42
MANUAL JURÍDICO DA CPR Teoria e prática da Cédula de Produto Rural

MANUAL JURÍDICO DA CPRmarcusreis.consulting/downloads/files/Cap1 - Manual_da_CPR... · LCA Letra de Crédito do Agronegócio; LN Livro de Notas LUG Lei Uniforme de Genebra MDA Ministério

  • Upload
    leliem

  • View
    217

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

MANUAL JURÍDICO DA CPRTeoria e prática da Cédula de Produto Rural

MANUAL JURÍDICO DA CPR

MARCUS REISPrefácio: Sílvio de Salvo Venosa

Belo Horizonte - 2017

Teoria e prática da Cédula de Produto Rural

© 2017 Editora Fórum Ltda.

É proibida a reprodução total ou parcial desta obra, por qualquer meio eletrônico, inclusive por processos xerográficos, sem autorização expressa do Editor.

Luís Cláudio Rodrigues FerreiraPresidente e Editor

Coordenação editorial: Leonardo Eustáquio Siqueira AraújoCapa e diagramação: Gustavo Netto Damião

Av. Afonso Pena, 2770 – 15º andar – Savassi – CEP 30130-012Belo Horizonte – Minas Gerais – Tel.: (31) 2121.4900 / 2121.4949www.editoraforum.com.br – [email protected]

Conselho editorialAdilson Abreu Dallari

Alécia Paolucci Nogueira BicalhoAlexandre Coutinho Pagliarini

André Ramos TavaresCarlos Ayres Britto

Carlos Mário da Silva VellosoCármen Lúcia Antunes Rocha

Cesar Augusto Guimarães PereiraClovis Beznos

Cristiana FortiniDinorá Adelaide Musetti Grotti

Diogo de Figueiredo Moreira NetoEgon Bockmann Moreira

Emerson GabardoFabrício MottaFernando Rossi

Flávio Henrique Unes PereiraFloriano de Azevedo Marques Neto

Gustavo Justino de Oliveira

Fabrício MottaFernando RossiFlávio Henrique Unes PereiraFloriano de Azevedo Marques NetoGustavo Justino de OliveiraInês Virgínia Prado SoaresJorge Ulisses Jacoby FernandesJuarez FreitasLuciano FerrazLúcio DelfinoMarcia Carla Pereira RibeiroMárcio CammarosanoMarcos Ehrhardt Jr.Maria Sylvia Zanella Di PietroNey José de FreitasOswaldo Othon de Pontes Saraiva FilhoPaulo ModestoRomeu Felipe Bacellar FilhoSérgio Guerra

Reis, Marcus

Manual Jurídico da CPR: teoria e prática da Cédula de Produto Rural / Marcus Reis; prefácio de Sílvio de Salvo Venosa. Belo Horizonte: Fórum, 2017.

603 p.ISBN 978-85-450-0121-8

1. Direito do Agronegócio. 2. Direito Cambiário. 3. Direito Civil. 4. Direito Processual Civil. 5. Direito Trabalhista. 6. Direito Imobiliário. 7. Direito Tributário. 8. Direito Penal. 9. Direito Constitucional. 10. Direito Bancário. I. Venosa, Sílvio de Salvo. II. Título.

CDD: 342.1243CDU: 347.243

R375c

Informação bibliográfica deste livro, conforme a NBR 6023:2002 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT):

REIS, Marcus. Manual Jurídico da CPR: teoria e prática da Cédula de Produto Rural. Belo Horizonte: Fórum, 2017. 603 p. ISBN 978-85-450-0121-8.

Dedico esta obra a todos aqueles que, direta ou indiretamente, labutam na nobre arte de produzir alimentos ao mundo.

À Isabela, minha amada esposa, por sempre me apoiar em todos os momentos; aos meus pais, Morival e Maria Helena, pela difícil tarefa de educar com o exemplo; aos meus filhos Maria Júlia e Pedro Henrique, por me ensinarem gratuitamente a arte de amar sem restrições; ao Tio Williams (in memoriam), grande apoiador que, em conjunto ao irmão e também grande jurista Dr. Morival, moldaram os primeiros e decisivos passos de minha carreira e, finalmente, ao grande mestre Dr. Celso Charuri, por me ensinar o verdadeiro significado da palavra Coragem.

Não emendes a “tua” frase, nem lhe dês formas alheias. As boas ideias surgem como os cristais: com os seus contornos. Se vais limar a pedra da tua vontade, perderá o brilho, a extravagância e as luzes. Deixa-a como está: mais vale o coral bruto do que o diamante falso que se lapida.

Pontes de Miranda

ABCZ Associação Brasileira dos Criadores de Zebu

ABIOVE Associação Brasileira das Indústrias de Óleo Vegetal

AC Acórdão

Adv. Advogado

Ag. Agravo

Ag. Reg. Agravo Regimental

AI Agravo de Instrumento

Ap. Apelação

Art. Artigo

Arts. Artigos

Av. Avenida

BACEN Banco Central do Brasil

BARTER Palavra de origem inglesa que significar “permutar”

Big Bag Bolsa Grande

BM&F Bolsa Mercantil de Futuros

BNDE Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico

BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social

BTN Bônus do Tesouro Nacional

Cam. Câmara

Cam. Civ. Câmara Cível

Cam. Dir. Priv. Câmara de Direito Privado

CBOT Chicago Board of Trade – Bolsa de Mercadoria de Chicago

CC Código Civil

CCB Cédula de Crédito Bancário

CCB Código Civil Brasileiro

CCE Cédula de Crédito à Exportação

CCI Cédula de Crédito Industrial

CCR Cédula de Crédito Rural

CCRs Cédulas de Crédito Rural

CCRP Cédula de Crédito Rural Pignoratícia

CCRPH Cédula de Crédito Rural Pignoratícia e Hipotecária

CDA Certificado de Depósito Agropecuário

CDA/WA Certificado de Depósito Agropecuário e Warrant Agropecuário

CDC Código de Defesa do Consumidor

CDCA Certificado de Direitos Creditórios do Agronegócio

CDI Certificado de Depósito Interbancário ou Certificado de Depósito Interfinanceiro

CDMG Contrato de Compra e Venda para Entrega Física Disponível Garantida

CEP Código de Endereçamento Postal

CER Comissão Especial de Recursos

CETIP Central de Custódia e de Liquidação Financeira de Títulos

CF Constituição Federal

CGJ Corregedoria Geral de Justiça

CIF Cost, Insurance and Freight – tradução: custo, seguro e frete

CLT Consolidação das Leis do Trabalho

CMG Certificado de Mercadoria com Emissão Garantida

CMGF Contrato de Compra e Venda Para Entrega Física Futura Garantida

CNPA Conselho Nacional de Política Agrícola

CNPJ Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica

Codex Código

Commodity / Commoditie Tradução: mercadoria

CONTAG Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura

CP Código Penal

CPC Código de Processo Civil

CPF Cadastro de Pessoa Física

CPP Código de Processo Penal

CPR Cédula de Produto Rural

CPRs Cédulas de Produtos Rurais

CPRF Cédula de Produto Rural Financeira

CPRFs Cédulas de Produtos Rurais Financeiras

CRA Certificado de Recebíveis do Agronegócio

CREA Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura

CREAI Carteira de Crédito Agrícola e Industrial

CRI Certificado de Recebíveis Imobiliários

Cr$ Cruzeiro

CTN Código Tributário Nacional

CVM Comissão de Valores Mobiliários

DAP Delivered at Terminal – Entregue no Local

Dec. Decreto

Des. Desembargador

Desª . Desembargadora

DF Distrito Federal

DI Depósito Interfinanceiro ou Depósito Interbancário

Divulg. Divulgação

DJ Diário de Justiça

DJE Diário de Justiça Eletrônico

DL Decreto Lei

DOU Diário Oficial da União

DR Duplicata Rural

E. Egrégio

LISTA DE ABREVEATURAS E SIGLAS

MARCUS REIS MANUAL JURÍDICO DA CPR

EBITDA

É a sigla em inglês para Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization – tradução: lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização (LAJIDA)

EC Emenda Constitucional

EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária

Ement. Ementa

ESALQ Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” – Universidade de São Paulo

EXW Ex Works – A partir do local da produção

FAS Free Alongside Ship – tradução: livre no costado do navio

FCA Free Carrier – tradução: transportador livre

FGV Fundação Getúlio Vargas

Fls. Folhas

FOB Free on Board – Livre a Bordo

FUNAGRI Fundo Geral para Agricultura e Indústria

FUNRURAL Fundo de Assistência e Previdência do Trabalhador Rural

Gf/tex Grama-força por título ou grossura da fibra

GO Goiás

GPS Global Position System – tradução: Sistema de Posicionamento Global

HC Habeas Corpus

Hedge

Palavra de origem inglesa que significa “cerca” em português. Transação compensatória utilizada por operadores de Mercado que visam proteger o preço de um produto, mercadoria ou lote de moeda contra prejuízos na oscilação de preços; proteção cambial; é uma posição oposta àquela que se possui no mercado físico.

Hedger Pessoa física ou jurídica que opera com “hedge”

HVI High Volume Instrument – tradução: Instrumento de Alto Volume

IBRA Instituto Brasileiro de Reforma Agrária

ICMS Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços

ICUMSAInternational Commission for Uniform Methods of Sugar Analysis – tradução: Comissão Internacional para Métodos Uniformes de Análise de Açúcar

IE Inscrição Estadual

IGP-M Índice Geral de Preços do Mercado

IGP Índice Geral de Preços

IGP-DI Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna

Inc. Inciso

INCOTERMSInternational Commercial Terms – tradução: Termos de Comércio Internacional

INCRA Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária

INDA Instituto Nacional de Desenvolvimento Agrário

INPM Porcentagem de álcool em peso ou grau alcoólico. Quantidade em gramas de álcool absoluto contida em 100 gramas de mistura hidroalcoólica

Inscr. Est. Inscrição Estadual

IOF Imposto Sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguros

IR Imposto de Renda

IRPF Imposto de Renda de Pessoa Física

ITR Imposto Territorial Rural

IT Inteiro Teor

J Julgado

Kg Quilograma

LCA Letra de Crédito do Agronegócio;

LN Livro de Notas

LUG Lei Uniforme de Genebra

MDA Ministério do Desenvolvimento Agrário

MAPA Ministérios da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

MARA Ministério da Agricultura e Reforma Agrária

Mg Miligrama

MG Minas Gerais

Middling Mediano

Micronaire Medida combinada de finura e maturidade da fibra do algodão

Min. Ministro

MNI Manual de normas internas

MS Mato Grosso do Sul

MS Mandado de Segurança

MT Mato Grosso

N Número

Nº Número

NCC Novo Código Civil

NCCB Novo Código Civil Brasileiro

NCR Nota de Crédito Rural

NPR Nota Promissória Rural

OGM Organismos Geneticamente Modificados

ONU Organização das Nações Unidas

ORTN Obrigação Reajustável do Tesouro Nacional

p. Página

Par. Parágrafo

§ Parágrafo

P. ex. Por exemplo

Ph Representação da escala na qual uma solução neutra é igual a sete

PIB Produto Interno Bruto

PP Procedência Parcial

LISTA DE ABREVEATURAS E SIGLAS

PR Paraná

PROAGRO Programa de Garantia da Atividade Agropecuária

PROINSA Programa de Refinanciamentos de Insumos Agrícolas

Propte. Proponente

PSV Proposta de Súmula Vinculante

Public. Publicação

RDDP Revista Dialética de Direito Processual

RE Recurso Extraordinário

Recdo. Recorrido

Recte. Recorrente

Rel. Relator

Relª Relatora

RENAVAM Registro Nacional de Veículos Automotores

REsp. Recurso Especial

RFL Reserva Florestal Legal

RG Registro Geral

RI Registro de Imóveis

RJ Rio de Janeiro

RO Rondônia

RS Rio Grande do Sul

R$ Reais

RSF Resolução do Senado Federal

RT Revista dos Tribunais

RTJ Revista do Tribunal de Justiça

SELIC Sistema Especial de Liquidação e Custódia

SENAR Serviço Nacional de Aprendizagem Rural

SFH Sistema Financeiro da Habitação

SFI Sistema de Financiamento Imobiliário

SNCR Sistema Nacional de Crédito Rural

SNPA Sistema Nacional de Pesquisa Agropecuária

SP São Paulo

Spread

Diferença, apropriada pelo intermediário financeiro, entre a taxa de juros cobrada ao tomador de um empréstimo e a taxa de juros que remunera o aplicador de recursos

Sr. Senhor

Sra. Senhora

STF Supremo Tribunal Federal

STJ Superior Tribunal de Justiça

SWAP

Palavra de origem inglesa que significa “troca”. Utilizada no Brasil para conceituar a concessão de empréstimos recíprocos entre bancos, em moedas diferentes e com taxas de câmbio idênticas.

T3 Terceira Turma

T4 Quarta Turma

TAC Tribunal de Alçada Civil

TBF Taxa Básica Financeira

TED Transferência Eletrônica Disponível

Test. Testemunho

TJGO Tribunal de Justiça do Estado de Goiás

TJLP Taxa de Juros de Longo Prazo

TJMG Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais

TJSP Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo

TR Taxa Referencial

Trading

Empresa comercial que, no agronegócio, atua como intermediária entre produtores e fornecedores de grãos ou outros produtos de origem agropecuária e compradores, numa operação de exportação ou de importação.

Vendor Palavra de origem inglesa que significa vendedor em português.

VG Verbi Gratia = Por exemplo

Vol. Volume

UF Unidade da Federação

UHM Upper Half Mean – tradução: média superior

WA Warrant Agropecuário

SUMÁRIOPREFÁCIO 25

NOTA DO AUTOR 29

APRESENTAÇÃO 33

CAPÍTULO 1 - Histórico do crédito rural brasileiro 371.1 Histórico do crédito rural brasileiro ..................................................................................................................... 37

CAPÍTULO 2 - Contratos 432.1 Contratos ............................................................................................................................................................... 43

2.1.1 Conceito ........................................................................................................................................................... 432.1.2 Requisitos ......................................................................................................................................................... 432.1.3 Princípios que regem a formação contratual ...................................................................................................... 442.1.4 Requisitos extrínsecos de validade aos contratos ................................................................................................ 442.1.5 Classificação dos contratos considerados em si mesmos..................................................................................... 442.1.6 Classificação dos contratos quanto à natureza ................................................................................................... 452.1.7 Classificação dos contratos quanto à forma ....................................................................................................... 452.1.8 Classificação dos contratos quanto à designação ................................................................................................ 452.1.9 Classificação dos contratos quanto ao objeto ..................................................................................................... 462.1.10 Classificação dos contratos quanto ao tempo de execução ............................................................................... 462.1.11 Classificação dos contratos quanto à pessoa do contratante ............................................................................. 462.1.12 Classificação dos contratos reciprocamente considerados ................................................................................ 462.1.13 Contratos aleatórios, contratos comutativos e onerosidade excessiva em cédulas rurais .................................... 47

2.2 Contratos derivativos ............................................................................................................................................... 482.2.1 O mercado de derivativos no Brasil ................................................................................................................... 492.2.2 Mercado a termo .............................................................................................................................................. 49

2.2.2.1 Contrato a termo ...................................................................................................................................... 492.2.3 Mercado de futuros........................................................................................................................................... 50

2.2.3.1 Contrato de futuros .................................................................................................................................. 502.2.4 Diferenças entre contratos a termo e contratos de futuros ................................................................................. 522.2.5 Mercados de opções .......................................................................................................................................... 522.2.6 Mercado de SWAP ........................................................................................................................................... 53

2.3 Do contrato de arrendamento e da parceria rural ..................................................................................................... 542.3.1 Do arrendamento rural ..................................................................................................................................... 542.3.2 Aspectos conceituais do contrato de arrendamento – Distinção da locação urbana............................................ 552.3.3 Da extinção do contrato de arrendamento ........................................................................................................ 582.3.4 Da parceria rural ............................................................................................................................................... 582.3.5 Das diferenças entre contrato de arrendamento e contrato de parceria .............................................................. 59

CAPÍTULO 3 - Títulos de crédito 633.1 Títulos de crédito .................................................................................................................................................... 63

3.1.1 Conceito ........................................................................................................................................................... 633.1.2 Características ................................................................................................................................................... 633.1.3 Princípios norteadores dos títulos de crédito ..................................................................................................... 653.1.4 Classificação ..................................................................................................................................................... 653.1.5 Outras características – Do pagamento contra entrega do título – Recibo ......................................................... 663.1.6 Liquidez, certeza e exigibilidade ........................................................................................................................ 663.1.7 Requisitos essenciais aos títulos de crédito ........................................................................................................ 663.1.8 Requisitos não essenciais aos títulos de crédito .................................................................................................. 673.1.9 Principais títulos de crédito ............................................................................................................................... 67

CAPÍTULO 4 - Endosso e cessão de direitos 714.1 Endosso ................................................................................................................................................................... 71

4.1.1 Do local do endosso ......................................................................................................................................... 714.1.2 Espécies de endosso .......................................................................................................................................... 72

4.1.2.1 Endosso em branco ................................................................................................................................... 724.1.2.2 Endosso pleno (completo) ........................................................................................................................ 724.1.2.3 Endosso-mandato ..................................................................................................................................... 724.1.2.4 Endosso-caução ........................................................................................................................................ 734.1.2.5 Responsabilidades do endossante .............................................................................................................. 734.1.2.6 Endosso póstumo ou tardio ...................................................................................................................... 734.1.2.7 Endosso parcial ......................................................................................................................................... 74

4.2 Cessão de direitos .................................................................................................................................................... 744.3 Diferenças entre cessão de direitos e endosso ........................................................................................................... 75

4.3.1 Quadro comparativo das principais diferenças entre endosso e cessão de crédito ............................................... 76

CAPÍTULO 5 - Introdução ao estudo da CPR 795.1 Títulos de crédito rurais ........................................................................................................................................... 795.2 Introdução ao estudo da CPR.................................................................................................................................. 795.3 Da natureza jurídica da CPR ................................................................................................................................... 805.4 Das principais características da Cédula de Produto Rural ....................................................................................... 815.5 Da CPR Financeira ................................................................................................................................................. 825.6 Principais objetivos da criação das Cédulas de Produto Rurais Financeiras – CPRFs ................................................ 83

CAPÍTULO 6 - Comentários à Lei da CPR por artigos 876.1 Comentários à Lei da CPR por artigos .................................................................................................................... 87

6.1.1 Art. 1º – Da instituição e representatividade da CPR ........................................................................................ 876.1.2 Art. 2º – Da legitimidade para a emissão da CPR ............................................................................................. 87

6.1.2.1 Do conceito de produtor rural – Pessoa física e jurídica............................................................................. 886.1.2.2 Das associações – Cuidados no recebimento de CPRs emitidas por associações de produtores ................... 896.1.2.3 Das cooperativas – Cuidados no recebimento de CPRs emitidas por cooperativas ..................................... 90

6.1.3 Art. 3º – Dos requisitos essenciais da CPR ....................................................................................................... 916.1.3.1 Art. 3º, inciso I – Da denominação ........................................................................................................... 916.1.3.2 Art. 3º, inciso II – Da data da entrega dos produtos, do respeito ao tempo de produção de cada região e da possibilidade de medidas judiciais protetivas antes do vencimento da cédula .....................................................92

6.1.3.3 Art. 3º, inciso III – Do nome do credor, cláusula à ordem e a caracterização da CPR como título abstratoe não causal ........................................................................................................................................................... 936.1.3.4 Art. 3º, inciso IV – Da promessa pura e simples de entregar o produto, sua indicação e as especificações de qualidade e quantidade – Da dúvida ou ausência de correta especificação ensejando direito de escolha ao emitenteda cédula – art. 244 do Código Civil .................................................................................................................... 946.1.3.5 Art. 3º, inciso V – Do local e condições da entrega do produto, sua perfeita classificação e a possibilidade de mora do credor e os danos advindos da conduta moratória ............................................................................... 956.1.3.6 Art. 3º, inciso VI – Da descrição dos bens cedularmente vinculados em garantia ...................................... 976.1.3.7 Art. 3º, inciso VII – Da data e lugar da emissão ........................................................................................ 976.1.3.8 Art. 3º, inciso VIII – Da assinatura do emitente e suas exceções ................................................................ 986.1.3.9 Art. 3º, §1º – Da permissão de inclusão de outras cláusulas na CPR, da desnecessidade de antecipação do pagamento pelo produto e da CPR como garantia a outros contratos .................................................................... 986.1.3.10 Art. 3º, §2º – Da possibilidade de descrever a garantia em documento à parte ...................................... 1006.1.3.11 Art. 3º, §3º – Da simplificação da inscrição das garantias na cédula ...................................................... 101

6.1.4 Art. 4º – Da liquidez, certeza e exigibilidade do título - Da impossibilidade de recebimento de valor parcial emespécie na CPR Física e de recebimento de produto físico na CPR Financeira – Iliquidez do título para o executivo.........102

6.1.4.1 Art. 4º, parágrafo único – Do cumprimento parcial da obrigação ........................................................... 1046.1.5 Art. 4º-A – Da possibilidade de liquidação financeira da cédula – Da Cédula de Produto Rural Financeira – CPRF .................................................................................................................................................. 104

6.1.5.1 Art. 4º-A, inciso I – Da identificação do preço ou do índice de preços necessários à liquidação financeira da cédula ............................................................................................................................................................. 1066.1.5.2 Art. 4º-A, inciso II – Dos indicadores de preço ....................................................................................... 1076.1.5.3 Art. 4º-A, inciso III – Da correta caracterização da Cédula de Produto Rural Financeira ......................... 1086.1.5.4 Art. 4º-A, §1º – Da liquidez, certeza e exigibilidade da Cédula de Produto Rural Financeira .................. 1086.1.5.5 Art. 4º-A, §2º – Do rito executivo para cobrança da Cédula de Produto Rural Financeira ...................... 109

6.1.6 Art. 5º – Das garantias.................................................................................................................................... 1106.1.7 Art. 6º – Dos objetos da hipoteca cedular na CPR .......................................................................................... 111

6.1.7.1 Art. 6º – Parágrafo único – Dos preceitos legais da hipoteca cedular ....................................................... 1116.1.8 Art. 7º – Dos objetos de penhor cedular ......................................................................................................... 111

6.1.8.1 Art. 7º, §1º – Do fiel depositário e a posse sobre os bens objeto do penhor cedular – Da prisão civil doinfiel depositário .............................................................................................................................................. 112

6.1.8.2 Art. 7º, §2º – Da solidariedade entre emitente e terceiro prestador da garantia de penhor ....................... 1136.1.8.3 Art. 7º, §3º – Da aplicabilidade da legislação em geral sobre penhor na CPR – Da abrangência do penhor frustrado sobre a colheita do ano seguinte ........................................................................................................... 115

6.1.9 Art. 8º – Da não identificação dos bens dados em alienação fiduciária – Da possibilidade de utilização desta garantia sobre bens fungíveis .................................................................................................................................... 1176.1.10 Art. 9º – Da possibilidade de aditamento da CPR ........................................................................................ 1196.1.11 Art. 10 – Da aplicabilidade das normas de direito cambial à CPR ................................................................ 119

6.1.11.1 Art. 10, inciso I – Os endossos devem ser completos ............................................................................. 1196.1.11.2 Art. 10, inciso II – Os endossantes não respondem pela entrega do produto ......................................... 1206.1.11.3 Art. 10, inciso III – Da dispensa do protesto cambial e o direito de regresso contra os avalistas ............. 120

6.1.12 Art. 11– Da evicção e da proibição dos benefícios do caso fortuito e da força maior ..................................... 1206.1.13 Art. 12 – Do registro em cartório do domicílio do emitente para eficácia contra terceiros frente à possibilidade de registro no local onde os bens estão sendo formados ou empenhados – Da pluralidade de domicílios do emitenteprevista pelo Código Civil ....................................................................................................................................... 121

6.1.13.1 Art. 12, §1º– Da averbação da CPR no cartório de localização do bem hipotecado e ou gravado depenhor.................................................................................................................................................................1256.1.13.2 Art. 12, §2º– Do prazo estipulado aos oficiais de cartório para inscrição ou averbação da CPR e aresponsabilidade funcional do oficial pelo registro ............................................................................................... 1256.1.13.3 Art. 12, §3º– Da utilização subsidiária das normas aplicáveis às Cédulas de Crédito Rural para cobrança de emolumentos e custas cartoriais de registro da CPR ...................................................................................... 126

6.1.14 Art. 13 – Da anuência do credor para entrega antecipada do produto antes da data prevista na cédula...........1266.1.15 Art. 14 – Do vencimento antecipado da CPR ............................................................................................... 1276.1.16 Art. 15 – Do rito executivo para cobrança da Cédula de Produto Rural Física .............................................. 1276.1.17 Art. 16 – Da compatibilidade da busca e da apreensão do bem alienado fiduciariamente com a posteriorexecução da CPR, da hipoteca e do penhor .............................................................................................................. 129

6.1.17.1 Art. 16 - Parágrafo Único – Da possibilidade de desentranhamento do título após efetuada a busca e aapreensão, para instruir a cobrança do saldo devedor em ação própria ................................................................. 129

6.1.18 Art. 17 – Da prática de crime de estelionato àquele que fizer declarações falsas ou inexatas acerca de bensoferecidos em garantia da CPR ................................................................................................................................ 1296.1.19 Art. 18 – Da impossibilidade de penhora ou sequestro por outras dívidas sobre bens vinculados à CPR ou doterceiro prestador de garantia real ............................................................................................................................ 1306.1.20 Art. 19 – Da possibilidade de negociação da CPR em mercados de bolsas e de balcão .................................. 131

6.1.20.1 Art. 19, §1º – Da obrigatoriedade de registro da CPR em sistema de registro e de liquidação financeira, administrado por entidade autorizada pelo Banco Central do Brasil como condição para sua negociação emmercados de bolsas e de balcão ............................................................................................................................ 1326.1.20.2 Art. 19, §2º – A CPR será considerada ativo financeiro e não haverá incidência do imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários, para os casos de negociação da cédula em mercados de bolsas e de balcão ........................................................................................................... 1336.1.20.3 Art. 19 - §3º - incisos I e II – Das características da CPR registrada em sistema de registro e de liquidaçãofinanceira de ativos autorizado pelo Banco Central do Brasil ............................................................................... 1336.1.20.4 Art. 19, §3º, inciso III – Da responsabilidade da entidade registradora pela manutenção do registro da cadeia de negócios ocorridos no período em que os títulos estiverem registrados ................................................. 1346.1.20.5 Art. 19, §4º – Da possibilidade de emissão da CPR em favor do garantidor na hipótese de contar com garantia de instituição financeira ou seguradora, devendo o emitente entregá-la a este para negociação, registro emsistema eletrônico e custódia por meio de endosso-mandato ............................................................................... 134

6.1.21 Art. 20 – Data de entrada em vigor da Lei nº 8.929/94 ................................................................................ 1346.2 O art. 3º da Lei nº 10.200, de 14 de fevereiro de 2001 ......................................................................................... 135

CAPÍTULO 7 - Garantias 1397.1 Introdução ......................................................................................................................................................... 139

7.2 Hipoteca 1437.2.1 Introdução ...................................................................................................................................................... 1437.2.2 Conceito ......................................................................................................................................................... 1437.2.3 Natureza jurídica ............................................................................................................................................ 1447.2.4 Direito de sequela e preferência ...................................................................................................................... 1457.2.5 Princípios que regem a hipoteca ...................................................................................................................... 1457.2.6 Dos bens que podem ser hipotecados – Requisito objetivo ............................................................................. 1467.2.7 Quem pode hipotecar – Requisito subjetivo ................................................................................................... 147

7.2.8 Necessidade de um título – Requisito formal .................................................................................................. 1477.2.9 Pluralidade de hipotecas ................................................................................................................................. 1487.2.10 Perempção da hipoteca – Prazo de vencimento ............................................................................................. 1487.2.11 Da extinção da hipoteca ............................................................................................................................... 1497.2.12 Da hipoteca legal e judicial ........................................................................................................................... 1517.2.13 Remição ....................................................................................................................................................... 1527.2.14 Outras características da hipoteca ................................................................................................................. 1527.2.15 Conclusão .................................................................................................................................................... 153

7.3 Penhor 1577.3.1 Conceito e constituição .................................................................................................................................. 1577.3.2 Sujeitos ........................................................................................................................................................... 1587.3.3 Dos direitos e obrigações do credor pignoratício ............................................................................................. 1587.3.4 Características ................................................................................................................................................. 1607.3.5 Espécies .......................................................................................................................................................... 161

7.3.5.1 Penhor legal ............................................................................................................................................ 1617.3.5.2 Penhor rural ............................................................................................................................................ 1627.3.5.3 Penhor agrícola (art. 1442 do CC) .......................................................................................................... 1627.3.5.4 Penhor pecuário ...................................................................................................................................... 1647.3.5.5 Penhor industrial e mercantil .................................................................................................................. 1657.3.5.6 Penhor de direitos ................................................................................................................................... 1667.3.5.7 Penhor de títulos de crédito .................................................................................................................... 1667.3.5.8 Penhor de veículos .................................................................................................................................. 167

7.3.6 Extinção do penhor ........................................................................................................................................ 1677.3.6.1 Extinção da dívida/cumprimento da obrigação ....................................................................................... 1687.3.6.2 Perecimento do bem empenhado ............................................................................................................ 1687.3.6.3 Renúncia do credor ................................................................................................................................. 1687.3.6.4 Adjudicação judicial, a remição ou a venda da coisa empenhada pelo credor ou por ele autorizada – Confusão ............................................................................................................................................................ 168

7.3.7 Das diferentes formas de excussão do penhor outorgado em CPR Física e CPR Financeira ............................. 1687.3.8 Da constituição de penhor sobre imóvel hipotecado – Direitos do credor pignoratício ................................... 1697.3.9 Da primariedade do registro da CPR e do Penhor........................................................................................... 1697.3.10 Registro de 1º grau em área comum – Pluralidade de credores ...................................................................... 171

7.4 Alienação fiduciária de bens fungíveis de origem agrícola e pecuária e de bens imóveis 1757.4.1 Da alienação fiduciária .................................................................................................................................... 175

7.4.1.1 Histórico................................................................................................................................................. 1757.4.1.2 Conceito ................................................................................................................................................. 1757.4.1.3 Alienação fiduciária de bens fungíveis de origem agrícola e pecuária ........................................................ 1767.4.1.4 Alienação Fiduciária de bens imóveis....................................................................................................... 179

7.4.1.4.1 Da legitimidade para contratação da alienação fiduciária de bem imóvel por financiadores diversos dosprevistos pelo Sistema Financeiro Imobiliário – Da alienação fiduciária de imóvel na CPR .............................. 181

7.5 Aval e Fiança 1897.5.1 Do aval ........................................................................................................................................................... 189

7.5.1.1 Conceito e requisitos ............................................................................................................................... 1897.5.1.2 Aval parcial ............................................................................................................................................. 1907.5.1.3 Aval posterior .......................................................................................................................................... 1917.5.1.4 Do contrato de fiança ............................................................................................................................. 1917.5.1.4.1 Definição ............................................................................................................................................. 1917.5.1.4.2 Natureza Jurídica da fiança ................................................................................................................... 1917.5.1.4.3 Modalidades ........................................................................................................................................ 1917.5.1.4.4 Noções gerais ....................................................................................................................................... 192

7.5.2 Diferenças entre aval e fiança .......................................................................................................................... 1937.5.2.1 Quadro comparativo – Aval x fiança ....................................................................................................... 195

CAPÍTULO 8 - Questões pontuais ao estudo da CPR 1998.1 Do vencimento da CPR ........................................................................................................................................ 199

8.1.1 Do vencimento antecipado das CPRs ............................................................................................................. 1998.2 Da prescrição da CPR ........................................................................................................................................... 200

8.2.1 Prescrição executiva ........................................................................................................................................ 2008.2.2 Prescrição ordinária ........................................................................................................................................ 202

8.3 Da CPR em garantia a outros títulos de crédito; do desvio de finalidade do título e sua utilização para novação de dívidas ......................................................................................................................................................................... 2028.4 Da pluralidade de emitentes em CPR .................................................................................................................... 2038.5 Da impenhorabilidade dos bens vinculados à Cédula de Produto Rural frente a dívidas trabalhistas e fiscais do devedor ...................................................................................................................................................................... 2038.6 A CPR é título abstrato por não se vincular a uma causa específica ao não exigir individualização do produtocomprado .................................................................................................................................................................... 2088.7 Da desnecessidade de identificação do local de formação da lavoura ...................................................................... 2098.8 Da dispensa de penhor sobre o mesmo produto comprado por uma CPR e a possibilidade de emissão da cédula para aquisição de um tipo de produto e constituição de garantia de penhor sobre produto ou mercadoria diversos daqueleobjeto da transação principal ....................................................................................................................................... 2108.9 Da problemática do local de formação da lavoura e suas consequências ................................................................. 2118.10 Da possibilidade de contratação e de recebimento de produto e ou dinheiro, numa cédula de produto rural físicae ou financeira, sem a consequente perda da liquidez do título .................................................................................... 2128.11 Da discussão sobre a limitação de emissão de CPRFs apenas por instituições financeiras ..................................... 2148.12 Da CPR Exportação ............................................................................................................................................ 2178.13 Da prisão do infiel depositário ............................................................................................................................. 218

CAPÍTULO 9 - O Decreto-Lei nº 167/67 e sua aplicação analógica à CPR 2259.1 A CPR e a Cédula de Crédito Rural ...................................................................................................................... 2259.2 Da aplicação analógica e legal dos preceitos constantes no Decreto-Lei nº 167/67 à CPR – Semelhanças e diferenças entre as Cédulas de Crédito Rurais (CCRs) e as Cédulas de Produtos Rurais – (CPRs) ................................................ 225

9.2.1 Da pluralidade de emitentes da cédula e a utilização do crédito concedido ..................................................... 2279.2.2 Da possibilidade de fiscalização da quantia financiada pelo financiador ........................................................... 228

9.2.3 Da possibilidade de fiscalização dos imóveis de formação e ou localização dos produtos objeto da cédula e dosbens outorgados em garantia real ............................................................................................................................. 2289.2.4 Dos casos de vencimento antecipado da cédula e de outros títulos e contratos firmados entre credor e devedor por inadimplemento de obrigação convencional ..................................................................................................... 2289.2.5 Da inamovibilidade dos bens apenhados das propriedades mencionadas na cédula sem consentimento docredor ...................................................................................................................................................................... 2299.2.6 Da possibilidade de venda judicial antecipada de bens arrestados e penhorados antes do final do processojudicial .................................................................................................................................................................... 2299.2.7 Da possibilidade de venda extrajudicial dos bens apenhados ou hipotecados ................................................... 2319.2.8 Obrigatoriedade de extensão dos bens dados em garantia ao pagamento do principal, juros, comissões, penaconvencional, despesas legais e convencionais .......................................................................................................... 2319.2.9 Do registro das CPRs em cartório e a aplicação subsidiária do art. 34 do Decreto-Lei nº 167/67 .................... 2319.2.10 Da obrigatoriedade de reforço da garantia caso o valor de mercado das mesmas venha a baixar ou a diminuirpor qualquer ocorrência ou motivo .......................................................................................................................... 233

CAPÍTULO 10 - Das taxas e emolumentos para registro da CPR em cartórios 23710.1 Da cobrança de taxas e emolumentos para registro de CPRs perante os cartórios de registro de imóveis .............. 237

CAPÍTULO 11 - CPR em moeda estrangeira – Dólar 24311.1 CPR Financeira em moeda estrangeira – Dólar ................................................................................................... 243

CAPÍTULO 12 - Crédito rotativo 25312.1 Crédito rotativo ................................................................................................................................................... 253

12.1.1 Conceito ....................................................................................................................................................... 25312.1.2 Características ............................................................................................................................................... 253

CAPÍTULO 13 - Dos novos títulos do agronegócio (CDA/WA - CDCA - LCA - CRA ) 25713.1 Dos novos títulos do agronegócio criados pela Lei nº 11.076/04 ......................................................................... 257

13.1.1 Do Certificado de Depósito Agropecuário e Warrant Agropecuário – CDA-WA ........................................... 25813.1.2 Do Certificado de Direitos Creditórios do Agronegócio – CDCA ................................................................ 26113.1.3 Da Letra de Crédito do Agronegócio – LCA ................................................................................................. 26213.1.4 Do Certificado de Recebíveis do Agronegócio – CRA ................................................................................... 264

CAPÍTULO 14 - Barter 26914.1 Barter .................................................................................................................................................................. 269

14.2 Natureza jurídica dos institutos de direito aplicáveis às operações de barter ...................................................... 27014.3 CPR e barter .................................................................................................................................................... 27114.4 Modelos de barter ............................................................................................................................................ 272

14.4.1 Modelo de barter utilizando CPR, contrato de compra e venda de produtos rurais e contrato de vendor........27214.4.2 Modelo de barter utilizando CPR, contrato de compra e venda de produtos rurais e CDCA .................... 27414.4.3 Modelo de barter utilizando CPR, contrato de compra e venda de produtos rurais e LCA ....................... 27614.4.4 Modelo de operação utilizando CDA/WA ............................................................................................... 27814.4.5 Modelo de operação utilizando CPR, CDCA e CRA ............................................................................... 280

CAPÍTULO 15 - Medidas cautelares 28515.1 Processo cautelar.................................................................................................................................................. 285

15.1.1 Conceito ....................................................................................................................................................... 28515.1.2 Finalidade ..................................................................................................................................................... 28515.1.3 Momento de se requerer a medida cautelar ................................................................................................... 28515.1.4 Pressupostos básicos para a concessão das providências cautelares – O fumus boni iuris e o periculum in mora.....285

15.1.4.1 Fumus boni iuris (fumaça de bom direito) ............................................................................................. 28515.1.4.2 Periculum in mora (perigo na demora) ................................................................................................... 286

15.1.5 Características das medidas cautelares ........................................................................................................... 28815.1.5.1 Instrumentalidade ................................................................................................................................. 28815.1.5.2 Autonomia ............................................................................................................................................ 28815.1.5.3 Urgência ............................................................................................................................................... 28915.1.5.4 Sumariedade da cognição ...................................................................................................................... 28915.1.5.5 Provisoriedade ....................................................................................................................................... 28915.1.5.6 Revogabilidade ...................................................................................................................................... 289

15.1.6 Princípio da fungibilidade das medidas cautelares ......................................................................................... 29015.1.7 Medida cautelar inaudita altera pars (sem ouvir a parte contrária) ................................................................. 29015.1.8 Medidas cautelares específicas ....................................................................................................................... 291

15.1.8.1 O significado da expressão “cautelares específicas” ................................................................................. 29115.1.8.2 O procedimento adequado às cautelares específicas ............................................................................... 29115.1.8.3 Medidas cautelares para apreensão de coisas e de pessoas ....................................................................... 29115.1.8.4 Busca e apreensão.................................................................................................................................. 29215.1.8.5 Arresto .................................................................................................................................................. 29215.1.8.6 Sequestro .............................................................................................................................................. 29415.1.8.7 Caução ................................................................................................................................................. 29515.1.8.8 Exibição ................................................................................................................................................ 29615.1.8.9 A medida cautelar de busca e apreensão ................................................................................................ 29615.1.8.10 Da justificação – Da audiência de justificação como produção prévia de prova para o arresto ou o sequestro de produtos agropecuários ................................................................................................................... 29715.1.8.11 Dos protestos, notificações e interpelações .......................................................................................... 29715.1.8.12 Do protesto contra alienação de bens do devedor ................................................................................ 29815.1.8.13 Homologação de penhor legal ............................................................................................................. 29815.1.8.14 Atentado ............................................................................................................................................. 29815.1.8.15 Do protesto e da apreensão de títulos .................................................................................................. 29915.1.8.16 Demais medidas cautelares citadas pelo Código de Processo Civil de 1973 ......................................... 300

15.1.9 Da possibilidade de arresto, sequestro e busca e apreensão através de título não vencido ............................... 30015.1.10 Da necessidade de amparo técnico, informações e apresentação de maquinários necessários ao cumprimento do arresto e do sequestro de produtos agrícolas – O arresto na prática ..................................................................... 302

15.2 As medidas cautelares no Novo Código de Processo Civil .................................................................................... 30415.2.1 Tutelas de urgência no Código de Processo Civil de 1973, a reforma do judiciário e o Novo Código de Processo Civil .......................................................................................................................................................... 30515.2.2 Tutela provisória ........................................................................................................................................... 30715.2.3 Tutela de urgência ......................................................................................................................................... 30815.2.4 Do procedimento da tutela antecipada requerida em caráter antecedente ...................................................... 309

15.2.5 Do procedimento da tutela cautelar requerida em caráter antecedente .......................................................... 31015.2.6 Tutela da evidência ....................................................................................................................................... 311

CAPÍTULO 16 - Perguntas e respostas sobre CPR 31516.1 Perguntas e respostas sobre CPR .......................................................................................................................... 315

CAPÍTULO 17 - Padrões de classificação e especificação de produtos agropecuários 31917.1 Exemplos de padrões de classificação e especificação de produtos agropecuários utilizados nos títulos do agronegócio brasileiro ..................................................................................................................................................................... 319

CAPÍTULO 18 - Posicionamentos jurisprudenciais comentados 32918.1 Posicionamentos jurisprudenciais comentados ..................................................................................................... 329

18.1.1 Possibilidade de emissão de CPR sem antecipação do preço – Nulidade por desvio de finalidade e emissão como mera garantia contratual ................................................................................................................................ 32918.1.2 CPR e a inaplicabilidade da teoria da imprevisão: ......................................................................................... 33218.1.3 Particularidades acerca da CPR Financeira – Emissão e modalidade de execução .......................................... 33618.1.4 CPR e Cédula de Crédito Rural – Aplicação analógica e subsidiária ao Decreto-Lei nº 167/67 – Cobrança detaxas e emolumentos em pé de igualdade entre CPRs e Cédulas de Crédito Rural à luz do Decreto-Lei nº 167/67.........342

CAPÍTULO 19 - Modelos 35319.1 Modelo de procuração para comercialização secundária ....................................................................................... 35419.2 Modelo de recibo de aval honrado em CPR Física ............................................................................................... 35519.3 Modelo de aval honrado em CPR Financeira ....................................................................................................... 35619.4 CPR Física .......................................................................................................................................................... 357

19.4.1 Modelo de CPR Física – 1 ............................................................................................................................ 35719.4.2 Modelo de CPR Física – 2 ............................................................................................................................ 362

19.5 CPR Financeira ................................................................................................................................................... 36719.5.1 Modelo de CPR Financeira – preço fixo – 1 ................................................................................................. 36719.5.2 Modelo de CPR Financeira – preço fixo – 2 ................................................................................................. 37219.5.3 Modelo de CPR Financeira – Liquidação financeira por índice de preço eleito pelas partes a ser apurado por instituição idônea com divulgação diária .................................................................................................................. 384

19.6 Modelo de contrato de penhor agrícola por instrumento particular ..................................................................... 39019.7 Modelo de contrato de compra e venda de produtos agrícolas – preço fixo .......................................................... 40219.8 Modelo de contrato de compra e venda de produtos agrícolas – preço a fixar....................................................... 41219.9 Modelo de CDA – Certificado de Depósito Agropecuário ................................................................................... 42219.10 Modelo de WA – Warrant Agropecuário ............................................................................................................ 42419.11 Modelo de CDCA – Certificado de Direitos Creditórios do Agronegócio ......................................................... 42619.12 Modelo de LCA – Letra de Crédito do Agronegócio ......................................................................................... 44419.13 Modelo de carta de fiança ................................................................................................................................. 44519.14 Modelo de escritura de abertura de crédito e constituição de hipoteca ............................................................... 45219.15 Modelo de declaração para cancelamento de registro de cédula de produto rural ............................................... 46119.16 Modelo de endosso ............................................................................................................................................ 46219.17 Modelo de endosso e aval .................................................................................................................................. 463

19.18 Modelo de notificação de endosso ..................................................................................................................... 46419.19 Modelo de contrato de arrendamento ................................................................................................................ 46619.20 Modelo de contrato de parceria agrícola ............................................................................................................ 470

CAPÍTULO 20 - Legislação 47720.1 Exposição de motivos interministeriais para a Lei da CPR ................................................................................... 477

20.1.1 Exposição de motivos interministeriais da Lei nº 8.929, de 22 de agosto de 1994 ......................................... 47720.2 Legislação sobre cédula de produto rural física e financeira.....................................................................................479

20.2.1 Lei nº 8.929/94 – Lei da CPR ...................................................................................................................... 47920.2.2 Lei nº 10.200, de 14 de fevereiro de 2001 – Inseriu o art. 4º-A à Lei da CPR permitindo sua liquidaçãofinanceira – Lei da CPR Financeira .......................................................................................................................... 483

20.3 Legislação sobre a política agrícola - Lei Agrícola ................................................................................................. 48420.3.1 Lei nº 8.171, de 17 de janeiro de 1991 – Política Agrícola ............................................................................ 484

20.4 Legislação sobre Cédulas de Crédito Rurais e demais títulos criados pelo Decreto-Lei nº 167/67 ........................ 50720.4.1 Decreto-Lei nº 167, de 14 de fevereiro de 1967 – Títulos de Crédito Rural .................................................. 507

20.5 Legislação sobre Crédito Rural ............................................................................................................................ 52820.5.1 Lei nº 4.829, de 5 de novembro de 1965 – Institucionaliza o Crédito Rural ................................................. 528

20.6 Legislação sobre Penhor ....................................................................................................................................... 53720.6.1 Lei nº 492, de 30 de setembro de 1937 – Lei do penhor rural e da cédula pignoratícia ................................. 53720.6.2 Lei nº 2.666, de 6 de dezembro de 1955 – Dispõe sobre o penhor de produtos agrícolas .............................. 548

20.7 Legislação sobre Alienação Fiduciária .................................................................................................................. 54920.7.1 Da Lei nº 10.931, de 2 de Agosto de 2004 – Lei da Alienação Fiduciária ..................................................... 54920.7.2 Decreto-Lei nº 911, de 1º de outubro de 1969 – Alterou a redação do art. 66 da Lei nº 4.728, de 14 de julho de 1965, estabelecendo normas de processo sobre Alienação Fiduciária .......................................................... 56320.7.3 Lei nº 4.728, de 14 de Julho de 1965 – Art. 66 da Lei da Alienação Fiduciária ............................................. 569

20.8 Legislação sobre os Novos Títulos do Agronegócio .............................................................................................. 57020.8.1 Lei nº 11.076, de 30 de Dezembro de 2004 – Lei dos Novos Títulos do Agronegócio – CDA/WA, CDCA, LCA e CRA ............................................................................................................................................................. 571

20.9 Legislação sobre Arrendamento Rural e Parceria Agrícola, Pecuária, Agroindustrial e Extrativa ............................ 58420.9.1 Lei nº 4.504, de 30 de novembro de 1964 – Estatuto da terra – Arrendamento rural, parceria agrícola, pecuária, agroindustrial e extrativa ........................................................................................................................... 584

Referências 597

25

PREFÁCIO

Em um país como o nosso, com enorme área rural que opera como suporte de nossa economia, sem diminuir a importância dos demais setores, o agronegócio, nestas últimas décadas, atingiu importância fundamental.

Nossa literatura jurídica não é profícua no agrodireito. Temos boas obras setoriais, que ora enfatizam o aspecto financeiro e bancário dessa área, ora se prendem aos conceitos civis e mercantis dos institutos que, com adaptações, fazem operar esse tão importante setor de nossa economia.

O presente trabalho de Marcus Reis enriquece sobremaneira o campo do agro-negócio na área jurídica. Trata-se, na realidade, de um verdadeiro manual do agronegócio brasileiro, que se ajusta às necessidades dos iniciantes, nas faculdades, dos profissionais da área na sua atividade diuturna e mesmo daqueles estranhos à área jurídica, que buscam compreensão de conceitos e soluções na atividade profissional do setor. E o autor cumpre com maestria e garbo esse desiderato.

Este livro apresenta as noções estruturais dos institutos jurídicos que dizem res-peito ao agronegócio. Um quadro completo. Apresenta, na introdução, a teoria geral do contrato, bem como os detalhes dos contratos de arrendamento e parceria rural. Os títulos de crédito em geral são tratados da mesma maneira, com enfoque especial para a utilíssima cessão de créditos, arrematando, depois, com os títulos de crédito rurais.

A seguir, o autor aborda com detalhes a CPR – Cédula de Produto Rural, o título mais utilizado no ramo do agronegócio. É totalmente oportuna a abordagem desse tema, utilíssimo para todos que atuam no setor e importante para orientação dos estudantes de Direito e profissionais. Há comentários diretos, artigo por artigo, da lei da CPR, texto eficaz para referência. Há um capítulo específico onde o autor busca esclarecer dúvidas a respeito dessa importante temática.

O livro faz um apanhado completo dos novos títulos de crédito em torno do agronegócio.

As garantias reais tradicionais, penhor e hipoteca, também são importantemente lembradas.

O instituto do “barter”, instrumento de financiamento de safras, é descrito com muita proficiência.

As medidas cautelares, inclusive conforme o CPC de 2015, também são aborda-das especificamente.

A jurisprudência pertinente é colacionada em capítulo próprio, de suma utilidade.O capítulo 19 dá um fecho à obra, com modelos utilizáveis no campo do agro-

negócio, algo de muita utilidade não só para jejunos, mas para todos que atuam na área, profissionais e outros interessados.

Enfim, esta obra é um manual de direito do agronegócio, a mais completa. Não há obra terminada, mormente em Direito. Certamente outras edições se sucederão, com a

26

MARCUS REIS MANUAL JURÍDICO DA CPR

árdua tarefa do autor em atualizar os textos, principalmente os legislativos, com os respectivos comentários, tendo em vista a dinâmica legislativa de nosso país.

Sinto-me sobremaneira honrado em prefaciar este tão completo texto. Abrangente. Agradável leitura, fácil compreensão e utilidade ímpar. Foi-se o tempo de meras e ocas filosofias desvinculadas de um sentido prático imediato, que teimosamente ainda se fazem presentes em teses de pós-graduação. Nossos textos jurídicos atualmente devem unir a plena compreensão e a imediata praticidade, sem descurar da necessária tecnicidade. Esta obra cumpre airosamente esse mister, não muito fácil de ser alcançado. O autor deve ter pleno domínio da matéria para assegurá-lo.

Parafraseando o grande Chaim Perelman, o discurso, em qualquer área do conheci-mento, deve ser compreendido imediatamente pelo público a que se destina. O presente texto atinge esta meta com encômios. E, Marcus Vinicius, para nosso gaudio, compartilha conosco sua arte de mestre nesse novel e fundamental campo jurídico.

Ex cordis.

Sílvio de Salvo VenosaFoi juiz no Estado de São Paulo por 25 anos. É desembargador aposentado. Autor de inúmeras obras de Direito Civil, destacando a coleção completa em oito volumes. Escreveu, também, obra de Introdução à Ciência do Direito, Código Civil Interpretado e Lei do Inquilinato Comentada, todas em su-cessivas edições. Foi professor em diversas instituições de São Paulo. É Sócio Consultor do escritório Demarest Advogados, na capital do Estado de São Paulo. Destaca-se, também, como parecerista, palestrante e consultor de vá-rios escritórios.

29

NOTA DO AUTOR

A globalização é, na atualidade, uma das maiores responsáveis pelo aprofundamento da integração econômica, social, cultural e política entre os povos.

Essa interação global foi impulsionada pelo barateamento dos meios de transporte e de comunicação no final do século XX e início do século XXI.

Trata-se de fenômeno gerado pela necessidade da dinâmica do capitalismo em for-mar uma aldeia global, que permita aos países desenvolvidos, cujos mercados internos já estão saturados, acesso a mercados menos explorados e em franco desenvolvimento.

O processo de globalização diz respeito à forma como os países interagem e aproxi-mam pessoas, ou seja, interliga o mundo.

Corolário e suporte a esse fenômeno, está a expansão capitalista, em que pessoas e empresas veem possível a realização de transações financeiras e a expansão de negócios até então restritos ao seu mercado de atuação, para mercados distantes e emergentes.

Esse processo de interação comercial trouxe consigo a expansão da cadeia produtiva de alimentos e, por consequência, o acirramento da concorrência entre nações em todos os setores, inclusive o agropecuário.

E, a agricultura brasileira, modelo internacional de produtividade, pesquisa e expan-são, não poderia passar ao largo dessas consequentes.

15% das terras agricultáveis do mundo, ainda não exploradas, estão no Brasil, que ostenta o título de potencial “celeiro do mundo”.

Acompanhando esse movimento expansionista, aportam a cada dia em nosso país, mais e mais empresas dispostas a toda sorte de investimentos, e a agricultura está entre os destinos prediletos desses investidores.

Agricultura, financiamento e garantia, são palavras que praticamente formam uma frase com sentido único aos ouvidos daqueles que com ela labutam.

Velocidade e modernidade, noutra ponta, rimam com a descrita globalização, que também envolve as atividades agrícolas em todos os seus níveis.

E o Brasil traz consigo o respeito de seus concorrentes em todas essas áreas. Medidas estruturais ainda são necessárias, mas não há dúvidas de nossa competitivi-

dade e competência. Competitividade e competência, porém, requerem investimentos; investimentos re-

querem contrapartidas na confiança; e a confiança está intimamente ligada à garantia de retorno desses investimentos.

Se por um lado, os investidores enxergam no Brasil um destino relativamente estável e confiável, por outro, não abrem mão de resguardarem-se em garantias de retorno do capital investido com lucro.

Essa necessidade movimentou mercado e governo ao longo dos anos, no sentido de criar e adaptar mecanismos aptos à outorga de garantias e ferramentas outras, que a

MARCUS REIS MANUAL JURÍDICO DA CPR

30

exemplo da Cédula de Produto Rural, passaram a incutir no mercado, a agilidade e a confiança necessárias ao aparelhamento das relações comerciais envolvendo a cadeia produtiva agrícola.

A expansão do Agronegócio em relação a outros setores da economia brasileira aponta para um aumento da participação deste setor que, em 2014, alcançou o incrível percentual de 21,3% do PIB nacional que, divididos em insumos agropecuários (11,7%), produção agrope-cuária (29,6%), agroindústria (27,8%) e distribuição (31,1%) ostenta a posição de “locomoti-va da economia nacional”.

Toda essa grandeza significou um montante de 1,178 trilhão de reais.1 Atuando como advogado especialista em Agronegócio há mais de 21 anos, herdei dos

juristas de minha família, o gosto por essa área.Nosso escritório iniciou suas atividades nesse setor em meados da década de 1970.Formado em 1993, no final desta década, ao finalizar uma pós-graduação em Franca/SP,

optei por escrever sobre o novo título do agronegócio, que ainda era desconhecido da grande maioria de juristas que já atuavam no setor: a Cédula de Produto Rural (CPR).

Finalizada a monografia, passei a dedicar especial atenção a este tema, quando, por volta do ano de 2003, fui contratado por um cliente do ramo de alimentos, para criar e compor um treinamento sobre CPR e Crédito Rural, que deveria ser ministrado a todos os funcionários das áreas de crédito, análise de risco, cobrança e comercial, espalhados por todo o Brasil.

O grande desafio girava em torno de como apresentar todas as nuances de títulos de crédito, contratos, garantias, registro de garantias, funcionamento do judiciário, de processos judiciais, de medidas cautelares, etc., para leigos no assunto.

E, assim, o treinamento foi composto por 10 horas/aula, com aproximadamente 180 sli-des, de forma simples, porém contundente, atingindo com segurança, funcionários dos citados setores que em sua maioria nunca haviam mantido contato direto com o mundo jurídico.

Com o sucesso dos treinamentos, passei a ampliá-los a advogados e a bacharéis de direito, aprofundando ainda mais, por consequência, meus estudos teóricos sobre os temas alinhados no sumário deste Livro, que, aliados à prática processual em todos os rincões brasileiros onde a agricultura se fazia presente, culminaram com a compilação de tais temas na teoria e na prática.

Ao responder por 21,3% do PIB nacional, a agropecuária brasileira é o sustentáculo do crescimento econômico brasileiro.

E o título amplamente utilizado por todos aqueles atuantes no setor, sejam produtores rurais, empresas agropecuárias, agroindústrias, distribuidoras de insumos, cooperativas, ban-cos, enfim, todos os envolvidos na cadeia produtiva desse nicho de mercado, é a Cédula de Produto Rural.

Por isso, optei por amparar os assuntos abordados no livro, sempre no entorno da CPR.A doutrina sobre o tema é parca, superficial e tendenciosa, o que me animou a abordar

muitos assuntos até então inéditos, não entendidos e, por vezes, desconhecidos de juristas e advogados.

1 Fonte: Faculdade CNA de Tecnologia. Disponível em: <http://www.faculdadecna.com.br/agronegocio#.W3yS0vmyT4>. Acesso em: 01 dez.15.

NOTA DO AUTOR

31

Por meio deste livro, apresento possibilidades de utilização de novas modalidades de CPR, dentre elas, a CPR em dólar, grande anseio de todo o setor, pois não só as commodities em geral, como também os insumos e demais agregados da cadeia produtiva do agronegócio, são todos cotados em dólar, o que leva grande dificuldade e insegurança diante das oscilações da moeda e, principalmente, das cotações das próprias commodities – soja, milho, algodão, café, boi gordo, etc.

Abordo, também, a CPR Física, com possibilidade de recebimento e abatimento parcial em dinheiro, bem como a CPR Financeira, com possibilidade de recebimento e abatimento parcial em produto.

Outro assunto da moda — o futuro de nossa agricultura, também foi abordado pela obra: trata-se do “barter” — troca de insumos e serviços por produtos rurais.

Passei pelas antigas cédulas de crédito rurais e pelos novos títulos do agronegócio, com-pilei toda a legislação atinente à espécie, bem como colacionei jurisprudências completas que seguem acompanhadas de meus comentários, além de um apêndice completo de modelos.

Tentei manter uma linguagem simples e direta, que atenda não somente juristas, como quaisquer leigos atuantes no setor.

Abordo, ainda, a utilização de alienação fiduciária em garantia de bens fungíveis, tais como, soja, café, boi, etc., que, a meu ver, será a grande revolução em matéria de segurança jurídica de negócios no setor.

Com a utilização de mais essa modalidade de garantia, permitida pela Lei da CPR, porém não utilizada na prática, defendo a tese de sua plena legalidade, principalmente após mudanças na legislação sobre alienação ficuciária em garantia, que ainda não foram percebidas e assimi-ladas pelo mercado.

Com o advento dessa nova modalidade de garantia, o credor poderá acionar a justiça por via cautelar de busca e apreensão do produto rural alienado e vendê-lo sem necessidade de leilão judicial ou qualquer outro meio ou apoio judicial.

Por outro lado, dada a segurança jurídica a ser ofertada aos investidores por meio desta modalidade de garantia, os tomadores de créditos e financiamentos rurais poderão contar com maior oferta de capital, que por certo, culminará com a baixa dos juros e dos custos de investi-mentos e proporcionará maior facilidade e agilidade na concessão de tais mútuos.

Ao tratar das medidas cautelares, abordei o tema, tanto sob a ótica do CPC de 1973, quanto sob a luz do novo CPC de 2015.

A obra é abrangente e, creio eu, atenderá antigos anseios de todo o setor.Boa leitura.

Marcus Reis

33

APRESENTAÇÃO

É com grande satisfação que, atendendo ao convite formulado pelo autor deste tra-balho, passo a breves considerações sobre o conteúdo.

Em meados de 2010, fui apresentado ao autor da obra Manual Jurídico da CPR – teoria e prática da Cédula de Produto rural, Marcus Reis.

Lembro-me que este disse: “- quem trabalha com lavoura, tem que estar perto dela”. Marcus Reis revela uma visão estratégica muito interessante ao escolher o Agronegócio como ponto central da presente obra.

O agronegócio brasileiro, em 2014, representou 21% do PIB, 40% de todas as ex-portações, 7,6% do Mercado mundial de alimentos e é hoje o segmento mais competitivo do País a nível global.

A presente obra traduz o modo com que o autor conduz assuntos de grande comple-xidade, destacando-se pela seriedade, experiência teórica e prática nas questões jurídicas, pela grande capacidade de comunicação e também pela criatividade de harmonizar con-flitos e construir soluções, tanto judiciais, quanto extrajudiciais, na área do agronegócio.

Portanto, a leitura deste livro é uma grande oportunidade de absorver todos os anos de vida prática que o autor decidiu compartilhar com o mercado.

Redigido de modo claro, conciso e objetivo, sem perder de vista o seu caráter prag-mático e pedagógico, por meio do estudo dos institutos relacionados ao Agronegócio, permitirá ao leitor elaborar estruturas e formas válidas de operações que venham a orientar de forma adequada, a atuação no ramo do Agronegócio.

Sem margens a questionamentos, a contribuição da obra é de grande valia, à altura do perfil técnico de seu autor, a quem, aqui, rendo minhas homenagens pela coragem e ousadia de pisar em terras ainda desconhecidas para a maioria dos operadores do direito, e tomar para si o desafio de tratar sobre matéria tão relevante para os que atuam na área.

Boa leitura a todos.Marcelo Prado

Engenheiro agrônomo (UNESP Jaboticabal-SP). Mestrado Stricto Sensu em Gestão Empresarial (UNITRI-MG). Especialização em Parcerias e Alianças, Liderança e Trabalhos em Equipe (Universidade Central da Flórida). Espe-cialização em Estratégia e Gestão de Negócios (Universidade de Harvard). Aperfeiçoamento em Gestão (Universidades Europeias: Holland e Kings-ton). Ex-vice-presidente da Divisão Agro do Grupo Algar. Fundador da M. Prado Consultoria Empresarial. Ex-Secretário de Desenvolvimento Econô-mico de Minas Gerais. Conferencista em eventos nacionais e internacionais. Professor convidado da USP, da FGV e do IBMEC de MBA. Conselheiro credenciado do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa.

37

CAPÍTULO 1

HISTÓRICO DO CRÉDITO RURAL BRASILEIRO

1.1 Histórico do crédito rural brasileiro

O artigo 2º da Lei nº 4.829/65 (que institucionalizou o crédito rural), assim definiu o crédito rural:

Art. 2º. Considera-se Crédito Rural o suprimento de recursos financeiros por entidades públicas e estabelecimentos de crédito particulares a produtores ru-rais ou suas cooperativas para aplicação exclusiva em atividades que se enqua-drem nos objetivos indicados na legislação em vigor.

Pesquisadores ligados à política agrícola relatam que o principal desafio para a viabiliza-ção plena do agronegócio brasileiro passa pela solução do problema do financiamento, no que tange à relativa lentidão no processo de criação de novas alternativas de gerenciamento de riscos e de subsídio financeiro à agricultura, considerados necessários à manutenção da atividade nos níveis desejados pelo governo e pelos mercados.

Há que se ponderar que a falha ou o retardamento dessas alternativas fatalmente forçaria o setor público a novamente assumir o papel central de incentivador e de financiador do mer-cado agrícola, comprometendo assim, as já limitadas disponibilidades de recursos voltados ao desenvolvimento da produtividade, mola mestra do sucesso agrícola brasileiro.

Houve uma época em que o governo federal ocupou não só o papel central do financia-mento e do fomento agrícola em nosso país, mas também a quase totalidade dessas funções.

A agricultura brasileira, desde o início da colonização, até a implantação da atividade urbano-industrial no país, foi amplamente dominada pelo modelo econômico baseado na ati-vidade extrativista pura e simples. Com a modernização urbano-industrial, o campo passou a exercer também a função de gerador de recursos necessários à industrialização.

Em 1931, no primeiro governo de Getúlio Vargas, quando a principal atividade econô-mica do país era o café, ocorreu o primeiro mecanismo oficial de financiamento rural no Brasil. Os instrumentos criados para sustentar as atividades do setor foram a Carteira de Crédito Agrícola e Industrial (CREAI) do Banco do Brasil e o Departamento do Café. No entanto, na década seguinte (1940-50), pouca importância foi atribuída ao setor rural por parte do Esta-do, o que se caracterizou pela ausência de mecanismos e de instrumentos de intervenção mais efetivos.

Diante da mudança na realidade econômica no Brasil da época, o setor rural foi se enfra-quecendo em termos relativos e absolutos, sendo que, entre os anos de 1948 e 1970, a atividade agrícola experimentou uma redução de 15% sobre a participação na renda interna do país.

38

MARCUS REIS

MANUAL JURÍDICO DA CPR

Nesse caótico contexto, em novembro de 1965, surgiu o Sistema Nacional de Crédito Rural – SNCR, instituído pela Lei nº 4.829/65, que tinha por principais objetivos:

A. estimular o incremento dos investimentos rurais em armazenagem, industrializa-ção, custeio da produção e comercialização dos produtos agropecuários;B. fortalecer os produtores rurais, notadamente os mini, pequenos e médios;C. incentivar a introdução de métodos racionais de produção, visando o aumento da produtividade, a melhoria do padrão de vida das populações rurais e a adequada defesa do solo;D. incentivar o aumento da produtividade e a modernização da agricultura; eE. garantir maior parcela de recursos financeiros para a agricultura, já que os bancos comerciais privados, sem o apoio de legislação própria, não a atendiam satisfatoria-mente.

A partir da institucionalização do SNCR como principal instrumento da política agrícola brasileira, grandes transformações começaram a ocorrer, não só no setor agrícola, mas em toda a economia nacional.

O SNCR surgiu com o intuito de criar condições que dessem suporte ao crescimento urbano. Nesse sentido, maior produtividade, menores preços de alimentos e maiores exporta-ções seriam as medidas de sucesso da política, que possuía três componentes de financiamento: crédito de custeio, crédito de investimento e crédito de comercialização.

O programa consistia em promover a mudança na base técnica da agricultura, visando o crescimento da relação agricultura/indústria, com o desenvolvimento de ramos industriais voltados aos meios de produção (insumos, fertilizantes, defensivos, etc.) e aos bens de capital (tratores, implementos, colheitadeiras, equipamentos de irrigação, etc.), bem como ao proces-samento de produtos agrícolas.

Com o intuito de fomentar o financiamento agropecuário, agregou como agentes finan-ceiros, o Banco do Brasil, o Banco Central, bancos estaduais, bancos regionais de desenvolvi-mento, bancos privados, caixas econômicas, sociedades de crédito, investimento e financia-mento, cooperativas, órgãos de assistência técnica e extensão rural.

Nas décadas de 1960 e 1970, o SNCR propiciou a modernização de alguns segmentos da agricultura, levando a um significativo crescimento, fornecendo, por outro lado, pesados subsídios ao setor.

Operação comum nessa época eram os empréstimos concedidos pelo Banco do Brasil a grandes produtores que, ao invés de aplicar o dinheiro recebido no financiamento da produção, o reaplicavam no próprio Banco, percebendo rendimentos muito superiores àqueles previstos nos próprios contratos de empréstimo.

O programa previa taxa de juros de 15% a.a., sem correção monetária, contra 50% cobra-dos pelo mercado financeiro privado, que era obrigado a se posicionar defensivamente na ten-tativa de se proteger da desvalorização monetária provocada pela galopante inflação da época,

39

CAPÍTULO 1

HISTÓRICO DO CRÉDITO RURAL BRASILEIRO

o que também justificava a especulação financeira ora praticada internamente junto ao Banco do Brasil.

Em razão disso, o uso do crédito subsidiado cresceu vertiginosamente na década de 1970 que, com o aumento da inflação, verificou essa taxa de juros real (15%) restar negativa.

Em 1975, os empréstimos oficiais alcançaram 74% do produto interno da agricultura, sendo que, em 1976, chegaram a incríveis 90%.

Como os grandes e médios produtores detinham maior capacidade de pagamento, foram esses os maiores beneficiados pelo programa, descaracterizando um dos seus objetivos propos-tos, o de atendimento aos pequenos e mini produtores rurais.

Em meados da década de 1980, a conjuntura econômica, em especial o processo de ace-leração inflacionária, aliado à crise fiscal vivenciada pelo Erário, levou o governo a retirar os subsídios das taxas de crédito rural, ocasião em que os juros passaram a 3% a.a., mais correção pela ORTN.

Com isso, os recursos repassados ao setor experimentaram drástica redução.Com o sucateamento do SNCR, o mercado partiu em busca de soluções alternativas de

financiamento, passando a lançar mão de recursos próprios.Nesse cenário de escassez de recursos, em meados do início da década de 80, começaram a

surgir mecanismos informais de alavancagem de crédito privado com o objetivo de instrumen-talizar operações de crédito à agricultura, das quais se destacaram:

A. “troca-troca” – início dos anos 1980: insumos e serviços por produtos agrícolas a serem entregues na época da colheita;B. “soja verde” – 1988: venda antecipada da produção a preço fixo pelo produtor, com pagamento à vista a um esmagador ou exportador, para entrega futura da pro-dução;C. certificado de Mercadoria com Emissão Garantida – CMG – 1992: lançado pela Bolsa de Cereais de São Paulo, como título mercantil de contrato de compra e venda para entrega física futura garantida (CMGF) e entrega física disponível garantida (CDMG).

Face à redução dos recursos provenientes do SNCR, o mercado agroindustrial lançou-se em busca de novas fontes de financiamento. Atento a essas necessidades, em 1994, o Banco do Brasil realizou estudos que resultaram na criação da Cédula de Produto Rural – CPR.

Possuindo a CPR característica de título de crédito e contrato a termo, cada um desses institutos será devidamente caracterizado e conceituado, antes de propriamente adentrarmos no estudo aprofundado das questões específicas de ambos, frente ao crédito rural. Esperamos que esta dissertação comparativa auxilie no subsídio e no entendimento de questionamentos diversos feitos por profissionais atuantes nas áreas comercial, jurídica e financeira do agrone-gócio.