Manual Exercicios

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Exerccios e Orientaesna Doena de Parkinson

Dra. Ftima R. de Paula Goulart Dr. Francisco E. C. Cardoso

Professora Adjunta do Departamento de Fisioterapia da UFMG

Professor de Neurologia do Departamento de Clnica Mdica da Faculdade de Medicina da UFMG

NDICEDoena de Parkinson na populao ...........................................................................................5 Parkinsonismo vs Doena de Parkinson ....................................................................................5 Causas da Doena de Parkinson..................................................................................................6 Tratamento da Doena de Parkinson..........................................................................................7 Convivendo bem com a Doena de Parkinson (Um guia de informaes e orientaes) ...........................................................................10 Fisioterapia ..................................................................................................................................10 O que a Fisioterapia? ...............................................................................................................10 Como a Fisioterapia pode atuar junto ao indivduo com Doena de Parkinson? ..............10 Quais as principais dificuldades causadas pela Doena de Parkinson? ...............................11 O que fazer para tentar diminuir esses problemas? ...............................................................11 Exerccios que podem ser praticados em casa ....................................................................... 17 Sentado........................................................................................................................................ 17 Deitado de barriga para baixo.................................................................................................. 2 Deitado de barriga para cima ................................................................................................... 25 Relaxamento ............................................................................................................................... 27 Fonoaudiologia ......................................................................................................................... 28 O que a Fonoaudiologia? ....................................................................................................... 28 Como a Fonoaudiologia pode atuar junto ao indivduo com Doena de Parkinson? ............................................................................... 28 Como a Doena de Parkinson pode afetar a comunicao e a alimentao? .................... 28 Como as dificuldades de comunicao e alimentao afetam a vida do indivduo com Doena de Parkinson? ................................................................. 29 O que fazer para tentar diminuir esses problemas? .............................................................. 29 Como a nossa comunicao? ................................................................................................ 29 Respirao ....................................................................................................................................1 Exerccios respiratrios ..............................................................................................................1 Fala e voz .................................................................................................................................... 2 Exerccios .................................................................................................................................... Como a nossa alimentao? .................................................................................................. 4 Exerccios .................................................................................................................................... 6 Orientao famlia .................................................................................................................. 7

Exerccios e Orientaes na Doena de Parkinson

Exerccios e OrientaesDoena de ParkinsonDoena de Parkinson na populaoO primeiro assunto que gostaria de abordar nesta cartilha sobre Doena de Parkinson (DP) a epidemiologia (distribuio na populao) desta enfermidade. Com muita frequncia ouo de pacientes e familiares a pergunta: a DP est ficando mais comum? A resposta sim e no. Embora no saibamos ao certo quantos portadores de DP existem no Brasil, uma estimativa razovel imaginar que cerca de 0,1% da populao tem essa doena. Quando consideramos, no entanto, a parcela da populao com idade superior a 60 anos, essa porcentagem aumenta para pelo menos 1%. Como essas porcentagens no tm crescido, isso significa que o nmero relativo de portadores de DP na populao continua o mesmo. No entanto, como mais e mais brasileiros vivem alm dos 60 anos de idade, mais aumenta o nmero absoluto de portadores da doena.

Parkinsonismo vs Doena de ParkinsonUm segundo assunto que desperta muito a ateno dos pacientes a diferena entre Parkinsonismo e DP. Para ilustrar essa resposta, costumo dizer que Parkinsonismo equivale febre, ou seja, apenas um conjunto de sintomas e sinais que pode ser reduzido por muitas causas. J a DP, corresponderia pneumonia, isto , uma causa de febre.Exerccios e Orientaes na Doena de Parkinson

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Como se conclui que algum tem Parkinsonismo? O diagnstico dessa condio feito todas as vezes em que um paciente apresenta bradicinesia (lentido de movimentos) associada a pelo menos um dos seguintes sintomas: rigidez muscular, tremor e desequilbrio. J o diagnstico de DP, s feito com certeza absoluta quando se examina o crebro do paciente aps a morte e se encontra perda de neurnios (clulas nervosas) na substncia negra (uma pequena regio na base do encfalo) e a presena de corpos de Lewy (pequenas manchas rseas) nos neurnios sobreviventes. Apesar de s a necrpsia permitir a confirmao definitiva do diagnstico de DP, um mdico experiente, usando critrios clnicos estabelecidos recentemente, pode ter uma certeza diagnstica superior a 90%. Vale dizer que todo paciente com DP tem Parkinsonismo, mas nem toda pessoa com Parkinsonismo tem DP. Mais especificamente, de acordo com uma pesquisa da Clnica de Distrbios de Movimentos da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), 70% dos pacientes com Parkinsonismo apresentam DP, enquanto os demais 0% apresentam outras enfermidades, como Parkinsonismo induzido por droga, Parkinsonismo causado por isquemias cerebrais, Paralisia Supranuclear Progressiva, Atrofia de Mltiplos Sistemas e outros.

por um pequeno nmero de casos de DP. possvel imaginar, ento, que h ainda muito o que se descobrir quanto herana gentica de DP. H muitos fatores ambientais suspeitos de serem implicados na causa do Parkinson. Poderiam ser citados agrotxicos, uso de gua de poo, vida rural etc. Entretanto, os estudos no so conclusivos em relao a nenhum desses fatores. A exceo uma droga chamada MPTP, a qual foi usada por viciados em herona na Califrnia durante os anos 70. Essa substncia vai at o crebro e destri neurnios produtores de dopamina. Porm, h dois problemas em relao a essa substncia: o primeiro que, felizmente, poucas pessoas usaram-na; o segundo que ela no causa DP, mas sim um Parkinsonismo que se assemelha muito DP. Para concluir esse item de causa de DP, vamos lembrar dois pontos: ao saber que fatores genticos so relacionados com sua causa, muita gente se apavora, achando que seus familiares sero inexoravelmente afetados. Isso, felizmente, no verdade, pois se na populao geral o risco de apresentar DP ao longo da vida de 1%, para um familiar de primeiro grau, essa chance aumenta apenas para 2%. O segundo ponto que, independente de sua causa, sabe-se que na DP h destruio dos neurnios de uma pequena rea cerebral chamada substncia negra que produz dopamina. Com a morte das clulas desse local, ocorre, ento, deficincia de dopamina.

Tratamento da Doena de ParkinsonCom o atual arsenal de medicamentos e tcnicas cirrgicas disponveis, possvel controlar de modo satisfatrio a grande maioria dos pacientes com DP. Um dos tratamentos existentes para a DP a levodopa. Essa substncia transformada no crebro em dopamina, corrigindo a deficincia produzida pela doena. Apesar de virtualmente todos os pacientes parkinsonianos um dia precisarem usar essa medicao, h uma tendncia de se adiar um pouco sua introduo. Isso particularmente importante em pacientes mais jovens (idade inferior a 60 anos no incio da doena) e com DP mais branda. Qual o motivo dessa estratgia?Exerccios e Orientaes na Doena de Parkinson

Causas da Doena de ParkinsonEste outro assunto que desperta muito a ateno dos pacientes e seus familiares. O fato que no sabemos ainda com segurana o que causa a DP. No entanto, h novos estudos que nos ajudam a entender melhor esse problema. No momento pensa-se que a doena resulte da combinao de fatores genticos e ambientais. Certos genes tornariam o indivduo vulnervel a desenvolver DP, caso exposto a alguns fatores ambientais. Vrios defeitos genticos associados a casos de Parkinson foram identificados recentemente. Alguns exemplos so os genes da alfa-sinuclena e o Parkin. No entanto, esses e outros so responsveis apenas

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A razo de se tentar retardar a introduo da levodopa a possibilidade do surgimento de efeitos colaterais com seu uso. Desses, os que mais chamam a ateno so a irregularidade da ao da droga (o paciente alterna momentos sob efeito do medicamento perodo on com outros onde no ocorre seu efeito perodo off) e a ocorrncia de movimentos involutrios, sobretudo quando a levodopa est agindo (so as discinesias induzidas por levodopa). Das novas medicaes, salienta-se o grupo dos agonistas dopaminrgicos, como o pramipexol. Ao primeiro grupo pertencem medicamentos como bromocriptina, pergolida, lisurida e pramipexol. Essas substncias tm uma estrutura que se assemelha a da dopamina de modo que enganam o crebro. H duas utilidades bsicas para os agonistas dopaminrgicos. A primeira para pacientes com doena leve ou moderada que ainda no usaram levodopa. Nessa situao, os agonistas podem retardar a necessidade de se usar essa ltima substncia, prevenindo parcialmente a ocorrncia de complicaes da levodopa. O segundo motivo para se usar agonistas dopaminrgicos para tratar complicaes, sobretudo flutuaes motoras. A COMT, catecol-orto-metil-transferase, uma enzima que destri a levodopa e a dopamina. Sua inibio produz, pois, prolongamento do efeito dessas duas substncias. Os inibidores da COMT disponveis no Pas so entacapone e tolcapone (que tambm inibem a enzima dentro do crebro). Essas medicaes, que s tm utilidade quando combinadas com a levodopa, so eficientes para o manuseio de complicaes dessa ltima droga, em especial as flutuaes motoras. Alm de medicaes, outras alternativas de tratamento para DP envolvem medidas como fisioterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional e cirurgias. Quanto a essas ltimas, vo alguns comentrios. O primeiro que no existe cirurgia que cure a DP, de modo que os pacientes que so submetidos a procedimentos cirrgicos continuam precisando usar medicamentos. O segundo comentrio que essas cirurgias so feitas atravs de esterotaxia (tomografia computadorizada) ou outro mtodo de visualizao do crebro que localiza o alvo que se deseja alcanar. Esse alvo alcanado atravs de agulha introduzida por meio de um pequeno orifcio que feito no crnio do paciente. O terceiro ponto diz respeito a quem candidato cirurgia para DP, que so pacientes cujo tremor no melhora com medicamentos e aqueles que tomam levodopa mas apresentam movimentos involuntrios intensos. Uma quarta observao

sobre cirurgia em DP referente s tcnicas existentes; So basicamente duas: mtodo ablativo em que o alvo cauterizado (destrudo por calor) e mtodo de estimulao cerebral profunda, e um marca-passo inativa eletricamente a rea cerebral escolhida. O primeiro mtodo mais barato e mais simples, enquanto que o segundo bem mais complicado e caro, mas, por outro lado, seus efeitos podem ser revertidos caso surjam complicaes. Por fim, os alvos mais comumente escolhidos para cirurgia em DP so o tlamo, o globo plido medial e o ncleo subtalmico.

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Convivendo bem com a Doena de ParkinsonUm guia de informaes e orientaes.

Quais as principais dificuldades causadas pela Doena de Parkinson?A DP pode provocar alteraes emocionais (depresso), alteraes sociais (isolamento), alteraes cognitivas (perda de memria) e alteraes motoras que podem causar dificuldades funcionais aos indivduos. Tais alteraes esto relacionadas ao controle do equilbrio, da postura e dos movimentos.

Tremor: acontece principalmente em repouso. Em geral, comea discreto,

FisioterapiaO que a Fisioterapia? uma rea da sade que busca promover, reeducar e manter o movimento corporal para que as pessoas possam realizar suas funes com qualidade e maior independncia possvel.

principalmente nas mos e braos, e pode atingir apenas um ou os dois lados do corpo. Rigidez: o corpo torna-se menos mvel, com pouca flexibilidade (inclusive o rosto). Lentido dos movimentos: os movimentos tornam-se menos geis e as atividades do dia-a-dia demoram mais tempo para serem realizadas. Alteraes posturais: os braos e as pernas tendem a ficar dobrados e o corpo tende a ficar curvado para frente dificultando a manuteno da postura ereta e prejudicando o equilbrio. Alteraes no andar: os passos tornam-se mais curtos, arrastados e pode haver dificuldade com o equilbrio e tendncia a quedas.

Como a Fisioterapia pode atuar junto ao indivduo com Doena de Parkinson?A Fisioterapia pode ajudar o paciente com DP a funcionar melhor atravs de exerccios regulares e orientaes, favorecendo inclusive o seu estado psicolgico. Se voc tem DP, o melhor a fazer manter-se ativo, se mexer! Isso vai fazer bem para o seu corpo e para sua cabea tambm. Para funcionar bem voc precisa: ativar, alongar e fortalecer os msculos; movimentar todas as articulaes para no enferrujar; treinar movimentos e atividades difceis para voc; melhorar a respirao e diminuir o cansao.

O que fazer para tentar diminuir esses problemas?IR LUTA! A melhor forma de minimizar as dificuldades causadas pela doena desenvolver atividades fsicas e mentais, contribuindo assim para o prprio bem-estar do paciente. Algumas dicas e orientaes podem ajudar o paciente a conviver bem com a DP e levar uma vida com qualidade. Nos prximos itens trataremos disso.

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O tremor:Alguns truques podem ser usados em ocasies especiais para diminuir o tremor e favorecer o conforto.

Se perceber que ao andar est acelerando muito: PARE! TRANQUILIZE-SE! REPROGRAME-SE RECOMECE! Se voc tem dificuldades com o equilbrio ao girar ou mudar de direo

enquanto anda, faa uma curva mais ampla como mostra o desenho. Apie a mo na cadeira e jogue o peso do corpo sobre ela. Coloque a mo embaixo da coxa por algum tempo. De p, coloque o brao junto ao corpo e aperte-o com firmeza.

Ao se movimentar na camaProcure pensar e se concentrar na sequncia de movimentos que voc necessita fazer:

Ao caminharEstique o corpo e jogue os ombros para trs. Levante a cabea e olhe em frente. Mantenha os ps afastados para melhorar o equilbrio. Toque primeiro o calcanhar no cho e procure dar passos maiores elevando bem os ps (tente no arrast-los). No coloque os braos atrs ou frente do corpo. Eles devem estar livres enquanto voc anda.

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Fique sentado.

Deitado de barriga para cima, dobre os joelhos. Vire a cabea e leve o brao para o lado desejado. Leve as pernas para o mesmo lado. Para se deitar, partindo de sentado, faa a sequncia ao contrrio.

Ao passar de sentado para de p:1 Sente-se prximo a beirada da cama/cadeira Para sentar na cama, continue a sequncia anterior: ponha as pernas para fora da cama e v levantando com a ajuda dos braos. 2 Coloque os dois ps mais para trs Leve o corpo frente e d um impulso 4 Levante Se necessrio, balance o corpo algumas vezes ou use um banco, cadeira ou mesa para se

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apoiar antes de levantar.

Exerccios que podem ser praticados em casaAteno: Antes de iniciar os exerccios esteja certo de que voc sabe a maneira correta de pratic-los. Respire normalmente durante os exerccios. SOLTE O AR ao realizar o maior esforo. O acompanhamento de um fisioterapeuta fundamental para corrigir, modificar ou acrescentar sua srie de exerccios. Os exerccios devem ser feitos todos os dias. Descanse nos fins de semana. Faa caminhadas durante 0 minutos pelo menos vezes por semana.

Ao passar de p para sentado:1 Mantenha os ps afastados 2 Encoste a parte posterior das pernas na beirada da cadeira/cama Dobre bem os joelhos e incline o corpo para frente 4 Sente Evite despencar na cadeira ou sof. Se necessrio, apie as mos nas pernas ou nos braos da cadeira.

SentadoRoupasSe voc tem dificuldades para abotoar, prefira roupas com elstico ou velcro. Escolha sapatos confortveis, fceis de encaixar o p e com solado que no deslize. As caladeiras podem ser utilizadas como auxlio. Durante todos os exerccios, os ps devem permanecer apoiados no cho, joelhos separados e as costas retas.

Movimente Seu Rosto!Algumas caretas ajudam a trabalhar os msculos da face. Voc pode fazer esses exerccios na frente de um espelho. Repita 5 vezes cada expresso. Levante bem as sobrancelhas e abra os olhos. Que surpresa! Encontre as sobrancelhas como se estivesse com raiva. Feche os olhos com fora. Enrugue o nariz. Que cheiro ruim! Faa um bico com a boca como se fosse dar um beijo. D um largo sorriso. Sorrir nunca demais! Abra a boca exageradamente. Encha bem as bochechas de ar e depois solte. Movimente a lngua dentro da boca (em cima, embaixo, de um lado para outro).

BanhoNo hora de treinar o equilbrio! Use tapete antiderrapante, barra para apoio ou tome banho sentado utilizando cadeira ou banco de plstico.

Cuidados em casaEvite qualquer coisa que pode provocar um tombo. Deixe seu caminho livre.

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Vamos mover a cabea!

Vamos mover os braos e as costas!

Incline somente a cabea em direo ao ombro ajudando com a mo. Mantenha a posio contando at 20 e repita 4 vezes para cada lado.

Mantenha as costas esticadas. Levante os ombros perto das orelhas e solte. Repita 10 vezes.

Leve os braos esticados para frente, dedos totalmente abertos e polegares para cima. Abra os braos e leve-os bem para trs. Solte o ar. Relaxe e repita 10 vezes.

Rode somente a cabea para um lado, tentando olhar para trs. Tente virar o mximo que conseguir, sem provocar dor. Repita 10 vezes para cada lado.

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Coloque as mos na nuca enquanto um ajudante puxa seus braos para trs. Conte at 20 e repita 4 vezes.

Apie as mos abertas e braos esticados na cadeira ou cama (firme) e levante o corpo tentando tirar o bumbum do assento. Solte o ar. Repita 10 vezes. Levante os braos esticados em direo ao teto e com as palmas das mos viradas para cima, ESPREGUICE! Movimente os ps fazendo crculos para dentro e para fora.

Em qualquer momento do dia, use uma bola pequena e firme e aperte-a contra a sola do p. Movimente para cima e para baixo, massageando os ps.

Comece com o basto apoiado nos joelhos. Leve o basto para frente, para o teto e atrs da cabea (sem tocar nela e com os cotovelos bem abertos). Leve o basto novamente para o teto e volte posio inicial. Repita 10 vezes.

De p:Incline o corpo para o lado direito e para o esquerdo, no dobre o corpo para a frente. Repita 10 vezes para cada lado.

Rode o corpo para a esquerda e para a direita. Os ps no devem sair do lugar. Repita 10 vezes para cada lado.

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Levante uma perna de cada vez e bata com a mo na coxa. Repita o movimento 10 vezes com cada perna.

Ande para os lados com as pernas bem esticadas. D 10 passos para a direita e 10 para a esquerda.

Mantenha as costas retas. Dobre e estique os joelhos. O corpo no deve inclinar para frente ou para trs e os calcanhares no devem sair do cho. Repita 10 vezes.

Apie os braos na parede e estique a perna de trs sem levantar os calcanhares. Mantenha a posio contando at 20 e repita 4 vezes com cada perna.

Fique na ponta dos ps e nos calcanhares. Joelhos esticados. Repita 10 vezes. Se necessrio, apie uma mo no encosto de uma cadeira, no parapeito de uma janela ou em uma mesa.

Deitado de barriga para baixoColoque os braos para frente e levante-os junto com a cabea de acordo com o desenho. Mantenha a posio contando lentamente at 5 e repita 10 vezes. LEMBRE-SE: solte o ar durante o exerccio.

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Levante uma perna do apoio (inclusive a coxa) com o joelho esticado e mantenha contando at 5. Repita 10 vezes com cada perna. Modifique a posio da cabea durante o exerccio (ora virada para a direita, ora para a esquerda).

Mantenha o p nesta posio com sua mo ou com ajuda de outra pessoa. O bumbum nunca deve levantar. Conte at 20 e relaxe. Repita 4 vezes com cada perna e lembre-se de alternar a posio da cabea. OBS.: No faa esse exerccio em caso de dor no joelho.

Mantenha a posio do desenho contando calmamente at 20 e relaxe. Repita 4 vezes.

Deitado de barriga para cimaAlongue a perna, de acordo com o desenho, com a ajuda de uma faixa, corda ou lenol. Deixe a cabea apoiada e no prenda o ar durante o exerccio. Conte at 20 e repita 4 vezes com cada perna. OBS.: Este um bom exerccio para aliviar as cibras.

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Deitado como mostra a figura, levante a cabea e os ombros, soltando o ar. Repita 10 vezes.

RelaxamentoNo final dos exerccios, RELAXE por a 5 minutos nesta posio. Respire profundamente.

Coloque os braos abertos com as palmas das mos viradas para o teto. Com os joelhos dobrados, leve as pernas para um lado e a cabea para o outro. Os ombros devem permanecer apoiados. Faa o mesmo para o lado oposto e repita 10 vezes.

Em algum perodo do dia ou noite, acostume-se a deitar de barriga para baixo com os ps para fora da cama, pernas afastadas e braos ao lado da cabea. Varie a posio da cabea: ora apie sobre a bochecha esquerda e ora sobre a direita.

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FonoaudiologiaO que a Fonoaudiologia? a cincia que estuda, previne e trata os distrbios da comunicao.

engasgos frequentes baba demora para se alimentar dificuldades para movimentar lbios, lngua ou bochecha

Como a Fonoaudiologia pode atuar junto ao indivduo com Doena de Parkinson?Algumas das manifestaes da Doena de Parkinson so as dificuldades encontradas na comunicao e alimentao. Estima-se que estas dificuldades afetam 50 a 90% dos portadores dessa doena. O fonoaudilogo o profissional mais indicado para avaliar, orientar e tratar os indivduos com Doena de Parkinson que apresentam estas dificuldades.

Como as dificuldades de comunicao e alimentao afetam a vida do indivduo com Doena de Parkinson?Essas dificuldades de forma isolada ou associada prejudicam a convivncia do indivduo com outras pessoas. A pessoa que tem dificuldade de ser compreendida tende a falar cada vez menos. A pessoa que tem dificuldades para se alimentar evita frequentar festas, restaurantes e outros lugares, pois no se sente vontade para comer. Esses comportamentos contribuem para o isolamento e a depresso.

Como a Doena de Parkinson pode afetar a comunicao e a alimentao?s vezes, a prpria pessoa no percebe as dificuldades que apresenta, ento, a famlia ou as pessoas prximas podem ajudar no reconhecimento das mesmas. Algumas dessas dificuldades so: voz fraca (baixa intensidade) monotonia no tom e volume da voz voz rouca fala embolada (articulao pouco clara) fala rpida ou lenta repeties de slabas (gagueira) seguidas por pausas prolongadas demora para iniciar a fala falta de expresso na face aumento ou diminuio de saliva tosse ou pigarro constantes dificuldades para engolir

O que fazer para tentar diminuir esses problemas?Reconhecer as suas dificuldades e compreender porque elas ocorrem o primeiro passo a ser dado. Para o sucesso de qualquer trabalho, preciso que voc esteja motivado e participe ativamente das possibilidades teraputicas para a Doena de Parkinson. Existem algumas orientaes e exerccios especficos que atravs de um simples treinamento dirio podem ajudar voc. Eles esto descritos nesta cartilha. possvel que voc encontre dificuldades ou mesmo no consigue fazer alguns exerccios, mas no desista, continue tentando e faa o melhor que puder. No se esquea que a repetio essencial para o aprendizado e a prtica leva perfeio!

Como a nossa comunicao?A comunicao o processo atravs do qual transmitimos s pessoas nossas ideias e sentimentos. Existem diversas formas de comunicao: fala, olhares, gestos, desenhos e figuras, escrita etc.

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A fala a mais fcil e a mais utilizada dessas formas de comunicao. Ela produzida da seguinte forma: ao falarmos, o ar sai dos nossos pulmes e vai em direo ao pescoo onde se encontram as pregas vocais na laringe. As pregas vocais so estruturas constitudas de pele e msculos que se movimentam com a passagem do ar produzindo a voz. O ar continua subindo at chegar boca e atravs dos movimentos dos lbios, lngua e bochechas os sons da fala so produzidos (articulados). Para que sua comunicao seja eficaz voc precisa de: boa respirao, movimento adequado das pregas vocais e clareza na articulao dos sons da fala.

RespiraoO ar o combustvel para a produo da voz e sons da fala, por isso indispensvel uma boa respirao. Voc deve respirar fundo puxando devagar o ar pelo nariz e levando-o para dentro dos pulmes. Ao entrar nos pulmes, o ar deve movimentar a regio do abdmen (barriga) no ficando apenas na parte alta do peito. Depois de puxar o ar e encher os pulmes, voc deve solt-lo devagar pela boca como se estivesse soprando. Todos os exerccios de respirao devem ser feitos com roupas confortveis que permitam o movimento do trax e do abdmen.

Exerccios RespiratriosRelaxe o corpo, coloque um objeto em cima da barriga e respire como foi descrito anteriormente. Mantenha a respirao tranquila e tente mover o objeto para cima enquanto puxa o ar para baixo e enquanto solta o ar.

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Depois, quando voc estiver treinado no precisar mais do objeto para perceber o movimento e poder treinar a respirao sentado ou em p.

bochechas e a lngua precisam se mover amplamente para que os sons sejam produzidos de forma clara e amplificada, assim a boca trabalha como um alto-falante. Alm disso, procure falar devagar.

Providencie um canudo de plstico e um copo com gua. Assente-se como no desenho, respire fundo e solte o ar soprando pelo canudo e formando bolhas dentro do copo com dgua. No sopre at ficar sem ar. Repita 10 vezes.

Tente falar alto e forte. No incio pode parecer estranho e voc achar que est gritando, mas depois vai perceber que fica mais fcil para as pessoas escutarem o que voc diz. Pea aos outros para ajud-lo a determinar o volume ideal para a sua voz.

Fala e VozCada pessoa tem uma voz que lhe caracterstica, faz parte de sua identidade. Portanto, muito desagradvel para a pessoa perceber que sua voz est se modificando por causa da doena. A Doena de Parkinson provoca mudanas na fala e na voz porque os msculos da laringe, das pregas vocais e da boca so afetados, assim como os outros msculos do corpo. Esses msculos apresentam tremor, rigidez e reduo dos movimentos prejudicando a fala e a voz. Estas dicas pode ajudar voc a controlar melhor sua fala e voz: Beba muita gua ao longo do dia (pelo menos 8 copos); Evite ficar pigarreando o tempo todo. Quando der vontade de pigarrear respire fundo e engula; Procure movimentar (articular) bem a boca enquanto fala. Os lbios, as

Ao conversar com outra pessoa posicione-se em frente a ela, assim fica mais fcil para vocs se entenderem. Treine falar alto dizendo os dias da semana, meses do ano, contando os nmeros, fazendo a leitura de um texto ou cantando um msica.

ExercciosEsses exerccios devem ser realizados em frente ao espelho para que voc consiga faz-los mais facilmente controlando seus movimentos. Fale em voz alta as vogais A-E-I-O-U procurando exagerar os movimentos

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dos lbios, lngua e bochechas. Repita 5 vezes. Mova a sua lngua para fora e para dentro da boca de forma alternada. Tente afinar a ponta da lngua quando for mov-la para fora. Repita 10 vezes. Toque a ponta da lngua nos quatro cantos da boca (para baixo e para cima, para a esquerda e para a direita). Repita 5 vezes.

para se alimentar e a Doena de Parkinson pode causar essas dificuldades.

Para nos alimentarmos, algumas etapas so realizadas: colocamos o alimento na boca; mastigamos vrias vezes o alimento (se for lquido no existe essa etapa); levamos o alimento para regio posterior da boca atravs dos movimentos da lngua; engolimos o alimento levando-o em direo ao estmago. O ato de engolir chamado de deglutio.

Fale a letra A de forma prolongada depois de respirar profundamente. Exemplo: AAAAAAAA. Repita 10 vezes. Fale a letra A com voz fina e depois com voz grossa. Faa o mesmo com as letras E-I-O-U. Repita vezes cada letra.

Todas essas etapas so muito importantes para que a alimentao ocorra de forma adequada. Alguns sinais podem indicar que voc est com dificuldades para se alimentar: falta de ar enquanto come, tosse e pigarro durante e depois das refeies, engasgos frequentes, sensao de bolo na garganta, demora para comer, barulho enquanto come, pneumonias frequentes, dificuldades de comer alguns tipos de alimentos etc. Se voc apresenta alguns desses sinais, ATENO! Procure ajuda de um fonoaudilogo. Algumas orientaes podem ajudar voc: para quem tem dificuldade, a alimentao deve se tornar um momento de ateno onde a pessoa tentar controlar seus movimentos; procure colocar pouco alimento na boca de cada vez; mastigue bastante at triturar bem os alimentos antes de engolir;

Como a nossa alimentao?A alimentao parece algo muito simples, pois uma tarefa que realizamos todos os dias desde o nosso nascimento. Algumas pessoas apresentam dificuldades

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o engasgo e a tosse so mecanismos de proteo do nosso corpo que impedem que o alimento v para os pulmes ao invs de ir para o estmago.

Orientao famliaO apoio e a participao da famlia so muito importantes para o indivduo com Doena de Parkinson. Sabemos que a doena muda a vida de todos, portanto, compreender as dificuldades do indivduo e incentiv-lo a manter suas atividades dirias e independncia so aspectos essenciais para o bem-estar coletivo. O portador da Doena de Parkinson e a sua famlia devem ser aliados na luta contra a doena. Esperamos que esta cartilha possa ajudar voc. Embora a Doena de Parkinson ainda no tenha cura, existem diversas formas de tratamento que podem contribuir para que voc conviva bem com ela. Voc tambm responsvel pela qualidade de sua prpria vida e pelo controle de sua doena!

ExercciosSe for possvel, pratique gargarejo com gua todas as vezes que for escovar os dentes. Se voc est tendo problemas com baba, procure segurar um palito de madeira entre seus lbios (segure com os lbios, no com os dentes). Mantenha o palito com muita fora e depois relaxe sem deix-lo cair.

Aproveite o momento de ver televiso ou escutar rdio para fazer esse exerccio.

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Anotaes

Medicamento gratuito. Se voc tem Parkinson, voc tem direito.05/09 Cod. 504104