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MARIA COMO EXPERIÊNCIA DE COMPREENSÃO NA CAMINHADA DO LUTO MATERNO*
Me. Ana Paula Reis da Costa**
Resumo A comunicação pretende através da apresentação de testemunhos de mães enlutadas refletir sobre a riqueza de representações expressas nas experiências de fé Mariológicas. No intuito de considerar a importância das mesmas para o suporte no processo psíquico de elaboração do luto materno. E tendo o luto como lugar teológico considerar ainda, os recursos da linguagem como possibilidade de acesso ou fortalecimento do querigma, frente à profunda e dolorosa experiência de ruptura que se constitui na morte violenta e repentina de um filho jovem. Para tal, o paper organiza-se em três momentos: 1) breve contextualização psicológica sobre luto materno; 2) aspectos de fundamentação Mariológica; e, 3) apresentação dos testemunhos colhidos em atividade de grupo focal onde o relator foi participante como observador passivo no tema. Conclusivamente, espera-se que a comunicação resulte como abertura, exercício reflexivo, a fim de ponderar possibilidades que na linguagem teológica em Mariologia e no luto materno tornem-se potenciais preventores, a preservar o resgate e a recuperação que na fé podem derramar-se como Dom e Dádiva sobre a vida familiar, onde então ao cuidar das mães no mundo, nos dispomos, na realidade, a cuidar do mundo como um todo. Palavras-chave: Representações Mariológicas. Luto Materno. Fé. Suporte Psicológico.
1 Introdução
1.1 Breve contextualização psicológica sobre o luto materno
A presente comunicação convida a reflexões acerca das possibilidades na linguagem do
discurso teológico, em abordagem de suporte ao luto materno, a partir de representações
linguísticas sobre Maria, trazidas por mães que perderam filhos jovens em circunstâncias de
morte violenta/repentina. Testemunhos colhidos em grupo, como atividade focal1, de apoio
psicológico2 para esta especificidade de enlutamento.
Como abordar a dor da perda em meio ao discurso da fé a fim de otimizá-lo com fidelidade
enquanto potencial de amparo e fonte de cuidado a vida humana, na significância de seu sentido
* Artigo dedicado a Nossa Senhora do Caravaggio, romaria que neste ano fiz em Palavras, em nome de todas as mães
com quem aprendi a escutar e a cuidar no enlutamento. Meu respeito profundo e minha gratidão sincera. Em vocês, Maria nunca deixa de estar, em vocês alcançamos a Luz do Amor de Seu filho, e nela, a de todos.
** Doutoranda em teologia do 1º semestre, PUCRS 2017/1, e mestre em Teologia pela mesma instituição. Psicóloga pela Universidade de Caxias do Sul, criadora do Projeto de Aconselhamento Psicológico no Setting Funerário. Especialista em Teoria, Pesquisa e Intervenção em Luto pelo Quatro Estações – Instituto de Psicologia/SP. Fundadora e coordenadora da rede Luspe – Instituto de Psicologia, especializada em Luto e Perdas. Contato: [email protected]
1 PUNTEL, J. Apontamentos em aula sobre modalidades de pesquisa, na disciplina Seminário de metodologia para doutorandos. PUCRS: FATEO, 2017/1 (Comunicação oral).
2 Sobre a modalidade de grupo operacional de suporte psicológico (ZIMERMAN, David E.; OSORIO, Luiz Carlos (et. al.). Como trabalhamos com grupos. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997. p. 95, 107, 119.).
Anais do Congresso de Mariologia: piedade popular, cultura e teologia 21 a 23 de agosto de 2017 ISBN: 978-85-397-1075-1
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mais honesto e profundo: a preservação e a proteção da vida em meio à violência do mundo na
forçosa despedida pela morte de um filho jovem…
Ruptura seriamente traumática que teologicamente exige uma preocupação, porque não
dizer, inclusive instrumental, de possíveis abordagens. Intercorrência anti-natural que termina
por constituir uma espécie de “plantão teológico emergencial” e que se dá atualmente com muito
mais frequência nos espaços de aconselhamento religioso nas diferentes comunidades.
Preocupação prévia de um repertório de respostas em que o discurso teológico e o desejo
de auxiliar são duramente confrontados. Onde linguagens reducionistas, jargões decorados e
repetidos, claramente geram distanciamentos, ou reforçam falsas noções seculares de que o
discurso religioso esvaziaria-se de sentido frente a experiência real do sofrimento. Em
contraposição, no cuidado, é esforço e exercício hercúleo, certamente levado adiante como
preocupação primordial por quem verdadeiramente concebe e conhece a Misericórdia Divina.
O luto pela perda de um filho leva a mãe enlutada a revisão de sua identidade, irrompe suas
noções de tempo, invade o futuro, adentra como castração, amputação e arrancamento. É invasor
que gera descontinuidade e destrutividade. Abala as dimensões neurológicas, biológicas, psico-
afetivas, familiares, sociais e se estende alcançando com voracidade a dimensão religiosa,
propondo seríssima revisão senão uma total reconstrução de sua fé3 desafiada pela perda.
O desligamento concreto do filho amado urge como ruptura sentencial, é violentamente
imposto. Fator que define antes de tudo a primeira demanda de cuidado: o impacto da separação.
Portanto, é prudente pensar que na relação luto e fé, nem tudo versa sobre a preocupação de saber
sobre o que vem depois da morte. E sabe-se que a própria Escatologia é muito mais do que isso.
Crer tem, sim, a função de sustentar no luto, que o amor, como expressão de Deus, é vida
Eterna, não morrerá, porém ainda antes, tem a função de sustentar como viver num mundo onde
o filho amado não mais está e porquê. Como viver na saudade e na dor…
Uma espiritualidade que de início, enquanto na convocatória de ruptura do luto, apresenta-
se aberta, uma fenda, tanto para os que crêem quanto para os que não crêem.
Espiritualidade “prática” que na qualidade de religião aplica-se a exercer o direito à
sustentação e proteção da vida materna em meio ao reconhecimento da tristeza profunda e
protesto, no corte e esvaziamento causado pela separação.
Que discurso teológico poderia dar conta da magnitude dessa tarefa? Teria que ser um que
abraçasse a realidade da impotência e fragilidade humanas, não só a partir de quem é cuidado,
mas também para quem cuida. Um discurso teológico em que a fé veja-se mergulhada na dor
materna, compondo de modo integrado uma experiência única que em si mesma viesse a revelar
possibilidades facilitadoras para o suporte e a recuperação. Talvez um discurso emergido
primeiramente da experiência própria de quem viveu tamanha ruptura. Um caminho que já de
início caracterizaria a acolhida pela escuta e respeito. Um discurso, caminho, espaço para cuidar
da fenda, quem sabe construir sobre ela uma ponte a fim de retecer a teia da vida para além do
trauma.
3 COSTA, A. P. R. A Reconstrução da Fé no Enfrentamento do Luto: Teologia e Psicologia em Diálogo. Diss. (Mestrado em
Teologia)-FATEO, PUCRS, Porto Alegre, 2015. C837r. 254f. Orientador: Prof. Dr. Leomar Antônio Brustolin.
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Se de fato é a linguagem a casa do ser4, diante dos efeitos caóticos que a morte deixa como
rastro, na perda de um filho, há que se pensar, que “habitação” disponibilizar para as mães
enlutadas, cujos testemunhos aqui buscam na religião católica, um lugar para descansar e
compreender suas experiências de dor e fé.
Tanto nossas palavras quanto nosso silêncio dizem muito, revelam como interpretamos o
que vemos e sentimos, os endereços onde os localizamos e onde nos localizamos, assim como os
caminhos que partilhamos ou apontamos como possibilidades. Consequentemente a escuta que
oferecemos fundamentalmente, no seu como, pode abrir ou fechar espaços de amparo, conexão,
reconexão e cuidado.
Uma vez conscientes de que o luto materno é um desorganizador tal que poderá mobilizar
intensamente a experiência religiosa5, na linguagem do cuidado teológico é provável que
possamos identificar o inverso. Tanto no sentido de assimilar, organizar e elaborar a perda,
quanto para a reconstrução de conceitos facilitadores ou desamparadores sobre a vida no
enlutamento e para além dele, como um todo.
Logo, o valor da linguagem teológica no cuidado religioso e pastoral no enlutamento, versa
não apenas sobre a fé, embora esteja como ponto central, mas encontra-se acompanhado pelas
implicações antropológicas correlacionadas ao luto materno. E assim pode, de fato, alcançar uma
abordagem específica que partindo das experiências das mães enlutadas venha a revelar-se a
serviço da recuperação plena, portanto, um cuidado religioso e pastoral mais saudável e íntegro
possível, sem deixar de corresponder aos conteúdos da fé, como Dado Revelado.
2 Desenvolvimento
A Igreja Católica a partir da Sagrada Escritura e da Tradição não discorre acerca da
misericórdia divina abstratamente6. A Teologia, desde os Santos Padres é acompanhada e
constituída de imagens. Maria, por exemplo, é imagem concreta, espelho da misericórdia divina
enquanto simultaneamente é arquétipo da misericórdia humana7.
2.1 Breve fundamentação Mariológica
Dois textos que elucidam e sustentam a fé teológica mariana8: A enunciação (Cf. 1, 25-38) e
a passagem de Maria ao pé da Cruz (Cf. Jo 19, 265), sendo este último o foco para a reflexão aqui
presente.
Significativas, embora poucas linhas sobre Maria na Sagrada Escritura são suficientemente
sólidas para construir sob a fissura da dura abstração aflitiva materna adiante testemunhada,
importante sustentação. Uma ponte que não apresenta-se através de uma identificação tão
somente, mas corresponde a simultaneidade misericordiosa Divina e humana em Maria. Na
4 FORTE, B. Teologia da História: Ensaio sobre a Revelação, o início e a consumação. São Paulo. Paulus 1995. p. 117-
125. 5 BRUSTOLIN, L. A. Onde estava Deus? Cristologia e espiritualidade diante do luto. Material cedido em aula, 2013. 6 KASPER, W. A Misericórdia: Condição fundamental do Evangelho e chave da vida cristã. 2 ed. São Paulo: Edições
Loyola, 2015. p. 249. 7 KASPER, W. Katholische Kirche, 2011. In: KASPER, 2015, p. 249. 8 KASPER, op. cit., p. 250.
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travessia do enlutamento materno Ela é um entre. Entre a dor e a vida, entre terras e céu, entre
mães e filhos. Ligação que no oposto de uma abstração torna-se experiência de caminho, suporte
e enfrentamento para o luto materno.
Como experiência Maria é refúgio instrumental para as mães:
Afirmações escassas e concisas, mas fundamentais, da Sagrada Escritura sobre Maria ficaram profundamente gravadas no coração dos fiéis de todas as épocas e encontram um eco esmagador na espiritualidade cristã ao longo dos séculos. [...] Assim, os testemunhos do Novo Testamento transformaram-se numa tradição rica que perdura até nossos dias. [...] Isto se manifesta já na mais antiga oração mariana que foi composta por volta do ano 300 e é muito conhecida: “Sob a tua tutela nós procuramos refúgio, Santa Mãe de Deus”. É provável que originariamente se rezasse: “Sob a tua misericórdia nos refugiamos, Santa Mãe de Deus.9
Como eco esmagador compreende-se o comprometimento emocional que toca o coração
dos fiéis e que no coração do enlutamento materno torna-se espaço de elaboração da dor, amor
preservado na identidade Mariana:
Para bem interpretar Maria [...] se deve manter as mesmas regras exegéticas da cristologia: desde Maria histórica, com uma biografia muito pequena e humilde, como convém a quem foi simplesmente do povo, até Maria como figura da fé cristã e da criação em plenitude, figura glorificada nos céus e na terra10.
Como medianeira, co-redentora e intercessora, Maria está para as mães enlutadas em
perspectiva prática, onde a Encarnação e a Redenção Cristológica são presentes de modo
vivencial. No luto, também o valor Pastoral de Maria se funde às dimensões cristológicas,
eclesiológicas e histórico-salvíficas, conforme aponta a Lumen Gentium no capítulo VIII11
(DS4172). Assim caracterizando um fenômeno que na fé revela-se em caminhos de sustentação,
recuperação e cuidado.
Experiência cuja profundidade e densidade pode, apesar de tudo, passar despercebida
diante de nosso olhos, e talvez exatamente por isso. Afinal é característica do amor agir com
delicadeza, silêncio e discrição, mergulhando o extraordinário para dentro do ordinário a fim de
nos socorrer. Pois não é assim a correspondência misericordiosa em Maria? Sua doçura é também
firmeza a sensibilizar nosso olhar distraído para o que se passa na intimidade do coração materno
no enlutamento. Escutar com profundidade e devida aproximação essas mães, é caminho que na
sutileza de Maria, convoca-nos a resistir a tentação da banalização, da fuga e do esfriamento no
cuidado frente a morte de jovens na atualidade. Desafio por si só suficientemente intenso para nos
imputar defesas psíquicas.
9 Ibid., p. 254-255, grifo nosso. 10 SUSIN, L.C. Isto é meu corpo dado por vós. In: Sociedade de Teologia e Ciências da Religião (Soter) (Org.).
Corporeidade e teologia. São Paulo: Paulinas, 2005, p. 31. 11 Cf. DENZINGER, H. Compêndio dos símbolos, definições e declarações de fé e moral. São Paulo: Paulinas: Edições Loyola,
2007. p. 967-971.
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2.2 Testemunhos maternos
Para preservar questões éticas conforme normas exigidas pelo Conselho Federal de
Psicologia12, a fim de proteger dados privados, utilizar-se-á estritamente as informações
necessárias.
Os testemunhos colhidos resultam de uma atividade realizada sob forma de intervenção
focal13 onde o participante observou e anotou passivamente representações naturalmente
verbalizadas por mães enlutadas acerca de Maria, em um grupo operativo de suporte psicológico14
especializado para pais enlutados. O grupo não responde a nenhuma ordem religiosa e atualmente
conta com em torno de 40 casais que perderam filhos nas idades entre um e trinta e quatro anos,
todos mortos em circunstâncias violentas.
Como grupo de apoio psicológico para pais enlutados, é uma atividade dinamizada
quinzenalmente de frequência aberta e participação livre, oferecido gratuitamente a comunidade,
acontece em uma instituição especializada para o suporte psicológico ao luto, há 16 anos e já
acolheu mais de 300 casais enlutados ao longo deste tempo. Assim, é preciso dizer que os
testemunhos aqui escolhidos e transcritos vêm de diferentes momentos do grupo.
A escolha dos testemunhos obedeceu a um critério único e simples: aqueles que
contivessem o maior número de representações sobre Maria associadas ao tema luto materno.
Seguem abaixo as expressões maternas identificadas por números para favorecer a
preservação ética nesta apresentação pronominal e a seguir um curto ensaio de análise sobre cada
um, que longe de esgotar o tema, deva atender ao desejo de pensar Maria como um caminho de
cuidado no enlutamento materno que faça-se como abertura em comunhão.
Relato 1:
Quando ouvi o Padre no sepultamento do meu filho dizer: “Ele morreu por nós…” Não consegui ouvir mais nada. Lembro que ele repetiu essa frase mais uma vez. Não sei como foi com vocês, mas pra mim aquilo me deu uma raiva. Levei um bom tempo pra olhar pra Jesus. Só consegui olhar pra Ele no colo de Maria. Ainda não entendo bem esse “Ele morreu por nós”. Acho que nem quero. Mas… Maria… Não sei, acho que através dela não me desliguei totalmente.
O relato em primeira instância parece denunciar o confronto da linguagem teológica diante
da ruptura da morte de um filho. Denúncia de todos os esforços do amparo religioso na dor
máxima em compreender uma realidade, onde paradoxalmente nada mais parece tão sagrado,
afirmações religiosas repletas das melhores intenções que se esvaziam no coração humano
fragmentado pela perda, tornando-se quase que alheias a realidade.
Aqui não é Jesus que se coloca na mente enlutada materna, talvez porque olhar para o filho
morto de Maria, implique na impossibilidade de, em rompendo com o choque e torpor, protetores
do aparelho psíquico no impacto da perda, transpor tais defesas neurológicas, para reconhecer o
próprio filho morto.
12 Cf. CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Disponível em: <http://site.cfp.org.br/>. Acesso em: 30 mai. 2017. 13 PUNTEL, J. Apontamentos em aula sobre modalidades de pesquisa, na disciplina Seminário de metodologia para
doutorandos. PUCRS: FATEO, 2017/1 (Comunicação oral). 14 ZIMERMAN, David E.; OSORIO, Luiz Carlos (et. al.). Como trabalhamos com grupos. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997.
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No funeral, o psiquismo pode contar com a dosagem do pesar, defesa que viabiliza inclusive
o enfrentamento da despedida que de outro modo ali tornaria-se inviável viver.
E na sustentação da dor e das defesas, quase escondida está Mater Dolorosa15 “Maria com o
coração atravessado por uma lança” (Cf. Lc. 2, 35), a realidade de Maria que participa da morte
cruel de seu filho amado.
Maria como espaço que acolhe e contêm o impossível, o absurdo, lugar que o contorna,
abraça, sustenta e temporaliza, enquanto o intolerável vigora sem chances de assimilação ou
elaboração. Maria que singela, silenciosa e firme esconde-se ali;
[...] “corpo doado”, entregue como dom, missão e paixão, consumação e glorificação não mais narcisista, mas inteiramente voltado para outros, até para céus e terra, seio em que pode caber a criação inteira16.
A mãe enlutada relata, por fim que somente através do olhar de Maria, foi-lhe possível, com
o tempo, voltar-se para Jesus Cristo. E isto ocorre na sensibilidade de um confronto que inclusive
como exercício da linguagem teológica no enlutamento, se dá via experiência, revela em Maria
uma possibilidade de temporalização e abertura para um encontro novo, diferenciado com Deus.
A mãe enlutada parece dizer-nos que em Maria a dor não engoliu tudo, não venceu. A despeito do
simbolismo metafórico de que ao longo da vida vivemos “muitas mortes”, Maria, para essa mãe,
indica o caminho para “Ressurreições”.
Relato 2:
Maria pra mim não é o máximo, como “super santa”, sabe? Às vezes eu acho que eu superfaturava Ela, tipo mágica, milagreira. Maria agora é um coração, íntimo. Quando penso nela hoje, penso nela ali, parada diante da cruz. Pra mim ela é realidade. Imagino o quanto ela estava naquela cruz com o filho dela. Ali, crucificada com ele. Como mãe a gente entra dentro das mortes dos nossos filhos. A gente fica um tempo lá. É um direito nosso, as pessoas deviam respeitar isso. Ela tava lá, parada, olhando pra Ele, não foi medicada por um psiquiatra, não se arrancou os cabelos, não se debateu. Ela só estava lá… Dentro dele. Às vezes eu rezo dizendo isso pra Ela, que é mãe como eu… Peço pra Ela “deixa eu ficar aí, dentro de ti”.
O que apressada e drasticamente poderia aqui ser interpretado como um desejo de morte,
é a dor real, dilacerante da violência na morte de um filho, surge no relato materno fazendo
referência a Maria como súplica de sustentação psíquica: “Maria como ambiente e condição de
possibilidade [...] compaixão e solidariedade na hora da entrega na cruz [...], sustentadora do
sangue derramando-se e convertendo-se em água17”.
Maria como realidade e mãe que como sugere o relato é presença, pessoa:
Ela é, eminentemente, a realização do terceiro modelo de ser pessoa, a pessoa discreta, compassiva e maternalmente presente, eminentemente corpo alargado aos povos, cujo seio, em aliança com o seio de Deus - o Espírito Santo - modela o cotidiano de homens e mulheres levando à maturidade de ser “seio para outros”, ambiente de vida, ecossistema em que a vida se afirma18.
15 KASPER, 2015, p. 257. 16 SUSIN, 2005, p. 01. 17 Ibid., p. 31. 18 Ibid., p. 32.
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Na súplica materna o componente central é mais do que um desejo de espaço, é urgência de
alicerce para manter-se na “terra”, para manter-se de pé, mas também para manter a ligação com
o filho amado:
Maria, ser humano que surge da mesma humildade da terra e é glorificada em seu corpo no céu, [...] desígnio escatológico de todo corpo humano. [...] Nutrição, proteção, plataforma de lançamento ao crescimento e à maturidade humana, enfim com-paixão e com-solidão, corpo constituído para outro, até tornar-se corpo de paixão e glorificação corporal19.
Na concretude de sua imagem Maria torna-se na experiência de súplica do enlutamento
materno, um caminho donde emergem força e sentido para a difícil tarefa de tentar seguir em
frente em um mundo onde a ausência do filho amado grita. E no luto, psicologicamente, é correto
afirmar que quanto mais concretamente se puder expressar e ritualizar a ruptura tanto mais
facilitado poderá tornar-se o processo de de assimulação elaboração na direção das mudanças da
recuperação. É, num primeiro momento, a expressão do simbolismo da ruptura, que viabiliza
reconhecer e administrar, como reações normativas, os intensos sintomas do luto.
Relato 3:
Não consigo comungar desde que perdi meu filho… Não consigo desmanchar o quarto dele… Esses dias eu disse pro Padre: Vou na Igreja pra olhar pra Pietá, vou quando não tem missa. Encosto a cabeça no vidro e fico lá. Às vezes fico na frente do sacrário. E isso é tudo que eu consigo fazer. Ele me disse que “tudo bem porque estou na casa do Pai”. Daí pensei que talvez o sacrário seja o quarto do filho na casa do Pai. Quando Jesus morreu tiveram que pensar o que fazer com tudo o que era Dele, né? Foi assim que a Igreja nasceu, não foi? Fico pensando, o que eu vou fazer com tudo que é do meu filho. O que eu faço com a saudade que eu sinto… o que eu faço com essa dor que é no corpo, na alma, em tudo… Eu preciso fazer isso ter algum sentido… fazer valer a pena… senão tenho a impressão de que não vou dar conta.
O terceiro relato confessa de outro modo, a força destrutiva da perda, processo que impõe
desconstruções e reconstruções. Exigência violenta de selecionar com o quê ficar, quando de nada
abriríamos mão. Medo de diluição do que nos é precioso, na passagem do tempo, clama como
esforço de preservação.
Simultaneamente, na “dificuldade em comungar”, sinaliza a sobrecarga da eucaristia que
agora converte-se viva para dentro da vida materna. Para esta mãe, seu filho também está no
corpo e no sangue de Cristo. A comensalidade20, característica fraterna de Jesus, amável e
acolhedora, é agora experimentada com aflição na verdade de seu Amor levado ao máximo e
refletido no coração materno. O sacrário visto como “quarto” é uma representação associada a fé
e a Maria que só nos permite um pensar como frágil exercício, sujeito a superficialidade, pela força
que nas palavras mobilizam densidade. E ainda, na perspectiva correlacionada ao nascimento da
Igreja, decorrente profundidade:
Jesus, na Cruz, confia a João Maria como mãe e, inversamente, confia a Maria o seu discípulo João como filho (Cf. Jo 19, 26s). [...] Cena [...] cheia de um significado profundo. João é o discípulo que Jesus ama (Cf. Jo 19,26). [...] Isto significa que Jesus, em João, confia a Maria todos os discípulos como filhos e, inversamente, confia a todos Maria como mãe.
19 Ibid., p. 1-2. 20 HAMMES, E. Apontamentos em sala de aula na disciplina Estudos Atuais em Cristologia, no programa Cristologia da
Paz a partir de seguimento de Jesus de Nazaré no Espírito Santo. PUCRS: FATEO, 2017/1 (Comunicação oral).
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Essas palavras de Jesus podem ser entendidas como seu testamento, como sua última vontade; com isto é dito algo que é vinculativo e decisivo para o futuro da Igreja21.
Assim, não é insipiente considerar a associação luto materno, eucaristia, Maria e o
nascimento da Igreja, na lógica do terceiro relato.
Na escolha e na Graça concedidas a Maria, assim como no seu “sim” [...] que liberta espaço para a vinda de Deus a este mundo e a transforma naquela que transporta em si Cristo, na arca da Nova Aliança e em templo do Espírito Santo, a Igreja torna-se realidade22.
A seu modo a mãe do relato 3, através da experiência de Maria, parece andar por um
caminho de possíveis insights, ligações relacionadas a fé que estão a serviço de uma construção
de sentido para a perda, mas acima de tudo para viabilizar a vida, não como via colateral frente a
dor, mas por dentro.
3 Concluindo…
Antropologicamente não é nova a correlação resiliência e fé23, estudos que buscam
compreender, também do ponto de vista psicológico o que pode fazer um sistema de crenças
pessoal e/ou familiar frente às adversidades. Onde considera-se que da força dos significados
atribuídos às diferentes intercorrências do viver, emerge toda uma gama de possibilidades de
resistir, sobreviver, construir novas formas de enfrentamento e reconstruir-se. E ainda, sabe-se
que, quanto mais desafiador caracteriza-se a crise imposta, maiores e mais potentes terão que ser
os recursos acessados. Instrumentalização que não chega pronta, mas que poderá paulatinamente
mostrar-se ao longo de toda a vida.
Portanto, muitas vezes, não é, necessariamente, o indivíduo pequeno ou frágil demais para
enfrentar o que vive, o que experimenta, é o que lhe desafia, que demanda exigentemente um
repertório de respostas para o qual nunca foi treinado para oferecer. E não existe, humanamente,
um “treinamento” eficiente para viver a perda de um filho jovem, embora as mães dos relatos aqui
apresentados tenham encontrado um “alguém” uma possibilidade.
A correlação Maria e Luto Materno portanto, nos recortes analisados, ultrapassa o óbvio;
caracteriza-se como testemunhos de uma experiência que no martírio, consolidam verdadeiras
confissões de fé. Maria, aqui não é modelo aprendido pedagogicamente, Ela é corporeidade
encontrada. Encontro propriamente:
Um simples corpo de criatura, humano e materno. [...] Em aliança com o Espírito, tornado inteiramente seio [...]. Inaugurando para dentro do seio da Trindade a entrada do universo inteiro [...]. Configuração [...] atribuída em primeiro lugar a Cristo, o Filho divino que, na Kénosis, assumiu a criaturalidade e a Criação… [...] Mas Ele vem da parte de Deus para dentro da Criação e possibilita toda Criação ir para dentro de Deus. Maria é apenas Criação, é apenas uma criatura que é elevada por sua maternidade do Filho de Deus, à figura do que pode Deus realizar em simples criatura. Ela configura um destino que, de certa forma, Cristo, por ser confessado que antes vem de Deus, não pode configurar: a exaltação da simples criatura24.
21 KASPER, 2015, p. 253. 22 Ibid., p. 252. 23 WALSH, F. Fortalecendo a resiliência familiar. São Paulo: Rocca, 2005, p. 43-76. 24 SUSIN, 2005, p. 34.
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Em Maria, para as mães enlutadas, tudo cabe a seu devido lugar, como criatura podem com
Ela ser e no Filho amado, dar também a seu luto valor fundamental. Destino que é, para todos os
filhos, endereço seguro. Onde a pertença no Amor, a tudo abraça, alcança e comporta, enquanto
simultaneamente devolve-lhes fôlego e sentido para seguir vivendo.
Singularidades a parte, é possível dizer, que em todos os relatos Maria está como Pessoa,
real, viva e andante, acompanha as mães nas assimilações dos primeiros tempos do luto. E em
cada relato, na expressão compartilhada grupal parece funcionar como suporte também para os
presentes.
“Corporalmente” (DS3902) é o advérbio escandaloso e, ao mesmo tempo, o segredo e o diferencial da fé cristã: corporalmente na mais sublime comunhão trinitária, desde que o Espírito, seio de Deus, fez aliança com uma criatura humana tornando-a seio do verbo que se fez carne, portanto, Deus mesmo se fazendo corpo e nos encontrando corporalmente. Este acontecimento revela o corpo humano tornado inteiramente seio, conforto da missão e consolo da paixão, “corpo doado” e não mais “corpo próprio”, corpo inteiramente entregue, alimento de vida, corpo aberto para que céus e terra, toda criatura, encontre seu lugar, o seio da Trindade25.
O fenômeno que relatam as mães, parece ocorrer primeiramente através de uma
identificação, mas a seguir a ultrapassa, torna-se validação, propõe abastecimento de significados
implícitos, uma “lógica” que dá sustentação a vida e ao amor. E nessa estrada, no luto, reduz danos
frente a ruptura e a fragmentariedade inicial. Poderia-se pensar que efeitos teria para a
recuperação no enlutamento, essas construções de fé, ao longo do processo psíquico de
elaboração como um todo. Como se mostrariam na passagem dos anos…
Outro aspecto a se pensar é: no grupo de apoio psicológico, tornou-se visível o benfazejo de
um espaço que escuta e acolhe as experiências ou construções da fé em meio ao enlutamento, e
do ponto de vista da intervenção psicológica no cuidado, o que se pode então reconhecer, é que
devemos disponibilizá-lo. No entanto, quão delicada, extrema e responsável deve ser ali, nesse
campo, uma intervenção para, em respeito ao que se passa, potencializar essas experiências como
recursos de enfrentamento para o luto. E mais importante, será que caberia a um psicólogo fazê-
lo?
No contraponto, em não sendo os testemunhos, afirmações totalmente alheias ou
incoerentes às verdades religiosas, e tendo nascido de experiências reais que cabem ao
acompanhamento pastoral, na escuta da vida dos fiéis, que aspectos se poderia considerar, no
sentido também de otimizar uma instrumentalização para o cuidado religioso.
Decorrem então duas possibilidades; a importância para os psicólogos conhecerem mais
sobre o pertencimento religioso e a fé de seus pacientes. E acerca do aconselhamento religioso,
que como um espaço nas circunstâncias de luto, possa ser utilizado para esclarecer relações entre
a fé, a partir das contribuições teológicas, otimizando ligações e insights, no que se refere às
mesmas com tolerância e prudência, para a recuperação no luto familiar, atentando-se assim
também à aspectos de cunho psicológico.
Vale reafirmar o que nos mostram as mães em seus relatos: antes mesmo de olharmos para
o luto, devemos considerar o evento da ruptura, a separação sentencial e cruel que ocorre na
25 Ibid.
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122 Congresso de Mariologia – PUCRS 2017
violência da morte de um filho jovem. Maria é denúncia deste enfrentamento nos relatos maternos
é também sua acolhida.
Logo o emergencial, enquanto necessidade de espaço e amparo na fé em relação ao luto, não
está em saber para onde vamos depois da morte, mas de encontrar um eco para o que vivemos
agora, cuja consciência reflexa nos permita acessar que será possível suportar viver
temporariamente suspensos sobre o vácuo da espoliação.
Neste sentido Maria, como Igreja, do nascimento a Ressurreição parece falar mais alto ao
coração das mães:
Maria é a nossa representação frente a Deus, está do nosso lado olhando para Deus e dando a palavra a Deus, precedendo a Igreja. Foi modelo de discípula e da Igreja junto a Cristo e depois de Cristo. Por isso também, segundo Lucas, Maria se encontra no Cenáculo, recebendo o Espírito em meio aos discípulos que começam a Igreja, assim como recebeu o Espírito em sua solidão de Nazaré onde começou a vida terrena do Filho. A Igreja está em Maria e Maria está na Igreja26.
Nisto cabe pensar ainda na riqueza de possibilidades para grupos de suporte ao luto que
viessem a se desenvolver e a multiplicar-se na comunidades católicas, posto que a contingência
de enlutados/ano no país27 é uma população, nem sempre em condições econômicas, culturais ou
sociais para alcançar consultórios médicos ou psicológicos. Logo, têm-se aí na vida e missão
pastoral da Igreja valorosas possibilidades de prevenção e preservação da vida familiar.
E por fim no esforço de cuidar do humano, toda explicação que buscamos encontrar para
algo, depende primeiramente e em muito, daquilo a que a pessoa a ser cuidada, esteja
necessitando ou disposta a receber, talvez aceitar, como perspectiva ou verdade28.
Assim, em meio a violência, não se pode negar a premência do Sagrado (aqui testemunhada
nos relatos maternos), porém é exatamente nela que o Sagrado, como conhecido pelo humano,
estremece.
Não obstante é aí que o como, na presença hospitaleira e salutar de um cuidador coerente e
honesto poderá fazer-se instrumento da Graça e da Misericórdia Divinas. Onde conhecer poderá
tornar-se a mudança do antes conhecido, senão nova, então renovada, oportunidade
querigmática.
Referências
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2013. CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Disponível em: <http://site.cfp.org.br/>. Acesso em: 30 mai. 2017.
26 SUSIN, L. C. Deus - Pai, Filho e Espírito Santo. São Paulo: Paulinas, 2003. p.3. 27 Para cada morte no Brasil se pode prospectar quatro figuras vinculares afetadas pela perda. O IBGE aponta que a
cada mil pessoas no ano de 2016, foram registrados cerca de seis óbitos#, compondo portanto, em uma população de aproximadamente duzentos e três milhões de habitantes#, um total de um milhão, duzentos e dezoito mil mortos no país no mesmo ano. Assim, em multiplicando o número de óbitos pelas figuras vinculares afetadas pela perda, tem-se uma contingência populacional oficial de em torno de quatro milhões de enlutados/ano no Brasil. Cf. IBGE. Brasil em síntese: Taxa Bruta de Mortalidade por mil habitantes; IBGE. Séries históricas e estatísticas: Revisão 2008.
28 Anais da TEDXUFRGS: BEN, F. G. Os quatro livros que deixamos ao futuro. apud Findman R. 2015. POA.
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Maria como experiência de compreensão na caminhada do luto materno* 123
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