1
CONSULTOR O corpo fica, conhecimento voa... Moysés Simantob - professor de inovação do Departamento de Operações na FVG-EAESP. O que é inovação no cenário empresarial? Inovar não envolve somente tecnologia. Na era das redes sociais, o importante é compartilhar as informações, não importando o espaço físico. Traduzindo literalmente: o corpo fica e o conhecimento voa. Este é o ponto central da inovação. Toda vez que falamos sobre isto, estamos falando de gente. Não são robôs e softwares que inovam, são as pessoas. Toda boa iniciativa que revoluciona, gera algum tipo de mudança. Quem inova quer ganhar dinheiro e alcançar seus objetivos, ninguém o faz só para ter prazer. Joseph Schumpeter, economista austro-americano, criou uma teoria que mostra que a invenção difere da inovação. A primeira não tem compromisso com a geração de resultado, a segunda sim. Qual é a diferença entre pesquisa e inovação? Quando colocamos um grupo de pessoas inteligentes para pensar sobre um determinado assunto, estamos fazendo uma pesquisa. No fundo, estamos investindo dinheiro nessas pessoas para que elas transformem determinado estudo em conhecimento. A inovação é o inverso: trata-se de colocar o conhecimento para gerar riquezas. Como alcançar a inovação pura? As pessoas se preocupam com o fato de que toda inovação implica necessariamente em mudança. De fato, isso tem uma medida, o ser humano se assusta e isso é inusitado. Quando as coisas nos deixam confortáveis, não existe necessidade de mudar. Estamos sendo percebidos e aceitos pelo grupo, e é isso que todo ser humano quer: ser aceito. Temos que buscar o inusitado. A diferença é que, no ponto de vista da inovação, a performance das pessoas não se altera ao longo do tempo. Performance é quando você tem uma medida de referência e consegue entregar em tempo reduzido, com mais qualidade e menor preço, visando a liderança do mercado. Se o desempenho continua estável, estamos no lugar comum, sendo assim, nosso preço é comum. Essa é a essência do conceito da inovação: diferenciação. Existe um dilema em relação ao “inovar”? Como ultrapassar este obstáculo? As pessoas geralmente não excedem os seus limites. Acreditamos que quem resolve os problemas são os processos, o software e o hardware, mas, na verdade, quem realmente promove a resolução é o “humanware”. Isso não tem nada a ver com quantidade de conhecimento e nem formação acadêmica, e sim com capacidade de processamento. O dilema da inovação no Brasil está no fato da sociedade confundir criatividade com inovação. Criatividade não gera riqueza. Inovação resume-se à teoria do “oito ou 80”: se você fizer oito, você não fez algo significativo; se você fizer 80, assusta. Uma boa resposta para esta equação é o 44, ou seja, o meio termo. Você visualiza todo o processo, mas o viabiliza pouco a pouco. Você deve ser visto pelos seus clientes e parceiros como uma fonte de inovação gradativa. O preconceito barra a inovação. Para comentar esta matéria envie e-mail para: [email protected] www.moysessimantob.com.br

Marcap 2009

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Toda vez que falamos sobre isto, estamos falando de gente. Não são robôs e softwares que inovam, são as pessoas. Toda boa iniciativa que revoluciona, gera algum tipo de mudança. Quem inova quer ganhar dinheiro e alcançar seus objetivos, ninguém o faz só para ter prazer. Joseph Schumpeter, economista austro-americano, criou uma teoria que mostra que a invenção difere da inovação. A primeira não tem compromisso com a geração de resultado, a segunda sim.

Citation preview

CONSULTOR O corpo fica, conhecimento voa... Moysés Simantob - professor de inovação do Departamento de Operações na FVG-EAESP. O que é inovação no cenário empresarial? Inovar não envolve somente tecnologia. Na era das redes sociais, o importante é compartilhar as informações, não importando o espaço físico. Traduzindo literalmente: o corpo fica e o conhecimento voa. Este é o ponto central da inovação. Toda vez que falamos sobre isto, estamos falando de gente. Não são robôs e softwares que inovam, são as pessoas. Toda boa iniciativa que revoluciona, gera algum tipo de mudança. Quem inova quer ganhar dinheiro e alcançar seus objetivos, ninguém o faz só para ter prazer. Joseph Schumpeter, economista austro-americano, criou uma teoria que mostra que a invenção difere da inovação. A primeira não tem compromisso com a geração de resultado, a segunda sim.

Qual é a diferença entre pesquisa e inovação? Quando colocamos um grupo de pessoas inteligentes para pensar sobre um determinado assunto, estamos fazendo uma pesquisa. No fundo, estamos investindo dinheiro nessas pessoas para que elas transformem determinado estudo em conhecimento. A inovação é o inverso: trata-se de colocar o conhecimento para gerar riquezas. Como alcançar a inovação pura? As pessoas se preocupam com o fato de que toda inovação implica necessariamente em mudança. De fato, isso tem uma medida, o ser humano se assusta e isso é inusitado. Quando as coisas nos deixam confortáveis, não existe necessidade de mudar. Estamos sendo percebidos e aceitos pelo grupo, e é isso que todo ser humano quer: ser aceito. Temos que buscar o inusitado. A diferença é que, no ponto de vista da inovação, a performance das pessoas não se altera ao longo do tempo. Performance é quando você tem uma medida de referência e consegue entregar em tempo reduzido, com mais qualidade e menor preço, visando a liderança do mercado. Se o desempenho continua estável, estamos no lugar comum, sendo assim, nosso preço é comum. Essa é a essência do conceito da inovação: diferenciação. Existe um dilema em relação ao “inovar”? Como ultrapassar este obstáculo? As pessoas geralmente não excedem os seus limites. Acreditamos que quem resolve os problemas são os processos, o software e o hardware, mas, na verdade, quem realmente promove a resolução é o “humanware”. Isso não tem nada a ver com quantidade de conhecimento e nem formação acadêmica, e sim com capacidade de processamento. O dilema da inovação no Brasil está no fato da sociedade confundir criatividade com inovação. Criatividade não gera riqueza. Inovação resume-se à teoria do “oito ou 80”: se você fizer oito, você não fez algo significativo; se você fizer 80, assusta. Uma boa resposta para esta equação é o 44, ou seja, o meio termo. Você visualiza todo o processo, mas o viabiliza pouco a pouco. Você deve ser visto pelos seus clientes e parceiros como uma fonte de inovação gradativa. O preconceito barra a inovação. Para comentar esta matéria envie e-mail para: [email protected] www.moysessimantob.com.br