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MAPAS MENTAIS COMO RECURSO DIDÁTICO PARA APRENDIZAGEM DE GEOGRAFIA DE ALUNOS DOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL David Luiz Rodrigues de Almeida Mestrando em Geografia pela Universidade Federal da Paraíba - UFPB [email protected] 1. INTRODUÇÃO O presente artigo discute a primeira etapa de realização da pesquisa de dissertação, ainda em andamento, sobre alfabetização cartográfica mediante o uso do recurso didático mapa mental para alunos dos anos iniciais do Ensino Fundamental (EF). Apresentamos dados referentes a realização de uma minipesquisa (pesquisa- piloto) realizada com uma turma de 5º de uma escola municipal da cidade de Campina Grande – PB. A estrutura do texto segue necessariamente os encaminhamentos procedimentais de nossa metodologia de estudo, a pesquisa – ação. A medida que traçamos os passos de nossa investigação explicamos nossas posições metodológicas, teóricas e alguns resultados obtidos. Entendemos a alfabetização cartográfica como uma metodologia para compreensão do espaço geográfico vivido, e é por meio das atividades do cotidiano que propomos os trabalhos com os alunos. Percebemos que para o aluno adquira alguma competência, conhecimento internalizado sobre temas relacionados a Geografia, as habilidades, as circunstâncias práticas para a aplicação do conhecimento devem ser construídas no contexto escolar e aplicados na vida cotidiana. O uso do desenho, recurso popularmente utilizado e discutido em diferentes propostas como dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) pelos pedagogos, professores dos anos iniciais EF, tomam uma nova perspectiva em nossos estudos, onde

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MAPAS MENTAIS COMO RECURSO DIDÁTICO PARA APRENDIZAGEM

DE GEOGRAFIA DE ALUNOS DOS ANOS INICIAIS DO ENSINO

FUNDAMENTAL

David Luiz Rodrigues de Almeida

Mestrando em Geografia pela Universidade Federal da Paraíba - UFPB

[email protected]

1. INTRODUÇÃO

O presente artigo discute a primeira etapa de realização da pesquisa de

dissertação, ainda em andamento, sobre alfabetização cartográfica mediante o uso do

recurso didático mapa mental para alunos dos anos iniciais do Ensino Fundamental

(EF). Apresentamos dados referentes a realização de uma minipesquisa (pesquisa-

piloto) realizada com uma turma de 5º de uma escola municipal da cidade de Campina

Grande – PB.

A estrutura do texto segue necessariamente os encaminhamentos procedimentais

de nossa metodologia de estudo, a pesquisa – ação. A medida que traçamos os passos de

nossa investigação explicamos nossas posições metodológicas, teóricas e alguns

resultados obtidos.

Entendemos a alfabetização cartográfica como uma metodologia para

compreensão do espaço geográfico vivido, e é por meio das atividades do cotidiano que

propomos os trabalhos com os alunos. Percebemos que para o aluno adquira alguma

competência, conhecimento internalizado sobre temas relacionados a Geografia, as

habilidades, as circunstâncias práticas para a aplicação do conhecimento devem ser

construídas no contexto escolar e aplicados na vida cotidiana.

O uso do desenho, recurso popularmente utilizado e discutido em diferentes

propostas como dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) pelos pedagogos,

professores dos anos iniciais EF, tomam uma nova perspectiva em nossos estudos, onde

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delimitamos objetivos e temas relacionados a Geografia compondo uma característica

de mapa.

Seguindo estas orientações elegemos como categorias de análise a toponímia e a

escala geográfica como elemento de análise destas representações. As etapas de nossa

pesquisa sugerem alguns erros de percurso na execução da pesquisa recorrendo na

reavaliação do como fazer e pensar o recurso didático mapas mentais.

2. ITINERÁRIOS METODOLÓGICOS PARA A REALIZAÇÃO DA

PESQUISA

O percurso da investigação referenda, necessariamente, escolhas que partem do

posicionamento do pesquisador. A intenção metodológica parte da revisão crítica do

conhecimento, neste caso geográfico. São delineadosa base do referencial bibliográfico,

os instrumentos para execução e análise dos resultados obtidos.

A reflexão do como fazer segue necessariamente como uma das preocupações das

atividades escolares. Por isso nos propusemos aqui em deixar claro nossas escolhas e os

obstáculos encontrados no caminho, para que os professores possam (re) pensar a

utilização dos mapas mentais em sala de aula no processo de alfabetização cartográfica.

Alguns esclarecimentos fazem-se necessário, visto que, este trabalho transita

entre duas áreas do conhecimento que dialogam, mas também divergem em seus objetos

de estudo, a Geografia e a Pedagogia.Nosso campo de pesquisa é a escola pública, e nos

propomos desenvolver nossas pesquisas COM alunos e professores do 5º ano do EF. Na

grande área da pesquisa social, refletimos então sobre a complexidade e a dialética da

realidade vivida por estes sujeitos.

No desenvolvimento de nosso projeto vinculado a Universidade Federal da

Paraíba, realizamos experiências com a execução de minipesquisas, também conhecida

como pesquisa-piloto baseada na metodologia educacional denominada por pesquisa-

ação.

Entre as definições estabelecidas para a nossa metodologia a destacamos como

uma metodologia cíclica, que não consiste num fim em si mesma, procura unir a

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pesquisa/ o conhecimento (re) construído com a ação/ prática, inserindo o sujeito

pesquisado e o pesquisador, desejando mudar a realidade educacional a respeito da

aprendizagem de Geografia nos anos iniciais (ENGEL, 2000).

Críticas relacionadas às pesquisas sociais e mais especificamente a pesquisa-

ação como a não-universalidade dos resultados obtidos, a visão acerca do bem ou do

mal, certo e errado, da multiplicidade de fatores entre outros como destaca Gil (1999)

podem ser interrogadas, entretanto observamos que a pesquisa-ação relaciona o próprio

percurso da aprendizagem, onde há erros, reavaliações, onde o conhecimento e a prática

devem estar vinculados, possibilitando o aluno e professor estarem no processo de

(re)construção do saber geográfico.

A proposta da realização de nossa investigação passa, resumidamente pelas

seguintes fases: (1) formulação do problema; (2) Delineamento da pesquisa; (3)

Minipesquisa e (4) considerações finais.

2.1 A FORMULAÇÃO DO PROBLEMA

Quando mencionamos a palavra problema, é recorrente pensarmos em angústia,

frustração ou outros sinônimos. Contudo, quando é voltada a ciência tem como

significado uma questão não-resolvida, ou de pouca discussão. Ora é voltada para uma

nova análise de um fato recente, ora visa reavaliar posições, teorias e conceitos já

formulados, em tempo e/ou espaço geográfico distinto.

Todo problema de pesquisa tem uma gênese, um princípio. Esta inquietação

pode ser revelada de diferentes formas. Nossa pesquisa, por exemplo, é relacionada a

experiências realizadas com formandos da escola Normal e alunos dos anos iniciais do

EF da cidade de Campina Grande – PB no período da graduação em licenciatura plena

em Geografia1.

1A experiência com os formandos (nomenclatura dada pela escola) da Escola Normal, alunos que visão seguir carreira na educação infantil e anos iniciais do EF, tinha por objetivo de um projeto de extensão da Universidade Estadual da Paraíba - UEPB, campus Campina Grande, propor metodologias de ensino baseadas em Geotecnologias - tecnologias que enfatizassem o ensino de Geografia. Propusemos então investigar no trabalho de conclusão de curso as reais possibilidades do recurso geotecnológico, para isto

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Nossa questão central é voltada para a maneira de como estabelecer uma

alfabetização cartográfica com os alunos dos anos iniciais do EF mediante o uso do

recurso mapa mental para que possam (re)construir um raciocínio espacial, uma

aprendizagem de assuntos geográficos.

Caracterizar a relevância deste problema corresponde em diagnosticar as

experiências escolares adquiridas em Geografia nos anos iniciais do Ensino

Fundamental, e verificar se a alfabetização cartográfica beneficia o aprendizado de

Geografia neste nível de ensino, representando o interesse dos professores de Pedagogia

que lecionam nesta fase, demonstrando que o mapa não é simplesmente uma imagem

sem sentido nos estudos de geografia.

2.2 DELINEAMENTO DA PESQUISA

Nossa pesquisa parte necessariamente de dois posições complementares para a

análise do problema: de uma pesquisa bibliográfica, que constitui a base para

entendermos outras experiências, delimitarmos os conceitos, teorias e procedimentos

como pela observação realizada mediante as nossasminipesquisas, resultando em um

levantamento das necessidades do grupo ao qual propomos o trabalho com mapas

mentais.

Nossa primeira minipesquisa realizada em novembro de 2013, em uma escola

municipal de Campina Grande – PB estabeleceu como parâmetro o diagnóstico de

representações, utilizando como tema a observação do espaço vivido mediante o trajeto

casa-escola-casa, atividade comumente realizada nos anos iniciais do EF.O público alvo

de nossa pesquisa resultou em uma turma de 5º ano do período da manhã, professora e

alunos.

Para isto recorremos a construção de mapas mentais. Entendemos este recurso

mediante os estudos realizados por Richter (2011) e Kozel (2008) como um recurso

didático que permite a criação de representações, imagens mentais sobre o espaço

realizamos experiência com alunos do 5º ano do EF aumentando ainda mais o interesse pelo ensino de Geografia, especificamente a cartografia escolar.

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vivido ou informado (mediante os diferentes meios de comunicação, TV, internet,

rádio...).

Estas informações mentais transpostas para o papel, procuram ser vinculadas aos

conteúdos geográficos com a finalidade de construção de novas competências para

aprendizagem de alunos dos anos iniciais do EF. A proposta com mapa mental difere-se

das atividades relacionadas ao desenho, mediante aos objetivos propostos pelo professor

e do tema abordado.

Uma representação destinada para escolares, alunos e professores, onde é levado

em consideração o uso do signo, um resultado de uma construção social, possibilitando

um ato consciente e crítico do mapeamento e raciocínio espacial do espaço.

Na lógica do uso do signo, voltamos nossas análises dos mapas mentais

mediante dois autores, o Vigotski (1998) e Bakhtin (2012) ambos vêm no signo a

possibilidade da comunicação social. A unidade dialética das habilidades, inteligência

posta em prática e a competência, o conhecimento, do saber geográfico e do saber

cotidiano que possibilita a comunicação do sujeito e se aprimora na complexidade da

vida social.

Desta maneira a intenção é levar as relações simbólicas espaciais, a

compreensão que os sujeitos adquirem da mesma, suas múltiplas relações para com o

real, considerando o saber e saber-fazer do aluno enquanto sujeito social, que vive,

experiência a sociedade e suas tramas cotidianamente (KOZEL, 2008).

Durante este caminho da construção destes recursos visamos uma alfabetização

cartográfica que corresponde a

[...] uma metodologia que estuda os processos de construção de conhecimentos conceituais e procedimentais que desenvolvem habilidades para que o aluno possa fazer as leituras do mundo por meio das suas representações. É a inteligência espacial e estratégica que permite aos sujeito ler o espaço e pensar a sua Geografia (PASSINI, 2012, p. 13).

Esta proposta faz parte dos encaminhamentos encontrados nos Parâmetros

Curriculares Nacionais – PCN (1998), com na discussão de outras autoras a exemplo de

Simielli (2008) relatam a possibilidade da construção de competências e habilidades por

parte dos alunos no processo de conhecimento mediante o uso da construção de seus

mapas, suas representações.

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Simielli (2008) e Lesann (2011) mencionam que as representações cartográficas

partem dos elementos mais básicos, os desenhos, que correspondem (não

necessariamente) ao cotidiano da criança e aos poucos vão ganhando outros elementos

correspondentes como o tipo de visão (oblíqua, vertical ou horizontal), ao alfabeto

cartográfico (linha, ponto e área), a construção de legendas, a escala (relacionada a

proporção dos elementos representados de caráter lógico matemático) a orientação e

localização.

Escolhemos aqui trabalhar com duas noções básicas pouco discutidas neste

processo de alfabetização cartográfica a toponímia, o nome dado aos lugares, e a escala

geográfica que apresenta o grau de dimensão do fenômeno representado. Observamos

nestas duas noções a relação do sujeito com o espaço.

Ao longo da história, o homem desenvolveu suas atividades de caça, pesca e

coleta de frutos para sua sobrevivência, construiu civilizações, transformou o meio, de

modo a extrair matérias e produzir utensílios necessários para a manutenção do grupo

humano. A capacidade de traçar itinerários, de locomover-se e memorizar o espaço

resulta então na atividade de representação (CLAVAL, 2011).

Batizar o espaço mediante a toponímia, significa então nomear o lugar que

deverá ser entendido coletivamente, mesmo que este saber esteja vinculado a saber

cotidiano/ popular, o que comumente pode ocorrer. Um signo, então só tem significado

quando assim é compreendido coletivamente.

A escala geográfica, comumente relacionada a escala cartográfica - uma relação

matemática de proporção entre o real e o representado - são comumente confundidas. A

nossa análise considera a escala geográfica como um problema da poliformia do espaço,

da grau do fenômeno reconhecido e a natureza de sua amplitude no real (CASTRO,

2008).

Nestas condições a escala aqui destacada, resulta na percepção do aluno.

Consisti no grau de análise da visibilidade espacial onde se pode e deve ser trabalhado

com os alunos, pois na medida que há a possibilidade da representação do mundo em

uma folha de papel o aluno passa a observar os particularismos dos espaços permitindo

Page 7: MAPAS MENTAIS COMO RECURSO DIDÁTICO PARA

outras atribuições como a análise, comparação, interpretação estabelecendo a

possibilidade da argumentação e defesa de ideias a respeito da realidade.

2.3 A MINIPESQUISA

O primeiro passo consistiu na observação participante das aulas. A semana em

questão correspondeu a revisão de assuntos pertencentes a prova Brasil2 e sua

realização, foi observado ainda após o dia da prova uma aula de história e sua respectiva

atividade em grupo. Após a nossa observação e comunicação com os alunos e a

professora tivemos por objetivo realizar os mapas mentais.

Nos foi disponível o tempo de quatro (4) dias para aplicação da proposta. Para a

realização da atividade dividimos a ação em duas partes. A primeira correspondeu a

etapa de representação do trajeto casa-escola-casa em folhas de A4. Esta atividade

resultou em 21 mapas. E a segunda parte consistiu na realização de mapas mentais

emgrupo totalizando a confecção de 5 representações em folhas de papel A3. Para este

artigo iremos nos deter na análise dos mapas da primeira etapa.

Na ocasião alguns alunos haviam faltado, por isto não obtivemos a totalidade de

representações dos alunos daquela turma. Observamos que dos 21 alunos que

representaram este espaço apenas 4 não identificaram o lugar representado em seumapa

mental. Podemos perceber mediante este dado que os alunos compreendem que o fator

do nome caracteriza a singularidade espacial, apresenta suas peculiaridades e reafirmam

sua identidade. Entretanto o uso de signos também foi observado e voltada a uma fala

interior, que segundo Vigotski (1998) consiste no uso de uma palavra compreendida

apenas pelo sujeito que a usa.

2A Prova Brasil é uma avaliação para diagnóstico, desenvolvida pelo Instituto Nacional de Estudos e

Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep/MEC). Têm o objetivo de avaliar a qualidade do ensino oferecido pelo sistema educacional brasileiro a partir de testes padronizados e questionários socioeconômicos. Leva em consideração assuntos relacionados a língua portuguesa, com foco em leitura, e matemática, com foco na resolução de problemas. As médias de desempenho nessas avaliações também subsidiam o cálculo do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), ao lado das taxas de aprovação nessas esferas. Fonte: http://portal.mec.gov.br< acesso: 20.06.2013.

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A figura 1 apresenta um exemplo

Quando perguntamos como poderíamos identificar o lugar por meio de seu mapa

mental, o mesmo indica que um carro, verde limão, estacionado em frente à sua casa

que encontra-se quebrado, serve de ponto de referência para a localização de sua

moradia.

FIGURA 1. MAPA MENTAL

O signo, o carro que é um elemento da realidade

pelo autor como um fator significativo, ainda não apresenta tais características de um

significante social. Não revela uma comunicação entre a intenção

espaço destacado pelo aluno e

mental.Não expressa consenso,

social, deste modo não estabelece um enunciad

(2012).

Entre os erros metodológicos de aplicação da proposta destacamos a falta de

critérios para a realização dos mapas mentais. A falta de orientações escritas, dos

apresenta um exemplo peculiar da fala egocêntrica de um aluno

Quando perguntamos como poderíamos identificar o lugar por meio de seu mapa

mental, o mesmo indica que um carro, verde limão, estacionado em frente à sua casa

se quebrado, serve de ponto de referência para a localização de sua

FIGURA 1. MAPA MENTAL – FALA EGOCÊNTRICA

Fonte: Pesquisa de campo, Novembro de 2013.

o carro que é um elemento da realidade, embora seja compreendido

pelo autor como um fator significativo, ainda não apresenta tais características de um

. Não revela uma comunicação entre a intenção de localização

aluno e a compreensão deste signo pelo

consenso, ideologia entre as partes, pois o carro não é um signo

não estabelece um enunciado, explicita os estudos de Bakht

os erros metodológicos de aplicação da proposta destacamos a falta de

critérios para a realização dos mapas mentais. A falta de orientações escritas, dos

da fala egocêntrica de um aluno.

Quando perguntamos como poderíamos identificar o lugar por meio de seu mapa

mental, o mesmo indica que um carro, verde limão, estacionado em frente à sua casa

se quebrado, serve de ponto de referência para a localização de sua

FALA EGOCÊNTRICA

embora seja compreendido

pelo autor como um fator significativo, ainda não apresenta tais características de um

de localização do

leitor do mapa

pois o carro não é um signo

, explicita os estudos de Bakhtin

os erros metodológicos de aplicação da proposta destacamos a falta de

critérios para a realização dos mapas mentais. A falta de orientações escritas, dos

Page 9: MAPAS MENTAIS COMO RECURSO DIDÁTICO PARA

encaminhamentos do que e como realizar a atividade prejudicaram a realização da

atividade.

Foi observado que os alunos tinham dificuldades em diferenciar os tipos de

escalas geográficas que passavam do nível da casa ao do quarteirão, resultando em

diferentes interpretações.

As nossas análises dos dados mediante a entrevista com os alunos demonstram

que estes não reconheciam um grau de abrangência em suas representações, embora

tivessem estudados nos anos anteriores a escala que parte da sua casa a escala mundo,

notada para os currículos do EF. Em uma de nossas entrevistas questionamos um dos

alunos porque não apresenta em seu mapa o trajeto casa-escola-casa completo, a

respeito desta questão e recebemos a seguinte resposta: “Não sei, porque a folha não era

grande” (Aluno do 5º ano).

Classificamos a escala geográfica em quatro dimensões observadas. Da casa:

onde o único objeto representado consistia na própria moradia do aluno (3 mapas), Da

vizinhança: onde havia elementos vizinhos a casa (7 mapas); Da rua: onde foi

observado moradias, atividades comerciais, pessoas e veículos (6 mapas) e Outra: que

apresentava graus distintos alcançando a proposta da execução do trajeto escolar

realizado (5 mapas), é observado abaixo o gráfico com a quantificação dos critérios de

análise estabelecidos.

A escala geográfica destacada nestas representações demonstra que o campo

fundador para a construção dos mapas mentais foi a percepção, a impressão direta do

real, na escala mais próxima possível. A grande maioria não atendeu aos objetivos, por

não compreendem o grau do fenômeno destacada. Resultando neste caso a peculiaridade

de sua casa a rua de sua moradia. Haviam também representações que destacavam

lugares de localizações diferentes em relação de vizinhança, como a apresentada na

figura 2.

Para a construção de algumas destas noções não-resolvidas nesta primeira

pesquisa investigamos materiais de apoio, relacionando ao uso de mapas existentes

(atlas, mapas murais), uso de recursos disponíveis pelo site do Instituto Brasileiro de

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Geografia e Estatística – IBGE

recurso de apoio para a noção espacial destes alunos.

FIGURA 2. MAPA MENTAL EM COMPARAÇÃO COM MAPA EXISTENTE

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O uso de mapa mental como recurso didático de Cartografia para

ser utilizado na finalidade da construção das habilidades. A toponímia

contexto serve para a localização e identificação dos espaços, possibilita a análise da

classificação e ordenamento do espaço mediante a escala geográfica, est

síntese do espaço segundo o tema abordado, possibilitando a interpretação

estudado.

Todo esforço aplicado neste trabalho considera o início de uma discussão teórica

que replica a necessidade do aprofundamento das questões referentes

potencial do mapa mental enquanto recurso didático para aprendizagem de alunos dos

anos iniciais do Ensino Fundamental

3Encontrado no seguinte link: http://7a12.ibge.gov.br/

IBGE3, construção de maquetes e outros, tornando

recurso de apoio para a noção espacial destes alunos.

MAPA MENTAL EM COMPARAÇÃO COM MAPA EXISTENTE

(LOCALIZAÇÃO)

Fonte: Pesquisa de campo, Novembro de 2013.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O uso de mapa mental como recurso didático de Cartografia para

e da construção das habilidades. A toponímia

localização e identificação dos espaços, possibilita a análise da

classificação e ordenamento do espaço mediante a escala geográfica, est

síntese do espaço segundo o tema abordado, possibilitando a interpretação

Todo esforço aplicado neste trabalho considera o início de uma discussão teórica

que replica a necessidade do aprofundamento das questões referentes

potencial do mapa mental enquanto recurso didático para aprendizagem de alunos dos

anos iniciais do Ensino Fundamental, as dificuldades no percurso em busca de uma

http://7a12.ibge.gov.br/

, construção de maquetes e outros, tornando-se possíveis

MAPA MENTAL EM COMPARAÇÃO COM MAPA EXISTENTE

O uso de mapa mental como recurso didático de Cartografia para escolares pode

e da construção das habilidades. A toponímia que neste

localização e identificação dos espaços, possibilita a análise da

classificação e ordenamento do espaço mediante a escala geográfica, estabelecendo uma

síntese do espaço segundo o tema abordado, possibilitando a interpretação do tema

Todo esforço aplicado neste trabalho considera o início de uma discussão teórica

que replica a necessidade do aprofundamento das questões referentes à pesquisa do

potencial do mapa mental enquanto recurso didático para aprendizagem de alunos dos

, as dificuldades no percurso em busca de uma

Page 11: MAPAS MENTAIS COMO RECURSO DIDÁTICO PARA

proposta de uma realização da atividade e sua análise ainda estão em processo de

investigação.

O que se pode concluir neste primeiro momento é que as atividades relacionadas

ao mapa mental para aprendizagem em Geografia devem articular uma pesquisa COM

alunos dos anos iniciais e seus professores reavaliando os procedimentos de realização

da pesquisa, dos instrumentos utilizados e adequando as categorias de análise para o

auxílio dos professores.

REFERÊNCIAS

BAKHTIN, Mikhail. Marxismo e filosofia da linguagem. 13ª ed. São Paulo: HUCITEC, 2012. BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais:Geografia. 3º e 4º ciclos. Brasília: MEC/SEF, 1998. CLAVAL, Paul. Epistemologia da Geografia. Tradução Margareth de Castro Afeche Pimenta, Joana Afeche Pimenta. Florianópolis: Ed. Da UFSC, 2011. CASTRO, Iná E. de. O problema da escala. In: CASTRO, Iná E. de; GOMES, Paulo C. da C; CORRÊA, Roberto L. (orgs). Geografia: conceitos e temas. 11 ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2008. p. 115 – 140. ENGEL, G. I. Pesquisa-ação. Educar, Curitiba, n. 16, p. 181-191. 2000. Editora da UFPR. Disponível em: http://www.educaremrevista.ufpr.br/arquivos_16/irineu_engel.pdf< acesso em: 17/06/13. KOZEL, Salete. Representação e Ensino: Aguçando o olhar geográfico para os aspectos didático-pedagógicos. In: SERPA, Angela (org.). Espaços culturais:vivencias, imaginações e representações. Salvador: EDUFBA, 2008. p. 71 – 88. LESANN, Janine. Geografia no ensino fundamental I. Belo Horizonte, MG: Fino Traço, 2011. PASSINI, Elza Y. Alfabetização Cartográfica e a aprendizagem de Geografia. São Paulo: Cortez, 2012. RICHTER, Denis. O mapa mental no ensino de geografia: concepções e propostas para o trabalho docente. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2011.

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