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DO ADVOGADO EM INÍCIO DE CARREIRA 1ª Edição MANUAL

Manual Oab - To

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Manual do Advogado em início de carreira.

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DO ADVOGADO EM INÍCIO

DE CARREIRA

1ª Edição

MANUAL

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Manual do Advogado em Início de Carreira

OAB/TO

1ª Edição

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Ordem dos Advogados do Brasil Seção do Tocantins

Presidente Epitácio Brandão Lopes

Vice-presidente

Rubens Dario Lima Câmara

Secretário-Geral Paulo Saint-Martin de Oliveira

Secretária-Geral-adjunta

Heloísa Maria Teodoro Cunha

Diretor-Tesoureiro Pompílio Messias Lustosa Sobrinho

Endereço

Quadra 201 Norte, Conjunto III, Lts. 1 e 2, Palmas - TO, CEP: 77.001-132

Tel.: (63) 3212-9600 / Fax.: (63) 3212-9601 E-mail: [email protected]

Comissão de Apoio aos Advogados em Início de Carreira

Pablo Araujo Macedo – Presidente

Brisa Costa Ayres Rodrigues– Vice-Presidente Adriano Coraiola – Secretário-Geral

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Caros Colegas,

É uma honra para a Ordem dos Advogados do Brasil,

Seccional do Tocantins trabalhar em prol dos Jovens

Advogados deste Estado, mas é, antes de tudo, um serviço que

merece toda dedicação ao ensino jurídico e a real função deste

ensino que é a crença na transformação da sociedade pelo

Direito, por meio do conhecimento.

Este manual destina-se prioritariamente aos Advogados em Início de Carreira,

mas também a todos aqueles que amam o direito e, portanto, procuram conhecê-lo com

profundidade.

O Direito é a maior arma na luta pela justiça, modifica vidas e a sociedade. É

importante lembrar que não somos mais uma classe tão pequena, portanto precisamos evoluir

com as novas realidades da advocacia.

Ciente de nossas responsabilidades é que a OAB Tocantins tem trabalhado

incansavelmente pela melhoria e ampliação dos serviços e benefícios oferecidos aos

profissionais da atualidade e as futuras gerações da nossa classe.

O meu sincero obrigado a todos os advogados e advogadas do Tocantins que

são os incentivadores do nosso trabalho.

Epitácio Brandão Presidente da OAB Tocantins

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Mensagem da Comissão de Apoio

aos Advogados em Início de Carreira

Inicialmente, é uma honra poder

contribuir com a classe de advogados do Estado do

Tocantins, em especial os em início de carreira,

esses que escolheram essa belíssima profissão.

Destaco a importância, deste Manual

para toda a classe, sobretudo aos recém aprovados no exame da ordem, e que irão seguir a

carreira com afinco e dedicação, pois nele está contido as principais informações necessárias

a todo novo advogado.

Por oportuno, estendo a toda Comissão do Apoio aos Advogados em Início de

Carreira da OAB/TO esta dedicação e amor pela advocacia, a fim de aperfeiçoar os novos

colegas de uma maneira prática e eficaz, vez que o tempo está cada vez mais escasso.

Saibam que não irão trilhar uma carreira fácil, onde para todo e qualquer

objetivo faz-se necessário muita dedicação e foco, no qual, tal vocação necessita do seu

tempo de forma integral.

A advocacia tocantinense está de braços abertos para acolhê-los, pois o intuito

é crescermos juntos com a Ordem para uma prestação jurisdicional mais célere e eficaz,

contando com as dificuldades enfrentadas.

Por fim, faça bom proveito do referido manual que contem as principais

informações a todo advogado(a) em início de carreira, conclamo para continuar nessa tão

honrosa profissão onde semeamos hoje para colhermos amanhã.

Pablo Araujo Macedo Presidente da Comissão

Brisa Costa Ayres Rodrigues

Vice-Presidente

Adriano Coraiola Secretário-Geral

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Sumário

1.! PROCESSO ELETRÔNICO - COMO CADASTRAR E UTILIZAR O PROCESSO ELETRÔNICO!...........................................................................................!6!

1.1 Sistemas Operacionais do Processo Eletrônico ................................................................. 6 1.1.1 Na Justiça Estadual – E-PROC .......................................................................................... 7 1.1.2 Na Justiça do Trabalho – PJE ............................................................................................ 8 1.1.3 Na Justiça Federal – E-PROC 1º GRAU ......................................................................... 10 1.1.4 Na Justiça Federal – E-CINT – JUIZADOS .................................................................... 10 1.1.5 No Supremo Tribunal Federal (e-STF) ............................................................................ 11 1.1.6 No Supremo Tribunal Federal (e-STJ) ............................................................................ 11

1.2 Intimações nos Processos Eletrônicos. ............................................................................. 12 1.2.1 O Que é Certificado Digital ? .......................................................................................... 12 1.2.2 O que é Assinatura Digital ? ............................................................................................ 13 1.2.3 Como obter um certificado digital ? ................................................................................ 13

2.! CÓDIGO DE ÉTICA E DISCIPLINA - A ÉTICA NA ADVOCACIA!...................!14!2.1 Dicas Sobre Publicidade na Advocacia e Condutas Admitidas ..................................... 17 2.2 Condutas Não Admitidas ................................................................................................... 17

3.! DIREITOS E PRERROGATIVAS DA ADVOCACIA!...........................................!21!

4.! APARÊNCIA PESSOAL DO ADVOGADO!...........................................................!27!4.1 Postura em Audiência ........................................................................................................ 27

5.! RELACIONAMENTO COM O CLIENTE!............................................................!30!5.1 Como deve ser o primeiro contato com o cliente ............................................................. 31 5.2 Como Fixar Honorários Advocatícios .............................................................................. 32

6.! SOCIEDADE DE ADVOGADOS!...........................................................................!34!

7.! CONHECENDO A OAB/TO!...................................................................................!39!7.1 CAATO ............................................................................................................................... 39

8.! MODELOS!..............................................................................................................!41!8.1 Procuração .......................................................................................................................... 41 8.2 Contrato Profissional ......................................................................................................... 42 8.3 Substabelecimento (com ou sem reserva) ........................................................................ 43 8.4 Declaração de Hipossuficiente .......................................................................................... 43

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1. PROCESSO ELETRÔNICO - COMO CADASTRAR E UTILIZAR O PROCESSO ELETRÔNICO

O projeto de Lei 5.828 de 11 de janeiro de 1973, que deu origem a Lei

11.419/06, não foi a primeira iniciativa admitida em lei para introduzir a práticade atos

processuais por meio eletrônico. Em 1991, o art. 58, IV, da Lei do Inquilinato, já permitia a

possibilidade do uso do telex ou do facs-símile para a realização de citação,

intimação/notificação de pessoa jurídica ou firmaindividual. Porém, o que se entende como

marco inicial para a admissão davia eletrônica como meio hábil para prática de atos

processuais a distância,foi a edição da Lei 9.800/99.

Com aproximadamente dois anos da vigência da Lei 9.800/99, foi promulgada

a Lei 10.259/2001, que cria e disciplina os Juizados Federais, trazendoainda novidades que

aceleraram a informatização perante os órgãos da Justiça Federal. Contudo, somente em

dezembro de 2006 é que foi promulgadaa Lei n.º 11.419, que dispõe sobre a informatização

do processo judicial;altera a lei n.º 5.869, – Código de Processo Civil; e dá outras

providências.

Com advento da Lei 11.419, de 19 de dezembro de 2006, vários

estadosimplantaram e criaram normas para o funcionamento do processo eletrônicono âmbito

de suas competências.

No Estado do Tocantins iniciou, por meio da Resolução Nº 5, de 17 de março

de 2007, implantando inicialmente o processo virtual nos juizados especiais (PROJUDI).

Somente em 15 de fevereiro de 2011, por meio da Resolução de nº 01, é que

foi autorizada a expansão nas demais unidades judiciárias do Estado, em primeiro e segundo

graus de jurisdição, com a implantação do sistema de processo eletrônico E-PROC,

regulamentado pela Resolução nº 25, de 15 de dezembro de 2010.

1.1 Sistemas Operacionais do Processo Eletrônico

Atualmente, existem vários programas operacionais do processo eletrônico,

sendo que cada um deles possui requisitos e peculiaridades a parte.

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1.1.1 Na Justiça Estadual – E-PROC

O Tribunal de Justiça do Tocantins está disponível em todas as comarcas

judiciárias do Estado em primeira e segunda Instância.

O sistema é interligado com a internet, por isso o computador deve ter acesso

livre, sem restrições a essa rede mundial.

Para que o sistema funcione sem dar qualquer tipo de erro ou problema, é

extremamente recomendada a utilização do navegador: Mozilla Firefox.

Para a utilização desse sistema, o advogado deverá se cadastrar no sistema,

além de instalar os softwares recomendados.

- Como se cadastrar no E-PROC/TJTO:

O cadastro do advogado no E-PROC se dá em duas etapas.

1º PASSO Realizar o pré-cadastro do advogado

Entre no sistema E-PROC em seguida clique no item "Pré-Cadastro de usuário" ou clique aqui, coloque o numero do seu CPF e clique em consultar. Se você ainda não tem seus dados cadastrados no Tribunal de Justiça do Tocantins, aparecerá um formulário, preencha TODOS os campos e clique em salvar.

Caso já tenha seus dados no sistema apenas siga para o próximo passo.

Obs.: o campo de CONTATO - TELEFONE e E-MAIL são obrigatórios, pois caso haja alguma divergência em seus dados entraremos em contato e é através do seu E-MAIL que enviaremos os dados de LOGIN (USUARIO E SENHA) para o devido acesso após a validação. 2ª PASSO Entrega de documentação para validação do cadastro

O advogado deverá levar sua documentação presencialmente ou enviar a documentação devidamente autenticada via Correios para o TJ/TO, segue abaixo os documentos e endereço:

DOCUMENTOS: Cópias do RG, CPF e identificação profissional ou documento funcional, AUTENTICADOS.

ENDEREÇO: Protocolo do Tribunal de Justiça - Diretoria Judiciária, Palácio da Justiça Rio Tocantins - Praça dos Girassóis, s/n - Palmas - TO, CEP: 77.001-002.

Obs.: não serão aceitos documentos enviados por e-mail, somente via CORREIOS ou PRESENCIALMENTE.

Contato para obter usuário e senha do sistema (63) 3218-4481 Contatos Suporte E-Proc: (63) 3218-4388/4248 e Plantão: (63) 9989-

1766.

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1.1.2 Na Justiça do Trabalho – PJE

O Processo Judicial Eletrônico (PJE), sistema de informática desenvolvidopelo

CNJ em parceria com os Tribunais para a automação do Judiciário, foi lançado oficialmente

em 21 de junho de 2011, pelo então presidente do CNJ, Cezar Peluso.

O objetivo principal é manter um sistema de processo judicial eletrônico capaz

de permitir a prática de atos processuais, assim como o acompanhamento desse processo

judicial, independentemente de o processo tramitar na Justiça Federal, na Justiça dos Estados,

na Justiça Militar dos Estados e na Justiça do Trabalho.

O CNJ pretende convergir os esforços dos Tribunais brasileiros para a adoção

de uma solução única, gratuita para os próprios Tribunais e atenta para requisitos importantes

de segurança e de interoperabilidade, racionalizando gastos com elaboração e aquisição de

softwares e permitindo o emprego desses valores financeiros e de pessoal em atividades mais

dirigidas à finalidade do Judiciário: resolver os conflitos.

Para a utilização do sistema faz-se necessário o CERTIFICAÇÃO DIGITAL

tanto para advogados, quanto para magistrados, servidores ou partes que precisarem atuar

nos novos processos.

Para mais informações sobre o PJe, no site:http://www.cnj.jus.br/programas-

de-a-a-z/sistemas/processo-judicial-eletronico-pje

Para utilizar o sistema PJE-JT com bom desempenho, deverão ser atendidos os

requisitos de hardware e software.

- Requisitos de hardware (máquina) Os requisitos mínimos de hardware são os mesmos exigidos para o

funcionamento dos softwares descritos no item seguinte. Todavia, recomenda-se o uso de equipamento com rápido

processamento e velocidade de comunicação, ampliando a performance do sistema e evitando lentidão, travamentos e perda de informações.

Para uso do sistema será necessária a leitora de cartão: Dispositivo para leitura do ‘smartcard’ para fazer a autenticação do usuário. Pode ser necessária a instalação de um programa (driver) para ele funcionar (normalmente, vem junto com o dispositivo ou pode ser baixado da Internet) ou token.

- Requisitos de software (programas)

Para um bom funcionamento do sistema PJe recomenda-se: Sistemas Operacionais: Windows XP, 2003, Vista ou 7 (Seven) 32 bits, Mac OS X ou Linux. Usar o Navegador Firefox, que pode ser baixado de http://www.mozilla.org/pt-BR/firefox/new/;

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Configurar seu navegador de internet (Firefox) para desbloquear as pop-ups. Faça isso no menu ferramentas/opções/conteúdo;

Verificar se o seu certificado digital está funcionando corretamente no navegador Firefox. Indicamos o site da Receita Federal (Sistema e-CAC) http://www.receita.fazenda.gov.br/AtendVirtual/defaultAtendCertDigital.htm para realizar o teste com o seu certificado digital;

Atualizar ou instalar a versão do Java Runtime (JRE) – A janela do "Sobre" indicará qual versão Java está rodando na

máquina. - Como se cadastrar no PJE: Para se cadastrar no PJE é preciso possuir um Certificado Digital, e

ter alguns programas necessários instalados em seu computador. Instale o drive da sua leitora de cartão, programa que normalmente

acompanha o produto. Instale o ‘SafeSign’, que é o programa responsável pela administração

do seu certificado digital.O Programa poderá ser baixado gratuitamente de http://www.certisign.com.br/atendimento-suporte/downloads/leitoras. Prefira a versão mais recente.

Instale a cadeia de certificação da ICP-Brasil, que poderá ser instalada a partir do site da Autoridade Certificadora que emitiu seu certificado.

Instale a cadeia de certificação da Autoridade Certificadora que emitiu seu certificado digital; por exemplo, para os certificados emitidos, pela Certisign, visite o site http://www.certisign.com.br/atendimento-suporte/downloads/hierarquias

Após as operações acima, estará o ambiente da sua máquina pronto para fazer o cadastro e a navegação no PJe.

No primeiro acesso ao PJe será necessário assinar digitalmente um “Termo de Compromisso” de uso do sistema e as implicações legais. Após esta fase, faça seu primeiro login.

Para usuários de Linux e Mac OS X, a applet de assinatura, quando do primeiro acesso, tentará identificar automaticamente o driver de controle PKCS11 de seu dispositivo criptográfico. Não encontrando, será exibida uma janela de seleção de arquivo em que será necessário indicar o nome desse driver, no linux, será um arquivo "NOME_DO_DRIVER.so", e no Mac OS X, coloque o caminho “/usr/local/lib/libaetpkss.dylib”. Esses drivers são fornecidos por quem vendeu o dispositivo criptográfico e são específicos para o dispositivo e sistema operacional.

Caso a detecção automática não funcione ou o arquivo selecionado pelo usuário não dê acesso ao dispositivo, será necessário criar o arquivo ~/.pje/pkcs11.conf, ou seja, um arquivo de texto com nome pkcs11.conf, no diretório .pje do diretório "HOME" do usuário.

O caminho e o nome do driver deve ser obtido pelo usuário de seu fornecedor de dispositivo criptográfico.

O CNJ criou um Manual para o Advogado, visando a prestar todas as

informações necessárias ao Advogado para realizar todos os procedimentos dentro do Sistema

PJE, que pode ser obtido no link, a seguir: http://pje.csjt.jus.br/manual/index.php/

Manual_Advogado

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1.1.3 Na Justiça Federal – E-PROC 1º GRAU

E-PROC (Processo Eletrônico): Sistema de Processo Eletrônico da Justiça

Federal e do Tribunal Regional Federal da 1ª Região.

Para utilização desse sistema não é necessário ter adquirido o certificado

digital, uma vez que o sistema não aceita documento assinado digitalmente. A solicitação do

cadastro é feita pelo próprio usuário, através do site da Justiça Federal

(http://portal.trf1.jus.br/portaltrf1/processual/cadastro-de-representante-de-advogado).

Para ativar o cadastro efetuado, o advogado deverá comparecer pessoalmente,

munido da Carteira da OAB, na Seção de Distribuição de uma das Subseções Judiciárias do

Estado do Tocantins, a fim de liberar a sua senha. Por ocasião de seu comparecimento nesta

Seção, deverá preencher um Termo de Adesão ao processo eletrônico, que ficará guardado na

unidade que efetuou o cadastramento.

- Para encaminhar uma petição inicial eletrônica, você deve seguir os seguintes passos: ! Na página do processo eletrônico inserir LOGIN e SENHA; ! Clicar em “petição inicial”; ! Preencher informações preliminares: local da ação, valor da causa, tipo da

ação e nível de sigilo, e clicar em “próxima”; ! Selecionar Assunto de Processo e clicar em “próxima” (podem ser

cadastradosassuntos principais e secundários); ! Cadastrar parte Autora – caso não seja localizado pelo CPF, deverá clicar

em “novo”. Inserir todos os dados obrigatórios e salvar cadastro. Após clicar em “incluir” e em seguida em “próxima”;

! Cadastrar parte requerida – escolha uma ou mais entidades, podem serpessoas físicas ou jurídicas; após, clicar em “próxima”;

! Inserir documentos – procure o arquivo, selecione o tipo de arquivo e se necessário escreva observação pertinente e clique em “próxima”;

! Pronto, o processo foi distribuído, gerando automaticamente o número do processo;

! Imprimir o extrato para garantia de protocolo.

1.1.4 Na Justiça Federal – E-CINT – JUIZADOS

Para acesso ao e-Cint faz-se necessário comparecer a sede do Juizado Especial

Federal da 1ª Região, localizado na Seção Judiciária do Tocantins, Palmas, preencher um

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formulário, no qual, será entregue em cartório, e recebimento de uma senha de acesso.

As demais informações são as mesmas do e-Proc da 1ª Região, exceto quanto

as intimações, que serão abordadas em item próprio abaixo.

1.1.5 No Supremo Tribunal Federal (e-STF)

e-STF (Processo Eletrônico): sistema de protocolo eletrônico de petições no

Supremo Tribunal Federal.

Para a utilização desse sistema, deve ser adquirido o certificado digital. Assim

que disponível e instalado o certificado e os softwares necessários no seu computador, o

advogado deverá se cadastrar no sistema, bastando acessar (através do internet explorer) o

site http://www.stf.jus.br, e clicarem e-STF (Processo Eletrônico).

- Para encaminhar uma petição inicial eletrônica, você deve seguir os seguintes passos: ! Inserir o drive da leitora de cartões no seu computador; ! Inserir sua carteira profissional com chip na leitora de cartões; ! Converter o arquivo para PDF e assinar eletronicamente; ! Após, clicar em “acesso ao serviço”; ! Clicar em “peticionamento” e selecionar o tipo de petição; ! Inserir dados solicitados pelo sistema; ! Selecionar e incluir documentos assinados eletronicamente; ! Clicar em “salvar” documento; ! Pronto, sua petição foi encaminhada.

1.1.6 No Supremo Tribunal Federal (e-STJ)

e-STJ (Processo Eletrônico): sistema de protocolo eletrônico de petições no

Superior Tribunal de Justiça.

Para a utilização desse sistema, deve ser adquirido o certificado digital. Assim

que disponível e instalado o certificado e os softwares necessários no seu computador, o

advogado deverá se cadastrar no sistema, bastando acessar (através do internet explorer) o

site http://www.stj.jus.br, e clicarem e-STJ (processo eletrônico).

- Para encaminhar uma petição inicial eletrônica, você deve seguir os seguintes passos: ! Inserir o drive da leitora de cartões no seu computador ou token; ! Inserir sua carteira profissional com chip na leitora de cartões ou token;

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! Converter o arquivo para PDF e assinar eletronicamente; ! Selecionar a opção “advogado” e escolher o “certificado digital”; ! Inserir os dados solicitados pelo sistema; ! Selecionar o tipo de petição, nome da parte peticionante, anexar petição e

documentos e clicar em “confirmar”; ! Pronto, sua petição foi encaminhada eletronicamente.

1.2 Intimações nos Processos Eletrônicos.

Em alguns Tribunais as intimações continuam sendo feitas por meio do Diário

da Justiça Eletrônico (DJe), ex: PJe e Justiça Comum Federal enquanto que em outros, as

intimações são feitas através de portal próprio (e-Proc TJTO), conforme artigo 5° da Lei

11.419/2006. Consulte o Tribunal específico a respeito do assunto.

1.2.1 O Que é Certificado Digital ?

É a atividade de reconhecimento em meio eletrônico que se caracteriza pelo

estabelecimento de uma relação única, exclusiva e intransferível entre uma chave de

criptografia e uma pessoa física, jurídica, máquina ou aplicação.

Esse reconhecimento é inserido em um Certificado Digital, por uma

Autoridade Certificadora. (Glossário ICP-Brasil).

Em outras palavras, é um documento eletrônico que identifica/valida

documentos de pessoas físicas ou jurídicas fazendo o uso de criptografia, tecnologia que

assegura o sigilo e autenticidade das informações dos documentos.

Este certificado pode ser emitido por um advogado devidamente inscrito na

OAB e é armazenado no chip de sua carteira profissional.

Existem inúmeras entidades certificadoras autorizadas (tal como e-CPF ou e-

CNPJ), contudo a entidade responsável pela regularização e certificação digital do advogado

é a Certising.

Esta certificação é utilizada para assinatura de documentos eletrônicos

(petições, contratos, parecer, entre outros) dando a estes a presunção de veracidade esculpida

no art. 131 do Código Civil.

A Certificação Digital possibilita que o advogado se identifique e pratique atos

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no meio eletrônico sem o uso de papel.

1.2.2 O que é Assinatura Digital ?

É o código anexado ou logicamente associado a uma mensagem eletrônica que

permite de forma única e exclusiva a comprovação da autoria de um determinado conjunto de

dados (um arquivo, um e-mail ou uma transação). A Assinatura Digital comprova que a

pessoa criou ou concorda com um documento assinado digitalmente, como a assinatura de

próprio punho comprova a autoria de um documento escrito. A verificação da origem do dado

é feita com a chave pública do remetente. (Glossário ICP-Brasil).

1.2.3 Como obter um certificado digital ?

O Certificado Digital do tipo A3 que é exigido para o Processo Eletrônico

pode ser adquirido por qualquer cidadão, empresa ou entidade diretamente de qualquer uma

das Autoridades Certificadoras (ACs) que integram a chamada Infraestrutura de Chaves

Públicas Brasileiras (ICP-Brasil). A Ordem dos Advogados do Brasil recomenda a obtenção

do Certificado Digital da Autoridade Certificadora da OAB (AC-OAB) através dos sites:

http://www.oab.org.br/ac_oab/default.htmh ou http://www.identidadedigital.com.br/acoabco

Após o preenchimento do cadastro e pagamento do valor referente à aquisição

do Certificado Digital, haverá necessidade do interessado agendar data para se dirigir a uma

Autoridade de Registro (AR), podendo dirigir-se aos locais de validação mediante

agendamento prévio, onde será identificado mediante a apresentação de documentos pessoais

como a cédula de identidade profissional expedida pela OAB e comprovante de residência em

originais e cópias. O futuro titular do certificado deverá comparecer pessoalmente, uma vez

que este documento eletrônico será a sua "carteira de identidade" no mundo virtual.

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2. CÓDIGO DE ÉTICA E DISCIPLINA - A ÉTICA NA ADVOCACIA

Para que a função social da advocacia seja alcançada em toda sua plenitude, a

sociedade assegura aos advogados um rol de direitos e prerrogativas profissionais, as quais

darão a estes profissionais a necessária independência e inviolabilidade.

No entanto, o mesmo interesse público, que motiva a concessão de direitos e

prerrogativas legais aos advogados, exige que a atuação destes profissionais se faça com

rigorosa observância de preceitos ético-disciplinares.

Assim é que o artigo 31 do Estatuto da Advocacia diz que “o advogado deve

proceder de forma que o torne merecedor de respeito e que contribua para o prestígio da

classe e da advocacia”, dispondo o artigo 33 que “o advogado obriga-se a cumprir

rigorosamente os deveres consignados no Código de Ética e Disciplina”.

No seu artigo 34, o próprio Estatuto fixa as práticas que configuram infrações

disciplinares, e para as quais se estabelecem punições que vão da advertência até a exclusão

dos quadros da OAB.

Reconhecidamente, a Ordem dos Advogados é uma instituição de classe que

age com rigor contra os que se afastam dos preceitos ético-disciplinares, não tendo lugar

qualquer corporativismo, sob pena de prejudicial desvalorização da profissão.

E a Ordem atua desta forma, não apenas em razão da cobrança da sociedade,

mas porque assim exigem os próprios advogados, que extraem de uma conduta digna

apresentada pela classe, legitimação moral para cobrar, de todos, em especial das autoridades,

o incondicional respeito aos direitos e prerrogativas que a Lei confere à advocacia.

Para nortear o advogado em sua conduta profissional, temos o Estatuto da

Advocacia e da Ordem dos Advogados do Brasil, lei nº 8.906/94, além do Código de Ética e

Disciplina da OAB, instituído pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil.

O Estatuto da Advocacia determina que o advogado é obrigado a cumprir o

Código de Ética e Disciplina. Este se norteou por princípios que formam a consciência

profissional do advogado e representam imperativos de sua conduta:

• Lutar sem receio pelo primado da Justiça; • Pugnar pelo cumprimento da Constituição e pelo respeito à Lei, fazendo

com que esta seja interpretada com retidão, em perfeita sintonia com os fins sociais a que se dirige e as exigências do bem comum;

• Ser fiel à verdade para poder servir à Justiça como um de seus elementos essenciais;

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• Proceder com lealdade e boa fé em suas relações profissionais e em todos os atos do seu ofício;

• Empenhar-se na defesa das causas confiadas ao seu patrocínio, dando ao constituinte o amparo do Direito, e proporcionando-lhe a realização prática de seus legítimos interesses;

• Comportar-se, nesse mister, com independência e altivez, defendendo com o mesmo denodo humildes e poderosos;

• Exercer a advocacia com o indispensável senso profissional, mas também com desprendimento, jamais permitindo que o anseio de ganho material sobreleve à finalidade social do seu trabalho;

• Aprimorar-se no culto dos princípios éticos e no domínio da ciência jurídica, de modo a tornar-se merecedor da confiança do cliente e da sociedade como um todo, pelos atributos intelectuais e pela probidade pessoal;

• Agir, em suma, com a dignidade das pessoas de bem e a correção dos profissionais que honram e engrandecem a sua classe.

As principais infrações ético-disciplinares cometidas pelos advogados são:

• Exercer a profissão quando impedido de fazê-lo; • Valer-se de agenciador ou captador de causas; • Violar, sem justa causa, sigilo profissional; • Estabelecer entendimento com a parte adversa sem autorização do cliente

ou ciência do advogado contrário; • Prejudicar, por culpa grave, interesse confiado ao seu patrocínio; • Locupletar-se por qualquer forma, à custa do cliente ou da parte adversa,

por si ou interposta pessoa; • Receber valores, da parte contrária ou de terceiro, relacionados com o

objeto do mandato, sem expressa autorização do constituinte; • Recusar-se, injustificadamente, a prestar contas ao cliente de quantias

recebidas dele ou de terceiros por conta dele. O Advogado deve uma pormenorizada prestação de contas ao cliente, não excluindo outras prestações solicitadas pelo cliente a qualquer momento, e devolver os bens, valores e documentos recebidos no exercício do mandato, nos termos do artigo 9º do Código de Ética;

• Reter abusivamente ou extraviar autos recebidos com vista ou sem confiança;

• Abandonar a causa sem justo motivo ou antes de decorridos 10 dias da comunicação da renúncia;

• Fazer em nome do constituinte, sem autorização escrita deste, imputação a terceiro de fato definido como crime;

• O Advogado não deve aceitar procuração de quem já tenha patrono constituído, sem prévio conhecimento deste, salvo por motivo justo ou para adoção de medidas judiciais urgentes e inadiáveis;

• Incidir em erros reiterados que evidenciem inépcia profissional; • Manter conduta incompatível com a advocacia; • Falta de celebração de contrato escrito – o contrato escrito de prestação de

serviços advocatícios deve estabelecer o trabalho a ser realizado pelo advogado, o valor e a forma de pagamento dos honorários advocatícios e

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determinar de quem será a responsabilidade pelo pagamento das custas e despesas processuais, entre elas o transporte, alimentação e hospedagem do advogado;

• Vincular o seu nome a empreendimentos de cunho manifestadamente duvidoso;

• Cobrar honorários advocatícios menores do que o previsto na Tabela de Honorários da OAB;

• Deixar de aconselhar o cliente a não ingressar em aventura judicial.

Estas condutas acima não são aceitas. O profissional deve evitá-las de

todas as maneiras possíveis.

As sanções disciplinares consistem em:

• Censura • Suspensão, pelo prazo de 30 dias a 12 meses, podendo perdurar em alguns

casos até que o advogado satisfaça integralmente a dívida, e até que preste novas provas de habilitação.

• Exclusão • Multa, variável entre o mínimo do valor de uma anuidade e o máximo de

seu décuplo, podendo ser aplicada cumulativamente a censura ou suspensão, em havendo circunstâncias agravantes.

É importante ressaltar que além da responsabilidade disciplinar, o advogado

responde civilmente pelos danos que causar ao cliente, em virtude de dolo ou culpa (art. 32

do Estatuto).

A responsabilidade civil do advogado assenta-se nos seguintes elementos:

a) o ato (ou omissão) de atividade profissional; b) o dano material ou moral; c) o nexo de causalidade entre o ato e o dano; d) a culpa ou dolo do advogado; e) a imputação da responsabilidade civil ao advogado.

O advogado, ao observar o seu comportamento no mercado e na sociedade,

deve observar também a maneira como ele divulga seu serviço.

O tema que trata de publicidade do advogado é disciplinado pelo Código de

Ética e Disciplina da OAB nos artigos 29 a 34. Também regulamenta o tema o provimento

94/2000 do Conselho Federal da OAB.

O profissional que desejar uma análise aprofundada sobre o tema deverá ler as

normas acima citadas, além de pesquisar a jurisprudência do Conselho Federal e Tribunais de

Ética de todo país.

Assim, segue abaixo algumas dicas sobre o tema. Lembrando que estas

sugestões são apenas um resumo sobre a matéria, não se almejando esgotar o tema.

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2.1 Dicas Sobre Publicidade na Advocacia e Condutas Admitidas

• O advogado pode anunciar os seus serviços profissionais com discrição e moderação, para finalidade exclusivamente informativa, vedada a divulgação em conjunto com outra atividade.

• O anúncio deve mencionar o nome completo do advogado e o número da inscrição da OAB. É vedada a denominação de fantasia.

• O anúncio sob a forma de placas, na sede profissional ou na residência do advogado, deve observar discrição quanto ao conteúdo, forma e dimensões, sem qualquer aspecto mercantilista, vedada a utilização de “outdoor” ou equivalente.

• O uso das expressões “escritório de advocacia” ou “sociedade de advogados” deve estar acompanhado da indicação de número de registro na OAB ou do nome e do número de inscrição dos advogados que o integrem.

• O advogado que eventualmente participar de programa de televisão ou de rádio, de entrevista na imprensa, de reportagem televisionada ou de qualquer outro meio, para manifestação profissional, deve visar a objetivos exclusivamente ilustrativos, educacionais e instrutivos, sem propósito de promoção pessoal ou profissional, vedados pronunciamentos sobre métodos de trabalho usados por seus colegas de profissão.

• São admitidos como veículos de informação publicitária da advocacia: a) Internet, fax, correio eletrônico e outros meios de comunicação

semelhantes; b) revistas, folhetos, jornais, boletins e qualquer outro tipo de imprensa

escrita; c) placa de identificação do escritório; d) papéis de petições, de recados e de cartas, envelopes e pastas.

• São meios lícitos de publicidade da advocacia: a) a utilização de cartões de visita e de apresentação do escritório,

contendo, exclusivamente, informações objetivas; b) a placa identificativa do escritório, afixada no local onde se encontra

instalado; c) o anúncio do escritório em listas de telefone e análogas; d) a comunicação de mudança de endereço e de alteração de outros dados

de identificação do escritório nos diversos meios de comunicação escrita, assim como por meio de mala-direta aos colegas e aos clientes cadastrados;

e) a menção da condição de advogado e, se for o caso, do ramo de atuação, em anuários profissionais, nacionais ou estrangeiros;

f) a divulgação das informações objetivas, relativas ao advogado ou à sociedade de advogados, com modicidade, nos meios de comunicação escrita e eletrônica.

2.2 Condutas Não Admitidas

• O anúncio não deve conter fotografias, ilustrações, cores, figuras,

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desenhos, logotipos, marcas ou símbolos incompatíveis com a sobriedade da advocacia, sendo proibido o uso dos símbolos oficiais e dos que sejam utilizados pela Ordem dos Advogados do Brasil.

• São vedadas referências a valores dos serviços, tabelas, gratuidade ou forma de pagamento, termos ou expressões que possam iludir ou confundir o público, informações de serviços jurídicos suscetíveis de implicar, direta ou indiretamente, captação de causa ou clientes, bem como menção ao tamanho, qualidade e estrutura da sede profissional.

• Considera-se imoderado o anúncio profissional do advogado mediante remessa de correspondência a uma coletividade, salvo para comunicar a clientes e colegas a instalação ou mudança de endereço, a indicação expressa do seu nome e escritório em partes externas de veículo, ou a inserção de seu nome em anúncio relativo a outras atividades não advocatícias, faça delas parte ou não.

• O anúncio de advogado não deve mencionar, direta ou indiretamente, qualquer cargo, função pública ou relação de emprego e patrocínio que tenha exercido, passível de captar clientela.

• Não são admitidos como veículos de publicidade da advocacia: a) rádio e televisão; b) painéis de propaganda, anúncios luminosos e quaisquer outros meios de

publicidade em vias públicas; c) cartas circulares e panfletos distribuídos ao público; d) oferta de serviços mediante intermediários.

• Não são permitidos ao advogado em qualquer publicidade relativa à advocacia:

a) menção a clientes ou a assuntos profissionais e a demandas sob seu patrocínio;

b) referência, direta ou indireta, a qualquer cargo, função pública ou relação de emprego e patrocínio que tenha exercido;

c) emprego de orações ou expressões persuasivas, de auto engrandecimento ou de comparação;

d) divulgação de valores dos serviços, sua gratuidade ou forma de pagamento;

e) oferta de serviços em relação a casos concretos e qualquer convocação para postulação de interesses nas vias judiciais ou administrativas;

f) veiculação do exercício da advocacia em conjunto com outra atividade; g) informações sobre as dimensões, qualidades ou estrutura do escritório; h) informações errôneas ou enganosas; i) promessa de resultados ou indução do resultado com dispensa de

pagamento de honorários; j) menção a título acadêmico não reconhecido; k) emprego de fotografias e ilustrações, marcas ou símbolos incompatíveis

com a sobriedade da advocacia; l) utilização de meios promocionais típicos de atividade mercantil.

Assim, cabe ao advogado atuar com extrema vinculação aos preceitos do

Código de Ética e Disciplina da OAB e do Estatuto da Advocacia e da OAB. O advogado

deve ir além, uma vez que não basta aplicá-lo, mas tem de defendê-lo, invocando-o a todo o

momento em que, diante de si, demonstrarem-se condutas que desmereçam as ciências

jurídicas.

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Não com menos importância, também destacá-lo intensamente nos meios que

frequentar, estimulando a todos operadores do direito a sua fiel observância. Somente assim o

advogado contribuirá para o engrandecimento e respeito da advocacia. E para a evolução e

defesa da sociedade.

A planilha a seguir ilustra de forma didática, como o advogado deverá agir

quanto à publicidade e a divulgação dos serviços advocatícios, nos termos do Art. 1º, §3º; 14;

34, XIII do EOAB, dos Arts. 28 a 34 do Código de Ética e do Provimento nº 94/2000 do

Conselho Federal.

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Portanto, todo e qualquer ato infracional, deve ser enviado para ser apreciado

pelo TED – Tribunal de Ética e Disciplina, através do e-mail: [email protected] a fim de

apurar eventual descumprimento e punir os responsáveis.

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3. DIREITOS E PRERROGATIVAS DA ADVOCACIA

De acordo com o que consagra o art. 133 da Constituição Federal, dispositivo

reproduzido no art. 2º da Lei 8906/94 (Estatuto da Advocacia e da OAB), “o advogado é

indispensável à administração da Justiça”.

Embora a atuação do advogado, para com seu cliente, diga respeito a um

interesse privado, esta atuação tem por finalidade a realização da Justiça, que é um interesse

social, daí porque o parágrafo primeiro do art. 2º da Lei 8.906/94 institui que “no ministério

privado, o advogado presta serviço público e exerce função social”.

O artigo 5º, inciso XIII, da Constituição Federal assegura o livre exercício de

qualquer trabalho, ofício ou profissão, condiciona tal direito à observância dos requisitos

estabelecidos pela legislação infraconstitucional, como se vê:

Art. 5º (...) XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer;

No caso da advocacia, o seu exercício, no Brasil, é privativo dos que se

inscrevem nos quadros de advogados da Ordem dos Advogados do Brasil, sendo nulos os

atos praticados por quem não é inscrito na corporação, consoante estampam os artigos 3º e 4º

da Lei 8906/94 (Estatuto da Advocacia e da OAB):

Art. 3º. O exercício da atividade de advocacia no território brasileiro e a denominação de advogado são privativos dos inscritos na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Art. 4º. São nulos os atos privativos de advogado praticados por pessoa não inscrita na OAB, sem prejuízo das sanções civis, penais e administrativas.

Para que a função social da advocacia seja alcançada em toda sua plenitude, a

sociedade assegura aos advogados um rol de direitos e prerrogativas profissionais, as quais

darão a estes profissionais a necessária independência e inviolabilidade.

No entanto, o mesmo interesse público, que motiva a concessão de direitos e

prerrogativas legais aos advogados, exige que a atuação destes profissionais se faça com

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rigorosa observância de preceitos ético-disciplinares.

Assim é que o artigo 31 do Estatuto da Advocacia diz que “o advogado deve

proceder de forma que o torne merecedor de respeito e que contribua para o prestígio da

classe e da advocacia”, dispondo o artigo 33 que “o advogado obriga-se a cumprir

rigorosamente os deveres consignados no Código de Ética e Disciplina”.

No seu artigo 34, o próprio Estatuto fixa as práticas que configuram infrações

disciplinares, e para as quais se estabelecem punições que vão da advertência até a exclusão

dos quadros da OAB.

Reconhecidamente, a Ordem dos Advogados é uma instituição de classe que

age com rigor contra os que se afastam dos preceitos ético-disciplinares, não tendo lugar

qualquer corporativismo, sob pena de prejudicial desvalorização da profissão.

E a Ordem atua desta forma, não apenas em razão da cobrança da sociedade,

mas porque assim exigem os próprios advogados, que extraem de uma conduta digna

apresentada pela classe, legitimação moral para cobrar, de todos, em especial das autoridades,

o incondicional respeito aos direitos e prerrogativas que a Lei confere à advocacia.

Os direitos e prerrogativas dos advogados estão estabelecidos em lei para

assegurar que o advogado exerça suas funções sociais com independência e inviolabilidade,

no interesse da cidadania.

Longe de representar privilégios de uma classe profissional, os direitos e

prerrogativas do advogado são garantia da própria sociedade. Seu destinatário final, portanto,

não é o advogado, mas o cidadão.

Deste modo, quando o advogado aceita violação aos direitos e prerrogativas

que a lei lhe confere, está abrindo mão de direitos daquele que lhe outorgou o mandato.

Sob esta perspectiva é que devem ser vistos cada um dos tópicos a seguir

destacados.

• A Ausência de Hierarquia e Subordinação - Uma das principais características da Advocacia é a ausência de hierarquia e subordinação entre advogados, magistrados e membros do Ministério Público, devendo todos tratar-se com consideração e respeito recíprocos, como bem estampa o artigo 6º do Estatuto da Advocacia;

• A Independência Profissional – O parágrafo único do artigo 31 do Estatuto exige que o advogado mantenha independência em qualquer circunstância. Esta mesma determinação emana dos artigos 21 e 22 do Código de Ética e Disciplina da OAB;

• A Independência do Advogado Empregado -A relação de emprego, na qualidade de advogado, não retira a isenção técnica nem reduz a independência profissional inerentes à advocacia.É o que deflui do art.18 do

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Estatuto da Advocacia e da OAB; • O Direito a ser Fiscalizado Privativamente pela OAB -Somente a OAB

tem o direito de fiscalizar a atuação do advogado, aplicando-lhe, quando for o caso, as sanções de cunho administrativo, não se excluindo, evidentemente, a jurisdição comum, quando o fato constituir crime ou contravenção. É o que rezam os artigos 44, II, 70 e 71 da Lei 8906/94 (Estatuto da Advocacia e da OAB);

• O Documento de Identidade Profissional -A cédula de identificação profissional é de uso obrigatório para o advogado, constituindo prova de identificação civil, para qualquer fim;

• A Inexistência de Prazo de Validade para Procuração ao Advogado e Outras Exigências Ilegais - é desprezar o instituto do mandato judicial, criando constrangimentos desnecessários ao profissional da advocacia, lançando, generalizadamente, dúvidas quanto à sua idoneidade profissional, em total desrespeito à função social do advogado;

• O Tratamento Condigno - O advogado tem, por lei, direito a receber tratamento à altura da dignidade da advocacia, como determina o parágrafo único do artigo 6º, da Lei 8.906/94 e artigo 44 do Código de Ética e Disciplina da OAB;

• Imunidade do Advogado - o advogado é indispensável à administração da Justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei (Artigo 133 da Constituição Federal). O advogado tem imunidade profissional, não constituindo injúria, difamação ou desacato puníveis qualquer manifestação de sua parte, no exercício de sua atividade, em juízo ou fora dele, sem prejuízo das sanções disciplinares perante a OAB, pelos excessos que cometer. (Artigo 7º, §2º da Lei 8906/94;

• A Inviolabilidade do Escritório, Correspondência e Comunicações - O inciso II do art. 7º do Estatuto da Advocacia, consagrando, de forma insofismável, a garantia da inviolabilidade do escritório ou local de trabalho do advogado, bem como de seus instrumentos de trabalho, de sua correspondência escrita, eletrônica, telefônica e telemática, desde que relativas ao exercício da advocacia;

• Comunicação Reservada com Cliente Preso ou Detido - O direito de comunicação reservada do cliente com o advogado é corolário do princípio que assegura a todos os cidadãos o direito de uma efetiva defesa, sempre que, sobre eles pairar suspeita ou acusação de qualquer espécie, mormente quando privados do seu direito de liberdade, mesmo que provisória ou preventivamente. Tais garantias estão consagradas na Constituição Federal no artigo 5º, inciso LV e LXIII e no artigo 7º, inciso III do Estatuto da Advocacia;

• O Exame de Autos Findos ou em Andamento e Direito de Vista – é direito do Advogado examinar, em qualquer órgão dos Poderes Judiciário e Legislativo, ou da Administração Pública em geral, autos de processos findos ou em andamento, mesmo sem procuração, quando não estejam sujeitos a sigilo, assegurada a obtenção de cópias, podendo tomar apontamentos, como consta do inciso XIII, do art. 7º, do Estatuto.

• De Vista e Retirada de Autos – o advogado em suas prerrogativas poderá ter vista dos processos judiciais ou administrativos de qualquer natureza, em cartório ou na repartição competente, ou retirá-los pelos prazos legais , e ainda, retirar autos de processos findos, mesmo sem procuração (Artigo 7º,

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inciso XV e XVI do Estatuto de Advocacia); • O Acesso Irrestrito aos Autos Dos Processos Virtuais–garantir o acesso

irrestrito dos Advogados às informações e documentos constantes dos Autos Virtuais, com o fito de permitir a tomada decisões inerentes ao exercício autônomo da profissão, a exemplo, da opção ou recusa do patrocínio de determinada causa. Em se tratando de lide que se resguarde o sigilo de informações, é direito do advogado a pronta habilitação nos Autos, mediante juntada eletrônica de procuração constitutiva de poderes para o patrocínio da defesa dos direitos inerentes ao constituinte.

• O Livre Ingresso em Recintos Judiciais, Repartições e Assembleias – como disciplina o artigo 7º, inciso VI, do Estatuto, o advogado poderá ingressar livremente:

a) nas salas de sessões dos Tribunais, mesmo além dos cancelos que separam a parte reservada aos magistrados;

b) nas salas e dependências de audiências, secretarias, cartórios, ofícios de justiça, serviços notariais e de registro, e, no caso de delegacias e prisões, mesmo fora da hora de expediente e independentemente da presença de seus titulares;

c) em qualquer edifício ou recinto em que funcione repartição judicial ou outro serviço público onde o advogado deva praticar ato ou colher prova ou informação útil ao exercício da atividade profissional, dentro do expediente ou fora dele, e ser atendido, desde que se ache presente qualquer servidor ou empregado;

d) em qualquer assembleia ou reunião de que participe ou possa participar o seu cliente, ou perante a qual este deva comparecer, desde que munido de poderes especiais;

• De ser Recebido por Magistrado Independente-mente de Hora Marcada – o advogado poderá “dirigir-se diretamente aos magistrados nas salas e gabinetes de trabalho, independentemente de horário previamente marcado ou outra condição, observando-se a ordem de chegada” (artigo 7º, inciso VIII, do Estatuto);

• O Uso da Palavra pela Ordem – o advogado tem direito de “usar da palavra, pela ordem, em qualquer juízo ou tribunal, mediante intervenção sumária, para esclarecer equívoco ou dúvida surgida em relação a fatos, documentos ou afirmações que influam no julgamento, bem como para replicar acusação ou censura que lhe forem feitas” (artigo 7º, inciso X, do Estatuto);

• O Direito de Reclamação Verbal ou Escrita – no exercício da sua função o advogado poderá “reclamar, verbalmente ou por escrito, perante qualquer juízo, tribunal ou autoridade, contra a inobservância de preceito de lei, regulamento ou regimento” (artigo 7º, inciso XI, do Estatuto);

• O Direito de Falar Sentado ou em Pé – o advogado poderá “falar, sentado ou em pé, em juízo, tribunal ou órgão de deliberação coletiva da Administração Pública ou do Poder Legislativo” (artigo 7º, inciso XII, do Estatuto);

• À Recusa em Depor como Testemunha – é direito do advogado se “recusar-se a depor como testemunha em processo no qual funcionou ou deva funcionar, ou sobre fato relacionado com pessoa de quem seja ou foi advogado, mesmo quando autorizado ou solicitado pelo constituinte, bem como sobre fato que constitua sigilo profissional” (artigo 7º, inciso XIX, do

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Estatuto); • De Retirada em Caso de Atraso do Juiz ou Outra Autoridade– poderá o

advogado “retirar-se do recinto onde se encontre aguardando pregão para ato judicial, após trinta minutos do horário designado e ao qual ainda não tenha comparecido a autoridade que deva presidir a ele, mediante comunicação protocolizada em juízo” (artigo 7º, inciso XX, do Estatuto);

• Sala dos Advogados– “O Poder Judiciário e o Poder Executivo devem instalar, em todos os juizados, fóruns, tribunais, delegacias de polícia e presídios, salas especiais permanentes para os advogados, com uso e controle assegurados à OAB”. (artigo 7º, § 4º, do Estatuto);

• O Direito ao Desagravo Público- O inscrito na OAB (advogado ou estagiário), quando ofendido comprovadamente em razão do exercício profissional ou de cargo ou função da OAB, tem direito ao desagravo público promovido pelo Conselho competente, de ofício, a seu pedido ou de qualquer pessoa. (artigo 18 do Regulamento Geral da Advocacia e da OAB)

• Dos Direitos do Advogado em Caso de Prisão– oadvogado, quando preso em flagrante, por motivo de ligado ao exercício da advocacia, deverá ter a presença de um representante da OAB, para lavratura do auto respectivo, sob pena de nulidade, e, nos demais casos, a comunicação expressa à seccional da OAB. O advogado não poderá ser recolhido preso, antes de sentença transitada em julgado, senão em sala de Estado Maior, com instalações e comodidades condignas, assim reconhecidas pela OAB, e, na sua falta, em prisão domiciliar (artigo 7º , inciso IV e V do Estatuto);

• Emissão de Parecer para Advogado Público Limitando a Responsabilidade–Sendo o advogado inviolável por suas manifestações no exercício da profissão, não cabe medida punitiva quando esse direito é exercido nos limites da lei, dessa forma, a emissão de um parecer jurídico com base exclusivamente em opinião técnica e entendimento subjetivo da lei feito pelo advogado parecerista não é cabível a imputação de crime vez que exercido exclusivamente um direito profissional.

Listamos algumas das principais medidas que podem ser adotadas em defesa

das prerrogativas: o Solicitação de assistência da Comissão de Defesa de Prerrogativas da OAB

(Seccional e/ou Subseção); o Solicitação de Acompanhamento por parte da Comissão de Defesa de

Prerrogativas da OAB (Seccional e/ou Subseção); o Solicitação de abertura de Processo de Desagravo Público para a Comissão

de Defesa de Prerrogativas da OAB da Seccional; o Representações aos órgãos de correição (Corregedoria dos Tribunais, do

Ministério Público, da Polícia Federal, da Polícia Civil, da Polícia Militar etc.);

o Representação ao Conselho Nacional de Justiça; o Representação ao Conselho Nacional do o Ministério Público; o Reclamação contra descumprimento de decisão/ordem emanada de

Tribunal; o Habeas Corpus; o Mandado de Segurança:

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o Mandado de Injunção.

Para as situações emergenciais como, por exemplo, negativa de acesso aos

autos de inquérito policial ou se for impedido de se comunicar, pessoal e reservadamente,

com seu cliente quando o mesmo estiver preso, o advogado pode denunciar a violação através

do canal de prerrogativas no site da OAB/TO ou pelo Tel.: (63) 3212-9616 / Cel.: (63) 9245-

4904 e E-mail: [email protected].

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4. APARÊNCIA PESSOAL DO ADVOGADO

A profissão de advogado, pelo costume com a sociedade em geral, e em todos

os âmbitos dela, exige que o operador do direito zele pela sua aparência.

Pela própria atribuição que cada um possui de representar a OAB, faz-se

necessário compreender que, o advogado deve se apresentar adequadamente a cada evento

que deva participar.

Lembrando que, para os homens na pratica forense utiliza-se o terno, e para as

mulheres não existe um padrão especifico, mas é importante utilizar o bom senso para não

cometer gafes.

Convém ressaltar que, como bem assinala o Roberto Dualibi1, “uma imagem

não se impõe, se constrói”. Por essa razão é necessário que, desde o início da carreira, o

advogado trabalhe como uma aparência digna a sua atribuição como advogado, e assim,

mantendo uma reputação sólida no seio da sociedade.

4.1 Postura em Audiência

É importante salientar que não há hierarquia nem subordinação entre

advogados, juízes e membros do Ministério Público, porém todos devem tratar-se com

consideração e respeito recíprocos.

Da mesma forma, as autoridades, os servidores públicos e os serventuários da

justiça devem dispensar ao advogado, no efetivo exercício da profissão, tratamento

compatível com a dignidade da advocacia e condições adequadas a seu desempenho.

Como já dito acima, pode o advogado, manter-se em pé ou sentado, bem

como, retirar-se das salas de audiência e de outros recintos, sem prévioaviso.

Tendo esperando 30 (trinta) minutos sem que se instale a audiência por

ausência de juiz competente, o advogado pode retirar-se, informando o fato ao Cartório

mediante comunicação protocolizada, sem prejuízo de seus direitos, ou de seu cliente.

O advogado constituído é porta voz de seu cliente na audiência, podendo

impedir o juiz, o promotor ou o advogado da parte adversa de interpelá-lo diretamente, senão

em caso de depoimento pessoal.

Somente nas transações penais previstas na lei nº 9099/95 a manifestação do 1http://prosajuridica.wordpress.com/2011/04/04/doze-conselhos-aos-jovens-advogados/

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cliente supera a de seu advogado, quando discordante.

Se o advogado quer impedir que seu cliente aceite uma transação

manifestadamente prejudicial, pode simplesmente pedir-lhe que se mantenha calado.

O advogado não tem o dever, nem deve assinar a ata de audiência da qual não

tenha participado, ou que conte a presença do representante do Ministério Publico, quando

este tenha se ausentado, sob pena de incorrer em crime de falsidade ideológica, sem prejuízo

das sanções disciplinares.

Convêm ressaltar o zelo que deve ter o advogado quanto às informações

contidas na ata de audiência e ao recurso das decisões exaradas nesta.

Além disso, o advogado deve ter máximo zelo para que a ata de audiência

retrate fielmente o ocorrido nesta, principalmente, no que se refere a depoimentos colhidos,

pois a ata será o único instrumento para a análise de possíveis recursos.

Em relação as despachos, decisões ou sentenças exaradas em audiência,

guardadas as especificidades de cada processo, em todos, para que seja possível a reversão da

medida, deverá o advogado se manifestar na própria Audiência, seja apresentando oralmente

o próprio recurso ou consignando o seu protesto.

Não é incomum no jovem advogado a preocupação de como é à disposição dos

acentos nas diversas audiências das diversas áreas. Para dirimir esta dúvida a seguir são

demonstrados os posicionamentos comuns.

- Na Justiça Civil e demais audiências comuns, com exceção as que serão demonstradas, o autor fica a direita do Juiz.

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- Na Justiça do Trabalho o empregador, independente de ser autor ou réu, ficará à direita do Juiz, a sua direita um escrivão que digitará a ata e os termos da audiência. O empregado se posiciona a esquerda do Juiz ao lado de seu defensor.

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5. RELACIONAMENTO COM O CLIENTE

Os cuidados que deve ter o advogado em relação aos seus clientes em seus

aspectos éticos, justificam o presente capítulo. A destreza do operador do direito em bem se

relacionar-se com seu cliente pode realizar com que o mesmo tenha um vínculo profissional

profícuo e duradouro.

Naturalmente o advogado é visto como um conselheiro, uma vez que exporá

uma versão jurídica e proporá uma solução aos problemas de seus clientes. Deste modo,

importa ao advogado, no limites da ética garantir a relação com o cliente, observando os

seguintes pontos:

• Firmar CONTRATO como o cliente, independente do valor do objeto e grau de amizade. No contrato, o advogado estipulará todo o limite de atuação, remuneração e direitos peculiares a cada procedimento judicial. Deste modo, evita-se dúvidas quanto à contratação, extirpando-se possíveis litígios quanto à prestação dos serviços;

• O DEVER DE INFORMAÇÃO ao cliente. A prestação de serviço deverá ser pautada pela transparência dos trabalhos realizados pelo advogado, deve o mesmo relatar periodicamente seu cliente sobre o andamento da demanda judicial e/ou extrajudicial que está sendo realizada em seu nome, e assim, com este ato desenvolverá um fator de confiança no profissional (artigo 8º do Código de Ética/OAB);

• O DEVER DA PRESTAR CONTAS e devolver ao cliente documentos quanto do término da causa (artigo 9º do Código de Ética/OAB);

• O DEVER DE ZELAR E CUIDAR DO PROCESSO (artigo 13º do Código de Ética/OAB);

• NÃO REPRESENTAR CLIENTE COM INTERESSES OPOSTOS (artigo 17º do Código de Ética/OAB);

• É o mais importante de todos os pontos, RESGUARDAR O SEGREDO PROFISSIONAL (artigo 19º do Código de Ética/OAB);

Conquistar e obter a lealdade dos clientes é fundamental para a estabilidade e o

crescimento do advogado ou da sociedade de advogados.

Na relação com o cliente, além da prestação de serviços de alta qualidade, o

advogado deve buscar as necessidades, desejos e expectativas dos clientes.

Atender às suas conveniências de forma profissional e com extrema atenção é

fundamental para estabelecer a confiança do cliente, alicerce da relação, e cultivar um

relacionamento duradouro, pautado na fidelização e na lealdade.

Quando a oferta de serviços do advogado ou do escritório supera as

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expectativas do cliente de forma a superar a mera satisfação, o serviço passa a ser desejado e

o cliente, fiel.

Neste sentido, é importante destacar algumas dicas:

- O atendente do escritório tem enorme responsabilidade sobre a satisfação do cliente;

- A primeira impressão é a que fica, sendo assim, cause uma boa impressão no primeiro encontro, pois dificilmente haverá uma segunda;

- Recuperar um cliente é mais caro e mais difícil do que mantê-lo; - O maior marketing de um advogado é um cliente satisfeito, pois dá uma boa

referência sua para cerca de cinco pessoas, enquanto um cliente insatisfeito dá más referências para cerca de vinte pessoas;

- 50% dos negócios de um escritório vem através de clientes antigos, não de novos;

5.1 Como deve ser o primeiro contato com o cliente

No início o primeiro contato é por vezes apavorante, não obstante, com o

passar dos anos o trato com o cliente se tornara mais fácil.

Porém, é importante demonstrar firmeza e segurança no primeiro contato, ser

polido, atendo a descrição dos fatos pelo cliente. Vale frisar que os fatos deve primeiramente

ser descrito pelo cliente, e ao começar a fazer as perguntas, tente não induzir a respostas,

procure detalhes que escapam a compreensão leiga daquele que lhe apresenta a situação.

Lembre-se que na maioria das vezes a pessoa não trará os documentos

necessários para balizar suas informações, procure descrever exatamente o que precisará,

anote todas as xerografias e documentos (seja via papel, textos computados, e-mails, fotos,

gravações de vídeo e/ou voz e etc).

Um detalhe importante, que é visto na pratica é o seguinte: se o

profissional tem intenção de ficar com aquele caso, mesmo antes de arregimentar todos

os documentos, elabore a procuração e o contrato pedindo então para o cliente assinar.

Isto é importante porque sabemos que existe um grande número de

profissionais do direito, portanto, nem todos utilizam um padrão exato de honorários, assim

se o cliente não acordar com o profissional de imediato, irá procurar outro que poderá cobrar

mais barato e oferecer outros serviços e você irá perder aquele caso.

Seja honesto quanto às possibilidades de sair-se vitorioso na ação, não invente,

cuidado com litigância de má-fé, e na dúvida procure um advogado mais experiente para lhe

auxiliar ou a Comissão de Apoio aos Advogados no Inicio de Carreira da OAB/TO.

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Lembre-se, as aventuras desmedidas podem trazem dissabores e prejuízos.

5.2 Como Fixar Honorários Advocatícios

Uma das maiores dificuldades enfrentadas pelo jovem advogado ao lançar-se

no mercado de trabalho é, estabelecer os valores a serem cobrados pelos serviços prestados

aos seus clientes.

Quanto deve cobrar neste caso?

Este tema é de muita relevância a todos nós, advogados, pois somente com a

conscientização e comprometimento de todos é que deixarão de existir casos de concorrência

desleal e descomprometimento ético, os quais estamos cansados de encontrar no dia-a-dia da

prática forense.

Sendo assim, o artigo 41 do Código de Ética e Disciplina da OAB determina

que “o advogado deve evitar o aviltamento de valores dos serviços profissionais, não os

fixando de forma irrisória ou inferior ao mínimo fixado pela Tabela de Honorários, salvo

motivo plenamente justificado”.

Além disso, para a fixação dos honorários advocatícios deve-se considerar

ainda, o disposto no artigo 36 do Código de Ética e Disciplina, que determina a necessidade

de moderação na cobrança dos honorários, considerando-se a relevância, o vulto, a

complexidade e a dificuldade das questões versadas, bem como o trabalho e o tempo

necessário despendidos, a possibilidade de ficar o advogado impedido de intervir em outros

casos, ou de se desavir com outros clientes ou terceiros, o valor da causa, a condição

econômica do cliente e o proveito para ele resultante do serviço profissional dentre outros.

Nesta razão, a Seccional do Estado do Tocantins no uso das atribuições

aprovou a RESOLUÇÃO Nº 003, no dia 07 de dezembro de 2012, que trata sobre a nova

“Tabela de Honorários Mínimos” de Serviços Advocatícios a serem cobrados pelos

Advogados. A referida Tabele de Honorários pode ser encontrada no Site da OAB/TO ou no

link

http://www.oabto.org.br/administracao/files/files/TABELA%20DE%20HONORARIOS_%2

0Atualizada%2009_02_2015.pdf

Assim, na fixação dos honorários advocatícios o jovem advogado deve se ater

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às regras de moderação e do bom senso, mas sem nunca fixá-los abaixo da Tabela de

Honorários, obedecendo aos valores mínimos estipulados para que se possa valorizar a

profissão perante toda a sociedade.

A Tabela de Honorários serve apenas para fixar patamares mínimos, que

afastem a possibilidade do aviltamento dos serviços e auxiliem o jovem profissional em seu

início de carreira.

Para entender a aplicabilidade da Tabela de Honorários, seguem abaixo

exemplos do dia-a-dia:

- O Cliente o procura querendo uma consulta sobre pensão alimentícia, pois acha que está pagando um valor maior que deveria. Entretanto, após analisar o caso, verifica que o seu cliente poderá propor uma Ação de Revisão de alimentos para diminuir tal parâmetro. Quanto cobrar para propor tal Ação?

R.: Primeiramente, deve cobrar o valor mínimo da Consulta, ou seja, R$ 150,00 (Item I.1.1 da Tabela). E para ação Revisional de pensão, deve ser cobrado o mínimo de 10% da parte reduzida, com o mínimo pecuniário de R$ 1.500,00 (Item 13.19.6 da Tabela).

- Uma Empresa o procura querendo cobrar de um cliente uma divida não paga no valor de R$ 80.000,00. Após analisar o caso, verifica que a empresa poderá propor uma Execução de título Extrajudicial. Quanto cobrar para propor tal Execução?

R.: deve ser cobrado o mínimo de 10% do valor da dívida, ou seja, o valor de R$ 8.000,00 (oito mil reais (Item 11.2.21 da Tabela).

Cumpre destacar que em atenção à importância do honorários advocatícios e a

Consulta jurídica, a OAB/TO, lançou a campanha“Justiça seja Feita. Consulta é Trabalho”

que pretende conscientizar a sociedade sobre a necessidade de remunerar o profissional da

Advocacia por ocasião de uma consulta.

Por fim, ressalte-se que os contratos de honorários advocatícios possuem força

de título executivo extrajudicial, sendo, inclusive, dispensada a subscrição de testemunhas

conforme artigo 24, §4 da Lei 8.906/94, deste modo, sempre fazer um contrato com seu

cliente.

Page 35: Manual Oab - To

34

6. SOCIEDADE DE ADVOGADOS

A sociedade de advogados é regida pelo EOAB e disciplinada detalhadamente

pelo Provimento 112/2006, do Conselho Federal.

Neste tópico iremos abordar de maneira sucinta os principais aspectos da

sociedade de advogados, sendo indispensável a consulta aos diplomas referidos acima,

inclusive para informações quanto aos documentos necessários para registro da sociedade e

respectivas averbações.

Os advogados podem optar por reunirem-se na forma de sociedade civil de

prestação de serviço de advocacia, com o objetivo de colaboração profissional mútua entre os

sócios. Para isso, a sociedade deve estar regularmente registrada no Conselho Seccional da

OAB.

A sociedade de advogado adquire sua personalidade jurídica através do

registro junto ao órgão de classe (OAB). Para tanto, seu contrato social deve atender as

exigências do art. 2º do Provimento 112/2006, dentre elas:

- Razão Social:

Deve, obrigatoriamente, ser composta pelo nome completo ou patronímico de

pelo menos um sócio.

O sócio (ou sócios) que compõe a razão social deve ser responsável pela

administração da sociedade. É possível a manutenção do nome de advogado falecido, desde

que prevista a hipótese no contrato social.

É vedada a utilização de nome fantasia e referência ou sigla de característica

mercantil (por exemplo: S.C, Ltda, S/A, Cia.).

Deve, obrigatoriamente, estar acompanhada de expressão que indique tratar-se

de sociedade de advogados.

Admite-se a utilização do símbolo “&” como conjuntivo dos nomes de

sóciosque constarem da denominação social.

Compete ao Conselho da Seccional, na forma prevista em seu Regimento

Interno, evitar o registro de sociedade com razões sociais semelhantes ou idênticas.

Page 36: Manual Oab - To

35

- Objeto Social:

Consiste exclusivamente no exercício da advocacia. Por isso é vedado à

sociedade se revestir de forma de sociedade empresária ou cooperativa, bem como realizar

atividade estranha à advocacia.

É admitido que o objeto social especifique o ramo do direito ao qual a

sociedade se dedicará.

- Dos Sócios:

Não é permitida a inclusão de sócio não inscrito como advogado ou totalmente

impedido de advogar.

No caso de incompatibilidade superveniente ao exercício da advocacia, o sócio

deve retirar-se da sociedade (ou ser excluído), sob pena de dissolução.

Na hipótese de incompatibilidade temporária, o sócio deve licenciar-se,

averbando o licenciamento no registro da sociedade. Contudo, não ocorre a alteração na sua

constituição.

O mesmo advogado não pode figurar como sócio ou como advogado associado

em mais de uma sociedade de advogados com sede ou filial na mesma base territorial dos

respectivos Conselhos Seccionais.

O contrato deve prever a possibilidade ou não do sócio exercer a advocacia

autonomamente e de auferir, ou não, os respectivos honorários com receita pessoal.

Deve, ainda, prever a forma de cálculo e o modo de pagamento dos haveres e

de eventuais honorários pendentes, devidos ao sócio falecido, ao que se retira da sociedade ou

que dela foi excluído. Mas é facultativa a previsão de cessão parcial ou total de quotas.

- Da Administração:

A administração não pode ser exercida por pessoa estranha ao quadro

societário. Ou seja, apenas sócios e, portanto, advogados, podem assumir a administração da

sociedade.

Não está vedada a constituição de mandatário (não advogado) pelo

administrador. Contudo, a delegação de função não altera a responsabilidade do

sócioadministrador pelas irregularidades da gestão, ainda que cometidas pelo procurador.

- Dos Advogados Associados, Sociedades Associadas e Pactos de

Colaboraçãoentre Sociedades:

Page 37: Manual Oab - To

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A sociedade de advogados pode se associar a um advogado que, sem constituir

vínculo de emprego, passará a atuar nas causas do escritório. Os termos da associação (forma

de remuneração, participação nos resultados, etc.) devem estar disciplinados em contrato

escrito, que deverá ser averbado à margem do registro da sociedade na OAB.

O Provimento 112/2006 admite a associação de sociedades de advogados. Esta

hipótese visa à atuação conjunta das sociedades para melhor atender aos clientes, mas não

podem conduzir a que uma se torne sócia da outra (também não cria nova pessoa jurídica)

nem retira a independência de cada qual delas. Este contrato de associação deve ser averbado

à margem do registro das sociedades.

O mesmo provimento autoriza a celebração, entre sociedades de advogados, de

pactos de colaboração. As mesmas regras de averbação do pacto são exigidas, contudo o

vínculo firmado não tem a mesma natureza e força. Por exemplo, não há impedimento de

representação judicial de clientes, entre os colaborados, com interesses conflitantes.

- Dos Advogados Empregados:

A relação com advogados empregados é regida pela CLT e, por isso, não é

averbada à margem do registro da sociedade. Há, contudo, dispositivos específicos no EOAB

e Regulamento Geral que disciplinam a relação das sociedades com advogados contratados.

Assim, por força do art. 20, do EOAB, a jornada de trabalho é de 4 h/dia ou 20

h/semanais, salvo acordo para dedicação exclusiva.

O regime de dedicação exclusiva, por sua vez, caracteriza-se pela contratação

por escrito de jornada de trabalho pelo período de 8 h/dia.

O excedente das horas que integram a jornada ordinária (4h/d) e jornada de

dedicação exclusiva (8h/d) é remunerado como hora extra.

Os honorários de sucumbência não integram a remuneração, não podendo ser

considerados para efeitos trabalhistas ou previdenciários. No caso de sociedade de advogados,

os honorários de sucumbência serão partilhados, entre o advogado empregado e a sociedade,

na forma acordada (Regulamento Geral).

- Livros Sociais:

Por não ser mercantil, a sociedade de advogado pode escolher quais livros de

escrituração deseja adotar, sendo facultado seu registro no Conselho Seccional.

Page 38: Manual Oab - To

37

- Cláusulas Obrigatórias ou Vedadas:

O contrato social deve, obrigatoriamente, prever o critério de distribuição dos

resultados e dos prejuízos para todos os sócios. Isso significa dizer que não se admite

exclusão da participação de sócio nos lucros e perdas.

Também não é permitida a exclusão total do direito de voto de qualquer sócio,

podendo, entretanto, estabelecer quotas com direitos diferenciados.

É obrigatória a inserção de cláusula com previsão de que, além da sociedade, o

sócio responde subsidiariamente e ilimitadamente pelos danos causados aos clientes, por ação

ou omissão, no exercício da advocacia, assim como previsão de que, se os bens da sociedade

não cobrirem as dívidas, responderão os sócios pelo saldo, na proporção em que participem

das perdas sociais, salvo cláusula de responsabilidade solidária (tema abordado na sequência).

- Do Regime de Responsabilidade Civil e Disciplina:

O regime de responsabilidade da sociedade de advogado é tema complexo que

exigiria uma análise ainda mais aprofundada do que o espaço permitido neste manual. É

indispensável que os profissionais, antes de estabelecerem vínculos societários, de associação

com advogados e outras sociedades de advogados, elegerem seus administradores ou

contratarem advogados empregados, estudem o assunto à exaustão.

A sociedade de advogado, após adquirir personalidade jurídica, é sujeito de

direitos e obrigações. Pelas obrigações contraídas ela responde individual e ilimitadamente.

Mas além dessa responsabilidade, a sociedade de advogados responde

solidariamente pelos danos causados aos clientes, por ação ou omissão, no exercício da

advocacia, por seus sócios, associados ou empregados contratados.

Os sócios, por sua vez, assumem diferentes responsabilidades de acordo com a

natureza da obrigação ou danos causados:

a) por dívidas sociais, quando os bens da sociedade não bastarem para cobrir o

passivo, os sócios respondem subsidiária e ilimitadamente, mas na

proporção de suas participações das perdas sociais. Ou seja, por dívidas

inadimplidas da Sociedade, os sócios respondem perante os credores, sem

limite de valor, após esgotado o patrimônio social e na proporção de suas

participações nas perdas (aquele que tem participação de 20% nas perdas,

responde com seu patrimônio pessoal por 20% da dívida inadimplida).

Assim, o credor não poderá exigir a integralidade do crédito de apenas um

sócio. Não há aqui solidariedade entre os sócios ou estes com a sociedade,

Page 39: Manual Oab - To

38

exceto se for incluída previsão contratual nesse sentido.Vale destacar

também que a participação nas perdas sociais não se confunde com

participação no capital social.

b) por danos causados aos clientes, por ação ou omissão no exercício da

advocacia, o sócio, associado ou advogado empregado causador do dano

responde, solidariamente com a sociedade, pelos prejuízos. Frisa-se, a

solidariedade existe entre a sociedade e o causador do dano. Os demais

sócios, que não concorreram para o ilícito, responderão apenas

subsidiariamente, caso o patrimônio da sociedade não baste para a

reparação, na proporção de suas participações nas perdas. Em resumo,

aplica-se o regime exposto no item anterior. O causador do dano pode,

ainda, incorrer em responsabilidade disciplinar.

c) responsabilidade do sócio-administrador, responde apenas pelos atos

irregulares de gestão. Se praticar atos estranhos ao objeto social, responde

sozinho pelos prejuízos. Se praticar atos com excesso de poder, responde

em conjunto com a sociedade, sendo admitida a ação regressiva desta contra

o sócio-administrador. Como apenas o sócio pode figurar como

administrador, ele reponde pelos prejuízos causados por mandatário

constituído.

Os advogados associados não respondem pelas obrigações assumidas pela

Sociedade (não possuem participações nas perdas), apenas em caráter solidário, pelos danos

causados aos clientes. O mesmo ocorre no regime do advogado empregado.

- Outras Disposições: O contrato social irá reger as relações entre sócios no exercício profissional.

É de indiscutível importância sua redação de forma clara e mais completa

possível, a fim de evitar discussões e desavenças entre os integrantes da sociedade. Além dos

temas abordados acima, o provimento 112/2006 traz outras disposições obrigatórias ao

contrato social (tempo de duração, capital social, quórum de deliberação, endereço), bem

como sugestão de cláusulas facultativas que podem facilitar o bom relacionamento dos sócios

(por exemplo, cláusula de mediação, conciliação e arbitragem).

Importante salientar que não basta o registro na OAB para que a sociedadede

advogados inicie regularmente a sua atividade, é necessário que esta seja inscrita na Receita

Federal, obtendo seu número no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica- CNPJ, bem como na

prefeitura da cidade na qual está situada.

Page 40: Manual Oab - To

39

7. CONHECENDO A OAB/TO

A Ordem dos Advogados do Brasil tem o principal objetivo de garantir o

irrestrito cumprimento dos direitos profissionais dos advogados, pois só assim os cidadãos

comuns poderão ter pleno acesso à Justiça.

O trabalho é realizado em várias frentes, que incluem desde a realização de

eventos técnicos e cursos de capacitação até campanhas de conscientização e serviços de

apoio exclusivos para advogados. Veja abaixo algumas das principais conquistas da OAB/TO

em benefício dos advogados tocantinenses:

Disque Prerrogativas: Em defesa das prerrogativas da advocacia o advogado

conta com um serviço de atendimento especializado - ligue (63) 3212-9616 / Cel.: (63) 9245-

4904 ou envie E-mail: [email protected] e garanta seus direitos profissionais;

Recorte: A OAB/TO oferece gratuitamente aos advogados o serviço de envio

de intimações judiciais; basta cadastrar-se pelo site da Advise – Liber (www.liber.adv.br/)

Oportunidades de Trabalho: Os advogados podem consultar vagas de trabalho

e cadastrar seu currículo no site da OAB/TO. É um serviço muito acessado tanto por quem

procura quanto por quem oferece vagas;

Salas dos Advogados e Serviços: A OAB/TO conta com mais de 32 salas de

apoio ao advogado em todo o Estado, situadas em Alvorada (Subseção); Araguaína (Subseção

e Sala); Araguatins (Subseção); Arapoema; Arraias; Augustinópolis; Colinas (Subseção e

Sala); Dianópolis (Subseção); Filadélfia; Formoso do Araguaia; Guaraí (Subseção); Gurupi

(Subseção e 3 Salas); Miracema do Tocantins (Subseção e Sala); Miranorte; Natividade

(Subseção); Palmas (Seccional e 4 Salas); Paraíso do Tocantins (Subseção e Sala); Pedro

Afonso (Subseção); Porto Nacional (Subseção); Taguatinga (Subseção) e Tocantinópolis

(Subseção), além de clubes de lazer, situados em Palmas, Araguaína e Gurupi. São salas

equipadas com computadores e outras ferramentas de trabalho para uso exclusivo dos

advogados em sua rotina de trabalho;

7.1 CAATO

A Caixa de Assistência dos Advogados do Tocantins (CAATO) foi fundada no

dia 27 de Outubro de 1997, atende mais de 6 mil advogados criada como órgão

Page 41: Manual Oab - To

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complementar de benefícios da OAB/TO. Desde sua fundação, atua com base na premissa de

promover o bem-estar de todos os advogados devidamente inscritos na OAB/TO, procurando

estabelecer benefícios que visem à melhoria da qualidade de vida desses profissionais e de

seus dependentes estatutários.

A CAATO é uma entidade beneficente, sem fins lucrativos, com personalidade

jurídica e patrimônio próprios, autonomia financeira e administrativa, com sede em Palmas-

Tocantins, 201 norte Conj. III Lote 1 e 2. Tem como finalidade estatutária prestar assistência

social aos advogados e estagiários regularmente inscritos na OAB TO e seus respectivos

dependentes, assim definidos no seu Estatuto.

A CAATO é mantida por parte das contribuições estatutárias recolhidas pelos

advogados (as) e estagiários (as) à OAB/TO.

A CAATO é dirigida por advogados eleitos pelo voto direto, por ocasião da

eleição do Conselho Seccional da OAB TO.

Page 42: Manual Oab - To

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8. MODELOS

8.1 Procuração

INSTRUMENTO PARTICULAR DE PROCURAÇÃO

OUTORGANTE – (nome completo do Cliente), (naturalidade),(estado Civil), (profissão), portadora da carteira de identidade nº _________ SSP/__, inscrito no CPF nº ____________, residente e domiciliado na ________________, Tel.: __________________.

OUTORGADOS - (nome completo do Advogado), (naturalidade),(estado

Civil), (profissão), inscrito na OAB/TO nº ____________, residente e domiciliado na ________________, Tel.: __________________.

PODERES - O(s) Outorgante(s) acima qualificado(s) e no final assinado(s) nomeia(m) constitue(m) seu bastante procurador o outorgado acima qualificado a quem confere(m) amplos poderes para o foro em geral, com cláusulas “AD JUDICIA ET EXTRA”, segundo o disposto nos Arts. 38 e 991, III do CPC, podendo propor, portanto, contra quem de direito as ações competentes e defender, nas contrárias, em qualquer juízo, estância, tribunal ou esfera administrativa, seguindo umas e outras até final da decisão, arrolar, inquirir, contraditar e recusar testemunhas, produzir provas, arrazoar processos, requerer vistas dos mesmos, concordar com cálculos, custas e contas processuais, podendo ainda, fazer defesas prévias, alegações finais, formar os documentos necessários, efetuar levantamentos, requerer laudos, avaliações e perícias, bem como argüir suspensão, falsidade e exceção, transigir, fazer acordo, confessar, renunciar, desistir, impugnar, receber e dar quitação, firmar compromissos, requerer abertura de inventário ou arrolamentos, assinar termo de compromisso de inventariante, de renúncia, perante qualquer juízo, instância ou tribunal, repartição pública e órgãos da administração pública, direta ou indireta, federal, estadual e municipal, autarquia ou entidade paraestatal, propondo ação competente em que o(s) outorgante(s) seja(m) autor(es) ou reclamante(s) e defendendo-o(s), na condição de reclamada(s) bem como substabelecer a presente com ou sem reserva de poderes se assim lhe convier, dando tudo por bom, firme e valioso.

(Cidade e estado),___ de _______de ___.

______________________________________

OUTORGANTE

Page 43: Manual Oab - To

42

8.2 Contrato Profissional

CONTRATO DE HONORÁRIOS PROFISSIONAIS

CONTRATANTE - (nome completo do Cliente), (naturalidade), (estado Civil), (profissão), portadora da carteira de identidade nº _________ SSP/__, inscrito no CPF nº ____________, residente e domiciliado na ________________, Tel.: __________________.

CONTRATADO - (nome completo do Advogado), (naturalidade),(estado

Civil), (profissão), inscrito na OAB/TO nº ____________, residente e domiciliado na

________________, Tel.: __________________.

CLÁUSULA PRIMEIRA – O CONTRATADO se obriga, face ao mandato que lhe é outorgado, a ingressar, em nome do CONTRATANTE, com uma (nome da Ação) em face de (nome da parte contraria).

CLÁUSULA SEGUNDA – Pelos serviços prestados e especificados na

cláusula anterior, o CONTRATADO receberá, a título de honorários contratuais o valor de _________________.

PARÁGRAFO ÚNICO – Fica entendido que os honorários de condenação da

parte contrária pertencerão ao(s) Advogado(s), independentemente dos ora contratados, no termos do artigo 23 da Lei nº 8.906/1994 (Estatuto da Advocacia).

CLÁUSULA TERCEIRA. Fica estabelecido que, iniciados os serviços, são

devidos integralmente os honorários contratados, mencionados na Cláusula Segunda, mesmo em caso de desistência da ação, revogação do mandato outorgado ao CONTRATADO, quando este não concorrer com culpa para tanto, ou em caso de acordo firmado pelo CONTRATANTE sem a anuência do CONTRATADO.

CLÁUSULA QUARTA. Todas as custas processuais correrão às expensas do

CONTRATANTE. PARÁGRAFO ÚNICO. Eventuais despesas com deslocamento e hospedagem,

também correrão às custas do CONTRATANTE, o qual as pagará mediante a apresentação de recibos.

CLÁUSULA QUINTA – O presente contrato, após assinado, valerá

imediatamente como título executivo extrajudicial. CLÁUSULA SEXTA – Elege-se o Foro da Comarca de Palmas/TO, para

resolver qualquer dissídio oriundo do presente processo. CLÁUSULA SETIMA – O CONTRATADO poderá substabelecer os poderes

a ele conferido, sem prévia anuência do CONTRATANTE, com ou sem reservas.

Page 44: Manual Oab - To

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(Cidade e estado),___ de _______de ___.

CONTRATANTE

CONTRATADO

8.3 Substabelecimento (com ou sem reserva)

SUBSTABELECIMENTO

Substabeleço (com ou sem) reserva de poderes, na pessoa da advogado (nome

completo do Advogado), inscrito na OAB/___ nº ____________, os poderes que me foram conferidos por (nome do cliente), nos Autos nº (nº do Processo), (tipo da Ação), em face de (nome da Parte contraria).

(Cidade e estado),___ de _______de ___.

______________________________________ (nome completo do advogado e nº da OAB)

8.4 Declaração de Hipossuficiente

DECLARAÇÃO DE HIPOSSUFICIENTE

NOME: (nome completo) CPF n.°: RG n.°:

O(a) signatário(a) acima qualificado(a) declara não ter condições econômicas que lhe permitam pagar as despesas de processo, especialmente eventuais encargos de sucumbência, sem prejuízo do próprio sustento e de sua família (Lei 1.060/50, art. 4º).

Estando ciente das penalidades a que está sujeito(a) pela eventual falsidade das declarações.

(Cidade e estado),___ de _______de ___.

(Nome completo) CPF n.°:

Page 45: Manual Oab - To

DO ADVOGADO EM INÍCIO

DE CARREIRA

1ª Edição

MANUAL