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CENTRO DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL Autorização nº 47 da DN PSP MANUAL DE FORMAÇÃO UFCD: VIG02 Técnicas e prática de vigilância humana e eletrónica e intervenção de alarmes Edição: Abril 2020

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CENTRO DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL

Autorização nº 47 da DN PSP

MANUAL DE FORMAÇÃO

UFCD: VIG02

Técnicas e prática de vigilância humana e eletrónica e

intervenção de alarmes

Edição: Abril 2020

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Nota de Direitos de Autor

• O presente manual encontra-se protegido por direitos de autor pela PSG – Serviços Integrados, Lda.

• Destina-se a uso exclusivo dos formandos da PSG – Serviços Integrados, Lda, não sendo permitido a sua reprodução e/ou difusão sem autorização expressa do autor.

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Índice:

1. OBJETIVOS GERIAS ................................................................................................................ 4

2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS ....................................................................................................... 4

3. TÉCNICAS E PRÁTICA DE VIGILÂNCIA HUMANA .................................................................. 4

a) Conceito ......................................................................................................................... 4

b) Meios de observação e vigilância ................................................................................. 5

c) Tarefas fundamentais dos vigilantes em ações de observação .................................. 6

d) Técnicas de observação – Como observar: .................................................................. 6

e) Cuidados a ter durante a observação ........................................................................... 9

f) A camuflagem ................................................................................................................ 9

g) Importância da camuflagem ....................................................................................... 10

h) Fatores de Identificação de um objetivo .................................................................... 10

i) Cuidados a ter durante a observação noturna .......................................................... 11

j) Procedimentos a ter em situação de observação noturna ........................................ 12

k) Aspetos a observar e a registar pelo vigilante numa observação – Pessoas suspeitas

13

l) Aspetos a observar e a registar pelo vigilante numa observação – Viaturas ........... 15

m) Aspetos a observar e a registar pelo vigilante numa observação – Armas .............. 15

4. TÉCNICAS E NORMAS DE RONDAS ..................................................................................... 29

a) Objetivos das rondas ou patrulhas ............................................................................. 29

b) Meios necessários à execução das rondas ................................................................. 29

c) Locais de passagem das rondas .................................................................................. 30

d) Obrigações dos vigilantes durante as rondas ............................................................ 30

e) Tipos de rondas ........................................................................................................... 31

5. TÉCNICAS E PRÁTICA DE VIGILÂNCIA ELETRÓNICA ........................................................... 32

6. INTERVENÇÃO EM ALARMES ............................................................................................. 38

BILIOGRAFIA: .............................................................................................................................. 44

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1. OBJETIVOS GERIAS

Promover a aquisição de competências em vigilância humana e eletrónica e operação

de centrais de receção e monitorização de alarmes e videovigilância.

2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Identificar os aspetos importantes a observar e a registar quanto aos suspeitos e

aos meios de transporte utilizados.

• Identificar os aspetos importantes a observar e a registar quanto às armas de

fogo e às armas brancas utilizadas;

• Estabelecer a importância da camuflagem para a observação;

• Conhecer as regras básicas de como proceder durante uma observação diurna e

noturna;

• Conhecer as regras a respeitar numa observação com binóculos;

• Conhecer os cuidados a ter e as técnicas a utilizar ao efetuar uma ronda;

• Conhecer as normas jurídicas a aplicar na observação eletrónica;

• Estabelecer os procedimentos a ter e as normas legais a respeitar quando de

uma intervenção em alarmes.

3. TÉCNICAS E PRÁTICA DE VIGILÂNCIA HUMANA

a) Conceito

A observação não é mais do que “ver” com atenção e concentração o que realmente se

pretende observar.

A observação consiste em observar o comportamento, as características e as interações

de determinada pessoa ou grupo de pessoas à medida que vão acontecendo, no

decorrer de uma situação anómala, podendo estes comportamentos, características e

interações serem presenciados pelo vigilante.

Assim, a observação consiste na ação de considerar, descrever e registar os dados que

podem indiciar comportamentos e características de um indivíduo ou de um grupo de

indivíduos, sem alterar a sua espontaneidade, ou seja, consiste em anotar todas as

manifestações que revelem um determinado tipo de comportamento previamente

escolhido e que se pode traduzir em ações suspeitas.

Num sentido mais lato, é a observação de um ato corrente da vida de qualquer

indivíduo. O simples facto de comer uma refeição, implica que se observe o que se tem

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no prato e se decida como vai utilizar o talher para cumprir o objetivo de levar os

alimentos à boca, sem se ferir com eles.

Nas ações de vigilância ou de rondas ao local de trabalho, a observação assume uma

importância fundamental, porque o vigilante necessita de identificar o mais cedo

possível, a localização do adversário, por onde se desloca, o que faz, como faz, de forma

a poder decidir qual a melhor forma de atuação e adotar as técnicas e as formas mais

adequadas de lhe poder fazer face, ou seja, de poder enfrentar a ameaça que ele

representa sem colocar em risco a sua vida ou a vida de outos vigilantes.

A observação faz-se em todo o tipo de ações e deve ser ininterrupta, contínua, de dia e

de noite. É uma tarefa que deve estar sempre presente no dia a dia do vigilante.

Assim, a observação tem por finalidade a pesquisa de notícias e de informações sobre a

posição ou as atividades do adversário e a determinação dos seus objetivos e das suas

intensões.

Existem dois tipos de observação:

• Dirigida;

• Não dirigida ou indiscriminada.

b) Meios de observação e vigilância

A vigilância de um local suspeito, de um individuo ou de um grupo de indivíduos

suspeitos pode ser efetuado à vista desarmada por um vigilante ou com recurso a

binóculos prismáticos durante o dia e a aparelhos de visão noturna durante a noite.

Os binóculos prismáticos e os aparelhos de visão noturna destinam-se:

• À exploração do terreno;

• Ao reconhecimento de objetivos;

• Ao reconhecimento das características de indivíduos.

No uso de binóculos, com o alvo localizado ou não, o vigilante deve:

• Se já tiver um alvo suspeito localizado, deve fixá-lo à vista desarmada e só

depois usar os binóculos.

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• Se não tiver um alvo referenciado, deve varrer o horizonte a observar, seguindo

a seguinte metodologia:

• Da posição mais próximo para a posição mais afastada. Deve observar, em

primeiro lugar, as posições mais próximas, porque têm a ver com a sua

própria segurança. As posições mais afastadas oferecem-lhe menos perigo;

• Começa do lado direito para o lado esquerdo e ao chegar ao fim, continua

do lado esquerdo para o lado direito até chegar ao fim do espaço a

observar.

• Deve seguir sempre a mesma metodologia, porque assim corre menos

riscos de deixar alguma área por explorar.

c) Tarefas fundamentais dos vigilantes em ações de observação

As tarefas fundamentais dos vigilantes são:

• Descobrir e identificar o adversário que, de alguma maneira, possa representar

um risco para a sua posição, para a sua segurança e para a segurança das

instalações que estão à sua guarda;

• Estudar o terreno ou as posições ocupadas pelos seus adversários;

• Observar as ações dos seus adversários;

• Utilizar técnicas de camuflagem para não ser descoberto com facilidade pelos

seus adversários;

• Conhecer os pontos de referência e a denominação convencional dos acidentes

de terreno;

• Saber descrever o suspeito, a sua posição e as tarefas que está a executar;

• Saber quando e como deve transmitir as informações observadas aos seus

superiores hierárquicos.

d) Técnicas de observação – Como observar:

Ao observar um setor ou zona, deve começar-se por estudar detalhadamente o terreno,

identificando com precisão os pontos de referência que existem e as características

locais que mais se evidenciam, fixando o seu aspeto geral (cor, forma, etc.) e a situação

que ocupam em relação ao ponto de observação. Deve ver-se toda a zona a observar na

posição escolhida.

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Esta primeira observação é rápida. Deve olhar-se diretamente para o centro da área a

observar, em frente do ponto de observação. De seguida deve observa-se até ao limite

de visão, tentando descobrir movimentos ou quaisquer indícios que revelem presenças

indesejadas. Se a área for muito larga subdivide-se em diversos setores.

Na fase seguinte e para uma melhor observação, divide-se o setor em três zonas, no

sentido da profundidade:

• Zona imediata – Compreende a parte do terreno cujos pormenores podem ser

observados a olho nu, numa profundidade até 400 ou 500 metros;

• Zona próxima – Abrange o terreno em que os pormenores já não podem ser

facilmente observados à vista desarmada. Estende-se dos 500 aos 1000 metros;

• Zona afastada – Compreende todo o terreno desde o limite da zona próxima

até onde for possível observar.

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Começa-se por observar da zona imediata para a zona afastada, com prioridade de

atenção para o terreno junto do ponto de observação, percorrendo-se com a vista, da

direita para a esquerda, uma faixa de terreno numa profundidade máxima de 50 metros.

Em seguida, da mesma forma, mas agora da esquerda para a direita, observa-se uma

nova faixa de terreno mais além (até aos 100 metros), sobrepondo-se à primeira.

Assim, por faixas de terreno sucessivas, observa-se toda a zona próxima. As outras zonas

observam-se do mesmo modo, aumentando-se a profundidade das faixas. Assim, todo

o terreno deve ser observado por faixas sobrepostas e sucessivas.

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A observação pode ser feita a olho nu ou com a ajuda de instrumentos óticos que

permitam ver objetos invisíveis ou pouco visíveis à vista desarmada. No entanto, temos

que ter presente que o campo visual dos instrumentos óticos é sempre relativamente

limitado.

A localização inicial dos objetivos a curta distância deve ser feita à vista desarmada.

Posteriormente pode ser completada com o auxílio dos instrumentos óticos.

Depois de ter descoberto um objetivo ou de ter referenciado os seus indícios (pó, fumo,

um reflexo, movimentos, etc.), utiliza-se então os meios de observação disponíveis para

o identificar e estudar os seus pormenores.

Em resumo, a metodologia a seguir na observação é sempre do tipo “varrimento”,

começando do local mais próximo para o mais afastado, da direita para a esquerda e

dos aspectos gerais para os específicos.

Para se ter a certeza que se observa todo o espaço, a observação deve ser feita

sistematicamente por faixas, começando pelo espaço junto ao observador.

e) Cuidados a ter durante a observação

Durante a observação devem ter-se os seguintes cuidados:

• Concentrar a atenção sobre as regiões onde se considere mais provável a

presença ou o acesso de intrusos, sem descurar o terreno intermédio;

• Passar regularmente em revista todo o setor sem deixar de observar, com

intervalos muito pequenos, os pontos mais suspeitos;

• Evitar deixar projetar a sua silhueta no horizonte. Isso vai provocar a projeção

da imagem mais escura sobre um fundo mais claro e a denúncia da posição;

• Ter cuidado com os reflexos. Estes denunciam a presença humana;

• Imobilizar o olhar durante alguns segundos sobre os pontos a vigiar, sobre os

pontos críticos ou suspeitos, mas evitar deixar-se absorver totalmente por um

ponto suspeito.

f) A camuflagem

O conceito de camuflagem está relacionado com a capacidade de inúmeras espécies do

reino animal se camuflarem no meio envolvente, para se protegerem de predadores ou

para facilitar ataques de surpresa sobre as suas presas. A camuflagem mais eficiente é

aquela em que o animal se mistura com o ambiente através da forma, da textura e da

cor. Há, ainda, animais que são capazes de mudar a cor da sua pele de modo a esta

combinar com o seu habitat aquando da mudança de estações.

No universo militar, o conceito de camuflagem está relacionado com a capacidade de os

homens ou as máquinas poderem ser dissimuladas, escondidas no meio envolvente,

para não serem detetados pelo inimigo, servindo esta técnica tanto para defesa como

para ataques.

O conceito de camuflagem está, desta forma, relacionado com a “dissimulação de um

objeto para evitar ou atrasar o reconhecimento da sua verdadeira natureza”.

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Podemos então definir camuflagem como o conjunto de regras, processos e meios

usados para impedir, contrariar ou enganar a observação do adversário. Ou seja, é o

conjunto de técnicas e métodos que permitem que uma pessoa ou um objeto

permaneça indistinto no ambiente em que está integrado. Que não sobressaia ou se

destaque na paisagem ou no meio ambiente.

g) Importância da camuflagem

Ao contrário dos animais cuja camuflagem já vem definida no seu ADN, enquanto forma,

cor e textura, o que os humanos fazem para se camuflar a si mesmos e aos seus objetos

consiste em envergar uma segunda pele artificial que apenas manipula a cor e a textura,

adicionando por vezes elementos vegetais para sugerir uma ligeira alteração de forma.

Desta forma, sendo a observação um dos processos que em campanha se utiliza para

conhecer a situação e as intenções do adversário, utiliza-se a camuflagem para esconder

as nossas posições e os nossos projetos, evitando, contrariando ou iludindo assim a

observação do nosso adversário. Esta forma de atuar permite uma ação de surpresa

sobre ele, não lhe permitindo obter dados concretos para que atue sobre nós. A

importância das técnicas de camuflagem que empregamos aumenta com o grau de

desenvolvimento dos meios de observação que, graças aos progressos científicos e

tecnológicos na área da fotografia e dos equipamentos de observação é, nos dias de

hoje, bastante elevado.

h) Fatores de Identificação de um objetivo

A finalidade da observação é permitir obter informações sobre o nosso adversário. Para

isso há um conjunto de fatores ou indícios que nos ajudam na identificação de um objeto

ou de uma pessoa. São os chamados fatores de identificação e que permitem denunciar

o nosso adversário. Esses indícios são: a forma, a sombra, a textura, a cor, a tonalidade,

o movimento, o ruído e o brilho. Todos estes fatores contribuem para denunciar um

objeto, uma pessoa ou um grupo de pessoas.

• A forma – É a aparência exterior de um objeto ou pessoa. Em geral, os objetos

artificias têm uma forma definida, com contornos específicos. Os objetos

naturais, pelo contrário, apresentam contorno e forma irregulares. Por essa

razão, a camuflagem, procura disfarçar os contornos regulares dos objetos.

• A sombra – Todos os objetos projetam sombra. Nalguns casos, a sombra é mais

reveladora do que o próprio objeto. Desta forma, é mais importante disfarçar

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a sombra do objeto, pela adição de materiais, do que esconder o próprio

objeto. Por outro lado, a sombra, muitas vezes, auxilia a camuflagem, quando

conseguimos colocar um objeto mais pequeno completamente dentro de outro

maior.

Na sombra projetada, por vezes, não é necessário ver o objeto ou a pessoa. A

sua sombra projetada é suficiente para revelar a sua presença.

• A textura – É o grau de rugosidade de um objeto ou do terreno. Superfícies

muito rugosas tendem a aparecer escuras e permanecem com tonalidade

constante, seja qual for a direção da luz que incide sobre ela. Superfícies

relativamente lisas, pelo contrário, mudam de tonalidade escura para uma

tonalidade clara de acordo com a direção da luz que incide sobre ela.

• A cor – A cor auxilia a identificação de um objeto ou de uma pessoa em função

do contraste entre a sua cor e a do meio físico em que está inserido. Quanto

maior for o contraste, maior será a visibilidade do objeto. Objetos escuros

sobre fundos claros ou vice-versa são perfeitamente visíveis, tornando-os mais

facilmente identificáveis. Assim, é evidente que, o material a ser empregue na

camuflagem deverá ter uma cor que se aproxime das cores do meio físico que

rodeia o objeto.

• A tonalidade – É o efeito derivado da mistura da luz, com a sombra e a cor. Os

objetos tornam-se mais facilmente identificáveis devido ao contraste e à

tonalidade que têm em relação ao meio físico que os rodeia. A cor e a

tonalidade estão intimamente ligadas.

• O movimento – É o fator que mais facilmente pode contribuir para denunciar

a presença de uma pessoa ou de um objeto. Qualquer movimento numa

paisagem imóvel atrai a atenção de um observador. O olho humano tem a

capacidade de perceber rapidamente qualquer movimento numa paisagem

imóvel. Este movimento pode ser o sinal indicador de que há outros objetos no

local.

Desta forma, o vigilante, quando num posto de observação, deve evitar

movimentos desnecessários quando está camuflado.

• O brilho – É um sinal particularmente revelador de presença humana para um

observador. Sempre que a luz atinge uma superfície lisa, como um para-brisa,

um refletor, as lentes de uns binóculos ou uma face humana, ela poderá

refletir-se e ser vista por um observador, que de outra forma não seria capaz

de detetar a nossa presença. Assim, todos os objetos que possam refletir a luz

devem ser escurecidos ou escondidos.

• O ruído – Os ruídos, especialmente de noite, podem contribuir para denunciar

a nossa presença. Qualquer ruído dos equipamentos ou até dos nossos passos

deve ser cuidadosamente disfarçado.

i) Cuidados a ter durante a observação noturna

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Durante a noite, o vigilante, na execução de ações de vigilância ou de rondas ao seu local

de trabalho, deve ter em atenção que as regras de movimentação, permanência e de

observação se alteram.

De noite a nossa capacidade de visão diminui e o sentido mais importante é a audição.

Assim, o vigilante deve:

• Considerar a escuta dos ruídos, à noite, como um complemento muito

importante da observação. Ou seja, saber que ouvir é mais importante do que

ver. Assim, por meio do ruído podemos detetar a presença de intrusos, localizar

a sua posição e detetar até o tipo de ações que estão a realizar.

• Evitar fixar um objeto, de noite, durante muito tempo, porque por ilusão de

ótica ele parece ganhar movimento, induzindo em erro, o observador, quanto

à natureza do objeto;

• Evitar a proximidade de ruídos naturais, como arvoredo, fontes, quedas de

água ou rios, que lhe dificultam a audição de sons produzidos por hipotéticos

intrusos;

• Evitar os ambientes iluminados. Não esquecer que de noite, quem está do lado

de fora, no escuro, consegue ver perfeitamente o interior de um

compartimento que esteja iluminado. Quem está em ambientes iluminados,

não consegue ver nada para o lado de fora;

• Sempre que possível, colocar-se contra o vento e evitar piso barulhento ou com

ramos secos. Não esquecer que os barulhos, durante a noite se propagam mais

facilmente e a maiores distâncias do que durante o dia;

• Evitar projetar a silhueta acima do horizonte ou sobre fundos claros;

• Evitar usar roupas claras porque o denunciam mais facilmente no escuro da

noite e tornam-no um alvo mais fácil.

j) Procedimentos a ter em situação de observação noturna

• Quando em local escuro, fechar os olhos com frequência para reduzir a fadiga;

• Não esquecer que, de noite, o nosso melhor sentido é a audição. Assim, o

vigilante deve estar atento a sons provocados pela presença humana e deve

afastar-se de tudo o que provoque ruídos naturais porque lhe dificultam a

audição dos ruídos provocados por intrusos. Deve, tanto quanto possível,

manter-se imóvel;

• Não se aproximar de janelas ou portas com a luz ligada. Isso denuncia a sua

presença e torna-o um alvo perfeito;

• Ao sair de um local bem iluminado para a escuridão, deve:

• Na zona iluminada, fechar um dos olhos durante 20 a 30 segundos;

• Sair para a zona escura com um olho aberto e outro fechado;

• Já na zona escura, abrir o olho que está fechado e fechar o que está aberto;

• Passados 20 a 30 segundos abrir os dois olhos.

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k) Aspetos a observar e a registar pelo vigilante numa observação – Pessoas

suspeitas

O vigilante é um indivíduo treinado e habilitado que vigia e protege pessoas e bens,

assegura a proteção e a segurança de empresas e outras entidades, controla a entrada

e saída de pessoas e bens em locais de acesso vedado ou condicionado ao público,

previne a prática de crimes em relação aos lugares, às pessoas e aos bens que protege,

executa serviços de resposta e intervenção a alarmes e realiza revistas pessoais de

prevenção e segurança, quando especialmente autorizado. Ou seja, ele zela pela

proteção e segurança das pessoas, seja numa empresa pública, seja numa empresa

privada.

Assim, ele deve ser organizado e disciplinado nas suas tarefas. Deve estar atento a

qualquer situação anómala que ocorra nos postos que guarnece ou próximo deles,

devendo anotar e reportar tudo o que lhe pareça suspeito ou fora do normal. Para isso

deve fiscalizar, controlar e vigiar.

Quando deteta situações suspeitas, o vigilante deve observar, registar e reportar os

seguintes elementos, relativamente aos suspeitos:

• Elementos relacionados com formas de expressão e comportamento:

▪ Modo de falar, língua, sotaque, gíria, calão;

▪ Frases exatas proferidas;

▪ Caraterísticas da voz (grave/aguda, forte/fraca, estridente, sussurrante,

etc.);

▪ Grau de nervosismo e de desembaraço evidenciado;

▪ Tiques nervosos.

• Aspeto físico:

▪ Sexo;

▪ Cor da pele;

▪ Compleição física: (forte / mediano / magro);

▪ Idade aparente;

▪ Altura aproximada e peso aparente;

▪ Forma de andar (arrastada, saltitante, a coxear, etc.);

▪ Cicatrizes, tatuagens, deformidades, acne, etc.;

▪ Indícios de toxicodependência:

• Olhos vermelhos e brilhantes;

• Braços picados / nariz inchado e vermelho, etc.;

▪ Adornos e utensílios:

• Anéis, pulseiras, relógios, molas de gravata, óculos, malas, piercings,

etc.;

▪ Utensílios de dissimulação:

• Luvas, gorros, capacete, bigode, barba ou cabelos postiços, etc.;

▪ Vestuário:

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• Tipo, qualidade e limpeza;

• Desportivo, conservador ou clássico, tipo de sapatos;

• Particularidades do vestuário, como autocolantes, terra, sujidade,

remendos, buracos, manchas, etc.;

▪ Cabelo:

• Cor, comprimento, tipo, estilo de penteado, calvície, limpo,

empastado, entrançado, etc.;

▪ Rosto:

• Forma, tez ou particularidades como as maçãs do rosto salientes ou

cicatrizes;

▪ Testa:

• Inclinação, altura, largura, cicatrizes, etc.;

▪ Sobrancelhas:

• Forma, comprimento, espessura, cor;

▪ Olhos:

• Tamanho, cor, tipo, forma, características especiais, como olheiras,

esbugalhados, estrabismo, “pés-de-galinha”, etc.;

▪ Nariz:

• Proeminente, achatado, côncavo, reto, tipo “boxer”, narinas espessas

ou finas;

▪ Bigode:

• Cor, comprimento, largura, espessura, forma, pontas quebradas,

pontas arredondas ou enroladas, tipo “oriental”, tipo “hitleriano”, tipo

“mexicano”, etc.;

▪ Boca:

• Tamanho, forma, dentes, lábios, etc.;

▪ Queixo:

• Comprimento, largura, forma, perfil saliente, particularidades como

“covinha”, “bipartido”, etc.;

▪ Orelhas:

• Forma, proximidade (coladas, afastadas), tamanho, características da

hélice e lóbulo;

▪ Pescoço:

• Comprimento, espessura;

▪ Ombros:

• Largura, inclinação dos trapézios;

▪ Braços:

• Comprimento, posição (afastados, colados), pilosidade,

musculosidade, etc.;

▪ Mãos:

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• Tamanho, forma, unhas (bem tratadas, sujas, roídas, cor, etc.);

▪ Barba:

• Cor, comprimento, largura, contextura, regularidade, etc.;

▪ Peito:

• Tamanho, proeminência, pilosidade, etc.;

▪ Abdómen:

• Tamanho, forma (balofo, “barriga de cerveja”, etc.);

▪ Cintura:

• Tamanho, tipo e espessura;

▪ Nádegas:

• Tamanho, grau de musculosidade, etc.;

▪ Pernas e coxas:

• Tamanho, espessura, grau de musculosidade, forma (arqueadas para

fora ou para dentro);

▪ Pés:

• Tamanho, forma (pés chatos, pés tortos, pés afastados para dentro ou

para fora, etc.).

l) Aspetos a observar e a registar pelo vigilante numa observação – Viaturas

Relativamente a viaturas utilizadas pelos suspeitos, o vigilante deve ter em atenção aos

seguintes elementos:

• Elementos relacionados com o meio de transporte:

▪ Matrícula;

▪ Marca;

▪ Modelo;

▪ Cor;

▪ Alterações efetuadas ao modelo original;

▪ Jantes especiais ou outras;

▪ Amolgadelas;

▪ Riscos;

▪ Características e especiais;

▪ etc.

m) Aspetos a observar e a registar pelo vigilante numa observação – Armas

Também as armas utilizadas pelos suspeitos, quer as armas de fogo, quer as armas

brancas, são aspetos importantes a identificar e a reportar pelo vigilante. Aqui é

necessário que o vigilante tenha conhecimento da classificação das armas de fogo

estabelecida pela Lei 5/2006, de 23 de Fevereiro, que é o Regime Jurídico das Armas e

Munições.

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De uma forma geral as armas de fogo identificam-se pelo tipo (pistola, revólver,

carabina, shotgun, espingarda de caça), pelo tamanho, pela cor (inox, cromada, preta,

etc.) e pelas adaptações (platinas, aparelhos de pontaria, etc.).

Já as armas brancas identificam-se pelo tipo (faca, punhal, adaga, catana, etc.), pelo

tamanho e feitio da lâmina (curta, longa, reta, curva, etc.), pela cor (Inox, cromada,

preta, etc.) e pelas adaptações (punho em metal, madeira, couro, etc.)

A Lei 5/2006, de 23 de Fevereiro estabelece que:

Artigo 1.º

Objeto e âmbito

1. A presente lei estabelece o regime jurídico relativo ao fabrico, montagem,

reparação, importação, exportação, transferência, armazenamento, circulação,

comércio, aquisição, cedência, detenção, manifesto, guarda, segurança, uso e porte

de armas, seus componentes e munições, bem como o enquadramento legal das

operações especiais de prevenção criminal.

2. Ficam excluídas do âmbito de aplicação da presente lei as atividades relativas a

armas e munições destinadas às Forças Armadas, às forças e serviços de segurança,

bem como a outros serviços públicos cuja lei expressamente as exclua, bem como

aquelas que se destinem exclusivamente a fins militares.

3. Ficam ainda excluídas do âmbito de aplicação da presente lei as atividades referidas

no n.º 1 relativas a armas de fogo e munições cuja data de fabrico seja anterior a 1

de Janeiro de 1891, bem como aquelas que utilizem munições obsoletas, constantes

de portaria do Ministério da Administração Interna, ou outras armas e munições de

qualquer tipo que obtenham essa classificação por peritagem individual da Polícia

de Segurança Pública (PSP).

4. Ficam também excluídos do âmbito de aplicação da presente lei:

a) As espadas, sabres, espadins, baionetas e outras armas tradicionalmente

destinados a honras e cerimoniais militares ou a outras cerimónias oficiais;

b) Os marcadores de paintball, respetivas partes e acessórios.

5. A detenção, uso e porte de arma por militares dos quadros permanentes das Forças

Armadas e por membros das forças e serviços de segurança são regulados por lei

própria.

Artigo 2.º

Definições legais

Para efeitos do disposto na presente lei e sua regulamentação e com vista a uma

uniformização conceptual, entende‐se por:

1. Tipos de armas:

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a) «Aerossol de defesa» todo o contentor portátil de gases comprimidos cujo

destino seja unicamente o de produzir descargas de gases momentaneamente

neutralizantes da capacidade agressora, não podendo pela sua apresentação e

características ser confundido com outras armas ou dissimular o fim a que se

destina;

b) «Arco» a arma branca destinada a lançar flechas mediante o uso da força

muscular;

c) «Arma de ação dupla» a arma de fogo que pode ser disparada efetuando

apenas a operação de acionar o gatilho;

d) «Arma de ação simples» a arma de fogo que é disparada mediante duas

operações constituídas pelo armar manual do mecanismo de disparo e pelo

acionar do gatilho;

e) «Arma de alarme ou salva» o dispositivo com a configuração de uma arma de

fogo destinado unicamente a produzir um efeito sonoro semelhante ao

produzido por aquela no momento do disparo;

f) «Arma de ar comprimido» a arma acionada por ar ou outro gás comprimido

destinada a lançar projétil;

g) «Arma de ar comprimido de aquisição condicionada» a arma de ar

comprimido capaz de propulsar projéteis de calibre superior a 5,5 mm e as de

qualquer calibre, capazes de propulsar projéteis, cuja energia cinética, medida

à boca do cano, seja igual ou superior a 24 J;

h) «Arma de ar comprimido de aquisição livre» a arma de ar comprimido, de

calibre até 5,5 mm, capaz de propulsar projéteis, cuja energia cinética, medida

à boca do cano, seja inferior a 24 J;

i) «Arma de ar comprimido desportiva» a arma de ar comprimido adequada para

a prática de tiro desportivo, de aquisição livre ou condicionada;

j) «Arma automática» a arma de fogo que, mediante uma única ação sobre o

gatilho ou disparador, faz uma série contínua de vários disparos;

m) «Arma branca» todo o objeto ou instrumento portátil dotado de uma lâmina

ou outra superfície cortante, perfurante, ou corto‐contundente, de

comprimento igual ou superior a 10 cm e, independentemente das suas

dimensões, as facas borboleta, as facas de abertura automática ou de ponta e

mola, as facas de arremesso, os estiletes com lâmina ou haste e todos os

objetos destinados a lançar lâminas, flechas ou virotões;

o) «Arma elétrica» todo o sistema portátil alimentado por fonte energética e

destinado unicamente produzir descarga elétrica momentaneamente

neutralizante da capacidade motora humana, não podendo, pela sua

apresentação e características, ser confundida com outras armas ou dissimular

o fim a que se destina;

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p) «Arma de fogo» todo o engenho ou mecanismo portátil destinado a provocar

a deflagração de uma carga propulsora geradora de uma massa de gases cuja

expansão impele um ou mais projéteis;

q) «Arma de fogo curta» a arma de fogo cujo cano não exceda 30 cm ou cujo

comprimento total não exceda 60 cm;

s) «Arma de fogo longa» qualquer arma de fogo com exclusão das armas de fogo

curtas;

v) «Arma de fogo modificada» a arma de fogo que, mediante uma intervenção

não autorizada de qualquer tipo, sofreu alterações das suas partes essenciais,

marcas e numerações de origem, ou aquela cuja coronha tenha sido reduzida

de forma relevante na sua dimensão a um punho ou substituída por outra

telescópica ou rebatível;

x) «Arma de fogo transformada» o dispositivo que, mediante uma intervenção

mecânica modificadora, obteve características que lhe permitem funcionar

como arma de fogo;

ee) «Arma semiautomática» a arma de fogo com depósito fixo ou com carregador

amovível que, após cada disparo, se carrega automaticamente e que não pode,

mediante uma única ação sobre o gatilho, fazer mais de um disparo;

jj) «Arma de tiro a tiro» a arma de fogo sem depósito ou carregador, de um ou

mais canos, que é carregada mediante a introdução manual de uma munição

em cada câmara ou câmaras ou em compartimento situado à entrada destas;

mm) «Bastão elétrico» a arma elétrica com a forma de um bastão;

nn) «Bastão extensível» o instrumento portátil telescópico, rígido ou flexível,

destinado a ser empunhado como meio de agressão ou defesa;

pp) «Boxer» o instrumento metálico ou de outro material duro destinado a ser

empunhado e a ampliar o efeito resultante de uma agressão;

qq) «Carabina» a arma de fogo longa com cano de alma estriada;

rr) «Espingarda» a arma de fogo longa com cano de alma lisa;

uu) «Faca de arremesso» a arma branca, ou instrumento com configuração de

arma branca, composta por uma lâmina integrando uma zona de corte e

perfuração e outra destinada a ser empunhada ou a servir de contrapeso com

vista a ser lançada manualmente;

vv) «Faca de borboleta» a arma branca, ou instrumento com configuração de arma

branca, composta por uma lâmina articulada num cabo ou empunhadura

dividido longitudinalmente em duas partes também articuladas entre si, de tal

forma que a abertura da lâmina pode ser obtida instantaneamente por um

movimento rápido de uma só mão;

xx) «Faca de abertura automática ou faca de ponta e mola» a arma branca, ou

instrumento com configuração de arma branca, composta por um cabo ou

empunhadura que encerra uma lâmina, cuja disponibilidade pode ser obtida

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instantaneamente por acção de uma mola sob tensão ou outro sistema

equivalente;

zz) «Pistola» a arma de fogo curta, de tiro a tiro, de repetição ou semiautomática;

aaa) «Pistola‐metralhadora» a arma de fogo automática, compacta, que utiliza

munições para arma de fogo curta;

ddd) «Revólver» a arma de fogo curta, de repetição, com depósito constituído por

tambor contendo várias câmaras.

Artigo 3.º

Classificação das armas, munições e outros acessórios

1. As armas e as munições são classificadas nas classes A, B, B1, C, D, E, F e G, de acordo

com o grau de perigosidade, o fim a que se destinam e a sua utilização.

2. São armas, munições e acessórios da classe A:

a) Os equipamentos, meios militares e material de guerra, ou classificados como

tal por portaria do Ministério da Defesa Nacional;

b) As armas de fogo automáticas;

c) As armas químicas, biológicas, radioativas ou suscetíveis de explosão nuclear;

d) As armas brancas ou de fogo dissimuladas sob a forma de outro objeto;

e) As facas de abertura automática, estiletes, facas de borboleta, facas de

arremesso, estrelas de lançar e boxers;

f) As armas brancas sem afetação ao exercício de quaisquer práticas venatórias,

comerciais, agrícolas, industriais, florestais, domésticas ou desportivas, ou que

pelo seu valor histórico ou artístico não sejam objeto de coleção;

g) Quaisquer engenhos ou instrumentos construídos exclusivamente com o fim

de serem utilizados como arma de agressão;

h) Os aerossóis de defesa não constantes da alínea a) do n.º 7 do presente artigo

e as armas lançadoras de gases ou dissimuladas sob a forma de outro objeto;

i) Os bastões elétricos ou extensíveis, de uso exclusivo das Forças Armadas ou

forças e serviços de segurança;

j) Outros aparelhos que emitam descargas elétricas sem as características

constantes da alínea b) do n.º 7 do presente artigo ou dissimuladas sob a forma

de outro objeto;

l) As armas de fogo transformadas ou modificadas;

m) As armas de fogo fabricadas sem autorização;

n) As reproduções de armas de fogo e as armas de alarme ou salva que possam

ser convertidas em armas de fogo;

o) As espingardas e carabinas facilmente desmontáveis em componentes de

reduzida dimensão com vista à sua dissimulação;

p) As espingardas cujo comprimento de cano seja inferior a 46 cm;

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q) As munições com bala perfurante, explosiva, incendiária, tracejante ou

desintegrável;

r) As munições expansivas, exceto se destinadas a práticas venatórias;

s) Os silenciadores;

t) As miras telescópicas, exceto aquelas que tenham afetação ao exercício de

quaisquer práticas venatórias, recreativas ou desportivas federadas;

u) As armas de fogo longas semiautomáticas com a configuração das armas

automáticas para uso militar ou das forças de segurança.

3. São armas da classe B as armas de fogo curtas de repetição ou semiautomáticas.

4. São armas da classe B1:

a) As pistolas semiautomáticas com os calibres denominados 6,35 mm Browning

(.25 ACP ou .25 Auto);

b) Os revólveres com os calibres denominados .32 S & W, .32 S & W Long e .32 H

& R Magnum.

5. São armas da classe C:

a) As armas de fogo longas semiautomáticas, de repetição ou de tiro a tiro, de

cano de alma estriada;

b) As armas de fogo longas semiautomáticas, de repetição ou de tiro a tiro com

dois ou mais canos, se um deles for de alma estriada;

c) As armas de fogo longas semiautomáticas ou de repetição, de cano de alma

lisa, em que este não exceda 60 cm;

d) As armas de fogo curtas de tiro a tiro unicamente aptas a disparar munições de

percussão central;

e) As armas de fogo de calibre até 6 mm ou .22 unicamente aptas a disparar

munições de percussão anelar;

f) (Revogada.)

g) As armas de ar comprimido de aquisição condicionada.

6. São armas da classe D:

a) As armas de fogo longas semiautomáticas ou de repetição, de cano de alma lisa

com um comprimento superior a 60 cm;

b) As armas de fogo longas semiautomáticas, de repetição ou de tiro a tiro de cano

de alma estriada com um comprimento superior a 60 cm, unicamente aptas a

disparar munições próprias do cano de alma lisa;

c) As armas de fogo longas de tiro a tiro de cano de alma lisa.

7. São armas da classe E:

a) Os aerossóis de defesa com gás cujo princípio ativo seja a capsaicina ou

oleorresina de capsicum (gás pimenta) com uma concentração não superior a

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5 % e que não possam ser confundíveis com armas de outra classe ou com

outros objetos;

b) As armas elétricas até 200 000 V, com mecanismo de segurança e que não

possam ser confundíveis com armas de outra classe ou com outros objetos;

c) As armas de fogo e suas munições, de produção industrial, unicamente aptas a

disparar balas não metálicas ou a impulsionar dispositivos, concebidas de

origem para eliminar qualquer possibilidade de agressão letal e que tenham

merecido homologação por parte da Direção Nacional da PSP.

8. São armas da classe F:

a) As matracas, sabres e outras armas brancas tradicionalmente destinadas às

artes marciais ou a ornamentação;

b) As réplicas de armas de fogo;

c) As armas de fogo inutilizadas quando destinadas a ornamentação.

9. São armas e munições da classe G:

a) As armas veterinárias;

b) As armas de sinalização;

c) As armas lança‐cabos;

d) As armas de ar comprimido de aquisição livre;

e) As reproduções de armas de fogo para práticas recreativas;

f) As armas de starter;

g) As armas de alarme ou salva que não estejam incluídas na alínea n) do n.º 2 do

presente artigo;

h) As munições para armas de alarme ou salva e para armas de starter.

10. Para efeitos do disposto na legislação específica da caça, são permitidas as armas

de fogo referidas nas alíneas a), b) e c) do n.º 5, nas alíneas a), b) e c) do n.º 6 e na

alínea b) do n.º 8, exceto se estas se destinarem a ornamentação e com exceção das

armas com configuração de armamento militar.

11. (Revogado.)

12. As partes essenciais das armas de fogo estão incluídas na classe em que tiver sido

classificada a arma de fogo de que fazem parte ou a que se destinam.

Artigo 4.º

Armas da classe A

1. São proibidos a venda, a aquisição, a cedência, a detenção, o uso e o porte de armas,

acessórios e munições da classe A.

2. Sem prejuízo do disposto no número anterior, mediante autorização especial do

diretor nacional da PSP, podem ser autorizadas a venda, a aquisição, a cedência, a

detenção, a utilização, a importação, a exportação e a transferência de armas e

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acessórios da classe A destinados a museus públicos ou privados, investigação

científica ou industrial e utilizações em realizações teatrais, cinematográficas ou

outros espetáculos de natureza artística, de reconhecido interesse cultural, com

exceção de meios militares e material de guerra cuja autorização é da competência

do ministro que tutela o sector da defesa nacional.

3. As autorizações a que se refere o número anterior são requeridas com justificação

da motivação, indicação do tempo de utilização e respetivo plano de segurança.

Artigo 5.º

Armas da classe B

1. As armas da classe B são adquiridas mediante declaração de compra e venda ou

doação, carecendo de prévia autorização concedida pelo diretor nacional da PSP.

2. A aquisição, a detenção, o uso e o porte de armas da classe B são autorizados ao

Presidente da República, ao Presidente da Assembleia da República, aos Deputados

à Assembleia da República, aos Deputados ao Parlamento Europeu, aos membros

do Governo, aos representantes da República, aos deputados regionais, aos

membros dos Governos Regionais, aos membros do Conselho de Estado, aos

governadores civis, aos magistrados judiciais, aos magistrados do Ministério Público

e ao Provedor de Justiça.

3. A aquisição, a detenção, o uso e o porte de armas da classe B podem ser

autorizados:

a) A quem, nos termos da respetiva Lei Orgânica ou estatuto profissional, possa

ser atribuída ou dispensada a licença de uso e porte de arma de classe B, após

verificação da situação individual;

b) Aos titulares da licença B;

c) Aos titulares de licença especial atribuída ao abrigo do n.º 1 do artigo 19.º.

4. Sem prejuízo do disposto no número anterior, mediante autorização especial do

diretor nacional da PSP, podem ser autorizadas a venda, a aquisição, a cedência, a

detenção, a utilização, a importação, a exportação e a transferência de armas e

acessórios da classe B destinados a museus públicos ou privados, investigação

científica ou industrial e utilizações em realizações teatrais, cinematográficas ou

outros espetáculos de natureza artística, de reconhecido interesse cultural.

Artigo 6.º

Armas da classe B1

1. As armas da classe B1 são adquiridas mediante declaração de compra e venda ou

doação, carecendo de prévia autorização concedida pelo diretor nacional da PSP.

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2. A aquisição, a detenção, o uso e o porte de armas da classe B1 podem ser

autorizados:

a) Aos titulares de licença de uso e porte de arma da classe B1;

b) Aos titulares de licença especial atribuída ao abrigo do n.º 1 do artigo 19.º

Artigo 7.º

Armas da classe C

1. As armas da classe C são adquiridas mediante declaração de compra e venda ou

doação, carecendo de prévia autorização concedida pelo diretor nacional da PSP.

2. A aquisição, a detenção, o uso e o porte de armas da classe C podem ser

autorizados:

a) Aos titulares de licença de uso e porte de arma da classe C;

b) A quem, nos termos da respetiva lei orgânica ou estatuto profissional, possa

ser atribuída ou dispensada a licença de uso e porte de arma da classe C, após

verificação da situação individual.

3. Sem prejuízo do disposto no número anterior, mediante autorização especial do

diretor nacional da PSP, podem ser autorizadas a venda, a aquisição, a cedência, a

detenção, a utilização, a importação, a exportação e a transferência de armas e

acessórios da classe C destinados a museus públicos ou privados, investigação

científica ou industrial e utilizações em realizações teatrais, cinematográficas ou

outros espetáculos de natureza artística, de reconhecido interesse cultural.

4. Sem prejuízo do disposto no n.º 2, podem ainda ser autorizadas a venda, a

aquisição, a cedência, a detenção, a utilização, a importação, a exportação e a

transferência das armas referidas nas alíneas a) e c) do n.º 5 do artigo 3.º às

entidades privadas gestoras ou concessionárias de zonas de caça ou pesca.

5. As autorizações referidas nos números anteriores deverão ser emitidas no prazo

máximo de 30 dias, salvo decisão fundamentada prorrogando o respetivo prazo.

Artigo 8.º

Armas da classe D

1. As armas da classe D são adquiridas mediante declaração de compra e venda ou

doação.

2. A aquisição, a detenção, o uso e o porte de armas da classe D podem ser

autorizados:

a) Aos titulares de licença de uso e porte de arma das classes C ou D;

b) A quem, nos termos da respetiva lei orgânica ou estatuto profissional, possa

ser atribuída ou dispensada a licença de uso e porte de arma de classe D, após

verificação da situação individual.

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3. Sem prejuízo do disposto no número anterior, mediante autorização especial do

diretor nacional da PSP, podem ser autorizadas a venda, a aquisição, a cedência, a

utilização, a detenção, a utilização, a importação, a exportação e a transferência de

armas e acessórios da classe D a entidades privadas gestoras ou concessionárias de

zonas de caça ou pesca, museus públicos ou privados, investigação científica ou

industrial e utilizações em realizações teatrais, cinematográficas ou outros

espetáculos de natureza artística, de reconhecido interesse cultural.

4. As autorizações referidas no número anterior deverão ser emitidas no prazo

máximo de 30 dias, salvo decisão fundamentada prorrogando o respetivo prazo.

Artigo 9.º

Armas da classe E

1. 1 ‐ As armas da classe E são adquiridas mediante declaração de compra e venda.

2. 2 ‐ A aquisição, a detenção, o uso e o porte de armas da classe E podem ser

autorizados:

a) Aos titulares de licença de uso e porte de arma da classe E;

b) Aos titulares de licença de uso e porte de arma das classes B, B1, C e D, licença

de detenção de arma no domicílio e licença especial, bem como a todos os que,

por força da respetiva lei orgânica ou estatuto profissional, possa ser atribuída

ou dispensada a licença de uso e porte de arma, verificada a sua situação

individual.

Artigo 10.º

Armas da classe F

1. As armas da classe F são adquiridas mediante declaração de compra e venda ou

doação.

2. A aquisição, a detenção, o uso e o porte de armas da classe F podem ser autorizados

aos titulares de licença de uso e porte de arma da classe F.

3. As armas de fogo inutilizadas, bem como as réplicas de armas de fogo, podem ser

usadas pelos titulares de licença F em atividades de reconstituição histórica de

factos ou eventos, podendo apenas efetuar tiros de salva com pólvora preta.

Artigo 11.º

Armas e munições da classe G

1. A aquisição de armas veterinárias e lança‐cabos é permitida, mediante declaração

de compra e venda e prévia autorização da PSP, a maiores de 18 anos que, por

razões profissionais ou de prática desportiva, provem necessitar das mesmas.

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2. A aquisição de armas de sinalização é permitida, mediante declaração de compra e

venda e prévia autorização da PSP, a quem desenvolver atividade que justifique o

recurso a meios pirotécnicos de sinalização.

3. A aquisição de reproduções de armas de fogo para práticas recreativas é permitida

aos maiores de 18 anos, mediante declaração aquisitiva e prova da inscrição numa

associação de promoção desportiva reconhecida pelo Instituto do Desporto de

Portugal, I. P., e registada junto da PSP.

4. Sem prejuízo do disposto no número anterior, aos menores de 18 anos e maiores

de 16 anos é permitida a aquisição de reproduções de armas de fogo para práticas

recreativas desde que autorizados para o efeito por quem exerça a

responsabilidade parental.

5. A autorização referida no n.º 2 deve conter a identificação do comprador e a

quantidade e destino das armas de sinalização a adquirir e só pode ser concedida a

quem demonstre desenvolver atividade que justifique a utilização destas armas.

6. 6 ‐ A detenção, o uso e o porte das armas referidas nos n.ºs 1 a 4, bem como das

armas de starter e de alarme, só são permitidos no domicílio, transporte e para o

exercício das atividades para as quais foi solicitada autorização de aquisição.

7. Sem prejuízo do disposto no número anterior, a detenção, uso, porte e transporte

de reproduções de armas de fogo para práticas recreativas, ainda que não contendo

as características previstas na alínea e) do n.º 1 do artigo 2.º, podem ser

temporariamente autorizadas a praticantes estrangeiros em provas internacionais

realizadas em Portugal, pelo período necessário à sua participação nas provas,

mediante requerimento instruído com prova da inscrição no evento, a formular

junto da Direção Nacional da PSP pela entidade promotora da iniciativa.

8. A aquisição de armas de starter pode ser autorizada a quem demonstrar,

fundamentadamente, necessitar das mesmas para a prática desportiva ou de treino

de caça.

9. A aquisição de munições para as armas de alarme ou salva e para armas de starter

pode ser autorizada a quem for autorizada a aquisição destas mesmas armas.

10. A aquisição de armas de ar comprimido de aquisição livre é permitida aos maiores

de 18 anos, mediante declaração aquisitiva.

11. A aquisição de armas de ar comprimido de aquisição livre destinadas à prática de

atividades desportivas é permitida mediante declaração aquisitiva.

12. Não é permitido o uso e porte de armas de ar comprimido fora de propriedade

privada e dos locais autorizados.

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13. As reproduções de arma de fogo para práticas recreativas, previstas na alínea ag)

do n.º 1 do artigo 2.º, poderão ser objeto de ocultação das partes pintadas

exclusivamente durante o decurso das provas ou atividades, devendo essa

alteração ser imediatamente reposta após o seu termo.

Artigo 12.º

Classificação das licenças de uso e porte de arma ou detenção

1. De acordo com a classificação das armas constante do artigo 3.º, os fins a que as

mesmas se destinam, bem como a justificação da sua necessidade, podem ser

concedidas pelo diretor nacional da PSP as seguintes licenças de uso e porte ou

detenção:

a) Licença B, para o uso e porte de armas das classes B, B1 e E; Licença B1, para o

uso e porte de armas das classes B1 e E;

b) Licença C, para o uso e porte de armas das classes C, D e E;

c) Licença D, para o uso e porte de armas das classes D e E;

d) Licença E, para o uso e porte de armas da classe E;

e) Licença F, para a detenção, uso e porte de armas da classe F;

f) Licença de detenção de arma no domicílio, para a detenção de armas das

classes B, B1, C, D e F e uso e porte de arma da classe E;

g) Licença especial para o uso e porte de armas das classes B, B1 e E.

2. Às situações de isenção ou dispensa de licença legalmente previstas são

correspondentemente aplicáveis as obrigações previstas para os titulares de

licença.

3. O uso e porte de arma por quem desempenha atividades profissionais que o exijam,

que não as desempenhadas pelas Forças Armadas e forças e serviços de segurança,

é regulado por despacho do diretor nacional da PSP.

Artigo 14.º

Licença B1

1. A licença B1 pode ser concedida a maiores de 18 anos que reúnam,

cumulativamente, as seguintes condições:

a) Se encontrem em pleno uso de todos os direitos civis;

b) Demonstrem carecer da licença por razões profissionais ou por circunstâncias

de defesa pessoal ou de propriedade;

c) Sejam idóneos;

d) Sejam portadores de certificado médico, nos termos do artigo 23.º;

e) Obtenham aprovação em curso de formação técnica e cívica para o uso e porte

de armas de fogo.

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2. Sem prejuízo do disposto no artigo 30.º da Constituição e do número seguinte, para

efeito de apreciação do requisito constante da alínea c) do número anterior é

suscetível de indiciar falta de idoneidade para efeitos de concessão de licença o

facto de, entre outras razões devidamente fundamentadas, ao requerente ter sido

aplicada medida de segurança ou ter sido condenado pela prática de crime doloso,

cometido com uso de violência, em pena superior a 1 ano de prisão.

3. No decurso do período anterior à verificação do cancelamento definitivo da

inscrição no registo criminal das decisões judiciais em que o requerente foi

condenado, pode este requerer que lhe seja reconhecida a idoneidade para os fins

pretendidos, pelo tribunal da última condenação.

4. A intervenção judicial referida no número anterior não tem efeitos suspensivos

sobre o procedimento administrativo de concessão ou renovação da licença em

curso.

5. O incidente corre por apenso ao processo principal, sendo instruído com

requerimento fundamentado do requerente, que é obrigatoriamente ouvido pelo

juiz do processo, que decide, produzida a necessária prova e após parecer do

Ministério Público.

6. Os pedidos de concessão de licenças de uso e porte de arma da classe B1 são

formulados através de requerimento do qual conste o nome completo do

requerente, número do bilhete de identidade, data e local de emissão, data de

nascimento, profissão, estado civil, naturalidade, nacionalidade e domicílio, bem

como a justificação da pretensão.

7. O requerimento referido no número anterior deve ser acompanhado do certificado

de aprovação para o uso e porte de armas de fogo da classe B1.

Artigo 15.º

Licenças C e D

1. 1 ‐ As licenças C e D podem ser concedidas a maiores de 18 anos que reúnam,

cumulativamente, as seguintes condições:

a) Se encontrem em pleno uso de todos os direitos civis;

b) Demonstrem carecer de licença de uso e porte de arma dos tipos C ou D para a

prática de atos venatórios, e se encontrem habilitados com carta de caçador

com arma de fogo ou demonstrem fundamentadamente carecer da licença por

motivos profissionais;

c) Sejam idóneos;

d) Sejam portadores de certificado médico, nos termos do artigo 23.º;

e) Obtenham aprovação em curso de formação técnica e cívica para o uso e porte

de armas de fogo.

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2. A apreciação da idoneidade do requerente é feita nos termos do disposto nos nºs

2, 3 e 4 do artigo 14.º.

3. Os pedidos de concessão de licenças de uso e porte de arma das classes C e D são

formulados através de requerimento do qual conste o nome completo do

requerente, número do bilhete de identidade, data e local de emissão, data de

nascimento, profissão, estado civil, naturalidade, nacionalidade e domicílio.

4. O requerimento deve ser acompanhado do certificado de aprovação para o uso e

porte de armas de fogo da classe C ou D.

Artigo 16.º

Licença E

1. 1 ‐ A licença E pode ser concedida a maiores de 18 anos que reúnam,

cumulativamente, as seguintes condições:

a) Se encontrem em pleno uso de todos os direitos civis;

b) Demonstrem justificadamente carecer da licença;

c) Sejam idóneos;

d) Sejam portadores de certificado médico, nos termos do artigo 23.º

2. A apreciação da idoneidade do requerente é feita nos termos do disposto nos nºs

2, 3 e 4 do artigo 14.º.

3. Os pedidos de concessão de licenças de uso e porte de arma da classe E são

formulados através de requerimento do qual conste o nome completo do

requerente, número do bilhete de identidade, data e local de emissão, data de

nascimento, profissão, estado civil, naturalidade, nacionalidade e domicílio, bem

como a justificação da pretensão.

Artigo 17.º

Licença F

1. A licença F é concedida a maiores de 18 anos que reúnam, cumulativamente, as

seguintes condições:

a) Se encontrem em pleno uso de todos os direitos civis;

b) Demonstrem carecer da licença para a prática desportiva de artes marciais,

sendo atletas federados, ou para práticas recreativas em propriedade privada

e colecionismo de réplicas e armas de fogo inutilizadas;

c) Sejam idóneos;

d) Sejam portadores de certificado médico, nos termos do artigo 23.º.

2. A apreciação da idoneidade do requerente é feita nos termos do disposto nos nºs

2, 3 e 4 do artigo 14.º.

3. Os pedidos de concessão de licenças de uso e porte de arma da classe F são

formulados através de requerimento do qual conste o nome completo do

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requerente, número do bilhete de identidade, data e local de emissão, data de

nascimento, profissão, estado civil, naturalidade, nacionalidade e domicílio, bem

como a justificação da pretensão.

4. Por despacho do diretor nacional da PSP, a solicitação do interessado, através de

quem exerça a responsabilidade parental, pode ser permitida a aquisição, a

detenção, o uso e o porte das armas indicadas na alínea a) do n.º 8 do artigo 3.º,

quando destinadas à prática de artes marciais, a menores de 18 anos e maiores de

14 anos, sendo atletas federados.

4. TÉCNICAS E NORMAS DE RONDAS

O termo rondas ou patrulhas refere-se a vistorias efetuadas regularmente por

funcionários da empresa de segurança privada (vigilantes), a instalações de clientes, de

forma a verificar os principais pontos de acesso ou outros pontos vulneráveis das

instalações e assim prevenir danos, protegendo os bens do cliente. Têm como principal

objetivo o controlo e a prevenção das ameaças de intrusão, espionagem industrial e

comercial, o roubo ou o furto e as ameaças de catástrofes, como fogo ou inundações.

Têm, ainda, como finalidade fornecer informações relativas a acontecimentos que

possam ter ocorrido dentro ou fora das instalações e que sirvam para facilitar o

esclarecimento e a solução que possa vir a ser adotada. São, assim, consideradas como

uma das práticas de vigilância humana.

Estas rondas podem ser apeadas ou motorizadas e destinam-se a patrulhar e a vigiar

áreas de grandes dimensões, cuja natureza não permita ou não aconselhe,

tecnicamente e economicamente, a utilização de vigilantes em postos fixos. São ações

de grande eficácia em zonas de grande extensão, de visibilidade difícil ou reduzida

devido a vegetação ou a edificações muito recortadas e com muitos ângulos mortos.

a) Objetivos das rondas ou patrulhas

As rondas destinam-se a:

• Vigiar e proteger pessoas e bens por forma a evitar a prática de crimes de

roubo, furto ou vandalismo e promover o sentimento de segurança;

• Detetar e prevenir a pratica de crimes, de forma a salvaguardar o património

humano e material da empresa, com uma rápida e pronta intervenção;

• Detetar e prevenir a existência de anomalias no âmbito do Safety, num

determinado espaço e reportá-las aos serviços responsáveis para uma pronta

resolução da anomalia;

• Apoiar e proteger o pessoal em laboração transmitindo um sentimento de

segurança aos utentes;

• Reforçar o sentimento de segurança das pessoas e a imagem da empresa.

b) Meios necessários à execução das rondas

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Para efetuar uma ronda a um determinado local pode ser necessário algum material e

equipamentos. Assim, o vigilante deve ter ao seu dispor:

Equipamentos de comunicações; meios de transporte quando a área é de grande

extensão; chaves dos locais a rondar, se for necessário ter acesso ao seu interior;

material de iluminação, como lanternas ou outros; calçado e vestuário confortável,

funcional, silencioso e adaptado à função; bloco de notas e caneta para tomar notas que

serão importantes ao elaborar um relatório da situação; planta ou croqui do local para

melhor se conseguir situar e localizar algumas dependências da instalação;

eventualmente, cães de guarda.

Uma das formas de as empresas de segurança garantirem ao cliente a eficácia do seu

serviço, é poderem demonstrar, de forma clara e objetiva, onde esteve o vigilante,

quando esteve e se havia ou não algo de anormal, nessa zona. Para conseguir este

objetivo são utilizados diversos sistemas eletrónicos que registam a passagem dos

vigilantes, nesses locais. São os chamados relógios de ronda que devem acompanhar o

vigilante, sempre que este efetua a sua ronda.

c) Locais de passagem das rondas

As rondas devem visitar todos os locais considerados críticos ou importantes nas

instalações. Assim, o vigilante deve, obrigatoriamente:

• Verificar a segurança de escritórios e salas de informática;

• Verificar reprografias e arquivos;

• Verificar salas de estar e de convívio;

• Inspecionar armazéns e zonas de combustíveis;

• Verificar portas e janelas;

• Verificar condutas subterrâneas e condutas superiores;

• Inspecionar áreas de embarque/desembarque de mercadorias;

• Verificar espaços destinados a equipamento de combate a incêndios;

• Verificar a segurança em zonas de manutenção e laboração contínua

• Assegura as condições de segurança em instalações fabris, escolas, estaleiros,

depósitos de material, depósitos de sucatas, etc.

Ter em atenção que o vigilante não pode efetuar rondas na via pública. Na via pública é

serviço de polícia e como tal, quando efetuado pelo vigilante é ilegal. No caso de as

instalações confinarem com a via pública, a ronda apenas pode ser conduzida pelo

interior das instalações.

d) Obrigações dos vigilantes durante as rondas

No decorrer das rondas, o vigilante deve:

• No inicio da ronda verificar a operacionalidade e testar o funcionamento de

todos os equipamentos que lhe são distribuídos;

• Conhecer todas as áreas e características das instalações sob vigilância. Se

necessário deve utilizar plantas ou croquis do local onde vai efetuar a ronda;

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• Verificar portas e janelas no percurso da ronda a efetuar, bem como a

operacionalidade dos sistemas de deteção instalados;

• Evitar a rotina, ou seja, evitar fazer a ronda sempre à mesma hora e com o

mesmo percurso.

• Nunca presumir cenários antecipadas para esclarecer situações anómalas. É

importante que o vigilante efetue a ronda sem antecipar cenários;

• Conhecer todas as alterações e eventuais obras em curso nos locais onde

efetua as rondas, evitando-se assim surpresas e alarme desnecessários. Para

isso deve consultar todas as informações relativas a alterações do local ou

outras, como visitas, trabalhos de manutenção, entrega de mercadorias, etc.;

• Não criar demasiada familiaridade com os funcionários que trabalham no local.

Esta pode ser prejudicial em situação de emergência. No entanto, o vigilante

deve ter um comportamento correto, cortês e firme, quanto baste, para com

os funcionários da empresa onde trabalha;

• Verificar a operacionalidade e integridade das barreiras perimétricas,

periféricas e pontuais;

• Quando usar lanternas ou outros equipamentos de iluminação deve fazê-lo de

modo a não denunciar a sua posição. Também não deve ouvir música ou falar

ao telemóvel ou fazer outras coisas que distraiam a sua atenção;

• Verificar a operacionalidade da iluminação de emergência e de segurança e

desligar a iluminação que não for necessária, se não houver instruções em

contrário;

• Verificar pontos chave e lugares sensíveis no interior das instalações, como

caldeiras, depósitos de combustível, fornos ou outros equipamentos de

especial risco, bem como áreas e parques de estacionamento exteriores e

interiores;

• Nas áreas de trabalho verificar e desligar, caso estejam ligados, equipamentos

de ar condicionado, ventoinhas, máquinas de café e fechar torneiras que

estejam abertas.

• Verificar se não existem documentos classificados abandonados ou cofres,

móveis e armários de segurança abertos. Se os houver, os cofres devem ser

fechados e os documentos recolhidos e guardados em cofre.

• Comunicar superiormente todas as anomalias, suspeições, falhas e situações

detetadas no decorrer da ronda;

• Manter segredo absoluto do horário, percurso e composição das rondas,

relativamente a todas as pessoas que não estejam ligadas ao serviço, incluindo

familiares e amigos.

e) Tipos de rondas

As rondas dividem-se em:

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• Ronda inicial – É a ronda que se faz no início do serviço. Com esta ronda

pretende-se, no imediato, conhecer o estado geral das instalações e detetar

possíveis situações que possam ter ocorrido antes de o vigilante ter entrado de

serviço.

• Ronda intercalar – É a ronda que se faz no decorrer do serviço, entre a ronda

inicial e a ronda final. É feita com a finalidade de detetar alterações ou

anomalias e possíveis intrusões ocorridas após a ronda de rendição. Deve ser

efetuada, pelo menos, de duas horas em duas horas.

• Ronda final – É a ronda que se faz antes da rendição, no final do turno. Destina-

se a confirmar a integridade das instalações e dos equipamentos, à sua guarda.

5. TÉCNICAS E PRÁTICA DE VIGILÂNCIA ELETRÓNICA

A vigilância eletrónica está regulada pela Lei 46/2019, de 8 de Julho, no artigo 7.º e nos

artigos 30.º e 31.º. Estes artigos estipulam as medidas de segurança e vigilância

eletrónica que as empresas de segurança privada devem, obrigatoriamente, possuir nas

suas instalações.

Mas a Lei 46/2019, de 8 de Julho começa por definir o que é “material e equipamento

de segurança”.

Artigo 2.º

Definições

Para efeitos do disposto na presente lei e em regulamentação complementar, entende-

se por:

g) «Material e equipamento de segurança» quaisquer dispositivos elétricos e ou

eletrónicos destinados a detetar e a sinalizar a presença, entrada ou tentativa

de entrada de um intruso em edifícios ou instalações protegidas, a prevenir a

entrada de armas, substâncias e artigos de uso e porte proibidos ou suscetíveis

de provocar atos de violência no interior de edifícios ou locais de acesso vedado

ou condicionado ao público, bem como a controlar o acesso de pessoas não

autorizadas e a capturar, registar e visualizar imagens de espaço protegido.

Depois a Portaria 272/2013, de 20 de Agosto vem definir estes conceitos com maior

precisão.

Artigo 2.º

Material e equipamento de segurança

1. Para efeitos do disposto na presente portaria a definição de material e equipamento

de segurança prevista na alínea g) do artigo 2.º da Lei 46/2019, de 8 de Julho,

compreende quaisquer dispositivos elétricos e ou eletrónicos destinados a:

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a) Detetar e sinalizar a presença, entrada ou tentativa de entrada de um intruso

em edifícios ou instalações protegidas;

b) Prevenir a entrada de armas, substâncias e artigos de uso e porte proibidos ou

suscetíveis de provocar atos de violência no interior de edifícios ou locais de

acesso vedado ou condicionado ao público;

c) Controlar o acesso de pessoas não autorizadas em edifícios ou instalações

protegidas;

d) Capturar, registar e visualizar imagens de espaço protegido;

e) Receber, enviar ou tratar sinais de alarme (centrais de alarme), incluindo de

alarmes pessoais ou portáteis.

2. É ainda considerado material e equipamento de segurança qualquer dispositivo de

segurança eletrónica de pessoas e bens com as finalidades previstas no número

anterior.

3. Para efeitos da alínea b) do n.º 1 são consideradas substâncias e artigos de uso e

porte proibido as que sejam previstas, nomeadamente, no regime jurídico relativo

a espetáculos desportivos, a espetáculos e divertimentos públicos ou segurança

aeroportuária e proteção portuária.

Relativamente à vigilância electrónica, a Lei 46/2019, de 8 de Julho, refere que:

Artigo 7.º

Medidas de segurança obrigatórias

1. As empresas ou entidades industriais, comerciais ou de serviços abrangidas pela

presente lei adotam as medidas de segurança obrigatórias previstas no presente

artigo, com a finalidade de prevenir a prática de crimes.

3. As medidas de segurança obrigatórias podem incluir:

d) A instalação de dispositivos de videovigilância e sistemas de segurança e

proteção;

e) A conexão dos sistemas de segurança a central de alarmes própria ou de

entidade autorizada nos termos da presente lei;

Artigo 30.º

Central de contacto permanente

1. As entidades titulares de alvará asseguram a presença permanente nas suas

instalações de pessoal que garanta o contacto, a todo o tempo, através de rádio ou

outro meio de comunicação idóneo, com o pessoal de vigilância, os utilizadores dos

serviços e as forças de segurança.

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2. Para efeitos do disposto no número anterior e desde que possua mais de uma

instalação operacional, a entidade titular do alvará deve indicar em qual ou quais

delas funciona o contacto permanente.

3. O contacto permanente é obrigatoriamente assegurado por pessoal de segurança

privada.

Artigo 31.º

Sistemas de videovigilância

1. As entidades titulares de alvará ou de licença para o exercício dos serviços previstos

nas alíneas a), c) e d) do n.º 1 do artigo 3.º podem utilizar sistemas de vigilância por

câmaras de vídeo para captação e gravação de imagem com o objetivo de proteger

pessoas e bens, desde que sejam ressalvados os direitos e interesses

constitucionalmente protegidos, sendo obrigatório o seu registo na Direção

Nacional da PSP, nos termos definidos por portaria do membro do Governo

responsável pela área da administração interna.

2. As gravações de imagem obtidas pelos sistemas videovigilância são conservadas,

em registo codificado, pelo prazo de 30 dias contados desde a respetiva captação,

findo o qual são destruídas.

3. Todas as pessoas que tenham acesso às gravações realizadas nos termos da

presente lei, em razão das suas funções, devem sobre as mesmas guardar sigilo, sob

pena de procedimento criminal.

4. É proibida a cessão ou cópia das gravações obtidas de acordo com a presente lei, só

podendo ser utilizadas nos termos da legislação processual penal.

5. Nos locais objeto de vigilância com recurso a câmaras de vídeo é obrigatória a

afixação, em local bem visível, de informação sobre as seguintes matérias:

a) A existência e localização das câmaras de vídeo;

b) A menção «Para sua proteção, este local é objeto de videovigilância»;

c) A entidade de segurança privada autorizada a operar o sistema, pela menção

do nome e alvará ou licença;

d) O responsável pelo tratamento dos dados recolhidos perante quem os direitos

de acesso e retificação podem ser exercidos.

6. Os avisos a que se refere o número anterior são acompanhados de simbologia

adequada, nos termos definidos por portaria do membro do Governo responsável

pela área da administração interna.

7. A autorização para a utilização dos sistemas de vigilância por câmaras de vídeo nos

termos da presente lei não prejudica a aplicação do regime geral em matéria de

proteção de dados previsto na Lei n.º 67/98, de 26 de outubro, designadamente em

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matéria de direito de acesso, informação, oposição de titulares e regime

sancionatório.

8. É proibida a gravação de som pelos sistemas referidos no presente artigo, salvo se

previamente autorizada pela Comissão Nacional de Proteção de Dados, nos termos

legalmente aplicáveis.

Posteriormente a Portaria 273/2013, de 20 de Agosto vem regulamentar, entre outros

assuntos, a vigilância eletrónica nas instalações operacionais das empresas de segurança

privada, de acordo coma a Lei 46/2019, de 8 de Julho. Assim:

Artigo 6.º

Instalações de empresas de segurança privada

1 - Nos termos previstos no n.º 2 do artigo 3.º da Lei 46/2019, de 8 de Julho, as entidades

que requeiram a emissão ou renovação de alvará devem possuir instalações

operacionais adequadas ao exercício dos serviços de segurança privada requeridos ou

autorizados, em conformidade com os requisitos mínimos fixados na presente portaria.

Artigo 7.º

Requisitos gerais de segurança das instalações

1. As instalações operacionais das empresas de segurança privada devem possuir um

sistema de segurança físico e eletrónico que compreenda os seguintes requisitos

mínimos:

a) Sistema de videovigilância por câmaras de vídeo para captação e gravação de

imagens, com cobertura das áreas de acesso às instalações, que cumpram os

requisitos mínimos fixados no Anexo I à presente portaria, do qual faz parte

integrante;

b) Sistema de deteção contra intrusão;

c) Conexão a uma central de controlo, recetora de sinais de alarme e de

videovigilância de funcionamento permanente, com redundância de

comunicação e um canal de comunicação que permita transmissão de dados e

supervisão permanente de linhas.

2. Os sistemas de alarmes referidos no número anterior devem cumprir os requisitos

previstos nas normas EN 50130, 50131, 50132, 50133, 50136 e CLC/TS 50398, ou

equivalentes, segundo os diferentes tipos de alarme.

Artigo 8.º

Alvará C - Requisitos especiais de segurança

1. Para além dos sistemas previstos no artigo anterior, as instalações operacionais de

empresas de segurança privada titulares de Alvará C, onde estejam instaladas

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centrais de receção e monitorização de alarmes, devem possuir um sistema de

segurança físico e eletrónico que compreenda os seguintes requisitos mínimos:

a) Sistema de videovigilância por câmaras de vídeo para captação e gravação de

imagens, que permita a identificação de pessoas, com a finalidade de

prevenção da prática de crimes, com cobertura do perímetro e controlo de

acessos à zona onde se encontra instalada a central de alarmes, e que cumpram

os requisitos mínimos fixados no Anexo I;

e) Controlo dos sistemas de videovigilância a partir da central de receção e

monitorização de alarmes.

5. Os sistemas de alarme devem cumprir os requisitos previstos no n.º 2 do artigo

anterior e corresponder, no mínimo, ao grau de classificação 4 de acordo com a

norma EN 50131-1, ou equivalente.

Artigo 9.º

Alvará D - Requisitos especiais de segurança

3. Para além dos sistemas previstos no artigo 7.º, as instalações operacionais de

empresas de segurança titulares de Alvará D, com centro de tratamento de valores,

onde se proceda ao depósito, à guarda e tratamento de fundos, valores e objetos

de valor, devem possuir um sistema de segurança físico e eletrónico que

compreenda os seguintes requisitos mínimos:

a) Sistema de videovigilância por câmaras de vídeo para captação e gravação de

imagens, que permita a identificação de pessoas, com a finalidade de

prevenção da prática de crimes, com cobertura do perímetro, controlo de

acessos de pessoas e veículos, zonas de carga e descarga, zona de contagem e

classificação de valores, casa-forte ou cofre-forte e zona de estacionamento de

viaturas de transporte de valores, que cumpram os requisitos mínimos fixados

no Anexo I;

g) Dispositivo de alarme por omissão que transmita um sinal de alarme a central

de receção e monitorização de alarmes de funcionamento permanente em caso

de desatenção do operador por período superior a 10 minutos.

6. Os sistemas de alarme devem cumprir os requisitos previstos no n.º 2 do artigo 7.º

e corresponderem, no mínimo, ao grau de classificação 4 de acordo com a norma

EN 50131-1, ou equivalente.

Artigo 10.º

Meios materiais

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1. Nos termos previstos no n.º 2 do artigo 3.º da Lei 46/2019, de 8 de Julho, as

empresas de segurança privada devem possuir os meios técnicos e materiais

adequados às atividades desenvolvidas, compreendendo:

a) Central de comunicações, dotada de equipamento de comunicação e registo;

b) Meios de comunicação em número suficiente que assegurem o contacto

permanente com o pessoal de segurança privada que desempenhe funções de

transporte e distribuição de valores, de resposta a alarmes, ou de segurança de

pessoas e bens em instalações industriais, comerciais ou residenciais.

Ainda relativamente aos sistemas de videovigilância das empresas de segurança privada,

a Portaria 273/2013, de 20 de Agosto, no art.º 51.º estabelece que estes sistemas

carecem de registo no SIGESP – Sistema Integrado de Gestão de Segurança Privada.

Artigo 51.º

Objeto do registo

1. O dever de registo previsto no n.º 1 do artigo 31.º da Lei 46/2019, de 8 de Julho,

relativo aos sistemas de videovigilância por câmaras de vídeo para captação e

gravação de imagem é aplicável aos sistemas utilizados pelas entidades titulares de

alvará ou licença.

2. O dever de registo compreende os sistemas de videovigilância por câmaras de vídeo

para captação e gravação de imagens de que as entidades de segurança privada

titulares de alvará ou licença sejam responsáveis pelo tratamento de dados

pessoais.

Artigo 52.º

Conteúdo do registo

1. O registo dos sistemas de videovigilância por câmaras de vídeo para captação e

gravação de imagens é efetuado através do SIGESP, mediante pedido apresentado

pela entidade de segurança privada titular de alvará ou licença, ou seu

representante.

2. O pedido de registo deve conter as seguintes informações:

a) Identificação da autorização da CNPD;

b) Nome e endereço do responsável pelo tratamento de dados e, se for o caso, do

seu representante;

c) Finalidades do tratamento;

d) Caraterísticas do sistema de videovigilância;

e) Descrição sumária das medidas de segurança físicas e lógicas do tratamento em

aplicação dos artigos 14.º e 15.º da Lei n.º 67/98, de 26 de outubro.

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3. Após a submissão do registo a Direção Nacional procede à análise do pedido e emite

comprovativo de registo do sistema de videovigilância.

No que se refere às Centrais de Contacto Permanente, vem a Portaria 273/2013, de 20

de Agosto regulamentar que:

Artigo 54.º

Central de contacto permanente

1. A central de contacto permanente prevista no n.º 1 do artigo 30.º da Lei 46/2019,

de 8 de Julho, deve garantir, no mínimo, as seguintes funções:

a) Receber e tratar os pedidos de apoio do pessoal de vigilância que se encontre

no exercício de funções em postos de trabalho exterior;

b) Receber e tratar os alarmes pessoais emitidos pelos meios de comunicação

utilizados pelo pessoal de vigilância de maneira a possibilitar sua localização;

c) Transmitir instruções ao pessoal de vigilância relativas à prestação dos serviços

de segurança privada;

d) Receber e encaminhar pedidos de apoio de entidades a quem sejam prestados

serviços de segurança privada;

e) Transmitir as informações relevantes, nomeadamente, de localização, natureza

ou a razão do pedido, quando solicitada a intervenção de forças e serviços de

segurança, de emergência médica ou de bombeiros e proteção civil;

f) Assegurar a comunicação permanente com o diretor de segurança.

2. As funções de central de contacto permanente nas empresas de segurança privada

que prestem serviços de segurança privada previstos nas alíneas c) e d) do n.º 1 do

artigo 3.º da Lei 46/2019, de 8 de Julho, podem ser asseguradas pelas centrais de

receção e monitorização de alarmes e pelos centros de controlo previstos nos

artigos 8.º e 9.º.

3. As empresas de segurança privada que apenas detenham os alvarás A ou B podem

requerer a dispensa da obrigação de assegurar a presença permanente nas suas

instalações de pessoal de segurança privada entre as 22 horas e as 7 horas, desde

que os contratos de prestação de serviços celebrados não prevejam qualquer

prestação nesse período.

4. A dispensa prevista no número anterior é da competência do membro do Governo

responsável pela área da administração interna, mediante pedido fundamentado,

sendo válida por 6 meses e renovável por iguais períodos.

6. INTERVENÇÃO EM ALARMES

A intervenção em alarmes está regulamentada pela Portaria 273/2013, de 20 de Agosto,

nos seguintes termos:

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Artigo 57.º

Âmbito material

1. As atividades previstas na alínea c) do n.º 1 do artigo 3.º da Lei 46/2019, de 8 de

Julho, são exercidas exclusivamente pelas entidades de segurança privada

habilitadas com Alvará ou Licença C.

2. Sem prejuízo da aplicação do regime geral em matéria de proteção de dados

previsto na Lei n.º 67/98, de 26 de outubro, é vedado às entidades referidas no

número anterior, para o exercício da sua atividade, subcontratar outras entidades,

ainda que titulares de Alvará ou Licença C, para a gestão de sinais de alarme, de

videovigilância, ou tratamento de dados pessoais de clientes com os quais tenham

contrato de prestação de serviços.

3. O disposto no número anterior não prejudica a subcontratação de entidades

sujeitas a registo prévio nos termos previstos no n.º 3 do artigo 12.º da Lei 46/2019,

de 8 de Julho, para efeitos de estudo e conceção, instalação, manutenção ou

assistência técnica de material e equipamento de segurança.

4. As entidades autorizadas a explorar e a gerir centrais de receção e monitorização

de sinais de alarme e de videovigilância, devem, antes da ativação do serviço,

instruir o utilizador, por escrito, do funcionamento do serviço, das caraterísticas

técnicas e funcionais do sistema e das responsabilidades do utilizador.

Artigo 58.º

Avarias

1. As empresas de segurança privada titulares de alvará C devem assegurar os serviços

técnicos adequados que permitam a intervenção, no prazo máximo de 24 horas,

após a verificação de avaria ou pedido de intervenção do cliente.

2. Aos serviços técnicos das entidades referidas no número anterior são aplicáveis os

requisitos definidos nos termos do n.º 4 do artigo 12.º da Lei n.º 34/2012, de 16 de

maio.

Artigo 59.º

Manuais do sistema

1. As empresas de segurança privada titulares de alvará C devem disponibilizar aos

utilizadores dos serviços manuais de operação do sistema e sua manutenção que

inclua, no mínimo, a descrição do funcionamento do sistema, as medidas de

manutenção preventiva e corretiva dos equipamentos instalados e a relação das

avarias mais frequentes e sua resolução de modo a assegurar o bom funcionamento

do sistema.

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2. Em caso de alteração, substituição ou evolução dos sistemas instalados a entidade

titular de alvará C deve assegurar a atualização dos manuais.

Artigo 60.º

Procedimentos de verificação de alarmes

1. Quando um operador de uma central de receção e monitorização de alarmes

verifique a ocorrência de um alarme deve proceder de imediato à sua verificação e

validação, de acordo com os procedimentos técnicos estabelecidos.

2. Para efeitos do número anterior e para assegurar um correto funcionamento da

central de receção e monitorização de alarmes deve ser assegurada a presença de

operadores de central de alarme em número suficiente para a prestação de

serviços, proporcional ao número de ligações contratadas, devendo ser garantido

de forma permanente a presença, pelo menos, de um operador.

3. As centrais de receção e monitorização de alarmes e os centros de controlo devem

estar dotados de um registo central informatizado de todos os alarmes registados

de modo a assegurar a respetiva auditoria.

4. Os registos a que se refere o número anterior devem ser conservados pelo prazo de

5 anos.

Artigo 61.º

Verificação e confirmação de alarmes

Para considerar válido um alarme, as entidades autorizadas que explorem centrais de

receção e monitorização devem implementar procedimentos de verificação sequencial

de sinais ou por outros meios técnicos ou procedimentos adequados contratados e

autorizados pelo utilizador, que permitam identificar alarmes técnicos ou decorrentes

de avaria de equipamentos ou linhas de comunicação.

Artigo 62.º

Verificação sequencial

1. Para considerar válido um alarme por este meio técnico é necessário o registo de

ativação de alarme, de forma sucessiva, originados por três ou mais sinais

procedentes de elementos de deteção diferentes e ou em espaço de tempo inferior

a trinta minutos.

2. É igualmente considerado um alarme válido por este meio técnico o registo de

ativação de alarme, de forma sucessiva, originado por dois sinais procedentes de

elementos de deteção diferentes e um sinal de corte de linha ou um alarme de

sabotagem.

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Artigo 63.º

Verificação mediante videovigilância

1. Para considerar válido um alarme por este meio técnico, o sistema de vídeo carece

de ser ativado por sinal precedente de elemento de deteção contra intrusão ou de

sensor vídeo, sendo necessário que a cobertura do sistema de videovigilância seja

igual ou superior aos detetores associados.

2. O processo de verificação mediante videovigilância apenas pode começar quando

o sinal de alarme seja recebido na central e confirmado pelo operador, devendo o

sistema registar as imagens no momento exato do alarme e por período de tempo

não inferior a cinco segundos, de forma a identificar a causa do alarme.

3. Os sistemas de gravação utilizados por este meio técnico não podem permitir a

visualização de imagens do local protegido, sem que antes se haja produzido um

sinal de alarme, salvo se o utilizador que contrata a prestação do serviço tenha

autorizado expressamente um nível de serviço que inclua a utilização do meio

técnico sem um prévio sinal de alarme, e desde que ressalvados os direitos e

interesses constitucionalmente protegidos e a proteção de dados prevista na Lei n.º

67/98, de 26 de outubro.

Artigo 64.º

Verificação mediante áudio

1. Para considerar válido um alarme por este meio técnico, o sistema de áudio carece

de ser ativado por sinal precedente de elemento de deteção contra intrusão.

2. O processo de verificação mediante áudio apenas pode começar quando o sinal de

alarme seja recebido na central e confirmado pelo operador, devendo o sistema

registar o som no momento exato do alarme e, pelo menos, até que se estabeleça

comunicação entre a instalação e a central de alarmes.

3. A gravação de som está limitada à cobertura do espaço onde se localiza o sensor

associado.

4. Os sistemas de gravação utilizados por este meio técnico não podem permitir a

receção de áudio do local protegido, sem que antes se haja produzido um sinal de

alarme, salvo se o utilizador que contrata a prestação do serviço tenha autorizado

expressamente um nível de serviço que inclua a utilização do meio técnico sem um

prévio sinal de alarme, e desde que ressalvados os direitos e interesses

constitucionalmente protegidos e a proteção de dados prevista na Lei n.º 67/98, de

26 de outubro.

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Artigo 65.º

Verificação pessoal

1. As entidades de segurança privada titulares de alvará ou licença C podem realizar

complementarmente serviços de resposta e intervenção de alarmes, destinados à

verificação pessoal do alarme, quando a verificação técnica confirme a existência

de um alarme real.

2. Para efeitos do n.º 1, o serviço de resposta e intervenção de alarmes deve ser

assegurado por pessoal de vigilância habilitado com a especialidade de vigilante,

uniformizado e em veículos identificados, devendo estar equipado com alarme

pessoal e meios de comunicação que assegurem o contacto permanente com a

central de receção e monitorização de alarmes.

Artigo 66.º

Comunicação de alarmes às forças de segurança

A comunicação de um alarme real à força de segurança territorialmente competente

deve assegurar que são transmitidas as informações relevantes quanto ao local, hora do

registo, equipamentos de deteção acionados e sua localização concreta, identificação e

contacto do proprietário do local onde se encontra instalado o alarme, bem como os

procedimentos tomados de verificação, nomeadamente se existe verificação pessoal do

alarme.

Artigo 67.º

Falsos alarmes

1. A entidade titular de alvará ou licença C que comunique um alarme confirmado que

resulte em falso alarme, deve assegurar a inspeção técnica do sistema e elaborar

relatório técnico da verificação, comunicando o seu resultado à força de segurança

territorialmente competente, no prazo máximo de 10 dias úteis, após a ocorrência

do alarme.

2. Nos casos em que a instalação, manutenção ou assistência seja assegurada por

entidade registada nos termos do n.º 3 do artigo 12.º da Lei 46/2019, de 8 de Julho,

a inspeção a que se refere o número anterior é assegurada por essa entidade.

3. No caso de 3 alarmes confirmados comunicados às forças de segurança que resulte

em falso alarme precedente da mesma ligação dentro do período de 60 dias, sem

prejuízo do procedimento referido no número anterior, a entidade titular de alvará

ou licença C deve proceder à suspensão da ligação e realizar ou promover

intervenção técnica destinada a suprir ou corrigir as deficiências técnicas de

conceção e instalação do sistema que possam existir.

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4. O resultado do procedimento referido no número anterior é comunicado à força de

segurança territorialmente competente, no prazo máximo de 20 dias úteis, após a

verificação dos pressupostos previstos no número anterior.

5. O não cumprimento das obrigações e deveres previstos nos n.ºs 1 e 3, é

enquadrável como violação das condutas previstas na alínea c) do n.º 3 do artigo

59.º da Lei 46/2019, de 8 de Julho.

Artigo 68.º

Sistemas de alarme móveis

O disposto na presente secção é aplicável aos sistemas de alarme móveis sempre que

estejam ligados a central de receção e monitorização de alarmes.

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BILIOGRAFIA:

• Lei 34/2013, de 16 de Maio, estabelece o regime jurídico do exercício da

actividade de segurança privada;

• Lei 46/2019, de 8 de Julho, altera o regime jurídico do exercício da actividade

de segurança privada;

• Portaria 273/2013, de 20 de Agosto, regula as condições específicas da

prestação dos serviços de segurança privada, o modelo de cartão profissional e

os procedimentos para a sua emissão, e os requisitos técnicos dos

equipamentos, funcionamento e modelo de comunicação de alarmes;

• Portaria 272/2013, de 20 de Agosto, define os requisitos e o procedimento de

registo, na Direção Nacional da Polícia de Segurança Pública, das entidades que

procedam ao estudo e conceção, instalação, manutenção ou assistência técnica

de material e equipamento de segurança ou de centrais de alarme;

• Estado Maior do Exército Brasileiro. (2004). Manual de campanha –

Camuflagem, princípios fundamentais e camuflagem de campanha, 3ª Edição;

• Deliberação nº 61/2004, da Comissão Nacional de Proteção de Dados –

Princípios sobre o tratamento de dados por videovigilância;

• Colégio Militar. Guia do formando 9º Ano;

• Colégio Militar. Guia do formando 11º Ano;

• Ministério do Exército. (1967). Manual do Oficial Miliciano – Parte geral.