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Mapas conceituais

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Objetivos

a) apresentar os conceitos básicos sobre Mapas Conceituais, como ferramenta pedagógica proposta por Joseph Novak, a partir da Teoria da Aprendizagem Significativa de Ausubel;

b) apresentar as ideias fundamentais para a elaboração e utilização dos Mapas Conceituais no processo de ensino e aprendizagem

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Origem e função dos Mapas Conceituais

Os Mapas Conceituais foram desenvolvidos a partir das ideias da Teoria da Aprendizagem Verbal Significativa, de David Paul Ausubel, especialmente por Joseph Novak na Cornell University, EUA, nos anos 70, e bastante difundida no final dos anos 80, do século XX.

De modo geral, a idéia principal do uso de mapas na avaliação dos processos de aprendizagem é a de avaliar o aprendiz em relação ao que ele já sabe, a partir das construções conceituais que ele conseguir criar, isto é, como ele estrutura, hierarquiza, diferencia, relaciona, discrimina e integra conceitos.

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Conceitos básicos da Teoria da Aprendizagem Significativa de Ausubel

Estrutura cognitiva: é o conteúdo total e organizado de idéias de um dado indivíduo; no contexto da aprendizagem de certos assuntos, refere-se ao conteúdo e organização de suas idéias naquela área particular de conhecimento;

Aprendizagem - a aprendizagem consiste na ampliação da estrutura cognitiva anterior através da incorporação de novas ideias;

Aprendizagem significativa: é aquela na qual a nova informação se relaciona de maneira significativa, ou seja, de forma não – arbitrária, não ao “pé da letra”, com os conhecimentos que os alunos já possuem, produzindo-se uma transformação, tanto no conteúdo assimilado como no conhecimento prévio.

Além de não-arbitrária, para ser significativa, a aprendizagem precisa ser também substantiva, ou seja, uma vez aprendido determinado conteúdo desta forma, o indivíduo conseguirá explicitá-lo com as suas próprias palavras. Assim, um mesmo conceito pode ser expresso em linguagem sinônima e transmitir o mesmo significado

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No outro extremo da aprendizagem significativa, há a aprendizagem mecânica, que se refere a situações em que se estabelecem associações arbitrárias, literais e não – substantivas entre os conhecimentos prévios do aluno e o novo conhecimento apresentado;

Neste caso, as novas idéias não se relacionam de forma lógica e clara com nenhuma idéia já existente na estrutura cognitiva do sujeito; são apenas memorizadas ou “decoradas”. Desta maneira, elas são armazenadas de forma arbitrária, o que não garante flexibilidade no seu uso, nem longevidade.

Essas definições devem ser entendidas como pólos de uma mesma dimensão e não como categorias dicotômicas (excludentes).

As aprendizagens mais ou menos significativas ou mais ou menos memorísticas, terão alcançado maior ou menor grau de significatividade, que sempre poderá ser aumentado;

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Formatos de apresentação dos conteúdos X tipos de aprendizagem

Aprendizagem por descoberta: é aquela em que o conteúdo não se apresenta ao aluno, mas tem que ser descoberto por este antes de poder ser assimilado à estrutura cognitiva;

Aprendizagem por recepção: o conteúdo que vai se aprender é apresentado ao aluno em sua forma final, acabado, sem que se exija uma descoberta prévia à compreensão;

Esses dois tipos de aprendizagem também fazem parte de um contínuo, que vão desde os conhecimentos que se expõem a processos guiados/direcionados de descoberta até as aprendizagem realizadas por descoberta autônoma por parte do aluno;

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Formas de aprendizagem significativa: subordinadas, supraordenadas ou combinadas

Uma vez existente um conjunto de idéias na estrutura cognitiva do sujeito, com as quais novas idéias podem se articular de maneira não-arbitrária e substantiva, este relacionamento pode acontecer de três formas diferentes: por subordinação (os conceitos existentes são mais amplos do que os que serao conhecidos), por supraordenação (os conceitos existentes são menos amplos do que os que serao conhecidos) e de forma combinatória.

É importante salientar que a aprendizagem significativa acontecerá somente quando algum tipo de relação puder ser construída entre a nova idéia que se deseja ensinar e uma ou várias idéias que já se saiba.

A Subordinação acontece quando a nova ideia é um exemplo, uma especificação de algo que já se sabe.

Segundo Ausubel, é mais fácil para o ser humano aprender por subordinação do que por supraordenação. Em outras palavras, é melhor aprender ideias mais simples antes das mais complexas

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Os processos de assimilação de novos conhecimentos

A aprendizagem significativa supõe vincular uma nova informação com conceitos e proposições já existentes na estrutura cognitiva do aluno. Novak, denominou esses conceitos existentes como “inclusores” ou subsunçores”;

Segundo Novak, um conceito inclusor/subsunçor desempenha uma função interativa na aprendizagem significativa, facilitando a passagem da informação relevante pelas barreiras perceptivas e servindo de união da nova informação percebida e do conhecimento previamente adquirido.

O uso de inclusores é um recurso importante a ser utilizado na formação de mapas conceituais e devem ser utilizados juntamente com os organizadores prévios;

Os organizadores prévios são, portanto, conteúdos introdutórios de maior nivel de generalidade, de abstraçao e inclusividade, formulados em termos familiares para o aluno, diminuindo a distância entre o conhecimento que se possui e o que se necessita para abordar com êxito o conteúdo.

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Os mapas conceituais como estratégias de ensino

Nas suas última obras, já com a colaboração de Novak, Ausubel analisa que os processos de aprendizagem por descoberta ou por recepção não são somente tipos de aprendizagem mas igualmente se referem à maneiras de ensinar, chegando à a associar tais conceitos mais à estratégias de ensino do que de processos de aprendizagem;

Essas concepções aparecerem especialmente nos trabalhos de Novak, relativos aos mapas conceituais;

De acordo com Novak, mapas conceituais são ferramentas para a organização e representação do conhecimento;:

Os conceitos são hierarquizados, usualmente colocados dentro de formas geométricas, conectados por linhas e palavras (conectores) que representam as relações existentes entre esses conceitos;

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Podem ser traçados para toda uma disciplina, subdisciplina ou um tópico especial, reunindo os conceitos relevantes para representação do conteúdo, mas devem ser introduzidos quando os alunos já tiverem contato com o material a ser aprendido;

Não são auto-explicativos, ou seja, necessitam ser apresentados pelo autor ou acompanhados de um texto explicativo, pois existem diversas maneiras de expor conceitos e suas relações em um mapa conceitual;

É na explicação de um mapa de conceitos que o autor expressa a sua compreensão sobre o que está sendo apresentado, alem de refletir a maneira com a qual as informações estão organizadas na sua estrutura cognitiva. Portanto, os mapas conceituais podem ser usados como instrumentos de ensino e/ou aprendizagem, assim como instrumentos de avaliação e organização curricular.

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Portanto, os mapas conceituais não são...

Mapas conceituais são diagramas de significados, de relações significativas; de hierarquias conceituais, se for o caso. Isso também os diferencia das redes semânticas que não necessariamente se organizam por níveis hierárquicos e não obrigatoriamente incluem apenas conceitos.

Mapas conceituais também não devem ser confundidos com mapas mentais que são associacionistas, não se ocupam de relações entre conceitos, incluem coisas que não são conceitos e não estão organizados hierarquicamente. Não devem, igualmente, ser confundidos com quadros sinópticos que são diagramas classificatórios.

Mapas conceituais não buscam classificar conceitos, mas sim relacioná-los e hierarquizá-los.

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Algumas diretrizes para traçar um mapa conceitual

Não há regras gerais fixas para o traçado de mapas de conceitos; O importante é que o mapa seja um instrumento capaz de evidenciar significados

atribuídos a conceitos e relações entre conceitos no contexto de um corpo de conhecimentos, de uma disciplina, de uma matéria de ensino.

Por exemplo, se o indivíduo que faz um mapa, seja ele, digamos, professor ou aluno, une dois conceitos, através de uma linha, ele deve ser capaz de explicar o significado da relação que vê entre esses conceitos.

Psicologia

Ciência

ComportamentoHumano

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Avaliação do mapa conceitual

Tanto mapas usados por professores como recurso didático como mapas feitos por alunos em uma avaliação têm componentes idiossincráticos.

Isso significa que não existe mapa conceitual essencialmente “correto”. Ou seja, um professor nunca deve apresentar aos alunos o mapa conceitual de um certo conteúdo mas um mapa conceitual para esse conteúdo segundo os significados que ele atribui aos conceitos e às relações significativas entre eles.

De maneira análoga, nunca se deve esperar que o aluno apresente na avaliação o mapa conceitual “correto” de um certo conteúdo. O que o aluno apresenta é o seu mapa e o importante não é se esse mapa está certo ou não, mas sim se ele dá evidências de que o aluno está aprendendo significativamente o conteúdo.

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Naturalmente, o professor ao ensinar tem a intenção de fazer com que o aluno adquira certos significados que são aceitos no contexto da matéria de ensino, que são compartilhados por certa comunidade de usuários. O ensino busca fazer com que o aluno venha também a compartilhar tais significados.

Depreende-se que: mapas conceituais são instrumentos didáticos não usuais, e não se

pode usar os mesmos critérios de avaliação de um teste de múltipla escolha ou um problema numérico.

A análise de mapas conceituais é essencialmente qualitativa. O professor, ao invés de preocupar-se em atribuir um escore ao mapa traçado pelo aluno, deve procurar interpretar a informação dada pelo aluno no mapa a fim de obter evidências de aprendizagem significativa.

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Exemplo de um mapa conceitual simples

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Exemplo de mapa conceitual sobre o mapa conceitual hierárquico

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Algumas utilidades didático – pedagógicas dos Mapas Conceituais

1. Apoio instrucional: neste caso os mapas podem ser usados pontualmente para dar uma instrução sobre uma atividade a ser executada ou para dar orientações sequenciais sobre um determinado tema;

2. Organizadores prévios: este conceito está presente na teoria da aprendizagem significativa de Ausubel quando afirma que o mais importante no ato de ensinar é descobrir o que o aluno já sabe. Neste caso, o mapa pode funcionar como uma ponte cognitiva entre as ideias disponíveis pertinentes dos alunos a nova informacão.

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3. Desenvolvimento dos conteúdos: o conhecimento é dinâmico, está sendo continuamente reconstruído, à medida que ele se envolve em novas experiências e reflete sobre as mesmas. Os mapas conceituais construídos no início em que um determinado tema ou conteúdo podem ser revisados, repensados e reelaborados ao longo das aulas, revelando as mudanças ocorridas na estrutura cognitiva do aluno;4. Hipertextos para EAD: para auxílio na organização e elaboração de hipertextos que forem agregados à estrutura de EAD. Ao serem aplicados na organização de hipertextos, podem auxiliar de maneira substantiva na ativa construção dos conhecimentos dos alunos;

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5. Compartilhar informações: possibilidade de disponibilizar o conhecimento que foi construído para compartilhá-lo. Alguns softwares permitem que após a construção do mapa seja possível transformá-lo em uma página web, numa imagem ou qualquer outro formato que possa ser enviado por correio eletrônico ou publicado num diário digital. O Cmap Tools é um exemplo de software para autoria de Mapas Conceituais desenvolvido pelo Institute for Human Machine Cognition da University of West Florida, sob a supervisão do Dr. Alberto J. Cañas, e permite ao usuário construir, navegar, compartilhar e criticar modelos de conhecimento representados com Mapas Conceituais, e  oferece um ambiente servidor em que os mapas podem ser armazenados e consultados de qualquer ponto da rede.

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6. Portfólio: essa função está relacionada com o uso do mapa para o desenvolvimento dos conteúdos. Utilizando as possibilidades de armazenamento de mapas conceituais de algumas ferramentas, alunos e professores podem acrescentar elementos e conceitos em um mapa e organizá-lo como portfólio de aprendizagem.

7. Reflexão crítica: os alunos podem ser estimulados a refletir sobre o seu processo de pensamento, fazendo registros diários a partir das experiências com os mapas elaborados.

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Universidade Luterana do Brasil - ULBRA Guaíba - Curso Sistemas de Informaçã - Como criar Mapas Conceituais utilizando o CmapTools ohttp://www.ufpel.edu.br/lpd/ferramentas/cmaptools.pdf