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MANUAL DO PISCICULTOR PRODUÇÃO DE TILÁPIA EM TANQUE-REDE DEZEMBRO 2008 CONSULTORES: José Milton Moreira Carriço - Engº de Pesca (MSc. Gestão e Política Ambiental) Luís Inácio Toshio Nakanishi - Zootecnista (MSc. em Aqüicultura) Marcelo Acácio Chammas - Engº de Pesca (Especialista em Piscicultura)

manual do piscicultor - Produção de tilapia em tanque rede - SEBRAE

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MANUAL DO PISCICULTOR

PRODUÇÃO DE TILÁPIA EM TANQUE-REDE

DEZEMBRO 2008

CONSULTORES: José Milton Moreira Carriço - Engº de Pesca (MSc. Gestão e Política Ambiental)

Luís Inácio Toshio Nakanishi - Zootecnista (MSc. em Aqüicultura)

Marcelo Acácio Chammas - Engº de Pesca (Especialista em Piscicultura)

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MANUAL DO PISCICULTOR – PRODUÇÃO DE TILÁPIA EM TANQUE-REDE

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SUMÁRIO

1. APRESENTAÇÃO.......................................................................................................... 4

2. INTRODUÇÃO.............................................................................................................. 4

3. VANTAGENS E DESVANTAGENS DA PRODUÇÃO EM TANQUE-REDE.................. 6

4. CARACTERÍSTICAS DA PRODUÇÃO EM GAIOLAS OU TANQUE-REDE................. 7

5. INFRA-ESTRUTURA NECESSÁRIA.................................................................................. 12

6. LOCAL DE INSTALAÇÃO............................................................................................. 16

7. AMBIENTE DE CULTIVO................................................................................................ 16

7.1. CULTIVO EM RIOS............................................................................................ 17

7.2. CULTIVO EM RESERVATÓRIOS DE BARRAGENS.......................................... 17

7.3. CULTIVO EM LAGOAS NATURAIS.................................................................. 17

7.4. CULTIVO EM AÇUDES...................................................................................... 18

7.5. CULTIVO EM ESTUÁRIOS................................................................................. 19

8. ETAPAS DE PRODUÇÃO.............................................................................................. 21

8.1. TRANSPORTE DE ALEVINOS E POVOAMENTO............................................. 22

8.2. ETAPA DE RECRIA............................................................................................ 25

8.3. SELEÇÃO E TRANSFERÊNCIA DOS PEIXES PARA A ENGORDA.................. 25

8.4. ETAPA DE ENGORDA....................................................................................... 27

9. ALIMENTAÇÃO............................................................................................................ 27

10. ACOMPANHAMENTO DO CULTIVO........................................................................ 31

11. DESPESCA FINAL........................................................................................................ 33

12. APURAÇÃO DOS RESULTADOS................................................................................ 33

12.1. Resultados Técnicos.................................................................................... 34

12.2. Resultados Econômicos.............................................................................. 35

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MANUAL DO PISCICULTOR – PRODUÇÃO DE TILÁPIA EM TANQUE-REDE

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13. BIBLIOGRAFIAS CONSULTADAS............................................................................... 36

14. ANEXOS..................................................................................................................... 36

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1. APRESENTAÇÃO

O SEBRAE, através do Programa de Gestão Estratégica Orientada para

Resultados (GEOR), atuou durante os anos de 2006 a 2008 na Região Centro Sul

Sergipano, procurando dar suporte a atividade da piscicultura para viabilizar o

acesso a novas tecnologias de cultivo e para promover o desenvolvimento

sustentável do negócio aqüícola a partir da realidade encontrada. Como resultado

deste Programa foi elaborado um Manual do Piscicultor focado na Produção de

Tilápia em Tanque-rede que apresenta o passo a passo das práticas de manejo,

procedimentos e recomendações para auxiliar o piscicultor a obter melhores

resultados técnicos e econômicos, de modo a se tornar mais competitivo no

mercado do aquanegócio. 2. INTRODUÇÃO

O Brasil reúne condições extremamente favoráveis à aqüicultura,

apresentando grande potencial de mercado, clima favorável, boa disponibilidade

de áreas para a produção, disponibilidade de grãos para a fabricação de ração

animal e invejável potencial hídrico. São 5,3 milhões de hectares de água doce em

reservatórios naturais e artificiais, 8.000 km de zona costeira, além de uma extensa

rede hidrográfica, que pode ser potencialmente aproveitada na produção de

organismos aquáticos.

A prática da piscicultura de espécies de água doce em tanques-rede ou

gaiolas pode ser realizada em ambientes como rios, reservatórios de usinas, lagoas

e açudes, e mais recentemente temos visto o cultivo da tilápia em áreas estuarinas

como podemos ver na Foto 1 abaixo, cuja água chega a apresentar uma

salinidade de até 25 ‰, ou seja, cerca de 70% do teor de sal encontrado na água

do mar.

Cabe destacar que, independente do ambiente de cultivo, é necessário

buscar orientação de um profissional da área para orientar o produtor tanto no

planejamento do projeto como nos processos de registros e licenciamentos junto a

SEAP (Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca) e demais órgãos ambientais

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MANUAL DO PISCICULTOR – PRODUÇÃO DE TILÁPIA EM TANQUE-REDE

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responsáveis pelo corpo d’água onde o projeto pretende ser implantado. Outro

aspecto fundamental é a realização de capacitação da mão de obra, contando

sempre com o acompanhamento de um profissional experiente no assunto.

Foto 1 - Produção de Tilápia em estuário (Indiaroba – SE).

O cultivo de peixes em tanque-rede e gaiolas é uma alternativa de

investimento de relativo baixo custo e maior rapidez de implantação em relação ao

sistema convencional (viveiros escavados), e este sistema de produção possibilita

um adequado aproveitamento dos recursos hídricos e a rápida expansão da

piscicultura industrial no país.

O sistema de criação de peixes em tanques-rede ou gaiolas é um sistema

com renovação de água contínua, sendo considerado como uma das formas mais

intensivas de criação atualmente praticadas. A alta taxa de renovação de água

visa manter a qualidade da água dentro dos tanques-rede e remover os

metabólitos e dejetos produzidos pelos peixes.

Este sistema tem se tornado popular devido à facilidade no manejo e o

rápido retorno do investimento, além de ser uma excelente alternativa para a

produção de peixes em corpos d’água onde a prática da piscicultura

convencional não é viável.

Dentre as espécies produzidas neste sistema, a tilápia (Foto 2) é a que mais

tem se destacado devido a suas características favoráveis como:

• rusticidade;

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• resistência ao manejo;

• precocidade;

• adaptação a elevadas densidades de estocagem;

• boa aceitação pelo mercado;

• tolerância a águas salobras;

• grande oferta de alevinos.

Dentre os aspectos importantes a serem considerados na piscicultura em

tanque-rede ou gaiola destacamos: qualidade genética do peixe, sistema de

produção (n° de etapas de cultivo), qualidade do alimento, manejo da

alimentação, condições ambientais (qualidade da água) e a mão de obra

capacitada. Todos estes fatores é que determinarão a velocidade de crescimento,

a eficiência na conversão alimentar, a produtividade e o custo de produção.

Foto 2 - Exemplar de Tilápia.

3. VANTAGENS E DESVANTAGENS DA PRODUÇÃO EM TANQUE-REDE

O sistema de criação de peixes em tanque-rede e gaiolas apresenta as

seguintes vantagens:

- Aproveitamento de grandes corpos de água como rios, lagoas,

reservatórios, açudes e estuários;

- Menor investimento inicial (50 a 70% em relação a viveiros escavados);

- Praticidade e rapidez em sua implantação;

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- Produtividade elevada;

- Permite a produção escalonada num mesmo corpo d’água;

- Dificulta a ação de predadores, permitindo maior controle da população;

- Menor variação dos parâmetros físico-químicos da água durante a

criação;

- Facilidade de observação dos peixes;

- Possibilita a separação em lotes homogêneos;

- Facilidade na captura dos peixes para monitoramento e despesca;

- Facilita o controle da alimentação, minimizando perdas e melhorando o

aproveitamento da ração.

Apesar de este sistema apresentar suas vantagens, exige acompanhamento

diário e rigor na alimentação, que deve ser de qualidade e fornecido na

quantidade ideal, pois os peixes dependem exclusivamente da ração, apesar de

existir raras situações de açudes e reservatórios em que haja disponibilidade de

água rica em alimento natural (fito e zooplâncton).

Dentre as desvantagens deste sistema de produção podemos citar:

- Maior condição de estresse devido à elevada densidade de estocagem;

- Maior susceptibilidade a patologias;

- Facilita a disseminação de doenças;

- Maior custo de produção quanto à alimentação, que deve ser completa,

pois neste caso, os peixes não têm acesso à alimentação natural como no sistema

de cultivo em viveiros escavados.

4. CARACTERÍSTICAS DA PRODUÇÃO EM GAIOLAS OU TANQUE-REDE

A piscicultura em tanque-rede possibilita o aproveitamento de ambientes

aquáticos já existentes (oceanos, áreas estuarinas, rios, grandes reservatórios, lagoas

e açudes). A denominação de tanques-rede é conferida às unidades de cultivo

formadas por uma estrutura que confere o formato, podendo esta estrutura ser de

madeira, ferro galvanizado ou alumínio e para a contenção dos peixes geralmente

são usados redes de multifilamento revestidos ou não de PVC, com malhas de

abertura diversas, com ou sem nós, ou outros materiais resistentes à corrosão, como

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telas de alumínio ou inox, ou mesmo de arame galvanizado com revestimento de

PVC, trançadas no formato de alambrado, que podem apresentar comportamento

retrátil como uma rede (Foto 3).

Já as gaiolas apresentam formato fixo, apresentando uma armação que

pode ser de madeira, barras de ferro ou alumínio (Foto 4). O fechamento lateral e

do fundo é feito com material de contenção rígido, geralmente telas de aço inox

ou ferro galvanizado, revestidas ou não de PVC, sendo utilizadas também telas de

polietileno apropriadas para este fim.

Foto 3 - Modelo de tanque-rede.

Foto 4 - Modelo de gaiola.

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Os materiais utilizados nas malhas e estruturas de sustentação e flutuação dos

tanques-rede e gaiolas devem apresentar as seguintes características:

• boa resistência ao esforço mecânico e à corrosão;

• resistência mínima à passagem de água;

• material deve ser o mais leve possível e de baixo custo;

• material não abrasivo e que não cause injúrias aos peixes;

• fácil manuseio e reparos.

Em relação ao espaçamento entre as gaiolas, no caso de gaiolas ou

tanques-redes que apresentam um volume útil entre 4 e 8 m3, como é o caso da

grande maioria dos projetos, o ideal é que a distância entre uma gaiola e outra seja

de pelo menos 3m de distância. A linha de tanques-redes ou gaiolas deve ser

posicionada perpendicularmente ao sentido do vento predominante e do fluxo da

água, de modo a garantir condição adequada de troca da água para todas as

gaiolas (Figura 1). Quanto ao espaçamento entre uma linha de tanques e outra,

esta deve ter uma distância mínima de 10 m. Em relação à profundidade, é

recomendável que a distância entre o fundo da gaiola ou tanque-rede e o fundo

da lagoa (ou outro corpo d’água) seja de pelo menos 2 m, de modo que, quanto

menor a troca de água promovida por correntes ou vento, maior deve ser a

profundidade.

Figura 1 - Posicionamento dos tanques-redes em relação ao vento.

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O papel fundamental dos tanques-rede é confinar os peixes possibilitando a

troca de água com o ambiente à sua volta. A eficiência desta troca é influenciada

principalmente pelo volume do tanque-rede, seu formato, o material utilizado em

sua construção e o local onde o tanque-rede ou gaiola será instalada.

Quanto ao formato, os tanques-rede empregados geralmente apresentam a

área superficial quadrada ou retangular, podendo, no entanto, ser circulares ou

hexagonais. O tamanho dos tanques-rede e gaiolas podem variar desde 1 a 100m³

(Foto 5), entretanto, as estruturas mais empregadas apresentam geralmente um

volume útil entre 4 e 18 m³, com profundidades variando entre 1 e 2m. A

produtividade média geralmente oscila entre 100 e 200 kg/m3, podendo também

atingir produtividades maiores, dependendo neste caso, principalmente das

condições ambientais onde os tanques-rede são instalados.

Foto 5 - Tanque-rede de 100m³ (5 x 5 x 4 m de profundidade).

Em relação à abertura de malhas da gaiola, quanto maior for esta abertura,

melhor a renovação de água no interior dos tanques-rede. Aberturas de malhas

muito pequenas facilitam o processo de colmatação (entupimento pela deposição

de material orgânico, crescimento de algas e outros organismos sobre a malha). O

uso de abertura de malhas inferiores que 13 mm favorece a colmatação, exigindo

limpezas periódicas ou a transferência dos peixes.

Para a flutuação dos tanques ou gaiolas são empregadas estruturas como

tubos de PVC, bombonas plásticas ou flutuadores de fibra de vidro. Para evitar que

os peixes pulem fora da gaiola ou tanque-rede, bem como para evitar a ação de

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predadores (pássaros, morcegos, etc.), estes devem ser cobertos com uma tampa

geralmente confeccionada com telas de multifilamento ou arame galvanizado

revestidos com PVC ou telas de polietileno com proteção contra raios ultravioleta.

Em casos em que a água apresenta uma transparência muito elevada, estas

devem ser cobertas parcialmente (em torno de 75%) com tampa ou sombrite (Fotos

6 e 7) para evitar queimaduras no dorso dos peixes, além de reduzir o estresse

causado pela presença de pássaros e outros animais sobre os tanques-rede.

Foto 6 - Sombrite sobre tanque-rede circular.

Foto 7 – Tampa sobre tanque-rede.

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5. INFRA-ESTRUTURA NECESSÁRIA

Neste sistema de produção, as gaiolas ou tanques-rede geralmente são

fixados em um cabo de aço ou corda (Foto 8), que por sua vez são esticadas

atravessando de um lado a outro o corpo d’água para sua fixação em terra firme,

ou através de poitas no fundo do corpo d’água. Existe também casos em que os

tanques-redes são acoplados em plataformas podendo estas ser fixas ou flutuantes

(Foto 9), próximo da terra firme ou não, conforme a condição da profundidade.

No caso de cultivo em áreas estuarinas, há necessidade de uma infra-

estrutura para aclimatação dos alevinos (filhotes de peixes), pois estes são

provenientes de uma condição de água doce e deverão ser aclimatados à nova

condição da água com salinidade. Esta aclimatação pode ser realizada em caixas

d’água providas de sopradores para promover aeração, onde se aumenta

gradativamente a salinidade da água nas caixas (Foto 10). Quanto ao cultivo dos

peixes em tanques-rede em áreas estuarinas ou outro ambiente onde haja

constante variação do nível de água, há necessidade de se empregar bóias

(flutuadores) antes das poitas para buscar manter este cabo principal sempre

esticado conforme mostra a Figura 2 abaixo.

Foto 8 – Tanques-rede fixados em corda.

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Foto 9 – Tanques-rede acoplados em plataforma flutuante.

Foto 10 - Caixas com aeração para aclimatação de alevinos a água salobra.

Figura 2 – Uso de bóias para fixação dos tanques-rede.

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Para realizar o manejo de captura é necessário um puçá (passaguá) cuja

abertura da malha depende do tamanho do peixe. Para peixes que estão na fase

inicial pode-se empregar um puçá com malha entre 5 e 10mm, já para peixes

maiores, podemos empregar um puçá com abertura de malha entre 15 e 25mm

(Foto 11). Quanto à estrutura e cabo do puçá, esta pode ser em alumínio, ferro ou

madeira.

Foto 11 – Puçá para captura dos peixes.

Para a alimentação dos peixes será necessário um transporte que pode ser

desde uma canoa comum até uma balsa de fibra de vidro, conforme demonstrado

na Foto 12.

Para a realização de manejos como transferência de peixes e despescas faz-

se necessário o emprego de uma plataforma de manejo o que facilita muito a

execução destes manejos. Esta plataforma pode ser montada em madeira ou

chapas de aço, podendo ser fixa ou móvel (balsa) para se deslocar até as gaiolas

(Fotos 13 e 14).

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Foto 11 - Balsa de fibra para alimentação.

Foto 12 – Balsa em estrutura de ferro para manejo.

Foto 13 – Balsa em madeira para manejo.

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Para o armazenamento de rações e equipamentos é necessário um abrigo

apropriado que proporcione boa ventilação e proteção contra a ação de chuvas

e animais (roedores, aves, etc.) e que seja localizado preferencialmente próximo ao

cultivo.

6. LOCAL DE INSTALAÇÃO

Na seleção da área para instalação dos tanques-rede algumas condições

devem ser criteriosamente analisadas ou até mesmo evitadas, como:

Áreas de conflito de interesse com outras atividades (pesca, turismo e

navegação);

Áreas protegidas da ação dos ventos e das correntezas, como enseadas e

baías, e áreas que não promovam boa circulação de água;

Áreas de pouca profundidade (inferior a 3m);

Áreas com a capacidade de suporte do ambiente reduzida devido a fatores

como excesso de peixes soltos, renovação de água restrita e excesso de

matéria orgânica em decomposição;

Áreas com riscos de contaminação da água por produtos tóxicos como

indústrias que lançam efluentes em corpos d’água, matadouros, áreas de

agricultura e fruticultura que utilizam pesticidas e herbicidas.

7. AMBIENTE DE CULTIVO

Os cuidados quanto à instalação dos tanques-rede ou gaiolas e até mesmo

alguns procedimentos durante o cultivo podem variar a depender do ambiente em

que será implantado o cultivo, sendo necessários cuidados específicos. Podemos

classificar estes ambientes nas seguintes categorias:

• Rios;

• Reservatórios de barragens;

• Lagoas naturais;

• Açudes;

• Estuários.

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7.1. CULTIVO EM RIOS

Os cuidados quanto à instalação de tanques-rede em rios se devem ao risco

de fluxo muito intenso, principalmente em períodos de chuvas, podendo arrastar os

tanques-rede, além de poder causar danos nos mesmos através de sujeiras e

troncos que podem ser carregados pelas correntes. Neste caso os tanques-rede

devem ser instalados em locais de remanso, afastados do leito principal, onde haja

circulação de água, porém onde fluxo de água não seja tão intenso.

7.2. CULTIVO EM RESERVATÓRIOS DE BARRAGENS

Os cuidados quanto à instalação de tanques-rede em reservatórios de usinas

hidrelétricas se devem aos riscos de áreas muito abertas onde haja ação de

grandes marolas (ondas) que dificultam tanto o acesso de embarcações como a

alimentação dos peixes.

Nestes reservatórios existe também o risco de mortalidade de peixes em

situações em que haja um acúmulo muito grande de água no reservatório e este é

descarregado com muita pressão quando as comportas são abertas, podendo

provocar tanto a suspensão do sedimento e matéria em decomposição do fundo

do reservatório como a incorporação de gases provocando a supersaturação

destes na água, que podem provocar mortalidades massivas por embolia gasosa,

fato este já ocorrido em mais de uma oportunidade nos reservatórios das regiões de

Paulo Afonso – BA e Xingó – AL.

Experiências nestas regiões demonstraram que cultivos em tanques-rede ou

gaiolas com maior profundidade (superior a 1,5 m), a ocorrência de mortalidade

durante estes eventos são menores.

7.3. CULTIVO EM LAGOAS NATURAIS

Os cuidados quanto à instalação de tanques-rede em lagoas se devem

principalmente quanto ao risco da presença de piranhas e pirambebas que podem

cortar a tela a depender do material empregado. Outro cuidado deve ser quanto

à quantidade de tanques-rede instalados numa área de pouca troca de água e

em lagoas em que a profundidade reduz significativamente no período seco,

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podendo ocorrer limitação de oxigênio. Outro aspecto que pode ocorrer neste tipo

de ambiente é quanto à possibilidade de surgimento de determinadas algas

quando há um acúmulo de matéria orgânica no ambiente. Certas espécies de

algas ao serem ingeridas pelos peixes provocam um gosto de terra na carne, sendo

necessário nesta ocasião, realizar um processo chamado depuração dos peixes, ou

seja, estes os peixes antes de serem comercializados para o consumo devem ser

transferidos para um tanque (azulejado ou revestido) com água limpa sob

constante aeração e troca de água durante 24 a 72 horas, a depender do caso,

para eliminar este gosto desagradável.

7.4. CULTIVO EM AÇUDES

No cultivo em açudes há necessidade de um dimensionamento prévio da

capacidade produtiva do mesmo, levando-se em conta a estimativa de biomassa

(peso total) dos peixes soltos no mesmo. O ideal é procurar retirar os peixes soltos no

açude, pois quanto maior a quantidade de peixes soltos, menor é a capacidade

de produção de peixes em tanques-rede.

Um risco comum em açudes é a mortalidade provocada pela inversão

térmica devido a mudanças climáticas. Este evento geralmente ocorre em açudes

e lagoas estratificadas, ou seja, que apresentam uma faixa da coluna d’água

superficial com temperatura mais elevada, e logo abaixo desta faixa (cerca de 2 m

abaixo) apresenta outra faixa com temperaturas reduzidas e baixos níveis de

oxigênio. O problema ocorre em determinada época do ano que apresenta

elevadas temperaturas durante o dia com queda acentuada de temperatura

durante a noite. Esta inversão térmica repentina provoca um deslocamento da

água de superfície para o fundo, em função do esfriamento desta camada

superficial, levando à superfície a água do fundo pobre em oxigênio e rico em

gases tóxicos aos peixes provocando assim a mortalidade, pois os peixes por

estarem confinados acabam respirando esta água de baixa qualidade.

Para maior segurança é recomendável o uso de aeradores tanto para

garantir níveis adequados de oxigênio como para homogeneizar a temperatura da

água ao longo da coluna, reduzindo assim o problema da estratificação térmica e

os problemas provocados pela inversão térmica.

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7.5. CULTIVO EM ESTUÁRIOS

No caso de cultivos em áreas estuarinas, por serem áreas que sofrem

influência das marés, estão constantemente submetidas tanto a variações de nível

como de salinidade, sendo necessário neste caso, realizar uma aclimatação dos

alevinos à água salobra, de modo que os alevinos sejam adaptados

gradativamente da água doce para uma água salobra, podendo esta ter uma

salinidade de até 25 ‰. Antes da implantação do cultivo há necessidade de se

conhecer a faixa de variação de salinidade ao longo do ano no local que se

pretende implantar a piscicultura. No caso da Tilápia, o ideal para o cultivo seria

que a água apresentasse uma salinidade de até 15 ‰, podendo, no entanto,

tolerar salinidades até 25 ‰, porém com redução de desempenho, pois em

salinidades elevadas há um gasto energético do peixe para esta adaptação.

A aclimatação é feita em caixas d’água com sistema de circulação

fechada, provida de constante aeração via soprador (Foto 10). Inicialmente os

alevinos são colocados nas caixas com água doce numa densidade de 1 a 3

alevinos/L, dependendo do tamanho do alevino e condição de aeração. No

primeiro dia, os alevinos devem permanecem em jejum na água doce. A partir do

segundo dia, aumenta-se a salinidade dos tanques gradativamente numa

proporção máxima de 5 ‰/dia, até que se atinja a salinidade máxima do local

onde os peixes serão povoados. Durante este período, os peixes devem ser

alimentados numa proporção de 2 a 3% da biomassa/dia, devendo-se realizar a

limpeza dos tanques diariamente pela manhã e ao final da tarde, a fim de eliminar

sobras de ração e acúmulo de fezes. Após atingir a salinidade similar ao do

ambiente estuarino de cultivo, recomenda-se que os alevinos permaneçam nesta

salinidade durante um período de dois a três dias e a partir daí realiza-se o

povoamento.

O cultivo em áreas estuarinas apresenta outro inconveniente que é a fixação

de algas, cracas, moluscos, entre outros organismos nas telas (Fotos 14 e 15), sendo

necessária constante limpeza e até mesmo transferência dos peixes para outro

tanque-rede limpo, pois estas incrustações acabam prejudicando a circulação de

água e conseqüentemente a oxigenação dentro do tanque-rede, podendo levar

os peixes à morte.

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MANUAL DO PISCICULTOR – PRODUÇÃO DE TILÁPIA EM TANQUE-REDE

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Foto 14 – Tela de tanque-rede impregnada de algas e sururu.

Foto 15 – Tela de tanque-rede impregnada de algas e sururu.

8. ETAPAS DE PRODUÇÃO

Para a produção de tilápia em tanques-rede é recomendado que o cultivo

seja realizado em pelo menos três etapas (cultivo trifásico), sendo mais

recomendado, no entanto, o cultivo em quatro etapas. Este número deve ser

definido em função da disponibilidade de recurso, mão de obra e conveniência

para o produtor. Os Quadros 1 e 2, abaixo indicam a abertura de malha e

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quantidade de peixes a estocar conforme a faixa de peso dos peixes para cultivos

em três e quatro etapas.

Quadro 1 – Cultivo de tilápia em tanque-rede em três etapas.

Etapas de cultivo 

Faixa de peso dos peixes 

Abertura da malha 

Estocagem*        N° de peixes/m³ 

1  1 a 30g  4 a 5 mm  750 a 1.250 

2  30 a 200g  15 a 20 mm  300 a 400 

3  200 a 1.000g  20 a 25 mm  150 a 250 

* Número de peixes maior em condições ambientais mais favoráveis.

Quadro 2 – Cultivo de tilápia em tanque-rede em quatro etapas.

Etapas de cultivo 

Faixa de peso dos peixes 

Abertura da malha 

Estocagem*        N° de peixes/m³ 

1  1 a 10g  4 a 5 mm  750 a 1.250 

2  10 a 50g  10 a 12 mm  500 a 700 

3  50 a 200g  20 a 25 mm  300 a 400 

4  200 a 1.000g  20 a 25 mm  150 a 250 

* Número de peixes maior em condições ambientais mais favoráveis.

Vale destacar que os alevinos geralmente são comercializados com um

tamanho variando entre 2 a 4 cm, cujo peso varia entre 0,3 a 1g, e neste caso o

tempo de cultivo varia entre cinco a seis meses para despesca de peixes com peso

médio entre 600 a 800g. Recomendamos sempre adquirir alevinos maiores, pois

apesar de mais caros, geralmente apresentam melhor resultado de sobrevivência.

8.1. TRANSPORTE DE ALEVINOS E POVOAMENTO

Os alevinos geralmente são transportados de duas formas: em bolsas

plásticas (Foto16) ou em caixas de transporte específicas para este fim, conforme

demonstrado na Foto 17. Em ambos os casos recomenda-se que o transporte e

povoamento dos alevinos sejam realizados preferencialmente no início da manhã.

Dentre os cuidados na compra e recepção dos alevinos, destacamos a

necessidade de observar os seguintes aspectos:

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• Uniformidade no tamanho dos alevinos;

• Verificar aparência geral dos alevinos;

• Embalagem (sacola) deve chegar estufada (cheia de oxigênio);

• Alevinos devem se apresentar ativos dentro da sacola ou caixa de

transporte;

• Checar se não existem alevinos de outras espécies misturadas;

• Realizar a contagem de alevinos de pelo menos duas bolsas;

• Realizar aclimatação na soltura dos peixes.

Foto 16 – Caixa para transporte de alevinos.

Foto 17 – Bolsa para transporte de alevinos.

Page 23: manual do piscicultor - Produção de tilapia em tanque rede - SEBRAE

MANUAL DO PISCICULTOR – PRODUÇÃO DE TILÁPIA EM TANQUE-REDE

23

Para a aclimatação dos alevinos no momento da soltura recomendamos os

seguintes procedimentos:

• Colocar as bolsas ainda fechadas dentro dos tanques-rede e deixá-las flutuar

durante 10 a 20 minutos, para que a temperatura da água da bolsa fique

próxima a do local de cultivo;

• Abrir a bolsa e colocar pequenas porções de água do tanque-rede dentro da

bolsa de modo a igualar lentamente outras características das águas como o

pH (acidez da água) e a dureza. Realizar esta operação até completar o saco;

• Após concluir a operação anterior mergulhar o saco aberto no interior do

tanque-rede para que os alevinos possam sair lentamente por si mesmos;

• Após o povoamento, o tanque-rede deve ser coberto com uma rede ou tela

anti-pássaro (malha 10 mm) para proteger contra predadores como o bem-te-

vi, garça, socó, martim-pescador, e morcego, que podem causar perdas de

mais de 50% do lote povoado.

No caso do transporte em caixas (Transfish), a aclimatação deve ser

realizada na própria caixa esgotando 50 a 60% da água do transporte e

completando lentamente (15 a 20 minutos) com a água de onde os alevinos serão

povoados. A contagem deve ser realizada através do método volumétrico

empregando-se uma peneira como a da Foto 18. Para se estimar a quantidade de

alevinos da caixa de transporte e para facilitar a contagem para o povoamento

dos tanques-rede deve-se contar efetivamente a quantidade de alevinos que a

peneira comporta, valor este determinado através de uma média de 4 a 5

amostragens. A partir do número médio de alevinos que cabem na peneira, é

possível estimar a quantidade de alevinos transportada (N° médio de alevinos que

cabem na peneira X N° de peneiras), bem como determinar o número de medidas

(peneira) necessárias para o povoamento em cada tanque-rede.

Page 24: manual do piscicultor - Produção de tilapia em tanque rede - SEBRAE

MANUAL DO PISCICULTOR – PRODUÇÃO DE TILÁPIA EM TANQUE-REDE

24

Foto 18 – Peneira para estimar a quantidade de alevinos.

Em regiões onde existe a oferta de juvenis já com peso médio de 30 a 50g,

desde que haja qualidade e preços justos, o produtor pode praticar seu cultivo em

apenas uma ou duas etapas, facilitando o manejo e aproveitando sua infra-

estrutura somente para a fase de engorda. Neste caso o tempo de cultivo pode

durar cerca de 3 a 4 meses, a depender do peso médio de despesca, o que

possibilita uma maior produtividade (kg/ha/ano).

8.2. ETAPA DE RECRIA

A primeira etapa do cultivo popularmente chamada de “recria” geralmente

é realizada em bolsões, ou seja, tanques-rede com abertura de malha menor (4 a 5

mm). Este bolsão geralmente é instalado dentro de uma gaiola ou tanque-rede de

engorda que protege o bolsão contra os predadores como piranhas, pirambebas,

traíras, etc. Os materiais geralmente empregados em bolsões são telas de

polietileno, multifilamento ou multifilamento revestido com PVC, cuja abertura da

malha recomendada é de 5 mm, conforme indicado no Quadros 1 e 2, podendo

esta ser maior ou menor, dependendo do tamanho dos alevinos/juvenis adquiridos.

A malha de 5 mm é recomendada para alevinos com tamanho superior a 2 cm ou

0,5 g.

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MANUAL DO PISCICULTOR – PRODUÇÃO DE TILÁPIA EM TANQUE-REDE

25

Nesta fase inicial, a densidade de estocagem recomendada é de 750 a

1.250 alevinos/m3 podendo permanecer nesta estrutura durante um período de 30 a

60 dias, quando os peixes já devem atingir tamanho suficiente para serem

transferidos para a etapa seguinte.

8.3. SELEÇÃO E TRANSFERÊNCIA DOS PEIXES PARA A ENGORDA

Após a fase de recria, geralmente encontramos certa desigualdade quanto

ao tamanho dos juvenis, sendo então recomendado que se faça uma classificação

por tamanho dividindo em pelo menos dois lotes (peixes maiores e menores), de

modo a se povoar lotes uniformes nos tanques-rede de engorda.

Para o processo de classificação devemos empregar equipamentos

apropriados para tal, de modo a facilitar o manejo podendo empregar para isto

equipamentos como grades, gaiolas e mesas classificadoras conforme mostram as

Fotos 19, 20 e 21.

Durante a transferência de peixes de um lugar para outro, é importante

avaliar as características da água (temperatura e pH) de origem e destino, pois

estas, caso haja diferença, devem ser homogeneizadas gradativamente antes da

transferência.

Foto 19 - Grade classificadora de peixes.

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MANUAL DO PISCICULTOR – PRODUÇÃO DE TILÁPIA EM TANQUE-REDE

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Foto 20 - Gaiola classificadora de peixes.

Foto 21 - Mesa para classificação de peixes.

8.4. ETAPA DE ENGORDA

Na etapa de engorda a abertura da malha geralmente utilizada varia entre

20 e 25 mm. A densidade de estocagem recomendada é de 150 a 250 peixes/m3,

densidade esta em que os peixes permanecem até o tamanho de abate. Caso a

fase de engorda seja realizada em duas etapas, na primeira etapa podemos

trabalhar com uma densidade em torno de 300 a 400 peixes/m3 para peixes

iniciando com aproximadamente 30 a 50g e concluindo com cerca de 200g, para

posteriormente ser povoado na densidade final (150 a 250 peixes/m3). O tempo de

cultivo para esta(s) etapa(s) é da ordem de 100 a 120 dias, considerando despesca

de peixes com peso médio de 600 a 800 g.

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MANUAL DO PISCICULTOR – PRODUÇÃO DE TILÁPIA EM TANQUE-REDE

27

9. ALIMENTAÇÃO

A tabela de alimentação (Tabela 1) indica a quantidade de ração

recomendada para cada 1.000 peixes, conforme a faixa de peso, o nível de

proteína, o tamanho dos grânulos (peletes) de ração e o número de refeições,

servindo como referência para a alimentação.

A quantidade de ração a ser fornecida deve ser ajustada semanalmente em

função do crescimento dos peixes, no entanto, o tratador deve acompanhar e

realizar os eventuais ajustes necessários, pois são muitos os fatores que podem

interferir no consumo de ração como as condições climáticas (dias nublados,

chuva, calor excessivo), qualidade da água (temperatura, nível de oxigênio

dissolvido, etc.) e patologias (doenças e parasitas).

A ração fornecida deve ser consumida num prazo máximo de 15 minutos.

Caso se presencie sobras de ração, é importante realizar os ajustes na quantidade a

ser fornecida para evitar desperdícios. Estas sobras acabam sujando os comedouros

e a tela, favorecendo a proliferação de organismos indesejáveis (protozoários,

fungos e bactérias entre outros), podendo provocar doenças. Outro aspecto

negativo do excesso de sobras de ração é o aumento no custo de produção.

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MANUAL DO PISCICULTOR – PRODUÇÃO DE TILÁPIA EM TANQUE-REDE

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Tabela 1 - Tabela referencial para alimentação de tilápia tailandesa cultivada em tanque-rede. Quantidade de ração para 1.000 peixes.

Idade Peso Ração Freqüênciasemana (dias) (grama) recomendada (kg/dia) (kg/semana) (tratos/dia)

1º dia 0,5 55% PB pó 25,0 0,125 0,875 6 x ---

1 (7 dias) 1,8 55% PB pó 13,4 0,241 1,690 6 x 0,19

2 (14 dias) 4 55% PB pó 10,2 0,409 2,860 6 x 0,31

3 (21 dias) 8 40 % PB - 1 a 2mm 9,3 0,743 5,200 6 x 0,57

4 (28 dias) 14 40 % PB - 1 a 2mm 8,6 1,200 8,400 6 x 0,86

5 (35 dias) 23 40 % PB - 1 a 2mm 8,4 1,929 13,500 6 x 1,29

6 (42 dias) 36 40 % PB - 2 a 4 mm 7,7 2,786 19,500 4 x 1,86

7 (49 dias) 53 40 % PB - 2 a 4 mm 6,9 3,643 25,500 4 x 2,43

8 (56 dias) 74 40 % PB - 2 a 4 mm 6,1 4,500 31,500 4 x 3,00

9 (63 dias) 98 40 % PB - 2 a 4 mm 5,6 5,486 38,400 4 x 3,43

10 (70 dias) 125 36 % PB - 4 a 6 mm 4,9 6,171 43,200 4 x 3,86

11 (77 dias) 154 36 % PB - 4 a 6 mm 4,3 6,629 46,400 4 x 4,14

12 (84 dias) 185 36 % PB - 4 a 6 mm 3,8 7,086 49,600 4 x 4,43

13 (91 dias) 218 36 % PB - 4 a 6 mm 3,6 7,779 54,450 4 x 4,71

14 (98 dias) 253 36 % PB - 4 a 6 mm 3,3 8,250 57,750 4 x 5,00

15 (105 dias) 289 32 % PB - 6 a 8 mm 2,9 8,486 59,400 4 x 5,14

16 (112 dias) 326 32 % PB - 6 a 8 mm 2,7 8,721 61,050 3 x 5,29

17 (119 dias) 365 32 % PB - 6 a 8 mm 2,5 9,193 64,350 3 x 5,57

18 (126 dias) 406 32 % PB - 6 a 8 mm 2,4 9,664 67,650 3 x 5,86

19 (133 dias) 449 32 % PB - 6 a 8 mm 2,3 10,136 70,950 3 x 6,14

20 (140 dias) 494 32 % PB - 6 a 8 mm 2,1 10,607 74,250 3 x 6,43

21 (147 dias) 541 32 % PB - 6 a 8 mm 2,0 11,079 77,550 3 x 6,71

22 (154 dias) 590 32 % PB - 6 a 8 mm 2,0 11,550 80,850 3 x 7,00

23 (161 dias) 642 32 % PB - 6 a 8 mm 2,0 12,629 88,400 3 x 7,43

24 (168 dias) 697 32 % PB - 6 a 8 mm 1,9 13,357 93,500 3 x 7,86

25 (175 dias) 753 32 % PB - 6 a 8 mm 1,9 14,400 100,800 2 x 8,00

26 (182 dias) 809 32 % PB - 6 a 8 mm 1,8 14,400 100,800 2 x 8,00

27 (189 dias) 864 32 % PB - 6 a 8 mm 1,7 14,929 104,500 2 x 7,86

28 (196 dias) 918 32 % PB - 6 a 8 mm 1,6 14,657 102,600 2 x 7,71

29 (203 dias) 970 32 % PB - 6 a 8 mm 1,5 14,114 98,800 2 x 7,43

30 (210 dias) 1.020 32 % PB - 6 a 8 mm 1,3 13,571 95,000 2 x 7,14

Faixa de Consumotemperatura ( % )

18 a 22°C 50%

23 a 25°C 75%

26 a 30°C 100%

31 a 32°C 75%

Taxa de aliment. (%PV)

Consumo de Ração Ganho diário

(g/dia)

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MANUAL DO PISCICULTOR – PRODUÇÃO DE TILÁPIA EM TANQUE-REDE

29

Quanto ao tamanho dos grânulos de ração, este varia durante o cultivo em

função do tamanho dos peixes, sendo recomendável obedecer às seguintes

proporções indicadas na Foto 22 para um melhor aproveitamento do alimento

pelos peixes.

Durante a fase inicial de cultivo, a ração fornecida aos alevinos é na forma

farelada (pó fino), sendo necessário o uso de comedouros de lona plástica ou

material similar, de modo a evitar que a ração que flutua saia pela, malha do

tanque-rede (Foto 23). Outra opção é comprar um bolsão que já apresente o

comedouro anexo conforme mostra a Foto 24.

Foto 22 – Tamanho de peletes em função do peso do peixe.

Para minimizar a competição pelo alimento, a dimensão deste comedouro

deve ter no mínimo 50% da área superficial do bolsão de modo a proporcionar

condição de alimentação adequada para todos os peixes, ou seja, em um bolsão

de 2 x 2m (4m2), o comedouro deve ter no mínimo 1,4 x 1,4m (2 m2) tendo este uma

profundidade de 20 a 30 cm, permanecendo 10 cm fora da água. A ração

farelada lançada dentro deste comedouro minimizará desperdícios de ração

principalmente nas condições de muito vento e correntes.

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MANUAL DO PISCICULTOR – PRODUÇÃO DE TILÁPIA EM TANQUE-REDE

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Foto 23 – Comedouro circular para alevinos.

Foto 24 – Comedouro anexo ao bolsão para alevinos.

A partir da segunda etapa de cultivo os comedouros podem ser de tela e

devem ter uma abertura de malha de 1 a 2 mm para conter rações a partir deste

tamanho e uma altura de 40 a 60 cm, sendo que 10 a 15 cm ficam fora da água.

Quanto maior o peixe, maior deve ser a profundidade do comedouro para evitar

perdas de ração que podem sair por baixo deste comedouro devido ao

comportamento enérgico dos peixes no momento da alimentação. Os comedouros

podem ser fixos na tela ou tampa do tanque-rede ou dispostos internamente

Page 31: manual do piscicultor - Produção de tilapia em tanque rede - SEBRAE

MANUAL DO PISCICULTOR – PRODUÇÃO DE TILÁPIA EM TANQUE-REDE

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afastados da lateral (Foto 25), podendo apresentar um formato quadrado,

retangular ou circular.

Foto 25 - Comedouro para tanque-rede.

10. ACOMPANHAMENTO DO CULTIVO

Durante todo o cultivo é importante realizar amostragens periódicas (a cada

2 semanas) dos peixes. Esta prática é conhecida como biometria onde se realiza

uma amostragem da população dos peixes para avaliar a condição geral dos

mesmos, realizar a pesagem (Foto 26) para verificar o crescimento e o

aproveitamento da alimentação fornecida.

Durante a biometria também é importante observar alguns aspectos como: a

presença de muco, coloração dos peixes, aparência dos olhos, nadadeiras e

brânquias, presença de ferimentos e/ou parasitas, etc. Todas as características fora

do padrão normal devem ser anotadas e informadas a um técnico para que este

possa recomendar exames complementares ou as providências necessárias.

Page 32: manual do piscicultor - Produção de tilapia em tanque rede - SEBRAE

MANUAL DO PISCICULTOR – PRODUÇÃO DE TILÁPIA EM TANQUE-REDE

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Foto 26 – Pesagem de uma amostra de peixes.

A pesagem obtida na biometria permite realizar o ajuste na quantidade de

ração a ser fornecido conforme a tabela de alimentação citada anteriormente.

Sugerimos o uso de uma planilha de biometria (Anexo), para anotar as informações

de campo para um maior controle do cultivo. Para a captura desta amostra de

peixes pode-se utilizar um puçá (passaguá). No caso de peixes com peso médio

abaixo de 100g deve-se pesar em torno de 50 a 100 peixes e no caso de peixes

maiores, em torno de 20 a 30 peixes, buscando sempre capturar aleatoriamente, ou

seja, sem escolher os peixes a serem pesados.

Os peixes devem ser colocados em um recipiente (balde ou similar) a seco

ou com água, pesados e contados. O peso total de peixes (descontando-se o peso

do recipiente e da água, se houver) deve ser dividido pelo total de peixes pesados,

obtendo assim o peso médio do lote amostrado.

Dentre os controles necessários destacamos o consumo diário de ração e o

monitoramento da qualidade da água onde são avaliados os parâmetros da água

como: temperatura, transparência e oxigênio dissolvido. Periodicamente é

recomendável avaliar os níveis de pH, alcalinidade, dureza total e amônia.

Anexos seguem alguns modelos de planilhas para o monitoramento e

controle da produção. Para a obtenção de um desempenho satisfatório e

minimizar perdas é importante que o produtor seja devidamente orientado por um

profissional competente.

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MANUAL DO PISCICULTOR – PRODUÇÃO DE TILÁPIA EM TANQUE-REDE

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11. DESPESCA FINAL

Antes de capturar os peixes, estes devem permanecer em jejum por pelo

menos 24 horas para eliminar o conteúdo do trato digestivo, o ideal seriam 48 horas.

Para auxiliar na despesca devemos contar com uma estrutura que permita

suspender parcialmente um dos lados do tanque-rede o que facilita a captura dos

peixes (Foto 27), além de puçás, baldes, balança, etc.

Figura 27 – Tanque-rede suspenso para a despesca.

Durante a despesca, seja ela parcial ou total, deve-se realizar a

contabilidade, ou seja, a anotação das pesagens, a contagem do número de

peixes, e o(s) preço(s) praticado(s) para que se possa calcular o resultado do

cultivo. Quando for difícil realizar uma contagem total, esta pode ser estimada por

amostragem dividindo o peso total despescado pelo peso médio de pelo menos

três amostragens pesadas e contadas durante toda a despesca (início, meio e fim).

12. APURAÇÃO DOS RESULTADOS

Após a despesca total de um lote cultivado, o piscicultor deve apurar os resultados

técnicos e econômicos. Para isso ele precisará recorrer a suas anotações e realizar

os seguintes cálculos:

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MANUAL DO PISCICULTOR – PRODUÇÃO DE TILÁPIA EM TANQUE-REDE

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12.1. Resultados Técnicos

a.) Taxa de sobrevivência = (N° total de peixes despescados / N° de alevinos

povoados) x 100

Exemplo: N° total de peixes despescados = 6.570

N° de alevinos povoados = 10.000

Taxa de sobrevivência = (6.570/ 10.000) x 100 = 66%

b.) Peso médio = Produção total da despesca / N° total de peixes despescados

Exemplo: Produção total da despesca = 4.600 kg

N° total de peixes despescados = 6.570

Peso médio = (4.600 / 6.570) = 0,700 kg (700 g)

c.) Fator de conversão alimentar (FCA) = Consumo de ração (kg) / Ganho de

peso no viveiro (kg)

Exemplo: Consumo total de ração = 7.000 kg de ração

Ganho de peso total = Produção total da despesca - Peso inicial

(kg de alevinos) = 4.600 - (10.000 alevinos x 1g) = 4.590

Fator de conversão alimentar = 7.000 / 4.590 = 1,53

Obs.: Este valor de FCA indica que para cada 1 kg de peixe produzido neste

exemplo foi gasto 1,53 kg de ração.

Temos verificado que em condições adequadas de cultivo na região o FCA pode

variar entre 1,4 a 1,6, ou seja, para cada 1.000 kg de tilápias produzidas tem-se um

consumo de 1.400 a 1.600 kg de ração. No caso de despesca de peixes maiores

(acima de 700g) a tendência é que o valor do FCA seja maior, pois a medida que

os peixes crescem há uma perda na eficiência de aproveitamento do alimento.

d.) Ganho médio de peso diário = Ganho médio de peso / Dias de cultivo

Exemplo: Ganho médio de peso = Peso médio final - Peso médio inicial

(alevino) = 700 g - 1 g = 699 g

Dias de cultivo = 165 dias (5,5 meses)

Ganho médio de peso diário = 699 / 165 = 4,24 g/dia

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MANUAL DO PISCICULTOR – PRODUÇÃO DE TILÁPIA EM TANQUE-REDE

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Obs.: Este valor indica que durante os 165 dias de cultivo, cada peixe ganhou

em média 4,24 gramas por dia, o que estaria dentro da faixa ideal para a

região (4,0 a 5,0 g/dia).

e.) Produtividade = Produção total por tanque-rede (kg) / Volume útil do

tanque-rede (m³)

Exemplo: Produção total do tanque-rede = 460 kg

Volume útil do tanque-rede = 4 m³

Produtividade = 460 kg / 4 m³ = 115 kg/m³

= 115 kg/m³/ciclo ou 460 kg/tanque-rede/ciclo

Obs.: Este valor indica que em um ciclo de cultivo, a produção obtida para

cada m³ foi de 115 kg, valor este dentro da faixa esperada para a região

(100 a 150 kg/m³/ciclo).

12.2. Resultados Econômicos

a.) Custo de produção = Total de custos (R$) / Produção total (kg)

Exemplo: Total de custos = R$ 9.000,00 (rações) + R$ 650,00 (alevinos) +

R$ 2.500,00 (mão de obra) + R$ 300,00 (diaristas)= R$ 12.450,00

Produção total = 4.600 kg (10 tanques-rede)

Custo de produção = 12.450 / 4.600 = R$ 2,71 / kg

b.) Receita líquida = Margem de lucro (R$/kg) x Produção total (kg)

Exemplo: Margem de lucro = Preço de venda – Custo de produção =

R$ 4,00 – R$ 2,71 = R$ 1,29 / kg

Produção total = 4.600 kg

Receita líquida = 1,29 x 4.600= R$ 5.934,00

= R$ 5.934,00 / 10 tanques-rede / ciclo

Cabe destacar que estes são apenas alguns dos parâmetros técnicos e

econômicos que o produtor pode determinar para avaliação de seu cultivo. Estas

avaliações são fundamentais para que o produtor conheça a realidade de cada

lote de seu cultivo, podendo assim auxiliá-lo na tomada de decisões quanto a

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MANUAL DO PISCICULTOR – PRODUÇÃO DE TILÁPIA EM TANQUE-REDE

36

procedimentos do cultivo, necessidade de mudança de insumos, ampliação do

projeto entre outros.

13. BIBLIOGRAFIAS CONSULTADAS

BOYD, C. E. Water and bottom soil quality management in freshwater aquaculture ponds. In: Aqüicultura Brasil, 1, Recife, 1998. Anais... p. 303 – 311. CYRINO, J. E. P.; URBINATI, E. C.; FRACALOSSI, D. M.; CASTAGNOLLI, N. Tópicos Especiais em Piscicultura de Água Doce Tropical Intensiva. São Paulo. Sociedade Brasileira de Aqüicultura e Biologia Aquática, 2004, 533 p. MAINARDES-PINTO, C. S. R.; PAIVA, P.; TALMELLI, E. F. A.; VERANI, J. R.; SILVA, A. L. Viability of thailand tilapia culture - Oreochromis niloticus – raised in small net-cages placed in populated ponds. In: WORLD AQUACULTURE, 1, Salvador, 2003. Book Abstract. p. 442. PEZZATO, L. E. Qualidade dos ingredientes, processamento e eficiência alimentar em

aqüicultura. In: Simpósio Brasileiro de Aqüicultura, 12, Goiânia. Anais... Goiânia:

ABRAq, 2002. p. 62 – 75.

TSADIK, G. G. and KUTTY, M. N. Influence of ambient oxygen on feeding and growth of the tilapia, Oreochromis niloticus (Linnaeus). Nigeria, 1987.16p. Establishment of an African Regional Aquaculture Centre. United Nations Development Programme Food and Agriculture Organization of United Nations Nigerian Institute for Oceanography and Marine Research Project RAF/82/009.

VINATEA, L. A. Princípios químicos de qualidade da água em aqüicultura.

Florianópolis: Editora da UFSC, 1997, 166p.

14. ANEXOS

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MANUAL DO PISCICULTOR – PRODUÇÃO DE TILÁPIA EM TANQUE-REDE

37

CONTROLE DIÁRIO DE ALIMENTAÇÃO E MORTALIDADE

Lote N°:Gaiolas N°:

DataQuantidade de

ração por refeição (kg)

N° de refeições/

dia

Tipo de ração (%PB e mm) Fabricante N° de peixes

mortos

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MANUAL DO PISCICULTOR – PRODUÇÃO DE TILÁPIA EM TANQUE-REDE

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MONITORAMENTO - QUALIDADE DA ÁGUA Produtor:_________________________ Município:__________________________

Mês / ano:________________________

Data Salinidade Transparência Oxigênio Observaçõesmanhã tarde (‰) (cm) (mg/L) (condições do tempo)

Informações adicionais:

Temperatura (ºC) pH

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MANUAL DO PISCICULTOR – PRODUÇÃO DE TILÁPIA EM TANQUE-REDE

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PLANILHA DE BIOMETRIA

N° da gaiolaN° de peixes inicialPreço juvenis (R$/mil)Peso médio inicial (g)

Amostragem Data Peso médio (g)

Consumo de ração no

período (kg)

Mortalidade no período Observação

Povoamento

Biometria 1

Biometria 2

Biometria 3

Biometria 4

Biometria 5

Biometria 6

Biometria 7

Biometria 8

Biometria 9

Biometria 10

Biometria 11

Biometria 12

Biometria 13

Biometria 14

Biometria 15

TOTAL