Manual Rotinas Secretarias de Juizos

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    MANUAL DE ROTINAS

    DAS SECRETARIAS DE JUZO

    AUTORIA E REVISO: LUCIANA REMIGGI

    ATUALIZADO EM 16 DE DEZEMBRO DE 2009.

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    Prezados Colegas

    O presente estudo aplica-se, genericamente, a todas as Secretarias de Juzo - Cveis e Criminais e encontra-se de acordo com o Provimento n. 161/CGJ/2006 e demais normas institudas pelo Tribunal de Justia do Estado de Minas Gerais e pela Corregedoria-Geral de Justia, bem como o disposto nos Cdigos de Processo Civil e Penal.

    O objetivo simplificar o estudo das normas e, sobretudo, unificar os procedimentos em todas as comarcas do Estado. Cumpre observar que as matrias aqui tratadas no esto esgotadas e algumas delas foram colocadas apenas a ttulo de sugesto, devendo o Escrivo adequ-las realidade de sua comarca.

    Espero que este Manual seja uma ferramenta til ao desenvolvimento dos trabalhos nas Secretarias de Juzo.

    (a) Luciana Remiggi Oficial de Apoio Judicial C

    e-mail: [email protected]

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    SUMRIO 1)INTRODUO............................................................................................................ 5 1.1) Tabelas Processuais Unificadas CNJ.................................................................. 5

    2) ORGANIZAO E FUNCIONAMENTO DAS SECRETARIAS.................................. 6 2.1) Organizao da Secretaria de Juzo....................................................................... 7 2.2) Diviso das tarefas.................................................................................................. 7 2.3) Organizao dos processos.................................................................................... 8 2.4) Atendimento ao pblico........................................................................................... 9

    3) INSTRUMENTOS JURDICOS.................................................................................. 9 3.1.) Certides............................................................................................................... 11 3.2.) Mandado................................................................................................................ 13 3.2.1) Observaes sobre a expedio e o cumprimento dos mandados......................15 3.3) Edital....................................................................................................................... 17 3.3.1) Nas varas criminais............................................................................................ 18 3.4) Cartas..................................................................................................................... 19 3.4.1) Carta precatria.................................................................................................. 19 3.4.1.1) Expedio......................................................................................................... 19 3.4.1.2) Juntada............................................................................................................. 22 3.4.2)Carta rogatria..................................................................................................... 22 3.4.2.1) Competncia.................................................................................................... 23 3.4.2.2) Requisitos essenciais para expedio ............................................................ 23 3.4.2.3) Documentos que acompanham a carta rogatria............................................ 24 3.4.3) Carta de ordem.................................................................................................. 24 3.4.4) Carta de arrematao......................................................................................... 24 3.4.5) Carta de adjudicao.......................................................................................... 25 3.4.6) Carta de alienao por iniciativa particular ........................................................26

    4) ROTINAS DE SECRETARIA.................................................................................... 26 4.1) Autuao................................................................................................................ 27 4.1.1) Capa.................................................................................................................... 28 4.1.2) Formao e organizao dos volumes.................................................................29 4.1.3) Anotaes na capa dos autos............................................................................. 30 4.1.4) Tramitao prioritria de feitos de interesse do idoso......................................... 31 4.1.5) Autuao nas varas criminais.............................................................................. 31 4.2) Juntada................................................................................................................... 34 4.2.1) Juntada em processos apensados.......................................................................35 4.2.2) Juntada da declarao de imposto de renda...................................................... 36 4.2.3) Juntada de peties em processos conclusos.................................................... 36 4.3) Publicao e intimao........................................................................................... 36 4.3.1) Publicao nas varas criminais.......................................................................... 39 4.4) Desentranhamento................................................................................................. 39 4.5) Carga de autos....................................................................................................... 40 4.5.1) Carga para xrox................................................................................................. 42 4.6) Apensamento e desapensamento de autos........................................................... 43 4.6.1) Casos especiais.................................................................................................. 44

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    4.7) Baixa e arquivamento de autos.............................................................................. 45 4.7.1) Arquivamento provisrio suspenses legais .................................................. 47 4.7.2) Desarquivamento de autos................................................................................. 48 4.8) Tempo dos atos processuais.................................................................................. 49 4.8.1) Decurso de prazo................................................................................................ 50 4.8.2) Trnsito em julgado em procedimento cvel........................................................ 51 4.8.3) Trnsito em julgado em procedimento criminal................................................... 51 4.9) Rotinas especficas da vara criminal...................................................................... 52 4.9.1) Desmembramento de autos.................................................................................52 4.9.2 Desaforamento Tribunal do Jri........................................................................ 53 4.9.3) Emisso de guia de execuo............................................................................. 53 4.9.4) Destinao de armas e objetos apreendidos...................................................... 55

    5) ATOS ORDINATRIOS............................................................................................ 56 5.1) Atos ordinatrios em procedimentos cveis........................................................... 56 5.1.1) Em face da petio inicial.................................................................................... 56 5.1.2) Em face da resposta do ru................................................................................ 56 5.1.3) Em face da prova................................................................................................ 57 5.1.4) Em face da citao e da intimao..................................................................... 57 5.1.5) Da carga e da vista dos autos............................................................................. 57 5.1.6) Das cartas precatrias........................................................................................ 58 5.1.7) Nos procedimentos especiais de jurisdio voluntria....................................... 58 5.1.8) Em face do inventrio......................................................................................... 58 5.1.9) Em face do arrolamento sumrio........................................................................ 59 5.1.10) Em face do recurso........................................................................................... 59 5.1.11) Da execuo.................................................................................................... 59 5.1.12) Das disposies genricas.............................................................................. 60 5.2) Atos ordinatrios em procedimentos criminais...................................................... 61

    6) LIVROS OBRIGATRIOS........................................................................................ 61

    7) SERVIOS AUXILIARES......................................................................................... 64 7.1) Contadoria-Tesouraria ......................................................................................... 64 7.1.1) Custas judiciais................................................................................................... 65 7.1.2) Taxa judiciria..................................................................................................... 65 7.1.3) Emisso de guia de custas................................................................................. 66 7.1.4) Cobrana de custas finais................................................................................... 67 7.2) Protocolo Geral de Peties e Documentos Judiciais............................................ 67 7.3) Central de Mandados............................................................................................. 68 7.4) Servio Auxiliar de Distribuio.............................................................................. 69 7.4.1) Requisitos para a distribuio das iniciais........................................................... 70 7.4.2) Distribuio por dependncia.............................................................................. 73 7.4.3) Da redistribuio de feitos................................................................................... 74

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    1) INTRODUO Cada comarca nica. Os problemas encontrados em uma ou algumas delas podem se repetir, mas cada qual possui caractersticas prprias, que dizem respeito ao relacionamento interpessoal e forma de desenvolver seu trabalho.

    Assim, mesmo com as peculiaridades de cada comarca, o presente Manual tem como objetivo uniformizar algumas rotinas, visando facilitar o trabalho dos servidores que atuam diretamente cumprimento dos atos de ofcio e no atendimento ao pblico, para que a prestao jurisdicional, que a nossa atividade fim, seja feita de forma clere, eficaz e justa em todas as comarcas do Estado.

    As matrias aqui abordadas no esto esgotadas e, em caso de dvidas, o servidor dever valer-se do Provimento n 161/CGJ/2006 e demais atos normativos editados pela Corregedoria Geral de Justia e pelo Tribunal de Justia de Minas Gerais, bem como dos Cdigos de Processos e demais leis existentes.

    Foi tambm fonte normativa do presente Manual a Instruo Padro de Trabalho IPT, que constitui o Sistema de Padronizao Organizacional do TJMG, institudo pela Portaria n 1.546/2003, em vigor na Comarca de Belo Horizonte. No decurso do presente estudo, denominaremos este sistema apenas como IPT.

    1.1) Tabelas Processuais Unificadas CNJ Premido pela necessidade de melhorar os servios judiciais prestados ao cidado, aprimorar a coleta de informaes estatsticas e pela busca da padronizao nacional das atividades de apoio judicirio, o Conselho Nacional de Justia - CNJ criou as Tabelas Processuais Unificadas para o Poder Judicirio, a saber: 1) Tabela de Assuntos Processuais, utilizada para padronizar nacionalmente o cadastramento das matrias ou temas discutidos nos processos; 2) Tabela de Classes Processuais, usada na classificao do procedimento judicial ou administrativo adequado ao pedido; 3) Tabela de Movimentao Processual, para registro dos procedimentos e rotinas dos atos processuais que impulsionam o processo.

    Para o presente estudo, interessa-nos apenas a Tabela de Movimentao Processual, que fez significativas alteraes na tabela existente no SISCOM. Foram retiradas diversas movimentaes em uso e acrescentadas outras, reduzindo os cdigos a quase um tero.

    Antigas movimentaes que tinham o objetivo de aguardar a realizao de algum ato foram extintas, tais como aguarda expedio de..., aguarda devoluo de..., aguarda realizao..., etc. No entanto foi criado no SISCOM um campo denominado LOCALIZADOR que vai permitir a visualizao interna do andamento processual. Por exemplo: quando o juiz despachar expea-se mandado, o processo receber apenas trs movimentaes, desde a expedio at a devoluo do mandado:1) EXPEDIO DE MANDADO, que corresponde ao antigo aguarda expedio de mandado; 2) MANDADO DEVOLVIDO CUMPRIDO, NO CUMPRIDO OU CUMPRIDO EM PARTE; e 3) JUNTADA DE MANDADO. As fases intermedirias -

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    mandado expedido ou aguarda devoluo de mandado - podero ser lanadas no campo LOCALIZADOR e estaro visveis apenas para a Secretaria de Juzo, no estando disponvel para o pblico externo, mesmo que a consulta seja feita atravs da internet ou dos Terminais de Consulta ao Andamento Processual - TECAP.

    J no caso da juntada de peties houve uma ampliao das possibilidades: ao invs de utilizar o tipo genrico juntada efetivada de, passou-se a utilizar um cdigo para cada tipo de documento: ofcio, mandado, AR, contestao, apelao, etc.

    As mudanas visam tambm melhorar a compreenso do andamento processual pelo jurisdicionado que, hoje, tem amplo acesso internet.

    Belo Horizonte e algumas comarcas da Regio Metropolitana, como Sete Lagoas e Santa Luzia, j funcionam com as novas tabelas e a implantao seguir paulatinamente para as comarcas de todo o Estado.

    Como o presente estudo bastante abrangente, absteve-se de mencionar cdigos de movimentao do SISCOM, para que no haja confuso, ante a realidade das Tabelas Processuais Unificadas.

    2) ORGANIZAO E FUNCIONAMENTO DAS SECRETARIAS A estrutura das Secretarias de Juzo varia de acordo com a entrncia1 da comarca, sendo que para cada Secretaria h sempre um escrivo e um juiz.

    1 Lei Complementar n 59, de 18/01/2001. Art. 8 As comarcas classificam-se como: I - de entrncia especial as

    que tm cinco ou mais varas instaladas, nelas compreendidas as dos Juizados Especiais, e populao igual ou superior a cento e trinta mil habitantes; II - de primeira entrncia as que tm apenas uma vara instalada; e III - de segunda entrncia as que no se enquadram nos incisos I e II deste artigo.

    Juiz

    Escrivo, Contador-Tesoureiro,

    Demais gerentes de setor

    Escreventes (oficiais de apoio e terceirizados)

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    So atribuies dos servidores que trabalham nas Secretarias de Juzo os atos de movimentao, documentao e execuo dos processos em tramitao e o atendimento ao pblico externo (partes, procuradores e interessados) e interno (juzes, promotores de justia e demais servidores). 2.1) Organizao da Secretaria de Juzo O ambiente fsico deve ser planejado, com o objetivo de simplificar e agilizar os trabalhos. Os mveis e equipamentos devem estar dispostos de maneira a evitar deslocamentos desnecessrios, tanto de pessoas quanto de autos e de livros.

    O fator fsico importante porque ele influencia na salubridade do ambiente, tanto no que diz respeito ao rendimento como no nimo e disposio do servidor para o trabalho.

    Assim, devem ser adotados cuidados bsicos, tais como:

    Manter limpas e organizadas as salas; Distribuir os processos nos escaninhos com ateno, a fim de evitar

    enganos, mantendo-os organizados e arrumados; Zelar pela economia e conservao do material de uso peridico; Dentro do possvel, manter sobre as mesas, durante o expediente,

    somente os autos que estiverem sendo manuseados; Evitar colocar autos empilhados no cho ou sobre as lixeiras.

    Em especial, deve-se ficar atento guarda dos processos nos escaninhos. Esse item deve ser observado com cuidado porque a sua inobservncia causa diversos transtornos para a Secretaria, tais como atraso no cumprimento dos expedientes e demora no atendimento do advogado no balco. A no localizao do processo no ato do atendimento, pode, tambm, levar obrigatoriedade de expedio de certido pelo escrivo quanto a este fato, acarretando atraso no andamento processual ante a devoluo do prazo para a parte prejudicada. Ressalta-se, ainda, que a correta guarda e localizao dos processos nos escaninhos sinal de respeito aos colegas, sendo a desateno fator que prejudica a todos, j que a ao de um servidor reflete diretamente no trabalho do outro. 2.2) Diviso das tarefas O nmero de servidores e a distribuio equitativa do trabalho entre eles fator primordial para o bom andamento da Secretaria.

    importante que o servidor saiba executar todas as tarefas, desde a fase inicial do processo, inclusive as de apoio s audincias e de atendimento ao pblico, o que possibilita a diviso eqitativa dos trabalhos.

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    Caso a diviso de tarefas seja por funo (publicao, expedio de ofcio ou mandado, etc.), deve-se ter o cuidado de um ou mais servidores saberem realizar as tarefas uns dos outros, para o caso de ausncia (licena sade, frias, etc.). O trabalho em equipe tambm fundamental. Deve-se ter em mente que todo o trabalho realizado faz parte de uma cadeia de atos que se completam. A cooperao entre os colegas a base forte do desempenho e da produtividade da Secretaria.

    Alm disso, necessrio que todos sejam devidamente orientados quanto realizao dos trabalhos. O escrivo desempenha um importante papel nesse mister. dele a responsabilidade de administrar e gerenciar a Secretaria de Juzo. Cabe a ele, dentre outras atribuies:

    Organizar a Secretaria com o auxlio da equipe; Tomar decises; Planejar e definir metas de trabalho; Delegar responsabilidades, mediante diviso de tarefas; Fiscalizar e supervisionar a realizao dos trabalhos.

    Ao realizar a diviso de tarefas, dever o escrivo:

    Observar o planejamento feito; Adotar critrios eqitativos; Estabelecer prazos para a execuo das tarefas (quando necessrio); Dialogar com a equipe, sensibilizando-a, e, inclusive, estar aberto a

    sugestes.

    Ao fiscalizar e supervisionar a realizao dos trabalhos dever:

    Acompanhar a execuo das tarefas; Orientar e ajudar, quando necessrio; Verificar os resultados, fazendo as alteraes necessrias para a eficincia

    do servio realizado; Apontar erros e indicar o modo correto de proceder; Valorizar os acertos, tanto os individuais quanto os coletivos.

    A difcil tarefa de gerenciar requer pacincia, respeito aos colegas e s diferenas de cada um, bem como firmeza na tomada de decises e conhecimento da matria afeta ao seu setor. A busca por conhecimento deve ser constante, devendo o escrivo ficar atento s constantes alteraes normativas, tanto da legislao federal quanto das normas internas do Tribunal de Justia. Este saber se traduz em eficincia e em segurana para o gerenciador e para o gerenciado.

    2.3) Organizao dos processos

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    Os autos devem ser guardados em escaninhos prprios e divididos de forma a facilitar sua localizao e manuseio. Para isto, sugere-se:

    a) A utilizao de um critrio combinado, que observe tanto a fase em que se encontra o processo (verificada atravs das movimentaes do SISCOM), quanto a sua ordem numrica;

    b) Evitar especificaes e divises desnecessrias, de modo a dificultar a localizao dos processos;

    c) Destinar um ou mais escaninhos para os processos que estejam aguardando a realizao de audincias;

    d) Quando possvel, os autos em que foi determinada a vista ou a intimao de quaisquer das partes devero ficar prximos do balco da Secretaria, a fim de se evitar deslocamentos desnecessrios;

    e) Nas aes criminais, dever haver escaninho separado para rus presos;

    f) Ateno para outros casos especiais e medidas de urgncia: liminares concedidas, Lei Maria da Penha, idosos, etc.

    2.4) Atendimento ao pblico O trabalho em equipe fundamental para o bom atendimento, principalmente no auxlio localizao do processo ou na soluo de questes de ordem processual ou funcional.

    a) So requisitos bsicos ao bom atendimento:

    Educao e cortesia; Saber ouvir e atender o que se pede com presteza e eficincia; Evitar discusses desnecessrias; Auxiliar no encaminhamento ao setor ou servio competente, quando o

    interessado se dirige equivocadamente Secretaria de Juzo; Se necessrio, recorrer ao superior hierrquico quando o problema for de

    difcil soluo.

    b) No atendimento que vise localizao de processos, observar:

    As partes e advogados devero portar informativo do SISCOM atualizado, atravs de suas papeletas, do Dirio do Judicirio, da internet ou outras que noticiem o andamento dos processos;2

    2 Provimento n 161/CGJ/2006, art. 190, pargrafo nico. Entende-se por SISCOM atualizado aquele que contm a

    data do dia do atendimento.

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    Fiscalizar o pblico, ficando atento ao processo que est sendo manuseado no balco;

    Ateno quanto s aes que correm em segredo de justia.3 c) Escala de revezamento:

    Visando facilitar o atendimento no balco, sugere-se seja adotada pelo escrivo uma escala de revezamento. Tal medida facilita o atendimento e agiliza a realizao das tarefas pelo servidor, que ficar com a ateno voltada para o balco apenas durante o perodo estipulado para o atendimento, salvo se houver necessidade de mobilizar toda a equipe. Para tanto, o escrivo poder dividir o horrio de atendimento ao balco de acordo com o nmero de servidores - aproximadamente 1:30h (uma hora e meia) para cada grupo. d) Aos idosos (idade igual ou superior a 60 anos) e aos portadores de deficincia fsica, protegidos por lei, o atendimento PRIORITRIO, tanto no balco da Secretaria de Juzo quanto nos Servios Auxiliares.4

    e) PROIBIDO s Secretarias de Juzo e aos servios auxiliares da Direo do Foro o fornecimento de informaes processuais e custas por telefone.5

    f) Os Terminais de Consulta ao Andamento Processual - TECAP, donde se extraem o informativo do SISCOM, devem estar localizados nas dependncias do Frum em local visvel e de acesso ao pblico em geral, no somente ao advogado.

    g) aconselhvel que se mantenha acessvel, tanto para consulta do servidor quanto das partes e advogados, o Provimento n 161/CGJ/2006 e demais atos normativos da CGJ e do TJMG, evitando discusses desnecessrias quanto aos procedimentos adotados.

    h) Recomenda-se, ainda, que tanto a Secretaria de Juzo quanto os Servios Auxiliares possuam um quadro para afixao de avisos e de Portarias do Juzo, referentes a normas de orientao ou instruo s partes, aos advogados e aos interessados, afetas a cada setor. Por exemplo, nas Secretarias, instrues sobre a carga de autos para xrox; na Contadoria-Tesouraria, afixao da Tabela de Custas e Taxas Judicirias. Assim, a exposio de determinados avisos e normas (pela sua importncia no momento do atendimento) tem o condo de evitar desgastes desnecessrios e at mesmo o deslocamento do escrivo at o balco para, reiteradamente, colocar fim a questionamentos j superados. 3) INSTRUMENTOS JURDICOS Para fins do presente estudo, denomina-se instrumentos jurdicos os diversos documentos expedidos pela Secretaria de Juzo com o objetivo de existncia

    3 Provimento n 161/CGJ/2006, art. 187, e art. 155 do CPC.

    4 Provimento n 161/CGJ/2006, art. 342.

    5 Provimento n 161/CGJ/2006, art. 190.

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    ou a inexistncia de ato ou processo, bem como instruir, dar publicidade ou impulsionar o andamento processual.

    O Escrivo assinar, sempre mencionando que o faz por ordem do Juiz de Direito, os seguintes expedientes:6

    a) Mandados, exceto os de priso;

    b) Expedientes de simples comunicao de datas, de outros despachos ou de solicitao de informaes;

    c) Demais ofcios, excetuados os dirigidos s autoridades judicirias, policiais, aos integrantes do Poder Legislativo e Executivo, seus Secretrios ou detentores de cargos assemelhados, aos integrantes do Ministrio Pblico, Reitores, Diretores de Faculdades, Bispos e seus superiores, Comandantes de Unidades Militares das Foras Armadas e outros destinatrios precedentes na ordem protocolar.

    3.1) Certides Na prtica forense, certido o documento em que o escrivo declara a existncia (certido positiva) ou a inexistncia (certido negativa) de processo, bem como de ato ou termo de processo, reproduzindo o inteiro teor da pea certificada (certido de inteiro teor ou objeto e p), ou relatando superficialmente o seu contedo (certido relatrio). 7 O escrivo tem f pblica e o competente para expedir a certido, que ter, neste caso, valor probante quanto ao que nela se declara. Dever certificar sobre atos de seu ofcio e dados de processos sob sua guarda, exceto aqueles que tramitam sob segredo de justia, devendo ser observado, neste caso, o que dispe o art. 155 do CPC.

    As certides abrangem os processos em andamento contra determinada pessoa natural ou jurdica, relativamente s aes cveis e criminais, cujos registros estejam ativos no SISCOM ou em anotaes manuais constante de fichrios e de livros de registro de distribuio.

    Os interessados, salvo nas hipteses legais, devero apresentar, no ato do requerimento da certido ou do alvar de folha corrida judicial, um dos seguintes documentos:8 I - pessoa natural: Carteira de Identidade, CPF, Carteira de Trabalho e Previdncia Social ou qualquer outro documento vlido como prova de identidade no territrio nacional; ou II - pessoa jurdica: Cadastro Nacional de Pessoa Jurdica - CNPJ.

    6 Provimento n 161/CGJ/2006, art. 265

    7 Provimento n 161/CGJ/2006, art. 175 a 185-A

    8 Provimento n 161/CGJ/2006, art. 179.

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    A certido dever ser expedida somente aps o pagamento da despesa correspondente, at mesmo quando a parte estiver sob o plio da assistncia judiciria, caso em que dever fazer requerimento justificado ao juiz solicitando a iseno do pagamento, conforme determina o Ofcio-Circular n. 45/2003:

    Os gastos com reprografias, autenticaes e certides no se enquadram na categoria especfica de custas, classificando como despesas processuais (...) Entendendo, porm, o magistrado, no caso concreto e mediante justificativa fundamentada da parte beneficiria da assistncia judiciria, que imprescindvel o fornecimento de cpias e certides, realizao do seu direito, poder dispensa-la da cobrana, sempre dentro dos limites da razoabilidade e coibindo eventuais abusos.

    A certido ser fornecida no prazo mximo de 48 (quarenta e oito) horas, salvo motivo justificado, e aquelas no procuradas em 30 (trinta) dias devero ser inutilizadas.9

    Nas certides expedidas pelo SISCOM, no se admite acrscimos de informaes atravs de carimbo, por escrita manual, datilogrfica ou por qualquer outro meio.10

    necessrio o cadastramento completo do acervo de feitos cveis ativos e criminais baixados, visando dar veracidade s certides expedidas. Havendo ao proposta contra o requerente e no estando o processo registrado no SISCOM, dever ser providenciado o seu cadastramento, comandada a ltima movimentao processual e, somente aps, expedida a certido.11

    Ateno deve ser dada unificao de partes pelo Distribuidor e ao correto lanamento da qualificao das partes no sistema, fazendo-se as alteraes pertinentes quando forem informadas nos autos, principalmente as constantes de certides exaradas pelos oficiais de justia. A atualizao cadastral das partes no SISCOM evita o aparecimento de homnimos e de certides inverdicas e, consequentemente, que o cidado fique prejudicado em seu direito. Portanto, DEVER de todos os servidores ficarem atentos a qualquer alterao que diz respeito qualificao das partes e fazer as alteraes necessrias.

    No caso de solicitao de certido por pessoa fsica que possua firma individual com o mesmo nome, ou solicitao por firma cujo nome o mesmo da pessoa fsica, constatado que se trata da mesma pessoa, devero constar na certido, quando ocorrer a sua expedio, todas as aes que porventura existam contra ambas.12

    9 Provimento n 161/CGJ/2006, art. 184, e Lei Complementar n. 59/01, art. 273, VII.

    10 Provimento n 161/CGJ/2006, art. 178.

    11 Provimento n 161/CGJ/2006, art. 177.

    12 Provimento n 161/CGJ/2006, art. 179, 3.

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    A expedio de alvar de folha corrida judicial e certido para fins eleitorais ser gratuita, nos termos da Constituio Federal.13

    A certido comprobatria do ajuizamento dos feitos executivos, de que trata o art. 615-A do CPC, somente ser fornecida aps efetuado o cadastramento do feito e atos complementares, em especial quanto aos dados das partes e do valor da causa, mediante o recolhimento das custas e taxa judicirias devidas na forma da legislao em vigor. O requerimento dever ser apresentado pelo prprio exeqente ou por meio do advogado do processo, com procurao devidamente constituda; no entanto, caso o advogado esteja devidamente cadastrado no sistema informatizado como patrono da parte exeqente, no ser exigida a apresentao de procurao.14

    De acordo com o Enunciado n 13 da Corregedoria, as medidas protetivas requeridas ou deferidas, nos termos da Lei 11.340/06 (Lei Maria da Penha), no podem ser includas em certides criminais, lavradas na forma do artigo 182 do Provimento n 161/CGJ/2006, tendo em vista o disposto no inciso III do mesmo dispositivo:

    Art. 182. Da certido criminal ou do alvar de folha corrida judicial no constaro as referncias adiante enumeradas, salvo nas hipteses de atendimento de requerimento pessoal do interessado, requisio de Juiz de Direito e outros casos expressos em lei:

    I - condenao cuja pena foi condicionalmente suspensa; II - condenao cuja pena foi cumprida ou extinta; e III - aos registros referentes a inqurito policial, priso em flagrante,

    priso preventiva, arbitramento de fiana, carta precatria, citatria ou intimatria, liberdade provisria, habeas corpus, notificao, justificao, e reabilitao.

    3.2. Mandado15

    uma ordem escrita, emitida por determinao do juiz e destinada ao oficial de justia, para a realizao de determinado ato ou diligncia (citao, intimao, priso, busca e apreenso, etc.). proibida Central de Mandados, aos oficiais de justia, escrives e demais servidores a insero, alterao de dados ou informaes constantes dos mandados, bem como a extrao e entrega de cpia aos interessados, salvo a contra-f.16

    Ao oficial de justia devida indenizao de transporte, a ttulo de ressarcimento de despesa realizada com locomoo, para fazer citao, intimao e

    13 Provimento n 161/CGJ/2006, art. 185.

    14 Provimento n 161/CGJ/2006, arts. 117-A, 175 a 184, e 185-A.

    15 Provimento n 161/CGJ/2006, art. 139 e seguintes.

    16 Provimento n 161/CGJ/2006, art. 170.

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    cumprir diligncia fora das dependncias do Tribunal ou do Juzo de 1 grau onde esteja lotado.17

    O recolhimento prvio da verba indenizatria condio indispensvel para que o mandado seja expedido, exceto nos casos de assistncia judiciria, na ao penal pblica ou nos casos especificados pelo juiz.18 Nos casos de diligncia do juzo, compete ao autor adiantar o pagamento da despesa, salvo se estiver amparado pela assistncia judiciria. Nesse contexto, estabelece o Cdigo de Processo Civil:

    Art. 19. Salvo as disposies concernentes justia gratuita, cabe s partes prover as despesas dos atos que realizam ou requerem no processo, antecipando-lhes o pagamento desde o incio at sentena final; e bem ainda, na execuo, at a plena satisfao do direito declarado pela sentena.

    1o O pagamento de que trata este artigo ser feito por ocasio de cada ato processual.

    2o Compete ao autor adiantar as despesas relativas a atos, cuja realizao o juiz determinar de ofcio ou a requerimento do Ministrio Pblico.

    Os rgos que fazem parte da Administrao Indireta devero, antes da distribuio da ao, recolher a verba indenizatria de transporte dos oficiais de justia, salvo nos casos de CONVNIO firmado com o Tribunal de Justia para este fim especfico, ou providenciar o pagamento da citao postal. 19

    As verbas referentes ao cumprimento de mandados em feitos de interesse dos rgos da Administrao Direta do Estado de Minas Gerais sero pagas aos oficiais de justia pelo TJMG.20

    Nos feitos amparados pela justia gratuita, nos que tramitam perante os Juizados Especiais, nos casos de ru pobre, em feitos criminais de ao penal pblica e nas diligncias do juzo, os oficiais de justia, por mandado efetivamente cumprido, e os psiclogos judiciais, assistentes sociais judiciais e comissrios de menor, exceto os voluntrios, por diligncia efetivamente realizada, faro jus a verba indenizatria, para mandados cumpridos na regio urbana e na zona rural, independente da distncia percorrida, cujos valores so fixados em ato normativo da Corregedoria de Justia e pagos pelo Tribunal de Justia. 21

    17 Provimento Conjunto n 7/2007, art. 19

    18 Provimento Conjunto n 7/2007, art. 20

    19 Provimento Conjunto n 7/2007, art. 9, 2

    20 Provimento Conjunto n 7/2007, art. 24

    21 Provimento Conjunto n 7/2007, art. 22

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    No geram qualquer direito indenizao acima referida, paga pelo TJMG, os casos de cumprimento de diligncias relativas a processos administrativos, feitos da Justia Eleitoral e de Servios Notariais e de Registro, entrega de ofcios e outros expedientes administrativos em geral, bem como quando houver o fornecimento de transporte ao servidor, pelo TJMG, para o cumprimento do mandado ou da diligncia.

    A liberao do valor recolhido, em favor do oficial de justia, feita mediante a comprovao do efetivo cumprimento do mandado. Neste caso, o mandado ser considerado cumprido quando a diligncia tenha sido terminativa, assim considerada aquela com caractersticas de finalizao ou que no se cumpriu por circunstncias alheias vontade do oficial de justia, desde que adotadas e esgotadas todas as providncias a seu cargo para a execuo do ato.22

    No confundir o cumprimento do mandado para fins de liberao da verba indenizatria para o oficial de justia, com o cumprimento do mandado para fins processuais, que, neste caso, est atrelado ao cumprimento da deciso judicial. Numa citao, por exemplo, caso o oficial de justia se dirija at o endereo informado no mandado e certifique que o ru ali no mais reside, para fins de recebimento da verba indenizatria, o mandado foi cumprido, mas para fins processuais no, devendo o autor informar novo endereo e efetivar o pagamento de nova diligncia.

    Ateno! dever da Secretaria de Juzo, quando da solicitao do mandado, verificar a existncia de identificao das partes devidamente cadastradas no SISCOM, evitando-se a indicao errnea dos endereos. Em caso de inexistncia de dados de identificao da parte, o mandado ser expedido contendo a determinao de que o oficial de justia, no momento de se proceder citao da parte ou cumprir a diligncia correspondente, dever fazer constar de sua certido os dados relativos qualificao de tais pessoas, mencionando-se o nmero do registro do CPF, o nmero da Carteira de Identidade ou qualquer outro documento vlido como prova de identidade no territrio nacional.23

    Ressalta-se, mais uma vez, que quando o oficial de justia informar na certido novo endereo e/ou a qualificao das partes, aps a efetiva distribuio do feito, compete Secretaria as providncias para a incluso dos dados no SISCOM.

    O escrivo, ao receber despacho judicial que altere a situao processual refletindo no cumprimento de mandados j entregues Central de Mandados, enviar, imediatamente, ofcio Central, solicitando o recolhimento do mandado.

    3.2.1) Observaes sobre a expedio e o cumprimento do mandado a) Todo mandado de citao dever conter cpia da petio inicial ou da

    denncia;

    22 Provimento n 161/CGJ/2006, art. 171, 1.

    23 Provimento n 161/CGJ/2006, art. 168

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    b) Quando mais de um mandado for expedido para cumprimento no mesmo endereo, pelo mesmo oficial de justia e na mesma data, ser devida uma verba indenizatria nica.24

    c) Nas aes criminais, o acusado dever ser procurado em todos os endereos constantes no processo: FAC, depoimento na Depol, no requerimento de liberdade provisria, etc.; no sendo encontrado, ser citado por edital, com prazo de 15 dias.25

    d) Verificando que o ru se oculta para no ser citado, o oficial de justia certificar a ocorrncia e proceder citao com HORA CERTA.26

    e) O desentranhamento do mandado depende de ordem expressa do juiz e ocorre quando depender de complementao da diligncia pelo oficial de justia, como, por exemplo, no caso de proceder a citao e a penhora e se esquecer de fazer a avaliao dos bens penhorados.

    f) Caso o mandado tenha sido cumprido, verificar: Se h prazo estipulado no mandado, aguardar no escaninho

    prprio; No havendo prazo, voltar ao ltimo despacho e verificar o prximo

    andamento.

    g) Nas aes criminais, se o mandado no foi cumprido, verificar: Ru ou testemunha no encontrada no endereo indicado no

    mandado: abrir vista para o advogado/defensor ou para o RMP; Caso o oficial de justia certifique novo endereo, expedir novo

    mandado ou carta precatria (ato ordinatrio, independentemente de despacho).

    h) Nas aes cveis, se o mandado no foi cumprido, verificar: Ru ou testemunha no encontrada no endereo indicado no

    mandado: abrir vista para o advogado/defensor; Ordens de arrombamento ou de citao fora do horrio normal de

    expediente (art. 172, 2, do CPC) dependem de despacho do juiz; A indicao de novo endereo gera o pagamento de nova verba

    indenizatria para o oficial de justia;

    i) Situaes especiais: Acusado preso ser citado pessoalmente;27 Militar citado/intimado por intermdio do chefe do respectivo

    servio;28

    24 Provimento Conjunto n 7/2007, art. 20, 1

    25 CPP, art. 361.

    26 CPP, art. 362 e CPC, arts. 227 a 229.

    27 CPP: art. 360.

    28 CPP, arts. 358 e 221, 2. Os militares devero ser requisitados autoridade superior.

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    Funcionrio pblico notificado, juntamente com o chefe de sua repartio, do dia designado para comparecer em juzo.29

    Algumas autoridades possuem tratamento privilegiado, sendo inquiridas em local, dia e hora previamente ajustados entre eles e o juiz. So elas:

    - Presidente e Vice-Presidente da Repblica; - Senadores e deputados federais; - Ministros de Estado; - Governadores de Estados e Territrios; - Secretrios de Estado; - Prefeitos do Distrito Federal e dos Municpios; - Deputados s Assemblias Legislativas Estaduais; - Membros do Poder Judicirio;

    - Ministros e Juzes dos Tribunais de Contas da Unio, dos Estados e do Distrito Federal;

    - Membros do Tribunal Martimo.30 Podero optar pela prestao de depoimento por escrito, caso em

    que as perguntas, formuladas pelas partes e deferidas pelo juiz, lhes sero transmitidas por ofcio:

    - Presidente e Vice-Presidente da Repblica; - Presidentes do Senado Federal, da Cmara dos

    Deputados e do STF. Embaixadas e consulados so protegidos pela inviolabilidade, logo

    no pode o oficial de justia neles penetrar. O juiz expede a carta rogatria para o Ministro da Justia, que a encaminhar.

    3.3) Edital o documento oficial que contm determinao, aviso, citao, etc. publicado e/ou afixado em lugar pblico para conhecimento geral, de interessados ou pessoa cujo destino se ignora. 31 O edital somente ser expedido quando determinado pelo juiz, uma vez que necessrio aferir se o pedido encontra-se dentro das normas do art. 231 a 233 do CPC e 363 365 do CPP, obedecido, ainda, o disposto no art. 219 e seguintes do Provimento n 161/CGJ/2009.

    A Secretaria de Juzo expede o edital atravs do SISCOM-WINDOWS, que automaticamente o envia para o DJE Dirio Judicirio Eletrnico.

    A ttulo de sugesto, poder ser colocado, ao final do edital, o nmero da OAB do advogado da parte que requereu a publicao, pois assim ele receber o informativo de que o edital foi publicado.

    29 CPP, art. 359.

    30 CPP, art. 221.

    31 Todas as referncias acerca do edital constam do art. 219 e seguintes do Provimento n 161/CGJ/2006.

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    Nos processos que correrem em segredo de justia sero mencionados os nomes das partes, a natureza da ao e o dispositivo legal em que se fundamenta o pedido, evitando-se a descrio de fatos, mantidos os demais requisitos essenciais exigidos em lei.32

    obrigao das partes a juntada aos autos da comprovao da publicao de editais, salvo determinao judicial em contrrio, quando o nus da confeco e comprovao da publicao do edital fica inteiramente a cargo da Secretaria de Juzo.33

    Devero ser impressas 2 (duas) vias do edital, sendo uma para ser afixada no trio do Frum e outra para ser anexada aos autos.

    Certifica-se nos autos a expedio do edital e a afixao no trio do Frum, informando no SISCOM o cdigo correspondente. A Tabela de Movimentao do CNJ prev apenas os cdigos de expedio e juntada de edital; como dito anteriormente, as fases intermedirias devero ser informadas no campo LOCALIZADOR.

    3.3.1) Nas varas criminais

    a) Citao O processo ter completada a sua formao quando realizada a citao do acusado.34

    No sendo encontrado o ru, ser procedida a citao por edital, com prazo de 15 (quinze) dias.35 Se o acusado, citado por edital, no comparecer, nem constituir advogado, ficaro suspensos o processo e o curso do prazo prescricional, podendo o juiz determinar a produo antecipada das provas consideradas urgentes e, se for o caso, decretar sua priso preventiva, nos termos do disposto no art. 312 do CPP.36

    Em pases onde no se cumpre carta rogatria, deve-se citar o acusado por edital.

    b) Intimao de sentena A intimao da sentena ser feita: 37

    I - ao ru, pessoalmente, se estiver preso;

    32 Provimento n 161/CGJ/2006, art. 220

    33 Provimento n 161/CGJ/2006, art. 224

    34 CPP, art. 363.

    35 CPP, art. 361.

    36 CPP, art. 366.

    37 CPP, art. 392 e seg.

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    II - ao ru, pessoalmente, ou ao defensor por ele constitudo, quando se livrar solto, ou, sendo afianvel a infrao, tiver prestado fiana;

    III - ao defensor constitudo pelo ru, se este, afianvel, ou no, a infrao, expedido o mandado de priso, no tiver sido encontrado, e assim o certificar o oficial de justia; IV - mediante edital, quando no for encontrado o ru, pessoalmente, ou seu defensor constitudo para receberem a intimao, e assim o certificar o oficial de justia, devendo esgotar todos os endereos do acusado, constante dos autos, antes da expedio do edital.

    O prazo do edital ser de 90 dias, se tiver sido imposta pena privativa de liberdade por tempo igual ou superior a 1 (um) ano, e de 60 (sessenta) dias, nos outros casos.

    3.4) Cartas As cartas de ordem, precatria e rogatria tm carter itinerante, devendo os juzes de direito determinar o seu encaminhamento ao juzo competente, quando a eles remetidas equivocadamente ou quando, por qualquer motivo, o ato haja de ser executado em outra Comarca. 38

    3.4.1) Carta precatria o instrumento atravs do qual um juiz, impossibilitado de realizar o ato processual em virtude de limitao territorial de seu poder, solicita ao juiz, que tem jurisdio na comarca onde dever realizar-se o ato, que o faa em seu lugar. Aquele que expede a carta precatria denominado juzo deprecante e aquele a quem a carta dirigida denomina-se juzo deprecado. Em casos de urgncia, poder ser expedida via fax, devendo o original ser entregue at 5 (cinco) dias da data da recepo do material.39 O Distribuidor deve ficar atento a estes casos, devendo fazer um controle, para que no ocorra a distribuio de uma mesma carta precatria por duas vezes.

    3.4.1.1) Expedio Verificar se a determinao e o ato ainda no foram cumpridos em oportunidade anterior, bem como se todas as informaes necessrias ao cumprimento do ato esto no processo.

    38 Provimento n 161/CGJ/2006, art. 292 e seguintes.

    39 Lei n. 9.800/99, art. 2.

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    As cartas precatrias sero expedidas em 2 (duas) vias, sendo uma para os autos e outra para a formao do instrumento. Se alguma comarca de outro Estado da Federao exigir que a precatria esteja acompanhada de mais de uma via, a Secretaria dever imprimir tantas quantas forem necessrias.

    Algumas comarcas de outros Estados da Federao, principalmente So Paulo, exigem que a assinatura do magistrado signatrio deve ter a firma reconhecida. A Corregedoria de Justia expediu o Aviso n 06/GACOR/2003 alertando que as normas internas editadas por Tribunais de outros Estados se limitam ao territrio do Estado que as edita; aqueles juzes de direito somente podem recusar o cumprimento de carta precatria quando no estiver revestida dos requisitos legais, quando carecer de competncia em razo da matria ou da hierarquia e quando tiver dvida acerca de sua identidade. Deparando-se o escrivo com caso semelhante, recomenda-se que seja levado ao conhecimento do juiz da causa e que a carta precatria seja devolvida e nela anexado cpia do referido Aviso.

    Caso exista mais de uma testemunha na mesma comarca deprecada, expedir apenas uma carta precatria para inquirio de todas elas, devendo o juzo deprecado oficiar ao juzo deprecante informando a data designada para o ato. Distribuda a carta precatria, a Central de Distribuio informar ao juzo deprecante sobre a vara qual foi encaminhada e o nmero que o referido instrumento tomou na comarca deprecada.40

    O juzo deprecado, ao proceder devoluo dos autos ao juzo deprecante, constatando a existncia de depsitos de valores, deve oficiar agncia bancria da sua Comarca determinando que o numerrio seja colocado disposio do juzo deprecante, devendo o escrivo certificar o ato praticado. 41 A fim de evitar fraudes, os juzes de direito, antes de ordenarem o cumprimento de cartas precatrias que tenham por objeto a alterao de dados constantes de documentos de propriedade de imveis ou veculos, devero comunicar-se com o juzo deprecante, solicitando a confirmao da autenticidade da carta precatria expedida.42

    a) Nos procedimentos cveis:

    As cartas precatrias expedidas a pedido das partes que gozam dos benefcios da assistncia judiciria, na forma da Lei Federal n 1.060/50, devem ser instrudas com as fotocpias das peas obrigatrias e encaminhadas pela Secretaria de Juzo para cumprimento.43

    40 Provimento n 161/CGJ/2006, art. 132.

    41 Provimento n 161/CGJ/2006, art. 293.

    42 Provimento n 161/CGJ/2006, art. 294

    43 Provimento n 161/CGJ/2006, art. 298.

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    A parte dever ser intimada a retirar a precatria que se encontra sua disposio e comprovar a distribuio no prazo de 30 (trinta) dias, exceto quando a prpria Secretaria providencia a remessa.

    Comprovada a distribuio da carta precatria, o juzo deprecante poder aguardar a sua devoluo pelo prazo de 120 (cento e vinte) dias.44

    No sendo devolvida no prazo fixado, fazer concluso dos autos, podendo o juiz solicitar informaes sobre o seu cumprimento ou na forma que entender cabvel.

    Os mandados de priso civil, originados das decises de inadimplemento voluntrio e inescusvel da penso alimentcia e do depositrio infiel, sero cumpridos pelos oficiais de justia.45

    b) Nos procedimentos criminais:

    As cartas precatrias criminais expedidas devero ser instrudas com todos os documentos disponveis nos autos, desde que teis para a prtica dos atos processuais deprecados, devendo o escrivo providenciar as cpias necessrias, independentemente de despacho.46

    Constar, na carta precatria, o prazo fixado no despacho para o cumprimento da mesma;

    Em caso de citao para apresentao de defesa preliminar (art. 396 do CPP):

    - anexar cpia da denncia e do recebimento da denncia; - publicar a expedio, caso haja advogado constitudo.

    Em caso de proposta de suspenso condicional do processo (art. 89, da Lei n 9099/95):

    - anexar cpia da denncia, da proposta apresentada pelo MP e das declaraes prestadas pelo acusado na fase policial;

    Em caso de proposta de transao penal (art. 76, da Lei 9.099/95): - anexar cpia da proposta apresentada pelo MP e das declaraes prestadas pelo acusado na fase policial; - constar a seguinte observao: havendo aceitao da proposta, a carta precatria dever permanecer no juzo deprecado para fins de fiscalizao e

    44 Este prazo no est fixado em nenhuma norma da Corregedoria, mas na IPT. considerado um prazo razovel

    para se solicitar informaes sobre o cumprimento da carta precatria, j que a maioria das comarcas, inclusive de outros Estados, demoram a devolv-la. como se fosse um lembrete ao juzo deprecado de que existe uma carta precatria em andamento naquela comarca e que aguarda cumprimento. 45

    Provimento n 161/CGJ/2006, art. 146; no interior do Estado, no raro, alguns juzes entendem que estes mandados devam ser cumpridos pelas Delegacias de Polcia e para l so remetidos, nos moldes dos demais mandados de priso. 46

    Provimento n 161/CGJ/2006, art. 295.

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    cumprimento, com a comunicao ao juzo deprecante.

    Em caso de intimao e inquirio de testemunhas: - anexar cpia da denncia e das declaraes prestadas pelas testemunhas na fase policial; - caso no haja depoimento de testemunhas na fase policial, anexar cpia do Boletim de Ocorrncia (BO) e constar expressamente na carta precatria este fato; - o juiz dever marcar prazo para o cumprimento da carta precatria;47 - publicar a expedio da carta precatria para intimao das partes, sob pena de nulidade: Smula 273/STJ Intimada defesa da expedio da carta precatria, torna-se desnecessria a intimao da data da audincia no juzo deprecado.

    3.4.1.2) Juntada

    Retirar os grampos; Eliminar as peas que so meras cpias dos autos (cpia da inicial,

    procurao, etc.); Certificar informando quais as peas que foram retiradas da carta

    precatria, mencionando, inclusive, a numerao da carta precatria;

    Numerar e rubricar cada folha juntada, riscando a numerao feita pelo juzo deprecado;

    A capa da precatria deve ser juntada, j a contracapa pode ser eliminada;

    Para facilitar a visualizao do cumprimento da precatria, sugere-se que, logo aps a juntada e numa folha em branco, seja feita a seguinte certido:

    C E R T I D O: Certifico e dou f que efetivei a juntada de CARTA PRECATRIA: CUMPRIDA (C) NO CUMPRIDA (NC) PARCIALMENTE CUMPRIDA (PC) (Comarca), ____ / ____ / 20____.

    3.4.2) Carta Rogatria a solicitao de diligncia a autoridade judiciria estrangeira, onde o juiz pede justia de outro pas a realizao de atos jurisdicionais que houverem de ser

    47 Provimento n 161/CGJ/2006, art. 283.

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    praticados em territrio estrangeiro, quando o ru ou interessado esteja no exterior. Este ato realizado por via diplomtica.

    A legislao brasileira determina que os documentos redigidos em lngua estrangeira s podem ser juntados aos autos se acompanhados de verso, para a lngua portuguesa, firmada por tradutor juramentado. A verso oficial para a lngua estrangeira tambm exigida para os atos judiciais dirigidos ao exterior.48 Nas rogatrias para inquirio indispensvel que as perguntas sejam formuladas pelo juzo rogante, original em portugus, com uma cpia, e traduo por tradutor juramentado, para o idioma do Pas rogado, com uma cpia.

    Alguns pases, como Estados Unidos, Itlia e Argentina, possuem requisitos especficos para a expedio das cartas rogatrias para l destinadas. Antes da expedio da carta rogatria, deve-se acessar o site do Ministrio da Justia www.mj.gov.br - para verificar a forma de tramitao e os requisitos para a sua correta expedio.

    3.4.2.1) Competncia Compete ao Superior Tribunal de Justia (STJ) a concesso do exequatur s cartas rogatrias, isto , do despacho que ordena a exeqibilidade, no Brasil, de diligncia judicial oriunda do estrangeiro (art. 105, I, i, da Constituio Federal). Cabe aos juzes federais a competncia para processar e julgar, em primeira instncia, a execuo de carta rogatria, aps a concesso de exequatur pelo STJ (artigo 109, inciso X, da CF/88). 3.4.2.2) Requisitos essenciais para expedio

    Indicao dos juzos rogante e rogado; Endereo do juzo rogante; Descrio detalhada da medida solicitada; Finalidades para as quais as medidas so solicitadas; Nome e endereo completos da pessoa a ser citada, notificada,

    intimada ou inquirida na jurisdio do juzo rogado, e, se possvel, sua qualificao, especialmente o nome da genitora, data de nascimento, lugar de nascimento e o nmero do passaporte;

    Encerramento com a assinatura do juiz; e Qualquer outra informao que possa ser de utilidade ao juzo

    rogado para os efeitos de facilitar o cumprimento da carta rogatria.

    Quando cabvel, nome e endereo completos do responsvel pelo pagamento das despesas processuais decorrentes do

    48 CPP, Arts. 151, I e II, 156 e 157 do CPC, e art. 784, 1.. Em Belo Horizonte, so encontrados tradutores

    juramentados na Junta Comercial.

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    cumprimento da carta rogatria no pas destinatrio, salvo as extradas das aes:

    - a. que tramitam sob os auspcios da justia gratuita; - de prestao de alimentos no exterior, para os pases

    vinculados Conveno de Nova Iorque, promulgada no Brasil pelo Decreto n. 56.826, de 2 de setembro de 1965 (vide artigo 26 da Lei n. 5.478 de 25 de julho de 1968);

    - da competncia da justia da infncia e da juventude (artigos 141, 1 e 2, e 148, incisos I a VII, pargrafo nico, letras a a h, da Lei n. 8.069, de 13 de junho de 1990 - Estatuto da Criana e do Adolescente).

    Para interrogatrio de ru ou oitiva de testemunha, as cartas rogatrias devero ainda incluir:

    - texto dos quesitos a serem formulados pelo juzo rogado; - designao de audincia, a contar da remessa da carta rogatria Autoridade Central, com antecedncia mnima de 90 dias, quando se tratar de matria penal e de 180 dias, quando se tratar de matria civil.

    3.4.2.3) Documentos que acompanham as cartas rogatrias

    Petio inicial, quando se tratar de matria civil; Denncia ou queixa, caso se trate de matria penal; Documentos instrutrios; Despacho judicial que ordene sua expedio; Original da traduo oficial ou juramentada da carta rogatria e dos

    documentos que a instruem; Duas cpias dos originais da carta rogatria, da traduo e dos

    documentos que os acompanham; e Outras peas consideradas indispensveis pelo juzo rogante,

    conforme a natureza da ao.

    Quando o objeto da carta rogatria for exame pericial sobre documento, este dever ser remetido em original, ficando cpia nos autos do processo.

    3.4.3) Carta de ordem expedida por um Tribunal Superior para um juiz ou tribunal de instncia inferior do de origem, devendo ter os mesmos requisitos da carta precatria.

    3.4.4) Carta de arrematao Realizada a praa ou o leilo, havendo licitante, expede-se o auto de arrematao e, feito o depsito correspondente, expedir-se- a ordem de entrega do

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    bem (bem mvel) ou a carta de arrematao (bem imvel), que dever conter os seguintes requisitos: 49

    Descrio do imvel, com remisso sua matrcula e registros; Cpia do auto de arrematao; Prova de quitao do imposto de transmisso.

    Antes de realizada a alienao ou a adjudicao de bem do executado devero ser cientificados, com antecedncia mnima de 10 (dez) dias, o senhorio direto, o credor com garantia real ou com penhora anteriormente averbada, que no seja de qualquer modo parte na execuo.50

    Tratando-se imvel de incapaz a alienao dever alcanar pelo menos 80% (oitenta por cento) do valor da avaliao e, caso contrrio, o juiz confiar a guarda e a administrao depositrio idneo, adiando a alienao por prazo no superior a 1 (um) ano.51 Havendo arrematao, o pagamento imediato ou, no prazo de 15 (quinze) dias, mediante cauo. Admite-se, ainda, no caso de bem imvel, o pagamento em prestaes, apresentando proposta por escrito, nunca inferior avaliao, com oferta de 30% (trinta por cento) vista e o restante garantido por hipoteca do prprio imvel.52

    A arrematao ser considerada perfeita, acabada e irretratvel quando estiver assinado o auto de arrematao, ainda que venham a ser julgados procedentes os embargos do executado; neste caso, o executado ter direito a haver do exequente o valor por este recebido como produto da arrematao e, se for inferior ao valor do bem, haver do exeqente tambm a diferena.53

    O art. 694 do CPC lista, ainda, os casos em que a arrematao poder ser tornada sem efeito.

    3.4.5) Carta de adjudicao54 utilizada para que o exeqente possa receber a coisa penhorada em pagamento de seu crdito, devendo conter, no caso de bem imvel: a descrio do imvel, com remisso a sua matrcula e registros, a cpia do auto de adjudicao e a prova de quitao do imposto de transmisso.

    O preo oferecido no pode ser inferior ao da avaliao. Se o valor do crdito for inferior ao dos bens, o adjudicante depositar de imediato a diferena a favor do executado; se superior, a execuo prosseguir pelo saldo remanescente.

    49 CPC arts. 693 e 703.

    50 CPC, art. 698.

    51 CPC, art. 701.

    52 CPC, art. 690.

    53 CPC, art. 694.

    54 CPC, art. 685-A e 685-B

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    A adjudicao tambm pode ser exercida pelo credor com garantia real (v.g. hipoteca), pelos credores concorrentes que hajam penhorado o mesmo bem, pelo cnjuge, pelos descendentes ou ascendentes do executado.

    A adjudicao considera-se perfeita e acabada com a lavratura e assinatura do auto, expedindo-se a respectiva carta de adjudicao, se bem imvel, ou o mandado de entrega, se bem mvel.

    3.4.6) Carta de alienao por iniciativa particular Na execuo de obrigao por quantia certa, esgotada a possibilidade de se adjudicar o bem penhorado, poder o magistrado, a requerimento do credor e ouvido o executado, determinar que se proceda alienao por iniciativa particular, a ser realizada pelo prprio exeqente ou por intermdio de corretor ou leiloeiro credenciado perante o juzo da execuo.

    A alienao por iniciativa particular encontra previso legal no art. 685-C do Cdigo de Processo Civil e os procedimentos a serem adotados esto inseridos nos arts. 344-A a 344-T do Provimento n 161/CGJ/06, aplicando-se matria, no que couber, os artigos 722 a 729 do Cdigo Civil.

    A alienao ser formalizada por termo nos autos, assinado pelo juiz, pelo exeqente, pelo adquirente e, se for presente, pelo executado, expedindo-se carta de alienao do imvel para o devido registro imobilirio, ou, se bem mvel, mandado de entrega ao adquirente.

    4) ROTINAS DE SECRETARIA As aes rotineiras realizadas pelas Secretarias de Juzo esto consubstanciadas em normas esparsas, principalmente, aquelas ditadas pelos Cdigos de Processo, mas tambm em atos normativos da Corregedoria-Geral de Justia e do Tribunal de Justia, que regulamentam e suprem as lacunas dos Cdigos, no sentido de dar efetividade s normas no que se refere prtica desses atos.

    O Cdigo de Processo Civil, por ser mais abrangente, aplica-se, no que couber, tambm ordem processual penal, de modo a conferir aos rgos jurisdicionais os meios de que necessitam para que a prestao da justia se efetue com a presteza indispensvel eficaz atuao do direito55.

    Os Cdigos de Processo so, pois, as principais fontes donde se extrai as regras de cunho processual, que visam resguardar as partes e os serventurios da justia quanto autenticidade e validade dos atos praticados. No sem motivo que o CPC assim dispe:

    Art. 154. Os atos e termos processuais no dependem de forma determinada seno quando a lei expressamente a exigir,

    55 Exposio de Motivos do CPC (item 38).

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    reputando-se vlidos os que, realizados de outro modo, Ihe preencham a finalidade essencial.

    Art. 166. Ao receber a petio inicial de qualquer processo, o escrivo a autuar, mencionando o juzo, a natureza do feito, o nmero de seu registro, os nomes das partes e a data do seu incio; e proceder do mesmo modo quanto aos volumes que se forem formando.

    Art. 167. O escrivo numerar e rubricar todas as folhas dos autos, procedendo da mesma forma quanto aos suplementares.

    Pargrafo nico. s partes, aos advogados, aos rgos do Ministrio Pblico, aos peritos e s testemunhas facultado rubricar as folhas correspondentes aos atos em que intervieram.

    Art. 168. Os termos de juntada, vista, concluso e outros semelhantes constaro de notas datadas e rubricadas pelo escrivo.

    Art. 169. Os atos e termos do processo sero datilografados ou escritos com tinta escura e indelvel, assinando-os as pessoas que neles intervieram. Quando estas no puderem ou no quiserem firm-los, o escrivo certificar, nos autos, a ocorrncia.

    Pargrafo nico. vedado usar abreviaturas. Art. 171. No se admitem, nos atos e termos, espaos em

    branco, bem como entrelinhas, emendas ou rasuras, salvo se aqueles forem inutilizados e estas expressamente ressalvadas.

    4.1) Autuao Autuar o ato de formar o processo. A autuao, atribuio especfica do escrivo ou do escrevente, consiste em proceder formao dos autos, colocando-se a capa na petio inicial (ou na denncia, acompanhada do inqurito policial) e demais documentos, numerando folhas e certificando o ato.

    No ato da autuao, o servidor responsvel coloca numa pasta de cartolina, padro TJMG, os documentos recebidos, observando a seguinte ordem:

    I. ndice processual;56 II. Petio inicial, denncia, inqurito policial, etc.;

    III. Procurao e substabelecimento (se houver); IV. Declarao de pobreza (se houver);

    56 Portaria-Conjunta n 82/06

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    V. Demais documentos que acompanham a petio ou instrumento inicial; VI. Comprovante de distribuio;

    VII. Comprovante de pagamento das custas do processo, se houver;

    Os comprovantes de distribuio e do pagamento das custas devero der colacionados em uma folha parte.

    Formado o processo, o servidor dever CONFERIR O CADASTRAMENTO: partes, endereo, tipo de ao, advogado, etc. Caso algum dado do cadastro no esteja de acordo com o que constar dos autos ou na falta de algum deles, dever ser imediatamente providenciada a sua retificao ou incluso.57

    O correto cadastramento do processo pea fundamental para a emisso de certido, alm de evitar o aparecimento de homnimos e, consequentemente, constrangimento para o cidado. Ressalta-se, mais uma vez, que o servidor deve estar comprometido e atento a toda informao anexada aos autos, inclusive as certides dos oficiais de justia, que complemente a qualificao das partes, fazendo-se as alteraes necessrias.

    Toda petio inicial deve ser autuada antes da concluso. Havendo distribuio por dependncia, faz-se a autuao e, antes da concluso, apensa-se ao processo que originou a dependncia.

    O ndice processual ser a primeira folha do processo, colocado imediatamente aps a capa, mas no receber qualquer numerao e no ser contado como pgina do processo (tal como ocorre com os termos de abertura e de encerramento de volume). Nas varas criminais, dever ser utilizado um ndice processual para cada denunciado e apenas no caso de recebimento da denncia.

    4.1.1) Capa A capa do processo importante instrumento de visualizao do contedo do feito. Os campos existentes na parte frontal dessa capa devem ser preenchidos ou ser-lhe afixadas etiquetas adesivas, com os seguintes dados:

    Comarca; Juzo a que corresponde a Secretaria; Classe (tipo de ao) e nmero de registro; Artigos de lei em que incursos os rus, principalmente, nas aes

    de natureza criminal; Nome das partes; Nome e nmero da OAB dos advogados que atuam no processo.

    A capa deve ser reforada com fita crepe ou adesiva.

    57 Provimento n 161/CGJ/2006, art. 134.

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    Visando facilitar a localizao dos autos, o nmero do processo deve ser repetido, em destaque ( mo, carimbo ou etiqueta), na sua parte inferior e/ou lateral.

    Deve-se evitar grampear documentos ou lembretes na capa, salvo em caso de necessidade.

    Uma etiqueta poder ser anexada, logo abaixo do campo referente aos advogados, informando sobre as audincias designadas (esse campo pode ser preenchido a lpis).

    Nas varas criminais, quando houver bens e objetos apreendidos, alm de anexar aos autos cpia da Relao de Bens/Armas Apreendidos, dever ser lanado na contracapa a anotao pertinente, conforme modelo abaixo:

    BENS/ARMAS APREENDIDOS, SEQUESTRADOS OU ARRESTADOS Natureza

    Arma de Fogo Veculo

    Imvel Outros

    Formulrio de Relao de Bens/Armas Apreendidos (cd.: 10.30.575-0) ou Autos de Apreenso Fls.: _______________ Em ___/___/__ ___________ ___ ____________ Assinatura (servidor) Matrcula

    Destinao do Bem/Arma Fls.: ________________________ Obs.: __________________ ____________________________

    ____________________________

    Em ____/____/____ Assinatura _______________ (servidor) Matrcula _______________

    4.1.2) Formao e organizao dos volumes a) Todas as folhas, a partir da autuao devem ser numeradas e rubricadas (a capa corresponde folha 01 e no deve ser numerada); b) As folhas em branco devem receber um carimbo com a expresso EM BRANCO, ao longo de sua extenso, e nelas no dever ser lanado nenhum termo ou afixado qualquer documento, salvo a numerao correspondente;

    c) Sempre que se chegar a 200 (duzentas) folhas novo volume ser aberto, certificando o encerramento de um e a abertura do novo volume, dando seqncia numerao (os termos de abertura e de encerramento no recebem numerao). Para se evitar a separao das folhas de uma mesma pea (petio, sentena, precatria, etc.), um volume poder exceder ou no alcanar esse limite;

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    d) A capa do processo tem dimenses para acomodar folhas de tamanho ofcio; naquelas de menor tamanho (por exemplo, A4), o orifcio para introduzir os grampos dever ser feito de forma que a folha A4 fique alinhada na borda superior com as de tamanho ofcio; quando se tratar de documentos com dimenses reduzidas (fotos, recibos, etc.), estes devero ser colados em folhas, na seqncia original, e numerados individualmente; se apresentarem tamanho maior que as da capa (mapas, folhas de jornal, etc.), os documentos devem ser dobrados de modo a permitir sua abertura para completa visualizao.

    4.1.3) Anotaes na capa dos autos Na capa existe um campo especfico destinado a assinalar alguns indicadores, que ajudaro na identificao da situao em que se encontra o processo, sem a necessidade de manuse-lo. Basta um simples olhar, para verificar a existncia de:

    Menor; Idoso; Ru preso; Segredo de justia; Ministrio Pblico; Assistncia judiciria (pedido deferido pelo juiz); Justia gratuita (aqueles feitos que, por sua natureza, no se

    sujeitam ao pagamento de custas, por exemplo, aes de competncia da Infncia e Juventude, habilitaes de crdito na falncia, habeas-corpus e habeas-data).

    ainda aconselhvel a utilizao de fitas coloridas, que devero ser apostas entre os dois colchetes, destacando as situaes especiais. Sugesto:

    a) Nas varas cveis:

    Vermelha: menor; Verde: Ministrio Pblico, Defensor Pblico ou Curador; Azul: idoso; Preta: segredo de justia.

    b) Nas varas criminais:

    Vermelha: ru preso; Verde: preso por outro processo; Azul: promotoria especializada; Preta: segredo de justia.58

    58 Sugesto extrada da IPT Criminal.

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    No caso de assistncia judiciria, no se aconselha o uso de fita adesiva, uma vez que o pedido poder ser revogado a qualquer tempo. Neste caso, deve-se apenas fazer a marcao no campo indicado na capa dos autos ou utilizar-se de carimbo prprio.

    Esses procedimentos do agilidade rotina da Secretaria e tm o condo de evitar a anulao ou repetio de atos processuais como, por exemplo, a redesignao de audincia pela falta de intimao pessoal do Representante do Ministrio Pblico, do Defensor Pblico ou do Curador.

    4.1.4) Tramitao prioritria de feitos de interesse do idoso

    Nas aes em que figure como parte ou interveniente pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos dever ser assegurada a tramitao prioritria dos processos e procedimentos judiciais, inclusive na execuo dos atos e diligncias correlatas. 59

    O interessado na obteno da prioridade dever requerer sua concesso ao juiz da causa, juntando prova de sua idade. A concesso da prioridade no cessar com a morte do beneficiado, estendendo-se em favor do cnjuge suprstite, companheiro ou companheira, com unio estvel, maior de 60 (sessenta) anos.

    O escrivo dever anotar e destacar a prioridade em local visvel na capa dos autos do processo.

    4.1.5) Autuao nas Varas Criminais Nas Varas Criminais, alm dos procedimentos bsicos acima descritos, deve-se atentar para alguns fatos importantes, a saber:

    a) So exemplos de medidas incidentais que devam ser autuadas:

    Liberdade provisria; Fiana; Relaxamento de priso; Habeas corpus; Incidente de insanidade mental (arts. 153 e 154 do CPP); Incidente de falsidade (art. 145 e seg. do CPP); Recurso em sentido estrito RSE, quando formado o

    instrumento, nos casos previstos em lei (art. 581 e seg. do CPP), devendo a parte indicar as peas dos autos que pretenda traslado;

    b) Auto de priso em flagrante delito - APFD:

    Dever ser distribudo (constar no SISCOM como processo principal);

    59 Provimento n 161/CGJ/2006, arts. 342 a 344.

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    Remeter diretamente ao Juiz; Aguardar o inqurito policial (distribudo por dependncia) e dar

    baixa no APFD.

    A autuao do APDF poder ser dispensada, aguardando a chegada do inqurito em pasta prpria, para posterior juntada a este, j que o nico objetivo da comunicao do flagrante a verificao do prazo de priso pelo juiz.

    Se optar pela autuao, mesmo assim o APDF poder ser juntado ao inqurito, ou, se preferir, apenas apensar. Tem juiz, ainda, que determina o traslado de cpia do APDF para os autos do inqurito e arquiva o processo de flagrante. No existe norma a este respeito; so apenas sugestes, todas viveis, e o escrivo ou juiz poder escolher a que melhor o atenda, mas nunca dever se esquecer de BAIXAR o flagrante (procedimento criminal findo).

    c) Liberdade provisria:

    Verificar na procurao se os poderes conferidos ao advogado se limitam liberdade provisria ou se estendem ao foro geral. Se foi apenas para fins da liberdade provisria no precisa cadastrar o advogado; na dvida, cadastrar.

    d) Inqurito policial:

    Receber o inqurito juntamente com o formulrio de armas e bens apreendidos do Distribuidor, quando for deste a responsabilidade pelo recebimento;

    Ao receber o inqurito, juntar/apensar a comunicao de flagrante (APFD) e baix-la;

    Anotar a apreenso dos objetos na contracapa dos autos, conforme item 4.1.1;

    Fazer as anotaes na capa do inqurito, tais como se o indiciado est preso, colocando a tarja correspondente, colocar demais tarjas conforme a natureza do crime, em relao atuao do RMP e identificao das medidas cautelares;

    Lavrar termo de recebimento e concluso; Lavrar termo de vista ao RMP, que poder requerer diligncias,

    arquivamento do inqurito ou oferecer a denncia. Se oferecida a denncia, autu-la;

    O Juiz poder determinar: o cumprimento das diligncias requeridas pelo MP; o arquivamento ou no do IP; receber ou no a denncia.

    e) Inqurito policial com denncia oferecida:

    A capa do inqurito deve ser mantida, retirando-se a contracapa; Receber a denncia no SISCOM, com o respectivo

    enquadramento, isto , o artigo em que o acusado est incurso;

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    Para o acusado no denunciado, lanar no na frente do nome e baixar a parte no sistema (denncia no oferecida);

    Verificar se o acusado encontra-se preso e, em caso positivo, fazer promoo ao juiz;

    Verificar se tem advogado habilitado no IP, em caso positivo, cadastr-lo e anotar na capa dos autos o nome e o nmero da OAB;

    Publicar a data do interrogatrio e moviment-la; Providenciar a expedio de mandados de citao, cartas

    precatrias e ofcios; Aps, intimar o RMP; Ao retornar do MP, movimentar o processo no sistema, com o

    cdigo adequado, e colocar o processo em escaninho prprio.

    f) Queixa-crime (ao privada):

    Ao autu-la, conferir o cadastramento das partes e do advogado constitudo, verificar se o advogado anexou as cpias necessrias expedio dos mandados, bem como se consta a guia com o pagamento das custas, salvo pedido de assistncia judiciria.

    g) Recebimento e encaminhamento de armas e bens apreendidos ao Depsito Forense, de acordo com o Provimento Conjunto n 01/03:

    Receber o inqurito policial, procedimento ou processo criminal que contenha arma ou bem apreendido;

    Lanar no SISCOM os dados relativos s armas e aos bens apreendidos e anotar a apreenso na contracapa dos autos;

    Os dados registrados no SISCOM devero ser impressos em tantas vias quantas forem necessrias, sendo que, obrigatoriamente, uma ser destinada ao Livro de Armas e Objetos Apreendidos e outra que ser juntada aos autos;

    O Livro de Armas e Objetos Apreendidos poder ser formado com a prpria via impressa do SISCOM (livro de folhas soltas) no necessitando nova transcrio ( mo) para um livro (caderno);

    Todos os objetos apreendidos devero receber etiqueta que contenha o nmero do processo a que pertencem;

    As substncias txicas, tais como maconha e cocana, no so recebidas e nem ficam armazenadas no Depsito Forense, salvo as amostras enviadas pelos peritos. Compete s Delegacias de Polcia dar destinao a estas substncias ou destru-las.

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    4.2) Juntada A juntada de peties e de documentos judiciais dever ser feita diariamente, ainda que os autos estejam conclusos ao juiz.60 Bater o carimbo de JUNTADA ao final do verso da ltima folha dos autos, datando e assinando.

    Existem peas processuais que no devem receber nenhum carimbo, salvo o de numerao de folhas; algumas por se tratarem de documentos formais e outras porque podero ser desentranhadas e o registro contido no carimbo restar perdido. So elas:

    Documentos originais; Peties; Procuraes; Mandados; Sentenas.

    Na impossibilidade de ser utilizada a ltima folha dos autos para o registro do carimbo, colocar uma folha que, no seu anverso, dever ser numerada, rubricada e bater o carimbo EM BRANCO; no seu verso, registrar a juntada. Sugere-se que no sejam utilizadas etiquetas adesivas (feitas no computador), em substituio ao carimbo, uma vez que, com o tempo, as etiquetas podem soltar-se e haver a perda do registro da juntada.61 Aps a juntada de qualquer documento, o processo sempre movimentado no SISCOM. De acordo com a nova Tabela de Movimentos do CNJ, a JUNTADA foi subdivida em PETIO e DOCUMENTO. Cada documento ou petio possui um cdigo especfico, como, por exemplo, 2139-4 juntada de carta precatria; 2140-2 juntada de laudo; 2146-9 juntada de ofcio; 2162-6 juntada pet. contestao; 2164-2 juntada pet. alegaes finais; 2214-5 juntada pet. manifestao. A cartilha da Corregedoria, que trata desse assunto, explica que o movimento 2232-7 PROTOCOLIZADA PETIO ter a antiga funo do aguarda juntada de, que foi excluda, e os movimentos de JUNTADA DE PETIO e JUNTADA DE DOCUMENTO tero a funo da antiga juntada efetivada de. O SISCOM possui recurso que controla a juntada de documentos/petio, seja aquele que esteja aguardando a juntada, quando emite alerta contendo esta informao, seja aquele efetivamente juntado, retirando o alerta. Quando o volume de documentos a ser juntado muito grande, recomenda-se priorizar as urgncias: rus presos, audincias, liminares, cautelares, etc.

    60 Provimento n 161/CGJ/2006, art. 197.

    61 Esta sugesto vlida para qualquer outro tipo de certido registrada em etiqueta adesiva, que possui qualidade

    duvidosa e poder se soltar.

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    No procedimento cvel, so exemplos peas que devem ser juntadas aos autos:

    Contestao; Reconveno; Impugnao (que no esteja prevista para autuao: vide lista

    abaixo); Embargos na ao monitria; Embargos de declarao; Exceo de pr-executividade; Incidente de falsidade, se oferecido antes de encerrada a instruo

    (art. 391 do CPC); Execuo de sentena.

    Sero distribudas:

    Impugnao ao valor da causa; Impugnao ao pedido de assistncia judiciria; Excees de incompetncia, de impedimento e de suspeio; Embargos do devedor; Embargos de terceiro; Remoo de inventariante; Incidente de falsidade, se oferecido aps o encerramento da

    instruo (art. 393 do CPC), dentre outros. 4.2.1) Juntada em processos apensados a) Antes de efetivar a juntada, verificar em qual dos processos a petio dever ser juntada, porque pode ocorrer de na petio estar informado, por exemplo, o nmero do processo principal, mas, na realidade, a petio deve ser juntada no APENSO e vice versa.

    b) Ao retornar os autos da concluso e antes da publicao, observar:

    Se os autos principais e apensos estavam conclusos: todos devem estar despachados e, caso isso no ocorra, lanar nos apensos autos recebidos sem despacho, fazer nova concluso e levar em mos para o juiz despachar tambm estes;

    Se apenas o principal estava concluso e os apensos devam ficar paralisados at cumprimento do despacho no principal ou por outro motivo, o apenso dever receber movimentao condizente com o despacho que determinou sua suspenso ou informar no campo LOCALIZADOR (Tabela CNJ) a carga efetivada no apenso.

    Se a concluso apenas para o(s) apenso(s) e o principal deve ficar paralisado: publicar/movimentar o despacho no apenso e movimentar no principal o cdigo de suspenso dos autos ou

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    informar no campo LOCALIZADOR (Tabela CNJ) a carga efetivada no apenso.

    Tudo isso visa, principalmente, evitar que peties sejam indevidamente juntadas aos autos paralisados e tambm para que no seja dada movimentao de um processo em outro. Se foi determinada a suspenso do processo pelo juiz, assim deve permanecer at novo despacho judicial em contrrio. 4.2.2) Juntada da declarao de imposto de renda Observar que se trata de informao protegida por sigilo e apenas o ofcio de encaminhamento da declarao deve ser juntado aos autos, intimando-se as partes sobre o recebimento, vedado o acesso a terceiros estranhos lide.

    Em regra, a documentao ficar sob a guarda do escrivo e arquivada na Secretaria, em pasta ou outro meio apropriado.

    Aos advogados ou partes do processo permitida somente a leitura e anotaes pertinentes, necessrias regular tramitao processual, vedada a extrao de cpia.

    Excepcionalmente, em situao sob segredo de justia, assim declarado pelo Juiz, porque o exige o interesse pblico, ou pela lei, porque respeite a casamento, filiao, separao dos cnjuges, converso desta em divrcio, alimentos, e em especial quando se tratar de menores e/ou incapazes, perante o juzo familiar ou outro competente, nos moldes do artigo 155, do Cdigo de Processo Civil, as informaes sobre imposto de renda podero ser juntadas diretamente ao processo, mantidas as restries supra elencadas.62

    4.2.3) Juntada de peties em processos conclusos Certificar nos autos o recebimento sem despacho para juntada de petio e movimentar no sistema:

    autos recebidos sem despacho; juntada efetivada de petio (contestao, substabelecimento,

    manifestao, etc.) ; nova concluso ou ato ordinatrio (depende do teor da petio).

    4.3) Publicao e intimao Um dos princpios fundamentais do processo o da publicidade de seus atos, consagrado no art. 155 do CPC, que, no entanto, apresenta algumas restries quando o procedimento que corre em segredo de justia, quais sejam:

    Em que o exigir o interesse pblico;

    62 Aviso n. 10/CGJ/2007.

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    Que dizem respeito a casamento, filiao, separao dos cnjuges, converso desta em divrcio, alimentos e guarda de menores;

    No crime contra os costumes e na queixa-crime (depende). A publicao ocorre quando as partes, seus advogados e demais interessados, atravs do Dirio do Judicirio, conhecem oficialmente a prtica dos atos processuais.

    Sero publicados somente as smulas de decises e os despachos recorrveis, as ordens de abertura de vista s partes, os prazos para preparo de feitos e de recursos e quaisquer outros atos cuja publicao for determinada pelo juiz.63 As decises e sentenas podero ser publicadas somente em sua parte dispositiva, suprimindo-se o relatrio, a fundamentao, a data, o nome do prolator e as demais expresses dispensveis. 64

    As intimaes do Ministrio Pblico, da Defensoria Pblica e da Fazenda Pblica sero efetuadas pessoalmente.65

    Toda a MOVIMENTAO processual deve ser informada no SISCOM, mas nem todas precisam ser publicadas, pois elas esto disposio dos advogados e das partes nas centrais de consulta do SISCOM e na internet, devendo, portanto, ser observado estritamente os casos em que necessria a publicao.

    De acordo com a IPT deve-se informar no SISCOM a movimentao, dispensando a publicao dos atos e despachos nos seguintes casos:

    Despacho inicial, salvo quando deferir ou negar tutela antecipada, liminar e pedido de assistncia judiciria, e na determinao do juiz quanto ao rito processual;

    Deferimentos de ofcios requeridos pelo exeqente, quando o executado no estiver representado nos autos;

    Ofcios internos dirigidos aos rgos auxiliares da justia (ex.: contadoria, central de percias, etc.);

    Todas as informaes para cumprimento de atos ou despachos a serem praticados dentro da Secretaria (ex: aguarda expedio de mandado);

    Arquivamento e desarquivamento de autos; Simples carga de autos e remessa a rgos auxiliares e TJMG; Decurso de prazos certificados pela Secretaria; Suspenso do processo requerida pelas partes ou, simplesmente,

    pelo autos, quando a parte r no estiver representada nos autos;

    63 Provimento n 161/CGJ/2006, art.210

    64 Provimento n 161/CGJ/2006, art. 210, 1.

    65 Provimento n 161/CGJ/2006, art. 210-A, 1

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    Decises e sentenas proferidas em audincia, com a presena dos procuradores das partes, observando-se que a sentena dever ser registrada em livro prprio.

    Observar se a OAB do advogado est devidamente cadastrada no SISCOM, evitando-se anulao de atos e republicaes desnecessrias, bastando constar o nome de apenas um dos procuradores de cada parte a ser intimada.66

    Caso o instrumento de mandato seja outorgado a mais de um advogado e nele esteja indicado o nome daquele que deve ser cadastrado, o servidor dever efetivamente cadastrar o advogado indicado.

    Ser considerado intimado o advogado que, comparecendo Secretaria antes da efetiva publicao do expediente no Dirio do Judicirio, tiver cincia do ato a ser realizado e obtiver vista dos autos no balco ou mediante carga, devendo o escrivo certificar nos autos a ocorrncia da intimao, iniciando, a partir de ento, o fluxo do prazo correspondente, conforme dispe o art. 238 do Cdigo de Processo Civil.67

    Observaes:

    Antes de publicar, havendo advogado constitudo, verificar se est efetivamente cadastrado: PARTES / ALTERAO / OPO 07;

    Advogado no pertencente ao Estado de Minas Gerais, dever ter sua OAB includa no SISCOM pela prpria Secretaria, atravs do menu: TABELA / MANUTENO / DADOS DA PARTE / ADVOGADO / APTO = 01 / SEO-SUBSEO 00 (CASO NO SAIBA O N.) / DATA DO CADASTRO = DATA DO DIA;

    dever do servidor incluir corretamente no SISCOM a matrcula do Juiz de Direito que despachar, sentenciar ou realizar audincia, seja ele titular, substituto ou cooperador;68

    Tratando-se de aes que tramitem em segredo de justia, devero constar das intimaes veiculadas no Dirio do Judicirio apenas a denominao do juzo e da vara, o nmero e a classe do processo, as iniciais dos nomes das partes, o despacho ou deciso prolatados e os nomes completos dos Procuradores.69

    Feita a publicao, o escrivo dever conferi-la, certificando nos autos o nmero da edio do Dirio do Judicirio, a data da disponibilizao e a da publicao do expediente;70

    No caso de sentena publicada e audincias realizadas, deve-se proceder extrao de cpia com o seu efetivo registro em livro prprio;

    66 Provimento n 161/CGJ/2006, art. 211.

    67 Provimento n 161/CGJ/2006, art. 212, 2 e 3.

    68 Provimento n 161/CGJ/2006, art. 196

    69 Provimento n 161/CGJ/2006, art. 214

    70 Provimento n 161/CGJ/2006, art. 216

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    De acordo com a Tabela de Movimentos do CNJ, a EXTINO DE PUNIBILIDADE ganhou status de sentena, sendo, portanto, julgamento com resoluo de mrito, e a movimentao ser feita como para outras movimentaes de sentena (FEITOS > MOVIMENTAO > INDIVIDUAL).

    4.3.1) Publicao nas varas criminais

    Publicar apenas os processos em que h advogado constitudo, cujas intimaes que se fazem obrigatrias, tais como designao de audincia e interrogatrio, expedio de carta precatria, etc.;

    Publicar todos os andamentos que implicarem em decurso de prazo para advogados e/ou partes como, por exemplo, vista para defesa, vista para assistente do MP, sentenas, indeferimentos ou deferimentos de pedidos de advogados, etc.

    Inqurito policial no aceita publicaes, portanto, se houver intimao, ser feita por mandado.

    A respeito da publicao, o Cdigo de Processo Penal prescreve:

    Art. 389 A sentena ser publicada em mo do escri