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raslia DF2008
Mar e
ambientescosteiros
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Centro de Gesto e Estudos Estratgicos (CGEE)
PresidentaLucia Carvalho Pinto de Melo
Diretor Executivo
Marcio de Miranda Santos
DiretoresAntonio Carlos Filgueira GalvoFernando Cosme Rizzo Assuno
Edio e reviso / Tatiana de Carvalho Pires
Projeto grfico e diagramao / Andr Scofano e Paulo Henrique Gurjo
Grficos / Eduardo Oliveira e Paulo Henrique Gurjo
Capa / Eduardo Oliveira e Paulo Henrique Gurjo
Centro de Gesto e Estudos EstratgicosSCN Qd 2, Bl. A, Ed. Corporate Financial Center sala 110270712-900, Braslia, DF
Telefone: (61) 3424.9600http://www.cgee.org.br
Esta publicao parte integrante das atividades desenvolvidas no mbito do Contrato de Gesto CGEE/MCT/2007.
Todos os d ireitos reservados pelo Centro de Gesto e Estudos Estratgicos (CGEE). Os textos contidos nestapublicao podero ser reproduzidos, armazenados ou transmitidos, desde que citada a fonte.Impresso em 2008
C389mMar e Ambientes Costeiros - Braslia, DF : Centro de Gesto e
Estudos Estratgicos, 2007.
323 p.; Il.; 24 cmISBN - 978-85-60755-05-9
1. Recursos Marinhos. 2. Explorao Sustentvel. 3. MudanasClimticas. I. CGEE. II. Ttulo.
CDU 351.797
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Mar eambientescosteiros
Superviso:ntonio arlos ilgueira alvo
Consultores:elmiro endes de astro (coordenador)bio Hissa ieira HazinKaiser onalves de ouza
Equipe Tcnica CGEE:ntonio Jos eixeira (coordenador)
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rasil possui cerca de mil km de litoral e pode chegar a ter controle jurisdicional sobre uma rea
marinha de , milhes de km, ou mais da metade da rea do territrio brasileiro emerso, que de
, milhes km. ssim, o componente mar e ambientes costeiros deve necessariamente ser parte
integrante de qualquer estudo que envolva a dimenso territorial brasileira e o aproveitamento sus-
tentvel dos seus recursos naturais.
interao entre o homem e o mar no territrio nacional proporciona um grande nmero de
oportunidades econmicas, sociais e de integrao, o que, em contrapartida, acarreta uma quanti-
dade considervel de problemas ambientais. s caractersticas geogrficas e de ocupao territorial
conferem ao rasil uma posio estratgica privilegiada em termos de explotao sustentvel dos
recursos do mar, incluindo no s a pesca, o transporte, o lazer e a segurana, mas tambm a ex-
plotao mineral.
odavia, para que a explotao seja sustentvel indispensvel o conhecimento dos processos oce-
nicos e dos recursos marinhos, o que s pode ser atingido por meio da pesquisa cientfica e tecno-
lgica. ornam-se igualmente importantes tanto a formao de pessoal como a divulgao desse
conhecimento nos mais diferentes mbitos da sociedade, a fim de promover o desenvolvimento e a
consolidao de uma conscincia ambiental sobre o uso do mar e de seus recursos.
presente estudo visa construo de uma agenda de prioridades para orientar o estabelecimento
de estratgias governamentais relativas ao desenvolvimento cientfico e tecnolgico em temas liga-
dos ao mar, explorao sustentvel de recursos marinhos existentes em reas de grande interesse
para o rasil no tlntico ul e quatorial, e aos estudos necessrios para elucidar o papel dessas re-
gies ocenicas no clima sobre o territrio nacional.
aptulo introduz o tema geral do documento. aptulo trata do arcabouo legal, nacional
e internacional, a respeito dos recursos do mar. aptulo apresenta os principais recursos mine-
rais conhecidos no spao arinho rasileiro, e discute a sua importncia socioeconmica e polti-co-estratgica. aptulo contm a descrio dos recursos vivos e prope formas sustentveis de
seu aproveitamento. aptulo apresenta as atividades de cincia e tecnologia () necessrias
para validar a ocupao e a apropriao sustentvel dos recursos marinhos de interesse para o rasil,
bem como discute a importncia do tlntico ul e quatorial para o clima do pas.
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s horizontes temporais propostos para este estudo, , , e , esto em consonnciacom o Projeto Brasil empos, preparado pelo cleo de ssuntos stratgicos da residncia da
epblica, em que os objetivos nacionais estratgicos seriam implementados progressivamente, a
partir de instrumentos interativos entre o governo e a ao. estudo leva em considerao fatos
portadores de futuro, aqueles sobre os quais no temos controle e que determinaro uma situao
inevitvel, em funo da qual deveremos tomar providncias cabveis.
o que concerne aos recursos minerais, destacam-se os seguintes fatos portadores de futuro:
xausto das reservas e restries ambientais para a minerao de recursos minerais
continentais;
rescente explorao mineral em guas cada vez mais profundas;
roso costeira;
rescente dependncia nacional dos fertilizantes importados;
orrida internacional para requisio de stios de explorao mineral na rea internacional
dos oceanos.
estudo tambm aborda aspectos relacionados, entre outros, a :
ecursos minerais e reas geogrficas prioritrias;
ulnerabilidade ambiental;
rcabouo legal;
bstculos ao desenvolvimento da pesquisa mineral e lavra de recursos minerais
marinhos;
es prioritrias;
novao e desenvolvimento cientifico e tecnolgico;
apacidade instalada.
e forma a dar as devidas prioridades aos recursos minerais, estes foram subdivididos em dois
grupos distintos:
queles situados na plataforma continental brasileira (PCB) que tm valor socioecon-
mico, pois podem movimentar a economia e gerar empregos no curto e mdio prazos;
queles situados no tlntico ul e quatorial, em reas adjacentes PCB, que tm valor
poltico-estratgico, pois sua identificao e requisio de reas de explorao junto u-
toridade nternacional dos undos arinhos (rganizao das aes nidas, ONU) ga-
rantem a ampliao da presena do pas em reas internacionais, especialmente naquelas
adjacentes plataforma continental juridica brasileira.
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estudo mostra que entre os recursos minerais prioritrios de valor socioeconmico figuram emprimeiro plano os agregados (areias e cascalhos). sses bens minerais tm especial interesse para a in-
dstria da construo civil e para a recuperao de praias erodidas. calcrio bioclstico representa
igualmente um recurso prioritrio, face importncia da sua utilizao como fertilizante, rao ani-
mal, complemento alimentar, implante em cirurgia ssea, indstria cosmtica e no tratamento de
gua e esgotos domsticos e industriais. s plceres de minerais pesados (cassiterita, ouro, diamante,
ilmenita, rutilo, zirco, monazita e magnetita, entre outros) foram indicados na mesma ordem de
prioridade, apesar de serem considerados menos urgentes do que os precedentes. or sua impor-
tncia como fertilizantes, as rochas fosfticas (fosforitas) fecham o ciclo de prioridade .
prioridade coube aos recursos energticos, o carvo e os hidratos de gs, que tm despertado o
interesse de cientistas, de rgos pblicos e da iniciativa privada. utros depsitos categorizados no
mesmo patamar incluem o enxofre e o potssio. ntre os recursos minerais da rea internacional dos
oceanos que apresentam valor poltico-estratgico destacam-se, em ordem de prioridade, as crostas
cobaltferas, os sulfetos polimetlicos e os ndulos polimetlicos. s crostas cobaltferas so aponta-
das como prioridade por serem abundantes na rea da levao do io rande, regio contgua aolimite externo da PCB que j vem atraindo interesse de outros pases para futuras exploraes. ma
das razes para a escolha de sulfetos polimetlicos como segunda prioridade reside no fato de que
esse recurso ocorre associado a organismos de interesse biotecnolgico de alto valor comercial.
ste estudo mostra que a tecnologia marinha brasileira teve um grande desenvolvimento na rea do
petrleo e do gs . o que diz respeito explorao de recursos minerais no-petrolferos, entretan-
to, o desenvolvimento foi quase nulo. ontudo, existe no rasil um grande potencial para adaptar e
inovar a tecnologia existente para a explorao de recursos minerais no-petrolferos da PCB e reas
ocenicas adjacentes.
odo tipo de explorao de recursos minerais marinhos implica impacto ambiental. o entanto,
esse impacto pode ser minimizado pelo uso de tecnologias adequadas. lm disso, toda atividade
de explorao mineral marinha deve ser precedida pela elaborao de estudos de impacto ambien-
tal que tambm identifiquem possveis medidas mitigadoras. m alguns casos, ao menos at que as
questes ambientais possam ser satisfatoriamente resolvidas, a extrao no deve ser permitida. eoutro lado, a criao de reas protegidas ou de conservao sem que haja um conhecimento geol-
gico adequado da rea submersa baseado em cartografia morfo-sedimentar em escala apropriada,
pode ser considerada um obstculo ao desenvolvimento sustentvel de recursos minerais e energ-
ticos marinhos, que poderiam trazer progresso e incluso social para localidades litorneas, muitas
vezes desprovidas de qualquer atividade econmica.
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s instrumentos legais referentes minerao marinha existentes no rasil foram amplamente dis-cutidos neste estudo