ritmo de vida muito r�pido e complicado”.

Uma terceira fonte que tem prejudicado a evangeliza��o � “o nosso contato com modelos evangel�sticos defeituosos”.

Ele aponta ainda outras armadilhas, como por exemplo:

“O desequil�brio dentre verbaliza��o e encarna��o do evangelho” o testemunho.

Isto significa que, os crist�os devem ser “boas novas” antes de compartilhar as “boas novas”. As palavras do evangelho devem ser encarnadas, antes de serem verbalizadas. A estrat�gia da comunica��o pessoal de Cristo era encarnacional. (Jo 1.14). A nossa estrat�gia hoje, n�o pode ser diferente.

Somos produtos da fala e do interesse de outras pessoas. Algu�m fez algumacoisa para que o evangelho nos alcan�asse. Da mesma forma, n�s devemos fazer algo para alcan�ar o maior n�mero poss�vel de pessoas. Veja o que a B�blia nos ensina sobre este desafio.

1. Mois�s foi usado por Deus para tirar o povo da escravid�o do Egito.

2. Abra�o lutou com Deus em favor de Sodoma e Gomorra.

3. O profeta Jeremias se importava tanto com Israel que derramou l�grimas em favor do povo por causa de seus pecados contra Deus.

4. Neemias, deixou o seu trabalho para reconstruir uma cidade destru�da.

Quantos dentre n�s hoje demonstra alguma preocupa��o s�ria com o povo desta cidade de S�o Paulo? Quantos de n�s temos chorado por causa da mis�ria, da viol�ncia, da corrup��o que tomou conta da nossa cidade?

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DEFININDO EVANGELISMO

Desde que o trabalho do evangelismo est� atrelado ao evangelho, � necess�rio definir o que significa este termo. A palavra evangelho, vem do grego “euangu�lion”, significando literalmente, “boas novas”.

Resumindo: O evangelismo � o esfor�o que toda igreja deve fazer para alcan�ar o cora��o do homem com a Palavra de Deus.

� a tarefa de testemunhar de Cristo aos perdidos – Lucas 19.40

� a tarefa de conduzir o pecador � salva��o – 1 Cor�ntios 9. 22

� a tarefa de alistar vidas ao servi�o de Cristo – Jo�o 1: 45

� expressar o que somos em Cristo – 1 Cor�ntios 15.17

Quando os anjos anunciaram aos pastores o nascimento de Jesus, empregaram o verbo “euanguelizo”, que tem o significado de “levo” ou “trago boas novas”. Lucas 2. 10. Segundo a “Enciclop�dia de B�blia Teologia e Filosofia” a palavra “evangelho” atravessou tr�s �pocas no decorrer da hist�ria:

1. Nos antigos autores gregos ela significava “recompensa por trazer boas novas”.

2. Na Septuaginta* e outras obras: as pr�prias boas novas. 2 Reis 18. 20,22,25.

3. No Novo Testamento: as boas novas de Cristo, ou ent�o os livros que apresentam as boas novas sobre Jesus. Ex. Os Evangelhos.

O termo “Evangelho” para designar cada um dos quatro Evangelhos come�ou nos escritos dos pais apost�licos.

*Septuaginta – tradu��o do Antigo Testamento hebraico para o grego, juntamente com certos livros

adicionais. O nome vem do latim com o sentido de “setenta”, por causa da tradi��o que afirma que

esta vers�o foi feita por setenta anci�os judeus, durante o reinado de Ptolomeu II Filadelfo, tendo sido

feita na cidade de Alexandria, no Egito em 284-247 A.C.

Evangelho n�o evang�lico

� t�o importante saber o que � o “evangelho” como tamb�m, conhecer o que ele n�o �.

1. O evangelho n�o � uma por��o isolada das Escrituras.

Podemos ensinar muitos princ�pios b�blicos, como �tica, moral, filosofia de vida sem que estejamos pregando o evangelho. � importante saber, que o evangelho � antes de tudo “a proclama��o das boas novas da salva��o”

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2. O evangelho n�o � um conjunto de normas sociais.

Todo crist�o tem um compromisso com o social. N�o podemos pregar uma mensagem de f�, sem mostrarmos as obras. Jesus conciliou a sua mensagem de vida eterna com o repartir do p�o e dos peixes. Mateus 15. 32 - 39.

Quando, por�m, a igreja pende para o lado social ela est� desequilibrando a mensagem da cruz. Como corpo de Cristo, a sua tarefa � a de operar a salva��o do perdido atrav�s das boas novas.

3. O evangelho n�o � uma estrat�gia proselitista.

Este evangelho omite a necessidade de ren�ncia e de sacrif�cios pessoais. A t�nica � satisfazer as necessidades pessoais dos ouvintes. Esta pr�tica gerou o chamado “F�cil Cre�smo”. Segundo a Enciclop�dia b�blica o “F�cil Cre�smo” � a cren�a em doutrinas que nada tem a ver com a salva��o da alma. A persuas�o emocional tem substitu�do a convic��o genu�na operada pelo Esp�rito Santo no cora��o do pecador.

O Evangelismo nos Evangelhos

N�o se podem ler os evangelhos sem notar o interesse que Jesus dava �s pessoas. Enquanto ensinava sobre os princ�pios do reino de Deus, ele procurava atingir cada ouvinte com suas palavras. Jesus nunca se preocupou com as multid�es. Ali�s, ele estava sempre fugindo dos aplausos e honrarias. Muitos dos seus ensinos foram dados � pessoas e n�o �s multid�es.

Como exemplos temos os seus di�logos com Nicodemos, com a mulher samaritana, com a mulher siro-fen�cia, com o jovem rico, com Zaqueu e tantos outros. Algumas caracter�sticas afloram desses encontros. Devemos conhec�-las para podermos exercer com excel�ncia o trabalho de evangelizar o perdido.

1. Jesus sempre foi diligente em seu minist�rio evangel�stico.

Ao deixar o deserto, onde passou quarenta dias sob o fogo cruzado de Satan�s, Jesus n�o recusou um di�logo com dois disc�pulos de Jo�o Batista.

Estes disc�pulos desejavam saber onde Jesus morava. Foram convidados a acompanh�-lo e permaneceram com ele todo aquele dia. Ler Jo�o 1: 35 – 39.

2. Jesus foi um evangelista paciente e determinado.

Jesus n�o teve pressa em falar �queles dois disc�pulos. Foi paciente e determinado. O seu alvo era conquistar aqueles dois cora��es para o reino de Deus. Quem se apressa a falar do evangelho acaba assustando as pessoas. Precisamos aprender a dar tempo ao Esp�rito Santo para que ele conven�a a pessoa, antes de n�s a convencermos.

3. Jesus foi um homem cheio de compaix�o.

A for�a motora do evangelismo � a compaix�o. Sem ela, o trabalho se torna frio, rotineiro e sem motiva��o. Uma igreja que n�o demonstra uma compaix�o pelos perdidos, est� perdida. Ler Mateus 14:14.

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4. Jesus foi um evangelista sempre pronto a se dar em favor do pecador.

Jesus nunca despediu uma pessoa sem antes aben�o�-la. Estava sempre pronto a interceder pelos sofredores, a curar os enfermos, a conquistar vidas. N�o comia, nem bebia at� plantar o evangelho no cora��o dos seus ouvintes. Ler Mateus 20: 25 – 28.

5. Jesus foi um evangelista n�o dispersivo.

Ele nunca gastava tempo com divaga��es e especula��es sobre doutrinas e costumes. Sabia a import�ncia do seu tempo. Quando Nicodemos tentou desviar o assunto para os milagres que Jesus estava realizando, ele o confrontou com a verdade do novo nascimento. Ler Jo�o 3.3,5.

6. Jesus sempre foi compreensivo e perdoador.

Quando impomos a nossa f� a algu�m, ela se dissolve como a��car na �gua. N�o fomos chamados para sermos juizes de ningu�m. Quem deseja ganhar pessoas para Cristo precisa demonstrar um esp�rito compreensivo e cheio de perd�o. Ler Jo�o 8. 1 –11.

7. Jesus foi um evangelista din�mico.

Al�m de percorrer as aldeias, as vilas e povoados levando a mensagem de salva��o, ele estava sempre pronto a treinar e ensinar os seus disc�pulos. A igreja n�o pode se contentar apenas com os cultos que realiza. Jesus n�o ordenou aos seus disc�pulos que constru�ssem templos em Jerusal�m; que ficassem a espera de alguns eventuais visitantes. Pelo contr�rio, ele ordenou que eles sa�ssem a pregar e a fazerem disc�pulos. Este dinamismo precisa ser ressuscitado no seio da igreja. Ler Mateus 28. 19; Marcos 16. 15.

O EVANGELHO NO LIVRO DE ATOS

O texto de Atos 1:8 sintetiza todo o esfor�o da igreja no cumprimento de sua miss�o evangel�stica. “...mas recebereis poder, ao descer sobre v�s o Esp�rito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusal�m, como em toda a Jud�ia e Samaria, e at� aos confins da terra”. Neste texto observamos em primeiro lugar a defini��o da tarefa que cada disc�pulos teria que cumprir. Ser uma testemunha de Jesus, era o desafio para aqueles primeiros evangelistas.

Em segundo lugar, eles deveriam mostrar este testemunho n�o apenas em Jerusal�m, mas at� aos confins da terra.

Em terceiro lugar, eles deveriam receber o Esp�rito Santo para poderem cumprir com esta ordem.

CARACTER�STICAS PREDOMINATES DO EVANGELISMO NO LIVRO DE ATOS DOS AP�STOLOS

1. O evangelismo no livro de Atos era um trabalho que n�o sofria solu��o de continuidade.

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Todos os dias os disc�pulos estavam testemunhando de Cristo. Eles n�o pensavam no evangelho apenas aos domingos. Atos 2:46.

A bitola da evangeliza��o moderna � muito estreita. Canalizamos todo o nosso esfor�o para os cultos dominicais. E o resultado � que o crescimento custa a aparecer.

2. O evangelismo primitivo tinha muitas vozes.

Todos estavam comprometidos com a divulga��o da mensagem e a salva��o de vidas. Por onde andavam deixam as marcas de um cristianismo vibrante.

Hoje a igreja silenciou. Deixou para os l�deres a responsabilidade de pregar e anunciar as boas novas da salva��o.

3. O evangelismo primitivo era ousado.

Atos 4. 19-21

4. O evangelismo primitivo era impulsionado e dirigido pelo Esp�rito Santo.

Atos 5. 17-32 Est� na hora da igreja voltar os seus olhos para os ensinos b�blicos sobre a evangeliza��o. N�o podemos continuar presos dentro dos “santos arm�rios”, esperando que vidas sejam redimidas e alcan�adas pelo poder do evangelho. Deus nos chama a sair e conquistar vidas atrav�s das nossas vidas.

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EVANGELISMO PESSOAL

DEFININDO O QUE � EVANGELISMO PESSOALUma das recomenda��es mais importantes e menos praticada est� registrada nas palavras de Jesus diante de uma multid�o faminta e hiante. Vamos reler devagar este clamor que saiu dos l�bios do maior evangelista que a hist�ria conheceu.

“Vendo ele as multid�es, compadeceu-se delas, porque estavam aflitas e exaustas como ovelhas que n�o tem pastor. E ent�o se dirigiu a seus disc�pulos: A seara na verdade � grande, mas os trabalhadores s�o poucos. Rogai, pois, ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a sua seara” Mateus 9. 36 – 38.

Sintetizando esta palavra poder�amos afirmar: “est� faltando homens e mulheres que queiram aceitar o desafio de ser luz e sal para o mundo”.

A igreja se cansa na busca de novos m�todos para evangelizar, enquanto Deus continua buscando homens e mulheres que se deixem usar por ele”.

A responsabilidade de evangelizar n�o � uma tarefa exclusiva do pastor, ou do evangelista. Ela diz respeito a todos os crentes.

O texto de Ezequiel 3.16 – 27 � um texto que deveria nos atemorizar. O que o profeta registrou por ordem de Deus, � um verdadeiro libelo contra o desinteresse que ainda hoje predomina em muitos cora��es evang�licos.

Esta passagem ensina algumas verdades importantes, como por exemplo:

1. Ela define o crente como um atalaia (vigia, guarda, sentinela), respons�vel em ouvir a palavra de Deus e transmiti-la ao homem pecador.

2. Ela revela que o destino de muitos homens e mulheres, est� na fidelidade do atalaia em cumprir as ordens de Deus.

3. Ela isenta o crente de qualquer responsabilidade diante daqueles que se recusam em obedecer a Palavra de Deus.

4. Ela aponta para uma presta��o de contas diante de Deus pelas almas que pereceram em virtude do sil�ncio do atalaia.

Evangelismo pessoal portanto � o minist�rio de falar de Cristo aos perdidos individualmente, e lev�-los a uma decis�o espiritual. Jo 1.41, 42; At 8.30.

O ALVOO alvo do evangelismo pessoal � tr�plice. Em primeiro lugar ele tem como objetivo maior, salvar o perdido. Em seguida, ele busca restaurar aqueles que se desviaram da f�. E finalmente, tem como alvo edificar os demais crentes atrav�s de palavras de conforto e consolo.

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O evangelismo pessoal, ultrapassa os limites que muitas vezes n�s estabelecemos para ele. O seu objetivo n�o � apenas falar ao pecador, mas alcan�ar a todos que necessitam de �nimo e coragem para continuarem a caminhar com Cristo.

Falhas no evangelismo pessoal

O famoso evangelista Dr. Billy Graham foi questionado sobre qual o melhor m�todo de evangelismo que ele praticava. A sua resposta foi simples e contundente: “Todos os m�todos s�o v�lidos e importantes, desde que sejam praticados dentro dos limites da Palavra de Deus”.

O evangelismo de massa tem sido o m�todo mais comum e apreciado pela igreja. O uso da m�dia maximizou este m�todo. O uso das emissoras de r�dio e TV, das revistas e jornais cresceram muito nas �ltimas d�cadas.

Com esse crescimento, observou-se uma diminui��o na for�a do evangelismo pessoal. A igreja passou a depender quase que exclusivamente desses meios para projetar-se no mundo. Este crescimento produzido pela m�dia, gerou uma classe de convertidos sem nenhuma base espiritual. Este fen�meno fragilizou a igreja em muitos aspectos. Uma grande maioria passou a ser freq�entadora de cultos e n�o mais compromissada com os projetos da igreja.

At� mesmo o termo “testificar” j� perdeu o seu verdadeiro significado. Muitos crentes pensam que se convidarem algu�m � igreja, ou falarem sobre Jesus, j� testificaram a respeito de sua f�.

O Instituto B�blico Moody calculou que noventa e cinco por cento dos crentes americanos, nunca levaram uma alma a Cristo. No Brasil at� o presente dados semelhantes n�o est�o dispon�veis.

Uma das grandes falhas do evangelismo pessoal, decorre do fato de que a igreja espera que apenas o pastor, ou o evangelista sejam homens ou mulheres cheios do Esp�rito Santo. Mas, a verdade � que todos os que abra�aram o evangelho devem ter suas vidas saturadas da presen�a do Esp�rito. E isto, custa um bocado!

VANTAGENS DO EVANGELISMO PESSOAL

1. O evangelismo pessoal se adapta ao n�vel espiritual de cada crente.

2. � uma estrat�gias eficiente para o crescimento da igreja. At 5. 42; 8. 4.

3. Abre oportunidades para desfazer todos os preconceitos criados ao redor do evangelho.

4. Provoca o crescimento espiritual de quem evangeliza.

Por que, quando, onde e como evangelizar

Estas s�o perguntas b�sicas no processo de evangeliza��o. Vamos caminhar por cada item, procurando colocar em pr�tica todos estes princ�pios. Se desejamos ver a igreja do Senhor Jesus se transformar numa igreja forte e sadia, precisamos mudar a nossa postura.

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Por que ?

Em primeiro lugar, veja por que voc� deve ser um evangelista?

O evangelista T.L. Osborn escreveu um livro intitulado: “Conquistando Almas, l� fora onde os pecadores est�o”. Neste livro ele aponta algumas das raz�es que o levaram a ser um conquistador de almas. Vale a pena consult�-lo.

Voc� deve ser um evangelista, porque esta foi uma ordem expressa de Jesus nos momentos finais de sua vida. Mc 16.15.

Muitas s�o as desculpas que apresentamos para n�o obedecermos a esta ordem.

1. Falta de tempo – Mt 26.45; Lc 22.14

2. Cansa�o – Jo 4.6,7

3. N�o tenho capacidade para falar do evangelho – �x 3.11; Jz 6.15; Is 6.5; Jr 1.6.

Voc� deve ser um evangelista, porque Deus o aben�oou com dons e talentos – Mt 25.14 – 30; Lc 16. 2; 19.13.

Voc� deve evangelizar porque Deus lhe deu o privil�gio de participar do seu trabalho.

Quando?

Em segundo lugar, quando devemos evangelizar? A �nica resposta a esta pergunta � “agora”! Ml 1.9; At 17.30; Hb 3.7

Onde?

Em terceiro lugar, onde devemos evangelizar?

N�o podemos pregar o evangelho em todos os lugares, mas podemos individualmente conscientizar as pessoas a respeito de seus pecados. H� muitos lugares onde o ganhador de almas deve ficar atento.

1. Nos cultos – a igreja tem perdido muitas oportunidades de ganhar pessoas durante os seus trabalhos. N�o podemos nos descuidar. Muitos entram e saem da igreja da mesma maneira. � preciso confrontar estas pessoas com a verdade.

2. Nos lares – o campo de trabalho de muitos n�o est� no exterior, ou numa outra cidade, mas pode estar bem perto, dentro de suas casas. Mc 5.19; At 5.42; At 20.20.

3. No trabalho – Mt 9.9; Mc 1.16.

4. Nos transportes –

Como?

Em quarto lugar, como devemos evangelizar?

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TRATANDO COM AS DIVERSAS CLASSES DE PESSOAS

� importante antes de mais nada definir qual o significado do termo “perdido”. O “perdido”, n�o � um incr�dulo, e muito menos, um ateu. Muitas vezes perdermos excelentes oportunidades de falar de Jesus, por rotularmos a pessoa antes de conhecermos as suas d�vidas espirituais.

Chamamos “perdidos” aos que nunca aceitaram a Jesus como Senhor e Salvador. O trabalho do evangelista � o de falar de Jesus a todos os que ainda n�o ouviram as boas novas do evangelho.

O desafio maior que o evangelista encontra � o de lidar com certas classes sociais. Os argumentos usados para levar um presidi�rio a Cristo, n�o podem ser os mesmos para se falar a um empres�rio. Ambos precisam do evangelho. Mas a abordagem deve ser diferente.

Biblicamente falando, ningu�m est� livre de condena��o diante de Deus, especialmente, ap�s tomar conhecimento da verdade. Rm 1:20, 2:1 O importante � saber lidar com as desculpas que as pessoas apresentam para n�o firmarem uma decis�o a favor do evangelho.

VEJAMOS

01. Eu sou o maior pecador. Nem mesmo Deus me aceita. Neste caso procure aplicar as palavras de Jesus que afirmou: “Os s�os n�o precisam de m�dico, e, sim, os doentes; n�o vim chamar justos, e, sim, pecadores”.

02. Toda religi�o � boa. O importante � voc� ser sincero. A sinceridade � uma das virtudes b�sicas no relacionamento entre o homem e Deus, e entre o homem e seu semelhante. Mas ela n�o conduz ningu�m � salva��o. Se a pessoa est� caminhando numa dire��o errada, a sua sinceridade de nada adiantar�.

Religi�o � tudo aquilo que o homem faz para alcan�ar a Deus. Salva��o � aquilo que Deus fez para libertar o homem de seus pecados. Jo 14: 6.

03. H� muita coisa na B�blia e no meio evang�lico que n�o consigo entender Estas pessoas n�o apenas desconhecem o que a B�blia afirma, mas nada sabem da pr�pria vida.

Ningu�m quer viver no escuro s� porque n�o entende a complicada teoria da eletricidade. Ningu�m deixa de tomar leite, somente porque n�o entende como se processa o metabolismo deste produto no corpo de um animal. Uma vaca de cor preta e branca, comendo capim verde, produz leite branco.

03. Todos s�o filhos de Deus. Ele n�o vai condenar uma pessoa que ele mesmo criou. Na verdade, Deus n�o condena ningu�m. Jo 3: 17 . O homem � que se condena a si mesmo quando rejeita a oferta de Deus. Jo 12: 48.

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04. Terei de abandonar muitas coisas que aprecio, inclusive, meus amigos.Lembrar que o evangelho � luz. Ele quando entra na vida da pessoa, afasta toda a escurid�o. Ningu�m perde nada ao abra�ar a verdade. Mas, pode-se perder tudo quando a rejeitamos. Mc 8: 36.

05. Eu ainda sou muito jovem, mais tarde eu vou pensar a respeito. Este � o jogo mais perigoso da vida. � como brincar de “roleta russa”. Lc 12: 19,20.

06. N�o creio no inferno nem no castigo eterno. Tamb�m n�o creio na vida al�m desta. A morte � o fim de tudo. O inferno � aqui mesmo. Este � um ponto delicado, pois, ningu�m voltou ap�s a morte para contar o que existe do outro lado. A �nica certeza que temos � o que a Palavra de Deus nos ensina. Mt 10: 48; Lc 16: 23.

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A PESSOA DO EVANGELISTA, AQUELE QUE GANHA ALMAS

O ganhador de almas tem de ter experi�ncia pr�pria da salva��o. O melhor exemplo deste t�pico est� no di�logo que Jesus travou com a mulher samaritana:

1. Jesus demonstrou amor e esp�rito de sacrif�cio – Jo 4. 4,6,8.

2. Jesus foi ao encontro da mulher. Ele partiu do geral ao particular - V. 4 –Samaria; V. 5 – Sicar; V. 6 – fonte de Jac�.

3. Jesus foi paciente – Jo 4.6

4. Entrou logo no assunto da salva��o – v.7

5. Ficou sozinho com a mulher – v. 8

6. Deixou de lado os preconceitos

7. Permaneceu firme no assunto em pauta – v. 9 – 13

8. Levou a mulher a reconhecer o seu estado de pecado – v. 16

9. N�o condenou a mulher - v. 18

10.N�o discutiu – v. 20 – 24

O projeto de Deus para alcan�ar o mundo com a mensagem do evangelho ainda continua sendo o mesmo: o homem. Muito acima dos m�todos, Deus ainda depende da qualidade de vida do homem para cumprir o seu alvo.

Algumas condi��es se tornam imprescind�veis. Dentre elas vamos ressaltar:

1.0 – Ser convertido – Lc 22: 32

1.2 – Ter um bom testemunho – 1 Tm 3: 7

1.3 – Viver aquilo que prega – Rm 2: 21,22

1.4 – Ser um entusiasta – 1 Co 9:21

1.5 – Ser cheio do Esp�rito Santo – Jo 16: 13; Lc 12:12; Rm 8:26

O pastor Oswald Smith, ao comemorar o seu trig�simo anivers�rio, no dia 8 de novembro de 1927, fez a seguinte ora��o: “Senhor, faz de mim um homem segundo o teu cora��o”. O pastor Smith tornou-se um dos homens mais usados por Deus durante anos. Ele escreveu um livro chamado: “O homem que Deus usa”. Deste livro destacamos algumas das condi��es que devem estar presente na vida de um evangelista.

1.0 - O homem que Deus usa tem s� um prop�sito na vida - 1 Tm 4:15

1.2 – O homem que Deus usa � um livre de impedimentos - Is 59: 1- 2

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1.3 – O homem que Deus usa � um homem que se coloca absolutamente � disposi��o de Deus - Sl 101:6

1.4 – O homem que Deus usa � um homem que sabe prevalecer em ora��o - Gn 32: 26

1.5 – O Homem que Deus usa � um homem estudioso das Escrituras - 1 Tm 2: 15

1.6 – O homem que Deus usa � um homem que tem uma mensagem viva e eficaz para o mundo perdido - Rm 1:16

1.7 – O homem que Deus usa � um homem de f�, que espera resultados - Mc 11: 24

1.8 – O homem que Deus usa � um homem que trabalha com a un��o do Esp�rito Santo – 1 Jo 2: 27

Que as palavras do ap�stolo Paulo a Tim�teo sirvam como incentivo para todos n�s. 2 Tm 4: 5 - “...faze o trabalho de evangelista...”

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DISCIPULADO

Conservando os resultados

N�o podemos nos esquecer de que o evangelho tem dois lados distintos: o primeiro � o de ganhar vidas para o reino de Deus, e o segundo � ensin�-las a viver uma nova vida com Cristo. O mesmo Senhor que disse: “Ide e pregai...” tamb�m disse: “...e ensinai...”.

Fazer apelos de salva��o ap�s um culto e deixar que as pessoas voltem para suas casas sem um atendimento especial, � como pescar e deixar os peixes na areia. Um pastor afirmou que a obra de salva��o � uma obra de responsabilidade exclusiva de Jesus, mas o trabalho de fazer disc�pulos � responsabilidade da igreja.

O Pr. Juan Carlos Ortiz afirmou que muitas igrejas funcionam como um vale de ossos secos. Cada dia vem um e joga um osso no monte. O pastor � o vigia dos ossos. Mas um monte de ossos n�o tem vida. � preciso algo mais para vivificar aqueles que est�o sendo agrupados � fam�lia de Deus.

O trabalho de integra��o dos novos convertidos deve absorver a aten��o de toda a igreja, tanto quanto o desejo dela em ver pessoas sendo salvas. Esta integra��o n�o acontece simplesmente atrav�s dos ensinos sobre os princ�pios elementares da f�. Ela � o resultado de um compromisso de vida. E este compromisso se verbaliza atrav�s da pr�tica dos mandamentos chamados “mandamentos de ajuda m�tua”.

Rm 12: 10 – Amai-vos uns aos outros

Rm 12: 16 – Tende o mesmo sentimento uns para com os outros

Rm 13:8 – Amai-vos uns aos outros

Rm 14:13 – N�o nos julguemos mais uns aos outros

Rm 14:19 – Sigamos as coisas da paz e tamb�m as da edifica��o de uns para com os outros

Rm 15:5 – Tenham o mesmo sentimento uns para com os outros

Rm 15:7 – Acolhei-vos uns aos outros

Rm 15:14 – Admoestai-vos uns aos outros

1 Co 12:25 – Cooperem os membros em favor uns dos outros

Gl 5:13 – Sede servos uns dos outros

Gl 6:2 - Levai as cargas uns dos outros

Ef 4: 1-2 – Suportando-vos uns aos outros em amor

Ef 4:32 - Antes sede uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos outros

Ef 5:18-21 – sujeitando-vos uns aos outros no temor de Cristo

Cl 3:9 – N�o mintais uns aos outros

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Cl 3:13 - Suportai-vos uns aos outros, perdoia-vos mutuamente

Cl 3:16 – Instru�-vos e aconselhai-vos mutuamente

1 Ts 3:12 – e o Senhor vos fa�a crescer, e aumentar no amor uns para com os outros e para com todos

1 Ts 4:18 – Consolai-vos, pois, uns aos outros

Hb 10: 24 – Consideremo-nos tamb�m uns aos outros

Tg 5:9 Irm�os, n�o vos queixeis uns dos outros para n�o serdes julgados

Tg 5:16 – Confessai, pois, os vossos pecados uns aos outros, e orai uns pelos outros para serdes curados

1 Pd 1:22 – Amai-vos de cora��o uns aos outros ardentemente

1 Pd 4:9 – Sede mutuamente hospitaleiros sem murmura��o

1 Pd 5:5 – No trato de uns para com os outros, cingi-vos todos de humildade

1 Pd 5:14 Sauda-vos uns aos outros com �sculo santo

1 Jo 3:11 Porque a mensagem que ouvistes desde o princ�pio � esta, que nos amemos uns aos outros

1 Jo 3:23 – Ora, o seu mandamento � este, que creiamos em o nome de seu Filho Jesus Cristo, e nos amemos uns aos outros

1 Jo 4:7 – Amados, amemo-nos uns aos outros

1 Jo 4:11 – Amados, se Deus de tal maneira nos amou, devemos n�s tamb�m amar uns aos outros

1 Jo 4: 12 – Se amarmos uns aos outros, Deus permanece em n�s, e o seu amor � em n�s aperfei�oado

2 Jo 5 – Que nos amemos uns aos outros

Colocando em pr�tica estes princ�pios, alcan�aremos resultados surpreendentes na pr�tica do evangelismo. Al�m destes princ�pios, devemos incentivar os novos convertidos a seguirem os passos estabelecidos pela Palavra de Deus, como por exemplo:

1.0 - Batismo nas �guas por imers�o

O batismo � um ato representativa da morte e ressurrei��o do homem. Atrav�s desse ato de obedi�ncia � Palavra de Deus, a pessoa deixa a sua velha vida, sepultando-a nas �guas batismais, e recome�a uma nova etapa, agora, com Cristo. At 2: 38.

� importante ressaltar que o batismo n�o � um meio de filia��o da pessoa � igreja. Ele pode ser representado como um sepultura para aquele que j� morreu para as coisas do mundo. Rm 6: 3-5.

Todo crist�o convertido precisa passar por esta experi�ncia. Muitos ao desprezar esta pr�tica acabam se desviando para outros caminhos.

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2.0 – Batismo no Esp�rito Santo

No batismo com o Esp�rito Santo recebemos poder para testemunhar. � o Esp�rito Santo que nos mant�m firmes no caminho, impedindo que o cora��o desanime diante das crises e dificuldades que normalmente surgem em nossa comunh�o com Deus. Rm 8: 26.

3.0 – Comunh�o constante com Deus atrav�s da ora��o

Ningu�m consegue se manter vivo sem um contato di�rio com Deus atrav�s da ora��o, da medita��o, do estudo da Palavra. Rm 12: 1-2.

4.0 – Mordomia crist�

Al�m de dedicar a Deus tempo e talentos, devemos tamb�m assumir o compromisso de colocar os nossos bens sob os cuidados do Senhor. Uma das maneiras de se conservar a salva��o � n�o permitir que os bens materiais dominem o nosso esp�rito.

Ser fiel a Deus nos d�zimos e nas ofertas � um meio de se proteger contra os gafanhotos que pululam ao nosso redor. 1 Cr 29:16; Ml 3: 8

5.0 – Participa��o efetiva nos trabalhos da igreja

A grande maioria deixa a igreja em raz�o da rotina estressante de apenas assistir cultos. � preciso se envolver diretamente com os trabalhos que a sua igreja desenvolve. Procure descobrir quais s�o os seus dons e talentos e canalize-os para a edifica��o do corpo de Cristo. 1 Co 15:58; Hb 10:25

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POR QUE AS PESSOAS SE DESVIAM DA F�?

H� uma m�xima na igreja que traduz uma grande verdade: “ganhar uma pessoa para Cristo � um trabalho �rduo e dif�cil; perd�-la � f�cil e simples”. Quando um novo convertido entra na igreja, ele espera um tratamento bem superior �quele que lhe foi dispensado enquanto estava fora da fam�lia de Deus.

Um crente que se afastou da igreja fez a seguinte declara��o: “A raz�o porque deixei de ser ativo � que cuidaram mais de mim antes de tornar-me crente do que depois”.

O evangelismo n�o termina com a colheita de vidas para o reino de Deus. Esta � a primeira etapa de um longo processo.

Ap�s a decis�o da pessoa, a responsabilidade do seu crescimento passa a ser tanto dela quanto da igreja que ela abra�ou. Infelizmente, a igreja tem fracassado neste trabalho de manter a unidade do corpo como determinou o ap�stolo Paulo � igreja de �feso. Escreveu ele: “...esfor�ando-vos diligentemente por preservar a unidade do Esp�rito no v�nculo da paz”.

Ao escrever sobre a unidade org�nica da igreja, ele afirmou: “...para que n�o haja divis�o no corpo; pelo contr�rio, cooperem os membros, com igual cuidado, em favor uns dos outros” 1 Co 12: 25.

O n�mero de desviados � muito grande segundo algumas estat�sticas para crente em comunh�o nas igrejas hoje existem tr�s pessoas afastadas. As causas que provocam o afastamento de uma pessoa da igreja, tamb�m s�o variadas.

1. A��o direta das for�as espirituais do mal – 1 Pd 5: 8

2. Inclina��o para as coisas da carne – Rm 8: 6

3. Falta de envolvimento no trabalho – Ap 2: 4

4. Aus�ncia de crescimento espiritual – Hb 5: 11- 14; 2 Pd 3: 18

5. Esc�ndalos e mau testemunho dentro da igreja – 1 Co 5: 1 – 5

6. Discrimina��o social – 1 Co 3: 1 – 3

7. Falta de maturidade para enfrentar as tempestades da vida – 2 Co 4: 7 – 12

A igreja n�o pode se descuidar nem com os novos convertidos, nem com aqueles que j� caminham h� algum tempo com Cristo.

Todos s�o alvos dos ataques do mundo e do diabo. Por esta raz�o Jesus deixou uma advert�ncia para a sua igreja: “Vigiai e orai, para que n�o entreis em tenta��o” Mt 26: 41.

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UMA IGREJA QUE EVANGELIZA

O compromisso de todos n�s

Ah! Meu cora��o! Meu cora��o! Eu me contor�o em dores. Oh! As paredes do meu cora��o. Meu cora��o se agita! N�o posso calar-me, porque ouves, � minha alma, o som da trombeta, o alarido de guerra” Jr 4:19

N�s estamos no meio de uma grande batalha espiritual. Este texto nos revela pelo ao menos duas realidades:

1. Deus continua convocando o seu povo � batalha - som da trombeta

2. A realidade que se desenha diante de nossos olhos - alarido de guerra

A igreja n�o pode se omitir, n�o pode se esconder num momento t�o importante como este. O compromisso de divulgar a mensagem � de todos n�s. Este compromisso est� registrado em quase todas as p�ginas das Escrituras. No entanto, h� um texto que traduz com muita precis�o esta responsabilidade do povo de Deus.

“Livra os que est�o sendo levados para a morte e salva os que cambaleiam indo para serem mortos. Se disseres: N�o o soubemos, n�o o perceber� aquele que pesa os cora��es? N�o o saber� aquele que atenta para a tua alma? E n�o pagar� ele ao homem segundo as suas obras?” Pv 24: 11 – 12.

1. O compromisso - “Livra os que est�o sendo levados para a morte...”

2. O desinteresse - “...N�o o soubemos...”

3. A cobran�a - “...N�o o saber� aquele que atenta para a tua alma?”

H� milh�es de pessoas que ainda n�o ouviram o evangelho. Pelo mundo n�s devemos continuar orando. Mas, h� um mundo menor, do tamanho da nossa capacidade. Para com este mundo n�s temos um compromisso. Ele pode ser a sua casa, o seu bairro, a sua cidade.

N�s sabemos que as grandes decis�es da vida come�am no cora��o. Que cada um possa abrigar com amor e carinho este compromisso de repartir a gra�a de Deus com aqueles que ainda vivem separados do reino. “Por�m, em nada considero a vida preciosa para mim mesmo, contanto que complete a minha carreira e o minist�rio que recebi do Senhor Jesus para testemunhar o evangelho da gra�a de Deus” At 20:24.

A igreja recebeu uma ordem espec�fica do Senhor Jesus. Esta ordem foi dada antes de sua ascens�o. “Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura” Mc 16: 15.

N�o � dif�cil saber se uma igreja est� ou n�o comprometida com o minist�rio de evangeliza��o. Uma igreja evangel�stica apresenta caracter�sticas distintas que s�o facilmente percebidas por todos que dela se aproximam.

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1. Uma igreja evangel�stica � uma igreja que valoriza a ora��o – At 2:42

2. Uma igreja evangel�stica � uma igreja comprometida com as crian�as e os jovens – Mc 10:14

3. Uma igreja evangel�stica � uma igreja amiga – Jo 15:13-15

4. Uma igreja evangel�stica � uma igreja que espera resultados – Jo 11: 40

5. Uma igreja evangel�stica � uma igreja vision�ria – At 26: 19

6. Uma igreja evangel�stica � uma igreja corpo – 1 Co 12: 26

7. Uma igreja evangel�stica � uma igreja que n�o descansa – Jo 5:17

8. Uma igreja evangel�stica � uma igreja saturada de alegria – Jo 16: 22

9. Uma igreja evangel�stica � uma igreja participativa – 2 Co 9: 6 -15

10.Uma igreja evangel�stica � uma igreja hospitaleira – 1 Pd 4: 7-10

A nossa ora��o � para que o Senhor nos permita caminhar por esta trilha, fazendo da nossa igreja, uma igreja habilitada e preparada para conquistar vidas para o reino de Deus.

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REALIDADE DA EVANGELIZA��O NO BRASILPesquisa e Organiza��o de dados: Pr. Robespierre [email protected]

A SITUA��O HOJE – Outono de 2011A popula��o brasileira atual � de 190.732.694 habitantes (dados do IBGE – Censo 2010). Segundo as estimativas, no ano de 2025, a popula��o brasileira dever� atingir 228 milh�es de habitantes. A popula��o brasileira est� distribu�da pelas regi�es da seguinte forma: Sudeste (80,3 milh�es), Nordeste (53,07 milh�es), Sul (27,3 milh�es), Norte (15,8 milh�es).

Estados mais populosos: S�o Paulo (41,2 milh�es), Minas Gerais (19,5 milh�es), Rio de Janeiro (15,9 milh�es), Bahia (14 milh�es) e Rio Grande do Sul (10,6 milh�es).

Estados menos populosos: Roraima (451,2 mil), Amap� (668,6 mil) e Acre (732,7 mil).

Cidade mais populosa: S�o Paulo-SP (11,2 milh�es).

Capital menos populosa do Brasil: Palmas-TO (228,2 mil).

Propor��o dos sexos: 48,92% de homens e 51,08% de mulheres.

COMO A POPULA��O EST� DISTRIBUIDA

Zona Urbana: 160,8 milh�es ( 85% do total ) Zona Rural vivem 29,8 milh�es ( 15% do total )

POPULA��O EVANG�LICA: Com crescimento anual em torno de 7,43%, os dados projetados para 2011 indicam 57,4 milh�es de evang�licos no pa�s. Cerca de 29% da popula��o brasileira. Os evang�licos foram a religi�o de maior crescimento na d�cada de 90. Entretanto h� grande desigualdade entre os munic�pios: alguns com 80% de evang�licos enquanto em outros n�o existe presen�a evang�lica.

Rond�nia � o estado brasileiro com maior presen�a evang�lica 27,2% da popula��o.

Piau� com 6,2% tem o menor percentual de evang�licos entre os estados brasileiros e continua sendo um campo mission�rio clamando por evangelistas.

S�o Pedro dos Crentes no estado do Maranh�o � a cidade com o maior n�mero de crist�os: 85% da popula��o.

Segundo proje��es da SEPAL o n�mero de evang�licos no Brasil poder� chegar em2020 a aproximadamente 109,3 milh�es de professantes para uma popula��o total de209,3 milh�es representando 52,2% da popula��o.

SITUA��O NA BAHIA

3 cidades com at� 1% ( F�tima, Cel. Jo�o S� e Paripiranga )

87 Cidades com at� 5% de crist�os

Centenas de povoados sem a presen�a de nenhuma igreja evang�lica

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IGREJAS NO BRASIL

Existem no Brasil de hoje cerca de 150 mil igrejas evang�licas de todos os tipos. Entretanto, pesquisas de campo mostram que apenas um ter�o dos evang�licos, aproximadamente, est�o nas igrejas num domingo t�pico.

Munic�pios sem nenhuma presen�a evang�lica – 11 no total

Boa Vista do Sul, Nova Alvorada, Nova Roma do Sul, Prot�sio Alves, Relvado, Santo Ant�nio do Palma, S�o Jorge, Uni�o da Serra, Vespasiano Correa no Rio Grande do Sul; Queluzito em Minas Gerais e Carrapateira na Para�ba.

71 munic�pios com at� 1% de evang�licos

1132 munic�pios com menos de 5% de evang�licos. Boa parte encontra-se no sert�o nordestino, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.

Mais de 30.000 vilarejos ribeirinhos do Amazonas, distritos rurais, tribos urbanas e bairros pouco alcan�ados de nossas cidades brasileiras.

REGI�ES

As regi�es Norte e Centro-Oeste t�m a maior presen�a evang�lica

As regi�es Nordeste e Sul, por outro lado, t�m a menor

O Sudeste tem os grandes desafios que v�m com a urbaniza��o e grandes concentra��es de popula��o

TRIBOS IND�GENAS

257 tribos ind�genas perfazendo uma popula��o aproximada de 364.000 pessoas.

Apenas 4 etnias (Katuena, Mawayana, Wai-Wai e Xereu) possuem a B�blia completa

34 disp�em do Novo Testamento e outras 59 contam com por��es b�blicas.

Mais de 120 tribos necessitam urgentemente da tradu��o das Escrituras. Apesar das 25 Ag�ncias Mission�rias que bravamente atuam entre os �ndios em nosso pa�s.

103 tribos/grupos ind�genas ( cerca de 40% do total ) permanecem sem presen�a mission�ria.

� certo que o desafio vai muito al�m das estat�sticas e das palavras, pois � prefigurada por faces, vidas e hist�rias. Em meio a todo este quadro h� necessidade gritante de homens e mulheres que se disponham a encarar a prega��o do evangelho n�o como um programa circunstancial, mas como um estilo di�rio de vida.

DESAFIOS ATUAIS1. Identificar os lugares que ainda n�o foram alcan�ados;

2. Motivar as igrejas a plantar novas igrejas em lugares estrat�gicos;

3. Orar para que milhares de evangelistas sejam levantados pelo SENHOR;

4. Treinar pastores para as igrejas j� existentes e para as que v�o surgir;

5. Desenvolver o discipulado no modelo de Mt 28.19 e At 20.20.

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Bibliografia

Leitura RecomendadaExperi�ncias de Um Evangelista, Ubiracy Xavier – CPAD

Bibliografia para a Disciplina Evangelismo e Discipulado

B�blia Sagrada Almeida Revista e Corrigida – IBB/JuerpB�blia de Estudo Pentecostal – CPADA Miss�o da Igreja, Gary Luther Roeyr – CPADAtos I, Delcyr de Souza Lima – Juerp Capacitando, Revista Missiol�gica – APM/Brasil Casas que Transformam o Mundo, Wolfgang Simsom – EEE Como Conquistar uma Cidade, Israel Alves Ferreira - LitoarteCriando Comunidades do Reino, David W. Shenk e Ervin R. Stutzman – ECU Despertamento Apost�lico no Brasil, Ivar Vingren – CPAD Dicion�rio Did�tico Brasileiro – Editora Did�tica PaulistaDicion�rio da B�blia, Jonh Davis – Juerp Doutrinas B�blicas, W. W. Menzies e Stanley M. Horton – CPAD Estrat�gias para o Crescimento da Igreja, C. Peter Wagner – Editora Sepal Estudos B�blicos: A Base B�blica do Evangelismo, Tito Oscar – Portal Nova VidaEvangelismo Pessoal, Antonio Gilberto – CPAD Evangelismo Pessoal, Jean-Baptiste Sawadogo – ICI Evangelismo Total, Damy Ferreira – JuerpEvangeliza��o Din�mica, Luisa J. Walker – VidaFidelidade na Evangeliza��o, Gilson Santos – Ex CordeManual da D�cada da Colheita, Eurico Bergst�n – CPAD Manual de Evangelismo, Valdir B�cego – CPADMinist�rio de Discipulado, A/Diversos - JuerpMultiplicando Disc�pulos, Waylon B. Moore - JuerpO Desenvolvimento Natural da Igreja, Christian A. Schwarz – EEEO Plano Mestre de Evangelismo, Robert E. Coleman – Mundo Crist�o Plano de Aula de Teologia e Pr�tica da Evangeliza��o - Tim�teo CarrikerPlantar Igrejas, David J. Hesselgrave – Vida NovaPlantar Igrejas para a Grande Colheita, C. Peter Wagner – Abba Press Proclamando Cristo, Miqu�ias Paz Barreto – Juerp Sal e Luz, Delcyr de Souza Lima – Juerp Wikip�dia – A Enciclop�dia Livre

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ANOTA��ES