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MAPA DO TESOURO: Recomendações de Tesouro Direto 16 16 CARLOS SOARES, CNPI Economista e Analista de Investimentos

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MAPA DO TESOURO: Recomendações de Tesouro Direto

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CARLOS SOARES, CNPI

Economista e Analista de Investimentos

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MAPA DO TESOURO

Carlos Soares, Economista e CNPI

Agosto/2018

Melhora nas expectativas em relação ao quadro eleitoral local e o anúncio de um pacote de estímulos na China contribuiu para a queda do dó-lar, ajudando a recuar as taxas de juros futuras negociadas na Bolsa;

Efeito da greve dos caminhoneiros se dissipando e ajudando na ampliação do teto dos gastos para 2019 (tema abordado neste mês);

Cenário de taxa de juros nos países centrais deve ser observado com cautela diante dos riscos associados ao cenário de inflação e possíveis reve-zes no comércio mundial;

No mês, caso fosse efetuado o resgate antecipado dos títulos ao final de julho, o rendimento do Tesouro Selic 2023 teria sido de +0,36% e do Tesouro Prefixado 2021 em +1,40%, considerando os preços disponíveis para investir no dia 29/06 e os valores informados para resgate em 31-/07;

Com a perspectiva de manutenção da Selic e vislumbrando sua elevação a partir do próximo ano, sigo com recomendação de 90% em Tesouro Selic 2023 (parcela a ser resgatada se necessário) e 10% em Tesouro Prefixado 2021.

Principais Destaques

Rendimento da Renda Fixa no Mês de Julho/18 Carteira Sugerida Para Agosto de 2018

Título Vencimento % Sugerido

Prefixados

Tesouro Prefixado 2021 01/01/2021 10%

Indexados à Taxa Selic

Tesouro Selic 2023 01/03/2023 90%

Total Investido 100%

1.: Período de 01/07 a 01/08/2018

Fontes: Anbima e Bacen

0,66

1,79

1,47

1,48 3,15

2,32

0,54

0,37

0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50

IRF-M1

IRF-M1+

IRF-M

IMA-B5

IMA-B5+

IMA-B

IMA-S

Poupança¹

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MAPA DO TESOURO

Carlos Soares, Economista e CNPI

Comentários A aparente melhora (ao menos pontual) do ambiente externo contribuiu para o recuo do dólar frente às moedas dos países emergentes que, por aqui, ajudou na queda das taxas de juros futuras negociadas na Bolsa ao longo do mês de julho. Esta melhora se intensificou a partir do dia 20 com o anúncio do governo chinês de um ambicioso pacote de estímulos econômicos, na ordem de US$ 74 bilhões, para fazer frente aos riscos de desaceleração de sua economia por conta das investidas norte-americanas de taxação dos seus produtos. Com isso, os preços das matérias-primas (commodities), especialmente as metálicas, esboçaram alguma reação o que beneficia países produtores como o Brasil. Vale destacar que o quadro político local também jogou a favor com o “Centrão” fechando apoio a candidatura de Geraldo Alckmin conforme detalhado em meu Morning Call do dia 20/07. Mesmo com a ligeira alta em relação a maio, o déficit público consolidado, que inclui as despesas com juros sobre a dívida, ficou em 7,28% do PIB no acumulado em 12 meses en-cerrados em junho de 2018 - ante os 7,8% registrados em dezembro de 2017. A dívida pública - Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG) – ficou em 77,2% do PIB em junho, crescen-do +0,1 p.p. do PIB em relação a maio. Um ponto que chamou atenção foi o fato de que, conforme apresentado pela Instituição Fiscal Independente (IFI) do Senado, a previsão pa-ra o déficit primário (sem considerar os gastos com os juros sobre a dívida pública) passou de R$ 157,4 bilhões, em março, para R$ 152,8 bilhões, em maio, o que criaria uma folga para o governo federal ampliar os gastos neste ano. Contudo, o valor total das despesas primárias, que são os gastos do governo para manter em funcionamento todos os serviços públicos federais e novos investimentos, já se encontram próximos do teto de gastos para este ano, o que em parte ajuda a atenuar a pressão do aumento exponencial do que é desembolsado com seguridade social, especialmente com a Previdência – tema que será mais bem desenvolvido nos próximos meses. Voltando ao tema teto dos gastos públicos: trata-se de uma das maiores preocupações nos últimos meses dos especialistas em contas públicas pelo risco de não cumprimento no próximo ano. Estabelecido pela Emenda Constitucional 95 de dezembro/2016, trata-se da regra aprovada pelo Congresso Nacional onde se determina que as despesas primárias do governo federal no ano seguinte, não devem superar os valores desembolsados no ano anterior acrescido pela inflação acumulada entre junho e julho. Segundo informado pelo Tesouro Nacional, por meio do Relatório de Avaliação de Despesas Primárias do 3º bimestre de 2018, o limite para a execução das despesas primárias do governo federal está definido em R$ 1,347 trilhões para este ano. Até meados de maio a inflação acumulada nos últimos 12 meses rondava abaixo da casa dos 3%, o que gerava uma previsão de gastos de, no máximo, R$ 1,38 trilhão (+R$ 40 bilhões ante 2018). Por conta da greve dos caminhoneiros, a inflação acumulada em 12 meses, medida pelo IPCA, passou de 2,86% no mês de maio para 4,39% no mês de junho – e as prévias para o mês de julho apontam para algo acima de 4,2%. Sendo assim, o limite de gastos para o próximo ano deve chegar a algo em torno de R$ 1,403 trilhões o que representa um aumento de R$ 56 bilhões em relação a 2018. Resta-nos, portanto, acompanhar nos próximos meses quais medidas serão adotadas pelo governo para o cumprimento do teto. Já se cogita a possibilidade de reoneração da folha de pagamentos de alguns setores a partir de 2019, o que deve ajudar a economizar alguns bilhões de reais – hoje estas renúncias fiscais somam cerca de R$ 300 bilhões. Segundo estimativas, os cortes necessários para cumprir o teto dos gastos caíram de R$ 27 bilhões para R$ 7 bilhões. Contudo, sem uma ampla reforma da previdência e tributária, o quadro fiscal segue desafiador, especialmente a partir da próxima década, mas este tema fica para os próximos relatórios do Mapa do Tesouro. Mesmo com a aparente melhora do quadro externo e político local, não vejo espaço para novas reduções da taxa Selic. Mantenho a recomendação de manter 90% em Tesouro Selic 2023 e 10% em Tesouro Prefixado 2021 vislumbrando uma expectativa de retorno bruto de 8% a.a. (5,3% a.a. líquido de encargos e custos) com uma volatilidade de 0,4% na mesma base comparativa. A expectativa de inflação está em 4,10% e o retorno da caderneta de poupança previsto em 5,08% a.a. (cerca de 70% da Selic média de 7,25%) conforme apre-sentado no Relatório Focus de 27/06/2018.

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DECLARAÇÃO DE ISENÇÃO DE RESPONSABILIDADE

As análises apresentadas foram elaboradas por Carlos Soares, economista e também analista de valores mobiliários devidamente

autorizado pela Apimec Nacional a exercer tal função (“Analista”) de forma autônoma conforme a Instrução CVM nº 598, de 03 de

maio de 2018 ;

O Analista declara que as recomendações do relatório de análise refletem única e exclusivamente suas opiniões pessoais e que fo-

ram elaboradas de forma independente, refletindo puramente seu ponto de vista. O Analista é um profissional independente e suas

opiniões pessoais podem ser divergentes da opinião de outros analistas;

O Analista não se responsabiliza por nenhuma das operações que forem ou vierem a ser realizadas pelos Investidores e se exime de

toda e qualquer responsabilidade por qualquer lucro ou prejuízos direto ou indireto que decorram da utilização de qualquer infor-

mação relativa às análises divulgadas. Cabe aos Investidores, exclusivamente, a decisão de adquirir ou alienar valores mobiliários

ou contratos negociados em mercado de bolsa ou balcão e o eventual lucro ou prejuízo financeiro decorrente de tal decisão;

O Analista informará abaixo, nos termos da Instrução CVM 598/18, quaisquer situações que possam afetar a imparcialidade do

relatório ou que configure ou possa configurar conflito de interesses:

( ) O analista envolvido na elaboração do relatório possui vínculo com pessoa natural que trabalhe para o emissor objeto do relatório de a-

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( x ) O analista envolvido na elaboração, seu cônjuge ou companheiro, está direta ou indiretamente, em nome próprio ou de terceiros, titular

de valores mobiliários objeto do relatório de análise: CRFB3, DTEX3, RAPT4, Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2020, Tesouro

IPCA+ com Juros Semestrais 2035, Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2050, Tesouro Prefixado com Juros Semestrais 2025, Te-

souro Prefixado com Juros Semestrais 2027 e Tesouro Selic 2023.

( ) O analista envolvido na elaboração, seu cônjuge ou companheiro, está direta ou indiretamente envolvido na aquisição, alienação ou in-

termediação dos valores mobiliários objeto do relatório de análise.

( ) O analista envolvido na elaboração, seu cônjuge ou companheiro, está direta ou indiretamente, qualquer interesse financeiro em relação

ao emissor objeto do relatório de análise, exceto pelo disposto no parágrafo único do § 1º do art. 13 da Instrução CVM 598/18

( ) A remuneração do analista de valores mobiliários foi ou será, direta ou indiretamente, influenciada pelas receitas provenientes dos negó-

cios e operações financeiras realizadas pela pessoa a que esteja vinculado.

Metodologia empregada neste relatório: Otimização de Carteiras, Análise da Estrutura a Termo de Taxa de Juros e Cenário Prospectivo

de Taxa de Juros e Inflação.

Este relatório não pode ser reproduzido ou redistribuído, no todo ou em parte, sem o prévio consentimento por escrito do Analista.