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Manual do JOVEM ADVOGADO
2ª edição Revisado e Atualizado
Noções e dicas para iniciar no mercado de trabalhoPorto Alegre/RS, 2011
verso da capa
CAA
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Manual do JOVEM ADVOGADO
2ª edição Revisado e Atualizado
Noções e dicas para iniciar no mercado de trabalhoPorto Alegre/RS, 2011
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PRESIDENTE DA OAB/RSCLAUDIO PACHECO PRATES LAMACHIA
Presidente da CEJAPedro Zanette Alfonsin
Vice-Presidente da CEJAMatheus Portella Ayres Torres
Secretário-Geral da CEJAFelipe Waquil Ferraro
COMISSÃO DE TRABALHO DO MANUAL DO JOVEM ADVOGADO
Antonio ZanetteAline Frimm Krieger
Artur Santos Daudt de OliveiraCamila Mollerke
Cristiana Sanchez Gomes FerreiraFábio Peres MesquitaFelipe Waquil Ferraro
Leonardo Barcelos de OliveiraMarlon Adriano Balbon TabordaMatheus Portella Ayres Torres
Marciano Barbieri (membro honorário)Mariana Koch
Ramiro GrandoRodrigo Bueno PrestesRodrigo Cassol Lima
Taísa SalviVinicius Cervo
COMISSÃO ESPECIAL DO JOVEM ADVOGADO
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PREFÁCIO
Ao nos aproximarmos do limiar de um NOVO ANO, senti imensa
satisfação e orgulho em receber o segundo exemplar do Manual do Jovem
Advogado. O talentoso colega Pedro Alfonsin, Presidente da Comissão
Especial do Jovem Advogado da OAB/RS, tem conduzido uma notável
plêiade de jovens advogados que constituem a laboriosa e brilhante
comissão, com inusitado entusiasmo, empenho e real interesse.
A relevante tarefa assumida pelos jovens colegas ultrapassou em
muito as expectativas dos que, como eu, militam há longos anos nessa
difícil , mas gratificante tarefa profissional e, ainda assim, dedicam uma
parcela ponderável de seu precioso tempo diário para prestar um
relevante serviço à Ordem dos Advogados do Brasil .
Oriundos de Faculdades de Direito sediadas na capital e no
interior, onde se iniciaram nas ciências jurídicas, os jovens colegas de
acentuado espírito público lograram aprovação no exame de ordem e não
hesitaram, tão logo obtiveram sua inscrição na OAB, em se integrar à
nossa instituição para fortalecê-la e colaborar ativamente para que esta
defenda com coragem e obstinação o Estado Democrático de Direito,
fundamento de uma sociedade progressista, humana e justa.
Desde a instalação da Comissão do Jovem Advogado, o vibrante
grupo organizou inúmeras reuniões, promoveu debates, cursos e
seminários inteiramente voltados ao aprimoramento da cultura jurídica e
à integração da comissão com os jovens advogados que vivem no interior
e que estão inscritos numa das 106 Subseções espalhadas pelo imenso
território rio-grandense. Tem sido um trabalho intenso, eficiente, digno
da nossa admiração e do nosso aplauso.
Depois de lançarem e propagarem com êxito a primeira edição do
referido manual, os jovens da comissão elaboraram esta segunda edição,
que traz a marca da experiência acumulada e um propósito de
extraordinário e altruístico significado: orientar outros novos e jovens
colegas.
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O material escolhido e bem programado é de simples e gratificante
leitura. Um produto autêntico de colegas responsáveis. São todos jovens
colegas, competentes, comprometidos, dedicados ao estudo e à fraterna
convivência, e oferecem à sociedade um magnífico exemplo de união e
de devoção aos interesses da classe e da cidadania.
Este Manual, concebido, proposto, organizado e revisado pela
Comissão Especial do Jovem Advogado da OAB/RS, é dedicado aos
milhares de jovens que estão inscritos na nossa Seccional, iniciando sua
atividade profissional.
É também de caráter eminentemente prático, por isso, de
apontamentos reduzidos, com o objetivo de orientar para a prática
forense, sabidamente árdua, mas caminho da plena realização
profissional.
Quando a Diretoria da OAB/RS aprovou sua reedição, por
considerá-la efetivamente de marcante utilidade aos que desejam atuar
nos foros e tribunais do país com dedicação integral, responsabilidade e
eficiência, também teve por escopo homenagear ao Presidente e a todos
os integrantes da Comissão do Jovem Advogado.
É uma homenagem simples, mas de sincero reconhecimento a uma
Comissão que se revelou atuante, interessada, comprometida com os
anseios da classe e que trabalha em perfeita sintonia com esta gestão,
que tem administrado a Seccional com permanente fidelidade ao lema
“OAB/RS - Transparente e Participativa”.
É desejo da nossa Diretoria e do Conselho Seccional que os
milhares de jovens que, para nosso orgulho, integram nossos quadros,
após vencerem arduamente todas as etapas de uma boa formação, possam
complementá-la, agindo com constante e integral observância aos
princípios consagrados no Código de Ética e Disciplina e às normas
expressas na Lei 8.906/94 - Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil
- alcançando, assim, a gratificação do resultado profícuo e do êxito
profissional.
Claudio Pacheco Prates Lamachia
Presidente da OAB/RS
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APRESENTAÇÃO
Inicialmente cabe uma menção honrosa a incansável Comissão de
formatação do Manual do Jovem Advogado, que representa todo o
esforço dos dirigentes da OAB/RS nos últimos anos para dar guarida
para aqueles advogados que estão iniciando a carreira.
Hoje no Brasil, as Faculdades de Direitos formam todo ano
inúmeros Bacharéis em Direito, formação esta extremamente positiva,
que propicia o exercício do trabalho em diversas áreas, haja vista as
carreiras públicas e privadas, sendo a mais conhecida delas a advocacia,
profissão esta, das mais relevantes na sociedade.
O advogado é o único profissional liberal mencionado
expressamente na Constituição Federal, no seu artigo 133, que este é
indispensável à administração da justiça, exigindo uma qualificação
técnica adequada para defender o direito do seu constituído.
Para aqueles que escolheram a advocacia como profissão, é
fundamental compreender suas prerrogativas desde o inicio, como ensina
Ruy Barbosa, patrono da advocacia, na Oração aos Moços:
Eis o de que nos há de preservar a just iça brasi leira, se a deixarem sobreviver, ainda que agredida, oscilante e mal segura, aos outros elementos consti tut ivos da república, no meio das ruínas, em que mal se conservam ligeiros traços da sua verdade.
Ora, senhores, esse poder eminencialmente necessário, vi tal e salvador, tem os dois braços, nos quais aguenta a lei , em duas inst i tuições: a magistratura e a advocacia, tão velhas como a sociedade humana, mas elevadas aos cem dobros, na vida consti tucional do Brasil , pela estupenda importância, que o novo regime veio dar à just iça.
Meus amigos! É para colaborardes em dar existência a essas duas inst i tuições que hoje saís daqui habil i tados. Magistrados ou Advogados sereis, duas carreiras quase sagradas, inseparáveis uma da outra, e , tanto uma como a outra, imensas nas dif iculdades, responsabil idades e ut i l idades.
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A Comissão Especial do Jovem Advogado da OAB/RS (CEJA)
ganha importância na medida em que tem como fulcro primordial,
fornecer subsídios para que o profissional tenha condições mínimas de
iniciar a carreira e para que participe da Instituição.
Exemplos de Projetos bem sucedidos da CEJA são: o primeiro
Manual do Jovem Advogado, os Grupos de Estudos, a formação de
comissões no interior do estado, o Meeting da OAB Jovem, campanha
contra o aviltamento dos honorários advocatícios, o engajamento de
centenas de jovens advogados junto a OAB, eventos de confraternização,
destacam o jovem advogado dentro da sua instituição e perante a
sociedade.
Foi nesse sentido que a OAB/RS resolveu brindar os jovens
advogados de todo o Estado com a Segunda Edição do Manual do Jovem
Advogado.
Pedro Zanette Alfonsin
Presidente da CEJA
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SUMÁRIO 1. A HISTÓRIA DA ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL ................................................. 12 2. OS PROJETOS DA CEJA ............................................................................................................ 13
2.1 Interiorização ........................................................................................................................ 13 2.2 Grupos de Estudos ................................................................................................................ 14 2.3 OAB nas Faculdades de Direito ........................................................................................... 14 2.4 Eventos ................................................................................................................................. 15 2.5 Meeting Jurídico ................................................................................................................... 15
3. O QUE A OAB OFERECE AOS ADVOGADOS ........................................................................... 15 3.1 Escola Superior da Advocacia – ESA................................................................................... 16 3.2 Caixa De Assistência dos Advogados Do Rio Grande Do Sul - CAA/RS ........................... 16
3.2.1 Serviços e Instalações da CAA/RS em Porto Alegre: ...................................................... 16 3.3 Sede Campestre e Galpão Crioulo: ....................................................................................... 17 3.4 Cooperativa de Crédito dos Advogados ............................................................................... 18
4. DOS DIREITOS E PRERROGATIVAS DO ADVOGADO ........................................................ 18 4.1 Da Ausência de Hierarquia e Subordinação ......................................................................... 19 4.2 Da Independência Profissional e sua Inviolabilidade ........................................................... 19 4.3 DO SIGILO PROFISSIONAL ..................................................................................................... 21 4.4 Do Direito de Comunicação com o Cliente, do Exame de Autos e Carga Processual .......... 21 4.5 Do livre ingresso em Recintos Judiciais, Repartições e Assembléias e do Direito ao uso da Palavra ................................................................................................................................................23 4.6 Do Direito ao Desagravo Público e a Salas de Advogados .................................................. 24 4.7 Das Medidas da Seccional do Rio Grande do Sul em Defesa das Prerrogativas .................. 24 4.8 Plantão da Comissão de Defesa, Assistência e das Prerrogativas dos Advogados José Francisco Oliosi da Silveira - Gestão 2010/2012................................................................................... 25
5. DO RELACIONAMENTO COM O CLIENTE ........................................................................... 26 5.1 Procuração ............................................................................................................................ 26 5.2 Substabelecimento, Renúncia e Revogação .......................................................................... 27 5.3 Honorários Advocatícios ...................................................................................................... 28
5.3.1 Honorários Contratuais .................................................................................................... 28 5.3.2 Honorários Sucumbenciais ............................................................................................... 29 5.3.3 Trabalhistas ...................................................................................................................... 30 5.3.4 Prestação de Serviço como Advogado Correspondente ................................................... 30 5.3.5 Tabela de Honorários da OAB/RS ................................................................................... 31 5.3.6 Cobrança e Execução de Honorários ................................................................................ 31
5.4 Prestação de Contas .............................................................................................................. 32 6. DA RESPONSABILIDADE CIVIL e CRIMINAL DO ADVOGADO ........................................... 33
6.1 Da Responsabilidade Contratual do Advogado .................................................................... 34 6.2 Da Obrigação de Meio e de Fim na Atividade advocatícia .................................................. 34 6.3 Da Responsabilidade Subjetiva/Objetiva .............................................................................. 35 6.4 Responsabilidade por Ação: Comissão e Omissão ou Ausência de conduta do agente ........ 35 6.5 Responsabilidade Criminal do Advogado. ........................................................................... 36
7. DA ATUAÇÃO DO ADVOGADO EM AUDIÊNCIA ................................................................ 36 8. PROCESSO ELETRÔNICO ......................................................................................................... 38 9. LIMITES DA PUBLICIDADE NA ADVOCACIA ......................................................................... 39 10. TRIBUTAÇÃO NA ADVOCACIA ......................................................................................... 40
10.1 Da Tributação aos Advogados e das Sociedades de Advogados. ......................................... 40 10.1.1 Advogado - Pessoa Física: ............................................................................................... 41
10.2 SOCIEDADES DE ADVOGADOS: .................................................................................... 44 10.2.1 Impostos pagos mensalmente ...................................................................................... 44 10.2.2 Impostos pagos trimestralmente .................................................................................. 45
10.3 REMUNERAÇÃO ADVOGADO ....................................................................................... 45 10.3.1 Como empregado: ............................................................................................................ 46 10.3.2 Como sócio: ................................................................................................................. 46 10.3.3 Como Associado: ......................................................................................................... 46 10.3.4 Contribuições Sindicais e a OAB ............................................................................ 47 10.3.5 Reembolso de Despesas ............................................................................................... 47
11. VOCÊ SABIA QUE ................................................................................................................. 48 12. REFERÊNCIAS ........................................................................................................................ 51
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1. A HISTÓRIA DA ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL
Por ato do Imperador Dom Pedro I, em 11 de agosto de 1827,
fundaram-se os Cursos de Ciências Jurídicas e Sociais no Brasil - um na
cidade de São Paulo e outro na cidade de Olinda.
O surgimento da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) se deu
por influência dos estatutos da associação portuguesa que já em 1838
previam a criação de uma Ordem dos Advogados nos moldes conhecidos
atualmente.
Em 1843, no Brasil , advogados reunidos na casa do Conselheiro
Teixeira de Aragão elaboraram os estatutos do Instituto dos Advogados
Brasileiros - IAB - com uma finalidade precípua: “a constituição da
Ordem dos Advogados”, sendo aprovado no mesmo ano pelo Governo
Imperial que objetivava a organização da entidade.
No entanto, a criação da OAB efetivou-se quase um século após a
aprovação dos seus estatutos. Pode-se dizer que a criação da OAB se
confunde com a sua primeira atuação no intento de concretizar os
princípios de democracia e justiça social já que nasce em razão de um
momento crítico da vida política do país – revolução de 1930.
O primeiro regulamento da OAB foi aprovado mediante o Decreto
n. 20.784/1931, prevendo a criação do Conselho Federal para o exercício
das atribuições da Ordem em todo o território nacional.
Sob a condução de Levi Carneiro na condição de primeiro
presidente da OAB e Attílo Vivácqua a Ordem se consolidou como
entidade representativa da sociedade.
Carneiro e Vivácqua, à frente da presidência organizaram a
instituição solucionando os problemas de interpretação do Estatuto
atuando em prol da criação das seções estaduais e elaborando o Código
de Ética.
No decorrer da Segunda Guerra Mundial, após o abatimento de
cinco navios brasileiros por submarinos alemães, em 1942, a OAB exigiu
do Governo providências para o desagravo da soberania nacional. A
13
repercussão da medida em conjunto com manifestações populares fez
com que o país entrasse na Guerra juntando-se aos Aliados.
Em 1964, com o Golpe Militar, registram-se mais atuações da OAB
na defesa das garantias fundamentais organizando e consolidando uma
sociedade livre e democrática. Teve poder de decisão, no tocante aos
Advogados com direitos políticos suspensos pelo Governo, determinando
que estes não mais estariam impedidos de exercer a advocacia.
Em 1983 a OAB juntamente com entidades e partidos
oposicionistas encetaram a campanha “Diretas Já!”, pleiteando a escolha
do chefe do executivo por voto popular.
Ainda, contou com participação direta e efetiva em prol da
democracia, para a promulgação da Constituição de 1988, representando
o fim dos vestígios autoritários provenientes da época da ditadura.
Portanto, a OAB vem cumprindo seus objetivos e finalidades de
forma a preservar os valores correspondentes à defesa da democracia e
das prerrogativas individuais, não se calando frente a acontecimentos
políticos temerários e se mostrando como entidade indispensável ao
cultivo de uma sociedade plenamente livre.
2. OS PROJETOS DA CEJA
2.1 Interiorização
A Comissão Especial do Jovem Advogado, desde 2008, em
conjunto com a diretoria da OAB/RS busca incentivar a instalação de
comissões em todas as subseções de modo a tornar realidade o ideal em
volto da expressão “Nenhuma subseção sem CEJA”.
O trabalho, coordenado por Matheus Portella Ayres Torres, visa
implementar os projetos da CEJA nas subseções, sendo elo entre o jovem
advogado e sua entidade de classe.
14
2.2 Grupos de Estudos
Os Grupos de Estudos da CEJA, coordenado por Felipe Waquil
Ferraro, visa à interação dos jovens advogados sobre temas específicos,
tanto a distância, quanto através de encontros presenciais, a fim de
debater temas peculiares de cada matéria.
Em junho/2011, os grupos contavam com aproximadamente 2.000
(dois mil) cadastrados nas 17 (dezessete) áreas oferecidas, sendo, em
média, 40% (quarenta por cento) dos integrantes atuantes no interior do
Estado.
O número elevado de inscritos demonstra uma nova visão dos
recém-formados, os quais buscam melhores conhecimentos pela troca de
informações. Interessante ressaltar que os grupos de estudos são
inteiramente gratuitos.
Os grupos disponíveis atualmente são:
Civil - Processo Civil – Penal - Processo Penal - Trabalho Societário e Recuperação de Empresas – Informática - Ambiental Consumidor – Tributário - Família e Sucessões - Previdenciário Administrat ivo – Consti tucional – Desport ivo - Médico Propriedade Intelectual - Internacional
2.3 OAB nas Faculdades de Direito
O Projeto “Conhecendo a OAB/RS”, desenvolvido pela Comissão
Especial do Jovem Advogado (CEJA), coordenado por Leonardo Barcelos
de Oliveira, em conjunto com a Escola Superior de Advocacia (ESA),
visa propiciar aos estudantes do curso de Direito maior conhecimento
sobre temas que são essenciais ao advogado.
Por intermédio de palestras, os graduandos são orientados para que
tenham condutas compatíveis com os preceitos dispostos na legislação
que rege a advocacia e nos demais princípios a ela atinentes.
15
2.4 Eventos
A CEJA, em conjunto com a OAB/RS e CAA-RS, possui
tradicionais eventos em seu calendário anual, tais como:
- Festa Junina da OAB-RS;
- CEJA no Acampamento Farroupilha;
- Encontro Estadual do Jovem Advogado.
- Encontros Regionais dos Grupos de Estudos
2.5 Meeting Jurídico
A iniciativa leva aos advogados que se encontram em início de
carreira, informações sobre a profissão e o mercado de trabalho por meio
de palestras realizadas por renomados nomes do direito e da área
empresarial.
Os encontros são realizados mensalmente sendo que, os debates
buscam oferecer experiências profissionais a fim de agregar e inovar a
carreira jurídica do jovem advogado, por exemplo, a relação do
empresário ou cliente/pessoa física com o advogado.
Para maiores informações sobre os projetos realizados pela
CEJA, contatar a Secretaria das Comissões por intermédio do
telefone (51) 3284-6400 ou pelo site www.jovemadvogado.com.br
3. O QUE A OAB OFERECE AOS ADVOGADOS
16
3.1 Escola Superior da Advocacia – ESA
A Escola Superior de Advocacia do Rio Grande do Sul – ESA – foi
criada no ano de 1985, através da resolução n 24/85 do Conselho
Seccional, tendo sido a primeira do Brasil.
Seu objetivo é garantir o aprimoramento profissional e cultural de
advogados e estagiários.
Nos últimos anos, disponibilizou, através de convênio com a AASP
(Associação dos Advogados de São Paulo), cursos telepresenciais,
inclusive de Pós-Graduação, possibilitando amplo acesso dos
profissionais da advocacia.
Ainda, há, semanalmente, o “Cinema na ESA”, no qual se pode, de
forma gratuita, assistir a filmes previamente informados.
Informa-se, outrossim, que, ao jovem advogado, a ESA oferece
descontos especiais, além de espaço para publicações de artigos junto ao
Jornal da Ordem.
3.2 Caixa De Assistência dos Advogados Do Rio Grande Do Sul - CAA/RS
A presidência da CAA/RS é exercida por Arnaldo de Araújo
Guimarães e possui sede na OAB/RS na Rua Washington Luís, 1110 –
3º/4º/5º andar - Centro Histórico - CEP: 90010-460 – Porto Alegre/RS
Telefone: (51) 3287.7400 Site: www.caars.org.br - E-mail:
3.2.1 Serviços e Instalações da CAA/RS em Porto Alegre:
-Benefícios: (51) 3287.7413
-Convênios: (51) 3287.7412
17
-Loja: (51) 3287.7480
-Marketing: (51) 3287.7447
-Cafeteria: (51) 3287.7470
-Farmácia: (51) 3287.7491
-Livraria: (51) 3287.7442
-Óptica: (51) 3287.7440
-Centro de saúde: (51) 3287.7471
- Clínica Odontológica: Dentística, periodontia, endodontia,
odontopediatria, clareamento, ortodontia e bruxismo.
- Clínica Médica: Clínica-geral, cardiologia, otorrinolaringologia,
dermatologia, ginecologia, pediatria, geriatria, urologia e nutrição.
- Fisioterapêutica : Reeducação postural global, fisioterapia, e
acupuntura.
- Psicoterapêutica : Psiquiatria e psicologia.
- Cuidados especiais : Massoterapia, estética facial, l impeza de
pele e peeling .
Para informações sobre os serviços e instalações disponibilizados,
consulte o site da CAA/RS ou o setor de Convênios pelo telefone (51)
3287.7412.
3.3 Sede Campestre e Galpão Crioulo:
A sede Campestre e o Galpão Crioulo, sob administração da
CAA/RS, estão à disposição dos advogados e estagiários de todo o
Estado do Rio Grande do Sul, bem como seus dependentes e contam com
área de lazer, espaço para comemoração de festas, casamentos,
aniversários, entre outros. Informações telefones (51) 8137.3485 (51)
3287.7433.
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3.4 Cooperativa de Crédito dos Advogados
O objetivo da criação da Cooperativa de Crédito dos Advogados
Gaúchos é proporcionar aos advogados acesso a produtos e serviços
financeiros, voltados para as necessidades da nossa classe, com taxas
mais baixas em comparação às praticadas pelas instituições financeiras
comerciais. O grande diferencial da COOABCred é que, ao se associar, o
advogado passará a ser dono da Cooperativa, tendo, ao final de cada
período fiscal, direito à participação proporcional na distribuição das
sobras da operação cooperativada.
Para se associar à Cooperativa de Crédito dos Advogados Gaúchos
deve ser preenchida a ficha cadastral e realizada a integralização de
cota-capital, no valor mínimo de R$ 500,00 (quinhentos reais), valor que
poderá ser parcelado em até 10 vezes. Através do link
http://www.oabrs.org.br/cooperativa_credito.php pode ser realizado o
download dos formulários e instruções para preenchimento do cadastro e
abertura da conta. Após, o advogado deverá entrar em contato pelos
telefones (51) 3287-2800 com Taynah, ou (51) 3287-1800, ramal 1926
com Rita Frank, para receber as instruções sobre o local de entrega da
documentação. Aquelas subseções que tiverem malote com a Seccional
poderão utilizar tal meio para a remessa dos documentos, aos cuidados
da Vice-Presidência.
4. DOS DIREITOS E PRERROGATIVAS DO ADVOGADO
Estabelece o artigo 133 do Constituição Federal de 1988, o
advogado é indispensável à administração da Justiça, sendo defensor do
Estado Democrático de Direito, da cidadania, da moralidade pública, da
Justiça e da paz social, cabendo a esse tratar a todos, com cordialidade,
respeito, discrição e independência, devendo exigir igual tratamento,
sempre zelando pelas prerrogativas a que tem direito.
19
Em nosso país, o exercício da advocacia é privativo dos que se
inscrevem nos quadros da Ordem dos Advogados do Brasil. Desta forma,
embora a Constituição Federal assegure o livre exercício de qualquer
trabalho, ofício ou profissão, condiciona tal direito à observância das
condições indispensáveis estabelecidas pela legislação
infraconstitucional.
Ademais, são nulos os atos praticados por pessoa não inscrita na
Ordem dos Advogados do Brasil , sem prejuízo das sanções civis, penais
e administrativas.
Por tal razão, é de extrema importância que o advogado ao
ingressar nos quadros da Ordem dos Advogados do Brasil, conheça os
direitos e deveres inerentes ao seu exercício profissional, dispostos na
Lei n. 8.906 de 04 de julho de 1994.
4.1 Da Ausência de Hierarquia e Subordinação
No exercício da advocacia, não há hierarquia entre advogados,
magistrados e Ministério Público, devendo, como referido acima, todos
se tratarem com consideração e respeito recíprocos.
Ao advogado é dado o direito de exercer livremente seu ofício, em
todo território nacional. Respeitada as determinações legais, no exercício
da advocacia, é indispensável à utilização do documento profissional,
servindo, inclusive, como prova de identificação civil para todos os fins
legais.
4.2 Da Independência Profissional e sua Inviolabilidade
No exercício da profissão o advogado é inviolável, situação que se
aplica tanto ao profissional público quanto particular. De modo que
advogado está no cumprimento do dever de prestar assistência àquele que
o constituiu, dispensando-lhe orientação jurídica perante qualquer órgão
do Estado e converte a sua atividade profissional, quando exercida com
20
independência e sem indevidas restrições, em prática inestimável de
liberdade.
Assim sendo, independentemente da instância em que se encontre
exercendo seu trabalho, incumbe, ao advogado, neutralizar os abusos,
fazer cessar o arbítrio, exigir respeito ao ordenamento jurídico e velar
pela integridade das garantias legais e constitucionais outorgadas àquele
que lhe confiou à proteção de sua liberdade e de seus direitos1.
A exemplo disso, o Conselho Nacional de Justiça, em recente
decisão2 em sessão plenária, recomendou que os magistrados se eximam
de ameaçar ou determinar a prisão de advogados públicos federais e
estaduais para forçar que sejam cumpridas decisões judiciais dirigidas
aos gestores públicos, uma vez que, a inviolabilidade do advogado no
exercício da função é norma insculpida na Constituição Federal.
A inviolabilidade do advogado estende-se, também, ao seu
escritório ou local de trabalho, a sua correspondência escrita ou
eletrônica, telefônica e telemática, bem como aos demais instrumentos de
trabalho utilizados, desde que digam respeito ao exercício profissional.
Desta forma, somente em casos em que estiverem presentes
indícios de autoria e materialidade da prática de crime por parte do
advogado, é que a autoridade competente poderá decretar a quebra dessa
inviolabilidade, em decisão motivada, expedindo mandado de busca e
apreensão, específico e pormenorizado, a ser cumprido na presença de
um representante da Ordem dos Advogados do Brasil, sendo, em
qualquer hipótese, vedada a utilização dos documentos, das mídias e dos
objetos pertencentes a clientes do advogado averiguado, bem como dos
demais instrumentos de trabalho que contenham informações sobre
clientes. Salvo nesses casos, qualquer violação de sigilo ou interceptação
de comunicação do advogado será ilegal, configurando abuso de poder.
O advogado só pode ser preso em flagrante, por motivo de
exercício da profissão, em caso de crime inafiançável, devendo haver a
1 BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Habeas corpus n. 98.237. Brasília, 15 dez. 2009. Relator Ministro Celso de Mello. DJ, 06 nov. 2010. Disponível em: <http://www.stf.jus.br>. Acesso em: 22 set. 2011. 2 BRASIL. Conselho Nacional de Justiça. Brasília. Pedido de Providências 0000749-61.2011.2.00.0000, 30 ago. 2011. Relator Conselheiro Jorge Hélio de Oliveira. Disponível em: <http://www.cnj.jus.br/>. Acesso em: 02 set. 2011.
21
presença de um representante da Ordem dos Advogados do Brasil, para
lavratura do auto respectivo, sob pena de nulidade e, nos demais casos
deve ocorrer a comunicação expressa à seccional onde o profissional se
encontra inscrito.
O advogado preso, só poderá ser recolhido antes de sentença com
trânsito em julgado em sala de Estado Maior, com instalações e
acomodações condignas e, na sua falta, em prisão domiciliar.
O advogado tem imunidade profissional, não constituindo injuria,
difamação ou desacato que seja punível em relação a qualquer
manifestação mais acalorada de sua parte. Nestes casos, entende-se que
prevalece a intenção de defender, que, consequentemente, exclui a
vontade de ofender. Todavia, existem sanções disciplinares perante a
Ordem dos Advogados do Brasil , pelos excessos que venha a cometer.
4.3 DO SIGILO PROFISSIONAL
Ao advogado compete o sigilo das informações recebidas de
clientes, impondo-se o seu respeito, exceto em hipóteses de grave
ameaça à vida, à honra, ou quando o advogado se veja afrontado pelo
próprio cliente e, em defesa própria, tenha que revelar segredo, porém
sempre restrito ao interesse da causa.
Mesmo que liberado ou solicitado pelo cliente, o advogado pode
recusar-se a depor como testemunha em processo no qual tenha
funcionado ou deva funcionar, ou sobre fato relacionado com pessoa de
quem seja ou foi procurador, especialmente se versar sobre fato
relacionado ao sigilo profissional.
4.4 Do Direito de Comunicação com o Cliente, do Exame de Autos e
Carga Processual
Em observância ao princípio da ampla defesa, é assegurado ao
advogado comunicar-se pessoal e reservadamente com seu cliente,
22
independentemente de procuração, ainda que esse esteja preso, detido ou
recolhido em estabelecimento civil ou militar, e ainda mesmo que esteja
considerado incomunicável.
É direito do advogado examinar, em qualquer órgão dos poderes
Judiciário e Legislativo, da Administração Pública em geral, ainda que
sem procuração, os autos dos processos, estejam eles em andamento ou
já tenham sido encerrados, podendo extrair cópias das peças que julgar
importantes e fazer anotações, ou retirá-los em carga pelo prazo legal,
afora os processos sob regime de segredo de justiça ou outras
circunstâncias estabelecidas na Lei n. 8.906/94.
Deste modo, é ilegal qualquer “ato normativo”, “resolução” ou
“portaria”, seja ela administrativa ou judicial, que vise a restrição de
vista e retirada de autos em carga pelo advogado. Ao magistrado não
compete legislar, mas tão somente interpretar e aplicar a lei.
É direito do advogado examinar em qualquer repartição policial, os
autos de inquérito e os de flagrante, estejam eles em andamento ou já
tenham sido encerrados, ainda que eles estejam conclusos à autoridade
policial, podendo extrair cópias das peças que julgar importantes e fazer
anotações.
Ainda no que se refere ao inquérito policial, mesmo à sombra de
sigilo, pode o advogado examiná-lo, ainda que sem procuração, porque,
embora a Constituição Federal estabeleça que todos os atos processuais
serão públicos, salvo aqueles a que se decrete segredo de justiça, é
importante lembrar que esta ressalva diz respeito exclusivamente aos
autos processuais, e, por isso, não alcança o inquérito policial, mero
procedimento administrativo que não integra o processo, ficando,
consequentemente, fora do alcance da previsão referente ao segredo de
Justiça3.
Nesse sentido, em respeito ao direito de defesa e do devido
processo legal, o Supremo Tribunal Federal aprovou a Súmula vinculante
3 D’URSO, Luiz Flávio Borges. O sigilo do inquérito policial e o exame dos autos por advogado. Revista do Instituto de pesquisa e Estudos: Divisão Jurídica, Bauru, n. 24, p. 172-174.
23
n. 144, originária de proposta do Conselho Federal da Ordem dos
Advogados do Brasil, que ratifica o direito do advogado, no interesse de
seu cliente, a ter acesso amplo aos elementos de prova que já integrem os
autos do inquérito policial, em qualquer repartição da policia judiciária.
Deste modo, com a aprovação dessa Súmula vinculante, qualquer
violação a prerrogativa de vista dos autos de inquérito e os de flagrante,
não só permite medidas civis e penais, como também Reclamação ao
Supremo Tribunal Federal.
4.5 Do livre ingresso em Recintos Judiciais, Repartições e
Assembléias e do Direito ao uso da Palavra.
Ao advogado é permitido ingressar livremente em qualquer
edifício ou recinto em que funcione repartição judicial ou outro serviço
público, incluindo salas de audiências, secretarias, cartórios, entre
outros locais, podendo permanecer em pé ou sentado, conforme preceitua
o inciso VI, do artigo 7º da Lei n. 8.906/94. Bem como, possui liberdade
para se retirar destes locais, independentemente, de licença, inclusive em
casos em que houver atraso do magistrado ou outra autoridade, nos
termos dos incisos VII e XX, do mesmo diploma legal.
É direito do advogado dirigir-se diretamente aos magistrados em
salas e seus gabinetes de trabalho, independentemente de horário
previamente marcado.
O advogado pode falar em pé ou sentado, em juízo, tribunal ou
órgão de deliberação coletiva da Administração Pública ou do Poder
Legislativo.
Ao advogado é permitido o uso da expressão, “pela ordem”, em
qualquer juízo ou tribunal, mediante intervenção sumária, para esclarecer
equívoco ou dúvida surgida em relação a fatos, documentos ou
afirmações que venham a influenciar a decisão a ser tomada pelo
4 Súmula vinculante n. 14 do STF: “É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de policia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa.”
24
magistrado, bem como para replicar acusação ou censura que lhe forem
feitas. Da mesma forma que lhe é permitido reclamar, verbalmente ou
por escrito, perante qualquer juízo, tribunal ou autoridade, contra a
inobservância de preceito de lei, regulamento ou regimento.
4.6 Do Direito ao Desagravo Público e a Salas de Advogados
A todos os inscritos nos quadros da Ordem dos Advogados do
Brasil é concedido o direito ao desagravo público, promovido pelo
Conselho competente, de ofício, a pedido do próprio advogado ou de
qualquer pessoa, quando ofendido no exercício da profissão, ou em razão
desta.
Ao Poder Judiciário e Executivo, compete a instalação em todos os
juizados, fóruns, tribunais, delegacias de polícia e presídios, salas
especiais permanentes para os advogados.
4.7 Das Medidas da Seccional do Rio Grande do Sul em Defesa das
Prerrogativas
Desta forma, com o propósito de defender os direitos, garantias e
prerrogativas dos advogados no exercício de sua profissão, a Ordem dos
Advogados do Brasil, seccional do Rio Grande do Sul, criou, através do
seu Regimento Interno, a Comissão de Defesa, Assistência e das
Prerrogativas dos Advogados – José Francisco Oliosi da Silveira. Esta
Comissão Permanente, com sede na Rua Washington Luiz, n. 1110,
Centro Histórico, Porto Alegre, funciona de segunda a sexta-feira, das
08h30minh às 18h30minh, com os seguintes telefones de contato: (51)
3287.1853 ou (51) 3287.1827 e fax: (51) 3225.7806, com Vânia ou
Fernanda.
Nas demais subseções do Estado, o advogado que tenha, de alguma
forma, sofrido ou esteja sofrendo qualquer espécie de violação a seus
direitos, garantias e prerrogativas no exercício de sua profissão deve
25
procurar a sede da Ordem dos Advogados do Brasil , na Comarca onde
esta tenha ocorrido.
A Comissão de Defesa, Assistência e Prerrogativas dos Advogados
mantém, ainda, um plantão 24 horas, com atendimento realizado por seus
membros. Deste modo, a Ordem dos Advogados do Brasil , seccional do
Rio Grande do Sul, ciente das dificuldades enfrentadas pelos advogados
no seu dia a dia, principalmente no inicio de sua militância, coloca à
disposição da classe, profissionais aptos e prontos a intercederem em
prol dos advogados nos casos de ameaça e violação das suas
prerrogativas.
Cumpre destacar, que esse serviço abrange todo o território do
Estado do Rio Grande do Sul e é gratuito a todos os inscritos nos
quadros da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional do Rio Grande do
Sul.
4.8 Plantão da Comissão de Defesa, Assistência e das Prerrogativas
dos Advogados José Francisco Oliosi da Silveira - Gestão
2010/2012
Coordenador dos Plantões:
Marçal dos Santos Diogo – OAB/RS 55.519
Celular do Plantão: (51) 8170.7556
Plantão no Crime:
Mateus Marque Conceição – OAB/RS 71.869
Celular do Plantão: (51) 8123.8923
Plantão no Cível:
Karina Contiero Silveira Santa Helena – OAB/RS 39.580
Celular do Plantão: (51) 8170.7555
26
Plantão no Trabalho
Maria Cristina Hofmeister Meneghini – OAB/RS 15.283
Celular do Plantão: (51) 8170.7554
5. DO RELACIONAMENTO COM O CLIENTE
5.1 Procuração
Procuração é o documento ou título mediante o qual uma pessoa, o
mandante, outorga a outra, mandatário, por escrito ou em alguns casos
verbalmente, poderes para praticar atos ou administrar interesses e/ou
negócios. As regras gerais do mandato estão dispostas nos artigos 653º à
691º, do Código Civil.
São diversas espécies de procuração, importando para o presente
trabalho a com cláusula ad judicia, que confere ao advogado poderes
para representar outrem em Juízo. Para que a mandato possibilite tal
representação deve nele constar, expressamente, nos poderes outorgados,
a informação “para o fim específico de representar em juízo” ou
semelhante. A assinatura do mandante não precisa ser reconhecida em
tabelionato, salvo exceções legais.
Há, ainda, poderes especiais, tais como reconhecer a procedência
do pedido, transigir, desistir, que devem integrar o instrumento, caso
seja de interesse das partes, nos termos do artigo 38º, do Código de
Processo Civil. Quando a atuação for de advogados com pessoa jurídica
constituída, o nome da empresa deve constar junto da qualificação dos
profissionais. (artigo 15º, §3º, da Lei nº 8.906/94).
Quanto à pessoa jurídica como outorgante, a procuração poderá ser
por instrumento público ou será juntado nos autos, com a procuração, o
contrato social da empresa em que conste que a pessoa que assinou o
mandato tem poderes para tanto.
Ademais, da prática forense, extrai-se que para que o advogado
levante valores depositados em juízo em nome do seu cliente, tal poder
deve constar da procuração.
27
No Juizado Especial Cível o mandato poderá ser verbal, salvo
quanto aos poderes especiais (artigo 9º, §3º, da Lei nº 9.099/1995).
Já na Justiça do Trabalho, o mandato pode ser tácito, sem
procuração nos autos, conferida no ato da audiência dentre as partes,
desde que conste da ata da solenidade (súmula 164 do TST) o mesmo se
aplicando ao Direito Penal. Todavia, de salientar que, tanto na seara
Trabalhista quanto Penal, o mandato tácito não alcança os poderes
especiais.
Em casos de urgência é possível atuar como advogado em um
processo sem a devida procuração desde que esta seja juntada aos autos
nos 15 dias subsequentes (artigo 5º, §1º, da Lei nº 8.906/94).
O artigo 7º, da Lei nº 8.906/94 regula o acesso do advogado a
processos/procedimentos e mesmo indivíduos recolhidos ao sistema
prisional sem o instrumento de mandato.
5.2 Substabelecimento, Renúncia e Revogação
Substabelecimento é o ato pelo qual o advogado nomeia um
substituto para a atuação em determinado processo, ou seja, transfere os
poderes a si outorgados pelo seu cliente a um colega advogado.
Há dois tipos: com reservas, quando o mandatário transfere,
autoriza outro advogado a atuar na causa, mas não se afasta do processo
(vide artigo 667º, do Código Civil quanto a responsabilidade) e sem
reservas quando a substituição significa o afastamento do mandatário.
Na hipótese de substabelecimento sem reservas persiste o direito
do profissional em perceber honorários na proporção do seu trabalho.
Revogação ocorre quando a parte mandante não deseja mais os
serviços do advogado contratado, sendo que deverá constituir nos autos,
novo representante (artigo 44, do Código de Processo Civil).
Já a renúncia ocorre quando o mandante não deseja mais atuar no
processo em nome do mandatário. Tal intenção deve ser comunicada
formalmente ao mandante, via de regra, por carta com aviso de
recebimento.
28
Persiste a responsabilidade do advogado quanto ao processo pelo
prazo de 10 dias após a notificação da renúncia ao cliente (artigo 45, do
Código de Processo Civil e artigo 5º, §3º, da Lei nº 8.906/94).
Tanto na renúncia quanto na revogação, há direito do advogado
perceber os honorários proporcionais ao trabalho prestado.
Em havendo extinção do contrato dentre as partes, tanto o
advogado sucessor quanto o sucedido deverá proceder nos termos do
Código de Ética, CPC e poderão ser feitas consultas ao TED da OAB/RS.
5.3 Honorários Advocatícios
A advocacia é um munus público, como se observa no artigo 133
da CF, sendo, portanto, a remuneração do advogado, o reconhecimento
pela prestação de serviços, a qual poderá perdurar por anos.
Define-se honorário como remuneração à pessoa que exerce
profissão liberal por seus serviços. Consoante à doutrina e jurisprudência
contemporâneas, os honorários advocatícios são verbas de natureza
alimentar, processos e procedimentos falimentares, concurso de credores,
insolvência civil e liquidação extrajudicial.
A Lei nº 8.906/94 (Estatuto do Advogado) faz expressamente a
distinção entre as espécies de honorários advocatícios nascidos de
qualquer condenação judicial, diferenciando de forma peremptória, no
artigo 22, os honorários convencionados (contratuais) dos
sucumbenciais.
5.3.1 Honorários Contratuais
O Estatuto da Advocacia5 regulamenta sobre honorários nos seus
arts. 22 a 26, estabelecendo certas regras. O advogado deve contratar,
5 BRASIL. Lei n.º 8.906, de 4 de julho de 1994. Dispõe sobre o Estatuto da Advocacia e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8906.htm>. Acesso em: 17 set. 2011.
29
por escrito, a prestação dos serviços profissionais, fixando o valor dos
honorários, reajuste e condições de pagamento, inclusive no caso de
acordo, observando os valores mínimos constantes na Tabela, conforme
dispõe o artigo 41 do Código de Ética e Disciplina da OAB.
Salvo estipulação diversa, um terço dos honorários é devido no
início do trabalho, outro terço até a decisão de primeiro grau e o restante
no final, valores estes que serão atualizados monetariamente.
O desempenho da advocacia é meio e não resultado, o que deve
sempre ser esclarecido aos clientes, quando da contratação. Os
honorários serão devidos independentemente do êxito da ação ou do
desfecho do assunto tratado.
Quando da renúncia ou revogação de poderes, outorgados aos
causídicos, deve-se atentar à hipótese, o art. 22, §4º do Estatuto do
Advogado embasa o pedido de “reserva dos honorários” por parte do
advogado atuante na causa, mediante juntada do contrato de honorários
nos autos do processo em que fora patrono com o pleito de dedução do
quantum a ser recebido oportunamente.
Haverá fixação por arbitramento judicial quando não houver
contrato ou acordo firmado entre cliente e advogado, sendo o
estabelecimento do valor, então, tarefa que caberá ao magistrado, sempre
com supedâneo, minimamente, na Tabela da OAB.
5.3.2 Honorários Sucumbenciais
Honorários sucumbenciais são aqueles previstos no art. 20 §§ 3º e
4º do CPC, os quais diversamente dos honorários contratuais, serão
fixados pelo juiz ao advogado da parte “vencedora”, arcados pela parte
sucumbente à proporção de 10 a 20% sobre o valor da condenação com
observância a critérios de grau de zelo, lugar da prestação de serviços,
natureza e importância da causa, dentre outros.
Quando da ocorrência dos casos previstos no art. 20, §4º, o STJ
tem decidido de forma reiterada que pelo Princípio da Isonomia deve ser
aplicado o disposto no §3º, deste mesmo artigo.
30
Dentre os principais projetos da OAB/RS afigura-se a “luta contra
o aviltamento de honorários”. Na defesa de prerrogativas dos
profissionais da advocacia, nossa entidade busca a conscientização de
magistrados e demais operadores do Direito de que, dotados de caráter
alimentar e fundamentais à subsistência do profissional, os honorários
devem ser estabelecidos de forma compatível ao desempenho do honroso
trabalho que é o do advogado.
5.3.3 Trabalhistas
Na Justiça do trabalho o estabelecimento de honorários
sucumbenciais é regido pelas Súmulas nº 219 e 329 do TST, cuja
exegese, ao permitir a condenação jamais em percentual superior a 15%,
determina a observância dos requisitos de credenciamento do empregado
por Sindicato da categoria profissional e, ainda, o de litigar sob o pálio
do Benefício da Justiça Gratuita (BJG) 6.
Saliente-se que está em trâmite no Congresso Nacional o Projeto
de Lei nº 5.452/2009, o qual visa a implementar a obrigatoriedade de
fixação de honorários sucumbenciais aos advogados trabalhistas, os
quais, hoje, são somente passíveis de auferir honorários contratuais
pactuados junto a seus clientes.
5.3.4 Prestação de Serviço como Advogado Correspondente
A gama de serviços que podem ser prestados passa pelo
acompanhamento do cumprimento de determinações judiciais,
extração de cópias de peças e decisões, distribuição de ações ou
protocolos, diligenciar perante servidores do poder judiciário para que
estes tenham uma melhor compreensão das peculiaridades do caso,
realização de relatórios processuais, etc..
6 MARTINS, Sérgio Pinto. Comentários à CLT, 12ª edição. São Paulo: Atlas, 2008, p. 817.
31
Para a realização de tais serviços, é interessante que o advogado
correspondente seja remunerado com valores consentâneos aos
estipulados na Tabela de Honorários da OAB/RS a fim de não ter seu
trabalho aviltado; podendo fracionar a hora técnica/intelectual, para
adequar a remuneração.
5.3.5 Tabela de Honorários da OAB/RS
Na Tabela de Honorários7 encontram-se vários tipos de
procedimentos e valores mínimos e/ou percentuais do valor que deve
balizar a contratação dos serviços de advocacia.
Esta tabela está dividida em 16 áreas do direito que prevê mais de
200 meios de atuação do advogado. Os parâmetros lá estabelecidos
variam de acordo com o objeto do procedimento adotado, sem prejuízo
de um valor “fixo” a ser sempre cobrado pelo advogado a certo
procedimento.
Com o advento das facilidades conferidas por procedimentos
jurídicos extrajudiciais, não podem os advogados aviltar o numerário ou
o parâmetro de cobrança de seus honorários contratuais, devendo mantê-
los equânimes em qualquer das modalidades, o que fomenta celeridade
tanto aos clientes como também aos advogados, porquanto o número de
processos judiciais desgastantes será bastante reduzido.
5.3.6 Cobrança e Execução de Honorários
A ação de cobrança de honorários advocatícios observa o disposto
no procedimento sumário, conforme aduz o art. 275, “f” do CPC.
7 BRASIL. Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional do Rio Grande do Sul. Resolução n.º 07 de 21 de agosto de 2009. Tabela de Honorários da OAB/RS. Disponível em: <http://www.oabrs.org.br/noticia_ler.php?id=8855>. Acesso em: 17 set. 2011.
32
Existindo um contrato de honorários advocatícios, é possível fazer
sua execução direta. Importante salientar que a nova redação do CC, em
seu art. 221, dispensa a assinatura de 02 (duas) testemunhas.
Os honorários de sucumbência são considerados títulos executivos
quando contemplados em decisão judicial, conforme art. 585 do CPC. O
Estatuto da Advocacia e a OAB, dispõe em seu art. 24 que a execução
dos honorários poderá ocorrer no processo onde o Advogado atuou, se
assim o convier.
É possível cobrar do vencido as despesas que o vencedor teve,
como a contratação de advogado, através de prévio contrato de
honorários, nos termos do art. 20 do CPC.
Em processo em que o advogado estiver litigando contra o estado,
a decisão condenatória deverá fracionar os créditos8 do advogado do seu
cliente, como dispõe o Estatuto da Advocacia e a OAB em seu art. 23.
Findo o prazo de 15 (quinze) dias para que o devedor faça o
pagamento espontâneo, o valor devido será acrescido de 10% (dez por
cento), conforme estabelecido no art. 475-J, do CPC.
O art . 652-A, do CPC, diz que em havendo o despacho do início da
execução o juiz deverá de plano arbitrar os honorários de sucumbência a
ser pago pelo executado.
Caso o devedor apresente Embargos, o juiz deverá fixar os novos
honorários de sucumbência (Art. 475-A, do CPC).
5.4 Prestação de Contas
O dever objetivo de prestar contas de mandato está previsto no
artigo 668 do Código Civil. Antes disso, está no Código de Ética
Profissional do Advogado nos incisos I, II e III do artigo 2º. Local onde
estão balizadas as condutas deontológicas do advogado.
8 BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Processo 564.132/RS. Recurso Extraordinário, Repercussão Geral. Disponível em: <http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=517185>. Acesso em: 17 set. 2011.
33
A parte que se sentir lesada em relação a tal prestação pode
utilizar instrumento com rito próprio para este fim o qual está previsto
nos artigos 941 e seguintes do Código de Processo Civil .
Intentando reduzir os riscos que podem fazer o profissional
desaguar no oceano de responsabilidades já mapeadas neste manual, a
prestação de contas surge como amuleto para repelir mal-entendidos e
atrair segurança para o Advogado na relação com seu cliente.
A chave da prestação está, além do dever de informação sobre
valores pecuniários em qualquer fase do processo; nas contas dos
eventos de interesse do mandante. Sugere-se que sejam solicitadas
informações devidas pelo Cliente antes mesmo que este as ofereça; essa
presteza transmite confiança em seu Advogado.
O Patrono torna-se, ainda, depositário de documentos e bens
deixados pelo Patrocinado. Nessas hipóteses, sugere-se que sejam
colhidas apenas cópias dos documentos e, casos imprescindíveis os
originais, que se formalize tanto seu recebimento quanto sua devolução.
O mesmo se aplica para os bens evitando-se assim, mal-entendidos.
A ausência de Prestação de Contas é falta ética grave apenada com
a suspensão do exercício profissional. Portanto, para resguardar os
interesses do profissional e de seu cliente, é importante o devido
arquivamento do comprovante da mencionada Prestação de Contas e seu
respectivo contrato de honorários por, no mínimo cinco anos, que é prazo
prescricional previsto no artigo 43 do Estatuto da Advocacia.
6. DA RESPONSABILIDADE CIVIL e CRIMINAL DO ADVOGADO
As circunstâncias do mundo contemporâneo modificaram as
relações humanas de um modo geral, nos conferiram a capacidade de
produzir mais em menor tempo, por revés, tal capacidade traz consigo
seus contratempos; ou seja, a capacidade de maior produtividade
individual tem como consequência o aumento, na mesma proporção, da
responsabilidade do que assumimos.
34
Assim, não obstante às já naturais exigências cotidianas, devemos
redobrar a atenção com os processos e os clientes, tanto quando das
nossas condutas comissivas, quanto às omissivas, vez que podem acabar
lesando o interesse moral e/ou material de nosso patrocinado.
Observando, sempre, as obrigações e deveres funcionais
consignados no Código de Ética e Disciplina da OAB (vide tópico
específico).
6.1 Da Responsabilidade Contratual do Advogado
A responsabilidade civil do advogado, geralmente, é contratual,
decorrendo basicamente de instrumento de mandato (vide tópico
específico). Em menor número, a relação advogado-cliente pode ser
extranegocial ou empregatícia.
6.2 Da Obrigação de Meio e de Fim na Atividade advocatícia
Obrigação de Meio é aquela em que o profissional não se obriga a
um objetivo específico e determinado.
O que o contrato impõe ao advogado, na obrigação de meio, é a
realização da sua atividade pautada em atenção, cuidado, diligência,
l isura, dedicação e toda a técnica disponível, com um objetivo fim, mas
sem o compromisso de atingi-lo.
Cabendo é claro, ao advogado, empreender todos os esforços
possíveis, bem como o uso diligente de todo seu conhecimento técnico
para realizar o objeto do contrato.
Já a obrigação de resultado ou de fim Meio é aquela na qual a
parte se compromete a um determinado resultado específico, que sem o
alcance do mesmo, não haverá o cumprimento do contrato.
A responsabilidade do advogado é compreendida pela sua
independência e por tal por razão, a advocacia é, em tese, atividade de
meio e não de resultado.
35
6.3 Da Responsabilidade Subjetiva/Objetiva
A responsabilidade subjetiva toma como base a noção de culpa,
devendo o sujeito passivo - cliente - demonstrar o nexo de causalidade
existente entre o dano e a ação ou omissão do agente - advogado.
Já a teoria da responsabilidade civil objetiva, fundamentada no
risco que determinada atividade poderia gerar a terceiros, ficando
obrigado a repará-lo. Sendo, nesta teoria, irrelevante que a ação do
agente denote imprudência, imperícia ou negligência.
Portanto, ao advogado, via de regra, se aplica a teoria subjetiva, o
que implica na demonstração de negligência, imprudência ou imperícia,
que se observa, por exemplo, quando o procurador perde prazos, comete
erros grosseiros, deixa de formular pedidos necessários, não orienta
corretamente o cliente, etc.
Ao advogado, se aplicará a teoria objetiva, quando prometer o
resultado do trabalho. Cabendo ao cliente demonstrar, a existência do
contrato e a não obtenção do objetivo prometido, independente das suas
razões, com exceção do caso fortuito ou força maior.
6.4 Responsabilidade por Ação: Comissão e Omissão ou Ausência de
conduta do agente
A responsabilidade do advogado pode decorrer de ato próprio, de
ato de terceiro que esteja sob a sua responsabilidade ou por sua omissão.
As ações consistem no fazer (ato comissivo) ou deixar de fazer
(ato omissivo) alguma coisa.
Já a ausência de conduta não se adentra na definição de “ato”, pois
não há a intervenção da vontade, sendo impossível conduta diversa.
Assim, em regra, quando da ausência de conduta, não há culpa do
advogado.
36
6.5 Responsabilidade Criminal do Advogado.
O Advogado, no exercício de sua função, está sujeito não só a
responsabilização administrativa e cível, como visto alhures, mas
também sujeito a Lei Penal em todas suas cominações.
Exceção apenas, as tipificações excluídas pela legislação
específica da advocacia. É claro que quando cometidos no exercício da
profissão.
7. DA ATUAÇÃO DO ADVOGADO EM AUDIÊNCIA
É dever do advogado portar-se de modo com que seja merecedor do
respeito e da confiança da sociedade, devendo dispensar a todos o mesmo
zelo e respeito a que tem direito. É no ato solene da audiência em que
este princípio – de urbanidade – encontra-se mais latente. Deve agir
cordialmente para com todos, inclusive em face da parte adversa.
É importante lembrar que não há hierarquia ou subordinação entre
advogados, magistrados ou membros do Ministério Público, devendo
todos se trataram com consideração e respeito recíprocos.
É direito do advogado que, aguardados 30 minutos sem que se
instale a audiência, por ausência da autoridade que a deva presidir,
retirar-se do recinto, informando o motivo de sua ausência mediante
petição protocolizada, obstando assim qualquer prejuízo aos direitos de
seu cliente9.
O advogado tem imunidade profissional, não consti tuindo injúria ou difamação em relação a possíveis manifestações mais acaloradas realizadas em defesa de seu cliente. No entanto, tal agir não pode ser entendido como l iberdade para ofender ou desrespeitar os demais indivíduos presentes no ato. Os excessos cometidos pelo
9 (NR - No que se refere ao exercíc io da prerrogativa de re t irada, embora o Estatu to da OAB preveja apenas a necessidade de protocolar s imples comunicação em juízo, recomenda-se que, a lém do protocolo da comunicação, exi ja-se ao of íc io judicia l que expeça cer t idão da ausência do juiz . Em eventual caso de recusa, pode, a inda, o advogado sol ici tar a outras pessoas presentes que também constatem a ausência da autor idade, servindo de tes temunho do fa to) .
37
profissional poderão ser alvo de representação frente à OAB sendo punidos por meio de procedimento disciplinar nos moldes previstos no Estatuto da OAB.
As perguntas destinadas à inquirição das testemunhas e das partes
serão, em regra, dirigidas ao juiz para que este, após o deferimento, as
faça oficialmente ao depoente. As perguntas indeferidas serão
consignadas em ata, se assim a parte requerer (arts. 413/416 do CPC).
Exceção à regra ocorre nos feitos criminais, onde as perguntas
formuladas serão direcionadas diretamente às testemunhas, bem como ao
réu, restringindo-se o magistrado a refutar perguntas que induzam à
respostas ou que não tenham relação com os fatos a que se pretende
esclarecer naquele ato (art. 212 do CPP). Aponta-se que o desrespeito de
tal regra importa em nulidade, devendo ser declarados nulos todos os
atos subsequentes, com a repetição inclusive da audiência.
Todos os fatos ocorridos na audiência devem ser consignados em
ata, com a reprodução fiel do ocorrido. O advogado não deve assinar a
ata da audiência de que não tenha participado ou que conste a presença
de representante do Ministério Público quando este não tenha estado
presente, sob pena de incorrer nas penas do crime de falsidade ideológica
e demais sanções disciplinares.
Nos casos em que a audiência é registrada por meio do sistema de
gravação, após a degravação, o advogado poderá ter vista ou retirar em
carga o processo, a fim de impugnar possíveis infidelidades da ata em
face da solenidade.
Cabe apontar que, em alguns casos, a intimação de decisões se dá
na própria audiência, momento em que o advogado deve manifestar
interesse recursal, sob pena de preclusão. Por tal razão, frisa-se o
cuidado que o advogado deve ter quanto às informações registradas na
ata e ao recurso das decisões que muitas vezes são exaradas nesta,
atentando para a especificidade de cada procedimento, oportunizando a
reversão correta e eficaz da medida a que se pretende atacar.
O advogado é porta voz de seu cliente, podendo impedir ao
magistrado, promotor ou advogado da parte adversa que o interpele
38
diretamente, salvo nos casos em que deva prestar seu depoimento
pessoal. Dada a especialidade da situação, importa mencionar que apenas
nos casos de transação penal (Lei n. 9.099/95), a manifestação do cliente
supera a de seu advogado, quando discordantes.
A audiência é um dos momentos mais importantes do
procedimento, uma vez que proporciona às partes e a seus respectivos
advogados a possibilidade de esclarecer os fatos, bem como suas
posições de modo mais técnico e convincente ao juiz, colaborando para o
julgamento da causa.
8. PROCESSO ELETRÔNICO
Nas últimas décadas, a tecnologia colocou-se cada vez mais a
disposição do direito e de seus operadores. Embora impossível o direito
acompanhar a sociedade, muito pior do que isso é tangenciar o avanço
das novas tecnologias. Porém alguns avanços tecnológicos já se fazem
presentes na rotina de muitos advogados, a fim de se efetivar cada vez
mais a otimização continua da prestação jurisdicional.
A lei 11.419/2006 regulamenta a informatização processual,
abordando pontos relevantes desta incorporação efetiva da tecnologia a
serviço da sociedade.
Os atos processuais, de maneira geral, poderão ser praticados na
sua totalidade de forma eletrônica.
A implantação do processo eletrônico visa um significativo avanço
da celeridade processual. Dentre os benefícios mais significativos,
podemos destacar os seguintes: extensão do prazo de protocolizarão
mesmo após o fechamento do expediente forense, economia com viagens
para outras comarcas, redução de pastas físicas nos escritórios.
Segundo a Ordem dos Advogados do Brasil, com sede na capital
federal, dos 672.100 advogados registrados na OAB, apenas 68.800 têm
certificados digitais para fazer peticionamentos eletrônicos e ter acesso à
Justiça digital. Esse número representa pouco mais de 10% de todos os
profissionais do país em agosto de 2011 (dois mil e onze). Mais do que
39
isso, o grande desafio que se coloca em todos os escritórios de
advocacia, diz respeito as suas respectivas estruturas organizacionais.
Hodiernamente, existem dois meios de peticionamento eletrônico.
Via certificação digital ou por intermédio de cadastro nos respectivos
órgãos estatais.
É inconteste o fato de que a digitalização processual é uma
realidade aos advogados. Esta modificação na rotina dos operadores do
direito acompanha a Era da inclusão digital e da evolução da tecnologia,
salientando que este é um processo em constante mudança, cabendo ao
profissional do direito atualizar-se.
9. LIMITES DA PUBLICIDADE NA ADVOCACIA
O proceder ético deve ser regra na vida profissional e pessoal do
advogado de modo que a inobservância deste acarretará em infração
disciplinar punível administrativamente sem prejuízo de possível
responsabilidade cível e criminal. A base legal que regula e limita a
publicidade na atividade do profissional de advocacia está positivada no
Código de Ética e Disciplina da OAB, arts. 28 a 34, no Provimento
94/2000 do Conselho Federal da OAB e no Estatuto da Advocacia e da
OAB nos arts. 34 a 43.
O Provimento 94/2000, Conselho Federal da Ordem dos Advogados
do Brasil, menciona no Art. 1º. . . .permit ida a publ icidade informativa do advogado e da sociedade de advogados, contanto que se l imite a levar ao conhecimento do público em geral , ou da cl ientela , em par t icular , dados objet ivos e verdadeiros a respei to dos serviços de advocacia que se propõe a prestar , observadas as normas do Código de Ét ica e Discipl ina e as deste Provimento.
Em relação à forma da publicidade considera-se meio lícito, desde
que não ofenda a discrição e a moderação, o uso da Internet, de revistas,
folhetos, jornais, cartões de visita e referentes à apresentação do
escritório, placa indicativa do escritório onde ele encontra-se instalado,
40
l istas telefônicas e análogas, comunicação de mudança de endereço ou
alteração de dados através dos meios de comunicação escrita ou através
de mala direta que só pode ser enviada para colegas ou a clientes
cadastrados.
No tocante ao conteúdo da publicidade é obrigatório a indicação
do nome completo e o número da OAB do advogado ou sociedade de
advogados, podendo ainda constar de forma facultativa o nome dos
advogados que integram a sociedade e a e área de especialização do
advogado ou da sociedade de advogados.
São considerados meios ilícitos de publicidade o uso de televisão,
rádio, outdoor, painéis de propaganda, anúncios luminosos e quaisquer
outros meios de publicidade em via pública ou símbolos que
comprometam a discrição e a sobriedade da advocacia, sendo ainda
proibido o uso dos símbolos oficiais utilizados pela OAB, bem como,
cartas circulares e panfletos distribuídos ao público, mala direta enviada
a uma coletividade sem autorização prévia e a utilização de meios
promocionais típicos de atividade mercantil , como oferta de serviços
mediante intermediários ou indicação de valores e promoções.
Ainda, não deve constar na publicidade, o que configuraria
captação de clientela, qualquer cargo ou função pública que o advogado
tenha exercido, sendo ainda vedado informações acerca de casos famosos
que o profissional tenha patrocinado.
Em face das limitações éticas acima expostas, as quais são
exemplificativas, devendo as demais serem consultadas na legislação
afeitas a matéria, bem como submeter sua publicidade, antes de ser
veiculada, ao crivo do TED. A grande propaganda do advogado é o seu
trabalho.
10. TRIBUTAÇÃO NA ADVOCACIA
10.1 Da Tributação aos Advogados e das Sociedades de Advogados.
41
Antes de se constituir formalmente uma sociedade de advogados, é
importante verificar o custo dos impostos incidentes sobre o tipo de
sociedade a fim de verificar qual a forma menos onerosa para o
advogado: tributar as receitas do escritório percebendo-as através da
pessoa física dos advogados ou atribuí-la a uma sociedade de advogados?
É imprescindível que isso seja respondido atenciosamente a fim de
se evitar tributação a maior.
Para optar pela forma de tributação menos onerosa, explica-se cada
uma das cargas tributárias:
10.1.1 Advogado - Pessoa Física:
A carga tributária é composta dos tributos: Imposto sobre a Renda
Pessoa Física, Imposto sobre Serviço de Qualquer Natureza e
recolhimento para a Previdência Social.
10.1.1.1 Imposto sobre a Renda Pessoa Física:
Receitas recebidas pelo advogado, pessoa física, devem ser
declaradas para o Fisco anualmente até o último dia útil do mês de abril
do ano subsequente através da Declaração de Ajuste Anual de Imposto de
Renda.
Nesta, serão informados todos os valores recebidos, mas ao
contribuinte é assegurado abater do valor percebido as despesas com
“livro-caixa” (despesas dedutíveis indispensáveis para a manutenção do
escritório, desde que devidamente lançadas em um livro transcrito
manualmente ou de forma eletrônica10).
10 Para orientações sobre o que pode ser deduzido em livro caixa, consulte WWW.receita.fazenda.gov.br no link perguntas e respostas.
42
Além disso, por se tratar de um imposto progressivo, após se
apurar a receita auferida abatendo-se as despesas de livro caixa, o
advogado sabe o valor da alíquota aplicável ao seu caso, de acordo com a
sua faixa de rendimentos determinada na seguinte tabela:
Tabela Progressiva para o cálculo anual do Imposto sobre a Renda
da Pessoa Física para o exercício de 2012, ano-calendário de 2011. *
Base de cálculo anual em
R$
Alíquota
%
Parcela a deduzir do imposto em
R$
Até 18.799,32 - -
De 18.799,33 até 28.174,20 7,5 1.409,95
De 28.174,21 até 37.566,12 15,0 3.523,01
De 37.566,13 até 46.939,56 22,5 6.340,47
Acima de 46.939,56 27,5 8.687,45
Tabela Progressiva para o cálculo anual do Imposto sobre a Renda
da Pessoa Física para o exercício de 2013, ano-calendário de 2012. *
Base de cálculo anual em
R$
Alíquota
%
Parcela a deduzir do imposto em
R$
Até 19.645,32 - -
De 19.645,33 até 29.442,00 7,5 1.473,40
De 29.442,01 até 39.256,56 15,0 3.681,55
De 39.256,57 até 49.051,80 22,5 6.625,79
Acima de 49.051,80 27,5 9.078,38
* Tabela aprovada pela Lei nº 11.482, de 31 de maio de 2007, alterada pelo art. 1º da Lei nº 12.469, de 26 de agosto
de 2011. (Fonte: http://www.receita.fazenda.gov.br/Aliquotas/TabProgressiva2012a2015.htm )
Ou seja, de acordo com a faixa de ganho, a alíquota aplicável varia
entre zero e 27,5% (vinte e sete e meio por cento).
Lembretes:
43
* este é um imposto progressivo, sendo que os valores percebidos dentro das faixas menores devem ser tributados conforme tal, por esta razão consta na tabela os montantes chamados de “parcela a deduzir”. * considerando-se as diversas possibilidades de dedução, indicamos entrar na seção de perguntas e respostas do site da Receita Federal (www.receita.fazenda.gov.br) para esclarecimento de dúvidas. * É muito importante ressaltar que a apuração do valor de IRPF a pagar é feita mensalmente e em havendo valores a pagar estes devem ser recolhidos através da DARF código 0190, o chamado carnê-leão e na Declaração de Ajuste Anual entregue de março a abril do ano subsequente serão apurados eventuais valores pagos a maior ou menor, para o ajuste e pagamento da diferença ou eventual restituição. * A apuração do carnê-leão mensal deve utilizar a Tabela Progressiva para o cálculo mensal do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física, disponível em: http://www.receita.fazenda.gov.br/Aliquotas/ContribFont2012a2015.htm
10.1.1.2 Imposto sobre Serviço
O valor do ISSQN é fixo e anual e varia de acordo com o
Município, devendo cada advogado fazer a sua inscrição na cidade onde
atua e verificar o custo desta anuidade.
10.1.1.3 Recolhimento para a Previdência Social
O advogado autônomo deve se inscrever como tal na Previdência
Social e recolher o valor equivalente a 20% dos seus ganhos, passando,
com isso, a ter a condição de segurado da Previdência Social, fazendo
jus à aposentadoria no futuro.
44
A inscrição pode ser feita via internet, no site
www.previdenciasocial.gov.br.
10.2 SOCIEDADES DE ADVOGADOS:
Já em relação as sociedades de advogados, a forma de tributação
mais vantajosa, a princípio, costuma ser o lucro presumido, que gera a
seguinte carga tributária:
Quando se opta pelo lucro presumido significa que o Fisco
presume que a sociedade de advogados tem 32% de lucro sobre todo o
seu faturamento e a partir desta presunção aplica as alíquotas dos
impostos incidentes sobre o lucro, quais sejam, a Contribuição Social
sobre o Lucro Líquido (CSLL) e o Imposto sobre a Renda – Pessoa
Jurídica.
Com isso, a alíquota aplicável para se apurar os impostos devidos
pelas sociedades de advogados são os seguintes (os percentuais
correspondem ao percentual do faturamento bruto que é o valor de cada
um dos impostos – exemplo: 3% significa que para cada R$ 100,00
faturados deverá ser pago R$ 3,00 de COFINS):
10.2.1Impostos pagos mensalmente (pagamento no dia 25 e antecipa se for final de semana ou feriado).
-PIS (Programa de Integração Social) - 0,65%
-COFINS (Contribuição para o Financiamento da Seguridade
Social)- 3%
- ISS (Imposto sobre serviço de qualquer natureza) – é um valor
fixo mensal por profissional e o valor e data de vencimento varia de
acordo com o município.
45
10.2.2Impostos pagos trimestralmente (acumulam-se os valores dos três meses anteriores e efetuam-se os pagamentos dos trimestres nos meses de janeiro, abril, julho e outubro):
· Imposto de renda - 4,8% *
· Contribuição social - 2,88% *
*Estas alíquotas representam os percentuais de 15% e 9%
incidentes somente sobre a presunção de lucro de 32%11.
TOTAL DE IMPOSTOS: 11,33% (sobre o valor do faturamento,
ou seja, as notas fiscais emitidas e outros rendimentos tributáveis), mais
o valor mensal fixo devido em razão do ISSQN.
Além disso, ainda existe a obrigação de pagar a Previdência
Social, que é composta de 11% da parte do sócio e 20% da parte da
empresa, totalizando 31% do valor do pró-labore retirado. (Atualmente,
o mínimo é de R$ 545,00, que incidindo 31% totaliza um recolhimento
mínimo de R$ 168,95).
Observação: As sociedades de profissionais, como é o caso da
sociedade de advogados, não pode recolher tributos sob a sistemática do
simples nacional, conforme expressamente veda a Lei Complementar n°
123/06, em seu artigo 17:
10.3 REMUNERAÇÃO ADVOGADO
A escolha do modelo societário e trabalhista a ser adotado por uma
sociedade de advogados é determinante na carga tributária à qual estará
ela sujeita. Para tanto passaremos a expor as regras gerais sobre a
tributação de remuneração a advogados:
11 Caso o faturamento trimestral seja maior que R$ 187.500,00 (cento e oitenta e sete mil e quinhentos reais), o valor excedente será tributado com um adicional de 10% de IRPJ (Imposto de Renda Pessoa Jurídica).
46
10.3.1 Como empregado:
a) Contribuição à Previdência Social devida pelo empregado sobre
remunerações até o limite do salário-de-contribuição (para saber os
descontos: www.previdenciasocial.gov.br)
b) Imposto de Renda na Fonte, devido pelo empregado, CONFORME
ALÍQUOTAS EXPLICITADAS NO ITEM ANTERIOR;
c) Previdência Social devido pela empresa à alíquota de 20% sobre toda
a remuneração;
d) Contribuições a outras entidades e fundos - “Sistema S” - devidas pela
empresa, QUE VARIA DE 0,10 A 5,8% DE ACORDO COM A
ATIVIDADE DEENVOLVIDA.
e) encargos trabalhistas.
10.3.2 Como sócio:
No qual o lucro é isento.
10.3.3 Como Associado:
Nos termos do Estatuto da Advocacia, Código de Ética Profissional
e especialmente do artigo 39 do Regulamento Geral do Estatuto da
Advocacia e da OAB de 16/11/1994, o qual dispõe:
Art. 39. A sociedade de advogados pode associar-se com advogados, sem vínculo de emprego, para participação nos resultados. Parágrafo único. “Os contratos referidos neste artigo são averbados no registro da sociedade de advogados.”
47
A associação com sociedade não agrega encargos trabalhistas,
porém, há a incidência de contribuição previdenciária e retenção
de Imposto de Renda.
10.3.4 Contribuições Sindicais e a OAB
A Lei Federal nº 8906/94 em seu artigo 47 atribuiu a OAB função
tradicionalmente desempenhada pelos sindicatos, ou seja, a defesa dos
direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, senão
vejamos:
Art . 47. O pagamento da contribuição anual à OAB isenta os inscritos nos seus quadros do pagamento obrigatório da contribuição sindical .
Recentemente, alguns sindicatos têm exigido de escritórios e
advogados o pagamento dessas contribuições. Entrementes, diante do
mencionado artigo 47, bem como do fato de ser a filiação a sindicatos
voluntária, tal cobrança não é devida. Nesse sentido segue também a ADI
2522 julgada pelo STF.
10.3.5Reembolso de Despesas
Escritórios de advocacia usualmente se veem obrigados a adiantar
determinadas despesas em nome de seus clientes, que são posteriormente
reembolsadas em separado, por meio das chamadas notas de débito.
Exemplo: viagens, hospedagens, transporte, etc.
Por não representarem receitas próprias, tais reembolsos não
deveriam integrar a receita tributável para fins do PIS, COFINS, IRPJ e
CSLL.
48
Não há trânsito em resultado, mas apenas um lançamento em
contas de natureza patrimonial (“Caixa/Bancos” e “A Receber”), no
sentido de recompor o patrimônio da empresa que, por questões de
praticidade, efetuou a antecipação de uma despesa que não lhe seria
exigível e que seria dedutível apenas à efetiva beneficiária.
Ressaltamos que para fazer jus a este benefício e se resguardar é
imprescindível que seja feita a prestação de contas.
11. VOCÊ SABIA QUE
VOCÊ SABIA QUE:
As decisões do Tribunal de Ética e Disciplina podem ser acessadas
por intermédio do site da OAB/RS?
A não interposição de recurso sem anuência do cliente é capaz de
gerar demanda de responsabilidade sobre o advogado de modo que se o
advogado e a parte entenderam por não recorrer, deve o advogado,
guardar tal declaração, nas formas previstas em lei, para sua segurança?
O advogado pode atuar como Consultor em Direito Estrangeiro, em
qualquer dos países membro do MERCOSUL e outros 05 (cinco) países
associados (ALADI) e que para tal, basta que o profissional esteja
regularmente inscrito na OAB. De acordo com o COADEM (Conselho de
Colégios e Ordens de Advogados do MERCOSUL), não sendo necessária
a inscrição (sendo exigida a comunicação em caso de associação com um
advogado nacional); devendo o advogado estrangeiro respeitar as normas
éticas do país em que estiver exercendo a advocacia?
Que em virtude do Princípio da Reciprocidade existente entre a
OAB e a AO (Portugal), o profissional registrado e em dia com suas
obrigações pode atuar como Advogado e Consultor em Direito
Estrangeiro?
49
Que a OAB/RS possui, além das Comissões Permanentes (Direitos
Humanos, Defesa e Prerrogativas, Acesso à Justiça, Ambiental, Ensino
Jurídico, Estudos Constitucionais, etc.), diversas comissões que tratam
dos temas de maior relevância ao exercício da advocacia, como a
Comissão da Mulher, da Advocacia Pública, do Jovem Advogado, do
Biodireito, da Propriedade Intelectual, da Criança e do Adolescente, de
Defesa do Consumidor, dos Precatórios dentre outras?
Que o advogado não é obrigado a aceitar a imposição de seu
cliente que pretenda ver com ele atuando outros advogados, nem aceitar
a indicação de outro profissional para com ele trabalhar no processo?
Que a tabela de honorários advocatícios, disponibilizada no site da
OAB/RS tem como função a uniformização dos valores cobrados e evitar
o aviltamento dos honorários advocatícios?
Que a Tabela de honorários prevê acréscimo de até 30% em caso
de serviços realizados fora da comarca?
Que é direito e dever do advogado assumir a defesa criminal sem
considerar sua própria opinião sobre a culpa do acusado?
Que o substabelecimento sem reserva de poderes exige o prévio e
inequívoco conhecimento do cliente (§ 1º do art . 24 do Código de Ética e
Disciplina da OAB/RS)?
Que, através da Comissão de Acesso à Justiça da OAB/RS, a
entidade pode propor modificações legislativas que tenham por objetivo
a simplificação e a agilização de processos e procedimentos?
Que uma das primordiais finalidades da OAB é agir na defesa dos
direitos difusos, coletivos e individuais homogêneos, ou seja, defender a
Constituição, a ordem jurídica do Estado democrático de direito, os
direitos humanos, a justiça social, e pugnar pela boa aplicação das leis,
50
pela rápida administração da justiça e pelo aperfeiçoamento da cultura e
das instituições jurídicas?
Que a Comissão de Direitos Humanos Sobral Pinto da OAB/RS
desempenha um importante papel na consolidação da defesa da
cidadania, sem a qual não se realiza, em sua plenitude, o ideal do Estado
Democrático de Direito, fundado, precipuamente, no respeito da
dignidade da pessoa?
Que a Comissão de Fiscalização do Exercício Profissional tem a
competência de obstar a não inscritos na OAB a prática de qualquer ato
privativo de advogado, impedir que advogados suspensos exerçam a
profissão e o exercício dos bacharéis incompatíveis com advocacia?
Que a OAB tem se destacado no Movimento contra a Corrupção
Que o site da OAB/RS disponibiliza, entre outros serviços, da
rádio OAB?
Que a OAB/RS, preocupada com o aviltamento dos honorários
advocatícios deflagrou campanha pela valorização profissional,
direcionada aos juízes, tribunais e parlamentares, para que estes
dediquem maior prioridade às matérias que tratam do assunto?
51
12. REFERÊNCIAS
ARONNE, Ricardo. Responsabilidade. In TRAVESSONI, Alexandre
(org). Dicionário de Teoria e Filosofia do Direito. São Paulo: LTr,
2011.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10520:
informação e documentação: citações em documentos: apresentação.
Rio de Janeiro, 2002.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6023:
informação e documentação: referências: elaboração. Rio de
Janeiro, 2002.
BARBOSA, Rui. O Dever do Advogado. Rio de Janeiro: 1985, ed. Aide,
66 p.
BARONI, Robison. Cartilha de ética profissional. 3. ed. São Paulo, ed.
LTR, 272 p
BRASIL. Código de Ética e Disciplina da Ordem dos Advogados do
Brasil;
BRASIL. Conselho Nacional de Justiça. Brasília. Pedido de Providências
0000749-61.2011.2.00.0000, 30 ago. 2011. Relator Conselheiro Jorge
Hélio de Oliveira. Disponível em: <http://www.cnj.jus.br/>. Acesso
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BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988.
Brasília, 05 out. 1988. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituiçao.htm
>. Acesso em: 20 set. 2011.
BRASIL. Constituição Federal de 1988;
BRASIL. Decreto nº 3.000, de 26 de março de 1999 – Regulamento do
Imposto sobre a Renda (RIR), art . 75;
BRASIL. Estatuto da Advocacia e a Ordem dos Advogados do Brasil.
Brasília, 04 jul. 1994. Disponível em: <
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8906.htm>. Acesso em:
20 set. 2011.
52
BRASIL. Estatuto da Advocacia e da Ordem dos Advogados do Brasil
(Lei nº 8.906 de 1994);
BRASIL. Lei nº 9.250, de 26 de dezembro de 1995, art. 4º , inciso I;
BRASIL. Regimento Interno da Ordem dos Advogados do Brasil –
Seccional do Estado do Rio Grande do Sul.
BRASIL. Regulamento Geral da Ordem dos Advogados do Brasil;
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Habeas corpus n. 98.237. Brasília,
15 dez. 2009. Relator Ministro Celso de Mello. DJ, 06 nov. 2010.
Disponível em: <http://www.stf.jus.br>. Acesso em: 22 set. 2011.
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Súmula vinculante n. 14. É direito
do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos
elementos de prova que, já documentados em procedimento
investigatório realizado por órgão com competência de policia
judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa.
Brasília, 02 fev. 2009. DJ, 09 fev. 2009. Disponível em:
<http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/listarJurisprudencia.asp
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Acesso em: 25 set. 2011.
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Divisão Jurídica, Bauru, n. 24, p. 169-180, dez/98 - mar./99.
FARAH, Elias (coord). Ética do Advogado. São Paulo: 2000, ed. LTR,
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GUIMARÃES. Marco Antônio Miranda. Escritórios de advocacia: da
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NERI JÚNIOR, Nelson. Código de Processo Civil Comentado: e
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Neri Júnior, Rosa Maria de Andrade Neri. – 7. ed. ver. e ampl. –
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RECEITA FEDERAL Instrução Normativa SRF nº 15, de 6 de fevereiro
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RECEITA FEDERAL. Manual do IRPF 2008. Ministério da Fazenda.
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53
RIO GRANDE DO SUL. Ordem dos Advogados do Brasil . Manual de
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verso da contra capa
contra capa