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Manual de Uso Da Agua

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Page 1: Manual de Uso Da Agua
Page 2: Manual de Uso Da Agua

Presidente da RepúblicaLuiz Inácio Lula da Silva

Vice-PresidenteJosé Alencar Gomes da Silva

Ministra de Estado do Meio AmbienteMarina Silva

Secretário-Executivo do Ministério do Meio AmbienteClaudio Roberto Bertoldo Langone

Secretário de Recursos HídricosJoão Bosco Senra

Chefe de GabineteMoacir Moreira da Assunção

Diretor de Programa de Estruturação Márley Caetano de Mendonça

Diretor de Programa de ImplementaçãoJulio Thadeu Silva Kettelhut

Ministro de Estado da JustiçaMárcio Thomaz Bastos

Secretário de Direito Econômico

Daniel Krepel Goldberg

Presidente do Conselho Federal Gestor do Fundo de Defesa de Direitos Difusos

Marcelo Takeyama

Page 3: Manual de Uso Da Agua

Presidente da RepúblicaLuiz Inácio Lula da Silva

Vice-PresidenteJosé Alencar Gomes da Silva

Ministra de Estado do Meio AmbienteMarina Silva

Secretário-Executivo do Ministério do Meio AmbienteClaudio Roberto Bertoldo Langone

Secretário de Recursos HídricosJoão Bosco Senra

Chefe de GabineteMoacir Moreira da Assunção

Diretor de Programa de Estruturação Márley Caetano de Mendonça

Diretor de Programa de ImplementaçãoJulio Thadeu Silva Kettelhut

Ministro de Estado da JustiçaMárcio Thomaz Bastos

Secretário de Direito Econômico

Daniel Krepel Goldberg

Presidente do Conselho Federal Gestor do Fundo de Defesa de Direitos Difusos

Marcelo Takeyama

Page 4: Manual de Uso Da Agua

PREFÁCIO

No âmbito do poder executivo, o Ministério do Meio Ambiente, de

maneira transversal, procurou dar mais um passo para a implemen-

tação da Política Nacional de Recursos Hídricos ao construir, entre

2003 e 2005, um planejamento estratégico para a gestão de águas

no País, o Plano Nacional de Recursos Hídricos – PNRH. Aprovado

por unanimidade pelo Conselho Nacional de Recursos Hídricos –

CNRH, em janeiro de 2006, o PNRH tem espaço temporal até 2020.

Sob a coordenação da Secretaria de Recursos Hídricos do Ministério

do Meio Ambiente – SRH/MMA e com o apoio da Agência Nacional

de Águas - ANA, o PNRH – ou Plano de Águas do Brasil - foi elabora-

do de forma pactuada entre os diversos segmentos da sociedade.

Envolveu os demais ministérios e outras instâncias do poder público

(governos e Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos), usuários da

indústria, turismo, agropecuária, abastecimento de água, geração

de energia, entre outros, além de representações da sociedade civil,

populações tradicionais, povos indígenas, quilombolas e organiza-

ções não governamentais.

No marco da Década Mundial e Brasileira da Água (2005-2015), o

PNRH tornou-se uma conquista da sociedade brasileira, pois, cons-

truído de maneira participativa, objetiva orientar a gestão de águas

sob a ótica do desenvolvimento sustentável e da inclusão social.

Inserido no Planoplurianual do governo federal - PPA, é, também,

instrumento fundamental para a formulação e a gestão das políti-

cas públicas.

O PNRH parte de três desejos centrais: garantir água de melhor qua-

lidade e em quantidade suficiente para todos; minimizar conflitos

pelo uso da água, bem como melhor preparar-se para os eventos crí-

ticos, como secas e inundações; entender a conservação da água co-

mo valor socioambiental relevante.

Este manual dos usos da água, publicado com o apoio do Conselho

Federal de Gestão do Fundo de Defesa de Direitos Difusos do

Ministério da Justiça, conta um pouco da história da interação com

as águas no Brasil. Transmite algumas das propostas do PNRH e a

importância da construção de Planos Estaduais e de Bacias

Higrográficas.

Por fim, sob olhar de uma nova cultura das águas, o MANUAL ofe-

rece dicas para que a nossa relação com esse bem natural possa sig-

nificar uma vida mais saudável para todos. Cuidar da água é cuidar

da vida. É estabelecer uma relação de respeito com a fonte da exis-

tência.

Equipe de Elaboração - SRH/MMACelso MarcattoFranklin de Paula JúniorLuiz Augusto BronzattoMarco José Melo NevesNey Albert MurthaMyrian Luiz AlvesMaria do Carmo ZinatoMaria Manuela Martins Alves Moreira

RevisãoLígia Souto FerreiraLara Regitz MontenegroRachel Landgraf de SiqueiraPriscila Maria W. Pereira

ColaboraçãoBráulio Gottschalg DuqueEdnaldo MesquitaRoberto Moreira CoimbraRicardo Crema

Projeto GráficoEly Borges

IlustraçõesAdão Rodrigues Moreira

Técnicos Responsáveis pela Elaboração da Proposta ao CFDD André PolPercy Soares Neto

Coordenação do Plano Nacional de Recursos Hídricos – SRH/MMA

Diretor de Programa de EstruturaçãoMárley Caetano de Mendonça

Gerente de Apoio à Formação da Política Luiz Augusto Bronzatto

Equipe TécnicaAdriana Lustosa da CostaDanielle B. S. de Alencar RamosHugo do Vale ChristofidisJaciara Aparecida RezendeMarco José Melo NevesPercy Soares NetoRafael EgashiraRodrigo Laborne Mattioli Roseli dos Santos SouzaSimone Vendruscolo

Equipe de ApoioLucimar Cantanhede VeranoMarcus Vinícius T. MendonçaRosângela de Souza Santos Marina Silva

Ministra do Meio Ambiente

Page 5: Manual de Uso Da Agua

PREFÁCIO

No âmbito do poder executivo, o Ministério do Meio Ambiente, de

maneira transversal, procurou dar mais um passo para a implemen-

tação da Política Nacional de Recursos Hídricos ao construir, entre

2003 e 2005, um planejamento estratégico para a gestão de águas

no País, o Plano Nacional de Recursos Hídricos – PNRH. Aprovado

por unanimidade pelo Conselho Nacional de Recursos Hídricos –

CNRH, em janeiro de 2006, o PNRH tem espaço temporal até 2020.

Sob a coordenação da Secretaria de Recursos Hídricos do Ministério

do Meio Ambiente – SRH/MMA e com o apoio da Agência Nacional

de Águas - ANA, o PNRH – ou Plano de Águas do Brasil - foi elabora-

do de forma pactuada entre os diversos segmentos da sociedade.

Envolveu os demais ministérios e outras instâncias do poder público

(governos e Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos), usuários da

indústria, turismo, agropecuária, abastecimento de água, geração

de energia, entre outros, além de representações da sociedade civil,

populações tradicionais, povos indígenas, quilombolas e organiza-

ções não governamentais.

No marco da Década Mundial e Brasileira da Água (2005-2015), o

PNRH tornou-se uma conquista da sociedade brasileira, pois, cons-

truído de maneira participativa, objetiva orientar a gestão de águas

sob a ótica do desenvolvimento sustentável e da inclusão social.

Inserido no Planoplurianual do governo federal - PPA, é, também,

instrumento fundamental para a formulação e a gestão das políti-

cas públicas.

O PNRH parte de três desejos centrais: garantir água de melhor qua-

lidade e em quantidade suficiente para todos; minimizar conflitos

pelo uso da água, bem como melhor preparar-se para os eventos crí-

ticos, como secas e inundações; entender a conservação da água co-

mo valor socioambiental relevante.

Este manual dos usos da água, publicado com o apoio do Conselho

Federal de Gestão do Fundo de Defesa de Direitos Difusos do

Ministério da Justiça, conta um pouco da história da interação com

as águas no Brasil. Transmite algumas das propostas do PNRH e a

importância da construção de Planos Estaduais e de Bacias

Higrográficas.

Por fim, sob olhar de uma nova cultura das águas, o MANUAL ofe-

rece dicas para que a nossa relação com esse bem natural possa sig-

nificar uma vida mais saudável para todos. Cuidar da água é cuidar

da vida. É estabelecer uma relação de respeito com a fonte da exis-

tência.

Equipe de Elaboração - SRH/MMACelso MarcattoFranklin de Paula JúniorLuiz Augusto BronzattoMarco José Melo NevesNey Albert MurthaMyrian Luiz AlvesMaria do Carmo ZinatoMaria Manuela Martins Alves Moreira

RevisãoLígia Souto FerreiraLara Regitz MontenegroRachel Landgraf de SiqueiraPriscila Maria W. Pereira

ColaboraçãoBráulio Gottschalg DuqueEdnaldo MesquitaRoberto Moreira CoimbraRicardo Crema

Projeto GráficoEly Borges

IlustraçõesAdão Rodrigues Moreira

Técnicos Responsáveis pela Elaboração da Proposta ao CFDD André PolPercy Soares Neto

Coordenação do Plano Nacional de Recursos Hídricos – SRH/MMA

Diretor de Programa de EstruturaçãoMárley Caetano de Mendonça

Gerente de Apoio à Formação da Política Luiz Augusto Bronzatto

Equipe TécnicaAdriana Lustosa da CostaDanielle B. S. de Alencar RamosHugo do Vale ChristofidisJaciara Aparecida RezendeMarco José Melo NevesPercy Soares NetoRafael EgashiraRodrigo Laborne Mattioli Roseli dos Santos SouzaSimone Vendruscolo

Equipe de ApoioLucimar Cantanhede VeranoMarcus Vinícius T. MendonçaRosângela de Souza Santos Marina Silva

Ministra do Meio Ambiente

Page 6: Manual de Uso Da Agua

APRESENTAÇÃO

Mais de 7 mil pessoas, durante dois anos e meio, participaram de re-uniões, oficinas, seminários, encontros públicos, e contribuiram na elaboração do Plano Nacional de Recursos Hídricos (PNRH), que, em janeiro de 2006, foi aprovado pelos membros do Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH), por unanimidade, sendo lançado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a Ministra Marina Silva, no dia 3 de março do mesmo ano, em solenidade no Palácio do Planalto. Com isso, o país atendeu a uma das metas da Agenda da Cúpula de Johanesburgo (Rio + 10) de elaboração de planos de gestão inte-grada de recursos hídricos.

O PNRH estabelece diretrizes e políticas públicas para o uso racional da água no País até 2020. É uma conquista da sociedade no que con-cerne ao uso múltiplo das águas, de forma que a demanda possa ser atendida com bases sustentáveis para o consumo humano, animal, na agricultura e na indústria, dentre outros. O Plano também contri-bui para evitar os erros que historicamente vêm sendo cometidos, in-clusive em relação ao desperdício e à contaminação dos recursos hí-dricos.

Documento de tal importância, o PNRH vem ganhando evidência in-ternacional pela forma como nasceu, fruto de uma metodologia que não só permitiu, mas também promoveu a participação de vári-os segmentos da sociedade em sua elaboração.

A partir de 2006, podemos dizer que, com todos os documentos do PNRH prontos, a Secretaria, sua equipe e todos os órgãos do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (SINGREH) possu-em um mapa da estrada que devemos trilhar para chegar à boa e in-tegrada gestão de recursos hídricos do país. Nosso desejo, que com-partilhamos com você, é voltar a ter água limpa em nossos rios, em quantidade suficiente para todos os que dela precisam e que sua ges-tão seja negociada, planejada e executada a várias mãos.

oEste Manual, oportunamente lançado nos 10 anos da Lei n 9.433/97 - Lei de Águas, é apenas um instrumento inicial para apoi-ar ações cada vez mais articuladas e multiplicadas, que promovam maior participação da sociedade na consolidação do Sistema e da Política Nacional de Águas, enriquecendo e contribuindo para o seu aprimoramento.

Na prática, todos sabemos que teremos de enfrentar muitos desafi-os e que os órgãos colegiados do SINGREH terão um longo caminho pela frente até que a situação atual de cada bacia hidrográfica esteja bem definida, com regras mais claras, precisas e negociadas por to-dos os atores do processo. Mas já podemos celebrar algumas con-quistas que, certamente, nos incentivarão a continuar trabalhando por esse ideal, pois já temos um Plano, agora precisamos implemen-tá-lo. Participe conosco.

João Bosco SenraSecretário de Recursos HídricosMinistério do Meio Ambiente

Page 7: Manual de Uso Da Agua

APRESENTAÇÃO

Mais de 7 mil pessoas, durante dois anos e meio, participaram de re-uniões, oficinas, seminários, encontros públicos, e contribuiram na elaboração do Plano Nacional de Recursos Hídricos (PNRH), que, em janeiro de 2006, foi aprovado pelos membros do Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH), por unanimidade, sendo lançado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a Ministra Marina Silva, no dia 3 de março do mesmo ano, em solenidade no Palácio do Planalto. Com isso, o país atendeu a uma das metas da Agenda da Cúpula de Johanesburgo (Rio + 10) de elaboração de planos de gestão inte-grada de recursos hídricos.

O PNRH estabelece diretrizes e políticas públicas para o uso racional da água no País até 2020. É uma conquista da sociedade no que con-cerne ao uso múltiplo das águas, de forma que a demanda possa ser atendida com bases sustentáveis para o consumo humano, animal, na agricultura e na indústria, dentre outros. O Plano também contri-bui para evitar os erros que historicamente vêm sendo cometidos, in-clusive em relação ao desperdício e à contaminação dos recursos hí-dricos.

Documento de tal importância, o PNRH vem ganhando evidência in-ternacional pela forma como nasceu, fruto de uma metodologia que não só permitiu, mas também promoveu a participação de vári-os segmentos da sociedade em sua elaboração.

A partir de 2006, podemos dizer que, com todos os documentos do PNRH prontos, a Secretaria, sua equipe e todos os órgãos do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (SINGREH) possu-em um mapa da estrada que devemos trilhar para chegar à boa e in-tegrada gestão de recursos hídricos do país. Nosso desejo, que com-partilhamos com você, é voltar a ter água limpa em nossos rios, em quantidade suficiente para todos os que dela precisam e que sua ges-tão seja negociada, planejada e executada a várias mãos.

oEste Manual, oportunamente lançado nos 10 anos da Lei n 9.433/97 - Lei de Águas, é apenas um instrumento inicial para apoi-ar ações cada vez mais articuladas e multiplicadas, que promovam maior participação da sociedade na consolidação do Sistema e da Política Nacional de Águas, enriquecendo e contribuindo para o seu aprimoramento.

Na prática, todos sabemos que teremos de enfrentar muitos desafi-os e que os órgãos colegiados do SINGREH terão um longo caminho pela frente até que a situação atual de cada bacia hidrográfica esteja bem definida, com regras mais claras, precisas e negociadas por to-dos os atores do processo. Mas já podemos celebrar algumas con-quistas que, certamente, nos incentivarão a continuar trabalhando por esse ideal, pois já temos um Plano, agora precisamos implemen-tá-lo. Participe conosco.

João Bosco SenraSecretário de Recursos HídricosMinistério do Meio Ambiente

Page 8: Manual de Uso Da Agua

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A QUESTÃO DA ÁGUA NO BRASIL E NO MUNDO

ÁGUA: VIDA E DESENVOLVIMENTO | 11

A DINÂMICA DA ÁGUA NA TERRA: DOIS CONCEITOS BÁSICOS | 15

A ÁGUA NO MUNDO: SINAL DE ALERTA | 17

ÁGUA NO BRASIL | 20

A SITUAÇÃO CRÍTICA DA ÁGUA CONVIDA AO PLANEJAMENTO | 27

A POLÍTICA, O SISTEMA NACIONAL DE GERENCIAMENTO DE RECURSOS HÍDRICOS E O PLANO NACIONAL DE RECURSOS HÍDRICOS

POLÍTICA NACIONAL DE RECURSOS HÍDRICOS | 30

SISTEMA NACIONAL DE GERENCIAMENTO DE RECURSOS HÍDRICOS - SINGREH | 32

OS INSTRUMENTOS DA POLÍTICA NACIONAL DE RECURSOS HÍDRICOS | 34

O PLANO NACIONAL DE RECURSOS HÍDRICOS| 36

O PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DO PNRH | 38

EVENTOS REALIZADOS | 40

DOCUMENTOS ELABORADOS | 44

COMO AS AÇÕES ESTÃO ORGANIZADAS | 46

AS REGIÕES HIDROGRÁFICAS BRASILEIRAS | 49

PRECIOSOS CUIDADOS DO DIA-A-DIA | 75

GLOSSÁRIO | 102

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS | 106

Page 9: Manual de Uso Da Agua

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A QUESTÃO DA ÁGUA NO BRASIL E NO MUNDO

ÁGUA: VIDA E DESENVOLVIMENTO | 11

A DINÂMICA DA ÁGUA NA TERRA: DOIS CONCEITOS BÁSICOS | 15

A ÁGUA NO MUNDO: SINAL DE ALERTA | 17

ÁGUA NO BRASIL | 20

A SITUAÇÃO CRÍTICA DA ÁGUA CONVIDA AO PLANEJAMENTO | 27

A POLÍTICA, O SISTEMA NACIONAL DE GERENCIAMENTO DE RECURSOS HÍDRICOS E O PLANO NACIONAL DE RECURSOS HÍDRICOS

POLÍTICA NACIONAL DE RECURSOS HÍDRICOS | 30

SISTEMA NACIONAL DE GERENCIAMENTO DE RECURSOS HÍDRICOS - SINGREH | 32

OS INSTRUMENTOS DA POLÍTICA NACIONAL DE RECURSOS HÍDRICOS | 34

O PLANO NACIONAL DE RECURSOS HÍDRICOS| 36

O PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DO PNRH | 38

EVENTOS REALIZADOS | 40

DOCUMENTOS ELABORADOS | 44

COMO AS AÇÕES ESTÃO ORGANIZADAS | 46

AS REGIÕES HIDROGRÁFICAS BRASILEIRAS | 49

PRECIOSOS CUIDADOS DO DIA-A-DIA | 75

GLOSSÁRIO | 102

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS | 106

Page 10: Manual de Uso Da Agua

A questão da

água no Brasil e no mundo1

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A questão da

água no Brasil e no mundo1

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Page 12: Manual de Uso Da Agua

ÁGUA: VIDA E DESENVOLVIMENTO

O Planeta Terra abriga um complexo sistema de organismos vivos no qual a água é elemento fundamental e insubstituível. Sem água não existe vida! Ela é responsável pelo equilíbrio da “comunidade vida”, da qual nós, seres humanos, fazemos parte. A água é também insumo indispensável à produção e recurso estratégico para o desenvolvimento econômico. Todas as atividades humanas dependem da água. Navegação, turismo, indústria, agricultura e geração de energia elétrica são alguns exemplos de seu uso econômico.

O acesso à água é um direito humano fundamental. Toda pessoa deve ter água potável em quantidade suficiente, com custo acessível e fisicamente disponível, para usos pessoais e domésticos, conforme previsto na legislação brasileira e na Agenda 21.

Cuidar da água é uma questão de sobrevivência; depende da decisão e da ação de cada pessoa, comunidade e da sociedade em geral. Somente com sensibilidade, criatividade, determinação e participação será possível construir as respostas técnicas, científicas, ecológicas, sociais, políticas e econômicas para a gestão da água na perspectiva do desenvolvimento sustentável, com inclusão social e justiça ambiental.

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Page 13: Manual de Uso Da Agua

ÁGUA: VIDA E DESENVOLVIMENTO

O Planeta Terra abriga um complexo sistema de organismos vivos no qual a água é elemento fundamental e insubstituível. Sem água não existe vida! Ela é responsável pelo equilíbrio da “comunidade vida”, da qual nós, seres humanos, fazemos parte. A água é também insumo indispensável à produção e recurso estratégico para o desenvolvimento econômico. Todas as atividades humanas dependem da água. Navegação, turismo, indústria, agricultura e geração de energia elétrica são alguns exemplos de seu uso econômico.

O acesso à água é um direito humano fundamental. Toda pessoa deve ter água potável em quantidade suficiente, com custo acessível e fisicamente disponível, para usos pessoais e domésticos, conforme previsto na legislação brasileira e na Agenda 21.

Cuidar da água é uma questão de sobrevivência; depende da decisão e da ação de cada pessoa, comunidade e da sociedade em geral. Somente com sensibilidade, criatividade, determinação e participação será possível construir as respostas técnicas, científicas, ecológicas, sociais, políticas e econômicas para a gestão da água na perspectiva do desenvolvimento sustentável, com inclusão social e justiça ambiental.

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Page 14: Manual de Uso Da Agua

AS DIMENSÕES E OS VALORES DA ÁGUA

Cada sociedade possui uma relação peculiar com a água, que reflete a diversidade de valores e de experiências acumuladas. Como referência cultural e social, a água encontra grande expressão nas artes, nas religiões, na mitologia, no folclore, na ciência e na política.

A água tem sido muitas vezes utilizada como instrumento de dominação. Com a crescente pol i t ização da soc iedade e com o aprimoramento legal e institucional para a gestão democrática e participativa dos recursos hídricos, essa situação de injustiça em relação ao acesso e ao uso da água vem sendo devidamente enfrentada.

A conservação e as formas de uso da água também têm forte relação com questões de gênero. Mulheres e crianças das regiões de maior escassez de água no mundo são mais penalizadas com serviços pesados de transporte desse precioso líquido. São as mulheres que, na maioria das vezes, lidam com a água no espaço doméstico, controlando seu uso e cuidando da manutenção de sua qualidade. Homens e mulheres têm visões diferenciadas, até mesmo contrárias, em relação às prioridades de uso e conservação da água. O grande desafio é garantir que essas diferentes visões se somem, se complementem, permitindo, dessa maneira, que a gestão de recursos hídricos caminhe em direção à sustentabilidade.

Cada sociedade possui uma relação peculiar com a água, que reflete a diversidade de valores e de experiências acumuladas. Como referência cultural e social, a água encontra grande expressão nas artes, nas religiões, na mitologia, no folclore, na ciência e na política.

A água tem sido muitas vezes utilizada como instrumento de dominação. Com a crescente pol i t ização da soc iedade e com o aprimoramento legal e institucional para a gestão democrática e participativa dos recursos hídricos, essa situação de injustiça em relação ao acesso e ao uso da água vem sendo devidamente enfrentada.

A conservação e as formas de uso da água também têm forte relação com questões de gênero. Mulheres e crianças das regiões de maior escassez de água no mundo são mais penalizadas com serviços pesados de transporte desse precioso líquido. São as mulheres que, na maioria das vezes, lidam com a água no espaço doméstico, controlando seu uso e cuidando da manutenção de sua qualidade. Homens e mulheres têm visões diferenciadas, até mesmo contrárias, em relação às prioridades de uso e conservação da água. O grande desafio é garantir que essas diferentes visões se somem, se complementem, permitindo, dessa maneira, que a gestão de recursos hídricos caminhe em direção à sustentabilidade.

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“Enquanto meu pai, meu avô, meus primos, olham aquela montanha e vêem o humor da montanha e vêem se ela está triste, feliz ou ameaçadora, e fazem cerimônia para a montanha, cantam para ela,cantam para o rio (...) o cientista olha o rio e calcula quantos megawatts ele vai produzir construindo uma hidrelétrica, uma barragem (...) Ali não tem música, a montanha não tem humor, e o rio não tem nome. É tudo coisa”.

AILTON KRENAK

Re

na

to S

oa

res

Page 15: Manual de Uso Da Agua

AS DIMENSÕES E OS VALORES DA ÁGUA

Cada sociedade possui uma relação peculiar com a água, que reflete a diversidade de valores e de experiências acumuladas. Como referência cultural e social, a água encontra grande expressão nas artes, nas religiões, na mitologia, no folclore, na ciência e na política.

A água tem sido muitas vezes utilizada como instrumento de dominação. Com a crescente pol i t ização da soc iedade e com o aprimoramento legal e institucional para a gestão democrática e participativa dos recursos hídricos, essa situação de injustiça em relação ao acesso e ao uso da água vem sendo devidamente enfrentada.

A conservação e as formas de uso da água também têm forte relação com questões de gênero. Mulheres e crianças das regiões de maior escassez de água no mundo são mais penalizadas com serviços pesados de transporte desse precioso líquido. São as mulheres que, na maioria das vezes, lidam com a água no espaço doméstico, controlando seu uso e cuidando da manutenção de sua qualidade. Homens e mulheres têm visões diferenciadas, até mesmo contrárias, em relação às prioridades de uso e conservação da água. O grande desafio é garantir que essas diferentes visões se somem, se complementem, permitindo, dessa maneira, que a gestão de recursos hídricos caminhe em direção à sustentabilidade.

Cada sociedade possui uma relação peculiar com a água, que reflete a diversidade de valores e de experiências acumuladas. Como referência cultural e social, a água encontra grande expressão nas artes, nas religiões, na mitologia, no folclore, na ciência e na política.

A água tem sido muitas vezes utilizada como instrumento de dominação. Com a crescente pol i t ização da soc iedade e com o aprimoramento legal e institucional para a gestão democrática e participativa dos recursos hídricos, essa situação de injustiça em relação ao acesso e ao uso da água vem sendo devidamente enfrentada.

A conservação e as formas de uso da água também têm forte relação com questões de gênero. Mulheres e crianças das regiões de maior escassez de água no mundo são mais penalizadas com serviços pesados de transporte desse precioso líquido. São as mulheres que, na maioria das vezes, lidam com a água no espaço doméstico, controlando seu uso e cuidando da manutenção de sua qualidade. Homens e mulheres têm visões diferenciadas, até mesmo contrárias, em relação às prioridades de uso e conservação da água. O grande desafio é garantir que essas diferentes visões se somem, se complementem, permitindo, dessa maneira, que a gestão de recursos hídricos caminhe em direção à sustentabilidade.

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“Enquanto meu pai, meu avô, meus primos, olham aquela montanha e vêem o humor da montanha e vêem se ela está triste, feliz ou ameaçadora, e fazem cerimônia para a montanha, cantam para ela,cantam para o rio (...) o cientista olha o rio e calcula quantos megawatts ele vai produzir construindo uma hidrelétrica, uma barragem (...) Ali não tem música, a montanha não tem humor, e o rio não tem nome. É tudo coisa”.

AILTON KRENAK

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Page 16: Manual de Uso Da Agua

A DINÂMICA DA ÁGUA NA TERRA: DOIS CONCEITOS BÁSICOS

O CICLO DA ÁGUA

A BACIA HIDROGRÁFICA

A dinâmica da água no nosso planeta acompanha aquilo que chamamos ciclo hidrológico ou ciclo da água. Esse ciclo caracteriza-se pelo movimento constante da água e por sua passagem por diferentes estados físicos (sólido, líquido e ga-soso), dependendo da maior ou menor quantidade de ener-gia (calor) que a Terra recebe do Sol. Parte da água que che-ga à superfície da Terra evapora-se novamente. O restante pode seguir diversos caminhos, envolvendo:

a infiltração no solo, ficando disponível para as plantas ou alimentando os lençóis freáticos constituindo-se em águas subterrâneas;

o escoamento pelas encostas dos morros, formando sul-cos e canais de drenagem, até atingir lagos, córregos, ri-os e, por fim, os oceanos;

a formação de camadas de gelo e geleiras em regiões de clima frio;

a absorção pelas plantas e o consumo de água pelos ani-mais. Parte da água absorvida retorna novamente para a atmosfera através da transpiração das folhas e dos poros dos animais.

Bacia hidrográfica é uma área da superfície terrestre, delimi-tada pelos pontos mais altos do relevo, na qual a água pro-veniente das chuvas escorre para os pontos mais baixos do relevo, formando um curso de água (rio) ou lago. É como o piso que recolhe toda a água que cai em um determinado lo-cal e a encaminha para as partes mais baixas (ralo).

Nas bacias hidrográficas existem entradas e saídas de água. A precipitação (chuva) e o fluxo de água subterrânea são as entradas. As saídas ocorrem pela evaporação, pela transpi-ração das plantas e animais e pelo escoamento das águas su-perficiais (rios e córregos) e subterrâneas.

É muito importante entender o conceito de bacia hidrográ-fica. Ele é a base de toda a gestão das águas no Brasil. Ao adotar a bacia hidrográfica como delimitação territorial pa-ra a gestão das águas, se está respeitando a divisão espacial que a própria natureza fez.

. Ocorre, po-rém, que a delimitação territorial por bacia hidrográfica po-de ser diferente da divisão administrativa, ou seja, da divi-são por estados e municípios. Nesse sentido, a gestão por bacia hidrográfica pode proporcionar uma efetiva integra-ção das políticas públicas e ações regionais, o que por si só é bastante positivo.

A bacia passa a ser a unidade de planejamento, integrando políticas para a implementação de ações conjuntas visando o uso, a conservação e a recuperação das águas

1514

De forma simplificada, podemos dizer que a água dos la-gos, rios, oceanos, vegetação, animais e solo evapora-se. O vapor de água se move na atmosfera, podendo vir a se concentrar na forma de nuvens. A água das nuvens pode se precipitar retornando aos oceanos, rios e ao solo, ou permanecer na atmosfera.

Page 17: Manual de Uso Da Agua

A DINÂMICA DA ÁGUA NA TERRA: DOIS CONCEITOS BÁSICOS

O CICLO DA ÁGUA

A BACIA HIDROGRÁFICA

A dinâmica da água no nosso planeta acompanha aquilo que chamamos ciclo hidrológico ou ciclo da água. Esse ciclo caracteriza-se pelo movimento constante da água e por sua passagem por diferentes estados físicos (sólido, líquido e ga-soso), dependendo da maior ou menor quantidade de ener-gia (calor) que a Terra recebe do Sol. Parte da água que che-ga à superfície da Terra evapora-se novamente. O restante pode seguir diversos caminhos, envolvendo:

a infiltração no solo, ficando disponível para as plantas ou alimentando os lençóis freáticos constituindo-se em águas subterrâneas;

o escoamento pelas encostas dos morros, formando sul-cos e canais de drenagem, até atingir lagos, córregos, ri-os e, por fim, os oceanos;

a formação de camadas de gelo e geleiras em regiões de clima frio;

a absorção pelas plantas e o consumo de água pelos ani-mais. Parte da água absorvida retorna novamente para a atmosfera através da transpiração das folhas e dos poros dos animais.

Bacia hidrográfica é uma área da superfície terrestre, delimi-tada pelos pontos mais altos do relevo, na qual a água pro-veniente das chuvas escorre para os pontos mais baixos do relevo, formando um curso de água (rio) ou lago. É como o piso que recolhe toda a água que cai em um determinado lo-cal e a encaminha para as partes mais baixas (ralo).

Nas bacias hidrográficas existem entradas e saídas de água. A precipitação (chuva) e o fluxo de água subterrânea são as entradas. As saídas ocorrem pela evaporação, pela transpi-ração das plantas e animais e pelo escoamento das águas su-perficiais (rios e córregos) e subterrâneas.

É muito importante entender o conceito de bacia hidrográ-fica. Ele é a base de toda a gestão das águas no Brasil. Ao adotar a bacia hidrográfica como delimitação territorial pa-ra a gestão das águas, se está respeitando a divisão espacial que a própria natureza fez.

. Ocorre, po-rém, que a delimitação territorial por bacia hidrográfica po-de ser diferente da divisão administrativa, ou seja, da divi-são por estados e municípios. Nesse sentido, a gestão por bacia hidrográfica pode proporcionar uma efetiva integra-ção das políticas públicas e ações regionais, o que por si só é bastante positivo.

A bacia passa a ser a unidade de planejamento, integrando políticas para a implementação de ações conjuntas visando o uso, a conservação e a recuperação das águas

1514

De forma simplificada, podemos dizer que a água dos la-gos, rios, oceanos, vegetação, animais e solo evapora-se. O vapor de água se move na atmosfera, podendo vir a se concentrar na forma de nuvens. A água das nuvens pode se precipitar retornando aos oceanos, rios e ao solo, ou permanecer na atmosfera.

Page 18: Manual de Uso Da Agua

A ÁGUA NO MUNDO: SINAL DE ALERTAFica decretado que a maior dor

sempre foi e será semprenão poder dar-se amor a quem se ama

e saber que é a águaque dá à planta o milagre da flor.

Thiago de Mello

Da água doce existente no nosso planeta, cerca de 68,9% encontra-se nas geleiras, calotas polares ou em regiões montanhosas; 30% são águas subterrâneas; 0,9 % compõe a umidade do solo e pântanos, e apenas 0,3% constitui a porção superficial da água doce presente em rios e lagos (Shiklomanov e Rodda, 2003).

A água doce não está distribuída uniformemente pelo globo. A distribuição da água está relacionada com os diversos ecossistemas da Terra. Dependendo dos ecossistemas que compõem o território de um país, esse pode ter mais ou menos água disponível.

Segundo a Organização das Nações Unidas - ONU, um ser humano precisa de 20 a 50 litros de água por dia, uma média de 1.000 litros/hab.ano, para beber, cozinhar, tomar banho e lavar roupas e utensílios. Kuwait, Emirados Árabes, Ilha Bahamas e Faixa de Gaza são 4 dos países do Oriente Médio que praticamente não têm mais água, com disponibilidade hídrica variando entre 10 e 66 l/hab.ano. Contrapondo estes baixos números, estão Canadá, Rússia asiática, Guianas e Gabão, com uma média superior a 100.000 l/hab/ano.

Quase 24% de toda a população do continente africano já sofrem com o estresse hídrico (consumo de água superior aos recursos renováveis de água doce). Grande parte do Peru e algumas áreas do México e América Central também já se encontram nesse estado, segundo a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe - CEPAL. Na China, Índia e Tailândia, a situação é crítica.

69%Geleiras e cobertura

permanente324.060.000 km

Água doce2,5%

do total global

0,3%Rios e lagos

393.000 km

30%Águas subterrâneas

310.530.000 km0,9%Outrosincluindo umidade do solo,placas de gelo flutuante, pântano, solo permanentemente congelado

3342.000 km

Água salgada97,5%

do total global

1716

Page 19: Manual de Uso Da Agua

A ÁGUA NO MUNDO: SINAL DE ALERTAFica decretado que a maior dor

sempre foi e será semprenão poder dar-se amor a quem se ama

e saber que é a águaque dá à planta o milagre da flor.

Thiago de Mello

Da água doce existente no nosso planeta, cerca de 68,9% encontra-se nas geleiras, calotas polares ou em regiões montanhosas; 30% são águas subterrâneas; 0,9 % compõe a umidade do solo e pântanos, e apenas 0,3% constitui a porção superficial da água doce presente em rios e lagos (Shiklomanov e Rodda, 2003).

A água doce não está distribuída uniformemente pelo globo. A distribuição da água está relacionada com os diversos ecossistemas da Terra. Dependendo dos ecossistemas que compõem o território de um país, esse pode ter mais ou menos água disponível.

Segundo a Organização das Nações Unidas - ONU, um ser humano precisa de 20 a 50 litros de água por dia, uma média de 1.000 litros/hab.ano, para beber, cozinhar, tomar banho e lavar roupas e utensílios. Kuwait, Emirados Árabes, Ilha Bahamas e Faixa de Gaza são 4 dos países do Oriente Médio que praticamente não têm mais água, com disponibilidade hídrica variando entre 10 e 66 l/hab.ano. Contrapondo estes baixos números, estão Canadá, Rússia asiática, Guianas e Gabão, com uma média superior a 100.000 l/hab/ano.

Quase 24% de toda a população do continente africano já sofrem com o estresse hídrico (consumo de água superior aos recursos renováveis de água doce). Grande parte do Peru e algumas áreas do México e América Central também já se encontram nesse estado, segundo a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe - CEPAL. Na China, Índia e Tailândia, a situação é crítica.

69%Geleiras e cobertura

permanente324.060.000 km

Água doce2,5%

do total global

0,3%Rios e lagos

393.000 km

30%Águas subterrâneas

310.530.000 km0,9%Outrosincluindo umidade do solo,placas de gelo flutuante, pântano, solo permanentemente congelado

3342.000 km

Água salgada97,5%

do total global

1716

Page 20: Manual de Uso Da Agua

O aumento da população mundial; a poluição provocada pelas atividades humanas; o consumo excessivo e o alto grau de desperdício de água contribuem para reduzir ainda mais a disponibili-dade de água para uso humano. A população mundial aumentou três vezes durante o século XX; no mesmo período, o volume de água utiliza-do aumentou aproximadamente nove vezes. Ou seja, o crescimento populacional e o consumo de-senfreado tornam-se cada vez mais incompatíve-is com a quantidade de água disponível.

Em todo o mundo, aproximadamente 1,1 bi-lhão de pessoas não possuem acesso à água po-tável e cerca de 2,4 bilhões de pessoas convivem com estruturas de saneamento inadequadas. Como resultado dessas condições precárias de saneamento e acesso à água de qualidade, qua-se 3,8 milhões de crianças morrem, a cada ano, de doenças de veiculação hídrica, ou seja, aque-las que têm sua transmissão relacionada com a água.

Segundo a Organização Mundial de Saúde - OMS, para cada R$1,00 investido em sanea-mento básico, economiza- se de R$ 4,00 a R$ 5,00 em gastos com saúde pública. Nesse senti-do, preservar a qualidade da água é promover a saúde dos seres humanos.

DOENÇAS DE VEICULAÇÃO HÍDRICA

Água não tratada pode se transformar num poderoso

difusor de doenças.

ww

w.b

otu

linu

x.n

et/.../M

an

au

s/e

sgo

to.jp

g.h

tml

1918

Manaus - AM

Page 21: Manual de Uso Da Agua

O aumento da população mundial; a poluição provocada pelas atividades humanas; o consumo excessivo e o alto grau de desperdício de água contribuem para reduzir ainda mais a disponibili-dade de água para uso humano. A população mundial aumentou três vezes durante o século XX; no mesmo período, o volume de água utiliza-do aumentou aproximadamente nove vezes. Ou seja, o crescimento populacional e o consumo de-senfreado tornam-se cada vez mais incompatíve-is com a quantidade de água disponível.

Em todo o mundo, aproximadamente 1,1 bi-lhão de pessoas não possuem acesso à água po-tável e cerca de 2,4 bilhões de pessoas convivem com estruturas de saneamento inadequadas. Como resultado dessas condições precárias de saneamento e acesso à água de qualidade, qua-se 3,8 milhões de crianças morrem, a cada ano, de doenças de veiculação hídrica, ou seja, aque-las que têm sua transmissão relacionada com a água.

Segundo a Organização Mundial de Saúde - OMS, para cada R$1,00 investido em sanea-mento básico, economiza- se de R$ 4,00 a R$ 5,00 em gastos com saúde pública. Nesse senti-do, preservar a qualidade da água é promover a saúde dos seres humanos.

DOENÇAS DE VEICULAÇÃO HÍDRICA

Água não tratada pode se transformar num poderoso

difusor de doenças.

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Manaus - AM

Page 22: Manual de Uso Da Agua

Da mesma forma, o meio urbano do País também demanda es-tratégias específicas. O crescimento da população urbana, alia-do à concentração e ampliação da atividade industrial, provoca elevação considerável nas demandas hídricas, tanto para o abas-tecimento público, como para a diluição de efluentes.

No que se refere à captação de água e lançamento de esgotos, dados da ONU indicam que, para cada 1.000 litros de água utili-zados pelos seres humanos, resultam 10.000 litros de água polu-ída (ONU, 1993). No Brasil, mais de 90% dos esgotos domésticos e cerca de 70% dos efluentes industriais são lançados direta-mente nos corpos de água, sem qualquer tipo de tratamento. Como conseqüência, os corpos de água das regiões brasileiras mais densamente povoadas encontram-se praticamente “mor-tos”, sem capacidade de depurarem efluentes. Soma-se ao que foi apresentado acima o fato de que a abundância relativa de água no Brasil tem levado a uma certa “cultura do desperdício”. A população brasileira incorporou em sua prática cotidiana roti-nas extremamente perdulárias (esbanjadoras) no que se refere ao consumo de água. Como agravante desse processo, os siste-mas de coleta, tratamento e distribuição de água do País, parte importante deles antigos e com sérios problemas de manuten-ção, acumulam perdas que variam entre 40 e 60% do total da água tratada.

O aumento da demanda por água, somado ao crescimento das cidades, à impermeabilização dos solos, à degradação da capa-cidade produtiva dos mananciais, à contaminação das águas e ao desperdício conduzem a um quadro preocupante em relação à sustentabilidade do abastecimento público, especialmente em algumas regiões metropolitanas brasileiras.

No meio rural, a utilização de agrotóxicos de forma inadequada, aliada à redução da cobertura vegetal, à remoção das matas cili-ares e da vegetação protetora das áreas de recarga, ao uso de quantidades crescentes de fertilizantes, à movimentação de so-los em áreas de declividade acentuada e em áreas de preserva-ção permanente, à degradação de pastagens, entre outros, pro-vocam o aumento da erosão e do assoreamento, degradando a qualidade da água, principalmente nas regiões de agricultura in-tensiva.

É importante salientar que a redução da quantidade e a degra-dação da qualidade da água não afetam a sociedade de forma homogênea. Atingem, com maior rigor, a população residente nas periferias dos grandes centros urbanos e nas comunidades de agricultores de baixa renda. É exatamente essa parcela da po-pulação brasileira que demanda políticas específicas visando al-terar o atual quadro de exclusão, permitindo o acesso dessas fa-mílias à água de qualidade e em quantidade suficiente para su-prir, no mínimo, suas necessidades básicas.

68%6,98%

15,7%6,41%

6,5%15,5%

6%42,65%

3,3% 28,91%

DA ÁGUA

DA POPULAÇÃO

DA ÁREA

DA ÁGUA

DA ÁGUA

DA ÁGUA

DA ÁGUA

DA POPULAÇÃO

DA POPULAÇÃO

DA POPULAÇÃO

DA POPULAÇÃO

NORTE45,3%

CENTRO OESTE

18,8%

6,8%

10,8%

NORDESTE18,3%

DA ÁREA

DA ÁREA

DA ÁREA

DA ÁREA

Distribuição da água, da superfície e da população(em % do total do País)Fonte: Consumo Sustentável: manual de educação (2002)

O Brasil possui a maior “disponibilidade hídrica” do planeta, correspondendo a 11,2% do deflúvio

médio mundial (parcela da água que escoa nos rios), equivalente a 5.744 Km3 de água por ano

(WRI, 1998).

SUL

SUDESTE

2120

ÁGUA NO BRASIL

Conforme o quadro demonstra, apesar da relativa abun-dância, o Brasil possui uma distribuição regional dos recur-sos hídricos superficiais bastante diferenciada. Comparando os recursos hídricos disponíveis com a distri-buição geográfica da população, tem-se uma clara idéia da gravidade da situação das regiões nordeste e sudeste. A re-gião norte, ao contrário, apresenta grande disponibilidade hídrica, quando comparada com a sua população. A baixa disponibilidade hídrica no semi-árido, aliada à irregularida-de das chuvas, impõe uma maneira diferenciada de relacio-namento com esse recurso, envolvendo o respeito aos pro-cessos naturais a ele relacionados e a otimização das dispo-nibilidades existentes. Essa região demanda a implementa-ção de estratégias de convivência com o Semi-árido, basea-das, principalmente, em tecnologias poupadoras de água, envolvendo: coleta, armazenamento e manejo da água de chuva; construção e manutenção de pequenos barramen-tos; implantação de barragens subterrâneas, entre outras.

Page 23: Manual de Uso Da Agua

Da mesma forma, o meio urbano do País também demanda es-tratégias específicas. O crescimento da população urbana, alia-do à concentração e ampliação da atividade industrial, provoca elevação considerável nas demandas hídricas, tanto para o abas-tecimento público, como para a diluição de efluentes.

No que se refere à captação de água e lançamento de esgotos, dados da ONU indicam que, para cada 1.000 litros de água utili-zados pelos seres humanos, resultam 10.000 litros de água polu-ída (ONU, 1993). No Brasil, mais de 90% dos esgotos domésticos e cerca de 70% dos efluentes industriais são lançados direta-mente nos corpos de água, sem qualquer tipo de tratamento. Como conseqüência, os corpos de água das regiões brasileiras mais densamente povoadas encontram-se praticamente “mor-tos”, sem capacidade de depurarem efluentes. Soma-se ao que foi apresentado acima o fato de que a abundância relativa de água no Brasil tem levado a uma certa “cultura do desperdício”. A população brasileira incorporou em sua prática cotidiana roti-nas extremamente perdulárias (esbanjadoras) no que se refere ao consumo de água. Como agravante desse processo, os siste-mas de coleta, tratamento e distribuição de água do País, parte importante deles antigos e com sérios problemas de manuten-ção, acumulam perdas que variam entre 40 e 60% do total da água tratada.

O aumento da demanda por água, somado ao crescimento das cidades, à impermeabilização dos solos, à degradação da capa-cidade produtiva dos mananciais, à contaminação das águas e ao desperdício conduzem a um quadro preocupante em relação à sustentabilidade do abastecimento público, especialmente em algumas regiões metropolitanas brasileiras.

No meio rural, a utilização de agrotóxicos de forma inadequada, aliada à redução da cobertura vegetal, à remoção das matas cili-ares e da vegetação protetora das áreas de recarga, ao uso de quantidades crescentes de fertilizantes, à movimentação de so-los em áreas de declividade acentuada e em áreas de preserva-ção permanente, à degradação de pastagens, entre outros, pro-vocam o aumento da erosão e do assoreamento, degradando a qualidade da água, principalmente nas regiões de agricultura in-tensiva.

É importante salientar que a redução da quantidade e a degra-dação da qualidade da água não afetam a sociedade de forma homogênea. Atingem, com maior rigor, a população residente nas periferias dos grandes centros urbanos e nas comunidades de agricultores de baixa renda. É exatamente essa parcela da po-pulação brasileira que demanda políticas específicas visando al-terar o atual quadro de exclusão, permitindo o acesso dessas fa-mílias à água de qualidade e em quantidade suficiente para su-prir, no mínimo, suas necessidades básicas.

68%6,98%

15,7%6,41%

6,5%15,5%

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3,3% 28,91%

DA ÁGUA

DA POPULAÇÃO

DA ÁREA

DA ÁGUA

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DA POPULAÇÃO

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DA POPULAÇÃO

NORTE45,3%

CENTRO OESTE

18,8%

6,8%

10,8%

NORDESTE18,3%

DA ÁREA

DA ÁREA

DA ÁREA

DA ÁREA

Distribuição da água, da superfície e da população(em % do total do País)Fonte: Consumo Sustentável: manual de educação (2002)

O Brasil possui a maior “disponibilidade hídrica” do planeta, correspondendo a 11,2% do deflúvio

médio mundial (parcela da água que escoa nos rios), equivalente a 5.744 Km3 de água por ano

(WRI, 1998).

SUL

SUDESTE

2120

ÁGUA NO BRASIL

Conforme o quadro demonstra, apesar da relativa abun-dância, o Brasil possui uma distribuição regional dos recur-sos hídricos superficiais bastante diferenciada. Comparando os recursos hídricos disponíveis com a distri-buição geográfica da população, tem-se uma clara idéia da gravidade da situação das regiões nordeste e sudeste. A re-gião norte, ao contrário, apresenta grande disponibilidade hídrica, quando comparada com a sua população. A baixa disponibilidade hídrica no semi-árido, aliada à irregularida-de das chuvas, impõe uma maneira diferenciada de relacio-namento com esse recurso, envolvendo o respeito aos pro-cessos naturais a ele relacionados e a otimização das dispo-nibilidades existentes. Essa região demanda a implementa-ção de estratégias de convivência com o Semi-árido, basea-das, principalmente, em tecnologias poupadoras de água, envolvendo: coleta, armazenamento e manejo da água de chuva; construção e manutenção de pequenos barramen-tos; implantação de barragens subterrâneas, entre outras.

Page 24: Manual de Uso Da Agua

ÁGUAS SUBTERRÂNEAS

As águas subterrâneas correspondem à água que infiltra no subsolo, preenchendo os espaços formados entre os grânulos minerais e fissuras das rochas. Essas águas ten-dem a migrar continuamente, abastecendo nascentes, le-itos de rios, lagos e oceanos.

O Brasil possui grandes reservas subterrâneas (da ordem de 112 mil km³. Estima-se que 51% do suprimento de água potável do Brasil sejam originários dos recursos hí-dricos subterrâneos.

Os recursos hídricos subterrâneos brasileiros estão sujei-tos a uma série de riscos, sendo dentre eles importante ci-tar:

Para garantir a sustentabilidade, a utilização das águas subterrâneas deve ter por base a capacidade de recarga dos aqüíferos, a disponibilidade original do reservatório, a manutenção da qualidade de suas águas e a democra-tização do acesso a esses recursos hídricos.

a exploração excessiva, que pode provocar o esgota-mento dos aqüíferos;

a contaminação das águas subterrâneas por efluentes sanitários e industriais, agro-tóxicos, fertilizantes, subs-tâncias tóxicas provenientes de vazamentos como, por exemplo, tanques de combustível. A gravidade da con-taminação está diretamente relacionada à toxicidade, persistência, quantidade e concentração das substân-cias que alcançam os mananciais subterrâneos.

Aqüifero Guarani

AQÜÍFERO GUARANI

O Aqüífero Guarani, maior reservatório subterrâ-neo de água doce das Américas e um dos maiores do mundo, está localizado na Bacia Sedimentar do Paraná, no Centro-Leste da América do Sul, abran-gendo 4 países: Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai.

De seus 1,2 milhão de Km², cerca de 840 mil Km²(71% do total) estão em território brasileiro, envolvendo os estados de Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, São Paulo, Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul.

2322

Page 25: Manual de Uso Da Agua

ÁGUAS SUBTERRÂNEAS

As águas subterrâneas correspondem à água que infiltra no subsolo, preenchendo os espaços formados entre os grânulos minerais e fissuras das rochas. Essas águas ten-dem a migrar continuamente, abastecendo nascentes, le-itos de rios, lagos e oceanos.

O Brasil possui grandes reservas subterrâneas (da ordem de 112 mil km³. Estima-se que 51% do suprimento de água potável do Brasil sejam originários dos recursos hí-dricos subterrâneos.

Os recursos hídricos subterrâneos brasileiros estão sujei-tos a uma série de riscos, sendo dentre eles importante ci-tar:

Para garantir a sustentabilidade, a utilização das águas subterrâneas deve ter por base a capacidade de recarga dos aqüíferos, a disponibilidade original do reservatório, a manutenção da qualidade de suas águas e a democra-tização do acesso a esses recursos hídricos.

a exploração excessiva, que pode provocar o esgota-mento dos aqüíferos;

a contaminação das águas subterrâneas por efluentes sanitários e industriais, agro-tóxicos, fertilizantes, subs-tâncias tóxicas provenientes de vazamentos como, por exemplo, tanques de combustível. A gravidade da con-taminação está diretamente relacionada à toxicidade, persistência, quantidade e concentração das substân-cias que alcançam os mananciais subterrâneos.

Aqüifero Guarani

AQÜÍFERO GUARANI

O Aqüífero Guarani, maior reservatório subterrâ-neo de água doce das Américas e um dos maiores do mundo, está localizado na Bacia Sedimentar do Paraná, no Centro-Leste da América do Sul, abran-gendo 4 países: Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai.

De seus 1,2 milhão de Km², cerca de 840 mil Km²(71% do total) estão em território brasileiro, envolvendo os estados de Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, São Paulo, Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul.

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Page 26: Manual de Uso Da Agua

ÁGUAS TRANSFRONTEIRIÇASÁguas transfronteiriças são aquelas que ultrapassam as fronteiras de um ou mais países. Por exemplo, as águas do rio Amazonas são transfronteiriças, pois nascem no Peru e recebem contribuições (afluentes) de vários países antes de atravessarem toda a região norte do Brasil. A gestão dessas águas normalmente envolve a negociação e assina-tura de tratados internacionais de coopera-ção, respeitando a soberania de cada país. Esses tratados procuram definir normas comuns de uso das águas e de manejo das bacias.

Os principais tratados de cooperação assina-dos pelo Brasil envolvendo águas transfrontei-riças são: Tratado de Cooperação Amazônica (rio Amazonas) e o Tratado da Bacia do Rio da Prata (com Bolívia, Paraguai, Argentina e Uruguai), envolvendo os rios Paraguai, Paraná e Uruguai. Outros rios de menor porte tam-bém são compartilhados com outros países, como o rio Quaraí (com o Uruguai – que também possui um Tratado de Cooperação), o rio Apa (com o Paraguai), Lagoa Mirim e rio Chuí (com o Uruguai) e o rio Oiapoque (com a Guiana Francesa).

2524

Page 27: Manual de Uso Da Agua

ÁGUAS TRANSFRONTEIRIÇASÁguas transfronteiriças são aquelas que ultrapassam as fronteiras de um ou mais países. Por exemplo, as águas do rio Amazonas são transfronteiriças, pois nascem no Peru e recebem contribuições (afluentes) de vários países antes de atravessarem toda a região norte do Brasil. A gestão dessas águas normalmente envolve a negociação e assina-tura de tratados internacionais de coopera-ção, respeitando a soberania de cada país. Esses tratados procuram definir normas comuns de uso das águas e de manejo das bacias.

Os principais tratados de cooperação assina-dos pelo Brasil envolvendo águas transfrontei-riças são: Tratado de Cooperação Amazônica (rio Amazonas) e o Tratado da Bacia do Rio da Prata (com Bolívia, Paraguai, Argentina e Uruguai), envolvendo os rios Paraguai, Paraná e Uruguai. Outros rios de menor porte tam-bém são compartilhados com outros países, como o rio Quaraí (com o Uruguai – que também possui um Tratado de Cooperação), o rio Apa (com o Paraguai), Lagoa Mirim e rio Chuí (com o Uruguai) e o rio Oiapoque (com a Guiana Francesa).

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Page 28: Manual de Uso Da Agua

A SITUAÇÃO CRÍTICA DA ÁGUA CONVIDA AO PLANEJAMENTO

Como visto anteriormente, a situação atual dos recursos hídricos aponta para um quadro de crise. A crise em torno da água reflete a crise de cons-

ciência da nossa civilização e do modelo de “desenvolvimento” mundial atual, desigual,

excludente e esgotante dos recursos naturais. A degradação ambiental e as desigualdades sociais

são verso e reverso de um mesmo processo histórico, que tem como conseqüência a insusten-

tabilidade da vida, do meio ambiente e das sociedades humanas. Especialmente no contexto

da gestão dos recursos hídricos, a busca da sustentabilidade configura-se como o caminho

possível para reverter o quadro atual de degrada-ção, alicerçando as bases para a construção

coletiva de um novo modelo de desenvolvimento.

No processo de construção desse novo modelo de gestão sustentável dos recursos hídricos, o grande desafio é o de estabelecer uma relação de poder compartilhada e descentralizada, criando oportuni-dades de participação social, construindo consen-sos, dirimindo conflitos e pactuando a unidade na diversidade.

Para poder participar de forma efetiva é desejável e necessário, porém, conhecer conceitos, leis, orga-nismos, estruturas e os instrumentos de gestão dos recursos hídricos. Tanto a Política quanto o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos são a base de qualquer ação que vise implementar o modelo de gestão proposto.

Conheça a Política, os componentes do Sistema e os instrumentos de gestão definidos na legislação brasileira de recursos hídricos.

2726

Pa

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Page 29: Manual de Uso Da Agua

A SITUAÇÃO CRÍTICA DA ÁGUA CONVIDA AO PLANEJAMENTO

Como visto anteriormente, a situação atual dos recursos hídricos aponta para um quadro de crise. A crise em torno da água reflete a crise de cons-

ciência da nossa civilização e do modelo de “desenvolvimento” mundial atual, desigual,

excludente e esgotante dos recursos naturais. A degradação ambiental e as desigualdades sociais

são verso e reverso de um mesmo processo histórico, que tem como conseqüência a insusten-

tabilidade da vida, do meio ambiente e das sociedades humanas. Especialmente no contexto

da gestão dos recursos hídricos, a busca da sustentabilidade configura-se como o caminho

possível para reverter o quadro atual de degrada-ção, alicerçando as bases para a construção

coletiva de um novo modelo de desenvolvimento.

No processo de construção desse novo modelo de gestão sustentável dos recursos hídricos, o grande desafio é o de estabelecer uma relação de poder compartilhada e descentralizada, criando oportuni-dades de participação social, construindo consen-sos, dirimindo conflitos e pactuando a unidade na diversidade.

Para poder participar de forma efetiva é desejável e necessário, porém, conhecer conceitos, leis, orga-nismos, estruturas e os instrumentos de gestão dos recursos hídricos. Tanto a Política quanto o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos são a base de qualquer ação que vise implementar o modelo de gestão proposto.

Conheça a Política, os componentes do Sistema e os instrumentos de gestão definidos na legislação brasileira de recursos hídricos.

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Page 30: Manual de Uso Da Agua

“Uma coisa é pôr idéias arranjadas,outra é lidar com paísde pessoas, de carne esangue, de mil e tantasmisérias”

Guimarãres Rosa

A Política, o Sistema de Gerenciamento e o Plano Nacional de Recursos Hídricos 2

2928

Page 31: Manual de Uso Da Agua

“Uma coisa é pôr idéias arranjadas,outra é lidar com paísde pessoas, de carne esangue, de mil e tantasmisérias”

Guimarãres Rosa

A Política, o Sistema de Gerenciamento e o Plano Nacional de Recursos Hídricos 2

2928

Page 32: Manual de Uso Da Agua

Dentre os definidos na Lei 9.433/97 para a Política Nacional de Recursos Hídricos, é importante destacar: a garantia da disponibilidade de água para as gerações atuais e futuras, em padrões de qualidade adequados aos respectivos usos; a utilização racional e integrada com vistas ao desenvolvimento sustentável e à prevenção e à defesa contra eventos hidrológicos críti-cos de origem natural (cheias e secas) ou decorrentes do uso inadequado dos recursos hídricos.

A Lei nº 9.433 estabelece, como para a gestão de recursos hídricos:

a associação dos aspectos de quantidade e de quali-dade;

a adequação às diversidades físicas, bióticas, demo-gráficas, econômicas, sociais e culturais das diversas regiões do País;

a integração com a gestão ambiental, com a gestão dos sistemas estuarinos e costeiros, e a articulação com a gestão do uso do solo.

objetivos

diretrizes

Breve Histórico

Lei das Águas

fundamentos

A primeira lei a tratar de recursos hídricos no Brasil, o Código de Águas, foi promulgada em 1934, com o objetivo de harmonizar o uso das águas para fins de geração de energia elétrica, agricultura e demais usos.

A Constituição Federal de 1988 introduziu um avanço importante em relação à gestão dos recursos hídricos no Brasil, ao considerar a água como bem de domínio público e ao instituir o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos – SINGREH. Essas medidas foram consolidadas na forma da Lei nº 9.433/97, que estabeleceu a Política Nacional de Recursos Hídricos (1997).

A Lei Federal nº 9.433/97, conhecida como Lei das Águas, estabelece a Política e cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos. São

da Lei nº 9.433/97:

o consumo humano e a dessedentação de animais como usos prioritários em situações de escassez;

a água como recurso natural limitado e dotado de valor econômico;

o uso múltiplo das águas;

a bacia hidrográfica como unidade territorial para a implementação do gerenciamento das águas e atuação do SINGREH;

a gestão descentralizada e participativa dos recur-sos hídricos.

POLÍTICA NACIONAL DE RECURSOS HÍDRICOS

3130

WWF-Brasil | Augusto Coelho

Page 33: Manual de Uso Da Agua

Dentre os definidos na Lei 9.433/97 para a Política Nacional de Recursos Hídricos, é importante destacar: a garantia da disponibilidade de água para as gerações atuais e futuras, em padrões de qualidade adequados aos respectivos usos; a utilização racional e integrada com vistas ao desenvolvimento sustentável e à prevenção e à defesa contra eventos hidrológicos críti-cos de origem natural (cheias e secas) ou decorrentes do uso inadequado dos recursos hídricos.

A Lei nº 9.433 estabelece, como para a gestão de recursos hídricos:

a associação dos aspectos de quantidade e de quali-dade;

a adequação às diversidades físicas, bióticas, demo-gráficas, econômicas, sociais e culturais das diversas regiões do País;

a integração com a gestão ambiental, com a gestão dos sistemas estuarinos e costeiros, e a articulação com a gestão do uso do solo.

objetivos

diretrizes

Breve Histórico

Lei das Águas

fundamentos

A primeira lei a tratar de recursos hídricos no Brasil, o Código de Águas, foi promulgada em 1934, com o objetivo de harmonizar o uso das águas para fins de geração de energia elétrica, agricultura e demais usos.

A Constituição Federal de 1988 introduziu um avanço importante em relação à gestão dos recursos hídricos no Brasil, ao considerar a água como bem de domínio público e ao instituir o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos – SINGREH. Essas medidas foram consolidadas na forma da Lei nº 9.433/97, que estabeleceu a Política Nacional de Recursos Hídricos (1997).

A Lei Federal nº 9.433/97, conhecida como Lei das Águas, estabelece a Política e cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos. São

da Lei nº 9.433/97:

o consumo humano e a dessedentação de animais como usos prioritários em situações de escassez;

a água como recurso natural limitado e dotado de valor econômico;

o uso múltiplo das águas;

a bacia hidrográfica como unidade territorial para a implementação do gerenciamento das águas e atuação do SINGREH;

a gestão descentralizada e participativa dos recur-sos hídricos.

POLÍTICA NACIONAL DE RECURSOS HÍDRICOS

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WWF-Brasil | Augusto Coelho

Page 34: Manual de Uso Da Agua

ma variação de Estado para Estado, acompanham as do CNRH, só que no âmbito estadual.

organismos colegi-ados, consultivos e deliberativos, que constituem a base do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos. São compostos por representantes dos gover-nos da União, Estados, Distrito Federal, municípios, entidades civis de recursos hídricos e dos diversos seto-res de usuários das águas da bacia hidrográfica. Também conhecidos como “parlamentos das águas”, os comitês podem ser de rios federais ou de rios estadu-ais, conforme a dominialidade de suas águas. Dentre as atribuições dos Comitês, é importante destacar: promo-ver o debate sobre questões relacionadas aos recursos hídricos e articular a atuação das entidades intervenien-tes; arbitrar conflitos relacionados aos recursos hídri-cos; aprovar o Plano de Recursos Hídricos da Bacia e acompanhar sua execução; estabelecer os mecanismos de cobrança pelo uso de recursos hídricos e sugerir os valores a serem cobrados; entre outras.

dos Poderes Públicos Federais, Estaduais e do Distrito Federal, cujas competências se relacionem com a gestão de recursos hídricos.

órgão do núcleo estratégico de governo, subordinado ao Ministério do Meio Ambiente (MMA), responsável pela formulação da Política Nacional juntamente com o CNRH, exercendo ainda o papel de secretaria-executiva deste, bem como a coordenação do Plano Nacional de Recursos Hídricos.

vinculada ao Ministério do Meio Ambiente (MMA), cuja função prin-cipal é a de implementar os instrumentos da Política Nacional de Recursos Hídricos, outorgar, fiscalizar e cobrar o uso dos recursos hídricos de domínio da União.

atuam como secre-taria executiva dos Comitês, oferecendo suporte admi-nistrativo, técnico e financeiro para a implementação de suas decisões.

COMITÊS DE BACIA HIDROGRÁFICA:

ÓRGÃOS PÚBLICOS:

SECRETARIA DE RECURSOS HÍDRICOS (SRH):

AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS (ANA):

AGÊNCIAS DE ÁGUA (OU DE BACIA):

O SINGREH constitui-se de um conjunto de mecanismos jurídico-administrativos, sejam leis, instituições ou ins-trumentos de gestão, com a finalidade de colocar em prática a Política Nacional, dando suporte técnico e insti-tucional para o gerenciamento de recursos hídricos no País. O Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos é assim formado:

organismo colegiado, consultivo, normativo e delibera-tivo composto por representantes dos setores usuários de água, governo e sociedade civil organizada. Tem como competências, dentre outras: promover a articula-ção do planejamento de recursos hídricos com os plane-jamentos nacional, regionais, estaduais e dos setores usuários; arbitrar os conflitos existentes entre Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos; estabelecer critérios gerais para a outorga de direito de uso de recursos hídri-cos; analisar propostas de alteração da legislação perti-nente a recursos hídricos, e estabelecer diretrizes com-plementares para a implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos.

da mesma forma que o CNRH, são organismos colegiados, consultivos, normativos e deliberativos, compostos por representantes dos seto-res usuários de água, governo e sociedade civil organiza-da. As competências dos conselhos estaduais, com algu-

CONSELHO NACIONAL DE RECURSOS HÍDRICOS (CNRH):

CONSELHOS DE RECURSOS HÍDRICOS DOS ESTADOS E DO DISTRITO FEDERAL:

SISTEMANACIONAL DEGERENCIAMENTO DERECURSOS HÍDRICOS(SINGREH)

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ma variação de Estado para Estado, acompanham as do CNRH, só que no âmbito estadual.

organismos colegi-ados, consultivos e deliberativos, que constituem a base do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos. São compostos por representantes dos gover-nos da União, Estados, Distrito Federal, municípios, entidades civis de recursos hídricos e dos diversos seto-res de usuários das águas da bacia hidrográfica. Também conhecidos como “parlamentos das águas”, os comitês podem ser de rios federais ou de rios estadu-ais, conforme a dominialidade de suas águas. Dentre as atribuições dos Comitês, é importante destacar: promo-ver o debate sobre questões relacionadas aos recursos hídricos e articular a atuação das entidades intervenien-tes; arbitrar conflitos relacionados aos recursos hídri-cos; aprovar o Plano de Recursos Hídricos da Bacia e acompanhar sua execução; estabelecer os mecanismos de cobrança pelo uso de recursos hídricos e sugerir os valores a serem cobrados; entre outras.

dos Poderes Públicos Federais, Estaduais e do Distrito Federal, cujas competências se relacionem com a gestão de recursos hídricos.

órgão do núcleo estratégico de governo, subordinado ao Ministério do Meio Ambiente (MMA), responsável pela formulação da Política Nacional juntamente com o CNRH, exercendo ainda o papel de secretaria-executiva deste, bem como a coordenação do Plano Nacional de Recursos Hídricos.

vinculada ao Ministério do Meio Ambiente (MMA), cuja função prin-cipal é a de implementar os instrumentos da Política Nacional de Recursos Hídricos, outorgar, fiscalizar e cobrar o uso dos recursos hídricos de domínio da União.

atuam como secre-taria executiva dos Comitês, oferecendo suporte admi-nistrativo, técnico e financeiro para a implementação de suas decisões.

COMITÊS DE BACIA HIDROGRÁFICA:

ÓRGÃOS PÚBLICOS:

SECRETARIA DE RECURSOS HÍDRICOS (SRH):

AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS (ANA):

AGÊNCIAS DE ÁGUA (OU DE BACIA):

O SINGREH constitui-se de um conjunto de mecanismos jurídico-administrativos, sejam leis, instituições ou ins-trumentos de gestão, com a finalidade de colocar em prática a Política Nacional, dando suporte técnico e insti-tucional para o gerenciamento de recursos hídricos no País. O Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos é assim formado:

organismo colegiado, consultivo, normativo e delibera-tivo composto por representantes dos setores usuários de água, governo e sociedade civil organizada. Tem como competências, dentre outras: promover a articula-ção do planejamento de recursos hídricos com os plane-jamentos nacional, regionais, estaduais e dos setores usuários; arbitrar os conflitos existentes entre Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos; estabelecer critérios gerais para a outorga de direito de uso de recursos hídri-cos; analisar propostas de alteração da legislação perti-nente a recursos hídricos, e estabelecer diretrizes com-plementares para a implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos.

da mesma forma que o CNRH, são organismos colegiados, consultivos, normativos e deliberativos, compostos por representantes dos seto-res usuários de água, governo e sociedade civil organiza-da. As competências dos conselhos estaduais, com algu-

CONSELHO NACIONAL DE RECURSOS HÍDRICOS (CNRH):

CONSELHOS DE RECURSOS HÍDRICOS DOS ESTADOS E DO DISTRITO FEDERAL:

SISTEMANACIONAL DEGERENCIAMENTO DERECURSOS HÍDRICOS(SINGREH)

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Page 36: Manual de Uso Da Agua

outorga, utilizados pelo Poder Público, são definidos pelos Conselhos de Recursos Hídricos e Comitês de Bacia Hidrográfica.

é um mecanismo edu-cador, que reconhece a água como bem econômico e dá ao usuário uma indicação de seu real valor, incentivan-do a racionalização do uso da água e obtendo recursos para o financiamento de programas e intervenções con-templados nos planos de recursos hídricos. Os critérios gerais da cobrança são definidos pelos Conselhos de Recursos Hídricos. Os Comitês de Bacia Hidrográfica definem os valores a serem cobrados.

é um sistema de coleta, trata-mento, armazenamento, recuperação e difusão de informações relevantes sobre recursos hídricos e fatores relacionados à sua gestão.

COBRANÇA PELO USO DA ÁGUA:

SISTEMA NACIONAL DE INFORMAÇÕES SOBRE RECURSOS HÍDRICOS:

A Lei nº 9.433/97 estabelece os instrumentos para possi-bilitar a implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos:

Plano Nacional de Recursos Hídricos, Planos Estaduais de Recursos Hídricos e os Planos de Recursos Hídricos por bacia hidrográfica. Os dois primeiros são planos estratégicos que estabele-cem diretrizes gerais sobre os recursos hídricos do País ou do Estado. O Plano de Recursos Hídricos por bacia hidrográfica é o instrumento de planejamento local onde se define como conservar, recuperar e utilizar os recursos hídricos daquela bacia.

em classes, segundo usos preponderantes, com o objetivo de asse-gurar às águas qualidade compatível com os usos mais exigentes a que forem destinadas, e diminuir os custos de combate à poluição das águas, mediante ações pre-ventivas permanentes.

dos direitos de uso de recursos hídricos é o instrumento pelo qual o Poder Público autoriza o usuá-rio a utilizar as águas de seu domínio, por tempo deter-minado e em condições preestabelecidas. Tem como objetivo assegurar o controle quantitativo e qualitativo dos usos da água superficial ou subterrânea, e o efetivo exercício do direito de acesso à água. Os critérios de

PLANOS DE RECURSOS HÍDRICOS:

ENQUADRAMENTO DOS CORPOS D'ÁGUA:

OUTORGA:

OS INSTRUMENTOSDA POLÍTICA NACIONAL DE RECURSOS HÍDRICOS

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outorga, utilizados pelo Poder Público, são definidos pelos Conselhos de Recursos Hídricos e Comitês de Bacia Hidrográfica.

é um mecanismo edu-cador, que reconhece a água como bem econômico e dá ao usuário uma indicação de seu real valor, incentivan-do a racionalização do uso da água e obtendo recursos para o financiamento de programas e intervenções con-templados nos planos de recursos hídricos. Os critérios gerais da cobrança são definidos pelos Conselhos de Recursos Hídricos. Os Comitês de Bacia Hidrográfica definem os valores a serem cobrados.

é um sistema de coleta, trata-mento, armazenamento, recuperação e difusão de informações relevantes sobre recursos hídricos e fatores relacionados à sua gestão.

COBRANÇA PELO USO DA ÁGUA:

SISTEMA NACIONAL DE INFORMAÇÕES SOBRE RECURSOS HÍDRICOS:

A Lei nº 9.433/97 estabelece os instrumentos para possi-bilitar a implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos:

Plano Nacional de Recursos Hídricos, Planos Estaduais de Recursos Hídricos e os Planos de Recursos Hídricos por bacia hidrográfica. Os dois primeiros são planos estratégicos que estabele-cem diretrizes gerais sobre os recursos hídricos do País ou do Estado. O Plano de Recursos Hídricos por bacia hidrográfica é o instrumento de planejamento local onde se define como conservar, recuperar e utilizar os recursos hídricos daquela bacia.

em classes, segundo usos preponderantes, com o objetivo de asse-gurar às águas qualidade compatível com os usos mais exigentes a que forem destinadas, e diminuir os custos de combate à poluição das águas, mediante ações pre-ventivas permanentes.

dos direitos de uso de recursos hídricos é o instrumento pelo qual o Poder Público autoriza o usuá-rio a utilizar as águas de seu domínio, por tempo deter-minado e em condições preestabelecidas. Tem como objetivo assegurar o controle quantitativo e qualitativo dos usos da água superficial ou subterrânea, e o efetivo exercício do direito de acesso à água. Os critérios de

PLANOS DE RECURSOS HÍDRICOS:

ENQUADRAMENTO DOS CORPOS D'ÁGUA:

OUTORGA:

OS INSTRUMENTOSDA POLÍTICA NACIONAL DE RECURSOS HÍDRICOS

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pla mobilização social, envolvendo os diversos segmen-tos interessados na gestão integradas dos recursos hí-dricos, a saber: Governo, usuários e sociedade civil. O fu-turo é uma janela aberta a todas as possibilidades e o Plano permite a antecipação do que é provável ou im-provável acontecer, fornecendo as ferramentas básicas para o melhor gerenciamento dos recursos hídricos. Desta forma, pode-se agir estrategicamente, isto é, pre-ventivamente (evitando perdas e minimizando o que tende a ser negativo) e pró-ativamente (provocando as mudanças desejadas e aproveitando as oportunidades).

Como um documento-guia, o Plano tem por objetivo ori-entar as políticas públicas e as decisões de governo e das instituições que compõem o SINGREH no que se re-fere aos recursos hídricos. Ele propõe a implementação de programas e diretrizes nacionais e regionais, bem co-mo a harmonização e a adequação de políticas públi-cas, visando estabelecer o equilíbrio entre a oferta e a de-manda de água. Desta forma, busca-se assegurar as dis-ponibilidades hídricas em quantidade e qualidade para o seu uso racional e sustentável.

A elaboração do PNRH foi coordenada pela Secretaria de Recursos Hídricos do Ministério do Meio Ambiente (SRH/MMA), com o acompanhamento constante do Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH) e o apo-io da Agência Nacional de Águas (ANA). Sua implemen-tação está sob a responsabilidade de todos os órgãos do SINGREH e de todo brasileiro, cada um de acordo com a sua atribuição.

O PNRH adota a Divisão Hidrográfica Nacional, aprova-da pelo CNRH (Resolução nº 32/2003), que define 12 Regiões Hidrográficas para o território brasileiro, com-postas por bacias hidrográficas próximas entre si, com semelhanças ambientais, sociais e econômicas, como base territorial para o planejamento em tnrno da gestão dos recursos hídricos. Além disso, foram consideradas algumas áreas especiais, nominadas Áreas Especiais de Planejamento, que demandam ações específicas, como as áreas úmidas (Pantanal e outras), a Amazônia, o se-mi-árido, as águas subterrâneas e a área costeira, todas com características ambientais, regionais ou mesmo ti-po de problemas relacionados à água.

O PNRH é um instrumento de longo prazo, pactuado en-tre o Poder Público, os usuários (indústria, irrigação,se-tor de abastecimento de água, geração de energia, entre outros) e a sociedade civil (associações comunitárias, ONGs, sindicatos, universidades, escolas entre outros), que fundamenta e orienta a gestão das águas no Brasil.

O Plano tem como característica uma permanente flexi-bilidade, não devendo ser entendido como um planeja-mento episódico, mas como um processo essencialmen-te dinâmico, flexível, permanente, participativo e sob uma abordagem integrada e multi-disciplinar.

O PNRH, como o próprio nome indica, tem como abran-gência todo o País e foi construído, por meio de uma am-

O PLANO NACIONAL DE RECURSOS HÍDRICOS

Políticas públicas, tipos de planos, âmbitos geográficos e entidades coordenadoras no processo de planejamento de recursos hídricos no Brasil. Fonte: Lanna, 1999

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pla mobilização social, envolvendo os diversos segmen-tos interessados na gestão integradas dos recursos hí-dricos, a saber: Governo, usuários e sociedade civil. O fu-turo é uma janela aberta a todas as possibilidades e o Plano permite a antecipação do que é provável ou im-provável acontecer, fornecendo as ferramentas básicas para o melhor gerenciamento dos recursos hídricos. Desta forma, pode-se agir estrategicamente, isto é, pre-ventivamente (evitando perdas e minimizando o que tende a ser negativo) e pró-ativamente (provocando as mudanças desejadas e aproveitando as oportunidades).

Como um documento-guia, o Plano tem por objetivo ori-entar as políticas públicas e as decisões de governo e das instituições que compõem o SINGREH no que se re-fere aos recursos hídricos. Ele propõe a implementação de programas e diretrizes nacionais e regionais, bem co-mo a harmonização e a adequação de políticas públi-cas, visando estabelecer o equilíbrio entre a oferta e a de-manda de água. Desta forma, busca-se assegurar as dis-ponibilidades hídricas em quantidade e qualidade para o seu uso racional e sustentável.

A elaboração do PNRH foi coordenada pela Secretaria de Recursos Hídricos do Ministério do Meio Ambiente (SRH/MMA), com o acompanhamento constante do Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH) e o apo-io da Agência Nacional de Águas (ANA). Sua implemen-tação está sob a responsabilidade de todos os órgãos do SINGREH e de todo brasileiro, cada um de acordo com a sua atribuição.

O PNRH adota a Divisão Hidrográfica Nacional, aprova-da pelo CNRH (Resolução nº 32/2003), que define 12 Regiões Hidrográficas para o território brasileiro, com-postas por bacias hidrográficas próximas entre si, com semelhanças ambientais, sociais e econômicas, como base territorial para o planejamento em tnrno da gestão dos recursos hídricos. Além disso, foram consideradas algumas áreas especiais, nominadas Áreas Especiais de Planejamento, que demandam ações específicas, como as áreas úmidas (Pantanal e outras), a Amazônia, o se-mi-árido, as águas subterrâneas e a área costeira, todas com características ambientais, regionais ou mesmo ti-po de problemas relacionados à água.

O PNRH é um instrumento de longo prazo, pactuado en-tre o Poder Público, os usuários (indústria, irrigação,se-tor de abastecimento de água, geração de energia, entre outros) e a sociedade civil (associações comunitárias, ONGs, sindicatos, universidades, escolas entre outros), que fundamenta e orienta a gestão das águas no Brasil.

O Plano tem como característica uma permanente flexi-bilidade, não devendo ser entendido como um planeja-mento episódico, mas como um processo essencialmen-te dinâmico, flexível, permanente, participativo e sob uma abordagem integrada e multi-disciplinar.

O PNRH, como o próprio nome indica, tem como abran-gência todo o País e foi construído, por meio de uma am-

O PLANO NACIONAL DE RECURSOS HÍDRICOS

Políticas públicas, tipos de planos, âmbitos geográficos e entidades coordenadoras no processo de planejamento de recursos hídricos no Brasil. Fonte: Lanna, 1999

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Page 40: Manual de Uso Da Agua

A metodologia para a elaboração do Plano Nacional, es-tabelecida pela Secretaria de Recursos Hídricos do Ministério do Meio Ambiente - SRH/MMA, por meio do Grupo Técnico de Coordenação e Elaboração do PNRH – GTCE, permitiu a incorporação das diversas particulari-dades regionais do país e de importante contribuição da sociedade, com o estabelecimento de um processo social e político de negociação entre as diferentes insti-tuições, atores sociais e segmentos econômicos com in-teresse sobre a água.

O GTCE, integrado por técnicos da SRH/MMA e da Agência Nacional de Águas - ANA, identificou as dife-rentes visões que a sociedade tem sobre a água, consi-derando os aspectos técnicos, políticos, culturais, eco-nômicos e sociais, num exercício permanente de refle-xão e ação.

Este processo foi ainda impulsionado pelos trabalhos desenvolvidos pela Câmara Técnica do Plano Nacional de Recursos Hídricos – CT/PNRH, que acompanhou, ana-lisou e emitiu pareceres que subsidiaram as delibera-ções do CNRH sobre o PNRH.

A instituição, por meio da Portaria Ministerial n° 274/04, das 12 Comissões Executivas Regionais - CER, uma para cada Região Hidrográfica Brasileira, compostas por 200 membros, que represetam os sistemas estaduais de Gerenciamento de Recursos Hídricos, os usuários da água, a sociedade civil e o poder público federal, com as funções de articulação técnica e política do PNRH nas respectivas Regiões, consistiu em importante inovação neste processo, ao qual se somam um conjunto de reu-niões, oficinas temáticas e setoriais, seminários regio-nais e encontros públicos em todas as unidades da Federação.

Veja o quadro das reuniões de construção do PNRH, que resultaram na ampliação do debate sobre as águas no Brasil, bem como na produção de farta documentação sobre a estruturação do arranjo institucional e da base técnica; na definição de variáveis e atores relevantes; na consolidação de cenários exploratórios e na proposição de diretrizes, metas e programas, que se tornaram insu-mos fundamentais para a construção do PNRH.

Foi necessário muito esforço, dedicação e a ousadia de um conjunto de atores e instituições do país para a ela-boração do Plano Nacional de Recursos Hídricos (PNRH). Seu processo de construção foi oficialmente iniciado pe-lo governo federal no Ano Internacional da Água Doce, por meio do Decreto Presidencial n° 4.755, de 20 de ju-nho de 2003, que estabeleceu como competência da SRH/MMA a coordenação da elaboração do Plano e o au-xílio no acompanhamento de sua implementação, ca-bendo ao CNRH, órgão colegiado e deliberativo máximo do SINGREH, a deliberação sobre a sua aprovação e a de-terminação das providências necessárias ao cumprimen-to de suas metas.

O PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DO PLANO NACIONAL

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A metodologia para a elaboração do Plano Nacional, es-tabelecida pela Secretaria de Recursos Hídricos do Ministério do Meio Ambiente - SRH/MMA, por meio do Grupo Técnico de Coordenação e Elaboração do PNRH – GTCE, permitiu a incorporação das diversas particulari-dades regionais do país e de importante contribuição da sociedade, com o estabelecimento de um processo social e político de negociação entre as diferentes insti-tuições, atores sociais e segmentos econômicos com in-teresse sobre a água.

O GTCE, integrado por técnicos da SRH/MMA e da Agência Nacional de Águas - ANA, identificou as dife-rentes visões que a sociedade tem sobre a água, consi-derando os aspectos técnicos, políticos, culturais, eco-nômicos e sociais, num exercício permanente de refle-xão e ação.

Este processo foi ainda impulsionado pelos trabalhos desenvolvidos pela Câmara Técnica do Plano Nacional de Recursos Hídricos – CT/PNRH, que acompanhou, ana-lisou e emitiu pareceres que subsidiaram as delibera-ções do CNRH sobre o PNRH.

A instituição, por meio da Portaria Ministerial n° 274/04, das 12 Comissões Executivas Regionais - CER, uma para cada Região Hidrográfica Brasileira, compostas por 200 membros, que represetam os sistemas estaduais de Gerenciamento de Recursos Hídricos, os usuários da água, a sociedade civil e o poder público federal, com as funções de articulação técnica e política do PNRH nas respectivas Regiões, consistiu em importante inovação neste processo, ao qual se somam um conjunto de reu-niões, oficinas temáticas e setoriais, seminários regio-nais e encontros públicos em todas as unidades da Federação.

Veja o quadro das reuniões de construção do PNRH, que resultaram na ampliação do debate sobre as águas no Brasil, bem como na produção de farta documentação sobre a estruturação do arranjo institucional e da base técnica; na definição de variáveis e atores relevantes; na consolidação de cenários exploratórios e na proposição de diretrizes, metas e programas, que se tornaram insu-mos fundamentais para a construção do PNRH.

Foi necessário muito esforço, dedicação e a ousadia de um conjunto de atores e instituições do país para a ela-boração do Plano Nacional de Recursos Hídricos (PNRH). Seu processo de construção foi oficialmente iniciado pe-lo governo federal no Ano Internacional da Água Doce, por meio do Decreto Presidencial n° 4.755, de 20 de ju-nho de 2003, que estabeleceu como competência da SRH/MMA a coordenação da elaboração do Plano e o au-xílio no acompanhamento de sua implementação, ca-bendo ao CNRH, órgão colegiado e deliberativo máximo do SINGREH, a deliberação sobre a sua aprovação e a de-terminação das providências necessárias ao cumprimen-to de suas metas.

O PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DO PLANO NACIONAL

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Page 42: Manual de Uso Da Agua

Oficina Temática "Aspectos Ambientais e os Recursos Hídricos: propostas do MMA e IBAMA ao PNRH"

Brasília, março de 2004

Oficina Temática "Olhares de Gênero sobre o Planejamento dos Recursos Hídricos"

Brasília, março de 2004

Fórum de Secretários Estaduais de Recursos Hídricos

Brasília, março de 2004

Oficina Setorial "Sociedade Civil no PNRH - Ampliando o debate em torno das águas do Brasil"

Brasília, fevereiro de 2005

Oficina Temática "Ecorregiões Aquáticas do Brasil"

Brasília, maio de 2005

Resultado: Envolvimento de representantes das secreta-rias e órgãos vinculados do MMA, num exercício trans-versal de troca de experiências e de pactuação intra-institucional

Resultado: Debate dos representantes de instituições go-vernamentais e não-governamentais sobre os aspectos relevantes do papel do gênero humano na gestão dos re-cursos hídricos e os impactos econômicos.

Resultado: Apresentação da dinâmica de articulação re-gional do PNRH.

Resultado: Ampliação do envolvimento da sociedade ci-vil no processo de construção do PNRH, envolvendo re-presentantes de ONGs, movimentos sociais, instituições acadêmicas e técnico- científicas, entre outros.

Resultado: Envolvimento de estudiosos e pesquisadores em um debate qualificado sobre as Ecorregiões Aquáticas do Brasil.

EVENTOS REALIZADOS DURANTE O PROCESSO DE ELABORAÇÃO DO PNRH

Oficina Setorial "Segmento Usuários - Ampliando o debate sobre as águas brasileiras"

Brasília, junho de 2005

Oficina Temática "Aspectos institucionais, legais e tecnológicos para o manejo das águas de chuva no meio rural e urbano"

Brasília, julho de 2005

Seminários Regionais em cada uma das 12 Regiões Hidrográficas

12 Regiões Hidrográficas, setembro de 2005

Encontros Públicos Estaduais em cada um dos 26 es-tados e no Distrito Federal

27 Unidades da Federação, outubro de 2005

Resultado: Ampliação do envolvimento do segmento usuários da água no processo de construção do PNRH, contando com representantes dos setores público e pri-vado, de geração de energia hidrelétrica; turis-mo/esporte/lazer; agricultura/ irrigação; indústria; sane-amento; pesca e aqüicultura; navegação fluvial.

Resultado: Fortalecimento do intercâmbio entre a comu-nidade técnico-científica, o Governo Federal e a socie-dade, para a inclusão resultados concretos em relação ao tema no conteúdo do PNRH.

Resultado: Apresentação aos membros das Comissões Executivas Regionais da proposta metodológica para a elaboração dos 12 Cadernos Regionais e debate em tor-no das diretrizes e programas do PNRH.

Resultado: Ampliação da consulta ao conjunto da socie-dade, recolhendo críticas e sugestões como contribui-ção à elaboração do PNRH, bem como propostas para di-retrizes, metas e programas.

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Page 43: Manual de Uso Da Agua

Oficina Temática "Aspectos Ambientais e os Recursos Hídricos: propostas do MMA e IBAMA ao PNRH"

Brasília, março de 2004

Oficina Temática "Olhares de Gênero sobre o Planejamento dos Recursos Hídricos"

Brasília, março de 2004

Fórum de Secretários Estaduais de Recursos Hídricos

Brasília, março de 2004

Oficina Setorial "Sociedade Civil no PNRH - Ampliando o debate em torno das águas do Brasil"

Brasília, fevereiro de 2005

Oficina Temática "Ecorregiões Aquáticas do Brasil"

Brasília, maio de 2005

Resultado: Envolvimento de representantes das secreta-rias e órgãos vinculados do MMA, num exercício trans-versal de troca de experiências e de pactuação intra-institucional

Resultado: Debate dos representantes de instituições go-vernamentais e não-governamentais sobre os aspectos relevantes do papel do gênero humano na gestão dos re-cursos hídricos e os impactos econômicos.

Resultado: Apresentação da dinâmica de articulação re-gional do PNRH.

Resultado: Ampliação do envolvimento da sociedade ci-vil no processo de construção do PNRH, envolvendo re-presentantes de ONGs, movimentos sociais, instituições acadêmicas e técnico- científicas, entre outros.

Resultado: Envolvimento de estudiosos e pesquisadores em um debate qualificado sobre as Ecorregiões Aquáticas do Brasil.

EVENTOS REALIZADOS DURANTE O PROCESSO DE ELABORAÇÃO DO PNRH

Oficina Setorial "Segmento Usuários - Ampliando o debate sobre as águas brasileiras"

Brasília, junho de 2005

Oficina Temática "Aspectos institucionais, legais e tecnológicos para o manejo das águas de chuva no meio rural e urbano"

Brasília, julho de 2005

Seminários Regionais em cada uma das 12 Regiões Hidrográficas

12 Regiões Hidrográficas, setembro de 2005

Encontros Públicos Estaduais em cada um dos 26 es-tados e no Distrito Federal

27 Unidades da Federação, outubro de 2005

Resultado: Ampliação do envolvimento do segmento usuários da água no processo de construção do PNRH, contando com representantes dos setores público e pri-vado, de geração de energia hidrelétrica; turis-mo/esporte/lazer; agricultura/ irrigação; indústria; sane-amento; pesca e aqüicultura; navegação fluvial.

Resultado: Fortalecimento do intercâmbio entre a comu-nidade técnico-científica, o Governo Federal e a socie-dade, para a inclusão resultados concretos em relação ao tema no conteúdo do PNRH.

Resultado: Apresentação aos membros das Comissões Executivas Regionais da proposta metodológica para a elaboração dos 12 Cadernos Regionais e debate em tor-no das diretrizes e programas do PNRH.

Resultado: Ampliação da consulta ao conjunto da socie-dade, recolhendo críticas e sugestões como contribui-ção à elaboração do PNRH, bem como propostas para di-retrizes, metas e programas.

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Page 44: Manual de Uso Da Agua

Apresentação do PNRH no Fórum Mundial do México

Cidade do México, março de 2006

Lançamento dos Cadernos Setoriais

Brasília, novembro de 2006

Lançamento dos Cadernos Regionais nas Feiras Ambientais de cada região hidrográfica

12 Regiões Hidrográficas, nov. e dez. de 2006

Com o estímulo e a ampliação das discussões no pa-ís em relação à água, respeitando a diversidade étni-ca, biológica, geográfica e cultural brasileira e, prin-cipalmente, reforçando a estrutura descentralizada e participativa de se fazer gestão de água no Brasil, buscou-se a incorporação da pluralidade de visões e saberes a este processo de construção coletiva de política pública, como um exercício de cidadania e de empoderamento da sociedade brasileira.

Esse conjunto de ações desenvolvidas no decorrer no processo de elaboração do PNRH resultou, ain-da, em um importante acervo técnico a respeito do tema.

Resultado: Cumprimento do compromisso assumido na Cúpula Mundial de Joanesburgo para o desenvolvimen-to sustentável (Rio + 10); nas Metas de Desenvolvimento do Milênio e nas deliberações da Iª Conferência Nacional do Meio Ambiente.

Resultado: Renovação do pacto entre todos os setores usuários de recursos hídricos no sentido de implemen-tar as diretrizes e programas do Plano.

Resultado: Renovação do pacto interinstitucional, com ênfase nas ações locais realizadas por mobilizadores, au-mentado a visibilidade do PNRH em todo o território na-cional.

Oficina Temática "Gestão de Recursos Hídricos Transfronteiriços"

Brasília, outubro de 2005

Oficina Temática "Aspectos Políticos, Sócio-Culturais e a Água"

Belo Horizonte, outubro de 2005

"Seminário Nacional de Diretrizes, Metas e Programas"

Brasília, novembro de 2005

Reunião plenária do CNRH para apreciação do PNRH

Brasília, janeiro de 2006.

Reunião no Palácio do Planalto

Brasília, março de 2006.

Resultado: Identificação de aspectos prioritários e subsí-dios para a formulação de diretrizes, metas e programas do PNRH voltadas para o aumento da eficiência na ges-tão de recursos hídricos transfronteiriços, envolvendo representantes do governo federal; dos governos esta-duais e das CERs, com área em bacia de rios transfrontei-riços; de organizações da sociedade civil, além dos mem-bros da Câmara Técnica de Gestão dos Recursos Hìdricos Transfronteiriços - CTGRHT.

Resultado: Envolvimento dos representantes dos povos indígenas e comunidades tradicionais como quilombo-las, ribeirinhos, ciganos, agroextrativistas, faxinais, en-tre outros, incorporando o olhar dessas populações na construção das diretrizes, metas e programas do PNRH.

Resultado: Consolidação das contribuições levantadas durante o processo de elaboração do PNRH, estabele-cendo as diretrizes, metas e programas que o compõem.

Resultado: Aprovação do Plano Nacional de Recursos Hídricos (PNRH), por meio da Resolução nº 58, de 30 de janeiro de 2006.

Resultado: Lançamento do Plano Nacional de Recursos Hídricos pelo Presidente da República.

43

Page 45: Manual de Uso Da Agua

Apresentação do PNRH no Fórum Mundial do México

Cidade do México, março de 2006

Lançamento dos Cadernos Setoriais

Brasília, novembro de 2006

Lançamento dos Cadernos Regionais nas Feiras Ambientais de cada região hidrográfica

12 Regiões Hidrográficas, nov. e dez. de 2006

Com o estímulo e a ampliação das discussões no pa-ís em relação à água, respeitando a diversidade étni-ca, biológica, geográfica e cultural brasileira e, prin-cipalmente, reforçando a estrutura descentralizada e participativa de se fazer gestão de água no Brasil, buscou-se a incorporação da pluralidade de visões e saberes a este processo de construção coletiva de política pública, como um exercício de cidadania e de empoderamento da sociedade brasileira.

Esse conjunto de ações desenvolvidas no decorrer no processo de elaboração do PNRH resultou, ain-da, em um importante acervo técnico a respeito do tema.

Resultado: Cumprimento do compromisso assumido na Cúpula Mundial de Joanesburgo para o desenvolvimen-to sustentável (Rio + 10); nas Metas de Desenvolvimento do Milênio e nas deliberações da Iª Conferência Nacional do Meio Ambiente.

Resultado: Renovação do pacto entre todos os setores usuários de recursos hídricos no sentido de implemen-tar as diretrizes e programas do Plano.

Resultado: Renovação do pacto interinstitucional, com ênfase nas ações locais realizadas por mobilizadores, au-mentado a visibilidade do PNRH em todo o território na-cional.

Oficina Temática "Gestão de Recursos Hídricos Transfronteiriços"

Brasília, outubro de 2005

Oficina Temática "Aspectos Políticos, Sócio-Culturais e a Água"

Belo Horizonte, outubro de 2005

"Seminário Nacional de Diretrizes, Metas e Programas"

Brasília, novembro de 2005

Reunião plenária do CNRH para apreciação do PNRH

Brasília, janeiro de 2006.

Reunião no Palácio do Planalto

Brasília, março de 2006.

Resultado: Identificação de aspectos prioritários e subsí-dios para a formulação de diretrizes, metas e programas do PNRH voltadas para o aumento da eficiência na ges-tão de recursos hídricos transfronteiriços, envolvendo representantes do governo federal; dos governos esta-duais e das CERs, com área em bacia de rios transfrontei-riços; de organizações da sociedade civil, além dos mem-bros da Câmara Técnica de Gestão dos Recursos Hìdricos Transfronteiriços - CTGRHT.

Resultado: Envolvimento dos representantes dos povos indígenas e comunidades tradicionais como quilombo-las, ribeirinhos, ciganos, agroextrativistas, faxinais, en-tre outros, incorporando o olhar dessas populações na construção das diretrizes, metas e programas do PNRH.

Resultado: Consolidação das contribuições levantadas durante o processo de elaboração do PNRH, estabele-cendo as diretrizes, metas e programas que o compõem.

Resultado: Aprovação do Plano Nacional de Recursos Hídricos (PNRH), por meio da Resolução nº 58, de 30 de janeiro de 2006.

Resultado: Lançamento do Plano Nacional de Recursos Hídricos pelo Presidente da República.

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Page 46: Manual de Uso Da Agua

Cartilha "Documento de Introdução ao Plano Nacional de Recursos Hídricos" (4 edições)

Página eletrônica do Plano Nacional de Recursos Hídricos, acessível no endereço:

http://pnrh.cnrh-srh.gov.br/ 1° Semestre de 2004

Volume I do PNRH: Panorama e estado dos Recursos Hídricos do Brasil

Volume II: Águas para o Futuro: uma Visão para 2020

Volume III: Diretrizes

Apresenta informações relevantes para o conjunto da so-ciedade brasileira, visando facilitar o entendimento so-bre as questões relacionadas à preservação e conserva-ção da quantidade e qualidade da água no Brasil.

É mais uma forma de disponibilizar de maneira rápida, ampla e com baixo custo as informações geradas duran-te seu processo de construção.

Apresenta uma visão panorâmica sobre os recursos hí-dricos no Brasil e avalia a disponibilidade de água em qualidade e quantidade e as demandas pelo uso, como subsídio para a análise retrospectiva e histórica da ges-tão das águas no país, bem como para a avaliação de conjuntura das dimensões analisadas. Também apresen-ta a estratégia dos atores relevantes, explicitando confli-tos e alianças pelo uso dos recursos hídricos.

Apresenta os cenários prováveis para o horizonte tem-poral de quinze anos (2005 a 2020).

Estabelece as diretrizes de abrangência nacional para efetivar a gestão integrada e as metas de curto, médio e longo prazo.

DOCUMENTOS ELABORADOS NO PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DO PNRH

Volume IV: Programas Nacionais e Metas

Resumo Executivo do PNRH

Cadernos Setoriais

Cadernos Regionais

Estabelece medidas e programas estruturais e não es-truturais a serem implementados no nível nacional e em Regiões Hidrográficas ou Situações Especiais de Planejamento críticas.

Apresenta informações e resultados dos quatro volu-mes anteriores, de maneira resumida e em linguagem coloquial. Neste documento, são destacadas as propos-tas de metas, estratégias, diretrizes, medidas, progra-mas e ações prioritários para a área de recursos hídricos no Brasil.

Trazem informações sobre os cinco setores usuários da água bruta: agropecuário, energia hidrelétrica, sanea-mento, transporte hidroviário e indústria e turismo.

Descrevem cada Região Hidrográfica de forma abran-gente e ilustrada, a partir de diversas perspectivas, co-mo a ambiental, a política, a econômica, a sócio-cultural e físico-territorial.

4544

Page 47: Manual de Uso Da Agua

Cartilha "Documento de Introdução ao Plano Nacional de Recursos Hídricos" (4 edições)

Página eletrônica do Plano Nacional de Recursos Hídricos, acessível no endereço:

http://pnrh.cnrh-srh.gov.br/ 1° Semestre de 2004

Volume I do PNRH: Panorama e estado dos Recursos Hídricos do Brasil

Volume II: Águas para o Futuro: uma Visão para 2020

Volume III: Diretrizes

Apresenta informações relevantes para o conjunto da so-ciedade brasileira, visando facilitar o entendimento so-bre as questões relacionadas à preservação e conserva-ção da quantidade e qualidade da água no Brasil.

É mais uma forma de disponibilizar de maneira rápida, ampla e com baixo custo as informações geradas duran-te seu processo de construção.

Apresenta uma visão panorâmica sobre os recursos hí-dricos no Brasil e avalia a disponibilidade de água em qualidade e quantidade e as demandas pelo uso, como subsídio para a análise retrospectiva e histórica da ges-tão das águas no país, bem como para a avaliação de conjuntura das dimensões analisadas. Também apresen-ta a estratégia dos atores relevantes, explicitando confli-tos e alianças pelo uso dos recursos hídricos.

Apresenta os cenários prováveis para o horizonte tem-poral de quinze anos (2005 a 2020).

Estabelece as diretrizes de abrangência nacional para efetivar a gestão integrada e as metas de curto, médio e longo prazo.

DOCUMENTOS ELABORADOS NO PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DO PNRH

Volume IV: Programas Nacionais e Metas

Resumo Executivo do PNRH

Cadernos Setoriais

Cadernos Regionais

Estabelece medidas e programas estruturais e não es-truturais a serem implementados no nível nacional e em Regiões Hidrográficas ou Situações Especiais de Planejamento críticas.

Apresenta informações e resultados dos quatro volu-mes anteriores, de maneira resumida e em linguagem coloquial. Neste documento, são destacadas as propos-tas de metas, estratégias, diretrizes, medidas, progra-mas e ações prioritários para a área de recursos hídricos no Brasil.

Trazem informações sobre os cinco setores usuários da água bruta: agropecuário, energia hidrelétrica, sanea-mento, transporte hidroviário e indústria e turismo.

Descrevem cada Região Hidrográfica de forma abran-gente e ilustrada, a partir de diversas perspectivas, co-mo a ambiental, a política, a econômica, a sócio-cultural e físico-territorial.

4544

Page 48: Manual de Uso Da Agua

COMO AS AÇÕES DO PLANO ESTÃO ORGANIZADAS

A organização do Plano em programas e subprogramas visa dar condições para o alcance dos objetivos estraté-gicos que todos os brasileiros devem procurar alcançar:

São objetivos claros e simples, e para realizá-los precisa-se levar em conta a diversidade social e ambiental do Brasil e as várias instituições envolvidas. Para facilitar o trabalho, foram pensados 13 programas, que estão or-ganizados em quatro componentes:

Mais água disponível, superficial ou subterrâ-nea, e com melhor qualidade.

Diminuição dos conflitos de uso da água, exis-tentes ou potenciais, ou causados por eventos críticos, como inundações, secas e outros.

Percepção da conservação da água como um va-lor social e ambiental importante.

Ações voltada para o ordenamento institucio-nal, instrumentos da política, capacitação e co-municação social relacionados à gestão integra-da dos recursos hídricos. Possui quatro progra-mas relacionados ao fortalecimento de todos os órgãos do Sistema (SINGREH), ao desenvolvi-mento dos instrumentos da política (cobrança, outorga, enquadramento, sistema de informa-ções e outros planos) para que cada comitê pos-sa usá-los plenamente e à capacitação daqueles que querem participar desse processo de imple-mentação.

Ações voltadas para as articulações entre os di-versos setores e instituições, que usam ou cui-dam das águas. Possui também quatro progra-mas relacionados a projetos que envolvem di-versas instituições, como os de avaliação de im-pactos, de gestão em áreas onde acontecem

eventos críticos (inundações, secas e outros), gestão da oferta da água, incluindo o reuso, e da gestão, incluindo os conflitos entre os usos múl-tiplos, o saneamento em áreas urbanas e a con-servação do solo e água em áreas rurais (micro-bacias), assim como projetos de despoluição das bacias hidrográficas e melhor uso da água para irrigação.

Ações voltadas para algumas áreas especiais do país, seja por suas características ambientais, re-gionais ou o tipo de problema relacionado à água. Essas áreas são chamadas Situações Especiais de Planejamento e os programas estão relacionados às águas subterrâneas, áreas cos-teiras, a região amazônica, o semi-árido brasilei-ro e o pantanal.

Ações voltadas para o próprio processo de im-plementação do plano, monitorando, avaliando e corrigindo os rumos com atualizações. Esse componente tem apenas um programa e sua im-portância é muito grande para que o processo não pare e se aperfeiçoe ao longo do tempo.

4746

Page 49: Manual de Uso Da Agua

COMO AS AÇÕES DO PLANO ESTÃO ORGANIZADAS

A organização do Plano em programas e subprogramas visa dar condições para o alcance dos objetivos estraté-gicos que todos os brasileiros devem procurar alcançar:

São objetivos claros e simples, e para realizá-los precisa-se levar em conta a diversidade social e ambiental do Brasil e as várias instituições envolvidas. Para facilitar o trabalho, foram pensados 13 programas, que estão or-ganizados em quatro componentes:

Mais água disponível, superficial ou subterrâ-nea, e com melhor qualidade.

Diminuição dos conflitos de uso da água, exis-tentes ou potenciais, ou causados por eventos críticos, como inundações, secas e outros.

Percepção da conservação da água como um va-lor social e ambiental importante.

Ações voltada para o ordenamento institucio-nal, instrumentos da política, capacitação e co-municação social relacionados à gestão integra-da dos recursos hídricos. Possui quatro progra-mas relacionados ao fortalecimento de todos os órgãos do Sistema (SINGREH), ao desenvolvi-mento dos instrumentos da política (cobrança, outorga, enquadramento, sistema de informa-ções e outros planos) para que cada comitê pos-sa usá-los plenamente e à capacitação daqueles que querem participar desse processo de imple-mentação.

Ações voltadas para as articulações entre os di-versos setores e instituições, que usam ou cui-dam das águas. Possui também quatro progra-mas relacionados a projetos que envolvem di-versas instituições, como os de avaliação de im-pactos, de gestão em áreas onde acontecem

eventos críticos (inundações, secas e outros), gestão da oferta da água, incluindo o reuso, e da gestão, incluindo os conflitos entre os usos múl-tiplos, o saneamento em áreas urbanas e a con-servação do solo e água em áreas rurais (micro-bacias), assim como projetos de despoluição das bacias hidrográficas e melhor uso da água para irrigação.

Ações voltadas para algumas áreas especiais do país, seja por suas características ambientais, re-gionais ou o tipo de problema relacionado à água. Essas áreas são chamadas Situações Especiais de Planejamento e os programas estão relacionados às águas subterrâneas, áreas cos-teiras, a região amazônica, o semi-árido brasilei-ro e o pantanal.

Ações voltadas para o próprio processo de im-plementação do plano, monitorando, avaliando e corrigindo os rumos com atualizações. Esse componente tem apenas um programa e sua im-portância é muito grande para que o processo não pare e se aperfeiçoe ao longo do tempo.

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Page 50: Manual de Uso Da Agua

3relação às 12 Regiões Hidrográficas Brasileiras são uma síntese do “Documento Base de Referência para a Construção do Plano Nacional de Recursos Hídricos”. Mais informações poderão ser obtidas no sítio: http://pnrh.cnrh-srh.gov.br

As informações descritas a seguir em

As RegiõesHidrográficas

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Page 51: Manual de Uso Da Agua

3relação às 12 Regiões Hidrográficas Brasileiras são uma síntese do “Documento Base de Referência para a Construção do Plano Nacional de Recursos Hídricos”. Mais informações poderão ser obtidas no sítio: http://pnrh.cnrh-srh.gov.br

As informações descritas a seguir em

As RegiõesHidrográficas

4948

Page 52: Manual de Uso Da Agua

REGIÃO HIDROGRÁFICA AMAZÔNICA

A mais extensa rede hidrográfica do globo terrestre, ocu-pa uma área de 7.008.370 km2, desde as nascentes nos Andes Peruanos até sua foz no Oceano Atlântico, sendo 64,88% inseridos no território brasileiro. Compõem a Região a Colômbia (16,14%), Bolívia (15,61%), Equador (2,31%), Guiana (1,35%), Peru (0,60%) e Venezuela (0,11%). No Brasil, os principais formadores do rio Amazonas, pela margem direita, são os rios Javari, Purus, Madeira, Tapajós e Xingú. Pela margem esquer-da, contribuem o Iça, Japurá, Negro, Trombetas, Paru e o Jarí. A porção nacional apresenta área de aproximada-mente 3.870.000 km2 e população aproximada de 7 mi-lhões e 800 mil habitantes, compartilhada por sete esta-dos: 100% do Acre, Amazonas, Amapá, Rondônia e Roraima, 76,2% do Pará e 67,8% do Mato Grosso. A va-zão média de longo período estimada da região é de

3131.947 m /s (73,5% do total do País). A floresta, carac-terística marcante da Amazônia, apresenta grande vari-edade de ecossistemas, entre os quais se destacam as matas de terra firme, várzeas, igapós, campos abertos e cerrados.

A Amazônia abriga uma infinidade de espécies vegetais e animais, incluindo mais de 1,5 milhão de espécies ve-getais catalogadas; 3 mil espécies de peixes; 950 de pás-saros; e ainda insetos, répteis, anfíbios e mamíferos.

As reservas indígenas envolvem mais de 200 etnias e ocupam, aproximadamente, 25% da área desta região hidrográfica. De maneira geral, a Região Hidrográfica Amazônica apresenta um baixo grau de intervenção an-trópica (humana), ressaltando- se, porém, o avanço ob-servado no denominado “arco do desmatamento”, situ-ado na parte sul desta região, onde predomina o cerra-do, que vem sendo substituído gradativamente por pas-tagem e pela cultura de cereais. A baixa densidade de-mográfica deste território, associada à alta quantidade de água existente, faz com que a região não apresente problemas de disponibilidade hídrica em grande escala. Existem problemas relacionados com qualidade da água; esses, porém, ocorrem de forma localizada, nor-malmente nas áreas de maior concentração humana.

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Page 53: Manual de Uso Da Agua

REGIÃO HIDROGRÁFICA AMAZÔNICA

A mais extensa rede hidrográfica do globo terrestre, ocu-pa uma área de 7.008.370 km2, desde as nascentes nos Andes Peruanos até sua foz no Oceano Atlântico, sendo 64,88% inseridos no território brasileiro. Compõem a Região a Colômbia (16,14%), Bolívia (15,61%), Equador (2,31%), Guiana (1,35%), Peru (0,60%) e Venezuela (0,11%). No Brasil, os principais formadores do rio Amazonas, pela margem direita, são os rios Javari, Purus, Madeira, Tapajós e Xingú. Pela margem esquer-da, contribuem o Iça, Japurá, Negro, Trombetas, Paru e o Jarí. A porção nacional apresenta área de aproximada-mente 3.870.000 km2 e população aproximada de 7 mi-lhões e 800 mil habitantes, compartilhada por sete esta-dos: 100% do Acre, Amazonas, Amapá, Rondônia e Roraima, 76,2% do Pará e 67,8% do Mato Grosso. A va-zão média de longo período estimada da região é de

3131.947 m /s (73,5% do total do País). A floresta, carac-terística marcante da Amazônia, apresenta grande vari-edade de ecossistemas, entre os quais se destacam as matas de terra firme, várzeas, igapós, campos abertos e cerrados.

A Amazônia abriga uma infinidade de espécies vegetais e animais, incluindo mais de 1,5 milhão de espécies ve-getais catalogadas; 3 mil espécies de peixes; 950 de pás-saros; e ainda insetos, répteis, anfíbios e mamíferos.

As reservas indígenas envolvem mais de 200 etnias e ocupam, aproximadamente, 25% da área desta região hidrográfica. De maneira geral, a Região Hidrográfica Amazônica apresenta um baixo grau de intervenção an-trópica (humana), ressaltando- se, porém, o avanço ob-servado no denominado “arco do desmatamento”, situ-ado na parte sul desta região, onde predomina o cerra-do, que vem sendo substituído gradativamente por pas-tagem e pela cultura de cereais. A baixa densidade de-mográfica deste território, associada à alta quantidade de água existente, faz com que a região não apresente problemas de disponibilidade hídrica em grande escala. Existem problemas relacionados com qualidade da água; esses, porém, ocorrem de forma localizada, nor-malmente nas áreas de maior concentração humana.

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Page 54: Manual de Uso Da Agua

A região abrangida pelas bacias dos rios Tocantins e Araguaia, seu afluente principal, distingue-se das baci-as da Região Hidrográfica Amazônica devido às caracte-rísticas naturais observadas e aos processos históricos de ocupação. Essas duas características lhe conferem certa individualidade, integrando-a à paisagem do Planalto Central. Trata-se de uma região de transição en-tre os biomas de Amazônia e Cerrado. A área da região

2hidrográfica é de aproximadamente 922.000 km , com população aproximada, em 2000, de 7 milhões e 200 mil habitantes, sendo 72% situados em áreas urbanas.

2A densidade demográfica é de 8 hab/km , bem menor 2

que a densidade demográfica do País (19,8 hab/km ). A 3

vazão média da região é da ordem de 13.624 m /s, ou se-ja, 7,6% do total do País.

O rio Tocantins nasce no Planalto Central, Estado de Goiás, a cerca de 1.000 m de altitude, sendo formado pelos rios das Almas e Maranhão. Seu principal tributá-rio, o rio Araguaia, possui 2.600 km de extensão, onde se encontra a Ilha do Bananal, a maior ilha fluvial do mundo (350 km de comprimento e 80 km de largura). A extensão total do rio Tocantins é de 1.960 km, tendo sua foz no complexo estuarino de Marajó, onde também de-ságuam os rios Pará, Guamá e Acará.

Nessa região existem várias usinas hidrelétricas, como a de Tucuruí, Serra da Mesa, Lajeado e Canabrava, além de um parque agroindustrial crescente e atividade mine-rária significativa, abrigando o Complexo Mineral de Carajás (ferro, manganês, cobre, ouro, níquel, etc.), que representa o maior complexo de exploração mineral do País.

REGIÃO HIDROGRÁFICA DO TOCANTINS-ARAGUAIA

5352

Page 55: Manual de Uso Da Agua

A região abrangida pelas bacias dos rios Tocantins e Araguaia, seu afluente principal, distingue-se das baci-as da Região Hidrográfica Amazônica devido às caracte-rísticas naturais observadas e aos processos históricos de ocupação. Essas duas características lhe conferem certa individualidade, integrando-a à paisagem do Planalto Central. Trata-se de uma região de transição en-tre os biomas de Amazônia e Cerrado. A área da região

2hidrográfica é de aproximadamente 922.000 km , com população aproximada, em 2000, de 7 milhões e 200 mil habitantes, sendo 72% situados em áreas urbanas.

2A densidade demográfica é de 8 hab/km , bem menor 2

que a densidade demográfica do País (19,8 hab/km ). A 3

vazão média da região é da ordem de 13.624 m /s, ou se-ja, 7,6% do total do País.

O rio Tocantins nasce no Planalto Central, Estado de Goiás, a cerca de 1.000 m de altitude, sendo formado pelos rios das Almas e Maranhão. Seu principal tributá-rio, o rio Araguaia, possui 2.600 km de extensão, onde se encontra a Ilha do Bananal, a maior ilha fluvial do mundo (350 km de comprimento e 80 km de largura). A extensão total do rio Tocantins é de 1.960 km, tendo sua foz no complexo estuarino de Marajó, onde também de-ságuam os rios Pará, Guamá e Acará.

Nessa região existem várias usinas hidrelétricas, como a de Tucuruí, Serra da Mesa, Lajeado e Canabrava, além de um parque agroindustrial crescente e atividade mine-rária significativa, abrigando o Complexo Mineral de Carajás (ferro, manganês, cobre, ouro, níquel, etc.), que representa o maior complexo de exploração mineral do País.

REGIÃO HIDROGRÁFICA DO TOCANTINS-ARAGUAIA

5352

Page 56: Manual de Uso Da Agua

A Região Hidrográfica Atlântico Nordeste Ocidental pos-sui população de aproximadamente 5 milhões e 300 mil

2habitantes (2005) em uma área de 274.000 km , sendo 9% da porção oriental do Estado do Pará e 91% no Maranhão, incluindo as bacias hidrográficas dos rios Gurupi, Turiaçu, Pericumã, Mearim, Itapecuru, Munim, e a região do litoral do Maranhão. Essa região hidrográ-fica contempla porções de diferentes ecossistemas, dos quais os mais importantes são a floresta equatorial, res-tinga, mata de transição, floresta estacional decidual (mata caducifólia). Em grande parte da região observa- se o uso e manejo inadequados dos solos, acarretando processos erosivos, salinização e, em alguns casos, for-mação de áreas desertificadas. A vazão média da região

3é de 2.683 m /s (1,5% do país).

A água subterrânea representa a principal fonte de abas-tecimento da população do estado do Maranhão, em es-pecial nas regiões de clima semi-árido, onde muitos rios são intermitentes. Estima-se que mais de 70% das cida-des do Estado utilizam água proveniente de poços.

De maneira geral, a região não enfrenta grandes proble-mas em relação à qualidade das águas dos rios devido ao reduzido porte das cidades e a não existência de gran-de concentração de indústrias. Na região metropolitana de São Luis e alguns núcleos urbanos ribeirinhos, po-rém, observam-se problemas de contaminação das águas pelo lançamento de esgotos sem tratamento, o que provoca restrições em relação ao seu uso.

REGIÃO HIDROGRÁFICA ATLÂNTICO NORDESTE OCIDENTAL

5554

Page 57: Manual de Uso Da Agua

A Região Hidrográfica Atlântico Nordeste Ocidental pos-sui população de aproximadamente 5 milhões e 300 mil

2habitantes (2005) em uma área de 274.000 km , sendo 9% da porção oriental do Estado do Pará e 91% no Maranhão, incluindo as bacias hidrográficas dos rios Gurupi, Turiaçu, Pericumã, Mearim, Itapecuru, Munim, e a região do litoral do Maranhão. Essa região hidrográ-fica contempla porções de diferentes ecossistemas, dos quais os mais importantes são a floresta equatorial, res-tinga, mata de transição, floresta estacional decidual (mata caducifólia). Em grande parte da região observa- se o uso e manejo inadequados dos solos, acarretando processos erosivos, salinização e, em alguns casos, for-mação de áreas desertificadas. A vazão média da região

3é de 2.683 m /s (1,5% do país).

A água subterrânea representa a principal fonte de abas-tecimento da população do estado do Maranhão, em es-pecial nas regiões de clima semi-árido, onde muitos rios são intermitentes. Estima-se que mais de 70% das cida-des do Estado utilizam água proveniente de poços.

De maneira geral, a região não enfrenta grandes proble-mas em relação à qualidade das águas dos rios devido ao reduzido porte das cidades e a não existência de gran-de concentração de indústrias. Na região metropolitana de São Luis e alguns núcleos urbanos ribeirinhos, po-rém, observam-se problemas de contaminação das águas pelo lançamento de esgotos sem tratamento, o que provoca restrições em relação ao seu uso.

REGIÃO HIDROGRÁFICA ATLÂNTICO NORDESTE OCIDENTAL

5554

Page 58: Manual de Uso Da Agua

REGIÃO HIDROGRÁFICA DO PARNAÍBA

A Região Hidrográfica do Parnaíba ocupa uma área de 2

aproximadamente 333.000 km , uma população de 3.630.431 habitantes, com uma vazão média de 763

3 2m /s, bem inferior à média nacional, que é de 19 l/s.km . Esta região apresenta grandes diferenças, tanto em ter-mos de desenvolvimento econômico e social, quanto no que se refere à disponibilidade hídrica. A carência de água tem sido historicamente apontada como um dos principais motivos do baixo índice de desenvolvimento econômico e social, sobretudo nas áreas mais afastadas da região litorânea, da Zona da Mata e da calha do rio Parnaíba.

Em contraposição, os aqüíferos da região apresentam o maior potencial hídrico da região Nordeste, podendo, se explorados de maneira racional, representar uma fon-te sustentável de água para o abastecimento público. Nesta região existe um elevado potencial turístico, prin-cipalmente nas áreas litorâneas, em função da região do Delta do Parnaíba, no eixo Fortaleza-Jeriquaquara e na região dos Lençóis Maranhenses.

Na porção sul, existe o Parque Nacional da Serra da Capivara, com o sítio arqueológico do primeiro homem americano, de 50.000 anos. Há uma tendência de que essa região se torne uma extensão das áreas agrícolas atualmente em expansão no cerrado nordestino (pro-dução de soja).

5756

Page 59: Manual de Uso Da Agua

REGIÃO HIDROGRÁFICA DO PARNAÍBA

A Região Hidrográfica do Parnaíba ocupa uma área de 2

aproximadamente 333.000 km , uma população de 3.630.431 habitantes, com uma vazão média de 763

3 2m /s, bem inferior à média nacional, que é de 19 l/s.km . Esta região apresenta grandes diferenças, tanto em ter-mos de desenvolvimento econômico e social, quanto no que se refere à disponibilidade hídrica. A carência de água tem sido historicamente apontada como um dos principais motivos do baixo índice de desenvolvimento econômico e social, sobretudo nas áreas mais afastadas da região litorânea, da Zona da Mata e da calha do rio Parnaíba.

Em contraposição, os aqüíferos da região apresentam o maior potencial hídrico da região Nordeste, podendo, se explorados de maneira racional, representar uma fon-te sustentável de água para o abastecimento público. Nesta região existe um elevado potencial turístico, prin-cipalmente nas áreas litorâneas, em função da região do Delta do Parnaíba, no eixo Fortaleza-Jeriquaquara e na região dos Lençóis Maranhenses.

Na porção sul, existe o Parque Nacional da Serra da Capivara, com o sítio arqueológico do primeiro homem americano, de 50.000 anos. Há uma tendência de que essa região se torne uma extensão das áreas agrícolas atualmente em expansão no cerrado nordestino (pro-dução de soja).

5756

Page 60: Manual de Uso Da Agua

A região Hidrográfica Atlântico Nordeste Oriental tem uma população de 21.606.881 habitantes e abrange

2uma área aproximada de 287.000 km , onde estão con-centradas cinco importantes capitais do Nordeste (For-taleza, Maceió, Natal, João Pessoa e Recife), dezenas de grandes núcleos urbanos e um significativo parque in-dustrial. Essas características lhe conferem alta deman-da hídrica em contraposição a existência de uma baixa oferta de água. Essa situação faz com que seja uma das regiões de maior conflito pelo uso da água no País. A va-

3zão média da região é da ordem de 779 m /s, (0,43% da vazão do País).

As bacias costeiras dos rios situados entre o Ceará e Alagoas contemplam uma enorme diversidade de rios, córregos e riachos, a maioria dos quais de caráter inter-mitente. A diversidade fisiográfica determina, ainda, si-tuações diferenciadas na qualidade das águas superfici-ais. A produtividade dos poços para captação da água

3subterrânea é baixa, com média de 2 m /h, sendo fre-qüente observar teores elevados de sais nessas águas, impossibilitando o uso direto para abastecimento huma-no. Políticas públicas mal planejadas e conduzidas leva-ram a região a apresentar mais de 70% dos poços em condições precárias de uso ou desativados.

Nos últimos dez anos, foram instalados, nessa região, equipamentos para remoção do alto teor de sais da água (dessalinizadores). A utilização dessa tecnologia, porém, deve estar obrigatoriamente associada ao mane-jo racional de seu rejeito; caso contrário, existem gran-des riscos de impactos negativos, principalmente no que se refere à salinização de solos. Apesar das mencio-nadas restrições, muitas vezes, as águas subterrâneas re-presentam a única alternativa de abastecimento de cida-des no semi-árido nordestino. Essas mesmas políticas provocaram a maior concentração de áreas em processo de desertificação do país.

A Região Hidrográfica Atlântico Nordeste Oriental con-templa fragmentos da Floresta Atlântica, Caatinga, pe-quena área de Cerrado e ecossistemas Costeiros e Insulares, todos seriamente comprometidos devido ao processo histórico de desmatamento.

REGIÃO HIDROGRÁFICA ATLÂNTICO NORDESTE ORIENTAL

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Page 61: Manual de Uso Da Agua

A região Hidrográfica Atlântico Nordeste Oriental tem uma população de 21.606.881 habitantes e abrange

2uma área aproximada de 287.000 km , onde estão con-centradas cinco importantes capitais do Nordeste (For-taleza, Maceió, Natal, João Pessoa e Recife), dezenas de grandes núcleos urbanos e um significativo parque in-dustrial. Essas características lhe conferem alta deman-da hídrica em contraposição a existência de uma baixa oferta de água. Essa situação faz com que seja uma das regiões de maior conflito pelo uso da água no País. A va-

3zão média da região é da ordem de 779 m /s, (0,43% da vazão do País).

As bacias costeiras dos rios situados entre o Ceará e Alagoas contemplam uma enorme diversidade de rios, córregos e riachos, a maioria dos quais de caráter inter-mitente. A diversidade fisiográfica determina, ainda, si-tuações diferenciadas na qualidade das águas superfici-ais. A produtividade dos poços para captação da água

3subterrânea é baixa, com média de 2 m /h, sendo fre-qüente observar teores elevados de sais nessas águas, impossibilitando o uso direto para abastecimento huma-no. Políticas públicas mal planejadas e conduzidas leva-ram a região a apresentar mais de 70% dos poços em condições precárias de uso ou desativados.

Nos últimos dez anos, foram instalados, nessa região, equipamentos para remoção do alto teor de sais da água (dessalinizadores). A utilização dessa tecnologia, porém, deve estar obrigatoriamente associada ao mane-jo racional de seu rejeito; caso contrário, existem gran-des riscos de impactos negativos, principalmente no que se refere à salinização de solos. Apesar das mencio-nadas restrições, muitas vezes, as águas subterrâneas re-presentam a única alternativa de abastecimento de cida-des no semi-árido nordestino. Essas mesmas políticas provocaram a maior concentração de áreas em processo de desertificação do país.

A Região Hidrográfica Atlântico Nordeste Oriental con-templa fragmentos da Floresta Atlântica, Caatinga, pe-quena área de Cerrado e ecossistemas Costeiros e Insulares, todos seriamente comprometidos devido ao processo histórico de desmatamento.

REGIÃO HIDROGRÁFICA ATLÂNTICO NORDESTE ORIENTAL

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Page 62: Manual de Uso Da Agua

A Região Hidrográfica do São Francisco coincide com a totali-dade da bacia hidrográfica desse importante rio, conhecido como “rio da integração nacional”. O rio São Francisco e seus 168 afluentes drenam uma área total de aproximadamente

2638.000 km . Este rio tem 2.700 km de extensão e abrange se-te unidades da federação: Alagoas (2,3%), Bahia (48,2%), Distrito Federal (0,2%), Goiás (0,5%), Minas Gerais (36,8% da área da bacia), Pernambuco (10,9%) e Sergipe (1,1%). A par-tir da confluência do rio Grande, seus afluentes se situam em região semi-árida, apresentando características de intermi-tência, ou seja, secam parte do ano e, no período chuvoso, apresentam grandes torrentes.

REGIÃO HIDROGRÁFICA DO SÃO FRANCISCO

3A vazão média anual máxima é de 2.850 m /s (1,59% do país). A região hidrográfica apresenta uma população de 12 mi-lhões e 800 mil habitantes (2005). Nesta região estão presen-tes diferentes biomas, Mata Atlântica, Cerrado, Caatinga, além de ecossistemas Costeiros e Insulares. O cerrado cobre praticamente metade da área da bacia, ocorrendo desde Minas Gerais até o sul e o oeste da Bahia, enquanto a caatinga predomina no nordeste da Bahia, onde as condições climáti-cas são mais severas.

Do ponto de vista econômico, merece destaque a produção mineral, principalmente no Alto Rio da Velhas, trecho onde se situa a região metropolitana de Belo Horizonte e a região de-nominada Quadrilátero Ferrífero, onde se concentram gran-des empreendimentos minerários. A região correspondente ao trecho sub-médio concentra grandes projetos de irriga-ção. A maior limitação para a expansão da irrigação não está relacionada com a falta de terras aptas, mas sim com a dispo-nibilidade de água. Em algumas áreas dessa região existem in-tensos conflitos pelo uso da água, principalmente no entorno de perímetros irrigados. Estima-se que o potencial total em termos de área irrigada no trecho sub-médio esteja próximo de 800.000 ha.

No Vale do São Francisco, por sua vez, existem mais de 20 mi-lhões de hectares de terras agronomicamente aptas para irri-gação. Impactos ambientais podem ser observados em algu-mas áreas onde se concentra a agricultura irrigada. Desses, é importante destacar a salinização de solos, provocados por processos de irrigação mal conduzidos, e a desertificação. Essa região apresenta alta susceptibilidade a processos erosi-vos. Cerca de 13% da área total da bacia apresenta perda de solo superior a 10 t/ha.ano, que representa o limite de tole-rância para a maioria dos solos tropicais. Como exemplo des-se processo de degradação em curso nessa região hidrográfi-ca pode ser mencionado o Núcleo de Desertificação de Cabrobó, situado na margem esquerda do rio São Francisco, em Pernambuco.

Em 2002, foi criado o Comitê de Integração da Bacia Hidrográfica do rio São Francisco, organismo colegiado, con-sultivo e deliberativo, que tem por atribuição: promover o de-bate sobre questões relacionadas aos recursos hídricos e arti-cular a atuação das entidades intervenientes; arbitrar confli-tos relacionados aos recursos hídricos; aprovar o Plano de Recursos Hídricos da Bacia e acompanhar sua execução; entre outras.

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Page 63: Manual de Uso Da Agua

A Região Hidrográfica do São Francisco coincide com a totali-dade da bacia hidrográfica desse importante rio, conhecido como “rio da integração nacional”. O rio São Francisco e seus 168 afluentes drenam uma área total de aproximadamente

2638.000 km . Este rio tem 2.700 km de extensão e abrange se-te unidades da federação: Alagoas (2,3%), Bahia (48,2%), Distrito Federal (0,2%), Goiás (0,5%), Minas Gerais (36,8% da área da bacia), Pernambuco (10,9%) e Sergipe (1,1%). A par-tir da confluência do rio Grande, seus afluentes se situam em região semi-árida, apresentando características de intermi-tência, ou seja, secam parte do ano e, no período chuvoso, apresentam grandes torrentes.

REGIÃO HIDROGRÁFICA DO SÃO FRANCISCO

3A vazão média anual máxima é de 2.850 m /s (1,59% do país). A região hidrográfica apresenta uma população de 12 mi-lhões e 800 mil habitantes (2005). Nesta região estão presen-tes diferentes biomas, Mata Atlântica, Cerrado, Caatinga, além de ecossistemas Costeiros e Insulares. O cerrado cobre praticamente metade da área da bacia, ocorrendo desde Minas Gerais até o sul e o oeste da Bahia, enquanto a caatinga predomina no nordeste da Bahia, onde as condições climáti-cas são mais severas.

Do ponto de vista econômico, merece destaque a produção mineral, principalmente no Alto Rio da Velhas, trecho onde se situa a região metropolitana de Belo Horizonte e a região de-nominada Quadrilátero Ferrífero, onde se concentram gran-des empreendimentos minerários. A região correspondente ao trecho sub-médio concentra grandes projetos de irriga-ção. A maior limitação para a expansão da irrigação não está relacionada com a falta de terras aptas, mas sim com a dispo-nibilidade de água. Em algumas áreas dessa região existem in-tensos conflitos pelo uso da água, principalmente no entorno de perímetros irrigados. Estima-se que o potencial total em termos de área irrigada no trecho sub-médio esteja próximo de 800.000 ha.

No Vale do São Francisco, por sua vez, existem mais de 20 mi-lhões de hectares de terras agronomicamente aptas para irri-gação. Impactos ambientais podem ser observados em algu-mas áreas onde se concentra a agricultura irrigada. Desses, é importante destacar a salinização de solos, provocados por processos de irrigação mal conduzidos, e a desertificação. Essa região apresenta alta susceptibilidade a processos erosi-vos. Cerca de 13% da área total da bacia apresenta perda de solo superior a 10 t/ha.ano, que representa o limite de tole-rância para a maioria dos solos tropicais. Como exemplo des-se processo de degradação em curso nessa região hidrográfi-ca pode ser mencionado o Núcleo de Desertificação de Cabrobó, situado na margem esquerda do rio São Francisco, em Pernambuco.

Em 2002, foi criado o Comitê de Integração da Bacia Hidrográfica do rio São Francisco, organismo colegiado, con-sultivo e deliberativo, que tem por atribuição: promover o de-bate sobre questões relacionadas aos recursos hídricos e arti-cular a atuação das entidades intervenientes; arbitrar confli-tos relacionados aos recursos hídricos; aprovar o Plano de Recursos Hídricos da Bacia e acompanhar sua execução; entre outras.

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Page 64: Manual de Uso Da Agua

REGIÃO HIDROGRÁFICA ATLÂNTICO LESTE

Esta Região agrega os cursos de água, em geral de pe-quena dimensão, que ocorrem desde o Estado de Sergipe até o norte do Espírito Santo. Abrange uma

2área de 388.000 km e uma população de 14 milhões de

3habitantes. A vazão média da região é de 1.492 m /s (0,83% do total).

A região apresenta uma enorme diversidade de rios, cór-regos e riachos, com situações bastante diferenciadas no que se refere a qualidade das águas superficiais. Observa-se elevada concentração de ferro, fósforo e alu-mínio, além de turbidez elevada, nos rios Pardo, Salinas e Jequitinhonha, em função do garimpo e da dragagem para mineração. Na região do Recôncavo Baiano, as fon-tes de poluição envolvem os efluentes do Pólo Petroquímico de Camaçari, além de agrotóxicos e eflu-entes domésticos. Fragmentos dos biomas Mata Atlântica, Caatinga, pequena área de Cerrado e Formações Costeiras e Insulares compõem o quadro na-tural da vegetação desta região. No entanto, esses bio-mas encontram-se quase totalmente devastados,devi-do, principalmente, à expansão da atividade agrope-cuária sobre os sertões.

O Recôncavo Baiano e a Zona da Mata foram desmata-dos para a implantação da cultura canavieira, e as ma-tas úmidas do sul da Bahia foram substituídas pelas plantações de cacau. Ainda hoje, o extrativismo vegetal, principalmente para exploração de madeireiras, repre-senta uma das atividades de maior impacto sobre o me-io ambiente regional.

Além das atividades industriais, concentradas na região de Salvador, e da mineração, o turismo (na orla maríti-ma) representa importante fonte econômica regional. A população flutuante nos pólos turísticos litorâneos de-manda grande quantidade de água de qualidade e ser-viços de saneamento básico adequado. No entanto, ob-serva-se que as cidades não possuem capacidade para suprir, de forma satisfatória, essa demanda, o que oca-siona graves problemas de poluição dos mananciais e desabastecimento de água durante o verão.

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Page 65: Manual de Uso Da Agua

REGIÃO HIDROGRÁFICA ATLÂNTICO LESTE

Esta Região agrega os cursos de água, em geral de pe-quena dimensão, que ocorrem desde o Estado de Sergipe até o norte do Espírito Santo. Abrange uma

2área de 388.000 km e uma população de 14 milhões de

3habitantes. A vazão média da região é de 1.492 m /s (0,83% do total).

A região apresenta uma enorme diversidade de rios, cór-regos e riachos, com situações bastante diferenciadas no que se refere a qualidade das águas superficiais. Observa-se elevada concentração de ferro, fósforo e alu-mínio, além de turbidez elevada, nos rios Pardo, Salinas e Jequitinhonha, em função do garimpo e da dragagem para mineração. Na região do Recôncavo Baiano, as fon-tes de poluição envolvem os efluentes do Pólo Petroquímico de Camaçari, além de agrotóxicos e eflu-entes domésticos. Fragmentos dos biomas Mata Atlântica, Caatinga, pequena área de Cerrado e Formações Costeiras e Insulares compõem o quadro na-tural da vegetação desta região. No entanto, esses bio-mas encontram-se quase totalmente devastados,devi-do, principalmente, à expansão da atividade agrope-cuária sobre os sertões.

O Recôncavo Baiano e a Zona da Mata foram desmata-dos para a implantação da cultura canavieira, e as ma-tas úmidas do sul da Bahia foram substituídas pelas plantações de cacau. Ainda hoje, o extrativismo vegetal, principalmente para exploração de madeireiras, repre-senta uma das atividades de maior impacto sobre o me-io ambiente regional.

Além das atividades industriais, concentradas na região de Salvador, e da mineração, o turismo (na orla maríti-ma) representa importante fonte econômica regional. A população flutuante nos pólos turísticos litorâneos de-manda grande quantidade de água de qualidade e ser-viços de saneamento básico adequado. No entanto, ob-serva-se que as cidades não possuem capacidade para suprir, de forma satisfatória, essa demanda, o que oca-siona graves problemas de poluição dos mananciais e desabastecimento de água durante o verão.

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Page 66: Manual de Uso Da Agua

REGIÃO HIDROGRÁFICA ATLÂNTICO SUDESTE

A Região Hidrográfica Atlântico Sudeste abrange uma 2

área de aproximadamente 215.000 km , com uma popu-lação de 25 milhões e 200 mil habitantes. Seus principa-is rios em extensão são o Paraíba do Sul e o Doce, com respectivamente, 1.150 e 853 km. Além desses, a região hidrográfica é formada por diversos corpos d'água pou-co extensos, que formam as bacias dos rios São Mateus, Santa Maria, Reis Magos, Benevente, Itabapoana, Itapemirim, Jacu, Ribeira e áreas litorâneas do Rio de Janeiro e de São Paulo. A região apresenta uma vazão média da ordem de 3.179 m³/s (1,77% do país).

A Região Hidrográfica Atlântico Sudeste possui expres-siva relevância nacional devido ao elevado contingente populacional e à importância econômica do grande e di-versificado parque industrial instalado. Essa região loca-liza-se em uma das mais complexas e desenvolvidas áre-as do País.

Existe um grande potencial de conflitos no que se refere ao uso dos recursos hídricos nessa região, pois, ao mes-mo tempo em que apresenta uma das maiores deman-das hídricas nacionais, possui uma das menores dispo-nibilidades relativas. A escassez, sobretudo no litoral do Rio de Janeiro e de São Paulo, e em partes da bacia do rio Doce, coloca os recursos hídricos na condição de re-curso estratégico.

O grande desafio nessa região envolve a compatibiliza-ção entre a promoção do crescimento econômico e soci-al com preservação ambiental, e a gestão voltada para o uso múltiplo das águas. Nesta região hidrográfica fo-ram criados e estão em plena atividade dois Comitês de Integração de Bacia Hidrográfica de rios de domínio da União, o do rio Doce e o do rio Paraíba do Sul.

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Page 67: Manual de Uso Da Agua

REGIÃO HIDROGRÁFICA ATLÂNTICO SUDESTE

A Região Hidrográfica Atlântico Sudeste abrange uma 2

área de aproximadamente 215.000 km , com uma popu-lação de 25 milhões e 200 mil habitantes. Seus principa-is rios em extensão são o Paraíba do Sul e o Doce, com respectivamente, 1.150 e 853 km. Além desses, a região hidrográfica é formada por diversos corpos d'água pou-co extensos, que formam as bacias dos rios São Mateus, Santa Maria, Reis Magos, Benevente, Itabapoana, Itapemirim, Jacu, Ribeira e áreas litorâneas do Rio de Janeiro e de São Paulo. A região apresenta uma vazão média da ordem de 3.179 m³/s (1,77% do país).

A Região Hidrográfica Atlântico Sudeste possui expres-siva relevância nacional devido ao elevado contingente populacional e à importância econômica do grande e di-versificado parque industrial instalado. Essa região loca-liza-se em uma das mais complexas e desenvolvidas áre-as do País.

Existe um grande potencial de conflitos no que se refere ao uso dos recursos hídricos nessa região, pois, ao mes-mo tempo em que apresenta uma das maiores deman-das hídricas nacionais, possui uma das menores dispo-nibilidades relativas. A escassez, sobretudo no litoral do Rio de Janeiro e de São Paulo, e em partes da bacia do rio Doce, coloca os recursos hídricos na condição de re-curso estratégico.

O grande desafio nessa região envolve a compatibiliza-ção entre a promoção do crescimento econômico e soci-al com preservação ambiental, e a gestão voltada para o uso múltiplo das águas. Nesta região hidrográfica fo-ram criados e estão em plena atividade dois Comitês de Integração de Bacia Hidrográfica de rios de domínio da União, o do rio Doce e o do rio Paraíba do Sul.

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Page 68: Manual de Uso Da Agua

A Região Hidrográfica do Paraná apresenta grande impor-tância no contexto nacional, possuindo, aproximadamen-te, 32% da população nacional (54.639.523 habitantes), concentrada, sobretudo, em grandes cidades. Sua área cor-

2responde a aproximadamente 880.000 km , abrangendo parte dos estados de São Paulo, Paraná, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Goiás, Santa Catarina e Distrito Federal

3A vazão média é de 11.453 m /s (6,38% do país). A região apresenta os biomas Mata Atlântica e Cerrado. Entre os principais formadores do rio Paraná destacam-se o rio Grande, que nasce na Serra da Mantiqueira e corre ao lon-

go de 1.300 km no sentido leste-oeste, e o rio Paranaíba, que é formado por muitos afluentes, dos quais o mais se-tentrional é o São Bartolomeu, que nasce na Serra dos Pirineus, nas proximidades de Brasília. O rio Paraná possui uma extensão de 2.570 km (até sua foz no rio da Prata), que somados aos 1.170 km do rio Paranaíba, seu afluente principal, totalizam 3.740 km, sendo o terceiro rio mais ex-tenso das Américas.

O rio Paraná é um rio transfronteiriço, fazendo a divisa do Brasil com o Paraguai. Esta região possui a cidade mais po-pulosa da América do Sul, São Paulo, com 10,9 milhões de habitantes, além de outros grandes centros urbanos como Brasília (2,3 milhões de hab.), Curitiba (1,7 milhão de hab.), Goiânia (1,2 milhão), Campinas (1 milhão hab.), Campo Grande (750 mil hab.) e Uberlândia (585 mil hab.).

O crescimento de grandes núcleos urbanos em rios de cabe-ceira, como São Paulo, Curitiba e Campinas, tem gerado grande pressão sobre os recursos hídricos. Isso porque, ao mesmo tempo em que aumentam as demandas, diminu-em as disponibilidades, devido à contaminação da água por efluentes domésticos, industriais e drenagem urbana.

Esta região é a que apresenta, também, a maior diversida-de de conflitos entre usuários de recursos hídricos. São exemplos os conflitos existentes entre: abastecimento hu-mano e diluição de efluentes em cidades como Brasília e Goiânia; irrigação e geração hidrelétrica no Triângulo Mineiro; irrigação e o abastecimento nos rios Araguari, Piracicaba, Sorocaba, Ivaí e Grande São Paulo; indústria e o abastecimento humano na região do baixo rio Pardo/Mogi e entre a hidrovia Tietê-Paraná e a geração de energia elé-trica. As áreas agrícolas desta região hidrográfica abran-gem 81.555.609 ha, sendo cerca de 57% dessa área desti-nada a pastagens, 23% à lavoura, e 20% são áreas de ma-tas nativas ou plantadas. Entre as atividades agrícolas, des-tacam-se a pecuária e o cultivo de laranja, soja, cana-de-açúcar e café.

O parque industrial é o mais avançado do País, destacando-se os setores de metalurgia, mecânica, química e farma-cêutica. Em 2003, foi criado o Comitê de Integração de Bacia Hidrográfica do rio Piracicaba, importante sub-afluente do Paraná.

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REGIÃO HIDROGRÁFICA DO PARANÁ

Page 69: Manual de Uso Da Agua

A Região Hidrográfica do Paraná apresenta grande impor-tância no contexto nacional, possuindo, aproximadamen-te, 32% da população nacional (54.639.523 habitantes), concentrada, sobretudo, em grandes cidades. Sua área cor-

2responde a aproximadamente 880.000 km , abrangendo parte dos estados de São Paulo, Paraná, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Goiás, Santa Catarina e Distrito Federal

3A vazão média é de 11.453 m /s (6,38% do país). A região apresenta os biomas Mata Atlântica e Cerrado. Entre os principais formadores do rio Paraná destacam-se o rio Grande, que nasce na Serra da Mantiqueira e corre ao lon-

go de 1.300 km no sentido leste-oeste, e o rio Paranaíba, que é formado por muitos afluentes, dos quais o mais se-tentrional é o São Bartolomeu, que nasce na Serra dos Pirineus, nas proximidades de Brasília. O rio Paraná possui uma extensão de 2.570 km (até sua foz no rio da Prata), que somados aos 1.170 km do rio Paranaíba, seu afluente principal, totalizam 3.740 km, sendo o terceiro rio mais ex-tenso das Américas.

O rio Paraná é um rio transfronteiriço, fazendo a divisa do Brasil com o Paraguai. Esta região possui a cidade mais po-pulosa da América do Sul, São Paulo, com 10,9 milhões de habitantes, além de outros grandes centros urbanos como Brasília (2,3 milhões de hab.), Curitiba (1,7 milhão de hab.), Goiânia (1,2 milhão), Campinas (1 milhão hab.), Campo Grande (750 mil hab.) e Uberlândia (585 mil hab.).

O crescimento de grandes núcleos urbanos em rios de cabe-ceira, como São Paulo, Curitiba e Campinas, tem gerado grande pressão sobre os recursos hídricos. Isso porque, ao mesmo tempo em que aumentam as demandas, diminu-em as disponibilidades, devido à contaminação da água por efluentes domésticos, industriais e drenagem urbana.

Esta região é a que apresenta, também, a maior diversida-de de conflitos entre usuários de recursos hídricos. São exemplos os conflitos existentes entre: abastecimento hu-mano e diluição de efluentes em cidades como Brasília e Goiânia; irrigação e geração hidrelétrica no Triângulo Mineiro; irrigação e o abastecimento nos rios Araguari, Piracicaba, Sorocaba, Ivaí e Grande São Paulo; indústria e o abastecimento humano na região do baixo rio Pardo/Mogi e entre a hidrovia Tietê-Paraná e a geração de energia elé-trica. As áreas agrícolas desta região hidrográfica abran-gem 81.555.609 ha, sendo cerca de 57% dessa área desti-nada a pastagens, 23% à lavoura, e 20% são áreas de ma-tas nativas ou plantadas. Entre as atividades agrícolas, des-tacam-se a pecuária e o cultivo de laranja, soja, cana-de-açúcar e café.

O parque industrial é o mais avançado do País, destacando-se os setores de metalurgia, mecânica, química e farma-cêutica. Em 2003, foi criado o Comitê de Integração de Bacia Hidrográfica do rio Piracicaba, importante sub-afluente do Paraná.

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REGIÃO HIDROGRÁFICA DO PARANÁ

Page 70: Manual de Uso Da Agua

REGIÃO HIDROGRÁFICA DO PARAGUAI

A importância ecológica desta Região Hidrográfica nos contextos nacional e internacional se assemelha à da Região Hidrográfica Amazônica. Abriga ecossistemas es-peciais, conhecidos em seu conjunto como Pantanal, uma das maiores extensões úmidas contínuas do plane-ta, considerado, pela UNESCO, no ano de 2.000, Reserva da Biosfera Mundial, e Patrimônio Nacional pe-la Constituição Federal de 1988. O rio Paraguai nasce em território brasileiro e sua bacia possui uma área de

2363.000 km (no País), com 1 milhão e 900 mil habitan-tes. Fazem parte da bacia os estados de Mato Grosso do Sul (52%) e Mato Grosso (48%). A vazão média da re-

3gião é de 2.368 m /s (1,32% do total do País).

O Paraguai é um rio transfronteitiço, sua nascente está em território Brasileiro e suas águas avançam pelo Paraguai e Argentina, compondo a Bacia do Prata. Seus principais afluentes pela margem esquerda são os rios Cuiabá, São Lourenço, Taquari, Miranda e Negro.

A Região Hidrográfica se divide em duas áreas principa-2

is: Planalto (215.963 km ), terras acima de 200 m de alti-2

tude, e Pantanal (147.629 km ), terras abaixo de 200 m de altitude, com baixa capacidade de drenagem e sujei-tas a grandes inundações. Observa-se na região a pre-sença de vegetação de Cerrado e Cerradão. Parte dessa vegetação se encontra bastante alterada em função da expansão das atividades agro-industriais, voltadas para a exportação. A pecuária extensiva é a principal ativida-de econômica da região, concentrada nos campos natu-rais das planícies do Pantanal. A mineração de ouro, dia-mante, calcário, ferro e manganês também é uma ativi-dade importante, principalmente em áreas do Planalto, o que representa um risco para o ambiente pantaneiro.

Desde a década de 70, a expansão da pecuária e da soja em áreas do Planalto tem sido associada ao desmata-mento e à erosão. Pelo fato de vários rios da região, co-mo o Taquari e São Lourenço, apresentarem elevada ca-pacidade de transporte de sedimentos, a deposição dos mesmos no Pantanal vem se elevando, fato que acarreta o assoreamento dos rios.

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Page 71: Manual de Uso Da Agua

REGIÃO HIDROGRÁFICA DO PARAGUAI

A importância ecológica desta Região Hidrográfica nos contextos nacional e internacional se assemelha à da Região Hidrográfica Amazônica. Abriga ecossistemas es-peciais, conhecidos em seu conjunto como Pantanal, uma das maiores extensões úmidas contínuas do plane-ta, considerado, pela UNESCO, no ano de 2.000, Reserva da Biosfera Mundial, e Patrimônio Nacional pe-la Constituição Federal de 1988. O rio Paraguai nasce em território brasileiro e sua bacia possui uma área de

2363.000 km (no País), com 1 milhão e 900 mil habitan-tes. Fazem parte da bacia os estados de Mato Grosso do Sul (52%) e Mato Grosso (48%). A vazão média da re-

3gião é de 2.368 m /s (1,32% do total do País).

O Paraguai é um rio transfronteitiço, sua nascente está em território Brasileiro e suas águas avançam pelo Paraguai e Argentina, compondo a Bacia do Prata. Seus principais afluentes pela margem esquerda são os rios Cuiabá, São Lourenço, Taquari, Miranda e Negro.

A Região Hidrográfica se divide em duas áreas principa-2

is: Planalto (215.963 km ), terras acima de 200 m de alti-2

tude, e Pantanal (147.629 km ), terras abaixo de 200 m de altitude, com baixa capacidade de drenagem e sujei-tas a grandes inundações. Observa-se na região a pre-sença de vegetação de Cerrado e Cerradão. Parte dessa vegetação se encontra bastante alterada em função da expansão das atividades agro-industriais, voltadas para a exportação. A pecuária extensiva é a principal ativida-de econômica da região, concentrada nos campos natu-rais das planícies do Pantanal. A mineração de ouro, dia-mante, calcário, ferro e manganês também é uma ativi-dade importante, principalmente em áreas do Planalto, o que representa um risco para o ambiente pantaneiro.

Desde a década de 70, a expansão da pecuária e da soja em áreas do Planalto tem sido associada ao desmata-mento e à erosão. Pelo fato de vários rios da região, co-mo o Taquari e São Lourenço, apresentarem elevada ca-pacidade de transporte de sedimentos, a deposição dos mesmos no Pantanal vem se elevando, fato que acarreta o assoreamento dos rios.

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Page 72: Manual de Uso Da Agua

REGIÃO HIDROGRÁFICA DO URUGUAI

A região Hidrográfica do Uruguai configura-se impor-tante região agro-industrial de elevado potencial hidre-létrico. Abrange uma área de aproximadamente

2174.000 km , com uma população de 3 milhões e 800 mil habitantes, sendo os principais tributários do rio Uruguai formados pela confluência dos rios Pelotas e Peixe. O rio Uruguai tem uma extensão de 2.200km, sen-do um dos formadores da Bacia do Prata. Todos os seus afluentes são perenes, entre os quais se destacam, pela margem direita, os rios Chapecó e Canoas e, pela mar-gem esquerda, os rios da Várzea, Piratinim, Ijuí, Ibicuí e

3Quaraí. A vazão média da região é de 4.121 m /s (2,29% do país).

A região apresenta, em termos de vegetação, nas nas-centes do rio Uruguai, Campos e a Mata de Pinheiros, e na direção sudoeste a Mata do Alto Uruguai (Mata Atlântica). Essa região encontra-se intensamente des-matada; apenas áreas restritas conservam a vegetação original. As principais alterações são conseqüência da expansão agrícola, notadamente das lavouras de arroz irrigado na região da Campanha, soja e trigo no Planalto. Nas áreas localizadas junto aos vales, verifi-camse pequenas propriedades onde se desenvolvem a suinocultura e a avicultura intensivas.

Os desafios dessa região relacionados com recursos hí-dricos envolvem a poluição dos cursos de água por eflu-entes urbanos, industriais, suinocultura e avicultura (principalmente no rio Chapecó). Além disso, há proble-mas de conflito entre usos para abastecimento humano e irrigação de arroz nas bacias dos rios Ibicuí, Santa Maria e Quaraí.

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Page 73: Manual de Uso Da Agua

REGIÃO HIDROGRÁFICA DO URUGUAI

A região Hidrográfica do Uruguai configura-se impor-tante região agro-industrial de elevado potencial hidre-létrico. Abrange uma área de aproximadamente

2174.000 km , com uma população de 3 milhões e 800 mil habitantes, sendo os principais tributários do rio Uruguai formados pela confluência dos rios Pelotas e Peixe. O rio Uruguai tem uma extensão de 2.200km, sen-do um dos formadores da Bacia do Prata. Todos os seus afluentes são perenes, entre os quais se destacam, pela margem direita, os rios Chapecó e Canoas e, pela mar-gem esquerda, os rios da Várzea, Piratinim, Ijuí, Ibicuí e

3Quaraí. A vazão média da região é de 4.121 m /s (2,29% do país).

A região apresenta, em termos de vegetação, nas nas-centes do rio Uruguai, Campos e a Mata de Pinheiros, e na direção sudoeste a Mata do Alto Uruguai (Mata Atlântica). Essa região encontra-se intensamente des-matada; apenas áreas restritas conservam a vegetação original. As principais alterações são conseqüência da expansão agrícola, notadamente das lavouras de arroz irrigado na região da Campanha, soja e trigo no Planalto. Nas áreas localizadas junto aos vales, verifi-camse pequenas propriedades onde se desenvolvem a suinocultura e a avicultura intensivas.

Os desafios dessa região relacionados com recursos hí-dricos envolvem a poluição dos cursos de água por eflu-entes urbanos, industriais, suinocultura e avicultura (principalmente no rio Chapecó). Além disso, há proble-mas de conflito entre usos para abastecimento humano e irrigação de arroz nas bacias dos rios Ibicuí, Santa Maria e Quaraí.

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REGIÃO HIDROGRÁFICA ATLÂNTICO SUL

A Região Hidrográfica Atlântico Sul tem grande importância para o País. Abriga um expressivo contingente populacional, possui alto grau de desenvolvimento econômico e grande po-tencial turístico.

Essa região tem inicio ao norte, próximo à divisa dos esta-dos de São Paulo e Paraná, abrangendo os rios que desá-guam na baía de Paranaguá, se estendendo até o arroio Chuí, no extremo sul do País. A maior parte dos rios é de pe-queno porte e escoam diretamente para o mar. As exce-ções mais importantes são os rios Itajaí e Capivari, em Santa Catarina, que apresentam maior volume de água.

Na região do Rio Grande do Sul ocorrem rios de grande por-te como o Taquari-Antas, Jacuí, Vacacaí e Camaquã, que es-tão ligados aos sistemas lagunares da Lagoa Mirim e dos Patos. A região abrange uma área de aproximadamente

2187.000 km (2,2 % do País), com uma população de apro-ximadamente 11 milhões e 600 mil habitantes e uma va-

3zão média anual de 4.174 m /s (2,3% do total).

A vegetação original predominante é a Floresta Atlântica, onde se visualiza intensa ação antrópica. Estima- se que, na região, apenas 12% dessa vegetação está preservada. A Mata de Pinheiros, conhecida como Floresta de Araucária, é encontrada, em pequenas extensões, em áreas acima de 600/800 metros de altitude. Em função da intensa ativida-de madeireira iniciada nas primeiras décadas do século pas-sado, registra-se forte degradação nessa fisionomia. Na re-gião litorânea destacam-se os manguezais e restingas. As formações naturais dos campos, que ocorrem predomi-nantemente nas áreas altas de Planalto do Rio Grande do Sul, foram alteradas devido ao uso do fogo, ao superpas-toreio e à implantação de lavouras.

Além da forte demanda para abastecimento humano e ani-mal, a irrigação representa o maior consumo de água des-ta região, principalmente para o cultivo de arroz, que ocor-re em extensas áreas do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Esses cultivos representam importante fonte de poluição difusa na região, em função do uso intensivo de insumos químicos na agricultura.

Em relação às atividades mineradoras, destacam-se: pro-dução de carvão (Candiota e baixo Jacuí/RS, e região de Criciúma e Tubarão/SC), extração de argila (unidade hidro-gráfica do Litoral Sul Catarinense) e de ouro (rio Camaquã/RS). Essas atividades provocam a contaminação de águas superficiais e subterrâneas e a erosão dos solos.

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REGIÃO HIDROGRÁFICA ATLÂNTICO SUL

A Região Hidrográfica Atlântico Sul tem grande importância para o País. Abriga um expressivo contingente populacional, possui alto grau de desenvolvimento econômico e grande po-tencial turístico.

Essa região tem inicio ao norte, próximo à divisa dos esta-dos de São Paulo e Paraná, abrangendo os rios que desá-guam na baía de Paranaguá, se estendendo até o arroio Chuí, no extremo sul do País. A maior parte dos rios é de pe-queno porte e escoam diretamente para o mar. As exce-ções mais importantes são os rios Itajaí e Capivari, em Santa Catarina, que apresentam maior volume de água.

Na região do Rio Grande do Sul ocorrem rios de grande por-te como o Taquari-Antas, Jacuí, Vacacaí e Camaquã, que es-tão ligados aos sistemas lagunares da Lagoa Mirim e dos Patos. A região abrange uma área de aproximadamente

2187.000 km (2,2 % do País), com uma população de apro-ximadamente 11 milhões e 600 mil habitantes e uma va-

3zão média anual de 4.174 m /s (2,3% do total).

A vegetação original predominante é a Floresta Atlântica, onde se visualiza intensa ação antrópica. Estima- se que, na região, apenas 12% dessa vegetação está preservada. A Mata de Pinheiros, conhecida como Floresta de Araucária, é encontrada, em pequenas extensões, em áreas acima de 600/800 metros de altitude. Em função da intensa ativida-de madeireira iniciada nas primeiras décadas do século pas-sado, registra-se forte degradação nessa fisionomia. Na re-gião litorânea destacam-se os manguezais e restingas. As formações naturais dos campos, que ocorrem predomi-nantemente nas áreas altas de Planalto do Rio Grande do Sul, foram alteradas devido ao uso do fogo, ao superpas-toreio e à implantação de lavouras.

Além da forte demanda para abastecimento humano e ani-mal, a irrigação representa o maior consumo de água des-ta região, principalmente para o cultivo de arroz, que ocor-re em extensas áreas do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Esses cultivos representam importante fonte de poluição difusa na região, em função do uso intensivo de insumos químicos na agricultura.

Em relação às atividades mineradoras, destacam-se: pro-dução de carvão (Candiota e baixo Jacuí/RS, e região de Criciúma e Tubarão/SC), extração de argila (unidade hidro-gráfica do Litoral Sul Catarinense) e de ouro (rio Camaquã/RS). Essas atividades provocam a contaminação de águas superficiais e subterrâneas e a erosão dos solos.

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4Preciosos cuidados do dia-a-diaDesde 2006, o Brasil tem um plano para cuidar de suas águas – o Plano Nacional de Recursos Hídricos. Mais de 7 mil pessoas participaram diretamente de sua elaboração, mas colocá-lo em prática depende da colaboração de todos.

São diversas as formas e os instrumentos de implementação das recomendações do Plano das Águas. Confira algumas iniciativas simples, que você pode adotar na sua residência e comunidade.

Vamos cuidar das águas do Brasil!

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4Preciosos cuidados do dia-a-diaDesde 2006, o Brasil tem um plano para cuidar de suas águas – o Plano Nacional de Recursos Hídricos. Mais de 7 mil pessoas participaram diretamente de sua elaboração, mas colocá-lo em prática depende da colaboração de todos.

São diversas as formas e os instrumentos de implementação das recomendações do Plano das Águas. Confira algumas iniciativas simples, que você pode adotar na sua residência e comunidade.

Vamos cuidar das águas do Brasil!

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FIQUE POR DENTRO!

Os documentos produzidos durante o processo de ela-boração do Plano Nacional de Recursos Hídricos já estão disponíveis na Internet. Eles podem ser guardados em seu computador, para leitura ou impressão. No sítio ele-trônico do PNRH, são encontradas também informações sobre as 12 Regiões Hidrográficas; as Comissões Executivas Regionais (CERs) e as formas de comunicação com seus coordenadores, além de outros conhecimen-tos interessantes. O sítio é: http://pnrh.cnrh-srh.gov.br.

Acompanhe passo-a-passo a implementação do Plano, recebendo em seu e-mail os boletins eletrônicos da Secretaria de Recursos Hídricos do Ministério do Meio Ambiente (SRH/MMA) e do Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH). Cadastre-se na sessão “Recur-sos Hídricos” do sítio http://www.mma.gov.br. Sobre os demais instrumentos da Política Nacional de Recursos Hídricos, acesse http://www.ana.gov.br.

Encontre todas as leis, decretos e resoluções relaciona-dos ao tema no sítio eletrônico do CNRH. Lá também en-contrará outras informações sobre o trabalho das Câmaras Técnicas, cada uma sobre um tema diferente. O sítio é http://www.cnrh-srh.gov.b/ .

Muitos dos órgãos do SINGREH têm seus próprios sítios eletrônicos. Outros se comunicam por meio de listas de discussões, boletins eletrônicos ou jornais. O sítio da Rede Interamericana de Recursos Hídricos (RIRH) dedica-do ao Brasil pode facilitar a busca desses meios de comu-nicação e intercâmbio de experiências. Faça sua busca no sítio http://brasil.rirh.net .

Existem, também, outros grupos constituídos em forma de redes e fóruns, os quais proporcionam informações bastante atualizadas sobre as ações dos órgãos do SINGREH em geral. Alguns deles são o Fórum Nacional de Comitês de Bacia e a Rede Brasileira de Organismos de Bacia (REBOB). O sítio é http://www.rebob.org.br.

Procure manter-se informado!

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FIQUE POR DENTRO!

Os documentos produzidos durante o processo de ela-boração do Plano Nacional de Recursos Hídricos já estão disponíveis na Internet. Eles podem ser guardados em seu computador, para leitura ou impressão. No sítio ele-trônico do PNRH, são encontradas também informações sobre as 12 Regiões Hidrográficas; as Comissões Executivas Regionais (CERs) e as formas de comunicação com seus coordenadores, além de outros conhecimen-tos interessantes. O sítio é: http://pnrh.cnrh-srh.gov.br.

Acompanhe passo-a-passo a implementação do Plano, recebendo em seu e-mail os boletins eletrônicos da Secretaria de Recursos Hídricos do Ministério do Meio Ambiente (SRH/MMA) e do Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH). Cadastre-se na sessão “Recur-sos Hídricos” do sítio http://www.mma.gov.br. Sobre os demais instrumentos da Política Nacional de Recursos Hídricos, acesse http://www.ana.gov.br.

Encontre todas as leis, decretos e resoluções relaciona-dos ao tema no sítio eletrônico do CNRH. Lá também en-contrará outras informações sobre o trabalho das Câmaras Técnicas, cada uma sobre um tema diferente. O sítio é http://www.cnrh-srh.gov.b/ .

Muitos dos órgãos do SINGREH têm seus próprios sítios eletrônicos. Outros se comunicam por meio de listas de discussões, boletins eletrônicos ou jornais. O sítio da Rede Interamericana de Recursos Hídricos (RIRH) dedica-do ao Brasil pode facilitar a busca desses meios de comu-nicação e intercâmbio de experiências. Faça sua busca no sítio http://brasil.rirh.net .

Existem, também, outros grupos constituídos em forma de redes e fóruns, os quais proporcionam informações bastante atualizadas sobre as ações dos órgãos do SINGREH em geral. Alguns deles são o Fórum Nacional de Comitês de Bacia e a Rede Brasileira de Organismos de Bacia (REBOB). O sítio é http://www.rebob.org.br.

Procure manter-se informado!

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HIDRATAÇÃO E ALIMENTAÇÃO

Se a água que chega à sua casa não é tratada, é necessá-rio filtrá-la e depois fervê-la (por 5 a 10 minutos) antes de consumí-la, pois os filtros de barro, embora limpem as impurezas, não matam os microorganismos que cau-sam doenças ao ser humano.

Se a água que chega à sua casa é tratada, verifique sem-pre se sua caixa d´água está limpa, para evitar que a água se contamine em sua residência.

Cuide de sua alimentação e beba muita água durante o dia. O corpo humano é uma máquina viva que precisa de energia para o seu bom funcionamento. A alimenta-ção deve ser equilibrada, ou seja, um pouco de proteí-nas, carboidratos, gorduras, vitaminas e sais minerais.

Você sabia que...

O ser humano não pode viver com menos de 20 litros de água por dia, entre o que bebe e o que utiliza para suas necessidades de alimentação e higiene. Sem esta quan-tidade, é difícil sobreviver por mais de uma semana. Daí a importância e o valor da água para a manutenção da vi-da no planeta.

Para alguns, basta abrir a torneira, em suas casas, para que a água jorre em abundância. Entretanto, para mi-lhares de pessoas, em áreas rurais de países em desen-volvimento, é necessário gastar até cinco horas por dia para ir buscá-la, a muitos quilômetros de distância.

Além da escassez, a contaminação da água também põe em risco a vida humana, a saúde, o bem-estar soci-al, a diversidade biológica e a qualidade da alimentação dos seres vivos. Por isso mesmo, ambas – a quantidade e a qualidade da água - são responsáveis por conflitos e tensões em algumas nações do planeta.

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HIDRATAÇÃO E ALIMENTAÇÃO

Se a água que chega à sua casa não é tratada, é necessá-rio filtrá-la e depois fervê-la (por 5 a 10 minutos) antes de consumí-la, pois os filtros de barro, embora limpem as impurezas, não matam os microorganismos que cau-sam doenças ao ser humano.

Se a água que chega à sua casa é tratada, verifique sem-pre se sua caixa d´água está limpa, para evitar que a água se contamine em sua residência.

Cuide de sua alimentação e beba muita água durante o dia. O corpo humano é uma máquina viva que precisa de energia para o seu bom funcionamento. A alimenta-ção deve ser equilibrada, ou seja, um pouco de proteí-nas, carboidratos, gorduras, vitaminas e sais minerais.

Você sabia que...

O ser humano não pode viver com menos de 20 litros de água por dia, entre o que bebe e o que utiliza para suas necessidades de alimentação e higiene. Sem esta quan-tidade, é difícil sobreviver por mais de uma semana. Daí a importância e o valor da água para a manutenção da vi-da no planeta.

Para alguns, basta abrir a torneira, em suas casas, para que a água jorre em abundância. Entretanto, para mi-lhares de pessoas, em áreas rurais de países em desen-volvimento, é necessário gastar até cinco horas por dia para ir buscá-la, a muitos quilômetros de distância.

Além da escassez, a contaminação da água também põe em risco a vida humana, a saúde, o bem-estar soci-al, a diversidade biológica e a qualidade da alimentação dos seres vivos. Por isso mesmo, ambas – a quantidade e a qualidade da água - são responsáveis por conflitos e tensões em algumas nações do planeta.

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HIGIENE PESSOAL E BEM-ESTAR

Lave sempre as mãos com sabão antes de qualquer refei-ção, depois de ter usado o banheiro, ter trocado fraldas ou ter tocado em animais de estimação. Isso evita que a mão le-ve à boca microorganismos capazes de transmitir doenças.

Cuide de sua higiene pessoal e de sua família. Tomar banho, cortar unhas e os cabelos, vestir roupas limpas, escovar os dentes, lavar as mãos e andar calçado são atitudes que ga-rantem a higiene corporal, o próprio bem estar e previnem determinadas doenças.

Informe outras pessoas sobre isso, sempre que tiver oportunidade.

Você sabia que...

Existem bactérias e fungos que, em contato com as pesso-as, não causam mal. Entretanto, há outros que produzem toxinas e fermentações que causam sérios danos à saúde. São inúmeras as doenças transmitidas ao homem por meio da água: diarréia, hepatite, tétano, leptospirose e toxo-plasmose, entre outras.

Quando os cientistas começaram a entender os micróbios, como eles se reproduziam e como invadiam o corpo do ser humano, causando doenças e devastando populações inte-iras, perceberam que seria muito mais lógico evitar as doen-ças do que tentar combatê-las com remédios e outros trata-mentos. Para se evitar uma doença, é preciso viver em ambi-entes limpos.

Ao cuidar do saneamento ambiental ( abastecimento de água, esgotamento sanitário, manejo de residos sólidos ur-banos e manejo de águas pluviais) o município está cuidan-do da saúde de sua população, evitando que se contami-nem com a água que bebem ou com os alimentos que inge-rem, vindos dessa água (peixes e alimentos irrigados).

Além de ser responsabilidade do Estado, todos nós pode-mos contribuir, buscando informações, junto à prefeitura de seu minicípio, sobre coleta seletiva e as melhores formas de descarte de seu lixo. Existem muitas cidades do mundo cujos rios foram recuperados e ficaram livres de poluição de-pois do tratamento do lixo e do esgoto.

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HIGIENE PESSOAL E BEM-ESTAR

Lave sempre as mãos com sabão antes de qualquer refei-ção, depois de ter usado o banheiro, ter trocado fraldas ou ter tocado em animais de estimação. Isso evita que a mão le-ve à boca microorganismos capazes de transmitir doenças.

Cuide de sua higiene pessoal e de sua família. Tomar banho, cortar unhas e os cabelos, vestir roupas limpas, escovar os dentes, lavar as mãos e andar calçado são atitudes que ga-rantem a higiene corporal, o próprio bem estar e previnem determinadas doenças.

Informe outras pessoas sobre isso, sempre que tiver oportunidade.

Você sabia que...

Existem bactérias e fungos que, em contato com as pesso-as, não causam mal. Entretanto, há outros que produzem toxinas e fermentações que causam sérios danos à saúde. São inúmeras as doenças transmitidas ao homem por meio da água: diarréia, hepatite, tétano, leptospirose e toxo-plasmose, entre outras.

Quando os cientistas começaram a entender os micróbios, como eles se reproduziam e como invadiam o corpo do ser humano, causando doenças e devastando populações inte-iras, perceberam que seria muito mais lógico evitar as doen-ças do que tentar combatê-las com remédios e outros trata-mentos. Para se evitar uma doença, é preciso viver em ambi-entes limpos.

Ao cuidar do saneamento ambiental ( abastecimento de água, esgotamento sanitário, manejo de residos sólidos ur-banos e manejo de águas pluviais) o município está cuidan-do da saúde de sua população, evitando que se contami-nem com a água que bebem ou com os alimentos que inge-rem, vindos dessa água (peixes e alimentos irrigados).

Além de ser responsabilidade do Estado, todos nós pode-mos contribuir, buscando informações, junto à prefeitura de seu minicípio, sobre coleta seletiva e as melhores formas de descarte de seu lixo. Existem muitas cidades do mundo cujos rios foram recuperados e ficaram livres de poluição de-pois do tratamento do lixo e do esgoto.

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PIA DA COZINHAEvite que as torneiras fiquem pingando. Lembre-se de que “gota a gota, a água se esgota”. Troque as peças danificadas sempre que for necessário.

Molhe e ensaboe tudo de uma vez, com a água acumulada na pia após tampar o ralo. Não deixe a torneira aberta. Abra-a somente para o enxágüe final.

Instale um aerador em sua torneira. Ele é um dispositivo barato, fácil de colocar, economiza bastante água e evita perdas fora do jato.

Quando encher um recipiente com água para esquentar ou fer-ver, não o encha mais do que o necessário, para que a água não derrame nem se evapore à toa. Especialmente para cozi-nhar legumes, use pouca água para não perder o sabor e o valor nutritivo.

Dependendo do que for fervido, não jogue a água fora. Use-a para cozinhar o arroz, outro alimento ou fazer uma sopa mais tarde.

Para fazer cubos de gelo, use formas flexíveis, que permitem remover o gelo sem ter de colocá-lo sob o jato de água para desprender-se.

Se em seu município você pode beber água de torneira, deixe uma garrafa de água na geladeira ou a moringa sempre cheia, com água fresca. Assim, caso saia água quente da torneira quente, no início, você não precisará bebê-la nem desperdiçá-la.

Ao lavar as verduras, você pode usar um recipiente cheio e lavar todas de uma só vez. Se preferir lavar sob o jato de água, tampe o ralo da pia, pois pode aproveitar essa água para lavar as vasilhas depois.

Evite usar água corrente para descascar vegetais ou frutas. Se precisar limpar a faca, use a água de uma pequena bacia ou feche a torneira, logo em seguida.

Não use água corrente para empurrar resíduos ou coisas para o ralo. Recolha os resíduos com uma bucha ou toalha de papel, e jogue-os na lixeira. Se puder ter uma lixeira para pro-dutos orgânicos, poderá fazer compostos que serão usados em seu jardim, posteriormente. Economize duas vezes – a água e o adubo – e tenha mais qualidade em seu jardim, com produtos orgânicos!

Se deseja jogar fora o óleo usado em frituras, coloque-o em garrafas plásticas (por exemplo, as garrafas PET de refrigerante), feche-as e jogue-as no lixo normal ou orgâ-nico. Segundo a SABESP, um litro de óleo jogado no ralo da pia da cozinha contamina cerca de 1 milhão de litros de água, o equivalente ao consumo de uma pessoa no período de 14 anos.

PIA DO BANHEIRO

Enquanto se lavar e não estiver usando a água, não a deixe escorrendo.

Em muitos casos, é melhor colocar a tampa no ralo da pia e enchê-la.

Se quiser água morna, tampe a pia e comece a enchê-la, po-is, ao final, a água que ao princípio estava fria se misturará à água quentes. Assim, ambas as temperaturas se misturam e a água ficará morna, sem desperdício.

Use escova, bucha ou seus dedos para remover pequenas sujeiras ao lavar qualquer objeto, no lugar do jato d´água da torneira. Não espere que a força da água faça o trabalho sozinha.

Feche a torneira enquanto escovar os dentes. Dessa manei-ra, uma família de cinco pessoas pode economizar até 40 li-tros de água por dia.

Enxágüe e limpe seu barbeador em um recipiente com água. Não o faça com água corrente.

Instale algum dos dispositivos existentes no mercado pa-ra economizar água nas torneiras. Há vários tipos: redu-tores para baixar o consumo, misturadores para a cozi-nha, aeradores e outros. Informe-se nas casas especiali-zadas.

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PIA DA COZINHAEvite que as torneiras fiquem pingando. Lembre-se de que “gota a gota, a água se esgota”. Troque as peças danificadas sempre que for necessário.

Molhe e ensaboe tudo de uma vez, com a água acumulada na pia após tampar o ralo. Não deixe a torneira aberta. Abra-a somente para o enxágüe final.

Instale um aerador em sua torneira. Ele é um dispositivo barato, fácil de colocar, economiza bastante água e evita perdas fora do jato.

Quando encher um recipiente com água para esquentar ou fer-ver, não o encha mais do que o necessário, para que a água não derrame nem se evapore à toa. Especialmente para cozi-nhar legumes, use pouca água para não perder o sabor e o valor nutritivo.

Dependendo do que for fervido, não jogue a água fora. Use-a para cozinhar o arroz, outro alimento ou fazer uma sopa mais tarde.

Para fazer cubos de gelo, use formas flexíveis, que permitem remover o gelo sem ter de colocá-lo sob o jato de água para desprender-se.

Se em seu município você pode beber água de torneira, deixe uma garrafa de água na geladeira ou a moringa sempre cheia, com água fresca. Assim, caso saia água quente da torneira quente, no início, você não precisará bebê-la nem desperdiçá-la.

Ao lavar as verduras, você pode usar um recipiente cheio e lavar todas de uma só vez. Se preferir lavar sob o jato de água, tampe o ralo da pia, pois pode aproveitar essa água para lavar as vasilhas depois.

Evite usar água corrente para descascar vegetais ou frutas. Se precisar limpar a faca, use a água de uma pequena bacia ou feche a torneira, logo em seguida.

Não use água corrente para empurrar resíduos ou coisas para o ralo. Recolha os resíduos com uma bucha ou toalha de papel, e jogue-os na lixeira. Se puder ter uma lixeira para pro-dutos orgânicos, poderá fazer compostos que serão usados em seu jardim, posteriormente. Economize duas vezes – a água e o adubo – e tenha mais qualidade em seu jardim, com produtos orgânicos!

Se deseja jogar fora o óleo usado em frituras, coloque-o em garrafas plásticas (por exemplo, as garrafas PET de refrigerante), feche-as e jogue-as no lixo normal ou orgâ-nico. Segundo a SABESP, um litro de óleo jogado no ralo da pia da cozinha contamina cerca de 1 milhão de litros de água, o equivalente ao consumo de uma pessoa no período de 14 anos.

PIA DO BANHEIRO

Enquanto se lavar e não estiver usando a água, não a deixe escorrendo.

Em muitos casos, é melhor colocar a tampa no ralo da pia e enchê-la.

Se quiser água morna, tampe a pia e comece a enchê-la, po-is, ao final, a água que ao princípio estava fria se misturará à água quentes. Assim, ambas as temperaturas se misturam e a água ficará morna, sem desperdício.

Use escova, bucha ou seus dedos para remover pequenas sujeiras ao lavar qualquer objeto, no lugar do jato d´água da torneira. Não espere que a força da água faça o trabalho sozinha.

Feche a torneira enquanto escovar os dentes. Dessa manei-ra, uma família de cinco pessoas pode economizar até 40 li-tros de água por dia.

Enxágüe e limpe seu barbeador em um recipiente com água. Não o faça com água corrente.

Instale algum dos dispositivos existentes no mercado pa-ra economizar água nas torneiras. Há vários tipos: redu-tores para baixar o consumo, misturadores para a cozi-nha, aeradores e outros. Informe-se nas casas especiali-zadas.

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CHUVEIRO

Tome duchas mais breves e feche a torneira enquanto en-saboa o corpo ou os cabelos. Depois, enxágüe somente até tirar toda a espuma.

Caso goste de cantar enquanto toma banho, escolha can-ções mais curtas.

Não se barbeie nem depile no chuveiro, pois, para isso, não é necessário molhar todo o corpo.

Aproveite a água que sai fria da ducha, no início, e guar-de-a em um balde ou outro recipiente. Ela pode ser útil pa-ra o vaso sanitário, para lavar alguma roupa, regar plan-tas ou outra necessidade doméstica.

Se está construindo ou reformando sua casa, aproveite pa-ra mudar o aquecedor a gás ou elétrico de lugar: para que a água quente não de-more muito a sair na ducha, esse equipa-mento precisa estar mais próximo do ba-nheiro. Caso isso não seja possível, procure fazer o iso-lamento térmico da tubulação para evi-tar perdas de calor.

LIMPEZA DA CASA E DAS ROUPAS

Use um balde para medir e controlar a quantidade de água para a lavagem do piso ou outros lugares. Não utili-ze mangueiras, pois gasta-se água desnecessariamente.

Esfregue com as mãos ou escova as partes mais sujas das roupas para evitar lavagem dupla ou tripla.

Use sua máquina de lavar somente quando tiver roupas suficientes para enchê-la, a não ser que sua máquina te-nha ajuste manual de quantidade de água.

Algumas pessoas conseguem guardar a água perfumada que sai da lavadora – com sabão e com amaciante – para serem usadas nos vasos sanitários. O sistema pode ser ins-talado quando construir sua casa ou reformá-la. Uma ou-tra opção é usar a água para lavar o passeio da casa, o quintal ou para outro uso menos nobre. Se a água do en-xágüe final não tiver amaciante, pode ser usada para re-gar suas plantas.

VASO SANITÁRIO

Atualmente, existem vários modelos de vasos sanitários. Alguns deles são de baixo consumo de água e usam so-mente 6 litros por descarga. São melhores do que as vál-vulas de descarga diretamente na parede. Se for constru-ir ou reformar, não pense duas vezes antes de usá-los.

Observe periodicamente se as válvulas de descarga, as bóias e a válvula de fechamento do vaso sanitário estão funcionando bem, para evitar que a água escape ou transborde. Se for necessário, substitua as peças por ou-tras de melhor desenho ou qualidade, pois são fáceis de encontrar.

Dê descargas somente quando houver algo que produza mal odor. Se for somente papel higiênico, deixe-o lá até que seja necessário dar uma descarga. Não utilize o vaso sanitário como lixeira para jogar fora absorvente higiêni-co, tocos de cigarro, algodão ou outros objetos. Você po-de comprometer a tubulação, entupindo-a ou rompen-do-a, o que pode lhe custar caro.

Você sabia que...

Pesquisas comprovam que numa residência com quatro pessoas, a descarga sanitária é acionada, em média, 16 vezes ao dia. Então, se cada descarga gas-ta 30 litros, o total do consumo diário é de 480 li-tros. Quando multiplicamos por 30 dias chegamos a um total de 14.400 litros ou 14,4 m3 de consumo ao mês.

Quando é feita a substituição de antigos equipa-mentos por produtos com nova tecnologia já exis-tentes no mercado, que utilizam 6 litros por descar-ga, e dividimos o cálculo acima por 5, o consumo é de 2.880 litros ou 2,88 m3/mês.

Essa conta revela uma economia de 11.520 li-tros/mês ou uma redução de 80% no consumo de água nas descargas sanitárias.

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CHUVEIRO

Tome duchas mais breves e feche a torneira enquanto en-saboa o corpo ou os cabelos. Depois, enxágüe somente até tirar toda a espuma.

Caso goste de cantar enquanto toma banho, escolha can-ções mais curtas.

Não se barbeie nem depile no chuveiro, pois, para isso, não é necessário molhar todo o corpo.

Aproveite a água que sai fria da ducha, no início, e guar-de-a em um balde ou outro recipiente. Ela pode ser útil pa-ra o vaso sanitário, para lavar alguma roupa, regar plan-tas ou outra necessidade doméstica.

Se está construindo ou reformando sua casa, aproveite pa-ra mudar o aquecedor a gás ou elétrico de lugar: para que a água quente não de-more muito a sair na ducha, esse equipa-mento precisa estar mais próximo do ba-nheiro. Caso isso não seja possível, procure fazer o iso-lamento térmico da tubulação para evi-tar perdas de calor.

LIMPEZA DA CASA E DAS ROUPAS

Use um balde para medir e controlar a quantidade de água para a lavagem do piso ou outros lugares. Não utili-ze mangueiras, pois gasta-se água desnecessariamente.

Esfregue com as mãos ou escova as partes mais sujas das roupas para evitar lavagem dupla ou tripla.

Use sua máquina de lavar somente quando tiver roupas suficientes para enchê-la, a não ser que sua máquina te-nha ajuste manual de quantidade de água.

Algumas pessoas conseguem guardar a água perfumada que sai da lavadora – com sabão e com amaciante – para serem usadas nos vasos sanitários. O sistema pode ser ins-talado quando construir sua casa ou reformá-la. Uma ou-tra opção é usar a água para lavar o passeio da casa, o quintal ou para outro uso menos nobre. Se a água do en-xágüe final não tiver amaciante, pode ser usada para re-gar suas plantas.

VASO SANITÁRIO

Atualmente, existem vários modelos de vasos sanitários. Alguns deles são de baixo consumo de água e usam so-mente 6 litros por descarga. São melhores do que as vál-vulas de descarga diretamente na parede. Se for constru-ir ou reformar, não pense duas vezes antes de usá-los.

Observe periodicamente se as válvulas de descarga, as bóias e a válvula de fechamento do vaso sanitário estão funcionando bem, para evitar que a água escape ou transborde. Se for necessário, substitua as peças por ou-tras de melhor desenho ou qualidade, pois são fáceis de encontrar.

Dê descargas somente quando houver algo que produza mal odor. Se for somente papel higiênico, deixe-o lá até que seja necessário dar uma descarga. Não utilize o vaso sanitário como lixeira para jogar fora absorvente higiêni-co, tocos de cigarro, algodão ou outros objetos. Você po-de comprometer a tubulação, entupindo-a ou rompen-do-a, o que pode lhe custar caro.

Você sabia que...

Pesquisas comprovam que numa residência com quatro pessoas, a descarga sanitária é acionada, em média, 16 vezes ao dia. Então, se cada descarga gas-ta 30 litros, o total do consumo diário é de 480 li-tros. Quando multiplicamos por 30 dias chegamos a um total de 14.400 litros ou 14,4 m3 de consumo ao mês.

Quando é feita a substituição de antigos equipa-mentos por produtos com nova tecnologia já exis-tentes no mercado, que utilizam 6 litros por descar-ga, e dividimos o cálculo acima por 5, o consumo é de 2.880 litros ou 2,88 m3/mês.

Essa conta revela uma economia de 11.520 li-tros/mês ou uma redução de 80% no consumo de água nas descargas sanitárias.

redução de 80%8584

Page 88: Manual de Uso Da Agua

Para maior economia, planeje, selecione bem e distribua adequadamente as plantas que usará no paisagismo de seu jardim. Existe grande variedade de plantas nativas em cada região, inclusive cactáceas, que requerem pouca água e são ornamentais, formando belos arranjos.

Reduza a evaporação da irrigação de suas plantas, co-brindo o solo do jardim com pedaços de madeira, folhas secas, pedrinhas ou outro material que achar mais inte-ressante para a decoração que planejou. Esses materiais mantêm o solo úmido por baixo deles.

Ao regar com aspersores, ajuste o grau de giro de acordo com a área a ser irrigada, para evitar que reguem áreas pa-vimentadas, que não necessitam água. Caso use man-gueiras, adapte aquelas peças que permitem o controle do fluxo.

Na época de seca corte a grama, mas não a recolha. Isso evita a evaporação, protegendo-a contra ressecamento.

Não fertilize o gramado em excesso. Quanto mais cresce a grama, mais água demanda.

Não corte o gramado muito rente ao solo. A altura conve-niente é de 5 a 8 cm para manter as raízes saudáveis, per-mitir que o solo tenha alguma sombra natural e retenha a umidade.

Mantenha afiadas as lâminas da podadora, pois do con-trário podem arrancar as raízes ou enfraquecer o grama-do, tornando-o mais susceptível a pragas e enfermidades. Isso aumentará, consequentemente, seu consumo de água para mantê-lo mais bonito.

Na época de seca, não desperdice água no gramado, mes-mo que fique amarelado. Normalmente as gramíneas fi-cam inativas nessa época e revivem quando caem as pri-meiras chuvas.

Você sabia que...

A classificação da qualidade da água, geralmente, é esta-belecida em função dos usos que se pretende para ela. Assim, a presença de certas impurezas na água, nem sem-pre indicam que a mesma está poluída.

Algumas substâncias presentes na água são necessárias pa-ra os organismos que a consomem e para os que nela vi-vem. A água está poluída quando apresenta substâncias estranhas à sua composição, de forma que seu uso seja pre-judicado.

FORA DAS EDIFICAÇÕES

Recentemente, algumas cidades estão obrigando as construtoras e incorporadoras a instalar medidores em cada apartamento, com o objetivo de que cada morador tenha informações precisas sobre seu consumo.

A maioria dos edifícios, entretanto, ainda possui uma única conta de água, onde se somam o consumo indivi-dual de cada apartamento e o consumo coletivo. Portanto, engana-se quem acha que o condomínio é quem paga a água e não o morador – seu consumo está embutido na conta do condomínio e é você quem paga uma das parcelas.

O consumo do condomínio também está muito relacio-nado à orientação sobre procedimentos a serem adota-dos pelos funcionários da limpeza. Observe se deixam a mangueira ligada, jorrando água, enquanto estão ensa-boando o piso dos corredores; qual o horário de rega dos canteiros, jardineiras ou jardins; e se usam a água pa-ra lavar passeios, usando a mangueira como se fosse vas-soura. Tudo isso influencia sua conta de água.

JARDINAGEM

Regue as plantas somente quando for necessário, caso não seja época de chuva ou se realmente está muito se-co. Faça-o bem cedo ou depois que o sol se pôr, para evi-tar a evaporação.

Regue de maneira que a água infiltre até a raiz das plan-tas, sem encharcar o solo. Não deixe a água escorrendo pelo passeio e, muito menos, causando erosão do solo.

Aproveite a água da chuva, desenhando sistemas de cap-tação de água no telhado e armazenando-a de forma adequada. Essa é a melhor água para regar suas plantas em época de seca.

Você sabia que...

Considerando o nível tecnológico atual, um edifício co-mercial deve ter um consumo de no máximo 30 li-tros/pessoa/dia. "Basta verificar na conta de água o con-sumo médio do prédio nos últimos seis meses, dividir pe-lo número de usuários do prédio e dividir novamente pe-los dias úteis do mês. Se o resultado estiver acima de 30 li-tros, é possível economizar". Um prédio residencial não pode passar de 180 litros/pessoa/dia.(www.h2c.com.br )

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Page 89: Manual de Uso Da Agua

Para maior economia, planeje, selecione bem e distribua adequadamente as plantas que usará no paisagismo de seu jardim. Existe grande variedade de plantas nativas em cada região, inclusive cactáceas, que requerem pouca água e são ornamentais, formando belos arranjos.

Reduza a evaporação da irrigação de suas plantas, co-brindo o solo do jardim com pedaços de madeira, folhas secas, pedrinhas ou outro material que achar mais inte-ressante para a decoração que planejou. Esses materiais mantêm o solo úmido por baixo deles.

Ao regar com aspersores, ajuste o grau de giro de acordo com a área a ser irrigada, para evitar que reguem áreas pa-vimentadas, que não necessitam água. Caso use man-gueiras, adapte aquelas peças que permitem o controle do fluxo.

Na época de seca corte a grama, mas não a recolha. Isso evita a evaporação, protegendo-a contra ressecamento.

Não fertilize o gramado em excesso. Quanto mais cresce a grama, mais água demanda.

Não corte o gramado muito rente ao solo. A altura conve-niente é de 5 a 8 cm para manter as raízes saudáveis, per-mitir que o solo tenha alguma sombra natural e retenha a umidade.

Mantenha afiadas as lâminas da podadora, pois do con-trário podem arrancar as raízes ou enfraquecer o grama-do, tornando-o mais susceptível a pragas e enfermidades. Isso aumentará, consequentemente, seu consumo de água para mantê-lo mais bonito.

Na época de seca, não desperdice água no gramado, mes-mo que fique amarelado. Normalmente as gramíneas fi-cam inativas nessa época e revivem quando caem as pri-meiras chuvas.

Você sabia que...

A classificação da qualidade da água, geralmente, é esta-belecida em função dos usos que se pretende para ela. Assim, a presença de certas impurezas na água, nem sem-pre indicam que a mesma está poluída.

Algumas substâncias presentes na água são necessárias pa-ra os organismos que a consomem e para os que nela vi-vem. A água está poluída quando apresenta substâncias estranhas à sua composição, de forma que seu uso seja pre-judicado.

FORA DAS EDIFICAÇÕES

Recentemente, algumas cidades estão obrigando as construtoras e incorporadoras a instalar medidores em cada apartamento, com o objetivo de que cada morador tenha informações precisas sobre seu consumo.

A maioria dos edifícios, entretanto, ainda possui uma única conta de água, onde se somam o consumo indivi-dual de cada apartamento e o consumo coletivo. Portanto, engana-se quem acha que o condomínio é quem paga a água e não o morador – seu consumo está embutido na conta do condomínio e é você quem paga uma das parcelas.

O consumo do condomínio também está muito relacio-nado à orientação sobre procedimentos a serem adota-dos pelos funcionários da limpeza. Observe se deixam a mangueira ligada, jorrando água, enquanto estão ensa-boando o piso dos corredores; qual o horário de rega dos canteiros, jardineiras ou jardins; e se usam a água pa-ra lavar passeios, usando a mangueira como se fosse vas-soura. Tudo isso influencia sua conta de água.

JARDINAGEM

Regue as plantas somente quando for necessário, caso não seja época de chuva ou se realmente está muito se-co. Faça-o bem cedo ou depois que o sol se pôr, para evi-tar a evaporação.

Regue de maneira que a água infiltre até a raiz das plan-tas, sem encharcar o solo. Não deixe a água escorrendo pelo passeio e, muito menos, causando erosão do solo.

Aproveite a água da chuva, desenhando sistemas de cap-tação de água no telhado e armazenando-a de forma adequada. Essa é a melhor água para regar suas plantas em época de seca.

Você sabia que...

Considerando o nível tecnológico atual, um edifício co-mercial deve ter um consumo de no máximo 30 li-tros/pessoa/dia. "Basta verificar na conta de água o con-sumo médio do prédio nos últimos seis meses, dividir pe-lo número de usuários do prédio e dividir novamente pe-los dias úteis do mês. Se o resultado estiver acima de 30 li-tros, é possível economizar". Um prédio residencial não pode passar de 180 litros/pessoa/dia.(www.h2c.com.br )

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Page 90: Manual de Uso Da Agua

A água absolutamente pura, ou seja, composta apenas pelas moléculas de hidrogênio e oxigênio, não se encon-tra disponível na natureza, podendo ser obtida somente em laboratórios.

Em seu estado natural, apresenta certa quantidade de oxigênio dissolvido necessário para a sobrevivência dos peixes e outros animais aquáticos. Apresenta também substâncias minerais benéficas para os seres que a con-somem e também determinada quantidade de alimento para os organismos aquáticos.

Como conseqüência da ação do homem sobre a nature-za, uma serie de substâncias são lançadas nas águas, alte-rando em maior ou menor grau as suas características na-turais, tornando-as impróprias ou prejudicando a sua uti-lização. Exemplos: o lançamento de esgoto sanitário do-méstico ou industrial sem qualquer tratamento nos rios ou em galerias de água de chuva.

CAIXAS D´ÁGUA E CISTERNAS

Desinfete e limpe sua caixa d´água e/ou cisterna periodi-camente. Normalmente, não há necessidade de esvaziá-las para estas operações, mas informe-se melhor com a companhia de saneamento de sua cidade ou órgãos liga-dos à saúde.

Mantenha-as fechadas. Pássaros ou outros pequenos animais podem deixar cair algo que contamine sua água, ou até afogar-se.

PISCINA

Normalmente, não é preciso esvaziá-la para limpeza. Há produtos químicos e equipamentos que, quando bem usados, mantêm a água com boa qualidade. Se for real-mente necessário, aproveite a água para regar um gra-mado ou outro uso menos nobre, enquanto a esvazia.

LIMPEZA DE AUTOMÓVEL

Use uma toalhinha ou esponja macia e balde para lavar seu carro, no lugar de mangueira.

Apóie e dê preferência a serviços de lavagem de carros que reúsam a água.

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A água absolutamente pura, ou seja, composta apenas pelas moléculas de hidrogênio e oxigênio, não se encon-tra disponível na natureza, podendo ser obtida somente em laboratórios.

Em seu estado natural, apresenta certa quantidade de oxigênio dissolvido necessário para a sobrevivência dos peixes e outros animais aquáticos. Apresenta também substâncias minerais benéficas para os seres que a con-somem e também determinada quantidade de alimento para os organismos aquáticos.

Como conseqüência da ação do homem sobre a nature-za, uma serie de substâncias são lançadas nas águas, alte-rando em maior ou menor grau as suas características na-turais, tornando-as impróprias ou prejudicando a sua uti-lização. Exemplos: o lançamento de esgoto sanitário do-méstico ou industrial sem qualquer tratamento nos rios ou em galerias de água de chuva.

CAIXAS D´ÁGUA E CISTERNAS

Desinfete e limpe sua caixa d´água e/ou cisterna periodi-camente. Normalmente, não há necessidade de esvaziá-las para estas operações, mas informe-se melhor com a companhia de saneamento de sua cidade ou órgãos liga-dos à saúde.

Mantenha-as fechadas. Pássaros ou outros pequenos animais podem deixar cair algo que contamine sua água, ou até afogar-se.

PISCINA

Normalmente, não é preciso esvaziá-la para limpeza. Há produtos químicos e equipamentos que, quando bem usados, mantêm a água com boa qualidade. Se for real-mente necessário, aproveite a água para regar um gra-mado ou outro uso menos nobre, enquanto a esvazia.

LIMPEZA DE AUTOMÓVEL

Use uma toalhinha ou esponja macia e balde para lavar seu carro, no lugar de mangueira.

Apóie e dê preferência a serviços de lavagem de carros que reúsam a água.

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NAS ESCOLAS

Não importa se você é professor(a), pai, mãe ou aluno: ob-serve o funcionamento dos sistemas de abastecimento, sa-neamento básico e drenagem da água de chuva da escola para aproveitar todas as oportunidades de promover o uso racional desse precioso recurso.

Proponha e ajude a implementação de Programas de Combate ao Desperdício de Água e projetos para conhecer e preservar a bacia hidrográfica onde está situada sua escola.

NO TRABALHO

Sempre que puder, sugira às lideranças de locais de uso cole-tivo (escolas, indústrias, edifícios comerciais, repartições pú-blicas e outros) que observem as contas de água do edifício. Observe suas próprias contas, em sua residência. Este proce-dimento poderá indicar aumentos de consumo incomuns que podem representar vazamentos ou desperdício de água pelos usuários.

Proponha e ajude a implantação de sistemas de gestão am-biental (SGA) ou a Agenda Ambiental na Administração Pública (A3P). (Consulte: www.mma.gov.br)

Você sabia que...

Programas de Combate ao Desperdício de Água são com-postos de:

ações sociais, relacionadas com práticas educativas, mu-dando atitudes e hábitos, e cultivando valores;

ações tecnológicas, como torneiras economizadoras, tor-neiras com arejadores ou bacias sanitárias de volume de des-carga reduzido, com caixa acoplada de 6 litros, ou com vál-vula de ciclo fixo de 6 litros; e

ações de ordem econômica, relacionadas às tarifas da con-cessionária do serviço de distribuição de água.

Você sabia que...

Sistemas como o SGA e a A3P consistem, entre outras coi-sas, na análise dos procedimentos empregados na realiza-ção das atividades da organização e seus impactos na água, no ar, no solo, na geração de ruídos e odores, e na alteração da paisagem. Também analisam a redução, a reciclagem ou a eliminação dos resíduos sólidos (lixo) e líquidos (efluentes ou esgotos).

Page 93: Manual de Uso Da Agua

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NAS ESCOLAS

Não importa se você é professor(a), pai, mãe ou aluno: ob-serve o funcionamento dos sistemas de abastecimento, sa-neamento básico e drenagem da água de chuva da escola para aproveitar todas as oportunidades de promover o uso racional desse precioso recurso.

Proponha e ajude a implementação de Programas de Combate ao Desperdício de Água e projetos para conhecer e preservar a bacia hidrográfica onde está situada sua escola.

NO TRABALHO

Sempre que puder, sugira às lideranças de locais de uso cole-tivo (escolas, indústrias, edifícios comerciais, repartições pú-blicas e outros) que observem as contas de água do edifício. Observe suas próprias contas, em sua residência. Este proce-dimento poderá indicar aumentos de consumo incomuns que podem representar vazamentos ou desperdício de água pelos usuários.

Proponha e ajude a implantação de sistemas de gestão am-biental (SGA) ou a Agenda Ambiental na Administração Pública (A3P). (Consulte: www.mma.gov.br)

Você sabia que...

Programas de Combate ao Desperdício de Água são com-postos de:

ações sociais, relacionadas com práticas educativas, mu-dando atitudes e hábitos, e cultivando valores;

ações tecnológicas, como torneiras economizadoras, tor-neiras com arejadores ou bacias sanitárias de volume de des-carga reduzido, com caixa acoplada de 6 litros, ou com vál-vula de ciclo fixo de 6 litros; e

ações de ordem econômica, relacionadas às tarifas da con-cessionária do serviço de distribuição de água.

Você sabia que...

Sistemas como o SGA e a A3P consistem, entre outras coi-sas, na análise dos procedimentos empregados na realiza-ção das atividades da organização e seus impactos na água, no ar, no solo, na geração de ruídos e odores, e na alteração da paisagem. Também analisam a redução, a reciclagem ou a eliminação dos resíduos sólidos (lixo) e líquidos (efluentes ou esgotos).

Page 94: Manual de Uso Da Agua

Você sabia que...

O Sistema de Aproveitamento de Água de Chuva pode ser implantado em qualquer edificação nova ou existente e precisa somente de alguns cuidados para garantir a quali-dade da água, quando for usada como água potável:

o sistema de filtragem deve retirar os materiais orgâni-cos, para que não haja decomposição posteriormente;

o reservatório deve ser fechado, para evitar incidência da luz solar e reduzir a quantidade de oxigênio em con-tato com a água, pois ambos – luz solar e oxigênio - ali-mentam a formação de algas.

Nas indústrias, a água de chuva pode substituir a água po-tável em usos de grande consumo, tais como: resfriamen-to de equipamentos, irrigação de jardins, lavagem de pi-sos, higienização de veículos e outros. Além disso, devido às suas características, a água de chuva não gera incrusta-ções nas tubulações e nos equipamentos.

Algumas cidades estão aprovando lei que obriga as novas edificações a captarem a água de chuva e utilizarem nas descargas de vasos sanitários, lavagem de pisos, irrigação de jardins e em outros fins não-potáveis. A água de chuva pode ser utilizada em residências, edifícios, instalações co-merciais e, principalmente, indústrias.

O sistema gera redução nos gastos com água tratada e, o mais importante, proporciona inúmeros benefícios ecoló-gicos:

evita que água tratada seja utilizada desnecessaria-mente para fins não potáveis como irrigação de jar-dins, lavagem de pisos, piscinas, descargas sanitárias, processos industriais, etc;

reduz o volume de água captada para tratamento e, conseqüentemente, preserva os mananciais de abas-tecimento;

reduz a incidência de enchentes;

favorece a recarga do lençol freático.

Sempre que possível, os estacionamentos e pátios dos edi-fícios devem ser arborizados e pavimentados com brita ou outro tipo de piso vazado, que permitem a infiltração da água de chuva e reduzem o calor irradiado por esse tipo de área. Observe se não há vazamentos de óleo nos veículos automotores, para evitar contaminação do solo.

Esses sistemas incluem Programas de Gestão ou Programas de Combate ao Desperdício, destinados ao uso racional dos recursos, como sugerido nos itens ante-riores.

De modo geral, resultam em economia nas compras, no consumo de água e energia, no controle e prevenção de poluição e outros benefícios.

Sugira ou instale sistemas para reutilizar a água, usando qualquer método já disponível ou construa o seu, adap-tado às características de sua empresa ou instituição.

Vigie as torneiras de água para que estejam sempre fe-chadas, depois de usá-las ou após o uso por outra pes-soa.

Se achar conveniente, coloque ou sugira a colocação de adesivos com mensagens educativas e simpáticas, lem-brando a todos, de cada setor, para fechar bem as torne-iras e apagar as luzes ao sair por último do ambiente de trabalho.

No caso de indústrias, sugira ou ajude a instalação de me-didores de consumo de água nos diversos setores e pro-cessos. Se for preciso, experimente diferentes técnicas e equipamentos até confirmar quais resultados são me-lhores para cada situação específica.

Observe as descargas industriais: muitas vezes encare-cem os tratamentos de efluentes ou contaminam o meio ambiente ao redor das instalações.

Impeça de todas as maneiras a contaminação de aqüífe-ros ou corpos d´água superficiais evitando, por exem-plo, armazenar substâncias tóxicas de maneira inade-quada, que possam ser lavadas ou infiltradas pela chuva.

Adquira ou sugira a aquisição de equipamentos de alta pressão de água que permitam uma limpeza efetiva e com grande economia.

Cuide da água resultante da lavagem de qualquer objeto ou matéria-prima, fazendo algum tipo de tratamento ca-so contenha substâncias tóxicas, antes de deixar que re-gresse à natureza.

Observe a conveniência de implantar Sistema de Aproveitamento de Água de Chuva.

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Page 95: Manual de Uso Da Agua

Você sabia que...

O Sistema de Aproveitamento de Água de Chuva pode ser implantado em qualquer edificação nova ou existente e precisa somente de alguns cuidados para garantir a quali-dade da água, quando for usada como água potável:

o sistema de filtragem deve retirar os materiais orgâni-cos, para que não haja decomposição posteriormente;

o reservatório deve ser fechado, para evitar incidência da luz solar e reduzir a quantidade de oxigênio em con-tato com a água, pois ambos – luz solar e oxigênio - ali-mentam a formação de algas.

Nas indústrias, a água de chuva pode substituir a água po-tável em usos de grande consumo, tais como: resfriamen-to de equipamentos, irrigação de jardins, lavagem de pi-sos, higienização de veículos e outros. Além disso, devido às suas características, a água de chuva não gera incrusta-ções nas tubulações e nos equipamentos.

Algumas cidades estão aprovando lei que obriga as novas edificações a captarem a água de chuva e utilizarem nas descargas de vasos sanitários, lavagem de pisos, irrigação de jardins e em outros fins não-potáveis. A água de chuva pode ser utilizada em residências, edifícios, instalações co-merciais e, principalmente, indústrias.

O sistema gera redução nos gastos com água tratada e, o mais importante, proporciona inúmeros benefícios ecoló-gicos:

evita que água tratada seja utilizada desnecessaria-mente para fins não potáveis como irrigação de jar-dins, lavagem de pisos, piscinas, descargas sanitárias, processos industriais, etc;

reduz o volume de água captada para tratamento e, conseqüentemente, preserva os mananciais de abas-tecimento;

reduz a incidência de enchentes;

favorece a recarga do lençol freático.

Sempre que possível, os estacionamentos e pátios dos edi-fícios devem ser arborizados e pavimentados com brita ou outro tipo de piso vazado, que permitem a infiltração da água de chuva e reduzem o calor irradiado por esse tipo de área. Observe se não há vazamentos de óleo nos veículos automotores, para evitar contaminação do solo.

Esses sistemas incluem Programas de Gestão ou Programas de Combate ao Desperdício, destinados ao uso racional dos recursos, como sugerido nos itens ante-riores.

De modo geral, resultam em economia nas compras, no consumo de água e energia, no controle e prevenção de poluição e outros benefícios.

Sugira ou instale sistemas para reutilizar a água, usando qualquer método já disponível ou construa o seu, adap-tado às características de sua empresa ou instituição.

Vigie as torneiras de água para que estejam sempre fe-chadas, depois de usá-las ou após o uso por outra pes-soa.

Se achar conveniente, coloque ou sugira a colocação de adesivos com mensagens educativas e simpáticas, lem-brando a todos, de cada setor, para fechar bem as torne-iras e apagar as luzes ao sair por último do ambiente de trabalho.

No caso de indústrias, sugira ou ajude a instalação de me-didores de consumo de água nos diversos setores e pro-cessos. Se for preciso, experimente diferentes técnicas e equipamentos até confirmar quais resultados são me-lhores para cada situação específica.

Observe as descargas industriais: muitas vezes encare-cem os tratamentos de efluentes ou contaminam o meio ambiente ao redor das instalações.

Impeça de todas as maneiras a contaminação de aqüífe-ros ou corpos d´água superficiais evitando, por exem-plo, armazenar substâncias tóxicas de maneira inade-quada, que possam ser lavadas ou infiltradas pela chuva.

Adquira ou sugira a aquisição de equipamentos de alta pressão de água que permitam uma limpeza efetiva e com grande economia.

Cuide da água resultante da lavagem de qualquer objeto ou matéria-prima, fazendo algum tipo de tratamento ca-so contenha substâncias tóxicas, antes de deixar que re-gresse à natureza.

Observe a conveniência de implantar Sistema de Aproveitamento de Água de Chuva.

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Page 96: Manual de Uso Da Agua

Cuidados com a água em sua cidade

Observe se o serviço de saneamento de sua cidade realiza campanhas para reduzir o nível de consumo de água. Em cidades onde há abastecimento normal, a população ten-de ao consumo excessivo.

Procure saber o número telefônico do serviço de abasteci-mento de sua cidade para informar vazamentos que ob-servar em espaços públicos. Essas perdas afetam todos os moradores, tanto pela possível falta de água nas residên-cias, quanto pelo seu custo final.

Procure conhecer como é feita a gestão da água em sua ci-dade. Informe-se para poder contribuir.

Procure saber para onde vai o lixo que sai de sua casa.

Procure, com sua família ou com seus colegas de trabalho ou funcionários, fazer um plano para cuidar das águas contaminadas pelos lixões. Comece por reduzir a quanti-dade de resíduos que vocês jogam fora.

Quando for separar aquilo que não é lixo, primeiro selecione o que pode ser reutilizado. Somente então, separe o que será reciclado e procure uma associação de catadores, ferro-velho, loja de móveis usados ou outra empresa que compre esse material.

Você sabia que...

No município, a oferta e a demanda de água devem ser equilibradas racionalmente e deve-se prestar um serviço eficiente e controlado. É sabido que na distribuição local da água existem perdas consideráveis devido a grandes fu-gas nas canalizações principais e nas instalações clandes-tinas.

Um estudo realizado em 15 cidades latino-americanas mostrou que os sistemas municipais perdiam entre 40 e 70 % da água. As soluções para este problema permitiri-am uma grande economia de água e uma maior eficiência no serviço.

Você sabia que...

Cada brasileiro produz, em média 700g de lixo por dia, po-dendo chegar a muito mais. Todos geram algum tipo de re-síduo, mas alguns geram mais do que outros, dependen-do de seu estilo de vida e de seu grau de conscientização a respeito desse assunto.

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Page 97: Manual de Uso Da Agua

Cuidados com a água em sua cidade

Observe se o serviço de saneamento de sua cidade realiza campanhas para reduzir o nível de consumo de água. Em cidades onde há abastecimento normal, a população ten-de ao consumo excessivo.

Procure saber o número telefônico do serviço de abasteci-mento de sua cidade para informar vazamentos que ob-servar em espaços públicos. Essas perdas afetam todos os moradores, tanto pela possível falta de água nas residên-cias, quanto pelo seu custo final.

Procure conhecer como é feita a gestão da água em sua ci-dade. Informe-se para poder contribuir.

Procure saber para onde vai o lixo que sai de sua casa.

Procure, com sua família ou com seus colegas de trabalho ou funcionários, fazer um plano para cuidar das águas contaminadas pelos lixões. Comece por reduzir a quanti-dade de resíduos que vocês jogam fora.

Quando for separar aquilo que não é lixo, primeiro selecione o que pode ser reutilizado. Somente então, separe o que será reciclado e procure uma associação de catadores, ferro-velho, loja de móveis usados ou outra empresa que compre esse material.

Você sabia que...

No município, a oferta e a demanda de água devem ser equilibradas racionalmente e deve-se prestar um serviço eficiente e controlado. É sabido que na distribuição local da água existem perdas consideráveis devido a grandes fu-gas nas canalizações principais e nas instalações clandes-tinas.

Um estudo realizado em 15 cidades latino-americanas mostrou que os sistemas municipais perdiam entre 40 e 70 % da água. As soluções para este problema permitiri-am uma grande economia de água e uma maior eficiência no serviço.

Você sabia que...

Cada brasileiro produz, em média 700g de lixo por dia, po-dendo chegar a muito mais. Todos geram algum tipo de re-síduo, mas alguns geram mais do que outros, dependen-do de seu estilo de vida e de seu grau de conscientização a respeito desse assunto.

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Page 98: Manual de Uso Da Agua

A maior parte do lixo é orgânica: cascas de frutas e legu-mes, restos de comida, podas de jardim e outras. Tudo is-so pode ser transformado em adubo ou composto, mas, na maioria das vezes, é jogado fora da casa, transporta-do até lixões e acaba contaminando as águas, pela infil-tração do chorume (líquido negro) gerado em sua de-composição.

No Brasil, das 125 mil toneladas de lixo urbano produzi-das anualmente, 76% vai parar nos lixões a céu aberto, contaminando o meio ambiente e prejudicando a saúde pública. Muitas vezes, a chuva leva parte dos resíduos para os córregos ou nascentes.

Parte desses resíduos poderia ter sido vendida para in-dústrias que reciclam papel, alumínio, plástico, vidro, metais e alguns outros materiais. Parte poderia ter sido transformada em belos artesanatos ou utensílios do-mésticos. E ainda outra parte poderia ter sido evitada, se as pessoas usassem menos produtos descartáveis e evitassem tantas embalagens quando fazem suas com-pras. Parte poderia se tornar adubo orgânico.

Uma tonelada de papel reciclado evita o corte de cerca de 20 árvores, economiza 8 mil litros de água e ainda so-bra em torno de 3 metros cúbicos de espaço disponível nos aterros sanitários para outros resíduos, ao longo do tempo. Um quilo de vidro reutilizado evita a extração de 6 quilos de areia dos rios e a energia economizada com a reciclagem de uma única garrafa de vidro é suficiente para manter acesa uma lâmpada de 100 W durante 4 ho-ras. Ou seja: quando uma pessoa cuida do lixo de sua ca-sa, está cuidando das águas de seu município, tanto em termos de qualidade, quanto em termos de quantidade, deixando bastante para seus filhos.

Procure saber para onde vai a água que sai de sua casa pelos ralos e vasos sanitários. Se essa água está indo pa-ra os córregos ou rios, a poluição das águas aumenta ca-da vez que alguém jogar alguma substância tóxica na pia ou no vaso sanitário – venenos, remédios, detergen-tes que não são biodegradáveis, restos de comida e mui-to mais.

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A maior parte do lixo é orgânica: cascas de frutas e legu-mes, restos de comida, podas de jardim e outras. Tudo is-so pode ser transformado em adubo ou composto, mas, na maioria das vezes, é jogado fora da casa, transporta-do até lixões e acaba contaminando as águas, pela infil-tração do chorume (líquido negro) gerado em sua de-composição.

No Brasil, das 125 mil toneladas de lixo urbano produzi-das anualmente, 76% vai parar nos lixões a céu aberto, contaminando o meio ambiente e prejudicando a saúde pública. Muitas vezes, a chuva leva parte dos resíduos para os córregos ou nascentes.

Parte desses resíduos poderia ter sido vendida para in-dústrias que reciclam papel, alumínio, plástico, vidro, metais e alguns outros materiais. Parte poderia ter sido transformada em belos artesanatos ou utensílios do-mésticos. E ainda outra parte poderia ter sido evitada, se as pessoas usassem menos produtos descartáveis e evitassem tantas embalagens quando fazem suas com-pras. Parte poderia se tornar adubo orgânico.

Uma tonelada de papel reciclado evita o corte de cerca de 20 árvores, economiza 8 mil litros de água e ainda so-bra em torno de 3 metros cúbicos de espaço disponível nos aterros sanitários para outros resíduos, ao longo do tempo. Um quilo de vidro reutilizado evita a extração de 6 quilos de areia dos rios e a energia economizada com a reciclagem de uma única garrafa de vidro é suficiente para manter acesa uma lâmpada de 100 W durante 4 ho-ras. Ou seja: quando uma pessoa cuida do lixo de sua ca-sa, está cuidando das águas de seu município, tanto em termos de qualidade, quanto em termos de quantidade, deixando bastante para seus filhos.

Procure saber para onde vai a água que sai de sua casa pelos ralos e vasos sanitários. Se essa água está indo pa-ra os córregos ou rios, a poluição das águas aumenta ca-da vez que alguém jogar alguma substância tóxica na pia ou no vaso sanitário – venenos, remédios, detergen-tes que não são biodegradáveis, restos de comida e mui-to mais.

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pois, com as chuvas, boa parte infiltra nos lençóis sub-terrâneos de água ou são carregados para os rios.

Curiosidade – Barraginhas

Com o objetivo de recuperar áreas degradadas pelo es-corrimento das águas de chuvas sobre solos compac-tados, desenvolveu-se a tecnologia social que consiste na construção de barraginhas contentoras de enxur-radas. Esse processo, num primeiro momento, freia a de-gradação do solo, evitando a desertificação e, num se-gundo momento, reabastece o lençol freático, revitaliza mananciais, nascentes e córregos, suavizando a seca. As barraginhas podem ser complementadas com curvas de nível, outro mecanismo para contenção de erosões, as-soreamentos e fontes poluidoras veiculadas pelas águas.

Esse sistema força a recarga das reservas subterrâneas e armazena água de boa qualidade no solo, por meio da infiltração ocorrida durante o ciclo chuvoso. Isso ameniza os efeitos das secas e veranicos em lavouras lo-calizadas em partes úmidas de baixadas. Além disso, permite-se o plantio de pomares, hortas e canaviais nas partes baixas das barraginhas, bem como a construção de cacimbas e cisternas para o fornecimento de água para consumo humano e animal, diminuindo ou elimi-nando a necessidade do caminhão pipa nessas regiões.

Conheça mais em http://www.embrapa.br

O projeto gera renda, emprego, sustentabilidade agrícola e fortalecimento regional, levando à redução do êxodo rural.

Cuidados com a água na área rural

Nivele suas terras para assegurar a uniformidade e uma melhor distribuição da água no solo e nas plantas. Sempre que puder, use curvas de nível, para que a água de chuva seja retida, evitando erosão e aumentando a ca-pacidade de infiltração no solo.

Adote a técnica de irrigação mais adequada para con-seguir uma economia mais significativa de água. Solicite assessoria especializada dos órgãos de apoio à agri-cultura do seu município ou estado, sem custos ou a custos que se recuperam rapidamente, para alcançar os benefícios do bom manejo do solo e da água em sua pro-priedade.

Conscientize-se de que, muitas vezes, o custo que paga pelo uso da água é inferior do que seu valor verdadeiro, e que chegará o momento em que custará muito mais, em caso de escassez. Por isso, prepare-se, com técnicas e equipamentos, para usá-la bem.

Aproveite ao máximo a água de chuva e somente irrigue quando necessário. Aproveite técnicas que evitam perdas, desperdícios e evaporação. Consulte os especia-listas.

Instale equipamentos de medição das vazões para con-trolar adequadamente as quantidades de água apli-cadas em sua lavoura.

Não use agrotóxicos sem supervisão técnica pois essas substâncias podem fazer mal não somente à saúde das pessoas, mas também contaminam as águas da região,

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pois, com as chuvas, boa parte infiltra nos lençóis sub-terrâneos de água ou são carregados para os rios.

Curiosidade – Barraginhas

Com o objetivo de recuperar áreas degradadas pelo es-corrimento das águas de chuvas sobre solos compac-tados, desenvolveu-se a tecnologia social que consiste na construção de barraginhas contentoras de enxur-radas. Esse processo, num primeiro momento, freia a de-gradação do solo, evitando a desertificação e, num se-gundo momento, reabastece o lençol freático, revitaliza mananciais, nascentes e córregos, suavizando a seca. As barraginhas podem ser complementadas com curvas de nível, outro mecanismo para contenção de erosões, as-soreamentos e fontes poluidoras veiculadas pelas águas.

Esse sistema força a recarga das reservas subterrâneas e armazena água de boa qualidade no solo, por meio da infiltração ocorrida durante o ciclo chuvoso. Isso ameniza os efeitos das secas e veranicos em lavouras lo-calizadas em partes úmidas de baixadas. Além disso, permite-se o plantio de pomares, hortas e canaviais nas partes baixas das barraginhas, bem como a construção de cacimbas e cisternas para o fornecimento de água para consumo humano e animal, diminuindo ou elimi-nando a necessidade do caminhão pipa nessas regiões.

Conheça mais em http://www.embrapa.br

O projeto gera renda, emprego, sustentabilidade agrícola e fortalecimento regional, levando à redução do êxodo rural.

Cuidados com a água na área rural

Nivele suas terras para assegurar a uniformidade e uma melhor distribuição da água no solo e nas plantas. Sempre que puder, use curvas de nível, para que a água de chuva seja retida, evitando erosão e aumentando a ca-pacidade de infiltração no solo.

Adote a técnica de irrigação mais adequada para con-seguir uma economia mais significativa de água. Solicite assessoria especializada dos órgãos de apoio à agri-cultura do seu município ou estado, sem custos ou a custos que se recuperam rapidamente, para alcançar os benefícios do bom manejo do solo e da água em sua pro-priedade.

Conscientize-se de que, muitas vezes, o custo que paga pelo uso da água é inferior do que seu valor verdadeiro, e que chegará o momento em que custará muito mais, em caso de escassez. Por isso, prepare-se, com técnicas e equipamentos, para usá-la bem.

Aproveite ao máximo a água de chuva e somente irrigue quando necessário. Aproveite técnicas que evitam perdas, desperdícios e evaporação. Consulte os especia-listas.

Instale equipamentos de medição das vazões para con-trolar adequadamente as quantidades de água apli-cadas em sua lavoura.

Não use agrotóxicos sem supervisão técnica pois essas substâncias podem fazer mal não somente à saúde das pessoas, mas também contaminam as águas da região,

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Água e Floresta

Proteja e ajude a proteger locais onde existam florestas, matas e bosques. É preciso preservar para manter a quan-tidade de água de que precisamos para nosso abasteci-mento, para a irrigação e outros usos.

Peça orientação a engenheiros florestais de órgãos gover-namentais quando for necessária alguma retirada de árvore dessas áreas. Ele informará sobre como fazer isso de forma cuidadosa e sobre onde reflorestar para com-pensar a perda.

Promova a recomposição da mata ou vegetação nativa, es-pecialmente em: áreas de recarga, que são os topos de morro, algumas encostas e terrenos arenosos; margens de corpos d´água que devem estar cobertas por mata ciliar ou de galeria; e áreas sujeitas a erosão.

Promova o uso de produtos e, se for o caso, empregue pro-cessos industriais que não propiciem o desmatamento de florestas.

Plante sempre, evite impermeabilizar o solo.

Proteja as nascentes.

Toda erosão é resultado da ação de chuva ou outro tipo de água corrente, que vai levando partículas do solo para outro lugar mais baixo, quase sempre um córrego, lagoa ou rio, assoreando-o. É preciso combater a erosão para ga-rantir água limpa.

As matas ciliares são importantes especialmente em áreas de agricultura intensa, pois evitam que as enxurradas levem os agrotóxicos e nutrientes diretamente para a água dos rios, mudando suas características e sua quali-dade.

Você sabia que...

As florestas, matas ou bosques são fundamentais no con-trole da quantidade e qualidade de água doce no planeta. Quando chove, as águas vão lentamente se infiltrando no solo das florestas, contribuindo naturalmente para o ar-mazenamento de grande quantidade de água subter-rânea que abastecem os poços e as nascentes que formam rios, córregos e represas.

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Recuperação de mata ciliar em 3 anos | Atalanta | SC

Recuperação de mata ciliar em 1 ano | Atalanta | SC

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Água e Floresta

Proteja e ajude a proteger locais onde existam florestas, matas e bosques. É preciso preservar para manter a quan-tidade de água de que precisamos para nosso abasteci-mento, para a irrigação e outros usos.

Peça orientação a engenheiros florestais de órgãos gover-namentais quando for necessária alguma retirada de árvore dessas áreas. Ele informará sobre como fazer isso de forma cuidadosa e sobre onde reflorestar para com-pensar a perda.

Promova a recomposição da mata ou vegetação nativa, es-pecialmente em: áreas de recarga, que são os topos de morro, algumas encostas e terrenos arenosos; margens de corpos d´água que devem estar cobertas por mata ciliar ou de galeria; e áreas sujeitas a erosão.

Promova o uso de produtos e, se for o caso, empregue pro-cessos industriais que não propiciem o desmatamento de florestas.

Plante sempre, evite impermeabilizar o solo.

Proteja as nascentes.

Toda erosão é resultado da ação de chuva ou outro tipo de água corrente, que vai levando partículas do solo para outro lugar mais baixo, quase sempre um córrego, lagoa ou rio, assoreando-o. É preciso combater a erosão para ga-rantir água limpa.

As matas ciliares são importantes especialmente em áreas de agricultura intensa, pois evitam que as enxurradas levem os agrotóxicos e nutrientes diretamente para a água dos rios, mudando suas características e sua quali-dade.

Você sabia que...

As florestas, matas ou bosques são fundamentais no con-trole da quantidade e qualidade de água doce no planeta. Quando chove, as águas vão lentamente se infiltrando no solo das florestas, contribuindo naturalmente para o ar-mazenamento de grande quantidade de água subter-rânea que abastecem os poços e as nascentes que formam rios, córregos e represas.

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Recuperação de mata ciliar em 3 anos | Atalanta | SC

Recuperação de mata ciliar em 1 ano | Atalanta | SC

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BIOMA – Estruturas ecológicas com fisionomias distintas de solo e clima, e com estruturas florestais e de fauna ca-racterísticas, que se distribuem ao longo de um território.

CENÁRIOS - São imagens de futuro configuradas a partir da “combinação coerente de hipóteses" sobre os prováveis comportamentos de variáveis determinantes de um siste-ma. Trata-se da descrição de um futuro - possível, imaginá-vel ou desejável – para um objeto e seu contexto, e do cami-nho ou trajetória que o conecta com a situação de origem. Cenários são estórias sobre a maneira como o mundo (ou uma parte dele) poderá se mover e se comportar num hori-zonte de tempo futuro.

CONDICIONANTES DO FUTURO - São as variáveis percebi-das como relevantes para a Região Hidrográfica, que pro-vocam mudanças ou descontinuidades significativas na tra-jetória rumo ao futuro.

CORPO D'ÁGUA – Qualquer rio, córrego, riacho, lago, la-goa, brejo ou aqüífero.

DEJETO – Denominação genérica para qualquer tipo de produto residual, excretas, restos, resíduos ou lixo.

DESERTIFICAÇÃO – Processo de degradação ambiental que ocorre nas regiões áridas, semi-áridas e sub-úmidas se-cas do globo, resultante de variações climáticas e, princi-palmente, por ação antrópica, com impactos negativos imediatos na qualidade de vida da população.

DIRETRIZES - São as instruções que norteiam o estabeleci-mento de ações para se alcançar o objetivo do Plano (ex.: promover a melhoria da oferta de água em quantidade e qualidade nos grandes centros urbanos).

EFLUENTE – Rejeito industrial ou doméstico na forma líqui-da ou gasosa, lançado no ambiente.

EMPODERAMENTO – Criação de poder nos sem-poder, so-cialização do poder entre todos os cidadãos e reforço da ci-dadania ativa junto aos movimentos sociais.

EROSÃO – Desgaste do solo devido ao vento, à chuva, ou a outras forças da natureza. A erosão pode ser acelerada pe-la ação humana.

GLOSSÁRIO

AFLUENTE - Ou tributário, qualquer curso de água que deságüe em um rio principal, lago, ou lagoa.

ÁGUA – Fase líquida de um composto químico formado por aproximadamente 2 partes de hidrogênio e 16 partes de oxigênio, em peso. A natureza contém pequenas quantidades de água pesada, gases e sólidos (sobretudo sais) em solução.

ÁGUA DOCE - Água que ocorre na natureza com baixa concentração de sais ou geralmente considerada ade-quada para produzir água potável

ÁGUA SALGADA - Água onde a concentração de sais é re-lativamente elevada (mais de 10.000mg/l)

AQÜIFERO – Formação geológica capaz de armazenar e fornecer quantidades significativas de água. Representa um reservatório de água subterrânea.

ÁGUA POTÁVEL - Água que, em função de suas qualida-des químicas, físicas e biológicas e de suas características de odor e sabor, são próprias para consumo humano.

ANTRÓPICO – Ação realizada pelo ser humano em suas atividades de ocupação do território, produção econômi-ca e no convívio com o ambiente natural.

ASSOREAMENTO - É o processo de obstrução de rios, ca-nais, lagos, represas por areia, argila e/ou outros sedi-mentos.

ATOR SOCIAL – Indivíduo ou instituição que representa algo para a sociedade, encarna um papel, uma idéia, um projeto, uma reivindicação, uma promessa, uma denún-cia, dentro de um cenário.

ATORES RELEVANTES - São grupos de influência com in-teresse direto no sistema em estudo que tenham capaci-dade de influir sobre outros atores e nas variáveis.

AUTODEPURAÇÃO DA ÁGUA - Processo natural de puri-ficação da água, que reduz a poluição orgânica e restitui o oxigênio consumido.

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Page 105: Manual de Uso Da Agua

BIOMA – Estruturas ecológicas com fisionomias distintas de solo e clima, e com estruturas florestais e de fauna ca-racterísticas, que se distribuem ao longo de um território.

CENÁRIOS - São imagens de futuro configuradas a partir da “combinação coerente de hipóteses" sobre os prováveis comportamentos de variáveis determinantes de um siste-ma. Trata-se da descrição de um futuro - possível, imaginá-vel ou desejável – para um objeto e seu contexto, e do cami-nho ou trajetória que o conecta com a situação de origem. Cenários são estórias sobre a maneira como o mundo (ou uma parte dele) poderá se mover e se comportar num hori-zonte de tempo futuro.

CONDICIONANTES DO FUTURO - São as variáveis percebi-das como relevantes para a Região Hidrográfica, que pro-vocam mudanças ou descontinuidades significativas na tra-jetória rumo ao futuro.

CORPO D'ÁGUA – Qualquer rio, córrego, riacho, lago, la-goa, brejo ou aqüífero.

DEJETO – Denominação genérica para qualquer tipo de produto residual, excretas, restos, resíduos ou lixo.

DESERTIFICAÇÃO – Processo de degradação ambiental que ocorre nas regiões áridas, semi-áridas e sub-úmidas se-cas do globo, resultante de variações climáticas e, princi-palmente, por ação antrópica, com impactos negativos imediatos na qualidade de vida da população.

DIRETRIZES - São as instruções que norteiam o estabeleci-mento de ações para se alcançar o objetivo do Plano (ex.: promover a melhoria da oferta de água em quantidade e qualidade nos grandes centros urbanos).

EFLUENTE – Rejeito industrial ou doméstico na forma líqui-da ou gasosa, lançado no ambiente.

EMPODERAMENTO – Criação de poder nos sem-poder, so-cialização do poder entre todos os cidadãos e reforço da ci-dadania ativa junto aos movimentos sociais.

EROSÃO – Desgaste do solo devido ao vento, à chuva, ou a outras forças da natureza. A erosão pode ser acelerada pe-la ação humana.

GLOSSÁRIO

AFLUENTE - Ou tributário, qualquer curso de água que deságüe em um rio principal, lago, ou lagoa.

ÁGUA – Fase líquida de um composto químico formado por aproximadamente 2 partes de hidrogênio e 16 partes de oxigênio, em peso. A natureza contém pequenas quantidades de água pesada, gases e sólidos (sobretudo sais) em solução.

ÁGUA DOCE - Água que ocorre na natureza com baixa concentração de sais ou geralmente considerada ade-quada para produzir água potável

ÁGUA SALGADA - Água onde a concentração de sais é re-lativamente elevada (mais de 10.000mg/l)

AQÜIFERO – Formação geológica capaz de armazenar e fornecer quantidades significativas de água. Representa um reservatório de água subterrânea.

ÁGUA POTÁVEL - Água que, em função de suas qualida-des químicas, físicas e biológicas e de suas características de odor e sabor, são próprias para consumo humano.

ANTRÓPICO – Ação realizada pelo ser humano em suas atividades de ocupação do território, produção econômi-ca e no convívio com o ambiente natural.

ASSOREAMENTO - É o processo de obstrução de rios, ca-nais, lagos, represas por areia, argila e/ou outros sedi-mentos.

ATOR SOCIAL – Indivíduo ou instituição que representa algo para a sociedade, encarna um papel, uma idéia, um projeto, uma reivindicação, uma promessa, uma denún-cia, dentro de um cenário.

ATORES RELEVANTES - São grupos de influência com in-teresse direto no sistema em estudo que tenham capaci-dade de influir sobre outros atores e nas variáveis.

AUTODEPURAÇÃO DA ÁGUA - Processo natural de puri-ficação da água, que reduz a poluição orgânica e restitui o oxigênio consumido.

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Page 106: Manual de Uso Da Agua

METAS - São a quantificação do que se pretende realizar em um prazo estabelecido (ex.: enquadramento de todos os rios de domínio da União até o ano de 2015).

MONTANTE – Termo que se refere a uma área ou a um pon-to que fica acima de outro, ao se considerar um fluxo d'água. O contrario é jusante.

PROGRAMAS - São as instruções, meios e ações necessári-os à realização das diretrizes e à obtenção das metas, que ajudarão a enraizar socialmente e difundir as boas práticas de planejamento e gestão dos recursos hídricos (ex.: pro-grama de proteção e recuperação de mananciais).

SEDIMENTAÇÃO – Processo de deposição de partículas no leito de um corpo d'água.

SUSTENTABILIDADE – Processo de desenvolvimento por meio da utilização dos recursos naturais que possibilita a sa-tisfação das necessidades humanas, sem comprometer o capital natural e sem lesar o direito das gerações futuras de verem atendidas também as suas necessidades.

TRATAMENTO DE ÁGUA – Processo de alteração das carac-terísticas da água de determinado manancial, para possibi-litar seu uso. Termo geralmente utilizado para designar a conversão da água não potável em potável.

VARIÁVEIS - São fenômenos, fatos ou processos que ca-racterizam um determinado sistema (nossas 53 variáveis). Exemplos: crescimento demográfico; extensão territorial de um país; meios de transporte mais utilizados; reestrutu-ração industrial; desconcentração das atividades econômi-cas; instabilidade financeira; quantidade água superficial disponível; dinâmica de uso e ocupação do solo, etc.

VARIÁVEIS DEPENDENTES - Sofrem maior influência da configuração do sistema, ou seja, seu comportamento de-pende do comportamento de outras variáveis.

VARIÁVEIS MOTRIZES - Identificadas por sua capacidade de influir na conformação do sistema, ou seja, a variação de seu comportamento determina o comportamento de um conjunto de outras variáveis.

ESTUÁRIO – Foz de um rio ou baía, onde se misturam a água doce do rio e a água salgada do mar. Constituem um dos mais diversificados ecossistemas.

EUTROFIZAÇÃO – Processo de degradação das caracte-rísticas de um corpo d'água pelo aumento do nível de nu-trientes. Ocorre geralmente em lagos e lagoas, e resulta na superprodução de algas, na redução de oxigênio dis-solvido na água e na redução da biodiversidade aquática.

ÉTICA DO CUIDADO – Referente à conduta humana de compaixão e zelo pelo próximo e por toda a comunidade de vida. Sentimento de responsabilidade por tudo o que existe e vive.

ÉTICA INTERGERACIONAL – Compromisso com o bem estar das gerações atuais e futuras.

ÉTICA DA RESPONSABILIDADE – Princípio que deve norte-ar as ações da vida pública e se aplica a ações que envol-vam grupo de pessoas, de forma que cada pessoa envol-vida deve responder pelas conseqüências previsíveis das próprias ações. Todos os cidadãos são responsáveis pelo que é público e comum a todos.

IMPACTO AMBIENTAL – Alteração provocada ou induzi-da pelo ser humano, com efeito temporário ou perma-nente das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente.

INCERTEZAS CRÍTICAS - São os componentes de maior instabilidade e incerteza no curto e médio prazos, com significativos impactos futuros, que podem levar a im-portantes mudanças no quadro regional.

JUSANTE – Termo que se refere a uma área ou a um pon-to que fica abaixo de outro, ao se considerar um fluxo d'água. O contrario é montante.

MANANCIAL – Reserva de água, de superfície ou subter-rânea, utilizada para abastecimento humano, animal, in-dustrial ou para irrigação.

MEIO AMBIENTE - conjunto de condições, leis, influên-cias e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas for-mas.

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Page 107: Manual de Uso Da Agua

METAS - São a quantificação do que se pretende realizar em um prazo estabelecido (ex.: enquadramento de todos os rios de domínio da União até o ano de 2015).

MONTANTE – Termo que se refere a uma área ou a um pon-to que fica acima de outro, ao se considerar um fluxo d'água. O contrario é jusante.

PROGRAMAS - São as instruções, meios e ações necessári-os à realização das diretrizes e à obtenção das metas, que ajudarão a enraizar socialmente e difundir as boas práticas de planejamento e gestão dos recursos hídricos (ex.: pro-grama de proteção e recuperação de mananciais).

SEDIMENTAÇÃO – Processo de deposição de partículas no leito de um corpo d'água.

SUSTENTABILIDADE – Processo de desenvolvimento por meio da utilização dos recursos naturais que possibilita a sa-tisfação das necessidades humanas, sem comprometer o capital natural e sem lesar o direito das gerações futuras de verem atendidas também as suas necessidades.

TRATAMENTO DE ÁGUA – Processo de alteração das carac-terísticas da água de determinado manancial, para possibi-litar seu uso. Termo geralmente utilizado para designar a conversão da água não potável em potável.

VARIÁVEIS - São fenômenos, fatos ou processos que ca-racterizam um determinado sistema (nossas 53 variáveis). Exemplos: crescimento demográfico; extensão territorial de um país; meios de transporte mais utilizados; reestrutu-ração industrial; desconcentração das atividades econômi-cas; instabilidade financeira; quantidade água superficial disponível; dinâmica de uso e ocupação do solo, etc.

VARIÁVEIS DEPENDENTES - Sofrem maior influência da configuração do sistema, ou seja, seu comportamento de-pende do comportamento de outras variáveis.

VARIÁVEIS MOTRIZES - Identificadas por sua capacidade de influir na conformação do sistema, ou seja, a variação de seu comportamento determina o comportamento de um conjunto de outras variáveis.

ESTUÁRIO – Foz de um rio ou baía, onde se misturam a água doce do rio e a água salgada do mar. Constituem um dos mais diversificados ecossistemas.

EUTROFIZAÇÃO – Processo de degradação das caracte-rísticas de um corpo d'água pelo aumento do nível de nu-trientes. Ocorre geralmente em lagos e lagoas, e resulta na superprodução de algas, na redução de oxigênio dis-solvido na água e na redução da biodiversidade aquática.

ÉTICA DO CUIDADO – Referente à conduta humana de compaixão e zelo pelo próximo e por toda a comunidade de vida. Sentimento de responsabilidade por tudo o que existe e vive.

ÉTICA INTERGERACIONAL – Compromisso com o bem estar das gerações atuais e futuras.

ÉTICA DA RESPONSABILIDADE – Princípio que deve norte-ar as ações da vida pública e se aplica a ações que envol-vam grupo de pessoas, de forma que cada pessoa envol-vida deve responder pelas conseqüências previsíveis das próprias ações. Todos os cidadãos são responsáveis pelo que é público e comum a todos.

IMPACTO AMBIENTAL – Alteração provocada ou induzi-da pelo ser humano, com efeito temporário ou perma-nente das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente.

INCERTEZAS CRÍTICAS - São os componentes de maior instabilidade e incerteza no curto e médio prazos, com significativos impactos futuros, que podem levar a im-portantes mudanças no quadro regional.

JUSANTE – Termo que se refere a uma área ou a um pon-to que fica abaixo de outro, ao se considerar um fluxo d'água. O contrario é montante.

MANANCIAL – Reserva de água, de superfície ou subter-rânea, utilizada para abastecimento humano, animal, in-dustrial ou para irrigação.

MEIO AMBIENTE - conjunto de condições, leis, influên-cias e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas for-mas.

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Page 108: Manual de Uso Da Agua

Ministério do Meio Ambiente. Glossário de Termos Referentes à Gestão de Recursos Hídricos Fronteiriços e Transfronteiriços. Brasília: MMA, 2006.74p.

PÉREZ-STADELMANN, Cristina. “Los Contrastes Azules”. In: Suplemento Especial de el Universal . México, 15 de marzo de 2006. p. 6

REBOUÇAS, A. de C. Águas doces no Brasil. São Paulo. Escrituras, 1999.

RIBEIRO, M. A. O Princípio Protetor-Recebedor. Revista Eco 21, n. 78, 2003.

RODRIGUEZ, S. K. Nossa Terra, nossa casa. CPRM, 1995.

ROMANO, D. et all. Gente cuidando das águas. Belo Horizonte. Mazza, 2002.

SENRA, J.B. Água, o desafio do terceiro milênio. in: Viana, G., Silva, M. e Diniz, N. O Desafio da Sustentabilidade. Fundação Perseu Abramo, 2001.

______ . Um Brasil ambientalmente melhor. Revista Eco 21, n. 77, 2003.

WHO/UNICEF Joint Monitoring Programme.Executive Summary of the WWDR, 2002. Updated in September 2002

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AVRITZER, L. Governo Lula e o desafio da participação. Revista Teoria e Debate. Fundação Perseu Abramo, 2003.

BOFF, L. Ética e gestão das águas. Palestra proferida no Seminário “Água, Desenvolvimento e Justiça Ambiental” – Brasília – MMA, 2003.

______ . Saber cuidar: Ética do humano – compaixão pela terra. Vozes, 1999.

BORDENAVE, J. E. D. O que é participação – Coleção Primeiros Passos. Brasiliense, 1994.

CAIRNCROSS, S. E FEACHEM, R.G. Environmental he-alth engineering in the tropics: an introductory text. 2a edição, 1993.

CAMARGO, A., CAPOBIANCO, J. P. R., OLIVEIRA, J. A. P. de. Meio ambiente Brasil: avanços e obstáculos pós Rio-Rio de Janeiro. FGV, 2002.

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MALVEZZI, R. Bendita água. Cáritas Brasileira e Comissão Pastoral da Terra - CPT. Terra, 2003

Ministério do Meio Ambiente. Fortalecendo o Sistema Nacional do Meio Ambiente. Conferência Nacional do Meio Ambiente – Documento Base, 2003.

Ministério do Meio Ambiente. Consumo sustentável: manual de educação. IDEC, 2002.

Ministério do Meio Ambiente. Águas subterrâneas: Programa de Águas Subterrâneas / Brasília: MMA, 2001.21p.

Ministério do Meio Ambiente. Documento de Introdução – PNRH. Iniciando um Processo de Debate Nacional. Brasília: MMA, 2005.51p.

Page 109: Manual de Uso Da Agua

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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