32
ETEC IRMÃ AGOSTINA ETIM QUÍMICA ESTUDO DE CASO MARCHA ANALÍTICA DE UMA AMOSTRA DE AMÁLGAMA ANDERSON FERNANDES RIBEIRO N.° 4 ANDERSON SILVÉRIO JUNIOR N.° 5 BEATRIZ BEHLING N.° 8 FRANCIELE NEVES N.° 15 RENAN SANTINI BARBOSA N.° 32 Relatório Final dos experimentos relacionados à Marcha Analítica de uma amostra de amálgama, realizados no dia 24/09 nos laboratórios da ETEC Irmã Agostina. Orientado por:

Marcha Analítica de uma amostra de amálgama - Relatório.docx

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Marcha Analítica de uma amostra de amálgama - Relatório.docx

ETEC IRMÃ AGOSTINA

ETIM QUÍMICA

ESTUDO DE CASO

MARCHA ANALÍTICA DE UMA AMOSTRA DE AMÁLGAMA

ANDERSON FERNANDES RIBEIRO N.° 4

ANDERSON SILVÉRIO JUNIOR N.° 5

BEATRIZ BEHLING N.° 8

FRANCIELE NEVES N.° 15

RENAN SANTINI BARBOSA N.° 32

Relatório Final dos experimentos

relacionados à Marcha Analítica de

uma amostra de amálgama, realizados

no dia 24/09 nos laboratórios da ETEC

Irmã Agostina. Orientado por:

Me. Klauss Engelmann

Prof.ª Márcia da Silva

SÃO PAULO

2013

Page 2: Marcha Analítica de uma amostra de amálgama - Relatório.docx

Sumário

1. INTRODUÇÃO.........................................................................................1

1.1 O que é a Amalgama?..........................................................................1

1.2 Métodos de abertura e preparo da amostra.........................................2

1.2.1 Solução aquosa sem mudança química.........................................2

1.2.2 Decomposição por via úmida..........................................................2

1.2.3 Combustão.....................................................................................2

1.2.4 Fusão..............................................................................................2

1.3 Marcha Analítica...................................................................................4

2. OBJETIVOS.............................................................................................5

3. MATERIAIS E MÉTODOS.......................................................................6

3.1 Vidrarias e Reagentes..........................................................................6

3.2 Procedimento........................................................................................7

3.2.1 Abertura da Amálgama...................................................................7

3.2.2 Identificação dos metais do Grupo I...............................................7

3.2.3 Identificação dos metais do Grupo II (C-1).....................................8

3.2.4 Identificação dos metais do Grupo III (C-2’)...................................9

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO.............................................................10

4.1 Abertura da Amálgama.......................................................................10

4.2 Identificação dos metais do Grupo I...................................................12

4.3 Identificação dos metais do Grupo II..................................................13

4.4 Identificação dos metais do Grupo III.................................................15

5. CONCLUSÃO........................................................................................16

6. REFERENCIAL TEÓRICO.....................................................................17

7. ANEXOS................................................................................................18

Page 3: Marcha Analítica de uma amostra de amálgama - Relatório.docx

7.1 Anexo 1...............................................................................................18

7.2 Anexo 2...............................................................................................18

7.3 Anexo 3...............................................................................................19

7.4 Anexo 4...............................................................................................19

2

Page 4: Marcha Analítica de uma amostra de amálgama - Relatório.docx

1. INTRODUÇÃO

1.1 O que é a Amalgama?

Amalgama é qualquer liga metálica de mercúrio com um ou mais metais. A

maioria dos metais (com exceção do ferro e da platina) pode formar uma liga com

mercúrio, dando origem a muitos tipos de amalgama, que geralmente se encontram

no estado sólido, mas isso pode variar de acordo com a quantidade de metais

presentes, podendo-se formar uma solução com um ou mais metais em mercúrio.1

Pode-se considerar que a palavra amalgama deriva do grego malagma

(apesar de haverem diferentes opiniões sobre a origem da palavra), que significa

“substancia amolecedora ou mole”, uma das características da amalgama.1

O amalgama teve origem na Europa e depois foi levada aos Estados Unidos,

era obtido através da raspagem de moedas de prata, em seguida esse pó obtido era

misturado ao mercúrio. No entanto, a qualidade do material não era muito boa, pois

dependia da qualidade e limpeza da moeda. Esse agravante levou o cientista V.

Black a estabelecer padrões de composição entre a prata e estanho na liga de

amálgama, o qual seria de 68% de Ag e 25% de Sn, o que equivale a três átomos de

prata para um de estanho. Black ainda sugeriu que parte da prata poderia ser

substituída por cobre, para melhorar as propriedades mecânicas da liga, mas esse

valor não poderia ultrapassar 6%.2

As amalgamas tem muitas utilizações. Por exemplo, a formação de

amálgamas com metais preciosos levou que o mercúrio fosse utilizado na extração

de ouro e prata, a partir dos respectivos minérios. No século XIX foram utilizadas

amálgamas de estanho-mercúrio no revestimento refletor para a fabricação de

espelhos.1

As amálgamas dentárias, liga de prata-mercúrio começaram a ser utilizadas

na China por volta do século VII como material para selar as cavidades nos dentes

provocadas pelas cáries dentárias. Atualmente as amalgamas utilizadas na

odontologia tem por volta de 43 a 54% de mercúrio, 20 a 35% de prata, 10 % de

cobre, 2% de zinco e uma pequena percentagem de estanho. Devido à elevada

toxicidade dos metais usados na sua concepção, especialmente o mercúrio, aliado

1

Page 5: Marcha Analítica de uma amostra de amálgama - Relatório.docx

ao fato de serem bastante inestéticas, as amálgamas dentárias tem sido substituídas

por novos materiais e em alguns países a sua utilização foi proibida.1

1.2 Métodos de abertura e preparo da amostra

Geralmente as amostras devem ser encontras em estado líquido ou sólido, a

fim de facilitar seu manuseio, porque é necessário analisar teores cada vez mais

baixos para fazer a checagem da pureza de substâncias ou até mesmo em quesitos

ambientais. Para que as análises espectroscópicas tenham uma determinação

adequada e invariável, deve-se realizar a pré-concentração, que podem ser

efetivada na forma de troca iônica, extração por solvente e evaporação da água por

meio de aquecimento (em meio aquoso e fazendo a checagem da volatilidade). Não

existe técnica de preparo de solução universal para nenhum elemento.3

Se a amostra for sólida consegue-se utilizar equipamentos que permitem a

análise, porém o ato mais comum e prático é o de fusão da amostra. Neste caso é

necessário observar a solubilização dos elementos em questão e a remoção da

matriz orgânica. As estratégias em destaque para o preparo de amostras sólidas

são:

Solução aquosa sem mudança química

Decomposição por via úmida

Combustão

Fusão

É necessário ser realizada o estudo dos metais constituintes e de suas ligas

através da macrografia (observação a olho nu) e da micrografia que é feita através

de técnicas apuradas e refinadas. Amostras pequenas são tratadas em resinas

plásticas para melhor proteção e manipulação do operador. 4

A abertura da amostra pode ser realizada via úmida ou via seca, o

procedimento necessita do auxílio de ácido, base e fótons. Porém pode ser

empregado dói ou mais métodos para conseguir o feito citado acima. A preferência

ao aplicar o ataque ácido é de amostras sólidas, em que o ácido é o solvente da

reação, aquele em que promove a solvatação. Existem métodos por fusão alcalina,

exercida quando se pretende digerir completamente a amostra, que também é mais

2

Page 6: Marcha Analítica de uma amostra de amálgama - Relatório.docx

usada em meio sólido. A técnica por microondas laboratorial é aplicada somente

quando a amostra contém moléculas polares em sua composição. 5

1.2.1.1 VIA ÚMIDA

Os ácidos mais comumente empregados são:

a) Nítrico (HNO3), ponto de ebulição - 122ºC – agente oxidante mais utilizado na

digestão de amostras orgânicas, libera os elementos na forma de nitratos solúveis e

é normalmente comercializado em forma bastante pura, a 65% - 69%. Em

concentrações inferiores a 2,0 mol L-1 apresenta-se como pobre oxidante. No

entanto, quando combinado com ácidos complexantes, principalmente HCl, com

H2O2, ou pelo aumento da pressão e da temperatura, ocorre um grande aumento do

poder oxidante. Bastante empregado na dissolução de metais, ligas e materiais

biológicos. Não dissolve Au e Pt, e alguns metais são passivados, sendo, no entanto

facilmente dissolvidos em HNO3 diluído e quando combinado com outros ácidos.6

b) Clorídrico (HCl), ponto de ebulição, 110ºC, comercializado com alto grau de

pureza a 36 – 38%. Apesar de ser um ácido forte, não possui propriedades

oxidantes e reage com a maioria dos cátions metálicos de transição, formando

complexos bastante fortes com Au, Ti e Hg e mais fracos com Fe, Ga, In, Sn. Os

cloretos metálicos são solúveis em água, exceto Hg2Cl2 e AgCl. É empregado na

dissolução de metais e ligas, sais de carbonatos, fosfatos, alguns óxidos e alguns

sulfatos. Quando em misturas com HNO3 (água régia), empregado na dissolução de

materiais geológicos e amostras ambientais. Não é normalmente empregado para a

dissolução de matéria orgânica.6

c) Sulfúrico (H2SO4), ponto de ebulição 338ºC, comercializado como 98% de

pureza em seu maior teor possível, apresenta o ponto de ebulição mais alto entre os

ácidos minerais concentrados mais comuns. Útil para o desprendimento de produtos

voláteis, apresenta boas propriedades desidratantes (reduz-se para SO2, SO e H2S)

e oxidantes para ligas, metais, óxidos, hidróxidos e sulfatos insolúveis, e é

frequentemente empregado combinado com HNO3, elevando o ponto de ebulição da

mistura, além de agilizar o processo de oxidação, agindo como oxidante inicial das

misturas ácidas. Também usado para remoção de HF e/ou solubilização dos

flúorcomplexos metais em estado de oxidação mais elevado, como Cr3+, Al3+ e as

3

Page 7: Marcha Analítica de uma amostra de amálgama - Relatório.docx

terras raras, podem formar sulfatos duplos com sulfato de potássio, de difícil

solubilização. Por outro lado, os sulfatos de metais apresentam baixa volatilidade, o

que impede perdas por volatilização.6

d) Perclórico (HClO4), ponto de ebulição 203ºC, comercialização a 60 – 72%

(nunca se deve utilizar em concentrações superiores) – a altas temperaturas, é um

forte agente oxidante para matéria orgânica, e apresenta baixo poder complexante.

Quando utilizado isoladamente, torna-se perigoso devido ao risco iminente de

explosão, pela formação de percloratos instáveis.6

e) Fluorídrico (HF), ponto de ebulição 112ºC, ácido fraco, não oxidante,

comercializado entre 38 – 48%, é empregado para a dissolução de silicatos, pois o

F- é um poderoso ânion complexante reage com os elementos que forma óxidos

refratários difíceis de serem dissolvidos. Necessidade de adição de ácido bórico

para mascarar o HF e dissolver os fluoretos precipitados. Há perdas de Si como SiF6

após aquecimento e requer a complexação do F- livre com H3BO3. Também não se

deve usar vidraria e tomar bastante cuidado com o contato com a pele. Na prática, a

maioria dos métodos de dissolução de amostras inorgânicas é realizada com o

emprego de dois ou três ácidos, pois diferentes propriedades úteis podem ser

combinadas.6

1.3 Marcha Analítica

A marcha analítica consiste num método de análise química qualitativa para o

reconhecimento de íons por via úmida, que se baseia na formação de compostos

insolúveis mediante a adição sucessiva de diversos reagentes a uma amostra em

solução, uma vez filtrado ou centrifugado o precipitado que se obtém em cada caso.

Cada precipitado, contendo um número reduzido de íons, dissolve-se em reagentes

adequados, juntando-se a este novos reagentes para formar novos precipitados com

um número cada vez menor de íons, até se obter uma solução na qual se podem

identificar os diferentes íons por meio de reações específicas.7

Para a separação de cátions existem diversos métodos que se distinguem por

diferirem em algum dos reagentes que se juntam à solução a analisar para precipitar

os diferentes grupos de compostos insolúveis. A maior parte destes utiliza o sulfeto

de hidrogênio para precipitar determinado número de cátions na forma de sulfetos

4

Page 8: Marcha Analítica de uma amostra de amálgama - Relatório.docx

insolúveis. Os cátions precipitam seletivamente como sais insolúveis, divididos em

cinco grupos.7

A separação dos ânions é mais complexa e requer um certo número de

ensaios prévios. Baseia-se na solubilidade ou insolubilidade dos sais de bário e de

prata.7

5

Page 9: Marcha Analítica de uma amostra de amálgama - Relatório.docx

2. OBJETIVOS

Desenvolver conhecimento à respeito dos métodos de abertura de amostras,

e determinar o método ou mais métodos ideais para abertura de uma liga metálica

de amálgama em pó. Além disso, por meio de estudos a respeito da marcha

analítica de cátions, analisar e determinar os metais presentes na amostra.

6

Page 10: Marcha Analítica de uma amostra de amálgama - Relatório.docx

3. MATERIAIS E MÉTODOS

Com base nos estudos prévios realizados supuseram-se que os seguintes

íons podiam conter na liga metálica: Hg22+, Ag+, Hg2+, Sn2+, Cu2+, Al3+ e Zn2+. Para

tanto, realizaram-se basicamente quatro experiências, a saber (i) abertura da

amálgama; (ii) identificação dos metais do Grupo I; (iii) identificação dos metais do

Grupo II; e (iv) identificação dos metais do Grupo III. Por se tratar de vidrarias e

reagentes comuns em todas as experiências, descrever-se-á antecipadamente.

3.1 Vidrarias e Reagentes

Na tabela 1 estão descritos os materiais e reagentes necessários para o

procedimento experimental.

Tabela 1. Materiais e reagentes utilizados na marcha analítica

Materiais Reagentes

Béquer de 50 mL HNO3 (ácido nítrico) concentrado – 63%

Tubos de Ensaio Solução de HNO3 6 mol L-1

Estante para tubos de ensaio Solução de NH4OH (hidróxido de amônio)

6 mol L-1

Pipeta Pasteur Solução de NaOH (hidróxido de sódio)

4 mol L-1

Proveta de 10 mL Solução de HNO3 3 mol L-1

Chapa de Aquecimento – Banho-maria Solução de HCl (ácido clorídrico) 3 mol L-1

Lamparina Solução de NH4OH 3 mol L-1

Solução de CH3COOH (ácido etanoico)

3 mol L-1

Solução de Tiocetamida 1 mol L-1

7

Page 11: Marcha Analítica de uma amostra de amálgama - Relatório.docx

Solução de K4[Fe(CN)6] (hexacianoferrato

(II) de potássio) 0,25 mol L-1

Solução de água régia

Água destilada

Papel indicador – Papel de tornassol

3.2 Procedimento

3.2.1 Abertura da Amálgama

1. Pesou-se 15 mg (0,015 g) de Amálgama em um Béquer de 50 mL.

Mediu-se 1,5 mL de HNO3 6,0 mol L-1 com uma Proveta de 10 mL. Adicionou-se

lentamente ao béquer contendo a amalgama previamente pesada e aguardou-se a

digestão. Mediante necessidade, aqueceu-se a solução em chapa de aquecimento

para aumentar a solubilidade (Hg0), ou adicionou-se aproximadamente 5 gotas de

HNO3 concentrado. Transferiu-se a solução para um tubo de ensaio.

Obs: Ao não ocorrer dissolução do Sn com a adição de HNO3,

possivelmente ocorreu a formação de um precipitado com estanho (SnO2.xH2O) –

se ocorrido, centrifugou-se e separou o sobrenadante do precipitado. Utilizou-se

o sobrenadante para dar prosseguimento da análise e reservou-se o precipitado

(Vide Identificação de Sn)

2. Adicionou-se 8 gotas de HCl 3 mol L-1 e homogeneizou-se a solução.

Centrifugou-se.

3. Verificou-se se houve completa precipitação, e para isso, adicionou-se

mais uma gota de HCl 3 mol L-1 ao sobrenadante (Repetiu-se esta etapa até

completa precipitação). Se a precipitação foi completa, novamente centrifugou-se o

material e com o auxílio de uma pipeta pasteur removeu-se o centrifugado

(sobrenadante).

8

Page 12: Marcha Analítica de uma amostra de amálgama - Relatório.docx

3.2.2 Identificação dos metais do Grupo I

4. Tendo-se um resíduo chamado de R-1 que são os cloretos dos cátions

deste grupo e um centrifugado C-1 que contém os cátions solúveis na forma de

cloreto, sendo Hg2+, Cu2+, Sn2+, Al3+ e Zn2+.

5. Sobre R-1 que pôde conter AgCl e Hg2Cl2. Alcalinizou-se com 4 gotas

de NH4OH 6 mol L-1, agitou-se e centrifugou-se (Procedimento rápido – evitar perda

de Ag+ por redução a Ag0). Após a centrifugação obteve-se o resíduo R-2 e o

centrifugado C-2. Em R-2 conteve Hg 0 , algum Hg2O e HgNH2Cl devido as reações

de oxirredução. Esta mistura apresentou coloração a princípio cinza e em seguida

preta, o que confirmou a presença de íons Hg22+ na amostra.

6. O centrifugado C-2 pôde conter [Ag(NH3)2]+. Adicionou-se

HNO3 3 mol L-1 gota a gota, agitando-se até o meio se tornar ácido (verificou-se

utilizando um papel indicador – papel de tornassol). A formação de um precipitado

branco indicou a presença de íons Ag+.

3.2.3 Identificação dos metais do Grupo II (C-1)

7. Em C-1 adicionou-se 2 gotas de HCl 3 mol L-1. Adicionou-se a essa

solução 10 gotas da solução de tiocetamida 1 mol L-1. Aqueceu-se em banho maria

por aproximadamente 10 min.

8. Em seguida, adicionou-se 5 gotas de água destilada e 2 gotas de

tiocetamida 1 mol L-1, e aqueceu-se novamente por mais 10 minutos. Centrifugou-se

e removeu-se o centrifugado C-2’ que pôde conter Al3+ e Zn2+.

9. Tendo-se um resíduo R-2’’; adicionou-se 8 gotas de HNO3 6 mol L-1 e

aqueceu-se até ebulição por aproximadamente 10 minutos sempre com agitação e

centrifugou-se. Obtiveram-se C-3 e R-3.

10. Em R-3 pôde conter HgS preto ou Hg(NO3)2.2HgS branco e S;

adicionou-se aproximadamente 8 gotas de água régia (HCl 3:1 HNO3) e aqueceu-se

em banho de água fervente até dissolução do precipitado. Esperou-se esfriar a

solução sobrenadante e adicionou-se 2 gotas de SnCl2. Um precipitado branco de

Hg2Cl2 ou cinza pela presença adicional de Hg indica a presença de Hg2+.

11. Em C-3 pôde conter Cu2+ e Sn2+. Adicionou-se 5 gotas de NH4OH

6 mol L-1 sob agitação até a solução se tornar alcalina e mais 5 gotas em excesso e

então centrifugar. Obtiveram-se um resíduo R-4 e um centrifugado C-4.

9

Page 13: Marcha Analítica de uma amostra de amálgama - Relatório.docx

12. No resíduo R-4, contendo um sólido branco compactado, indicou-se a

presença de Sn2+.

Identificação de Sn – Dissolve-se o precipitado com água régia (HCl 3:1

HNO3) – fracionou a amostra em duas partes – e adicione tiocetamida 1 mol L -1. A

formação de um precipitado branco indicará a presença de Sn2+. Caso não ocorra

corretamente, utilize a segunda fração da amostra e adicione gota a gota solução de

NH4OH 3 mol L-1 até ocorrer precipitação qualitativamente. A formação de um

precipitado branco indicará a presença de Sn2+.

13. Em C-4, após a adição de NH4OH 6 mol L-1 pôde conter o íon complexo

solúvel [Cu(NH3)4]2-. Se a solução apresentou-se com uma coloração azul, isso

indicou a presença de Cu2+. Porém, para se ter uma confirmação mais confiável,

acidulou-se (adicionou-se) 20 gotas da solução de CH3COOH (HAc) 3 mol L-1 e em

seguida uma gota da solução de K4[Fe(CN)6]. A formação de um precipitado marrom

avermelhado (“tijolo”) indicou a presença de íons Cu2+.

3.2.4 Identificação dos metais do Grupo III (C-2’)

14. Em C-2’ adicionou-se 2 gotas de HCl 3 mol L-1 e depois 5 gotas de

NH4OH 6 mol L-1 até obter cheiro amoniacal. Agitou-se e aqueceu-se por 10 minutos.

A formação de um precipitado branco floculoso confirma a presença de Al3+.

Centrifugou-se e separou-se o sobrenadante C-3’.

15. Em C-3’ adicionou-se gota a gota de NaOH 4 mol L-1 até a identificação

da formação de um precipitado branco gelatinoso, o que confirma a presença de

Zn2+.

10

Page 14: Marcha Analítica de uma amostra de amálgama - Relatório.docx

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 Abertura da Amálgama

1. A massa de amostra pesada foi determinada por meio de padrões analíticos

qualitativos, considerando que uma massa máxima a ser pesada deve ser 20 mg

(0,02 g), a fins de teste de solubilidade.8 Por fim, determinou-se uma massa média a

ser pesada como sendo 15 mg (0,015 g), porém devido a erros analíticos pesou-se

20,4 mg (0,0204 g).

Para realizar a abertura da amostra pesada optou-se pelo HNO3 6 mol L-1; o

volume de ácido adicionado foi calculado utilizando como parâmetro o metal

provável mais pesado da amostra: o mercúrio (Hg). A reação de Hg com HNO3 é

descrita abaixo, considerando à princípio que a massa pesada seja 100% mercúrio:

3Hg0+2NO3−¿+8 H+¿⇌ 3Hg

2+ ¿+ 2NO+4H2O ¿¿ ¿

Portanto:

2nHg=3nNO3−¿⇔nHg=12nNO3−¿¿¿

Cálculo:

mHg

MMHg=3×M NO3

−¿×V NO3−¿⇔VNO3

−¿=mHg

MMHg × 3×MNO3−¿¿¿

¿¿

VNO3

−¿= 0,015200,59 gmol−1×3× 6mol L−1

⇔VNO3−¿=0,000025 L ¿¿

VNO3

−¿=0,000025 L× 1000mL1L

=0,025mL× 20 gotas1mL

=0,5gotas¿

O valor encontrado indica o volume mínimo de HNO3 que deveria ser

adicionado para reagir totalmente com Hg metálico. Porém, um volume maior

deveria ser adicionado para reagir com os outros metais participantes, considerando

11

Page 15: Marcha Analítica de uma amostra de amálgama - Relatório.docx

que 6 metais estariam na liga da amálgama (e um destes, Hg, com pelo menos dois

valores de oxidação). Portanto, deveria adicionar 6 vezes mais do que 0,5 gotas,

sendo assim 3 gotas, valor este como mínimo para reagir com todos os metais

previstos. No entanto, fez-se necessário um volume que entrasse em contato com

toda a amostra pesada, uma vez que esta não estaria uniforme no béquer a que se

foi pesado.

Além disso, foi importante adicionar reagente em excesso, garantindo que

todo o analito reagisse e ionizasse. Desta forma, estipulou-se 1,5 mL de HNO3 6 mol

L-1 como suficiente para reagir com toda a amostra.

Porém, um detalhe que inicialmente foi desconsiderado foi a respeito da

velocidade da reação, sabendo que a concentração seria proporcional à cinética

química. Ao adicionar os 1,5 mL de HNO3 6 mol L-1 e esperar cerca de 5 minutos

observou-se que pouco solubilizou da amostra. Assim, adicionou-se cerca de 8

gotas de HNO3 concentrado, como forma de ensaio para solubilização da amostra.

Cerca de 1 minuto após a adição, a amostra solubilizou-se por completo,

comprovando a estimativa de concentração proporcional à velocidade de reação.

As reações dos metais previstos com o ácido nítrico são descritas abaixo:

Mercúrio

3Hg0+8HNO3⇌ 3Hg2+¿+2NO↑+6NO3

−¿+4H 2O ¿¿

Prata

6 Ag0+8HNO3⇌6 Ag+¿+2NO↑+6NO3

−¿+4 H2O ¿¿

Estanho com ácido nítrico concentrado

3Sn0+4HNO3+( x−2 )H2O⇌ 4NO↑+3 SnO2. x H2O↓

12

Page 16: Marcha Analítica de uma amostra de amálgama - Relatório.docx

Cobre

3Cu0+8HNO3⇌3Cu(NO )2+2NO↑+4H 2O

Alumínio

Al0+NO3−¿+4 H +¿ ⇌ Al

3+¿+NO+2 H2O ¿¿ ¿

Zinco com ácido nítrico em concentração média

3Zn0+8HNO3⇌ 3Zn2+¿+2 NO↑+6 NO3

−¿+4H 2O ¿ ¿

2. Após a dissolução dos metais, transferiu-se para um tubo de ensaio, e após a

adição de HCl ocorreu precipitação dos cátions do grupo I, segundo as seguintes

reações, respectivas à Ag e Hg.

Ag+ + Cl- ⇌ AgCl

Hg22+ + Cl- ⇌ Hg2Cl2

O sobrenadante continha os cloretos dos cátions dos grupos conseguintes.

(Vide Anexo 1).

4.2 Identificação dos metais do Grupo I

5. A função da adição de NH4OH 6 mol L-1 foi para a solubilização da Ag residual

em meio aquoso, separando-a do Hg, formando um complexo solúvel translúcido, o

diaminprata (I), ficando no sobrenadante, segundo as seguintes reações.

13

Page 17: Marcha Analítica de uma amostra de amálgama - Relatório.docx

NH4OH ⇌ NH3 + H2O

AgCl + NH3 ⇌ [Ag(NH3)2]+ + Cl-

A separação por meio da centrifugação teve de ser executada rapidamente,

para evitar perda de íons Ag+ devido à redução de Ag+ a Ag0, segundo a seguinte

reação:

2 AgCl + Hg0(s) ⇌ Hg2Cl2 (s) + Ag0

O resíduo apresentou coloração a princípio cinza e em seguida preta, o que

confirmou a presença de mercúrio (Hg). (Vide Anexo 2).

6. A adição de HNO3 3 mol L-1 foi necessária para acidificar o meio, propiciando

a quebra das ligações no complexo [Ag(NH3)2]+, fator necessário para Ag+ reagir com

o Cl- na solução, seguindo as seguintes reações:

2 HNO3 + [Ag(NH3)2]+ ⇌ 2 NH4+ + Ag+ + 2 NO3

-

Ag+ + Cl- ⇌ AgCl

A precipitação da prata como AgCl, sendo um precipitado branco indicou a

presença de prata (Ag). (Vide Anexo 3).

4.3 Identificação dos metais do Grupo II

7. A adição de HCl 3 mol L-1 foi necessária para a verificação da possibilidade de

algum cátion do grupo I estar na solução. E para a precipitação dos metais do grupo

II adicionou-se Tiocetamida 1 mol L-1, na qual gera a substância H2S, agente

precipitante do grupo II, segundo a seguinte reação:

C2H5NS + 2 H2O ⇌⏞H+¿ ¿

H3CCOOH + NH4+ + H2S

14

Page 18: Marcha Analítica de uma amostra de amálgama - Relatório.docx

O agente precipitante, H2S, reagiu com os cátions deste grupo segundo as

seguintes reações, considerando que não necessariamente tivesse todos os metais

deste grupo:

Hg2+ + S2- ⇌ HgS

Cu2+ + S2- ⇌ CuS

Sn2+ + S2- ⇌ SnS

(considerando a não reação com ácido nítrico concentrado na abertura)

Porém, com o prosseguimento da análise constatou-se que nenhum metal

correspondente do grupo II estava na amostra de amálgama.

10. Para a identificação do mercúrio (II) houve a necessidade de dissolver o

resíduo de HgS e Hg(NO3)2.2HgS com água régia, gerando Hg2+. Tendo o íon em

solução, adicionou-se SnCl2 para ocorrer a seguinte reação:

SnCl2 + Hg2+ ⇌ Sn2+ + HgCl2

Porém, não constatou-se a presença de mercúrio (II), devido às reações de

oxirredução ocorridas na abertura da amostra com ácido concentrado, o que causou

a maior taxa de oxidação para mercúrio (I), Hg22+, identificado no grupo I.

12. O resíduo a ser obtido após a adição de NH4OH 6 mol L-1 seria Sn(OH)2,

segundo a seguinte reação:

Sn2+ + OH- ⇌ Sn(OH)2

Porém, não foi constatada a presença de estanho (Sn).

13. As reações para a identificação de cobre (Cu2+) não o identificaram na

amostra, mesmo sendo objetivas.

15

Page 19: Marcha Analítica de uma amostra de amálgama - Relatório.docx

4.4 Identificação dos metais do Grupo III

14. A adição de HCl fez-se necessária para acidificar o meio. A intenção de

adicionar NH4OH 6 mol L-1 foi para a precipitação de Al, e a formação de um

complexo com Zn, segundo as seguintes reações:

Al3+(aq) + 3 NH3 (aq) + 3 H2O (l) ⇌ Al(OH)3 (s) + 3 NH4

+(aq)

Zn2+(aq) + 4 NH3 (aq) ⇌ [Zn(NH3)4]2+

(aq)

Porém a separação não se fez necessária, devido a não precipitação de

alumínio seguindo a reação acima, desta forma, não havendo alumínio na amostra,

e somente o zinco na forma do complexo tetraaminzinco (II).

15. Para a identificação de Zn, adicionou-se NaOH 4 mol L -1 para reagir com Zn2+

e precipitar na forma de hidróxido; porém foi desconsiderado a quebra total das

ligações do complexo para deixar o íon Zn2+ disponível para a reação, ou ainda um

reagente que precipitasse de forma direta, sendo este o H2S, segundo a seguinte

reação:

[Zn(NH3)4]2+(aq) + H2S (aq) ⇌ ZnS (s) + 2 NH3 (s) + 2 NH4

+(aq)

O método de precipitação escolhido não foi ideal, porém o resultado de

confirmação de zinco se deu segundo a seguinte reação:

Zn2+ + 2 OH- ⇌ Zn(OH)2

Tal resultado foi considerado parcialmente satisfatório, uma vez que existia

uma pequena quantidade de Zn2+ que não estava ligada ao complexo, o que

confirmou a presença de zinco (Zn) (Vide Anexo 4), devido a formação de uma

solução turva, fator este que foi considerado anteriormente.

16

Page 20: Marcha Analítica de uma amostra de amálgama - Relatório.docx

5. CONCLUSÃO

Por meio de pesquisas em diversas referências pode-se determinar o método

ideal de abertura da amostra metálica em análise, destacando-se o fato de haver

diversas formas de abertura para diversos tipos de matrizes de trabalho analítico.

Assim, é importante a escolha de procedimentos de análise ideais, visando métodos

rápidos e eficientes; além disso, a escolha das reações de identificação tem de ser

considerando o quanto mais aparente for a confirmação de um metal na amostra.

Uma amálgama usual, tem cerca de 43 a 54% de mercúrio, 20 a 35% de

prata, 10 % de cobre, 2% de zinco e uma pequena percentagem de estanho.8

Com exceção do estanho e cobre – o ouro e o índio, que são metais mais

difíceis de serem encontrados, e caros, tampouco estavam presentes na amostra –

todos os outros cátions supostos, encontravam-se na amálgama, entrando em

acordo com as informações recolhidas.

O uso de mercúrio em uma amálgama dentária lhe confere propriedades de

resistência muito importantes para sua eficiência odontológica. Porém, estudos de

toxicologia mostram que este elemento, assim como os outros elementos

constituintes, ao sofreram oxidação devido as reações com ácidos da parte bucal e

entrar em contato com a corrente sanguínea, o que é um problema grave. Como

forma de resolução deste problema, optam-se atualmente muitas vezes pelo uso da

liga NiTi (Níquel-Titânio), na qual é menos tóxica. Porém, a reação desta liga com Cl -

destrói a camada de TiO2 depositada na superfície da liga, o que acarreta a oxidação

dos metais, e consequentemente à liberação dos íons no sistema estomatológico.

Assim, ultimamente optam-se pelo uso de compósitos resistentes à corrosão,

como por exemplo o “Esthet-X HD” da marca Dentsply Brasil®, que reduz

significativamente os riscos de contaminação aos pacientes.

17

Page 21: Marcha Analítica de uma amostra de amálgama - Relatório.docx

6. REFERENCIAL TEÓRICO

1. CALVERT, J. B., Mercúrio, compilado em 2002-11-05. Disponível em

<http://mysite.du.edu/~jcalvert/phys/mercury.htm>. Data de acesso: 03 de nov. 2013.

2. SANTOS, JOSÉ F. F. Restaurações de Amálgama. 1ªedição, São Paulo: editora: Santos , 1990.

3. Embrapa. Preparo de amostras. Disponível em

<http://www.cnpsa.embrapa.br/met/images/arquivos/08MET/Palestras/preparoamostras.pdf>. Data de

acesso: 03 de nov. 2013.

4. Scribd. Preparação de amostras metálicas. Disponível em

<http://pt.scribd.com/doc/108598651/preparacao-de-amostras-metalicas-1>. Data de acesso: 03 de

nov. 2013.

5. MCMURRY, J.; FAY, R. C.. General Chemistry. Upper Saddle River, NJ: Prentice Hall, 2001.

6. Instituto Federal de Pernambuco – Campus Ipojuca. LABORATÓRIO DE QUÍMICA ANALÍTICA QUALITATIVA. Disponível em <http://pt.scribd.com/doc/43106238/Apostila-Labor-Quim-Anal-

Qualitativa-An-lise-Dos-C-tions>. Data de acesso: 16 de out. 2013.

7. Marcha analítica. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2013.Disponível na www:

<URL: http://www.infopedia.pt/$marcha-analitica>. Data de acesso: 29 de out. 2013.

8. FERNANDES, R. F. Amálgama. Disponível em

<http://wikiciencias.casadasciencias.org/wiki/index.php/Am%C3%A1lgama>. Data de acesso: 16 de

out. 2013.

Arzt – Instituto de Medicina Integral. Amálgama Dentário e Intoxicação por Mercúrio. Disponível

em<http://www.arzt.com.br/informacoes/amalgama-dentario-e-intoxicacao-por-mercurio>. Data de

acesso: 04 de nov. 2013.

Dentsply Brasil®. Esthet-X HD. Disponível em

<http://www.dentsply.com.br/isogesac/hisows_portal.aspx?1,2,2,Produto,61,223,0,,0,0,0,0,>. Data de

acesso: 04 de nov. 2013.

NAGEM FILHO, H. et al, Materiais Restauradores: amálgama dental, Bauru,SP, 1997.

Planejamento de Aula – Klauss Engelmann

VOGEL, A. I. Química Analítica Qualitativa. 5. ed. São Paulo: Mestre Jou, 1981.

18

Page 22: Marcha Analítica de uma amostra de amálgama - Relatório.docx

7. ANEXOS

7.1 Anexo 1

7.2 Anexo 2

19

Page 23: Marcha Analítica de uma amostra de amálgama - Relatório.docx

7.3 Anexo 3

7.4 Anexo 4

20