Manual Rede de Frios

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IMUNIZAES

Manual de Rede de Frio

SUMRIO Apresentao Programa Nacional de Imunizaes 1. Rede de Frio 2. Sistema de Refrigerao 2.1. Conceito e histria 2.2. Princpios bsicos de refrigerao 2.2.1. Calor 2.2.1.1. Transferncia de calor 2.2.1.1.1. Conduo 2.2.1.1.2. Conveco 2.2.1.1.3. Radiao 2.2.1.2. Relao entre temperatura e movimento molecular 2.2.1.3. Conveco natural - densidade 2.2.2. Temperatura 2.3. Tipos de Sistema 2.2.4.1. Compresso 2.2.4.1. Componentes e elementos do sistema de refrigerao por compresso. 2.2.4.1.1. Compressor 2.2.4.1.2. Condensador 2.2.4.1.3. Filtro desidratador 2.2.4.1.4. Controle de expanso do fluido refrigerante 2.2.4.1.5. Evaporador 2.2.4.1.6. Alimentao eltrica dos sistemas de refrigerao por compresso 23 22 22 19 21 21 22 1 3 3 4 4 4 5 5 8 10 11 13 19 19

2.2.4.2. Absoro 2.2.4.2.1. Funcionamento absoro do sistema por

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3. Temperatura: controle e monitoramento 3.1 - Termmetros 3.1.1. Termmetro digital de momento, mxima e mnima 3.1.2. Termmetro analgico de momento, mxima e mnima (Capela) 3.1.3. Termmetro linear 3.1.4. Termmetro analgico de cabo extensor 3.1.5. Termmetro a laser 3.2. Situaes de emergncia

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4. Equipamentos da Rede de Frio 4.1. Cmaras frigorficas 4.2. Freezers ou congeladores 4.3. Refrigeradores (geladeiras) 4.3.1. Refrigerador tipo domstico 4.3.2. Refrigerador tipo comercial 4.3.3. Procedimentos de limpeza 4.4. Caminho frigorfico 4.4.1. Antes do carregamento 4.4.2. Carregamento 4.4.3. Descarregamento 4.4.4. Limpeza 4.5. Caixas Trmicas 4.5.1. Organizao da caixa trmica de uso dirio na rotina da

sala de vacinao 4.6. Bobinas de Gelo Reutilizvel 4.7. Outros equipamentos da Rede de Frio 4.7.1. Cmara para conservao de Imunobiolgicos 4.7.2. Geladeira a gs/eletricidade 4.7.3. Geladeira com paredes de gelo reutilizvel (Ice lined) 4.7.4. Geladeira energia solar 4.8. Acessrios 4.8.1. Alarme de temperatura com discador telefnico para cmaras, geladeiras e freezers 4.8.2 Termostato 5. Instncias de Armazenamento 5.1. Nacional 5.2. Estadual 5.3. Regional ou distrital 5.4. Municipal 5.5. Local 6. Transporte de Imunobiolgicos 6.1. Do laboratrio produtor para a instncia nacional 6.2. Da instncia nacional para a estadual 6.2.1. Procedimentos adotados pela Cenadi no transporte de imunobiolgicos 6.3. Da instncia estadual para a regional/municipal 6.4. Da instncia municipal para a local 7. Imunobiolgicos sob suspeita

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8. Gerenciamento de Resduos de Servios de Sade 8.1. Conceito: Resduos de Servios de Sade 8.2. Gerenciamento de Resduos de Servios de Sade no mbito das instncias do PNI 8.2.1. Plano de Gerenciamento de Resduos de Servios de Sade (PGRSS) 8.2.1.1. Manejo 8.2.1.1.1. Segregao 8.2.1.1.2. Acondicionamento 8.2.1.1.3. Identificao 8.2.1.1.4. Transporte Interno 8.2.1.1.5. Armazenamento Temporrio 8.2.1.1.6. Tratamento 8.2.1.1.7. Armazenamento Externo 8.2.1.1.8. Coleta e Transporte Externos 8.2.1.1.9. Disposio Final 8.3. Tratamento dos resduos resultantes de atividades de vacinao 8.3.1. Inutilizao de Imunobiolgicos

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9. Sistema de Informaes (SI-PNI) 9.1. SI-API (Avaliao do Programa de Imunizaes) 9.2. SI-EAPV (Eventos Adversos Ps-Vacinao) 9.3. SI-PAISSV (Programa de Avaliao do Instrumento de Superviso em Sala de Vacinao) 9.4. SI-CRIE (Centro de Referncia para Imunobiolgicos Especiais) 9.5. SI-EDI (Estoque e Distribuio de imunobiolgicos Especiais) 9.6. SI-AIU (Apurao de Imunobiolgicos Utilizados) 9.7. Cadastramento de produtos

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10. Anexos 10.1. Formulrios, Mapa e Boletim 10.1.1. Formulrio Imunobiolgico Sob Suspeita 10.1.2. Mapa Controle Dirio Temperatura 10.1.3. Formulrio Detalhamento de Carga - CENADI 10.1.4. Formulrio Comprovante de Recebimento - CENADI 10.1.5. Formulrio Nota de fornecimento - CENADI 10.1.6. Boletim Mensal de Movimento de Imunobiolgicos 10.2. Especificaes 10.2.1. Especificaes: Refrigerador domstico 10.2.2. Especificaes: Refrigerador comercial 10.2.3. Especificaes: Freezer 10.2.4. Especificaes: Caixa trmica de poliestireno expandido 10.2.4.1. Teste Caixa trmica poliestireno expandido 10.2.5. Especificaes: Caixa trmica de poliuretano 10.2.6. Especificaes: Bobinas de gelo reutilizvel 10.2.7. Especificaes: Equipamento de Proteo Individual (EPI) 10.2.8. Especificaes: Termmetros 10.2.8.1. Especificaes: Termmetro digital de momento, mxima e mnima 10.2.8.2. Especificaes:Termmetro analgico de momento, mxima e mnima (Capela) 10.2.8.3. Especificaes:Termmetro linear elaborar especificao 10.2.8.4. Especificaes: Termmetro analgico de cabo extensor 10.2.8.5. Especificaes: Termmetro a laser

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10.2.9. Especificaes: Data logger de temperatura 10.2.10. Especificaes: Coletor de material perfurocortante 11. Referncias Bibliogrficas

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APRESENTAO

O Ministrio da Sade espera, com a 4 edio deste Manual, manter a confiabilidade e qualidade dos imunobiolgicos que fazem parte do Programa Nacional de Imunizaes (PNI) em todo pas, garantindo acesso da populao de forma universal, equnime e igualitrio. instrumento uniforme e nico, integralmente revisado e atualizado, destinado a todos que desenvolvem atividades de vacinao, desde a instncia nacional at as salas de vacinao, pblicas ou privadas. A consolidao do PNI, conquistada ao longo dos anos, produto da parceria entre Unio, Estados, Distrito Federal, Municpios e demais segmentos da sociedade, objetivando alcanar a meta de vacinar 100% da populaoalvo, disponibilizando produtos seguros e eficazes e conseqentemente promovendo a erradicao, eliminao e/ou controle das doenas imunoprevenveis. O Grupo Tcnico que revisou este Manual procurou de forma didtica e clara, apresentar recomendaes direcionadas aos procedimentos utilizados em Rede de Frio em todas as instncias e espera neste momento, contribuies de todos os profissionais interessados em enriquecer futuras revises. Este Manual de Rede de Frio faz parte dos documentos normativos publicados pela Coordenao Geral do Programa Nacional de Imunizaes (CGPNI), do Departamento de Vigilncia Epidemiolgica (DEVEP) da Secretaria de Vigilncia em Sade (SVS) do Ministrio da Sade (MS).

Programa Nacional de Imunizaes (PNI) O PNI foi institudo em 1973, com a finalidade de coordenar aes que se desenvolviam, at ento, com descontinuidade, pelo carter episdico e pela reduzida rea de cobertura. Essas aes conduzidas dentro de programas especiais (erradicao da varola, a erradicao da poliomielite, o controle da tuberculose e do sarampo) e como atividades desenvolvidas por iniciativa de governos estaduais e municipais, necessitavam de uma coordenao central que lhes proporcionassem sincronia e racionalizao. A Lei n 6259, de 30/10/1975, regulamentada pelo Decreto n 78.231, de 12/08/1976, institucionaliza o PNI, sob a responsabilidade do Ministrio da Sade. No perodo de 1974 a 1979 por delegao do MS, o PNI foi coordenado pela Fundao Servios de Sade Pblica (FSESP). Em 1980 passou a ser responsabilidade da Diviso Nacional de Epidemiologia, da Secretaria Nacional de Aes Bsicas de Sade - SNABS (criada pelo Decreto n 79.056, de 30/12/1976). Em 1990, com a reforma administrativa, foi extinta a SNABS e o PNI foi transferido para a Fundao Nacional de Sade (FNS), pela Portaria n 1.331, de 05/11/1990. O Programa de Auto-Suficincia Nacional em Imunobiolgicos (PASNI) tambm transferido para a FNS, pela Portaria n 46, de 21/01/1991. A Lei n 8.029 de 12/04/1990 autoriza o Poder Executivo a instituir a Fundao Nacional de Sade (FUNASA), o que s aconteceu em 16/04/1991 pelo Decreto n 100/1991. A conservao dos imunobiolgicos desde a produo at o momento da administrao a Rede de Frio comeou a preocupar o PNI, principalmente a partir de 1977, mas somente em 1982 importantes investimentos foram feitos com a aquisio de equipamentos e a realizao do 1 Curso Nacional sobre o tema. Como ponto fundamental para a garantia da qualidade dos produtos, o PNI tem investido recursos na construo, ampliao e reforma de Centrais Estaduais de Rede de Frio, na aquisio de equipamentos e nas capacitaes para gerentes e tcnicos das diversas instncias. A qualidade dos imunobiolgicos distribudos, nacionais ou importados garantida atravs da anlise das amostras de todos os lotes, realizada pelo Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Sade (INCQS) da Fundao Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), criado em 1981. O PNI, em 1982, criou a Central Nacional de Distribuio e Estocagem (CENADE), nas dependncias da FIOCRUZ no Rio de Janeiro, onde foi mantida at 1992. Em 1992 passa para o controle da Fundao Nacional de Sade (FNS) e transferida para as instalaes da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), no bairro de Iraj no Rio de Janeiro. Em 1993, inicia-se a construo da sede prpria, no Rio de Janeiro, em local cedido em regime de comodato pelo Ministrio do Exrcito. A obra,

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concluda em 1996, veio atender a necessidade de infra-estrutura e redimensionamento, de forma a ampliar a capacidade instalada de armazenagem, onde foram construdas duas cmaras positivas e uma negativa. O complexo passou a ser denominado CENADI Central Nacional de Armazenamento e Distribuio de Imunobiolgicos. Em 2002 foi construda mais uma cmara negativa, totalizando 6.585 m3 de rea de armazenamento, distribudos em 4.250 m3 em cmaras positivas e 2.248 m3 em negativas, alm de 87 m3 de rea de antecmara. Toda rea tem sistema informatizado de controle de temperatura, segurana e iluminao. A CGPNI fez parte da estrutura organizacional do Centro Nacional de Epidemiologia (CENEPI) da Fundao Nacional de Sade (FUNASA) at junho de 2003 quando foi criada a Secretaria de Vigilncia em Sade (SVS). Atualmente o PNI uma Coordenao Geral do Departamento de Vigilncia Epidemiolgica (DEVEP/SVS). As atribuies do PNI, coordenado pela SVS definir normas e parmetros tcnicos para as estratgias de utilizao de imunobiolgicos, com base na vigilncia epidemiolgica de doenas imunoprevenveis e no conhecimento tcnico e cientfico da rea. Estabelecem as aes de carter nacional, referentes aquisio, conservao, manuseio, transporte, distribuio e administrao dos imunobiolgicos que integram o calendrio bsico de vacinao para crianas, adolescentes, adultos e idosos, assim como os aspectos de programao e avaliao. Essas normas so estabelecidas com a participao dos rgos responsveis pela operacionalizao e de outras instituies, assegurando dessa forma, sua aceitao e uniformidade em todo o pas. O PNI tem como objetivo contribuir para o controle, eliminao e/ou erradicao das doenas imunoprevenveis, utilizando estratgias bsicas de vacinao de rotina e campanhas anuais, desenvolvidas de forma hierarquizada e descentralizada, conforme Instruo Normativa n 1 de 19/08/04. No mbito internacional, o PNI parte integrante do Programa Ampliado de Imunizaes (PAI), da Organizao Pan-Americana de Sade (OPAS). O Fundo das Naes Unidas para a Infncia (UNICEF) participa tambm do Programa com apoio tcnico, operacional e financeiro. O suprimento dos imunobiolgicos necessrios ao Programa, sem nus para os rgos executores, de responsabilidade da instncia federal que coordena a importao de produtos e incentiva a produo nacional, atravs do PASNI, institudo em 1986, que a partir de 1999 passou a ser parte integrante da Gerncia de Imunobiolgicos da Coordenao do Programa Nacional de Imunizaes (COPNI).

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Histrico das Principais Aes do PNI 1973 Aquisio, estoque e distribuio de imunobiolgicos a cargo da Central de Medicamentos (CEME); estocagem em cmaras frias alugadas da Companhia Brasileira de Armazenamento (CIBRAZEMRJ); 1977 O Brasil define as vacinas obrigatrias para os menores de um ano de idade: contra tuberculose, poliomielite, sarampo, difteria, ttano e coqueluche (Portaria Ministerial n 452, de 06/12); 1979 Publicao do 1 Manual Tcnico de Rede de Frio: O refrigerador na conservao de vacinas, Fundao Servios de Sade Pblica (FSESP); 1980 Extinta a obrigatoriedade da vacinao contra varola (Portaria n. 55, de 29/01/1980); incio dos Dias Nacionais de Vacinao contra a Poliomielite em duas etapas anuais; 1981 Ocorre o 1 Encontro de Gerentes do PAI/OPAS e o 1 Curso sobre Rede de Frio das Amricas, no Equador; inicia-se a adoo de estratgias de campanha de vacinao contra o sarampo; 1982 Altera o esquema de vacinao contra o sarampo (9 meses); 1984 Realizado o 1 Curso Nacional de Procedimentos e Manuteno de Rede de Frio; 1985 A vacina BCG passa a ser responsabilidade do PNI; 1986 - Criao da marca-smbolo da Campanha contra a Poliomielite o Z Gotinha; publicada a 1 Edio do Manual de Procedimentos em Sala de Vacina; 1988 Publicao do Manual de Noes Bsicas de Refrigerao e Procedimentos para Conservao de Imunobiolgicos; 1989 - Implantao da vacinao contra hepatite B na Amaznia Legal; 1990 Adotada a estratgia de multivacinao nos Dias Nacionais de Vacinao contra a Poliomielite; 1991 Criado o Comit Tcnico Assessor de Imunizaes (CTAI), Portaria MS n 389, de 06/05; a vacina contra Febre Amarela introduzida no calendrio dos Estados da regio endmica; 1992 Implantao da Vigilncia Epidemiolgica de Eventos Adversos PsVacinais (EAPV); realizao da Campanha Nacional de Vacinao contra o Sarampo, para a populao de 9 meses a 14 anos de idade (vacinao indiscriminada) e introduo da 2. Dose da vacina contra o sarampo aos 15 meses de idade; a vacina contra hepatite B produzida por engenharia gentica passa ser adquirida no Pas, implantada nos estados do Paran, Esprito Santo e Santa Catarina e Distrito Federal, para menores de 5 anos de idade e na Amaznia Legal;

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1993 Incios da implantao dos Centros de Referncias para Imunobiolgicos Especiais (CRIE). O PNI adquire e implanta a vacina Trplice Viral, no Distrito Federal, para a populao de 12 meses de idade; 1994 Ampliao da oferta da vacina contra hepatite B aos profissionais de sade, militares e estudantes da rea de sade; o PNI assume a responsabilidade da vacinao contra a Febre Amarela; 1995 Incio da reestruturao da Rede de Frio do Pas; introduzida a vacina Trplice Viral no calendrio de alguns Estados; realizao da Vacinao de Seguimento contra o sarampo para crianas de 1 a 3 anos de idade; 1997 Realizada Campanha Nacional de Vacinao contra o Sarampo, para crianas de 6 meses a 4 anos de idade devido ao ressurgimento da doena no Pas; promovidos cursos de capacitao em Vigilncia de EAPV; 1998 Ampliao da oferta da vacina contra hepatite B para toda a populao menor de 1 ano de idade; dos produtos adquiridos pelo PNI, 69% so de origem nacional; 1999 Realizada a 1. Campanha de Vacinao contra Influenza para a populao de 65 anos e mais; implantao gradativa da vacinao contra Haemophilus influenzae tipo b (Hib) para menores de 2 anos de idade; as vacinas contra raiva a humana, a raiva animal e o soro anti-rbico passam a ser adquiridas, armazenadas e distribudas pelo PNI; substituio da vacina contra o ttano (TT) pela vacina dupla adulto (dT) a partir de 7 anos de idade; 2000 Garantida a auto-suficincia para as vacinas BCG, contra o sarampo, febre amarela, DTP, DT, dT, raiva humana, raiva animal e soros heterlogos; adotado calendrio bsico de vacinao para os povos indgenas; organizao do 1 Curso de Instalaes de Cmaras Frigorficas para engenheiros de sade pblica da FUNASA e SES; ampliada a vacinao contra influenza para a populao de 60 anos e mais; iniciada a vacinao contra sarampo e rubola para mulheres em idade frtil; realizada a 3 Campanha de Seguimento Contra o Sarampo para a populao de 1 a 11 anos de idade; 2001 Concluda no Pas a vacinao contra sarampo e rubola para mulheres em idade frtil; ampliao da oferta da vacina contra hepatite B para menores de 20 anos de idade; incio das capacitaes tcnicas em Rede de Frio por macrorregies; 2002 Introduzida a vacina combinada DTP+Hib (vacina tetra) para os menores de 1 ano de idade; substituio gradativa da vacina contra raiva humana Fuenzalida & Palcios pela vacina de cultivo celular; elaborao do Projeto Sol Nascente em parceria com a OPAS e o Ministrio da Minas e Energia, para proporcionar o funcionamento de equipamentos em reas de irregularidade no fornecimento de energia eltrica; realizado o 2 Curso sobre Cmaras Frigorficas para engenheiros; 2003 alterao do calendrio de vacinao: excluso da dose da vacina contra sarampo aos 9 meses e adoo da vacina trplice viral aos 12 meses e uma 2 Dose entre 4 a 6 anos; incluso do 2 Reforo da vacina DTP iv

entre 4 e 6 anos de idade; aquisio de veculos refrigerados para o transporte de imunobiolgicos nas diversas instncias; desenvolvimento do Projeto Operao Gota, apoio areo s aes de vacinao em reas de difcil acesso (Amaznia Legal e Pantaneira); 2004 Institudo no Pas, por Portaria Ministerial n 597 de 08/04, os Calendrios Bsicos de Vacinao para Crianas, Adolescentes, Adultos e Idosos; intensificao das aes de vacinao para populaes de maior vulnerabilidade como: presidirios, profissionais do sexo, usurios de drogas, quilombolas entre outras. 2005 Em parceria com outros ministrios elaborada a 1 verso do Plano Brasileiro de Preparao para uma Pandemia de Influenza. 2006 introduzida a vacina oral de rotavrus humano (VORH) no calendrio bsico de vacinao das crianas a partir de 3 meses e 7 dias a 5 meses e 15 dias de idade (14 a 24 semanas de vida), sendo o intervalo mnimo preconizado entre a primeira e segunda dose de 4 semanas, por meio da Portaria n 1.602, de 17 de julho de 2006. 2006 institudo o Programa Nacional de Competitividade em Vacinas (INOVACINA) pela Portaria n 972, de 3 de maio de 2006, e tem por finalidade criar condies para alcanar a auto-suficincia nacional na produo das vacinas includas no Programa Nacional de Imunizaes (PNI).

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1. REDE DE FRIOA Rede de Frio ou Cadeia de Frio o processo de recebimento, armazenamento, conservao, manipulao, distribuio e transporte dos imunobiolgicos do Programa Nacional de Imunizaes e devem ser mantidos em condies adequadas de refrigerao, desde o laboratrio produtor at o momento de sua utilizao. O objetivo da Rede de Frio assegurar que todos os imunobiolgicos mantenham suas caractersticas iniciais, para conferir imunidade. Imunobiolgicos so produtos termolbeis, isto , se deterioram depois de determinado tempo quando expostos a temperaturas inadequadas (inativao dos componentes imunognicos). O manuseio inadequado, equipamentos com defeito ou falta de energia eltrica podem interromper o processo de refrigerao, comprometendo a potncia e eficcia dos imunobiolgicos. So componentes da Rede de Frio: equipe qualificada e equipamentos adequados (Figura 1).

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Figura 1. Fluxograma da Rede de Frio de Imunobiolgicos

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2. SISTEMA DE REFRIGERAO 2.1. Conceito e histria O Sistema de refrigerao composto por um conjunto de componentes unidos entre si, cuja finalidade transferir calor de um espao, ou corpo, para outro. Esse espao pode ser o interior de uma cmara frigorfica de um refrigerador, ou qualquer outro espao fechado onde haja a necessidade de se manter uma temperatura mais baixa que a do ambiente que o cerca. O primeiro povo a utilizar a refrigerao foi o chins, muitos anos antes de Cristo. Os chineses colhiam o gelo nos rios e lagos durante a estao fria e o conservavam em poos cobertos de palha durante as estaes quentes. Este primitivo sistema de refrigerao foi tambm utilizado de forma semelhante por outros povos da antiguidade. Servia basicamente para deixar as bebidas mais saborosas. At pelo menos o fim do sculo XVII, esta seria a nica aplicao do gelo para a humanidade. Em 1683, Anton Van Leeuwenhoek, um comerciante de tecidos e cientista de Delft, nos Pases Baixos, que muito contribuiu para o melhoramento do microscpio e para o progresso da biologia celular, detectou microorganismos em cristais de gelo e a partir dessa observao constatou-se que, em temperaturas abaixo de +10C, estes microorganismos no se multiplicavam, ou o faziam mais vagarosamente, ocorrendo o contrrio acima dessa temperatura. A observao de Leeuwenhoek continuou sendo alvo de pesquisa no meio cientfico e no sculo 18, descobertas cientficas relacionaram o frio inibio do processo dos alimentos. Alm da neve e do gelo, os recursos eram a salmoura e o ato de curar os alimentos. Tambm havia as loucas de barro que mantinham a frescura dos alimentos e da gua, fato este j observado pelos egpcios antes de Cristo. Mas as dificuldades para obteno de gelo na natureza criava a necessidade do desenvolvimento de tcnicas capazes de produzi-lo artificialmente. Apenas em 1824, o fsico e qumico Michael Faraday descobriu a induo eletromagntica o princpio da refrigerao. Esse princpio seria utilizado dez anos depois, nos Estados Unidos, para fabricar gelo artificialmente e, na Alemanha em 1855. Mesmo com o sucesso desses modelos experimentais, a possibilidade de produo do gelo para uso domstico ainda era um sonho distante. Enquanto isso no ocorria, a nica possibilidade de utilizao do frio era tentando ampliar ao mximo a durabilidade do gelo natural. No incio do sculo XIX, surgiram, assim, as primeiras geladeiras apenas um recipiente isolado por meio de placas de cortia, onde eram colocadas pedras de gelo. Essa geladeira ganhou ares domsticos em 1913. Em 1918, aps a inveno da eletricidade, a Kelvinator Co. introduziu no mercado o primeiro refrigerador eltrico com o nome de Frigidaire. Esses 3

primeiros produtos foram vendidos como aparelhos para serem colocados dentro das caixas de gelo. Uma das vantagens era no precisar tirar o gelo derretido. O slogan do refrigerador era mais frio que o gelo. Na conservao dos alimentos, a utilizao da refrigerao destina-se a impedir a multiplicao de microorganismos e sua atividade metablica, reduzindo, conseqentemente, taxa de produo de toxinas e enzimas que poderiam deteriorar os alimentos, mantendo, assim, qualidade dos mesmos. Com a criao do Programa Nacional de Imunizaes no Brasil surge a necessidade de equipamento de refrigerao para a conservao dos imunobiolgicos e inicia-se o uso do refrigerador domstico para este fim, adotando-se algumas adaptaes e/ou modificaes que sero demonstradas no captulo referente aos equipamentos da rede de frio. Para os imunobiolgicos, a refrigerao destina-se exclusivamente conservao do seu poder imunognico, pois so produtos termolbeis, isto , que se deterioram sob a influncia do calor. 2.2. Princpios bsicos de refrigerao 2.2.1. Calor O calor uma forma de energia que pode ser transmitida de um corpo a outro em virtude da diferena de temperatura existente entre eles. A transmisso da energia se d a partir do corpo com maior temperatura para o de menor temperatura. Um corpo, ao receber ou ceder calor, pode sofrer dois efeitos diferentes: variao de temperatura ou mudana de estado fsico (fase). A quantidade de calor recebida ou cedida por um corpo que sofre uma variao de temperatura denominada calor sensvel. E, se ocorrer uma mudana de fase, o calor chamado latente (palavra derivada do latim que significa escondido). Diz-se que um corpo mais frio que o outro quando possui menor quantidade de energia trmica ou, temperatura inferior ao outro. Com base nesses princpios so, a seguir, apresentadas algumas experincias onde os mesmos so aplicados conservao de imunobiolgicos. 2.2.1.1. - TRANSFERNCIA DE CALOR

a denominao dada passagem da energia trmica (que durante a transferncia recebe o nome de calor) de um corpo com temperatura mais alta para outro ou de uma parte para outra de um mesmo corpo com temperatura mais baixa. Essa transmisso pode se processar de trs maneiras diferentes: conduo, conveco e radiao.

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2.2.1.1.1 - CONDUO o processo de transmisso de calor em que a energia trmica passa de um local para outro atravs das partculas do meio que os separa. Na conduo a passagem da energia de uma local para outro se faz da seguinte maneira: no local mais quente, as partculas tm mais energia, vibrando com mais intensidade; com esta vibrao cada partcula transmite energia para a partcula vizinha, que passa a vibrar mais intensamente; esta transmite energia para a seguinte e assim sucessivamente (Figura 2A). Figura 2A. Conduo - Processo de transferncia de calor nos materiais A conduo de calor um processo que exige a presena de um meio

Ai!

Ai! Ai!

material e que, portanto, no ocorre no vcuo.

2.2.1.1.2 - CONVECO Consideremos uma sala na qual se liga um aquecedor eltrico em sua parte inferior. O ar em torno do aquecedor aquecido, tornando-se menos denso. Com isso, o ar aquecido sobe e o ar frio que ocupa a parte superior da sala, e portanto, mais distante do aquecedor, desce. A esse movimento de massas de fluido chamamos conveco e as correntes de ar formadas so correntes de conveco. Portanto, conveco um movimento de massas de fluido, trocando de posio entre si. Notemos que no tem significado falar em conveco no vcuo ou em um slido, isto , conveco s ocorre nos fluidos. 5

Exemplos ilustrativos:a) Os aparelhos condicionadores de ar devem sempre ser instalados na

parte superior do recinto a ser resfriado, para que o ar frio refrigerado, sendo mais denso, desa e force o ar quente, menos denso, para cima, tornando o ar de todo o ambiente mais frio e mais uniforme (Figura 2B).b) Os aparelhos condicionadores de ar modernos possuem refrigerao e

aquecimento, mas tambm devem ser instalados na parte superior da sala, pois o perodo de tempo de maior uso ser no modo refrigerao, ou seja, no perodo de vero. Contudo, quando o equipamento for utilizado no modo aquecimento, durante o inverno, as aletas do equipamento devero estar direcionadas para baixo, forando o ar quente em direo ao solo.c) Os aquecedores de ar, por sua vez, devero ser sempre instalados na

parte inferior do recinto a ser aquecido, pois o ar quente, por ser menos denso, subir e o ar que est mais frio na parte superior desce e sofre aquecimento por conveco. Figura 2B. Conveco - Processo de transferncia de calor em massas de arcondicionador de ar ar frio

ar frio

ar quente

b) beira-mar, a areia tendo calor especfico sensvel muito menor que o da gua, aquecida mais rapidamente que a gua durante o dia e resfriada mais rapidamente durante a noite. DURANTE O DIA: O ar prximo da areia fica mais quente que o restante e sobe, dando lugar a uma corrente de ar da gua para a terra. o vento que, durante o dia, sopra do mar para a terra (Figura 2C).

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Figura 2C. Conveco - Processo de transferncia de calor durante o diaBRISA MARTIMA

Sol

ar quente

ar frio

DURANTE A NOITE: O ar prximo da superfcie da gua se resfria menos. Com isto ele fica mais quente que o restante e sobe, dando lugar a uma corrente de ar da terra para a gua. o vento que, durante a noite, sopra da terra para o mar (Figura 2D). Figura 2D. Conveco - Processo de transferncia de calor durante a noiteBRIS A TERRE STRE

ar quente

ar frio

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Conforme ilustrao da figura Nos refrigeradores, o congelador est sempre situado na parte superior, para que o ar seja resfriado, tornando-se mais denso, desa. O ar mais quente que est mais parte inferior, por ser menos denso sobe at o congelador, resfriado por este e desce. Esse processo ocorre durante todo o tempo em que o equipamento mantido em funcionamento, de tal forma que, com o passar do tempo, ser menor a diferena de temperaturas entre a parte superior e inferior do refrigerador, tendendo a uma temperatura mais uniforme em todo o gabinete. Para facilitar o movimento do ar, as prateleiras so feitas em grades (aramadas) e no inteirias, o que facilita a conveco dentro do refrigerador (Figura 2E). Figura 2E Conveco - Fluxo de calor no refrigerador

2.2.1.1.3 - RADIAO o processo de transmisso de calor atravs de ondas eletromagnticas ondas de calor). A energia emitida por um corpo (energia radiante) se propaga at o outro, atravs do espao que os separa (Figura 2F).

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Figura 2F . Radiao - Processo de transferncia de calor Sistema TerraSol

Sol

Raio s in fravermelh os

O Sol aquece a Terra atravs dos raios inf ravermelhos

Terra

Sendo uma transmisso de calor atravs de ondas eletromagnticas, a radiao no exige a presena do meio material para ocorrer, isto , a radiao ocorre no vcuo e tambm em meios materiais. Nem todos os materiais permitem a propagao das ondas de calor atravs dele com a mesma velocidade. A caixa trmica, por exemplo, por ser feita de material isolante, dificulta a entrada do calor e o frio em seu interior, originrio das bobinas de gelo reutilizvel, conservado por mais tempo. Toda energia radiante, transportada por onda de rdio, infravermelha, ultravioleta, luz visvel, raios-X, raio gama, etc, pode converter-se em energia trmica por absoro. Porm, s as radiaes infravermelhas so chamadas de ondas de calor. ATENO: Um corpo bom absorvente de calor um mal refletor. Um corpo bom refletor de calor um mal absorvente. TODO BOM ABSORVENTE BOM EMISSOR DE CALOR. TODO BOM REFLETOR MAL EMISSOR.

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Exemplo: Corpos de cor negra so bons absorventes e corpos de cores claras so bons refletores de calor (Figura 2G).

Figura 2G . Radiao - Absoro de calor

Camisa Branca

Camisa Preta

2.2.1.2. Relao entre temperatura e movimento molecular Independentemente do seu estado, as molculas de um corpo encontram-se em movimento contnuo. Na figura a seguir, verifica-se o comportamento das molculas da gua nos estados slido, lquido e gasoso. medida que sofrem incremento de temperatura, essas molculas movimentam-se com maior intensidade. A liberdade para se movimentarem aumenta conforme se passa do estado slido para o lquido; e deste, para o gasoso (Figura 2H).

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Figura 2H . Relao entre a temperatura e o movimento molecular

2.2.1.3. Conveco natural - densidade Uma mesma substncia, em diferentes temperaturas, pode ficar mais ou menos densa. O ar quente menos denso que o ar frio. Assim, num espao determinado e limitado, ocorre sempre uma elevao do ar quente e uma queda (precipitao) do ar frio (Figura 2I). Figura 2I . Conveco natural - densidade

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Sob tal princpio, uma caixa trmica horizontal aberta, contendo bobinas de gelo reutilizvel ou outro produto em baixa temperatura, s estar recebendo calor do ambiente atravs da radiao e no pela sada do ar frio existente, uma vez que este, sendo mais denso, permanece no fundo da caixa. Ao se abrir a porta de uma geladeira vertical ocorrer a sada de parte do volume de ar frio contido dentro da mesma, com sua conseqente substituio por parte do ar quente situado no ambiente mais prximo do refrigerador. O ar frio, por ser mais denso, sai por baixo, permitindo a penetrao do ar ambiente (com calor e umidade). Os equipamentos utilizados para a conservao de sorvetes e similares so predominantemente freezers horizontais, com vrias aberturas pequenas na parte superior, visando a maior eficincia na conservao de baixas temperaturas. Um exemplo do princpio da densidade observado quando os evaporadores ou congeladores dos refrigeradores, os aparelhos de ar-condicionado e centrais de refrigerao so instalados na parte superior do local a ser refrigerado Assim o ar frio desce e refrigera todo o ambiente mais rapidamente. J os aquecedores devem ser instalados na parte inferior. Desta forma, o ar quente sobe e aquece o local de forma mais rpida. Agindo destas formas, garantimos o desempenho correto dos aparelhos e economizamos energia atravs da utilizao da conveco natural (Figura 2J).

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Figura 2J . Troca de calor ao abrir a porta do refrigerador

2.2.2. Temperatura O calor uma forma de energia que no pode ser medida diretamente. Porm, por meio de termmetro, possvel medir sua intensidade. A temperatura de uma substncia ou de um corpo a medida de intensidade do calor ou grau de calor existente em sua massa. Existem diversos tipos e marcas de indicadores de temperatura. Para seu funcionamento, aproveita-se a propriedade que alguns corpos tm para dilatar-se ou contrair-se conforme ocorra aumento ou diminuio da temperatura. Para esse funcionamento utilizam-se, tambm, as variaes de presso que alguns fluidos apresentam quando submetidos a variaes de temperatura. Os lquidos mais comumente utilizados so o lcool e o mercrio, principalmente por no se congelarem a baixas temperaturas. Existem vrias escalas para medio de temperatura, sendo que as mais comuns so a Fahrenheit (F), em uso nos pases de lngua inglesa, e a Celsius (C), utilizada no Brasil. Nos termmetros em escala Celsius (C) ou Centgrados, o ponto de congelamento da gua 0C e o seu ponto de ebulio de 100C, ambos medidos ao nvel do mar e presso atmosfrica.

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Fatores que interferem na manuteno da temperatura no interior das caixas trmicas: 1 Temperatura ambiente: Quanto maior for a temperatura ambiente, mais rapidamente a temperatura do interior da caixa trmica se elevar, em virtude da entrada de ar quente pelas paredes da caixa. 2 Material isolante: O tipo, a qualidade e a espessura do material isolante utilizado na fabricao da caixa trmica interferem na penetrao do calor. Com paredes mais grossas (Figura 2K), o calor ter maior dificuldade para atravess-las. Figura 2K . Proteo dos imunobiolgicos por bobinas de gelo reutilizvel em caixa trmica com paredes grossas

Com paredes mais finas (Figura 2L), o calor passar mais facilmente. Com material de baixa condutividade trmica (exemplo: poliuretano ao invs de poliestireno expandido), o calor no penetrar na caixa com facilidade.

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Figura 2L . Proteo dos imunobiolgicos por bobinas de gelo reutilizvel em caixa trmica com paredes finas

3 Bobinas de Gelo Reutilizvel Quantidade e Temperatura: A quantidade de bobinas de gelo reutilizvel colocada no interior da caixa importante para a correta conservao. A transferncia do calor recebido dos imunobiolgicos, do ar dentro da caixa e atravs das paredes far com que o gelo derreta (temperatura prxima de 0C, no caso de as bobinas de gelo serem constitudas de gua pura). Otimizar o espao interno da caixa para a acomodao de maior quantidade de bobinas de gelo far com que a temperatura interna do sistema permanea baixa por mais tempo. Dispor as bobinas de gelo reutilizvel nos espaos vazios no interior da caixa, de modo que circundem os imunobiolgicos serve ao propsito mencionado acima (Figura 2M).

Figura 2M . Arrumao das caixas trmicas para transporte de vacinas em todas as instncias

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Ao dispor de certa quantidade de bobinas de gelo reutilizvel nas paredes laterais da caixa trmica, formamos uma barreira para diminuir a velocidade de entrada de calor, por um perodo de tempo. O calor vai continuar atravessando as paredes, e isso ocorre porque no existe material perfeitamente isolante. Contudo, o calor que adentra a caixa atinge primeiro as bobinas de gelo reutilizvel, aumentando inicialmente sua temperatura, e, somente depois, altera a temperatura do interior da caixa. A temperatura das bobinas de gelo reutilizvel tambm deve ser rigorosamente observada. Caso sejam utilizadas bobinas de gelo reutilizvel, em temperaturas muito baixas (-20C) e em grande quantidade, h o risco de, em determinado momento, que a temperatura dos imunobiolgicos esteja prxima dessas bobinas. Por conseqncia, os imunobiolgicos sero congelados, o que para alguns tipos, pode comprometer a qualidade, por exemplo: a vacina contra DTP. Alm desses fatores, as experincias citadas permitem lembrar alguns pontos importantes: o calor, decorrido algum tempo, passar atravs das paredes da caixa com maior ou menor facilidade, em funo das caractersticas do material utilizado e da espessura das mesmas; a temperatura no interior da caixa nem sempre uniforme. Num determinado momento podemos encontrar temperaturas diferentes em vrios pontos (a, b e c). O procedimento de envolver os imunobiolgicos com bobinas de gelo reutilizvel entendido como uma proteo ao avano do calor, que parte 16

sempre do mais quente para o mais frio, mas que afeta a temperatura dos corpos pelos quais se propaga (Figura 2N); Figura 2N . Caixa com gelo reutilizvel registrando variao de temperatura em vrios pontos

no acondicionamento de imunobiolgicos em caixas trmicas possvel manter ou reduzir a temperatura das mesmas durante um tempo determinado utilizando-se, para tal, bobinas de gelo reutilizvel em diferentes temperaturas e quantidade.

Experincia 1 Troca de calor entre o corpo (imunobiolgicos) e o ambiente (Figura 2O-1): Ao colocar sobre uma mesa, uma quantidade de imunobiolgicos que estejam em temperaturas mais baixas do que o ar ambiente, ocorrer uma transferncia de calor at que, decorrido algum tempo, todo o conjunto (ar e imunobiolgicos) estejam na mesma temperatura.

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Figura 2O-1 . Troca de calor entre o corpo (imunobiolgicos) e o meio ambiente

Experincia 2 Troca de calor entre o corpo protegido (imunobiolgicos) e o ambiente (Figura 2O-2): Ao colocar a mesma quantidade de imunobiolgicos dentro de uma caixa trmica de material isolante (poliestireno expandido, poliuretano, etc.), faremos com que estes fiquem parcial e temporariamente protegidos do calor ambiente, (Figura 2B). Com a proteo de materiais isolantes ocorrer a troca de calor com o ambiente, mas em menor intensidade. Figura 2O-2 . Troca de calor entre o corpo protegido (imunobiolgicos) e o ambiente

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Experincia 3 Troca de calor entre o corpo protegido imunobiolgicos e gelo - e o ambiente (Figura 2O-3): Ao colocar junto aos imunobiolgicos, bobinas de gelo reutilizvel no interior da caixa, este, como elemento de temperatura mais baixa do conjunto, funcionar como receptor de calor do ar e dos imunobiolgicos. Em conseqncia, estes permanecero mais tempo frios, at que todo calor transferido para as bobinas de gelo reutilizvel, faa-o derreter. Somente a partir desse momento os imunobiolgicos passaro a receber calor, j que sero os elementos com menor temperatura. Figura 2O-3 . Acondicionamento de vacinas em caixas, com uso de bobinas de gelo reutilizvel

2.2.4. Tipos de Sistema 2.2.4.1 - Compresso So sistemas que utilizam a compresso e a expanso de uma substncia, denominada fluido refrigerante, como meio para a retirada de energia trmica de um corpo ou ambiente. Esses sistemas so normalmente alimentados por energia eltrica proveniente de centrais hidreltricas ou trmicas. Alternativamente, em regies remotas, tem-se usado o sistema fotovoltaico como fonte geradora de energia eltrica. 2.2.4.1. Componentes e elementos do sistema de refrigerao por compresso. Componentes: compressor, condensador e controle do lquido refrigerante. Elementos: evaporador, filtro desidratador, gs refrigerante e termostato.

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Os componentes acima descritos esto unidos entre si por meio de tubulaes, dentro das quais circula um fluido refrigerante ecolgico (R-134a tetrafluoretano, o mais comum). A compresso e a expanso desse fluido refrigerante, dentro de um circuito fechado, o torna capaz de retirar calor de um ambiente. Esse circuito deve estar hermeticamente selado, no permitindo a fuga do refrigerante. Nos refrigeradores e freezers, o compressor e o motor esto hermeticamente fechados em uma mesma carcaa (Figura 2P). Figura 2P . Componentes e elementos do sistema de refrigerao por compresso

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2.2.4.1.1. Compressor um conjunto mecnico constitudo de um motor eltrico e pisto no interior de um cilindro. Sua funo fazer o fluido refrigerante circular dentro do sistema de refrigerao.. Durante o processo de compresso, a presso e a temperatura do fluido refrigerante se elevam rapidamente (Figura 2Q).

Figura 2Q . Compressor

2.2.4.1.2. Condensador o elemento do sistema de refrigerao que se encontra instalado e conectado imediatamente aps o ponto de descarga do compressor. Sua funo transformar o fluido refrigerante em lquido. Devido reduo de sua temperatura, ocorre mudana de estado fsico, passando de vapor superaquecido para lquido saturado. So constitudos por tubos metlicos (cobre, alumnio ou ferro) dispostos sobre chapas ou fixos por aletas (arame de ao ou lminas de alumnio), tomando a forma de serpentina. A circulao do ar atravs do condensador pode se dar de duas maneiras: a) Por circulao natural (sistemas domsticos) b) Por circulao forada (sistemas comerciais de grande capacidade).

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Como o condensador est exposto ao ambiente, cuja temperatura inferior temperatura do refrigerante em circulao, o calor vai sendo dissipado para esse mesmo ambiente. Assim, na medida em que o fluido refrigerante perde calor ao circular pelo condensador, ele se converte em lquido. Nos refrigeradores tipo domstico e freezers utilizados pelo PNI, so predominantemente utilizados os condensadores estticos, nos quais o ar e a temperatura ambiente so os nicos fatores de interferncia. As placas, ranhuras e pequenos tubos incorporados aos condensadores, visam exclusivamente facilitar a dissipao do calor, aumentando a superfcie de resfriamento. Olhando-se lateralmente um refrigerador tipo domstico verifica-se que o condensador est localizado na parte posterior, afastado do corpo do refrigerador. O calor dissipado para o ar circulante que sobe em corrente, dos lados do evaporador. Para que este ciclo seja completado com maior facilidade e sem interferncias desfavorveis, o equipamento com sistema de refrigerao por compresso (geladeira, freezers, etc.) deve ficar afastado da parede, instalado em lugar ventilado, na sombra e longe de qualquer fonte de calor, para que o condensador possa ter um rendimento elevado. No colocar objetos sobre o condensador. Periodicamente, limpar o mesmo para evitar acmulo de p ou outro produto que funcione como isolante. Alguns equipamentos (geladeiras comerciais, cmaras frigorficas, etc.) utilizam o conjunto de motor, compressor e condensador, instalado externamente. 2.2.4.1.3. Filtro desidratador Est localizado logo aps o condensador. Consiste em um filtro dotado de uma substncia desidratadora que retm as impurezas ou substncias estranhas e absorve a umidade residual que possa existir no sistema. 2.2.4.1.4. Controle de expanso do fluido refrigerante A seguir est localizado o controlador de expanso do fluido refrigerante. Sua finalidade controlar a passagem e promover a expanso (reduo da presso e temperatura) do fluido refrigerante para o evaporador. Este dispositivo, em geral, pode ser um tubo capilar usado em pequenos sistemas de refrigerao ou uma vlvula de expanso, usual em sistemas comerciais e industriais. 2.2.4.1.5. Evaporador a parte do sistema de refrigerao no qual o fluido refrigerante, aps expandir-se no tubo capilar ou na vlvula de expanso, evapora-se a baixa presso e temperatura, absorvendo calor do meio. Em um sistema de refrigerao, a finalidade do evaporador absorver calor do ar, da gua ou de qualquer outra substncia que se deseje baixar a temperatura. Essa retirada de calor ou esfriamento ocorre em virtude de o

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lquido refrigerante, a baixa presso, se evaporar, absorvendo calor do contedo e do ambiente interno do refrigerador. medida que o lquido vai se evaporando, deslocando-se pelas tubulaes, este se converte em vapor, que ser aspirado pelo compressor atravs da linha de baixa presso (suco). Posteriormente, ser comprimido e enviado pelo compressor ao condensador fechando o ciclo. 2.2.4.1.6. Alimentao compresso eltrica dos sistemas de refrigerao por

Pode ser convencional, quando proveniente de centrais hidreltricas ou trmicas, ou fotovoltaica, quando utiliza a energia solar. A alimentao eltrica convencional dispensa maiores comentrios, pois de uso muito comum e conhecida por todos. Atualmente, muitos pases em desenvolvimento esto usando o sistema fotovoltaico na rede de frio para conservao de imunobiolgicos. , algumas vezes, a nica alternativa em reas onde no existe disponibilidade de energia eltrica convencional confivel. A gerao de energia eltrica provm de clulas fotoeltricas ou fotovoltaicas, instaladas em painis que recebem luz solar direta, armazenando-a em baterias prprias atravs do controlador de carga para a manuteno do funcionamento do sistema, inclusive no perodo sem sol. O sistema utilizado em refrigeradores para conservao de imunobiolgicos dimensionado para operao contnua do equipamento (carregado e incluindo as bobinas de gelo reutilizvel) durante os perodos de menor insolao no ano. Se outras cargas, como iluminao, forem includas no sistema, elas devem operar atravs de um banco de baterias separado, independente do que fornece energia ao refrigerador. O projeto do sistema deve permitir uma autonomia de, no mnimo, sete dias de operao contnua. Em ambientes com temperaturas mdias entre +32C e +43C, a temperatura interna do refrigerador, devidamente carregado, quando estabilizada, no deve exceder a faixa de +2C a +8C. A carga recomendada de bobinas de gelo reutilizvel contendo gua a temperatura ambiente deve ser aquela que o equipamento capaz congelar em um perodo de 24 horas. Em virtude de seu alto custo e necessidade de treinamento especializado dos responsveis pela manuteno, alguns critrios so observados para a escolha das localidades para instalao desse tipo de equipamento: remotas e de difcil acesso, isoladas com inexistncia de fonte de energia convencional; que por razes logsticas se necessite dispor de um refrigerador para armazenamento; que, segundo o Ministrio de Minas e Energia, no sero alcanadas pela rede eltrica convencional em, pelo menos, 5 anos;

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A Figura 2R constitui um diagrama simplificado de um sistema de refrigerao para imunobiolgicos especfico alimentado por energia solar. Figura 2R . Sistema de refrigerao por compresso, especfico para conservao de imunobiolgicos alimentado por energia solar

2.2.4.2. Absoro Funciona alimentado por uma fonte de calor que pode ser uma resistncia eltrica, gs ou querosene. Em operao com gs ou eletricidade, a temperatura interna controlada automaticamente por um termostato. Nos equipamentos a gs, o termostato dispe de um dispositivo de segurana que fecha a passagem deste quando a chama se apaga; com querosene, a temperatura controlada manualmente atravs do ajuste da chama do querosene. O sistema por absoro no to eficiente e difere da configurao do sistema por compresso. Seu funcionamento depende de uma mistura de gua e amonaco, em presena de um gs inerte (hidrognio). Requer ateno constante para garantir o desempenho adequado. 2.2.4.2.1 Funcionamento do sistema por absoro

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A gua tem a propriedade de absorver amnia (NH3) com muita facilidade e atravs desta, possvel reduzir e manter baixa a temperatura nos sistemas de absoro (Figura 2S).

Figura 2S . Diagrama simplificado do sistema de refrigerao por compresso

A aplicao de calor ao sistema faz com que a solubilidade da amnia na gua, libere o gs da soluo. Assim, a amnia purificada, em forma gasosa, se desloca do separador at o condensador, que uma serpentina de tubulaes com um dispositivo de aletas situado na parte superior do circuito. Nesse elemento, a amnia se condensa e, em forma lquida, desce por gravidade at o evaporador, localizado abaixo do condensador e dentro do gabinete. O esfriamento interno do equipamento ocorre pela perda de calor para a amnia, que sofre uma mudana de fase da amnia, passando do estado lquido para o gasoso. A presena do hidrognio mantm uma presso elevada e uniforme no sistema. A mistura amnia-hidrognio varia de densidade ao passar de uma parte do sistema para outra, o que resulta em um desequilbrio que provoca a movimentao da amnia at o componente absorvente (gua). Ao sair do evaporador, a mistura amnia-hidrognio passa ao absorvedor, onde somente a amnia retida. Nesse ponto, o calor aplicado permitir novamente a liberao da amnia at o condensador, fechando o ciclo continuamente. Os sistemas de absoro apresentam algumas desvantagens:

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os equipamentos que utilizam combustvel lquido na alimentao apresentam irregularidade da chama e acmulo de carvo ou fuligem, necessitando regulagem sistemtica e limpeza peridica dos queimadores; a manuteno do equipamento em operao satisfatria apresenta maior grau de complexidade em relao aos sistemas de compresso. a qualidade e o abastecimento constante dos combustveis dificulta o uso de tal equipamento. 2.2.5.2. Controle de temperatura Conforme o tipo de sistema, proceder das seguintes maneiras: a) aqueles que funcionam com combustveis lquidos. O controle efetuado atravs da diminuio ou aumento da chama utilizada no aquecimento do sistema, por meio de um controle que movimenta o pavio do queimador; b) aqueles que funcionam com combustveis gasosos. Nestes sistemas, o controle feito por um elemento termosttico que permite aumentar ou diminuir a vazo do gs que alimentar a chama do queimador, provocando as alteraes de temperatura desejadas; c) aqueles que funcionam com eletricidade. O controle feito atravs de um termostato para refrigerao simples, que conecta ou desconecta a alimentao da resistncia eltrica, do mesmo tipo utilizado nos refrigeradores compresso.

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3. TEMPERATURA: CONTROLE E MONITORAMENTO O controle dirio de temperatura dos equipamentos da Rede de Frio imprescindvel em todas as instncias de armazenamento para assegurar a qualidade dos imunobiolgicos. Para isso, utilizam-se termmetros digitais ou analgicos, de cabo extensor ou no. Quando for utilizado o termmetro analgico de momento, mxima e mnima, a leitura deve ser rpida, a fim de evitar variao de temperatura no equipamento. O termmetro de cabo extensor de fcil leitura e no contribui para essa alterao porque o visor permanece fora do equipamento.

3.1. Termmetros:3.1.1 Termmetro digital de momento, mxima e mnima: um equipamento eletrnico de preciso constitudo de um visor de cristal lquido, com cabo extensor, que mensura as temperaturas (do momento, a mxima e a mnima), Figura 3A Termmetro digital de momento, atravs de seu bulbo mxima e mnima, com cabo extensor. instalado no interior do equipamento, em um perodo de tempo. (Figura 3A)

Tambm existe disponvel um modelo deste equipamento que permite a leitura das temperaturas de momento, mxima, mnima e do ambiente externo, com dispositivo de alarme que acionado quando a variao de temperatura ultrapassa os limites configurados, ou seja, +2 e + 8 C (set point) ou sem alarme. Constitudo por dois visores de cristal lquido, um para temperatura do equipamento e outro para a temperatura do ambiente (Figura 3B).

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Procedimentos para instalao: Abrir o compartimento da bateria na parte traseira do termmetro. Colocar a bateria do tipo recomendado, geralmente do tipo AA. Alguns modelos so fornecidos j com a bateria, porm Figura 3B Termmetro digital de com fita isolante que necessita ser momento, mxima e mnima, com retirada para acionar o cabo extensor e dois visores termmetro. Ainda na parte traseira, colocar etiqueta com a data de instalao da bateria. Considerando que muitos modelos utilizados so fabricados fora do pas, verificar se existe uma pequena chave para comutao da leitura em F ou C e posicion-la em C. Verificar se existe algum protetor plstico sobre o(s) visor (es) e retir-lo. No caso de refrigerador, fixar no lado externo da porta, introduzir o cabo extensor pelo lado de fixao das dobradias, localizando o seu sensor (ou bulbo) na parte central da segunda prateleira (Figura 3C). Para a leitura das temperaturas registradas, devem ser observados os seguintes procedimentos: Considerando que a maioria dos modelos de termmetro digital utilizada importada e desenhada para o registro de temperatura ambiente dentro e fora de domiclio, o visor identificado com IN (dentro) corresponder temperatura do ambiente em que se encontra o refrigerador e o visor identificado com OUT (fora) corresponder temperatura do interior do refrigerador. Observar que esse tipo de termmetro possui um boto de controle para cada visor. Pressionando-se o boto uma vez surgir a sigla MAX (mxima), pressionando-se 28 Figura 3C Fixao de termmetro digital no refrigerador.

mais uma vez, surge a sigla MIN (mnima). Pressionando-se uma terceira vez a temperatura que surge no visor representa a do momento. Registrar as temperaturas nas colunas correspondentes do formulrio adotado para esse fim (Mapa Dirio de Controle de Temperatura). Aps cada leitura e registro das temperaturas, pressionar o boto RESET (reinicializao do painel) para apagar os registros anteriores e iniciar um novo ciclo de aferio. 3.1.2. Termmetro analgico de momento, mxima e mnima (Capela) (Figura 3D). Este termmetro apresenta duas colunas verticais de mercrio com escalas inversas e utilizado para verificar as variaes de temperatura ocorridas em determinado ambiente, num perodo de tempo, fornecendo trs tipos de informao: a mais Figura 3D Termmetro analgico de fria; a mais quente e a momento, mxima e mnima (Capela). do momento. A leitura deve ser feita da seguinte forma: temperatura mnima: a que est indicada no nvel inferior do filete azul na coluna da esquerda; temperatura mxima: a que est indicada no nvel inferior do filete azul na coluna da direita; temperatura do momento: a que est indicada pela extremidade superior da coluna de mercrio (colunas prateadas) em ambos os lados.

Para sua instalao fixar o termmetro entre a primeira e a segunda prateleira da geladeira em posio vertical na rea central do equipamento. Aps cada leitura, registrar imediatamente no mapa de controle e anular a marcao do termmetro pressionando o boto central, at que os filetes azuis se encontrem com a coluna de mercrio; Quando for observada qualquer alterao (exemplo: temperatura mxima acima do limite), anotar no mapa, no item observaes e, em seguida,

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comunicar o fato ao responsvel, que dever adotar as medidas indicadas ao caso. Quando ocorrer a quebra da coluna de mercrio, recomenda-se expor o termmetro luz solar e quando a coluna lquida comear a se movimentar para cima, segura-lo firmemente e e fazer movimentos firmes para baixo (semelhante ao movimento utilizado para zerar o termmetro clnico), o que far com que a coluna de mercrio volte a integrar-se. 3.1.3. Termmetro linear (Figura 3E) Esse tipo de termmetro s nos d a temperatura do momento, por isso seu uso deve ser restrito s caixas trmicas de uso dirio. Coloc-lo no centro da caixa, prximo s vacinas e tamp-la; aguardar meia hora para fazer a leitura da temperatura, verificando a extremidade superior da coluna. Na caixa trmica da sala de vacina ou para o trabalho extramuro, a temperatura dever ser controlada com freqncia, substituindo-se as bobinas de gelo reutilizvel quando a temperatura atingir +8C. O PNI no recomenda a compra deste modelo de termmetro, porm onde ainda exista estoque, o mesmo pode ser utilizado. O PNI espera cada vez mais que todas as instncias invistam na aquisio de termmetros mais precisos e de melhor qualidade (digital de momento, mxima e mnima). Figura 3E - Termmetro linear

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3.1.4. Termmetro analgico de cabo extensor Este tipo de termmetro utilizado para verificar a temperatura do momento, no transporte, Figura 3F Termmetro analgico de cabo extensor no uso dirio da sala de vacina ou no trabalho extramuro. Colocar o sensor ou bulbo do termmetro de cabo extensor entre os imunobiolgi cos que esto na caixa trmica, fechar com o cabo extensor passando entre a tampa e a borda da mesma, deixando o visor do lado externo, em cima da caixa trmica; aguardar meia hora para fazer a leitura da temperatura; verificar a temperatura na extremidade superior da coluna de mercrio (Figura 3F). Atualmente j est disponvel no mercado o termmetro de mxima e mnima digital, o qual utilizado para conferir a temperatura em geladeiras domsticas, comerciais e freezers. Quando do envio ou recebimento de vacinas, anotar a temperatura verificada no formulrio que acompanha a remessa.

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3.1.5. Termmetro a laser um equipamento de alta tecnologia, utilizado principalmente para a verificao de temperatura dos imunobiolgicos nos volumes (caixas trmicas), recebidos ou expedidos em grandes quantidades. Tem a forma de uma pistola, com um gatilho que ao ser pressionado aciona um feixe de raio laser que ao atingir a superfcie das bobinas de Figura 3G Modelos de termmetros a laser gelo, registra no visor digital do aparelho a temperatura real do momento. Para que seja obtido um registro de temperatura confivel necessrio que sejam observados os procedimentos descritos pelo fabricante quanto distncia e ao tempo de presso no gatilho do termmetro (Figura 3G).

3.2. Situaes de emergncia Os equipamentos de refrigerao podem deixar de funcionar por vrios motivos. Assim, para evitar a perda dos imunobiolgicos, precisamos adotar algumas providencias. Quando ocorrer interrupo no fornecimento de energia eltrica, manter o equipamento fechado e monitorar, rigorosamente, a temperatura interna com termmetro de cabo extensor. Se no houver o restabelecimento da energia, no prazo mximo de 2 horas ou quando a temperatura estiver prxima a + 8 C proceder imediatamente a transferncia dos imunobiolgicos para outro equipamento com temperatura recomendada (refrigerador ou caixa trmica). O mesmo procedimento deve ser adotado em situao de falha no equipamento. O servio de sade dever dispor de bobinas de gelo reutilizvel congeladas para serem usadas no acondicionamento dos imunobiolgicos em caixas trmicas.

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No quadro de distribuio de energia eltrica da Instituio, importante identificar a chave especifica do circuito da Rede de Frio e/ou sala de vacinao e colocar um aviso em destaque - NO DESLIGAR. Estabelecer uma parceria com a empresa local de energia eltrica, a fim de ter informao prvia sobre interrupes programadas no fornecimento. Nas situaes de emergncia necessrio que a unidade comunique a ocorrncia instncia superior imediata para as devidas providncias. Observao: Recomenda-se a orientao dos agentes responsveis pela vigilncia e segurana das centrais de rede de frio na identificao de problemas que possam comprometer a qualidade dos imunobiolgicos, comunicando imediatamente o tcnico responsvel, principalmente durante finais de semana e feriados.

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4. EQUIPAMENTOS DA REDE DE FRIO O PNI utiliza equipamentos que garantem a qualidade dos imunobiolgicos: cmara frigorfica, freezers ou congeladores, refrigeradores tipo domstico ou comercial, caminho frigorfico entre outros. Considerando as atividades executadas no mbito da cadeia de frio de imunobiolgicos, algumas delas podem apresentar um potencial de risco sade do trabalhador. Neste sentido, a legislao trabalhista vigente determina o uso de Equipamentos de Proteco Individual (EPI), conforme estabelece a Portaria do Ministrio do Trabalho e Emprego n. 3.214, de 08/06/1978 que aprovou, dentre outras normas, a Norma Regulamentadora n 06 Equipamento de Proteo Individual - EPI. Segundo esta norma, considera-se EPI, todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado proteo de riscos suscetveis de ameaar a segurana e a sade no trabalho. (Especificaes - Anexo 10.2.7) 4.1. Cmaras frigorficas Tambm denominadas cmaras frias. So ambientes especialmente construdos para armazenar produtos em baixas temperaturas, tanto positivas quanto negativas e em grandes volumes (Figura 4A). Para conservao dos imunobiolgicos essas cmaras funcionam em temperaturas entre +2C e +8C e -20C, de acordo com a especificao dos produtos. Na elaborao de projetos para construo, ampliao ou reforma, necessrio solicitar assessoria do PNI considerando a complexidade, especificidade e custo deste equipamento. Figura 4A Cmara frigorfica

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O seu funcionamento de uma maneira geral obedece aos princpios bsicos de refrigerao, alm de princpios especficos, tais como: paredes, piso e teto montados com painis em poliuretano injetado de alta densidade revestido nas duas faces em ao inox/alumnio; sistema de ventilao no interior da cmara, para facilitar a distribuio do ar frio pelo evaporador; compressor e condensador dispostos na rea externa cmara, com boa circulao de ar; antecmara (para cmaras negativas), com temperatura de +4C, objetivando auxiliar o isolamento do ambiente e prevenir a ocorrncia de choque trmico aos imunobiolgicos; alarmes audiovisual de baixa e alta temperaturas para alertar da ocorrncia de oscilao na corrente eltrica ou de defeito no equipamento de refrigerao; alarme audiovisual indicador de abertura de porta; dois sistemas independentes de refrigerao instalados: um em uso e outro em reserva, para eventual defeito do outro; sistema eletrnico de registro de temperatura (data loggers) (Figura 4B). (Especificaes - Anexo 10.2.9) Lmpada de cor amarela externamente cmara, com acionamento interligado iluminao interna, para alerta da presena de pessoal no seu interior e evitar que as luzes internas sejam deixadas acesas desnecessariamente. Figura 4B Modelos de registradores eletrnicos de temperatura (Data loggers de temperatura)

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Algumas cmaras, devido ao seu nvel de complexidade e dimenses utilizam sistema de automao para controle de temperatura, umidade e funcionamento dos equipamentos. Organizao interna As cmaras so dotadas de prateleiras vazadas, preferencialmente metlicas, em ao inox, nas quais os imunobiolgicos so acondicionados de forma a permitir a circulao de ar entre as mesma e organizados de acordo com a especificao do produto laboratrio produtor, nmero do lote, prazo de validade e apresentao. As prateleiras metlicas podem ser substitudas por estrados de plstico resistente (paletes), em funo do volume a ser armazenado. Os lotes com menor prazo de validade devem ter prioridade na distribuio, para evitar perda de imunobiolgicos. Cuidados bsicos Na ausncia de controle automatizado de temperatura, recomenda-se fazer a leitura diariamente, no incio da jornada de trabalho, no incio da tarde e no final do dia, com equipamento disponvel e anotar em formulrio prprio; testar os alarmes antes de sair, ao final da jornada de trabalho; usar equipamento de proteo individual; no deixar a porta aberta por mais de um minuto ao colocar ou retirar imunobiolgico e somente abrir a cmara depois de fechada a antecmara; somente entrar na cmara positiva se a temperatura interna registrada no visor externo estiver +5C. Essa conduta impede que a temperatura interna da cmara ultrapasse +8C com a entrada de ar quente durante a abertura da porta; verificar, uma vez ao ms, se a vedao da porta da cmara est em boas condies, isto , se a borracha (gaxeta) no apresenta ressecamento, no tem qualquer reentrncia, abaulamento em suas bordas e se a trava de segurana est em perfeito funcionamento. O formulrio para registro da reviso mensal encontra-se em manual especfico de manuteno de equipamentos; observar para que a luz interna da cmara no permanea acesa quando no houver pessoas trabalhando em seu interior. A luz grande fonte de calor; ao final do dia de trabalho, certificar-se de que a luz interna foi apagada; de que todas as pessoas saram e de que a porta da cmara foi fechada corretamente; A limpeza interna das cmaras e prateleiras feita sempre com pano mido, e se necessrio, utilizar sabo. Adotar o mesmo procedimento nas paredes e teto e finalmente sec-los. Remover as estruturas desmontveis do piso para fora da cmara, lavar com gua e sabo, enxaguar, secar e recolocar. Limpar o piso com pano mido (pano exclusivo) e sabo, se necessrio e secar. Limpar as luminrias com pano seco e usando luvas de borracha para

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preveno de choques eltricos. Recomenda-se a limpeza reposio de estoque.

antes

da

Recomenda-se, a cada 6 (seis) meses, proceder a desinfeco geral das paredes e teto das cmaras frias1; semanalmente a Coordenao Estadual receber do responsvel pela Rede de Frio o grfico de temperatura das cmaras e dar o visto, aps anlise dos mesmos. A manuteno preventiva e corretiva indispensvel para a garantia do bom funcionamento da cmara. Manter o contrato atualizado e renovar com antecedncia prevenindo perodos sem cobertura. As orientaes tcnicas e formulrios esto descritos no manual especfico de manuteno de equipamentos. 4.2. Freezers ou congeladores So equipamentos destinados, preferencialmente, a estocagem de imunobiolgicos em temperaturas negativas (aproximadamente a -20C), mais eficientes e confiveis, principalmente aquele dotado de tampas na parte superior (Figura 4C). Estes equipamentos devem ser do tipo horizontal, com isolamento de suas paredes em poliuretano, evaporadores nas paredes (contato interno) e condensador/compressor em reas projetadas no corpo, abaixo do gabinete. So tambm utilizados para congelar as bobinas de gelo reutilizvel e nesse caso, a sua capacidade de armazenamento de at 80%. No utilizar o mesmo equipamento para o armazenamento concomitante de imunobiolgicos e bobinas de gelo reutilizvel. Instalar em local bem arejado, sem incidncia da luz solar direta e distante, no mnimo, 40 cm de outros equipamentos e 20 cm de paredes, uma vez que o condensador necessita dissipar calor para o ambiente. Colocar o equipamento sobre suporte com rodinhas (Figura 4C) para evitar a oxidao das chapas da caixa em contato direto com o piso mido e facilitar sua limpeza e movimentao. Figura 4C freezer ou congelador

A desinfeco poder ser feita utilizando-se lcool a 70%. As aplicaes devem ser feitas da seguinte forma: friccionar lcool 70%, esperar secar e repetir trs vezes a aplicao. Deve-se utilizar o seguinte EPI durante o procedimento: luva de borracha cano longo. Outras orientaes podem ser encontradas na seguinte publicao do Ministrio da Sade: Processamento de Artigos e Superficies em Estabelecimentos de Sade, atualmente disponvel no link: dtr2001.saude.gov.br/bvs/publicacoes/superficie.pdf.

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Organizao interna So organizados de acordo com a especificao do produto, laboratrio produtor, n. do lote, prazo de validade e apresentao. Neste caso ocupar at 65% de sua capacidade. Os lotes com menor prazo de validade devem ter prioridade na distribuio, para evitar perda de imunobiolgicos. Afixar na parte externa frontal de cada freezer, uma placa de identificao contendo os dados dos itens acima citados. Acondicionar as bobinas de gelo reutilizvel na seguinte ordem: (Figura 4D) - Dispor primeiramente as bobinas empilhando-as horizontalmente em contato com as paredes laterais do equipamento; - Aps o congelamento destas, desloc-las para a parte central do freezer e colocar mais bobinas a congelar conforme descrito anteriormente; - Repetir este procedimento at completar a carga recomendada (80%) do freezer.

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Figura 4D Organizao das bobinas de gelo reutilizvel em um freezer

Cuidados bsicos fazer a leitura da temperatura, diariamente, no incio da jornada de trabalho, no incio da tarde e no final do dia; anotar no mapa de registro dirio de temperatura (Anexo 10.1.2) Para os equipamentos sem termmetro de cabo extensor, recomenda-se fazer a leitura apenas duas vezes ao dia; no deixar a porta aberta sem necessidade, somente para acondicionamento e retirada de imunobiolgicos ou bobinas de gelo reutilizvel; certificar-se de que a porta est vedando adequadamente, usando-se uma tira de papel com 3cm de largura, aproximadamente. Coloca-se a tira de papel entre a borracha da porta e o freezer. Se ao puxar o papel a borracha apresentar resistncia, a vedao est adequada, porm, se o papel sair com facilidade, um indicativo que a borracha precisa ser trocada . Este teste dever ser feito em vrios pontos da porta, especialmente nos quatro ngulos; fazer degelo a cada 30 dias ou quando a camada de gelo atingir 0,5 cm e limpar o equipamento conforme os procedimentos recomendados (Item 4.3.3); usar tomada exclusiva e de localizao a 1,30m do piso para cada equipamento;

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realizar manuteno preventiva e corretiva conforme manual especfico . 4.3 Refrigeradores (geladeiras) So equipamentos utilizados na rede de frio destinados estocagem de imunobiolgicos em temperaturas positivas entre +2C e +8C. 4.3.1 Refrigerador tipo domstico (Figura 4E) O PNI preconiza o uso de refrigeradores a partir de 280 litros ocupando sua capacidade interna em at 50% (medida entre a bandeja de degelo e a parte superior da gaveta de legumes).

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Figura 4E Organizao Interna do refrigerador tipo domstico

Afixar na porta, externamente, um adesivo indicativo de que o equipamento destinado exclusivamente para imunobiolgicos e o mapa de controle dirio de temperatura. O termmetro (de mxima e mnima digital) pode ser afixado na porta ou na face lateral. No afixar qualquer outro impresso; Aps afixar o termmetro, introduzir o cabo extensor no gabinete interno da geladeira, passando-o atravs do espao entre a porta e o corpo da geladeira, pela lateral onde esto localizadas as dobradias. Colocar o bulbo do cabo extensor na rea central da prateleira do meio, prximo aos frascos. Isto permitir medir a temperatura do ar ao redor dos imunobiolgicos.

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ATENO: No coloque o bulbo dentro de lquido, pois a recomendao de manter a temperatura de armazenamento da vacina entre 2C a 8C baseada no ar circulante, NO em temperaturas do lquido. Colocao das bobinas de gelo reutilizvel no evaporador (congelador): o Descongeladas: coloc-las inicialmente na horizontal2, em quantidade suficiente de acordo com a capacidade que o equipamento tem de congelamento em 24 horas. Essa informao pode ser verificada no manual do fabricante do equipamento. o Congeladas: coloc-las na horizontal ou na vertical, conforme o sentido que couber mais, ocupando todo o espao do evaporador. Estas bobinas de gelo reutilizvel tm o propsito de retardar a elevao da temperatura, oferecendo proteo aos imunobiolgicos na falta de energia eltrica ou defeito do equipamento, como tambm para serem utilizadas na preparao da caixa da sala de vacina em localidades onde no exista outro equipamento para congelamento de bobinas (freezers); Na primeira prateleira armazenar as vacinas que podem ser submetidas temperatura negativa (OPV, SR ou SRC, FA), dispostos em bandejas NO perfuradas, visando reter o ar frio entre os imunobiolgicos (Figura 4E). Na segunda prateleira armazenar as vacinas que NO podem ser submetidas temperatura negativa (dT, DTP, Hepatite B, Hib, influenza, BCG, Pneumococo, VIP, DTPa, contra a raiva humana) dispostas em bandejas NO perfuradas (Figura 4E); na terceira prateleira colocar diluentes e/ou soros, tendo o cuidado de permitir a circulao do ar entre os mesmos, e entre as paredes da geladeira (Figura 4E); Manter a porta do evaporador (congelador), a bandeja de degelo (coletora) e a gaveta de legumes SEM tampa. Preencher a gaveta de legumes com um nmero suficiente de garrafas com gua e corante (tampadas), para que a temperatura se mantenha o mais estvel possvel. Recomenda-se um nmero mnimo de trs garrafas de 1 litro. No substituir as garrafas por bobinas de gelo reutilizvel. Para conservao de imunobiolgicos se recomenda, de preferncia, de apenas uma s porta. Se for utilizado refrigerador de duas portas, este tem que ter comunicao entre o sistema de congelamento (evaporador) e o gabinete de conservao (parte inferior). No se recomenda refrigerador duplex tipo frost-free.

O sentido horizontal da bobina possui uma maior rea de contato entre a bobina e o evaporador, o que permite o congelamento das bobinas em menor tempo.

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Nos locais, onde o corte ou falha no fornecimento de energia eltrica ocorrer com freqncia, utilizar somente refrigerador de uma porta, visando uma melhor manuteno de temperatura. No permitido o uso de refrigerador tipo frigobar, pois este apresenta espao interno reduzido para armazenamento de bobinas de gelo reutilizvel, limitaes para alcanar as temperaturas recomendadas, no tem rendimento eficaz e a espessura do isolamento das paredes facilita a troca de calor com o ambiente externo. Cuidados bsicos fazer a leitura da temperatura, diariamente, no incio da jornada de trabalho e no final do dia e anotar no formulrio de controle dirio de temperatura (Anexo 10.1.2.); fazer degelo e a limpeza a cada 15 dias ou quando a camada de gelo for superior a 0,5 cm; usar tomada exclusiva, instalada a 1,30 m (NBR n 5.410) do piso, para cada equipamento; instalar distante de fonte de calor, sem incidncia de luz solar direta, em ambiente climatizado, bem nivelada e afastada 20 cm da parede e 40 cm entre equipamentos; colocar na base da geladeira suporte com rodas; no armazenar outros materiais (produtos e materiais de laboratrio, odontolgicos, medicamentos, alimentos, bebidas, etc.); nos equipamentos onde os suportes ou prateleiras da porta no forem removveis, no armazenar nada; certificar-se de que a porta est vedando adequadamente. 4.3.2. Refrigerador tipo comercial (Figura 4F) So equipamentos utilizados na Rede de Frio destinados estocagem de imunobiolgicos em volume maior, geralmente na instncia regional ou de grandes municpios, obedecendo, porm, aos mesmos critrios e cuidados estabelecidos para o refrigerador domstico (Figura 4E). Geralmente so entre 600 a 1.200 litros de capacidade, equipadas com um pequeno evaporador e quatro ou seis portas. O seu funcionamento em relao geladeira domstica diferencia na circulao do ar interno, tendo em vista que na geladeira comercial o ar movimentado por um ventilador.

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Figura 4F Organizao Interna do refrigerador tipo comercial

No usar refrigeradores comerciais na sala de vacinao.

Organizao interna Na primeira prateleira armazenar as vacinas que podem ser submetidas temperatura negativa (OPV, SR ou SRC, FA) empilhadas nas prprias embalagens (caixas), tendo-se o cuidado de deixar um espao entre as pilhas, permitindo a circulao de ar entre as caixas. (Figura 4F)

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Ainda na 1. Prateleira, colocar nas laterais e no fundo, garrafas com gua, em nmero suficiente para favorecer a manuteno da temperatura interna entre +2 e +8 C. Serviro ainda na recuperao da temperatura interna quando da abertura da porta e de falta de energia. (Figura 4F). Para abastecer o refrigerador com a quantidade de garrafas recomendadas no item acima necessrio considerar: a) Se as garrafas com gua estiverem temperatura ambiente devero ser colocadas apenas duas unidades por dia at atingir a quantidade possvel, evitando-se, desta forma, modificao abrupta de temperatura no interior do refrigerador. b) Se as garrafas com gua j estiverem refrigeradas pode-se coloc-las de uma s vez. Na segunda prateleira armazenar as vacinas que no podem ser submetidas temperatura negativa (dT, DTP, Hepatite B, Hib, influenza, BCG, Pneumococo, VIP, DTPa, contra a raiva humana) e portanto devem ser armazenadas em temperatura entre 2C a +8C, empilhadas nas prprias embalagens (caixas), com o cuidado de deixar um espao entre as pilhas permitindo a circulao de ar entre as caixas (Figura 4F); Na segunda prateleira de cada compartimento, no centro, colocar termmetro de mxima e mnima na posio vertical (em p) (Figura 4F); Na terceira prateleira colocar caixas com soros ou com as vacinas de conservao entre +2C a +8C, empilhadas nas prprias embalagens (caixas), tendo-se o cuidado de deixar um espao entre as pilhas, permitindo a circulao de ar entre as caixas (Figura 4F); Cuidados bsicos Fazer a leitura da temperatura diariamente no incio da jornada de trabalho da manh e no da tarde e ao final do dia, registrar no formulrio de controle dirio de temperatura; Manter afixado, em cada porta do equipamento, aviso para que a geladeira no seja aberta fora do horrio de retirada e/ou guarda dos imunobiolgicos ou mensurao de temperatura; Usar tomada exclusiva para cada equipamento; . fazer degelo e limpeza a cada 30 dias ou quando a camada de gelo for superior a 0,5 cm. Instalar distante de fonte de calor, de incidncia de luz solar direta, a 20cm da parede e a 40cm de outro equipamento; Instalar bem nivelada, em ambiente climatizado temperatura de at +18C; Colocar na base da geladeira suporte com rodas; No permitir armazenar outros materiais; Certificar-se de que a porta est vedando adequadamente. No colocar qualquer elemento no refrigerador que dificulte a circulao de ar.

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Para verificar se a borracha da porta do refrigerador est vedando adequadamente, pegar uma tira de papel com 3cm de largura aproximadamente e coloc-la entre a borracha da porta e o refrigerador. Se ao puxar o papel a borracha apresentar resistncia est em perfeito estado, porm, se o papel sair com facilidade dever ser trocada a borracha. Este teste dever ser feito em vrios pontos da porta, especialmente nos quatro ngulos. 4.3.3. Procedimentos de limpeza Para manter as condies ideais de conservao dos imunobiolgicos, proceder a limpeza dos equipamentos a cada 15 ou 30 dias ou quando a camada de gelo atingir 0,5 centmetro. Recomenda-se: transferir os imunobiolgicos para outra geladeira, se houver, ou para uma caixa trmica com bobinas de gelo reutilizvel, previamente organizada com as bobinas e aps a estabilizao da temperatura recomendada (+2C a +8C) e vedar as caixas com fita adesiva larga; NO mexer no termostato; desligar a tomada e abrir a porta ou tampa, inclusive do congelador, at que todo o gelo aderido se desprenda; no usar faca ou outro objeto pontiagudo para a remoo mais rpida do gelo, pois esse procedimento pode danificar os tubos de refrigerao; limpar, interna e externamente, com um pano umedecido em soluo de gua com sabo neutro, ou sabo de coco, por exemplo. No jogar gua no interior do equipamento. aps a limpeza: - ligar o refrigerador; - recolocar o termmetro (no esquecer de anular a marcao anterior), as garrafas e as bobinas de gelo reutilizvel e fechar a porta; - manter a porta fechada pelo tempo necessrio at alcanar a temperatura recomendada. - aps a estabilizao da temperatura, reorganizar os imunobiolgicos. NO FAZER O DEGELO E A LIMPEZA S SEXTAS-FEIRAS E VSPERAS DE FERIADOS PROLONGADOS E/OU FINAL DE JORNADA DE TRABALHO.

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4.4. Caminho frigorfico Organizao interna importante calcular a capacidade mxima de carga til do veculo refrigerado para o transporte de imunobiolgicos. Isto poder ser feito acondicionando caixas vazias no interior do ba de acordo com as instrues contidas no item 4.4.2 e observando-se as figuras 4G, 4H e 4I. Anotar o resultado em local de fcil consulta e nunca ultrapassar essa capacidade. Figura 4G Desenho esquemtico das caixas trmicas no ba do caminho frigorfico (vista 1)

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Figura 4H Desenho esquemtico das caixas trmicas no ba do caminho frigorfico (vista 2)

Figura 4I Desenho esquemtico das caixas trmicas no ba do caminho frigorfico (vista 3)

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4.4.1. Antes do carregamento Inspecionar todos os itens essenciais do veculo (nvel de leo, combustvel, sistema eltrico) e o equipamento de refrigerao do ba de acordo com as recomendaes do fabricante Verificar se o estrado vazado de plstico resistente encontra-se no assoalho. Limpar o interior do ba de acordo com os procedimentos descritos no item 4.4.4 Acionar o sistema de refrigerao do ba e aguardar que a temperatura esteja entre +2C e +8C (Aproximadamente 90 minutos). 4.4.2. Carregamento Organizar as caixas no ba, por fileira, comeando pela parede do fundo e lateral. Repetir este procedimento at acondicionar a carga prevista. As vacinas devero ser transportadas em caixas trmicas devidamente fechadas com proviso de bobinas de gelo. As vacinas em temperatura negativa devero ser localizadas no ba o mais prximo possvel da porta. O empilhamento mximo das caixas no interior do ba refrigerado dever ficar numa altura inferior a sada do ar do evaporador, de tal maneira que a mesma no fique obstruda. Visando promover uma maior inrcia e segurana nas caixas de imunobiolgicos durante o transporte, no deixar espaamentos maiores que 5,0 cm entre as caixas. Na rea da antecmara do ba refrigerado, deve-se tomar o cuidado de garantir a imobilidade de qualquer insumo transportado neste espao. Tendo em vista a possibilidade de deslocamento e avaria destes materiais durante o transporte. 4.4.3. Descarregamento Estacionar o caminho onde houver tomada trifsica para alimentao do equipamento do ba. No existindo docas, estacionar o veculo mais prximo do local de armazenamento (Central de Rede de Frio) Verificar se todas as caixas esto devidamente tampadas, fazer o descarregamento o mais rpido possvel, no expondo a carga temperatura ambiente e/ou luz solar direta. Deixar a porta do ba aberta o mnimo de tempo. 4.4.4. Limpeza A cada retorno: o Retirar os estrados do assoalho, lav-los com gua e sabo, enxaguar, secar e recoloc-los aps a limpeza do ba. o Limpar o interior do ba com pano mido esterilizado exclusivo. o Se necessrio, usar sabo, retirando-o com outro pano mido.

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Semanal: o Recomenda-se proceder a desinfeco geral das paredes, piso e teto das cmaras frias3 1 (uma) vez por semana.

o Nunca utilizar produtos abrasivos e corrosivos. o Nunca jogar gua com baldes ou jatos no interior do ba. o O interior do ba refrigerado no dever conter equipamentos (estrados ou paletes, estantes etc) de madeira.

Cuidados bsicos Observar todas as recomendaes contidas no manual do veculo com respeito a conservao externa Durante todo o transporte importante que o condutor observe o controlador de temperatura, garantindo a manuteno desta entre +2C e +8C Realizar manuteno preventiva e corretiva 4.5. Caixas Trmicas So produzidas com material trmico do tipo poliuretano ou poliestireno expandido (ex.: isopor, isonor), sendo esta ltima a mais utilizada no transporte de imunobiolgicos entre os diversos laboratrios produtores at a sala de vacina, inclusive vacinao extramuros (Figura 4J).

A desinfeco poder ser feita utilizando-se lcool a 70%. As aplicaes devem ser feitas da seguinte forma: friccionar lcool 70%, com pano esterilizado, realizando-se movimentos contnuos e em um s sentido. O desinfetante tambm pode ser aplicado (aspergido) com borrifador. Deve-se utilizar o seguinte EPI durante o procedimento: luva de borracha cano longo. Outras orientaes podem ser encontradas na seguinte publicao do Ministrio da Sade: Processamento de Artigos e Superficies em Estabelecimentos de Sade, atualmente disponvel no link dtr2001.saude.gov.br/bvs/publicacoes/superficie.pdf.

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Figura 4J Caixas trmicas

O Programa recomenda que quando da aquisio de caixas trmicas de poliestireno expandido sejam observadas as seguintes caractersticas: tipo retangular e com tampas perfeitamente ajustadas. A caixa trmica deve ser organizada para manter a temperatura de conservao dos imunobiolgicos a -20C ou entre +2C e +8C, por um determinado perodo de tempo, de acordo com o imunobiolgico a ser armazenado ou transportado. Cuidados bsicos verificar as condies da caixa, observando se existem rachaduras e/ou furos. No utilizar caixas com dreno; lavar e secar cuidadosamente as caixas aps cada uso. Manter as caixas trmicas abertas, at que estejam completamente secas. Aps a secagem, armazen-las abertas em local adequado; 4.5.1. Organizao da caixa trmica de uso dirio na rotina da sala de vacinao Na sala de vacinao deve ser usada caixa trmica do tipo retangular, com capacidade mnima de doze litros e com tampa ajustada. manter a temperatura interna da caixa entre +2C e +8C, monitorando-a com termmetro de cabo extensor, de preferncia, ou com termmetro linear, trocando as bobinas de gelo reutilizvel sempre que necessrio; usar bobinas de gelo reutilizvel AMBIENTADAS nas laterais da caixa; arrumar os imunobiolgicos no centro da caixa, deixando-os circundados pelas bobinas (ver Figura 2M); manter a caixa trmica fora do alcance da luz solar direta e distante de fontes de calor;

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Ao final da jornada de trabalho, retornar as bobinas ao congelador/freezer. Lavar a caixa trmica, enxug-la e guard-la sem tampa. Situao especial Embora o gelo em barra ou em escamas no seja recomendado para a manuteno da temperatura nas caixas, ainda ocorre sua utilizao em campanhas de vacinao. Sendo esta a nica alternativa, utiliz-lo dentro de saco plstico, considerando-se a insuficincia de bobinas. Os servios de sade devero conservar devidamente as bobinas enviadas pela instncia central, ou adquiridas com recursos prprios, a fim de que torne cada vez mais desnecessria a utilizao de gelo comum. Organizao da caixa trmica para uso nas atividades extramuros indispensvel caracterizar a populao a ser vacinada para definir a quantidade de imunobiolgicos a ser transportada, nmero de caixas trmicas e de bobinas de gelo reutilizvel, Recomenda-se que sejam utilizadas caixas separadas para o estoque de imunobiolgicos, bobinas e outra para acondicionamento das vacinas em uso, Na organizao dessas caixas, seguir as mesmas orientaes descritas nos itens referentes vacinao de rotina (ver item 4.5.1.) e de transporte de imunobiolgicos (ver item 6).

4.6. Bobinas de Gelo Reutilizvel So constitudas de material plstico (geralmente polietileno), contendo gel base de celulose vegetal em concentrao no txica e gua (gelo reutilizvel de gel); ou apenas gua (gelo reutilizvel de gua), encontradas no mercado em vrias dimenses. (Figura 4K) Figura 4K Modelos de Bobinas de Gelo Reutilizvel

O Programa Nacional de Imunizaes recomenda apenas a bobina de gelo reutilizvel para a conservao de imunobiolgicos. As especificaes das bobinas esto contidas no Anexo 10.2.7. 52

Durante o processo licitatrio para aquisio deste produto, exigir das empresas participantes, amostras para serem submetidas aos seguintes testes: a) Manter as bobinas em freezer durante um perodo mnimo de 48 h; b) Colocar as bobinas congeladas em caixa trmica que atenda s especificaes contidas neste manual e monitor-la durante 48 horas, verificando se a temperatura preconizada para conservao de imunobiolgicos durante o transporte se mantm por 24 horas no mnimo; e se ao completar as 48 horas de monitoramento ainda apresenta temperatura mxima de at +8C. Cuidados com as bobinas de gelo reutilizvel Caso o material plstico seja danificado, deixando vazar seu contedo, no total ou em parte, a bobina dever ser desprezada. NUNCA USAR GUA COM SAL OU OUTRA SUBSTNCIA, para completar o volume de bobinas porque quando se adiciona sal gua, baixa-se o ponto de congelamento e desta forma poder haver congelamento de imunobiolgicos que no podem ser submetidos a temperaturas negativas; uma vez terminado o uso da caixa trmica, as bobinas devero ser retiradas, lavadas, enxugadas e retornadas ao congelador ou freezer. NO SE DEVE MANTER BOBINAS FORA DO CONGELADOR OU FREEZER. O PNI recomenda que a sala de vacinao disponha de freezer pequeno para o congelamento de bobinas de gelo reutilizvel em quantidade suficiente para o preparo da caixa de uso dirio da sala de vacinao, como tambm para todas as aes de vacinao. Considerando que as bobinas de gelo reutilizvel que so mantidas no evaporador da geladeira tm como finalidade a manuteno da estabilidade da temperatura interna durante o perodo interciclo de refrigerao, como tambm durante falhas no fornecimento de energia, estas no devem ser retiradas para serem utilizadas em caixas de vacina. todas as instncias de armazenamento e distribuio de imunobiolgicos devero possuir bobinas congeladas em quantidade suficiente ao abastecimento do nmero de caixas trmicas utilizadas. observar o prazo de validade das bobinas, como tambm periodicamente observ-las contra a luz a fim de se certificar que estas no apresentam depsitos ou resduos em seu interior, o que representaria a contaminao do produto. Caso isto ocorra, desprezar imediatamente. no preparo das caixas trmicas para transporte de imunobiolgicos destinados a locais de longa distncia e difcil acesso, recomenda-se o uso de bobinas possveis de serem abertas. medida que as bobinas forem descongelando, devem ser esvaziadas, conservando-se apenas o material plstico. Retornando ao centro de sade, deve-se novamente reabastec-las e utiliz-las normalmente. Essa recomendao tem como objetivo diminuir o peso do material durante o transporte, principalmente em situaes em que essas distncias forem percorridas a p.

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Ambientao da bobina de gelo reutilizvel Dever ser feita sempre para o acondicionamento de imunobiolgicos entre +2C e +8C, para o transporte ou uso nas atividades de vacinao. O procedimento est ilustrado na Figura 4L. Figura 4L Ambientao das bobinas de gelo reutilizvel

Quando as bobinas de gelo reutilizvel estiverem estocadas em freezer, ou seja, prximo de -20C, ou em congelador de geladeira, prximo de -7C, proceder da seguinte maneira: retirar as bobinas de gelo reutilizvel do freezer, coloc-las sobre uma mesa, pia ou bancada, at que desaparea a nvoa que normalmente cobre a superfcie externa da bobina congelada. Ao mesmo tempo, colocar uma das bobinas sobre um material isolante (tampa da caixa de isopor) e colocar sob a bobina o bulbo de um termmetro de cabo extensor, para indicao de quando as bobinas tero alcanado a temperatura mnima de 0C. Aps o desaparecimento da nvoa e a confirmao da temperatura positiva atravs do termmetro de cabo extensor mantido em uma das bobinas, coloc-las nas caixas conforme figura 4L. Concomitantemente recomenda-se mensurar a temperatura interna da caixa atravs do termmetro de cabo extensor, antes de colocar as vacinas em seu interior.

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4.7. Outros equipamentos da Rede de Frio: 4.7.1. Cmara para conservao de Imunobiolgicos Equipamento fabricado com moderna estrutura e sistema de refrigerao, alm de dispositivos que minimizam a oscilao das temperaturas de conservao e registro com maior preciso. Esto disponveis no mercado vrios modelos, de um modo geral, so equipamentos verticais com isolamento trmico em poliuretano, gabinete de ao carbono, chapa de a