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Manual de Investigação em Ciências Manual de Investigação em Ciências Sociais Sociais QUIVY, R.; CAMPENHOUDT, L. V. (1988) Universidade Federal de Santa Catarina Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo Disciplina: Metodologia Científica Aplicada (ARQ1001) Professora: Sonia Afonso Mestranda: Larissa Carvalho Trindade Novembro, 2007

Manual de Investigação em Ciências Sociais QUIVY, R.; CAMPENHOUDT, L. V. (1988) Universidade Federal de Santa Catarina Programa de Pós-Graduação em Arquitetura

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Manual de Investigação em Ciências SociaisManual de Investigação em Ciências SociaisQUIVY, R.; CAMPENHOUDT, L. V. (1988)

Universidade Federal de Santa CatarinaPrograma de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo

Disciplina: Metodologia Científica Aplicada (ARQ1001)Professora: Sonia Afonso

Mestranda: Larissa Carvalho Trindade

Novembro, 2007

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INTRODUÇÃO

A PERGUNTA DE PARTIDA

A EXPLORAÇÃOas leituras

as entrevistas exploratórias

A PROBLEMÁTICA

A CONSTRUÇÃO

A OBSERVAÇÃO

A ANÁLISE DAS INFORMAÇÕES

A CONCLUSÃO

(p. 13-26)

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INTRODUÇÃOINTRODUÇÃO

Não é perfurando ao acaso que o pesquisador de petróleo encontrará o que procura e sim através de um procedimento de pesquisa, que envolve diferentes conhecimentos.

Antes de perfurar o terreno, estuda-se ele.

Na investigação social também precisamos desenvolver uma forma de “estudar o terreno” e de articular técnicas, ou seja, necessitamos de um método de trabalho.

(Objetivos e Procedimentos)

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(p. 13-26)

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As dificuldades de um pesquisador são quase sempre de ordem metodológica.

“Não sei bem por onde começar.”

INTRODUÇÃO

A PERGUNTA DE PARTIDA

A EXPLORAÇÃOas leituras

as entrevistas exploratórias

A PROBLEMÁTICA

A CONSTRUÇÃO

A OBSERVAÇÃO

A ANÁLISE DAS INFORMAÇÕES

A CONCLUSÃO

“Não faço a mínima idéia do que hei de fazer

para continuar.”

“Já não sei em que ponto estou.”

“Tenho a impressão de já nem saber o que procuro.”

“Tenho muitos dados... mas não sei

o que fazer com eles.”

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“[...] consiste em ‘encher a cabeça’ com uma grande

quantidade de livros, artigos ou dados numéricos,

esperando encontrar aí, ao virar de um parágrafo ou de

uma curva, a luz que permitirá enfim precisar, corretamente e de forma satisfatória, o objetivo

e o tema de trabalho que se deseja efetuar.” (p.19)

(p. 13-26)

4/30

Três maneiras de começar mal

a) A gula livresca ou estatística

INTRODUÇÃO

A PERGUNTA DE PARTIDA

A EXPLORAÇÃOas leituras

as entrevistas exploratórias

A PROBLEMÁTICA

A CONSTRUÇÃO

A OBSERVAÇÃO

A ANÁLISE DAS INFORMAÇÕES

A CONCLUSÃO

A “fuga para a frente” é inútil e prejudicial.

Muitas informações mal integradas confundem as

idéias.

Precisamos refletir e não devorar.

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Que utilidade tem a aplicação correta de técnicas, se estas

estiverem a serviço de um projeto vago e mal

definido?

Essa outra forma de “fuga para a frente” é

uma armadilha que pode resultar em uma

exposição ao ridículo.

(p. 13-26)

5/30

b) A “passagem” às hipóteses INTRODUÇÃO

A PERGUNTA DE PARTIDA

A EXPLORAÇÃOas leituras

as entrevistas exploratórias

A PROBLEMÁTICA

A CONSTRUÇÃO

A OBSERVAÇÃO

A ANÁLISE DAS INFORMAÇÕES

A CONCLUSÃO

“[...] consiste precisamente em se

precipitar sobre a recolha [coleta] dos dados

antes de ter formulado hipóteses de

investigação [...]” (p.20)

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(p. 13-26)

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c) A ênfase que obscurece INTRODUÇÃO

A PERGUNTA DE PARTIDA

A EXPLORAÇÃOas leituras

as entrevistas exploratórias

A PROBLEMÁTICA

A CONSTRUÇÃO

A OBSERVAÇÃO

A ANÁLISE DAS INFORMAÇÕES

A CONCLUSÃO

Defeito comum em investigadores que acreditam que para assegurarem sua

credibilidade, precisam se

expressarem de maneira pomposa e ininteligível. Muitas

vezes, raciocinam da mesma forma.

Características:

ambição desmedida

e completa confusão.

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Etapas do procedimento

De acordo com BACHELARD (1965 apud QUIVY; CAMPENHOUDT, 1988 p.23):

“O fato científico é conquistado, construído e verificado.”

BORDIEU; CHAMBOREDON e PASSERON (1968 apud QUIVY; CAMPENHOUDT, 1988 p.23) descrevem três atos na “hierarquia dos atos epistemológicos”:

ruptura, construção e verificação.

INTRODUÇÃO

A PERGUNTA DE PARTIDA

A EXPLORAÇÃOas leituras

as entrevistas exploratórias

A PROBLEMÁTICA

A CONSTRUÇÃO

A OBSERVAÇÃO

A ANÁLISE DAS INFORMAÇÕES

A CONCLUSÃO

sobre os preconceitos

pela razão

nos fatos

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I) RupturaA nossa bagagem “teórica” comporta numerosas armadilhas, que são, muitas vezes, ilusões e preconceitos. “Construir sobre tais premissas equivale a construir sobre areia.” (p.25)

II) ConstruçãoA construção mental possibilita prever as operações necessárias e as conseqüências que se pode esperar. “As proposições devem ser o produto de um trabalho racional, fundamentado na lógica e numa bagagem conceitual validamente constituída.” (p.25)

III) VerificaçãoOu “experimentação”.Um proposição científica precisa ser verificável por fatos.

INTRODUÇÃO

A PERGUNTA DE PARTIDA

A EXPLORAÇÃOas leituras

as entrevistas exploratórias

A PROBLEMÁTICA

A CONSTRUÇÃO

A OBSERVAÇÃO

A ANÁLISE DAS INFORMAÇÕES

A CONCLUSÃO

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1) A PERGUNTA DE PARTIDA

2) A EXPLORAÇÃOas leituras

as entrevistas exploratórias

3) A PROBLEMÁTICA

4) A CONSTRUÇÃO DO MODELODE ANÁLISE

5) A OBSERVAÇÃO

6) A ANÁLISE DAS INFORMAÇÕES

7) A CONCLUSÃO

INTRODUÇÃO

A PERGUNTA DE PARTIDA

A EXPLORAÇÃOas leituras

as entrevistas exploratórias

A PROBLEMÁTICA

A CONSTRUÇÃO

A OBSERVAÇÃO

A ANÁLISE DAS INFORMAÇÕES

A CONCLUSÃO

RUPTURA

CONSTRUÇÃO

VERIFICAÇÃO

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A PERGUNTA DE PARTIDAA PERGUNTA DE PARTIDA

O início de um trabalho de investigação envolve:receio, dificuldades, hesitações, desvios, incertezas.

Motivo para uma “angústia paralisante”?Não. É um fenômeno normal, que dever servir de estímulo.

Precisamos encontrar um “fio condutor” que possibilite o início do trabalho sem demora e estruturado coerentemente.

Esse fio condutor da investigação é a pergunta de partida.

INTRODUÇÃO

A PERGUNTA DE PARTIDA

A EXPLORAÇÃOas leituras

as entrevistas exploratórias

A PROBLEMÁTICA

A CONSTRUÇÃO

A OBSERVAÇÃO

A ANÁLISE DAS INFORMAÇÕES

A CONCLUSÃO

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Exemplos de perguntas INSATISFATÓRIAS:

1) Qual é o impacto das mudanças na organização do espaço urbano sobre a vida dos habitantes?

Demasiado vaga. Quais mudanças? O que é “a vida dos habitantes”?Informa muito pouco sobre as intenções precisas do autor.

2) Em que medida o aumento das perdas de empregos no setor da construção explica a manutenção de grandes projetos de trabalhos públicos, destinados não só a manter este setor, mas também a diminuir os riscos de conflitos sociais inerentes a esta situação?

Demasiado longa e desordenada. Contém suposições.É difícil perceber o que se procura saber prioritariamente.

INTRODUÇÃO

A PERGUNTA DE PARTIDA

A EXPLORAÇÃOas leituras

as entrevistas exploratórias

A PROBLEMÁTICA

A CONSTRUÇÃO

A OBSERVAÇÃO

A ANÁLISE DAS INFORMAÇÕES

A CONCLUSÃO

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3) Os dirigentes empresariais dos diferentes países da Comunidade Européia têm uma percepção idêntica da concorrência econômica dos Estados Unidos e do Japão?

Para responder a essa pergunta, seriam necessários colaboradores competentes, eficazes, poliglotas... e um orçamento de vários milhões. Recursos: tempo, dinheiro, meios logísticos, pessoais, materiais, técnicos...

4) A forma como o fisco está organizado no nosso país é socialmente justa?

A pergunta não tem o objetivo de analisar o funcionamento do sistema fiscal, mas sim julga-lo moralmente. Não se deve julgar e sim compreender!

INTRODUÇÃO

A PERGUNTA DE PARTIDA

A EXPLORAÇÃOas leituras

as entrevistas exploratórias

A PROBLEMÁTICA

A CONSTRUÇÃO

A OBSERVAÇÃO

A ANÁLISE DAS INFORMAÇÕES

A CONCLUSÃO

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5) Quais são as finalidades da vida em sociedade?

Esta pergunta pertence ao domínio da filosofia.

6) Será que os patrões exploram os trabalhadores?

Esta é uma “falsa pergunta”: uma afirmação disfarçada de pergunta. Logicamente, o autor já tem a resposta para ela: “sim” ou “não”.

INTRODUÇÃO

A PERGUNTA DE PARTIDA

A EXPLORAÇÃOas leituras

as entrevistas exploratórias

A PROBLEMÁTICA

A CONSTRUÇÃO

A OBSERVAÇÃO

A ANÁLISE DAS INFORMAÇÕES

A CONCLUSÃO

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7) Que mudanças afetarão a organização do ensino nos próximos vinte anos?

A pergunta revela uma ingênua ilusão sobre o alcance do seu trabalho. Na investigação social não há leis estáveis, pois não se pode prever as atividades humanas com exatidão.

8) Os jovens são mais afetados pelo desemprego do que os adultos?

A resposta será puramente descritiva. Só tem por objetivo conhecer melhor os dados de uma situação. Falta alguma coisa.

INTRODUÇÃO

A PERGUNTA DE PARTIDA

A EXPLORAÇÃOas leituras

as entrevistas exploratórias

A PROBLEMÁTICA

A CONSTRUÇÃO

A OBSERVAÇÃO

A ANÁLISE DAS INFORMAÇÕES

A CONCLUSÃO

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Critérios de uma boa pergunta de partida

Para desempenhar corretamente a sua função, a pergunta de partida deve ter as seguintes qualidades:

I) de clareza:

ser precisa;

ser concisa e unívoca.

II) de exeqüibilidade:

ser realista.

INTRODUÇÃO

A PERGUNTA DE PARTIDA

A EXPLORAÇÃOas leituras

as entrevistas exploratórias

A PROBLEMÁTICA

A CONSTRUÇÃO

A OBSERVAÇÃO

A ANÁLISE DAS INFORMAÇÕES

A CONCLUSÃO

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III) de pertinência:

ser uma verdadeira pergunta;

abordar o estudo do que existe ou existiu, não daquilo que ainda não existe;

basear o estudo da mudança no estudo do funcionamento;

ter uma intenção compreensiva ou explicativa, não moralizadora ou filosófica.

INTRODUÇÃO

A PERGUNTA DE PARTIDA

A EXPLORAÇÃOas leituras

as entrevistas exploratórias

A PROBLEMÁTICA

A CONSTRUÇÃO

A OBSERVAÇÃO

A ANÁLISE DAS INFORMAÇÕES

A CONCLUSÃO

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A EXPLORAÇÃOA EXPLORAÇÃO

as leituras

Visam assegurar a qualidade da problematização.

“É importante insistir desde o início na exigência de situar claramente o trabalho em relação a quadros conceituais conhecidos.” (p.48)

Estratégias:

- tomar conhecimento de trabalhos de referência sobre o mesmo tema e sobre temáticas afins. - selecionar cuidadosamente um pequeno número de leituras e tirar o maior proveito possível delas.

INTRODUÇÃO

A PERGUNTA DE PARTIDA

A EXPLORAÇÃOas leituras

as entrevistas exploratórias

A PROBLEMÁTICA

A CONSTRUÇÃO

A OBSERVAÇÃO

A ANÁLISE DAS INFORMAÇÕES

A CONCLUSÃO

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Como escolher os textos?

Seguindo os seguintes critérios:

-ligações como a pergunta de partida;

- dimensão razoável do programa de leitura;

- elementos de análise e de interpretação (e não apenas apresentação de dados);

- abordagens diversificadas: confrontar perspectivas diferentes;

- intervalos de tempos consagrados à reflexão pessoal e às trocas de ponto de vista.

INTRODUÇÃO

A PERGUNTA DE PARTIDA

A EXPLORAÇÃOas leituras

as entrevistas exploratórias

A PROBLEMÁTICA

A CONSTRUÇÃO

A OBSERVAÇÃO

A ANÁLISE DAS INFORMAÇÕES

A CONCLUSÃO

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Como ler?

“Ler um texto é uma coisa, compreender e reter o essencial, é outra.” (p.55)

A leitura deverá ser auxiliada por uma “grelha de leitura” adequada aos objetivos pretendidos.

Resumos bem estruturados permitirão destacar idéias principais dos textos e compara-los entre si.

INTRODUÇÃO

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A EXPLORAÇÃOas leituras

as entrevistas exploratórias

A PROBLEMÁTICA

A CONSTRUÇÃO

A OBSERVAÇÃO

A ANÁLISE DAS INFORMAÇÕES

A CONCLUSÃO

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as entrevistas exploratórias

Auxiliam o investigador a ter contato com a realidade vivida pelos atores sociais.

Alargam ou retificam o campo de investigação das leituras.

Com quem é útil ter uma entrevista?

-com especialistas científicos do objeto estudado;

-com testemunhas privilegiadas;

-com pessoas diretamente interessadas.

INTRODUÇÃO

A PERGUNTA DE PARTIDA

A EXPLORAÇÃOas leituras

as entrevistas exploratórias

A PROBLEMÁTICA

A CONSTRUÇÃO

A OBSERVAÇÃO

A ANÁLISE DAS INFORMAÇÕES

A CONCLUSÃO

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(p. 45-87)

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Como proceder nas entrevistas?

-fazer o mínimo de perguntas possível;

-intervir da forma mais aberta possível;

-abster-se de se implicar no conteúdo da entrevista (evitar debater idéias ou tomar posições sobre afirmações do entrevistado);

-procurar que a entrevista se desenrole num ambiente e num contexto adequado;

- gravar as entrevistas.

INTRODUÇÃO

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as entrevistas exploratórias

A PROBLEMÁTICA

A CONSTRUÇÃO

A OBSERVAÇÃO

A ANÁLISE DAS INFORMAÇÕES

A CONCLUSÃO

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A PROBLEMÁTICAA PROBLEMÁTICA

“A problemática é a abordagem ou a perspectiva teórica que decidimos adotar para tratar o problema posto pela pergunta de partida.” (p.91)

A partir da problemática “se precisa a pergunta de partida e se compõe a sua resposta.” (p.103)

Envolve três momentos:

I) Fazer o balanço das leituras e das entrevistas:

- inventariar os diferentes pontos de vista adotados;- detectar ligações ou oposições;- tornar visível o quadro teórico a que cada um deles se refere.

INTRODUÇÃO

A PERGUNTA DE PARTIDA

A EXPLORAÇÃOas leituras

as entrevistas exploratórias

A PROBLEMÁTICA

A CONSTRUÇÃO

A OBSERVAÇÃO

A ANÁLISE DAS INFORMAÇÕES

A CONCLUSÃO

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(p. 89-106)

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II) Definir uma problemática:

- conceber uma nova problemática ou- inscrever o trabalho em um quadro teórico pré-existente.

III) Explicitar a problemática retida:

- precisar a sua forma pessoal de entender o problema e de lhe responder: conceitos fundamentais, ligações entre eles (estrutura conceitual).

INTRODUÇÃO

A PERGUNTA DE PARTIDA

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as entrevistas exploratórias

A PROBLEMÁTICA

A CONSTRUÇÃO

A OBSERVAÇÃO

A ANÁLISE DAS INFORMAÇÕES

A CONCLUSÃO

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(p. 107-153)

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A CONSTRUÇÃO DO MODELO DE ANÁLISE A CONSTRUÇÃO DO MODELO DE ANÁLISE

“O modelo de análise é o prolongamento natural da problemática, articulando de forma operacional os marcos e as pistas que serão finalmente retidos para orientar o trabalho de observação e de análise. É composto por conceitos e hipóteses estreitamente articulados entre si para, em conjunto, formarem um quadro de análise coerente.” (p. 151)

INTRODUÇÃO

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as entrevistas exploratórias

A PROBLEMÁTICA

A CONSTRUÇÃO

A OBSERVAÇÃO

A ANÁLISE DAS INFORMAÇÕES

A CONCLUSÃO

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(p. 107-153)

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Conceitos operatórios isolados: empíricos, construídos a partir de observações diretas ou de informações coligidas.

Método indutivo.

Conceitos sistêmicos: paradigmas, construídos por raciocínio abstrato, apresentam maior grau de ruptura.

Método dedutivo.

Hipótese: suposição provisória que prevê uma relação entre dois termos. Deverá ser confrontada posteriormente com os dados da observação.

Deve ter caráter de generalidade e deve admitir enunciados contrários, teoricamente passíveis de verificação.

INTRODUÇÃO

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A PROBLEMÁTICA

A CONSTRUÇÃO

A OBSERVAÇÃO

A ANÁLISE DAS INFORMAÇÕES

A CONCLUSÃO

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(p. 107-153)

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Modelo: sistema de hipóteses articuladas logicamente entre si.

As hipóteses e o modelo deverão ser construídas precisando:- As relações entre os conceitos;- As relações entre as hipóteses.

INTRODUÇÃO

A PERGUNTA DE PARTIDA

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A PROBLEMÁTICA

A CONSTRUÇÃO

A OBSERVAÇÃO

A ANÁLISE DAS INFORMAÇÕES

A CONCLUSÃO

Conceito

sistêmico

operatório

preconceitos*

Hipótese

teórica ou deduzida

induzida ou empírica

(sem interessee perigosa)

Modelo

teórico

mimético

(sem objeto)

*“pré-noções”

con

stru

ção

do

co

nh

ecim

ento

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fico

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(p. 156-208)

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A OBSERVAÇÃOA OBSERVAÇÃO

Nesta etapa, o modelo de análise é submetido ao teste dos fatos e confrontado com dados observáveis.

Observar o que? – Definir os dados pertinentes, úteis à verificação das hipóteses e determinados pelos indicadores.

Observar em quem? – Delimitar o campo de observação e selecionar amostras.

Observar como?- Conceber os instrumentos de observação;- Testar o instrumento de observação antes de utiliza-lo;- Coletar as informações.

INTRODUÇÃO

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A PROBLEMÁTICA

A CONSTRUÇÃO

A OBSERVAÇÃO

A ANÁLISE DAS INFORMAÇÕES

A CONCLUSÃO

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(p. 209-234)

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A ANÁLISE DAS INFORMAÇÕESA ANÁLISE DAS INFORMAÇÕES

“[...] é a etapa que trata a informação obtida através da observação, para a apresentar de forma a poder comparar os resultados observados com os esperados a partir da hipótese.” (p.232).

Envolve três fases:

- Descrever e preparar os dados para a análise.

- Medir as relações entre as variáveis.

- Comparar os resultados esperados com os resultados observados e procurar o significado das diferenças.

INTRODUÇÃO

A PERGUNTA DE PARTIDA

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A PROBLEMÁTICA

A CONSTRUÇÃO

A OBSERVAÇÃO

A ANÁLISE DAS INFORMAÇÕES

A CONCLUSÃO

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(p. 235-242)

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A CONCLUSÃOA CONCLUSÃO

Compreende três partes:

- Recapitular as grandes linhas do procedimento.

- Apresentar os resultados, pondo em evidência os novos conhecimentos relativos ao objeto de estudo e os novos conhecimentos teóricos.

- Especificar as conseqüências práticas do estudo.

INTRODUÇÃO

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A PROBLEMÁTICA

A CONSTRUÇÃO

A OBSERVAÇÃO

A ANÁLISE DAS INFORMAÇÕES

A CONCLUSÃO

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Manual de Investigação em Ciências SociaisManual de Investigação em Ciências SociaisQUIVY, R.; CAMPENHOUDT, L. V.

Título original : Manuel de Recherche em Sciences Sociales Paris : Bordas, 1988.

Tradução : MARQUES, J.; MENDES, M. A. Lisboa: Gradiva, 1992.

Referência:

QUIVY, R.; CAMPENHOUDT, L. V. Manual de Investigação em Ciências Sociais. Lisboa: Gradiva, 1992. 275 p.

Imagens: CORBIS: photography, rights, motion. Disponível em: http://pro.corbis.com. Acesso em 6 de nov. de 2007.