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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE TECNOLOGIA CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA MANUTENÇÃO CENTRADA NA CONFIABILIDADE Djalma Rodrigues de Lima Júnior Natal RN, 2019

MANUTENÇÃO CENTRADA NA CONFIABILIDADE · 2019. 6. 30. · DJALMA RODRIGUES DE LIMA JÚNIOR Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Engenharia Mecânica da Universidade

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE TECNOLOGIA

CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA

MANUTENÇÃO CENTRADA NA CONFIABILIDADE

Djalma Rodrigues de Lima Júnior

Natal – RN, 2019

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE TECNOLOGIA

CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA

MANUTENÇÃO CENTRADA NA CONFIABILIDADE

DJALMA RODRIGUES DE LIMA JÚNIOR

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado ao curso de Engenharia

Mecânica da Universidade Federal do Rio

Grande do Norte como parte dos

requisitos para a obtenção do título de

Engenheiro Mecânico, orientado pelo

Prof. Dr. João Carlos Arantes Costa

Junior.

Natal – RN 2019

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE TECNOLOGIA

CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA

MANUTENÇÃO CENTRADA NA CONFIABILIDADE

Este trabalho de conclusão de curso foi julgado adequado para obtenção do grau de

Engenheiro Mecânico, sendo aprovado em sua forma final em 19/06/2019.

DJALMA RODRIGUES DE LIMA JÚNIOR

Banca Examinadora do Trabalho de Conclusão de Curso

Prof. Dr. João Carlos Arantes Costa Júnior ___________________________

Universidade Federal do Rio Grande do Norte – Orientador

Prof. Dr. Synara Lucien de Lima Cavalcanti ___________________________

Universidade Federal do Rio Grande do Norte - Avaliador Interno

Prof. Dr. Carlos Magno de Lima ___________________________

Universidade Federal do Rio Grande do Norte - Avaliador Interno

Natal, 19 de junho de 2019

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente, a Deus. Por ter dado forças para chegar até aqui, sem

ele nada seria possível.

A minha família, em especial a meus pais: Vanice e Francisco de Assis,

por serem fundamental nessa caminhada, estando comigo em todos os

momentos ao longo desse tempo. As minhas irmãs: Vanessa e Flavia, meu muito

obrigado pelo apoio de sempre, amo vocês. Meus avós, tias, tios, primos e a

todos que contribuíram de alguma forma para essa conquista.

Aos meus amigos: Átila Amorim, Andressa Santos, Clara Maia, Daniel

França, João Paulo, Jonathan Carvalho, Gabriel Pichorim, a vocês minha eterna

gratidão pelos momentos de estudos, e principalmente pelas palavras de apoio

em momentos que mais precisei, somos uma verdadeira família, sem vocês

essa caminhada seria muito mais longa e difícil.

A todos os meus professores, do ensino infantil até a graduação, meu

muito obrigado.

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RESUMO

A manutenção é um dos principais processos que ocorre na indústria,

pois o uso eficaz da mesma possibilita uma grande economia em relação a custo

a relacionado a troca e substituição dos equipamentos. O presente trabalho trata-

se da Manutenção Centrada na Confiabilidade que é uma técnica que tem como

objetivo global a diminuição de custo de vida dos seus ativos, isso é diminuindo

os custos com atividade manutenção, com o aumento a disponibilidade e a

confiabilidade dos mesmos, e tendo como o principal objetivo a preservação da

função de seus componentes. O trabalho faz uma revisão bibliográfica disponível

na literatura, afim de construir uma base de conhecimento para que assim seja

aplicada a técnica em estudo. O trabalho aborda o uso de ferramentas essências

para a aplicação da manutenção centrada em confiabilidade: seleção do sistema

e coleta de informações, análise do modo de efeitos e falhas, seleção do modelo

de confiabilidade que melhor se adequa ao conjunto de dados e seleção das

atividades de manutenção para eliminação dos modos de falhas.

.

Palavras-chave - Manutenção, confiabilidade, componente.

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Lima, Djalma Rodrigues. Reliability Centered Maintenance. 2019. yy p. Conclusion

work project (Graduate in Mechanical Engineering) - Federal University of Rio Grande

do Norte, Natal-RN, 2019.

ABSTRACT

Maintenance is one of the main processes that takes place in the

industry, because the effective use of the same allows a great saving in relation

to cost the exchange and replacement of the equipment. This work is about

Reliability Centered Maintenance, which is a technique whose overall objective

is to reduce the cost of living of its assets, this is to reduce costs with maintenance

activity, increasing their availability and reliability, and having as main objective

the preservation of the function of its components. The work makes a literature

review available in the literature, in order to build a knowledge base so that the

technique under study is applied. The work deals with the use of essential tools

for the application of maintenance focused on reliability: selection of the system

and information collection, analysis of the mode of effects and failures, selection

of the reliability model that best suits the data set and selection of activities to

eliminate fault modes.

Keyword - Maintenance, reliability, component.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 01 – Avanço temporal da manutenção ....................................................8

Figura 02 – Desenvolvimento das técnicas de manutenção...............................10

Figura 03 – Teste de rolamentos de esferas 6309 .............................................12

Figura 04 – Técnicas de manutenção ................................................................13

Figura 05 – Evolução da MCC ...........................................................................15

Figura 06 – Diagrama de implementação da MCC .............................................16

Figura 07 – Intervalo P-F ...................................................................................20

Figura 08 – Curva banheira ...............................................................................21

Figura 09 – Sistema de refrigeração ..................................................................22

Figura 10 – Teste qualidade de ajuste – sistema de refrigeração .......................25

Figura 11 – modelo de confiabilidade Weibull – válvula de expansão ................26

Figura 12 – modelo de confiabilidade Weibull – Compressor............................27

Figura 13 – modelo de confiabilidade Weibull – condensador............................28

Figura 14 – modelo de confiabilidade Weibull – evaporador ..............................29

Figura 15 – teste de qualidade de ajustes – Eixo Mecânico ...............................33

Figura 16 – modelo de confiabilidade lognormal.................................................34

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LISTA DE TABELAS

Tabela 01 – comparação manutenção tradicional e MMC .................................14

Tabela 02 – severidade......................................................................................17

Tabela 03 – ocorrência ......................................................................................18

Tabela 04 – detecção ............. ...........................................................................19

Tabela 05 – severidade, ocorrência e risco dos componentes............................23

Tabela 06 – efeitos e falhas dos componentes do sistema de refrigeração.........24

Tabela 07 – tempo de falha do sistema de refrigeração .....................................24

Tabela 08 – seleção das atividades do sistema de refrigeração.........................30

Tabela 09 – efeitos e falhas do eixo mecânico ...................................................31

Tabela 10 – severidade, ocorrência e detecção do eixo mecânico.....................32

Tabela 11 – tempos de falhas do eixo mecânico ................................................32

Tabela 12 – seleção das atividades eixo mecânico ............................................35

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SUMÁRIO

AGRADECIMENTOS .......................................................................................... i

RESUMO............................................................................................................. ii

ABSTRACT ........................................................................................................ iii

LISTA DE TABELAS .......................................................................................... v

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................ 1

1.1 Contextualização ........................................................................................ 1

1.2 MOTIVAÇÃO ................................................................................................ 2

1.3 JUSTIFICATIVA ........................................................................................... 2

1.4 OBJETIVO GERAL ...................................................................................... 2

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .......................................................................... 2

2.1 Confiabilidade ............................................................................................. 3

2.1.1 Função acumulada de probabilidade ........................................................ 3

2.1.2 Função densidade de probabilidade: ........................................................ 3

2.1.3 Função confiabilidade:............................................................................... 3

2.1.4 Função de risco h(t): ................................................................................. 3

2.1.4 Tempo médio até a falha ........................................................................... 4

2.2 MODELOS DE CONFIABILIDADE ............................................................... 4

2.2.1 Modelo de confiabilidade exponencial ....................................................... 4

2.2.2 Modelo de confiabilidade de Weibull ......................................................... 5

2.2.3 Modelo do Lognormal ................................................................................ 6

2.3 MANUTENÇÃO ............................................................................................ 7

2.3.1 MANUTENÇÃO ......................................................................................... 7

2.3.2 CONCEITO DE MANUTENÇÃO ............................................................... 7

2.3.3 EVOLUÇÃO DA MANUTENÇÃO .............................................................. 8

2.3.4 PRIMEIRA GERAÇÃO .............................................................................. 9

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2.3.5 SEGUNDA GERAÇÃO .............................................................................. 9

2.3.6 TERCEIRA GERAÇÃO ............................................................................. 9

2.4 TÉCNICAS DE MANUTENÇÃO ................................................................. 11

2.4.1 MANUTENÇÃO CORRETIVA ................................................................. 11

2.4.2 MANUTENÇÃO PREVENTIVA ............................................................... 12

2.4.3 MANUTENÇÃO PREDITIVA ................................................................... 13

2.5 MANUTENÇÃO CENTRADA NA CONFIABILIDADE................................. 14

2.5.2 OBJETIVOS DA MCC ............................................................................. 15

2.5.3 PROCESSO DE IMPLEMENTAÇÃO ...................................................... 16

2.5.4 MODO DE FALHA E EFEITO – FMEA .................................................... 17

2.5.5 CLASSIFICAÇÃO DAS FALHAS ............................................................ 20

2.5.6 MECANISMO DE FALHAS ..................................................................... 21

3 ESTUDOS DE CASO – SISTEMA DE REFRIGERAÇÃO ............................ 22

3.1 SELEÇÃO DOS SISTEMAS E COLETAS DE INFORMAÇÕES ................ 22

3.2 ANÁLISE MODOS DE FALHAS E EFEITOS ............................................. 23

3.3 SELEÇÃO DO MODELO DE CONFIABILIDADE ....................................... 24

4 ESTUDO DE CASO – EIXO MECÂNICO ..................................................... 31

4.1 SELEÇÃO DOS SISTEMAS E COLETAS DE INFORMAÇÕES ................ 31

4.2 ANÁLISE DOS MODOS DE FALHAS E EFEITOS .................................... 31

4.3 SELEÇÃO DO MODELO DE CONFIABILIDADE ....................................... 32

5 CONCLUSÃO ............................................................................................... 36

6 REFERÊNCIAS ............................................................................................. 37

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1 INTRODUÇÃO

Neste capítulo há uma breve contextualização sobre o tema abordado

no trabalho, assim como: motivação, justificativa e objetivo geral.

1.1 Contextualização

Segundo o Fogliatto e Ribeiro (2009), a Manutenção Centrada em

confiabilidade (MCC), pode ser definida como um programa que reúne várias

técnicas de engenharia para assegurar que os equipamentos de uma planta

fabril continuarão realizando as funções especificadas. Devido a sua abordagem

racional e sistemática, os programas de MCC têm sido reconhecidos como a

forma mais eficiente de tratar as questões de manutenção. Eles permitem que

as empresas alcancem excelência nas atividades de manutenção, ampliando a

disponibilidade dos equipamentos e reduzindo custos associados a acidentes,

defeitos, reparos e substituições.

A eficácia da MCC está baseada em alguns pilares próprios desse

programa. Entre esses pilares, podem ser destacados:

• Amplo envolvimento de engenheiros, operadores e técnicos de

manutenção, caracterizando um ambiente de engenharia simultânea;

• Ênfase no estudo das consequências das falhas, que direcionam todas

tarefas de manutenção;

• Abrangência das análises, que consideram questões associadas à

segurança, meio ambiente, operação e custos;

• Ênfase nas atividades pró ativas, envolvendo tarefas preditivas

preventivas;

• Combate às falhas escondidas, que reduzem a confiabilidade do sistema.

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1.2 MOTIVAÇÃO

A manutenção é um dos principais pilares da engenharia, sendo feita e

aplicada de maneira correta de modo a permitir o aumento da vida útil dos

equipamentos. A grande maioria dos defeitos dos equipamentos industriais está

ligada a falta de um plano de manutenção adequado, gerando um elevado custo.

A manutenção centrada na confiabilidade é uma técnica relativamente nova e

eficaz, o seu uso permite as empresas excelência nas atividades de

manutenção, assim, reduzindo os custos ligado a reparo e substituição dos

equipamentos. Apesar de um custo relativamente caro para a implantação da

técnica, ela gera uma série de benefícios que fazem esse custo valer a pena.

1.3 JUSTIFICATIVA

A escolha da manutenção centrada em confiabilidade se dá pela série

de benefícios que a técnica apresenta após sua aplicação, é uma técnica que

prioriza a preservação da função do equipamento, com o objetivo de diminuir o

custo de a vida dos seus ativos, ou seja, reduzir o custo de manutenção

aumentando a sua confiabilidade e disponibilidade. Dessa forma, o estudo a

cerca deste tema faz-se pertinente devido aos benefícios que a técnica é capaz

de gerar onde é empregada.

1.4 OBJETIVO GERAL

O objetivo do trabalho é o estudo da manutenção centrada na

confiabilidade, e a aplicação da técnica em dois estudos de casos, a fim de

melhorar o plano de manutenção em cada situação. A aplicação se dá através

da análise de uma série de dados a respeito dos equipamentos, para assim ser

aplicado a FMEA (Modo de Falha e Efeitos) que é uma técnica utilizada na

confiabilidade para identificar os modos e efeitos das falhas, na MCC é uma

ferramenta fundamental. Logo após a aplicação da FMEA, analisamos o histórico

de tempo de falha do sistema, para que assim possamos plotar as curvas de

distribuição de probabilidade utilizada na confiabilidade, que são as seguintes:

Weibull, Lognormal e Exponencial. Com as curvas conseguimos modelar a

confiabilidade e recomendar a atividade de manutenção para eliminar os modos

de falhas.

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2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Neste capítulo apresenta as referências bibliográficas utilizadas para o

desenvolvimento do trabalho.

2.1 Confiabilidade

É definido por Fogliato e Ribeiro (2009), como desempenhar

adequadamente ao seu propósito especificado, por um determinado período de

tempo. Confiabilidade pode variar de 0 a 1. É definida com uma função em

função do tempo.

Segue as funções de confiabilidade, tendo como fonte: Fogliato e Ribeiro

(2009):

2.1.1 Função acumulada de probabilidade

Descrever como as probabilidades estão associadas aos valores ou os

intervalos de valores de uma variável aleatória.

𝐹(𝑡) = 𝑃(𝑇 < 𝑡) = ∫ 𝑓(𝑢)𝑑𝑢, 𝑡 > 0 𝑡

0 (2.1)

2.1.2 Função densidade de probabilidade:

É definido como a probabilidade de o elemento em estudo falhar ao

longo do tempo.

𝑓(𝑡) = 𝑑

𝑑𝑡𝐹(𝑡) (2.2)

2.1.3 Função confiabilidade:

Dada pela probabilidade de uma unidade não falhar em um determinado

intervalo de tempo, a sobrevivência da unidade ao longo do tempo.

𝑅(𝑡) = 1 − 𝐹(𝑡) = 1 − 𝑃(𝑇 ≤ 𝑡) = 𝑃(𝑇 > 𝑡), 𝑡 > 0 (2.3)

2.1.4 Função de risco h(t):

É descrito como a taxa de falha se comporta ao longo do tempo.

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ℎ(𝑡) = 𝑓(𝑡) 𝑥 1

𝑅(𝑡) (2.4)

𝑅(𝑡) = 𝑒𝑥𝑝 [− ∫ ℎ(𝑡)𝑑𝑡𝑡

0] (2.5)

𝑓(𝑡) = ℎ(𝑡)𝑒𝑥𝑝 [− ∫ ℎ(𝑡)𝑑𝑡𝑡

0] (2.6)

2.1.4 Tempo médio até a falha

O tempo médio até uma falha de uma unidade:

∫ 𝑅(𝑡) 𝑑(𝑡)∞

0 (2.7)

2.2 MODELOS DE CONFIABILIDADE

Segue os principais modelos de confiabilidade, tendo como fonte

Fogliato e Ribeiro (2009).

2.2.1 Modelo de confiabilidade exponencial

A distribuição exponencial é importante no estudo da confiabilidade por

ser a única distribuição que apresenta uma taxa de falha constante ao longo do

tempo.

Função de confiabilidade:

𝑅(𝑡) = 𝑒−𝑡 (2.8)

Função de risco ou taxa de risco ou taxa de falha:

ℎ(𝑡) = (2.9)

Tempo médio até a falha:

𝑀𝑇𝑇𝐹 = 𝐸(𝑇) = 1

(2.10)

onde é o parâmetro é o inverso do tempo médio de sobrevivência, como mostra

a equação 2.10.

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2.2.2 Modelo de confiabilidade de Weibull

A distribuição de Weibull é apropriada na modelagem de tempos até

falha apresentando funções de risco constante, estritamente crescente e

estritamente decrescente. Trata-se de uma das distribuições mais importantes

na modelagem de confiabilidade devido à sua flexibilidade e capacidade de

representação de amostras de tempos até falha com comportamentos distintos.

Na análise de amostras de tempos até falha de tamanho pequeno, supor dados

seguindo uma distribuição de Weibull costuma ser um bom ponto de partida na

análise.

Função de confiabilidade:

𝑅(𝑡) = 1 − 𝐹(𝑡) = 𝑒−(𝑡

𝜃)

𝛾

(2.11)

Função de risco ou taxa de falha:

ℎ(𝑡) = 𝛾

𝜃(

𝑡

𝜃)

𝛾−1

(2.12)

Tempo médio até a falha:

𝑀𝑇𝑇𝐹 = 𝐸(𝑇) = 𝛾 + 𝜃 (1 + 1

𝛾) (2.13)

Onde:

𝜃 é a escala;

𝛾 é o fator de forma;

é a função Gama, função integral indefinida.

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2.2.3 Modelo do Lognormal

O tempo até falha T de uma unidade segue uma distribuição lognormal

se Y = lnT for normalmente distribuído. A lognormal é uma distribuição limitada

à esquerda, muito utilizada na modelagem de tempos até reparo em unidades

reparáveis. Nesse caso, é razoável supor que a probabilidade de completar uma

ação de reparo aumenta com o passar do tempo.

Função de confiabilidade:

𝑅(𝑡) = 1 − 𝐹(𝑡) = 1 − ∫ 𝑓(𝑢)𝑑𝑢 = ∫ 𝑓(𝑢)𝑑𝑢 = (μ− ln(𝑡)

𝜎)

𝑡

𝑡

0 (2.14)

Função de risco ou taxa de falha:

ℎ(𝑡) = [(μ− ln(𝑡)/𝜎)] 𝜎𝑡⁄

[(μ− ln(𝑡)/𝜎] (2.15)

Tempo médio até a falha:

𝑀𝑇𝑇𝐹 = 𝐸(𝑇) = 𝑒𝜇+𝜎2

2 (2.16)

Onde:

= é o valor da função de distribuição da distribuição normal padronizada

avaliada em x;

= é o valor da função de densidade da distribuição normal padronizada avaliada

em x;

𝜇 = média do logaritmo do tempo até a falha;

𝜎 = desvio padrão.

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2.3 MANUTENÇÃO

2.3.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DA MANUTENÇÃO

Sistemas de produção industriais estão sujeitos às falhas em

consequência do uso continuo e o tempo que estes sistemas estão em

funcionamento. A deterioração do sistema pode levar ao aumento do uso de

recursos com produção, menor qualidade e a possibilidade de um acidente com

o operador (DOHI et al., 2001). Portanto, um processo de manutenção eficaz se

faz necessário para a redução e evitar possíveis falhas para aumentar o tempo

de vida útil dos equipamentos.

Desde a Revolução Industrial, a manutenção tem sido um grande

desafio, pois apesar do grande avanço, oriundo da tecnologia, essa ainda é uma

atividade de grandes desafios devido aos seguintes fatores como: necessidade

de produção em longa escala, concorrência, que aliados a uma nova filosofia de

organização de responsabilidades, fizeram da manutenção uma das atividades

que mais mudaram nas últimas duas décadas (DHILLON, 2002; MOUBRAY,

1997).

Na indústria atual a manutenção está se tornando ainda mais

importante, com as empresas adotando-a como uma ferramenta de negócios

para geração de lucros, capaz de mantê-las de forma eficiente, eficaz e

econômica sustentando sua sobrevivência a longo prazo (SHARMA et al., 2011).

2.3.2 CONCEITO DE MANUTENÇÃO

Ferreira (1997) define manutenção como: “Ato ou efeito de manter-se.

As medidas necessárias para conservação ou permanência de alguma coisa ou

situação”.

“A combinação de todas as ações técnicas administrativas, incluindo as

de supervisão, destinadas a manter ou recolocar um item em um estado no qual

possa executar a função desejada” (NBR-5462, 1994; BS EM-13306, 2001).

Dhillon (2002 a 2006) define manutenção como: “todas as ações

necessárias para manter um ativo ou restaurá-lo, para uma condição

satisfatória”.

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Kardec e Nasfic (2009) afirmam que além de manter sua função, a

manutenção deve garantir também a confiabilidade e disponibilidade do item, a

atividade deve ser realizada com segurança, se preocupando com o meio-

ambiente e com recursos, sendo essa a missão da manutenção. Mobley et al.

(2008).

2.3.3 EVOLUÇÃO DA MANUTENÇÃO

A manutenção evoluiu ao longo do tempo, pelo fato do avanço

tecnológico que acontece de maneira acelerada nos últimos anos, também pelo

fato do processo industrial exigir um alto rendimento, e para isso as máquinas

precisam funcionar em perfeito estado por mais tempo possível.

Moubray (1997) e Siqueira (2009) dividem a manutenção em três

gerações, cada uma com seus aspectos, evoluindo ao longo dos anos.

A Figura 01 apresenta as três gerações da manutenção e o enfoque de

cada uma.

Figura 01 – avanço temporal da manutenção

Fonte: MOUBRAY, John (1997)

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2.3.4 PRIMEIRA GERAÇÃO

O desenvolvimento técnico da manutenção é acompanhado pela história

da humanidade, tendo seu início com a invenção da máquina a vapor de James

Watt (1736-1819), quando houve a necessidade de reparo das primeiras

máquinas industriais (DHILLON, 2006; TAVARES, 1999).

A primeira geração estende-se até a Segunda Guerra Mundial,

caracterizada por uma indústria altamente mecanizada, com equipamentos

simples que na maioria das vezes eram superdimensionados, onde a produção

não era prioridade, permitindo tempos inativos do sistema. As atividades de

manutenção eram às corretivas, executadas após a quebra ou defeito dos

equipamentos e rotinas operacionais como atividades de limpeza, controle e

lubrificação (MOUBRAY, 1997; SIQUEIRA, 2009).

2.3.5 SEGUNDA GERAÇÃO

O ponto de partida para a segunda geração foi o período pós-guerra,

final dos anos 50, marcado pelo grande aumento na demanda de produtos,

serviços e pela falta de mão-de-obra que pudesse realizar o trabalho de forma

satisfatória. Isso acarretou num aumento forte mecanização, levando a busca da

maior confiabilidade e disponibilidade dos sistemas de produção, com a

disseminação da linha de produção contínua, apresentava máquinas mais

numerosas e complexas, aumentando os custos relacionados à manutenção, e

observou que as máquinas falhava em determinados intervalos de tempos, isso

levou o conceito da manutenção preventiva, para evitar falhas nos

equipamentos. (MOUBRAY, 1997; SIQUEIRA, 2009).

2.3.6 TERCEIRA GERAÇÃO

A partir da década de 70, as técnicas de manutenção desenvolvidas

anteriormente, mostram-se ineficientes em relação os novos requisitos dos

processos de produção, e do processo de automação ocorrida nas indústrias. A

utilização do sistema “just-in-time”, onde se trabalha sem a formação de

estoques, fez com que a falha tivesse um efeito mais severo em relação ao

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sistema de produção. (KARDEC e NASFIC, 2009; MOUBRAY, 1997; SIQUEIRA,

2009).

Conforme Moubray (1997) nessa geração os sistemas de produção

começaram a ser implementados para trabalhar com uma maior exatidão, sendo

dimensionados nos limites operacionais, aumentando a importância do conceito

disponibilidade e confiabilidade, visando aumentar a qualidade e o padrão de

produtividade.

Siqueira (2009) observa que com a automação, aumentou a frequência

de ocorrer uma falha, em razão do avanço das tecnologias. Shenoy e Bhadury

(2005) afirmam que para fazer atender a essa nova filosofia, é necessário da

manutenção o máximo desempenho possível que garanta que os equipamentos

continuarão a realizar suas funções a um gasto mínimo de recursos. A Figura

02, mostra o desenvolvimento das técnicas de manutenção de acordo com suas

gerações.

Figura 02 – desenvolvimento das técnicas de manutenção

Fonte: GUTIÉRREZ, Luis A. Mora. (2005)

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2.4 TÉCNICAS DE MANUTENÇÃO

Existem algumas técnicas de manutenção que podem ser utilizadas, e

são realizadas de acordo com o plano de manutenção elaborado. Essas técnicas

são:

• Manutenção preventiva;

• Manutenção preditiva;

• Manutenção corretiva.

Essas técnicas de manutenção são definidas na literatura, segue abaixo

esses conceitos:

2.4.1 MANUTENÇÃO CORRETIVA

Bloom (2006) define manutenção corretiva como: trabalho realizado a

fim de reparar uma falha em uma máquina. Dillhon (2006) afirma que este tipo

de manutenção como todo tipo de ação realizado para fazer com que a máquina

volte a fazer o seu trabalho com o desempenho satisfatório.

B. G. Filho (2008) divide a manutenção corretiva em duas classes:

corretiva programada, onde a ação de manutenção é realizada após a falha

potencial, e corretiva não planejada, onde a ação de manutenção é realizado

após a ocorrência da falha funcional.

Kardec e Nascif (2009) e Papic et al. (2009) afirmam que uma

dificuldade da manutenção corretiva é a incapacidade dessa ação em prever

futuras falhas. Outra limitação existente é que as atividades de reparo só

acontecem depois que o equipamento apresenta algum tipo de falha (MOBLEY

et al., 2008).

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12

2.4.2 MANUTENÇÃO PREVENTIVA

A NBR-5462 (1994) define como manutenção preventiva a atividades

realizadas em intervalos predeterminados pela equipe responsável, ou de

acordo com critérios prescritos, a fim, de reduzir as ocorrências de falhas.

B. G. Filho (2008) afirma que manutenção preventiva são todas as

atividades de manutenção realizadas quando o sistema apresenta boas

condições de operação, ainda que apresente algum tipo falha. Segundo Mobley

(2008) essas atividades podem ser realizadas em intervalos de tempo

determinados pela equipe de manutenção. Essas atividades podem ocorrer de

acordo com: o tempo de trabalho, processo de produção, horas de

funcionamento e etc.

Foram selecionadas 30 unidades de rolamentos de esfera 6309, novos,

todos com a mesma condição (Pressão, temperatura e o ambiente era

controlado), afim de ver com quantas revoluções cada rolamento iria falhar, o

gráfico está disposto na Figura 03:

Figura 03 – teste de rolamentos de esferas 6309

Fonte: Ball and Roller Theory, Design, & Application. Eschmann, et al John

Wiley & Sons, 1985

Com o gráfico da figura 03, observamos que a manutenção preventiva

não prever a falha, assim, sua aplicação é mais recomendada para elementos

que já tem alguma falha, assim, evitando troca de componentes bons.

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13

2.4.3 MANUTENÇÃO PREDITIVA

A manutenção preditiva consiste em toda atividade de assistência ou

acompanhamento de como se encontra um sistema, seus parâmetros

operacionais e a eventual ocorrência de falhas, sendo realizada através de

medições ou inspeções que não interfiram na operação do sistema em um tempo

predeterminado, afim de detectar a falha em seu estágio inicial. (FILHO, 2008;

MARÇAL, 2000).

Raposo (2004) apresenta o conceito de manutenção preditiva sobre

duas óticas distintas. No primeiro ela é definida dentro de uma política de

manutenção preventiva, onde a falha do sistema é desconhecida e o

levantamento de informações dos parâmetros é realizado de forma contínua,

caracterizando uma preventiva de acompanhamento. No segundo conceito as

técnicas preditivas (análise de vibração, termografia, analise de óleo, ultrassom)

são vistas como um avanço da manutenção preventiva sistemática, sendo vistas

como uma forma manutenção. A Figura 04 nos mostra o passo a passo da

realização das técnicas de manutenção.

Figura 04 – técnicas de manutenção

Fonte: adaptado pelo autor EFÉSO (2002)

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14

2.5 MANUTENÇÃO CENTRADA NA CONFIABILIDADE

A Manutenção Centrada em Confiabilidade (MCC), do inglês Reliability

Centered Maintenance (RCM), é uma abordagem criada no final da década de

60, inicialmente orientada para a indústria aeronáutica, com o objetivo de

direcionar os esforços da manutenção para componentes e sistemas onde a

confiabilidade é fundamental. Seu principal objetivo é garantir a função do

sistema (MOUBRAY, 1997; SIQUEIRA, 2009; WANG e HWANG, 2004).

2.5.1 FUNDAMENTAÇÃO MCC

Garza (2002) afirma que além da introdução de novos abordagens, a

MCC apresenta um objetivo para a manutenção em relação ao modelo realizado

atualmente, embasando as suas ações em novos objetivos. A tabela 01

apresenta as principais as principais diferenças da manutenção tradicional e da

MCC:

Tabela 01 - comparação da manutenção tradicional e MMC

Características Manutenção tradicional MCC

Foco Equipamento Função do equipamento

Objetivo Manter o equipamento Preservar a função

Atuação Componente Sistema

Atividades O que pode ser feito O que deve ser feito

Dados Pouca ênfase Muita ênfase

Documentação Reduzida Obrigatória e sistemática

Metodologia Empírica estruturada

Combate Falhas Consequência das falhas

Normalização Não Sim

Priorização Inexistente Por função

Fonte: Siqueira (2009)

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2.5.2 OBJETIVOS DA MCC

O principal objetivo da Manutenção Centrada em Confiabilidade, é a

preservação da função de cada componente do sistema e a diminuição de custos

da vida dos seus ativos, aumento da confiabilidade e a disponibilidade, isso é

reduzindo o custo com atividade de manutenção. A Figura 05 mostra a evolução

da MCC ao longo dos anos.

Figura 05 - evolução da MCC

Fonte: adaptado pelo autor de PELTOKORPI (2009)

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2.5.3 PROCESSO DE IMPLEMENTAÇÃO

O processo de implantação da MCC na manutenção de um equipamento

ou sistema é realizado seguindo as seguintes etapas: (MOUBRAY, 1997;

SIQUEIRA, 2009; SMITH e HINCHCLIFFE, 2004):

· Etapa 1: Identificação das Funções do Sistema;

· Etapa 2: Análise dos Modos de Falha e Efeitos;

· Etapa 3: Seleção das Funções Significantes;

· Etapa 4: Seleção das Atividades Aplicáveis;

· Etapa 5: Avaliação da Efetividade das Atividades;

· Etapa 6: Seleção das Atividades Aplicáveis e Efetivas;

· Etapa 7: Definição da Periodicidade das Atividades.

A Figura 06 nos mostra um diagrama para a implementação da MCC.

Figura 06 – diagrama de implementação de MCC

Fonte: Leverette, J. C. (2006)

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2.5.4 MODO DE FALHA E EFEITO – FMEA

De acordo com Fogliato e Ribeiro (2009), FMEA é uma técnica de

confiabilidade, que analisa as falhas potencias e seus efeitos, com os objetivos

de : (i) reconhecer e avaliar as falhas potenciais que podem surgir em um produto

ou processo, (ii) indentificar as ações que possam eliminar ou reduzir a chance

de ocorrência dessas falhas, e (iii) documentar o estudo, criando um referencial

técnico que possa auxiliar em revisões desenvolvimentos futuros do projeto ou

processo. Para a MCC a FMEA é uma ferramenta fundamental.

Os efeitos potenciais de falha são definidos como aqueles defeitos,

resultantes dos modos de falha, conforme seriam percebidos pelo cliente. Em

geral, a cada modo de falha corresponde um efeito.

A severidade é o quanto a falha potencial é prejudicial ao elemento em

análise, o efeito também é mensurado de acordo com Fogliato e Ribeiro (2009):

de 1 a 10, onde 1 é pouco severo e 10 é muito severo. Segue abaixo a Tabela

02 com esses dados (Fonte: FOGLIATO E RIBEIRO, 2009).

Tabela 02 - severidade

Fonte: Fogliato e Ribeiro, (2009).

Severidade do efeito Descrição da severidade Escala

Muito alta Quando compromete a segurança da operação ou envolve a infração aos

regulamentos governamentais.

10 9

Alta

Quando provoca insatisfação do cliente, por exemplo, um veículo ou aparelho que não opera, sem comprometer a

segurança ou implicar infração.

8 7

Moderada Quando provoca insatisfação, devido à

queda de desempenho ou mau funcionamento de partes do sistema.

6 5

Baixa Quando provoca uma leve insatisfação, o cliente observa uma leve deterioração

ou queda de desempenho.

4 3

Mínima

Falha que afeta minimamente o desempenho do sistema, e a maioria dos

clientes nem mesmo note sua ocorrência.

2 1

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18

A ocorrência é o quanto a falha acontece ao longo do tempo. Abaixo

segue a tabela 03: de ocorrência de falhas, tirada do livro Fogliato e Ribeiro

(2009).

Tabela 03 – ocorrência

Ocorrência da falha Taxa de falha Escala

Muito alta Falhas inevitáveis 100/1000

50/1000 10 9

Alta Falhas que ocorrem com frequência

20/1000 10/1000

8 7

Moderada Falhas ocasionais 5/1000

2/1000 1/1000

6 5

Baixa Falhas raramente ocorrem 0,5/1000

0,1/1000 4 3

Mínima

Falhas muitos improváveis 0,01/1000

2 1

Fonte: Fogliato e Ribeiro (2009)

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A detecção se refere a capacidade da equipe de trabalho detectar a

falha. Segue a Tabela 04, que nos mostra a escala da detecção:

Tabela 04 – Detecção

Fonte: Fogliato e Ribeiro (2009).

O risco (R) é calculado para priorizar as ações de correção e melhoria

do projeto. No cálculo do risco leva-se em conta a severidade, ocorrência e

detecção. A fórmula em geral empregada para a avaliação do risco é a

multiplicação simples desses três itens, conforme segue:

R = Severidade × Ocorrência × Detecção

Classificação dos riscos:

• Desprezíveis < 32;

• Indesejáveis 32 ≤ risco < 100;

• Intoleráveis ≥ 100

Possibilidade de detecção

Descrição da detecção Escala

Muito remota A equipe de trabalho não identificará

esse modo de falha. 10

Remota A equipe de trabalho provavelmente não

irá detectar esse modo de falha. 9 8

Baixa Há uma baixa probabilidade de a equipe

de trabalho detectar o modo de falha 7 6

Moderada A equipe de trabalho pode detectar o

modo de falha 5 4

Alta Há uma alta probabilidade de a equipe de

trabalho detectar o modo de falha 3 2

Muito alta É quase certo que a equipe de trabalho

irá detectar esse modo de falha 1

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2.5.5 CLASSIFICAÇÃO DAS FALHAS

Moubray (1997) define falha como: incapacidade do item ou elemento

de realizar a sua tarefa de maneira adequada, ou seja, não atendendo a

expectativa do usuário, classificando-a as falhas nos aspectos como: origem,

extensão, velocidade, manifestação, criticidade e idade.

Na MCC as falhas são consequências dos modos de falhas. Zaions

(2003) define como falha funcional como a falta de capacidade de qualquer item

físico realizar uma atividade com desempenho desejado pelo usuário, ou seja, é

quando o equipamento quebra e não consegue desempenhar sua função.

Siqueira (2009) afirma que as falhas funcionais podem ser diferenciadas

em:

Falhas evidentes: quando detectadas durante trabalho normal da

equipe;

Falhas ocultas: uma falha não detectada pela equipe durante trabalho

normal;

Falhas múltiplas: quando uma falha oculta combinada a uma segunda

falha se torna evidente.

Falha potencial é um modo de falha, ou seja, é quando o equipamento

começa a dar sinais de ocorrência da falha (aumento de temperatura, aumento

de vibração, vazamento e etc.). (MOUBRAY, 1997). A Figura 07 apresenta a

curva PF.

Figura 07 – intervalo P-F

Fonte: adaptado pelo autor de NASA (2008)

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O intervalo entre os pontos P e F é onde a equipe de manutenção tem

que identificar as falhas no equipamento e corrigi-las, para o mesmo não parar

de funcionar, chegando no ponto F (Falha funcional). Quanto mais próximo do

ponto P (falha potencial) identificar as falhas melhor, pois, quanto maior for o

tempo para identificar falha, mais caro fica o custo com o reparo.

2.5.6 MECANISMO DE FALHAS

A curva banheira é dividida em três fases: mortalidade infantil,

amadurecimento da vida útil e envelhecimento, como descreve bem a Figura 08.

A curva banheira é bem representada pela distribuição Weibull, onde seu fator

de forma, inclinação da curva (𝛾) é que vai determinar a região em que se

encontra o sistema ou elemento em análise.

𝛾 < 1 mortalidade infantil

𝛾 = 1 amadurecimento da vida útil

𝛾 > 1 envelhecimento ou degradação

Figura 08 - curva banheira

Fonte: GUTIÉRREZ, Luis A. Mora. (2005)

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3 ESTUDOS DE CASO – SISTEMA DE REFRIGERAÇÃO

3.1 SELEÇÃO DOS SISTEMAS E COLETAS DE INFORMAÇÕES

Foi feito a análise de um sistema de refrigeração com dados hipotéticos,

afim de aplicar os conceitos da manutenção centrada em confiabilidade.

Sistema de refrigeração, presente na figura 09, consiste em remover

calor de um ambiente, afim de deixar o mesmo com a temperatura desejada. Os

seus principais componentes são: condensador, compressor, evaporador e

válvula de expansão.

Figura 09 - sistema de refrigeração

Fonte: Ana Paula Garrido – DuPont do Brasil

O ciclo de refrigeração iniciado no compressor é o responsável pelo

aumento da pressão do fluído e consequentemente aumento da sua

temperatura, logo após o fluído vai para o condensador que é onde o calor do

ambiente a ser refrigerado é rejeitado para o ambiente externo, depois o fluido

passa pela válvula de expansão onde será diminuído a sua pressão e

temperatura, e por fim o fluído vai para evaporador, que é um trocador de calor,

onde ocorre a vaporização devido a absorção de calor do ambiente refrigerado.

Selecionando o sistema e subsistemas de análise, o próximo passo é a

identificação das funções primárias e secundárias, exercidas pelos seus

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componentes, bem como as falhas funcionais, que devem ser evitadas aplicando

a MCC.

De acordo com o Siqueira (2009), as funções devem ainda ser

priorizadas e somente aquelas nas quais suas falhas funcionais impactam na

segurança, meio ambiente, operação e economia, continua sob análise.

Os componentes escolhidos para a análise da MCC foram: compressor,

evaporador, válvula de expansão e condensador.

3.2 ANÁLISE MODOS DE FALHAS E EFEITOS

Após a análise de cada função dos componentes do sistema de

refrigeração, é aplicada a FMEA uma das etapas mais importantes na MCC, pois,

é aonde se vai detectar possíveis falhas potenciais e seus efeitos. Outro fator

importante na FMEA é o número de risco, calculado a partir dos indicadores:

severidade, ocorrência e detecção, esses indicadores são apresentados nas

Tabelas: 02, 03 e 04. A tabela 05 mostra a severidade, ocorrência e detecção

dos componentes do sistema de refrigeração (obtidos de forma aleatória, só para

a aplicação) e a tabela 06 mostra os modos e efeitos de falha dos componentes.

Tabela 05 – Severidade, ocorrência e risco do sistema de refrigeração

O número de risco é um indicador que nos diz quais os componentes do

sistema merecem mais atenção da equipe de trabalho, todos os componentes

caíram na situação de riscos indesejáveis, de acordo com a classificação (32

≤risco<100).

Componente Ocorrência Severidade Detecção Risco

Válvula de expansão 4 3 3 36

Compressor 6 3 4 72

Condensador 5 4 4 80

Evaporador 6 4 4 96

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Tabela 06 – efeitos e falhas dos componentes do sistema de refrigeração

Componente Modo de falha Efeito de falha

Válvula de expansão Válvula não abre Não haverá controle de

pressão de ar

Compressor Baixa eficiência térmica Perda de capacidade de

refrigeração

Condensador Filtros saturados

Aumento da perda de carga no sistema,

congelamento da linha líquido refrigerante.

Evaporador Excesso de vibração Quebra do

equipamento.

3.3 SELEÇÃO DO MODELO DE CONFIABILIDADE

Nesta etapa, utilizamos o software MINITAB 18 para a obtenção das

curvas dos modelos de confiabilidade: Weibull, lognormal e exponencial. Tem

como objetivo saber qual das curvas se ajusta melhor ao conjunto de dados.

Para a aplicação desses modelos foi utilizado 49 pontos (obtidos de

forma aleatória), analisando o sistema em 500 horas, esses pontos descritos na

tabela 07 são as horas em que o sistema falhou.

Tabela 07 – Tempo de falha do sistema de refrigeração

Tempo de falhas em horas

Ponto Tempo (h) Ponto Tempo (h) Ponto Tempo (h)

1 15 18 145 35 242

2 23 19 149 36 255

3 62 20 153 37 264

4 78 21 158 38 273

5 80 22 162 39 282

6 85 23 167 40 301

7 97 24 171 41 312

8 105 25 175 42 330

9 110 26 183 43 345

10 112 27 189 44 360

11 119 28 190 45 383

12 121 29 197 46 415

13 125 30 210 47 436

14 128 31 218 48 457

15 132 32 225 49 472

16 137 33 230

17 140 34 237

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Com esses dados, obtemos as curvas de confiabilidade, utilizando o

método dos mínimos quadrados (técnica matemática para encontrar o melhor

ajuste ao conjunto de dados) e com índice de confiabilidade de 95%. Segue

abaixo as curvas obtidas no software MINITAB 18:

3.3.1 TESTE DE QUALIDADE DOS AJUSTES ANÁLISE

A partir dos dados selecionados, através do software MINITAB 18,

obteve-se os gráficos de distribuições e foi feito testes de qualidade dos ajustes

(Figura 10), para que saber qual das distribuições melhor se adequa ao conjunto

de dados.

Através da análise visual dos gráficos das distribuições e dos valores da

estatística de Anderson Darling (AD) (A estatística de Anderson-Darling serve

para medir quão bem os dados seguem uma distribuição particular. Quanto

menor essa estatística for, implica que temos a melhor distribuição que se aplica

aos dados), que quanto menor seu valor melhor é o ajuste, temos a distribuição

Weibull que melhor modela os dados.

Figura 10 – Teste de qualidade dos ajustes

Fonte: Minitab 18

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Através da análise visual dos gráficos da Figura 10 das distribuições e

dos valores da estatística de Anderson Darling (AD), temos a distribuição Weibull

que melhor modela o conjunto de dados do sistema de refrigeração. Com esse

dado e o histórico de falhas de cada componente do sistema de refrigeração,

vamos plotar as curvas de confiabilidade, utilizando o modelo Weibull. Essas

curvas tem o objetivo auxiliar na escolha do tipo de manutenção que vai ser

realizada em cada componente.

3.3.2 Válvula de expansão

A Figura 11 nos mostra uma função taxa de falha, decrescente,

comportamento típico de equipamentos que estão na fase de mortalidade

infantil, de acordo com a curva banheira (Figura 08), para esses casos o tipo de

manutenção apropriada é a corretiva. A função densidade de probabilidade já

começa no pico, devido componente está na região de mortalidade infantil, onde

as falhas são maiores no começo da vida útil do equipamento. A função

sobrevivência nos mostra que a confiabilidade do componente diminui

rapidamente ao longo do tempo.

Figura 11 – modelo de confiabilidade Weibull – Válvula de expansão

Fonte: Minitab 18

Tempos de falhas da válvula de expansão em horas: 15, 23, 145, 149, 242, 255.

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3.3.3 Compressor

A Figura 12 nos mostra uma função taxa de falha crescente,

comportamento típico de equipamentos que estão na região de envelhecimento

ou degradação, de acordo com a curva banheira (Figura 08), para esses casos

o tipo de manutenção recomendada é a preventiva. A função densidade de

probabilidade cresce até um pico, e depois decresce. A função sobrevivência é

constante no início (chamada vida útil do equipamento), depois a função diminui

exponencialmente com o tempo.

Figura 12 – modelo de confiabilidade Weibull – compressor

Fonte: Minitab 18

Tempo de falhas compressor em horas: 62, 78, 80, 85, 153, 158, 162, 167, 264,

273, 282.

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3.3.4 Condensador

A Figura 13 nos mostra uma função taxa de falhas, com o

comportamento crescente, típico de equipamentos que estão na fase de

envelhecimento ou degradação, de acordo com a curva banheira (Figura 08),

para esses casos o tipo de manutenção recomendada é a preventiva. A função

de sobrevivência nos mostra a confiabilidade do sistema ao longo do tempo,

onde o período inicial é onde temos o tempo de vida útil do componente, logo

após esse período a confiabilidade diminui ao longo do tempo.

Figura 13 – modelo de confiabilidade Weibull – condensador

Fonte: Minitab 18

Tempo de falhas do condensador em horas: 121, 125, 128, 132, 137, 140, 197,

210, 218, 225, 230, 237, 415, 436, 457, 472.

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3.3.5 Evaporador

A Figura 14 nos mostra uma função taxa de falhas crescente,

comportamento típico de equipamentos que estão na fase de desgaste ou

degradação de acordo com a curva banheira (Figura 08), para esses casos o

tipo de manutenção recomendada é a preventiva. A função de sobrevivência é

constante nas primeiras horas (chamada vida útil do equipamento) e depois a

confiabilidade diminui exponencialmente com o tempo.

Figura 14 – modelo de confiabilidade Weibull – Evaporador

Fonte: Minitab 18

Tempos de falhas do evaporador em horas: 97, 105, 110, 112, 119, 171, 175,

183, 189, 190, 312, 330, 345, 360, 383.

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3.4 SELEÇÃO DAS ATIVIDADES APLICAVÉIS PARA O ESTUDO DE CASO

Segundo Siqueira (2009), as atividades é um processo estruturado para

determinar se uma tarefa de manutenção selecionada é efetiva para diminuir a

um nível aceitável, as consequências previstas para uma falha. Para tal, existem

critérios. Primeiro, a atividade de manutenção escolhida deve ser viável

tecnicamente, ou seja, deve ser uma atividade que esteja ao alcance da equipe

que vai realizar a tarefa. Além disso, a atividade deve ser viável com os recursos

disponíveis.

A atividade de manutenção deve aumentar a detecção e diminuir a

ocorrência e severidade dos componentes, com isso os modos de falhas devem

ser eliminados ou diminuídos ao longo do tempo. De acordo com criticidade de

cada equipamento, e análise dos gráficos de confiabilidade, foi definido o tipo de

manutenção que melhor se adequa a cada componente do sistema de

refrigeração, como mostra a Tabela 08:

Tabela 08 – Seleção das atividades de manutenção

Componentes Modo de

falha Falha

Tipo de manutenção

Atividade recomendada

Válvula de expansão

Válvula não abre

Não haverá controle de

pressão de ar Corretiva

Rotina de inspeção no

compressor de ar ou troca do

componente.

Compressor Baixa

eficiência térmica

Perda de capacidade

de refrigeração

Preventiva Rotina de inspeção, fazer o cálculo do

superaquecimento.

Condensador Filtros

saturados

Aumento da perda de carga no sistema,

congelamento da linha líquido

refrigerante.

Preventiva Aumentar a

frequência de inspeção nos filtros

evaporador Perda do

fluido refrigerante

Perda de capacidade

de refrigeração.

Preventiva Aumentar a

frequência de inspeção

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4 ESTUDO DE CASO - EIXO MECÂNICO

Para a aplicação da manutenção centrada em confiabilidade, foi feito um

caso hipotético. O caso em estudo é um eixo mecânico, que é um elemento que

tem inúmeras aplicação na indústria.

4.1 SELEÇÃO DOS SISTEMAS E COLETAS DE INFORMAÇÕES

Eixos Elementos de máquinas utilizados para suportar componentes

rotativos e/ou transmitir potência ou movimento rotativo ou axial. Os eixos

trabalham em condições extremamente variáveis de carregamento.

A maioria dos eixos são construídos em aço com baixo e médio teor de

carbono. Os eixos com médio teor de carbono exigem um tratamento térmico

superficial, pois estarão em contato permanente com buchas, rolamentos e

materiais de vedação. Existem eixos fabricados com aços-liga, altamente

resistentes.

4.2 ANÁLISE DOS MODOS DE FALHAS E EFEITOS

A FMEA é uma das principais etapas da MCC, é onde conhecemos as

falhas potenciais e seus efeitos.

A Tabela 09 nos mostra os modos de falhas observados no eixo

mecânico, segue a tabela:

Tabela 09 – efeitos e falhas do eixo mecânico

Conhecendo o modo de falha do componente, agora é calculado a

severidade, ocorrência e detecção (obtidos de forma aleatória) (usando as

tabelas: 02, 03 e 04) para assim ter o número de risco, a tabela 10 nos mostra

esses dados:

Componente Função Modo de falha Efeito de falha

Eixo

Transmitir

movimento,

torque.

Não transmite

movimento, não

transmite torque

Empenamento,

desgaste.

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Tabela 10 – Severidade, ocorrência, detecção, risco do eixo mecânico.

Componente Severidade Detecção Ocorrência Risco

Eixo mecânico 6 3 8 144

A partir do número de risco, chegamos à conclusão que esses riscos são

intoleráveis, pois, número de risco > 100.

4.3 SELEÇÃO DO MODELO DE CONFIABILIDADE

Nesta etapa, foi utilizado o software MINITAB 18 para a obtenção das

curvas dos modelos de confiabilidade: Weibull, lognormal e exponencial. Com o

objetivo de saber qual das distribuições melhor se adequa ao conjunto de dados.

Para a aplicação desses modelos foi utilizado 29 pontos (dados

aleatórios), analisando o sistema em 100 horas, esses pontos são as horas em

que o sistema falhou. Segue abaixo a tabela 11 com esses pontos:

Tabela 11 – Tempos de falhas do eixo mecânico

Tempos de falhas em horas

Ponto Tempo (h) Ponto Tempo (h) Ponto Tempo (h)

1 20,99 14 49,97 28 90,34

2 23,11 15 53,96 29 94,59

3 32,01 16 56,53

4 32,78 17 59,45

5 36,57 18 61,68

6 38,27 19 62,22

7 39,33 20 65,84

8 39,83 21 66,07

9 40,24 22 66,60

10 43,44 23 67,24

11 43,64 24 68,23

12 46,95 25 88,19

13 48,33 26 88,70

Com esses dados, obtemos as curvas de confiabilidade, utilizando o

método dos mínimos quadrados (técnica matemática para encontrar o melhor

ajuste ao conjunto de dados) e com nível de confiabilidade de 95%. Segue as

curvas dos modelos de confiabilidade:

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4.3.1 TESTE DE QUALIDADE DOS AJUSTES

ANÁLISE

A Figura 15 nos mostra o teste de qualidade de ajustes, com a inspeção

visual dos gráficos e o número de Anderson Darling (AD) (A estatística de

Anderson-Darling serve para medir quão bem os dados seguem uma distribuição

particular. Quanto menor essa estatística for, implica que temos a melhor

distribuição que se aplica aos dados), quanto menor esse valor melhor os dados

se adequam a distribuição, vimos que a distribuição que melhor representa o

conjunto de dados é a Lognormal.

Figura 15 – Teste de qualidade de ajustes

Fonte: Minitab 18

Conhecendo a melhor distribuição, agora vamos plotar as curvas de

confiabilidade, utilizando o modelo Lognormal. Essas curvas tem o objetivo

auxiliar na escolha do tipo de manutenção que vai ser realizada em cada

componente.

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4.3.2 Modelo de confiabilidade Lognormal

ANÁLISE

A Figura 16 nos mostra as funções: taxa de falha, densidade de

probabilidade e sobrevivência do modelo de confiabilidade Lognormal. A função

densidade de probabilidade nos mostra a probabilidade de um componente

falhar ao longo do tempo, e vimos que a função cresce e chega ao pico em torno

de 50 horas, e depois decresce. A função sobrevivência mostra a confiabilidade

do sistema em estudo ao longo do tempo, a função é constante, até a ocorrência

da falha potencial, depois a função diminui exponencialmente com o passar do

tempo. A função taxa de falha é constante nas primeiras horas, e depois aumenta

exponencialmente com o passar do tempo, estando assim numa zona de

desgaste ou degradação, de acordo com a curva da banheira (Figura 08).

Figura 16 – modelo de confiabilidade Lognormal - Eixo mecânico

Fonte: Minitab 18

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4.4 SELEÇÃO DAS ATIVIDADES APLICAVEIS AO ESTUDO DE CASO

Após a análise da FMEA, observando o nível de criticidade do eixo, e

analisando o modelo de confiabilidade que melhor se adequa ao conjunto de

dados, o melhor tipo de manutenção a realizar é a preventiva, para a eliminação

ou diminuição dos modos de falhas, pois o sistema se encontra numa zona de

desgaste ou degradação.

A seguir na Tabela 12 são apresentadas as atividades recomendadas

para o eixo mecânico:

Tabela 12 – atividades recomendadas eixo mecânico.

Componentes Modo de

falha Falha

Tipo de manutenção

Atividade recomendada

Eixo mecânico

Não transmite movimento,

não transmite torque.

Empenamento, desgaste.

Preventiva Lubrificação,

limpeza ou troca do equipamento.

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5 CONCLUSÃO

• A MCC é uma ferramenta que auxilia a definição dos métodos de

manutenção mais adequados aos componentes estudados.

• Através da MCC pode-se fazer um estudo preliminar, com o objetivo de

preservar as funções dos componentes, e posteriormente utilizar os

dados obtidos na MCC com os dados práticos do funcionamento do

componente (histórico de falhas) para a obtenção de uma análise mais

detalhada.

• Para o estudo de caso do sistema de refrigeração, cada componente

obteve um tipo de manutenção mais adequada: Válvula de expansão:

corretiva, Compressor: preventiva, condensador: preventiva, evaporador:

preventiva.

• Para o estudo de caso do eixo o tipo de manutenção mais adequada foi a

preventiva.

• A utilização da MCC pode gerar uma redução dos custos finais com

produção, fazendo o que deve ser feito, assim, reduzindo os custos de

manutenção.

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