29
Manuel Pedro Ferreira Teresa Cascudo (coord.) MÚSICA E HISTÓRIA: ESTUDOS EM HOMENAGEM A MANUEL CARLOS DE BRITO Edições Colibri Centro de Estudos de Sociologia e Estética Musical Universidade Nova de Lisboa

Manuel Pedro Ferreira Teresa Cascudo · Rosana Marreco Brescia 273 O Te Deum e a obra conhecida de Luís Álvares Pinto: A trajetória de um espólio dos trópicos – Cronologia

  • Upload
    lamthuy

  • View
    217

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Manuel Pedro Ferreira Teresa Cascudo · Rosana Marreco Brescia 273 O Te Deum e a obra conhecida de Luís Álvares Pinto: A trajetória de um espólio dos trópicos – Cronologia

ManuelPedroFerreiraTeresaCascudo

(coord.)

MÚSICAEHISTÓRIA:ESTUDOSEMHOMENAGEM

AMANUELCARLOSDEBRITO

EdiçõesColibri

•CentrodeEstudosdeSociologiaeEstéticaMusical

UniversidadeNovadeLisboa

Page 2: Manuel Pedro Ferreira Teresa Cascudo · Rosana Marreco Brescia 273 O Te Deum e a obra conhecida de Luís Álvares Pinto: A trajetória de um espólio dos trópicos – Cronologia

BibliotecaNacionaldePortugal–CatalogaçãonaPublicaçãoMÚSICAEHISTÓRIAMúsicaehistória:estudosemhomenagemaManuelCarlosdeBrito/coord.ManuelPedroFerreira,TeresaCascudo.–(Estudosmusicológicos;18)ISBN978-989-689-662-1I–FERREIRA,ManuelPedro,1959-II–CASCUDO,Teresa,1968-CDU78

TítuloMúsicaehistória:estudosemhomenagemaManuelCarlosdeBritoCoordenaçãoManuelPedroFerreiraTeresaCascudoPaginaçãoLuísaGomesEdiçãoEdiçõesColibri/CentrodeEstudosdeSociologiaeEstéticaMusicalIlustraçãodacapa[Jovemcantoraacompanhadaporflautista],BibliotecaNacionaldePortugal,cotae-1129-vDepósitolegal424195/17Lisboa,Junhode2017

Page 3: Manuel Pedro Ferreira Teresa Cascudo · Rosana Marreco Brescia 273 O Te Deum e a obra conhecida de Luís Álvares Pinto: A trajetória de um espólio dos trópicos – Cronologia

Índice

TabulaGratulatoria viiHistoriaravidamusicalportuguesa:Umpercursoexemplar xiPublicaçõesdeManuelCarlosdeBrito xviiEnsaios OcadernoBarbierieasCantigasdeSantaMaria:Umanotaderodapé ManuelPedroFerreira 3RelatingHistory:MusicandMeaningintheRelacionesoftheCanonizationofStRaymondPenyafort,Barcelona1601

TessKnighton 27PatternsforSixteenth-toEarly-Seventeenth-CenturyPortuguese

PolyphonicSettingsoftheRequiemMass JoãoPedrod’Alvarenga 53ApresençadoórgãonaliturgiaportuguesaentreoConcílio

TridentinoeaSecularização

GerhardDoderer 77Músicapolítica:Losembajadoresenlavidamusicaldelossiglos

XVIIyXVIII AnnaTedesco 143Música,cerimonialerepresentaçãopolítica:Sant’AntoniodeiPortoghesinocontextodasigrejasnacionaisemRomaduranteaépoca

barroca(1683-1728)

CristinaFernandes 155NaplesinOpera:PartenopebyDomenicoSarro(1722)andLeonardo

Vinci(1725)DinkoFabris 175ElFaccoqueseve AníbalEnriqueCetrangolo 201SobreosprimórdiosdacríticamusicalemPortugal PauloFerreiradeCastro 213GaietéetsensibilitédansSophieetMoncars,oul’intrigueportugaise(1797) MichelNoiray 229

Page 4: Manuel Pedro Ferreira Teresa Cascudo · Rosana Marreco Brescia 273 O Te Deum e a obra conhecida de Luís Álvares Pinto: A trajetória de um espólio dos trópicos – Cronologia

x

FigaroandMusicalBarbersandHairStylistsintheTeatrodeCordel DavidCranmer 259OperaHousesinEighteenthCenturyPortugueseAmerica RosanaMarrecoBrescia 273OTeDeumeaobraconhecidadeLuísÁlvaresPinto:Atrajetóriadeumespóliodostrópicos–Cronologia(comentada)dasediçõese

registrosdiscográficosdisponíveis SérgioDias 283Elgranausente:ReflexionessobreelsigloXIXmusicalespañol JuanJoséCarreras 299Osprimeirospassosemdirecçãoàcríticamusical:Algumas

consideraçõessobreapresençadamúsicanaimprensadaLisboa

liberal(1822-1855)

FrancescoEsposito 309«Lesdeuxpigeons»easvicissitudesdoamor:Transferênciasculturais

eintertextualidadenoteatromusicaldeFranciscodeSáNoronha LuísaCymbron 331Política,risoecensura:OcasodaóperacómicaportuguesaAspenasdeumPavão(1868) IsabelNovaisGonçalves 357Tresóperas«montañesas»enlaprensa:Unestudiocomparativodela

recepcióncríticadeSerrana,LaFadayMendi-mendiyan TeresaCascudo 371OFadonacomposiçãoeruditadofinaldeoitocentos MariaJoséArtiaga 383«Contribuiractivamenteparaaeducaçãomusicaldosportuguezes»:

AugustoMachadoeareformadavidamusicalemPortugal JoaquimCarmeloRosa 403VisãoeperspectivasdoprojectoGermInArte:Aqualificaçãoderecursoshumanoseprofissionaisnoscuidadosprestadosnainfância

comoalicerceparaodesenvolvimentosocialehumano

HelenaRodrigues,PauloMariaRodrigues,PauloFerreiraRodrigues 423Notasbiográficasdosautores 441

Índicesremissivos 449

Page 5: Manuel Pedro Ferreira Teresa Cascudo · Rosana Marreco Brescia 273 O Te Deum e a obra conhecida de Luís Álvares Pinto: A trajetória de um espólio dos trópicos – Cronologia

«Lesdeuxpigeons»easvicissitudesdoamor:

Transferênciasculturaiseintertextualidadeno

teatromusicaldeFranciscodeSáNoronha

LuísaCymbron

Numacrónicade1895apropósitodoTeatroFénixDramáticadoRio

deJaneiro,MachadodeAssisreferia-seaArturoudezasseisanosdepoiscomoumarecordaçãodejuventude,queofaziarever«umainfinidade

desombras,comoD.Joãoviusurgirasmulheresqueotinhamamadoe

perdido»1.Artur era de facto umdrama vaudeville estreado emParis,

em18382,queatravessaraoAtlânticoparaserrepresentadonoTeatro

de S. JanuáriodoRioquatro anosdepois3. Em 1843, voltou à cenana

capitaldoImpério,agoracomotextoemportuguêsecommúsicade

FranciscodeSáNoronha(1820-1881)4,efoiefectivamenteoseuprimeiro

1Machado de Assis. Obra completa em quatro volumes,Riode Janeiro:NovaAguilar, 2008,

vol.4,pp.1183-1184.2AmúsicaeradaautoriadeAlexandrePierreDoche,entãodirectordoThéâtreNationaldeVaudeville.Notextopublicado,éclaraaindicaçãodosmomentosemqueseráutilizadamú-sicadocompositor(quenãosabemossefoicompostapropositadamenteparaestapeça),oumúsicadeoutrosautores,deacordocomoprocessohabitualnestegéneromúsico-teatral.ÉdadaaindaaindicaçãodequeosinteressadosnamúsicadeverãocontactarDoche,nopróprioteatro, para obtê-la, o que mostra que não se pretendia publicá-la nem fixá-la como algodefinitivo (cf.Arthur ou seize ans après, drame-vaudeville en deux actes,Magasin théatral:choixdepiècesnouvelles,jouéessurlesthéâtresdeParis,Paris:MarchantÉditeur,1838,vol.21,

p.1).QuantoàmúsicadeNoronha,nãoparecetersobrevividoqualquerpartitura.3ArturfoiestreadonoRio,emversãofrancesa,noTeatrodeS.Januário,a30deAbrilde1842

(JornaldoCommercio,29deAbrilde1842).4AversãoportuguesafoiestreadaemJunhode1843.Nãoficaporémclarosea18dessemês,noTeatrodeSantaTeresa(cf.JornaldoCommercio,17deJunhode1843),oua22domesmo

mês,embenefíciodocompositor,noTeatrodeS.Francisco(Ibidem,21deJunhode1843).A

Page 6: Manuel Pedro Ferreira Teresa Cascudo · Rosana Marreco Brescia 273 O Te Deum e a obra conhecida de Luís Álvares Pinto: A trajetória de um espólio dos trópicos – Cronologia

LuísaCymbron

332

grande sucesso enquanto compositor teatral. Noronha tinha chegado

aoRioem 1838, vindodonortedePortugal, e tentara semresultados

impor-se comoviolinista. Sódepois se lançouno teatro, pelamãode

JoãoCaetanodosSantos (1808-1863),opaido teatro românticobrasi-

leiro,emcujacompanhiaactuavamváriosactoresportuguesesouque

tinham trabalhado em Portugal5. O primeiro fruto desta colaboração

foiamontagem,noTeatrodeSantaTeresaem1843,deUmAutodeGilVicente de Almeida Garrett, com música do compositor português6.

Seguiram-seO triunfo de Trajano7, para comemorar o casamento do

imperador D. Pedro II, eArtur. Portugal, França e Brasil, cruzam-se

logonoiníciodasuacarreirateatral,queratravésdaestreiabrasileira

daobraqueGarrettescreveraaverseressuscitavaoteatroportuguês,

querdasváriasadaptaçõesderepertórioparisiense.

Em1854,aquandodasuaprimeiravisitaaLisboa,Noronhaexpunha

no jornal Imprensa e Lei a sua apreciaçãoda cena teatralportuguesa,explicandoque:

Astraduçõesmáseafrancesadas,cederamolugaraosoriginaisdosautores,

desconhecidosainda,masqueporventurasabemdesenvolvernumdramaa

vidaíntimadasociedade,comalinguagemportuguesaenãoabundantede

galicismoscomoalgumascomédiasqueoutroravimosemonossoteatro8.

Aos trinta e quatro anos, possuindo já uma larga carreira, o com-

positorsabiadoquefalava,poistantoosteatrosportuguesescomoos

brasileirosviviamsobretudoda importaçãodepeças francesas(oriun-

das do gigantesco repertório produzido para teatros como o Palais

traduçãoeradaautoriadeCaetanoLopesdeMoura,médicobrasileiroquesehaviafixadona

Europa desde o período napoleónico e vivia na capital francesa, sendo tradutor demuitasobras literárias importantes, entre elas alguns romances deWalter Scott.O texto deArturencontrava-seàvendanoRio,comosepodecomprovaratravésdoJornaldoCommercioqueanuncia a venda de obras de temáticas variadas, em português, mas publicadas em Paris

(Ibidem,30deNovembrode1841).5SílviaCristinaMartinsdeSOUZA,As noites doGinásio. Teatro e tensões culturais na corte(1832-1868),[Campinas]:EditoradaUNICAMP,2002,pp.37-38.6JornaldoCommercio(9e12deFevereirode1843).

7OtriunfodeTrajanoestreou-senoTeatrodeS.PedrodeAlcântaraa11deSetembrode1843,

pelas companhias dos Teatros de S. Pedro e de S. Francisco (Jornal do Commercio, 10 deSetembrode1843).Trata-se,provavelmente,daadaptaçãodeumatragédielyriquedeJ.Esmé-

nardpostaemmúsicaporLeSueureLouisLucLoiseauem1807(cf.DéciodeAlmeidaPRADO,

JoãoCaetano,S.Paulo:EditoraPerspectiva,1972,pp.58sq.).8ImprensaeLei(30deNovembrode1854).

Page 7: Manuel Pedro Ferreira Teresa Cascudo · Rosana Marreco Brescia 273 O Te Deum e a obra conhecida de Luís Álvares Pinto: A trajetória de um espólio dos trópicos – Cronologia

«Lesdeuxpigeons»easvicissitudesdoamor

333

Royal,oOdéon,oThéâtredeMadame,ouoThéâtreNationalduVau-

deville,entreoutros9)eaqualidadedastraduçõesestiveratambémem

debatenoRiodeJaneirodoiníciodadécadade185010.Apesardospro-

gressosqueelepróprioregistaranacenadramáticadoseupaís,eque

em boa parte se deviam aos esforços de Garrett, ver-se-ia obrigado,

durantepraticamentetodaasuavida,apôremmúsicaessastraduções,

muitasdelasdemáqualidade.

Olhandoparao repertóriomusicadoporNoronha, esteartigo tem

comoobjectodeestudovaudevilles,comédiesmêlées demusique,opé-rascomiqueseopérettesquemigraramdeParisparaospalcosdetea-

trosdecidadeslusófonas,situadasempaísesecontinentesdiferentes,

numperíododetempoquevaidosanosquarentaaoitentadoséculo

XIX.Amigraçãodosrepertóriosacimareferidos,deParisparaoRiode

JaneiroouPorto,ouatédoRioparaoPortoevice-versa,dá-seempa-

ralelo com diferentes tipos de migrações populacionais (pelo menos

entre a cidade do Porto e a capital do Império este fenómeno é evi-

dentee,aoníveldaselitesartísticase intelectuais,peseemboraoseu

carácterminoritário,háqueconsiderartambémoeixoParis-Rio)eleva

ao estabelecimento de processos de «transferência cultural»11. Como

explicaMichel Espagne, essas transferências, ou passagens se quiser-

mos, levamatransformaçõesdesentidoeadinâmicasderessemanti-

zaçãoquenãopodemosconhecerafundosemteremcontaosvectores

históricos que as envolveram12. Porém, elas acontecem,muitas vezes,

através de processos de intertextualidade mais ou menos complexos

queteremosaquitambémemconta.Serádadaespecialatençãoaoca-

sode«Lesdeuxpigeons»ou,emportuguês,«osdoispombinhos»ou,

simplesmente,«ospombinhos»,assucessivasadaptaçõesdeumafábu-

ladeLaFontainequepartindoda ideiadonostos grego, odesejode

9AcompanhiafrancesainstaladanoRiodeJaneiro,noiníciodadécadade1840,apresentava

umrepertóriocompostopordramasmêlées de chantevaudevilles,geralmenteemumacto,

algunsdelescómicos,comosepodeconstataratravésdosanúnciosdoJornaldoCommercioparaessesanos.10S.SOUZA,AsnoitesdoGinásio(v.n.5),pp.65-66.Em1857,jácomaexperiênciadaImperial

AcademiadeMúsicaeÓperaNacionalafuncionar,odebatecontinuaria(p.87).11Oconceitode«transferênciacultural»temsidoutilizadopelaMusicologia,muitoemparti-

cular quando está em causa a cena teatral francesa (cf. Annegret FAUSER –Mark EVERIST,Music, Theater, and Cultural Transfer. Paris, 1830-40, Chicago: The University of Chicago

Press,2009).12Michel ESPAGNE, «La notion de transfert culturel», Revue Sciences / Lettres 1 (2013)

<https://rsl.revues.org/219>(cons.a15deJaneirode2016).

Page 8: Manuel Pedro Ferreira Teresa Cascudo · Rosana Marreco Brescia 273 O Te Deum e a obra conhecida de Luís Álvares Pinto: A trajetória de um espólio dos trópicos – Cronologia

LuísaCymbron

334

regresso(caroàliteraturaocidentalpelomenosdesdeHomero)éapli-

cadapeloescritorfrancêsaumcasaldepombosnumaacessãodupla-

mente simbólica: eles são o emblema do amor e, simultaneamente,

animaisviajantes.

Não sobreviveu qualquer partitura dos primeiros sucessos teatrais

deNoronhanoRiodeJaneiro,nemmesmodadécadade1850,quando

eleeJoãoCaetanoiniciaramoprocessodepôremcenacomédiascom

música ambientadasna cidade, na sendadosprojectosdeumaópera

cómica brasileira, lançados por Martins Pena nos anos quarenta13 .

Porém, das críticas saídas a lume nos jornais cariocas, emergem ele-

mentosquenospermitemperceberopapeldocompositor,bemcomo

a recepção da suamúsica. SendoArtur na sua origemum vaudeville,utilizavamúsicapré-existentee,por isso,quandotransportadoparao

outroladodoAtlântico,permitiaqualquertipodeintervençãomusical.

Quer dizer, tanto lhe podia ser aplicadamúsica já conhecida do pú-

blico, comomúsicanova,compostapropositadamenteparaaocasião,

comofoiocaso14.Nasequênciadosucessodestapeça,onomedeNo-

ronha aparece associado a Cosimo ou o caiador príncipe, um opéra-bouffon, estreado originalmente no Théâtre de L’Opéra-Comique em

1835elevadoàcenanoRioem184415.OJornaldoComércioreferia-seàmúsicaparaarepresentaçãonoRiocomonãosendo«essamúsicasa-

fadaqueseouvequasesemprenoteatrofrancês,masumamúsicaque

poderiahonrarasmaisengraçadasóperascómicasdeScribe;espírito,

finura,graça,melancolia,tudoistoseencontranamúsicadeCosimo,e

ésobretudoapropriadaàssituações»16.Detodosestesqualificativoshá

13OmelhorexemploécertamenteObaianonacorte,estreadoem1851.A27deSetembrouma

nota mandada publicar por João Caetano diz que o texto era de um fluminense mas não

fornecequalqueroutrapistaparaidentificação(JornaldoCommercio,27deSetembroa16deOutubrode1851).SobreMartinsPenaverLuizdeFrançaCostaLimaNETO,«Música,teatroe

sociedade nas comédias de LuizCarlosMartins Pena (1833-1846): Entre o lundu, a ária e a

aleluia» (Tese de Doutorado, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, 2014)

[policopiado].14JornaldoCommercio(suplementoaonúmerode21deJunhode1843).

15Cosimo,Opérabouffonendeuxactes,deM.M.Saint-HilaireetP.Duport,musiquedeM.E.

Prévost,Magasinthéatral:Choixdepiècesnouvelles,jouéessurlesthéâtresdeParis,Deuxième

Année,Paris:MarchantÉditeur,1835.16JornaldoCommercio(18deMaiode1844).

Page 9: Manuel Pedro Ferreira Teresa Cascudo · Rosana Marreco Brescia 273 O Te Deum e a obra conhecida de Luís Álvares Pinto: A trajetória de um espólio dos trópicos – Cronologia

«Lesdeuxpigeons»easvicissitudesdoamor

335

sobretudo um, amelancolia, que seguirá associado aNoronha até ao

finaldasuavida.Outroartigoexplicava:

[...]quemnãocontemplaaactrizMariaCândida[deSousa],todacheiade

fidalguiaemeiguicespelapreferênciadotalpríncipeedebutandoanteS.

Ex.OinmiamanalfintuseidaóperaNorma;quemnãomais[sic]paraquê

maiselogios?Tudoébomeagradávelnestedrama[...]

Acabaremos dizendo que o Sr. Noronha foi muito feliz na aplicação dos

diferentescantos,edevecontinuardesenvolvendooseugénionestesvau-devillesjáqueosprimeirosensaiostiveramtãobomêxito17.

Tratando-sedeumopéracomique,Cosimotinhasidoestreadocom

músicaoriginaldeErnestPrévost.AoRio,porém,aoqueparece,ape-

naschegaraotextoliterário,peloqueNoronhaamusicounovamente.

Nummomento,todavia,ocompositorlimitou-seafazerusodemúsica

pré-existente:oduetodeNorma«Inmiamanalfintusei»,referidona

críticaanteriormentecitada,oquenoscolocaperanteumprocessode

intertextualidadequeligavadirectamenteosváriosteatrosdoRioe,de

certomodo,encurtavaasdistânciasentreeles.Areferênciaàmaiscé-

lebre ópera de Bellini remete-nos automaticamente para o Teatro de

S.PedrodeAlcântara, noqual actuava a primeira companhia italiana

estabelecidanacapitaldo Impériodepoisdecercadeumadécadade

interregno, e para o grande sucessodessa temporada, a interpretação

do papel titular pela sopranoAugustaCandiani. Ao passar da voz da

Candiani para a da actriz cómica Maria Cândida18, Norma transfor-mava-se numa paródia e, destemodo, Noronha jogava com o «hori-

zonte de expectativas» do público frequentador do teatro de ópera,

comorefereCostaLimaNeto,masnãosó19.Foiprecisamentesobessas

vestesquemuitasdasmaiscélebrespassagensdorepertórioromântico

italiano se difundiram entre as populações urbanas da Europa e das

Américas, que não tinham possibilidades de frequentar os teatros de

ópera.Pretendendoaparentementeassumirumpapeldecríticasocial,

17Ibidem(3deJunhode1844).

18Tal como acontecia com muitos actores deste período, Maria Candida de Sousa era

competente não só a representar mas também a cantar e dançar. Para uma análise da

discussão das qualidades deMaria Cândida como actriz cómica, ver C. L. NETO, «Música,

teatroesociedade»(v.n.13),pp.124sq.19C. L. NETO, «Música, teatro e sociedade» (v. n. 13), pp. 212 sq. Na comédiaO diletante

(escritatambémem1844masapenasrepresentadanoanoseguinte),MartinsPenatambém

fezecodapopularidadedeNormanoRio.

Page 10: Manuel Pedro Ferreira Teresa Cascudo · Rosana Marreco Brescia 273 O Te Deum e a obra conhecida de Luís Álvares Pinto: A trajetória de um espólio dos trópicos – Cronologia

LuísaCymbron

336

a paródia operática acaba por transformar-se num eficaz veículo de

divulgaçãoderepertórios20.Etalcomomuitosdesenhosquesepopula-

rizaramnosjornaissatíricoseilustradosdasegundametadedoséculo,

o seu objectivo eramuitomais de apoiar a ordem instituída do que,

propriamente,denegri-la21.

Jáparaadécadade1870,chegaramaténósquasetodasaspartituras

compostasporNoronha22.SediadogeralmentenoPorto,ocompositor

esteve ligado ao Teatro Baquet, entre 1875 e 1878, escrevendomúsica

para operetas e óperas cómicas, na sua maioria traduções de peças

francesas das décadas de 1840 e 1850, muitas delas de carácter mais

sentimentaldoquecómico,quepodiamatéserconsideradasrelativa-

menteforademodanoúltimoterçodeoitocentos.Sãoexemplosdisso

O anel de prata, Se eu fosse rei ouOs boémios. Importante é tentar

perceberporquemotivoestestextoscontinuavamaserreutilizados:se-

riaapenasumapredilecçãodocompositor,umadificuldadedeseadap-

tar ao novo modelo da opereta offenbachiana, claramente marcado

pelasátirasocialeemtermosmusicaisdevedordeumagrandeintensi-

daderítmica?Seriaopúblico,oupelomenosumapartedele,queainda

serevianessesargumentos?Ouummistodestasváriasquestões?

Paraoutrasobras—comoOsmosqueteirosdarainha,AsvirgenseAsguardasdoreideSião23—nãofoipossívelapurarconcretamenteem

20Roberta Marvin discute esse mesmo problema relativamente às burlescas, um tipo de

paródia operática que se representava em Londres no período victoriano (cf. «Burlesques,

Barriers, Borders, and Boundaries», in R. M. MARVIN – D. A. THOMAS (eds.), OperaticMigrations:TransformingWorksandCrossingBoundaries,Aldershot:Ahsgate,2006,pp.205-216,emespecialp.206).21Claire ROWDEN, «Memorialisation, Commemoration andCommodification:Massenet and

Caricature»,CambridgeOperaJournal25/2(Julho2013),pp.141sq.22ActualmentenaBibliotecaNacionaldePortugalmasprovenientesdaBibliotecadoConser-

vatório à qual foram oferecidas em 1888, já depois da morte do compositor, por José deAlmeida, emigrante português radicado no Rio de Janeiro, que as comprara em leilão (cf.

ArquivoHistóricodaEducação,FundodoConservatório,«DocumentosrelativosaoassumptoSádeNoronha»,s/cota).23L’anneaud’argent,opéra-comiqueenunacteparMM.JulesBarbieretLéonBattu.Musique

deM. Louis Deffès, Paris:Michel Lévy Frères, Libraires-Éditeus, 1855;Si j’étais roi...,opéra-comiqueentroisactesetquatretableaux,parMM.D’EnneryetBresil.MusiquedeM.AdolpheAdam,Paris:MichelLévyFrères,1852;LesMousquetairesde laReine,opéra-comiqueentroisactes.ParolesdeM.DeSaint-Georges.MusiquedeM.Halévy,Bruxelles:J.A.Lelong,1846.O

textodeAsGuardaseraconhecidotantoemPortugalcomonoBrasil.EmFevereirode1860,

subiu à cenanoTeatrodaRuadosCondes, emLisboa, umapeça comomesmo título emportuguês(RevoluçãodeSetembro,16deFevereirode1860)eemMaiode1889,jádepoisda

morte deNoronha, estreou-se no Teatro RecreioDramático do Rio de Janeiro uma versão

Page 11: Manuel Pedro Ferreira Teresa Cascudo · Rosana Marreco Brescia 273 O Te Deum e a obra conhecida de Luís Álvares Pinto: A trajetória de um espólio dos trópicos – Cronologia

«Lesdeuxpigeons»easvicissitudesdoamor

337

quedataeparaqueteatrosforamcompostas.Noentanto,estamosna

presença de géneros e registos dramáticos bastante diversificados: se

OsmosqueteiroséumatraduçãodoopéracomiquedeSaintGeorgeseHalévydatadode1846,Asguardaséumapiècemêléedechant,de1857,cujo enredo reflecte já a influência das primeiras operetas de Offen-

bach, eAs virgens é claramente umamágica, de autor desconhecido.

Porém, apenas no caso desta última peça possuímos uma referência

que a liga concretamente auma cidade: oPorto24. Eumaanálisedos

respectivosmanuscritos revelaqueAs virgens eAs guardas sãoobrasmuito próximas, nas quais foram utilizados o mesmo tipo de papel,

número de pentagramas e orquestração25. Tudo parece indicar que

ambas foram escritas no Porto, provavelmente para serem aí repre-

sentadas.

AetapafinaldavidadeFranciscodeSáNoronhadecorrerianoRio

de Janeiro, cidade a que regressou em 1878, fechando assim o ciclo

iniciado quarenta anos antes, e que lhe proporcionaria o seu último

grandesucessoteatral.Emassociaçãocomojovemdramaturgobrasi-

leiro Artur Azevedo (1855-1908), Noronha poria emmúsica três ope-

retas,todaselasestreadasem1880nopequenoteatroFenixDramática:

Aprincesadoscajueiros26,umasátirapolíticaesocialdaelitedacapital

doimpérioquefundeainfluênciaoffenbachianacomadoopéracomi-que(jáquequeremtermosdeenredoquerdeambientedevemuitoa

Si j’étais roideAdam);Osnoivos,explorandoosrecursosdacomédia

decostumesdetemabrasileiro27,eOcalifa daRuado Sabão,aadap-

traduzidaporFigueiredoCoimbra,commúsicadeJ.A.Pinto(GazetadeNotícias,3deJunhode1889).24EmSetembrode1875,oTeatroBaquetanunciavaqueiacomeçaraserensaiadaAsvirgens

decristal,umanovamágicacommúsicadeNoronha.Nãohánotíciadequetenhachegadoa

serrepresentada(OComerciodoPorto,21deSetembrode1875).25As dimensões das partituras de operetas e outras obrasmúsico-teatrais de Noronha que

chegaramaténós,escritasemPortugalounoRiodeJaneiro,sãotodaselasmuitopróximas,

oscilando,geralmenteentre35,1cme35,5cmdecomprimento.Opapelapresenta,noentanto,

algumas diferenças, sendo o das operetas escritas no Brasil de tonalidade mais escura eamarelada.Como já foi referidono texto, aspartiturasdeAs virgens eAs guardas asseme-

lham-semuitoentresie,havendoumareferênciaqueligadirectamenteAsvirgensaoPorto,émuitoprovávelqueAs guardas tenha tambémsidoescritanessacidade.Não foramencon-

tradasquaisquerreferênciasaestaspartiturasnoBrasil.26Aprincezadoscajueiros,operacómicaemumprologoedoisactos,RiodeJaneiro:Typ.Da

EscoladeSerafimJoséAlves–Editor,1880.27Os noivos, opereta de costumes em três actos, Rio de Janeiro: Typ. De Molarinho &

Mont’Alverne–Editores,1880.

Page 12: Manuel Pedro Ferreira Teresa Cascudo · Rosana Marreco Brescia 273 O Te Deum e a obra conhecida de Luís Álvares Pinto: A trajetória de um espólio dos trópicos – Cronologia

LuísaCymbron

338

taçãodeumacomédiemêlée de coupletsdaautoriadeMarc-Michele

E.Labiche(LecalifedelaRueSaint-Bon,Paris,ThéâtreduPalais-Royal,1858)28.Aqui,oregistocómicoesatíricopassaclaramenteparaprimei-

roplano.Lendoostextosdestasoperetas,nãoficamdúvidasdequeo

primeiroartíficedessamudançaéAzevedo,masofactoéqueNoronha,

como veremos em seguida, o acompanha sem dificuldade. Conside-

remosentãoumexcertodeOcalifadaRuadoSabão,estreadamenos

de dois meses antes da suamorte. Com grande qualidade literária e

humor,Azevedoseguemuitodepertooenredooriginal,transpondoa

acçãoparaoRiodeJaneiro.AssistimosàsperipéciasdeNatividade,um

comerciantecariocaque,fartodamulheretendoviajadoatéIstambul,

compraraumajovemcircassianae,fazendo-sepassarporturco,ains-

talara supostamenteemTunis.Naverdade, trouxera-aparaoBrasil e

montara-lhe casa na Rua do Sabão, em plena capital do Império. À

medidaqueoenredoavança,descobre-seque todos seenganammu-

tuamente: a circassiana Zétulbé é umamodista francesa que já havia

vivido e trabalhadonoRio. Tinha inclusive um jovem apaixonadona

cidade, garçon de hotel. Natividade e o seu guarda-livros não são,

obviamente, turcos e a casa escolhida para hospedar a amante, per-

tence àmulher de Natividade que, por seu lado, parece ter um caso

amorosocomumprimo.Nofinal,caemtodososdisfarcesedesfazem-

-seosequívocos.

O dueto entre Josefina eNatividade surge a propósito de este lhe

pedir para cantar uma «cantiga da sua terra». Azevedo usa a ocasião

para começar a desvendar perante o público a verdadeira identidade

dasuposta circassiana (e também a origem do argumento da peça).

Josefinadecide:

«Ah!Querquelhecanteumacantiga!

Entãolávai!

Osdoispombinhos.(Àparte.)Vouimpingir-lheumcoupletdorepertóriodaópera-bouffe»29.

28Azevedo intitulou o seu texto «Inverossimilhança lírico-burlesca em um ato e diversos

idiomasimitadadeumafarsadeLabiche».29Artur AZEVEDO, Teatro de Artur Azevedo, [Rio de Janeiro]: Instituto Nacional de Artes

Cênicas–INACEN,[198?],vol.1,[Coleçãoclássicosdoteatrobrasileiro7]<http://www.domi

niopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=1754> (cons. a 12

deFevereirode2016).OcalifadaRuadoSabãoétambémaúnicaoperetadeNoronhadaqualseconservaomanuscritodolibretoquefoisubmetidoàcensuradoRiodeJaneiroecontém

oscortesporestaefectuados(P-Ln,CN537).

Page 13: Manuel Pedro Ferreira Teresa Cascudo · Rosana Marreco Brescia 273 O Te Deum e a obra conhecida de Luís Álvares Pinto: A trajetória de um espólio dos trópicos – Cronologia

«Lesdeuxpigeons»easvicissitudesdoamor

339

Otextofoiescritoderaiz,poisnãoexistenooriginalfrancês,eéo

seguinte:

I

JosefinaConhecidoisnamorados,

Cadaqualomaisdiscreto,

Quemosviatãochegados

Invejavaaqueleafecto.

Atrocaremmilcarinhos,

Pareciamdoispombinhos!

Eatédiziam

Queassimfaziam,(Bis.)Quandosozinhos,

(Rolando.)Ru,ru!Ru,ru!

NatividadeRu,ru!Ru,ru!JosefinaRu,ru!Ru,ru!NatividadeRucutucu!JosefinaPombogentil,

Gentilpombinha,

Hás-desermeu,

Hás-deserminha!

II

JosefinaMasdepoisdebemcasados,Adeus,minhasencomendas!Eramsóporseuspecados,Discussõesemilcontendas,Deleummurro,delaumsocoNãoficavasemtertroco.E,assimdiziam,Jánãofaziam(Bis.)Muitonempouco!(Rolando.)Ru,ru!Ru,ru!

NatividadeRu,ru!Ru,ru!JosefinaRu,ru!Ru,ru!

NatividadeRucutucu!JosefinaPombogentil,

Gentilpombinha,

Hás-desermeu,

Hás-deserminha30!

Tratando-sedealgonovo, interessa,emprimeiro lugar,percebero

porquêdaescolhada temática,oquenos remeteparaumacomplexa

tramadeintertextualidades.«Lesdeuxpigeons»deLaFontaine,publi-

cadaoriginalmentenolivrononodassuasfábulas,em1678,eracerta-

menteumtextomuitopopular,emFrançaenoutrospaísesfortemente

influenciados pela sua cultura. A comprová-lo estão as traduções de

Filinto Elísio e Tristão da Cunha Portugal que, no século XIX, foram

amplamente divulgadas e utilizadas em termos didácticos, tanto em

PortugalcomonoBrasil31.Comoparadigmadoamoredaconsequente

desestabilizaçãotrazidapelaviagem,ouapenascomometáforadestae

das suas vicissitudes, o temamarcou tambémalgumapresençana li-

teratura oitocentista, mais em versão séria do que cómica. Além da

30Ibidem.

31FranciscoManueldoNASCIMENTO[FilintoElísio](trad.),FábulasescolhidasentreasdeJ.LaFontaine,Londres:Typ.deH.Bryer,1813(foireeditadaemLisboaem1814-1815e1839,eainda

emParis,em1874)eTristãodaCunhaPORTUGAL(trad.),Fabulista damocidade,Paris: J.P.Aillaud,MonlonCia.,1837(reeditadaem1854).

Page 14: Manuel Pedro Ferreira Teresa Cascudo · Rosana Marreco Brescia 273 O Te Deum e a obra conhecida de Luís Álvares Pinto: A trajetória de um espólio dos trópicos – Cronologia

LuísaCymbron

340

comédiadeXaviereMichelMasson,estreadaemParisem1838,eque,

utilizandoomesmotítulodeLaFontaine,desfazaantropomorfização

da fábula e transporta a acção para a contemporaneidade32, Scribe

citou-a emLe prix de la vie,umcontode 1838 (quemsabe, como re-

flexo intertextual da comédia deMasson?), e inseriu-a no seu drama

Adrienne Lecouvreur (1849),apropósitodosamoresdaprotagonistae

Maurice. Esta aliás foi a peça utilizada para a abertura do Teatro

D.FernandoemLisboa,em1849,enacríticaàrepresentação—tendo

nopapelprincipalaactrizEmíliadasNeves—afábulaécitada33.

Figura 1.Ilustraçãoparaafábula«Lesdeuxpigeons»porJ.J.GrandvileemFablesdeLaFontaineillustréespar...,vol.2,Paris:H.FournierAiné,Éditeur,1838.

32Les deux pigeons, comedie-vaudeville, en quatre actes, imitée de La Fontaine, Magasin

théatral:Choix de piècesnouvelles, jouées sur les théâtres deParis,Paris:MarchantÉditeur,

1838,vol.21.EmcertasfonteséatribuídaaMassoneSaintine.33RevistaUniversalLisbonense(3deNovembrode1849).

Page 15: Manuel Pedro Ferreira Teresa Cascudo · Rosana Marreco Brescia 273 O Te Deum e a obra conhecida de Luís Álvares Pinto: A trajetória de um espólio dos trópicos – Cronologia

«Lesdeuxpigeons»easvicissitudesdoamor

341

QuantoaNoronha,écertoquejáestavacomelafamiliarizadotanto

que, muito provavelmente por volta de 1875, no Porto, havia escrito

músicaparaumduetosobreatemáticanaoperetaAsguardasdoReideSião.Nestecaso,otextodiz:

VenturaAiquantoeuinvejoasavesdocéu,Ospombosquegememassimcomoeu.

Vent.eCantarinaAi!Ai!Ai!Ai!Vent.Elivresnãotêmdequerecear

Secantamamoresemseuarrulhar.

Ru!Ru!Ru!Ru!

Cant.Sónóscaroesposoqu’amorfezunir

Nemmesmonaformapodemossorrir

Vent.eCant.Ai!Ai!Ai!Ai!Cant.QuediaspassamosnaFrançaalémmar

Ouvindoarolinhachamandooseupar.

Vent.eCant.Ru!Ru!Ru!Ru!Vent.Eàsvezesinquietaporaindaonãover,Mudaroseucantonumtristegemer.

Vent.eCant.Ai!Ai!Ai!Ai!Vent.Eternaacolhe-locomdocefervor,

Eamboscantaremumduetod’amor.Vent.eCant.Ru!Ru!Ru!Ru34!

Desconhece-sequemefectuouaadaptaçãoeatraduçãoportuguesa

de Les gardes du Roi de Siam (Cormon, Grangé e Delacour, Paris,

ThéâtredesVarietés,1857)mas,talcomoemOcalifa,verifica-sequeoduetoalusivoaLesdeuxpigeonsnãoestápresentenooriginalfrancês.Aqui, porém, omodeloda fábulanão é seguidode perto.O temada

viagem é evocado apenas de forma indirecta, através da saudade de

casa,enãoháquaisquertraçosdedesentendimento.Ainsistêncianestatemática, em duas operetas que, apesar de escritas a poucos anos

dedistância, se destinavam quase seguramente a públicos diferentes,

suscitaalgumaperplexidade.

UmacomparaçãodotextododuetodacomédiadeXaviereMichel

Masson com o de Artur Azevedo paraO califa, mostra que este foi

certamenteomodeloqueserviudebaseaodramaturgobrasileiro:

34As guardas doRei de Sião, opereta comica em dois actos,porF.S.Noronha [manuscrito]

(P-Ln,CN536).

Page 16: Manuel Pedro Ferreira Teresa Cascudo · Rosana Marreco Brescia 273 O Te Deum e a obra conhecida de Luís Álvares Pinto: A trajetória de um espólio dos trópicos – Cronologia

LuísaCymbron

342

Mas, para alémda influência dessa comédia, que outras fontes ou

referênciaspodemestarenvolvidas?Aí,somosremetidosparaoBrasil

dadécadade1830,aquandodoiníciodacarreiradeJoãoCaetanodos

Santos.Nesses anos, era frequenteos actores teatrais exibirem-sedu-

ranteosespectáculoscantandoáriasouduetossoltos,etantoDéciode

Almeida Prado como Sílvia Souza referem que João Caetano e Estela

Sezefreda,suacompanheiraedepoismulher,obtinhamgrandesucesso

comumapeçadestetipointitulada«Ospombinhos»36.Sebemquenão

tenha sido possível confirmar esta informação nos jornais da época,

verifica-sequeumduetohomónimo,provavelmenteomesmo,circulou

nospalcosdoRionosanostrinta,pelasvozesdeoutrosactores37.Des-

conhece-secompletamentetantoo(s)texto(s)comoa(s)música(s)uti-

lizadosmas émuitopossível queo topos se tenha tornadouma refe-

rêncianoambienteteatraldacidade38.Aprovadissoestánofactode,

alémdeNoronha,tambémChiquinhaGonzaga(1847-1935),jáempleno

século XX, ter compostomúsica para um dueto sobre tema idêntico

35Ibidem,p.5.

36D.A.PRADO, João Caetano (v.n. 6), p. 19. SílviaCristinaSOUZA, «Aalquimia culturaldo

teatromusicadodeFranciscoCorreiaVasques»,inA.H.LOPESetal.(org.),MúsicaehistórianolongoséculoXIX,RiodeJaneiro:FundaçãoCasadeRuiBarbosa,2011,p.351.37NoDiário doRio de Janeiroe Jornal doCommercio (19e20de Junhode 1834)anuncia-se

que numa récita do Teatro Constitucional Fluminense será cantado, no meio de uma

representação de teatro, o dueto dos pombinhos por Antónia Borges e Bento Fernandes

Caqueirada.38Em1857,umanotíciapublicadanojornalCorreioMercantil(2deFevereirode1857)usaa

alegoriadospombinhosparadescreverumcasoamoroso,entredoisescravos,queterminou

malcombaseemduasfases,talcomoAzevedodescrevenoseudueto.Embora,nestecaso,o

motivodasdesavençasfosseociúme,aestruturaéidêntica.

Lesdeuxpigeons OcalifadaRuadoSabão Rourou,rourou,faîtesvos

deuxrourou;

Gentilspigeons,nous

pensonscommevous.

[...]

Rourou,rourou,faîtesvos

deuxrourou;

Gentilspigeons,aimezvous

commenous35.

NatividadeRu,ru!Ru,ru!JosefinaRu,ru!Ru,ru!NatividadeRucutucu!JosefinaPombogentil,

Gentilpombinha,

Hás-desermeu,

Hás-deserminha!

Page 17: Manuel Pedro Ferreira Teresa Cascudo · Rosana Marreco Brescia 273 O Te Deum e a obra conhecida de Luís Álvares Pinto: A trajetória de um espólio dos trópicos – Cronologia

«Lesdeuxpigeons»easvicissitudesdoamor

343

paraaoperetaColégio de senhoritas, com textodeFredericoCardoso

deMeneses (1849-1915), estreadaem 1912.E estes sãoapenasos casos

que,atéaomomento,tivemosoportunidadedeencontrar.

AocontráriododuetodeChiquinha,cujoritmosincopadodobaixo

ofiliaclaramentenomodelodasdançasdeorigemafro-brasileiraque,

desdeadécada1860,vinhamintegrandocomgrandesucessoosfinais

dasoperetasnoRiodeJaneiro(Exemplo1)39,osambientescriadospor

Noronhaparaotópicode«ospombinhos»sãomuitodiferentes.Note-

-sealiásque,nassuasoperetas,autilizaçãoderitmosdedançasinco-

padosémuitorara,sendoagrandeexcepçãootango«Amortemfogo»

do final daA princesa dos cajueiros40. Para os seus dois duetos, No-

ronha escolhe um compasso de 6/8 (embora emO califa se assista afrequentes mudanças de compasso). EmAs guardas, apesar da utili-zação domodomaior (Mi bemolMaior), o acompanhamento em ar-

pejosascendentesedescendentes,lembrandoumabarcarola,otempo

escolhido(umandantino)bemcomoomotivodeterceiramenordes-

cendente,nas flautaseoboés,que imitaumgemidosobreotextoem

«ai» (Exemplo 2), reforçam o carácter melancólico e nostálgico do

texto. Apesar de um certo tom irónico (reconhecível sobretudo nos

gemidos),tudoistosecoadunabemcomoreencontrodedoisapaixo-

nados, depois deumnaufrágio, no longínquo reinode Sião,masnão

tantocomaverve típicadaopereta.Noentanto,peloque sepercebe

das críticas e do estudo de outras obras do compositor, o gosto pela

componente sentimental estava enraizado no público portuense e

Noronha parece nunca ter querido contrariar muito essa tendência.

Provavelmente, ele próprio também se identificava com ela, pois as

39Aqui trata-se provavelmente já de um «maxiche», como defende Alexandre da Silva

Schneider (ritmo sincopado, andamento rápido, compasso 2/4, modo menor versus modo

maior), cf. «Colégio de Senhoritas: Chiquinha Gonzaga, gênero e o teatro musicado»

(trabalho de conclusão de curso de Licenciatura, Florianópolis, Universidade do Estado de

SantaCatarina,2008[dactilografado]).40Paraumadiscussãodestenúmerover:CristinaMAGALDI,Music in ImperialRiode Janeiro:

European Culture in a Tropical Milieu, Lanham –MD: Scarecrow Press, 2004, pp. 114 sq. e

LuísaCYMBRON,«CamõesinBrazil:OperettaandPortugueseCultureinRiodeJaneiro,circa1880»,The Opera Quarterly 30/4 (Autumn 2014), pp. 330-361. Noronha estava, no entanto,

amplamentefamiliarizadocomastipologiasdotangobrasileiro,tendopublicado,pelomenos

desdeadécadade1860,noPorto,váriaspeçassoltasdestetipo(Cf.«CarecaoPai!...»,«CarecaaMãe!...» e «Último careca.»,Porto: VillaNova,186?). A não inserção deste tipo de peças,

comosritmossincopadosquelhesãoassociados,nasoperetasparece,porisso,umaescolha

deliberada.

Page 18: Manuel Pedro Ferreira Teresa Cascudo · Rosana Marreco Brescia 273 O Te Deum e a obra conhecida de Luís Álvares Pinto: A trajetória de um espólio dos trópicos – Cronologia

LuísaCymbron

344

opiniões sobre a sua música teatral são unânimes em acentuar o

carácter «melancólico e lírico»41 e «dado à suave toada da música

popular»42dasuaescrita.

EmOcalifa(Exemplo3),atonalidadeéSolMaior,eocompassode

origem,apesardeseromesmo,sente-seagoraquasecomoumavalsa.

A antecipação, na flauta, da cabeça da melodia que será atribuída a

Josefina,aquicomvariações(Exemplo3-a),remeteparaotimbreeas

texturasdo«choro»epermiteperceberapreocupaçãodeNoronhaem

inscrevernaoperetaamatrizmusicalpopularda cidade.Estamúsica

desconstróiosuposto«coupletdorepertóriodaopéra-bouffe»eremete

agora jánãopara a identidadede Josefinamasparao localda acção.

RiodeJaneiroeParisfundem-senumúnicoobjectocultural.

Otextoédivisívelemduasgrandessecções:aprimeiracorresponde

ao idílio, a segunda ao desencontro do casal. Embora numa leitura

muito livre, ambasacompanhamdepertoa estruturadefinidaporLa

Fontaine que, sob a forma de uma paródia e pelo contraste entre a

amplificaçãoépicadasprovaçõesdaviagemdopomboeoridículodos

seus sucessivos falhanços, vaiprogressivamentedesmistificandoohe-

rói43.Emtermosmétricos,cadaumadassecçõesdefinidasporAzevedo

écompostaporumaquadraeumdísticoemredondilhamaior,seguida

de três novas quadras em tetrassílabos.Noronha faz uma abordagem

musicalmenteconvencionaldaquadrainicial—quefuncionatantona

primeira comona segundaparte comoumaapresentaçãoda situação

—masnodísticoseguintealargametricamenteosversosporrepetição,

transformando a redondilhamaior original num hendecassílabo. Isto

permite-lhe construir uma melodia consideravelmente mais longa e

cromáticanadominante(naqualseouvemreminiscênciasdealgumas

modinhaspopularesbrasileiras)que,suportadapeloritmodevalsado

acompanhamento, cria uma espécie de efeito circular, de balanço

(Exemplo3-b).Oefeitocómicoestáprecisamentenaambivalênciaque

amúsicaescritaparaestesversossuscita.Naprimeiraparte,ressaltam

as palavras «carinhos» e «pombinhos», numa espécie de vertigemdo

41RevoluçãodeSetembro(2deMarçode1869).

42RevistaMusical(13deMarçode1880).

43Análise da fábula em <http://cotentinghislaine.unblog.fr/2009/12/21/la-fontaine-fables-ix-

les-deux-pigeons-corpus-fonctions-du-voyage-decouvertes-et-remises-en-cause/> (cons. a 1

deMarço2016).

Page 19: Manuel Pedro Ferreira Teresa Cascudo · Rosana Marreco Brescia 273 O Te Deum e a obra conhecida de Luís Álvares Pinto: A trajetória de um espólio dos trópicos – Cronologia

«Lesdeuxpigeons»easvicissitudesdoamor

345

amor; na segunda, com o casal já desavindo, sente-se a vertigem da

agressividadeedaviolência.

No refrão, omomentodo arrulhar jánão é agoraumgemido lân-

guido,comonoduetodeAsguardas,masumaclaracaricaturadedois

apaixonados,nassuasfacetasamorosaedesavinda.Aterminar,assiste-

-seàgrandeexplosãodramática.Paraoversoconclusivo,«hás-de ser

meu, hás-de serminha», Noronha regressa àmelodia cromática des-

cendente, agora em valores mais longos, apoiada nos tremolos dascordasenumaharmoniaque,pelaprimeiravezseadensa(Exemplo3c).

É a paródia ao repertório operático sério e ao amor na sua faceta

melodramática.

De tudo o que expusemos até aomomento, ressalta, em primeiro

lugar,oenormeimpactodacenateatralparisiensenomundodelíngua

portuguesa.Depois,tantoocomentáriodeMachadodeAssiscomque

iniciamos este texto como a análise da reutilização do tema de «Les

deuxpigeons»numconjuntovariadodeproduçõesteatraissãoexem-

plosdeprocessosdetransferênciaculturalque,afirmando-seemdeter-

minados ambientesurbanos e teatrais, acabaramperdurando,mesmo

quedeformaintermitente,noimagináriodospúblicos,durantelongos

períodos de tempo. Porém, ao serem transportadas e traduzidas de

FrançaparaoBrasilouparaPortugal,essasobraspassamporprocessos

de ressemantização que sãomediados por agentes, os quais introdu-

ziam novas leituras e aomesmo tempo estabeleciam pontes. É neste

contextoqueaacçãodeNoronhasetornarelevante,tantoaoníveldos

textoscomodamúsica,ouatédeambos.EmCosimo,eleéointerme-

diárioentrediferentesrepertórios,públicos,eespaçosdesociabilidade

da cidade. Com «Les deux pigeons» é também ele — como autor

comum às duas obras — o responsável mais provável pelo apareci-

mentodesteduetoemAsguardasdo rei de SiãoeOcalifa daRuadoSabão.Paraalémdapopularidadegenéricada fábulaemquestão,éo

universoteatraldoRiodeJaneiro(ondeotemareincidedurantemais

desetentaanos)queseprojectanoPortoeregressaacasa.

Mas as ressemantizações e reintrepretações materializam-se, nos

casosaquiemestudo, sobretudo,atravésdeprocessosde intertextua-

lidade:sejanareutilização,traduçãoeescolhadenovostextos,alguns

deles—comovimos—comumalongatradiçãolocal,seja,emgrande

Page 20: Manuel Pedro Ferreira Teresa Cascudo · Rosana Marreco Brescia 273 O Te Deum e a obra conhecida de Luís Álvares Pinto: A trajetória de um espólio dos trópicos – Cronologia

LuísaCymbron

346

parte,namúsica.Estapodiaseremprestada,comonocasodeCosimoeda ária deNorma, ou escrita de novo, como faz Noronha na maior

partedasvezes.Noentanto,mesmonessaúltimaopção,eleresponde

ao gosto dos vários públicos. Nos duetos sobre o tema de «Les deux

pigeons»eleapostanumcaráctermaismelancólicoenostálgicoquan-

do escreve para o Porto emais satírico para o Rio. É verdade que os

textosliteráriosmarcamlogoàpartidaadiferença,comovimos,masa

resposta musical de Noronha acrescenta sempre algo. No Rio de

Janeiro,ondeexistia jáhácercadevinteanosumatradiçãodenacio-

nalizaçãodaopereta,ocompositorinsereaimagemmusicaldacidade

atravésdeumamelodia inspiradano«choro»queé identificável logo

nosprimeiroscompassos.Porém,elenãoadereatodososestereótipos

emmoda.A ausênciade ritmos sincopadosparecequerer cativar um

determinado sector do público carioca, a elite da corte e de certos

gruposdeemigrantes,amantesdeumaculturapró-europeia,querecla-

mandouma identidadebrasileira,nãoserevianasdançasde tradição

afro-brasileira. Este é o tipo de posicionamento que se observa no

periódicoRevistaMusical,quandoapropósitodaoperetaOsnoivossequestiona se «o ritmo africanodos jongos e cateretês» pode ser visto

comoum«cunhodebrasileirismo»44.

Mas, para além da tradição teatral do Rio, das memórias de João

Caetanoedeoutrosactores,oqueexplicaapersistênciadeumtema

como «Les deux pigeons»? O amor e as suas várias metamorfoses,

porventuraomaisintemporaldostemasliterárioseteatrais,sejanasua

versão séria, melodramática, nostálgica ou, simplesmente, cómica. E

das vicissitudes deste tema na pena de Noronha, cruzando o oceano

Atlântico, a derradeira e, por ventura, a melhor conseguida é sem

dúvidaestaúltima.

44RevistaMusical(9deOutubrode1880).Paraumadiscussãomaisaprofundadadarecepção

destaopereta,verL.CYMBRON,«CamõesinBrazil»(v.n.34).

Page 21: Manuel Pedro Ferreira Teresa Cascudo · Rosana Marreco Brescia 273 O Te Deum e a obra conhecida de Luís Álvares Pinto: A trajetória de um espólio dos trópicos – Cronologia

«Lesdeuxpigeons»easvicissitudesdoamor

347

Exemplo1Dueto «Pombinha branca dos meus anelos» da opereta Colégio de Senhoritas,músicadeChiquinhaGonzagaetextodeFredericoCardosodeMeneses.

{

{

{

{

™™

™™

™™

1ªvez/Pombo

2ªvez/Pomba

Pom

Pom

bi

bo

-

-

nha

que

bran-

ri- do

ca-

- va

dos

mos

meus

-

a

a

-

-

Allegretto

Allegretto

mar!

ne los- Va

És

mos

meu

- ao

ma

ni

ri-

nho

do

-

-

tro

Sei

car

te_a

- des

do- rar!

vel-

-

los- Se

Se

rás

rás

-

-

di

di

to

to

-

-

sa

so

-

-

mi

ter

nha_es

no

-

-

pe

fe

- ran

cun

-

-

ça,

do

-

-

bem

mui

pro

ven

vei

tu

-

-

to

ro

-

-

sa,

so

-

- se

nos sa_a

rás-

- li

no

-

7

™™

™™

™™

™™

™™

™™

an

mun

ça.

do.

-

-

Ai!

Pomba

Meu a mor- Ai!

Juntos

Meu a mor- Pom

Pomba

bi- nho- Pom

Pombo

bi- nha- Fi

Pomba

lhi- nho- Fi

Pombo

-

13

™™

™™

™™

lhi nha- Ar

Pomba

ru- la- de lá dá cá Ar

Pombo

ru- la- de lá dá cá Pom - cá Trru... dá cá

1. 2.

21

(Estalam beijos...)

(Arrulham)

1. 2.

2

4

2

4

2

4

&

b

b

∑ ∑ ∑ ∑

%

&

b

b

%

?

b

b

&

b

b

&

b

b

?

b

b

&

b

b

U

#U

&

b

b

U

#

U

?

b

b

U

#

U

&

#U

D.S.

&

#U

D.S.

?#

U

Œ ≈

œ

œ

œ

œ œ œ œ œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œœ

œ#

œœ

œ

œœ

œ

j

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œœ

œ#

œœ

œ

œœ

œ

j

œ

œ

œ

Œ ≈

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œœ

œ#

œœ

œ

œ

œ œ

œ

œ œ

œ

œ# œ

œ# œœ

œ œ

œ

œ œ

œ

œ# œ

œ# œœ

œ

œ

Œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œœ

œ

œœ

# œ

œœ

œ œ

≈œ œ œ

œ œ œ

œ œœ ™ œ

≈œ œ œ

œ œ≈œ œ

œœ ™

œ ≈ œœ

œœ

œ

œ œ œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ≈

œ

œ

œ

œ

œ

œ ≈

œ

œ

œ

œ

œ

œ ≈

œ

œœ

# œ

œœ≈

œ

œœ

j

≈ ≈

œ

œ

œ

#

n œ

œ

œ≈

œ

œ

œ

j

≈ ≈

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

j

œ

œ

œ

œ

œœ

œ

œ

œ

œœ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ#

œœ

œœ

œ

œœ

œ œn

œ

œ

œ

#

œ

œ

œ

#

œ

œ

œ

œœ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œœ#

œœ# œ œn

œ

j

œ

œ

# œ

œœ

œn‰

œ

j

œ œ

œ

jœ ™ œ

‰œ

J

œ œ

‰œ

J

œ

œ

œ

j

≈ ≈

œœ

œ#

œœ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ#

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œn

n

œ

j

œ

œ

# œ

œœ

œn

œ

œ

j

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œœ

œ

œœ

œ

œœ

œ

œœ

œ

œœ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ œ

˙

˙

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

J

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œœ

œ

œœ

œ

œœ

œ

œœ

œ

œœ

œ

œ œ ‰ œ

J

œœœœœ

œ‰œ

j

œœœœœ

œ ‰

œ

Œ Œ ‰

œ

j

œ

Œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œœ

œ

œœ

œ

œœ

œ

œœ

œ

œœ œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œœ

œ

œŒ

œœ

œ

œœ

œ

œœ

œ

œœ

œ

œœ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œœ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œœ

œ

œ

œ

œ

œ

Œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

Page 22: Manuel Pedro Ferreira Teresa Cascudo · Rosana Marreco Brescia 273 O Te Deum e a obra conhecida de Luís Álvares Pinto: A trajetória de um espólio dos trópicos – Cronologia

LuísaCymbron

348

Exemplo2Dueto«Ai!Quantoeuinvejoasavesdocéu»daoperetaAsguardasdoReideSião,músicadeFranciscodeSáNoronhaetextodeautordesconhecido.

°

¢

°

¢

°

¢

°

¢

°

¢

Flautas 1ª e 2ª

Oboé

Clarinetas Dó

Fagotes

Trompas Mi b

Trombones

Figle

Timpani

Cantarina

Ventura

Violino 1º

Violino 2º

Violeta

Violoncello

e Basso

p

p

p

Ai! Quan to_eu- in ve- jo- as a ves- do céu

p

p

p

pizz.

p

6

8

6

8

6

8

6

8

6

8

6

8

6

8

6

8

6

8

6

8

6

8

6

8

6

8

6

8

&

b

b

b

Andantino

∑ ∑

Nº 12

Dueto

&

b

b

b∑ ∑

&

b

b

b∑ ∑ ∑ ∑ ∑ ∑

?

b

b

b

∑ ∑ ∑ ∑ ∑ ∑

&

∑ ∑

?

b

b

b

∑ ∑ ∑ ∑ ∑ ∑

?

b

b

b

∑ ∑ ∑ ∑ ∑ ∑

?

∑ ∑ ∑ ∑ ∑ ∑

&

b

b

b∑ ∑ ∑ ∑ ∑ ∑

&

b

b

b∑ ∑

&

b

b

b

&

b

b

b

Bb

b

b

?

b

b

b

Œ

œ

œ

J

œ

œ ™™

Œ

œ

œ

J

œ

œ ™™

Œ

œ

œ

J

œ

œ ™™

Œ

œ

œ

J

œ

œ ™™

Œ œ

J

Ϫ

Œ œ

J

Ϫ

Œ œ

J

Ϫ

Œ œ

J

Ϫ

˙

˙™

™ ˙

˙™

™ ˙

˙™

™ ˙

˙™

Œ œ

J

œ

J

œ

J

œ

J

œ

J

œ

J

œ

J

œ

j

œ

j

œ

j

˙™

˙ Œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œœ

œ

œœ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œœ

œ

œœ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ‰

œœ

œ

œœ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ‰œ

‰œ

‰œ

‰œ

‰œ

‰œ

‰œ

‰œ

‰œ

‰œ

‰œ

°

¢

°

¢

°

¢

°

¢

°

¢

°

¢

°

¢

°

¢

Fl.

Ob.

Tr.

Cant.

Vent.

Vln. 1

Vln. 2

Vla.

Vc. e Basso

p

7

p

ai, ai ai, ai,

os pom bos- que ge mem- as sim- co mo- eu ai, ai, ai, ai, e li vres- não te em- de que re ce- -

Fl.

Ob.

Cl.

Tr.

Cant.

Vent.

Vln. 1

Vln. 2

Vla.

Vc. e Basso

13

p

p

ru, ru,

ar, se can tam- a mo- res- em seu ar ru- lhar,- ru, ru,

p

p

p

p

&

b

b

b∑ ∑ ∑ ∑

&

b

b

b∑ ∑ ∑ ∑

&

∑ ∑ ∑ ∑ ∑ ∑

&

b

b

b∑ ∑ ∑ ∑

&

b

b

b

&

b

b

b

&

b

b

b

Bb

b

b

?

b

b

b

&

b

b

b∑ ∑ ∑ ∑

&

b

b

b∑ ∑ ∑ ∑

&

b

b

b∑ ∑ ∑ ∑ ∑

&

∑ ∑ ∑ ∑

&

b

b

b∑ ∑ ∑ ∑ ∑

&

b

b

b

&

b

b

b

&

b

b

b

Bb

b

b

?

b

b

b

Œ

œ

œ

J

œ

œ ™™

Œ

œ

œ

J

œ

œ ™™

Œ œ

J

Ϫ

Œ œ

J

Ϫ

Œ œ

J

Ϫ

Œ œ

J

Ϫ

Œ

œ

j

œ

j

œ

j

œ

j

œ

J

œ

j

œ

j

œ

J

œ

j

œ

j

œ

j

œ

j

Ϫ

Œ

œ

j

Ϫ

Œ œ

J

œ

J

œ

J

œ

J

œ

J

œ

J

œ

J

œ

j

œ

j

œ

j

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œœ

œ

œœ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œœ

œ

œœ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œœ

œ

œœ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œœ

œ

œœ

œ

œ

œ

œ

œ

œ‰

œœ

œ

œœ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ‰

œœ

œ

œœ

œ

‰ Œ ‰

œ

‰ Œ ‰œ

‰ Œ ‰œ

‰ Œ ‰œ

‰ Œ ‰œ

‰ Œ ‰

Œ

œ

œ

J

œ

œ ™™

Œ

œ

œ

J

œ

œ ™™

Œ œ

J

Ϫ

Œ œ

J

Ϫ

˙b™

˙

˙ ™™

˙

˙ ™

Œ

œ

j

Ϫ

˙™

˙ Œ Œ

œ

j

œ

j

œ

j

œ

j

œ

J

œ

j

œ

j

œ

j

œ

j

œ

j

œ

‰ Œ™

Œœ

j

œb ™

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œœ

œ

œœ

Œ

œ

J

œ ™

Œ

œ

J

œb™

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œœ

œ

œœ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œb

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ‰

œœ

œ

œœ

œ

œ

œ

œ

œ

œ‰

œ

œb

œ

œ

œ

œ‰ Œ ‰

œ‰ Œ ‰

œ

‰ Œ ‰

œ

‰ Œ ‰œ

‰ Œ ‰œ

‰ Œ ‰

=

2

Page 23: Manuel Pedro Ferreira Teresa Cascudo · Rosana Marreco Brescia 273 O Te Deum e a obra conhecida de Luís Álvares Pinto: A trajetória de um espólio dos trópicos – Cronologia

«Lesdeuxpigeons»easvicissitudesdoamor

349

°

¢

°

¢

°

¢

°

¢

°

¢

°

¢

°

¢

°

¢

Fl.

Ob.

Tr.

Cant.

Vent.

Vln. 1

Vln. 2

Vla.

Vc. e Basso

p

7

p

ai, ai ai, ai,

os pom bos- que ge mem- as sim- co mo- eu ai, ai, ai, ai, e li vres- não te em- de que re ce- -

Fl.

Ob.

Cl.

Tr.

Cant.

Vent.

Vln. 1

Vln. 2

Vla.

Vc. e Basso

13

p

p

ru, ru,

ar, se can tam- a mo- res- em seu ar ru- lhar,- ru, ru,

p

p

p

p

&

b

b

b∑ ∑ ∑ ∑

&

b

b

b∑ ∑ ∑ ∑

&

∑ ∑ ∑ ∑ ∑ ∑

&

b

b

b∑ ∑ ∑ ∑

&

b

b

b

&

b

b

b

&

b

b

b

Bb

b

b

?

b

b

b

&

b

b

b∑ ∑ ∑ ∑

&

b

b

b∑ ∑ ∑ ∑

&

b

b

b∑ ∑ ∑ ∑ ∑

&

∑ ∑ ∑ ∑

&

b

b

b∑ ∑ ∑ ∑ ∑

&

b

b

b

&

b

b

b

&

b

b

b

Bb

b

b

?

b

b

b

Œ

œ

œ

J

œ

œ ™™

Œ

œ

œ

J

œ

œ ™™

Œ œ

J

Ϫ

Œ œ

J

Ϫ

Œ œ

J

Ϫ

Œ œ

J

Ϫ

Œ

œ

j

œ

j

œ

j

œ

j

œ

J

œ

j

œ

j

œ

J

œ

j

œ

j

œ

j

œ

j

Ϫ

Œ

œ

j

Ϫ

Œ œ

J

œ

J

œ

J

œ

J

œ

J

œ

J

œ

J

œ

j

œ

j

œ

j

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œœ

œ

œœ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œœ

œ

œœ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œœ

œ

œœ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œœ

œ

œœ

œ

œ

œ

œ

œ

œ‰

œœ

œ

œœ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ‰

œœ

œ

œœ

œ

‰ Œ ‰

œ

‰ Œ ‰œ

‰ Œ ‰œ

‰ Œ ‰œ

‰ Œ ‰œ

‰ Œ ‰

Œ

œ

œ

J

œ

œ ™™

Œ

œ

œ

J

œ

œ ™™

Œ œ

J

Ϫ

Œ œ

J

Ϫ

˙b™

˙

˙ ™™

˙

˙ ™

Œ

œ

j

Ϫ

˙™

˙ Œ Œ

œ

j

œ

j

œ

j

œ

j

œ

J

œ

j

œ

j

œ

j

œ

j

œ

j

œ

‰ Œ™

Œœ

j

œb ™

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œœ

œ

œœ

Œ

œ

J

œ ™

Œ

œ

J

œb™

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œœ

œ

œœ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œb

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ‰

œœ

œ

œœ

œ

œ

œ

œ

œ

œ‰

œ

œb

œ

œ

œ

œ‰ Œ ‰

œ‰ Œ ‰

œ

‰ Œ ‰

œ

‰ Œ ‰œ

‰ Œ ‰œ

‰ Œ ‰

=

2

°

¢

°

¢

°

¢

°

¢

Fl.

Ob.

Cl.

Tr.

Cant.

Vent.

Vln. 1

Vln. 2

Vla.

Vc. e Basso

f

19

f

f

f

ru, ru, em seu ar ru- lhar,- ru, ru, ru,

f

ru, ru,

p

ru, ru,

em seu ar ru- lhar,- ru, ru, ru,

f

ru, ru,

p

ru, ru,

f

f p

f p

p

&

b

b

b∑ ∑ ∑ ∑

Lento

&

b

b

b∑ ∑ ∑ ∑ ∑

&

b

b

b∑ ∑ ∑

&

&

b

b

b∑

&

b

b

b∑

&

b

b

b∑

U

&

b

b

b

U

Bb

b

b

U

?

b

b

b

U

Œ

œ

J

œ

œ

Œ œ

J

œ

œ

˙

Œ

˙b™

œ

œ

J

œ

œ

˙

˙ ™™

Œ

œ

œ

J

œ

œ

œ

œœ

œ

œ

œ‰ Œ

˙

˙ ™

™œ

œ

œ

œ

J

œ

œ

œ

œ‰

Œ

œ

j

Ϫ

Œ

œ

j

œœœ

œ

œ

j

Ϫ

Œ œ

J

œ

J

œ

J ‰ Œ œ

J

œœ

j

Œ œ

J

œ

j

œ

J

œ

j

œ

‰ Œ™

Œœ

j

œb ™Œ œ

J

œ

J

œ

J ‰ Œ

œ

j

œœ

J

Œ

œ

J

œ ™

Œ

œ

J

œ ™

Œ

œ

J

œb™

Œ œ

J

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ œ

œ

œœ

œœ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œb

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œœ

œ

œ

œ

œ

œ

œ œ

œ

œœ

œœ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œb

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ‰

œ

œ

œ

œœ

œ

œ‰ Œ ‰

œ

œ

‰œ

‰ Œ ‰œ

‰ Œ ‰œ

‰ Œ ‰

œ

œ

3

Page 24: Manuel Pedro Ferreira Teresa Cascudo · Rosana Marreco Brescia 273 O Te Deum e a obra conhecida de Luís Álvares Pinto: A trajetória de um espólio dos trópicos – Cronologia

LuísaCymbron

350

°

¢

°

¢

°

¢

°

¢

Fl.

Ob.

Tr.

Cant.

Vent.

Vln. 1

Vln. 2

Vla.

Vc. e Basso

p

25

p

p

ru!

p

Só nós ca ro_es- po- so- q'a mor- fez u nir-

ru!

p

p

p

p

p

&

b

b

b

Tempo 1º

∑ ∑

&

b

b

b∑ ∑

&

∑ ∑

&

b

b

b∑

&

b

b

b∑ ∑ ∑ ∑ ∑

&

b

b

b

&

b

b

b

Bb

b

b

?

b

b

b

Œ

œ

œ

J

œ

œ ™™

Œ

œ

œ

J

œ

œ ™™

Œ

œ

œ

J

œ

œ ™™

Œ

œ

œ

J

œ

œ ™™

Œ œ

J

Ϫ

Œ œ

J

Ϫ

Œ œ

J

Ϫ

Œ œ

J

Ϫ

˙

˙™

™ ˙

˙™

™ ˙

˙™

™ ˙

˙™

Ϫ

œ

‰ Œ œ

J

œ

J

œ

J

œ

J

œ

J

œ

J

œ

J

œ

j

œ

j

œ

j

˙™

˙ Œ

Ϫ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œœ

œ

œœ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œœ

œ

œœ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ‰

œœ

œ

œœ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ‰œ

‰œ

‰œ

‰œ

‰œ

‰œ

‰œ

‰œ

‰œ

‰œ

‰œ

4

°

¢

°

¢

°

¢

Fl.

Ob.

Cant.

Vent.

Vln. 1

Vln. 2

Vla.

Vc. e Basso

p

31

p

nem mes mo- na for ma- po de- mos- sor rir- ai, ai ai, ai que di as- pas sa- mos- na Fran ça_a- lém-

ai, ai ai, ai,

&

b

b

b∑ ∑ ∑ ∑

&

b

b

b∑ ∑ ∑ ∑

&

b

b

b

&

b

b

b∑ ∑ ∑ ∑

&

b

b

b

&

b

b

b

Bb

b

b

?

b

b

b

Œ

œ

œ

J

œ

œ ™™

Œ

œ

œ

J

œ

œ ™™

Œ œ

J

Ϫ

Œ œ

J

Ϫ

Œ

œ

j

œ

j

œ

j

œ

j

œ

J

œ

j

œ

j

œ

J

œ

j

œ

j

œ

j

‰ œ

J

Ϫ

Œ œ

J

Ϫ

Œ œ

J

œ

J

œ

J

œ

J

œ

J

œ

J

œ

J

œ

j

œ

j

œ

j

Œ

œ

j

Ϫ

Œ

œ

j

Ϫ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œœ

œ

œœ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œœ

œ

œœ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œœ

œ

œœ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œœ

œ

œœ

œ

œ

œ

œ

œ

œ‰

œœ

œ

œœ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ‰

œœ

œ

œœ

œ

œ

œ

œ

‰œ

‰ Œ ‰œ

‰ Œ ‰œ

‰ Œ ‰œ

‰ Œ ‰

5

Page 25: Manuel Pedro Ferreira Teresa Cascudo · Rosana Marreco Brescia 273 O Te Deum e a obra conhecida de Luís Álvares Pinto: A trajetória de um espólio dos trópicos – Cronologia

«Lesdeuxpigeons»easvicissitudesdoamor

351

°

¢

°

¢

°

¢

°

¢

Fl.

Ob.

Cl.

Tr.

Cant.

Vent.

Vln. 1

Vln. 2

Vla.

Vc. e Basso

37

p

mar ou vin- do_a- Ru li- nha- cha man- do_o- seu par ru, ru,

ru, ru

&

b

b

b∑ ∑ ∑ ∑

&

b

b

b∑ ∑ ∑ ∑

&

b

b

b∑ ∑ ∑ ∑ ∑

&

∑ ∑ ∑ ∑

&

b

b

b

&

b

b

b∑ ∑ ∑ ∑ ∑

&

b

b

b

&

b

b

b

Bb

b

b

?

b

b

b

Œ

œ

œ

J

œ

œ ™™

Œ

œ

œ

J

œ

œ ™™

Œ œ

J

Ϫ

Œ œ

J

Ϫ

˙b™

˙

˙ ™™

˙

˙ ™

˙™

˙ Œ Œ

œ

j

œ

j

œ

j

œ

j

œ

J

œ

j

œ

j

œ

j

œ

j

œ

j

œ

‰ Œ™

Œœ

j

œb ™

Œ

œ

j

Ϫ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œœ

œ

œœ

Œ

œ

J

œ ™

Œ

œ

J

œb™

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œœ

œ

œœ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œb

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ‰

œœ

œ

œœ

œ

œ

œ

œ

œ

œ‰

œ

œb

œ

œ

œ

œ‰ Œ ‰

œ‰ Œ ‰

œ

‰ Œ ‰

œ

‰ Œ ‰œ

‰ Œ ‰œ

‰ Œ ‰

5

°

¢

°

¢

°

¢

°

¢

°

¢

°

¢

°

¢

°

¢

Fl.

Ob.

Cl.

Tr.

Cant.

Vent.

Vln. 1

Vln. 2

Vla.

Vc. e Basso

f

43

f

f

f

cha man do_o- seu par ru, ru, ru, ru,

ru, ru, cha man- do_o- seu par ru, ru, ru, ru,

f

f

f

Fl.

Ob.

Tr.

Cant.

Vent.

Vln. 1

Vln. 2

Vla.

Vc. e Basso

p

48

p

p

ru, ru, ru, ru!

ru, ru, ru, ru! E_às ve zes- in-qui_e ta- por in da_o- não ver

p

p p

p p

p p

&

b

b

b∑ ∑ ∑ ∑

&

b

b

b∑ ∑ ∑ ∑

&

b

b

b∑ ∑

&

&

b

b

b∑

U

&

b

b

b∑

U

&

b

b

b∑

U

&

b

b

b

U

Bb

b

b

U

?

b

b

b

U

&

b

b

b

Lento

Tempo 1º

&

b

b

b∑ ∑

&

∑ ∑ ∑ ∑

&

b

b

b∑ ∑ ∑ ∑

&

b

b

b

&

b

b

b∑

&

b

b

b

Bb

b

b

?

b

b

b

Œ

œ

J

œ

œ

Œ œ

J

œ

œ

˙

Œ

˙b™

œ

œ

J

œ

œ

˙

˙ ™™

Œ

œ

œ

J

œ

œ

œ

œœ

œ

œ

œ‰ Œ

˙

˙ ™

™œ

œ

œ

œ

J

œ

œ

œ

œ‰

Œ

œ

j

œ

j

œ

j

œ

j

œ

‰ Œ™

Œœ

j

œb ™Œ œ

J

œ

J

œ

J ‰

Œ

œ

j

Ϫ

Œ œ

J

œœ

œœ œ

j

Ϫ

Œ œ

J

œ

J

œ

J ‰

Œ

œ

J

œ ™

Œ

œ

J

œ ™

Œ

œ

J

œb™

Œ œ

J

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ œ

œ

œœ

œœ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œb

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ œ

œ

œœ

œœ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œb

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ‰

œ‰ Œ ‰

œ

œ

‰œ

‰ Œ ‰œ

‰ Œ ‰œ

‰ Œ ‰

Œ

œ

œ

J

œ

œ ™™

Œ

œ

œ

J

œ

œ ™™

Œ

œ

œ

J

œ

œ ™™

Œ

œ

œ

J

œ

œ ™™

Œ œ

J

Ϫ

Œ œ

J

Ϫ

Œ œ

J

Ϫ

Œ œ

J

Ϫ

˙

˙™

™ ˙

˙™

Œ œ

J

œœ

j

Ϫ

œ

Œ

œ

j

œœ

J

Ϫ

œ

‰ Œ œ

J

œ

J

œ

J

œ

J

œ

J

œ

J

œ

J

œ

j

œ

j

œ

j

˙™

˙ Œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œœ

œ

œœ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œœ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œœ

œ

œœ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œœ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ‰

œœ

œ

œœ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

‰œ

‰œ

‰œ

‰œ

‰œ

‰œ

‰œ

‰œ

‰œ

‰œ

=

6

Page 26: Manuel Pedro Ferreira Teresa Cascudo · Rosana Marreco Brescia 273 O Te Deum e a obra conhecida de Luís Álvares Pinto: A trajetória de um espólio dos trópicos – Cronologia

LuísaCymbron

352

Exemplo3Dueto«Conhecidoisnamorados»daoperetaOCalifadaRuadoSabão,músicadeFranciscodeSáNoronhaetextodeArturAzevedo.

°

¢

°

¢

°

¢

°

¢

°

¢

°

¢

°

¢

°

¢

Fl.

Ob.

Cl.

Tr.

Cant.

Vent.

Vln. 1

Vln. 2

Vla.

Vc. e Basso

f

43

f

f

f

cha man do_o- seu par ru, ru, ru, ru,

ru, ru, cha man- do_o- seu par ru, ru, ru, ru,

f

f

f

Fl.

Ob.

Tr.

Cant.

Vent.

Vln. 1

Vln. 2

Vla.

Vc. e Basso

p

48

p

p

ru, ru, ru, ru!

ru, ru, ru, ru! E_às ve zes- in-qui_e ta- por in da_o- não ver

p

p p

p p

p p

&

b

b

b∑ ∑ ∑ ∑

&

b

b

b∑ ∑ ∑ ∑

&

b

b

b∑ ∑

&

&

b

b

b∑

U

&

b

b

b∑

U

&

b

b

b∑

U

&

b

b

b

U

Bb

b

b

U

?

b

b

b

U

&

b

b

b

Lento

Tempo 1º

&

b

b

b∑ ∑

&

∑ ∑ ∑ ∑

&

b

b

b∑ ∑ ∑ ∑

&

b

b

b

&

b

b

b∑

&

b

b

b

Bb

b

b

?

b

b

b

Œ

œ

J

œ

œ

Œ œ

J

œ

œ

˙

Œ

˙b™

œ

œ

J

œ

œ

˙

˙ ™™

Œ

œ

œ

J

œ

œ

œ

œœ

œ

œ

œ‰ Œ

˙

˙ ™

™œ

œ

œ

œ

J

œ

œ

œ

œ‰

Œ

œ

j

œ

j

œ

j

œ

j

œ

‰ Œ™

Œœ

j

œb ™Œ œ

J

œ

J

œ

J ‰

Œ

œ

j

Ϫ

Œ œ

J

œœ

œœ œ

j

Ϫ

Œ œ

J

œ

J

œ

J ‰

Œ

œ

J

œ ™

Œ

œ

J

œ ™

Œ

œ

J

œb™

Œ œ

J

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ œ

œ

œœ

œœ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œb

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ œ

œ

œœ

œœ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œb

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ‰

œ‰ Œ ‰

œ

œ

‰œ

‰ Œ ‰œ

‰ Œ ‰œ

‰ Œ ‰

Œ

œ

œ

J

œ

œ ™™

Œ

œ

œ

J

œ

œ ™™

Œ

œ

œ

J

œ

œ ™™

Œ

œ

œ

J

œ

œ ™™

Œ œ

J

Ϫ

Œ œ

J

Ϫ

Œ œ

J

Ϫ

Œ œ

J

Ϫ

˙

˙™

™ ˙

˙™

Œ œ

J

œœ

j

Ϫ

œ

Œ

œ

j

œœ

J

Ϫ

œ

‰ Œ œ

J

œ

J

œ

J

œ

J

œ

J

œ

J

œ

J

œ

j

œ

j

œ

j

˙™

˙ Œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œœ

œ

œœ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œœ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œœ

œ

œœ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œœ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ‰

œœ

œ

œœ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

‰œ

‰œ

‰œ

‰œ

‰œ

‰œ

‰œ

‰œ

‰œ

‰œ

=

6

°

¢

°

¢

Flauta

Clarinetes

Sol

Cornetins

Sib

Trombones

Figle

Timpani

Sol

Bombo

Zétulbé

Natividade

Violino 1º

Violino 2º

Viola

Violoncelo

Basso

Andante

rall.

p

p

p

p

p

Co nhe-

Andante

rall.

p

p

p

p

p

6

8

6

8

6

8

6

8

6

8

6

8

6

8

6

8

6

8

6

8

6

8

6

8

6

8

6

8

&

#

Nº 6

Dueto

&

&

#

#

#

?#

?#

?

∑ ∑ ∑

/ ∑ ∑ ∑ ∑ ∑

&

#

∑ ∑ ∑ ∑

?#

∑ ∑ ∑ ∑ ∑

&

#

&

#

B

#

?#

?#

Œ ‰ ‰

œœ œ

œ

œ

œ

œ

œ

œœ œ

œ

œ

œ

œ

œ ‰ œœ

œœ

œ#œ

œœœœœ#œ

œœ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

‰ ‰

œœ

œœ

œœ

‰ ‰

œ

œ

œ

œ

œ

œ

‰ ‰

œ

œœ

j

œ

œ

œ

œ

œ

œ‰ ‰

œ

œ

œ

œ

œ

œ

‰ ‰œ

œ

œ

œ

œ

œ‰ ‰

œ

œ ‰

œ

œ

J

Œ ‰ ‰

œœ

Œ ‰ ‰

œœ

Œ ‰ ‰

œœ

‰œ

œ

J

œ

‰ Œ™

œ ‰ Œ™

œ

‰ Œ™

œ‰ œ ‰

‰ œ œ œ ‰ ‰ œ œ œ ‰

Œ ‰ ‰

œ

J

œ

J

œ

œ

œ

œ

œ

œ

‰ ‰

œœ

œœ

œœ

‰ ‰

œ

œ

œ

œ

œ

œ

‰ ‰

œ

œœ

j ‰ ‰

œ œ œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

‰ ‰

œœ

œœ

œœ

‰ ‰

œ

œ

œ

œ

œ

œ

‰ ‰

œ

œ

j

‰ ‰

œ

œ

œ

œ

œ

œ

‰œ œ

œ‰ ‰

œ œ œ

‰ ‰

œ œ œ

‰ ‰

œ

œ

j‰ ‰

œ

œ

œ

œ

‰ ‰

œœ

œ ‰ ‰

œœ

œ

‰ ‰

œœ

œ‰ œ ‰

œ

‰ Œ™

œ

‰ Œ™

œ ‰ Œ™

œ

‰ Œ™

œ‰ œ ‰

œ

‰ Œ™

a

Page 27: Manuel Pedro Ferreira Teresa Cascudo · Rosana Marreco Brescia 273 O Te Deum e a obra conhecida de Luís Álvares Pinto: A trajetória de um espólio dos trópicos – Cronologia

«Lesdeuxpigeons»easvicissitudesdoamor

353

Fl.

Cl.

Nativ.

Vln. 1

Vln. 2

Vla.

Vc.

Ba.

rall.

6

ci dois na mo- ra- dos,- ca da- qual o mais dis cre- to,- quem os vi a- tão che ga- dos,- in ve- ja- va- a que- le_a- fe -

rall.

3

8

3

8

3

8

3

8

3

8

3

8

3

8

3

8

&

#

∑ ∑

#

#

&

∑ ∑ ∑

#

&

# #

#

&

# #

#

&

# #

#

B

# #

#

?# #

#

?# #

#

Œ ‰ ‰

œœ

œœ

œœœœ

œ

Œ ‰ Œ ‰ ‰

œœ#

œ

œ

‰ Œ™

Œ ‰

œ

œœ

œ

#

j

œ

œ

™™

Œ ‰ Œ ‰ ‰

œœ#

œ

œ

‰ Œ™

œ

œ

j

œœœ

j œ

J

œ

œ

J

œ

J

œœ

œ

j

œœœ

j

œ

j

œ

œ

J

œ

J

œ

œ

j

œœœ

j œ

J

œ

‰ œ

J

œ#

J

œ

J

œ

r

œ

R

œ

R

œ

R

œ

œœ#

Œ ‰

œœœ

œ

J

œ

Œ ‰ ‰

œ

œ‰

œ œ

œ œ œ

‰ Œ ‰

œœœ

œ

J

œ

Œ ‰ ‰ ≈

œœ

œœ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

‰ ‰

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œ

œœœœ

œœ#

œ

œ

œ

œ

œ

œ

‰ ‰

œ

œ

œ

œ

œ

œ

‰ ‰

œ

œ

œ

œ

œn œ

œ

œ#

œ

œ

œ

œ

‰ œœ

œ

‰ ‰œ œ

‰œ œ

‰ œœ‰ œ

œ‰

œ

œ

œ‰ ‰ œ

œ œ‰ ‰

œ œ‰œ œ

‰œ œ

œ# ‰

œ ‰ Œ™

œ

œ œb

J

œ

œ

J

œ

œ

j

œ ‰ œ ‰ œ ‰ Œ™

œ

œ#

œ

œ

œ ‰ Œ™

œ

œ œb

J

œ

œ

J

œ

œ

j

œ ‰ œ ‰ œ ‰ Œ™

œ

œ#

œ

œ

2

��!

��!

���!

�����!

��!��

��!��

���!

��!

��!

��

��" � ��� �� �� ��� �� �� ���" ��� �� �� ���" �� � �� �� ���� ��� �� ���" ���� ���

��''!

��''!

�� �

� �

� � � �

��

� � � �

��

��

� ��� ��

�� � ���� ��

��

� ��� ��

�� � ��

��

��

���

���

��

���

� �

� � �

����� � ��

��

�� ����

��

�� ����

������ � ��

��

�� ����

��

����� � ��

� � ��

� � ��

������ � ��

� � ��

� �

� �

� � � � � �

� �

� � � �

� � �

� � �

� � �

� � �

(

b

Page 28: Manuel Pedro Ferreira Teresa Cascudo · Rosana Marreco Brescia 273 O Te Deum e a obra conhecida de Luís Álvares Pinto: A trajetória de um espólio dos trópicos – Cronologia

LuísaCymbron

354

��!

��!

���!

�����!

��!��

��!��

���!

��!

��!

��

�� ���" �� �� �� '� �� #�)��� ��� &� '� ��" #�)��� ��� &�

����

����

� � � � �

��

��

�� ����

���

��

��

��

��

��

��

��

��

��

�� ����

��

���

� �

��

� ���

� � ��

��

���

��

� �

��

��

� �

� �

� �

� � � � � � � �

��

�� ��

� �

��

�� ��

� �

*

°

¢

Fl.

Cl.

Corn.

Nativ.

Zetul.

Vln. 1

Vln. 2

Vla.

Vc.

Ba.

All.º Mod.to27

zi- am,- quan do- so zi- nhos- ru! ru, ru, ru, ru,

All.º Mod.to

ru, ru, ru, ru,

pizz.

pizz.

2

4

2

4

2

4

2

4

2

4

2

4

2

4

2

4

2

4

2

4

&

#

#∑ ∑ ∑ ∑

U#

&

#

Un

∑ ∑

&

#

#

#

#

∑ ∑ ∑

U#

#

#

∑ ∑

&

#

#

#

(rulando)

?#

#∑ ∑ ∑ ∑

U

#

&

#

#

U

(arrastando o dedo sobre a 3ª corda)

#

&

#

#∑

U#

B

#

# ∑

U

#

?#

#∑

U

#.

.

.

.

?#

#∑

U

#. . . .

œ

j

œ

j

‰ ‰

œ

j

œ

J

œ

œ

™™

œ

œ#

œ

œ

#™

œ

œœ

œ

œ

J

œœ

œœ

œ

J

œ œ

J‰

œ

j

œ‰

œ

j

œ

‰ œ

J

œ

J

œ

J‰ ‰

œ

J

œ

J ‰

œœ

œ

œœ

œœ

œœ

J

œ œ

J‰

œ

j

Œ ‰

œ

j

œ

‰ œ

J

œ

œ

œ

œ

œ

œ#

œ

œ

œ

œ

#

‰ ‰

œ

œ

j

œ

œ

j

‰ ‰

œ

œ

j

œ

œ

j

‰ œ œ ‰ œ œ œ ‰ ‰œ

J

œ

J

‰ ‰œ

J

œ

J

œ#™

œ#

œ

j

œ

‰ ‰ œ

J

œ

j

‰ ‰ œ

J

œ

j

œ#™

œ#

œ

j

œ

‰ ‰ œ

J

œ

J

‰ ‰ œ

J

œ

J

4

Page 29: Manuel Pedro Ferreira Teresa Cascudo · Rosana Marreco Brescia 273 O Te Deum e a obra conhecida de Luís Álvares Pinto: A trajetória de um espólio dos trópicos – Cronologia

«Lesdeuxpigeons»easvicissitudesdoamor

355

°

¢

Fl.

Cl.

Tbn.

Nativ.

Zetul.

Vln. 1

Vln. 2

Vla.

Vc.

Ba.

33

p

ru ru, ru, ru, ru, ru, ru, ru, ru, ru, ru!

ru, ru, ru, ru, ru cu- tu- cu,- ru cu- tu- cu,- ru cu- tu- cu,- ru cu- tu- cu.-

&

#

∑ ∑ ∑ ∑

&

?#

∑ ∑

&

#

?#

&

#

&

#

B

#

?#.

.

.

.

. . . .

. .arco

?#. . . . . . . .

. .arco

‰ œb

J

œ

J

‰ ‰

œ

j

œ

j

˙

˙

œ

Œ ‰

œ

œ

‰ ‰

œ

œ

‰ ‰

œ

œ

‰ Œ

œ

œ

˙#˙

˙n

Œ

œ#

œ

‰ œb

J

œ‰

œ

j

œ‰

œ

j

œ‰

œ

j

œ‰

œ

j

œŒ

œb

J

œ

J

‰ ‰

œ

J

œ

J‰ ≈

œ œ œ œ

J‰ ≈

œ œ œ œ

J‰ ≈

œ œ œ œ

J‰ ≈

œ œ œ œ

J‰

œ

‰ œb

J

œ‰

œ

j

œ‰

œ

j

œ‰

œ

j

œ‰

œ

j

œŒ

œ

œ

b

j

œ

œ

j

‰ ‰

œ

œ

j

œ

œ

j

‰ ‰

œ

j

œ

j‰ ‰

œ

j

œ

j‰ ‰

œ

j

œ

j‰ Œ

œœ

‰œ

J

œ

J

‰ ‰œ

J

œ

J

‰ ‰

œ

j

œ

j

‰ ‰

œ

j

œ

j

‰ ‰

œ

j

œ

j

‰ Œ

œ

‰ œ

J

œ

j

‰ ‰ œ

J

œ

j

‰ ‰ œ#

J

œ

J

‰ ‰œ

J

œ

J

‰ ‰

œn

J

œ

J

‰ Œ

œ#

‰ œ

J

œ

J

‰ ‰ œ

J

œ

J

‰ ‰ œ#

J

œ

J

‰ ‰œ

J

œ

J

‰ ‰

œn

J

œ

J

‰ Œ

œ#

5