Maquinas e equipamentos

Embed Size (px)

Citation preview

SETOR DE MQUINAS E EQUIPAMENTOS AGRCOLAS NO BRASILSETOR DE MQUINAS E EQUIPAMENTOS AGRCOLAS NO BRASIL ..........................................4 1. ESTRUTURA DO MERCADO.........................................................................................................4 1.1. VENDAS DA PRODUO NACIONAL .......................................................................................7 1.1.1. MERCADO INTERNO ...............................................................................................................7 1.1.2. EXPORTAO .......................................................................................................................12 1.1.3. IMPORTAO ........................................................................................................................14 2. ANLISE COMPETITIVA ..............................................................................................................15 2.1 COMRCIO MUNDIAL ...............................................................................................................15 2.2. NDICE DE MECANIZAO ......................................................................................................17 2.3. MODERNIZAO DA FROTA ...................................................................................................26 2.3.1. MERCADO DE MQUINAS USADAS ....................................................................................27 2.3.2. MERCADO DE PEAS DE REPOSIO: .............................................................................28 2.3.3. MERCADO DE IMPLEMENTOS AGRCOLAS.......................................................................28 3. EQUIPAMENTOS AGRCOLAS: CLASSIFICAO E FABRICANTES.......................................28 4. ANLISE ECONMICA DA MECANIZAO ..............................................................................29 4.1. CUSTO TOTAL DE OPERAO MECANIZADA ......................................................................29 4.2. DIMENSIONAMENTO DE PARQUE DE MQUINAS ...............................................................31 4.3. TCNICA DA ORAMENTAO PARCIAL .............................................................................40 5. PREOS .................................................................................................................................42

FIGURA 1.1 FIGURA 1.2 FIGURA 1.3 FIGURA 1.4 FIGURA 2.1 FIGURA 2.2 FIGURA 2.3 FIGURA 2.4 FIGURA 2.5 FIGURA 2.6 -

PARTICIPAO DAS EMPRESAS NAS VENDAS DE TRATORES DE RODAS NACIONAIS E IMPORTADOS NO BRASIL, JAN A JULHO/2010. ...........................5 PARTICIPAO DAS EMPRESAS NAS VENDAS DE COLHEITADEIRAS NACIONAIS E IMPORTADOS NO BRASIL, JAN A JULHO/2010. ...........................5 PARTICIPAO DA INDSTRIA, ATACADO E VAREJO NA EMISSO DE NOTAS FISCAIS DE VENDA DE MQUINAS AGRCOLAS NO BRASIL. ............10 PARTICIPAO DOS IMPOSTOS NO PREO AO CONSUMIDOR DE VECULOS AUTOMOTIVOS NO BRASIL, 2003, 2008 e JAN a JUN/2009. ..........11 NDICES DE MECANIZAO (HECTARES ARVEIS POR TRATOR) EM REGIES E PASES SELECIONADOS, 2002. ......................................................17 NDICES DE MECANIZAO (HECTARES COLHIDOS POR COLHEITADEIRA) EM REGIES E PASES SELECIONADOS, 2002. ................18 DISTRIBUIO ESPACIAL DA FROTA BRASILEIRA DE TRATORES, PRINCIPAIS ESTADOS, 2006. ...............................................................................20 NDICE DE MECANIZAO (HECTARES POR TRATOR) SEGUNDO AS REGIES BRASILEIRAS, 1996 E 2006. ................................................................20 NDICE DE MECANIZAO (HECTARES POR TRATOR) SEGUNDO OS ESTADOS BRASILEIROS, 2006. ...........................................................................21 DISTRIBUIO ESPACIAL DA FROTA BRASILEIRA DE MQUINAS PARA COLHEITA, PRINCIPAIS ESTADOS, 2006. ...........................................................23

AGRONEGCIOS UFPR MQUINAS E EQUIPAMENTOS OUTUBRO/2010

i

FIGURA 2.7 FIGURA 2.8 FIGURA 5.1 FIGURA 5.2 -

NDICE DE MECANIZAO (HECTARES POR MQUINA PARA COLHEITA) SEGUNDO AS REGIES BRASILEIRAS, 1996 E 2006. .......................................23 NDICE DE MECANIZAO (HECTARES POR MQUINA PARA COLHEITA) SEGUNDO OS ESTADOS BRASILEIROS, 2006. ..................................................24 EVOLUO DOS PREOS MDIOS MENSAIS DE TRATOR MDIO (75 CV, 2X4) NO PARAN, JANEIRO DE 1985 A AGOSTO DE 2010. ..............................42 EVOLUO DOS PREOS MDIOS MENSAIS DE COLHEITADEIRA PARA CEREAIS, PLATAFORMA PARA SOJA (120 CV) NO PARAN, JANEIRO DE 1985 A AGOSTO DE 2010. .....................................................................................42 EVOLUO DA RELAO DE TROCA ENTRE A SOJA E O TRATOR (75 CV, 2X4) E A COLHEITADEIRA, NO PARAN, JANEIRO DE 1985 A AGOSTO DE 2010. ........................................................................................................................43

FIGURA 5.3 -

TABELA 1.1 - INDICADORES DE OFERTA E DEMANDA DE MQUINAS AGRCOLAS NO BRASIL, JAN A JULHO/2010. ...................................................................................4 TABELA 1.2 - VENDAS DE TRATORES DE RODAS E COLHEITADEIRAS NACIONAIS E IMPORTADAS NO BRASIL, POR EMPRESA E PARTICIPAO NO MERCADO, JAN A JULHO/2010. .............................................................................4 TABELA 1.3 - EVOLUO DAS VENDAS INTERNAS DE TRATORES E COLHEITADEIRAS NACIONAIS NO BRASIL, MDIAS ANUAIS PARA PERODOS SELECIONADOS, E 2000 A 2010. ...........................................................................7 TABELA 1.4 - VENDAS DE TRATORES DE RODAS NACIONAIS NO BRASIL, POR EMPRESA E PARTICIPAO NO MERCADO, DE JAN A JUL/2010. ....................8 TABELA 1.5 - VENDAS DE TRATORES DE RODAS NO BRASIL POR EMPRESA E POR POTNCIA DO MOTOR, JAN A JUL/2010. ..............................................................8 TABELA 1.6 - PARTICIPAO DAS EMPRESAS NAS VENDAS DE TRATORES DE RODAS NO BRASIL POR POTNCIA DO MOTOR, JAN A JUL/2010..................................8 TABELA 1.7 - VENDAS DE COLHEITADEIRAS NACIONAIS NO BRASIL, POR EMPRESA E PARTICIPAO NO MERCADO, JAN A JUL/2010. ................................................9 TABELA 1.8 - EVOLUO DOS IMPOSTOS INCIDENTES SOBRE A COMERCIALIZAO DE MQUINAS AGRCOLAS NO BRASIL, E PARTICIPAO DOS IMPOSTOS NO PREO AO CONSUMIDOR, PERODOS SELECIONADOS. .....10 TABELA 1.9A - VALOR DO COMRCIO EXTERIOR BRASILEIRO DE MQUINAS AGRCOLAS, MDIAS ANUAIS PARA PERODOS SELECIONADOS E DE 2002 A 2004. ...........................................................................................................12 TABELA 1.9B - VALOR DO COMRCIO EXTERIOR BRASILEIRO DE MQUINAS AGRCOLAS AUTOMOTRIZES E SEUS COMPONENTES, DE EMPRESAS ASSOCIADAS A ANFAVEA, 1990 A 2009..............................................................12 TABELA 1.10 - EXPORTAES BRASILEIRAS DE TRATORES DE RODAS POR EMPRESA E POR POTNCIA DO MOTOR, DE JAN A JUL/2010. .........................................13 TABELA 1.11 - PARTICIPAO DAS EMPRESAS NAS EXPORTAES BRASILEIRAS DE TRATORES DE RODAS POR POTNCIA DO MOTOR, JAN A JUL/2010. ..........13 TABELA 1.12 - EXPORTAES BRASILEIRAS DE COLHEITADEIRAS POR EMPRESA E PARTICIPAO NO MERCADO, JAN A JUL/2010. ..............................................14 TABELA 1.13 - IMPORTAES BRASILEIRAS DE TRATORES DE RODAS E COLHEITADEIRAS, POR EMPRESA E PARTICIPAO NO MERCADO, JAN A JUL/2010. .............................................................................................................14 TABELA 2.1 - EXPORTAES E IMPORTAES DE TRATORES SEGUNDO AS PRINCIPAIS REGIES DO MUNDO, 2007. ...........................................................15

AGRONEGCIOS UFPR MQUINAS E EQUIPAMENTOS OUTUBRO/2010

ii

TABELA 2.2 - EXPORTAES DE TRATORES SEGUNDO OS PRINCIPAIS PASES, 2007. ..15 TABELA 2.3 - IMPORTAES DE TRATORES SEGUNDO OS PRINCIPAIS PASES, 2004. ...16 TABELA 2.4 - EVOLUO DA FROTA DE TRATORES DE RODA, REA ARVEL E NDICE DE MECANIZAO NO BRASIL, ANOS SELECIONADOS. .................................17 TABELA 2.5 - FROTA DE TRATORES, REA CULTIVADA COM 18 PRODUTOS E NDICE DE MECANIZAO NO BRASIL. ...........................................................................19

TABELA 2.6 - NMERO DE MQUINAS PARA COLHEITA, REA CULTIVADA COM 09 PRODUTOS E NDICE DE MECANIZAO NO BRASIL. .....................................22 TABELA 2.9 - FROTA BRASILEIRA DE COLHEDORAS DE CANA-DE-ACAR, POR MARCA COMERCIAL, SAFRA 99/00. ....................................................................25 TABELA 2.10 - FROTA BRASILEIRA DE COLHEDORAS DE CANA-DE-ACAR, REA CULTIVADA E NDICE DE MECANIZAO DA COLHEITA DE CANA-DEACAR, ESTADOS BRASILEIROS, SAFRA 00/01. ............................................25 TABELA 2.11 - FREQNCIA DE RESPOSTAS INDICANDO QUANDO OS PRODUTORES RURAIS ADQUIRIRAM SEU LTIMO TRATOR NOVO, SAFRAS 91/92 E 98/99. .......................................................................................................................26 TABELA 2.12 - FINANCIAMENTOS CONCEDIDOS A PRODUTORES RURAIS PARA A AQUISIO DE MQUINAS E EQUIPAMENTOS AGRCOLAS NO BRASIL COM RECURSOS DO CRDITO RURAL, 2009. ...................................................27 TABELA 4. 1 - PARQUE DE MQUINAS E TERRA. .......................................................................31 TABELA 4.2 - UTILIZAO DE MQUINAS E EQUIPAMENTOS POR OPERAO, EM HORA/MQUINA/HA NA CULTURA DA SOJA ......................................................32 TABELA 4.3 - UTILIZAO DE MQUINAS E EQUIPAMENTO POR OPERAO, EM HORA/MQUINA/HA NA CULTURA DO MILHO ...................................................32 TABELA 4.4 - UTILIZAO DE MQUINAS E EQUIPAMENTO POR OPERAO, EM HORA/MQUINA/HA NA CULTURA DO TRIGO ...................................................33 TABELA 4.5 - UTILIZAO DE MQUINAS E EQUIPAMENTO POR OPERAO, EM HORA/MQUINA/HA NA CULTURA DA AVEIA .....................................................33 TABELA 4.6 - UTILIZAO DE MQUINAS E EQUIPAMENTO POR OPERAO, EM HORA/MQUINA NA PROPRIEDADE ...................................................................34 TABELA 4.7 - CRONOGRAMA DAS OPERAES MECANIZADAS DA PROPRIEDADE EXEMPLO ...............................................................................................................34 TABELA 4.8 - CRONOGRAMA DAS OPERAES MECANIZADAS DA PROPRIEDADE ............35 TABELA 4.9 - UTILIZAO, DISPONIBILIDADE E SALDO EM HORAS DO TRATOR DE 87 CV ............................................................................................................................36 TABELA 4.10 - UTILIZAO, DISPONIBILIDADE E SALDO EM HORAS DOS 2 TRATORES DE 75 CV .................................................................................................................37 TABELA 4.10 - UTILIZAO, DISPONIBILIDADE E SALDO EM HORAS DOS 2 TRATORES DE 75 CV cont. .....................................................................................................38 TABELA 4.11 - UTILIZAO, DISPONIBILIDADE E SALDO EM HORAS DA COLHEITADEIRA .39

AGRONEGCIOS UFPR MQUINAS E EQUIPAMENTOS OUTUBRO/2010

iii

SETOR DE MQUINAS E EQUIPAMENTOS AGRCOLAS NO BRASILProf. Dra. Melissa Watanabe1 Prof. Ms. Diana de Medeiros Baptista 2 Prof. Dr. Jos Roberto Canziani3 Prof. Dr. Vania di Addario Guimares4

1. ESTRUTURA DO MERCADOTABELA 1.1 Item Produo Interna (A) Vendas de nacionais no mercado interno (B) Exportao (C) Produo interna comercializada (B+C) Variao de Estoques (A-B-C)

INDICADORES DE OFERTA E DEMANDA DE MQUINAS AGRCOLAS NO BRASIL, JAN A JULHO/2010.Tratores de rodas 42.984 34.312 7.298 41.610 1.374 Colheitadeiras 3.656 2.329 1.014 3.343 313 28 2.357 Tratores de Esteira 1.058 462 779 1.241 -183 41 503 Cultivadores Motorizados 1.142 1.045 128 1.173 -31 0 1.045

Importao (D) 265 Vendas totais no mercado 34.577 interno (B+D) Fonte: ANFAVEA (www.anfavea.com.br)

TABELA 1.2 -

VENDAS DE TRATORES DE RODAS E COLHEITADEIRAS NACIONAIS E IMPORTADAS NO BRASIL, POR EMPRESA E PARTICIPAO NO MERCADO, JAN A JULHO/2010.TRATORES DE RODAS COLHEITADEIRAS UNIDADES 363 820 109 740 0 325 0 2.357 PART % 15,4 34,8 4,6 31,4 0,0 13,8 0,0 100 UNIDADES PART % 30,4 22,5 24,2 13,4 3,4 2,0 4,1 100

EMPRESA/PRODUTO

Agco 10.505 CNH New Holland 7.778 Valtra 8.376 John Deere 4.639 Agrale 1.165 CNH Case 685 Outras empresas 1.429 TOTAL 34.577 Fonte: ANFAVEA (www.anfavea.com.br)1 2

Pesquisadora do Departamento de Economia Rural e Extenso da Universidade Federal do Paran. Pesquisadora do Departamento de Economia Rural e Extenso da Universidade Federal do Paran. 3 Professor Adjunto do Departamento de Economia Rural e Extenso da Universidade Federal do Paran 4 Professora Adjunta do Departamento de Economia Rural e Extenso da Universidade Federal do Paran

AGRONEGCIOS UFPR MQUINAS E EQUIPAMENTOS OUTUBRO/2010

4

FIGURA 1.1 -

PARTICIPAO DAS EMPRESAS NAS VENDAS DE TRATORES DE RODAS NACIONAIS E IMPORTADOS NO BRASIL, JAN A JULHO/2010.

FIGURA 1.2 -

PARTICIPAO DAS EMPRESAS NAS VENDAS DE COLHEITADEIRAS NACIONAIS E IMPORTADOS NO BRASIL, JAN A JULHO/2010.

AGRONEGCIOS UFPR MQUINAS E EQUIPAMENTOS OUTUBRO/2010

5

Comentrios sobre as tabelas 1.1 e 1.2 e figuras 1.1 e 1.2. O Brasil autosuficiente na produo de mquinas agrcolas. O pas tambm um exportador lquido de tratores e colheitadeiras. De Janeiro a julho de 2010, o Brasil exportou 16,98% da produo interna de tratores de rodas que totalizou 42,9 mil unidades; 27,7% da produo de colheitadeiras de 3,6 mil unidades, e 73,6% da produo de tratores de esteiras de 1.058 unidades. De janeiro a julho de 2010, das mquinas agrcolas comercializadas no pas, quase a totalidade era de fabricao nacional, com participao de 99,2% nas vendas totais de tratores de rodas, 98,8% nas vendas de colheitadeiras e 91,8% nas vendas totais de tratores de esteira no mercado interno. O mercado de mquinas agrcola relativamente concentrado no Brasil. No segmento de tratores de rodas e colheitadeiras, a participao das 4 maiores empresas no mercado de 90,5% e 86,2% do total, respectivamente. A empresa Agco (que detm a marca Massey Fergusson) lider no mercado de tratores de rodas (participando com 30,4% das vendas totais de janeiro a julho de 2010, que totalizou 10.505 unidades) e ocupa a terceira posio no mercado de colheitadeiras (com participao de 15,4% das vendas totais deste segmento no mesmo perodo, que totalizou 363 unidades). A empresa New Holland ocupa a primeira posio no mercado de colheitadeiras e o segundo lugar no mercado de tratores de rodas no Brasil (jan a jul/2010), com participaes de 34,8% e 22,5%, respectivamente. A empresa Valtra (marca Valmet) atua principalmente no mercado de tratores, ocupando a terceira posio no ranking deste segmento, com participao de 24,2%. A empresa John Deere a segunda colocada no mercado de colheitadeiras (31,4%) e a quarta posio no mercado de tratores (13,4%). No mercado de tratores de rodas, outras empresas de menor porte, participaram com os restantes 9,7% das vendas totais (em unidades) realizadas no mercado interno de janeiro a julho de 2010.

AGRONEGCIOS UFPR MQUINAS E EQUIPAMENTOS OUTUBRO/2010

6

1.1. VENDAS DA PRODUO NACIONAL 1.1.1. MERCADO INTERNOTABELA 1.3 EVOLUO DAS VENDAS INTERNAS DE TRATORES E COLHEITADEIRAS NACIONAIS NO BRASIL, MDIAS ANUAIS PARA PERODOS SELECIONADOS, E 2000 A 2010. em mil unidadesTratores de rodas 30,2 55,4 39,1 42,3 24,3 20,8 40,5 40,9 35,6 50,7 66,5 55,0 34,3 Colheitadeiras n.d. 4,7 4,7 6,1 3,2 3,3 7,2 4,2 2,3 5,1 8,4 4,5 2,3

Perodo 1970 - 74 1975 - 79 1980 - 84 1985 - 89 1990 - 94 1995 - 99 2000 - 04 2005 2006 2007 2008 2009 2010 at julho

Fonte: ANFAVEA (www.anfavea.com.br) n.d = dado no disponvel

Comentrios sobre a tabela 1.3 No Brasil as vendas de tratores de rodas de fabricao nacional atingiram o recorde de 66,5 mil unidades no ano de 2008, em linha com os altos preos das commodities nos mercados nacional e internacional. Em 2009 houve uma queda nas vendas com 55 mil unidades vendidas, em funo da crise financeira internacional e a conseqente reduo no nvel de investimentos. J em 2010 (janeiro a julho) as vendas foram na ordem de 34,3 mil unidades o que demonstra um reaquecimento do setor. Em termos anuais o pior momento do setor ocorreu na segunda metade da dcada de 90, quando as vendas de tratores de rodas no mercado interno foram de apenas 16,1 mil unidades por ano. No mercado de colheitadeiras, o melhor desempenho das vendas ocorreu no quinqunio 1985-89, com vendas mdias de 5,3 mil unidades por ano. O pior momento ocorreu no quinqunio 1995-99, com vendas de 1,9 mil unidades por ano. Aps a pior crise da histria do setor de mquinas agrcolas no Brasil em 1996, as vendas internas voltaram a crescer nos anos 2000, mas com alguns altos e baixos. No caso dos tratores de rodas, as vendas passaram de apenas 10,3 mil unidades em 1996 e caram a 35,6 mil unidades (de fabricao nacional) vendidas no mercado interno em 2006 e voltaram a crescer para atingir o recorde de 66,5 mil em 2008.

AGRONEGCIOS UFPR MQUINAS E EQUIPAMENTOS OUTUBRO/2010

7

TABELA 1.4 -

VENDAS DE TRATORES DE RODAS NACIONAIS NO BRASIL, POR EMPRESA E PARTICIPAO NO MERCADO, DE JAN A JUL/2010.VENDAS (em unidades) 10.505 8.376 7.742 4.639 1.165 576 1.429 34.432 PARTICIPAO (%) 30,5 24,3 22,5 13,5 3,4 1,7 4,2 100

EMPRESA

Agco Valtra CNH New Holland John Deere Agrale CNH Case Outras empresas TOTAL Fonte: ANFAVEA (www.anfavea.com.br)

TABELA 1.5 -

VENDAS DE TRATORES DE RODAS NO BRASIL POR EMPRESA E POR POTNCIA DO MOTOR, JAN A JUL/2010.CATEGORIA TOTAL 10.505 7.742 8.376 4.519 1.165 576 1.429 34.312

EMPRESA

AT 49 CV DE 50 A 99 CV DE 100 A 199 CV ACIMA DE 200 CV Agco 8.058 2.403 44 CNH New Holland 5.910 1.832 Valtra 4.396 3.980 John Deere 2.581 1.648 290 Agrale 503 506 156 99 304 173 CNH Case 277 1.152 Outras empresas 780 22.702 10.323 507 TOTAL Fonte: ANFAVEA (www.anfavea.com.br)

TABELA 1.6 -

PARTICIPAO DAS EMPRESAS NAS VENDAS DE TRATORES DE RODAS NO BRASIL POR POTNCIA DO MOTOR, JAN A JUL/2010.TOTAL 30,6% 22,6% 24,4% 13,2% 3,4% 1,7% 4,2% 100,0%

CATEGORIA AT 49 CV DE 50 A 99 CV DE 100 A 199 CV ACIMA DE 200 CV Agco 0,0% 35,5% 23,3% 8,7% CNH New Holland 0,0% 26,0% 17,7% 0,0% Valtra 0,0% 19,4% 38,6% 0,0% John Deere 0,0% 11,4% 16,0% 57,2% Agrale 64,5% 2,2% 1,5% 0,0% CNH Case 0,0% 0,4% 2,9% 34,1% Outras empresas 35,5% 5,1% 0,0% 0,0% TOTAL 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% Fonte: ANFAVEA (www.anfavea.com.br) EMPRESA

Comentrios sobre as tabelas 1.4 a 1.6 Mais da metade (66,2%) dos tratores de rodas fabricados e vendidos no mercado interno de janeiro a julho de 2010 tinham potncia entre 50 a 99 CV (22,7 mil unidades). A segunda categoria mais vendida (30,1% do total ou cerca de 10,3 mil unidades) tinha potncia entre 100 a 199 CV.

AGRONEGCIOS UFPR MQUINAS E EQUIPAMENTOS OUTUBRO/2010

8

Tratores de rodas com potncia de motor abaixo de 49 CV e acima de 200 CV representaram apenas 2,3% (780 unidades) e 1,5% (507 unidades), respectivamente, das vendas totais no pas de janeiro a julho de 2010. O mercado brasileiro de microtratores (at 49 CV) composto principalmente por duas empresas: a lder Agrale, que detm 64,5% das vendas totais, e a empresa Yanmar, que ocupa a segunda colocao neste nicho de mercado. No segmento de pequenos tratores de rodas (de 50 a 99 CV) a lder de mercado a Agco (Massey Ferguson), que detm 35,5% das vendas totais de janeiro a julho de 2010, seguida pelas marcas CNH New Holland e Agco com 26% e 23,3% respectivamente. A marca de tratores Valtra lder (com 38,6% das vendas de janeiro a julho de 2010) no segmento de mdios e grandes tratores de rodas (de 100 a 199 CV). Neste segmento, a Agco ocupa a segunda posio com 23,3%, seguida pela CNH New Holland com 17,7% e John Deere com 16%. No Brasil, tratores de rodas com potncia de motor acima de 200CV so produzidos por trs empresas: a John Deere, que detm 57,2% do mercado; a CNH New Holland com 34,1% e a Agco com 8,7%. Em unidades totais vendidas de janeiro a julho de 2010 no mercado interno, a liderana no mercado de tratores da Agco (30,6%), seguida pela CNH New Holland (22,6%), Valtra (24,4%) e John Deere (13,2%).

TABELA 1.7 -

VENDAS DE COLHEITADEIRAS NACIONAIS NO BRASIL, POR EMPRESA E PARTICIPAO NO MERCADO, JAN A JUL/2010.VENDAS (em unidades) 798 738 363 321 109 0 2.329 PARTICIPAO (%) 34,3 31,7 15,6 13,8 4,7 0,0 100

EMPRESA CNH New Holland John Deere Agco CNH Case Valtra Agrale TOTAL

Fonte: ANFAVEA (www.anfavea.com.br)

Comentrios sobre a tabela 1.7 As colheitadeiras CNH New Holland lideraram (com 34,4%) as vendas no Brasil de janeiro a julho de 2010. O segundo lugar em vendas no pas no mesmo perodo foi ocupado pelas colheitadeiras John Deere (31,7%), seguido pelas colheitadeiras Agco (15,6%).

AGRONEGCIOS UFPR MQUINAS E EQUIPAMENTOS OUTUBRO/2010

9

FIGURA 1.3 -

PARTICIPAO DA INDSTRIA, ATACADO E VAREJO NA EMISSO DE NOTAS FISCAIS DE VENDA DE MQUINAS AGRCOLAS NO BRASIL.

TABELA 1.8 -

EVOLUO DOS IMPOSTOS INCIDENTES SOBRE A COMERCIALIZAO DE MQUINAS AGRCOLAS NO BRASIL, E PARTICIPAO DOS IMPOSTOS NO PREO AO CONSUMIDOR, PERODOS SELECIONADOS.1999 A 2001 5,00% 7,00% 0,65% 3,00% 16,40% 2002 A 2003 5,00% 7,00% 4,29% 14,30% 2004 A 2010 0,00% 7,00% 6,02% 12,00%

IMPOSTO/PERODO 1993 A 1998 0,00% IPI 7,00% ICMS 0,65% PIS 2,00% COFINS Participao dos impostos 11,80% no preo ao consumidor Fonte: ANFAVEA (www.anfavea.com.br) Obs: 2010 (at julho).

AGRONEGCIOS UFPR MQUINAS E EQUIPAMENTOS OUTUBRO/2010

10

FIGURA 1.4 -

PARTICIPAO DOS IMPOSTOS NO PREO CONSUMIDOR DE VECULOS AUTOMOTIVOS BRASIL, 2003, 2008 e JAN a JUN/2009.

AO NO

Fonte: ANFAVEA (www.anfavea.com.br)

Comentrios sobre a tabela 1.8 e figuras 1.3 e 1.4 Na venda de mquinas agrcolas no Brasil, estima-se que 50% sejam faturadas (emisso da nota fiscal) diretamente pela indstria, 40% sejam faturadas pelos distribuidores e apenas 10% por estabelecimentos varejistas. Na comercializao de mquinas agrcolas no Brasil estima-se que 12,0% do preo final pago pelo consumidor sejam impostos. Segundo a Anfavea, at julho de 2010, incidiam os seguintes impostos/contribuies sobre as mquinas agrcolas: Imposto sobre produtos industrializados - IPI (0%); Imposto sobre Circulao de Mercadorias e Servios - ICMS (7% = mdia nacional); PIS/COFINS (6,02%). Dentre os veculos automotivos, os tratores so aqueles que possuem a menor incidncia de impostos no Brasil (12,0% do preo final). Para os demais veculos tm-se a seguinte carga tributria sobre o preo final em maro de 2010: nibus (16,9%); caminhes (18,7%); comerciais leves (24,7%); automveis de 1000cc lcool (24,4%) e gasolina (27,1%); automveis de 1000cc a 2.000cc lcool (27,1%) e gasolina (30,4%); automveis com mais de 2.000cc lcool (33,1%) e gasolina (36,4%)

AGRONEGCIOS UFPR MQUINAS E EQUIPAMENTOS OUTUBRO/2010

11

1.1.2. EXPORTAOTABELA 1.9A - VALOR DO COMRCIO EXTERIOR BRASILEIRO DE MQUINAS AGRCOLAS, MDIAS ANUAIS PARA PERODOS SELECIONADOS E DE 2002 A 2004. em mil dlaresPERODO EXPORTAO(A) IMPORTAO(B) SALDO (A-B) COMRCIO (A+B) 1972 a 1976 42.516 766.694 -724.178 809.210 1977 a 1981 319.255 701.566 -382.311 1.020.821 1982 a 1986 310.339 297.608 12.730 607.947 1987 a 1991 481.234 441.422 39.812 922.657 1992 a 1996 561.880 912.767 -350.888 1.474.647 1997 a 2001 756.484 1.726.712 -970.227 2.483.196 2002 918.704 1.717.191 -798.487 2.635.895 2003 1.483.433 2.423.218 -939.785 3.906.651 2004 2.341.285 3.837.154 -1.495.869 6.178.439Fonte: FAOSTAT (www.fao.org)

TABELA 1.9B - VALOR DO COMRCIO EXTERIOR BRASILEIRO DE MQUINAS AGRCOLAS AUTOMOTRIZES E SEUS COMPONENTES, DE EMPRESAS ASSOCIADAS A ANFAVEA, 1990 A 2009. em US$ milPERODO EXPORTAO(A) IMPORTAO(B) 1990 512 200 1991 258 88 1992 364 107 1993 305 170 1994 454 316 1995 449 279 1996 595 259 1997 759 613 1998 740 705 1999 450 486 2000 465 451 2001 518 482 2002 580 573 2003 962 774 2004 1.728 1.097 2005 2.051 934 2006 2.040 1.024 2007 2.577 1.637 2008 3.048 2.618 2009 1.268 1.189 Fonte: ANFAVEA (www.anfavea.com.br) SALDO (A-B) 312 170 257 135 138 170 336 146 35 -36 14 36 7 188 631 1.117 1.016 940 430 79 COMRCIO (A+B) 712 346 471 475 770 728 854 1.372 1.445 936 916 1.000 1.153 1.736 2.825 2.985 3.064 4.214 5.666 2.457

Comentrios sobre a tabela 1.9A e 1.9B Segundo dados da FAO, as exportaes brasileiras de mquinas agrcolas apresentaram um crescimento progressivo a partir dos anos 80, e chegaram

AGRONEGCIOS UFPR MQUINAS E EQUIPAMENTOS OUTUBRO/2010

12

a superar 1 bilho de dlares no ano de 2003. As importaes de mquinas agrcolas ganharam impulso a partir da abertura comercial nos anos 90, dobrando de valor mdio anual entre os quinqunios de 1987-1991 e 19921996. A valorizao do real frente ao dlar no aps 1994 resultou em uma mudana na balana comercial do setor em relao aos anos anteriores, gerando dficits consecutivos. Em 2004, pela desvalorizao do real frente ao dlar, o dficit comercial chegou a 1,4 bilho de dlares. Segundo a ANFAVEA, as exportaes brasileiras de mquinas agrcolas automotrizes e seus componentes atingiram 3,05 bilhes de dlares em 2008 e as importaes 2,62 bilhes de dlares, gerando um saldo comercial de 430 milhes de dlares e um intercmbio comercial de 3,48 bilhes de dlares. Em 2009, devido a crise econmica, houve um recuo das exportaes para 1,3 bilhes de dlares e uma importao de 1,2 bilhes de dlares, caindo o saldo comercial para 79 milhes de dlares.

TABELA 1.10 - EXPORTAES BRASILEIRAS DE TRATORES DE RODAS POR EMPRESA E POR POTNCIA DO MOTOR, DE JAN A JUL/2010.CATEGORIA TOTAL AT 49 CV DE 50 A 99 CV DE 100 A 199 CV ACIMA DE 200 CV Agco 2.010 1.279 15 3.304 CNH New Holland 637 1.218 1.855 John Deere 477 587 103 1.167 Valtra 178 636 814 CNH Case 16 90 25 131 Agrale 4 23 27 TOTAL 4 3.318 3.833 143 7.298 EMPRESA

Fonte: ANFAVEA (www.anfavea.com.br)

TABELA 1.11 - PARTICIPAO DAS EMPRESAS NAS EXPORTAES BRASILEIRAS DE TRATORES DE RODAS POR POTNCIA DO MOTOR, JAN A JUL/2010.CATEGORIA AT 49 CV DE 50 A 99 CV DE 100 A 199 CV ACIMA DE 200 CV Agco 0,0% 60,6% 33,4% 10,5% CNH New Holland 0,0% 19,2% 31,8% 0,0% John Deere 0,0% 14,4% 15,3% 72,0% Valtra 0,0% 5,4% 16,6% 0,0% CNH Case 0,0% 0,5% 2,3% 17,5% Agrale 100,0% 0,0% 0,6% 0,0% TOTAL 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% EMPRESA TOTAL 45,3% 25,4% 16,0% 11,2% 1,8% 0,4% 100,0%

Fonte: ANFAVEA (www.anfavea.com.br)

AGRONEGCIOS UFPR MQUINAS E EQUIPAMENTOS OUTUBRO/2010

13

TABELA 1.12 - EXPORTAES BRASILEIRAS DE COLHEITADEIRAS POR EMPRESA E PARTICIPAO NO MERCADO, JAN A JUL/2010.EMPRESA John Deere CNH Case CNH New Holland Agco Valtra Agrale TOTALFonte: ANFAVEA (www.anfavea.com.br)

EXPORTAO(unidades) 543 181 162 118 10 0 1.014

PARTICIPAO (%) 53,6 17,9 16,0 11,6 1,0 0,0 100

1.1.3. IMPORTAOTABELA 1.13 - IMPORTAES BRASILEIRAS DE TRATORES DE RODAS E COLHEITADEIRAS, POR EMPRESA E PARTICIPAO NO MERCADO, JAN A JUL/2010.TRATORES DE RODAS UNIDADES PART % John Deere 120 45,3 CNH Case 109 41,1 CNH New Holland 36 13,6 Agco 0 0,0 TOTAL 265 100 Fonte: ANFAVEA (www.anfavea.com.br) EMPRESA/PRODUTO COLHEITADEIRAS UNIDADES PART % 2 7,1 4 14,3 22 78,6 0 0,0 28 100

Comentrios sobre as tabela 1.10 a 1.13 No Brasil, a empresa Agco a mais representativa na venda de tratores de rodas ao exterior, participando com quase metade (45,3%) do total de unidades exportadas de janeiro a julho de 2010. As empresas CNH New Holland e John Deere, vm em seguida, com participaes de 25,4% e 16%, respectivamente. Nas exportaes brasileiras de colheitadeiras a empresa lder, de janeiro a julho de 2010 foi a John Deere, que vendeu ao exterior mais da metade (53,6%) do total. Na seqncia do ranking de exportaes de colheitadeiras aparecem as empresas, CNH Case e a CNH New Holland, responderam por 17,9% e 16%, respectivamente. De janeiro a julho de 2010, no segmento de tratores de rodas, a principal marca importada foi a John Deere com 120 unidades. Em seguida vieram a CNH Case e CNH New Holland com 109 e 36 unidades, respectivamente. No segmento de colheitadeiras, a marca CNH New Holland registrou importao de 22 unidades de janeiro a julho de 2010.

AGRONEGCIOS UFPR MQUINAS E EQUIPAMENTOS OUTUBRO/2010

14

2. ANLISE COMPETITIVA

2.1 COMRCIO MUNDIAL

TABELA 2.1 -

EXPORTAES E IMPORTAES DE TRATORES SEGUNDO AS PRINCIPAIS REGIES DO MUNDO, 2007. em milhes de dlaresEXPORTAO Valor % 11.705 62,4% 3.319 17,7% 2.983 15,9% 639 3,4% 77 0,4% 27 0,1% 18.752 100,0% IMPORTAO Valor % 10.077 53,7% 3.997 21,3% 1.634 8,7% 712 3,8% 744 4,0% 481 2,6% 17.677 94,3%

REGIO Europa Amrica do Norte e Central sia Amrica do Sul frica Oceania Mundo Fonte: FAO (www.fao.org)

TABELA 2.2 -

EXPORTAES DE TRATORES SEGUNDO OS PRINCIPAIS PASES, 2007. em milhes de dlaresVALOR 3.607 2.974 1.850 1.783 1.655 1.231 895 625 534 532 3.067 18.752 PART ICIPAO (%) 19,2% 15,9% 9,9% 9,5% 8,8% 6,6% 4,8% 3,3% 2,8% 2,8% 16,4% 100,0%

PASES Alemanha Estados Unidos Itlia Japo Reino Unido Frana Bielorrssia Brasil Finlndia ustria Outros pases MundoFonte: FAO (www.fao.org)

AGRONEGCIOS UFPR MQUINAS E EQUIPAMENTOS OUTUBRO/2010

15

TABELA 2.3 -

IMPORTAES DE TRATORES SEGUNDO OS PRINCIPAIS PASES, 2004. em milhes de dlaresVALOR 2.829 1.330 962 914 903 862 501 490 474 427 58 7.925 17.677 PARTICIPAO (%) 16,0% 7,5% 5,4% 5,2% 5,1% 4,9% 2,8% 2,8% 2,7% 2,4% 0,3% 44,8% 100,0%

PASES Estados Unidos Frana Canad Alemanha Reino Unido Espanha Blgica Polnia Rssia Itlia Brasil (48) Outros pases MundoFonte: FAO (www.fao.org)

Comentrios sobre as tabelas 2.1 a 2.3 O comrcio mundial de tratores significativamente concentrado na Europa e Amrica do Norte. Essas regies, em conjunto, respondem por 75,% das importaes totais do planeta e 80,1% das exportaes totais em nvel mundial. No comrcio de tratores, Europa e sia so exportadores lquidos e as demais regies so importadores lquidos. A Europa, em funo do comrcio intraregional, figura como o principal exportador e importador mundial de tratores. Dentre os 10 principais pases exportadores de tratores figuram os seguintes pases europeus: Alemanha, Itlia, Reino Unido, Frana, Bielorrssia, Finlndia, e Austria. Dentre os 10 principais pases importadores de tratores figuram os seguintes pases europeus: Frana, Alemanha, Reino Unido, Espanha, Blgica, Polnia, Rssia, Itlia. Os Estados Unidos tambm so importantes exportadores e importadores de tratores. No saldo comercial, entretanto, esse pas exportador lquido de tratores. Alm dos pases europeus e da Amrica do norte, destaca-se o Japo como exportador lquido de tratores. Em 2007, segundo a FAO, o Brasil ocupou a 8 posio como pas exportador de tratores e a 48 posio como pas importador de tratores.

AGRONEGCIOS UFPR MQUINAS E EQUIPAMENTOS OUTUBRO/2010

16

2.2. NDICE DE MECANIZAO

TABELA 2.4 -

EVOLUO DA FROTA DE TRATORES DE RODA, REA ARVEL E NDICE DE MECANIZAO NO BRASIL, ANOS SELECIONADOS.NDICE MECANIZAO ha arvel/trator 468,0 204,9 130,6 105,9 94,4 62,7 72,9

ANO 1960 1970 1975 1980 1985 1995 2006

TRATORES DE RODAS REA ARVEL Mil unid Mil ha 61 28.712 166 33.983 323 42.208 545 57.726 665 62.809 800 50.104 821 59.843

Fonte: IBGE, Censo Agropecurio 2006. (www.sidra.ibge.gov.br)

FIGURA 2.1 -

NDICES DE MECANIZAO (HECTARES ARVEIS POR TRATOR) EM REGIES E PASES SELECIONADOS, 2002.2,2 4,2 5,0 12,5 14,6 26,2 36,7 43,0 52,6 68,4 73,2 76,3 85,3 106,0 112,5 125,3 154,0 339,4 0 50 100 150 200 250 300 350 400

JAPO USTRIA ITLIA ALEMANHA FRANA EUROPA EUA AMRICA DO NORTE MUNDO SIA BRASIL MXICO AMRICA DO SUL NDIA ARGENTINA OCEANIA CHINA FRICA

(hectares arveis por trator)

Fonte: ANFAVEA

AGRONEGCIOS UFPR MQUINAS E EQUIPAMENTOS OUTUBRO/2010

17

FIGURA 2.2 -

NDICES DE MECANIZAO (HECTARES COLHIDOS POR COLHEITADEIRA) EM REGIES E PASES SELECIONADOS, 2002.4,2 14,7 87,3 92,2 160,9 208,2 247,3 265,9 312,8 315,9 674,0 724,0 838,4 878,8 1.092,2 1.102,2 4.869,7

JAPO USTRIA ALEMANHA FRANA ITLIA EUROPA SIA EUA MUNDO AMRICA DO NORTE ARGENTINA CHINA OCEANIA AMRICA DO SUL BRASIL MXICO FRICA 0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

4500

5000

(em hectares colhidos por colheitadeira ou trilhadeira)

Fonte: ANFAVEA

Comentrios sobre a tabela 2.4 e figuras 2.1 e 2.2 Segundo o IBGE, a frota brasileira de tratores em condies de uso era de 800 mil unidades em 1995 e de 821 mil unidades em 2006, segundo dados do censo agropecurio. Segundo o IBGE, a rea potencial arvel saltou de 28,7 para 59,8 milhes de hectares no Brasil entre 1960 e 2006. Nesse perodo a frota de tratores em condies de uso cresceu de 61 para 821 mil unidades. Segundo dados da ANFAVEA, em 2002 o ndice de mecanizao no Brasil era de 73,2 hectares arveis/nmero de tratores. Comparativamente a mdia mundial (de 52,6 ha/trator), segundo a entidade, o ndice de mecanizao no Brasil (73,2 ha/trator) cerca de 40% pior do que a mdia mundial. Segundo a ANFAVEA, o ndice de mecanizao no Japo era de 2,2 ha/trator em 2002, sendo o pas com melhor ndice de mecanizao do mundo. Comparando com regies/pases de dimenses continentais como o Brasil, a Europa apresentava um ndice de 26,2 ha/trator e os Estados Unidos 36,7 ha/trator, ambos cerca de duas vezes menores que o Brasil. Para a ANFAVEA, o ndice de mecanizao na colheita (hectares colhidos por colheitadeira) era de 1.092,2 no Brasil, contra 92,2 na Frana, 87,2 na Alemanha e 265,9 hectares colhidos/colheitadeira nos Estados Unidos.

AGRONEGCIOS UFPR MQUINAS E EQUIPAMENTOS OUTUBRO/2010

18

TABELA 2.5 -

FROTA DE TRATORES, REA CULTIVADA COM 18 PRODUTOS E NDICE DE MECANIZAO NO BRASIL.Frota de tratores de rea cultivada com rodas 18 produtos (**) (Unidade) (Mil ha) 820.673 59.238,3 26.868 2.564,2 5.772 590,5 624 113,9 751 147,3 442 53,5 9.244 1.054,6 93 14,6 9.942 590,1 62.402 10.996,3 6.045 1.602,7 3.813 1.000,7 5.701 1.370,4 4.282 299,5 2.896 551,0 5.532 1.035,2 3.598 617,6 2.989 368,6 27.546 4.150,6 256.910 11.949,8 92.042 4.626,6 11.857 708,1 7.666 213,5 145.345 6.497,8 347.008 18.488,8 113.718 9.081,5 69.884 1.706,6 163.406 7.714,5 127.485 14.638 37.900 2.984 42.329 7.998 44.832 4.024 2.424 122 ndice de mecanizao (ha/trator) 72,2 95,4 102,3 182,6 196,1 121,0 114,1 157,5 59,4 176,2 265,1 262,4 240,4 69,9 190,3 187,1 171,6 123,3 150,7 46,5 50,3 59,7 27,8 44,7 53,3 79,9 24,4 47,2 114,8 78,7 189,0 89,8 50,5

Estados/Regies Brasil Norte Rondnia Acre Amazonas Roraima Par Amap Tocantins Nordeste Maranho Piau Cear Rio Grande do Norte Paraba Pernambuco Alagoas Sergipe Bahia Sudeste Minas Gerais Esprito Santo Rio de Janeiro So Paulo Sul Paran Santa Catarina Rio Grande do Sul Centro-Oeste Mato Grosso do Sul Mato Grosso Gois Distrito Federal

FONTE: IBGE, Censo Agropecurio(2006), (www.sidra.ibge.gov.br) (**) Soja, milho, trigo, arroz, feijo, algodo, aveia, sorgo, cevada, caf, cana-de-acar, fumo, laranja, ma, cacau, batata, mandioca e mamona.

AGRONEGCIOS UFPR MQUINAS E EQUIPAMENTOS OUTUBRO/2010

19

FIGURA 2.3 -

DISTRIBUIO ESPACIAL DA FROTA BRASILEIRA DE TRATORES, PRINCIPAIS ESTADOS, 2006.

FIGURA 2.4 -

NDICE DE MECANIZAO (HECTARES POR TRATOR) SEGUNDO AS REGIES BRASILEIRAS, 1996 E 2006.

AGRONEGCIOS UFPR MQUINAS E EQUIPAMENTOS OUTUBRO/2010

20

FIGURA 2.5 -

NDICE DE MECANIZAO (HECTARES POR TRATOR) SEGUNDO OS ESTADOS BRASILEIROS, 2006.

Comentrios sobre a tabela 2.5 e figuras 2.3 a 2.5 Segundo dados do IBGE (2006) a frota brasileira de tratores tem a seguinte distribuio geogrfica: Rio Grande do Sul (19,9%); So Paulo (17,7%); Paran (13,9%); Minas Gerais (11,2%); Santa Catarina (8,5%) e demais estados (28,9%). Os dados apontam para uma rea cultivada com os 18 principais produtos agrcolas no pas de 59,2 milhes de hectares. Em nvel nacional, o ndice de mecanizao resultante, obtido pela diviso da frota de tratores estimada pelo IBGE e a rea cultivada com os 18 principais produtos agrcolas no pas, de 72 hectares por trator. Na regio sul, a referida estimativa de 53 hectares por trator e na regio nordeste de 176 hectares por trator. Ao comparar o ndice de mecanizao de 1996 e 2006 observa-se um aumento do referido ndice em todas as regies do pais, ou seja aumentou a rea em hectares por trator com exceo apenas na regio norte. Segundo o referido ndice de mecanizao, o Estado de Santa Catarina ocupa a melhor posio com 24 hectares por trator e o Estado do Maranho a pior posio com 265 hectares por trator.

AGRONEGCIOS UFPR MQUINAS E EQUIPAMENTOS OUTUBRO/2010

21

TABELA 2.6 -

NMERO DE MQUINAS PARA COLHEITA, REA CULTIVADA COM 09 PRODUTOS E NDICE DE MECANIZAO NO BRASIL.Mquinas para colheita (Unidade) 116.040 2.092 408 258 17 51 562 12 784 9.389 809 558 705 282 695 505 661 303 4.871 23.249 10.888 505 439 11.417 62.053 20.392 8.539 33.122 19.257 4.279 9.020 5.667 291 rea cultivada com 09 produtos (*) (Mil ha) 46.181 1.735 361 78 43 46 636 5 565 7.839 1.350 922 1.237 194 404 626 182 205 2.719 5.106 2.987 67 20 2.129 16.998 8.244 1.484 7.284 13.902 2.798 7.733 3.742 119 ndice de mecanizao (ha/mquina) 398,0 829,5 885,2 302,4 2538,4 909,8 1132,1 453,8 721,0 834,9 1668,8 1652,3 1754,6 686,9 581,3 1240,0 275,3 675,0 558,2 219,6 274,3 132,2 45,5 186,4 273,9 404,3 173,8 219,9 721,9 653,9 857,4 660,2 410,5

Estados/Regies Brasil Norte Rondnia Acre Amazonas Roraima Par Amap Tocantins Nordeste Maranho Piau Cear Rio Grande do Norte Paraba Pernambuco Alagoas Sergipe Bahia Sudeste Minas Gerais Esprito Santo Rio de Janeiro So Paulo Sul Paran Santa Catarina Rio Grande do Sul Centro-Oeste Mato Grosso do Sul Mato Grosso Gois Distrito Federal

FONTE: IBGE, Censo Agropecurio(2006), (www.sidra.ibge.gov.br) (*) Soja, milho, trigo, arroz, feijo, algodo, aveia, sorgo e cevada.

AGRONEGCIOS UFPR MQUINAS E EQUIPAMENTOS OUTUBRO/2010

22

FIGURA 2.6 -

DISTRIBUIO ESPACIAL DA FROTA BRASILEIRA DE MQUINAS PARA COLHEITA, PRINCIPAIS ESTADOS, 2006.

FIGURA 2.7 -

NDICE DE MECANIZAO (HECTARES POR MQUINA PARA COLHEITA) SEGUNDO AS REGIES BRASILEIRAS, 1996 E 2006.

AGRONEGCIOS UFPR MQUINAS E EQUIPAMENTOS OUTUBRO/2010

23

FIGURA 2.8 -

NDICE DE MECANIZAO (HECTARES POR MQUINA PARA COLHEITA) SEGUNDO OS ESTADOS BRASILEIROS, 2006.

Comentrios sobre a tabela 2.6 e figuras 2.6 a 2.8 Segundo dados do IBGE (2006) a frota brasileira de mquinas para colheita tem a seguinte distribuio geogrfica: Rio Grande do Sul (28%); So Paulo (18%); Paran (10%); Minas Gerais (9%); Mato Grosso (8%) e demais estados (27%). Para uma rea cultivada com os 9 principais produtos agrcolas aptos colheita mecnica no pas de 46 milhes de hectares. Em nvel nacional, o ndice de mecanizao obtido pela diviso da frota de mquinas para colheita estimada pelo IBGE e a rea cultivada com os 9 principais produtos agrcolas no pas aptos colheita mecnica, de 398 hectares por mquina para colheita. Na regio sul, a referida estimativa de 274 hectares por mquina e na regio nordeste de 835 hectares por mquina para colheita. Segundo o referido ndice de mecanizao, o Estado do Rio de Janeiro ocupa a melhor posio com 45 hectares por mquina e o Estado do Amazonas a pior posio com 2,5 mil hectares por mquina.

AGRONEGCIOS UFPR MQUINAS E EQUIPAMENTOS OUTUBRO/2010

24

TABELA 2.9 -

FROTA BRASILEIRA DE COLHEDORAS DE CANA-DEACAR, POR MARCA COMERCIAL, SAFRA 99/00. CASE 295 7 4 8 8 0 1 0 1 0 1 325 CAMECO 94 35 0 4 0 2 0 0 0 0 0 135 SANTAL 104 0 19 3 0 3 4 3 1 2 0 139 CLAAS 35 4 0 0 0 1 0 1 0 0 0 41 TOTAL 528 46 23 15 8 6 5 4 2 2 1 640 PART % 82,5 7,2 3,6 2,3 1,3 0,9 0,8 0,6 0,3 0,3 0,2 100,0

ESTADOS SP MT MS PR GO MG RN AL RJ PE AM BR

Fonte: CNH (frota), IBGE (rea)

TABELA 2.10 - FROTA BRASILEIRA DE COLHEDORAS DE CANA-DEACAR, REA CULTIVADA E NDICE DE MECANIZAO DA COLHEITA DE CANA-DE-ACAR, ESTADOS BRASILEIROS, SAFRA 00/01. ESTADOS AM MT SP MS RN GO PR MG AL RJ PE BR FROTA (unidades) 2 54 567 25 5 13 21 17 11 2 2 719 REA NDICE MECANIZAO (em mil hectares) (hectares/colhedora) 4,1 2.050 179,6 3.326 2.567,2 4.528 121,0 4.840 34,7 6.940 146,6 11.277 341,4 16.257 294,5 17.324 457,1 41.555 163,1 81.550 338,1 169.050 5015,4 6.976

Fonte: CNH (frota), IBGE (rea)

Comentrios sobre as tabelas 2.9 e 2.10 Pesquisas do setor apontavam que a frota brasileira de colhedoras de canade-acar era de 640 unidades na safra 99/00 e de 719 unidades na safra 00/01. Na safra 99/00, a frota brasileira de colhedoras de cana-de-acar tinha a seguinte distribuio geogrfica: So Paulo (82,5%); Mato Grosso (7,2%); Mato Grosso do Sul (3,6%), Paran (2,3%), Gois (1,3%) e demais estados (3,1%).

AGRONEGCIOS UFPR MQUINAS E EQUIPAMENTOS OUTUBRO/2010

25

Dentre as marcas de colhedoras de cana-de-acar existentes no pas destacam-se: Case (51% do total); Santal (22%); Cameco (21%) e Claas (6%). Dados do IBGE (2001) apontam para uma rea total cultivada com cana-deacar de 5 milhes de hectares, sendo pouco mais da metade no Estado de So Paulo. Em nvel nacional, o ndice de mecanizao de colheita da cana-de-acar, resultante da diviso da frota de colhedoras de cana-de-acar (estimada pelo mercado) pela rea cultivada com cana-de-acar (estimada pela IBGE), de 6,98 mil hectares de cana por colhedora. Os principais estados produtores de cana-de-acar apresentam os seguintes ndices de mecanizao: So Paulo (4,5 mil hectares por colhedora); Alagoas (41,6 mil hectares por colhedora) e Paran (16,3 mil hectares por colhedora). Considerando uma capacidade mdia de colheita mecnica de cana-deacar de 1.200 hectares por colhedora por ano, pode-se estimar para os Estados os seguintes percentuais de colheita mecnica em relao a rea total cultivada: Alagoas (1%), Paran (5%); Mato Grosso do Sul (23%); So Paulo (25%); Mato Grosso (31%).

2.3. MODERNIZAO DA FROTATABELA 2.11 - FREQNCIA DE RESPOSTAS INDICANDO QUANDO OS PRODUTORES RURAIS ADQUIRIRAM SEU LTIMO TRATOR NOVO, SAFRAS 91/92 E 98/99. Freqncia das respostas Resposta Safra 91/92 Safra 98/99 Este ano 1% 6% No ano passado 4% 3% De 2 a 5 anos atrs 20% 21% De 6 a 9 anos atrs 21% 10% H mais de 10 anos 20% 31% Nunca comprou trator 0 Km 34% 29% Total 100% 100% Fonte: ABMR - Associao Brasileira de Marketing Rural, 2000.

Comentrios sobre a tabela 2.11 Pesquisa da ABMR indicando quando os produtores rurais adquiriram seu ltimo trator aponta que: 25% dos produtores na safra 91/92 e 30% dos produtores na safra 98/99 haviam adquirido um trator novo nos 5 anos anteriores; 41% haviam adquirido um trator novo h mais de 6 anos e 34% e 29%, respectivamente, informaram que nunca haviam adquirido um trator novo.

AGRONEGCIOS UFPR MQUINAS E EQUIPAMENTOS OUTUBRO/2010

26

TABELA 2.12 - FINANCIAMENTOS CONCEDIDOS A PRODUTORES RURAIS PARA A AQUISIO DE MQUINAS E EQUIPAMENTOS AGRCOLAS NO BRASIL COM RECURSOS DO CRDITO RURAL, 2009.PRODUTO FINANCIADO COLHEITADEIRAS AUTOMOTRIZES TRATORES CULTIVADORES MOTORIZADOS CAMINHES CAMINHONETAS, UTILITRIOS E OUTROS OUTRAS MQUINAS E EQUIPAMENTOS TOTAL VALOR PARTICIPAO (em mil dlares) (%) 627.953 14,5% 1.337.741 30,8% 1.786 0,0% 29.905 0,7% 22.584 0,5% 2.322.126 53,5% 4.342.095 100,0%

Fonte: ANFAVEA (www.anfavea.com.br) Comentrios sobre a tabela 2.12 Em 2009, segundo a Anfavea, o valor dos financiamentos (com recursos controlados do crdito rural) concedidos a produtores rurais para a aquisio de mquinas e equipamentos agrcolas totalizou US$ 4,3 bilhes, dos quais US$ 1,3 bilhes foram para a aquisio de tratores e R$ 627 milhes para a aquisio de colheitadeiras automotrizes. Estima-se que mais de 80% das vendas de tratores e colheitadeiras no Brasil sejam financiados por recursos de vrias fontes: crdito rural, recursos livres dos bancos e recursos da prpria indstria. A principal linha de financiamento destes bens de capital aos produtores rurais o Moderfrota - Programa de modernizao da frota de tratores agrcolas, seus implementos associados e colheitadeiras A poltica de vendas de mquinas novas no Brasil semelhante para os diversos fabricantes, em termos de: (a) financiamento; (b) a comisso paga a concessinria regional, independente da venda ser direta ou no ao produtor (mesmo em vendas para grandes clientes feitas diretamente pela indstria); (c) cada concessionria atua em regio pr-estabelecida pela indstria (Lei Ferrari); (d) o atendimento ps-venda (assistncia tcnica) sempre executado pela concessionria regional;

2.3.1. MERCADO DE MQUINAS USADASAdmitindo-se uma frota de tratores em uso no Brasil de 600 mil unidades, o mercado de mquinas usadas pode ser estimado em 15% desse total ou cerca de 90 mil tratores usados comercializados por ano. O valor anual destas transaes estimado em 2,75 bilhes de reais .

AGRONEGCIOS UFPR MQUINAS E EQUIPAMENTOS OUTUBRO/2010

27

2.3.2. MERCADO DE PEAS DE REPOSIO:As empresas que atuam no mercado de revenda de peas de reposio tm na prestao de servios ps-venda uma boa parcela de seu faturamento. As fbricas de peas de reposio produzem em mdia 45.000 itens. As maiores fbricas, por sua vez, chegam a produzir cerca de 300 mil itens para mquinas e equipamentos de diversas marcas. Da produo de peas de reposio para mquinas e equipamentos, cerca de 30% so produzidas pela prpria indstria de mquinas e equipamentos (as chamadas peas originais), sendo os 70% restantes produzidos por terceiros.

2.3.3. MERCADO DE IMPLEMENTOS AGRCOLAS muito ampla a variedade de implementos agrcolas existentes no Brasil. tambm relativamente pulverizado o nmero de fabricantes (veja no captulo 3 os principais tipos de implementos e os respectivos fabricantes). No mercado de implementos agrcolas no h o mesmo atrelamento entre as fbricas e os revendedores (ou concessionrias) como ocorre no mercado de mquinas agrcolas. Quase sempre os revendedores de implementos agrcolas trabalham com vrios tipos e marcas de equipamentos. Considerando que haja uma venda de 5 a 7 implementos agrcolas para cada trator novo comercializado, pode-se estimar vendas anuais entre 150 a 200 mil implementos agrcolas novos no Brasil.

3. EQUIPAMENTOS AGRCOLAS: CLASSIFICAO E FABRICANTESEste item relaciona os principais tipos de equipamentos agrcolas conforme classificao da ABIMAQ Associao Brasileira da Indstria de Mquinas e Equipamentos alm de informaes dos fabricantes cadastrados na entidade para cada tipo de equipamento. Dados contendo o nome, endereo, home-page e outros dados cadastrais das empresas, alm da descrio dos produtos podem ser obtidos no site da ABIMAQ (www.abimaq.com.br) e/ou dos fabricantes ou diretamente no endereo eletrnico www.datamaq.com.br. A relao e caractersticas dos equipamentos agrcolas e das empresas fabricantes pode ser acessada por classificao do setor em que atuam, tais como: acar e lcool, agricultura, pecuria, alimentcio, irrigao, madeira, entre outros. No caso da agricultura, h cadastro de 10 segmentos de equipamentos para: armazenagem; beneficiamento, colheita, componentes e acessrios, conservao do solo, equipamentos auxiliares, equipamentos para controle de qualidade, prticas culturais, produo, transporte e movimentao. No caso da produo, h 137 equipamentos agrcolas disponveis e na opo tratos culturais outros 147 equipamentos.AGRONEGCIOS UFPR MQUINAS E EQUIPAMENTOS OUTUBRO/2010

28

4. ANLISE ECONMICA DA MECANIZAOO objetivo principal deste captulo apresentar algumas formas de clculo que permitam ou auxiliem elaborao de anlises econmicas acerca da mecanizao em propriedades rurais. O captulo est organizado em 3 partes. Na primeira apresentado exemplo de clculo de custo total (custos fixos e variveis) de uma operao mecanizada (trator mais implemento). A segunda parte do captulo apresenta exemplo de dimensionamento do parque de mquinas em uma propriedade rural. Por fim, na terceira parte discute-se a tcnica da oramentao parcial que pode ser utilizada para identificar a viabilidade de compra ou aluguel de mquinas e implementos agrcolas em uma propriedade rural.

4.1. CUSTO TOTAL DE OPERAO MECANIZADAExemplo: Trator MF 275 (4x4) + Pulverizador de barras 2.000 lValor Inicial Valor Residual (R$/unidade) (R$/unidade) Trator MF 275 (4x4) 40.000,00 8.000,00 Pulverizador de barras 2000 l 15.500,00 1.550,00 Discriminao Vida til Uso anual CR p/ V.til (horas) (h/ano) % do V. inicial 12.000 1.000 60% 2.500 250 50%

Outros dados: Rendimento Operacional Salrio + Encargos Tratorista Taxa de Juros s/ Capital Fixo Taxa de Seguro s/ Capital Fixo

N 0,2 2,00 6 0,75

unidade h/ha R$/hora % %

CUSTOS VARIVEIS Mo de obra tratorista Conservao e Reparos Trator Conservao e Reparos Pulverizador Sub-Total dos custos variveis

R$/hora 2,00 2,00 3,10 7,10

R$/ha

R$/ano 0,40 2.000,00 0,40 2.000,00 0,62 1,42 775,00 4.775,00

CUSTOS FIXOS Depreciao do Trator Depreciao do Pulverizador Juro s/ valor do Trator Juro s/ valor do Pulverizador Seguro s/ valor do Trator Seguro s/ valor do Pulverizador Sub-Total dos custos fixos CUSTO TOTAL

R$/hora 2,67 5,58 1,44 2,05 0,18 0,26 12,17 19,27

R$/ha 0,53 1,12 0,29 0,41 0,04 0,05 2,43

R$/ano 2.666,67 1.395,00 1.440,00 511,50 180,00 63,94 6.257,10

3,85 11.032,10

AGRONEGCIOS UFPR MQUINAS E EQUIPAMENTOS OUTUBRO/2010

29

Pressupostos do Clculo N unidade Vida til do Trator 12 em anos Vida til do Pulverizador 10 em anos rea potencial coberta pelo Trator 5.000 ha/ano rea pot. coberta pelo Pulverizador 1.250 ha/ano A remunerao do tratorista rateada pelo nmero de horas trabalhadas pelo trator A rea cultivada de 5.000 ha por ano A eficincia operacional do mquinrio a mesma durante total a vida til O custos de uso do mquinrio so os mesmos durante total a vida til

Frmulas utilizadas:(ValorAtual Varlor Re sidual ) Vidatil

Depreciao =

(ValorAtual + Valor Re sidual ) Seguro = * TaxadeSeguro 2

(ValorAtual + Valor Re sidual ) Juro = * TaxadeJuro 2

Conservaoe Re paros =

(ValorAtual * TaxadeConservao ) Vidatil

AGRONEGCIOS UFPR MQUINAS E EQUIPAMENTOS OUTUBRO/2010

30

4.2. DIMENSIONAMENTO DE PARQUE DE MQUINASPROPRIEDADE EXEMPLO

TABELA 4. 1 - PARQUE DE MQUINAS E TERRA. TERRA rea da propriedade (ha) rea total cultivada (ha) rea total cultivada soja (ha) vero rea total cultivada milho (ha) vero rea total cultivada trigo (ha) inverno rea total cultivada aveia (ha) inverno rea cultivada total: MQUINAS 01 Trator John Deere 5700 (87 CV) (4x4) 02 Trator Ford 5030 (75 CV) (2x4) 01 Colheitadeira NH TC55 (120 CV) IMPLEMENTOS 01 Semeadeira 20 linhas plantio direto 01 Pulverizador barras (2000 l) 01 Carreta (5.000 kg) 01 distribuidor de uria 4 linhas 8 discos 01 Plataforma milho NH TC55 01 Carreta tanque completa 2000 litros 01 Distrib hidraulico 600 kg 01 Plantadeira de milho 8 linhas plantio direto

PARMETROS

550 500 315 185 200 300 1.000

AGRONEGCIOS UFPR MQUINAS E EQUIPAMENTOS OUTUBRO/2010

31

TABELA 4.2 - UTILIZAO DE MQUINAS E EQUIPAMENTOS POR OPERAO, EM HORA/MQUINA/HA NA CULTURA DA SOJA OPERAO Pr plantio Plantio Aplicao herbicida Aplicao inseticida Colheita Transporte interno Abastecimento de gua TOTAL TOTAL REA Trator 0,20 0,90 0,20 0,40 0,18 0,20 2,08 655 Colheitadeira Pulverizador 0,20 0,20 0,40 1,00 0,18 1,00 315 0,80 252 0,90 284 0,18 57 0,20 0,20 63 Semeadeira 0,90 Carreta Tanque

TABELA 4.3 - UTILIZAO DE MQUINAS E EQUIPAMENTO POR OPERAO, EM HORA/MQUINA/HA NA CULTURA DO MILHOOPERAO

Pr plantio Plantio Adubao cobertura Aplicao herbicida Aplicao inseticida Colheita Transporte interno Abastecimento de gua TOTAL/HA TOTAL REA

Trator Colheitadeira Plataforma milho Pulverizador Plantadeira Distrib. Uria Carreta Tanque 0,20 0,20 1,00 1,00 0,60 0,60 0,20 0,20 0,20 0,20 0,90 0,90 0,20 0,20 0,15 0,15 2,55 0,90 0,90 0,60 1,00 0,60 0,20 0,15 472 167 167 111 185 111 37 28

AGRONEGCIOS UFPR MQUINAS E EQUIPAMENTOS OUTUBRO/2010

32

TABELA 4.4 - UTILIZAO DE MQUINAS E EQUIPAMENTO POR OPERAO, EM HORA/MQUINA/HA NA CULTURA DO TRIGO OPERAO Pr plantio Plantio Adubao cobertura Aplicao herbicida Aplicao inseticida Aplicao fungicida Colheita Transporte interno Abastecimento de gua TOTAL TOTAL REA Trator 0,20 0,80 0,30 0,20 0,20 0,40 0,16 0,25 2,51 502 Colheitadeira Pulverizador 0,20 Semeadeira 0,80 0,30 0,20 0,20 0,40 0,80 0,16 0,80 160 1,00 200 0,80 160 0,16 32 0,25 0,25 50 0,30 60 Carreta Tanque Distr hidr

TABELA 4.5 - UTILIZAO DE MQUINAS E EQUIPAMENTO POR OPERAO, EM HORA/MQUINA/HA NA CULTURA DA AVEIA OPERAO Pr plantio Plantio Dessecao Transporte interno Abastecimento de gua TOTAL TOTAL REA Trator 0,20 0,80 0,20 0,16 0,10 1,46 438 Pulverizador 0,20 0,20 0,16 0,40 120 0,80 240 0,16 48 0,10 0,10 30 Semeadeira 0,80 Carreta Tanque

AGRONEGCIOS UFPR MQUINAS E EQUIPAMENTOS OUTUBRO/2010

33

TABELA 4.6 - UTILIZAO DE MQUINAS E EQUIPAMENTO POR OPERAO, EM HORA/MQUINA NA PROPRIEDADETOTAL HORAS Trator TOTAL/HA/ANO TOTAL/ANO

8,60 2.067

Colheitadeira 2,70 642

Plataforma para milho 0,90 167

Pulveri- Semea- Planta- Distribuidor Carreta Tanque Distr. zador deira deira Uria hidrulico 2,80 2,50 1,00 0,60 0,70 0,70 0,30 683 684 185 111 174 171 60

TABELA 4.7 - CRONOGRAMA DAS OPERAES MECANIZADAS DA PROPRIEDADE EXEMPLO ATIVIDADES (HORAS/HECTARE) JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ SOJA Pr plantio 1,00 Plantio 0,50 0,50 Aplicao herbicida 1,00 Aplicao inseticida 1 e 2 0,50 0,50 Colheita 0,50 0,50 Transporte interno 0,50 0,50 Abastecimento de gua 0,25 0,25 0,25 0,25 MILHO Pr plantio 1,00 Plantio 0,25 0,75 Aplicao herbicida 0,25 0,75 Adubao em cobertura 0,25 0,75 Aplicao inseticida 1 0,25 0,75 Colheita 0,75 0,25 Transporte interno 0,25 0,75 Abastecimento de gua 0,42 0,33 0,25

AGRONEGCIOS UFPR MQUINAS E EQUIPAMENTOS OUTUBRO/2010

34

TABELA 4.8 - CRONOGRAMA DAS OPERAES MECANIZADAS DA PROPRIEDADE

ATIVIDADES (HORAS/HECTARE) TRIGO Pr plantio Plantio Aplicao herbicida Adubao em cobertura Aplicao inseticida Aplicao fungicida (2) Colheita Transporte interno Abastecimento de gua AVEIA Pr plantio Plantio Dessecao Transporte interno Abastecimento de gua

JAN

FEV

MAR

ABR 1,00 0,50

MAI

JUN

JUL

AGO

SET

OUT

NOV

DEZ

0,50 0,50 0,50

0,50 0,50 0,50 0,25

0,50 0,25

0,25

0,25 0,50 0,06

0,50

0,50 0,25 0,50 0,50 0,50 0,25 0,25 0,25 0,25 0,13

0,50 0,13 0,25 0,25

0,31

0,19

0,06

0,50 0,25 0,13 0,25

0,25 0,13

0,25 0,13

AGRONEGCIOS UFPR MQUINAS E EQUIPAMENTOS OUTUBRO/2010

35

TABELA 4.9 - UTILIZAO, DISPONIBILIDADE E SALDO EM HORAS DO TRATOR DE 87 CV DESCRIO Plantio milho Plantio soja Plantio trigo Plantio aveia Horas/ano na soja Horas/ano no milho Horas/ano no trigo Horas/ano na aveia Horas/ha na soja Horas/ha no milho Horas/ha no trigo Horas/ha na aveia SUB TOTAL TRATOR 87 CV DISPONIBILIDADE HORAS/MS SALDO JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ TOTAL 46,25 138,8 185 141,8 141,8 284 160 240 0 0 0 141,8 141,8 0 284 0 46,25 138,8 0 0 0 185 0 0 0 0 0 0 160 0 0 0 0 0 0 240 0,9 1,0 0,8 0,8 0 46 139 142 142 0 869 160 160 160 160 160 160 1920 160 114 21 18 18 160

0 0 0 0

0 0 0 0

120 0 0 0 120

80 60 0 0 80 60

80 60 0 0 80 60

0 0 0 0

0 160 160

0 160 160

120 160 40

140 160 20

140 160 20

0 160 160

AGRONEGCIOS UFPR MQUINAS E EQUIPAMENTOS OUTUBRO/2010

36

TABELA 4.10 - UTILIZAO, DISPONIBILIDADE E SALDO EM HORAS DOS 2 TRATORES DE 75 CVDESCRIO

JAN

FEV MAR ABR

MAI

JUN

Pr plantio soja Pr plantio milho Pr plantio trigo Pr plantio aveia Adubao em cobertura milho Adubao em cobertura trigo Aplicao herbicida soja Aplicao herbicida milho Aplicao herbicida trigo Aplicao inseticida soja Aplicao inseticida milho Aplicao inseticida trigo Aplicao fungicida trigo Dessecao da aveia Transporte interno soja Transporte interno milho Transporte interno trigo Transporte interno aveia

JUL AGO SET OUT NOV DEZ 63 37

30

40 15

15 28 30 30 63 9 20 20 9 20 20 20 20 30 20 15 9 20 15 28 28 28 28 28 83

63

24

16 12

16 12

TOTAL 63 37 40 60 111 60 63 37 40 63 126 37 40 80 60 57 37 32 48

AGRONEGCIOS UFPR MQUINAS E EQUIPAMENTOS OUTUBRO/2010

37

TABELA 4.10 - UTILIZAO, DISPONIBILIDADE E SALDO EM HORAS DOS 2 TRATORES DE 75 CV cont.

DESCRIO

JAN

Abastecimento de gua soja Abastecimento de gua milho Abastecimento de gua trigo Abastecimento de gua aveia Horas/ano na soja Horas/ano no milho Horas/ano no trigo Horas/ano na aveia Horas/ha na soja Horas/ha no milho Horas/ha no trigo Horas/ha na aveia SUB TOTAL FORD DISPONIBILIDADE HORAS/MS SALDO

FEV MAR ABR 16 13 4 0 0 69 31

MAI

JUN

0 0 0 0

79 0 0 0

8 0 0 0 62

6 4 0 0 72 31

16 0 0 106 0

0 240 240

79 240 161

62 240 179

99 240 141

103 240 137

106 240 134

JUL AGO SET OUT NOV DEZ TOTAL 16 16 16 63 12 9 7 28 9 3 3 50 8 4 4 30 0 0 0 107 107 79 372 0 67 102 118 0 0 287 49 23 23 0 0 0 342 38 19 19 0 0 0 198 1,2 1,6 1,7 0,7 87 109 144 225 107 79 1.198 240 240 240 240 240 240 2.880 153 131 96 15 133 161

AGRONEGCIOS UFPR MQUINAS E EQUIPAMENTOS OUTUBRO/2010

38

TABELA 4.11 - UTILIZAO, DISPONIBILIDADE E SALDO EM HORAS DA COLHEITADEIRA DESCRIO Colheita soja Colheita milho Colheita trigo SUB TOTAL COLHEITADEIRA DISPONIBILIDADE HORAS/MS SALDO JAN FEV MAR ABR MAI 158 158 125 42 125 200 75 199 200 1 158 200 43 0 200 200 JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ TOTAL 315 167 160 0 642 200 2400 200 1759

0 200 200

0 200 200

0 200 200

0 200 200

80 80 200 120

80 80 200 120

0 200 200

AGRONEGCIOS UFPR MQUINAS E EQUIPAMENTOS OUTUBRO/2010

39

4.3. TCNICA DA ORAMENTAO PARCIALO oramento parcial diz respeito avaliao das conseqncias de mudanas que afetam apenas parte dos negcios da empresa. Por exemplo, a tcnica da oramentao pode ser utilizada quando se pretende responder perguntas do tipo: Devo comprar uma colheitadeira ou alugar uma? A colheita de algodo, que manual, deve ser mecanizada? A produo de leite extra conseguida com uma 2 ordenha mecnica compensa os custos associados mesma? Devo substituir agora um equipamento usado por um novo? O oramento parcial serve para analisar situaes que envolvem modificaes parciais na empresa, mas estas modificaes devem ser marginais, ou seja, que no impliquem em mudana significativa na organizao da empresa nem no estoque ou na estrutura do capital da empresa. Se a mudana for significativa esta dever ser analisada na forma de projeto. O que uma mudana marginal depende muito da empresa. Por exemplo, para uma empresa com um grande parque de mquinas, a substituio de um trator velho por um novo uma mudana marginal mas a compra de um trator que, por exemplo, vale 25 mil reais em uma propriedade cujo patrimnio de 100 mil reais tem impacto muito maior e deve ser analisada na forma de projeto. O oramento parcial consiste em mensurar os custos e receitas de cada uma das alternativas (atual e proposta) e compar-las procurando aquela que apresentar a maior receita lquida. Esquema para o clculo da oramentao parcial ALTERNATIVA X: (Situao atual) ALTERNATIVA Y: (Situao proposta) CRDITOS (ganhos) a) Receitas adicionais advindas de Y (o que se passa a ganhar) a a b) Custos evitados da alternativa X (o que se deixa de pagar) _ CRDITO TOTAL (a + b) a a

DBITOS (perdas) c) Receitas perdidas da alternativa X (o que se deixa de ganhar) _ a d) Custos adicionais advindos de Y (o que se passa a pagar) _ a a a a

DBITO TOTAL = (c + d) a MUDANA LQUIDA = (a + b) - (c + d) a MUDANA LQUIDA = CRDITOS - DBITOS O ponto de nivelamento ocorre quando a mudana lquida for igual a zero. Ponto Nivelamento Ponto Nivelamento Mudana lquida = zero Crditos = Dbitos

Exerccio: Um agricultor, que no possui colheitadeira, costuma pagar anualmente 8 % do valor de sua produo para contratar servios de colheita. Sua produo anual mdia, em 300 hectares cultivados por ano, atinge 7.500 sacas de soja (em 150 ha no vero) e 6000 sacas de trigo (em 150 ha no inverno). Sabe-se que: Valor da Colheitadeira: R$ 150.000,00 Despesas de operao: R$ 50 por hectare Valor dos produtos: soja = R$ 40 por saca e trigo = R$ 20 por saca Taxa de juros: 6 % ao ano Taxa de seguro: 1 % ao ano Vida til da colheitadeira: 12 anos. Valor sucata da colheitadeira: 30 % do valor inicial. Pergunta-se: A) Voc aconselharia este agricultor a adquirir uma colheitadeira? B) A partir de que rea cultivada por ano (rea de nivelamento) vivel a aquisio de uma colheitadeira?

AGRONEGCIOS UFPR MQUINAS E EQUIPAMENTOS OUTUBRO/2010

41

5. PREOSFIGURA 5.1 EVOLUO DOS PREOS MDIOS MENSAIS DE TRATOR MDIO (75 CV, 2X4) NO PARAN, JANEIRO DE 1985 A AGOSTO DE 2010.

FIGURA 5.2 -

EVOLUO DOS PREOS MDIOS MENSAIS DE COLHEITADEIRA PARA CEREAIS, PLATAFORMA PARA SOJA (120 CV) NO PARAN, JANEIRO DE 1985 A AGOSTO DE 2010.

AGRONEGCIOS UFPR MQUINAS E EQUIPAMENTOS OUTUBRO/2010

42

FIGURA 5.3 -

EVOLUO DA RELAO DE TROCA ENTRE A SOJA E O TRATOR (75 CV, 2X4) E A COLHEITADEIRA, NO PARAN, JANEIRO DE 1985 A AGOSTO DE 2010.

Comentrios sobre as figuras 5.1 a 5.3. O preo do trator (com as especificaes acima) no Paran mostra ligeira estabilidade nos valores em dlar e tendncia de aumento para os valores deflacionados no perodo 1985 a 2010. Para a colheitadeira os preos indicam queda nos valores deflacionados at final de 1996, alta de 1996 a 2004 e nova baixa de 2004 a 2010. Os preos em dlar mostraram tendncia de alta no perodo analisado. Tanto para o preo do trator como para a colheitadeira o preo em dlar apresentou uma retrao no ano de 2009 devido a crise financeira mundial. Em mdia, para o perodo analisado, um sojicultor paranaense adquiriu uma colheitadeira com a venda de 6.589 sacas de soja. Para a aquisio do trator, foram necessrias 2.116 sacas de soja. A mdia de janeiro a agosto de 2010 na relao troca para aquisio de uma colheitadeira e trator foi de 8.684 e 2.634 sacas de soja respectivamente. A relao colheitadeira/soja variou de 2.767 sacas (em agosto de 1987) at 13.754 sacas (em abril de 2006). A relao trator/soja variou de 1.039 sacas (em outubro de 2002) at 3.534 sacas (em fevereiro de 1990). O monitoramento destas relaes de trocas so bastante relevantes para os agricultores pois pode auxili-lo em tomadas de deciso relacionadas a investimentos na aquisio de mquinas e equipamentos agrcolas.

AGRONEGCIOS UFPR MQUINAS E EQUIPAMENTOS OUTUBRO/2010

43