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MARA CRISTINA BARBOM LOPES - … · mensagem positiva que se pode tirar das aventuras dos heróis e do castigo dos ... Um dia, a mãe da menina ... do lobo e da aposta sobre quem

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MARA CRISTINA BARBOM LOPES

ENSINANDO LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS EM

LÍNGUA PORTUGUESA, DENTRO DOS INTERTEXTOS DOS

CONTOS DE FADAS

IVAIPORÃ-PR 2010

Secretaria de Estado da Educação Superintendência da Educação

Diretoria de Políticas e Programas Educacionais Programa de Desenvolvimento Educacional

Universidade Estadual de Londrina

Mara Cristina Barbom Lopes

ENSINANDO LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS EM

LÍNGUA PORTUGUESA, DENTRO DOS INTERTEXTOS DOS

CONTOS DE FADAS

Produção Didática Pedagógica

apresentada à Secretaria de Estado da Educação do Paraná como parte dos

registros para a conclusão do Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE.

Orientador: Profº. Dr. Jaime dos Reis Santa’nna

Ivaiporã - PR 2010

SUMÁRIO

DADOS DE IDENTIFICAÇÃO ............................................................................................ 04

TEMA DE ESTUDO DO PROFESSOR PDE ................................................................... 04

TÍTULO ................................................................................................................................... 04

CONTEÚDOS BÁSICOS .................................................................................................... 04

OBJETIVOS .......................................................................................................................... 04

APRESENTAÇÃO ................................................................................................................ 05

SINOPSE DO FILME “DEU A LOUCA NO CHAPEUZINHO VERMELHO” ............. 07

IRMÃOS GRIMM .................................................................................................................. 08

CHAPEUZINHO VERMELHO ............................................................................................ 09

CHICO BUARQUE ............................................................................................................... 15

CHAPEUZINHO AMARELO............................................................................................... 16

CHAPEUZINHO AMARELO III .......................................................................................... 18

PEDRO BANDEIRA DE LUNA FILHO ............................................................................. 20

SENHORITA VERMELHO .................................................................................................. 21

ATIVIDADES ......................................................................................................................... 23

REFERÊNCIAS..................................................................................................................... 28

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PROJETO DE INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA NA ESCOLA

a) DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

Professor PDE: Mara Cristina Barbom Lopes

Professor Orientador IES: Prof. Dr. Jaime dos Reis Santa’nna

IES vinculada: Universidade Estadual de Londrina

Área PDE: Língua Portuguesa

NRE: Ivaiporã

Escola de Implementação: Colégio Estadual Idália Rocha – Ensino Fundamental

e Médio

Público objeto da intervenção: Alunos da 5ª série do Ensino Fundamental

b) TEMA DE ESTUDO DO PROFESSOR PDE: Uma leitura crítica dentro do gênero

―Contos de Fadas‖ no ensino de Língua Portuguesa

c) TÍTULO: Uma leitura intertextual dos contos de fadas.

d) CONTEÚDOS BÁSICOS

Leitura: Leitura e interpretação dos intertextos de Chapeuzinho Vermelho. Relações

dialógicas.

Linguagem oral: Opiniões diversas

e) OBJETIVOS

Ler e conhecer os intertextos do conto ―Chapeuzinho Vermelho‖;

Observar outras versões dos personagens;

Interpretar as leituras;

Produzir outros intertextos.

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APRESENTAÇÃO

O desenvolvimento desta unidade didática é resultado do Programa Estadual

do PDE, que nos oportunizou o retorno à Universidade, o que foi muito gratificante e

uma experiência que podemos afirmar: só nos enriqueceu!

Este trabalho nos traz os intertextos dos contos de fadas de uma maneira

muito agradável e desperta em nossos alunos a vontade de ler.

Segundo Cashdan (2000), ―embora o atrativo inicial dos contos de fadas pode

estar em encontrar e entreter, seu valor duradouro reside no poder de ajudar as

crianças a lidarem com seus conflitos internos que enfrentam no processo de

crescimento‖

Através dos intertextos destes contos poderemos trabalhar a narrativa e

também uma linguagem temática.

A leitura sempre foi essencialmente fantástica, como a magia, o

encantamento e as emoções, tudo isso foi resumido pelos contos que permanecem

nos dias atuais.

A prática da leitura é um princípio de cidadania, ou seja, o leitor cidadão pelas

diferentes práticas pode ficar sabendo quais são suas obrigações e também pode ter

argumentos para defender seus direitos. A leitura destes intertextos abre esse leque

para uma reflexão muito agradável e através (deles) desta intertextualidade este

trabalho se torna muito estimulante.

Fonte inesgotável de questionamentos literários, o conto

Capuchinho/Chapeuzinho Vermelho, já se deu a leituras que abrangem da

psicanálise, da paródia, e da paráfrase, ao mundo das histórias em quadrinhos

(HQs). Antes de Charles Perrault, a mitologia grega possuía seu modo particular de

transmiti-la, e depois sofreu alterações por Hans Christian Andersen e pelos Irmãos

Grimm.

Os séculos XX e XXI trouxeram ainda novas versões: a irreverência e o

deboche em Dalton Trevisan, os desenhos de Maurício de Sousa atraindo o público

mais infantil, Neil Gaiman impressionando seus leitores ao expor uma

Capuchinho/Chapeuzinho indiferente a morte da vó pelo lobo, e Deu a louca na

Chapeuzinho, filme de 2005 com paródia dos personagens.

Guimarães Rosa, em Fita verde no cabelo, traz uma versão para

adolescentes. Ela vai desde o fluxo das fantasias de uma jovem até o momento em

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que se defronta com a morte de sua avó, sendo desta forma, obrigada a enfrentar

seus medos, angústias e solidão. Chico Buarque faz uma paródia, Chapeuzinho

Amarelo, para o público pré-adolescente.

Em 2005, Ivone Gomes de Assis publicou Bonezinho Vermelho e a internet no

século XXI, uma releitura parodiada, que traz as tendências da mídia virtual. Nesta

obra ilustrada, a vovozinha é uma hacker, que se disfarça até nas preferências do

cotidiano, afirmando não gostar de nada que é tecnologia.

Este conto é rico em intertextos e por este motivo, o escolhi para trabalhar

com a 5ª série.

No primeiro momento assitiremos o filme ―Deu a louca na Chapeuzinho‖ e em

seguida iniciaremos as leituras dos intertextos.

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PRIMEIRO PASSO: As crianças assitirão o filme ―Deu a locuca no Chapeuzinho‖.

SINOPSE DO FILME “DEU A LOUCA NO CHAPEUZINHO VERMELHO”

Filme produzido pelos diretores Cory Edwards, Todd Edwards e Tony Leech

nos EUA em 2005, é um desenho animado, onde policiais do mundo animal

investigam um caso de distúrbio doméstico na casa de uma senhora envolvendo

uma garota, um lobo e um machado. As acusações são muitas: invasão de

domicílio, distúrbio do si lêncio na vizinhança, e manuseio de um machado sem

licença.

Fonte: http://1.bp.blogspot.com/-V7bGybhqJFM/TblwbY8oS1I/AAAAAAAADgo/DODC8en1-Fs/s400/hoodwinked-

2-Animation_Info.jpg

1) Vocês gostaram do filme?

2) Vocês acharam o fi lme em comum com a história que seus pais contavam?

3) Vocês daria o mesmo final para o filme?

4) Que outro nome você daria para o filme?

5) Em que momento do fi lme você conseguiu identificar o vilão da história?

6) Quais as características que você identificou na vovó do filme? O que sua

vovó tem em comum com a avó da Chapeuzinho?

Vamos

comentar?

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Vamos conhecer alguns autores e intertextos do conto Chapeuzinho Vermelho.

IRMÃOS GRIMM

Fonte: http://bp2.blogger.com/_YgmspqW-m-

Q/R0SUx0RhdmI/AAAAAAAAAEE/5wjs72pUnDY/s400/grimm1.jpg

Os Irmão Grimm chamavam-se Jacob Grimm (1785) e Wilhelm Grimm (1786),

nasceram em Hanau na Alemanha. Eles eram estudiosos do Folclore alemão, de

linguística, contribuindo com um dicionário ―Deutsches Worterbuch‖, da mitologia e

Direito. Escreveram a partir de pesquisas dos contos do folclore alemão e os

adaptaram, o que até então eram direcionados para os adultos, se tornaram

interessantes também para as crianças. Eles troxeram o romantismo ao mundo no

sentido mais humanitário. Nos contos escritos pelos irmãos Grimm, sempre há uma

mensagem positiva que se pode tirar das aventuras dos heróis e do castigo dos

vilões! As bruxas, monstros, lobos e dragões usados nas histórias serviam como um

alerta para as crianças se afastarem de estranhos e obedecerem aos pais, por

exemplo. De qualquer modo, nas histórias dos irmãos Grimm, as pessoas bondosas

são premiadas e as maldosas são castigadas.

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CHAPEUZINHO VERMELHO

(Irmãos Grimm)

Fonte: http://www.mundoencolores.com/Images/caperucita_top.jpg

Era uma vez, numa pequena cidade às margens da floresta, uma menina de

olhos negros e louros cabelos cacheados, tão graciosa quanto valiosa. Um dia, com

um retalho de tecido vermelho, sua mãe costurou para ela uma curta capa com

capuz; ficou uma belezinha, combinando muito bem com os cabelos louros e os

olhos negros da menina.

Daquele dia em diante, a menina não quis mais saber de vestir outra roupa,

senão aquela e, com o tempo, os moradores da vila passaram a chamá-la de

―Chapeuzinho Vermelho‖.

Além da mãe, Chapeuzinho Vermelho não tinha outros parentes, a não ser

uma avó bem velhinha, que nem conseguia mais sair de casa. Morava numa

casinha, no interior da mata.

De vez em quando ia lá visitá-la com sua mãe, e sempre levavam alguns

mantimentos.

Um dia, a mãe da menina preparou algumas broas das quais a avó gostava

muito mas, quando acabou de assar os quitutes, estava tão cansada que não tinha

mais ânimo para andar pela floresta e levá-las para a velhinha.

Então, chamou a filha:

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— Chapeuzinho Vermelho, vá levar estas broinhas para a vovó, ela gostará

muito. Disseram-me que há alguns dias ela não passa bem e, com certeza, não tem

vontade de cozinhar.

— Vou agora mesmo, mamãe.

— Tome cuidado, não pare para conversar com ninguém e vá direitinho, sem

desviar do caminho certo. Há muitos perigos na floresta!

— Tomarei cuidado, mamãe, não se preocupe. A mãe arrumou as broas em

um cesto e colocou também um pote de geléia e um tablete de manteiga. A vovó

gostava de comer as broinhas com manteiga fresquinha e geléia.

Chapeuzinho Vermelho pegou o cesto e foi embora. A mata era cerrada e

escura. No meio das árvores somente se ouvia o chilrear de alguns pássaros e, ao

longe, o ruído dos machados dos lenhadores.

A menina ia por uma trilha quando, de repente, apareceu-lhe na frente um

lobo enorme, de pêlo escuro e olhos brilhantes.

Olhando para aquela linda menina, o lobo pensou que ela devia ser macia e

saborosa. Queria mesmo devorá-la num bocado só. Mas não teve coragem,

temendo os cortadores de lenha que poderiam ouvir os gritos da vítima. Por isso,

decidiu usar de astúcia.

— Bom dia, linda menina — disse com voz doce.

— Bom dia — respondeu Chapeuzinho Vermelho.

— Qual é seu nome?

— Chapeuzinho Vermelho.

— Um nome bem certinho para você. Mas diga-me, Chapeuzinho Vermelho,

onde está indo assim tão só?

— Vou visitar minha avó, que não está muito bem de saúde.

— Muito bem! E onde mora sua avó?

— Mais além, no interior da mata.

— Explique melhor, Chapeuzinho Vermelho.

— Numa casinha com as venezianas verdes, logo após o velho engenho de

açúcar.

O lobo teve uma idéia e propôs:

— Gostaria de ir também visitar sua avó doente. Vamos fazer uma aposta,

para ver quem chega primeiro. Eu irei por aquele atalho lá abaixo, e você poderá

seguir por este. Chapeuzinho Vermelho aceitou a proposta.

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— Um, dois, três, e já! — gritou o lobo.

Conhecendo a floresta tão bem quanto seu nariz, o lobo escolhera para ele o

trajeto mais breve, e não demorou muito para alcançar a casinha da vovó.

Bateu à porta o mais delicadamente possível, com suas enormes patas.

— Quem é? — perguntou a avó.

O lobo fez uma vozinha doce, doce, para responder:

— Sou eu, sua netinha, vovó. Trago broas feitas em casa, um vidro de geléia

e manteiga fresca.

A boa velhinha, que ainda estava deitada, respondeu:

— Puxe a tranca, e a porta se abrirá.

O lobo entrou, chegou ao meio do quarto com um só pulo e devorou a pobre

vovozinha, antes que ela pudesse gritar.

Em seguida, fechou a porta. Enfiou-se embaixo das cobertas e ficou à espera

de Chapeuzinho Vermelho. A essa altura, Chapeuzinho Vermelho já tinha esquecido

do lobo e da aposta sobre quem chegaria primeiro. Ia andando devagar pelo atalho,

parando aqui e acolá: ora era atraída por uma árvore carregada de pitangas, ora

ficava observando o vôo de uma borboleta, ou ainda um ágil esquilo. Parou um

pouco para colher um maço de flores do campo, encantou-se a observar uma

procissão de formigas e correu atrás de uma joaninha.

Finalmente, chegou à casa da vovó e bateu de leve na porta.

— Quem está aí? — perguntou o lobo, esquecendo de disfarçar a voz.

Chapeuzinho Vermelho se espantou um pouco com a voz rouca, mas pensou que

fosse porque a vovó ainda estava gripada.

— É Chapeuzinho Vermelho, sua netinha. Estou trazendo broinhas, um pote

de geléia e manteiga bem fresquinha!

Mas aí o lobo se lembrou de afinar a voz cavernosa antes de responder:

— Puxe o trinco, e a porta se abrirá.

— Chapeuzinho Vermelho puxou o trinco e abriu a porta.

O lobo estava escondido, embaixo das cobertas, só deixando aparecer a

touca que a vovó usava para dormir.

Coloque as broinhas, a geléia e a manteiga no armário, minha querida

netinha, e venha aqui até a minha cama. Tenho muito frio, e você me ajudará a me

aquecer um pouquinho.

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Chapeuzinho Vermelho obedeceu e se enfiou embaixo das cobertas. Mas

estranhou o aspecto da avó. Antes de tudo, estava muito peluda! Seria efeito da

doença? E foi reparando:

— Oh, vovozinha, que braços longos você tem!

— São para abraçá-la melhor, minha querida menina!

— Oh, vovozinha, que olhos grandes você tem!

— São para enxergar também no escuro, minha menina!

— Oh, vovozinha, que orelhas compridas você tem!

— São para ouvir tudo, queridinha!

— Oh, vovozinha, que boca enorme você tem!

— É para engolir você melhor!!!

Assim dizendo, o lobo mau deu um pulo e, num movimento só, comeu a

pobre Chapeuzinho Vermelho.

— Agora estou realmente satisfeito — resmungou o lobo. Estou até com

vontade de tirar uma soneca, antes de retomar meu caminho.

Voltou a se enfiar embaixo das cobertas, bem quentinho. Fechou os olhos e,

depois de alguns minutos, já roncava. E como roncava! Uma britadeira teria feito

menos barulho.

Algumas horas mais tarde, um caçador passou em frente à casa da vovó,

ouviu o barulho e pensou: ―Olha só como a velhinha ronca! Estará passando mal!?

Vou dar uma espiada.‖

Abriu a porta, chegou perto da cama e… quem ele viu?

O lobo, que dormia como uma pedra, com uma enorme barriga parecendo um

grande balão!

O caçador ficou bem satisfeito. Há muito tempo estava procurando esse lobo,

que já matara muitas ovelhas e cabritinhos.

— Afinal você está aqui, velho malandro! Sua carreira terminou. Já vai ver!

Enfiou os cartuchos na espingarda e estava pronto para atirar, mas então lhe

pareceu que a barriga do lobo estava se mexendo e pensou: ―Aposto que este

danado comeu a vovó, sem nem ter o trabalho de mastigá-la! Se foi isso, talvez eu

ainda possa ajudar!‖.

Guardou a espingarda, pegou a tesoura e, bem devagar, bem de leve,

começou a cortar a barriga do lobo ainda adormecido.

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Na primeira tesourada, apareceu um pedaço de pano vermelho, na segunda,

uma cabecinha loura, na terceira, Chapeuzinho Vermelho pulou fora.

— Obrigada, senhor caçador, agradeço muito por ter me libertado. Estava tão

apertado lá dentro, e tão escuro… Faça outro pequeno corte, por favor, assim

poderá libertar minha avó, que o lobo comeu antes de mim.

O caçador recomeçou seu trabalho com a tesoura, e da barriga do lobo saiu

também a vovó, um pouco estonteada, meio sufocada, mas viva.

— E agora? — perguntou o caçador. — Temos de castigar esse bicho como

ele merece!

Chapeuzinho Vermelho foi correndo até a beira do córrego e apanhou uma

grande quantidade de pedras redondas e lisas. Entregou-as ao caçador que

arrumou tudo bem direitinho, dentro da barriga do lobo, antes de costurar os cortes

que havia feito.

Em seguida, os três saíram da casa, se esconderam entre as árvores e

aguardaram.

Mais tarde, o lobo acordou com um peso estranho no estômago. Teria sido

indigesta a vovó? Pulou da cama e foi beber água no córrego, mas as pedras

pesavam tanto que, quando se abaixou, ele caiu na água e ficou preso no fundo do

córrego.

O caçador foi embora contente e a vovó comeu com gosto as broinhas.

Chapeuzinho Vermelho prometeu a si mesma nunca mais esquecer os

conselhos da mamãe: ―Não pare para conversar com ninguém, e vá em frente pelo

seu – caminho‖.

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1) Nesta história, Chapeuzinho se saiu melhor?

2) Você prefere esta, ou a outra história? Porquê?

3) Você mudaria algo nessa história? O quê?

Vamos

responder as

questões?

É muito divertido conhecer estes intertextos, não é?

Agora vocês irão conhecer uma Chapeuzinho

diferente!

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CHICO BUARQUE

Fonte:

http://2.bp.blogspot.com/_RI2uwxhc0p4/R4Oj8kM2g5I/AAAAAAAAAA0/fZI5WIpes00/s320/IMG+CHIC

O+BUARQUE.jpg

Francisco Buarque de Holanda, nasceu no Rio de Janeiro em 19 de junho de

1944, é um músico, dramaturgo e escritor brasileiro. Escreveu o conto ―Chapeuzinho

Amarelo‖ pela primeira vez em 1997, contando a história de uma menina que tinha

medo de tudo, até que...

16

CHAPEUZINHO AMARELO

(Chico Buarque)

Fonte: http://1.bp.blogspot.com/_RqkgBZ0ZZGw/SfctV7q0gBI/AAAAAAAAACg/eUHVkFif7tE/s400/chapeu _a.jpg

Era Chapeuzinho Amarelo.

Amarelada de tanto medo.

Tinha medo de tudo, aquela Chapeuzinho.

Já não ria.

Em festa, não aparecia.

Não subia escada, nem descia.

Não estava resfriada, mas tossia.

Ouvia conto de fada e estremecia.

Não brincava mais de nada, nem de amarelinha.

Tinha medo de trovão.

Minhoca, pra ela, era cobra.

E nunca apanhava sol.

Porque tinha medo de sombra.

Não ia pra fora pra não se sujar.

Não tomava sopa pra não ensopar.

Não tomava banho pra não descolar.

Não falava nada pra não engasgar.

Não ficava em pé com medo de cair.

Então vivia parada, deitada, mas sem dormir, com medo de pesadelo.

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1) Qual o título do texto?

2) De que a Chapeuzinho tinha medo?

3) E você tem algum medo? De que?

4) Você acha que tem algum motivo para ter medo?

5) Quem é o autor dessa história?

Escrevendo!

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CHAPEUZINHO AMARELO III

Posted in Diversão at 01:41 by Karina

Finalizando…

―Mas o engraçado é que,

assim que encontrou o LOBO, a Chapeuzinho Amarelo

foi perdendo aquele medo: o medo do medo do medo do medo que tinha do LOBO. Foi ficando só com um pouco de medo daquele lobo.

Depois acabou o medo e ela ficou só com o lobo.

O lobo ficou chateado de ver aquela menina olhando pra cara dele, só que sem o medo dele.

Ficou mesmo envergonhado, triste, murcho e branco-azedo, porque um lobo, tirado o medo, é um arremedo de lobo. É feito um lobo sem pêlo.

Um lobo pelado.

O lobo ficou chateado.

Ele gritou: sou um LOBO! Mas a Chapeuzinho, nada.

E ele gritou: EU SOU UM LOBO!!! E a Chapeuzinho deu risada.

E ele berrou: EU SOU UM LOBO!!!!!!!!!! Chapeuzinho, já meio enjoada, com vontade de brincar de outra coisa. Ele então gritou bem forte aquele seu nome de LOBO umas vinte e cinco vezes,

Que era pro medo ir voltando e a menininha saber com quem não estava falando: LO BO LO BO LO BO LO BO LO BO LO BO LO BO LO BO LO BO LO BO LO

Aí, Chapeuzinho encheu e disse:

―Pára assim! Agora! Já! Do jeito que você tá!‖ E o lobo parado assim, do jeito que o lobo estava, já não era mais um LO-BO. Era um BO-LO.

Um bolo de lobo fofo, tremendo que nem pudim, com medo de Chapeuzim. Com medo de ser comido, com vela e tudo, inteirim.

Chapeuzinho não comeu aquele bolo de lobo, porque sempre preferiu de chocolate.

Aliás, ela agora come de tudo, menos sola de sapato. Não tem mais medo de chuva, nem foge de carrapato. Cai, levanta, se machuca, vai à praia, entra no mato,

Trepa em árvore, rouba fruta, depois joga amarelinha, Com o primo da vizinha, com a filha do jornaleiro,

Com a sobrinha da madrinha E o neto do sapateiro.

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Mesmo quando está sozinha, inventa uma brincadeira.

E transforma em companheiro cada medo que ela tinha: O raio virou orrái;

barata é tabará; a bruxa virou xabru; e o diabo é bodiá.

1) O que você achou desta nova Chapeuzinho Amarelo?

2) Por que você acha que ela perdeu os seus medos?

3) Desenhe a Chapeuzinho Amarelo dos dias atuais.

Vamos responder

oralmente!

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PEDRO BANDEIRA DE LUNA FILHO

Fonte: http://1.bp.blogspot.com/_s7CIL7gfe3o/TD5vMdq72xI/AAAAAAAAAEA/IFIGf20 -

tJo/s1600/pedro-bandeira.jpg

Um dos principais autores brasileiros de literatura infanto-juvenil, Pedro

Bandeira de Luna Filho nasceu na cidade de Santos, em São Paulo, no dia 9 de

março de 1942. Aí ele se envolveu seriamente com o teatro amador, campo no qual

atuou até 1967 como intérprete, encenador e cenógrafo; nesta área ele também teve

uma passagem pelo teatro de bonecos...

21

SENHORITA VERMELHO

(Pedro Bandeira)

Chapeuzinho Vermelho era a mais solteira das amigas de Dona Branca (de

Neve) e uma das poucas que não era princesa. A história dela tinha terminado

dizendo que ela ia viver feliz para sempre ao lado da Vovozinha, mas não falava em

nenhum príncipe encantado. Por isso, Chapeuzinho ficou solteirona e encalhada ao

lado de uma velha cada vez mais caduca.

Com a cestinha pendurada no braço e com o capuz vermelho na cabeça,

Dona Chapeuzinho entrou com o lacaio atrás. Dona Branca correu para abraçar a

amiga.

- Querida! Há quanto tempo! Como vai a Vovozinha?

- Branca!

As duas deram-se três beijinhos, um numa face a dois na outra, porque o

terceiro era para ver se a Chapeuzinho desencalhava.

- Minha amiga Branca! Por que você tem esses olhos tão grandes?

- Ora, deixa de besteira, Chapéu!

- Ahn... quer dizer.... desculpe, Branca. É que eu sempre me distraio....

- atrapalhou-se toda Chapeuzinho. - Sabe? É que eu estou sempre pensando na

minha história. Ela é tão linda, com o Lobo Mau, tão terrível...

- Até que a sua história é passável, Chapéu - Comentou Dona Branca, meio

despeitada. - Mas linda mesmo é a minha, que tem espelho mágico, maçã

envenenada, bruxa malvada, anõezinhos e até caçador generoso.

- Questões de gosto, querida....

22

Dona Chapeuzinho sentou-se confortavelmente, colocou a cestinha ao lado

(ela não largava aquela bendita cestinha, tirou um sanduíche de mortadela e pôs-se

a comer (aliás, Dona Chapeuzinho tinha engordado muito desde aquela aventura

com o Lobo Mau).

- Aceita um brioche? - ofereceu-lhe a comilona, de boca cheia.

- Não, obrigada.

- Quer uma maçã?

- Não! Eu detesto maçã!

1) Você já conhecia esta visão do conto Chapeuzinho Vermelho?

2) Você acha que Chapeuzinho Vermelho ficou mesmo solteira?

3) Por que você acha que o autor disse que Chapeuzinho ficou gorda?

4) Porque Branca de Neve acha que sua história é mais bonita? Você concorda?

5) Como você escreveria o futuro de Chapeuzinho?

Interpretando o texto!

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Trabalhando com as palavras utilizando o texto dos Irmão Grimm.

Quando lemos:

Olhos negros

Cabelos cacheados

Graciosa

Valioso

1) A que classe de plavaras pertencem os vocábulos grifados?

2) E as palavras: broinhas, geléia e manteiga, pertencem a que classe de palavras?

3) Escreva um adjetivo para cada palavra abaixo:

Chapeuzinho –

Lobo –

Vovó –

Caçador –

4) Complete o diálogo com adjetivos:

_ Oh! vovozinha, que braços ....................... você tem?

_ São para abraçá-la melhor minha ........................ menina!

_ Oh! vovozinha, que olhos ......................... Você tem?

_ Que orelhas ................... você tem!

COMENTANDO E RESPONDENDO!

24

5) Troque as palavras grifadas pelo antônimo. Não esquecendo que antônimo são

palavras de sentido contrário.

a. A história dela tinha terminado dizendo que ela ia viver feliz para sempre ao

lado da Vovozinha.

b. Minha amiga Branca! Por que você tem esses olhos tão grandes?

c. Dona Branca detesta maçã!

6) Agora vamos caçar as palavras:

25

Ache o caminho para Chapeuzinho

chegar até a Vovozinha.

26

7) Você tem agora o começo de duas histórias, escolha uma delas e continue

usando toda sua criatividade.

HISTÓRIA AO CONTRÁRIO

Esta é a história de Zé Lobinho.

Um dia ele encontrou a malvada Chapeuzinho rosa que perguntou:

— Oi Zé Lobinho! Para onde você vai?

O Zé Lobinho respondeu:

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CHAPEUZINHO VERMELHO NA VERSÃO DA VOVÓ

Queridos amigos, há muito tempo vocês ouvem falar da história de

Chapeuzinho Vermelho. Pois bem, aqui quem vos fala é a vovó. Cansei de escutar

conversinhas, coisas que inventaram a meu respeito, a respeito do lobo e de

Chapeuzinho Vermelho, por isso, resolvi contar-lhes toda a verdade.

Bom, o lobo cuidava muito bem da floresta e tentava mantê-la sempre limpa,

mas tão limpa, a ponto de não querer que ninguém passasse por lá.

A minha netinha a Chapeuzinho Vermelho era uma criança muito__________

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Que Deus te ilumine e te abençoe sempre! Um forte abraço da Professora Mara

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REFERÊNCIAS

ABREU, Ana Rosa. Alfabetização: livro do aluno. [et al.] Brasília: UNDESCOLA/

SEF-MEC, 2000. 3 v.: 128 p. n. 2.

BUARQUE, Chico. ZIRALDO. Chapeuzinho Amarelo. Editora José Olympio. São

Paulo: 1997.

CASHDAN, Sheldon. Os sete pecados capitais nos contos de fadas: como os

contos de fadas influenciam nossas vidas. Rio de Janeiro: Campus, 2000.

HOODWINKED. Deu a louca na Chapeuzinho. EUA, 2005. Disponível em:

WWW.deualoucanachapeuzinho.com.br/. Acesso 10 de jun. 2011.

OLIVEIRA, Roberta Bento. História ao contrário. São Paulo: Disponível em:

www.canalkids.com.br/. Acesso em: 10 de jun. 2011.

SITES CONSULTADOS

http://images.encydia.com/thumb/d/d4/ChPerrault.jpg/200px-ChPerrault.jpg

http://odia.terra.com.br/blog/miltoncunha/images/chapeuzinho-vermelho.jpg

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