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Manual do Aluno – Engenharia Refino e Petroquímica Projeto Corporativo de Qualificação em SMS para Empregados de Empresas Prestadoras de Serviço Janeiro de 2007 MA_Engen_Refino_Petroquimica.indI I MA_Engen_Refino_Petroquimica.indI I 8/1/2007 14:23:35 8/1/2007 14:23:35

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Manual do Aluno – EngenhariaRefino e Petroquímica

Projeto Corporativo de Qualificação

em SMS para Empregados de Empresas

Prestadoras de Serviço

Janeiro de 2007

MA_Engen_Refino_Petroquimica.indI IMA_Engen_Refino_Petroquimica.indI I 8/1/2007 14:23:358/1/2007 14:23:35

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Copyright © by PETROBRAS – Petróleo Brasileiro S.A.Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei 9.610, de 19.2.1998.

É proibida a reprodução total ou parcial, por quaisquer meios, bem como a produção de apostilas, sem autorização prévia, por escrito, da Petróleo Brasileiro S.A. – PETROBRAS.

Direitos exclusivos da PETROBRAS – Petróleo Brasileiro S.A.

S729m SOUZA, Carlos Roberto Coutinho de et al.

Manual do aluno: Engenharia Refi no e Petroquímica : Projeto corporativo de qualifi cação em sms para empregados de empresas prestadoras de serviço / Carlos Roberto Coutinho de Souza. – Rio de Janeiro: Petrobras, 2005.

58p.; 28cm.

ISBN: 85-85227-39-7

1. Segurança. 2. Saúde. 3. Meio Ambiente. I Título.

CDD: 363.11

PETROBRAS – Petróleo Brasileiro S.A.

Universidade PetrobrasRua General Canabarro, 500

Maracanã – 20.271-900 – Rio de Janeiro – RJ

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ApresentaçãoApresentação

III

A Petrobras vem, ano a ano, seja em termos absolutos, seja comparada às

suas congêneres mundiais, melhorando seu desempenho no que diz respeito a

SMS. Contudo, neste campo, a Companhia não tem poupado esforços adicionais

para situá-la em patamar superior. Assim, a vida, a saúde do trabalhador e a

preservação do meio ambiente são questões onde devemos perseguir como meta,

zero em acidentes, doenças e danos ao meio ambiente. Trata-se de quesito basilar

para uma Companhia que lida com processos onde o risco está sempre presente,

onde aspectos relacionados a SMS são, e serão sempre, responsabilidade de todos.

A Universidade Petrobras, em conjunto com diversos segmentos da Companhia,

conduziu a elaboração de uma solução educacional de abrangência corporativa, voltada para

a qualifi cação dos empregados das empresas contratadas. Nosso objetivo, neste trabalho,

foi o de garantir a melhor postura e capacitação da força de trabalho da Companhia,

abordando aspectos comportamentais, de responsabilidade e da legislação, além de

conceitos técnicos básicos em SMS. Importante observar que a proposta de qualifi cação

em referência está focada na efi cácia educacional, tanto no médio quanto no longo prazo.

Com a implementação deste processo de qualifi cação, a Petrobras reafi rma, mais

uma vez, seu compromisso de respeito ao meio ambiente e valorização do ser humano.

Ao estender o processo de qualifi cação às entidades de ensino interessadas, a Companhia

reforça seu engajamento em relação à responsabilidade social.

Este Manual do Aluno, verdadeira referência em aspectos básicos de SMS para

determinado segmento da Indústria do Petróleo, foi desenvolvido por um grupo de

especialistas, internos e externos à Companhia, sob a coordenação da Universidade

Petrobras. Na aplicação do curso, recomenda-se fortemente sua utilização em conjunto

com os outros materiais e recursos didáticos, igualmente elaborados sob coordenação desta

Universidade, que compõem a solução educacional do processo de qualifi cação em SMS.

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Este Manual, desenvolvido sob coordenação da Universidade Petrobras,

com ativa participação de profi ssionais da Companhia, notadamente dos

segmentos Abastecimento (AB), Exploração e Produção (E&P), Engenharia

(ENGENHARIA), Gás e Energia (GE), e Segurança, Meio Ambiente e

Saúde (SMS), foi elaborado pelos consultores abaixo relacionados:

Carlos Roberto Coutinho de Souza, Coordenador de Segurança;

Claudia Araújo Carvalho, Coordenadora de Comunicação e Mídia;

Dora Apelbaum, Coordenadora Didático-Pedagógica;

Fernando de Aboim Portilho, Coordenador Administrativo;

Newton Miguel Moraes Richa, Coordenador de Saúde;

Pedro Paulo de Lima e Silva Filho, Coordenador de Meio Ambiente.

Proibida a reprodução, mesmo parcial, e por qualquer processo, para sua utilização fora da Petrobras S.A. – PETROBRAS.

A PETROBRAS não se responsabiliza pela aplicação inadequada deste material.Os textos e imagens apresentados não se sobrepõem às normas vigentes.

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Este Manual do Aluno trata das questões relativas a Segurança, Meio

Ambiente e Saúde (SMS) que você irá acompanhar durante o curso. Para a Petrobras,

as questões de SMS são fundamentais e prioritárias. E isto é muito bom para o

trabalhador e para a sociedade.

Toda pessoa sabe que a vida é um bem precioso e delicado, e que compete a

cada um de nós defendê-la. E isso nós fazemos, por exemplo, ao reduzir o desperdício,

ao reciclar o lixo e ao reutilizar materiais.

Nossos familiares têm orgulho do trabalho que desenvolvemos, e cabe a

cada um de nós realizá-lo com segurança, preservando o meio ambiente e nossa

saúde. E podemos fazer ainda mais, dando o bom exemplo, ensinando aos nossos

fi lhos a agir com segurança, a proteger a saúde e o meio ambiente.

Em nossas casas também existem perigos e riscos. Devemos estar atentos

e reduzi-los, garantindo assim o melhor para nossos entes queridos. Aproveite

tudo o que você aprendeu e procure aplicar em sua vida, no seu dia-a-dia. Em

casa, com uma alimentação e hábitos sadios, no trabalho, respeitando os colegas

e as normas de SMS.

E, lembre-se, consulte este Manual sempre que tiver alguma dúvida. Releia-o

de quando em quando. Você sempre descobrirá algo novo, conhecimentos que trarão

maior qualidade de vida para você e para sua família.

SMS, RESPONSABILIDADE DE TODOS.

Mensagem ao Aluno

Mensagem ao Aluno

VII

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APRESENTAÇÃO ............................................................................................................ III

MENSAGEM AO ALUNO ..................................................................................................VII

1.0 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 2

2.0 SEGURANÇA ............................................................................................................... 2

2.1 Introdução ................................................................................................................ 2

2.2 Risco e perigo .......................................................................................................... 2

2.3 Acidentes, Incidentes e Desvios ................................................................................... 3

2.4 Por que ocorrem os acidentes? .................................................................................... 4

2.5 Processo de tratamento dos acidentes, incidentes e desvios ............................................ 7

2.6 Comportamento seguro .............................................................................................. 8

2.7 Permissão para Trabalho (PT) ...................................................................................... 8

2.8 Transporte de pessoas ................................................................................................ 9

2.8.1 Transporte terrestre de pessoas .......................................................................... 9

2.8.2 Trânsito de bicicletas .........................................................................................10

2.9 Execução segura das atividades ..................................................................................11

2.9.1 Cuidados com as mangueiras e conexões .............................................................12

2.9.2 Trabalhos com ferramentas e equipamentos diversos ............................................12

2.9.3 Trabalhos com uso de solda ................................................................................13

2.9.4 Trabalhos com uso de esmerilhadeiras .................................................................14

2.9.5 Trabalho em espaço confinado ............................................................................15

2.9.6 Limpeza industrial .............................................................................................16

2.9.7 Planejamento e inspeção nas operações ...............................................................16

2.9.8 Andaimes e plataformas de trabalho ....................................................................17

2.9.9 Movimentação de Cargas ...................................................................................18

2.9.10 O uso dos Equipamentos de Proteção Individual ..................................................19

2.10 Sistema de Prevenção e Controle de Incêndio .............................................................20

3.0 MEIO AMBIENTE ....................................................................................................... 23

3.1 Introdução ...............................................................................................................23

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3.2 Impactos Ambientais .................................................................................................23

3.2.1 A qualidade do ar ..............................................................................................24

3.2.2 A qualidade da água ..........................................................................................24

3.2.3 A qualidade do solo ...........................................................................................25

3.2.4 Conseqüências e impactos .................................................................................26

3.3 Como funciona a Natureza .........................................................................................27

3.4 Como prevenir impactos ambientais ............................................................................30

3.4.1 A operação em situações normais .......................................................................30

3.4.2 Programas de Economia de Energia .....................................................................33

3.4.3 As situações de emergência ...............................................................................34

3.4.4 A educação e a informação .................................................................................35

4.0 SAÚDE ...................................................................................................................... 37

4.1 Introdução ...............................................................................................................37

4.2 Lesões Agudas e Doenças relacionadas ao Trabalho ......................................................37

4.3 Como funciona o corpo humano ..................................................................................38

4.4 Como prevenir as doenças relacionadas ao trabalho ......................................................38

4.4.1 Prevenção de doenças causadas por agentes químicos ...........................................39

4.4.2 Prevenção de doenças causadas por agentes físicos ..............................................40

4.4.3 Prevenção de doenças causadas por agentes biológicos .........................................42

4.4.4 Prevenção de doenças causadas por agentes ergonômicos .....................................43

4.5 Como prevenir as doenças não relacionadas ao trabalho ................................................44

4.5.1 Alimentação .....................................................................................................44

4.5.2 Atividade física .................................................................................................45

4.5.3 Tabagismo .......................................................................................................45

4.5.4 Saúde Oral .......................................................................................................45

4.5.5 Álcool e drogas: perigos a evitar .........................................................................46

4.5.6 Como evitar as verminoses ................................................................................47

4.5.7 Uso correto de medicamentos.............................................................................47

4.5.8 Estresse ..........................................................................................................47

4.5.9 Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) .........................................................48

4.5.10 Vacinação de toda a família ..............................................................................49

4.5.11 Intoxicações ou envenenamentos ......................................................................53

4.6 Primeiros Socorros ....................................................................................................55

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Manual do Aluno – EngenhariaRefino e Petroquímica

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2Manual do Aluno - EngenhariaRefino e Petroquímica

P E T R O B R A S

1.0 INTRODUÇÃO

Agora que você já conheceu o Agulha e o Linha, e participou da Qualificação em SMS, temos a certeza de que suas dúvidas sobre as atitudes que vão garantir sua segurança, saúde e a proteção do meio ambiente foram esclarecidas.

Preparamos um “manual de cabeceira” para você ler e consultar toda vez que alguma dúvida surgir.

Lembramos ainda, que um trabalhador consciente de sua responsabilidade está sempre atento aos procedimentos, e aos perigos que possam existir no local de trabalho, em casa e até na hora do lazer. Não podemos aceitar que as coisas sejam feitas “de qualquer maneira”: precisamos fazer as coisas do modo correto.

A Petrobras, por meio de um amplo programa de conscientização e treinamento, está buscando melhorar a qualidade de vida da sua força de trabalho e a qualidade dos seus produtos e serviços, investindo grandes recursos para atingir esses objetivos. A política e as diretrizes da empresa na área de SMS - Segurança, Meio Ambiente e Saúde - demonstram claramente essa preocupação.

2.0 SEGURANÇA

2.1 Introdução

O homem sempre teve a necessidade de trabalhar para garantir a sobrevivência. Pela sua capacidade de raciocínio, conseguiu, através do tempo, criar processos e tecnologias que têm nos possibilitado viver de forma mais confortável e estender estas facilidades a um número cada vez maior de pessoas.

Em conseqüência da produção em massa pelas indústrias, um grande número de acidentes e doenças relacionadas ao trabalho passou a fazer parte da rotina dos trabalhadores, como resultado da interatividade entre o homem, a máquina e a organização do trabalho. Trabalhar com máquinas e equipamentos sem a devida proteção, além de causar acidentes, pode causar danos permanentes à saúde.

Este capítulo tem o objetivo de fornecer um conjunto de informações referentes aos procedimentos de segurança que devemos obedecer na execução diária de nossas atividades de trabalho, aos riscos de acidentes e às suas formas de prevenção.

2.2 Risco e perigo

Nas atividades cotidianas, devemos estar sempre atentos às medidas de prevenção de acidentes. Para planejarmos e aplicarmos medidas de prevenção de acidentes devemos considerar os conceitos de risco e perigo. As situações descritas a seguir nos ajudarão a entender as diferenças entre esses dois conceitos.

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3P E T R O B R A S Projeto Corporativo de Qualificação em SMS para Empregados de Empresas Prestadoras de Serviço

Primeira situação: Durante uma parada, foi emitida uma PT para a realização de um serviço de manutenção de raspagem da parede interna de um tanque, com o uso de esmerilhadeira. O tanque havia armazenado derivado de petróleo. Foram montadas as medidas de prevenção contra incêndio e a área estava perfeitamente sinalizada. Os equipamentos manuais foram inspecionados antes do uso, estando todos em perfeito estado de uso. O serviço vai começar com a PT entendida por todos os trabalhadores.

Segunda situação: Durante uma parada, iniciava-se um serviço de raspagem da parede interna de um tanque, com o uso de uma esmerilhadeira. O tanque havia armazenado derivado de petróleo. Não foram tomadas medidas de prevenção contra incêndios, e a área não se encontra sinalizada. O serviço foi iniciado antes da chegada da PT. Os equipamentos manuais não foram inspecionados antes do uso e o cabo da esmerilhadeira encontra-se com pequena rachadura.

Nas duas situações, o perigo identificado é o mesmo: serviço em ambiente fechado em área com resíduo inflamável. Porém, na primeira situação, o risco de incêndio ou acidente é baixo e na segunda o risco de incêndio ou acidente é alto.

Quando trabalhamos em atividade industrial, especificamente na engenharia, na construção de estruturas, ou na montagem e manutenção de equipamentos, devemos lembrar que o perigo está presente em cada serviço e o risco de acidentes deve ser controlado.

Quando adotamos um comportamento seguro, com atenção aos procedimentos e às medidas de SMS, certamente o risco de acidente será baixo e nosso trabalho, mais seguro.

O que devemos fazer é planejar e organizar os serviços, utilizando os recursos adequados (sem improvisação) e controlando permanentemente a tarefa, para que se tenha um “risco tolerável” e a probabilidade de ocorrência e dano de um acidente sejam bem baixas.

2.3 Acidentes, Incidentes e Desvios

No trabalho, ocorrem muitas situações que podem gerar acidentes e, outras vezes, o que chamamos “quase” acidentes ou incidentes.

Algumas situações de risco decorrem da postura do trabalhador ao improvisar uma ferramenta ou utilizar equipamento não adequado. Estas posturas, ações ou condições em desacordo com as normas de trabalho e que podem gerar um acidente ou um incidente são classificadas de desvios.

Quando um tipo de desvio ocorre de forma repetida, ou forma um conjunto de desvios semelhantes que ocorrem de forma repetitiva e freqüente, em uma determinada atividade ou área, é classificado de desvio sistêmico.

Incidente é o evento não planejado e não desejado, em que não há perda de qualquer natureza. Acidente é o evento não planejado e não desejado em que há perda de qualquer natureza (perda: qualquer tipo de dano às pessoas, ao meio ambiente, às instalações ou ao processo de produção).

Veja a seguinte situação: um empregado, que realiza um serviço em cima de um andaime, não protege a ferramenta, como determinam as instruções de segurança, deixando-a cair. A ferramenta não atinge ninguém. Este é um incidente (queda da ferramenta sem atingir ninguém) ocasionado por um desvio (não proteger a ferramenta como determinam as instruções de segurança).

Numa outra situação, vamos supor que a ferramenta, que cai da mão do trabalhador atinge um colega de trabalho. A queda da ferramenta causou-lhe um profundo corte no ombro. Isso caracteriza um acidente, com lesão corporal.

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4Manual do Aluno - EngenhariaRefino e Petroquímica

P E T R O B R A S

Ainda no mesmo exemplo, se a ferramenta cai e quebra, mesmo não atingindo ninguém, isso também seria um acidente, porém sem lesão. Isto porque houve perda, já que a ferramenta terá que ser substituída.

Muitos acidentes (alguns graves) e incidentes ocorrem com freqüência nas atividades de engenharia, na manutenção, nas refinarias, nas atividades administrativas e nos momentos de lazer.

Os acidentes não são obras do acaso, têm causas que devem ser identificadas, analisadas e eliminadas.

2.4 Por que ocorrem os acidentes?

Antigamente acreditávamos que os acidentes tivessem somente duas únicas causas: atos Inseguros e condições inseguras. Hoje em dia, não usamos mais estes conceitos, porém, eles foram utilizados durante muitos anos.

As práticas inseguros são as ações executadas pelos trabalhadores, que ocorrem em nível abaixo do padrão de segurança necessário para a atividade, são atitudes que representam desvios do comportamento esperado, como por exemplo, o uso de uma ferramenta improvisada.

Esses desvios são ações que não estão de acordo com os procedimentos de SMS.

As condições ambientes de insegurança são fatores ligados às instalações, aos equipamentos e ao ambiente de trabalho, cujo desempenho é considerado abaixo do padrão de segurança necessário. Em alguns casos, as condições abaixo do padrão de segurança são também chamadas de anomalias. Exemplo: um equipamento de solda elétrica sem o plug e ligado diretamente na tomada, com as duas pernas do fio.

Com a evolução do conhecimento, deixamos de usar os conceitos de atos e condições inseguras porque a análise dos acidentes tem demonstrado que eles decorrem de uma combinação de fatores ou causas que acontecem ao mesmo tempo, sob determinadas circunstâncias.

Estudando os acidentes, observamos que suas causas são decorrentes de quatro elementos que atuam em conjunto, nas operações de trabalho. Esses elementos são:

Pessoas – são os gestores da empresa, os supervisores, os trabalhadores, os visitantes, os fornecedores, o público, enfim, o elemento humano, através de suas ações ou omissões, como por exemplo:

deixar de usar o EPI;

usar ferramentas defeituosas ou improvisar;

dar ordem ou determinação de serviço de forma inconsistente ou incompleta;

faltar uma supervisão adequada.

Equipamentos – são as ferramentas e máquinas com que as pessoas trabalham diretamente ou que se encontram no ambiente de trabalho, por exemplo:

equipamentos, veículos, ferramentas manuais;

EPIs – Equipamentos de Proteção Individual;

uniformes e outros.

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5P E T R O B R A S Projeto Corporativo de Qualificação em SMS para Empregados de Empresas Prestadoras de Serviço

Materiais – são as matérias primas, os produtos químicos e outras substâncias que as empresas usam e processam. Em muitas empresas, 20 a 30% das lesões são causadas pelo manejo (processo) incorreto de materiais. Do mesmo modo, grande parte dos danos às instalações se deve aos produtos que são derramados indevidamente nos ralos e com isso acabam contaminando o solo e a água, além de poderem causar incêndios e explosões.

Ambiente de Trabalho – são os elementos presentes no local onde está sendo realizado o serviço ou tarefa, por exemplo:

instalações físicas;

arrumação dos equipamentos e materiais;

ordem e limpeza;

riscos químicos, como vapores, gases, fumaça, poeira;

riscos físicos, como ruído, calor, frio.

Todos estes quatro elementos (pessoas, equipamentos, materiais e ambiente de trabalho) devem se relacionar ou interagir adequadamente entre si, ou poderão produzir problemas que irão ocasionar os acidentes.

Vejamos o exemplo a seguir:

Durante uma parada da Unidade foi planejada a abertura de uma tubulação, interligada a um tanque. O operador da Unidade determinou ao supervisor da empresa contratada que fosse preparando o serviço. Nesta área estão ocorrendo muitos serviços, uns com o uso de solda e outros com o uso de esmerilhadeira. O ruído é bastante elevado no local. Por estar com muitas frentes de trabalho, o supervisor da empresa, antes de receber a PT, determina ao seu pessoal à preparação para o início do serviço.

Um operador mais experiente questionou o supervisor sobre a ausência da PT. Mesmo assim, o serviço foi passado para um auxiliar de manutenção, com a orientação de abrir o flange, com o cuidado de usar uma bandeja embaixo da tubulação, para no caso de ainda existir na linha resíduos do produto.

O auxiliar de manutenção não conhecia muito bem os procedimentos de SMS. Por estar distraído, ele não estava usando os óculos de segurança. Ao abrir o primeiro parafuso do flange mais próximo a ele, a linha ainda estava pressurizada e um jato de produto atingiu seus olhos.

Quando ocorre um acidente com contato de produto químico, certamente será ressaltada a falha de quem estava envolvido, quase sempre a vítima. Porém, se analisarmos com cuidado, veremos outras condições que podem também ter contribuído para a sua ocorrência:

Pessoa: não conhecer os procedimentos de SMS; não usar o EPI (óculos de segurança); adotar postura inadequada para o trabalho (se distrair).

Equipamento: a linha ainda estava pressurizada e a produção não preparou corretamente a abertura do equipamento.

Material: refere-se à matéria prima e, neste caso, o produto no interior da linha que é inflamável.

Ambiente de Trabalho: ruído e poeira no ambiente de trabalho podem causar, além de doenças ocupacionais, desconcentração e irritabilidade no trabalhador.

Para podermos estabelecer medidas que evitem a repetição de um acidente, é muito importante que se faça uma análise detalhada dos diferentes fatores que estavam presentes na situação.

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6Manual do Aluno - EngenhariaRefino e Petroquímica

P E T R O B R A S

Os acidentes não acontecem por acaso, eles não ocorrem por uma única causa e sim por múltiplas causas, ou seja, eles decorrem de uma combinação de fatores ou causas que acontecem ao mesmo tempo, sob determinadas circunstâncias. É o conhecido Princípio das Causas Múltiplas.

Estudos realizados concluíram que, antes de cada acidente, aconteceram diversos “desvios” do comportamento esperado, com possibilidade de se tornarem situações de conseqüências mais sérias.

Uma pequena falha, distração ou erro ser um fator a mais para ocorrer acidente, como no exemplo da abertura da linha.

Na atividade industrial, o término ou suspensão de um trabalho merece atenção especial. Durante o horário normal, quando o trabalho de manutenção de um equipamento na área industrial é interrompido, medidas de segurança adequadas devem ser tomadas, tais como: informar na PT a não conclusão do serviço e deixar o equipamento em condições de forma a não oferecer risco de acidente. Se à noite alguém precisar operar esse equipamento, sem saber que ele se encontra em manutenção, pode se acidentar ou ocasionar um grande acidente.

A empresa não deve esperar que o acidente aconteça para procurar respostas, deve se antecipar e verificar como poderá prevenir ou diminuir as suas perdas.

Como vimos anteriormente, os estudos relativos aos acidentes, mostram que as causas são decorrentes de quatro elementos que atuam em conjunto, nas operações de trabalho. As causas dos acidentes podem ser de dois tipos: causas imediatas e causas básicas.

Causas Imediatas são circunstâncias que antecedem imediatamente a ocorrência do acidente, por este motivo são as mais fáceis de serem identificadas. Na situação em que o auxiliar de manutenção abre um flange, são causas imediatas:

com relação à pessoa: realizar um serviço sem a PT; não usar EPI (óculos de segurança); se distrair; não perguntar sobre os procedimentos de SMS;

com relação ao equipamento: ausência de sinalização informando que a linha continha produto;

com relação ao material: presença de produto na linha pressurizada.

Causas Básicas são causas reais por detrás das causas imediatas, as razões pelas quais as práticas inseguras acontecem. São os fatores que, quando identificados, permitem uma administração de controle significativo e importante. Na situação em que o auxiliar de manutenção abre um flange, são causas básicas:

com relação à pessoa: não ter treinamento adequado; supervisão desqualifi cada; sistema de comunicação defi ciente ou inadequado;

com relação ao equipamento: defi ciência no projeto;

com relação ao ambiente de trabalho: o ruído e a poeira no ambiente de trabalho podem causar desconcentração e irritabilidade;

ausência de um programa de treinamento; ausência de um programa de controle de EPI; ausência de um Programa de Controle de Agentes Riscos; Diretrizes de comunicação defi cientes ou inexistentes.

Também consideramos Causas Básicas, quando há programas de SMS, mas não são seguidos por todos, ou não há controle na execução.

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2.5 Processo de tratamento dos acidentes, incidentes e desvios

Quando buscamos entender as causas que levam ao acidente de trabalho, precisamos identificar os desvios, irregularidades e anomalias, que ocorrem no dia-a-dia de trabalho e procurar estabelecer a relação da organização, dos fatores de trabalho e dos fatores pessoais.

Podemos então, definir como área de influência:

organização;

fatores de trabalho;

fatores pessoais.

A Organização exerce uma grande influência no comportamento individual e de grupo. Quando as organizações estabelecem cultura positiva de segurança e clima envolvendo e comprometendo os empregados em todos os níveis, a segurança passa a ser vista como um valor e não uma prioridade momentânea. A Organização deve enfatizar que desvios dos procedimentos de SMS estabelecidos são inaceitáveis. Sejam nas atividades industriais como nas administrativas.

Os fatores de trabalho influenciam diretamente o desempenho individual e o controle dos riscos. Esse controle dos riscos deve garantir a conformidade com o que é estabelecido pelas normas para a execução do trabalho, e os serviços que são realizados. Deve incluir, ainda, tanto o planejamento do trabalho, como a capacitação dos trabalhadores que irão realizar a tarefa.

Os fatores pessoais são atributos das pessoas, que podem ser pontos fortes ou fracos em relação à necessidade das tarefas que o trabalhador realiza. Estes fatores incluem, tanto atributos físicos, como psicológicos (hábitos, atitudes, habilidades e personalidade), e influenciam o comportamento de várias maneiras. Em função do treinamento e da experiência das pessoas, suas habilidades e atitudes têm possibilidade de modificações ou aperfeiçoamento.

O trabalhador deve agir de acordo com a sua formação profissional sempre de forma segura. A omissão, falta de cuidado ou demora no prevenir ou evitar um acidente, pode ser considerada imprudência, imperícia ou negligência.

Imprudência ocorre quando praticamos uma ação sem as necessárias precauções. Por exemplo, transportar pessoas na “carona” da empilhadeira.

Imperícia ocorre quando falta aptidão especial, habilidade ou experiência para o exercício de determinada função ou profi ssão. Por exemplo, um profi ssional exerce uma determinada atividade sem estar devidamente qualifi cado, p. ex. um mecânico fazer um reparo no quadro de energia.

Negligência ocorre quando ao executar uma tarefa existe a omissão de cuidado, falta ou demora no prevenir ou impedir um dano. Este é o caso do não cumprimento dos procedimentos de SMS. Por exemplo, não cumprir o que determina uma Permissão para Trabalho (PT).

Se um trabalhador age com imprudência, imperícia ou negligência e causa um acidente, podemos dizer que ele agiu de forma não responsável.

FATORES DE TRABALHO

ORGANIZAÇÃO

FATORES PESSOAIS

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P E T R O B R A S

A maioria dos erros humanos pode ser evitada quando o trabalhador adota uma postura responsável e consciente, e os fatores relacionados ao trabalho recebem adequado controle da organização da empresa.

2.6 Comportamento seguro

Para que um trabalho seja seguro, deve ser precedido da análise do seu risco e do estabelecimento de medidas adequadas de prevenção.

Assim como a empresa tem obrigações legais, o profissional também tem as suas obrigações, que são: conhecer, observar e colaborar com o cumprimento dos procedimentos de SMS, e ter conhecimento de que o não cumprimento desses procedimentos, além de poder gerar acidentes, pode gerar medidas administrativas.

Entre as obrigações dos trabalhadores está a responsabilidade de usar o Equipamento de Proteção Individual (EPI) determinado pela empresa, que serve justamente para protegê-lo.

Os trabalhadores devem ter atenção especial no uso das ferramentas. Essas ferramentas devem estar em bom estado de conservação e não devem ser usadas de forma incorreta, improvisada ou quando apresentam defeitos.

É importante destacar que o profissional consciente de suas obrigações não deve realizar nenhuma tarefa que exija a Permissão para Trabalho, sem antes ler e entender seu conteúdo. Deve, ainda, auxiliar na identificação dos “desvios” e informar imediatamente à chefia os riscos que não estão corretamente controlados.

A improvisação não é companheira do profissional, além de ser um fator importante para a ocorrência de um acidente.

2.7 7 Permissão para Trabalho (PT)

A Permissão para Trabalho (PT) é um documento interno da empresa que tem como objetivo informar aos funcionários os riscos das atividades industriais e as suas formas de prevenção com a finalidade de preservar a integridade física das pessoas, os equipamentos, o meio ambiente e a continuidade operacional.

A PT é aplicável aos trabalhos de manutenção, montagem, desmontagem, construção, inspeção ou reparo de equipamentos ou sistemas a serem realizados dentro da empresa que envolva riscos de acidentes com lesão pessoal, danos à saúde, danos materiais, agressão ao meio ambiente ou descontinuidade operacional.

A PT é um documento muito importante, pois registra, por escrito, a forma como a tarefa deve ser realizada e deve estar assinada por um empregado qualificado. Ela tem sua validade restrita ao período de trabalho do requisitante.

Antes de iniciar o serviço, o trabalhador deve:

exigir que a liberação da PT seja no local de execução do trabalho;

analisar e viabilizar o serviço em conjunto com o responsável que emitiu a PT;

ler a PT atentamente e verifi car se o serviço descrito corresponde exatamente ao serviço a ser executado;

analisar a tarefa cuidadosamente avaliando o que pode causar acidentes;

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fazer uma inspeção visual em todas as ferramentas manuais para ver se não oferecem riscos de acidentes;

verifi car se o equipamento em que vai trabalhar é o que consta na PT;

no caso de trabalho em equipe, orientar os demais membros do grupo quanto aos procedimentos de SMS;

solicitar os EPIs especiais para cada tarefa;

verifi car as condições gerais da área;

pedir o assessoramento da equipe de SMS, se for necessário ou previsto na PT;

colocar as etiquetas de advertência e/ou outra forma de sinalização para o alerta.

Ao término do serviço, o trabalhador deve:

remover a sinalização e os recursos utilizados, deixando a área limpa;

dar baixa na PT junto ao operador, informando a condição do equipamento/área, caso o trabalho não seja concluído.

É importante lembrarmos: só devemos começar o trabalho com a PT nas mãos. É responsabilidade da cada um atender sempre a todas as recomendações exigidas na PT.

DIREITO DE RECUSAQuando o empregado, no exercício de suas atividades, fundamentado em seu treinamento e experiência, após tomar as medidas corretivas, tiver justificativa razoável para crer que a vida e/ou a integridade física sua e/ou de seus colegas de trabalho, se encontre em risco grave e iminente, poderá suspender a realização dessas atividades, comunicando imediatamente tal fato ao seu supervisor hierárquico, que após avaliar a situação e constatando a existência da condição de risco grave e iminente manterá a suspensão das atividades, até que venha a ser normalizada a referida situação.Parágrafo único – A empresa garante que o Direito de Recusa, nos termos acima, não implicará em sanção disciplinar.Cláusula 105 – Acordo Coletivo da Petrobras (2005)

2.8 Transporte de pessoas

2.8.1 Transportes terrestre de pessoas

Os veículos utilizados para o transporte das pessoas para o trabalho ou do trabalho para suas residências, devem possuir os itens de segurança previstos no Código de Trânsito Brasileiro e passar periodicamente por manutenções preventivas.

A seguir apresentamos alguns procedimentos de segurança no transporte:

os veículos utilizados para transporte de pessoas devem possuir cintos de segurança, que devem ser utilizados por todos;

as ferramentas e equipamentos podem ser transportados em conjunto com as pessoas, desde que em local apropriado;

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durante o transporte, as pessoas não devem levar objetos cortantes ou contundentes, soltos ou junto ao corpo, como facão, talheres etc;

deve ser evitado o transporte de carga solta, de qualquer forma;

os acessos de subida e descida aos veículos devem ser seguros, para evitar quedas, escorregões e choques;

deve ser evitar as caronas, com exceção dos casos de socorro e/ou emergência;

nos deslocamentos, os veículos devem estar com o farol aceso, mesmo durante o dia.

Os seguintes procedimentos são obrigatórios para os condutores de veículos:

os condutores de veículos, sejam da Petrobras ou de empresa contratada, somente poderão dirigir veículos da empresa, se tiverem autorizados e portarem a ACV (Autorização para Condução de Veículos) expedida pela Unidade de Negócio ou Serviço, e deverão estar legalmente habilitado para a categoria dos veículos que irão dirigir;

o condutor deve conhecer e checar o Plano de Contingência e Comunicação para a região, que se encontra porta luvas ou cofre de todos os veículo;

o condutor é responsável pelo estado geral do veículo e pela sua forma de uso. Além disso, ele deve checar o estado de conservação ou validade dos itens de segurança do veículo: extintor de incêndio, triângulo, kit de primeiros socorros, pneu de socorro (estepe), macaco, chave de roda etc;

antes de dar a partida o condutor deve verifi car se todas as pessoas estão com o cinto de segurança e se a carga está devidamente acondicionada;

o condutor deve se manter sempre atento à sinalização de trânsito, inclusive a que se refere à presença de animais na região, para evitar atropelamentos. O atropelamento de animais silvestres, com ou sem morte, deve ser informado imediatamente à sua chefi a.

2.8.2 Trânsito de bicicletas

Ao transitarmos de bicicleta pelas ruas e áreas internas da Unidade, devemos:

andar com a bicicleta sempre junto ao meio fi o, na mão de direção dos veículos;

não dirigir lado a lado com outro ciclista, nem em movimentos sinuosos e nem entre automóveis;

não tirar as mãos do guidão, a não ser para sinalizar manobras;

não retirar os pés dos pedais com a bicicleta em movimento;

não transportar cargas em bicicletas comuns;

nunca segurar em veículos em movimento;

manter distância da traseira de outros veículos, para evitar colisões;

reduzir a velocidade em descidas, curvas, cruzamentos, trechos molhados e travessias de pedestres;

não transportar pessoas de carona;

não transitar de bicicletas nos passeios, no interior das ofi cinas e nas unidades de processo;

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evitar pontos acidentados das pistas;

evitar excesso de velocidade.

guardar as bicicletas nos estacionamentos próprios.

Lembre-se que o trânsito de bicicletas é proibido nos passeios, no interior das oficinas e nas unidades de processo, e que os pedestres têm preferência de trânsito.

2.9 Execução segura das atividades

A empresa deve informar aos trabalhadores sobre os riscos e as formas seguras de realização das atividades, podendo utilizar como meio de divulgação:

material escrito (quadros de avisos, cartazes etc.);

treinamento (treinamento de novos trabalhadores, acompanhamento de trabalhadores em suas tarefas etc.);

emissão de documentos informando os riscos nas atividades e suas formas de prevenção (Permissão para Trabalho, Ordens de Serviços etc.).

O trabalhador deve procurar manter-se informado, lendo os diferentes materiais para estar sempre atualizado nos assuntos referentes à segurança, ao meio ambiente e à saúde.

Muitas são as condições que podem contribuir para a ocorrência de um acidente, caso não sejam adotadas medidas mitigadoras de controle. Existem condições no nosso ambiente de trabalho que podem contribuir para a ocorrência de acidentes. As principais são:

Arranjo físico inadequado – são exemplos de riscos significativos: alguns serviços realizados durante a montagem de estruturas; caixas de passagem de cabos elétricos, levantamento de peças pesadas, espaços confinados de difícil acesso, etc.

Máquinas e equipamentos sem proteção – são exemplos de riscos significativos: máquinas e ferramentas rotativas (esmeris, lixadeiras, serras circulares verticais, etc.), máquinas de prensar, equipamentos aquecidos, equipamentos energizados, etc.

Armazenamento inadequado – o armazenamento de qualquer produto deve ser feito de modo a garantir a separação de produtos incompatíveis ou perigosos.

Os perigos que evitamos quando nos tornamos intolerantes com estas condições são estes:

Probabilidade de incêndio ou explosão – as atividades desempenhadas durante a execução de serviços em tubulações e estruturas de equipamentos para a área de petróleo apresentam riscos de acidente, incêndio ou até mesmo explosão dependendo do lugar onde está sendo realizado. Um dos itens considerados críticos é o trabalho a quente em locais elevados.

Vazamentos de substâncias tóxicas ou perigosas – são considerados como críticos os equipamentos que contem maior volume ou massa de substâncias com petróleo ou derivado, como por exemplo: tanques, grandes tubulações, navios, barcaças etc.

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O trabalho de engenharia, especificamente para a montagem de dutos, construção e manutenção requer procedimentos de segurança específicos aplicados através de uma avaliação adequada do serviço e o local onde será realizado.

Para estas atividades, nenhum trabalho deve ser iniciado sem o adequado treinamento das pessoas sobre os aspectos envolvidos e as formas de prevenção.

2.9.1 Cuidados com as mangueiras e conexões

As seguintes instruções devem ser observadas no uso de mangueiras e conexões:

devem estar em bom estado de funcionamento, sem emendas e nem reparos;

devem ser inspecionados antes do seu uso;

deve ser evitado o trânsito de veículo sobre as mangueiras e conexões, que devem estar protegidas;

quando não estiverem em uso as mangueiras devem ser mantidas organizadas de forma a não obstruírem a circulação e a evitar queda de pessoas;

as válvulas de controle dos fl uidos devem ser de fácil acesso para o trabalhador;

durante o uso das mangueiras e conexões, devem ser observadas as recomendações técnicas e de segurança dos fabricantes, quanto à pressão de serviço.

2.9.2 Trabalhos com ferramentas e equipamentos diversos

Geralmente, os acidentes que acontecem com ferramentas e equipamentos são causados:

por ferramentas inadequadas ao trabalho;

pelo uso de ferramentas em más condições;

pelo manuseio incorreto;

por improvisação;

pela falta de manutenção adequada.

Para prevenirmos os acidentes com estas causas devemos usar sempre, ferramentas e equipa-mentos em bom estado de conservação e tecnicamente atestadas por profissionais qualificados.

Nos serviços com ferramentas e equipamentos diversos, o resultado do trabalho certamente será mais seguro, se seguirmos as seguintes recomendações:

os pisos dos locais de trabalho onde se instalam máquinas e equipamentos devem ser vistoriados e limpos, sempre que apresentarem riscos provenientes de graxas, óleos e outras substâncias, que os tornem escorregadios;

não se deve utilizar ar comprimido para limpar o corpo e as roupas;

somente pessoas qualifi cadas podem fazer reparos nas ferramentas, principalmente as elétricas;

equipamentos portáteis elétricos devem ser inspecionados, quanto ao seu estado de conservação, principalmente os isolamentos dos fi os e o plug;

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o profi ssional não deve usar ferramentas elétricas quando está sobre superfícies úmidas. Este é um risco grave e iminente de acidente com choque elétrico e risco de vida;

deve-se desligar as tomadas elétricas puxando-as pelo seu corpo, retirando o plug da tomada com as mãos. Nunca se deve desligar um equipamento ou ferramenta elétrica puxando-o pelo fi o;

nos locais de travessia de veículos ou empilhadeiras, os cabos elétricos devem passar por dentro de tubos, e sobre esses tubos deve haver chapas metálicas;

não se deve usar roupas soltas, camisa para fora das calças, cabelos compridos e soltos, cordões e anéis nos dedos, quando o serviço é próximo de peças móveis de máquinas em movimento;

bombas e motores elétricos devem ter, obrigatoriamente, uma proteção fi xa sobre o eixo;

os reparos, a limpeza, os ajustes e a inspeção somente podem ser executados com as máquinas paradas, salvo se o movimento for indispensável à sua realização e neste caso, com medidas de segurança por escrito;

as máquinas e os equipamentos devem ter suas transmissões de força (partes elétricas) enclausuradas dentro de sua estrutura ou devidamente isoladas por anteparos adequados;

as tomadas elétricas devem estar sinalizadas quanto a sua voltagem (110V ou 220V);

as máquinas e os equipamentos que, no seu processo de trabalho, lancem partículas de material ou haja a possibilidade de lançar, devem ter proteção, para que essas partículas não ofereçam riscos às pessoas e ao meio ambiente;

as máquinas e os equipamentos que utilizarem ou gerarem energia elétrica devem ser aterrados eletricamente e inspecionados regularmente.

2.9.3 Trabalhos com uso de solda

Os tipos de solda mais utilizados na atividade industrial são: solda do tipo oxi-acetileno e solda elétrica.

No caso especifico do uso da eletricidade, a instalação e a manutenção dos equipamentos elétricos somente podem ser feitas por eletricistas treinados, qualificados e devidamente credenciados pela empresa.

Nos serviços com solda, o resultado do trabalho certamente será mais seguro, se forem seguidas as seguintes recomendações:

todos os equipamentos elétricos devem estar “aterrados” com cabos, grampos e conectores aprovados previamente;

deve-se utilizar somente cabos e alicates porta-eletrodos, que estejam em bom estado de conservação e que não apresentem defeitos;

o transporte do alicate porta-eletrodos deve ocorrer sem pedaços de eletrodo em seu interior;

deve-se manter o equipamento de soldagem em local seco e bem ventilado;

antes de abrir um arco elétrico, deve-se utilizar um anteparo como medida de segurança;

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não se deve utilizar solda elétrica em área molhada;

antes da realização da solda, deve-se avaliar se a tonalidade fi ltrante da lente da máscara de solda é a de número adequado à atividade que será desenvolvida;

os acessórios utilizados na solda oxi-acetileno, devem ser previamente inspecionados e liberados por profi ssional qualifi cado;

nas mangueiras ligadas ao cilindro de oxigênio e acetileno devem ter instalada uma válvula do tipo corta chamas, para evitar o seu retrocesso;

os cilindros de oxigênio e acetileno devem ser transportados e armazenados em pé;

durante a estocagem os cilindros devem estar protegidos por uma corrente para evitar sua queda acidental;

o uniforme deve ser, obrigatoriamente, de algodão, sendo de elevado risco de acidente com queimadura o uso de roupas com fi bras sintéticas;

é obrigatório o uso dos EPI específi cos para proteção dos olhos e do corpo, como por exemplo, máscara com lente e fi ltro apropriado, avental e perneiras de raspa de couro;

durante o processo de solda em ambientes fechados, deve-se, obrigatoriamente, manter exaustão e ventilação adequadas e o uso de máscaras apropriadas ou máscaras com ar mandado para proteger o trabalhador das emanações tóxicas.

2.9.4 Trabalhos com uso de esmerilhadeiras

Esses equipamentos oferecem riscos característicos de sua operação. O uso da capa de aço serve como proteção, pois a sua função é a de evitar que um pedaço atinja o usuário, caso haja o rompimento do disco.

Um disco de desbaste, ou de corte, por incrível que pareça, é frágil e pode quebrar. Devemos evitar que o disco bata contra o solo, ou fique em contato com a umidade, pois esses fatores contribuem para sua fragilização. O disco frágil pode partir-se durante o uso.

Quando um disco abrasivo se rompe, cada um dos seus pedaços sai numa direção diferente na mesma velocidade de rotação, cortando o que aparecer na frente. Por esse motivo devemos tomar uma série de cuidados, antes e durante a operação de esmerilhadeiras, erroneamente chamadas de lixadeiras.

Devemos usar ferramentas apropriadas para colocar ou remover os discos abrasivos. O certo é usar um par de ferramentas chamadas de: “forqueta” e chave de boca. A chave de boca fixa o eixo da esmerilhadeira, enquanto a forqueta, se encaixa nos furos do flange de fixação para apertar ou desapertar. Durante a colocação do disco, não há a necessidade de apertar com muita força, pois o próprio sentido de rotação do disco dará o aperto adequado.

Nos serviços com esmerilhadeira, o resultado do trabalho certamente será mais seguro, se seguirmos as seguintes recomendações:

não devemos utilizar esmerilhadeiras que não estejam com plug da tomada apropriado para o uso na corrente elétrica;

antes do uso, devemos deixar a esmerilhadeira funcionando com a face de operação virada para o piso (sem encostar) por aproximadamente 30 segundos;

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com o motor desligado, o disco de segurança continua girando por algum tempo, por isso, devemos evitar contatos violentos com o piso, para não trincar o disco;

uma esmerilhadeira não deve ser utilizada por pessoas sem treinamento prévio;

não devemos transitar sem óculos, perto de pessoas com a esmerilhadeira ligada.

2.9.5 Trabalho em espaço confi nado

Espaço confinado é qualquer área não projetada para ocupação contínua, que tem meios limitados de entrada e saída, com ventilação insuficiente para remover adequadamente os contaminantes perigosos ou suprir a deficiência de oxigênio que pode existir ou se desenvolver (definição dada pela Norma ABNT NBR 14787).

Devido a estas condições especiais, o espaço confinado apresenta uma atmosfera de risco que requer medidas rigorosas de segurança que não ofereça riscos de acidentes e nem exposição dos trabalhadores ao perigo de morte, incapacitação, restrição da habilidade para auto–resgate, lesão ou doença aguda.

Todos os espaços confinados devem ser adequadamente sinalizados, identificados e isolados para evitar que pessoas não autorizadas entrem nestes locais.

ANTES de iniciar um serviço em espaço confinado, a atmosfera no seu interior deverá ser testada, com instrumentos previamente calibrados, quanto a:

concentração de oxigênio;

gases e vapores infl amáveis;

contaminantes do ar potencialmente perigosos.

A seguir são apresentadas algumas instruções de segurança para o trabalho em ambientes confinados:

deve ser realizada uma inspeção rigorosa do local, preferencialmente com a presença do técnico de SMS, as condições gerais do local e em especial, para verifi car a iluminação, as condições de suprimento de ar e os EPIs necessários;

os procedimentos de SMS para ambientes confi nados devem ser seguidas com rigor, especialmente as instruções contidas na PT;

no caso de limpeza e reparo de tanques ou vasos de pressão, desconecte ou vede com raquetes todas as tubulações de entrada e saída de produtos interligadas ao sistema. Certifi que-se de que as tubulações interligadas estão perfeitamente isoladas sem possibilidade de entrada acidental de produto para o seu interior;

para serviços com o uso de fonte de ignição, esmerilhadeiras ou equipamentos de corte no interior de espaços confi nados, deve ser exigida permanente medição do nível de oxigênio e o grau de explosividade;

o serviço no interior do ambiente confi nado, deve ser acompanhado por um outro trabalhador na boca de visita;

somente pessoal treinado e autorizado pode entrar e realizar serviço em um espaço confi nado;

leve para o interior do ambiente onde será realizado o serviço, apenas as ferramentas que será usada naquele trabalho.

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Se sentir qualquer mal estar físico durante a realização de serviço em ambiente confinado PARE e comunique imediatamente ao seu supervisor. Caso sinta dificuldade de respirar, saia imediatamente do local.

2.9.6 Limpeza industrial

Durante o trabalho de limpeza industrial é importante que você observe as seguintes orientações para um serviço com segurança:

siga as instruções contidas na PT;

verifi que se todos os EPI estão dispostos para uso;

verifi que as condições de ventilação e exaustão do ambiente;

tenha cuidado para não molhar as pessoas e os equipamentos elétricos.

Algumas medidas adicionais são necessárias quando a limpeza é com o uso de produtos químicos, classificada de “limpeza química”:

para a proteção dos olhos, além dos óculos de segurança, deve ser usado protetor facial. Para a proteção do tronco, braços e pernas, deve ser usado avental, luvas e botas de PVC;

alguns trabalhos requerem o uso do macacão completo de PVC ou tyvek. Após o serviço, devem ser observados cuidados especiais para retirada dos EPI, que muitas vezes fi cam contaminados com os produtos químicos;

procure sempre trabalhar em local arejado e não descarte os resíduos dos produtos de limpeza de forma que possa contaminar o solo e as canaletas de águas pluviais;

use máscara com fi ltro específi co para o produto químico que está sendo usado;

mantenha os vasilhames que contêm o produto em bom estado e guardado em lugares arejados e iluminados, e com rótulos de identifi cação legível;

antes de começar a trabalhar, retire da área todos os objetos que não vai precisar;

se ocorrer derrame acidental de algum produto de limpeza lave o piso imediatamente;

lave bem e enxágüe os mangotes, linhas e equipamentos utilizados na limpeza com produtos químicos;

durante o serviço, qualquer fato considerado fora do normal deve ser comunicado imediatamente o seu supervisor.

2.9.7 Planejamento e inspeção nas operações

As atividades que envolvem a prospecção e exploração do petróleo, seu transporte e processamento, até a comercialização dos seus derivados, apresentam riscos e perigos específicos e requerem a aplicação de grandes investimentos, conhecimentos técnicos e disciplina operacional para se alcançar resultados satisfatórios.

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O conhecimento técnico, fruto de estudo e pesquisas, tem sido aperfeiçoado através da experiência acumulada ao longo de anos de trabalho, e visa o processo de melhoria contínua no desempenho dos seus resultados. Através de constantes treinamentos o conhecimento técnico é transferido para os trabalhadores (força de trabalho).

No entanto, a base do sucesso é a disciplina operacional através da aplicação dos procedimentos de trabalho documentados, para garantir a sua execução dentro dos padrões internacionais de qualidade, segurança, saúde e meio ambiente.

A disciplina operacional está relacionada com a execução das tarefas de acordo com os procedimentos documentados e as melhores práticas de trabalho conhecidas. Muitas operações do dia-a-dia, por se realizarem com freqüência, não têm sido realizadas com a devida disciplina operacional, e seus resultados acabam ficando abaixo dos padrões de qualidade e SMS desejados.

Muitas destas situações podem ser evitadas quando realizamos, antes da execução da tarefa, um planejamento adequado, até mesmo para as atividades de rotina.

Uma das ferramentas importantes utilizadas no planejamento é a inspeção prévia. As inspeções planejadas são uma forma de garantir que os principais itens de controle serão observados e executados.

Existem várias maneiras de se realizar uma inspeção. A utilização de uma lista de verificação (check list) auxilia na observação dos itens e partes críticas que devemos ter cuidado para, na execução da tarefa, não cometermos desvios.

Alguns itens de verificação importantes no programa de SMS, que podem ser checados através de uma correta inspeção, são:

as condições de segurança para a realização de uma tarefa;

o local onde será realizado o trabalho e a possibilidade de queda de pessoas e de materiais;

o perigo de choque elétrico no manuseio de equipamentos energizados;

a movimentação de cargas em áreas com a presença ou passagem de pessoas.

Outros itens específicos podem ser planejados e inspecionados antes da sua execução. Em caso de dúvida devemos conversar como nosso supervisor.

2.9.8 Andaimes e plataformas de trabalho

Nos serviços com andaimes, que devem ser inspecionados antes do seu uso, o resultado do trabalho certamente será mais seguro, se seguirmos as seguintes recomendações:

o dimensionamento dos andaimes, sua estrutura de sustentação e fi xação, deve ser realizado por profi ssional legalmente habilitado;

os andaimes devem ser dimensionados e construídos de modo a suportar, com segurança, as cargas de trabalho a que estarão sujeitos;

o piso de trabalho dos andaimes deve ter forração completa, antiderrapante, ser nivelado e fi xado de modo seguro e resistente;

devem ser tomadas precauções especiais, quando da montagem, desmontagem e movimentação de andaimes próximos às instalações elétricas;

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a madeira para confecção de andaimes deve ser de boa qualidade, seca, sem apresentar nós e rachaduras que comprometam a sua resistência, sendo proibido o uso de pintura que encubra imperfeições;

é proibida a utilização de aparas de madeira na confecção de andaimes;

os andaimes devem dispor de sistema guarda-corpo e rodapé, inclusive nas cabeceiras, em todo o perímetro;

é proibido retirar qualquer dispositivo de segurança dos andaimes ou anular sua ação;

é proibida, sobre o piso de trabalho de andaimes, a utilização de escadas e outros meios para se atingir lugares mais altos;

o acesso aos andaimes deve ser feito de maneira segura;

é proibido o deslocamento das estruturas dos andaimes com trabalhadores sobre os mesmos.

2.9.9 Movimentação de Cargas

Nas atividades que envolvem movimentação de cargas, devemos ter muita atenção, pois a atividade envolve diversos perigos e se não forem tomadas as precauções de segurança, os riscos de acidentes são elevados, muitas vezes com sérias conseqüências. Devemos sempre usar os EPIs recomendados para evitar, por exemplo, lesões no ouvido, causadas pela exposição ao ruído das máquinas que nos auxiliam na movimentação de cargas. Estas máquinas (guindastes, por exemplo) soltam muita fumaça, e, por isso, devemos evitar a exposição a essa poluição.

Várias medidas de segurança são necessárias para realizarmos a movimentação de cargas de maneira segura. Devemos ter atenção com as seguintes medidas, antes, de iniciarmos o trabalho:

somente podemos iniciar o trabalho com a PT, que deve ser lida e entendida;

devemos perguntar ao nosso supervisor qual é o peso da carga a ser elevada e informá-lo ao operador da máquina;

devemos isolar toda a área em que a carga vai ser movimentada, com cordas, correntes, cavaletes e placas de advertência;

antes de utilizar ferramentas e acessórios (manilhas, estropos etc.) devemos verifi car se estão em bom estado de conservação e apropriados para o uso;

todas as peças e componentes soltos da carga devem ser retirados ou seguramente fi xados antes de iniciar a movimentação;

a carga deve ser presa cuidadosamente. Para prender ou amarrar cargas, devemos usar somente ferramentas e acessórios específi cos para este fi m, como estropos, manilhas e grampos apropriados, nunca recursos improvisados ou acessórios desgastados;

para evitarmos o deslizamento da peça a ser elevada, devemos colocar calço(s) de madeira entre o cabo e a superfície da peça;

sempre que for necessário, temos que recorrer ao supervisor ou operador de máquina, para avaliarmos a melhor maneira de amarrar a carga.

Ao iniciar o trabalho, é importante conhecermos as seguintes recomendações:

devemos amarrar uma corda à carga, que servirá como guia, para facilitar a sua condução (este procedimento é obrigatório para cargas volumosas ou de difícil acesso ao local de destino);

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no manuseio de cabos de aço, correntes e estropos, além dos EPls recomendados pela PT, devemos usar a luva de vaqueta;

só podemos utilizar ferramentas de carga (talhas, tirfors, estropos etc.) dimensionadas para a carga a ser movimentada;

é proibido passar por baixo da carga durante sua movimentação. É para isso que as áreas devem estar isoladas e corretamente sinalizadas.

ATENÇÃOSe formos usar talha elétrica ou ponte rolante, observe:

a amarração da carga deve estar no seu ponto de equilíbrio;

nunca deixe a botoeira de comando da ponte em locais de circulação;

durante o deslocamento da carga, a peça que estiver sendo movimentada deve ser mantida o mais próximo possível do piso.

Concluída a movimentação, o isolamento deve ser recolhido e o material utilizado deve ser guardado nos respectivos locais.

Recomendações para a sinalização na movimentação de cargas:

a sinalização, da movimentação de cargas, somente pode ser realizada por empregados treinados e qualifi cados para esta função;

a sinalização deve ser feita para o operador de maneira clara e precisa, utilizando-se a sinalização padronizada;

o sinalizador deve se posicionar em local visível ao operador;

em caso de sinalização com o rádio, a movimentação deve ser feita de forma continuada;

se necessário, o sinaleiro deve pedir ajuda para acompanhar o trajeto da peça que está sendo movimentada, a fi m de evitar choque contra equipamentos, tubulações ou piso;

a sinalização é uma atividade que deve ser feita com exclusividade, ou seja, nunca o sinaleiro pode se preocupar com outras atividades, quando estiver sinalizando;

a condução e ajuste de posição da carga deve ser feito pelos outros membros da equipe;

o sinaleiro credenciado deve portar sua identifi cação de autorização, através da “Carteira do Curso Básico Obrigatório e Credenciamentos de Segurança” (ou modelo próprio da empresa), em local de fácil visibilidade.

2.9.10 O uso dos Equipamentos de Proteção Individual

Existem equipamentos e roupas de proteção que são específicos para cada atividade, de acordo com o perigo que a sua área de trabalho oferece. O uso das EPIs recomendados para a tarefa é obrigatório.

Proteção para rosto e cabeça

Protetores faciais, óculos de segurança, máscara para soldadores e capacetes de segurança.

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P E T R O B R A S

Proteção para os membros superiores

Luvas e/ou mangas de proteção

Proteção para membros inferiores

Calçados de proteção com biqueira de aço; calçados impermeáveis; calçados impermeáveis e resistentes a agentes químicos; calçados de proteção contra calor e frio; calçados de proteção contra agentes biológicos; calçados de proteção contra choque elétrico.

Destacamos abaixo algumas recomendações importantes:

as placas de EPI de sua área especifi cam quais são os EPIs obrigatórios e os específi cos. Mantenha-se sempre informado;

é obrigatório o uso de uniformes limpos e adequados ao serviço, pois o uniforme também é um EPI;

é obrigação da empresa o fornecimento dos EPIs, mas é obrigação do funcionário o seu uso e sua conservação;

qualquer problema com o seu EPI deve ser imediatamente relatado ao seu supervisor;

precauções, atenção e disciplina no trabalho são importantes, pois o EPI não evita o acidente.

2.10 Sistema de Prevenção e Controle de Incêndio

Inicialmente, devemos conhecer a diferença entre fogo e incêndio:

Fogo: é o evento com geração de chamas, sob controle.

Incêndio: é o evento com geração de chamas, fora de controle.

Devemos ressaltar que tanto o fogo quanto o incêndio têm o mesmo princípio, que é a necessidade de haver em um mesmo ambiente a combinação (em proporções determinadas) do combustível, do comburente, e de uma fonte de ignição, como no exemplo:

folhas secas (combustível);

oxigênio do ar (comburente);

ponta de cigarro acesa (fonte de ignição).

A esta combinação chamamos de triângulo do fogo.

Dessa maneira, para prevenirmos a ocorrência de incêndios, devemos sempre manter separados, ou adequadamente protegidos, esses três elementos. A presença de somente um ou dois dos elementos não é suficiente para iniciar um incêndio. Por exemplo, ao abrirmos o gás do fogão da cozinha (combustível), ele se mistura com o oxigênio do ar (comburente), porém, se não riscarmos um fósforo (fonte de ignição), não haverá fogo.

Alguns exemplos comuns de fontes de ignição são: fósforos, isqueiros, curtos-circuitos etc.

As instalações elétricas devem ser sempre mantidas em bom estado de conservação.

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Tetraedro do Fogo – O conceito de “tetraedro do fogo” serve para complementar o de “triângulo do fogo” com outro elemento, a reação química em cadeia. A combustão é uma reação que se processa em cadeia, que após a partida inicial, é mantida pelo calor produzido durante o processamento da reação. A cadeia de combustão, dessa forma, produz a sua própria energia de ativação (calor), o que permite a continuação da queima.

A seguir, são apresentadas informações e recomendações para combate a incêndio:

A) Classes de incêndio

Incêndios da Classe A: são os que ocorrem em materiais combustíveis comuns (folhas, mato, madeiras, papel, tecidos, fi bras), que ao queimarem deixam resíduos (cinzas). Queimam na superfície do material e em profundidade.

Incêndios da Classe B: são os que ocorrem nos líquidos e gases combustíveis. Queimam somente na superfície exposta.

Incêndios da Classe C: são os que ocorrem em equipamentos elétricos energizados.

Incêndios da Classe D: são os que ocorrem em metais pirofóricos (magnésio, lítio, zinco etc.). Exigem, para a sua extinção, agentes extintores especiais que se fundem em contato com o metal combustível em chamas, formando uma capa que o isola do ar, interrompendo a combustão.

Para cada classe de incêndio, existe um tipo específico de extintor, como veremos no item d.

B) Métodos de extinção

Resfriamento: consiste em diminuir a temperatura do material em chamas, até que essa se situe abaixo do ponto de combustão, quando não mais haverá desprendimento de vapores na quantidade necessária para sustentar a combustão (fogo).

Abafamento: consiste em reduzir a concentração do oxigênio presente no ar. Sem oxigênio não há combustão (fogo).

Quebra da reação em cadeia: é o método conhecido como extinção química, onde o agente extintor interfere na reação das substâncias geradas durante a combustão.

Remoção do combustível: consiste na retirada ou interrupção dos materiais combustíveis que alimentam as chamas. Exemplos: aceiro (corte de vegetação), praticado nos casos de incêndios em matas, fl orestas e campos, que interrompe a continuidade do fogo; fechamento de válvulas para que seja interrompido o fl uxo de combustível líquido ou gasoso; fechamento da válvula do fogão de cozinha, interrompendo o fl uxo de gás.

C) Agentes extintores portáteis

Os principais agentes de extinção são os conhecidos Extintores de Incêndio, que apresentam as seguintes propriedades ou características:

extintor de Água: extingue as chamas através das ações de resfriamento e de abafamento;

dióxido de carbono (CO2): extingue as chamas por abafamento, reduzindo o oxigênio necessário a combustão;

pó químico: extingue as chamas pela quebra da reação em cadeia. Sua ação extintora ocorre através da interferência na reação em cadeia, ou seja, o pó químico reage com os produtos intermediários formados durante a combustão;

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especiais: sua ação extintora é realizada com extintor tipo “químico seco”, porém, o pó químico será específi co para cada material.

D) Uso correto dos extintores de incêndio

Vejamos a seguir que tipo de extintor deve ser utilizado para cada classe de incêndio:

Classe de incêndio Combustível Tipo de extintor a ser utilizado

A Papel, fi bras, tecidos e madeira Água/ CO2*

B Líquidos e gases combustíveis Pó químico/CO2

C Equipamentos elétricos energizados CO2/Pó químico

D Magnésio, lítio, zinco etc. Pó químico específi co

* Nos incêndios de Classe A, os extintores de CO2 podem ser usados em seu início.

Observações da NR 23 do Ministério do Trabalho quanto ao uso de extintores portáteis.

O extintor tipo “Dióxido de Carbono” (CO2 ) será usado, preferencialmente nos fogos das Classes B e C, embora possa ser usado também nos fogos de Classe A em seu início.

Nos incêndios Classe D será usado o extintor tipo “Químico Seco”; porém o pó químico será especial para cada material.

O método de abafamento por meio de areia (balde de areia) poderá ser usado como variante nos fogos das Classes B e D.

Método de abafamento por meio de limalha de ferro fundido poderá ser usado como variante nos fogos Classe D.

E) Requisitos mínimos para as empresas

As empresas devem manter, por exigência legal, os seguintes requisitos:

sistema adequado de proteção contra incêndio;

saídas sufi cientes para a rápida retirada do pessoal em serviço, em caso de incêndio;

equipamento sufi ciente para combater o fogo em seu início;

pessoas treinadas no uso correto dos equipamentos de combate a incêndio.

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3.0 MEIO AMBIENTE

3.1 Introdução

Você certamente já ouviu falar em cidadania ou em ter os direitos e deveres de um cidadão.

Cidadão é o indivíduo com direitos civis e políticos de um país e, por isso, pode exercer a cidadania, que nada mais é do que fazer valer esses direitos.

Mas o que isto tem a ver com o meio ambiente?

Praticamente todas as atividades que desenvolvemos têm um efeito direto no meio ambiente, seja em casa ou no trabalho. Cada indústria tem um sistema de produção próprio. E na indústria do petróleo não é diferente. Vamos ver, a seguir, de que forma as nossas atividades profissionais podem trazer prejuízos ao meio ambiente e que cuidados podem e devem ser tomados.

Dificilmente passamos muito tempo sem notar algum lixo boiando no mar, numa lagoa ou rio, fumaça no ar e ruídos de carros. Para quem mora nas grandes cidades, essa realidade é mais forte e constante, e assim, quando chegam as férias, queremos viajar para um lugar no campo ou na praia. Buscamos lugares para respirar ar puro, ver o céu de noite e ouvir os sons da Natureza.

Para evitar a destruição das áreas naturais que ainda existem, e para conservar aquelas que ainda apresentam uma paisagem natural, é preciso saber como podemos reverter essa tendência de destruição. Uma forma de melhorar a qualidade do ambiente onde se vive e trabalha é cada um contribuir com a sua parte, porque a sociedade é a soma do que cada um de nós faz individualmente.

Por exemplo, 40% de todo o lixo coletado pelas empresas de limpeza urbana é lixo da rua. Isso quer dizer que, se todos nós parássemos de jogar lixo no chão, seria muito mais fácil e barato coletar o lixo apenas das latas de lixo. As cidades ficariam mais bonitas, mais agradáveis de se viver e receberíamos mais turistas. Não jogar lixo no chão é sinal de educação ambiental.

O Meio Ambiente é tudo que nos rodeia, não é apenas a Floresta Amazônica ou as tartarugas do mar. É também o ar que respiramos, a água que bebemos, a terra que pisamos. É o espaço ocupado pela nossa empresa, as ruas, as escolas, tudo o que é público, como um monumento histórico ou uma biblioteca pública.

Como diz a Lei de Crimes Ambientais, degradar, destruir ou atentar contra qualquer bem público, incluindo os animais, as plantas e as comunidades humanas, é crime ambiental, sujeito à punição, que inclui pagamentos de multas altas, prisão e reparação dos danos causados.

Este capítulo tem o objetivo de fornecer um conjunto de informações para que o trabalhador possa saber como se comportar para manter um ambiente seguro e saudável no lugar em que vive, trabalha e aproveita suas horas de lazer.

3.2 Impactos Ambientais

Impactos ambientais são todas as alterações causadas pelo homem na fauna, na flora, no solo, no ar e nas águas.

Olhando em volta, podemos notar que:

o ar nas cidades grandes não é tão bom quanto no campo ou dentro de uma mata;

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a água da maioria dos rios não deve ser bebida, porque pode causar doenças graves devido à poluição das indústrias e esgoto;

existem muitos locais onde as encostas estão deslizando, o solo está se abrindo ou se desertifi cando (fi cando seco e quente).

O que causou tudo isso?

3.2.1 A qualidade do ar

O ar que respiramos nas cidades grandes, tais como Rio de Janeiro, São Paulo etc., também se encontra poluído.

A cidade de São Paulo, nos últimos anos, implantou um programa de rodízio dos carros, proibindo que automóveis com placas de final ímpar, por exemplo, circulassem em certos dias da semana, e os de placas com final par, em outros dias. O objetivo foi diminuir a poluição causada pelos carros, o que gerou uma sensível queda nos índices registrados nos hospitais de pessoas com problemas respiratórios.

No Rio de Janeiro, o ar nas áreas industriais é bastante ruim comparado com o ar do litoral sul, onde há poucas indústrias. Um estudo da Universidade de São Paulo mostrou que para qualquer quantidade de partículas de poeira e poluição, em suspensão no ar, há um correspondente número de pessoas sendo atendidas nos hospitais públicos com problemas respiratórios.

Para minimizar esse problema, a Petrobras tem desenvolvido sistemas de tratamento para todos os efluentes. Chaminés, filtros e outros dispositivos evitam a emissão de gases, vapores e poeiras para a atmosfera, unidades de recuperação retiram o enxofre dos gases, cuja queima produziria dióxido de enxofre, um dos principais poluentes dos centros urbanos.

3.2.2 A qualidade da água

A água que usamos em casa precisa ser tratada pelas empresas de fornecimento de água, primeiro para retirar material sólido visível, como pedaços de plantas, animais mortos mas, principalmente, o lixo que está nos rios. Também retira-se uma série de micróbios transmissores de doenças, que vem do esgoto lançado nos rios e a poluição despejada pelas indústrias.

A Baía de Guanabara é um exemplo de como a poluição industrial e os esgotos sanitários podem destruir o meio ambiente. Cerca de 70% da poluição da Baía de Guanabara é causada pelo lançamento de esgoto sanitário sem tratamento. Antes das indústrias se instalarem nas margens dos rios que desembocam na baía e do lançamento dessa quantidade de esgoto, a quantidade de peixes era cerca de 10 vezes a que é hoje, e muitas pessoas viviam daquela pesca.

Durante muitos anos navios que atracavam dentro da Baía de Guanabara, lavavam seus porões jogando a água misturada com óleo na baía. Os prejuízos causados por esse tipo de prática acabaram por prejudicar a todos, porque contribuiu para a destruição do ecossistema da baía, diminuiu a quantidade de peixes e inviabilizou o turismo na área, atingindo a oferta de empregos. Atualmente essas práticas não mais são realizadas, pois a lei é muito mais dura. Algumas vezes acontecem pequenos acidentes durante as manobras, mas a Capitania dos Portos está atenta. A Petrobras patrocina um programa de monitoramento marítimo que é realizado pela própria Capitania, por meio de helicópteros e lanchas, que diariamente percorrem a baía em busca de manchas de óleo.

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Hoje existe uma preocupação mundial com a água doce do mundo, porque em muitos lugares já há disputas pela água, e o Brasil recentemente passou por uma crise de energia por falta de água, considerando que a maior parte de nossa energia vem de usinas hidroelétricas – represas. Importante lembrar que os pequenos riachos, aos quais às vezes não damos importância, normalmente vão desembocar em outros rios ou lagoas e baías, ou seja, a poluição, mesmo num pequeno curso de água, tem capacidade de contaminar uma área muito grande.

As bacias de contenção, por exemplo, são uma forma de diminuir o impacto que fluidos, lama, cascalho e outros sejam liberados diretamente nos corpos de água, como poças, riachos, rios, lagoas, baías, enseadas, praias, de forma a permitir que a poluição descanse no fundo da bacia e a parte liberada para o ambiente seja uma parte líquida menos poluída. As bacias de contenção, para serem seguras, devem ser construídas considerando as características do solo da região.

3.2.3 A qualidade do solo

As estradas que cruzam áreas montanhosas estão freqüentemente sujeitas a deslizamentos. Já estamos acostumados com as notícias de estradas bloqueadas por desabamentos quando ocorrem chuvas um pouco mais fortes do que o normal.

Será que não temos capacidade de construir estradas de modo mais inteligente?

A estrada de Lídice, estreita e cheia de curvas, que sobe a serra indo da Rio-Santos até a Rio-São Paulo, suportou muito bem a torrente de água que desabou sobre o estado do Rio de Janeiro nas fortes chuvas de 1996. Todas as outras estradas do estado, que receberam aquelas chuvas, foram muito danificadas na ocasião. A própria Rio-Santos, de onde sai a estrada de Lídice, ficou bloqueada em diversos pontos com desabamentos de encostas. Muitas pessoas que viajavam de Angra dos Reis para o Rio só puderam chegar em casa, durante as chuvas, porque a estrada de Lídice agüentou a tempestade.

A estrada de Lídice foi construída há mais de 100 anos. Será que o nosso conhecimento de engenharia diminuiu nesses anos todos? Ou será que a estrada de Lídice apenas resistiu porque foi construída com cuidado e respeito ao meio ambiente e aos fenômenos da Natureza? Seu traçado foi cortado na rocha e, nos lugares onde havia solo, foram feitas escoras com materiais e mantida ao máximo a vegetação das encostas, garantindo a estabilidade do terreno. Ao passar por ela, o viajante pode até tocar nas árvores e plantas sem sair do veículo, de tão próximas que estão.

Há um outro aspecto importante, normalmente esquecido pelas pessoas, que é o das atividades que precisam abrir grandes clareiras em áreas de vegetação nativa, suprimindo uma parte da área de vida de plantas e animais. Essas atividades devem ser feitas tendo em mente que quando aquela atividade cessar, o órgão ambiental local ou federal irá solicitar que a área seja retornada tanto quanto possível ao seu estado natural. Se, durante o uso da área pela atividade, houver preocupação da empresa, da supervisão e dos empregados para que nada do ambiente além do estritamente necessário seja danificado, a recuperação da área mais tarde no descomissionamento (fechamento da instalação) será mais simples, barata e rápida.

Da mesma forma, a instalação de um duto precisa ser bem feita para não provocar erosão no terreno. Em médio prazo, a construção de um duto de forma inadequada, sem uma preparação e proteção do solo, pode fazer o terreno ceder e exigir a sua recuperação. Se o solo que teve sua vegetação retirada para a instalação de um duto não for preparado, e o entorno for devidamente ocupado com espécies rasteiras de plantas ou árvores adequadas, conforme o caso, acabará por sofrer a erosão das chuvas prejudicando o ambiente e pondo em risco o próprio duto.

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3.2.4 Conseqüências e impactos

Por que chegamos a esse estado de coisas tão ruim?

Cientistas de todos os países apontam algumas causas, mas a principal delas é a falta de percepção: temos o hábito de produzir coisas, mas não o de avaliar as conseqüências do que fazemos. Temos uma grande capacidade de produzir tecnologia, criar carros, máquinas, transformar o petróleo em milhares de produtos úteis para a sociedade, produzir o plástico, criar enormes represas, mas ao fazermos essas coisas, não avaliamos todas as conseqüências.

Será que podemos jogar todo esse plástico nos rios depois de usar?

Será que podemos jogar fora todas as garrafas PET que usamos sem que elas causem problemas para nós mesmos mais tarde?

Até onde podemos fazer uma montanha de lixo?

E por que não podemos queimá-lo?

Será que precisamos desperdiçar tanta energia?

O plástico jogado nos rios pode causar enchentes, porque bloqueia o fluxo normal das águas. O plástico ainda mata peixes, porque bloqueia a luz que entra na água, e aves, que se machucam ou ficam presas nele. As montanhas de lixo são um ninho para insetos portadores de doenças, como os mosquitos da dengue e bactérias perigosas. As montanhas de lixo de plásticos não podem ser queimadas porque os plásticos liberam uma substância chamada dioxina que pode causar câncer. Essa é a principal razão porque nas cidades, hoje em dia, é proibido queimar o lixo: nosso lixo hoje contém uma grande quantidade de plástico. Além disso, a queima do lixo libera muita fuligem e outros gases que também alteram a qualidade do ar que respiramos.

As principais avenidas de cidades como São Paulo ou Rio de Janeiro são varridas várias vezes por dia. Como vimos acima, quase metade de todo o lixo vem das ruas. Eliminando esse lixo evitamos enchentes causadas pelo entupimento dos bueiros, canaletas e canais. Quem de nós nunca viu alguém lançando papéis ou garrafas nas ruas?

Algumas cidades, como Curitiba, Belo Horizonte e, recentemente, o Rio de Janeiro, iniciaram o trabalho de coletar o lixo separadamente, isto é, solicitar que os habitantes da cidade separem o lixo para que este possa ter um destino de reaproveitamento sem que tenha que ir para um aterro sanitário. Municípios de grande porte, como Rio de Janeiro e São Paulo, já têm que exportar lixo para outros municípios porque não há mais espaço. O mesmo já acontece em outras cidades grandes pelo mundo todo.

Precisamos aprender uma lição:

É preciso estar atento todo o tempo, pensando nas conseqüências do que estamos causando ao ambiente, na nossa área de trabalho e fora dela.

Mais de 50% do óleo que é encontrado nas nossas praias vêm dos rios e das águas das ruas que correm pelos bueiros. Estas águas arrastam o óleo que é lançado pelas pessoas e empresas, pelos postos de gasolina, pelas fábricas e pelas indústrias que utilizam os combustíveis necessários para mover suas máquinas.

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Mas você já pensou como poderia ser diferente, se todo esse óleo fosse tratado e até recuperado em lugar de ser lançado nos rios e mares? Talvez muita economia de dinheiro pudesse ser feita se a maior parte do óleo que é jogado fora fosse recuperada. Devemos lembrar que um litro de óleo despejado no solo infiltra-se e é capaz de poluir um milhão de litros de água potável subterrânea (90% de nossa água potável vem do subsolo).

Outra questão importante são os acidentes.

Evitar acidentes é fundamental.

Grandes acidentes podem destruir, em pouco tempo, reservas inteiras de biodiversidade, espécies ameaçadas e ainda causar um prejuízo incalculável às populações que dependem, por exemplo, da pesca. Os acidentes com navios petroleiros são um exemplo disso. Em 2003 ocorreu um grande acidente, onde o óleo de um navio foi todo parar no mar, na costa da Espanha.

Os navios da Petrobras são considerados um exemplo de segurança, atendendo aos modernos requisitos de proteção ambiental.

É preciso lembrar também que, a longo prazo, a qualidade ambiental depende mais da chamada operação “normal” das instalações, ou seja, do dia a dia. Por isso, se quisermos preservar o meio ambiente, devemos, além de evitar acidentes, ter cuidados com nossas ações diárias.

Observe:

acidente de Bhopal, na Índia, um dos piores já ocorridos no mundo, matou cerca de 2.000 pessoas imediatamente, e mais de 2.000 pessoas depois.

apenas nas regiões metropolitanas de São Paulo e Rio de Janeiro morrem mais de 5.000 pessoas todo ano, entre adultos e crianças, devido à poluição, segundo um relatório do Banco Mundial.

É fundamental evitar acidentes, mas não são os acidentes que contribuem mais para piorar a qualidade ambiental.

O que mais degrada o ambiente e a qualidade de vida é a chamada operação do dia-a-dia das instalações, realizada de forma ambientalmente incorreta

3.3 Como funciona a Natureza

Charles Darwin, o cientista que escreveu a teoria sobre como se deu a evolução das espécies, disse em seu famoso livro A Origem das Espécies:

“Não há exceção à regra de que todo ser orgânico naturalmente cresce numa taxa tão alta, que, se não destruído, a Terra logo seria coberta pelos descendentes de um único casal”.

Para tornar seu caso tão convincente quanto possível, Darwin ofereceu um exemplo conservador, especulando sobre o que aconteceria se os elefantes não encontrassem limites de recursos alimentares ou condições ambientais:

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“O elefante é reconhecidamente o reprodutor mais lento de todos os animais conhecidos, e eu tive dificuldades para estimar sua taxa mínima provável de crescimento natural; será mais seguro assumir que ele começa a se reproduzir aos trinta anos de idade, e segue se reproduzindo até os noventa, gerando seis filhotes neste intervalo, e sobrevivendo até os cem anos de idade; se isto é assim, após um período de 740 a 750 anos, haveria aproximadamente dezenove milhões de elefantes vivos, descendentes daquele primeiro casal”.

Mas a Natureza controla a população das espécies e assim o equilíbrio se mantém. Veja o exemplo a seguir:

Por que as fezes dos elefantes nas planícies africanas não se transformam numa poluição?

Você pode imaginar quilômetros e quilômetros quadrados de fezes de elefantes?

O que você acha que acontece?

As fezes dos animais viram comida para outros, além disso, o que não é consumido é levado pelas águas e se transforma em adubo para o solo, e suas substâncias acabam por circular de novo no sistema. As fezes dos elefantes ou as de outros animais não se transformam em poluição porque sofrem 100% de reciclagem, e assim jamais se acumulam nos diversos espaços naturais. Por outro lado, a falta de equilíbrio no meio ambiente pode ser desastrosa.

Na África existe um lago chamado Vitória que é o quarto maior lago do mundo. Nas margens viviam tribos africanas em paz e em equilíbrio com o ambiente. A chegada do homem branco à região, o início da colonização inglesa na década de 1950, causou um imediato crescimento na população, que começou a precisar consumir mais recursos.

Os ingleses pensaram que um lago tão grande poderia resolver o problema de pobreza das tribos se jogassem lá um grande peixe chamado de Perca do Nilo, um carnívoro que se alimenta de peixes pequenos herbívoros (aqueles que comem plantas). O lago só tinha pequenos peixinhos herbívoros, que eram pescados pelas tribos. A Perca do Nilo comeu quase todos os peixinhos e depois morreu em massa, porque a comida acabou. A população de Perca ficou muito pequena, sem utilidade comercial e as tribos pobres das margens ficaram sem os peixinhos para comer.

Além disso, os peixinhos do lago têm carne com pouco óleo que pode ser salgada e conservada por semanas e a Perca do Nilo exige defumação, senão apodrece. Para defumar, os moradores locais e sem recursos tiveram que iniciar a queimada das florestas das margens do lago, pondo em marcha uma destruição contínua da vegetação que sustentava o solo das margens. Assim, o lago está perdendo suas margens, diminuindo de tamanho e as plantas rasteiras, que eram comidas pelos peixinhos, estão avançando sobre o lago, impedindo que o Sol penetre matando o resto dos peixes.

O Lago Vitória luta por sua vida, e as tribos humanas ao redor estão mais pobres e com muito mais problemas do que tinham antes dos ingleses chegarem. A falta de estudo e análise das conseqüências, antes da decisão, causaram um desastre social, econômico e ambiental.

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No Pantanal Mato-grossense existe uma pequena ave ameaçada de extinção. Para descobrir porque essa ave estava desaparecendo, os ornitólogos, que são especialistas em aves, estudaram e descobriram que ela se alimenta da semente de uma certa árvore, que por sua vez estava também desaparecendo da área. Botânicos foram chamados, e logo descobriram que a árvore libera uma semente como uma amêndoa, muito dura, que cai no chão e não quebra. A cotia, com seus dentes fortes, encontra a amêndoa, quebra, come uma ou duas das sementes e, precavida, enterra as outras sementes para comer mais tarde. Mas ela não tem boa memória, e algumas das sementes enterradas são esquecidas e se transformam em árvores. Caçadores estavam dizimando as cotias, e as sementes não eram mais plantadas e assim, aquela árvore não crescia mais na área, causando o desaparecimento da ave que se alimentava de suas sementes.

Na época da escravidão foram trazidas sementes do capim-colonião nos navios de escravos. Hoje o capim-colonião se tornou uma espécie introduzida, não permite que a vegetação nativa cresça nas encostas e freqüentemente pega fogo, destruindo ainda mais a vegetação local e avançando cada vez mais pelas encostas. Se não é combatido, destrói a vegetação dos morros que acabarão por desabar na próxima chuva de verão.

Essas histórias mostram o risco alto de se alterar as populações de animais e plantas, seja eliminando espécies locais, seja levando animais e plantas de uma região para outra. Antes de fazer isso, é preciso consultar os órgãos competentes e especialistas para saber se não estamos causando problemas para a fauna e a flora locais. A legislação brasileira diz que é proibido transferir espécies de uma região para outra sem a devida análise e autorização dos órgãos competentes.

A retirada da vegetação que recobre as encostas é uma das coisas mais destrutivas que realizamos, porque não destrói apenas as plantas e os animais que vivem lá. Também o próprio relevo é destruído com o passar do tempo por causa da erosão, que é a destruição lenta, mas permanente, dos solos das encostas. Sem a proteção da cobertura de vegetação, o solo tropical, que é fraco e desestruturado, acaba por se abrir em valas e causar desabamentos.

O que podemos concluir?

A Natureza é toda interligada, e quando alteramos o ambiente natural de qualquer forma, toda uma interminável cadeia de acontecimentos se desenrola, e eventualmente algumas das conseqüências podem ser bastante ruins para todos nós. Por isso estudos e avaliações de impacto ambiental são fundamentais.

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3.4 Como prevenir impactos ambientais

3.4.1 A operação em situações normais

É importante lembrar que tudo o que é feito, é realizado por pessoas como nós. No fundo, quase todas as falhas são falhas humanas, mas ao contrário do que parece, muitas dessas falhas não são falhas dos trabalhadores diretamente envolvidos nas tarefas. Atribuir a culpa de qualquer coisa a um suposto sistema ou empresa, ou ainda ao governo, como se fossem coisas misteriosas, traz o risco de passar a idéia de que existem coisas com vida própria.

Na verdade, um sistema é projetado e construído por pessoas, que podem não prever situações de perigo; também é gerenciado por pessoas, que podem não perceber possibilidades de falhas; os procedimentos, às vezes descritos em normas e documentos da empresa, também podem estar incompletos, e assim contribuir para os acidentes; os equipamentos podem ter defeitos de fabricação ou controle de qualidade mal feito; as leis que tratam daquela atividade podem não estar bem elaboradas, causando problemas na gestão da atividade; finalmente, os que operam o sistema podem não ter uma atitude correta e responsável e assim aumentar as chances de algo sair errado. Todas essas falhas, humanas, podem acabar causando danos a todos nós.

Geralmente, as falhas ocorrem por falta de informação ou de percepção. Essa falta de percepção pode ocorrer em qualquer nível: com o operador, com o projetista, com o gerente do processo, com os elaboradores das normas, com a gerência geral da empresa, e até com o governo, que pode interferir na aquisição e escolha dos equipamentos e materiais usados numa operação, além de elaborar leis inadequadas. Resumindo, essas falhas podem ter origem:

na operação, diretamente pelo operador, ou indiretamente, pelas outras pessoas envolvidas, como os gerentes e supervisores;

na previsão global, tanto na hora de decidir a implantação de um certo projeto quanto pelos governos na hora de elaborar normas, regulamentos, portarias e leis sobre aquela atividade;

na elaboração do projeto, pelos projetistas e aqueles que fornecem dados;

na execução do projeto ou construção, isto é, na implantação efetiva da instalação, onde a estrutura pode não seguir corretamente o previsto no projeto;

na legislação, que não prevê determinadas situações perigosas, ou não inclui fl exibilidade para desenvolvimentos sociais ou tecnológicos.

Disso podemos deduzir que a degradação ambiental é falha da percepção humana. A destruição ambiental significa a destruição da única casa que temos, o planeta Terra. Esse planeta é grande, mas está cada vez mais se tornando pequeno para nós.

O ser humano está em todos as regiões da Terra. Em qualquer lugar do planeta poderemos ver um pedaço de plástico jogado fora, seja no ponto mais profundo dos oceanos ou nas mais altas montanhas da Terra. Há lixo humano em toda parte. Por isso, a maioria dos países, senão todos, reciclam o alumínio (o Brasil é atualmente campeão em reciclagem de latas de alumínio).

Somos os responsáveis por essa situação, principalmente, porque:

toleramos o lixo;

toleramos o barulho excessivo;

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toleramos água suja;

toleramos o ar mal cheiroso e fumacento.

Precisamos ser mais tolerantes com as pessoas, mas:

Precisamos ser muito mais intolerantes com a desorganização, a sujeira, o desperdício, o descuido, os riscos de acidentes.

O desperdício parece estar na raiz de muitos dos problemas ambientais. Desperdiçamos energia e materiais. Essa sobra vai parar no ambiente, acumulando-se e tornando-se poluição.

Uma única edição de um grande jornal brasileiro consome cerca de 3.000 árvores para ser impresso. Esse enorme consumo de árvores faz com que as empresas de celulose (o que é retirado das árvores para fazer papel) desmatem grandes áreas e façam plantações de eucaliptos. Parece bom, mas não é. O eucalipto é uma espécie australiana introduzida, e seus bosques não têm 20% da biodiversidade (animais e plantas) da floresta tropical original derrubada, e assim 80% da biodiversidade original é destruída. Economizar papel é muito importante, e isso pode ser feito com os três ERRES da Educação Ambiental: reduzir, consumindo menos papel; reutilizar, usando o mesmo papel para outra coisa, como imprimir nos dois lados e fazer blocos de rascunho com papel já usado; e reciclar, que é aplicar o papel já usado na fabricação de novos papéis.

Outra questão importante relacionada com o corte de árvores refere-se aos trabalhos executados em campo. A abertura de clareiras numa mata natural, por exemplo, é uma situação onde diversos cuidados precisam ser considerados. Ao se manejar vegetação e fauna nativas é preciso antes verificar várias coisas importantes:

verifi car se há necessidade de obtenção de uma licença dos órgãos ambientais com jurisdição no local para realizar o desmatamento de uma clareira na área desejada, assim como da aberturas de trilhas (“picadas”);

verifi car, na hora da abertura da clareira, se não há espécies especialmente protegidas por lei, municipal, estadual ou federal, seja uma espécie animal, como o mico-leão-dourado, ou vegetal, como o pau-brasil, e observar que estas espécies sejam preservadas; isso pode envolver até mesmo mudança de área de atuação ou obtenção de licença especial dos órgãos envolvidos e/ou do IBAMA;

realizar a abertura da clareira de forma que exponha o solo minimamente à erosão de chuvas fortes;

certifi car-se de que a vegetação eliminada não venha a bloquear cursos de água naturais no local, nem causar quaisquer danos a esses cursos de água;

se algum animal acidentalmente for morto, comunicar aos órgãos ambientais;

certifi car-se de que todas as pessoas próximas ao local sejam alertadas quando da queda de árvores, principalmente se forem de grande porte;

certifi car-se de que a queda das árvores a serem eventualmente cortadas causem o mínimo de danos à vegetação do entorno, aos animais eventualmente presentes no local – como ninhos de pássaros – aos colegas de trabalho, aos equipamentos da empresa e ao ambiente de uma forma geral onde o trabalho está sendo realizado. Se necessário, transportar os animais e as plantas protegidos por lei para outro local semelhante ao local de origem.

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Poluição é qualquer energia ou substância sólida, líquida ou gasosa lançada no ambiente por atividades humanas, que cause a degradação da qualidade ambiental e que, direta ou indiretamente: prejudique a saúde, a segurança e o bem-estar da população, crie condições que dificultem as atividades sociais e econômicas; afete desfavoravelmente a biota* e afete ainda as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente. Poluição é qualquer energia ou substância lançada no ambiente por atividades humanas, que cause degradação ambiental.

(*) Biota é o conjunto dos seres vivos, incluindo plantas e animais de uma área.

A Petrobras tem investido muito para diminuir a geração de resíduos em suas unidades. O objetivo é dar aos resíduos um destino ambientalmente correto tão logo sejam gerados. Além disso, está em operação um sistema informatizado para o gerenciamento de resíduos gerados nos processos industriais da Companhia.

A poluição é sempre alguma coisa que sobra, que se acumula ou se manifesta como um agente perturbador do equilíbrio natural do ambiente. Ela não está na raiz de todos os impactos ambientais, mas, pelo menos, de uma grande parte. Um exemplo de impacto ambiental relevante que não é gerado por poluição é a alteração da paisagem executada por forças mecânicas, como a construção de uma represa.

Assim, precisamos:

REDUZIR o uso de recursos naturais, diminuindo os enormes desperdícios que existem em toda parte;

REUTILIZAR os materiais, fazendo com que um mesmo recurso natural tenha tantos usos quanto possível;

RECICLAR retornando ao sistema produtivo humano os materiais já utilizados e descartados, evitando-se, ao mesmo tempo, que eles se tornem lixo e que novos recursos naturais sejam necessários para suprir as necessidades da sociedade.

Estes são os 3 ERRES da Educação Ambiental.

Todo material jogado fora é um elemento de perturbação ambiental e seu descarte tem um custo para a empresa e para a sociedade. Esse material já foi pago pela empresa, assim se puder ter seu consumo reduzido, ou ser reutilizado ou, ainda, reciclado, implicará em benefício para a empresa, para os trabalhadores, para suas famílias enfim, para toda a sociedade.

As refinarias da Petrobras, por exemplo, além de buscar reduzir a geração de resíduos sólidos (como lixo e outros), realizam coleta seletiva, que permite a reciclagem para utilização própria ou a venda a terceiros. O resíduo não-reciclado é tratado em unidades de recuperação de óleo e de biodegradação natural, onde microorganismos do solo transformam os resíduos oleosos. Outros resíduos sólidos são colocados em aterros industriais constantemente controlados e monitorados. Essa é a maneira certa de fazer as coisas.

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REDUZIR é consumir menos materiais e energia, e assim economizamos nosso dinheiro

e os recursos naturais (por exemplo, economizando energia elétrica ou petróleo);

REUTILIZAR um material é dar outro uso na forma em que se encontra (por exemplo,

usar a garrafa de refrigerante para guardar água);

RECICLAR é aproveitar o material usado como matéria prima para a produção de um outro

bem (por exemplo, usar a garrafa de refrigerante para fabricar outras garrafas).

3.4.2 Programas de Economia de Energia

Se calculássemos a economia que seria feita há 5 anos se todas as casas de um grande município, como São Paulo, tivessem trocado todas as suas lâmpadas por lâmpadas fluorescentes de luz equivalente, isso daria cerca de 10.000 MW de energia. Este número é maior do que o dobro da energia produzida pela Central Nuclear de Angra, com suas três usinas funcionando a 100% de capacidade. Se calculássemos quanto custariam essas lâmpadas, chegaríamos a cerca de R$ 200 milhões. As três usinas de energia custaram ao governo mais de R$ 20 bilhões. Claro que não é tão simples assim substituir uma usina por um investimento em economia de energia, mas é uma alternativa atraente que deveria sempre ser considerada.

As usinas de energia causam grande impacto ambiental, e as represas, por exemplo, ocupam áreas imensas, alagando terras boas para plantar e locais de moradia de muitas pessoas que são obrigadas a se mudar, sem contar os enormes impactos nos rios e nos locais onde estes desembocam. A represa de Assuã, no Rio Nilo, Egito, acabou com a pesca de bilhões de toneladas de sardinha no Mar do Mediterrâneo, porque o rio não lança mais nutrientes no mar como antes da represa, e as sardinhas não podem mais se alimentar deles. Assim, se economizarmos energia, estaremos também fazendo um grande bem ao ambiente diminuindo a necessidade de novas usinas.

Existem estudos que apontam para um desperdício na sociedade de cerca de 30%. Diversos pesquisadores de universidades brasileiras e estrangeiras pensam que investir em economia de energia é a coisa mais rentável e saudável que um país pode fazer.

Nos escritórios, por exemplo, muita gente hoje em dia usa computadores no seu trabalho. É fácil verificar que os computadores têm um selo amarelo e verde que aparece em cima à direita da tela imediatamente após ser ligado, escrito “Energy Star, EPA Pollution Preventer”. Esse selo é uma garantia que o computador possui um dispositivo de economizar energia. Mas a maioria das pessoas ignora essa rotina, e até a desliga se por acaso ela é ativada. Essa rotina pode desligar partes do computador, como o vídeo, se ele ficar, por exemplo, mais de 5 minutos sem uso. Os dispositivos são automaticamente religados caso o teclado seja usado, ou o mouse seja mexido.

Vamos fazer uma conta simples: suponhamos que em uma grande empresa, haja pelo menos 3.000 computadores ligados o dia inteiro, considerando que há mais de 4.000 pessoas trabalhando lá. Se todas as pessoas usassem a rotina de economia, e sabendo que um monitor pequeno gasta 75 W nominal ligado e 15 W em modo de economia, 3.000 computadores economizarão 180 kW de potência. Como cada pessoa em média usa o computador menos da metade do tempo, e que ele fica ligado desnecessariamente 4h 30min. Multiplicando a potência pelo tempo, a energia que seria economizada em 3.000 computadores desativados 4,5 horas por dia seria de 180 X 4,5 = 810 kW/h. Num ano, a economia seria de: 260 X 810 kW/h = 210.600 kW/h. Isto equivale ao consumo de mais de 1.000 residências durante 1 mês.

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Mas também podemos economizar energia através do uso racional das fontes de petróleo e gás natural. Tanto a Petrobras quanto o próprio governo federal têm programas de economia de energia. O programa do governo se chama Programa Nacional de Conservação da Energia Elétrica (PROCEL), e pode ser encontrado na página da internet www.procel.gov.br, onde o visitante terá todas as informações necessárias para se orientar quanto à economia de energia elétrica.

Economizar energia é a melhor forma de gerar energia.

Por exemplo, algumas recomendações, são: verificar o consumo de eletrodomésticos ao adquiri-los nas lojas, apagar as luzes dos cômodos da casa que não estão sendo usados, cuidar para que a água não seja desperdiçada nos banhos e em lavagens de calçadas e carros e não deixar o motor dos carros funcionando sem necessidade.

A Petrobras operacionaliza um programa de economia de energia via derivados de petróleo chamado Programa Nacional de Racionalização do Uso de Petróleo e do Gás Natural (CONPET), encontrado em www.conpet.gov.br, onde o visitante pode encontrar uma série de orientações acerca de economia de diesel, gasolina e outros combustíveis, como o GLP e o Gás Natural de petróleo.

3.4.3 As situações de emergência

As situações de emergência ambiental são situações de emergência “extramuros”, isto é, fora da área de propriedade das empresas. São áreas onde as emergências são de responsabilidade da Defesa Civil, da Polícia Militar e Civil, do Corpo de Bombeiros, das Forças Armadas em situações de extremo perigo, e dos órgãos ambientais municipais, estaduais e federais (por exemplo, o IBAMA).

Caso uma pessoa perceba que há uma emergência ambiental em andamento, deve imediatamente comunicar à Polícia, aos órgãos ambientais municipais (Secretaria Municipal), estaduais (FEEMA) ou federais (IBAMA), para que eles tomem as medidas necessárias. Em caso de incêndio, é claro que os bombeiros devem ser os primeiros a serem chamados. As regras básicas de procedimento em emergências ambientais não são muito diferentes das normas básicas para procedimentos em caso de segurança industrial. Nenhuma pessoa sem treinamento especial deve tentar atender uma emergência sozinha. A regra fundamental é comunicar o mais rapidamente possível a ocorrência para os órgãos públicos, aos especialistas que estejam disponíveis e também ao pessoal de segurança das empresas do entorno do acidente, porque pode haver conseqüências para as instalações próximas.

Toda operação executada de forma inadequada é uma fonte potencial de perigo. Na maioria das vezes, os grandes acidentes começam com pequenas falhas não percebidas ou toleradas:

A tolerância com procedimentos mal executados é a mãe de todas as catástrofes.

Grandes acidentes começaram assim, com pequenos sinais de que as coisas não estavam bem, mas esses sinais foram desprezados, talvez porque representassem perda de produção durante a parada operacional para averiguação.

O Princípio da Precaução diz que prevenir é sempre muito melhor - e mais barato - do que remediar. Uma pequena parada operacional pode custar, talvez, R$ 20 mil reais, enquanto um

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acidente, não detectado logo no início, pode custar vidas, valores como R$ 150 milhões só de multa, além do custo de atendimento ao acidente e da perda de imagem perante o público, o que às vezes é de difícil recuperação.

Algumas observações importantes:

o trabalhador que relata tudo o que vê de anormal é muitas vezes um profi ssional atento mostrando um problema potencial, e no mínimo um criador de oportunidades de aprimoramento do aprendizado em SMS;

todo recurso natural desperdiçado é uma redução dos recursos naturais de nossos fi lhos e netos;

assumir nossos erros tem se mostrado ser muito mais efi ciente do que não assumir. Isso signifi ca que reconhecer erros de administração, falhas de segurança, bem como aprender com os erros do passado são oportunidades únicas de não repetir esses erros;

os acidentes devem ser usados no aprendizado de forma positiva, pois num processo de conscientização, representam fontes relevantes de aprendizado, não devendo, por isso, serem descartados. É importante destacar que esses acidentes devem oferecer oportunidades de revisão de procedimentos e projetos;

acidentes na fase de implantação de uma instalação, na sua obra de construção, por exemplo, ainda são muito comuns; podemos lembrar de muitas mortes que foram relatadas anos após a construção da Ponte Rio-Niterói, e que fi caram encobertas da população por muitos anos; o momento de uma construção é crítico e portanto a atividade de construir deve ser a que mais cuidado deve receber para evitar acidentes.

3.4.4 A educação e a informação

A Educação Ambiental facilita e combina atividades que levam a pensar, questionar, fazer auto-crítica, estudar e agir, possibilitando a participação nos problemas ambientais.

O ganho que uma empresa tem por adotar uma política ambiental, que tem como meta o desenvolvimento sustentável, não é fácil de calcular, mas todos concordam que é recompensador. As empresas que apresentam preocupação e desenvolvem ações efetivas na preservação do meio ambiente acabam sendo reconhecidas pela população. Podemos dizer o mesmo dos trabalhadores.

Desenvolvimento sustentável é, de uma forma simples, atender as necessidades de hoje sem reduzir a possibilidade das gerações futuras atenderem as suas próprias necessidades.

Assim, a Educação Ambiental deve estar sempre presente em todas as organizações que pretendam ter uma imagem de liderança perante os problemas ambientais.

O Art. 2º da Lei 9.795/99, que dispõe sobre a Educação Ambiental e institui a Política Nacional de Educação Ambiental, diz que “a educação ambiental é um componente essencial e permanente da educação nacional, devendo estar presente, de forma articulada, em todos os níveis e modalidades do processo educativo, em caráter formal e não-formal”.

A Educação Ambiental possui, segundo a Lei acima, diversos princípios básicos, dentre os quais ressaltamos:

a grande importância do enfoque humanista (que visa o bem-estar do homem), holístico (que procura ver o todo e não apenas uma parte), democrático (que todos podem participar) e participativo (que motiva a participação de todos);

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a idéia de ambiente como tudo em volta, considerando a dependência entre o meio natural, o socioeconômico e o cultural, como uma idéia de sustentabilidade;

a ligação entre a ética, a educação, o trabalho e as práticas sociais;

a permanente avaliação crítica da educação;

o estudo dos problemas ambientais levando em conta as questões ambientais locais, regionais, nacionais e globais, onde todos reconhecem e respeitam as diferenças de hábitos, costumes e cultura.

Os objetivos básicos da educação ambiental são a compreensão da questão ambiental e suas relações, levando em conta os aspectos ecológicos, psicológicos, legais, políticos, sociais, econômicos, científicos, culturais e éticos. Garante a democratização das informações ambientais e incentiva a participação individual e coletiva, permanente e responsável, na preservação do equilíbrio ambiental, observando que a defesa da qualidade ambiental é um exercício da cidadania. O fortalecimento da cidadania e a solidariedade, são fundamentais para o futuro da humanidade.

Segundo os princípios acima, difundir e trabalhar educação ambiental é um atalho para o desenvolvimento sustentável, além de um papel importante do cidadão. O indivíduo possui um importante papel na mudança do quadro ambiental preocupante em que vivemos. Quando este indivíduo se reúne a outros com o mesmo objetivo, ele aumenta a possibilidade da mudança. A educação ambiental é um processo de aprendizado permanente em nossa vida.

Cada atitude que temos no dia-a-dia é um exercício do conhecimento que possuímos de nosso ambiente. Nosso comportamento, individual ou grupal, influencia o destino da Natureza. Nossa relação com a Natureza define a qualidade de vida que temos. Um ambiente maltratado faz com que tenhamos uma qualidade de vida ruim, um ambiente sadio nos dá uma vida saudável.

O ser humano é o único animal que maltrata e destrói a casa em que vive, seu planeta, algumas vezes por desconhecimento, mas a maioria das vezes por egoísmo, imediatismo e descaso.

Todas as funções que exercemos neste planeta possuem um papel importante no todo. Quando transformamos ações incorretas em ações corretas, caminhamos mais um passo em direção ao verdadeiro desenvolvimento, que é o que nos permitirá sobreviver neste planeta por um tempo mais longo. Nada pode ter mais valor que a vida, e uma vida de qualidade. Não é por isto que tanto trabalhamos?

Se crescemos entendendo nosso papel e que fazemos parte da Natureza, será mais fácil mudarmos esta realidade.

Estimular a educação ambiental nas empresas permite que os empregados melhorem a qualidade do ambiente de trabalho e de suas vidas, pois através da internalização dos princípios o processo chega à vida pessoal de cada um. Ele se torna um precioso multiplicador.

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4.0 SAÚDE

4.1 Introdução

O trabalho não deve ser causa de danos à saúde dos trabalhadores. Como as situações de risco são comuns na indústria do petróleo, os trabalhadores devem estar treinados sobre os procedimentos adotados nas diversas atividades e os recursos disponíveis para evitar danos à sua saúde, tais como os equipamentos de proteção coletiva (EPC) e individual (EPI).

Cada pessoa é responsável por sua própria saúde. O trabalhador deve receber informações sobre como proteger sua saúde no trabalho e fora do trabalho. Este conhecimento deve ser aplicado também na sua residência e na sua comunidade.

Este capítulo tem o objetivo de fornecer um conjunto de informações para que o trabalhador possa saber como proteger sua saúde, a de seus colegas de trabalho e a de seus familiares.

4.2 Lesões Agudas e Doenças relacionadas ao Trabalho

A exposição ao ruído, às radiações solares, às altas temperaturas, aos produtos químicos e aos agentes biológicos, a realização de esforços físicos intensos, como o levantamento de pesos excessivos, e a adoção de posturas incorretas podem causar danos à saúde do trabalhador.

As lesões agudas provocadas por acidentes do trabalho resultam da ação de materiais, como produtos químicos, ou energias, como ruído, radiações e calor, em altas intensidades por curtos períodos de tempo. Exemplos: lesão da coluna causada por um esforço excessivo e queimadura provocada pelo contato com superfície quente.

As doenças relacionadas ao trabalho resultam da exposição prolongada por meses, anos ou décadas, a materiais ou energias em moderadas ou baixas intensidades. Exemplos: a surdez, causada pela exposição prolongada ao ruído e as intoxicações causadas pela exposição prolongada aos produtos químicos.

Um mesmo agente, dependendo da intensidade e do tempo de exposição, pode causar lesões e doenças com características diversas:

Agente Fonte de Exposição Efeitos Imediatos (Lesões agudas)

Efeitos Tardios (Doenças)

Ruído Equipamentos diversos Ruptura do tímpano Surdez

Radiação ultravioleta Solda Elétrica Queimadura da pelee dos olhos

Câncer de pele

Gás sulfídrico Exploração, produção e refino de petróleo

Asfixia química com parada cardio-respiratória

Cefaléia, astenia, irritação ocular e bronquite crônica

Tolueno Solventes Inibição do Sistema Nervoso Central: tontura,perda dos sentidos,coma e morte

Irritação da pele, olhose aparelho respiratório

Nas atividades de construção e montagem, os trabalhadores devem estar treinados para evitar a exposição aos agentes físicos, químicos, biológicos e ergonômicos.

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4.3 Como funciona o corpo humano

O conhecimento da estrutura (Anatomia) e do funcionamento (Fisiologia) do corpo humano facilita nossa compreensão de como as energias e materiais causam lesões e doenças. Além disso, auxilia no entendimento dos procedimentos preventivos no trabalho e das medidas de primeiros socorros a serem adotados no local da emergência médica.

As noções básicas sobre circulação sangüínea, respiração, digestão, aparelho urinário e pele esclarecem certos conceitos fundamentais como:

qualquer agente químico presente no ambiente de trabalho, que entre em contato com a corrente sangüínea pelas vias respiratória, digestiva ou pela pele, é rapidamente distribuído por todo o corpo, o que facilita sua ação tóxica;

o aparelho respiratório é a principal via de penetração de agentes químicos dispersos no ar, sendo responsável por 90% das intoxicações no ambiente de trabalho. Por isso, é muito importante o uso de equipamento de proteção respiratória quando trabalhamos com produtos químicos;

diversos agentes químicos e biológicos podem penetrar no organismo pela pele íntegra.

O LEITE NÃO EVITA INTOXICAÇÕES

É um erro tomar leite para prevenir intoxicações no trabalho. Sua utilização é até prejudicial, uma vez que cria uma falsa noção de proteção no trabalhador, levando-o a relaxar as medidas preventivas adequadas.

4.4 Como prevenir as doenças relacionadas ao trabalho

As medidas preventivas das doenças relacionadas ao trabalho podem ser aplicadas em 3 níveis: na fonte de emissão do agente (ruído, gás ou poeira); na trajetória dos materiais e energias; e no corpo do trabalhador (EPI).

As medidas preventivas mais eficazes são aquelas aplicadas na fonte que libera os materiais e energias no ambiente de trabalho. Quando as medidas aplicadas na fonte e na trajetória são insuficientes, torna-se necessário o uso de EPI.

No caso do ruído podem ser citadas as seguintes medidas de controle:

Níveis Medidas preventivasFonte – isolamento acústico da fonteTrajetória – uso de material absorvente de ruído nos locais de trabalhoTrabalhador – uso de equipamentos de proteção auditiva

Fonte Trajetória Trabalhador

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Todo EPI fornecido aos trabalhadores deve ter o Certificado de Aprovação (CA) exigido pelo Ministério do Trabalho.

É obrigação:

da empresa fornecer o EPI adequado e treinar os empregados para seu uso;

do empregado conhecer os EPIs obrigatórios para as suas atividades e usá-los corretamente.

4.4.1 Prevenção de doenças causadas por agentes químicos

As principais vias de absorção de agentes químicos são a respiratória, a cutânea (pele) e a digestiva.

Os agentes químicos tendem a se expandir no ar e atingir as vias respiratórias dos trabalhadores. Estes agentes químicos, após serem inalados, podem ser absorvidos, atingir a circulação sangüínea e provocar danos à saúde.

A absorção digestiva pode resultar da ingestão de resíduos de produtos químicos presentes nas mãos e unhas sujas, da alimentação no local de trabalho e de ingestão acidental.

A pele pode ser porta de entrada de agentes químicos no estado líquido pelo contato direto, ou pelo uso de roupas impregnadas por resíduos químicos.

Duas características dos agentes químicos favorecem sua penetração e distribuição no organismo:

volatilidade (facilidade de evaporação);

solubilidade em gordura (facilidade em dissolver gordura).

O grupo dos solventes, de extenso uso na indústria, possui essas duas características.

Não devemos fazer a limpeza das mãos e de partes do corpo sujas de graxa com solventes. Tal limpeza deve ser feita com água e sabão neutro, que não irritam a pele e nem provocam intoxicação.

Se usados sem os cuidados necessários, os agentes químicos podem causar intoxicações nos trabalhadores. Dentre as medidas preventivas das intoxicações ocupacionais, podemos citar: o armazenamento; a utilização e o descarte de produtos químicos de forma correta; a manutenção de ordem e limpeza rigorosas nos locais de trabalho e de permanência dos trabalhadores; higiene pessoal rigorosa; e o uso dos EPIs.

CHEIRO X PERIGOExistem substâncias sem cor, sem cheiro, não irritantes mas muito tóxicas, como o monóxido de carbono. O gás sulfídrico tem cheiro de ovos podres, mas seu primeiro efeito tóxico é a perda do olfato. Algumas substâncias com odor agradável são muito tóxicas, enquanto outras muito fétidas são pouco tóxicas.

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No trabalho com produtos químicos é fundamental usar o equipamento de proteção respiratória.

4.4.2 Prevenção de doenças causadas por agentes físicos

Denominam-se agentes físicos as diversas formas de energia que podem estar presentes nos am-bientes de trabalho tais como ruídos, radiações ionizantes e não-ionizantes e temperaturas anormais.

A) RUÍDO

Os efeitos nocivos do ruído no organismo dependem da sua intensidade (medida em decibéis – dB), de sua freqüência (medida em hertz - Hz), do tempo de exposição e da sensibilidade de cada trabalhador.

A exposição breve a ruído muito intenso pode provocar surdez temporária, chamada de fadiga auditiva, que desaparece em cerca de 24 horas. A exposição prolongada a ruídos com intensidade superior ao limite previsto na legislação (85 decibéis) pode causar surdez permanente. Os danos à audição geralmente afetam os dois ouvidos.

Além disso, o ruído pode interferir com a comunicação, por em risco a segurança do trabalhador, dificultar a concentração e causar cansaço, alterações do sono e irritabilidade.

Em áreas com muito ruído é fundamental usar o equipamento de proteção auditiva.

A faixa da audição responsável pela conversação é preservada nas fases iniciais da surdez causada por ruído. Quando a pessoa sente dificuldade em ouvir, ela já perdeu grande parte de sua capacidade auditiva.

As medidas de prevenção compreendem o uso de equipamentos menos ruidosos, a manutenção adequada das instalações e equipamentos, o uso de material isolante de ruído e a sinalização dos locais excessivamente ruidosos com limitação de acesso.

São necessárias, também, medidas de proteção complementares do trabalhador como a divulgação de informações, a redução do tempo de exposição e o isolamento acústico dos postos de trabalho.

B) RADIAÇÕES

Podemos classificar radiações como ionizantes e não ionizantes.

As radiações ionizantes de maior interesse correspondem aos raios gama e X, usados em gama-grafia e em radiografias industriais, em virtude de seu poder penetrante nas estruturas metálicas.

Altas doses de radiações ionizantes podem provocar sérios danos agudos no organismo. A longo prazo, a exposição às radiações ionizantes pode produzir diversos tipos de câncer. Assim, o mais importante é evitar ou reduzir ao mínimo as exposições dos trabalhadores às radiações ionizantes, com base em 3 fatores:

aumento da distância entre a fonte e a pessoa exposta – a intensidade da radiação diminui com o aumento da distância;

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diminuição do tempo de exposição – quanto menor o tempo gasto na operação, menor será a dose recebida;

blindagem – consiste na utilização de material absorvente de radiação, como o chumbo, interposto entre a fonte e a pessoa a ser protegida.

As radiações ionizantes são invisíveis e frias.Não alertam a pessoa mesmo durante exposições perigosas.

As radiações não ionizantes de maior interesse são:

Radiação Ultravioleta (UV) - presente na radiação solar e em fontes artificiais como solda elétrica e terminais de vídeo. Pode causar queimadura da pele e ocular cujos sintomas surgem de 2 a 24 horas após a exposição. A exposição crônica pode provocar envelhecimento precoce da pele, câncer da pele e catarata.

A radiação ultravioleta é invisível e fria.Também não alerta a pessoa exposta para o perigo.

Radiação Infravermelha (IV) - está presente na radiação solar, corpos incandescentes, superfícies quentes e chamas. Em contato com os tecidos do organismo transforma-se em calor. Em altas doses pode causar desconforto térmico ou mesmo vermelhidão e queimaduras da pele. Exposições prolongadas podem causar pigmentação e dilatação dos vasos capilares na pele e catarata.

Entre as medidas preventivas relativas às radiações não ionizantes estão o revestimento de paredes para evitar a reflexão; a ventilação para remover ozônio em locais onde se utiliza radiação ultravioleta; a redução do tempo de exposição, limitação do acesso a pessoas autorizadas, o treinamento dos trabalhadores, vestimentas especiais, protetores oculares e cremes protetores.

Os raios solares contêm radiação ultravioleta, radiação visível e radiação infravermelha. Assim, os trabalhos realizados a céu aberto podem acarretar efeitos agudos resultantes da insolação excessiva, bem como efeitos crônicos sobre a pele que levam ao envelhecimento precoce e mesmo ao câncer de pele, principalmente nas pessoas de pele muito clara. Por causa disso, nas atividades que acarretam exposição prolongada ao sol, devemos usar camisas de manga comprida, chapéus e cremes com filtros solares para proteger a pele. Nas atividades que expõem os trabalhadores às intempéries, além da proteção contra a insolação excessiva, são necessárias também medidas que protejam os trabalhadores contra o calor, o frio, a umidade e os ventos.

C) TEMPERATURAS ANORMAIS

A sensação de conforto térmico depende da temperatura ambiente, da umidade do ar, da velocidade do ar, do calor radiante (radiação infravermelha) e da atividade desenvolvida pelo trabalhador.

Assim quanto mais alta a temperatura do ambiente, indicada por um termômetro, maior a sensação de calor e vice-versa.

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A umidade elevada significa alto teor de vapor de água no ar, o que dificulta a evaporação do suor e aumenta a sensação de calor. O ar em movimento facilita a remoção de calor do corpo para o ambiente enquanto que o ar parado a dificulta. Assim, um ventilador melhora a sensação de conforto em um ambiente quente porque aumenta a velocidade do ar e facilita a remoção de calor do corpo para o ambiente.

Equipamentos quentes emitem calor radiante para o ambiente de trabalho e aumentam a carga de calor dos trabalhadores.

O tipo de atividade exercida pelo trabalhador interfere também na sensação de conforto térmico. Assim, os trabalhos pesados exigem muito esforço físico, que resulta na produção de grande quantidade de calor pelo organismo do trabalhador, aumentando sua carga térmica e, conseqüentemente, sua sensação de calor.

Temperaturas altas - em locais quentes, a temperatura corporal tende a aumentar porque o calor recebido do ambiente e produzido pelo corpo é maior que o calor cedido pelo corpo ao ambiente. Para evitar o aumento de temperatura (hipertermia), o corpo começa a suar e dilata os vasos sangüíneos da pele. A hipertermia pode provocar desidratação, cãibras, cansaço acentuado e delírio febril.

As medidas preventivas contra altas temperaturas consistem em evitar exposição excessiva ao Sol, ventilação, distanciamento do trabalhador da fonte de calor, aclimatação ao calor (exposição gradativa a temperaturas altas para facilitar a adaptação do trabalhador) e higiene alimentar. Trabalhadores com deficiências circulatórias e respiratórias não devem ser submetidos a temperaturas muito elevadas.

Temperaturas baixas - Em locais frios, o organismo tende a esfriar-se porque o calor cedido ao ambiente é maior do que o calor recebido e o produzido por seu corpo. Para evitar a diminuição da temperatura (hipotermia), a pessoa apresenta calafrios e encolhe o corpo. A hipotermia pode causar mal estar, congelamento das extremidades e até a morte. As medidas preventivas consistem em usar roupas de trabalho adequadas, ingestão de alimentos com alto teor calórico, aumento da atividade física e aclimatação ao frio (exposição gradativa a temperaturas baixas para facilitar a adaptação do trabalhador).

4.4.3 Prevenção de doenças causadas por agentes biológicos

Os trabalhadores da área de construção e montagem podem estar expostos a agentes biológicos transmitidos pela água, pelo ar e pelos alimentos.

A soma total de mecanismos que o organismo humano lança mão para se proteger da invasão por microorganismos e parasitas denomina-se resistência. Entre as ações tomadas pelo trabalhador para preservar ou melhorar sua resistência podem ser citadas a prática regular de atividade física, o descanso adequado antes da jornada de trabalho, a adoção de uma alimentação rica em legumes, verduras e frutas, as vacinações, bem como não ingerir bebida alcoólica nunca antes ou durante o trabalho.

Os agentes biológicos podem atingir o organismo do trabalhador por intermédio da água (diarréia, disenteria, hepatite A, amebíase e parasitoses intestinais), do ar (doenças infecciosas ou alérgicas) do solo (tétano, micose e parasitoses), e do piso de banheiros quentes e mal ventilados (micoses cutâneas).

A preparação de alimentos pode representar risco para o pessoal de cozinha, que manipula produtos de origem animal e vegetal, bem como para os trabalhadores em geral pela possibilidade de contaminação dos alimentos durante seu preparo.

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As pessoas que trabalham na limpeza de banheiros e na coleta de lixo estão expostas a agentes biológicos.

As medidas de prevenção das doenças causadas por agentes biológicos consistem em: rigorosa limpeza dos locais de trabalho; controle da qualidade da água; controle dos sistemas de ar condicionado; higiene no preparo e distribuição dos alimentos para os trabalhadores; higiene pessoal rigorosa; uso de equipamentos de proteção individual para evitar contato direto com os microorganismos; controle dos resíduos contaminados; exame médico periódico e vacinação.

Devem ser estabelecidos programas preventivos para os trabalhadores que compõem as brigadas de incêndio, equipes de resgate, socorrista e profissionais de saúde que, eventualmente, possam ter contato com secreções e sangue humanos.

Ordem, limpeza e higiene devem ser mantidas em todos os locais de trabalho e de permanência dos trabalhadores nas refinarias para evitar doenças causadas por agentes biológicos.

4.4.4 Prevenção de doenças causadas por agentes ergonômicos

A disciplina que trata da adaptação das condições de trabalho às características fisiológicas e psicológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar conforto, segurança e desempenho eficiente denomina-se ergonomia.

Para levantar e carregar objetos corretamente, o trabalhador deve proceder da seguinte maneira:

aproximar-se do objeto que vai ser levantado;

manter os pés separados na largura dos ombros para melhor sustentação;

dobrar os joelhos, mantendo a coluna reta e a musculatura do abdome contraída;

levantar o objeto e mantê-lo junto ao tronco, apoiando-se nos músculos das pernas com os joelhos levemente dobrados;

evitar torcer o corpo durante o deslocamento do objeto.

Em todos os locais de trabalho deve haver iluminação adequada, natural ou artificial, apropriada à natureza da atividade. Além de ser uniformemente distribuída e difusa, deve ser projetada e instalada de forma a evitar ofuscamento, reflexos incômodos, sombras e contrastes excessivos. Há níveis mínimos de iluminamento estabelecidos para os locais de trabalho.

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As lesões por esforço repetitivo (LER) são doenças relacionadas ao trabalho provocadas por esforços e posturas inadequadas motivados pelo ritmo de trabalho, falta de pausas e deficiências do posto de trabalho. São também chamadas Doenças Osteomusculares Relacionadas ao Trabalho (DORT) e atingem principalmente as mãos, punhos, braços, antebraços, ombros e coluna cervical.

Entre as medidas preventivas das LER podem ser citadas a adaptação dos equipamentos às características do corpo humano, as pausas durante a jornada de trabalho, instrumentos de trabalho adequados e orientações sobre postura e alongamentos.

A boa notícia: 100% dos casos de LER são curáveis quando diagnosticados nos primeiros estágios.

4.5 Como prevenir as doenças não relacionadas ao trabalho

A prevenção de doenças relacionadas ao trabalho não é suficiente para garantir a saúde do trabalhador, que depende também de ações preventivas voltadas para fatores de risco fora do trabalho, relacionados aos seus hábitos de vida.

A saúde do trabalhador é uma resultante das ações preventivas adotadas no trabalho e fora do trabalho.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde, a falta de atividade física, o tabagismo e os erros alimentares constituem os três principais fatores de risco à saúde, relacionados aos hábitos pessoais. Por outro lado, hábitos saudáveis protegem a saúde. Algumas medidas simples, descritas a seguir, devem fazer parte do dia-a-dia porque são capazes de garantir nossa saúde a longo prazo.

4.5.1 Alimentação

A alimentação correta é a base da vida saudável. Eis algumas recomendações para toda a família viver com mais saúde:

consumir frutas, legumes e verduras diariamente, por serem ricos em vitaminas, minerais e fi bras;

consumir feijão, uma boa fonte de ferro, mineral essencial para a saúde;

reduzir o consumo de alimentos gordurosos. tais como carnes com gordura aparente, salsicha, mortadela e salgadinhos;

preferir os alimentos cozidos em água ou assados e evitar as frituras em geral;

reduzir o consumo de sal;

reduzir o consumo de álcool e refrigerantes. A melhor bebida é a água;

reduzir o consumo de doces, bolos, biscoitos e outros alimentos ricos em açúcar;

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comer devagar, mastigando bem os alimentos e apreciando a refeição;

fazer das refeições um momento de encontro da família;

não se alimentar assistindo TV.

4.5.2 Atividade física

O sedentarismo (falta de atividade física) contribui para o aumento na incidência de diversas doenças tais como o infarto do miocárdio, o derrame cerebral, diversos tipos de câncer e o diabetes.

As pessoas que praticam algum tipo de atividade física regularmente apresentam maior produtividade, sofrem menos acidentes, faltam menos ao trabalho por causa de doença e permanecem menos tempo internados quando necessitam de hospitalização.

A intensidade do exercício não importa e qualquer atividade vale: caminhar, jogar futebol, arrumar a casa, lavar janelas e subir escadas. Três sessões de 10 minutos fazem o mesmo efeito que os 30 minutos contínuos, de modo que, pequenos exercícios praticados ao longo do dia, sem risco de causar traumatismos, trazem quase os mesmos benefícios para a saúde que os exercícios intensos.

4.5.3 Tabagismo

Estudos desenvolvidos até o momento confirmam que o hábito de fumar (tabagismo) pode causar cerca de 50 doenças, principalmente doenças cardiovasculares (infarto, angina), câncer e doenças respiratórias (como enfisema e bronquite).

Se uma pessoa para de fumar:

após 20 minutos sua pressão sangüínea e a pulsação voltam ao normal;

após 2 dias seu olfato e paladar melhoram;

após 3 semanas a respiração fi ca mais fácil e a circulação melhora;

após 5 a 10 anos o risco de sofrer infarto será igual ao de quem nunca fumou.

Quanto mais cedo a pessoa PARAR DE FUMAR, melhor para sua saúde.

4.5.4 Saúde Oral

A saúde começa pelo cuidado com a boca. Medidas simples e de baixo custo, ao alcance da maioria das pessoas são eficazes na proteção da boca e na manutenção de um sorriso bonito por toda a vida.

Escovar os dentes pelo menos três vezes por dia. A escova deve ter cerdas macias e contorno arredondado. As gengivas e a língua devem ser escovadas com pouca pressão. O creme dental deve conter fl úor.

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É importante aprender a escovar os dentes e usar o fio dental de forma correta.

Usar o fi o dental depois de todas as refeições. A cárie e a infl amação das gengivas muitas vezes começam onde a escova não alcança. Por isso o fi o dental é necessário para uma limpeza completa dos dentes.

Corrigir a alimentação. Os alimentos ricos em nutrientes como verduras, legumes e frutas devem ser os preferidos. O açúcar é um dos principais geradores das cáries. Devem ser evitados os doces que grudam nos dentes e dissolvem-se lentamente, como caramelos, balas, gomas, bolachas recheadas, chips e frutas secas. Os refrigerantes e bebidas fermentadas, mesmo sem açúcar, favorecem o surgimento das cáries e a desmineralização dos dentes porque são ácidos. O café deve ser consumido com moderação.

Não fumar.

Estes cuidados simples são capazes de evitar os mais freqüentes problemas que atingem nossa saúde bucal, como o tártaro, a cárie, a gengivite e o constrangedor mau hálito.

Os problemas já instalados, como as cáries, devem ser tratados o mais rápido possível.

Qualquer modificação que ocorra na boca, língua ou dentes deve ser comunicada ao dentista. Mesmo na ausência de problemas o dentista deve ser consultado a cada seis meses. Com isso, seu sorriso e sua saúde estarão melhor protegidos.

4.5.5 Álcool e drogas: perigos a evitar

O álcool e as demais drogas sociais são substâncias químicas que causam alterações na percepção e no comportamento das pessoas e cujo uso continuado pode levar à dependência.

A dependência é um desejo incontrolável que a pessoa tem de consumir a droga, a fim de sentir seus efeitos agradáveis e para evitar as sensações desagradáveis causados pela sua falta.

No Brasil, as estatísticas indicam que o alcoolismo é responsável por parcela significativa de:

internações em hopitais psiquiátricos;

faltas ao trabalho;

acidentes de trabalho;

acidentes de trânsito.

O abuso do álcool pode levar à dependência física e psicológica, com danos irreversíveis no cérebro, fígado e outros órgãos.

As campanhas contra o consumo de drogas geralmente concentram-se na maconha, cocaína, heroína e LSD. Entretanto, diversas outras drogas tais como o álcool, o fumo, substâncias de

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uso caseiro e industrial (cola de sapateiro, solventes, benzina, parafina, éter e acetona) são comercializadas livremente, sem nenhum controle. Determinados medicamentos, como os tranqüilizantes, se utilizados sem rigoroso controle médico, podem levar à dependência.

Nos últimos anos, as drogas se transformaram em negócio altamente lucrativo. O uso de drogas ilegais, como a maconha, LSD, cocaína, crack e morfina, estimula o tráfico e enriquece o crime organizado. No Brasil, o uso das drogas vem se agravando cada vez mais. A melhor forma de lidar com a questão das drogas é a informação e o debate sem preconceitos.

4.5.6 Como evitar as verminoses

As verminoses são muito comuns no Brasil e podem causar sérios problemas de saúde em toda a família, principalmente nas crianças. A prevenção das verminoses depende de algumas medidas simples que estão ao alcance do trabalhador:

beber somente água fi ltrada ou fervida;

lavar cuidadosamente as verduras, legumes e frutas;

consumir apenas carne bem passada;

andar sempre com os pés calçados;

lavar as mãos antes das refeições e após usar o sanitário;

manter as unhas limpas e curtas;

conservar as instalações sanitárias limpas.

4.5.7 Uso correto de medicamentos

Há uma falsa crença de que para se ter saúde as pessoas precisam tomar remédios. Tomar remédios sem o controle adequado pode representar perigo para a saúde e desperdício de dinheiro. Remédios comuns, como a aspirina, podem causar reações alérgicas graves. Certas vitaminas, em doses excessivas, podem prejudicar o organismo. O uso de antibióticos deve ser muito criterioso. Só o médico está preparado para fazer essa avaliação e ele deve informar o paciente acerca dos riscos dos remédios.

Todo medicamento traz, além dos resultados desejáveis, efeitos adversos à saúde.

4.5.8 Estresse

Hoje em dia, cada vez mais nos defrontamos com pressões no trabalho, na família e no meio social capazes de gerar estresse. A maneira mais adequada de lidar com o estresse é a prevenção.

Melhorar a auto estima, aprender a gostar do que faz, trabalhar com dedicação e responsabilidade, levar uma vida metódica e produtiva, ter uma alimentação equilibrada, praticar regularmente atividades físicas, dedicar tempo para a família e o lazer, manter laços de amizade e ajudar outras pessoas são algumas atitudes positivas na direção de uma vida saudável.

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4.5.9 Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST)

São doenças transmitidas por meio da relação sexual, quando a pessoa infectada transmite a doença para seu parceiro. Algumas DSTs podem ser transmitidas, ainda, através de transfusão de sangue não controlada e do uso compartilhado de seringas.

As doenças sexualmente transmissíveis podem ter conseqüências sérias tais como abortos e bebês prematuros e com deficiências físicas e mentais; distúrbios da função sexual como impotência e esterilidade; câncer e morte.

As principais manifestações das DSTs são:

feridas ou úlceras localizadas no órgão genital ou em qualquer parte do corpo, que podem doer ou não;

corrimento de aspecto esbranquiçado, esverdeado ou amarelado como pus, às vezes com cheiro forte e desagradável, que pode aparecer no homem e na mulher;

verrugas, pequenos caroços, que podem apresentar o aspecto de couve-fl or em fases adiantadas;

ardência ou coceira: principalmente ao urinar ou durante o ato sexual;

dores, na parte baixa da barriga, ao urinar, ao evacuar ou nas relações sexuais.

Algumas pessoas não apresentam qualquer manifestação de DST e, no entanto, podem transmiti-las a outros.

Quem pode pegar DST?

pessoas que não usam preservativos nas relações sexuais;

pessoas que usam drogas injetáveis e compartilham seringas;

pessoas que têm parceiros que praticam o sexo inseguro com terceiros;

pessoas que recebem transfusão de sangue não testado.

O que fazer frente a uma suspeita de DST?

procurar um médico para fazer o diagnóstico correto e prescrever o tratamento indicado;

alertar o(s) parceiro(s) para que procure(m) tratamento também;

usar camisinha em toda relação sexual.

Além disso, é importante também:

não aceitar orientação de vizinhos, parentes e atendentes de farmácias;

tomar os remédios de acordo com as quantidades e horário da receita médica;

fazer o tratamento até o fi m, mesmo que as manifestações da DST tenham desaparecido;

evitar relações sexuais durante o tratamento.

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4.5.10 Vacinação de toda a família

A prevenção de doenças por meio da vacinação sistemática da população é um dos programas do Ministério da Saúde que vem obtendo resultados expressivos. Para orientar a população, o Ministério da Saúde divulga um Calendário Básico de Vacinação (Portaria 1.602 de 17 de julho de 2006) que reproduzimos nas páginas seguintes. Devemos procurar o Posto de Saúde mais próximo de nossa residência para nos informar melhor e manter toda a família com a vacinação em dia.

As vacinas têm contra-indicações e podem causar efeitos indesejáveis que devem ser informados ao trabalhador.

Todo trabalhador deve manter sua vacinação antitetânica atualizada. Dependendo da região do país, as vacinas contra Febre Amarela e Hepatite B podem estar indicadas.

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P E T R O B R A S

CALENDÁRIO DE VACINAÇÃO DA CRIANÇA

IDADE VACINA DOSE DOENÇAS EVITADAS

Ao nascerBCG-ID Dose única Formas graves de TuberbuloseContra Hepatite B (1) 1ª dose Hepatite B

1 mês Contra Hepatite B 2ª dose Hepatite B

2 meses

Tetravalente (DTP + Hib) (2) 1ª doseDifteria, Tétano, Coqueluche, Meningite e outras infecções por Haemophilus infl uenza Tipo b

VOP (Vacina Oral contra Pólio) 1ª dose Poliomielite ou Paralisia InfantilVORH (Vacina Oral de Rotavírus Humano) (3) 1ª dose Diarréia por Rotavírus

4 meses

Tetravalente (DTP + Hib) 2ª doseDifteria, Tétano, Coqueluche, Meningite e outras infecções por Haemophilus infl uenza Tipo b

VOP (Vacina Oral contra Pólio) 2ª dose Poliomielite ou Paralisia InfantilVORH (Vacina Oral de Rotavírus Humano) (4) 2ª dose Diarréia por Rotavírus

6 mesesTetravalente (DTP + Hib) 3ª dose

Difteria, Tétano, Coqueluche, Meningite e outras infecções por Haemophilus infl uenza Tipo b

VOP (Vacina Oral contra Pólio) 3ª dose Poliomielite ou Paralisia InfantilContra Hepatite B 3ª dose Hepatite B

9 meses Contra Febre Amarela (5) Dose inicial Febre Amarela

12 meses SRC (Tríplice Viral) Dose única Sarampo, Caxumba e Rubéola

15 mesesDTP (Tríplice Bacteriana) 1º reforço Difteria, Tétano e CoquelucheVOP (Vacina Oral contra Pólio) Reforço Poliomielite ou Paralisia Infantil

4 – 6 anosDTP (Tríplice Bacteriana) 2º reforço Difteria, Tétano e CoquelucheSRC (Tríplice Viral) Reforço Sarampo, Caxumba e Rubéola

10 anos Contra Febre Amarela Reforço Febre Amarela

(1) A primeira dose da vacina contra Hepatite B deve ser administrada na maternidade, nas primeiras 12 horas de vida do recém-nascido. O esquema básico se constitui de 3 (três) doses, com intervalos de 30 dias da primeira para a segunda dose e 180 dias da primeira para a terceira dose.

(2) O esquema de vacinação atual é feito aos 2, 4 e 6 meses de idade com a vacina Tetravalente e dois reforços com a Tríplice Bacteriana (DTP). O primeiro reforço aos 15 meses e o segundo, entre 4 e 6 anos.

(3) É possível administrar a primeira dose da Vacina Oral de Rotavírus Humano a partir de 1 mês e 15 dias a 3 meses e 7 dias de idade (6 a 14 semanas de vida).

(4) É possível administrar a segunda dose da Vacina Oral de Rotavírus Humano a partir de 3 meses e 7 dias a 5 meses e 15 dias de idade (14 a 24 semanas de vida). O intervalo mínimo preconizado entre a primeira e segunda dose é de 4 semanas.

(5) A vacina contra Febre Amarela está indicada para crianças a partir dos 9 meses de idade, que residam ou que irão viajar para área endêmica (estados: AP, TO, MA, MT, MS, RO, AC, RR, AM, PA, GO e DF), área de transição (alguns municípios dos estados: PI, BA, MG, SP, PR, SC e RS) e área de risco potencial (alguns municípios dos estados: BA, ES e MG). Se viajar para áreas de risco, vacinar contra Febre Amarela 10 (dez) dias antes da viagem.

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CALENDÁRIO DE VACINAÇÃO DO ADOLESCENTE (6)

IDADE VACINA DOSE DOENÇAS EVITADAS

De 11 a 19 anos (na primeira visita ao serviço de saúde)

Contra Hepatite B 1ª dose Hepatite BdT (dupla tipo adulto) (7) 1ª dose Difteria e TétanoContra Febre Amarela (8) Dose inicial Febre Amarela

SCR (Tríplice Viral) (9) Dose única Sarampo, Caxumba e Rubéola

1 mês após a 1ª dose contra Hepatite B

Contra Hepatite B2ª dose

Hepatite B6 meses após a 1ª dose contra Hepatite B 3ª dose

2 meses após a 1ª dose contra Difteria e Tétano

dT (dupla tipo adulto)2ª dose

Difteria e Tétano3ª dose4 meses após a 1ª dose contra

Difteria e Tétano

A cada 10 anos por toda a vidadT (dupla tipo adulto) (10) Reforço Difteria e TétanoContra Febre Amarela Reforço Febre Amarela

(6) Adolescente que não tiver comprovação de vacinação anterior, seguir este esquema. Se apresentar documentação com esquema incompleto, completar o esquema já iniciado.

(7) Adolescente que já recebeu anteriormente 3 (três) doses ou mais das vacinas DTP, DT ou dT, aplicar uma dose de reforço. É necessário doses de reforço da vacina a cada 10 anos. Em caso de ferimentos graves ou gravidez, antecipar a dose de reforço para 5 (cinco) anos após a última dose. O intervalo mínimo entre as doses é de 30 (trinta) dias.

(8) Adolescente que resida ou que irá viajar para área endêmica (estados: AP, TO, MA, MT, MS, RO, AC, RR, AM, PA, GO e DF), área de transição (alguns municípios dos estados PI, BA, MG, SP, PR, SC E RS) e área de risco potencial (alguns municípios dos estados BA, ES e MG). Em viagem para essas áreas, vacinar 10 (dez) dias antes da viagem.

(9) Adolescente que tiver duas doses da vacina Tríplice Viral (SCR) devidamente comprovada no cartão de vacinação, não precisa receber esta dose.

(10) Adolescente grávida, que esteja com a vacina em dia, mas recebeu sua última dose há mais de 5 (cinco) anos, precisa receber uma dose de reforço, a dose deve ser aplicada no mínimo 20 dias antes da data provável do parto. Em caso de ferimentos graves, a dose de reforço deve ser antecipada para cinco anos após a última dose.

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P E T R O B R A S

CALENDÁRIO DE VACINAÇÃO DO ADULTO E IDOSO

IDADE VACINA DOSE DOENÇAS EVITADAS

A partir de 20 anos

dT (dupla tipo adulto) (11) 1ª dose Difteria e TétanoContra Febre Amarela (12) Dose inicial Febre Amarela

SCR (tríplice Viral) (13) Dose única Sarampo, Caxumba e Rubéola

2 meses após a 1ª dose contraDifteria e Tétano

dT (dupla tipo adulto) 2ª dose Difteria e Tétano4 meses após a 1ª dose contraDifteria e Tétano

A cada 10 anos por toda vidadT (dupla tipo adulto) (14)

ReforçoDifteria e Tétano

Contra Febre Amarela Febre Amarela

60 anos ou maisInfl uenza (15) Dose anual Infl uenza ou Gripe

Pneumococo (16) Dose única Pneumonia causada por pneumococo

(11) A partir dos 20 (vinte) anos de idade gestantes, não gestantes, homens e idosos que não tiverem comprovação de vacinação anterior, seguir o esquema acima. Apresentando documentação com esquema incompleto, completar o esquema já iniciado. O intervalo mínimo entre as doses é de 30 (trinta) dias.

(12) Adulto/Idoso que resida ou que irá viajar para área endêmica (estados: AP, TO, MA, MT, MS, RO, AC, RR, AM, PA, GO e DF), área de transição (alguns municípios dos estados: PI, BA, MG, SP, PR, SC E RS) e área de risco potencial (alguns municípios dos estados BA, ES e MG). Em viagem para essas áreas, vacinar 10 (dez) dias antes da viagem.

(13) A vacina tríplice viral – SCR (Sarampo, Caxumba e Rubéola) deve ser administrada em mulheres de 12 a 49 anos de idade que não tiverem comprovação de vacinação anterior e em homens até 39 (trinta e nove) anos de idade.

(14) Mulher grávida, que esteja com a vacina em dia, mas recebeu sua última dose há mais de 5 (cinco) anos, precisa receber uma dose de reforço, a dose deve ser aplicada no mínimo 20 dias antes da data provável do parto. Em caso de ferimentos graves, a dose de reforço deverá ser antecipada para cinco anos após a última dose.

(15) A vacina contra Influenza é oferecida anualmente durante a Campanha Nacional de Vacinação do Idoso.

(16) A vacina contra pneumococo é aplicada, durante a Campanha Nacional de Vacinação do Idoso, nos indivíduos que convivem em instituições fechadas, tais como, casas geriátricas, hospitais, asilos, casas de repouso, com apenas um reforço cinco anos após a dose inicial.

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4.5.11 Intoxicações ou envenenamentos

No Brasil, as intoxicações e os envenenamentos são muito freqüentes e por este motivo, o Ministério de Saúde, através da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), mantém o Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas – SINITOX www.fiocruz.br/sinitox.

O SINITOX tem como principal atribuição coordenar o processo de coleta, compilação, análise e divulgação dos casos de intoxicação e envenenamento registrados pelos 33 Centros de Informação e Controle de Intoxicações, localizados em 18 dos 26 Estados brasileiros e no Distrito Federal. O SINITOX produz, ainda, materiais educativos e de divulgação como folders, cartazes, revistas e jogos educativos.

Os principais casos de envenenamento no Brasil são causados por medicamentos, e as crianças são as principais vítimas. Por esta razão, todos os medicamentos devem ser guardados em locais seguros e trancados, fora do alcance das mãos e dos olhos das crianças.

Além disso, devemos sempre seguir as recomendações a seguir:

nunca deixar de ler o rótulo ou a bula antes de usar qualquer medicamento;

evitar tomar remédio na frente de crianças;

não tomar remédio no escuro para evitar trocas perigosas;

não utilizar remédios sem orientação médica;

manter os medicamentos nas embalagens originais;

tomar muito cuidado com remédios de uso infantil e de adulto com embalagens muito parecidas, pois erros de identifi cação podem causar intoxicações graves e, às vezes, fatais;

nunca usar medicamentos com prazo de validade vencida;

descartar remédios vencidos e não guardar seus restos (esses remédios devem ser despejados no vaso sanitário ou na pia e a embalagem deve ser lavada antes de ser jogada fora);

a embalagem vazia deve ser colocada na lixeira.

Devemos ensinar as crianças que remédio não é bala, doce ou refresco: remédio é remédio, mesmo as pílulas coloridas, brilhantes e atraentes, com cheiro e gosto adocicados e os que vêm em embalagens e garrafas bonitas.

Outros produtos químicos que também devem ser cuidadosamente guardados e descartados são os produtos de limpeza, os cosméticos, os raticidas e demais produtos, como derivados de petróleo, inalantes, tintas e vernizes, colas e adesivos, álcool, cola de sapateiro etc.

Medidas Preventivas:

manter todos os produtos tóxicos em local seguro e trancado, fora do alcance das mãos e dos olhos das crianças, de modo a não despertar sua curiosidade e manipulação;

ler atentamente os rótulos antes de usar qualquer produto doméstico e siga as instruções cuidadosamente;

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P E T R O B R A S

manter os produtos nas suas embalagens originais e nunca colocar produtos tóxicos em embalagens de refrigerantes e sucos;

não comprar produtos de origem desconhecida.

Para o descarte de produtos químicos, devemos seguir exatamente o indicado na embalagem do produto

Muito freqüentes são os envenenamentos causados por animais, como lagartas, escorpiões, aranhas e serpentes.

Para evitarmos estes acidentes, devemos conhecer os hábitos desses animais. Os escorpiões, por exemplo, se escondem embaixo de cascas de árvores, pedras e dentro de domicílios, principalmente em sapatos. Algumas aranhas, por sua vez, moram dentro de casas ou nas suas redondezas. As lagartas podem ser evitadas observando os troncos e folhas das árvores. Folhas roídas podem ser sinais da presença de lagartas.

Para evitarmos acidentes com serpentes venenosas, várias medidas devem ser tomadas, entre elas:

usar botinas com perneiras ou botas de cano alto no trabalho no campo, pois 80% das picadas atingem as pernas abaixo dos joelhos;

usar luvas de couro; não colocar as mãos em buracos na terra, ocos de árvores, cupinzeiros, utilizando para isso um pedaço de pau ou enxada;

examinar os calçados, pois serpentes podem refugiar-se dentro deles;

vedar frestas e buracos em paredes e assoalhos;

limpar as proximidades das casas, evitando folhagens densas junto delas;

evitar acúmulo de lixo, entulhos e materiais de construção;

avaliar bem o local onde montar acampamentos e fazer piqueniques;

preservar inimigos naturais das serpentes (raposa, gambá, gaviões e corujas) e criar aves domésticas que se alimentam de serpentes.

Algumas plantas são bastante conhecidas e bonitas, mas quando colocadas na boca ou manipuladas, podem causar graves intoxicações. Para evitarmos a intoxicação por plantas, devemos seguir as seguintes orientações:

conhecer as plantas venenosas existentes em nossas casas e arredores pelo nome e características;

manter as plantas venenosas fora do alcance das crianças;

ensinar as crianças a não colocar plantas na boca e não utilizá-las como brinquedos (fazer comidinhas, extrair líquidos etc);

não preparar remédios ou chás caseiros com plantas sem orientação médica;

não comer folhas e raízes desconhecidas. Nem sempre o cozimento elimina a toxicidade da planta.

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Tomar cuidado ao podar as plantas que liberam látex e evitar deixar os galhos em qualquer local onde possam vir a ser manuseados por crianças; quando estivermos lidando com plantas venenosas devemos usar luvas e lavar bem as mãos após esta atividade.

TELEFONES DE EMERGÊNCIA PARA INTOXICAÇÕES OU ENVENENAMENTOS

Em caso de suspeita de envenenamento ou intoxicação, existem medidas apropriadas para cada caso. Para saber quais as medidas corretas, o ideal é ligar imediatamente para um dos Centros de Informação e Controle de Intoxicações para obter orientações.

Você pode ligar de qualquer lugar do Brasil para qualquer dos números a seguir:

Ligação gratuita Centro regional

0800 644 6774 Brasília

0800 410 148 Curitiba

0800 646 4350 Goiânia

0800 780 200 Rio Grande do Sul

0800 148 110 São Paulo (HC)

0800 284 4343 Salvador

0800 643 5252 Santa Catarina

0800 771 3733 São Paulo

4.6 Primeiros Socorros

São os atendimentos imediatos prestados à vítima no local da emergência. Aplicado corretamente, o primeiro socorro pode significar a diferença entre a vida e a morte, ou entre a plena recuperação da capacidade física e mental ou a perda de uma função importante, como a visão ou uma paralisia permanente.

Para estar apto a prestar primeiros socorros adequadamente é preciso treinamento periódico. Em certas situações é melhor não mobilizar a vítima e aguardar atendimento feito por pessoas habilitadas.

Podemos citar três situações para ilustrar a importância desse assunto:

Primeira situação: um trabalhador sofre uma queda de uma altura de 2 metros e bate com a cabeça no chão.

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P E T R O B R A S

Ele imediatamente se levanta. Após permanecer confuso por alguns minutos, recupera a consciência. Quer voltar para o trabalho, mas o supervisor do grupo decide enviá-lo para ser examinado em um hospital.

O supervisor está correto, pois traumatismos desse tipo podem apresentar um agravamento com o passar do tempo.

Segunda situação: um trabalhador sente a penetração de um inseto em seu ouvido direito e pede auxílio aos colegas.

Um dos colegas, bem treinado em primeiros socorros, orienta para que se deite sobre o lado esquerdo e pinga, no ouvido direito da vítima, 4 gotas de óleo de cozinha, trazido por outro socorrista. Após algum tempo o inseto pára de mover-se e cessa o desconforto da vítima. A seguir a vítima é orientado a adotar a posição oposta, que faz o óleo escorrer do ouvido, junto com o inseto morto. Algum tempo depois o trabalhador, sem qualquer queixa, volta ao trabalho.

Terceira situação: um trabalhador passando próximo à área de armazenamento de produtos químicos recebe um jato sobre a face, que atinge seus olhos.

A primeira ação a ser tomada é prontamente lavar os olhos e a face da vítima com água corrente, em abundância, por pelo menos 15 minutos (Regra dos 15). As ações da água corrente nos derramamentos de produtos químicos no corpo consistem em: remover mecanicamente o produto químico; diluir os resíduos do produto químico que aderem às estruturas do corpo; e refrescar os tecidos do corpo irritados pelo produto químico.

Os derramamentos de produtos químicos que atingem os olhos exigem muita rapidez no primeiro socorro, para evitar danos definitivos. A lavagem ocular deve ser feita com um jato de água que forneça água em abundância e que tenha baixa pressão para não machucar os olhos.

O primeiro cuidado antes de prestar socorro a uma vítima é verificar a segurança do local para que o socorrista não se transforme, também, em vítima.

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Anotações

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Anotações

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