263
Maçonaria e Programação Neurolinguística Martha Follain. DEDICATÓRIA: “In memoriam” dos maçons ARY FOLLAIN (1910-1975), meu pai, homem probo, meu melhor amigo - meu afeto. E EDWARD BACH (1886-1936), que demonstrou compaixão para com os seres vivos, criando as essências florais - minha gratidão. Ao maçom CLAUDIOMAR LOPES BARCELLOS (1935), M.I., 33° do R.E.A.A. – Pelotas/RS - meu respeito. Martha Follain. Junho/2006 – São Paulo - SP PREFÁCIO – APRESENTAÇÃO por Claudiomar Lopes Barcellos

Maçonaria e a Mente Inconscientemuseumaconicoparanaense.com/MMPRaiz/Biblioteca/… · Web viewOs Signos Zodiacais, assim como todos os mitos solares e agrários da Antiguidade, representam

  • Upload
    others

  • View
    1

  • Download
    1

Embed Size (px)

Citation preview

Maçonaria e Programação Neurolinguística Martha Follain.

DEDICATÓRIA: “In memoriam” dos maçons ARY FOLLAIN (1910-1975), meu pai, homem probo, meu melhor amigo - meu afeto. E EDWARD BACH (1886-1936), que demonstrou compaixão para com os seres vivos, criando as essências florais - minha gratidão.Ao maçom CLAUDIOMAR LOPES BARCELLOS (1935), M.I., 33° do R.E.A.A. – Pelotas/RS - meu respeito.Martha Follain.Junho/2006 – São Paulo - SP

PREFÁCIO –

APRESENTAÇÃO – por Claudiomar Lopes Barcellos                               A Drª. Martha Follain honrou-me com a solicitação para que fizesse a apresentação do seu livro “Maçonaria e Programação Neurolinguística”, em virtude de ter acompanhado a elaboração de tão preciosa obra, sem quebrar meu juramento de sigilo.     A Drª. Martha interessou-se pela Maçonaria, em virtude de seu saudoso pai, Dr. Ary Follain, ter pertencido à Ordem Maçônica. Não obstante

pesquisarmos sobre a afiliação maçônica, que deve ter sido por volta do ano de 1950. Infelizmente, não obtivemos, até o presente, resposta da Grande Loja Maçônica do Estado do Rio de Janeiro (GLMERJ) ou do Grande Oriente do Brasil/Rio de Janeiro (GOB/RJ).     A autora, mulher culta e inteligente, tem escrito inúmeros artigos sobre vários assuntos, mormente, Vegetarianismo, Defesa dos Direitos dos Animais Não Humanos, PNL, Terapias Holísticas etc., mas, este é o primeiro livro que escreve.     Seu objetivo, ao lançar-se à tarefa de escrever tal obra, foi prestar homenagem a seu saudoso pai e ao médico inglês, Dr. Edward Bach, criador da Terapia dos Florais que leva seu nome - Florais de Bach. Na biografia do ilustre e humanitário médico, sua assistente, Srª.  Nora Weeks cita sua afiliação à Maçonaria inglesa.     O segundo objetivo foi trazer ao conhecimento dos Maçons e suas Famílias, o quanto de importância tem a Filosofia Maçônica, para a Evolução da Humanidade. Eu costumo dizer que, a Franco-Maçonaria, com sua ação libertadora, foi a “parteira” das Independências das Nações Americanas, eis que, todos os movimentos dessas independências, foram liderados pelos Maçons.   O terceiro objetivo foi mostrar  a Maçonaria sob a ótica da PNL - Programação Neurolinguística.   A Drª. Martha foi uma brilhante aluna de um dos criadores da PNL, o Dr. John Grinder, professor da UCLA - Universidade da Califórnia (EUA).     O livro começa a mostrar a estrutura da Maçonaria, em seus Ritos, Graus, histórico e finaliza com a ótica da Sublime Instituição, a Arte Real, sob a Luz da PNL.     Por certo, tal enfoque dado pela Drª. Martha é inédito na bibliografia Maçônica, tanto a de elaboração dos pesquisadores maçons como profanos. Sabe-se que a Maçonaria é estudada em Universidades, como fato cultural, sociológico, antropológico, histórico, etc.     Lembremo-nos que homens de valor intelectual, cultural e ético, foram Maçons e brindaram a Humanidade com  suas preciosas obras. Citemos Carl Gustav Jung, Carl Sagan e Gibran Kalil Gibran, entre inúmeros.      Eis a obra que vem a Luz num momento da História da Humanidade, que podemos chamar da Grande Transição.  Se, a maioria dos meus Irmãos de Fraternidade, vê com preocupação, tantos livros sobre Maçonaria, eu, creio, firmemente, que o Sigilo Maçônico está preservado no íntimo dos Iniciados na Sublime Instituição, está resguardado no “Sanctu Sanctorum” do Coração do Maçom...

     Também, um dos Paradigmas Espirituais da Humanidade e da Maçonaria, o Mestre Yeoshua (latinizado para Iesu, Jesus), previu que, quando chegassem os Tempos Finais, tudo que fosse oculto seria revelado... Ora, se a Maçonaria tem tanto ensinamento de Luz, seu Farol está beneficiando a Humanidade, quando sua Luz se expande e se revela, como no caso desta importante obra da Drª. Martha.     Que o Grande Arquiteto do Universo, que é Deus, ilumine a compreensão dos Maçons, ao lerem “Maçonaria e Programação Neurolinguística”.     Um fraternal abraço a todos,     Claudiomar Lopes Barcellos, M.*.I.*., 33     ARLS Fraternidade nº 3 - R.*.E.*.A.*.A.*. - Or.*. de Pelotas/RS - GLMERGS

*****************************     “O vinho é forte,O rei é mais forte,As mulheres mais fortes ainda.Mas, a verdade conquista tudo”.Inscrição no interior da Capela de Rosslyn (Lothian – Escócia).

“- Companheiro sobre a Torre,De onde vens dia após dia?

- Venho das trevas profundasEm que se debate nosso velho mundo,Onde tudo é frio, hostil e escuro.

- Companheiro sobre a Torre,Que vês tu dia após dia?

- Vejo as sublimes obras-primasDos grandes obreiros anônimos,Os bons companheiros de antigamenteQue trabalhavam com alegriaE que nos abriram o CaminhoPorque possuíam a Fé.

- Companheiro sobre a Torre

Que fazes dia após dia?

- Da Natureza inteira eu tomoA inumerável e rude matéria,E com meu coração e minhas mãosSegurando a ferramenta que canta e ressoa,Transformo-a e dou-lhe forma.E, trabalho para todos os seres humanos”.La Gaité-de-Villebois (maçom medieval).

LUX E TENEBRIS

ÍNDICE:

MAÇONARIA:1- Origem, Mitos e História;2- Conceito, As Mulheres e a Maçonaria, Objetivos, Missão, Propósitos,

Obediências;3- Ritos e Graus: Rito Escocês Antigo e Aceito; Rito de York e “Emulation

Rite”; Rito de Schröder; Rito Francês ou Moderno; Rito Brasileiro; Rito Adonhiramita;

4- Ritualismo, Simbolismo e Símbolos;5- Maçonaria e Hermetismo;6- Maçonaria e Astrologia;7- Maçonaria e Holismo;8- Os Templos Maçônicos;9- A Maçonaria no Brasil.

PROGRAMAÇÃO NEUROLINGUÍSTICA (PNL) E MAÇONARIA:1- Conceito, Origem e História da PNL;2- Pressupostos da PNL;3- Como nos comunicamos com o mundo: Uso Adequado da Voz; Uso dos

“Cérebros”; Linguagem: canais de comunicação (linguagem verbal), pistas de acesso, fisiologia - “rapport” (linguagem corporal) - formas para obter “rapport”; “Rapport” e Cadeia de União;

4- PNL e Física;5- Cérebro: Como o Cérebro Processa Informações; Como o Cérebro

funciona; Anatomia do Cérebro; O Universo Holográfico - Cérebro Holográfico e Maçonaria; Cérebro Reptiliano: Aprendiz; Sistema Límbico: Companheiro; Cérebro Neocortical: Mestre; Cérebro e Maçonaria são Ritualísticos; Mente Consciente, Mente Inconsciente e Maçons; Símbolos e Rituais Maçônicos; Hemisfério Esquerdo, Hemisfério Direito e Ritos;

6- Sociedade Planetária – Maçonaria e Terceiro Milênio.

MAÇONARIA:

1- Origem, Mitos e História:

A Maçonaria, ou Ordem Maçônica, a mais famosa das “ditas” sociedades secretas, está envolta em segredos; seu próprio nascimento é misterioso e, não pode ser detectado. Tal falta de comprovação de sua origem, é atribuída ao fato de ser uma instituição sigilosa e, em tempos remotos seus ensinamentos serem transmitidos oralmente, não havendo referências documentais. A falta de registros faz com que, o nascedouro da Ordem Maçônica, esteja envolto em contradições e divergências. Porém, os fundamentos da filosofia maçônica estão presentes em diversas sociedades antigas: na Grécia, no Egito, etc. Em todas as culturas, o ser humano sempre procurou conhecer e estudar a respeito de sua própria natureza e a finalidade da existência. Criaram-se Tradições, as quais reconheciam propósitos para a humanidade. De uma forma geral, essas Tradições estavam ligadas à religião da sociedade na qual se desenvolveram. Essas Tradições são os “Mistérios”. Os “Mistérios” eram Escolas de Conhecimento que ofereciam estudo a respeito de “reinos não materiais” e das leis naturais que neles operavam, onde somente iniciados eram admitidos. O conhecimento era transmitido através de etapas (graus), e a instrução envolvia Rituais e uma elaborada estrutura simbólica, utilizada para preservar os ensinamentos. Os “Mistérios”, não eram necessariamente religiões - a preocupação maior era com a filosofia e a moral. Eles se dividiam em Mistérios Menores e Maiores. Os primeiros eram preparatórios, e nos Mistérios Maiores o conhecimento completo era comunicado. Assim, as antigas Tradições dos “Mistérios”, expressaram sua filosofia e, graças ao simbolismo dessas tradições, pôde ser preservada. O objetivo

sempre foi o mesmo, conservado pela Maçonaria: conhecer a si mesmo descobrindo a centelha divina interior, aperfeiçoando-se continuamente, no caminho da moral, da retidão e da felicidade.Alguns autores dividem a história da Maçonaria em três períodos:

1- Maçonaria Primitiva ou Pré-Maçonaria:Abrange o conhecimento herdado de antigas civilizações. A Maçonaria Primitiva pode ser dividida:- Mistérios Persas e Hindus;- Mistérios Egípcios;- Mistérios Gregos dos Cabiris (deuses cuja adoração remonta à Ilha de Samotrácia, onde os Mistérios Cabíricos foram praticados até o início da era cristã. Havia a lenda da morte e ressurreição de Atys, filho da deusa Cibele);- Mistérios Gregos de Elêusis ou de Ceres ou Deméter (de todos os Mistérios dos antigos, eram os mais populares. Celebrados na Vila de Elêusis, próximo a Atenas, eram dedicados à deusa Deméter. Neles a perda e a restituição de Perséfone, filha de Deméter, eram representados de forma cênica);- Mistérios Judaicos de Salomão;- Mistérios Gregos de Orfeu;- Mistérios Gregos de Pitágoras (filósofo grego que nasceu na Ilha de Samos, por volta de 584 a.C.. Viajou muito para adquirir conhecimento: foi iniciado pelos sacerdotes, no Egito, nos Mistérios Egípcios. Na Babilônia familiarizou-se com os ensinamentos místicos dos caldeus e teve contato com os cativos judeus que haviam sido exilados de Jerusalém e lá residiam);- Mistérios dos Essênios (sociedade ou seita judaica que combinava o trabalho com as práticas religiosas);- Mistérios Romanos. 2- Maçonaria Operativa ou de Ofício:Estende-se por toda a Idade Média e a Renascença e extingue-se com a fundação da Grande Loja de Londres em 1717;3- Maçonaria Especulativa ou Franco-Maçonaria ou Maçonaria dos

Aceitos:A fundação da Grande Loja de Londres determina o início da Maçonaria Especulativa.

Dentre os “Mistérios”, os da civilização egípcia forneceram muitos subsídios e fundamentos à Maçonaria. Os primeiros egípcios parecem ter sido influenciados pelos construtores de cidades da Suméria – emigrantes sumérios

podem ter levado a técnica de construção para o Egito. A Maçonaria tem alguns símbolos que são egípcios, como pirâmides, olho de Hórus, etc. – que podem ter origem suméria – pesquisadores indicam a Suméria como berço de toda civilização.Há uma lenda, relatada por Plutarco, escritor e filósofo grego, que liga a Ordem a Ísis (a mãe de todos os seres e personificação da Natureza e da Vida) e Osíris (deus supremo, o deus que levou a civilização ao Egito, filho de Geb, a Terra e de Nut, matéria primordial do espaço infinito), no Egito. A Maçonaria, segundo a lenda, pode ter tido origem nos “Mistérios” egípcios (os Mistérios egípcios dividiam-se em três graus: mistérios de Ísis, de Osíris e os de Hórus, que posteriormente, poderiam ter originado os três Graus na Maçonaria Simbólica), no “ocultismo” desses ensinamentos. A Ordem recebeu várias influências egípcias: os construtores das pirâmides, os “pedreiros”, foram os primeiros a sistematizar e transmitir os preceitos maçônicos. A Geometria, empregada nas grandes construções é a mesma para os maçons. Elementos dos Templos egípcios, como as colunas, estão presentes nas atuais Lojas. Os iniciados adotam o princípio da Luz e das Trevas, em eterna luta, como no mito de Ísis e Osíris: Seth (deus do caos, da confusão, da traição, das tempestades, do vento, do deserto e das terras estrangeiras), com inveja de Osíris (seu irmão), por este ter herdado o reino do pai na Terra, engendrou um plano para matá-lo e usurpar o poder. Seth tirou as medidas de Osíris enquanto ele dormia e, organizou um banquete para os setenta e dois deuses da corte, no qual lançou um desafio: aquele que coubesse no esquife (que mandou fazer com as medidas de Osíris), o ganharia de presente. Claro que, somente Osíris coube. Seth trancou-o e mandou jogá-lo no rio Nilo. A corrente arrastou a urna até o Mar Mediterrâneo, até Biblos, na Fenícia. Ísis, esposa de Osíris, partiu em busca do marido. Encontrou-o e voltou com o esquife. Seth descobriu e cortou o corpo do irmão em catorze pedaços, espalhando-os pelo Egito – são também catorze os dias de um funeral, na Lenda Maçônica do 3º Grau, Mestre – pode ser uma referência à metade da idade lunar, ou de seu período negro, simbólico da escuridão da morte, seguido pelos catorze dias de Lua Cheia, ou de retomada da vida. Ísis parte, novamente, em busca dos despojos do esposo e, encontra todas as partes. Ísis foi ajudada por Anúbis, deus guia dos caminhos do além-túmulo com cabeça de chacal, que embalsamou Osíris, e este se tornou a primeira múmia do Egito. Ísis conseguiu que o marido embalsamado a fecundasse e, dessa união, nasceu Hórus, que assumiu o poder e reinou na Terra.

Dentre os Mistérios Judaicos de Salomão, há a lenda que, situa a origem da Maçonaria na construção do Grande Templo de Salomão, em Jerusalém, narrada no Velho Testamento (I Reis). Davi, rei da tribo de Judá, que se tornou rei por volta de 1000 a.C., desejava construir um Templo, onde a Arca da Aliança (receptáculo das Tábuas dos Dez Mandamentos) ficasse definitivamente guardada, ao invés de permanecer em tenda provisória, existente desde os tempos de Moisés. Davi e seu filho Salomão (Salomão, nono filho de Davi, com Bate-Seba - foi o terceiro rei do povo hebreu, tendo sucedido a seu pai em cerca de 997 a.C.. Reinou por quarenta anos.), foram encarregados de concretizar os planos do Arquiteto Divino. Davi não viu a obra concluída, por causa de envolvimentos pessoais: Davi se apaixonou por Bate-Seba e foi responsável pela morte de seu marido Urias. O filho de Davi, o príncipe coroado Amom, foi assassinado por seu irmão Absalão, depois de ter estuprado sua meia irmã Tamar, e Absalão tentou usurpar o reino de seu pai. Houve uma guerra civil: Davi conseguiu manter seu reino e mandou matar Absalão, por enforcamento. Com tantos problemas e dissabores, Davi não construiu o Templo planejado. Davi estava em seu leito de morte quando Adonias, o herdeiro do trono, foi coroado rei. Antes que a festa de coroação terminasse, Salomão foi ungido rei por Sadok, com a aquiescência e ajuda do próprio Davi. A cerimônia de Salomão foi considerada como a verdadeira. Salomão então recebe de Deus, a missão de construir o Templo, seguindo as instruções deixadas pelo profeta Natan, ao qual “o Senhor deu sonhos” com as indicações necessárias. Salomão não conseguindo arregimentar mão de obra qualificada em Israel solicitou a Hiram, rei de Tiro (Fenícia), os operários necessários. Hiram, atendendo ao pedido do rei Salomão, designou os trabalhadores (e também forneceu madeira do Líbano - cedro), recebendo em troca trigo, cevada, azeite e vinho. Salomão mandou construir o Templo no Monte Moriá, no quarto ano do seu reinado e confiou seus planos a um arquiteto, indicado por Hiram, rei de Tiro, chamado Hiram Abiff (filho de um tírio, obreiro do bronze, e de uma viúva da tribo de Nephtali). Hiram Abiff dividiu os trabalhadores em três categorias, segundo suas aptidões e responsabilidades: uns deveriam trabalhar nas montanhas extraindo pedras (Aprendizes); outros transportariam as pedras da montanha para o local da construção (Companheiros); e, os mais qualificados para construir o Templo, ensinar e inspecionar o trabalho (Mestres). Segundo a lenda, Salomão teria sob suas ordens oitenta mil operários e mais de três mil Mestres.A comunicação entre Hiram Abiff, Aprendizes, Companheiros e Mestres era feita através de sinais, toques e palavras, já que a maioria dos trabalhadores

era analfabeta. Assim, para identificarem-se no momento de receber o pagamento pelas horas trabalhadas, os Aprendizes usavam uma palavra-senha (palavra de passe), os Companheiros outra e os Mestres outra diferente, de maneira que cada um fosse reconhecido de acordo com a sua qualificação profissional. Se o operário esquecesse a palavra de passe, não conseguia receber o pagamento. Os maçons, atualmente, conservam toques, sinais e palavras para se reconhecerem e se comunicarem. Durante a obra, Hiram Abiff, (arquiteto chefe) foi assassinado por três de seus Companheiros: Jubela, Jubelo e Jubelum, no Rito Escocês Antigo e Aceito; ou Sebal, Overlut e Stokin, no Rito de York; ou Hagava, Hakina e Herenda, no Rito de Misräin. O motivo do crime envolveu ambição. Os três Companheiros queriam que Hiram Abiff ensinasse os “segredos” de Mestre, sem terem o tempo necessário de estudo para receberem tais conhecimentos, guardados por Hiram: reza a lenda, que Hiram Abiff realizou a obra sem o uso de ferramentas: todos os blocos de pedra encaixavam-se perfeitamente. Hiram foi morto, porém, não revelou o que sabia.Salomão, não vendo regressar seu arquiteto, enviou nove Mestres para procurá-lo, os quais saíram divididos em grupos sucessivos de três (outros autores dão o número de doze Mestres, os quais saíram em grupos de três: três para o sul, três para o norte, três para o leste e três para o oeste). Os três assassinos esconderam o cadáver sob um monte de escombros e, plantaram sobre este túmulo improvisado um ramo de acácia, fugindo depois. A acácia é uma planta perene cujas folhas mantêm-se verdes, mesmo no outono e inverno e, representa a eternidade e imortalidade - o conhecimento inconsciente e universal. O corpo de Hiram Abiff ficou enterrado por catorze dias. O ramo de acácia revelou aos nove Mestres o local da sepultura do corpo de Hiram - abriram a tumba e retiraram seus restos, exclamando: “Mach Benach” (“a carne se solta dos ossos”). Salomão proporcionou a Hiram um enterro digno. Os três assassinos foram capturados. E Hiram “ressuscitou”. Segundo Albert Pike (1809-1891), Grão-Mestre da Maçonaria americana (Rito Escocês Antigo e Aceito) de 1859 a 1891, os assassinos desfecharam três golpes em Hiram Abiff, os quais, simbolicamente, representavam uma maneira de matar “espiritualmente” a humanidade: o primeiro assassino deu um golpe na garganta, desfechado com uma régua, que sufocaria a liberdade de expressão; o segundo golpe foi no coração, com um esquadro, que mataria a fraternidade entre os homens; e o terceiro foi na cabeça, com um maço (martelo grande, de madeira) para destruir o livre pensamento. Os nomes dos três Companheiros que assassinaram Hiram Abiff, Jubela, Jubelo e Jubelum (simbolizam a ignorância, fanatismo e a tirania), deram origem aos sinais dos três primeiros Graus maçônicos.

Após a morte do rei Salomão em cerca de 935 a.C., seu reino foi dividido em dois estados: Israel e Judá. Deste último, os judeus herdaram o nome. Com o tempo, esses dois reinos, tornaram-se muito fracos para conter os invasores, cheios de ambição. O Templo de Salomão foi destruído pelo exército de Nabucodonosor II, rei da Babilônia, em 587 a.C. – Nabucodonosor II mandou milhares de judeus (provavelmente três mil) para o exílio, na Babilônia. Em 539 a.C., o general Ugbaru do rei persa Ciro, derrotou os babilônios, tomando a cidade da Babilônia, sem derramamento de sangue, e uniu a maior parte do Oriente Médio num só estado, que ia da Índia ao Mediterrâneo, e permitiu que os judeus voltassem a Jerusalém, devolvendo a eles os tesouros que haviam sido retirados do Templo por Nabucodonosor II. Os judeus foram reconduzidos a Jerusalém pelo rei Zorobabel, neto do último rei e herdeiro do trono de Davi, e seu grupo: Josué, Neemias, Saraías, Raelaiás, Mardoqueu, Belsã, Beguai, Reum e Baana Foi iniciada a reconstrução do Templo, por Zorobabel, sob autorização de Ciro, e os judeus retomaram seus cultos.Duzentos anos depois, com a derrota dos persas pelo macedônio Alexandre, O Grande, Jerusalém entra em contato com a cultura grega.Em 200 a.C., Antíoco, rei dos selêucidas, mudou o nome da cidade para Antioquia e desfigurou o Templo, dedicando-o ao deus grego Zeus, proibindo a prática do judaísmo. Os macabeus lutaram contra os selêucidas por dezesseis anos. Em 141 a.C., instalaram um reino independente. Em 63 a.C., o general romano Pompeu, tomou Jerusalém e, profanou o Templo. A Judéia ficou reduzida à condição de província romana, por Pompeu. Jerusalém viveu um caos, e trocava de mãos com freqüência. No ano 37 a.C., Herodes conquistou Jerusalém. Apesar de seu governo sanguinário, Herodes restaurou o Templo de Salomão – essa foi a terceira reconstrução. Depois de muitas batalhas, revoltas, guerra civil entre facções judaicas, o Templo foi novamente destruído. Da estrutura original, restou somente o atual “Muro das Lamentações” (que, alguns autores afirmam ser do Terceiro Templo real, o de Herodes). Na realidade, em sentido amplo, há quatro Templos: O primeiro, construído por Salomão; o segundo não existiu concretamente – apareceu como visão do profeta Ezequiel durante a escravidão dos judeus na Babilônia; o terceiro foi construído pelo rei Zorobabel e o quarto Templo foi erguido por Herodes.A Maçonaria também é chamada de “Arte Real”, pela suposição que tenha sido “encontrada” pelos dois reis: Salomão de Israel e Hiram de Tiro – e, teria sido encorajada e financiada pelos dois monarcas em vários países.

Outra hipótese, também sem comprovação, aponta a Ordem como instituída pelos poucos Cavaleiros Templários que não foram massacrados por ordem do papa Clemente V e do rei da França Felipe IV, o Belo, entre 1307 e 1314. A Ordem dos Cavaleiros do Templo de Salomão foi uma Ordem Militar Religiosa fundada por um nobre francês da região de Champagne, Hugues de Payens, que se tornou o primeiro Grão-Mestre dos Templários, e o cavaleiro flamengo Godofredo de Saint-Omer, em 1118, em Jerusalém, logo após a Primeira Cruzada (1099), para proteger os peregrinos cristãos que iam para a Terra Santa. No início, eram nove cavaleiros de origem flamenga e francesa, e ofereceram seus serviços ao rei de Jerusalém, Balduíno II. Esses cavaleiros eram: Hugues de Payens, Godofredo de Saint-Omer, André de Montbard, Payen de Montdidier e Archambaud de Saint-Amand. Os demais estão envoltos em mistérios, pois só se sabe seus primeiros nomes: Gondemare, Rosal, Godefroy e Geoffrey (Bisol). Eles instalaram-se, inicialmente, nas ruínas do Templo do Rei Salomão - daí o nome “Templários”. O primeiro selo da Ordem Templária era um cavalo montado por dois cavaleiros, que simbolizaria a pobreza da Ordem. Outros autores afirmam que esse selo poderia representar os dois graus de cavaleiro dentro da Ordem: os que tinham permissão para participar do segredo Templário, e os que não tinham. Os Cavaleiros Templários como Ordem de Cavalaria Militar, formavam a vanguarda e a estrutura principal dos exércitos dos cruzados na Palestina. Por quase duzentos anos, foram muito poderosos, com legendárias habilidades no combate e fabulosos tesouros. Felipe, o Belo, tivera seu pedido de admissão rejeitado pelos Mestres Templários – sua vaidade de tirano foi ofendida e, decretou a perseguição e prisão dos Templários – em 13 de outubro de 1307. Felipe sabia da rivalidade entre a Ordem Templária e a Ordem Hospitalária: Ordem dos Cavaleiros Hospitalários de São João - Ordem religiosa da Igreja Católica, fundada pelo Irmão Gerardo. Inicialmente, essa Ordem foi instituída como uma Ordem de enfermagem em Jerusalém, porém tinha membros treinados como cavaleiros guerreiros. Então o rei sugeriu ao papa que escrevesse aos Grãos-Mestres das duas Ordens, convidando-os para uma reunião política. Guilherme de Villaret, Grão-Mestre dos Hospitalários não compareceu ao encontro – o Grão-Mestre dos Templários compareceu.Jacobus Borgundus Molay ou Jacques DeMolay (1244-1314), cavaleiro da pequena nobreza do leste da França, nascido na cidade de Vitrey, último Grão-Mestre da Ordem Templária e todos os Templários (cerca de quinze mil na França), foram presos na manhã do dia 13 e torturados – foram acusados de feitiçaria, idolatria e heresia. A Inquisição da Igreja Católica teve ordens para extrair confissões, com qualquer tipo de tortura. Jacques DeMolay foi

entregue ao Grande Inquisidor da França, Guilherme Imbert. A tortura deveria evitar o derramamento de sangue, pois era um padre torturando outro padre. Portanto, queimar, esmagar e esticar foram as efetivas alternativas.Nos calabouços (onde ficavam outros prisioneiros), havia um dreno para excrementos, urina, vômito e sangue – a masmorra, que era um pequeno poço logo abaixo desse pesado ralo de ferro, do tubo de esgoto, no chão – para as masmorras iam prisioneiros incorrigíveis ou aos quais estava destinada particular degradação. Os Templários foram colocados em masmorras – uma invenção gaulesa, desenvolvida pelos franceses: um poço pequeno demais para o prisioneiro deitar-se, o qual tinha que ficar sentado ou ajoelhado. Foram impiedosamente torturados por sete anos.Em 18 de março de 1314, Jacques DeMolay, e cerca de cento e quarenta cavaleiros foram executados: foram queimados numa ilha do rio Sena, “Ilê de la Cite”, assinalando a morte oficial da Ordem. Segundo a lenda, Jacques DeMolay com setenta anos, durante sua agônica morte na fogueira, amaldiçoou seus algozes, com essas palavras:“Vergonha! Vergonha! Vós estais vendo morrer inocentes. Vergonha sobre vós todos. “Nekan, nekan, Adonai!!!” (“Vingança, vingança, Senhor!!!”) papa Clemente ..., Cavaleiro Guilherme de Nogaret..., rei Felipe; intimo-os a comparecer perante o Tribunal do Juiz de todos nós dentro de um ano para receberdes o seu julgamento e o justo castigo. Malditos! Malditos! Todos malditos até a décima terceira geração de suas raças!!!”. Quarenta dias depois o papa Clemente V morreu vítima de uma infecção intestinal. Felipe morreu em 29 de novembro de 1314, ao cair de um cavalo durante uma caçada, e Guilherme de Nogaret (alguns historiadores descrevem-no como “advogado”, “ministro” e “agente” de Felipe), morreu numa manhã da terceira semana de dezembro, envenenado por uma vela feita por Evrard, ex-Templário.Pesquisadores apontam que a motivação da perseguição foi política e econômica: política porque, Felipe, ao destruir a Ordem Templária impediria qualquer aumento de poder do papa, pois a Ordem era ligada apenas à Igreja Católica; e econômica, pois o rei apoderar-se-ia das riquezas e bens (castelos, terras) dos cavaleiros. Os Templários tinham se tornado depositários de imensas fortunas e formaram um dos primeiros sistemas “bancários” existentes: o peregrino podia depositar uma quantia em um Templo em sua terra natal e, retirá-la em outro Templo, na Terra Santa. Felipe forçou o papa a apoiar a condenação da Ordem e, Clemente V, na sexta-feira, 13 de outubro, de 1307, autorizou a França a atacar os Templários - fato que selou a sexta-feira 13 como dia aziago. Porém, o papa arquitetou um acordo, e em 1312, quando dissolveu a Ordem dos Cavaleiros Templários, transferiu boa parte das

propriedades e os ativos da Ordem Templária para a Ordem dos Cavaleiros Hospitalários de São João.A Jacques DeMolay, o último Grão-Mestre Oficial da Ordem Templária, foi atribuído o fato de ter organizado o que mais tarde veio a chamar-se o “Oculto Hermético” ou “Maçonaria Escocesa” (segundo teoria do historiador escocês moderno, Andrew Sinclair).Há, atualmente, uma Ordem inspirada nos Templários: é a Ordem DeMolay, para jovens do sexo masculino, de doze a vinte e um anos - a Ordem DeMolay tem ligações com a Maçonaria, mas tem liberdade de atuação.

Outra tese coloca a origem da Ordem Maçônica moderna, nas Corporações de Ofício – espécies de sindicatos europeus (principalmente ingleses), na Idade Média. Especificamente, a corporação de pedreiros – essas corporações conservavam a influência da Igreja Católica, tendo a corporação de pedreiros eleito dois santos padroeiros: São João Batista e São João Evangelista, com posterior fixação em São João da Escócia.A palavra “Maçonaria” em francês, “Maçonnerie”, é derivada do francês “maçon”, pedreiro. Ou, como preferem alguns, do inglês “Masonry” (Maçonaria) e “mason”, igualmente, pedreiro. Etimologicamente, a palavra “maçom” vem do baixo latim “machio”, cortador de pedras. Porém, alguns autores defendem a hipótese que a palavra “Maçonaria” é mais antiga e tem origem na expressão copta “phree messen”, que significa “Filhos da Luz”. Pode-se deduzir que, seus primeiros integrantes operavam, materialmente, em construções, obras - eram trabalhadores especializados, construtores de Templos, de Igrejas, castelos, os quais, desde a Antigüidade detinham conhecimentos especiais e constituíam uma espécie de aristocracia do trabalho. Eram os profissionais mais qualificados da Europa e, mantinham as técnicas de seu ofício, em segredo. Adotaram uma hierarquia baseada no conhecimento e na perícia. Esta fase da Maçonaria é conhecida como “Operativa”, porque seus membros trabalhavam em construções – eram obreiros. Contrariamente aos camponeses, os pedreiros tinham permissão para viajar, numa época em que as pessoas, viviam ligadas e presas à terra, devido ao feudalismo. Esses pedreiros reuniam-se em uma “Loja” local, um edifício erguido no canteiro de obras, onde comiam e dormiam. Todas as corporações estavam organizadas em: Aprendizes, Oficiais e Mestres. Os Aprendizes não recebiam remuneração – moravam na casa dos Mestres, que lhes forneciam vestuário e alimentação. Depois de um tempo de aprendizado, que podia se estender por até sete anos, eram promovidos ao 2º Grau – Oficiais. Os Oficiais recebiam salários, e os mais talentosos tornavam-se Mestres, e podiam abrir suas próprias oficinas.

Na Idade Média havia dois tipos de pedreiros: o “rough stone mason”, pedreiro bruto que trabalhava com a pedra sem extrair-lhe forma ou polimento, e o “free stone mason”, pedreiro livre, que detinha o segredo de como polir a pedra bruta. Os documentos antigos (era cristã), deixados pelos maçons operativos, são importante fonte para estudo do passado da Maçonaria:- Constituição de York, ano 926;- Carta de Bolonha, ano 1248;- Manuscrito Regius ou Manuscrito Halliwell, ano 1390. Esse Manuscrito encontra-se no “British Museum”, em Londres, Inglaterra;- Manuscrito Cooke, ano 1410;- Estatutos de Ratisbona, ano 1459;- Manuscrito Grand Lodge nº 1, ano 1583;- Estatutos Schaw, ano 1598;- Manuscrito Inigo Jones, ano 1607;- Manuscrito de Edimburgo, ano 1696;- Manuscrito Dumfires nº 4, ano 1710;- Manuscrito Kewan, ano 1714-1720.

Entre os séculos XVI e XVII, as corporações mudaram as características das reuniões. Especialmente na Inglaterra, nesses encontros, abriu-se espaço para o estudo da Alquimia e Rituais Simbólicos e, para homens que não trabalhavam com construções. Tem início a “Maçonaria Especulativa” ou “Franco-Maçonaria”, porque seus adeptos são homens de pensamento voltado para o conhecimento filosófico e, que perdura até hoje (o “Manuscrito Cooke”, do século XV, é um antigo documento que norteia as bases da Maçonaria Especulativa, contendo um dos mitos centrais da Maçonaria: a figura de Hiram Abiff, o construtor do Templo de Salomão). Essas duas fases da Maçonaria são bem distintas: a Operativa era uma organização fraternal de artesãos. Com a inclusão de membros da nobreza e pensadores, os temas e debates passaram a ser filosóficos e filantrópicos, teve início a Maçonaria Especulativa. Segundo Albert G. Mackey (1807-1881 – médico, autor maçônico): “A principal diferença entre a Maçonaria Operativa e a Especulativa é que, enquanto a primeira se ocupou com a construção de um Templo material formado, na verdade, pelos mais magníficos materiais das pedreiras da Palestina, das montanhas do Líbano, e das costas douradas de Ofir, a última se dedicou a erguer uma casa espiritual – uma casa não construída com as mãos – na qual pedras, pedras preciosas, cedro e ouro, são substituídos pelas virtudes do coração, pelas puras emoções da alma, pelos

ardentes sentimentos que brotam das fontes ocultas do espírito”. Segundo o mesmo autor, a Maçonaria Especulativa, a atual, nasceu do encontro dos judeus ou maçons puros (Maçonaria Pura ou Noaquita – refere-se aos descendentes de Noé), e o povo de Tiro, ou maçons espúrios (Maçonaria Espúria, referente aos mistérios pagãos), na construção do Templo de Salomão. A Maçonaria Pura sempre foi Especulativa, segundo o autor, e a Maçonaria Espúria, dos operários de Tiro, era composta por arquitetos profissionais, que introduziram a arte operativa – daí as características de uma Ciência Especulativa e de uma Arte Operativa, forneceram as bases da Maçonaria atual, com a fusão da Maçonaria Pura e da Maçonaria Espúria.

Num primeiro momento, a Ordem foi fiel à Igreja Católica: até 1694, quando Guilherme III (rei da Inglaterra, Escócia e Holanda) foi iniciado na Maçonaria, esta era católica e leal ao papa - nos estatutos, havia a obrigação do maçom ser “fiel a Deus e à Santa Igreja”. No entanto, aos poucos, a Maçonaria desligou-se do clero, tornando-se autônoma e forte. A partir do século XVII, o Iluminismo, movimento filosófico e cientificista, colaborou para a evolução organizacional e funcional da Maçonaria. Antes do Iluminismo, a sociedade era concebida teologicamente, centrando-se na autoridade eclesiástica. O Iluminismo substituiu os antigos valores corrompidos pelos princípios da universalidade, da igualdade e da democracia - o que os maçons já conheciam e praticavam. O Iluminismo revitalizou as bases tradicionais da cultura européia, como também contestou a legitimidade da monarquia, da aristocracia, da submissão da mulher ao homem, da absoluta autoridade eclesiástica e da escravatura. Durante o Iluminismo, a Maçonaria surgiu como instituição que preconizava os valores da Idade Moderna, aceitando plenamente a nova percepção de mundo, desenvolvida pela ciência e pela filosofia. Despontou a liderança maçônica de John Theophilus Desaguliers (1683-1744), um francês que passara a viver na Inglaterra. A ciência foi importante na vida de Desaguliers, tendo se aprofundado na pesquisa, principalmente, das Leis Mecânicas de Isaac Newton, também maçom, de quem foi amigo. Fez conferências em tavernas para divulgar a ciência newtoniana, e estudou a matéria e seus movimentos como elementos constitutivos do Universo. Desaguliers tornou-se Grão-Mestre no início da Maçonaria Especulativa.Os princípios da arquitetura clássica também tiveram grande influência do Iluminismo, no início do século XVIII. As características mais valorizadas eram a simetria, os arcos, as colunas Dórica, Jônica e Coríntia e os templos com domus (abobadados).

Podem-se identificar três fases no desenvolvimento da Maçonaria - a primeira foi a dos Antigos Mistérios. A segunda fase, mais recente e intermediária, a Maçonaria Operativa que vai desde as guildas (Corporações de Ofício – eram associações de artesãos de um mesmo ramo) e as Corporações de Construtores, até a aceitação dos não operativos, iniciando dessa forma a terceira fase, a da Maçonaria Especulativa ou Franco-Maçonaria, do francês “franc”, “livre” e “mason” “pedreiro”.Em cidades da Inglaterra, surgiram Lojas (como são nomeados os grupos de reunião) – a palavra “Loja” vem do inglês “Lodge” e do francês “Loge”, que significa cabana, toca, choupana. Outros autores afirmam que a palavra “loja” vem do sânscrito “loka” “mundo”, derivada da raiz “lok”, que significa “ver”, tendo relação com “locus”, “lugar” do latim. Assim, a “Loja” é considerada um símbolo do cosmo. Em 1717, quatro Lojas reuniram-se para fundar a Grande Loja de Londres, até hoje a mais importante instituição mundial da Maçonaria. Essas quatro Lojas, a “Goose and Gridiron” (O Ganso e a Grelha), a “Queen’s Head” (A Cabeça da Rainha), a “Apple Tree” (A Macieira) e a “Rummer and Grapes” (O Copo e as Uvas), reuniram-se no local da “Goose and Gridiron” e oficializaram a criação da Grande Loja de Londres. As Lojas escolheram também seu primeiro Grão-Mestre, Anthony Sayer (gentil-homem, na época o Mestre mais antigo). No ano seguinte foi eleito Grão-Mestre George Payne, o qual reuniu toda documentação existente sobre a Maçonaria, formando o primeiro regulamento impresso, em 1721. A partir desse regulamento é que surge, em 1723, a Constituição de Anderson.A primeira vez em que a palavra “Landmark” foi mencionada em Maçonaria, foi nos Regulamentos Gerais compilados em 1721 por George Payne, durante o seu segundo mandato como Grão-Mestre da Grande Loja de Londres – os “Landmarks” foram adotados em 1721, como lei orgânica e terceira parte integrante da Constituição de Anderson. “Landmarks” são regras de conduta que devem ser mantidos imutáveis. Podem ser de tradição escrita ou oral. São consensuais e devem ser mantidos intactos, em virtude de compromissos solenes e invioláveis. São a certidão de nascimento da Maçonaria documentada. O conceito de “Landmarks” vem da Maçonaria Operativa: o método de cinco pontos que consistia em fixar, inicialmente, os quatro ângulos em que deveriam ser colocadas quatro pedras; depois, a pedra no centro, que é a que faz a base e tem a forma quadrada ou retangular. O ponto de encontro das diagonais era assinalado com cinco estacas - isso tem a denominação de “Landmarks”, isto é: os limites além dos quais não se deve ir. Os cinco pontos da Maçonaria Operativa eram aplicados a um simbolismo corporal, no qual o corpo do homem representa o próprio edifício.

Os “Landmarks” de Mackey (Albert Galletin Mackey – 1807-1881, médico, maçom. É considerado um grande jurista maçônico):

I- “Nossos meios de reconhecimento são inalteráveis. Não admitem variação alguma;

II- A Maçonaria Simbólica se divide em três graus: Aprendiz, Companheiro e Mestre;

III- A Lenda do Terceiro Grau é inalterável;IV- O Governo Supremo da Fraternidade está presidido por um Oficial

chamado Grão-Mestre, eleito entre os membros da Ordem;V- É uma prerrogativa do Grão-Mestre, presidir qualquer reunião

maçônica (no território de sua jurisdição);VI- É prerrogativa do Grão-Mestre, conceder dispensa de interstícios

para conferir Graus a qualquer tempo incompleto (em tempos anormais);

VII- É prerrogativa do Grão Mestre, conceder dispensas para abrir ou fechar Lojas;

VIII- É prerrogativa do Grão-Mestre, fazer Mestres no ato (iniciar e exaltar);

IX- Todos os Mestres têm a obrigação de congregarem-se em Lojas;X- O Governo da Fraternidade, reunida em Lojas, se exerce por um

Venerável Mestre e dois Vigilantes;XI- É um dever de todas as Lojas, quando se congregam, o de trelhar a

todos os visitantes (trabalhar “a coberto”);XII- Todo Maçom tem o direito de ser representado e de dar instruções a

seu representante, nas Assembléias de que tome parte;XIII- Todo Maçom pode apelar à Grande Loja das decisões de seus Irmãos

congregados na Loja;XIV- Todo Maçom em pleno uso de seus direitos, pode visitar qualquer

Loja regular;XV- Nenhum visitante desconhecido pode entrar nas Lojas sem ser

cuidadosamente trelhado;XVI- Nenhuma Loja pode intervir nos assuntos de outra Loja;XVII- Todo Maçom está sob o domínio das leis e regulamentos da

jurisdição em que resida, ainda que não seja membro das Lojas da Obediência;

XVIII- As mulheres, os coxos, os aleijados, os escravos, os mutilados, os menores de idade e os anciãos não podem ser iniciados;XIX- É inevitável para todo Maçom, a crença na existência de um

princípio criador, identificado como G.A.D.U.;XX- Todo Maçom deve crer na ressurreição a uma vida futura;

XXI- Um Livro da Lei não deve faltar nunca em uma Loja quando trabalha;XXII- Todos os Maçons são iguais;XXIII- A Maçonaria é uma sociedade secreta;XXIV- A Maçonaria foi fundada como ciência especulativa sobre a arte

operativa, tomando simbolicamente os usos dessa arte;XXV- Nenhum destes Landmarks poderá ser modificado nunca, no

mínimo que seja”.

Como ensina Rizzardo da Camino: “Infalibilidade, invariabilidade e irrevogabilidade são os três atributos dos “Landmarks”.

A Constituição de Anderson estabeleceu um novo estatuto, substituindo as “Old Charges”, isto é, as “Velhas Obrigações” da Maçonaria Operativa, as quais foram extraídas de antigos manuscritos usados pelas corporações de artesãos da Idade Média. Era um código de ética que regulava o relacionamento entre os maçons das guildas profissionais. Foi organizada pelo maçom James Anderson (1680-1739), teólogo e ministro da Igreja Presbiteriana de Londres, nascido em Edimburgo na Escócia, que registrou por escrito todas as normas e Rituais transmitidos oralmente. A Constituição de Anderson foi revisada e corrigida por catorze intelectuais maçons, e ficou dividida em três partes: uma seção histórica, desde épocas remotas até o começo do século XVII; uma segunda, que expõe as obrigações de todo maçom, assim como as sanções pelo seu não cumprimento; e a terceira e última parte, dedicada a canções que glorificam a Ordem, para uso dos três Graus: Aprendiz, Companheiro e Mestre.

Segundo Alberto Victor Castellet (autor maçônico), em seu livro “O que é a Maçonaria”, a partir de então, “já não será a catedral um Templo de pedra a construir, senão que o edifício a ser levantado em honra e glória ao Grande Arquiteto do Universo será a catedral do Universo, quer dizer, a mesma Humanidade. O trabalho sobre a pedra bruta destinada a transformar-se em cúbica, quer dizer, apta às exigências construtivas, será o homem, que haverá de ir polindo-se em contato com seus semelhantes através de um ensinamento em grande parte simbólico. Cada utilitário ou ferramenta dos pedreiros receberá um sentido simbólico: o esquadro, para regular as ações; o compasso, para manter-se nos limites com todos os homens, especialmente com os irmãos maçons; o avental, símbolo do trabalho, que com sua brancura indica a simplicidade dos costumes e a igualdade; as luvas brancas, que recordam ao

franco-maçom que não deve jamais manchar as mãos com a iniqüidade; e finalmente a Bíblia, para regular ou governar a fé.”

2- Conceito, As Mulheres e a Maçonaria, Objetivos, Missão, Propósitos, Obediências:

- Conceito:Segundo Erwin Seignemartin (Past Grão-Mestre: nascido em 1912, em Ribeirão Preto - Brasil) na Conferência “Maçonaria – Sua História, Objetivos e Princípios” – 28 de setembro de 1979:“A Maçonaria é uma Ordem Universal formada por homens de todas as raças, credos e nacionalidades, acolhidos por suas qualidades morais e intelectuais e reunidos com a finalidade de construírem uma Sociedade Humana, fundada no Amor Fraternal, na Esperança com amor à Deus, à Pátria, à Família e ao Próximo com, Tolerância, Virtude e Sabedoria e com a constante investigação da Verdade e sob a tríade Liberdade, Igualdade e Fraternidade, dentro dos princípios da Ordem, da Razão e da Justiça. Para que o mundo alcance a Felicidade Geral e a Paz Universal.A Maçonaria é uma organização mundial de homens que, utilizando-se de formas simbólicas dos antigos construtores de templos, voluntariamente uniram-se para o propósito comum de se aperfeiçoarem na sociedade. Admitindo em seu seio homens de caráter sem consideração à sua raça, cor ou credo, a Maçonaria se esforça para constituir uma Liga Internacional de homens dedicados a viver em paz, harmonia e afeição fraternal.”A Maçonaria, em cada país ou em cada estado de uma Federação, é regulada e dirigida por uma Grande Loja independente e soberana.A Ordem Maçônica não inicia mulheres, pois tendo evoluído da Maçonaria Operativa que erguia templos no período da construção de catedrais, adotou a antiga regulamentação que previa o seguinte (por entender que, a mulher não é afeita ao trabalho árduo de pedreiro, ofício original dos primeiros integrantes. As corporações de pedreiros eram constituídas, exclusivamente, por pessoas do sexo masculino):“As pessoas admitidas como membros de uma Loja devem ser homens bons e de princípios virtuosos, nascidos livres de idade madura, sem vínculos que o privem de pensar livremente, sendo vedada a admissão de mulheres assim como homens de comportamento duvidoso ou imoral”.

As Mulheres e a Maçonaria:

Apesar da Constituição de Anderson (1723), que é o marco inicial da Maçonaria Especulativa, não permitir a admissão de mulheres, há algumas correntes de pesquisas maçônicas que admitem o fato como sendo um princípio antigo. No Egito e na Índia, pelas pinturas nas tumbas e pelos manuscritos do Antigo Egito, a esposa está presente quando o marido, como sacerdote, executa cerimônias. Nas tradições das sociedades iniciáticas antigas, tanto homens como mulheres de qualquer posição social e cultural, podiam ser iniciados, e a única exigência era a de que deveriam ser puros e de conduta nobre.Na Idade Média, (final do século XVI) havia restrições quanto ao ingresso da mulher na Maçonaria. Em 1730, na França, alguns maçons criaram o movimento da “Maçonaria de Adoção”.Como ensina W. Kirk MacNulty em seu livro “Maçonaria – Uma Jornada por Meio do Ritual e do Simbolismo”:“A “Maçonaria de Adoção” foi um fenômeno da última metade do século XVII. Uma Loja de Adoção era conduzida por uma Loja Maçônica regular que promovia sessões especiais no curso das quais as mulheres eram admitidas em Loja e participavam de rituais quase maçônicos.Tais Lojas eram particularmente bem sucedidas na França, onde houve uma revitalização da Maçonaria de Adoção depois da Revolução e que continuou pelo século seguinte. A própria imperatriz Josefina era a Grã-Mestra da “Loja de Adoção Santa Carolina”. Napoleão Bonaparte era maçom.A Maçonaria, conserva a regulamentação, conforme reza a Constituição de Anderson, de não iniciar mulheres. Atualmente há a Maçonaria Mista e a Maçonaria Feminina, mas não são reconhecidas pelos órgãos competentes maçônicos – ainda não são regulares.Porém, pode-se imaginar, que a tradição existente na Maçonaria, de somente iniciar pessoas do sexo masculino, seja uma herança de tempos remotos:O grupo de primatas, do qual descendemos, provém de um tronco insetívoro. Esse grupo subdividiu-se: alguns se tornaram herbívoros, e outros, carnívoros. Esses carnívoros tiveram que se  lançar na competição com outros animais terrestres e, tornaram-se melhores caçadores. Começaram a utilizar instrumentos e aperfeiçoaram as técnicas de caça, com a cooperação social. Diferentemente dos lobos, os hominídeos não se dispersavam após o ataque - e, o grupo caçador era formado somente por machos. As fêmeas estavam ocupadas em cuidar da prole, e não podiam participar ativamente da perseguição e captura das presas. Assim, o papel de cada sexo tornou-se diferenciado.

Socialmente, os indivíduos do sexo masculino aumentaram a necessidade de comunicação e cooperação com os companheiros, e desenvolveram expressões faciais e vocais, criando maior camaradagem - em seus grupos caçadores, exclusivamente formados por machos.Com o advento da agricultura e da domesticação de vários animais, como caprinos, ovinos, os machos tiveram  suas funções caçadoras diminuídas. Essa lacuna, muito provavelmente, foi compensada com a criação de associações exclusivamente masculinas - proporcionando oportunidade para a interação entre machos e para atividades coletivas. Nessas associações, há um forte componente emocional de união masculina, e preocupação com a interação entre machos, que existia nos primitivos grupos de caçadores cooperativos - essas entidades exercem um importante papel na vida de homens adultos, revelando a manutenção de instintos básicos ancestrais. As mulheres podem não possuir essa necessidade, pois não se associaram em grupos cooperativos, em tempos primitivos.Fazer parte dessas associações, para os homens, significa compartilhar a masculinidade essencial, uma necessidade moderna da tendência ancestral da espécie para formar grupos de machos caçadores. É interessante observar, que grande parte desses encontros masculinos, termina com um jantar, um lanche, um banquete - o sucedâneo da partilha da comida (caça).Assim, mulheres e homens, geneticamente, parecem possuir necessidades diferentes. Criaram-se então, “Mistérios” masculinos e femininos. Para a mulher a maternidade, a comunhão com a flora. Para o homem, a caça, a guerra, a comunhão com a fauna. A mulher, a Lua; o homem, o Sol. Porém, para recriar os ciclos da Natureza, o princípio feminino e o masculino juntam-se: são complementares, porém diferentes.A Maçonaria reverencia o feminino - seus Templos apresentam o Sol e a Lua como símbolos: o Sol e a Lua são símbolos herméticos e alquímicos, ouro e prata, o positivo e o negativo. O Sol é a vida, o masculino. Nos Antigos Mistérios o Sol era adorado por ressurgir da “morte” de seu poente. O Sol era símbolo da regeneração da alma – A Lua, sua complementaridade, o feminino. A Maçonaria é uma Ordem Solar (masculina), porém, os maçons, trabalham à noite, em suas Lojas, sob a energia feminina, equilibrando os dois pólos. O Sol deve estar presente na decoração do Templo, no teto, mostrando a Luz que vem do Oriente, com a Lua, que representa a Mãe Universal que fertiliza todas as coisas. A mulher é a formadora, a que reúne, rega e ceifa - a natureza do princípio passivo é reunir e fecundar. As forças da Lua são magnéticas, opostas e complementares às do Sol, que são elétricas.A Ordem, por ter origem muito, muito antiga, respeita a diversidade entre as energias masculinas e femininas.

Os maçons usam três pontos dispostos em triângulo (.*.), como símbolo - símbolo solar, símbolo masculino. Têm uma origem bem antiga – objetos celtas do século IX a. C e, muito antes, nas cerâmicas egípcias e gregas. A tradição grega considerava o triângulo a imagem do céu. Os Três Pontos traduzem a concepção piramidal egípcia e são o símbolo sexual masculino completo: pênis mais testículos, significando o sexo em função procriativa. Procriação - masculino e feminino em equilíbrio. A Maçonaria, mesmo não iniciando mulheres, demonstra um grande respeito à energia feminina.A Ordem é uma associação de homens livres e de bons costumes, cultivando os princípios da liberdade, democracia e igualdade, aperfeiçoamento intelectual e fraternidade. É uma entidade iniciática, filosófica, educativa e filantrópica. A Maçonaria, através do ideal de aperfeiçoamento, conduz o indivíduo ao equilíbrio e desenvolvimento pessoal, ao exame da moral e à prática das virtudes. Virtude é a força que impele o ser humano a fazer o bem em sua mais profunda compreensão; é a força que leva ao cumprimento de deveres para com a sociedade e para com a família, sem interesses egoístas. A Ordem, tendo por objetivo o aperfeiçoamento, conduz à instrução e à evolução moral e intelectual do indivíduo. A Maçonaria somente considera possível o progresso (pessoal e social) com base no respeito à personalidade, à justiça e à mais estreita solidariedade entre os homens, unindo indivíduos, através do ideal de aperfeiçoamento.

A Maçonaria é uma instituição que promove um renascimento espiritual do homem, através de um realinhamento do sistema de sua conduta moral e ética. O iniciado compromete-se a vencer paixões, vícios, ambições, ódios, desejos de vingança e, o que estiver oprimindo-lhe a alma. A Instituição não é uma sociedade secreta, porque sua existência é conhecida (mas é uma instituição iniciática: o candidato ingressa por meio de rituais, iniciado por um Mestre Maçom). É uma sociedade “discreta”. As autoridades de vários países lhe concedem personalidade jurídica. Os únicos segredos que existem, e só se conhece por meio do ingresso na Ordem, são os meios usados pelos maçons para reconhecerem-se entre si em qualquer parte do mundo, o modo de interpretar símbolos e os ensinamentos neles contidos, e os Rituais internos das Lojas.A Maçonaria também é ciência (investigação racional ou estudo da Natureza direcionado à descoberta da Verdade), no seu aspecto mais abrangente, partindo da premissa que homem e Natureza são componentes de um único sistema. É ciência aplicada na prática, eticamente, para a evolução geral da humanidade, entendendo que a ação é decorrência do pensamento, adotando o

desenvolvimento do intelecto, como via para o desenvolvimento da capacidade maior da Instituição, da sociedade, do Planeta e do Universo. Proclama a prevalência do espírito sobre a matéria.A Maçonaria combate: a ignorância, a superstição, o fanatismo, o orgulho, a intemperança, o vício, a discórdia, a dominação e os privilégios.

A Ordem possui um “Código Maçônico” (originário da Maçonaria inglesa) - são preceitos morais e éticos, que devem orientar todo maçom - no Brasil, está presente nas instruções, desde a metade do século passado. Quando pediram a Aristóteles um código moral por onde pautar a vida, ele disse: “Não posso dar-lhes um código; observem os homens melhores e mais sábios que vocês encontrarem e imitem-nos”. Código Maçônico:

- Adora o Grande Arquiteto do Universo;- O verdadeiro culto que se presta ao Grande Arquiteto do Universo consiste, principalmente, em boas obras;- Tem sempre tua alma em um estado puro, para ser digno diante de tua consciência;- Ama ao próximo como a ti mesmo;- Não faças o mal para esperar o bem;- Estima os bons, ama os débeis, foge dos maus, mas não odieis a ninguém;- Não lisonjeies teu irmão, pois isto é uma traição; se teu irmão te lisonjeia, teme que ele te corrompa;- Escute a voz de tua consciência;- Seja o pai dos pobres, cada suspiro que tua dureza cause-lhes, outras tantas maldições que cairão sobre tua cabeça;- Respeita o viajante nacional como o estrangeiro; ajuda-o. Ele deve ser uma pessoa sagrada para ti;- Evita as discussões, evita os insultos, faz com que a razão fique sempre do teu lado;- Reparte com o faminto teu pão, e aos pobres e peregrinos abriga-os em tua casa; quando vires o desnudo, cobre-o e não desperdices tua comida com quem não a merece - sua carne pelas tuas;- Não se irrite com facilidade, porque a ira repousa no seio do néscio;- Detesta a avareza, porque quem ama as riquezas nenhum fruto delas retirará, e isso também é vaidade;- Foge dos ímpios, senão tua casa será arrasada, somente os lares dos justos florescerão;- No caminho da honra e da justiça está a vida, mas o caminho transviado conduz à morte;

- O coração dos sábios está onde se pratica a virtude, e o coração dos néscios, onde se festeja a vaidade;- Respeita as mulheres, não abuses jamais de sua debilidade e muito menos penses em desonrá-las;- Se tens um filho, regozija-se; mas treme da responsabilidade que te confia. Faz com que até os dez anos te tema, com que aos vinte te ame e que até a morte te respeite. Até os dez anos seja seu Mestre, até os vinte seu pai e até a morte seu amigo. Pensa em dar-lhe bons princípios antes que belas maneiras, que te deva retidão esclarecida e não frívola elegância. Faz um homem honesto antes que um homem hábil;- Se tens vergonha de teu destino, tens orgulho; pensa que aquele nem te honra nem te degrada, o modo com que cumpras te fará um ou outro;- Leia e aproveita, veja e imita, reflete e trabalha, ocupa-te sempre no bem de teus irmãos e trabalharás para ti mesmo;- Contenta-te de tudo, por tudo e com tudo;- Não julgueis apressadamente as ações dos homens; não reproves e muito menos elogies; antes procura sondar bem os corações para apreciar suas obras;- Seja entre os profanos, livre sem licença, grande sem orgulho, humilde sem se rebaixar; e entre os irmãos, firme sem ser tenaz; severo sem ser inflexível e submisso sem ser servil;- Fala moderadamente com os grandes, prudentemente com teus iguais, sinceramente com teus amigos, docemente com os pequenos e ternamente com os pobres;- Justo e valoroso defende o oprimido, protege a inocência, sem esperar por nada dos serviços que prestares;- Exato apreciador dos homens e das coisas, não atenderás mais que ao mérito pessoal, sejam quais forem a classe, o estado e a fortuna;- No dia em que se generalizarem essas máximas entre os homens, a humanidade será feliz e a Maçonaria haverá terminado sua tarefa e cantará seu triunfo regenerador.

Além do Código, há o “Decálogo da Maçonaria”, também originário da Maçonaria inglesa:- Deus é a sabedoria eterna, onipotente e imutável; suprema inteligência e inextinguível amor. Deves adorá-lO, reverenciar e amar, praticando as virtudes, muito O honrarás;- Tua religião consiste em fazer o bem, por ser um prazer para ti e não, unicamente, um dever. Constitui-te em amigo do homem sábio e obedece a seus preceitos. Tua alma é imortal; nada farás que a desagrade;

- Combaterás, incessantemente, o vício. Não farás a outrem o que não quiseres que te façam. Deverás ser submisso à Fortuna e conservar vivo o fogo da Sabedoria;- Honrarás teus pais. Respeitarás e tributarás homenagens aos anciãos. Instruirás os jovens;- Sustentarás tua mulher e filhos. Amarás tua Pátria e obedecerás às suas leis;- Teu amigo será para ti, tua própria imagem. O infortúnio não te afastará do seu lado. E farás, por sua memória, o que farias por ele em vida;- Evitarás e fugirás de falsos amigos, assim como, quando possível, dos excessos. Temerás ser a causa de uma mancha em tua memória;- Não permitirás que as paixões te dominem. Obterás, das paixões dos demais, lições de proveito para ti mesmo. Serás indulgente com o erro;- Ouvirás muito; falarás pouco e obrarás bem. Olvidarás as injúrias, darás o bem em troca do mal. Não abusarás de tua força ou superioridade;- Estudarás o conhecimento dos homens. Buscarás sempre a virtude. Serás justo. Evitarás a ociosidade.    

Para pertencer à Maçonaria o candidato (a palavra “candidato” vem do latim “canditus”, que significa “branco”: na Roma antiga, o postulante vestia-se de branco quando pleiteava um cargo público) deve:1- Crer na existência de um princípio Criador, o “Grande Arquiteto do

Universo” (G.A.D.U.); 2- Ser homem livre e de bons costumes; 3- Ser consciente de seus deveres para com a Pátria, seus semelhantes e

consigo mesmo; 4- Ter uma profissão ou ofício lícito e honrado que permita prover as suas

necessidades pessoais, de sua família e a sustentação de obras da Instituição;

5- Ser convidado por um maçom e ser aprovado pelos demais; 6- Ter, pelo menos, vinte e um anos ou ser emancipado; 7- Não ter nenhuma deficiência física que o impeça de cumprir os futuros

deveres maçônicos - a Maçonaria, possivelmente, teve origem nas Corporações de Ofício na Idade Média - a corporação de pedreiros. Nas construções, os deficientes físicos não poderiam carregar pedras, subir e descer escadas etc., e por esse motivo não eram aceitos. Mais recentemente, a Ordem não aceita deficientes por causa dos sinais de reconhecimento entre maçons, com as mãos e os pés, que os deficientes não poderiam fazer. Não é uma exclusão discriminatória;

8- Obrigar-se ao pagamento dos encargos pecuniários estabelecidos nos regulamentos.

- Objetivos:A Maçonaria tem por objetivos: A livre investigação da Verdade (unidade da Divindade (Deus) e imortalidade da alma), o exame da moral e a prática das virtudes. Virtude é a força que impele o ser humano a fazer o bem em sua mais profunda compreensão; é a força que leva ao cumprimento de deveres para com a sociedade e para com a família, sem interesses egoístas. Tem por objetivo o aperfeiçoamento, a instrução e a disciplina do indivíduo. O maçom, auto aperfeiçoando-se, estará pronto para contribuir, mesmo que em pequena parcela, para a grandiosa obra moral do desenvolvimento humano.A Maçonaria tem como lema: “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”, e é uma sociedade que tem por objetivo unir os indivíduos, sendo esta união, entendida no seu sentido mais amplo e elevado. Logo, seu estímulo para a união entre os homens faz com que admita em seu regaço pessoas de todos os credos religiosos, sem nenhuma distinção. A Ordem não é uma religião, mas é religiosa, porque reconhece a existência de um único princípio Criador, Regulador, Absoluto, Supremo e Infinito ao qual dá o nome de “Grande Arquiteto do Universo”; é religiosa porque é uma entidade espiritualista, em contraposição à concepção do predomínio do materialismo. A Maçonaria reconhece o Grande Arquiteto do Universo, Deus, mas um Deus entendido dentro dos princípios de tolerância religiosa do deísmo, tradição que recusa a idéia de que só uma instituição tem o poder para fazer a ligação com o Divino. Deísmo é diferente de teísmo. Para o teísmo, Deus é o autor do mundo. Para o deísmo, Deus é o princípio ou causa do mundo, infuso ou difuso na Natureza, como o Arquiteto do Universo. Trata-se de um Deus de todas as religiões. É antes um Deus da Natureza do que um Deus da humanidade. E, por isso, um maçom pode ser judeu, católico, muçulmano, etc., ou não professar nenhuma religião. Só não deve ser ateu. A Maçonaria como todas as Tradições Iniciáticas, entende a Divindade como o centro e a fonte de todas as coisas. Mas, a idéia de Deus como um “Grande Arquiteto”, é anterior à Maçonaria Especulativa.

- Missão:Através das ações de seus adeptos, sua missão é a prática das virtudes e da caridade, é confortar os desafortunados, é não voltar as costas à miséria, é

restaurar a paz de espírito aos desamparados e dar novas esperanças aos desesperados.A Maçonaria tem a missão de aperfeiçoar as vidas dos seus membros, investigar a Verdade, conduzir seus membros a dedicarem-se às boas obras, fazer amigos e reconhecer seus semelhantes como irmãos.O iniciado considera-se pedra bruta e, tem a missão de aprimorar-se e tornar-se “polida”.

- Propósitos:O propósito da Maçonaria é estudar caminhos que levem à evolução do Planeta. O rumo é em direção à Luz (um dos nomes do Grande Arquiteto do Universo), através do pensamento racional – a potência mental também é uma Luz e a Luz da mente incorpora a própria Luz Divina. A proposição é que, se cada indivíduo refletir sobre suas atitudes e buscar sempre o caminho do bem e da perfeição, a sociedade vai caminhar naturalmente sob a égide do progresso. A evolução individual terá como conseqüência, a evolução da humanidade. E, cada maçom escolherá e trilhará seu próprio caminho de crescimento individual, pois tem liberdade de pensamento.

- Obediências:A Maçonaria no mundo divide-se em Obediências Maçônicas, chamadas de Grande Loja, Grande Oriente ou Simples Ordem Maçônica. São unidades administrativas diferentes que agrupam diversas Lojas, mas que transmitem os mesmos ideais. No Brasil existem três grandes grupos de Obediências Maçônicas:. Grande Oriente do Brasil – com Grandes Orientes Estaduais;. CMSB – Confederação da Maçonaria Simbólica do Brasil (Grandes Lojas Estaduais formam a CMSB);. COMAB – Grandes Orientes Independentes (Grandes Orientes Estaduais Autônomos, que formam a COMAB).

3- Ritos e Graus:

- Ritos:

Rito, do latim “ritus”, significa algo convencional, formal. Rito é um cerimonial próprio de um culto ou de uma sociedade, determinado pela autoridade competente – é a ordenação de qualquer cerimônia.Rito Maçônico é um conjunto de cerimônias e ensinamentos, que variam de acordo com o período histórico, interpretação, objetivo e temática dada por seu criador.Rito é o método utilizado para transmitir os ensinamentos e organizar as cerimônias maçônicas. Rito é cada diferente sistema maçônico para instrução, para o trabalho e mesmo para o Ritual de Iniciação. Rito é a prática de se conferir a Luz Maçônica a um indivíduo, através de um cerimonial característico.Em seiscentos anos de Maçonaria documentada, vários Ritos surgiram. Mas, de 1356 a 1740, existiu um Rito, apenas um sistema de cerimônias e práticas. Somente a partir de 1740 é que vários Ritos floresceram na Europa.Um Rito deve ter conteúdo que consagre algumas peculiaridades estabelecidas: o símbolo do Grande Arquiteto do Universo, o Livro da Lei, o Esquadro e o Compasso sobre o Altar dos Juramentos, sinais, toques, palavras e a divisão da Maçonaria Simbólica em três Graus.Não há nenhum órgão internacional para reconhecer os diversos Ritos. Acima do terceiro Grau, cada Rito estabelece sua própria doutrina, hierarquia e cerimonial. Cada Rito possui características próprias.Segundo os ensinamentos de Papus (1865-1916: Gérard Anaclet Vincent Encausse, médico espanhol - em seu livro “ABC do Ocultismo”- maçom), os Ritos dividem-se em três categorias principais:a)- Ritos de estudos filosóficos elementares, de ação política imediata. A tendência desses Ritos é a transformação da Maçonaria em sociedade profana. O Grande Oriente da França, ou Rito Francês Moderno, alguns Grandes Orientes do Estrangeiro estão ligados a este sistema;b)- Ritos nos quais a hierarquia e os Altos Graus são escrupulosamente conservados. Os Ritos pertencem ao sistema Escocês. Entre os Ritos ligados a este sistema Escocês: Rito Escocês Antigo e Aceito de Morin, reformado por Pike, Rito Escocês Antigo e Aceito de Cerneau, Rito Primitivo e Original da Franco-Maçonaria , Rito Nacional Espanhol , Rito Antigo e Primitivo, etc. e o Rito Universal Misto. As palavras “antigo” e “primitivo” indicam, geralmente, a conexão ao sistema Escocês, ao passo que a palavra “moderno” indica conexão ao sistema precedente;c)- Certos maçons, ligados a sociedades Rosa-Cruz, quiseram aprofundar esta ciência, adaptando-lhe Graus cabalísticos e místicos. Este gênero de Maçonaria tem se restringido a uma elite e, freqüentemente, compreende apenas Altos Graus, deixando aos demais Ritos a tarefa de preparar iniciados

futuros. O mais conhecido desses Ritos é o de Misräin, depois o de Mênfis. O Rito de Swedenborg e as Ordens de Iluminados Cristãos estão ligados a esses Ritos especiais.

Os Ritos mais difundidos no mundo hoje são:- Rito Escocês Antigo e Aceito;- Rito de York;- Rito de Schröder;- Rito Francês ou Moderno;- Rito Brasileiro (só no Brasil);- Rito Adonhiramita.

Existem mais de cento e cinqüenta Ritos atualmente, porém, os mais praticados são o Rito Escocês e o de York.

- Graus:_,_._,___ A Maçonaria utiliza o sistema de Graus para transmitir seus ensinamentos, cujo acesso é obtido por meio de uma iniciação (Ritual de Aceitação) a cada Grau, e os segredos são transmitidos através de gestos, palavras e símbolos.A Maçonaria é composta por Graus Simbólicos e Filosóficos, variando de Rito para Rito.A constituição dos três primeiros Graus é obrigatória e, está prevista nos “Landmarks” da Ordem. A Maçonaria Simbólica compreende os seguintes Graus:- 1º Grau – Aprendiz – Deve, acima de tudo, “saber aprender”. É o primeiro contato com o Simbolismo Maçônico. O Aprendiz “aprende” as funções de cada um no Templo e busca o desenvolvimento das virtudes e a eliminação dos vícios. Muitos maçons antigos afirmam que este é o mais importante de todos os Graus. Ferramentas (Símbolos) usadas nos trabalho do 1º Grau: Malho, Cinzel, e a Régua de Vinte e Quatro Polegadas (as Ferramentas de Trabalho representam capacidades emocionais que o maçom precisa identificar, controlar, e depois usar em sua vida cotidiana);- 2º Grau – Companheiro – Esta fase propicia ao maçom um profundo conhecimento de símbolos, além de avanços Ritualísticos e desenvolvimento do caráter. Ferramentas usadas nos trabalhos do 2º Grau: Nível, Prumo e o Esquadro;- 3º Grau – Mestre – É o Grau da plenitude maçônica. No âmbito do Simbolismo (Lojas Simbólicas), é o Grau mais elevado que permite ocupar

quaisquer cargos. O Mestre possui conhecimentos elevados da história e objetivos maçônicos. Ferramentas usadas nos trabalhos do 3º Grau: Compasso, Lápis e o Carretel Apontador.

O trabalho realizado nos Graus Superiores é optativo e de caráter filosófico. Existem diversos sistemas de Graus Superiores, como o de Trinta e Três Graus no Rito Escocês Antigo e Aceito, o de Catorze Graus no Rito de York, etc.

- Ritos na Maçonaria:

- Rito Escocês Antigo e Aceito:Este Rito é uma das cerimônias mais difundidas na Maçonaria atualmente. É composto por Trinta e Três Graus. Ele foi formado ou extraído do Rito de Perfeição ou Rito de Heredon, que contava Vinte e Cinco Graus. A constituição dos Altos Graus é atribuída ao pensador escocês Andrew Michael Ramsay (1686-1743), sendo a base do Rito Escocês Antigo e Aceito. Ramsay protagonizou a criação deste Rito em solo francês, ocasião em que proferiu dois discursos de grande repercussão a respeito do assunto. “Antigo”: porque é ex-operativo. “Aceito”: por serem seus membros aceitos ou iniciados, sem serem construtores.A origem do Rito Escocês Antigo e Aceito é razão de muitas discussões.Ao contrário do que se acredita, o Rito Escocês nada tem a ver com a Escócia, pois na época do aparecimento deste Rito, as Lojas da Escócia trabalhavam no Rito “Emulation Rite”. O Rito de York é praticado nos EUA. O “Emulation Rite” é praticado na Inglaterra e na Comunidade Britânica, como em toda a Grã-Bretanha.O Rito Escocês surgiu na França, depois de lá ter sido introduzida a Maçonaria Inglesa, do Rito de “Emulation Rite”.No final do século XVII, vários maçons escoceses fugiram para a França, em virtude de acontecimentos e convulsões sociais, que aconteceram nas Ilhas Britânicas. O tipo de cerimonial que praticavam ficou marcado como Ritual dos Escoceses ou Rito Escocês.Foi a partir de 1732 que a primeira Loja desses maçons escoceses “Scottish Chalé” passou a funcionar em Bordeaux, um dos centros maçônicos mais antigos e influentes na França.Entre os Ritos ligados ao sistema escocês:- Rito Escocês Antigo e Aceito de Morin reformado por Pike: Etienne Morin

foi o fundador da Loja Mãe Escocesa de Bornéus e organizou em São Domingo e na Jamaica, na década de 1760, a Maçonaria de Perfeição, com

Vinte e Cinco graus. Mas também se deve a Andrew Francken, deputado e Grande Inspetor de Etienne Morin na América do Norte, uma transcrição dos Rituais da Maçonaria de Perfeição.

- Rito Escocês Antigo e Aceito por Cerneau;- Rito Primitivo e Original da Franco-Maçonaria;- Rito Nacional Espanhol;- Rito Universal Misto, etc.

Os Trinta e Três Graus do Rito Escocês Antigo e Aceito:

1º, 2º, e 3º - Graus concedidos pelas Lojas Simbólicas;Do 4º ao 14º - Graus concedidos pelas Lojas de Perfeição;Do 15º ao 18º - Graus Capitulares concedidos pelos Capítulos Rosa-Cruz;Do 19º ao 30º - Graus Filosóficos concedidos por um Conselho Kadosh;31º e 32º - Graus Administrativos concedidos pelo Consistório;33º - Último Grau Administrativo concedido pelo Supremo Conselho.

1º Grau - Aprendiz Maçom – Grau de iniciação nos trabalhos da Arte Real. Dedica-se aos ensinamentos da filosofia maçônica;2º Grau - Companheiro Maçom – Grau intermediário; consagrado à exaltação do trabalho de como transformar a pedra bruta em pedra cúbica;3º Grau - Mestre Maçom – O Grau que consagra a prevalência do espírito sobre a matéria;4º Grau – Mestre Secreto – Grau de meditação; os verdadeiros segredos da Maçonaria devem ser objeto de pesquisas. Neste Grau o maçom também aprende as virtudes do silêncio. Avança no conhecimento de símbolos utilizados na Maçonaria;5º Grau – Mestre Perfeito – Grau de meditação; estuda a filosofia da Natureza. Aprende a meditação interior. Este Grau privilegia o princípio moral de render culto à memória de honrados antepassados;6º Grau – Secretário Íntimo ou Mestre Por Curiosidade – Esse Grau é baseado na idéia de aprendizagem do comando e sua moral resume-se no respeito que se deve ter aos segredos alheios. É dedicado à necessidade de se buscar conhecimento, sem o qual não há progresso. Contudo adverte para a vã curiosidade capaz de gerar malefícios. Investiga-se a miséria social e as maneiras de combatê-las;7º Grau – Preboste e Juiz ou Mestre Irlandês – É consagrado à eqüidade severa com a qual, deve-se julgar as próprias ações. Neste Grau estuda-se a Eqüidade, os princípios da Justiça, o Direito Natural e alguns princípios éticos de liderança;

8º Grau – Intendente dos Edifícios ou Mestre em Israel – A liberdade é o único traço de união entre o trabalho e a propriedade. Dedica-se a estudar a fraternidade do homem através de valores como o trabalho e o direito à propriedade. Combate a hipocrisia, a ambição e a ignorância;9º Grau – Mestre Eleito dos Nove - Grau de iluminação. Consagra-se ao zelo virtuoso e ao talento esclarecido que, por bons exemplos e generosos esforços, vingam a verdade e a virtude do erro e do vício. Estuda-se a realidade dos ciclos, as forças negativas e a força da reconstrução;10º Grau – Mestre Eleito dos Quinze - Consagrado à eliminação de todas as paixões e de todas as tendências censuráveis. Estuda-se a extinção de tendências pouco proveitosas;11º Grau – Sublime Cavaleiro Eleito ou Cavaleiro Eleito dos Doze – Consagrado à regeneração dos costumes, às ciências e às artes. Dedica-se à regeneração;12º Grau – Grão-Mestre Arquiteto – Representa-se o povo e consagra-se à coragem perseverante. Estuda o poder da representação popular;13º Grau – Cavaleiro Real Arco – Destinado à interpretação dos primeiros instituidores da Ordem. Estuda os magos pontífices do Egito e de Jerusalém;14º Grau – Grande Eleito ou Perfeito e Sublime Maçom – Consagrado ao Grande Arquiteto do Universo. É o mais alto Grau das Lojas de Perfeição. Proclama o direito inalienável da liberdade da consciência. Defende uma educação digna para que o homem possa ter governantes que assegurem direitos e obrigações compatíveis;15º Grau – Cavaleiro do Oriente – Esse Grau aborda o momento histórico do fim do exílio dos hebreus na Babilônia. Dedica-se à luta incessante para o progresso pela razão;16º Grau – Príncipe de Jerusalém – O Grau é consagrado ao retorno à Terra Santa. Estuda a vitória da liberdade como conseqüência da coragem e perseverança;17º Grau – Cavaleiro do Oriente e do Ocidente – Grau consagrado aos Cruzados. Explora o direito de reunião;18º Grau – Cavaleiro Rosa-Cruz – Esse Grau celebra o advento de Cristo. É dedicado ao triunfo da Luz sobre as trevas. É a libertação pelo Amor;19º Grau – Grande Pontífice ou Sublime Escocês dito da Jerusalém Celeste – Fala sobre o triunfo da Verdade, estuda o pontificado;20º Grau – Soberano Príncipe da Maçonaria ou Mestre “Ad Vitam” – É consagrado aos deveres dos chefes das Lojas Maçônicas;21º Grau – Noaquita ou Cavaleiro Prussiano - Estuda os perigos da ambição e o arrependimento sincero;

22º Grau – Cavaleiro do Real Machado ou Príncipe do Líbano – Estuda o trabalho como propagador de sentimentos nobres e generosos;23º Grau - Chefe do Tabernáculo - Dedica-se à vigilância dos valores propagados pela Ordem e ao combate da superstição;24º Grau - Príncipe do Tabernáculo - Dedica-se à conservação das doutrinas maçônicas;25º Grau – Cavaleiro da Serpente de Bronze – Dedica-se ao combate do despotismo;26º Grau – Príncipe da Mercê ou Escocês Trinitário – Estuda princípios de organização social através da Igualdade e Harmonia;27º Grau – Grande Comendador do Templo ou Soberano Comendador do Templo de Jerusalém – Defende princípios de governo democrático;28º Grau – Cavaleiro do Sol ou Príncipe Adepto – Estuda a Verdade;29º Grau – Grande Cavaleiro Escocês de Santo André ou Patriarca dos Cruzados – É dedicado à Antiga Maçonaria da Escócia;30º Grau – Grande Inquisidor ou Cavaleiro Kadosh ou Cavaleiro da Águia Branca e Negra – Fecha o ciclo de estudos no Kadosh. É um Grau de estudos profundos a respeito do simbolismo e filosofia maçônicos;31º Grau – Grande Juiz Comendador ou Inspetor Inquisidor Comendador – Estuda o exame de consciência detalhado. Só os conscientes podem ser justos. Estuda-se História;32º Grau – Sublime Cavaleiro ou Príncipe do Real Segredo – Estuda o Poder Militar;33º Grau – Soberano Grande Inspetor Geral – É o último Grau. Fecha o ciclo de estudos. É, em última análise, o maçom mais responsável pelos destinos da Maçonaria no país. É o Guardião Mestre e Condutor da Maçonaria.

- Rito de York:É considerado bastante antigo. É o mais praticado em todo o mundo - por cerca de 85% dos maçons.O Rito de York é executado desde os tempos do rei anglo-saxão, Athelstan, século X, da cidade de York, capital do território da Nortúmbria. Segundo o “Manuscrito de Halliwell”, no ano 926 houve um grande congresso de maçons, convocado e presidido pelo príncipe Edwin, filho do rei Athelstan. Edwin tornara-se geômetra e mestre-de-obras, após ter passado por todas as etapas da Iniciação Maçônica – e, foi eleito Grão-Mestre. Daí por diante, todos os anos, é realizada uma reunião maçônica em York. Edwin escolheu

três símbolos como elementos de base da Ordem: um Esquadro em ouro, um Compasso de prata com pontas de ouro e uma Trolha (pá) de prata. Mesmo após a fundação da Grande Loja de Londres, em 1717, as Lojas Britânicas, em sua maioria, continuavam a respeitar as Antigas Obrigações e não à Grande Loja Britânica – que, ficou com sua influência bastante limitada. As Lojas Britânicas não aderiram ao Sistema de Obediência, permanecendo livres. O centro de resistência à Grande Loja era a antiga Loja de York, de tradição Operativa e que dava aos membros da Grande Loja, o título de “Modernos”, enquanto eles próprios se autodenominavam “Antigos”, pelo respeito às antigas leis. Na união dos maçons “Antigos” e “Modernos” em 1813 - as duas Grandes Lojas rivais inglesas - foi oficialmente aprovado o Ritual dos “Antigos” como o Ritual Oficial da Grande Loja Unida da Inglaterra e, naquele momento o procedimento maçônico resultante dessa união recebeu o nome de Rito de Emulação – “Emulation Rite”. Portanto, por força do “Act of Union” firmado pelas duas Grandes Lojas rivais, a denominação Rito de York deixa de existir, pelo menos formalmente. A nova denominação foi adotada para que não ficasse caracterizado que a Grande Loja de Londres submetera-se à Grande Loja de York, cujo Rito, até a época da união, denominava-se “Rito de York”.O Rito de York praticado nos Estados Unidos difere do “Emulation Rite” praticado na Inglaterra. O “Emulation Rite” na Inglaterra, não possui Graus filosóficos. Nos Estados Unidos, o Rito de York é constituído pelos três Graus Simbólicos e quatro Graus Filosóficos. Estas não são as únicas diferenças. Existem outras, de ordem Ritualística.Rito de York ou Americano é aquele praticado pelas Grandes Lojas dos Estados Unidos. Apresenta Catorze Graus, ou seja, conta com Onze Altos Graus, apesar de grande parte dos maçons americanos praticarem os três primeiros Graus da Loja Simbólica em Rito de York e o restante no Rito Escocês Antigo e Aceito.No Rito de York existem apenas três cargos que são eletivos: o Mestre da Loja, o Tesoureiro e o Guardião (Guarda Externo, em alguns casos, quando ele não é membro da Loja) – nos demais Ritos, toda Loja tem, pelo menos, o Venerável Mestre, dois Vigilantes, o Orador, o Secretário, o Companheiro e o Aprendiz.No Brasil existem inúmeras Lojas Maçônicas que adotam a linha inglesa, ou seja, o “Emulation Rite”, apesar do uso da denominação “Rito de York”, que acabou se consagrando.

- Rito de Schröder:Foi criado por Friedrich Ludwig Schröder (1774-1816: em Shwerin, Alemanha), e introduzido em sua Loja em 29 de junho de 1801, em Hamburgo, Alemanha.É um Rito simples e, opera nos três Graus Simbólicos, não possuindo Altos Graus ou Graus Filosóficos.Schröder aboliu o ocultismo que dominava a Maçonaria Alemã, por entender a Maçonaria como uma união de virtudes, e não uma sociedade esotérica – enfatizou o ensinamento dos valores morais e o espírito fraterno. Preservou os símbolos, resgatando o princípio que afirmava ser a “Verdadeira Maçonaria, a dos Três Graus de São João”.Schröder restaurou o Antigo Ritual Inglês, adaptando-o para a cultura germânica de sua época. Por isso o Rito de Schröder é semelhante ao Rito de York (“Emulation Rite”), sem ser uma cópia deste.

- Rito Francês ou Moderno:Como se sabe, a Maçonaria Moderna surgiu quando, em 1717, quatro Lojas de Londres se uniram para formar a Grande Loja de Londres, priorizando estudos teóricos e afastando-se da prática da construção.O Rito Francês ou Moderno criado em 1761, foi reconhecido pelo Grande Oriente de França, em 1774, com a nomeação de uma comissão para reduzir os Graus, deixando apenas os Simbólicos. No princípio houve uma forte oposição, então a comissão deixou quatro dos principais Graus Filosóficos; com o decorrer do tempo, algumas Lojas adotaram o Rito. A denominação Rito Francês, surge inicialmente num processo de uma deliberação do Grande Oriente de França, de 25de novembro de 1799 sobre uma Loja de Nova Iorque sob o Rito Francês. No século seguinte o mesmo Rito será conhecido como Moderno.Tudo indica que o nome de Rito Francês e depois Rito Moderno, foi utilizado pelo Grande Oriente de França, em oposição ao nome Escocês, usado por vários Ritos praticados na França no século XVIII.Atualmente é um Rito muito praticado na França e nos países que estiveram sob sua influência.Segundo o Rito Francês ou Moderno, o Universo é governado por leis imutáveis com as quais o indivíduo se relaciona.

- Rito Brasileiro:

Alguns escritores afirmam que, o Rito Brasileiro foi criado em 1864, em Pernambuco, com o nome de “Maçonaria Especial do Rito Brasileiro”.Porém, oficialmente, sua criação foi em 23 de dezembro de 1914, através do Decreto nº 500 do Soberano Grão-Mestre Lauro Sodré. Teve curta duração inicial, ficando sem uso de meados da década de 40 (1940) até a década de 60 (1960). Houve várias tentativas de reerguer o Rito, porém sem sucesso. Somente em 1968, sendo Grão-Mestre o professor Álvaro Palmeira, este Rito foi regularizado, sendo praticado por várias Lojas. O Rito Brasileiro é Regular, Legal e Legítimo. Acata os “Landmarks” e os demais princípios tradicionais da Maçonaria, podendo ser praticado em qualquer país. O Rito Brasileiro mantém os três Graus Simbólicos de acordo com a tradição maçônica e adota o sistema de mais Trinta Altos Graus ou Graus Filosóficos, que têm características nacionais, com temas atuais e relevantes. O Rito Brasileiro possui organização e doutrina bem estruturadas. Adota a legenda “Urbi et Orbi”, que significa sua atuação nacional e internacional.

- Rito Adonhiramita:Esse Rito teve origem na França, no século XVIII, na crença dos franceses de que o principal construtor do Templo do Rei Salomão teria sido Adonhiram, e não Hiram Abiff. Foi uma polêmica entre estudiosos ritualistas. Na construção do Templo de Salomão Adonhiram sucedeu Hiram Abiff, chamado de Adon-Hiram (Senhor Hiram). Adonhiram era arquiteto e preposto das corvéias do Templo de Jerusalém, de acordo com os textos bíblicos. Preposto é o auxiliar encarregado de certos negócios e que age em nome e por conta de um patrão, um preponente. Corvéia era o trabalho ou o serviço gratuito – praticamente um trabalho escravo – que as pessoas tinham que prestar ao rei (também presente no feudalismo europeu). Adonhiram era o contratante dessa atividade servil, como preposto de Salomão, e depois de Roboão (filho de Salomão) - ele era encarregado dos impostos. Os adeptos dessa teoria eram chamados de adonhiramitas, e foi um desses maçons, Louis Guillemain de Saint Victor, que em 1781 publicou um livro intitulado “Recueil Precieux de La Maçonnerie Adonhiramite”, onde constava um pequeno histórico e o resumo de quatro Graus desse Rito. Em 1787, ele publicou o segundo volume, contendo mais oito Graus, que foi modificado pelo americano Arthur Eduard Waite.O Rito, depois de uma época de grande difusão, acabou desaparecendo. Todavia, no Brasil, (onde foi o primeiro Rito praticado), ele permaneceu, fazendo com que o país seja hoje o centro do Rito, que teve seus Graus aumentados de Treze para Trinta e Três.

4- Ritualismo, Simbologia e Símbolos:

A Simbologia é a ciência mais antiga do mundo. Através dos símbolos, os povos primitivos se expressavam e comunicavam suas tradições. O primeiro aprendizado no mundo foi constituído por símbolos. Em um tempo onde a linguagem oral era ainda incipiente, os símbolos foram o meio de comunicação. A palavra símbolo deriva da palavra grega “symbolom”, que significa juntar, reunir. Os símbolos são uma representação de objetos, idéias ou ações e são uma linguagem especial, compreensível pelo hemisfério direito do cérebro, isto é, a imaginação. Eles têm um efeito muito poderoso na mente humana, sendo mais eficientes do que palavras. Isso porque o significado contido em um termo muitas vezes, não traduz, de fato, a essência do que busca comunicar. Segundo Jacob Bronowski (1908-1974: filósofo, matemático e cientista polonês): “o mundo que o espírito humano conhece e explora não sobrevive sem conceitos simbólicos. O símbolo e a metáfora são tão necessários à ciência, como à poesia”.As antigas culturas que conhecemos, tinham sem exceção, uma coisa em comum: símbolos e rituais. A partir de símbolos elas criavam rituais, não só para as principais fases de transição da vida (ritos de passagem), mas também para o dia-a-dia e suas exigências. As etapas de transição da vida exigem rituais e, eles estiveram presentes em todas as épocas – as culturas arcaicas confiavam na energia iniciática dos ritos da puberdade, por exemplo, coisa que a nossa sociedade desvaloriza. Não é muito fácil para um jovem, nas sociedades modernas, amadurecer, pois lhe faltam rituais de passagem que o liguem, com segurança, a um novo padrão do mundo dos “adultos”, que tem regras e símbolos diferentes. Como não há mais esses rituais, o jovem fuma seu primeiro cigarro, toma sua primeira bebida alcoólica, experimenta outras drogas, numa tentativa correspondente. O inconveniente desses procedimentos “substitutos”, é que não oferecem nenhuma segurança de ingresso no mundo adulto e, os jovens, muitas vezes, acabam ficando “dependentes” desses rituais.Como não existe nenhuma cultura antiga (e mesmo moderna) sem rituais, pode-se inferir que, eles façam parte, necessariamente, da trajetória humana.

O biólogo e pensador, Rupert Sheldrake, (1942: PhD., biólogo e bioquímico inglês, pesquisador da Universidade de Cambridge, Inglaterra) com suas pesquisas sobre campos morfogenéticos ou formativos, confirmou que há relações entre distintos seres vivos que escapam a explicações lógicas. Esses campos vibram ao mesmo tempo no mesmo plano e se comportam como se fossem somente um ser. Constituem uma egrégora: egrégora é a somatória de energias criada por grupos ou agrupamentos, em virtude da força vibratória gerada por cada indivíduo. Essa força é maior e de vibração diferente da de cada um. A egrégora é resultante de uma sinergia. E, qualquer que seja a natureza da egrégora, ela estará presente em cada indivíduo do grupo que a formou (confirmando o Paradigma Holográfico, do físico David Bohm). Um dos Princípios Herméticos postula que tudo vibra: Princípio da Vibração - “Nada está parado; tudo se move, tudo vibra.”. A ciência já comprovou a verdade por trás desse princípio. As diferenças entre as diversas manifestações da matéria, energia, mente e espírito, resultam de ordens variáveis de vibração. Os organismos dos seres vivos são formados por células, e estas por moléculas, átomos e núcleos e, assim, são condensadores de energia. Segundo Rupert Sheldrake, os campos morfogenéticos ou morfológicos, são estruturas invisíveis que se estendem no espaço-tempo e moldam a forma e o comportamento de todos os sistemas. Toda célula, molécula, átomo ou organismo que existe, gera um campo organizador. Assim, sempre que um membro de um grupo aprende um comportamento e esse comportamento é repetido várias vezes, o campo é modificado e a modificação afeta o agrupamento por inteiro.O campo morfogenético é uma região de influência que atua dentro e em torno de todo organismo vivo e está presente em pensamentos e atitudes. Cada ser cria um campo morfológico e, é aplicável a todos os sistemas: assim é o maçom em relação à Maçonaria e à sua Loja. Sua presença na Loja é muito importante para a captação dessas energias e para sua própria evolução espiritual. Se os conteúdos mentais, emocionais e espirituais são transmitidos de uma pessoa a outra, essas propriedades podem ser assimiladas por cada maçom, com sua presença nos trabalhos da Loja.O físico brasileiro Luiz Alberto Oliveira, afirma que os seres humanos são indivíduos e, ao mesmo tempo, elementos de massa. E, essa é a simbologia da Corda de Oitenta e Um Nós. Para os maçons, uma corda com nós é o símbolo de sua comunidade. O nó simboliza o enlace e a união. Em torno do Templo é colocada uma corda, com nós simples, feitos de espaço em espaço. Os nós isolados são frágeis, mas unidos, tornam-se extremamente resistentes. Os nós

representam os maçons, que se unem sem se fundir, sem perder a sua individualidade. A egrégora da Maçonaria é criada por pensamentos, sentimentos e ações elevados, que adquire vida e que é alimentada por mentalizações e vibrações de seus obreiros. A egrégora é uma entidade autônoma que se forma pela persistência e intensidade das correntes emocionais e mentais. Pensamentos e sentimentos fracos criam egrégoras frágeis e de pouca duração, porém pensamentos e sentimentos enérgicos, vibrantes, criam egrégoras poderosas e de longa duração.

Segundo a citação maçônica:“Se perguntarem a um maçom: Quantos sois vós? Respondereis: SOMOS UM SÓ.”Atualmente, a Física e a Biologia sustentam o que as antigas orientações iniciáticas e filosóficas do Oriente sempre apontaram. Neste sentido, é compreensível que ensinamentos antigos, tais como os de Phillipus Aureolus Theophrastus Bombastus Von Hohenheim, Paracelso (1493-1541: famoso alquimista) – “além do médico Celso – Aurélio Cornélio Celso”, médico cirurgião romano, que viveu no século I, autor da mais famosa obra de medicina dos antigos romanos “De Re Medica”, “Das Coisas Médicas” - de que o homem e o mundo são um, voltem a ser considerados. E, os Rituais são o caminho mais direto para construir esses campos. Os indivíduos que vivenciam Rituais constroem campos formativos fortes.A linguagem de todas as grandes escolas de sabedoria é expressa através dos Rituais – e, esses Rituais exercem funções emocionais, intelectuais, sociais, pedagógicas, cosmogônicas e éticas. O objetivo dos Rituais Maçônicos não é estabelecer fatos históricos, mas transmitir doutrinas filosóficas.A Maçonaria, sempre esteve na vanguarda dessa tradição, agora já reconhecida como fato científico. A Ordem utiliza símbolos e Rituais para conduzir o consciente e o inconsciente do participante a níveis cada vez mais profundos e expandidos. O Ritual de Iniciação é o mais significativo para o postulante maçom. É o início de uma nova fase da vida. Na Ordem, a Iniciação é um Ritual que expressa a morte simbólica do homem comum, para seu renascimento em estágio espiritual mais elevado, como membro da Maçonaria.A Ordem possui seus símbolos e seus Rituais que, hoje, podem ser explicados cientificamente, como formadores de campos morfológicos úteis e benéficos.Ao que parece, a decadência das Lojas Medievais ou Operativas, fez com que o Antigo Ritualismo fosse consideravelmente distorcido e corrompido (a

transmissão acontecia oralmente, de Loja para Loja e de Mestre para Mestre, desde os tempos romanos).Com o surgimento da Maçonaria Especulativa ou Franco-Maçonaria, em 1717, na Inglaterra, ressurgiu o estudo da simbologia religiosa, que se encontrava perdido na ignorância medieval. Os maçons especulativos começaram a estudar os símbolos religiosos, iniciáticos e alquímicos. Os símbolos remontam às origens da humanidade sendo, fundamentalmente, esotéricos – revelam de forma velada a sabedoria cósmica que orienta cada indivíduo nos passos da iniciação interna (Paracelso: “o homem e o mundo são um”, Hermes Trismegistos: “o que está em baixo é como o que está no alto”, etc.). Coube aos primeiros maçons especulativos recuperar o que havia restado dos Rituais Operativos. Os Mistérios Antigos podem ser a fonte da filosofia, da doutrina e da Ritualística Maçônica - esses “Mistérios” consistiam em um grupo de crenças e práticas que, sempre existiu, nas tradições dos povos. Os símbolos, segundo Carl Gustav Jung, (1875-1961: psiquiatra suíço, discípulo de Freud - maçom) não são apenas alegorias, porém, imagens com conteúdos que podem transcender a consciência (são arquétipos). Jung postulou: “O homem necessita de uma vida simbólica.”A observação de símbolos místicos no interior de uma Loja Maçônica provoca estímulos no cérebro, que são processados e compreendidos pelo inconsciente, através da memória genética: religiões milenares, religiões pagãs, oráculos (tarô, runas, numerologia, etc.), mitologias. Os símbolos inspiram e ensinam, e são a matéria prima de uma linguagem atemporal. Portanto, a Maçonaria não pode ser compreendida, somente, intelectualmente. “O que interessa à filosofia maçônica não é apenas o homem em si, mas o homem-símbolo”. – Rizzardo da Camino (1918-2008: escritor maçônico).Fundamentado na Simbologia, o ensinamento maçônico só pode ser auto-didático e pessoal - para cada maçom, será o fruto dos seus estudos e de suas próprias interpretações.São inúmeros os símbolos maçônicos, porém, alguns se destacam, pelo seu uso mais constante entre os maçons:

- Esquadro: Trata-se do símbolo maçônico mais usado e conhecido. Todos os Graus da Maçonaria têm o Esquadro como símbolo primário. Por ser uma figura geométrica, indica o equilíbrio do comportamento que conduz ao aperfeiçoamento humano no “caminho reto da justiça”. Na Maçonaria o Esquadro representa a Terra e orienta o caminho do maçom do começo ao fim de sua jornada. Para os Antigos Egípcios, o Esquadro era um quadrado

perfeito, usado no Culto de Osíris para julgar os mortos – o quadrado, com sua forma limitada dá a idéia de algo estático, material. É símbolo da Terra e se opõe ao Círculo, que representa o Céu;

- Compasso: Há onze espécies de compassos: de pontas secas; porta-lápis; de quarto de círculo; de redução; de espessura; de tira-linhas; de três pontas; de corrediça; de calibres; de proporção e de marinha. O Compasso Maçônico é o de pontas secas.A Maçonaria adota o Compasso como um dos seus grandes símbolos e, coloca-o sobre o Altar da Loja, enlaçado com o Esquadro, significando o macrocosmo. É emblema de medida e justiça. O Compasso remete à figura geométrica mais repleta de significados: o Círculo. O Compasso, por sua posição, pode traduzir a estática e a dinâmica – com as hastes fechadas, ele somente marca um determinado ponto: um símbolo para o início do caminho empreendido pelo Aprendiz. Abertas, as hastes traçam o círculo, que é o símbolo da perfeição, aquilo que começa e acaba em si mesmo, da unidade, do absoluto – o infinito;

- Acácia: A Acácia era a árvore que fornecia sua madeira aos povos hebreus – foi muito empregada na construção do Tabernáculo. Planta consagrada nas cerimônias como símbolo da inocência, iniciação e imortalidade da alma. Na lenda de Hiram Abiff, seus três assassinos marcaram o lugar onde ocultaram seu corpo com um ramo de Acácia. O Diploma da Acácia é conferido, em algumas Lojas, ao maçom assíduo;

- Avental: É o símbolo do trabalho. É a peça mais importante do vestuário maçônico. Distintivo indispensável às atividades dentro da Loja. Lembra ao maçom os tempos da Maçonaria Operativa, e, simbolicamente, o trabalho árduo para burilar sua própria alma – era confeccionado de pele de cordeiro ou de linho: simbolizava a pureza de propósitos. O Avental ou Mandil pode constituir uma “proteção” aos chakras fundamentais (esplênico e umbilical) – sua função é minimizar as influências relacionadas à paixão (sexo). Porém, esse símbolo remonta a maior distância no tempo – os mais célebres Aventais são dos faraós egípcios cujo modelo, bem característico, apresentava numerosos segredos geométricos utilizados na construção dos Templos. O Avental Maçônico, muito simplificado, perdeu grande parte desse esoterismo: tem a forma de um retângulo encimado por um triângulo - o Avental branco, sem

adornos, do 1º Grau indica a pureza da alma, que se alcançará nesse Grau. Nos Graus Um e Dois não há nenhum metal nos Aventais, pois o maçom “despiu-se” de todas as vaidades tolas e, transmutou-as em riquezas espirituais. Os Aventais dos demais Graus têm cores e desenhos variados, conforme o Rito adotado. O fundo, porém, é sempre branco;

- Luvas: Têm sido usadas pelos maçons como marca de distinção e pureza. Na lenda da construção do Templo de Salomão, os Mestres-Construtores usaram Luvas e Aventais brancos durante os funerais de Hiram Abiff, para mostrar que não tinham nenhuma ligação com seu assassinato. Até hoje os Aventais e Luvas são usados, em cerimônias. Depois de sua recepção, o Aprendiz recebe dois pares de Luvas Brancas, um dos quais se destina a ele e o outro “à dama que ele mais amar” – com isso, a Maçonaria mostra seu apreço à mulher, ao feminino. A Luva Branca recebida no dia de sua Iniciação tem como objetivo, lembrar os compromissos assumidos pelo maçom. Simbolicamente demonstra a pureza, a lealdade, e a honestidade: que não há o “sangue” de Hiram Abiff nas mãos daquele maçom;

- Pavimento Mosaico: Ornamento formado por ladrilhos alternados, brancos e pretos. O simbolismo remete à diversidade dos homens e de todos os seres, animados ou não. Simboliza a inter-relação de todos os seres do Universo, bem como o enlace do espírito e da matéria, e a união de todos os maçons, apesar de suas diferenças quer raciais, religiosas, etc.;

- Painel:Quadro de tecido, papel ou madeira, onde podem ser observados símbolos que servem para a instrução maçônica e para representar um determinado Grau. Os painéis são artefatos com representações visuais, imagens, para ilustrar os princípios ensinados em cada Grau. O Painel do 1º Grau mostra o esquema geral do Universo e o lugar do indivíduo nesse Universo. O Painel do 2º Grau representa, simbolicamente, o indivíduo e o caminho para seu Templo interior. O Painel do 3º Grau refere-se à morte como um renascimento, o despertar para uma nova vida interior, com mais sabedoria. Quando o Painel está aberto, indica que a sessão maçônica está em andamento; - Delta Luminoso:

Também chamado de “Triângulo Fulgurante”. Delta é a quarta letra do alfabeto grego. Triângulo com um olho no centro. É o primeiro polígono. O Olho simboliza o vínculo do homem com o mundo, a consciência, o conhecimento da verdade, a luz espiritual. Representa também o intelecto e a sabedoria divina. É o símbolo da Tripla Força Indivisível e Divina que se manifesta como Vontade, Inteligência e Amor (cósmicos). É a representação da presença material de Deus. O Olho simboliza “Aquele que tudo vê”. Em algumas Lojas, em vez do olho, há a letra “G”, ou a letra “IOD”, em caracteres hebraicos – é a representação do Grande Geômetra, outra expressão para designar o Grande Arquiteto do Universo. Não sendo efetivamente uma religião, a Maçonaria compreende e reverencia todas as crenças e cada maçom pode ter no Delta Luminoso a representação de todos os sentimentos de religiosidade. Ele é como uma lembrança, uma advertência permanente e solene, traduzida pela compreensão fraternal, que não procura sobrepor a importância de qualquer religião em particular.Na forma atual, o Delta Luminoso, surgiu entre os séculos XVII e XVIII, mas representações do Olho que tudo vê, podem ser encontradas na Mitologia Egípcia, no Olho de Hórus. A adição posterior do triângulo, geralmente, é entendida como a Trindade de Deus, no Cristianismo;

- Bode: Seu principal atributo simbólico é o da força sexual masculina. Na Grécia antiga, servia de montaria para os deuses e na Índia era consagrado ao deus do fogo. Nas narrativas bíblicas, muitas vezes o Bode é citado como o animal que o povo oferecia a Deus em sacrifício, para obter o perdão de seus pecados (deriva daí o termo "bode expiatório"). O Bode é a montaria de “Agni”, o deus regente do fogo, para os Vedas, sendo considerado um animal solar. O Bode expiatório, ou mais raramente "emissário", era um Bode que os antigos hebreus espantavam para o deserto, na festa da expiação, depois de o haverem carregado de todas as iniqüidades (crimes, pecados) e maldições que se queria afastar do povo. Graças a isso, o Bode é um antigo símbolo da animalidade, o que no homem corresponde aos impulsos que mais se assemelham ao animal. Simbolicamente, o maçom vence seus “instintos animais”. Na Idade Média, porém, o Bode assumiu uma característica mais negativa e foi associado às práticas de bruxaria porque “servia de montaria para as feiticeiras”;

- Letra “G”: Sétima letra do alfabeto maçônico – chama-se “gimel” em hebreu. Em geral, significa Geometria, Geração, Glória, Grande, Grão. A Letra “G” é o símbolo de Deus, o Divino Geômetra. Uma das razões da Letra “G” ser tomada como

símbolo da Divindade, é que com ela, em vários idiomas, a palavra Deus é iniciada: “Gas” em Siríaco; “Gada” em persa; “Gud” em sueco; “Gott” em alemão; “God” em inglês, etc. Porém, sua origem mais provável, é o gama, do alfabeto grego que, tem a forma de um Y - para os pitagóricos representava as duas vias: a do profano e a do iniciado;

- Estrela de Cinco Pontas: O Pentagrama é um símbolo muito antigo: do grego "pente" que quer dizer cinco e "gramme" que quer dizer linha. É o signo do microcosmo. Ele exprime a dominação do Espírito sobre os elementos. É a Estrela de Cinco Pontas, representação da união do número dois (princípio feminino terrestre) com o três (princípio masculino celeste). Símbolo especial da Ordem Pitagórica, a Estrela de Cinco Vértices era inscrita num pentágono. Entre os Pitagóricos, era o símbolo da saúde, pois mostrava a harmonia entre o corpo e a alma. As diagonais que formam a estrela intersectam-se de tal maneira que formam outro pentágono, menor, na direção inversa. Se as diagonais dentro deste pentágono menor forem desenhadas, formarão ainda outro pentágono, e assim sucessivamente. É o símbolo do Cérebro e do Universo Holográficos. Este pentágono e a estrela nele inscrita composta por diagonais teriam propriedades sutis, que os Pitagóricos pensavam ser místicas. O Pentagrama tem cinco pontas “protetoras” e uma forma interior defensiva, um pentágono defensor no centro. Colocada no Oriente da Loja, na parede acima da cabeça do Venerável, chama-se Estrela do Oriente ou da Iniciação. Simboliza o homem perfeito, Deus manifestando-se plenamente no homem, o Iniciado. A Estrela de Cinco Pontas é a representação do Ser Humano como corpo físico: cabeça, dois braços e duas pernas e do Homem Quíntuplo ser: físico, emocional, mental, instintivo, e espiritual. A Estrela de Cinco Pontas contém os cinco elementos encontrados dentro de um homem, e que são: fogo, terra, ar, água e éter (substância relacionada ao espírito) – é o homem de braços abertos, sem virilidade, porque já dominou suas paixões e emoções - o Homem Vitruviano de Leonardo da Vinci (maçom) (Apêndice 1) - O homem natural. O símbolo da Luz, da saúde e da vitalidade. O número cinco representa o ato de amor. A quintessência que age sobre a matéria, transformando-a. Os quatro membros do corpo mais a cabeça que os controla. Os quatro dedos da mão mais o polegar que os torna funcionais. O número da mutação e transformação de tudo. O Pentagrama - união do microcosmo ao macrocosmo, do humano ao divino. Estrela Flamejante – geralmente, é feita de cristal e iluminada por dentro. O simbolismo da Estrela Flamejante evoca o Sol ou o Fogo Sagrado, reflexos da Luz de Deus:

- Estrela de Seis Pontas: Estrela de Davi ou Selo de Salomão. Na Maçonaria, como símbolos, há três Estrelas: uma de cinco pontas, outra de seis pontas e a terceira de sete. O Selo de Salomão - a tríade material e a tríade espiritual. Os seis dias da Criação. A satisfação depois do esforço. O hermafrodita, segundo a simbologia grega – era perfeito, pois unia o feminino e o masculino em si. A perfeição, a harmonia. O sexto sentido: a intuição, como síntese dos cinco sentidos físicos e a porta dos sentidos metafísicos. É um emblema da unidade do espírito com a matéria manifestada no Universo. A ambivalência e o equilíbrio;

- Estrela de Sete Pontas: A Estrela de Sete Pontas evoca o misticismo do número sete: as sete cores do arco-íris, as sete notas musicais, os sete estados de consciência do homem, os sete raios cósmicos, etc. O número da vida - a união do ternário (espírito) com o quaternário (matéria). Os sete espíritos ante o trono de Deus. Os sete Sacerdotes da Lei Cósmica. Os sete Senhores do Carma. Os sete ciclos da terra (quatro ciclos lunares com duração de sete dias). A origem do calendário atual. A renovação celular do corpo humano (sete em sete anos). Os sete orifícios do rosto humano. A plenitude, a ordem perfeita. A medida reguladora da coesão universal: sete planetas, sete divindades, sete metais, sete cores, sete dias da semana, sete chakras, sete pecados capitais e sete virtudes que lhe são contrapostas. A lei da evolução. O número dos adeptos e dos grandes iniciados;

- Abelha e Colméia: A abelha extrai seu alimento das flores e vive em perfeita organização social, por isso, tornou-se um símbolo de pureza, disciplina, trabalho e realeza. Simboliza pureza (por ser um animal que vive entre as flores), disciplina (devido à organização exemplar das colméias), trabalho (pela atividade incessante das abelhas operárias) e realeza (o poder exercido pela abelha rainha é reconhecido e respeitado por todas as outras). A Abelha era um símbolo de realeza no Antigo Egito e teria sido criado a partir das lágrimas de Rá, o deus sol. Na Grécia Antiga, era o símbolo das sacerdotisas de Éfeso e Elêusis, que se chamavam "abelhas" e que preservavam a virgindade da mesma forma que as abelhas operárias. Entre os cristãos, representa o Espírito Santo. A Igreja Católica primitiva usava cera de abelhas para simbolizar a carne de Cristo, e com ela modelava pequenos cordeiros que eram distribuídos aos fiéis. A Abelha é o símbolo da alma.

A Colméia representa o próprio “corpo” da Maçonaria: um local onde há cooperação entre seus membros e trabalho. Os antigos consideravam o mel como sendo um remédio que propiciava a imortalidade, uma vez que é o único alimento natural que não estraga. Na Grécia Antiga, era costume a oferenda de mel aos deuses para que chovesse, pois se acreditava que se a oferenda fosse feita em vinho, os deuses não permaneceriam sóbrios, e não teriam condições de atender aos pedidos. O melsimboliza a doçura, a suavidade, o alimento vital que traz a imortalidade. É também uma representação da paz, da espiritualidade evoluída e do alimento dos deuses. O favo de mel guarda a maior quantidade desse líquido sem desperdício – é o centro da Estrela de Seis Pontas. É o símbolo das ligações do carbono – hexágono – símbolo da vida e do renascimento;

- Escada de Jacó: É um símbolo de ascensão, de elevação gradual ou evolução, de valorização e de razão. Simboliza, principalmente, a ligação do céu com a terra. Indica também ascensão, elevação espiritual, evolução, e a conquista da sabedoria. Quando se desce a escada, porém, mergulha-se no que há de mais oculto e profundo no inconsciente.“E Jacó sonhou: e eis que uma escada era posta na terra, porque o sol era posto; e eis que os anjos de Deus subiam e desciam por ela; e eis que o Senhor estava em cima dela” (Gênesis 28:12, 13).A escada mística vista por Jacó simboliza o ciclo retrógrado e evolutivo da vida, em seu perpétuo fluxo e refluxo, através de nascimentos e mortes, a desdobrar-se em hierarquias de seres, mundos, reinos, vida e raças. Seus degraus são tantos quantos são as virtudes necessárias ao aperfeiçoamento de cada um. As três mais importantes são a Fé, a Esperança e a Caridade, simbolizadas pela Cruz, a Âncora e o Cálice. O número de degraus em todos os antigos Templos, segundo Vitrúvio, possuíam um número ímpar de degraus – isso quer dizer que, começando com o pé direito no primeiro degrau inferior, o adepto chegaria com o mesmo pé direito ao entrar no Templo, o que era considerado um afortunado presságio. O número ímpar de degraus simboliza a idéia de perfeição, objetivo que o neófito deve almejar atingir. O sistema de filosofia Pitagórica considerava os números ímpares mais perfeitos que os pares. O simbolismo de números maçônico foi baseado nos estudos de Pitágoras – no sistema maçônico há a predominância de números ímpares: três, cinco, sete, nove, quinze e vinte e sete;

- Trolha:

Ou colher de pedreiro. Trata-se de uma espécie de pá achatada com a qual os pedreiros assentam e alisam a argamassa. Sendo um instrumento neutro, deve ser visto como um símbolo da tolerância, com a qual o maçom deve aceitar as possíveis falhas e defeitos dos demais irmãos. Pode ser vista, também, como um símbolo do amor fraternal que será, então, o cimento que une toda a Maçonaria. Desta forma, passar a Trolha significa perdoar, desculpar, esquecer as diferenças. Entendida desta forma pode ser compreendida como símbolo da Paz, que deve reinar entre os adeptos;

- Espada: É símbolo da energia solar, do falo, da criação e do Logos. Representa a força, a energia masculina e a coragem. No sentido negativo, lembra os horrores da guerra. É também um símbolo de justiça, da divisão entre o bem e o mal, da decisão. Uma espada dentro da bainha significa temperança e prudência.Acessório muito usado nas cerimônias maçônicas, geralmente como símbolo do poder e autoridade, e emblema dissipador das trevas da ignorância. Nas reuniões de banquetes ritualísticos, é o nome que se dá à faca. A faca,entre muitos povos é usada como amuleto para repelir as energias negativas. A espada representa também a força masculina que, coloca em movimento a energia que tem a capacidade de transformar a matéria;

- Espada Flamígera: Tem a lâmina ondulada. É usada pelo Venerável Mestre como símbolo do poder criador de Deus. Ao seu triplo tinir com os golpes do Malhete (símbolo da autoridade, de que o Venerável se acha investido pela Constituição Maçônica), o postulante é iniciado e aceito na Ordem;

- Corda Com Oitenta e Um Nós: Representa vínculo. Para os maçons, uma Corda com Nós é o símbolo de sua comunidade. O Nó simboliza o enlace e a união. Em torno da Loja é colocada uma Corda com Nós simples, feitos de espaço em espaço. Os Nós isolados são frágeis, mas unidos, tornam-se extremamente resistentes. A Corda representa a Cadeia de União. Os Nós representam os maçons, que se unem sem se fundir, sem perder a sua individualidade. Os Nós, também lembram ao maçom que, ele deve estar preparado para desatar os “nós da vida”: as complicações e os obstáculos. O número de Nós da Corda, oitenta e um, remete ao número nove: 8+1= 9, que é o símbolo da imortalidade, da regeneração e da vida eterna. O número nove representa as hierarquias angelicais: serafins, querubins, tronos, dominações, potestades, virtudes, principados, arcanjos e anjos. O número

nove também tem relação com o Zoroastrismo: Siptman Zoroastro (6400 a.C.: fundador do Zoroastrismo, na Pérsia). O Zoroastrismo estava firmado sobre três pilares: bons pensamentos, boas palavras e boas ações. Zoroastro caminhava sempre com o seu cajado de nove nós, que representavam: um só Deus; destruição das imagens; autodisciplina; igualdade das castas; militância; organização; simplicidade; democracia e fraternidade universal. Além disso, oitenta e um é o quadrado de nove, que por sua vez é o quadrado de três – número considerado perfeito pelos maçons;

- Águia Bicéfala: Animal solar. A Águia tem a capacidade de voar muito alto, por esse motivo, está associada ao sol, à nobreza e à elevação espiritual. Um dos símbolos esotéricos mais antigos da humanidade identifica-se com a nobreza, e o poder divino. A rainha das aves é símbolo do sol e do céu, morada dos deuses. Seu vôo personifica a alma dos xamãs e magos em direção ao mundo dos espíritos. Entre os cristãos, simboliza a ascensão de Jesus. Na Roma antiga, uma Águia voando significava a elevação da alma de um soberano após a morte do corpo físico. Entre os gregos, representava a força e a espiritualidade, além de ser o animal favorito de Zeus. É o único ser que pode olhar para a luz do sol sem queimar os olhos. A Águia figura nos Altos Graus maçônicos - representa os Graus Administrativos no Rito Escocês: Trinta e Um, Trinta e Dois, Trinta e Três;

- Fogo: Simboliza tanto a purificação como a transformação. Simboliza as emoções. Na Alquimia, o sentido do fogo é o mesmo dado pelo filósofo grego Heráclito: o fogo da “calcinatio” é um fogo purgador, clareador, que atua sobre a matéria negra, tornando-a branca, a albedo. Elemento da natureza que simboliza o poder regenerador, a purificação, a destruição necessária para o renascimento. Fascina o homem desde a Antigïidade. Foi venerado por muitos povos e está presente em quase todas as cerimônias iniciáticas. Relaciona-se ao Sol e à Luz. O mais sutil, ativo e puro dos quatro elementos (terra, ar, água e fogo) é o princípio animador, masculino, em oposição à água, e fonte de energia. Nas Lojas Maçônicas mantém-se aceso sob a Estrela Flamígera, onde o Primeiro Diácono leva a luz aos seus irmãos. O que é purificado pelo Fogo, torna-se sagrado. O Fogo Sagrado jamais deverá ser soprado, para não ser conspurcado pelo

hálito humano segundo antiga tradição persa. Atravessar o Fogo representa transcender a condição humana;

- Ar: Elemento da natureza que simboliza a instabilidade, a mutação constante e o movimento. Representa a força masculina, está relacionado ao pensamento e à comunicação;

- Água: Elemento primordial – é o ponto de partida para o surgimento da vida. É o elemento símbolo dos sentimentos, das emoções. É um dos símbolos do inconsciente, sendo que o ato de mergulhar na Água e dela sair possui uma analogia com o ato de “mergulhar” no interior de si mesmo, no inconsciente. A imersão na Água pressupõe um sentido de morte e dissolução, e ao mesmo tempo, de renascimento e nova circulação. Representa a purificação, a regeneração, a profundeza e o infinito. Em quase todas as culturas, a Água aparece como símbolo da força feminina e da emoção, associada à fertilidade e à vida. No aspecto negativo, a Água simboliza a destruição. A Água é o elemento da natureza apontado como o princípio de todas as coisas (na ciência e na maioria das religiões). Os alquimistas chamavam “água” ao mercúrio e, por analogia, ao corpo fluídico do homem;

- Mar de Bronze: Esse metal é considerado um símbolo da incorruptibilidade. No Templo de Salomão o Mar de Bronze era uma enorme pia sustentada por doze touros em tamanho natural, tudo em bronze. Nessa pia os sacerdotes faziam suas purificações. As Lojas maçônicas representam o Mar de Bronze como uma pia de metal usada nas iniciações - O Mar de Bronze representa o elemento água e, significa o “esquecimento”, através da purificação do conhecimento profano;

- Terra: É o oposto do Céu, e está associada à força feminina e a tudo o que é misterioso. Representa o concreto, o real e em muitas culturas, relaciona-se à “Grande Mãe”, fonte dos alimentos e da vida. Para os maçons, é o primeiro dos quatro elementos. A Terra se relaciona com o Universo e é simbolizada por Afrodite ou Vênus, deusa da beleza, na Mitologia Greco-Romana;

- Pedra Bruta:É a matéria prima, representativa das coisas sólidas e terrenas. A pedra é considerada o mediador entre os opostos, e representa a realização do ser, a consciência da completude. Simboliza a inteligência do Aprendiz maçom, ainda rude, porque com os vestígios do Mundo Profano, está apenas iniciando sua aprendizagem nos Mistérios da Maçonaria. Ao Aprendiz cabe desbastar as arestas desta Pedra Bruta, disciplinando, educando, instruindo sua personalidade, objetivando vencer suas paixões e subordinar sua vontade à prática do bem. Assim a tarefa principal do Aprendiz consiste em trabalhar e estudar para adquirir o conhecimento do simbolismo do seu Grau e a sua interpretação filosófica;

- Malho e Cinzel:Estas duas ferramentas servem para desbastar a Pedra Bruta. A primeira é a vontade executiva, o Malho, insígnia do mando, vibrado com a mão direita, lado ativo, relacionada com a energia atuante e a determinação moral, comandando a realização prática. É a ferramenta de trabalho do Aprendiz, para simbolicamente, desbastar a pedra. Para educar a personalidade para uma vida ou obra superior. O Malho simboliza a vontade, energia, decisão, o aspecto ativo da consciência, necessário para vencer e superar os obstáculos. A segunda ferramenta representa as resoluções espirituais, é o Cinzel de aço, que se aplica sobre a pedra com a mão esquerda lado passivo, e corresponde à receptividade, ao discernimento especulativo; - Pedra Polida ou Cúbica: Havendo o Aprendiz trabalhado na Pedra Bruta com o Malho e o Cinzel, transformando-a num cubo imperfeito, cabe ao Companheiro (Segundo Grau), polir este cubo com o auxílio do Esquadro, do Nível e do Prumo, tornando-o uma Pedra Cúbica. Desbastadas as rudes arestas da personalidade, ainda como Aprendiz, cabe agora, ao Companheiro, disciplinar suas ações através do conhecimento adquirido, operando mudanças delicadas em seu temperamento, fazendo então, do seu "eu", um cubo perfeito, a Pedra Polida que assim estará apta a ser utilizada na construção do edifico do Templo, isto é, a humanidade perfeita.Desde tempos antigos, o cubo simboliza os seres angelicais, a união de configuração emotiva e harmoniosa. Significa a evolução do Companheiro até chegar ao estágio de Mestre;

- Nível:

Linha horizontal. Indica que todos os homens são iguais. O maçom não deve envaidecer-se por possuir bens transitórios como títulos, glória, riquezas materiais, etc. Não deve considerar-se superior aos outros homens. O que tem significado são os valores espirituais, adquiridos pelo indivíduo em seu caminho evolutivo. Todos os homens são nivelados no mesmo plano;

- Prumo: Linha vertical. É o símbolo para a prospecção da própria natureza humana. O prumo representa o encontro do maçom com seu interior, onde encontrará a Centelha Divina;

- Símbolos da Horizontal e Vertical: Entre os símbolos geométricos que revelam a estrutura do Cosmo encontramos o da horizontalidade e o da verticalidade. Ainda que se trate de uma só linha reta em duas posições distintas, permite compreender outras realidades, que podem ser observadas em outros símbolos fundamentais, como a cruz e o esquadro, que se formam pela união, num ponto, da linha horizontal e da vertical. A linha horizontal simboliza a terra e a matéria, o tempo sucessivo que progride indefinidamente num plano ou nível de realidade sem possibilidade aparente de sair dele. Também representa a submissão à lei que regula a retidão no comportamento. Simboliza um estado de passividade e quietude interior.  Se a horizontal se refere ao tempo sucessivo, a linha vertical, representa o tempo simultâneo e sempre presente que, ao ser percebido na consciência, libera dos condicionamentos e limitações terrestres. No ser humano, esse eixo vertical, essencialmente ativo, incide diretamente sobre seu coração, o centro de seu ser.  A linha horizontal equivale ao nível e a vertical ao prumo. Assim, a horizontal (a terra) é o plano de base do templo, que o homem percorre em sucessivas etapas até atingir o altar ou centro desse plano, no qual se encontra o ponto de conexão com o eixo vertical, que o comunica diretamente com a chave de abóbada da cúpula (o céu), que representa o centro do Ser Total.

- Luz: A Luz está associada à força Criadora – o sêmen, que é a substância que contém o princípio Criador. A Luz simboliza a presença visível do Grande Arquiteto do Universo. Os juramentos são feitos diante da Luz, significando que o indivíduo está prestando juramento perante Deus, e não para os homens.

Essa ritualística lembra também que, cada maçom é uma Luz isolada, e que a soma dessas Luzes forma o Sol – que ilumina e aquece toda a humanidade;

- Sol e Lua: O Sol é o fogo, a força masculina. O criador e fecundante. A força vital. O falo. A Lua é a força feminina. A receptora. Positivo e negativo. O Sol e a Lua são símbolos herméticos e alquímicos (ouro e prata). O Sol é a vida, o masculino – A Lua, sua complementaridade, o feminino. A Maçonaria é uma Ordem Solar (masculina), porém, os maçons, trabalham à noite em suas Lojas, sob a energia feminina, equilibrando os dois pólos. O Sol deve estar presente na decoração do Templo, no teto, mostrando a Luz que vem do Oriente, com a Lua, que representa a Mãe Universal que fertiliza todas as coisas. A mulher é a formadora, a que reúne, rega, ceifa - a natureza do princípio passivo é reunir e fecundar. As forças da Lua são magnéticas, opostas e complementares às do Sol, que são elétricas.O Sol é o mais poderoso corpo do Sistema Solar e a base de toda a vida na Terra. Desde os mais remotos tempos, ele é o símbolo da luz. Por sua luz e seu calor, é assimilado nos diversos cultos solares, a um dos principais deuses. Esotericamente, o Sol é o emblema do espírito, do “Eu Superior”. Para a Maçonaria, a luz que o Sol representa é a do conhecimento;

- Três Pontos: Há várias interpretações reconhecidas. Lembra o místico Delta, faz referência ao trinômio: Liberdade, Igualdade e Fraternidade, e às qualidades indispensáveis ao maçom: Amor, Vontade e Inteligência. Os Três Pontos têm uma origem bem antiga – nos objetos celtas do século IX a. C. e, muito antes, nas cerâmicas egípcias e gregas. Os Três Pontos dispostos em triângulo são uma das expressões da luz interior e do Espírito que presidiu à Criação do Mundo. A tradição grega considerava o triângulo a imagem do céu. O triângulo é a mais estável das formas poligonais. É a forma utilizada para unir partes de estruturas rígidas, como pontes, etc., e fortalecer outras estruturas, reduzindo a mobilidade. O triângulo apresenta-se como dois opostos que se unem ao alto, por um terceiro elemento. Os Três Pontos traduzem a concepção piramidal egípcia; A Criação. A natureza tríplice de Deus: Criação -Conservação - Destruição. Símbolo sexual masculino completo (pênis mais testículos). O sexo em função reprodutiva. A trindade simboliza um processo de desenvolvimento que se desenrola no tempo. É um processo dinâmico, que implica em crescimento, desenvolvimento e movimento no tempo. O

desenvolvimento ordenado e harmonioso do Universo. A síntese espiritual. A solução do dualismo. A fórmula da criação de cada um dos mundos. Os três ciclos de vida: nascimento, apogeu, morte. O Conhecimento (Música, Geometria, Astronomia), segundo Pitágoras. A composição do homem (corpo, alma, espírito). As três esferas concêntricas do Universo: natural, humano e divino;  

- Régua de Vinte e Quatro Polegadas: Representa a retidão, a observância das leis – toda a Natureza é regida por leis que garantem o que os gregos chamavam de “kosmos”: a ordem harmoniosa das coisas. Na Maçonaria a régua simboliza um método de realização. Quando o postulante é admitido na Ordem, ele dá o seu primeiro passo em linha reta. As vinte e quatro polegadas representam as horas do dia: manter-se na retidão durante todas as horas do dia;

- Abóbada Azulada: É o teto da Loja Maçônica que, representa o céu com estrelas, nuvens e o Sol. A Abóbada é sustentada pelas Colunas, representadas pelos maçons. Simbolicamente, o iniciado sustenta o universo mental;

- Caixão e Caveira: Indicam a transitoriedade – a mortalidade do homem. A morte é inevitável e, todos os “tesouros” materiais perdem o sentido. Ao mesmo tempo, o Caixão significa renovação: renascimento com novos valores, novo significado para uma nova vida. O Caixão, como símbolo maçônico é sextavado – é um hexágono, representando as ligações do carbono, do qual o corpo humano é composto – significa que a vida continua;

- Romã: Símbolo da união entre os maçons. Como ensina Christian Jacq (“A Franco- Maçonaria – História e Iniciação”): “A Romã era consagrada a Deméter e a Perséfone, pelos iniciados de Elêusis, que nela viam o símbolo das riquezas ocultas da terra divinizada. Para a Igreja Católica, a Romã representa a comunidade de fiéis reunidos na Igreja que, sob a mesma casca abriga muitos grãos. Em outras palavras, os povos mais diversos poderão unir-se numa mesma fé e os maçons de opiniões divergentes podem comungar no sagrado. Quando a Romã está madura, abre-se e atira longe os seus grãos. Não se poderia encontrar melhor imagem de transmissão do espírito exprimindo as inumeráveis potencialidades criadoras que os maçons tomarão a seu cargo.”

As Romãs são colocadas sobre as colunas do Templo Maçônico. Emblemas que coroam as Colunas J “Jaquim” (“estabelecer”) e B “Booz” (“força”) e cujos grãos significam prosperidade e solidariedade da família maçônica;

- Malhete: Pequeno martelo de madeira com duas cabeças: representa a vontade ativa, o trabalho, a força. Instrumento de direção, poder e autoridade. É o instrumento de trabalho do Venerável Mestre e dos Vigilantes. O Malhete deve ser usado com discernimento e lógica; se utilizado com força descontrolada, passará a ser um instrumento de destruição, incompatível com a Maçonaria;

- Número Nove: É o número dos Iniciados e dos Profetas. É o princípio da Luz Divina, Criadora. O Número Nove no simbolismo maçônico desempenha um papel variado e importante. A humanidade. O número raiz do presente estado de evolução humana. O número de Adão. O número da iniciação: assinala o fim de uma fase de desenvolvimento espiritual e o início de outra fase superior. As nove esferas celestes e os nove espíritos elevados que as governam. O ilimitado. Os nove orifícios do corpo humano. Os nove meses da gravidez humana. O número dos ciclos humanos temporais na Terra;

- Altar: É o lugar onde o espiritual se materializa. Montado acima do nível do chão simboliza a elevação das preces e oferendas. Representa também o refúgio, a proteção e o contato com o Divino. Nas Lojas Maçônicas, não há uma uniformização do Altar; - Labirinto: O Labirinto era uma construção do Antigo Egito: um imenso palácio quadrangular, tendo duzentos metros de comprimento e cento e cinqüenta de largura. Erguia-se no lugar onde atualmente está a aldeia de Hawará, a leste do lago Mêris. Havia grande quantidade de quartos, pequenos e escuros, ligados uns aos outros por muitos corredores. Egiptólogos afirmam que o Labirinto Egípcio era um depósito central, onde eram reunidas as preciosidades do faraó, do povo e do país. A construção era composta por dois andares e cada andar, segundo Heródoto, tinha mil e quinhentas salas. Não se sabe quem construiu o Labirinto, do qual existem apenas ruínas. O que se sabe é que uma parte dele foi construída pelo faraó Amenemhat III, cerca de três mil e quatrocentos anos a.C., e parte por sua filha Sebekneferu.

É também o nome dado ao palácio do Rei Minos, construído na ilha de Creta e que era todo formado por inúmeras passagens secretas e corredores subterrâneos. Segundo a mitologia grega, mais tarde esse palácio se transformaria na morada do Minotauro. Esotericamente, por seus caminhos tortuosos e desconhecidos, o Labirinto é considerado um símbolo da iniciação e representa a descoberta do centro espiritual oculto, a dissipação das trevas para o renascimento na Luz, a superação dos obstáculos e o encontro com o caminho da verdade;

- Pelicano: Representa o Amor e a Abnegação. Na antiga Era Cristã, era considerado emblema do Salvador que derramou seu sangue pela humanidade. Ave que, segundo a lenda, se fere e mutila com o bico para alimentar com o próprio sangue seus filhotes. O Pelicano tira de suas entranhas o alimento de seus filhotes; ele expressa a idéia de auto-sacrifício como etapa necessária para se atingir a perfeição (que, a bem da verdade, nunca se alcança). Nesse particular, assemelha-se à Fênix, pássaro mítico que se deixa consumir no fogo para depois renascer das próprias cinzas. A presença de ambos os pássaros bem indica que a morte anunciada aqui, da qual devem ser separados os elementos que serão transformados e reunidos, é uma experiência transcendente. Tanto o Pelicano quanto a Fênix são emblemas que, através da morte, anunciam o renascimento, sugerindo a imortalidade da alma em seu eterno caminho de doloroso aprendizado.A Lenda do Pelicano:“Enquanto o pelicano foi buscar alimento, uma cobra, escondida entre os galhos, dirigiu-se para o ninho. Os filhotes dormiam tranqüilamente. A cobra aproximou-se, e com um brilho de maldade nos olhos, deu início à matança.Uma mordida venenosa em cada um, e as pobres criaturinhas passaram diretamente do sono à morte. Satisfeita, a cobra voltou para seu esconderijo a fim de observar a reação do pelicano. Dentro em pouco o pássaro estava de volta. À vista de tal carnificina começou a chorar, e seu lamento era tão desesperado que todos os habitantes da floresta ouviram e se entristeceram. - Que sentido tem minha vida sem vocês? - disse o pobre pássaro, olhando para os filhotes mortos - quero morrer com vocês! E pôs-se a bicar o próprio peito, bem no lugar do coração. O sangue jorrou da ferida e escorreu para cima dos filhotes que a cobra matara. Porém de repente o pelicano agonizante teve um sobressalto. Seu sangue morno devolvera a vida aos filhotes. Seu amor ressuscitara-os. Então, finalmente, feliz morreu.” - Leonardo da Vinci;

- Escada em Caracol: Simboliza a difícil trajetória do Companheiro. Com seus degraus em espiral, ela representa a dificuldade em subir, aprender e auto aperfeiçoar-se, mostrando que a evolução não se desenvolve de uma forma constante e retilínea. Representa a regeneração periódica;

- Livro da Lei: Simboliza a Lei Divina. É o volume colocado sobre o Altar dos Juramentos - ou “Livro da Sabedoria”. Para os cristãos, a Bíblia; para os hebreus, o Talmude ou o Antigo Testamento; para os muçulmanos, o Alcorão; para os adeptos do bramanismo, os Vedas; para os seguidores de Zaratustra, ou Zoroastro, o Zenda-Avestá;

- Colunas Zodiacais (Rito Escocês Antigo e Aceito): Os Signos Zodiacais, assim como todos os mitos solares e agrários da Antiguidade, representam a morte e o renascimento anual da Natureza. Por isso, eles simbolizam o iniciado, desde que, como candidato, ele é encerrado na Câmara de Reflexão - representado por Áries, passo inicial da renovação da natureza pelo Fogo, simbolizando o Fogo Interno, o ardor do candidato à procura da Luz – até o ápice de sua caminhada maçônica, quando recebe o Grau de Mestre - representado por Peixes, a total renovação da Natureza, a volta do Sol e da vida, pronto para mais um ciclo. Os Signos relacionados com o Grau de Aprendiz são: Áries, Touro, Gêmeos, Câncer, Leão e Virgem. Simbolizam solidez, força, a ligação entre a terra e o céu. Os atuais Templos Maçônicos (Rito Escocês Antigo e Aceito) têm Doze Colunas que correspondem aos Signos do Zodíaco, e podem ser consideradas a base mental da Loja.As Colunas, nos antigos cultos de fertilidade, podem aparecer como representação do órgão sexual masculino;

- Colunas Gregas: A Coluna simboliza limites, pois possui um eixo ou centro. As Três Colunas, das três ordens arquitetônicas gregas (Dórica, Jônica e Coríntia) são as que, simbolicamente, sustentam a Loja de Aprendiz, sendo, por isso, assimiladas ao Venerável Mestre e aos dois Vigilantes. Três das principais Colunas são representadas pelo Venerável Mestre e pelos Primeiro e Segundo Vigilantes. Há outra Coluna, totalmente invisível, que se eleva do Altar até o Grande Arquiteto do Universo. As Colunas colocadas na entrada da Loja representam

as Colunas de Salomão: “Jaquim” (“ele firmará” – pilar da direita – tem esse nome por causa do sumo sacerdote que realizou a sagração dessa seção no Templo de Salomão) e “Booz” (“nele está a força” – pilar da esquerda – é assim denominado por causa de Booz, o bisavô de Davi, rei de Israel), construídas por Hiram Abiff. A unificação desses dois pilares representa “estabilidade”. A Coluna Dórica, a mais forte, sem base e com um capitel (cabeça da coluna) simples, mas de alta plasticidade é a personificação da Força do homem, sendo, por isso, assimilada pelo Primeiro Vigilante, responsável pela Coluna da Força. A Coluna Jônica, mais esbelta, com uma base e um capitel trabalhados, com quatro voltas é a representação da Sabedoria, sendo, portanto, assimilada pelo Venerável Mestre, personificação da Sabedoria. A Coluna Coríntia, com um capitel de maior sutileza plástica é a representação da Beleza, sendo assimilada pelo Segundo Vigilante, responsável pela Coluna da Beleza;

- Ouroboros: O Ouroboros é um símbolo antiqüíssimo resgatado pela tradição alquímica, onde se vê uma serpente que morde a própria cauda e devora a si mesma. Foi largamente usado nos desenhos celtas. Representa o equilíbrio entre o masculino e o feminino universais. É também a representação simbólica do Infinito e do Equilíbio Dinâmico Universal. O Ouroboros é o símbolo da meta a ser alcançada, a união dos opostos. Sem início nem fim, o círculo simboliza a eternidade, a imortalidade, a perfeição. O círculo simboliza a eternidade, posto que é alfa e ômega. O início e o fim da vida humana;

- Borda Festonada: Este ornamento é, geralmente, colocado no perímetro da Loja. Tem várias interpretações e, relembra a Cadeia de União, a unidade constante entre os maçons. Em geral, a Borda Festonada ou Orla Dentada, é dourada.

5- Maçonaria e Hermetismo:

Desde a Pré-História, o homem sempre teve a necessidade de desenvolver uma cultura mística. O medo do desconhecido e a necessidade de dar sentido ao mundo que o cercava, levaram o homem primitivo a criar sistemas de crenças e rituais “mágicos”. O homem buscava o significado dos fenômenos da Natureza e de sua própria existência.O Período Pré-Histórico é o considerado sem documentação escrita. A Pré-História divide-se em Idade da Pedra, do Bronze e do Ferro. A Idade da Pedra

divide-se em dois períodos: Paleolítico ou Idade da Pedra Lascada, e Neolítico ou Idade da Pedra Polida.O Período Paleolítico, a etapa mais antiga da Pré-História, começou há cerca de dois milhões de anos e terminou há cerca de dez mil anos. Nessa época ocorreu uma importante evolução física entre os hominídeos: surgiram os primeiros homens modernos, isto é, os da espécie “homo sapiens” - evolução física acompanhada de evolução cultural correspondente ao tamanho de seus cérebros.O Período Paleolítico ou da Pedra Lascada, divide-se em três etapas: Inferior, Médio e Superior. Seu desenvolvimento está ligado às quatro fases da Era Glacial, separadas por intervalos de clima temperado conhecidos como eras inter-glaciais.No Paleolítico o homem divinizava as forças da Natureza. Uma descoberta primordial do Período Paleolítico foi o fogo - depois disso, o homem passou a assar a carne e a cozinhar vegetais. Junto ao fogo os grupos de hominídeos se reuniam, protegiam-se do frio, dos ataques de predadores, e através da linguagem, desenvolviam suas crenças. Com a utilização do fogo, o ser humano, passou a ter mais controle em relação ao que acontecia à sua volta. O homem chega ao Período Neolítico com maior desenvolvimento físico, intelectual e espiritual, como comprovam achados fósseis. Desenvolvia sua inteligência, sua linguagem verbal e a linguagem simbólica. Também adorava deusas que representavam a fecundidade, pois uma das principais preocupações do homem primitivo era a preservação da espécie.No Neolítico o homem continuou divinizando as forças da Natureza, e muito provavelmente acreditava na vida após a morte, pela maneira como enterrava seus mortos: debaixo de grandes lajes de pedra suspensas, com suas roupas, armas, enfeites e oferendas.O homem é o único animal com percepção clara da inevitabilidade de sua morte. A capacidade de prever (que aconteceu com a evolução dos lobos pré-frontais) teve como conseqüência a consciência da morte. Essas cerimônias fúnebres que incluíam o sepultamento de alimentos e utensílios com o falecido sugerem não apenas a consciência da morte, mas também uma cerimônia ritual já desenvolvida para manter o morto na vida além da vida.Com o tempo houve uma evolução e, à medida que o homem passou a organizar sua existência numa base mais racional, sentiu a necessidade de ir além das relações com as forças que povoavam o Universo: passou também a temer as ações do “ser superior” que “criara” todo aquele Universo. Assim nasceram as religiões - as religiões consistem em um corpo organizado de

crenças que ultrapassa a realidade da ordem natural e tem por objeto o sagrado ou “sobrenatural”.Hermes é um dos doze deuses do Olimpo, mensageiro dos deuses, correspondente ao deus Mercúrio dos romanos, filho de Zeus com Maia, uma das plêiades, filhas do gigante Atlas. Hermes criou a lira, cujo som encantou o deus Apolo, que trocou seu rebanho e o caduceu (bastão com duas cobras entrelaçadas e duas asas na parte superior) por ela. Ganhou também, de Apolo, o dom da profecia, obtido em troca da Flauta de Pã. Era protetor dos pastores e seus rebanhos, dos cavalos e animais selvagens. Mais tarde tornou-se deus dos viajantes, dos comerciantes e dos ladrões.O Hermetismo baseia-se na figura de Hermes Trismegistos, que combinava aspectos do deus Hermes com os do deus egípcio Thot (deus da sabedoria, representado com a cabeça de íbis).No Egito Antigo, todos os textos religiosos contêm a suposição da continuidade da vida em outro plano e, estão no “Livro dos Mortos”. Além da religião propriamente dita, havia a parte iniciática ou filosófica, contida nos livros de Hermes Trismegistos - ou seja, o possuidor das três quartas partes da sabedoria universal (o qual teria vivido no século XX a.C.): esses livros formam o “Hermetismo” - o “Pimandro”, o “Asclepios” e a “Tábua de Esmeralda”, cuja origem é remotíssima, sendo anterior às civilizações grega e romana e, ainda anterior a Pitágoras e a Platão. Esses livros surgiram no século XII, através das Cruzadas e dos contatos com o mundo islâmico - apareceram na Europa Ocidental esses textos herméticos traduzidos do árabe para o latim. O mais conhecido de todos esses textos é a “Tábua de Esmeralda”, assim denominada porque foi gravada em uma pedra verde, já que os antigos atribuíam à cor verde as artes mágicas, e teria sido escrita pelo próprio Hermes (mas, alguns relatos informam que Hermes Trismegistos escreveu mais de trinta livros sobre teologia e filosofia e seis sobre medicina e parece que todos desapareceram nos períodos de invasões e guerras que o Egito sofreu ao longo da história. Os egípcios atribuíam a Hermes a autoria de quarenta e dois livros sobre ciências ocultas). Hermetismo é a doutrina esotérica e filosófica resultante do estudo dos escritos atribuídos a Hermes Trismegistos - “Hermes Três Vezes Grande”: porque foi considerado o maior dos filósofos, o maior dos sacerdotes e o maior dos reis - uma deidade sincrética. Segundo São Clemente de Alexandria (150-215), Hermes seria autor, ou inspirador de quarenta e dois livros: trinta e seis conteriam a ciência dos egípcios e os restantes conhecimentos de medicina. Entre as obras atribuídas a Hermes, e compiladas a partir do século III d.C., podem ser citadas: a “Tábua

de Esmeralda”, o “Corpus Hermeticum” do século VI d.C., “Pistis Sophia”, o “Pimandro” (Pastor de Homens) e o “Kratere” do século III d.C., o “Asclépios”, o “Koré Kosmou” (Virgem do mundo) e o “Liber Hermetis” (Livro de Hermes). Esta figura percorre toda a história do Ocidente, até nossos dias, já que não só é o Trismegistos alexandrino, o Hermes grego, o Mercúrio romano - mas também o Thot egípcio, o Odin e Wotan nórdicos, o Enoch, Elias e Eliseu bíblicos e o Quetzalcoatl tolteca e seus análogos em toda a América.A divindade de Hermes Trismegistos provém da introdução do deus Thot na religião grega. Thot é um deus egípcio que simboliza a lógica organizada da Vida. Ele é relacionado aos ciclos lunares, que expressam a harmonia do Universo. É também assimilado como deus do Verbo e da Sabedoria e foi identificado com o Hermes grego. Como deus da Sabedoria, a Thot foram atribuídos vários textos sagrados que descrevem os segredos da Existência. Os textos herméticos antigos podem ser considerados também veículos de ensinamentos e base à iniciação e ao esoterismo egípcio. A doutrina esotérica hermética supõe relações misteriosas entre as partes visíveis e invisíveis do Universo, misturando Filosofia e Alquimia: alguns pesquisadores afirmam que a palavra “alquimia” vem da expressão árabe “al khen”, que significa “o país negro”, nome dado ao Egito na Antigüidade. Outros acham que está relacionada ao vocábulo grego “chyma”, que diz respeito à fundição de metais. A Alquimia é uma tradição que busca a sabedoria e a compreensão da Natureza, através de elementos da química, física, astrologia, arte, metalurgia, medicina, misticismo e religião. A arte alquímica, ao tratar da transmutação dos metais, considera estes como os símbolos das mudanças psicológicas. A ciência alquímica é um espelho em que o aprendiz deve se olhar para compreender a estrutura do Cosmo e de sua própria constituição.._,___ Os três principais objetivos da Alquimia são:- Transmutação dos metais inferiores em ouro;- Obtenção do Elixir da Longa Vida, uma panacéia universal, um “remédio” que curaria todas as doenças e daria vida eterna àqueles que o ingerissem.Esses dois primeiros objetivos poderiam ser atingidos ao obter-se a Pedra Filosofal, uma substância mística que amplificaria os poderes de um alquimista;- O terceiro objetivo era criar vida humana artificial, os “homúnculus”.Alguns estudiosos postulam que o Elixir da Longa Vida e a Pedra Filosofal são temas simbólicos, metáforas para um caminho espiritual.

Todos os preceitos fundamentais e básicos introduzidos nos ensinos esotéricos de cada raça foram formulados por Hermes. Mesmo os mais antigos, da Índia, tiveram a sua fonte nos preceitos herméticos originais. Da Índia muitos estudiosos deslocaram-se para o Egito, para aprenderem com Hermes. De outros países também viajaram vários mestres para o Egito, percebendo-se atualmente a influência dos Princípios Herméticos em todas as religiões.No século XIX, três Iniciados escreveram o livro “Caibalion”, que registra as Sete Leis do Hermetismo. Não é um livro oriundo da era pré-cristã como se supõe. É um livro sobre os Princípios Herméticos, e foi publicado pela primeira vez em 1908, em inglês.

Os Sete Princípios ou Preceitos Herméticos:

- Princípio do Mentalismo: “Tudo é Mente.” De acordo com esse princípio, todo o mundo fenomenal ou Universo é simplesmente uma criação mental do Todo. Pode-se interpretar, também, que não existe “realidade absoluta” – cada indivíduo cria sua “interpretação de realidade”, conforme seus processos mentais de distorções, omissões e generalizações;- Princípio da Correspondência: “O que está em cima é como o que está embaixo, e o que está embaixo é como o que está em cima.” Segundo alguns autores, esse preceito afirma a existência, no Universo, de três grandes planos de correspondência: O Plano Físico, Plano Mental e o Plano Espiritual. Explica que há uma harmonia, uma correlação e correspondência entre esses diferentes planos de Manifestação, Vida e Existência, unindo o microcosmo e o macrocosmo. Tudo emana da mesma fonte - o macrocosmo é como o microcosmo (as galáxias e os átomos);

- Princípio da Vibração: “Nada está parado; tudo se move; tudo vibra.” Ensina a verdade de que no Universo nada está parado, tudo está em constante vibração e movimento. A ciência já comprovou a verdade por trás desse princípio – as estruturas moleculares não são inertes – elas se movem. Toda matéria está em movimento. Mas vai mais além quando afirma que toda a manifestação do pensamento, emoção, raciocínio, vontade e desejo determinam vibrações que podem afetar a mente de outras pessoas por indução, explicando os fenômenos de telepatia, influência mental e outras formas de poder da mente. Essa tese está sendo seriamente investigada pelos cientistas atuais. As diferenças entre as diversas manifestações da matéria, energia, mente e espírito, resultam de ordens variáveis de vibração. Segundo Cláudio Blanc (escritor maçônico), Masaru Emoto em seu livro “Hado-Mensagens Ocultas na Água” cita um artigo de Warren J. Hamerman

publicado em 1989 na revista “21st Century Science and Technology”. Nesse texto, Hamerman explica que “a matéria orgânica da qual os seres humanos são formados, gera uma freqüência que pode ser representada pelo som de aproximadamente quarenta e duas oitavas acima do dó maior central do piano”. O padrão do dó central é cerca de 262 hz. Isso significa que essa nota vibra 262 vezes por segundo. Com base nessa afirmação, Emoto calculou que os seres humanos vibram 570 trilhões de vezes por segundo;

- Princípio da Polaridade: “Tudo é duplo; tudo tem dois pólos; tudo tem o seu oposto; o igual e o desigual são a mesma coisa; os opostos são idênticos em natureza, mas diferentes em graus; os extremos se tocam; todas as verdades são meias verdades; todos os paradoxos podem ser reconciliados.” Esse preceito, afirma que todas as coisas manifestadas têm dois lados, dois pólos opostos, dois aspectos com muitos graus de diferença entre os extremos. Ensina que os pares de opostos são uma mesma coisa diferindo apenas no seu grau: calor e frio são idênticos em natureza, mas diferentes em grau, assim como amor e ódio, a luz e a escuridão, o bem e o mal, etc, também o são. “Tudo é duplo, tudo tem dois pólos, tudo tem o seu oposto”. A complementaridade quântica, que reúne naturezas aparentemente opostas e antagônicas - se um objeto qualquer for “quebrado” na menor porção de matéria física, obtém-se o átomo. Se for “quebrado” em partes menores, obtém-se o próton, se o próton for “quebrado”, consegue-se o méson, béson e píon; “quebra-se” o íon e obtém-se os seis quarks; quebra-se o menor deles e, poderá haver uma chance de 50% de obter matéria, partícula ou 50% de onda, energia;

- Princípio do Ritmo: “Tudo tem fluxo e refluxo, tudo tem suas marés, tudo sobe e desce. Tudo se manifesta por oscilações compensadas: a medida do movimento à direita é a medida do movimento à esquerda. O ritmo é a compensação.” Tudo se manifesta para frente e para trás. A criação e destruição de civilizações. O auge e a queda. Nada é linear - tudo vai e vem. Há um constante fluxo e refluxo, uma maré alta e uma baixa, um constante movimento entre os dois pólos de todas as coisas manifestadas nos três Grandes Planos. Esse Princípio relaciona-se com o Segundo Princípio (Correspondência) e com o Quarto Princípio (Polaridade);

- Princípio da Causa e Efeito: “Toda a causa tem seu efeito. Todo o efeito tem sua causa. Tudo acontece de acordo com a lei; o acaso é simplesmente um nome dado a uma lei não reconhecida; há muitos planos de causalidade, porém nada escapa à lei.” O acaso é um nome dado para indicar que uma causa não foi reconhecida ou percebida. No nosso Universo sempre há uma

causa antecedendo a todo o efeito, em todos os planos. Todo ato tem suas conseqüências. Não existe acaso, mas sincronicidade – sincronicidade (do grego “syn”, e “chronos”, tempo) é um princípio que deve explicar a relação significativa de acontecimentos, a “coincidência significativa” entre dois ou mais fatos. A hipótese foi desenvolvida por Carl Gustav Jung (1875 – 1961: psiquiatra suíço, maçom) num trabalho conjunto com o físico Wolfgang Pauli (1900-1958). Jung distingue três categorias de sincronicidade:

1) coincidência de um estado psíquico do observador com um acontecimento objetivo simultâneo, que corresponde ao estado psíquico, sem que se possa pensar em uma relação causal;

2) coincidência de um estado psíquico com um acontecimento exterior correspondente, de que o sujeito não tenha conhecimento;

3) coincidência de um estado psíquico com um acontecimento futuro.

Essas coincidências se compõem de dois aspectos:

1) uma imagem inconsciente torna-se consciente; essas imagens são diretas, quer dizer, reproduzem diretamente o acontecimento exterior, ou são indiretas, simbolizam o acontecimento. Segundo Jung, a maior parte das imagens é de natureza arquetípica;

2) o acontecimento exterior.

Com a hipótese da sincronicidade, Jung tenta compreender não apenas manifestações paranormais em sentido estrito, mas também a Astrologia e a Clarividência. Nas reflexões de Jung a respeito da sincronicidade, conceitos como o “pleroma gnóstico” desempenham também um papel: pleroma significa no gnosticismo o lugar de Deus e de todas as revelações; se se concebe um espaço intermediário, nem psíquico, nem físico, pode-se entender os fenômenos de sincronicidade como uma participação do espiritual e da realidade exterior nos acontecimentos desse mundo intermediário;

- Princípio do Gênero: “O gênero está em tudo; tudo tem o seu princípio masculino e o seu princípio feminino; o gênero se manifesta em todos os planos.” Há gênero manifestado em tudo, como Princípios Masculino e Feminino, presentes e em ação em todos os fenômenos e planos de vida. Seu objetivo é criar, produzir e gerar, sendo o aspecto feminino o que manifesta a geração ou produção de novas formas de energia, procurando unir-se ao

aspecto masculino, por um impulso natural de criar novas formas de matéria ou energia - e o aspecto masculino o que dirige uma determinada energia para o feminino pondo em atividade o processo criativo. O feminino é passivo e negativo e o masculino é ativo e positivo. Explica as atrações e repulsões, inclusive elétricas e eletromagnéticas, nos Universos macrocósmico e microcósmico. Em todas as coisas existe uma energia receptiva feminina, e uma energia projetiva masculina – o Yin e Yang dos chineses;

Outros axiomas herméticos:

“Os lábios da sabedoria estão fechados, exceto aos ouvidos de entendimento.”;

“Em qualquer lugar que se achem os vestígios do mestre, os ouvidos daqueles que estiverem preparados para receber o seu ensinamento se abrirão completamente.”;

“A mente (tão bem como os metais e os elementos) pode ser transmutada de estado em estado, de grau em grau, de pólo em pólo, de vibração a vibração.”;

“Para mudar a vossa disposição ou vosso estado mental, mudai a vossa vibração.”;

“Para destruir uma desagradável ordem de vibração mental, ponde em movimento o Princípio da Polaridade e concentrai-vos no pólo oposto ao que desejais suprimir. Destruí o desagradável mudando sua polaridade.”;

“O ritmo pode ser neutralizado pela aplicação da Arte da Polarização.”;

“Sob as aparências do Universo, do tempo, do espaço e da mobilidade, está sempre encoberta a realidade substancial: a verdade fundamental.”;

“Na sua essência, o Todo é incognoscível.”;

“O Universo é mental: ele está dentro da mente do Todo.”;

“O Todo cria na sua mente infinita inumeráveis Universos, que existem por “eons” de tempo; e contudo, para o Todo, a criação, o desenvolvimento, o declínio e a morte de um milhão de Universos é como o tempo do piscar de um olho.”;

“A mente infinita do Todo é a matriz dos Universos.”;

“Não há nenhum órfão de pai ou de mãe no Universo.”;

“Enquanto tudo está no Todo, é também verdade que o Todo está em tudo. Aquele que compreende esta verdade alcançou o grande conhecimento.”;

“Os falsos sábios, reconhecendo a irrealidade comparativa do Universo, imaginaram que poderiam transgredir as suas leis: estes tais são vãos e presunçosos loucos; eles se quebram na rocha e são feitos em pedaços pelos elementos, por causa da sua loucura. O verdadeiro sábio, conhecendo a natureza do Universo, emprega a lei contra as leis, o superior contra o inferior; e pela arte da Alquimia transmuta aquilo que é desagradável naquilo que é agradável, e deste modo triunfa. O domínio não consiste em sonhos anormais, em visões, em vida e imaginações fantásticas, mas sim no emprego das forças superiores contra as inferiores, escapando assim das penas dos planos inferiores pela vibração nos superiores. A transmutação não é uma denegação presunçosa, é a arma ofensiva do Mestre.”;

“A posse do conhecimento sem ser acompanhada de uma manifestação ou expressão em ação, é como o amontoado de metais preciosos, uma coisa vã e tola. O conhecimento é, como a riqueza, destinado ao uso. A lei do uso é universal, e aquele que viola esta lei sofre por causa do seu conflito com as forças naturais.”

Os Princípios Herméticos permitem a transmutação da mente, que é a evolução. Maçonaria e Hermetismo buscam transformar tudo que é grosseiro em algo sutil - a pedra bruta em pedra polida. Maçonaria e Hermetismo têm como objetivos a transmutação do homem. O homem, através de sua essência Divina, pode realizar-se e ser “feliz” - é o que a Maçonaria ensina, estimulando o desenvolvimento e trilha pessoais que, desabrocharão no ser espiritual que todo ser humano é. E, esse preceito estava gravado na entrada do Templo de Apolo, o “Oráculo de Delfos” (Grécia): “Conhece-te a ti mesmo e conhecerás o Universo e os deuses”. O caminho para o “divino”, em cada um, é o caminho individual - a senda do auto-conhecimento.

Hermes é considerado o pai e fundador também da Alquimia, de onde surgiram as Ciências Ocultas ou Herméticas que originaram, na Maçonaria, os Ritos e Graus Herméticos. A influência do Hermetismo foi marcante, já que nos primeiros tempos do cristianismo, Hermes era considerado como o criador de toda inteligência humana, citado, inclusive, em documentos da fase operativa da Ordem.

O Hermetismo foi cultivado durante a Idade Média sob várias denominações: Ocultismo, Esoterismo, Alquimia, Astrologia, Cabala e influenciou quase todas as correntes de pensamento filosófico da época.

Mas, sob o nome de Hermetismo designou-se particularmente a parte teórica e filosófica da Alquimia medieval, segundo a qual existem íntimas e misteriosas relações entre todas as porções do Universo visível e invisível.

Os maçons operativos, que escreveram as Antigas Constituições (“Old Charges”), obtiveram seus conhecimentos através do famoso “Polycronycon”, do monge Ranulfo Hidgeu, traduzido em 1482, onde ele repete várias vezes que o “Manuscrito Cooke”, cuja data provável é dos fins do século XV, já era familiar aos escritores das Constituições anteriores. Em todos os registros e manuscritos antigos que contêm as lendas da Ordem, fazia-se referência a Hermes Trismegistos como fundador da Maçonaria. Assim, o manuscrito da Grande Loja dos Operativos, que data de 1632, afirma que “o grandioso Hermarino, filho de Cuby, filho de Sem e neto de Noé, foi identificado posteriormente como Hermes, o Pai da Sabedoria”.

Durante o século XVIII, muitos ocultistas foram Iniciados na Maçonaria, impregnando-a com seus conhecimentos. Surgiram e floresceram vários Graus Maçônicos dedicados ao estudo das ciências ocultas.

6 - Maçonaria e Astrologia:

Astrologia pode ser definida como um sistema simbólico que relaciona o macrocosmo (os Planetas) e o microcosmo (o indivíduo na Terra).

Os fenômenos da Natureza e os astros (Sol, Lua, Estrelas), sempre exerceram curiosidade, atração e respeito no homem primitivo. Os hominídeos do Paleolítico divinizavam as forças da Natureza. No período Neolítico, além da Natureza, os hominídeos criaram novos deuses, sempre relacionados ao universo que os envolvia. Com o advento da agricultura (cerca de dez mil anos atrás), o homem percebeu que a vida das plantas obedecia a um determinado ciclo, comandada pelos astros, no céu, e que havia um momento propício para arar, semear e colher. Eis aí, o nascedouro da Astrologia. Porém, há registros das fases da Lua inscritas em ossos, quinze mil anos atrás, na Mesopotâmia (terra entre os rios Tigre e Eufrates).

O estudo dos astros pode ter se iniciado na Mesopotâmia. A Caldéia era uma região ao sul da Mesopotâmia, principalmente na margem oriental do rio Eufrates, mas muitas vezes o termo é usado para se referir a toda a planície mesopotâmica. A Astrologia, possivelmente, teve origem na antiga Caldéia. Com seus conhecimentos astronômicos, os caldeus conheciam os planetas até Saturno. Conheciam muito bem as fases da Lua, prevendo com precisão os

eclipses. Foram eles que, criaram os Doze Signos do Zodíaco. Os caldeus perceberam que determinadas épocas ou signos produziam certos traços de caráter, e com isso criaram toda a base da simbologia que hoje é a Astrologia.

A civilização mesopotâmica nasceu há cerca de quatro mil anos a.C. com o povo ubaida. Depois vieram os sumérios, com a escrita cuneiforme. Em 1350 a.C., tem início o Império Assírio, que controla a antiga Pérsia, Síria, Palestina e Egito. Os sumérios criaram o sistema sexagesimal que, facilitou operações matemáticas e o desenvolvimento da astronomia. Os egípcios adotaram esse sistema e, construíram obras arquitetônicas alinhadas às estrelas fixas, com precisão.

Por todos os séculos seguintes, os povos que viveram entre os rios Tigre e o Eufrates continuaram a registrar suas observações do céu.

Com a dominação do rei Ciro II da Pérsia, a região estabiliza-se. Os persas, no contato com os astrólogos da Mesopotâmia, introduziram a matemática no cálculo astronômico e astrológico - há um grande avanço com a regularização dos calendários, como conseqüência de um entendimento maior dos ciclos celestes.

Depois que Alexandre, O Grande, conquistou o Egito (331 a.C.), houve um destaque na historia da Astrologia. O período alexandrino foi rico na produção intelectual.

O avanço das tropas de Alexandre, fez com que o idioma grego se espalhasse como língua cultural. Assim, os métodos babilônicos anexados à Astrologia egípcia, puderam chegar, em idioma grego, à Índia.

Mesmo após a dominação romana, a cultura era helenista.

Data do primeiro século d.C. o mais longo tratado astrológico - o autor é Doroteu de Sidon e o trabalho é o “Pentateuco”, um longo poema astrológico em cinco livros.

O imperador romano Adriano (117 d.C.) foi considerado o patrono da Astrologia e seu mapa natal chegou até nossos dias.

Cláudio Ptolomeu (100-170 d.C.?), egípcio de nascimento, cidadão romano e que escrevia em grego, foi o organizador de uma corrente representativa do conhecimento astrológico - escreveu o “Almagesto”.

No final do século II d.C., Antióquio de Atenas compila textos de astrólogos anteriores - uma das partes é o “Thesaurus”.

Em 313 d.C., o cristianismo torna-se a religião oficial, mas o paganismo ainda é tolerado.

Em 410 d.C., Roma caiu, com a chegada dos visigodos. Em 476 d.C. o Império Romano do Ocidente chegava ao fim.

A primeira fase do Império Bizantino vai de 324 a 640 d.C.

Os dias gloriosos da Astrologia terminaram oficialmente, em 357 d.C., com Constâncio.

Próximo ao ano 227, a região do atual Irã foi tomada pelos exércitos sassâmidas do persa Adachir I, que transformou o Zoroastrismo em religião do estado.

A Astrologia árabe foi uma extensão da tradição Astrológica grega e recebeu influências da Astrologia hindu.

Após a dominação árabe, a maior parte dos textos de astrologia persa foi destruída.

Na Idade Média os astrólogos eram chamados “mathematici”, pois a Astrologia era a aplicação mais importante da matemática. A prática da medicina era baseada na determinação astrológica do tratamento adequado, portanto os médicos também eram matemáticos, como Tycho Brahe. A Astrologia e a Astronomia eram, de início, um mesmo estudo. Tycho Brahe, por exemplo, nascido em 1546, era médico e astrônomo em Copenhague, mas também astrólogo do rei da Hungria.

A Astrologia era respeitada e, somente criticada por fatores intercorrentes: Dante Alighieri (maçom) expõe ao ridículo, no Inferno da “Divina Comédia”, os astrólogos Guido Bonatti (conselheiro de Guido de Médici) e Michael Scott, mas por misturarem necromancia à Astrologia, abusando dos conhecimentos obtidos. Cecco d'Ascoli, professor de astrologia em Bolonha, foi queimado vivo na fogueira em 1327 não por ser astrólogo, mas por suas opiniões consideradas heréticas.

O Renascimento trouxe uma difusão da Astrologia, apoiada inclusive pelo papado.

Na Maçonaria, a presença da Astrologia é patente. Um exemplo são as Doze Colunas do Templo (Rito Escocês Antigo e Aceito), que correspondem aos Signos do Zodíaco. O Zodíaco é uma faixa celeste imaginária, que se estende entre oito a nove graus em cada lado da eclíptica e   que com esta coincide.

Eclíptica é o caminho que o Sol, do ponto de vista da Terra, parece percorrer anualmente no céu. Essa faixa foi dividida em doze casas de trinta graus cada uma, e o Sol parece se mover um grau por dia.  Os Planetas conhecidos na Antiguidade (Mercúrio à Saturno) também faziam parte do Zodíaco, pois suas órbitas se colocavam no mesmo plano da órbita da Terra.  O Zodíaco então é dividido em Doze Constelações, que são percorridas pelo Sol, uma vez por ano. Os Signos representam o aprendizado percorrido pelo maçom, desde sua iniciação na Ordem até o Grau de Mestre Maçom.

 Nos Templos, (Rito Escocês Antigo e Aceito), cada uma das Doze Colunas, que representa uma das Constelações Zodiacais, sustenta simbolicamente a calota celeste e representa um mês do ano maçônico. As Doze Colunas Zodiacais estão situadas no Ocidente, estando seis no lado Norte, onde têm assento os Aprendizes, e seis no lado sul, onde têm assento os Companheiros. De um modo geral, essas Colunas simbolizam o caminho iniciático do Aprendiz, Companheiro e Mestre, resumido pelo “desbastamento da pedra bruta”, ou seja, o seu aperfeiçoamento moral e espiritual. As seis Colunas que estão no Norte, relacionam-se a essa caminhada do Aprendiz. O início do aprendizado começa na Cerimônia de Iniciação, isto é, “a abertura da porta que autoriza o começo das passadas”. Se olharmos horizontalmente para o céu no equador celeste, o limite do Universo são as Doze Constelações. As Doze Colunas transmitem a idéia de que as leis do Universo chegam até nós pelo que representam os Signos Zodiacais e as Constelações.

Outro exemplo são as três colunas gregas Dórica, Jônica e Coríntia, que representam a Força, a Sabedoria e a Beleza correspondem a Ares (ou Hércules), Minerva e Vênus.

Os quatro elementos: Terra, Água, Ar e Fogo, que formam toda a Criação na Astrologia, fazem parte da simbologia maçônica.

Alguns autores traçam um paralelo entre os Três Graus Simbólicos e os Signos:

- Aprendiz: áries, touro, gêmeos, câncer, leão e virgem;

- Companheiro: libra;

- Mestre: escorpião, sagitário, capricórnio, aquário e peixes.

O maçom, em seu caminho iniciático, pode percorrer e aprender com as características de cada Signo do Zodíaco:

- Áries: representado por Marte e pelo Fogo - é o fogo interior, a força que estimula o crescimento e o desenvolvimento;

- Touro: representado por Vênus e pelo elemento Terra - é a matéria, na qual se dá a fecundação, a elaboração interior;

- Gêmeos: representado por Mercúrio e pelo Ar - é a criatividade, a versatilidade, a engenhosidade e a vitalidade criadora;

- Câncer: representado pela Lua e pela Água - é o aprendizado em relação à tenacidade e a cautela;

- Leão: representado pelo Sol e pelo Fogo - é o emprego da razão com base crítica;

- Virgem: representado por Mercúrio e pelo elemento Terra - é o emprego do espírito analítico;

- Libra: representado por Vênus e o Ar - simboliza o equilíbrio entre os dois pólos, que são a construção e a destruição;

- Escorpião: representado por Marte e a Água - simboliza emoções e sentimentos como o rancor e a obstinação;

- Sagitário: representado por Júpiter e pelo Fogo - simboliza a mente aberta e o julgamento crítico;

- Capricórnio: representado por Saturno e pelo elemento Terra - simboliza determinação e perseverança;

- Aquário: representado por Saturno e pelo Ar - simboliza o sentimento humanitário e solidariedade;

- Peixes: representado por Júpiter e pela Água - simboliza o desprendimento das coisas materiais.

O iniciante maçom, também pode observar como aprendizado, as características de cada Planeta:

Sol: Regente do signo de Leão. Simboliza a vida, marca o signo do nascimento. Símbolo de autoridade, de poder, de orgulho e de desenvolvimento.

Lua: Regente do signo de Câncer. Tal como o Sol, representa a vitalidade física e o grau de evolução, principalmente na área psíquica.

Mercúrio: Regente dos signos de Gêmeos e Virgem. Na mitologia grega (e romana), Mercúrio é o mensageiro dos deuses do Olimpo. É o planeta da inteligência, da adaptabilidade, regendo a vida mental. Mercúrio marca a adolescência do ser humano.

Vênus: Regente dos signos de Touro e Libra. Vênus era a deusa do amor, da beleza e das artes.

Marte: Regente dos signos de Áries e Escorpião. Deus da guerra, Marte simboliza a energia, a vontade de empreender, a coragem, a ação, que pode chegar à violência. Potencial de agressividade, sobre o espírito de conquista. Rege a indústria, o fogo, o ferro.

Júpiter: Regente do signo de Sagitário (e, secundariamente, Peixes). Pai e soberano dos deuses do Olimpo, Júpiter reina sobre as leis e a religião. É o planeta da autoridade, do êxito social e das honras, da burguesia. Com Mercúrio partilha o domínio sobre a razão e sobre o intelecto. Júpiter marca a idade madura do ser humano.

Saturno: Regente do signo de Capricórnio. Deus do Tempo, Saturno marca a velhice do indivíduo. Representa a paciência, a prudência, a meditação, espírito cientifico, e a solidão. Desempenha um papel na doença, na fatalidade, na ruína, no isolamento. Num sentido positivo, Saturno apóia os esforços de longa duração, o trabalho obstinado, a capacidade de organização.

Seguem-se os planetas de descoberta recente:

Urano: Regente do signo de Aquário. A descoberta deste planeta, no final do século XVIII, coincide com vários fatos históricos que perturbaram o mundo: Revolução Francesa, Guerra da Independência nos Estados Unidos, inicio da Revolução Industrial, etc. Urano é o planeta de todas as mudanças. Rege o progresso, as invenções, as reformas, as ciências.

Netuno: Regente do signo de Peixes. Deus dos oceanos, Netuno é o planeta

das águas, das viagens marítimas, dos lugares aquáticos e simboliza o que é vago, impreciso. A sua ação tanto se exerce nas grandes correntes de pensamento, nas reformas, como também no caos e na anarquia.

Plutão: Regente do signo de Escorpião. Descoberto em 1930, Plutão é o planeta mais afastado do nosso sistema solar pelo menos, segundo os conhecimentos atuais. Plutão assinala as metamorfoses profundas e representa as forças psíquicas, misteriosas e violentas. É um fator de destruição e de possível regeneração.

7- Maçonaria e Holismo:

A Maçonaria, considerando que homem e Natureza, são componentes de um mesmo sistema, alinha-se ao conceito de Holismo. A idéia de Holismo não é recente. Ela permeia várias concepções filosóficas ao longo de toda a evolução do pensamento humano. “A parte é diferente do todo, mas também é o mesmo que o todo. A essência é o todo e a parte”. Heráclito de Éfeso (544 a.C – 484 a.C.), filósofo grego. O pensamento holístico é profundamente ecológico, e de acordo com ele, o indivíduo e a Natureza não estão separados, mas formam um conjunto único, que não pode ser dissociado. A palavra Holismo vem do grego “holos”, que significa “o todo” – a integração das partes num todo. Aparece pela primeira vez na obra “Holismo e Evolução”, de Jan Smuts, em 1921, governador britânico no sul da Índia, que assim a definiu: “A tendência da natureza a formar, através de evolução criativa, todos que são maiores que a soma de suas partes”. Holismo é o conceito-chave do paradigma que afirma haver uma integração abrangente do mundo e do homem. Em contraste com a experiência de uma fragmentação na ciência e na vida cotidiana, a integralidade é apresentada como um conceito filosófico-científico. A humanidade está presente no Universo como parte de um único organismo vivo, de uma rede harmoniosa de relações dinâmicas. A humanidade faz parte de uma rede universal (ecossistema, família) de Natureza e Mundo, e cada indivíduo deve procurar estar em harmonia com cada elemento desta rede transcendente. Quando se compreende qual é o próprio papel na Natureza e no Cosmo, então se compreende que “integralidade” e “sagrado” são uma só coisa.

A concepção do Universo como um todo harmonioso e indivisível é o enfoque central do paradigma holístico; e como evidencia a teoria holográfica, cada parte constitutiva do Universo contém informações sobre todo o Universo e, portanto, alterações nas partes afetam o todo. Essa concepção substitui o modelo fragmentado e reducionista baseado na orientação mecanicista do paradigma newtoniano/cartesiano.A percepção holística preocupa-se com o bem-estar do ser total, integrado em seu meio. Ela está baseada na suposição que corpo, mente e emoções, formam uma unidade. Por sua liberdade e conhecimentos abrangentes, antigos e ecléticos, a Maçonaria e seus membros buscam nas mais diversas áreas do saber, suas verdades e experiências, resultando em uma filosofia ampla e holística.A Maçonaria, sempre estimulou seus adeptos, a superar formas de dualismo (o número dois – o opositor), em busca da totalidade: ser humano e Natureza, energia e matéria, corpo e espírito, etc. O Holismo é uma visão de mundo que se contrapõe à visão dualista, fragmentadora e mecanicista que despojou o ser humano da sua unidade, ao longo dos séculos. A Maçonaria propõe o simbolismo primevo da Trindade. O Holismo impregna os conceitos maçônicos, desde o interesse pelo aperfeiçoamento pessoal, conduzindo necessariamente, ao da sociedade, até a busca da consciência unicista; e desde a sensibilidade ecológica até a idéia de uma “rede” global.A Maçonaria faz o “bem”, física e moralmente. Seus adeptos unem-se em sentido fraternal – e, segundo Helena Blavatsky, em seu livro “As Origens do Ritual na Igreja e na Maçonaria”: “é a única “religião” no mundo, se consideramos o termo como derivado da palavra “religare” (ligar), pois que une todos os homens que a ela se filiam como “irmãos”, sem preocupações de raça ou fé”.Holismo, basicamente, é uma atitude diante da realidade, uma forma de perceber e compreender o mundo, onde há “permissão” para um intercâmbio dinâmico entre Ciência, Arte, Filosofia e as Tradições Espirituais.  Sendo assim, o pensamento holístico e Maçonaria formam um conjunto, que permeia todos os níveis de atuação individual e social do maçom; esse conjunto admite todas as religiões; admite todos os sistemas filosóficos - mas não os mescla, não os mistura (Corda de Oitenta e Um Nós – todos juntos, porém, cada maçom conserva sua individualidade). Respeita o que cada um tem de importante e entende que a diversidade é aceitável e é até recomendável e essencial para a proliferação e riqueza das idéias. Não exclui, não condena, não separa. Somente constrói pontes, estabelecendo correlações entre áreas consideradas inconciliáveis como a Ciência e o Misticismo, a Arte

e a Filosofia. Considera que em cada coisa está representado o Todo e que este transcende a simples soma de suas partes.

8 - Os Templos Maçônicos:

Templo, do latim “templum”, local sagrado, é uma estrutura arquitetônica dedicada ao serviço religioso. O termo também pode ser usado em sentido figurado, como um lugar respeitável. É um local sagrado onde são celebradas instruções e cerimônias. Porém, no início de sua história mística o homem usava locais ao ar livre, para suas orações e rituais. Acredita-se, que uma mudança de clima obrigou nossos ancestrais a descerem das árvores e a andar sobre dois pés, para competir pela sobrevivência, com predadores que os caçavam. Muito provavelmente, o homem primitivo já fazia suas preces nos cultos aos mortos (visto que os enterrava, fato atestado pela paleontologia) e diante de fenômenos naturais, que estavam acima de sua capacidade de compreensão e que lhe causavam medo. Hominídeos, ao observarem os ciclos de sua própria espécie, da Natureza e suas manifestações, criaram uma ponte com o Universo, estabelecida por intermédio de suas orações.Os primeiros Templos surgiram na Mesopotâmia, por volta do século IV a.C. Esses Templos primitivos, feitos de tijolos secos ao sol, eram muito simples, tendo a estátua do deus colocada na parede do fundo e cercada pelas demais paredes, sem teto.Entretanto, os mais importantes Templos foram os da Babilônia, em forma de zigurate - o Grande Templo era o do deus “Marduk”, chamado “Esaguil”, “casa do teto alto”, flanqueado ao norte pela torre em degraus, o zigurate, chamada “Etemenanqui”, “Templo dos Fundamentos dos Céus e da Terra” e, conhecida pelo nome de “Torre de Babel”. Essa torre, destruída pelo rei assírio Senasqueribe, foi refeita por Nabopolassar e seu filho Nabucodonosor.Os Templos egípcios que surgiram depois tiveram seu apogeu no Novo Império, a partir de 2200 a.C. e obedeciam a um mesmo modelo: havia uma alameda para as procissões, cercada pelos dois lados por uma fileira de esfinges - esta série de esfinges terminava com obeliscos (colunas quadriláteras, formadas de uma só peça de granito; seus lados eram cobertos de hieróglifos, que eram sinais ideográficos, alfabéticos e silábicos) - conduzindo à porta de acesso, situada entre suas colunas e através da qual se

chegava a um pátio interno, e em seguida ao santuário. Os Templos egípcios eram a representação da Terra, da qual brotavam as colunas em direção ao Céu (no início o próprio Céu e depois um teto imitando a abóbada celeste). Eram grandes construções sem janelas que terminavam em plataforma, e constavam de ante-sala, sala e santuário; este era menos espaçoso, e às vezes esculpido de um só bloco de granito. A cobertura dos Templos era feita de enormes lâminas de pedras que eram apoiadas pelas colunas. As paredes e as colunas eram ornamentadas com pinturas. Diante do Templo havia um pátio no qual se entrava por uma porta com torres dos lados. Os Templos não eram somente lugares de culto, mas também as únicas escolas e, além disso, observatórios astronômicos, locais para exposições de obras de arte e até casas de saúde.Os Templos egípcios e babilônicos influenciaram os Templos hebraicos, inclusive o Grande Templo de Jerusalém, o “Templo de Salomão”, que viria a ser o protótipo, o arquétipo das igrejas medievais.Mas foi com os gregos que a construção de Templos tornou-se a mais alta expressão da arquitetura antiga, desenvolvendo formas e estilos que refletem a essência da antiga arte de construir. Os gregos sendo politeístas e acreditarem na semelhança entre deuses e homens, fez com que uma expressão religiosa singular em seu mundo, sendo que os Templos dos mais variados deuses se espalharam por todas as cidades gregas.O Templo grego é, essencialmente, a habitação do deus. A característica mais evidente é a simetria entre o pórtico de entrada e o dos fundos. O Templo era construído sobre uma base em degraus: o degrau mais elevado chamava-se “estilóbato” (“estereóbato” era a infra-estrutura) e, sobre ele eram erguidas colunas - as colunas eram construídas segundo os modelos da Ordem Dórica, Jônica e Coríntia:- Ordem Dórica: era simples e maciça. O capitel (cabeça da coluna) era uma almofada de pedra. Nela o pensamento é representado. Sendo a mais antiga das Ordens arquitetônicas gregas, a Ordem Dórica por sua simplicidade e severidade, empresta uma idéia de solidez e imponência;- Ordem Jônica: representava a graça e o feminino. O capitel era formado por duas espirais unidas por duas curvas. A Ordem Dórica traduz a forma do homem, e a Ordem Jônica a forma da mulher;- Ordem Coríntia: o capitel era formado com folhas de acanto (planta espinhosa, de flores brilhantes, cujas folhas compridas, verdes e recortadas, são muito decorativas. Com o tempo, a folha de acanto passou a ser associada à pureza e à honestidade) e quatro espirais simétricas. Sugere luxo e beleza.

A construção de Templos diminuiu durante o Império Romano, apesar do “Panteão” (o qual se encontra ainda em perfeito estado de conservação) de Roma ter sido uma grande exceção - era um Templo dedicado a todos os deuses romanos. Foi construído por Marco Vipsânio Agripa (cônsul romano), em 27 a.C., durante a República Romana. O Panteão de Agripa foi destruído por um incêndio em 80 d.C., sendo totalmente reconstruído em 125 d.C., pelo imperador Adriano.Com o refinamento da arte da construção, os homens passaram a representar a Natureza e seus fenômenos em sua arquitetura e em seus rituais. As construções sagradas procuraram exaltar e representar a Natureza com suas leis e princípios.

Algumas tradições religiosas dedicam nomes específicos a seus Templos:- Igreja ou Catedral, no Cristianismo;- Mesquita, no Islamismo;- Pagode, no Budismo;- Sinagoga, no Judaísmo, etc.Denomina-se “Loja” a sociedade de maçons. Pode ser um local ou não. A Loja simboliza o Mundo, e deve satisfazer determinadas características “arquitetônicas” - assim sendo, a Loja tem por comprimento a distância do Oriente ao Ocidente; a largura do Norte ao Sul; a altura do Nadir (ponto imaginário, que se supõe situado diretamente sob nossos pés; oposto ao Zênite) ao Zênite (ponto imaginário da esfera celeste que, supõe-se situado diretamente sobre nossas cabeças; oposto a Nadir).

Cada Loja Maçônica é composta pelo Venerável Mestre, que preside e orienta a reunião por um mandato; Primeiro Vigilante, que conduz os trabalhos e trata da organização e disciplina em geral; Segundo Vigilante, que orienta os aprendizes; Orador, que sumariza os trabalhos e reúne as conclusões; Secretário, que redige as atas e trata da sua conservação e é responsável pelas relações administrativas da Loja; Mestre de Cerimônias, que introduz na Loja e conduz aos seus lugares os visitantes, e ajuda nas cerimônias de iniciação; Tesoureiro, que recebe as contribuições e outros fundos da Loja e zela pela sua organização financeira. Os cargos do Venerável Mestre ao Secretário são chamados “Luzes da Oficina”.

Na Loja, a “Câmara de Reflexões” é o local onde é recolhido o profano - do latim “profanus”, “aquele que é estranho ao que é sagrado” - “diante do templo”. Na Maçonaria é a pessoa não iniciada - antes de ser introduzido no Templo. Na “Câmara de Reflexões” o postulante senta-se sozinho e escreve

suas razões de querer juntar-se à Ordem. Seus motivos são examinados por Mestres Maçons, e é nesse local que espera, antes do início da Cerimônia de Iniciação. A “Câmara de Reflexões” é iluminada por uma lâmpada e, não recebe a luz do sol. É o local onde o candidato, lida com a “morte”: morte de sua vida profana, e renascimento para uma nova vida: maçônica - é representado como uma câmara mortuária. As paredes são pintadas de preto. No Rito Escocês Antigo e Aceito, na “Câmara de Reflexões” há a inscrição: V.I.T.R.I.O.L: “Visita Interiorem Terrae. Rectificandoque Invenies Occultum Lapidem” (“Visita o interior da terra. Seguindo na retidão, encontrarás a Pedra escondida”), que é um preceito alquímico. “Vitriol” significa “vitríolo”. Para os alquimistas, vitríolo era sulfato de ferro, cobre ou zinco, e o azeite de vitríolo, o ácido sulfúrico. O processo de visitar o interior da Terra, para os alquimistas era químico. Para os maçons, trata-se de um processo interior, que pode acontecer tanto pelo nascimento quanto pela morte. Só quando o homem tiver mergulhado profundamente em sua dor, encontrará a Pedra Filosofal, que é o que dá sentido à existência, que é a unidade consigo próprio: o vitríolo. Segundo o alquimista Paracelso: “todas as coisas são feitas de sal (terra-matéria), mercúrio (água-energia) e enxofre (fogo-espírito)”. Para os alquimistas, tudo é substância, e ela é composta de corpo (não combustível) e espírito (combustível).A “Câmara de Reflexões” cumpre a mesma função simbólica que o “athanor” hermético: um espaço fechado e íntimo onde se produzem as mudanças regenerativas de estados, exemplificados pela gradual purificação da matéria densa e caótica do composto alquímico.

Um prédio maçônico é composto por três partes essenciais (além da “Câmara de Reflexões”):- “Sala dos Passos Perdidos” – local onde os maçons podem conversar livremente e realizar atividades recreativas;- “Átrio ou Vestíbulo” – local que precede o Templo. Lugar onde os maçons se preparam para entrar no Templo (colocam seus aventais, etc.);- “Templo” – local com decoração apropriada à sua finalidade. O Templo é o lugar das reuniões dos maçons. O Templo não tem janelas e a entrada é voltada para o Ocidente, onde a pintura é mais escura. No outro extremo, o Oriente é mais claro – para a Ordem é do Oriente que vem o conhecimento. É nessa área que também fica o Altar, de onde o Venerável Mestre conduz a sessão. Nas paredes há os vários símbolos e, durante as cerimônias, os maçons usam aventais (originariamente vestimentas Operativas, que protegiam os adeptos dos ferimentos que poderiam ser causados pelos estilhaços da pedra bruta. Na Maçonaria Especulativa, o avental é uma proteção para que o

maçom não seja “ferido” por seus próprios estilhaços, que são os fragmentos de suas dificuldades).Cada Grau, na Maçonaria, possui um painel próprio com símbolos representativos. O Templo deve perpetuar ensinamentos sobre simbolismo.

O Templo Maçônico reúne em si, o espaço e o tempo sagrados. O Templo é um modelo do Universo (macrocosmo): o teto simboliza o céu e o chão a terra. O Templo também representa o homem (microcosmo).O Templo Maçônico reproduz alguns dados arquitetônicos do Templo que Salomão mandou erigir em Jerusalém. A Maçonaria fundamentou seus ensinamentos na alegoria da construção do Templo de Salomão que, é a imagem da representação do Universo e de todas as suas maravilhas. O Templo Maçônico representa o Universo e também o ser humano. A idéia de que um Templo deve refletir a estrutura tanto do Universo como do homem tem, provavelmente, quatro mil anos, quando Moisés construiu o Tabernáculo: a palavra “Tabernáculo” vem do hebraico “mishkan”, “local da Divina morada” e designa a estrutura portátil que os hebreus (as Doze Tribos de Israel) construíram para a adoração a Deus. Durante o Êxodo até os tempos do rei Davi, os hebreus guardavam e transportavam a Arca da Aliança (é descrita na Bíblia como o receptáculo no qual as Tábuas dos Dez Mandamentos teriam sido guardadas. Sua construção foi orientada por Moisés, que teria recebido as instruções da Divindade. Em 587 a.C., Nabucodonosor II, rei da Babilônia, invadiu o reino de Judá e tomou a cidade de Jerusalém. A Arca passara a ser guardada no Templo de Jerusalém, e depois de um grande incêndio provocado pelo exército de Nabucodonosor II, o Templo foi destruído. A Arca desaparece completamente da narrativa bíblica a partir desse ponto), a menorá (candelabro de ouro maciço, de sete braços, em semicírculo) e outros objetos sagrados. Moisés construiu o Tabernáculo compondo-o em três partes: “Átrio Exterior”, “Santo Lugar” e “Santo dos Santos”. Salomão construiu o Templo em Jerusalém, seguindo o mesmo projeto de três níveis do Tabernáculo mais a parte externa.

A idéia de que o Universo e o indivíduo são “construídos” de acordo com o mesmo plano de três níveis, foi fundamental para quase todo o pensamento filosófico ocidental, até o começo do século XIX. Esses três níveis foram claramente representados no planejamento das catedrais da Europa, na Idade Média.

9 - A Maçonaria no Brasil:

Não há registros da chegada da Maçonaria no Brasil, mas teria sido trazida por comerciantes ingleses e franceses, no início do século XVIII. Muitos pesquisadores postulam que, havia clubes e academias literárias, cujos ideais eram, na realidade, maçônicos.Há muitas controvérsias, com relação à primeira Loja Maçônica instalada no Brasil. Segundo antigos registros, 1786 teria sido o ano do surgimento da Maçonaria no Brasil, com a volta do maçom José Alves Maciel da Europa. Alguns pesquisadores apontam a instalação da primeira Loja, em 1787, “Cavaleiros da Luz”, na povoação de Barra, em Salvador, Bahia. Outros autores defendem a hipótese de que a primeira Loja brasileira teria surgido em Pernambuco, em 1796 - o “Areópago de Itambé” - que foi fundada pelo ex-frei carmelita, médico e botânico formado pela Faculdade de Montpellier, França, Manuel de Arruda Câmara e dissolvida em 1801, por autoridades portuguesas, que descobriram conspirações contra a Coroa. Outros autores, afirmam que a primeira Loja Maçônica fundada no Brasil foi na cidade do Rio de Janeiro, no ano de 1800, e recebeu o nome de "União"- um ano depois, devido ao grande número de adeptos, sofreu reestruturação e passou a denominar-se "Reunião". De acordo com o Mestre Maçom Raimundo Rodrigues (SP):“Segundo o manifesto de José Bonifácio publicado em 1832, a primeira Loja Simbólica regular no Brasil foi instalada em 1801, debaixo do título de Reunião, filiada ao Oriente da Ilha de França, e nomeado para seu representante o cavaleiro Laurent, que a fortuna fez aportar às formosas praias da Bahia de Niterói e que presidira a sua instalação.Na mesma página, o autor informa:Em 1801 a Loja “Reunião” é regulamentada e instalada sob o reconhecimento do Oriente da Ilha de França, seguindo-se as Lojas “Constância” e “Filantropia”, subordinadas ao Grande Oriente Lusitano. Se a Loja “Cavaleiros da Luz”, foi a primeira Loja Maçônica no Brasil e o “Areópago” o primeiro núcleo secreto revolucionário, a Loja “Reunião”, à luz dos documentos, respeitadas as leis e tradições maçônicas foi a primeira Loja Maçônica Regular no Brasil. Mário Verçosa, Past Grão-Mestre da Grande Loja do Estado do Amazonas, relaciona as primeiras Lojas do Brasil:“Reunião”, no Rio de Janeiro, RJ – 1801;

“Virtude e Razão”, em Salvador, BA – 1802; “Constância”, no Rio de Janeiro, RJ – 1803;  “Filantropia”, no Rio de Janeiro, RJ – 1803;  “Emancipação”, no Rio de Janeiro, RJ – 1803;  “Beneficência”, no Rio de Janeiro, RJ – 1803;  “Distintiva”, em Niterói, RJ – 1812;  “Comércio e Artes”, no Rio de Janeiro, RJ – 1815;  “Pernambuco Oriente”, em Recife, PE – 1817;  “Pernambuco Ocidente”, em Recife, PE – 1817;  “Revolução Pernambucana”, em Recife, PE – 1817;  “União e Tranqüilidade”, no Rio de Janeiro, RJ – 1817;  “Esperança de Niterói”, em Niterói, RJ – 1821;  “Conciliação de Pernambuco”, em Recife, PE – 1822;  “Nove de Janeiro”, no Rio de Janeiro, RJ – 1822.”

Em 1802, o capitão-mor de Olinda, Francisco de Paula Cavalcante de Albuquerque, fundou na cidade do Cabo (província de Pernambuco), no Engenho de Suassuna, de sua propriedade, a “Academia de Suassuna.” E em Recife, foi instalada pelo padre João Ribeiro Pessoa a “Academia do Paraíso”, tendo como secretário o monsenhor Muniz Tavares. O “Areópago”, embora citado como marco inicial das organizações maçônicas no Brasil, não pode ser considerado como Loja Maçônica, pois, não formava novos maçons.Com  a chegada ao Brasil de D. João VI, em janeiro de 1808, depois de uma fuga precipitada de Portugal ante a invasão napoleônica, automaticamente o governo passou às suas mãos. Em sua corte havia inúmeros maçons portugueses, que colaboraram para a diminuição das restrições à Maçonaria, promovendo o revigoramento da atividade no Brasil.A partir de 1809 foram fundadas várias Lojas no Rio de Janeiro e em Pernambuco.A História do Brasil e Maçonaria estão intimamente ligadas. Os mais importantes eventos da História Brasileira, foram gestados dentro de Lojas Maçônicas: a Revolução Pernambucana de 1817, o Fico, a Proclamação da Independência, a Abolição da Escravatura, a Proclamação da República. Na Inconfidência Mineira, não há registros de participação da Ordem. Porém, ressalta-se a contribuição de um maçom ilustre, Francisco Antonio Lisboa, o Aleijadinho. Este grande gênio da humanidade, autor de esculturas sacras, homenageou a Maçonaria em seu trabalho. Os três anjinhos, formando um triângulo, os quais se tornaram sua marca registrada, reverenciam a Maçonaria, com seus três pontos em formato de triângulo.

A própria bandeira do estado de Minas Gerais foi inspirada na Maçonaria: o triângulo, no centro da bandeira é o Delta Luminoso, o Olho da Sabedoria, símbolo maçônico.A Revolução Pernambucana de 1817 teve seu embrião no desejo de Independência que crescia nas Lojas maçônicas. Mas, a insurreição fracassou e, a Maçonaria passou a ser duramente perseguida, e em 1818, Portugal proibiu o funcionamento de sociedades secretas.Em 1821, a Coroa determinou a volta a Portugal do príncipe Dom Pedro I. Sem seu príncipe regente, o Brasil voltaria à condição de colônia. O maçom Francisco Maria Gordilho de Barbuda, coronel do Exército Colonial, que mais tarde tornou-se o Marquês de Paranaguá, ficou encarregado de falar com o príncipe e, obteve sua adesão à idéia de permanecer no Brasil. Depois de alguns contratempos, Dom Pedro I resolveu ficar, dizendo a célebre frase: “se é para o bem de todos e felicidade geral da nação, estou pronto, diga ao povo que fico.” Por esse gesto, Dom Pedro I foi condenado por autoridades portuguesas e, deveria ser conduzido preso a Lisboa. Maçons orientaram o povo num levante, apoiando a atitude do príncipe. Houve uma batalha entre o povo e o exército português - os ideais libertários e o povo foram os vencedores.Dom Pedro I foi iniciado maçom em 13 de julho de 1822 (na Loja “Comércio e Arte”), com o nome simbólico de “Guatimozim” (último chefe asteca). Três dias depois foi elevado a Mestre e, em 2 de agosto de 1822, elevado a Grão-Mestre. Essa ascensão tão rápida aconteceu, para não melindrar o príncipe - para que ele não recebesse ensinamentos de maçons que estavam numa posição hierarquicamente superior - Dom Pedro I como autoridade máxima no Brasil, não deveria se sentir constrangido.A Independência do Brasil foi engendrada pela Maçonaria, em 22 de agosto de 1822, no Grande Oriente do Brasil. O grito de Independência dado por Dom Pedro I, “Independência ou Morte!” em 7 de setembro de 1822 foi uma confirmação. O Brasil já estava, praticamente, desligado de Portugal, desde 9 de janeiro de 1822, o dia do Fico.

A Abolição da Escravatura, no Brasil, aconteceu por iniciativa maçônica. A Maçonaria, cumprindo sua missão de lutar pelos direitos humanos, considerando a igualdade entre os seres, empenhou-se pela emancipação dos escravos.Confirmando essas afirmações, verifica-se a presença de vários maçons entre os líderes abolicionistas. Destacaram-se: Visconde de Rio Branco, José do Patrocínio, Joaquim Nabuco, Eusébio de Queiroz, Quintino Bocaiúva, Rui Barbosa, Cristiano Otoni, Castro Alves, e outros.

A Proclamação da República, também foi um empreendimento maçônico. O primeiro Ministério da República, sem exceção de um só ministro, era constituído por maçons - e, não foi um acaso, pois foi organizado por Quintino Bocaiúva, maçom, que havia sido Grão-Mestre.

Hipólito José da Costa:O jornalista brasileiro,  Hipólito José da Costa (nasceu em 1774, em Sacramento, que na época pertencia a Portugal) teve papel decisivo durante os movimentos de libertação, na divulgação dos ideais republicanos e na representação da Maçonaria Brasileira na Inglaterra.

De Sacramento, a família de Hipólito mudou-se para Pelotas, RS. Ele concluiu seus primeiros estudos em Porto Alegre, e cursou em Portugal, a Faculdade de Direito de Coimbra. Formou-se bacharel em Direito na Universidade de Coimbra (formou-se em três cursos superiores: Filosofia aos vinte e dois anos; Direito aos vinte e três anos; e em Letras aos vinte e quatro anos), ingressando na Maçonaria nesse período.

Em 1798 Hipólito foi enviado aos Estados Unidos (Filadélfia) por D. Rodrigo De Souza Coutinho, Conde de Linhares e Ministro da rainha Dona Maria I, como Encarregado de Negócios de Portugal. Viveu nos EUA por dois anos e ingressou na Maçonaria Americana.

Em 1801 voltou a Portugal, onde foi nomeado Deputado Literário da Junta da Impressão Régia. No mesmo ano viajou a serviço da Coroa Portuguesa a Londres, oficialmente, para comprar obras para a Real Biblioteca e máquinas para a Imprensa Régia. Porém, secretamente, seu objetivo era estabelecer contatos entre as Lojas Maçônicas Portuguesas e o Grande Oriente em Londres.

Assim que retornou a Portugal, foi preso por ordem de Diogo Inácio de Pina Manique, sob a acusação de disseminar idéias maçônicas na Europa, o que era considerado uma heresia. Hipólito foi capturado pela Inquisição Portuguesa, e permaneceu encarcerado por três anos.

Em 1805, conseguiu fugir para a Espanha, com o auxílio de outros maçons. Da Espanha é conduzido à Londres, onde é protegido pelo também maçom, Duque de Sussex, filho do rei George III da Inglaterra. O Duque conseguiu sua naturalização como cidadão inglês, para evitar qualquer possível pedido

de extradição pela Coroa Portuguesa. Em Londres é iniciado na Maçonaria Inglesa e casa-se com uma inglesa. De Londres, passou a editar o primeiro jornal brasileiro, o “Correio Brasiliense” ou “Armazém Literário”, que circulou de 1 de junho de 1808 a 1823 (vinte e nove edições). Hipólito defendia idéias liberais, e contribuiu para a emancipação do Brasil colonial, dando ampla cobertura à Revolução Pernambucana de 1817, à Revolução Liberal do Porto de 1820 e aos acontecimentos que conduziriam à Independência do Brasil.

Morreu em 1823, sem saber que fora nomeado cônsul do Império do Brasil em Londres. No Brasil é considerado o patrono da imprensa.

PROGRAMAÇÃO NEUROLINGÜÍSTICA (PNL) E MAÇONARIA:

Os conceitos fundamentais de antigos ensinamentos como Alquimia, Hermetismo, coincidem com a Doutrina Aristotélica de que todas as coisas tendem a alcançar a perfeição. E, a perfeição do interior, da própria alma, é o que almejam os obreiros maçons e praticantes da PNL.A Maçonaria, além de preservar e ensinar conhecimentos esotéricos de várias civilizações do passado, sempre foi e será uma escola de formação humanística. O maçom, desde sua Iniciação, tem por objetivo, uma dupla finalidade: o aperfeiçoamento de si mesmo e a contribuição para a construção positiva da humanidade. Ao desenvolver-se o indivíduo, desenvolve-se o gênero humano. A Maçonaria transforma o “bom” em “melhor”. Esse também é um dos Pressupostos da PNL - “As pessoas já possuem dentro de si todos os recursos necessários para realizar as mudanças desejadas” - já existe, interiormente, algo intrinsecamente “bom” (a Centelha Divina), apenas aguardando um “despertar”. Segundo Richard Bandler (co-criador da PNL), o ser humano pode ser o que escolher ser: “Para que ser você mesmo, se você pode ser alguém melhor?”. A Luz Oculta existe em todos os homens - é preciso despertá-la, por esforço próprio e com ajuda de Mestres sábios e experientes. Assim, a Maçonaria inicia candidatos, visando o aperfeiçoamento pessoal e espiritual do indivíduo, porque a Luz está no coração do homem.A PNL possui muitos conceitos que se entrelaçam com os da Maçonaria - e, a finalidade, de ambas, é uma só: o desenvolvimento, a evolução individual e coletiva.

1- Conceito, Origem e História:

- Conceito:A Programação Neurolingüística (PNL) pode ser definida como um conjunto de técnicas que ensina a entender os processos internos das pessoas através da identificação dos padrões de linguagem verbal e não verbal. PNL é, basicamente, comunicação: do indivíduo consigo mesmo, com as outras pessoas e com os acontecimentos.O nome “Programação Neurolingüística” vem de “Neuro”, referindo-se ao cérebro: aos processos neurológicos que permitem ver, ouvir, sentir, saborear e cheirar – os sentidos usados nos processos internos de pensamento, bem como para experimentar o mundo externo. Toda compreensão e o que descrevemos como consciência chega ao cérebro por meio dessas janelas neurais. “Lingüística”, referindo-se à linguagem: linguagem que ocorre tanto na comunicação com os demais, como na maneira como são organizados os pensamentos. A PNL ensina a usar a linguagem do dia-a-dia para pensar eficientemente e para desenvolver um comportamento mais útil.“Programação” é a instalação de um plano ou procedimento: refere-se à maneira como programar pensamentos e comportamentos. PNL é o estudo de como a linguagem, tanto verbal quanto não verbal, afetam nosso sistema nervoso. É a ciência de como dirigir o cérebro de uma maneira favorável para conseguir os resultados desejados. PNL é a ciência que estuda a maneira como são filtradas, através dos cinco sentidos, as experiências de cada um do mundo externo, e como esses mesmos sentidos internos são usados, com ou sem intenção, para conseguir os objetivos almejados. Neurolingüística é uma ciência que estuda o funcionamento do cérebro humano. A Neurolingüística parte do princípio que o cérebro humano tem linguagens próprias e, precisa de comandos adequados para funcionar bem, isto é, conseguir alcançar os resultados desejados de uma forma positiva.A PNL, ensinando a usar eficientemente a linguagem verbal (interna e externa) e a linguagem corporal, utiliza técnicas e procedimentos que, vão auxiliar as pessoas a atingir mais rapidamente seus objetivos, que podem ser os mais variados como: melhorar a saúde (física, mental e emocional), comunicar-se eficazmente (no trabalho, na família), livrar-se de

comportamentos indesejados (álcool, tabaco, drogas, depressão, fobia, estresse, medos, compulsões), motivação no trabalho, etc.É uma tecnologia que produz mudanças profundas num curto tempo de intervenção. A PNL produz resultados e os mantém, melhorando a qualidade de vida de quem a utiliza. A PNL é a arte e a ciência da excelência pessoal. Arte, porque a maneira de pensar e agir é específica em cada um, e qualquer descrição (sentimentos, atitudes, crenças, etc.), será sempre subjetiva. É também ciência, embora ainda embrionária, porque incorpora métodos bem pesquisados que podem ser usados para identificar padrões do comportamento bem sucedido.A Maçonaria considera o neófito uma pedra bruta. À medida que ele vai assimilando os ensinamentos e vivenciando-os, a pedra bruta vai tornando-se polida. O maçom pratica a arte de construir a si mesmo. Um dos objetivos do maçom é sua própria evolução, que simbolicamente, significa construir um templo em seu “interior”. A PNL pode ser um caminho para o maçom, na senda do autoconhecimento.

-Origem e História:A PNL foi iniciada no começo da década de setenta (1973), por dois norte-americanos: John Grinder (1940) e Richard Bandler (1950). Grinder é lingüista, um dos mais proeminentes do mundo e Bandler é matemático e perito em computadores. Os dois perceberam que, algumas pessoas, alcançavam pleno êxito em seus campos de atuação e outras não. Decidiram juntar seus talentos numa tarefa: “copiar” as pessoas que fossem as melhores em seus respectivos ramos e, depois, “instalar” essa excelência em outros seres humanos. Estudar como indivíduos vitoriosos em diferentes campos de atividade obtêm resultados excelentes, e como seus pensamentos e comportamentos são reproduzidos.Grinder e Bandler estudaram os métodos de quatro destacados cientistas que, invariavelmente, conseguiam produzir mudanças notáveis no comportamento humano:

- Dr. Milton Erickson (1901-1980): de Phoenix, Arizona (EUA) – psiquiatra, um dos maiores hipnoterapeutas que já existiu (Apêndice 2);- Drª. Virginia Satir (1916-1989): uma extraordinária terapeuta de família, americana: “Tento ajudar as pessoas... a experimentar a conexão com a sua espiritualidade, levando-as a entrar em contato com a sua ternura e com a sua força. Para tanto... precisamos entender que nascemos para evoluir... É um crescimento - e não há por que ter medo. Já ouvimos essa mensagem antes. É

sobre isto que falavam Jesus, Buda e tantos outros. Mas, no passado, a maioria das pessoas... dizia: Eles estão acima de nós, eles são divinos... somos apenas humanos, portanto não podemos estabelecer a mesma conexão. Mas agora, começamos a perceber que podemos.”;- Dr. Gregory Bateson (1904-1980): antropólogo britânico (famoso por seus estudos com golfinhos) e por ter desenvolvido a Teoria do Duplo Vínculo no estudo da esquizofrenia;- Dr. Fritz Perls (1893-1970): psiquiatra alemão, criador da Gestalt Terapia. Gestalt Terapia é uma terapia experiencial e do presente, fundada por ele e Laura Perls na década de 1940. Ela ensina a terapeutas e pacientes o método experiencial da “awareness”, no qual perceber, sentir e agir são distintos da interpretação e das atitudes evasivas preexistentes. A ênfase está em observar, descrever e explicar a estrutura exata do que está sendo experienciado no aqui e agora.Esses profissionais usavam seus métodos e, se técnicas existem, elas podem ser estudadas, codificadas e ensinadas. Utilizando os padrões fundamentais que copiaram desses quatro mestres, Grinder e Bandler começaram a criar seus próprios padrões e a ensiná-los também. Esses padrões são conhecidos como PNL.A história da PNL é uma história curiosa, que resultou em uma mudança de paradigmas. No início dos anos 70, o futuro co-criador da PNL, Richard Bandler, estudava matemática na Universidade da Califórnia (Santa Bárbara), em Santa Cruz. Richard Bandler veio de um gueto pobre da cidade de San José, judeu de origem miserável, perdeu parte dos seus intestinos e tem várias marcas de facadas, resultado das brigas de rua que travava diariamente. No princípio, ele passava a maior parte do seu tempo estudando computação. Inspirado por um amigo de família que conhecia vários dos terapeutas inovadores da época ele resolveu estudá-los. Após estudar cuidadosamente alguns desses famosos terapeutas, Richard descobriu que, repetindo totalmente os padrões pessoais de comportamentos deles, poderia conseguir resultados positivos similares com outras pessoas. Essa descoberta se tornou base para a abordagem inicial da PNL conhecida como Modelagem de Excelência Humana. Bandler dizia que a matemática é uma linguagem que se expressa através de fórmulas numéricas e que obedece a algumas regras, e essas regras quando alteradas, produzem resultados diferentes. Bandler imaginou, que a linguagem das palavras também obedecia a certas regras, que se mudadas, poderiam acarretar mudanças no comportamento humano. O comportamento humano, para Bandler, é um resultado do fenômeno lingüístico no cérebro humano.

Depois, ele encontrou o outro co-criador da PNL, o Dr. John Grinder, professor adjunto de Lingüística da Universidade da Califórnia. A carreira de John Grinder era tão singular quanto a de Richard. Sua capacidade para aprender línguas rapidamente, adquirir sotaques e assimilar comportamentos tinha sido aprimorada na Força Especial do Exército Americano na Europa nos anos 60 e também depois, quando membro dos Serviços de Inteligência Americanos em operação na Europa. Grinder como agente do Serviço Secreto das Forças Armadas Americanas viajou pelo mundo atuando com vários disfarces, sua especialidade. Grinder era capaz de disfarçar-se em quem ele quisesse. Fala várias línguas (mais de quinze) e conseguia observar detalhes do comportamento das pessoas e imitá-las com perfeição. O interesse de John pela psicologia alinhava-se com o objetivo básico da Lingüística – revelar a gramática oculta de pensamento e ação. Descobrindo a semelhança de seus interesses, eles decidiram combinar os respectivos conhecimentos de Computação e Lingüística, junto com a habilidade para copiar comportamentos não-verbais, com o intuito de desenvolver uma “linguagem de mudança”. No começo, nas noites de terça-feira, Richard Bandler conduzia um grupo de Terapia Gestalt formado por estudantes e membros da comunidade local. Ele usava como modelo o seu fundador iconoclasta, o psiquiatra alemão Fritz Perls. Para imitar o Dr. Perls, Richard chegou a deixar crescer a barba, fumar um cigarro atrás do outro e falar inglês com sotaque alemão. Nas noites de quinta-feira, Grinder conduzia outro grupo usando os modelos verbais e não-verbais do Dr. Perls que vira e ouvira Richard usar na terça. Sistematicamente, eles começaram a omitir o que achavam comportamentos irrelevantes (o sotaque alemão, o hábito de fumar) até descobrirem a essência das técnicas de Perls – o que fazia Perls ser diferente e mais eficaz que outros terapeutas. Haviam iniciado a disciplina de Modelagem da Excelência Humana. Encorajados por seus sucessos, eles passaram a estudar uma das grandes iniciadoras da terapia de família, a Drª. Virginia Satir, e o filósofo inovador, pensador de sistemas (Teoria Sistêmica) e antropólogo, Gregory Bateson. Richard reuniu suas constatações originais na sua tese de mestrado, publicada mais tarde como o primeiro volume do livro “The Structure of Magic”. Grinder e Bandler tinham se tornado uma equipe, e continuaram suas pesquisas com determinação. O que diferenciava seu trabalho do de muitas escolas de pensamento psicológico, ditas “alternativas”, cada vez mais numerosas na Califórnia naquela época, era a busca da essência da mudança. Quando Grinder e Bandler começaram a estudar pessoas com dificuldades variadas, observaram que todas que sofriam de fobias pensavam no objeto de seu medo como se estivessem passando por aquela experiência no momento.

Quando estudaram pessoas que já haviam se libertado de fobias, perceberam que todas elas pensavam nesta experiência de medo como se a estivessem vendo acontecer com outra pessoa – semelhante a observar um parque de diversões à distância. Com esta descoberta simples, mas profunda, Grinder e Bandler começaram a ensinar sistematicamente pessoas fóbicas a experimentarem seus medos, como se estivessem observando suas fobias acontecerem com outra pessoa à distância. As sensações fóbicas desapareciam instantaneamente. Uma descoberta fundamental da PNL havia sido feita. Como as pessoas pensam a respeito de uma coisa faz uma diferença enorme na maneira como elas irão vivenciá-la. Grinder e Bandler, ao buscarem a essência da mudança nos melhores mestres que pesquisaram, questionaram o que mudar primeiro, o que era mais importante mudar, e por onde seria mais importante começar. Por sua habilidade e crescente reputação, rapidamente conseguiram o número do telefone do Dr. Milton H. Erickson, M.D., fundador da “Sociedade Americana de Hipnose Clínica”, e amplamente reconhecido como o mais notável médico psiquiatra e hipnoterapeuta do mundo.O Dr. Erickson era uma pessoa tão excêntrica quanto Grinder e Bandler. Jovem e robusto fazendeiro de Wisconsin, na década de 20, foi atacado pela poliomielite aos dezoito anos. Incapaz de respirar sozinho, ele passou mais de um ano deitado dentro de um pulmão de aço na cozinha de sua casa. Embora para qualquer um, isso pudesse ter significado uma sentença de prisão, Erickson era fascinado pelo comportamento humano e se distraía observando como a família e os amigos reagiam uns aos outros, consciente e inconscientemente. Ele construía comentários que provocavam respostas imediatas ou retardadas nas pessoas a sua volta, aprimorando a sua capacidade de observação e de linguagem. Recuperando-se o suficiente para sair do pulmão de aço, ele reaprendeu a andar sozinho observando sua irmãzinha dar os primeiros passos. Embora continuasse precisando de muletas, participou de uma corrida de canoagem antes de partir para a faculdade, onde acabou se formando em Medicina e depois em Psicologia. Suas experiências e provações pessoais anteriores o deixaram muito sensível à sutil influência da linguagem e do comportamento. Ainda estudando medicina, começou a se interessar muito por hipnose, indo mais além da simples observação de pêndulos e das monótonas sugestões de sonolência. Ele observou que seus pacientes, ao se lembrarem de certos pensamentos ou sensações, entravam naturalmente em um breve estado semelhante a um transe e que esses pensamentos e sensações poderiam ser usados para induzir estados hipnóticos. Mais velho, ele se tornou conhecido como o mestre da hipnose indireta, um homem que podia induzir um transe profundo apenas contando histórias.

Na década de 70, o Dr. Erickson já era muito conhecido entre os profissionais da Medicina e era até assunto de vários livros, mas poucos alunos seus conseguiam reproduzir seu trabalho ou repetir seus resultados. Dr. Erickson freqüentemente era chamado de “curandeiro ferido”, visto que muitos colegas seus achavam que seus sofrimentos pessoais eram responsáveis por ele ter se tornado um terapeuta habilidoso e famoso mundialmente.Quando Richard Bandler ligou pedindo uma entrevista, aconteceu de o Dr. Erickson atender, pessoalmente, o telefone. Embora Grinder e Bandler fossem recomendados por Gregory Bateson, Erickson respondeu que era um homem muito ocupado. Bandler reagiu dizendo, “Algumas pessoas, Dr. Erickson, sabem como achar tempo”, enfatizando bem “Dr. Erickson” e as duas últimas palavras. A resposta de Erickson foi: “Venha quando quiser”, enfatizando também as duas últimas palavras em especial. Embora, aos olhos do Dr. Erickson, a falta de um diploma em Psicologia fosse uma desvantagem para Grinder e Bandler, o fato de esses dois jovens serem capazes de descobrir o que tantos outros não haviam percebido deixou-o intrigado. Afinal de contas, um deles havia acabado de falar com ele usando uma de suas próprias descobertas de linguagem hipnótica, hoje conhecida como um comando embutido. Ao enfatizar as palavras “Dr. Erickson, achar tempo”, Bandler havia criado uma frase separada dentro de outra maior, que teve o efeito de um comando hipnótico. A combinação das legendárias técnicas de hipnose do Dr. Erickson e as técnicas de modelagem de Grinder e Bandler forneceram a base para uma explosão de novas técnicas terapêuticas. O trabalho deles com o Dr. Erickson confirmou que haviam encontrado uma forma de compreender e reproduzir a excelência humana.Nesta época, as turmas da faculdade e os grupos noturnos conduzidos por Grinder e Bandler estavam atraindo um número crescente de alunos ansiosos por aprenderem esta nova tecnologia de mudança. Nos anos seguintes, vários deles, inclusive Leslie Cameron-Bandler, Judith DeLozier, Robert Dilts e David Gordon dariam importantes contribuições próprias. Esta nova abordagem da comunicação e mudança começou a se espalhar por todo o país. Steve Andreas, na época conhecido terapeuta de Gestalt, deixou de lado o que estava fazendo para estudá-la. Rapidamente, ele percebeu que a PNL era uma novidade tão importante que, junto com a mulher e sócia, Connirae Andreas, gravou os seminários de Bandler e Grinder e os transcreveu em vários livros. O primeiro, “Frogs into Princes”, se tornaria o primeiro best-seller sobre PNL. Em 1979, um extenso artigo sobre PNL foi publicado na revista “Psycology Today”, intitulado “People Who Read People”.

Hoje, a PNL é a essência de muitas abordagens para a comunicação e para a mudança. (adaptação do texto de Steve Andreas e Charles Faulkner em “PNL - A Nova Tecnologia do Sucesso”).

2 - Pressupostos da PNL:

“Já deve estar claro que a PNL se baseia em princípios bem diferentes da psicologia tradicional. Enquanto a psicologia clínica tradicional se preocupa basicamente em descrever dificuldades, classificá-las e buscar suas causas históricas, a PNL está interessada em como nossos pensamentos, ações e sensações funcionam juntos, para produzirem nossa experiência. Fundamentada nas modernas ciências da Biologia, Lingüística e Informática, a PNL começa com novos princípios sobre como funciona a relação mente/cérebro. Esses princípios chamam-se Pressupostos da PNL. Se pudéssemos resumir todos os Pressupostos da PNL em uma única frase, esta seria: as pessoas funcionam perfeitamente. Nossos pensamentos, ações e sensações específicas produzem, coerentemente, resultados específicos. Podemos nos sentir felizes ou infelizes com os resultados, mas se repetirmos os mesmos pensamentos, ações e sensações, os resultados serão os mesmos. O processo funciona perfeitamente. Se quisermos mudar os resultados que obtemos, teremos então que mudar os pensamentos, ações e sentimentos que os produzem. Uma vez tendo compreendido especificamente como criamos e mantemos nossos pensamentos e sensações mais íntimas, será questão apenas de mudarmos para outros níveis mais úteis ou, se encontrarmos outros melhores, ensiná-los às outras pessoas. Os Pressupostos da PNL são o fundamento para se fazer exatamente isso.” Steve Andreas (neurolingüista).

1- O mapa não é o território:Esta frase foi cunhada pelo matemático polonês Alfred Korzybski. Ele dizia que um mapa rodoviário ou o cardápio de um restaurante podem ajudar a achar seu caminho ou escolher uma refeição, mas eles são fundamentalmente diferentes da estrada que você tomar ou do prato que lhe servirem.Cada pessoa interpreta a realidade ao seu redor através dos seus cinco sentidos. Os sentidos são filtros. E tudo que se conhece do mundo externo, que a PNL chama de território, é aprendido através de mapas internos que se faz desse território. Realidade, para cada um, é o seu mapa. E, mesmo a despeito das diferenças, um mapa é tão válido quanto outro. Por esta razão,

não existem mapas “errados”. Embora um determinado comportamento possa parecer impróprio, extravagante ou irracional, ele sempre faz sentido no contexto do mapa mental de cada pessoa. O indivíduo faz o que é melhor, dentro de sua percepção única e limitada da “realidade”. Mas, nem todos os mapas podem ser igualmente úteis para auxiliar o usuário e negociar o território;

2- Todo comportamento tem uma intenção positiva:A PNL faz uma distinção entre comportamento e intenção positiva, isto é, entre o que é feito e o que se quer realizar. Todos os comportamentos nocivos, prejudiciais, inúteis, tiveram um propósito positivo originalmente. Exs: gritar para ser reconhecido, agredir para se defender, etc. Pode-se separar o comportamento da intenção positiva, isto é, conservar a intenção positiva e acrescentar novas opções de comportamentos mais úteis;

3- Escolher é melhor do que não escolher:Ter escolhas é muito mais útil do que estar restrito a responder de uma única maneira. A pessoa com maior número de opções é a pessoa com maior flexibilidade de pensamentos e comportamentos;

4- Não há fracassos, apenas “feedbacks” (retroalimentações):O entendimento da PNL é que o que acontece nem é “bom” nem é “ruim”, mas é, simplesmente, informação. Não há fracassos, só experiências. Quando o conceito de fracasso é eliminado do mapa, aparecem todos os tipos de novas possibilidades. Os chamados “fracassos” são oportunidades para aprender;

5- O significado da sua comunicação é a resposta que você obtém, independentemente da sua intenção:

O significado de qualquer comunicação é a resposta que essa comunicação elicia. A responsabilidade da comunicação é sempre de quem comunica. Isto é, não se pode “responsabilizar” o interlocutor por “não ter entendido”, “não querer escutar”. É mais fácil mudar a si mesmo do que mudar os outros. Observar como a comunicação é recebida permite que seja ajustada, para que, de uma próxima vez, possa ser mais eficiente;

6- As pessoas já possuem dentro de si, todos os recursos necessários para realizar as mudanças desejadas:

A PNL faz uma distinção entre “recursos” e “habilidade” – uma pessoa pode ter os recursos para tocar piano (isto é, capacidade musical,

coordenação mãos-olhos), mas pode faltar a ela a habilidade, para que se torne capaz de tocar uma obra de Chopin. Com os recursos, a pessoa pode desenvolver a habilidade.E, em relação à aplicabilidade deste pressuposto a pessoas com desenvolvimento físico ou mental diferenciado? A PNL as inclui em “todas as pessoas?”. A resposta, sem qualquer dúvida, é “SIM!”. A designação “desenvolvimento mental/físico diferenciado, especial”, diz mais a respeito das outras pessoas, isto é, a inabilidade para se perceber recursos nesses indivíduos;

7- As pessoas sempre fazem a melhor escolha disponível para elas naquele momento:

Em qualquer situação as pessoas selecionam, entre as escolhas disponíveis a elas, aquelas que lhes proporcionarão melhores condições de sobreviverem, obterem prazer, criarem um ambiente seguro, evitarem dor e/ou perigo;

8- Se você fizer o que sempre fez, obterá sempre o mesmo resultado:Se você quiser uma nova resposta, mude seu comportamento, faça algo novo;

9- Corpo e mente são partes do mesmo sistema:Os pensamentos afetam instantaneamente a tensão muscular, respiração e sensações. Estes, por sua vez, afetam os pensamentos. Na realidade, o ser humano é mais do que corpo e mente. É “corpomenteemoções”, um sistema no qual os três elementos interagem entre si. “Corpomenteemoções” pode ser compreendido como um sistema dinâmico em equilíbrio. Não é possível fazer uma mudança em um elemento sem afetar os outros dois. E, pouco importa qual seja o primeiro a ser afetado. Quando o equilíbrio é perturbado, o sistema imediatamente procura readquirir seu equilíbrio dinâmico natural;

10-Se alguma pessoa pode fazer alguma coisa, então é possível aprender a fazê-la também:Pode-se aprender como é o mapa mental de outra pessoa e fazê-lo seu. É claro que podem existir limites físicos ou ambientais, mas em princípio, tudo é “possível”.

3-Como nos comunicamos com o mundo:

A- Uso Adequado da Voz:Uma maneira de expressar individualidade e de julgar outras pessoas é através da maneira de falar e das características vocais. Saber como controlar e projetar a voz está se tornando cada vez mais importante, quando uma quantidade maior de vendas e de trabalho administrativo está sendo feito por telefone, skype.Albert Mehrabian e outros estudiosos muito respeitados descobriram que 38% da força daquilo que é dito, não está nas palavras em si, mas na maneira como são ditas (7% no significado das palavras e 55% na linguagem corporal).

Espelhamento na voz:- Tom;- Qualidade do ritmo;- Entonação;- Qualidade do timbre, volume etc.

A confiança se estabelece entre pessoas “parecidas”, e isto se estende também à voz. As pessoas que falam mais alto não confiam ou não se sentem inspiradas por quem fala suavemente e vice-versa.

B- Uso do Cérebro:Por ordem de aparição na história evolutiva, possuímos três cérebros: primeiro o Reptiliano, o Límbico (mamíferos primitivos), e o mais recente, Neocórtex (mamíferos superiores).Paul MacLean cientista do “Laboratório de Evolução Cerebral e Conduta” do “Instituto Nacional de Saúde Pública” da Califórnia, desenvolveu um modelo da estrutura cerebral do ser humano, conhecido como “cérebro triúnico”, “tríade cerebral”. Para MacLean, o cérebro humano desenvolveu-se conservando as características das etapas anteriores. Assim, o homem possui três cérebros, embutidos uns nos outros: um Cérebro Primitivo ou Reptiliano, um Cérebro Antigo Mamífero ou Límbico e um Cérebro Neomamífero, o Neocórtex. Nas palavras do autor do modelo: “Tal situação implica que somos obrigados a nos ver e a ver o mundo com os olhos de três mentalidades diferentes”. Cada

pessoa, em um determinado momento, pode utilizar mais um do que os outros dois cérebros. E, isso fará com que “se comunique” de uma forma diferente.

C- Linguagem:

- Canais de Comunicação (Linguagem Verbal): As representações internas são estruturadas através dos cinco sentidos: visão, audição, tato, olfato e paladar. O mundo é experimentado na forma de sensações visuais, auditivas ou cinestésicas (tato, olfato e paladar), que são os canais de comunicação. Assim, quaisquer experiências são representadas através dos sentidos no cérebro.Cada pessoa usará mais um canal que os outros. Dependendo de sua comunicação, utilizará em sua linguagem verbal palavras que pertencem mais ao vocabulário visual, auditivo ou cinestésico.A linguagem verbal transmite o conhecimento acumulado pelas gerações anteriores. É um benefício! E, também transmite as distorções, omissões e generalizações das gerações anteriores (modelo de mundo). Tomar a linguagem verbal como dados totais ou as palavras como “reais” é o mesmo que informatizar o cérebro com parcialidades ou “mentiras”, como se fossem verdades absolutas. Ampliar o modelo de mundo é igual a obter mais alternativas de comportamento, mais escolhas, que propiciam melhores resultados. É representar a realidade pessoal de forma mais rica no cérebro.A linguagem verbal dá muitos exemplos do poder das representações internas. O que alguém quer expressar quando diz que uma pessoa tem “um futuro brilhante?”. Ou que “tem um bloqueio?”. Ou quando diz que “teve um estalo?”.Essas frases não são metáforas. São descrições, bem precisas, do que está acontecendo no cérebro.

Pessoas que são fundamentalmente visuais tendem a ver o mundo em imagens; conseguem seu maior senso de poder entrando na parte visual de seus cérebros. Por estarem tentando acompanhar as imagens em seus cérebros, as pessoas visuais tendem a falar muito depressa. Não se importam exatamente com o modo como se expressam; estão só tentando colocar palavras nas imagens. Essas pessoas tendem a conversar através de significados visuais. Falam sobre como as coisas “parecem para elas”, “que formas vêm surgir”, se as coisas “são claras ou escuras”.Respiração: torácica;Ritmo da fala: rápido;

Movimentos: rápidos;Tensão muscular: alta;Tom de voz: alto;Pulsação: rápida;Pressão arterial: alta;Temperatura: baixa.

Pessoas que são auditivas tendem a ser mais seletivas com as palavras que usam. Têm vozes mais ressonantes e suas falas são mais lentas, mais rítmicas e uniformes. Uma vez que as palavras significam tanto para elas, são cuidadosas em relação ao que dizem. Tendem a dizer coisas como “isso soa certo para mim”, “posso ouvir o que está dizendo”, etc.. Os auditivos têm excelente memória para palavras - tanto para elogios quanto para lembrar ofensas.Respiração: diafragmática;Ritmo da fala: médio;Movimentos: médios;Tensão muscular: média;Tom de voz: médio - mais para grave;Pulsação: considerada normal;Pressão arterial: considerada normal;Temperatura: média.

Pessoas cinestésicas tendem a ser ainda mais lentas. Reagem, fundamentalmente, a sensações. Suas vozes ecoam bem devagar. Usam metáforas do mundo. Estão sempre “agarrando” alguma coisa “concreta”. Coisas são “pesadas” e “intensas”.Respiração: abdominal;Ritmo da fala: lento;Movimentos: lentos;Tensão muscular: baixa;Tom de voz: baixo;Pulsação: baixa;Pressão arterial: baixa;Temperatura: alta.Todos possuem elementos das três modalidades, mas a maioria tem um sistema que domina.A seguir, estão alguns exemplos de palavras e expressões visuais, auditivas, cinestésicas e inespecíficas:- Visuais:

À luz de, a olho nu, ângulo, apagar, aparência, aspecto, brilho, claro, cor, delinear, enxergar, espiar, evidência, flash, foco, gráfico, horizonte, ilusão, ilustrar, imagem, leitura, míope, fotografia, obscurecer, observar, perspectiva, pintar, prever, quadro, revelar, show, sombrio, tela, visível.Vejo seu ponto de vista, Quero que dê uma olhada nisso, Sem sombra de dúvida, Isso é obscuro para mim, etc.

- Auditivas:Afirmar, agudo, grave, alarme, amplificar, anunciar, barulho, chamar, clique, comentário, conversa fiada, cochicho, declarar, delatar, descrever, discurso, dizer, estática, estrondoso, explicar, fofocar, gritar, harmonia, mudo, opinar, perguntar, proclamar, queixa, quieto, reclamar, ronronar, rumores, silencioso, sonoro, tocar um sino, voz.Eu ouvi o que você estava dizendo, O que estou falando soa certo para você? Isso não soa bem, A vida está em perfeita harmonia, etc.

- Cinestésicas:Agradável, amargo, apertado, ativo, cansaço, choque, cócegas, concreto, controle, emocional, esforço, exagerado, firme, fresco, frio, quente, gostoso, ímpeto, irritado, machucado, mexer, odor, pânico, pesado, pressa, pressão, resistente, salgado, sensação, sensível, sentir, sofrer, sólido, estresse, suave, suportável, tenso, vigoroso. Você é capaz de aprender? Esta informação é sólida, Quero que você agarre isso, A vida parece quente e gostosa, etc.

Para estabelecer uma comunicação verbal útil e eficiente (oral e/ou escrita) com alguém, seja cônjuge, namorada, filho, chefe, deve-se procurar descobrir o canal de comunicação dessa pessoa e, usar palavras do canal de comunicação dela. Sérias discussões podem ser evitadas, bastando demonstrar flexibilidade e penetrar, elegante e sutilmente, na comunicação do “outro” (“rapport” na linguagem) evitando o “você não me compreende”.Quando estiver se dirigindo a mais de uma pessoa ou a uma platéia, é útil usar palavras inespecíficas - que, nada mais são que a linguagem hipnótica, genérica.Infelizmente, muitos maus políticos e alguns líderes religiosos inescrupulosos, usam palavras genéricas, para alcançar as pessoas, para fins, nem sempre, éticos.- Inespecíficas:Acreditar, apreciar, aprendizagem, associar, aumentar, comunicação, conhecer, consideração, decidir, entender, entregar, escolher, estudar, falso, favorecer, igualar, informar, lembrar, localizar, mudar, oferecer, optar,

organizar, pensar, perceber, preparar, realizar, receber, reconhecer, saber, solucionar, tentar, vender, etc.

- Pistas de Acesso: O Dr. Nelson Spritzer, médico cardiologista e neurolingüista brasileiro, afirma que, estudos empregando radioisótopos (partículas marcadas com substância radioativa), tais como o xenônio, têm revelado resultados interessantes, a respeito do comportamento do fluxo de sangue dentro do cérebro, em diferentes condições de humor. Já se sabe que o sangue dentro do cérebro se dirige com maior predominância para determinadas regiões, em certas situações clínicas como fobias, pânico, depressão e esquizofrenia. E, os cientistas já sabem que, conforme o tipo de processo que o ser humano faz dentro de seu cérebro, o sangue vai mais para uma ou outra área cerebral.Grinder e Bandler observaram que, os olhos se movem quando estamos pensando e quando estamos nos comunicando. Eles observaram que (e a ciência confirma) quando uma pessoa está fazendo imagens dentro do seu cérebro, o fluxo sangüíneo se dirige para a região da nuca e, quando o sangue vai mais para essa região, os olhos vão para cima, num movimento involuntário. Quando sons são processados, os olhos vão para a linha horizontal, ao mesmo tempo em que o sangue corre mais para os centros da fala no hemisfério esquerdo; quando sensações e sentimentos são processados, os olhos descem, vão para baixo e para a direita enquanto o sangue flui mais para o Centro Límbico e Tronco Cerebral, o chamado Cérebro Primitivo (Reptiliano).Só de olhar as pessoas e escutar o que dizem, pode-se ter uma idéia imediata de quais sistemas representacionais estão usando. Há muito tempo que se diz que os olhos são os espelhos da alma. E, é verdade. Olhando uma pessoa bem nos olhos, pode-se, imediatamente, ver qual o sistema representacional ela está usando num momento específico.Enquanto representam internamente informações, isto é, enquanto “pensam”, as pessoas movem seus olhos - ninguém consegue “pensar” sem mover os olhos, ainda que esse movimento seja leve. Neurofisiologicamente, ninguém consegue criar pensamentos sem mexer os olhos.Assim, observando-se os movimentos dos olhos, o indivíduo pode saber quando seu interlocutor está falando algo que realmente viveu ou algo que inventou. Por isso, cursos e seminários de PNL são freqüentados por muitos agentes de serviços de inteligência (segundo Nelson Spritzer, o próprio Bandler não faz segredo que já deu treinamentos fechados para vários órgãos

militares e de inteligência de vários países, inclusive o famoso serviço secreto de Israel, o “Mossad”).

Pistas de Acesso: Sistemas Representacionais:

- olhos para cima e para a esquerda -------------visual lembrando - olhos para cima e para a direita --------------- visual construindo- olhos para baixo e para a esquerda ------------diálogo interno- olhos para baixo e para a direita--------------- cinestésico- olhos desfocados, na mesma posição----------criação (imaginação)- postura telefônica (mão no queixo e um dedo na face)--diálogo interno- olhos para a esquerda, ou fixos no mesmo nível, em geral na altura dos ouvidos------------------------------------------auditivo interno lembrando- olhos para a direita, ou fixos no mesmo nível, em geral na altura dos ouvidos----------------------------------------------------auditivo interno construindo.

- Algumas Considerações: - Esses são os movimentos prováveis dos olhos para 90% das pessoas destras;- 10% das pessoas destras e os canhotos processam de maneira diferente. Não se sabe porque;- Pessoas especiais: surdas (de nascença), cegas, também processam de maneira diferente;- Esses movimentos oculares acontecem em todas as pessoas, seja qual for a nacionalidade delas. Em qualquer idioma que a pessoa se expresse, ela sempre moverá os olhos - e, para 90% dos destros, os movimentos serão os descritos acima;- As únicas exceções são os bascos e os guanches, que são os habitantes das Ilhas Canárias (principais ilhas: Tenerife, Fuerteventura, Gran Canária, Lanzarote, La Palma, Gomera, Hierro). A estrutura da linguagem desses povos é diferente e, seu processamento cerebral é, conseqüentemente, diferente. E, por que a estrutura da linguagem desses povos é diferente?Não é exatamente uma explicação, mas uma suposição: bascos e guanches seriam descendentes diretos de atlantes (os sobreviventes da tragédia que teria acontecido na suposta Atlântida, continente que teria submergido, em um dia e uma noite, há cerca de doze mil anos atrás, conforme Platão (427-347 a.C.), filósofo grego discípulo de Sócrates, em dois de seus escritos: “Crítias” e

“Timeu”. Para Aristóteles, discípulo de Platão, era tudo produto da imaginação: “O homem que sonhou com essa ilha a fez desaparecer de novo”, teria dito. Porém muitos filósofos, estudiosos e cientistas aceitaram a idéia, como o escritor Otto Muck, cientista naval e de foguetes dirigíveis, suíço, em seu livro “O Fim da Atlântida”). Porém, uma curiosidade, em relação aos guanches, pode ser provada: no livro “Hematologia Geográfica”, os professores Jean Bernard e Jacques Ruffier, afirmam que o fator sanguíneo tipo “O”, é encontrado na Islândia, na Irlanda, na Escócia, no País de Gales, tanto quanto na América Central e na América do Sul. Mas, ao passo que nesses países, as populações, mesmo representadas em estado puro por alguns grupos, oferecem caracteres físicos que as ligam a uma raça conhecida, somente os guanches (que têm o mais alto índice do grupo “O”), não se ligam a nenhuma raça viva. (referência: “As Portas da Atlântida”, de Guy Tarade - editora Hemus - 1976 - São Paulo - SP).

- Fisiologia – “Rapport” (linguagem corporal):55% da comunicação, isto é, a maior parte, é resultado da fisiologia ou linguagem do corpo. As expressões faciais, os gestos, a qualidade e tipos de movimento da pessoa que transmite uma comunicação esclarecem muito mais sobre o que estão “dizendo” do que as palavras em si. A fisiologia altera o estado interno e vice-versa.Tudo o que os cientistas estão descobrindo hoje, enfatiza a vontade de cada indivíduo: doença e saúde, vitalidade e depressão/angústia são, muitas vezes, decisões. São ações que podem ser decididas e realizadas com a fisiologia. Não são, em geral, decisões conscientes, mas de qualquer forma, são decisões.Ninguém, conscientemente, pensa: “Quero ficar angustiado ou deprimido”. A depressão/angústia é um estado mental e químico, mas ela tem também uma fisiologia identificável: as pessoas deprimidas/angustiadas, em geral, andam com os olhos baixos (estão tendo acesso ao canal cinestésico e/ou falando para si mesmas sobre todas as coisas que as fazem sentir-se deprimidas). Deixam os ombros caídos. A respiração é fraca e superficial. Mantêm seus corpos com uma fisiologia depressiva/angustiada. A depressão/angústia é um resultado e requer posturas específicas do corpo para criá-la. Há componentes químicos (que podem ser hereditários) na depressão/angústia. O paciente deve procurar um médico psiquiatra, e antidepressivos podem ser necessários. Além disso, a pessoa deve colaborar ativamente com seu tratamento, mudando sua fisiologia.

Se o indivíduo se mantém ereto, joga seus ombros para trás, respira profundamente, olha para cima, põe-se numa fisiologia de recursos, consegue melhorar o estado interno.A fisiologia é decisiva. É muito importante na comunicação. A fisiologia cria harmonia na comunicação, através do espelhamento: “copiar” a fisiologia de outra pessoa. Enquanto as palavras estão atuando na mente consciente, a fisiologia atua no inconsciente. É onde o cérebro “estabelece”: “Essa pessoa é como eu!”. E, como espelhar a fisiologia de outra pessoa? Estabelecendo o “rapport”.

- “Rapport”:Imitar, igualar-se, ajustar-se, acompanhar ou espelhar o comportamento (verbal e não verbal) de uma pessoa, é o processo pelo qual é estabelecido o “rapport”.Espelhar ou igualar-se é simplesmente manifestar-se como a outra pessoa se manifesta. O espelhamento, utilizado com discrição, elegância e sutileza, enfatiza a importância da percepção de aspectos do comportamento de outra pessoa, permitindo que ela seja encontrada no modelo que tem do mundo.“Rapport” significa alinhamento, semelhanças, harmonia, similaridade, afinidade.Em qualquer comunicação, dois níveis mentais operam simultaneamente: o consciente e o inconsciente. Como a mente consciente é responsável por, aproximadamente, de 5 a 9% das atividades, a mente inconsciente fica com 91 a 95% - o inconsciente tem preponderância sobre o consciente.Estabelecer “rapport” é uma maneira de encontrar outra pessoa no seu modelo de mundo ou mapa. Esse vínculo de harmonia é dirigido à mente inconsciente e portanto, não deve ser detectado pelo consciente das pessoas. O inconsciente procura semelhanças, e não as diferenças.Grinder e Bandler modelaram o Dr. Milton Erikson em sua estratégia poderosa para estabelecer um vínculo ou “rapport”. O Dr. Erikson era capaz de lidar satisfatoriamente com pacientes “resistentes” e “difíceis”, tendo em sua vida profissional, quase trinta mil pessoas hipnotizadas com sucesso.Para obter “rapport”, pode-se espelhar qualquer parte do comportamento da outra pessoa, ajustando seu comportamento verbal e não verbal para se mover junto com ela. Uma vez movendo-se junto, pode-se testar se obteve “rapport”, conduzindo, isto é, gradualmente mudando seu próprio comportamento e observando se a outra pessoa o segue.Ninguém estará desistindo de sua identidade quando espelha outra pessoa. Todos podem se tornar mais flexíveis. O espelhamento, simplesmente, cria uma igualdade de fisiologia, que será compartilhada com outro ser humano.

“Será que terei que espelhar e acompanhar todas as pessoas de meu relacionamento?” - A resposta é “não”. Espelhar e acompanhar são ações que se decide fazer quando se percebe que o interlocutor, por qualquer motivo, não está em “rapport” ou está perdendo a sintonia com você.

-Formas para Obter “Rapport”:- Expressões faciais: acompanhar, com elegância, movimentos faciais tais como levantar de sobrancelhas, apertar os lábios, franzir o nariz, etc.;- Postura: ajustar o corpo para combinar com a postura do corpo do outro ou parte do corpo do outro;- Movimentos corporais: imitar qualquer movimento do corpo que seja constante ou característico - ex: piscar de olhos, movimentos das mãos, pernas;- Qualidades vocais: tais como tonalidade, timbre, velocidade, volume, hesitação, pontuação;- Sistemas representacionais: detectar e utilizar, em sua própria linguagem, os sistemas utilizados pela outra pessoa;- Frases repetitivas: utilizar frases usadas pelo outro;- Respiração: ajustar sua respiração para a mesma velocidade da respiração da outra pessoa;- Espelhamento cruzado: usar um aspecto de seu comportamento para imitar um aspecto diferente do comportamento do outro. Por ex: balançar suavemente uma parte de seu corpo (uma das mãos) no mesmo ritmo da respiração do outro.

Deve-se utilizar esse recurso com ética. As estratégias de espelhamento, não terão qualquer utilidade se quem as praticar for incongruente, desleal e mal-intencionado. Utilizar qualquer técnica sem uma estrutura moral adequada e uma postura ética de verdadeiro respeito e carinho com outras pessoas, torna-se uma manipulação dolosa, mal intencionada. Indivíduos falsos têm menos êxito nos relacionamentos pessoais e profissionais, e são os menos estimados por seus semelhantes.

- “Rapport” e Cadeia de União: Em todas as Lojas (Oficinas) maçônicas, os trabalhos realizam-se conforme a seguinte ordem:- Abertura de acordo com o ritual;- Leitura e aprovação da Ata da sessão anterior;- Desculpas enviadas pelos obreiros ausentes;

- Assuntos de família ou particulares da Oficina;- Recepção de visitantes, se houver;- Leitura da correspondência oficial de secretaria;- Circulação do saco de propostas;- Leitura das propostas pelo Orador se forem pertinentes;- Ordem do dia;- Iniciações, filiações, regularizações mais instrução, se houver;- Circulação da Bolsa de Beneficência;- Palavra a bem Geral da Ordem e da Oficina em particular;- Encerramento dos trabalhos de acordo com o ritual;- Cadeia de União.

A Cadeia de União é uma cerimônia realizada ao fim de cada reunião, na qual os maçons tiram suas luvas brancas e formam um círculo, que simboliza a união de todos os maçons sobre a Terra e a comunhão espiritual maçônica.Pode-se observar que nesse ritual, os maçons também realizam o “rapport” (PNL) - eles acompanham o comportamento uns dos outros, cada indivíduo penetrando na “comunicação” do outro, que se torna única, principalmente através da respiração sincronizada, mesmos gestos etc., alimentando e revigorando a egrégora da Maçonaria. A Cadeia de União teria tido origem na Maçonaria Operativa, onde os pedreiros talhadores de pedra usavam uma corrente de ferro, para cercar a área da construção. Eles fincavam em torno das construções, estacas de madeira que eram inseridas em cada elo da corrente. Na entrada desta área era deixada uma abertura, através de duas estacas de madeira. A área delimitada geralmente tinha a forma retangular. Porém, esse ritual já era conhecido no Egito, celebrado pelos “deuses”, que se davam as mãos, integrando nessa cadeia o Faraó. Os babilônios também praticavam a Cadeia de União - era uma corda que unia todas as coisas, atravessando os mundos conhecidos e desconhecidos.A Cadeia de União é utilizada em todos os Ritos, menos no “Emulation Rite”.

O “rapport” cria harmonia na comunicação, e a “Cadeia de União”, através de cada maçom, torna-se um só pensamento positivo.Segundo Rizzardo da Camino (escritor maçônico), “A Cadeia de União é um dos mais belos atos cerimoniosos ritualísticos e é formada dentro do Templo... O ambiente é alterado; as luzes são amenizadas; é utilizado um fundo musical apropriado, com música suave que conduza à meditação... No Altar dos Perfumes é aceso um incenso adequado... O Venerável procede a um ligeiro exercício respiratório, conduzindo os Irmãos para que aspirem o ar (“prana”)

com a finalidade de toda respiração ficar uniforme... Uma das finalidades da formação da Cadeia de União é a transmissão da palavra Semestral emitida pelo Grão-Mestre. O Grão-Mestre recolhe-se em seu gabinete, e após momentos de meditação, deseja enviar uma mensagem aos seus “súditos” da Jurisdição e busca encontrar uma palavra adequada. Essa palavra (ou frase) é comunicada sigilosamente por escrito, a todos os Veneráveis da Jurisdição. O Venerável Mestre transmite a Palavra Semestral aos elos da direita e da esquerda, sussurrando-a, porém de forma audível e clara. Os Irmãos, por sua vez, ao receberem a Palavra, a transmitem ao Irmão que está ao lado até ambas as Palavras chegarem ao Mestre de Cerimônias, que inclina a cabeça em forma afirmativa expressando que a Palavra chegou corretamente... A postura é importante; os Irmãos que formam um círculo cruzam os braços, pressionando o plexo solar, dando-se as mãos; os pés devem estar unidos, calcanhar com calcanhar, ponta dos pés tocando a dos Irmãos que estão aos lados. A Corrente deve unir a parte física sobre a Terra (piso da Loja), a parte sentimental, pressionando o coração, e a parte mental, unida pela Palavra Semestral... A Corrente transforma-se em um verdadeiro acumulador de energias, que supre todas as necessidades que o maçom tem com os desgastes da semana...”.Durante a Cadeia de União, um fenômeno pode ser observado – seus integrantes entram em estado alfa e teta (hipnose), isto é, em um estado alterado de consciência. Os músculos ficam completamente relaxados e pode haver a sensação de flutuação ou peso corporal, sensação de calor ou de aconchego. Muitos séculos antes de Cristo, iogues, na Índia, já praticavam a meditação e outras técnicas de relaxamento para atingirem um estado alterado de consciência. O estado alfa e teta é o predomínio cortical pré-frontal de freqüências cerebrais próximas a dez ciclos por segundo. Algumas pesquisas indicam que um predomínio dessas freqüências em determinadas partes dos lobos conscientes significa que a mente está concentrada de forma criativa - isto acontece durante sonhos, em devaneios, em meditações e orações, e também em momentos de intensa concentração. Esse chamado “estado de fluxo” é uma sincronia mental: é como se a parte hipotalâmica da mente - responsável pela motivação - e o Sistema Límbico - responsável pela resposta emocional - se entrosassem com a parte cortical pré-frontal - responsável pelas decisões conscientes e julgamentos.A freqüência das ondas cerebrais flutua inúmeras vezes, todos os dias, de maneira espontânea e de acordo com as necessidades.Freqüências cerebrais:

Beta: quando o indivíduo está acordado e realizando as tarefas cotidianas, o cérebro opera nessa faixa de freqüência. Esta começa em torno de catorze hertz por segundo, sendo que a maioria das atividades se realiza entre vinte e vinte e dois hertz por segundo. Esta é a mente consciente. Nesse patamar a pessoa pensa, racionaliza e executa todas as suas tarefas;

Alfa: entre sete e catorze hertz por segundo está a faixa alfa da atividade cerebral. É nesta faixa que ocorrem os sonhos e as fantasias. A hipnose também acontece aqui. As ondas alfa emitidas pelo cérebro foram descobertas pelo médico alemão Hans Berger, em 1924, quando estudava o fenômeno da telepatia em um paciente considerado “paranormal”. E, qual é a trajetória que leva o cérebro ao estado hipnótico? Há indícios de que uma estrutura cerebral semelhante a uma rede, chamada formação reticular, funciona como elo entre a voz do hipnoterapeuta e a massa cinzenta do hipnotizado. "A formação reticular controla a vigília e o sono e ainda seleciona em quais informações devemos nos concentrar", explica o psiquiatra Fernando Portela Câmara, da Universidade Federal do Rio de Janeiro. A tese mais aceita é a de que as palavras do hipnoterapeuta, processadas pelo nervo auditivo, alcançam a ponta dessa rede, na base do cérebro, e se espalham por toda a massa cinzenta. Por se tratar de estímulos repetitivos, quando chegam ao lobo frontal, concentram a atenção do indivíduo em um único foco, inibindo tudo o que está ao redor. O processo é parecido para estímulos visuais. De acordo com o ambiente, o cérebro pode fazer essa trajetória espontaneamente (sessão numa Loja Maçônica);

Teta: entre quatro e sete hertz por segundo. As experiências emocionais são registradas nessa faixa. Essa também é a faixa na qual acontece a hipnose mais profunda e a regressão;

Delta: as freqüências inferiores a quatro hertz por segundo levam a pessoa à total inconsciência, que é o estado de sono profundo;

Gama: as ondas gama, de amplitude e freqüência elevadas, são um estado de hiper consciência - em torno de sessenta hertz por segundo. Neuropsiquiatras identificariam tendências psicóticas, já que, ondas que excedam vinte e dois hertz por segundo, são consideradas uma anomalia, que levariam a pessoa a entrar num estado de histeria aguda. Porém, sabe-se que os xamãs operam nessa freqüência cerebral.

4 - PNL e Física:

A PNL é baseada na mudança de paradigma da física moderna. Há algum tempo atrás, dizia-se que era possível haver experiência direta da realidade (paradigma newtoniano).Mais tarde, Albert Einstein (1879-1955- maçom), físico, ainda bem jovem, perguntou-se; “Qual será a velocidade de um raio de luz se eu estiver me deslocando na mesma velocidade, em sua ponta?” A busca da resposta a essa pergunta deu início a uma grande mudança em toda a física e suas leis, uma incrível mudança de paradigma. As aplicações práticas dessas mudanças não cessam de surgir em todos os campos do conhecimento humano.É o fim dos dogmas da física newtoniana-cartesiana. A partir daí fica claro que não é possível para alguém perceber qualquer fenômeno da realidade sem levar em consideração a presença do observador do fenômeno. Então um físico nuclear alemão, Werner Heisenberg, enunciou o “Princípio da Incerteza de Heisenberg”: “Não só é impossível a observação da realidade diretamente, sem se considerar a participação do observador, como, também a simples presença do observador modifica o fenômeno observado” (por exemplo, medição e monitoramento vinte e quatro horas da pressão arterial). E mais: o Princípio da Incerteza de Heisenberg demonstrou que sendo possível medir uma característica de um objeto em movimento, é impossível medir simultaneamente suas outras características. Vêem-se, desde então revistas acadêmicas dedicarem um número maior de artigos a abordagens pluri disciplinares e multidimensionais.Outro físico, o inglês David Bohm acrescentou: “Por tudo que sabemos hoje, não é mais possível tentar conhecer a realidade a partir de apenas um modelo. Devemos reconhecer que existem muitos modelos de realidade a serem compreendidos”.O modelo holográfico de Bohm sugere que todos os elementos estão intimamente ligados no Universo. Isso implica uma pluri dimensionalidade. Bohm afirmava, nos últimos anos de sua vida que, o holomovimento representa uma nova ordem que começa nos campos de energia ou nas partículas elementares, mas antes numa totalidade indivisa da realidade.A PNL é um modelo dos modelos que o indivíduo faz sobre a realidade que o rodeia.

- Um Pouco de Física Quântica:

Enquanto a Lei da Gravidade está associada ao nome de Isaac Newton (maçom) e a Teoria da Relatividade, ao de Albert Einstein (maçom), a Teoria Quântica ou Mecânica Quântica foi formulada nas três primeiras décadas do século passado, por um conjunto de físicos. Entre eles, Max Planck, Wolfgang Pauli, Paul Dirac, Niels Bohr, Werner Heisenberg e o próprio Einstein, este o primeiro a dar o nome de “quanta” às unidades subatômicas da matéria, hoje conhecidas como fótons.A Teoria Quântica revolucionou o pensamento científico porque, ao contrário da física clássica, não se baseia em relações de causa e efeito. Descobriu-se que elétrons, prótons e nêutrons comportam-se dubiamente, ora como partículas (matéria) ora como ondas (energia, luz). Um elétron não é uma partícula nem uma onda, mas pode apresentar ambos os aspectos, em situações diferentes. A grande descoberta do físico Heisenberg foi que os métodos de observação da física clássica não serviam para a física quântica, formulando o Princípio da Incerteza. A partir dele, Bohr, seu mestre, formulou o Princípio da Complementaridade.Os físicos descobriram ainda a existência de nêutrons rápidos e nêutrons lentos, conhecimento fundamental para a fissão do núcleo – senha para a construção da bomba atômica.A teoria defendida por Niels Bohr é a de que reagir é mais rápido do que agir.A Física Quântica põe em cheque o pensamento cristão de que a reação é isenta de culpa. É tão importante refletir sobre as conseqüências de uma reação quanto de uma ação.

5 - Cérebro:

O cérebro é a parte do sistema nervoso central que está localizada dentro do crânio, e sua análise química revela conter 78% de água, 10% de gordura, 8% de proteína, 1% de carboidrato, 1% de sal e 2% de outros componentes. É a parte mais desenvolvida e a mais volumosa do encéfalo, pesando cerca de um quilo e trezentos gramas. Quando cortado, o cérebro apresenta duas substâncias diferentes: uma branca, que ocupa o centro, e outra cinzenta, que forma o córtex cerebral. O córtex cerebral está dividido em mais de quarenta áreas funcionalmente distintas. O cérebro é o centro de controle do movimento, do sono, da fome, da sede e de quase todas as atividades vitais necessárias à sobrevivência. Todas as emoções, como o amor, o ódio, o medo, a ira, a alegria e a tristeza, também são controladas pelo cérebro. Ele está

encarregado ainda de receber e interpretar os inúmeros sinais enviados pelo organismo e pelo ambiente. Os cientistas já conseguiram elaborar um mapa do cérebro, localizando diversas regiões responsáveis pelo controle da visão, da audição, do olfato, do paladar, dos movimentos automáticos e das emoções, entre outras. No entanto, os mecanismos que regem o pensamento e a memória, ainda não foram totalmente desvendados pela ciência.Em termos de complexidade e poder, o cérebro humano desafia até mesmo a mais moderna tecnologia de computador. É capaz de processar até trinta bilhões de bits de informações por segundo e possui o equivalente a dez mil quilômetros de fios e cabos. Atualmente, já se sabe que o sistema nervoso humano contém cerca de cem bilhões de neurônios (células nervosas projetadas para conduzir impulsos) interligados entre si. A palavra “neurônio” foi criada por Santiago Ramón y Cajal (1852-1934: médico e anatomista espanhol) que afirmou: “Os neurônios são as misteriosas borboletas da alma, cujo bater de asas poderá algum dia - quem sabe? - esclarecer os segredos da vida mental.”Sem neurônios, o sistema nervoso seria incapaz de cumprir as instruções do cérebro sobre o que fazer. Cada neurônio é um minúsculo computador auto-suficiente, capaz de processar cerca de um milhão de bits de informações. Estes neurônios agem de forma independente, mas também se comunicam com outros neurônios através de uma rede de cento e sessenta mil quilômetros de fibras nervosas. O poder do cérebro em processar informações é enorme, ainda mais se considerarmos que um computador só pode efetuar uma conexão de cada vez. Porém, o cérebro funciona por inteiro como uma espécie de sistema integrado. Contudo, ao entrar em atividade, cada uma de suas partes consome mais ou menos oxigênio de acordo com sua função. Mas, apesar dos mapeamentos já feitos das diversas funções do cérebro, ainda não se sabe exatamente como elas interagem. É muito possível que, as áreas isoladas do cérebro façam parte de um sistema único.Uma reação num neurônio pode espalhar-se a centenas de milhares de outros, num prazo inferior a vinte milissegundos – isso representa cerca de dez vezes menos do que é preciso para piscar um olho. Um neurônio leva um milhão de vezes mais tempo para enviar um sinal do que uma típica chave de computador, mas o cérebro pode reconhecer um rosto familiar em menos de um segundo (um feito além da capacidade dos computadores mais potentes). O cérebro alcança essa velocidade porque, ao contrário do processo passo a passo do computador, seus bilhões de neurônios podem todos concentrar-se num problema simultaneamente.Os neurônios disparam pulsos elétricos gerados quando a membrana libera ou absorve átomos carregados magneticamente. E, há outras teorias: em março de

2007, cientistas da Universidade de Copenhague, Dinamarca, propuseram um modelo em que a principal forma de comunicação entre os neurônios seriam ondas sonoras, e não a eletricidade.E, o cérebro é muito maleável: ele produz novos neurônios durante toda a vida assim como modifica constantemente as ligações entre eles. Os circuitos usados para cada tarefa mudam com o tempo e com as atividades que são desenvolvidas ao longo da existência.Assim, com toda essa tecnologia à disposição, porque, muitas vezes não é tão fácil mudar um comportamento? (tabagismo ou alcoolismo, por exemplo?). Porque, a maioria das pessoas não tem idéia de como o cérebro funciona e, tenta “pensar” para alcançar uma mudança, quando na verdade, o comportamento está enraizado no sistema nervoso, sob a forma de conexões neurais – as neuroassociações.Os neurocientistas estudam como as neuroassociações ocorrem e, descobriram que os neurônios estão constantemente enviando mensagens eletroquímicas através das pistas neurais. Cada vez que há dor ou prazer o cérebro procura a causa e a registra no sistema nervoso, para que o indivíduo possa tomar melhores decisões sobre o que fazer no futuro. Assim, as neuroassociações rapidamente fornecem ao cérebro os sinais que ajudam a acessar as memórias e, manobrar em segurança (não é necessário estender a mão para o fogo várias vezes: basta uma vez e o cérebro “aprende” que queima).O cérebro pode também fazer neuroassociações positivas.E, essas neuroassociações podem ser desenvolvidas de forma inconsciente. As neuroassociações são uma realidade biológica.Para mudar, o cérebro precisa aprender a interromper o seu padrão de usar a antiga pista – assim, a conexão neural vai enfraquecer e atrofiar. E, pode acrescentar novas instruções aos programas onde elas são necessárias.

- Pensamento:Durante muitos, muitos anos, acreditou-se que os pensamentos não significavam coisa alguma. Os pensamentos eram considerados inofensivos.Porém, longe de serem “nadas”, os neurocientistas concluíram que os pensamentos são impulsos elétricos que iniciam mudanças elétricas e químicas no cérebro. Os pensamentos são “fisiológicos”! São gatilhos eletroquímicos que dirigem e afetam a atividade química no cérebro.Quando o cérebro recebe uma ordem elétrica que é o pensamento, responde com várias reações: libera substâncias químicas de controle apropriadas no corpo, e alerta o sistema nervoso central para qualquer resposta ou ação necessária.

Ao mesmo tempo, como resposta a esse pensamento, o cérebro examina seus arquivos da memória, encontra o local adequado para registrar qualquer informação necessária colhida do pensamento, cria uma reação fisiológica interna ou mental baseada em informação anterior já armazenada ali e, estoca qualquer nova informação que possa ter valor futuro.Enquanto uma pessoa pensa, não está consciente do que o cérebro faz com o pensamento. Onde o cérebro coloca a nova informação e o que faz dela, será determinado pelo que ele colhe da programação genética. Um adulto emite, em média, entre quarenta e sessenta mil pensamentos por dia.O pensamento é uma explosão curta de corrente elétrica. O cérebro, simplesmente, registra o que recebe. Não importa se a informação era verdadeira, falsa, boa, má, importante ou insignificante. O cérebro, como órgão que é (assim como o coração, ou pulmões.) realiza uma atividade específica, de certa maneira. Ele funciona sempre da mesma forma: recebendo, processando, armazenando e agindo de acordo com a informação.

- Algumas Considerações: A pesquisa do psicólogo clínico brasileiro, Julio Peres, que foi apresentada no Segundo Simpósio Internacional de Neurociência, realizado Em Natal, Rio Grande do Norte (Brasil), em fevereiro de 2007, mostrou que terapia (PNL e outras técnicas) provoca mudanças na atividade cerebral. Está comprovado que, a utilização de uma técnica subjetiva altera os circuitos neurais. A pesquisa foi conduzida na Universidade de São Paulo, com pacientes diagnosticados com um tipo específico de estresse pós-traumático, o parcial, que pode aparecer depois de um seqüestro relâmpago, por exemplo. Nessa forma de estresse pós-traumático, nem todos os sinais clássicos do transtorno, como pesadelos e embotamento afetivo, se manifestam. Os sintomas são: nervosismo, irritabilidade e memórias recorrentes do evento desencadeador.Os resultados revelaram que áreas como o córtex pré-frontal ficaram mais ativas nos indivíduos sob terapia. Além disso, houve uma atenuação da atividade da amígdala, estrutura relacionada à expressão de emoções, como o medo. Ocorreu o que os especialistas chamam de “neuroplasticidade”, isto é, a capacidade que o cérebro tem de se reestruturar. O cérebro é muito elástico. Há menos de vinte anos imaginava-se que ele era como um computador inflexível, uma máquina com circuitos fixos. Hoje, é fato que o cérebro se reinventa, cria novos neurônios, novas conexões e novas funções para áreas pouco utilizadas. A neurogênese (criação de novos neurônios) é um processo importante: sabe-se, por exemplo, que alguns tipos de derrames (avcs) aumentam a produção de neurônios - a maioria deles morre, mas alguns

conseguem chegar ao local da lesão e formar um “remendo”, que “corrige” o derrame.O neurologista brasileiro, Cícero Galli Coimbra, da Universidade de São Paulo, diz que muitos fatores que incentivam o crescimento de novos neurônios já são conhecidos. Um deles é evitar estresse, que sabidamente bloqueia o crescimento de neurônios. Outro é viver em um ambiente rico, com estímulos mentais e físicos variados. O mesmo para banhos de sol (em horários apropriados), que fazem o corpo produzir vitamina D, essencial para o crescimento das novas células e, uma dieta rica em colina, substância presente na gema do ovo e ingrediente chave para o nascimento de neurônios (o ovo já foi absolvido, em relação ao aumento do colesterol). O cérebro é como um músculo: se for exercitado, estará mais protegido contra surpresas - cria uma espécie de reserva. A capacidade do cérebro resulta do que a pessoa leu, experimentou, viu e viveu - e isso depende apenas do indivíduo.Nesse mesmo simpósio, especialistas suecos e neozelandeses, encontraram a região no cérebro que cria novos neurônios no sistema nervoso de adultos, atestando que o cérebro adulto pode criar células nervosas novas, fato que, os cientistas acreditavam, só podia ser realizado na infância.

- Como o Cérebro Processa Informações:1- Eventos externos: Inicialmente, o cérebro percebe os eventos externos com os cinco sentidos;

2- Processamento Interno:O cérebro começa a decodificar os eventos externos, através de: - Omissões;- Distorções;- Generalizações;- Crenças e Valores;- Objetivos;- Estado Interno.

3- Representação interna:Após a decodificação inicial, o cérebro apresenta a representação interna, através de:- Sons e palavras;- Sensações;- Motivação, determinação, etc.

4- Apresentação de informações:De acordo com todos os itens acima, o cérebro vai apresentar “respostas”:- verbais;- não verbais.

- Como o Cérebro Funciona?Estímulos externos:Fatos, eventos, comportamentos de outras pessoas, enfim, tudo o que pode ser captado pelos cinco sentidos: visão, audição, tato, olfato e paladar.Fisiologia:A fisiologia é o próprio comportamento externo. Afeta diretamente o estado interno. Mudando a fisiologia, muda-se a maneira como a mente processa informações e vice-versa. A fisiologia dá habilidade para controlar o próprio estado interno.Filtros:Memórias, decisões, estado interno, objetivos.

Crenças e Valores:Crença – é uma representação interna que governa o comportamento. Ex: as mulheres não sabem estacionar um carro.Valores – Ex: amor, honestidade, dinheiro, desafio.

Distorção, Omissão e Generalização:- Distorção: a distorção da comunicação é a informação adicional fornecida pela pessoa que recebe a comunicação, isto é, suas próprias opiniões e idéias sobre o mundo. Exemplo de uma pessoa que distorce todas as críticas com a reação: “Todos me odeiam”. Como resultado de tal distorção, qualquer valor que a crítica tenha, estará perdido, juntamente com as oportunidades de mudança e crescimento. Mas, sem esse processo, não se poderia fazer planos para o futuro nem realizar sonhos. - Omissão: a omissão é o processo que exclui certas partes de uma experiência. Esse processo pode ser limitador se o indivíduo omitir certos aspectos da sua experiência, que são necessários para um modelo rico e pleno de mundo. Exemplo de omissão na linguagem: a pessoa diz: “Tenho medo” - porém, ela tem medo do quê? Mas, com a omissão, é possível o indivíduo ler um livro com pessoas falando à sua volta ou com a televisão

ligada, sem ser esmagado por estímulos externos. O cérebro, para funcionar, precisa focar sua atenção, deixando de fora uma série de dados. Uma das tarefas da PNL é recuperar o material omitido. Quanto mais material omitido é recuperado, tanto mais complexo fica o modelo, o mapa da realidade.- Generalização: a generalização é um processo associativo natural no aprendizado. A generalização pode limitar a experiência, porque pode impedir o exame de todas as alternativas.Aprende-se a atuar no mundo através da generalização. Uma criança aprende a abrir uma porta girando uma maçaneta. Então, generaliza essa experiência reconhecendo as muitas variedades de fenômenos que se encaixam no conjunto de parâmetros que ela “classifica” como “portas” e tenta abri-las girando as maçanetas.Quando alguém entra num quarto escuro, procura o interruptor de luz; ele não tem que descobrir uma nova maneira de obter luz a cada vez que entra num quarto. Entretanto, o mesmo processo pode funcionar como uma limitação: se uma pessoa falhar na direção de seu carro, ocasionando um acidente, pode então generalizar sua experiência e decidir que “não funciona mais para dirigir um carro”, e estará se negando muitas experiências.Ex. de generalização na linguagem: “todos os homens são insensíveis”.Cada pessoa faz generalizações que são úteis e apropriadas em algumas situações, mas não em outras.

Os modelos de mundo são criados através desses três processos humanos universais de modelagem. Estes processos permitem sobreviver, crescer, aprender, compreender e vivenciar a riqueza que o mundo tem a oferecer. Mas, se o indivíduo tomar a “realidade” subjetiva por realidade absoluta, esses mesmos processos podem limitar e até destruir a habilidade em ter flexibilidade nas reações.

Estado Interno:É o estado emocional num dado momento: ele determina se a pessoa experimenta alegria, tristeza, excitação, satisfação, etc.Representação Interna + Processo Interno:Como as informações são representadas para si mesmo, na forma de imagens, sons e sensações + como o indivíduo “computa” essas informações para planejar e tomar decisões.

- Anatomia do Cérebro:

Centros de Comando:Coordenam tudo o que acontece no corpo humano. São aglomerados de células nervosas cuja função é ditar as regras.1- Meninges:São três membranas finíssimas - dura-máter, pia-máter e aracnóide que, têm a função de proteger o cérebro;2- Espaço Sub-Aracnóide:Esse canal se localiza entre a pia-máter e a aracnóide. Nele circula o líquor, um líquido que circunda todo o cérebro para absorver possíveis choques e concussões;3 - Ínsula:É um conjunto de sulcos - são “rachaduras” cerebrais, que modulam as emoções e articulam a fala;4- Amígdala:Vizinha do hipocampo, ela é fundamental para o aprendizado, além de arquivar as lembranças emocionais - principalmente as traumatizantes; 5- Tálamo:É o lugar das sensações. É ele que transforma um chute na canela em sensação de dor e, já deixa o corpo atento, pronto para agir;6- Tronco Cerebral:Trata-se de uma massa espessa cheia de nervos que conecta cérebro, cerebelo e medula espinhal. Além disso, comanda todos os músculos da face;7- Corpo Caloso:Interliga os dois hemisférios cerebrais para que haja uma constante troca de informações entre ambos os lados;8- Hipotálamo:Rege alguns processos como a detecção de sede, fome e desejo sexual. Controla a temperatura corporal e o sono;9- Hipocampo:É o responsável pela memória recente. Também é importante para o aprendizado;10- Hipófise:Envia os sinais para as glândulas entrarem em ação e iniciarem o bombardeio hormonal - tireóide, ovários, testículos e supra - renal são algumas glândulas que obedecem à hipófise;11- Cerebelo:Movimentos que requerem precisão, como mexer os dedos para digitar no computador, mexer os lábios;12- Medula Espinhal:

Esse feixe de fibras transmite as sensações do corpo para o encéfalo e vice-versa. Controla a ereção e a vontade de urinar, etc..

Lobos:Assim são chamadas as quatro grandes áreas em que se divide o cérebro. São oito ao todo.1- Frontal:Raciocínios mais elaborados e movimentos voluntários, como estender a mão para cumprimentar alguém, por exemplo;2- Temporal:O cheiro das rosas e o som de uma música - ou seja, olfato e audição - são percebidos nessa área;3- Parietal:Esse é o local que faz sentir que o fogo é quente e que uma parede de concreto é dura. Diz respeito às sensações táteis;4- Occipital:É a região da visão, onde se processa tudo aquilo que é captado com os olhos.

Córtices:Bilhões de células nervosas formam um conjunto de segmentos especializados em cumprir funções determinadas.1- Pré-frontal:Planeja, executa e monitora qualquer atividade: como pensar enquanto a pessoa dirige o carro, qual é o melhor caminho para voltar para casa;2- Pré-motor:Tocar piano requer extrema precisão - da força que se põe nos movimentos à ordem em que cada dedo deve pressionar as teclas;3- Motor:Controla todos os movimentos que se deseja fazer. A coordenação é invertida. O lado direito do cérebro dá as ordens para o lado esquerdo do corpo e vice-versa;4- Auditivo Primário:Capta qualquer tipo de som em sua forma bruta;5- Visual de Associação:É o lugar da percepção onde as informações obtidas pelo córtex visual primário são reunidas e ganham sentido. Graças a ele enxerga-se de forma tridimensional;6- Sensorial Primário:Capta tudo que é tátil: dor, prazer, etc.;7- Área de Broca:

Levando o sobrenome de seu descobridor, o anatomista francês Paul Broca, a região determina cada palavra que é falada;8- Auditivo de Associação:Permite que o ouvinte identifique que tipo de som o córtex auditivo primário captou;9- Sensorial de Associação:A partir das informações registradas pelo córtex sensorial primário essa região reconhece aquilo que se está tocando;

10- Visual Primário: Do fundo do crânio ele recebe dos olhos as informações visuais mais elementares. Detecta a cor, a profundidade das coisas e o movimento.

Como já visto, Paul MacLean, diretor do “Laboratório de Evolução e Comportamento Cerebral do Instituto Nacional de Saúde Mental”, EUA concebeu um modelo de estrutura e evolução cerebral, que ele denominou “cérebro trino ou triúnico”. Segundo ele, “o cérebro humano, compreende três computadores biológicos interligados, cada um com sua própria inteligência especial, sua própria subjetividade, seu próprio sentido de tempo e espaço, sua própria memória, suas funções motoras e outras”.Cada “cérebro” corresponde a uma etapa evolutiva diferenciada e fundamental. Os três cérebros são distintos em termos neuroanatômicos e funcionais, e contêm distribuições diferentes de neurotransmissores.

- Cérebro Reptiliano ou Arqueopálio (era dos répteis): a parte mais interna do sistema nervoso, o tronco cerebral e boa parte do início da medula. Primeira camada cerebral depositada durante o processo evolutivo. É o cérebro primitivo, ligado à sobrevivência e à auto-preservação. As reações instintivas, o comportamento repetitivo e as funções vitais básicas, como respiração e metabolismo de outros órgãos - assegura o funcionamento do corpo para garantir a sobrevivência. Tem como característica a preservação dos comportamentos mais antigos e a conquista e preservação do território. O Processo Reptiliano ou Operacional responde, primordialmente (não exclusivamente nem localizadamente, mas conjugadamente) pelos movimentos e pelos chamados instintos de reprodução, sobrevivência e agressividade, depois transformados em profissão, organização e rotinas.Circundando o complexo reptiliano, encontra-se:

- Cérebro Paleopálio ou Sistema Límbico (era dos mamíferos inferiores): área mais intermediária, recobrindo o tronco cerebral. É o cérebro intermediário ou

o cérebro emocional. Todos os órgãos do corpo estão conectados com centros localizados no Sistema Límbico, numa indicação que as emoções podem influir na função dos diversos órgãos do corpo. O inverso também é verdadeiro - os órgãos podem afetar as emoções. Nessa região cerebral, encontram-se o tálamo e o hipotálamo, centros ligados às respostas à dor e ao prazer. O Sistema Límbico comanda as funções emocionais. Temos o Sistema Límbico em comum com outros mamíferos, mas o mesmo não ocorre com os répteis. Em 1878, Paul Broca, neurologista francês descobriu o Sistema Límbico, que está relacionado à identidade pessoal, comportamentos emocionais, sistema imunológico, etc. A função básica do Sistema Límbico é reconhecer e informar ao organismo a respeito das emoções agradáveis e desagradáveis. Em sua evolução incorporou as funções de aprendizagem. O Processo Límbico ou Intuitivo responde pela ludicidade, afetividade, criatividade, estética, nível alfa (relaxamento), religiosidade e apego a mitos. Finalmente, e evidentemente, a aquisição evolutiva mais recente:

- Cérebro Neopálio ou Cérebro Cognitivo ou Neocórtex: a parte mais externa e moderna do sistema nervoso. Vinculado à linguagem, pensamento lógico, analítico. Regula os processos de atenção e concentração, inibição dos impulsos e dos instintos, das relações sociais e do comportamento moral. Parte, freqüentemente, confundida como sendo o cérebro total. É revestida, bem externamente, pela camada cinzenta, zona densa em neurônios altamente especializados e capazes de múltiplas e simultâneas tarefas. O Neocórtex mais elaborado é o humano (primatas superiores), e o dos golfinhos e baleias. O Processo Neocortical ou Lógico responde pela comunicação, cálculo, raciocínio lógico, pesquisa, análise, crítica e “feedback”.

Segundo Ernst Haeckel (anatomista alemão do século XIX), em sua “Teoria da Recapitulação”, qualquer animal, em seu desenvolvimento embriológico, tende a repetir ou recapitular a seqüência que seus ancestrais seguiram durante a evolução. E, realmente, no desenvolvimento humano intra-uterino, as etapas percorridas são muito semelhantes aos peixes, répteis e mamíferos não primatas, antes de nos tornarmos seres humanóides (na fase de peixe, existem até fendas branquiais, que são inteiramente inúteis para o embrião, uma vez que ele é nutrido através do cordão umbilical). A razão da “recapitulação” pode ser compreendida da seguinte forma: a seleção natural age somente sobre os indivíduos, e não sobre a espécie - e pouco sobre óvulos ou fetos.Os três cérebros processam informações de formas diferentes. E, assim, se complementam.

O ideal é que o indivíduo consiga desenvolver e aperfeiçoar os três processos mentais, para enriquecimento e aumento da utilidade de seu mapa mental (Aprendiz, Companheiro e Mestre: o ensinamento de cada Grau contribuirá para o equilíbrio e sabedoria do maçom, o qual forma um neurônio desse cérebro completo, que é a Maçonaria).Os três Graus da Maçonaria Simbólica são a síntese do universo maçônico, e podem revelar a evolução (cerebral) da espécie humana:- Aprendiz: Reptiliano;- Companheiro: Límbico;- Mestre: Neocortical.

- O Universo Holográfico - Cérebro Holográfico e Maçonaria:Analogamente ao cérebro humano, a Maçonaria é um cérebro e seus integrantes são os neurônios desse cérebro. Os indivíduos que estruturam a Ordem recebem e repassam o conhecimento, as tradições, os Ritos, Rituais e símbolos os quais representam a Maçonaria como cérebro: um grande encéfalo sistêmico. Esse enorme cérebro interage com a sociedade, sintoniza, capta e interpreta o meio em linguagem simbólica (desde priscas eras) e instrui o organismo todo, através de cada maçom-neurônio para interagir através de várias linguagens. Este cérebro é holográfico, e é uma estação receptora do Universo (externo e interno), que é também holográfico.A palavra “holografia” vem do grego “holos”, todo, inteiro e “graphos”, sinal, escrita.Holografia é a forma de se registrar imagens em três dimensões. É uma “fotografia” tridimensional, produzida por um processo fotográfico sem lentes. Foi idealizado pelo físico inglês Dennis Gabor (1900-1979), em 1947. Mas, a construção de um holograma teve que aguardar a invenção do raio laser. “O futuro não pode ser previsto, mas pode ser inventado. É a nossa habilidade de inventar o futuro que nos dá esperança para fazer de nós o que somos.” - Gabor.O holograma possui uma característica única: em cada parte existem informações sobre toda a imagem, registrada a partir de certo ângulo. Se o holograma for rompido, qualquer de suas partes reconstituirá toda a imagem.Ken Wilber (1949: filósofo americano e criador da “Psicologia Integral”), em seu livro “O Paradigma Holográfico”, dá a seguinte definição de holograma:“Holografia é um método de fotografia sem lentes, no qual o campo ondulatório da luz espalhada por um objeto é registrado numa chapa sob a forma de um padrão de interferência. Quando o registro fotográfico - o holograma - é exposto a um feixe de luz coerente, como o laser, o padrão

ondulatório original é regenerado. Uma imagem tridimensional aparece. Como não há focalizador, isto é, lentes focalizadoras, a chapa tem a aparência de um padrão de espirais, destituído de qualquer significado. Qualquer pedaço do holograma pode reconstituir a imagem inteira.”

O princípio é descrito pelo biólogo Lyall Watson (1939: biólogo africano, zoólogo e antropólogo):“Quando se atira uma pedra em um lago, ela produz uma série de ondas regulares, que se afastam do ponto em que caiu em círculos concêntricos. Lançando-se duas pedras idênticas, em pontos diferentes, produzir-se-ão duas séries de ondas semelhantes, que se deslocam no sentido uma da outra. Onde as ondas se encontrarem, interpor-se-ão. Se a crista de uma atingir a crista da outra, elas atuarão juntas e produzirão uma onda reforçada com o dobro da altura normal. Se a crista de uma coincidiu com o intervalo da outra, elas se anularão, e se produzirá um trecho isolado de águas calmas. Na realidade ocorrem todas as combinações possíveis entre as duas e o resultado final é um complexo arranjo de ondulações, conhecido como padrão de interferência.Ondas de luz se comportam da mesma forma. O tipo mais puro de luz de que dispomos é o produzido por um laser, que emite um feixe em que todas as ondas são de uma mesma freqüência, como as que são produzidas por uma pedra ideal em um lago perfeito. Quando dois raios laser se tocam, produzem um padrão de interferência de luz e ondulações escuras que pode ser registrado em uma placa fotográfica. E se um dos raios, em lugar de vir diretamente do laser se refletir primeiro em um objeto como um rosto humano, o padrão resultante será na verdade muito complexo, mas mesmo assim ainda pode ser registrado. O registro é um holograma do rosto”.

A luz incide sobre a placa fotográfica de duas fontes: do próprio objeto e de um feixe de referência, a luz defletida por um espelho do objeto até a placa. Os traços aparentemente sem significação na placa não se parecem com o objeto original, mas a imagem pode ser reconstituída por uma fonte de luz coerente como um raio laser. O resultado é algo semelhante, tridimensional, projetado no espaço a certa distância da placa.O primeiro holograma foi construído por Emmette Leith e Juris Upatinicks em 1965, com o uso do laser.Hermes Trismegistos há mais de três mil anos atrás, se visse um holograma, o usaria como demonstração da sua afirmação de que as partes contêm a totalidade das coisas - “Enquanto tudo está no todo, é também verdade que o todo está em tudo. Aquele que compreende realmente esta verdade alcançou o grande conhecimento.”- “Caibalion”.

Em 1969, Karl Pribram (1877-1973: neurofisiologista inglês da Universidade de Stanford), propôs que o holograma funcionava como um modelo dos processos cerebrais. Pribram, viu no holograma uma forma de explicar o funcionamento do cérebro. Para ele o cérebro para ver, ouvir, cheirar e saborear interpreta matematicamente as freqüências de energia que capta, provindas de uma dimensão que transcende tempo e espaço, e as armazena holograficamente. Mais ainda, o próprio corpo humano é um holograma, constituído de partes que têm potencial de reproduzir o todo (clonagem). Talvez o mundo seja um holograma que o cérebro interpreta holograficamente. Pribram viu o holograma como um modelo de como o cérebro podia armazenar memórias. Existem regiões do cérebro especializadas para o desempenho de certas funções: funções de comando do corpo, de recepção de informações sensoriais, e de comunicação - verbalização, escrita, desenho, etc. Porém, a memória é distribuída, não localizada - é holográfica. Pribram percebeu espantosas similaridades entre este conceito e a teoria holográfica convencional: "Nós podemos então distinguir dois aspectos da holografia que a tornam única como um dispositivo de armazenamento de dados: a primeira é que qualquer uma das partes é igual à soma de suas partes, porque a mensagem é reduplicada onipresentemente através de cada parte do holograma... a segunda característica é que o holograma grava a essência de um objeto e, então, repetidas superposições de essências fornecem os detalhes, as particularidades do objeto quando o holograma total é iluminado". O cérebro atua em interações, interpretando freqüências bioelétricas que o permeiam.Em 1971, David Bohm (1917-1994: físico americano), sugeriu que a organização do Universo, provavelmente, é holográfica. Pribram e Bohm confirmaram a idéia de que o cérebro humano funciona como um holograma, coletando e interpretando informações provenientes de um Universo holográfico.O modelo holográfico de David Bohm sugere que todos os elementos estão intimamente ligados no Universo. “Por tudo o que sabemos hoje, não é mais possível tentar conhecer a realidade a partir de apenas um modelo. Devemos reconhecer que existem muitos modelos de realidade a serem compreendidos.”Muitos cientistas da atualidade acreditam, que de uma forma profunda, todas as coisas do Universo estão infinitamente interconectadas. O Universo em si próprio é uma projeção holográfica e, nesse Universo holográfico até mesmo o tempo e o espaço deixam de ser vistos como fundamentais. O Universo no qual cada pessoa experimenta sua realidade é uma projeção de seus pensamentos, sentimentos, emoções. O Universo de cada um é um estado de

“ilusão” (o “maya” hindu?) único, gerado em seu interior, embora se interconecte em ilusão com outros “Universos”. Partindo da noção de que o mundo objetivo pode ser definido como aquele que existe independente da consciência pessoal de cada indivíduo, não há esse mundo exterior, fixo, objetivo e independente. Uma “integração invisível” une todo o universo, numa “unicidade elementar”. Uma forma de determinismo parece derivar daí: todas as ocorrências são resultado de mudanças em alguma parte do Universo. Isso leva ao conceito de interdependência das coisas manifestadas e uma Lei de Causa e Efeito (carma?) e à noção de ausência de individualidade no mundo físico. Mas no mundo subatômico, provavelmente pela influência mental, há a inexistência de um determinismo absoluto, pois a nova física pode apenas “predizer um certo número de resultados possíveis” e “não um único resultado definido”. Então podem co-existir e se complementar as noções de determinismo e livre-arbítrio.

Esta nova forma de ver a realidade, proposta por Bohm e Pribram, passou a ser chamada de “Paradigma Holográfico.”No Paradigma Holográfico, tudo no Cosmos é formado por “tecido” holográfico contínuo da ordem implícita, isto é, o Universo não é composto por “partes”, mas por uma “totalidade”. Bohm afirma que tudo no Universo é uma extensão contínua de tudo o mais, mas não é uma massa indiferenciada. Tudo pode ser parte de um todo indivisível e ainda assim manter suas características únicas (maçons constituem a Maçonaria em sua totalidade, mas cada maçom conserva sua individualidade). Bohm demonstra suas idéias com a seguinte experiência: quando um pingo de tinta é colocado em um recipiente cheio de glicerina e um cilindro dentro desse recipiente é girado, a tinta parece espalhar-se e desaparecer. Porém, quando o cilindro é girado na direção oposta, a tinta se junta outra vez em forma de pingo. Este fenômeno exemplifica para Bohm, que a ordem pode ser tanto manifesta (explícita) como oculta (implícita).No Paradigma Holográfico, tanto o Universo (macrocosmo) quanto as subpartículas (microcosmo) são regidas por leis cíclicas: desse modo há uma relação entre finito e infinito. O microcosmo é uma parte holográfica do grande holograma do Universo (macrocosmo): “O que está em cima é como o que está embaixo, e o que está embaixo é como o que está em cima” (Hermes Trismegistos). Segundo este paradigma, em cada partícula nossa, em cada célula, há informação de todo o Universo.A Maçonaria funciona exatamente como um “Cérebro Holográfico” em um “Universo Holográfico” - cada maçom é detentor, individualmente, do tudo e de todo o conhecimento ancestral e coletivo. A memória, não funciona

localizadamente, no cérebro humano - e assim na Maçonaria: cada membro, cada Rito, cada Grau, cada Ritual, é “responsável” pela manutenção de uma parte dessa memória.No cérebro humano e no cérebro que é a Ordem, a memória não é como uma biblioteca localizada em determinada parte, pois o cérebro inteiro participa do seu processo, sendo que algumas zonas com função privilegiada: o hipotálamo, a formação reticular, o tálamo (memória reflexa, mecânica, instintiva) e o cerebelo (memória cinestésica). O Sistema Límbico intervém no controle das emoções. Uma informação é mais claramente lembrada, se ela estiver ligada a uma emoção agradável ou desagradável do que a uma situação neutra. A teoria de Pribram explica como o cérebro humano pode guardar tantas memórias em um espaço tão pequeno. O cérebro tem a capacidade de memorizar algo na ordem de dez bilhões de bits de informação durante a média da vida humana (ou a mesma quantidade de informação contida em cinco volumes da Enciclopédia Britânica).Para a maioria dos autores modernos a lembrança é uma recriação e este processo dinâmico pode ser decomposto em três etapas: a informação é filtrada e gravada através dos sentidos (visão, audição, tato, olfato, paladar), depois ela é tratada e armazenada sob forma de traços mnemônicos, e por fim ela pode ser trazida à mente consciente em qualquer momento de maneira voluntária ou fortuita. Há três etapas na formação da memória: - memória ultra-rápida ou memória sensorial (uma fração de segundo); - memória de curto prazo ou memória imediata (alguns segundos); - memória de longo prazo (que vai de algumas horas até toda a vida) - permite que um número extraordinário de informações seja lembrado, e essencialmente armazenado sob a forma de imagens, como se fossem hologramas. As relações entre essas três etapas da memória ainda não são muito conhecidas. Sabe-se que as duas primeiras são provocadas por um processo elétrico e a última por um processo químico e que não há uma fronteira bem definida para passar de uma à outra. Gerald Edelman, cientista americano, ganhador do Prêmio Nobel de 1972, afirma que o cérebro é capaz de se organizar sozinho, em função da experiência que adquiriu e de gerar suas próprias regras. O que explica por que dois gêmeos univitelinos não possuem cérebros idênticos, apesar de terem o mesmo patrimônio genético.E, essa experiência adquirida pode ser detonada pelas âncoras. Ancoragem é um processo reconhecido e desenvolvido pelos criadores da PNL, no qual qualquer estímulo ou representação (interna ou externa) fica conectado a uma

reação e dispara-a - as âncoras podem ocorrer naturalmente ou serem criadas intencionalmente - os Rituais, na Maçonaria, são exemplos de âncoras (que podem ser visuais, auditivas e cinestésicas). Inicialmente os neurônios transitam livremente, embora guiados em percursos gerais por instruções genéticas. As conexões serão mais fortes ou mais fracas ao longo da vida dependendo do uso, como postulou Gerald Edelman, que deu a esse processo o nome de “darwinismo neural”.Segundo Edelman o cérebro é plástico, quer dizer, possui capacidade de mudar quando o meio ambiente e as experiências mudam (assim como a Ordem). Da mesma forma, a Maçonaria preserva sua “memória”, através da sabedoria adquirida e incorporada individualmente por cada maçom, dos vários Ritos, dos diferentes Graus, dos Rituais, dos Símbolos, da Linguagem Simbólica através dos tempos.

- Cérebro Reptiliano: Aprendiz; Sistema Límbico: Companheiro; Cérebro Neocortical: Mestre.Por ordem de aparição na história evolutiva, a espécie humana possui três cérebros: primeiro o Reptiliano, depois o Límbico (mamíferos primitivos), e o mais recente, Neocórtex (mamíferos superiores).Os animais que possuem essencialmente o Cérebro Primitivo ou Reptiliano são os peixes, as tartarugas marinhas, os répteis e os vertebrados inferiores. No ser humano, este cérebro corresponde basicamente ao tronco cerebral e onde estão localizados os necessários centros de comando para a vida. Controlam o sono e a vigília, a respiração e a regulação da temperatura, os movimentos automáticos primordiais, e funcionam como subestações intermediárias para a transmissão da informação sensorial. O Cérebro Primitivo governa a agressividade e a reação de fuga ou luta diante de um perigo externo. A linguagem reptiliana confunde-se com gestos e comportamentos chamados “não-verbais”. O Cérebro Reptiliano não sabe enfrentar situações novas, não sabe inovar e rejeita algo diferente dele. As características agressivas e sexuais, territorialidade, a fé religiosa, e a hierarquia social, estão localizadas no Complexo Reptiliano. Esse cérebro foi o primeiro estágio no desenvolvimento do ser humano, e ainda hoje, desempenha as mesmas funções. Contém toda a rede de neurônios necessária para realizar atividades para a reprodução e auto-preservação, o que inclui a regulação do coração, da circulação sangüínea e da respiração. Assim como os humanos, os répteis e os mamíferos também compartilham parte semelhante. O Cérebro Reptiliano, provavelmente, desenvolveu-se muitas centenas de

milhões de anos atrás. Intuitivamente, termos reptilianos são usados para designar ações desse cérebro: como, por exemplo, “assassino frio” ou “a sangue frio”. O Complexo Reptiliano pode ser comparado ao Grau de Aprendiz na Maçonaria, onde o iniciado começa a desbastar sua pedra bruta, vencer vícios, sobrepujar comportamentos agressivos (instintivos) descontrolados, etc. O 1º Grau, de Aprendiz, é moral;

Circundando o Complexo Reptiliano, há o Sistema Límbico. A espécie humana tem o Sistema Límbico em comum com outros mamíferos, mas não com répteis.   O Sistema Límbico é a parte do cérebro localizado entre o Neocórtex e o Complexo Reptiliano, e é responsável pelas emoções. Descargas elétricas no Sistema Límbico, algumas vezes, resultam em sintomas similares àqueles produzidos por psicoses ou drogas alucinógenas. A glândula principal no ser humano, a pituitária, faz parte do Sistema Límbico. Ela influencia outras glândulas, controla o sistema endócrino e está associada às mudanças de humor e outros estados da mente. Outro componente é a amígdala, profundamente envolvida na agressão e medo. Disfunções no Sistema Límbico podem produzir ódio, medo ou sentimentalismo sem causa aparente. Uma excessiva estimulação natural pode produzir os mesmos resultados. Provavelmente, está no Sistema Límbico a origem do comportamento altruísta. Com poucas exceções, os mamíferos e os pássaros são os únicos a cuidar de sua prole. É um desenvolvimento evolucionário importante. O comportamento animal comprova a idéia de que emoções estão presentes nos mamíferos e nos pássaros. O comportamento pesaroso de muitas mães mamíferas quando têm seus filhotes retirados de perto delas é bem conhecido. Talvez, os animais tenham mais emoções do que possamos supor. A parte mais antiga do Sistema Límbico é o córtex olfativo, relacionada ao odor, ao cheiro (incensos acesos nos trabalhos das Lojas maçônicas). O componente com maior habilidade para lembrar está localizado no hipocampo, também parte do Sistema Límbico. O Sistema Límbico compara-se ao Grau de Companheiro, onde o maçom já aprendeu a controlar seus instintos mais básicos, e começa a envolver-se com suas emoções superiores, aprendendo a conhecê-las e ordená-las. O 2º Grau, Grau de Companheiro, é emocional superior e mental;

O Novo Cérebro Mamífero ou Neocórtex, o último a se desenvolver caracteriza o ápice da evolução do reino animal. É o local da análise, do raciocínio, da intuição e da linguagem complexa específica do homem. O rato tem apenas um embrião de córtex e o gato é um pouco mais bem dotado. O cão e o cavalo também possuem um desenvolvimento cortical na parte

posterior do crânio, mas apenas o ser humano é dotado de um córtex tão abrangente. O Novo Cérebro Mamífero processa os dados recebidos através dos sentidos, das imagens mentais e das diversas lembranças. Ele transforma as reações cerebrais em linguagem verbal e não-verbal. O Neocórtex produz atividades complexas como ler, escrever e calcular. Analisa, antecipa, decide e conceitua. Existente em mamíferos mais evoluídos, primatas, entre os quais o “homo sapiens”, golfinhos e baleias, o Neocórtex é a parte mais complexa e ainda não totalmente decifrada do cérebro. Ao que indicam os estudos, para desempenhar determinadas atividades, algumas áreas do cérebro são ativadas, e apesar da especialidade, há uma grande cooperação para gerar o pensamento. Segundo Carl Sagan (1934-1996: astrônomo e biólogo norte-americano - maçom), o Neocórtex representa cerca de 85% de todo o cérebro. O Neocórtex é dividido em quatro lóbulos: frontal, parietal, temporal e occipital. Acreditava-se que no Neocórtex havia conexões principalmente entre os lóbulos - hoje, sabe-se que está conectado também ao cérebro sub-cortical através de muitas conexões neuronais. Cada lóbulo tem muitas e diferentes funções, algumas divididas entre vários lóbulos. Os lóbulos frontais estão relacionados com a deliberação, a regulação das ações, a iniciativa, a consciência. Ao que tudo indica, até a antecipação de movimentos do corpo são processados no lóbulo frontal. Os lóbulos temporais estão relacionados com uma variedade de percepções, dos sentidos. Os lóbulos parietais com a percepção espacial e a troca de informações com o resto do corpo. Os lóbulos occipitais com a visão, o principal sentido humano e de outros primatas também.   Se os lóbulos frontais estão envolvidos na antecipação do futuro então também este é o local das inquietações, das preocupações, do sofrimento antecipado (consciência da própria morte). Cada novo passo na evolução do cérebro foi acompanhado de mudanças fisiológicas dos componentes pré-existentes. O Neocórtex pode ser comparado ao Grau de Mestre, 3º Grau, pois incorpora muitas transformações fundamentais do Complexo Reptiliano (Aprendiz) e Sistema Límbico (Companheiro). O Cérebro Neocortical não é, exatamente, “superior” aos outros dois – ele incorpora mais informações. Considerando os Graus e cérebros anteriores, o trabalho do maçom pode ser assim compreendido: -Pedra Bruta e o Cérebro Reptiliano do Aprendiz indicam a responsabilidade individual do ser – vencer vícios, controlar comportamentos instintivos, etc.. - Pedra Polida e o Cérebro Límbico do Companheiro indicam o controle de emoções mais sutis, com a conseqüente formação de um critério interno de ordenação emocional e mental.

- Painel e o Cérebro Neocortical do Mestre Maçom revelam suas preocupações e interesses transpessoais e holísticos. Ele tem “consciência” das três etapas, da Unidade. Como indicado pelos pontos cardeais no Painel do Terceiro Grau, a orientação do Mestre mudou: ele olha para trás, em direção ao Ocidente, correspondendo à terceira virtude cardeal – a Caridade – que é um conceito mais profundo que Filantropia. A Caridade ocupa o mesmo lugar na escada das virtudes maçônicas que o Sol na escala dos Planetas. Na escada dos metais é o ouro e na das cores, o amarelo. Não é apenas doação – é a própria expressão do Amor - é Nutrição: ação de nutrir com ensinamentos, conhecimentos e sabedoria outros maçons e profanos. A Maçonaria tem como escopo o desenvolvimento desses indivíduos, integrados na Trindade, que afinal é a verdadeira Unidade.

As partes do cérebro não devem ser consideradas independentes, mas sim interdependentes, pois ao mesmo tempo em que, funcionam separadamente também se integram como uma Unidade.   Em seu livro “Dragões do Éden”, Carl Sagan (maçom) cita o que considera uma interessante metáfora do psiquismo humano, contida no diálogo platônico “Fedro”:“Sócrates compara a alma humana a uma carroça puxada por dois cavalos – um negro e um branco – que seguem direções diferentes, fracamente comandados pelo cocheiro. A metáfora da carroça em si é notavelmente semelhante ao chassi neural de MacLean; os dois cavalos ao Complexo Reptiliano e ao Córtex Límbico; e o cocheiro, que mal controla a carroça ziguezagueante e os cavalos, ao Neocórtex.”

Alguns filósofos, psicólogos e antropólogos como Régis Dubray, Merleau-Ponty, Jacques Lacan, Lévi-Strauss e outros, entendem que houve uma expulsão do “Paraíso”, quando o homem se tornou “consciente”, significando a ruptura do hominídeo com a Natureza. Esse desligamento foi como uma perda, cuja redenção tem acontecido através de uma construção coletiva de mecanismos simbólicos, permitindo ao homem um entendimento objetivo do Universo, através de uma percepção subjetiva (símbolos). Como bem observa Carl Sagan, a Divindade proibiu, especificamente, o conhecimento da Árvore da Vida ou os julgamentos abstratos e morais que, estão “localizados” no Neocórtex. A Divindade expulsou Adão e Eva do Éden devido ao desenvolvimento de suas habilidades cognitivas – Disse a Divindade: “Eis que o homem se tornou como um de nós, conhecedor do bem e do mal; assim, para que não estenda a mão, e tome também da Árvore da Vida, e coma e viva eternamente (Gênesis, 3:22), ele deve ser expulso do

Paraíso”. Após a expulsão do “Éden”, a espécie humana, no contexto bíblico é condenada ao trabalho árduo; ao uso de roupas; ao parto com dor (com o desenvolvimento do Neocórtex, o crânio humano aumentou de tamanho dificultando o parto) e ao crime (Caim mata Abel) – a civilização, metaforicamente, se desenvolveu a partir de Caim, o criminoso, isto é, afastou-se da Divindade. Mas também de Set, com a possibilidade de se reaproximar da Mesma. Segundo o historiador judeu Josephus, o homem também perdeu a capacidade que tinha de comunicar-se com os animais.

- Cérebro e Maçonaria são Ritualísticos:Ritualismo é um conjunto de cerimônias, de Rituais – os rituais são atos que têm por finalidade orientar uma força no sentido de uma ação determinada. O ritual é uma representação simbólica, é um procedimento padrão, que pode não estar ligado à religião. Cérebro e Maçonaria interpretam a linguagem simbólica, metafórica, que é expressa através dos Rituais (e dos símbolos). Os Rituais acessam diretamente o Cérebro Reptiliano – os Rituais “falam” diretamente ao instinto. O cérebro humano se desenvolveu mais nos últimos duzentos mil anos – quando o “homo sapiens” apareceu na Terra. Mas, o homem passou 97% desse tempo em bandos nômades, que viviam da caça e da coleta – por isso, a resposta genética ainda é muito forte – com o Primeiro Cérebro.É na Porção Primitiva do Cérebro que são gerados os atos e comportamentos mais básicos para a sobrevivência e preservação da espécie – os mecanismos de defesa, as posições hierárquicas no grupo e a delimitação de território. Apesar da dominância do Neocórtex, muitos dos atos humanos são realizados e compreendidos com base no Cérebro Primitivo, como nossos antepassados, há milhares de anos: possuíamos e possuímos comportamentos ritualísticos - matar para comer, tender a discriminar pessoas fora do grupo pessoal imediato (família, cidade, raça), defender o próprio espaço (domínio territorial). Sob esse pano de fundo biológico, desenvolveram-se as múltiplas culturas humanas, diversas entre si, mas todas tendo muitas coisas em comum, como a chamada “mente tribal”. Os Rituais Maçônicos atingem, diretamente, o entendimento do Cérebro Reptiliano, dessa mente ainda tribal. Todo Ritual provoca a oportunidade para uma transformação, e essa transformação tem um profundo efeito sobre o desenvolvimento dos hemisférios direito e esquerdo. A apropriada combinação mito/ritual oferece uma oportunidade para sintetizar o consciente e o inconsciente, a lógica e a intuição, o masculino e o feminino, o físico e o espiritual.

- Mente Consciente, Mente Inconsciente e Maçons:Ainda não há um consenso em relação à definição de “mente”. Alguns autores entendem que a mente é a inteligência consciente e inconsciente do homem – não possui forma material, mas existência real – sua influência é perceptível no meio material. Ainda há muitas dúvidas sobre os supostos “poderes” da mente – fenômenos como telepatia, premonição, telecinesia, previsão. O inegável é que o homem é sua mente e o corpo é também resultado da mente.A mente é uma só, mas tem duas funções ou características: mente consciente e mente inconsciente. A mente é dividida em duas partes. A parte consciente da mente é aquela que usa os cinco sentidos para absorver as informações, aceitando-as ou rejeitando-as. Inconsciente é aquela parte que aceita as informações que passam ou não pela mente consciente. Os conceitos de mente consciente e de mente inconsciente foram propostos por vários filósofos, cientistas, literatos e pensadores, muito antes de Freud: Rousseau, Descartes e Locke, Goethe, Leibniz, Nietzsche, entre outros. Por exemplo, era conhecida e usada a analogia da mente como um iceberg, consistindo da consciência como a parte acima da superfície e um componente inconsciente na parte submersa, constituída por material escondido, mas não obstante, atuante na vida mental consciente. Para o consciente há um limite no aprendizado – para o inconsciente não. Conforme o estudo apresentado pelo psicólogo americano George Miller no seu trabalho clássico “The Magic Number Seven” (1956) - marco inicial da Ciência Cognitiva - a consciência limita-se a cerca de sete (dois a mais ou a menos) segmentos de informação; sejam do mundo interno dos pensamentos ou do mundo externo. Acima de sete, esbarra-se em dificuldades de fazer distinções absolutas entre uma informação ou outra. Abaixo disso, as tarefas são executadas e controladas com maior facilidade. Por exemplo: para memorizar um número grande, deve-se dividi-lo em blocos de dois a, no máximo, sete algarismos.

Definido por Sigmund Freud (1856 – 1939 - maçom), médico neurologista judeu-austríaco, precursor da psicanálise, o consciente é considerado a parte da mente da qual se tem ciência, conhecimento. O nível consciente refere-se às experiências que a pessoa percebe, incluindo lembranças e ações intencionais. A consciência funciona de de acordo com as convenções de tempo e de espaço. Parte do conteúdo que não está consciente num determinado momento pode ser trazido para a consciência; esse conteúdo é chamado pré-consciente. O pré-

consciente é descrito como a camada entre o consciente e o inconsciente (o termo correto é pré-consciente, e não subconsciente).  A consciência é um atributo pelo qual o homem pode conhecer e julgar sua própria realidade através do conhecimento imediato da sua própria atividade psíquica.  Freud afirmou que, não há nenhuma descontinuidade na vida mental. Nada ocorre ao acaso e muito menos os processos mentais. Há uma causa para cada pensamento, para cada memória revivida, sentimento ou ação. Cada evento mental é causado pela intenção consciente ou inconsciente e é determinado pelos fatos que o precederam. Uma vez que alguns eventos mentais "parecem" ocorrer espontaneamente, Freud começou a observar e a estudar os elos ocultos que ligavam um evento consciente a outro.A premissa inicial era de que há conexões entre todos os eventos mentais e quando um pensamento ou sentimento parece não se relacionar aos pensamentos e sentimentos que o precedem, as conexões estariam no inconsciente. Uma vez que estes elos inconscientes são descobertos, a aparente descontinuidade está solucionada. O consciente realiza as tarefas de forma linear, age de forma lógica, seqüencial. É especialista no pensamento analítico, lógico, lida com a matemática e controla a linguagem verbal. O consciente analisa.

O maçom alimenta seu consciente com leitura, conversas edificantes, estudo, etc..

Freud criou o conceito de inconsciente individual - propôs uma mente dividida em camadas ou níveis, dominada em certa medida por vontades primitivas que estão escondidas sob a consciência e que se manifestam nos lapsos e nos sonhos. Entendia que o comportamento é governado por processos inconscientes, e não somente pelos processos conscientes. Para ele, no inconsciente estavam as “pulsões” – as pulsões de vida e as pulsões de morte, que são duas forças antagônicas e complementares. As pulsões de vida (“Eros”) se referem à auto-preservação e as pulsões de morte (“Tanatos”) à auto-destruição. Na teoria freudiana, o inconsciente propriamente dito consiste em processos reprimidos, exercendo pressão no componente consciente da mente da pessoa, e modelando sua vida cotidiana de modo substancial.Segundo Freud, o inconsciente contém as partes da personalidade que poderiam ser conscientes se a educação, o ambiente social, etc. não as tivesse reprimido. No inconsciente estão elementos instintivos não acessíveis à consciência. De acordo com Freud, as pessoas experimentam repetidamente pensamentos e sentimentos tão dolorosos que não podem suportá-los. Tais pensamentos e

sentimentos (assim como as recordações associadas a eles) não podem ser expulsos da mente, mas, podem ser expulsos do consciente para formar parte do inconsciente.Cada evento mental tem explicação consciente ou inconsciente.Para Freud 90% das memórias estão no inconsciente – e somente 10% no consciente. Para ele, o inconsciente existe apenas do nascimento em diante, o que não explica regressões intra-uterinas e a vivências passadas. Alguns investigadores estão transformando o conceito de inconsciente individual, pesquisando a chamada memória extra-cerebral: as escolas terapêuticas transpessoais, tendo pesquisadores como Stanislav Grof (psiquiatra – Maryland – EUA), Brian Weiss (psiquiatra – EUA), e Morris Netherson (psiquiatra – EUA - há quarenta anos já conduziu mais de trinta mil regressões). A designação de memória extra-cerebral foi criada por Hamendras Nat Banerjee, pesquisador indiano, da Universidade de Jaipur, província de Rajastan, Índia, em 1973, quando começou a investigar o fenômeno. É uma pesquisa que apresenta acentuado indício em favor da reencarnação, tratando-se de uma tese ainda não científica.

Para os criadores da PNL, Grinder e Bandler, o conceito de consciente é o mesmo de Freud. Porém, entendem o inconsciente individual, diferentemente. Para eles o inconsciente não é um “porão escuro”, onde as pulsões se digladiam: é mais um sótão, ensolarado, e somente tem intenções positivas, no sentido de proteger o indivíduo de dores, sofrimentos. Mas não só isso: o inconsciente também impulsiona o indivíduo em direção à evolução, ao progresso, realizando escolhas mais úteis. A PNL aceita a noção de uma mente inconsciente que é um reservatório de idéias e desejos dos quais o indivíduo não tem consciência, e que constantemente afetam o comportamento. O inconsciente tem sempre uma intenção positiva – os comportamentos é que podem ser destrutivos. Por exemplo: intenção positiva: relaxar. Comportamento: ingerir bebida alcoólica. Porém, a pessoa pode mudar o comportamento – fazer meditação – meditação conserva a intenção positiva que é relaxar e, é um comportamento saudável, de auto-preservação. O inconsciente abrange todos os processos naturais do organismo, tudo o que já foi aprendido, e tudo que se pode perceber. A maior parte das ações é produzida de maneira inconsciente. O inconsciente pode ser acessado através da hipnose, de metáforas, contos, rituais, símbolos, fábulas, sonhos, relaxamento, meditação.O inconsciente mantém todas as funções corporais vitais, e busca preservar o corpo de qualquer dano.

Principais Funções da Mente Inconsciente:- Armazenamento de memórias: temporal e atemporal;- Domínio das emoções;- Organização de lembranças;- Ancoragem de lembranças como as emoções negativas ainda não resolvidas;- Apresentação destas lembranças ancoradas para a “racionalização” (para se livrar dessas emoções negativas);- Controle do corpo, fisiologia. Possui os padrões referenciais do funcionamento do corpo; - Preservação do corpo. Manutenção da integridade física;- Busca dos padrões morais mais elevados do ser;- Controle e manutenção de todas as percepções regulares;- Geração, armazenagem, distribuição e transmissão de “energia”;- Reação com instinto e hábitos;- Programado para buscar continuamente mais e mais;- Precisa de repetições para os projetos à longo prazo; - Independe das partes para o seu funcionamento;- Simbólico. Utiliza e reage a símbolos;- Assume tudo como pessoal;- Trabalha dentro de um princípio do menor esforço. Busca caminhos de menor resistência;- Processa em positivo.

O inconsciente está direcionado a atividades de caráter holístico e emprega a intuição e a criatividade. O inconsciente utiliza a linguagem corporal totalcom significados e com emoções. O inconsciente armazena informações.

O maçom acessa seu inconsciente individual através dos símbolos e Rituais, pois o inconsciente dominando significados, intuição e criatividade de uma forma holística, liga conceitos holograficamente. Nas sessões maçônicas, o adepto está na maior parte do tempo, em contato com sua mente inconsciente, pois o ambiente, a Ritualística, os odores (incensos atingem diretamente o Sistema Límbico – evocando emoções), fazem com que entre em um estado alterado de consciência, com freqüência cerebral em ondas alfa e teta (hipnose, para-normalidade). O maçom obtém um entendimento mais completo de si mesmo, pois o inconsciente, armazenando as memórias temporal e atemporal, apresenta essas memórias para racionalização, para o crivo do consciente – buscando padrões morais mais elevados do ser. O inconsciente age dessa forma, porque controla a manutenção da vida (sempre no sentido de evolução, de progresso), utilizando e reagindo a símbolos. Os

símbolos não estão sujeitos a imediata e clara compreensão ou interpretação. Cada maçom interpretará individualmente os símbolos – o entendimento dessa interpretação conduzirá às respostas para suas indagações mais profundas. Jung afirmava que um símbolo, em última análise, não define nem explica.

Carl Gustav Jung, (1875-1961 - maçom), psiquiatra suíço, discípulo de Freud, criou o conceito de inconsciente coletivo. Segundo Jung, o inconsciente coletivo não deve sua existência a experiências pessoais; ele não é adquirido individualmente – ele é herdado. É um conjunto de sentimentos, pensamentos e lembranças compartilhadas por toda a humanidade. É a herança das vivências das gerações anteriores. Desse modo, o inconsciente coletivo expressa a identidade de todos os homens, seja qual for a época e o lugar onde tenham vivido.O inconsciente coletivo é um reservatório de imagens latentes, chamadas de arquétipos, do grego “arkhetypos”, palavra que significa “modelo primitivo” ou imagens primordiais, que cada pessoa herda. O arquétipo é aquilo de onde a idéia simbólica é derivada. A pessoa não se lembra das imagens de forma consciente, porém, herda uma predisposição para reagir ao mundo da forma como ancestrais do homem faziam. Por exemplo, o medo de cobras e aranhas, pode ser transmitido através do inconsciente coletivo: nossa espécie tem uma aversão inata, a tudo que tenha forma de cobras ou aranhas. Chimpanzés, gorilas e orangotangos, também possuem esse medo inato – essa repulsa, provavelmente, teve um importante valor de sobrevivência para nossos antepassados e outros primatas. Porém, os arquétipos podem ser tanto relativos a medos, angústias, como relativos a conteúdos agradáveis.

Os arquétipos, presentes no inconsciente coletivo são universais e idênticos em todos os indivíduos. Estes se manifestam simbolicamente em religiões, mitos, rituais, contos de fadas e fantasias. Entre os principais arquétipos estão os conceitos de nascimento, morte, sol, lua, fogo, poder, mãe, e outros...

Cada maçom, nos trabalhos em sua Loja, está acessando o inconsciente coletivo, obtendo ensinamentos diretamente desse reservatório universal, patrimônio de toda a humanidade. Para Jung, a própria intuição é uma comunicação do inconsciente coletivo, que não se origina nem da experiência, nem de aquisição pessoal – ela é inata no ser humano e designa uma natureza universal. Esse material coletivo, somente pode ser reconhecido quando seu conteúdo se torna consciente. A estrutura simbólica e Ritual da Maçonaria identifica numerosas heranças inconsciente coletivas, procedentes de diversas e antigas tradições. Os arquétipos ou símbolos são uma linguagem metafórica.

O Ritual realiza uma transcendência, através da referência que se estabelece do profano ao sagrado.

Se Freud demonstrou que mais poderoso do que o consciente é o inconsciente individual ou pessoal, Jung comprovou que, entre o inconsciente individual e o coletivo, quem domina mesmo é o inconsciente coletivo, uma somatória de conteúdos que fazem parte da espécie humana e estão presentes em todo indivíduo. Além do inconsciente individual, descoberto por Freud e do inconsciente coletivo, estudado por Jung, ainda há outro campo do inconsciente, pesquisado por Szondi.

Léopold Szondi (1893-1986), médico geneticista, psicopatologista e psicanalista húngaro, idealizou o conceito de inconsciente familiar. Suas pesquisas foram influenciadas por Sigmund Freud e Ludwig Binswanger e abordaram a hereditariedade e a teoria gênica. Szondi verificou a existência de uma "camada" intermediária no inconsciente humano, entre o individual e o coletivo, derivada de material genético transmitido familiarmente - inconsciente familiar. Ele comprovou, após mais de trinta anos de estudos em laboratórios de pesquisa genética, a transmissão, de pais para filhos, de memórias emocionais derivadas de problemas fundamentais não resolvidos: segundo Szondi, todas as pessoas são impelidas por conteúdos inconscientes, resultantes de conflitos emocionais vividos por seus antepassados, (além dos conteúdos do inconsciente individual e do inconsciente coletivo) e não inteiramente resolvidos até o momento, razão pela qual foram transmitidos para as gerações futuras. Assim, submetidas a pulsões ancestrais que atuam inconscientemente, as pessoas "buscariam" determinados tipos de experiência de vida para tentar resolver certos tipos de conflitos emocionais que seus ancestrais não puderam ou não conseguiram resolver na própria vida. Szondi considerava que as pulsões ancestrais seriam fatores determinantes do destino humano, na medida em que influenciariam as escolhas do indivíduo em todos os níveis da sua existência, até de doenças e da própria morte. Estabeleceu o termo tropismo para designar o direcionamento da conduta, fazendo analogia com o reino vegetal, porém atribuindo-lhe novo significado, no sentido de determinação inconsciente das escolhas.

Para que o indivíduo deseja fazer parte da Maçonaria? A resposta pode estar, entre outras, no inconsciente familiar. O futuro maçom, orientado por seu inconsciente familiar para essa escolha, terá um vasto campo de opções na Maçonaria, para otimizar sua conduta e seu aperfeiçoamento pessoal -

canalizando as pulsões familiares ancestrais de uma forma positiva (há tropismos positivos e negativos): estudando, praticando a filantropia, mantendo-se no reto caminho, exercendo a fraternidade, etc..

- Símbolos e Rituais Maçônicos:

Como instituição iniciática, a Maçonaria adota para o ensino e estudo de sua filosofia, a apresentação de símbolos e Rituais. Este método consiste na interpretação intuitiva dos símbolos e Rituais, e é eminentemente auto-didático. Ritual Maçônico é uma representação, uma demonstração alegórica, um teatro ritualístico. Rituais (ou cerimônias) são fundamentais para o maçom. Dentre eles, destacam-se: o Ritual de Iniciação: de profano a Aprendiz; Ritual de Elevação: de Aprendiz a Companheiro; e o Ritual de Exaltação (Rito Escocês Antigo e Aceito) de Companheiro a Mestre, que é a encenação da morte de Hiram Abiff. Os Rituais são cerimônias de transformação interior - há uma interconexão entre o consciente e o inconsciente.

“Iniciação” é uma palavra oriunda do latim “initiare”, “início ou começo em”. O termo “iniciação” tem um sentido designado pelo uso comum da palavra: é o “início” de alguma coisa. Mas a expressão “Ritual Iniciático” é usada em dois contextos diferentes: em primeiro lugar, um Ritual Iniciático é a cerimônia de aceitação de um indivíduo por determinado grupo. Nessa primeira acepção, o Ritual Iniciático tem um caráter social, que demarca a relação da pessoa com a coletividade ou com algum segmento da sociedade. Portanto, quando o indivíduo entra para um determinado grupo, esse ingresso é comemorado com um Ritual de Iniciação.

Em segundo lugar, a expressão “Ritual Iniciático”, indica não uma mudança de condição social, mas uma transformação interna: o que se modifica é o próprio ser do iniciado e, conseqüentemente, sua consciência e percepção. Trata-se de uma verdadeira transmutação, no sentido alquímico do termo. E, ao contrário do primeiro tipo, não envolve uma cerimônia pública. É um reconhecimento externo de uma mudança interior, que já se processou. Neste segundo sentido, a Iniciação ocorre quando o neófito estabelece contato com as forças arquetípicas e deixa seu campo de consciência ser transformado pela exposição a essas forças, que se expressam por meio de manifestações simbólicas, que cabem a ele decifrar. O cérebro, durante práticas de Rituais (ou de meditação), passa a operar em ondas mais lentas. Durante o Ritual, o indivíduo entra num estado alterado de consciência, com ondas cerebrais alfa

e teta, que lhe permitem acessar o inconsciente. Esse estado alterado de consciência é alcançado pelo pensamento e a emoção, colocados na dramatização. Quando acontece a emoção (intensidade e perfeição na atuação de cada maçom), o cérebro não consegue perceber o que é “realidade” e o que é “teatro”, entendendo o Ritual como realidade no presente. E, cada maçom, acessando seu inconsciente individual, estará conectado com o inconsciente coletivo.

No Ritual de Iniciação, há uma transmutação, um renascimento interior, proporcionando uma nova percepção de si mesmo e do mundo. O iniciado passa por “provas”, como acontece com cada indivíduo durante sua vida.Por esse motivo, o símbolo maçônico da Iniciação é a morte – morrer para a vida profana e renascer para a Vida Maçônica. Morte e nascimento são dois aspectos entrelaçados e inseparáveis de toda mudança.

Os Rituais de Iniciação na Maçonaria englobam esses dois sentidos. O Ritual se destina a legitimar o ingresso do indivíduo na Ordem, e concomitantemente, seu interior está se desenvolvendo por meio de uma série de evoluções graduais que vão ampliando seu consciente e inconsciente. A Iniciação tem como especial e fundamental objetivo, dissolver e eliminar aspectos negativos, que possam estar impedindo o crescimento pessoal: medos, egoísmo, etc. O ato da Iniciação não pretende extirpar definitivamente do homem seu ser profano e o mundo. A finalidade é fazê-lo conviver com o profano e o conhecimento sagrado.

Os símbolos utilizados na cerimônia têm como finalidade, agregar as forças arquetípicas para o iniciado. A promoção na hierarquia da Ordem ocorre, quando sua consciência (do iniciado) atingiu um grau de desenvolvimento satisfatório. Os Graus maçônicos são os degraus do conhecimento a serem alcançado pelo iniciado.

Como todo processo de metamorfose, não há retrocesso para o iniciado. Uma vez maçom, sempre maçom. Transposto o portal que transmuta o indivíduo, ele jamais será o mesmo. O iniciado morre para uma realidade e renasce para outra dimensão de sabedoria. As conseqüências do Ritual são irreversíveis: o milho que vira pipoca, jamais volta a ser milho. O iniciado fez o voto de caminhar sempre adiante, portanto, não pode mais retroceder.

Nos Rituais, são interpretadas, dramatizadas e vivenciadas várias situações arquetípicas - arquétipos primordiais, muito mais antigos que a própria linguagem. Os Rituais, praticados em segredo são a imagem de processos interiores, permitindo a elevação para o conhecimento, a sabedoria, de

maneira progressiva. Os ensinamentos da Ordem dão-se, preferencialmente, através de três caminhos: Rituais, Devocionais e Contemplativos. Os Rituais são o caminho da ação e são o principal método de ensinamento da Ordem. No caminho da devoção, há o uso da meditação, obediência e amor fraterno – os aspectos devocionais acontecem por meio dos trabalhos filantrópicos. O caminho contemplativo acontece com o estudo de símbolos e os valores que esses símbolos representam.

Os Rituais estão carregados de alegorias e simbolismos que se impõem desvendar e assimilar. Os símbolos utilizados pela Maçonaria têm origens diversas. Alguns autores dividem esses símbolos em dois tipos principais: os que tiveram origem na Maçonaria Operativa e os que foram introduzidos a partir de conhecimentos ocultistas, que se integraram à Maçonaria Especulativa (Alquimia, Hermetismo, Astrologia, Numerologia, Cabala). Mas todos os símbolos devem ser assimilados pelo maçom e interpretados de acordo com sua inteligência, grau de evolução interior, sua maneira de ser e sentir. Os símbolos são oriundos de diversas crenças, filosofias, antigos mistérios, mas isso não implica que os maçons partilhem dessas crenças. As mensagens contidas nos símbolos serão interpretadas, compreendidas e interiorizadas, e passarão a fazer parte do ser e da experiência de cada maçom. Ser maçom implica integrar o racional a uma entrega mística. Os Rituais e o estudo da simbologia permitem que os maçons progridam no entendimento racional e emocional, nos conceitos que a Maçonaria transmite. Com o aprofundamento de seus estudos, o maçom encaminha-se para a verdadeira “espiritualidade” – sem dogmas, livre de crenças religiosas. Na realidade, é mais um princípio filosófico “espiritualista”: considerar que no homem e no Universo há “algo mais”, seja do ponto de vista “imanente” ou “transcendente”. Essa espiritualidade é um aspecto indissociável da condição humana, e está muito mais além do que qualquer religião: espiritualidade é o que coloca cada ser diante do absoluto, do infinito, do todo, da eternidade, de seu “Deus”, de si próprio. A espiritualidade maçônica é uma espiritualidade livre, pois sugere um caminho individual para a relação com a Divindade, com o Divino. A Ordem, respeitando as diferentes opções religiosas, não despoja o indivíduo de seu entendimento espiritual. E, esse respeito é a base da harmonia e da tolerância maçônica.Como ensina Carl Sagan (maçom): “é essa espiritualidade que nos permite sentir de uma forma mais intensa e profunda a beleza de uma trilogia muito famosa e que define bem os grandes valores da humanidade: Liberdade, Igualdade e Fraternidade. E quando chegamos a esta fase em que, enquanto vamos construindo o nosso templo

interior, e vamos estabelecendo fortes laços de união com os nossos Irmãos, é que estaremos realmente aptos a influenciar, positivamente, a evolução da humanidade e a defender todos os seus grandes valores”.

.

- Hemisfério Esquerdo, Hemisfério Direito e Ritos:

O cérebro é a maior parte do encéfalo humano. O cérebro humano requer 25% do sangue que o coração bombeia, e é particularmente complexo e extenso. Seu aspecto assemelha-se ao miolo de uma noz.

O cérebro humano como já visto, é triúnico, segundo MacLean. E, além de triúnico, apresenta dois hemisférios. Quando visto de cima, um grande sulco (fissura inter-hemisférica) separa o cérebro em duas metades: esquerda e direita, unidas pelo corpo caloso (consistindo em feixe de nervos), os quais trocam informações e se complementam, sendo que cada lado recebe e aprimora determinados estímulos e “opera” a parte oposta do corpo.

O hemisfério esquerdo responde pelo raciocínio lógico, e capacidade verbal. Hemisfério dominante em 98% dos humanos, é responsável pelo pensamento lógico e competência comunicativa. Nos canhotos as funções estão invertidas. Entende-se o hemisfério esquerdo como dominante, pois nele estão localizadas duas áreas especializadas: a Área de Broca, o córtex responsável pela motricidade da fala, e a Área de Wernicke, o córtex responsável pela compreensão verbal. A importância do hemisfério esquerdo, para a linguagem, foi descoberta no último século. O hemisfério esquerdo controla o lado direito do corpo.

O corpo caloso, localiza-se no fundo da fissura inter-hemisférica, ou fissura sagital, é a estrutura responsável pela conexão entre os dois hemisférios cerebrais. Essa estrutura, composta por fibras nervosas de cor branca (feixes de axônios envolvidos em mielina), é responsável pela troca de informações entre as diversas áreas do córtex cerebral. O cérebro é composto por cerca de cem bilhões de células nervosas, conectadas umas às outras e responsáveis pelo controle de todas as funções mentais. Além das células nervosas (neurônios), o cérebro contém células da glia (células de sustentação), vasos sangüíneos e órgãos secretores. Ele tem três componentes estruturais principais: os grandes hemisférios cerebrais, em forma de abóbada (acima), o cerebelo, menor e com formato meio esférico (mais abaixo à direita), e o tronco cerebral (centro). Embora os hemisférios cerebrais tenham uma

estrutura simétrica, ambos com os dois lóbulos que emergem do tronco cerebral e com áreas sensoriais e motoras, certas funções intelectuais são desempenhadas por um único hemisfério.

O hemisfério direito responde pelos sentimentos, e capacidade intuitiva e visual. Durante muito tempo, acreditou-se que o hemisfério direito era totalmente supérfluo. Nos anos sessenta, a epilepsia, era tratada através do corte do feixe nervoso (corpo caloso) que liga os dois hemisférios. O resultado deste procedimento foram os “doentes de cérebro dividido” que possuíam dois cérebros independentes Deste modo, era possível, por exemplo, mostrar imagens a um hemisfério que o outro hemisfério não reconhecia. No início da década de 1960, o Dr. Roger Sperry e sua equipe trabalhando em um grande hospital americano realizaram várias experiências com pacientes epiléticos, os quais tiveram as conexões entre os seus hemisférios cerebrais (direito e esquerdo) desfeitas através de uma cirurgia como uma maneira de reduzir os efeitos da epilepsia. Os estudos de Sperry confirmaram que os dois lados do cérebro cumprem funções diferentes. O lado esquerdo (que controla o lado direito do corpo) lida principalmente com a linguagem, a lógica e o tempo; e o lado direito, principalmente, com emoção, imaginação, visão, intuição e orientação espacial. Muitas outras experiências como essa vêm confirmando essas descobertas, e em 1983, Roger Sperry ganhou o Prêmio Nobel de Medicina pelo seu trabalho sobre dominância cerebral. Assim, foi descoberto que o hemisfério esquerdo manifesta-se através do raciocínio e se “expressa” através da linguagem oral; lidera tarefas que estão relacionadas com a função e com a lógica, e o hemisfério direito, com a forma e a unidade. O hemisfério direito se “expressa” através da linguagem simbólica – imagens, etc. O hemisfério direito comanda as atividades motoras e sensoriais do lado esquerdo do corpo. É responsável pelo pensamento simbólico e criatividade. É provável que os ambidestros tenham componentes semelhantes nos dois hemisférios. E, talvez, por isso, os canhotos forçados a escrever com a mão direita fiquem gagos.

Hemisfério Esquerdo: verbal, analítico (resolve problemas passo a passo), temporal, racional, lógico, linear (idéias concatenadas).

Hemisfério Direito: não verbal, sintético (unifica as partes para concluir), abstrato (linguagem simbólica), analógico (semelhança entre as coisas – compreende as relações metafóricas), atemporal, não racional, intuitivo (baseia-se em dados incompletos), holístico (entende o problema como um todo). Para que a memória funcione adequadamente no processo de

informação, o ideal é a integração entre os dois hemisférios, equilibrando o uso de suas potencialidades. A Maçonaria congrega vários Ritos, e como escola iniciática, através dos Ritos e de seus respectivos Graus, transmite conhecimentos ancestrais, aprimorando o indivíduo, permitindo que ele melhore a si mesmo, a seu próximo, e a humanidade. O encadeamento dos Graus de conhecimento de um método particular é definido como Rito – porém, a Ordem é uma Unidade, é Una, pois os maçons, de quaisquer Ritos, partilham os mesmos ideais, observam os princípios fundamentais maçônicos, e há a incorporação de metáforas, dramatizações, alegorias e símbolos como estrutura básica para o estudo individual de cada maçom. O cerimonial de cada Rito Maçônico é o seu Ritual. Os Ritos apresentam diferenças em seus Rituais, devido a interpretações variadas de textos históricos, influências sociais, religiosas, etc. Porém, todos os Ritos são concordes em relação à doutrina, filosofia e simbologia. Essa variedade de Ritos só fortalece a Ordem, pois demonstra diversidade espiritual, cultural e intelectual no exercício da liberdade do pensamento. Diversos caminhos levam, coerentemente, a um mesmo ponto de convergência, que é o ideal maçônico. “E Pluribus Unum” –“A Unidade na Diversidade”.Cada Rito, de acordo com suas características e peculiaridades, pode ser identificado como esquerdo ou direito, como as duas partes desse cérebro que é a Maçonaria. O corpo caloso, isto é, o corpo de maçons funciona como ligação entre esses dois hemisférios, transitando pelos variados Ritos. Há diferentes Rituais, praticados pelos diferentes Ritos maçônicos. Em cada Grande Loja podem ser praticados um ou mais Ritos.

Não há um Rito “melhor” que outro, assim como não há um hemisfério cerebral “melhor” que o outro – existe a adequação para cada maçom, num determinado momento de sua vida de um determinado Rito. Há muitos Ritos Maçônicos praticados em todo o mundo. No Brasil, são praticados seis Ritos, alguns deles reconhecidos e praticados internacionalmente. São eles : o Rito de Schröder ou Alemão (pouco praticado no Brasil), o Rito Francês ou Moderno, o Rito de York (Emulation Rite - o mais praticado no mundo), o Rito Adonhiramita, o Rito Brasileiro e o Rito Escocês Antigo e Aceito (o mais praticado no Brasil). Por suas características, o Rito Francês ou Moderno, o Rito de Schröder, e o Rito de York (“Emulation Rite”) são exemplos de Ritos mais compatíveis com o hemisfério esquerdo. O Rito Francês ou Moderno não preconiza invocações, preces,   nem um padrão “religioso” - na Iniciação, o candidato não presta

juramento, mas sim, um compromisso de honra. O Rito de Schröder, com o fundamento que a Maçonaria deveria  apenas conservar    suas características  fundamentais  iniciais, expurgou a parte mística - é um Rito muito simples, e trabalha nos três Graus simbólicos: Aprendiz, Companheiro e Mestre. Schröder entendia que a Maçonaria não era uma sociedade esotérica. Por isso, enfatizou no seu Ritual o ensinamento de valores morais e a propagação do espírito humanístico, dentro do verdadeiro amor fraternal, estimulando o autoconhecimento. Preserva a importância dos símbolos. O Rito de York (“Emulation Rite”) também não possui Altos Graus; é constituído pelos três Graus simbólicos. Sobrepondo-se ao Grau de Mestre, sem ser um novo Grau propriamente dito, existe o chamado “Real Arco”.Mais compatíveis com o hemisfério direito são exemplos o Rito Escocês Antigo e Aceito, o Rito Adonhiramita e o Rito de Misräin ou Egípcio. Esses Ritos são formados também por Altos Graus ou Graus Filosóficos (além dos três Graus Simbólicos), ensejando o estudo esotérico e/ou místico.

O Rito Escocês Antigo e Aceito, R.E.A.A., foi o primeiro Rito maçônico a possuir Altos Graus. É um Rito derivado do Rito de Heredon e é composto por três Graus simbólicos e trinta Graus Filosóficos, que são os Graus Elevados. Os Graus Elevados ou Filosóficos, são geridos por vários Supremos Conselhos, que têm como objetivo manter a uniformidade mundial dos Rituais e dos métodos utilizados. No Rito Escocês Antigo e Aceito cada Iniciação evoca a lembrança de uma religião, de uma escola, ou de alguma instituição da Antigüidade: doutrinas judaicas, conhecimentos egípcios, ensinamentos baseados no cristianismo e representados sobretudo pelos Rosa-Cruzes, etc..

Rito Adonhiramita - Esse Rito teve origem na crença dos franceses de que o principal arquiteto do Templo de Salomão tenha sido Adonhiram e não Hiram Abiff. Depois de uma época de grande difusão, acabou desaparecendo. Porém, no Brasil (onde foi o primeiro Rito praticado), ele permaneceu, fazendo com que o país seja hoje o centro do Rito, que teve seus Graus aumentados de treze para trinta e três. Atualmente, só é praticado no Brasil. O Rito Adonhiramita é deísta. As práticas Ritualísticas do Rito Adonhiramita são das mais belas, entre as dos diversos Ritos, segundo autores maçônicos. O Rito Adonhiramita é o mais complexo e o de maior riqueza Ritualística, não só nas cerimônias de Iniciação, Elevação e Exaltação, mas até nas sessões mais simples.Rito de Misräin ou Egípcio – Provavelmente, surgiu na Itália em 1813 e foi levado para a França por Marc, Michel e Joseph Bédarride. O Rito possui noventa Graus divididos em quatro séries: a Primeira Série chamada de Simbólica vai do Grau 1 até o 33, a Segunda Série chamada de Filosófica vai

do Grau 34 até o Grau 66, a Terceira Série chamada de Mística vai do Grau 67 até o Grau 77 e a Quarta Série chamada de Cabalística vai do Grau 78 até o Grau 90. A Lenda do Rito de Misräin não está centralizada em Hiram Abiff, mas em Lamec, e a passagem não está em Reis e sim em Gênesis.

6 – Sociedade Planetária - Maçonaria e Terceiro Milênio

No ano de 2001, entramos no Terceiro Milênio: satélites, viagens interplanetárias, novas psicotecnologias (entre as quais a PNL), mapeamento do genoma humano, internet, cibernética, globalização - a espécie humana enfrenta novos desafios, pois os antigos paradigmas são insustentáveis. A Terra é um frágil Planeta de água, não é plana, não é fixa, e não é o centro do Universo em torno da qual giram todos os corpos celestes. Hoje se sabe que o Sol não é o centro do Universo, mas sim uma estrela entre milhões de outras. Os homens são mais uma espécie animal entre tantas outras. Em síntese: o homem não é o centro de tudo.A humanidade descobriu a interdependência: todos os países, cidades, bairros, seres viventes, estão ligados quânticamente, envolvidos uns com os outros nos campos da economia, política, ecologia... A palavra “ecologia” e seu conceito foram proclamados em 1866, pelo biólogo alemão Ernst Haeckel (discípulo de Darwin).Numa definição da AME – Fundação Mundial de Ecologia, criada em 1976:“Ecologia é um nível superior de pensamento, onde tudo está relacionado com tudo, inclusive com as soluções. Como ciência do inter-relacionamento homem/natureza, ela não pode ser vista apenas como o estudo do meio físico, pois de suas pesquisas e análises, depende a compreensão da harmonia entre o homem e o ambiente”.O Planeta Terra é nosso lar, lugar que compartilhamos com todos os seres vivos, e mais do que nunca, os conceitos de homem ecológico e homem planetário se impõem. O homem ecológico é aquele que, se sente parte e não gestor do seu habitat – que o compartilha com outras espécies animais, vegetais e minerais. O cidadão planetário é aquele não dividido, unido ao Universo.O principal desafio da humanidade é preservar a vida, e as condições de vida sustentável no Planeta. Mais da metade dos animais e plantas que existiam, já foram extintos; dois terços de todas as espécies de aves estão ameaçados de extinção: todos os dias desaparecem cinqüenta espécies de plantas e dez espécies de animais; todos os dias são desmatadas vastas extensões de

florestas tropicais; todos os dias são despejados esgotos, sem tratamento, nas águas de rios e mares.Atitudes devem ser repensadas e, urge mudar. Essa mudança, necessariamente, começa pela transformação pessoal. O impulso evolutivo induz cada ser individualmente, a buscar crescer, melhorar, aperfeiçoar-se. Toda sociedade é o reflexo do cidadão. Só o indivíduo pode gerar uma ampla modificação coletiva - preceito fundamental da Maçonaria. O microcosmo projeta o macrocosmo.Hábitos perniciosos do dia a dia devem ser alterados, porque a humanidade já experienciou a falência do atual modelo de vida coletivo.Instituir ações como: reciclar o lixo inorgânico, compostar lixo orgânico (fazer adubo), tratar esgotos, utilizar energia solar e eólica, biogás, optar pelo vegetarianismo (a pecuária requer enormes quantidades de água), economizar água, energia, são atitudes básicas de sobrevivência. A vida deverá ser privilegiada, e o modelo biocêntrico posto em prática – a vida no centro: organização do mundo em função da vida. A Natureza é um sistema vivo e, é a vida que orienta sua construção e permanência.Alternativas viáveis de coexistência no Planeta devem ser buscadas, com o reaprendizado de concepções holísticas e integradas da vida. O homem planetário pertence a um amplo e novo paradigma: cidades, estados, países sem fronteiras mentais, políticas ou religiosas. Atitudes sociais com a finalidade precípua de salvar e conservar o Planeta, e a descoberta da conexão com outros seres humanos – amor e fraternidade. Uma consciência planetária desponta.Cada vez mais são criados e articulados grupos, movimentos, redes, privilegiando objetivos coletivos. Esses indivíduos cooperativos, através desses grupos, ajudam a criar coerência no caminho de uma transformação mais ampla – há grupos voltados à ecologia, a favor da paz e dos direitos humanos, de combate à fome mundial, contra usinas nucleares, etc..As sociedades iniciáticas fazem parte desse movimento, pois são organizações com a finalidade de auxiliar e impulsionar o homem em sua evolução. Agem no terreno social, político, sendo responsáveis por grandes transformações. E, entre as sociedades iniciáticas, a Maçonaria conquistou uma posição de destaque. Sua determinação é a de combater o “mal”, a ignorância, a inércia, a passividade, as superstições, e as ações de seres que se opõem à evolução humana. A Maçonaria, com seus conceitos de aperfeiçoamento individual, visão libertária, desenvolvimento e progresso da humanidade, impulsiona o maçom a uma multiplicidade de papéis. O mundo novo é o antigo, transformado. Os ideais da Maçonaria nunca foram tão modernos e necessários – Liberdade,

Igualdade e Fraternidade: o maçom é livre para escolher seu caminho de aperfeiçoamento pessoal; considera todos seus iguais; entende a fraternidade como pressuposto básico do amor ágape. O maçom ressurge com o papel transformador de homem ecológico e planetário: nessa sociedade tecnológica, abraçando as conquistas da ciência - e conservando as tradições morais, intelectuais, filosóficas, culturais, ritualísticas, alcançando as mentes e os corações.A Maçonaria é uma entidade iniciática, filosófica, educativa e filantrópica. O trabalho maçônico tem como objetivo tornar o mundo “melhor”, estimulando o crescimento do maçom, com o seu desenvolvimento espiritual e sua elevação ética e moral. O maçom, para tornar o mundo “melhor”, deve aperfeiçoar-se, tornando-se livremente responsável. Crescendo e aperfeiçoando-se, transforma a comunidade que o rodeia e na qual está inserido, pois com o aprendizado maçônico sutilizam-se seus conceitos intelectuais, culturais, morais, espirituais e sua forma de interagir com outros maçons e profanos. Um processo que se apresenta individual, torna-se um processo transformador da sociedade, impulsionando os maçons como construtores do presente e gestores do futuro. O maçom pode influenciar positivamente, a vida de sua família, de seus amigos, de seus vizinhos, de sua cidade, de seu estado, de seu país, do Planeta. Ser o propagador da justiça, da caridade, da liberdade, dos direitos e deveres do exercício da cidadania. A nova sociedade planetária exige a atuação madura do indivíduo, não só na exigência de seus direitos, mas também na consciência do cumprimento de seus deveres.O Dr. Márcio Bontempo, médico e sociólogo, propõe uma interessante “Declaração Universal dos Deveres do Homem (a “Declaração dos Direitos do Homem” foi redigida em nome da ONU – Organização das Nações Unidas, em 1948, em Paris, França), cujos itens, curiosamente, já são “conhecidos” e exercidos pelos membros da Maçonaria há muito tempo, constando da doutrina e filosofia dessa Instituição:1- Todo homem tem o dever de zelar pela Vida. A Vida é um bem comum de toda a humanidade, e como tal, deve ser respeitada em todas as suas possibilidades;2- O meio ambiente é a casa de todos. Todo homem tem o dever de lutar contra sua destruição e de evitar sua degradação, em todas as suas possibilidades;3- A saúde é o bem mais precioso do homem. É dever de todos se oporem às ações, que ponham em risco a saúde individual, coletiva ou das futuras gerações;

4- É dever de todo homem comportar-se em harmonia com as leis que regem a Vida, evitando atos que possam produzir danos ao próximo ou ao meio ambiente;5- É dever de todo homem não participar e opor-se à guerra, agindo sempre a favor da paz e da fraternidade humana, em todas as suas possibilidades;6- É dever de todo homem proteger as crianças, os fracos e os seres menos favorecidos, segundo as condições e as possibilidades individuais;7- É dever de todo homem cultivar os valores humanistas e universais, opondo-se a toda forma de manipulação e controle do homem ou da sociedade; 8- É dever de todo homem não impor suas idéias a outrem e respeitar outras idéias, ideais, religiões, filosofias e formas de pensar diferentes das suas, favorecendo assim a concórdia universal;9- É dever de todo homem proteger e respeitar nossos irmãos menores, os animais, evitando-lhes qualquer tipo de sofrimento, e garantindo-lhes a liberdade e a vida, em todas as suas possibilidades;10- Todo homem tem o dever de opor-se a qualquer tipo de discriminação, seja racial, religiosa, social, política, etc. e de posicionar-se a favor da concórdia, da paz e da unidade humana;11- É dever de todo homem amar e respeitar este Planeta, atuando sempre no sentido construtivo e de continuidade da existência dos seres, dos povos e da evolução;12- Todo homem tem o dever precípuo de cultivar a benevolência, o amor ao próximo, a humildade e o espírito de fraternidade.

A Ordem deve desempenhar seu papel como parte ativa e atuante dessa nova sociedade humana, de variadas formas: desenvolvendo seus membros nos aspectos esotéricos, espiritualistas, morais, orientando o crescimento pessoal, continuando a respeitar individualmente cada maçom, aceitando suas crenças, ensejando assim, cidadãos livres, livres pensadores, na busca e investigação da Verdade; reconhecendo e compreendendo com consciência sua importante atuação social e política, conforme demonstram experiências do passado; estimulando a prática da filantropia e caridade, através de ações educativas: cursos, orientação profissional, criação de escolas e assistência a comunidades carentes, contribuindo para a formação dos arquitetos desse novo tempo. Os maçons já possuem as ferramentas básicas para a ação: uma Instituição eclética e universalista que abriga os mais variados exemplos do pensamento humano e uma diversidade de homens "livres e de bons costumes". Essas condições fazem do maçom um homem já “pronto”, para enfrentar ativa e eficazmente os futuros desafios pessoais e sociais. O papel do

maçom não está restrito ao trabalho dentro das Lojas: mais do que nunca, ele é necessário também fora delas, como obreiro da paz, construtor das bases de uma nova sociedade.O ideário maçônico pode conduzir às soluções dos novos desafios: a Liberdade envolverá conceitos não só políticos ou ideológicos, mas ecológicos, sociais, culturais, intelectuais, espirituais. As Liberdades externa e interna devem ser buscadas constantemente, para que haja o desenvolvimento e aperfeiçoamento espirituais, e dessa forma um crescimento da vida interior e externa do homem. No plano político e ideológico,a expressão desta Liberdade interior será a democracia globalizada dessa Nova Era. Em um texto de 1940, sobre a Liberdade, Einstein definiu pontos centrais para a transição da atual sociedade humana em direção à civilização próspera e luminosa do futuro: “o novo ser humano precisa ter uma liberdade interior, uma profunda liberdade de pensamento. O ser humano não pode ser forçado a aceitar dogmas religiosos, filosóficos ou políticos. Deve aprender a ver as coisas por si mesmo, sem correr o risco de ser perseguido ou marginalizado por isso. Esta liberdade de espírito consiste na independência de pensamento em relação às restrições provocadas por preconceitos sociais e autoritários, mas também em relação às rotinas e aos hábitos em geral”. A Igualdade conduzirá à consciência universal, através da consciência individual – e essa consciência universal é inimiga de qualquer tipo de violência e/ou constrangimento. Independentemente das barreiras nacionais e culturais, crescem as relações diretas entre as pessoas e grupos de pessoas.A Fraternidade Maçônica será expandida para um núcleo de Fraternidade Universal, independente de credo, raça, classe social ou ideologia. O mesmo princípio que define a Fraternidade Maçônica definirá a Fraternidade Universal: servir a outros indivíduos de um modo livre, criativo e independente, pelo prazer do trabalho, pelo prazer de ver os resultados positivos deste trabalho para a comunidade. Ajudar a construir uma sociedade de seres humanos independentes, livres e felizes, será a meta de cada indivíduo, inspirado pelo ideário maçônico. Compreender que o grande objetivo da Vida é a “elevação” da consciência de cada ser humano, até fundir-se com a consciência divina universal, conforme sua crença individual. Segundo a lenda bíblica de Adão e Eva e seus filhos Caim, Abel, Set e mais outros filhos e filhas, entende-se essa metáfora em relação a nosso cérebro: antes do “pecado”, do assassinato no “Éden” o cérebro humano era uno, não tri-partido. O ser humano, em outras épocas, utilizou amplamente o poder de seu cérebro inteiro, extremamente capacitado (Atlântida? Lemúria? Os “deuses” da Suméria? Os anunnakis, de Zecharia Sitchin?). Porém, essa utilização revelou motivos ignóbeis, egoístas, conduzindo a uma ruptura com

a Natureza, tendo a espécie humana que “recomeçar” seu aprendizado – inicialmente com um Cérebro Reptiliado, depois com mais um, o Límbico, até a fase atual – completado com o Neocortical. Depois que Caim “matou” Abel, a humanidade teve que, evolutivamente, reaprender conceitos morais, éticos, como compaixão, honestidade, lealdade, fraternidade, amor, já que descende do assassino Caim. Mas descende também de Set, podendo assim “escolher” entre duas tendências atávicas opostas, em luta em seu interior.Talvez, essa sociedade do presente/futuro resgate o Cérebro Inteiro, Uno, não fragmentado, dessa vez para a verdadeira redenção e felicidade da Humanidade. Talvez, mais adiante, outros Noés com outros Jafets, Sems e Cams possam transmitir tradições, tecnologias, ensinamentos morais e espirituais, à sua descendência – que serão todos os homens e mulheres do Planeta Terra.As civilizações passam, mas a ideologia maçônica continuará.

“SI TATLIA JUNGERE POSSIS SIT TIBI SCIRE POSSE”

Martha FollainSetembro/2008.

Apêndice 1

HOMEM VITRUVIANO“Quando ouvimos os sinos, ouvimos aquilo que já trazemos em nós mesmos, como modelo. Sou da opinião que não se deverá desprezar aquele que olhar atentamente para as manchas da parede, para os carvões sobre a grelha, para as nuvens, ou para a correnteza da água, descobrindo, assim, coisas maravilhosas. O gênio do pintor há de se apossar de todas essas coisas para criar composições diversas: lutas de homens e de animais, paisagens, monstros, demônios e outras coisas fantásticas. Tudo, enfim, servirá para engrandecer o artista.” Leonardo Da Vinci.

Leonardo da Vinci, artista renascentista, possuía um talento diversificado, que tornou-o capaz de pesquisar e realizar trabalhos em vários campos do conhecimento humano: foi pintor, escultor, anatomista, engenheiro, matemático, músico, naturalista, arquiteto, engenheiro, urbanista, aerologista, botânico e inventor. Segundo historiadores, era um belo homem, tinha uma voz esplêndida. Com sua mente investigativa, questionava o mundo que o circundava, raramente terminava uma pintura, e freqüentemente,

experimentava novas técnicas. Era um visionário para sua época, pois idealizou o tanque de guerra, helicóptero, pára-quedas, e descobriu que o homem não poderia voar como os pássaros, “batendo asas”. Foi o reintrodutor da fábula na Itália - suas fábulas e lendas relacionavam-se com as de Esopo e as dos “bestiários” medievais - com raras exceções, eram quase todas inventadas por ele mesmo e continham um desfecho moral. Italiano, nasceu em 15 de abril de 1452 (data em que se comemora o “Dia Mundial do Desenhista”), filho ilegítimo do tabelião e advogado, Piero com a jovem Catarina. Há dúvidas sobre a cidade de seu nascimento – talvez Anchiano, uma localidade de Vinci. Para outros historiadores, foi o próprio lugar de Vinci, situado na margem direita do rio Arno, perto dos montes Albanos, entre Florença e Pisa, na região da Toscana.

Aos dezesseis anos já desenhava e pintava, e foi para Florença (naquela época, cidade de grande prestígio) para trabalhar no ateliê de Andrea del Verrocchio (importante artista da época). De cabelos louros, olhos azuis, nariz aquilino, de uma incomparável beleza física, Leonardo teria sido o modelo para o Davi, de Verrocchio. Pelo que tudo indica, Verrocchio exerceu sobre Leonardo intensa influência, embora pequena no campo artístico, bastante acentuada no universo intelectual. Aos trinta anos, segue para Milão, onde viveu uma época e trabalhou para a corte de Ludovico Sforza. Em Milão, como urbanista, fez um projeto completo para a cidade, eliminando muros, alinhando ruas, prevendo esgotos, vias de dois pavimentos em que os pedestres andariam por cima, deixando a pista embaixo livre para veículos. As casas seriam amplas e ventiladas, e haveria enormes praças e jardins públicos.Da Vinci possuía um especial amor pelos animais. O historiador Edward MacCurdy, citado no livro “Jaulas Vazias” de Tom Reagan, afirma: "a mera idéia de permitir o sofrimento desnecessário e, mais ainda, de matar, era abominável para ele". Segundo os relatos verificados por Regan, Leonardo adotou uma dieta vegetariana na infância, por razões éticas. "Rei dos animais - é como o humano descreve a si mesmo - eu te chamaria Rei das Bestas, sendo tu a maior de todas - porque as ajudas só para que elas te dêem seus filhos, para o bem da tua goela, a qual transformaste num túmulo para todos os animais”. – Leonardo Da Vinci.Leonardo, segundo alguns historiadores, teria sido maçom.

Da Vinci foi um grande pintor. Ele dominou, com sabedoria, o jogo de luz e sombra – suas pinturas partem da “realidade”, mas estimulam a imaginação do observador. Entre suas principais obras, encontramos “A Última Ceia”, “A Gioconda”, “Auto-Retrato”, etc. Na obra de arte “A Última Ceia” ou “O

Cenáculo” (que foi uma criação de três anos de trabalho, de 1495 a 1497), Leonardo coloca na tela o momento em que Jesus Cristo anuncia haver um traidor entre os presentes. A “Última Ceia” é uma pintura de Leonardo da Vinci para seu protetor, o Duque Lodovico Sforza. Representa a cena da última ceia de Jesus com os apóstolos, antes de ser preso e crucificado como descreve a Bíblia. Ao contrário de muitas outras pinturas, nunca foi possuída particularmente porque não pode ser removida do seu local de origem. Foi executada numa parede do Convento de Santa Maria delle Grazie, em Milão, com mais de nove metros de comprimento e quatro metros e vinte centímetros de altura. Essa criação está em Milão, no Louvre, em Windsor, e na Academia de Veneza e na Albertina de Viena. Até 1506, realizou trabalhos principalmente em Florença e tudo indica que nesta época tenha pintado sua obra mais famosa: a bela e enigmática “La Gioconda” – ou “Mona Lisa” (Museu do Louvre, Paris, França). Há teorias que a “Mona Lisa” seja um auto-retrato, mas com feições femininas, explicando assim o sorriso ambíguo. No entanto, a idéia mais aceita é que o retrato ilustra a esposa do comprador, Francesco Bartolomeo del Giocondo - daí o nome “La Gioconda”. Leonardo não punha nomes nos seus quadros. O nome “Mona Lisa” foi dado à pintura por Giorgio Vasari, quase três décadas após a morte do pintor. Entre 1506 e 1516, viveu entre Milão e Roma. Em 1516, foi convidado pelo rei Francisco I, da França, para trabalhar. Francisco I, começou a coleção do Museu do Louvre, e comprou vários quadros italianos, inclusive a “Mona Lisa”.

Trabalhou para o rei Francisco I, e morreu na França, em Cloux, em 02 de maio de 1519.

O Homem Vitruviano (1492), desenho de Leonardo, das proporções da forma humana, baseia-se em uma célebre passagem do arquiteto romano Vitruvius, em que ele expõe a figura humana deitada de barriga para cima, com braços, mãos e pernas abertas, colocada em um círculo e um quadrado (formas geométricas consideradas perfeitas), tendo o umbigo como centro do círculo. A cabeça é avaliada como sendo 1/10 da altura total. O “Homem Vitruviano” de Da Vinci, é baseado no terceiro volume da obra de Vitruvius, onde ele descreve as proporções do corpo humano. A descoberta do “Tratado de Vitruvius”, em 1420, influenciou fortemente os artistas do Renascimento, que retomavam o ideal antigo da proporção e equilíbrio das formas.

O desenho de Da Vinci foi inspirado na obra do arquiteto Marcus Vitruvius Pollio (70 a.C. – 25 a.C.), “De Archictetura”, aproximadamente em 40 a.C. (descoberta na Abadia de Monte Cassino, em 1420), que explica a relação entre simetria e perfeição. Marcus Vitruvius Pollio, foi um arquiteto, agrimensor, pesquisador e engenheiro romano que viveu no século I a.C. e deixou como legado sua obra em dez volumes, que constitui o único tratado europeu do período grego-romano que chegou aos nossos dias e serviu de

fonte de inspiração a diversos textos sobre construções hidráulicas, hidrológicas e arquitetônicas, desde o Renascimento. Dedicou sua obra ao Imperador Augustus. Seus padrões de proporção e seus princípios de arquitetura: “utilitas, venustas e firmitas” (utilidade, beleza e solidez), inauguraram a base da Arquitetura Clássica. Sua obra foi traduzida para diversos idiomas, e foi considerada fundamental para a Arquitetura Clássica, até o século XIX. Para Vitruvius, as partes de uma construção deveriam guardar uma relação harmônica, similar às existentes nas proporções do corpo humano. O arquiteto era um estudioso da Arquitetura Grega, e seu tratado conservou a tradição clássica no traçado de edifícios públicos, e o que escreveu tinha uma inteligente avaliação humanista. Para ele, tudo o que o homem construía, deveria ter como escala o corpo humano, e como valores de referência as proporções humanas, e assim, Vitruvius preocupou-se também com o estudo das medidas humanas, e relacionou-as com a Arquitetura.

O desenho de Da Vinci é um pentagrama humano, com um corpo masculino desnudo dentro de um círculo – o umbigo do homem corresponde ao centro do círculo. Além do círculo, a figura também está contida exatamente dentro de um quadrado. O corpo está separado e simultaneamente em duas posições sobrepostas, com os braços inscritos num círculo e num quadrado. A cabeça é calculada como sendo um oitavo da altura total. O desenho e o texto também são conhecidos como “Cânones das Proporções”. O maior desafio era colocar a figura do homem dentro das formas geométricas. Vitruvius cometeu o erro de colocar o círculo e o quadrado com o centro no mesmo lugar, o que resultava num desenho do homem com proporções grotescas. Leonardo encontrou uma solução brilhante, apoiando as duas formas sobre a mesma base – depois desenhou o homem seguindo as proporções estabelecidas. Segundo Vitruvius, a construção de um Templo deveria se basear nas proporções do homem, consideradas “divinas”. O redescobrimento das proporções matemáticas do corpo humano, no século XV, por Leonardo e outros é considerado uma das grandes realizações que conduzem ao Renascimento italiano. O desenho também é considerado como um símbolo da simetria básica do corpo humano e, por extensão, para o Universo. A área total do círculo é a mesma do quadrado.O desenho de Leonardo representa, o homem como uma Estrela de Cinco Pontas. Desde a Antigüidade, a Estrela de Cinco Pontas simboliza os corpos celestes menores que o Sol e a Lua. Ela é o símbolo do homem, microcosmo, e do Universo, macrocosmo.A Estrela de Cinco Pontas, com a ponta para cima, representa o homem em sua espiritualidade, pois, nela se inscreve uma figura humana, com a cabeça

ocupando a ponta superior e os membros superiores e inferiores ocupando as demais pontas. Ela também pode representar o planeta Vênus.O homem deve buscar as suas próprias “medidas” para encontrar na sua “construção”, o Universo.

Proporções humanas, de Vitruvius (na época, desenhar o homem perfeito, era um grande desafio):Face, do queixo ao topo da testa - 1/10 da altura do corpo; Palma da mão, do pulso ao topo do dedo médio - 1/10 da altura do corpo; Cabeça, do queixo ao topo - 1/8 da altura do corpo;Base do pescoço às raízes do cabelo - 1/6 da altura do corpo;Meio do peito ao topo da cabeça - 1/4 da altura do corpo; Pé - 1/6 da altura do corpo; Largura do peito - 1/4 da altura do corpo;Largura da palma da mão - quatro dedos;Largura dos braços abertos - altura do corpo; Umbigo - centro exato do corpo; Base do queixo à base das narinas - 1/3 da face; Nariz, da base às sobrancelhas - 1/3 da face; Orelha - 1/3 da face; Testa - 1/3 da face. O Homem Vitruviano, é arte em harmonia e proporção geométrica ideal, e simboliza o Infinito (o círculo) equilibrado sobre os quatro elementos da natureza: fogo, terra, ar e água (o quadrado), tendo o ser humano como medida.Há mais de oitenta manuscritos sobre o “Da Arquitetura”, porém, poucos apresentam as ilustrações originais executadas pelo próprio Vitrúvio. Durante a Idade Média, Vitruvius ficou um pouco esquecido, pois os arquitetos não possuíam formação acadêmica, sendo a arquitetura considerada mais como artesanato, que deveria ser aprendida na prática. A mais importante influência deixada por Vitrúvio para a Idade Média é o estudo e descrição da Arquitetura.

Apêndice 2

HIPNOSE ERICKSONIANA

Uma vez perguntaram a Buda como ele fez para andar dois mil quilômetros. Ele respondeu que bastou dar o primeiro passo, os outros vieram a seguir, um depois do outro...

A hipnose moderna, ou hipnose ericksoniana, foi criada pelo Dr. Milton Erickson, famoso psiquiatra norte-americano (1901-1980), considerado o avô da Programação Neurolingüística, criada por John Grinder e Richard Bandler.Grinder e Bandler procuraram a essência da mudança nos melhores mestres que puderam encontrar. Por sua habilidade e crescente reputação, rapidamente conseguiram ser apresentados a alguns dos maiores exemplos de excelência humana do mundo, incluindo o Dr. Milton H. Erickson, M.D., fundador da “Sociedade Americana de Hipnose Clínica”, e amplamente reconhecido como o mais notável médico hipnoterapeuta do mundo.Na década de 70, o Dr. Erickson já era muito conhecido entre os profissionais da medicina e era até assunto de vários livros, mas poucos alunos seus conseguiam reproduzir seu trabalho ou repetir seus resultados. Dr. Erickson freqüentemente era chamado de “curandeiro ferido”, visto que muitos colegas seus achavam que seus sofrimentos pessoais eram responsáveis por ele ter se tornado um terapeuta habilidoso e famoso mundialmente.A hipnose é um estado de atenção focalizada (em alguma coisa) da mente consciente e que produz uma dissociação da mente inconsciente. A hipnose acontece pela interação das duas partes.Segundo Erickson, mente consciente “é a parte que permite ter crítica. Ter a habilidade de analisar, fazer julgamentos. É a parte racional. É a parte limitada da mente.”. Mente inconsciente “é o reservatório de todas as experiências adquiridas. Experiências pessoais, aprendizados, as funções automáticas, etc.. É uma mente sábia, não rígida nem analítica e tão pouco limitada. É capaz de interpretações simbólicas e tem tendência a uma visão global. Carrega os recursos para as mudanças.”Através da hipnose, é possível dissociar estas duas partes, para acessar os recursos sábios do inconsciente, reintegrando-as a seguir.Erickson ensinou, que sugestibilidade é uma abertura para aceitar novas idéias, novas informações. À medida que esta informação vai sendo adquirida, ela pode alterar a experiência da pessoa – e, este processo é feito através da mente inconsciente.O modelo da hipnose moderna, naturalista, tem maior eficácia quanto a sugestibilidade e à suscetibilidade hipnótica – isto é, o grau em que uma pessoa é hipnotizável: Critérios de Hipersman:- Transe leve – habilidade para sugestões pós-hipnóticas simples;

- Transe médio – a sugestibilidade é maior no transe médio;- Transe profundo – habilidade para manter o transe com os olhos abertos; - Transe pleno ou estuporoso – marcado por respostas orgânicas lentas e

quase completa inibição da atividade espontânea.

Sinais Típicos de Transe – “Hipnose Centrada na Solução de Problemas” – William H. Hanlon e Michael Martin – Editora Psy:Podem acontecer um ou mais sinais:- Paralisação dos músculos faciais;- Mudança da tonalidade da pele;- Imobilidade;- Diminuição dos movimentos de orientação;- Catalepsia (enrijecimento) de um dos membros do corpo;- Mudança na deglutição e no piscar dos olhos;- Alteração da pulsação e da respiração;- Comportamento motor autônomo (espasmos musculares);- Olhar longínquo;- Olhar fixo;- Mudança no tom de voz;- Demora para reagir a um estímulo;- Perseverança na reação;- Literalismo;- Dissociação;- Relaxamento dos músculos.

O método de hipnose criado por Erickson, consiste em fazer um tipo exclusivo de transe para cada cliente. É baseado, numa linguagem de fácil acesso a cada um, a linguagem dele mesmo, através de sugestões indiretas.Ele fazia um tipo de sinergismo, ou princípio de semelhança, como na homeopatia. Ele aceitava e utilizava a situação em que se encontrava o indivíduo. Assim, o cliente conduzia sua própria cura. As mudanças ocorridas serão mérito do indivíduo e não do terapeuta.

HIPNOSE Um dos temores mais comum é que o terapeuta mantenha o cliente sob seu poder, transformando-o em autômato.

Nada pode estar mais distante da verdade. Não se entra num transe a não ser que se queira, o que faz de toda hipnose uma auto-hipnose. O terapeuta é tão somente um instrutor, um profissional que sabe provocar o transe hipnótico.De uma maneira geral, ninguém pode ser forçado a fazer sob transe hipnótico algo que não faria em condições de vigília. Muitas pessoas pensam que a hipnose é perda de consciência e que não se lembrarão do que aconteceu quando estavam em transe. Mais uma vez, estão equivocados - a hipnose é um estado intensificado de concentração e relaxamento. É um estado alterado de consciência extremamente repousante e tranqüilo.A maioria dos clientes hipnotizados fica bem consciente do que ocorre ao seu redor na sala, a não ser que aceite a sugestão de não prestar atenção no ambiente. De certo modo, a hipnose é um estado de percepção intensificada de sentimentos e processos interiores.Uma das reações mais comum em pessoas saídas do estado de hipnose é a de não saberem se realmente foram hipnotizadas ou não. Elas esperam algo bizarro, algo mágico, quando simplesmente se trata de um estado de relaxamento que focaliza estímulos internos.Não há nada de perigoso em relação à hipnose. De fato, é um dos procedimentos mais seguros no processo terapêutico.Quando o cliente é hipnotizado e submete-se a uma regressão, uma parte dele está completamente consciente de que se encontra no presente. Ao mesmo tempo, outra parte se acha convencida de que está no passado. É uma experiência que pode ser muito convincente.A lógica do transe é um dos sinais do transe profundo. Aqui estão os sinais da hipnose que podem ser vivenciados. Não há necessidade de todas essas sensações.Sensações Internas:- Uma sensação tão profunda de relaxamento que não se sente vontade de fazer nenhum esforço;- Sensação de peso, especialmente nos braços e nas pernas; - Sensação de entorpecimento, formigamento ou insensibilidade nos pés ou nas mãos;- Sensação de estar flutuando;- Sensação de estar separado do ambiente de tal modo que os arredores parecem distantes.

Percepções externas:- Paralisação dos músculos faciais;- Mudança de tonalidade da pele;- Imobilidade;

- Alteração da pulsação e da respiração; - Mudança no tom de voz;- Relaxamento dos músculos;- Mudança na temperatura das mãos;- Tremor nas pálpebras;- Aumento do lacrimejamento;- Avermelhamento dos olhos;- Olhos voltados para cima (em algumas pessoas);- Levitação dos braços.

HIPNOSE CLÁSSICA E HIPNOSE ERICKSONIANA

Toda concentração, foco num tema específico, provoca um estado alterado de consciência (estados alfa e teta) que, pode ser chamado de transe. O estado de transe é a porta de acesso aos registros inconscientes.O conceito de hipnose não é unânime. De acordo com o dicionário “Aurélio”, hipnose é o “estado mental semelhante ao sono, provocado artificialmente, e no qual o indivíduo continua capaz de obedecer às sugestões feitas pelo hipnotizador”.Segundo a “American Psycological Association”, numa definição publicada em 1993, a “hipnose é um procedimento, durante o qual um pesquisador ou profissional da saúde, sugere que um cliente, paciente ou indivíduo, experimente mudanças nas sensações, percepções, pensamentos ou comportamentos”.Entre os conceitos já aceitos, hipnose é “um estado natural de consciência, diferente do estado de vigília”.O “estado hipnótico”, sempre existiu (estado hipnótico é diferente de indução hipnótica formal). Sociedades primitivas já usavam tambores para induzir (sem saber), um estado de transe. Outros exemplos são a imposição das mãos para curas no tempo de Cristo e o toque real, na Idade Média (acreditava-se que o monarca, tinha o poder de cura, pela imposição das mãos. O rei Eduardo, 1066, o confessor da Inglaterra foi quem introduziu o toque real – através do toque na cabeça dos doentes, conseguia a melhora dos sintomas – sugestão). No oriente o ioga é outra forma de hipnose. Os sacerdotes gregos e egípcios usavam a hipnose há dois mil anos atrás, no tratamento de várias doenças.

Hipnose clássica:

- Século XXX a.C.:

No Egito, os sacerdotes induziam certo tipo de estado hipnótico nos “Templos do Sono”.

- Século XVIII a.C.:Na China, sacerdotes induziam um transe, para buscar a aproximação entre os pacientes e seus antepassados.

- Mitologia grega:Filho de Apolo e Coronis, Asclépius aprendeu com o centauro Quíron, um tipo de sono especial que, curava as pessoas.

- Século XI:Avicena (Abu Ali al-Husayn ibn Sina, 980 – 1037), sábio, filósofo e médico iraniano, acreditava que a imaginação era capaz de adoecer e de curar pessoas.

- Século XVI:Paracelso (Philippus Aureolus Theophrastus Bombastus von Hohenheim – 1493- 1541), médico naturalista, pai da medicina hermética, acreditava na influência magnética das estrelas na cura das pessoas doentes. Confeccionava talismãs com inscrições planetárias e zodiacais. Acreditava que o ser humano tinha uma “força interior”. Introduziu o imã como elemento de cura (magnetos).

- Século XVIII em diante:- Franz Anton Mesmer (1734- 1815), foi considerado o pai da fase científica da hipnose. A história moderna da hipnose começou com ele. Mesmer trabalhava com o sacerdote jesuíta, Maximilian Hell, que era astrônomo real em Viena. Eles usavam ímãs no tratamento de vários casos de histeria. Mesmer acreditava que as curas eram produzidas pela redistribuição de algum tipo de fluido, que ele chamou de “magnetismo animal”.Mais tarde, Mesmer passou a dizer que ele possuía forças especiais e que seus pacientes eram curados quando raios magnéticos fluíam de seus dedos. Em 1778, mudou-se para Paris. Em 1784, foi investigado por uma comissão (Benjamin Franklin, Lavoisier, Dr. Guilhotin, etc.), que chegou à conclusão que as “curas” de Mesmer eram resultado da imaginação dos pacientes e, denunciaram Mesmer por fraude.O fato é que, mesmo desacreditado, Mesmer lançou as bases que fundamentaram a psiquiatria dinâmica moderna e, suas pesquisas levaram a um melhor entendimento das relações entre sugestão hipnótica e a

psicoterapia. Desprestigiado e, abandonado, foi para a Suíça. Morreu em Meesburg, em 1815.

- Marquês de Puységur (1751- 1825) – Discípulo de Mesmer. Descobre o sonambulismo artificial. Deixa vários discípulos, entre eles, o padre José Custódio de Faria, o Abade Faria.

- Abade Faria (1755- 1819) – Estudou a fundo o hipnotismo e, concluiu que não havia influência fluídica na obtenção dos fenômenos hipnóticos.

- John Elliotson (1825- 1893) – Professor de medicina em Londres – em 1838, inventou o estetoscópio. Seguiu as idéias de Mesmer. Foi interditado pela prática do mesmerismo.

- James Braid (1795- 1860)- Médico inglês. Em 1841, desenvolveu a técnica de fixação visual para a indução de estados de relaxamento e chamou-a de “hipnose”. Ele pensava que a hipnose era idêntica ao sono, “hypnos”, em grego.

- James Esdaile (1845- )- Cirurgião escocês. Trabalhou nas florestas da Índia, fazendo cirurgias em nativos, usando anestesia mesmérica – amputações de pernas, remoção de tumores de próstata, etc. Os casos foram documentados. Mesmo assim, quando voltou à Inglaterra foi ridicularizado e esquecido.

- Ambroise- Auguste Liebault (1823- 1904) – França, e Bernheim (1840- 1904), trataram cerca de dez mil pacientes com hipnose (1886).

- Jean Martin Charcot (1825- 1893)- França. Discordou das idéias de Bernheim e Libault, de que a sugestão era um fator importante na hipnose. Charcot afirmava que era apenas outra forma de manifestação da histeria. Charcot retomou a teoria de Mesmer sobre o magnetismo animal. Com o tempo, a história foi provando que Charcot estava errado e Bernheim e Liebault certos.

- Ivan Pavlov (1849- 1936) – Médico russo que, definiu o transe como um “sono incompleto”, causado por sugestões hipnóticas. Estas sugestões provocariam uma excitação em algumas partes do córtex cerebral e inibição em outras partes. Criador da indução reflexológica.

- Pierre Janet (1849- 1947)- Francês que descreveu o transe como uma dissociação. Introduziu o termo subconsciente para diferenciar do inconsciente.

- Sigmund Freud (1856- 1939) – Interessou-se pelo trabalho de Bernheim e Liebault. Porém, posteriormente, rejeitou a hipnose, por considerá-la “superficial”. Isso atrasou o seu desenvolvimento em, pelo menos, cinqüenta anos.

- Ernest Simmel (1918) - Psicanalista alemão. Tratou soldados com neurose de guerra (Primeira Guerra Mundial) com hipnose e, chamou a técnica de hipnoanálise. Ele juntou à hipnose técnicas psicodinâmicas.

- Hadfield e Horsley e mais tarde Grinver e Spiegel- durante a Segunda Guerra Mundial, de 1939 a 1945, usaram barbitúricos para induzir um estado de hipnose medicamentosa (narcossíntese), com o objetivo de trazer à tona o material traumático.

A fusão da hipnose com a psicanálise foi um dos mais importantes avanços médicos decorrentes da Primeira e Segunda Guerras Mundiais.

Hipnose moderna ou ericksoniana:- Milton Erickson (1901- 1980) – Psiquiatra norte-americano. Ele é

considerado o pai da hipnose médica moderna. Erickson criou uma nova abordagem, baseada no resgate dos recursos internos do paciente. O seu método consistia em utilizar aquilo que o paciente trazia em si, como algo de mais forte, mais do que analisar ou dar ênfase às suas fragilidades. Ao contrário da hipnose clássica, onde o hipnotizador tinha o poder de sugestionar o paciente passivo e dominado em sua vontade, Erickson desenvolveu um método em que usava os próprios recursos do paciente, deixando que as coisas acontecessem naturalmente. Seu método é considerado naturalista.

De acordo com Milton Erickson, hipnose é a “suscetibilidade ampliada para a sugestão, tendo como efeito uma alteração das capacidades sensoriais e motoras para iniciar um comportamento apropriado”.Erickson percebeu a natureza multidimensional do transe, que se modifica experiencialmente de pessoa para pessoa. “Deve-se reconhecer que uma descrição, não importa quão precisa ou completa seja, não irá substituir uma

experiência real, nem tão pouco poderá ser aplicável a todos os pacientes .”(Milton Erickson). Erickson não usava nenhuma indução clássica mas sim uma indução especial e única para cada paciente, fazendo com que, o paciente se tornasse seu próprio indutor.

- BIBLIOGRAFIA:

-Maçonaria:- Aslan, Nicola - “Instruções para Lojas de Perfeição” - São Paulo, Editora A Trolha, 1994;- Bacelar, Mário Leal - “Espiritualização da Maçonaria” - Rio de Janeiro, Editora Mandarino, 1983; - Beck, Ralph T. - “A Maçonaria” – São Paulo, Editora Planeta do Brasil, 2005;- Blanc, Cláudio - “Maçonaria Sem Mistério” - São Paulo, Editora Nova Leitura, 2006;- Browne, Sylvia - “Sociedades Secretas” - São Paulo, Editora Prumo, 2008;- Camino, Rizzardo da - “Kadosch” - Rio de Janeiro, Editora Aurora, 1980;- Camino, Rizzardo da - “Ritualística Maçônica” - São Paulo, Editora Madras, 1998;- Camino, Rizzardo da - “A Maçonaria e o Terceiro Milênio” - São Paulo, Editora Madras, 2005;- Castellet, Alberto Victor - “O que é a Maçonaria” - São Paulo, Editora Madras;- Cocuzza, Felippe - “A Maçonaria na Evolução da Humanidade” - São Paulo, Editora Ícone, 1994;- Couto, Sérgio Pereira - “Sociedades Secretas” - São Paulo, Editora Companhia dos Livros, 2004;- Couto, Sérgio Pereira - “Maçonaria” - São Paulo, Editora Universo dos Livros, 2005;- Couto, Sérgio Pereira - “Maçonaria para Não - Iniciados” – São Paulo, Editora Universo dos Livros, 2007;- Debortoli, Irene R. - “Mistérios da Fauna À Luz da Maçonaria” - Minas Gerais, 2000;- Ebram, José - “A Alma Maçônica” - São Paulo, Editora Madras, 2003;

- Fagundes, Morivalde Calvet - “Maçonaria: Espírito e Realidade” - Rio de Janeiro, Editora Aurora, 1982;- Horne, Alex - “O Templo do Rei Salomão na Tradição Maçônica” – São Paulo, Editora Pensamento, 1972;- Jacq, Christian - “A Franco-Maçonaria” - Rio de Janeiro e São Paulo, 1977;- Knight, Christopher e Lomas, Robert – “A Chave de Hiram” – São Paulo, Editora Landmark, 2007;- Leadbeater, C. W. - “A Vida Oculta Na Maçonaria” - São Paulo, Editora Pensamento, 1969;- Mackey, Albert G. - “O Simbolismo da Maçonaria - Volume 1” - São Paulo, Editora Universo dos Livros, 2008;- Mackey, Albert G. - “O Simbolismo da Maçonaria - Volume 2” – São Paulo, Editora Universo dos Livros, 2008; - MacNulty, Kirk W. - “Maçonaria - Uma Jornada Por Meio do Ritual e do Simbolismo” - São Paulo, Editora Madras, 2006;- Mansur Neto, Elias - “O Que Você Precisa Saber Sobre a Maçonaria” - São Paulo, Editora Universo dos Livros, 2005;- Monteiro, Eduardo Carvalho - “O Esoterismo na Ritualística Maçônica” - São Paulo, Editora Madras, 2006;- Robinson, John J. - “Nascidos do Sangue - Os Segredos Perdidos da Maçonaria” – São Paulo, Editora Madras, 2006; - Revista Superinteressante - Editora Abril - Agosto/2006;- Revista Superinteressante - Editora Abril - Setembro/2005;- www.portalmaconico - Google.

- Programação Neurolingüística:

- Andreas, Connirae e Andreas, Steve - “A Essência da Mente” - São Paulo, Editora Summus, 1993;-Andreas, Steve e Faulkner, Charles - “A Nova Tecnologia do Sucesso” - Rio de Janeiro, Editora Campus, 1995;- Bandler, Richard - “Usando Sua Mente” - São Paulo, Editora Summus, 1987;- Bandler, Richard e Grinder, John - “Sapos Em Príncipes” - São Paulo, Editora Summus, 1982;- Chung, Tom - “Qualidade Começa em Mim” - São Paulo, Editora Maltese, 1994;- O’ Connor, Joseph e Seymour, John - “Introdução À Programação Neurolingüística” - São Paulo, Editora Summus, 1995;

- Robbins, Anthony - “O Poder Sem Limites” - São Paulo, Editora Best Seller, 1987;- Spritzer, Nelson - “O Novo Cérebro” - Porto Alegre, Editora L&PM, 1996;

- Outros:

- Blainey, Geoffrey - “Uma Breve História do Mundo” - São Paulo, Editora Fundamento Educacional, 2008;- Bontempo, Márcio - “A Sociedade Planetária” - São Paulo, Editora Best Seller, 2000;- Ferguson, Marilyn - “A Conspiração Aquariana” - Rio de Janeiro, Editora Nova Era, 1997;- Mailer, Norman - “Noites Antigas” - Rio de Janeiro, Editora Nova Fronteira, 1983;- Morris, Desmond - “O Macaco Nu” - São Paulo, Editora Círculo do Livro, 1975;- Muck, Otto - “O Fim da Atlântida” - São Paulo, Edições Melhoramentos, 1978;- Sagan, Carl - “Os Dragões do Éden” - São Paulo, Círculo do Livro, 1977; - Santos, Horta - “O Tempo e a Mente - O Universo Inteligente” - Rio de Janeiro, Editora Nova Era, 1998;- Watson, Lyall - “O Macaco Onívoro” - Rio de Janeiro, Editora Expressão e Cultura, 1974;- Sitchin, Zecharia – “A Escada para o Céu” – São Paulo, Editora Best Seller, 2002;- Wenger, Win - “Aumente Sua Inteligência” - Rio de Janeiro, Editora Record, 1993;

Martha Follain – CRT 21524 – São Paulo - SPCurrículo resumido:Bacharel em Direito pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro); Formação Básica em Programação Neurolingüística (PNL) - Clínica Dr. Yuji Eguchi; Curso de Introdução à PNL pela Sociedade Brasileira de PNL com Gilberto Craid Cury (Presidente da Associação Brasileira de PNL); Formação em PNL - Espaço EF - Terapias Alternativas e Holísticas;Formação em PNL - Practitioner pela Quantum Leap do Brasil (ESPNL – Escola Superior de PNL); Master Practitioner pelo Instituto de Ciências Neurolingüísticas - North American Association of Neurolinguistic Programming - Tom Chung; Cursos Internacionais na Sociedade Brasileira de Programação Neurolingüística com Steve Andreas; Treinada por John Grinder (co-criador da PNL) em PNL aplicada ao atendimento terapêutico, comunicação, metáforas e alta negociação. Palestrante convidada pela Quantum Leap Inc. para o Seminário Internacional de John Grinder, “Therapeutic Tools”, por ser considerada uma entre os nove melhores neurolingüistas brasileiros, por seu trabalho inovador e criativo: “PNL e Teatro Interativo-: Crescimento no Processo Terapêutico” - 1996 - São Paulo; Curso “Introdução ao Pensamento de Wilhelm Reich - da Psicanálise à Orgonomia”-Associação Wilhelm Reich do Brasil; Hipnoterapeuta com Formação em Hipnose Clínica – Clínica Insight; Formação em Hipnoterapia Ericksoniana - Espaço EF - Terapias Alternativas e Holísticas; Curso “EMDR (“Eye Movement Desensitization and Reprocessing”) e a Cura do Trauma” - Núcleo de Estudos do Estresse Pós-Traumático; Curso "Simbologia Sagrada" - Espaço EF - Terapias Alternativas e Holísticas;

Curso "Análise de Sonhos" - id; Curso "Religiões e Seitas" - id; Curso “Semiótica”; id;Curso “Transtornos Somatoformes” – id;Terapeuta de Regressão com Formação em Regressão - atendimento clínico – Clínica Insight e Curso Avançado em Regressão, no mesmo Instituto; Curso Internacional de Regressão a Vidas Passadas - Associação Brasileira de Estudos e Pesquisa em Terapias de Vivências Passadas (ABEP – TVP) - Hans TenDan; Professora da Clínica Insight para os Cursos de PNL, com Maria Paula Tonini por um ano; Terapeuta Floral de Bach com Formação pela Clinica Insight; Dois níveis em Formação em Florais de Bach para Uso em Humanos pelo Instituto Bach; Formação em Florais de Bach para Uso em Animais pelo Instituto Bach; Dois níveis de Reiki com a Mestra Independente Maria do Carmo Pessini; Criadora do “Método de Ensino e Aprendizado de Danças de Salão com PNL”; Criadora do “Método de Atendimento Terapêutico a Grupos com Teatro Interativo e PNL"com os Grupos de Teatro “Teatro Vivo” e “Macaca Fuscata”; Formação em Terapia Ortomolecular - Espaço EF - Terapias Alternativas e Holísticas; Formação em Fitoterapia Brasileira - Espaço EF - Terapias Alternativas e Holísticas.; Formação em Terapia Floral de Minas - Espaço EF - Terapias Alternativas e Holísticas; Formação em Terapia de Integração Craniossacral - Espaço EF - Terapias Alternativas e Holísticas ;Formação em Cromoterapia - Sílvia Fávero; Formação em Cristaloterapia - Espaço EF - Terapias Alternativas e Holísticas;

Formação em Cromoterapia - id; Formação em Bioeletrografia - id; Curso de Numerologia Pitagórica para Autoconhecimento - ABRAN - Associação Brasileira de Numerologia Pitagórica - Rosana Machado; Formação em Aromaterapia - Alternativa Holística - Grupo Alternativa Consultoria Ltda;Formação em Cromoterapia – id;Formação em Psicoterapia Holística – id;

Consultora da Phytoterápica, Fornecedora e Distribuidora de óleos essenciais – www.phytoterapica.com.br .Entrevistas:- Revista do Pit Bull; - Revista Pet Shop; - Revista Bem Estar; - Revista Mais Atitude;- Revista Pense Leve;- Jornal Gazeta do Ipiranga; - Jornal Magus; - Jornal da AFEMI (Associação Feminina das Servidoras Públicas do Brasil); - Jornal 3º Milênio; - Jornal Vida Integral;- Jornal Diário da Região – São José do Rio Preto;- Revista da Folha – Jornal Folha de São Paulo;- Revista da Hora – Jornal Agora – SP;- Site www.juntos.com (para Brasil, Venezuela e México);- Site www.maniapet.com.br - Site www.anda.jor.br - Site www.papodepet.com.br Outras informaçõesCriadora e articulista do site “Florais e Cia” www.floraisecia.com.br Criadora dos Grupos: Proteção dos Direitos dos Animais, Ecologia, Vegetarianismo, Terapias Holísticas,  etc.: [email protected]     e [email protected] do Grupo de Debates sobre Terapias Não Convencionais “Santa Ignorância!”: [email protected]      

[email protected]@floraisecia.com.br

Artigos Publicados:upar.indaiatuba.info

www.territorioselvagem.org.br www.apascs.org www.direitoanimal.org www.portaldopug.com.brwww.portalkids.com.br www.absolutaonline.com.br www.alferes20.orgwww.retira.netwww.pedreiro-livre.blogspot.com

OBRA REGISTRADA NA BIBLIOTECA NACIONAL – DIREITOS AUTORAIS.