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Manual de validação, verificação/confirmação de desempenho, estimativa da incerteza de medição e controle de qualidade intralaboratorial Divisão de Ensaios Químicos Coordenação-Geral de Apoio Laboratorial DEQ/CGAL Nov/2014

Manual de Validacao IQA e IQI Nov2014

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Validação ao INMETRO

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  • Manual de validao, verificao/confirmao de desempenho,

    estimativa da incerteza de medio e controle de qualidade intralaboratorial

    Diviso de Ensaios Qumicos Coordenao-Geral de Apoio Laboratorial

    DEQ/CGAL Nov/2014

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    Sumrio Parte 01 - Introduo e requisitos gerais............................................................................. 3

    1.0 Propsito ........................................................................................................................ 3 2.0 Escopo ........................................................................................................................... 3 3.0 Responsabilidades ......................................................................................................... 3

    3.1 Evitando contaminao ..................................................................................... 4 3.2 Padres de Trabalho (Analticos), de Referncia e MRC ................................. 4 3.3 Rastreabilidade de Padres de Trabalho (Analticos) ...................................... 5 3.4 Preparao, Uso e Armazenamento de Solues Padro .................................. 5 3.5 Reagentes e suas Solues ................................................................................ 6 3.6 Recepo, Armazenamento e Preparao de Amostras .................................... 6 3.7 Desenvolvimento e Otimizao do Procedimento Analtico ............................ 7 3.8 Validao de Procedimentos Analticos ............................................................ 8 3.9 Condues do Processo de validao e verificao/confirmao de

    desempenho ..................................................................................................... 11

    3.10 Rastreabilidade Metrolgica ......................................................................... 12 Parte 02 Validao de mtodos para as reas IQA (Identidade e Qualidade de Alimentos e IQI (Identidade e Qualidade de Insumos)....................................................14

    1.0 Introduo .................................................................................................................... 14

    1.1 Campo de aplicao........................................................................................14

    1.2 Validao e Verificao/Confirmao de desempenho (itens 5.4.2 e 5.4.5 da

    ISO/IEC 17025:2005) ................................................................................................... 14

    1.3 Clculo de Incerteza (item 5.4.6 da ISO/IEC 17025:2005)...........................14

    1.4 Controle de Qualidade (item 5.9 da ISO/IEC 17025:2005)...........................14

    2.0 Objetivos ..................................................................................................................... 14

    3.0 Procedimentos ............................................................................................................ 15

    3.1 Verificao/confirmao de desempenho ...................................................... 15

    3.2 Validao intralaboratorial.............................................................................15

    3.2.1 Clculos e Critrios ........................................................................... 16

    3.2.1.1 Linearidade e faixa de trabalho ...................................................... 16

    3.2.1.2 Seletividade ................................................................................... 17

    3.2.1.3 Preciso (repetitividade) / Exatido ............................................... 17

    3.2.1.4 Preciso intermediria .................................................................... 19

    3.2.1.5 Limite de quantificao .................................................................. 19

    3.2.1.6 Teste de robustez ............................................................................ 20

    3.3 Clculo de incerteza de medio (abordagens bottom up e validation based)..............................................................................................................................21

    3.3.1 Incerteza da Linearidade (curva de calibrao) ................................ 21

    3.3.2 Incerteza da preciso intermediria ................................................... 22

    3.3.3 Incerteza de equipamentos ................................................................ 23

    3.3.4 Incerteza de solues ......................................................................... 23

    3.3.5 Clculo da incerteza combinada e expandida .................................... 24

    3.4 Controle de Qualidade....................................................................................24

    3.4.1 Cartas de controle das mdias ........................................................... 25

    3.4.2 Cartas de controle de amplitude ........................................................ 26

    Anexo A Fluxograma Validao, Verificao/Confirmao de Desempenho .............. 27 Anexo B Especificidades de mtodos de IQA e IQI ..................................................... 28

    B.1 Determinao de teor de Medicamentos Veterinrios ................................... 29

    B.2 Anlise de Histamina para controle de pescado e seus derivados ................. 32

    Anexo C Glossrio ........................................................................................................ 33 Anexo D Referncias Bibliogrficas ............................................................................. 36

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    Parte 01 - Introduo e requisitos gerais 1.0 Propsito Definir os procedimentos para verificao/confirmao de desempenho de mtodos normalizados, validao de mtodos no normalizados, clculo da incerteza com base nestes resultados (quando aplicvel) e ferramentas para controle de qualidade intralaboratorial dos resultados na rotina. Este Manual foi elaborado com o objetivo de estabelecer parmetros e critrios de

    aceitao aplicveis validao de mtodos analticos e rotina analtica dos

    laboratrios pblicos e privados que pertencem ou desejam pertencer Rede Nacional

    de Laboratrios Agropecurios (que compreendem os Lanagros e laboratrios

    credenciados).

    A validao, verificao de desempenho, clculo de incerteza e controle de qualidade intralaboratorial, segundo os requerimentos deste Manual, visa garantir a qualidade metrolgica dos resultados analticos, conferindo-lhes rastreabilidade, comparabilidade e confiabilidade. 2.0 Escopo Este Manual aplica-se s reas abaixo relacionadas, as quais pertencem Diviso de Ensaios Qumicos da Coordenao Geral de Apoio Laboratorial que compreende: rea de Identidade e Qualidade de Alimentos - IQA:

    Fsico-Qumica de Bebidas e Vinagres - BEV

    Fsico-Qumica de Produtos de Origem Animal e gua POA Fsico-Qumica de Produtos de Origem Vegetal POV

    rea de Identidade e Qualidade de Insumos - IQI:

    Agrotxicos e Afins AGR Fertilizantes e Afins FER Medicamentos Veterinrios e Afins MEV Fsico-Qumica de Alimentos para Animais ALA

    3.0 Responsabilidades

    Os parmetros e critrios descritos neste documento devem ser observados por todos

    os laboratrios que realizam ensaios pertencentes Rede Nacional de Laboratrios

    Agropecurios, atuantes nas reas mencionadas no item 2.0.

    Laboratrios que pretendam solicitar credenciamento ou ampliao de escopo nessas

    reas tambm devem atender aos requerimentos presentes neste Manual.

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    Alteraes nos procedimentos de validao, parmetros e critrios estabelecidos

    podero ser necessrios devido especificidade de determinados mtodos de ensaio

    ou peculiaridades do laboratrio. Nestes casos, modificaes podero ser

    consideradas desde que sejam adequadamente justificadas, garantindo sua

    consistncia cientfica e conceitual com os princpios deste Manual e o no

    comprometimento da rastreabilidade, da comparabilidade e da confiabilidade dos

    resultados analticos gerados.

    3.1 Evitando Contaminao

    O laboratrio e as reas afins (recepo, armazenamento de amostras,

    armazenamento de reagentes, lavagem de vidrarias e instrumentos, sala de preparo e

    extrao, descarte em geral) necessitam ser planejados tendo em vista diminuir ao

    mximo a possibilidade de contaminaes.

    Procedimentos operacionais devem ser escritos de forma a padronizar todas as

    operaes realizadas, contemplando desde a recepo das amostras at a emisso

    dos resultados. Sempre que possvel, o fluxo de amostras, instrumentos, reagentes e

    vidrarias deve ser unidirecional.

    Reagentes e solues de altas concentraes devem ser manipulados em locais

    distintos daqueles onde so preparadas as solues de baixa concentrao. Na

    impossibilidade deve ser demonstrada, por intermdio de controles, a ausncia de

    contaminao cruzada.

    Especial ateno deve ser dispensada ao sistema de exausto utilizado, de forma a

    minimizar os riscos de contaminao.

    O controle de insetos e roedores, no laboratrio e em suas proximidades, somente

    poder ser efetuado se devidamente autorizado pelo responsvel do laboratrio e

    deve ser feito sob seu controle, de preferncia, sem a utilizao de substncias

    qumicas volteis ou altamente impregnantes.

    Artigos de borracha, plsticos e lubrificantes so fontes frequentes de interferncia e

    devem ser usados com cautela. Quando necessrio, o selamento de recipientes deve

    ser feito com PTFE Politetrafluoroetileno (teflon) ou silicone.

    3.2 Padres de Trabalho (Analticos), de Referncia e MRC

    Na validao devem ser utilizados materiais/padres de referncia certificados,

    produzidos por produtores acreditados na ISO GUIA 34. Caso os materiais/padres

    certificados no estejam disponveis podem ainda ser empregados materiais de

    referncia internos, amostras fortificadas ou ainda amostras com valores conhecido.

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    A utilizao de material/padro de trabalho permitida, desde que o material/padro

    de trabalho seja, devidamente, rastrevel a um material/padro de referncia, que por

    sua vez tenha sido calibrado com um MRC.

    Os Materiais de referncia certificados MRC, materiais/padres de referncia,

    padres de trabalho (analticos) e demais padres devem ser armazenados em local

    seco, quando necessrio protegido da luz, de preferncia em baixas temperaturas e

    sempre sob condies controladas e monitoradas, visando diminuir as taxas de

    degradao, contaminao ou perdas por evaporao. As condies de

    armazenamento prescritas pelos fornecedores dos MRC e demais padres devem ser

    estritamente observadas.

    3.3 Rastreabilidade de Padres de Trabalho (Analticos)

    Os padres de trabalho (analticos) devem possuir rastreabilidade sobre seu uso,

    qualidade, procedncia e origem.

    As seguintes informaes devem constar para a correta rastreabilidade:

    1. Cdigo de identificao (CAS); 2. Identificao da substncia (IUPAC, DCB/DCI, nome comum); 3. Procedncia; 4. Origem; 5. Prazo de validade; 6. Pureza; 7. Anlises suplementares; 8. Quantidade adquirida; 9. Quantidade utilizada e destinao; 10. Quantidade restante; 11. Responsvel pelas informaes.

    3.4 Preparao, Uso e Armazenamento de Solues Padro

    O processo de preparao das solues padro deve ser devidamente registrado,

    identificando os componentes e as respectivas quantidades. As solues devem ser

    devidamente rotuladas e datadas, acondicionadas em recipientes adequados e

    hermeticamente fechados, para evitar perdas de solventes volteis e contaminaes, e

    armazenadas temperatura adequada seguindo orientaes do produtor.

    Recomenda-se que a preparao das solues padro deve ser baseada em sua

    massa, usando balanas com resoluo de pelo menos 0,1 mg para massas de at

    100mg e 0,01mg para massas inferiores a 100 mg, deve-se evitar pesar massas de

    padres inferiores a 10 mg. A massa de tara (do recipiente de pesagem) nunca deve

    ser inferior a 0,1g, massa (carga) mnima de calibrao das balanas analticas, que

    so balanas da classe I (Portaria Inmetro n 236 de 1994), pois elas no podem ser

    calibradas abaixo de cem vezes a sua diviso de verificao.

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    Recomenda-se que logo aps o seu preparo e acondicionamento em frasco

    adequado, as solues padro sejam pesadas. Recomenda-se que essa pesagem

    seja refeita antes e aps a utilizao de qualquer volume dessas solues. As datas e

    valores dessas pesagens e os nomes dos tcnicos que prepararam ou utilizaram a

    soluo padro devem ser anotados para controle (cadeia de custdia).

    Solues padro estoque (de referncia) e de trabalho armazenadas devem ser

    comparadas com solues recm preparadas, para se averiguar se h diferenas nas

    concentraes, e desta forma estabelecer o prazo de validade de utilizao.

    O estabelecimento dos prazos de validade deve fazer parte dos procedimentos de

    validao do mtodo analtico, caso o laboratrio opte em trabalhar com

    armazenamento de solues. Admite-se que a determinao do prazo de validade

    seja conduzida de forma concorrente rotina analtica.

    O laboratrio, para preparo de solues padro, deve avaliar quanto a necessidade

    em ser climatizado e garantir que todas as operaes sejam realizadas sob uma faixa

    de temperatura previamente estabelecida.

    3.5 Reagentes e suas Solues

    As especificaes tcnicas dos reagentes analticos devem ser compatveis com a

    finalidade de seu uso, de forma a evitar a ocorrncia de contaminaes e/ou

    interaes que venham interferir na qualidade dos resultados analticos.

    Os reagentes devem ser preferencialmente armazenados em suas embalagens

    originais, nas condies preconizadas pelo fabricante. O laboratrio deve manter

    controle efetivo sobre o estoque e validade dos reagentes.

    3.6 Recepo, Armazenamento e Preparao de Amostras

    As amostras recebidas no laboratrio devem ser avaliadas em relao aos aspectos

    de inviolabilidade e adequabilidade do recipiente de conteno, identificao,

    conservao e quantidade encaminhada. Estando as amostras de acordo com os

    requisitos de recepo, elas devem ser cadastradas e receber um cdigo, numrico ou

    alfanumrico, ao qual sero rastreveis, no mnimo, as seguintes informaes:

    1. Origem; 2. Data de recepo; 3. Estado de conservao; 4. Quantidade; 5. Tipo de amostra (especificao).

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    Aps a recepo, as amostras devem ser encaminhadas para a preparao, antes da

    anlise, ou armazenadas de acordo com as suas peculiaridades e requisitos

    especficos.

    3.7 Desenvolvimento e Otimizao do Procedimento Analtico

    O desenvolvimento e a otimizao de um procedimento analtico no constituem sua

    validao e sim a precedem, como mostrado na Figura 01. No entanto, quando feito

    pelo laboratrio, essas atividades trazem muita expertise na execuo do

    procedimento analtico e muitas informaes teis para o planejamento e conduo da

    validao.

    A validao de um procedimento analtico sem sua prvia otimizao intralaboratorial,

    pode resultar no no atendimento dos requisitos de validao e perda de tempo,

    trabalho e recursos do laboratrio.

    A otimizao interna do procedimento analtico inclui as calibraes dos instrumentos

    de medies, a verificao (qualificao) da adequao dos instrumentos de medies

    e das instalaes do laboratrio ao procedimento analtico. A verificao da

    adequao dos reagentes e demais insumos analticos, o treinamento dos analistas,

    etc.

    Na otimizao do procedimento analtico feito um estudo dos efeitos dos diversos

    fatores experimentais que podem afetar o resultado analtico, procurando-se

    estabelecer as condies experimentais que produzam um resultado com exatido e

    preciso adequados ao propsito de uso do resultado analtico.

    O procedimento de otimizao pode usar os planejamentos fatoriais seqenciais, a

    metodologia de anlise de superfcie de respostas (Barros Neto; Scarminio; Bruns,

    2007); (Ellison; Barwick; Farrant; 2009); (Massart; 1997); (Miller; 2005) ou os

    algoritmos ou mtodos SIMPLEX (Barros Neto; Scarminio; Bruns, 2007); (Massart;

    1997); (Miller; 2005); (Algoritmo Simplex; 2010). As informaes obtidas durante a

    otimizao do procedimento analtico constituem um estudo prvio de sua robustez.

    Quando for necessrio desenvolver um procedimento analtico para uma combinao

    analito-matriz (um dado analito em uma dada matriz) de interesse, recomenda-se por

    iniciar uma pesquisa quanto disponibilidade de algum procedimento j desenvolvido

    para aquele analito, ou outra substncia com propriedades qumicas semelhantes, na

    matriz de interesse ou em uma matriz semelhante. Caso exista, pode ser utilizado

    esse procedimento sem alteraes para a anlise de um MRC, ou uma amostra de

    controle, ou uma matriz branca fortificada, da combinao analito-matriz de interesse.

    Desta maneira avaliada a veracidade e a preciso, i.e., a exatido, desse

    procedimento. Caso a exatido do procedimento original no atenda ao propsito de

    uso, so necessrias alteraes desse procedimento visando sua adaptao

    combinao analito-matriz de interesse.

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    Durante o desenvolvimento e otimizao de um procedimento analtico, especial

    ateno deve ser dada a algumas de suas etapas, como discutido a seguir:

    1. No processo de extrao, digesto ou abertura a alquota de amostra utilizada deve ser totalmente desintegrada, excetuando os casos onde isto no necessrio ou inapropriado (e.g. determinao de resduos presentes em superfcies).

    2. Durante o processo de concentrao, especial ateno deve ser dada etapa de evaporao do solvente,devido ao fato que alguns analitos podem ser perdidos por arraste. A temperatura de evaporao deve ser a mais baixa possvel e um pequeno volume de solvente, com alto ponto de ebulio, deve ser utilizado de forma a minimizar o arraste. No se recomenda o uso de corrente de ar, devido possibilidade de contaminao, oxidao e introduo de umidade no sistema.

    3. A estabilidade do analito sob o processo de extrao, no extrato e sob a temperatura do injetor automtico, deve ser considerada e demonstrada durante o desenvolvimento do mtodo. Caso disponvel, a estabilidade do analito poder ser demonstrada por intermdio da apresentao de trabalhos cientficos publicados, os quais devero ser anexados ao relatrio de validao.

    3.8 Validao de Procedimentos Analticos

    A validao um estudo experimental e documentado que objetiva demonstrar que o

    procedimento analtico avaliado adequado finalidade proposta, de forma a

    colaborar coma confiabilidade dos resultados obtidos.

    essencial que a validao seja realizada sobre o procedimento analtico exatamente

    da forma que ele ser executado na rotina do laboratrio.

    O planejamento, a preparao e a execuo da validao, devem seguir protocolos de

    validao detalhados contemplando:

    1. Adequao ao uso pretendido: finalidade e mbito de aplicao;

    2. Responsvel tcnico do projeto;

    3. Pessoal tcnico envolvido com as respectivas responsabilidades;

    4. Identificao das Unidades, equipamentos/instrumentos utilizados;

    5. Procedimento Operacional Padro (POP) inicial de execuo do procedimento

    analtico para pr-validao;

    6. Parmetros de desempenho e critrios de aceitao (com referncia);

    7. Experimentos de pr-validao e de validao propriamente dita;

    8. Caractersticas de desempenho dos equipamentos/instrumentos;

    9. Qualificao dos materiais (padres, reagentes, amostras, alquotas, entre

    outros);

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    10. Realizao dos experimentos da pr-validao: dados (registros) e concluso;

    11. Realizao dos experimentos da validao: Dados (registros) e concluso;

    12. POP final e definitivo para a execuo do procedimento analtico na rotina;

    13. Relatrio Final de Validao, destacando a informao se o mtodo

    adequado ao uso pretendido.

    Em se tratando de mtodo normalizado, necessrio a verificao de desempenho,

    desta maneira, devem ser avaliados parmetros de validao na extenso necessria

    com o intuito de demonstrar que os procedimentos preconizados atendem aos critrios

    de aceitao estabelecidos neste Manual.

    Caso sejam realizadas alteraes no procedimento normalizado, a validao dever

    ser conduzida na extenso necessria.

    Aps o trmino dos estudos de validao, o laboratrio deve deixar IMEDIATAMENTE

    DISPONVEIS (o que significa produzir e deixar cpia impressa pronta para ser

    entregue ao MAPA quando solicitado) os seguintes documentos, os quais

    compreendem o Pacote de validao do laboratrio:

    1. O procedimento de validao empregado pelo laboratrio nos estudos, escrito na forma de POP ou outro documento padronizado do Sistema de Gesto da Qualidade do laboratrio;

    2. O respectivo relatrio de validao. Neste relatrio devem estar claramente descritos os parmetros de validao estudados e os resultados obtidos, bem como uma avaliao sobre o cumprimento dos critrios de aceitao para cada um dos parmetros estudados. Salienta-se que o relatrio de validao no se resume apenas aos dados brutos, razo pela qual se recomenda a utilizao do modelo de relatrio de validao estabelecido pela CGAL/SDA;

    Todos os dados brutos referentes a cada um dos ensaios e parmetros estudados

    durante a validao e constantes do respectivo relatrio devem ser mantidos seguros

    e prontamente disponveis para apresentao quando requeridos.

    Um fluxograma geral, mostrando as etapas de desenvolvimento e otimizao do

    procedimento, sua validao, utilizao na rotina de anlises e controle estatstico,

    mostrado na Figura 01.

  • Pgina 10 de 38

    Figura 01. Delineamento experimental - Fluxograma das etapas bsicas de desenvolvimento,

    validao e controle na rotina de um procedimento de anlise qumica.

    * Desde que os critrios de aceitao legais estabelecidos sejam atendidos.

    No

    Validao do

    procedimento analtico

    otimizado.

    Utilizao do

    procedimento analtico

    na rotina.

    Sim

    Desenvolver o procedimento

    analtico.

    Procedimento

    sob controle

    estatstico

    Procedimento

    validado No

    Sim

    INCIO

    Durante a rotina:

    1. Fazer controles peridicos com amostras de controle.

    2. Construir cartas de controle.

    Procurar a causa da

    falta de controle

    estatstico do

    procedimento.

    Causa do descontrole encontrada.

    Procedimento novamente

    sobre controle.

    Sim

    No

    Parar o uso do

    procedimento na

    rotina.

    Reotimizar o

    procedimento analtico. Rever

    critrios de

    validao. *

    Otimizar o procedimento

    analtico. Sim

    FIM

    O procedimento

    analtico no pode ser

    usado na rotina.

    No

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    3.9 Condues do Processo de validao e verificao/confirmao de desempenho

    A validao de um procedimento analtico constitui uma importante ferramenta da

    garantia da qualidade de um sistema de gesto da qualidade laboratorial. Entre as

    diversas ferramentas que colaboram com o sistema de gesto da qualidade destacam-

    se: o controle de qualidade interno, a participao em ensaios interlaboratoriais

    colaborativos e/ou de proficincia, culminando com a acreditao (ou credenciamento)

    do laboratrio para o escopo que inclui o procedimento analtico validado, Figura 02

    (Souza, 2007).

    Para minimizar a carga de trabalho do processo de validao, recomenda-se que seja

    adotado um planejamento cuidadoso e estatisticamente consistente, que permita

    combinar ensaios de forma a determinar diferentes parmetros de validao em um

    mesmo experimento.

    Os experimentos de veracidade e preciso podem ser combinados se um MRC ou

    outro material de referncia ou padro adequado for utilizado nas anlises qumicas,

    para o levantamento desses parmetros.

    Se o laboratrio optar por determinar a repetitividade associada a cada combinao de

    instrumentos analticos, analistas, entre outras, o conjunto desses dados tambm pode

    ser levado em considerao na estimao da preciso intermediria (reprodutibilidade

    intralaboratorial).

  • Pgina 12 de 38

    Figura 02. A validao de um procedimento analtico no contexto do sistema de

    gesto da qualidade de um laboratrio. Adaptado de Souza (2007).

    3.10 Rastreabilidade metrolgica A busca da rastreabilidade metrolgica de resultados de ensaios laboratoriais uma necessidade para garantia da confiabilidade de resultados. Dentre as ferramentas aplicadas para obteno desta rastreabilidade, podemos destacar o Ciclo de Garantia da Qualidade Analtica (Olivares; Antunes, 2012), conforme apresentado na Figura 03. A abordagem deste ciclo pode ser aplicada para qualquer unidade laboratorial. No entanto, necessrio considerar algumas caractersticas especficas como, por exemplo, para as reas de IQA e IQI, nas quais inicialmente devem ser observadas as orientaes descritas na Parte 02 - Item 01.

    CREDENCIAMENTO MAPA

    Ensaios interlaboratoriais

    Cartas de controle

    Controle

    estatstico Validao

    Resultado Analtico

    confivel, rastrevel e

    comparvel

    Incerteza de

    medio.

    Procedimento e sistema

    analtico. Escopo.

    Adequao ao

    propsito de uso.

  • Pgina 13 de 38

    Figura 03. Ciclo de Garantia da Qualidade Analtica (Olivares; Antunes, 2012)

  • Pgina 14 de 38

    Parte 02 Validao de mtodos para as reas IQA

    (Identidade e Qualidade de Alimentos) e IQI (Identidade

    e qualidade de insumos)

    1.0 Introduo:

    1.1 Campo de Aplicao Esta parte se aplica aos ensaios quantitativos das reas BEV, POA, POV, AGR, FER, MEV e ALA. Destaca-se que para algumas reas ou ensaios, existem algumas particularidades as quais esto descritas no anexo B deste documento. Desta maneira, deve-se aplicar a Parte 02 para as reas supracitadas, considerando, quando aplicvel, as informaes adicionais do anexo B. 1.2 Validao e Verificao/Confirmao de desempenho (itens 5.4.2 e 5.4.5 da ISO/IEC 17025:2005) Considerando a existncia de laboratrios que operam com mtodos normalizados e novos mtodos desenvolvidos, destaca-se:

    Para ensaios com mtodos normalizados ou j validados por um Laboratrio oficial: O ciclo (AQAC Figura 03, Parte 01) aplica-se no emprego da verificao/confirmao de desempenho de mtodos normalizados de anlise, que tenham resultado satisfatrio em Ensaio de Proficincia ou de Material de Referncia ou de estudo colaborativo, conforme definido no Anexo A;

    Para novos mtodos desenvolvidos: O ciclo aplica-se para a validao intralaboratorial de novos mtodos conforme definido no Anexo A. 1.3 Clculo de Incerteza (item 5.4.6 da ISO/IEC 17025:2005) Com base nos resultados de validao ou verificao/confirmao de desempenho, a incerteza calculada com base nas abordagens validation based e bottom up. 1.4 Controle de Qualidade (item 5.9 da ISO/IEC 17025:2005) Quando os mtodos so utilizados em rotina, necessria a avaliao peridica dos mesmos para verificar se estes ainda produzem resultados confiveis e metrologicamente rastreveis. Existem inmeras ferramentas para este propsito, no entanto, um requisito mnimo discutido no item 3.4. 2.0 Objetivos De acordo com a ISO/IEC 17025:2005 destaca-se a obrigatoriedade na validao de mtodos. Apesar de esta validao ser aplicada para mtodos no normalizados, a verificao/confirmao de desempenho dos mtodos normalizados tambm obrigatria, pois segundo o item 5.4.2 da ISO/IEC 17025:2005, necessria a confirmao de que o laboratrio tem condio de operar adequadamente mtodos normalizados antes de implantar os ensaios ou as calibraes;

    Considerando as exigncias da ISO/IEC 17025:2005, este procedimento tem por objetivo fornecer ferramentas e critrios para avaliar mtodos normalizados e validar mtodos no normalizados. Os resultados da validao ou verificao/confirmao de

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    desempenho so utilizados para clculo de incerteza atendendo tambm ao requisito 5.4.6 da norma; Como ltimo requisito para aplicao do Ciclo de Garantia da Qualidade Analtica (AQAC Figura 03, Parte 01) e obteno da rastreabilidade metrolgica dos resultados, so sugeridos requisitos mnimos de Controle da Qualidade discutidos no item 3.4. 3.0 Procedimentos

    3.1 Verificao/confirmao de desempenho:

    Avaliar as informaes existentes do mtodo normalizado com base no Anexo A (seguindo as setas de linha cheia na ordem superior da figura para inferior). Os mtodos elegveis de serem verificados por este Manual so aqueles que:

    Apresentam resultado satisfatrio de EP e/ou;

    Apresentam resultado satisfatrio no ensaio de MRC: essa avaliao pode ser realizada considerando o resultado obtido mais o seu limite de confiana (conforme Figura 01) ou incerteza de medio comparando com os valores declarados no certificado do MRC (devendo haver uma interseco entre as faixas de resultados);

    Figura 01 Avaliao do valor do MRC (Miller, 2005)

    Onde:

    X = mdia das replicatas referentes anlise do MRC

    t= t de Student para n nmeros de replicatas

    n= nmero de replicatas (no mnimo 5)

    S= desvio padro para nmero de n replicatas

    Apresentam resultados satisfatrios no estudo colaborativo/interlaboratorial (os estudos colaborativos devem ser planejados de forma tecnicamente e economicamente vivel, sendo avaliado por ferramentas estatsticas apropriadas);

    3.2 Validao intralaboratorial:

    Avaliar as informaes existentes do mtodo com base no Anexo A (seguindo

    as setas de linha tracejada na ordem inferior da figura para superior).

    Conforme o Anexo A, quando no existir teste de proficincia para o mtodo,

    pode ser utilizado o MRC (essa avaliao pode ser realizada considerando o resultado

    obtido mais o seu limite de confiana (conforme Figura 01) ou incerteza de medio

    comparando com os valores declarados no certificado do MRC). Caso tambm no

    exista MRC, deve apresentar resultado satisfatrio em estudo colaborativo.

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    3.2.1 Clculos e critrios

    3.2.1.1 Linearidade e faixa de trabalho

    Linearidade a habilidade de um mtodo analtico em produzir resultados que sejam diretamente proporcionais concentrao do analito em amostras em uma dada faixa de concentrao (Inmetro, 2011). A faixa de trabalho compreende as concentraes em que a linearidade for atingida, definindo-se, assim, a curva de calibrao correspondente;

    Para avaliao da linearidade (quando aplicvel ao mtodo), inicialmente deve ser definida a faixa de trabalho. Esta faixa j pode estar definida pelo prprio mtodo normalizado ou pode ser definida pelo analista, com base na faixa de concentrao do analito que se espera encontrar ou avaliar.

    3.2.1.1.1 Procedimentos

    Realizar a fortificao (na matriz, extrato da matriz, gua reagente ou conforme orientaes do mtodo) em no mnimo, cinco nveis de concentrao, preferencialmente equidistantes, com pelo menos 03replicatas de leitura ou amostras com preparo independente;

    Quando aplicvel, a concentrao alvo do analito (como por exemplo: limite legal; valor garantido do fabricante; entre outros) deve se situar no centro da faixa de trabalho;

    Construir a curva de calibrao utilizando a mdia das replicatas para cada ponto;

    Calcular o r (coeficiente de correlao) e os resduos (diferena percentual entre cada resposta e o valor predito na curva de calibrao) para cada ponto (replicata).

    3.2.1.1.2 Critrios de aceitabilidade

    r 0,99;

    Inspeo visual da linearidade da curva e os resduos individuais no devem ser

    maiores que 20%. At um valor de resduo acima deste limite em cada nvel pode ser aceito por um teste de outlier (quando pelo menos for utilizado 5 replicatas por nvel), como, por exemplo, Teste de Grubbs, conforme Figura 02 e

    Tabela 1, desde que o r 0,99.

    s

    xsuspeitovalorG

    Figura 02 Clculo de outlier segundo Grubbs

    Onde:

    x = mdia dos valores

    s= estimativa do desvio padro destes valores

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    Tabela 1Valores Crticos de G (P=0,05)

    Nmero de

    Medidas

    Valores

    Crticos

    5 1,715

    6 1,887

    7 2,020

    8 2,126

    9 2,215

    10 2,290

    O no atendimento dos critrios acima implica na necessidade em refazer a curva em todos os nveis ou de reavaliar a faixa primeiramente estabelecida, testando ento uma faixa mais adequada;

    Alguns procedimentos analticos no demonstram linearidade mesmo aps qualquer tratamento. Nesses casos, a resposta analtica pode ser descrita por uma funo que modela a concentrao do analito na amostra.

    3.2.1.2 Seletividade

    A seletividade a extenso na qual um procedimento analtico pode determinar analito(s) particular(es) em mistura(s) ou matriz(es) sem a interferncia de outros componentes de comportamento semelhante. 3.2.1.2.1 Procedimentos

    A matriz da amostra pode conter componentes que interferem no desempenho da medio. Os interferentes podem aumentar ou reduzir o sinal, e a magnitude do efeito tambm pode depender da concentrao (Inmetro, 2011). Estes efeitos devem ser avaliados por meio de um estudo.

    Experimentos para avaliao da seletividade descritos na literatura sobre validao de mtodos analticos envolvem ensaios com padres ou materiais de referncia, amostras com e sem o analito, alm da avaliao da capacidade de identificao do analito de interesse na presena de interferentes. Quando no h disponibilidade de interferentes, alguns autores sugerem a avaliao da habilidade de medio do analito por diferentes mtodos, tcnicas ou por meio de variaes nas condies instrumentais (Inmetro, 2011). 3.2.1.2.2 Critrios de aceitabilidade

    Se a seletividade no for assegurada (por dados experimentais ou da literatura), a linearidade, a exatido e a preciso podem ser seriamente comprometidas.

    3.2.1.3 Preciso (repetitividade) / Exatido

    Preciso o grau de concordncia entre os resultados obtidos nas mesmas condies operacionais (mesmo analista, mesmo equipamento, etc.) no menor intervalo de tempo possvel. Pode ser utilizado Material de Referncia, amostra de rotina, amostra fortificada;

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    Os estudos de repetitividade podem ser realizados utilizando os dados do estudo de recuperao (amostra fortificada);

    Quando a amostra a ser utilizada apresentar concentrao conhecida do analito de interesse (como por exemplo, MR, MRC ou amostra fortificada), possvel avaliar a exatido pela diferena percentual do valor predito com a mdia dos resultados do estudo de preciso.

    3.2.1.3.1 Procedimentos

    O laboratrio deve realizar o maior nmero de repeties tcnica e economicamente viveis (Inmetro, 2011), com no mnimo dois nveis(ou duas amostras distintas, quando no for possvel obter dois nveis de concentrao) e 5 replicatas por nvel, considerando, por exemplo, as faixas de trabalho aplicveis, concentraes de interesse, Limites de Quantificao;

    Quando o mtodo de ensaio no apresentar curva de calibrao, o menor nvel de concentrao avaliado ser adotado como LQ; desta maneira esta concentrao deve ser adequadamente escolhida dentro das necessidades do laboratrio;

    Calcular o Coeficiente de Variao das 5 replicatas por nvel;

    Quando a amostra a ser utilizada apresentar concentrao conhecida do analito de interesse ou valor da propriedade medida, avaliar a exatido pela diferena percentual do valor predito com a mdia dos resultados do estudo de preciso.

    3.2.1.3.2 Critrios de aceitabilidade

    Considerar a equao de Horwitz, utilizando a concentrao mdia (na amostra ou extrato da amostra) do estudo de preciso para cada nvel de concentrao;

    O valor de Horwitz derivado da equao de Horwitz, que estabelece para qualquer mtodo:

    Figura 03. Equao de Horwitz (Miller, 2005)

    Onde:

    C = concentrao do analito na amostra ou padro

    DPRr = desvio padro das repeties;

    Quando Horwitz no for aplicvel (quando so avaliadas medidas de propriedade como pH, condutividade, densidade, entre outros), deve ser adotado CV 20%;

    Quando for avaliada a exatido, a diferena percentual do valor predito com a mdia dos resultados do estudo de preciso deve ser 20%.

    DPRr = 2 (1-0,5 log C)

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    3.2.1.4 Preciso intermediria

    o grau de concordncia entre os resultados obtidos em condies operacionais diferentes (analistas diferentes e/ou equipamentos diferentes ou dias diferentes);

    Quando for realizado pelo mesmo analista, recomenda-se um intervalo de tempo superior 24h.

    3.2.1.4.1 Procedimentos

    Realizar no mnimo dois estudos de repetitividade (considerando todas as condies diferentes existentes no laboratrio). Calcular o CV para cada um dos dois nveis (definidos no estudo de repetitividade).

    3.2.1.4.2 Critrio de aceitabilidade

    Considerar a equao de Horwitz;

    Quando Horwitz no for aplicvel (quando so avaliadas medidas de propriedade como pH, condutividade, densidade, entre outros), deve ser adotado CV 20%;

    3.2.1.5 Limite de quantificao 3.2.1.5.1 Procedimentos

    Para procedimentos analticos que apresentam rudo na linha de base, o LQ pode ser determinado pela concentrao do analito que fornece um sinal 10 vezes maior que o sinal da linha de base (relao sinal/rudo 10:1) (ICH, 2005);

    O LQ tambm pode ser estimado considerando-se 10 vezes o desvio padro da concentrao obtida para a amostra branca. Para ambos os casos deve ser demonstrado que o mtodo apresenta exatido e preciso para o LQ estimado;

    Na prtica, o LQ corresponde normalmente ao padro de menor concentrao utilizado na curva de calibrao (Inmetro, 2011);

    Em alguns casos onde a concentrao inversamente proporcional ao sinal analtico (como por exemplo, na anlise de fsforo por espectrometria), o LQ ser o ponto de maior concentrao e menor sinal analtico;

    Quando o mtodo de ensaio no apresentar curva de calibrao, o menor nvel de concentrao avaliado pelo estudo de Preciso (repetitividade) / Exatido ser adotado como LQ; desta maneira esta concentrao deve ser adequadamente escolhida dentro das necessidades do laboratrio.

    Para amostras as quais so analisadas diludas, os valores da curva no iro representar diretamente a concentrao da amostra. Desta maneira a concentrao do padro de menor concentrao no ser o LQ, sendo necessrio recalcular com base na diluio.

    Em alguns casos o clculo do limite de quantificao pode no ser aplicado, devendo ser demonstrado que o laboratrio tem capacidade em analisar as

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    amostras dentro de uma faixa de trabalho (como por exemplo, para ensaios de pH, condutividade, turbidez, entre outros);

    3.2.1.5.2 Critrios de aceitabilidade O LQ deve ser coerente com os limites regulatrios estabelecidos, corroborando

    com a adequao do mtodo ao propsito pretendido. 3.2.1.6 Teste de robustez

    O teste de robustez visa a avaliar alteraes das condies experimentais, as quais podem ser expressas como uma lista dos materiais da amostra, das substncias a analisar, das condies de armazenamento, das condies ambientais e/ou de preparao da amostra em que o mtodo pode ser aplicado tal como apresentado ou com pequenas alteraes especficas. Quando as variaes destas condies no afetarem significativamente os resultados da anlise, o mtodo considerado robusto para as condies avaliadas.

    Aplicar quando necessrio para avaliar a variabilidade dos resultados frente as variaes do mtodo;

    3.2.1.6.1 Procedimentos

    Para avaliao da robustez, pode ser aplicado o planejamento experimental fracionrio de Youden;

    Selecionar no mximo 07 parmetros para serem avaliados;

    Variar o valor de cada parmetro (dentro de uma faixa de interesse);

    Caso no seja possvel escolher 07 parmetros, repetir parmetros de maneira que sejam estabelecidos sempre 7 fatores;

    Aplicar o teste de Youden (Youden; Steiner, 1975);

    Para o teste de robustez, analisar amostras na concentrao mais baixa do estudo da preciso intermediria.

    3.2.1.6.2 Critrio de aceitabilidade (Manual de Garantia da Qualidade Analtica, 2011)

    De posse dos valores dos efeitos e ou contrastes do planejamento fatorial realizado, necessrio verificar se o valor de algum efeito/contraste principal ou de interao de segunda ordem, demonstrado como significativo, maior que trs vezes o desvio-padro da preciso intermediria (no mesmo nvel de concentrao) sR do procedimento analtico (Ateno: essa comparao com sR e no com CV).

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    3.3 Clculo de incerteza de medio (abordagens bottom up e validation based)

    Recomenda-se ser calculado com base no desvio padro da preciso intermediria. Quando aplicvel, calcular tambm com base no desvio padro residual da curva de calibrao, nas incertezas dos equipamentos e solues padro (principalmente quando as concentraes destas solues se relacionam diretamente com o resultado da anlise, como no caso da anlise titrimtrica) que afetam diretamente o resultado final (a incerteza calculada com base nos resultados de validao denominada como abordagem validation based enquanto que o clculo com base em todas as fases do mtodo de ensaio incluindo as incertezas dos equipamentos denominado abordagem bottom up);

    Os clculos podem ser executados utilizando o Guia Eurachem-CITAC (2013);

    A seguir so apresentadas orientaes para clculo de incerteza dos parmetros supracitados.

    3.3.1. Incerteza da Linearidade (curva de calibrao)

    Calcular conforme as frmulas estabelecidas na Figura 04, Figura 05 e Figura 06:

    Figura 04 Equao para clculo do desvio padro residual (Sxx) segundo guia Eurachem/Citac

    Figura 05 Equao para clculo do desvio padro residual (S) segundo guia Eurachem/Citac

    Figura 06 Equao para clculo de incerteza das variaes aleatrias em y segundo guia

    Eurachem/Citac

    n

    j

    jxx ccS1

    2)(

    2

    ]).([ 2

    1

    10

    n

    cBBA

    S

    n

    j

    jj

    xx

    BS

    S

    CC

    npIncerteza

    2

    0 )(111

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    Onde:

    B = Coeficiente angular;

    p = Nmero de medies para determinar a concentrao dos analitos;

    n = Nmero de medies para construo da curva de calibrao;

    C0 = Resultado de concentrao da amostra analisada;

    C = Valor mdio dos diferentes nveis de concentrao da curva;

    Aj = A ensima medio de rea do ensimo padro da curva (onde Aj =

    Cj.B1+B0);

    Cj = Concentrao do ensimo padro da curva;

    B0 = Ponto de intercepo do eixo das ordenadas.

    Para o clculo da incerteza da curva de calibrao, deve ser considerado quantas replicatas de anlise realizada durante a rotina analtica para definio do valor de p;

    Para escolha de C0, deve se considerar as necessidades do laboratrio, podendo este valor ser definido como: 1. O ponto de menor sinal analtico (sendo o de maior incerteza segundo Horwitz); 2. O ponto da curva que representa a concentrao alvo do analito, ou valor mais prximo deste (como por exemplo: limite legal; valor garantido do fabricante; entre outros); 3. O resultado encontrado da amostra.

    3.3.2 Incerteza da preciso intermediria

    Calcular a incerteza pela somatria do desvio padro (Figura 07) calculada nos dois nveis de concentrao estudados.

    Figura 07 Clculo de Desvio Padro

    Somar as incertezas para os dois nveis de concentrao utilizando a Equao da Figura 08:

    Figura 08 Clculo para somatria das incertezas de dois nveis de concentrao

    ...)()(...)),(( 22 qupuqpyuc

    1

    )(1

    2

    n

    xx

    S

    n

    i

    i

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    Onde:

    u (y(p,q)= soma das incertezas

    u(p), u(q) etc = valores de cada incerteza a ser somada

    3.3.3 Incerteza de equipamentos

    Para o clculo da incerteza referente aos equipamentos necessrio avaliar as informaes disponveis dos mesmos. Com base nestas informaes, calcular a incerteza padro conforme exemplificado na Tabela 2.

    Tabela 2 Informaes e divisores para clculo da incerteza de equipamentos

    Informao disponvel Valor do divisor para clculo da

    incerteza padro

    Incerteza expandida expressa no certificado de calibrao.

    Dividir pelo valor de K expresso no certificado.

    Vidraria que no apresenta certificado de calibrao, mas apresenta classe de tolerncia.

    Dividir por raiz de 6 considerando uma distribuio triangular.

    Equipamento que no apresenta certificado de calibrao, mas apresenta classe de tolerncia.

    Dividir por raiz de 3 considerando uma distribuio retangular.

    3.3.4 Incerteza de solues

    Para o clculo de incerteza das solues padro, principalmente quando as concentraes destas solues se relacionam diretamente com o resultado da anlise, como no caso da anlise titrimtrica, necessrio o clculo da incerteza desta soluo para ser considerada na incerteza final;

    Quando a soluo adquirida apresentar certificado com o valor de sua incerteza declarada, dividir esta incerteza pelo valor de expanso K para ser considerada no clculo final;

    Quando for necessrio preparar a soluo, devem ser considerados os equipamentos para sua preparao (como balanas, micropipetas e balo volumtrico);

    Caso a soluo seja padronizada em laboratrio, considerar os equipamentos e o desvio padro dos resultados da padronizao;

    As abordagens para clculo da incerteza de solues so apresentadas na Figura 09.

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    Figura 09 Abordagens para clculo da incerteza de solues

    3.3.5 Clculo da incerteza combinada e expandida

    Quando for calculada a incerteza da linearidade e preciso intermediria, a soma para obter a incerteza combinada deve ser realizada conforme Figura 08 (as incertezas devem estar na mesma unidade de medida, caso se apresentem em unidades diferentes, converter cada incerteza em incerteza percentual de seu mensurando e realizar o clculo);

    Para clculo da incerteza expandida, utilizar o valor de T Student com 4 graus de liberdade e 95% de nvel de confiana (2,78).

    3.4 Controle de qualidade

    Aps um mtodo ser validado ou verificado/confirmado o desempenho e calculada a incerteza, devem ser aplicados controles de qualidade intralaboratorial durante a rotina;

    Entre as diferentes amostras de controle, recomenda-se a utilizao de Material de Referncia, amostras fortificadas ou as prprias amostras de rotina analisadas em duplicata que devem ser analisadas para cada batelada de amostras;

    As amostras de controle devem ser avaliadas por cartas de controle;

    Soluo adquirida

    com certificado

    Dividir pelo valor

    de K

    Soluo preparada em laboratrio

    Considerar as incertezas dos

    equipamentos para sua

    preparao (como balanas,

    micropipetas e balo

    volumtrico). Converter estas

    incertezas em incerteza padro

    (segundo orientaes da Tabela

    02). Combinar as incertezas

    conforme Figura 08.

    Soluo padronizada em laboratrio

    Considerar as incertezas dos

    equipamentos para sua

    padronizao (como balanas,

    micropipetas e balo volumtrico).

    Converter estas incertezas em

    incerteza padro (segundo

    orientaes da Tabela 02).

    Considerar tambm a incerteza

    referente ao coeficiente de variao

    (%CV) das replicatas de resultados

    da padronizao (mnimo de 5). Os

    resultados da %CV devem ser

    divididos por 100 e inseridos

    combinados com as outras fontes de

    incerteza pela equao da Figura 08

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    Entre os diferentes tipos de cartas de controle, podem ser aplicadas as cartas de controle das mdias Shewhart (Konieczka; Namiesnik, 2009) ou amplitude (Funk; Dammann; Donnevert, 2007) conforme apresentado a seguir.

    3.4.1 Cartas de controle das mdias (Shewhart) (Konieczka; Namiesnik, 2009)

    Analisar entre 10 e 20 amostras;

    Eliminar os outliers por testes estatsticos apropriados;

    Calcular a mdia e desvio padro dos resultados;

    Realizar um teste de hiptese sobre a diferena estatstica insignificante entre o valor obtido e o esperado utilizando um teste T (Figura 10);

    Caso t calculado for menor que o tabelado, plotar a carta;

    Marcar o nmero consecutivo de resultados no eixo X do grfico e os valores das caractersticas observadas no eixo y;

    Marque uma linha central no grfico correspondendo ao valor de referncia (CL);

    Traar 02 linhas paralelas acima da linha central e duas abaixo, correspondendo a 2S (upper warning limit - UWL e lower warning limit - LWL) e 3S (upper action limit-UAL e lower action limit - LAL);

    Com a carta preparada continuar a inserir os dados de controle e avaliar conforme Tabela 03;

    Figura 10 Teste T

    Onde:

    Xm = Mdia dos resultados

    U = Valor predito

    SD = Desvio Padro

    n = Nmero de replicatas

    Tabela 03 Condies para avaliao da carta de Shewart

    01 Caso um resultado seja adicionado dentro da faixa WL, este valor considerado aprovado;

    02 Valores obtidos entre a faixa AL e WL so aceitos, no entanto no podem ser mais que 02 em 20 determinaes;

    03 Caso um resultado seja encontrado fora do limite de AL, ou caso existam 07 valores consecutivos criando uma tendncia (acima ou abaixo), deve ser realizada uma avaliao do mtodo;

    04 03 valores consecutivos entre AL e WL podem indicar problemas no ensaio;

    05 02 valores consecutivos entre AL e WL, do mesmo lado da mdia podem indicar problemas no ensaio;

    06 10 valores consecutivos do mesmo lado da linha mdia.

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    3.4.2 Cartas de controle de amplitude (Funk; Dammann; Donnevert, 2007)

    Analisar entre 10 e 20 amostras em duplicata;

    Calcular a amplitude relativa (diferena entre os resultados divididos pela mdia e multiplicados por 100) para cada duplicata;

    Considerar que em alguns ensaios a amplitude relativa no diretamente proporcional a concentrao da amostra. Nestes casos, pode se estudar o uso de mais de uma carta de controle contemplando diferentes nveis;

    Eliminar os outliers dos resultados de amplitude por testes estatsticos apropriados;

    Calcular a mdia da amplitude;

    Marcar o nmero consecutivo de resultados no eixo X do grfico e os valores das caractersticas observadas no eixo y;

    Marque uma linha central no grfico correspondendo ao valor de referncia;

    Traar 02 linhas paralelas acima da linha central e duas abaixo, correspondendo a: Limite superior de aviso (mdia da amplitude x 2,809); Limite inferior de aviso (mdia da amplitude x 0,039); Limite superior de ao (mdia da amplitude x 3,267); Limite inferior de ao (mdia da amplitude x 0,000);

    Com a carta preparada, avaliar amostras em duplicata na rotina (conforme frequncia estabelecida segundo as necessidades de cada unidade) e continuar a inserir os dados de controle avaliando conforme Tabela 04;

    Tabela 04 Situaes fora de controle para avaliao da carta de amplitude

    01 Valor acima do Limite superior de ao;

    02 07 valores consecutivos criando uma tendncia (acima ou abaixo);

    03 07 valores consecutivos acima da amplitude mdia.

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    Anexo A

    Fluxograma 1. Validao, verificao/confirmao de desempenho

    Nota: Quando forem obtidos resultados insatisfatrios de Ensaio de Proficincia, ensaios de MRC ou estudos colaborativo/interlaboratorial deve ser aplicado o procedimento de Controle de trabalho no-conforme.

    / EXATIDO

    SELETIVIDADE

    SIM SIM

    Fim

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    Anexo B

    Especificidades quanto validao,

    verificao/confirmao de desempenho, clculo de

    incerteza de medio e controle de qualidade

    intralaboratorial para mtodos especficos do IQA e IQI

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    rea MEV/IQI

    B.1 DETERMINAO DE TEOR DE MEDICAMENTOS VETERINRIOS

    Abaixo esto descritas as especificidades para a determinao de teor de ativos de

    medicamentos veterinrios em formulaes comerciais. Sempre que houver alguma

    divergncia entre esse anexo e o texto principal ou mesmo algum critrio diferente,

    este texto prioritrio em relao ao texto principal por se tratar de um procedimento

    cromatogrfico especfico.

    Conformidade do sistema analtico

    No caso de procedimentos cromatogrficos, deve-se tomar as precaues necessrias

    para garantir que o sistema analtico esteja apto para realizar as anlises a que se

    prope.

    Procedimento:

    Deve-se garantir, no mnimo, os parmetros de resoluo entre picos, fator de

    assimetria e nmero de pratos tericos, conforme estabelecido pela Farmacopeia

    Americana.

    Critrio de aceitabilidade:

    Fator de simetria do pico: entre 0,9 e 1,2

    Nmero de pratos tericos: 2000

    Resoluo entre picos: 2,0

    Seletividade

    Procedimento:

    Em geral, a verificao da seletividade de um procedimento cromatogrfico deve

    garantir que o pico de interesse seja atribudo a um s componente. Para garantir a

    pureza do pico, pode-se utilizar detectores de arranjo de fotodiodos, espectrmetros

    de massas ou colunas cromatogrficas com polaridades diferentes.

    Alm disso, deve-se garantir que todos os reagentes usados durante o processo

    analtico no interferem no sinal do pico de interesse.

    Critrio de aceitabilidade:

    Comprovao de que no ocorra coeluio com os picos de interesse.

    Linearidade

    Procedimento:

    O estudo da linearidade dever ser realizado utilizando curvas de adio-padro.

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    O 1 ponto da curva pode ser a amostra diluda na concentrao definida pelo mtodo

    e os pontos subsequentes a amostra diluda adicionada de padro. A curva deve ter

    no mnimo cinco nveis de concentrao, com pelo menos seis replicatas de preparo.

    Construir a curva de calibrao, calcular o r (coeficiente de correlao) e os resduos

    para cada ponto.

    Avaliar a distribuio dos resduos e verificar a existncia de outliers (como, por

    exemplo, teste de Grubbs, Jacknife ou outros).

    Critrio de aceitabilidade:

    r 0,99

    Sempre que se confirme a presena de outliers, o ponto experimental deve ser

    retirado e o teste refeito. Pontos experimentais podem ser retirados em at no

    mximo 22,2%.

    O no atendimento dos critrios acima implica na necessidade de refazer a curva em

    todos os nveis.

    Preciso (repetitividade) e preciso intermediria

    Como a concentrao de interesse sempre ser o primeiro ponto da curva de adio-

    padro, a preciso pode ser avaliada somente neste ponto. Para este estudo, podem

    ser utilizados os mesmos dados da linearidade.

    Procedimento:

    Conforme descrito no texto principal.

    Critrio de aceitabilidade:

    Considerar os critrios estabelecidos na equao de Horwitz.

    Limite de quantificao

    Procedimento:

    Conforme descrito no texto principal.

    Robustez

    Procedimento:

    Conforme descrito no texto principal.

    Incerteza de Medio

    Procedimento:

    Conforme descrito no texto principal.

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    Rotina Analtica: Curva de Adio Padro e Amostras de Controle de Qualidade

    (ACQ)

    Todos os procedimentos adotados na rotina analtica devero ser respaldados pelos

    estudos de validao do procedimento.

    A curva de adio-padro utilizada na rotina deve conter pelo menos cinco nveis,

    devendo ser elaborada conforme estudada na validao do procedimento.

    Produtos com a concentrao j determinada ou padres internos podem ser

    utilizados como ACQs e devem ser adicionados em toda batelada analtica.

    O laboratrio deve, obrigatoriamente, fazer uso de cartas controle para monitorar as

    ACQs, conforme descrito no texto principal.

    Bibliografia:

    USP, 2014. United States Pharmacopeia, 37nd ed, Rockville: United States Pharmacopeial

    Convention; 2013.

    MAPA, 2011. Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento. Guia de Validao e

    Controle de Qualidade Analtica: Frmacos e Contaminantes em Produto para Alimentao

    Animal e Medicamentos Veterinrios. Secretaria de Defesa Agropecuria, Braslia, 2011.

    NIST/SEMATECH e-Handbook of Statistical Methods,

    http://www.itl.nist.gov/div898/handbook/eda/section3/eda35h1.htm.

    GRUBBS, F. Procedures for Detecting Outlying Observations in Samples. Technometrics,

    11(1), 1-2, 1969.

    HORWITZ, W. Protocol for the design, conduct and interpretation of method-performance

    studies. Pure Appl. Chem., 67, 331-343, 1995.

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    rea POA/IQA

    B.2 ANLISE DE HISTAMINA PARA CONTROLE DE PESCADO E SEUS

    DERIVADOS

    Utilizar os critrios de aceitabilidade dos parmetros previstos na INSTRUO NORMATIVA

    N 25, DE 2 DE JUNHO DE 2011. Para os parmetros que no possurem critrios

    estabelecidos, aplicar aqueles constantes na Parte 02 deste Manual.

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    Anexo C

    Glossrio: Definies, Vocbulos, Termos, Siglas e

    Abreviaes

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    Validao a confirmao por exame e fornecimento de evidncia objetiva de que os requisitos especficos para um determinado uso pretendido so atendidos (item 5.4.5.1 ISO/IEC 17025:2005);

    Avaliao de desempenho a confirmao de que o laboratrio tem condio de operar adequadamente mtodos normalizados antes de implantar os ensaios ou as calibraes. Se o mtodo normalizado mudar, a confirmao deve ser repetida (item 5.4.2 ISO/IEC 17025:2005);

    Ensaio de proficincia (EP) a determinao de desempenho de ensaio de laboratrios, atravs de comparaes interlaboratoriais;

    Comparao interlaboratorial organizao, desempenho e avaliao de ensaios nos mesmos itens, ou em itens de ensaio similares, por dois ou mais laboratrios de acordo com condies predeterminadas;

    Material de referncia (MR) material ou substncia que tem um ou mais valores de propriedades que so suficientemente homogneos e bem estabelecidos, para ser usado na calibrao de um aparelho, na avaliao de um mtodo de medio ou atribuio de valores a materiais;

    Material de referncia certificado (MRC) material de referncia, acompanhado por um certificado, com um ou mais valores de propriedades, e certificado por um procedimento que estabelece sua rastreabilidade obteno exata da unidade na qual valores da propriedade so expressos, e cada valor certificado acompanhado por uma incerteza para um nvel de confiana estabelecido;

    Preciso normalmente determinada para circunstncias especficas de medio e as trs formas mais comuns de express-la so: por meio da repetitividade, preciso intermediria e da reprodutibilidade, sendo usualmente expressas pelo desvio padro e coeficiente de variao. O coeficiente de variao (CV, usualmente expresso em %), tambm conhecido como desvio padro relativo (DPR);

    Preciso (repetitividade) as condies de repetitividade podem ser caracterizadas utilizando: Mesmo procedimento de medio; mesmo observador; mesmo instrumento usado sob mesmas condies; mesmo local, e repeties no menor espao de tempo possvel. A repetitividade pode ser expressa quantitativamente em termos da caracterstica da disperso dos resultados e pode ser determinada por meio da anlise de padres, material de referncia, amostra de concentrao conhecida ou adio do analito ao branco da amostra, em vrias concentraes na faixa de trabalho;

    Preciso intermediria de acordo com a ISO 5725-3, refere-se preciso avaliada sobre a mesma amostra, amostras idnticas ou padres, utilizando o mesmo mtodo, no mesmo laboratrio, mas definindo exatamente quais as condies a variar (uma ou mais), tais como: diferentes analistas; diferentes equipamentos; diferentes tempos. Esta medida de preciso representa a variabilidade dos resultados em um laboratrio. Na maioria dos casos, o valor de preciso intermediria funo do nvel de concentrao do ensaio e o seu clculo efetuado, preferencialmente, a partir dos resultados obtidos, aps eliminao dos resultados discrepantes. A visualizao grfica dos valores tambm pode ser til para identific-los;

    Linearidade corresponde capacidade do mtodo de fornecer resultados diretamente proporcionais concentrao da substncia (analito) em exame;

    Incerteza de medio de acordo com o VIM trata-se de um parmetro no negativo que caracteriza a disperso dos valores atribudos a um mensurando, com base nas informaes utilizadas, ou seja, este no possui influncia contraproducente definindo uma faixa para o resultado obtido de acordo com as prticas metodolgicas utilizadas A incerteza de medio compreende componentes provenientes de efeitos

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    sistemticos, tais como componentes associadas a correes e valores atribudos a padres, assim como a incerteza definicional. Algumas vezes no so corrigidos efeitos sistemticos estimados; em vez disso so incorporadas componentes de incerteza de medio associadas;

    Limite de deteco (LD) a menor quantidade de um analito que pode ser detectado em uma amostra, mas no necessariamente quantificado como um valor exato;

    Limite de quantificao (LQ) a menor quantidade de um analito que pode ser quantitativamente determinada em uma amostra com adequada preciso e exatido;

    Robustez susceptibilidade de um procedimento analtico a alteraes das condies experimentais, as quais podem ser expressas como uma lista dos materiais da amostra, das substncias a analisar, das condies de armazenamento, das condies ambientais e/ou de preparao da amostra em que o mtodo pode ser aplicado tal como apresentado ou com pequenas alteraes especficas. Relativamente a todas as condies experimentais que possam, na prtica, estar sujeitas a variaes (por exemplo, estabilidade dos reagentes, composio da amostra, pH, temperatura), devem ser indicadas quaisquer alteraes susceptveis de afetar os resultados analticos (Manual de Garantia de Qualidade Analtica, 2011);

    Incerteza de medio parmetro no negativo que caracteriza a disperso dos valores atribudos a um mensurando, com base nas informaes utilizadas. (VIM, 2012);

    Abordagem validation based baseada em estudos de validao inter e intralaboratrios (preciso, exatido, robustez). O clculo geralmente baseado no desvio padro das informaes disponveis (Olivares, 2012);

    Abordagem bottom up- baseado na identificao, quantificao e combinao de todas as fontes individuais de incerteza. Geralmente uma abordagem mais complexa, pois considera todas as fontes de incerteza do mtodo analtico. Este clculo aplicado utilizando principalmente a incerteza dos equipamentos volumtricos (ex. Frascos volumtricos e micropipetas, balanas e outros instrumentos que requerem calibrao, os quais geralmente apresentam suas incertezas expandidas expressas em seus certificados de calibrao) (Olivares, 2012).

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    Anexo D

    Referncias Bibliogrficas

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    BARROS NETO, B.; SCARMINIO, I. S.; BRUNS, R. E. Como fazer experimentos. 3. ed. Campinas, SP: Editora Unicamp, 2007. ISBN 978-85-268-0753-2. ELLISON, S. L. R.; BARWICK, V. J.; FARRANT, T. J. D. Practical statistics for the analytical scientist a bench guide. Cambridge: RSC Publishing, 2009. ISBN 978-0-85404-131-2. MASSART, D. L. et al. Handbook of Chemometrics and Qualimetrics Part A. Amsterdam: Elsevier, 1997. ISBN 0-444-89724-0 Set ISBN 0-444-82854-0. MILLER, J. N.; MILLER, J. C. Statistics and Chemometrics for Analytical Chemistry. 5th ed. Harlow, England: Pearson Prentice Hall, 2005. 268 p. ISBN-10: 0-13-129192-0, ISBN-13: 978-0131291928. Algoritmo Simplex. Disponvel em: . Esse stio tem um simulador grfico do algoritmo Simplex. Disponvel em: . Acesso em: 16 dez. 2010. SOUZA, S. V. C. de. Procedimento para Validao Intralaboratorial de Mtodos de Ensaio: delineamento e aplicabilidade em anlise de alimentos. 2007. Tese (Doutorado) Faculdade de Farmcia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, 2007. E-mail: . Method Validation and Quality Control Procedures for Pesticide Residues Analysis in Food and Feed. Document No. SANCO/12495/2011de 01/01/2012). Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro). Orientao Sobre Validao de Mtodos Analticos, Doq-Cgcre-008-Rev.04, 2011. ICH International Conference On Harmonisation Of Technical Requirements For Registration Of Pharmaceuticals For Human Use. ICH Harmonised Tripartite Guideline Validation Of Analytical Procedures: Text and Methodology Q2(R1), Step 4 Version, 2005. Eurachem/CITAC , Quantifying Uncertainly in Analytical Measurement. 3nd ed., 2012. Associao Brasileira de Normas Tcnicas (ABNT). Requisitos gerais para a competncia de laboratrios, ABNT NBR ISO/IEC 17025, 2005. Resoluo - RE N 899, de 29 de Maio de 2003 - Guia para Validao de Mtodos Analticos e Bioanalticos. OLIVARES, I.R.B.; LOPES, F.A. Essential steps to providing reliable results using the Analytical Quality Assurance Cycle Trends in Analytical Chemistry, Vol. 35, 2012. Manual de Garantia da Qualidade Analtica - Resduos e Contaminantes em Alimentos. Braslia: Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento, 2011. Vocabulrio Internacional de Metrologia Conceitos fundamentais e gerais e termos associados (VIM 2012). Institudo pela Portaria n. 232, de 08 de maio de 2012. YOUDEN, W.J.; STEINER, E.H. Statistical Manual of the AOAC,1975.

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    KONIECZKA, P.; NAMIESNIK, J. Quality Assurance and Quality Control in the Analytical Chemical Laboratory A Practical Approach. CRC press Taylor & Francis Group. 2009. FUNK, W.; DAMMANN, V.; DONNEVERT, G. Quality Assurance in Analytical Chemistry. WILEY-VCH Verlag GmbH & Co. KGaA, Weinheim, Germany. 2007.