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Sindicato dos Trabalhadores no Serviço de Saúde de Fortaleza - Número 66 Mar / Abr - 2011 Prefeitura diz que não é possível garantir aumento real para todos os servidores Rua General Sampaio, 1600 casa 03 - Fone: (85)3455.6600 - Fortaleza - CE - [email protected] / www.sintsaf.org.br “Decepção”. Essa é a palavra de ordem proferida por servidores municipais frente à proposta de reajuste apresentada pela Prefeitu- ra de Fortaleza, através do secre- tário de Administração, Vaumik Ribeiro. No último dia 14 de abril, durante reunião do calendário de negociações específicas proposto pela gestão Municipal, o então se- cretário afirmou que não há con- dições de garantir aos servidores aposentados os mesmos benefí- cios de quem está na ativa e que “é impossível para a Prefeitura fazer proposta de ganho real para todos os segmentos”. A ideia, segundo ele, é oferecer reajustes baseados em progressões por tempo de ser- viço, promoções por capacitação e incentivos por titulação acadê- mica. De acordo com o secretário, aqueles que não se enquadram em nenhuma dessas situações terão apenas o aumento de 6,23% sobre o vencimento, como base na re- posição da inflação registrada nos últimos 12 meses. O Movimento Unificado dos Servidores Municipais de Forta- leza, que envolve sete entidades (SINTSAF, SINDIGUARDAS, SINDIFAN, APROSPEC, CONI- SUPI, ASGMEC e SINDSAÚ- DE), rejeita a proposta por con- siderar que tais reajustes já são direitos adquiridos, previstos no Plano de Cargos e Carreiras. “Da forma que está, muitos servidores, principalmente aqueles que já ga- nham pouco e não se enquadram nos perfis da proposta, nem vão saber o que é aumento”, destaca o presidente do SINTSAF, Plácido Filho. O Movimento Unificado apresentou a pauta de reivindica- ções da Campanha Salarial 2011 no dia 17 de março e desde então representantes sindicais e servi- dores estiveram reunidos com a equipe da Secretaria de Adminis- tração em quatro ocasiões. Embo- ra a Prefeitura tenha estabelecido um calendário de negociações es- pecíficas para discutir com as re- presentações sindicais melhorias nas condições de trabalho e salá- rio para os servidores, todos os en- contros acabaram sem definições concretas no tocante às reivindica- ções apresentadas – algumas delas listadas na imagem acima. “É puro jogo de cena abrir a mesa de negociações só para dizer que ouve os sindicatos. No fim eles adotam uma postura in- flexível, onde só quem ganha é a Prefeitura e não o servidor. Na maioria das reuniões nos apresen- taram conquistas antigas, ganhos dos servidores que já tínhamos alcançado em anos anteriores e nenhuma decisão concreta foi to- mada em relação ao que reivindi- camos agora. E ainda agendaram novos encontros com categorias em separado, como se quisessem enfraquecer nossa luta coletiva”, enfatiza Plácido Filho. “Estamos atentos, acompanhando tudo de perto e lutando para que os direi- tos dos servidores sejam assegura- dos”, completa. SINTSAF ALERTA PARA MODELO DE GEREN- CIAMENTO DO HOSPITAL DA MULHER PAGAMENTOS DE PRECATÓRIOS 2 e 3 4 Leia ainda

MARÇO E ABRIL

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Jornal SINTSAF: Março e Abril de 2011

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Page 1: MARÇO E ABRIL

Sindicato dos Trabalhadores no Serviço de Saúde de Fortaleza - Número 66 Mar / Abr - 2011

Prefeitura diz que não é possível garantir aumento real para todos os servidores

Rua General Sampaio, 1600 casa 03 - Fone: (85)3455.6600 - Fortaleza - CE - [email protected] / www.sintsaf.org.br

“Decepção”. Essa é a palavra de ordem proferida por servidores municipais frente à proposta de reajuste apresentada pela Prefeitu-ra de Fortaleza, através do secre-tário de Administração, Vaumik Ribeiro. No último dia 14 de abril, durante reunião do calendário de negociações específicas proposto pela gestão Municipal, o então se-cretário afirmou que não há con-dições de garantir aos servidores aposentados os mesmos benefí-cios de quem está na ativa e que “é impossível para a Prefeitura fazer proposta de ganho real para todos os segmentos”. A ideia, segundo ele, é oferecer reajustes baseados em progressões por tempo de ser-viço, promoções por capacitação e incentivos por titulação acadê-mica. De acordo com o secretário, aqueles que não se enquadram em nenhuma dessas situações terão apenas o aumento de 6,23% sobre o vencimento, como base na re-posição da inflação registrada nos últimos 12 meses.

O Movimento Unificado dos Servidores Municipais de Forta-leza, que envolve sete entidades (SINTSAF, SINDIGUARDAS, SINDIFAN, APROSPEC, CONI-SUPI, ASGMEC e SINDSAÚ-DE), rejeita a proposta por con-siderar que tais reajustes já são direitos adquiridos, previstos no Plano de Cargos e Carreiras. “Da forma que está, muitos servidores, principalmente aqueles que já ga-nham pouco e não se enquadram nos perfis da proposta, nem vão

saber o que é aumento”, destaca o presidente do SINTSAF, Plácido Filho.

O Movimento Unificado apresentou a pauta de reivindica-ções da Campanha Salarial 2011 no dia 17 de março e desde então representantes sindicais e servi-dores estiveram reunidos com a equipe da Secretaria de Adminis-tração em quatro ocasiões. Embo-ra a Prefeitura tenha estabelecido um calendário de negociações es-pecíficas para discutir com as re-presentações sindicais melhorias nas condições de trabalho e salá-rio para os servidores, todos os en-contros acabaram sem definições concretas no tocante às reivindica-ções apresentadas – algumas delas listadas na imagem acima.

“É puro jogo de cena abrir a mesa de negociações só para dizer que ouve os sindicatos. No fim eles adotam uma postura in-flexível, onde só quem ganha é a Prefeitura e não o servidor. Na maioria das reuniões nos apresen-taram conquistas antigas, ganhos dos servidores que já tínhamos alcançado em anos anteriores e nenhuma decisão concreta foi to-mada em relação ao que reivindi-camos agora. E ainda agendaram novos encontros com categorias em separado, como se quisessem enfraquecer nossa luta coletiva”, enfatiza Plácido Filho. “Estamos atentos, acompanhando tudo de perto e lutando para que os direi-tos dos servidores sejam assegura-dos”, completa.

SINTSAF ALERTA PARA MODELO DE GEREN-CIAMENTO DO HOSPITAL DA MULHER

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Leia ainda

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Pagamentos de precatórios: quando imagens valem por mil palavras

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Pagamentos de precatórios: quando imagens valem por mil palavras

1. Janeiro de 2011 - Selma Maria Tavares de Castro (enfermeira) e Analiabia Salda-nha (servidora aposentada)

2. Fevereiro de 2011 - Teresa Cristina Menescal (médica pediatra) e Edísio Machado Carneiro (clínico geral)

3. Março de 2011 - Maria Neide de Henrique Marcelino (esposa do servidor inativo Bento Marcelino Pereira)

4. Março de 2011 - Ary Alcântara da Silva, Aurilene Alcântara Cordeiro e Álvaro Al-cântara da Silva (filhos da servidora Maria Lúcia Rodrigues de Alcântara)

5. Março de 2011 - José de Freitas Machado (vigia), Lília Gardênia (filha da servidora Maria Isoneide Pereira Nogueira), Maria Lúcia Rodrigues (técnica de enfermagem), Maria das Graças Martins da Silva (atendente de enfermagem), Marialdo Antônio Costa (atendente de serviço de saúde) e Geraldo de Sousa Vieira (auxiliar de enfer-magem aposentado).

6. Abril de 2011 - João Andrade (clínico geral) e Maria Conceição Rodrigues Santos (auxiliar administrativa aposentada)

7. Abril de 2011 - Ana Stella Cysne Velloso (farmacêutica aposentada), Luiz Lopes Lima (médico traumatologista), Maria de Fátima Rodrigues de Lima (enfermeira), Antônia Rodrigues de Lima (auxiliar de enfermagem aposentada), Maria de Fáti-ma do Nascimento (auxiliar de laboratório), Maria Elizabeth Fernandes (auxiliar de enfermagem), Aurélio Sales Lucena (auxiliar de laboratório), Francisca Braga Pinheiro (auxiliar de enfermagem), Maria Auristela Moreira de Souza (auxiliar de laboratório), Maria Lindalva Guedes (auxiliar de laboratório), Terezinha do Menino Jesus Estanislau (médica aposentada), Vanda Maria Gomes Vidal Mesquita (farma-cêutica), Valdilla Maria Martins Magalhães (auxiliar administrativa), Maria José de Sena (técnica de contabilidade), Francisco Sebastião de Sá (atendente de serviço de saúde).

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O Jornal do SINTSAF é o informativo do Sindicato dos Trabalhadores no Serviço de Saúde de FortalezaMissão do SINTSAFResguardar os direitos e prerrogativas dos Trabalhadores no Serviço de Saúde de Fortaleza, de modo que todos tenham plenas condições de trabalho para oferecer um melhor, e digno, atendimento aos clientes do serviço público municipal de saúde: a população fortalezense.

Jornalista Responsável - Rosanna Amazonas / [email protected] Gráfico - Leonardo Oliveira / [email protected] - Fábio Paulino / Thiago SousaImpressão - Expressão GráficaTiragem - 5 mil exemplaresContatos: (85) 3455.6600

DIRETORIA EXECUTIVA: Plácido Sobreira Filho (presidente), Raimunda Chaves Barroso (1ª vice-presidente), Fco. Sebastião de Sá (2ª vice-presidente), Manoel Lopes da Silva Filho (secretário-geral),

Elenilde (secretário adjunto), Godofredo Holanda de Sousa (Tesoureiro Adjunto), Marialdo Antônio Costa (tesoureiro geral), Maria Oliveira Quixadá (dir. de comunicação), Dr. Luís Carlos (dir. de patrimônio),

Vilaucia Borges de Menezes (dir. de assuntos jurídicos), Teixeira (dir. administrativo), Carlinda Ferreira Bezerra (dir. de formação sindical), Heloísa (dir. de segurança e saúde), Laurentino Jr (dir. de cultura, esporte e lazer),

Graça Alencar (Sup. Dir. Executiva), Dr. Suzana Furlane (Sup. Dir. Executiva), Dr. Luíz Lopes (Sup. Dir. Executiva), Dr. Charles (Conselho Fiscal), Dr. Ananias (Conselho Fiscal), Iolanda (Conselho Fiscal), Ramim (Sup. Conselho Fiscal),

Dr. Hortence (Sup. Conselho Fiscal) e Fred (Sup. Conselho Fiscal).

SINTSAF alerta para modelo de gerenciamento do Hospital da Mulher

Mais um assunto envolvendo o Hospital da Mulher, promessa não cumprida do primeiro mandato da atual gestão municipal, ganha reper-cussão na imprensa e gera polêmica. Desta vez, a questão envolve o modelo de gerenciamento a ser adotado pelo hospital. De acordo com reportagem publicada no blog do jornalista Elio-mar de Lima, no último dia 04 de abril, a prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins (PT), anunciou que o novo equipa-mento será administrado por uma fun-dação pública.

A conceituação de fundação pú-blica mais encontrada é a disposta no art. 5º, IV do Decreto-Lei nº 200/67, com redação dada pela Lei nº 7.596/87, in verbis:

“Fundação pública – a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, criada em virtude de autorização legis-lativa, para o desenvolvimento de ati-vidades que não exijam execução por órgãos ou entidades de direito público, com autonomia administrativa, patri-mônio próprio gerido pelos respecti-vos órgãos de direção, e funcionamen-to custeado por recursos da União e de outras fontes”.

Para o presidente do SINTSAF, Plácido Filho, tal modelo pode levar à privatização do Sistema Único de Saúde (SUS) e coloca em xeque o fun-cionalismo público efetivo e de car-reira, já que a contratação de pessoal, mesmo realizada através de concurso público – como assegurou a prefeita Luizianne Lins –, é regida pela Con-solidação das Leis do Trabalho (CLT), não por regime estatutário.

“No modelo de gerenciamento através de fundação pública, o concur-so não agrega a estabilidade. Na prá-tica, o funcionário aprovado pode sim ser demitido e submetido a regimes diferentes de trabalho, com salários

diferenciados para a mesma função, por exemplo. Isso é muito perigoso no serviço público e, por certo, pode acarretar em uma troca de favores po-líticos. A médio e longo prazo, a po-pulação pode sentir na pele os custos dessa escolha de gerenciamento que, a meu ver, significa o avanço da iniciati-va privada em áreas de interesse social e de responsabilidade do poder públi-co. É como se a Prefeitura estivesse se eximindo do seu dever e pagando para que outro assuma o ônus, porque en-fim o dinheiro que vai custear tudo é público”, enfatiza Plácido Filho.

Ele destaca também que muitos setores ainda discutem a legalidade de tal sistema e que o SINTSAF está apostos para defender os interesses dos servidores da Saúde de Fortaleza. “É público e notório que a Saúde Muni-cipal passa por uma crise sem prece-dentes, mas a opção pelo modelo de fundação pública na busca pela efici-ência, não pode comprometer o futuro da classe trabalhadora”, completa.

Sobre o Hospital da MulherO Hospital da Mulher é uma das

promessas da primeira campanha da prefeita Luizianne Lins, em 2004. As obras do equipamento deveriam ter iniciado em 2006, para serem entre-gues em 2007, mas só começaram em maio de 2008. Em abril deste ano, a

prefeita Luizianne Lins visitou a cons-trução e evitou marcar data para a en-trega da unidade, ressaltando que todas as obras de sua gestão serão entregues até o final do mandato, em 2012.

Além do considerável atraso na obra, que deve contar com 186 leitos e atender 500 mulheres por dia – de acordo com a Prefeitura –, irregulari-dades graves já foram detectadas neste período de construção do Hospital da Mulher.

Primeiro, em novembro de 2009, foi o relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) com a acusação de superfaturamento. As irregularidades somariam R$ 3,5 milhões, com rela-ção a sobrepreço no contrato e no adi-tivo da construção do equipamento. Em seguida, veio a confirmação do Conselho Regional de Engenharia do Ceará (CREA-CE) de que um bloco da obra estava afundando e por isso ne-cessitava de reparos.

Depois, em março de 2010, a imprensa divulgou que o Hospital da Mulher não estava recebendo recursos do Governo Federal, porque a Prefei-tura não prestava contas regularmente do dinheiro destinado a investimentos na obra. Nestes casos, a prestação de contas é condição imprescindível para a liberação dos recursos que deveriam ser disponibilizados, em parcelas, pelo Ministério da Saúde.

Canteiro de obras do Hospital da Mulher

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