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Manual de Orientação Escolar e Profissional Capacidade Lógica Página 1 Manual Orientação Escolar e Profissional Formadora: Andreia Serras Licenciada em Psicologia da Saúde Pós – graduada em Gestão de Recursos Humanos

Manual - Orientação Escolar e Profissional

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Manual de Orientação Escolar e Profissional

Capacidade Lógica Página 1

Manual

Orientação Escolar

e Profissional

Formadora: Andreia Serras

Licenciada em Psicologia da Saúde

Pós – graduada em Gestão de Recursos Humanos

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Manual de Orientação Escolar e Profissional

Capacidade Lógica Página 2

Índice

Módulo I – Teorias Associadas à Orientação Escolar e Profissional

Introdução 5

Estádios de Desenvolvimento Vocacional de Donald Super 6

Tarefas de Desenvolvimento Vocacional 7

Pressupostos para a Orientação Escolar e Profissional 8

Conceito de Orientação Escolar e Profissional 9

Objectivos da Orientação Escolar e Profissional 10

População – alvo 11

Bibliografia 12

Módulo II – Entrevista no contexto de Orientação Escolar e Profissional

Introdução 13

A Entrevista 13

Bibliografia 19

Módulo III – Tipologia de Holland

Introdução 20

Modelo Hexagonal 21

Tipologia de Holland 28

a) Descrição e Aplicação da Prova 28 b) Obtenção do Código e Análise de Resultados 29

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Manual de Orientação Escolar e Profissional

Capacidade Lógica Página 3

Funções da Tipologia de Holland 30

Âmbito da Aplicação 30

Cuidados a ter na Interpretação 31

Bibliografia 32

Módulo IV – Avaliação de Aptidões – Bateria de Provas de Raciocínio Diferencial

Descrição da Prova 33

Prova de Raciocínio Numérico 33

Prova de Raciocínio Verbal 34

Prova de Raciocínio Espacial 35

Prova de Raciocínio Abstracto 36

Prova de Raciocínio Mecânico 36

Contexto de Aplicação 37

Administração da Prova 37

Correcção, Pontuação e Interpretação dos Resultados 38

Vantagens e Limitações 39

Bibliografia 39

Módulo V – Avaliação de Interesses – Inventário de Preferências Profissionais

Introdução 40

Conceito de Interesse 40

Estratégias de Avaliação de Interesses 41

Contextos de Aplicação da Avaliação de Interesses 43

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Manual de Orientação Escolar e Profissional

Capacidade Lógica Página 4

IPP – Descrição da Prova 44

Normas de Aplicação 48

Cotação e Pontuação 49

Interpretação 50

Vantagens e Limitações 51

Bibliografia 51

Módulo VI – Transmissão de Informação e Aconselhamento

Introdução 52

Relatório de Orientação Escolar e Profissional 52

Cuidados a ter na Comunicação dos Resultados 53

A informação Escolar e Profissional 55

Bibliografia 57

Anexos

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Módulo I:

Teorias associadas à orientação escolar e profissional

Introdução

Deparamo-nos, cada vez mais, com as rápidas transformações

económicosociais. As novas tecnologias desenvolvem-se a um ritmo

extremamente rápido e, com elas, assistimos à evolução de tarefas

vocacionais já existentes e ao aparecimento de outras. Deste modo, as

necessidades actuais, a nível profissional, exigem uma rápida aprendizagem e

eficaz para lidar com estas transformações.

A relação entre a vida das pessoas e o seu trabalho torna-se cada vez

mais estreita. Savikas em 1996 revelou que a "ética pós-moderna do trabalho"

que atravessamos, ou seja, ter uma profissão deixou de ser um simples meio

de subsistência para passar a constituir uma forma de realização pessoal. O

trabalho faz parte do quotidiano do indivíduo. À medida que aumenta a

diversidade do mundo do trabalho, as pessoas sentem crescentemente a

necessidade de descobrir as suas aptidões profissionais e de que modo as

mesmas se adequam às várias oportunidades de escolha vocacional.

A Orientação Escolar e Profissional mostra assim um papel muitíssimo

importante na vida dos jovens e dos adultos, que apelam frequentemente a

estes serviços, no sentido de reexplorarem e redireccionarem a sua careira.

O Profissional de Orientação Escolar e Profissional deverá contribuir

para o desenvolvimento vocacional e pessoal dos orientandos, informando,

avaliando e aconselhando.

A escolha vocacional não se consome num momento pontual como se

pensava à anos atrás, mas aparece hoje como um processo contínuo de

reajustes que acompanha o indivíduo ao longo da sua vida activa.

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Manual de Orientação Escolar e Profissional

Capacidade Lógica Página 6

O presente trabalho foi realizado à luz da teoria construtivista de

carreira. Assim, a escolha reflecte-se no desenvolvimento do indivíduo e não é

fixo, mas sofre modificações ao longo da vida das pessoas, necessitando por

isso, constantes reajustes e reconstruções. As alternativas dos sujeitos entre

as diferentes vias de ensino e as actividades profissionais daí decorrentes

devem ocorrer com base numa decisão autónoma e fundadas na elaboração

pessoal de variadas informações sobre o próprio sujeito, sobre as actividades

profissionais existentes e respectivas possibilidades no mercado de trabalho.

Estádios de Desenvolvimento Vocacional de Donald Super

Segundo o modelo de construção de carreira de Donald Super, existem

fases e processos que se vão organizando ao longo do tempo, numa

perspectiva interaccionista, sendo importante a exploração do auto-conceito,

seguindo-se os primeiros momentos de decisão.

A construção de carreira, segundo Donald Super, passa pelos seguintes

estádios:

� Estádio de Crescimento (O - 14 anos): formação do autoconceito

através de processos de identificação (fantasia, interesses e

capacidades).

� Estádio de Exploração (15 - 24 anos): clarificação do autoconceito

através das principais tarefas de desenvolvimento: exploração e

cristalização da escolha (14-18 anos), exemplo: quando o jovem se

encontra no 9º ano, especificação da escolha (18-21 anos), exemplo:

quando o jovem está no 12º ano e está confuso acerca da profissão que

deve escolher; e implementação da escolha (21-24 anos), exemplo:

quando o jovem sai da universidade ou da escola e entra no mercado de

trabalho.

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Manual de Orientação Escolar e Profissional

Capacidade Lógica Página 7

� Estádio de Estabelecimento (25 - 44 anos): estabilização e

consolidação do estatuto profissional através das principais tarefas de

desenvolvimento: estabilização da escolha (25-35 anos) e

consolidação e avanço da escolha (35-44 anos).

� Estádio de Declínio (> 65 anos): desenvolvimento de um conceito de si

como não trabalhador após a reforma.

*a referir que: as idades apresentadas para cada fase não são estanques

Tarefas de Desenvolvimento Vocacional

1) Cristalização (14-18 anos): O indivíduo deve formular um objectivo

vocacional geral através da consciencialização dos recursos,

contingências, interesses e valores e planeamento para a ocupação

preferida;

2) Especificação (28-21 anos): tentativas para aceder a uma preferência

vocacional específica;

3) Implementação (21-24 anos): Conclusão do percurso escolar e entrada

no mundo do trabalho;

4) Estabilização (24-35 anos): Fixação do indivíduo num tipo de trabalho

mostrando que a escolha da carreira foi adequada;

5) Consolidação (mais de 35 anos): Período de estabelecimento numa

carreira com avanço, aquisição de status e reforço da posição adquirida.

*a referir que: as idades apresentadas nas tarefas de desenvolvimento vocacional

também não são estanques

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Manual de Orientação Escolar e Profissional

Capacidade Lógica Página 8

Pressupostos para a Orientação Escolar e Profissional

A Orientação Escolar e Profissional assenta nos seguintes

pressupostos teóricos:

./ Os jovens necessitam de desenvolver as suas capacidades e os seus

interesses, ao invés de tomar decisões apenas com base nas suas

características já existentes;

./ As pessoas precisam de se preparar para tarefas ocupacionais que se

encontram em constante mutação, e não partir do princípio que a sua

ocupação profissional se manterá inalterável ao longo de toda a vida

activa;

./ Os jovens necessitam de ser incentivados a tomar as suas próprias

decisões, não a que lhes seja feito um diagnóstico através da consulta

de Orientação Escolar e Profissional;

./ O conselheiro vocacional deverá lidar com todos os problemas,

factores e variáveis que ocorrem no trajecto de carreira do orientando, e

não apenas com a selecção escolar e/ou profissional.

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Manual de Orientação Escolar e Profissional

Capacidade Lógica Página 9

Conceito de Orientação Escolar e Profissional (O. E. P)

Hoje em dia, torna-se mais difícil tomar decisões relativamente ao futuro

profissional, uma vez que os nossos jovens se vêm confrontados diariamente

com a problemática do (des)emprego e sua permanência no local de trabalho

ao longo da vida activa.

A Orientação Escolar e profissional, surge no sentido de constituir um

processo de tomada de decisão de carreira orientada por um profissional

especializado. O profissional terá como missão auxiliar o jovem a executar o

seu planeamento de carreira, a aumentar o seu auto-conhecimento, a definir

valores e interesses, a analisar as suas capacidades e a explorar as diversas

possibilidades escolares e profissionais, de modo a tomar uma decisão

vocacional consciente e o mais informada possível.

A intervenção de carreira poderá, então, ser definida como um processo,

no qual se realizam actividades para promover as aptidões do sujeito, com o

intuito de facilitar as suas decisões de carreira. Neste sentido, a Orientação

Escolar e Profissional surge como uma dimensão alargada que compreende

uma vasta diversidade de modalidades, desde a intervenção em grupo

(pequenos grupos de seis a doze pessoas) à intervenção individual (consulta

psicológica individual de três a seis sessões) ou também, à implementação de

programas auto-administrados.

A função básica do conselheiro vocacional é orientar o futuro de carreira

do jovem/adulto. Esse futuro assenta no presente da vida do indivíduo com

todas as suas características. Partimos, de aspectos subjectivos para

construir/planear o futuro, sendo o ponto de partida a análise da personalidade,

dos valores pessoais, capacidades e interesses. Estes factores não são,

contudo, imutáveis, mas variam ao longo do tempo, consoante as experiências

de vida e as informações a que vamos tendo acesso ao longo do nosso

desenvolvimento enquanto pessoas, logo, a Orientação Escolar e Profissional

constitui um método, através do qual são fornecidas indicações/orientações,

por um psicólogo, acerca dos projectos de carreira possíveis, tendo em conta

os aspectos referidos, a partir dos quais o jovem terá que tomar a sua própria

decisão pessoal, podendo fazer reajustes ao longo da sua vida activa.

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Manual de Orientação Escolar e Profissional

Capacidade Lógica Página 10

Tendo em conta o facto de que o objecto de trabalho da Orientação

Escolar e Profissional a construção do futuro de carreira, é essencial ter

consciência que lidamos sempre com uma margem de erro, não é possível

prever o futuro com uma totalidade de segurança. No entanto, para reduzir ao

máximo o grau de erro, o conselheiro vocacional deverá proporcionar ao

orientando a possibilidade de elaborar as suas representações de futuro, na

medida em que, "uma decisão de carreira é uma dramatização do curso de

vida no trabalho" (Cochran, 1997).

Projectar o futuro está directamente ligado à construção de significado

para o indivíduo, dependendo das suas motivações, valores, interesses e

conhecimentos prévios. Esse futuro, para ser significativo, deverá conter

qualidades pessoais e ir ao encontro das aspirações e valores de cada um.

Objectivos da O.E.P O objectivo geral da O.E.P será facilitar a escolha escolar e profissional

do jovem/adulto:

� Promover a aprendizagem de competências, interesses, crenças,

valores, hábitos de trabalho e características pessoais;

� Promover a flexibilidade de escolha ocupacional;

� Ajudar o jovem/adulto a definir projectos de carreira satisfatórios;

� Mostrar que esta definição está sujeita a constantes mudanças;

� Ajudar o jovem/adulto a aumentar a probabilidade de sucesso no seu

futuro profissional;

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� Proporcionar um maior conhecimento do mundo do trabalho e da sua

complexidade;

� Dotar jovens e adultos de uma maior capacidade para tomar decisões de

um modo informado e consciente;

� Promover a capacidade dos jovens para conhecerem e poderem lidar

eficazmente com o sistema educativo e profissional.

População – Alvo

O final do 9° ano e do 12° ano constituem etapas cruciais relativamente

à escolha do futuro profissional dos jovens, pois estes terão que optar entre

prosseguir os estudos ou inserirem-se no “mundo” do trabalho. Para que a sua escolha seja a mais adequada ao seu perfil e aos seus

interesses, deverão ser informados acerca das várias alternativas existentes.

Para isso poderão recorrer aos serviços de O.E.P. logo desde o início dos

referidos anos de escolaridade. Porém, não existe uma idade limite nem um

ano escolar obrigatório para aceder a um processo de Orientação Vocacional,

devendo-se recorrer aos serviços de O.E.P. sempre que:

� Se sinta confuso relativamente ao futuro profissional e/ou escolar;

� Deseje obter informações acerca das várias alternativas profissionais e

escolares existentes.

� Deseje mudar de curso ou de profissão.

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Manual de Orientação Escolar e Profissional

Capacidade Lógica Página 12

Bibliografia

- Cochran, L. (1997). Career Counseling. A Narrative approach. Thousand

Oaks, CA: SAGE. Adaptação e tradução de partes da obra por Maria São João

Brêda, Coimbra, Maio de 2000.

- Cole, E., Siegel, J. A. (1990). Effective Consultation in School Psychology.

Toronto: Hogrefe & Huber (cap. 1).

- Harmon, L.W. (1996). A moving target. The widening gap between theory and

practice. In M.L. Savickas & W.B. Walsh (Eds.), Handbook of Career

CounselingTheory and Practice. PaIo Alto, CA: Davies-Black Publishing (pp.

3744).

- Herr, E.L. & Cramer, S.H. (1992). Career Guidance and Counseling Through

the Life Span. Systematic Approaches (4a ed.) New York. Harper Collins (pp.

112-121).

- Krumboltz, J.D. (1996). A learning theory of career counseling. In M.L.

Savickas & W.B. Walsh (Eds.), Handbook ofCareer Counseling Theory and

practice. PaIo Alto, CA: Davies-Black Publishing (pp. 55-80)

- Spokane, A. (1991). Career Intervention. Prentice Hall: Englewood Cliffs, New

Jersey (pp. 17-22).

- Super, D. (1980). A life-span, life-space approach to career development, New

York : Academic Press. (pp.282-298).

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Manual de Orientação Escolar e Profissional

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Modulo II

Entrevista no contexto de Orientação Escolar e Profissional

Introdução

A entrevista, em O.E.P surge como o meio mais comum para o

orientador adquirir informações acerca da história de vida do jovem/adulto e

para identificar o problema de indecisão de carreira, constituindo a base para a

construção de um plano de acção com vista ao desenvolvimento das

capacidades para tomar decisões.

A Entrevista

O processo de O.E.P. começa com uma entrevista junto do jovem e dos

seus pais. O objectivo principal da entrevista de Orientação é demarcar o

problema de indecisão de carreira do indivíduo e conhecer a sua história de

vida.

O orientador deverá recolher o máximo de informação possível nesta

primeira fase, escutando e observando atentamente o orientando e a sua

família, caso esta compareça na consulta.

A entrevista, em Orientação Escolar e Profissional, passa por várias

etapas. A primeira consiste na recolha de dados, na identificação do sujeito,

na aferição do motivo da consulta de O.E.P., na recolha dos dados da sua

família e de informações relativas ao seu percurso escolar e expectativas de

futuro. A segunda etapa constitui a exploração do auto-conceito e, finalmente,

surge a etapa da identificação de valores. Estas duas últimas etapas

efectuam-se através dos chamados auxiliares da entrevista.

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Manual de Orientação Escolar e Profissional

Capacidade Lógica Página 14

Na primeira parte da Entrevista, começa-se pela recolha dos

seguintes dados:

Identificação do Sujeito: Nome, idade, data de nascimento, nome do

pai, nome da mãe, morada, telefone, ano de escolaridade, escola/ faculdade/

profissão, motivação que conduziu à consulta de·O.E.P. (problema de decisão

de carreira)

Em seguida recolhem-se dados da sua Família, nomeadamente:

(a) Dados acerca dos pais e irmãos: idade, habilitações literárias,

profissão, local de trabalho, opinião do sujeito acerca das profissões

dos pais e do(s) irmão(aos).

b) Saúde do sujeito

(c) Condições do local de estudo (local, horário)

Posteriormente recolhem-se dados sobre o Percurso Escolar,

nomeadamente: o número de reprovações e condições que conduziram às

mesmas; as disciplinas em que teve melhores notas; as disciplinas em que

teve piores notas, e também as disciplinas preferidas.

Por último, recolhe-se ainda informação acerca das actividades dos

tempos livres, das profissões idealizadas, das expectativas pessoais para a

vida futura, das expectativas familiares em relação ao sujeito, e por fim fazem-

se as observações finais.

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Manual de Orientação Escolar e Profissional

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Após a recolha destes dados, procede-se para a segunda parte da

Entrevista que consiste na análise do auto-conceito.

O Técnico de Orientação Vocacional tem como principal objectivo

proporcionar ao orientando o desenvolvimento do seu auto-conceito, porque

para tomarmos decisões, é necessário possuirmos uma perfeita consciência

dos nossos defeitos e qualidades, preferências, aspirações, possibilidades e

limitações.

Vários psicólogos, tais como Alport, Brookove, Baken Lunn e Lipsitt,

concluíram que um indivíduo não possuiu apenas uma personalidade pura e

imutável, mas, todos nós apresentamos vários tipos de personalidade, com a

predominância de traços característicos de cada uma delas (Holland, J). Assim,

faz todo o sentido o facto de não existir uma única actividade profissional

adequada a uma pessoa, mas, apesar de uma ou outra carreira ser a mais

satisfatória, isso não significa que não hajam outras que também venham a

realizar essa pessoa profissionalmente atendendo aos diferentes traços de

personalidade que possui.

Um auto-conhecimento profundo possibilita a escolha e a possibilidade

de mudança: Neste sentido, um processo de Orientação Escolar e Vocacional

deve começar por ajudar o indivíduo a desenvolver esse mesmo auto-conceito,

isto é possível através de vários questionários e actividades autobiográficas,

nos quais o orientando possa reflectir acerca do modo como se vê a si próprio,

como pensa que os outros o vêm (pais, irmãos, colegas, amigos, professores)

e as suas projecções de futuro.

Os auxiliares da entrevista que permitem uma maior exploração do

auto-conceito são: Questionários projectivos e semiprojectivos; Questionários

relativos ao modo de aprender; e, Actividades autobiográficas (ex: A linha da

vida).

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Manual de Orientação Escolar e Profissional

Capacidade Lógica Página 16

Para finalizar a Entrevista é imprescindível, passar pela etapa de

identificação de Valores. Esta etapa consiste na identificação dos valores

pessoais e profissionais do(s) orientando(s), na medida em que aqueles,

estando directamente ligados ao auto-conceito, vão influenciar profundamente

a escolha vocacional. Os auxiliares da entrevista para a identificação de

valores poderão ser desde simples questionários a testes de valores

profissionais.

A última etapa da Entrevista consiste na Análise dos dados recolhidos

na entrevista. Nesta etapa o profissional de Orientação Vocacional deve fazer

um registo não só das informações fornecidos pelas pessoas presentes na

entrevista, mas também dos comportamentos observados, com o máximo de

rigor.

Neste sentido, o profissional de O.E.P deverá ter recolhido os seguintes

dados:

Pedido Formulado:

- Quem fez o pedido;

- Quando é que o pedido foi feito;

- Objectivos do pedido (explícito e implícito);

- Comentários pessoais sugeridos pelo pedido e a forma de responder

Família

- Com quem vive o consulente;

- Profissão/formação e actividade do pai e da mãe;

- Fratria;

- Tipos de relação no seio da família;

- Problemas actuais ou anteriores;

- Impressão geral do orientador.

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Manual de Orientação Escolar e Profissional

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Escolaridade

- Evolução escolar anterior detalhada,

- Situação actual,

- Atitudes face à escola,

- Vida social e afectiva,

- Relações com professores,

- Interesses escolares relativamente às disciplinas,

- Resultados escolares em todas as disciplinas,

- Facilidades ou dificuldades assinaladas,

- Interesses para o prosseguimento da escolaridade.

.Aspecto físico/saúde

- Constituição geral,

- Dificuldades assinaladas (doenças, acidentes, ... )

- Audição,

- Visão;

.Tempos livres

- Leituras,

- Bricolages,

- Desportos,

- Interesses culturais,

- Música,

- Experiência e vida de grupo;

.

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Manual de Orientação Escolar e Profissional

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Gostos, interesses e rejeições escolares e profissionais

- Desejos expressos,

- Rejeições expressas,

- Profissões de sonho,

- Experiências já realizadas ou a decorrer,

- Expectativas dos próximos,

- Reacções às diversas sugestões,

- Concordância entre interesses expressos e inventariados.

Observações finais na entrevista - Apresentação,

- Linguagem,

- Atitudes (activo, passivo, colaborante),

- Contacto,

- Observações particulares

Outras Informações

- Informações conhecidas ou comunicadas por terceiros,

- Problemas particulares,

- Outros contactos com psicólogos.

Page 19: Manual - Orientação Escolar e Profissional

Manual de Orientação Escolar e Profissional

Capacidade Lógica Página 19

Bibliografia

- Brêda. M. S. (2000), Documento de trabalho sobre aconselhamento de

carreira narrativo adaptação e tradução de partes da obra de Cochran, L.

(1997). Career Counseling. A Narrative Approach. Thousand Oaks, CA: SAGE.

Coimbra.

- Casanova, et al. Sabatina Guia de Formação Escolar: Guia de Estudos. Beta -

Projectos Editoriais Lda. Lisboa, 1997.

- Do Sonho ao Projecto. Desenvolvimento de Competências de Decisão de Carreira para

Alunos do 9° ano de Escolaridade (1999). Núcleo de Orientação Escolar e

Profissional da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da

Universidade de Coimbra.

- Técnicas de Avaliação Psicológica em Orientação, 1999, Faculdade de

Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Coimbra.

Utilização de Informações Amnésicas na Consulta de Orientação

Vocacional. Coimbra.

Page 20: Manual - Orientação Escolar e Profissional

Manual de Orientação Escolar e Profissional

Capacidade Lógica Página 20

Módulo III

Tipologia de Holland

Introdução

A teoria de Holland, tem sido considerada como uma Teoria da

Personalidade, porque este considera que a personalidade manifesta-se

através da escolha vocacional, e Estrutural – Interaccionista, uma vez que

evidencia uma relação entre diferentes tipos de personalidade e determinadas

ocupações profissionais.

Assim, Holland classificou a personalidade em seis tipos: Intelectual,

Artístico, Social, Empreendedor, Convencional e Realístico. Segundo o autor,

os sujeitos de um determinado grupo possuem traços de personalidade

comuns entre si, e o grau de satisfação, a estabilidade e a realização

profissional dependem da ligação entre as características pessoais e as

condições do ambiente de trabalho.

Na sua investigação Holland concluiu que: as pessoas podem ser

caracterizadas pela sua semelhança com ou mais tipos de personalidade; o

ambiente, no qual vive a pessoa, pode caracterizar-se por meio de um ou mais

modelos de ambiente; e, a conjugação das características individuais da

pessoa com o ambiente em que está inserido conduz a resultados possíveis de

previsão e compreensão através do conhecimento dos vários tipos de

personalidade e modelos ambientais.

Page 21: Manual - Orientação Escolar e Profissional

Manual de Orientação Escolar e Profissional

Capacidade Lógica Página 21

Modelo Hexagonal

Holland desenvolveu o Modelo Hexagonal de decisão de carreira, que

assenta em quatro princípios básicos:

(1) Na cultura ocidental a maior parte dos indivíduos classificam-se

em seis tipos básicos da personalidade:

- Realista

- Intelectual

- Artístico

- Social

- Empreendedor

- Convencional

Cada um destes tipos representa um modelo. É relativamente à herança

genética de cada um e das próprias aprendizagens proporcionadas pelo meio

familiar, social e cultural que se desenvolvem as preferências por certas

actividades por oposição a outras, ou seja, de acordo com este modelo, cada

pessoa selecciona e processa a informação de maneira diferente e tenta

encontrar ou evitar determinados ambiente e tarefas.

(2) Existem, ainda seis tipos de ambientes (Realista, Intelectual,

Social, Artístico, Empreendedor e Convencional) e cada ambiente é

influenciado por um determinado tipo de personalidade, assim as pessoas que

se inserem num determinado tipo de ambiente desenvolvem à sua volta, uma

atmosfera especifica procurada pelos indivíduos que possuem um tipo de

personalidade semelhante (ver quadro 1). Procuramos estar com pessoas com

as quais nos identificamos ao nível de interesses e atitudes num ambiente que

nos faça sentir confortáveis e onde nos possamos assumir de acordo com as

nossas características pessoais.

Page 22: Manual - Orientação Escolar e Profissional

Manual de Orientação Escolar e Profissional

Capacidade Lógica Página 22

(3) Cada sujeito procura ambientes que lhe permitam pôr em prática as suas

capacidades, expressar as suas atitudes e assumir estatutos e papeis que vão

de encontro aos seus interesses pessoais e profissionais. As pessoas

procuram ambientes compatíveis com o seu tipo de personalidade.

(4) O comportamento é determinado pela interacção entre a pessoa e o

ambiente. Ao tomar conhecimento do tipo de personalidade de uma pessoa e

do ambiente, no qual está inserido, é possível fazer um prognostico

relativamente aos resultados dessa interacção, assim poderemos prever uma

escolha vocacional.

De acordo com este modelo, as pessoas são capazes de relacionar as

suas características pessoais com as características ocupacionais, diminuindo

assim as probabilidades de proceder a uma escolha vocacional feita ao acaso,

e consequentemente, diminuindo a ineficácia da mesma (Hood e Ferreira,

1993). (ver quadro 1.

Quadro 1

Tipos de Personalidade Tipos de Ambiente

REALISTA

Prefere actividades objectivas, praticas, físicas,

ordenadas ou com a manipulação sistemática de

objectos, ferramentas, maquinas ou animais e uma

aversão por actividades educacionais e terapêuticas.

Percepciona-se muitas vezes, como possuindo

aptidões mecânicas e capacidades atléticas e com

falta de competências interpessoais. A pessoa

realista tem sido descrita como sincera, materialista,

persistente, pratica e com opiniões firmes.

O meio Realista é caracterizado por exigências de

tarefas concretas, específicas e explícitas, de

natureza física ou mecânica. Habitualmente, envolve

manipulação de objectos, instrumentos, máquina ou

animais. De um modo geral, as tarefas comportam

uma resposta comportamental imediata. Neste meio,

não há grandes exigências de relacionamento

interpessoal. Alguns exemplos de profissionais que

compõem este tipo de ambiente são: agricultores,

engenheiros civis, mecânicos e carpinteiros.

Page 23: Manual - Orientação Escolar e Profissional

Manual de Orientação Escolar e Profissional

Capacidade Lógica Página 23

INTELECTUAL

Prefere actividades intelectuais e académicas.

Utiliza competências intelectuais para compreender

os fenómenos físicos, biológicos e culturais. Pode

ter baixa capacidade de liderança. É descrito muitas

vezes, como analítico, curioso, independente,

intelectual, racional e reservado.

No meio intelectual, as tarefas requerem respostas

pensadas, envolvendo a utilização de capacidades

abstractas e criativas. Este ambiente estimula a

competência científica, o rendimento e a resolução

de problemas através da utilização de capacidades

intelectuais, premiando as pessoas que apresentam

valores científicos. Entre alguns exemplos de

profissionais típicos encontram-se físicos, biólogos,

antropólogos e os engenheiros informáticos e de

investigação.

ARTISTICO

Prefere actividades ambíguas e não sistematizadas.

Apresenta uma apetência especial por actividades

musicais, artísticas, literárias e dramáticas que

fazem apelo a criatividade. Frequentemente, mostra

falta de competências mecânicas ou de

secretariado. São, muitas vezes, descritos como

complicados, expressivos, imaginativos, impulsivos,

independentes, introspectivos e não-conformistas.

O meio Artístico é caracterizado por tarefas que

requerem, geralmente, o uso de actividades não-

sistemáticas, de um modo criativo e interpretativo,

para criar formas ou produtos de arte. Alguns

exemplos de profissionais neste ambiente são: os

artistas plásticos, os músicos, escritores,

decoradores de interiores, actores, etc.

SOCIAL

Prefere actividades relacionadas com o ensino, com

a ajuda terapêutica ou com a prestação de

informação a outras pessoas. Geralmente

apresentam capacidades verbais muito

desenvolvidas, mas fracas aptidões matemáticas. É

descrito como cooperante, empático, sociável,

paciente e preocupado com o bem-estar das outras

pessoas.

O meio Social requer tanto a capacidade

interpretativa como a de modificar o comportamento

humano e um interesse especial pelo

desenvolvimento dos outros. Estimula nos seus

membros o desenvolvimento de competências

sociais e de uma visão flexível do mundo reforçando

as pessoas que se exprimem através de valores

sociais. Envolve a capacidade de obter cooperação

por parte dos outros, e muitas vezes, requer o

estabelecimento de relações interpessoais frequentes

e prolongadas. Alguns exemplos de profissionais são:

os psicólogos, professores e monitores de grupos

recreativos.

Page 24: Manual - Orientação Escolar e Profissional

Manual de Orientação Escolar e Profissional

Capacidade Lógica Página 24

EMPREENDEDOR

Prefere actividades que implicam persuadir, liderar

ou manipular pessoas para atingir fins

organizacionais ou ganhos económicos. É muitas

vezes, descrito como aventureiro, dominador,

extrovertido, auto-confiante, impulsivo, energético,

sociável e exibicionista.

O meio Empreendedor é caracterizado por tarefas

que exigem aptidões verbais para dirigir, persuadir ou

manipular pessoas para alcançar objectivos

organizacionais ou pessoais. As profissões são

empresários, os directores administrativos, políticos e

os negociantes.

CONVENCIONAL

Prefere actividades que envolvam a sistematização

e a manipulação de dados ou actividades

relacionadas com o computador. Possui, muitas

vezes, aptidões matemáticas ou de secretariado e

tem uma fraca capacidade artística. São descritas

como conscienciosos, obedientes, práticos,

eficientes, persistentes, controlados e

conservadores.

O meio Convencional é caracterizado pelo

predomínio de tarefas que exigem respostas

concretas, sistemáticas e rotineiras de dados

matemáticos ou verbais. As profissões incluem os

bancários, carteiros, analistas financeiros e

contabilistas.

No seu modelo hexagonal, Holland definiu seis tipos diferentes de

personalidade (RIASEC). Estes tipos foram classificados pelo autor de maneira

correlacional, assim os diferentes tipos de personalidade correlacionam-se de

modo diferente entre si, existindo personalidades com características mais

compatíveis do que outras. Por exemplo, um sujeito que apresente

características de personalidade dos tipos Intelectual, Social e Convencional

(ISC), será possuidor de uma personalidade pouco consistente e mais

problemática do que um individuo que apresente características dos tipos

Realista, Convencional e Empreendedor, uma vez que este insere-se nos perfis

mais próximos no esquema hexagonal.

Conclui-se que cada sujeito reúne três tipos principais de características

da personalidade. Quanto mais próximos esses tipos estiverem, mais

consistentes serão a personalidade do sujeito. (ver fig. 1)

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Manual de Orientação Escolar e Profissional

Capacidade Lógica Página 25

R I

C A

E S

Figura 1

O esquema RIASEC mostra diferentes combinações tendo em atenção a

pessoa avaliada. As combinações dos diferentes tipos dão-nos algumas

indicações acerca da personalidade da pessoa. Holland mostrou que as

características principais relacionadas com diferentes associações de tipos de

personalidade.

CRI – tipo puro de introversão (R+I – associação característica em

pessoas que possuem baixas capacidades de relacionamento).

ESA – tipo puro de extroversão (E+S – associação típica em pessoas

com grandes capacidades de relacionamento interpessoal).

A partir do modelo hexagonal, constata-se que as semelhanças

psicológicas entre os diversos tipos de personalidade são proporcionais às

distancias entre os mesmos, ou seja, quanto menor for a distancia entre dois

tipos, maior será a correlação ou semelhança psicológica entre eles. Exemplo,

os tipos Convencional e Realista relacionam-se entre si em muito maior grau

Page 26: Manual - Orientação Escolar e Profissional

Manual de Orientação Escolar e Profissional

Capacidade Lógica Página 26

que os tipos Social e Artístico. Assim, o hexágono indica a semelhança entre

os ambientes profissionais.

Este modelo permite determinar com qual dos seis tipos de

personalidade, a pessoa mais se assemelha, analisando as suas atitudes.

Poderão, também ser identificados outros dois tipos que apresentem

características semelhantes a essa mesma pessoa. Assim, pode-se definir que

cada indivíduo possui um tipo primário e dois secundários de personalidade

expresso através de um código. Esse código obtêm-se através da combinação

de três letras presentes no hexágono, correspondendo cada uma delas, à

primeira letra dos seis tipos. Deste modo, uma pessoa pode ser identificada

com o código C-R-I, que indica que essa pessoa é em primeiro lugar,

semelhante ao tipo Convencional, em segundo lugar com o tipo Realista e, em

terceiro lugar com o tipo Intelectual.

Holland catalogou 12800 ocupações vocacionais distribuídas por

códigos de três letras, referindo que uma pessoa se sentirá mais confortável e

satisfeita num ambiente compatível e menos à vontade noutros ambientes

onde dominem os tipos de personalidade diferentes. Assim, quanto mais uma

pessoa se parecer com um tipo, mais probabilidade tem de manifestar os

traços de personalidade e os comportamentos característicos desse tipo.

A identificação de pessoas em ambientes provoca resultados que podem

ser compreendidos e prognosticados, os quais incluem a escolha vocacional, o

sucesso vocacional e o rendimento escolar.

Holland solicita que à medida que as pessoas vão explorando as suas

oportunidades profissionais, utilizam certos conceitos acerca de si próprias,

assim com estereótipos relativos às profissões (ver quadro 2) para orientar a

sua pesquisa. Deste modo, as respostas aos itens dos inventários de

interesses reflectem, a personalidade básica dos indivíduos, tal como eles a

percepcionam.

Page 27: Manual - Orientação Escolar e Profissional

Manual de Orientação Escolar e Profissional

Capacidade Lógica Página 27

Quadro 2

Tipos de

Personalidade

Auto-descrição Estereótipos

Realista Reservados, sossegados, teimosos, modestos e com pouco auto-conhecimento

Dogmáticos e com uma visão muito mecânica do mundo.

Intelectual Escolásticos, analíticos e com interesses enciclopédicos.

Académicos, de mentalidade aberta. A adolescência como uma única fase de vida. Lógicos, mas também inseguros e com poucas capacidades praticas.

Artístico Despreocupados, criativos, complicados, independentes, expressivos e tensos.

Não conformistas, originais, expressivos, femininos, auto-expressivos.

Social Capazes, entusiastas, persuasivos, sociáveis, afáveis, populares, alegres, empreendedores, bons chefes.

Capazes de persuadir, pacientes, bons amigos.

Empreendedor Gostam de aventura, extrovertidos, energéticos, entusiastas, aventureiros.

Ambiciosos, agressivos, dominantes, procuram o poder.

Convencional Contentes, alegres, satisfeitos, não artísticos, convencionais, estáveis, dignos de confiança.

Matemáticos, metódicos, “patetas”

Page 28: Manual - Orientação Escolar e Profissional

Manual de Orientação Escolar e Profissional

Capacidade Lógica Página 28

Tipologia de Holland

a)Descrição e aplicação da prova

O modelo hexagonal de Holland é uma prova de aplicação rápida, entre

10 a 15 minutos, pode ser realizada individualmente ou em grupo. Apresenta-

se ao indivíduo uma folha de papel, na qual consta um hexágono. Em cada

canto do mesmo está a descrição de um grupo de pessoas com características

semelhantes entre si, e cada grupo está associado a uma letra. A descrição

dos grupos de pessoas consiste na descrição dos seis tipos de personalidade

(Realista, Intelectual, Convencional, Social, Artístico e Empreendedor)

definidos por Holland. Posteriormente, pede-se ao sujeito que escolha, em

primeiro lugar, um destes grupos de pessoas, e coloque a letra correspondente

no rectângulo da situação 1 que aparece na folha de papel, dando-lhe as

instruções:

“Encontra-se aqui uma perspectiva aérea de uma sala onde está a

decorrer uma festa. Nesta festa, as pessoas com interesses semelhantes

juntaram-se por alguma razão, no mesmo canto da sala – tal como se encontra

a seguir descrito”

“Depois de leres a descrição dos seis grupos de pessoas apresentadas,

qual é o canto que mais espontaneamente te atrairia por abarcar um grupo de

pessoas com quem mais gostarias de passar a maior parte do tempo? Não

penses em qualquer tipo de embaraço ou necessidade de falar com eles.

Escreve a letra desse canto no quadrado”.

Quando terminada esta primeira fase informa-se o sujeito que:

“Passados 15 minutos, todas as pessoas do canto que escolheste foram

para outra festa, deixando-te sozinho. Qual dos grupos que ainda restam te

atrairia mais, como sendo pessoas com quem gostarias de passar a maior

parte do tempo? Escreve a letra desse canto no quadrado”.

Terminada esta fase, repete-se a instrução anterior e pede-se ao

indivíduo que escolha um terceiro e ultimo grupo.

Page 29: Manual - Orientação Escolar e Profissional

Manual de Orientação Escolar e Profissional

Capacidade Lógica Página 29

b) Obtenção do código e análise dos resultados

Depois de finalizada a prova, obtém-se um código de personalidade do

indivíduo.

Assim, terá de converter-se as letras do hexágono escolhidas pela

pessoa nas letras correspondentes às iniciais dos tipos de personalidade de

Holland:

A – R de Realista

F – I de Intelectual

E –A de Artístico

D – S de Social

C – E de Empreendedor

B – C de Convencional

Posteriormente, forma-se o código correspondente de três letras, por

exemplo: R-I-A, correspondendo a primeira letra escolhida ao tipo primário de

personalidade e as outras duas ao tipos secundários. Desta forma, se o

orientando tivesse escolhido, em primeiro lugar, o grupo de pessoas do

hexágono com a letra F, em segundo lugar, o grupo com a letra E e em terceiro

lugar o grupo com a letra D, ser-lhe-ia atribuído o código I-A-S. Esta pessoa

teria como características de personalidade os tipos Artístico e Social.

Posteriormente far-se-ia uma comparação entre estes resultados e as aptidões

do sujeito e os seus interesses.

Page 30: Manual - Orientação Escolar e Profissional

Manual de Orientação Escolar e Profissional

Capacidade Lógica Página 30

Funções da Tipologia de Holland

À semelhança de outros inventários de personalidade, a Tipologia de

Holland tem vindo a desempenhar um papel importantíssimo na consulta de

Orientação Escolar e Profissional, distinguindo as suas principais funções:

� Proporcionar um melhor auto-conhecimento;

� Promover a identificação de papeis preferidos na sociedade e a nível

profissional;

� Determinar fontes de satisfação e insatisfação de carreira.

Âmbito de aplicação

Nem sempre é indispensável utilizar inventários específicos de

personalidade como a tipologia de Holland em O.E.P, sendo possível orientar a

escolha através de outros meios, ou seja, através de desempenhos, interesses,

capacidades e valores, pois segundo a teoria deste autor, a personalidade

manifesta-se através de atitudes, comportamentos, valores e interesses.

Assim, um processo de O.E.P beneficia muito da aplicação desta prova sempre

que:

• Há necessidade de obter um racional teórico para as diferenças entre

grupos profissionais e devemos verificar empiricamente as diferenças;

• Em cada grupo profissional devemos analisar o tipo modal de

personalidade;

• Ter em conta a avaliação das outras aptidões.

Page 31: Manual - Orientação Escolar e Profissional

Manual de Orientação Escolar e Profissional

Capacidade Lógica Página 31

Cuidados a ter na Interpretação

A interpretação dos resultados desta prova, à semelhança do que

acontece com outros inventários de personalidade deve ser efectuada, tendo

em conta alguns cuidados de grande relevância, como:

� O conselheiro deve ter em conta mais do que um instrumento para tirar

as suas conclusões;

� Pode haver inconsistências, sendo necessário confrontar o indivíduo

com essas inconsistências;

� As conclusões obtidas poderão gerir conflitos para o cliente, que

deverão ser esclarecidas.

Pode-se concluir que as capacidades e interesses têm-se mostrado de

maior importância para a previsão de carreira do que a personalidade.

Contudo, alguns estudos contrariam esta tendência, conduzindo à conclusão

de que existem, em algumas pessoas, aspectos de grande relevância para a

profissão, porque há uma dominância de determinadas características da

personalidade em determinados grupos ocupacionais. No entanto, podem

haver diferenças no mesmo grupo ocupacional ao nível do grau de sucesso,

consoante as características de varias pessoas.

Assim, as diferenças de personalidade têm um peso relativo no seu valor

preditivo de carreira. A personalidade não é unívoca e total mas tem o seu

peso considerável na decisão vocacional. A partir das características pessoais,

podemos prever as dificuldades que a pessoa poderá vir ater em determinada

escolha.

Page 32: Manual - Orientação Escolar e Profissional

Manual de Orientação Escolar e Profissional

Capacidade Lógica Página 32

Bibliografia:

� Holland, J.L. The Psychology of Vocational Choice. Waltham Mass.

Blaisdell Publishing Co. 1966.

� Hood, A. B., Ferreira, A.G.A. 1993, Revista Portuguesa de Pedagogia,

nº3, Escolha Vocacional de John Holland (pp.457-470).

� N.O.E.P (Núcleo de Orientação Escolar e Vocacional). Tipologia de

Holland. Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da

Universidade de Coimbra.

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Manual de Orientação Escolar e Profissional

Capacidade Lógica Página 33

Módulo IV

Bateria de Provas de Raciocínio Diferencial

Descrição da Prova

A Bateria de Provas de Raciocínio Diferencial (B.P.R.D) foi desenvolvida

pelo Prof. Doutor Leandro Almeida e validada para a população portuguesa.

A B.P.R.D é constituída por cinco provas: Raciocínio Numérico (Prova

NR), Raciocínio Verbal (Prova VR), Raciocínio Espacial (Prova SR), Raciocínio

Abstracto (Prova AR) e Raciocínio Mecânico (Prova MR). Como o próprio nome

da bateria indica trata-se de provas em que se avalia o raciocínio, operação

mental inerente às cinco provas, e cuja respectiva especificidade passa pelo

conteúdo diferente usado na formulação dos seus itens.

A população-alvo é os jovens alunos que frequentam a escola do 7º ao

12º ano.

Prova de Raciocínio Numérico

Descrição - A prova NR é constituída por 30 itens onde são

apresentadas séries numéricas. A tarefa do sujeito consiste em continuar ou

completar as séries apresentadas. Trata-se de sequências lineares ou

alteradas de números em cada item. A resposta do sujeito consiste em calcular

e escrever os dois números em falta.

A resolução desta prova implica efectuar cálculos aritméticos deverá ser

permitido aos sujeitos a utilização de papel de rascunho. A realização dos

cálculos em rascunhos diminui a possibilidade de erros nos exercícios em

consequência de dificuldades de cálculo.

Page 34: Manual - Orientação Escolar e Profissional

Manual de Orientação Escolar e Profissional

Capacidade Lógica Página 34

Indicação – O conteúdo desta prova permite avaliar a aptidão para lidar

com números, efectuar pequenos cálculos e sobretudo, inferir e aplicar

relações entre números. Nem sempre é fácil obter a colaboração dos sujeitos

na sua realização, mantendo um bom nível de empenho no decorrer dos 17

minutos da prova. Refere-se que se trata de uma prova que exige dos sujeitos

um bom raciocínio analítico e uma boa capacidade de concentração e

perseveração no seu desempenho cognitivo.

Prova de Raciocínio Verbal

Descrição – A Prova VR é constituída por 40 itens onde são

apresentadas analogias verbais a completar pelo sujeito. O sujeito terá de

descobrir a relação entre os dois termos do primeiro par da analogia, para de

seguida, a aplicar ao complemento do segundo par. A resposta do sujeito

consiste em assinalar, de entre cinco alternativas de respostas facultadas,

aquela que na sua opinião melhor completa a analogia. Os itens utilizam

relações semânticas entre palavras, por exemplo, relações de pertença,

sinonímia, oposição, causa-efeito, parte-todo.

Indicação – Trata-se de uma prova que concilia quer o conhecimento

vocabular do sujeito quer a sua capacidade de estabelecer relações entre

elementos. Face ao exposto, esta prova parece particularmente indicada para

indivíduos cujas funções estejam predominantemente centradas em tarefas

administrativas ou de gestão, e ainda, para aqueles em que as capacidades de

compreensão e de expressão verbal sejam importantes. Assim, os sujeitos

mostram-se muito interessados ao longo da realização desta prova.

Page 35: Manual - Orientação Escolar e Profissional

Manual de Orientação Escolar e Profissional

Capacidade Lógica Página 35

Prova de Raciocínio Espacial

Descrição – A Prova SR é constituída por 30 itens onde são

apresentadas séries de cubos em movimento. Partindo da posição relativa que

as seis faces do cubo vão tomando na primeira parte do item, o sujeito vai

descobrir o movimento linear ou alternado que o cubo está a efectuar. A

resposta do sujeito consiste em assinalar, de entre cinco alternativas de

respostas facultadas, o cubo corresponde à posição que completa ou continua

o movimento indicado em cada exercício.

Indicação – Esta prova parece avaliar duas componentes

frequentemente associadas ao factor espacial: a capacidade de

reconhecimento ou de visualização de elementos figurativos e a capacidade de

rotação ou de acompanhar os movimentos das figuras no espaço bidimensional

ou tridimensional. O desempenho desta prova implica a capacidade do sujeito

para percepcionar formas e o movimento dessas formas no espaço. Um bom

desempenho nesta prova traduz uma boa capacidade de reflexão,

concentração e também de resistência à fadiga. Estas capacidades perecem

importantes para sujeitos afectos a áreas técnicas, mecânicas, artísticas e

outras que façam apelo à percepção de formas e elementos de figuras, bem

como aos respectivos enquadramentos ou relações num determinado espaço.

Esta prova apresenta-se muito difícil para alguns sujeitos.

Page 36: Manual - Orientação Escolar e Profissional

Manual de Orientação Escolar e Profissional

Capacidade Lógica Página 36

Prova de Raciocínio Abstracto

Descrição – A prova AR é constituída por 35 itens onde são

apresentadas analogias figurativas a completar pelo sujeito. Em cada item é

necessário apreender a relação entre os dois primeiros elementos e descobrir

uma quarta figura que venha a repetir essa relação inferida com o terceiro

elemento indicado. A resposta do sujeito consiste em assinalar, de entre cinco

alternativas de respostas facultadas, aquela que considere mais correcta para

completar as relações de analogias.

Indicação - Esta prova aproxima-se dos testes mais clássicos de

avaliação do factor g (inteligência geral) de que é exemplo o Teste Matrizes

Progressivas Coloridas de Raven. O conteúdo abstracto dos itens permite

diminuir, embora sem eliminar completamente, a influência das variáveis

culturais no desempenho cognitivo. Assim, parece ser uma boa prova para

avaliar a capacidade de raciocínio dos sujeitos independentemente, melhor dito

com uma menor influencia, dos factores culturais (aspecto que poderá merecer

alguma atenção na avaliação de indivíduos com baixa escolarização).

Prova de Raciocínio Mecânico

Descrição – A Prova MR é constituída por 40 itens onde são

apresentadas situações de índole prática, perceptiva e fisico-mecânica. Cada

item é um problema, apresentado por um texto pequeno e uma imagem

ilustrativa da situação, cabendo ao sujeito a sua analise e indicação da

alternativa de resposta correcta. Não existe um padrão único de problemas

nesta prova como acontece nas anteriores. A resposta do sujeito consiste em

assinalar, de entre quatro alternativas de respostas facultadas, aquela que

considera mais correcta para o problema apresentado.

Page 37: Manual - Orientação Escolar e Profissional

Manual de Orientação Escolar e Profissional

Capacidade Lógica Página 37

Indicação - O conteúdo desta prova implica, para que seja atingindo um

bom nível, conhecimentos básicos da física e de mecânica. Esses

conhecimentos podem decorrer ou não das aprendizagens escolares. Junto de

adultos pouco escolarizados verificou-se que, comparativamente às outras

provas da bateria, eles mostram um desempenho que não os diferencia tão

claramente das amostras mais escolarizadas.

Por isso, verifica-se que os sujeitos aderem facilmente ao seu

desempenho e que o seu interesse se mantenha renovado ao longo de toda a

prova. Este prova requer uma boa capacidade de atenção e percepção

simultânea da informação contida no texto e na figura de cada exercício. Estas

capacidades são extremamente importantes para indivíduos ligados a sectores

técnicos e industriais e, ainda, para aqueles que, embora não desempenhando

funções nesses sectores, exerçam a sua actividade em áreas técnicas e

praticas.

Contextos de Aplicação

A B.P.R.D revela uma vasta utilidade na avaliação de aptidões

cognitivas específicas, nomeadamente, na avaliação de jovens em casos de

insucesso escolar e em processos de Orientação Escolar e Profissional.

Administração da Prova

A prova é aplicada individualmente, a alunos do 7º ano ao 12º ano

demorando a sua realização cerca de 90 minutos.

A aplicação desta bateria ocorre individualmente, sendo necessário o

seguinte material: caderno da prova, folha de respostas, caneta e cronómetro.

O caderno de cada prova inclui as instruções, os exemplos exercícios de

treino, bem como outros procedimentos gerais a ter em consideração pelos

sujeitos. Integra também os tempos de realização de cada prova.

Page 38: Manual - Orientação Escolar e Profissional

Manual de Orientação Escolar e Profissional

Capacidade Lógica Página 38

Prova NR Prova VR Prova SR Prova AR Prova MR

17 minutos 7 minutos 16 minutos 9 minutos 15 minutos

Correcção, Pontuação e Interpretação dos Resultados

Não é exigida a aplicação de toda a bateria. Não existe qualquer

padronização dos resultados tomando uma nota global nas cinco provas.

Quando for decidido a aplicação global da bateria, aconselha – se uma

sequencia na administração das provas que alterne os conteúdos espacial e

mecânico.

O processo de correcção das provas e cotação dos resultados é muito

simples. As respostas do sujeito são dadas numa única folha de resposta, a

qual posteriormente é comparada com a grelha de correcção.

A nota do sujeito em cada prova é equivalente ao número de itens

correctamente respondidos.

Na prova NR considera-se o item correctamente resolvido quando os

dois números aparecem indicados de uma forma correcta quer no seu valor

quer na sua posição.

Nas restantes provas a correcção considera a letra correspondente à

alternativa tida como correcta.

A nota obtida pelo sujeito em cada prova será depois analisada em

função das normas existentes. Para a população portuguesa existe uma

distribuição dos resultados por nível de escolaridade, em ambos os sexos.

Page 39: Manual - Orientação Escolar e Profissional

Manual de Orientação Escolar e Profissional

Capacidade Lógica Página 39

Vantagens e Limitações

A aplicação desta bateria apresenta vantagens, tais como: a sua fácil

aplicação e interpretação dos resultados; permite um diagnóstico da

probabilidade de sucesso em actividades que façam apelo à utilização das

aptidões em causa; constitui um bom indicador do grau de desenvolvimento de

competências do domínio cognitivo.

No entanto, também revela algumas desvantagens. Na aplicação desta

bateria podemos referir que esta apesar de ser de aplicação fácil é demorosa e

a possibilidade de existir uma probabilidade de respostas aleatórias, pelo facto

dos itens de quatro das provas serem de resposta múltipla.

Bibliografia

� Almeida, L. S. (1992) Bateria de Provas de Raciocínio Diferencial

(BPRD). Braga: Instituto de Educação e Psicologia;

� Alves, M., Brandão, L., Antunes, C., Parreiras, C., Silva, C. M., Cortez,

M. T. (1985) Teste de Percepção de Diferenças. Lisboa: Cegoc.

� Simões, M. R., Gonçalves, M. M., Almeida, L. S. (1999) Testes e

Provas Psicológicas em Portugal. Braga: Sistemas Humanos e

Organizacionais – Associação Psicólogos Portugueses.

Page 40: Manual - Orientação Escolar e Profissional

Manual de Orientação Escolar e Profissional

Capacidade Lógica Página 40

Módulo V

Avaliação dos Interesses - IPP

Introdução

“Os interesses constituem um aspecto fundamental na experiência

afectiva que promove a interacções significativas e satisfatórias com os seus

ambientes” (Savickas, 1995).

Conceito de Interesses

Os interesses são definidos por diversos autores de diferentes formas.

Na perspectiva de Piaget, os interesses constituem um sistema de valores que

se vão diferenciando ao longo do desenvolvimento mental, através do

estabelecimento de objectivos accionais de grau de complexidade crescente,

visando a incorporação e assimilação de novos elementos da realidade.

Savickas defende que o interesse traduz um esforço complexo e adaptativo de

utilização do contexto pessoal para satisfação das necessidades e valores,

definindo assim o interesse como um estado de consciência caracterizado por

prontidão de resposta a estímulos ambientais específicos que predispõe para o

conhecimento através da atenção selectiva relativamente ao estímulo

percepcionado. A focalização da atenção é acompanhada por afecto,

caracterizado pelo sentimento de agrado e por uma avaliação desse

sentimento em termos de satisfação e gratificação antecipadas que, por sua

vez, impulsionam uma aproximação ao estímulo indutor da atenção selectiva

(Leitão, 2004). Interesses podem ser definidos como tendências ou disposições

relativamente estáveis ou duráveis orientados para diferentes domínios de

actividades e de experiencias num certo meio cultural (Dupont et al). Os

interesses não se confinam ao meio profissional mas também englobam os

momentos de lazer.

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Manual de Orientação Escolar e Profissional

Capacidade Lógica Página 41

Estratégias de avaliação de Interesses

Os interesses e respectiva avaliação desde sempre ocuparam um lugar

fundamental no processo de O.E.P, uma vez que tem-se vindo a verificar na

prática vocacional, o destaque do interesse enquanto dimensão diferenciadora

das escolhas vocacionais. Parsons e Strong defendem que os interesses têm

grande importância, tanto na escolha profissional como na satisfação da

carreira, no êxito e no empenho. Strong distinguiu uma importância relativa

entre capacidades e interesses, concluindo que os sujeitos que mais

necessitam de apoio para a sua escolha vocacional são os que possuem boas

capacidades para desempenharem com êxito um maior número de actividades

sentindo-se divididos entre vários interesses.

Super (1964) classificou os interesses em quatro estratégias globais de

avaliação:

1) Interesses expressos – aquilo pelo qual o sujeito diz ter interesse;

2) Interesses manifestados – observações de comportamentos

quotidianos do sujeito nos seus contextos de vida por determinação

de padrões de actividades decorrentes;

3) Interesses testados – através dos testes de atenção e memoria que

o sujeito revela focalizando-se selectivamente e/ou retendo e

evocando aquilo, que para ele, se reveste de interesse;

4) Interesses inventariados – através de respostas a questões

múltiplas e variadas, organizadas em itens, face aos quais, o sujeito

exprime atracção, rejeição ou indiferença relativamente a um

conjunto diversificado de actividades convertíveis, de forma objectiva,

num resultado quantificável (ex: I.P.P)

Dupont et al (1979) reorganizou estas quatro estratégias de avaliação de

Supor em dois eixos organizativos: (1) em função dos procedimentos utilizados,

através da utilização de uma metodologia sistémica de avaliação destinada aos

interesses testados e avaliados, ou por ausência da metodologia sistémica de

avaliação dos interesses expressos e manifestos; (2) assente na dicotomia

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Manual de Orientação Escolar e Profissional

Capacidade Lógica Página 42

entre aquilo por que o sujeito diz ter interesse (interesses expressos e

inventariados) e aquilo que é possível observar partindo do seu comportamento

manifesto (interesses testados e manifestados).

Muitos autores criticam esta teoria dicotómica, porque defendem que

existem metodologias de avaliação sistémica que se revelam complementares

no processo E.O.P. Hoje em dia faz mais sentido avaliar os interesses em

função da abordagem utilizada (abordagem quantitativa vs abordagem

qualitativa).

A avaliação quantitativa, enquanto observação indirecta do

comportamento do sujeito, destina-se à avaliação dos interesses inventariados

e testados. Assim, a metodologia associada aos interesses testados tem vindo

a ser ultrapassada, pois vários estudos têm revelado que as condições sociais

e familiares, as pressões sociais e factores subjectivos tendem a enviesar os

resultados das medidas desses interesses. Deste modo, o surgimento de

instrumentos estandardizados (inventários), cientificamente construídos e

testados, possibilitam uma abordagem mais ampla e diversificada dos

interesses e são, de rápida, fácil e económica aplicação, permitindo um fácil

apuramento dos resultados.

Devido a todas as suas vantagens é utilizada a avaliação quantitativa

dos interesses inventariados. Os inventários constituem os instrumentos mais

comuns nesta prática. O seu papel é medir as aspirações ou preferências

profissionais, com o objectivo de prever a escolha vocacional, assim como, os

diferentes critérios associados – sucesso, satisfação e adaptação. Integram

listagens de actividades, objectos ou tipos de pessoas relativamente as quais

os indivíduos deverão manifestar uma resposta de atracção, rejeição ou

indiferença. De seguida, estas respostas são somadas produzindo resultados

por escala que se encontram organizados em perfis estandardizados e

representativos do padrão de interesses vocacionais do sujeito por referência a

um grupo normativo. Apresentam-se a seguir pressupostos teóricos que

conduziram à construção de inventários de interesses:

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Manual de Orientação Escolar e Profissional

Capacidade Lógica Página 43

As respostas dadas pelo sujeito são possíveis de transmitir informação

pertinente acerca do seu grau de interesse relativamente a ocupações

ou actividades que lhe são familiares.

Tanto as actividades familiares como as não familiares têm em comum o

mesmo factor estrutural, logo:

As ocupações e actividades familiares podem ser utilizadas como itens e

inventários de interesses para identificar interesses ocupacionais não

familiares.

Contextos de Aplicação da Avaliação de Interesses:

� Educacional – a avaliação dos interesses revela-se de grande utilidade

para promover a motivação para a aprendizagem.

� Organizacional – com o intuito de seleccionar pessoas de acordo com o

grau de satisfação no trabalho.

� Aconselhamento Vocacional – os resultados de qualquer inventário de

interesses deverão ser interpretados e comunicados ao cliente de forma

a promover o auto-conhecimento, facilitar a tomada de decisão e ajudar

a elaborar o projecto de vida. Assim, é importante para o conselheiro,

conhecer o modo como os clientes codificam e memorizam a informação

para conceber estratégias adequadas à integração dos conhecimentos

obtidos na avaliação de interesses no processo de aconselhamento

vocacional.

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Manual de Orientação Escolar e Profissional

Capacidade Lógica Página 44

IPP – Interesses e Preferências Vocacionais

Discrição da Prova

Autora: Maria Victória de La Cruz

Adaptação Portuguesa: a tradução da prova foi efectuada por três

pessoas diferentes, com o especial cuidado de manter os itens o mais possível

da versão original.

Material: o IPP integra um manual, com perguntas, folhas de respostas

e com uma pendisk para cotação.

Tempo de administração: de 30 a 60 minutos

Público-alvo: adolescentes e adultos a partir dos 13 anos de idade,

sendo mais adequada a aplicação entre os 13 e os 18 anos. No entanto, a sua

aplicação é valida em adultos activos para estabelecer planos de formação ou

para tomar decisões acerca da mobilidade de pessoal.

Objectivos: avaliar os interesses dos jovens e adultos em 17 campos

profissionais, tendo em atenção as profissões e tarefas que integram cada um

deles; ajudar os jovens e adultos a conhecerem melhor os seus interesses;

ajudar os jovens e a orientar-se para profissões que lhe possam proporcionar

maior satisfação no trabalho.

O questionário é constituído por 24 itens e integra elementos que

reflectem profissões e elementos que descrevem actividades e tarefas

características de cada profissão. No total encontram-se representados em 17

campos profissionais que passaremos a descrever no quadro abaixo:

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Manual de Orientação Escolar e Profissional

Capacidade Lógica Página 45

CAMPOS ACTIVIDADES PROFISSÕES

Científico –

Experimental

Investigar e realizar experiencias em diversas

áreas da ciência.

Geólogo, físico, químico,

astrónomo, psicólogo,

matemático, botânico,

analista informático.

Cientifico - Técnico

Utilizar os conhecimentos científicos na indústria.

Projectar e dirigir a construção de edifícios, zonas

urbanas ou comerciais, bairros, parques, zonas de

recreio, carris ferroviários, pontes, etc. Desenvolver

novos produtos: motores, maquinas, aviões, …

Arquitecto, engenheiro,

controlador aéreo, piloto.

Cientifico - Sanitário

Atender feridos e doentes para curar ou prevenir

doenças. Fazer diagnósticos, prescrever e

administrar tratamento médico e cirúrgico em seres

humanos e em animais. Receitar medicamentos,

etc.

Medico, veterinário,

cirurgião farmacêutico,

fisioterapeuta, dentista,

dietista.

Teórico - Humanista

Realizar estudos e investigações sobre as origens,

a evolução, a história e o comportamento do

Homem como individuo e como membro da

sociedade. Divulgar doutrinas e realizar cerimónias

de culto.

Antropólogo, historiador,

arqueólogo, conservador

dos museus, filósofo,

sacerdote.

Literário

Escrever obras de diferentes géneros literários para

representação ou publicação. Escrever criticas de

obras literárias, artísticas ou musicais. Escrever,

preparar e seleccionar informações para publicação

em revistas ou jornais ou para difusão via rádio ou

televisão.

Escritor, romancista,

guionista de rádio,

televisão ou cinema,

locutor/apresentador,

jornalista, dramaturgo,

poeta, autor de letras e

canções.

Psicopedagógico

Dar aulas a alunos de vários níveis de ensino.

Ensinar pessoas física ou mentalmente diminuídas.

Investigar e aconselhar sobre métodos

pedagógicos. Organizar e dirigir actividades

educativas em centros escolares.

Estudar o comportamento humano e os problemas

Professor, pedagogo,

educador de infância,

psicólogo escolar,

reeducador de

delinquentes, orientador,

reeducador de

toxicodependentes,

Page 46: Manual - Orientação Escolar e Profissional

Manual de Orientação Escolar e Profissional

Capacidade Lógica Página 46

psicológicos no campo da educação. director de colégio.

Politico - Social

Dirigir a polícia nacional ou participar nela,

interpretar as leis para a sua integração na policia

nacional, dirigir empresas publicas. Ajudar

membros da comunidade, tendo em conta factores

económicos e sociais. Administrar a justiça, intervir

face aos tribunais representando o Estado ou

entidades privadas. Autorizar e registar

documentos jurídicos.

Advogado, sociólogo,

assistente social,

diplomata, politico,

notário, juiz, assessor

jurídico.

Económico -

Empresarial

Planear, organizar, dirigir e controlar actividades de

empresas e/ou dos seus departamentos nos

sectores industriais ou de serviços. Realizar

estudos ou previsões sobre problemas

relacionados com a economia do país ou da

empresa.

Economista, empresário,

gerente de empresa,

director bancário,

assessor económico,

director financeiro,

assessor fiscal.

Persuasivo –

Comercial

Organizar, coordenar e dirigir, por conta dos

proprietários, as actividades da empresa ou

estabelecimentos dedicados ao comércio, compra

e venda de mercadorias, serviços, seguros, etc.

Director de vendas,

agente de seguros,

encarregado de relações

públicas, director de

empresas turísticas,

agente de espectáculos,

técnico de publicidade.

Administrativo

Organizar ou realizar o trabalho administrativo

normal de escritório: registo de operações

comerciais ou financeiras, reprodução de textos

transmitidos oralmente ou por escrito, utilização de

máquinas de escritório e de instalações telefónicas,

realização de pagamentos e cobranças, etc.

Operador de computador,

escriturário, telefonista,

administrativa, secretaria.

Desportivo

Participar em competições desportivas. Treinar ou

preparar desportistas para melhorar o seu

rendimento, o conhecimento e a técnica desportiva.

Zelar para que se cumpra o rendimento desportivo.

Arbito de competições

desportivas, atleta,

futebolista, jogador de

basquete, ciclista,

treinador, preparador

físico.

Page 47: Manual - Orientação Escolar e Profissional

Manual de Orientação Escolar e Profissional

Capacidade Lógica Página 47

Agro-pecuário

Dirigir explorações agrícolas ou de pesca. Cultivar

o campo. Criar animais. Cuidar e explorar as

florestas. Dedicar-se à pesca.

Agricultor, ganadeiro,

engenheiro agrónomo,

pastor, pescador,

jardineiro, criador de aves

ou outro tipo de animais.

Artístico - Musical

Compor, dirigir ou interpretar obras musicais no

teatro, cinema, rádio ou televisão. Cantar como

solista ou como membro de um grupo musical.

Criar coreografias para ballet e espectáculos

musicais. Dançar a solo, aos pares ou como

membro de um grupo de dança.

Compositor de música

moderna, autor e

interprete de canções,

cantor de opera, director

de orquestra, cantor,

pianista, violinista,

director de coro, bailarino,

coreógrafo.

Artístico - Plástico

Criar e realizar obras artísticas de escultura,

pintura, desenho ou gravação. Restaurar obras de

arte. Desenhar objectos decorativos. Ilustrar livros,

revistas e folhetos. Fotografar pessoas, animais,

paisagens ou objectos para publicação ou

publicidade.

Pintor, desenhador,

escultor, restaurador de

obras de arte, decorador,

ilustrador de livros,

cenógrafo, fotógrafo,

operador de câmara,

fotógrafo de publicidade.

Militar - Segurança

Pertencer aos corpos militares. Prestar serviços em

estabelecimentos militares. Realizar funções de

protecção, segurança e vigilância. Proteger

pessoas e evitar violações à lei.

Militar, oficial da Armada,

policia, oficial do exército,

segurança.

Aventura - Risco

Fazer viagens ou explorações arriscadas: voos

espaciais, descidas a grutas, explorações

submarinas, etc. Domar animais selvagens.

Participar em corridas de carros ou motos.

Astronauta, espeleólogo,

explorador, piloto de

corridas, domador,

toureiro, detective.

Mecânica - Manual

Construir ou reparar utensílios ou objectos usando

ferramentas manuais ou maquinas. Montar, manter

ou reparar instalações ou aparelhos eléctricos.

Construir ou reparar edifícios. Colocar azulejos.

Instalar tubos para gás e água. Confeccionar

tecidos ou roupas à mão ou maquina.

Construtor de

instrumentos musicais,

modista, relojoeiro,

sapateiro, ceramista,

joalheiro, pedreiro,

electricista.

Page 48: Manual - Orientação Escolar e Profissional

Manual de Orientação Escolar e Profissional

Capacidade Lógica Página 48

Normas de Aplicação

Gerais:

� O IPP deve ser aplicado quando os sujeitos não estiverem cansados;

� Não se deve interromper a sua realização;

� A sala, onde vai ser aplicado, deve ser bem iluminada e ampla, de forma

que os sujeitos possam estar suficientemente distanciados;

� O tempo de aplicação deve ser suficientemente vasto para completar a

prova, dar as instruções e esclarecer eventuais dúvidas antes de se dar

inicio às respostas do questionário;

� O examinador deverá permanecer na sala durante todo o tempo de

aplicação da prova;

� É conveniente fornecer aos sujeitos uma breve explicação do motivo por

que se efectua o exame, enfatizando a relevância da sinceridade das

respostas;

� O examinador deve estar familiarizado com as instruções de aplicação e

com o conteúdo do questionário e também com o material a utilizar;

� Deve-se evitar que alguns dos sujeitos comece a responder antes de se

dar o sinal de inicio e orientador deve alertar para que todos os

esclarecimentos sejam feitos em voz alta antes de se iniciar a prova,

para que não haja interrupções subsequentes;

� No decorrer da realização do questionário, o examinador deverá

observar discretamente se os sujeitos respondem ao mesmo de forma

correcta e no devido lugar. Sempre que tal não acontece, dão-se as

instruções oportunas.

Page 49: Manual - Orientação Escolar e Profissional

Manual de Orientação Escolar e Profissional

Capacidade Lógica Página 49

Especificas:

� A aplicação inicia-se com a entrega dos cadernos e das folhas de

respostas, com afrente virada para baixo. Depois solicita-se aos sujeitos

que preencham o cabeçalho que se encontra na parte superior da folha

de respostas. Pede-se posteriormente que todos voltem o caderno e o

examinador lê as instruções em voz alta, pedindo aos sujeitos que sigam

a leitura em silêncio.

� Depois de lidas as instruções, o examinador diz:

“Para responder a cada frase têm que marcar uma das alternativas

(A,B,C ou D) da seguinte forma: se gostam da profissão ou da actividade

expressa no caderno deverão marcar um X por baixo da letra A, se vos é

indiferente ou têm dúvidas marcam o espaço da letra B, se não gostam

marcam o espaço da letra C e se não conhecem ou não têm informação

suficiente para decidir marcam o espaço por baixo da letra D.”

Cotação e Pontuação

1º Passo: observa-se o número de itens respondidos (para que a prova

possa ser interpretada adequadamente, a percentagem de respostas

pontuáveis deve ser, pelo menos, 70%, ou seja, 142 respostas);

2º Passo: verifica-se o número de vezes que o sujeito marcou as

alternativas A, B, C e D;

3º Passo: inserem-se os dados no computador ou na folha de cotação

que determinará os resultados brutos de cada escala;

4º Passo: a prova proporciona 34 pontuações, 17 do tipo Ac (tarefas ou

actividades) e 17 do tipo Pr (Profissões). A pontuação directa máxima em cada

escala é de 12 pontos para Ac e 12 pontos para Pr. Escolhe-se, depois a tabela

de normas a utilizar em função das habilitações e do sexo do sujeito, obtendo-

se as notas derivadas e a representação gráfica do perfil.

Page 50: Manual - Orientação Escolar e Profissional

Manual de Orientação Escolar e Profissional

Capacidade Lógica Página 50

Interpretação

Perfil plano: Quando um perfil apresenta altos e baixos poderá indicar

que a pessoa não tem preferências marcadas nem um forte interesse por

nenhum dos campos, assim este perfil não permite orientar o sujeito para áreas

específicas.

Discrepâncias entre pontuações em Ac e Pr: Poderá indicar que o

sujeito não tem informação suficiente sobre as actividades implicadas numa

profissão. Estas discrepâncias também poderão derivar de causas extremas,

como pressões familiares, prestigio e remuneração, que poderão levar o sujeito

a responder contrariamente aos seus interesses reais.

Percentagem de respostas inferior a 50% (120 respostas): Os

resultados não são validos para interpretação.

Percentagem excessiva de respostas numa direcção: É necessário

encarar estes resultados com muita reserva, porque há probabilidade de o

questionário não ter sido respondido com sinceridade, sendo necessário

explorar as razoes que levaram o sujeito a responder daquela maneira. De La

Cruz aponta razoes que poderão conduzir a estes resultados: pouco domínio

da leitura ou do idioma, erros ao anotar as respostas, o sujeito responde sem

ler os elementos e sem considerar as alternativas e falha compreensão das

instruções.

Page 51: Manual - Orientação Escolar e Profissional

Manual de Orientação Escolar e Profissional

Capacidade Lógica Página 51

Vantagens e Limitações

O inventário de Interesses e Preferências Profissionais tem como

principal vantagem o facto de englobar uma grande gama de campos

profissionais, o que facilita em termos de interpretação e de possibilidade de

escolha para os sujeitos. Ainda, o facto da prova englobar descrições de

actividades associadas a profissões especificas, permite analisar o grau de

informação que o sujeito possui acerca dos vários tipos de ocupações

profissionais.

A limitação da prova está relacionada com o número elevado de itens de

resposta que poderão levar à fadiga dos sujeitos, o que fará com que comecem

a responder ao acaso, invalidando, assim a interpretação dos resultados.

Bibliografia:

� Dupont, J. B., Gendre, F. S., Descombes, J. P. (1979). La Psychologie

des Intérêts. Ed. Puf, Le Psychologue Presses Universitaires de France.

108, BD. Saint Germain, 75006 Paris;

� Leitão, L.M (2004), Avaliação Psicológica em Orientação Escolar e

Profissional. Ed.: Quarteto: Coimbra;

� Savickas, M.L (1995). Uma nova epistemologia para a psicologia

vocacional. trad. De Eduardo J. R. Santos. 1ª ed. Lisboa: Universidade

Lusófona de Humanidades e Tecnologias;

� Super, D. E. (1964) Les Psychologie dês intêréts. Paris: PUF.

l

Page 52: Manual - Orientação Escolar e Profissional

Manual de Orientação Escolar e Profissional

Capacidade Lógica Página 52

Módulo VI

Transmissão da Informação e Aconselhamento

Introdução

Após uma análise da informação disponível para as várias

possibilidades, o sujeito terá de tomar uma decisão e aí, este irá projectar os

seus desejos, interesses, questões, barreiras e preocupações nessas

possibilidades, antecipação de sucessos, fracassos e satisfações.

Mesmo nestas projecções podem ocorrer erros, pois o sujeito pode

sobrevalorizar factores menos relevantes ou mais importantes, daí a

necessidade do conselheiro intervir, alertando para todos estes aspectos.

Relatório de Orientação Escolar e Profissional

Ao realizar um relatório de devolução de resultados é importante ter em

atenção o motivo da consulta de Orientação Escolar e Profissional. No relatório

deverá ser esclarecido esse motivo, assim como a orientação da própria

consulta, deste modo deve-se esclarecer o orientando acerca do que é a O.E.P

e clarificar o sentido dos resultados. Estes revelam um sentido temporal face

ao problema que levou ao pedido de orientação. Assim, os resultados da

avaliação de O.E.P são em função do problema sentido pelo sujeito aquando

do pedido, podendo-se obter resultados diferentes se os testes forem aplicados

noutro momento da vida do sujeito. As dimensões avaliadas são passíveis de

mudança, pois a validade dos resultados também poderá ser alterada.

No relatório de orientação apresenta-se os resultados das avaliações

que foram realizadas e esses resultados são apresentados em termos da sua

utilidade para o sujeito. Não deverão ser descritos em termos quantitativos,

mas sim qualitativos explicando como é que esses resultados foram obtidos. A

informação não deve ser comunicada de uma forma demasiado técnica, para

Page 53: Manual - Orientação Escolar e Profissional

Manual de Orientação Escolar e Profissional

Capacidade Lógica Página 53

ser de fácil compreensão a todos os sujeitos, contudo devemos extrapolar as

conclusões para a vida quotidiana do sujeito e, tanto quanto possível, indicar

propostas de actividades.

No relatório de aconselhamento vocacional deverão constar as

seguintes informações:

1. Identificação do orientando;

2. Motivo do pedido de orientação;

3. Esclarecimento da validade temporal do aconselhamento;

4. Identificação dos instrumentos utilizados e das dimensões avaliadas;

5. Esclarecimento dos resultados;

6. Propostas de actividades a desenvolver;

7. Aconselhamento efectivo.

As conclusões presentes no relatório terão como objectivo a preparação

do sujeito para futuras decisões de carreira.

Cuidados a ter na Comunicação de Resultados

No contexto de aconselhamento de carreira, o orientador deverá ter

especial cuidado na avaliação dos interesses e na comunicação dos resultados

ao sujeito. É essencial conhecer o modo como os sujeitos codificam e

memorizam a informação para conceber estratégias adequadas à integração

dos conhecimentos obtidos na avaliação quantitativa e qualitativa dos

interesses no processo de aconselhamento vocacional. O conselheiro deverá

adoptar estratégias adequadas na devolução dos resultados da avaliação e na

qualidade da comunicação estabelecida, assim como, promover a motivação

do consulente. Assim, o psicólogo vocacional poderá aumentar as suas

competências de comunicação dos resultados através de:

Page 54: Manual - Orientação Escolar e Profissional

Manual de Orientação Escolar e Profissional

Capacidade Lógica Página 54

Preparar antecipadamente a discussão dos resultados,

familiarizando-se com os seus pormenores, escolhendo os aspectos que

devem ser enfatizados, relacionando-os e integrando-os com fontes de

informação prévias sobre o caso e analisando as consistências e

inconsistências obtidas na avaliação.

Utilizar uma comunicação simples e empática, expressiva,

concreta e ajustada ao nível cultural e de desenvolvimento do cliente.

A informação deverá ser devolvida através de um grau de

complexidade crescente, começando por solicitar ao sujeito uma

previsão dos seus resultados para de seguida confronta-los com os seus

resultados da avaliação efectuada. Pretende-se assim levar o sujeito a

reagir aos seus resultados, cabendo ao psicólogo o papel de o ajudar a

interpretar a avaliação enquanto hipóteses que requerem confirmação

através das experiencias previas dos sujeitos.

O conselheiro deverá incentivar o sujeito a recapitular os

resultados, por palavras suas ou através de dramatizações, promovendo

a integração da informação no seu auto-conceito funcional e constituindo

uma estratégia de síntese da entrevista na devolução de resultados

(Leitão, 2004).

O psicólogo deverá ponderar os conteúdos do relatório de

aconselhamento e corrigi-los sempre que constatar a presença de

informações imprecisas.

Page 55: Manual - Orientação Escolar e Profissional

Manual de Orientação Escolar e Profissional

Capacidade Lógica Página 55

A informação Escolar e Profissional

A decisão de carreira implica uma grande recolha da informação para se

obter um maior número de alternativas, aumentando, desta forma a

possibilidade de escolhas satisfatórias.

Uma decisão de carreira implica a existência de um decisor que, perante

as várias alternativas existentes, utiliza critérios para as comparar e avaliar,

antecipando resultados ou consequências. Cada resultado ou consequência

tem duas características, probabilidade de sucesso e valência. Partindo desta

perspectiva, a informação escolar e profissional de acordo com uma estratégia

que facilite o estabelecimento de compromissos, assim, quando adoptamos

determinados critérios, temos que elaborar com o sujeito uma estratégia em

que esses critérios são organizados de forma coerente.

A teoria gestáltica, recorreu a vários tipos de estudos que concluíram

que as pessoas não baseiam as suas decisões em processos apenas

cognitivos, mas existem estratégias motivacionais que vão reforçar as decisões

tomadas à partida. Através dos critérios racionais (alternativas, consequências

e comparações de acções em termos de probabilidade e em termos de

valências) o sujeito tomará melhor as suas decisões e os processos

motivacionais vão reforçar essa tomada de decisão. Codificamos mais

rapidamente as informações que respeitam as nossas preferências mas

também utilizamos o controlo emocional na tomada de decisão.

Assim, cabe ao conselheiro vocacional as seguintes tarefas:

� Identificar a informação que os clientes precisam;

� Verificar onde essa informação pode ser obtida;

� Verificar se a informação obtida é precisa e actual;

� Planear a utilização eficaz dessa informação;

Page 56: Manual - Orientação Escolar e Profissional

Manual de Orientação Escolar e Profissional

Capacidade Lógica Página 56

Modalidades:

� Materiais impressos

� Computadores

� Visitas de estudo

� Abordagens interactivas (ex: entrevistas a profissionais) e

personalizadas.

Conteúdos:

� Natureza do trabalho

� Condições e ambiente de trabalho

� Qualificações pessoais exigidas

� Formação exigida

� Acesso à profissão

� Proveitos económicos e outros

� Possibilidade de progressão

� Perspectivas de emprego

Objectivos:

� Facilitar a capacidade de planificação de carreira do sujeito;

� Obter um impacto positivo na representação do mundo

profissional dos sujeitos;

� Aumentar a sua complexidade cognitiva;

� Obter um maior conhecimento dos seus mecanismos de

processamento da informação e dos enviesamentos utilizados.

Page 57: Manual - Orientação Escolar e Profissional

Manual de Orientação Escolar e Profissional

Capacidade Lógica Página 57

Bibliografia:

- Leitão, L.M (2004), Avaliação Psicológica em Orientação Escolar e

Profissional. Ed. Quarteto: Coimbra;

- Silva, J.M (s.d), Dimensões da Indecisão de Carreira – Investigação

com adolescentes.

.

Page 58: Manual - Orientação Escolar e Profissional

Manual de Orientação Escolar e Profissional

Capacidade Lógica Página 58

ANEXOS

Page 59: Manual - Orientação Escolar e Profissional

Manual de Orientação Escolar e Profissional

Capacidade Lógica Página 59

Módulo I

Oferta Formativa no Secundário

Cursos Científico-Humanísticos Cursos Tecnológicos

� Construção Civil e Edificações

� Electrotecnia / Electrónica

� Informática

Cursos de Ciências e Tecnologias

� Desporto

� Ordenamento do Território e

Ambiente

� Design de Equipamento

Curso de Artes Visuais

� Multimédia

Curso de Ciências Sócio-Económicas � Administração

� Marketing

Curso de Ciências Sociais e Humanas

� Acção Social

Curso de Línguas e Literaturas

Para mais informações:

Visite os sites: http://www.dgidc.min-edu.pt/orientacao/of_form.asp

http://www.acessoensinosuperior.pt

Page 60: Manual - Orientação Escolar e Profissional

Manual de Orientação Escolar e Profissional

Capacidade Lógica Página 60

Módulo II:

Exemplo de uma Entrevista de Orientação Escolar e

Profissional

Gabinete de Psicologia

Ficha Individual

1. Identificação

Nome ____________________________________________________

Idade: _________ Data de Nascimento ____/____/___

Morada: __________________________________________________

_________________________________________________________

Contacto telefónico: _________________________

Habilitações Literárias: _______________

Motivo da Consulta: ________________________________________

Já alguma vez foi a uma consulta de psicologia? __________________

Por que motivo? _________________________________________

Outras observações: ______________________________________

Page 61: Manual - Orientação Escolar e Profissional

Manual de Orientação Escolar e Profissional

Capacidade Lógica Página 61

2.Família

Habilitações Profissão Observações

Pai

Mãe

Irmãos:

Sexo(M/F) Idade Habilitações Profissão Observações

3. Saúde

____________________________________________________________

____________________________________________________________

____________________________________________________________

____________________________________________________________

Page 62: Manual - Orientação Escolar e Profissional

Manual de Orientação Escolar e Profissional

Capacidade Lógica Página 62

4.Percurso Escolar

a) Alguma vez reprovou? SIM /NÃO

- Se sim, o que pensa que contribuiu para isso?

_________________________________________________________

_________________________________________________________

b)Quais as três disciplinas que teve melhores notas no seu ultimo ano

de escolaridade?

_________________

_________________

_________________

- O que contribuiu para isso?

_______________________________________________________

_______________________________________________________

c)Quais as três disciplinas que teve piores notas no seu ultimo ano de

escolaridade?

________________

________________

________________

– O que contribuiu para isso?

_____________________________________________________

_____________________________________________________

_____________________________________________________

Page 63: Manual - Orientação Escolar e Profissional

Manual de Orientação Escolar e Profissional

Capacidade Lógica Página 63

d)Quais as disciplinas que mais gosta/gostou?

_____________; _______________ ; _______________

Porquê?

______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

5. Percurso Profissional

a) Profissão actual: ____________________________________

b) Já teve outras profissões? SIM /NÃO

- Quais?

_____________________________________________________

_____________________________________________________

c) Quais as funções que mais gostou de desempenhar?

______________________________________________________

_____________________________________________________

d) Quais as funções que menos gostou de desempenhar?

______________________________________________________

______________________________________________________

e)Que profissão (ões) gostaria de vir a exercer no futuro?

______________________________________________________

Page 64: Manual - Orientação Escolar e Profissional

Manual de Orientação Escolar e Profissional

Capacidade Lógica Página 64

f) O que acha que é necessário para isso?

______________________________________________________

______________________________________________________

e) Se tem cônjuge, qual a sua profissão?

______________________________________________________

______________________________________________________

6. Tempos Livres:

Como costuma ocupar os seus tempos livres?

_______________________________________________________

_______________________________________________________

_______________________________________________________

_______________________________________________________

7. Refira três coisas que gostaria de realizar nos próximos 20 anos.

_______________________________________________________

_______________________________________________________

_______________________________________________________

_______________________________________________________

8. Observações finais:

_______________________________________________________

_______________________________________________________

_______________________________________________________

______________________________________________________

Data: ____/____/_____ A Psicóloga _______________

Page 65: Manual - Orientação Escolar e Profissional

Manual de Orientação Escolar e Profissional

Capacidade Lógica Página 65

Módulo III

Teste de Tipologia de Holland

A FESTA

Abaixo encontra-se uma perspectiva aérea (a partir de um andar de cima) de uma sala de aula em que está a decorrer uma festa. Nesta festa as pessoas com interesses iguais ou semelhantes juntaram-se (por alguma razão) no mesmo canto da sala – tal com se encontra a seguir descrito.

F

B E

D C

Pessoas que têm habilitações

atléticas ou mecânicas preferem

trabalhar com objectos,

maquinas, instrumentos, plantas

ou animais, ou trabalhar fora de

casa.

Pessoas que gostam

de observar, aprender,

investigar, analisar,

avaliar ou resolver

problemas.

A

Pessoas que gostam de trabalhar com dados,

possuem uma aptidão numérica ou uma

preferência pelo trabalho de escritório, que

lidam com as coisas em detalhe, e que levam as

coisas até ao fim seguindo as instruções dadas.

Pessoas que têm aptidões artísticas, criativas ou

são muito intuitivas e que gostam de trabalhar

em situações não estruturadas, fazendo uso da

sua imaginação ou criatividade.

Pessoas que gostam de trabalhar com

pessoas influenciando, persuadindo

ou executando, liderando ou gerindo,

tendo em vista objectivos

organizacionais ou ganhos

económicos.

Pessoas que gostam de

trabalhar com pessoas –

informando, esclarecendo,

ajudando, treinando,

desenvolvendo ou curando:

são pessoas com o dom da palavra.

Page 66: Manual - Orientação Escolar e Profissional

Manual de Orientação Escolar e Profissional

Capacidade Lógica Página 66

1.Qual é o canto da sala que mais impulsivamente te atrairia por abarcar o grupo de pessoas com quem mais gostarias de passar a maior parte do tempo? (não penses em qualquer tipo de embaraço ou na necessidade de falar com eles). Escreve a letra desse canto no seguinte quadrado:

2. Passados 15 minutos, todas as pessoas haviam deixado o canto que tinhas escolhido, indo para outra festa, à excepção de ti. Qual dos grupos que ainda restam te atrairia mais, como sendo as pessoas com quem gostarias de passar a maior parte do tempo? Escreve a letra nesse canto no seguinte quadrado:

3. Depois de 15 minutos, este grupo deixa igualmente a festa e parte para outra, e ficas só nesse canto. Dos grupos que restam com qual te agradaria mais passar a maior parte do tempo? Escreve a letra nesse canto no seguinte quadrado:

Page 67: Manual - Orientação Escolar e Profissional

Manual de Orientação Escolar e Profissional

Capacidade Lógica Página 67

Módulo IV

Bateria de Provas de Raciocínio Diferencial

A Folha de Respostas e a Grelha de Cotação da BPRD encontra-se num

documento à parte do manual.

Em baixo encontram-se as respectivas tabelas de resultados normativos para

alunos do 9º ano e 12º ano de escolaridade do género masculino e feminino.

BPRD – Resultados normativos para alunos do 9º ano

Masculino (N=713)

Classe NR VR SR AR MR

1 0 - 5 0 - 13 0 - 6 0 - 12 0 – 10

2 6 – 9 14 – 17 7 – 10 13 – 16 11 – 14

3 10 – 13 18 – 21 11 – 14 17 – 20 15 – 19

4 14 – 16 22 – 25 15 – 18 21 – 24 20 – 23

5 17 – 20 26 – 29 19 – 22 25 – 28 24 – 27

6 21 – 25 30 – 34 23 – 27 29 – 33 28 – 32

7 26 – 30 35 – 40 28 – 30 34 – 33 33 – 40

M 15.7 23.9 17.4 22.7 21.8

DP 3.72 3.98 4.05 3.93 4.2

Page 68: Manual - Orientação Escolar e Profissional

Manual de Orientação Escolar e Profissional

Capacidade Lógica Página 68

Feminino (N = 877)

Classe NR VR SR AR MR

1 0 - 4 0 - 11 0 - 4 0 – 10 0 – 16

2 5 – 7 12 – 16 5 – 8 11 – 14 7 – 10

3 8 – 11 17 – 20 9 – 12 15 – 18 11 – 13

4 12 – 14 21 – 24 13 – 16 19 – 22 14 – 17

5 15 – 18 25 – 28 17 – 20 23 – 26 18 – 21

6 19 – 22 29 – 33 21 – 25 27 – 31 22 – 26

7 23 – 30 34 – 40 26 – 30 32 – 35 27 – 40

M 13.4 23.2 15.3 20.8 16.3

DP 3.48 4.31 4.01 3.99 3.81

BPRD – Resultados normativos para alunos do 12º ano

Masculino (N=971)

Classe NR VR SR AR MR

1 0 - 8 0 - 15 0 - 8 0 – 14 0 – 11

2 9 – 12 16 – 19 9 – 12 15 – 18 12 – 6

3 13 – 15 20 – 23 13 – 16 19 – 21 17 – 21

4 16 – 19 24 – 27 17 – 20 22 – 25 22 – 25

5 20 – 23 28 – 31 21 – 24 26 – 29 26 – 30

6 24 – 28 32 – 36 25 – 28 30 – 33 31 – 36

7 29 – 30 37 – 40 29 – 30 34 – 35 37 – 40

M 18.4 25.9 19.3 24.3 24.2

DP 3.80 4.27 4.27 3.54 4.77

Page 69: Manual - Orientação Escolar e Profissional

Manual de Orientação Escolar e Profissional

Capacidade Lógica Página 69

Feminino (N=1160)

Classe NR VR SR AR MR

1 0 - 4 0 - 14 0 - 5 0 – 11 0 – 16

2 5 – 8 15 – 18 6 – 9 12 – 15 7 – 10

3 9 – 12 19 – 22 10 – 13 16 – 19 11 – 14

4 13 – 16 23 – 26 14 – 18 20 – 23 15 – 19

5 17 – 20 27 – 30 19 – 22 24 – 27 20 – 23

6 21 – 25 31 – 35 23 – 28 28 – 32 24 – 28

7 26 – 30 36 – 40 29 – 30 33 – 35 29 – 40

M 15.2 25.1 16.6 21.8 17.5

DP 3.90 4.10 4.40 3.99 4.17

Page 70: Manual - Orientação Escolar e Profissional

Manual de Orientação Escolar e Profissional

Capacidade Lógica Página 70

Módulo V

IPP – Inventário de Preferências Profissionais

Tabela para Cotação manual:

Campos Actividades Profissionais Profissões

Cientifico -

Experimental

Itens: 1,2,46,91,136,181 Itens:3,47,48,92,137,182

Cientifico – Técnico Itens: 4,5,49,50,93,94 Itens:95,138,139,183,140,184

Cientifico - Sanitário Itens: 5, 51,96,141,185,186 Itens: 7,8,52,97,142,187

Teórico - Humanista Itens: 9,53,54,98,143, 188 Itens:10,55,99,100,144,189

Literário Itens:11,56,101,145,146,190 Itens:12,57,100,147,191,192

Psicopedagógico Itens: 13,14,58,103,148,193 Itens: 15,59,60,104,149,194

Politico - Social Itens:16,61,105,106,150, 195 Itens:17,62,107,151,152,193

Económico -

Empresarial

Itens:18,63,108,153, 197,198 Itens: 19,26,64,109,154,199

Persuasivo -

Comercial

Itens:21,65,66,110,155,200 Itens:22,67,111,112,156,201

Administrativo Itens:26,68,113,157,158,202 Itens:24,69,114,159,203,204

Desportivo Itens:25,26,70,71,115,160 Itens:27,72,116,117,161,162

Agro-pecuário Itens:28,29,73,118,163 Itens:30,75,119,120,164,165

Artístico-Musical Itens:31,32,76,77,121,166 Itens:33,78,122,123,167,168

Artístico-Plástico Itens:34,35,79,80,124,169 Itens:36,81,125,126,170,171

Militar-Segurança Itens:37,38,82,83,127,172 Itens:39,84,128,129,173,174

Aventura-Risco Itens:40,41,85,86,130,175 Itens:42,87,131,132,176,177

Page 71: Manual - Orientação Escolar e Profissional

Manual de Orientação Escolar e Profissional

Capacidade Lógica Página 71

Mecânico-Manual Itens:43,44,88,89,133,168 Itens:45,90,134,135,179,180

Tabelas de Cotação Manual:

Cotação Manual

Campo 1: Cientifico - Experimental

Ac Pontuação PR Pontuação

Item 1 Item 3

Item 2 Item 47 Totais

Item 46 Item 48 AC 1 PR 1

Item 91 Item 92

Item 136 Item 137

Item 181 Item 182

Campo 2: Científico-Técnico

Ac Pontuação PR Pontuação

Item 4 Item 5

Item 49 Item 50 Totais

Item 93 Item 95 AC 2 PR 2

Item 94 Item 139

Item 138 Item 140

Item 183 Item 184

Campo 3: Científico - Sanitário

Ac Pontuação PR Pontuação

Item 6 Item 7 Totais

Item 51 Item 8 AC 3 PR 3

Item 96 Item 52

Item 141 Item 97

Item 185 Item 142

Item 186 Item 187

Page 72: Manual - Orientação Escolar e Profissional

Manual de Orientação Escolar e Profissional

Capacidade Lógica Página 72

Campo 4: Teórico-Humanista

Ac Pontuação PR Pontuação

Item 9 Item 10

Item 53 Item 55 Totais

Item 54 Item 99 AC 4 PR 4

Item 98 Item 100

Item 143 Item 144

Item 188 Item 189

Campo 5: Literário

Ac Pontuação PR Pontuação

Item 11 Item 12 Totais

Item 56 Item 57 AC 5 PR 5

Item 101 Item 102

Item 145 Item 147

Item 146 Item 191

Item 190 Item 192

Campo 6: Psicopedagógico

Ac Pontuação PR Pontuação

Item 13 Item 15 Totais

Item 14 Item 59 AC 6 PR 6

Item 58 Item 60

Item 103 Item 104

Item 148 Item 149

Item 193 Item 194

Campo 7: Político - Social

Ac Pontuação PR Pontuação

Item 16 Item 17 Totais

Item 61 Item 62 AC 7 PR 7

Item 105 Item 107

Item 106 Item 151

Item 150 Item 152

Item 195 Item 196

Page 73: Manual - Orientação Escolar e Profissional

Manual de Orientação Escolar e Profissional

Capacidade Lógica Página 73

Campo 8: Económico - Empresarial

Ac Pontuação PR Pontuação

Item 18 Item 19

Item 63 Item 20 Totais

Item 108 Item 64 AC 8 PR 8

Item 153 Item 109

Item 197 Item 154

Item 198 Item 199

Campo 9: Persuasivo - Comercial

Ac Pontuação PR Pontuação

Item 21 Item 22

Item 65 Item 67 Totais

Item 66 Item 111 AC 9 PR 9

Item 110 Item 112

Item 155 Item 156

Item 200 Item 201

Campo 10: Administrativo

Ac Pontuação PR Pontuação

Item 23 Item 24

Item 68 Item 69 Totais

Item 113 Item 114 AC 10 PR 10

Item 157 Item 159

Item 158 Item 203

Item 202 Item 204

Page 74: Manual - Orientação Escolar e Profissional

Manual de Orientação Escolar e Profissional

Capacidade Lógica Página 74

Campo 11: Desportivo

Ac Pontuação PR Pontuação

Item 25 Item 27 Totais

Item 26 Item 72 AC 11 PR 11

Item 70 Item 116

Item 71 Item 117

Item 115 Item 161

Item 160 Item 162

Campo 12: Agropecuário

Ac Pontuação PR Pontuação

Item 28 Item 30 Totais

Item 29 Item 75 AC 12 PR 12

Item 73 Item 119

Item 74 Item 120

Item 118 Item 164

Item 163 Item 165

Campo 13: Artístico - Musical

Ac Pontuação PR Pontuação

Item 31 Item 33 Totais

Item 32 Item 78 AC 13 PR 13

Item 76 Item 122

Item 77 Item 123

Item 121 Item 167

Item 166 Item 168

Campo 14: Artístico - Plástico

Ac Pontuação PR Pontuação

Item 34 Item 36

Item 35 Item 81 Totais

Item 79 Item 125 AC 14 PR 14

Item 80 Item 126

Item 124 Item 170

Item 169 Item 171

Page 75: Manual - Orientação Escolar e Profissional

Manual de Orientação Escolar e Profissional

Capacidade Lógica Página 75

Campo 15: Militar - Segurança

Ac Pontuação PR Pontuação

Item 37 Item 39 Totais

Item 38 Item 84 AC 15 PR 15

Item 82 Item 128

Item 83 Item 129

Item 127 Item 173

Item 172 Item 174

Campo 16: Aventura - Risco

Ac Pontuação PR Pontuação

Item 40 Item 42 Totais

Item 41 Item 87 AC 16 PR 16

Item 85 Item 131

Item 86 Item 132

Item 130 Item 176

Item 175 Item 177

Campo 17: Mecânico - Manual

Ac Pontuação PR Pontuação

Item 43 Item 45 Totais

Item 44 Item 90 AC 17 PR 17

Item 88 Item 134

Item 89 Item 135

Item 133 Item 179

Item 178 Item 180

Page 76: Manual - Orientação Escolar e Profissional

Manual de Orientação Escolar e Profissional

Capacidade Lógica Página 76

Modulo VI

Transmissão da Informação e Aconselhamento

Exemplar de Relatório de Orientação Escolar e Profissional:

Identificação do Sujeito

Nome: xxxxxx

Data de Nascimento: 15 de Março de 1990

Idade: 18 anos

Data de Avaliação: Março 2008

Motivo de Sinalização /Pedido de Orientação:

O xxx veio à consulta de Orientação Vocacional porque encontrava-se a

terminar o 12º ano e necessita de ajuda para tomar uma decisão relativamente ao seu

futuro escolar e profissional, pois não sabe que curso seguir.

O xxx foi submetido a uma entrevista inicial, a um teste de personalidade –

Tipologia de Holland -, a um teste de capacidades – Bateria de Provas de Raciocínio

Diferencial – e a um teste de interesses profissionais – IPP – Interesses e Preferências

Profissionais.

Registou-se:

Entrevista:

No decorrer da entrevista o jovem adoptou uma atitude simpática e

cooperante, mostrando-se motivado na realização de todas as tarefas propostas.

Page 77: Manual - Orientação Escolar e Profissional

Manual de Orientação Escolar e Profissional

Capacidade Lógica Página 77

O xxx tem preferência pelas disciplinas de Matemática, Educação Física e

Inglês, porque gosta de desporto e do modo como aprende matemática e a língua

Inglesa. O jovem não gosta das disciplinas que tem de memorizar demasiado,

preferindo compreender e raciocinar.

O xxx revelou que ainda não se sente seguro para adoptar uma escolha em

termos de uma via de estudo para o seu futuro profissional, porem informou-nos que

tem muito interesse por áreas de matemática e por actividades relacionadas com o

desporto, nomeadamente, fisioterapeuta, professor de educação física.

Os seus tempos livres são ocupados a praticar desporto e a sair com os seus

amigos.

O que o xxx mais valoriza numa carreira profissional é, essencialmente,

ganhar muito dinheiro, ter muitos amigos, poder e prestígio.

Bateria de Provas de Raciocínio Diferencial

Os resultados das provas aplicadas sugerem que as competências mais

desenvolvidas do xxx envolvem a riqueza de vocabulário e a capacidade de

raciocínio, que estão associadas a tarefas administrativas e/ou de gestão e a tarefas

que requerem capacidades de compreensão e expressão verbal, e capacidades de

reconhecimento de elementos figurativos, capacidade de acompanhar mentalmente

os movimentos das figuras no espaço bidimensional e tridimensional, capacidade

para percepcionar formas e o movimento dessas mesmas formas no espaço, boa

capacidade de reflexão, concentração e resistência à fadiga. Estas competências,

geralmente, conduzem a bons desempenhos em áreas técnicas, mecânicas e

artísticas.

O xxx manifesta ainda, aptidão para lidar com números, efectuar cálculos e

inferir e aplicar relações entre números, o que lhe poderá vir a proporcionar bons

desempenhos a actividades que requerem bom raciocínio analítico, capacidade de

concentração e perseveração.

Page 78: Manual - Orientação Escolar e Profissional

Manual de Orientação Escolar e Profissional

Capacidade Lógica Página 78

Tipologia de Holland

O resultado da prova aplicada aponta para a saliência do tipo de Realista,

característico em pessoas robustas, praticas e com boas aptidões físicas. Das

profissões associadas a este tipo destacam-se técnicos de laboratório, alguns ramos

de engenharia, algumas ocupações militares e comercio especializado. O xxx

apresenta algumas características do tipo Convencional, comum em pessoas que

têm preferência por actividades ordenadas, características em trabalhos de

escritório. Estas pessoas adaptam-se bem a grandes organizações e não gostam de

situações ambíguas. A este tipo de personalidade associam-se profissões como:

inspectores bancários, caixas de banco, contabilistas, etc. Ao nível mais periférico, o

xxx apresenta algumas características do tipo Social, o que nos poderá indiciar que

é um jovem sociável, responsável e que gosta de atenção. As pessoas deste tipo

encontram-se em profissões como medico, psicólogo, terapeuta da fala, professor.

IPP – Interesses e Preferências Profissionais

De acordo com os resultados do teste aplicado revelou-se os seguintes

campos profissionais:

- Económico-Empresarial, que envolve tarefas como praticar, organizar, dirigir

e controlar actividades das empresas públicas ou privadas.

- Científcio-Sanitário, que se relaciona com actividades profissionais

realizadas por médicos, farmacêuticos, enfermeiros.

- Persuasivo-Comercial, ligado à direcção, coordenação e organização por

conta dos proprietários, as actividades das empresas ou estabelecimentos

dedicados ao comercio, compra e venda de mercadorias, serviços, seguros, etc

Page 79: Manual - Orientação Escolar e Profissional

Manual de Orientação Escolar e Profissional

Capacidade Lógica Página 79

Conclusão e Aconselhamento

Pela análise dos resultados obtidos, conclui-se que o xxx reúne as

características de personalidade dos tipos Realista, Convencional e Social. Este

jovem valoriza profissionalmente ganhar muito dinheiro, ter poder e prestígio e ter

bons amigos. Apresenta, na sua maioria, capacidades dentro ou mais acima da

media e os seus interesses vocacionais estão essencialmente ligados à área

económico-empresarial, seguindo-se a área de cientifico-sanitária e, como terceira

escolha, a área persuasivo-comercial.

De acordo com estes dados, pode concluir-se que o xxx apresenta

características de personalidade que vão ao encontro dos seus interesses

profissionais. Ainda, apresenta competências que lhe poderão vir a proporcionar um

bom desempenho em várias áreas.

Partindo destas observações seria conveniente que o xxx seguisse uma

carreira que lhe permitisse desenvolver actividades de organização, direcção e

controle de empresas, lidar com números e dados, por um lado, e por outro,

prescrever e administrar tratamento médico para curar e prevenir feridas, lesões e

outras doenças. Assim, o xxx poderá sentir-se realizado em profissões como

empresário, gerente de empresas, director financeiro, director de vendas, agente de

seguros, fisioterapeuta, preparador físico, arbitro, treinador desportivo, operador de

computadores, engenheiro informático, programador informático e arquitecto.

Deste modo, para que o xxx possa reflectir e desenvolver-se um pouco mais

para que a escolha de uma profissão seja mais consciente, aconselha-se que opte

pelo agrupamento 1 (Cientifico – Natural), a fim de, futuramente ingressar no ensino

superior, num dos cursos atrás referidos ou noutro equiparado. O agrupamento 1

será o mais indicado porque proporciona o acesso a um maior número de cursos

superiores, que englobam os interesses e características pessoais do xxx. Assim o

jovem terá uma maior variedade de oportunidades de escolha quando terminar o

12ºano.

Page 80: Manual - Orientação Escolar e Profissional

Manual de Orientação Escolar e Profissional

Capacidade Lógica Página 80

Data

A psicóloga

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