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v Assinaturas mensais - Ordinária: 20 USD* Institucional: 35 USD* Embaixadas e ONG’s estrangeira: 50 USD - Outras moedas ao câmbio do dia mediaFAX Maputo, Quinta-feira, 25.08.16 *Nº6130 De segunda a sexta, um diário no seu fax ou e-mail * Propriedade e edição: mediacoop SA * Editor: Fernando Mbanze * Sede: Av. Amilcar Cabral, nº.1049 - C.P. 73 * Maputo-Moçambique Telfs: 21301737/327631 ou 823171100, 843171100 *Fax:21302402 * E-mail: mediafax@mediacoop.co.mz *INTERNET: www.savana.co.mz Delegação na Beira: Prédio Aruângua, nº. 32 - Apartamento A - 1º. Andar *Telef. & Fax 23327957 * C.Postal 15 Pág. 1/6 Publicidade (Maputo) Uma vez mais, as Organizações da Socie- dade Civil moçambicanas voltam a promover uma pas- seata pelas artérias da capital moçambicana, Maputo, no sentido de exigir um “basta” ao cenário de guerra e ainda ao cenário da exclusão na mesa negocial que busca ca- minhos para o fim da actual tensão política e militar. Des- ta vez, a marcha tem o Parla- mento Juvenil na dianteira, mas a organização do evento envolve um grande número das chamadas Organizações da Sociedade Civil. Ontem, durante uma conferência de imprensa, os promotores da marcha asse- guraram que tudo estava apostos para que quando Marcha pacífica Chegou o dia de mais um “basta” à guerra e à exclusão - Organizadores garantem que está tudo ok para o povo levantar, na via pública, bem alto a sua voz e grito de socorro forem sete horas de sábado, 27 de Agosto, todo o movi-mento relacionado com a marcha dê os sinais mais práticos para o início da passeata, em que todos estão convidados a (Maputo) Os mandatários deFilipe Nyusi e AfonsoDhlakama inviabilizaram,esta semana, os esforços dos mediadores internacionais com vista a criar umcorredor desmilitarizado que permitisse a sua entrada na Serra de Gorongosa para um contacto directo com o líder da Renamo. Quarta-feira, as duas partes desavindas, estiveram a analisar, uma vez mais, a proposta apresentada pela mediação, no âmbito das acções que devem ser levadas a cabo para que se atinja o cessar-fogo. O documento, que foi analisado nesta quarta-feira,cujacópiao mediaFAX/ SAVANA teve acesso, é o corolário de três propostas produzidas pelos mediadores a partir de tópicos apresentados, em separado, às duas partes. Comissão Governo-Renamo Diálogo de costas para trégua militar Foram longas horas de tentativas de concer- tação das propostas por parte dos mediadores de modo que houvesse um entendimento para o fim das hostilidades, mas debalde. Nem mesmo a derradeira sugestão da colocação de fiscais interna- cionais junto à Gorongosa, para monitoramento das forças junto ao “corredor desmilitarizado”, con- seguiu ganhar a confiança da Renamo, que teme pela segurança do seu líder. O mediaFAX/ SAVANA apurou que havia a disponibilidade imediata, de pelo menos dois países europeus, enviarem fiscais para o monitoramento do corredor e uma potencial “trégua” no conflito. Mais desen- volvimentos no semanário SAVANA desta sexta- feira, onde se pode ler o documento que poderia ser um passo importante na concórdia entre os moçam- bi-canos. (Argunaldo Nhampossa)

Marcha pacífica Chegou o dia de mais um “basta” à ... · minhos para o fim da actual tensão política e militar. ... Feijoada completa a Mozambicana, Arroz branco ... participação

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Maputo, 25.08.2016 6

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Assinaturas mensais - Ordinária: 20 USD* Institucional: 35 USD* Embaixadas e ONG’s estrangeira: 50 USD - Outras moedas ao câmbio do dia

mediaFAXMaputo, Quinta-feira, 25.08.16 *Nº6130

De segunda a sexta, um diário no seu fax ou e-mail * Propriedade e edição: mediacoop SA * Editor: Fernando Mbanze * Sede: Av. Amilcar Cabral, nº.1049 - C.P. 73 * Maputo-Moçambique

Telfs: 21301737/327631 ou 823171100, 843171100 *Fax:21302402 * E-mail: [email protected] *INTERNET: www.savana.co.mzDelegação na Beira: Prédio Aruângua, nº. 32 - Apartamento A - 1º. Andar *Telef. & Fax 23327957 * C.Postal 15

mediaFAX Pág. 1/6

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(Maputo) Uma vez mais,as Organizações da Socie-dade Civil moçambicanasvoltam a promover uma pas-seata pelas artérias da capitalmoçambicana, Maputo, nosentido de exigir um “basta”ao cenário de guerra e aindaao cenário da exclusão namesa negocial que busca ca-minhos para o fim da actualtensão política e militar. Des-ta vez, a marcha tem o Parla-mento Juvenil na dianteira,mas a organização do eventoenvolve um grande númerodas chamadas Organizaçõesda Sociedade Civil.

Ontem, durante umaconferência de imprensa, ospromotores da marcha asse-guraram que tudo estavaapostos para que quando

Marcha pacífica

Chegou o dia de mais um“basta” à guerra e à exclusão

- Organizadores garantem que está tudo ok para o povo levantar,na via pública, bem alto a sua voz e grito de socorro

forem sete horas de sábado, 27 de Agosto,todo o movi-mento relacionado com a

marcha dê os sinais mais práticos para o inícioda passeata, em que todos estão convidados a

(Maputo) Os mandatários de Filipe Nyusi eAfonso Dhlakama inviabilizaram, esta semana, osesforços dos mediadores internacionais com vistaa criar um corredor desmilitarizado que permitissea sua entrada na Serra de Gorongosa para umcontacto directo com o líder da Renamo.

Quarta-feira, as duas partes desavindas,estiveram a analisar, uma vez mais, a propostaapresentada pela mediação, no âmbito das acçõesque devem ser levadas a cabo para que se atinja ocessar-fogo.

O documento, que foi analisado nestaquarta-feira, cuja cópia o mediaFAX/ SAVANAteve acesso, é o corolário de três propostasproduzidas pelos mediadores a partir de tópicosapresentados, em separado, às duas partes.

Comissão Governo-Renamo

Diálogo de costas para trégua militarForam longas horas de tentativas de concer-

tação das propostas por parte dos mediadores demodo que houvesse um entendimento para o fimdas hostilidades, mas debalde. Nem mesmo aderradeira sugestão da colocação de fiscais interna-cionais junto à Gorongosa, para monitoramento dasforças junto ao “corredor desmilitarizado”, con-seguiu ganhar a confiança da Renamo, que temepela segurança do seu líder. O mediaFAX/SAVANA apurou que havia a disponibilidadeimediata, de pelo menos dois países europeus,enviarem fiscais para o monitoramento do corredore uma potencial “trégua” no conflito. Mais desen-volvimentos no semanário SAVANA desta sexta-feira, onde se pode ler o documento que poderia serum passo importante na concórdia entre os moçam-bi-canos. (Argunaldo Nhampossa)

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Principais Câmbios MZN em 24 de Agosto de 2016

Moeda Compra Venda ZAR/MT 5,06 5,16 USD/MT 70,50 71,92 GBP/MT 92,93 94,81EUR/MT 79,62 81,22 ZAR/MT 2,93 2,99 Fonte:Nota: Cotações válidas apenas paramontantes inferiores ao contravalor de5.000 USD (cinco mil dólares americanos)

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De Segunda a Sexta-Feira Pratos saborosos da cozinhatradicional Mocambicana, servidos em menos de10min, para satisfazer o seu paladar a 250,00mt

A sopa não está incluída no preço do prato do dia.

Sábado, dia 27 de Agosto/19h, música internacional com Ze Barata ou Fernando Luís

25 de Agosto - Sopa de Vegetais, Arroz de Pato, SaladaMista 2 6 de Ag o s t o - Sopa de Cenoura,Feijoada completa a Mozambicana, Arroz branco

fazer parte.De acordo com o presidente do

Parlamento Juvenil, uma das mais activasorganizações juvenis do país, a marcha játem autorização formal de todas as insti-tuições que, por norma, devem tomarconhecimento e assegurar, por con-seguinte, as respectivas condições desegurança e protecção aos marchantes.

“Já temos tudo pronto, incluindo aautorização de instituições de gestãoadministrativa e securitária” - disseSalomão Muchanga, referindo-se aentidades como o Conselho Municipalda Cidade de Maputo e o Comando daPolícia.

A marcha parte, segundo se sabe,da estátua de Eduardo Mondlane,sendo a mesma promovida no âmbitodo chamado Painel de Monitoria doDiálogo Político para a Paz.

Os organizadores acreditam que amarcha deve e vai servir para pressionaros políticos a entender que a vida de25 milhões de moçambicanos não deveser sacrificada pela satisfação de merosinteresses pessoais e partidários.

“Acreditamos num esforço sincerode procura de uma paz duradoura e sus-tentável”, disse ele, apelando e exigindoa um comprometimento mais sincero porparte dos políticos.

“Esta marcha vai servir tambémpara pressionar as partes, pois há maiorentendimento sobre a pertinência daSociedade Civil participar na mesa dediálogo” – avançou ele, numa altura emque o governo e a Renamo mostram, aomesmo tempo, uma aceitação e nega-ção à participação da Sociedade Civil.

Por sua vez, a Presidente da Li-ga dos Direitos Humanos, Alice Ma-bota, apelou à população para que sefaça presente à manifestação.

“Vamos todos à marcha para mos-trar a nossa indignação. Mostrarmosque a vida está difícil, isto se deve àguerra e às dívidas. Devemos todospensar que não fazendo a marcha che-gará o dia que vai parecer tudo normal,onde vamos sentir de facto o preço destaguerra. Hoje parece que as coisas estãobem porque estamos na cidade, e nãosentimos o que se passa no país real”,

vincou Mabota.No fim, o jovem Bitone Viage,

que nos últimos tempos aparece como título de “analista político”, realçouque chegou o momento de convidara juventude a reposicionar-se. “Este é o momento de dizer bastaao monopólio que as duas partes têmem relação ao destino dos moçambi-canos. Dizemos basta a tudo aquiloque fazem em nome do povo, enquan-to as nossas expectativas não sãoalcançadas” - criticou o jovem.

A cidade de Maputo e outras dopaís já acolheram duas marchas ante-riores em relação ao mesmo assunto,tendo a primeira acontecido a 31 deOutubro de 2013 e a segunda a 18 deJunho passado. A primeira teve umaparticipação de perto de 20 mil pessoase a segunda contou com a participaçãode cerca de 700 pessoas.(Elisa Comé)

(Maputo) Os sectores do turismo edo transporte interprovincial são os quemais se ressentem do actual clima deinstabilidade político-militar que se registano país. De acordo com a Confederaçãodas Associações Económicas de Mo-çambique (CTA), a crise financeira que opaís atravessa, com destaque para a de-preciação da moeda nacional em relaçãoàs principais moedas de importação nopaís – o dólar norte-americano e o randsul-africano – não afectam directamenteestes dois sectores. Ou seja, os sectoresdo turismo e dos transportes estãomesmo a ressentir-se directamente dos

Segundo a CTA

Turismo e Transporte maisprejudicados pela instabilidade

política-militarefeitos negativos da instabilidade polí-tica e militar.

O economista e porta-voz daCTA, Eduardo Sengo, que esta terça-feira falou em entrevista ao media-FAX, anunciou que, pelo contrário, oenfraquecimento do Metical seria umimpulso para maior demanda de turis-tas no país, uma vez que esta diferen-ça cambial coloca o turista estrangeirocom cada vez maior poder de comprado que antes.

“O enfraquecimento da nossamoeda devia beneficiar estes dois sec-tores. O turismo tem a componente de

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vantagens competitivas, como ter umapraia, uma floresta e um bom verão.Todos estes aspetos estão lá, não mu-daram. Outra questão no turismo é aqualidade de serviços e o preço. Então,tirando a qualidade de serviços e olhan-do apenas para o desequilíbrio cambial,aos olhos do turista, o preço baixou,porque o turista passa a ter maior poderde compra no nosso país, mas devido atensão militar as pessoas não escalam onosso país”, explicou Eduardo Sengo.

Por outro lado, este economistaexplicou que, o que o turista pagava emum dólar, há sensivelmente um ano, valiaapenas 35 meticais, mas, agora vale cer-ca de 70 meticais. “Analisando, o turistasai a ganhar, é como se os preços tives-sem baixado em Moçambique”, subli-nhou o porta-voz da CTA, sustentandoa tese de que o clima de instabilidadepolítico-militar no país é responsávelpela queda de negócio no turismo.

Segundo a nossa fonte, até ao mo-mento, estima-se que pelo menos cercade uma dezena de estâncias turísticastenham fechado as suas portas por faltade clientes, nas províncias de Inhambanee Cabo Delgado, tudo derivado do medoque os turistas têm de escalar o nossopaís para o lazer. O economista admiteque o número de instâncias que encer-raram as portas deve ser superior.

Transporte Descrevendo particularmente a crisena área do transporte, o economista quetemos vindo a citar apontou que, nestaárea, pelo menos 20 empresas estão se-riamente afectadas pela crise política-militar que opõe o governo e a Renamo.

Porém, mesmo com o clima deinstabilidade, o nosso interlocutoranunciou que não há relatos de empre-sas de transporte que tenham fechadocompletamente o negócio, mas sim,existem muitos casos de paralisação deactividades temendo pelas suas pró-prias vidas ou perda de meios, nestecaso, de autocarros e camiões.

Sectores que sofremcom oscilação cambial

Entretanto, o porta-voz da CTAanunciou que as áreas que mais sofremcom a conjuntura financeira interna-cional, são os da pequena indústria, docomércio, bem como o próprio sectorbancário. No que tange à pequena indústria etomando como exemplo a agricultura,

a fonte apontou que os insumos sãoimportados e com a oscilação cambialtorna-se cada vez mais caro proceder-seà referida importação, o que reduz acompetitividade no mercado.

Adiante, Sengo considerou o sec-tor comercial como sendo aquele queestá mesmo de rastos, uma vez queesta área depende muito das impor-tações e a falta de divisas no país,torna o negócio insustentável. No entendimento deste economista, osector bancário não escapa a esta crise,uma vez que a subida das taxas de jurosreduz a expansão de crédito, reduzindodeste modo o negócio dos bancos, que éa venda de dinheiro, associado ao facto deos devedores já não poderem pagar assuas dívidas.(B. Luís)

(Tete) Os operadores florestaisda província de Tete estão de costasvoltadas com os Serviços Provinciaisde Terra Ambiente e Desenvolvimen-to Rural (SPTADR), alegadamentepelo facto de estes serviços estarem amostrar uma manifesta incapacidadede lidar frontalmente com a explora-ção ilegal de medeira naquela provín-cia do centro do país. Castigo Gimo, presidente da Asso-

Ainda a exploração ilegal de madeira em Tete

Operadores florestaisde costas voltadas

com o governo provincialciação dos Operadores Florestais daprovíncia Tete, não escondeu o desagra-do do seu grupo com o actual status quona exploração madeireira, tendo, daí exi-gido que, quem de direito, tome medidasurgentes para acabar com a devastaçãoflorestal protagonizada pelos furtivos dosector madeireiro e florestal. É que, por causa da incessante acçãodos furtivos, os operadores licenciadosestão permanentemente e de forma cada

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vez mais gigantesca a acumular pre-juízos.

Segundo a nossa fonte, a acçãodos furtivos está tão presente e intensae, como resultado, os operadores licen-ciados, sobretudo os de licençassimples, não estão a conseguir sequerespaço para colocar a sua madeira. Omercado está inundado de madeiracortada ilegalmente.

Segundo Gimo, os furtivos con-seguem lograr os seus intentos, vistoque, muitas vezes, cortam madeirano período de defeso. O período dedefeso parte de Dezembro e terminaem Março.

Portanto, enquanto os licenciadoscumprem as normas de assegurar odefeso, os furtivos permanentementeestão no corte de madeira, abastecen-do, permanentemente o mercado.

“O que acontece é que ao apare-cer muita furtivagem, o legal fica pre-judicado porque, por exemplo, nós fi-camos parados de Janeiro a Março e ofurtivo está a te tirar a madeira e omercado fica inundado. Nós, os licen-ciados, a partir de Abril já não temosmercado porque, praticamente, o mer-cado já está saturado. A medeira entrouilegalmente e os licenciados ficam apassar mal, pois, tem uma série deobrigações”, denunciou o presidenteda Associação dos Operadores Flo-restais de Tete.

O Presidente da Associação dosOperadores Florestais fez notar que asespécies que sofrem maior pressão dosfurtivos naquela parcela do país são ochanato, o monzo, a panga panga, aumbila e a chanfuta.

Reflorestamento:tarefa do Estado

Abordando a polémica questão doreflorestamento das áreas em que ope-ram os madeireiros, Castigo Gimo nãopensou duas vezes e logo apontou odedo acusador ao governo. Disse quea questão do reflorestamento não étarefa dos operadores florestais. É sim,obrigação exclusiva do governo. O nosso interlocutor explicou quequando um operador quer iniciar aexploração madeireira, logo no actode licenciamento, é obrigado a canali-zar para os cofres do Estado, 15 porcento para o reflorestamento. Nisto,Gimo questionou para onde, exacta-

mente, o executivo canaliza a verbade reflorestamento que, regularmente, épaga pelos operadores licenciados.

Gimo explicou que é uma utopiapensar que um operador possuidor deuma licença simples que, normalmenteé de 5 anos, pode plantar e cuidar deuma árvore até atingir a idade adulta.

Tidos como os principais promo-tores do abate de árvores que ainda nãotêm diâmetro para a comercialização,Gimo saiu em defesa da sua classe,acusando as comunidades que residempróximos das áreas de exploração deserem as que enveredam por estas prá-ticas.     Acrescentou que não interessa a umoperador cortar uma árvore pequenaporque, se assim o fizer, a mesma nãoterá compradores. Versão do governo provincial

Damião Caliano, chefe de fiscaliza-ção nos Serviços Provinciais da TerraAmbiente e Desenvolvimento Rural de

Tete, como era de esperar, recusou aculpabilidade da sua instituição.

Disse Caliano que, há efectiva-mente, um trabalho que a entidade quevela pela fiscalização dos recursosnaturais está a desenvolver. O que tem acontecido, segundo expli-cou àquele responsável, é que os furtivosestão a cada dia que passa, a aprimorar ea profissionalizar o seu modus operandi.Esta realidade dificulta, em grande medi-da, a acção fiscalizadora, destacando, atítulo de exemplo, a falsificação de li-cenças e de guias de trânsito.

Como forma de mostrar que algumtrabalho está sendo feito, Caliano desta-cou a apreensão, de Janeiro até os primei-ros dias de Agosto corrente, um total de10 camiões transportando madeira ilegal.

Ainda neste processo, Caliano deua conhecer que o governo provincialencaixou nove milhões de meticais emvirtude de ter aplicado um total de 43multas aos infractores.(Ilódio Bata)

(Maputo) A empresa norte-ameri-cana do mundo informático, MicrosoftCorporation, comprometeu-se, nestaquarta-feira, em Maputo, a desembolsaruma verba para apoiar o governo mo-çambicano na massificação de uso deTecnologias de Informação e Comuni-cação (TIC) nas instituições públicasdo país.

Não foi revelado o total do valor aser doado para este fim, mas, para já, aempresa, segundo disse o ministro daCiência e Tecnologia, Ensino Superiore Técnico Profissional (MCTESTP), a

Uso das TIC para alavancar áreas estratégicas de desenvolvimento

Microsoft disponibilizaUSD 160 mil

gigante norte-americana em tecnologiasde informação e comunicação assumiudesembolsar, nos próximos dias, um va-lor de 160 mil dólares para suportar aprimeira fase de um memorando assina-do, nesta quarta-feira.

Jorge Nhambiu defende que o go-verno tem estado a envidar esforçospara assegurar que os moçambicanospossam usufruir dos benefícios e resul-tados da correcta adopção e utilizaçãodas tecnologias de informação e comuni-cação, em diferentes sectores económi-cos e sociais no país.

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Estes esforços, defendeu ele,visam alavancar as áreas e estraté-gias de desenvolvimento definidaspelo governo, nomeadamente, a agri-cultura, energia, infra-estruturas eturismo.

“É nesse contexto que o gover-no tem estado a adoptar políticas,estratégias e programas concretos deintervenção a diversos níveis e temtambém promovido a participaçãodo sector privado, da academia e dasociedade civil como actores funda-mentais no processo de desenvolvi-mento e uso das TIC como factoresdinamizadores do desenvolvimentoeconómico e social de Moçambi-que”- assinalou o governante. Na essência, o papel da Microsoft,tal como foi descrito no memorandode entendimento assinado ontem, éde apoiar na formação das políticas e

estratégias na área das TICs, como naimplementação das mesmas.

O governante referiu que um dosgrandes desafios que o país enfrenta, hoje,na área das TICs tem a ver com o usoracional e seguro dos produtos e serviçosda Microsoft nas instituições de Estado.

Neste processo, segundo reza o com-promisso assumido entre as partes, a Mi-crosoft vai, também, trabalhar com o Gover-no, através do Ministério da Ciência e Tecno-logia, Ensino Superior e Técnico Profissio-nal em programas de formação específicosde capacitação de recursos humanos na uti-lização de produtos e soluções da Micro-soft.

O memorando desta quarta-feira, foiassinado pelo ministro da Ciência e Tecnolo-gia, Ensino Superior e Técnico Profissional,Jorge Nhambiu e pelo vice-presidente daMicrosoft para a Europa, Médio Oriente eÁfrica, Giuseppe Marci.(Eduardo Conzo)

A fragilidade institucional, a fortedesvalorização do metical e a dimi-nuição das reservas cambiais em Mo-çambique representam um aumentodo risco para os credores, consideraum relatório anual da agência de no-tação financeira Moody’s revelado-esta terça-feira, 23 de Agosto.

O documento, produzido peloserviço de relações com os investi-dores da Moody’s, alerta que Mo-çambique enfrenta “vários desafiosno curto-prazo”, em concreto a obten-ção de liquidez para pagar as avulta-das dívidas não declaradas das em-presas estatais que receberam em-préstimos garantidos pelo Governo.

Na sequência da revelação dasdívidas escondidas, os principaisdoadores de Moçambique cortaramos seus financiamentos ao país, quetem agora também o desafio de res-taurar a confiança da comunidadeinternacional e melhorar a transpa-rência das suas finanças públicas,observa o relatório.

“O fraco aparelho institucional

Revela um relatório da Moody‘s

Riscos para credoresdas “dívidas escondidas”

aumentaramde Moçambique foi exposto pela declara-ção incompleta da dívida pública e que setornou evidente no início deste ano”, se-gundo Lucie Villa, vice-presidente daMoody’s, citada no relatório.

Com a revelação dos empréstimos, adívida pública, segundo assumiu recente-mente o Presidente moçambicano, FilipeNyusi, atingiu 86% do Produto InternoBruto (PIB) e traduz uma escalada de endi-vidamento desde 2012, quando se fixavaem 42%.

Em Maio, a Mozambique Asset Ma-nagement (MAM), uma das empresas bene-ficiadas pelos créditos ocultos, falhou o pa-gamento da primeira prestação de 178 mi-lhões de dólares (157 milhões de euros).

O Governo moçambicano declarou,

entretanto, que a MAM procuravarenegociar a dívida, que totaliza 535milhões de dólares, (473 milhões deeuros) com os credores, mas não sãoainda conhecidos resultados.

Para a Moody’s, o desejo do Go-verno de alterar os termos de dívidasque tinha garantido e adiar pagamentos“manifesta um baixo compromissocom o serviço da dívida quando aspressões são crescentes”. Em Julho, a agência piorou o riscode crédito da dívida de Moçambique,de Caa1 para Caa3, que ficou assimcom um ‘rating’ ainda mais deteriora-do, o qual já estava em “lixo”. Salientando que o relatório divulgadoé uma actualização aos mercados e nãouma operação de ‘rating’, a Moody’srefere que a perspectiva negativa paraMoçambique “reflecte os riscos de lití-gio”, que podem resultar num períodoprolongado de dificuldades para o Go-verno em relação ao seu serviço dedívida e contaminar outras modalida-des além das garantias.

A agência de notação financeiraadmite baixar os ‘ratings’ de Moçam-bique se os incumprimentos governa-mentais na sua dívida directa indica-rem perdas prováveis acima dos 35%.

Por outro lado, a Moody’s podecolocar as suas perspectivas em estáveisse houver uma diminuição do risco delitígio e um alívio na pressão da dis-ponibilidade de liquidez, potencialmen-te provocados por uma reestrutura-ção das dívidas garantidas pelo Governo. A agência lembra ainda que o perfil decrédito de Moçambique é sustentado noseu potencial de produção de gás naturalliquefeito, que poderia ter impacto nascontas do Governo, no crescimento eco-nómico e na balança de pagamentos.

“No entanto, o momento para achegada de qualquer benefício a partirdeste recurso é ainda demasiado incer-to”, adverte a Moody’s, que não inclui ogás nas suas projecções centrais. (JN.pt)

Moçambique e Singapura

Assinado acordo de promoçãoe protecção de investimentos

(Singapura) O ministro moçambicano daIndústria e Comércio, Max Tonela, e o seuhomólogo do Singapura, S. Iswaran, assi-

naram, esta quarta-feira, o acordo sobrea promoção e protecção recíproca deinvestimentos entre os dois países.

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Max Tonela encontra-se no Sin-gapura a participar no Fórum Ministe-rial de Troca de Experiências entreaquele país e outros dez países daÁfrica Subsariana, que decorre sob olema “Singapura e África: Parceriapara o Desenvolvimento Sustentável”. O instrumento assinado esta quarta-feira deverá permitir a criação decondições favoráveis para dinamizara cooperação económica e comercial e

de investimentos entre os dois países,sendo, este acordo, o vigésimo oitavoentre os dois estados.

Ainda no quadro da reunião entre oSingapura e os dez países africanos pre-sentes no evento (Africa do Sul, Botswa-na, Cabo verde, Costa do Marfim, Etió-pia, Gana, Maurícias, Moçambique, Tan-zânia, Uganda e Zimbabwe) teve lugarum seminário de negócios.(Redacção)

(Maputo) A TTA - Sociedadede Advogados foi nomeada, pelaquarta vez consecutiva para aquarta edição dos The AfricanLegal Awards, organizados pelaprestigiada publicação britânicaLegal Week.

De acordo com uma nota daTTA, empresa membro da PLMJLegal Network, a nomeação repre-senta um reconhecimento do tra-balho das grandes firmas interna-cionais e de algumas sociedadesindependentes de renome em

The African Legal Awards

TTA - Advogados nomeadapela quarta vez consecutiva

África.Nomeada este ano pela quarta vez

consecutiva, em seis categorias queincluem áreas não institucionais comoa responsabilidade social e a inovação, aTTA, conta também com a companhiado GLA, membro da PLMJ Networkem Angola, que se estreia este ano comtrês nomeações.

Para Tomás Timbana, Sócio Co-ordenador da TTA, “a nomeação, pela4.ª vez consecutiva da TTA, é o reconhe-cimento da consolidação que, nos 5anos da sua existência, este escritório

vem conhecendo.Para além de serum p rémio, es tanomeação é, sobre-tudo, uma enormeresponsabilidade erepresenta, também,um reconhecimentointernacional a estenotável escritório ea todos os profis-s ionais que aquiprestam serviços”.

A cerimónia deatribuição dos pré-mios realiza-se nopróximo dia 9 deSetembro, em Jo-hannesburg, Áfricado Sul e será ante-cedida de um Fó-rum que irá discutirdiversos aspectosque envolvem a pres-tação de serviços ju-rídicos em África.(Redacção)

(Maputo) O Standard Bank e oM-Pesa - o maior serviço financeiromóvel que permite movimentar di-nheiroatravés do celular - celebraram, estaquarta-feira, 24 de Agosto, em Maputo,um memorando de entendimento, vi-sando a transferência de dinheiro entreclientes das duas instituições.

Trata-se do primeiro acordo noquadro da interoperabilidade das insti-tuições bancárias e de telefonia móvel.

O mesmo vai facilitar o pagamen-to de salários ou transferência de di-nheiro em massa entre contas do Stan-dard Bank e M-Pesa, de forma rápida,segura e, em tempo real, a trabalhado-res, especialmente, localizados nas zo-nas rurais, onde não existem institui-ções bancárias, contribuindo assim paramaior inclusão financeira.

A título de exemplo, com a imple-mentação deste acordo, professores eoutros funcionários deixarão de se des-locar de um distrito para o outro paralevantar os seus salários, visto quepoderão receber dinheiro através doM-Pesa e levantar em qualqueragente M-Pesa.

Por outro lado, os trabalhadoressazonais das plantações e outras indús-trias agro-pecuárias, que não tenhamconta bancária, poderão receber di-nheiro nos seus telemóveis através doM-Pesa.

O administrador delegado doStandard Bank, Chuma Nwokocha,disse, momentos após a assinatura domemorando de entendimento que ainiciativa se enquadra no âmbito dainteroperabilidade entre a banca e asinstituições de telefonia móvel, desa-fio apresentado recentemente peloBanco Central às instituições finan-ceiras e de telefonia móvel.(Redacção)

Interoperabilidade dasinstituições bancáriase de telefonia móvel.

SB e M.Pesarubricamacordo