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MANUAL DO OPERADOR DO CENTRO DE SERVIÇOS DE NEGÓCIOS REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE MINISTÉRIO DA TERRA, AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO RURAL Direcção Nacional do Desenvolvimento Rural

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MANUAL DO OPERADORDO CENTRO DE SERVIÇOS

DE NEGÓCIOS

REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUEMINISTÉRIO DA TERRA, AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO RURAL

Direcção Nacional do Desenvolvimento Rural

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MANUAL DO OPERADOR

DO CENTRO DE SERVIÇOS DE

NEGÓCIOS

REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUEMINISTÉRIO DA TERRA, AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO RURAL

Direcção Nacional do Desenvolvimento Rural

Empowered lives,Resilient nations.

INSTITUTO PARA A PROMOÇÃO DASPEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS

Apoio:

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Ficha Técnica

Título: Manual do Operador do Centro de Serviços de Negócios

Propriedade: MITADER-DNDR e IPEME

Equipa Técnica: Carlos Vilanculo, Leia Bila, Ivan Arizcurinaga Vasquez e Siro Álvaro

Redacção: Carlos Vilanculo

Revisão: Leia Bila e Ivan Arizcurinaga Vasquez

Coordenação: Leia Bila

Endereço da DNDR: Bairro da Maxaquene “C”, Rua 3253, nº 134, C.P. 4518, telefax: 21419824,

email: [email protected], Maputo.

Endereço do IPEME: Av.25 de Setembro,Nº1509, 1º Andar, Maputo.

Maquetização: Laranja, Lda

Impressão e Acabamento: Laranja, Lda

Tiragem: 600 exemplares

Maputo, 2015

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AbreviaturasADEL Agência de Desenvolvimento Económico LocalAT&C Assistência Técnica e CapacitaçãoBAÚs Balcões de Atendimento ÚnicoB.I. Bilhete de IdentidadeCCD Conselho Consultivo DistritalCCLs Conselhos Consultivos LocaisCOrE Centro de Orientação ao EmpresárioCSNs Centros de Serviços de NegóciosCV Custos VariáveisDEL Desenvolvimento Económico LocalDIRE DocumentodeIdentificaçãodeResidenteEstrangeiroDNDR Direcção Nacional do Desenvolvimento RuralDPA Direcção Provincial da AgriculturaDPICs Direcções Provinciais da Indústria e ComércioDPPFs Direcções Provinciais do Plano e FinançasESNEC Escola Superior de Negócios e Empreendedorismo de

ChibutoFARE Fundo de Apoio à Reabilitação Económica FDA Fundo de Desenvolvimento AgrárioFDD Fundo de Desenvolvimento DistritalFE Fundo de EstradasFFH Fundo para o Fomento de HabitaçãoFIIL Fundo de Investimento de Iniciativa LocalFFM Fundo de Fomento MineiroFFP Fundo de Fomento Pesqueiro

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FFPI Fundo de Fomento à Pequena IndústriaFIPAG Fundo de Investimento e Património do Abastecimento

de ÁguaFISAC Fundo de Inserção Social do Antigo CombatenteFFP Fundo de Promoção DesportivaFUNAB Fundo Nacional do AmbienteFUNAE Fundo Nacional de EnergiaFUNDAC Fundo de Desenvolvimento Artístico e CulturalFUTUR Fundo do TurismoGTs Grupos de TrabalhoHa HectareICE ImpostodeConsumoEspecíficoIMC Índice de Margem de ContribuiçãoINEFP InstitutoNacionaldeEmpregoeFormaçãoProfissionalINSS Instituto Nacional de Segurança SocialIPEME Instituto para a Promoção de Pequenas e Médias

EmpresasIRPC Imposto sobre o Rendimento de Pessoas ColectivasIRPS Imposto sobre o Rendimento de Pessoas SingularesISPC ImpostoSimplificadoparaPequenosContribuintesIVA Imposto sobre o Valor AcrescentadoMC Margem de ContribuiçãoMIC Ministério da Indústria e ComércioMASA Ministério da Agricultura e Segurança AlimentarMPMEs Micro, Pequenas e Médias EmpresasMT Metical

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NUIT NúmeroÚnicodeIdentificaçãoTributáriaODM Objectivo de Desenvolvimento do MilénioONGs Organizações Não GovernamentaisPOA Plano Operativo AnualPDM Plano de Desenvolvimento do MunicípioPEDD Plano Estratégico de Desenvolvimento do DistritoPESOD Plano Económico e Social e Orçamento DistritalPFMI Projecto de Finanças e Mercados InclusivosPNUD Programa das Nações Unidas para o DesenvolvimentoPRI Prazo de Retorno do InvestimentoPV Preço de VendaSIMA Sistema de Informação dos Mercados AgrícolasSIRPP Sistema de Recolha de Preços de ProdutosSDAEs Serviços Distritais de Actividades EconómicasTon ToneladasUFSA Unidade Funcional de Supervisão das Aquisições

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ÍNDICE1. CAPÍTULO 1. - INTRODUÇÃO ...................................... 11

1.1 ContextualizaçãoeJustificativa............................................11

1.2 Objectivo e Utilidade do Manual .......................................... 12

1.3 Conteúdo do Manual ............................................................. 13

1.4 Metodologia de Elaboração do Manual ................................ 14

2. CAPÍTULO 2. - DESCRIÇÃO DOS CENTROS DE SERVIÇOS DE NEGÓCIOS ...................................... 14

2.1 Conceito e natureza ............................................................... 14

2.2 Objectivos ............................................................................. 14

2.3 Base de Dados ....................................................................... 15

2.4 Princípios e Valores ............................................................... 18

2.5 Grupo Alvo ........................................................................... 18

3. CAPÍTULO 3. - METODOLOGIA DE PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS PELOS CENTROS DE SERVIÇOS DE NEGÓCIOS .................. 19

3.1 Informação Sobre Mercados ................................................. 21

3.1.1 Preços de Produtos e Serviços .............................................. 21

3.1.2 Actores das Cadeias de Valor ................................................ 28

3.1.3 Base de Dados de Associações, Cooperativas e MPMEs ..... 29

3.1.4 Legislação Sobre Negócios e Investimentos ........................ 30

3.1.5 Eventos de Natureza Económica .......................................... 31

3.2 Promoção de Ligações de Mercado ...................................... 32

3.3 Assistência Técnica E Capacitação ....................................... 35

3.3.1 Base de Dados de Instituições de Assistência Técnica e Capacitação ....................................... 36

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3.3.2 Promoção / Realização de Acções de Capacitação .............. 36

3.3.3 Assistência Técnica .............................................................. 38

3.3.3.1 Planilha Informática de Apoio à Elaboração de Planos de Negócios ........................ 38

3.3.3.2 Análise e Desenho de Cadeias de Valor ............................... 49

3.3.3.3 Licenciamento de Actividades Económicas ......................... 52

3.3.3.4 Apoio à Elaboração de Contratos Comerciais ..................... 55

3.3.3.5 Divulgação de Obrigações Fiscais ....................................... 55

3.4 Marketing Territorial ............................................................ 56

3.4.1 Boas Práticas na Realização de Actividades Produtivas ...... 59

3.5 Acesso ao Financiamento .................................................... 60

3.5.1 Base de Dados Sobre Financiamento ................................... 60

3.5.2 Divulgação de Linhas de Crédito Disponíveis ..................... 63

3.5.3 Apoio Para Acesso às Linhas de Financiamento Disponíveis .................................................. 63

ANEXO 1: MODELO DE CONTRATO ....................................... 65

ANEXO 2: MODELO DE PLANO ANUAL DO CSN ................. 70

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ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1: Pacote e Descrição dos Serviços dos CSNs ...................... 19

Tabela 2: Ficha de Recolha de Informação de

Preços usada no SIRPP ..................................................... 22

Tabela 3: Ficha de Recolha de Informação do SIMA ...................... 24

Tabela 4: Actores da Cadeia de Valor de Tomate no Distrito X ....... 28

Tabela 5: Base de Dados de Associações, Cooperativas e MPMEs .................................................... 29

Tabela 6: Quadro-Resumo da Legislação sobre Negócios e Investimentos .................................................................... 31

Tabela 7: Eventos de Natureza Económica ...................................... 32

Tabela 8: Quadro-Resumo das Oportunidades de Negócios ............ 34

Tabela 9: Base de Dados de Instituições de Assistência Técnica e Capacitação ...................................................... 36

Tabela 10: Diagnóstico e Plano de Acção da Associação 25 de Junho ....................................................................... 37

Tabela 11: Cadeia de Valor dos galináceos com base na demanda da empresa X em Bilene ................................... 51

Tabela 12: Boas Práticas na Realização de Actividades Produtivas .. 60

Tabela 13: Base de Dados sobre Financiamento ................................ 62

ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1: Diagrama dos Conteúdos da Base de Dados dos CSNs .... 17

Figura 2: LocalizaçãoGeográficadasActividadesdosFundosdeFomento por Província ..................................................... 61

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CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO

1.1 Contextualização e Justificativa

Actualmente, há um cada vez maior reconhecimento do papel das micro, pequenas e médias empresas (MPMEs) na promoção do desenvolvimento sócio-económico no país, pois as mesmas contribuem para o crescimento do Produto Interno Bruto, constituem uma fonte de criação de emprego, elevação do nível de rendimento, inovação e competitividade das economias dos diversos países, contribuindo assim para a melhoria do nível de vidas das pessoas.

Em Moçambique, o Governo tem realizado diversas acções visando facilitar o surgimento e desenvolvimento de MPMEs, tais como a aprovação de instrumentos legais, a criação de instituições de prestação de serviços às MPMEs, a facilitação no licenciamento de actividades económicas, entre outras. A criação do Instituto para a Promoção de Pequenas e Médias Empresas (IPEME) e dos BAÚseaaprovaçãodolicenciamentosimplificadodeactividadeseconómicas atestam essa preocupação do Governo na promoção e facilitação de iniciativas empresariais.

Apesar disso, as MPMEs ainda enfrentam barreiras para o seu crescimento e sustentabilidade, tais como a fraca capacidade de planificação e gestão de negócios, o dificil acesso às novastecnologias, à informação relevante e oportuna sobre os mercados, aofinanciamentoparaaaberturaeexpansãodenegócios,àsligaçõescom as grandes empresas, entre outras.

Assim, o Ministério da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural (MITADER), através da Direcção Nacional do Desenvolvimento Rural (DNDR), com apoio de parceiros de cooperação, designadamente o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), está, em parceria com o IPEME, a desenvolver, desde 2012, uma

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iniciativa de instalação e operacionalização de 8 Centros de Serviços de Negócios (CSNs), nos Serviços Distritais de Actividades Económicas (SDAEs) dos distritos de Mandlakazi, Bilene e Chibuto (província de Gaza), Ribáuè, Mecuburi, Murrupula e Nacala-Porto (província de Nampula) e Metuge (província de Cabo Delgado), para servirem de mecanismos de facilitação de negócios e orientação empresarial às associações de produtores, cooperativas, MPMEs e empreendedoreslocais,incluindoosbeneficiáriosdos“7Milhões”.

Neste contexto, foi elaborado o presente Manual do Operador do CSNs, que serve de instrumento técnico de orientação sobre como prestar os serviços de apoio ao desenvolvimento de negócios.

1.2 Objectivo e Utilidade do Manual

Com o presente manual pretende-se munir os técnicos dos CSNs de um instrumento técnico que, de forma prática, lhes permita orientar na provisão de serviços de Assistência Técnica e Capacitação (ATC) para o desenvolvimento de negócios às associações de produtores, cooperativas, MPMEs e empreendedores locais, incluindo os beneficiáriosdos“7Milhões”,bemcomoacriaçãoefuncionamentodos mecanismos de articulação, através de grupos de trabalho (GTs) com os mega-investimentos e apoio aos Governos Locais no desenho e divulgação do marketing territorial.

O Manual do Operador do CSN será útil:

a) Aos técnicos dos SDAEs, afectos ou não ao CSN, orientando-lhes na prestação eficiente dos serviços do CSN;

b) Professores da disciplina de Empreendedorismo de diversos níveis de ensino relacionadas com o DEL, parceiros naturais do CSN, para melhoria de competências nestas matérias;

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c) Aos Directores dos SDAEs, para encaminhar a informação de e para o CSN de uma maneira mais estruturada e para promover os serviços do CSN, tanto internamente (governo local) como externamente (sector privado financeiro e não financeiro, produtivo e de serviços), associações, cooperativas, MPMEs, as próprias comunidades locais, organizações da sociedade civil e Conselhos Consultivos Locais (CCLs);

d) Ao Administrador Distrital/Presidente do Município, para promover os serviços do CSN, aprovar o seu plano anual de atividades e efectuar a avaliação permanente da prestação dos serviços;

e) Ao sector privado financeiro e não financeiro, produtivo de bens e serviços, indústria extractiva, associações e cooperativas, empreendedores emergentes, as MPMEs e beneficiários dos 7 milhões, para o acesso aos serviços do CSN e o funcionamento dos mecanismos de articulação, especialmente relacionados com os mega-investimentos.

1.3 Conteúdo do ManualQuanto maior for o contributo dos CSNs, mais robusta e dinâmica poderá tornar-se a economia do distrito, em particular, e da província, em geral. Assim, nos 3 capítulos do presente manual são fundamentadas as razões da necessidade deste instrumento e destacados os elementos-chave que podem contribuir para incentivar o surgimento das MPMEs nos distritos. No presente capítulo de Introdução são apresentados a contextualização, justificativa,objectivo, destinatários e conteúdo do manual. No segundo capítulo são descritos o conceito, natureza, objectivos, princípios, valores e grupos-alvo dos CSNs. O terceiro capítulo descreve a metodologia de prestação de serviços dos CSNs, nas áreas de a) informação sobre mercados, b) promoção de ligações de mercados, c) ATC, d) marketingterritorialee)acessoaofinanciamento.

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Manual do Operador do Centro de Serviços de Negócios16

1.4 Metodologia de Elaboração do Manual

A elaboração do presente manual teve como base o Guião de Operações dos CSNs, elaborado em Agosto de 2013, e as conclusões no Retiro para a Elaboração dos Conteúdos dos CSNs, realizado nos Pequenos Libombos em Julho de 2014, no qual participaram técnicos da DNDR, IPEME, DPA de Gaza e SDAEs de Bilene, Mandlakazi e Chibuto.

CAPÍTULO 2. DESCRIÇÃO DOS CENTROS DE SERVIÇOS DE NEGÓCIOS

2.1 Conceito e Natureza

Os CSNs são serviços públicos, prestados pelos SDAEs e outras instituições parceiras, de provisão de ATC para o desenvolvimento de negócios às associações de produtores, cooperativas, MPMEs e empreendedoreslocais,incluindoosbeneficiáriosdos“7Milhões”,assimcomoaosgovernoslocaisnoseuprocessodeplanificaçãodaeconomia local, dentro dos instrumentos estratégicos e operacionais, e também às grandes empresas nacionais e mega-investimentos, na promoçãodemecanismosdediálogoparapropiciardefiniçõesclarassobre o conteúdo local e a responsabilidade social corporativa.

2.2 Objectivos

Os objectivos dos CSNs são:

• Disponibilizar um serviço integrado de apoio ao negócio local;

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Manual do Operador do Centro de Serviços de Negócios 17

• Criar e fortalecer a capacidade e estrutura empresarial e associativa local;

• Contribuir para a emergência e desenvolvimento de MPMEs locais dinâmicas, modernas, inovadoras e que participam activamente nas cadeias de valor das grandes empresas;

• Contribuir para o aumento do rendimento e dos meios de subsistência dos grupos sociais vulneráveis (especialmente jovens e mulheres) e, consequentemente, para a melhoria do nível de vida dos mesmos grupos.

• Contribuir no diálogo e trabalho em equipa para propiciar a identificação e dimensionamento das potencialidades locais, as suas cadeias de valor e oportunidades de negócio que estas oferecem, tanto a partir da exploração local como dos mega-investimentos.

2.3 Base de Dados

O CSN possui uma base de dados que constitui um repositório de toda a documentação, informação e instrumentos de trabalho que serão usados pelo operador do CSN. A referida base de dados está estruturada da seguinte forma:

a. Documentos Estratégicos: estratégias nacionais e planos estratégicos de desenvolvimento das províncias, distritos e municípios abrangidos;

b. Pilar Jurídico (ambiente de negócios): instrumentos legais sobre as actividades económicas (áreas da Agricultura, Ambiente, associativismo e cooperativismo, autarquias locais, Ciência e Tecnologia, Edificação, Energia, Finanças Rurais, Florestas e Fauna Bravia, Geografia e Cadastro, Indústria e Comércio, Investimentos, Minas, Pecuária, Pescas, Serviços ao Estado, Trabalho, Tributação e Alfândegas, e Turismo);

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Manual do Operador do Centro de Serviços de Negócios18

c. Pilar de Financiamento: modelo da ficha para recolha de informação sobre as instituições e serviços financeiros que financiam iniciativas de DEL;

d. Assistência Técnica e Capacitação (ATC): modelo da ficha para recolha de informação sobre os provedores de ATC em matérias ligadas aos DEL, estrutura-modelo de planos de negócios, manuais práticos sobre o DEL, modelos de planos e relatórios, e planilha informática de apoio à elaboração de planos de negócios;

e. Infra-estruturas de Apoio à Produção e Comercialização (acesso à tecnologia): modelo da ficha para recolha de informação sobre infra-estruturas de apoio à produção e comercialização (incluindo acesso à tecnologia) e lista de inovações tecnológicas existentes no país;

f. Mercados Internos e Externos (Marketing Territorial): modelo da ficha de recolha de informação sobre os mercados internos e externos, bem como alguns instrumentos de marketing territorial (revistas e folhetos);

g. Educação para o Desenvolvimento (sustentabilidade dos processos de DEL): contém os elementos pedagógicos para integrar nos currículos locais e da alfabetização funcional, a descrição das potencialidades locais, as suas cadeias de valor e as oportunidades de negócio que estes oferecem, para alem de conceitos de empreendedorismo, competitividade e atitude empresarial.

h. Sistemas de Informação: base de dados, permanentemente actualizado, que contêm toda a informação sobre o enquadramento jurídico (ambiente de negócios), financiamento do DEL, ATC, infraestrutura de apoio à produção e comercialização (acesso à tecnologia), mercados internos e externos (marketing territorial) e educação

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Manual do Operador do Centro de Serviços de Negócios 19

para o desenvolvimento (sustentabilidade do processo de desenvolvimento local), perfis distritais/municipais, relatórios de avaliação, cadastro de MPMEs, associações, cooperativas e anúncios de concursos públicos; calendário de eventos, feiras, workshops, seminários, conferências e outros.

Figura 1: Diagrama dos Conteúdos da Base de Dados dos CSNs

Estratégias nacionais e planosestrat égicos provinciais, distritais e

municipais

Base

de d

ados

do

CSN

DocumentosEstratégicos

EnquadramentoJuridico

Financiamento

AssistênciaTécnica e

Capacitação

Infra-estruturas deapoio à produção ecomercialização

Mercadosinternos eexternos

Sistema deinformação

Educação para odesenvolvimento

Instrumentos legais sobreactividades económicas

Instituições e serviços financeiros

Infra-estruturas de apoio a produção e comercialização

e lista de inovações técnologicas

Provedores de AT&C, manuais sobreDEL, modelos e planilha informática

de planos de negocios

Mercados internos e externos e instrumentos de marketing

territorial

Perfis distritais / municipais, estudos , relatorios , cadastro de

MPMEs e anúncios públicos

Conteúdo local no currículo e alfabetiza ção funcional

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Manual do Operador do Centro de Serviços de Negócios20

2.4 Princípios e ValoresNa realização das suas actividades, os CSNs guiam-se pelos seguintes princípios e valores:

• Celeridade;• Parceria;• Eficiência;• Profissionalismo;• Proactividade;• Trabalho em equipa.

2.5 Grupo AlvoOs grupos-alvo das actividades dos CSNs são todos os agentes económicos que actuam no distrito (em diversas etapas da cadeia produtiva, desde o fornecimento de matérias-primas, produção, conservação, processamento e distribuição do produto final),especialmente os jovens e as mulheres. Dentre os referidos agentes, encontram-se:

i. Associações de produtores, cooperativas, MPMEs e outros empreendedores locais;

ii. Os mega-investimentos, dada a sua relevância na determinação da agenda local de desenvolvimento e no funcionamento dos mecanismos de articulação, para o alcance das ligações empresariais relacionadas com o “conteúdo local” e a “responsabilidade social empresarial/corporativa”;

iii. Os Governos Locais (distritais e municipais) no que diz respeito à integração das potencialidades e outras matérias sobre DEL nos seus instrumentos da planificação e o seu correspondente plano de acção.

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Manual do Operador do Centro de Serviços de Negócios 21

CAPÍTULO 3. METODOLOGIA DE PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS PELOS CENTROS DE SERVIÇOS DE NEGÓCIOS

Há uma gama de serviços de desenvolvimento de negócios que podem ser prestados para a criação e desenvolvimento de MPMEs. Entretanto, os CSNs prestam serviços em 5 áreas, conforme descrito na tabela seguinte:

Tabela 1: Pacote e Descrição dos Serviços dos CSNs

Divulgação de obrigações fiscais

4. Marketing territorial

Promoção das potencialidades e oportunidades

de negócios locais

Atrair investimentos para o distrito e/ou município

Identificação e mapeamento das potencialidades e oportunidades de negócio locais que estas oferecem Integração das potencialidades e das cadeias de valor desenhadas (incluindo as oportunidades de negócios que elas oferecem) nos PEDDs e PDMs. Marketing das potencialidades e oportunidades de negócios locais, a partir da elaboração de revistas e folhetos de promoção do território e outros meios relevantes Boas práticas na realização de actividades produtivas Constituição dos mecanismos de articulação participativos e inclusivos (grupos de trabalho) que permita a análise da economia local a nível de diagnóstico, a estratégia de desenvolvimento a partir do desenho das cadeias de valor e identificação das oportunidades de negócio e o plano de acção ser inserido nos PEDDs e PDMs

5. Acesso ao financiamento

Facilitação aos empreendedores

locais para acesso aos

fundos para criação e/ou

desenvolvimentode negócios

Garantir o capital

necessário para a criação e/ou

Base de dados sobre financiamento Divulgação de linhas de crédito disponíveis para MPMEs, associações, cooperativas e empreendedores locais Apoio às MPMEs, associações, cooperativas e empreendedores locais na preparação da documentação necessária para aceder às linhas de financiamento disponíveis Apoio às MPMEs na preparação e estabelecimento de diálogo com as grandes empresas e mega-investimentos para aceder as linhas de financiamento empresariais

Serviços Conceitos Objectivos Conteúdos do serviço

1. Informação

sobre mercados

Recolha, sistematização e divulgação de

informação que contribua para o funcionamento eficiente dos

mercados

Reduzir as assimetrias de

informação entre os actores

de DEL, de modo a garantir

tomada de decisões

informadas sobre negócios.

Preços de produtos/serviços Inventário dos actores das cadeias de valor dos produtos/serviços (e as suas capacidades qualitativas e quantitativas), incluindo os centros de produção e as entidades que compram excedentes agrícolas, se houver. Base de dados de associações, cooperativas e MPMEs locais e sua capacidade de fornecimento Legislação sobre negócios e investimentos Eventos de natureza económica (feiras, conferências, etc)

2. Promoção de ligações de mercado

Integração dos produtores locais nas

cadeias de valor das empresas, com base em

contratos entre as duas partes.

Contribuir para a criação e/ou

desenvolvimento de negócios

rentáveis e sustentáveis,

com benefícios para as

comunidades de baixa renda.

Identificação de oportunidades de mercado para o estabelecimento de ligações de mercado que envolvam as comunidades de baixa-renda Identificação dos produtores de bens e serviços interessados no estabelecimento das suas próprias empresas de agro-negócios e de ligações de mercado com as empresas de maior porte Apoio às MPMEs para cadastramento na UFSA

3. AT&C

Realização de acções de AT&C aos

empreendedores locais sobre temáticas ligadas ao

desenvolvimentode negócios

Elevar o nível de

conhecimento e habilidades dos empreendedores

locais sobre

Base de dados de instituições de AT&C Promoção/realização de acções de capacitação sobre matérias ligadas ao desenvolvimento de negócios (empreendedorismo, elaboração de planos de negócios, criação de empresas, gestão de negócios, associativismo empresarial e outras) Análise, desenho (participativo/inclusivo) e desenvolvimento de cadeias de valor das principais potencialidades locais Potenciação dos produtores locais para adquirirem capacidade empresarial, que lhes permita aproveitar as oportunidades de negócios que oferecem as cadeias de valor de “conteúdo local” e “responsabilidade social empresarial/corporativa” Licenciamento de actividades económicas Apoio aos produtores (propiciando a sua capacidade empresarial) na elaboração e gestão de contratos com as empresas

desenvolvimentode negócios

desenvolvimentode negócios

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Manual do Operador do Centro de Serviços de Negócios22

Divulgação de obrigações fiscais

4. Marketing territorial

Promoção das potencialidades e oportunidades

de negócios locais

Atrair investimentos para o distrito e/ou município

Identificação e mapeamento das potencialidades e oportunidades de negócio locais que estas oferecem Integração das potencialidades e das cadeias de valor desenhadas (incluindo as oportunidades de negócios que elas oferecem) nos PEDDs e PDMs. Marketing das potencialidades e oportunidades de negócios locais, a partir da elaboração de revistas e folhetos de promoção do território e outros meios relevantes Boas práticas na realização de actividades produtivas Constituição dos mecanismos de articulação participativos e inclusivos (grupos de trabalho) que permita a análise da economia local a nível de diagnóstico, a estratégia de desenvolvimento a partir do desenho das cadeias de valor e identificação das oportunidades de negócio e o plano de acção ser inserido nos PEDDs e PDMs

5. Acesso ao financiamento

Facilitação aos empreendedores

locais para acesso aos

fundos para criação e/ou

desenvolvimentode negócios

Garantir o capital

necessário para a criação e/ou

Base de dados sobre financiamento Divulgação de linhas de crédito disponíveis para MPMEs, associações, cooperativas e empreendedores locais Apoio às MPMEs, associações, cooperativas e empreendedores locais na preparação da documentação necessária para aceder às linhas de financiamento disponíveis Apoio às MPMEs na preparação e estabelecimento de diálogo com as grandes empresas e mega-investimentos para aceder as linhas de financiamento empresariais

Serviços Conceitos Objectivos Conteúdos do serviço

1. Informação

sobre mercados

Recolha, sistematização e divulgação de

informação que contribua para o funcionamento eficiente dos

mercados

Reduzir as assimetrias de

informação entre os actores

de DEL, de modo a garantir

tomada de decisões

informadas sobre negócios.

Preços de produtos/serviços Inventário dos actores das cadeias de valor dos produtos/serviços (e as suas capacidades qualitativas e quantitativas), incluindo os centros de produção e as entidades que compram excedentes agrícolas, se houver. Base de dados de associações, cooperativas e MPMEs locais e sua capacidade de fornecimento Legislação sobre negócios e investimentos Eventos de natureza económica (feiras, conferências, etc)

2. Promoção de ligações de mercado

Integração dos produtores locais nas

cadeias de valor das empresas, com base em

contratos entre as duas partes.

Contribuir para a criação e/ou

desenvolvimento de negócios

rentáveis e sustentáveis,

com benefícios para as

comunidades de baixa renda.

Identificação de oportunidades de mercado para o estabelecimento de ligações de mercado que envolvam as comunidades de baixa-renda Identificação dos produtores de bens e serviços interessados no estabelecimento das suas próprias empresas de agro-negócios e de ligações de mercado com as empresas de maior porte Apoio às MPMEs para cadastramento na UFSA

3. AT&C

Realização de acções de AT&C aos

empreendedores locais sobre temáticas ligadas ao

desenvolvimentode negócios

Elevar o nível de

conhecimento e habilidades dos empreendedores

locais sobre

Base de dados de instituições de AT&C Promoção/realização de acções de capacitação sobre matérias ligadas ao desenvolvimento de negócios (empreendedorismo, elaboração de planos de negócios, criação de empresas, gestão de negócios, associativismo empresarial e outras) Análise, desenho (participativo/inclusivo) e desenvolvimento de cadeias de valor das principais potencialidades locais Potenciação dos produtores locais para adquirirem capacidade empresarial, que lhes permita aproveitar as oportunidades de negócios que oferecem as cadeias de valor de “conteúdo local” e “responsabilidade social empresarial/corporativa” Licenciamento de actividades económicas Apoio aos produtores (propiciando a sua capacidade empresarial) na elaboração e gestão de contratos com as empresas

desenvolvimentode negócios

desenvolvimentode negócios

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Manual do Operador do Centro de Serviços de Negócios 23

Divulgação de obrigações fiscais

4. Marketing territorial

Promoção das potencialidades e oportunidades

de negócios locais

Atrair investimentos para o distrito e/ou município

Identificação e mapeamento das potencialidades e oportunidades de negócio locais que estas oferecem Integração das potencialidades e das cadeias de valor desenhadas (incluindo as oportunidades de negócios que elas oferecem) nos PEDDs e PDMs. Marketing das potencialidades e oportunidades de negócios locais, a partir da elaboração de revistas e folhetos de promoção do território e outros meios relevantes Boas práticas na realização de actividades produtivas Constituição dos mecanismos de articulação participativos e inclusivos (grupos de trabalho) que permita a análise da economia local a nível de diagnóstico, a estratégia de desenvolvimento a partir do desenho das cadeias de valor e identificação das oportunidades de negócio e o plano de acção ser inserido nos PEDDs e PDMs

5. Acesso ao financiamento

Facilitação aos empreendedores

locais para acesso aos

fundos para criação e/ou

desenvolvimentode negócios

Garantir o capital

necessário para a criação e/ou

Base de dados sobre financiamento Divulgação de linhas de crédito disponíveis para MPMEs, associações, cooperativas e empreendedores locais Apoio às MPMEs, associações, cooperativas e empreendedores locais na preparação da documentação necessária para aceder às linhas de financiamento disponíveis Apoio às MPMEs na preparação e estabelecimento de diálogo com as grandes empresas e mega-investimentos para aceder as linhas de financiamento empresariais

Serviços Conceitos Objectivos Conteúdos do serviço

1. Informação

sobre mercados

Recolha, sistematização e divulgação de

informação que contribua para o funcionamento eficiente dos

mercados

Reduzir as assimetrias de

informação entre os actores

de DEL, de modo a garantir

tomada de decisões

informadas sobre negócios.

Preços de produtos/serviços Inventário dos actores das cadeias de valor dos produtos/serviços (e as suas capacidades qualitativas e quantitativas), incluindo os centros de produção e as entidades que compram excedentes agrícolas, se houver. Base de dados de associações, cooperativas e MPMEs locais e sua capacidade de fornecimento Legislação sobre negócios e investimentos Eventos de natureza económica (feiras, conferências, etc)

2. Promoção de ligações de mercado

Integração dos produtores locais nas

cadeias de valor das empresas, com base em

contratos entre as duas partes.

Contribuir para a criação e/ou

desenvolvimento de negócios

rentáveis e sustentáveis,

com benefícios para as

comunidades de baixa renda.

Identificação de oportunidades de mercado para o estabelecimento de ligações de mercado que envolvam as comunidades de baixa-renda Identificação dos produtores de bens e serviços interessados no estabelecimento das suas próprias empresas de agro-negócios e de ligações de mercado com as empresas de maior porte Apoio às MPMEs para cadastramento na UFSA

3. AT&C

Realização de acções de AT&C aos

empreendedores locais sobre temáticas ligadas ao

desenvolvimentode negócios

Elevar o nível de

conhecimento e habilidades dos empreendedores

locais sobre

Base de dados de instituições de AT&C Promoção/realização de acções de capacitação sobre matérias ligadas ao desenvolvimento de negócios (empreendedorismo, elaboração de planos de negócios, criação de empresas, gestão de negócios, associativismo empresarial e outras) Análise, desenho (participativo/inclusivo) e desenvolvimento de cadeias de valor das principais potencialidades locais Potenciação dos produtores locais para adquirirem capacidade empresarial, que lhes permita aproveitar as oportunidades de negócios que oferecem as cadeias de valor de “conteúdo local” e “responsabilidade social empresarial/corporativa” Licenciamento de actividades económicas Apoio aos produtores (propiciando a sua capacidade empresarial) na elaboração e gestão de contratos com as empresas

desenvolvimentode negócios

desenvolvimentode negócios

3.1 Informação sobre Mercados

3.1.1 Preços de Produtos e Serviços

O primeiro serviço é a divulgação de informação sobre os preços dos produtos e serviços existentes no território. Assim, os CSNs usam os sistemas de informação de preços sob gestão do MASA e MIC (SIMA e SIRPP, respectivamente), em funcionamento nos distritos.

O SIRPP possui duas linhas de funcionamento a nível distrital, para recolha de informação:

a. Primeira linha: com recurso a fichas impressas disponíveis nas DPICs e SDAEs (ver tabela 2, abaixo), a informação sobre preços é recolhida (nas Terças feiras) em 4 a 6 estabelecimentos comerciais (retalhistas e grossistas). Essa informação é, uma vez por semana, enviada à DPIC, que procede à sua globalização e envio ao MIC.

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Tabela 2: Ficha de Recolha de Informação de Preços usada no SIRPP

Nome da loja Nome da loja Nome da loja Nome do mercadoFresh Meat Shobito Disha Trading Limpopo

1 CEREAIS1.1 Acucar branco, nacional MT/Kg 42.00 42.00 42.00 42.00 42.00 0.001.2 Acucar branco importado MT/Kg1.3 Açucar castanho nacional MT/Kg 36.00 36.00 36.00 36.00 36.00 0.001.4 Acucar castanho importado MT/Kg1.5 Arroz extra nacional MT/Kg1.6 Arroz extra importado MT/Kg1.7 Arroz corrente, nacional MT/Kg1.8 Arroz corrente importado MT/Kg 28.00 27.00 30.00 28.33 28.33 0.001.9 Farinha de milho nacional 30.00 30.00 32.00 30.67 30.67 0.00

2 Farinha de trigo nacional MT/Kg 40.00 40.00 42.00 40.67 40.67 0.002.1 HORTICOLAS2.2 Batata reno nacional MT/Kg2.3 Batata reno importada MT/Kg 30.00 30.00 25.00 28.33 28.33 0.002.4 Tomate nacional MT/Kg 50.00 50.00 50.00 0.002.5 Tomate importado MT/Kg2.6 Feijao manteiga nacional MT/Kg 75.00 75.00 70.00 73.33 73.33 0.002.7 Feijao manteiga importado MT/Kg2.8 Cebola nacional MT/Kg2.9 Cebola importada MT/Kg 30.00 30.00 25.00 28.33 28.33 0.00

2,10 Repolho nacional MT/cabec 30.00 30.00 30.00 0.002,11 Repolho importado MT/cabec2,12 Alho nacional MT/Kg2,13 Alho importado MT/Kg 150.00 150.00 150.00 150.00 0.002,14 Pimento importado MT/Kg 40.00 40.00 40.00 0.002,15 Cenoura nacional MT/Kg

3 Cenoura importada MT/Kg 40.00 40.00 40.00 0.003.1 AVICULTURA3.2 Frango congelado nacional MT/Kg3.3 Frango vivo MT/Kg 150.00 150.00 150.00 0.003.4 Ovos nacionais MT/duzia 55.00 55.00 60.00 56.67 58.33 -0.03

4 Ovos importados MT/duzia4.1 PEIXE4.2 Carapau 16 importado MT/Kg 65.00 70.00 67.50 67.50 0.004.3 Carapau 18 importado MT/Kg4.4 Carapau 20 importado MT/Kg4.5 Carapau 25 importado MT/Kg 78.00 80.00 79.00 79.00 0.004.6 Carapau 30 importado MT/Kg

5 Peixe seco nacional aberto MT/Kg5.1 OLEAGINOSA5.2 Óleo alimentar nacional MT/Lit 70.00 70.00 72.00 70.67 70.67 0.005.3 Óleo alimentar importado MT/Lit5.4 Amendoim nacional MT/KG 55.00 55.00 60.00 56.67 56.67 0.005.5 Amedoim importado MT/KG 80.00 80.00 80.00 0.00

Media anterior

Variacao (%)

DIRECCAO PROVINCIAL DA INDUSTRIA E COMERCIO DE GAZAPrecos ao publico nas lojas/ mercados da Cidade de Xai-Xai

ProdutoNº u/m Media actual

INFOCOMMIC

Atenção Sra. Isabel DNC

Formulário SemanalPreços

b. Segunda linha: são usados telemóveis, que têm um pacote tecnológico instalado, com a lista dos produtos e das lojas onde deve ser feita a recolha de preços dos produtos. Após o processamento electrónico da informação, a mesma é enviada via telemóvel directamente ao MIC. Para o usuário aceder aos preços dos produtos, deverá, no seu telemóvel, recorrer ao seguinte procedimento:

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Manual do Operador do Centro de Serviços de Negócios 25

1. Abrir o campo de mensagens;2. Escrever o local (espaço) produto (espaço) preço

(espaço). Por exemplo: Chibuto_Mandioca_Preço 3. Enviar a mensagem para o 82 10 14 ou 84 10 14.

Após o envio da mensagem, irá receber, no seu telemóvel, os preços mínimo, médio e máximo do produto no local em apreço.

No quadro do SIMA, o SDAE faz o levantamento dos preços dos produtos que são comercializados pelos produtores locais, usando afichaseguinte:

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Manual do Operador do Centro de Serviços de Negócios26

Tabela 3: Ficha de recolha de informação do SIMA

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Para divulgação dessa informação, os CSNs recorrem à internet, jornais, rádios, televisão, redes sociais, boletins, folhetos, revistas, quadros locais de informação, feiras, bolsas de turismo, conferências de investidores e outros eventos de natureza económica. Semanal e diariamente (quando a informação é diária) os responsáveis do CSN devem colocar toda esta informação nas vitrinas da Administração Distrital ou do Conselho Municipal.

3.1.2 Actores das Cadeias de Valor

O CSN possui informação sobre os actores da cadeia de valor dos 4-5 principais produtos/serviços do distrito incluindo informação quantitativa e qualitativa, como ilustrado no exemplo seguinte:

Tabela 4: Actores da Cadeia de Valor de Tomate no Distrito X

Produto Tomate – 1000 ton. Etapas Fornecimento

de insumos e financiamento

Produção Processamento Comercialização Consumo final

Actores SDAE – 40% de insumos PANNAR – 60% de insumos GAPI - financiamento

Associação 7 de Abril (600 ton/ano.) e Associação 25 de Junho (400 ton/ano.)

Plan - Sociedade de Investimentos e Turismo (1000 ton/ano.)

Mohamed Armazenistas e Distribuidores Lda (1000 ton/ano.)

Pemba Beach Hotel (50 ton/ano), Shoprite (800ton/ano.) e Restaurante Kauri (50 ton/ano.)

A tabela preenchida, permite que qualquer actor que queira entrar em certa etapa da cadeia de valor de um produto/serviço tenha informação básica sobre os actores que fazem parte dessa cadeia, com particular destaque para os potenciais consumidores finais(mercado).

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3.1.3 Base de Dados de Associações, Cooperativas e MPMES

Os CSNs possuem uma base de dados sobre as associações, cooperativas e MPMEs existentes a nível local, preenchida como no exemplo abaixo:

Tabela 5: Base de Dados de Associações, Cooperativas e MPMEs

N.A. – Não Aplicável P.A. – Posto Administrativo

Nome da organização

Localização (km da vila sede e km da capital

provincial)

Sector de Actividade

Produtos/ Serviços

(Qualidade e tipologia do

produto)

Área de produção ou uso

Capacidade de produção e rendimento medio por ha

Pessoa de contacto

Associação 3 de Fevereiro

P.A. de Chalala, distrito de Mandlakazi. 30Km da Vila-sede e 60Km de Xai-Xai

Agricultura Mandioca Nikwaha e Milho Sussuma

3ha Mandioca: 30 ton/ano

Milho: 15 ton/ano

Alberto Bila: 824545450

Cooperativa Sasseka

P.A. de Mazucane, distrito de Mandlakazi. 40Km da Vila-sede e 70Km de Xai-Xai

Pecuária Gado bovino, raça Brahman

4ha Efectivo actual: 450 cabeças. Efectivo adicional: 50 cabeças/ano.

Maria Matusse: 843131310

Chauque Agroproces samento Lda.

P.A. de Nguzene, distrito de Mandlakazi. 20Km da Vila-sede e 50Km de Xai-Xai

Indústria Processamento de citrinos

N.A. Processamento de 400ton de citrinos por ano.

João Chaúque: 862020202

Mussa Resort

P.A. de Chidenguele, distrito de Mandlakazi. 20Km da Vila-sede e 60Km de Xai-Xai

Turismo Acomodação, restauração e desporto aquático

N.A. 250 camas António Mussa: 823030303

Carpintaria Manusse Lda.

Vila-sede do distrito de Mandlakazi. 60Km de Xai-Xai

Serviços Fabrico de mesas e cadeiras, e reparação de mobiliário

N.A. 300 mesas e 1000 cadeiras por ano.

José Cumbane: 865454540

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3.1.4 Legislação sobre Negócios e Investimentos

Os CSNs possuem toda legislação sobre DEL, particularmente sobre negócios e investimentos, que deve ser facultada a todos os interessados, sempre que o solicitarem. Para facilitar a sua consulta, a referida legislação é agrupada em ordem alfabética, por sectores de actividade económica, conforme ilustrado abaixo:

a. Agricultura;

b. Ambiente;

c. Associativismo e cooperativismo;

d. Autarquias locais;

e. Ciência e Tecnologia;

f. Edificação;

g. Energia;

h. Finanças Rurais;

i. Florestas e Fauna Bravia;

j. Geografia e Cadastro;

k. Indústria e Comércio;

l. Investimentos;

m. Minas;

n. Pecuária;

o. Pescas;

p. Serviços ao Estado;

q. Trabalho;

r. Tributação e Alfândegas; e,

s. Turismo.

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Manual do Operador do Centro de Serviços de Negócios 33

Tabela 6: Quadro-Resumo da Legislação sobre Negócios e Investimentos

Sector Matéria Regulada

Dispositivo Legal:

(Decreto, Lei, Despacho nº)

Data de Aprovação

Entidade que

aprovou

Número do BR

Data de Publicação

no BR

Data de Entrada em Vigor

Pecuária

Identificação e Registo

de Gado

Diploma Ministerial nº

218/2002

02 De Novembro De 2002

Ministério da

Agricultura

I Série nº 49

05 De Dezembro De 2002

05 De Dezembro de 2002

Sanidade animal

Decreto nº 26/2009

2 de Junho de 2009

Conselho de

Ministros

I série, nº 32

17 de Agosto de

2009

17 de Fevereiro de 2010

Turismo

Turismo

Lei nº

04/2004

14 de Abril de 2004

Assembleia da

República

I série, nº 24

17 de Junho de

2004

17 de Setembro de 2004

O CSN actualiza regularmente toda a legislação e o respectivo quadro-resumo dos dispositivos legais em sua posse.

3.1.5 Eventos de Natureza Económica

Os CSNs devem, logo no início do ano, possuir e actualizar informação sobre os eventos de natureza económica do distrito e da província (como sejam, feiras, conferências, bolsas de turismo, rondas de negócios, etc.), devendo, para o efeito, preencher e actualizar um formulário como no exemplo abaixo:

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Tabela 7: Eventos de Natureza Económica

Tipo de Evento

Local e data de realização

Organizador Participantes Pessoa de contacto

Feira de negócios

Nacala-Porto, campo do Desportivo de Nacala, dias 7-9 de Julho de 2014

Conselho Municipal de Nacala-Porto

Instituições públicas nacionais, provinciais e distritais, sector privado, produtores locais

José Sande: 861515150

Conferência de Negócios e Investimentos

Pemba, pavilhão da Universidade Católica, dias 5-7 de Agosto de 2014

Agência de Desenvolvimento Económico Local de Cabo Delgado

Instituições públicas nacionais, provinciais e distritais, sector privado, produtores locais

António João: 841000000

3.2 Promoção de Ligações de Mercado

Para a promoção de ligações de mercado, os CNS seguem os passos abaixo:

a. Passo 1: identificar as oportunidades de mercado para as MPMEs e os produtores locais, isto é, identificar as empresas (supermercados, hoteis, restaurantes, indústrias alimentares e têxteis, etc.) que demandam certos produtos/serviços, cuja oferta local não consegue satisfazer o nível de procura dessas empresas, em função da elaboração participativa/inclusiva das cadeias de valor (conteúdo local) e responsabilidade social empresarial/corporativa.

Para o efeito, deverão ser usados os seguintes meios para recolha de informação:

i. Constituição de grupos de trabalho, onde participam as MPMEs e produtores locais, as grandes empresas, as instituições de financiamento e AT&C;

ii. Solicitação e realização de encontros com as empresas;

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Manual do Operador do Centro de Serviços de Negócios 35

iii. Solicitação e análise do plano de aquisições de bens e serviços das empresas;

iv. Participação em eventos económicos (feiras, rondas de negócios, conferências, bolsas de turismo, etc.);

v. Recolha regular de informação sobre os novos investimentos na província/distrito e as oportunidades de negócios a eles ligados;

vi. Pesquisa na internet;

vii. Outros meios que forem julgados convenientes.

b. Passo 2: com base na informação recolhida no passo 1, elabora uma base de dados das oportunidades de mercado, usando o modelo abaixo:

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Manual do Operador do Centro de Serviços de Negócios36

Tabela 8: Quadro-Resumo das Oportunidades de Negócios

c. Passo 3: em função das oportunidades de negócios e requisitos para estabelecimento de ligações de mercado, o CSN recorre à sua base de dados e experiência de trabalho de campo para identificar as associações, cooperativas e/ou micro e pequenas empresas locais que tenham potencial e/ou interesse para estabelecer as ligações de mercado com as empresas. Para a realização deste exercício, o CSN toma como base a informação constante na Base de Dados de Associações, Cooperativas e MPMES (ver tabela 3).

Nome da empresa

Localização

Sector de Actividade

Dimensão daoportunidade

de negócio (demanda

da empresa)

Requisitos para estabelecimento da ligação de mercado com a empresa

Pessoa de contacto

Pemba Beach Hotel

Cidade dePemba

Hotelaria e turismo

60Kg de tomate por mês; 70Kg de cebola por mês.

i) O produtor deve fornecer 60Kg de tomate e 70Kg de cebola por mês, ao longo de todo o ano, sem interrupção; ii) o tomate e a cebola devem ser de tamanho médio, sem manchas e embalados em recipientes adequados; iii) o produtor deve ser capaz de, dentro de 48 horas, fornecer quantidades adicionais não especificadas de tomate e cebola, sempre que solicitadas pela empresa.

José Bila: 824545450

SaveRite Cidade de Xai-Xai

Comércio Média de 150Kg de peixe-serra por mês, variável em função da demanda dos clientes da empresa

i) O produtor deve fornecer 150Kg de peixe serra por mês, ao longo de todo o ano, sem interrupção; ii) o peixe deve ser de tamanho médio, congelado e embalados em recipientes adequados; iii) o peixe deve ser entregue à porta da SaveRite; iv) o produtor deve ser capaz de, dentro de 48 horas, fornecer quantidades adicionais não especificadas de peixe, sempre que solicitadas pela empresa.

Maria Matusse: 843131310

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3.3 Assistência Técnica e Capacitação (ATC)

A ATC constitui o principal serviço dos CSNs e está diluido em todos os 4 segmentos de serviços destes centros. O pacote de serviços de AT&C a prestar deve ser adaptado à demanda de cada território (distrito/município),oquesignificaqueas temáticasdaATC podem ser diferentes de território para território, em função das potencialidades e oportunidades de negócios locais. A título de exemplo, os distritos com maior potencial agrícola precisam de mais serviços de ATC em matérias ligadas às tecnologias melhoradas de produção agrícola e gestão de agro-negócios, enquanto que distritos com aptidão para a pesca necessitarão de mais ATC para melhorar as práticas de pesca, processamento e negócios de peixe.

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Manual do Operador do Centro de Serviços de Negócios38

3.3.1 Base de Dados de Instituições de Assistência Técnica e Capacitação

O CSN possui uma base de dados sobre as instituições que prestam assistência técnica e capacitação em matérias ligadas ao DEL, conforme ilustrado no exemplo abaixo:

Tabela 9: Base de Dados de Instituições de ATC

Nome da instituição

Localização Âmbito da AT&C (serviços oferecidos)

Requisitos/modalidade de acesso aos

serviços

Contacto

CSN de Murrupula

Vila-sede do distrito de Murrupula

Informação sobre mercados, ligações de mercado, capacitação em empreendedorismo, elaboração de planos de negócios, gestão de negócios, marketing e outras.

O requisito é ter uma ideia ou estar a realizar um negócio. Para aceder aos serviços de ATC, dirija-se ao CSN.

Francisco Magamba. 823040555

ADEL de Cabo Delgado

Cidade de Pemba

Capacitação em análise e desenvolvimento de cadeias de valor, gestão de negócios.

Pagamento dos custos administrativos da capacitação e honorários aos formadores

Faizal Júnior. 864040509

ONG Khurula

Chibuto Agrotecnica de hortícolas Serviços gratuitos. O produtor deve possuir pelo menos um hectar de hortícolas.

Fernando Massamba. 862033204

3.3.2 Promoção / Realização de Acções de Capacitação

O CSN não só realiza acções de capacitação em matérias ligadas ao desenvolvimento de negócios (empreendedorismo, elaboração de planos de negócios, criação de empresas, gestão de negócios, associativismo empresarial para mulheres e outras) como também encaminha os empreendedores locais às instituições de ATC especializadas em determinadas matérias, com recurso à base de dados sobre instituições de ATC.

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Manual do Operador do Centro de Serviços de Negócios 39

Paraadefiniçãodosconteúdosdasacçõesdecapacitação,oCSNdeve:

a. Passo 1: de forma participativa (incluindo grandes empresas e as MPMEs), o CSN realiza um diagnóstico para identificar as necessidades de ATC das associações, cooperativas e/ou micro e pequenas empresas locais e elaborar o correspondente plano de assistência, de modo que as mesmas sejam capacitadas para cumprir com os requisitos exigidos pelas empresas para o estabelecimento de ligações de mercado.

Assim,éusadaafichadediagnósticoeplanodeacçãoilustradanoexemplo seguinte:

Tabela 10: Diagnóstico e plano de acção da Associação 25 de Junho

Fraquezas

detectadas

Causas Acções a realizar

Baixo nível de conhecimento sobre gestão de negócios

Falta de oportunidade de capacitação em gestão de negócios

Realizar acções de capacitação em matéria de plano de negócios e gestão de negócios

Baixo nível de produção (20ton/ano) e produtividade (7 ton/ha) do tomate

Uso de sementes de baixo rendimento Dificuldades de acesso à água para irrigação Ocorrência regular de pragas

Apoio técnico à associação na preparação da documentação para solicitação de 4ha adicionais ao governo local Apoio técnico à associação na elaboração do plano de negócio, que inclua o pedido de financiamento aos “7 Milhões” ou fundos provenientes das empresas parceiras para aquisição de sementes híbridas, pesticidas e motobombas

Falta de clareza na divisão de tarefas entre os membros da associação

Inexistência de documento escrito de descrição de tarefas

Apoio à associação na elaboração do seu regulamento interno

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a. Passo 2: com base nos resultados do diagnóstico, o CSN elabora e implementa o plano de ATC, que é componente do Plano Anual do CSN (ver modelo deste plano, em anexo), que deverá tomar em conta o calendário do PESOD, o calendário agrícola, o cronograma para desembolso dos fundos dos “7 Milhões” e outros aspectos que forem considerados relevantes. Em caso de necessidade, o CSN encaminha os empreendedores locais às instituições de ATC especializadas nas várias áreas.

3.3.3 Assistência Técnica

Há uma enorme gama de serviços de assistência técnica que são prestados pelos CSNs, dos quais merecem especial atenção: i) a elaboração de planos de negócios, ii) a análise e desenho de cadeias de valor, iii) o licenciamento de actividades económicas, iii) elaboração de contratos comerciais, e iv) divulgação de obrigações fiscais.

3.3.3.1 Planilha Informática de Apoio à Elaboração de Planos de Negócios

Como elaborar o Plano de Negócio?

Plano de Negócio é um documento que descreve os objectivos do negócio que se pretende implantar, observando os passos que devem ser dados para o alcance dos objectivos pretendidos, diminuindo os riscos e as incertezas para o empreendedor, empresa ou investidores. Um plano de negócio bem elaborado ajuda o proponente a avaliar se vale a pena abrir, manter ou ampliar o seu negócio.

Para apoiar a elaboração dos planos de negócios, os CSNs possuem uma planilha informática, em excel, que está dividida em duas

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partes principais, a saber: a) a parte descritiva ou qualitativa e b) a partefinanceiraouquantitativa.

O presente exercício em formato excel apresenta os passos a observar na elaboração do Plano de Negócio.

Folha 1. Sumário Executivo O sumário executivo refere-se à secção de rosto do Plano de Negócio que contém a identificação do empreendedor e faz o resumo donegócio que se pretende implantar, indica como realizá-lo, o objectivo que se pretende atingir e a faz a interpretação técnica dos indicadores de viabilidade financeira do negócio.Os indicadoresde viabilidade financeira do negócio são: o ponto de equilíbrioanual, índice da margem de contribuição anual, prazo de retorno do investimento, lucratividade e rentabilidade. Estes indicadores serão definidosnoponto7,folha7.10.

O sumário executivo é elaborado depois da conclusão da elaboração do plano de negócios e deve ser escrito numa linguagem bastante acessível que possibilite uma leitura bastante entusiasta.

Folha 2. Dados do Empreendedor e do Empreendimento

Os dados do empreendedor e do empreendimento apresentam elementos de identifição do empreendedor (nome, endereço,distrito,formação,experiênciaprofissional,habilidadesrelevantese atribuições) e empreendimento (tipo, nome da associação/ cooperativa/empresa, localização, data de criação e legalização, NUIT, contacto) bem como a missão, visão e os principais objectivos do negócio.

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Folha 3. Avaliação do NegócioA Avaliação do Negócio é baseada na análise FOFA, isto é,

(F) Forças referem-se às vantagens competitivas do empreendedor sobreseusconcorrentes.Poroutraspalavrassignificafacilidadesdoempreendedor para atingir os objectivos propostos,

(O) Oportunidades referem-se às facilidades que permitem ao empreendedor alcançar seus objectivos ou melhorar sua posição no mercado,

(F) Fraquezas referem-se aos factores que podem colocar o empreendimento em situação de desvantagem face à concorrência ou que podem prejudicar a actuação no ramo escolhido;

(A) Ameaças referem-se às dificuldades que se podem colocardiante do empreendimento, ocasionando a perda de mercado ou a redução de sua lucratividade.

As Forças e Fraquezas são considerados factores internos porque estão relacionados com o potencial interno do empreendedor sendo por isso controláveis. Por exemplo, o preço competitivo de venda de um produto ou a localização estratégica da empresa são considerados factores de força para o empreendedor mas, a indisponibilidade de recursosfinanceirosoufaltadeexperiênciaanteriornoramopodemconstituir um factor de fraqueza do empreendedor. A capitalização destes exemplos depende do potencial do empreendedor, por isso são considerados factores internos.

Contrariamente, as Oportunidades e Ameaças são considerados factores externos porque a sua ocorrência não é do controlo do empreendedor. Por exemplo a escassez de concorrentes na região ouexistênciade linhasdefinanciamentopodemserconsideradoscomo oportunidade para investir num negócio pré-escolhido mas a existência de poucos fornecedores, escassez de mão-de-obra

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qualificadaouinsegurançaeviolêncianaregiãopodeconstituirumaameaça. A solução destes problemas não depende da capacidade do empreendedor, por isso são considerados factores externos.

Folha 4. Análise do MercadoA análise do mercado é basicamente orientada para o estudo dos clientes.Permiteidentificaremapear:

• os potenciais clientes de modo a trazer soluções para satisfazer as suas necessidades,

• os concorrentes que actuam no mesmo ramo de actividade para avaliar o parâmetro de comparação e/ou de parceria, e

• os fornecedores que assegurarão a aquisição da matéria-prima e equipamentos utilizados para a fabricação ou venda de bens e serviços.

O estudo de mercado bem desenvolvido é uma ferramenta que permite a entrada do empreendedor no mercado com conhecimentos das grandes variáveis que possam influenciar negativa e/oupositivamente para os seus negócios. Portanto, ajuda o empreendedor a desenvolver estratégias competitivas no mercado para o sucesso dos seus negócios.

Folha 5. Plano de MarketingPara vender mais é preciso fazer um Plano de Marketing, isto é promover e divulgar o produto. Os principais elementos do plano de marketing são:

• O Produto que se pretende vender e/ou serviços a prestar que satisfazem as necessidades dos seus clientes,

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• O Preço do produto e/ou a vender, compatível com o mercado e com a capacidade dos clientes,

• A Praça estratégica de localização do negócio e;

• A Promoção com o objectivo apresentar, informar, convencer os clientes a comprar os seus produtos ou serviços e não os dos concorrentes.

Este método de Plano de Marketing é conhecido por 4Ps Mix.

Folha 6. Plano OperacionalO plano operacional descreve a capacidade produtiva, comercial ou de prestação de serviços; indica como irá decorrer o processo produtivo, os recursos humanos necessários e como serão feitas as principais actividades do negócio.

Folha 7. Plano FinanceiroOPlanoFinanceirorefere-seàprojecçãofinanceiradonegócioemtermosdedespesasereceitascomvistaavaliaraviabilidadefinanceirado negócio. O Plano Financeiro ajuda a tomar decisões inteligentes sobre a implantação do negócio porque incorpora elementos que indicamocomportamentofinanceirodoempreendimentoaolongodo tempo.

Nas seguintes 11 folhas da planilha excel estão descritas as secções que comportam o Plano Financeiro.

Folha 7.1 Despesas Pré-operacionaisAs despesas pré-operacionais são todas aquelas que o negociante têm de incorrer antes do início da operação do seu negócio, como, por exemplo, a legalização do terreno onde vai implantar o seu

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negócio, a construção da necessária infra-estrutura (exemplo: construção ou reabilitação da banca), a elaboração do seu plano de negócio, entre outras.

Folha 7.2 Investimento em Material Fixo (Dura-douro)

O Investimento em material duradouro refere-se ao custo dos bens que têm um tempo de vida de pelo menos 1 ano. Exemplos de materiais duradouros num projecto agrícola são o tractor, as enxadas, os ancinhos, entre outros. Adicionalmente, nesta folha deveráserpreenchidaumasegundaficha,quecontémastaxasdeamortizações do referido material fixo. Os valores das taxas deamortizaçõesestãodefinidasporlei(verDecreto72/2013,de23deDezembro).

Folha 7.3 Fundo de ManeioO fundo de maneio constitui o capital circulante do negócio, ou seja, o valor necessário para a operacionalização diária do negócio. Dependendo do tipo de negócio, este fundo é composto por mercadorias (quando se tratar, por exemplo, de uma mercearia), insumos (quando se trate de projectos agrícolas), salários, transporte, água, energia, entre outros.

Folha 7.4 Investimento TotalO investimento total é a soma das despesas pré-operacionais, material fixo e fundo demaneio, constituindo, portanto, o valorglobal que o negociante deve possuir para iniciar o seu negócio.

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Folha 7.5 Fontes de CapitalNesta ficha é descrito onde o negociante irá buscar os recursosfinanceirosparaoseunegócio.Asfontesdecapitalpodemsertotalou parcialmente constituídas por fundos próprios ou por capital alheio, que constituirá um passivo (dívida) para o negócio.

Folha 7.6 Amortização de CapitalEstafichacontémumsimuladordefinanciamentobancário, combase nos valores do montante a financiar, prazo de pagamento, período de carência (período em que se paga somente os juros e não o capital), reembolso de capital e taxa de juro.Comestafichaé possível visualizar os juros e o serviço da dívida ao longo do períodoemqueéfeitaaprojecçãofinanceiradonegócio.

Folha 7.7 Mapa de Despesas Mensais e AnuaisEstafichacontémoalistamentodetodasasdespesasmensaiseanuaisdonegócios,divididoemduascategorias,asabera)custosfixoseb)custosvariáveis.Oscustosfixossãoaquelesquesãoindependentesdo que produzimos no negócios, ou seja, quer produzamos, quer não, teremos que pagar esses custos. Exemplo: arrendamento das instalações do negócio, consumíveis de escritório, salários do pessoal do escritório e outros. Os custos variáveis são os que são dependentes do que produzimos no nosso negócio, tais como os insumos, as mercadorias, salários do pessoal eventual, a energia que usamos para o funcionamento da motobomba, entre outros. Nesta ficha também está previsto um valor de 5% de imprevistos, querecaisobreototaldecustos(custosfixosmaiscustosvariáveis).

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Folha 7.8 Projecção de ReceitasNesta ficha é feita uma projecção das receitas mensais e anuaisdo negócio. Na projecção de receitas, há 3 cenários possíveis: optimista, médio e pessimista. Para efeitos de projecção de receitas, aconselha-se sempre a usar o último cenário (pessimista), por ser o que dá mais garantias em termos de sucesso do negócio. Se na prática ocorrer o cenário médio ou optimista, será ainda melhor para a viabilização e sustentabilidade do negócio.

Folha 7.9 Projecção do Fluxo de CaixaEsta ficha é gerada automaticamente com base na informaçãodas fichas anteriores e constitui uma previsão do dinheiro que,no futuro, vai entrar e sair no “caixa do negócio”. Durante a realização do negócio, o fluxo de caixa é útil no sentido de quefornece informações para a tomada de decisões, como por exemplo a necessidade de captação de mais recursos para o negócios, a aplicação dos excedentes de caixa, entre outras.

Folha 7.10 Demonstrativo de ResultadosO demonstrativo de resultados é um exercício que fornece uma síntese financeira dos resultados de um negócio, durante certoperíodo de tempo, demonstrando claramente se há lucro ou prejuízo. Osvaloresqueconstamnestafichasãogeradosautomaticamente,combasenosvaloresdasfichasanteriores.

Folha 7.11 Indicadores de Viabilidade FinanceiraNestafichaconstamosindicadoresdeviabilidadefinanceira,quevisam mostrar em que medida o negócio é (ou não) viável, da forma como é apresentado. Os referidos indicadores são:

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a) Ponto de Equilíbrio Anual (PE)O PE, também designado Ponto Crítico de Vendas (Break-even Point, em Inglês), representa o que o negócio deve facturar de modo que não tenha prejuízos mas também não registe ganhos. Ou seja, o ponto de equilíbrio representa o momento a partir do qual as vendas vão permitir à empresa cobrir totalmente os custos e passar a ter lucro. A fórmula de cálculo do PE é:

PE = Custo Fixo Total/Índice de Margem de Contribuição

Portanto, para que um negócio seja bem sucedido, o gestor deve saber qual é o seu PE e garantir que, em primeiro lugar, o mesmo seja atingido e, numa segunda fase, seja ultrapassado, de forma a garantir lucros. Por exemplo, se o PE de uma mercearia são 120.000,00MT (cento e vinte mil meticais) anuais, significa que mensalmenteesse negócio deve ter uma receita mínina de 10.000,00MT (dez mil meticais)1 para que não tenha prejuízos mas também ainda não registe lucros. Os lucros só podem começar a registar-se a partir das vendas acima dos 10.000,00MT (dez mil meticais).

b) Índice de Margem de ContribuiçãoA Margem de Contribuição (MC) é a diferença entre o preço de venda e o custo variável. Tal diferença pode ser negativa ou positiva. Se for negativa, significa que a venda de cada produtoestá a “afundar” o negócio. Se for positiva, é sinónimo de que cada venda está a alavancar o negócio. Portanto, quanto mais elevada (positiva) for a margem de contribuição, maior é a possibilidade de sucesso do negócio.

1 Esse valor deriva da divisão de 120.000,00MT (cento e vinte mil meticais) pelos 12 meses do ano.

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A fórmula de cálculo da MC é:

MC = Preço de Venda – Custo Variável

A MC pode ser expressa como um valor absoluto total, um valor absoluto unitário ou uma percentagem. Quando se expressa em percentagem, estamos perante o Índice de Margem de Contribuição (IMC), que é, portanto, a relação percentual entre a MC e o preço de venda. Dito de outro modo, o IMC representa, em termos percentuais, com quanto cada unidade vendida ou o total das vendas contribuiparacobrirototaldoscustosfixosegerarlucro.

A fórmula de cálculo do IMC é:

IMC = (Receita Total – Custo Variável Total)/Receita Total

c) Prazo de Retorno de Investimento (PRI)O PRI (designado Payback Period, em Inglês) é o tempo necessário para recuperar o valor de todo o investimento realizado no negócio. OPRIcalcula-secombasenofluxodecaixadonegócio.Quantomais curto o PRI, melhor é para o negócio, pois estar-se-á a recuperar o valor investido em menos tempo.

Para o cálculo do PRI, usa-se a seguinte fórmula:

PRI = Investimento Inicial/Resultado Operacional ou

PRI = Investimento Inicial/Lucro Líquido

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A limitação do PRI simples é o facto de que este instrumento não tomaemcontaataxadejuro,ainflaçãodoperíodoouocustodeoportunidade.Alémdisso,nemsempreosfluxosdecaixaesperadossão constantes. Assim, uma análise mais aprofundada desta ferramenta deve tomar em consideração estes aspectos.

d) LucratividadeLucratividade é o valor percentual que representa a relação entre o lucro líquido e a receita total do negócio. Por exemplo, se uma empresa tem uma lucratividade de 15%, significa que em cada100MT (cem meticais), depois de pagos todos os custos (incluindo impostos), restam 15MT (quinze meticais). Quanto maior for a lucratividade, maior é a probabilidade de sucesso do negócio. A lucratividade calcula-se da seguinte forma:

Lucratividade = (Lucro Líquido/Receita Total) X 100%

e) RentabilidadeRentabilidade é o valor percentual que representa a relação entre o lucro líquido da empresa e o investimento total; é uma varíavel que mostra ao investidor a velocidade de retorno do capital investido. Quanto maior for a rentabilidade, maior é a probabilidade de sucesso do negócio.A rentabilidade é calculada da seguinte forma:

Rentabilidade = (Lucro Líquido/Investimento Total) X 100%

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3.3.3.2 Análise e Desenho de Cadeias de Valor

Uma ‘’cadeia de valor’’ representa o conjunto de actividades realizadas por uma organização, desde as relações com os fornecedores e ciclos deproduçãoedevendaatéàfasedadistribuiçãofinal2. A cadeia de valor de uma organização é parte integrante das cadeias de valor dos seus fornecedores e distribuidores, o que permite compreender ofluxodeagregaçãodevaloratéaoconsumidorfinal,noquadrodeunidades de negócio interdependentes.

Uma das tarefas do CSN é a análise e desenho das cadeias de valor dos produtos das empresas com quem, potencialmente, as associações e/ou cooperativas poderão estabelecer ligações de mercado. Nessa análise o CSN deverá:

a. Identificar claramente a empresa que irá adquirir os bens produzidos pelas associações, cooperativas e empreendedores locais, pois qualquer negócio não é viável se não houver mercado;

b. Identificar e dimensionar (quantificar) as oportunidades de negócios para associações, cooperativas, MPMEs e empreendedores locais, em função da demanda da empresa refletida em cada um dos elos das cadeias de valor.

As cadeias de valor das potencialidades locais integram os operadores económicos, financiadores e de assistência técnicae capacitação, públicos e privados, de todas as dimensões, desde local, sub-nacional, nacional até internacional, a partir do desenho da sequência lógica de actividades relacionadas com os insumos, produção, processamento/transformação, comercialização e satisfaçãodoconsumidorfinal.

2 PORTER, Michael (1990). Vantagem Competitiva. Rio de Janeiro: Campus.

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Nessa óptica, e por razões metodológicas, a tabela seguinte (tabela 11) é elaborada, em primeiro lugar, a partir da análise da coluna do meio (1) potencialidades e sua cadeia de valor, a qual desenrola todos e cada um dos elos da cadeia; posteriormente é preenchida e analisada a coluna (2) que descreve a situação atual de cada elo efinalmente são identificadas,nacoluna (3) asoportunidadesdenegócios que surgem da comparação entre a coluna (1) e a (2).No exemplo abaixo, consta o desenho de uma cadeia de valor dos galináceos demandados pela empresa X, no distrito de Bilene:

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Tabela 11: Cadeia de valor dos galináceos com base na demanda da empresa X em Bilene

(2) Situação Actual (1) Potencialidade e sua cadeia de valor

(3) Oportunidades de negócio

Produção

A produção actual dos 20 avicultores locais é de 10.000 galináceos

A empresa tem uma demanda mensal de 40.000 galináceos

Apoiar os criadores locais (AT&C, financiamento, etc.) para produção de mais 30.000 galináceos

Actualmente, os avicultores locais compram 10.000 pintos em Maputo, por não existirem fornecedores a nível local

Deverá existir, no distrito, uma incubadora com capacidade para produzir pelo menos 40.000 pintos por mês

Instalação de uma incubadora com capacidade para produzir pelo menos 40.000 pintos por mês

Actualmente há uma loja de venda de insumos (rações, medicamentos, etc.) que apenas responde às necessidades de cerca de 10.000 galináceos

Deverá existir pelo menos uma loja com capacidade para fornecer insumos (rações, medicamentos, etc.) a 40.000 galináceos

Instalar uma loja com capacidade para fornecimento de insumos a 30.000 galináceos

Os avicultores existentes têm défice de conhecimento em técnicas de produção avícola e gestão de negócios

Os 20 avicultores existentes deverão ter domínio das técnicas de avicultura e gestão de negócios

Prestar assistência técnica e capacitar 20 avicultores em técnicas de avicultura e gestão de negócios

Processamento

Os 10.000 galináceos são abatidos em condições não adequadas, devido à falta de matadouro de galináceos

Um matadouro com capacidade para 40.000 galináceos por mês deverá ser instalado no distrito

Instalar um matadouro com capacidade mensal de abate de 40.000 galináceos

Comercialização

O transporte dos 10.000 galináceos é feito em viaturas impróprias, sem condições de frio

É necessário contar com um camião-frigorífico com capacidade de transporte de 40.000 galináceos por mês

Adquirir um camião-frigorífico para o transporte dos 40.000 galináceos por mês

Os 10.000 galináceos são vendidos vivos ou em condições impróprias, por não existir um talho com condições adequadas

É necessário pelo menos 1 talho com capacidade instalada para venda de 40.000 galináceos por mês

Instalação de um talho dotado de sistema conservação, com capacidade mensal de 40.000 galináceos

5.000 Galináceos são vendidos a empresa x e os outros 5.000 são vendidos no mercado local

A empresa x precisa comprar 40.000 galináceos de excelente qualidade

35.000 Galináceos de boa qualidade

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3.3.3.3 Licenciamento de Actividades Económicas

Uma das actividades realizadas pelos CSNs é o licenciamento de actividades económicas. Para o efeito, os CSNs seguem os procedimentos previstos na legislação relativa a essa matéria, recorrendo à sua base de dados sobre legislação. Nos casos em que não exista BAU no distrito, os CSNs, sempre que necessário, recorre ao BAU instalado na capital da província para aconselhamento e orientação técnica no processo de licenciamento de actividades económicas.

A informação relevante sobre o licenciamento de empresas está prevista nos seguintes dispositivos legais:

i. Decreto nº 52/2003, de 24 de Dezembro (Número Único de Identificação Tributária);

ii. Decreto-Lei nº 1/2006, de 3 de Maio (Registo de Entidades Legais);

iii. Decreto nº 14/2007, de 30 de Maio (Criação do BAÚ);

iv. Decreto-Lei nº 2/2009, de 24 de Abril (Código Comercial);

v. Decreto nº 5/2012, de 7 de Março (Licenciamento Simplificado);

vi. Decreto nº 34/2013, de 2 de Agosto (Licenciamento da Actividade Comercial).

Entretanto, nos BAÚs das cidades de Maputo, Xai-Xai, Inhambane, Beira, Nampula e Pemba, já está em vigor, desde Maio de 2014, um regime simplificado para abertura de empresas, com recursoao chamado Formulário Único. Nesse regime, devem ser seguidos apenas 4 passos para o registo e licenciamento de uma empresa, a saber:

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i. Reserva de nome: para o efeito, preenche-se o modelo da minuta de pedido de reserva de nome, paga-se uma taxa de 75MT (setenta e cinco meticais) e o acto (reserva de nome) consuma-se no próprio dia;

ii. Celebração de contrato de sociedade: é celebrado através de um documento escrito, assinado por todos os sócios, com assinatura reconhecida presencialmente no BAÚ, na Conservatória do Registo das Entidades Legais ou no Notário onde existe um modelo de contrato de sociedade disponível. No caso em que na sociedade comercial estejam envolvidos bens imóveis, é obrigatória a celebração de escritura pública. Este acto (celebração de contrato de sociedade) é gratuito no BAÚ e na Conservatória e consuma-se no próprio dia;

iii. Registo de sociedade comercial, obtenção de NUIT e licenciamento comercial ou simplificado: a secção A do Formulário Único versa sobre as obrigações inerentes ao registo de empresas e exercício de actividades económicas no país, designadamente:

a. Registo da sociedade: certidão de registo entregue no próprio dia, sendo que a taxa aplicável varia consoante o montante de capital social;

b. Publicação dos estatutos no Boletim da República: este pedido é feito em simultâneo com o de registo da sociedade, sendo a taxa aplicável por página formatada de 900MT (novecentos meticais) em 2014;

c. Registo fiscal (NUIT): realizado no própria dia e gratuito;

d. Licenciamento simplificado: obtido no próprio dia, sendo a taxa aplicável de 50% do valor do salário mínimo em vigor na função pública;

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e. Licenciamento comercial: licença obtida no máximo de 8 ou 10 dias (dependendo se a actividade necessita de vistoria ou não), sendo a taxa aplicável igual ao valor do salário mínimo em vigor na função pública, adicionado a 50% desse valor, no caso de actividades que necessitam de vistoria;

iv. Declaração de início de actividades para efeitos fiscais e laborais, inscrição no INSS e visto do horário de trabalho: a secção B do Formulário Único versa sobre obrigações atinentes ao início de laboração de empresas, que podem ser solicitadas simultaneamente no próprio dia e de forma gratuita, designadamente:

a. Declaração de início de actividades para efeitos fiscais/facturação;

b. Inscrição da empresa no INSS;

c. Comunicação de início de actividades para efeitos laborais;

d. Visto do mapa de horário de trabalho.

O Formulário Único não dispensa o cumprimento de requisitos substantivos para os diferentes actos, ao abrigo da legislação aplicável. Apenas é exigido ao requerente a apresentação do documento de identificação (da pessoa singular ou colectiva, ouprocuração, consoante o caso) e NUIT. O BAÚ é responsável por receber o pedido de serviço solicitado no Formulário Único, conferir a documentação de suporte e processar o pedido do utente, através da articulação interna com os outros serviços responsáveis.

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3.3.3.4 Apoio à Elaboração de Contratos Comerciais

O CSN joga um papel importante na assistência às associações, cooperativas e empreendedores locais na formulação de contratos comerciais com as empresas, que consubstanciam a concretização de ligações de mercado. Embora cada caso deva ser visto de forma específica, no anexo 1 é apresentado um modelo de contratocomercial, que poderá ser usado como base para a elaboração de contratos.

3.3.3.5 Divulgação de Obrigações Fiscais

As actividades económicas são sujeitas à tributação pelo Estado, com o objectivo último de satisfazer as necessidades da colectividade. EmMoçambique,aLeinº15/2002,de26deJunho,defineosistematributário no país, que inclui impostos e taxas.

Um dos papeis que os CSNs realizam é a divulgação das obrigações fiscais,emparceriacomasDirecçõesdasÁreasFiscaiseBAUs.Assim, dos vários impostos nacionais e autárquicos3, merece destaque a necessidade de divulgação das taxas por licenças e taxas por actividade económica e o ISPC, por serem os mais comuns a nível dos distritos e municípios. Os dispositivos legais sobre as obrigações fiscais encontram-se na base de dados dos CSNs, nopilar do enquadramento jurídico.

3 Os impostos nacionais enquadrados na tributação directa são o IRPC, o IRPS e o ISPC e os da tributação indirecta são o IVA, o ICE e os direitos aduaneiros. Os impostos autárquicos são o Imposto Pessoal Autárquico, o Imposto Predial Autárquico, o Imposto Autárquico de Veículos, o Imposto Autárquico de Sisa, a Contribuição de Melhorias, taxas por licenças e taxas por actividade económica e as tarifas e taxas pela prestação de serviços.

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3.4 Marketing Territorial

Os CSNs realizam 3 tipos de marketing, a saber:

a. Marketing Territorial;

b. Marketing Empresarial;

c. Marketing Institucional.

Marketing Territorial

No actual contexto de globalização, escassez de recursos e intensa competitividade entre os vários níveis de territórios (países, províncias, distritos, municípios), há um cada vez maior esforço de promoção, “venda”, valorização do terrítório face aos mercados competitivos, oferecendo uma imagem diferenciada para influirpositivamente no comportamento dos actores internos e externos, que podem contribuir para o desenvolvimento económico desse território. É esse esforço que actualmente se designa marketing territorial.

O marketing territorial constitui a aplicação dos princípios do marketing aos territórios. Diferentemente do marketing empresarial, no marketing territorial o produto são as potencialidades do próprio território, com o seu património, a sua história, os seus habitantes e as suas dinâmicas, sejam económicas, sociais ou culturais. O objectivo último é criar riqueza para as populações, através da atracção de investimentos, empresas, turistas e até residentes.

O marketing territorial é o exercício final do processo deintegração do DEL incluindo os mega-investimentos na agenda do desenvolvimento através da sua inserção nos documentos de planificação estratégica e anual dos territórios PEDD/PESOD ePDM/POA. Consequentemente, para chegar ao marketing territorial o CSN apoia os Governos Locais da seguinte maneira:

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Manual do Operador do Centro de Serviços de Negócios 59

a) Constituição de Grupos de Trabalho participativos e inclusivos cujos membros devem ser: os governos locais (conselhos técnicos), MPMEs, empreendedores emergentes, grandes empresas (mega-investimentos), sector financeiro bancário, microfinanças, fundos sectoriais e FDD, sector não financeiro – assistência técnica e capacitação, instituições académicas e de investigação, institutos de emprego e formação profissional, IPEME, agências de desenvolvimento económico local, ONGs de cariz económico e organizações da sociedade civil;

b) Revisão do desempenho da economia local (diagnóstico) dos últimos 5 anos com demonstrações gráficas do crescimento ou decrescimento;

c) Revisão da estratégia de desenvolvimento dos planos estratégicos, incluindo para o efeito a identificação e dimensionamento das principais potencialidades susceptíveis de converterem-se em vectores DEL, o estudo das suas cadeias de valor, identificando as oportunidades de negócios que estas oferecem. Quando se tratar de potencialidades cuja exploração pressupõem mega-investimentos, realiza-se o estudo das cadeias de valor do “conteúdo local” e da “responsabilidade social empresarial/corporativa” identificando assim as oportunidades de negócio a nível local (distrito-município-província). Assim determinar-se a influência e o impacto dos mega-investimentos na economia local;

d) Revisão do plano de acção em função deste novo abordagem de desenvolvimento económico local quer no horizonte temporal estratégico (10-20 anos) quer anualmente através do PESOD e POA.

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Manual do Operador do Centro de Serviços de Negócios60

Marketing Empresarial e Institucional

O termo Marketing, do ponto de vista empresarial, é o processo atravésdoqualsedefinemosprodutosouserviçosdeinteresseparaos consumidores, bem como as estratégias que serão utilizadas para atingir o maior volume de vendas possível e satisfazer o cliente.

Um dos papeis que os CSNs realizam é a prestação de AT&C às MPMES, associações, cooperativas e empreendedores locais na realização do seu marketing empresarial, que se baseia nos chamados “4 Ps”, a saber:

a. Produto: é o que se vende ao cliente, podendo ser um produto, um bem tangível (exemplo: tomate) ou um serviço, um bem intangível (exemplo: assistência médica). O produto deve satisfazer as necessidades dos clientes, tendo em conta as suas características e funcionalidades;

b. Preço: é o valor monetário que é cobrado ao cliente para aceder ao produto ou serviço; o preço deve ser competitivo e estar de acordo com o valor que o cliente está disposto a pagar;

c. Praça: é o local onde o negócio será realizado. Recomenda-se que a praça seja acessível e confortável para o cliente;

d. Promoção: são as estratégias de divulgação dos produtos/serviços da empresa. Exemplos: anúncios nas rádios comunitárias, distribuição de folhetos, internet, entre outros.

Adicionalmente, os CSNs, sempre que solicitados, realizam a promoção dos serviços das instituições de DEL que operam no território (por exemplo, IPEME, ADELs, ONGs, INEFP e outras), recorrendo a meios como folhetos, revistas, boletins, quadros locais de informação, feiras, conferências de investidores, entre outras.

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3.4.1 Boas Práticas na Realização de Actividades Produtivas

Os CSNs possuem informação sobre as “boas práticas” na realização de actividades produtivas por parte de MPMEs, associações, cooperativas e empreendedores locais. Neste manual, entende-se por “boas práticas” todos os comportamentos, práticas, processos e sistemas de uma organização que, por serem manifestamente positivos (desejáveis) e fora do comum, são merecedores de divulgação e réplica em outras comunidades ou distritos.

As “boas práticas” têm a ver com diversos assuntos, como por ex-emplo a gestão da organização, os seus processos de produção, o tipo de relacionamento entre os membros da organização, o impacto e/ou sustentabilidade das acções da organização, a difusão de con-hecimento, o estabecimento de parcerias, entre outras matérias.

Para compilação da informação sobre “boas práticas”, usa-se o formulário seguinte:

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Tabela 12: Boas Práticas na Realização de Actividades Produtivas

Nome da organização

Localização (km da sede

distrital e da capital provincial)

Sector de Actividade

Produtos/ Serviços/

Qualidade e

quantidade

Descrição das Boas Práticas

Vantagens Pessoa de contacto

Cooperativa 3 de Fevereiro

Vila-sede do distrito de Chibuto

Agricultura Milho Sussuma

A associação usa telemóvel para efectuar as suas transacções financeiras

Torna o trabalho da associação mais eficiente e as suas transações financeiras mais seguras.

Alberto Bila: 824545450

Associação 7 de Abril

P.A. de Chidenguele, distrito de Mandlakazi

Pesca Peixe Visto que nenhum dos membros possui meio de transporte, e dadas as dificuldades financeiras, na altura da comercialização produção os 20 membros da associação fazem uma contribuição monetária para aluguer de um camião-frigorífico para escoamento do peixe aos postos de venda.

Por causa da economia de escala, minimiza os custos de transporte que cada associado iria incorrer individualmente

José Simango: 862021223

3.5 Acesso ao Financiamento

3.5.1 Base de Dados sobre FinanciamentoUm dos papéis dos CSNs é o apoio aos empreendedores locais na buscaderecursosfinanceirosquepermitamoinícioouexpansãodos seus negócios. A maior parte das fontes de financiamento

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nos distritos são os Fundos de Fomento e o mais popularizado é denominado “7 Milhões” e abrange os 128 distritos do país. Outras fontesdefinanciamentosãoas instituiçõesbancárias, instituiçõesdemicro-finanças,gruposdepoupançaecréditorotativo,grandesempresas, projectos implementados por instituições públicas ou ONGs, entre outras. O mapa que se segue refere-se ao levantamento realizado em2010 sobre a localizaçãogeográficadosFundosdeFomento por província.

Figura 2: Localização geográfica das actividades dos FF’s por província

TETE (FISAC, FUNAE, FDA, FARE, FIPAGFUNDAC, FUNAB, FUTUR, FFH, FFP, FFM)

NIASSA (FISAC, FUNAE, FARE, FUNAB,FFM, FUTUR, FFH, FFP, FFPI)

C. DELGADO (FARE, FUNAE, FUNDAC,FFH, FUTUR, FFP, FPD, FIPAG, FISAC)

NAMPULA (FIPAG, FISAC, FDA, FUNAE,FARE, FFHFFM, FUNAB, FUTUR, FFP, FPD, FFP)

ZAMBÉZIA (FISAC, FARE, FUNAE,FUNAB, FUTUR, FFH, FFP, FFPI)

SOFALA (FIPAG, FUTUR, FISAC, FUNAE, FFPI,FUNAB, FDA, FARE, FFH, FFP, FFM, FUNDAC)

MANICA (FUTUR, FISAC, FUNAE, FIPAGFUNAB, FARE, FFM, FFH, FFP, FFPI)

INHAMBANE (FIPAG, FISAC, FDA, FUNAB,FARE, FUNAE, FFM, FUTUR, FFH, FFP, FUNDAC)GAZA (FIPAG, FISAC, FUNAE, FARE, FDA,

FUNDAC, FUNAB, FUTUR, FFH,FFP)

MAPUTO-CIDADE (FUTUR, FUNDAC FIPAGFISAC, FUNAB, FUNAE, FARE, FFH, FFP )

MAPUTO-PR.(FIPAG, FISAC, FUNAB, FUNAE, FFPIFARE, FDA, FUNDAC, FUTUR, FFH, FFP, FPD)

Estes fundos têm uma dimensão nacional e âmbito sectorial, com diferentes formas de representatividade ao nível do território nacional.

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Para facilitar a assistência aos interessados, os CSNs têm uma base dedadossobrefinanciamento,queseresumenatabelaseguinte:

Tabela 13: Base de dados sobre financiamentoNome da

Instituição Financeira

Tipo de Instituição

Tipo de serviços

que oferece

Sector (es) que financia

Taxas de

Juro

Área geográfic

a de actuação

Requisitos para acesso ao financiamento

Documentos exigidos

Endereço e contacto

Fundo Distrital de Desenvolvi-mento

Fundo público

Financiamento de activida-des de geração de renda e emprego e produção de comida

Todos os sectores de actividade económica

3 a 7% Toda a província de Cabo Delgado

Ter nacionalidade Moçambicana; residente no local a mais de 2 anos; ter idade igual ou superior a 18 anos e não superior a 65 anos

Copia de BI do proponente e da 2ª pessoa, requerimento dirigido ao presidente do CCD, declaração da 2ª pessoa, declaração do bairro, NUIT e projecto.

Av. do Trabalho 76, Pemba. 843030500

BCI Banco comercial

Crédito, poupança e leasing

Indústria alimentarcomércioe pescas

20% Toda a província de Gaza

Ter idade igual ou superior a 18 anos e não superior a 65 anos. Ser reconhecida pela autoridade Administrativa Local ou da instituição onde trabalha

BI, declaração de residência, plano de negócio (para crédito), NUIT e plano de negócio.

Rua Maguiguana 42, Bilene. 21314050

Fundo de Desenvolvi-mento Agrário

Fundo público

Financia-mento de actividades agrárias

Sector agrário

10% Toda a província de Nampula

Ter nacionalidade Moçambicana, ter idade igual ou superior a 18 anos e não superior a 65 anos. Ser reconhecido pela autoridade Administrativa Local como pessoa idónea.

BI, declaração de residência, NUIT e plano de negócio.

Av. Ngunhunhana 32, Nampula. 823040500

Socremo Instituição de micro-finanças

Crédito Indústria,comércio,

20% Distrito de Chókwè

Ter nacionalidade Moçambicana, ter idade igual

BI, declaração de residência, plano de

Av. Albuquerque67, cidade de

pescas

ou superior a 18 anos e não superior a 65 anos. Ser reconhecido pela autoridade Administrativa Local ou da instituição onde trabalha

negócio (para crédito).

Chókwè. 862030400

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3.5.2 Divulgação de Linhas de Crédito Disponíveis

A informação constante na base de dados acima deve ser partilhada com todos os interessados, desde MPMEs, associações, cooperativas, comerciantes, empreendedores locais e público em geral. No quadro desse processo, os CSNs organizam sessões nas quais as instituições financeiras são convidadas a divulgar os produtos e serviçosfinanceirosqueoferecemaosagenteseconómicos.Outrosmeiosdedivulgaçãoda informaçãosãoaafixaçãodomaterial informativosobreaslinhasdefinanciamentonosquadroslocaisdeinformação,os portais dos governos governos, as rádios comunitárias, as feiras e outros.

3.5.3 Apoio para Acesso às Linhas de Financiamento Disponíveis

Para além da partilha desta informação com os referidos actores, os CSNs têm igualmente o papel de assisti-los na preparação da documentação necessária para aceder aos fundos disponíveis, com particular realce para o plano de negócios, pois este constitui um documentoindispensávelparaobtençãodefinanciamento.

Os CSNs apoiam igualmente as MPMEs na preparação e estabelecimento de diálogo com as grandes empresas e mega-investimentos para aceder às suas linhas de financiamento. Esseprocesso inclui o contacto com as grandes empresas no sentido de obtenção do seu plano de aquisições de bens e serviços, para efeitos de divulgação às MPMEs.

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ANEXOS

Anexo 1: Modelo de Contrato

Anexo 2: Modelo de Plano Anual do CSN

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Anexo 1: MODELO DE CONTRATO

CONTRATO DA CULTURA DE _____________ (nome da cultura)

Entre a ___________________ (nome da empresa), representada neste acto por _________________ (nome do representante da empresa), na qualidade de __________________________(função do representante da empresa), adiante designada por _________ (abreviatura do nome da empresa, se aplicável), e __________ (nome do produtor), portador do Bilhete de Identidade nº __________________________, emitido em _____/_____/_______ peloArquivodeIdentificaçãoCivilde_____________________,residente na Localidade de _________________________, Posto Administrativo de _________________________, Distrito de ___________________________, Província de ___________________, com conta bancária no Banco _____________________________, com o nº _______________________, com NIB _____________________________________, nº de telemóvel _________________________, adiante designado por PRODUTOR, é celebrado o presente CONTRATO DE FORNECIMENTO, que se regerá pelos termos constantes das cláusulas seguintes:

CLÁUSULA PRIMEIRAObjecto

O presente contrato estabelece os termos e condições que vão reger o relacionamento entre as partes no desenvolvimento da ligação de mercado para a cultura de ____________________.

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CLÁUSULA SEGUNDAÂmbito

O presente memorando aplica-se à ___________________________________ (nome da empresa) e _____________________________ (nome do produtor), no quadro da sua colaboração visando o desenvolvimento da ligação de mercado para a cultura de ____________________.

CLÁUSULA TERCEIRACompromissos Gerais

1. As partes comprometem-se a tomar as medidas adequadas para promover a realização do objecto previsto no presente contrato e abster-se de qualquer acção que possa minar os pressupostos do objecto.

2. Em situações em que cada uma das partes tem conhecimento sobre o atraso real ou potencial na execução do escopo do trabalho descrito na cláusula segunda, deverá fornecer imediatamenteumanotificaçãoescritaàoutraparte,incluindotoda a informação pertinente relativa às razões do atraso e proposta de acções de correcção.

CLÁUSULA QUARTAObrigações da _________________ (nome da empresa)

Constituem obrigações da _______________________ (nome da empresa):

1. Fornecer ao PRODUTOR insumos agrícolas a crédito/gratuitamente,nomeadamentesementecertificada(oumudas),fertilizantes e produtos químicos, cujos nomes, preços e quantidades estão indicados no anexo 1, que é parte integrante do presente contrato;

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2. Prestar assistência técnica ao PRODUTOR, através dos seus técnicos afectos nas zonas de cultivo;

3. Quando for tecnicamente recomendável, fornecer ao PRODUTOR as vestimentas necessárias para as operações de colheita e manuseamento da produção;

4. Comprar toda a produção do PRODUTOR, excepto nos casos em que haja evidências de incumprimento das normas técnicas da _________________ (nome da empresa) e/ou não utilização dos insumos fornecidos pela mesma;

5. Com envolvimento do PRODUTOR, realizar uma auditoria aos campos agrícolas deste, visando determinar o percentual de sobrevivência das sementes/mudas fornecidas pela empresa e, em função disso, deduzir o passivo real do PRODUTOR em relação à____________________ (nome da empresa).

CLÁUSULA QUINTAObrigações do PRODUTOR

Constituem obrigações do PRODUTOR:

1. Usar os insumos fornecidos pela __________________ (nome da empresa) exclusivamente na cultura que é objecto deste contrato;

2. Cumprir rigorosamente todas as instruções técnicas dadas pelos técnicos da ________________ (nome da empresa);

3. Atingir as metas de produção acordadas com a _______________ (nome da empresa);

4. Vender a/o ________________ (nome da cultura) produzida/o à __________________ (nome da empresa), na quantidade e qualidade acordada com esta;

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Manual do Operador do Centro de Serviços de Negócios70

CLÁUSULA SEXTA (Legislação Aplicável)

1. O presente contrato rege-se pelo ________________________ (instrumento legal: Lei, Decreto, Diploma Ministerial nº ____, de ________).

CLÁUSULA SÉTIMA (Validade)

2. O presente contrato tem a duração de ___________ (meses/anos de duração) e entra em vigor a partir da data da sua assinatura.

CLÁUSULA OITAVA(Alterações)

1. Durante a vigência deste contrato, quando se verificaremcircunstâncias de força maior alheias à vontade de cada uma das partes, poderão ser negociadas alterações não substanciais ao mesmo.

CLÁUSULA NONA(Resolução de Conflitos)

1. Qualquerconflitoresultantedaimplementaçãodopresentecontrato será resolvido com recurso ao bom senso e à negociação entre as partes, tendo em conta a legislação aplicável.

2. Na impossibilidade de solução consensual, recorrer-se-á às estruturas competentes (tribunais) para resolução do litígio.

CLÁUSULA DÉCIMA(Assinatura do Contrato)

O presente memorando será assinado em dois exemplares originais de igual conteúdo e valor jurídico, cabendo um exemplar à cada uma das partes.

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Manual do Operador do Centro de Serviços de Negócios 71

_______ (local), ______ (dia) de __________ (mês) de _____ (ano)

(Função do representante da empresa) O PRODUTOR

____________________________ __________________ (Nome) (Nome)

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Anexo 2: MODELO DE PLANO ANUAL DO CSN

Recolha e sistematização de informação sobre mercados

01 base de dados sobre 6 sectores de actividade económica (agricultura, turismo, pescas, industria, comércio e pecuária)

Empreendedores, MPMEs, associações de produtores, cooperativas e público em geral

CSN

Relatório trimestral, observação directa

Disseminação de informação sobre mercados

01 programa radiofonico sobre preços semanalmente difundido via rádio comunitaria e DPIC

Empreendedores, MPMEs, associações de produtores, cooperativas e público em geral

CSN

Relatório trimestral, grelha de programas da rádio

Marketing territorial

República de MoçambiqueProvíncia de Nampula

Administração Distrital de RibaueServiço Distrital de Actividades Económicas

CENTRO DE SERVIÇOS DE NEGÓCIOS

M

1 Informação sobre mercados

F M A

PLANO ANUAL DE 2014Período (Mes)

Ord Actividades Subactividades ResponsáveisBeneficiários Meios de verificação

2Promoção de ligações de mercado

3Assistência técnica e capacitação

5 Acesso ao financiamento

MetasJ J J A S O DN

4

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Manual do Operador do Centro de Serviços de Negócios 73

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INSTITUTO PARA A PROMOÇÃO DASPEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS

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