Manual de Plantio de Eucalipto

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    MANUAL PLANTIO DE EUCALIPTO

    Setor Florestal Brasileiro conta com, aproximadamente, 530 milhes de hectares de FlorestasNativas, 43,5 milhes de hectares em Unidades de Conservao Federal e 4,8 milhes dehectares de Florestas Plantadas com pinus, eucalipto e accia-negra.

    Com a explorao de reas de Florestas Nativas mais a explorao das Florestas Plantadasgera mais de 2 milhes de empregos, contribui com mais de US $ 20 bilhes para o PIB,exporta mais de US$ 4 bilhes (8% do agro negcio) e contribui com 3 bilhes de dlares emimpostos, ao ano, arrecadados de 60.000 empresas.

    As Florestas Plantadas esto distribudas estrategicamente, em sua maioria, nos estados doParan, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, So Paulo, Minas Gerais e Esprito Santo.

    Essas florestas plantadas visam a garantia do suprimento de matria-prima para as indstriasde papel e celulose, siderurgia a carvo vegetal, lenha, serrados, compensados e lminas e,painis reconstitudos (aglomerados, chapas de fibras e MDF).

    Apesar da participao das plantaes florestais estarem aumentando em todos os segmentosem relao a das Florestas Nativas, o setor acredita que com base nas expectativas decrescimento de demanda, haver uma necessidade de plantio em torno de 630 mil hectares aoano, ao invs dos 200 mil hectares atuais. A Sociedade Brasileira de Silvicultura - SBS distribuiessa necessidade de plantio como sendo: 170 mil ha. / ano para celulose, 130 mil ha. / anopara madeira slida, 250 mil ha. / ano para carvo vegetal e 80 mil ha. / ano para energia.

    Com base nesses dados observa-se a importncia do eucalipto por ser uma espcie de usomltiplo com possibilidade de atender a todos os segmentos acima descritos, principalmentepara papel e celulose e energia onde historicamente deu contribuio especial.

    O segmento de celulose e papel transformam-se no principal fornecedor de matria prima paraos demais segmentos que usam madeira paras desdobro. Dessa produo a maior demanda da indstria de madeira serrada, vindo a seguir a produo de celulose de fibra longa ecompensados.

    O eucalipto foi introduzido no Brasil em 1904, com o objetivo de suprir as necessidades delenha, postes e dormentes das estradas de ferro na regio Sudeste. Na dcada de 50 passa aser produzido, como matria prima, para o abastecimento das fbricas de papel e celulose.Apresenta-se como uma espcie vegetal de rpido crescimento e adaptada para as situaesedafobioclimticas brasileira. Durante o perodo dos incentivos fiscais, na dcada de 60, suaexpanso foi ampliada. Esses incentivos perduraram at meados dos anos 80. Esse perodo foiconsiderado um marco na silvicultura brasileira dado os efeitos positivos que gerou no setor.

    A partir do trmino dos incentivos fiscais houve um crescimento marginal negativo no plantio de

    eucaliptos. Exceo disso ocorreu naqueles feitos independentes dos investimentos dasindstrias de papel e celulose e de siderrgicas a carvo vegetal. Atualmente a rea plantadacom eucaliptos atinge 2,9 milhes de hectares

    O eucalipto, em 1999, tinha uma rea plantada de 2,9 milhes de hectares. As maiores reasesto localizadas nos Estados de Minas Gerais (51,8%), So Paulo (19,4%), Bahia (7,2%) eEsprito Santo (5,1%).

    Segundo a SBS (2001), 70% das reas com plantio florestais (eucalipto e pinus) pertencem aempreendimentos verticalizados, predominantemente de papel e celulose.

    Indicaes de Espcies

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    Segundo dados do Censo Agropecurio de 1995/96, os plantios de eucalipto, nos principaisestados produtores, se concentram em reas superiores a 1,0 mil hectares tais como nosestados de Minas Gerais (83%), So Paulo (63%), Esprito Santo (79%), a exceo de SantaCatarina e Rio Grande do Sul onde predominam em reas inferiores a 50 hectares (52% e46%, respectivamente).

    Os plantios anuais realizados pelas indstrias ligadas a Associao Brasileira de Celulose ePapel (Bracelpa) tendem a crescer de forma significativa, fruto do crescimento da demanda doprprio setor.

    O Brasil em termos climticos para o cultivo do eucalipto possui duas regies: tropical esubtropical. A regio sudeste, predominantemente tropical e no sujeita a geada de forteintensidade, concentra a maior rea de plantio. Esse primeiro parmetro que delimita o usodas espcies de eucalipto para plantio. O outro a finalidade do uso da matria-prima doeucalipto.

    Para atender demandas regionais, a Embrapa em parceria com empresas privadas einstituies pblicas avalia desde 1985, 12 importantes espcies em 172 experimentos

    localizados em nove estados. Esse estudo, ao lado do aperfeioamento das tcnicassilviculturais, vem propiciando, nas ltimas dcadas, a expanso da produo pelo aumento darea plantada e pela melhoria na produtividade. Cerca de 3 milhes de hectares j soplantados com Eucaliptos, e em alguns casos, o rendimento se aproxima dos 50 m3 demadeira por hectare/ano.

    As espcies indicadas para a regio subtropical so E. benthamii (comprovadamente resistente geada) e E. dunnii (resistncia parcial a geadas) (Tabela 1). Para reas situadas em regiesacima do paralelo 24 Sul, de clima predominantemente tropical, as mais indicadas so E.grandis, E. urophylla, E. saligna, e E. cloeziana para plantios com mudas formadas a partir desementes de pomares e reas de produo de sementes. Plantios de sementes hbridas dasespcies, E. grandis e E. urophylla, podem ser realizados nas regies tropicais, independentede testes locais. Para plantios de mudas, formadas por clonagem, so recomendados testes de

    comportamento do crescimento, e definio do uso da matria prima.

    Produo de Mudas

    Implantao da floresta depende, dentre outros fatores, da utilizao de mudas saudveis, combom dimetro de colo, razes bem formadas, relao parte area / sistema radicular adequada,e nutridas adequadamente. Isto garantir melhor ndice de sobrevivncia no plantio, maiorresistncia a estresses ambientais e maior crescimento inicial, influenciando diretamente naqualidade final da floresta.As tcnicas a serem adotadas para a produo das mudas devem atender s necessidades decada produtor, em termos de disponibilidade e localizao de rea, grau de tecnologia e dosrecursos financeiros disponveis.Existem vrios fatores que determinam o mtodo de produo a ser utilizado. Dentre eles,podem se destacar:

    rea de Coleta de Sementes (ACS)

    ACS um povoamento comercial considerado de boa qualidade, onde algumas rvores demelhor qualidade aparente (melhor fentipo) so selecionadas para a coleta de sementes.Como essas rvores matrizes no so selecionadas com base no seu valor gentico e, ainda,so polinizadas por qualquer rvore em sua volta, o valor gentico das suas sementes limitado.Portanto, o viveirista dever planejar a operao de produo de mudas, considerando que um

    grande nmero de delas dever ser descartado no processo, devido grande freqncia deplantas de baixo vigor, m formao e com outros defeitos. A vantagem dessa categoria desemente o baixo custo e a segurana de maior adaptabilidade ao local de produo.

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    rea de Pro duo d e Sement es (APS)

    APS um povoamento isolado de outros da mesma ou de espcies afins, de excelentedesempenho quanto produtividade e qualidade das rvores, que submetido a desbastesseletivos, em vrias etapas, deixando somente as melhores rvores. Nesse processo, abre-se

    um amplo espaamento entre as rvores, proporcionando condies para que asremanescentes desenvolvam suas copas e produzam grandes quantidades de semente. Assementes produzidas na APS so de qualidade gentica melhor do que da ACS porque soproduzidas por rvores selecionadas, polinizadas por outras, tambm, selecionadas na mesmaintensidade. Mesmo assim, o grau de melhoramento obtido ainda modesto, visto que aintensidade de seleo que se pode aplicar limitada pela quantidade de rvores existente nopovoamento e a quantidade que precisa ser deixada para produo de sementes. A grandevantagem da APS a combinao do melhoramento gentico na produtividade e qualidadecom o melhoramento na adaptabilidade ao local, j que ambos os genitores esto entre os demelhor adaptabilidade na populao.Sementes coletadas de uma APS podero ser usadas na formao de povoamentosdestinados formao de APSs de geraes sucessivas de selees massais, gerandosementes de melhor qualidade gentica a cada gerao no processo. Assim, importante que

    se conhea o histrico da APS de onde se originou a semente.

    Pomar de Sementes (PS)

    O pomar de sementes o povoamento constitudo de matrizes com alto grau seleo gentica,manejado e destinado a produzir sementes melhoradas. Normalmente, ele composto declones de um nmero reduzido de rvores de alto valor gentico, ou de mudas produzidas comsuas sementes. As rvores matrizes componentes do pomar so selecionadas para algumascaractersticas especficas como alta produtividade em alguma regio especfica, rpidocrescimento, densidade da madeira, tolerncia a fatores adversos do ambiente etc. Portanto, otipo de cada pomar precisa ser especificado quanto s caractersticas de seleo a que seus

    componentes foram submetidos. A qualidade gentica das sementes produzidas no pomar da melhor possvel, originando mudas com maior vigor e homogeneidade e pequeno nmerode descartes. Com esse tipo de semente, aumenta-se a eficincia do viveiro, bem como aprodutividade da floresta formada com essas mudas.

    Substratos

    A definio do substrato a ser utilizado num viveiro florestal, depende da anlise de uma sriede fatores, dentre eles destacando-se:

    a) Espcie a ser semeada,

    b) Disponibilidade prxima do local do viveiro de matrias-primas para composio dosubstrato, caso a deciso seja a produo prpria do produto.

    c) Sistema de irrigao utilizado nas diferentes etapas da produo da muda (semeadura,crescimento e rustificao)

    d) Tipo de embalagem utilizada

    e) Relao custo/benefcio

    Atualmente, o uso do solo puro como substrato para viveiros hoje, no tem sido muito utilizado

    por diversas razes, podendo-se destacar entre elas, o problema ambiental criado com aretirada do solo, principalmente em grandes quantidades, e a dificuldade de manuseio domesmo no viveiro, pois solo pesado para manuseio, se for de superfcie, pode carregar

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    sementes de plantas invasoras e esporos de patgenos, e imprprio para a utilizao emrecipientes como os tubetes plsticos.

    Existem vrios componentes que podem ser utilizados para a produo de substratos,classificados como inertes: vermiculita (nome comercial de produto a base de mica expandida),casca de arroz carbonizada, moinha de carvo vegetal e, orgnicos: turfa, bagao de cana

    decomposto, fibra de coco, estercos de bovino, aves e sunos, cascas de pnus ou eucaliptos,compostos derivados de resduos orgnicos, etc.

    Cada um destes componentes, apresenta suas peculiaridades com relao a teor de nutrientes(macros e micros) e a disponibilizao dos mesmos s mudas, condutividade eltrica,capacidade de reteno e disponibilizao de gua, compactao sob irrigao, granulometriae porosidade, etc.

    A produo de substratos normalmente envolve conhecimentos especficos sobre ascaractersticas fsico-qumicas de seus componentes, a maneira pela qual interagem quandomisturados, e suas implicaes na produo das mudas, variam em funo da espcie e tipode produo (sementes/estaquia), do sistema de irrigao disponvel no viveiro, e da

    disponibilidade local dos componentes a serem utilizados.

    desejvel que o substrato possua caractersticas como: Porosidade: determinada pelo graude agregao e estruturao das partculas que compem o substrato, devendo apresentar umbom equilbrio entre os microporos que retm gua, e os macroporos que retm ar. Esseequilbrio que determinar a capacidade de drenagem do substrato.

    Reteno de umidade: de grande importncia para se determinar o regime de irrigao, areteno de umidade determinada pelo teor e quantidade e qualidade dos componentes dosubstrato, principalmente a matria orgnica e alguns tipos de material inerte, como avermiculita.

    Alguns materiais como a fibra de coco, retm grande quantidade de gua , o que pode reduzirsubstancialmente a necessidade de irrigaes ao longo do dia, principalmente no inverno.

    Granulometria: recomendvel que os componentes do substrato apresentem densidadesemelhantes, para evitar fracionamento das partes, principalmente no momento do enchimentodas recipientes, quando se utiliza mesa vibradora. Componentes muito finos, tambm podeminterferir na capacidade de drenagem do substrato, o que prejudicial para a formao dasmudas.

    pH: A acidez de um substrato medida ao final da mistura de componentes, devendo variarentre 6 a 6,5 (medido em H2O). Valores abaixo ou acima desta faixa trazem problemas formao das mudas devido a indisponibilidade de alguns nutrientes e fitotoxidez. O ajuste dopH do substrato (acidificao ou calagem) nem sempre fornece bons resultados, por isso, a

    escolha de componentes da mistura que variem o pH dentro da faixa recomendada, e amistura resultante mantm-se dentro da faixa de tolerncia, com um bom poder tampo,facilita o manejo deste parmetro.

    Caractersticas qumicas desejveis:pH em H2O = 6,0 a 6,5Fsforo = 300 a 600 g/cm3Potssio (nveis de (K/T x 100) = 5 a 8%Clcio + Magnsio (nveis de Ca + Mg/T x 100) = 85 a 95%Obs.: T = capacidade de troca catinica

    Procedimentos de preparo do substrato

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    Os componentes devem ser acondicionados perto do local onde ser realizada a mistura,preferencialmente, previamente peneirados (p. e. terra ou areia) e beneficiados (p. e. casca dearroz ou hmus).A mistura deve ser realizada aps determinao das propores de cada componente (peso ouvolume), com o uso de ps ou misturadores eltricos (betoneiras ou equipamentos especficospara viveiro) (Figura 1).

    O produto final, dever estar homogeneizado, sem apresentar fracionamento entre oscomponentes. Para a sua utilizao, dever ser previamente umedecido, porm semapresentar escorrimento quando apertado na mo.

    Figura 1.Misturador para substrato (CESP).

    No momento da utilizao deve-se realizar a adubao do substrato, realizando-se a misturanovamente com a utilizao de ps ou equipamento eltrico, para a melhor homogeneizao.Algumas propores possveis de misturas:

    Tipo 1:Casca de pnus decomposta e moda (triturador de martelo): 33,3%Hmus: 33,3%Carvo de palha de arroz: 33,3%

    Tipo 2:Casca de pnus decomposta e moda: 25%Carvo de palha de arroz: 25%Vermiculita fina: 25%Turfa ou hmus: 24%Solo vermelho: 1%

    Sugesto de adubao (considerando-se 1 m3 de substrato):Sulfato de amnio: 800 gCloreto de potssio: 200 gSuper fosfato simples: 4000 gFTE BR 10 *: 1000 g(*) produto comercial para adubao de micronutrientes

    Os componentes, propores e adubaes sugeridas, apenas ilustram algumas possibilidades,devendo ser adaptados de acordo com as necessidades de cada produtor.Outro aspecto que deve ser considerado, no caso da produo de substrato pelo viveirista, anecessidade de se processar a desinfeco do mesmo, para eliminao de fungos patognicose sementes de invasoras que podem estar misturadas nos componentes orgnicos dosubstrato. Uma possibilidade, no caso de pequenas quantidade, espalhar o substrato em

    uma camada no maior que 10 cm sobre uma lona preta, e recobri-lo com esse mesmomaterial, sob o sol. Decorridos 48 horas, estar pronto para o uso. Para quantidades maiores,

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    pode-se utilizar vapor para a esterilizao, realizada com o uso de equipamentos prpriosalimentados com lenha, gs ou leo combustvel, de acordo com a preferncia do produtor.

    Sistemas de plantio

    Consideraes gerais sobre o plantio

    O plantio e uma das operaes mais importantes para o sucesso da implantao de florestas.A adoo do sistema adequado requer uma definio clara de objetivos e usos potenciais dosprodutos e subprodutos que se espera da floresta. O sucesso de um plantio e a obteno depovoamentos produtivos e com madeira de qualidade deve ser pautado por prticassilviculturais como: a escolha e limpeza da rea, controle de pragas e doenas, definio domtodo de plantio e tratos culturais.

    O plantio se caracteriza pela colocao da muda no campo. Pode ser mecanizado, manual ousemi mecanizado, dependendo da topografia, recursos financeiros e disponibilidade de mo deobra e/ou equipamentos.

    - O plantio mecanizado ou semi mecanizado aplica-se onde a topografia e plana possibilitandoo uso de plantadoras traquinadas por tratores. As plantadoras, normalmente, fazem osulavento, distribuem o adubo e efetivam o plantio. No sistema semi mecanizado, as operaesde preparo de solo e tratos culturais so mecanizados, o plantio propriamente dito e manual.

    - O plantio manual e recomendado para reas declivosas ou em situaes onde no e vivel ouso de maquinas agrcolas.

    Os plantios de eucaliptos realizados no sul do Brasil, em sua maioria , adota o sistema manualem funo da rusticidade da espcie, da disponibilidade de mo de obra e em muitas situaespelas condies topogrficas.

    Alguns fatores importantes devem ser definidos previamente antes do plantio propriamentedito, com destaque para o espaamento de plantio, as operaes de manejo, os tratos culturaise a adubao das mudas. Constituem-se operaes bsicas para a implantao de um macioflorestal o preparo de solo e plantio.

    Preparo do solo

    Planejamento do plantio

    No planejamento definem-se as vias de acesso e o dimensionamento/posicionamento dostalhes, aes que facilitaro as operaes de plantio, tratos culturais, operaes de proteo,principalmente controle de fogo e as operaes de retirada da madeira.

    Observe-se que o dimensionamento/posicionamento dos talhes assume importnciaestratgica, pois as operaes de explorao (derrubada e retirada da madeira) soresponsveis por mais de 30% do custo da madeira produzida e colocada no ptio da fabrica

    Construes de estradas

    A construo das vias de acesso devem considerar a distancia mxima do arraste outransporte da madeira no interior da floresta, que por razoes tcnicas e econmicas no devemultrapassar os 150 m. Assim, os talhes devem ser dimencionados com no mximo 300 m delargura, com cumprimento variando de 500 a l000 m.

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    A definio do tamanho do talho importante tambm para a proteo da floresta em caso deincndio, por exemplo, em reas declivosas, a distncia de arraste no deve exceder a 50 m.

    Aceiros

    Os aceiros separam os talhes e servem de ligao s estradas de escoamento da produo.

    Podem ser internos ( com largura de 4 a 5 m) ou de divisa ( com largura de 15 m).

    Recomenda-se ainda que a cada 4 ou 5 talhes estabelea-se aceiros internos de 10 m delargura. desejvel que os aceiros possuam leitos carroveis com aproximadamente 60 % dalargura.

    A rea total ocupada por aceiros, considerando reas planas ou suavemente onduladas deveser de 5% da rea til.

    Limpeza

    A limpeza da rea para plantio corresponde s operaes de derrubada, remoo eenleiramento da vegetao/resduos da explorao.

    Na limpeza recomenda-se retirar apenas o material lenhoso aproveitvel, como por exemplo alenha ( energia ou carvo) e madeira para serraria, moires etc, sendo que o restante domaterial, considerado como resduo da explorao, deve permanecer no campo como umaimportante reserva de nutrientes.

    Dependendo da densidade da vegetao a ser retirada e da topografia do local (observe-se osaspectos legais), pode-se utilizar equipamentos e/ou maquinas pesadas.

    Dentre eles podemos citar o corrento, indicado para reas de capoeira e cerrades; laminasfrontais empuradeiras ou frontais cortadeiras. As laminas frontais cortadeiras so maisapropriadas pois fazem menor

    Preparo do solo propriamente dito

    As reas destinadas ao cultivo de essncias florestais devem receber cuidados especiais, vistoque dela depender, em grande parte, o resultado econmico da atividade.

    O principal objetivo do preparo da rea oferecer condies adequadas ao plantio e

    estabelecimento das mudas no campo. Como condies adequadas podemos considerar areduo da competio por ervas daninhas, melhoria das condies fsicas do solo ( ausnciade compactao) e a presena de resduos da explorao (folhas e galhos devidamentetrabalhados para no prejudicarem as operaes que demandam uso de maquinas).

    Estes resduos so importantes na manuteno da matria orgnica no solo econsequentemente na ciclagem e disponibilizao de nutrientes s plantas.

    Recipientes

    A escolha do recipiente determina todo o manejo do viveiro, o tipo de sistema de irrigao a serutilizado e sua capacidade de produo anual.

    Dentre os tipos de recipientes que podem ser utilizados na produo de mudas de pnus,podem-se citar:

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    a) Sacos plsticos: ainda hoje utilizados, porm seu uso vem diminuindo gradualmente, devidoa grande quantidade de substrato ou solo necessrio ao seu enchimento, peso final da mudapronta, rea ocupada no viveiro, diminuindo a produo/m2, maior necessidade de mo-de-obra em relao outros tipos de recipientes e, dificuldades de transporte, alm de gerargrande quantidade de resduos no ato do plantio devido ao seu descarte. Tem como vantagemo baixo custo, a possibilidade de utilizao de sistemas de irrigao simples, e a possibilidade

    de obter mudas de maior tamanho, valorizadas para ornamentao, dependendo da espciesemeada.

    b) Laminado de pnus: com caractersticas semelhantes s dos sacos plsticos, este tipo deembalagem apresenta como vantagem, a possibilidade de utilizao de toretes de madeira,refugo de grandes laminadoras, que ainda podem ser desdobrado em lminas por pequenostornos, a custo bastante reduzido. As suas desvantagens so as mesmas dos sacos plsticos,e requer mo-de-obra para a sua confeco. Necessita de um bom controle do tempo deformao das mudas, para que no se degrade antes do perodo de plantio devido ao ataquede fungos decompositores de madeira e, requer cuidados no transporte, visto que, por no terfundo, pode desagregar e perder o substrato, expondo as razes e causando o seuressecamento, o que compromete a sobrevivncia das mudas no campo.

    c) Tubetes plsticos: utilizados na capacidade de 50 cm3 e acondicionados em bandejasprprias, so as recipientes que melhor aceitao tem no mercado atualmente. Apresentacomo vantagens o uso racional da rea do viveiro, permitindo o acondicionamento de umnmero grande de mudas, a possibilidade de automatizao do sistema de produo demudas, desde o enchimento das recipientes, at a semeadura e expedio das bandejas paraa rea de germinao. Os tubetes tambm possibilitam a sua reutilizao, que pode chegar a 5anos, dependendo da qualidade do plstico utilizado na sua confeco e do armazenamentoadequado sombra.

    O uso de tubetes requer um cronograma rgido de produo e expedio de mudas para ocampo. A manuteno das mudas por um perodo muito alm do perodo de rustificao podecausar problemas de enovelamento de razes e deficincias nutricionais, o que se traduz em

    menor sobrevivncia das mudas no campo no plantio, ou mortes posteriores, por problemas dem capacidade de absoro de gua da planta ou tombamentos pelo vento das rvores devido m distribuio das razes no solo em funo do enovelamento acontecido na fase de viveiro(fotos 1 e 2).

    Enchimento de recipientes

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    A colocao do substrato nas recipientes, requer cuidados para se evitar que o mesmo torne-se compactado, prejudicando a germinao das sementes e o desenvolvimento do sistemaradicular, o que pode comprometer a sobrevivncia das mudas no plantio e o desenvolvimentofuturo da rvore. Para recipientes de enchimento manual, como os sacos plsticos e laminadosde pnus, apenas a experincia poder definir o quanto o substrato poder ser compactadomanualmente de modo a no se desagregar na hora da retirada da muda, e ao mesmo tempo

    permitir um bom desenvolvimento do sistema radicular.No caso dos tubetes, existem mquinas prprias para a atividade de enchimento de substrato,tambm conhecidas com mesas vibratrias, que permitem dosar a quantidade de substrato e acompactao do mesmo por todo o perfil da embalagem de maneira adequada (Figura 1).

    importante ressaltar, que para qualquer tipo de embalagem ou substrato, no momento doenchimento, este deve estar umedecido (nunca encharcado), para a melhor agregao daspartculas e a compactao adequada. Substratos secos no agregam as partculas e nopermitem compactao, e no caso de recipientes sem fundo como laminados e tubetes,

    escoam pela parte de baixo.

    Sistemas de irrigao

    A irrigao uma dos fatores de maior importncia do viveiro. O excesso e a falta d'gua,podem comprometer qualquer uma das fases de formao das mudas.

    escolha do equipamento adequado, associa-se o manejo do sistema como um todo, ondedevem ser considerados dentre outros fatores, o tipo de substrato e recipientes utilizados peloprodutor, a espcie escolhida para a produo de mudas, a fase em que a muda se encontrade desenvolvimento (germinao incluindo repicagem, crescimento ou rustificao), a poca doano em que se est produzindo, a regio onde est instalado o viveiro em funo datemperatura e do regime de chuvas e, hora do dia em que se est realizando a operao deirrigao.

    Assim, em regies calor intenso com inverno ameno, normalmente, a exigncia das mudas porgua em qualquer fase do desenvolvimento maior que em regies de clima temperado. Poroutro lado, alguns tipos de substratos, por terem menor capacidade de reteno de gua,exigem que se aplique mais gua a cada irrigao, ou que se aumente a freqncia dasmesmas.

    As horas do dia em que devero ocorrer a irrigao tambm merecem ateno. Nos perodosmais quentes do dia, geralmente entre 12 a 14h30' no se deve praticar a irrigao, sob penade queimar as mudas. recomendvel que a mesma se processe nas primeiras horas do dia,aps as 15h00' e ao entardecer. O tempo que o sistema deve permanecer ligado, e o nmero

    de irrigaes ao longo do dia, deve ser determinado pela experincia, observando-se se aps airrigao se processar o substrato se encontra suficientemente mido sem estar encharcado, e

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    se no intervalo entre uma irrigao e outra, no ocorre murchamento das mudas por falta degua.

    importante ressaltar, que para cada etapa de formao das mudas, e para diferentes tipos derecipientes, existem diferentes sistemas de irrigao, com bicos de diferentes vazes, pressode trabalho e rea de cobrimento (Figura 1).

    Existem no mercado empresas especializadas que prestam assessoria e ajudam o produtor adeterminar o melhor equipamento para o seu sistema de produo.

    Irrigao por asperso em mudas de Pinus taeda em incio da fase de rustificao

    Etapas de formao das mudas

    A formao das mudas de eucalitpo uma das fases mais importantes de sua produo e seconstitui de etapas s quais devermos dedicar o mximo esmero.

    1. Semeadura

    2. Crescimento das mudas

    3. Rustificao das mudas

    Preparo da semeadura e semeio

    As sementes de eucaliptos, por seu tamanho, apresentam-se muitas vezes, com uma

    quantidade alta de material inerte misturado, principalmente sementes no fecundadas,reduzindo o nmero de sementes viveis por kg. recomendvel passar a semente por umseparador de ar. Este procedimento aumenta a eficincia da semeadura, evitando quesementes vazias sejam semeadas no lugar das frteis. Com o uso de peneiras classificadoras(malhas de 2,0 mm; 1,68 mm; 1,41 mm e 1,19 mm) e agitador mecnico, pode-se separar assementes do lote a ser semeado por tamanho. Este procedimento aumenta o seu teor depureza e a velocidade de germinao das sementes. Recomenda-se semear as sementesgrandes em lotes separados das pequenas, de modo a aumentar a eficincia do viveiro.

    O processo de semeadura pode ocorrer manualmente ou com o uso de equipamentoautomtico, prprio para esse fim (Figura 1), com diferentes concepes e produtividades, quepodem ser adquiridas no mercado. O que determinar a escolha do mtodo a ser empregado

    a quantidade de mudas a ser produzida anualmente, justificando-se ou no a mecanizao daatividade e, qual o porte do equipamento a ser comprado.

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    Mquina vcuo para semeadura

    A semeadura manual vantajosa para pequenas quantidades de sementes, porm, algunscuidados devem ser observados:Aps o enchimento das recipientes, proceder uma cavidade rasa central no substrato com umapequena haste com dimetro aproximado de 0,7 cm, que pode ser de madeira. A profundidade

    da cavidade no deve superar o tamanho da semente deitada. Este procedimento evita que asemente seja enterrada a uma profundidade que impossibilite a germinao, e ao mesmotempo que seja sua deposio ocorra de forma descentralizada, encostada na parede dotubete, o que compromete o desenvolvimento das razes.A semeadura manual feita com a utilizao de seringas dosadoras, que permitem regulagemem funo do tamanho mdio das sementes.

    Peneirar sobre os tubetes semeados uma fina camada do prprio substrato ou vermiculita finapura, estando o material levemente umedecido. Essa camada no deve ser maior que metadeda altura da semente deitada (aproximadamente 1 mm), para permitir a manuteno daumidade sobre a semente, sem contudo enterr-las.

    O uso do semeador automtico dispensa a marcao das cavidades, e muitos modelos

    realizam o recobrimento das sementes com vermiculita em apenas uma operao. A eficinciada mquina aumenta muito com a utilizao das sementes previamente peneiradas eseparadas por tamanho.

    Repicagem

    Normalmente, devido ao pequeno tamanho das sementes de eucaliptos, no se conseguesemear apenas uma por embalagem, principalmente no caso da semeadura manual,produzindo-se um nmero que pode ser grande de plntulas por recipiente, e quenecessariamente devero ser removidas mantendo-se apenas uma. A utilizao da repicagemaumenta o aproveitamento das sementes germinadas, reduzindo custos na compra desteinsumo e, permitindo um ganho de tempo no cronograma de formao de novas mudas.

    O processo de repicagem deve ser realizado sombra, quando as plntulas se apresentaremcom um tamanho entre 2,5 a 3,0 cm, e o arranque s dever se realizado aps uma irrigaoprofunda do substrato, de modo a torn-lo o mais solto possvel. Deve-se selecionar parapermanecer no recipiente a plntula mais central e vigorosa, retiradas todas as outras,descartando-se da repicagem as que no apresentarem tamanho adequado, ou no estiveremsadias e vigorosas.

    As plntulas selecionadas para a repicagem so transportadas para pequenos recipientesplsticos rasos, cheios de gua. Deve-se promover a repicagem o mais rapidamente possvel.

    Os recipientes que recebero as novas mudinhas, tambm devero estar previamenteirrigados. Procede-se ento um furo central no substrato, com o uso de um furador de madeiracom o dimetro aproximado de 8 mm, e uma profundidade de 3,5 a 4,0 cm, onde seroinseridas as plntulas a serem repicadas, aps passarem por uma pequena poda de raiz, para

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    a eliminao das radculas laterais. Aps a insero da mudinha no furo, tap-lo com umapequena quantidade de substrato fresco e pouco mido, mas no totalmente seco. Nestaetapa, deve-se evitar o enovelamento da raiz e, o enterramento excessivo dos caules,mantendo-se as folhas cotiledonares acima do substrato. Para tanto, necessrio puxarlevemente a plntula para cima.

    Comprimir levemente o substrato ao redor da muda, evitando-se o esmagamento do caule.Proceder imediatamente uma irrigao, mantendo o substrato sempre mido, porm semencharcamento. As mudas permanecero sombra (sombrite 50%) por um perodo de 10 a 15dias, at o seu completo pegamento, irrigadas de modo a evitar o tombamento da parte area.Aps este perodo, entram na seqncia normal de produo, recebendo as primeirasadubaes de arranque.

    Sombreamento

    As sementes requerem um perodo de aproximadamente uma semana de sombra para a sua

    perfeita germinao, devendo ento serem descobertas.

    No caso da utilizao de sacos plsticos e laminados de pnus que podem ser encanteiradasno cho, pode-se utilizar materiais como capim seco, folhas secas de palmeiras, esteirasrsticas de colmos de bambus para proteger as sementes do sol. Essas protees no devemser muito compactas, para permitir a circulao de ar, e a passagem de um pouco de luz (emtorno de 50%).

    No caso de sistemas com maior grau de tecnologia, que se utilizem de tubetes, pode-se utilizarde mantas plsticas (sombrite), que podem ser adquiridas com diferentes graus deinterceptao da luz. Geralmente, esses sistemas contemplam o uso de casas de germinao,que nada mais so que estufas plsticas apropriadas para este fim (Figura 1). Neste caso,consegue-se uma vantagem inicial, que a proteo contra as geadas, no caso desemeaduras em poca de inverno e, das chuvas fortes, que costumam provocar a perda dassementes por lavagem do substrato

    Casa de germinao com cobertura de plstico e sombrite 50%

    Decorrido o perodo de germinao, as mudinhas devem ser descobertas do sombrite, sendotransferidas para estufas semelhantes, recobertas apenas com plstico ou, transferidas parapleno sol.

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    O processo completo envolvendo as duas fases, requer um tempo aproximado de 7 a 10 diasno vero, e de 10a 15 no inverno.

    Irrigao

    Durante a de germinao das sementes e do incio de crescimento das mudas, a irrigao dasmudas requer extremo cuidado, pois so fases muito sensveis falta ou excesso de gua.Cuidados como hora ideal para o seu procedimento, freqncia, qualidade da gua eencharcamento, j foram discutidos no item Sistemas de irrigao.

    Recomenda-se durante todo esse perodo o consumo de no mais que 6 l de gua/m2 deviveiro/dia. Essa quantidade deve ser ajustada para cada regio, tipo de substrato utilizado, eperodo do ano em que as mudas esto sendo produzidas.

    A Figura 1 ilustrativa doe efeitos negativos do excesso de gua na etapa de germinao, quese torna irregular, alm da formao de algas verdes em abundncia, que competem com as

    plntulas por luz e nutrientes.

    Adubao

    Na fase de germinao das sementes, no se recomenda o uso de adubaes.

    Os substratos adquiridos no mercado, normalmente j vem com uma quantidade de nutrientessuficiente para as necessidades nutricionais das plntulas neste perodo inicial.

    Para os substratos formulados pelo produtor, deve-se proceder a incorporao de adubosconforme mencionado no item 2 - Substratos.Densidade de mudas

    Nesta etapa, as mudas apresentam um aumento das necessidades nutricionais e de consumode gua, devido acelerao do seu metabolismo. Ocorre tambm uma busca mais intensadas plantas por luz solar, resultando na necessidade de modificaes no manejo que vinhasendo adotado para a fase de germinao.

    No caso de utilizao de sacos plsticos ou laminados de pnus, possvel manter as mudasno espaamento original da montagem dos canteiros (100% de ocupao do solo), devido ao

    tamanho dos recipientes. J para os tubetes, deve-se adotar a intercalao das mudas, comocupao de 50% da rea de cada bandeja. Esta prtica permite aerao melhor entre as

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    mudas, reduzindo o risco de contaminao com fungos fitopatognicos, possibilita melhorirrigao e aplicao de adubos e, permite melhor insolao das mudas.

    Irrigao

    A irrigao das mudas nesta fase deve sofrer um aumento em relao de germinao sercondizente com o aumento da biomassa das plantas, e de seu maior metabolismo.

    As recomendaes sobre os horrios para se process-las, bem como os cuidados comencharcamento ou falta d'gua, so as mesmas em relao fase de germinao.

    As quantidades de gua a serem aplicadas variam em funo do perodo do ano, do tipo desubstrato e, da embalagem utilizada. No caso dos tubetes, no vero, recomenda-se umaaplicao que no deve ultrapassar 13 l/m2 de viveiro/dia. No entanto, os ajustes devem serfeitos pelo viveirista para cada situao, verificando o estado de turgidez das mudas e o

    escorrimento de gua do substrato quando apertado entre os dedos.

    Adubao

    Devido ao ritmo acelerado de crescimento nesta fase, as mudas precisam de umasuplementao maior de nutrientes, sob pena de apresentarem deficincias que comprometemo seu desenvolvimento e podem levar morte.Imediatamente aps a sada da fase de germinao, no se recomenda uma adubao muitocarregada, para que as mudas no tenham os tecidos mais jovens e menos lignificadosqueimados pelo adubo. Dentre vrias possibilidades, sugere-se a separao da adubaonesta etapa em duas fases distintas:

    a) Adubao de arranque (1a a 3a semana aps a sada da fase de germinao):

    Super fosfato simples: 4,6 g/lSulfato de amnio: 0,3 g/lCloreto de potssio: 2,1 g/lFTE BR 10: 0,5 g/l

    Solubilizar os adubos em gua e aplicar 3 l dessa soluo para cada 1000 tubetes (6 a 8aplicaes intercaladas a cada 3 dias).

    Antes da aplicao da soluo de adubos, importante reduzir-se a irrigao das mudas,

    provocando um pequeno murchamento das mudas, de modo a otimizar o aproveitamento dasoluo, que de outra forma se perderia por saturao de gua no substrato. As aplicaesdevem ser realizadas s primeiras horas do dia, ou ao entardecer, e nunca nos horrios demaior insolao e calor. Aps a adubao, proceder imediatamente uma irrigao paralavagem da parte area, evitando a queima das acculas pelos adubos, especialmente o sulfatode amnio.

    O ritmo proposto entre as aplicaes, mantm a quantidade de nutrientes no substrato,acelerando o ritmo de crescimento das plantas, ao evitar uma quebra da disponibilidade dosmesmos se os intervalos de aplicaes fossem esparsos.

    b) Adubao de crescimento (iniciada aps a adubao de arranque):

    Uria: 8,0 g/lYoorim MG (ou super fosfato simples): 6,0 g/l

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    Cloreto de potssio: 6,0 g/lFTE BR 10: 0,5 g/lSolubilizar os adubos em gua e aplicar 3 l dessa soluo para cada 1000 tubetes (5 a 20aplicaes intercaladas a cada 3 ou 4 dias).

    As adubaes podem ser processadas manualmente, com a utilizao de regadores, o que

    exige mo-de-obra previamente treinada para se evitar a aplicao irregular dos adubos, oucom o uso de aplicadores automticos, que processam as adubaes nas concentraes ehoras pr estabelecidas (Figura 1)

    Sistema de aplicao de adubo por condutividade eltrica.

    A aquisio destes sistemas definida em funo do tamanho do viveiro e a quantidade demudas a ser produzida anualmente

    Padronizao das mudas

    Ao final das adubaes de crescimento, as mudas devem estar vigorosas, com a copa bemformada e o sistema radicular abundante, notando-se nas extremidades das razessecundrias, as formaes dicotmicas prprias das micorrizas. Nesta etapa, o tamanho dascopas deve estar se aproximando ao comprimento dos tubetes, mantendo uma relao partearea/sistema radicular de 1:1 aproximadamente e, com o dimetro de colo aproximando-se de3 mm.Deve-se processar uma seleo das mudas e, as que estiverem fora de padro, Rustificaodas mudas

    A etapa de rustificao trata da preparar a muda fisiologicamente para o plantio e as primeirassemanas que o sucedem.

    Nesta etapa, as mudas devero ser preparadas para a ida ao campo, com reserva nutricionaldisponvel para o pronto crescimento e, ao mesmo tempo, resistentes ao estresse provocado

    pelas atividade de plantio (falta de gua, retirada dos tubetes e transporte).

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    Algumas prticas de rustificao das mudas envolvendo manejo do regime de gua eadubao podem minimizar esses problemas.

    Durante o processo de rustificao deve-se, portanto, considerar os seguintes

    Irrigao

    A irrigao para rustificao das mudas deve ser paulatinamente diminuda, permitindo um levemurchamento dos pices, porm, sem crestamento. O processo de rustificao deve ocorrernum prazo de 10 a 15 dias no mximo, e a freqncia dever partir de duas at uma vez pordia.

    Adubao

    Antes de proceder as adubaes de rustificao, proceder a lavagem acentuada das acculaspara arraste de nitrognio. Aps a lavagem, cortar a irrigao at leve murchamento dospices, porm, sem crestamento.

    A formulao apresentada permite que a haja uma diminuio do ritmo do crescimento emaltura das mudas, ao mesmo tempo, favorecendo o desenvolvimento do sistema radicular eengrossamento do dimetro do colo, o que se traduz em menos tecidos trgidos e maiorreserva nutricional para o perodo inicial ps plantio, quando as razes devero iniciar aexplorao do solo ao seu redor. As concentraes e produtos apresentados podem serajustadas de acordo com as necessidades do produtor.

    Sulfato de amnio: 5,0 g/lSuper fosfato simples ou Yoorim MG: 10,0 g/ lCloreto de potssio: 4,0 g/lFTE BR 10: 0,5 g/l

    Solubilizar os adubos em gua e aplicar 3 l dessa soluo para cada 1000 tubetes (aplicaesintercaladas a cada 3 ou 4 dias para um mximo de ocupao de 500 tubetes/m2).

    Na etapa de rustificao, o excesso de chuvas pode acarretar deficincias srias de nitrognioe eventualmente potssio. O produtor deve ficar atento aos sintomas de deficincia nutricionalque eventualmente o lote passe a apresentar, e providenciar as correes necessrias.

    Padronizao das mudas

    As mudas aps o final da etapa de rustificao, devero passar por um processo de seleo epadronizao. Mudas que estiverem fora dos padres estabelecidos, devero regressar fasede rustificao ou, eventualmente, para a de crescimento.

    Altura da parte area: 14 a 15 cmDimetro de colo: 3 a 4 mmSistema radicular ocupando toda a rea interna do tubete com bom desenvolvimento ecolorao branca (Figura 1)

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    Detalhe de sistema radicular bem conformado

    Nutrio, Adubao e Calagem.

    Importncia da nutrio mineral

    Embora o eucalipto tenha rpido crescimento, este muito varivel. Os principais fatores queinterferem no crescimento esto relacionados com o material gentico utilizado e com ascondies de solo onde plantado. Geralmente, so utilizados os solos de baixa fertilidadenatural, sendo necessria sua correo com a aplicao de fertilizantes.

    Avaliaes nutricionais em plantios de Eucalyptus spp so importantes para recomendaes deuso de fertilizantes minerais, pois propiciam melhor aproveitamento dos nutrientes, resultandoem aumento da produtividade florestal. A amostragem correta das rvores fundamental, parao sucesso dos estudos nutricionais.

    Recomendaes de amostragem foliar

    Recomenda-se coletar amostras, em rvores dominantes, de folhas recm maduras do meioda copa, durante o vero. Dependendo do regime de chuva e temperatura no perodo, algumasvariaes podem ocorrer e neste caso as folhas que devero ser amostradas podem no estarcompletamente formadas e/ou ainda no totalmente madura.

    As folhas devem estar completamente formadas. Nestas condies as folhas apresentamseguintes caractersticas morfolgicas: aspecto e cor: lisa e brilhante, com colorao verdeescura na parte superior e verde plida na inferior; forma: lanceolada.

    Recomenda-se que cada amostra seja composta por no mnimo no mnimo 3 rvoresdominantes. O nmero total de amostras compostas, por rea, depende entre outros do local,tipo de solo e do material gentico plantando.

    Em termos prticos recomenda-se a coleta de 10 a 20 amostras compostas, por gleba.

    A interpretao das analises expressas em concentrao do elemento nutriente nas folhas nosda idia da necessidade de reposio do nutriente deficiente.

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    Tabela. Teores de macro e micronutrientes considerados adequados para o Eucalyptus.

    Elemento)

    TeoresObservados * Teores

    Adequandos *MnimosMximos

    N (mg/g) 8,1 23,0 20,0 - 22,0P (mg/g) 0,7 1,3 0,9 - 1,4

    K (mg/g) 3,8 11,4 7,5 - 8,3

    Ca (mg/g) 3,8 15,1 3,8 - 6,0

    Mg (mg/g) 1,2 3,4 2,6 - 6,2

    B (g/g) 12,0 104,0 20,0 - 60,0

    Fe (g/g) 62,0 491,0 80,0 - 200,0

    Mn (g/g) 151,0 2875,0 300,0 - 700,0

    Zn (g/g) 2,0 39,0 10,0 - 15,0

    Adubo e calagem

    Adubo mineral

    Os nutrientes mais freqentemente utilizados nas adubaes de espcies florestais so o N, P,K, e com menor freqncia o B e o Zn. O Ca e Mg so aplicados atravs de calagem. Emplantaes florestais comum o uso de adubo simples, formado por apenas um compostoqumico. Neste caso, normalmente so utilizados: Sulfato de amnio e uria, como fontes denitrognio; Superfosfato simples; Superfosfato triplo e Fosfato natural, como fontes de fsforo;

    Cloreto de potssio e Sulfato de potssio, como fontes de potssio; - Brax, como fonte deboro.Alm dos adubos simples, existem os adubos formados a partir da mistura de dois ou maisfertilizantes, os quais, representados por formulaes, so denominados de adubos mistos. Aformulao do fertilizante varia de regio para regio, e de acordo com a cultura que seraplicado. De maneira geral, na atividade florestal, o fsforo colocado em maior quantidadeque os outros elementos, por ser normalmente aquele presente em menor concentrao nosolo.

    Calagem

    O calcrio o corretivo mais usado para a correo do solo. Alm de ser o mais disponvel, omais barato. Normalmente, recomendada a aplicao de calcrio dolomitico, que contmalm do Ca, concentrao mais elevada de Mg.

    Calcrio teor de MgO (%)teor de CaO (%)Clcico ou calctico at 5 45 - 55Magnesiano 5,1 - 12 33 - 44Dolomitico mais de 12 25 - 32 .

    pocas de aplicao

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    Identificada a necessidade de se fazer correes no solo, o prximo passo determinar apoca mais adequada para aplicar o calcrio e o fertilizante. A calagem realizada durante opreparo do solo e a adubao depende da espcie florestal utilizada, do solo, da idade dasplantas e da intensidade da colheita. Quando o solo muito cido (p./ex.: pH abaixo de 4,0) ouapresenta baixos teores de Ca e Mg, a aplicao de calcrio antes do plantio e durante arotao da cultura necessria.

    Normalmente, a adubao realizada em duas etapas. A primeira, chamada de adubaofundamental, feita antes ou no momento do plantio, utilizando nitrognio, fsforo e potssio. Asegunda, tambm chamada de adubao de manuteno, realizada quando as rvores tementre 30 a 36 meses de idade. Nesse caso, recomendado, para solos de baixa fertilidade, aaplicao de 90 kg/ha de Cloreto de potssio (ou aproximadamente 50 g/ planta) e cerca de 2toneladas de calcrio por hectare. Em solos com altos teores de clcio e magnsio, aadubao de manuteno realizada apenas com o Cloreto de Potssio.

    Recomendao de calagem

    De uma forma geral, as espcie florestais plantadas no Brasil so tolerantes acidez do solo.

    A calagem tem como objetivo maior elevar os teores de Ca e Mg nos solos do que a correodo pH. Normalmente, as quantidades recomendadas elevam o pH a valores prximos a 5,5.Dois mtodos so recomendados para determinar a quantidade de calcrio ser aplicado. Ummtodo baseado nos teores de Al no solo e o outro nos teores de Ca e Mg, conformemostrados a seguir:

    A calagem recomendada para elevar os teores de Ca e Mg no solo. Neste caso deve-seaplica-lo antes do plantio e durante a rotao, juntamente com a adubao de manuteno. recomendada quando o solo muito cido (pH < 5,0) ou quando apresentar baixos teores deCa e Mg. O objetivo elevar o solo a um pH prximo a 5,5 e/ou a Saturao de Bases entre 40- 50%.

    1. Com base nos teores de alumnio do solo:

    t calcrio/ha = 0,2 x mmol (+) Al+ / dm no soloExemplo: teor de Al+ no solo = 10 mmol(+) / dmt calcrio/ha = 0,2 x 10 = 2Recomendao = aplicao de 2 toneladas de calcreio/ha2. Com base nos teores de Ca e Mg do solot calcrio/ha = 2 x [ 20 - (mmol(+) Ca+2 + Mg+2 / dm de solo)]Exemplo: teor de Ca+2 + Mg+2 no solo = 19 mmol(+) / dmt calcrio/ha = 2 x [20 - 19] = 2

    Recomendao = Aplicao de 2 t /ha de calcrio

    Na prtica no aconselhvel aplicar doses muito elevadas de calcrio, pois alm de se tornar

    onerosa ela pode interferir na estrutura do solo e na microfauna. Assim, o ideal aplicar nomximo 2 toneladas. Caso seja necessrio uma aplicao maior, por exemplo 4 toneladas, aconselhvel dividir em 2 aplicaes. A primeira aplicao antes do plantio e a segundaquando o plantio estiver com 30 a 36 meses de idade, isto , junto a adubao de manuteno.

    Recomendao de adubao mineral

    No existem recomendaes de adubao baseadas apenas nas anlises de solo, eespecificas para as diferentes espcies florestais plantadas nos diferentes tipos de solo. Demaneira geral, pode-se recomendar a seguinte adubao:

    Interpretao dos teores de P e K no solo, com base nos resultados da anlise qumica

    Teores no solo InterpretaoBaixo Mdio Alto

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    P (mg/dm) menor ou igual a 3,0 maior que 3 e menor que 7 maior ou igual a 7K (mmol(+)/dm) menor ou igual a 0,5 maior que 0,5 e menor que 1,5 maior ou igual a 1,5

    Recomendao de adubao com fertilizante mineral para eucaliptos, com base nosteores de P e K do solo.

    Interp. Interp. N P205 K20 Frmula kg/ha g/plP KB B 30 120 60 08-32-16 375 220B M/A 30 120 45 10-30-10 400 240M B 30 90 60 08-30-20 300 180M M/A 30 90 45 08-28-16 320 190A B 30 60 60 08-28-16 220 130A M/A 30 60 30 10-20-10 300 180

    B= baixo; M= mdio; A=alta

    As quantidades de adubos sugeridas so com base em um plantio no espaamento 3m x 2m, oque representa uma populao de 1666 rvores/ha.

    Adubao de plantio

    A regra colocar o adubo o mais perto possvel da muda. O adubo pode ser aplicado na covaou no sulco de plantio. No primeiro caso o adubo deve ser colocado no fundo da cova antes doplantio, bem misturado com a terra para evitar danos raiz das mudas No segundo caso oadubo distribudo no fundo do sulco de plantio, aberto pelo sulcador, ou outro implementoagricola.

    Adubao de cobertura

    Embora no seja uma prtica comum a adubao de cobertura indicada, pois elacomplementa a adubao de plantio. No caso de no se fazer a adubao de cobertura, aquantidade recomendada para plantio e cobertura devem ser aplicadas no ato do plantio .A adubao de cobertura feita aproximadamente 3 meses aps o plantio. O adubo distribudo ao lado das plantas, em faixas ou em coroamento. Aps aplicao recomendadocobri-lo com terra.

    Adubao de manuteno

    Tem como objetivo fornecer K, Ca e Mg para as plantas. Deve ser aplicada quando as plantastiverem de 2,5 a 3,0 anos de idade. Nos caso de solo muito cido ou baixos teores de Ca e Mg, recomendando aplicar juntamente com o potssio, o calcrio dolomitico na quantidade de 2,0toneladas por hectare.

    A aplicao feita distribuindo o adubo e o Calcrio entre as linhas de plantio. Aps aplicaodeve fazer uma incorporao superficial, isto , a aproximadamente 5,0 cm de profundidade.

    Pragas

    O eucalipto foi introduzido no Brasil na dcada de 40 se adaptando as diferentes regies doBrasil. Sua proximidade taxonmica com diversas espcies brasileiras favoreceu a adaptao

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    de muitos insetos, logo aps o incio dos plantios. Os extensos plantios homogneos econtnuos, distribudos por todo o Brasil forneceram grande quantidade de alimentos a estesinsetos.Aliada a disponibilidade de alimento a baixa diversidade interferiu no equilbrioecolgico destes insetos possibilitando seu aumento populacional descontrolado, tornando-ospragas.

    Formigas

    Formigas cortadeiras

    As formigas cortadeiras, conhecidas desde o sculo XVI e, j relatadas pelo Jesuta Jos deAnchieta em 1560 (Mariconi, 1970), so consideradas at hoje como o principal problemaentomolgico das florestas brasileiras. No Brasil estes insetos so chamados de savas ouquenquns A primeira pertence ao gnero Attacom 10 espcies e 3 subespcies e a segundaaos gnerosAcromyrmex, com 20 espcies e nove subespcies (Della Lucia et. al., 1993, cap.3), e menos importante, os gneros Sericomyrmex(9 espcies), Trachymyrmex(12 espcies) eMycocepurus (3 espcies) (Anjos et. al., 1998).Segundo Anjos, 1998 h estudos indicando que cerca de 75% dos custos e tempo gastos no

    manejo integrado de pragas em florestas plantadas, ou 30% dos gastos totais at o terceirociclo eram destinados ao manejo integrado de formigas. O desfolhamento causado porformigas pode reduzir a produo de madeira no ano seguinte em um tero e, se isto ocorrerno primeiro ano de plantio, a perda total do ciclo pode chegar a 13% da colheita. Emecossistemas tropicais as formigas consomem em mdia 15% da produo florestal.Para o controle de formigas so utilizados principalmente produtos qumicos na forma de iscas.No entanto o manejo adequado dos plantios juntamente com o monitoramento fundamentalpara o sucesso deste controle

    Formigas Savas

    Savas so formigas cortadeiras do gnero Atta. Diferem-se das quenquns por seremmaiores e possuirem apenas trs pares de espinhos no dorso do trax. Ocorrem somente na

    Amrica, sendo sua dispersao do sul dos EUA at a Argentina. Seus ninhos so denominadossauveiros e so facilmente reconhecidos pelo monte de terra solta na superfcie (Gallo et. al.2002). A seguir sero listadas as espcies de savas e sua distribuio no territrio Nacionalde acordo com Della Lucia et. al., (1993).

    1. Atta bisphaerica Forel, 1908 - "Sava-mata-pasto" - SP, MG, RJ, Norte e Sul do MatoGrosso.

    2. Atta capiguara Gonalves, 1944 - "Sava-parda" - SP, MT e MG.3. Atta cephalotes (L., 1758)- "Sava-da-mata" - AM, RO, RR, PA, AP, MA, PE (Recife e

    arredores) e Sul da BA. Provavelmente, ocorre no AC e Norte do MT.4. Atta goiana Gonalves, 1942 - "Sava" - GO e MT.5. Atta laevigata (F. Smith, 1858)- "Sava-de-vidro" - SP, AM, RR, PA, MA, CE, PE, AL,

    BA, MG, RJ, MT, GO e Norte do PR. Provavelmente, ocorre em RO, PI e SE.6. Atta opaciceps Borgmeier, 1939 - "Sava-do-serto-do-nordeste" -PI, CE, RN, PB, PE,

    SE e Nordeste da BA. Provavelmente ocorre em AL.7. Atta robusta Borgmeier, 1939 - "Sava-preta" - RJ.8. Atta sexdens piriventris Santschi, 1919 - "Sava- limo -sulina" - SP, Sul do PR, SC e

    RS9. Atta sexdens rubropilosa Forel, 1908- "Sava-limo" - SP, MG (Sul e centro), ES, RJ,

    Sul do MT, Sul de GO e Norte e Oeste do PR.10. Atta sexdens sexdens (L., 1758)- "Formiga-da-mandioca" - AM, AC, RO, RR., PA, AP,

    Norte do MT, Norte de GO, MA, PI, CE, RN, PB, PE, AL, SE, BA e Norte de MG.11. Atta silvai Gonalves, 1982- "Sava" - Sul da BA.12. Atta vollenweideri Forel, 1939 - "Sava" - RS e MT.

    Em Minas Gerais, as espcies mais frequentes e abundantes so: A. sexdens rubropilosa, A.laevigata e A. bisphaerica.

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    Formigas quenquns

    So formigas cortadeiras, principalmente do genero Acromyrmex. Os formigueiros destegnero so pequenos e geralmente de poucos compartimentos (panelas). As operrias variam

    muito de tamanho, mas geralmente so bem menores que as savas.

    A ocorrncia destas formigas vai desde a Califrnia (EUA) at a Patagnia, encontrando-seespcies deste gnero na Amrica Central, Cuba, Trinidad e Amrica do Sul, exceto no ChileAs nicas espcies que no so da Regio Neotropical soAcromyrmex versicolor versicolor(Pergande) eA. versicolor chisosensis(Wheeler).

    Comumente, encontram-se variaes individuais na proporo dos espinhos do tronco e dacabea em espcimens pertencentes mesma colnia. A caracterizao taxonmica realizadacom base na proporo forma dos espinhos do tronco, o tipo de esculturao tegumentar edisposio dos tubrculos no gster (GONALVES, 1961) so sinais facilmente visualizadosnas operrias mximas.

    Com as modificaes nomenclaturais no subgnero Moellerius feitas por FOWLER (1988) e asduas formas nerticas, alm da descrio de Acro,nyrmexdiasi (GONALVES, 1983), o gneroconta atualmente com 63 espcies nominais. Dessas, 20 espcies e nove subespcies foramconstatadas no Brasil. No Estado de So Paulo, dados sobre a atualizao da distribuiogeogrfica do gnero apontam 11 espcies seis subespcies (ANDRADE e PORTI, 1993)

    Acromyrmex ambiguus Emry, 1887- ?Quenqum-preto-brilhante?- SP, BA e RS.2. Acromyrmex aspersus (F. Smith, 1858)- ?Quenqum-rajada? - MG, SP, BA, ES, RJ, MT, PR,SC e RS.

    3. Acromyrmex coronatus (Fabricius, 1804) - ?Quenqum-de-rvore? SP, PA, CE, BA, ES, MG,RJ, MT, GO, SC e MS.4. Acromyrmex crassispinus Forel, 1909 - ?Quenqum-de-cisco e quenqum? - SP, RJ, RS,MCI e DF.5. Acromyrmex diasi (Gonalves, 1983 - DF (Braslia).6. Acromyrmex disciger Mayr, 1887 - ?Quenqum-mirim e formiga--carregadeira? - SP?, RJ,MG, PR E SC.7. Acromyrmex heyeri Forel, 1899- ?Formiga-de-monte-vermelha? PR, SC, RS e SP.8. Acromyrmex hispidus fallAx Santschi, 1925- ?Formiga-mineira? PR, -SC, SP e RS.9. Acromyrmex hispidus formosus Santschi, 1925 - PR de acordo com KEMPF (1972).10. Acromyrmex hystrix (Latreille, 1802) - ?Quenqum-de-cisco-da--amaznia? - AM, PA, RO,GO, BA e MT.11. Acromyrmex landolti balzani Emery, 1890- ?Boca-de-cisco, formiga-rapa-rapa, formiga-

    rapa e formiga-meia-lua? - SP, MG, SC, GO e MS (MAYH-NUNES, 1991).12. Acromyrmex landolti fracticornis Forel, 1909 - MT e MS.13. Acromyrmex landolti landolti Forel, 1884- AM, PA, MA, PI, CE, RN, PB, PE, AL, BA, MG,MT e AC.14. Acromyrmex laticeps laticeps Emery, 1905 - ?Formiga-mineira e formiga-mineira-vermelha?- SC, RS e PR15. Acromyrmex laticeps nigrosetosus Forel, 1908- ?Quenqum-campeira?16. SP, AM, PA, MG, MA, ,MT, GO, RO, BA e SC17. Acromyrmex lobicornis Emery, 1887- ?Quenqum-de-monte-preta e formiga-de-monte-preta? - BA e RS.18. Acromyrmex lundi carli Santschi, 1925 - AM e PA.19. Acromyrmex lundi lundi (Gurin, 1838) - ?Formiga-mineira-preta, quenqum-mineira equenqum-mineira-preta? - RS.

    20. Acromyrmex lundi pubescens Emery, 1905 - MT.21. Acromyrmex muticinodus (Forel 1901)-?Formiga-mineira?- CE, ES, RJ, SP, SC, MG e PR.22. Acromyrmex niger (F. Smith, 1858)- SC, SP, CE, MG, RJ, ES e PR.

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    23. Acromyrmex nobilis Santschi, 1939 - AM.24. Acromyrmex octospinosus (Reich, 1793) - ?Carieira e quenqum-mineira-da-amaznia? -AM, PA e RR.25. Acromyrmex rugosus rochai Forel, 1904 - ?Fortniga-quia? - SP CE, MT e DF.26. Acromyrmex rugosus rugosus (F. Smith, 1858) - ?Sava, formiga-lavradeira e formiga-mulatinha? - MS, RS, SP, PA, M, PI, CE, RN, PB, PE, SE, BA, MG, MT e GO.

    27. Acromyrmex striatus (Roger, 1863)- ?Formiga-de-rodeio e formiga de-eira? - SC e RS.28. Acromyrmex subterraneus bruneus Forel, 1911 - ?Quenqum-de-cisco-gracha.? -SP, CE,BA, RJ, SC, MG e ES.29. Acromyrmex subterraneus molestans Santschi, 1925 - ?Quenqum--caiap-capixaba? -CE, MG, ES, RJ, BA e SP, de acordo com AEDRADE e PORTI (1993).30. Acromyrmex subterraneus subterraneus Forel, 1893 - ?Caiap? -SP, AM, CE, RN, MG, RJ,MT, PR, SC e RS

    Cupins

    LagartasAs Lagartas consideradas pragas do Eucalyptus no Brasil podem ser classificadas emdesfolhadoras e broqueadoras.

    As lagarta consideradas pragas do Eucalyptus no Brasil podem ser classificadas emdesfolhadoras e broqueadoras

    Lagartas desfolhadoras

    Lagartas broqueadoras

    BesourosOs besouros podem ser classificados como desfolhadores , coleobrocas e besouro de razes.

    Os besouros constituem um grupo de insetos muito importantes para a silvicultura brasileira.Existem como pragas do eucalipto besouros desfolhadores, besouros coleobrocas e besourosde razes

    Besouros desfolhadores

    Os besouros desfolhadores constituem um grupo de insetos muito importantes para asilvicultura brasileira. Estes esto includos em diversas famlias, principalmente as deChrysomelidae, Curculionidade, Scarabaeidae, Buprestidae. Dentro deste grupo a principalespcie que apresenta importncia para o setor florestal brasileiro Costalimaita ferruginea.Gonipterus scutellatus (Coleoptera: Curculionidade) uma das piores pragas nativa doseucaliptais na Australia. Ele foi introduzido na Argentina em 1926 e, 30 anos depois, foiencontrado nos eucaliptais do Rio Grande do Sul. Mais cerca de 30 anos e j est em SoPaulo. No tardar e esta praga chegar aos macios florestais de Minas Gerais, EspritoSanto e Bahia. Outros insetos nativos do Brasil, como as de Naupactus, tambm atacam asessncias florestais. A famlia Buprestidae apresenta vrias espcies de besouros que atacamas folhas novas, mas principalmente roem os ponteiros e galhos tenros de eucaliptais jovens.Suas espcias so ainda mal conhecidas pela Entomologia Florestal brasileira. A famliaScarabaeidade apresenta espcies desfolhadoras vorazes em muitos tipos de essnciasflorestais no Brasil, como Bolax flavolineatus, por exemplo. Tanto as larvas quantos osbesouros adultos so pragas de resflorestamentos de eucalipto e de vrias culturas agrcolas.

    1. Gonipterus gibberus (Boisduval, 1835) (Coleoptera: Curculionidae) - PR, RS e SC.2. Gonipterus scutellatus (Gyllenhal, 1833) (Coleoptera: Curculionidae) - PR, RS e SC.

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    3. Sternocolaspis quatuordecimcostata (Lefrve, 1877) (Coleoptera: Chrysomelidae) - PA,RN, MA, BA, SP, SC, PR

    4. Costalimaita ferruginea vulgata (Lefrve, 1885) (Coleoptera: Chrysomelidae) - RN, PA,MA, BA, GO, SP e PR

    5. Bolax flavolineatus (Mann., 1829) (Coleoptera: Scarabaeidae)6. Psylloptera spp. (Coleoptera: Buprestidae) SP, PR, BA....

    Besouros coleobrocas

    Platypus sulcatus (Chapius, 1865) (Coleoptera: Platipodidae) - SP, RS, PR

    Phoracantha semipunctata (Fabricius, 1775) (Coleoptera: Cerambycidae) - origem australiana.No Brasil foi detectada em 1950.

    Achryson surinamum (L. 1767) (Coleoptera: Cerambycidae)

    Mallodon spinibarbis (L. 1758) (Coleoptera: Cerambycidae

    Besouro-de-razes

    Migdolus fryanus (Westwood, 1863). (Coleoptera: Cerambycidae)

    SugadoresDentre os insetos que sugam a seiva e provocam danos no eucalipto, podem ser citados, ospsilideos, cigarrinhas, trips e pulges. Estes primeiros so compostos por insetos de origemaustraliana com introduo recente no Brasil

    Para controle das principais pragas do eucalipto deve-se, sempre, considerar possibilidades demanejo integrado, de controle biolgico; inclusive utilizando-se insetos parasitides epredadores de pragas .

    Sugadores

    Os insetos sugadores so de grande importncia para o eucaliptos por agrigarem os psilideos,insetos saltadores, semelhante a pequenas cigarrinhas, pertencentes a Ordem Homoptera,superfamlia Psylloidea (Hodkinson, 1988

    Sugadores

    Psilideos

    So chamados ?Psilideos? insetos saltadores, semelhante a pequenas cigarrinhas,

    pertencentes a Ordem Homoptera, superfamlia Psylloidea (Hodkinson, 1988). Dentro destegrupo, so conhecidas em todo o mundo, cerca de 2500 espcies, sendo que a maioria sedesenvolve em plantas lenhosas, dicotiledneas (Burckhardt, 1994). Grande parte dos insetosda famlia Psyllidae so de origem Australiana sendo que a maioria das espcies sedesenvolvem em eucaliptos ou outras Mirtaceas. Dentro desta famlia, o gnero CtenarytainaFerris e Klyver tem a mais ampla distribuio natural, indo desde a ndia e Sudeste da sia ata Austrlia, Nova Zelandia e algumas ilhas do Pacfico (Burkchardt, 1998). Algumas espciesde Ctenarytaina tem sido introduzidas em outros continentes juntamente com seu hospedeiro,o eucalipto (Taylor, 1997).

    A espcie mais conhecida do gnero, Ctenarytaina eucalypti , ocorre naturalmente no sudesteda Austrlia e Tasmania e foi introduzida na Nova Zelndia, Papua, Nova Guine, Sri Lanka,frica do Sul, Ilhas Canrias, Califrnia e Europa( Frana, Itlia, Portugal, Espanha, IlhasMadeira, Inglaterra e Alemanha).

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    No Brasil foi realizado levantamentos destes psilideos no Estado do Paran e So Paulo,sendo encontrada trs espcies, sendo uma delas tambm encontrada em Gois.Possivelmente estes insetos estejam presentes nas demais regies, podendo ainda havertambm outras espcies ainda no coletadas nos levantamentos realizados anteriormente. Aprimeira ocorrncia de C. eucalypti, no Brasil, foi relatada por Burckhardt, et. al. (1999), emmudas de E. dunnii, no municpio de Colombo, PR.

    Ctenarytaina sp. foi observada em plantaes de Eucalyptus grandis, no municpio de Arapoti,Norte do Paran em 1992 (Iede et. all. 1996). Em 1997 foi descrita a espcie Ctenarytainaspatulata (Taylor 1997). Esta espcie de origem australiana se espalhou por vrios pases. Foiobservada em 1990 nas Ilhas do Sul em Nova Zelndia, em 1991 na Califrnia, USA, 1992 noNorte do Paran, Brasil e em 1994 prximo a Montevidu, no Uruguai.

    Para controle das principais pragas do eucalipto deve-se, sempre, considerar possibilidades demanejo integrado, de controle biolgico, inclusive utilizando-se insetos parasitides epredadores de pragas.

    As populaes de insetos so reguladas por foras fsicas, nutricionais e biolgicas. Emcondies normais, estas foras contrabalanam a enorme capacidade reprodutiva dos insetos,que poderiam alcanar populaes assustadoras, caso estas foras fossem retiradas.

    Na floresta os insetos benficos esto principalmente em dois grandes grupos: Predadores,que se alimentam externamente e devoram suas presas (Tompson, 1943) e parasitides quevivem sobre o hospedeiro ou dentro dele e, gradualmente o consome. As diferenas entreparasitides e predadores no so rgidas. Os parasitides usualmente so capazes dealimentar se e completar seu ciclo de vida em um nico hospedeiro, enquanto o predadoralimenta-se de vrios indivduos, movendo-se livremente para procurar outras presas. Amaioria dos parasitides pertence s ordens Hymenoptera e Diptera.

    Alguns parasitides atacam diferentes hospedeiros e outros so limitados a alguns poucos, ouapenas um hospedeiro. Por outro lado, uma nica espcie pode servir de hospedeiro paradiferentes espcies de parasitides. Os parasitides tambm no esto livres de inimigosnaturais, eles podem ser atacados por outros parasitides (hiperparasitismo) (Furnis &Carolin,1977).

    A manipulao das foras biolgicas se constitui numa das ferramentas mais poderosas doManejo Integrado de Pragas (MIP), na agricultura ou na floresta e que envolve um grandenmero de tcnicas. No que se refere aos aspectos biolgicos do MIP estas tcnicas podemser sintetizadas em trs linhas: o uso de tcnicas culturais, o controle biolgico e o uso deplantas resistentes. Os estudos de resistncia de plantas se aproximaram do MIP em 1950,focado nas estratgias de defesas da planta e seus efeitos nos insetos herbvoros e em menor

    extenso, nos efeitos dos insetos na planta. Mais recentemente, estes estudos incluram asinteraes entre plantas e o terceiro nvel trfico, observando a interao tritrfica daperspectiva de cada componente. (Vinson, 1999). As tcnicas culturais compreendem omanejo da cultura, englobando todas prticas que a beneficiam e, de maneira indiretainfluencia na dinmica populacional dos insetos, tais como capina, roagem, desbastes,adubao, etc...

    Os insetos destrutivos fazem parte dos ecossistemas florestais e tem impacto significativo naprodutividade e outros valores da floresta, no entanto estes impactos adversos podem serevitados ou mantidos abaixo dos nveis de dano econmico, atravs de medidas ecolgicas,compatveis com o manejo florestal (Waters & Stark, 1980) e integradas s outras atividadesque conduzem a floresta ao seu objetivo final, seja ele a produo de madeira, celulose, papel,paisagstico ou ambiental.

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    Controle biolgico um fenmeno natural que regula o nmero de plantas e animais com autilizao de inimigos naturais (agentes de mortalidade bitica) mantendo as populaes(excluindo o homem possivelmente) em estado de equilbrio com o ambiente (Bosch, et al.1973), flutuando dentro de certos limites (Berti Filho, 1990). Uma vez que os insetos perfazemum total de 80% (talvez 1-1.5 milhes de espcie) de todos os animais terrestres, a inibioparcial de controle biolgico natural geraria conseqncias inimaginveis. O homem poderia

    no sobreviver intensa competio com comida e fibra e ele enfrentaria problemasrelacionados sade devido a doenas transmitidas por insetos. Nestes termos, o controlebiolgico, ento, de grande importncia para ns e, provavelmente crtico a nossasobrevivncia. (Bosch, et al. 1973).

    O controle biolgico no Brasil

    Controle biolgico um fenmeno natural que, quando aplicado adequadamente o umproblema de praga, pode prover uma soluo relativamente permanente, harmoniosa, eeconmica. Mas por ser o controle biolgico uma manifestao da associao natural de tiposdiferentes de organismos vivos, i.e., parasitides e patgenos com os hospedeiros e,predadores com as presas, o fenmeno dinmico, sujeito s perturbaes por fatores outroscomo, as mudanas no ambiente, processos adaptativos e, limitaes dos organismos

    envolvidos em cada caso (Huffaker & Mensageiro, 1964 apud. Bosch, et al. 1973).

    Quando se discute o manejo de pragas necessrio lembrar que existe mais de um milho deespcies de insetos, mas apenas um pequeno percentual considerado praga. Embora amaior parte do trabalho dos entomologistas concentra-se em matar estas pragas (Pyle et al.,1981), indiscutvel o papel benfico de muitos insetos para o homem. O fato dos insetosestarem associados com algo malfico (pragas e vetores) para a maioria da sociedade, tornadifcil conscientizar a populao sobre a necessidade de conserv-los.

    Dentre as razes citadas por pragas Pyle et al., (1981), do porqu conservar populaes deinsetos, esto os valores intelectuais, ecolgicos e econmicos. Do ponto de vista econmico,os insetos esto quase sempre associados a prejuzos. No entanto, no est bem claro para a

    povo as possibilidades de lucros oriundos dos insetos, que podem ser uma enorme fonte delucros, basta lembrar as abelhas e o bicho da seda, que mobilizam criadores, indstria ecomrcio em todo mundo. Um mercado recente, que tem mobilizado um grande nmero depessoas a produo e comercializao de parasitides e predadores para uso na agriculturae florestas.

    O controle biolgico clssico no Brasil iniciou em 1921, com a importao de Prospaltellaberlesi (Aphelinidae) dos Estados Unidos para o controle de Pseudaulacaspis pentagona nopessegueiro. Em 1929, foi introduzido da Uganda o parasitide Prorops nasuta para controlara broca do caf (Hypothenemus hampei), dentro de um programa que continuou por vriosanos, com a criao e distribuio deste parasitide (denominada de vespa da Uganda), pormais de duas mil propriedades at 1939.

    Aps esta data outros inimigos naturais foram introduzidos para o controle desta broca, como obraconideo Heterospilus coffeicola (Gonalves, 1990) e vrios outros para o controle dediversas pragas nas culturas da macieira, caf, cana de acar, citrus, cacau e outras. (BertiFilho, 1990). Os sucessos alcanados nos primeiros programas incentivaram vriospesquisadores e instituies a investirem no controle biolgico sendo publicados mais de 1400trabalhos nas ltimas duas dcadas na rea de entomopatgenos (Alves, 1998), com nfaseaos bioinseticidas virais e bacterianos.

    Na rea florestal vrios projetos com nfase no controle biolgico podem ser referenciados, taiscomo:

    1. O uso de Trichogramma sp. (Hymenoptera Trichogrammtidae) no controle de lagartas

    desfolhadoras de Eucalyptus spp., coordenado pela Universidade Federal de Minas Gerais -UFMG (Berti Filho, 1990) que em 1982 liberou 168.000 indivduos de Trichogramma soaresi

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    na tentativa de controlar um foco de Blera varana Schaus em Eucalyptus cloeziana F. Muell.em Minas Gerais (Zanncio, et al. 1993).

    2. Programa de controle de lagartas desfolhadoras do eucalipto com uso de predadores, comoPodisus nigrolimbatus Spnola (Hemiptera: Pentatomidae) e P. connexivus Bergroth,coordenado pela Universidade Federal de Viosa -UFV, em convnio com diversas empresas

    florestais em Minas Gerais, Bahia, So Paulo e Espirito Santo. (Zanncio, et al. 1993).

    3. O controle da vespa da Madeira Sirex noctilio Fabricius com a introduo do nematideDeladenus siricidicola Bedding seu principal inimigo natural e posteriormente os parasitidesMegarhyssa nortoni (Cresson) e Rhyssa persuasoria (L.). O parasitide Ibalia leucospoidesHochenwald foi introduzido naturalmente junto com a praga (Iede & Penteado, 2000). A vespada madeira foi observada, no Brasil, pela primeira vez em 1988 (Iede & Penteado, 1988) e noano seguinte iniciou o programa de controle, coordenado pela Embrapa Florestas, no Paran,em cooperao com diversas empresas florestais que plantam Pinus sp. no Rio Grande do Sul,Santa Catarina e Paran.

    Alm destes, muitos trabalhos individuais ou em grupos tm apresentado alternativas ao

    controle de pragas florestais, com a identificao de inimigos naturais, testes de eficincia parapredadores, parasitides e microorganismos, principalmente vrus e bactrias. Dentro docontrole biolgico de formigas cortadeiras, principal praga florestal no Brasil, podem ser citadosos trabalhos de Alves & Sosa Gomez, 1983; Anjos, et al. 1993; Della Lucia, et. al., 1993; Silva& Diehl-Fleig, 1995 e Specht, et al., 1994

    Insetos parasitides

    No controle de pragas do eucalipto uma das linhas de pesquisa atuais tem sido o uso deparasitides

    Principais espcies de hemipteros predadores utilizados em florestas

    Doenas

    O eucalipto pode ser atacado por vrios patgenos, principalmente fungos, desde mudas atrvores adultas. As doenas causam significativos impactos econmicos, de acordo com aespcie atacada e da poca do ano. As principais doenas que ocorrem nos eucaliptos so:

    Algumas doenas de origem abitica so importantes, pela intensidade e freqncia com quetm sido verificadas, na cultura do eucalipto. Geralmente, as doenas de origem abitica sodecorrentes de fatores adversos e estressantes do ambiente. Durante ou aps a ao do fatoradverso, as rvores podem tornar-se suscetveis infeco de patgenos secundrios. Osprincipais patgenos secundrios (tambm chamados de doenas abiticas) observados so:

    Seja qual for o problema, a prescrio de medidas de controle eficientes depende da correto ecompleto diagnstico do agente causal. Outro aspecto importante a ser ressaltado que aimplementao de uma medida de controle precisa ser balizada entre sua viabilidade tcnica ea econmica. Por vezes, a medida mais eficiente e econmica pode provocar impactosambientais indesejveis, como por exemplo a contaminao ambiental por agrotxico.

    Tombamento

    SINTOMAS E SINAIS CAUSAS CONTROLELeso necrtica naregio do colo daplntula;

    Murcha, enrolamento esecamento decotildones;

    Ataque de fungos na fase degerminao, destruindo asplntulas;

    Uso de substratoscontaminados por fungos desolo;

    Cultural:Uso de sementes, substrato e gua deirrigao livres de patgenos;

    Uso de substratos com boa drenagem;Uso de semeadura direta em tubetessuspensos;

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    Tombamento deplntulas em reboleira esua morte.

    Condies de alta umidade noviveiro.

    Evitar o sombreamento excessivo dasmudas;Raleio das plntulas, o mais cedopossvel;Seleo e descarte das plantasdoentes e mortas;

    Retirada de recipientes sem mudas ecom mudas mortas e de folhas cadase senescentes;Adubao equilibrada das mudas;Sistema adequado de irrigaoQumico:Fumigao do substrato com produtosde amplo espectro;Aplicao de fungicidas.Fsico:Desinfestao do substrato com usode calor (vapor, gua quente ousolarizao).

    Biolgico:Uso de linhagens ou espcies deagentes de controle biolgico

    Podrido-da-raiz

    SINTOMAS ESINAIS

    CAUSAS CONTROLE

    Murcha e mortede mudas;Leses necrticasem razes.

    Ataque dos fungos Phytophthorasp., Pythium sp. E Fusarium sp.

    Cultural:Uso de sementes, substrato e gua de

    irrigao livres de patgenos;Uso de substratos com boa drenagem;Uso de semeadura direta em tubetessuspensos;Evitar o sombreamento excessivo dasmudas;Raleio das plntulas, o mais cedo possvel;Seleo e descarte das plantas doentes emortas;Retirada de recipientes sem mudas e commudas mortas e de folhas cadas esenescentes;Adubao equilibrada das mudas;

    Sistema adequado de irrigaoQumico:Fumigao do substrato com produtos deamplo espectro;Aplicao de fungicidas.Fsico:Desinfestao do substrato com uso decalor (vapor, gua quente ou solarizao).Biolgico:Uso de linhagens ou espcies de agentesde controle biolgico.

    Mofo-cinzento

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    SINTOMAS E SINAIS CAUSAS CONTROLE

    Enrolamento de folhas, seca equeda das mesmas;Formao de mofoacinzentado sobre as plantasafetadas.

    Ataque do fungoBotrytis cinerea

    Cultural:Uso de sementes, substrato e gua deirrigao livres de patgenos;Uso de substratos com boa drenagem;Uso de semeadura direta em tubetes

    suspensos;Evitar o sombreamento excessivo dasmudas;Raleio das plntulas, o mais cedo possvel;Seleo e descarte das plantas doentes emortas;Retirada de recipientes sem mudas e commudas mortas e de folhas cadas esenescentes;Adubao equilibrada das mudas;Sistema adequado de irrigaoQumico:Fumigao do substrato com produtos de

    amplo espectro;Aplicao de fungicidas.Fsico:Desinfestao do substrato com uso de calor(vapor, gua quente ou solarizao).Biolgico:Uso de linhagens ou espcies de agentes decontrole biolgico.

    Murcha e morte de mudas;Leses necrticas em razes.

    Podrido-de-estaca

    SINTOMAS E SINAISCAUSAS CONTROLE

    Secamento e morte deestacas;Leses escuras nabase ou em outraspartes da estaca.

    Ataque dos fungos Cylindrocladiumcandelabrum, Colletotrichum sp.,Fusarium sp. e Rhizoctonia solani

    Alm das medidas anteriormentecitadas:Descontaminao de brotaes erecipientes com hipoclorito desdio e/ou fungicidas;Pulverizao de estufas comsulfato de cobre.

    Esporotricose do eucalipto

    SINTOMAS E SINAIS CAUSAS CONTROLEInfeco da haste principal de mudas e poroapical de brotaes de minicepas;Leses arroxeadas em folhas;Anelamento e morte de caules e pecolos.

    Ataque do fungoSporothrix eucalypti

    Uso de controlequmico

    Odio

    SINTOMAS E SINAIS CAUSAS CONTROLE

    Enrugamento e deformao de folhasjovens e brotaes;

    Ataque do fungoOidium sp.

    Aplicao de fungicidas emmudas severamente afetadas

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    Aspecto acanoado das folhas adultas;Formao de uma pelcula pulverulenta eesbranquiada sobre as folhas.

    Murcha bacteriana do eucalipto

    SINTOMAS E SINAIS CAUSAS CONTROLE

    Avermelhamento ou amarelecimentoda copa em rvores com idade entre 4e 8 meses;Murcha da folhagem e queda parcialde folhas;Secamento da copa;Ao cortar-se a planta, ocorreexsudao de ps bacteriano no

    caule.

    Ataque da bactriaRalstoniasolanacearum.

    Evitar o plantio de mudaspassadas;Usar mudas produzidas emtubetes suspensos;Evitar o dobramento e acompactao da extremidadedas razes no plantio;Evitar preparo de solo quefavorea o afogamento do

    coleto;Uso de espcies ouprocedncias resistentes.

    Enfermidade rosada ou rubelose

    SINTOMAS E SINAIS CAUSAS CONTROLELeses e sinais em galhos e na hasteprincipal de rvores com idade entre 2 a 5anos;Mortalidade de galhos e hastes.

    Ataque do fungoCorticium salmonicolor.

    Uso de espcies ouprocedncias resistentes

    Cancro-do-eucalipto

    SINTOMAS E SINAIS CAUSAS CONTROLESecamento da copa e morte de rvoresjovens (5 meses em diante) porestrangulamento da colo;Fendilhamento da casca e seuintumescimento;Formao de cancro no tronco, comdepresso e rompimento da casca emfitas;Aparecimento de gomose (exsudaode quino).

    Ataque do fungoCryphonectriacubensis.

    Uso de populaes resistentes(espcies, procedncias,hbridos e clones).

    Ferrugem

    SINTOMAS E SINAIS CAUSAS CONTROLEPontuaes clorticas em folhas jovens ecaule em formao;Formao de pstulas de colorao amarelo-vivo sobre leses (esporos do fungo);Formao de verrugas nas leses:Seca e morte de tecidos afetados, comaspecto de queima.

    Ataque do fungoPuccinia psidii.

    Uso de controle qumico emviveiros;Uso de espcies eprocedncias resistentes

    Mancha de cilindrocladium

    SINTOMAS E SINAIS CAUSAS CONTROLE

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    Leses no pice ou bordos do limbofoliar que podem atingir toda a folha;Manchas de colorao marrom-claro amarrom arroxeado e cinza;Queda de folhas lesionadas;Desfolha intensa;

    Leses necrticas em ramos.

    Ataque de fungos do gneroCylindrocladium.

    Uso de controle qumicoem viveiros;Uso de espcies eprocedncias resistentes.

    Podrido-de-cerne

    SINTOMAS E SINAIS CAUSAS CONTROLEAusncia de sintomas externos;Podrido interna de coloraoesbranquiada ou parda que ocorre maispronunciadamente na regio medular.

    Associao de vrios gruposde fungos decompositores demadeira.

    Uso de espciesresistentes aoproblema.

    Doenas foliares secundriasComplexos etiolgicosSINTOMAS E SINAIS CAUSAS CONTROLESeca de ponteiros doVale do Rio Doce(SPEVRD):Sintomas em plantas commais de 1 ano.

    Ataque de espcies dos fungosConiella fragariae, Mycosphaerellaspp. e Kirramyces epicocoides,Rhizoctonia solani.

    O retorno das condiesambientais normais podepromover a recuperao dodesenvolvimento normal dasrvores;No caso da seca por falta deboro, a aplicao do elemento nosolo, durante o plantio podeevitar ou minimizar e os efeitosdo problema;Plantio de espcies resistentesao problema;

    Existe tolerncia das plantas aoproblema da SPEVRD E SPEA,a partir do quarto ano.

    Seca de ponteiros deArapoti (SPEA):Sintomas em plantas commenos de 7 meses.Secamento das pores

    apicais dos ramos egalhos;Reduo do crescimento;Perda de touas ervores severamenteafetadas.

    Fatores ambientais favorecem aocorrncia de distrbiosfisiolgicos, predispondo asrvores ao ataque de insetos e aassociao de patgenossecundrios.

    Seca de ponteiros porfalta de Boro:Encarquilhamento defolhas jovens;Clorose das bordas dolimbo at ocorrer

    necrose;Ramos flcidos semforma cilndrica;Fendilhamento da casca,formao de cancro eestrangulamento dahaste;Bifurcao do tronco.

    Fatores ambientais favorecem aocorrncia de distrbios

    fisiolgicos, predispondo asrvores ao ataque de insetos e aassociao de patgenossecundrios.

    Seca da saia doEucalyptus viminalis:Secamento geral da

    folhagem;Morte de rvores.

    Deficincia de boro na planta eassociao de fungos do gneroBotryosphaeria em cancros de

    haste e tronco.

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    Algumas doenas de origem abitica so importantes, pela intensidade e freqncia com quetm sido verificadas, na cultura do eucalipto. Geralmente, as doenas de origem abitica sodecorrentes de fatores adversos e estressantes do ambiente. Durante ou aps a ao do fatoradverso, as rvores podem tornar-se suscetveis infeco de patgenos secundrios. Osprincipais patgenos secundrios (tambm chamados de doenas abiticas) observados so:

    Seja qual for o problema, a prescrio de medidas de controle eficientes depende da correto ecompleto diagnstico do agente causal. Outro aspecto importante a ser ressaltado que aimplementao de uma medida de controle precisa ser balizada entre sua viabilidade tcnica ea econmica. Por vezes, a medida mais eficiente e econmica pode provocar impactosambientais indesejveis, como por exemplo a contaminao ambiental por agrotxico

    Afogamento do coleto

    SINTOMAS E SINAIS CAUSAS CONTROLE

    Intumescimento do coloPlantas com poucodesenvolvimento

    Seca e morte deplantas.

    Enterrio de parte do caule dasmudas no plantioAterramento da muda no campo

    decorrente de tratos culturais ouenxurrada.

    Cuidados no plantio e no preparode solo para evitar o afogamento

    Enovelamento das razes

    SINTOMAS E SINAIS CAUSAS CONTROLE

    Plantas com poucodesenvolvimentoSeca e morte de plantas.

    Plantio de mudas comsistema radicular enoveladoEntortamento de razes noplantio.

    Evitar o aproveitamento de mudaspassadas e com razes enoveladasEvitar o entortamento de razesdurante o plantio.

    Gomose

    SINTOMAS E SINAIS CAUSAS CONTROLE

    Escorrimento de quino (goma)em alguns pontos do tronco.

    Ferimentos mecnicosInjrias de insetosVentos fortesPlantas parasitasDesordens fisiolgicas porfatores adversos de clima esolo.

    Evitar a ocorrncia do fatorinjuriante, quando possvelUso de espcies ouprocedncias bem adaptadas regio.

    Pau-preto

    SINTOMAS E SINAIS CAUSAS CONTROLE

    Escorrimento de quino e posterioroxidao em numerosos pontos dotronco.

    Sem conhecimentocompleto de sua origem.

    Uso de espcies ouprocedncias bem adaptadas regio.

    Geada

    SINTOMAS E SINAIS CAUSAS CONTROLEDesde queima deponteiros at a perdatotal da copaQueima e bronzeamento

    da folhagemMorte de mudas rvoresjovens.

    Resfriamento brusco da temperaturaambiente e congelamento, com ou sem

    formao de crosta de gelo sobre a planta.

    Proteo de mudas emviveirosUso de espcies ou

    procedncias tolerantesou resistentes.

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    Granizo

    SINTOMAS E SINAIS CAUSAS CONTROLEDesfolhamento edescascamento de ramos,

    hastes e rvoresSurgimento de pequenoscancros em ramos e hastesSeca de ramos e morte dervores.

    Queda de granizoou chuva de pedra.

    Como o problema decorre de um eventoclimtico, ocasional e localizado, no existemeio de se evitar.

    Manejo de plantaes para desdobro

    O volume de madeira, em um determinado stio em determinado espao de tempo, aumenta

    com o aumento do nmero de rvores por hectare. No entanto, o dimetro das rvores tende adiminuir com o aumento do nmero de rvores, e os custos das mudas e da implantao dopovoamento a aumentar.

    Portanto, para deciso final em relao a espaamento inicial e conduo do povoamento maisou menos adensado, necessrio estimar os custos financeiros e compar-los com a receitaesperada. Evidentemente, o produto final desejado e suas dimenses devem igualmente serlevadas em considerao, bem como a qualidade da madeira que varia em funo da idade edo manejo adotado.

    Embora, fixando-se o perodo de tempo, para que maiores volumes sejam obtidos em plantioscom espaamentos mais estreitos, existe tendncia de desenvolvimento de rvores malformadas se o povoamento for mantido excessivamente adensado por perodo muito longo.

    Igualmente h aumento do nmero de rvores suprimidas e mortas. Isto ocorre devido ao fatode cada stio comportar um mximo de rea basal, levando o crescimento das rvoresremanescentes a ocorrer apenas devido supresso das rvores menos desenvolvidas emorte das rvores dominadas. Naturalmente, este um processo lento que pode serantecipado pela prtica do desbaste. O desbaste tem ainda a vantagem de permitir oaproveitamento da madeira das rvores suprimidas.

    Desbaste

    Os desbastes de plantios florestais so necessrios quando se deseja obter toras de dimetroselevados ao final da rotao. Este o caso da produo de toras para serraria e de postes degrandes dimenses. Quando o objetivo for a produo do maior volume possvel de madeira

    de pequenos dimetros, em espao de tempo menor at o corte final, os desbastes no sonecessrios.

    Como cada stio permite apenas um determinado valor limite de rea basal, reduzindo onmero de rvores, a rea basal mxima se distribuir por um nmero menor de rvoresremanescentes que atingiro dimetros maiores. A estratgia mais recomendvel manter opovoamento crescendo em taxas prximas do mximo incremento corrente anual em reabasal, o que pode ser conseguido por desbastes leves e freqentes.

    O primeiro, ou primeiros desbastes, devem ser pesados para eliminar tambm rvores malformadas, tortas, bifurcadas e doentes, mesmo que apresentem dimenses elevadas. Deve-seevitar a retirada de grupos de rvores e procurar manter uma distribuio uniforme deespaamento entre as rvores remanescentes. Isto evita a formao de clareiras e o

    crescimento de plantas invasoras entre as rvores. Evita-se tambm o surgimento de nmeroexcessivo de brotaes de gemas epicrmicas, que podem prejudicar a qualidade da madeira.

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    Este ltimo inconveniente ocorre devido ao estimulo pela luz de gemas dormentes ao longo dofuste e tambm quando as rvores entortam devido a desbastes excessivos.

    A demarcao do desbaste uma operao especializada para a qual necessriotreinamento e discernimento para reconhecer as rvores que devem ser retiradas e as quedevem permanecer e a importncia de uma distribuio adequada de espao entre as rvores.

    Para assegurar-se que o nmero de rvores preconizado por hectare permanea aps odesbaste recomendvel indicar-se o comprimento de duas linhas de rvores que contero 10rvores, por exemplo, ao final do desbaste. Um mtodo simples de calcular consiste emmultiplicar o nmero remanescente de rvores pela distncia entre linhas, dividir este valor pelarea d