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manual infográfico

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Centro de Educação, Comunicação e Artes

Departamento de DesignCurso de Design Gráfico

RAfAEl dE CAstRo AndRAdE

sistematização de um método para produção de

infográficos com base no estudo de caso do jornal

Folha de São Paulo

Orientador: Prof. Renato Macri

londrina

2008

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RAfAEl dE CAstRo AndRAdE

sistematização de um método para produção de

infográficos com base no estudo de caso do jornal

Folha de São Paulo

Trabalho Acadêmico de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Graduação em Design Gráfico da Universidade Estadual de Londrina, como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel.

Orientador: Prof. Renato Macri

londrina

2008

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RAfAEl dE CAstRo AndRAdE

sistematização de um método para produção de

infográficos com base no estudo de caso do jornal

Folha de São Paulo

Trabalho Acadêmico de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Graduação em Design Gráfico da Universidade Estadual de Londrina, como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel.

BAnCA EXAMInAdoRA

_________________________________________________________ Prof.ª Drª. Rosane Martins

Universidade Estadual de Londrina

_________________________________________________________ Prof.ª Ms. Vanessa Tavares de Barros

Universidade Estadual de Londrina

_________________________________________________________ Prof. Renato Macri

Universidade Estadual de Londrina

Londrina,____de______________de 2008.

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dEdICAtóRIA E AgRAdECIMEntos

Este texto é algo que pensei desde o primeiro instante em que comecei este trabalho, mas seria impossível prever todas as boas coisas que acabaram acontecendo para que este trabalho fosse concluído.

Gostaria de agradecer primeiramente aos meus pais, Valter e Cida, pela dedicação, esforço e sacrifício, para que seus filhos tivessem bons estudos e soubessem além de tudo serem honestos, humildes, compreensivos, independentes e questionadores, enfim serem cidadãos conscientes e boas pessoas. E com orgulho digo que o sacrifício foi válido, e concluo esta etapa da minha vida dedicando a eles esta obra.

Ao meu irmão Felipe, ao meu primo Thiago e a quase centenária Conceição, minha vó.

Durante minha vida acadêmica, tive muitos mestres, mas poucos ensinaram com dedicação e paixão como Ms. Yuri Walter quando me acolheu em seu projeto de pesquisa e me incentivou a descobrir a importância de se produzir conhecimento científico na graduação, mesmo em um curso que tem um caráter tão prático, ao mestre muito obrigado.

Agradeço também a Gregório Romero, grande designer e ilustrador, que conheci no projeto de pesquisa, acompanhando o desenvolvimento de seu trabalho de conclusão de curso também sobre infografia, o que me motivou a realizar este trabalho. Gostaria de agradecer também a todo pessoal que estudou comigo na UNOPAR, obrigado, vocês foram fundamentais para minha formação.

Meus agradecimentos especiais para a Ms. Ana Luiza, que me acompanha desde os primeiros anos de graduação, época em que lecionava na UNOPAR, obrigado pelo apoio e pela colaboração, grande parte deste trabalho só foi possível graças a você.

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E o mundo com certeza seria bem melhor se tivessemos mais pessoas como Marcelo Pliger, designer, infografista e ótimo palestrante reserva. Obrigado por ter sido tão acessível, ao responder os vários e-mails que mandei e me receber na Folha, colaborando para este trabalho ser realizado.

Agradeço também aos calouros da turma de 2006, por aceitarem a colaborar utilizando o método proposto pelo trabalho de forma tão espontânea.

Ao meu orientador o professor Renato Macri, e principalmente aos meus colegas de sala da UEL os quais considero uma família, obrigado por estes 2 últimos anos, vocês realmente mudaram minha vida e me fizeram entender o real valor de estar em uma universidade, com certeza são pessoas que pretendo guardar para sempre.

E reservei este último parágrafo para agradecer a pessoa que tornou tudo isto possível (além dos meus progenitores, é claro) Nayara Pereira Duarte, minha companheira, que compreendeu as madrugadas em claro, que ajudou a revisar os erros de português, que deu as idéiais, que esclareceu minhas dúvidas, que foi ouvido e ombro quando era necessário refletir, obrigado pela dedicação, carinho e compreensão.

E para todos que contribuíram de alguma forma para este trabalho, meus sinceros agradecimentos.

Este trabalho tem como objetivo maior, retornar à sociedade uma parcela do que foi dedicado a mim nestes anos de universidade e ensino público, que mesmo poucos, foram plausíveis para se ter consiência de como é tratado o ensino em nosso país atualmente, e quão carente é a nossa área em produção científica. Este trabalho é um questionamento, uma provocação para que se discuta o tema e espero que sirva de fomento para a discusão da infografia e que outros alunos possam se apoiar nele para dar continuidade ou refutá-lo mas que não sejam indiferentes em relação a discussão levantada.

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“O Conhecimento pelo conhecimento” - Eis a última armadilha colocada pela moral: é assim que mais uma vez nos enredamos inteiramente dela.

Friedrich Nietzsche

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ANDRADE, Rafael Castro. sistematização de um método para a produção de infográ-ficos com base no estudo de caso do jornal Folha de São Paulo. 2008. 103 fls. Traba-lho de Conclusão de Curso (Graduação em Design Gráfico) – Centro de Educação Comu-nicação e Artes, Universidade Estadual de Londrina, Londrina, 2008.

REsUMo

A infografia é uma área recente, tanto que o próprio termo ainda é discutido por seus profissionais, e por isso carente de literatura específica em português, que aborde de ma-neira direta o modo de produção de infográficos. A relevância do tema no país é notável, principalmente nos meios de comunicação de massa, em especial revistas e jornais, nos quais a infografia atua como elemento atrativo e revitalizador. Este trabalho consiste em sistematizar um método para a confecção de infográficos e se utiliza da experiência do modo de produção do jornal Folha de São Paulo, um jornal de grande circulação nacional que têm a infografia como diferencial em seu projeto editorial. Por meio de um estudo de caso feito em sua redação, confrontado com a análise dos infográficos premiados e litera-tura específica.

Palavras-chave: Infografia. Folha de São Paulo. Método, Jornal.

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ANDRADE, Rafael Castro. Systematization of a method to make infographics based on case study of Folha de Sao Paulo newspaper. 2008. 103 fls. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Design Gráfico) – Centro de Educação Comunicação e Artes, Uni-versidade Estadual de Londrina, Londrina, 2008.

AbStrAct

Infographis is a new area, so the terminology still debated by its professionals, and so lacking in Portuguese literature, that direct way of addressing the mode of production of infogra-phics. The relevance of this issue in the country is remarkable, especially in the mass media, especially magazines and newspapers, where the infographics serves as an attraction and revitalization. This work consists of a systematic method to make infographics and if you use the experience of the mode of production of the newspaper Folha de Sao Paulo, a major newspaper of national circulation that have the infographics as differential in its editorial project. Through a case study done in his writing, faced with the analysis of winners infogra-phics and literature.

Keywords: Infographics. Folha de São Paulo. Method, Newspaper.

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lIstA dE fIgURAs

figura 1 - Decalque da pintura rupestre da Gruta de Altamira. 23

figura 2 - Seção do Livro dos Mortos do Papiro de Hunefer. 24

figura 3 - Estudo sobre o desenvolvimento dos embriões humanos, Leonardo Da Vinci.

24

figura 4 - Gráfico de barras sobre a corrida presidencial das eleições dos Estados Unidos em 2008: utilizado quando há a necessidade de comparações entre dados estatísticos completos.

26

figura 5 - Gráfico Pizza: utilizado quando há a necessidade de indicar divisão de partes e proporções.

26

figura 6 - Gráfico Linear, utilizado quando é necessário se cruzar informações de tempo e dados numéricos, como valores por exemplo.

29

figura 7 - Mapa da cidade de Mendonza (Argentina): necessários quando se deseja indicar um local físico.

28

figura 8 - Tabela sobre a capacidade de cartões de máquinas fotográficas digitais: Utilizadas para comparação rápida de informações.

29

figura 9 - Diagramas descrevendo os principais movimentos de Design: Utilizados para disposição de conceitos, processos e raciocínios.

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figura 10 - Linhas mais finas na segunda imagem colaboram interferindo menos na imagem se comparada a primeira imagem.

31

figura 11 - O infográfico estabelece relações de altura de cada estado com a quantidade de hipotecas em cada estado para fornecer paralelos que permitem ter uma noção maior da quantidade.

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figura 12 - Infográfico “Total Lunar Eclipse” sobre o eclipse lunar. 33

figura 13 - O gráfico de Minard, mostra a baixa do exército de Napoleão. 34

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figura 14 - Anatomia de um acidente. 36

figura 15 - Mapa de varetas, ilhas Marshall. 37

figura 16 - Como o vírus SARS se propagou. 39

figura 17 - Padrão do sistema de semáforos brasileiros 40

figura 18 - Diagrama da Decisão. Are Reward Cards for you? 42

figura 19 - Infográfico “Rio de bens que chega pelo porto”: a informação é melhor assimilada com a total integração dos elementos do infográfico.

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figura 20 - Paleta de Cores e seus grupos de uso: Esquemas, gráficos, mapas e outros usos.

52

figura 21 - Cores para gráficos: Temas subdivididos entre as áreas de economia, estatística e esportes.

53

figura 22 - Elementos gráficos: Ícones, balões e especificações quanto ao seu uso. 54

figura 23 - Linhas: como utilizar linha e qual sua espessura definida para gráficos estatísticos.

55

figura 24 - Fluxo de Trabalho da Infografia na Folha de São Paulo 58

figura 25 - Detalhe do computador com a tela do software Freehand em execução no momento da produção de um infográfico.

62

figura 26 - Bancada de trabalho da equipe de Infografia na redação da Folha. 62

figura 27 - Infográfico “Matemática da Campanha” sobre a disputa Presidencial da Casa Branca..

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figura 28 - Infográfico “São Silvestre” sobre a corrida de São Silvestre. 66

figura 29 - Infográfico “Tragédia em Congonhas” sobre o acidente do avião Airbus A320 da Tam.

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figura 30 - Detalhe do Infográfico “São Silvestre”. 75

figura 31 - Detalhe dos elementos visuais com redundância através da cor. 77

figura 32 - Detalhe da relação de proximidade, dimensão e agrupamento. 77

figura 33 - Infográfico produzido a partir do método piloto, para utilização no exercício.

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sUMáRIo

1. Introdução 15

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 22

2.1 A Necessidade da Explicação e o Surgimento da Infografia 22

2.2 Método de Tufte 30

2.2.1 A Importância dos Detalhes 312.2.2 Paralelismo 32

2.2.3 Múltiplos no Tempo e Espaço 33

2.2.4 Causalidade 34

2.3 Método de Rajamanickam 34

2.3.1 Organizar 362.3.2 Tornar Visível 372.3.3 Definir o Contexto 382.3.4 Simplificar 382.3.5 Redundância 402.3.6 Mostrar Causa e Efeito 412.3.7 Comparar e Diferenciar 412.3.8 Criar Dimensões Múltiplas 422.3.9 Integrar 42

2.4 Infografia Jornalística 44

3. Metodologia da Pesquisa 46

3.1 Estudo de Caso: A produção de infográficos na Folha de São Paulo 46

3.1.1 Planejamento 48

3.1.1.1 Hipóteses do estudo de caso 483.1.1.2 A Folha de São Paulo 483.1.1.3 Contatos para o trabalho de campo 50

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3.1.2 Estudo Piloto 50

3.1.3 Coleta de Dados 50

3.1.3.1 Documentação 513.1.3.2 Entrevista em Profundidade 553.1.3.3 Observação Direta 603.1.3.4 Artefatos 63

3.1.4 Análise da Informação e Relatório 67

3.2 A Elaboração de um Método Piloto 70

3.2.1 Foco ou recorte 703.2.2 Definição do Público Alvo 713.2.3 Coleta de Informações 723.2.4 Análise da Informação 733.2.5 Hierarquização da Informação 743.2.6 Fornecer Parâmetros 743.2.7 Objetividade da linguagem utilizada na peça 753.2.8 Princípios da Sintaxe Visual 76

3.3 O exercício de aplicação 78

3.3.1 Metodologia para aplicação do exercício 783.3.2 Análise dos Resultados 79

4. Resultados 82

4.1 O método para produção de Infográficos 82

5. Conclusão 88

REfERÊnCIAs 93

Apêndices 94

Apêndice A - Níveis de percepção da informação em um infográfico. 95

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Anexos 98

Anexo A - Infográfico “11 de Setembro” produzido por Ariadne Maestrello.

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Anexo B - Infográfico “O que é Cafeína” produzido por Aretha Otsuka. 100

Anexo C - Infográfico “Como Miguelar o Bira” produzido por Pietro Luigi. 101

Anexo D - Infográfico “O Mistério do Sono” produzido por Núbia Aguiar. 102

Anexo E - Infográfico “O Dragão Chinês” produzido por Gustavo Abe. 103

Anexo F - Infográfico “Hierarquia dos Escrúpulos: Comunicação Visual” produzido por Vinícius Ferreira Mendes.

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Anexo G - Infográfico “Os 3 Lados do Mistério” produzido por Glauber Pessusqui.

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Anexo H - Infográfico “Burnout” produzido por Lívia Shimamura. 106

ANexo I - Infográfico “Ações: Como Começar a Investir” produzido por Adriana Ferreira.

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1.INTRODUÇÃO

A infografia é um modo de transmitir mensagens com muitas informações por meio de imagens e palavras, que em conjunto têm o objetivo de esclarecer conteúdos complexos.

Em um manual de montagem, ou em instruções de como abrir uma embalagem e até em uma representação gráfica explicativa sobre como se forma uma galáxia nas pági-nas de uma revista, têm-se a infografia atuando como código entre o emissor e o receptor da mensagem.

Pode se ainda considerar a infografia como um esquema mental representado graficamente. Por exemplo, a explicação de um acontecimento descrito apenas com pa-lavras se torna muito mais concreta e compreensível quando se fornece elementos visu-ais para que o receptor desta mensagem possa estabelecer parâmetros e enriquecer seu repertório visual, de forma que alimente o seu processo cognitivo e assim interpretar e compreender de uma melhor forma a mensagem.

Com a intenção de explicar um fato, acontecimento ou processo a infografia se utiliza de uma combinação de fotografias, ilustrações e textos para produzir uma peça gráfica (estática, animada ou interativa) potencializando a compreensão da informação de maneira clara, eficiente e dinâmica.

Em meados da década de 80 a infografia se popularizou no meio jornalístico com o jornal USA Today, o primeiro no mundo de fato a introduzir e utilizar a infografia como recurso de apoio às suas matérias.

No Brasil, a Folha de São Paulo foi o primeiro jornal a dar espaço para a infografia em sua redação. Atualmente é um dos principais expoentes da infografia jornalística no país tendo em seu currículo medalhas do Prêmio MALOFIEJ, uma das premiações mais importantes para infografia no mundo.

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A Folha de São Paulo conta com uma equipe de profissionais em sua editoria de arte, que além de ser responsável por toda estética do jornal, também produz infográfi-cos, sendo que alguns se dedicam exclusivamente a produção destas peças gráficas. Esta característica se tornou parte da imagem do jornal. O projeto gráfico, conciso e agradável, ressalta conceitos da identidade corporativa do jornal como credibilidade e contempo-raneidade, com tipografias exclusivas e outros elementos que reafirmam a preocupação com o Design Gráfico, um dos responsáveis por tornar o jornal uma referência mundial.

Atualmente existem diversas formas de acesso à informação. A difusão dos meios de comunicação digitais e o advento da internet propiciaram um ambiente que favorece o acesso a todo tipo da mesma. Por conseqüência, o volume produzido aumenta de forma descontrolada e tornando-a cada vez mais efêmera e inconsistente. Diante desse cenário ameaçador, o jornal impresso, que por décadas assumiu o papel de principal veículo de informação de massa, tenta sobreviver.

Para os jornais impressos, de processo de produção de alto custo, distribuição complicada e descarte descontrolado, ter que enfrentar os modelos online, de baixo custo de produção, publicação instantânea e acesso facilitado é uma tarefa delicada e difícil, bem como manter o seu público fiel ao modelo proposto.

Os jornais impressos ao verem seus números de vendas decaírem e sua circula-ção se restringir tiveram que adaptar seus estilos operacionais às realidades do computa-dor, enfrentando a concorrência de um número cada vez maior de provedores eletrônicos de informação. Com isto, tornou-se notável o número de jornais impressos que aderiram ao modelo online para sobreviver no mercado.

Em tese, os jornais online se adequam melhor ao modo de vida contemporâneo. Em meados da década de 90, início da revolução da informática e das mídias digitais, Wurman (1991) afirmou que as pessoas estão expostas a um volume cada vez maior de informação e com menos tempo para absorvê-las, o que causa uma angústia, chamada pelo autor de ansiedade de informação. Os jornais online ao entregar essa informação ao leitor de forma instantânea e sintética oferece um “alívio” a essa ansiedade. Em contra-ponto, a qualidade da informação fornecida é comprometida, uma vez que estes em sua maioria gratuitos, se apóiam em maneiras não tão confiáveis de manter seus custos.

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Para alguns autores, no entanto, com a evolução natural dos meios de comunica-ção tal situação tende a se agravar culminando com o fim do jornal impresso, como afir-ma Meyer (2004). O autor ainda conclui que por volta de 2040 já não haverá mais jornais impressos, sendo estes inteiramente substituídos por meios digitais com jornalismo de qualidade.

Porém o que pode se observar é que o jornalismo impresso servirá como suporte aos meios digitais, já que o meio impresso possui características como maior profundida-de no assunto tratado, hierarquização da informação apresentada, comentários e inter-pretações pertinentes e credibilidade da informação.

A mesma evolução tecnológica que colocou o jornalismo impresso em crise pos-sibilitou o desenvolvimento e avanço do mesmo, os jornais passaram da edição impressa em preto para a edição em cores, dos sistemas manuais para a informatização, e da publi-cidade padronizada para novos e atraentes anúncios.

Hoje, a maioria dos jornais brasileiros conta com modernos equipamentos de pré-impressão e impressão e sofisticados recursos de programação visual dos quais a infografia se beneficia, principalmente com o surgimento de novos softwares, sistemas de redes e computadores.

O surgimento dessas novas tecnologias de produção relacionado ao crescimento da demanda determinaram algumas condições fundamentais para o trabalho dos profis-sionais nas redações, sejam de revistas ou jornais: desenvolverem seus próprios méto-dos de trabalho. Métodos estes que podem ter alguma referência acadêmica mas que, na maioria dos casos, são empíricos.

Além da estética, a própria forma de lidar com a informação e organizá-la em um infográfico é algo muito particular. Esses métodos muitas vezes são tão intrínsecos do dia-a-dia da redação que chegam a passar despercebidos pelos próprios profissionais.

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Este cenário evidencia a oportunidade e necessidade de um material que se uti-lize desse conhecimento tácito dos profissionais da redação dos grandes jornais para documentar e expor a riqueza destes métodos, uma vez que, por se tratar de uma área recente, a infografia sofre com a escassez de material mais específico.

Este trabalho busca investigar o método de produção de infográficos utilizado na Folha de São Paulo, dada a abertura e a relevância do jornal, uma mídia de massa, im-pressa e de circulação nacional, visando sistematizar e capturar a essência do modo de trabalho para a elaboração de um método embasado nos dados obtidos no estudo de caso e na literatura específica

O Problema

Diante da carência de publicações técnicas nacionais sobre infografia, observou-se a necessidade de um material que dê suporte aos profissionais e estudantes expondo a infografia de uma maneira mais objetiva e elucidativa.

Objetivo Geral

Sistematizar um método que sirva de referência para a produção de infográfi-cos.

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Objetivos Específicos

• Contextualizar a infografia aplicada no escopo do jornal impresso expondo suas características, peculiaridades e aplicações;

• Apresentar uma realidade com base no estudo de caso realizado sobre a info-grafia na Folha de São Paulo;

• Observar in loco o modo de produção de infográficos na redação do jornal e entrevistar um profissional da equipe de infografia que lida com a criação e desenvolvimento, como etapas da coleta de dados do estudo de caso;

• Realizar análises por meio de observação de dois infográficos premiados da Folha para verificar o modo de produção;

• Com base no teor dos estudos realizados, propor um método para a produção de infográficos.

Justificativa

Por ser uma área relativamente nova, nota-se a necessidade de contextualizar o que é infografia para que haja uma compreensão dos seus objetivos e definir qual a sua práxis sob a ótica do jornal, dada sua relevância neste meio.

Infográficos servem de apoio aos textos corridos oferecendo uma possibilidade de diferencial na diagramação ou até mesmo uma abordagem mais ampla da redação do texto, já que o infográfico assume a função de citar os assuntos mais específicos e rele-vantes da matéria.

Assim como o rádio não deixou de existir com o surgimento da televisão, apenas assumiu outro papel, o jornal impresso deve assumir novas formas e nuances antes inex-ploradas para continuar a existir. A infografia surge como uma importante ferramenta de revitalização do jornal impresso atraindo o leitor com novos recursos visuais funcionan-do como um diferencial, dada a sua riqueza informacional e seu dinamismo.

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O trabalho realizado apóia-se na solidez do método de trabalho do jornal Folha de São Paulo. Os infográficos produzidos por sua equipe possuem características espe-cíficas em conseqüência da velocidade de produção que o jornal demanda, seu modo de produzir infográficos lhes renderam alguns prêmios internacionais na área.

A apuração da realidade de trabalho na redação da Folha se deu por meio de um estudo de caso que se utiliza, entre outros meios, da observação de campo da redação, para constatação de aspectos gerais do modo de produção, e entrevista com um info-grafista da equipe, para apuração de detalhes das etapas do processo de produção. Este estudo de caso tem por fim formar um juizo de valor em relação ao método de produção utilizado no jornal.

Em um segundo momento infográficos premiados, foram analisados a fim de le-vantar evidências que confrontadas com estudo de caso e a literatura específica tornarão compreensível o modo de produção de infográficos no jornal, este por sua vez tem a fi-nalidade de fornecer subsídios para a sistematização de um método para a produção de infográficos.

Este trabalho se apóia em uma situação real para transpor um conhecimento que é de grande valia para o meio acadêmico, carente de literatura, que comente de forma objetiva e consistente o processo de produção de infográficos. Dessa maneira o trabalho visa disseminar o estudo da infografia para a comunidade acadêmica ao sugerir um mé-todo para a produção de infográficos, discorrido fundamentalmente em forma de texto.

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Hipóteses

Para Goode e Hatt (1969) apud Gil (1999) hipóteses são proposições que podem ser colocadas à prova para determinar sua validade.

Na formulação do trabalho apresenta-se as seguintes hipóteses gerais:

• O modo de produção da Folha pode ser sistematizado em um método;

• O método de produção da Folha não é inteiramente restrito ao jornal e possui características aplicáveis a outros suportes;

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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 A Necessidade da Explicação e o Surgimento da Infografia

Uma das principais características da sociedade humana é a capacidade que seus indivíduos têm de estabelecer relações entre si. Um dos principais canais para isto é a fala, que desde seu surgimento deu ao homem a possibilidade de transmitir experiências aos seus semelhantes e de aumentar suas formas de aprendizado com as experiências dos outros.

Em um primeiro momento este fato é fundamental para sua sobrevivência e para que ele saia da sua condição de nômade, subjugado pela natureza, para ser capaz de compreendê-la e modificá-la a seu próprio benefício. Em paralelo, esta evolução também propiciou a criação de estruturas complexas de sociedade, baseadas na fala e no conheci-mento acumulado por cada indivíduo durante sua vida.

Porém, este acúmulo de conhecimento e experiências adquiridos durante a vida se esvaíam com a morte do indivíduo. Mesmo que esta informação fosse passada verbal-mente para seus descendentes, ela acabava por se distorcer e perdia sua principal função. Neste ponto surge a necessidade de serem passadas mensagens para posteriores sem ser obrigatória a presença do emissor da mesma.

Então surgem as pinturas rupestres (Figura 1), representações icônicas da rea-lidade do homem das cavernas, esboçando uma necessidade de comunicação que preci-sava ser materializada, supondo por exemplo que essa pintura representasse um animal que poderia ser caçado mais facilmente e de que modo ele poderia conseguir caçar esse animal.

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Figura 1.Decalque da pintura rupestre da Gruta de Altamira.Fonte: Museo Arqueológico Nacional de España, 2008.

Estas representações evoluíram e culminaram com o surgimento da escrita.

A história começa com a invenção da escrita, não pela razão banal fre-quentemente sugerida de que a escrita nos permite reconstituir o passa-do, mas pela razão mais pertinente de que o mundo não é percebido como um processo, “historicamente”, a não ser que alguém dê a entender isso por meio da escrita (FLUSSER, 2007, p. 139-140)

Entretanto, a escrita é um código generalista, já que é baseado na representação visual de fonemas, enquanto a representação icônica da realidade ao se propor repre-sentar determinada situação se torna mais eficiente na transmissão de uma mensagem muito específica.

Porém este tipo de mensagem precisa ser contextualizada de forma generalista para que possa ser compreendida, principalmente quando se deseja transmitir uma men-sagem complexa. Este paradoxo levou a humanidade a seguinte solução: mesclar suas formas de transmissão de mensagem, aliando suas formas de representação, para uma comunicação mais eficiente.

Este breve apanhado demonstra como as complexas representações visuais de rituais egípcios em papiros (Figura 2), ou manuscritos de Leonardo da Vinci (Figura 3), podem ser consideradas exemplos claros de infográficos, mesmo que esta nomenclatura só tenha surgido no final do século XX.

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Figura 2.Seção do Livro dos Mortos do Papiro de Hunefer.Fonte: The British Museum, Inglaterra.

Figura 3.Estudo sobre o desenvolvimento dos embriões humanos, Leonardo Da Vinci.Fonte: Biblioteca Real do Castelo de Windsor, Inglaterra.

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Estas representações visuais de caráter informacional, também chamadas de In-fografias 1, aliam texto e imagem (fotografia e/ou ilustração) para revelar o desconhecido e explicar o complexo, de maneira simples, sintética e com foco no receptor da mensa-gem.

Segundo Rajamanickam (2005) o ato de produzir um infográfico consiste em construir representações visuais contendo informações sem simplesmente traduzir tex-tos para imagens. O infográfico deve contar uma história e para isso é necessário filtrar a informação, estabelecer relações entre o conteúdo e as imagens, diferenciar padrões e representar as informações de uma maneira compreensível para o público alvo.

De acordo com Leturia (1998) apud Rajamanickam (2005) os infográficos po-dem sedividir em 4 categorias: gráficos, mapas, tabelas e diagramas.

a) Gráficos - As principais características de um gráfico são utilizar áreas, pon-tos e linhas para fornecer uma visão geral de dados estatísticos. Tufte (2001) afirma que os gráficos devem tornar dados estatísticos em informações claras, consistentes e precisas utilizando-se de pouco espaço e muitos dados, para o autor estas especificações ajudam o leitor a estabelecer suas relações e perce-ber diferenças, mesmo que sutis, entre os dados. Os exemplos a seguir (Figura 4 a Figura 6) são os mais comuns, mas existem outros tipos de gráficos que variam conforme a necessidade do seu uso;

1 Segundo Curtis (1991) o termo tem origem na aglutinação de informational e graphics, do inglês infor-mação e gráficos, já o dicionário Houaiss da Língua Portuguesa apresenta a seguinte definição: Apresentação de informações com preponderância de elementos gráfico-visuais (fotografia, desenho, diagrama estatístico etc.) integrados em textos sintéticos e dados numéricos, ger. utilizada em jornalis-mo como complemento ou síntese ilustrativa de uma notícia.

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ObamaHillary1.5881.419Delegados

Superdelegados

264255Super

delegados

Delegados

Figura 4. Gráfico de barras sobre a corrida presidencial das eleições dos Estados Unidos em 2008: Utilizado quando há a necessidade de comparações entre dados estatísticos completos.Fonte: Folha de São Paulo, 2008.

Figura 5. Gráfico Pizza: utilizado quando há a necessidade de indicar divisão de partes e proporções.Fonte: Kzero.

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Figura 6. Gráfico Linear, utilizado quando é necessário se cruzar informações de tempo e dados numéricos, como valores por exemplo.Fonte: Haisam.

b) Mapas - Os mapas (Figura 7) são representações bidimensionais de um espa-ço tridimensional planificado, que servem como instrumentos de localização, situando determinado local físico, em um mapa, elementos como escala e posi-ções relativas de elementos são essenciais para sua principal função, situar geograficamente;

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Figura 7. Mapa da cidade de Mendonza - Argentina: necessários quando se deseja indicar um local físico. Fonte: Website da cidade de Mendonza

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c) Tabelas - As tabelas (Figura 8) são representações matriciais (dados dis-postos em colunas e linhas) com a finalidade de apresentar informações ra-pidamente, possibilitando um cruzamento posterior de dados, as principais vantagens da utilização da tabela é sua capacidade de organizar muitos da-dos em pouco espaço, levando em conta que para ter efeito na comunica-ção a tabela deve ser organizada de forma visualmente eficiente, com espa-çamentos entre os dados e títulos, para que estes não sejam confundidos;

Figura 8.Tabela sobre a capacidade de cartões de máquinas fotográficas digitais: Utilizadas para comparação rápida de informações.Fonte: Pentax, 2006.

d) diagramas - Os diagramas (Figura 9) são representações visuais estruturadas de conceitos, processos e raciocínios. Para mostrar essas informações são uti-lizados elementos gráficos como, setas, caixas e etc indicando e representando fluxos de informações. Sua principal vantagem é sua capacidade de síntese e organização de algo complexo como o pensamento humano, fornecendo parâ-metros para acompanhar e estruturar o entendimento em relação ao assunto abordado.

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Figura 9. Diagramas descrevendo os principais movimentos de Design: Utilizados para disposição de conceitos, processos e raciocínios.Fonte: MALOFIEJ, 2007.

2.2 Método de Tufte

Para Tufte (1997) infográficos são representações gráficas narrativas, que se uti-lizam de dimensões de informação representadas visualmente para contar uma história, uma vez que as informações realmente interessantes são quase sempre multi-variáveis os infográficos devem trabalhar em duas ou três dimensões de informação (espacial, tem-poral e geográfica).

Um bom infográfico consegue comunicar idéias complexas com clareza, precisão

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e eficiência. Para isso deve-se apoiar em alguns princípios básicos que forneçam ao leitor um grande número de idéias em um curto espaço de tempo, com o mínimo de ruído visual em espaços reduzidos. O autor ainda reforça que a excelência de um infográfico é quase sempre multivariável e um bom infográfico pressupõe mostrar fielmente os dados.

2.2.1 A Importância dos Detalhes

Os elementos estruturais de um infográfico como linhas, setas, marcadores, ro-sas dos ventos, linhas pontilhadas, legendas, caixas, códigos, malhas, sombras, destaques e preenchimentos devem ser utilizados de maneira que não ofusquem a verdadeira in-formação que se deseja transmitir. Como elementos secundários eles devem ocupar um nível inferior favorecendo a clareza da informação primária (Figura 10), utilizando-se de recursos universais da sintaxe visual como: figura e fundo, distância, escala, movimento e hierarquia visual para gerar uma profundidade de informação, que consiste evidenciar em primeiro plano tal informação de forma que ela fique mais distante do que outra con-forme a intenção do designer.

Figura 10. Linhas mais finas na segunda imagem colaboram interferindo menos na imagem se comparada a primeira imagem.Fonte: Visual Explanations, 1997.

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2.2.2 Paralelismo

O pensamento humano baseia-se em quantidades estimadas tempo e espaço, as mesmas são melhor compreendidas quando relacionadas com parâmetros já conhecidos. Uma vez visto um dos elementos de um infográfico todos os outros se tornam acessíveis posteriormente, por conseqüência referenciais de comparação para os posteriores. Tal noção de paralelismo é fundamental para conectar os elementos visuais e transmitir ao leitor sensações de antes/depois, com/sem, alto/baixo, muito/pouco (Figura 11) e etc.

Figura 11. O infográfico estabelece relações de altura de cada estado com a quantidade de hipotecas em cada estado para fornecer paralelos que permitem ter uma noção maior da quantidade.Fonte: The New York Times, 2007.

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2.2.3 Múltiplos no Tempo e Espaço

Imagens múltiplas revelam repetições, mudanças de padrões e elementos im-portantes para transmitir a informação. Os múltiplos ajudam a representar e a narrar um processo, que possui etapas com características distintas, fornecendo parâmetros para a comparação direta, criando listas visuais de objetos e atividades, nomes e ações que auxiliam o leitor a analisar, comparar e diferenciar como no exemplo a seguir (Figura 12). A repetição da lua indica sua coloração e mudanças na sua aparência ao decorrer do eclipse, esta repetição colabora ao evidenciar o que mudou da etapa anterior do eclipse para a próxima.

Figura 12. Infográfico “Total Lunar Eclipse” sobre o eclipse lunar.Fonte: Larry Koehn, 2008.

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2.2.4 Causalidade

Um infográfico deve sempre procurar explicar o motivo de algo acontecer da-quela forma. O gráfico de Minard (Figura 13) mostra claramente o número das tropas de Napoleão diminuindo conforme se moviam na direção leste, e a causalidade é apresenta-da com o tempo, a temperatura e a geografia do local: conforme o frio aumentava, mais soldados morrem. O gráfico mostra, também, que as tropas diminuíram severamente quando tiveram de atravessar um rio durante o inverno.

Figura 13.O gráfico de Minard, mostra a baixa do exército de Napoleão.Fonte: Visual Explanations. 1997.

2.3 Método de Rajamanickam

Rajamanickam (2005) propõe alguns passos para a produção de infográficos à partir da clasificação do tipo de informação que está tentando transmitir em: espacial, cronológica, quantitativa ou a combinação destas.

Ao compreender o tipo de informação deve-se escolher a forma mais adequa-

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da de apresentar os dados (diagramas, mapas e gráficos). Existe ainda um passo após a produção do infográfico que é a escolha do meio em que o infográfico será veiculado que pode ser estático (papel ou tela do computador), animado (Video ou animação), ou inte-rativo (geralmente usado na internet). O diagrama (Diagrama 1) representa visualmente o processo de criação de um infográfico.

Diagrama 1.

Tipo de Informação

Tipo de Dados

Infográ�co

Meio de Comunicação

EspacialInformações que descrevem posições e relações espaciais em uma locação física ou conceitual

CronológicaInformações que descrevem posições sequênciais e relações causais em uma linha de tempo física ou conceitual

QuantitativaInformações que descrevem escalas, proporções, mudanças e a organização de quantias no espaço, tempo ou ambos.

DiagramasÍcone: Mostra a realidade visualmente simplificada.

Sequência: Mostra a suceção de eventos, ações e relações de causa.

Processos: Mostrar as interações passo a passo através de espaço e tempo.

Linha do Tempo: Mostra a Progressão Cronológica.

Exposição: Mostra detalhes de um ponto de vista normalmente não possível para o olho humano, como cortes e etc.

EstáticoÍToda a informação apresen-tada de uma vez.

Gráficos de Jornal, mapas, manuais de instrução, diagramas expositores e etc.

AnimadoInformação apresentada progressivamente em uma sequência lienar.

Animação ou sobreposição de gráficos em vídeo.

InterativoInformação de acordo com as escolhas que o usuário fizer.

Geralmente em sites que são narrativos, instrutivos, simulativos ou exploráveis.

MapasLocação: Mostra a localidade de algo em relação a outra coisa.

Dados: Mostra informação quantitativa em relação a geografia do local.

Esquemáticos: Mostra representações abstratas de geografia, processos, ou sequências.

GráficosFluxo: Mostra as mudanças de magnitude sobre o tempo.

Barras: Mostra comparações proporcionais de magnitude.

Pizza: Mostra a distribuição das partes de um todo.

Organizacional: Mostra as partes de uma estrutura e a relação entre si.

Diagrama traduzido de Venkatesh Rajamanickam sobre o processo de desenvolvimento de um infográfico.Fonte: Infographics Seminaar Handout, 2005.

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Todavia, os infográficos obedecem a casos específicos que podem ser melhor ex-plorados, para isso o autor apresenta também 9 passos para a produção de um infográfi-co: Organizar, Tornar Visível, Definir o Contexto, Simplificar, Redundância, Mostrar Causa e Efeito, Comparar e Diferenciar, Criar Dimensões Múltiplas e Integrar. Cabe neste mo-mento ponderar que o autor em suas proposições as trata de maneira sucinta, o que dife-re do objetivo deste tarbalho que explora um método mais aprofundado de produção.

2.3.1 organizar

Organizar toda a informação disponível e planejar como representá-la é o pri-meiro, o mais importante e difícil estágio na criação de qualquer infográfico. O infográfico representando um acidente de trem (Figura 14), por exemplo, representa a colisão de dois trens causada por um automóvel vindo de uma estrada próxima.

Figura 14. Anatomia de um acidente. Fonte: Jornal El Pais. 2005.

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Para explicar tal fato, é necessário trabalhar com informações de diferentes áre-as do conhecimento humano como: a geografia para descrever o local; a física para justi-ficar a causa; além de outros fatores como a ordem cronológica dos acontecimentos e os objetos envolvidos. Estas informações devem ser organizadas com a quantidade correta de detalhes e ênfase para que o leitor compreenda o acidente.

2.3.2 Tornar Visível

Os pescadores das ilhas Marshall tem usado por séculos mapas feitos com vare-tas de bambu amarradas (Figura 15), para representar visualmente a distância entre as ilhas, onde ficam e a direção das mesmas.

Dados numéricos relacionados a quantidade, distância, porcentagem, direção, entre outros, são melhor compreendidos quando apresentados graficamente.

Figura 15.Mapa de varetas, ilhas Marshall. Fonte: Infographics Seminaar Handout. 2005

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2.3.3 Definir o Contexto

Utilizando novamente o exemplo do infográfico sobre o acidente dos trens (Fi-gura 14) , definir um contexto começa por representar graficamente o local do aconteci-mento para que o leitor obtenha noção do espaço. A vista superior foi selecionada devido à estrada e os trilhos por serem componentes essenciais para a compreensão do acidente. Durante a primeira colisão, a vista está mais próxima dos objetos, já na segunda, se afasta e por meio disto é estabelecida a diferença na escala da colisão, tornando compreensível o fato de que o acidente foi causado por um veículo pequeno.

2.3.4 Simplificar

Representações simples e objetivas são mais fáceis de se interpretar, já que o usuário se distrai facilmente com objetos desnecessários contidos na peça gráfica. O in-fográfico do jornal The New York Times que mostra a propagação do vírus SARS (Figura 16) exemplifica a importância do princípio da simplicidade no aspecto visual do mapa e no uso de cores.

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Figura 16.Como o vírus SARS se propagou.Fonte: Jornal The New York Times. 2005.

O infográfico mostra a propagação de país a país, em uma representação simples e suficiente para transmitir a mensagem. As cores são utilizadas para indicar os propaga-dores primários, secundários e terciários do vírus.

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2.3.5 Redundância

É um conceito que emergiu da teoria da informação para comunicação. Redun-dância é o oposto de informação, algo redundante adiciona pouca, senão nenhuma, in-formação para a mensagem. O objetivo de adicionar redundância é reforçar informações importantes, como por exemplo um semáforo (Figura 17), que controla o tráfego de veí-culos por meio da cor das luzes mas também utiliza a posição destas para reforçar a men-sagem. Entretanto, a quantidade de redundâncias utilizadas em uma mensagem deve ser a menor possível, de forma a não cansar o leitor.

ParePrimeira Lanterna (Alto)

AtençãoSegunda Lanterna (Meio)

Siga em FrenteTerceira Lanterna (Baixo)

Figura 17. Padrão do sistema de semáforos brasileirosFonte: Própria

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2.3.6 Mostrar Causa e Efeito

Na tentativa de compreender alguma situação, o usuário procura informações para examinar a causa de tal. O diagrama da decisão (Figura 18), mostra a causa e o efeito levando o leitor por caminhos determinados de acordo com suas decisões, apresentan-do-o as conseqüências.

Figura 18. Diagrama da Decisão. Are Reward Cards for you? Fonte: Infographics Seminaar Handout. 2005

2.3.7 Comparar e diferenciar

Comparações e diferenciações facilitam a compreensão de informações. No in-fográfico do jornal The New York Times sobre a propagação do SARS (Figura 16), por exemplo, existem comparações por meio do uso de um código de cores que diferencia in-fecções primárias, secundárias e terciárias. Pontos são usados para indicar o número de pessoas infectadas. Isto ajuda o usuário a fazer uma rápida comparação visual do volume de pessoas infectadas por diferentes países.

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2.3.8 Criar Dimensões Múltiplas

No gráfico de Minard (Figura 13) a respeito do avanço do exército de Napoleão sobre a Rússia, é possível notar seis dimensões: o tamanho do exército, latitude, longi-tude, direção em que o exército se movia, temperatura e data. Numa só folha de papel, Minard foi capaz de transmitir toda a informação necessária para representar detalhada-mente a mal sucedida marcha de Napoleão rumo à Rússia.

2.3.9 Integrar

É importante apresentar dados coerentes, então é necessário evitar referências à figuras e exemplos no texto, informações de comparação devem estar lado a lado, o con-teúdo deve possuir continuidade integrando as informações visuais com as textuais e não uma quantidade grande de texto separada de todas as figuras, com estas todas reunidas em um apêndice.

A integração entre os elementos gráficos e textuais é o que diferencia um texto com imagens de um infográfico. Pode-se verificar esta integração no infográfico “O rio de bens que chega pelo porto” (Figura19), nele as ilustrações indicando a produção na Ásia, armazenagem no container e despacho por navio, a descarga e distribuição, relacionam vários acontecimentos que acontecem de forma sequencial apresentando-os de uma úni-ca vez interelacionados de uma maneira atrativa para o leitor.

Isto é feito de tal modo que a compreensão total do assunto não seja feita apenas com a leitura da parte textual e muito menos só com a observação da parte ilustrativa do infográfico.

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Figura 19.Infográfico “Rio de bens que chega pelo porto”: a informação é melhor assimilada com a total integração dos elementos do infográfico. Fonte: MALOFIEJ, 2007.

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2.4 Infografia Jornalística

Segundo Tavejnhansky (2005), o primeiro exemplo de infográfico usado em jor-nais data de 1702, no The Daily Courant, o primeiro diário inglês, no entanto a infografia só veio a se popularizar no jornal impresso na década de 80 com o USA Today que além de introduzir a infografia inovou com o uso de ilustrações, fotografias em cores, o que até então existia na área.

No Brasil o primeiro jornal a tratar de fato a infografia como ferramenta foi a Folha de São Paulo, que já no fim dos anos 80 começou um investimento maciço em in-formatização trazendo os primeiros computadores Macintosh com softwares gráficos à sua redação, até então tudo era construído manualmente. Os computadores chegaram e expandiram as possibilidades dos infografistas.

O Poynter Institute for Media Studies de St. Petersburg, Flórida, vem realizando periodicamente estudos de Eye-Tracking2 com leitores habituais de jornal, que mostram que os leitores procuram as imagens e os infográficos primeiro, dentre as demais infor-mações do jornal.

Stark (2004), pesquisadora do Poynter Institute, afirma que infográficos são uma combinação de palavras e elementos visuais que explicam os acontecimentos descritos na matéria e situam a história e seus elementos em um determinado contexto, por pos-suir estas características se tornam um elemento muito atraente nas páginas do jornal.

Muitas vezes esses elementos mostrados no infográfico não são descritos com tantos detalhes na reportagem, por isso ele é necessário para tornar a informação mais clara e atrativa, o que leva muitos editores a substituírem algumas matérias pelos in-fográficos. Porém os elementos de uma matéria não devem competir. O infográfico não deve ser considerado mais importante que o texto redigido ou a fotografia e vice- versa,

2 Eye Tracking é um estudo que consiste na observação do movimento da íris do indivíduo no ato de leitura de um jornal. Por meio de câmeras e sensores dados como piscadas e movimentações dos olhos são documentados e analisados posteriormente, esses estudo realizado pelo Poynter Institute definiu os parâmetros do Design Jornalístico nas últimas décadas http://poynterextra.org/eyetrack2004/history.htm

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os elementos devem se complementar e interagir para que os fatos sejam transmitidos da melhor maneira possível.

Em um jornal, os infográficos devem ter o caráter investigativo de uma reporta-gem tratando do quê, quando, onde, como, por quê e por quem, porém utilizando repre-sentações visuais como linguagem.

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3. Metodologia da pesquisa

3.1 Estudo de Caso: A produção de infográficos na Folha de São Paulo

O estudo de caso é um método de pesquisa de caráter exploratório que implica na realização de uma análise de um ou poucos objetos, porém de forma mais aprofun-dada, que possibilite um conhecimento mais detalhado do objeto. A principal finalidade desse método de pesquisa é proceder a uma investigação ou caracterização mais ampla e aproximativa, no intuito de formular questões mais precisas que possam nortear estudos posteriores (GIL, 1991; YIN, 2001).

Neves (1996) complementa que o estudo de caso é o método mais recomenda-do quando se procura saber como e porque certos fenômenos acontecem, ou analisar eventos sobre os quais a possibilidade de controle é reduzida ou quando os fenômenos analisados são atuais e só fazem sentido dentro de um contexto específico.

Baseado nas características levantadas anteriormente, este trabalho se enquadra como um estudo de caso segundo os autores citados, mediante o qual se buscou identifi-car detalhes do modo de produção de infográficos da Folha para servir de subsídios para a elaboração de um método.

Nesse trabalho são adotadas as cinco etapas propostas por Wimmer e Dominick (1996) para a elaboração de um estudo de caso:

a) Planejamento – Nesta etapa foi firmado contato com Marcelo Pliger, desig-ner gráfico, que trabalha para a Folha como infografista desde 1997, que forneceu materiais e meios para a observação do processo, juntamente com o andamento da revisão de literatura que fomentou a compreensão do assunto;

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b) Estudo-Piloto – Realizou-se um visita a redação da Folha para constatar pos-síveis falhas no planejamento e organizar sistematicamente o estudo, a partir da observação do trabalho da equipe de infografia in loco.

c) Coleta dos Dados – Realizada juntamente com a etapa anterior, a fase de co-leta de dados tem por objetivo recolher o máximo de informações possíveis, para isto foram utilizados quatro modos principais para obtenção da informa-ção:

• Documentação, a partir da pesquisa histórica sobre a Folha de São Paulo e do material pré existente sobre o ofício da infografia em sua redação ;

• Entrevista em profundidade semi-estruturada, Marcelo Pliger;

• Observação direta do modo de produção, na visita à redação;

• Artefatos, que no modelo proposto pelos autores, são evidências que po-dem ser observados como parte do estudo. Neste caso os artefatos são os infográficos produzidos pela equipe impressos em jornal ou em arquivos digitais.

d) Análise da Informação - Foi realizada a análise dos dados coletados nas etapas anteriores. Os dados foram analisados comparando as informações obtidas na entrevista com a observação direta.

e) Redação do Relatório - Neste trabalho esta fase é executada e apresentada em conjunto com a etapa anterior.

É importante ressaltar que Duarte apud Duarte & Barros (2005) complementa que independentemente do número de etapas fixadas para o desenvolvimento do estudo, todas elas se sobrepõe em diversos momentos, sendo difícil traçar uma linha divisória precisa entre as mesmas, isto explica a ocorrência de algumas etapas em paralelo.

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3.1.1 Planejamento

Neste momento procurou-se aprofundar os conhecimentos sobre o assunto, bem como sobre o ambiente onde ocorre o estudo, a redação da Folha de São Paulo. Por meio da literatura relativa ao caso, já citada anteriormente em outras etapas deste trabalho, foi estruturado um projeto preliminar, no qual foram descritas hipóteses em relação ao mé-todo de produção de infográficos na Folha, fundamentados na observação de infográficos dos exemplares do jornal.

3.1.1.1 Hipóteses do estudo de caso

• Há tratamentos distintos de linguagens para cada caderno do jornal;

• O trabalho da infografia se dá em uma linha de produção na qual cada info-grafista elabora uma parte do infográfico;

• A velocidade de produção se apóia em elementos mais técnicos (elementos pré estabelecidos como boxes, setas, tipografias e demais elementos) do que práticos para a produção de infográficos;

• Não existe um material que oriente a produção de infográficos;

3.1.1.2 A Folha de São Paulo

Para situar, contextualizar e servir de suporte para uma análise prévia do am-biente onde se dá o estudo, foi elaborada uma pesquisa sobre a história da Folha de São Paulo.

Fundada em 1921, tornou-se na década de 80 o jornal mais vendido no país . O crescimento foi resultado das características editoriais do jornal: pluralismo, apartida-rismo, jornalismo crítico e independência. Organizado em cadernos temáticos diários e suplementos, tem circulação nacional.

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A Folha é hoje o jornal brasileiro de maior tiragem e circulação. Possui um dos maiores parques gráficos da América Latina, com capacidade de imprimir 16.640.000 páginas por hora. As páginas da Folha, produzidas na redação, no centro da cidade de São Paulo, são digitalizadas e transmitidas por fibra ótica a gráfica localizada em Tamboré-SP. O sistema de manejo e expedição dos jornais é totalmente automatizado.

O Design sempre ocupou uma posição de destaque no jornal, seja na disposição da própria redação, organizada em um sistema de ilhas para cada caderno que facilita o fluxo de trabalho e comunicação entre os cadernos, ou na posição que editoria de arte ocupa fisicamente na redação: “vizinhos” da editoria-chefe. Mas o ponto que torna clara a preocupação com o Design é no próprio projeto gráfico do jornal.

A partir dos anos 80 o projeto gráfico passou a ser coerente com as remodela-ções dos padrões de comportamento profissional e editoriais. Mudanças gráficas como a organização do noticiário em cadernos temáticos, introduzida em meados da década de 90, e a utilização intensiva, desde os anos 80, mapas, quadros, tabelas, gráficos e ilustra-ções, quando computadores Macintosh passam a ser empregados na editoria de Arte para auxiliar na elaboração destas peças gráficas foram cruciais para consagrar a Folha como um dos maiores jornais brasileiros.

A versão mais recente do projeto gráfico data de 2006 e foi elaborada pela equipe de artistas gráficos do próprio jornal, coordenada pelo editores, na época, Massimo Gen-tile e Melchiades Filho. O projeto teve consultoria do designer americano Mario García, responsável pelo redesenho dos jornais “The Wall Street Journal”, “Libération” (França) e “DieZeit” (Alemanha), entre outros.

Segundo García (2006), em entrevista à Folha de São Paulo, o projeto levou em conta as mudanças nos hábitos de leitura, sobretudo após a expansão da internet. “As pessoas estão cada vez mais seletivas em relação àquilo que vão ler. O objetivo do novo projeto é informar, divertir e surpreender o leitor, fazendo um jornal que ofereça repor-tagens relevantes, editadas de maneira criativa”.

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3.1.1.3 Contatos para o trabalho de campo

Por meio de uma pesquisa realizada na internet, chegou-se ao portfólio virtual de Marcelo Pliger, onde há uma parte direcionada ao contato, que foi realizado via email. Desde o primeiro momento Marcelo se mostrou muito solícito e disposto a colaborar no que fosse necessário para a pesquisa, neste contato inicial ele recomendou uma biblio-grafia básica sobre o tema.

3.1.2 Estudo Piloto

A partir da confirmação do apoio foi agendada uma visita, que ocorreu em pa-ralelo com a pesquisa bibliográfica. Este dado é interessante, pois na visita se refutaram algumas hipóteses, como por exemplo: o fluxo de trabalho, no qual imaginava-se um mé-todo de produção em série por parte dos infografistas e a inexistência de um material que orientasse a produção da infografia no jornal.

Na redação da Folha, constatou-se que o fluxo de trabalho acontece de forma in-dividual e existe um manual que normatiza, mas não limita, a produção de infográficos.

3.1.3 Coleta de Dados

O objeto de estudo se caracteriza como um processo, por isso cada detalhe que possa ser percebido em seu desenvolvimento é de extrema importância, podendo influir de maneira considerável no resultado final.

Para identificar o método de trabalho da equipe de infografia na Folha de São Paulo foi realizada uma entrevista em profundidade com Marcelo Pliger. A entrevista foi realizada na própria redação do jornal em Maio de 2008, o que permitiu uma observação do fluxo de trabalho in loco.

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3.1.3.1 documentação

O Manual de infografia Folha

A produção de infográficos segue uma padronização. Algumas dessas diretrizes são definidas pelo Manual de Infografia da Folha.

O Manual de Infografia faz parte do material produzido para o novo projeto grá-fico da Folha, implantado em 2006. Por motivos de segurança, já que se trata de um mate-rial de uso interno do jornal foram fornecidas apenas algumas imagens do mesmo, porém durante a visita obteve-se acesso ao material por completo e foi levantada a seguinte hipótese: este manual está mais relacionado ao estilo e unidade visual que o infografista deve seguir não abordando aspectos teóricos da produção.

Este material traz definições quanto ao estilo gráfico que deve ser adotado como pode-se ver a seguir (Figura 20 a Figura 23). Estas definições são detalhadas e abrangem: paleta de cores, combinações possíveis e recomendadas destas cores; utilização de ele-mentos visuais pré estabelecidos pelo projeto gráfico bem como a espessura de linhas em gráficos e localização de títulos, subtítulos, legendas e tipografias.

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Figura 20. Paleta de Cores e seus grupos de uso: Esquemas, gráficos, mapas e outros usos.Fonte: Manual de Infografia Folha de São Paulo, 2006.

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Figura 21. Cores para gráficos: Temas subdivididos entre as áreas de economia, estatística e esportes.Fonte: Material de uso interno Folha de São Paulo, 2006.

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Figura 22. Elementos gráficos: Ícones, balões e especificações quanto ao seu uso.Fonte: Manual de Infografia Folha de São Paulo, 2006.

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Figura 23. Linhas: como utilizar linha e qual sua espessura definida para gráficos estatísticos.Fonte: Manual de Infografia Folha de São Paulo, 2006.

3.1.3.2 Entrevista em Profundidade

A entrevista em profundidade semi-estruturada é um método qualitativo de co-leta de dados, que visa obter do entrevistado informações objetivas e subjetivas relevan-tes ao estudo. Este modelo de entrevista caracteriza-se por não utilizar um questionário para obter dados e sim de um roteiro no qual o diálogo transcorre de forma livre no tema proposto.

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O objetivo principal desta entrevista foi compreender como funciona o fluxo de trabalho de um infografista na redação da Folha, levando em consideração o ponto de vista do entrevistado a respeito do processo de produção, para fundamentar a produção do método com dados relevantes da realidade da qual ele foi extraído.

A equipe de infografia

Os infográficos ou “infos”, como são chamados dentro do jornal são produzidos pela equipe de infografia, que é o grupo de pessoas na editoria de arte dedicadas apenas a este ofício. A editoria é formada não só por infografistas mas também diagramadores e ilustradores.

Marcelo expôs um panorama geral do perfil do profissional de infografia na Fo-lha. Na equipe há jornalistas, designers, arquitetos, publicitários entre outras formações. Uma equipe multidisciplinar, mas de alguma forma envolvida com o Design academica-mente. Todos fazem ou já fizeram alguma pós-graduação na área.

A relevância do meio acadêmico para o trabalho da infografia no jornal de for-ma alguma é desconsiderada, mas a ênfase do trabalho na redação é calcado na prática. Para o entrevistado uma parte considerável das pessoas que trabalham com este ofício aprenderam a fazer infográficos empiricamente, e por conseqüência acabaram cada um criando seu próprio método, o que vêm a somar para o trabalho da equipe.

O entrevistado ainda afirma que existem livros que esboçam algum estudo no intuito de se criar um manual de “como fazer infográficos” mas que na prática a visão que estes materiais oferecem diferem muito e se tornam distantes do seu objetivo.

A equipe tem uma alta rotatividade de pessoal mas grande parte está no jornal há mais de 10 anos, fator importante que comprova o amadurecimento e a solidificação do modo de trabalho.

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Quando questionado sobre a evolução técnica da práxis da infografia Marcelo cita o prêmio MALOFIEJ, uma premiação específica da área para a qual todo ano são enviados centenas de trabalhos de todo o mundo. Os premiados são publicados em um anuário que acaba servindo de referência para os profissionais da área.

As ferramentas de produção

Para a produção de infográficos é utilizado basicamente o computador. A plata-forma utilizada é a Mac/Apple muito familiar aos profissionais ligados a esta área. A Folha provém equipamentos sempre atualizados para uma maior eficiência de sua produção.

Os softwares utilizados são o Macromedia Freehand MX para imagens vetoriais e o Adobe Photoshop para imagens em bitmap (fotografias e demais). Marcelo comenta uma dificuldade atual da equipe: migrar de software do Macromedia FreeHand, utilizado desde os primórdios da implantação dos computadores na editoria, para o Adobe Illustra-

tor que é um software mais completo e atual. Além disso a migração é necessária pois o software Macromedia Frehand saiu de linha e se tornará cada vez mais raro achar profis-sionais que trabalhem com esta ferramenta.

Segundo Marcelo, o software condiciona o meio de produção mas não limita. Ele acredita que a migração será positiva e trará melhorias para o trabalho da equipe.

Os infografistas têm como material para produzir os infográficos o banco de ima-gens vetoriais, produzido por eles mesmos para agilizar o processo. Este banco contém mapas, ilustrações entre outros elementos gráficos vetoriais necessários para a produção de uma peça. Alem disso pode-se recorrer ao acervo da Agência Folha de fotografia, uma das maiores deste ramo no país.

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O fluxo de produção

Este fluxo representado graficamente a seguir (Figura 24) é fundamental, pois evidencia detalhes que permitem transpor um método empírico em um material de valor acadêmico.

Figura 24.Fluxo de Trabalho da Infografia na Folha de São PauloFonte: Própria

a) Solicitação - Pela manhã o “fechador3” comparece à reunião dos editores, na qual é definido o assunto do jornal do próximo dia e um repórter ou um redator solicita por meio de um arquivo de texto, infográficos, ou tabelas, ou mapas e ilustrações. Nesse arquivo de texto também contém as informações necessárias para se produzir as peças.

b) Peneira do fechador- O “fechador” lê esses dados, às vezes conversa com o repórter ou redator sobre a melhor maneira de elaborar o infográfico e escolhe um infografista da equipe para fazer o trabalho. Anota o nome do trabalho, o nome de quem está fazendo e um código em uma planilha para ter controle de quem produz o quê.

c) Infografista - O infografista recebe os dados e as informações e faz o info-gráfico. As vezes ele mesmo tem de conversar novamente com o redator ou repórter ou fazer pessoalmente alguma pesquisa.

3 Editor responsável pelo fechamento da edição do Jornal

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d) Pré-Impressão - O infográfico é impresso com o nome do autor e o tamanho.

e) Revisão - O redator que solicitou o infográfico revisa a peça e retorna o im-presso com correções. Não é raro ele acompanhar pessoalmente a correção.

f) Correção - Normalmente o infografista corrige e imprime de novo o infográfi-co.

g) Segunda revisão - O redator mais uma vez confere o impresso corrigido e geralmente repassa para outro redator conferir também.

h) segunda correção – O infográfico é novamente corrigido.

i) Espaço dos anúncios - Nesse momento chega o “espelho”, um diagrama que indica onde entrarão os anúncios no jornal. Normalmente o infográfico, prin-cipalmente os maiores, tem de mudar de tamanho para se adaptar ao espaço reservado na página.

j) Terceira revisão - Com o tamanho adaptado, nova impressão, nova revisão e correção.

k) Exportação do arquivo - Por volta das 20h, com todas correções feitas o infografista gera um EPS e joga o arquivo em um diretório para que o diagra-mador que está montando a página tenha acesso.

o processo de produção

Para Marcelo um bom infográfico é aquele que se faz compreender pelo leitor facilmente, e para atingir esse objetivo os pontos determinados pelo Manual de Infografia da Folha ajudam e agilizam o trabalho, além do bom senso do profissional para compor uma peça gráfica de qualidade.

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O entrevistado ressalta a importância dos princípios básicos da sintaxe visual para a produção de um bom infográfico, como a hierarquização da informação, composi-ção entre outros.

Quando questionado se as linguagens dos infográficos diferiam entre os cader-nos do jornal Marcelo explica que há um consenso sobre isto mas não de forma explícita e geralmente o infografista se guia pelo próprio teor do caderno ou da matéria. Os infogra-fistas tem autonomia para dar a linguagem adequada a parte textual do infográfico, quan-do o texto não “casa” completamente com a informação, mas isso apenas em infográficos de valor menor dentro da edição, para os infográficos principais costuma-se consultar os editores.

O tempo é um fator determinante e não é raro de última hora o jornal sofrer re-viravoltas em sua edição e mudar tudo. Em determinado caso citado pelo entrevistado, ocorreu determinado evento, de interesse nacional, perto do horário de fechamento do jornal que ocorre aproximadamente às 20h, e novas matérias e novos infográficos tive-ram que ser produzidos para cobrir este evento. Não havia imagens no banco relativas ao assunto necessário e faltando apenas 30 minutos para o fechamento do jornal, ele então recorreu a um banco de imagens na internet e gerou uma solução.

A fidelidade do processo de impressão do jornal é pobre e costumeiramente acontecem alterações de cor e falhas de registro. Esta falta de qualidade é justificável por causa do alto custo de produção que uma impressão de qualidade teria para um material tão volátil.

3.1.3.3 Observação Direta

Para Lakatos e Marconi (1991) a observação direta é feita no ambiente real, re-gistrando os dados à medida que o processo for ocorrendo, espontaneamente. Em acordo com os autores, após a entrevista, feita em um local reservado, retornou-se para a redação onde foram mostrados detalhes do fluxo, como: o funcionamento dos softwares, os profis-sionais envolvidos, o Manual de Infografia da Folha, o banco de imagens e o rascunho do

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61

jornal, o já citado anteriormente “espelho” e as demais ferramentas de produção.

Esta etapa do estudo contribui ao evidenciar dados informais a respeito do ob-jeto de estudo, observar o local de trabalho, a forma de disposição das editorias e o bom relacionamento que existe dentro da equipe de infografia e o desenvolvimento de um in-fográfico feito por Marcelo, tornam palpáveis elementos que complementam a entrevista em profundidade por inferirem diretamente na produção dos infográficos.

funcionamento da editoria de arte

O horário de trabalho na redação é das 15 horas até o fechamento do jornal que geralmente ocorre entre 20 e 21 horas. Este horário é flexível e pode se estender caso haja alguma alteração no jornal próxima do horário de fechamento, como o surgimento de uma nova manchete de extrema relevância ou então um novo anúncio.

O bom relacionamento da equipe ajuda a amenizar esta pressão do trabalho e se reflete na produção. Os infográficos da Folha têm como peculiaridade um caráter mais descontraído sem perder a seriedade que o meio pede.

Os infográficos em sua maioria são uma combinação de ilustrações vetoriais com fotografias, ou apenas vetoriais. O principal motivo deste fato é a praticidade e a versati-lidade da imagem vetorial, pois é comum redimensionamentos e substituições de cor, o que ocorre tranqüilamente quando a imagem é desta natureza, além do aumento da ve-locidade ganho em todo o processo de produção e minimização das falhas de impressão por ser um tipo de representação gráfica mais simples.

Page 63: manual infográfico

62

Figura 25. Detalhe do computador com a tela do software Freehand em execução no momento da produção de um infográfico.

Figura 26. Bancada de trabalho da equipe de Infografia na redação da Folha.

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63

Apesar da equipe de infografia ser formada por 10 pessoas, são raros casos em que estes profissionais trabalham em conjunto para a produção de um infográfico. Depen-dendo da complexidade do infográfico o “fechador” pode designar mais de um infografis-ta para produzi-lo, mas geralmente este trabalho é feito por apenas um profissional.

No quesito que tange ao conteúdo do infográfico, é fato que, após receber a infor-mação sobre a qual o se trata o profissional geralmente cruza-se algumas fontes de infor-mação. Para isto ele tem acesso ao acervo do próprio jornal, a internet e se necessário o infografista vai até o local do ocorrido. Caso detecte alguma inconsistência na informação reporta ao próprio editor que lhe solicitou o material, para a correção. A fidelidade dos fatos é algo muito estimado no meio jornalístico e algumas gafes podem ser fatais para a imagem do jornal como empresa. Alguns cartazes distribuídos pela redação alertam “Na dúvida, cite a fonte”.

Quanto à produção do infográfico, pode-se perceber que ao refinar esta infor-mação o infografista dá início ao processo de desenvolvimento prático do infográfico, no qual se utiliza dos recursos do computador para estruturar o infográfico, acessando os bancos de imagens e vetores, caso necessário. Em alguma etapa do processo para facilitar seu próprio entendimento a respeito do assunto o infografista pode fazer um rascunho a mão do fluxo do infográfico. Durante esta etapa de desenvolvimento o infografista im-prime algumas provas do infográfico para ter uma noção melhor do que está produzindo e mostra este produto para os editores responsáveis, que apontam possíveis mudanças. Após estas mudanças o arquivo é salvo e enviado para o sistema, que será utilizado pelo diagramador.

3.1.3.4 Artefatos

Os artefatos são fontes de evidência que fomentam a etapa de levantamentos de dados, complementando a entrevista em profundidade e a observação direta. As peças foram fornecidas por Marcelo Pliger.

Page 65: manual infográfico

64

O desenvolvimento e produção do infográfico “Matemática de Campanha” (Figu-ra 27) por Marcelo Pliger, foi acompanhado durante a etapa de observação de campo na data da visita. Os outros infográficos “São Silvestre” (Figura 28) e “Acidente em Congo-nhas” (Figura 29) foram premiados no MALOFIEJ 2006.

Page 66: manual infográfico

65

Figura 27. Infográfico “Matemática da Campanha” sobre a disputa Presidencial da Casa Branca. Fonte: Folha de São Paulo, 2008.

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Figura 28.

D4 esporte SEGUNDA-FEIRA, 31 DEDEZEMBRODE 2007 ef

Bruno Miranda/Folha Imagem

FOTO4.016.00

Onúmerodeatletasidososcresceemprogressãogeométrica.Éumadisputagostosa.Nãoexistepremiação.Oprêmioétemumcorposaudável,superarseuslimitesedormirbemADEMARTRISTÃOFILHOcorredorde 65 anosque vai disputar aSãoSilvestre

Afestaémuitobonita,temgentenaruaaplaudindo,incentivando.Nofinal,agenteficacansado,masmuitofelizporqueconseguiucruzaralinhadechegadaCARLOSMARCHETTIcorredor de 84anos,o maisvelho inscritona São Silvestre

Carlos Marchetti, 84, corre uma hora e meia três vezes por semana e hoje estará na São Silvestre pelo segundo ano consecutivo

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Consolação

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CHEGADA 1 km 817 m

6 km 751 m

10 km735 m

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12 km 747 m

13,5

km

782

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km

811

m

9 km 790 m

8 km 750 m

2 km792 m

Dica: É a descida mais acentuada e

quando a muvuca se dissipa. N

ãoexagere na aceleração, pois o desgastepoderá ser sentido m

ais à frente

Dica: O percurso é cheio decurvas, e o asfalto se alternacom paralelepípedos. É precisocuidado para não escorregar

Dica: O viaduto é um teste para verquem está com energia. A subida éacentuada, mas não é longa

Dica: É o início do maiorretão da prova. Convémusar gel de carboidratoe beber água. Mas sóuse o gel se estiverhabituado

Dica: P

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Prep

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ara

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echo

fina

l

3 km750 m

Dica: A descida já acabou, e o percurso volta

a se afunilar. É normal perder um

pouco detem

po na aglomeração

4 km750 m

Dica: Não deixe de se hidratar. A

proveitepara se soltar e ganhar ritm

o

5 km754 m

Dica: É a primeira subida da prova.

Embora curta, é acentuada nos

primeiros 150 m

. É importante

não perder o ritmo

7 km 747 m

Gazeta

Dica: Não pare de imediato apósultrapassar a linha. Façaalongamento e beba água

15 km 816 m

LARGADA

MASP

0 km 816 m

Dica: Até a mais paulistana das provassofre com engarrafamento. São 20 millargando. Não saia atropelando todo mundo

*Tempo dos vencedores em 2006**Média de todos os atletas em 2006

Consultoria técnica: Cláudio Castilho(Pinheiros e equipe Saúde &Performance) e Frederico Fontana(equipe Quality Life)

Imagem ilustrativa

AV. PAULISTAAV. PAULISTA

COMPARE O SEU TEMPO*

Masculino 44min07s

Feminino 51min24s

Masculino 1h25min23s

Feminino 1h35min58s

Elite

Geral

O QUE USARNO DIA DAPROVA

Tênis: Use um apropriadopara corrida de acordo comsua pisada (pronador,neutro ou supinador)

Meias: As estilosapatilha deixam o pémais livre para a corridae também ajudam aabsorver suor

Shorts: De cor clarae confortável, deveter um bolso paratransportar o gel decarboidrato

Boné: Usar decor clara e bemventilado

gel

Vaselina: Passar nasaxilas, virilha e mamilospara evitar assadura porconta do atrito durantea prova

Camisa: Leve,confortável e decor clara. Prefiraas que favorecema absorção do suor

Nível extremo deradiação UVApesar do horário,use protetor solar

Sol entre nuvens,com pancadas dechuva

Mín.

19˚Máx.

32˚

CONHEÇAO CIRCUITODA PROVA

Gire a páginapara ler

Paraatletas 15h15Feminino 16h30Masculino e geral 16h45

Pça. Roosevelt

Edua

rdo

Ast

a/Fo

lha

Imag

em

SPLIT ALARM

HR.

IdadenãopesaparaquemcorrenaSãoSilvestreMarcas obtidas pelos atletas commais de60anos são asquemais caemna tradicional provade ruadeSãoPaulo

................................................................................................DAREPORTAGEMLOCAL

Ademar Tristão Filho aban-donou os jogos de várzea em1976. Seu corpo, no entanto,não agüentou ficar parado. Elogo a paixão pelo futebol deulugar ao tênis e a quilômetros equilômetrosdepassadas.Hoje, aos 65 anos, é exemplo

deummovimentocomprovadopelas marcas da São Silvestre.Cada vez mais os idosos brasi-leiros se dedicam a atividadesfísicas. E quem abraça o espor-te competitivo tem desempe-nhocadavezmaisdestacado.Namais tradicional prova de

rua do país, apenas os corredo-res das categorias commais de60 anos tiverammelhora signi-ficativa no tempo médio depercurso se comparado 2006 a1998,omaisantigoregistrado.Naquele ano, a média foi de

1h36min56s. No ano passado,os veteranos cumpriram o cir-cuito em 1h33min44s. Entre asmulheres, a marca caiu de1h55min35spara1h47min39s.Amaioriadoscorredores ins-

critos na prova pioraram ostempos. Na categoria até 29anos, os homens saltaram de1h19min32s para 1h23min31s.A prova feminina foi pior, de1h28min51spara1h38min31s.Alguns, no entanto, apresen-

taram leve evolução. Os atletasde 50 a 59 anosmelhoraram asmarcas,mas de forma bemme-nos significativa (44s para mu-lherese9sparahomens).Já os jovens com até 19 anos

foram1min21smaisvelozes.“O número de atletas com

mais de 60 anos só aumenta.Alguns descobrem a corrida

nessa idade”, diz Tristão Filho,que preside a Associação dosCorredoresdoEspíritoSanto.Apesar de festejar o incre-

mento da modalidade, o corre-dorpenacomnovosrivais.“Tenhoumbomníveldetrei-

namento,mas começo aperderespaço. As provas estão cadavez mais disputadas”, diz ele,vice-campeão em sua faixa etá-ria na Volta da Pampulha. NaSão Silvestre-2006, foi quartona sua categoria, 941º no geral—havia15mil inscritos.Segundo censo do IBGE di-

vulgadonoúltimoano, aexpec-tativamédiadevidadobrasilei-roatingiu71,9anos.A explicaçãopara este cresci-

mento está no maior acesso acuidados médicos, dieta balan-ceada,novastecnologias,quedada mortalidade infantil e naprática de atividades esporti-vas,entreoutras.CarlosMarchetti é umexem-

plo dos efeitos desse novo in-grediente na vida dos idosos.Começou a correr há oito anose, em 2006, arriscou-se na SãoSilvestre. Hoje, estará na Pau-lista novamente. Aos 84 anos, éomaisvelhoinscrito.“Meus filhos corrememe in-

centivaram. Uma pessoa deidade, quando fica parada, sópiora”,afirmaocompetidor.Marchetti treinapor cercade

uma hora emeia três vezes porsemana.Tambémcontinuatra-balhandoemsuaoficina.“Eu comecei andando. Aí

passei a correr 5km, 10km,15km e vi que dava. Essa é mi-nha segunda São Silvestre, maseu quero mais”, diz. (MARIANA

LAJOLOEPAULOCOBOS)

Infográfico “São Silvestre” sobre a corrida de São Silvestre. Fonte: Folha de São Paulo, 2007.

Page 68: manual infográfico

67

Figura 29.Infográfico “Tragédia em Congonhas” sobre o acidente do avião Airbus A320 da Tam.Fonte: Folha de São Paulo, 2007.

3.1.4 Análise da Informação e Relatório

A fim de agregar uma maior consistência ao estudo foram cruzados os dados ob-tidos na entrevista e na observação direta. Para o cruzamento foi tomado como critério base os pontos mais relevantes das duas fontes de dados para se chegar a uma compre-ensão do funcionamento da Folha de São Paulo.

A equipe de infografia

Em princípio houve uma indefinição, por parte do entrevistado, do que é a equi-pe de infografia e do que é a editoria de arte. Este dado foi compreendido por meio de um cruzamento entre as informações citadas por Marcelo na entrevista com os dados obtidos na observação direta, no qual foi apontado que a editoria de arte é um setor maior que acolhe um determinado número de profissionais que se dedicam a produção de infográ-

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ficos, mas que em algumas situações exercem outras atividades relacionadas ao escopo da editoria de arte.

O trabalho da equipe se dá de maneira individual, salvo algumas exceções. Em alguns casos o infografista pode solicitar uma ilustração para terceiros e/ou uma foto-grafia para a Agência Folha, mas isto só em casos especiais ou em peças para cadernos chamados “frios”, que figuram no jornal em uma periodicidade menor e por este motivo tem um prazo de produção maior.

As Ferramentas e os Meios de Produção

Na entrevista Marcelo Pliger apresenta o Manual de Infografia da Folha, esta in-formação refuta a hipótese de que não existe um material referente a produção de info-gráficos, entretanto o entrevistado ao chamar o material de Manual de Estilo da Infografia sugere o que foi reforçado com a confirmação de uma nova hipótese levantada na etapa de observação direta, de que o Manual de Infografia da Folha tem a finalidade de deter-minar pontos relevantes em relação ao estilo do infográfico e não aprofunda na questão de “como produzir um infográfico”.

Os pontos levantados no Manual de Infografia da Folha são relevantes no intuito de contribuir para manter a unidade visual do projeto gráfico do jornal e para a veloci-dade de produção, outro fator que também contribui, além da própria estrutura física do jornal, é a utilização de imagens vetoriais e o os bancos de imagens (fotografias, ilustra-ções vetoriais e mapas) aos quais o infografista tem acesso.

Pode-se concluir que na redação da Folha de São Paulo, há uma divisão dos seto-res do jornal em editorias, dentre as quais, a editoria de arte possui uma equipe de info-grafistas, profissionais exclusivos para esta finalidade. E para este ofício, um profissional apenas é capaz de produzir um material de qualidade e consistência, dada sua capacida-de e pela infraestrutura do jornal. Estas observações evidenciam que quando a ênfase do trabalho é a velocidade de produção, ter acesso facilitado aos elementos visuais que compõe o infográfico, como fotografias, ícones e ilustrações bem como a padronização

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69

visual prévia da peça que pretende-se produzir é essencial.

Análise dos Infográficos Premiados

A análise a seguir toma por base as proposições de Rajamacknican e Tufte para a produção de infográficos, os apontamentos dos autores são indicados e comentados de acordo com as evidências notadas nos infográficos analisados.

No infográfico “São Silvestre” percebe-se que a composição baseia-se em torno de um mapa, o qual situa o leitor sobre o local onde ocorre a prova e o que se enfrenta durante o trajeto, visto que esta é a informação que mais interessa ser passada ao leitor, este mapa contempla uma riqueza de detalhes descritivos sobre os locais e trazem ao lei-tor informações úteis para compreender a mensagem, que caracteriza a consideração de Tufte sobre a importância dos detalhes, estes detalhes por sua vez são claros e objetivos e contribuem para o entendimento da mesagem.

O mapa torna visível o trajeto sem utilizar de muitos dados numéricos, por meio de elementos de redundancia para fixar a informação como pode ser visualizado nas representações gráficas dos lugares citados ao decorrer do mapa. O ato de tornar visível informações numéricas e o uso de redundância são considerações feitas por Rajamacknican que também aponta o ato de integrar informações textuais com visuais de forma que estas sejam interdependentes que pode ser verificado em vários pontos do infográfico.

No infográfico “Tragédia em Congonhas” explora-se fatos acontecidos em um es-paço de tempo, estes fatos são detalhados para a compreensão da forma que se deu o acidente, a maneira que foi exposta essa informação remete a proposição de Tufte sobre múltiplos no espaço e tempo, já que estas “etapas” mostradas permitem comparações entre si. Percerbe-se também uma clara divisão no infográfico entre o que seria um pouso correto e o pouso no qual ocorreu o acidente esta divisão obtida por meio do contraste de cores evidencia a questão do paralelismo de Tufte, que pressupõe estabelecer um parâ-metro para que se tenha idéia de algo.

Page 71: manual infográfico

70

Neste infográfico é possível perceber outras considerações de Rajamacknican já citadas, como redundância nos elementos visuais de certo e errado, pelas cores vermelho e verde, mas o apontamento mais pertinente neste infográfico é o fator da causalidade explorado por Tufte, que diz que todo infográfico deve sempre explicar o motivo de algo acontecer, no caso a alta velocidade que é representada por meio das indicações de espa-ço e tempo tem como consequência o acidente.

Estas considerações são de grande valia, oriundas de uma confrontação de ele-mentos teóricos com observação e análise de peças premiadas o que possibilitou a estru-turação de um método piloto.

3.2 A Elaboração de um Método Piloto

O método piloto foi elaborado a partir do cruzamento das informações relevan-tes para a produção de um infográfico levantadas pelos autores Rajamacknican e Tufte, confrontadas com as informações obtidas no estudo de caso da Folha de São Paulo e ve-rificadas na análise dos infográficos. Este método comtempla uma sucessão de etapas para a produção de infográficos com ênfase em oito pontos distintos: Foco ou recorte, Definição do Público Alvo, Coleta de Informações, Análise da Informação, Hierarquização da Informação, Fornecer Parâmetros, Objetividade da Linguagem da Peça e Princípios da Sintaxe Visual.

3.2.1 foco ou recorte

Pode-se observar que tanto no infográfico “São Silvestre” quanto no “Tragédia em Congonhas” o foco dos infográficos é específico e restrito. Neste tópico será abordado o caso do primeiro infográfico. A matéria a qual ele dá suporte comenta sobre os bons índices conseguidos na São Silvestre por pessoas acima de 60 anos, para contextualizar qual o trajeto da São Silvestre, uma tradicional corrida pedestre que acontece na cidade de São Paulo, é utilizado o infográfico, e o seu recorte é o trajeto.

Page 72: manual infográfico

71

Rajamacknican (2005) afirma que definir um contexto começa por representar graficamente o local do acontecimento para que o leitor obtenha noção do espaço, isto justifica a decisão de representar o infográfico, que no caso consiste em um mapa estili-zado, de sua vista superior.

A delimitação do foco do infográfico procura evidenciar as características mar-cantes das informações contidas na peça. Tornando a informação mais específica e apro-fundada, caso o assunto não seja delimitado pode se tornar muito abrangente aumen-tando o número de elementos que devem estar contidos na peça para explicar o assunto pretendido, este acúmulo de informações pode cansar o leitor e assim a peça perde sua função explicativa.

3.2.2 Definição do Público Alvo

O infográfico “São Silvestre” foi publicado no caderno Esporte. O perfil do leitor deste caderno é de jovens e adultos em sua maioria do sexo masculino, este perfil que somado ao teor da informação da matéria, permite uma abordagem mais descontraída. Porém o infográfico “Tragédia em Congonhas” possui uma linguagem mais formal e obje-tiva, já que o assunto da matéria se trata de uma tragédia. Esta matéria foi publicada no caderno Cotidiano um caderno que tem uma gama de leitores mais ampla o que demanda uma comunicação mais formal e abrangente para comunicar com a maioria das vertentes desse público.

Não é só a linguagem textual que deve ser direcionada a cada público, a lingua-gem visual também, o infográfico “São Silvestre” nota-se a mesma descontração nas cores e na representação dos elementos visuais bem como sua disposição na página. Já no info-gráfico “Tragédia em Congonhas” tem-se cores mais sóbrias como cinza e preto e também a utilização de fotografias e um posicionamento na página mais tradicional.

O infográfico deve comunicar com o seu público alvo e utilizar referências que sejam populares entre esse público. Vale lembrar também que estilo visual do infográfico deve estar de acordo com o teor da informação. A coerência das informações textuais e

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72

visuais com o repertório cultural do público alvo são fundamentais para a compreensão.

3.2.3 Coleta de Informações

Neste ponto procura-se reunir o máximo de informações em relação ao assun-to delimitado no recorte do infográfico. Com base nos dados colhidos na entrevista em profundidade com Marcelo Pliger pode-se afirmar que o infografista que elaborou o info-gráfico “São Silvestre” recorreu a um guia de ruas, ou foi ao local onde é realizada a prova para procurar detalhes que fossem relevantes para o entendimento do infográfico.

O mesmo também é verificado no infográfico “Tragédia em Congonhas” no qual se percebe detalhes de peças específicas de um avião bem como o seu funcionamento, a maneira como se dá o pouso de uma aeronave e qual seriam os procedimentos corretos para se evitar o acidente.

Estes dados foram transcritos oriundos de diversos canais de informação, por exemplo: Observação direta, entrevista, reportagens de outros jornais, veículos online,

jornais televisivos entre outros. É importante que a informação inserida em um infográ-fico não seja retirada de apenas uma fonte, isso pode tornar o infográfico inconsistente, fazendo com que ele perca sua credibilidade.

Deve-se buscar a informação mais coesa possível com o acontecimento e para isso costuma-se cruzar as fontes de informação, para fornecer uma base rica em aconte-cimentos e detalhes e imparcial para a produção do infográfico.

Page 74: manual infográfico

73

3.2.4 Análise da Informação

Segundo Rajamacknican (2005) organizar toda a informação disponível e pla-nejar como representá-la é o primeiro, o mais importante e difícil estágio na criação de qualquer infográfico. Entretanto o que pode-se perceber na observação de campo rea-lizada na redação da Folha é que este passo não ocorre necessariamente em primeira instância, ele se torna mais natural e propício após o processo de coleta de informações, pois ao se conhecer previamente o assunto é mais fácil determinar o que é necessário ou não para explicar determinado fato.

Muitas vezes algumas das informações coletadas na etapa anterior não são fun-damentais para que o leitor compreenda o fato, mas são interessantes para que o próprio infografista compreenda o assunto, o infografista deve filtrar esta informação e ser capaz de julgar o que é importante e o que é desnecessário ao leitor pois alguns elementos po-dem de alguma forma atrapalhar e confundir o leitor.

Para isto é necessário ter em mente como uma pessoa leiga aprenderia sobre o assunto. Ao montar um esquema (fluxograma) de qual caminho é o mais provável a se percorrer para entender esta informação, é possível perceber quais detalhes seriam ne-cessários para contar esta história, e quais elementos poderiam ser utilizados para eluci-dar melhor estas informações como fotos, ilustrações, tabelas ou mapas. Neste momento, já é possível identificar qual informação ficaria melhor como texto e qual como imagem.

Porém, tendo em vista as recomendações de Rajamacknican (2005) sobre inte-gração dos elementos de um infográfico, deve-se levar em consideração a importância do conteúdo possuir continuidade integrando as informações visuais com as textuais para que não se obtenha como resultado uma quantidade grande de texto separada de todas as figuras, ou algo que se perceba desta forma.

Page 75: manual infográfico

74

3.2.5 Hierarquização da Informação

A informação deve ser ordenada para auxiliar o leitor a traçar uma linha de ra-ciocínio por meio das informações mostradas pelo infográfico. Tufte (1997) defende a idéia de que uma vez visto um dos elementos de um infográfico todos os outros se tornam acessíveis posteriormente. Pode-se verificar esta observação no infográfico “Tragédia em Congonhas” neste caso os elementos que são fornecidos primeiro no infográfico são ele-mentos pré estabelecidos do projeto gráfico do jornal como: títulos, elementos indicati-vos (símbolo de erro) e caixas de texto e posteriormente é entregue ao leitor elementos que tratam diretamente do fato ocorrido, como fotografias e outras representações visu-ais mais evidentes.

As disposições de hierarquias de informação, tanto textuais como visuais são fun-damentais para estruturar as relações dos elementos dos infográficos e gerar uma coesão de forma que o infográfico não seja meramente considerado como um texto ilustrado.

3.2.6 Fornecer Parâmetros

Os leitores precisam de pontos de referência para que possam se situar e compa-rar elementos para fixar a informação que está sendo transmitida, Tufte (1997) em seu discurso sobre o paralelismo aponta a necessidade que o pensamento humano tem de estabelecer relações por meio de comparativos.

Pode-se observar no detalhe do infográfico “São Silvestre” (Figura 30) que o in-fografista para tornar mais clara a diferença dos tempos dos atletas de elite com a dos atletas gerais estabeleceu paralelos por meio de barras, quanto maior a barra maior o tempo gasto para completar a prova, sendo que o primeiro tempo (o mais veloz) serve de parâmetro e referência para os outros tempos, deixando claro que a diferença do último tempo em relação ao primeiro é relativamente grande.

Page 76: manual infográfico

75

Figura 30.

D4 esporte SEGUNDA-FEIRA, 31 DEDEZEMBRODE 2007 ef

Bruno Miranda/Folha Imagem

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Carlos Marchetti, 84, corre uma hora e meia três vezes por semana e hoje estará na São Silvestre pelo segundo ano consecutivo

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Vale doAnhangabau

ConjuntoNacional

Mackenzie

R. Sergipe

Igreja daConsolação

Av. S. Luís

Memorial daAmérica Latina

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Pais

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Av. 9 de Julho

Pça. Princesa Isabel

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R. Rui Barbosa

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CHEGADA 1 km 817 m

6 km 751 m

10 km735 m

11 k

m72

0 m

12 km 747 m

13,5

km

782

m14

km

811

m

9 km 790 m

8 km 750 m

2 km792 m

Dica: É a descida mais acentuada e

quando a muvuca se dissipa. N

ãoexagere na aceleração, pois o desgastepoderá ser sentido m

ais à frente

Dica: O percurso é cheio decurvas, e o asfalto se alternacom paralelepípedos. É precisocuidado para não escorregar

Dica: O viaduto é um teste para verquem está com energia. A subida éacentuada, mas não é longa

Dica: É o início do maiorretão da prova. Convémusar gel de carboidratoe beber água. Mas sóuse o gel se estiverhabituado

Dica: P

ara M

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Silves

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Dica

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Dica

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Dica

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are-

se p

ara

otr

echo

fina

l

3 km750 m

Dica: A descida já acabou, e o percurso volta

a se afunilar. É normal perder um

pouco detem

po na aglomeração

4 km750 m

Dica: Não deixe de se hidratar. A

proveitepara se soltar e ganhar ritm

o

5 km754 m

Dica: É a primeira subida da prova.

Embora curta, é acentuada nos

primeiros 150 m

. É importante

não perder o ritmo

7 km 747 m

Gazeta

Dica: Não pare de imediato apósultrapassar a linha. Façaalongamento e beba água

15 km 816 m

LARGADA

MASP

0 km 816 m

Dica: Até a mais paulistana das provassofre com engarrafamento. São 20 millargando. Não saia atropelando todo mundo

*Tempo dos vencedores em 2006**Média de todos os atletas em 2006

Consultoria técnica: Cláudio Castilho(Pinheiros e equipe Saúde &Performance) e Frederico Fontana(equipe Quality Life)

Imagem ilustrativa

AV. PAULISTAAV. PAULISTA

COMPARE O SEU TEMPO*

Masculino 44min07s

Feminino 51min24s

Masculino 1h25min23s

Feminino 1h35min58s

Elite

Geral

O QUE USARNO DIA DAPROVA

Tênis: Use um apropriadopara corrida de acordo comsua pisada (pronador,neutro ou supinador)

Meias: As estilosapatilha deixam o pémais livre para a corridae também ajudam aabsorver suor

Shorts: De cor clarae confortável, deveter um bolso paratransportar o gel decarboidrato

Boné: Usar decor clara e bemventilado

gel

Vaselina: Passar nasaxilas, virilha e mamilospara evitar assadura porconta do atrito durantea prova

Camisa: Leve,confortável e decor clara. Prefiraas que favorecema absorção do suor

Nível extremo deradiação UVApesar do horário,use protetor solar

Sol entre nuvens,com pancadas dechuva

Mín.

19˚Máx.

32˚

CONHEÇAO CIRCUITODA PROVA

Gire a páginapara ler

Paraatletas 15h15Feminino 16h30Masculino e geral 16h45

Pça. Roosevelt

Edua

rdo

Ast

a/Fo

lha

Imag

em

SPLIT ALARM

HR.

IdadenãopesaparaquemcorrenaSãoSilvestreMarcas obtidas pelos atletas commais de60anos são asquemais caemna tradicional provade ruadeSãoPaulo

................................................................................................DAREPORTAGEMLOCAL

Ademar Tristão Filho aban-donou os jogos de várzea em1976. Seu corpo, no entanto,não agüentou ficar parado. Elogo a paixão pelo futebol deulugar ao tênis e a quilômetros equilômetrosdepassadas.Hoje, aos 65 anos, é exemplo

deummovimentocomprovadopelas marcas da São Silvestre.Cada vez mais os idosos brasi-leiros se dedicam a atividadesfísicas. E quem abraça o espor-te competitivo tem desempe-nhocadavezmaisdestacado.Namais tradicional prova de

rua do país, apenas os corredo-res das categorias commais de60 anos tiverammelhora signi-ficativa no tempo médio depercurso se comparado 2006 a1998,omaisantigoregistrado.Naquele ano, a média foi de

1h36min56s. No ano passado,os veteranos cumpriram o cir-cuito em 1h33min44s. Entre asmulheres, a marca caiu de1h55min35spara1h47min39s.Amaioriadoscorredores ins-

critos na prova pioraram ostempos. Na categoria até 29anos, os homens saltaram de1h19min32s para 1h23min31s.A prova feminina foi pior, de1h28min51spara1h38min31s.Alguns, no entanto, apresen-

taram leve evolução. Os atletasde 50 a 59 anosmelhoraram asmarcas,mas de forma bemme-nos significativa (44s para mu-lherese9sparahomens).Já os jovens com até 19 anos

foram1min21smaisvelozes.“O número de atletas com

mais de 60 anos só aumenta.Alguns descobrem a corrida

nessa idade”, diz Tristão Filho,que preside a Associação dosCorredoresdoEspíritoSanto.Apesar de festejar o incre-

mento da modalidade, o corre-dorpenacomnovosrivais.“Tenhoumbomníveldetrei-

namento,mas começo aperderespaço. As provas estão cadavez mais disputadas”, diz ele,vice-campeão em sua faixa etá-ria na Volta da Pampulha. NaSão Silvestre-2006, foi quartona sua categoria, 941º no geral—havia15mil inscritos.Segundo censo do IBGE di-

vulgadonoúltimoano, aexpec-tativamédiadevidadobrasilei-roatingiu71,9anos.A explicaçãopara este cresci-

mento está no maior acesso acuidados médicos, dieta balan-ceada,novastecnologias,quedada mortalidade infantil e naprática de atividades esporti-vas,entreoutras.CarlosMarchetti é umexem-

plo dos efeitos desse novo in-grediente na vida dos idosos.Começou a correr há oito anose, em 2006, arriscou-se na SãoSilvestre. Hoje, estará na Pau-lista novamente. Aos 84 anos, éomaisvelhoinscrito.“Meus filhos corrememe in-

centivaram. Uma pessoa deidade, quando fica parada, sópiora”,afirmaocompetidor.Marchetti treinapor cercade

uma hora emeia três vezes porsemana.Tambémcontinuatra-balhandoemsuaoficina.“Eu comecei andando. Aí

passei a correr 5km, 10km,15km e vi que dava. Essa é mi-nha segunda São Silvestre, maseu quero mais”, diz. (MARIANA

LAJOLOEPAULOCOBOS)

Detalhe do Infográfico “São Silvestre” Fonte: Folha de São Paulo, 2008.

3.2.7 Objetividade da linguagem utilizada na peça

Rajamacknican (2005) defende que representações simples e objetivas são mais fáceis de se interpretar, já que o usuário se distrai facilmente com objetos desnecessários contidos na peça gráfica.

Em contraponto existe a utilização de um recurso muito comum na infografia, a metáfora, que nada mais é do que explicar algo utilizando referências de senso comum. Este recurso é arriscado, pois se a metáfora não se correlacionar com a mensagem a ser passada pode gerar interpretações aleatórias que fogem totalmente da proposta de obje-tividade do infográfico.

No trabalho da Folha observa-se que este recurso é pouco utilizado devido ao seu alto risco, já que os infográficos atingem públicos muito heterogêneos, tão notada a preocupação com a objetividade em seus infográficos que pode-se observar duas linhas distintas nas quais a objetividade atua: representação visual e linguagem textual.

Representação Visual

Torna-se evidente nos infográficos analisados neste estudo a representação ve-torial, cujo estilo de representação tem como característica seu alto grau de iconicidade,

Page 77: manual infográfico

76

na Folha ele é utilizado de forma que as ilustrações não tenham interpretações dúbias, assim como as fotos (que são representações fiéis da realidade). Estes elementos (foto-grafia e vetor) também são de rápida produção e fácil manipulação tornando-os muito versáteis e práticos para o uso nas redações dos jornais.

Linguagem Textual

Nas peças analisadas a linguagem utilizada no texto é clara e incisiva e como a representação visual não abre pressupostos para outras interpretações. Erros de grafia, sintaxe entre outros podem afetar além da compreensão, a credibilidade do infográfico. Na Folha os responsáveis pelos textos são os editores e jornalistas que o preparam de uma forma mais sintética para ser utilizado no infográfico.

É interessante ressaltar que para o infográfico ser objetivo ele deve manter o mesmo padrão nos dois segmentos (representação visual e texto). A fim de proporcionar a melhor compreensão possível ao leitor.

3.2.8 Princípios da Sintaxe Visual

Os princípios básicos da sintaxe visual são utilizados como ferramentas para in-tegrar e interrelacionar os elementos do infográfico, além de proporcionar um conforto visual estético, sua boa utilização pode ser de grande ajuda ao estruturar as hierarquias e dispor a informação de modo que a torne mais atrativa e inteligível ao leitor.

Equilíbrio, tensão, nivelamento e aguçamento, vetor do olhar, atração e agrupa-mento, positivo/negativo, gestalt, (Dondis, 1997). Os princípios são fundamentais para potencializar a troca de elementos textuais por imagem. Por meio desses pode se passar novas informações e reforçar informações já citadas. Para Rajamacknican (2005) isto é redundância, e um infográfico deve ter essa característica afim de reforçar informações importantes, porém este recurso deve ser utilizado de forma a não cansar o leitor, e a uti-lização dos princípios da sintaxe visual colaboram no sentido de não tornar tão explícita

Page 78: manual infográfico

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esta redundância. Por exemplo, no primeiro detalhe do infográfico “Tragédia em Congo-nhas” (Figura 31) tem-se nos elementos que intitulam as etapas, a cor verde no círculo que envolve o sinal gráfico de correto para reforçar que esta etapa ocorreu normalmente e a cor vermelha para reforçar o sinal gráfico de errado.

Figura 31.Detalhe dos elementos visuais com redundância por meio da cor.Fonte: Folha de São Paulo, 2008.

Pode-se notar também no segundo detalhe (Figura 32) como a relação de pro-ximidade, dimensão e agrupamento favorece a visualização em primeira instância dos dados numéricos, colaborando na hierarquização da informação.

Figura 32.Detalhe da relação de proximidade, dimensão e agrupamento.Fonte: Folha de São Paulo, 2008.

Um infográfico é um produto de design gráfico e grande parte do seu fator de compreensão deve-se a este caráter, pois o profissional desta área é capacitado para com-preender como ordenar e dispor esta informação, favorecendo sua compreensão.

Page 79: manual infográfico

78

3.3 O exercício de aplicação

Foi realizado um exercício com alunos da 3ª série do curso de Design Gráfico da Universidade Estadual de Londrina a fim de levantar possíveis falhas e deficiências do método piloto, o que forneceu novos parâmetros para um melhor desenvolvimento do método final.

Para este exercício foi elaborado um material de apoio com base no método pilo-to, este material, um infográfico (Figura 33), contextualiza o assunto (Infografia nos Jor-nais) ao explorar o fluxo do trabalho na redação da Folha e ao trabalhar uma linguagem que se aproxime do público, jovens estudantes da faixa etária de 18 a 23 anos.

3.3.1 Metodologia para aplicação do exercício

Este exercício se deu da seguinte maneira: o material (Apêndice A) foi distribuí-do aos alunos, junto com uma breve explicação, como sugestão de apoio para o trabalho da disciplina de Produção e Análise da Imagem ministrada pela docente Ms. Ana Luísa B Cavalcante.

Originalmente o trabalho propõe aos alunos a produção de um infográfico com tema de livre escolha para ser veiculado em uma revista de página dupla. Os alunos pro-duzem o infográfico a partir do material de referência passado em aula e de suas pes-quisas pessoais.Com o propósito de interferir apenas o necessário no funcionamento do trabalho proposto, o método foi colocado como uma sugestão aos alunos.

O exercício teve a duração de 35 dias. A turma foi dividida em dois grupos, o Grupo 1 foi acompanhado aula a aula, para observação do comportamento dos alunos em relação ao método, enquanto o Grupo 2 trabalhou de forma mais livre, apenas com o material de referência.

Page 80: manual infográfico

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A intenção era não tornar obrigatória a utilização do método. Esta estratégia foi adotada para obter resultados diferenciados e evidenciar a aplicabilidade do método em uma situação prática. Para o Grupo 1 as alterações do método eram passadas as conforme a observação de suas deficiências, os alunos dialogavam e apontavam as dificuldades que foram anotadas para o aprimoramento do método.

3.3.2 Análise dos Resultados

Após a entrega da atividade por parte dos alunos foi realizada um debate com os mesmos, para verificar as opiniões sobre o método e apontar considerações relevantes para novas evidências, as quais foram exploradas no método. Entretanto a observação da aplicação deste método retornou algumas novas hipóteses as que não serão tratadas neste trabalho e que poderão ser exploradas em estudos posteriores como: as etapas do processo criativo de um infográfico e a questão da percepção do leitor em relação a com-posição visual da peça.

Com os infográficos produzidos em mãos e com o depoimento dos alunos rela-cionado as dificuldades para o desenvolvimento do trabalho foram percebidos alguns pontos que necessitavam ser mais explícitos no método como:

• Enfatizar o melhor aproveitamento e equilíbrio da disposição dos elementos no espaço do infográfico, por meio dos princípios da Sintaxe Visual;

• Alertar sobre uma maior interrelação entre texto e imagem;

• Explorar melhor o tópico Hierarquização da Informação, explorando o pro-duto final (o infográfico) como se fosse composto de várias camadas para identificar o que pode ser absorvido antes ou depois;

• Propor a utilização de um check list para verificar o cumprimento das eta-pas.

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Além destes principais apontamentos alguns alunos citaram que visualizaram o produto final de seu infográfico na fase de análise, este fato é interessante e demanda de uma pesquisa mais aprofundada, por que costumeiramente isto deveria ocorrer entre a fase de hierarquização da informação e a de fomento de parâmetros, que são fases onde o infográfico se torna mais representativo.

Page 82: manual infográfico

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Figura 33.Infográfico poduzido a partir do método piloto, para utilização no exercício.

COMO SÃO FEITOSINFOGRÁFICOSEM JORNAIS?

PENSANDO COMO UM INFOGRAFISTA

Coleta deInformações

Horários apertados + conteúdo extenso e complexo = informação acessível e rápida. Esta equação que parece ser impossível de ser resolvida é a realidade do dia a dia de muitos profissionais dentro das redações dos jornais pelo mundo a fora, os chamados infografistas. Acompanhe a seguir os principais passos percorri-dos por estes profissionais na Folha de São Paulo para solucionar esse problema.

O DIA A DIA DA INFOGRAFIA NO JORNAL

Ordene os níveis de informação, tente compreender o que é interessante ser visualizado primeiro e posteriormente, estabeleça hierarquias e relações entre essas hierarquias para que o infográfico não seja apenas um texto ilustrado.

Separe o “joio do trigo”, pense em como você aprenderia sobre o assunto se fosse totalmente leigo para julgar o que é necessário ou não, pense qual caminho percorreria para entender esta informação? E que elementos seriam necessários? Fotos, ilustrações, tabelas ou mapas, também procure identificar qual informação ficaria melhor como texo e qual como imagem.

Tente saber o máximo sobre o assunto, hoje em dia com a internet isso ficou extremamente fácil. Cruze diversas fontes de informação, não confie só no que aquele grande site diz.

Foco ou recorteDelimite o assunto, nos jornais os infográficos apoiam as matérias e geralmente especificam algo que já foi falado na matéria. Imagine por exemplo um processo, que detalhe diferencia esta etapa da anterior? Evidêncie estes detalhes, a alma de um infográfico é o seu poder de estabelecer relações entre seus elementos.

Os leitores precisam de referenciais para se situar, por exemplo: em um infográfico sobre dinossauros, podemos colocar a silhueta de um ser humano para dar ao leitor a noção do tamanho do dinossauro em relação ao ser humano. Um bom infográfico deve fornecer fornecer parâmetros ao leitor.

Elimine todas as possíveis dúvidas do leitor, com textos e imagens claras e objetivas.

Hierarquização das Informações

Análise deInformação

FornecerParâmetros

Seja específicoProximidade, contraste, grids, conceituação... Utilize os princípos para criar hierarquias e relações entre os elementos do infográficoUm infográfico é uma obra de design gráfico, grande parte do seu fator de compreensão deve-se a este caráter.

Princípios do Design

A liçãoAs principais sacadas dos infografistas da Folha foram

Pré estabelecer o máximo o possível de elementos do infográfico como: setas, vetores, cores e outros elementos visuais que se repitam na peça.

Ilustração Vetorial por ser uma técnica rápida e facilmente adaptável foi adotada principal meio de representação. Por que de uma hora para outra podem pedir para mudar o trabalho de tamanho por que entrou uma publicidade enorme no lugar.

Conteúdo Para Quem Suporte Estilo visual+ + =Conteúdo Para Quem Pressa! Estilo visual+ + =No Jornal:

Em qualquer outro meio:

DÚVIDAS ETERNAS DE UM INFOGRAFISTA

Nas redações dos grandes jornais, os infografistas têm acesso a um acervo de fotografias e a um banco de imagens vetoriais, este banco tem imagens como mapas, objetos e partes do corpo, mas o que não têm no banco tem que ser feito na hora!

O infografista é o profissional que “habita” a editoria de arte e é responsável por produzir os infográficos. E têm estas perguntas como norte de seu trabalho.

FERRAMENTAS

VetoresMapasFotogra�as

Quando?Como?

Onde?Por quê?O quê aconteceu?

PECADOS MORTAIS

Excessos Detalhes demais e recortes de assunto exagerados

Fora do contexto do leitor Não utiliza uma linguagem compreensívelpara o leitor

Metáfora Visual FalhaRelações visuais confusas ou que dêem margem a interpretações aleatórias

Informações Con�itantesInformações erradas, fontes imprecisas ou em desacordo com a matéria

Falhas de desenho Proporções erradas, escolha de imagens confusas

Solicitação

Peneira do

fechador

Infografista

Pré-Impressão

Revisão

Correção

Segunda revisão

Segunda correção

Terceira revisão

Exportação

do arquivo

O fechador distribui os

trabalhos entre os

infografistas

Fechamento

da edição

9:00 hrs 14:00hrs

O infográfico é inserido na sua respectiva página, o

jornal é fechado e enviado para a gráfica.

17:00hrs 18:30hrs 20:00hrs

A FÓRMULA DA INFOGRAFIA

Defina o seu público alvo

O infográfico deve “falar a língua” do público alvo e utilizar referências que sejam populares entre esse público. Vale lembrar também que estilo visual do infográfico deve estar de acordo com o teor da informação. A coerência das informações textuais e visuais são fundamentais para a compreensão.

Informam ao “fechador”(o cara responsável por

distribuir o trabalho aos infografistas) os

infográficos necessários paraa edição do jornal

Então começa a fase de revisão, onde o infografista

leva o impresso para o editor, e faz quantas

alterações forem necessárias

Depois de revisado, o infográfico é exportado no

formato eps.

19:30hrs

Editoria de Arte

ABC

dúvida

jdjaha

nono’

jajaja

www.com

.net

Page 83: manual infográfico

82

4. Resultados

Apoiado na experiência obtida com o método piloto chegou-se a dez proposições para a produção de infográficos, sendo que dessas, oito já figuravam no método piloto e foram aprimoradas em maior ou menor grau para uma maior eficiência do método.

4.1 O método para produção de Infográficos

foco ou Recorte

Em um infográfico o assunto precisa ser mais específico e aprofundado. Nos jor-nais os infográficos apóiam as matérias e geralmente especificam algo que já foi dito. A delimitação do foco ou recorte em um infográfico procura evidenciar as características marcantes das informações contidas na peça.

Estas características são fundamentais para ajudar o leitor a diferenciar acon-tecimentos e compreender melhor a informação, quando esta se trata de um processo, por exemplo, é necessário ter em mente que detalhes diferenciam esta etapa da anterior? Estes detalhes devem ser evidenciados de maneira que fique nítida suas peculiariedades em relação as outras etapas.

Caso isso não ocorra, o infográfico pode se tornar muito abrangente e serão ne-cessários um número maior de elementos na peça para explicar o assunto pretendido, este acúmulo de informações pode cansar o leitor e assim a peça perde sua função expli-cativa.

Um bom infográfico explora a capacidade de estabelecer relações entre seus ele-mentos, tornando a informação clara e compreensível.

Page 84: manual infográfico

83

Definir o Público Alvo

O infográfico deve comunicar-se com seu público alvo e utilizar referências que sejam populares entre esse público. Tanto em sua linguagem textual quanto em sua lin-guagem visual, neste ponto deve-se tomar cuidado com uso de metáforas e representa-ções visuais fora de contexto que podem provocar desinteresse do leitor por não simpa-tizar com a forma que a mensagem é apresentada.

Outra observação importante é quanto a abrangência do público, quando se de-seja abranger uma gama maior de pessoas deve-se procurar utilizar uma linguagem neu-tra dando preferência a um uso maior da representação visual, quando um infográfico necessita ser mais abrangente, proporcionalmente o seu grau de iconicidade deve ser o maior possível.

Vale lembrar também que estilo visual do infográfico deve estar de acordo com o teor da informação. A coerência das informações textuais e visuais e a forma como elas se relacionam com o repertório pessoal do leitor são fundamentais para a compreensão.

Coleta de Informações

Neste ponto procura-se reunir o máximo de informações em relação ao assunto delimitado no recorte do infográfico. Para informar a respeito de algum assunto, deve-se antes de tudo conhecê-lo. Mesmo que não seja possível conhecê-lo a fundo é necessário uma noção geral, apontando particularidades e definições principais. Atualmente tem-se a internet como principal meio de acesso a informação o que torna esta tarefa rela-tivamente simples. Porém para se chegar a uma informação mais concisa o possível é aconselhável cruzar diversas fontes de informação, procurando sempre ser imparcial em relação ao assunto.

Page 85: manual infográfico

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Análise da Informação

Muitas vezes algumas das informações coletadas na etapa anterior não são fun-damentais para a compreensão do leitor, mas são importantes para a imersão do infogra-fista no assunto, caso estas informações figurem no infográfico podem de alguma forma atrapalhar e confundir o leitor.

Para esta fase é necessário ter em mente como uma pessoa leiga aprenderia sobre o assunto, montando um esquema de qual caminho mais provável a se percorrer para en-tender esta informação, e quais elementos poderiam ser utilizados para elucidar melhor estas informações como fotos, ilustrações, tabelas ou mapas, neste momento também é necessário identificar qual informação ficaria melhor como texto, qual como imagem e a forma que o texto se integrará a imagem para que o resultado final do infográfico não se assemelhe a um texto ilustrado.

Hierarquização da informação

A informação deve ser visualizada como se estivesse disposta em um ambiente tridimensional, em camadas, nas quais determinadas informações são mais interessantes caso sejam percebidas primeiro e outras posteriormente a fim de auxiliar o leitor a traçar uma linha de raciocínio por meio das informações mostradas pelo infográfico. Sugere-se que o infográfico priorize a informação em três níveis4 distintos:

Primeiro Nível: Informações necessárias para situar o leitor sobre o que se trata o infográfico, servindo como uma pequena introdução ao assunto principal

Segundo Nível: O assunto principal abordado pelo infográfico, as informações deste nível devem estar em destaque, mas não conflitantes com o primeiro nível, pois caso ela seja absorvida antes da hora pelo leitor pode passar uma informação falha ou

4 O exemplo da disposição das informações em níveis pode ser visto no Apêndice A deste trabalho.

Page 86: manual infográfico

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causar desinteresse, por se tratar de uma informação que necessita de uma introdução prévia.

Terceiro Nível: Informações complementares que podem ajudar na compreen-são da informação, mas não são fundamentais.

A disposição da informação nos níveis propostos tem a intenção de minimizar um possível desinteresse por parte do leitor dada a grande carga de elementos informacio-nais contidas em um infográfico, que dependendo da maneira que estão dispostos podem não transmitir a informação completa, o que pode tornar o infográfico inconsistente.

Troca de elementos

Para manter o caráter dinâmico de um infográfico é necessário trocar o máximo de elementos textuais por visuais, tornando-o mais atrativo para o leitor, esta troca de elementos também procura adicionar informação e potencializar a compreensão, de for-ma que não sobrecarregue o leitor.

Fornecer Parâmetros

Os leitores precisam de pontos de referência para que possam se situar e com-parar elementos para que possam perceber a informação que está sendo transmitida, o pensamento humano tem necessidade estabelecer relações por meio de comparativos.

Por exemplo: em um infográfico sobre dinossauros, pode-se colocar a silhueta de um ser humano para dar ao leitor a noção do tamanho do dinossauro em relação ao ser humano, o mesmo se aplica em gráficos ou situações nas quais se deseja mostrar dados quantitativos.

Page 87: manual infográfico

86

Objetividade da abordagem

Representações simplificadas e objetivas são melhor interpretadas pelo leitor, já que o mesmo se distrai facilmente com elementos desnecessários contidos na peça gráfica.

Na infografia existe um recurso muito comum, a metáfora, que nada mais é do que explicar algo utilizando-se de analogias, este permite explorar um aprofundamento maior no assunto sem que o leitor se sinta descontextualizado.

Este recurso é arriscado, pois se a metáfora não se correlacionar com a mensa-gem que pretende ser passada pode gerar interpretações aleatórias e dúbias que colo-cam o leitor em dúvida e fogem totalmente da proposta de objetividade do infográfico. A linguagem da peça deve ser específica, sintética e focada na informação que se deseja passar, tanto em sua representação visual como textual.

Princípios do Alfabetismo Visual

Os princípios básicos da sintaxe visual são utilizados como ferramentas para in-tegrar e interrelacionar os elementos do infográfico, para que este, a um primeiro olhar, seja identificado como tal, é necessário que seu espaço seja muito bem preenchido e equi-librado, consegue-se isto por meio do trabalho das relações de equilíbrio, tensão, nivela-mento e aguçamento, vetor do olhar, atração e agrupamento, positivo/negativo, gestalt, que além de proporcionar um conforto visual estético, colabora ao ajudar a estruturar as hierarquias e dispor a informação de modo que a torne mais atrativa e inteligível ao leitor.

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Os princípios são fundamentais quando se trocam elementos textuais por ima-gem, por meio destes pode se passar novas informações e reforçar relações entre os ele-mentos de um infográfico, que é um projeto de design gráfico e grande parte do seu fator de compreensão deve-se a este caráter.

Check List

Ao final do processo recomenda-se fazer um check list para verificar se todas as etapas sugeridas foram seguidas caso haja elementos em desacordo deve-se estudar a melhor forma de adaptá-lo para que tenha um valor informacional válido no contexto do infográfico.

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88

5. Conclusão

A proposta deste trabalho surge diante de uma realidade comum a muitos es-tudantes e professores da área do Design Gráfico: A carência de literaturas específicas a respeito da infografia na língua portuguesa, em especial de origem brasileira.

A infografia é uma área recente, tanto que o próprio termo ainda é discutido pe-los profissionais do meio. O que é evidenciado pelas publicações na área, que ainda estão em fase de maturação, sendo que algumas ainda se encontram restritas a termos técnicos das áreas da estatística e arquitetura da informação, ou já se tornaram obsoletas por con-ta da velocidade em que cresce área. Em sua grande maioria este material é de origem estrangeira (norte americana ou espanhola) o que torna o assunto ainda mais delicado quando se fala de literatura específica em português (brasileiro).

O que seria natural de fato caso a produção e discussão do assunto no país não fossem relevantes, mas o que se pode perceber claramente é que no Brasil tem-se expo-entes da infografia, reconhecidos internacionalmente como as Revistas Super Interes-sante e Mundo Estranho da (Editora Abril), os jornais, O Estado de São Paulo, O Globo e Folha de São Paulo e profissionais renomados como Luiz Iria, editor chefe de Infografia da Editora Abril, que presta consultorias e promove a infografia por meio de palestras mundo a fora. Este cenário mostra que no Brasil se discute, produz e desenvolve infogra-fia, adaptada a realidade do país. O que motiva produzir conhecimento científico sobre esta área, não só no escopo dos meios de comunicação e fins mercadológicos, mas tam-bém potencializando ferramentas de cunho social como ensino a distância, práticas da área da saúde entre outras.

Este trabalho, por meio da imersão no assunto, levou a compreensão de maneira mais ampla a importância da infografia no meio impresso, no caso o jornal, como fer-ramenta de revitalização desta mídia. Este passo também contribuiu ao se constatar a necessidade de um estudo de caso para aprofundar o conhecimento sobre o assunto, que apresentasse diferenciais os quais pudessem ser notados mediante a observação de pro-dutos, no caso os infográficos impressos nas edições do jornal.

Page 90: manual infográfico

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Neste ponto chegou-se a Folha de São Paulo, um grande jornal reconhecido e respeitado nacionalmente, que proporcionou um contato com a realidade de sua redação, que além de ser uma experiência única de proximidade com o objeto estudado, permitiu o estreitamento de relações com os profissionais que o produzem, por meio da entrevista e da observação de campo, que trouxeram informações relevantes para a elaboração do estudo de caso.

A equipe da Folha de São Paulo surpreendeu, não só pelo seu profissionalismo, mas também por ir na contra mão do senso comum e da visão estereotipada que se tem dos profissionais desta área, o grupo se mostrou disponível, interessado, solicito e empe-nhado ao colaborar com o trabalho. Esta etapa do trabalho foi importante também para estabelecer contatos profissionais, de grande valia para um recém formado.

Estes contatos possibilitaram a vinda de Marcelo Pliger a Londrina para pales-trar no evento Work Design 2008 promovido pelos estudantes do curso de Design Gráfico da Universidade Estadual de Londrina, onde discorreu sobre a infografia e sua experiên-cia na Folha de São Paulo aos participantes.

Em um primeiro momento, não se imaginou a dimensão da estrutura que exitia por trás dos infográficos que figuravam impressos nas edições diárias da Folha. Pode-se perceber que o modo de produção do jornal é respaldado por um grande aparato mate-rial, a infra-estrutura do jornal.

Mas esse por sua vez atua de forma indireta na produção do infográfico, forne-cendo apenas os meios de produção, já que em muitos casos um infografista produz um infográfico sozinho, o que permite caracterizar que o aparato material é importante mas a essência do trabalho está no material humano que a produz.

As características do trabalho (velocidade e demanda) condicionam a maneira como o profissional encontra soluções para conseguir produzir com eficiência e é isto que constitui um conhecimento de grande utilidade para compor um método de produ-ção de infográficos, não só no aspecto teórico mas também como incentivo para a pes-quisa, ao apresentar que mesmo tendo um uma base extraída de uma situação onde se

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tem um sólido aparato material fornecendo suporte, o mesmo não é imprescindível para a produção, sendo possível adaptar seus pontos principais para outras realidades e para isto basta o índivíduo compreender o modo de trabalho do profissional de infografia, que foi apresentado no decorrer do trabalho.

Também pode-se notar uma forte influência acadêmica no modo de produção, a tal ponto que quando a bibliografia pesquisada foi confrontada com os resultados obtidos no estudo de caso a maioria dos pontos foram concordantes, e se mostraram eficientes na produção de um infográfico. Como pode se observar na etapa de análise dos infográficos premiados.

A opção por analisar um material premiado do jornal justifica-se, ao procurar explorar as nuances mais consideráveis a respeito da produção, visto que em um material premiado estas características já foram previamente selecionadas, baseada em critérios elaborados por pessoas competentes da área, o que comprova sua legitimidade.

Esta etapa foi decisiva para verificar que as constatações apuradas no estudo de caso são verdadeiras, e constituem uma informação sólida que possibilita a formulação do método piloto confirmando duas hipóteses propostas: o modo de produção da folha pode ser sistematizado em um método para consulta e quando exposto em um exercí-cio se mostrou satisfatório como fonte de consulta para a produção de infográficos bem como sua versatilidade ao se aplicar a outros suportes, como proposto no exercício.

Esta aplicação suscitou apontamentos interessantes que serviram para agregar um conteúdo mais sólido ao método e também propiciou uma experiência de troca de conhecimentos e reflexão a respeito do tema muito relevante, que colaborou para apro-fundar o foco do trabalho.

Quanto ao que foi colocado em questão, quando a hipótese de que não existia um material para consulta na redação do jornal foi aparentemente refutada na etapa do estu-do de caso. Este fato foi relevante para refletir a respeito dos reais objetivos do trabalho e se os mesmos eram legítimos, pois em um primeiro momento supunha-se que o método em si já existia em forma de material publicado e consistente dentro da redação, porém

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91

ao se ter contato com o material para análise, puderam ser feitas observações, as quais mostraram que o material interno não possui especificações sobre o modo de produzir infográficos, ele trata apenas de direcionar o estilo visual do infográfico de forma que este siga as especificações do projeto gráfico do jornal. Tal observação foi fundamental para a continuidade do trabalho.

As hipóteses levantadas no início deste trabalho procuraram nortear o trabalho afim de atingir o seu objetivo principal, sistematizar um método de produção de infográ-ficos, obtido por meio do estudo de caso, confrontado com a análise de infográficos e em-basado na bibliografia relevante a área, o que levou a elaboração do método piloto, que exposto e aplicado em um exercício levantou pontos relevantes, sendo que alguns foram incluídos no método e outros apontados para estudos posteriores como:

• estudos mais aprofundados na área de percepção do leitor em relação ao in-fográfico, abordado no tópico relacionado a Hierarquia da Informação, para melhorar o aproveitamento da disposição dos elementos no infográfico;

• aprofundar a reflexão a respeito da organização do próprio método pois po-de-se classificar o processo de confecção de um infográfico em duas etapas, compostas de diversas fases, uma destas etapas é pré-representativa e englo-ba as fases de recorte de assunto, definição de público, coleta, organização da informação e de reflexão a respeito da disposição da mesma na peça, em seguida tem-se outra etapa, a representativa, onde os elementos são inseri-dos e guiados pelas relações da sintaxe visual, onde algumas pré definições já estão estabelecidas e o infografista apenas as integra se utilizando da práxis do design gráfico para isto.

O trabalho se propõe a ser apenas uma fagulha de uma discussão que produzirá bons frutos a respeito de como se pensa e se faz infografia no Brasil e de como esse co-nhecimento tácito é importante para a academia, ao possibilitar desdobramentos futuros como artigos científicos, representações visuais deste método, workshops e reflexão. A exemplo da Universidade de Navarra (Espanha) que promove o prêmio MALOFIEJ para premiar os profissionais da área.

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Passível de contestação como todo conhecimento científico, este trabalho, fruto do ensino público, também é uma iniciativa pessoal de retribuir aos cidadãos e comuni-dade acadêmica o tempo, verba e disponibilidade para a produção do mesmo.

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93

REfERÊnCIAs

CAIXETA, Rodrigo A arte de informar. Disponível em: <http://www.abi.org.br/paginain-dividual.asp?id=556> acessado em 19 mai. 2008.

CICILLINI, Fernanda Maria. Novas tecnologias e jornalismo impresso: Apontamentos so-bre a informatização da imprensa paulista. Disponível em: <http://www.cibersociedad.net/congres2006/gts/comunicacio.php?id=685&llengua=p>. Acessado em: 18 mai. 2008.

DUARTE & BARROS, org. Métodos e Técnicas de Pesquisa em Comunicação . São Paulo: Atlas, 2005.

FLUSSER, Vilém. O mundo codificado. São Paulo: Cosacnaify, 2007. 224p.

LAKATOS, Eva Maria & MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de Metodologia Científica. 3ª Ed. Atlas. São Paulo, 1991.

LETURIA, Elio. ¿Qué es infografía? Revista Latina de Comunicación Social, n. 4, abr. 1998.

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RAJAMANICKAM, Venkatesh. Infographics seminar handout. Ahmedabad, 2005. 14.

SOUSA, Jorge Pedro. Reflexões sobre um horizonte possível para o jornalismo impresso generalista de qualidade. Disponível em: <www.bocc.ubi.pt/pag/sousa-jorge-pedro-ho-rizonte-jornalismo-impresso.pdf> Acessado em: 19 mai. 2008

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WURMAN, Richard Saul. Ansiedade de Informação: Como transformar informação em compreensão. São Paulo,1991.

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94

APêNDICES

APêNDICE A - Níveis de percepção da informação em um infográfico.

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AnEXos

AnEXo A - Infográfico “11 de Setembro” produzido por Ariadne Maestrello.

AnEXo B - Infográfico “O que é Cafeína” produzido por Aretha Otsuka.

AnEXo C - Infográfico “Como Miguelar o Bira” produzido por Pietro Luigi.

AnEXo d - Infográfico “O Mistério do Sono” produzido por Núbia Aguiar.

AnEXo E - Infográfico “O Dragão Chinês” produzido por Gustavo Abe.

AnEXo f - Infográfico “Hierarquia dos Escrúpulos: Comunicação Visual” produzido por Vinícius Ferreira Mendes.

AnEXo g - Infográfico “Os 3 Lados do Mistério” produzido por Glauber Pessusqui.

ANExO H - Infográfico “Burnout” produzido por Lívia Shimamura.

AnEXo I - Infográfico “Ações: Como Começar a Investir” produzido por Adriana Ferreira.

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Page 106: manual infográfico

Primeiro NívelInformações neces-

sárias para situar o

leitor sobre o que

se trata o infográ-

fico, servindo como

uma pequena intro-

dução ao assunto

principal.

Page 107: manual infográfico

Segundo Nível O assunto princi-

pal abordado pelo

infográfico, as

informações deste

nível devem estar

em destaque, mas

não conflitantes

com o nível supe-

rior, caso ela seja

absorvida antes

da hora pelo

leitor pode passar

uma informação

falha ou causar

desinteresse.

Page 108: manual infográfico

Terceiro NívelInformações com-

plementares que

podem ajudar na

compreensão da

informação, mas

não são funda-

mentais para a

compreensão.

Page 109: manual infográfico

TRAGÉDIAEMCONGONHAS/CAUSAS

1.940 m é o comprimento total da pista principal de Congonhas

COMO É UMPOUSOCORRETO

OS PROBLEMAS NA ATERRISSAGEMDO AIRBUS DA TAM

VELOCIDADESegundo aInfraero, avelocidade doavião estavadentro do normal

TOQUE NO SOLOO avião tocou o solo nos primeiros300 metros da cabeceira

300 m: avião deve tocar a pista 560 m: são usados para frear ou decidir se é preciso arremeter 750 m: aeronave

200 km/ha 240 km/h

Asa

FREIO AERODINÂMICOÉ acionado quando o piloto freia.Com a passagem do ar peloequipamento, ajuda a aumentar oatrito do avião com o chão

Na aproximação, trem de pouso é acionado

Freio aerodinâmico acionado

é a velocidade usual de umAirbus-A320 ao tocar o solo

AUXÍLIO DOREVERSOR>> No momento dafrenagem, o pilotopode acionar o reversorse achar necessário

>> O equipamento fazcom que o ar da turbinavá para a frente

FREIOCom sistema antiderrapante,os freios dos pneus sãoacionados assim que aaeronave toca o solo

HIPÓTESES>> Pane no reversor>> Freios não funcionaram>> Falhas nos pneus ou no sistema quepermite nova subida>> O comprimento da pista pode ter sidocurto para uma manobra emergencial,como arremeter>> A pista estava molhada eescorregadia, segundo alerta doscontroladores. A falta de “grooving”,ranhuras na pista, pode ter dificultadoa frenagem

FRENAGEMApós tocar o

solo, em vez decomeçar a desacelerar, aaeronave se mantém emuma velocidade alta ouem aceleração

Asa

MR1

Joel Silva/Folha Imagem

ParaTAM,aviãopodepousarcomdefeitonosistemadefreios

FOTO2.089.0

Empresa diz quemanual autorizavôo semo reversor................................................................................................DAREDAÇÃO

Leia trechos da entrevistadada pelo vice-presidente téc-nico da TAM, Rui Amparo, aoJornal Nacional, da Rede Glo-bo, em que afirma que o ma-nual autorizava vôos, apesar doproblemanoreversor.

JN -Qual é o histórico dessa aero-naveque se acidentouaquinoaero-portodeCongonhas?

RUI AMPARO -Nós investigamostrês meses antes do ocorrido enãoencontramosnenhumapa-ne significativa. Pane significa-tiva significa alguma pane quepode alterar o seu padrão devôosignificativamente.

JN - Mas na sexta-feira ela apre-sentoualgumtipodeproblema?

AMPARO -Exatamente.Na sex-ta-feira ela tinhaumreporte deum sinal demau funcionamen-to de um dos reversores. Nessecaso, omanualmanda que vocêiniba mecanicamente esse dis-positivo, mas você pode liberaro avião para vôo por dez dias,emqualquercondiçãodepista.

JN -Não é considerado grave essetipodealerta?

AMPARO -Não, absolutamente.Ele está nos manuais. Nós po-demos liberar com até dois re-versores inoperantes.

JN - E teve problema com um dosreversoresnasexta-feira?

AMPARO - Teve uma mensa-gem emumdos reversores. Es-sereversor foipinado, travado.

JN - Então desde sexta, dia 13, oaviãopassouavoarsemoreversor?

AMPARO - Ele passou a voarsemoreversordireito.

JN - E isso em nenhummomentopoderiaprovocaralgumrisco?

AMPARO - Absolutamente. Pe-los manuais você não tem ne-nhuma alteração em perfor-mance de pista, exceto em pis-tasmuitocontaminadas.

JN - O que significa pistas conta-minadas?

AMPARO - Contaminadas sãoembaixodechuvamuitoforte.

JN -Nãoéocasoqueaconteceu?AMPARO -Absolutamente. Não

éocasodeclaradoaqui.JN -Nasegunda-feiraessaaerona-

ve apresentou problemas aopousarem São Paulo? Ela decolou de Con-finsepousouemSãoPaulo,emCon-gonhas. A mesma aeronave queapresentou o alerta com relação aoreverso na sexta-feira, ela apresen-tou algum problema ao pousar emSãoPaulodepois?

AMPARO -Não.Temosolivrodebordo para provar. Ela voou deConfins, vôo 3215, absoluta-mentesemproblemas.

JN -A Aeronáutica mostra que es-sa aeronave pousoumuito além dolimite normal ou comumeque o pi-loto relatou para a torre que a pistaestavaescorregadia.

AMPARO -Eu só posso falar damáquina, de que não houve ne-nhum reporte de problemas namáquina,noavião.

OAirbus-A320 teveproblema,4dias antesdoacidentequeprovocouamortede 196pessoas, no reversordo ladodireito

................................................................................................DAREPORTAGEMLOCALDA SUCURSALDE BRASÍLIA

O Airbus-A320 que se aci-dentou na terça-feira em Con-gonhas, provocando amorte depelo menos 196 pessoas, voavacom um problema mecânicodetectadoquatrodiasantes.A TAM soube na sexta-feira

de um defeito no reversor—que auxilia a frenagem— dolado direito do avião prefixoPT-MPK. Ela decidiu, então,pela lacraçãodoequipamentoeliberaçãodaaeronavepara fun-cionar com esse instrumentooperantesódo ladoesquerdo.Acompanhiaaéreadizqueos

manuais da Airbus autorizamque se continue voando nessascondiçõesdurantedezdias.No acidente do Fokker-100

daTAMem1996,quematou99pessoas, as investigações apon-taram problemas no reversordireitocomoprincipalcausa.Oficiais da Aeronáutica tam-

bém afirmaram que a mesmaaeronave que se acidentou naterça tinha enfrentado dificul-dades para pousar em Congo-nhas na véspera devido à pistaescorregadia —assim como pe-lo menos outras quatro, in-cluindoumadaPantanal.O avião, na ocasião, vinha do

aeroporto de Confins, em BeloHorizonte. O “Jornal Nacio-nal”, da TVGlobo, diz que a ae-ronave parou quase no final dapista. A TAM diz que nenhumincidentegravefoirelatado.Especialistas ouvidos pela

Folha dizem que a falha no re-versor potencializa os riscosquando associada a outros pro-blemas, como a pista escorre-gadia de Congonhas. Para eles,só a falha mecânica não causa-ria um acidente desse porte(leia textonaC3).

PistacontaminadaRuy Amparo, vice-presiden-

te técnico da TAM, disse ao“JN” que osmanuais da Airbuspermitemque a empresa liberea operação da aeronave por dezdias mesmo que os dois rever-soresestejaminoperantes.

Em seguida, afirmou que“não há alteração de perfor-mance” da aeronave sem essesistema, “excetoempistasmui-to contaminadas”. Amparoafirmou que as pistas contami-nadas seriam “embaixo de chu-va muito forte”, mas que esse“não era caso declarado” emCongonhasnodiadoacidente.Segundoele, esseavião foi in-

vestigado três meses antes doacidente e não foi constatada“nenhuma pane significativa”,que poderia “alterar os padrõesdevôosignificativamente”.Em nota divulgada ontem à

noite, a TAM admitiu a desati-vação do reversor direito do

Airbus depois do defeito cons-tatadonodia 13.Afirmaque tu-do foi feito em condições pre-vistas pelos manuais de manu-tenção da fabricante Airbus eaprovado pela Anac (AgênciaNacionaldeAviaçãoCivil).O comunicado diz que esse

procedimento “não configuraqualquerobstáculoaopousodaaeronave” e que essa informa-ção foi dada pelo presidente daempresa, Marco Antonio Bo-logna, e pelo vice-presidentetécnico, Ruy Amparo, em en-trevistacoletivaanteontem.Na entrevista, Amparo, ao

ser questionado se poderia terocorrido problema semelhanteao do acidente de 1996, afir-mou: “O reversor direito estavatravado, em condições previs-tas dentro das normas desse ti-po de avião e que não colocaqualquer obstáculo ao pousoprevistoemCongonhas”.Já Bologna disse que “osma-

nuais da Airbus mostram quereversor não era requerido pa-raestepouso”.Na nota, a TAM diz que “a

empresa reafirma que não teveregistro de qualquer problemamecânico neste avião no dia 16de julho [segunda-feira]” e que,conformeditonaentrevistaco-letiva, a aeronave “não tinharegistro de nenhum problemademanutençãoanterior”.Os relatos recebidospeloCo-

mando da Aeronáutica e pelaAnac reforçaram a possibilida-de de que a principal causa doacidente tenha sido a falhame-cânicadoAirbus.A Aeronáutica confirmou

quea imagemfilmadadopousoem Congonhas registra um“clarão” na turbina esquerdado jato e acrescentou dados àinformação de que uma turbi-na estaria impulsionando a ae-ronave para a frente (como emprocedimento de decolagem) eoutra para trás (de pouso) —edaí a virada do avião para a es-querdaantesdacolisão.O piloto, segundo essa hipó-

tese, pousou normalmente,mas uma das turbinas não re-sistiu à grande elevação de po-tênciaexigidaparafrear.Com isso, teria havido uma

“explosão do compressor”, ge-rando umclarão ou, comodefi-niu José Carlos Pereira, presi-dente da Infraero, uma “fuma-çaforte”no ladoesquerdo.

NoacidentedoFokker-100daTAMem1996,asinvestigaçõesapontaramproblemasnoreversordireitocomoprincipal causa

ParaAirbus,éprematurocomentar caso.................................................................................DENOVAYORK

A Airbus acha prematu-ro fazer qualquer comen-tário sobre o acidente, porisso responde com consi-derações genéricas, via as-sessoria de imprensa, a to-dosospedidosde informa-ções sobre o seu aviãomo-deloA320.A companhia não quis

falar sobre as suspeitas le-vantadas pela Infraero deque uma falha mecânicapoderia ser a principalcausa para o acidente deterça. Tampouco houveexplicações mais específi-cas para a informação deque o reverso direito doavião daTAMapresentavadefeito e a orientação dafábrica, nesses casos, é dedesativaroequipamento.“Estamos totalmente

engajados na investigação.Não vamos entrar em es-peculações”, disse KristiTucker, diretora de comu-nicações da unidade nor-te-americana da Airbus.“Não há nada que se possafalar sobre as causas datragédianestemomento.”Ontem, chegouaoBrasil

a equipe de cinco técnicosda empresa que deve auxi-liarnas investigações.

Bombeiros retiram corpo de vítima do acidente com vôo da TAM

C2 cotidiano SEXTA-FEIRA, 20DE JULHODE 2007 ef

11 segundos

60 km/h

3 segundos

era a velocidade da aeronave,segundo a Infraero, no momentoem que o avião saiu da pista

PROCEDIMENTOPARA ARREMETER

Dependendo do avião,precisa estar entre

204 km/h(110 nós) e

241 km/h(130 nós)

CURVA E COLISÃOApós a possível explosão, a

aeronave sai da trajetória e vira àesquerda antes de passar por cima da avenidaWashington Luís e atingir o prédio

167 km/h

o avião levou para atravessar otrecho filmado pela Infraero

é o tempo que outros aviões levaram paraatravessar o trecho filmado pela Infraero

é a velocidade máxima daaeronave ao taxiar no final dapista antes do desembarque

A aeronave podearremeter semtocar a pista…

…ou tocando a pistae retomando velocidade

Reversoracionado

POSSÍVELEXPLOSÃOAparentemente,houve umaexplosão no motoresquerdo do avião,como se vê numacâmera doaeroporto deCongonhas

330 m finais: área para emergênciadeve continuar diminuindo a velocidade

HIPÓTESES>> O desvio pode ter sido causado pelaexplosão ou por falha no reversor>> Pode ter havido algum obstáculo na pista

COMO FUNCIONA O REVERSOR

Reversor fechadoPermite que o ar da turbinapasse livre, não influindo no vôo

Reversor abertoRedireciona o ar da turbina,funcionando como um freio

Fluxode arSaída de

gases Turbina

Fluxode arSaída de

gases Turbina

O que a falta do reversordireito do Airbus da TAMpode ter causado

O sistema dereversores

ficou com apenas50% da capacidade,o que não foisuficiente paraparar com a pistamolhada

1

POR QUE É USADO COMFREQÜÊNCIA?>> Economiza os freios dos pneus>> Em Congonhas, porque a pista é curta

MEMÓRIANo acidente do Fokker-100 da TAMem 1996, que matou 99 pessoas, asinvestigações apontaram uma falhano reversor como principal causa

A FUNÇÃO DO REVERSORO avião é projetado para parar com os freios das rodas e oaerodinâmico. Em situações normais, os reversores funcionamcomo instrumentos adicionais para a desaceleração. Quando apista está molhada, são essenciais. A aeronave possui dois, umde cada lado, nas turbinas

O aviãocomeçou a

puxar para o ladoesquerdo

2

Perto do fim dapista, o piloto

decidiu arremeter,mas: esqueceu dedesligar o reversorou o equipamentonão desligou ou aturbina esquerdaestourou

3

Airbus-A320, prefixo PR-MBK,da TAM antes do acidente

Foto Divulgação

TRAGÉDIAEMCONGONHAS/CAUSAS

Paraespecialistas,sófalhamecânicanãoexplicaacidenteNaopiniãode técnicos ouvidospela reportagem, acidentedeve ter sidoprovocadoporumconjuntodeproblemas

Outrasfalhastécnicas, faltadeaderêncianapistadeCongonhaseeventuaiserrosdopilotosãoapontadoscomopossíveiscausas................................................................................................DAREPORTAGEMLOCAL

O problema no reversor di-reito do Airbus-A320 da TAMnão seria suficiente, sozinho,para provocar o acidente deterça-feira, conforme especia-listasouvidospelareportagem.Só uma conjunção de fatores

pode explicar o acidente, in-cluindo ainda a possibilidadede outros problemas técnicos,de faltadeaderênciadapistadeCongonhas e de eventuais er-ros do piloto—que vão da deci-são de pousar sob condição derisco aomomento incorreto dearremeter(subirnovamente).Técnicos apontam ainda que

a pista do aeroporto, além deescorregadia sob chuva, é curtae sem área de escape, algo quepotencializaasdificuldades.

A aeronave não depende dosreversores para frear nas situa-ções normais. Isso porque, em-bora usado praticamente emtodos os pousos do tipo, ele é sóuminstrumentoextraparaaju-dar a frenagem do avião, que éprojetadoparapararcomfreiosdasrodaseaerodinâmico.Pedro Goldenstein, piloto há

26 anos, prefere não fazer co-mentáriosarespeitodoaciden-te,masdáaexplicaçãotécnica.“Há sistema de freio de ro-

das, aerodinâmico e reversor,que é só auxiliar. O avião temque ser capaz de parar mesmosem reversor. Todo mundoaciona, até porque economizafreio das rodas,mas não é com-putado no cálculo da perfor-mancedoavião”,afirmaele.Há, porém, situações que po-

deriam potencializar as conse-qüências de uma falha mecâni-ca como essa. “Por exemplo, seos problemas no reverso foramsomados à aquaplanagem”, dizJorge Eduardo Leal Medeiros,professor daEscola Politécnica

daUSP(Poli/USP).O piloto e engenheiro aero-

náutico James Waterhouse,professordaUSPdeSãoCarlos,diz que, em Congonhas, se apista estiver úmida—chovia nomomento do acidente de terça-feira—, é difícil pousar sem usodoreversor.Hádiversosrelatosno dia do acidente apontandoqueelaestavaescorregadia.“Oacidente éumareuniãode

fatores contribuintes. Aquelapista não oferece as condiçõesideais, mas sozinha não é umfator decisivo”, dizRaul FrancéMonteiro, ex-piloto da TAM ecoordenador do curso de ciên-cias aeronáuticas da Universi-dadeCatólicadeGoiás.“A pista com certeza tinha

problemas de aderência”, dizApostole Lack Chryssatidis, di-retor-presidente da Abetar(Associação Brasileira de Em-presasdeTransporteAéreoRe-gional), reforçando a avaliaçãode que a causa do acidente nãoresultadeumúnico fator. (EVAN-DROSPINELLIEALENCARIZIDORO)

Avião começouavirarparaaesquerdalogoapóspousar, afirmaórgãodaFAB

Doisdiasapósacidente, Fokker-100daTAMabortapousoemCongonhas

Joel Silva/Folha Imagem................................................................................................JOSÉERNESTOCREDENDIODAREPORTAGEMLOCAL

O Airbus-A320 começou aadernar para o lado esquerdoda pista logo depois de pousarno aeroporto de Congonhas,conforme comprovam marcasdeixadas pelos pneus da aero-nave, disse ontem o chefe doCenipa (Centro de Investiga-ção e Prevenção de AcidentesAeronáuticos), brigadeiro Jor-geKersulFilho.A real trajetória percorrida

pela aeronave foi apontada on-tem pela equipe do Cenipa querealizou vistoria na pista. Téc-nicos trabalharam até as 2h30.O material, incluindo fotos, foienviado para análise pela Dire-toriadeEngenhariadoCenipa.O brigadeiro afirmou não ter

condições ontem de dizer exa-tamente emquepontodapista,de 1.940 metros de compri-mento, a aeronave deixou derodar seguindo o eixo da pista,comofarianormalmente.‘‘Por alguma razão, a aerona-

ve nãomanteve a linha central.Inicialmente, [a virada à es-querda] foi suave e depois[cresceu]mais’’,declarou.Foinaparte finaldapistaque

a aeronave convergiu aindamais para a esquerda e atingiuos dois prédios após cruzar aavenidaWashingtonLuís.Sem determinar qual foi a

causa da perda de direção doavião,Kersuldeixouclaroqueomaisprovável é que tenhahavi-dofalhamecânica.

ProblemasObrigadeiro citou ainda pro-

blemas no sistema de freios—do qual fazem parte os rever-sores da turbina—, na própriaturbina e defeitos nos pneus,porexemplo.Qualquer falha nesses siste-

mas, incluindo erros de opera-ção cometidos por pilotos, difi-cultamanteroaviãonoeixo.Se o freio funciona bem so-

mente de um dos lados, a ten-dênciaéqueaaeronavecomecea virar para o outro lado, por

falta de equilíbrio. Um pneumurcho pode também ter umefeitosemelhante.Pouco antes da entrevista de

Kersul, o coronel Carlos Mine-lli de Sá, chefe do Serviço Re-gional de Proteção ao Vôo deSão Paulo, praticamente des-cartou influência da chuva oudedefeitos na pista comocausadoacidentedaTAM.Sá afirmou que, por volta das

18h50 de terça-feira, havia“pingos esparsos” de chuva noaeroporto e não havia lâminad’águanapistaprincipal.Também disse que, na hora

da aterrissagem, o vento era desomente 7 nós (13 km/h) e so-prava na direção do eixo dapis-ta. A visibilidade era de até 7km. Ou seja, as condições eramfavoráveisànavegaçãoaérea.Ele descartou que houvesse

excesso de água na pista depoisde uma reclamação feita pelopiloto da Gol que havia aterris-sadoàs 17h07daqueledia.Opi-loto dissera que a pista estavaescorregadia.

................................................................................................KLEBERTOMAZDAREPORTAGEMLOCAL

DoisdiasapósoAirbus-A320da TAM sair da pista principalde Congonhas e colidir contraimóveis, outra aeronave dacompanhia aérea, um Fokker-100, foi flagrada ontem de ma-nhã abortando o pouso no ae-roportodeSãoPaulo.Aarremetidaéumadashipó-

teses do Cenipa (Centro de In-vestigação e Prevenção de Aci-dentes Aeronáuticos) para ex-plicar o acidente com o Airbus.A suspeita équeoaviãonãode-senvolveu velocidade suficien-teparadecolarnovamente.O jato estava com o trem de

pouso acionado, mas arreme-teu ainda no ar. Cinco minutosdepois, desceunapistaauxiliar.A TAM divulgou nota afirman-do que “o procedimento de ar-remetida consiste emmanobraprevista na aviação comercial,sendo realizada por motivo desegurança sempre que o pilotojulgarestaaçãonecessária”.

O Fokker havia partido às6h30 de Maringá (PR) com 44passageiros. Eles contaramqueo piloto os avisou que arreme-teria “porque não tinha ângulonecessárioparapousar”.Para especialistas, a opera-

ção é “normal”. “Acontece todoodianomundo inteiro”, disseopiloto e engenheiro JamesWa-

terhouse, professor de enge-nharia da USP. “Arremeter émais do que comum, é reco-mendável”, diz PedroGoldens-tein,pilotohá26anos.Entre os motivos para um

avião arremeter, estão: veloci-dade alta e altura (onde tocanapista). A decisão pode partir datorredecontroleoudopiloto.

FOTO2.017.0

Aeronave pousa em Congonhas; ontem, Fokker-100 arremeteu

ef SEXTA-FEIRA, 20DE JULHODE 2007 cotidiano C3

Page 110: manual infográfico

COMO SÃO FEITOSINFOGRÁFICOSEM JORNAIS?

PENSANDO COMO UM INFOGRAFISTA

Coleta deInformações

Horários apertados + conteúdo extenso e complexo = informação acessível e rápida. Esta equação que parece ser impossível de ser resolvida é a realidade do dia a dia de muitos profissionais dentro das redações dos jornais pelo mundo a fora, os chamados infografistas. Acompanhe a seguir os principais passos percorri-dos por estes profissionais na Folha de São Paulo para solucionar esse problema.

O DIA A DIA DA INFOGRAFIA NO JORNAL

Ordene os níveis de informação, tente compreender o que é interessante ser visualizado primeiro e posteriormente, estabeleça hierarquias e relações entre essas hierarquias para que o infográfico não seja apenas um texto ilustrado.

Separe o “joio do trigo”, pense em como você aprenderia sobre o assunto se fosse totalmente leigo para julgar o que é necessário ou não, pense qual caminho percorreria para entender esta informação? E que elementos seriam necessários? Fotos, ilustrações, tabelas ou mapas, também procure identificar qual informação ficaria melhor como texo e qual como imagem.

Tente saber o máximo sobre o assunto, hoje em dia com a internet isso ficou extremamente fácil. Cruze diversas fontes de informação, não confie só no que aquele grande site diz.

Foco ou recorteDelimite o assunto, nos jornais os infográficos apoiam as matérias e geralmente especificam algo que já foi falado na matéria. Imagine por exemplo um processo, que detalhe diferencia esta etapa da anterior? Evidêncie estes detalhes, a alma de um infográfico é o seu poder de estabelecer relações entre seus elementos.

Os leitores precisam de referenciais para se situar, por exemplo: em um infográfico sobre dinossauros, podemos colocar a silhueta de um ser humano para dar ao leitor a noção do tamanho do dinossauro em relação ao ser humano. Um bom infográfico deve fornecer fornecer parâmetros ao leitor.

Elimine todas as possíveis dúvidas do leitor, com textos e imagens claras e objetivas.

Hierarquização das Informações

Análise deInformação

FornecerParâmetros

Seja específicoProximidade, contraste, grids, conceituação... Utilize os princípos para criar hierarquias e relações entre os elementos do infográficoUm infográfico é uma obra de design gráfico, grande parte do seu fator de compreensão deve-se a este caráter.

Princípios do Design

A liçãoAs principais sacadas dos infografistas da Folha foram

Pré estabelecer o máximo o possível de elementos do infográfico como: setas, vetores, cores e outros elementos visuais que se repitam na peça.

Ilustração Vetorial por ser uma técnica rápida e facilmente adaptável foi adotada principal meio de representação. Por que de uma hora para outra podem pedir para mudar o trabalho de tamanho por que entrou uma publicidade enorme no lugar.

Conteúdo Para Quem Suporte Estilo visual+ + =Conteúdo Para Quem Pressa! Estilo visual+ + =No Jornal:

Em qualquer outro meio:

DÚVIDAS ETERNAS DE UM INFOGRAFISTA

Nas redações dos grandes jornais, os infografistas têm acesso a um acervo de fotografias e a um banco de imagens vetoriais, este banco tem imagens como mapas, objetos e partes do corpo, mas o que não têm no banco tem que ser feito na hora!

O infografista é o profissional que “habita” a editoria de arte e é responsável por produzir os infográficos. E têm estas perguntas como norte de seu trabalho.

FERRAMENTAS

VetoresMapasFotogra�as

Quando?Como?

Onde?Por quê?O quê aconteceu?

PECADOS MORTAIS

Excessos Detalhes demais e recortes de assunto exagerados

Fora do contexto do leitor Não utiliza uma linguagem compreensívelpara o leitor

Metáfora Visual FalhaRelações visuais confusas ou que dêem margem a interpretações aleatórias

Informações Con�itantesInformações erradas, fontes imprecisas ou em desacordo com a matéria

Falhas de desenho Proporções erradas, escolha de imagens confusas

Solicitação

Peneira do

fechador

Infografista

Pré-Impressão

Revisão

Correção

Segunda revisão

Segunda correção

Terceira revisão

Exportação

do arquivo

O fechador distribui os

trabalhos entre os

infografistas

Fechamento

da edição

9:00 hrs 14:00hrs

O infográfico é inserido na sua respectiva página, o

jornal é fechado e enviado para a gráfica.

17:00hrs 18:30hrs 20:00hrs

A FÓRMULA DA INFOGRAFIA

Defina o seu público alvo

O infográfico deve “falar a língua” do público alvo e utilizar referências que sejam populares entre esse público. Vale lembrar também que estilo visual do infográfico deve estar de acordo com o teor da informação. A coerência das informações textuais e visuais são fundamentais para a compreensão.

Informam ao “fechador”(o cara responsável por

distribuir o trabalho aos infografistas) os

infográficos necessários paraa edição do jornal

Então começa a fase de revisão, onde o infografista

leva o impresso para o editor, e faz quantas

alterações forem necessárias

Depois de revisado, o infográfico é exportado no

formato eps.

19:30hrs

Editoria de Arte

ABC

dúvida

jdjaha

nono’

jajaja

www.com

.net

Page 111: manual infográfico

D4 esporte SEGUNDA-FEIRA, 31 DEDEZEMBRODE 2007 ef

Bruno Miranda/Folha Imagem

FOTO4.016.00

Onúmerodeatletasidososcresceemprogressãogeométrica.Éumadisputagostosa.Nãoexistepremiação.Oprêmioétemumcorposaudável,superarseuslimitesedormirbemADEMARTRISTÃOFILHOcorredorde 65 anosque vai disputar aSãoSilvestre

Afestaémuitobonita,temgentenaruaaplaudindo,incentivando.Nofinal,agenteficacansado,masmuitofelizporqueconseguiucruzaralinhadechegadaCARLOSMARCHETTIcorredor de 84anos,o maisvelho inscritona São Silvestre

Carlos Marchetti, 84, corre uma hora e meia três vezes por semana e hoje estará na São Silvestre pelo segundo ano consecutivo

Av. Radial Leste

Cemitério da

Consolação

R. Maria Paula

Al. Glet

e

R. DA CONSOLAÇÃO

AV. IPIRANGA

AV. SÃO JOÃO

AV. B

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AV. RUDGE

R. NORMA GIANOTTIR. JOSÉ A. MUNIZ

R. MARTA

Av. AmaralGurgel

Copan

Pça. da RepúblicaElevado Costa e Silva (M

inhocão)

AV. PACAEMBU

Wal

Mart

Vale doAnhangabau

ConjuntoNacional

Mackenzie

R. Sergipe

Igreja daConsolação

Av. S. Luís

Memorial daAmérica Latina

Larg

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Pais

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Av. 9 de Julho

Pça. Princesa Isabel

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R. Rui Barbosa

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CHEGADA 1 km 817 m

6 km 751 m

10 km735 m

11 k

m72

0 m

12 km 747 m

13,5

km

782

m14

km

811

m

9 km 790 m

8 km 750 m

2 km792 m

Dica: É a descida mais acentuada e

quando a muvuca se dissipa. N

ãoexagere na aceleração, pois o desgastepoderá ser sentido m

ais à frente

Dica: O percurso é cheio decurvas, e o asfalto se alternacom paralelepípedos. É precisocuidado para não escorregar

Dica: O viaduto é um teste para verquem está com energia. A subida éacentuada, mas não é longa

Dica: É o início do maiorretão da prova. Convémusar gel de carboidratoe beber água. Mas sóuse o gel se estiverhabituado

Dica: P

ara M

aria

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3 km750 m

Dica: A descida já acabou, e o percurso volta

a se afunilar. É normal perder um

pouco detem

po na aglomeração

4 km750 m

Dica: Não deixe de se hidratar. A

proveitepara se soltar e ganhar ritm

o

5 km754 m

Dica: É a primeira subida da prova.

Embora curta, é acentuada nos

primeiros 150 m

. É importante

não perder o ritmo

7 km 747 m

Gazeta

Dica: Não pare de imediato apósultrapassar a linha. Façaalongamento e beba água

15 km 816 m

LARGADA

MASP

0 km 816 m

Dica: Até a mais paulistana das provassofre com engarrafamento. São 20 millargando. Não saia atropelando todo mundo

*Tempo dos vencedores em 2006**Média de todos os atletas em 2006

Consultoria técnica: Cláudio Castilho(Pinheiros e equipe Saúde &Performance) e Frederico Fontana(equipe Quality Life)

Imagem ilustrativa

AV. PAULISTAAV. PAULISTA

COMPARE O SEU TEMPO*

Masculino 44min07s

Feminino 51min24s

Masculino 1h25min23s

Feminino 1h35min58s

Elite

Geral

O QUE USARNO DIA DAPROVA

Tênis: Use um apropriadopara corrida de acordo comsua pisada (pronador,neutro ou supinador)

Meias: As estilosapatilha deixam o pémais livre para a corridae também ajudam aabsorver suor

Shorts: De cor clarae confortável, deveter um bolso paratransportar o gel decarboidrato

Boné: Usar decor clara e bemventilado

gel

Vaselina: Passar nasaxilas, virilha e mamilospara evitar assadura porconta do atrito durantea prova

Camisa: Leve,confortável e decor clara. Prefiraas que favorecema absorção do suor

Nível extremo deradiação UVApesar do horário,use protetor solar

Sol entre nuvens,com pancadas dechuva

Mín.

19˚Máx.

32˚

CONHEÇAO CIRCUITODA PROVA

Gire a páginapara ler

Paraatletas 15h15Feminino 16h30Masculino e geral 16h45

Pça. Roosevelt

Edua

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Ast

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Imag

em

SPLIT ALARM

HR.

IdadenãopesaparaquemcorrenaSãoSilvestreMarcas obtidas pelos atletas commais de60anos são asquemais caemna tradicional provade ruadeSãoPaulo

................................................................................................DAREPORTAGEMLOCAL

Ademar Tristão Filho aban-donou os jogos de várzea em1976. Seu corpo, no entanto,não agüentou ficar parado. Elogo a paixão pelo futebol deulugar ao tênis e a quilômetros equilômetrosdepassadas.Hoje, aos 65 anos, é exemplo

deummovimentocomprovadopelas marcas da São Silvestre.Cada vez mais os idosos brasi-leiros se dedicam a atividadesfísicas. E quem abraça o espor-te competitivo tem desempe-nhocadavezmaisdestacado.Namais tradicional prova de

rua do país, apenas os corredo-res das categorias commais de60 anos tiverammelhora signi-ficativa no tempo médio depercurso se comparado 2006 a1998,omaisantigoregistrado.Naquele ano, a média foi de

1h36min56s. No ano passado,os veteranos cumpriram o cir-cuito em 1h33min44s. Entre asmulheres, a marca caiu de1h55min35spara1h47min39s.Amaioriadoscorredores ins-

critos na prova pioraram ostempos. Na categoria até 29anos, os homens saltaram de1h19min32s para 1h23min31s.A prova feminina foi pior, de1h28min51spara1h38min31s.Alguns, no entanto, apresen-

taram leve evolução. Os atletasde 50 a 59 anosmelhoraram asmarcas,mas de forma bemme-nos significativa (44s para mu-lherese9sparahomens).Já os jovens com até 19 anos

foram1min21smaisvelozes.“O número de atletas com

mais de 60 anos só aumenta.Alguns descobrem a corrida

nessa idade”, diz Tristão Filho,que preside a Associação dosCorredoresdoEspíritoSanto.Apesar de festejar o incre-

mento da modalidade, o corre-dorpenacomnovosrivais.“Tenhoumbomníveldetrei-

namento,mas começo aperderespaço. As provas estão cadavez mais disputadas”, diz ele,vice-campeão em sua faixa etá-ria na Volta da Pampulha. NaSão Silvestre-2006, foi quartona sua categoria, 941º no geral—havia15mil inscritos.Segundo censo do IBGE di-

vulgadonoúltimoano, aexpec-tativamédiadevidadobrasilei-roatingiu71,9anos.A explicaçãopara este cresci-

mento está no maior acesso acuidados médicos, dieta balan-ceada,novastecnologias,quedada mortalidade infantil e naprática de atividades esporti-vas,entreoutras.CarlosMarchetti é umexem-

plo dos efeitos desse novo in-grediente na vida dos idosos.Começou a correr há oito anose, em 2006, arriscou-se na SãoSilvestre. Hoje, estará na Pau-lista novamente. Aos 84 anos, éomaisvelhoinscrito.“Meus filhos corrememe in-

centivaram. Uma pessoa deidade, quando fica parada, sópiora”,afirmaocompetidor.Marchetti treinapor cercade

uma hora emeia três vezes porsemana.Tambémcontinuatra-balhandoemsuaoficina.“Eu comecei andando. Aí

passei a correr 5km, 10km,15km e vi que dava. Essa é mi-nha segunda São Silvestre, maseu quero mais”, diz. (MARIANA

LAJOLOEPAULOCOBOS)