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Manual Técnico fios têxteis #02 Têxtil e Vestuário

Manual Técnico Têxtil e Vestuário - Nº 02 - Fios Têxteis

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A cada edição do projeto SENAI MIX DESIGN, são apresentados manuais técnicos, desenvolvidos por profissionais da Escola SENAI Francisco Matarazzo, que complementam o caderno de tendências do setor de Vestuário e propõem uma melhor compreensão das etapas da cadeia têxtil e de confecção.

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Page 1: Manual Técnico Têxtil e Vestuário - Nº 02 - Fios Têxteis

Manual Técnico

fios têxteis#02

Têxtil e Vestuário

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Projeto desenvolvido por

Escola SENAI “Francisco Matarazzo”

http://www.sp.senai.br/textil

Diretor

Marcelo Costa

Conteúdo técnico

Carlos Pires

Revisão do conteúdo

Paulo Sérgio Salvi

Projeto gráfico

Marilia Freitas Firmino

Capa

Andressa Campideli

Presidente

Paulo Skaf

Diretor Regional

Walter Vicioni Gonçalves

Diretor Técnico

Ricardo Figueiredo Terra

Gerente Regional

Adelmo Belizário

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O conhecimento na área têxtil é de funda-mental importância para os profissionais que fa-zem parte da indústria da moda, tanto no entendi-mento de conceitos como dos próprios materiais têxteis. Para melhores escolhas de compra ou no-vos desenvolvimentos, a informação e a formação são primordiais. Pensando nisso, a cada edição do SENAI MIX DESIGN, são apresentados manuais técni-cos, desenvolvidos por profissionais da Escola SENAI Francisco Matarazzo, que complementam o caderno do setor de Vestuário e propõem uma melhor compreensão das etapas da cadeia têxtil e do vestuário. O segundo manual aborda os Fios Têxteis.

manual técnicoTêxtil e Vestuário

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2 SENAI MIX DESIGN • Têxtil e Vestuário

Consumidores

Vendas eletrônicas

Vendas por catálogo

Vendas físico

Exportação

Linha larCama, mesa e banho

Beneficiamento ConfecçãoTecidos planos e malhas

* Fibras efilamentos

FiaçãoFios fiados com fibras

QuímicasFibras/filamentos

artificiais e sintéticos

MalhariaTecidos de malha

TecelagemTecidos planos

VestuárioRoupas e acessórios

TécnicosSacaria, encerados, fraldas,correias, automotivos, etc.

NaturaisFibras vegetais e pelos

AviamentosFitas, zíperes, linhas decostura, etiquetas, etc.

Estrutura da cadeia produtiva e de distribuição têxtil e confecção Desenvolvido pela ABIT - Associação Brasileira da Indústrial Têxtil e de Confecção

Escolas técnicas e universidades

* Máquinas e equipamentos

*Insumos químicos

Intermediação Financeira e Seguros

Serviços Prestados às Empresas

Transporte, Armazenamento e Correios

Eletricidade e Gás, Água, Esgoto e Limpeza Urbana

*Segmento de fornecedores

Centros de pesquisa e desenvolvimento

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Manual Técnico • Fios Têxteis 3

Consumidores

Vendas eletrônicas

Vendas por catálogo

Vendas físico

Exportação

Linha larCama, mesa e banho

Beneficiamento ConfecçãoTecidos planos e malhas

* Fibras efilamentos

FiaçãoFios fiados com fibras

QuímicasFibras/filamentos

artificiais e sintéticos

MalhariaTecidos de malha

TecelagemTecidos planos

VestuárioRoupas e acessórios

TécnicosSacaria, encerados, fraldas,correias, automotivos, etc.

NaturaisFibras vegetais e pelos

AviamentosFitas, zíperes, linhas decostura, etiquetas, etc.

Estrutura da cadeia produtiva e de distribuição têxtil e confecção Desenvolvido pela ABIT - Associação Brasileira da Indústrial Têxtil e de Confecção

Escolas técnicas e universidades

* Máquinas e equipamentos

*Insumos químicos

Intermediação Financeira e Seguros

Serviços Prestados às Empresas

Transporte, Armazenamento e Correios

Eletricidade e Gás, Água, Esgoto e Limpeza Urbana

*Segmento de fornecedores

Centros de pesquisa e desenvolvimento

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4 SENAI MIX DESIGN • Têxtil e Vestuário

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Manual Técnico • Fios Têxteis 5

Entende-se por fio têxtil toda estrutura de densidade linear constante (sobre controle) deno-minada título, que tenha propriedades específicas para uso têxtil (tecidos planos, tecidos de malhas, tecidos técnicos, fios para uso em geral (linha de costura, barbantes, cordas etc.). Título diz respeito à densidade linear, que representa a relação entre uma unidade de com-primento por uma unidade de massa, por exemplo: metros por grama (m/g), ou uma relação entre uma unidade de massa por uma unidade de com-primento, por exemplo: gramas por metro (g/m), sendo o mais utilizado para definir a espessura, o diâmetro ou a grossura de um fio.

Fios têxteis

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6 SENAI MIX DESIGN • Têxtil e Vestuário

Fio

Têxt

il

Fiad

o

Fibra Curta

Convencional

Cardado Titulos Grossos e Médios

Torção S ou Z

Penteado Titulos Médios e Finos

Open End

Cardado Titulos Grossos e Médios

Torção Z

Penteado Titulos Médios e Finos

A Ar

Cardado Titulos Médios

Torção S ou Z

Penteado Titulos Médios e Finos

Fibra Longa Convencional

Cardado Titulos Grossos e Médios

Torção S ou Z

Penteado Titulos Médios e Finos

Fila

men

to

Multifilamento

Liso

Std

Brilhante

Semi Opaco

Opaco

Natural ou

Tinto

Retorcido

Tangleado

TexturizadoOT

Tangleado

Monofilamento

Diâmetro Grosso Brilhante

Semi Opaco

Opaco

Natural ou

TintoDiâmetro Médio

Diâmetro Fino

Page 9: Manual Técnico Têxtil e Vestuário - Nº 02 - Fios Têxteis

Manual Técnico • Fios Têxteis 7

Fio

Têxt

il

Fiad

o

Fibra Curta

Convencional

Cardado Titulos Grossos e Médios

Torção S ou Z

Penteado Titulos Médios e Finos

Open End

Cardado Titulos Grossos e Médios

Torção Z

Penteado Titulos Médios e Finos

A Ar

Cardado Titulos Médios

Torção S ou Z

Penteado Titulos Médios e Finos

Fibra Longa Convencional

Cardado Titulos Grossos e Médios

Torção S ou Z

Penteado Titulos Médios e Finos

Fila

men

to

Multifilamento

Liso

Std

Brilhante

Semi Opaco

Opaco

Natural ou

Tinto

Retorcido

Tangleado

TexturizadoOT

Tangleado

Monofilamento

Diâmetro Grosso Brilhante

Semi Opaco

Opaco

Natural ou

TintoDiâmetro Médio

Diâmetro Fino

Tipos defios têxteis

Fio Fiado

O fio têxtil está classifi-cado basicamente em dois tipos, fios fiados e filamentos contí-nuos, que dão origem a outros nomes conhecidos no mercado, que veremos a seguir:

Trata-se de um fio cons-truído a partir de fibras cortadas/descontínuas (de comprimen-to previamente definido) que são classificadas de fibra curta ou fibra longa, dependendo do comprimento de seu corte, que são alinhadas paralelamente e torcidas entre si a fim de garan-tir uniformidade, toque, volume e resistência. O fio fiado é também co-nhecido no mercado pela sua quantidade de cabos e pelo mé-todo de obtenção.

Page 10: Manual Técnico Têxtil e Vestuário - Nº 02 - Fios Têxteis

8 SENAI MIX DESIGN • Têxtil e Vestuário

Trata-se de um fio de origem predo-minantemente química, constituído por cabos contínuos de comprimento infinitamente variável, podendo ser:

Monofilamento: fios de um único cabo, com título e perfil controlado, para usos diversos, porém mais utili-zados para fins técnicos.

Multifilamentos: fios com vários ca-bos (filamentos) com título e perfil controlado, utilizados na indústria têxtil, nas seguintes formas:• Multifilamentos lisos: quando o

fio não apresenta volume e tem maior brilho.

• Multifilamento texturizado: quan-do o fio apresenta volume e maior opacidade.

Filamento

Fio singelo: trata-se de um fio fiado constituído por um único cabo que é conhecido no mercado como:• Fio anel: refere-se ao processo

de obtenção de um fio fiado, tam-bém conhecido como fio conven-cional, em que o anel é alusivo ao tipo de máquina utilizada.

• Fio Open End: fio constituído por um processo mais otimizado em que se utiliza um rotor na obten-ção do fio, que, por meio do prin-cípio da força, centrifuga gerando um fio de toque menos macio do que o produzido na fiação a anel.

• Fio Vortex: trata-se de um novo processo de obtenção de fio que tem como princípio o turbilha-mento de ar na sua formação, gerando um fio mais volumoso e macio.

• Fio cardado: fio obtido pelo pro-cesso mais curto da fiação, em que são eliminadas somente as fibras e as impurezas prejudiciais ao processo e sua utilização.

• Fio penteado: fio obtido por um fluxo específico, em que, além da eliminação de fibras e impurezas prejudiciais ao processo, as fibras são selecionadas de acordo com a utilização final do fio, resultan-do em um produto de maior valor agregado.

Fio retorcido: obtido pela junção de dois ou mais fios, por meio da torção, a fim de garantir um novo fio, mais uniforme e resistente.

Page 11: Manual Técnico Têxtil e Vestuário - Nº 02 - Fios Têxteis

Manual Técnico • Fios Têxteis 9

Fio fiado: por ser constituído de fibras cor-tadas, alinhadas e torcidas entre si, apre-senta maior irregularidade e pilosidade, podendo ser mais sensível em um ou outro tipo de fio, dependendo do seu processo de obtenção.

Fio anel: obtido por um processo mais lon-go, proporciona maior regularidade nas fi-bras e na formação de sua torção, que pode ser no sentido S (esquerda) ou no sentido Z (direita), resultando em fios mais macios, de resistência mais uniforme e ampla gama de titulação. No fio anel também existe a possibilidade de produzir fios com menor pilosidade, devido a um sistema próprio de aspiração que conduz as fibrilas naturais do fio fiado para seu interior, dando uma nova versão de fio denominado de fio com-pactado.

Fio Open End: também conhecido por fio a rotor, utiliza um processo mais curto e usa a força centrífuga na formação do fio, pos-sibilitando a utilização de fibras mais cur-tas e um fio com toque mais áspero do que o fio anel, assim como de titulação mais grossa e com sentido de torção somente Z (direita).

Características

Fio a ar: obtido pelo turbilhamento de ar, que gera uma torção superficial, ou seja, na camada externa do fio, deixando o seu interior com as fibras praticamente parale-las. Isso faz com que o fio tenha maior vo-lume e menor pilosidade, além de facilitar o processo de beneficiamento do fio ou te-cido produzido com ele.

Fio retorcido: possui maior regularidade e maior resistência absoluta.

Filamento: tem boa regularidade, boa uni-formidade, ausência total de pilosidade e boa resistência.

Monofilamento: é um fio liso, de baixo vo-lume e de toque extremamente rígido.

• Multifilamento Liso: são fios com vários cabos/filamentos de baixo volume, de toque rígido, que pode ser melhorado de acordo com o número de filamentos utilizados.• Multifilamento Texturizado: são fios com vários cabos/filamentos de alto volume, de toque macio, com brilho e elasticidade, controlados de acordo com a texturização aplicada e o número de filamentos utilizados.

Page 12: Manual Técnico Têxtil e Vestuário - Nº 02 - Fios Têxteis

10 SENAI MIX DESIGN • Têxtil e Vestuário

Aspecto

FIO FIADO MULTIFILAMENTOMONO-

FILAMENTOAnel (convencional)

Rotor (Open End)

Vortex (ar)

Liso Texturizado Tangleado

Volume + ± + - + ± +

Toque + ± + - + ± -Pilosidade/ Fibrilhação - ± + + + + +

Brilho + ± ± + - ± +Tenacidade + ± - + + + +

FIAÇÃO

FIADA (Fibra Cortada)

Fibra Curta (até 50 mm)

Anel (convencional)

Cardada

Penteada

Rotor

(Open End)

Cardada

Penteada

Ar

(Jet Spner)

MJS

MVS - Vortex

Fibra Longa

(acima de 51 mm)Anel

(convencional)

Cardada

Penteada

QUÍMICA

(Artificial/Sintética)

Via Fusão

Via Seca

Via Úmida

FiosMonofilamentos

Multifilamentos

FibrasCurtas

Longas

Tow

Comparativo entre tipos de fios

Fluxo geral para obtenção de fios e fibrasMétodos de obtenção

Legenda:

+ : Bom/ Alto

± : Médio/ Regular

- : Ruim/ Baixo

Observações:

A tabela anterior mostra os comparativos de uma maneira superficial,

pois estes aspectos que podem ser trabalhados de acordo como a fibra

utilizada e a torção aplicada.

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Manual Técnico • Fios Têxteis 11

Fiação Fiada

Passadeira

Pré Passagem

Passadeira

Pré Passagem

Sala de Abertura

Matéria prima

acondicionada em fardos

Estilo Reunidor Estilo Reunidor

Penteadeira Penteadeira

Maçaroqueira Maçaroqueira

Passadeira

1ª Passagem

Passadeira

1ª Passagem

Passadeira

1ª Passagem

Passadeira

1ª Passagem

Filatório

Anel/Ring

Filatório

Anel/Ring

Filatório à Rotor

Open-End (OE)

Filatório à Ar

Jet-Spner/Vortex

Passadeira

2ª Passagem

Passadeira

2ª Passagem

Passadeira

2ª Passagem

Passadeira

2ª Passagem

Passadeira

3ª Passagem

Conicaleira Conicaleira

RetorçãoAnel/Dupla Torção

ExpediçãoCliente Interno/Externo

Carda

Convencional Rotor Ar

PenteadoPenteado CardadoCardado

Fio Singelo

Fio Retorcido

Abertura e limpeza do material

Limpeza e inicio da

regularização dos materiais

Preparação para o processo

de penteagem

Formar manta de fitas para

alimentar penteadeira

Selecionar, eliminar fibras curtas

e impurezas (neps, cascas, etc.)

Uniformizar, Regularizar, Homogenizar, Mesclar

e Paralelizar massa de fibras através do processos

de DUBLAGEM e ESTIRAGEM

Preparar o material para entrada no filatório

(transformar fita em pavio)

Confeccionar o fio propriamente dito de acordo com sua

utilização final (aplicação de estiragem e torção)

Troca de acondicionamento (espulas para cone), retiradas

de defeitos fisicos, parafinagem, emenda splicer

Page 14: Manual Técnico Têxtil e Vestuário - Nº 02 - Fios Têxteis

12 SENAI MIX DESIGN • Têxtil e Vestuário

Aqui trataremos de algumas terminologias e das defini-ções usadas para os fios, como título; torção e texturização.

Título Nome adotado para definir a densidade linear, ou seja, a relação entre massa e comprimento ou entre comprimento e massa de um produto de fiação (fita, mecha, pavio e fio), usado para definir a espessura deste. Seguindo padrões internacionais, são adotados dois sis-temas de titulação para a definição de um fio têxtil, sendo eles:

Sistema direto: usado na maioria das vezes para definir den-sidade linear de um fio ou fibra química, em que o título é di-retamente proporcional ao seu peso, ou seja, quanto maior a massa, maior o título e, consequentemente, mais grosso será o fio/fibra. A relação aqui utilizada é massa por comprimento.

Particularidades

Título T

Constante K

Significado Utilização

Ktex 1

1 Ktex = 1 grama de material em 1 metro

2 Ktex = 2 gramas de material em 1 metro

n Ktex = n gramas de material em 1 metro

Processamento na fiação

Tex 1000

1 Tex = 1 grama de material em 1.000 metros

2 Tex = 2 gramas de material em 1.000 metros

n Tex = n gramas de material em 1.000 metros

Identificar monofilamento e

multifilamentos grossos e fios

fiados

Dtex 10000

1 Dtex = 1 grama de material em 10.000 metros

2 Dtex = 2 gramas de material em 10.000 metros

n Dtex = n gramas de material em 10.000 metros

Identificar fios de

multifilamentos em geral e

fibras cortadas

Den 9000

1 Den = 1 grama de material em 9.000 metros

2 Den = 2 gramas de material em 9.000 metros

n Den = n gramas de material em 9.000 metros

Identificar fios de

monofilamentos e fibras

cortadas

Títulos do Sistema Direto

Page 15: Manual Técnico Têxtil e Vestuário - Nº 02 - Fios Têxteis

Manual Técnico • Fios Têxteis 13

Sistema Indireto: usado para definir densidade linear de um fio fiado, em que o título é indiretamente proporcional ao seu peso, ou seja, quanto maior a massa, menor o título e, consequentemente, mais fino será o fio. A relação aqui utilizada é comprimento por massa.

Título N

Constante K

Significado Utilização

Ne

0,59

1 Ne = 1 metro de material pesa 0,59 grama

2 Ne = 2 metros de material pesam 0,59 grama

n Ne = n metros de material pesa 0,59 grama Utilizado para identificar

espessura de fios fiados de

fibra curta.0,54

1 Ne = 1 jarda de material pesa 0,54 grama

2 Ne = 2 jardas de material pesam 0,54 grama

n Ne = n jardas de material pesa 0,54 grama

Obs.: Para título Ne podemos ter 2 Constantes distintas, que deverá ser usada quando:

Constante (K) 0,59 deverá ser usada quando a unidade de cumprimento usada for metros (m).

Constante (K) 0,54 deverá ser usada quando a unidade de cumprimento usada for jardas (jd).

Nm 1

1 Nm = 1 metro de material pesa 1,00 grama

2 Nm = 2 metros de material pesam 1,00 grama

n Nm = n metros de material pesa 1,00 grama

Utilizado para identificar

espessura de fios fiados de

fibra longa.

Títulos do Sistema Indireto

Sistema Direto | Fórmula para obtenção do título:

Sistema Direto | Forma de apresentação:

Título (Ktex, Tex, Dtex ou Den)

Comprimento em metros (m)

Peso em gramas (g)

Constante: de acordo com o título (Ktex, Tex, Dtex ou Den)

K x P = C x T

Nome do Título em uso (Dtex, Tex ou Den)

Número de Filamentos

Título do Fio

Número de Cabos

2 x 167 / 48 ____

Page 16: Manual Técnico Têxtil e Vestuário - Nº 02 - Fios Têxteis

14 SENAI MIX DESIGN • Têxtil e Vestuário

Sistema Indireto | Fórmula para obtenção do título:

Sistema Indireto | Forma de apresentação:

Título (Ne, Nm)

Peso em gramas (g)

Constante: de acordo com o título (Ne ou Nm)

Comprimento em metros (m)

C x K = P x N

Ne - Número inglês

Nm - Número métrico

Nome do Título em uso (Ne)

Número de Cabos

Título do Fio

30 / 2 Ne

Nome do Título em uso (Nm)

Título do Fio

Número de Cabos

2 / 50 Nm

TÍTULO FIO FIADO FIO MULTIFILAMENTO

GROSSO Menor que Ne 20/1 Maior que 300 Dtex

MÉDIO De Ne 20/1 à Ne 36/1 De 80 Dtex à 300 Dtex

FINO Maior que Ne 36/1 Menor que 80 Dtex

Referência de classificação de título quanto a sua espessura:

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Manual Técnico • Fios Têxteis 15

TorçãoÉ o ato de girar um feixe de fibras paralelas ou dois ou mais fios em torno de seu próprio eixo a fim de garantir resistência e uniformidade, assim como o toque e o volume do fio.

• Resistência: pode aumentar ou diminuir a resistência do fio. dependendo da quantidade aplicada.

• Toque: responsável pela maciez do tecido fabricado com o fio.

• Volume: é um dos aspectos físicos responsáveis pelo fator de cobertura do tecido.

• Uniformidade: é responsável pela aparência do fio, que resultará na qualidade de acabamento do produto que o utiliza.

A torção é definida pelo seu sentido e número de voltas aplicadas com o emprego de termilogias próprias, tais como:

• Alfa de torção representada pela letra grega ∝, que é a relação entre o ângulo da torção e seu titulo.

• TPM: torção por metro (número de voltas que o feixe de fibras tem em um metro de comprimento), que varia de acordo com sua utilização final.

• TPI: torção por polegada (número de voltas que o feixe de fibras tem em uma polegada de comprimento), que varia de acordo com sua utilização final.

• Torção Z indica que o sentido da torção é para a direita, também conhecida como torção direita.

• Torção S indica que o sentido da torção é para a esquerda, também conhecida como torção esquerda.

Page 18: Manual Técnico Têxtil e Vestuário - Nº 02 - Fios Têxteis

16 SENAI MIX DESIGN • Têxtil e Vestuário

Texturização Fio texturizado é o nome dado a um multifilamento liso após sofrer ação física para aumento de volume, elasticidade e diminuição no brilho. Existem vários processos de texturização de fios e os mais importantes são:• Texturização por falsa torção ou a discos: muito utilizada

para indústria do vestuário.• Texturização por jato de ar: muito utilizada na indústria têx-

til de decoração e automobilística.

Tangleamento Fio tangleado refere-se a fios de multifilamentos lisos ou texturizados que possuem pontos equidistantes de união pro-vocados por jato de ar a fim de garantir a união dos filamentos nos processos posteriores, principalmente na tecelagem plana.

Aparência dos fios

Fio liso

Fio tangleado

Fio texturizado

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Manual Técnico • Fios Têxteis 17

Fios especiais são produtos têxteis aos quais são adicio-nados efeitos intermitentes e controlados em termos de tor-ção, espessura (título), textura e cor, com a finalidade de con-ferir-lhes características diferenciadas dos fios normais e estão classificados em:

Fio almado: também conhecido no mercado como Core Yarn, trata-se de um fio fiado em cujo interior encontra-se um fila-mento contínuo que lhe dará propriedades específicas como resistência. Muito utilizado para linha de costura, em tecidos técnicos e em tecidos com elasticidade para confeccionados em geral, principalmente para artigos da moda feminina, pois permite a valorização das formas sem tolher os movimentos.

Fio recoberto: trata-se de um fio fiado ou filamento que recobre outro fio para garantir uma característica própria, muito utiliza-do no segmento de aviamentos.

Fios fantasias: são fios com efeitos especiais de título e/ou tor-ção que provocarão características distintas em peças próprias, muito utilizados em decoração e malharia. Sua maneira de construção é infinita, baseando-se muito na criação do estilista.

Fios Especiais

Page 20: Manual Técnico Têxtil e Vestuário - Nº 02 - Fios Têxteis

18 SENAI MIX DESIGN • Têxtil e Vestuário

Tipos de fios fantasias

Botonê

Bouclê

Flamê

Frisê

Page 21: Manual Técnico Têxtil e Vestuário - Nº 02 - Fios Têxteis

Manual Técnico • Fios Têxteis 19

Como pode ser verificado, a produção de um fio não é tão simples como parece, pois este tem papel primordial nas características dos tecidos e confeccionados, quer seja uma característica técnica, quer seja uma característica estética, a fim de garantir uma boa adequação ao uso, conforto, resistência e beleza.

Conclusão

Chenilê

Molinê

Frisê/Botonê

Page 22: Manual Técnico Têxtil e Vestuário - Nº 02 - Fios Têxteis

20 SENAI MIX DESIGN • Têxtil e Vestuário

ARAÚJO, MÁRIO de; MELO E CASTRO, E. M. de. Manual de Engenharia

Têxtil. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1984. 2 v.

ERHARDT, THEODOR et al. Curso Técnico Têxtil: física e química aplicada,

fibras têxteis, tecnologia. São Paulo: E.P.U., 1975. 3 v.

MALUF, Eraldo; KOLBE, Wolfgang. Manual: dados técnicos para a indústria

têxtil. 2. ed. São Paulo: IPT/ABIT, 203. 336 p.

RIBEIRO, Hélcio Gomes. Manual de Fiação. Rio de Janeiro, s. ed., 1980. 193 p.

Referências

Page 23: Manual Técnico Têxtil e Vestuário - Nº 02 - Fios Têxteis

Manual Técnico • Fios Têxteis 21

Page 24: Manual Técnico Têxtil e Vestuário - Nº 02 - Fios Têxteis

Escola SENAI “Francisco Matarazzo”Faculdade de Tecnologia SENAI “Antoine Skaf” Rua Correia de Andrade, 232, Brás, São Paulo/SP

(11) 3312-3550 | www.sp.senai.br/textil

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