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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO ndash UFRJ
ESCOLA DE QUIacuteMICA
PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM TECNOLOGIA DE
PROCESSOS QUIacuteMICOS E BIOQUIacuteMICOS
MARIA DE LOURDES RIBEIRO DE SOUZA DE AZEVEDO A CAPACITACcedilAtildeO DOCENTE EM EDUCACcedilAtildeO AMBIENTAL
RIO DE JANEIRO
2007
ii
MARIA DE LOURDES RIBEIRO DE SOUZA DE AZEVEDO
A CAPACITACcedilAtildeO DOCENTE EM EDUCACcedilAtildeO
AMBIENTAL
Dissertaccedilatildeo de Mestrado apresentada ao Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Tecnologia de Processos Quiacutemicos e Bioquiacutemicos da Escola de Quiacutemica da UFRJ
Orientadoras
Maria Antonieta Peixoto Gimenes Couto
Denize Dias de Carvalho
Rio de Janeiro
2007
iii
A CAPACITACcedilAtildeO DOCENTE EM EDUCACcedilAtildeO AMBIENTAL
MARIA DE LOURDES RIBEIRO DE SOUZA DE AZEVEDO
Dissertaccedilatildeo submetida ao Corpo Docente do Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Tecnologia de Processos Quiacutemicos e Bioquiacutemicos da Escola de Quiacutemica da Universidade Federal do Rio de Janeiro como parte dos requisitos para obtenccedilatildeo do grau de Mestre em Ciecircncias realizada sob a orientaccedilatildeo das Professoras Maria Antonieta Peixoto Gimenes Couto e Denize Dias de Carvalho
_________________________________________________________________________ Maria Antonieta Peixoto Gimenes Couto ndash Orientadora
(EQUFRJ)
_________________________________________________________________________ Denize Dias de Carvalho ndash Orientadora
(EQUFRJ)
________________________________________________________________________ Andreacutea Medeiros Salgado
(EQUFRJ)
_________________________________________________________________________ Liacutedia YOKOAMA
(EQUFRJ)
_________________________________________________________________________ Lilia dos Santos Seabra
(FEBFUERJ)
Escola de Quiacutemica Universidade Federal do Rio de Janeiro
2007
iv
FICHA CATALOGRAacuteFICA
AZEVEDO MARIA DE LOURDES RIBEIRO DE A Capacitaccedilatildeo Docente em Educaccedilatildeo Ambiental xix 164p 297cm Dissertaccedilatildeo Mestre em Ciecircncias(Escola de Quiacutemica ndash Universidade Federal do Rio de Janeiro) 1 Meio Ambiente 2 Educaccedilatildeo Ambiental 3 Capacitaccedilatildeo 4 Dissertaccedilatildeo
I Universidade Federal do Rio de Janeiro II Tiacutetulo (seacuterie)
v
SUMAacuteRIO Capiacutetulo 1 ndash Apresentaccedilatildeo do Trabalho
11 Introduccedilatildeo 1
12 Objetivo do Trabalho 6
13 Organizaccedilatildeo do Estudo 7
Capiacutetulo 2 ndash O Sistema Educacional Brasileiro
21 Introduccedilatildeo 9
22 A Educaccedilatildeo no Brasil Colocircnia 11
23 A Educaccedilatildeo no Brasil Impeacuterio 13
24 A Educaccedilatildeo na Primeira Repuacuteblica 18
25 A Educaccedilatildeo no Poacutes 30 20
26 A Educaccedilatildeo na Nova Repuacuteblica(1946-1963) 25
27 A Educaccedilatildeo no Periacuteodo Militar(1964-1985) 27
28 A Educaccedilatildeo no Periacuteodo da Abertura Poliacutetica(1986-2001) 29
29 Cronologia da Histoacuteria da Educaccedilatildeo Brasileira 30
Capiacutetulo 3 ndash A Estrutura Organizacional da Educaccedilatildeo no Brasil
31 A Organizaccedilatildeo 36
311 Atribuiccedilotildees da Uniatildeo 37
312 Atribuiccedilotildees do Estado 38
313 Atribuiccedilotildees dos Municiacutepios 39
314 O papel dos Estabelecimentos de Ensino 39
315 Atribuiccedilotildees dos Docentes 40
32 A Abrangecircncia dos Sistemas 41
321 O Sistema Federal 41
322 Os Sistemas de Ensino dos Estados e do Distrito
Federal Compreendem
41
323 O Sistema Municipal 42
33 A Secretaria Estadual de Educaccedilatildeo 44
Capiacutetulo 4 ndash Poliacuteticas Puacuteblicas de Inclusatildeo Social
41 A Crise do Sistema Poliacutetico Liberal e o Iniacutecio do
vi
Intervencionismo do Estado 54
42 O Estado e Suas Novas Funccedilotildees Sociais 56
43 Poliacuteticas Puacuteblicas Uma Questatildeo de Conceito 58
44 Formulaccedilatildeo de Poliacuteticas Puacuteblicas 59
45 Aacutereas de Aplicaccedilatildeo das Poliacuteticas Puacuteblicas das Poliacuteticas
Puacuteblicas
61
Capiacutetulo 5 ndash Histoacuterico e Evoluccedilatildeo da Educaccedilatildeo Ambiental
51 Definiccedilatildeo 68
52 Histoacuterico 73
53 Algumas Consideraccedilotildees sobre a Evoluccedilatildeo da Educaccedilatildeo
Ambiental
93
Capiacutetulo 6 ndash Metodologias
61 Diagnose do Estado da Arte da Educaccedilatildeo Ambiental no
Ensino Meacutedio da Rede Estadual de Ensino no Municiacutepio do
Rio de Janeiro
98
611 Objetivos 98
612 Metodologia de Pesquisa 98
613 Planejamento da Pesquisa 99
614 Fontes de Informaccedilotildees 100
615 Pesquisa de Campo 100
616 Avaliaccedilatildeo dos Resultados 101
62 Diagnose do Acesso aos Cursos de Graduaccedilatildeo nas
Universidades Puacuteblicas Estudo de Caso UERJ e UFRJ
102
621 Objetivos 102
622 Metodologia de Pesquisa 102
623 Planejamento da Pesquisa 102
624 Fontes de Informaccedilotildees 103
625 Pesquisa de Campo 103
62 Limitaccedilotildees do Estudo 105
Capiacutetulo 7ndash Avaliaccedilatildeo do Acesso aos Cursos de Graduaccedilatildeo Estudo de
Casos UERJ e UFRJ
vii
71 O Sistema de Cotas 107
72 Implantaccedilatildeo do Sistema 108
73 O Aluno na Universidade 109
74 A Necessidade das Cotas 111
75 Comparativo entre a Rede Estadual de Ensino e a Rede
Federal e Particular
114
76 Avaliaccedilatildeo do Sistema de Cotas da UERJ e da Proposta da
UFRJ
123
Capiacutetulo 8 ndash Avaliaccedilatildeo da Educaccedilatildeo Ambiental na Rede Puacuteblica Estadual
no Municiacutepio do Rio de Janeiro
81 Levantamento de Dados 128
82 A Receptividade das Coordenadorias 129
83 A Educaccedilatildeo Ambiental em Nuacutemeros 131
84 Conclusotildees Parciais 145
Capiacutetulo 9 ndash Proposta de Curso de Formaccedilatildeo para Professores
91 Objetivo do Curso 148
92 Duraccedilatildeo do Curso 149
93 Conteuacutedo do Curso 149
94 Consideraccedilotildees 151
Capiacutetulo 10 ndash Conclusotildees e sugestotildees
101 Consideraccedilotildees Finais 152
102 Conclusotildees 155
103 Sugestotildees 156
Referecircncias 157
viii
Dedico esta dissertaccedilatildeo de mestrado
aos amores de minha vida que satildeo
meus filhos meu marido e minha matildee
pela compreensatildeo de ter ficado muitas
vezes ausente pela paciecircncia e pelo
incentivo e forccedila para natildeo me deixar
desistir e conseguir chegar ao final
deste trabalho A vitoacuteria natildeo eacute soacute
minha eacute de todos noacutes
Muito obrigada
ix
AGRADECIMENTOS
A Deus por ter me dado forccedilas para completar esta jornada
A minha matildee por ter me ajudado nas horas difiacuteceis
Aos meus filhos pela compreensatildeo nos meus momentos de ausecircncia
Ao meu marido Marcos pelo incentivo apoio e carinho
As minhas Professoras orientadoras Maria Antonieta Peixoto Gimenes Couto e
Denize Dias de Carvalho pela contribuiccedilatildeo na conduccedilatildeo desse trabalho
A todos os professores do Programa pela contribuiccedilatildeo que deram ao meu
crescimento acadecircmico profissional e pessoal
Ao senhor Antonio Ceacutesar Alves pelo carinho e atenccedilatildeo sempre me ajudando no
que precisei durante minha jornada na UFRJ
A senhora Regina Coeli secretaacuteria de Educaccedilatildeo Ambiental da SEERJ pela
atenccedilatildeo e contribuindo para que tornasse possiacutevel a realizaccedilatildeo deste trabalho
Ao Professor Maacutercio Nele pelas sugestotildees na avaliaccedilatildeo dos dados
A Professora Acircngela Rocha pela Contribuiccedilatildeo na Pesquisa de campo
A Sra Luacutecia Manso por viabilizar os dados do vestibular da UFRJ
A Sra Patriacutecia Anido Noronha por viabilizar os dados do vestibular da UERJ
Ao professor Luiz Gustavo Ribeiro Vieira Coordenador na Metropolitana IV por seu
empenho na realizaccedilatildeo da pesquisa de campo
x
A Direccedilatildeo do Ciep 386 ndash Guilherme da Silveira Filho pelo apoio e atenccedilatildeo
Aos meus colegas do departamento de Sauacutede e saneamento Ambiental (DSSA)
da Fiocruz pelo apoio e companheirismo para a realizaccedilatildeo deste trabalho
xi
RESUMO
Azevedo Maria de Lourdes Ribeiro de Souza de A Capacitaccedilatildeo Docente em Educaccedilatildeo Ambiental Rio de Janeiro 2006 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Tecnologia de Processos Quiacutemicos e Bioquiacutemicos) Escola de Quiacutemica Universidade Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2006 O objetivo deste trabalho eacute viabilizar a criaccedilatildeo de ferramentas que sirvam para conduzir uma maior integraccedilatildeo entre a Universidade e o Ensino Meacutedio tendo como base agraves poliacuteticas de inclusatildeo social Para isso foi feita uma anaacutelise da Educaccedilatildeo Ambiental ministrada no Ensino Meacutedio no Municiacutepio do Rio de Janeiro Esta revelou que as escolas praticam de alguma forma a Educaccedilatildeo Ambiental poreacutem a pesquisa tambeacutem mostrou que a formaccedilatildeo dos professores neste tema estaacute muito aqueacutem do necessaacuterio o que dificulta a realizaccedilatildeo plena do seu trabalho Ainda dentro das Poliacuteticas de Inclusatildeo Social foi feito um levantamento do acesso dos alunos da Rede Puacuteblica Estadual nas Universidades Puacuteblicas atraveacutes de estudo de caso da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) avaliando comparativamente as escolas de Ensino Meacutedio da Rede Puacuteblica e a Rede Privada Os resultados mostraram que um nuacutemero muito pequeno de alunos oriundos da Rede Estadual de Ensino consegue uma vaga nestas Universidades Puacuteblicas problema este que foi amenizado pela UERJ que foi a primeira a implantar o sistema de cotas com resultados satisfatoacuterios e com isso aumentando significativamente o ingresso de alunos da Rede Puacuteblica Estadual Os resultados dessa pesquisa sinalizam que urge a definiccedilatildeo de Poliacuteticas Puacuteblicas que levam agrave melhoria de capacitaccedilatildeo docente do Ensino Meacutedio cabendo agrave Universidade o papel de promover centros de formaccedilatildeo continuada promovendo uma melhor qualificaccedilatildeo docente e por conseguinte um melhor preparo dos alunos
xii
ABSTRACT
Azevedo Maria de Lourdes Ribeiro de Souza de A Capacitaccedilatildeo Docente em Educaccedilatildeo Ambiental Rio de Janeiro 2006 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Tecnologia de Processos Quiacutemicos e Bioquiacutemicos) Escola de Quiacutemica Universidade Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2006 This study has an aim to be viable the creation of tools which serve to conduct a great integration between the University and the high school having as a basis Politics of Social Inclusion For this it was made an analysis on Environmental Education given in municipal district of Rio de Janeiro high schools It reveals that the schools practice some Environmental Education but the research also presents that the formation of teachers in this theme is far from what is necessary that makes difficulty the full realization of its work Yet within the Politics of Social Inclusion it was done a survey on the access of the State Public Net students at the public universities through a case study of the University of Rio de Janeiro State (UERJ) and Federal University of Rio de Janeiro (UFRJ) evaluating comparatively to the high school of Public and Private Net schools The results show that a small number of students from the State Net High School gets vacancy in those Public Universities a problem that was softened by the UERJ that was the first to establish a system of quotas with satisfactory results and with this encreasing significatively the entrance of State Public Net students The results of this research signal that it is necessary a definition of Public Politics that take to improvement of teaching capacitation of high school belonging to the University the roll of promote centers of Continued formation promoting a better teaching qualification and thus a better preparation of the students
xiii
LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES
Figura 11 ndash Esquema do Ciclo da Educaccedilatildeo
Figura 31 ndash Organograma da Organizaccedilatildeo Educacional Brasileira
Figura 32 ndash Mapa das Metropolitanas do Estado do Rio de Janeiro
Figura 41 ndash Diagrama Esquemaacutetico da Formaccedilatildeo de uma Poliacutetica Puacuteblica
Figura 61 ndash Esquematizaccedilatildeo do Projeto
Figura 71 - Percentual de Alunos Inscritos no Vestibular da UFRJ
Figura 72 ndash Percentual de Alunos Classificados no Vestibular da UFRJ
Figura 73 - Percentual de Alunos Classificados em Funccedilatildeo do Nuacutemero de Inscritos
em Cada Esfera
Figura 74 ndash Percentual de Alunos Inscritos no Vestibular da UERJ
Figura 75 - Percentual de Alunos Classificados no Vestibular da UERJ
Figura 76 ndash Percentual de Alunos Classificados em Funccedilatildeo do Nuacutemero de Inscritos
em Cada Esfera
Figura 77 - Comparativo Entre o Antes e Depois do Sistema de Cotas
Figura 81 - Avaliaccedilatildeo de Receptividade da Metropolitana III
Figura 82 ndash Avaliaccedilatildeo de Receptividade da Metropolitana IV
Figura 83 ndash Avaliaccedilatildeo de Receptividade da Metropolitana X
Figura 84 - Abordagem do Tema na Escola
Figura 85 - O Tema eacute Disciplinar ou Multidisciplinar Figura 86 - Participaccedilatildeo Discente Figura 87 - Participaccedilatildeo dos Professores
Figura 88 - Meios de Aplicaccedilatildeo da Educaccedilatildeo Ambiental Figura 89 - Projetos e ou Atividades Implantados Figura 810 - Interesse dos Alunos
Figura 811 - Retorno Financeiro nos Projetos
Figura 812 - Destino dos Recursos Arrecadados
Figura 813 - Professores que Participam das Atividades
Figura 814 - Os Professores Possuem Formaccedilatildeo Especiacutefica em EA
Figura 815 - Interesse da Escola na Capacitaccedilatildeo Docente
xiv
Figura 816 - Interesse dos Professores em Cursos de Formaccedilatildeo em Educaccedilatildeo
Ambiental Figura 817 - Aacutereas de Interesse dos Professores
xv
LISTA DE TABELAS
Tabela 21 ndash Evoluccedilatildeo da Educaccedilatildeo no Brasil Principais Acontecimentos
Tabela 31 ndash Coordenadorias da SEERJ
Tabela 71 ndash Quadro Comparativo dos Vestibulares da UERJ e UFRJ
xvi
GLOSSAacuteRIO
ABE ndash Associaccedilatildeo Brasileira de Educaccedilatildeo
ALERJ ndash Assembleacuteia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro
ANA - Agecircncia Nacional de Aacuteguas
CADES ndash Campanha de Aperfeiccediloamento e Difusatildeo do Ensino Secundaacuterio
CAPES - Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel Superior
CEA ndash Centros de Educaccedilatildeo Ambiental
CEE ndash Conselho Estadual de Educaccedilatildeo
CEG ndash Conselho de Ensino de Graduaccedilatildeo
CETESB - Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental
CFE ndash Conselho Federal de Educaccedilatildeo
CGEA ndash Coordenaccedilatildeo Geral de Educaccedilatildeo Ambiental
CIAC ndash Centro Integrado de Apoio a Crianccedila
CIEP ndash Centro Integrado de Educaccedilatildeo Puacuteblica
CISEA ndash Comissatildeo Intersetorial de Educaccedilatildeo Ambiental
CMMAD - Comissatildeo Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento
CNAE ndash Campanha Nacional de Alimentaccedilatildeo Escolar
CNBB ndash Confederaccedilatildeo Nacional dos Bispos do Brasil
CNE ndash Conselho Nacional de Educaccedilatildeo
CNEA ndash Conferecircncia Nacional de Educaccedilatildeo Ambiental
CNEC ndash Campanha Nacional de Escolas da Comunidade
CNPJ - Cadastro Nacional da Pessoa Juriacutedica
CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico
COEA - Coordenaccedilatildeo Geral de Educaccedilatildeo Ambiental
CONAMA ndash Conselho Nacional do Meio Ambiente
CONEN ndash Coordenaccedilatildeo Nacional de Entidades Negras
CONTAP ndash Conselho de Cooperaccedilatildeo Teacutecnica da Alianccedila para o Progresso
COPESNEP - Conselho para a Promoccedilatildeo Educacional Superior das Populaccedilotildees
Negra e Parda
CPC ndash Centros Populares de Cultura
DEA ndash Educaccedilatildeo Ambiental a Distacircncia
xvii
DEMEC - Departamento de Engenharia Mecacircnica
EA ndash Educaccedilatildeo Ambiental
ENC ndash Exame Nacional de Cursos
ENEM ndash Exame Nacional do Ensino Meacutedio
EPB ndash Estudos de Problemas Brasileiros
EUA ndash Estados Unidos da Ameacuterica
FEEMA - Fundaccedilatildeo Estadual de Engenharia do Meio Ambiente
FNMA - Fundo Nacional do Meio Ambiente
FUNAI - Fundaccedilatildeo Nacional do Iacutendio
FUNDEF ndash Fundo de Manutenccedilatildeo e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de
Valorizaccedilatildeo do Magisteacuterio
GT ndash Grupos de Trabalho
IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovaacuteveis
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
IES ndash Instituiccedilotildees de Ensino Superior
INEP ndash Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais
ISEB ndash Instituto Superior de Estudos Brasileiros
LDB ndash Lei de Diretrizes e Bases
MCT - Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia
MEB ndash Movimento de Educaccedilatildeo de Base
MEC ndash Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura
MinC ndash Ministeacuterio da Cultura
MMA ndash Ministeacuterio do Meio Ambiente
MOBRAL - Movimento Brasileiro de Alfabetizaccedilatildeo
OMEP ndash Organizaccedilatildeo Mundial de Educaccedilatildeo Preacute-Escolar
ONG ndash Organizaccedilatildeo Natildeo Governamental
ONU ndash Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas
OSPB ndash Organizaccedilatildeo Social e Poliacutetica do Brasil
PAIUB - Programa de Avaliaccedilatildeo Institucional das Universidades Brasileiras
PAS ndash Programa de Avaliaccedilatildeo Seriada
PCN ndash Paracircmetros Curriculares Nacionais
PIEA - Programa Internacional de Educaccedilatildeo Ambiental
xviii
PNEA - Poliacutetica Nacional de Educaccedilatildeo Ambiental
PNI ndash Parque Nacional do Iguaccedilu
PNMA - Programa Nacional do Meio Ambiente
PNUMA ndash Programa das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente
PPA ndash Plano Plurianual
PROINICIAR ndash Programa de Iniciaccedilatildeo Acadecircmica
PRONEA ndash Programa Nacional de Educaccedilatildeo Ambiental
PRO-REDE ndash Programa de Reestruturaccedilatildeo da Rede Puacuteblica de Ensino
REASUL - Rede Sul Brasileira de Educaccedilatildeo Ambiental
REBEA ndash Rede Brasileira de Educaccedilatildeo Ambiental
REGUA ndash Registro Uacutenico do Aluno
REPEA ndash Rede Paulista de Educaccedilatildeo Ambiental
SAEB - Sistema Nacional de Avaliaccedilatildeo da Educaccedilatildeo Baacutesica
SECIRM ndash Secretaria da Comissatildeo Interministerial para os Recursos do Mar
SEDUC - Secretaria da Educaccedilatildeo Baacutesica
SEERJ ndash Secretaria Estadual de Educaccedilatildeo do Rio de Janeiro
SEF ndash Secretaria de Ensino Fundamental
SEMA - Secretaria Estadual do Meio Ambiente
SENAC ndash Serviccedilo Nacional de Aprendizagem Comercial
SENAI - Serviccedilo Nacional de Aprendizagem Industrial
SIBEA ndash Sistema Brasileiro de Informaccedilatildeo em Educaccedilatildeo Ambiental
UENF ndash Universidade Estadual do Norte Fluminense
UERJ ndash Universidade do Estado do Rio de Janeiro
UFMT - Universidade Federal de Mato Grosso
UNCED - United Nations Conference on Environment and Development
UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina
UFRJ ndash Universidade Federal do Rio de Janeiro
UFRPE - Universidade Federal Rural de Pernambuco
UFRRJ ndash Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
UICN ndash Uniatildeo Internacional para Conservaccedilatildeo da Natureza
UNE ndash Uniatildeo Nacional dos Estudantes
xix
UNESCO - Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a educaccedilatildeo agrave ciecircncia e a
cultura
UNICEF ndash Fundo das Naccedilotildees Unidas para a Infacircncia
USAID - United States Agency for International Development
1
Capiacutetulo 1 Apresentaccedilatildeo do Trabalho
11 Introduccedilatildeo
A educaccedilatildeo eacute a base para o desenvolvimento de qualquer paiacutes por ser
um instrumento fundamental para a promoccedilatildeo da cidadania Eacute por meio dela
que as pessoas adquirem condiccedilotildees de se transformarem em cidadatildeos ativos e
competitivos
A cidadania se fundamenta em princiacutepios eacuteticos aleacutem de promover o
direito agrave justiccedila social pois eacute impossiacutevel conceber o crescimento de um paiacutes
tendo milhotildees de pessoas excluiacutedas da participaccedilatildeo democraacutetica em vaacuterias
instacircncias e niacuteveis da sociedade
Eacute atraveacutes de um bom desempenho da cidadania que a sociedade pode
contribuir para a soluccedilatildeo de problemas e ateacute evitar que alguns destes possam
surgir Neste processo a educaccedilatildeo ambiental tem um papel muito importante
pois participa natildeo somente como uma transmissatildeo de conhecimento mas
2
tambeacutem na aplicaccedilatildeo de informaccedilotildees como uma forma de mudanccedila de
atitudes da sociedade face aos problemas ambientais
A Educaccedilatildeo Ambiental eacute uma proposta de mudanccedila de comportamento
onde se faz o resgate de valores eacuteticos esteacuteticos democraacuteticos e humanistas
Estes valores satildeo fortemente defendidos pela educaccedilatildeo de um modo geral pelo
conjunto de conhecimentos produzidos nas mais diversas aacutereas tendo como foco
o princiacutepio do respeito pelo meio ambiente que natildeo eacute constituiacutedo somente pelos
organismos vivos Haacute uma preocupaccedilatildeo com um sentido muito mais amplo do
que meramente com a extinccedilatildeo de alguns animais ou plantas
(wwweducarscuspbr)
Meio Ambiente eacute tudo que compotildee a paisagem Eacute a interaccedilatildeo do
conjunto de elementos naturais artificiais culturais e sociais que propicia o
desenvolvimento equilibrado da vida em todas as suas formas
Podemos classificaacute-lo em Meio Ambiente natural ou fiacutesico constituiacutedo pelo
solo aacutegua ar atmosfeacuterico enfim tudo que eacute natureza com toda sua diversidade
Meio ambiente artificial eacute constituiacutedo pelo espaccedilo urbano construiacutedo
representado pelo conjunto de edificaccedilotildees (espaccedilo urbano fechado) e dos
equipamentos puacuteblicos (ruas praccedilas aacutereas verdes espaccedilos livres em geral
espaccedilo urbano aberto) Meio Ambiente Cultural integra o patrimocircnio histoacuterico
artiacutestico arqueoloacutegico paisagiacutestico turiacutestico que embora artificial difere do
anterior pelo sentido de seu valor especial e o Meio Ambiente Social que eacute
formado pelas pessoas que compotildeem a Sociedade (Carvalho 2002)
Com isto a Educaccedilatildeo Ambiental eacute tambeacutem o respeito pelas culturas que
incluem as especificidades de classe etnia e gecircnero funcionando como uma
defesa da descentralizaccedilatildeo e da distribuiccedilatildeo social do poder dando assim uma
efetiva contribuiccedilatildeo para uma sociedade melhor (wwweducarscuspbr)
A Educaccedilatildeo Ambiental visa modificar as relaccedilotildees entre a sociedade e o
meio ambiente de forma a melhorar a qualidade de vida transformando o
sistema produtivo e consumista em uma sociedade mais solidaacuteria promovendo a
3
inclusatildeo social atraveacutes da justa distribuiccedilatildeo dos recursos naturais entre todos
Para isto se faz necessaacuteria natildeo soacute a existecircncia de poliacuteticas sociais mas
principalmente que estas estejam integradas nas diversas esferas da sociedade
Eacute tambeacutem importante que tenham estrateacutegias bem definidas para que possam
ser formuladas e implementadas por accedilotildees que sejam intersetoriais buscando
sempre parcerias com os diversos segmentos sejam estes entidades ou
movimentos sociais
Um ponto importante que deve nortear a Educaccedilatildeo Ambiental eacute o
conceito de desenvolvimento sustentaacutevel que inter-relaciona os aspectos sociais
e ambientais isto eacute promove a qualidade das relaccedilotildees humanas com o ambiente
natural e a necessidade de produccedilatildeo de riquezas Sachs (citado em Montibeller-
Filho 2001) propotildee a seguinte definiccedilatildeo para Desenvolvimento Sustentaacutevel
ldquoTrata-se de gerir a natureza de forma a assegurar aos homens de nossa geraccedilatildeo
e das geraccedilotildees futuras a possibilidade de se desenvolverrdquo (Azevedo 1991)
Segundo a Comissatildeo Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento
Desenvolvimento Sustentaacutevel eacute definido como ldquoDesenvolvimento que responde
agraves necessidades do presente sem comprometer as possibilidades das geraccedilotildees
futuras de satisfazer suas proacuteprias necessidadesrdquo (wwweducarscuspbr)
O desenvolvimento sustentaacutevel deveria ser uma preocupaccedilatildeo primordial
para o desenvolvimento econocircmico poreacutem para alguns setores da economia o
mais importante eacute o valor de produccedilatildeo imediato mesmo que para isso se
degrade o meio ambiente e se comprometa a possibilidade de produccedilotildees
futuras Os movimentos ambientalistas conseguem produzir um conjunto de
princiacutepios em relaccedilatildeo ao meio ambiente atraveacutes de protocolos e declaraccedilotildees
Este conjunto constitui a base do direito ambiental brasileiro e internacional o
qual associa a proteccedilatildeo do meio ambiente ao desenvolvimento
socioeconocircmico ldquoA poliacutetica nacional do meio ambiente tem por objetivo a
preservaccedilatildeo melhoria e recuperaccedilatildeo da qualidade ambiental propiacutecia agrave vida
visando assegurar no paiacutes condiccedilotildees ao desenvolvimento socioeconocircmicordquo
4
(Brasil Poliacutetica Nacional do Meio Ambiente - Lei 6938 1981 citado em Montibeller
Filho 2001)
Eacute por isto que uma boa formaccedilatildeo do educador ambiental se faz
necessaacuterio pois a Educaccedilatildeo Ambiental eacute antes de tudo um instrumento de
promoccedilatildeo da cidadania como jaacute dito anteriormente principalmente nos dias de
hoje onde eacute fundamental para o desenvolvimento a inserccedilatildeo competitiva de
qualquer naccedilatildeo do mundo o seu conhecimento Conhecimento este que seraacute
compartilhado com os alunos que satildeo os que iniciam a jornada de mudanccedila
pois estes seratildeo os transmissores desses conhecimentos aos seus pais vizinhos
amigos enfim como se fosse uma grande corrente Neste ponto eacute que a
Educaccedilatildeo Ambiental difere das demais disciplinas tendo uma visatildeo muito mais
ampla do que o simples acuacutemulo de informaccedilotildees sem conexatildeo entre elas e com
o potencial de evocaccedilatildeo existente na aprendizagem Baseia-se na premissa de
que eacute na reflexatildeo tanto individual como coletiva que se tem em relaccedilatildeo ao meio
ambiente que se daacute o processo de aprendizagem (wwweducarscuspbr)
A Educaccedilatildeo Ambiental natildeo pode estar reduzida a uma disciplina ou
programa seja este de reciclagem ou reaproveitamento do lixo preservaccedilatildeo da
aacutegua etc A importacircncia destes programas existe mas a Educaccedilatildeo Ambiental
natildeo pode estar somente baseada neles tem que ter um sentido mais amplo
como o uso de recursos com responsabilidade desenvolvendo produccedilotildees limpas
que geram lucro mantendo a harmonia com o meio ambiente Para isto existe a
necessidade de ldquopromover a Educaccedilatildeo Ambiental em todos os niacuteveis de ensinordquo
(Brasil 1988) Dessa forma o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo (MEC) elaborou os
Paracircmetros Curriculares Nacionais (PCNs) em que o meio ambiente (Educaccedilatildeo
Ambiental) eacute apresentado como tema transversal para todo o curriacuteculo escolar
(Guimaratildees 2004)
Mesmo a educaccedilatildeo ambiental estando presente nos PCNs esta natildeo eacute
amplamente aplicada em especial no Ensino Meacutedio da Rede Puacuteblica foco do
presente trabalho Acredita-se que um dos motivos seja o despreparo dos
educadores do Ensino Meacutedio Por esse motivo eacute que haacute a necessidade de uma
5
efetiva integraccedilatildeo da Universidade com o Ensino Meacutedio pois desta forma os
educadores estaratildeo participando de alguma maneira deste processo
educacional
A Universidade prepara os professores que atuaratildeo no ensino meacutedio e
estes por sua vez seratildeo responsaacuteveis pela formaccedilatildeo dos alunos que ingressam na
Universidade Os alunos por seu turno saem da Universidade jaacute na qualidade de
profissionais que podem ser professores ou natildeo Poreacutem existe a necessidade de
investimento na formaccedilatildeo do docente isto eacute este deve retornar a Universidade
atraveacutes de programas de formaccedilatildeo continuada seja em cursos de extensatildeo ou
especializaccedilatildeo A formaccedilatildeo continuada se reveste de uma importacircncia ainda
maior principalmente devido agrave existecircncia das poliacuteticas de inclusatildeo social que
visam a democratizaccedilatildeo do ensino superior promovendo o ingresso de alunos de
baixa renda a um ensino de qualidade nas Universidades Puacuteblicas A respeito
dessas poliacuteticas existem algumas opiniotildees divergentes em relaccedilatildeo ao sistema de
cotas que consiste na reserva de vagas para alunos carentes e negros Para
alguns facilitar a entrada desses alunos nas Universidades eacute a soluccedilatildeo para a
inclusatildeo social natildeo importando se este aluno tem condiccedilotildees de se manter na
Universidade devido ao seu despreparo advindo do ensino meacutedio Para outros a
inclusatildeo social se faz natildeo reservando vagas e sim melhorando a qualidade do
ensino meacutedio da rede puacuteblica para que os alunos tenham condiccedilotildees de
competir em igualdade com os demais alunos e esta melhoria do ensino pode
ter iniacutecio atraveacutes da capacitaccedilatildeo do docente
Essas propostas formam uma espeacutecie de ciclo conforme o esquema
mostrado na figura 11 O mais importante poreacutem eacute que os profissionais tenham
consciecircncia do seu papel como cidadatildeos e da sua relaccedilatildeo com o Meio
Ambiente
6
UNIVERSIDADE
ALUNOS DOCENTES
ENSINO MEacuteDIO
Figura 11 Esquema do Ciclo da Educaccedilatildeo
12 Objetivos do Trabalho
Com base nas premissas abordadas a presente dissertaccedilatildeo tem como
objetivos
Objetivo Geral
Criar instrumentos que viabilizem a integraccedilatildeo Universidade com o Ensino
Meacutedio com base em poliacuteticas de inclusatildeo social para capacitaccedilatildeo de docentes
no segmento de Educaccedilatildeo Ambiental
7
Objetivos especiacuteficos
bull Avaliaccedilatildeo do atual estado da arte da Educaccedilatildeo Ambiental no
ensino meacutedio ministrado na Rede Estadual de Ensino do municiacutepio do
Rio de Janeiro
bull Avaliaccedilatildeo do acesso agraves Universidades Puacuteblicas atraveacutes de estudos
de caso
bull Elaboraccedilatildeo de uma proposta de Educaccedilatildeo Continuada visando a
capacitaccedilatildeo do docente de Ensino Meacutedio
13 Organizaccedilatildeo do Estudo
A presente dissertaccedilatildeo foi organizada em 10 capiacutetulos Aleacutem deste que
traz uma breve apresentaccedilatildeo do tema nos capiacutetulos subsequumlentes seratildeo feitas as
seguintes abordagens
O capiacutetulo 2 apresenta uma anaacutelise histoacuterico-social do sistema educacional
brasileiro desde a colonizaccedilatildeo ateacute os dias atuais
O capiacutetulo 3 traz a estrutura organizacional da educaccedilatildeo no Brasil
incluindo as esferas poliacuteticas responsaacuteveis pelos diferentes segmentos
As poliacuteticas puacuteblicas de inclusatildeo social satildeo abordadas no capiacutetulo 4 e o
capiacutetulo 5 contextualiza a Educaccedilatildeo ambiental sob os prismas histoacuterico e
evolutivo
As metodologias empregadas nos estudos elaborados estatildeo descritas no
capiacutetulo 6
No capiacutetulo 7 eacute realizada uma avaliaccedilatildeo do acesso aos cursos de
graduaccedilatildeo de Universidades Puacuteblicas atraveacutes de estudos de caso envolvendo a
Universidade Estadual do Rio de Janeiro e a Universidade Federal do Rio de
Janeiro comparando-se o acesso com sistemas de cotas (UERJ) e a proposta em
8
estudo para a reserva de vagas na UFRJ aleacutem de uma anaacutelise quantitativa do
acesso dos estudantes da rede puacuteblica a estas universidades
O capiacutetulo 8 traz os resultados referentes ao estudo de campo sobre a
Educaccedilatildeo Ambiental realizado junto agraves escolas de Ensino Meacutedio da Rede Puacuteblica
Estadual localizadas no municiacutepio do Rio de Janeiro
A partir das demandas detectadas nesse estudo de campo foi elaborada
uma proposta de curso de capacitaccedilatildeo voltado para os professores de Ensino
Meacutedio apresentada no capiacutetulo 9 As principais conclusotildees desse estudo bem
como as sugestotildees de continuidade do trabalho encontram-se no capiacutetulo 10
O capiacutetulo a seguir conforme jaacute citado aborda o Sistema Educacional
Brasileiro
9
Capiacutetulo 2 O Sistema Educacional Brasileiro
21 Introduccedilatildeo
Neste capitulo foi realizada uma anaacutelise histoacuterico-social do sistema
educacional brasileiro desde o iniacutecio da colonizaccedilatildeo brasileira ateacute a atualidade
A histoacuteria da educaccedilatildeo brasileira natildeo eacute uma histoacuteria difiacutecil de ser estudada e
compreendida Ela evolui em rupturas marcantes e faacuteceis de serem observadas
A primeira grande ruptura travou-se com a chegada dos portugueses ao territoacuterio
do Novo Mundo Natildeo se pode deixar de reconhecer que os portugueses
trouxeram um padratildeo de educaccedilatildeo proacuteprio da Europa o que natildeo quer dizer que
as populaccedilotildees que por aqui jaacute viviam natildeo possuiacutessem caracteriacutesticas proacuteprias de
se fazer educaccedilatildeo Conveacutem ressaltar que a educaccedilatildeo que se praticava entre as
populaccedilotildees indiacutegenas natildeo tinha as marcas repressivas do modelo educacional
europeu
A chegada dos jesuiacutetas ao territoacuterio brasileiro natildeo trouxe somente a moral
os costumes e a religiosidade europeacuteia trouxe tambeacutem os meacutetodos pedagoacutegicos
Este meacutetodo funcionou absoluto durante 210 anos de 1549 a 1759 quando uma
nova ruptura marca a histoacuteria da educaccedilatildeo no Brasil a expulsatildeo dos jesuiacutetas pelo
10
Marquecircs de Pombal Se existia alguma coisa muita bem estruturada em termos
de educaccedilatildeo o que se viu a seguir foi o mais absoluto caos Tentaram-se as aulas
reacutegias o subsiacutedio literaacuterio mas o caos continuou ateacute que a Famiacutelia Real fugindo
de Napoleatildeo na Europa resolveu transferir o Reino para o Novo Mundo Na
verdade natildeo se conseguiu implantar um sistema educacional nas terras
brasileiras mas a vinda da Famiacutelia Real permitiu uma nova ruptura com a situaccedilatildeo
anterior Para preparar o terreno para sua estadia no Brasil D Joatildeo VI abriu
Academias Militares Escolas de Direito e Medicina a Biblioteca Real o Jardim
Botacircnico e sua iniciativa mais marcante em termos de mudanccedila foi a criaccedilatildeo da
Imprensa Reacutegia Segundo alguns autores o Brasil foi finalmente ldquodescobertordquo e a
nossa Histoacuteria passou a ter uma complexidade maior A educaccedilatildeo no entanto
continuou a ter uma importacircncia secundaacuteria Sabe-se que enquanto nas colocircnias
espanholas jaacute existiam muitas universidades como a Universidade de Satildeo
Domingos criada em 1538 a do Meacutexico e a de Lima criadas em 1551 a nossa
primeira Universidade soacute surgiu em 1934 em Satildeo Paulo Por todo o Impeacuterio
incluindo D Joatildeo VI D Pedro I e D Pedro II pouco se fez pela educaccedilatildeo
brasileira e muitos reclamavam de sua qualidade ruim Com a Proclamaccedilatildeo da
Repuacuteblica fizeram-se vaacuterias reformas que pudessem dar uma nova guinada mas
observando bem a educaccedilatildeo brasileira natildeo sofreu um processo de evoluccedilatildeo
que pudesse ser considerado marcante ou significativo em termos de modelo
Ateacute os dias de hoje muito se tem mudado no planejamento educacional mas a
educaccedilatildeo continua a ter as mesmas caracteriacutesticas impostas em todos os paiacuteses
do mundo que eacute de manter o ldquostatus quordquo para aqueles que frequumlentam os
bancos escolares (Niskier 1989)
Desde jaacute pode-se dizer que a Educaccedilatildeo Brasileira tem um princiacutepio meio e
fins bem demarcados e facilmente observaacuteveis Eacute isso que se pretende mostrar
neste capiacutetulo Logo o trabalho foi dividido por periacuteodos considerados como os
mais marcantes e os que sofreram as rupturas mais concretas na nossa
educaccedilatildeo Assim seraacute mostrada uma relaccedilatildeo de fatos histoacutericos em diferentes
visotildees procurando-se realccedilar os fatos ligados agrave Histoacuteria da Educaccedilatildeo no Brasil
11
Para tanto os textos a seguir satildeo baseados nas informaccedilotildees e citaccedilotildees
extraiacutedas das seguintes fontes Lima 1974 Niskier 1989 Romanelli 1978
wwwacciocombr wwwpedagogiaemfocoprobr
22 A Educaccedilatildeo no Brasil Colocircnia
No iniacutecio da colonizaccedilatildeo do Brasil por volta de 1532 natildeo se cogitou nada
que se relacionasse com a instruccedilatildeo de seus moradores pois o interesse de
Portugal era direcionado para as riquezas da terra descoberta A educaccedilatildeo no
Brasil teve iniacutecio com a chegada dos jesuiacutetas e foi atribuiacuteda aos educadores da
Companhia de Jesus por volta de 1549 com a vinda do primeiro governador
geral Tomeacute de Sousa Este encontrou a Colocircnia inteiramente despreparada em
mateacuteria de instruccedilatildeo natildeo soacute do chamado ldquogentiordquo como tambeacutem dos filhos dos
colonos Tomeacute de Sousa fez questatildeo de incluir na sua comitiva dedicados
membros da Companhia de Jesus e em menos de quinze dias jaacute funcionava
uma escola chamada na eacutepoca de ldquoler e escreverrdquo Os primeiros coleacutegios e as
ditas ldquoaulas de ensinar e contarrdquo foram criados pelos jesuiacutetas e eram mantidos
com sacrifiacutecio mediante esmolas e donativos especiais e a matildeo de obra nas
construccedilotildees eram do esforccedilo fiacutesico dos proacuteprios religiosos ajudados por iacutendios e
alguns colonos Esses coleacutegios ensinavam gratuitamente Gramaacutetica Latina
Filosofia Teologia Dogmaacutetica e Moral Primeiras Letras e Matemaacutetica Elementar
(Niskier 1989)
Em 1553 chegara ao Brasil com o governador Duarte da Costa o padre
Joseacute de Anchieta que era o encarregado do ensino dos religiosos neoacutefitos Na
falta de livros escrevia as liccedilotildees nos cadernos que distribuiacutea para cada aluno Os
jovens catecuacutemenos1 e os filhos dos colonos aprendiam assim os princiacutepios das
liacutenguas portuguesa espanhola latina brasiacutelica ou tupi indispensaacuteveis no trato
com os indiacutegenas Alguns estudiosos condenam a ausecircncia de um ensino jaacute
naquela eacutepoca mais voltado para a ciecircncia nos moldes do ensino europeu o
que daria ao Brasil melhores condiccedilotildees de competitividade internacional em
1 Pessoas em fase de preparaccedilatildeo para o batismo
12
vaacuterias aacutereas Se isto eacute um fato por outro lado natildeo deixa de ser meacuterito dos jesuiacutetas
a manutenccedilatildeo da nossa integridade territorial e a existecircncia de uma soacute
predominante religiatildeo como tambeacutem ficou sendo o portuguecircs a liacutengua utilizada
nas escolas implantadas no territoacuterio brasileiro (Niskier 1989)
Entretanto a Companhia de Jesus natildeo possuiacutea um trabalho pedagoacutegico
nem uma filosofia da educaccedilatildeo especialmente elaborada para o desempenho
desta missatildeo A Companhia vinha ao mundo com diversas ideacuteias novas
especialmente no campo ascese cristatilde e na sua proacutepria organizaccedilatildeo como
sociedade de cleacuterigos mas natildeo tinha nada a dizer de especial quanto agrave filosofia
da educaccedilatildeo no sentido em que entendemos hoje este termo excluiacuteda a
educaccedilatildeo especial daqueles que deveriam ser sarcedotes Por causa disso ela
limitou-se na praacutetica em termos da educaccedilatildeo mais geral a codificar atraveacutes da
experiecircncia de seus docentes uma filosofia de educaccedilatildeo em que de certo
modo cristianizava-se o modelo educacional renascentista baseado no
equivalente ao ensino secundaacuterio no estudo dos claacutessicos e no cultivo da liacutengua
latina De tal modo o ensino expandiu com o tempo este modelo pedagoacutegico
cristatildeo que comeccedilou a ser visto como se fosse a proacutepria filosofia cristatilde da
educaccedilatildeo (Niskier 1989)
Ateacute meados do seacuteculo XVIII esse foi o modelo educacional brasileiro
Poreacutem em 1759 apoacutes a decisatildeo do Marquecircs de Pombal de expulsar os jesuiacutetas
segundo Fernando de Azevedo (professor educador criacutetico ensaiacutesta e
socioacutelogo) ldquoNa educaccedilatildeo estabeleceu-se um caos completo a despeito dos
esforccedilos de outras ordens religiosasrdquo (Niskier 1989) A expulsatildeo dos jesuiacutetas teve
como consequumlecircncia imediata aleacutem da desintegraccedilatildeo do ensino o fechamento
de residecircncias missotildees e coleacutegios e seminaacuterios Vaacuterios autores consideram a
expulsatildeo dos jesuiacutetas um fator de retrocesso na educaccedilatildeo brasileira natildeo soacute pela
diminuiccedilatildeo do nuacutemero de escolas mas sobretudo nos aspectos organizacional e
didaacutetico- pedagoacutegico Abaixo eacute destacado o que expressou Moreira de
Azevedo em seu artigo ldquoInstruccedilatildeo Puacuteblica nos Tempos Coloniais do Brasilrdquo sobre
a expulsatildeo dos Jesuiacutetas
13
ldquoPrivados desses preceptores experimentou a instruccedilatildeo sensiacutevel atraso e se para substituiacute-los vieram as escolas monaacutesticas dos Beneditinos Carmelitas e Franciscanos natildeo chegaram estas ao grau de meacutetodo ensino e regularidade das dos padres de Jesus poreacutem ainda assim quando aquelas desapareceram eram as melhores que possuiacutea a colocircnia do Brasilrdquo (AZEVEDO Moreira de Apud NISKIER 1989)
Em 1772 foi assinada uma lei que abolia o antigo sistema de donativos
para a Instruccedilatildeo e estabelecia o Subsiacutedio Literaacuterio Foi criada uma taxaccedilatildeo
complementar para os vinhos e demais bebidas alcooacutelicas destinada a fornecer
os fundos para o pagamento dos mestres que fossem nomeados pelo governo
No Brasil o Subsiacutedio Literaacuterio entrou em vigor em 1773 o que iria proporcionar o
funcionamento de aulas destinadas ao ensino das primeiras letras de Gramaacutetica
Latina de Filosofia e Grego (Niskier 1989) No Rio de Janeiro passou a funcionar
uma Aula de Engenharia autorizada pela Rainha D Maria I Poreacutem essas aulas
natildeo produziram os efeitos desejados com queixa dos professores e dos alunos
Eram observados uma estrutura fraca e resultados mediacuteocres pois as aulas
estavam a cargo de mestres improvisados que natildeo tinham programas
estabelecidos e natildeo havia fiscalizaccedilatildeo no que diz respeito agrave qualidade do ensino
ministrado e do aproveitamento dos alunos O Subsiacutedio Literaacuterio natildeo bastava em
muitas capitanias natildeo sendo suficiente sequer para o pagamento dos
professores continuando a dependecircncia de boa vontade de particulares Na
eacutepoca os professores aleacutem de mal pagos eram desconsiderados no seio da
sociedade pois a educaccedilatildeo era como trazer a luz aos ignorantes o que ia ao
encontro dos interesses de muitos
Havia maior preocupaccedilatildeo em ensinar Latim e ateacute mesmo Grego e Retoacuterica
do que a Liacutengua Portuguesa A Matemaacutetica custou a integrar-se no curriacuteculo
escolar As Ciecircncias Naturais contavam com a preferecircncia de diminuto nuacutemero
de abnegados professores Os coleacutegios prepararam para estudo superior em
universidades europeacuteia os jovens que natildeo buscavam a vida sacerdotal O ensino
superior concentrava-se na Universidade de Coimbra para onde eram enviados
os filhos de famiacutelias que dispunham de recursos
14
Assim o resultado das decisotildees do Marquecircs de Pombal foi que no princiacutepio
do seacuteculo XIX a educaccedilatildeo brasileira estava reduzida praticamente a nada O
sistema jesuiacutetico foi desmantelado e nada que pudesse chegar proacuteximo desse
sistema foi organizado para dar continuidade a um trabalho de educaccedilatildeo Esta
situaccedilatildeo somente sofreu uma mudanccedila com a chegada da Famiacutelia Real ao Brasil
em 1808
23 A Educaccedilatildeo no Brasil Impeacuterio
Com a vinda da Corte Portuguesa para o Brasil em 1808 fugindo das tropas
de Napoleatildeo que haviam invadido Portugal por esta eacutepoca Dom Joatildeo VI sabia
que sua estadia forccedilada em terras brasileira natildeo seria curta e portanto aleacutem de
abrir os portos do Brasil agraves naccedilotildees amigas resolveu permitir a imprensa facilitar a
entrada de livros e fundar cerca de uma dezena de instituiccedilotildees de ensino teacutecnico
ou superior em nosso territoacuterio no Rio de Janeiro e na Bahia
O setor cultural tambeacutem seria extraordinariamente beneficiado atraveacutes da
criaccedilatildeo de vaacuterias instituiccedilotildees destinadas a dar continuidade agraves que existiam em
Portugal Dentre os cursos superiores o de Medicina foi o que mereceu atenccedilatildeo
especial Em 1808 foi criado pelo priacutencipe regente o Coleacutegio Meacutedico-ciruacutergico da
Bahia instalado no Real Hospital Militar e sediado no preacutedio onde funcionara o
coleacutegio dos jesuiacutetas
O ensino militar recebeu maior atenccedilatildeo do governo real depois do seu
estabelecimento na cidade do Rio de Janeiro A Academia Real Militar da Corte
recebeu o nome de Escola Central abrigando o curso de Engenharia que
permaneceu com a designaccedilatildeo de Escola Politeacutecnica ateacute a transferecircncia em
nossos dias para a ilha do Fundatildeo
Assim como o ensino superior as instruccedilotildees primaacuteria e secundaacuteria tambeacutem
passaram por estaacutegio de desenvolvimento desordenado problema este gerado
pela falta de um plano geral que pudesse ser aplicado em todas as capitanias
do Brasil Mesmo depois da instalaccedilatildeo da Corte no Rio de Janeiro houve um
aumento consideraacutevel nos pedidos de criaccedilatildeo de escolas de primeiras letras
15
pedidos estes que foram atendidos ou natildeo conforme a disponibilidade de
recursos para pagamento de professores (Niskier 1989)
Neste periacuteodo a evasatildeo escolar era muito grande para evitar o
esvaziamento das escolas o governo decidiu isentar do recrutamento para fins
militares os alunos dos estabelecimentos puacuteblicos que demonstrassem frequumlecircncia
assiduidade e bom aproveitamento o que deveria ser atestado pelos professores
Em 1817 a cidade do Rio de Janeiro contava aleacutem das escolas de
primeiras letras dos estabelecimentos de ensino militar e naval das aulas de
Medicina e das de Comeacutercio com trecircs de Gramaacutetica Latina uma de Retoacuterica
uma de Filosofia uma de Grego e uma de Desenho e Pintura Um grupo de
negociantes do Rio de Janeiro propocircs ao Priacutencipe-Regente a constituiccedilatildeo de um
fundo cujos rendimentos seriam reservados para criar e manter estabelecimentos
destinados agrave instruccedilatildeo puacuteblica
Desde a chegada de D Joatildeo VI ao Rio o governo portuguecircs fez tentativas
louvaacuteveis para introduzir no Brasil aleacutem das instituiccedilotildees civis os estabelecimentos
de instruccedilatildeo puacuteblica da metroacutepole Natildeo se deu a devida importacircncia agrave instruccedilatildeo
primaacuteria das classes baixas e meacutedias da sociedade e os que nas classes
elevadas sentiam a necessidade de uma instruccedilatildeo mais completa nem por isso
encontravam maiores recursos continuaram mais ou menos obrigados a adquiri-
la em Coimbra ou mesmo na Inglaterra ou na Franccedila
Com a Proclamaccedilatildeo da Independecircncia o Brasil tinha outros problemas
mais urgentes com que se preocupar do que a fundaccedilatildeo de uma universidade
ou o estabelecimento de uma rede de ensino primaacuterio e secundaacuterio Logo o
sistema de aulas avulsas continuou a existir na impossibilidade de substituiacute-lo
imediatamente por um verdadeiro sistema escolar tal como o entendemos nos
dias de hoje ou como existia ainda que precariamente no tempo dos jesuiacutetas
Mas em 1824 a primeira Constituiccedilatildeo Brasileira estabeleceu no seu ceacutelebre Art
179 no paraacutegrafo XXXII que
16
ldquoA instruccedilatildeo primaacuteria eacute gratuita a todos os cidadatildeos e a Constituiccedilatildeo garante coleacutegios e universidades onde seratildeo ensinados os elementos das ciecircncias belas letras e artesrdquo (Niskier 1989)
Poreacutem estas determinaccedilotildees nunca chegaram a ser cumpridas em grande
extensatildeo e antes que tais projetos se concretizassem ocorreu uma modificaccedilatildeo
constitucional no Brasil que iria complicar seriamente os destinos da educaccedilatildeo
durante todo o restante do Impeacuterio
Com a abdicaccedilatildeo de Dom Pedro I ao trono em favor de seu filho D Pedro
II Os parlamentares brasileiros com receio de que o novo imperador acumulasse
um excesso de poder promulgaram o Ato Adicional de 1834 agrave Constituiccedilatildeo
Imperial pelo qual o poder puacuteblico em diversos sentidos era descentralizado
Assim o Ato Adicional de 1834 estabelecia que cada proviacutencia do Brasil se
tornava autocircnoma para organizar de acordo apenas com suas proacuteprias diretivas
o ensino primaacuterio e secundaacuterio Haveria ou poderia haver portanto tantos
sistemas de ensino primaacuterios e secundaacuterios no Brasil quantas fossem as proviacutencias
sem que nenhuma tivesse que dar satisfaccedilatildeo nem agraves demais proviacutencias nem
tampouco ao governo central O ensino superior poreacutem ficaria sob a
responsabilidade do governo central em todo territoacuterio nacional
Mas na praacutetica estas medidas acabaram por consagrar a partilha de
diversas atribuiccedilotildees do domiacutenio da Instruccedilatildeo Puacuteblica apoacutes a reforma da
constituiccedilatildeo os estudos primaacuterios e secundaacuterios limitaram-se ao municiacutepio da
corte Portanto em 1837 o acontecimento mais importante no campo da
instruccedilatildeo puacuteblica no Brasil foi a criaccedilatildeo do Coleacutegio Pedro II onde funcionava o
Seminaacuterio de Satildeo Joaquim na cidade do Rio de Janeiro O coleacutegio fora criado
com o objetivo de se tornar um modelo pedagoacutegico para o curso secundaacuterio
sendo ali realizado um curso de sete anos que correspondia aproximadamente
ao que depois veio a ser o ginaacutesio e o colegial (Niskier 1989)
Em 1854 o governo central ao reformar o ensino na capital do Impeacuterio
propusera a criaccedilatildeo do ensino primaacuterio e 2ordm grau Assim criou-se a Inspetoria
17
Geral da Instruccedilatildeo primaacuteria e secundaacuteria oacutergatildeo ligado ao Ministeacuterio do Impeacuterio e
destinado a fiscalizar e orientar o ensino puacuteblico e particular na cidade do Rio de
Janeiro e estruturou em dois niacuteveis a instruccedilatildeo primaacuteria gratuita que a constituiccedilatildeo
prometera a todos (www acciocom br )
O exemplo da corte frutificou nas proviacutencias empenhando assim em
promover a uniformizaccedilatildeo do ensino em todo o impeacuterio Logo as demais
proviacutencias passaram a voltar a sua atenccedilatildeo paras as reformas que se realizavam
na corte
No entanto na corte e nas proviacutencias as escolas ficaram apenas na letra
da lei Alguns estabelecimentos particulares na corte e nas grandes cidades
ofereceram um ensino mais rico que o ministrado nas escolas puacuteblicas
Dentre as causas que entatildeo obstaram a ampliaccedilatildeo e o enriquecimento do
ensino elementar destacava-se a falta de pessoal docente devidamente
habilitado e entatildeo veio a necessidade de preparar o pessoal docente para as
escolas Logo surgiram apoacutes a reforma da constituiccedilatildeo e por iniciativa dos
governos provinciais as primeiras escolas normais brasileiras
Em 1880 teria a capital do Impeacuterio sua primeira escola normal mantida e
administrada pelo poder puacuteblico sendo que qualitativamente a instruccedilatildeo se
mostrava precaacuteria
Outras causas muito importantes eram as dispersotildees da populaccedilatildeo o
nuacutemero insuficiente de escolas o descontentamento de professores mal
remunerados a ignoracircncia dos pais que se recusavam a mandar os filhos para a
escola
Com o objetivo de estimular o desenvolvimento dos estudos secundaacuterios
nas proviacutencias o ministro Joatildeo Alfredo Correia de Oliveira instalou nas capitais das
proviacutencias do Impeacuterio novas bancas de exames gerais preparatoacuterios
18
Os mais importantes projetos de reforma nas deacutecadas do seacuteculo XIX
pediam a colaboraccedilatildeo da capital para a elevaccedilatildeo do ensino em todo o Impeacuterio
Cuidavam do enriquecimento e aperfeiccediloamento e da expansatildeo da instruccedilatildeo
primaacuteria e do ensino normal cuja frequumlecircncia pretendia tornar obrigatoacuteria a todas
as crianccedilas na faixa dos sete aos quatorze anos
Deslocando-se dos demais projetos de reforma apresentados nos uacuteltimos
anos do Impeacuterio pelo desassombro e pela riqueza de suas posiccedilotildees o substitutivo
apresentado por Rui Barbosa ao decreto Leocircncio Carvalho ficaria como um vasto
programa de reformas que a Repuacuteblica caberia cumprir
Assim a proposta de Rui Barbosa cuidava amplamente do ensino
elementar e meacutedio Estruturava o ensino primaacuterio em quatro niacuteveis para os quais
se previa pela primeira vez um tempo miacutenimo de duraccedilatildeo propunha o
enriquecimento dos programas e a renovaccedilatildeo dos meacutetodos de ensino e tornava
obrigatoacuteria uma frequumlecircncia de quatro anos na escola primaacuteria elementar e
meacutedia formando assim um verdadeiro curso de instruccedilatildeo secundaacuteria popular
(www acciocom br)
Com o quadro assim configurado perto do fim da eacutepoca imperial
comeccedilaram a surgir sinais de que a sociedade estava comeccedilando a
amadurecer para o problema educacional Isto se deu porque nesta eacutepoca a
unidade nacional jaacute estava consolidada do ponto de vista militar uma seacuterie de
outros problemas mais preemente estavam solucionados ou em via de solucionar-
se a aboliccedilatildeo da escravatura jaacute estava agrave vista e podia-se pensar mais
serenamente na educaccedilatildeo brasileira A Proclamaccedilatildeo da Repuacuteblica trazia
consigo a esperanccedila de novas mudanccedilas e o Imperador em seus uacuteltimos
discursos na sessatildeo ao Parlamento Imperial solicitava a criaccedilatildeo de um Ministeacuterio
da Educaccedilatildeo pois ateacute aquela eacutepoca natildeo existia nada semelhante na
organizaccedilatildeo do nosso Estado
19
24 A Educaccedilatildeo na Primeira Repuacuteblica
A Repuacuteblica proclamada adotou o modelo poliacutetico americano baseado
no sistema presidencialista Na organizaccedilatildeo escolar percebeu-se a influecircncia da
filosofia positivista
O advento federativo natildeo trouxe significaccedilotildees e alteraccedilotildees para a
instruccedilatildeo puacuteblica nem inaugurou uma nova corrente de ideacuteias educacionais
tendo significado simplesmente o coroamento e portanto a continuidade de
ideacuteias que se iniciariam no impeacuterio mas precisamente nas suas duas ultimas
deacutecadas O que podemos constatar atraveacutes dos relatos de Fernando Azevedo
ldquoDo ponto de vista cultural e pedagoacutegico a Repuacuteblica foi uma revoluccedilatildeo que abortou e que contentando-se com a mudanccedila do regime natildeo teve o pensamento ou a decisatildeo de realizar uma transformaccedilatildeo radical no sistema de ensino para provocar uma renovaccedilatildeo cultural das elites culturais e poliacuteticas necessaacuterias agraves novas instituiccedilotildees democraacuteticasrdquo (www acciocom br )
A primeira constituiccedilatildeo republicana natildeo chegou a contemplar a
gratuidade e a obrigatoriedade da instruccedilatildeo elementar O legado deixado pelo
Impeacuterio natildeo se alterou substancialmente o ensino secundaacuterio defendia e
reclamava desde as uacuteltimas deacutecadas do Impeacuterio a equumlidade como mecanismo
necessaacuterio ao aperfeiccediloamento do ensino secundaacuterio a sua estruturaccedilatildeo em
acircmbito nacional a instituiccedilatildeo de ensino regulares e sistemaacuteticos (www
acciocom br)
Assim pela constituiccedilatildeo de 1891 agrave qual se acrescentava a Lei de 20 de
novembro de 1892 ficou determinado que
bull No Distrito Federal competia ao Governo federal o ensino superior e
secundaacuterio e agrave Prefeitura o ensino primaacuterio
bull Os Estados poderiam organizar seus proacuteprios sistemas de ensino
primaacuterio secundaacuterio e superior
bull Em cada Estado o Governo Federal podia organizar seu proacuteprio
sistema de ensino secundaacuterio e superior
20
Entretanto apesar da legislaccedilatildeo e organizaccedilatildeo do sistema federal de
ensino ser uma atribuiccedilatildeo do Congresso Nacional na praacutetica era o poder
executivo quem legislava e organizava a educaccedilatildeo Isto fez com que durante
toda a Primeira Repuacuteblica a posiccedilatildeo do Governo Federal fosse conservadora Isto
de certa forma restringia o entusiasmo pedagoacutegico que dominou a sociedade
brasileira depois da Primeira Guerra Mundial
Jaacute em relaccedilatildeo agraves administraccedilotildees estaduais a partir de 1920 uma febre de
otimismo pedagoacutegico comeccedilou a tomar conta dos principais governos estaduais
do Brasil o que provocou uma seacuterie de reformas de ensino em vaacuterios estados da
Uniatildeo Embora cada Estado pudesse organizar um sistema completo de ensino
desde o primaacuterio ateacute o superior tais reformas se limitavam sempre agrave estrutura do
ensino primaacuterio e normal porque todo ensino superior estava na eacutepoca no
acircmbito do Governo Federal e o ensino secundaacuterio por natildeo ser obrigatoacuterio para a
admissatildeo aos cursos superiores natildeo passava de uma rede de cursos
preparatoacuterios com exceccedilatildeo do Coleacutegio Pedro II no Rio de Janeiro que com a
Repuacuteblica havia mudado de nome para Ginaacutesio Nacional e alguns coleacutegios
religiosos Mesmo estes na praacutetica natildeo podiam fugir do espiacuterito dos preparatoacuterios
As principais reformas levantadas a efeito na deacutecada de 1920 foram as
seguintes
bull Em 1920 em Satildeo Paulo por Sampaio Doacuteria
bull Em 1922 no Cearaacute por Lourenccedilo Filho comissionado ao governo do
Cearaacute pelo Estado de Satildeo Paulo
bull Em 1927 em Minas Gerais por Francisco Campos
bull Em 1928 no Distrito Federal por Fernando Azevedo vindo de Satildeo Paulo
a convite da Prefeitura do Rio de Janeiro
bull Em 1928 na Bahia por Aniacutesio Teixeira
Os responsaacuteveis pela seacuterie de reformas estaduais ocorridas na deacutecada de
1920 tiveram para ajudaacute-los no empreendimento vaacuterios fatores concorrendo a
seu favor e o primeiro deles foi o proacuteprio clima de euforia pedagoacutegica que tomou
conta da sociedade brasileira depois da Primeira Guerra Mundial Tambeacutem veio
21
a favor deles o iniacutecio do surto industrial que pressionava por uma nova direccedilatildeo
do ensino e a introduccedilatildeo no Brasil das ideacuteias da Escola Nova em cujas teorias se
inspiraram os reformadores
As doutrinas educacionais da Escola Nova vinham haacute seacuteculos se
desenvolvendo na Europa mas soacute entraram com toda a sua forccedila na sociedade
brasileira na eacutepoca do entusiasmo pedagoacutegico do fim da Primeira Repuacuteblica em
boa parte por obra de estudiosos tais como Fernando de Azevedo Aniacutesio Teixeira
e Lourenccedilo Filho que figuraram tambeacutem na lista dos reformadores estaduais
O movimento reformista foi favorecido pela criaccedilatildeo em 1924 da
Associaccedilatildeo Brasileira de Educaccedilatildeo que agremiou elementos de todo paiacutes em
torno de questotildees de acircmbito nacional relativas agrave Educaccedilatildeo escolar Atraveacutes de
conferecircncias curados debates e inqueacuteritos os profissionais da Educaccedilatildeo
divulgavam as ideacuteias de escolas renovadas Isto contribuiu para formaccedilatildeo de
uma nova consciecircncia educacional relativa ao papel do Estado na Educaccedilatildeo
levando agrave necessidade de expansatildeo da escola puacuteblica ao direito de todos na
educaccedilatildeo levando a exigecircncia de uma poliacutetica nacional de Educaccedilatildeo na qual
a uniatildeo exerce o papel coordenador orientador e supletivo no desenvolvimento
do ensino em todo paiacutes Muitas dessas ideacuteias viriam a consubstanciar-se em
proposiccedilotildees do manifesto dos pioneiros da Educaccedilatildeo Nova (1932) e em
dispositivo da carta de 1934
25 A Educaccedilatildeo no Poacutes 1930
A queda da Repuacuteblica Velha sob o impacto da Revoluccedilatildeo de 1930
transformou as relaccedilotildees de poder entre o governo federal e os estados dando
iniacutecio a um periacuteodo de progressiva centralizaccedilatildeo poliacutetica econocircmica Embora
natildeo trouxesse uma programaccedilatildeo definida seja para o setor poliacutetico-econocircmico
seja para o educacional a revoluccedilatildeo deu iniacutecio a um periacuteodo em que todos os
campos foram atingidos caracterizando-se progressivamente a passagem de
22
uma sociedade preacute-capitalista agraacuteria - comercial e artesanal para uma
sociedade urbano-industrial
As transformaccedilotildees poliacuteticas e econocircmicas ocorridas a partir de 1930 foram
acompanhadas de grandes alteraccedilotildees sociais especialmente nos Estados do
sudeste onde se encontravam os processos de industrializaccedilatildeo Isto acelerou a
urbanizaccedilatildeo e as migraccedilotildees para as cidades que passaram a oferecer novas
oportunidades de trabalho e salaacuterios mais vantajosos Assim a populaccedilatildeo urbana
elevou-se de 10 em 1920 para 3124 em 1940 3616 em 1950 atingindo 458
em 1960 este fato causou um reflexo na urbanizaccedilatildeo tendo como consequumlecircncia
o desenvolvimento de um importante setor de serviccedilos que se localizavam nas
grandes cidades do sudeste modificando assim a sua estratificaccedilatildeo social
(wwwacciocombr )
Com a nova ordem poliacutetico-econocircmica o aumento da populaccedilatildeo urbana
relativamente agrave rural e o aparecimento de novas ocupaccedilotildees ligadas a vida
urbana industrial surgiram maiores possibilidades de mobilidade social passando
a educaccedilatildeo escolar a representar um meio de ecircxito profissional Assim a
demanda por educaccedilatildeo cresceu consideravelmente sobretudo no periacuteodo
posterior a 1945
As mesmas transformaccedilotildees soacutecio-econocircmicas que determinaram a
incorporaccedilatildeo de novas camadas sociais ao ensino secundaacuterio tambeacutem tiveram
como consequumlecircncia a modificaccedilatildeo do status social das mulheres que passaram
a frequumlentar o ensino secundaacuterio contribuindo para a expansatildeo do mesmo
Portanto entre 1933 e 1960 as matriacuteculas aumentaram em 25367 para o ensino
primaacuterio e 40211 para o ensino normal levando o crescimento das matriacuteculas
no ensino secundaacuterio a um percentual de 1207 (www acciocom br)
Logo o governo central para atuar de forma mais significativa no
processo de organizaccedilatildeo do ensino criou em 1930 o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e
Sauacutede Puacuteblica e em 1931 o Conselho Nacional de Educaccedilatildeo oacutergatildeo consultivo
destinado a assessorar o ministro
23
As reformas realizadas nos anos imediatamente posteriores agrave revoluccedilatildeo
pelo primeiro ministro da educaccedilatildeo e sauacutede puacuteblica Francisco Campos
evidenciaram a ampliaccedilatildeo das funccedilotildees federais relativas agraves modalidades de
ensino por elas abrangidas Para o ensino secundaacuterio a reforma Francisco
Campos significou a definitiva superaccedilatildeo dos exames parcelados que vinham
consagrando a proeminecircncia de estudos avulsos e irregulares bem como a
concepccedilatildeo preparativa Entre outros meacuteritos a reforma deu uma estrutura
orgacircnica ao ensino secundaacuterio comercial e superior Com relaccedilatildeo ao ensino
secundaacuterio Francisco Campos escreveu
ldquoA finalidade exclusiva do ensino secundaacuterio natildeo haacute de ser a matriacutecula nos cursos superiores o seu fim pelo contraacuterio deve ser a preparaccedilatildeo do homem para todos os grandes setores da atividade nacional constituindo no seu espiacuterito todo um sistema de haacutebitos atitudes e comportamentos que o habitem a viver por si e tomar em qualquer situaccedilatildeo as decisotildees mais convenientes e mais segurasrdquo( ROMANELLI 1978)
Como citado dentre algumas medidas da Reforma Francisco Campos
estavam a criaccedilatildeo do Conselho Nacional de Educaccedilatildeo e a organizaccedilatildeo do
ensino secundaacuterio e comercial Dessa forma Francisco Campos havia dividido o
curso secundaacuterio em dois ciclos de cinco e dois anos respectivamente o primeiro
fundamental e o segundo complementar orientado para as diferentes opccedilotildees
de carreira universitaacuteria A lei de 1931 previa ainda a criaccedilatildeo de um sistema
nacional de inspeccedilatildeo do ensino secundaacuterio a ser feito por uma rede de
inspetores regionais
Pela primeira vez num texto constitucional brasileiro ficavam estabelecidos
os princiacutepios de gratuidade e obrigatoriedade do ensino primaacuterio e da educaccedilatildeo
como direito de todos Aleacutem do que percentuais da receita dos impostos foram
vinculados para a manutenccedilatildeo e desenvolvimento do ensino
A orientaccedilatildeo centralista acabou por ser consagrada com a constituiccedilatildeo
outorgada em 1937 cabendo assim ao Estado Novo fixar as bases e determinar
os quadros da educaccedilatildeo nacional da infacircncia e da juventude Poreacutem a referida
carta silencia quanto agrave vinculaccedilatildeo de recursos para a educaccedilatildeo e quanto ao
24
plano nacional da educaccedilatildeo Digna de nota foi a sua preocupaccedilatildeo com o
ensino profissional que foi considerado o primeiro dever do estado
A poliacutetica educacional centralizadora tentava regulamentar em acircmbito
central a organizaccedilatildeo e o funcionamento de todos os tipos de ensino no paiacutes
Assim em 1942 depois de muitos estudos e consultas aos oacutergatildeos especializados o
ministro Gustavo Capanema promoveu uma nova reforma do ensino que viria a
ser conhecida como Lei Orgacircnica do Ensino Secundaacuterio (Brasil 1942a) De
acordo com Lauro de Oliveira Lima Educador brasileiro (www wikipediaorg)
ldquodispensaram qualquer debate puacuteblico sendo elaboradas no sigilo dos
gabinetes por um pequeno grupo de intelectuais e impostas a um sistema
escolar em crescimentordquo (LIMA 1974)
Foi organizado o ensino teacutecnico-profissional nas trecircs aacutereas da economia
(agriacutecola industrial e comercial) Pela impossibilidade de o sistema de ensino
oferecer a educaccedilatildeo profissional necessaacuteria agrave induacutestria e de oferecer recursos o
governo preocupou-se em engajar o setor industrial na qualificaccedilatildeo de seu
pessoal
Apesar de ter sido mais enfaacutetica na questatildeo profissional a reforma estava
impregnada pela ideologia do governo favoraacutevel a um Sistema Educacional de
discriminaccedilatildeo social Pode-se perceber este fato no artigo 129 assim redigido
O ensino preacute-vocacional e profissional destinado agraves classes menos favorecidas eacute em mateacuteria de educaccedilatildeo o primeiro dever do Estado Cumpre-lhe dar execuccedilatildeo a esse dever fundando institutos de ensino profissional e subsidiando os de iniciativas dos Estados dos Municiacutepios e dos indiviacuteduos ou associaccedilotildees particulares e profissionais(Brasil 1942a)
Este artigo oficializou o ensino profissional como ensino destinado aos
pobres e o Estado instituiu oficialmente a discriminaccedilatildeo social por meio da
escola fazendo novamente com que a demanda social da educaccedilatildeo se
voltasse para o ensino secundaacuterio onde se poderia assegurar o prestiacutegio social
Pela nova Lei o curso secundaacuterio seria ministrado em dois ciclos O
primeiro constando do curso ginasial e o segundo compreendendo dois cursos
25
paralelos o claacutessico e o cientiacutefico O curso ginasial teria duraccedilatildeo de quatro anos
e se destinaria a dar aos adolescentes os elementos fundamentais do curso
secundaacuterio O curso claacutessico com duraccedilatildeo de trecircs anos concorreria para a
funccedilatildeo intelectual Com a mesma duraccedilatildeo o cientiacutefico enfatizaria o estudo das
ciecircncias (Brasil 1942a)
A partir dessa divisatildeo em primeiro e segundo ciclos passou a haver uma
denominaccedilatildeo diversa para os estabelecimentos de ensino secundaacuterios ginaacutesios e
coleacutegios
Por influecircncia da segunda Guerra Mundial a lei instituiu tambeacutem a
educaccedilatildeo militar para os alunos do sexo masculino Reafirmou o caraacuteter
facultativo da educaccedilatildeo religiosa e obrigatoacuteria da educaccedilatildeo moral e ciacutevica e
recomendou ainda que a educaccedilatildeo das mulheres fosse feita em
estabelecimentos distintos daquele onde se educavam os homens (Brasil 1942a)
Estas reformas marcam uma distinccedilatildeo entre o trabalho intelectual para as
classes mais favorecidas e o trabalho manual enfatizando o ensino profissional
para as classes mais desfavorecidas Logo o Decreto-Lei 4048 de 22 de janeiro
criou o Serviccedilo Nacional de Aprendizagem Industrial ndash SENAI (Brasil 1942b) Jaacute o
Decreto-Lei 4481 de 16 de julho dispocircs sobre a obrigatoriedade dos
estabelecimentos induacutestrias empregarem um total de 8 correspondente ao
nuacutemero de operaacuterios e matriculaacute-los nas escolas do SENAI (Brasil 1942c) Ainda no
espiacuterito da Reforma Capanema foi baixado o Decreto-lei 6141 de 28 de
dezembro de 1943 regulamentando o ensino comercial (Brasil 1943) O Serviccedilo
Nacional de Aprendizagem Comercial ndash SENAC soacute seria criado em 1946 ( Niskier
1989)
Foram assim promulgadas entre 19421946 por iniciativa do ministro
Gustavo Capanema as leis orgacircnicas do ensino decreto e leis federais que
regulamentavam minuciosamente os diversos ramos e modalidades do ensino
secundaacuterio industrial comercial agriacutecola normal e primaacuterio
A interferecircncia financeira da uniatildeo no ensino primaacuterio solicitada desde o
impeacuterio soacute ocorreu nos uacuteltimos anos do Estado Novo quando foi instituiacutedo o
26
Fundo Nacional do Ensino Primaacuterio e assinado o Convecircnio Nacional do Ensino
Primaacuterio Ainda que se mantendo fiel agrave tradiccedilatildeo de tratar separadamente cada
modalidade de ensino coube agrave legislaccedilatildeo do Estado Novo o meacuterito de ser
abrangente e de aproximar em termos de duraccedilatildeo e de divisatildeo em ciclos Os
vaacuterios ramos do ensino profissional (comercial industrial agriacutecola) as
modalidades de ensino teacutecnico e normal foram atribuiacutedas finalidades relativas agrave
qualificaccedilatildeo profissional A exposiccedilatildeo do motivo da lei orgacircnica do ensino
secundaacuterio dava a este a funccedilatildeo de formar nos adolescentes uma soacutelida cultura
geral
Na constituiccedilatildeo de 1946 as leis orgacircnicas continuaram em vigecircncia com
algumas modificaccedilotildees ateacute 1961 Estas leis introduziram a possibilidade de
articulaccedilatildeo do ensino profissional com o secundaacuterio Jaacute com a lei de diretriz e
bases - LDB lei nordm 4024 de 201261 (Brasil 1961) deu-se um importante passo no
sentido da unificaccedilatildeo do sistema de ensino e da eliminaccedilatildeo do dualismo
administrativo herdado do impeacuterio Iniciou-se pela primeira vez uma relativa
descentralizaccedilatildeo do sistema como um todo O Ministro da Educaccedilatildeo e Cultura e
as Secretarias de Educaccedilatildeo deixaram de observar ambas as funccedilotildees criando ndash
se para os exerciacutecios das funccedilotildees normativas o conselho federal de educaccedilatildeo os
conselhos estaduais de educaccedilatildeo e o plano de educaccedilatildeo referente a cada
fundo (Fundo nacional de ensino primaacuterio do ensino meacutedio e do ensino superior)
A lei procurou apenas diminuir a distacircncia que os separava e eliminar as
condiccedilotildees de privileacutegios conferidos ao ensino secundaacuterio pela lei orgacircnica de
1942 O ensino primaacuterio obrigatoacuterio continuava a ter quatro seacuteries de duraccedilatildeo
facultando aos sistemas estaduais o seu prolongamento para leis Somente em
1961 efetivou-se a vitoacuteria dos educadores das deacutecadas de 20 e inicio dos anos 30
fixando as diretrizes gerais e as grandes linhas de um sistema nacional de
educaccedilatildeo
27
26 Educaccedilatildeo na Nova Repuacuteblica (1946 ndash 1963)
O fim do Estado Novo consubstanciou-se na adoccedilatildeo de uma nova
Constituiccedilatildeo de cunho liberal e democraacutetico Esta nova Constituiccedilatildeo na aacuterea da
Educaccedilatildeo determinou a obrigatoriedade de se cumprir o ensino primaacuterio e deu
competecircncia agrave Uniatildeo para legislar sobre diretrizes e bases da educaccedilatildeo
nacional Aleacutem disso a nova Constituiccedilatildeo fez voltar o preceito de que a
educaccedilatildeo eacute direito de todos inspirada nos princiacutepios proclamados pelos
Pioneiros nos primeiros anos da deacutecada de 30
Ainda em 1946 o entatildeo Ministro Raul Leitatildeo da Cunha regulamentou o
Ensino Primaacuterio e o Ensino Normal aleacutem de criar o Serviccedilo Nacional de
Aprendizagem Comercial - SENAC atendendo as mudanccedilas exigidas pela
sociedade apoacutes a Revoluccedilatildeo de 1930
Baseado nas doutrinas emanadas pela Carta Magna de 1946 o Ministro
Clemente Mariani criou uma comissatildeo com o objetivo de elaborar um
anteprojeto de reforma geral da educaccedilatildeo nacional Esta comissatildeo presidida
pelo eminente educador Lourenccedilo Filho era organizada em trecircs subcomissotildees
uma para o Ensino Primaacuterio uma para o Ensino Meacutedio e outra para o Ensino
Superior
Em novembro de 1948 este anteprojeto foi encaminhado a Cacircmara
Federal dando iniacutecio a uma luta ideoloacutegica em torno das propostas
apresentadas Num primeiro momento as discussotildees estavam voltadas agraves
interpretaccedilotildees contraditoacuterias das propostas constitucionais Num momento
posterior apoacutes a apresentaccedilatildeo de um substitutivo do Deputado Carlos Lacerda
as discussotildees mais marcantes relacionaram-se agrave questatildeo da responsabilidade do
Estado quanto agrave educaccedilatildeo inspirados nos educadores da velha geraccedilatildeo de 30
e a participaccedilatildeo das instituiccedilotildees privadas de ensino
Depois de 13 anos de acirradas discussotildees foi promulgada a Lei 4024 em
20 de dezembro de 1961 pelo entatildeo Presidente Joatildeo Goulart que introduziu
como inovaccedilatildeo a respeito da Educaccedilatildeo Nacional a descentralizaccedilatildeo do Ensino
28
O aspecto mais caracteriacutestico da nova Lei era conceder categoria puacuteblica
ao ensino privado As verbas destinadas agrave educaccedilatildeo puacuteblica foram desviadas
para a manutenccedilatildeo dos sistemas escolares estaduais e para os auxiacutelios agraves escolas
empresaacuterias O Ministeacuterio de Educaccedilatildeo e Cultura deixou de ser o oacutergatildeo
orientador fiscalizador e estimulador da educaccedilatildeo nacional sendo transferido o
seu poder para o Conselho Federal de Educaccedilatildeo e para as Secretarias de
Educaccedilatildeo dos Estados (Brasil 1961)
Se as discussotildees sobre a Lei de Diretrizes e Bases para a Educaccedilatildeo Nacional
foi o fato marcante por outro lado muitas iniciativas marcaram este periacuteodo
como talvez o mais feacutertil da Histoacuteria da Educaccedilatildeo no Brasil
bull Em 1950 em Salvador no Estado da Bahia Aniacutesio Teixeira inaugura o
Centro Popular de Educaccedilatildeo (Centro Educacional Carneiro Ribeiro)
dando iniacutecio a sua ideacuteia de escola-classe e escola-parque
bull Em 1952 em Fortaleza o educador Lauro de Oliveira Lima iniciou uma
didaacutetica baseada nas teorias cientiacuteficas de Jean Piaget o Meacutetodo
psicogeneacutetico
bull Em 1953 a educaccedilatildeo passou a ser administrada por um Ministeacuterio proacuteprio o
Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura
bull Em 1961 a Prefeitura Municipal de Natal iniciou uma campanha de
alfabetizaccedilatildeo (De Peacute no Chatildeo Tambeacutem se Aprende a Ler) A teacutecnica
didaacutetica criada pelo pernambucano Paulo Freire propunha-se a
alfabetizar adultos em 40 horas A experiecircncia teve iniacutecio na cidade de
Angicos no Estado do Rio Grande do Norte e logo depois na cidade de
Tiriri no Estado de Pernambuco
bull Em 1962 foi criado o Conselho Federal de Educaccedilatildeo cumprindo o artigo 9o
da Lei de Diretrizes e Bases Este substituiu o Conselho Nacional de
Educaccedilatildeo Foram criados tambeacutem os Conselhos Estaduais de educaccedilatildeo
bull Ainda em 1962 foi criado o Plano Nacional de Educaccedilatildeo e o Programa
Nacional de Alfabetizaccedilatildeo pelo Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura
inspirado no Meacutetodo Paulo Freire
29
Em 1964 o golpe militar abortou todas as iniciativas de se revolucionar a
educaccedilatildeo brasileira sob o pretexto de que as propostas eram comunizantes e
subversivas Foi um periacuteodo em que o paiacutes viveu a emergecircncia de um novo
modelo econocircmico apoiado pelas empresas internacionais A poliacutetica do
nacionalismo desenvolvimentista jaacute natildeo mais se ajustara a esse modelo
Necessitava-se de novas poliacuteticas para a sustentaccedilatildeo do novo modelo poliacutetico
(www acciocom br)
27 A Educaccedilatildeo no Periacuteodo Militar (1964 -1985)
Alguma coisa acontecia na educaccedilatildeo brasileira Pensava-se em erradicar
definitivamente o analfabetismo atraveacutes de um programa nacional levando-se
em conta as diferenccedilas sociais econocircmicas e culturais de cada regiatildeo
A criaccedilatildeo da Universidade de Brasiacutelia em 1961 permitiu vislumbrar uma
nova proposta universitaacuteria com o planejamento inclusive do fim do exame
vestibular valendo para o ingresso na Universidade o rendimento do aluno
durante o curso de 2ordm grau (ex-Colegial e atual Ensino Meacutedio)
Depois da implementaccedilatildeo do regime militar ditatorial de 1964 muito
educadores passaram a ser perseguidos em funccedilatildeo de posicionamentos
ideoloacutegicos Muito foram calados para sempre alguns outros se exilaram outros
se recolheram agrave vida privada e outros demitidos trocaram de funccedilatildeo
O Regime Militar espelhou na educaccedilatildeo o caraacuteter antidemocraacutetico de sua
proposta ideoloacutegica de governo professores foram presos e demitidos
universidades foram invadidas estudantes foram presos feridos nos confronto
com a poliacutecia e alguns foram mortos os estudantes foram calados e a Uniatildeo
Nacional dos Estudantes proibida de funcionar o Decreto ndash Lei 477 calou a boca
de alunos e professores (Brasil 1969) Agrave eacutepoca o Ministro da Justiccedila declarou que
estudantes tecircm que estudar e natildeo podem fazer baderna
Nessa eacutepoca firmaram-se acordos do MEC e seus oacutergatildeos com a USAID ndash
Agecircncia Norte ndash Americana para o Desenvolvimento Internacional visando agrave
30
cooperaccedilatildeo econocircmico ndash financeira para a organizaccedilatildeo e desenvolvimento do
sistema educacional A ajuda externa vinha atraveacutes de programas que foram
implantados sem nenhuma anaacutelise por parte dos educadores brasileiros A sua
presenccedila se fez desde a organizaccedilatildeo do sistema educacional ateacute as propostas
dos curriacuteculos dos diversos niacuteveis de ensino implantando a visatildeo tecnicista no
contexto da educaccedilatildeo brasileira com as repercussotildees por todos conhecidas
Neste periacuteodo poreacutem deu-se a grande expansatildeo das universidades no
Brasil E para acabar com os excedentes (aqueles que tiravam notas suficientes
para mas natildeo conseguiam vaga para estudar) foi criado o vestibular
classificatoacuterio
Para erradicar o analfabetismo foi criado o Movimento Brasileiro de
Alfabetizaccedilatildeo aproveitando-se em sua didaacutetica no expurgado Meacutetodo Paulo
Freire denominado MOBRAL que propunha erradicar o analfabetismo no Brasil
Natildeo conseguiu E entre denuacutencias de corrupccedilatildeo foi extinto No periacuteodo mais
cruel da ditadura militar onde qualquer expressatildeo popular contraacuteria aos
interesses do governo era abafada muitas vezes pela violecircncia fiacutesica que foi
instituiacuteda a Lei 5692 Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional em 1971
(Brasil 1971)
A caracteriacutestica mais marcante desta Lei era tentar dar a formaccedilatildeo
educacional um cunho profissionalizante Dentro do espiacuterito dos slogans
propostos pelo governo como Brasil grande ame-o ou deixe-o milagre
econocircmico etc planejava-se fazer com que a educaccedilatildeo contribuiacutesse de
forma decisiva para o aumento da produccedilatildeo brasileira
A lei introduziu no paiacutes a obrigatoriedade da profissionalizaccedilatildeo em todos os
cursos de 2ordm Grau o que implicava em valorizaccedilatildeo das aacutereas tecnoloacutegicas com
perda gradativa das aacutereas de ciecircncias humanas
A Histoacuteria e a Geografia foram integradas na aacuterea de Estudos Sociais o que
causou a superficialidade desses conteuacutedos a Educaccedilatildeo Moral e Ciacutevica eou
Estudos dos Problemas Sociais passaram a ser disciplinas obrigatoacuterias e
31
responsaacuteveis pela formaccedilatildeo do cidadatildeo brasileiro com visotildees distorcidas de
cidadania e nacionalismo
A ditadura militar se desfez por si soacute tamanha era a pressatildeo popular de
vaacuterios setores da sociedade que o processo de abertura poliacutetica tornou-se
inevitaacutevel Mesmo assim os militares deixaram o governo atraveacutes de uma eleiccedilatildeo
indireta mesmo que concorressem somente dois civis (Paulo Maluf e Tancredo
Neves)
28 A Educaccedilatildeo no Periacuteodo da Abertura Poliacutetica (1986-2001)
Com o fim do Regime Militar a eleiccedilatildeo indireta de Tancredo Neves seu
falecimento e a posse de Joseacute Sarney discutir-se-iam novamente questotildees sobre
educaccedilatildeo de uma forma democraacutetica e aberta A discussatildeo sobre as questotildees
educacionais jaacute havia perdido o seu sentido pedagoacutegico e assumido um caraacuteter
poliacutetico Para isso houve uma participaccedilatildeo mais ativa de pensadores de outras
aacutereas do conhecimento que passaram a falar de educaccedilatildeo num sentido mais
amplo do que as questotildees pertinentes agrave escola agrave sala de aula agrave didaacutetica e agrave
dinacircmica escolar em si mesma Impedidos de atuarem em suas funccedilotildees por
questotildees poliacuteticas durante o Regime Militar profissionais da aacuterea de Sociologia
filosofia antropologia histoacuteria psicologia entre outras passaram a assumir postos
na aacuterea da educaccedilatildeo e a concretizar discursos em nome da educaccedilatildeo
O Projeto de Lei da nova LDB foi encaminhado agrave Cacircmara Federal pelo
Deputado Octaacutevio Elisio em 1988 No ano seguinte o Deputado Jorge Hage envia
agrave Cacircmara um substitutivo ao Projeto e em 1992 o Senador Darcy Ribeiro
apresenta um novo Projeto que acabou por ser aprovado em dezembro de 1996
oito anos apoacutes o encaminhamento do Deputado Otaacutevio Elisio Assim a nova Lei
Nordm 9394 Lei Diretrizes e Bases da educaccedilatildeo foi promulgada em 20 de Dezembro
de 1996 (Brasil 1996)
O Governo Collor de Mello em 1990 lanccedilou o projeto de construccedilatildeo de
Centros Integrados de Apoio agrave Crianccedila - CIACS em todo o Brasil inspirados no
32
modelo dos Centros Integrados de Educaccedilatildeo Puacuteblica - CIEPS do Rio de Janeiro
existentes desde 1982
Neste periacuteodo do fim do Regime Militar aos dias de hoje a fase
politicamente marcante na educaccedilatildeo foi o trabalho do Ministro Paulo Renato de
Souza agrave frente do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Logo no iniacutecio de sua gestatildeo atraveacutes
de uma Medida Provisoacuteria extinguiu o Conselho Federal de Educaccedilatildeo e criou o
Conselho Nacional de Educaccedilatildeo vinculado ao Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura
Esta mudanccedila tornou o Conselho menos burocraacutetico e mais poliacutetico
Cabe ressaltar que podemos natildeo concordar com a forma como tecircm sido
executados alguns programas temos que reconhecer que em toda a Histoacuteria da
Educaccedilatildeo no Brasil contada a partir do descobrimento jamais houve execuccedilatildeo
de tantos projetos na aacuterea da educaccedilatildeo numa soacute administraccedilatildeo Entre esses
programas destacam-se
bull Fundo de Manutenccedilatildeo e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de
Valorizaccedilatildeo do Magisteacuterio - FUNDEF
bull Programa de Avaliaccedilatildeo Institucional - PAIUB
bull Sistema Nacional de Avaliaccedilatildeo da Educaccedilatildeo Baacutesica ndash SAEB
bull Exame nacional do Ensino Meacutedio ndash ENEM
bull Paracircmetros Curriculares Nacionais ndashPCNs
bull Exame Nacional de Cursos ndash ENC
Desses Programas o mais contestado foi o Exame Nacional de Cursos e o
chamado Provatildeo onde os alunos das universidades devem realizar uma prova
ao fim do curso para receber seus diplomas Esta prova em que os alunos podem
simplesmente assinar a ata de presenccedila e se retirar sem responder nenhuma
questatildeo eacute levada em consideraccedilatildeo como avaliaccedilatildeo das instituiccedilotildees Aleacutem do
mais entre outras questotildees o exame natildeo diferencia as regiotildees do paiacutes e as
condiccedilotildees de cada IES (Instituiccedilatildeo de Ensino Superior) como por exemplo
infraestrutura e capacitaccedilatildeo docente(wwwacciocombr)
33
29 Cronologia da Histoacuteria da Educaccedilatildeo Brasileira
A tabela 21 a seguir apresenta um resumo dos principais acontecimentos
na educaccedilatildeo brasileira Destacando-se os principais eventos relacionados ao
ensino meacutedio
Tabela 21 ndash Evoluccedilatildeo da educaccedilatildeo no Brasil principais acontecimentos-periacuteodo
de 1549 a 1998
ANO HISTOacuteRIA DA EDUCACcedilAtildeO BRASILEIRA
1549 middot Chega ao Brasil o primeiro grupo de seis padres jesuiacutetas chefiados por Manuel de Noacutebrega marcando o iniacutecio da Histoacuteria da Educaccedilatildeo no Brasil (nos moldes europeus) middot Quinze dias apoacutes a chegada funda na cidade de Salvador a primeira escola elementar
1554 middot Satildeo fundadas as escolas jesuiacutetas de Satildeo Paulo de Piratininga tendo como seu primeiro professor o padre Joseacute de Anchieta e a da Bahia
1556 middot Eacute fundado o coleacutegio jesuiacuteta de Todos os Santos middot Comeccedila a vigorar as Constituiccedilotildees da Companhia de Jesus incluindo a aprendizagem do canto da muacutesica instrumental e o estudo profissional agriacutecola
1567 middot Eacute fundado o coleacutegio jesuiacuteta do Rio de Janeiro
1570 middot O Brasil conta com cinco escolas elementares (Porto Seguro Ilheacuteus Satildeo Vicente Espiacuterito Santo e Satildeo Paulo de Piratininga) e trecircs coleacutegios (Rio de Janeiro Pernambuco e Bahia)
1759
middot Duzentos e dez anos apoacutes a chegada e de serem os uacutenicos responsaacuteveis pela educaccedilatildeo no Brasil deixam a colocircnia cerca de Quinhentos padres jesuiacutetas expulsos pelo Marquecircs de Pombal Ministro de D Joseacute I paralisando 17 coleacutegios 36 missotildees seminaacuterios menores e escolas elementaresmiddot O Alvaraacute de 28 de julho determina a instituiccedilatildeo de aulas de gramaacutetica latina aulas de grego e de retoacuterica aleacutem de criar o cargo de Diretor de Estudos Medidas inoacutecuas para um sistema de ensino fragmentado
1770 A Reforma Pombalina de Educaccedilatildeo substitui o sistema jesuiacutetico e o ensino eacute dirigido pelos vicemiddotreis nomeados por Portugal
1772 middot Eacute instituiacutedo o subsiacutedio literaacuterio imposto destinado a manutenccedilatildeo dos ensinos primaacuterio e meacutedio middot Eacute fundada no Rio de Janeiro a Academia Cientiacutefica
1810 middot Desfazendomiddotse de seus proacuteprios livros (60000 volumes) trazidos de Portugal D Joatildeo funda a nossa primeira biblioteca middot Eacute criada a Academia Militar
1812 Satildeo criados cursos de Agricultura na Bahia middot Eacute criada a escola de serralheiros oficiais de lima e espingardeiros em Minas Gerais middot Eacute criado o laboratoacuterio de quiacutemica no Rio de Janeiro
1822 O Decreto de 1o de marccedilo criava no Rio de Janeiro uma escola baseada no meacutetodo lancasteriano ou de ensino muacutetuo Ou seja somente um professor para cada escola
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1824 middot A Constituiccedilatildeo outorgada pela Assembleacuteia Constituinte dizia no seu artigo 179 que a instruccedilatildeo primaacuteria era gratuita a todos os cidadatildeos
1834 middot O Ato Adicional da reforma constitucional dizia que a educaccedilatildeo primaacuteria e secundaacuteria ficaria a cargo das proviacutencias restando a administraccedilatildeo nacional o ensino superior
1835 Eacute criada uma escola normal em Niteroacutei A primeira do Brasil
1838 middot O Coleacutegio Pedro II eacute fundado no Rio de Janeiro
1854 O Decreto 1331A de 17 de fevereiro reforma os ensinos primaacuterio e secundaacuterio exigindo professores credenciados e a volta da fiscalizaccedilatildeo oficial cria a Inspetoria Geral da Instruccedilatildeo Primaacuteria e Secundaacuteria middot Eacute criada uma escola normal na Paraiacuteba
1873 Com o objetivo de estimular o desenvolvimento dos estudos secundaacuterios nas proviacutencias e de facilitar aos candidatos das proviacutencias o acesso aos cursos superiores o Ministro Joatildeo Alfredo Correia de Oliveira instalou nas capitais das proviacutencias do Impeacuterio bancas de exames gerais preparatoacuterios
1874 middot Eacute criada a Escola Politeacutecnica
1889
Ferreira Viana Ministro do Impeacuterio dizia ser fundamental formar professores com a necessaacuteria instruccedilatildeo cientiacutefica e profissional middot Em sua uacuteltima fala do trono Sua Majestade pedia empenho para a criaccedilatildeo de um ministeacuterio destinado aos negoacutecios da Instruccedilatildeo Puacuteblica middot Com a Proclamaccedilatildeo da Repuacuteblica no Governo Provisoacuterio do Marechal Deodoro da Fonseca torna-se Ministro da Instruccedilatildeo Puacuteblica Correios e Teleacutegrafos Benjamin Constant Botelho de Magalhatildees middot Os alunos matriculados nas escolas correspondem a 12 da populaccedilatildeo em idade escolar
1890 middot O Decreto 510 do Governo Provisoacuterio da Repuacuteblica diz em seu artigo 62 item 5o que o ensino seraacute leigo e livre em todos os graus e gratuito no primaacuterio middot O iacutendice de analfabetismo no Brasil eacute de 672
1891 A Constituiccedilatildeo estipula o ensino leigo nas escolas puacuteblicas em oposiccedilatildeo ao ensino religioso middot Eacute Ministro da Instruccedilatildeo Puacuteblica Correios e Teleacutegrafos Joatildeo Barbalho Uchoa Cavalcanti middot No Governo de Floriano Peixoto satildeo Ministros da Instruccedilatildeo Puacuteblica Correios e Teleacutegrafos Joseacute Higino Duarte Pereira (interino) e Fernando Lobo Leite Pereira
1927
O educador Francisco Campos realiza no Estado de Minas Gerais uma reforma educacional middot Realizamiddotse a primeira das Conferecircncias Nacionais de Educaccedilatildeo em Curitiba organizada pela Associaccedilatildeo Brasileira de Educaccedilatildeo middot ABE middot Por iniciativa de Francisco Mendes Pimentel eacute criada a Universidade de Minas Gerais (a iniciativa teve curta duraccedilatildeo)
1930
Satildeo Ministros da Justiccedila e Negoacutecios Interiores na Junta Governativa que durou apenas onze dias Gabriel Loureiro Bernardes e Afracircnio de Melo Franco (interino) middot Eacute criado o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Sauacutede Puacuteblica atraveacutes do Decreto 19402 tendo como Ministros no Governo Getuacutelio Vargas Francisco Luiz da Silva Campos Belizaacuterio Augusto de Oliveira Pena Washington Ferreira Pires e Gustavo Capanema middot O educador Lourenccedilo Filho publica Introduccedilatildeo ao Estudo da Escola Nova middot O educador Fernando de Azevedo cria a Biblioteca Pedagoacutegica Brasileira middot Os alunos matriculados nas escolas correspondem a 30 da populaccedilatildeo em idade escolar
1931
O governo provisoacuterio sanciona decretos organizando o ensino secundaacuterio e as universidades brasileiras ainda inexistentes Estes Decretos ficaram conhecidos como Reforma Francisco Campos middot O Decreto 19850 de 11 de abril cria o Conselho Nacional de Educaccedilatildeo middot O Decreto 19851 de 11 de abril institui o Estatuto das Universidades Brasileiras que dispotildee sobre a organizaccedilatildeo do ensino superior no Brasil e adota o regime universitaacuterio
35
middot O Decreto 19852 de 11 de abril dispotildee sobre a organizaccedilatildeo da Universidade do Rio de Janeiro middot O Decreto 19890 de 18 de abril dispotildee sobre a organizaccedilatildeo do ensino secundaacuterio middot O Decreto 20158 de 30 de julho organiza o ensino comercial regulamenta a profissatildeo de contador e daacute outras providecircncias middot O Decreto 21241 de 14 de abril consolida as disposiccedilotildees sobre o ensino secundaacuterio
1932
Um grupo de educadores lanccedila agrave naccedilatildeo o Manifesto dos Pioneiros da Educaccedilatildeo Nova redigido por Fernando de Azevedo middot O Decreto 21241 de 4 de abril consolida a reforma do ensino secundaacuterio visando segundo Francisco Campos a formaccedilatildeo do homem para todos os grandes setores da atividade nacional Este Decreto resultou na implantaccedilatildeo de um curriacuteculo enciclopeacutedico
1934
A nova Constituiccedilatildeo dispotildee pela primeira vez que a educaccedilatildeo eacute direito de todos devendo ser ministrada pela famiacutelia e pelos Poderes Puacuteblicos Passa a funcionar o Conselho Nacional de Educaccedilatildeo CNE e os Conselhos Estaduais de Educaccedilatildeo middot CEEs Por iniciativa do governador Armando Salles Oliveira foi criada a Universidade de Satildeo Paulo A primeira a ser criada e organizada segundo as normas do Estatuto das Universidades Brasileiras de 1931 Eacute fundada a Universidade de Porto Alegre
1942
Eacute decretada a reforma do ensino relativa ao ensino secundaacuterio conhecida como Reforma Capanema middot O Decreto-lei 4048 de 22 de janeiro cria o Serviccedilo Nacional de Aprendizagem Industrial - SENAI middot O Decreto-lei 4073 de 30 de janeiro regulamenta o ensino industrial middot O Decreto-lei 4244 de 9 de abril regulamenta o ensino secundaacuterio middot O Decreto-lei 4481 de 16 de julho dispotildee sobre a obrigatoriedade dos estabelecimentos industriais empregarem um total de 8 correspondente ao nuacutemero de operaacuterios e matriculaacute-los nas escolas do SENAI middot O Decreto-lei 4436 de 7 de novembro amplia o acircmbito do SENAI atingindo tambeacutem o setor de transportes das comunicaccedilotildees e da pesca middot O Decreto-lei 4984 de 21 de novembro compele que as empresas oficiais com mais de cem empregados a manter por conta proacutepria uma escola de aprendizagem destinada agrave formaccedilatildeo profissional de seus aprendizes
1943
Ainda no espiacuterito da Reforma Capanema eacute baixado o Decreto-lei 6141 de 28 de dezembro regulamentando o ensino comercial Eacute criada em Recife por Felipe Tiago Gomes a Campanha do Ginasiano Pobre - CGP nuacutecleo inicial da futura Campanha Nacional de Escolas da Comunidade - CNEC A Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho exige que sejam implantadas creches nas empresas para filhos de funcionaacuterios middot Eacute fundada a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro - UFRRJ
1946
A nova Constituiccedilatildeo determina a obrigatoriedade de se cumprir o ensino primaacuterio e daacute competecircncia agrave Uniatildeo para legislar sobre as diretrizes e bases da educaccedilatildeo nacional Volta a figurar na Constituiccedilatildeo que a educaccedilatildeo eacute direito de todos Tendo como Ministro da Educaccedilatildeo Raul Leitatildeo da Cunha satildeo baixados os seguintes Decretos-lei middot O Decreto-lei 8529 de 2 de janeiro regulamenta o ensino primaacuterio middot O Decreto-lei 8530 de 2 de janeiro regulamenta o ensino normal middot Os Decretos-lei 8621 e 8622 de 10 de janeiro criam o Serviccedilo Nacional de Aprendizagem Comercial - SENAC middot O Decreto-lei 9613 de 20 de agosto regulamenta o ensino agriacutecola Satildeo fundadas a Universidade Federal de Pernambuco e a Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica de Satildeo Paulo middot Satildeo Ministros da Educaccedilatildeo e Sauacutede Puacuteblica no Governo Eurico Gaspar Dutra Ernesto de Souza Campos Clemente Mariani Bittencourt Eduardo Rios Filho (interino) e Pedro Calmon Moniz de
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Bittencourt
1948 O governo atraveacutes do Ministro Clemente Mariani encaminha ao Congresso Nacional o projeto de Lei de Diretrizes e Bases para a Educaccedilatildeo Nacional Realiza-se o I Congresso Nacional da Campanha do Ginasiano Pobre que passa a se chamar Campanha Nacional dos Educandaacuterios Gratuitos
1953
Com a criaccedilatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Sauacutede Puacuteblica passa a se chamar Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura Eacute criada a Campanha de Aperfeiccediloamento e Difusatildeo do Ensino Secundaacuterio - CADES vinculado agrave Diretoria do Ensino Secundaacuterio dirigida por Armando Hildebrand Eacute criado o Comitecirc Brasileiro da Organizaccedilatildeo Mundial de Educaccedilatildeo Preacute-Escolar - OMEP
1955
Eacute criado o Instituto Superior de Estudos Brasileiros - ISEB com o objetivo de criar uma cultura brasileira Eacute criada a Campanha Nacional de Alimentaccedilatildeo Escolar - CNAE vinculada ao Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Aniacutesio Teixeira funda os Centros de Pesquisas Educacionais de Satildeo Paulo Rio de Janeiro Recife Belo Horizonte Salvador e Porto Alegre O Deputado Carlos Lacerda apresenta seu primeiro substitutivo ao projeto de Lei para Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional Eacute Ministro da Educaccedilatildeo e Cultura no Governo Nereu Ramos Abgard de Castro Arauacutejo Renault Satildeo fundadas a Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica de Campinas e a Universidade Federal da Paraiacuteba
1957
Eacute criada a Revista Escola Secundaacuteria pela Campanha de Aperfeiccediloamento e Difusatildeo do Ensino Secundaacuterio - CADES do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo O ministro Cloacutevis Salgado altera o projeto original da Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional e envia para o Congresso Nacional o Substitutivo no 2222 Fundada a Universidade Federal do Paraacute
1959 A Emenda Carlos Lacerda (seu terceiro substitutivo) prevalece sobre o texto das Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional alterando substancialmente a pujanccedila do projeto original Cento e oitenta educadores lanccedilam um manifesto agrave naccedilatildeo solicitando ao governo que o projeto da Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional fosse rejeitado
1961
Depois de treze anos de discussotildees eacute promulgada a Lei 4024 que regulamenta as Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional O presidente Joatildeo Goulart ainda vetou 25 artigos que posteriormente receberam aprovaccedilatildeo pelo Congresso Surgem os Centros Populares de Cultura - CPC intimamente ligados agrave Uniatildeo Nacional dos Estudantes - UNE e o Movimento de Educaccedilatildeo de Base - MEB ligado agrave Confederaccedilatildeo Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB e ao governo da Uniatildeo A Prefeitura Municipal de Natal no Rio Grande do Norte inicia uma campanha de alfabetizaccedilatildeo (De Peacute no Chatildeo Tambeacutem se Aprende a Ler) A teacutecnica didaacutetica criada pelo pernambucano Paulo Freire propunha-se a alfabetizar em 40 horas adultos analfabetos A experiecircncia teve iniacutecio na cidade de Angicos no Estado do Rio Grande do Norte e logo depois na cidade de Tiriri no Estado de Pernambuco Eacute Ministro da Educaccedilatildeo e Cultura no Governo Jacircnio Quadros Briacutegido Fernandes Tinoco Satildeo Ministros da Educaccedilatildeo e Cultura no Governo Joatildeo Goulart durante o Regime Parlamentarista Antonio Ferreira de Oliveira Brito Roberto Tavares de Lira e Darcy Ribeiro durante o Regime Presidencialista Teotocircnio Mauriacutecio Monteiro de Barros Filho Paulo de Tarso Santos e Juacutelio Furquim de Sambaqui (interino) Eacute criada a Universidade de Brasiacutelia a Universidade Federal de Alagoas e a do Espiacuterito Santo e a Universidade Catoacutelica de Petroacutepolis e a de Salvador
1962 Eacute criado o Conselho Federal de Educaccedilatildeo cumprindo o artigo 9o da Lei de Diretrizes e Bases Este substitui o Conselho Nacional de Educaccedilatildeo Satildeo criados tambeacutem os Conselhos Estaduais de Educaccedilatildeo
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Eacute criado o Plano Nacional de Educaccedilatildeo e o Programa Nacional de Alfabetizaccedilatildeo pelo Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura inspirado no Meacutetodo Paulo Freire Eacute fundada a Universidade Estadual de Campinas e a Universidade Norte de Ensino Superior de Montes Claros Minas Gerais
1965 Acordo MECConselho de Cooperaccedilatildeo Teacutecnica da Alianccedila para o Progresso - CONTAPUSAID para melhoria do ensino meacutedio Previa assessoria teacutecnica americana para o planejamento do ensino e treinamento de teacutecnicos brasileiros nos Estados Unidos
1966 Acordo MEC CONTAP USAID de assessoria para a expansatildeo e aperfeiccediloamento do quadro de professores de ensino meacutedio no Brasil
1968 A Lei 5540 de 28 de novembro fixa normas de organizaccedilatildeo e funcionamento do ensino superior e sua articulaccedilatildeo com a escola meacutedia
1971
Eacute promulgada a Lei 5692 que regulamenta o ensino de primeiro e segundo graus Entre outras determinaccedilotildees amplia a obrigatoriedade escolar de quatro para oito anos aglutina o antigo primaacuterio com o ginasial suprimindo o exame de admissatildeo e criando a escola uacutenica profissionalizante A Resoluccedilatildeo no 8 do Conselho Federal de Educaccedilatildeo fixa o nuacutecleo comum para os curriacuteculos do ensino de 1o e 2o graus definindo seus objetivos e a amplitude O Parecer 853 do Conselho Federal de Educaccedilatildeo define a doutrina de curriacuteculo indica os conteuacutedos de nuacutecleo comum apresenta o conceito de mateacuteria orienta suas formas de tratamento e integraccedilatildeo indica os objetivos das aacutereas de estudo e os do processo educativo remetendo-os ao objetivo geral do ensino de 1o e 2o graus e aos fins da educaccedilatildeo brasileira O Decreto 68908 dispotildee sobre o concurso vestibular fixando as condiccedilotildees para o ingresso na Universidade
1972 O Parecer no 45 do Conselho Federal de Educaccedilatildeo fixa o curriacuteculo miacutenimo a ser exigido em cada habilitaccedilatildeo profissional ou conjunto de habilitaccedilotildees afins no ensino de 2o grau
1978 A Portaria no 505 do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo aprova diretrizes baacutesicas para o ensino de Moral e Ciacutevica nos cursos de 1o e 2o graus e de Estudos de Problemas Brasileiros nos cursos superiores
1982
A Lei no 7044 altera dispositivos da Lei 569271 referentes agrave profissionalizaccedilatildeo do ensino de 2o grau implicando em algumas mudanccedilas na proposta curricular dispensando as escolas da obrigatoriedade da profissionalizaccedilatildeo voltando a ecircnfase agrave formaccedilatildeo geral O Parecer no 618 do Conselho Federal de Educaccedilatildeo explica as alteraccedilotildees introduzidas pela Lei 7044
1986
O Parecer no 785 do Conselho Federal de Educaccedilatildeo reformula o nuacutecleo comum para o ensino de 1o e 2o graus middot A Resoluccedilatildeo no 6 do Conselho Federal de Educaccedilatildeo reformula o nuacutecleo comum para os curriacuteculos do ensino de 1o e 2o graus revogando a Resoluccedilatildeo no 871 do proacuteprio CFE dando novas diretrizes
1992 As disciplinas de Organizaccedilatildeo Social e Poliacutetica do Brasil - OSPB e Estudos de Problemas Brasileiros - EPB deixam de ser obrigatoacuterias no ensino de 2o grau e superior
1995 A Universidade de Brasiacutelia cria o Programa de Avaliaccedilatildeo Seriada - PAS para ingresso na universidade que acaba com o exame vestibular A avaliaccedilatildeo do aluno eacute feita durante a realizaccedilatildeo do 2o grau
1996 O Presidente sanciona a Lei no 9394 a Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo (LDB) que ficou oito anos em discussatildeo no Congresso
1997 As escolas de 2o grau tambeacutem satildeo avaliadas atraveacutes de Provatildeo
1998 Eacute instituiacutedo pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais - INEP o Exame Nacional do Ensino Meacutedio - ENEM para ser aplicado aos alunos concluintes e aos egressos deste niacutevel de ensino
38
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria a partir de dados disponibilizados em
wwwPedagogiaemfocoprobr
No capiacutetulo a seguir eacute descrita a Estrutura Organizacional da Educaccedilatildeo no
Brasil
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Capiacutetulo 3 A Estrutura Organizacional da Educaccedilatildeo no Brasil
Os conteuacutedos dos itens 31 e 32 foram extraiacutedos da Lei nordm 9394 de 20 de
dezembro de 1996 - Lei de Diretrizes e Bases (LDB) e as informaccedilotildees do item 33
foram baseados no site institucional da Secretaria Estadual de Educaccedilatildeo do
Estado do Rio de Janeiro (SEERJ)
31 A Organizaccedilatildeo
A Organizaccedilatildeo da Educaccedilatildeo Nacional eacute composta pela Uniatildeo pelos
Estados pelo Distrito Federal e pelos Municiacutepios organizados em regime de
colaboraccedilatildeo
Cabe agrave Uniatildeo a coordenaccedilatildeo da poliacutetica nacional de educaccedilatildeo da
articulaccedilatildeo os diferentes niacuteveis e sistemas A Uniatildeo ainda exerce funccedilatildeo
normativa redistributiva e supletiva em relaccedilatildeo agraves demais instacircncias
educacionais
40
311 Atribuiccedilotildees da Uniatildeo
De acordo com a Lei das Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo eacute papel do
Governo Federal atraveacutes do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo
1 - Elaborar o Plano Nacional de Educaccedilatildeo em colaboraccedilatildeo com os
Estados o Distrito Federal e os Municiacutepios
2 - Organizar manter e desenvolver os oacutergatildeos e instituiccedilotildees oficiais do
sistema federal de ensino e o dos Territoacuterios
3 - Prestar assistecircncia teacutecnica e financeira aos Estados ao Distrito Federal e
aos Municiacutepios para o desenvolvimento de seus sistemas de ensino e o
atendimento prioritaacuterio agrave escolaridade obrigatoacuteria exercendo sua funccedilatildeo
redistributiva e supletiva
4 - Estabelecer em colaboraccedilatildeo com os Estados o Distrito Federal e os
Municiacutepios competecircncias e diretrizes para a educaccedilatildeo infantil o ensino
fundamental e o ensino meacutedio que nortearatildeo os curriacuteculos e seus conteuacutedos
miacutenimos de modo a assegurar formaccedilatildeo baacutesica comum
5 - Coletar analisar e disseminar informaccedilotildees sobre a educaccedilatildeo
6 - Assegurar processo nacional de avaliaccedilatildeo do rendimento escolar no
ensino fundamental meacutedio e superior em colaboraccedilatildeo com os sistemas de
ensino objetivando a definiccedilatildeo de prioridades e a melhoria da qualidade do
ensino
7 - Baixar normas gerais sobre cursos de graduaccedilatildeo e poacutes-graduaccedilatildeo
8-Assegurar processo nacional de avaliaccedilatildeo das instituiccedilotildees de educaccedilatildeo
superior com a cooperaccedilatildeo dos sistemas que tiverem responsabilidade sobre
este niacutevel de ensino
41
9-Autorizar reconhecer credenciar supervisionar e avaliar
respectivamente os cursos das instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior e os
estabelecimentos do seu sistema de ensino
312 Atribuiccedilotildees dos Estados
Tambeacutem conforme estabelecido na LDB cabe aos Governos Estaduais
atraveacutes das Secretarias Estaduais de Educaccedilatildeo
1-Organizar manter e desenvolver os oacutergatildeos e instituiccedilotildees oficiais dos seus
sistemas de ensino
2-Definir com os Municiacutepios formas de colaboraccedilatildeo na oferta do ensino
fundamental as quais devem assegurar a distribuiccedilatildeo proporcional das
responsabilidades de acordo com a populaccedilatildeo a ser atendida e os recursos
financeiros disponiacuteveis em cada uma dessas esferas do Poder Puacuteblico
3-Elaborar e executar poliacuteticas e planos educacionais em consonacircncia
com as diretrizes e planos nacionais de educaccedilatildeo integrando e coordenando as
suas accedilotildees e as dos seus Municiacutepios
4-Autorizar reconhecer credenciar supervisionar e avaliar
respectivamente os cursos das instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior e os
estabelecimentos do seu sistema de ensino
5-Baixar normas complementares para o seu sistema de ensino
6-Assegurar o ensino fundamental e oferecer com prioridade o ensino
meacutedio
Em relaccedilatildeo ao Distrito Federal aplicam-se as competecircncias referentes aos
Estados e aos Municiacutepios
42
313 Atribuiccedilotildees dos Municiacutepios
A LDB estabelece que os Municiacutepios incumbir-se-atildeo atraveacutes das Secretarias
Municipais de Educaccedilatildeo
1-Organizar manter e desenvolver os oacutergatildeos e instituiccedilotildees oficiais dos seus
sistemas de ensino integrando-os agraves poliacuteticas e planos educacionais da Uniatildeo e
dos Estados
2-Exercer accedilatildeo redistributiva em relaccedilatildeo agraves suas escolas
3-Baixar normas complementares para o seu sistema de ensino
4-Autorizar credenciar e supervisionar os estabelecimentos do seu sistema
de ensino
5-Oferecer a educaccedilatildeo infantil em creches e preacute-escolas e com
prioridade o ensino fundamental permitida a atuaccedilatildeo em outros niacuteveis de ensino
somente quando estiverem atendidas plenamente as necessidades de sua aacuterea
de competecircncia e com recursos acima dos percentuais miacutenimos vinculados pela
Constituiccedilatildeo Federal agrave manutenccedilatildeo e desenvolvimento do ensino
Os Municiacutepios podem optar ainda por se integrar ao sistema estadual de
ensino ou compor com ele um sistema uacutenico de educaccedilatildeo baacutesica
314 O Papel dos Estabelecimentos de Ensino
Respeitadas as normas comuns e as do seu sistema de ensino a LDB
estabelece que os estabelecimentos de ensino tecircm a funccedilatildeo de
1 -Elaborar e executar sua proposta pedagoacutegica
2- Administrar seu pessoal e seus recursos materiais e financeiros
3 -Assegurar o cumprimento dos dias letivos e horas-aula estabelecidos
43
4 -Velar pelo cumprimento do plano de trabalho de cada docente
5 -Prover meios para a recuperaccedilatildeo dos alunos de menor rendimento
6-Articular-se com as famiacutelias e a comunidade criando processos de
integraccedilatildeo da sociedade com a escola
7 -Informar os pais e responsaacuteveis sobre a frequumlecircncia e o rendimento dos
alunos bem como sobre a execuccedilatildeo de sua proposta pedagoacutegica
315 Atribuiccedilotildees dos Docentes
Segundo a LDB cabe aos docentes
1 -Participar da elaboraccedilatildeo da proposta pedagoacutegica do estabelecimento
de ensino
2 -Elaborar e cumprir plano de trabalho segundo a proposta pedagoacutegica
do estabelecimento de ensino
3 -Zelar pela aprendizagem dos alunos
4- Estabelecer estrateacutegias de recuperaccedilatildeo para os alunos de menor
rendimento
5-Ministrar os dias letivos e horas-aula estabelecidos aleacutem de participar
integralmente dos periacuteodos dedicados ao planejamento agrave avaliaccedilatildeo e ao
desenvolvimento profissional
6 -Colaborar com as atividades de articulaccedilatildeo da escola com as famiacutelias e
a comunidade
A LDB estabelece ainda que os sistemas de ensino definiratildeo as normas da
gestatildeo democraacutetica do ensino puacuteblico na educaccedilatildeo baacutesica de acordo com as
suas peculiaridades e conforme os princiacutepios de
44
Participaccedilatildeo dos profissionais da educaccedilatildeo na elaboraccedilatildeo do projeto
pedagoacutegico da escola e de participaccedilatildeo das comunidades escolar e local em
conselhos escolares ou equivalentes
Tambeacutem se configura como atribuiccedilatildeo dos sistemas de ensino assegurar agraves
unidades escolares puacuteblicas de educaccedilatildeo baacutesica que os integram progressivos
graus de autonomia pedagoacutegica e administrativa e de gestatildeo financeira
observadas as normas gerais de direito financeiro puacuteblico
32 A Abrangecircncia dos Sistemas
Os sistemas de ensino estatildeo relacionados agraves diferentes esferas
governamentais conforme segue
321 O Sistema Federal
O Sistema Federal de ensino compreende
1 - As instituiccedilotildees de ensino mantidas pela Uniatildeo
2-As instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior criadas e mantidas pela iniciativa
privada
3 -Os oacutergatildeos federais de educaccedilatildeo
322 Os Sistemas de Ensino dos Estados e do Distrito Federal Compreendem
1-As instituiccedilotildees de ensino mantidas respectivamente pelo Poder Puacuteblico
estadual e pelo Distrito Federal
2 -As instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior mantidas pelo Poder Puacuteblico
municipal
3-As instituiccedilotildees de ensino fundamental e meacutedio criadas e mantidas pela
iniciativa privada
45
4 -Os oacutergatildeos de educaccedilatildeo estaduais e do Distrito Federal
respectivamente
No Distrito Federal as instituiccedilotildees de educaccedilatildeo infantil criadas e mantidas
pela iniciativa privada integram seu sistema de ensino
323 O Sistema Municipal Na esfera Municipal os sistemas de ensino compreendem
1-As instituiccedilotildees do ensino fundamental meacutedio e de educaccedilatildeo infantil
mantidas pelo Poder Puacuteblico municipal
2-As instituiccedilotildees de educaccedilatildeo infantis criadas e mantidas pela iniciativa
privada
3-Os oacutergatildeos municipais de educaccedilatildeo
As instituiccedilotildees de ensino dos diferentes niacuteveis classificam-se nas seguintes
categorias administrativas
1-Puacuteblicas assim entendidas as criadas ou incorporadas mantidas e
administradas pelo Poder Puacuteblico
2 -Privadas assim entendidas as mantidas e administradas por pessoas
fiacutesicas ou juriacutedicas de direito privado
A figura 31 mostra de forma resumida a estrutura organizacional da educaccedilatildeo brasileira
46
UNIAtildeO
MINISTEacuteRIO DA EDUCACcedilAtildeO
ESTADOS
SECRETARIA ESTADUAL DE EDUCACcedilAtildeO
MUNICIacutePIOS
SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCACcedilAtildeO
AL UNOS
ENSINO SUPERIOR
Docentes
ENSINO MEacuteDIO
Docentes
ENSINO FUNDAMENTAL
Figura 31 Organograma da Organizaccedilatildeo Educacional Brasileira
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria a partir dos dados descritos neste capiacutetulo
Como os estudos deste trabalho estatildeo focados no ensino meacutedio a seguir
seraacute destacada a Secretaria Estadual de Educaccedilatildeo do Estado do Rio de Janeiro
33 A Secretaria Estadual de Educaccedilatildeo
A Secretaria Estadual de Educaccedilatildeo do Rio de Janeiro foi criada em 15 de
marccedilo de 1975 Em sua atual administraccedilatildeo o Secretaacuterio Nelson Maculam Filho
comanda uma rede de ensino de 1679 escolas 77 mil professores 22617
funcionaacuterios de apoio administrativo e um universo de 15 milhatildeo de alunos A
Secretaria eacute composta por 29 coordenadorias distribuiacutedas por regiotildees do estado
do Rio de Janeiro de acordo com a Tabela 31
47
Tabela 31 Coordenadorias da SEERJ
REGIOtildeES COORDENADORIASBaiacutea da Ilha Grande Baiacutea da Ilha Grande
Baixadas Litoracircneas IBaixadas Litoracircneas IICentro Sul ICentro Sul IIMeacutedio Paraiacuteba IMeacutedio Paraiacuteba IIMeacutedio Paraiacuteba IIIMetropolitana IMetropolitana IIMetropolitana IIIMetropolitana IVMetropolitana VMetropolitana VIMetropolitana VIIMetropolitana VIIIMetropolitana IXMetropolitana XMetropolitana XINoroeste Fluminense INoroeste Fluminense IINoroeste Fluminense IIINorte Fluminense INorte Fluminense IINorte Fluminense IIISerrana ISerrana IISerrana IIISerrana IV
Noroeste Fluminense
Norte Fluminense
Serrana
Baixadas Litoracircneas
Centro Sul
Meacutedio Paraiacuteba
Metropolitana
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria a partir de dados da SEERJ
No mapa da figura 32 satildeo mostrados os municiacutepios de cada regiatildeo relacionados na tabela 31
48
Figura 32 Mapa das metropolitanas do estado do Rio de Janeiro
Fonte Site institucional da SEEERJ
O foco deste estudo se restringe agraves escolas situadas no Municiacutepio do Rio de
Janeiro portanto seratildeo mostrados os detalhes das Metropolitanas III IV e X
METROPOLITANA III
Situada no bairro do Meacuteier coordena 163 escolas compreendendo
escolas de ensino fundamental e ensino meacutedio totalizando cerca de 68475
alunos
METROPOLITANA IV
Situada no bairro de Campo Grande coordena 141 escolas
compreendendo escolas de ensino fundamental e ensino meacutedio totalizando
cerca de 90733 alunos
49
METROPOLITANA X
Situada no bairro da Tijuca coordena 163 escolas compreendendo
escolas de ensino fundamental e ensino meacutedio totalizando cerca de 58693
alunos
Aleacutem das atribuiccedilotildees definidas por lei a SEERJ desenvolve accedilotildees e projetos
paralelos como mostrados a seguir
Accedilotildees e Projetos Secretaria Estadual de Educaccedilatildeo
PROGRAMA SUCESSO ESCOLAR
O programa sucesso escolar foi lanccedilado em 31 de maio de 2004 com o
objetivo de combater a reprovaccedilatildeo e a evasatildeo nas escolas evasotildees estas que
custam ao Estado cerca de R$ 450 milhotildees por ano O Rio de Janeiro tem um dos
maiores iacutendices de reprovaccedilatildeo do Sudeste 381 cerca de 10 abaixo da meacutedia
nacional Desde 2004 os alunos da rede recebem reforccedilo escolar atraveacutes de
aulas extras O programa atende aos alunos com baixo desempenho escolar
PROGRAMA SAUacuteDE NA ESCOLA
O Programa promove sauacutede nos CIEPS desde 2000 Em 1995 com base na
Carta de Otawa (WHO 1986) surgiu o conceito de Escolas Promotoras de
Sauacutede atraveacutes da Iniciativa Global de Sauacutede na Escola lanccedilada pela
Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede Trata-se de uma accedilatildeo em parceria entre as
secretarias de Estado de Educaccedilatildeo Sauacutede e a Defesa Civil visando a prevenccedilatildeo
e a promoccedilatildeo da sauacutede dos estudantes oferecendo atendimento cliacutenico
pediaacutetrico e odontoloacutegico
REGISTRO UacuteNICO DO ALUNO (REGUA)
O Registro Uacutenico do Aluno (REGUA) estaacute inserido no Programa de
Reestruturaccedilatildeo da Rede Puacuteblica de Ensino (PRO-REDE) Com o registro que eacute
uma carteira de estudante que funciona como identidade os estudantes tecircm
direito ao Passe Livre nos ocircnibus municipais aleacutem de descontos na aacuterea cultural
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PROGRAMA QUADRO DE HORAacuteRIOS
O Programa foi lanccedilado em outubro de 2004 para definir os quadros de
horaacuterios de cada turma das 1854 escolas da rede estadual de ensino com o
objetivo de identificar os professores que natildeo estatildeo dando aula nem exercem
funccedilotildees administrativas nas escolas e assim poder providenciar a alocaccedilatildeo deles
em outras unidades combatendo assim o problema da falta de professores
PROJETO DE CAPACITACcedilAtildeO DE GESTORES ESCOLARES O Curso de Gestatildeo Escolar para Diretor Geral Diretor Adjunto e Gerente de
Ensino tem como objetivo
1 ndash Oferecer formaccedilatildeo continuada e ou formaccedilatildeo em niacutevel de
especializaccedilatildeo em serviccedilo aos gestores das escolas puacuteblicas de educaccedilatildeo
baacutesica da rede estadual
2 ndash Contribuir para a melhoria dos processos de gestatildeo da rede estadual
do Rio de Janeiro e tornar positivo seu impacto na qualidade da educaccedilatildeo
Baacutesica
3 ndash Contribuir para construccedilatildeo de um novo significado da gestatildeo escolar
com base na integraccedilatildeo dos aspectos administrativos e pedagoacutegicos nas accedilotildees
dos gestores
PROGRAMA ESTADUAL DE LEITURA
O programa pretende estimular o haacutebito de leitura nos alunos das escolas
da rede estadual e promove o acesso a livros e bens culturais Envolve a criaccedilatildeo
de poacutelos de leitura nas bibliotecas das escolas da rede em todos os municiacutepios do
Rio com a promoccedilatildeo ainda de eventos culturais mensais
PROGRAMA DE VISITAS
O Programa foi lanccedilado em maio de 2005 com a finalidade de combater
a evasatildeo e a repetecircncia nas escolas estaduais O programa tem por objetivo
resgatar o aluno e envolver a famiacutelia no dia-a-dia da escola Setecentos
estudantes do Ensino Meacutedio de 140 escolas da rede estadual com altos iacutendices
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de evasatildeo e repetecircncia de 15 coordenadorias regionais percorreratildeo as suas
proacuteprias comunidades para levar informaccedilotildees sobre os projetos da Secretaria
chamar de volta agrave escola os colegas que desistiram de estudar e reunir sugestotildees
e reivindicaccedilotildees das famiacutelias visitadas Esses jovens receberatildeo bolsa mensal de R$
6500 (sessenta e cinco reais)
PROGRAMA DE MUNICIPALIZACcedilAtildeO DO ENSINO
O programa tem por objetivo aleacutem da passagem gradual dos encargos
da educaccedilatildeo infantil e ensino fundamental para a esfera municipal o programa
de municipalizaccedilatildeo traduz-se na integraccedilatildeo entre as esferas administrativas
atraveacutes de accedilotildees poliacutetico-pedagoacutegicas tendo por base a racionalizaccedilatildeo dos
sistemas municipais e estaduais de educaccedilatildeo objetivando aperfeiccediloar a
ocupaccedilatildeo de espaccedilos alocaccedilatildeo de alunos adequaccedilatildeo e aproveitamento dos
recursos humanos e materiais pensados enquanto rede puacuteblica unificada e sem
discriminaccedilotildees
PREcircMIO NACIONAL DE REFEREcircNCIA EM GESTAtildeO
Com o apoio da Fundaccedilatildeo Ford do Fundo das Naccedilotildees Unidas para a
infacircncia - Unicef da embaixada dos Estados Unidos no Brasil do Conselho
Britacircnico e eventualmente de outros organismos e instituiccedilotildees o Precircmio foi
instituiacutedo para atingir os seguintes objetivos
a) estimular o desenvolvimento da gestatildeo democraacutetica na escola tendo
como foco o compromisso com uma aprendizagem de qualidade
b) valorizar as escolas puacuteblicas de educaccedilatildeo baacutesica que se destaquem
por iniciativas e experiecircncias inovadoras e bem sucedidas de gestatildeo escolar
c) apoiar o desenvolvimento de uma cultura de auto-avaliaccedilatildeo da gestatildeo
escolar
d) incentivar o processo de melhoria contiacutenua da escola pela elaboraccedilatildeo
de planos de accedilatildeo tendo com base a sua auto-avaliaccedilatildeo
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PLANO DE RECUPERACcedilAtildeO DA REDE FIacuteSICA
O Programa foi iniciado em 2002 responsaacutevel pela construccedilatildeo ampliaccedilatildeo
reforma e manutenccedilatildeo nas escolas da rede estadual de ensino
O programa tem por objetivo revitalizar as escolas da rede e atender
alunos professores e servidores de apoio com mais qualidade por meio de um
plano de recuperaccedilatildeo
PARLAMENTO JUVENIL
O Parlamento Juvenil eacute um programa pedagoacutegico da SEE em parceria
com a Assembleacuteia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) criado em 2003
em que os estudantes da rede aprendem a exercer na praacutetica as funccedilotildees
parlamentares
Tem por objetivo conscientizar os alunos da rede estadual de ensino sobre
processo democraacutetico integrando-os agrave atividade poliacutetica Aleacutem disso eacute uma
maneira de aproximar o jovem de tudo que diz respeito agrave sua cidade jaacute que seus
projetos de lei devem abordar os problemas de seus municiacutepios Tem como
Puacuteblico alvo toda a comunidade escolar
PROJETO OLHANDO A ESCOLA
O programa eacute desenvolvido em parceria entre a secretarias estaduais de
Educaccedilatildeo Sauacutede e Defesa Civil para identificar estudantes com problemas de
visatildeo o que tecircm dificultado o aprendizado e consequumlentemente o
desempenho escolar
PROGRAMA NOVA ESCOLA
O Objetivo eacute impulsionar a melhoria na qualidade de ensino e valorizar a
escola puacuteblica objetiva a propor criteacuterios de avaliaccedilatildeo das escolas em cinco
itens prestaccedilatildeo de contas gestatildeo da matriacutecula integraccedilatildeo com a comunidade
desempenho dos alunos (estudantes da 2ordf a 8ordf seacuteries do ensino Fundamental e 1ordf
a 3ordf seacuteries do ensino meacutedio fizeram provas de Liacutengua Portuguesa e Matemaacutetica e
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fluxo escolar A partir dos resultados o programa concede aos professores e
demais profissionais gratificaccedilotildees proporcionais agraves suas realizaccedilotildees educacionais
PROGRAMA MERENDA ESCOLAR
Tem como objetivo suprir as necessidades nutricionais dos alunos durante o
tempo de permanecircncia na escola contribuir para a reduccedilatildeo da evasatildeo escolar
melhorar o rendimento escolar formar bons haacutebitos alimentares e contribuir para
a manutenccedilatildeo da sauacutede escolar
KITS ESCOLARES
O programa foi criado em 2004 consiste na distribuiccedilatildeo de kits escolares
para 15 milhatildeo de estudantes Os kits satildeo formados por caderno reacutegua cola
caneta laacutepis borracha apontador e mochila
JOGOS DA EDUCACcedilAtildeO PUacuteBLICA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Programa eacute desenvolvido em parceria pelas Secretarias Estaduais de
Educaccedilatildeo e de Esportes para incentivar o gosto e o haacutebito de praticar esporte
entre os estudantes da rede fornecendo noccedilotildees de cidadania e contribuindo
para melhorar o desempenho escolar
PROGRAMA ESTADUAL DE INFORMAacuteTICA APLICADA Agrave
EDUCACcedilAtildeO
O programa tem como objetivo aumentar o nuacutemero de laboratoacuterios e
ampliar o acesso dos estudantes e da comunidade escolar em geral agrave
informaacutetica e agrave internet promovendo assim a inclusatildeo digital
HORAacuteRIO INTEGRAL
Os Centros Integrados de Educaccedilatildeo Puacuteblica satildeo escolas de estilo
arquitetocircnico e proposta pedagoacutegica proacuteprios com funcionamento em horaacuterio
integral que proporcionam a seus alunos muacuteltiplas atividades complementando
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o trabalho nas salas de aula com recreaccedilotildees esportes atividades culturais aleacutem
de fornecer alimentaccedilatildeo
O objetivo eacute estabelecer um processo de formaccedilatildeo do aluno que
estimule a constante troca de ideacuteias vivecircncias e empenho em promover a
autoconfianccedila para que eles sintam vontade real de aprender cada vez mais
cientes de seus deveres e direitos de cidadatildeo
PROGRAMA GEOREFERENCIAMENTO
Um sistema de informaacutetica georeferenciou cerca de 11 mil escolas das
redes municipal estadual federal e particular tendo como objetivos permitir que
a Secretaria de Educaccedilatildeo tenha informaccedilotildees sobre as 11 mil escolas do estado
do Rio de Janeiro Seraacute possiacutevel por meio dele planejar a construccedilatildeo e a
ampliaccedilatildeo de novas escolas assim como a matriacutecula e a troca de informaccedilotildees
entre municiacutepio e estado
FOacuteRUM PERMANENTE DE DIRETORES
Esse Foacuterum eacute presidido pelo Secretaacuterio com a presenccedila dos Subsecretaacuterios
e 81 Diretores das Unidades Escolares de toda a rede Visa discutir a realidade de
nossas escolas trazer sugestotildees a fim de nortear os trabalhos desenvolvidos pela
SEE
PROJETO FACcedilA PARTE O projeto tem por objetivo discutir de que maneira alunos e as escolas
podem ser estimulados a agir como voluntaacuterios debatendo as vaacuterias formas de
mobilizaccedilatildeo social considerada pelos especialistas como uma ferramenta de
ensino inovadora e interativa
PROGRAMA ESCOLAS DE PAZ O Programa Escolas de Paz faz parte de um acordo de cooperaccedilatildeo entre
a Unesco e a Secretaria de Estado de Educaccedilatildeo do Rio de Janeiro e segue as
orientaccedilotildees do Programa Abrindo Espaccedilos recomendado pela Unesco como
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estrateacutegia de construccedilatildeo de uma Cultura de Paz Foi criado em 2000 e retomado
em agosto de 2003 Consiste em abrir 200 unidades escolares de 11
coordenadorias da Regiatildeo Metropolitana selecionadas nas aacutereas onde haacute maior
carecircncia de lazer nos finais de semana para atividades artiacutesticas esportivas e de
lazer As escolas oferecem cafeacute da manhatilde almoccedilo e agraves vezes lanches aos
participantes Eacute voltado para jovens de quatorze a vinte quatro anos
O programa visa implantar uma cultura de natildeo violecircncia no interior das
escolas e comunidades vizinhas aleacutem de procurar integrar e aproximar a famiacutelia
dos jovens agrave escola melhorar o desempenho estudantil e despertar eventuais
potencialidades culturais artiacutesticas e esportivas nos alunos O programa acontece
aos saacutebados das 9h agraves 17h mesmo nas feacuterias e as escolas recebem mensalmente
verbas para pagamento da equipe local manutenccedilatildeo e nutriccedilatildeo
PROJETO ESCOLA FAZ ARTE
A escola eacute o espaccedilo ideal para que os alunos possam expressar suas
qualidades artiacutesticas criando muitas vezes trabalhos maravilhosos verdadeiras
obras de arte que passam despercebidas fora dos muros escolares O projeto
visa valorizar os jovens talentos que surgem em nossas Unidades Escolares
incentivando e proporcionando uma maior divulgaccedilatildeo de seus dons criativos
Sendo assim a SEE elaborou o Projeto Escola faz Arte em agosto de 2004
retornando em marccedilo de 2005 visando expor durante uma semana os trabalhos
das Unidades Escolares no hall do gabinete do Secretaacuterio (5deg andar)
CHEQUE ndashESCOLA
Trata-se de um Programa de inclusatildeo social que transfere recursos
estaduais para famiacutelias de baixa renda que tenham filhos com idade escolar
entre sete e quatorze anos matriculados na rede puacuteblica
O programa tem por objetivo a permanecircncia dos alunos na escola
afastando-os da situaccedilatildeo de risco social favorecendo a formaccedilatildeo de novos
cidadatildeos e uma melhoria na qualidade de vida da famiacutelia A frequumlecircncia escolar
eacute condiccedilatildeo fundamental para a participaccedilatildeo e manutenccedilatildeo da famiacutelia no
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programa
PROJETO APRENDENDO XADREZ NAS ESCOLAS
Consiste em uma parceria com a Federaccedilatildeo de Xadrez do Estado do Rio
de Janeiro para transformar o xadrez em ferramenta pedagoacutegica estimulando o
raciociacutenio a concentraccedilatildeo e a criatividade do aluno A meta eacute melhorar o
desempenho em matemaacutetica aleacutem de combater a repetecircncia e evasatildeo escolar
PROGRAMA ACELERA JOVEM
Programa foi lanccedilado para ajudar alunos que apresentem defasagem
idade-seacuterie a recuperar o tempo perdido com o objetivo de colocar o ensino
fundamental ao alcance de jovens que estatildeo fora da escola ou que estatildeo com
os estudos atrasados
O Programa visa atender aquela faixa etaacuteria delineada como de risco
jovens entre 15 e 30 anos que estatildeo fora da escola ou estando na escola
tenham pelo menos concluiacutedos quatro anos de estudo e apresentem uma
defasagem idade-seacuterie de trecircs anos ou mais
A ESCOLA VAI AO TEATRO
O Programa foi desenvolvido em parceria entre as Secretarias Estaduais de
Educaccedilatildeo e Cultura para estimular o interesse dos alunos por teatro e disciplinas
como literatura e histoacuteria O projeto quer incentivar ainda a melhoria do
desempenho escolar atraveacutes da abordagem de temas histoacutericos
O objetivo eacute levar os alunos permanentemente para assistir agrave peccedilas que
tenham conteuacutedo pedagoacutegico facilitando aos estudantes da rede puacuteblica o
acesso a esses bens culturais aleacutem de fornecer aos professores material para ser
discutido e trabalhado dentro da sala de aula
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EDUCACcedilAtildeO AMBIENTAL
Esclarece e orienta agraves escolas os alunos e agrave comunidade sobre questotildees
referentes agrave Educaccedilatildeo Ambiental na Rede de Ensino Puacuteblica Estadual do Rio de
Janeiro
Contribui na consolidaccedilatildeo da Lei nordm 9795 de abril de 1999 que institui a
Poliacutetica Nacional de Educaccedilatildeo Ambiental
Desenvolve o Programa Estadual de Educaccedilatildeo Ambiental instituiacuteda pela
Lei 3325 de 17121999
Promove accedilotildees seminaacuterios e projetos objetivando a implantaccedilatildeo e
implementaccedilatildeo da Agenda Ambiental nas escolas puacuteblicas estadual do Rio de
Janeiro
A Estrutura Organizacional da Educaccedilatildeo no Brasil eacute uma ferramenta que
daacute suporte para o desenvolvimento da cidadania que eacute fator determinante para
a inclusatildeo social A inclusatildeo social seraacute tratada no capiacutetulo seguinte atraveacutes das
Poliacuteticas Puacuteblicas
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Capiacutetulo 4 Poliacuteticas Puacuteblicas de Inclusatildeo Social
41 A Crise do Sistema Poliacutetico Liberal e o Iniacutecio do
Intervencionismo do Estado
Ateacute o iniacutecio do seacuteculo XX prevaleciam ideacuteias de um sistema poliacutetico liberal
no qual o Estado natildeo tinha muita participaccedilatildeo e a relaccedilatildeo do indiviacuteduo com a
sociedade soacute era percebida se o mesmo estivesse inserido de alguma forma no
mercado Aqueles que se encontravam fora desta condiccedilatildeo eram privados da
utilizaccedilatildeo de serviccedilos essenciais aquisiccedilatildeo de bens enfim de tudo o mais que se
fazia necessaacuterio para seu desenvolvimento (Carvalho 2002)
No primeiro quartel do seacuteculo XX a economia se encontrava em
recuperaccedilatildeo dos efeitos de poacutes-guerra a partir do liberalismo do estado e neste
mesmo periacuteodo se dava a consolidaccedilatildeo do capitalismo monopolista com a
fusatildeo de pequenas companhias originando os grandes conglomerados Isto
ocorreu mesmo com a existecircncia de leis como as ldquoantitrustesrdquo que impediam
estas uniotildees entre empresas Sem a efetividade das leis as grandes empresas
industriais e bancaacuterias predominavam o cenaacuterio econocircmico sob a proteccedilatildeo de
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uma poliacutetica adotada pelos governos de natildeo intervirem nas movimentaccedilotildees do
mercado (Magdof 1979)
Nessa eacutepoca os Estados Unidos assumiram a hegemonia econocircmica em
escala mundial O seu crescimento econocircmico no poacutes-guerra propiciou enorme
euforia social dando a falsa imagem de uma prosperidade eterna Poreacutem a
sensaccedilatildeo de seguranccedila absoluta impediu a correta avaliaccedilatildeo das tendecircncias
econocircmicas Assim uma crise econocircmica se desencadeou a partir de 1929
resultante da quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque abalando a estrutura
do capitalismo liberal trazendo reflexos que se propagaram no mundo todo
promovendo uma crise econocircmica mundial (Arruda apud Reis 2000)
Este fato impulsionou a percepccedilatildeo de que o mercado possuiacutea seus limites
como reguladores naturais isto eacute que o mercado sozinho natildeo tinha condiccedilotildees de
se auto regular sem a influecircncia do Estado Natildeo restou alternativa para os
americanos a natildeo ser empreender uma mudanccedila de rumo no capitalismo liberal
inaugurando-se a fase intervencionista na qual o governo passou a ter papel
decisivo na orientaccedilatildeo do processo econocircmico Com a poliacutetica do ldquoNew Dealrdquo
os americanos traccedilaram um marco histoacuterico na trajetoacuteria do capitalismo A
intervenccedilatildeo do estado na vida econocircmica representava uma mudanccedila
significativa no modelo tradicional da economia de mercado praticada pelos
Estados Unidos Logo o Estado passou a ser o agente mediador civilizador
interferindo nas relaccedilotildees soacutecio econocircmicas (Arruda apud Reis 2000)
As repercussotildees da crise prolongaram-se ateacute 1933 e nesse cenaacuterio o Brasil
foi um dos paiacuteses novos que mais sofreu com a crise uma vez que o seu produto principal era o cafeacute responsaacutevel por 70 das exportaccedilotildees sendo os Estados
Unidos os maiores compradores e consumidores do produto
Os fazendeiros de cafeacute principal sustentaacuteculo do poder poliacutetico no Brasil
ateacute entatildeo exigiam medidas urgentes para solucionar a crise A incapacidade do
governo de Washington Luiacutes em superaacute-la foi o motivo imediato da revoluccedilatildeo de
1930 que depocircs o presidente e levou ao poder Getuacutelio Vargas
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O Governo Vargas teve que implantar uma seacuterie de medidas com o
objetivo de modernizar a economia brasileira Nesse contexto se produziu uma
primeira ruptura no que diz respeito ao avanccedilo da acumulaccedilatildeo capitalista no
paiacutes no sentido da implantaccedilatildeo de um nuacutecleo baacutesico de induacutestria de bens de
produccedilatildeo bem como no da redefiniccedilatildeo do papel do Estado na economia Para
isso havia a necessidade de um Estado forte e promotor da integraccedilatildeo do
mercado interno e de uma intervenccedilatildeo econocircmica de modo a assegurar a
proteccedilatildeo agrave produccedilatildeo nacional e o bem-estar social da Naccedilatildeo (Mendonccedila
1986)
Na deacutecada de cinquumlenta o modelo econocircmico implantado por Getuacutelio
Vargas comeccedilou a dar seus primeiros sintomas de esgotamento provocando
uma crise poliacutetica que desembocaria finalmente na crise do pacto populista em
1964 Com a posse de Juscelino Kubitschek ocorreu uma reorientaccedilatildeo dos rumos
de nossa economia O Plano de Metas proposto por Juscelino foi um marco na
reelaboraccedilatildeo qualitativa das relaccedilotildees entre Estado e economia no paiacutes
integrando pela primeira vez sob o controle do governo as atividades do capital
puacuteblico e do privado (Mendonccedila 1986)
O golpe de 1964 natildeo correspondeu a nenhum marco no sentido da
definiccedilatildeo de um novo modelo econocircmico pelo contraacuterio seu papel foi apenas o
de garantir a consolidaccedilatildeo definitiva do modelo implantado nos anos cinquumlenta
aprimorando-o Se no periacuteodo compreendido entre 1962 e 1967 foi todo ele de
crise econocircmica Jaacute entre 1968 e 1974 ocorreu o conhecido ldquomilagre
econocircmicordquo cuja essecircncia nada mais significou senatildeo a garantia de lucros
faraocircnicos agraves empresas monopolistas (nacionais e estrangeiras) (Mendonccedila
1986)
42 O Estado e Suas Novas Funccedilotildees Sociais
O fim da deacutecada de 1970 foi marcado por uma crise proveniente do fim
de um periacuteodo denominado ldquomilagre econocircmicordquo este fato favoreceu
movimentos da sociedade em direccedilatildeo a redemocratizaccedilatildeo e a organizaccedilatildeo da
61
sociedade civil atraveacutes de diversos acontecimentos sociais Estes
acontecimentos levaram a instalaccedilatildeo da Assembleacuteia Nacional Constituinte na
qual os movimentos sociais se articularam para tentar incluir na Carta
Constitucional os direitos sociais que entatildeo passariam a ser traduzidos como
deveres do Estado atraveacutes das Poliacuteticas Puacuteblicas Nesta eacutepoca a Poliacutetica Social
brasileira apresentava estrateacutegia reformista conforme Fagnani (citado por
Carvalho 2002)
ldquoCrescimento sustentado ampliaccedilatildeo do emprego aumento de salaacuterio real melhor distribuiccedilatildeo de renda reforma agraacuteria seguro desemprego revisatildeo da legislaccedilatildeo trabalhista e sindical descentralizaccedilatildeo poliacutetico-administrativa participaccedilatildeo e controle social redefiniccedilatildeo do padratildeo regressivo de financiamento das poliacuteticas sociais universalizaccedilatildeo do acesso ampliaccedilatildeo do impacto redistributivordquo
A Carta Constitucional de 1988 formulou a organizaccedilatildeo do sistema
federativo brasileiro onde ficou definido o papel do governo federal que assumiu
prioritariamente a coordenaccedilatildeo das Poliacuteticas Puacuteblicas Sociais enquanto os
municiacutepios assumiram a maior parte da responsabilidade de execuccedilatildeo dessas
poliacuteticas Com isto ficou prevista a transferecircncia de diversas atribuiccedilotildees
responsabilidades e recursos da instancia federal para os niacuteveis estaduais e
municipais de governo Com esta transferecircncia de atribuiccedilotildees os estados
passaram a ter autonomia para definirem a organizaccedilatildeo e a gestatildeo de suas
poliacuteticas (Carvalho 2002)
A deacutecada de 1990 foi marcada pelas lutas dos setores progressistas da
sociedade pela implementaccedilatildeo e regulamentaccedilatildeo dos direitos sociais definidos
na Constituiccedilatildeo Foram entatildeo regulamentadas as leis nas aacutereas voltadas para a
crianccedila e o adolescente da seguridade social da sauacutede da assistecircncia social
da previdecircncia social e da educaccedilatildeo Foi um periacuteodo marcado pelo conflito
entre a expectativa da implementaccedilatildeo de Poliacuteticas Puacuteblicas que concretizassem
os direitos conquistados assegurados em lei e as restriccedilotildees poliacuteticas e
econocircmicas impostas para a sua implementaccedilatildeo (Carvalho 2002)
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O Estado entatildeo passou a formular poliacuteticas de caraacuteter econocircmico e
social que comeccedilaram a se tornar segundo Silva (citado em Carvalho 2002)
ldquoarena de lutas por acesso a riqueza socialrdquo Isto porque as poliacuteticas puacuteblicas satildeo
geralmente responsaacuteveis por grandes conflitos de interesses pois atingem
diretamente as camadas e classes sociais Devido agrave criaccedilatildeo de questotildees sociais
para atender interesses de uns acabam por infligir no interesse de outros
Pode-se supor que o principal motivo para que os conflitos ocorram seja
devido agraves classes mais favorecidas natildeo terem interesse em perder seus privileacutegios
e com isto natildeo admitirem que os indiviacuteduos das classes menos privilegiadas
venham a ter condiccedilotildees de atingirem niacuteveis melhores de desenvolvimento Com
isto esta parcela desprivilegiada da sociedade passaria a ter a possibilidade de
aumentar a sua capacidade de competiccedilatildeo Se a maioria dos indiviacuteduos tiver a
mesma capacidade de competiccedilatildeo seraacute facilitada a diminuiccedilatildeo das diferenccedilas
sociais e com isto haveraacute a promoccedilatildeo da igualdade Igualdade esta que fere
fortemente os privileacutegios de classe que jaacute se encontram enraizados na cultura de
dominaccedilatildeo sobre os mais fracos Neste processo se faz muito importante agrave
participaccedilatildeo de grupos de indiviacuteduos que quando organizados promovem
movimentos de defesa da garantia dos direitos civis poliacuteticos e sociais
Os movimentos gerados por estes grupos satildeo muitas vezes responsaacuteveis
pelas accedilotildees do Estado atraveacutes de reuniotildees entrevistas pesquisas e contatos
diretos com os indiviacuteduos que satildeo levantadas as principais necessidades da
sociedade sejam elas poliacuteticas ou sociais (Carvalho 2002)
43 Poliacuteticas Puacuteblicas Uma Questatildeo de Conceito
Dentre as vaacuterias definiccedilotildees para poliacuteticas Puacuteblicas destacam-se pela
abrangecircncia a definiccedilatildeo dada por Pereira citada em Carvalho 2002
ldquoLinha de accedilatildeo coletiva que concretiza direitos sociais coletivos declarados e garantida
em lei Eacute mediante as poliacuteticas Puacuteblicas que satildeo distribuiacutedos os redistribuiacutedos bens e serviccedilos
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sociais em resposta agraves demandas da sociedade Por isso o direito que as fundamenta eacute um direito
coletivo e natildeo individualrdquo(apud Carvalho2002)
Ainda segundo Pereira para se definir Poliacutetica Puacuteblica se faz necessaacuteria agrave
compreensatildeo do real significado do termo puacuteblico e tambeacutem a sua abrangecircncia
neste sentido destaca-se
ldquoO termo puacuteblico associado agrave poliacutetica natildeo eacute uma referecircncia exclusiva ao Estado como
muitos pensam mas sim agrave coisa puacuteblica ou seja de todos sob a eacutegide de uma mesma lei e o apoio
de uma comunidade de interesses Portanto embora as Poliacuteticas Puacuteblicas sejam reguladas e
frequumlentemente providas pelo Estado elas tambeacutem englobam preferecircncias escolhas e decisotildees
privadas podendo (e devendo) ser controladas pelos cidadatildeos A Poliacutetica Puacuteblica expressa assim a
conversatildeo de decisotildees privadas em decisotildees e accedilotildees puacuteblicas que afetam a todosrdquo
44 Formulaccedilatildeo de Poliacuteticas Puacuteblicas
Para que uma Poliacutetica Puacuteblica seja formulada existe o envolvimento de
diversos fatores sendo os principais a identificaccedilatildeo dos atores e dos reais
interesses que envolvem a inclusatildeo de determinada questatildeo na agenda puacuteblica
para que posteriormente seja regulamentada como Poliacutetica Puacuteblica Para isto eacute
importante que ocorra a mobilizaccedilatildeo de representantes da sociedade civil e do
Estado que discutem os problemas fazem o levantamento das necessidades
para que posteriormente fundamentem suas argumentaccedilotildees Todo este processo
se faz necessaacuterio para que os direitos sociais possam ser regulamentados e no
momento seguinte seja formulada uma Poliacutetica Puacuteblica que expresse com
clareza os interesses e as necessidades de todos os envolvidos (Carvalho 2002)
Os movimentos sociais que na deacutecada de 1980 lutaram pelo fim do
regime autoritaacuterio e pela redemocratizaccedilatildeo da sociedade foram atores sociais
importantes na discussatildeo e definiccedilatildeo das novas formas de organizaccedilatildeo e gestatildeo
das Poliacuteticas Puacuteblicas A descentralizaccedilatildeo dos poderes e das funccedilotildees do Estado eacute
tema recorrente como sinocircnimo de democratizaccedilatildeo Os atores envolvidos
frequumlentemente questionam as poliacuteticas puacuteblicas brasileiras as quais satildeo
atribuiacutedas historicamente as seguintes caracteriacutesticas (Carvalho 2002)
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SELETIVAS Natildeo possuem grande abrangecircncia isto eacute natildeo atingem a
toda faixa da sociedade que em tese necessitaria de uma determinada poliacutetica
puacuteblica soacute atingindo um pequeno grupo selecionado Um exemplo a ser citado
eacute o caso da Nova Escola pois atinge a uma parcela de escolas que satildeo
selecionadas pelo seu desempenho isto eacute preenchem todos os requisitos
estabelecidos A escola que natildeo se enquadrar nesses moldes padrotildees natildeo
recebe recursos nem a gratificaccedilatildeo dos professores o que acarreta um
desempenho ainda pior no ano seguinte Isto pode ocorrer devido ao perfil das
escolas e de seus alunos serem diferentes natildeo podendo ser julgados da mesma
forma isto se reflete claramente nas aacutereas mais carentes onde devido aos
diversos problemas vividos por esta comunidade o desempenho dos alunos
muitas vezes eacute mais baixo natildeo significando que a escola natildeo esteja cumprindo o
seu papel de ensinar
FRAGMENTADAS Normalmente natildeo satildeo contiacutenuas atuam por um
determinado periacuteodo de tempo e com o passar do tempo simplesmente satildeo
esquecidas Este esquecimento muitas vezes se faz devido agrave falta de recursos
que podem ser oriundos da falta de interesse poliacutetico como tambeacutem da
sociedade que eacute detentora de capital Neste caso podemos tomar como
exemplo o caso dos CIEPS (Centro Integrado de Educaccedilatildeo Puacuteblica) que no seu
projeto original a escola funcionava em regime integral onde os alunos aleacutem de
estudarem participavam de inuacutemeras atividades aleacutem de alimentaccedilatildeo soacute
retornando para casa no fim do dia Este projeto que inicialmente tinha uma
visatildeo de escola ideal com as mudanccedilas poliacuteticas e a falta de recursos para a
sua manutenccedilatildeo foi praticamente extinto tendo hoje em dia algumas poucas
unidades funcionando em regime integral
EXCLUDENTES Excluem entre os excluiacutedos Isto significa que entre os
considerados excluiacutedos as Poliacuteticas Puacuteblicas natildeo atingem a todos excluem a
maioria do grupo Neste caso podemos citar alguns programas sociais nos quais
as pessoas para receber os benefiacutecios precisam ser cadastradas Para isso eacute
necessaacuterio que estas pessoas tenham toda documentaccedilatildeo que nem sempre a
populaccedilatildeo socialmente excluiacuteda natildeo tem condiccedilotildees de possuir
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SETORIADAS natildeo satildeo amplas atingem somente uma necessidade
e natildeo a um conjunto de necessidades que por muitas vezes estatildeo interligadas
assim como atingem somente alguns setores da sociedade e natildeo a sociedade
como um todo Nesta aacuterea podemos citar como exemplo algumas accedilotildees na
aacuterea de sauacutede Existem poliacuteticas de doaccedilatildeo de remeacutedios mas natildeo existe
investimento na aacuterea de prevenccedilatildeo de doenccedilas como saneamento baacutesico que
eacute uma das maiores causas de doenccedilas nas aacutereas carentes
Os questionamentos desses atores e a incorporaccedilatildeo das vontades da
sociedade nas decisotildees poliacuteticas movimentaram a Assembleacuteia Constituinte de
1988 e resultaram em dois princiacutepios que fundamentaram o processo de
descentralizaccedilatildeo a democratizaccedilatildeo e a participaccedilatildeo
A figura 41 a seguir mostra esquematicamente como se daacute a
formaccedilatildeo de uma Poliacutetica Puacuteblica
66
ESTADO
DIAGNOacuteSTICO DO PROBLEMA
SOCIEDADE
CIVIL
LEVANTAMENTO DAS NECESSIDADES
DIREITOS SOCIAIS
POLIacuteTICAS PUacuteBLICAS
Figura 41 Diagrama esquemaacutetico da formaccedilatildeo de uma poliacutetica puacuteblica
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria a partir de informaccedilotildees citadas neste capiacutetulo
67
45 Aacutereas de Aplicaccedilatildeo das Poliacuteticas Puacuteblicas
Existem diversas aacutereas onde satildeo aplicadas as Poliacuteticas Puacuteblicas das quais
podemos destacar a ciecircncia e tecnologia a econocircmica a social e a
educacional
Poliacuteticas Puacuteblicas da Ciecircncia e Tecnologia
As Poliacuteticas Puacuteblicas da ciecircncia e tecnologia tem como principal objetivo
promover o desenvolvimento cientiacutefico e tecnoloacutegico tendo em foco a soberania
e a independecircncia do paiacutes As bases de uma sociedade minimamente justa
derivam de seu desenvolvimento cientiacutefico e tecnoloacutegico e principalmente da
democratizaccedilatildeo desses avanccedilos e dos acessos a seus benefiacutecios por todos os
cidadatildeos pois natildeo tem sentido um paiacutes possuir grandes avanccedilos tecnoloacutegicos e
cientiacuteficos se isto soacute ficar restrito ao mundo acadecircmico ou cientiacutefico Para estes
avanccedilos terem um real valor devem ser acessiacuteveis agraves diversas camadas da
sociedade atingindo um maior nuacutemero possiacutevel de indiviacuteduos seja de maneira
aplicativa ou mesmo informativa (Amaral 2004)
A ciecircncia deve sempre estar a dispor do humanismo e tem como um dos
seus principais papeacuteis a inclusatildeo social atraveacutes do combate aos desniacuteveis sociais
e regionais que separam a humanidade Satildeo exemplos de Poliacutetica Puacuteblicas
cientiacuteficas e tecnoloacutegicas O desenvolvimento da economia utilizando inovaccedilotildees
e bens e serviccedilos que promovam a substituiccedilatildeo competitiva de importaccedilotildees
para gerar renda e empregos a ampliaccedilatildeo e a formaccedilatildeo de pesquisadores em
aacutereas estrateacutegicas a promoccedilatildeo de articulaccedilotildees de cooperaccedilatildeo entre
Universidades e empresas(Amaral 2004)
Enfim as poliacuteticas Publicas de ciecircncia e tecnologia tem como objetivo
principal agrave popularizaccedilatildeo do conhecimento cientiacutefico e tecnoloacutegico para que
estes sejam reconhecidos como componentes do bem estar social (Amaral
2004)
68
Poliacuteticas Puacuteblicas Sociais
Nas Poliacuteticas Puacuteblicas Sociais a expressatildeo ldquosocialrdquo faz com que esta se decirc
atraveacutes de um conjunto de princiacutepios diretrizes objetivas e normas que
necessitam ser de caraacuteter permanente e o mais abrangente possiacutevel para que
possam orientar a atuaccedilatildeo do poder puacuteblico (Carvalho 2002)
Nos uacuteltimos anos do seacuteculo passado a maioria dos paiacuteses foi marcada por
fortes ajustes econocircmicos o que causou o agravamento dos problemas sociais
que teve como principais fatores
O desemprego estrutural rArr Falta de postos de trabalho suficientes
para todos ou pelo menos para a maioria dos indiviacuteduos em idade
economicamente ativa
As relaccedilotildees trabalhistas precaacuterias rArr Irregularidades cometidas pelos
empregadores como a falta de carteira assinada dos trabalhadores
terceirizaccedilatildeo de matildeo de obra desregulamentaccedilatildeo dos direitos conquistados
etc
As alteraccedilotildees na organizaccedilatildeo familiar rArr Aumento do nuacutemero de
famiacutelias chefiadas por mulheres
Alteraccedilatildeo no ciclo de vida rArr Diminuiccedilatildeo da taxa de mortalidade
infantil e aumento da longevidade pois com o avanccedilo da medicina alguns
problemas de sauacutede que causavam mortes no passado hoje satildeo considerados
relativamente simples e podem ser tratados diminuindo as mortes precoces Este
fato acarreta um aumento expressivo da populaccedilatildeo ativa como tambeacutem o
periacuteodo em que os indiviacuteduos estatildeo ativos
Estes fatores contribuem para um aumento expressivo das necessidades
essenciais para a populaccedilatildeo o que o sistema natildeo consegue suprir pois o nuacutemero
de postos de trabalho natildeo eacute suficiente deixam milhares de pessoas sem acesso
agraves necessidades baacutesicas assim como possibilitam um desrespeito com o
trabalhador Esse cenaacuterio promove o aprofundamento das desigualdades
69
sociais o que gera exclusatildeo social e simultacircnea inclusatildeo marginal de grande
parcela da populaccedilatildeo (Carvalho 2002)
Os problemas citados satildeo apenas alguns exemplos das causas das
desigualdades sociais e da geraccedilatildeo de um grande nuacutemero de indiviacuteduos
excluiacutedos Estes estatildeo agrave margem da sociedade sem acesso ao miacutenimo
necessaacuterio para viverem bem e principalmente ficam privados de terem acesso
a melhores condiccedilotildees de vida
Para tentar mudar este cenaacuterio alguns programas de accedilotildees foram criados
poreacutem na maioria das vezes natildeo satildeo abrangentes satildeo seletivos isto eacute
selecionam alguns dentre todos que precisam Isto significa excluir dentro dos
excluiacutedos Estes programas tambeacutem em muitos casos natildeo satildeo accedilotildees contiacutenuas
e sim temporaacuterias que com o tempo perdem o interesse sejam estes interesses
poliacuteticos pessoais etc Com isto simplesmente satildeo interrompidas deixando muitas
pessoas desamparadas visto que em muitos casos esta parcela carente da
sociedade se torna dependente destas accedilotildees sociais Estes indiviacuteduos estatildeo
sempre agrave mercecirc de novas poliacuteticas geradas por outros interesses
A participaccedilatildeo popular na gestatildeo ldquoda coisa puacuteblicardquo foi consagrada pelo
processo de redemocratizaccedilatildeo do Estado brasileiro ao fundar as bases para a
introduccedilatildeo de algumas experiecircncias que contribuiacuteram para a ampliaccedilatildeo da
esfera puacuteblica no paiacutes entendida como ldquoarenardquo onde as questotildees que atingem
a determinado conjunto da sociedade satildeo expressas debatidas e tematizadas
por atores sociais Tais experiecircncias alteraram significativamente a relaccedilatildeo
Estado-Sociedade na medida em que criaram novos canais de participaccedilatildeo
popular como por exemplo a criaccedilatildeo dos conselhos de poliacuteticas sociais que tecircm
atuado na sua co-gestatildeo Estes conselhos funcionam como instrumentos de
expressatildeo representaccedilatildeo e participaccedilatildeo popular possuindo portanto o desafio
de discutir e deliberar sobre determinados temas buscando consensos e alianccedilas
que definam as agendas puacuteblicas que representem interesses coletivos
(Carvalho 2002)
70
A construccedilatildeo de poliacuteticas Puacuteblicas na aacuterea Social necessita da adoccedilatildeo de
conceitos e praacuteticas inovadores que possam dar suporte teacutecnicondashpoliacutetico uma
vez que estes enunciados natildeo possuem forccedila suficiente para a transformaccedilatildeo
das praacuteticas realizadas na aacuterea social que satildeo tradicionalmente assistencialistas
Sendo assim satildeo accedilotildees que possuem o poder de transformar os direitos dos
indiviacuteduos adquiridos atraveacutes de lutas em simples ajuda ou doaccedilatildeo O que deixa
o indiviacuteduo com a sensaccedilatildeo de gratidatildeo e ateacute na obrigaccedilatildeo de retribuir o favor
o que na visatildeo da autora eacute indesejaacutevel pois em uacuteltima instacircncia praacuteticas
assistencialistas podem se transformar em moeda de troca com fins eleitorais
Poliacuteticas Puacuteblicas Educacionais
As poliacuteticas educacionais muitas vezes se confundem com as poliacuteticas
sociais isto porque quando satildeo criadas muitas vezes satildeo responsaacuteveis pela
inclusatildeo social Com a educaccedilatildeo eacute possiacutevel se obter a melhoria da qualidade de
vida dos indiviacuteduos atraveacutes da diminuiccedilatildeo das diferenccedilas sociais devido agrave
educaccedilatildeo ser responsaacutevel pela igualdade das oportunidades Quando se tem
Poliacuteticas Puacuteblicas que oferecem acesso a uma educaccedilatildeo de qualidade a todos
sem distinccedilatildeo satildeo criados mecanismos para que a competiccedilatildeo ocorra em
igualdade de condiccedilotildees
A Poliacutetica da Educaccedilatildeo tem como principal objetivo a promoccedilatildeo da
cidadania e eacute um instrumento de grande importacircncia para o desenvolvimento a
inserccedilatildeo e a competitividade de todos os indiviacuteduos Isto eacute um fator de muita
importacircncia para o crescimento de qualquer naccedilatildeo principalmente as que estatildeo
em desenvolvimento Se um paiacutes deseja se ver como soberano e sem exclusotildees
precisa desenvolver as ciecircncias humanas naturais exatas tecnoloacutegicas as artes
e todas as linguagens de modo geral o que jaacute se faz possiacutevel atraveacutes da garantia
de uma educaccedilatildeo de qualidade para todos sem distinccedilatildeo Dentro deste tema
ensinos de qualidade existem diversas poliacuteticas de avaliaccedilatildeo do desempenho do
ensino puacuteblico desde a educaccedilatildeo baacutesica ateacute o ensino universitaacuterio
(wwwestadatildeocombr)
71
Dentre essas poliacuteticas podemos destacar a criaccedilatildeo do Fundo de
Manutenccedilatildeo e de Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorizaccedilatildeo do
Magisteacuterio (FUNDEF) que trouxe benefiacutecios principalmente nas regiotildees mais
pobres do paiacutes Outras poliacuteticas educacionais adotadas satildeo as avaliaccedilotildees de
cursos como o Exame Nacional do Ensino Meacutedio (ENEM) e o Exame Nacional de
Cursos (PROVAtildeO) Tais avaliaccedilotildees para serem efetivas necessitariam de virem
acompanhadas de programas consistentes de melhoria de qualidade do ensino
envolvendo a formaccedilatildeo o treinamento contiacutenuo e a valorizaccedilatildeo do professor
inclusive atraveacutes de uma melhor remuneraccedilatildeo a partir de criteacuterios de
desempenho (wwwestadaocombr)
No tocante agrave capacitaccedilatildeo docente o papel das Universidades como
centros de geraccedilatildeo e de difusatildeo de saber torna-se fundamental e muito
importante pois satildeo estas que preparam os professores Aleacutem disso devem
promover a formaccedilatildeo contiacutenua pois a formaccedilatildeo do professor natildeo termina com o
final da graduaccedilatildeo e sim as universidades devem estar sempre oferecendo
cursos de capacitaccedilatildeo para que estes profissionais estejam sempre atualizados
de modo a realizar o seu trabalho com maior eficiecircncia
Os desafios qualitativos e quantitativos da educaccedilatildeo satildeo de tal
magnitude que natildeo podem mais passar despercebidos tanto que necessitam
que seja dada uma importacircncia estrateacutegica para este problema e com isto se
fazer investimentos nesta aacuterea A educaccedilatildeo seja baacutesica ou universitaacuteria deve ser
considerada prioridade e contar com recursos progressivamente maiores
Atualmente a meacutedia de escolaridade dos brasileiros eacute de pouco mais de
quatro anos o que eacute um indicador que demonstra a situaccedilatildeo da desigualdade e
injusticcedila social existente no paiacutes Segundo o Censo da Educaccedilatildeo Superior de
2000 o jovem das camadas mais pobres praticamente natildeo tem acesso agrave
educaccedilatildeo superior Apenas 77 dos jovens entre 18 e 22 anos frequumlentam
cursos Universitaacuterios Cerca de 70 destes estudam em estabelecimentos de
ensino privados que por possuiacuterem custo elevado levam a uma situaccedilatildeo de que
somente uns poucos consigam concluir o curso Para isto nos anos 70 foi criado o
72
Creacutedito Educativo que funciona como uma alternativa poreacutem este sistema natildeo
eacute suficiente para atender agrave grande demanda pois o nuacutemero de alunos assistidos
por este programa eacute muito pequeno em relaccedilatildeo agrave quantidade de jovens em que
este se faz necessaacuterio (www estadaocom br)
Uma alternativa oferecida eacute o PROUNI definido como Programa
Universidade para Todos que foi criado pela MP nordm 2132004 e institucionalizado
pela Lei nordm 11096 de 13 de janeiro de 2005 O programa tem como finalidade a
concessatildeo de bolsas de estudos integrais e parciais a estudantes de baixa renda
em cursos de graduaccedilatildeo e sequumlenciais de formaccedilatildeo especiacutefica em instituiccedilotildees
privadas de educaccedilatildeo superior oferecendo em contrapartida isenccedilatildeo de
alguns tributos agravequelas que aderirem ao Programa
Estes programas funcionam apenas como paliativos dos problemas
educacionais do paiacutes pois o ideal seria um maior investimento na formaccedilatildeo
baacutesica de qualidade na rede puacuteblica para que todos tivessem igualdade de
condiccedilatildeo para ingressar nas Universidades Puacuteblicas
Como forma de poliacutetica de inclusatildeo social foi criada uma lei (nordm36272004)
que aumenta a inserccedilatildeo de jovens carentes e negros nas Universidades Puacuteblicas
isto ocorre atraveacutes das reservas de vagas denominado de SISTEMA DE COTAS
que seraacute tratado detalhadamente no Capiacutetulo 7
No capiacutetulo seguinte seratildeo abordados o histoacuterico e a evoluccedilatildeo da
Educaccedilatildeo Ambiental no Brasil e no mundo
73
Capiacutetulo 5 Histoacuterico e Evoluccedilatildeo da Educaccedilatildeo
Ambiental
51 Definiccedilatildeo
Para se definir Educaccedilatildeo Ambiental natildeo eacute simples e para isto deve-se
fazer uma anaacutelise de vaacuterios contextos pois de acordo com a influecircncia que o
meio exerce e a vivecircncia de cada indiviacuteduo pode-se ter inuacutemeros conceitos para
a Educaccedilatildeo Ambiental (wwwapoemacombr)
Atraveacutes de um levantamento bibliograacutefico vaacuterias definiccedilotildees sobre o tema
Educaccedilatildeo Ambiental foram encontradas e estatildeo apontadas a seguir em ordem
cronoloacutegica
ldquoEacute um processo que tem como objetivo a formaccedilatildeo de cidadatildeos cujos
conhecimentos acerca do ambiente biofiacutesico e seus problemas associados
possam alertaacute-los e habilitaacute-los a resolver seus problemasrdquo (Stapp et alii 1969)
ldquoEacute um processo que consiste em reconhecer valores e em aclarar
conceitos com o objetivo de fomentar aptidotildees e atitudes necessaacuterias para
74
compreender e apreciar as inter-relaccedilotildees entre o homem sua cultura e seu meio
biofiacutesico Ela compreende tambeacutem a praacutetica na tomada de decisotildees e na
elaboraccedilatildeo de um coacutedigo de comportamento acerca das questotildees
relacionadas com a qualidade do meio ambienterdquo (Reuniatildeo Internacional sobre
EA da IUCN ndash Paris 1970)
ldquoA finalidade da Educaccedilatildeo Ambiental eacute formar uma populaccedilatildeo mundial
consciente e preocupada com o ambiente e os problemas com ele
relacionados e que possua conhecimentos capacidades atitudes a motivaccedilatildeo
e compromisso para colaborar individual coletivamente na resoluccedilatildeo de
problemas atuais na prevenccedilatildeo de problemas futurosrdquo( Conferecircncia de
Estocolmo 1972)
ldquoEacute um processo no qual deveria ocorrer o desenvolvimento progressivo de
um senso de preocupaccedilatildeo com o meio ambiente baseado em um completo e
sensiacutevel entendimento de relaccedilatildeo do homem com o meiordquo (Mellowes C 1972)
ldquoEgrave uma dimensatildeo dada ao conteuacutedo e a praacutetica da Educaccedilatildeo orientada
para a soluccedilatildeo dos problemas concretos do meio ambiente atraveacutes de enfoques
interdisciplinares e de uma participaccedilatildeo ativa e responsaacutevel de cada indiviacuteduo e
da coletividaderdquo(Conferecircncia de Tbilisi 1977)
ldquoA Educaccedilatildeo Ambiental tem sido entendida e desenvolvida enquanto
educaccedilatildeo sobre o ambiente educaccedilatildeo no ambiente educaccedilatildeo para o
ambiente e pelas classes formadas pelas possiacuteveis combinaccedilotildees entre as trecircs
categorias A Educaccedilatildeo sobre o ambiente procura desenvolver o conhecimento
e a compreensatildeo incluindo as capacidades necessaacuterias para obter este
conhecimento A educaccedilatildeo para ambiente procura a preservaccedilatildeo ou melhoria
do ambiente Ambas satildeo caracterizadas pelos seus objetivos Por outro lado a
educaccedilatildeo no ambiente caracteriza-se por ser uma teacutecnica de ensino ndash
aprendizagem e o termo ambiente geralmente significa o mundo fora da sala de
aula ou de uma forma geral o contexto natural eou social em que as pessoas
vivemrdquo (Lucas 1980)
75
ldquoEacute um processo permanente no qual os indiviacuteduos e a comunidade tomam
consciecircncia do seu ambiente e adquirem conhecimentos habilidades
experiecircncias valores e a determinaccedilatildeo que os tornam capazes de agir individual
ou coletivamente na busca de soluccedilotildees para os problemas ambientais presentes
e futurosrdquo(UNESCO 1987)
ldquoEacute o processo de reconhecer valores e aclarar conceitos para criar
habilidades e atitudes necessaacuterias que sirvam para compreender e apreciar a
relaccedilatildeo muacutetua entre o homem sua cultura e seu meio circundante biofiacutesico A
educaccedilatildeo ambiental tambeacutem incluiu a praacutetica de tomar decisotildees e autoformular
um coacutedigo de comportamento com relaccedilatildeo agraves questotildees que concernem agrave
qualidade ambientalrdquo (Gonccedilalvez 1990)
ldquoA Educaccedilatildeo Ambiental natildeo deve ser entendida como um tipo especial
de educaccedilatildeo Trata-se de um processo longo e contiacutenuo de aprendizagem de
uma filosofia de trabalho participativo em que todos famiacutelia escola e
comunidade devem estar envolvidos O processo de aprendizagem de que trata
a educaccedilatildeo ambiental natildeo pode ficar restrito exclusivamente agrave transmissatildeo de
conhecimentos agrave heranccedila cultural do povo agraves geraccedilotildees mais novas ou agrave simples
preocupaccedilatildeo com a formulaccedilatildeo integral do educando inserindo em seu
contexto social Deve ser um processo de aprendizagem centrado no aluno
gradativo contiacutenuo e respeitador de sua cultura e de sua comunidade Deve ser
um processo criacutetico criativo e poliacutetico com preocupaccedilatildeo de transmitir
conhecimentos a partir da discussatildeo e avaliaccedilatildeo critica dos problemas
comunitaacuterios e tambeacutem da avaliaccedilatildeo feita pelo aluno de sua realidade
individual e social na comunidade em que viverdquo (Gonccedilalves 1990)
ldquoA educaccedilatildeo ambiental se caracteriza por incorporar as dimensotildees soacutecio-
econocircmica poliacutetica cultural e histoacuterica natildeo podendo se basear em pautas
riacutegidas e de aplicaccedilatildeo universal devendo considerar as condiccedilotildees e estaacutegios de
cada paiacutes regiatildeo e comunidade sob uma perspectiva histoacuterica Assim sendo a
Educaccedilatildeo Ambiental deve permitir a compreensatildeo da natureza complexa do
meio ambiente e interpretar a interdependecircncia entre os diversos elementos que
76
conformam o ambiente com vistas a utilizar racionalmente os recursos do meio
na satisfaccedilatildeo material e espiritual da sociedade no presente e no
futurordquo(Conferecircncia Rio 92)
ldquoEacute o conhecimento das estruturas de composiccedilatildeo e da funcionalidade
da natureza das interferecircncias do que o homem produziu sobre esta estrutura
essa composiccedilatildeo e essa funcionalidaderdquo (Faria 1992)
ldquoEacute um processo de formaccedilatildeo e informaccedilatildeo orientado para o
desenvolvimento da consciecircncia criacutetica sobre as questotildees ambientais e de
atividades que levem agrave participaccedilatildeo das comunidades na preservaccedilatildeo do
equiliacutebrio ambientalrdquo (Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA)
ldquoEacute um processo por meio do qual o indiviacuteduo e a coletividade constroem
valores sociais conhecimentos habilidades atitudes e competecircncias voltadas
para a conservaccedilatildeo do Meio Ambiente bem de uso comum do povo essencial
agrave sadia qualidade de vida e sua sustentabilidaderdquo (Art1ordm Lei Federal nordm9795 de
27041999)
ldquoEacute o processo educacional de estudos e aprendizagem dos problemas
ambientais e suas interligaccedilotildees com o homem na busca de soluccedilotildees que visem a
preservaccedilatildeo do meio ambienterdquo (Santos1999)
ldquoEacute um processo que envolve um vigoroso esforccedilo de recuperaccedilatildeo de
realidades e que garante um compromisso com o futuro Uma accedilatildeo entre
missionaacuteria utoacutepica destinada a reformular comportamentos humanos e recriar
valores perdidos ou jamais alcanccedilados Trata-se de um novo ideaacuterio
comportamental tanto no acircmbito individual quanto no coletivordquo (Aziz Abrsquo Saber)
ldquoEacute um processo no curso do qual o indiviacuteduo consegue assimilar os
conceitos e interiorizar as atitudes mediante as quais adquire as capacidades e
os comportamentos que lhe permitem compreender e julgar as relaccedilotildees de
interdependecircncia estabelecidas entre a sociedade com seu modo de
produccedilatildeo sua ideologia e sua estrutura de poder dominante e seu meio
77
biofiacutesico assim como para atuar em consequumlecircncia da anaacutelise efetuadardquo (Cantildeal
Garcia Porlaacuten)
Com as inuacutemeras definiccedilotildees para Educaccedilatildeo Ambiental observa-se que
cada oacutergatildeo ou membro da Sociedade tem uma visatildeo de Educaccedilatildeo Ambiental
que vai variar no ponto de interesse de cada um
Para alguns indiviacuteduos falar sobre os problemas do Meio Ambiente eacute se
restringir aos assuntos relacionados agrave extinccedilatildeo de organismos vivos como animais
e plantas Atualmente a Educaccedilatildeo Ambiental eacute colocada em uma posiccedilatildeo
mais realista e esclarecedora na qual define como Meio Ambiente tudo que
compotildee a paisagem Deste modo Meio Ambiente pode ser classificado de
diversas formas como Meio Ambiente natural que eacute a natureza com toda sua
diversidade Meio Ambiente fiacutesico que satildeo as edificaccedilotildees estradas etc e Meio
Ambiente social que eacute formado pelas pessoas que compotildeem a Sociedade
(Carvalho 2002)
Com base nestas definiccedilotildees se pode afirmar que a Educaccedilatildeo Ambiental
funciona como uma base na busca de um equiliacutebrio entre o homem e o
ambiente que o cerca e o seu objetivo fundamental eacute suscitar mudanccedilas de
comportamento na sociedade Os indiviacuteduos devem construir enquanto grupo
social valores novos conhecimentos atitudes e habilidades indispensaacuteveis para a
conservaccedilatildeo do meio ambiente que eacute um patrimocircnio coletivo essencial para a
vida saudaacutevel (ALERJ 1999)
Para que o equiliacutebrio possa ser atingido existe a necessidade da
construccedilatildeo dos pilares de uma Sociedade Sustentaacutevel onde cada sistema social
tende a atualizar-se de modo a incorporar a dimensatildeo ambiental em suas
respectivas especificidades a partir do fornecimento de meios adequados para
a transiccedilatildeo em direccedilatildeo a sustentabilidade Assim o Sistema Juriacutedico cria o
ldquoDireito Ambientalrdquo o Sistema Cientiacutefico desenvolve a ldquoCiecircncia Complexardquo o
Sistema Tecnoloacutegico cria a ldquoTecnologia Eco eficienterdquo o Sistema Econocircmico
potencializa uma ldquoEconomia Ecoloacutegicardquo o Sistema poliacutetico oferece uma ldquoPoliacutetica
78
Verderdquo e o Sistema Educacional fornece a ldquoEducaccedilatildeo Ambientalrdquo Cabe a cada
sistema social desenvolver condiccedilotildees especiacuteficas que favoreccedilam as muacuteltiplas
dimensotildees da Sustentabilidade (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)
Dentro deste contexto de sistemas sociais que possuem o poder e o dever
de promover as mudanccedilas na aacuterea ambiental destaca-se o Sistema
Educacional pois este eacute o responsaacutevel pela construccedilatildeo dos fundamentos da
Sociedade Sustentaacutevel capaz de promover as mudanccedilas atraveacutes de duas
funccedilotildees ldquoMudanccedilas Culturaisrdquo com a informaccedilatildeo e promoccedilatildeo da eacutetica
ecoloacutegica e as ldquoMudanccedilas Sociaisrdquo atraveacutes da valorizaccedilatildeo dos indiviacuteduos grupos
e sociedades que muitas vezes se encontram em maacutes condiccedilotildees de enfrentar os
desafios dos novos tempos
52 Histoacuterico
Alguns autores mencionam que a Educaccedilatildeo Ambiental teve iniacutecio apoacutes a
Segunda Guerra Mundial onde fez emergir com maior ecircnfase os estudos do meio
ambiente e a importacircncia de uma educaccedilatildeo especiacutefica para este fim Para
outros a Educaccedilatildeo Ambiental eacute anterior a este periacuteodo mesmo que de forma
inconsciente sem maiores pretensotildees (Ministeacuterio do meio Ambiente 2004)
Na verdade natildeo se pode definir com exatidatildeo o momento onde tem iniacutecio
a histoacuteria da Educaccedilatildeo Ambiental tanto no Brasil como no mundo Na verdade a
Educaccedilatildeo Ambiental sempre esteve presente desde a antiguidade e ateacute se
pode mencionar que a histoacuteria teve iniacutecio no momento em que os primeiros
habitantes da terra comeccedilaram a se incomodar com o seu entorno isto eacute com
seus dejetos onde a presenccedila deles comeccedilou a causar desconforto Neste
momento se comeccedilou a pensar como eliminar estes dejetos para melhorar a
qualidade do ambiente em que viviam (Abreu 2000)
Partindo deste principio admiti-se que a evoluccedilatildeo da Educaccedilatildeo
Ambiental se deu atraveacutes de fatos ou acontecimentos que levaram as pessoas a
pensarem e tomarem iniciativas que levassem a melhorar as condiccedilotildees do
79
ambiente em que viviam ou para evitar que problemas maiores pudessem surgir
no futuro que pudessem comprometer a qualidade de vida das futuras
geraccedilotildees Baseados neste princiacutepio destacam-se alguns fatos ocorridos no Brasil
e no mundo que foram marcantes para a histoacuteria da Educaccedilatildeo Ambiental
SEacuteCULO XIX
1808 Criaccedilatildeo do Jardim Botacircnico no Rio de Janeiro Em 13 de junho
de 1808 foi criado o Jardim de Aclimataccedilatildeo que serviria para aclimatar as
especiarias vindas das Iacutendias Orientais Foi criado por DJoatildeo Priacutencipe Regente
na eacutepoca que era encantado com a exuberacircncia da natureza do lugar As
primeiras espeacutecies de plantas trazidas para o Jardim vieram das Ilhas Mauriacutecio do
Jardim Pamplemousse por Luiz de Abreu Vieira e Silva (wwwjbrjgovbr)
1850 Lei 601 de Dom Pedro II proibindo a exploraccedilatildeo florestal nas
terras devolutas isto eacute as que natildeo se acharem aplicadas a algum uso puacuteblico
nacional provincial ou municipal A lei determinava a proibiccedilatildeo de derrubada de
matas e o atear fogo Poreacutem a lei foi ignorada continuando o desmatamento
para implantaccedilatildeo da monocultura de cafeacute (wwwjusticcedilaspgovbr)
1869 Ernenst Haeckel propotildee o vocaacutebulo ldquoecologiardquo para estudos das
relaccedilotildees entre as espeacutecies e seu ambiente (wwwambientebrasilcombr)
1872 Criaccedilatildeo do primeiro parque nacional do mundo ldquoYellowstonerdquo
USA Sua fundaccedilatildeo em 1872 ocorreu numa eacutepoca em que ecologia e ambiente
estavam longe de ser preocupaccedilotildees cotidianas Mas graccedilas agraves pressotildees
exercidas pelo naturalista Ferdinand Hayden do departamento de pesquisas
geoloacutegicas dos Estados Unidos Yellowstone inaugurou o conceito de parque
nacional (www2uolcombrcaminhosdaterra reportagens)
1876 Andreacute Rebouccedilas sugere a criaccedilatildeo de parques nacionais na Ilha
de Bananal e em Sete Quedas (wwwcefleorgbr)
80
1896 Foi criado o primeiro parque estadual em Satildeo Paulo Parque da
Cidade (wwwcefleorgbr)
SEacuteCULO XX
1920 O pau Brasil eacute considerado extinto devido agrave exploraccedilatildeo
irresponsaacutevel e ao desmatamento da Mata Atlacircntica floresta onde ele nascia
normalmente Hoje eacute artigo raro nas florestas brasileiras mas na eacutepoca do
descobrimento era tatildeo abundante que a planta acabou dando nome ao nosso
paiacutes (wwwcanalkidscombrmeioambiente)
1932 Realiza-se no Museu Nacional a primeira Conferecircncia Brasileira de
Proteccedilatildeo agrave Natureza (wwwambientebrasilcombr)
1934 Decreto 23793 transforma em Lei o Anteprojeto de Coacutedigo
Florestal(Brasil1934)
1937 Cria-se o Parque Nacional de Itatiaia Pioneiro foi a primeira aacuterea
do paiacutes a oficialmente se constituir em Unidade de Conservaccedilatildeo procurando-se
com isso preservar seu rico patrimocircnio bioacutetico e geomorfoloacutegico
(wwwmregovbr) (wwwparqueitatiaiacombr)
1939 O Parque Nacional do Iguaccedilu (PNI) foi criado em 10 de janeiro
de 1939 e tombado pela UNESCO como Patrimocircnio da Humanidade em 1986 por
ser a uacuteltima grande amostra do Domiacutenio da Mata Atlacircntica que cobre grande
parte da bacia do Prata(wwwunbbr)
1947 Eacute Fundado na Suiacuteccedila a UICN-Uniatildeo Internacional para a
Conservaccedilatildeo da Natureza que eacute uma Organizaccedilatildeo Internacional que congrega
instituiccedilotildees governamentais e natildeo governamentais em volta da problemaacutetica da
integridade e diversidade da natureza (wwwambientebrasilcombr)
1952 Em Londres no ano de 1952 houve um episoacutedio grave Os efeitos
de uma ldquoneacutevoa negrardquo comeccedilaram a se manifestar atraveacutes da proliferaccedilatildeo de
81
diversas moleacutestias contraiacutedas principalmente pelos habitantes que sofriam de
problemas pulmonares e circulatoacuterios Foram constatadas na semana seguinte
ao episoacutedio quatro mil mortes a mais do que esperado
(wwweducaccedilatildeopublicarjgovbr)
1962 Publicaccedilatildeo da ldquoPrimavera Silenciosardquo por Rachel Louise Carson
escritora cientista e ecologista norte-americana Deve-se a ela o livro que
marcou o iniacutecio da revoluccedilatildeo ecoloacutegica nos Estados Unidos The Silent Spring (A
Primavera Silenciosa) o qual relata os efeitos da maacute utilizaccedilatildeo dos pesticidas e
inseticidas quiacutemico-sinteacuteticos alertando sobre as consequumlecircncias danosas de
inuacutemeras accedilotildees humanas sobre o ambiente trazendo uma seacuterie de advertecircncias
sobre o meio ambiente Ainda hoje a obra eacute considerada uma das mais
importantes do seacuteculo ajudando a desencadear uma mudanccedila de postura dos
EUA e de outros paiacuteses do mundo em relaccedilatildeo aos pesticidas e
poluentes(wwwgeocitiescombr) (wwwambientebrasilcombr)
1965 Em marccedilo de 1965 na Conferecircncia de Educaccedilatildeo da
Universidade de Keele na Inglaterra colocou-se pela primeira vez a expressatildeo
Educaccedilatildeo Ambiental com a recomendaccedilatildeo de que ela deveria se tornar uma
parte essencial de educaccedilatildeo de todos os cidadatildeos(wwwmmagovbr)
(wwwjornaldomeioambientecombr)
1968 Fundaccedilatildeo do Clube de Roma Fundado pelo industrial italiano
Aureacutelio Peccei e pelo quiacutemico inglecircs Alexander King agregando empresaacuterios
poliacuteticos cientistas sociais Um grupo de especialistas de vaacuterias aacutereas passou a se
reunir regularmente com a preocupaccedilatildeo de discutir a crise atual e futura da
humanidade (wwwsenacbr) (wwwambientespgov)
1970 Entidade relacionada agrave revista britacircnica The Ecologist elabora o
ldquoManifesto para Sobrevivecircnciardquo onde insistiam que um aumento indefinido de
demanda natildeo pode ser sustentado por recursos finitos (wwwmecgovbr)
82
1971 Cria-se no Rio Grande do Sul a associaccedilatildeo gauacutecha de proteccedilatildeo
ao Ambiente Natural Fundada em 27 de abril de 1971 em Porto Alegre atraveacutes
da figura de Joseacute Lutzenberger encontrava uma ressonacircncia na miacutedia local e
nacional e junto aos meios universitaacuterios Pensadores e liacutederes ambientalistas
perceberam que harmonizar civilizaccedilatildeo industrial e natureza era um desafio que
exigiria uma revoluccedilatildeo cultural econocircmica e social sem precedentes(
wwwagirazulcombr)
1972 Publicaccedilatildeo do Relatoacuterio ldquoOs Limites do Crescimentordquo ndash Clube de
Roma Na visatildeo de Freire Dias o embriatildeo dessa medida foi gerado a partir do
relatoacuterio elaborado em 1968 e publicou um relatoacuterio denominado The limits of
growth (Os limites do crescimento econocircmico) onde se condenava a partir de
estudos sobre os modelos de desenvolvimento adotados a busca incessante do
crescimento da economia a qualquer custo e a meta de se tornaacute-la cada vez
maior mais rica e poderosa sem levar em conta o custo final desse crescimento
As vaacuterias anaacutelises contidas no referido relatoacuterio convergiam para o alerta sobre o
perigo do crescente consumo das sociedades modernas que se mantido no
ritmo atual levaria a humanidade a um limite de crescimento possivelmente a
um colapso Esse relatoacuterio apesar de rejeitado pelos poliacuteticos da eacutepoca foi
levado agrave Conferecircncia de Estocolmo em cujo foacuterum aprovou-se a
Recomendaccedilatildeo nordm 96 que reconhecia o desenvolvimento da Educaccedilatildeo
Ambiental como elemento criacutetico para o combate agrave crise ambiental do mundo
moderno (wwwsenaccombr)
Conferecircncia de Estocolmo ndash Em julho de 1972 na Sueacutecia onde
113 paiacuteses 90 dos quais pertenciam ao grupo dos paiacuteses em desenvolvimento
onde apenas 16 deles possuiacuteam entidades de proteccedilatildeo ambiental se reuniram
na Conferecircncia sobre o Meio Ambiente Humano Foi a primeira reuniatildeo
ambiental global que viria a acrescentar definitivamente agraves questotildees prioritaacuterias
discutidas pela ONU criada em 1945 - a paz os direitos humanos e o
desenvolvimento com igualdade - o tema da seguranccedila ecoloacutegica Desse modo
a Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas sobre Meio Ambiente Humano mundialmente
conhecida como Conferecircncia de Estocolmo passou a ser o marco de referecircncia
83
para as discussotildees sobre o que na sequumlecircncia viria a constituir-se numa das
questotildees mais complexas e mais cruciais da histoacuteria recente da humanidade ou
seja a questatildeo do desenvolvimento sustentaacutevel Ela chamou a atenccedilatildeo do
mundo para a gravidade da situaccedilatildeo nesse setor
(wwwmregovbr)(wwwagirazulcombr) (wwwcomcienciabr)
Universidade Federal de Pernambuco inicia uma campanha de
reintroduccedilatildeo do pau brasil considerado extinto em 1920
(wwwambientebrasilcombr)
Ainda como resultado da Conferecircncia de Estocolmo neste
mesmo ano a ONU criou um organismo denominado Programa das Naccedilotildees
Unidas para o Meio Ambiente - PNUMA sediado em Nairobi (wwwmecgovbr)
A Universidade Federal do Rio Grande do Sul criou o primeiro
curso de poacutes-graduaccedilatildeo em Ecologia do paiacutes (wwwmecgovbr)
1973 Registro Mundial de Programas em Educaccedilatildeo Ambiental-USA
(wwwambientebrasilcombr)
Cria-se a Secretaria Especial do Meio Ambiente SEMA pelo
Decreto nordm 73030 de 30 de outubro de 1973 que entre outras atividades
comeccedilou a fazer Educaccedilatildeo Ambiental e se propocircs a discutir junto agrave opiniatildeo
puacuteblica a questatildeo ambiental fazendo com que as pessoas se preocupassem
mais com o meio ambiente e evitassem atitudes predatoacuterias Vaacuterias medidas
legais foram tomadas posteriormente com o objetivo de preservar e conservar os
recursos ambientais e de controlar as diversas formas de poluiccedilatildeo A SEMA
dedicou-se a defender dois grandes objetivos estar atenta agrave poluiccedilatildeo
principalmente a de caraacuteter industrial mais visiacutevel e proteger a natureza
(wwwibamagovbr)
1974 Seminaacuterio de Educaccedilatildeo Ambiental em Jammi Finlacircndia - Esse
seminaacuterio considerou que a Educaccedilatildeo Ambiental permite alcanccedilar os objetivos
de proteccedilatildeo ambiental e que natildeo se trata de um ramo da ciecircncia ou uma
84
mateacuteria de estudos separada mas de uma accedilatildeo integral permanente
(wwwprgovbrmeioambiente)
1975 Congresso de Belgrado - Estabeleceu as metas e os princiacutepios da
Educaccedilatildeo Ambiental presentes na chamada Carta de Belgrado onde tambeacutem
se propusera que a Educaccedilatildeo Ambiental deveria ser contiacutenua multidisciplinar
integrada agraves diferenccedilas e voltada para os interesses nacionais
(wwwprgovbrmeioambiente)
Programa Internacional de Educaccedilatildeo Ambiental ndash PIEA- Criado
pela UNESCO o Programa Internacional de Educaccedilatildeo Ambiental e ateacute os dias
de hoje tem continuamente atuado na EA internacional e regionalmente O PIEA
manteacutem uma base de dados com informaccedilotildees sobre instituiccedilotildees de EA em todo
o mundo aleacutem de projetos e eventos que envolvem estudantes professores e
administradores (wwwambientespgov)
1976 Reuniatildeo Sub-regional de EA para o ensino secundaacuterio em
Chosica Peru Nesse foacuterum as questotildees ambientais na Ameacuterica Latina foram
relacionadas agraves necessidades de sobrevivecircncia e aos direitos humanos de seus
povos (wwwambientebrasilcombr)
Congresso de Educaccedilatildeo Ambiental Brasarville na Aacutefrica o qual
reconheceu que a pobreza eacute o maior problema ambiental
(wwwambientebrasilcombr)
A SEMA a Fundaccedilatildeo Educacional do Distrito Federal e a
Universidade de Brasiacutelia realizaram o primeiro curso de Extensatildeo para professores
do 1o Grau em Ecologia (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)
1977 A SEMA constitui um grupo de trabalho para elaboraccedilatildeo de um
documento de Educaccedilatildeo Ambiental para definir seu papel no contexto brasileiro
(Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)
85
Seminaacuterios Encontros e debates preparatoacuterios agrave Conferecircncia de
Tbilisi satildeo realizados pela FEEMA-RJ (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)
No Brasil o Conselho Federal de Educaccedilatildeo tornou obrigatoacuteria a
disciplina Ciecircncias Ambientais nos cursos de Engenharia (wwwmecgovbr)
Conferecircncia de Tbilisi realizada em 1977 na Geoacutergia ex-Uniatildeo
Sovieacutetica Foi deste encontro que saiacuteram as definiccedilotildees os objetivos os princiacutepios e
as estrateacutegias para a Educaccedilatildeo Ambiental que ateacute hoje satildeo adotadas
mundialmente Para que se chegasse a recomendaccedilotildees tatildeo duradouras foram
necessaacuterios vaacuterios anos de preparo Os proacuteprios organizadores do evento de Tbilisi
reconheceram que ele foi um prolongamento da Conferecircncia de Estocolmo de
1972 onde a Educaccedilatildeo Ambiental passou a ser considerada como campo de
accedilatildeo pedagoacutegica adquirindo relevacircncia e vigecircncia internacional
(wwwprgovbrmeioambiente)
1978 Nos cursos de Engenharia Sanitaacuteria inserem-se as disciplinas de
Saneamento Baacutesico e Saneamento Ambiental (wwwambientebrasilcombr)
1979 O MEC e a CETESB SP publicam o documento ldquoEcologia uma
Proposta para o Ensino de 1o e 2o Grausrdquo (wwwjornaldomeioambientecombr)
Encontro Regional de Educaccedilatildeo Ambiental para Ameacuterica Latina
em San Joseacute Costa Rica(wwwambientebrasilcombr)
1980 Seminaacuterio Regional Europeu sobre EA para Europa e Ameacuterica do
Norte o qual assinala a importacircncia do intercacircmbio de informaccedilotildees e
experiecircncias (wwwambientebrasilcombr)
Seminaacuterio Regional sobre EA nos Estados Aacuterabes Manama
Bahrein (UNESCO-PNUMA 1980)
1981 Lei Nordm 6938 de 31 de Agosto de 1981 dispotildee sobre a Poliacutetica
Nacional do Meio Ambiente (Brasil 1981)
86
1983 Por decisatildeo da Assembleacuteia Geral da ONU foi criada a Comissatildeo
Mundial de Meio Ambiente e Desenvolvimento ndash CMMAD presidida pela entatildeo
primeira ministra da Noruega Gro Harlem Brundtland Tinha como objetivo
analisar a interface entre a questatildeo ambiental e o desenvolvimento assim como
propor um plano de accedilotildees (wwwambientespgovbr)
1984 Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) apresenta uma
resoluccedilatildeo estabelecendo diretrizes para a Educaccedilatildeo Ambiental que natildeo eacute
tratada (wwwambientebrasilcombr)
1985 Parecer 81985 do MEC reforccedila a necessidade da inclusatildeo de
conteuacutedos ecoloacutegicos ao longo do processo de formaccedilatildeo do ensino de 1ordm e 2ordm
graus integrados a todas as aacutereas do conhecimento de forma sistematizada e
progressiva possibilitando a ldquoformaccedilatildeo da consciecircncia ecoloacutegica do futuro
cidadatildeordquo (wwwmecgovbr)
1986 A SEMA junto com a Universidade Nacional de Brasiacutelia organiza o
primeiro Curso de Especializaccedilatildeo em Educaccedilatildeo Ambiental (1986 a 1988)
(Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)
1987 O MEC aprova o Parecer 22687 do conselheiro Arnaldo Niskier
em relaccedilatildeo agrave necessidade de inclusatildeo da Educaccedilatildeo Ambiental nos curriacuteculos
escolares de 1o e 2o Graus O Plenaacuterio do Conselho Federal de Educaccedilatildeo
aprovou por unanimidade a conclusatildeo da Cacircmara de Ensino a respeito do
parecer 22687 que considerava necessaacuteria a inclusatildeo da Educaccedilatildeo Ambiental
dentre os conteuacutedos a serem explorados nas propostas curriculares das escolas
de 1ordm e 2ordm graus bem como sugeria a criaccedilatildeo de Centros de Educaccedilatildeo
Ambiental (wwwmecgovbr)
Estrateacutegia Internacional de accedilatildeo em mateacuteria de educaccedilatildeo e
formaccedilatildeo ambiental para o dececircnio de 90 - documento final do Congresso
Internacional sobre Educaccedilatildeo e Formaccedilatildeo Relativas ao Meio-ambiente realizado
em 1987 em Moscou Ruacutessia promovido pela UNESCO Ressalta a importacircncia da
87
formaccedilatildeo de recursos humanos nas aacutereas formais e natildeo formais da EA e na
inclusatildeo da dimensatildeo ambiental nos curriacuteculos de todos os niacuteveis
(wwwmecgovbr)
Paulo Nogueira Neto Primeiro secretaacuterio da Secretaria Especial
do Meio Ambiente (1974-1986) representa o Brasil na Comissatildeo Brundtland -
Comissatildeo Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento tambeacutem
conhecida como Comissatildeo Brundtland Essa comissatildeo produziu um relatoacuterio de
grande repercussatildeo internacional tendo sido usado inclusive como base para a
Agenda 21 Esse relatoacuterio da Comissatildeo Brundtland diz que desenvolvimento
sustentaacutevel ldquoeacute aquele que atende agraves necessidades do presente sem
comprometer a possibilidade de as geraccedilotildees futuras atenderem as suas proacuteprias
necessidadesrdquo (wwwibgegovbr)
Divulgaccedilatildeo do Relatoacuterio da Comissatildeo Brundtland Nosso Futuro
Comum A Comissatildeo Brundtland circulou o mundo e encerrou seus trabalhos em
1987 com um relatoacuterio chamado ldquoNosso Futuro Comumrdquo E eacute nesse relatoacuterio que
se encontra a definiccedilatildeo de desenvolvimento sustentaacutevel mais aceita e difundida
em todo o Planeta ldquoDesenvolvimento sustentaacutevel eacute aquele que atende agraves
necessidades do presente sem comprometer a possibilidade das geraccedilotildees futuras
satisfazerem suas proacuteprias necessidadesrdquo Segundo a Comissatildeo o desafio era
trazer as consideraccedilotildees ambientais para o centro das tomadas de decisotildees
econocircmicas e para o centro do planejamento futuro nos diversos niacuteveis local
regional e global (wwwmregovbr)
Congresso Internacional da UNESCO ndash PNUMA sobre Educaccedilatildeo
e Formaccedilatildeo Ambiental - Moscou Realizou a avaliaccedilatildeo dos avanccedilos desde Tbilisi
reafirmou os princiacutepios de Educaccedilatildeo Ambiental e assinalou a importacircncia e
necessidade da pesquisa e da formaccedilatildeo em Educaccedilatildeo Ambiental
(wwwambientebrasilcombr)
88
1988 Declaraccedilatildeo de Caracas ORPAL - PNUMA Sobre Gestatildeo
Ambiental na Ameacuterica a qual denuncia a necessidade de mudar o modelo de
desenvolvimento (wwwprgovbr)
A Constituiccedilatildeo Brasileira de 1988 em Art 225 no Capiacutetulo VI - Do
Meio Ambiente Inciso VI destacou a necessidade de lsquorsquopromover a Educaccedilatildeo
Ambiental em todos os niacuteveis de ensino e a conscientizaccedilatildeo puacuteblica para a
preservaccedilatildeo do meio ambientersquorsquo Para cumprimento dos preceitos
constitucionais leis federais decretos constituiccedilotildees estaduais e leis municipais
determinaram a obrigatoriedade da Educaccedilatildeo Ambiental(Brasil 1988)
Fundaccedilatildeo Getuacutelio Vargas traduz e publica o Relatoacuterio
Brundtland Nosso Futuro Comum (wwwprgovbr)
A Secretaria de Estado do Meio Ambiente de SP e a CETESB
publicam a ediccedilatildeo piloto do livro ldquoEducaccedilatildeo Ambientalrdquo Guia para professores
de 1o e 2o Graus (wwwnossoambienteonlinehpgigcombr)
1989 Criaccedilatildeo do IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente) pela
fusatildeo da SEMA SUDEPE SUDEHVEA e IBDF - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e
dos Recursos Naturais Renovaacuteveis uma autarquia federal foi criado pela Lei
773589 vinculado ao Ministeacuterio do Meio Ambiente ndash MMA sendo responsaacutevel
principalmente pela execuccedilatildeo da Poliacutetica Nacional do Meio Ambiente e
desenvolve atividades para a preservaccedilatildeo e conservaccedilatildeo do patrimocircnio natural
exercendo o controle e a fiscalizaccedilatildeo sobre o uso dos recursos naturais Nele
funciona a Divisatildeo de Educaccedilatildeo Ambiental com a missatildeo de promover a
conscientizaccedilatildeo de todos para a utilizaccedilatildeo racional dos recursos naturais
incentivando o desenvolvimento sustentaacutevel visando agrave preservaccedilatildeo do meio
ambiente para as geraccedilotildees futuras (wwwgeocitiesyahoocombribamapr)
Programa de Educaccedilatildeo Ambiental em Universidade Aberta da
Fundaccedilatildeo Demoacutecrito Rocha por meio de encartes nos jornais de Recife e
Fortaleza (wwwprgovbr)
89
Primeiro Encontro Nacional sobre Educaccedilatildeo Ambiental no Ensino
Formal IBAMA UFRPE Recife (wwwprgovbr)
Criou-se o Fundo Nacional de Meio Ambiente (FNMA) no
Ministeacuterio do Meio Ambiente MMA Criado pela Lei 7797 de 10 de julho de 1989
O FNMA tem por missatildeo contribuir como agente financiador e por meio da
participaccedilatildeo social para a implementaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional do Meio
Ambiente (PNMA) Desde sua criaccedilatildeo o FNMA apoacuteia projetos ambientais em todo
o paiacutes tendo investido mais de cem milhotildees de reais distribuiacutedos entre mais de mil
projetos aprovados (wwwmmagovbr)
Primeiro Seminaacuterio sobre materiais para a Educaccedilatildeo Ambiental
ORLEAC - UNESCO - PIEA Santiago Chile (wwwprgovbr)
Declaraccedilatildeo de HAIA preparatoacuterio da RIO 92 aponta a
importacircncia da cooperaccedilatildeo internacional nas questotildees
ambientais(wwwambientebrasilcombr)
1990 Conferecircncia Mundial sobre Ensino para Todos Satisfaccedilatildeo das
necessidades baacutesicas de aprendizagem em Jomtien Tailacircndia Destaca o
conceito de Analfabetismo Ambiental O analfabetismo ambiental levou a
espeacutecie humana a produzir essas pressotildees insuportaacuteveis sobre os sistemas naturais
Estamos vivendo de retiradas contiacutenuas de uma poupanccedila na qual natildeo fazemos
nenhum depoacutesito ldquoO analfabetismo ambiental eacute o mais difiacutecil de ser erradicado
pois atinge ateacute pessoas com vaacuterios anos de escolaridade que continuam
ateando fogo nas folhas secas em seus quintais natildeo reciclando o lixo e natildeo
poupando aacutegua nem energia eleacutetricardquo Gonccedilalves 1990 (wwwigcuspbr)
A ONU declara o ano 1990 como o Ano Internacional do Meio
Ambiente (wwwambientebrasilcombr)
I Curso Latino-Americano de Especializaccedilatildeo em Educaccedilatildeo
Ambiental PNUMAIBAMACNPqCAPESUFMTCUIABAacute-MT (1990 a 1994)
(wwwambientebrasilcombr)
90
1991 Portaria 678 (140591) do MEC determinou que a educaccedilatildeo
escolar deveria contemplar a Educaccedilatildeo Ambiental permeando todo o curriacuteculo
dos diferentes niacuteveis e modalidades de ensino Foi enfatizada a necessidade de
investir na capacitaccedilatildeo de professores (wwwmecgovbr)
Projeto de Informaccedilotildees sobre Educaccedilatildeo Ambiental IBAMA MEC
(wwwambientebrasilcombr)
Encontro Nacional de Poliacuteticas e Metodologias para Educaccedilatildeo
Ambiental promovido pela Presidecircncia da Repuacuteblica atraveacutes do MEC e SEMA
com apoio da UNESCOEmbaixada do Canadaacute em Brasiacutelia com a finalidade de
discutir diretrizes para definiccedilatildeo da Poliacutetica da EA (wwwmecgovbr)
Grupo de Trabalho para Educaccedilatildeo Ambiental coordenado pelo
MEC preparatoacuterio para a Conferecircncia do Rio 92 (wwwmecgovbr)
Reuniotildees preparatoacuterias da Rio 92(wwwambientebrasilcombr)
1992 Conferecircncia da ONU sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento
RIOndash92 UNCED Rio92 - Criaccedilatildeo da Agenda 21 Tratado de Educaccedilatildeo Ambiental
para Sociedades Sustentaacuteveis FORUN das ONGrsquos - compromissos da sociedade
civil com a Educaccedilatildeo Ambiental e o Meio Ambiente Carta Brasileira de
Educaccedilatildeo Ambiental o qual apontou as necessidades de capacitaccedilatildeo na aacuterea
(MEC 1992)
1ordm Encontro Nacional de Centros de Educaccedilatildeo Ambiental (CEAS)
ndash onde os coordenadores dos centros jaacute existentes e os teacutecnicos das Secretarias
de Educaccedilatildeo debateram propostas pedagoacutegicas e recursos institucionais e
apresentaram projetos e experiecircncias exitosas em educaccedilatildeo ambiental Em
decorrecircncia o Mec passou a incentivar a implantaccedilatildeo de centros de educaccedilatildeo
ambiental como espaccedilos de referencia visando a formaccedilatildeo integral do cidadatildeo
para interagir em diversos niacuteveis e modalidades de ensino e introduzir praacuteticas de
educaccedilatildeo ambiental junto agraves comunidades (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)
91
Foi criado o Ministeacuterio do Meio Ambiente (Ministeacuterio do Meio
Ambiente 2005)
Participaccedilatildeo das ONGrsquos do Brasil no Foacuterum de ONGrsquos e na
redaccedilatildeo do Tratado de Educaccedilatildeo Ambiental para Sociedades Sustentaacuteveis
Destaca-se o papel da Educaccedilatildeo Ambiental na construccedilatildeo da Cidadania
Ambiental (wwwambientebrasilcombr)
O MEC promove no Rio de Janeiro o Workshop sobre Educaccedilatildeo
Ambiental com o objetivo de socializar os resultados das experiecircncias nacionais e
internacionais de EA discutir metodologias e curriacuteculos destacando a
necessidade de capacitaccedilatildeo de recursos humanos para EA cujo resultado
encontra-se na Carta Brasileira de Educaccedilatildeo Ambiental (wwwmecgovbr)
1993 Uma Proposta Interdisciplinar de Educaccedilatildeo Ambiental para
Amazocircnia IBAMA Universidades e SEDUCrsquos da regiatildeo publicaccedilatildeo de um
Documento Metodoloacutegico e um de caraacuteter temaacutetico com 10 temas ambientais
da regiatildeo (1992 a 1994) (wwwambientebrasilcombr)
Projeto de Lei n 379293 de autoria do Deputado Faacutebio
Feldmann ora em tramitaccedilatildeo no congresso Nacional institui a Poliacutetica de
Educaccedilatildeo Ambiental Este projeto de Lei tem como objetivo interligar os sistemas
nacionais de meio ambiente e de educaccedilatildeo em um sistema uacutenico (Ministeacuterio do
Meio Ambiente2004) (wwwbio2000hpgigcombr)
Portaria 77393 do MEC instituiu em caraacuteter permanente um
Grupo de Trabalho para EA com o objetivo de coordenar apoiar acompanhar
avaliar e orientar as accedilotildees metas e estrateacutegias para a implementaccedilatildeo da EA nos
sistemas de ensino em todos os niacuteveis e modalidades concretizando as
recomendaccedilotildees aprovadas na RIO -92(wwwmecgovbr)
Criaccedilatildeo dos Centros de Educaccedilatildeo Ambiental do MEC com a
finalidade de criar e difundir metodologias em Educaccedilatildeo Ambiental
(wwwambientebrasilcombr)
92
Congresso Sul-americano como continuidade da Rio92 ndash
Argentina (wwwambientebrasilcombr)
1994 Criaccedilatildeo do programa Nacional de Educaccedilatildeo Ambiental
(PRONEA) em dezembro de 1994 pela Presidecircncia da Repuacuteblica em funccedilatildeo da
Constituiccedilatildeo Federal de 1988 e dos compromissos internacionais assumidos com a
Conferencia do Rio compartilhado pelo entatildeo Ministeacuterio do Meio Ambiente dos
Recursos Hiacutedricos e da Amazocircnia Legal e pelo Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e do
Desporto com as parcerias do Ministeacuterio da Cultura e do Ministro da Ciecircncia e
Tecnologia (Ministeacuterio do Meio ambiente 2004)
Proposta do Programa Nacional de Educaccedilatildeo Ambiental -
PRONEA elaborada pelo MECMMAMINCMCT com o objetivo de ldquocapacitar o
sistema de educaccedilatildeo formal e natildeo-formal supletivo e profissionalizante em seus
diversos niacuteveis e modalidadesrdquo (wwwmecgovbr)
1995 Foi criada a Cacircmara Teacutecnica temporaacuteria de Educaccedilatildeo Ambiental
no Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA) determinante para o
fortalecimento da Educaccedilatildeo Ambiental Realizou sua primeira reuniatildeo em junho
de 1996 quando se discutiu o documento intitulado ldquoSubsiacutedios para a formulaccedilatildeo
de uma Poliacutetica Nacional de Educaccedilatildeo Ambientalrdquo elaborada pelo MMAIBAMA
e pelo MEC Os princiacutepios orientadores para esse documento eram a
participaccedilatildeo a descentralizaccedilatildeo o reconhecimento da pluralidade e
diversidade cultural e a interdisciplinaridade (ProNEA-2004) (wwwmecgovbr)
Conferecircncia para o Desenvolvimento Social realizada em
Copenhague Sueacutecia que visaria a Criaccedilatildeo de um ambiente econocircmico-poliacutetico-
social-cultural e juriacutedico que permita o desenvolvimento social
(wwwambientebrasilcombr)
1996 Lei nordm 927696 que estabelece o Plano Plurianual do Governo
19961999 define como principais objetivos da aacuterea de Meio Ambiente a
ldquopromoccedilatildeo da Educaccedilatildeo Ambiental atraveacutes da divulgaccedilatildeo e do uso de
93
conhecimentos sobre tecnologias de gestatildeo sustentaacutevel dos recursos naturaisrdquo
procurando garantir a implementaccedilatildeo do PRONEA (wwwmecgovbr)
Cursos de Capacitaccedilatildeo em Educaccedilatildeo Ambiental para os
teacutecnicos das SEDUCrsquos e DEMECrsquos nos Estados - Coordenaccedilatildeo de Educaccedilatildeo
Ambiental promove trecircs cursos de Capacitaccedilatildeo de Multiplicadores em Educaccedilatildeo
Ambiental - Apoio do acordo BRASILUNESCO a fim de preparar teacutecnicos das
Secretarias Estaduais de Educaccedilatildeo Delegacias Regionais de Educaccedilatildeo do MEC
e algumas Universidades Federais para atuarem no processo de inserccedilatildeo da
Educaccedilatildeo Ambiental nos Paracircmetros Curriculares (wwwmecgovbr)
Criaccedilatildeo da Comissatildeo Interministerial de EA do MMA - Essa
Comissatildeo tem como objetivo assessorar o Presidente da Repuacuteblica na tomada de
decisotildees sobre as estrateacutegias e poliacuteticas nacionais necessaacuterias ao
desenvolvimento sustentaacutevel conforme as diretrizes estabelecidas pela Agenda
21 (wwwmmagovbr)
1997 Aprovaccedilatildeo dos Novos PCNrsquos ndash Os PCNrsquos constituem-se como um
subsiacutedio para apoiar a escola na elaboraccedilatildeo de seu projeto educativo inserindo
procedimentos atitudes e valores no conviacutevio escolar bem como a necessidade
de tratar de alguns temas sociais urgentes de abrangecircncia nacional
denominado como temas transversais meio ambiente eacutetica pluralidade cultural
orientaccedilatildeo sexual trabalho e consumo (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)
I Conferecircncia Nacional de Educaccedilatildeo Ambiental (ICNEA)
realizada em Brasiacutelia quando foi produzido o documento ldquoCarta de Brasiacutelia para
a Educaccedilatildeo Ambientalrdquo contendo cinco aacutereas temaacuteticas Educaccedilatildeo Ambiental
e as vertentes do desenvolvimento sustentaacutevel Educaccedilatildeo Ambiental formal
papel desafios metodologias e capacitaccedilatildeo Educaccedilatildeo no processo de gestatildeo
ambiental metodologia e capacitaccedilatildeo Educaccedilatildeo Ambiental e as poliacuteticas
puacuteblicas PRONEA poliacuteticas de recursos hiacutedricos urbanas agricultura ciecircncia e
tecnologia Educaccedilatildeo Ambiental eacutetica formaccedilatildeo da cidadania educaccedilatildeo
comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo da sociedade (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)
94
Cursos de Educaccedilatildeo Ambiental organizados pelo MECndash Atraveacutes
da Coordenaccedilatildeo de Educaccedilatildeo Ambiental para as escolas Teacutecnicas e segunda
etapa de capacitaccedilatildeo das SEDUCrsquos e DEMECrsquos Convecircnio UNESCO ndash MEC
(wwwambientebrasilcombr)
IV Foacuterum de Educaccedilatildeo Ambiental e I Encontro da Rede de
Educadores Ambientais em VitoacuteriaES (wwwambientebrasilcombr)
Conferecircncia Internacional sobre Meio Ambiente e Sociedade
Conferecircncia Internacional sobre Meio Ambiente e Sociedade Educaccedilatildeo e
Consciecircncia Puacuteblica para a Sustentabilidade ndash Thessaloniki Greacutecia 1997 Onde
houve o reconhecimento que passados cinco anos da Conferecircncia Rio-92 o
desenvolvimento da EA foi insuficiente (wwwmecgovbr)
A Coordenaccedilatildeo de Educaccedilatildeo Ambiental do MEC promove sete
Cursos de Capacitaccedilatildeo de Multiplicadores e cinco Teleconferecircncias
(wwwmecgovbr)
1998 A Coordenaccedilatildeo de Educaccedilatildeo Ambiental do MEC promove 8
Cursos de Capacitaccedilatildeo de Multiplicadores 5 teleconferecircncias 2 Seminaacuterios
Nacionais e produz 10 viacutedeos para serem exibidos pela TV Escola
(wwwmecgovbr)
Ao final deste ano a Coordenaccedilatildeo de Educaccedilatildeo Ambiental eacute
inserida na Secretaria de Ensino Fundamental ndash SEF do MEC apoacutes reforma
administrativa (wwwportalmecgovbr)
1999 Criaccedilatildeo da Diretoria de Educaccedilatildeo Ambiental (DEA) do MMA ndash
Que passou a desenvolver as seguintes atividades Implantaccedilatildeo do Sistema
Brasileiro de Informaccedilatildeo em Educaccedilatildeo Ambiental (SIBEA) objetivando atuar
como um sistema integrador das informaccedilotildees de educaccedilatildeo ambiental no paiacutes
Implantaccedilatildeo de Poacutelos de Educaccedilatildeo Ambiental e Difusatildeo de Praacuteticas Sustentaacuteveis
nos Estados objetivando irradiar as accedilotildees de Educaccedilatildeo Ambiental fomento aacute
formaccedilatildeo de Comissotildees Interinstitucionais de Educaccedilatildeo Ambiental nos estados e
95
auxilio na elaboraccedilatildeo de programas estaduais de Educaccedilatildeo Ambiental
implantaccedilatildeo de curso de Educaccedilatildeo Ambiental a distancia objetivando
capacitar gestores professores e teacutecnicos de meio ambiente de todos os
municiacutepios do paiacutes implantaccedilatildeo do projeto Protetores da Vida objetivando
sensibilizar e mobilizar jovens para as questotildees ambientais (Ministeacuterio do Meio
Ambiente 2004)
Aprovaccedilatildeo da LEI 959799 que estabelece a Poliacutetica Nacional
de EA - promulgada a Lei nordm 9795 de 27 de abril de 1999 que institui a Poliacutetica
Nacional de Educaccedilatildeo Ambiental a que deveraacute ser regulamentada apoacutes as
discussotildees na Cacircmara Teacutecnica Temporaacuteria de Educaccedilatildeo Ambiental no CONAMA
(wwwmecgovbr)
A Portaria 164899 do MEC criou o Grupo de Trabalho com
representantes de todas as suas Secretarias para discutir a regulamentaccedilatildeo da
Lei nordm 979599 (wwwmecgovbr)
O MEC propotildee o Programa PCNrsquos em Accedilatildeo atendendo agraves
solicitaccedilotildees dos Estados tendo o Meio Ambiente como uns dos temas
transversais que seraacute trabalhado no ano 2000 (wwwmecgovbr)
Programa Nacional de Educaccedilatildeo Ambiental ndash implantaccedilatildeo do
Programa Nacional de Educaccedilatildeo Ambiental - ProNEA(wwwmecgovbr)
A Coordenaccedilatildeo de EA (COEA) do MEC passa a formar parte da
Secretaacuteria de Ensino Fundamental (wwwambientebrasilcombr)
2000 A Educaccedilatildeo Ambiental integra o Plano Plurianual do Governo
(2000-2003) e agora institucionalmente vinculado ao Ministeacuterio do Meio
Ambiente contemplando sete accedilotildees realizadas pelo MMA IBAMA Banco do
Brasil e Jardim Botacircnico do Rio de Janeiro (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)
2001 Em reconhecimento a importacircncia da articulaccedilatildeo dos
educadores ambientais e as suas instituiccedilotildees em modelos de articulaccedilatildeo
96
horizontal o MMA iniciou uma accedilatildeo de fomento a estruturaccedilatildeo e do
fortalecimento da Rede Brasileira de Educaccedilatildeo Ambiental (REBEA) e da Rede
Paulista de Educaccedilatildeo Ambiental (REPEA) e forneceu apoio a estruturaccedilatildeo da
REASUL da Rede Aguapeacute e da Rede Acreana de Educaccedilatildeo Ambiental
(Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)
2002 No mecircs de junho a lei nordm 979599 foi regulamentada pelo Decreto
nordm4 281 que definem entre outras coisas a composiccedilatildeo e as competecircncias do
Oacutergatildeo Gestor da PNEA lanccedilando assim as bases para a execuccedilatildeo da PNEA
(Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)
2003 Eacute instaurada no MMA a Comissatildeo intersetorial de Educaccedilatildeo
Ambiental (CISEA) com representaccedilatildeo de todas as secretarias e todos os oacutergatildeos
vinculados ao MMA criando uma instancia para um processo coordenado de
consultas e deliberaccedilotildees internamente a esse Ministeacuterio e contribuindo para a
transversalidade interna e a sinergia das accedilotildees em educaccedilatildeo ambiental
desenvolvidas pelas suas secretarias e pelos seus oacutergatildeos vinculados (Ministeacuterio do
Meio Ambiente 2004)
O Ministeacuterio da Educaccedilatildeo estabelece como prioridades viabilizar
as accedilotildees e diretrizes da PNEA e reestruturar a Coordenaccedilatildeo Geral de Educaccedilatildeo
Ambiental (COEA) que passa da Secretaria de Educaccedilatildeo Fundamental
diretamente agrave Secretaria Executiva atuando de forma integrada a todas as
secretarias conferindo maior visibilidade agrave Educaccedilatildeo Ambiental e oportunizando
sua transversalidade assim como seu enraizamento no MEC e na estrutura de
Governo (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)
2004 O MMA e o MEC promoveram em 21 de julho a reuniatildeo de
instalaccedilatildeo do oacutergatildeo gestor da PNEA um passo decisivo para a execuccedilatildeo das
accedilotildees em educaccedilatildeo ambiental no Governo Federal tendo como primeira tarefa
a assinatura de um Termo de Cooperaccedilatildeo Teacutecnica para a realizaccedilatildeo conjunta
da Conferencia Infanto-Juvenil pelo Meio Ambiente (Ministeacuterio do Meio
Ambiente 2004)
97
Em 17 de novembro foi instaurado o Comitecirc Assessor do Oacutergatildeo
Gestor sendo realizada sua primeira reuniatildeo na qual foram criados seis grupos de
trabalho (GTs) dois temporaacuterios ndash GT Documento do ProNEA e GT Regimento
Interno e quatro permanentes ndash GT Gestatildeo do Sistema Brasileiro de Informaccedilotildees
sobre Educaccedilatildeo Ambiental(SIBEA) GT Criteacuterios e Indicadores para Projetos e
Accedilotildees de Educaccedilatildeo Ambiental GT Instrumentos Institucionais e Legais para a
Promoccedilatildeo da Educaccedilatildeo Ambiental e GT Relaccedilotildees Internacionais (Ministeacuterio do
Meio Ambiente 2004)
Foi realizado em Goiacircnia o primeiro encontro governamental
nacional sobre poliacuteticas publicas de educaccedilatildeo ambiental reunindo secretaacuterios e
gestores puacuteblicos das trecircs esferas de governo da aacuterea ambiental O evento visou
a elaborar um diagnoacutestico dos principais desafios ao enraizamento da educaccedilatildeo
ambiental e a aproximaccedilatildeo entre as secretarias de educaccedilatildeo e do meio
ambiente Neste encontro foi reconhecida a necessidade da articulaccedilatildeo e do
fortalecimento muacutetuo das Comissotildees Interinstitucionais Estaduais e das Redes de
Educaccedilatildeo Ambiental Foi elaborado o documento ldquoCompromisso de Goiacircniardquo
que consiste no estabelecimento de um importante e pioneiro pacto entre as
esferas de governo para a criaccedilatildeo de Poliacuteticas e Programas estaduais e
municipais de Educaccedilatildeo Ambiental sincronizados com o ProNEA (Ministeacuterio do
Meio Ambiente 2004)
Nesse ano foi realizada a deacutecima-nona ediccedilatildeo do curso de
Introduccedilatildeo agrave Educaccedilatildeo no Processo de Gestatildeo Ambiental do IBAMA
alcanccedilando quase 700 profissionais formados para atuar com a educaccedilatildeo na
gestatildeo ambiental (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2005)
Ocorreu nova reestruturaccedilatildeo do MEC com a transferecircncia da
Coordenaccedilatildeo Geral de Educaccedilatildeo Ambiental (CGEA) para a entatildeo receacutem-criada
Secretaria de Educaccedilatildeo Continuada Alfabetizaccedilatildeo e Diversidade (Ministeacuterio do
Meio Ambiente 2005)
98
Teve iniacutecio um novo Plano Plurianual o PPA 2004-2007 Em
funccedilatildeo das novas diretrizes e sintonizado com o ProNEA o Programa 0052 eacute
reformulado passa a ser intitulado Educaccedilatildeo Ambiental para Sociedades
Sustentaacuteveis e inicia o ano composto por accedilotildees de responsabilidade da Diretoria
de Educaccedilatildeo Ambiental Fundo Nacional do Meio AmbienteAgecircncia Nacional
de Aacuteguas Coordenaccedilatildeo Geral de Educaccedilatildeo Ambiental do Instituto Brasileiro de
Meio Ambiente e Recursos Naturais Renovaacuteveis Jardim Botacircnico do Rio de
Janeiro e a Secretaria da Comissatildeo Interministerial para os Recursos do Mar
(SECIRM) (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)
Em novembro de 2004 foi realizado o V Foacuterum Brasileiro de
Educaccedilatildeo Ambiental construiacutedo de forma coletiva a partir da Rede Brasileira de
Educaccedilatildeo Ambiental e que proporcionou espaccedilos para diaacutelogo e trocas entre
os educadores ambientais Realizada durante todo o evento a atividade
denominada ldquoConversando com as Redesrdquo proporcionou aos participantes a
oportunidade de estar em contato com as pessoas que formam as redes de
Educaccedilatildeo Ambiental de todo o Brasil As conexotildees foram reforccediladas e renovadas
no evento que viu nascer a Rede Nordestina de Educaccedilatildeo Ambiental e a Rede
de Edu -comunicaccedilatildeo Socioambiental (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2005)
Ainda em novembro de 2004 o MMA participou na Venezuela
da reuniatildeo de trabalho de especialistas em gestatildeo puacuteblica da educaccedilatildeo
ambiental da Ameacuterica Latina e Caribe para elaboraccedilatildeo do plano de
implementaccedilatildeo do Programa Latino-americano e Caribenho de Educaccedilatildeo
Ambiental (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2005)
Nesse ano de 2004 foi feita a revisatildeo do Plano Plurianual e do
Programa 0052 e seu conjunto de accedilotildees foi alterado iniciando o exerciacutecio de
2005 com a seguinte composiccedilatildeo
bull 6270 ndash Educaccedilatildeo ambiental para recursos hiacutedricos (ANA)
bull 2972 ndash Educaccedilatildeo para conservaccedilatildeo da biodiversidade (Jardim Botacircnico
do Rio de Janeiro)
99
bull 2965 ndash Fomento a projetos integrados de educaccedilatildeo ambiental (FNMA)
bull 4932 ndash Formaccedilatildeo de educadores ambientais (DEAIBAMA)
bull 09HO ndash Apoio agrave gestatildeo compartilhada da educaccedilatildeo ambiental (DEA)
bull1997 ndash Implantaccedilatildeo do Sistema Brasileiro de Informaccedilotildees sobre Educaccedilatildeo
Ambiental (DEA)
bull 6857 ndash Produccedilatildeo e veiculaccedilatildeo de programas de educaccedilatildeo ambiental
(DEA)
bull 4641 ndash Publicidade de utilidade puacuteblica (DEA)
bull 4232 ndash Capacitaccedilatildeo de recursos humanos para a prevenccedilatildeo e o
controle ambiental nas aacutereas mariacutetimas e portuaacuterias (SECIRM) (Ministeacuterio do Meio
Ambiente 2004)
Nessa revisatildeo a CGEAMEC inclui no Programa 1061 - Brasil Escolarizado
sob responsabilidade desse Ministeacuterio duas accedilotildees relativas especificamente agrave
educaccedilatildeo ambiental
bull 09EA ndash Apoio agrave distribuiccedilatildeo de material didaacutetico para formaccedilatildeo
continuada em educaccedilatildeo ambiental
bull 09ED ndash Apoio agrave formaccedilatildeo continuada em educaccedilatildeo ambiental para
profissionais da educaccedilatildeo (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2005)
53 Algumas Consideraccedilotildees sobre a Evoluccedilatildeo da Educaccedilatildeo Ambiental
A Educaccedilatildeo Ambiental eacute direito de todos De modo formal como
componente permanente da educaccedilatildeo em todos os niacuteveis e modalidades De
modo natildeo formal atraveacutes de praacuteticas educativas voltadas para a mobilizaccedilatildeo e
participaccedilatildeo da sociedade e suas organizaccedilotildees na defesa da qualidade do
meio ambiente (ALERJ 1999)
A Educaccedilatildeo Ambiental jaacute percorreu um longo caminho superou alguns
obstaacuteculos alguns conflitos ganhou algumas batalhas porem ainda falta muito
para vencer a guerra contra os avanccedilos tecnoloacutegicos sem responsabilidade com
o meio ambiente porque o desenvolvimento eacute necessaacuterio poreacutem natildeo pode estar
100
combinado com um poder impiedoso e irracional do homem que destroacutei a terra
que pisa e tira o sustento polui o ar que respira suja a aacutegua que garante a sua
sobrevivecircncia e das geraccedilotildees futuras
Ao longo desses anos a Educaccedilatildeo Ambiental caminhou em direccedilatildeo ao
reconhecimento da sua importacircncia pois se natildeo houver um investimento em
accedilotildees que despertem a consciecircncia da humanidade para com o Meio
Ambiente natildeo teraacute nenhum sucesso os investimentos para o futuro A educaccedilatildeo
eacute o meio mais importante para o desenvolvimento do homem e a Educaccedilatildeo
Ambiental deve estar presente em todos os niacuteveis educacionais pois atraveacutes dela
passa a existir a consciecircncia pessoal de que o homem natildeo eacute o uacutenico no mundo
e sim faz parte dele segundo Boff 1992 ldquoMesmo sendo o homem a expressatildeo
autoconsciente do mundo natildeo eacute a principal nem a uacutenicardquo Devido a isto o
homem deve ter a consciecircncia de que existe uma interdependecircncia entre os
seres e a natureza em todo o planeta A partir da conscientizaccedilatildeo o homem
passa a perceber e revisar seus conceitos em relaccedilatildeo a viver bem pois a
seduccedilatildeo e adoraccedilatildeo aos estilos e modismos que fazem das pessoas aacutevidos
consumidores e como consequumlecircncia temos a geraccedilatildeo de montanhas de lixo
resiacuteduos inclusive radioativos aleacutem da extraccedilatildeo desordenada dos recursos
naturais natildeo renovaacuteveis
Eacute evidente que nas questotildees ambientais existem os conflitos que vatildeo de
encontro com os propoacutesitos poliacuteticos e os projetos educativos realmente
comprometidos com o resgate do equiliacutebrio entre a necessidade social e a
ambiccedilatildeo pessoal No primeiro caso trata-se de pessoas que na maioria das
vezes por falta de informaccedilatildeo destroem a natureza como derrubada de aacutervores
morte de animais pesca predatoacuteria etc em favor de seu sustento e de suas
famiacutelias natildeo percebendo que com esta destruiccedilatildeo estatildeo limitando o tempo do
seu sustento pois sem controle haacute o esgotamento No segundo caso a
exploraccedilatildeo e a destruiccedilatildeo da natureza natildeo por falta de informaccedilatildeo e sim por
ambiccedilatildeo ao dinheiro e por consequumlecircncia pelo poder natildeo importando o mal
que esta sendo feito Em relaccedilatildeo a isto se pode ressaltar que a pobreza tanto
nacional quanto global eacute uma das principais causas da destruiccedilatildeo pois quando
101
se tem fome a preocupaccedilatildeo com a natureza natildeo tem valor por isto quando se
fala em meio ambiente eacute tudo que estaacute a nossa volta inclusive agrave sociedade
Nessa perspectiva a educaccedilatildeo ambiental precisa ultrapassar os limites da
escola formal isto eacute deve transcender o espaccedilo escolar e ser concebida como
um processo contiacutenuo de formaccedilatildeo para a cidadania atingindo o ser humano
seja ele quem for ou onde estiver para que seja possiacutevel atingir em essecircncia a
mudanccedila de paradigmas que existem nas relaccedilotildees entre homem sociedade e
natureza Para isto se faz necessaacuterio o preenchimento de todos os espaccedilos seja
da miacutedia da famiacutelia do lazer da cultura da ciecircncia do trabalho e
principalmente da educaccedilatildeo Se forem aproveitadas todas as oportunidades
para se praticar a Educaccedilatildeo Ambiental estes conceitos passariam a fazer parte
da consciecircncia individual e coletiva do ser humano provocando alteraccedilatildeo no
sistema social e psicoloacutegico promovendo uma nova eacutetica planetaacuteria
comprometida com a erradicaccedilatildeo da pobreza da fome da poluiccedilatildeo da
opressatildeo humana da degradaccedilatildeo ambiental para que todos os recursos da
natureza possam ser utilizados com equiliacutebrio e respeito agrave fragilidade da terra e
de forma a beneficiar toda a humanidade (wwwsenacbr)
O Estado do Rio de Janeiro dispotildee da Lei 332599 que determina a
Educaccedilatildeo Ambiental obrigatoacuteria em todos os periacuteodos e nas vaacuterias disciplinas do
primeiro e segundo graus natildeo podendo ter uma uacutenica cadeira com conceitos
ecoloacutegicos e as demais ignorarem completamente os ecossistemas e as relaccedilotildees
entre transportes induacutestria agricultura urbanizaccedilatildeo sauacutede e o meio ambiente A
Educaccedilatildeo Ambiental por ser responsabilidade de todos deve ser tratada como
tema transversal isto eacute uma preocupaccedilatildeo de toda a escola e de toda a
comunidade onde a escola estaacute inserida Os professores das vaacuterias disciplinas e a
direccedilatildeo da escola estaratildeo empenhados na construccedilatildeo de projetos pedagoacutegicos
que inclua a problemaacutetica ambiental
A seguir as metodologias utilizadas na realizaccedilatildeo deste trabalho
102
Capiacutetulo 6 Metodologias
O objetivo deste capiacutetulo eacute descrever as metodologias aplicadas na busca
dos objetivos especiacuteficos para atingir as metas apontadas neste estudo
O estudo apresentado nessa dissertaccedilatildeo teve como base agrave elaboraccedilatildeo
de um meacutetodo capaz de garantir a confiabilidade e reprodutibilidade da
pesquisa No decorrer deste capitulo seratildeo abordados temas como
planejamento de pesquisa meacutetodo estatiacutestico pesquisa de campo fontes de
informaccedilatildeo e os problemas encontrados
Eacute relevante citar que o processo de pesquisa cientifica eacute uma atividade
dinacircmica e passiacutevel de mutaccedilotildees A metodologia empregada nesta pesquisa
possibilitou a agregaccedilatildeo de informaccedilotildees no decorrer do trabalho norteadas
sempre pelos objetivos do estudo
A figura 61 mostra esquematicamente a estrateacutegia utilizada na pesquisa
cujas etapas estatildeo melhor detalhadas nos itens subsequumlentes
103
Figura 61 - Esquematizaccedilatildeo do Projeto
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria a partir dos dados deste capiacutetulo
104
61 Diagnose do Estado da Arte da Educaccedilatildeo Ambiental no Ensino Meacutedio da Rede Estadual de Ensino no Municiacutepio do Rio de Janeiro 611 Objetivos
Umas das finalidades da pesquisa proposta no presente trabalho consistiu
em analisar o estado da arte do ponto de vista da Educaccedilatildeo Ambiental do
Ensino Meacutedio na Rede Estadual de Ensino localizada no Municiacutepio do Rio de
Janeiro A partir desta anaacutelise pretende-se traccedilar um perfil das escolas e indicar
caminhos estrateacutegicos em termos de sugestotildees no sentido de melhorar as
informaccedilotildees fornecidas aos alunos dentro da sua formaccedilatildeo acadecircmica partindo
de uma boa formaccedilatildeo docente
A seguir seratildeo detalhados os procedimentos utilizados durante a
elaboraccedilatildeo da pesquisa
612 Metodologia de Pesquisa
O meacutetodo de pesquisa adotado foi uma combinaccedilatildeo de anaacutelise
exploratoacuteria e anaacutelise quantitativa envolvendo as Escolas do Ensino Meacutedio da
Rede Estadual de Ensino localizadas no Municiacutepio do Rio de Janeiro O meacutetodo
foi baseado nas seguintes definiccedilotildees
Uma anaacutelise exploratoacuteria eacute uma pesquisa empiacuterica que utilizando diversas
fontes de informaccedilatildeo investiga um fenocircmeno contemporacircneo no seu contexto
real quando as fronteiras entre o fenocircmeno e contexto natildeo se encontram
nitidamente definidas (Yin 1984)
A anaacutelise quantitativa muitas vezes pode natildeo englobar as variaacuteveis
necessaacuterias agrave compreensatildeo de determinados eventos A concorrecircncia desses
eventos pode abranger uma complexidade tal que os paracircmetros de anaacutelise
tornam-se multidimensionais e difiacuteceis de serem observados de forma quantitativa
105
Contudo isto natildeo significa que as fronteiras entre as duas estrateacutegias de
pesquisa adotadas devam ser claramente delimitadas pois sempre existiratildeo
pontos em comum entre elas Cabe ressaltar poreacutem que cada estrateacutegia possui
caracteriacutesticas proacuteprias (Castro 1978)
O meacutetodo Survey a seguir definido foi o mais adequado para o
desenvolvimento da pesquisa
ldquoA pesquisa survey pode ser descrita como obtenccedilatildeo de dados ou
informaccedilotildees sobre caracteriacutesticas accedilotildees ou opiniotildees de determinado grupo
de pessoas indicado como representante de uma populaccedilatildeo alvo por meio
de um instrumento de pesquisa normalmente um questionaacuteriordquo(Tanur apud
Pinsonneautlt amp Kraemer 1993)
A metodologia estaacute coerente com o objetivo do trabalho uma vez que
desejava-se identificar qual o estado da arte da educaccedilatildeo ambiental nas
escolas de ensino meacutedio da Rede Puacuteblica EstadualConsiderando as colocaccedilotildees
de classificaccedilatildeo de uma pesquisa Survey esta tem um propoacutesito exploratoacuterio e
descritivo
No desenvolvimento do trabalho foi realizado um levantamento de dados
no ambiente com a aplicaccedilatildeo de um questionaacuterio respondido por parte das
escolas (amostra) de cada Metropolitana envolvida na pesquisa
613 Planejamento da Pesquisa
O primeiro passo do planejamento da pesquisa foi o levantamento das
informaccedilotildees disponiacuteveis sobre a situaccedilatildeo do ensino da EA nas Instituiccedilotildees de
Ensino Meacutedio da Rede Puacuteblica Estadual do Municiacutepio do Rio de Janeiro Este
levantamento compreendeu os seguintes itens
Determinaccedilatildeo da metodologia de pesquisa a ser adotada no projeto
Elaboraccedilatildeo de questionaacuterios
106
Aplicaccedilatildeo dos questionaacuterios junto agraves Instituiccedilotildees de Ensino meacutedio
atraveacutes de parceria com a Secretaria Estadual de Educaccedilatildeo
Realizaccedilatildeo de entrevistas com os diretores de Ensino das
Metropolitanas envolvidas no projeto
Avaliaccedilatildeo da receptividade nas metropolitanas e na SEERJ
Levantamento estatiacutestico dos dados
Busca de maiores informaccedilotildees sobre o tema nos sites da SEERJ
Elaboraccedilatildeo de propostas
614 Fontes de Informaccedilotildees
Na pesquisa realizada se lidou com uma variedade de fontes de
informaccedilotildees como documentos entrevistas e observaccedilotildees conforme segue
Materiais Impressos de oacutergatildeos ambientais
Trabalhos acadecircmicos sobre Educaccedilatildeo Ambiental
Entrevistas com professores e diretores de instituiccedilotildees de ensino
Materiais disponibilizados em meio eletrocircnico
Informaccedilotildees disponibilizadas pela SEERJ
615 Pesquisa de Campo
A pesquisa de campo foi realizada em duas etapas
A primeira etapa consistiu na aplicaccedilatildeo de um questionaacuterio nas escolas de
Ensino meacutedio da Rede Puacuteblica Estadual do Municiacutepio do Rio de Janeiro no
periacuteodo de abril a julho de 2006 A distribuiccedilatildeo do questionaacuterio foi viabilizada
mediante parceria com a SEERJ atraveacutes da coordenadoria de EA Os
questionaacuterios foram enviados para as Metropolitanas que foram responsaacuteveis
pela distribuiccedilatildeo e pelo recolhimento destes nas escolas Nas escolas os
questionaacuterios foram respondidos pelos diretores ou orientadores pedagoacutegicos O
modelo do questionaacuterio encontra-se no anexo 3
107
Apoacutes anaacutelise quantitativa e qualitativa dos questionaacuterios foi realizada a
segunda etapa que consistiu na avaliaccedilatildeo da receptividade das Metropolitanas
e da proacutepria SEERJ relacionada agrave relevacircncia da pesquisa Para tal foi elaborado
um questionaacuterio especiacutefico a ser respondido pelo responsaacutevel pela distribuiccedilatildeo
em cada metropolitana (anexo 4 5 e 6) e tambeacutem pela Coordenaccedilatildeo de
Educaccedilatildeo Ambiental da SEERJ O modelo dos questionaacuterios encontram-se no
anexo 7
Depois de estabelecidas as primeiras diretrizes foi realizado um
levantamento bibliograacutefico sobre os assuntos referentes ao trabalho Atraveacutes da
revisatildeo da literatura foi encontrada uma seacuterie de documentos pertinentes ao
assunto tais como
Determinaccedilatildeo de um modelo estatiacutestico utilizaccedilatildeo de uma amostragem
adequada
Realizaccedilatildeo de um questionaacuterio para as escolas
Definiccedilatildeo de modelo estatiacutestico para avaliar os dados levantados
Discussatildeo sobre o modelo estatiacutestico
Numa segunda etapa foi realizado um questionaacuterio de avaliaccedilatildeo da
pesquisa com os Diretores de Ensino responsaacuteveis pelas das metropolitanas
envolvidas no projeto
616 Avaliaccedilatildeo dos Resultados
Os dados seratildeo apresentados de maneira a desenhar o perfil das escolas
respondentes e suas opiniotildees a respeito da situaccedilatildeo do ensino da Educaccedilatildeo
Ambiental na rede puacuteblica estadual do Municiacutepio do Rio de Janeiro
Entre as respostas verificadas desconsiderou-se as respostas que natildeo
estavam em concordacircncia com as perguntas e as respostas em branco
As avaliaccedilotildees foram feitas nos itens e demonstradas em forma de
percentual
108
Foi feita uma anaacutelise estatiacutestica dos dados poreacutem nem todos os dados
estavam adequados para este tipo de anaacutelise Dada a heterogeneidade dos
dados o que muitas vezes impediu a aplicaccedilatildeo de equaccedilotildees matemaacuteticas
optou-se por natildeo realizar o tratamento estatiacutestico
62 Diagnose do Acesso aos Cursos de Graduaccedilatildeo nas
Universidades Puacuteblicas Estudo de Caso da UERJ e UFRJ
621 Objetivos
Aleacutem do mapeamento da Educaccedilatildeo Ambiental no Ensino Meacutedio puacuteblico
estadual a outra finalidade da pesquisa proposta nesta dissertaccedilatildeo consistiu em
analisar o acesso agraves Universidades Puacuteblicas dos alunos oriundos das escolas de
ensino meacutedio da Rede Puacuteblica
Para atingir esta meta foi realizada uma avaliaccedilatildeo do Sistema de Cotas
implantado na UERJ como tambeacutem avaliaccedilatildeo de uma proposta do acesso
atraveacutes do Sistema de Cotas que estaacute em fase de projeto na UFRJ
A seguir seratildeo detalhados os procedimentos utilizados durante a
elaboraccedilatildeo da pesquisa
622 Metodologia de Pesquisa
O meacutetodo de pesquisa adotado foi uma combinaccedilatildeo de anaacutelise
exploratoacuteria e anaacutelise quantitativa envolvendo as Universidades UERJ e UFRJ As
definiccedilotildees das metodologias foram descritas no item 612 deste capiacutetulo
109
623 Planejamento da Pesquisa
O planejamento foi iniciado com o levantamento das informaccedilotildees
disponiacuteveis sobre o acesso dos alunos nas Universidades Puacuteblicas Este
levantamento compreendeu os seguintes itens
Definiccedilatildeo das Universidades que seriam objeto da Pesquisa
Solicitaccedilatildeo de informaccedilotildees referentes aos alunos ingressos nas
Universidades atraveacutes de relatoacuterios fornecidos pelas comissotildees de
Vestibular das Universidades
Realizaccedilatildeo de entrevistas teacutecnicas com professores e outros profissionais
envolvidos no sistema de cotas das Universidades
Avaliaccedilatildeo quantitativa de alunos que ingressam nas Universidades
Puacuteblicas definidas egressos de escolas de ensino meacutedio da rede puacuteblica
comparados com os alunos egressos das instituiccedilotildees de ensino da Rede
Particular
Levantamento estatiacutestico dos dados
Busca de maiores informaccedilotildees sobre o sistema de cotas na miacutedia
eletrocircnica e escrita
Anaacutelise criacutetica dos sistemas de Cotas referentes agraves Universidades
estudadas
624 Fontes de Informaccedilotildees
Na pesquisa realizada se lidou com uma variedade de fontes de
informaccedilotildees como documentos entrevistas e observaccedilotildees conforme segue
Materiais Impressos fornecidos pela UERJ
Materiais de impressos de circulaccedilatildeo interna sobre a implantaccedilatildeo
do Sistema de Cotas na UERJ
Entrevistas teacutecnicas com professores e pessoas ligadas ao Sistema
de Cotas nas Universidades
Materiais disponibilizados em meio eletrocircnico
Relatoacuterios disponibilizados pela UERJ e UFRJ
110
625 Pesquisa de Campo
A pesquisa de campo foi realizada em vaacuterias etapas
Primeiramente estabeleceu-se contato com profissionais de setores da
UERJ e UFRJ relacionados ao acesso aos cursos de graduaccedilatildeo Isto feito face agraves
diferentes formas de acesso dessas universidades foram adotadas estrateacutegias
diferentes para os dois casos
- Estudo de caso UERJ
Foram realizadas entrevistas teacutecnicas com docentes da UERJ que
participaram da implantaccedilatildeo do sistema de cotas tanto a niacutevel acadecircmico
como administrativo Aleacutem disso foram coletadas informaccedilotildees referentes ao
vestibular atraveacutes de relatoacuterios fornecidos pelo nuacutecleo de informaacutetica da
Comissatildeo de Vestibular
- Estudo de caso UFRJ
Foi realizado com base no relatoacuterio de informaccedilotildees sobre o acesso no
vestibular fornecido pela comissatildeo de vestibular da UFRJ No que diz respeito ao
acesso diferenciado foi avaliada uma proposta da UFRJ para sistema de cotas
A primeira etapa consistiu em entrevistas teacutecnicas com professores da
UERJ que participam do sistema de cotas adotado pela Universidade como
tambeacutem acesso agraves informaccedilotildees pertinentes ao vestibular
Atraveacutes da revisatildeo da literatura foi encontrada uma seacuterie de documentos
pertinentes ao assunto tais como
Relatoacuterio com as informaccedilotildees de acesso a UFRJ dos alunos egressos
da Rede Estadual de ensino Documento fornecido pelo nuacutecleo de
informaacutetica do setor de vestibular da Universidade
111
Relatoacuterio com as informaccedilotildees de acesso a UERJ dos alunos egressos
da Rede Estadual de ensino Incluindo os alunos contemplados pelos
sistemas de cotas Documento fornecido pelo nuacutecleo de informaacutetica do
setor de vestibular da Universidade
Numa segunda etapa foi realizada uma avaliaccedilatildeo dos resultados e
montado um quadro comparativo entre as Universidades
63 Limitaccedilotildees do Estudo
O fator limitante foi a dificuldade de acesso aos dados relativos agraves escolas
pois para alguns Diretores de Ensino responsaacuteveis pelas Metropolitanas foram
muito difiacuteceis a distribuiccedilatildeo e o recebimento dos questionaacuterios o que acabou
comprometendo a quantidade das informaccedilotildees
Algumas escolas natildeo demonstraram muito interesse em responder os
questionaacuterios deixando muitas perguntas em branco e natildeo mostrando a
realidade das escolas
A seguir seraacute mostrada uma avaliaccedilatildeo do acesso aos cursos de
graduaccedilatildeo
112
Capiacutetulo 7 Diagnoacutestico do Acesso aos Cursos de Graduaccedilatildeo Estudo de Casos UERJ e UFRJ
Neste capiacutetulo eacute mostrado como acontece o acesso agraves Universidades
Puacuteblicas dos alunos oriundos das escolas da rede Puacuteblica Estadual em
comparaccedilatildeo com a Rede Federal e a Rede ParticularTomou-se como estudo de
caso a Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e a Universidade Federal
do Rio de Janeiro (UFRJ) tendo como base os nuacutemeros referentes aos concursos
vestibulares no periacuteodo 2003-2006
Tambeacutem eacute feita uma avaliaccedilatildeo do acesso por Cotas focando
a sistemaacutetica implementada na UERJ que foi a primeira a implantar o sistema
Tambeacutem fez uma anaacutelise de uma proposta da UFRJ para futura implantaccedilatildeo do
sistema
113
71 O Sistema de Cotas
A lei de cotas nas universidades eacute considerado um assunto muito
polecircmico que divide muitas opiniotildees Desde o acircmbito acadecircmico passando
pelo governamental e faixas da sociedade(www universiacombr)
Com o passar dos anos o aumento da competiccedilatildeo por uma vaga
nas Universidades Puacuteblicas fez com que o grau de exigecircncia aliada agrave diminuiccedilatildeo
da qualidade do ensino meacutedio na rede puacuteblica estadual tornasse o ingresso
deste grupo nas Universidades cada vez mais difiacutecil Uma das consequumlecircncias eacute o
fato de que as vagas nessas universidades fiquem voltadas para a faixa da
sociedade que pelo domiacutenio do poder econocircmico prepara melhor seus alunos
garantindo suas vagas Esta faixa da sociedade natildeo concorda com as cotas
pois percebe com isto que as suas vagas jaacute consideradas certas seratildeo
distribuiacutedas para uma faixa excluiacuteda que ateacute entatildeo natildeo significava qualquer
ameaccedila na competiccedilatildeo e alguns ateacute julgam o sistema como ldquoinjustordquo
Em relaccedilatildeo ao sistema acadecircmico existe a preocupaccedilatildeo com a
diminuiccedilatildeo da qualidade do ensino devido ao ingresso de alunos que satildeo
considerados ldquodespreparadosrdquo para ingressar em uma universidade de
qualidade (www universiacombr)
Para implantaccedilatildeo do Sistema de Cotas foram criadas leis nos
acircmbitos federal e estadual
Lei Federal PROJETO DE LEI 36272004
Institui Sistema Especial de Reserva de Vagas para estudantes egressos de
escolas puacuteblicas em especial negros e indiacutegenas nas instituiccedilotildees puacuteblicas
federais de educaccedilatildeo superior e daacute outras providecircncias Anexo 1
Lei Estadual Lei Nordm 3708 de 9 de Novembro de 2001
114
Institui cota de ateacute 40 (quarenta por cento) para as populaccedilotildees negra e
parda no acesso a Universidade do Estado do Rio de Janeiro e agrave Universidade
Estadual do Norte Fluminense e daacute outras providecircnciasAnexo2
72 Implantaccedilatildeo do Sistema
Por forccedila do disposto na Lei Estadual Nordm 3708 a Universidade Estadual do
Rio de Janeiro (UERJ) foi a primeira instituiccedilatildeo a adotar o sistema de cotas no
Estado do Rio de Janeiro tendo iniacutecio em 2003 (wwwconcienciacombr)
Como a reserva de vagas de acordo com a lei prevecirc 50 do total de
vagas por cursoturnosemestre para alunos oriundos da rede puacuteblica e para que
a lei pudesse ser cumprida foram realizados dois vestibulares
Um tradicional aberto a candidatos oriundos de qualquer tipo de
escola e denominado como nos anos anteriores Vestibular Estadual para
preenchimento na UERJ 2485 vagas em 46 cursos
Outro aberto apenas a candidatos oriundos de escolas da rede
puacuteblica localizadas no Estado do Rio de Janeiro denominado Vestibular SADE
(Sistema de Acompanhamento do Desempenho dos Estudantes do Ensino Meacutedio
mantido pelo Poder Puacuteblico) para preenchimento na UERJ de 2485 vagas em 46
cursos
Como a reserva prevecirc 40 do total de vagas por cursoturnosemestre
para alunos autodeclarados negros e pardos e para atender a reserva foram
adotados os alguns procedimentos
Apoacutes a soma do nuacutemero total de vagas oferecido nos dois vestibulares e
calculado o valor correspondente a 40 de cada total obtido verifica-se o
quantitativo de autodeclarados negros ou pardos e se o quantitativo for igual ou
maior que os 40 previstos pela legislaccedilatildeo a reserva eacute considerada
atendida(UERJ 2003)
115
73 O Aluno na Universidade
A questatildeo natildeo se resume ao ingresso do aluno na Universidade mas
tambeacutem se a Universidade tem condiccedilotildees de acolher e manter estes alunos Se
estes tiverem muita dificuldade de acompanhar as aulas e isto acarretar evasatildeo
o sistema natildeo teraacute sentido
Segundo a Sub-Reitora de Graduaccedilatildeo da UERJ ProfaRaquel Villard
somente a reserva de vagas para as pessoas carentes natildeo eacute o suficiente pois
existe o problema financeiro No endereccedilo eletrocircnico institucional a Sub-Reitora
declara ldquoHoje noacutes temos um programa chamado PROINICIAR (Programa de
Iniciaccedilatildeo Acadecircmica) Por meio dele a Universidade tenta ajudar este aluno na
passagem para a vida universitaacuteria inclusive atendendo aos estudantes em suas
necessidades advindas de um ensino meacutedio ou fundamental sem a qualidade
que deveria terrdquo (www 2uerjbr)
A UERJ utiliza o sistema de cotas desde 2003 Os alunos cotistas que
comprovam baixa renda recebem uma bolsa auxilio de R$19000(cento e
noventa reais) Este auxilio eacute destinado agraves despesas baacutesicas de manutenccedilatildeo do
aluno como passagem coacutepias livros lanche etc e tem duraccedilatildeo de 1 ano Isso
eacute devido ao fato do aluno quando chega ao 3ordm periacuteodo de acordo com o seu
desempenho pode participar dos outros programas existentes na Universidade
como estaacutegios iniciaccedilatildeo cientiacutefica etc que oferecem bolsas Tendo assim a
partir deste periacuteodo o aluno jaacute eacute capaz de conseguir sua remuneraccedilatildeo natildeo
sendo mais necessaacuterio o auxilio(Noronha Patriacutecia - Coordenaccedilatildeo do PROINICIAR-
Entrevista teacutecnica)
Segundo informaccedilotildees coletadas junto agrave coordenaccedilatildeo do PROINICIAR
devido agraves carecircncias educacionais dos alunos eventuais falhas no Ensino Meacutedio a
UERJ instituiu dentro do programa Proiniciar cursos oficinas e atividades culturais
Este programa oferece em paralelo com as disciplinas do curso aulas de
Matemaacutetica Quiacutemica Fiacutesica Biologia etc como se fossem aulas de reforccedilo e
oficinas com aulas praacuteticas aleacutem de visitas e passeios culturais programados a
116
teatros cinemas museus etc A garantia do funcionamento deste programa eacute
atraveacutes de parcerias entre as diversas faculdades dentro da UERJ aleacutem de
parcerias externas Essas parcerias tecircm o objetivo de facilitar a execuccedilatildeo do
programa pois se faz necessaacuterio que diversos professores sejam disponibilizados
para os cursos e as oficinas Atraveacutes destas parcerias satildeo oferecidos tambeacutem
cursos de idiomas gratuitamente para os cotistas (Inglecircs Francecircs Alematildeo etc)
(Noronha Patriacutecia - Coordenaccedilatildeo do PROINICIAR-Entrevista teacutecnica)
Ainda de acordo com a Coordenaccedilatildeo do PROINICIAR inicialmente a
evasatildeo dos alunos cotistas era grande muitos natildeo conseguiam se manter na os
Universidade tanto por dificuldades em acompanhar as aulas quanto por
dificuldades financeiras Uma das razotildees atribuiacutedas era o fato de que havia um
excesso de oficinas e atividades coincidentes com os periacuteodos de provas Sendo
assim os alunos natildeo conseguiam dar conta de todas as atribuiccedilotildees natildeo
atingindo os graus necessaacuterios e com isto se sentiam incapazes perdiam o
entusiasmo e acabavam desistindo do curso Atualmente a oferta dos cursos e
das oficinas satildeo feitos no iniacutecio dos periacuteodos terminando antes do iniacutecio das
provas isto faz com que os alunos fiquem com tempo mais livre para se
prepararem melhor para as provas sem contar que no iniacutecio dos periacuteodos os
alunos estatildeo com maior disposiccedilatildeo Essas medidas jaacute trouxeram uma melhoria no
desempenho destes alunos e aumentaram tambeacutem a auto-estima tornando-
mais seguros(Noronha Patriacutecia - Coordenaccedilatildeo do PROINICIAR-Entrevista teacutecnica)
Em relaccedilatildeo ao desempenho dos cotistas que segundo a ProfaRaquel
Villard reprovam menos por frequumlecircncia do que os natildeo cotistas ldquoTambeacutem temos
dados que comprovam que o estudante se apega a essa chance como algo
que ele sabe que natildeo pode ser jogado fora natildeo pode ser perdido Isto explica o
empenho evidente nos estudosrdquo (wwwuniversiacombr)
Natildeo existe duacutevida de que a adoccedilatildeo de cotas eacute uma forma eficaz de
aumentar o ingresso de negros e carentes em Universidades Isto faz com que
tenham condiccedilatildeo de cursarem o niacutevel superior que hoje eacute um privileacutegio das
classes mais abastadas da sociedade pois somente alunos bem preparados
117
normalmente por escolas do setor privado e de cursinhos preparatoacuterios possuem
maior acesso agraves Universidades Puacuteblicas Como este preparo requer um custo
elevado fica cada vez mais restrito a uma pequena parcela da sociedade que
possui melhor poder aquisitivo
Segundo o Professor Ricardo Salles (historiador e professor da Faculdade de
Formaccedilatildeo de Professores da UERJ) o sistema trouxe principalmente dois grandes
resultados positivos
Inicialmente fez que um expressivo nuacutemero de afro-brasileiros e alunos
carentes oriundos de escolas puacuteblicas ingressasse na Universidade Puacuteblica Para
estas pessoas que tendo concluiacutedo o ensino meacutedio estavam legalmente em
condiccedilotildees de ingressarem em uma Universidade O Sistema de Cotas tornou
possiacutevel o ingresso em uma Universidade Puacuteblica pois sem as mesmas soacute teriam
condiccedilotildees de ingressarem em instituiccedilotildees privadas possibilidade esta que na
maioria dos casos esbarrava na falta de recursos financeiros devido ao alto
custo da mensalidade dos cursos
Ainda de acordo com o professor Ricardo Salles o segundo resultado
positivo da implantaccedilatildeo das cotas eacute que atraveacutes dela se tem novamente em
debate agrave polecircmica a respeito do lugar da Universidade Puacuteblica na Sociedade
Brasileira tendo como objetivo o desenvolvimento de uma naccedilatildeo mais justa e
democraacutetica Isto porque se existe a Universidade Puacuteblica e esta eacute mantida pelos
governos parte deste dinheiro adveacutem dos impostos da populaccedilatildeo nada mais
justo que a maioria das pessoas que estejam na Universidade Puacuteblica sejam as
que natildeo tenham condiccedilotildees de pagar uma boa Universidade particular Mas na
realidade o que ocorre eacute exatamente o contraacuterio satildeo as classes mais
privilegiadas que estatildeo nas Universidades Puacuteblicas pois nas trecircs ultimas deacutecadas
o descaso com o ensino meacutedio da rede puacuteblica foi tatildeo grande que os alunos
que se formam nessas instituiccedilotildees natildeo satildeo capazes de concorrerem em
igualdade com os que vecircm de um ensino meacutedio em instituiccedilotildees particulares caras
com um principal objetivo de cursar uma Universidade Puacuteblica Entatildeo o sistema
118
de cotas para esses alunos eacute uma maneira de compensar esse contra-senso
(www2uerjbr)
74 A Necessidade das Cotas
Eacute preciso se estar alerta para que o sistema de cotas ou reserva de vagas
natildeo incorra no risco de desviar a atenccedilatildeo de uma questatildeo muito grave talvez a
questatildeo-chave da situaccedilatildeo que eacute o niacutevel do ensino meacutedio da rede puacuteblica na
atualidade O Estado estaacute deixando de cumprir a sua parte que eacute de preparar
bem os alunos de famiacutelias mais carentes independentes da cor para que
aumentem suas condiccedilotildees de competiccedilatildeo para que melhorem suas condiccedilotildees
de vida atraveacutes de uma boa formaccedilatildeo Universitaacuteria
Este fato pode ser observado ao longo dos anos pois historicamente os
melhores alunos estavam na Rede Puacuteblica de Ensino em todos os niacuteveis de
formaccedilatildeo Somente estudavam em escolas particulares aqueles alunos que
tinham problemas seacuterios de disciplina ou muita dificuldade em aprendizagem
logo para completarem seus estudos recorriam agrave Rede Privada de ensino O
ensino puacuteblico era muito riacutegido e exigente o que contribuiacutea para uma boa
formaccedilatildeo e consequumlente condiccedilatildeo de ingresso em uma Universidade Puacuteblica
A inclusatildeo de negros na questatildeo das cotas tambeacutem adveacutem da maioria
da populaccedilatildeo que utiliza a Rede Puacuteblica Estadual de Ensino ser de pardos e
negros que gera por consequumlecircncia uma acentuada minoria desses alunos nas
Universidades Puacuteblicas
Com o passar dos anos a Educaccedilatildeo Puacuteblica comeccedilou a ser superada em
termos de formaccedilatildeo pela Rede Privada o que ocasionou uma lacuna entre os
alunos da Rede Puacuteblica Estadual e a Universidade pois se as instituiccedilotildees de ensino
particular estatildeo preparando melhor os seus alunos seratildeo estes que ingressaratildeo
nas Universidades Puacuteblicas Com isto o nuacutemero de alunos que terminam o ensino
meacutedio na Rede Puacuteblica Estadual que consegue se classificar em uma
Universidade Puacuteblica eacute a cada ano menor restando para estes alunos da Rede
119
Puacuteblica Estadual ingressarem em Universidades Privadas ou simplesmente que eacute o
que ocorre com maior frequumlecircncia ficar sem o direito de melhorar suas condiccedilotildees
de vida atraveacutes de uma boa graduaccedilatildeo
Com atenccedilatildeo a estes fatos eacute que o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo estaacute com um
projeto de lei no qual sugere a diminuiccedilatildeo gradativa do percentual da cota de
50 dos alunos que cursaram o ensino meacutedio na rede puacuteblica A intenccedilatildeo do
Ministeacuterio eacute promover a qualidade no ensino meacutedio na mesma proporccedilatildeo que os
alunos deixariam de utilizar as cotas (wwweducacaoaolbr)
Segundo o MEC (Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura) a melhoria da
qualidade do ensino puacuteblico ldquoeacute a mais eficiente poliacutetica de inclusatildeo social no
que diz respeito ao acesso agrave educaccedilatildeo superiorrdquo (wwweducacaoaolbr)
O Professor Joseacute Jorge de Carvalho (Departamento de Antropologia-
Universidade de Brasiacutelia) comenta que o sistema de cotas eacute a uacutenica forma de
resolver o problema da exclusatildeo racial em curto prazo O preconceito segundo
ele estaacute presente nas salas de aula O professor comeccedilou a defender o sistema
de cotas para negros quando presenciou o caso de um aluno que foi
prejudicado por um professor por motivos raciais (wwwespacoacademicocom
br)
O Professor Joseacute Jorge de Carvalho defende que ldquoHaacute poucos negros na
Universidade e isso dificulta que eles se unam para lutar por seus direitos Eacute preciso
mudar o tipo de relaccedilatildeo que existe na academia E isso soacute vai acontecer quando
houver vaacuterios negros laacute dentrordquo Os estudos do professor mostram os nuacutemeros da
exclusatildeo em 2003 97 dos universitaacuterios brasileiros satildeo brancos contra 2 de
negros e 1 de amarelos O desequiliacutebrio eacute evidente se no Brasil 45 da
populaccedilatildeo eacute negra Baseados nestes dados fica claro que era preciso tomar
alguma providecircncia para se tentar reverter este quadro era necessaacuterio que de
alguma maneira se fizesse agrave inserccedilatildeo do negro no ensino superior e o sistema de
cotas foi uma opccedilatildeo praacutetica e que amenizaria o problema num curto prazo
(wwwespacoacademicocombr)
120
Segundo a professora de Antropologia Yvonne Maggie (Professora Titular
da Universidade Federal do Rio de Janeiro) a ideacuteia de raccedila deve ser abolida por
estimular a divisatildeo do paiacutes em grupos eacutetnicos A cisatildeo racial seria um passo em
direccedilatildeo ao conflito Para a professora Yvonne Maggie ldquoDesde o Modernismo
nossa sociedade se vecirc como misturada A introduccedilatildeo do sistema de cotas rompe
com esse ideaacuterio e produz uma sociedade que tem a obrigaccedilatildeo legal de se
classificar como lsquobranca ou negrarsquo Em outros paiacuteses poliacuteticas que reforccedilam a
condiccedilatildeo racial geraram conflitos inimaginaacuteveis como a Ruanda o Kosovo e a
Aacutefrica do Sulrdquo (wwwcomcienciabr)
Na avaliaccedilatildeo da autora desta dissertaccedilatildeo a questatildeo do indiviacuteduo no
sistema de cotas ter que se auto-declarar negro ou branco natildeo chega a ser um
motivo passiacutevel de gerar um conflito de raccedilas pois a raccedila natildeo deve ser vista
como um motivo de vergonha para o indiacuteviduo e sim uma informaccedilatildeo comum
como peso idade etc O que pode gerar conflitos poreacutem eacute a discriminaccedilatildeo de
raccedilas exclusatildeo social que satildeo problemas muito mais graves no nosso paiacutes
problemas estes que satildeo as principais causas de confrontos e grandes geradores
de violecircncia Com a exclusatildeo social as diferenccedilas sociais se tornam cada vez
maiores provocando a falta de oportunidades para a maioria da populaccedilatildeo
privilegiando sempre uma pequena parcela da sociedade o que gera revolta e
consequumlentemente atos de violecircncia
Um comparativo da situaccedilatildeo das aprovaccedilotildees nos vestibulares das
Universidades Puacuteblicas participantes do estudo dos alunos egressos da Rede
Puacuteblica Estadual em relaccedilatildeo aos alunos egressos da Rede Puacuteblica Federal como
tambeacutem dos alunos egressos da Rede de Ensino Particular eacute mostrado a seguir
75 Comparativo Entre a Rede Estadual de Ensino e a Rede
Federal e Particular
Para os estudos foram selecionadas duas instituiccedilotildees a Universidade
Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) por ser a Universidade agrave qual eacute vinculado o
121
projeto de pesquisa e Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) por ser a
primeira universidade a utilizar o sistema de cotas aumentando assim o nuacutemero
de alunos oriundos de escolas da Rede Puacuteblica Estadual
A Rede Puacuteblica Estadual do Rio de Janeiro eacute a responsaacutevel pela formaccedilatildeo
do maior nuacutemero de alunos concluintes do ensino meacutedio mais isto natildeo significa
que estes alunos ingressam em maior nuacutemero em Universidades Puacuteblicas
Na realidade o que ocorre eacute que as Redes de Ensino Privadas e Federais
responsaacuteveis por apenas um terccedilo dos concluintes do ensino meacutedio satildeo os que
mais aprovam seus alunos nas Universidades Puacuteblicas conforme mostra a Tabela
71 a qual traz o nuacutemero de alunos egressos das escolas puacuteblicas inscritos e o
nuacutemero dos que obtiveram aprovaccedilatildeo nas Universidades Puacuteblicas
A maioria dos alunos da Rede Puacuteblica Estadual nem ao menos se inscreve
nos concursos dentre os que se inscrevem menos da metade consegue
classificaccedilatildeo para um curso de graduaccedilatildeo
Tabela 71 os Vestibulares UFRJ e UERJ - Nordm de inscritos e nordm de classificados
UFRJ UERJ a
ESTADUAL FEDERAL PARTICULAR ESTADUAL FEDERAL PARTICULAR
ANO INSC CLAS INSC CLAS INSC CLAS INSC CLAS INSC CLAS INSC CLAS
2000 ND ND ND ND ND ND 8391 318 4558 700 20764 1593
2001 ND ND ND ND ND ND 12866 479 4966 670 33583 2801
2002 ND ND ND ND ND ND 11938 805 4220 708 24664 2745
2003 11849 907 4670 1083 30796 4118 14804 2218 3529 817 16968 1647
2004 13703 875 4589 900 34921 4467 9941 1881 2824 688 15251 2321
2005 11671 910 4015 960 29563 4447 9007 1836 3010 621 17106 2468
2006 13681 870 4229 991 32527 4738 ND ND ND ND ND ND
ND Dados natildeo disponiacuteveis a Os dados da UERJ a partir de 2003 estatildeo computados com a reserva de vagas
122
Fontes Departamento de seleccedilatildeo acadecircmica-DSEA-UERJ(2006) Nuacutecleo de Computaccedilatildeo Eletrocircnica-UFRJ(2006)
De acordo com os dados pode-se constatar que a quantidade de alunos
da rede puacuteblica que conseguem ingressar nas Universidades Puacuteblicas eacute muito
inferior aos egressos da rede particular
O que se pode destacar de mais importante eacute o fato de que a partir do
ano de 2003 o nuacutemero de alunos da rede Puacuteblica Estadual que foram
classificados no vestibular da UERJ aumentou muito o que coincide com o iniacutecio
de implantaccedilatildeo das reservas de vagas concluindo que a reserva de vagas foi
um instrumento que contribuiu para o aumento do nuacutemero de alunos da rede
Puacuteblica Estadual na UERJ
O nuacutemero de Escolas da Rede Estadual de Educaccedilatildeo eacute cerca de 1014
escolas e a Rede privada estaacute em torno de 870 portanto a Rede Estadual possui
um nuacutemero superior de escolas em relaccedilatildeo agrave Rede Privada e ao nuacutemero de
Escolas da Rede Federal que satildeo cerca de 12 escolas
O nuacutemero de alunos da alunos da Rede Estadual corresponde agrave cerca de
23 quanto a Rede particular e a Federal juntas correspondem a 13 deste
nuacutemero (SEERJ)
Observa-se que mesmo a Rede Puacuteblica Estadual tendo um nuacutemero de
alunos concluintes do ensino meacutedio muito superior apenas um nuacutemero muito
pequeno destes conseguem ingressar em uma Universidade Puacuteblica
Baseando-se nas informaccedilotildees do Vestibular de 2003-2005 da UFRJ e UERJ
(Tabela 71) podem ser feitas algumas avaliaccedilotildees Foi selecionado este periacuteodo
pois segundo a tabela 71 eacute aquele que conteacutem dados das duas Universidades
Os graacuteficos foram elaborados utilizando-se a meacutedia dos dados de cada
esfera compreendidos entre os anos de 2003 e 2005
123
Caso UFRJ
Quanto ao nuacutemero de alunos inscritos
A Figura 71 mostra o percentual de alunos inscritos no vestibular da UFRJ
oriundos da Rede Estadual Federal e Particular calculado atraveacutes do somatoacuterio
do nuacutemero de inscritos no periacuteodo em anaacutelise
26
965
EstadualFederalParticular
Figura 71 Percentual de alunos inscritos no Vestibular da UFRJ
Foi observado que o percentual de alunos inscritos oriundos da Rede
Privada eacute muito superior aos demais A proporccedilatildeo de alunos inscritos da rede
Federal eacute pequeno Isso pode ser atribuiacutedo ao fato de que haacute poucas escolas da
Rede Federal de Ensino Meacutedio e portanto o nuacutemero de alunos eacute menor Quanto
agrave Rede Estadual de Ensino o nuacutemero de alunos inscritos eacute muito pequeno em
relaccedilatildeo ao total de alunos da rede jaacute que dois terccedilos dos alunos estatildeo neste
grupo Logo o percentual de inscritos deveria ser tambeacutem muito superior mas o
que os nuacutemeros mostram eacute exatamente o contraacuterio Tal distorccedilatildeo pode ser
devida a vaacuterios fatores destacando-se a questatildeo pedagoacutegica e financeira que
seraacute discutida posteriormente
124
Quanto ao nuacutemero de alunos classificados
A Figura 72 mostra o Percentual de alunos que foram classificados no
vestibular oriundos da Rede Estadual Federal e particular calculado atraveacutes do
percentual de alunos que foram classificados em funccedilatildeo do numero de inscritos
14
16
70
Estadual
Federal
Particular
Figura 72 Percentual de alunos classificados no Vestibular da UFRJ
O percentual de alunos classificados egressos da Rede Particular eacute muito
superior aos da Rede Federal e Estadual Isto ocorre devido ao nuacutemero de
inscritos ter sido muito superior aos demais A figura indica tambeacutem que a grande
maioria dos alunos que ingressam na UFRJ cerca 70 satildeo oriundos da Rede
Particular de Ensino Meacutedio
Relaccedilatildeo entre o nordm total de inscritos e classificados
A Figura 73 mostra o percentual em relaccedilatildeo ao nuacutemero de inscritos e
classificados dentro da Rede Puacuteblica Estadual Federal e Particular Calculado
pela quantidade de alunos classificados em funccedilatildeo dos inscritos dentro de cada
esfera comparativamente
125
7
22
14EstadualFederalParticular
Figura 73 Percentual de alunos classificados em funccedilatildeo do nuacutemero de
inscritos em cada esfera
Em relaccedilatildeo ao nuacutemero de inscritos e os que satildeo classificados destaca-se
que no tocante aos alunos oriundos da Rede Particular o nuacutemero de
classificados eacute inferior ao nuacutemero de classificados pelas Escolas Federais Estas
mesmo tendo um nuacutemero inferior de alunos formados proporcionalmente exibem
um melhor desempenho Isto leva agrave percepccedilatildeo de que as escolas da Rede
Federal de Ensino Meacutedio estatildeo conseguindo manter um padratildeo de ensino
superior agrave Rede Estadual e agrave Particular formando assim ilhas de excelecircncia em
Educaccedilatildeo
Na Rede Puacuteblica Estadual o baixo nuacutemero de classificados acaba sendo
um motivo para a falta de estiacutemulo para os alunos se inscreverem Na avaliaccedilatildeo
da autora estes julgam que a chance de conseguir a classificaccedilatildeo eacute muito
pequena devido agraves suas deficiecircncias pedagoacutegicas sendo assim nem tentam o
vestibular Este fato tambeacutem se alia aos problemas financeiros devido ao custo
das inscriccedilotildees que muitas vezes por falta de recursos somente os alunos que
conseguem isenccedilatildeo das taxas se inscrevem como tambeacutem os alunos que
priorizam o trabalho ao estudo jaacute que nas Universidades Puacuteblicas a maioria dos
horaacuterios das aulas impede que o aluno trabalhe
126
Caso UERJ
Quanto ao nuacutemero de alunos inscritos
A figura 74 mostra o percentual total de alunos inscritos no vestibular da
UERJ oriundos da Rede Estadual Federal e Particular Calculado a partir do
somatoacuterio dos inscritos em relaccedilatildeo agrave Rede Estadual Federal e Particular
37
10
53
Estadual
Federal
Particular
Figura 74 Percentual de alunos inscritos no Vestibular da UERJ
Pode-se destacar que semelhante agrave UFRJ o nuacutemero de alunos da Rede
Privada inscritos eacute superior aos demais O nuacutemero de alunos inscritos da rede
Federal eacute pequeno e na Rede Estadual de Ensino o nuacutemero de alunos inscritos eacute
superior aos inscritos na UFRJ Este nuacutemero superior de alunos inscritos da Rede
Estadual na UERJ em relaccedilatildeo agrave UFRJ se justifica pela existecircncia do Sistema de
Cotas existente na UERJ o que aumenta as chances desses alunos em
conseguirem classificaccedilatildeo gerando maior estiacutemulo neles em se inscreverem
Quanto ao nuacutemero de alunos classificados
A Figura 75 mostra o Percentual de alunos que foram classificados no
vestibular oriundos da Rede Estadual Federal e particular Calculado atraveacutes do
percentual de alunos que foram classificados em funccedilatildeo do numero de inscritos
127
41
15
44 Estadual
Federal
Particular
Figura 75 Percentual de alunos classificados no Vestibular da UERJ
A Rede Federal de Ensino manteve o seu percentual devido agrave
qualidade de formaccedilatildeo de seus alunos poreacutem o percentual de alunos
classificados egressos da Rede Particular e Estadual aparecem em equiliacutebrio
mantendo-se percentuais bem proacuteximos Este fato se deve a implantaccedilatildeo do
sistema de Reserva de vagas para alunos da rede Puacuteblica o que favoreceu o
aumento no nuacutemero desses alunos na Universidade e por consequumlecircncia
diminuindo o nuacutemero de alunos da Rede particular
Relaccedilatildeo entre o nordm total de inscritos e classificados
A Figura 76 mostra o percentual em relaccedilatildeo ao nordm de inscritos e
classificados dentro da Rede Puacuteblica Estadual Federal e Particular Calculado
pela quantidade de alunos classificados em funccedilatildeo dos inscritos dentro de cada
esfera comparativamente
128
17
22
13EstadualFederalParticular
Figura 76 Percentual de alunos classificados em funccedilatildeo do nuacutemero de
inscritos em cada esfera
Com o Sistema de reservas de vagas na UERJ a relaccedilatildeo
inscritosclassificados na Rede particular e federal praticamente se manteacutem
poreacutem na rede Estadual este percentual teve um aumento significativo Este
Sistema melhorou a distribuiccedilatildeo de vagas aumentando o acesso dos alunos da
Rede Puacuteblica a uma Universidade Puacuteblica
Avaliaccedilatildeo antes e depois da implantaccedilatildeo do sistema de
cotas
A figura 77 mostra um comparativo entre a situaccedilatildeo antes e depois da
implantaccedilatildeo do Sistema de Cotas
129
0
10
20
30
40
50
60
70
scotas ccotas scotas ccotas
alunos inscritos alunos classif icados
Estadual
Federal
Particular
Figura 77- Comparativo entre o antes e o depois da implantaccedilatildeo do
Sistema de Cotas
Com a implantaccedilatildeo do Sistema de Cotas houve um equiliacutebrio na
distribuiccedilatildeo das vagas na UERJ onde a Rede Federal de ensino se manteve na
meacutedia anterior portanto natildeo sofreu muita influecircncia do sistema A grande
vantagem foi para a Rede Estadual de Ensino que aumentou sensivelmente o
nuacutemero de seus alunos na ocupaccedilatildeo das vagas da UERJ vagas estas que como
observado na figura 77 eram destinadas a Rede Particular de ensino
76 Avaliaccedilatildeo do Sistema de Cotas da UERJ e da Proposta
UFRJ
Como citado em 73 a UERJ foi a primeira Universidade a implantar o
sistema de Reserva de vagas para alunos com perfis socioeconocircmicos e raciais
diferenciados em 2003
A UFRJ em 2004 em seu acircmbito discutiu este sistema e como resultado o
Conselho de Ensino de Graduaccedilatildeo(CEG) aprovou um documento no qual se
posicionou contra a qualquer sistema de reserva de vagas dentro do modelo
130
conhecido como Cotas No mesmo documento o CEG apontava como
diretrizes para a democratizaccedilatildeo do acesso aos cursos de graduaccedilatildeo da UFRJ o
investimento na melhoria das condiccedilotildees do Ensino Baacutesico a ampliaccedilatildeo do
nuacutemero de vagas para os cursos existentes a criaccedilatildeo de novos cursos e o
investimento em accedilotildees que visassem a permanecircncia dos alunos na UFRJ
Na UERJ o sistema foi muito discutido antes de ser implantado onde um
grupo era a favor do sistema e o defendia como uma forma de inclusatildeo social
outro grupo era totalmente contra por entender que o sistema seria uma invasatildeo
de alunos sem condiccedilotildees de estarem e de acompanharem o niacutevel da
Universidade e esta para natildeo ter reprovaccedilotildees em massa se sentiria na obrigaccedilatildeo
de chegar a esses alunos ldquobaixando seu niacutevel de ensinordquo
Diante da necessidade de implantaccedilatildeo do sistema a UERJ elaborou vaacuterias
propostas que convergiram a um modelo inicial que foi implantado Este modelo
passou por vaacuterias modificaccedilotildees para se adequar cada vez mais a realidade dos
alunos que estavam ingressando na Universidade poreacutem em nenhum momento
o niacutevel de ensino da Universidade precisou cair
A Professora Maria de Faacutetima Branquinho da Faculdade de Educaccedilatildeo da
UERJ que inicialmente fazia parte do grupo contraacuterio ao sistema de cotas e que
hoje eacute uma das professoras que mais se sentem gratificadas com o programa
com uma participaccedilatildeo ativa declarou que possui excelentes alunos cotistas que
se mostram bastante interessados e muitas vezes ateacute mais que os natildeo cotistas
Devido a isto costumam tirar boas notas e alguns deles quando chegam ao 3ordm
periacuteodo satildeo seus colaboradores em projetos de Educaccedilatildeo Ambiental nos quais
ela faz parte obtendo oacutetimos resultados Para a professora ldquoesses alunos
possuem potencial soacute lhes faltava oportunidade de mostrar e esta oportunidade
eacute como um precircmio para eles que se sentem na obrigaccedilatildeo de provarem que satildeo
capazes e que a chance natildeo foi desperdiccedilada (Branquinho 2006 - Entrevista
Teacutecnica)
131
A UFRJ elaborou um projeto piloto para aumentar a presenccedila de alunos da
rede Estadual em seu quadro discente O projeto eacute bastante ambicioso em curto
prazo pois seraacute possiacutevel por meio de parceria com a SEERJ e contaraacute com o
empenho de todos os professores da rede
O ponto central do projeto eacute a melhoria da formaccedilatildeo dos alunos do ensino
meacutedio da Rede Estadual A proposta eacute que isto seja feito atraveacutes de cursos de
Formaccedilatildeo continuada de conteuacutedo especiacutefico e de avaliaccedilatildeo aos professores
A participaccedilatildeo dos professores no projeto seria de no miacutenimo quatro para cada
escola esta que tambeacutem seria escolhida atraveacutes de criteacuterios preacute-estabelecidos
dentre eles a avaliaccedilatildeo no Acircmbito do Programa Nova Escola Esses professores
integrantes do Nuacutecleo Docente devem estar distribuiacutedos em aacutereas da seguinte
maneira Um docente de Liacutengua Portuguesa um docente de Matemaacutetica um
docente do Grupo 1(Quiacutemica Fiacutesica ou Biologia) e um docente do Grupo
2(Histoacuteria Geografia Filosofia ou Sociologia) Aleacutem disso todos os integrantes do
grupo devem ministrar aulas para as mesmas turmas de 3ordf seacuterie do ensino meacutedio
Os alunos das escolas participantes do programa para integrarem ao
projeto tambeacutem teriam que obedecer a vaacuterios criteacuterios estabelecidos pelo
CEGUFRJ Quando aceito no projeto o aluno seria inscrito e indicaria a qual
curso de graduaccedilatildeo pretende concorrer dentro dos que seratildeo disponibilizados
pela UFRJ
O projeto aleacutem dos cursos contaria com a participaccedilatildeo dos docentes da
Rede Estadual para que estes elaborem os instrumentos de avaliaccedilatildeo dos alunos
participantes do projeto Os alunos que apoacutes avaliaccedilatildeo pelo Nuacutecleo Docente
da escola conseguissem classificaccedilatildeo seriam encaminhados para os cursos de
formaccedilatildeo complementar que seriam oferecidos pela UFRJ no primeiro semestre
do ano letivo imediatamente posterior
Quanto ao Projeto da UFRJ com base na experiecircncia docente da autora
o seu principal problema seria provavelmente despertar interesse do corpo
docente das escolas da Rede Estadual em participar do projeto jaacute que a maior
132
parte do projeto seria executada por esses Docentes o que exigiria dedicaccedilatildeo
exclusiva Como os professores da Rede Estadual normalmente trabalham em
vaacuterias escolas isto seria muito difiacutecil Aleacutem de que somente o interesse natildeo eacute o
suficiente o professor tem que ser aceito pelo projeto atraveacutes de avaliaccedilotildees
Outra dificuldade seria em formar o Nuacutecleo Docente jaacute que este exige que os
professores participantes lecionem nas mesmas turmas de 3ordf seacuterie pois em
escolas que funcionam nos trecircs turnos o nuacutemero de turmas eacute muito grande e por
consequumlecircncia o de professores tambeacutem tornando muito difiacutecil coincidir as turmas
com os mesmos professores nas disciplinas exigidas
Adicionalmente no entendimento da autora a proposta da UFRJ exclui a
necessidade de vestibular poreacutem apresenta muitos obstaacuteculos para serem
superados natildeo soacute pelos alunos como tambeacutem pelas escolas e professores para
que o aluno oriundo da Rede Estadual de Ensino possa ser considerado apto
para ingressar na Universidade O fato da ausecircncia de vestibular poderia gerar
nesses alunos algum tipo de discriminaccedilatildeo em relaccedilatildeo aos demais alunos por
parecer que as vagas foram ganhas e natildeo conquistadas Surge entatildeo uma
reflexatildeo Se estes alunos seratildeo preparados atraveacutes da formaccedilatildeo complementar
seraacute que estaratildeo tambeacutem preparados para Vestibular Muito provavelmente isto
lhes daria uma compensaccedilatildeo dos esforccedilos e consequumlente elevaccedilatildeo da auto-
estima
Por outro lado ao se comparar com o projeto da UERJ esta trabalha com
alunos apoacutes o recebimento destes o que gera um grande trabalho inicial e se
corre o risco desses alunos ficarem no meio do caminho e o trabalho ser
desperdiccedilado Este fato eacute um contraposto ao projeto da UFRJ que pretende
trabalhar com esse aluno antes do ingresso deste na Universidade
Finalmente comparando as duas Universidades a UERJ conseguiu atender
as necessidades da lei de uma forma mais raacutepida estaacute funcionando poreacutem
precisa melhorar sua eficiecircncia Como todo projeto as dificuldades vatildeo
aparecendo agrave medida que os fatos se desenvolvem e a cada ano tem
conseguido melhorar o projeto adequando agraves necessidades dos alunos que
133
chegam do Ensino Meacutedio com as disponibilidades que a Universidade tem para
resolver Um ponto positivo eacute que a UERJ estaacute tentando contornar suas
dificuldades atraveacutes de seus proacuteprios meios e dispositivos natildeo dependendo
prioritariamente de outras Instituiccedilotildees A UERJ jaacute deu um primeiro passo com a
implantaccedilatildeo do projeto e seraacute necessaacuterio um tempo para que se resolvam os
problemas que forem surgindo
O projeto da UFRJ eacute abrangente pois a melhoria da formaccedilatildeo dos alunos
tem iniacutecio com a boa formaccedilatildeo dos Docentes poreacutem para que o projeto atinja
os objetivos esperados satildeo necessaacuterios meios adequados Esses pontos satildeo
positivos poreacutem na visatildeo da autora as chances de sucesso seriam maiores se
alguns aspectos fossem contemplados
Uma parceria com a Secretaria Estadual de Educaccedilatildeo para que
os professores tenham oportunidade de participarem dos cursos
Valorizaccedilatildeo dos professores de maneira que estes pudessem ter
disponibilidade de se dedicarem ao projeto
Criar formas de modo a incentivar a participaccedilatildeo dos professores
nos projetos
Fornecer materiais necessaacuterios para que o professor possa realizar
o seu trabalho de maneira satisfatoacuteria
Com bases nesses dados o capiacutetulo a seguir estaraacute fazendo uma
avaliaccedilatildeo da Educaccedilatildeo no Ensino Meacutedio focando a Educaccedilatildeo Ambiental
134
Capiacutetulo 8 Diagnoacutestico da Educaccedilatildeo Ambiental na
Rede Puacuteblica Estadual no Municiacutepio do Rio de
Janeiro
Neste capiacutetulo seraacute feita uma avaliaccedilatildeo do estado da arte da Educaccedilatildeo
Ambiental que eacute feita nas escolas da Rede Puacuteblica Estadual do Municiacutepio do Rio
de Janeiro
81 O Levantamento de Dados
A Educaccedilatildeo Ambiental eacute citada nos Paracircmetros Curriculares Nacionais
(PCNs) como um assunto que deve ser abordado nas Instituiccedilotildees de Ensino por
todas as disciplinas em todos os niacuteveis educacionais inclusive no Ensino Meacutedio A
questatildeo era saber como isto estava sendo feito nas Escolas de Ensino meacutedio da
Rede Estadual e como a UFRJ poderia contribuir para que esse tema fosse
abordado cada vez mais e de maneira mais abrangente Para que esta
avaliaccedilatildeo fosse possiacutevel foi necessaacuteria a execuccedilatildeo de uma coleta de dados
135
Os dados coletados foram resultados obtidos atraveacutes de questionaacuterios
enviados agraves escolas de Ensino Meacutedio da Rede Puacuteblica Estadual do Municiacutepio do
Rio de Janeiro O questionaacuterio foi elaborado de forma simplificada de maneira
que fosse capaz de revelar o mais proacuteximo possiacutevel da realidade vivida por essas
comunidades escolares
Os questionaacuterios foram enviados para as escolas pelas Coordenadorias
responsaacuteveis atraveacutes de parceria com a Secretaria Estadual de Educaccedilatildeo do
Estado do Rio de Janeiro (SEEERJ) que viabilizou a pesquisa no acircmbito escolas do
Municiacutepio do Rio de Janeiro
As Coordenadorias que fizeram parte da Avaliaccedilatildeo foram A Metropolitana
III a Metropolitana IV e a Metropolitana X
82 A Receptividade das Coordenadorias
A participaccedilatildeo e o empenho das Coordenadorias em colaborar com o
projeto foram muito diferentes algumas se mostraram bastante receptivas com o
projeto outras natildeo se interessaram e portanto natildeo se empenharam para um
resultado satisfatoacuterio
A figura 81 mostra os dados referentes agrave Metropolitana III Os nuacutemeros
revelam que a participaccedilatildeo foi mediana natildeo devolveu nenhum questionaacuterio
enviou todos para as escolas poreacutem retornou um numero pequeno de
questionaacuterios respondidos O nuacutemero foi pequeno poreacutem foi possiacutevel se ter uma
visatildeo da situaccedilatildeo nessa regiatildeo portanto este nuacutemero natildeo chegou a
comprometer o trabalho
136
85
0
30
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Metropolitana III
Entregues
Devolvidos
Respondidos
Figura 81 ndash Avaliaccedilatildeo de receptividade da Metropolitana III
A figura 82 mostra os dados referentes a Metropolitana IV que foi a que se
mostrou interessada no projeto e teve um comprometimento muito grande na
figura de seu Sub Gerente de Ensino Professor Luiz Gustavo Ribeiro Vieira que
participou ativamente enviando o questionaacuterio a todas as escolas e cobrando o
seu retorno com isto obteve um retorno de questionaacuterios bastante significativo
133
0
50
0
20
40
60
80
100
120
140
Metropolitana IV
Entregues
Devolvidos
Respondidos
Figura 82 Avaliaccedilatildeo de receptividade da Metropolitana IV
A figura 83 mostra os dados referentes a Metropolitana X que foi a
Coordenadoria que natildeo mostrou interesse no projeto natildeo tendo nenhum
137
empenho na distribuiccedilatildeo nem recebimento dos questionaacuterios a serem
respondidos Com um nuacutemero muito pequeno de questionaacuterios respondidos por
essa Coordenadoria a quantidade de dados referente agrave realidade das escolas
natildeo ficou clara e com isto natildeo foi possiacutevel a avaliaccedilatildeo desta regiatildeo
125
100
6
0
20
40
60
80
100
120
140
Metropolitana X
Entregues
Devolvidos
Respondidos
Figura 83 Avaliaccedilatildeo de receptividade da Metropolitana X
Mesmo os questionaacuterios sendo apresentados de maneira bem simplificada
observou-se que as escolas tiveram dificuldade tanto de cumprirem os prazos
estabelecidos quanto de expressarem suas realidades
83 A Educaccedilatildeo Ambiental em Nuacutemeros
Os resultados foram baseados nos questionaacuterios respondidos pelas escolas
de Ensino Meacutedio da Rede Puacuteblica Estadual do Municiacutepio do Rio de Janeiro
O questionaacuterio foi composto por perguntas divididas em trecircs grupos
Primeiramente as perguntas relacionadas com a instituiccedilatildeo de ensino Segundo a
abordagem da educaccedilatildeo ambiental e em terceiro a respeito da capacitaccedilatildeo
docente O questionaacuterio focava tambeacutem o interesse com a Educaccedilatildeo
Ambiental tanto das Instituiccedilotildees de ensino quanto por parte dos professores e
alunos
138
A seguir os resultados finais apoacutes a avaliaccedilatildeo das respostas obtidas atraveacutes
dos questionaacuterios separados pelas Metropolitanas III IV Na Metropolitana X
como o nuacutemero de questionaacuterios foi muito pequeno esta natildeo entraraacute no estudo
comparativo
1 ndash Quanto agrave abordagem do Tema Educaccedilatildeo Ambiental
O tema Educaccedilatildeo Ambiental eacute abordado na Escola
A pergunta objetiva ter informaccedilotildees se de alguma forma o tema
Educaccedilatildeo Ambiental eacute abordado nas escolas natildeo especificando a maneira Os
resultados encontram-se na figura 84
96
4
97
3
0
20
40
60
80
100
Metro III Metro IV
SimNatildeo
Figura 84 - Abordagem do tema na escola
Segundo a figura 84 observa-se que ambas Metropolitanas possuem um
alto iacutendice de aplicaccedilatildeo da EA A regiatildeo onde ela eacute um pouco maior eacute a
Metropolitana IV regiatildeo que abrange a zona oeste da cidade Cerca de 97 das
escolas aplicam a EA e apenas 3 natildeo aplicam Na Metropolitana III cerca de
96 das escolas aplicam e cerca de 4 natildeo aplicam a EA Os resultados
apontam que existe a aplicaccedilatildeo de EA nas escolas mas estes nuacutemeros natildeo estatildeo
de acordo com as respostas das perguntas seguintes
139
Na Metropolitana X das sete escolas que responderam seis aplicam de
alguma forma a EA dentre estas trecircs satildeo da Zona Sul da cidade (Copacabana
Ipanema e Gaacutevea) 2 satildeo da Zona Norte(Tijuca e Satildeo Cristoacutevatildeo) e uma da Zona
Oeste(Barra da Tijuca) a escola que natildeo aplica estaacute localizada no bairro da
Taquara
O tema eacute abordado em uma disciplina multidisciplinar ou de outras
formas
A pergunta objetiva saber como a escola aborda o tema se atraveacutes de
uma disciplina especiacutefica isto eacute se existe dentro do curriacuteculo uma mateacuteria
voltada para a Educaccedilatildeo Ambiental (disciplinar) ou atraveacutes de vaacuterias
disciplinas onde todas iratildeo abordar o tema dentro dos conteuacutedos a serem
aplicados (multidisciplinar) que eacute a chamada multidisciplinaridade ou ainda se
a instituiccedilatildeo de ensino se utiliza de alguma outra forma Os dados satildeo mostrados
na figura 85
0
20
40
60
80
100
Metro III Metro IV
DisciplinarMultidisciplinar
Figura 85 O tema eacute disciplinar ou multidisciplinar
Segundo o graacutefico a maioria das escolas trata o tema como
multidisciplinar Nas que informaram que eram disciplinar natildeo ficou claro se a
escola tinha uma disciplina especiacutefica mas pareceu devido as perguntas
140
seguintes que o tema era abordado em biologia quiacutemica e geografia durante
as aulas em meio aos conteuacutedos dessas disciplinas
A Metropolitana III mostrou que 100 das escolas que participaram da
pesquisa abordam o tema de forma multidisciplinar Na Metropolitana IV cerca
de 19 das escolas abordam o tema de forma disciplinar isto eacute possuem uma
disciplina voltada para o tema
Na Metropolitana X dos sete questionaacuterios respondidos cinco responderam
que o tema eacute abordado em vaacuterias disciplinas
Existe obrigatoriedade da participaccedilatildeo dos alunos
O objetivo eacute mapear como se daacute a participaccedilatildeo discente ou seja se
quando os temas relacionados agrave educaccedilatildeo ambiental satildeo abordados nas
escolas existe a abrigatoriedade na participaccedilatildeo dos alunos Os resultados satildeo
mostrados na figura 86
0
20
40
60
80
100
Metro III Metro IV
SimNatildeo
Figura 86 ndash Obrigatoriedade da participaccedilatildeo discente
Atraveacutes do graacutefico verifica-se que na maioria das escolas quando o
tema eacute abordado existe a obrigatoriedade da participaccedilatildeo dos alunos Na
141
Metropolitana IV em 69 das escolas eacute obrigatoacuteria a participaccedilatildeo dos alunos Na
metropolitana III em 44 das escolas a participaccedilatildeo eacute obrigatoacuteria
Na Metropolitana X quatro escolas responderam que a participaccedilatildeo eacute
obrigatoacuteria
De acordo com as observaccedilotildees feitas atraveacutes das respostas do
questionaacuterio constatou-se que a participaccedilatildeo obrigatoacuteria dos alunos se daacute
devido a EA ser tratada na maioria das vezes dentro das disciplinas em meio ao
conteuacutedo isto torna a participaccedilatildeo dos alunos obrigatoacuteria jaacute que a natildeo
participaccedilatildeo pode implicar na perda de pontos nas disciplinas
Os professores participam das atividades relacionadas ao
tema
Objetiva monitorar a participaccedilatildeo dos professores das instituiccedilotildees de
ensino nas atividades relacionadas ao tema EA e se existe um grande
envolvimento dos professores quanto agrave difusatildeo do tema nas escolas sendo
os resultados mostrados na figura 87
0
20
40
60
80
100
Metro III Metro IV
TodosAlguns
Figura 87 - Participaccedilatildeo dos professores
142
Em todas as Metropolitanas verificou-se que natildeo satildeo todos os professores
que participam dos projetos Observa-se que apenas um pequeno grupo se
envolve nos assuntos relacionados ao tema Educaccedilatildeo Ambiental o que acaba
limitando o assunto a algumas disciplinas
A Educaccedilatildeo Ambiental eacute praticada atraveacutes de que meios
A pergunta objetiva saber os meios pelos quais as instituiccedilotildees de ensino
utilizam para praticarem a Educaccedilatildeo Ambiental Se informalmente quando o
tema eacute abordado sem nenhum compromisso ou durante as aulas teoacutericas das
disciplinas ou por vaacuterios meios quando a escola tem projetos feiras
pedagoacutegicas visitas viacutedeos etc utilizando todos os meios simultaneamente
conforme mostrado na figura 88
0
20
40
60
80
100
Metro III Metro IV
Aulas Teoacutericase praacuteticas
Informalmente
Outros
Figura 88 Meios de aplicaccedilatildeo da Educaccedilatildeo Ambiental
Em todas as Metropolitanas a maioria das escolas utiliza aulas teoacutericas ou
praacuteticas para abordarem o tema Educaccedilatildeo Ambiental
Na Metropolitana III cerca de 51 das escolas utiliza aulas teoacutericas ou
praacuteticas para abordar o tema cerca de 17 abordam o tema de maneira
informal e cerca de 32 das escolas diversificam a maneira de abordagem do
tema
143
Na Metropolitana IV cerca de 43 das escolas utiliza as aulas para
abordarem o tema cerca de 16 abordam o tema informalmente e 42 das
escolas diversificam a forma de abordarem o tema
Na Metropolitana X dos 6 questionaacuterios respondidos 4 escolas abordam o
tema nas aulas teoacutericas e praacuteticas e 2 escolas abordam o tema informalmente
O predomiacutenio da abordagem em aulas teoacutericas provavelmente eacute
decorrente da falta de um projeto pedagoacutegico voltado para a Educaccedilatildeo
Ambiental
Quais os projetos eou atividades implantados
Objetiva mapear quais os principais temas abordados nos projetos e ou nas
atividades desenvolvidas pelas instituiccedilotildees de ensino voltadas para a educaccedilatildeo
ambiental conforme mostrado na figura 89
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Metro III Metro IV
Reciclagem e ColetaSeletiva
Reduccedilatildeo de Consumo eReuso de aacutegua e Energia
Outros
Figura 89 Projetos e ou Atividades implantados
De acordo com o graacutefico em ambas Metropolitanas o tema mais
abordado eacute a Reciclagem e a Coleta Seletiva Na Metropolitana III 50 dos
questionaacuterios responderam Reciclagem e Coleta Seletiva contra 39 de
Reduccedilatildeo de consumo e Reuso de aacutegua e energia
144
Na Metropolitana IV cerca de 46 responderam Reciclagem e Coleta
seletiva e 37 de projetos de Reduccedilatildeo de Consumo de aacutegua e energia
Este resultado era esperado pois para a maioria dos indiviacuteduos educaccedilatildeo
ambiental eacute Coleta Seletiva de Materiais e Reciclagem com isto a EA fica muito
restrita a este tema deixando os aspectos mais importantes sem abordagem isto
pode ser devido a falta de informaccedilatildeo que os proacuteprios educadores tecircm a
respeito da EA
A Metropolitana X apresentou uma resposta diferente dos quatro
questionaacuterios que foram respondidos trecircs responderam Reduccedilatildeo de Consumo e
Reuso de Aacutegua e Energia e apenas um respondeu Coleta Seletiva e Reciclagem
Isto pode ser reflexo da condiccedilatildeo Soacutecio-econocircmica predominante das
regiotildees abrangidas pelas Metropolitanas III e IV que compreendem bairros com
populaccedilotildees mais carentes Neste caso a Coleta Seletiva e a Reciclagem muitas
vezes satildeo a fonte de renda de muitas famiacutelias e faz parte do cotidiano dessas
regiotildees
Existe interesse dos alunos em relaccedilatildeo aos projetos
A pergunta objetiva saber se os alunos das instituiccedilotildees de ensino
demonstram interesse na participaccedilatildeo nos projetos eou nas atividades
relacionadas agrave educaccedilatildeo ambiental desenvolvidas nas escolas os resultados
encontram-se na figura 810
145
0
20
40
60
80
100
Metro III Metro IV
SimNatildeo
Figura 810 Participaccedilatildeo dos alunos
Na Metropolitana III o percentual de interesse dos alunos eacute de 96 e na
Metropolitana IV o percentual eacute de 100 mostrando que o interesse dos alunos
das aacutereas abrangidas por essas metropolitanas eacute bastante alto Este alto
percentual de participaccedilatildeo pode estar relacionado com a obrigatoriedade na
participaccedilatildeo dos alunos jaacute citado em pergunta anterior
Na Metropolitana X dos quatro questionaacuterios que foram respondidos dois
responderam que sim e dois responderam que natildeo resultado que natildeo nos
permite ter uma visatildeo do niacutevel de interesse dos alunos desta regiatildeo
Os projetos possuem retorno financeiro
A pergunta objetiva saber se os projetos implantados pelas instituiccedilotildees de
ensino tiveram como objetivo aleacutem da informaccedilatildeo para os alunos e a
comunidade trouxe tambeacutem algum tipo de retorno financeiro para alguma das
partes Isto porque alguns projetos de Educaccedilatildeo Ambiental como os de Coleta
Seletiva geram recursos financeiros ou bens conforme mostrado na figura 811
146
0
20
40
60
80
100
Metro III Metro IV
NuncaAs Vezes
Figura 811 - Retorno financeiro nos projetos
Nas Metropolitanas III e IV a maioria das escolas declarou que natildeo possui
nenhum tipo de retorno financeiro quando da implantaccedilatildeo de seus projetos de
educaccedilatildeo ambiental
Na Metropolitana III o percentual foi de 92 e a Metropolitana IV foi de
96 Com base nesses resultados conclui-se que os projetos implantados nas
escolas em sua maioria natildeo objetivam retorno financeiro
Na Metropolitana X dos cinco questionaacuterios que responderam todos
responderam que nunca possuem retorno financeiro na implantaccedilatildeo de seus
projetos de EA
Os recursos arrecadados satildeo para que destino
A pergunta objetiva saber para onde os recursos arrecadados com os
projetos realizados pelas escolas foram destinados
147
0
20
40
60
80
100
Metro III Metro IV
Escola e AlunosComunidadeOutros
Figura 812 Destino dos recursos arrecadados
As escolas que tiveram algum tipo de retorno utilizaram este para
aquisiccedilatildeo de materiais para a escola e para os alunos A maioria das instituiccedilotildees
de ensino natildeo respondeu a este item uma vez que a sua resposta estava
vinculada a pergunta anterior
2 ndash Quanto a Capacitaccedilatildeo docente
Qual a formaccedilatildeo em niacutevel de graduaccedilatildeo dos professores que
participam da Educaccedilatildeo Ambiental
Objetiva mapear a graduaccedilatildeo dos professores isto eacute as disciplinas que
mais participam dos projetos de educaccedilatildeo ambiental implantados nas
escolas conforme mostrado na figura 813
148
0
20
40
60
80
100
Metro III Metro IV
QuimFisBioGeo
Outras
Figura 813 Professores que participam das atividades
Em todas as Metropolitanas as disciplinas que mais participam dos projetos
de Educaccedilatildeo Ambiental satildeo as mesmas isto eacute Quiacutemica Fiacutesica Biologia e
Geografia Isto ocorre por serem estas disciplinas que em seus curriacuteculos
apresentam o tema Educaccedilatildeo Ambiental o que torna mais faacutecil para os
professores destas disciplinas a abordagem do tema e por consequumlecircncia esta
desperta maior interesse
Na Metropolitana X dos quatro questionaacuterios respondidos todos
colocaram as mesmas disciplinas citadas anteriormente
Eacute interessante frisar que em especial os cursos de graduaccedilatildeo de Quiacutemica
Biologia e Geografia tecircm um conteuacutedo consideraacutevel de temas voltados para a
aacuterea ambiental Talvez seja pertinente questionar que se a Educaccedilatildeo Ambiental
fosse mais abordada em outros cursos de Licenciatura (Histoacuteria Portuguecircs
Matemaacutetica etc) talvez aumentasse a participaccedilatildeo dos professores dessas
disciplinas ou de projetos transversais
149
Os professores que participam possuem formaccedilatildeo especiacutefica em
EA
Identifica se os professores das instituiccedilotildees de ensino que participam dos
projetos de educaccedilatildeo ambiental possuem algum tipo de formaccedilatildeo especiacutefica
para este fim como cursos de especializaccedilatildeo mestrado doutorado ou mesmo
cursos de curta duraccedilatildeo Os resultados satildeo mostrados na figura 814
0
20
40
60
80
100
Metro III Metro IV
AlgumaFormaccedilatildeo
NenhumaFormaccedilatildeo
Figura 814 Os professores possuem formaccedilatildeo especiacutefica em EA
Diferentemente do esperado as Metropolitanas III e IV informaram que um
grande nuacutemero de professores possui algum tipo de formaccedilatildeo especiacutefica
Na Metropolitana III cerca de 90 dos professores possuem alguma
formaccedilatildeo especifica em EA e na Metropolitana IV a metade dos professores da
rede possuem algum tipo de especializaccedilatildeo em EA
Apesar das escolas terem informado um grande de professores com algum
tipo de especializaccedilatildeo natildeo foi informado se essa especializaccedilatildeo era especiacutefica
em Educaccedilatildeo Ambiental mesmo estando claro na pergunta Este resultado vai
de encontro com as respostas referentes agraves outras questotildees nas quais as escolas
e os docentes demonstraram dificuldade na exploraccedilatildeo do tema e sinalizam que
eacute necessaacuteria a capacitaccedilatildeo
150
Na Metropolitana X das cinco escolas que responderam a essa questatildeo
trecircs possuem professores com alguma especializaccedilatildeo e duas escolas declararam
que natildeo possuem professores com especializaccedilatildeo
A escola tem interesse na capacitaccedilatildeo docente para a
Educaccedilatildeo Ambiental
A pergunta objetiva mostrar se existe o interesse das escolas em preparar
os professores para que estes possam adquirir mais conhecimentos teacutecnicos e
com isto possam realizar seus projetos com maior eficiecircncia no desempenho de
seu trabalho segundo mostrado na figura 815
0
20
40
60
80
100
Metro III Metro IV
SimNatildeo
Figura 815 Interesse da escola na capacitaccedilatildeo docente
A quase totalidade das escolas das Metropolitanas III e IV mostraram
interesse na capacitaccedilatildeo de seus professores em Educaccedilatildeo Ambiental
Na Metropolitana X das cinco escolas que responderam a essa pergunta
todas declararam que possuem interesse na capacitaccedilatildeo docente
Essas respostas mostraram que talvez a pergunta referente agrave
especializaccedilatildeo dos docentes natildeo foi corretamente respondida
151
Segundo esses dados conclui-se que existe grande interesse das escolas
em melhorar o desempenho de seus professores na aplicaccedilatildeo da educaccedilatildeo
ambiental
Existe interesse dos professores em participarem de cursos de
formaccedilatildeo em Educaccedilatildeo Ambiental
Objetiva mostrar se haacute interesse dos professores em participarem de cursos
de formaccedilatildeo especializaccedilatildeo na aacuterea ambiental segundo figura 816
0
20
40
60
80
100
Metro III Metro IV
Sim
Natildeo
Figura 816 - Interesse dos professores em cursos de formaccedilatildeo em EA
Nas Metropolitanas III e IV o interesse dos professores em participar de um
curso de formaccedilatildeo em EA eacute bastante alto
Na Metropolitana X dos seis questionaacuterios respondidos todos mostraram
interesse na participaccedilatildeo no curso de capacitaccedilatildeo
De acordo com as questotildees existe um grande interesse da parte dos
professores em participarem de cursos de formaccedilatildeo especializaccedilatildeo em EA Para
isto se faz necessaacuterio que exista uma oferta de cursos destinada a este puacuteblico
alvo
152
Quais as aacutereas que os professores apresentam maior interesse
Objetiva mapear em quais aacutereas da Educaccedilatildeo Ambiental os professores
gostariam que fossem abordados com maior profundidade e abrangecircncia
conforme mostrado na figura 817
0
20
40
60
80
100
Metro III Metro IV
Coleta Seletiva eReciclagem
RecursosHiacutedricos
Outros
Figura 817 Aacutereas de interesse dos professores
Neste item as respostas foram muito variadas sendo que o assunto que
apareceu com mais frequumlecircncia foram os de Coleta Seletiva e Reciclagem
seguidos pelos Recursos Hiacutedricos os demais aparecerem com pouca frequumlecircncia e
foram agrupados num uacutenico grupo ldquooutrosrdquo Foi observado que muitas
instituiccedilotildees natildeo entenderam bem o questionamento pois ao inveacutes de
responderem sobre o tema ambiental de interesse responderam sobre outros
temas
84 Conclusotildees Parciais
As escolas tiveram muita dificuldade para responder os questionaacuterios pois
muitas respostas natildeo tinham relaccedilatildeo direta com a pergunta Em muitos casos o
questionaacuterio foi devolvido com muitas perguntas sem resposta natildeo ficando claro
se por falta de entendimento das perguntas ou por desinteresse pelo tema
153
Com o questionaacuterio percebeu-se de forma geral que natildeo houve muito
empenho em se fornecer respostas claras e que refletissem realmente a vivecircncia
das escolas Pode-se detectar que os professores natildeo participaram ou seja a
pessoa designada para responder emitiu somente a sua opiniatildeo e simplesmente
natildeo respondeu o que tinha relaccedilatildeo direta com o corpo docente da escola
Algumas escolas aproveitaram o espaccedilo do questionaacuterio destinado a
sugestotildees e observaccedilotildees para fazer reivindicaccedilotildees como melhor remuneraccedilatildeo a
inadequaccedilatildeo de cursos ou treinamentos aos saacutebados e que os cursos deveriam
ter ajuda de custo para o professor ou ainda solicitaccedilatildeo de apoio em
campanhas como por exemplo ldquoNatildeo para um lixatildeo em nosso bairrordquo
O questionaacuterio deixou alguns pontos bem claros e alarmantes a educaccedilatildeo
ambiental natildeo eacute vista como um assunto que seja importante Isso pode ser
atribuiacutedo agrave falta de informaccedilatildeo que atinge desde a comunidade ateacute os oacutergatildeos
que coordenam a educaccedilatildeo passando pelos professores que na avaliaccedilatildeo da
autora satildeo as peccedilas mais importantes Estes quando possuem uma boa
formaccedilatildeo vatildeo propagar as informaccedilotildees entre os alunos que propagaratildeo para
suas famiacutelias e comunidades estabelecendo-se um efeito multiplicador agrave difusatildeo
do conhecimento
Com base nas demandas detectadas na anaacutelise dos questionaacuterios e na
excelecircncia dos profissionais da UFRJ ligados agrave aacuterea ambiental eacute apresentada a
seguir uma proposta de curso de especializaccedilatildeo transdisciplinar em EA voltado
para professores do Ensino Meacutedio
154
Capiacutetulo 9 ndash Proposta de Curso de Formaccedilatildeo Para Professores
A Educaccedilatildeo Ambiental segundo a lei ndeg 9795 de 27 de abril de 1999 eacute
um componente essencial e permanente da Educaccedilatildeo Nacional devendo estar
presente em todos os niacuteveis e todas as modalidades do processo educativo
formal e natildeo-formal
Por seu caraacuteter humanista holiacutestico interdisciplinar e participativo a
Educaccedilatildeo Ambiental pode contribuir muito para renovar o processo educativo
trazendo a permanente avaliaccedilatildeo criacutetica a adequaccedilatildeo dos conteuacutedos agrave
realidade local e o envolvimento dos educandos em accedilotildees concretas de
transformaccedilatildeo dessa realidade
155
Para realmente abordar estes princiacutepios e atingir seus objetivos a
Educaccedilatildeo Ambiental precisa de uma ampla gama de meacutetodos e do preparo dos
educadores neste sentido
A partir das informaccedilotildees obtidas nesta pesquisa observou-se a
necessidade de cursos de formaccedilatildeo na aacuterea ambiental para os professores do
Ensino Meacutedio da Rede Puacuteblica Estadual
Este capiacutetulo objetiva propor um curso que atenda a essa necessidade
tendo em vista todas as dificuldades em termos de disponibilidade da entidade e
da quantidade de vagas que possa atender da melhor maneira possiacutevel ao
puacuteblico alvo
91 Objetivo do Curso
Capacitar os professores do Ensino Meacutedio da Rede Puacuteblica Estadual do
Municiacutepio do Rio de Janeiro para o ensino da Educaccedilatildeo Ambiental fornecendo
conhecimentos aos participantes de forma que os educadores tenham
condiccedilatildeo de desenvolver o seu trabalho de maneira plena e com maior
eficiecircncia
Desenvolver a capacidade de compreensatildeo da temaacutetica ambiental de
forma holiacutestica e no acircmbito interdisciplinar enfocando o papel da educaccedilatildeo
para a construccedilatildeo de uma sociedade sustentaacutevel
Analisar as relaccedilotildees entre educaccedilatildeo problemaacutetica ambiental e
desenvolvimento sustentaacutevel
Incentivar a pesquisa interdisciplinar e o desenvolvimento de projetos de
intervenccedilatildeo social aleacutem de promover atividades de prestaccedilatildeo de serviccedilos a
comunidade em geral atraveacutes de cursos accedilotildees integradas eventos entre outros
Para que estes objetivos sejam atingidos eacute necessaacuterio que na
programaccedilatildeo dos conteuacutedos sejam contemplados fundamentos teoacutericos e
156
praacuteticos de modo a atender as determinaccedilotildees dos oacutergatildeos Ambientais Estaduais
Municipais e do Ministeacuterio do Meio Ambiente
92 Duraccedilatildeo do Curso
Por se tratar de um curso de especializaccedilatildeo a carga horaacuteria miacutenima
deveraacute ser de 360 horas com aulas ministradas em dias e horaacuterios de melhor
disponibilidade para os professores e as Universidades
93 Conteuacutedo do Curso
Nesta proposiccedilatildeo de ensino de Educaccedilatildeo Ambiental para docentes do
Ensino Meacutedio o curso deveraacute ser composto por quatro moacutedulos para que seja
abordada a maioria dos aspectos necessaacuterios para a boa formaccedilatildeo docente
1ordm Moacutedulo ndash As diferentes dimensotildees da temaacutetica ambiental na atualidade
Analise dos mais variados enfoques das questotildees ambientais por meio de
debates e trocas de experiecircncias como alternativa para aproximar todas as
vaacuterias aacutereas de conhecimento reconhecendo a diversidade do grupo e a
necessidade de interaccedilatildeo entre as aacutereas de formaccedilatildeo ressaltando as interfaces
entre as ciecircncias naturais e as humanas dentro da perspectiva interdisciplinar
Conceitos baacutesicos na Aacuterea Ambiental
bull Meio Ambiente e Ecologia rarrConceitos baacutesicos a fim de atender
melhor a dinacircmica de interaccedilotildees nos biomas terrestres e ambientes
bull Tipos de Poluiccedilatildeo e seus efeitos rarr Classificaccedilatildeo dos principais tipos de
poluiccedilatildeo e seus efeitos no meio ambiente e na sociedade
bull Tratamento de resiacuteduos soacutelidos e de efluentesrarrNoccedilotildees de reduccedilatildeo na
produccedilatildeo de resiacuteduos e tratamento dos resiacuteduos
bull Minimizaccedilatildeo de emissotildeesrarrClassificaccedilatildeo dos tipos de emissotildees e como
minimiza-las
157
2ordm Moacutedulo ndash Aborda as leis e os oacutergatildeos ligados a Educaccedilatildeo Ambiental As
disciplinas pretendem realizar uma introduccedilatildeo ao Direito Ambiental apontando e
propiciando a discussatildeo anaacutelise e avaliaccedilatildeo de conceitos juriacutedicos baacutesicos para
a compreensatildeo da legislaccedilatildeo ligada agrave problemaacutetica ambiental e suas
implicaccedilotildees sociais
Legislaccedilatildeo Ambiental
bull Leis RegulamentadorasrarrMostrar as leis que regulamentam as accedilotildees
ligadas ao meio ambiente e a Educaccedilatildeo Ambiental
bull Oacutergatildeos fiscalizadoresrarrIdentificar os oacutergatildeos fiscalizadores das accedilotildees
voltadas para o meio ambiente como tambeacutem as accedilotildees voltadas para a
Educaccedilatildeo Ambiental
bull Esferas AdministrativasrarrMostrar as atribuiccedilotildees de cada esfera de
governo nas accedilotildees relacionadas as questotildees ambientais
3ordm Moacutedulo ndash mostrar as relaccedilotildees entre Meio Ambiente e sociedade a partir
da anaacutelise de casos concretos existentes A discussatildeo dos conceitos de
paisagem lugar e territoacuterio explicando os viacutenculos soacutecio-culturais com os
ambientes O conceito sustentabilidade deveraacute ser debatido tanto na dimensatildeo
cultural e social nas formas de produccedilatildeo da subsistecircncia humana e nos
diferentes modelos soacutecio-econocircmicos priorizando as questotildees dos ldquoecossistemas
urbanosrdquo
Educaccedilatildeo ambiental e Cidadania
bull Percepccedilatildeo da realidade ambientalrarr As relaccedilotildees entre o homem e
o seu meio ambiente social e natural atraveacutes de modelos de ocupaccedilatildeo do
espaccedilo e uso de recursos naturais por formas soacutecio-culturais diferenciadas
bull A relaccedilatildeo Educaccedilatildeo Ambiental - Qualidade de Vida rarr As relaccedilotildees
da EA com a qualidade de vida e a sauacutede
bull Projetos roteiros reflexotildees e praacuteticas de Educaccedilatildeo Ambiental
rarrInstrumentalizar para a elaboraccedilatildeo e execuccedilatildeo de projetos de gestatildeo
158
ambiental e de modelos de desenvolvimento sustentado adequados agraves
especificidades soacutecio-ambientais das populaccedilotildees ldquoalvordquo
bull Integraccedilatildeo Escola-Meio-Ambiente-ComunidaderarrAbordagem de
aspectos teoacutericos e praacuteticos da construccedilatildeo de projetos no contexto escolar e fora
deste espaccedilo
4 ndash Moacutedulo ndash Projetos - seratildeo tarefas pedagoacutegicas de caraacuteter
interdisciplinar A partir do levantamento dos interesses dos alunos pretende-se
estruturar coletivamente projetos de intervenccedilatildeo e pesquisa em EA que
deveratildeo possibilitar a elaboraccedilatildeo dos trabalhos de final de curso
Pesquisa em Educaccedilatildeo Ambiental
bull Estudo de Campo
bull Trabalho final
94 Consideraccedilotildees
Esta proposta daacute uma visatildeo de alguns aspectos que norteiam o tema
Educaccedilatildeo Ambiental focando essencialmente os assuntos que satildeo importantes
para a formaccedilatildeo do Educador Ambiental
Os temas devem ser abordados de forma sucinta de modo que consiga
atingir a todos os profissionais de Educaccedilatildeo considerando que estes possuem
diferentes formaccedilotildees em niacutevel de graduaccedilatildeo
Outro aspecto considerado eacute que dentre os temas abordados estatildeo a
relaccedilatildeo sociedade e meio ambiente que eacute um dos pontos mais importantes do
curso pois permitiraacute que o educador consiga transmitir aos seus alunos a sua real
importacircncia na contribuiccedilatildeo para a melhoria da sua qualidade de vida e de seu
entorno e consequumlentemente na conservaccedilatildeo do planeta
159
Capiacutetulo 10 ndash Conclusotildees e Sugestotildees
101 Consideraccedilotildees Finais
A Educaccedilatildeo eacute primordial para o crescimento de qualquer paiacutes poreacutem natildeo
lhe eacute dada toda a atenccedilatildeo necessaacuteria problema que natildeo eacute recente mas sim
um problema histoacuterico pois a Educaccedilatildeo natildeo eacute tema essencial desde os tempos
da colonizaccedilatildeo Desde aquela eacutepoca o ensino era colocado em segundo
plano como algo sem importacircncia e por consequumlecircncia a profissatildeo de professor
jaacute era desvalorizada muitas vezes sendo colocado como marginalizados pela
sociedade
A Educaccedilatildeo de qualidade era um direito de poucos e esses poucos eram os
indiviacuteduos que tinham famiacutelias tradicionais e abastadas que tinham condiccedilotildees
financeiras para estudar nos melhores coleacutegios Este fato se reflete nos dias de
hoje onde a qualidade no ensino estaacute cada vez mais destinada aos alunos que
tem melhores condiccedilotildees financeiras Isto pode ser verificado nas escolas puacuteblicas
160
de ensino fundamental e o ensino meacutedio da Rede Puacuteblica Estadual onde resta
para os menos favorecidos um ensino que natildeo tem como objetivo central uma
boa formaccedilatildeo
Atraveacutes das Poliacuteticas SociaisEducacionais a ideacuteia central eacute a manutenccedilatildeo
do aluno na escola fornecimento de alimentaccedilatildeo etc onde a manutenccedilatildeo do
aluno na escola se faz de vaacuterias formas dentre elas podemos citar a aprovaccedilatildeo
progressiva no ensino fundamental onde o aluno eacute aprovado mesmo sem
condiccedilotildees pois foi verificado que o aluno que reprova muitas vezes abandona a
escola
No ensino Meacutedio natildeo eacute muito diferente onde o problema comeccedilou no
momento em que o ingresso no ensino meacutedio passou a ser automaacutetico sem
nenhum tipo de avaliaccedilatildeo gerando turmas muito heterogecircneas com alunos
bons lado a lado com alunos que natildeo possuem a menor condiccedilatildeo de estarem no
ensino meacutedio Isto acarreta numa dificuldade muito grande ao professor de
passar o conteuacutedo das disciplinas com um agravante o professor eacute obrigado a
ter um niacutevel de exigecircncia muito baixo pois um nuacutemero de reprovaccedilatildeo muito alto
tambeacutem natildeo eacute permitido Aleacutem disso podemos citar ainda as condiccedilotildees de
trabalho principalmente nas aacutereas mais carentes onde muitas vezes o professor
natildeo tem o material miacutenimo de trabalho tendo que comprar do proacuteprio bolso
Tocando neste ponto um problema muito grave eacute a falta de valorizaccedilatildeo do
professor atraveacutes dos baixos salaacuterios que estes recebem o que causa uma
desmotivaccedilatildeo muito grande na boa execuccedilatildeo de seu trabalho
Esses satildeo apenas algumas das causas do baixo desempenho do ensino
meacutedio e por consequumlecircncia o baixo iacutendice de aprovaccedilatildeo desses alunos em
concursos de acesso as Universidades Puacuteblicas que deveria ser o fluxo natural
desses alunos Este fato gerou a Poliacutetica Publica de inclusatildeo social que determina
o aumento de alunos egressos da Rede Puacuteblica nas Universidades Puacuteblicas que eacute
feito atraveacutes de reservas de vagas nas Universidades para esses alunos Isto no
entendimento da autora funciona apenas como uma forma imediatista de
resolver o problema pois em educaccedilatildeo os impactos de uma proposta de
161
mudanccedila requerem um tempo para que sejam percebidos Com isto para se
reverter o problema de inclusatildeo dos jovens vindos da rede puacuteblica estadual nas
universidades seria necessaacuterio no miacutenimo de 12 anos Um periacuteodo relativamente
grande pois as mudanccedilas devem envolver todas as esferas do governo em
conjunto com a sociedade e natildeo devendo estar atrelada a um determinado
mandato Em outras palavras em um sistema ideal os mandatos acabariam
mais os projetos continuariam
O estado atual da Educaccedilatildeo no paiacutes eacute uma consequumlecircncia direta do
arrocho salarial e da degradaccedilatildeo dos serviccedilos puacuteblicos acentuados apoacutes o fim
do Regime Militar com isso a classe meacutedia passou a incluir em seus orccedilamentos a
educaccedilatildeo o que gerou uma ruptura da convivecircncia entre crianccedilas e jovens de
classes pobres e da classe meacutedia nas Escolas Puacuteblicas No topo da piracircmide
social estatildeo as famiacutelias de classe meacutedia e alta que usufruem do Ensino Privado
para posteriormente disputar em melhores condiccedilotildees as vagas nas Universidades
Puacuteblicas reconhecidas como as melhores Na base estatildeo os menos privilegiados
que estatildeo na rede puacuteblica que tem que se conformarem em parar os seus
estudos ao fim do Ensino meacutedio ou se sacrificar para pagar uma Universidade
Privada jaacute que natildeo possuem condiccedilotildees de competirem em igualdade de
condiccedilotildees agraves vagas oferecidas pelas Universidades Puacuteblicas
Um dos caminhos detectados nessa pesquisa para reverter o quadro atual
da educaccedilatildeo eacute a capacitaccedilatildeo docente Para uma melhor formaccedilatildeo dos
professores se faz necessaacuterio que o tema seja abordado em todos os cursos de
graduaccedilatildeo destinados a licenciatura Este assunto tambeacutem deve ser uma
preocupaccedilatildeo das Universidades para que estas ofereccedilam cursos de extensatildeo
capacitaccedilatildeo ou poacutes-graduaccedilatildeo para professores promovendo o retorno destes
as Universidades para atualizaccedilatildeo de seus conhecimentos para que possam
aprimorar e consequumlentemente melhor preparar o aluno que ingressaraacute na
Universidade Com isso para a Universidade o retorno consiste em receber alunos
oriundos do ensino meacutedio com uma formaccedilatildeo mais completa fechando o ciclo
de interaccedilotildees
162
102 Conclusotildees
A partir dessas consideraccedilotildees e dos dados coletados e discutidos no corpo
do trabalho pode-se extrair as seguintes conclusotildees
A desvalorizaccedilatildeo dos professores eacute um problema histoacuterico jaacute que a
pesquisa bibliograacutefica mostrou que desde o iniacutecio da Educaccedilatildeo no paiacutes
esta classe de profissionais natildeo era vista como algo primordial para o
desenvolvimento do paiacutes
De acordo com as necessidades da sociedade foram surgindo
articulaccedilotildees que levaram a formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas com o
objetivo de suprir ou amenizar problemas gerados pelas diferenccedilas sociais
da sociedade A formulaccedilatildeo dessas poliacuteticas se fundamenta no processo
de descentralizaccedilatildeo levando a democratizaccedilatildeo e a participaccedilatildeo
A Educaccedilatildeo Ambiental eacute essencial para uma boa formaccedilatildeo da
cidadania devido a isto o tema EA estaacute presente nos PCNs e deve ser
abordado em todas as disciplinas de forma transversal
A tema Educaccedilatildeo Ambiental eacute relativamente antigo poreacutem natildeo lhe
era dada a devida importacircncia somente a partir do seacuteculo XX que foram
realizadas as conferecircncias voltadas para o tema ambiental o que tornou
o Meio Ambiente uma preocupaccedilatildeo mundial
A pesquisa avaliou o ingresso de alunos da Rede Puacuteblica Estadual nas
Universidades Puacuteblicas com estudo de caso avaliando o sistema de Cotas
da UERJ e a proposta de Reserva de Vagas da UFRJ A pesquisa mostrou
que a reserva de vagas natildeo eacute a soluccedilatildeo para o problema de inclusatildeo
desses alunos poreacutem funciona como uma accedilatildeo imediata para
remediaccedilatildeo do problema
163
A avaliaccedilatildeo da EA nas escolas de Ensino Meacutedio da Rede Estadual do
Municiacutepio do Rio de Janeiro mostrou que os escolas tem dificuldade em
abordar o tema de forma plena e transversal
A pesquisa mostrou que o tema natildeo eacute abordado de maneira plena
devido ao despreparo dos professores nesta aacuterea jaacute que somente os
professores que possuem o tema Ambiental ligados a sua formaccedilatildeo tem
condiccedilotildees de transmit-lo para seus alunos Para isto se fazem urgente e
necessaacuterias gestotildees dos oacutergatildeos competentes no sentido do aumento da
oferta de cursos de capacitaccedilatildeo
103 Sugestotildees Para a continuidade desta pesquisa vaacuterias linhas de trabalho podem ser
desenvolvidas A seguir satildeo listadas algumas sugestotildees e accedilotildees
Realizar uma pesquisa comparativa sobre educaccedilatildeo Ambiental no acircmbito
do municiacutepio do Rio de Janeiro envolvendo as Redes Federal Estadual e
Particular
Realizar uma pesquisa por amostragem sobre o tema Educaccedilatildeo
Ambiental atingindo outros municiacutepios do Estado do Rio de Janeiro
Avaliar se eacute feita e de que maneira a Educaccedilatildeo Ambiental no Ensino
Fundamental
164
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170
Quintas J S ndash Introduccedilatildeo a Gestatildeo Ambiental Puacuteblica ndash Ediccedilotildees Ibama Brasiacutelia
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Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hiacutedricos do Paranaacute -
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171
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UARTE ndash Unidade de Apoio agrave Rede Telemaacutetica Educativa - disponiacutevel na internet
em httpwwwuarterctspt - Acesso em 25 novembro 2005
UERJ - Tema em discussatildeo cotas na universidade - disponiacutevel na internet em
http www2uerjbr Acesso em 04 marccedilo 2005
Universia - disponiacutevel na internet em httpwwwuniversiacombr - Acesso em 03
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Universidade de Brasiacutelia ndash Meio Ambiente - disponiacutevel na internet em
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Vaacuterios autores ndash Caderno de Graduaccedilatildeo ndash Volume oito ndash Vestibular UERJ2003
Relatoacuterio Analiacutetico - Rio de Janeiro RJ Editora Graacutefica UERJ 2003
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Yin RK (1987) Case study reserch ndash design and methods Sage Publications 7 ed v 5
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172
173
ANEXO 1
LEI FEDERAL
PROJETO DE LEI 36272004
Institui Sistema Especial de Reserva de Vagas para estudantes egressos de
escolas puacuteblicas em especial negros e indiacutegenas nas instituiccedilotildees puacuteblicas
federais de educaccedilatildeo superior e daacute outras providecircncias
O CONGRESSO NACIONAL decreta
Art 1ordm As instituiccedilotildees puacuteblicas federais de educaccedilatildeo superior reservaratildeo
em cada concurso de seleccedilatildeo para ingresso nos cursos de graduaccedilatildeo no
miacutenimo cinquumlenta por cento de suas vagas para estudantes que tenham
cursado integralmente o ensino meacutedio em escolas puacuteblicas
Art 2ordm Em cada instituiccedilatildeo de educaccedilatildeo superior as vagas de que trata o
art1 o seratildeo preenchidas por uma proporccedilatildeo miacutenima de autodeclarados negros
e indiacutegenas igual agrave proporccedilatildeo de pretos pardos e indiacutegenas na populaccedilatildeo da
unidade da Federaccedilatildeo onde estaacute instalada a instituiccedilatildeo segundo o uacuteltimo censo
da Fundaccedilatildeo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica - IBGE
Paraacutegrafo uacutenico No caso de natildeo-preenchimento das vagas segundo os
criteacuterios do caput as remanescentes deveratildeo ser completadas por estudantes
que tenham cursado integralmente o ensino meacutedio em escolas puacuteblicas
Art 3ordm O Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e a Secretaria Especial de Poliacuteticas de
Promoccedilatildeo da Igualdade Racial da Presidecircncia da Repuacuteblica seratildeo responsaacuteveis
pelo acompanhamento e avaliaccedilatildeo do sistema de que trata esta Lei ouvida a
Fundaccedilatildeo Nacional do Iacutendio - FUNAI
174
Art 4ordm As instituiccedilotildees de que trata o art 1ordm teratildeo o prazo de duzentos e
quarenta dias para se adaptarem ao disposto nesta Lei
Art 5ordm O Poder Executivo promoveraacute no prazo de dez anos a contar da
publicaccedilatildeo desta Lei a revisatildeo do sistema especial para o acesso de estudantes
negros pardos e indiacutegenas bem como daqueles que tenham cursado
integralmente o ensino meacutedio em escolas puacuteblicas nas instituiccedilotildees de educaccedilatildeo
superior
Art 6ordm Esta Lei entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo
Brasiacutelia(wwwportalmecgov)
175
ANEXO 2
LEI ESTADUAL
Iacutentegra da Lei Nordm 3708 de 9 de Novembro de 2001
Institui cota de ateacute 40 (quarenta por cento) para as populaccedilotildees negra e parda
no acesso a Universidade do Estado do Rio de Janeiro e agrave Universidade Estadual
do Norte Fluminense e daacute outras providecircncias
O Governador do Estado do rio de Janeiro
Faccedilo saber que a Assembleacuteia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro
decreta e eu sanciono a seguinte Lei
Art 1ordm Fica estabelecida a cota miacutenima de ateacute 40 (quarenta por cento)
para as populaccedilotildees negra e parda no preenchimento das vagas relativas aos
cursos de graduaccedilatildeo da universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e da
Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF)
Paraacutegrafo Uacutenico Nesta cota miacutenima ficam incluiacutedos tambeacutem os negros e
pardos beneficiados pela lei 35242000
Art 2ordm O Poder executivo regulamentaraacute a presente Lei no prazo de 30
(trinta) dias de sua publicaccedilatildeo
Art 3ordm Estaacute lei entraraacute em vigor na data de sua publicaccedilatildeo revogadas as
disposiccedilotildees em contraacuterio
Rio de janeiro 09 de novembro de 2001
ANTHONY GAROTINHO
Autoria Deputado Joseacute Amorim
176
Iacutentegra do Decreto Nordm 30766 de 04 de marccedilo de 2002
DISCIPLINA O SISTEMA DE COTA PARA NEGROS E PARDOS NO ACESSO Agrave
UNIVERSIDADE
DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO E Agrave UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE
FLUMINENSE E DAacute OUTRAS PROVIDEcircNCIAS
O Governador do Estado do Rio de Janeiro no uso de suas atribuiccedilotildees
legais tendo em vista o disposto no artigo 1ordm caput e paraacutegrafo uacutenico da Lei nordm
3708 de 09 de novembro de 2001 e tendo em vista o que consta do Processo E-
260592002
D E C R E T A
Projeto de Lei nordm 24902001
Art 1ordm - Ficam reservadas para negros e pardos 40 das vagas relativas
aos cursos de graduaccedilatildeo oferecidas pela Universidade do Estado do Rio de
Janeiro e pela Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro
Paraacutegrafo uacutenico Para os fins deste decreto natildeo se faz distinccedilatildeo entre pessoas
negras e pardas
Art 2ordm - Caberaacute agraves universidades envolvidas definir os criteacuterios miacutenimos de
qualificaccedilatildeo para o acesso agraves vagas reservadas aos alunos negros e pardos
Art 3ordm - No preenchimento de suas vagas deveratildeo as universidades
observar sucessivamente o seguinte
I - verificar os candidatos qualificados de acordo com o com os criteacuterios
tratados na Lei nordm 35242000 selecionando-os para ingresso ateacute o limite das
vagas destinadas a tal fim
177
II - identificar dentre os alunos selecionados para ingresso na instituiccedilatildeo na
forma do inciso anterior o percentual que se declarou negro ou pardo em
relaccedilatildeo ao nuacutemero total de vagas oferecidas por curso e turno
III - deduzir da cota de 40 o percentual de candidatos selecionados na
instituiccedilatildeo declarados negros ou pardos que foram beneficiados pela Lei nordm
35242000 (art 1ordm paraacutegrafo uacutenico da Lei 37082001)
IV - preencher as vagas restantes da cota de 40 com os demais
candidatos declarados negros ou pardos que tenham sido qualificados para
ingresso na instituiccedilatildeo independentemente da origem escolar e
V - preencher as demais vagas oferecidas independentemente da cor
raccedila ou origem escolar do candidato qualificado
Paraacutegrafo uacutenico - Em caso de reclassificaccedilatildeo deveratildeo as universidades
observar o sistema de cotas estabelecidos pelas Leis nordms 35242000 e 37082001
Art 4ordm - Caso natildeo sejam preenchidas todas as vagas reservadas aos
beneficiaacuterios deste Decreto poderatildeo ser elas aproveitadas pelos demais
estudantes
Art 5ordm - A identificaccedilatildeo dos alunos negros e pardos se faraacute atraveacutes de
declaraccedilatildeo firmada sob as penas da Lei pelo proacuteprio candidato agrave vaga na
universidade
sect1ordm - A autodeclaraccedilatildeo eacute facultativa ficando o candidato submetido agraves
regras gerais de seleccedilatildeo caso opte por natildeo a firma
sect2ordm - Os candidatos beneficiados pelo regime de reserva de vagas tratado
na Lei nordm 352400 poderatildeo firmar a declaraccedilatildeo prevista neste artigo
Art 6ordm - Fica instituiacutedo sem o aumento de despesa o Conselho para a
Promoccedilatildeo Educacional Superior das Populaccedilotildees Negra e Parda - COPESNEP com
os seguintes objetivos
178
I - manter a memoacuteria de dados capaz de permitir o acompanhamento do
perfil de desempenho dos estudantes negros e pardos nos exames seletivos para
o ingresso nas instituiccedilotildees de ensino superior em funcionamento no Estado do Rio
de Janeiro
II - propor medidas que visem estimular a aplicaccedilatildeo do sistema de cotas
estabelecido neste Decreto a outras instituiccedilotildees de ensino superior
III - propor medidas que visem o aprimoramento da legislaccedilatildeo que trata do
acesso dos negros e pardos ao ensino superior e
IV - propor medidas que visem divulgar e orientar a sociedade da
importacircncia das accedilotildees afirmativas adotadas por forccedila deste Decreto com vistas
agrave promoccedilatildeo da igualdade de oportunidades entre os diversos grupos eacutetnicos e o
combate agrave discriminaccedilatildeo
Art 7ordf - O Conselho para a Promoccedilatildeo Educacional Superior das
Populaccedilotildees Negra e Parda - COPESNEP vinculado agrave Secretaria de Estado de
Ciecircncia e Tecnologia eacute composto dos seguintes membros
I - um representante da Secretaria de Estado de Educaccedilatildeo de Ciecircncia e
Tecnologia
II - um representante da Secretaria de Estado de Educaccedilatildeo
III - um representante do Conselho Estadual do Negro
IV - um representante da Universidade do Estado do Rio de Janeiro
V - um representante da Universidade Estadual do Norte Fluminense
sect1ordm - Seraacute convidado para participar do COPESNEP um representante do
movimento estudantil negro organizado indicado pela Coordenaccedilatildeo Nacional
de Entidades Negras - CONEN dentre estudantes do ensino meacutedio
179
sect2ordm - O COPESNEP seraacute presidido pelo representante da Secretaria de
Estado de Ciecircncias e Tecnologia contando com voto qualificado em caso de
empate nas votaccedilotildees
sect3ordm - O exerciacutecio das funccedilotildees de Presidente ou membro do Conselho natildeo
seraacute remunerado a qualquer tiacutetulo sendo considerado de relevante interesse
puacuteblico
Art 8ordm - Este Decreto entraraacute em vigor na data de sua publicaccedilatildeo
produzindo efeitos para o ingresso nas universidades a partir de 2003 revogadas
as disposiccedilotildees em contraacuterio
Rio de Janeiro 04 de marccedilo de 2002-03-22
ANTHONY GAROTINHO
180
ANEXO 3 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM TECNOLOGIA DE PROCESSOS QUIacuteMICOS E BIOQUIacuteMICOS ESCOLA DE QUIacuteMICA PROJETO DE PESQUISA DE DISSERTACcedilAtildeO DE MESTRADO ldquoA CAPACITACcedilAtildeO DOCENTE EM EDUCACcedilAtildeO AMBIENTALrdquo Mestranda Maria de Lourdes Ribeiro de Souza de Azevedo Orientadoras Maria Antonieta Peixoto Gimenes Couto Denize Dias de Carvalho
QUESTIONAacuteRIO DE LEVANTAMENTO DE DADOS SOBRE EDUCACcedilAtildeO
AMBIENTAL NO ENSINO MEacuteDIO DA REDE ESTADUAL
A - DADOS INSTITUCIONAIS 1 ndash Nome da instituiccedilatildeo de ensino_______________________________________ 2 ndash Metropolitana ______________________________________________ 3 ndash Bairro __________________________________________ 4 A Escola funciona em ( ) turno uacutenico ( ) manhatilde e tarde ( ) manhatilde tarde e noite ( )outros Qual_____ 5 ndash Nordm de alunos Manhatilde = _______________ Tarde = ________________Noite
=_______________
6 ndash Nordm de professores da instituiccedilatildeo ______________________________ 7 - O curso eacute ( ) normal ( ) supletivo ( ) manhatilde e tarde normal noite supletivo ( ) outrosQual B QUANTO Agrave ABORDAGEM DO TEMA EDUCACcedilAtildeO AMBIENTAL 1 ndash O tema educaccedilatildeo ambiental eacute abordado na escola ( ) sim ( ) natildeo 2 ndash Em caso positivo o tema eacute abordado em ( ) uma disciplina(disciplina especiacutefica-disciplinar) ( ) vaacuterias disciplinas(multidisciplinar) ( )de outras formas Quais ____________________________________________ 3 ndash Existe a obrigatoriedade da participaccedilatildeo dos alunos ( ) sim ( ) natildeo _____________________________________________________________________
181
4ndash Quantos professores participam das atividades relacionadas ao tema _______________________________________ 5 ndash A educaccedilatildeo ambiental eacute praticada atraveacutes de que meio (eacute admitida mais de uma resposta) ( ) aulas teoacutericas ( ) aulas praacuteticas ( ) informalmente ( ) projetos ( ) outros Qual_________________________________________________ 6 ndash Os projetos eou atividades implantados foram de(eacute admitida mais de uma resposta) ( ) reciclagem ( ) coleta seletiva ( ) reduccedilatildeo de consumo reuso de aacutegua ( ) reduccedilatildeo de consumo de energia ( ) outros Qual ________________________________________________________ 7 ndash Existe interesse dos alunos em relaccedilatildeo aos projetos ( ) sim ( ) natildeo __________________________________________ 8 ndash Os projetos possuem retorno financeiro ( ) frequumlentemente ( ) agraves vezes ( ) raramente ( ) Nunca 9 - Os recursos arrecadados satildeo para aquisiccedilatildeo de materiais para ( ) os alunos (por ex uniformes material escolar bolsa auxilio Outros Quais _________________________ ( ) a comunidade (por excesta baacutesicaestruturas de lazer cursos Outros Quais _______________________ ( ) a escola (por ex equipamentos livros infra-estrutura Outros Quais ___________________________ ( ) outros Qual _________________________ C QUANTO Agrave CAPACITACcedilAtildeO DOCENTE 1 ndash Qual eacute a formaccedilatildeo em niacutevel de graduaccedilatildeo dos professores que participam da educaccedilatildeo ambiental(eacute admitida mais de uma resposta) ( ) Quiacutemica ( ) Biologia ( ) Fiacutesica ( ) Geografia ( ) outra Quais________________________________________________________
182
2 ndash Dos professores que participam quantos possuem formaccedilatildeo especiacutefica em educaccedilatildeo ambiental e de que tipo ( ) especializaccedilatildeo(latu-senso) ____________ ( ) mestrado _____________ ( ) doutorado ____________ ( ) cursos de curta duraccedilatildeo___________ ( ) outros ________________ ( ) nenhuma ________________________________________________________________ 3 ndash A escola tem interesse na capacitaccedilatildeo docente para educaccedilatildeo ambiental ( ) sim ( ) natildeo _____________________________________ 4 ndash Haacute interesse dos professores em participarem de um curso de formaccedilatildeo em educaccedilatildeo ambiental ( ) sim ( ) natildeo Obs Caso positivo informar quantos _____________________________________ 5 - Quais as aacutereas que os professores apresentam maior interesse ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 6 ndash Observaccedilotildees e comentaacuterios da instituiccedilatildeo de ensino ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Obs As perguntas possuem linhas para quaisquer observaccedilotildees que a instituiccedilatildeo considerar importante para enriquecer as informaccedilotildees Solicito que as respostas reflitam de fato a situaccedilatildeo real da Escola de modo a construir um panorama que permita traccedilar metas que levem agrave melhoria do Ensino Para tal acreditamos que a capacitaccedilatildeo dos professores seja um bom caminho e principalmente em um tema tatildeo importante do qual depende o futuro de todos Obrigada
183
ANEXO 4
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM TECNOLOGIA DE PROCESSOS QUIacuteMICOS E BIOQUIacuteMICOS
ESCOLA DE QUIacuteMICA
PROJETO DE PESQUISA DE DISSERTACcedilAtildeO DE MESTRADO ldquoA CAPACITACcedilAtildeO DOCENTE EM EDUCACcedilAtildeO AMBIENTALrdquo
Mestranda Maria de Lourdes Ribeiro de Souza de Azevedo Orientadoras Maria Antonieta Peixoto Gimenes Couto Denize Dias de Carvalho
AVALIACcedilAtildeO DE RECEPTIVIDADE
Metropolitana METROPOLITANA III Responsaacutevel Nordm de questionaacuterios entregues Nordm de questionaacuterios devolvidos Nordm de questionaacuterios respondidos 1 ndash Todos os questionaacuterios foram enviados ( ) Sim ( ) Natildeo 2 ndash Na sua avaliaccedilatildeo o interesse das escolas sob a responsabilidade desta Metropolitana em responder agrave pesquisa foi ( ) Alto ( ) Mediano ( ) Baixo 3 ndash No espaccedilo abaixo justifique as suas respostas nas perguntas 1 e 2 ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ 4 ndash Na sua avaliaccedilatildeo a contribuiccedilatildeo da pesquisa para a integraccedilatildeo Universidade ndash Ensino Meacutedio eacute
( ) Relevante ( ) Irrelevante
184
ANEXO 5
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM TECNOLOGIA DE PROCESSOS QUIacuteMICOS E BIOQUIacuteMICOS
ESCOLA DE QUIacuteMICA
PROJETO DE PESQUISA DE DISSERTACcedilAtildeO DE MESTRADO ldquoA CAPACITACcedilAtildeO DOCENTE EM EDUCACcedilAtildeO AMBIENTALrdquo
Mestranda Maria de Lourdes Ribeiro de Souza de Azevedo Orientadoras Maria Antonieta Peixoto Gimenes Couto Denize Dias de Carvalho
AVALIACcedilAtildeO DE RECEPTIVIDADE
Metropolitana METROPOLITANA IV Responsaacutevel Nordm de questionaacuterios entregues Nordm de questionaacuterios devolvidos Nordm de questionaacuterios respondidos 1 ndash Todos os questionaacuterios foram enviados ( ) Sim ( ) Natildeo 2 ndash Na sua avaliaccedilatildeo o interesse das escolas sob a responsabilidade desta Metropolitana em responder agrave pesquisa foi ( ) Alto ( ) Mediano ( ) Baixo 3 ndash No espaccedilo abaixo justifique as suas respostas nas perguntas 1 e 2 ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ 4 ndash Na sua avaliaccedilatildeo a contribuiccedilatildeo da pesquisa para a integraccedilatildeo Universidade ndash Ensino Meacutedio eacute
( ) Relevante ( ) Irrelevante
185
ANEXO 6
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM TECNOLOGIA DE PROCESSOS QUIacuteMICOS E BIOQUIacuteMICOS
ESCOLA DE QUIacuteMICA
PROJETO DE PESQUISA DE DISSERTACcedilAtildeO DE MESTRADO ldquoA CAPACITACcedilAtildeO DOCENTE EM EDUCACcedilAtildeO AMBIENTALrdquo
Mestranda Maria de Lourdes Ribeiro de Souza de Azevedo Orientadoras Maria Antonieta Peixoto Gimenes Couto Denize Dias de Carvalho
AVALIACcedilAtildeO DE RECEPTIVIDADE
Metropolitana METROPOLITANA X Responsaacutevel Nordm de questionaacuterios entregues Nordm de questionaacuterios devolvidos Nordm de questionaacuterios respondidos 1 ndash Todos os questionaacuterios foram enviados ( ) Sim ( ) Natildeo 2 ndash Na sua avaliaccedilatildeo o interesse das escolas sob a responsabilidade desta Metropolitana em responder agrave pesquisa foi ( ) Alto ( ) Mediano ( ) Baixo 3 ndash No espaccedilo abaixo justifique as suas respostas nas perguntas 1 e 2 ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ 4 ndash Na sua avaliaccedilatildeo a contribuiccedilatildeo da pesquisa para a integraccedilatildeo Universidade ndash Ensino Meacutedio eacute
( ) Relevante ( ) Irrelevante
186
ANEXO 7
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM TECNOLOGIA DE
PROCESSOS QUIacuteMICOS E BIOQUIacuteMICOS
ESCOLA DE QUIacuteMICA
PROJETO DE PESQUISA DE DISSERTACcedilAtildeO DE MESTRADO ldquoA CAPACITACcedilAtildeO DOCENTE EM EDUCACcedilAtildeO AMBIENTALrdquo
Mestranda Maria de Lourdes Ribeiro de Souza de Azevedo Orientadoras Maria Antonieta Peixoto Gimenes Couto Denize Dias de Carvalho
AVALIACcedilAtildeO DE RECEPTIVIDADE
Responsaacutevel Regina Coeli de A Vasconcelos
Nordm total de questionaacuterios entregues 313 questionaacuterios
Nordm total de questionaacuterios devolvidos 68 questionaacuterios
Nordm total de questionaacuterios respondidos 94 questionaacuterios
1 ndash Na sua avaliaccedilatildeo a contribuiccedilatildeo da pesquisa para a integraccedilatildeo
Universidade ndash Ensino Meacutedio eacute
( ) Relevante ( ) Irrelevante
2 ndash Na sua avaliaccedilatildeo o interesse da SEERJ na implementaccedilatildeo de um curso
de capacitaccedilatildeo docente em Educaccedilatildeo Ambiental eacute
( ) Alto ( ) Mediano ( ) Baixo
187
3 ndash Que accedilotildees conjuntas poderiam ser sugeridas para a melhoria da
capacitaccedilatildeo docente do Ensino Meacutedio da Rede Puacuteblica Estadual em Educaccedilatildeo
Ambiental
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
GRAacuteFICO COMPARATIVO ENTRE AS METROPOLITANAS DO MUNICIacutePIO
DO RIO DE JANEIRO
Questionaacuterios
0
100
200
300
400
Entregues Devolvidos Respondidos
0
50
100
150
Metro III Metro IV Metro X
Receptividade
QuestionaacuteriosentreguesQuestionaacuteriosdevolvidosQuestionaacuteriosrespondidos
ii
MARIA DE LOURDES RIBEIRO DE SOUZA DE AZEVEDO
A CAPACITACcedilAtildeO DOCENTE EM EDUCACcedilAtildeO
AMBIENTAL
Dissertaccedilatildeo de Mestrado apresentada ao Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Tecnologia de Processos Quiacutemicos e Bioquiacutemicos da Escola de Quiacutemica da UFRJ
Orientadoras
Maria Antonieta Peixoto Gimenes Couto
Denize Dias de Carvalho
Rio de Janeiro
2007
iii
A CAPACITACcedilAtildeO DOCENTE EM EDUCACcedilAtildeO AMBIENTAL
MARIA DE LOURDES RIBEIRO DE SOUZA DE AZEVEDO
Dissertaccedilatildeo submetida ao Corpo Docente do Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Tecnologia de Processos Quiacutemicos e Bioquiacutemicos da Escola de Quiacutemica da Universidade Federal do Rio de Janeiro como parte dos requisitos para obtenccedilatildeo do grau de Mestre em Ciecircncias realizada sob a orientaccedilatildeo das Professoras Maria Antonieta Peixoto Gimenes Couto e Denize Dias de Carvalho
_________________________________________________________________________ Maria Antonieta Peixoto Gimenes Couto ndash Orientadora
(EQUFRJ)
_________________________________________________________________________ Denize Dias de Carvalho ndash Orientadora
(EQUFRJ)
________________________________________________________________________ Andreacutea Medeiros Salgado
(EQUFRJ)
_________________________________________________________________________ Liacutedia YOKOAMA
(EQUFRJ)
_________________________________________________________________________ Lilia dos Santos Seabra
(FEBFUERJ)
Escola de Quiacutemica Universidade Federal do Rio de Janeiro
2007
iv
FICHA CATALOGRAacuteFICA
AZEVEDO MARIA DE LOURDES RIBEIRO DE A Capacitaccedilatildeo Docente em Educaccedilatildeo Ambiental xix 164p 297cm Dissertaccedilatildeo Mestre em Ciecircncias(Escola de Quiacutemica ndash Universidade Federal do Rio de Janeiro) 1 Meio Ambiente 2 Educaccedilatildeo Ambiental 3 Capacitaccedilatildeo 4 Dissertaccedilatildeo
I Universidade Federal do Rio de Janeiro II Tiacutetulo (seacuterie)
v
SUMAacuteRIO Capiacutetulo 1 ndash Apresentaccedilatildeo do Trabalho
11 Introduccedilatildeo 1
12 Objetivo do Trabalho 6
13 Organizaccedilatildeo do Estudo 7
Capiacutetulo 2 ndash O Sistema Educacional Brasileiro
21 Introduccedilatildeo 9
22 A Educaccedilatildeo no Brasil Colocircnia 11
23 A Educaccedilatildeo no Brasil Impeacuterio 13
24 A Educaccedilatildeo na Primeira Repuacuteblica 18
25 A Educaccedilatildeo no Poacutes 30 20
26 A Educaccedilatildeo na Nova Repuacuteblica(1946-1963) 25
27 A Educaccedilatildeo no Periacuteodo Militar(1964-1985) 27
28 A Educaccedilatildeo no Periacuteodo da Abertura Poliacutetica(1986-2001) 29
29 Cronologia da Histoacuteria da Educaccedilatildeo Brasileira 30
Capiacutetulo 3 ndash A Estrutura Organizacional da Educaccedilatildeo no Brasil
31 A Organizaccedilatildeo 36
311 Atribuiccedilotildees da Uniatildeo 37
312 Atribuiccedilotildees do Estado 38
313 Atribuiccedilotildees dos Municiacutepios 39
314 O papel dos Estabelecimentos de Ensino 39
315 Atribuiccedilotildees dos Docentes 40
32 A Abrangecircncia dos Sistemas 41
321 O Sistema Federal 41
322 Os Sistemas de Ensino dos Estados e do Distrito
Federal Compreendem
41
323 O Sistema Municipal 42
33 A Secretaria Estadual de Educaccedilatildeo 44
Capiacutetulo 4 ndash Poliacuteticas Puacuteblicas de Inclusatildeo Social
41 A Crise do Sistema Poliacutetico Liberal e o Iniacutecio do
vi
Intervencionismo do Estado 54
42 O Estado e Suas Novas Funccedilotildees Sociais 56
43 Poliacuteticas Puacuteblicas Uma Questatildeo de Conceito 58
44 Formulaccedilatildeo de Poliacuteticas Puacuteblicas 59
45 Aacutereas de Aplicaccedilatildeo das Poliacuteticas Puacuteblicas das Poliacuteticas
Puacuteblicas
61
Capiacutetulo 5 ndash Histoacuterico e Evoluccedilatildeo da Educaccedilatildeo Ambiental
51 Definiccedilatildeo 68
52 Histoacuterico 73
53 Algumas Consideraccedilotildees sobre a Evoluccedilatildeo da Educaccedilatildeo
Ambiental
93
Capiacutetulo 6 ndash Metodologias
61 Diagnose do Estado da Arte da Educaccedilatildeo Ambiental no
Ensino Meacutedio da Rede Estadual de Ensino no Municiacutepio do
Rio de Janeiro
98
611 Objetivos 98
612 Metodologia de Pesquisa 98
613 Planejamento da Pesquisa 99
614 Fontes de Informaccedilotildees 100
615 Pesquisa de Campo 100
616 Avaliaccedilatildeo dos Resultados 101
62 Diagnose do Acesso aos Cursos de Graduaccedilatildeo nas
Universidades Puacuteblicas Estudo de Caso UERJ e UFRJ
102
621 Objetivos 102
622 Metodologia de Pesquisa 102
623 Planejamento da Pesquisa 102
624 Fontes de Informaccedilotildees 103
625 Pesquisa de Campo 103
62 Limitaccedilotildees do Estudo 105
Capiacutetulo 7ndash Avaliaccedilatildeo do Acesso aos Cursos de Graduaccedilatildeo Estudo de
Casos UERJ e UFRJ
vii
71 O Sistema de Cotas 107
72 Implantaccedilatildeo do Sistema 108
73 O Aluno na Universidade 109
74 A Necessidade das Cotas 111
75 Comparativo entre a Rede Estadual de Ensino e a Rede
Federal e Particular
114
76 Avaliaccedilatildeo do Sistema de Cotas da UERJ e da Proposta da
UFRJ
123
Capiacutetulo 8 ndash Avaliaccedilatildeo da Educaccedilatildeo Ambiental na Rede Puacuteblica Estadual
no Municiacutepio do Rio de Janeiro
81 Levantamento de Dados 128
82 A Receptividade das Coordenadorias 129
83 A Educaccedilatildeo Ambiental em Nuacutemeros 131
84 Conclusotildees Parciais 145
Capiacutetulo 9 ndash Proposta de Curso de Formaccedilatildeo para Professores
91 Objetivo do Curso 148
92 Duraccedilatildeo do Curso 149
93 Conteuacutedo do Curso 149
94 Consideraccedilotildees 151
Capiacutetulo 10 ndash Conclusotildees e sugestotildees
101 Consideraccedilotildees Finais 152
102 Conclusotildees 155
103 Sugestotildees 156
Referecircncias 157
viii
Dedico esta dissertaccedilatildeo de mestrado
aos amores de minha vida que satildeo
meus filhos meu marido e minha matildee
pela compreensatildeo de ter ficado muitas
vezes ausente pela paciecircncia e pelo
incentivo e forccedila para natildeo me deixar
desistir e conseguir chegar ao final
deste trabalho A vitoacuteria natildeo eacute soacute
minha eacute de todos noacutes
Muito obrigada
ix
AGRADECIMENTOS
A Deus por ter me dado forccedilas para completar esta jornada
A minha matildee por ter me ajudado nas horas difiacuteceis
Aos meus filhos pela compreensatildeo nos meus momentos de ausecircncia
Ao meu marido Marcos pelo incentivo apoio e carinho
As minhas Professoras orientadoras Maria Antonieta Peixoto Gimenes Couto e
Denize Dias de Carvalho pela contribuiccedilatildeo na conduccedilatildeo desse trabalho
A todos os professores do Programa pela contribuiccedilatildeo que deram ao meu
crescimento acadecircmico profissional e pessoal
Ao senhor Antonio Ceacutesar Alves pelo carinho e atenccedilatildeo sempre me ajudando no
que precisei durante minha jornada na UFRJ
A senhora Regina Coeli secretaacuteria de Educaccedilatildeo Ambiental da SEERJ pela
atenccedilatildeo e contribuindo para que tornasse possiacutevel a realizaccedilatildeo deste trabalho
Ao Professor Maacutercio Nele pelas sugestotildees na avaliaccedilatildeo dos dados
A Professora Acircngela Rocha pela Contribuiccedilatildeo na Pesquisa de campo
A Sra Luacutecia Manso por viabilizar os dados do vestibular da UFRJ
A Sra Patriacutecia Anido Noronha por viabilizar os dados do vestibular da UERJ
Ao professor Luiz Gustavo Ribeiro Vieira Coordenador na Metropolitana IV por seu
empenho na realizaccedilatildeo da pesquisa de campo
x
A Direccedilatildeo do Ciep 386 ndash Guilherme da Silveira Filho pelo apoio e atenccedilatildeo
Aos meus colegas do departamento de Sauacutede e saneamento Ambiental (DSSA)
da Fiocruz pelo apoio e companheirismo para a realizaccedilatildeo deste trabalho
xi
RESUMO
Azevedo Maria de Lourdes Ribeiro de Souza de A Capacitaccedilatildeo Docente em Educaccedilatildeo Ambiental Rio de Janeiro 2006 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Tecnologia de Processos Quiacutemicos e Bioquiacutemicos) Escola de Quiacutemica Universidade Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2006 O objetivo deste trabalho eacute viabilizar a criaccedilatildeo de ferramentas que sirvam para conduzir uma maior integraccedilatildeo entre a Universidade e o Ensino Meacutedio tendo como base agraves poliacuteticas de inclusatildeo social Para isso foi feita uma anaacutelise da Educaccedilatildeo Ambiental ministrada no Ensino Meacutedio no Municiacutepio do Rio de Janeiro Esta revelou que as escolas praticam de alguma forma a Educaccedilatildeo Ambiental poreacutem a pesquisa tambeacutem mostrou que a formaccedilatildeo dos professores neste tema estaacute muito aqueacutem do necessaacuterio o que dificulta a realizaccedilatildeo plena do seu trabalho Ainda dentro das Poliacuteticas de Inclusatildeo Social foi feito um levantamento do acesso dos alunos da Rede Puacuteblica Estadual nas Universidades Puacuteblicas atraveacutes de estudo de caso da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) avaliando comparativamente as escolas de Ensino Meacutedio da Rede Puacuteblica e a Rede Privada Os resultados mostraram que um nuacutemero muito pequeno de alunos oriundos da Rede Estadual de Ensino consegue uma vaga nestas Universidades Puacuteblicas problema este que foi amenizado pela UERJ que foi a primeira a implantar o sistema de cotas com resultados satisfatoacuterios e com isso aumentando significativamente o ingresso de alunos da Rede Puacuteblica Estadual Os resultados dessa pesquisa sinalizam que urge a definiccedilatildeo de Poliacuteticas Puacuteblicas que levam agrave melhoria de capacitaccedilatildeo docente do Ensino Meacutedio cabendo agrave Universidade o papel de promover centros de formaccedilatildeo continuada promovendo uma melhor qualificaccedilatildeo docente e por conseguinte um melhor preparo dos alunos
xii
ABSTRACT
Azevedo Maria de Lourdes Ribeiro de Souza de A Capacitaccedilatildeo Docente em Educaccedilatildeo Ambiental Rio de Janeiro 2006 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Tecnologia de Processos Quiacutemicos e Bioquiacutemicos) Escola de Quiacutemica Universidade Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2006 This study has an aim to be viable the creation of tools which serve to conduct a great integration between the University and the high school having as a basis Politics of Social Inclusion For this it was made an analysis on Environmental Education given in municipal district of Rio de Janeiro high schools It reveals that the schools practice some Environmental Education but the research also presents that the formation of teachers in this theme is far from what is necessary that makes difficulty the full realization of its work Yet within the Politics of Social Inclusion it was done a survey on the access of the State Public Net students at the public universities through a case study of the University of Rio de Janeiro State (UERJ) and Federal University of Rio de Janeiro (UFRJ) evaluating comparatively to the high school of Public and Private Net schools The results show that a small number of students from the State Net High School gets vacancy in those Public Universities a problem that was softened by the UERJ that was the first to establish a system of quotas with satisfactory results and with this encreasing significatively the entrance of State Public Net students The results of this research signal that it is necessary a definition of Public Politics that take to improvement of teaching capacitation of high school belonging to the University the roll of promote centers of Continued formation promoting a better teaching qualification and thus a better preparation of the students
xiii
LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES
Figura 11 ndash Esquema do Ciclo da Educaccedilatildeo
Figura 31 ndash Organograma da Organizaccedilatildeo Educacional Brasileira
Figura 32 ndash Mapa das Metropolitanas do Estado do Rio de Janeiro
Figura 41 ndash Diagrama Esquemaacutetico da Formaccedilatildeo de uma Poliacutetica Puacuteblica
Figura 61 ndash Esquematizaccedilatildeo do Projeto
Figura 71 - Percentual de Alunos Inscritos no Vestibular da UFRJ
Figura 72 ndash Percentual de Alunos Classificados no Vestibular da UFRJ
Figura 73 - Percentual de Alunos Classificados em Funccedilatildeo do Nuacutemero de Inscritos
em Cada Esfera
Figura 74 ndash Percentual de Alunos Inscritos no Vestibular da UERJ
Figura 75 - Percentual de Alunos Classificados no Vestibular da UERJ
Figura 76 ndash Percentual de Alunos Classificados em Funccedilatildeo do Nuacutemero de Inscritos
em Cada Esfera
Figura 77 - Comparativo Entre o Antes e Depois do Sistema de Cotas
Figura 81 - Avaliaccedilatildeo de Receptividade da Metropolitana III
Figura 82 ndash Avaliaccedilatildeo de Receptividade da Metropolitana IV
Figura 83 ndash Avaliaccedilatildeo de Receptividade da Metropolitana X
Figura 84 - Abordagem do Tema na Escola
Figura 85 - O Tema eacute Disciplinar ou Multidisciplinar Figura 86 - Participaccedilatildeo Discente Figura 87 - Participaccedilatildeo dos Professores
Figura 88 - Meios de Aplicaccedilatildeo da Educaccedilatildeo Ambiental Figura 89 - Projetos e ou Atividades Implantados Figura 810 - Interesse dos Alunos
Figura 811 - Retorno Financeiro nos Projetos
Figura 812 - Destino dos Recursos Arrecadados
Figura 813 - Professores que Participam das Atividades
Figura 814 - Os Professores Possuem Formaccedilatildeo Especiacutefica em EA
Figura 815 - Interesse da Escola na Capacitaccedilatildeo Docente
xiv
Figura 816 - Interesse dos Professores em Cursos de Formaccedilatildeo em Educaccedilatildeo
Ambiental Figura 817 - Aacutereas de Interesse dos Professores
xv
LISTA DE TABELAS
Tabela 21 ndash Evoluccedilatildeo da Educaccedilatildeo no Brasil Principais Acontecimentos
Tabela 31 ndash Coordenadorias da SEERJ
Tabela 71 ndash Quadro Comparativo dos Vestibulares da UERJ e UFRJ
xvi
GLOSSAacuteRIO
ABE ndash Associaccedilatildeo Brasileira de Educaccedilatildeo
ALERJ ndash Assembleacuteia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro
ANA - Agecircncia Nacional de Aacuteguas
CADES ndash Campanha de Aperfeiccediloamento e Difusatildeo do Ensino Secundaacuterio
CAPES - Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel Superior
CEA ndash Centros de Educaccedilatildeo Ambiental
CEE ndash Conselho Estadual de Educaccedilatildeo
CEG ndash Conselho de Ensino de Graduaccedilatildeo
CETESB - Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental
CFE ndash Conselho Federal de Educaccedilatildeo
CGEA ndash Coordenaccedilatildeo Geral de Educaccedilatildeo Ambiental
CIAC ndash Centro Integrado de Apoio a Crianccedila
CIEP ndash Centro Integrado de Educaccedilatildeo Puacuteblica
CISEA ndash Comissatildeo Intersetorial de Educaccedilatildeo Ambiental
CMMAD - Comissatildeo Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento
CNAE ndash Campanha Nacional de Alimentaccedilatildeo Escolar
CNBB ndash Confederaccedilatildeo Nacional dos Bispos do Brasil
CNE ndash Conselho Nacional de Educaccedilatildeo
CNEA ndash Conferecircncia Nacional de Educaccedilatildeo Ambiental
CNEC ndash Campanha Nacional de Escolas da Comunidade
CNPJ - Cadastro Nacional da Pessoa Juriacutedica
CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico
COEA - Coordenaccedilatildeo Geral de Educaccedilatildeo Ambiental
CONAMA ndash Conselho Nacional do Meio Ambiente
CONEN ndash Coordenaccedilatildeo Nacional de Entidades Negras
CONTAP ndash Conselho de Cooperaccedilatildeo Teacutecnica da Alianccedila para o Progresso
COPESNEP - Conselho para a Promoccedilatildeo Educacional Superior das Populaccedilotildees
Negra e Parda
CPC ndash Centros Populares de Cultura
DEA ndash Educaccedilatildeo Ambiental a Distacircncia
xvii
DEMEC - Departamento de Engenharia Mecacircnica
EA ndash Educaccedilatildeo Ambiental
ENC ndash Exame Nacional de Cursos
ENEM ndash Exame Nacional do Ensino Meacutedio
EPB ndash Estudos de Problemas Brasileiros
EUA ndash Estados Unidos da Ameacuterica
FEEMA - Fundaccedilatildeo Estadual de Engenharia do Meio Ambiente
FNMA - Fundo Nacional do Meio Ambiente
FUNAI - Fundaccedilatildeo Nacional do Iacutendio
FUNDEF ndash Fundo de Manutenccedilatildeo e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de
Valorizaccedilatildeo do Magisteacuterio
GT ndash Grupos de Trabalho
IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovaacuteveis
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
IES ndash Instituiccedilotildees de Ensino Superior
INEP ndash Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais
ISEB ndash Instituto Superior de Estudos Brasileiros
LDB ndash Lei de Diretrizes e Bases
MCT - Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia
MEB ndash Movimento de Educaccedilatildeo de Base
MEC ndash Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura
MinC ndash Ministeacuterio da Cultura
MMA ndash Ministeacuterio do Meio Ambiente
MOBRAL - Movimento Brasileiro de Alfabetizaccedilatildeo
OMEP ndash Organizaccedilatildeo Mundial de Educaccedilatildeo Preacute-Escolar
ONG ndash Organizaccedilatildeo Natildeo Governamental
ONU ndash Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas
OSPB ndash Organizaccedilatildeo Social e Poliacutetica do Brasil
PAIUB - Programa de Avaliaccedilatildeo Institucional das Universidades Brasileiras
PAS ndash Programa de Avaliaccedilatildeo Seriada
PCN ndash Paracircmetros Curriculares Nacionais
PIEA - Programa Internacional de Educaccedilatildeo Ambiental
xviii
PNEA - Poliacutetica Nacional de Educaccedilatildeo Ambiental
PNI ndash Parque Nacional do Iguaccedilu
PNMA - Programa Nacional do Meio Ambiente
PNUMA ndash Programa das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente
PPA ndash Plano Plurianual
PROINICIAR ndash Programa de Iniciaccedilatildeo Acadecircmica
PRONEA ndash Programa Nacional de Educaccedilatildeo Ambiental
PRO-REDE ndash Programa de Reestruturaccedilatildeo da Rede Puacuteblica de Ensino
REASUL - Rede Sul Brasileira de Educaccedilatildeo Ambiental
REBEA ndash Rede Brasileira de Educaccedilatildeo Ambiental
REGUA ndash Registro Uacutenico do Aluno
REPEA ndash Rede Paulista de Educaccedilatildeo Ambiental
SAEB - Sistema Nacional de Avaliaccedilatildeo da Educaccedilatildeo Baacutesica
SECIRM ndash Secretaria da Comissatildeo Interministerial para os Recursos do Mar
SEDUC - Secretaria da Educaccedilatildeo Baacutesica
SEERJ ndash Secretaria Estadual de Educaccedilatildeo do Rio de Janeiro
SEF ndash Secretaria de Ensino Fundamental
SEMA - Secretaria Estadual do Meio Ambiente
SENAC ndash Serviccedilo Nacional de Aprendizagem Comercial
SENAI - Serviccedilo Nacional de Aprendizagem Industrial
SIBEA ndash Sistema Brasileiro de Informaccedilatildeo em Educaccedilatildeo Ambiental
UENF ndash Universidade Estadual do Norte Fluminense
UERJ ndash Universidade do Estado do Rio de Janeiro
UFMT - Universidade Federal de Mato Grosso
UNCED - United Nations Conference on Environment and Development
UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina
UFRJ ndash Universidade Federal do Rio de Janeiro
UFRPE - Universidade Federal Rural de Pernambuco
UFRRJ ndash Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
UICN ndash Uniatildeo Internacional para Conservaccedilatildeo da Natureza
UNE ndash Uniatildeo Nacional dos Estudantes
xix
UNESCO - Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a educaccedilatildeo agrave ciecircncia e a
cultura
UNICEF ndash Fundo das Naccedilotildees Unidas para a Infacircncia
USAID - United States Agency for International Development
1
Capiacutetulo 1 Apresentaccedilatildeo do Trabalho
11 Introduccedilatildeo
A educaccedilatildeo eacute a base para o desenvolvimento de qualquer paiacutes por ser
um instrumento fundamental para a promoccedilatildeo da cidadania Eacute por meio dela
que as pessoas adquirem condiccedilotildees de se transformarem em cidadatildeos ativos e
competitivos
A cidadania se fundamenta em princiacutepios eacuteticos aleacutem de promover o
direito agrave justiccedila social pois eacute impossiacutevel conceber o crescimento de um paiacutes
tendo milhotildees de pessoas excluiacutedas da participaccedilatildeo democraacutetica em vaacuterias
instacircncias e niacuteveis da sociedade
Eacute atraveacutes de um bom desempenho da cidadania que a sociedade pode
contribuir para a soluccedilatildeo de problemas e ateacute evitar que alguns destes possam
surgir Neste processo a educaccedilatildeo ambiental tem um papel muito importante
pois participa natildeo somente como uma transmissatildeo de conhecimento mas
2
tambeacutem na aplicaccedilatildeo de informaccedilotildees como uma forma de mudanccedila de
atitudes da sociedade face aos problemas ambientais
A Educaccedilatildeo Ambiental eacute uma proposta de mudanccedila de comportamento
onde se faz o resgate de valores eacuteticos esteacuteticos democraacuteticos e humanistas
Estes valores satildeo fortemente defendidos pela educaccedilatildeo de um modo geral pelo
conjunto de conhecimentos produzidos nas mais diversas aacutereas tendo como foco
o princiacutepio do respeito pelo meio ambiente que natildeo eacute constituiacutedo somente pelos
organismos vivos Haacute uma preocupaccedilatildeo com um sentido muito mais amplo do
que meramente com a extinccedilatildeo de alguns animais ou plantas
(wwweducarscuspbr)
Meio Ambiente eacute tudo que compotildee a paisagem Eacute a interaccedilatildeo do
conjunto de elementos naturais artificiais culturais e sociais que propicia o
desenvolvimento equilibrado da vida em todas as suas formas
Podemos classificaacute-lo em Meio Ambiente natural ou fiacutesico constituiacutedo pelo
solo aacutegua ar atmosfeacuterico enfim tudo que eacute natureza com toda sua diversidade
Meio ambiente artificial eacute constituiacutedo pelo espaccedilo urbano construiacutedo
representado pelo conjunto de edificaccedilotildees (espaccedilo urbano fechado) e dos
equipamentos puacuteblicos (ruas praccedilas aacutereas verdes espaccedilos livres em geral
espaccedilo urbano aberto) Meio Ambiente Cultural integra o patrimocircnio histoacuterico
artiacutestico arqueoloacutegico paisagiacutestico turiacutestico que embora artificial difere do
anterior pelo sentido de seu valor especial e o Meio Ambiente Social que eacute
formado pelas pessoas que compotildeem a Sociedade (Carvalho 2002)
Com isto a Educaccedilatildeo Ambiental eacute tambeacutem o respeito pelas culturas que
incluem as especificidades de classe etnia e gecircnero funcionando como uma
defesa da descentralizaccedilatildeo e da distribuiccedilatildeo social do poder dando assim uma
efetiva contribuiccedilatildeo para uma sociedade melhor (wwweducarscuspbr)
A Educaccedilatildeo Ambiental visa modificar as relaccedilotildees entre a sociedade e o
meio ambiente de forma a melhorar a qualidade de vida transformando o
sistema produtivo e consumista em uma sociedade mais solidaacuteria promovendo a
3
inclusatildeo social atraveacutes da justa distribuiccedilatildeo dos recursos naturais entre todos
Para isto se faz necessaacuteria natildeo soacute a existecircncia de poliacuteticas sociais mas
principalmente que estas estejam integradas nas diversas esferas da sociedade
Eacute tambeacutem importante que tenham estrateacutegias bem definidas para que possam
ser formuladas e implementadas por accedilotildees que sejam intersetoriais buscando
sempre parcerias com os diversos segmentos sejam estes entidades ou
movimentos sociais
Um ponto importante que deve nortear a Educaccedilatildeo Ambiental eacute o
conceito de desenvolvimento sustentaacutevel que inter-relaciona os aspectos sociais
e ambientais isto eacute promove a qualidade das relaccedilotildees humanas com o ambiente
natural e a necessidade de produccedilatildeo de riquezas Sachs (citado em Montibeller-
Filho 2001) propotildee a seguinte definiccedilatildeo para Desenvolvimento Sustentaacutevel
ldquoTrata-se de gerir a natureza de forma a assegurar aos homens de nossa geraccedilatildeo
e das geraccedilotildees futuras a possibilidade de se desenvolverrdquo (Azevedo 1991)
Segundo a Comissatildeo Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento
Desenvolvimento Sustentaacutevel eacute definido como ldquoDesenvolvimento que responde
agraves necessidades do presente sem comprometer as possibilidades das geraccedilotildees
futuras de satisfazer suas proacuteprias necessidadesrdquo (wwweducarscuspbr)
O desenvolvimento sustentaacutevel deveria ser uma preocupaccedilatildeo primordial
para o desenvolvimento econocircmico poreacutem para alguns setores da economia o
mais importante eacute o valor de produccedilatildeo imediato mesmo que para isso se
degrade o meio ambiente e se comprometa a possibilidade de produccedilotildees
futuras Os movimentos ambientalistas conseguem produzir um conjunto de
princiacutepios em relaccedilatildeo ao meio ambiente atraveacutes de protocolos e declaraccedilotildees
Este conjunto constitui a base do direito ambiental brasileiro e internacional o
qual associa a proteccedilatildeo do meio ambiente ao desenvolvimento
socioeconocircmico ldquoA poliacutetica nacional do meio ambiente tem por objetivo a
preservaccedilatildeo melhoria e recuperaccedilatildeo da qualidade ambiental propiacutecia agrave vida
visando assegurar no paiacutes condiccedilotildees ao desenvolvimento socioeconocircmicordquo
4
(Brasil Poliacutetica Nacional do Meio Ambiente - Lei 6938 1981 citado em Montibeller
Filho 2001)
Eacute por isto que uma boa formaccedilatildeo do educador ambiental se faz
necessaacuterio pois a Educaccedilatildeo Ambiental eacute antes de tudo um instrumento de
promoccedilatildeo da cidadania como jaacute dito anteriormente principalmente nos dias de
hoje onde eacute fundamental para o desenvolvimento a inserccedilatildeo competitiva de
qualquer naccedilatildeo do mundo o seu conhecimento Conhecimento este que seraacute
compartilhado com os alunos que satildeo os que iniciam a jornada de mudanccedila
pois estes seratildeo os transmissores desses conhecimentos aos seus pais vizinhos
amigos enfim como se fosse uma grande corrente Neste ponto eacute que a
Educaccedilatildeo Ambiental difere das demais disciplinas tendo uma visatildeo muito mais
ampla do que o simples acuacutemulo de informaccedilotildees sem conexatildeo entre elas e com
o potencial de evocaccedilatildeo existente na aprendizagem Baseia-se na premissa de
que eacute na reflexatildeo tanto individual como coletiva que se tem em relaccedilatildeo ao meio
ambiente que se daacute o processo de aprendizagem (wwweducarscuspbr)
A Educaccedilatildeo Ambiental natildeo pode estar reduzida a uma disciplina ou
programa seja este de reciclagem ou reaproveitamento do lixo preservaccedilatildeo da
aacutegua etc A importacircncia destes programas existe mas a Educaccedilatildeo Ambiental
natildeo pode estar somente baseada neles tem que ter um sentido mais amplo
como o uso de recursos com responsabilidade desenvolvendo produccedilotildees limpas
que geram lucro mantendo a harmonia com o meio ambiente Para isto existe a
necessidade de ldquopromover a Educaccedilatildeo Ambiental em todos os niacuteveis de ensinordquo
(Brasil 1988) Dessa forma o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo (MEC) elaborou os
Paracircmetros Curriculares Nacionais (PCNs) em que o meio ambiente (Educaccedilatildeo
Ambiental) eacute apresentado como tema transversal para todo o curriacuteculo escolar
(Guimaratildees 2004)
Mesmo a educaccedilatildeo ambiental estando presente nos PCNs esta natildeo eacute
amplamente aplicada em especial no Ensino Meacutedio da Rede Puacuteblica foco do
presente trabalho Acredita-se que um dos motivos seja o despreparo dos
educadores do Ensino Meacutedio Por esse motivo eacute que haacute a necessidade de uma
5
efetiva integraccedilatildeo da Universidade com o Ensino Meacutedio pois desta forma os
educadores estaratildeo participando de alguma maneira deste processo
educacional
A Universidade prepara os professores que atuaratildeo no ensino meacutedio e
estes por sua vez seratildeo responsaacuteveis pela formaccedilatildeo dos alunos que ingressam na
Universidade Os alunos por seu turno saem da Universidade jaacute na qualidade de
profissionais que podem ser professores ou natildeo Poreacutem existe a necessidade de
investimento na formaccedilatildeo do docente isto eacute este deve retornar a Universidade
atraveacutes de programas de formaccedilatildeo continuada seja em cursos de extensatildeo ou
especializaccedilatildeo A formaccedilatildeo continuada se reveste de uma importacircncia ainda
maior principalmente devido agrave existecircncia das poliacuteticas de inclusatildeo social que
visam a democratizaccedilatildeo do ensino superior promovendo o ingresso de alunos de
baixa renda a um ensino de qualidade nas Universidades Puacuteblicas A respeito
dessas poliacuteticas existem algumas opiniotildees divergentes em relaccedilatildeo ao sistema de
cotas que consiste na reserva de vagas para alunos carentes e negros Para
alguns facilitar a entrada desses alunos nas Universidades eacute a soluccedilatildeo para a
inclusatildeo social natildeo importando se este aluno tem condiccedilotildees de se manter na
Universidade devido ao seu despreparo advindo do ensino meacutedio Para outros a
inclusatildeo social se faz natildeo reservando vagas e sim melhorando a qualidade do
ensino meacutedio da rede puacuteblica para que os alunos tenham condiccedilotildees de
competir em igualdade com os demais alunos e esta melhoria do ensino pode
ter iniacutecio atraveacutes da capacitaccedilatildeo do docente
Essas propostas formam uma espeacutecie de ciclo conforme o esquema
mostrado na figura 11 O mais importante poreacutem eacute que os profissionais tenham
consciecircncia do seu papel como cidadatildeos e da sua relaccedilatildeo com o Meio
Ambiente
6
UNIVERSIDADE
ALUNOS DOCENTES
ENSINO MEacuteDIO
Figura 11 Esquema do Ciclo da Educaccedilatildeo
12 Objetivos do Trabalho
Com base nas premissas abordadas a presente dissertaccedilatildeo tem como
objetivos
Objetivo Geral
Criar instrumentos que viabilizem a integraccedilatildeo Universidade com o Ensino
Meacutedio com base em poliacuteticas de inclusatildeo social para capacitaccedilatildeo de docentes
no segmento de Educaccedilatildeo Ambiental
7
Objetivos especiacuteficos
bull Avaliaccedilatildeo do atual estado da arte da Educaccedilatildeo Ambiental no
ensino meacutedio ministrado na Rede Estadual de Ensino do municiacutepio do
Rio de Janeiro
bull Avaliaccedilatildeo do acesso agraves Universidades Puacuteblicas atraveacutes de estudos
de caso
bull Elaboraccedilatildeo de uma proposta de Educaccedilatildeo Continuada visando a
capacitaccedilatildeo do docente de Ensino Meacutedio
13 Organizaccedilatildeo do Estudo
A presente dissertaccedilatildeo foi organizada em 10 capiacutetulos Aleacutem deste que
traz uma breve apresentaccedilatildeo do tema nos capiacutetulos subsequumlentes seratildeo feitas as
seguintes abordagens
O capiacutetulo 2 apresenta uma anaacutelise histoacuterico-social do sistema educacional
brasileiro desde a colonizaccedilatildeo ateacute os dias atuais
O capiacutetulo 3 traz a estrutura organizacional da educaccedilatildeo no Brasil
incluindo as esferas poliacuteticas responsaacuteveis pelos diferentes segmentos
As poliacuteticas puacuteblicas de inclusatildeo social satildeo abordadas no capiacutetulo 4 e o
capiacutetulo 5 contextualiza a Educaccedilatildeo ambiental sob os prismas histoacuterico e
evolutivo
As metodologias empregadas nos estudos elaborados estatildeo descritas no
capiacutetulo 6
No capiacutetulo 7 eacute realizada uma avaliaccedilatildeo do acesso aos cursos de
graduaccedilatildeo de Universidades Puacuteblicas atraveacutes de estudos de caso envolvendo a
Universidade Estadual do Rio de Janeiro e a Universidade Federal do Rio de
Janeiro comparando-se o acesso com sistemas de cotas (UERJ) e a proposta em
8
estudo para a reserva de vagas na UFRJ aleacutem de uma anaacutelise quantitativa do
acesso dos estudantes da rede puacuteblica a estas universidades
O capiacutetulo 8 traz os resultados referentes ao estudo de campo sobre a
Educaccedilatildeo Ambiental realizado junto agraves escolas de Ensino Meacutedio da Rede Puacuteblica
Estadual localizadas no municiacutepio do Rio de Janeiro
A partir das demandas detectadas nesse estudo de campo foi elaborada
uma proposta de curso de capacitaccedilatildeo voltado para os professores de Ensino
Meacutedio apresentada no capiacutetulo 9 As principais conclusotildees desse estudo bem
como as sugestotildees de continuidade do trabalho encontram-se no capiacutetulo 10
O capiacutetulo a seguir conforme jaacute citado aborda o Sistema Educacional
Brasileiro
9
Capiacutetulo 2 O Sistema Educacional Brasileiro
21 Introduccedilatildeo
Neste capitulo foi realizada uma anaacutelise histoacuterico-social do sistema
educacional brasileiro desde o iniacutecio da colonizaccedilatildeo brasileira ateacute a atualidade
A histoacuteria da educaccedilatildeo brasileira natildeo eacute uma histoacuteria difiacutecil de ser estudada e
compreendida Ela evolui em rupturas marcantes e faacuteceis de serem observadas
A primeira grande ruptura travou-se com a chegada dos portugueses ao territoacuterio
do Novo Mundo Natildeo se pode deixar de reconhecer que os portugueses
trouxeram um padratildeo de educaccedilatildeo proacuteprio da Europa o que natildeo quer dizer que
as populaccedilotildees que por aqui jaacute viviam natildeo possuiacutessem caracteriacutesticas proacuteprias de
se fazer educaccedilatildeo Conveacutem ressaltar que a educaccedilatildeo que se praticava entre as
populaccedilotildees indiacutegenas natildeo tinha as marcas repressivas do modelo educacional
europeu
A chegada dos jesuiacutetas ao territoacuterio brasileiro natildeo trouxe somente a moral
os costumes e a religiosidade europeacuteia trouxe tambeacutem os meacutetodos pedagoacutegicos
Este meacutetodo funcionou absoluto durante 210 anos de 1549 a 1759 quando uma
nova ruptura marca a histoacuteria da educaccedilatildeo no Brasil a expulsatildeo dos jesuiacutetas pelo
10
Marquecircs de Pombal Se existia alguma coisa muita bem estruturada em termos
de educaccedilatildeo o que se viu a seguir foi o mais absoluto caos Tentaram-se as aulas
reacutegias o subsiacutedio literaacuterio mas o caos continuou ateacute que a Famiacutelia Real fugindo
de Napoleatildeo na Europa resolveu transferir o Reino para o Novo Mundo Na
verdade natildeo se conseguiu implantar um sistema educacional nas terras
brasileiras mas a vinda da Famiacutelia Real permitiu uma nova ruptura com a situaccedilatildeo
anterior Para preparar o terreno para sua estadia no Brasil D Joatildeo VI abriu
Academias Militares Escolas de Direito e Medicina a Biblioteca Real o Jardim
Botacircnico e sua iniciativa mais marcante em termos de mudanccedila foi a criaccedilatildeo da
Imprensa Reacutegia Segundo alguns autores o Brasil foi finalmente ldquodescobertordquo e a
nossa Histoacuteria passou a ter uma complexidade maior A educaccedilatildeo no entanto
continuou a ter uma importacircncia secundaacuteria Sabe-se que enquanto nas colocircnias
espanholas jaacute existiam muitas universidades como a Universidade de Satildeo
Domingos criada em 1538 a do Meacutexico e a de Lima criadas em 1551 a nossa
primeira Universidade soacute surgiu em 1934 em Satildeo Paulo Por todo o Impeacuterio
incluindo D Joatildeo VI D Pedro I e D Pedro II pouco se fez pela educaccedilatildeo
brasileira e muitos reclamavam de sua qualidade ruim Com a Proclamaccedilatildeo da
Repuacuteblica fizeram-se vaacuterias reformas que pudessem dar uma nova guinada mas
observando bem a educaccedilatildeo brasileira natildeo sofreu um processo de evoluccedilatildeo
que pudesse ser considerado marcante ou significativo em termos de modelo
Ateacute os dias de hoje muito se tem mudado no planejamento educacional mas a
educaccedilatildeo continua a ter as mesmas caracteriacutesticas impostas em todos os paiacuteses
do mundo que eacute de manter o ldquostatus quordquo para aqueles que frequumlentam os
bancos escolares (Niskier 1989)
Desde jaacute pode-se dizer que a Educaccedilatildeo Brasileira tem um princiacutepio meio e
fins bem demarcados e facilmente observaacuteveis Eacute isso que se pretende mostrar
neste capiacutetulo Logo o trabalho foi dividido por periacuteodos considerados como os
mais marcantes e os que sofreram as rupturas mais concretas na nossa
educaccedilatildeo Assim seraacute mostrada uma relaccedilatildeo de fatos histoacutericos em diferentes
visotildees procurando-se realccedilar os fatos ligados agrave Histoacuteria da Educaccedilatildeo no Brasil
11
Para tanto os textos a seguir satildeo baseados nas informaccedilotildees e citaccedilotildees
extraiacutedas das seguintes fontes Lima 1974 Niskier 1989 Romanelli 1978
wwwacciocombr wwwpedagogiaemfocoprobr
22 A Educaccedilatildeo no Brasil Colocircnia
No iniacutecio da colonizaccedilatildeo do Brasil por volta de 1532 natildeo se cogitou nada
que se relacionasse com a instruccedilatildeo de seus moradores pois o interesse de
Portugal era direcionado para as riquezas da terra descoberta A educaccedilatildeo no
Brasil teve iniacutecio com a chegada dos jesuiacutetas e foi atribuiacuteda aos educadores da
Companhia de Jesus por volta de 1549 com a vinda do primeiro governador
geral Tomeacute de Sousa Este encontrou a Colocircnia inteiramente despreparada em
mateacuteria de instruccedilatildeo natildeo soacute do chamado ldquogentiordquo como tambeacutem dos filhos dos
colonos Tomeacute de Sousa fez questatildeo de incluir na sua comitiva dedicados
membros da Companhia de Jesus e em menos de quinze dias jaacute funcionava
uma escola chamada na eacutepoca de ldquoler e escreverrdquo Os primeiros coleacutegios e as
ditas ldquoaulas de ensinar e contarrdquo foram criados pelos jesuiacutetas e eram mantidos
com sacrifiacutecio mediante esmolas e donativos especiais e a matildeo de obra nas
construccedilotildees eram do esforccedilo fiacutesico dos proacuteprios religiosos ajudados por iacutendios e
alguns colonos Esses coleacutegios ensinavam gratuitamente Gramaacutetica Latina
Filosofia Teologia Dogmaacutetica e Moral Primeiras Letras e Matemaacutetica Elementar
(Niskier 1989)
Em 1553 chegara ao Brasil com o governador Duarte da Costa o padre
Joseacute de Anchieta que era o encarregado do ensino dos religiosos neoacutefitos Na
falta de livros escrevia as liccedilotildees nos cadernos que distribuiacutea para cada aluno Os
jovens catecuacutemenos1 e os filhos dos colonos aprendiam assim os princiacutepios das
liacutenguas portuguesa espanhola latina brasiacutelica ou tupi indispensaacuteveis no trato
com os indiacutegenas Alguns estudiosos condenam a ausecircncia de um ensino jaacute
naquela eacutepoca mais voltado para a ciecircncia nos moldes do ensino europeu o
que daria ao Brasil melhores condiccedilotildees de competitividade internacional em
1 Pessoas em fase de preparaccedilatildeo para o batismo
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vaacuterias aacutereas Se isto eacute um fato por outro lado natildeo deixa de ser meacuterito dos jesuiacutetas
a manutenccedilatildeo da nossa integridade territorial e a existecircncia de uma soacute
predominante religiatildeo como tambeacutem ficou sendo o portuguecircs a liacutengua utilizada
nas escolas implantadas no territoacuterio brasileiro (Niskier 1989)
Entretanto a Companhia de Jesus natildeo possuiacutea um trabalho pedagoacutegico
nem uma filosofia da educaccedilatildeo especialmente elaborada para o desempenho
desta missatildeo A Companhia vinha ao mundo com diversas ideacuteias novas
especialmente no campo ascese cristatilde e na sua proacutepria organizaccedilatildeo como
sociedade de cleacuterigos mas natildeo tinha nada a dizer de especial quanto agrave filosofia
da educaccedilatildeo no sentido em que entendemos hoje este termo excluiacuteda a
educaccedilatildeo especial daqueles que deveriam ser sarcedotes Por causa disso ela
limitou-se na praacutetica em termos da educaccedilatildeo mais geral a codificar atraveacutes da
experiecircncia de seus docentes uma filosofia de educaccedilatildeo em que de certo
modo cristianizava-se o modelo educacional renascentista baseado no
equivalente ao ensino secundaacuterio no estudo dos claacutessicos e no cultivo da liacutengua
latina De tal modo o ensino expandiu com o tempo este modelo pedagoacutegico
cristatildeo que comeccedilou a ser visto como se fosse a proacutepria filosofia cristatilde da
educaccedilatildeo (Niskier 1989)
Ateacute meados do seacuteculo XVIII esse foi o modelo educacional brasileiro
Poreacutem em 1759 apoacutes a decisatildeo do Marquecircs de Pombal de expulsar os jesuiacutetas
segundo Fernando de Azevedo (professor educador criacutetico ensaiacutesta e
socioacutelogo) ldquoNa educaccedilatildeo estabeleceu-se um caos completo a despeito dos
esforccedilos de outras ordens religiosasrdquo (Niskier 1989) A expulsatildeo dos jesuiacutetas teve
como consequumlecircncia imediata aleacutem da desintegraccedilatildeo do ensino o fechamento
de residecircncias missotildees e coleacutegios e seminaacuterios Vaacuterios autores consideram a
expulsatildeo dos jesuiacutetas um fator de retrocesso na educaccedilatildeo brasileira natildeo soacute pela
diminuiccedilatildeo do nuacutemero de escolas mas sobretudo nos aspectos organizacional e
didaacutetico- pedagoacutegico Abaixo eacute destacado o que expressou Moreira de
Azevedo em seu artigo ldquoInstruccedilatildeo Puacuteblica nos Tempos Coloniais do Brasilrdquo sobre
a expulsatildeo dos Jesuiacutetas
13
ldquoPrivados desses preceptores experimentou a instruccedilatildeo sensiacutevel atraso e se para substituiacute-los vieram as escolas monaacutesticas dos Beneditinos Carmelitas e Franciscanos natildeo chegaram estas ao grau de meacutetodo ensino e regularidade das dos padres de Jesus poreacutem ainda assim quando aquelas desapareceram eram as melhores que possuiacutea a colocircnia do Brasilrdquo (AZEVEDO Moreira de Apud NISKIER 1989)
Em 1772 foi assinada uma lei que abolia o antigo sistema de donativos
para a Instruccedilatildeo e estabelecia o Subsiacutedio Literaacuterio Foi criada uma taxaccedilatildeo
complementar para os vinhos e demais bebidas alcooacutelicas destinada a fornecer
os fundos para o pagamento dos mestres que fossem nomeados pelo governo
No Brasil o Subsiacutedio Literaacuterio entrou em vigor em 1773 o que iria proporcionar o
funcionamento de aulas destinadas ao ensino das primeiras letras de Gramaacutetica
Latina de Filosofia e Grego (Niskier 1989) No Rio de Janeiro passou a funcionar
uma Aula de Engenharia autorizada pela Rainha D Maria I Poreacutem essas aulas
natildeo produziram os efeitos desejados com queixa dos professores e dos alunos
Eram observados uma estrutura fraca e resultados mediacuteocres pois as aulas
estavam a cargo de mestres improvisados que natildeo tinham programas
estabelecidos e natildeo havia fiscalizaccedilatildeo no que diz respeito agrave qualidade do ensino
ministrado e do aproveitamento dos alunos O Subsiacutedio Literaacuterio natildeo bastava em
muitas capitanias natildeo sendo suficiente sequer para o pagamento dos
professores continuando a dependecircncia de boa vontade de particulares Na
eacutepoca os professores aleacutem de mal pagos eram desconsiderados no seio da
sociedade pois a educaccedilatildeo era como trazer a luz aos ignorantes o que ia ao
encontro dos interesses de muitos
Havia maior preocupaccedilatildeo em ensinar Latim e ateacute mesmo Grego e Retoacuterica
do que a Liacutengua Portuguesa A Matemaacutetica custou a integrar-se no curriacuteculo
escolar As Ciecircncias Naturais contavam com a preferecircncia de diminuto nuacutemero
de abnegados professores Os coleacutegios prepararam para estudo superior em
universidades europeacuteia os jovens que natildeo buscavam a vida sacerdotal O ensino
superior concentrava-se na Universidade de Coimbra para onde eram enviados
os filhos de famiacutelias que dispunham de recursos
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Assim o resultado das decisotildees do Marquecircs de Pombal foi que no princiacutepio
do seacuteculo XIX a educaccedilatildeo brasileira estava reduzida praticamente a nada O
sistema jesuiacutetico foi desmantelado e nada que pudesse chegar proacuteximo desse
sistema foi organizado para dar continuidade a um trabalho de educaccedilatildeo Esta
situaccedilatildeo somente sofreu uma mudanccedila com a chegada da Famiacutelia Real ao Brasil
em 1808
23 A Educaccedilatildeo no Brasil Impeacuterio
Com a vinda da Corte Portuguesa para o Brasil em 1808 fugindo das tropas
de Napoleatildeo que haviam invadido Portugal por esta eacutepoca Dom Joatildeo VI sabia
que sua estadia forccedilada em terras brasileira natildeo seria curta e portanto aleacutem de
abrir os portos do Brasil agraves naccedilotildees amigas resolveu permitir a imprensa facilitar a
entrada de livros e fundar cerca de uma dezena de instituiccedilotildees de ensino teacutecnico
ou superior em nosso territoacuterio no Rio de Janeiro e na Bahia
O setor cultural tambeacutem seria extraordinariamente beneficiado atraveacutes da
criaccedilatildeo de vaacuterias instituiccedilotildees destinadas a dar continuidade agraves que existiam em
Portugal Dentre os cursos superiores o de Medicina foi o que mereceu atenccedilatildeo
especial Em 1808 foi criado pelo priacutencipe regente o Coleacutegio Meacutedico-ciruacutergico da
Bahia instalado no Real Hospital Militar e sediado no preacutedio onde funcionara o
coleacutegio dos jesuiacutetas
O ensino militar recebeu maior atenccedilatildeo do governo real depois do seu
estabelecimento na cidade do Rio de Janeiro A Academia Real Militar da Corte
recebeu o nome de Escola Central abrigando o curso de Engenharia que
permaneceu com a designaccedilatildeo de Escola Politeacutecnica ateacute a transferecircncia em
nossos dias para a ilha do Fundatildeo
Assim como o ensino superior as instruccedilotildees primaacuteria e secundaacuteria tambeacutem
passaram por estaacutegio de desenvolvimento desordenado problema este gerado
pela falta de um plano geral que pudesse ser aplicado em todas as capitanias
do Brasil Mesmo depois da instalaccedilatildeo da Corte no Rio de Janeiro houve um
aumento consideraacutevel nos pedidos de criaccedilatildeo de escolas de primeiras letras
15
pedidos estes que foram atendidos ou natildeo conforme a disponibilidade de
recursos para pagamento de professores (Niskier 1989)
Neste periacuteodo a evasatildeo escolar era muito grande para evitar o
esvaziamento das escolas o governo decidiu isentar do recrutamento para fins
militares os alunos dos estabelecimentos puacuteblicos que demonstrassem frequumlecircncia
assiduidade e bom aproveitamento o que deveria ser atestado pelos professores
Em 1817 a cidade do Rio de Janeiro contava aleacutem das escolas de
primeiras letras dos estabelecimentos de ensino militar e naval das aulas de
Medicina e das de Comeacutercio com trecircs de Gramaacutetica Latina uma de Retoacuterica
uma de Filosofia uma de Grego e uma de Desenho e Pintura Um grupo de
negociantes do Rio de Janeiro propocircs ao Priacutencipe-Regente a constituiccedilatildeo de um
fundo cujos rendimentos seriam reservados para criar e manter estabelecimentos
destinados agrave instruccedilatildeo puacuteblica
Desde a chegada de D Joatildeo VI ao Rio o governo portuguecircs fez tentativas
louvaacuteveis para introduzir no Brasil aleacutem das instituiccedilotildees civis os estabelecimentos
de instruccedilatildeo puacuteblica da metroacutepole Natildeo se deu a devida importacircncia agrave instruccedilatildeo
primaacuteria das classes baixas e meacutedias da sociedade e os que nas classes
elevadas sentiam a necessidade de uma instruccedilatildeo mais completa nem por isso
encontravam maiores recursos continuaram mais ou menos obrigados a adquiri-
la em Coimbra ou mesmo na Inglaterra ou na Franccedila
Com a Proclamaccedilatildeo da Independecircncia o Brasil tinha outros problemas
mais urgentes com que se preocupar do que a fundaccedilatildeo de uma universidade
ou o estabelecimento de uma rede de ensino primaacuterio e secundaacuterio Logo o
sistema de aulas avulsas continuou a existir na impossibilidade de substituiacute-lo
imediatamente por um verdadeiro sistema escolar tal como o entendemos nos
dias de hoje ou como existia ainda que precariamente no tempo dos jesuiacutetas
Mas em 1824 a primeira Constituiccedilatildeo Brasileira estabeleceu no seu ceacutelebre Art
179 no paraacutegrafo XXXII que
16
ldquoA instruccedilatildeo primaacuteria eacute gratuita a todos os cidadatildeos e a Constituiccedilatildeo garante coleacutegios e universidades onde seratildeo ensinados os elementos das ciecircncias belas letras e artesrdquo (Niskier 1989)
Poreacutem estas determinaccedilotildees nunca chegaram a ser cumpridas em grande
extensatildeo e antes que tais projetos se concretizassem ocorreu uma modificaccedilatildeo
constitucional no Brasil que iria complicar seriamente os destinos da educaccedilatildeo
durante todo o restante do Impeacuterio
Com a abdicaccedilatildeo de Dom Pedro I ao trono em favor de seu filho D Pedro
II Os parlamentares brasileiros com receio de que o novo imperador acumulasse
um excesso de poder promulgaram o Ato Adicional de 1834 agrave Constituiccedilatildeo
Imperial pelo qual o poder puacuteblico em diversos sentidos era descentralizado
Assim o Ato Adicional de 1834 estabelecia que cada proviacutencia do Brasil se
tornava autocircnoma para organizar de acordo apenas com suas proacuteprias diretivas
o ensino primaacuterio e secundaacuterio Haveria ou poderia haver portanto tantos
sistemas de ensino primaacuterios e secundaacuterios no Brasil quantas fossem as proviacutencias
sem que nenhuma tivesse que dar satisfaccedilatildeo nem agraves demais proviacutencias nem
tampouco ao governo central O ensino superior poreacutem ficaria sob a
responsabilidade do governo central em todo territoacuterio nacional
Mas na praacutetica estas medidas acabaram por consagrar a partilha de
diversas atribuiccedilotildees do domiacutenio da Instruccedilatildeo Puacuteblica apoacutes a reforma da
constituiccedilatildeo os estudos primaacuterios e secundaacuterios limitaram-se ao municiacutepio da
corte Portanto em 1837 o acontecimento mais importante no campo da
instruccedilatildeo puacuteblica no Brasil foi a criaccedilatildeo do Coleacutegio Pedro II onde funcionava o
Seminaacuterio de Satildeo Joaquim na cidade do Rio de Janeiro O coleacutegio fora criado
com o objetivo de se tornar um modelo pedagoacutegico para o curso secundaacuterio
sendo ali realizado um curso de sete anos que correspondia aproximadamente
ao que depois veio a ser o ginaacutesio e o colegial (Niskier 1989)
Em 1854 o governo central ao reformar o ensino na capital do Impeacuterio
propusera a criaccedilatildeo do ensino primaacuterio e 2ordm grau Assim criou-se a Inspetoria
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Geral da Instruccedilatildeo primaacuteria e secundaacuteria oacutergatildeo ligado ao Ministeacuterio do Impeacuterio e
destinado a fiscalizar e orientar o ensino puacuteblico e particular na cidade do Rio de
Janeiro e estruturou em dois niacuteveis a instruccedilatildeo primaacuteria gratuita que a constituiccedilatildeo
prometera a todos (www acciocom br )
O exemplo da corte frutificou nas proviacutencias empenhando assim em
promover a uniformizaccedilatildeo do ensino em todo o impeacuterio Logo as demais
proviacutencias passaram a voltar a sua atenccedilatildeo paras as reformas que se realizavam
na corte
No entanto na corte e nas proviacutencias as escolas ficaram apenas na letra
da lei Alguns estabelecimentos particulares na corte e nas grandes cidades
ofereceram um ensino mais rico que o ministrado nas escolas puacuteblicas
Dentre as causas que entatildeo obstaram a ampliaccedilatildeo e o enriquecimento do
ensino elementar destacava-se a falta de pessoal docente devidamente
habilitado e entatildeo veio a necessidade de preparar o pessoal docente para as
escolas Logo surgiram apoacutes a reforma da constituiccedilatildeo e por iniciativa dos
governos provinciais as primeiras escolas normais brasileiras
Em 1880 teria a capital do Impeacuterio sua primeira escola normal mantida e
administrada pelo poder puacuteblico sendo que qualitativamente a instruccedilatildeo se
mostrava precaacuteria
Outras causas muito importantes eram as dispersotildees da populaccedilatildeo o
nuacutemero insuficiente de escolas o descontentamento de professores mal
remunerados a ignoracircncia dos pais que se recusavam a mandar os filhos para a
escola
Com o objetivo de estimular o desenvolvimento dos estudos secundaacuterios
nas proviacutencias o ministro Joatildeo Alfredo Correia de Oliveira instalou nas capitais das
proviacutencias do Impeacuterio novas bancas de exames gerais preparatoacuterios
18
Os mais importantes projetos de reforma nas deacutecadas do seacuteculo XIX
pediam a colaboraccedilatildeo da capital para a elevaccedilatildeo do ensino em todo o Impeacuterio
Cuidavam do enriquecimento e aperfeiccediloamento e da expansatildeo da instruccedilatildeo
primaacuteria e do ensino normal cuja frequumlecircncia pretendia tornar obrigatoacuteria a todas
as crianccedilas na faixa dos sete aos quatorze anos
Deslocando-se dos demais projetos de reforma apresentados nos uacuteltimos
anos do Impeacuterio pelo desassombro e pela riqueza de suas posiccedilotildees o substitutivo
apresentado por Rui Barbosa ao decreto Leocircncio Carvalho ficaria como um vasto
programa de reformas que a Repuacuteblica caberia cumprir
Assim a proposta de Rui Barbosa cuidava amplamente do ensino
elementar e meacutedio Estruturava o ensino primaacuterio em quatro niacuteveis para os quais
se previa pela primeira vez um tempo miacutenimo de duraccedilatildeo propunha o
enriquecimento dos programas e a renovaccedilatildeo dos meacutetodos de ensino e tornava
obrigatoacuteria uma frequumlecircncia de quatro anos na escola primaacuteria elementar e
meacutedia formando assim um verdadeiro curso de instruccedilatildeo secundaacuteria popular
(www acciocom br)
Com o quadro assim configurado perto do fim da eacutepoca imperial
comeccedilaram a surgir sinais de que a sociedade estava comeccedilando a
amadurecer para o problema educacional Isto se deu porque nesta eacutepoca a
unidade nacional jaacute estava consolidada do ponto de vista militar uma seacuterie de
outros problemas mais preemente estavam solucionados ou em via de solucionar-
se a aboliccedilatildeo da escravatura jaacute estava agrave vista e podia-se pensar mais
serenamente na educaccedilatildeo brasileira A Proclamaccedilatildeo da Repuacuteblica trazia
consigo a esperanccedila de novas mudanccedilas e o Imperador em seus uacuteltimos
discursos na sessatildeo ao Parlamento Imperial solicitava a criaccedilatildeo de um Ministeacuterio
da Educaccedilatildeo pois ateacute aquela eacutepoca natildeo existia nada semelhante na
organizaccedilatildeo do nosso Estado
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24 A Educaccedilatildeo na Primeira Repuacuteblica
A Repuacuteblica proclamada adotou o modelo poliacutetico americano baseado
no sistema presidencialista Na organizaccedilatildeo escolar percebeu-se a influecircncia da
filosofia positivista
O advento federativo natildeo trouxe significaccedilotildees e alteraccedilotildees para a
instruccedilatildeo puacuteblica nem inaugurou uma nova corrente de ideacuteias educacionais
tendo significado simplesmente o coroamento e portanto a continuidade de
ideacuteias que se iniciariam no impeacuterio mas precisamente nas suas duas ultimas
deacutecadas O que podemos constatar atraveacutes dos relatos de Fernando Azevedo
ldquoDo ponto de vista cultural e pedagoacutegico a Repuacuteblica foi uma revoluccedilatildeo que abortou e que contentando-se com a mudanccedila do regime natildeo teve o pensamento ou a decisatildeo de realizar uma transformaccedilatildeo radical no sistema de ensino para provocar uma renovaccedilatildeo cultural das elites culturais e poliacuteticas necessaacuterias agraves novas instituiccedilotildees democraacuteticasrdquo (www acciocom br )
A primeira constituiccedilatildeo republicana natildeo chegou a contemplar a
gratuidade e a obrigatoriedade da instruccedilatildeo elementar O legado deixado pelo
Impeacuterio natildeo se alterou substancialmente o ensino secundaacuterio defendia e
reclamava desde as uacuteltimas deacutecadas do Impeacuterio a equumlidade como mecanismo
necessaacuterio ao aperfeiccediloamento do ensino secundaacuterio a sua estruturaccedilatildeo em
acircmbito nacional a instituiccedilatildeo de ensino regulares e sistemaacuteticos (www
acciocom br)
Assim pela constituiccedilatildeo de 1891 agrave qual se acrescentava a Lei de 20 de
novembro de 1892 ficou determinado que
bull No Distrito Federal competia ao Governo federal o ensino superior e
secundaacuterio e agrave Prefeitura o ensino primaacuterio
bull Os Estados poderiam organizar seus proacuteprios sistemas de ensino
primaacuterio secundaacuterio e superior
bull Em cada Estado o Governo Federal podia organizar seu proacuteprio
sistema de ensino secundaacuterio e superior
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Entretanto apesar da legislaccedilatildeo e organizaccedilatildeo do sistema federal de
ensino ser uma atribuiccedilatildeo do Congresso Nacional na praacutetica era o poder
executivo quem legislava e organizava a educaccedilatildeo Isto fez com que durante
toda a Primeira Repuacuteblica a posiccedilatildeo do Governo Federal fosse conservadora Isto
de certa forma restringia o entusiasmo pedagoacutegico que dominou a sociedade
brasileira depois da Primeira Guerra Mundial
Jaacute em relaccedilatildeo agraves administraccedilotildees estaduais a partir de 1920 uma febre de
otimismo pedagoacutegico comeccedilou a tomar conta dos principais governos estaduais
do Brasil o que provocou uma seacuterie de reformas de ensino em vaacuterios estados da
Uniatildeo Embora cada Estado pudesse organizar um sistema completo de ensino
desde o primaacuterio ateacute o superior tais reformas se limitavam sempre agrave estrutura do
ensino primaacuterio e normal porque todo ensino superior estava na eacutepoca no
acircmbito do Governo Federal e o ensino secundaacuterio por natildeo ser obrigatoacuterio para a
admissatildeo aos cursos superiores natildeo passava de uma rede de cursos
preparatoacuterios com exceccedilatildeo do Coleacutegio Pedro II no Rio de Janeiro que com a
Repuacuteblica havia mudado de nome para Ginaacutesio Nacional e alguns coleacutegios
religiosos Mesmo estes na praacutetica natildeo podiam fugir do espiacuterito dos preparatoacuterios
As principais reformas levantadas a efeito na deacutecada de 1920 foram as
seguintes
bull Em 1920 em Satildeo Paulo por Sampaio Doacuteria
bull Em 1922 no Cearaacute por Lourenccedilo Filho comissionado ao governo do
Cearaacute pelo Estado de Satildeo Paulo
bull Em 1927 em Minas Gerais por Francisco Campos
bull Em 1928 no Distrito Federal por Fernando Azevedo vindo de Satildeo Paulo
a convite da Prefeitura do Rio de Janeiro
bull Em 1928 na Bahia por Aniacutesio Teixeira
Os responsaacuteveis pela seacuterie de reformas estaduais ocorridas na deacutecada de
1920 tiveram para ajudaacute-los no empreendimento vaacuterios fatores concorrendo a
seu favor e o primeiro deles foi o proacuteprio clima de euforia pedagoacutegica que tomou
conta da sociedade brasileira depois da Primeira Guerra Mundial Tambeacutem veio
21
a favor deles o iniacutecio do surto industrial que pressionava por uma nova direccedilatildeo
do ensino e a introduccedilatildeo no Brasil das ideacuteias da Escola Nova em cujas teorias se
inspiraram os reformadores
As doutrinas educacionais da Escola Nova vinham haacute seacuteculos se
desenvolvendo na Europa mas soacute entraram com toda a sua forccedila na sociedade
brasileira na eacutepoca do entusiasmo pedagoacutegico do fim da Primeira Repuacuteblica em
boa parte por obra de estudiosos tais como Fernando de Azevedo Aniacutesio Teixeira
e Lourenccedilo Filho que figuraram tambeacutem na lista dos reformadores estaduais
O movimento reformista foi favorecido pela criaccedilatildeo em 1924 da
Associaccedilatildeo Brasileira de Educaccedilatildeo que agremiou elementos de todo paiacutes em
torno de questotildees de acircmbito nacional relativas agrave Educaccedilatildeo escolar Atraveacutes de
conferecircncias curados debates e inqueacuteritos os profissionais da Educaccedilatildeo
divulgavam as ideacuteias de escolas renovadas Isto contribuiu para formaccedilatildeo de
uma nova consciecircncia educacional relativa ao papel do Estado na Educaccedilatildeo
levando agrave necessidade de expansatildeo da escola puacuteblica ao direito de todos na
educaccedilatildeo levando a exigecircncia de uma poliacutetica nacional de Educaccedilatildeo na qual
a uniatildeo exerce o papel coordenador orientador e supletivo no desenvolvimento
do ensino em todo paiacutes Muitas dessas ideacuteias viriam a consubstanciar-se em
proposiccedilotildees do manifesto dos pioneiros da Educaccedilatildeo Nova (1932) e em
dispositivo da carta de 1934
25 A Educaccedilatildeo no Poacutes 1930
A queda da Repuacuteblica Velha sob o impacto da Revoluccedilatildeo de 1930
transformou as relaccedilotildees de poder entre o governo federal e os estados dando
iniacutecio a um periacuteodo de progressiva centralizaccedilatildeo poliacutetica econocircmica Embora
natildeo trouxesse uma programaccedilatildeo definida seja para o setor poliacutetico-econocircmico
seja para o educacional a revoluccedilatildeo deu iniacutecio a um periacuteodo em que todos os
campos foram atingidos caracterizando-se progressivamente a passagem de
22
uma sociedade preacute-capitalista agraacuteria - comercial e artesanal para uma
sociedade urbano-industrial
As transformaccedilotildees poliacuteticas e econocircmicas ocorridas a partir de 1930 foram
acompanhadas de grandes alteraccedilotildees sociais especialmente nos Estados do
sudeste onde se encontravam os processos de industrializaccedilatildeo Isto acelerou a
urbanizaccedilatildeo e as migraccedilotildees para as cidades que passaram a oferecer novas
oportunidades de trabalho e salaacuterios mais vantajosos Assim a populaccedilatildeo urbana
elevou-se de 10 em 1920 para 3124 em 1940 3616 em 1950 atingindo 458
em 1960 este fato causou um reflexo na urbanizaccedilatildeo tendo como consequumlecircncia
o desenvolvimento de um importante setor de serviccedilos que se localizavam nas
grandes cidades do sudeste modificando assim a sua estratificaccedilatildeo social
(wwwacciocombr )
Com a nova ordem poliacutetico-econocircmica o aumento da populaccedilatildeo urbana
relativamente agrave rural e o aparecimento de novas ocupaccedilotildees ligadas a vida
urbana industrial surgiram maiores possibilidades de mobilidade social passando
a educaccedilatildeo escolar a representar um meio de ecircxito profissional Assim a
demanda por educaccedilatildeo cresceu consideravelmente sobretudo no periacuteodo
posterior a 1945
As mesmas transformaccedilotildees soacutecio-econocircmicas que determinaram a
incorporaccedilatildeo de novas camadas sociais ao ensino secundaacuterio tambeacutem tiveram
como consequumlecircncia a modificaccedilatildeo do status social das mulheres que passaram
a frequumlentar o ensino secundaacuterio contribuindo para a expansatildeo do mesmo
Portanto entre 1933 e 1960 as matriacuteculas aumentaram em 25367 para o ensino
primaacuterio e 40211 para o ensino normal levando o crescimento das matriacuteculas
no ensino secundaacuterio a um percentual de 1207 (www acciocom br)
Logo o governo central para atuar de forma mais significativa no
processo de organizaccedilatildeo do ensino criou em 1930 o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e
Sauacutede Puacuteblica e em 1931 o Conselho Nacional de Educaccedilatildeo oacutergatildeo consultivo
destinado a assessorar o ministro
23
As reformas realizadas nos anos imediatamente posteriores agrave revoluccedilatildeo
pelo primeiro ministro da educaccedilatildeo e sauacutede puacuteblica Francisco Campos
evidenciaram a ampliaccedilatildeo das funccedilotildees federais relativas agraves modalidades de
ensino por elas abrangidas Para o ensino secundaacuterio a reforma Francisco
Campos significou a definitiva superaccedilatildeo dos exames parcelados que vinham
consagrando a proeminecircncia de estudos avulsos e irregulares bem como a
concepccedilatildeo preparativa Entre outros meacuteritos a reforma deu uma estrutura
orgacircnica ao ensino secundaacuterio comercial e superior Com relaccedilatildeo ao ensino
secundaacuterio Francisco Campos escreveu
ldquoA finalidade exclusiva do ensino secundaacuterio natildeo haacute de ser a matriacutecula nos cursos superiores o seu fim pelo contraacuterio deve ser a preparaccedilatildeo do homem para todos os grandes setores da atividade nacional constituindo no seu espiacuterito todo um sistema de haacutebitos atitudes e comportamentos que o habitem a viver por si e tomar em qualquer situaccedilatildeo as decisotildees mais convenientes e mais segurasrdquo( ROMANELLI 1978)
Como citado dentre algumas medidas da Reforma Francisco Campos
estavam a criaccedilatildeo do Conselho Nacional de Educaccedilatildeo e a organizaccedilatildeo do
ensino secundaacuterio e comercial Dessa forma Francisco Campos havia dividido o
curso secundaacuterio em dois ciclos de cinco e dois anos respectivamente o primeiro
fundamental e o segundo complementar orientado para as diferentes opccedilotildees
de carreira universitaacuteria A lei de 1931 previa ainda a criaccedilatildeo de um sistema
nacional de inspeccedilatildeo do ensino secundaacuterio a ser feito por uma rede de
inspetores regionais
Pela primeira vez num texto constitucional brasileiro ficavam estabelecidos
os princiacutepios de gratuidade e obrigatoriedade do ensino primaacuterio e da educaccedilatildeo
como direito de todos Aleacutem do que percentuais da receita dos impostos foram
vinculados para a manutenccedilatildeo e desenvolvimento do ensino
A orientaccedilatildeo centralista acabou por ser consagrada com a constituiccedilatildeo
outorgada em 1937 cabendo assim ao Estado Novo fixar as bases e determinar
os quadros da educaccedilatildeo nacional da infacircncia e da juventude Poreacutem a referida
carta silencia quanto agrave vinculaccedilatildeo de recursos para a educaccedilatildeo e quanto ao
24
plano nacional da educaccedilatildeo Digna de nota foi a sua preocupaccedilatildeo com o
ensino profissional que foi considerado o primeiro dever do estado
A poliacutetica educacional centralizadora tentava regulamentar em acircmbito
central a organizaccedilatildeo e o funcionamento de todos os tipos de ensino no paiacutes
Assim em 1942 depois de muitos estudos e consultas aos oacutergatildeos especializados o
ministro Gustavo Capanema promoveu uma nova reforma do ensino que viria a
ser conhecida como Lei Orgacircnica do Ensino Secundaacuterio (Brasil 1942a) De
acordo com Lauro de Oliveira Lima Educador brasileiro (www wikipediaorg)
ldquodispensaram qualquer debate puacuteblico sendo elaboradas no sigilo dos
gabinetes por um pequeno grupo de intelectuais e impostas a um sistema
escolar em crescimentordquo (LIMA 1974)
Foi organizado o ensino teacutecnico-profissional nas trecircs aacutereas da economia
(agriacutecola industrial e comercial) Pela impossibilidade de o sistema de ensino
oferecer a educaccedilatildeo profissional necessaacuteria agrave induacutestria e de oferecer recursos o
governo preocupou-se em engajar o setor industrial na qualificaccedilatildeo de seu
pessoal
Apesar de ter sido mais enfaacutetica na questatildeo profissional a reforma estava
impregnada pela ideologia do governo favoraacutevel a um Sistema Educacional de
discriminaccedilatildeo social Pode-se perceber este fato no artigo 129 assim redigido
O ensino preacute-vocacional e profissional destinado agraves classes menos favorecidas eacute em mateacuteria de educaccedilatildeo o primeiro dever do Estado Cumpre-lhe dar execuccedilatildeo a esse dever fundando institutos de ensino profissional e subsidiando os de iniciativas dos Estados dos Municiacutepios e dos indiviacuteduos ou associaccedilotildees particulares e profissionais(Brasil 1942a)
Este artigo oficializou o ensino profissional como ensino destinado aos
pobres e o Estado instituiu oficialmente a discriminaccedilatildeo social por meio da
escola fazendo novamente com que a demanda social da educaccedilatildeo se
voltasse para o ensino secundaacuterio onde se poderia assegurar o prestiacutegio social
Pela nova Lei o curso secundaacuterio seria ministrado em dois ciclos O
primeiro constando do curso ginasial e o segundo compreendendo dois cursos
25
paralelos o claacutessico e o cientiacutefico O curso ginasial teria duraccedilatildeo de quatro anos
e se destinaria a dar aos adolescentes os elementos fundamentais do curso
secundaacuterio O curso claacutessico com duraccedilatildeo de trecircs anos concorreria para a
funccedilatildeo intelectual Com a mesma duraccedilatildeo o cientiacutefico enfatizaria o estudo das
ciecircncias (Brasil 1942a)
A partir dessa divisatildeo em primeiro e segundo ciclos passou a haver uma
denominaccedilatildeo diversa para os estabelecimentos de ensino secundaacuterios ginaacutesios e
coleacutegios
Por influecircncia da segunda Guerra Mundial a lei instituiu tambeacutem a
educaccedilatildeo militar para os alunos do sexo masculino Reafirmou o caraacuteter
facultativo da educaccedilatildeo religiosa e obrigatoacuteria da educaccedilatildeo moral e ciacutevica e
recomendou ainda que a educaccedilatildeo das mulheres fosse feita em
estabelecimentos distintos daquele onde se educavam os homens (Brasil 1942a)
Estas reformas marcam uma distinccedilatildeo entre o trabalho intelectual para as
classes mais favorecidas e o trabalho manual enfatizando o ensino profissional
para as classes mais desfavorecidas Logo o Decreto-Lei 4048 de 22 de janeiro
criou o Serviccedilo Nacional de Aprendizagem Industrial ndash SENAI (Brasil 1942b) Jaacute o
Decreto-Lei 4481 de 16 de julho dispocircs sobre a obrigatoriedade dos
estabelecimentos induacutestrias empregarem um total de 8 correspondente ao
nuacutemero de operaacuterios e matriculaacute-los nas escolas do SENAI (Brasil 1942c) Ainda no
espiacuterito da Reforma Capanema foi baixado o Decreto-lei 6141 de 28 de
dezembro de 1943 regulamentando o ensino comercial (Brasil 1943) O Serviccedilo
Nacional de Aprendizagem Comercial ndash SENAC soacute seria criado em 1946 ( Niskier
1989)
Foram assim promulgadas entre 19421946 por iniciativa do ministro
Gustavo Capanema as leis orgacircnicas do ensino decreto e leis federais que
regulamentavam minuciosamente os diversos ramos e modalidades do ensino
secundaacuterio industrial comercial agriacutecola normal e primaacuterio
A interferecircncia financeira da uniatildeo no ensino primaacuterio solicitada desde o
impeacuterio soacute ocorreu nos uacuteltimos anos do Estado Novo quando foi instituiacutedo o
26
Fundo Nacional do Ensino Primaacuterio e assinado o Convecircnio Nacional do Ensino
Primaacuterio Ainda que se mantendo fiel agrave tradiccedilatildeo de tratar separadamente cada
modalidade de ensino coube agrave legislaccedilatildeo do Estado Novo o meacuterito de ser
abrangente e de aproximar em termos de duraccedilatildeo e de divisatildeo em ciclos Os
vaacuterios ramos do ensino profissional (comercial industrial agriacutecola) as
modalidades de ensino teacutecnico e normal foram atribuiacutedas finalidades relativas agrave
qualificaccedilatildeo profissional A exposiccedilatildeo do motivo da lei orgacircnica do ensino
secundaacuterio dava a este a funccedilatildeo de formar nos adolescentes uma soacutelida cultura
geral
Na constituiccedilatildeo de 1946 as leis orgacircnicas continuaram em vigecircncia com
algumas modificaccedilotildees ateacute 1961 Estas leis introduziram a possibilidade de
articulaccedilatildeo do ensino profissional com o secundaacuterio Jaacute com a lei de diretriz e
bases - LDB lei nordm 4024 de 201261 (Brasil 1961) deu-se um importante passo no
sentido da unificaccedilatildeo do sistema de ensino e da eliminaccedilatildeo do dualismo
administrativo herdado do impeacuterio Iniciou-se pela primeira vez uma relativa
descentralizaccedilatildeo do sistema como um todo O Ministro da Educaccedilatildeo e Cultura e
as Secretarias de Educaccedilatildeo deixaram de observar ambas as funccedilotildees criando ndash
se para os exerciacutecios das funccedilotildees normativas o conselho federal de educaccedilatildeo os
conselhos estaduais de educaccedilatildeo e o plano de educaccedilatildeo referente a cada
fundo (Fundo nacional de ensino primaacuterio do ensino meacutedio e do ensino superior)
A lei procurou apenas diminuir a distacircncia que os separava e eliminar as
condiccedilotildees de privileacutegios conferidos ao ensino secundaacuterio pela lei orgacircnica de
1942 O ensino primaacuterio obrigatoacuterio continuava a ter quatro seacuteries de duraccedilatildeo
facultando aos sistemas estaduais o seu prolongamento para leis Somente em
1961 efetivou-se a vitoacuteria dos educadores das deacutecadas de 20 e inicio dos anos 30
fixando as diretrizes gerais e as grandes linhas de um sistema nacional de
educaccedilatildeo
27
26 Educaccedilatildeo na Nova Repuacuteblica (1946 ndash 1963)
O fim do Estado Novo consubstanciou-se na adoccedilatildeo de uma nova
Constituiccedilatildeo de cunho liberal e democraacutetico Esta nova Constituiccedilatildeo na aacuterea da
Educaccedilatildeo determinou a obrigatoriedade de se cumprir o ensino primaacuterio e deu
competecircncia agrave Uniatildeo para legislar sobre diretrizes e bases da educaccedilatildeo
nacional Aleacutem disso a nova Constituiccedilatildeo fez voltar o preceito de que a
educaccedilatildeo eacute direito de todos inspirada nos princiacutepios proclamados pelos
Pioneiros nos primeiros anos da deacutecada de 30
Ainda em 1946 o entatildeo Ministro Raul Leitatildeo da Cunha regulamentou o
Ensino Primaacuterio e o Ensino Normal aleacutem de criar o Serviccedilo Nacional de
Aprendizagem Comercial - SENAC atendendo as mudanccedilas exigidas pela
sociedade apoacutes a Revoluccedilatildeo de 1930
Baseado nas doutrinas emanadas pela Carta Magna de 1946 o Ministro
Clemente Mariani criou uma comissatildeo com o objetivo de elaborar um
anteprojeto de reforma geral da educaccedilatildeo nacional Esta comissatildeo presidida
pelo eminente educador Lourenccedilo Filho era organizada em trecircs subcomissotildees
uma para o Ensino Primaacuterio uma para o Ensino Meacutedio e outra para o Ensino
Superior
Em novembro de 1948 este anteprojeto foi encaminhado a Cacircmara
Federal dando iniacutecio a uma luta ideoloacutegica em torno das propostas
apresentadas Num primeiro momento as discussotildees estavam voltadas agraves
interpretaccedilotildees contraditoacuterias das propostas constitucionais Num momento
posterior apoacutes a apresentaccedilatildeo de um substitutivo do Deputado Carlos Lacerda
as discussotildees mais marcantes relacionaram-se agrave questatildeo da responsabilidade do
Estado quanto agrave educaccedilatildeo inspirados nos educadores da velha geraccedilatildeo de 30
e a participaccedilatildeo das instituiccedilotildees privadas de ensino
Depois de 13 anos de acirradas discussotildees foi promulgada a Lei 4024 em
20 de dezembro de 1961 pelo entatildeo Presidente Joatildeo Goulart que introduziu
como inovaccedilatildeo a respeito da Educaccedilatildeo Nacional a descentralizaccedilatildeo do Ensino
28
O aspecto mais caracteriacutestico da nova Lei era conceder categoria puacuteblica
ao ensino privado As verbas destinadas agrave educaccedilatildeo puacuteblica foram desviadas
para a manutenccedilatildeo dos sistemas escolares estaduais e para os auxiacutelios agraves escolas
empresaacuterias O Ministeacuterio de Educaccedilatildeo e Cultura deixou de ser o oacutergatildeo
orientador fiscalizador e estimulador da educaccedilatildeo nacional sendo transferido o
seu poder para o Conselho Federal de Educaccedilatildeo e para as Secretarias de
Educaccedilatildeo dos Estados (Brasil 1961)
Se as discussotildees sobre a Lei de Diretrizes e Bases para a Educaccedilatildeo Nacional
foi o fato marcante por outro lado muitas iniciativas marcaram este periacuteodo
como talvez o mais feacutertil da Histoacuteria da Educaccedilatildeo no Brasil
bull Em 1950 em Salvador no Estado da Bahia Aniacutesio Teixeira inaugura o
Centro Popular de Educaccedilatildeo (Centro Educacional Carneiro Ribeiro)
dando iniacutecio a sua ideacuteia de escola-classe e escola-parque
bull Em 1952 em Fortaleza o educador Lauro de Oliveira Lima iniciou uma
didaacutetica baseada nas teorias cientiacuteficas de Jean Piaget o Meacutetodo
psicogeneacutetico
bull Em 1953 a educaccedilatildeo passou a ser administrada por um Ministeacuterio proacuteprio o
Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura
bull Em 1961 a Prefeitura Municipal de Natal iniciou uma campanha de
alfabetizaccedilatildeo (De Peacute no Chatildeo Tambeacutem se Aprende a Ler) A teacutecnica
didaacutetica criada pelo pernambucano Paulo Freire propunha-se a
alfabetizar adultos em 40 horas A experiecircncia teve iniacutecio na cidade de
Angicos no Estado do Rio Grande do Norte e logo depois na cidade de
Tiriri no Estado de Pernambuco
bull Em 1962 foi criado o Conselho Federal de Educaccedilatildeo cumprindo o artigo 9o
da Lei de Diretrizes e Bases Este substituiu o Conselho Nacional de
Educaccedilatildeo Foram criados tambeacutem os Conselhos Estaduais de educaccedilatildeo
bull Ainda em 1962 foi criado o Plano Nacional de Educaccedilatildeo e o Programa
Nacional de Alfabetizaccedilatildeo pelo Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura
inspirado no Meacutetodo Paulo Freire
29
Em 1964 o golpe militar abortou todas as iniciativas de se revolucionar a
educaccedilatildeo brasileira sob o pretexto de que as propostas eram comunizantes e
subversivas Foi um periacuteodo em que o paiacutes viveu a emergecircncia de um novo
modelo econocircmico apoiado pelas empresas internacionais A poliacutetica do
nacionalismo desenvolvimentista jaacute natildeo mais se ajustara a esse modelo
Necessitava-se de novas poliacuteticas para a sustentaccedilatildeo do novo modelo poliacutetico
(www acciocom br)
27 A Educaccedilatildeo no Periacuteodo Militar (1964 -1985)
Alguma coisa acontecia na educaccedilatildeo brasileira Pensava-se em erradicar
definitivamente o analfabetismo atraveacutes de um programa nacional levando-se
em conta as diferenccedilas sociais econocircmicas e culturais de cada regiatildeo
A criaccedilatildeo da Universidade de Brasiacutelia em 1961 permitiu vislumbrar uma
nova proposta universitaacuteria com o planejamento inclusive do fim do exame
vestibular valendo para o ingresso na Universidade o rendimento do aluno
durante o curso de 2ordm grau (ex-Colegial e atual Ensino Meacutedio)
Depois da implementaccedilatildeo do regime militar ditatorial de 1964 muito
educadores passaram a ser perseguidos em funccedilatildeo de posicionamentos
ideoloacutegicos Muito foram calados para sempre alguns outros se exilaram outros
se recolheram agrave vida privada e outros demitidos trocaram de funccedilatildeo
O Regime Militar espelhou na educaccedilatildeo o caraacuteter antidemocraacutetico de sua
proposta ideoloacutegica de governo professores foram presos e demitidos
universidades foram invadidas estudantes foram presos feridos nos confronto
com a poliacutecia e alguns foram mortos os estudantes foram calados e a Uniatildeo
Nacional dos Estudantes proibida de funcionar o Decreto ndash Lei 477 calou a boca
de alunos e professores (Brasil 1969) Agrave eacutepoca o Ministro da Justiccedila declarou que
estudantes tecircm que estudar e natildeo podem fazer baderna
Nessa eacutepoca firmaram-se acordos do MEC e seus oacutergatildeos com a USAID ndash
Agecircncia Norte ndash Americana para o Desenvolvimento Internacional visando agrave
30
cooperaccedilatildeo econocircmico ndash financeira para a organizaccedilatildeo e desenvolvimento do
sistema educacional A ajuda externa vinha atraveacutes de programas que foram
implantados sem nenhuma anaacutelise por parte dos educadores brasileiros A sua
presenccedila se fez desde a organizaccedilatildeo do sistema educacional ateacute as propostas
dos curriacuteculos dos diversos niacuteveis de ensino implantando a visatildeo tecnicista no
contexto da educaccedilatildeo brasileira com as repercussotildees por todos conhecidas
Neste periacuteodo poreacutem deu-se a grande expansatildeo das universidades no
Brasil E para acabar com os excedentes (aqueles que tiravam notas suficientes
para mas natildeo conseguiam vaga para estudar) foi criado o vestibular
classificatoacuterio
Para erradicar o analfabetismo foi criado o Movimento Brasileiro de
Alfabetizaccedilatildeo aproveitando-se em sua didaacutetica no expurgado Meacutetodo Paulo
Freire denominado MOBRAL que propunha erradicar o analfabetismo no Brasil
Natildeo conseguiu E entre denuacutencias de corrupccedilatildeo foi extinto No periacuteodo mais
cruel da ditadura militar onde qualquer expressatildeo popular contraacuteria aos
interesses do governo era abafada muitas vezes pela violecircncia fiacutesica que foi
instituiacuteda a Lei 5692 Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional em 1971
(Brasil 1971)
A caracteriacutestica mais marcante desta Lei era tentar dar a formaccedilatildeo
educacional um cunho profissionalizante Dentro do espiacuterito dos slogans
propostos pelo governo como Brasil grande ame-o ou deixe-o milagre
econocircmico etc planejava-se fazer com que a educaccedilatildeo contribuiacutesse de
forma decisiva para o aumento da produccedilatildeo brasileira
A lei introduziu no paiacutes a obrigatoriedade da profissionalizaccedilatildeo em todos os
cursos de 2ordm Grau o que implicava em valorizaccedilatildeo das aacutereas tecnoloacutegicas com
perda gradativa das aacutereas de ciecircncias humanas
A Histoacuteria e a Geografia foram integradas na aacuterea de Estudos Sociais o que
causou a superficialidade desses conteuacutedos a Educaccedilatildeo Moral e Ciacutevica eou
Estudos dos Problemas Sociais passaram a ser disciplinas obrigatoacuterias e
31
responsaacuteveis pela formaccedilatildeo do cidadatildeo brasileiro com visotildees distorcidas de
cidadania e nacionalismo
A ditadura militar se desfez por si soacute tamanha era a pressatildeo popular de
vaacuterios setores da sociedade que o processo de abertura poliacutetica tornou-se
inevitaacutevel Mesmo assim os militares deixaram o governo atraveacutes de uma eleiccedilatildeo
indireta mesmo que concorressem somente dois civis (Paulo Maluf e Tancredo
Neves)
28 A Educaccedilatildeo no Periacuteodo da Abertura Poliacutetica (1986-2001)
Com o fim do Regime Militar a eleiccedilatildeo indireta de Tancredo Neves seu
falecimento e a posse de Joseacute Sarney discutir-se-iam novamente questotildees sobre
educaccedilatildeo de uma forma democraacutetica e aberta A discussatildeo sobre as questotildees
educacionais jaacute havia perdido o seu sentido pedagoacutegico e assumido um caraacuteter
poliacutetico Para isso houve uma participaccedilatildeo mais ativa de pensadores de outras
aacutereas do conhecimento que passaram a falar de educaccedilatildeo num sentido mais
amplo do que as questotildees pertinentes agrave escola agrave sala de aula agrave didaacutetica e agrave
dinacircmica escolar em si mesma Impedidos de atuarem em suas funccedilotildees por
questotildees poliacuteticas durante o Regime Militar profissionais da aacuterea de Sociologia
filosofia antropologia histoacuteria psicologia entre outras passaram a assumir postos
na aacuterea da educaccedilatildeo e a concretizar discursos em nome da educaccedilatildeo
O Projeto de Lei da nova LDB foi encaminhado agrave Cacircmara Federal pelo
Deputado Octaacutevio Elisio em 1988 No ano seguinte o Deputado Jorge Hage envia
agrave Cacircmara um substitutivo ao Projeto e em 1992 o Senador Darcy Ribeiro
apresenta um novo Projeto que acabou por ser aprovado em dezembro de 1996
oito anos apoacutes o encaminhamento do Deputado Otaacutevio Elisio Assim a nova Lei
Nordm 9394 Lei Diretrizes e Bases da educaccedilatildeo foi promulgada em 20 de Dezembro
de 1996 (Brasil 1996)
O Governo Collor de Mello em 1990 lanccedilou o projeto de construccedilatildeo de
Centros Integrados de Apoio agrave Crianccedila - CIACS em todo o Brasil inspirados no
32
modelo dos Centros Integrados de Educaccedilatildeo Puacuteblica - CIEPS do Rio de Janeiro
existentes desde 1982
Neste periacuteodo do fim do Regime Militar aos dias de hoje a fase
politicamente marcante na educaccedilatildeo foi o trabalho do Ministro Paulo Renato de
Souza agrave frente do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Logo no iniacutecio de sua gestatildeo atraveacutes
de uma Medida Provisoacuteria extinguiu o Conselho Federal de Educaccedilatildeo e criou o
Conselho Nacional de Educaccedilatildeo vinculado ao Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura
Esta mudanccedila tornou o Conselho menos burocraacutetico e mais poliacutetico
Cabe ressaltar que podemos natildeo concordar com a forma como tecircm sido
executados alguns programas temos que reconhecer que em toda a Histoacuteria da
Educaccedilatildeo no Brasil contada a partir do descobrimento jamais houve execuccedilatildeo
de tantos projetos na aacuterea da educaccedilatildeo numa soacute administraccedilatildeo Entre esses
programas destacam-se
bull Fundo de Manutenccedilatildeo e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de
Valorizaccedilatildeo do Magisteacuterio - FUNDEF
bull Programa de Avaliaccedilatildeo Institucional - PAIUB
bull Sistema Nacional de Avaliaccedilatildeo da Educaccedilatildeo Baacutesica ndash SAEB
bull Exame nacional do Ensino Meacutedio ndash ENEM
bull Paracircmetros Curriculares Nacionais ndashPCNs
bull Exame Nacional de Cursos ndash ENC
Desses Programas o mais contestado foi o Exame Nacional de Cursos e o
chamado Provatildeo onde os alunos das universidades devem realizar uma prova
ao fim do curso para receber seus diplomas Esta prova em que os alunos podem
simplesmente assinar a ata de presenccedila e se retirar sem responder nenhuma
questatildeo eacute levada em consideraccedilatildeo como avaliaccedilatildeo das instituiccedilotildees Aleacutem do
mais entre outras questotildees o exame natildeo diferencia as regiotildees do paiacutes e as
condiccedilotildees de cada IES (Instituiccedilatildeo de Ensino Superior) como por exemplo
infraestrutura e capacitaccedilatildeo docente(wwwacciocombr)
33
29 Cronologia da Histoacuteria da Educaccedilatildeo Brasileira
A tabela 21 a seguir apresenta um resumo dos principais acontecimentos
na educaccedilatildeo brasileira Destacando-se os principais eventos relacionados ao
ensino meacutedio
Tabela 21 ndash Evoluccedilatildeo da educaccedilatildeo no Brasil principais acontecimentos-periacuteodo
de 1549 a 1998
ANO HISTOacuteRIA DA EDUCACcedilAtildeO BRASILEIRA
1549 middot Chega ao Brasil o primeiro grupo de seis padres jesuiacutetas chefiados por Manuel de Noacutebrega marcando o iniacutecio da Histoacuteria da Educaccedilatildeo no Brasil (nos moldes europeus) middot Quinze dias apoacutes a chegada funda na cidade de Salvador a primeira escola elementar
1554 middot Satildeo fundadas as escolas jesuiacutetas de Satildeo Paulo de Piratininga tendo como seu primeiro professor o padre Joseacute de Anchieta e a da Bahia
1556 middot Eacute fundado o coleacutegio jesuiacuteta de Todos os Santos middot Comeccedila a vigorar as Constituiccedilotildees da Companhia de Jesus incluindo a aprendizagem do canto da muacutesica instrumental e o estudo profissional agriacutecola
1567 middot Eacute fundado o coleacutegio jesuiacuteta do Rio de Janeiro
1570 middot O Brasil conta com cinco escolas elementares (Porto Seguro Ilheacuteus Satildeo Vicente Espiacuterito Santo e Satildeo Paulo de Piratininga) e trecircs coleacutegios (Rio de Janeiro Pernambuco e Bahia)
1759
middot Duzentos e dez anos apoacutes a chegada e de serem os uacutenicos responsaacuteveis pela educaccedilatildeo no Brasil deixam a colocircnia cerca de Quinhentos padres jesuiacutetas expulsos pelo Marquecircs de Pombal Ministro de D Joseacute I paralisando 17 coleacutegios 36 missotildees seminaacuterios menores e escolas elementaresmiddot O Alvaraacute de 28 de julho determina a instituiccedilatildeo de aulas de gramaacutetica latina aulas de grego e de retoacuterica aleacutem de criar o cargo de Diretor de Estudos Medidas inoacutecuas para um sistema de ensino fragmentado
1770 A Reforma Pombalina de Educaccedilatildeo substitui o sistema jesuiacutetico e o ensino eacute dirigido pelos vicemiddotreis nomeados por Portugal
1772 middot Eacute instituiacutedo o subsiacutedio literaacuterio imposto destinado a manutenccedilatildeo dos ensinos primaacuterio e meacutedio middot Eacute fundada no Rio de Janeiro a Academia Cientiacutefica
1810 middot Desfazendomiddotse de seus proacuteprios livros (60000 volumes) trazidos de Portugal D Joatildeo funda a nossa primeira biblioteca middot Eacute criada a Academia Militar
1812 Satildeo criados cursos de Agricultura na Bahia middot Eacute criada a escola de serralheiros oficiais de lima e espingardeiros em Minas Gerais middot Eacute criado o laboratoacuterio de quiacutemica no Rio de Janeiro
1822 O Decreto de 1o de marccedilo criava no Rio de Janeiro uma escola baseada no meacutetodo lancasteriano ou de ensino muacutetuo Ou seja somente um professor para cada escola
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1824 middot A Constituiccedilatildeo outorgada pela Assembleacuteia Constituinte dizia no seu artigo 179 que a instruccedilatildeo primaacuteria era gratuita a todos os cidadatildeos
1834 middot O Ato Adicional da reforma constitucional dizia que a educaccedilatildeo primaacuteria e secundaacuteria ficaria a cargo das proviacutencias restando a administraccedilatildeo nacional o ensino superior
1835 Eacute criada uma escola normal em Niteroacutei A primeira do Brasil
1838 middot O Coleacutegio Pedro II eacute fundado no Rio de Janeiro
1854 O Decreto 1331A de 17 de fevereiro reforma os ensinos primaacuterio e secundaacuterio exigindo professores credenciados e a volta da fiscalizaccedilatildeo oficial cria a Inspetoria Geral da Instruccedilatildeo Primaacuteria e Secundaacuteria middot Eacute criada uma escola normal na Paraiacuteba
1873 Com o objetivo de estimular o desenvolvimento dos estudos secundaacuterios nas proviacutencias e de facilitar aos candidatos das proviacutencias o acesso aos cursos superiores o Ministro Joatildeo Alfredo Correia de Oliveira instalou nas capitais das proviacutencias do Impeacuterio bancas de exames gerais preparatoacuterios
1874 middot Eacute criada a Escola Politeacutecnica
1889
Ferreira Viana Ministro do Impeacuterio dizia ser fundamental formar professores com a necessaacuteria instruccedilatildeo cientiacutefica e profissional middot Em sua uacuteltima fala do trono Sua Majestade pedia empenho para a criaccedilatildeo de um ministeacuterio destinado aos negoacutecios da Instruccedilatildeo Puacuteblica middot Com a Proclamaccedilatildeo da Repuacuteblica no Governo Provisoacuterio do Marechal Deodoro da Fonseca torna-se Ministro da Instruccedilatildeo Puacuteblica Correios e Teleacutegrafos Benjamin Constant Botelho de Magalhatildees middot Os alunos matriculados nas escolas correspondem a 12 da populaccedilatildeo em idade escolar
1890 middot O Decreto 510 do Governo Provisoacuterio da Repuacuteblica diz em seu artigo 62 item 5o que o ensino seraacute leigo e livre em todos os graus e gratuito no primaacuterio middot O iacutendice de analfabetismo no Brasil eacute de 672
1891 A Constituiccedilatildeo estipula o ensino leigo nas escolas puacuteblicas em oposiccedilatildeo ao ensino religioso middot Eacute Ministro da Instruccedilatildeo Puacuteblica Correios e Teleacutegrafos Joatildeo Barbalho Uchoa Cavalcanti middot No Governo de Floriano Peixoto satildeo Ministros da Instruccedilatildeo Puacuteblica Correios e Teleacutegrafos Joseacute Higino Duarte Pereira (interino) e Fernando Lobo Leite Pereira
1927
O educador Francisco Campos realiza no Estado de Minas Gerais uma reforma educacional middot Realizamiddotse a primeira das Conferecircncias Nacionais de Educaccedilatildeo em Curitiba organizada pela Associaccedilatildeo Brasileira de Educaccedilatildeo middot ABE middot Por iniciativa de Francisco Mendes Pimentel eacute criada a Universidade de Minas Gerais (a iniciativa teve curta duraccedilatildeo)
1930
Satildeo Ministros da Justiccedila e Negoacutecios Interiores na Junta Governativa que durou apenas onze dias Gabriel Loureiro Bernardes e Afracircnio de Melo Franco (interino) middot Eacute criado o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Sauacutede Puacuteblica atraveacutes do Decreto 19402 tendo como Ministros no Governo Getuacutelio Vargas Francisco Luiz da Silva Campos Belizaacuterio Augusto de Oliveira Pena Washington Ferreira Pires e Gustavo Capanema middot O educador Lourenccedilo Filho publica Introduccedilatildeo ao Estudo da Escola Nova middot O educador Fernando de Azevedo cria a Biblioteca Pedagoacutegica Brasileira middot Os alunos matriculados nas escolas correspondem a 30 da populaccedilatildeo em idade escolar
1931
O governo provisoacuterio sanciona decretos organizando o ensino secundaacuterio e as universidades brasileiras ainda inexistentes Estes Decretos ficaram conhecidos como Reforma Francisco Campos middot O Decreto 19850 de 11 de abril cria o Conselho Nacional de Educaccedilatildeo middot O Decreto 19851 de 11 de abril institui o Estatuto das Universidades Brasileiras que dispotildee sobre a organizaccedilatildeo do ensino superior no Brasil e adota o regime universitaacuterio
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middot O Decreto 19852 de 11 de abril dispotildee sobre a organizaccedilatildeo da Universidade do Rio de Janeiro middot O Decreto 19890 de 18 de abril dispotildee sobre a organizaccedilatildeo do ensino secundaacuterio middot O Decreto 20158 de 30 de julho organiza o ensino comercial regulamenta a profissatildeo de contador e daacute outras providecircncias middot O Decreto 21241 de 14 de abril consolida as disposiccedilotildees sobre o ensino secundaacuterio
1932
Um grupo de educadores lanccedila agrave naccedilatildeo o Manifesto dos Pioneiros da Educaccedilatildeo Nova redigido por Fernando de Azevedo middot O Decreto 21241 de 4 de abril consolida a reforma do ensino secundaacuterio visando segundo Francisco Campos a formaccedilatildeo do homem para todos os grandes setores da atividade nacional Este Decreto resultou na implantaccedilatildeo de um curriacuteculo enciclopeacutedico
1934
A nova Constituiccedilatildeo dispotildee pela primeira vez que a educaccedilatildeo eacute direito de todos devendo ser ministrada pela famiacutelia e pelos Poderes Puacuteblicos Passa a funcionar o Conselho Nacional de Educaccedilatildeo CNE e os Conselhos Estaduais de Educaccedilatildeo middot CEEs Por iniciativa do governador Armando Salles Oliveira foi criada a Universidade de Satildeo Paulo A primeira a ser criada e organizada segundo as normas do Estatuto das Universidades Brasileiras de 1931 Eacute fundada a Universidade de Porto Alegre
1942
Eacute decretada a reforma do ensino relativa ao ensino secundaacuterio conhecida como Reforma Capanema middot O Decreto-lei 4048 de 22 de janeiro cria o Serviccedilo Nacional de Aprendizagem Industrial - SENAI middot O Decreto-lei 4073 de 30 de janeiro regulamenta o ensino industrial middot O Decreto-lei 4244 de 9 de abril regulamenta o ensino secundaacuterio middot O Decreto-lei 4481 de 16 de julho dispotildee sobre a obrigatoriedade dos estabelecimentos industriais empregarem um total de 8 correspondente ao nuacutemero de operaacuterios e matriculaacute-los nas escolas do SENAI middot O Decreto-lei 4436 de 7 de novembro amplia o acircmbito do SENAI atingindo tambeacutem o setor de transportes das comunicaccedilotildees e da pesca middot O Decreto-lei 4984 de 21 de novembro compele que as empresas oficiais com mais de cem empregados a manter por conta proacutepria uma escola de aprendizagem destinada agrave formaccedilatildeo profissional de seus aprendizes
1943
Ainda no espiacuterito da Reforma Capanema eacute baixado o Decreto-lei 6141 de 28 de dezembro regulamentando o ensino comercial Eacute criada em Recife por Felipe Tiago Gomes a Campanha do Ginasiano Pobre - CGP nuacutecleo inicial da futura Campanha Nacional de Escolas da Comunidade - CNEC A Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho exige que sejam implantadas creches nas empresas para filhos de funcionaacuterios middot Eacute fundada a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro - UFRRJ
1946
A nova Constituiccedilatildeo determina a obrigatoriedade de se cumprir o ensino primaacuterio e daacute competecircncia agrave Uniatildeo para legislar sobre as diretrizes e bases da educaccedilatildeo nacional Volta a figurar na Constituiccedilatildeo que a educaccedilatildeo eacute direito de todos Tendo como Ministro da Educaccedilatildeo Raul Leitatildeo da Cunha satildeo baixados os seguintes Decretos-lei middot O Decreto-lei 8529 de 2 de janeiro regulamenta o ensino primaacuterio middot O Decreto-lei 8530 de 2 de janeiro regulamenta o ensino normal middot Os Decretos-lei 8621 e 8622 de 10 de janeiro criam o Serviccedilo Nacional de Aprendizagem Comercial - SENAC middot O Decreto-lei 9613 de 20 de agosto regulamenta o ensino agriacutecola Satildeo fundadas a Universidade Federal de Pernambuco e a Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica de Satildeo Paulo middot Satildeo Ministros da Educaccedilatildeo e Sauacutede Puacuteblica no Governo Eurico Gaspar Dutra Ernesto de Souza Campos Clemente Mariani Bittencourt Eduardo Rios Filho (interino) e Pedro Calmon Moniz de
36
Bittencourt
1948 O governo atraveacutes do Ministro Clemente Mariani encaminha ao Congresso Nacional o projeto de Lei de Diretrizes e Bases para a Educaccedilatildeo Nacional Realiza-se o I Congresso Nacional da Campanha do Ginasiano Pobre que passa a se chamar Campanha Nacional dos Educandaacuterios Gratuitos
1953
Com a criaccedilatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Sauacutede Puacuteblica passa a se chamar Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura Eacute criada a Campanha de Aperfeiccediloamento e Difusatildeo do Ensino Secundaacuterio - CADES vinculado agrave Diretoria do Ensino Secundaacuterio dirigida por Armando Hildebrand Eacute criado o Comitecirc Brasileiro da Organizaccedilatildeo Mundial de Educaccedilatildeo Preacute-Escolar - OMEP
1955
Eacute criado o Instituto Superior de Estudos Brasileiros - ISEB com o objetivo de criar uma cultura brasileira Eacute criada a Campanha Nacional de Alimentaccedilatildeo Escolar - CNAE vinculada ao Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Aniacutesio Teixeira funda os Centros de Pesquisas Educacionais de Satildeo Paulo Rio de Janeiro Recife Belo Horizonte Salvador e Porto Alegre O Deputado Carlos Lacerda apresenta seu primeiro substitutivo ao projeto de Lei para Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional Eacute Ministro da Educaccedilatildeo e Cultura no Governo Nereu Ramos Abgard de Castro Arauacutejo Renault Satildeo fundadas a Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica de Campinas e a Universidade Federal da Paraiacuteba
1957
Eacute criada a Revista Escola Secundaacuteria pela Campanha de Aperfeiccediloamento e Difusatildeo do Ensino Secundaacuterio - CADES do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo O ministro Cloacutevis Salgado altera o projeto original da Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional e envia para o Congresso Nacional o Substitutivo no 2222 Fundada a Universidade Federal do Paraacute
1959 A Emenda Carlos Lacerda (seu terceiro substitutivo) prevalece sobre o texto das Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional alterando substancialmente a pujanccedila do projeto original Cento e oitenta educadores lanccedilam um manifesto agrave naccedilatildeo solicitando ao governo que o projeto da Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional fosse rejeitado
1961
Depois de treze anos de discussotildees eacute promulgada a Lei 4024 que regulamenta as Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional O presidente Joatildeo Goulart ainda vetou 25 artigos que posteriormente receberam aprovaccedilatildeo pelo Congresso Surgem os Centros Populares de Cultura - CPC intimamente ligados agrave Uniatildeo Nacional dos Estudantes - UNE e o Movimento de Educaccedilatildeo de Base - MEB ligado agrave Confederaccedilatildeo Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB e ao governo da Uniatildeo A Prefeitura Municipal de Natal no Rio Grande do Norte inicia uma campanha de alfabetizaccedilatildeo (De Peacute no Chatildeo Tambeacutem se Aprende a Ler) A teacutecnica didaacutetica criada pelo pernambucano Paulo Freire propunha-se a alfabetizar em 40 horas adultos analfabetos A experiecircncia teve iniacutecio na cidade de Angicos no Estado do Rio Grande do Norte e logo depois na cidade de Tiriri no Estado de Pernambuco Eacute Ministro da Educaccedilatildeo e Cultura no Governo Jacircnio Quadros Briacutegido Fernandes Tinoco Satildeo Ministros da Educaccedilatildeo e Cultura no Governo Joatildeo Goulart durante o Regime Parlamentarista Antonio Ferreira de Oliveira Brito Roberto Tavares de Lira e Darcy Ribeiro durante o Regime Presidencialista Teotocircnio Mauriacutecio Monteiro de Barros Filho Paulo de Tarso Santos e Juacutelio Furquim de Sambaqui (interino) Eacute criada a Universidade de Brasiacutelia a Universidade Federal de Alagoas e a do Espiacuterito Santo e a Universidade Catoacutelica de Petroacutepolis e a de Salvador
1962 Eacute criado o Conselho Federal de Educaccedilatildeo cumprindo o artigo 9o da Lei de Diretrizes e Bases Este substitui o Conselho Nacional de Educaccedilatildeo Satildeo criados tambeacutem os Conselhos Estaduais de Educaccedilatildeo
37
Eacute criado o Plano Nacional de Educaccedilatildeo e o Programa Nacional de Alfabetizaccedilatildeo pelo Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura inspirado no Meacutetodo Paulo Freire Eacute fundada a Universidade Estadual de Campinas e a Universidade Norte de Ensino Superior de Montes Claros Minas Gerais
1965 Acordo MECConselho de Cooperaccedilatildeo Teacutecnica da Alianccedila para o Progresso - CONTAPUSAID para melhoria do ensino meacutedio Previa assessoria teacutecnica americana para o planejamento do ensino e treinamento de teacutecnicos brasileiros nos Estados Unidos
1966 Acordo MEC CONTAP USAID de assessoria para a expansatildeo e aperfeiccediloamento do quadro de professores de ensino meacutedio no Brasil
1968 A Lei 5540 de 28 de novembro fixa normas de organizaccedilatildeo e funcionamento do ensino superior e sua articulaccedilatildeo com a escola meacutedia
1971
Eacute promulgada a Lei 5692 que regulamenta o ensino de primeiro e segundo graus Entre outras determinaccedilotildees amplia a obrigatoriedade escolar de quatro para oito anos aglutina o antigo primaacuterio com o ginasial suprimindo o exame de admissatildeo e criando a escola uacutenica profissionalizante A Resoluccedilatildeo no 8 do Conselho Federal de Educaccedilatildeo fixa o nuacutecleo comum para os curriacuteculos do ensino de 1o e 2o graus definindo seus objetivos e a amplitude O Parecer 853 do Conselho Federal de Educaccedilatildeo define a doutrina de curriacuteculo indica os conteuacutedos de nuacutecleo comum apresenta o conceito de mateacuteria orienta suas formas de tratamento e integraccedilatildeo indica os objetivos das aacutereas de estudo e os do processo educativo remetendo-os ao objetivo geral do ensino de 1o e 2o graus e aos fins da educaccedilatildeo brasileira O Decreto 68908 dispotildee sobre o concurso vestibular fixando as condiccedilotildees para o ingresso na Universidade
1972 O Parecer no 45 do Conselho Federal de Educaccedilatildeo fixa o curriacuteculo miacutenimo a ser exigido em cada habilitaccedilatildeo profissional ou conjunto de habilitaccedilotildees afins no ensino de 2o grau
1978 A Portaria no 505 do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo aprova diretrizes baacutesicas para o ensino de Moral e Ciacutevica nos cursos de 1o e 2o graus e de Estudos de Problemas Brasileiros nos cursos superiores
1982
A Lei no 7044 altera dispositivos da Lei 569271 referentes agrave profissionalizaccedilatildeo do ensino de 2o grau implicando em algumas mudanccedilas na proposta curricular dispensando as escolas da obrigatoriedade da profissionalizaccedilatildeo voltando a ecircnfase agrave formaccedilatildeo geral O Parecer no 618 do Conselho Federal de Educaccedilatildeo explica as alteraccedilotildees introduzidas pela Lei 7044
1986
O Parecer no 785 do Conselho Federal de Educaccedilatildeo reformula o nuacutecleo comum para o ensino de 1o e 2o graus middot A Resoluccedilatildeo no 6 do Conselho Federal de Educaccedilatildeo reformula o nuacutecleo comum para os curriacuteculos do ensino de 1o e 2o graus revogando a Resoluccedilatildeo no 871 do proacuteprio CFE dando novas diretrizes
1992 As disciplinas de Organizaccedilatildeo Social e Poliacutetica do Brasil - OSPB e Estudos de Problemas Brasileiros - EPB deixam de ser obrigatoacuterias no ensino de 2o grau e superior
1995 A Universidade de Brasiacutelia cria o Programa de Avaliaccedilatildeo Seriada - PAS para ingresso na universidade que acaba com o exame vestibular A avaliaccedilatildeo do aluno eacute feita durante a realizaccedilatildeo do 2o grau
1996 O Presidente sanciona a Lei no 9394 a Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo (LDB) que ficou oito anos em discussatildeo no Congresso
1997 As escolas de 2o grau tambeacutem satildeo avaliadas atraveacutes de Provatildeo
1998 Eacute instituiacutedo pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais - INEP o Exame Nacional do Ensino Meacutedio - ENEM para ser aplicado aos alunos concluintes e aos egressos deste niacutevel de ensino
38
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria a partir de dados disponibilizados em
wwwPedagogiaemfocoprobr
No capiacutetulo a seguir eacute descrita a Estrutura Organizacional da Educaccedilatildeo no
Brasil
39
Capiacutetulo 3 A Estrutura Organizacional da Educaccedilatildeo no Brasil
Os conteuacutedos dos itens 31 e 32 foram extraiacutedos da Lei nordm 9394 de 20 de
dezembro de 1996 - Lei de Diretrizes e Bases (LDB) e as informaccedilotildees do item 33
foram baseados no site institucional da Secretaria Estadual de Educaccedilatildeo do
Estado do Rio de Janeiro (SEERJ)
31 A Organizaccedilatildeo
A Organizaccedilatildeo da Educaccedilatildeo Nacional eacute composta pela Uniatildeo pelos
Estados pelo Distrito Federal e pelos Municiacutepios organizados em regime de
colaboraccedilatildeo
Cabe agrave Uniatildeo a coordenaccedilatildeo da poliacutetica nacional de educaccedilatildeo da
articulaccedilatildeo os diferentes niacuteveis e sistemas A Uniatildeo ainda exerce funccedilatildeo
normativa redistributiva e supletiva em relaccedilatildeo agraves demais instacircncias
educacionais
40
311 Atribuiccedilotildees da Uniatildeo
De acordo com a Lei das Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo eacute papel do
Governo Federal atraveacutes do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo
1 - Elaborar o Plano Nacional de Educaccedilatildeo em colaboraccedilatildeo com os
Estados o Distrito Federal e os Municiacutepios
2 - Organizar manter e desenvolver os oacutergatildeos e instituiccedilotildees oficiais do
sistema federal de ensino e o dos Territoacuterios
3 - Prestar assistecircncia teacutecnica e financeira aos Estados ao Distrito Federal e
aos Municiacutepios para o desenvolvimento de seus sistemas de ensino e o
atendimento prioritaacuterio agrave escolaridade obrigatoacuteria exercendo sua funccedilatildeo
redistributiva e supletiva
4 - Estabelecer em colaboraccedilatildeo com os Estados o Distrito Federal e os
Municiacutepios competecircncias e diretrizes para a educaccedilatildeo infantil o ensino
fundamental e o ensino meacutedio que nortearatildeo os curriacuteculos e seus conteuacutedos
miacutenimos de modo a assegurar formaccedilatildeo baacutesica comum
5 - Coletar analisar e disseminar informaccedilotildees sobre a educaccedilatildeo
6 - Assegurar processo nacional de avaliaccedilatildeo do rendimento escolar no
ensino fundamental meacutedio e superior em colaboraccedilatildeo com os sistemas de
ensino objetivando a definiccedilatildeo de prioridades e a melhoria da qualidade do
ensino
7 - Baixar normas gerais sobre cursos de graduaccedilatildeo e poacutes-graduaccedilatildeo
8-Assegurar processo nacional de avaliaccedilatildeo das instituiccedilotildees de educaccedilatildeo
superior com a cooperaccedilatildeo dos sistemas que tiverem responsabilidade sobre
este niacutevel de ensino
41
9-Autorizar reconhecer credenciar supervisionar e avaliar
respectivamente os cursos das instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior e os
estabelecimentos do seu sistema de ensino
312 Atribuiccedilotildees dos Estados
Tambeacutem conforme estabelecido na LDB cabe aos Governos Estaduais
atraveacutes das Secretarias Estaduais de Educaccedilatildeo
1-Organizar manter e desenvolver os oacutergatildeos e instituiccedilotildees oficiais dos seus
sistemas de ensino
2-Definir com os Municiacutepios formas de colaboraccedilatildeo na oferta do ensino
fundamental as quais devem assegurar a distribuiccedilatildeo proporcional das
responsabilidades de acordo com a populaccedilatildeo a ser atendida e os recursos
financeiros disponiacuteveis em cada uma dessas esferas do Poder Puacuteblico
3-Elaborar e executar poliacuteticas e planos educacionais em consonacircncia
com as diretrizes e planos nacionais de educaccedilatildeo integrando e coordenando as
suas accedilotildees e as dos seus Municiacutepios
4-Autorizar reconhecer credenciar supervisionar e avaliar
respectivamente os cursos das instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior e os
estabelecimentos do seu sistema de ensino
5-Baixar normas complementares para o seu sistema de ensino
6-Assegurar o ensino fundamental e oferecer com prioridade o ensino
meacutedio
Em relaccedilatildeo ao Distrito Federal aplicam-se as competecircncias referentes aos
Estados e aos Municiacutepios
42
313 Atribuiccedilotildees dos Municiacutepios
A LDB estabelece que os Municiacutepios incumbir-se-atildeo atraveacutes das Secretarias
Municipais de Educaccedilatildeo
1-Organizar manter e desenvolver os oacutergatildeos e instituiccedilotildees oficiais dos seus
sistemas de ensino integrando-os agraves poliacuteticas e planos educacionais da Uniatildeo e
dos Estados
2-Exercer accedilatildeo redistributiva em relaccedilatildeo agraves suas escolas
3-Baixar normas complementares para o seu sistema de ensino
4-Autorizar credenciar e supervisionar os estabelecimentos do seu sistema
de ensino
5-Oferecer a educaccedilatildeo infantil em creches e preacute-escolas e com
prioridade o ensino fundamental permitida a atuaccedilatildeo em outros niacuteveis de ensino
somente quando estiverem atendidas plenamente as necessidades de sua aacuterea
de competecircncia e com recursos acima dos percentuais miacutenimos vinculados pela
Constituiccedilatildeo Federal agrave manutenccedilatildeo e desenvolvimento do ensino
Os Municiacutepios podem optar ainda por se integrar ao sistema estadual de
ensino ou compor com ele um sistema uacutenico de educaccedilatildeo baacutesica
314 O Papel dos Estabelecimentos de Ensino
Respeitadas as normas comuns e as do seu sistema de ensino a LDB
estabelece que os estabelecimentos de ensino tecircm a funccedilatildeo de
1 -Elaborar e executar sua proposta pedagoacutegica
2- Administrar seu pessoal e seus recursos materiais e financeiros
3 -Assegurar o cumprimento dos dias letivos e horas-aula estabelecidos
43
4 -Velar pelo cumprimento do plano de trabalho de cada docente
5 -Prover meios para a recuperaccedilatildeo dos alunos de menor rendimento
6-Articular-se com as famiacutelias e a comunidade criando processos de
integraccedilatildeo da sociedade com a escola
7 -Informar os pais e responsaacuteveis sobre a frequumlecircncia e o rendimento dos
alunos bem como sobre a execuccedilatildeo de sua proposta pedagoacutegica
315 Atribuiccedilotildees dos Docentes
Segundo a LDB cabe aos docentes
1 -Participar da elaboraccedilatildeo da proposta pedagoacutegica do estabelecimento
de ensino
2 -Elaborar e cumprir plano de trabalho segundo a proposta pedagoacutegica
do estabelecimento de ensino
3 -Zelar pela aprendizagem dos alunos
4- Estabelecer estrateacutegias de recuperaccedilatildeo para os alunos de menor
rendimento
5-Ministrar os dias letivos e horas-aula estabelecidos aleacutem de participar
integralmente dos periacuteodos dedicados ao planejamento agrave avaliaccedilatildeo e ao
desenvolvimento profissional
6 -Colaborar com as atividades de articulaccedilatildeo da escola com as famiacutelias e
a comunidade
A LDB estabelece ainda que os sistemas de ensino definiratildeo as normas da
gestatildeo democraacutetica do ensino puacuteblico na educaccedilatildeo baacutesica de acordo com as
suas peculiaridades e conforme os princiacutepios de
44
Participaccedilatildeo dos profissionais da educaccedilatildeo na elaboraccedilatildeo do projeto
pedagoacutegico da escola e de participaccedilatildeo das comunidades escolar e local em
conselhos escolares ou equivalentes
Tambeacutem se configura como atribuiccedilatildeo dos sistemas de ensino assegurar agraves
unidades escolares puacuteblicas de educaccedilatildeo baacutesica que os integram progressivos
graus de autonomia pedagoacutegica e administrativa e de gestatildeo financeira
observadas as normas gerais de direito financeiro puacuteblico
32 A Abrangecircncia dos Sistemas
Os sistemas de ensino estatildeo relacionados agraves diferentes esferas
governamentais conforme segue
321 O Sistema Federal
O Sistema Federal de ensino compreende
1 - As instituiccedilotildees de ensino mantidas pela Uniatildeo
2-As instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior criadas e mantidas pela iniciativa
privada
3 -Os oacutergatildeos federais de educaccedilatildeo
322 Os Sistemas de Ensino dos Estados e do Distrito Federal Compreendem
1-As instituiccedilotildees de ensino mantidas respectivamente pelo Poder Puacuteblico
estadual e pelo Distrito Federal
2 -As instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior mantidas pelo Poder Puacuteblico
municipal
3-As instituiccedilotildees de ensino fundamental e meacutedio criadas e mantidas pela
iniciativa privada
45
4 -Os oacutergatildeos de educaccedilatildeo estaduais e do Distrito Federal
respectivamente
No Distrito Federal as instituiccedilotildees de educaccedilatildeo infantil criadas e mantidas
pela iniciativa privada integram seu sistema de ensino
323 O Sistema Municipal Na esfera Municipal os sistemas de ensino compreendem
1-As instituiccedilotildees do ensino fundamental meacutedio e de educaccedilatildeo infantil
mantidas pelo Poder Puacuteblico municipal
2-As instituiccedilotildees de educaccedilatildeo infantis criadas e mantidas pela iniciativa
privada
3-Os oacutergatildeos municipais de educaccedilatildeo
As instituiccedilotildees de ensino dos diferentes niacuteveis classificam-se nas seguintes
categorias administrativas
1-Puacuteblicas assim entendidas as criadas ou incorporadas mantidas e
administradas pelo Poder Puacuteblico
2 -Privadas assim entendidas as mantidas e administradas por pessoas
fiacutesicas ou juriacutedicas de direito privado
A figura 31 mostra de forma resumida a estrutura organizacional da educaccedilatildeo brasileira
46
UNIAtildeO
MINISTEacuteRIO DA EDUCACcedilAtildeO
ESTADOS
SECRETARIA ESTADUAL DE EDUCACcedilAtildeO
MUNICIacutePIOS
SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCACcedilAtildeO
AL UNOS
ENSINO SUPERIOR
Docentes
ENSINO MEacuteDIO
Docentes
ENSINO FUNDAMENTAL
Figura 31 Organograma da Organizaccedilatildeo Educacional Brasileira
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria a partir dos dados descritos neste capiacutetulo
Como os estudos deste trabalho estatildeo focados no ensino meacutedio a seguir
seraacute destacada a Secretaria Estadual de Educaccedilatildeo do Estado do Rio de Janeiro
33 A Secretaria Estadual de Educaccedilatildeo
A Secretaria Estadual de Educaccedilatildeo do Rio de Janeiro foi criada em 15 de
marccedilo de 1975 Em sua atual administraccedilatildeo o Secretaacuterio Nelson Maculam Filho
comanda uma rede de ensino de 1679 escolas 77 mil professores 22617
funcionaacuterios de apoio administrativo e um universo de 15 milhatildeo de alunos A
Secretaria eacute composta por 29 coordenadorias distribuiacutedas por regiotildees do estado
do Rio de Janeiro de acordo com a Tabela 31
47
Tabela 31 Coordenadorias da SEERJ
REGIOtildeES COORDENADORIASBaiacutea da Ilha Grande Baiacutea da Ilha Grande
Baixadas Litoracircneas IBaixadas Litoracircneas IICentro Sul ICentro Sul IIMeacutedio Paraiacuteba IMeacutedio Paraiacuteba IIMeacutedio Paraiacuteba IIIMetropolitana IMetropolitana IIMetropolitana IIIMetropolitana IVMetropolitana VMetropolitana VIMetropolitana VIIMetropolitana VIIIMetropolitana IXMetropolitana XMetropolitana XINoroeste Fluminense INoroeste Fluminense IINoroeste Fluminense IIINorte Fluminense INorte Fluminense IINorte Fluminense IIISerrana ISerrana IISerrana IIISerrana IV
Noroeste Fluminense
Norte Fluminense
Serrana
Baixadas Litoracircneas
Centro Sul
Meacutedio Paraiacuteba
Metropolitana
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria a partir de dados da SEERJ
No mapa da figura 32 satildeo mostrados os municiacutepios de cada regiatildeo relacionados na tabela 31
48
Figura 32 Mapa das metropolitanas do estado do Rio de Janeiro
Fonte Site institucional da SEEERJ
O foco deste estudo se restringe agraves escolas situadas no Municiacutepio do Rio de
Janeiro portanto seratildeo mostrados os detalhes das Metropolitanas III IV e X
METROPOLITANA III
Situada no bairro do Meacuteier coordena 163 escolas compreendendo
escolas de ensino fundamental e ensino meacutedio totalizando cerca de 68475
alunos
METROPOLITANA IV
Situada no bairro de Campo Grande coordena 141 escolas
compreendendo escolas de ensino fundamental e ensino meacutedio totalizando
cerca de 90733 alunos
49
METROPOLITANA X
Situada no bairro da Tijuca coordena 163 escolas compreendendo
escolas de ensino fundamental e ensino meacutedio totalizando cerca de 58693
alunos
Aleacutem das atribuiccedilotildees definidas por lei a SEERJ desenvolve accedilotildees e projetos
paralelos como mostrados a seguir
Accedilotildees e Projetos Secretaria Estadual de Educaccedilatildeo
PROGRAMA SUCESSO ESCOLAR
O programa sucesso escolar foi lanccedilado em 31 de maio de 2004 com o
objetivo de combater a reprovaccedilatildeo e a evasatildeo nas escolas evasotildees estas que
custam ao Estado cerca de R$ 450 milhotildees por ano O Rio de Janeiro tem um dos
maiores iacutendices de reprovaccedilatildeo do Sudeste 381 cerca de 10 abaixo da meacutedia
nacional Desde 2004 os alunos da rede recebem reforccedilo escolar atraveacutes de
aulas extras O programa atende aos alunos com baixo desempenho escolar
PROGRAMA SAUacuteDE NA ESCOLA
O Programa promove sauacutede nos CIEPS desde 2000 Em 1995 com base na
Carta de Otawa (WHO 1986) surgiu o conceito de Escolas Promotoras de
Sauacutede atraveacutes da Iniciativa Global de Sauacutede na Escola lanccedilada pela
Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede Trata-se de uma accedilatildeo em parceria entre as
secretarias de Estado de Educaccedilatildeo Sauacutede e a Defesa Civil visando a prevenccedilatildeo
e a promoccedilatildeo da sauacutede dos estudantes oferecendo atendimento cliacutenico
pediaacutetrico e odontoloacutegico
REGISTRO UacuteNICO DO ALUNO (REGUA)
O Registro Uacutenico do Aluno (REGUA) estaacute inserido no Programa de
Reestruturaccedilatildeo da Rede Puacuteblica de Ensino (PRO-REDE) Com o registro que eacute
uma carteira de estudante que funciona como identidade os estudantes tecircm
direito ao Passe Livre nos ocircnibus municipais aleacutem de descontos na aacuterea cultural
50
PROGRAMA QUADRO DE HORAacuteRIOS
O Programa foi lanccedilado em outubro de 2004 para definir os quadros de
horaacuterios de cada turma das 1854 escolas da rede estadual de ensino com o
objetivo de identificar os professores que natildeo estatildeo dando aula nem exercem
funccedilotildees administrativas nas escolas e assim poder providenciar a alocaccedilatildeo deles
em outras unidades combatendo assim o problema da falta de professores
PROJETO DE CAPACITACcedilAtildeO DE GESTORES ESCOLARES O Curso de Gestatildeo Escolar para Diretor Geral Diretor Adjunto e Gerente de
Ensino tem como objetivo
1 ndash Oferecer formaccedilatildeo continuada e ou formaccedilatildeo em niacutevel de
especializaccedilatildeo em serviccedilo aos gestores das escolas puacuteblicas de educaccedilatildeo
baacutesica da rede estadual
2 ndash Contribuir para a melhoria dos processos de gestatildeo da rede estadual
do Rio de Janeiro e tornar positivo seu impacto na qualidade da educaccedilatildeo
Baacutesica
3 ndash Contribuir para construccedilatildeo de um novo significado da gestatildeo escolar
com base na integraccedilatildeo dos aspectos administrativos e pedagoacutegicos nas accedilotildees
dos gestores
PROGRAMA ESTADUAL DE LEITURA
O programa pretende estimular o haacutebito de leitura nos alunos das escolas
da rede estadual e promove o acesso a livros e bens culturais Envolve a criaccedilatildeo
de poacutelos de leitura nas bibliotecas das escolas da rede em todos os municiacutepios do
Rio com a promoccedilatildeo ainda de eventos culturais mensais
PROGRAMA DE VISITAS
O Programa foi lanccedilado em maio de 2005 com a finalidade de combater
a evasatildeo e a repetecircncia nas escolas estaduais O programa tem por objetivo
resgatar o aluno e envolver a famiacutelia no dia-a-dia da escola Setecentos
estudantes do Ensino Meacutedio de 140 escolas da rede estadual com altos iacutendices
51
de evasatildeo e repetecircncia de 15 coordenadorias regionais percorreratildeo as suas
proacuteprias comunidades para levar informaccedilotildees sobre os projetos da Secretaria
chamar de volta agrave escola os colegas que desistiram de estudar e reunir sugestotildees
e reivindicaccedilotildees das famiacutelias visitadas Esses jovens receberatildeo bolsa mensal de R$
6500 (sessenta e cinco reais)
PROGRAMA DE MUNICIPALIZACcedilAtildeO DO ENSINO
O programa tem por objetivo aleacutem da passagem gradual dos encargos
da educaccedilatildeo infantil e ensino fundamental para a esfera municipal o programa
de municipalizaccedilatildeo traduz-se na integraccedilatildeo entre as esferas administrativas
atraveacutes de accedilotildees poliacutetico-pedagoacutegicas tendo por base a racionalizaccedilatildeo dos
sistemas municipais e estaduais de educaccedilatildeo objetivando aperfeiccediloar a
ocupaccedilatildeo de espaccedilos alocaccedilatildeo de alunos adequaccedilatildeo e aproveitamento dos
recursos humanos e materiais pensados enquanto rede puacuteblica unificada e sem
discriminaccedilotildees
PREcircMIO NACIONAL DE REFEREcircNCIA EM GESTAtildeO
Com o apoio da Fundaccedilatildeo Ford do Fundo das Naccedilotildees Unidas para a
infacircncia - Unicef da embaixada dos Estados Unidos no Brasil do Conselho
Britacircnico e eventualmente de outros organismos e instituiccedilotildees o Precircmio foi
instituiacutedo para atingir os seguintes objetivos
a) estimular o desenvolvimento da gestatildeo democraacutetica na escola tendo
como foco o compromisso com uma aprendizagem de qualidade
b) valorizar as escolas puacuteblicas de educaccedilatildeo baacutesica que se destaquem
por iniciativas e experiecircncias inovadoras e bem sucedidas de gestatildeo escolar
c) apoiar o desenvolvimento de uma cultura de auto-avaliaccedilatildeo da gestatildeo
escolar
d) incentivar o processo de melhoria contiacutenua da escola pela elaboraccedilatildeo
de planos de accedilatildeo tendo com base a sua auto-avaliaccedilatildeo
52
PLANO DE RECUPERACcedilAtildeO DA REDE FIacuteSICA
O Programa foi iniciado em 2002 responsaacutevel pela construccedilatildeo ampliaccedilatildeo
reforma e manutenccedilatildeo nas escolas da rede estadual de ensino
O programa tem por objetivo revitalizar as escolas da rede e atender
alunos professores e servidores de apoio com mais qualidade por meio de um
plano de recuperaccedilatildeo
PARLAMENTO JUVENIL
O Parlamento Juvenil eacute um programa pedagoacutegico da SEE em parceria
com a Assembleacuteia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) criado em 2003
em que os estudantes da rede aprendem a exercer na praacutetica as funccedilotildees
parlamentares
Tem por objetivo conscientizar os alunos da rede estadual de ensino sobre
processo democraacutetico integrando-os agrave atividade poliacutetica Aleacutem disso eacute uma
maneira de aproximar o jovem de tudo que diz respeito agrave sua cidade jaacute que seus
projetos de lei devem abordar os problemas de seus municiacutepios Tem como
Puacuteblico alvo toda a comunidade escolar
PROJETO OLHANDO A ESCOLA
O programa eacute desenvolvido em parceria entre a secretarias estaduais de
Educaccedilatildeo Sauacutede e Defesa Civil para identificar estudantes com problemas de
visatildeo o que tecircm dificultado o aprendizado e consequumlentemente o
desempenho escolar
PROGRAMA NOVA ESCOLA
O Objetivo eacute impulsionar a melhoria na qualidade de ensino e valorizar a
escola puacuteblica objetiva a propor criteacuterios de avaliaccedilatildeo das escolas em cinco
itens prestaccedilatildeo de contas gestatildeo da matriacutecula integraccedilatildeo com a comunidade
desempenho dos alunos (estudantes da 2ordf a 8ordf seacuteries do ensino Fundamental e 1ordf
a 3ordf seacuteries do ensino meacutedio fizeram provas de Liacutengua Portuguesa e Matemaacutetica e
53
fluxo escolar A partir dos resultados o programa concede aos professores e
demais profissionais gratificaccedilotildees proporcionais agraves suas realizaccedilotildees educacionais
PROGRAMA MERENDA ESCOLAR
Tem como objetivo suprir as necessidades nutricionais dos alunos durante o
tempo de permanecircncia na escola contribuir para a reduccedilatildeo da evasatildeo escolar
melhorar o rendimento escolar formar bons haacutebitos alimentares e contribuir para
a manutenccedilatildeo da sauacutede escolar
KITS ESCOLARES
O programa foi criado em 2004 consiste na distribuiccedilatildeo de kits escolares
para 15 milhatildeo de estudantes Os kits satildeo formados por caderno reacutegua cola
caneta laacutepis borracha apontador e mochila
JOGOS DA EDUCACcedilAtildeO PUacuteBLICA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Programa eacute desenvolvido em parceria pelas Secretarias Estaduais de
Educaccedilatildeo e de Esportes para incentivar o gosto e o haacutebito de praticar esporte
entre os estudantes da rede fornecendo noccedilotildees de cidadania e contribuindo
para melhorar o desempenho escolar
PROGRAMA ESTADUAL DE INFORMAacuteTICA APLICADA Agrave
EDUCACcedilAtildeO
O programa tem como objetivo aumentar o nuacutemero de laboratoacuterios e
ampliar o acesso dos estudantes e da comunidade escolar em geral agrave
informaacutetica e agrave internet promovendo assim a inclusatildeo digital
HORAacuteRIO INTEGRAL
Os Centros Integrados de Educaccedilatildeo Puacuteblica satildeo escolas de estilo
arquitetocircnico e proposta pedagoacutegica proacuteprios com funcionamento em horaacuterio
integral que proporcionam a seus alunos muacuteltiplas atividades complementando
54
o trabalho nas salas de aula com recreaccedilotildees esportes atividades culturais aleacutem
de fornecer alimentaccedilatildeo
O objetivo eacute estabelecer um processo de formaccedilatildeo do aluno que
estimule a constante troca de ideacuteias vivecircncias e empenho em promover a
autoconfianccedila para que eles sintam vontade real de aprender cada vez mais
cientes de seus deveres e direitos de cidadatildeo
PROGRAMA GEOREFERENCIAMENTO
Um sistema de informaacutetica georeferenciou cerca de 11 mil escolas das
redes municipal estadual federal e particular tendo como objetivos permitir que
a Secretaria de Educaccedilatildeo tenha informaccedilotildees sobre as 11 mil escolas do estado
do Rio de Janeiro Seraacute possiacutevel por meio dele planejar a construccedilatildeo e a
ampliaccedilatildeo de novas escolas assim como a matriacutecula e a troca de informaccedilotildees
entre municiacutepio e estado
FOacuteRUM PERMANENTE DE DIRETORES
Esse Foacuterum eacute presidido pelo Secretaacuterio com a presenccedila dos Subsecretaacuterios
e 81 Diretores das Unidades Escolares de toda a rede Visa discutir a realidade de
nossas escolas trazer sugestotildees a fim de nortear os trabalhos desenvolvidos pela
SEE
PROJETO FACcedilA PARTE O projeto tem por objetivo discutir de que maneira alunos e as escolas
podem ser estimulados a agir como voluntaacuterios debatendo as vaacuterias formas de
mobilizaccedilatildeo social considerada pelos especialistas como uma ferramenta de
ensino inovadora e interativa
PROGRAMA ESCOLAS DE PAZ O Programa Escolas de Paz faz parte de um acordo de cooperaccedilatildeo entre
a Unesco e a Secretaria de Estado de Educaccedilatildeo do Rio de Janeiro e segue as
orientaccedilotildees do Programa Abrindo Espaccedilos recomendado pela Unesco como
55
estrateacutegia de construccedilatildeo de uma Cultura de Paz Foi criado em 2000 e retomado
em agosto de 2003 Consiste em abrir 200 unidades escolares de 11
coordenadorias da Regiatildeo Metropolitana selecionadas nas aacutereas onde haacute maior
carecircncia de lazer nos finais de semana para atividades artiacutesticas esportivas e de
lazer As escolas oferecem cafeacute da manhatilde almoccedilo e agraves vezes lanches aos
participantes Eacute voltado para jovens de quatorze a vinte quatro anos
O programa visa implantar uma cultura de natildeo violecircncia no interior das
escolas e comunidades vizinhas aleacutem de procurar integrar e aproximar a famiacutelia
dos jovens agrave escola melhorar o desempenho estudantil e despertar eventuais
potencialidades culturais artiacutesticas e esportivas nos alunos O programa acontece
aos saacutebados das 9h agraves 17h mesmo nas feacuterias e as escolas recebem mensalmente
verbas para pagamento da equipe local manutenccedilatildeo e nutriccedilatildeo
PROJETO ESCOLA FAZ ARTE
A escola eacute o espaccedilo ideal para que os alunos possam expressar suas
qualidades artiacutesticas criando muitas vezes trabalhos maravilhosos verdadeiras
obras de arte que passam despercebidas fora dos muros escolares O projeto
visa valorizar os jovens talentos que surgem em nossas Unidades Escolares
incentivando e proporcionando uma maior divulgaccedilatildeo de seus dons criativos
Sendo assim a SEE elaborou o Projeto Escola faz Arte em agosto de 2004
retornando em marccedilo de 2005 visando expor durante uma semana os trabalhos
das Unidades Escolares no hall do gabinete do Secretaacuterio (5deg andar)
CHEQUE ndashESCOLA
Trata-se de um Programa de inclusatildeo social que transfere recursos
estaduais para famiacutelias de baixa renda que tenham filhos com idade escolar
entre sete e quatorze anos matriculados na rede puacuteblica
O programa tem por objetivo a permanecircncia dos alunos na escola
afastando-os da situaccedilatildeo de risco social favorecendo a formaccedilatildeo de novos
cidadatildeos e uma melhoria na qualidade de vida da famiacutelia A frequumlecircncia escolar
eacute condiccedilatildeo fundamental para a participaccedilatildeo e manutenccedilatildeo da famiacutelia no
56
programa
PROJETO APRENDENDO XADREZ NAS ESCOLAS
Consiste em uma parceria com a Federaccedilatildeo de Xadrez do Estado do Rio
de Janeiro para transformar o xadrez em ferramenta pedagoacutegica estimulando o
raciociacutenio a concentraccedilatildeo e a criatividade do aluno A meta eacute melhorar o
desempenho em matemaacutetica aleacutem de combater a repetecircncia e evasatildeo escolar
PROGRAMA ACELERA JOVEM
Programa foi lanccedilado para ajudar alunos que apresentem defasagem
idade-seacuterie a recuperar o tempo perdido com o objetivo de colocar o ensino
fundamental ao alcance de jovens que estatildeo fora da escola ou que estatildeo com
os estudos atrasados
O Programa visa atender aquela faixa etaacuteria delineada como de risco
jovens entre 15 e 30 anos que estatildeo fora da escola ou estando na escola
tenham pelo menos concluiacutedos quatro anos de estudo e apresentem uma
defasagem idade-seacuterie de trecircs anos ou mais
A ESCOLA VAI AO TEATRO
O Programa foi desenvolvido em parceria entre as Secretarias Estaduais de
Educaccedilatildeo e Cultura para estimular o interesse dos alunos por teatro e disciplinas
como literatura e histoacuteria O projeto quer incentivar ainda a melhoria do
desempenho escolar atraveacutes da abordagem de temas histoacutericos
O objetivo eacute levar os alunos permanentemente para assistir agrave peccedilas que
tenham conteuacutedo pedagoacutegico facilitando aos estudantes da rede puacuteblica o
acesso a esses bens culturais aleacutem de fornecer aos professores material para ser
discutido e trabalhado dentro da sala de aula
57
EDUCACcedilAtildeO AMBIENTAL
Esclarece e orienta agraves escolas os alunos e agrave comunidade sobre questotildees
referentes agrave Educaccedilatildeo Ambiental na Rede de Ensino Puacuteblica Estadual do Rio de
Janeiro
Contribui na consolidaccedilatildeo da Lei nordm 9795 de abril de 1999 que institui a
Poliacutetica Nacional de Educaccedilatildeo Ambiental
Desenvolve o Programa Estadual de Educaccedilatildeo Ambiental instituiacuteda pela
Lei 3325 de 17121999
Promove accedilotildees seminaacuterios e projetos objetivando a implantaccedilatildeo e
implementaccedilatildeo da Agenda Ambiental nas escolas puacuteblicas estadual do Rio de
Janeiro
A Estrutura Organizacional da Educaccedilatildeo no Brasil eacute uma ferramenta que
daacute suporte para o desenvolvimento da cidadania que eacute fator determinante para
a inclusatildeo social A inclusatildeo social seraacute tratada no capiacutetulo seguinte atraveacutes das
Poliacuteticas Puacuteblicas
58
Capiacutetulo 4 Poliacuteticas Puacuteblicas de Inclusatildeo Social
41 A Crise do Sistema Poliacutetico Liberal e o Iniacutecio do
Intervencionismo do Estado
Ateacute o iniacutecio do seacuteculo XX prevaleciam ideacuteias de um sistema poliacutetico liberal
no qual o Estado natildeo tinha muita participaccedilatildeo e a relaccedilatildeo do indiviacuteduo com a
sociedade soacute era percebida se o mesmo estivesse inserido de alguma forma no
mercado Aqueles que se encontravam fora desta condiccedilatildeo eram privados da
utilizaccedilatildeo de serviccedilos essenciais aquisiccedilatildeo de bens enfim de tudo o mais que se
fazia necessaacuterio para seu desenvolvimento (Carvalho 2002)
No primeiro quartel do seacuteculo XX a economia se encontrava em
recuperaccedilatildeo dos efeitos de poacutes-guerra a partir do liberalismo do estado e neste
mesmo periacuteodo se dava a consolidaccedilatildeo do capitalismo monopolista com a
fusatildeo de pequenas companhias originando os grandes conglomerados Isto
ocorreu mesmo com a existecircncia de leis como as ldquoantitrustesrdquo que impediam
estas uniotildees entre empresas Sem a efetividade das leis as grandes empresas
industriais e bancaacuterias predominavam o cenaacuterio econocircmico sob a proteccedilatildeo de
59
uma poliacutetica adotada pelos governos de natildeo intervirem nas movimentaccedilotildees do
mercado (Magdof 1979)
Nessa eacutepoca os Estados Unidos assumiram a hegemonia econocircmica em
escala mundial O seu crescimento econocircmico no poacutes-guerra propiciou enorme
euforia social dando a falsa imagem de uma prosperidade eterna Poreacutem a
sensaccedilatildeo de seguranccedila absoluta impediu a correta avaliaccedilatildeo das tendecircncias
econocircmicas Assim uma crise econocircmica se desencadeou a partir de 1929
resultante da quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque abalando a estrutura
do capitalismo liberal trazendo reflexos que se propagaram no mundo todo
promovendo uma crise econocircmica mundial (Arruda apud Reis 2000)
Este fato impulsionou a percepccedilatildeo de que o mercado possuiacutea seus limites
como reguladores naturais isto eacute que o mercado sozinho natildeo tinha condiccedilotildees de
se auto regular sem a influecircncia do Estado Natildeo restou alternativa para os
americanos a natildeo ser empreender uma mudanccedila de rumo no capitalismo liberal
inaugurando-se a fase intervencionista na qual o governo passou a ter papel
decisivo na orientaccedilatildeo do processo econocircmico Com a poliacutetica do ldquoNew Dealrdquo
os americanos traccedilaram um marco histoacuterico na trajetoacuteria do capitalismo A
intervenccedilatildeo do estado na vida econocircmica representava uma mudanccedila
significativa no modelo tradicional da economia de mercado praticada pelos
Estados Unidos Logo o Estado passou a ser o agente mediador civilizador
interferindo nas relaccedilotildees soacutecio econocircmicas (Arruda apud Reis 2000)
As repercussotildees da crise prolongaram-se ateacute 1933 e nesse cenaacuterio o Brasil
foi um dos paiacuteses novos que mais sofreu com a crise uma vez que o seu produto principal era o cafeacute responsaacutevel por 70 das exportaccedilotildees sendo os Estados
Unidos os maiores compradores e consumidores do produto
Os fazendeiros de cafeacute principal sustentaacuteculo do poder poliacutetico no Brasil
ateacute entatildeo exigiam medidas urgentes para solucionar a crise A incapacidade do
governo de Washington Luiacutes em superaacute-la foi o motivo imediato da revoluccedilatildeo de
1930 que depocircs o presidente e levou ao poder Getuacutelio Vargas
60
O Governo Vargas teve que implantar uma seacuterie de medidas com o
objetivo de modernizar a economia brasileira Nesse contexto se produziu uma
primeira ruptura no que diz respeito ao avanccedilo da acumulaccedilatildeo capitalista no
paiacutes no sentido da implantaccedilatildeo de um nuacutecleo baacutesico de induacutestria de bens de
produccedilatildeo bem como no da redefiniccedilatildeo do papel do Estado na economia Para
isso havia a necessidade de um Estado forte e promotor da integraccedilatildeo do
mercado interno e de uma intervenccedilatildeo econocircmica de modo a assegurar a
proteccedilatildeo agrave produccedilatildeo nacional e o bem-estar social da Naccedilatildeo (Mendonccedila
1986)
Na deacutecada de cinquumlenta o modelo econocircmico implantado por Getuacutelio
Vargas comeccedilou a dar seus primeiros sintomas de esgotamento provocando
uma crise poliacutetica que desembocaria finalmente na crise do pacto populista em
1964 Com a posse de Juscelino Kubitschek ocorreu uma reorientaccedilatildeo dos rumos
de nossa economia O Plano de Metas proposto por Juscelino foi um marco na
reelaboraccedilatildeo qualitativa das relaccedilotildees entre Estado e economia no paiacutes
integrando pela primeira vez sob o controle do governo as atividades do capital
puacuteblico e do privado (Mendonccedila 1986)
O golpe de 1964 natildeo correspondeu a nenhum marco no sentido da
definiccedilatildeo de um novo modelo econocircmico pelo contraacuterio seu papel foi apenas o
de garantir a consolidaccedilatildeo definitiva do modelo implantado nos anos cinquumlenta
aprimorando-o Se no periacuteodo compreendido entre 1962 e 1967 foi todo ele de
crise econocircmica Jaacute entre 1968 e 1974 ocorreu o conhecido ldquomilagre
econocircmicordquo cuja essecircncia nada mais significou senatildeo a garantia de lucros
faraocircnicos agraves empresas monopolistas (nacionais e estrangeiras) (Mendonccedila
1986)
42 O Estado e Suas Novas Funccedilotildees Sociais
O fim da deacutecada de 1970 foi marcado por uma crise proveniente do fim
de um periacuteodo denominado ldquomilagre econocircmicordquo este fato favoreceu
movimentos da sociedade em direccedilatildeo a redemocratizaccedilatildeo e a organizaccedilatildeo da
61
sociedade civil atraveacutes de diversos acontecimentos sociais Estes
acontecimentos levaram a instalaccedilatildeo da Assembleacuteia Nacional Constituinte na
qual os movimentos sociais se articularam para tentar incluir na Carta
Constitucional os direitos sociais que entatildeo passariam a ser traduzidos como
deveres do Estado atraveacutes das Poliacuteticas Puacuteblicas Nesta eacutepoca a Poliacutetica Social
brasileira apresentava estrateacutegia reformista conforme Fagnani (citado por
Carvalho 2002)
ldquoCrescimento sustentado ampliaccedilatildeo do emprego aumento de salaacuterio real melhor distribuiccedilatildeo de renda reforma agraacuteria seguro desemprego revisatildeo da legislaccedilatildeo trabalhista e sindical descentralizaccedilatildeo poliacutetico-administrativa participaccedilatildeo e controle social redefiniccedilatildeo do padratildeo regressivo de financiamento das poliacuteticas sociais universalizaccedilatildeo do acesso ampliaccedilatildeo do impacto redistributivordquo
A Carta Constitucional de 1988 formulou a organizaccedilatildeo do sistema
federativo brasileiro onde ficou definido o papel do governo federal que assumiu
prioritariamente a coordenaccedilatildeo das Poliacuteticas Puacuteblicas Sociais enquanto os
municiacutepios assumiram a maior parte da responsabilidade de execuccedilatildeo dessas
poliacuteticas Com isto ficou prevista a transferecircncia de diversas atribuiccedilotildees
responsabilidades e recursos da instancia federal para os niacuteveis estaduais e
municipais de governo Com esta transferecircncia de atribuiccedilotildees os estados
passaram a ter autonomia para definirem a organizaccedilatildeo e a gestatildeo de suas
poliacuteticas (Carvalho 2002)
A deacutecada de 1990 foi marcada pelas lutas dos setores progressistas da
sociedade pela implementaccedilatildeo e regulamentaccedilatildeo dos direitos sociais definidos
na Constituiccedilatildeo Foram entatildeo regulamentadas as leis nas aacutereas voltadas para a
crianccedila e o adolescente da seguridade social da sauacutede da assistecircncia social
da previdecircncia social e da educaccedilatildeo Foi um periacuteodo marcado pelo conflito
entre a expectativa da implementaccedilatildeo de Poliacuteticas Puacuteblicas que concretizassem
os direitos conquistados assegurados em lei e as restriccedilotildees poliacuteticas e
econocircmicas impostas para a sua implementaccedilatildeo (Carvalho 2002)
62
O Estado entatildeo passou a formular poliacuteticas de caraacuteter econocircmico e
social que comeccedilaram a se tornar segundo Silva (citado em Carvalho 2002)
ldquoarena de lutas por acesso a riqueza socialrdquo Isto porque as poliacuteticas puacuteblicas satildeo
geralmente responsaacuteveis por grandes conflitos de interesses pois atingem
diretamente as camadas e classes sociais Devido agrave criaccedilatildeo de questotildees sociais
para atender interesses de uns acabam por infligir no interesse de outros
Pode-se supor que o principal motivo para que os conflitos ocorram seja
devido agraves classes mais favorecidas natildeo terem interesse em perder seus privileacutegios
e com isto natildeo admitirem que os indiviacuteduos das classes menos privilegiadas
venham a ter condiccedilotildees de atingirem niacuteveis melhores de desenvolvimento Com
isto esta parcela desprivilegiada da sociedade passaria a ter a possibilidade de
aumentar a sua capacidade de competiccedilatildeo Se a maioria dos indiviacuteduos tiver a
mesma capacidade de competiccedilatildeo seraacute facilitada a diminuiccedilatildeo das diferenccedilas
sociais e com isto haveraacute a promoccedilatildeo da igualdade Igualdade esta que fere
fortemente os privileacutegios de classe que jaacute se encontram enraizados na cultura de
dominaccedilatildeo sobre os mais fracos Neste processo se faz muito importante agrave
participaccedilatildeo de grupos de indiviacuteduos que quando organizados promovem
movimentos de defesa da garantia dos direitos civis poliacuteticos e sociais
Os movimentos gerados por estes grupos satildeo muitas vezes responsaacuteveis
pelas accedilotildees do Estado atraveacutes de reuniotildees entrevistas pesquisas e contatos
diretos com os indiviacuteduos que satildeo levantadas as principais necessidades da
sociedade sejam elas poliacuteticas ou sociais (Carvalho 2002)
43 Poliacuteticas Puacuteblicas Uma Questatildeo de Conceito
Dentre as vaacuterias definiccedilotildees para poliacuteticas Puacuteblicas destacam-se pela
abrangecircncia a definiccedilatildeo dada por Pereira citada em Carvalho 2002
ldquoLinha de accedilatildeo coletiva que concretiza direitos sociais coletivos declarados e garantida
em lei Eacute mediante as poliacuteticas Puacuteblicas que satildeo distribuiacutedos os redistribuiacutedos bens e serviccedilos
63
sociais em resposta agraves demandas da sociedade Por isso o direito que as fundamenta eacute um direito
coletivo e natildeo individualrdquo(apud Carvalho2002)
Ainda segundo Pereira para se definir Poliacutetica Puacuteblica se faz necessaacuteria agrave
compreensatildeo do real significado do termo puacuteblico e tambeacutem a sua abrangecircncia
neste sentido destaca-se
ldquoO termo puacuteblico associado agrave poliacutetica natildeo eacute uma referecircncia exclusiva ao Estado como
muitos pensam mas sim agrave coisa puacuteblica ou seja de todos sob a eacutegide de uma mesma lei e o apoio
de uma comunidade de interesses Portanto embora as Poliacuteticas Puacuteblicas sejam reguladas e
frequumlentemente providas pelo Estado elas tambeacutem englobam preferecircncias escolhas e decisotildees
privadas podendo (e devendo) ser controladas pelos cidadatildeos A Poliacutetica Puacuteblica expressa assim a
conversatildeo de decisotildees privadas em decisotildees e accedilotildees puacuteblicas que afetam a todosrdquo
44 Formulaccedilatildeo de Poliacuteticas Puacuteblicas
Para que uma Poliacutetica Puacuteblica seja formulada existe o envolvimento de
diversos fatores sendo os principais a identificaccedilatildeo dos atores e dos reais
interesses que envolvem a inclusatildeo de determinada questatildeo na agenda puacuteblica
para que posteriormente seja regulamentada como Poliacutetica Puacuteblica Para isto eacute
importante que ocorra a mobilizaccedilatildeo de representantes da sociedade civil e do
Estado que discutem os problemas fazem o levantamento das necessidades
para que posteriormente fundamentem suas argumentaccedilotildees Todo este processo
se faz necessaacuterio para que os direitos sociais possam ser regulamentados e no
momento seguinte seja formulada uma Poliacutetica Puacuteblica que expresse com
clareza os interesses e as necessidades de todos os envolvidos (Carvalho 2002)
Os movimentos sociais que na deacutecada de 1980 lutaram pelo fim do
regime autoritaacuterio e pela redemocratizaccedilatildeo da sociedade foram atores sociais
importantes na discussatildeo e definiccedilatildeo das novas formas de organizaccedilatildeo e gestatildeo
das Poliacuteticas Puacuteblicas A descentralizaccedilatildeo dos poderes e das funccedilotildees do Estado eacute
tema recorrente como sinocircnimo de democratizaccedilatildeo Os atores envolvidos
frequumlentemente questionam as poliacuteticas puacuteblicas brasileiras as quais satildeo
atribuiacutedas historicamente as seguintes caracteriacutesticas (Carvalho 2002)
64
SELETIVAS Natildeo possuem grande abrangecircncia isto eacute natildeo atingem a
toda faixa da sociedade que em tese necessitaria de uma determinada poliacutetica
puacuteblica soacute atingindo um pequeno grupo selecionado Um exemplo a ser citado
eacute o caso da Nova Escola pois atinge a uma parcela de escolas que satildeo
selecionadas pelo seu desempenho isto eacute preenchem todos os requisitos
estabelecidos A escola que natildeo se enquadrar nesses moldes padrotildees natildeo
recebe recursos nem a gratificaccedilatildeo dos professores o que acarreta um
desempenho ainda pior no ano seguinte Isto pode ocorrer devido ao perfil das
escolas e de seus alunos serem diferentes natildeo podendo ser julgados da mesma
forma isto se reflete claramente nas aacutereas mais carentes onde devido aos
diversos problemas vividos por esta comunidade o desempenho dos alunos
muitas vezes eacute mais baixo natildeo significando que a escola natildeo esteja cumprindo o
seu papel de ensinar
FRAGMENTADAS Normalmente natildeo satildeo contiacutenuas atuam por um
determinado periacuteodo de tempo e com o passar do tempo simplesmente satildeo
esquecidas Este esquecimento muitas vezes se faz devido agrave falta de recursos
que podem ser oriundos da falta de interesse poliacutetico como tambeacutem da
sociedade que eacute detentora de capital Neste caso podemos tomar como
exemplo o caso dos CIEPS (Centro Integrado de Educaccedilatildeo Puacuteblica) que no seu
projeto original a escola funcionava em regime integral onde os alunos aleacutem de
estudarem participavam de inuacutemeras atividades aleacutem de alimentaccedilatildeo soacute
retornando para casa no fim do dia Este projeto que inicialmente tinha uma
visatildeo de escola ideal com as mudanccedilas poliacuteticas e a falta de recursos para a
sua manutenccedilatildeo foi praticamente extinto tendo hoje em dia algumas poucas
unidades funcionando em regime integral
EXCLUDENTES Excluem entre os excluiacutedos Isto significa que entre os
considerados excluiacutedos as Poliacuteticas Puacuteblicas natildeo atingem a todos excluem a
maioria do grupo Neste caso podemos citar alguns programas sociais nos quais
as pessoas para receber os benefiacutecios precisam ser cadastradas Para isso eacute
necessaacuterio que estas pessoas tenham toda documentaccedilatildeo que nem sempre a
populaccedilatildeo socialmente excluiacuteda natildeo tem condiccedilotildees de possuir
65
SETORIADAS natildeo satildeo amplas atingem somente uma necessidade
e natildeo a um conjunto de necessidades que por muitas vezes estatildeo interligadas
assim como atingem somente alguns setores da sociedade e natildeo a sociedade
como um todo Nesta aacuterea podemos citar como exemplo algumas accedilotildees na
aacuterea de sauacutede Existem poliacuteticas de doaccedilatildeo de remeacutedios mas natildeo existe
investimento na aacuterea de prevenccedilatildeo de doenccedilas como saneamento baacutesico que
eacute uma das maiores causas de doenccedilas nas aacutereas carentes
Os questionamentos desses atores e a incorporaccedilatildeo das vontades da
sociedade nas decisotildees poliacuteticas movimentaram a Assembleacuteia Constituinte de
1988 e resultaram em dois princiacutepios que fundamentaram o processo de
descentralizaccedilatildeo a democratizaccedilatildeo e a participaccedilatildeo
A figura 41 a seguir mostra esquematicamente como se daacute a
formaccedilatildeo de uma Poliacutetica Puacuteblica
66
ESTADO
DIAGNOacuteSTICO DO PROBLEMA
SOCIEDADE
CIVIL
LEVANTAMENTO DAS NECESSIDADES
DIREITOS SOCIAIS
POLIacuteTICAS PUacuteBLICAS
Figura 41 Diagrama esquemaacutetico da formaccedilatildeo de uma poliacutetica puacuteblica
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria a partir de informaccedilotildees citadas neste capiacutetulo
67
45 Aacutereas de Aplicaccedilatildeo das Poliacuteticas Puacuteblicas
Existem diversas aacutereas onde satildeo aplicadas as Poliacuteticas Puacuteblicas das quais
podemos destacar a ciecircncia e tecnologia a econocircmica a social e a
educacional
Poliacuteticas Puacuteblicas da Ciecircncia e Tecnologia
As Poliacuteticas Puacuteblicas da ciecircncia e tecnologia tem como principal objetivo
promover o desenvolvimento cientiacutefico e tecnoloacutegico tendo em foco a soberania
e a independecircncia do paiacutes As bases de uma sociedade minimamente justa
derivam de seu desenvolvimento cientiacutefico e tecnoloacutegico e principalmente da
democratizaccedilatildeo desses avanccedilos e dos acessos a seus benefiacutecios por todos os
cidadatildeos pois natildeo tem sentido um paiacutes possuir grandes avanccedilos tecnoloacutegicos e
cientiacuteficos se isto soacute ficar restrito ao mundo acadecircmico ou cientiacutefico Para estes
avanccedilos terem um real valor devem ser acessiacuteveis agraves diversas camadas da
sociedade atingindo um maior nuacutemero possiacutevel de indiviacuteduos seja de maneira
aplicativa ou mesmo informativa (Amaral 2004)
A ciecircncia deve sempre estar a dispor do humanismo e tem como um dos
seus principais papeacuteis a inclusatildeo social atraveacutes do combate aos desniacuteveis sociais
e regionais que separam a humanidade Satildeo exemplos de Poliacutetica Puacuteblicas
cientiacuteficas e tecnoloacutegicas O desenvolvimento da economia utilizando inovaccedilotildees
e bens e serviccedilos que promovam a substituiccedilatildeo competitiva de importaccedilotildees
para gerar renda e empregos a ampliaccedilatildeo e a formaccedilatildeo de pesquisadores em
aacutereas estrateacutegicas a promoccedilatildeo de articulaccedilotildees de cooperaccedilatildeo entre
Universidades e empresas(Amaral 2004)
Enfim as poliacuteticas Publicas de ciecircncia e tecnologia tem como objetivo
principal agrave popularizaccedilatildeo do conhecimento cientiacutefico e tecnoloacutegico para que
estes sejam reconhecidos como componentes do bem estar social (Amaral
2004)
68
Poliacuteticas Puacuteblicas Sociais
Nas Poliacuteticas Puacuteblicas Sociais a expressatildeo ldquosocialrdquo faz com que esta se decirc
atraveacutes de um conjunto de princiacutepios diretrizes objetivas e normas que
necessitam ser de caraacuteter permanente e o mais abrangente possiacutevel para que
possam orientar a atuaccedilatildeo do poder puacuteblico (Carvalho 2002)
Nos uacuteltimos anos do seacuteculo passado a maioria dos paiacuteses foi marcada por
fortes ajustes econocircmicos o que causou o agravamento dos problemas sociais
que teve como principais fatores
O desemprego estrutural rArr Falta de postos de trabalho suficientes
para todos ou pelo menos para a maioria dos indiviacuteduos em idade
economicamente ativa
As relaccedilotildees trabalhistas precaacuterias rArr Irregularidades cometidas pelos
empregadores como a falta de carteira assinada dos trabalhadores
terceirizaccedilatildeo de matildeo de obra desregulamentaccedilatildeo dos direitos conquistados
etc
As alteraccedilotildees na organizaccedilatildeo familiar rArr Aumento do nuacutemero de
famiacutelias chefiadas por mulheres
Alteraccedilatildeo no ciclo de vida rArr Diminuiccedilatildeo da taxa de mortalidade
infantil e aumento da longevidade pois com o avanccedilo da medicina alguns
problemas de sauacutede que causavam mortes no passado hoje satildeo considerados
relativamente simples e podem ser tratados diminuindo as mortes precoces Este
fato acarreta um aumento expressivo da populaccedilatildeo ativa como tambeacutem o
periacuteodo em que os indiviacuteduos estatildeo ativos
Estes fatores contribuem para um aumento expressivo das necessidades
essenciais para a populaccedilatildeo o que o sistema natildeo consegue suprir pois o nuacutemero
de postos de trabalho natildeo eacute suficiente deixam milhares de pessoas sem acesso
agraves necessidades baacutesicas assim como possibilitam um desrespeito com o
trabalhador Esse cenaacuterio promove o aprofundamento das desigualdades
69
sociais o que gera exclusatildeo social e simultacircnea inclusatildeo marginal de grande
parcela da populaccedilatildeo (Carvalho 2002)
Os problemas citados satildeo apenas alguns exemplos das causas das
desigualdades sociais e da geraccedilatildeo de um grande nuacutemero de indiviacuteduos
excluiacutedos Estes estatildeo agrave margem da sociedade sem acesso ao miacutenimo
necessaacuterio para viverem bem e principalmente ficam privados de terem acesso
a melhores condiccedilotildees de vida
Para tentar mudar este cenaacuterio alguns programas de accedilotildees foram criados
poreacutem na maioria das vezes natildeo satildeo abrangentes satildeo seletivos isto eacute
selecionam alguns dentre todos que precisam Isto significa excluir dentro dos
excluiacutedos Estes programas tambeacutem em muitos casos natildeo satildeo accedilotildees contiacutenuas
e sim temporaacuterias que com o tempo perdem o interesse sejam estes interesses
poliacuteticos pessoais etc Com isto simplesmente satildeo interrompidas deixando muitas
pessoas desamparadas visto que em muitos casos esta parcela carente da
sociedade se torna dependente destas accedilotildees sociais Estes indiviacuteduos estatildeo
sempre agrave mercecirc de novas poliacuteticas geradas por outros interesses
A participaccedilatildeo popular na gestatildeo ldquoda coisa puacuteblicardquo foi consagrada pelo
processo de redemocratizaccedilatildeo do Estado brasileiro ao fundar as bases para a
introduccedilatildeo de algumas experiecircncias que contribuiacuteram para a ampliaccedilatildeo da
esfera puacuteblica no paiacutes entendida como ldquoarenardquo onde as questotildees que atingem
a determinado conjunto da sociedade satildeo expressas debatidas e tematizadas
por atores sociais Tais experiecircncias alteraram significativamente a relaccedilatildeo
Estado-Sociedade na medida em que criaram novos canais de participaccedilatildeo
popular como por exemplo a criaccedilatildeo dos conselhos de poliacuteticas sociais que tecircm
atuado na sua co-gestatildeo Estes conselhos funcionam como instrumentos de
expressatildeo representaccedilatildeo e participaccedilatildeo popular possuindo portanto o desafio
de discutir e deliberar sobre determinados temas buscando consensos e alianccedilas
que definam as agendas puacuteblicas que representem interesses coletivos
(Carvalho 2002)
70
A construccedilatildeo de poliacuteticas Puacuteblicas na aacuterea Social necessita da adoccedilatildeo de
conceitos e praacuteticas inovadores que possam dar suporte teacutecnicondashpoliacutetico uma
vez que estes enunciados natildeo possuem forccedila suficiente para a transformaccedilatildeo
das praacuteticas realizadas na aacuterea social que satildeo tradicionalmente assistencialistas
Sendo assim satildeo accedilotildees que possuem o poder de transformar os direitos dos
indiviacuteduos adquiridos atraveacutes de lutas em simples ajuda ou doaccedilatildeo O que deixa
o indiviacuteduo com a sensaccedilatildeo de gratidatildeo e ateacute na obrigaccedilatildeo de retribuir o favor
o que na visatildeo da autora eacute indesejaacutevel pois em uacuteltima instacircncia praacuteticas
assistencialistas podem se transformar em moeda de troca com fins eleitorais
Poliacuteticas Puacuteblicas Educacionais
As poliacuteticas educacionais muitas vezes se confundem com as poliacuteticas
sociais isto porque quando satildeo criadas muitas vezes satildeo responsaacuteveis pela
inclusatildeo social Com a educaccedilatildeo eacute possiacutevel se obter a melhoria da qualidade de
vida dos indiviacuteduos atraveacutes da diminuiccedilatildeo das diferenccedilas sociais devido agrave
educaccedilatildeo ser responsaacutevel pela igualdade das oportunidades Quando se tem
Poliacuteticas Puacuteblicas que oferecem acesso a uma educaccedilatildeo de qualidade a todos
sem distinccedilatildeo satildeo criados mecanismos para que a competiccedilatildeo ocorra em
igualdade de condiccedilotildees
A Poliacutetica da Educaccedilatildeo tem como principal objetivo a promoccedilatildeo da
cidadania e eacute um instrumento de grande importacircncia para o desenvolvimento a
inserccedilatildeo e a competitividade de todos os indiviacuteduos Isto eacute um fator de muita
importacircncia para o crescimento de qualquer naccedilatildeo principalmente as que estatildeo
em desenvolvimento Se um paiacutes deseja se ver como soberano e sem exclusotildees
precisa desenvolver as ciecircncias humanas naturais exatas tecnoloacutegicas as artes
e todas as linguagens de modo geral o que jaacute se faz possiacutevel atraveacutes da garantia
de uma educaccedilatildeo de qualidade para todos sem distinccedilatildeo Dentro deste tema
ensinos de qualidade existem diversas poliacuteticas de avaliaccedilatildeo do desempenho do
ensino puacuteblico desde a educaccedilatildeo baacutesica ateacute o ensino universitaacuterio
(wwwestadatildeocombr)
71
Dentre essas poliacuteticas podemos destacar a criaccedilatildeo do Fundo de
Manutenccedilatildeo e de Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorizaccedilatildeo do
Magisteacuterio (FUNDEF) que trouxe benefiacutecios principalmente nas regiotildees mais
pobres do paiacutes Outras poliacuteticas educacionais adotadas satildeo as avaliaccedilotildees de
cursos como o Exame Nacional do Ensino Meacutedio (ENEM) e o Exame Nacional de
Cursos (PROVAtildeO) Tais avaliaccedilotildees para serem efetivas necessitariam de virem
acompanhadas de programas consistentes de melhoria de qualidade do ensino
envolvendo a formaccedilatildeo o treinamento contiacutenuo e a valorizaccedilatildeo do professor
inclusive atraveacutes de uma melhor remuneraccedilatildeo a partir de criteacuterios de
desempenho (wwwestadaocombr)
No tocante agrave capacitaccedilatildeo docente o papel das Universidades como
centros de geraccedilatildeo e de difusatildeo de saber torna-se fundamental e muito
importante pois satildeo estas que preparam os professores Aleacutem disso devem
promover a formaccedilatildeo contiacutenua pois a formaccedilatildeo do professor natildeo termina com o
final da graduaccedilatildeo e sim as universidades devem estar sempre oferecendo
cursos de capacitaccedilatildeo para que estes profissionais estejam sempre atualizados
de modo a realizar o seu trabalho com maior eficiecircncia
Os desafios qualitativos e quantitativos da educaccedilatildeo satildeo de tal
magnitude que natildeo podem mais passar despercebidos tanto que necessitam
que seja dada uma importacircncia estrateacutegica para este problema e com isto se
fazer investimentos nesta aacuterea A educaccedilatildeo seja baacutesica ou universitaacuteria deve ser
considerada prioridade e contar com recursos progressivamente maiores
Atualmente a meacutedia de escolaridade dos brasileiros eacute de pouco mais de
quatro anos o que eacute um indicador que demonstra a situaccedilatildeo da desigualdade e
injusticcedila social existente no paiacutes Segundo o Censo da Educaccedilatildeo Superior de
2000 o jovem das camadas mais pobres praticamente natildeo tem acesso agrave
educaccedilatildeo superior Apenas 77 dos jovens entre 18 e 22 anos frequumlentam
cursos Universitaacuterios Cerca de 70 destes estudam em estabelecimentos de
ensino privados que por possuiacuterem custo elevado levam a uma situaccedilatildeo de que
somente uns poucos consigam concluir o curso Para isto nos anos 70 foi criado o
72
Creacutedito Educativo que funciona como uma alternativa poreacutem este sistema natildeo
eacute suficiente para atender agrave grande demanda pois o nuacutemero de alunos assistidos
por este programa eacute muito pequeno em relaccedilatildeo agrave quantidade de jovens em que
este se faz necessaacuterio (www estadaocom br)
Uma alternativa oferecida eacute o PROUNI definido como Programa
Universidade para Todos que foi criado pela MP nordm 2132004 e institucionalizado
pela Lei nordm 11096 de 13 de janeiro de 2005 O programa tem como finalidade a
concessatildeo de bolsas de estudos integrais e parciais a estudantes de baixa renda
em cursos de graduaccedilatildeo e sequumlenciais de formaccedilatildeo especiacutefica em instituiccedilotildees
privadas de educaccedilatildeo superior oferecendo em contrapartida isenccedilatildeo de
alguns tributos agravequelas que aderirem ao Programa
Estes programas funcionam apenas como paliativos dos problemas
educacionais do paiacutes pois o ideal seria um maior investimento na formaccedilatildeo
baacutesica de qualidade na rede puacuteblica para que todos tivessem igualdade de
condiccedilatildeo para ingressar nas Universidades Puacuteblicas
Como forma de poliacutetica de inclusatildeo social foi criada uma lei (nordm36272004)
que aumenta a inserccedilatildeo de jovens carentes e negros nas Universidades Puacuteblicas
isto ocorre atraveacutes das reservas de vagas denominado de SISTEMA DE COTAS
que seraacute tratado detalhadamente no Capiacutetulo 7
No capiacutetulo seguinte seratildeo abordados o histoacuterico e a evoluccedilatildeo da
Educaccedilatildeo Ambiental no Brasil e no mundo
73
Capiacutetulo 5 Histoacuterico e Evoluccedilatildeo da Educaccedilatildeo
Ambiental
51 Definiccedilatildeo
Para se definir Educaccedilatildeo Ambiental natildeo eacute simples e para isto deve-se
fazer uma anaacutelise de vaacuterios contextos pois de acordo com a influecircncia que o
meio exerce e a vivecircncia de cada indiviacuteduo pode-se ter inuacutemeros conceitos para
a Educaccedilatildeo Ambiental (wwwapoemacombr)
Atraveacutes de um levantamento bibliograacutefico vaacuterias definiccedilotildees sobre o tema
Educaccedilatildeo Ambiental foram encontradas e estatildeo apontadas a seguir em ordem
cronoloacutegica
ldquoEacute um processo que tem como objetivo a formaccedilatildeo de cidadatildeos cujos
conhecimentos acerca do ambiente biofiacutesico e seus problemas associados
possam alertaacute-los e habilitaacute-los a resolver seus problemasrdquo (Stapp et alii 1969)
ldquoEacute um processo que consiste em reconhecer valores e em aclarar
conceitos com o objetivo de fomentar aptidotildees e atitudes necessaacuterias para
74
compreender e apreciar as inter-relaccedilotildees entre o homem sua cultura e seu meio
biofiacutesico Ela compreende tambeacutem a praacutetica na tomada de decisotildees e na
elaboraccedilatildeo de um coacutedigo de comportamento acerca das questotildees
relacionadas com a qualidade do meio ambienterdquo (Reuniatildeo Internacional sobre
EA da IUCN ndash Paris 1970)
ldquoA finalidade da Educaccedilatildeo Ambiental eacute formar uma populaccedilatildeo mundial
consciente e preocupada com o ambiente e os problemas com ele
relacionados e que possua conhecimentos capacidades atitudes a motivaccedilatildeo
e compromisso para colaborar individual coletivamente na resoluccedilatildeo de
problemas atuais na prevenccedilatildeo de problemas futurosrdquo( Conferecircncia de
Estocolmo 1972)
ldquoEacute um processo no qual deveria ocorrer o desenvolvimento progressivo de
um senso de preocupaccedilatildeo com o meio ambiente baseado em um completo e
sensiacutevel entendimento de relaccedilatildeo do homem com o meiordquo (Mellowes C 1972)
ldquoEgrave uma dimensatildeo dada ao conteuacutedo e a praacutetica da Educaccedilatildeo orientada
para a soluccedilatildeo dos problemas concretos do meio ambiente atraveacutes de enfoques
interdisciplinares e de uma participaccedilatildeo ativa e responsaacutevel de cada indiviacuteduo e
da coletividaderdquo(Conferecircncia de Tbilisi 1977)
ldquoA Educaccedilatildeo Ambiental tem sido entendida e desenvolvida enquanto
educaccedilatildeo sobre o ambiente educaccedilatildeo no ambiente educaccedilatildeo para o
ambiente e pelas classes formadas pelas possiacuteveis combinaccedilotildees entre as trecircs
categorias A Educaccedilatildeo sobre o ambiente procura desenvolver o conhecimento
e a compreensatildeo incluindo as capacidades necessaacuterias para obter este
conhecimento A educaccedilatildeo para ambiente procura a preservaccedilatildeo ou melhoria
do ambiente Ambas satildeo caracterizadas pelos seus objetivos Por outro lado a
educaccedilatildeo no ambiente caracteriza-se por ser uma teacutecnica de ensino ndash
aprendizagem e o termo ambiente geralmente significa o mundo fora da sala de
aula ou de uma forma geral o contexto natural eou social em que as pessoas
vivemrdquo (Lucas 1980)
75
ldquoEacute um processo permanente no qual os indiviacuteduos e a comunidade tomam
consciecircncia do seu ambiente e adquirem conhecimentos habilidades
experiecircncias valores e a determinaccedilatildeo que os tornam capazes de agir individual
ou coletivamente na busca de soluccedilotildees para os problemas ambientais presentes
e futurosrdquo(UNESCO 1987)
ldquoEacute o processo de reconhecer valores e aclarar conceitos para criar
habilidades e atitudes necessaacuterias que sirvam para compreender e apreciar a
relaccedilatildeo muacutetua entre o homem sua cultura e seu meio circundante biofiacutesico A
educaccedilatildeo ambiental tambeacutem incluiu a praacutetica de tomar decisotildees e autoformular
um coacutedigo de comportamento com relaccedilatildeo agraves questotildees que concernem agrave
qualidade ambientalrdquo (Gonccedilalvez 1990)
ldquoA Educaccedilatildeo Ambiental natildeo deve ser entendida como um tipo especial
de educaccedilatildeo Trata-se de um processo longo e contiacutenuo de aprendizagem de
uma filosofia de trabalho participativo em que todos famiacutelia escola e
comunidade devem estar envolvidos O processo de aprendizagem de que trata
a educaccedilatildeo ambiental natildeo pode ficar restrito exclusivamente agrave transmissatildeo de
conhecimentos agrave heranccedila cultural do povo agraves geraccedilotildees mais novas ou agrave simples
preocupaccedilatildeo com a formulaccedilatildeo integral do educando inserindo em seu
contexto social Deve ser um processo de aprendizagem centrado no aluno
gradativo contiacutenuo e respeitador de sua cultura e de sua comunidade Deve ser
um processo criacutetico criativo e poliacutetico com preocupaccedilatildeo de transmitir
conhecimentos a partir da discussatildeo e avaliaccedilatildeo critica dos problemas
comunitaacuterios e tambeacutem da avaliaccedilatildeo feita pelo aluno de sua realidade
individual e social na comunidade em que viverdquo (Gonccedilalves 1990)
ldquoA educaccedilatildeo ambiental se caracteriza por incorporar as dimensotildees soacutecio-
econocircmica poliacutetica cultural e histoacuterica natildeo podendo se basear em pautas
riacutegidas e de aplicaccedilatildeo universal devendo considerar as condiccedilotildees e estaacutegios de
cada paiacutes regiatildeo e comunidade sob uma perspectiva histoacuterica Assim sendo a
Educaccedilatildeo Ambiental deve permitir a compreensatildeo da natureza complexa do
meio ambiente e interpretar a interdependecircncia entre os diversos elementos que
76
conformam o ambiente com vistas a utilizar racionalmente os recursos do meio
na satisfaccedilatildeo material e espiritual da sociedade no presente e no
futurordquo(Conferecircncia Rio 92)
ldquoEacute o conhecimento das estruturas de composiccedilatildeo e da funcionalidade
da natureza das interferecircncias do que o homem produziu sobre esta estrutura
essa composiccedilatildeo e essa funcionalidaderdquo (Faria 1992)
ldquoEacute um processo de formaccedilatildeo e informaccedilatildeo orientado para o
desenvolvimento da consciecircncia criacutetica sobre as questotildees ambientais e de
atividades que levem agrave participaccedilatildeo das comunidades na preservaccedilatildeo do
equiliacutebrio ambientalrdquo (Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA)
ldquoEacute um processo por meio do qual o indiviacuteduo e a coletividade constroem
valores sociais conhecimentos habilidades atitudes e competecircncias voltadas
para a conservaccedilatildeo do Meio Ambiente bem de uso comum do povo essencial
agrave sadia qualidade de vida e sua sustentabilidaderdquo (Art1ordm Lei Federal nordm9795 de
27041999)
ldquoEacute o processo educacional de estudos e aprendizagem dos problemas
ambientais e suas interligaccedilotildees com o homem na busca de soluccedilotildees que visem a
preservaccedilatildeo do meio ambienterdquo (Santos1999)
ldquoEacute um processo que envolve um vigoroso esforccedilo de recuperaccedilatildeo de
realidades e que garante um compromisso com o futuro Uma accedilatildeo entre
missionaacuteria utoacutepica destinada a reformular comportamentos humanos e recriar
valores perdidos ou jamais alcanccedilados Trata-se de um novo ideaacuterio
comportamental tanto no acircmbito individual quanto no coletivordquo (Aziz Abrsquo Saber)
ldquoEacute um processo no curso do qual o indiviacuteduo consegue assimilar os
conceitos e interiorizar as atitudes mediante as quais adquire as capacidades e
os comportamentos que lhe permitem compreender e julgar as relaccedilotildees de
interdependecircncia estabelecidas entre a sociedade com seu modo de
produccedilatildeo sua ideologia e sua estrutura de poder dominante e seu meio
77
biofiacutesico assim como para atuar em consequumlecircncia da anaacutelise efetuadardquo (Cantildeal
Garcia Porlaacuten)
Com as inuacutemeras definiccedilotildees para Educaccedilatildeo Ambiental observa-se que
cada oacutergatildeo ou membro da Sociedade tem uma visatildeo de Educaccedilatildeo Ambiental
que vai variar no ponto de interesse de cada um
Para alguns indiviacuteduos falar sobre os problemas do Meio Ambiente eacute se
restringir aos assuntos relacionados agrave extinccedilatildeo de organismos vivos como animais
e plantas Atualmente a Educaccedilatildeo Ambiental eacute colocada em uma posiccedilatildeo
mais realista e esclarecedora na qual define como Meio Ambiente tudo que
compotildee a paisagem Deste modo Meio Ambiente pode ser classificado de
diversas formas como Meio Ambiente natural que eacute a natureza com toda sua
diversidade Meio Ambiente fiacutesico que satildeo as edificaccedilotildees estradas etc e Meio
Ambiente social que eacute formado pelas pessoas que compotildeem a Sociedade
(Carvalho 2002)
Com base nestas definiccedilotildees se pode afirmar que a Educaccedilatildeo Ambiental
funciona como uma base na busca de um equiliacutebrio entre o homem e o
ambiente que o cerca e o seu objetivo fundamental eacute suscitar mudanccedilas de
comportamento na sociedade Os indiviacuteduos devem construir enquanto grupo
social valores novos conhecimentos atitudes e habilidades indispensaacuteveis para a
conservaccedilatildeo do meio ambiente que eacute um patrimocircnio coletivo essencial para a
vida saudaacutevel (ALERJ 1999)
Para que o equiliacutebrio possa ser atingido existe a necessidade da
construccedilatildeo dos pilares de uma Sociedade Sustentaacutevel onde cada sistema social
tende a atualizar-se de modo a incorporar a dimensatildeo ambiental em suas
respectivas especificidades a partir do fornecimento de meios adequados para
a transiccedilatildeo em direccedilatildeo a sustentabilidade Assim o Sistema Juriacutedico cria o
ldquoDireito Ambientalrdquo o Sistema Cientiacutefico desenvolve a ldquoCiecircncia Complexardquo o
Sistema Tecnoloacutegico cria a ldquoTecnologia Eco eficienterdquo o Sistema Econocircmico
potencializa uma ldquoEconomia Ecoloacutegicardquo o Sistema poliacutetico oferece uma ldquoPoliacutetica
78
Verderdquo e o Sistema Educacional fornece a ldquoEducaccedilatildeo Ambientalrdquo Cabe a cada
sistema social desenvolver condiccedilotildees especiacuteficas que favoreccedilam as muacuteltiplas
dimensotildees da Sustentabilidade (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)
Dentro deste contexto de sistemas sociais que possuem o poder e o dever
de promover as mudanccedilas na aacuterea ambiental destaca-se o Sistema
Educacional pois este eacute o responsaacutevel pela construccedilatildeo dos fundamentos da
Sociedade Sustentaacutevel capaz de promover as mudanccedilas atraveacutes de duas
funccedilotildees ldquoMudanccedilas Culturaisrdquo com a informaccedilatildeo e promoccedilatildeo da eacutetica
ecoloacutegica e as ldquoMudanccedilas Sociaisrdquo atraveacutes da valorizaccedilatildeo dos indiviacuteduos grupos
e sociedades que muitas vezes se encontram em maacutes condiccedilotildees de enfrentar os
desafios dos novos tempos
52 Histoacuterico
Alguns autores mencionam que a Educaccedilatildeo Ambiental teve iniacutecio apoacutes a
Segunda Guerra Mundial onde fez emergir com maior ecircnfase os estudos do meio
ambiente e a importacircncia de uma educaccedilatildeo especiacutefica para este fim Para
outros a Educaccedilatildeo Ambiental eacute anterior a este periacuteodo mesmo que de forma
inconsciente sem maiores pretensotildees (Ministeacuterio do meio Ambiente 2004)
Na verdade natildeo se pode definir com exatidatildeo o momento onde tem iniacutecio
a histoacuteria da Educaccedilatildeo Ambiental tanto no Brasil como no mundo Na verdade a
Educaccedilatildeo Ambiental sempre esteve presente desde a antiguidade e ateacute se
pode mencionar que a histoacuteria teve iniacutecio no momento em que os primeiros
habitantes da terra comeccedilaram a se incomodar com o seu entorno isto eacute com
seus dejetos onde a presenccedila deles comeccedilou a causar desconforto Neste
momento se comeccedilou a pensar como eliminar estes dejetos para melhorar a
qualidade do ambiente em que viviam (Abreu 2000)
Partindo deste principio admiti-se que a evoluccedilatildeo da Educaccedilatildeo
Ambiental se deu atraveacutes de fatos ou acontecimentos que levaram as pessoas a
pensarem e tomarem iniciativas que levassem a melhorar as condiccedilotildees do
79
ambiente em que viviam ou para evitar que problemas maiores pudessem surgir
no futuro que pudessem comprometer a qualidade de vida das futuras
geraccedilotildees Baseados neste princiacutepio destacam-se alguns fatos ocorridos no Brasil
e no mundo que foram marcantes para a histoacuteria da Educaccedilatildeo Ambiental
SEacuteCULO XIX
1808 Criaccedilatildeo do Jardim Botacircnico no Rio de Janeiro Em 13 de junho
de 1808 foi criado o Jardim de Aclimataccedilatildeo que serviria para aclimatar as
especiarias vindas das Iacutendias Orientais Foi criado por DJoatildeo Priacutencipe Regente
na eacutepoca que era encantado com a exuberacircncia da natureza do lugar As
primeiras espeacutecies de plantas trazidas para o Jardim vieram das Ilhas Mauriacutecio do
Jardim Pamplemousse por Luiz de Abreu Vieira e Silva (wwwjbrjgovbr)
1850 Lei 601 de Dom Pedro II proibindo a exploraccedilatildeo florestal nas
terras devolutas isto eacute as que natildeo se acharem aplicadas a algum uso puacuteblico
nacional provincial ou municipal A lei determinava a proibiccedilatildeo de derrubada de
matas e o atear fogo Poreacutem a lei foi ignorada continuando o desmatamento
para implantaccedilatildeo da monocultura de cafeacute (wwwjusticcedilaspgovbr)
1869 Ernenst Haeckel propotildee o vocaacutebulo ldquoecologiardquo para estudos das
relaccedilotildees entre as espeacutecies e seu ambiente (wwwambientebrasilcombr)
1872 Criaccedilatildeo do primeiro parque nacional do mundo ldquoYellowstonerdquo
USA Sua fundaccedilatildeo em 1872 ocorreu numa eacutepoca em que ecologia e ambiente
estavam longe de ser preocupaccedilotildees cotidianas Mas graccedilas agraves pressotildees
exercidas pelo naturalista Ferdinand Hayden do departamento de pesquisas
geoloacutegicas dos Estados Unidos Yellowstone inaugurou o conceito de parque
nacional (www2uolcombrcaminhosdaterra reportagens)
1876 Andreacute Rebouccedilas sugere a criaccedilatildeo de parques nacionais na Ilha
de Bananal e em Sete Quedas (wwwcefleorgbr)
80
1896 Foi criado o primeiro parque estadual em Satildeo Paulo Parque da
Cidade (wwwcefleorgbr)
SEacuteCULO XX
1920 O pau Brasil eacute considerado extinto devido agrave exploraccedilatildeo
irresponsaacutevel e ao desmatamento da Mata Atlacircntica floresta onde ele nascia
normalmente Hoje eacute artigo raro nas florestas brasileiras mas na eacutepoca do
descobrimento era tatildeo abundante que a planta acabou dando nome ao nosso
paiacutes (wwwcanalkidscombrmeioambiente)
1932 Realiza-se no Museu Nacional a primeira Conferecircncia Brasileira de
Proteccedilatildeo agrave Natureza (wwwambientebrasilcombr)
1934 Decreto 23793 transforma em Lei o Anteprojeto de Coacutedigo
Florestal(Brasil1934)
1937 Cria-se o Parque Nacional de Itatiaia Pioneiro foi a primeira aacuterea
do paiacutes a oficialmente se constituir em Unidade de Conservaccedilatildeo procurando-se
com isso preservar seu rico patrimocircnio bioacutetico e geomorfoloacutegico
(wwwmregovbr) (wwwparqueitatiaiacombr)
1939 O Parque Nacional do Iguaccedilu (PNI) foi criado em 10 de janeiro
de 1939 e tombado pela UNESCO como Patrimocircnio da Humanidade em 1986 por
ser a uacuteltima grande amostra do Domiacutenio da Mata Atlacircntica que cobre grande
parte da bacia do Prata(wwwunbbr)
1947 Eacute Fundado na Suiacuteccedila a UICN-Uniatildeo Internacional para a
Conservaccedilatildeo da Natureza que eacute uma Organizaccedilatildeo Internacional que congrega
instituiccedilotildees governamentais e natildeo governamentais em volta da problemaacutetica da
integridade e diversidade da natureza (wwwambientebrasilcombr)
1952 Em Londres no ano de 1952 houve um episoacutedio grave Os efeitos
de uma ldquoneacutevoa negrardquo comeccedilaram a se manifestar atraveacutes da proliferaccedilatildeo de
81
diversas moleacutestias contraiacutedas principalmente pelos habitantes que sofriam de
problemas pulmonares e circulatoacuterios Foram constatadas na semana seguinte
ao episoacutedio quatro mil mortes a mais do que esperado
(wwweducaccedilatildeopublicarjgovbr)
1962 Publicaccedilatildeo da ldquoPrimavera Silenciosardquo por Rachel Louise Carson
escritora cientista e ecologista norte-americana Deve-se a ela o livro que
marcou o iniacutecio da revoluccedilatildeo ecoloacutegica nos Estados Unidos The Silent Spring (A
Primavera Silenciosa) o qual relata os efeitos da maacute utilizaccedilatildeo dos pesticidas e
inseticidas quiacutemico-sinteacuteticos alertando sobre as consequumlecircncias danosas de
inuacutemeras accedilotildees humanas sobre o ambiente trazendo uma seacuterie de advertecircncias
sobre o meio ambiente Ainda hoje a obra eacute considerada uma das mais
importantes do seacuteculo ajudando a desencadear uma mudanccedila de postura dos
EUA e de outros paiacuteses do mundo em relaccedilatildeo aos pesticidas e
poluentes(wwwgeocitiescombr) (wwwambientebrasilcombr)
1965 Em marccedilo de 1965 na Conferecircncia de Educaccedilatildeo da
Universidade de Keele na Inglaterra colocou-se pela primeira vez a expressatildeo
Educaccedilatildeo Ambiental com a recomendaccedilatildeo de que ela deveria se tornar uma
parte essencial de educaccedilatildeo de todos os cidadatildeos(wwwmmagovbr)
(wwwjornaldomeioambientecombr)
1968 Fundaccedilatildeo do Clube de Roma Fundado pelo industrial italiano
Aureacutelio Peccei e pelo quiacutemico inglecircs Alexander King agregando empresaacuterios
poliacuteticos cientistas sociais Um grupo de especialistas de vaacuterias aacutereas passou a se
reunir regularmente com a preocupaccedilatildeo de discutir a crise atual e futura da
humanidade (wwwsenacbr) (wwwambientespgov)
1970 Entidade relacionada agrave revista britacircnica The Ecologist elabora o
ldquoManifesto para Sobrevivecircnciardquo onde insistiam que um aumento indefinido de
demanda natildeo pode ser sustentado por recursos finitos (wwwmecgovbr)
82
1971 Cria-se no Rio Grande do Sul a associaccedilatildeo gauacutecha de proteccedilatildeo
ao Ambiente Natural Fundada em 27 de abril de 1971 em Porto Alegre atraveacutes
da figura de Joseacute Lutzenberger encontrava uma ressonacircncia na miacutedia local e
nacional e junto aos meios universitaacuterios Pensadores e liacutederes ambientalistas
perceberam que harmonizar civilizaccedilatildeo industrial e natureza era um desafio que
exigiria uma revoluccedilatildeo cultural econocircmica e social sem precedentes(
wwwagirazulcombr)
1972 Publicaccedilatildeo do Relatoacuterio ldquoOs Limites do Crescimentordquo ndash Clube de
Roma Na visatildeo de Freire Dias o embriatildeo dessa medida foi gerado a partir do
relatoacuterio elaborado em 1968 e publicou um relatoacuterio denominado The limits of
growth (Os limites do crescimento econocircmico) onde se condenava a partir de
estudos sobre os modelos de desenvolvimento adotados a busca incessante do
crescimento da economia a qualquer custo e a meta de se tornaacute-la cada vez
maior mais rica e poderosa sem levar em conta o custo final desse crescimento
As vaacuterias anaacutelises contidas no referido relatoacuterio convergiam para o alerta sobre o
perigo do crescente consumo das sociedades modernas que se mantido no
ritmo atual levaria a humanidade a um limite de crescimento possivelmente a
um colapso Esse relatoacuterio apesar de rejeitado pelos poliacuteticos da eacutepoca foi
levado agrave Conferecircncia de Estocolmo em cujo foacuterum aprovou-se a
Recomendaccedilatildeo nordm 96 que reconhecia o desenvolvimento da Educaccedilatildeo
Ambiental como elemento criacutetico para o combate agrave crise ambiental do mundo
moderno (wwwsenaccombr)
Conferecircncia de Estocolmo ndash Em julho de 1972 na Sueacutecia onde
113 paiacuteses 90 dos quais pertenciam ao grupo dos paiacuteses em desenvolvimento
onde apenas 16 deles possuiacuteam entidades de proteccedilatildeo ambiental se reuniram
na Conferecircncia sobre o Meio Ambiente Humano Foi a primeira reuniatildeo
ambiental global que viria a acrescentar definitivamente agraves questotildees prioritaacuterias
discutidas pela ONU criada em 1945 - a paz os direitos humanos e o
desenvolvimento com igualdade - o tema da seguranccedila ecoloacutegica Desse modo
a Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas sobre Meio Ambiente Humano mundialmente
conhecida como Conferecircncia de Estocolmo passou a ser o marco de referecircncia
83
para as discussotildees sobre o que na sequumlecircncia viria a constituir-se numa das
questotildees mais complexas e mais cruciais da histoacuteria recente da humanidade ou
seja a questatildeo do desenvolvimento sustentaacutevel Ela chamou a atenccedilatildeo do
mundo para a gravidade da situaccedilatildeo nesse setor
(wwwmregovbr)(wwwagirazulcombr) (wwwcomcienciabr)
Universidade Federal de Pernambuco inicia uma campanha de
reintroduccedilatildeo do pau brasil considerado extinto em 1920
(wwwambientebrasilcombr)
Ainda como resultado da Conferecircncia de Estocolmo neste
mesmo ano a ONU criou um organismo denominado Programa das Naccedilotildees
Unidas para o Meio Ambiente - PNUMA sediado em Nairobi (wwwmecgovbr)
A Universidade Federal do Rio Grande do Sul criou o primeiro
curso de poacutes-graduaccedilatildeo em Ecologia do paiacutes (wwwmecgovbr)
1973 Registro Mundial de Programas em Educaccedilatildeo Ambiental-USA
(wwwambientebrasilcombr)
Cria-se a Secretaria Especial do Meio Ambiente SEMA pelo
Decreto nordm 73030 de 30 de outubro de 1973 que entre outras atividades
comeccedilou a fazer Educaccedilatildeo Ambiental e se propocircs a discutir junto agrave opiniatildeo
puacuteblica a questatildeo ambiental fazendo com que as pessoas se preocupassem
mais com o meio ambiente e evitassem atitudes predatoacuterias Vaacuterias medidas
legais foram tomadas posteriormente com o objetivo de preservar e conservar os
recursos ambientais e de controlar as diversas formas de poluiccedilatildeo A SEMA
dedicou-se a defender dois grandes objetivos estar atenta agrave poluiccedilatildeo
principalmente a de caraacuteter industrial mais visiacutevel e proteger a natureza
(wwwibamagovbr)
1974 Seminaacuterio de Educaccedilatildeo Ambiental em Jammi Finlacircndia - Esse
seminaacuterio considerou que a Educaccedilatildeo Ambiental permite alcanccedilar os objetivos
de proteccedilatildeo ambiental e que natildeo se trata de um ramo da ciecircncia ou uma
84
mateacuteria de estudos separada mas de uma accedilatildeo integral permanente
(wwwprgovbrmeioambiente)
1975 Congresso de Belgrado - Estabeleceu as metas e os princiacutepios da
Educaccedilatildeo Ambiental presentes na chamada Carta de Belgrado onde tambeacutem
se propusera que a Educaccedilatildeo Ambiental deveria ser contiacutenua multidisciplinar
integrada agraves diferenccedilas e voltada para os interesses nacionais
(wwwprgovbrmeioambiente)
Programa Internacional de Educaccedilatildeo Ambiental ndash PIEA- Criado
pela UNESCO o Programa Internacional de Educaccedilatildeo Ambiental e ateacute os dias
de hoje tem continuamente atuado na EA internacional e regionalmente O PIEA
manteacutem uma base de dados com informaccedilotildees sobre instituiccedilotildees de EA em todo
o mundo aleacutem de projetos e eventos que envolvem estudantes professores e
administradores (wwwambientespgov)
1976 Reuniatildeo Sub-regional de EA para o ensino secundaacuterio em
Chosica Peru Nesse foacuterum as questotildees ambientais na Ameacuterica Latina foram
relacionadas agraves necessidades de sobrevivecircncia e aos direitos humanos de seus
povos (wwwambientebrasilcombr)
Congresso de Educaccedilatildeo Ambiental Brasarville na Aacutefrica o qual
reconheceu que a pobreza eacute o maior problema ambiental
(wwwambientebrasilcombr)
A SEMA a Fundaccedilatildeo Educacional do Distrito Federal e a
Universidade de Brasiacutelia realizaram o primeiro curso de Extensatildeo para professores
do 1o Grau em Ecologia (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)
1977 A SEMA constitui um grupo de trabalho para elaboraccedilatildeo de um
documento de Educaccedilatildeo Ambiental para definir seu papel no contexto brasileiro
(Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)
85
Seminaacuterios Encontros e debates preparatoacuterios agrave Conferecircncia de
Tbilisi satildeo realizados pela FEEMA-RJ (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)
No Brasil o Conselho Federal de Educaccedilatildeo tornou obrigatoacuteria a
disciplina Ciecircncias Ambientais nos cursos de Engenharia (wwwmecgovbr)
Conferecircncia de Tbilisi realizada em 1977 na Geoacutergia ex-Uniatildeo
Sovieacutetica Foi deste encontro que saiacuteram as definiccedilotildees os objetivos os princiacutepios e
as estrateacutegias para a Educaccedilatildeo Ambiental que ateacute hoje satildeo adotadas
mundialmente Para que se chegasse a recomendaccedilotildees tatildeo duradouras foram
necessaacuterios vaacuterios anos de preparo Os proacuteprios organizadores do evento de Tbilisi
reconheceram que ele foi um prolongamento da Conferecircncia de Estocolmo de
1972 onde a Educaccedilatildeo Ambiental passou a ser considerada como campo de
accedilatildeo pedagoacutegica adquirindo relevacircncia e vigecircncia internacional
(wwwprgovbrmeioambiente)
1978 Nos cursos de Engenharia Sanitaacuteria inserem-se as disciplinas de
Saneamento Baacutesico e Saneamento Ambiental (wwwambientebrasilcombr)
1979 O MEC e a CETESB SP publicam o documento ldquoEcologia uma
Proposta para o Ensino de 1o e 2o Grausrdquo (wwwjornaldomeioambientecombr)
Encontro Regional de Educaccedilatildeo Ambiental para Ameacuterica Latina
em San Joseacute Costa Rica(wwwambientebrasilcombr)
1980 Seminaacuterio Regional Europeu sobre EA para Europa e Ameacuterica do
Norte o qual assinala a importacircncia do intercacircmbio de informaccedilotildees e
experiecircncias (wwwambientebrasilcombr)
Seminaacuterio Regional sobre EA nos Estados Aacuterabes Manama
Bahrein (UNESCO-PNUMA 1980)
1981 Lei Nordm 6938 de 31 de Agosto de 1981 dispotildee sobre a Poliacutetica
Nacional do Meio Ambiente (Brasil 1981)
86
1983 Por decisatildeo da Assembleacuteia Geral da ONU foi criada a Comissatildeo
Mundial de Meio Ambiente e Desenvolvimento ndash CMMAD presidida pela entatildeo
primeira ministra da Noruega Gro Harlem Brundtland Tinha como objetivo
analisar a interface entre a questatildeo ambiental e o desenvolvimento assim como
propor um plano de accedilotildees (wwwambientespgovbr)
1984 Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) apresenta uma
resoluccedilatildeo estabelecendo diretrizes para a Educaccedilatildeo Ambiental que natildeo eacute
tratada (wwwambientebrasilcombr)
1985 Parecer 81985 do MEC reforccedila a necessidade da inclusatildeo de
conteuacutedos ecoloacutegicos ao longo do processo de formaccedilatildeo do ensino de 1ordm e 2ordm
graus integrados a todas as aacutereas do conhecimento de forma sistematizada e
progressiva possibilitando a ldquoformaccedilatildeo da consciecircncia ecoloacutegica do futuro
cidadatildeordquo (wwwmecgovbr)
1986 A SEMA junto com a Universidade Nacional de Brasiacutelia organiza o
primeiro Curso de Especializaccedilatildeo em Educaccedilatildeo Ambiental (1986 a 1988)
(Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)
1987 O MEC aprova o Parecer 22687 do conselheiro Arnaldo Niskier
em relaccedilatildeo agrave necessidade de inclusatildeo da Educaccedilatildeo Ambiental nos curriacuteculos
escolares de 1o e 2o Graus O Plenaacuterio do Conselho Federal de Educaccedilatildeo
aprovou por unanimidade a conclusatildeo da Cacircmara de Ensino a respeito do
parecer 22687 que considerava necessaacuteria a inclusatildeo da Educaccedilatildeo Ambiental
dentre os conteuacutedos a serem explorados nas propostas curriculares das escolas
de 1ordm e 2ordm graus bem como sugeria a criaccedilatildeo de Centros de Educaccedilatildeo
Ambiental (wwwmecgovbr)
Estrateacutegia Internacional de accedilatildeo em mateacuteria de educaccedilatildeo e
formaccedilatildeo ambiental para o dececircnio de 90 - documento final do Congresso
Internacional sobre Educaccedilatildeo e Formaccedilatildeo Relativas ao Meio-ambiente realizado
em 1987 em Moscou Ruacutessia promovido pela UNESCO Ressalta a importacircncia da
87
formaccedilatildeo de recursos humanos nas aacutereas formais e natildeo formais da EA e na
inclusatildeo da dimensatildeo ambiental nos curriacuteculos de todos os niacuteveis
(wwwmecgovbr)
Paulo Nogueira Neto Primeiro secretaacuterio da Secretaria Especial
do Meio Ambiente (1974-1986) representa o Brasil na Comissatildeo Brundtland -
Comissatildeo Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento tambeacutem
conhecida como Comissatildeo Brundtland Essa comissatildeo produziu um relatoacuterio de
grande repercussatildeo internacional tendo sido usado inclusive como base para a
Agenda 21 Esse relatoacuterio da Comissatildeo Brundtland diz que desenvolvimento
sustentaacutevel ldquoeacute aquele que atende agraves necessidades do presente sem
comprometer a possibilidade de as geraccedilotildees futuras atenderem as suas proacuteprias
necessidadesrdquo (wwwibgegovbr)
Divulgaccedilatildeo do Relatoacuterio da Comissatildeo Brundtland Nosso Futuro
Comum A Comissatildeo Brundtland circulou o mundo e encerrou seus trabalhos em
1987 com um relatoacuterio chamado ldquoNosso Futuro Comumrdquo E eacute nesse relatoacuterio que
se encontra a definiccedilatildeo de desenvolvimento sustentaacutevel mais aceita e difundida
em todo o Planeta ldquoDesenvolvimento sustentaacutevel eacute aquele que atende agraves
necessidades do presente sem comprometer a possibilidade das geraccedilotildees futuras
satisfazerem suas proacuteprias necessidadesrdquo Segundo a Comissatildeo o desafio era
trazer as consideraccedilotildees ambientais para o centro das tomadas de decisotildees
econocircmicas e para o centro do planejamento futuro nos diversos niacuteveis local
regional e global (wwwmregovbr)
Congresso Internacional da UNESCO ndash PNUMA sobre Educaccedilatildeo
e Formaccedilatildeo Ambiental - Moscou Realizou a avaliaccedilatildeo dos avanccedilos desde Tbilisi
reafirmou os princiacutepios de Educaccedilatildeo Ambiental e assinalou a importacircncia e
necessidade da pesquisa e da formaccedilatildeo em Educaccedilatildeo Ambiental
(wwwambientebrasilcombr)
88
1988 Declaraccedilatildeo de Caracas ORPAL - PNUMA Sobre Gestatildeo
Ambiental na Ameacuterica a qual denuncia a necessidade de mudar o modelo de
desenvolvimento (wwwprgovbr)
A Constituiccedilatildeo Brasileira de 1988 em Art 225 no Capiacutetulo VI - Do
Meio Ambiente Inciso VI destacou a necessidade de lsquorsquopromover a Educaccedilatildeo
Ambiental em todos os niacuteveis de ensino e a conscientizaccedilatildeo puacuteblica para a
preservaccedilatildeo do meio ambientersquorsquo Para cumprimento dos preceitos
constitucionais leis federais decretos constituiccedilotildees estaduais e leis municipais
determinaram a obrigatoriedade da Educaccedilatildeo Ambiental(Brasil 1988)
Fundaccedilatildeo Getuacutelio Vargas traduz e publica o Relatoacuterio
Brundtland Nosso Futuro Comum (wwwprgovbr)
A Secretaria de Estado do Meio Ambiente de SP e a CETESB
publicam a ediccedilatildeo piloto do livro ldquoEducaccedilatildeo Ambientalrdquo Guia para professores
de 1o e 2o Graus (wwwnossoambienteonlinehpgigcombr)
1989 Criaccedilatildeo do IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente) pela
fusatildeo da SEMA SUDEPE SUDEHVEA e IBDF - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e
dos Recursos Naturais Renovaacuteveis uma autarquia federal foi criado pela Lei
773589 vinculado ao Ministeacuterio do Meio Ambiente ndash MMA sendo responsaacutevel
principalmente pela execuccedilatildeo da Poliacutetica Nacional do Meio Ambiente e
desenvolve atividades para a preservaccedilatildeo e conservaccedilatildeo do patrimocircnio natural
exercendo o controle e a fiscalizaccedilatildeo sobre o uso dos recursos naturais Nele
funciona a Divisatildeo de Educaccedilatildeo Ambiental com a missatildeo de promover a
conscientizaccedilatildeo de todos para a utilizaccedilatildeo racional dos recursos naturais
incentivando o desenvolvimento sustentaacutevel visando agrave preservaccedilatildeo do meio
ambiente para as geraccedilotildees futuras (wwwgeocitiesyahoocombribamapr)
Programa de Educaccedilatildeo Ambiental em Universidade Aberta da
Fundaccedilatildeo Demoacutecrito Rocha por meio de encartes nos jornais de Recife e
Fortaleza (wwwprgovbr)
89
Primeiro Encontro Nacional sobre Educaccedilatildeo Ambiental no Ensino
Formal IBAMA UFRPE Recife (wwwprgovbr)
Criou-se o Fundo Nacional de Meio Ambiente (FNMA) no
Ministeacuterio do Meio Ambiente MMA Criado pela Lei 7797 de 10 de julho de 1989
O FNMA tem por missatildeo contribuir como agente financiador e por meio da
participaccedilatildeo social para a implementaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional do Meio
Ambiente (PNMA) Desde sua criaccedilatildeo o FNMA apoacuteia projetos ambientais em todo
o paiacutes tendo investido mais de cem milhotildees de reais distribuiacutedos entre mais de mil
projetos aprovados (wwwmmagovbr)
Primeiro Seminaacuterio sobre materiais para a Educaccedilatildeo Ambiental
ORLEAC - UNESCO - PIEA Santiago Chile (wwwprgovbr)
Declaraccedilatildeo de HAIA preparatoacuterio da RIO 92 aponta a
importacircncia da cooperaccedilatildeo internacional nas questotildees
ambientais(wwwambientebrasilcombr)
1990 Conferecircncia Mundial sobre Ensino para Todos Satisfaccedilatildeo das
necessidades baacutesicas de aprendizagem em Jomtien Tailacircndia Destaca o
conceito de Analfabetismo Ambiental O analfabetismo ambiental levou a
espeacutecie humana a produzir essas pressotildees insuportaacuteveis sobre os sistemas naturais
Estamos vivendo de retiradas contiacutenuas de uma poupanccedila na qual natildeo fazemos
nenhum depoacutesito ldquoO analfabetismo ambiental eacute o mais difiacutecil de ser erradicado
pois atinge ateacute pessoas com vaacuterios anos de escolaridade que continuam
ateando fogo nas folhas secas em seus quintais natildeo reciclando o lixo e natildeo
poupando aacutegua nem energia eleacutetricardquo Gonccedilalves 1990 (wwwigcuspbr)
A ONU declara o ano 1990 como o Ano Internacional do Meio
Ambiente (wwwambientebrasilcombr)
I Curso Latino-Americano de Especializaccedilatildeo em Educaccedilatildeo
Ambiental PNUMAIBAMACNPqCAPESUFMTCUIABAacute-MT (1990 a 1994)
(wwwambientebrasilcombr)
90
1991 Portaria 678 (140591) do MEC determinou que a educaccedilatildeo
escolar deveria contemplar a Educaccedilatildeo Ambiental permeando todo o curriacuteculo
dos diferentes niacuteveis e modalidades de ensino Foi enfatizada a necessidade de
investir na capacitaccedilatildeo de professores (wwwmecgovbr)
Projeto de Informaccedilotildees sobre Educaccedilatildeo Ambiental IBAMA MEC
(wwwambientebrasilcombr)
Encontro Nacional de Poliacuteticas e Metodologias para Educaccedilatildeo
Ambiental promovido pela Presidecircncia da Repuacuteblica atraveacutes do MEC e SEMA
com apoio da UNESCOEmbaixada do Canadaacute em Brasiacutelia com a finalidade de
discutir diretrizes para definiccedilatildeo da Poliacutetica da EA (wwwmecgovbr)
Grupo de Trabalho para Educaccedilatildeo Ambiental coordenado pelo
MEC preparatoacuterio para a Conferecircncia do Rio 92 (wwwmecgovbr)
Reuniotildees preparatoacuterias da Rio 92(wwwambientebrasilcombr)
1992 Conferecircncia da ONU sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento
RIOndash92 UNCED Rio92 - Criaccedilatildeo da Agenda 21 Tratado de Educaccedilatildeo Ambiental
para Sociedades Sustentaacuteveis FORUN das ONGrsquos - compromissos da sociedade
civil com a Educaccedilatildeo Ambiental e o Meio Ambiente Carta Brasileira de
Educaccedilatildeo Ambiental o qual apontou as necessidades de capacitaccedilatildeo na aacuterea
(MEC 1992)
1ordm Encontro Nacional de Centros de Educaccedilatildeo Ambiental (CEAS)
ndash onde os coordenadores dos centros jaacute existentes e os teacutecnicos das Secretarias
de Educaccedilatildeo debateram propostas pedagoacutegicas e recursos institucionais e
apresentaram projetos e experiecircncias exitosas em educaccedilatildeo ambiental Em
decorrecircncia o Mec passou a incentivar a implantaccedilatildeo de centros de educaccedilatildeo
ambiental como espaccedilos de referencia visando a formaccedilatildeo integral do cidadatildeo
para interagir em diversos niacuteveis e modalidades de ensino e introduzir praacuteticas de
educaccedilatildeo ambiental junto agraves comunidades (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)
91
Foi criado o Ministeacuterio do Meio Ambiente (Ministeacuterio do Meio
Ambiente 2005)
Participaccedilatildeo das ONGrsquos do Brasil no Foacuterum de ONGrsquos e na
redaccedilatildeo do Tratado de Educaccedilatildeo Ambiental para Sociedades Sustentaacuteveis
Destaca-se o papel da Educaccedilatildeo Ambiental na construccedilatildeo da Cidadania
Ambiental (wwwambientebrasilcombr)
O MEC promove no Rio de Janeiro o Workshop sobre Educaccedilatildeo
Ambiental com o objetivo de socializar os resultados das experiecircncias nacionais e
internacionais de EA discutir metodologias e curriacuteculos destacando a
necessidade de capacitaccedilatildeo de recursos humanos para EA cujo resultado
encontra-se na Carta Brasileira de Educaccedilatildeo Ambiental (wwwmecgovbr)
1993 Uma Proposta Interdisciplinar de Educaccedilatildeo Ambiental para
Amazocircnia IBAMA Universidades e SEDUCrsquos da regiatildeo publicaccedilatildeo de um
Documento Metodoloacutegico e um de caraacuteter temaacutetico com 10 temas ambientais
da regiatildeo (1992 a 1994) (wwwambientebrasilcombr)
Projeto de Lei n 379293 de autoria do Deputado Faacutebio
Feldmann ora em tramitaccedilatildeo no congresso Nacional institui a Poliacutetica de
Educaccedilatildeo Ambiental Este projeto de Lei tem como objetivo interligar os sistemas
nacionais de meio ambiente e de educaccedilatildeo em um sistema uacutenico (Ministeacuterio do
Meio Ambiente2004) (wwwbio2000hpgigcombr)
Portaria 77393 do MEC instituiu em caraacuteter permanente um
Grupo de Trabalho para EA com o objetivo de coordenar apoiar acompanhar
avaliar e orientar as accedilotildees metas e estrateacutegias para a implementaccedilatildeo da EA nos
sistemas de ensino em todos os niacuteveis e modalidades concretizando as
recomendaccedilotildees aprovadas na RIO -92(wwwmecgovbr)
Criaccedilatildeo dos Centros de Educaccedilatildeo Ambiental do MEC com a
finalidade de criar e difundir metodologias em Educaccedilatildeo Ambiental
(wwwambientebrasilcombr)
92
Congresso Sul-americano como continuidade da Rio92 ndash
Argentina (wwwambientebrasilcombr)
1994 Criaccedilatildeo do programa Nacional de Educaccedilatildeo Ambiental
(PRONEA) em dezembro de 1994 pela Presidecircncia da Repuacuteblica em funccedilatildeo da
Constituiccedilatildeo Federal de 1988 e dos compromissos internacionais assumidos com a
Conferencia do Rio compartilhado pelo entatildeo Ministeacuterio do Meio Ambiente dos
Recursos Hiacutedricos e da Amazocircnia Legal e pelo Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e do
Desporto com as parcerias do Ministeacuterio da Cultura e do Ministro da Ciecircncia e
Tecnologia (Ministeacuterio do Meio ambiente 2004)
Proposta do Programa Nacional de Educaccedilatildeo Ambiental -
PRONEA elaborada pelo MECMMAMINCMCT com o objetivo de ldquocapacitar o
sistema de educaccedilatildeo formal e natildeo-formal supletivo e profissionalizante em seus
diversos niacuteveis e modalidadesrdquo (wwwmecgovbr)
1995 Foi criada a Cacircmara Teacutecnica temporaacuteria de Educaccedilatildeo Ambiental
no Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA) determinante para o
fortalecimento da Educaccedilatildeo Ambiental Realizou sua primeira reuniatildeo em junho
de 1996 quando se discutiu o documento intitulado ldquoSubsiacutedios para a formulaccedilatildeo
de uma Poliacutetica Nacional de Educaccedilatildeo Ambientalrdquo elaborada pelo MMAIBAMA
e pelo MEC Os princiacutepios orientadores para esse documento eram a
participaccedilatildeo a descentralizaccedilatildeo o reconhecimento da pluralidade e
diversidade cultural e a interdisciplinaridade (ProNEA-2004) (wwwmecgovbr)
Conferecircncia para o Desenvolvimento Social realizada em
Copenhague Sueacutecia que visaria a Criaccedilatildeo de um ambiente econocircmico-poliacutetico-
social-cultural e juriacutedico que permita o desenvolvimento social
(wwwambientebrasilcombr)
1996 Lei nordm 927696 que estabelece o Plano Plurianual do Governo
19961999 define como principais objetivos da aacuterea de Meio Ambiente a
ldquopromoccedilatildeo da Educaccedilatildeo Ambiental atraveacutes da divulgaccedilatildeo e do uso de
93
conhecimentos sobre tecnologias de gestatildeo sustentaacutevel dos recursos naturaisrdquo
procurando garantir a implementaccedilatildeo do PRONEA (wwwmecgovbr)
Cursos de Capacitaccedilatildeo em Educaccedilatildeo Ambiental para os
teacutecnicos das SEDUCrsquos e DEMECrsquos nos Estados - Coordenaccedilatildeo de Educaccedilatildeo
Ambiental promove trecircs cursos de Capacitaccedilatildeo de Multiplicadores em Educaccedilatildeo
Ambiental - Apoio do acordo BRASILUNESCO a fim de preparar teacutecnicos das
Secretarias Estaduais de Educaccedilatildeo Delegacias Regionais de Educaccedilatildeo do MEC
e algumas Universidades Federais para atuarem no processo de inserccedilatildeo da
Educaccedilatildeo Ambiental nos Paracircmetros Curriculares (wwwmecgovbr)
Criaccedilatildeo da Comissatildeo Interministerial de EA do MMA - Essa
Comissatildeo tem como objetivo assessorar o Presidente da Repuacuteblica na tomada de
decisotildees sobre as estrateacutegias e poliacuteticas nacionais necessaacuterias ao
desenvolvimento sustentaacutevel conforme as diretrizes estabelecidas pela Agenda
21 (wwwmmagovbr)
1997 Aprovaccedilatildeo dos Novos PCNrsquos ndash Os PCNrsquos constituem-se como um
subsiacutedio para apoiar a escola na elaboraccedilatildeo de seu projeto educativo inserindo
procedimentos atitudes e valores no conviacutevio escolar bem como a necessidade
de tratar de alguns temas sociais urgentes de abrangecircncia nacional
denominado como temas transversais meio ambiente eacutetica pluralidade cultural
orientaccedilatildeo sexual trabalho e consumo (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)
I Conferecircncia Nacional de Educaccedilatildeo Ambiental (ICNEA)
realizada em Brasiacutelia quando foi produzido o documento ldquoCarta de Brasiacutelia para
a Educaccedilatildeo Ambientalrdquo contendo cinco aacutereas temaacuteticas Educaccedilatildeo Ambiental
e as vertentes do desenvolvimento sustentaacutevel Educaccedilatildeo Ambiental formal
papel desafios metodologias e capacitaccedilatildeo Educaccedilatildeo no processo de gestatildeo
ambiental metodologia e capacitaccedilatildeo Educaccedilatildeo Ambiental e as poliacuteticas
puacuteblicas PRONEA poliacuteticas de recursos hiacutedricos urbanas agricultura ciecircncia e
tecnologia Educaccedilatildeo Ambiental eacutetica formaccedilatildeo da cidadania educaccedilatildeo
comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo da sociedade (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)
94
Cursos de Educaccedilatildeo Ambiental organizados pelo MECndash Atraveacutes
da Coordenaccedilatildeo de Educaccedilatildeo Ambiental para as escolas Teacutecnicas e segunda
etapa de capacitaccedilatildeo das SEDUCrsquos e DEMECrsquos Convecircnio UNESCO ndash MEC
(wwwambientebrasilcombr)
IV Foacuterum de Educaccedilatildeo Ambiental e I Encontro da Rede de
Educadores Ambientais em VitoacuteriaES (wwwambientebrasilcombr)
Conferecircncia Internacional sobre Meio Ambiente e Sociedade
Conferecircncia Internacional sobre Meio Ambiente e Sociedade Educaccedilatildeo e
Consciecircncia Puacuteblica para a Sustentabilidade ndash Thessaloniki Greacutecia 1997 Onde
houve o reconhecimento que passados cinco anos da Conferecircncia Rio-92 o
desenvolvimento da EA foi insuficiente (wwwmecgovbr)
A Coordenaccedilatildeo de Educaccedilatildeo Ambiental do MEC promove sete
Cursos de Capacitaccedilatildeo de Multiplicadores e cinco Teleconferecircncias
(wwwmecgovbr)
1998 A Coordenaccedilatildeo de Educaccedilatildeo Ambiental do MEC promove 8
Cursos de Capacitaccedilatildeo de Multiplicadores 5 teleconferecircncias 2 Seminaacuterios
Nacionais e produz 10 viacutedeos para serem exibidos pela TV Escola
(wwwmecgovbr)
Ao final deste ano a Coordenaccedilatildeo de Educaccedilatildeo Ambiental eacute
inserida na Secretaria de Ensino Fundamental ndash SEF do MEC apoacutes reforma
administrativa (wwwportalmecgovbr)
1999 Criaccedilatildeo da Diretoria de Educaccedilatildeo Ambiental (DEA) do MMA ndash
Que passou a desenvolver as seguintes atividades Implantaccedilatildeo do Sistema
Brasileiro de Informaccedilatildeo em Educaccedilatildeo Ambiental (SIBEA) objetivando atuar
como um sistema integrador das informaccedilotildees de educaccedilatildeo ambiental no paiacutes
Implantaccedilatildeo de Poacutelos de Educaccedilatildeo Ambiental e Difusatildeo de Praacuteticas Sustentaacuteveis
nos Estados objetivando irradiar as accedilotildees de Educaccedilatildeo Ambiental fomento aacute
formaccedilatildeo de Comissotildees Interinstitucionais de Educaccedilatildeo Ambiental nos estados e
95
auxilio na elaboraccedilatildeo de programas estaduais de Educaccedilatildeo Ambiental
implantaccedilatildeo de curso de Educaccedilatildeo Ambiental a distancia objetivando
capacitar gestores professores e teacutecnicos de meio ambiente de todos os
municiacutepios do paiacutes implantaccedilatildeo do projeto Protetores da Vida objetivando
sensibilizar e mobilizar jovens para as questotildees ambientais (Ministeacuterio do Meio
Ambiente 2004)
Aprovaccedilatildeo da LEI 959799 que estabelece a Poliacutetica Nacional
de EA - promulgada a Lei nordm 9795 de 27 de abril de 1999 que institui a Poliacutetica
Nacional de Educaccedilatildeo Ambiental a que deveraacute ser regulamentada apoacutes as
discussotildees na Cacircmara Teacutecnica Temporaacuteria de Educaccedilatildeo Ambiental no CONAMA
(wwwmecgovbr)
A Portaria 164899 do MEC criou o Grupo de Trabalho com
representantes de todas as suas Secretarias para discutir a regulamentaccedilatildeo da
Lei nordm 979599 (wwwmecgovbr)
O MEC propotildee o Programa PCNrsquos em Accedilatildeo atendendo agraves
solicitaccedilotildees dos Estados tendo o Meio Ambiente como uns dos temas
transversais que seraacute trabalhado no ano 2000 (wwwmecgovbr)
Programa Nacional de Educaccedilatildeo Ambiental ndash implantaccedilatildeo do
Programa Nacional de Educaccedilatildeo Ambiental - ProNEA(wwwmecgovbr)
A Coordenaccedilatildeo de EA (COEA) do MEC passa a formar parte da
Secretaacuteria de Ensino Fundamental (wwwambientebrasilcombr)
2000 A Educaccedilatildeo Ambiental integra o Plano Plurianual do Governo
(2000-2003) e agora institucionalmente vinculado ao Ministeacuterio do Meio
Ambiente contemplando sete accedilotildees realizadas pelo MMA IBAMA Banco do
Brasil e Jardim Botacircnico do Rio de Janeiro (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)
2001 Em reconhecimento a importacircncia da articulaccedilatildeo dos
educadores ambientais e as suas instituiccedilotildees em modelos de articulaccedilatildeo
96
horizontal o MMA iniciou uma accedilatildeo de fomento a estruturaccedilatildeo e do
fortalecimento da Rede Brasileira de Educaccedilatildeo Ambiental (REBEA) e da Rede
Paulista de Educaccedilatildeo Ambiental (REPEA) e forneceu apoio a estruturaccedilatildeo da
REASUL da Rede Aguapeacute e da Rede Acreana de Educaccedilatildeo Ambiental
(Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)
2002 No mecircs de junho a lei nordm 979599 foi regulamentada pelo Decreto
nordm4 281 que definem entre outras coisas a composiccedilatildeo e as competecircncias do
Oacutergatildeo Gestor da PNEA lanccedilando assim as bases para a execuccedilatildeo da PNEA
(Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)
2003 Eacute instaurada no MMA a Comissatildeo intersetorial de Educaccedilatildeo
Ambiental (CISEA) com representaccedilatildeo de todas as secretarias e todos os oacutergatildeos
vinculados ao MMA criando uma instancia para um processo coordenado de
consultas e deliberaccedilotildees internamente a esse Ministeacuterio e contribuindo para a
transversalidade interna e a sinergia das accedilotildees em educaccedilatildeo ambiental
desenvolvidas pelas suas secretarias e pelos seus oacutergatildeos vinculados (Ministeacuterio do
Meio Ambiente 2004)
O Ministeacuterio da Educaccedilatildeo estabelece como prioridades viabilizar
as accedilotildees e diretrizes da PNEA e reestruturar a Coordenaccedilatildeo Geral de Educaccedilatildeo
Ambiental (COEA) que passa da Secretaria de Educaccedilatildeo Fundamental
diretamente agrave Secretaria Executiva atuando de forma integrada a todas as
secretarias conferindo maior visibilidade agrave Educaccedilatildeo Ambiental e oportunizando
sua transversalidade assim como seu enraizamento no MEC e na estrutura de
Governo (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)
2004 O MMA e o MEC promoveram em 21 de julho a reuniatildeo de
instalaccedilatildeo do oacutergatildeo gestor da PNEA um passo decisivo para a execuccedilatildeo das
accedilotildees em educaccedilatildeo ambiental no Governo Federal tendo como primeira tarefa
a assinatura de um Termo de Cooperaccedilatildeo Teacutecnica para a realizaccedilatildeo conjunta
da Conferencia Infanto-Juvenil pelo Meio Ambiente (Ministeacuterio do Meio
Ambiente 2004)
97
Em 17 de novembro foi instaurado o Comitecirc Assessor do Oacutergatildeo
Gestor sendo realizada sua primeira reuniatildeo na qual foram criados seis grupos de
trabalho (GTs) dois temporaacuterios ndash GT Documento do ProNEA e GT Regimento
Interno e quatro permanentes ndash GT Gestatildeo do Sistema Brasileiro de Informaccedilotildees
sobre Educaccedilatildeo Ambiental(SIBEA) GT Criteacuterios e Indicadores para Projetos e
Accedilotildees de Educaccedilatildeo Ambiental GT Instrumentos Institucionais e Legais para a
Promoccedilatildeo da Educaccedilatildeo Ambiental e GT Relaccedilotildees Internacionais (Ministeacuterio do
Meio Ambiente 2004)
Foi realizado em Goiacircnia o primeiro encontro governamental
nacional sobre poliacuteticas publicas de educaccedilatildeo ambiental reunindo secretaacuterios e
gestores puacuteblicos das trecircs esferas de governo da aacuterea ambiental O evento visou
a elaborar um diagnoacutestico dos principais desafios ao enraizamento da educaccedilatildeo
ambiental e a aproximaccedilatildeo entre as secretarias de educaccedilatildeo e do meio
ambiente Neste encontro foi reconhecida a necessidade da articulaccedilatildeo e do
fortalecimento muacutetuo das Comissotildees Interinstitucionais Estaduais e das Redes de
Educaccedilatildeo Ambiental Foi elaborado o documento ldquoCompromisso de Goiacircniardquo
que consiste no estabelecimento de um importante e pioneiro pacto entre as
esferas de governo para a criaccedilatildeo de Poliacuteticas e Programas estaduais e
municipais de Educaccedilatildeo Ambiental sincronizados com o ProNEA (Ministeacuterio do
Meio Ambiente 2004)
Nesse ano foi realizada a deacutecima-nona ediccedilatildeo do curso de
Introduccedilatildeo agrave Educaccedilatildeo no Processo de Gestatildeo Ambiental do IBAMA
alcanccedilando quase 700 profissionais formados para atuar com a educaccedilatildeo na
gestatildeo ambiental (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2005)
Ocorreu nova reestruturaccedilatildeo do MEC com a transferecircncia da
Coordenaccedilatildeo Geral de Educaccedilatildeo Ambiental (CGEA) para a entatildeo receacutem-criada
Secretaria de Educaccedilatildeo Continuada Alfabetizaccedilatildeo e Diversidade (Ministeacuterio do
Meio Ambiente 2005)
98
Teve iniacutecio um novo Plano Plurianual o PPA 2004-2007 Em
funccedilatildeo das novas diretrizes e sintonizado com o ProNEA o Programa 0052 eacute
reformulado passa a ser intitulado Educaccedilatildeo Ambiental para Sociedades
Sustentaacuteveis e inicia o ano composto por accedilotildees de responsabilidade da Diretoria
de Educaccedilatildeo Ambiental Fundo Nacional do Meio AmbienteAgecircncia Nacional
de Aacuteguas Coordenaccedilatildeo Geral de Educaccedilatildeo Ambiental do Instituto Brasileiro de
Meio Ambiente e Recursos Naturais Renovaacuteveis Jardim Botacircnico do Rio de
Janeiro e a Secretaria da Comissatildeo Interministerial para os Recursos do Mar
(SECIRM) (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)
Em novembro de 2004 foi realizado o V Foacuterum Brasileiro de
Educaccedilatildeo Ambiental construiacutedo de forma coletiva a partir da Rede Brasileira de
Educaccedilatildeo Ambiental e que proporcionou espaccedilos para diaacutelogo e trocas entre
os educadores ambientais Realizada durante todo o evento a atividade
denominada ldquoConversando com as Redesrdquo proporcionou aos participantes a
oportunidade de estar em contato com as pessoas que formam as redes de
Educaccedilatildeo Ambiental de todo o Brasil As conexotildees foram reforccediladas e renovadas
no evento que viu nascer a Rede Nordestina de Educaccedilatildeo Ambiental e a Rede
de Edu -comunicaccedilatildeo Socioambiental (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2005)
Ainda em novembro de 2004 o MMA participou na Venezuela
da reuniatildeo de trabalho de especialistas em gestatildeo puacuteblica da educaccedilatildeo
ambiental da Ameacuterica Latina e Caribe para elaboraccedilatildeo do plano de
implementaccedilatildeo do Programa Latino-americano e Caribenho de Educaccedilatildeo
Ambiental (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2005)
Nesse ano de 2004 foi feita a revisatildeo do Plano Plurianual e do
Programa 0052 e seu conjunto de accedilotildees foi alterado iniciando o exerciacutecio de
2005 com a seguinte composiccedilatildeo
bull 6270 ndash Educaccedilatildeo ambiental para recursos hiacutedricos (ANA)
bull 2972 ndash Educaccedilatildeo para conservaccedilatildeo da biodiversidade (Jardim Botacircnico
do Rio de Janeiro)
99
bull 2965 ndash Fomento a projetos integrados de educaccedilatildeo ambiental (FNMA)
bull 4932 ndash Formaccedilatildeo de educadores ambientais (DEAIBAMA)
bull 09HO ndash Apoio agrave gestatildeo compartilhada da educaccedilatildeo ambiental (DEA)
bull1997 ndash Implantaccedilatildeo do Sistema Brasileiro de Informaccedilotildees sobre Educaccedilatildeo
Ambiental (DEA)
bull 6857 ndash Produccedilatildeo e veiculaccedilatildeo de programas de educaccedilatildeo ambiental
(DEA)
bull 4641 ndash Publicidade de utilidade puacuteblica (DEA)
bull 4232 ndash Capacitaccedilatildeo de recursos humanos para a prevenccedilatildeo e o
controle ambiental nas aacutereas mariacutetimas e portuaacuterias (SECIRM) (Ministeacuterio do Meio
Ambiente 2004)
Nessa revisatildeo a CGEAMEC inclui no Programa 1061 - Brasil Escolarizado
sob responsabilidade desse Ministeacuterio duas accedilotildees relativas especificamente agrave
educaccedilatildeo ambiental
bull 09EA ndash Apoio agrave distribuiccedilatildeo de material didaacutetico para formaccedilatildeo
continuada em educaccedilatildeo ambiental
bull 09ED ndash Apoio agrave formaccedilatildeo continuada em educaccedilatildeo ambiental para
profissionais da educaccedilatildeo (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2005)
53 Algumas Consideraccedilotildees sobre a Evoluccedilatildeo da Educaccedilatildeo Ambiental
A Educaccedilatildeo Ambiental eacute direito de todos De modo formal como
componente permanente da educaccedilatildeo em todos os niacuteveis e modalidades De
modo natildeo formal atraveacutes de praacuteticas educativas voltadas para a mobilizaccedilatildeo e
participaccedilatildeo da sociedade e suas organizaccedilotildees na defesa da qualidade do
meio ambiente (ALERJ 1999)
A Educaccedilatildeo Ambiental jaacute percorreu um longo caminho superou alguns
obstaacuteculos alguns conflitos ganhou algumas batalhas porem ainda falta muito
para vencer a guerra contra os avanccedilos tecnoloacutegicos sem responsabilidade com
o meio ambiente porque o desenvolvimento eacute necessaacuterio poreacutem natildeo pode estar
100
combinado com um poder impiedoso e irracional do homem que destroacutei a terra
que pisa e tira o sustento polui o ar que respira suja a aacutegua que garante a sua
sobrevivecircncia e das geraccedilotildees futuras
Ao longo desses anos a Educaccedilatildeo Ambiental caminhou em direccedilatildeo ao
reconhecimento da sua importacircncia pois se natildeo houver um investimento em
accedilotildees que despertem a consciecircncia da humanidade para com o Meio
Ambiente natildeo teraacute nenhum sucesso os investimentos para o futuro A educaccedilatildeo
eacute o meio mais importante para o desenvolvimento do homem e a Educaccedilatildeo
Ambiental deve estar presente em todos os niacuteveis educacionais pois atraveacutes dela
passa a existir a consciecircncia pessoal de que o homem natildeo eacute o uacutenico no mundo
e sim faz parte dele segundo Boff 1992 ldquoMesmo sendo o homem a expressatildeo
autoconsciente do mundo natildeo eacute a principal nem a uacutenicardquo Devido a isto o
homem deve ter a consciecircncia de que existe uma interdependecircncia entre os
seres e a natureza em todo o planeta A partir da conscientizaccedilatildeo o homem
passa a perceber e revisar seus conceitos em relaccedilatildeo a viver bem pois a
seduccedilatildeo e adoraccedilatildeo aos estilos e modismos que fazem das pessoas aacutevidos
consumidores e como consequumlecircncia temos a geraccedilatildeo de montanhas de lixo
resiacuteduos inclusive radioativos aleacutem da extraccedilatildeo desordenada dos recursos
naturais natildeo renovaacuteveis
Eacute evidente que nas questotildees ambientais existem os conflitos que vatildeo de
encontro com os propoacutesitos poliacuteticos e os projetos educativos realmente
comprometidos com o resgate do equiliacutebrio entre a necessidade social e a
ambiccedilatildeo pessoal No primeiro caso trata-se de pessoas que na maioria das
vezes por falta de informaccedilatildeo destroem a natureza como derrubada de aacutervores
morte de animais pesca predatoacuteria etc em favor de seu sustento e de suas
famiacutelias natildeo percebendo que com esta destruiccedilatildeo estatildeo limitando o tempo do
seu sustento pois sem controle haacute o esgotamento No segundo caso a
exploraccedilatildeo e a destruiccedilatildeo da natureza natildeo por falta de informaccedilatildeo e sim por
ambiccedilatildeo ao dinheiro e por consequumlecircncia pelo poder natildeo importando o mal
que esta sendo feito Em relaccedilatildeo a isto se pode ressaltar que a pobreza tanto
nacional quanto global eacute uma das principais causas da destruiccedilatildeo pois quando
101
se tem fome a preocupaccedilatildeo com a natureza natildeo tem valor por isto quando se
fala em meio ambiente eacute tudo que estaacute a nossa volta inclusive agrave sociedade
Nessa perspectiva a educaccedilatildeo ambiental precisa ultrapassar os limites da
escola formal isto eacute deve transcender o espaccedilo escolar e ser concebida como
um processo contiacutenuo de formaccedilatildeo para a cidadania atingindo o ser humano
seja ele quem for ou onde estiver para que seja possiacutevel atingir em essecircncia a
mudanccedila de paradigmas que existem nas relaccedilotildees entre homem sociedade e
natureza Para isto se faz necessaacuterio o preenchimento de todos os espaccedilos seja
da miacutedia da famiacutelia do lazer da cultura da ciecircncia do trabalho e
principalmente da educaccedilatildeo Se forem aproveitadas todas as oportunidades
para se praticar a Educaccedilatildeo Ambiental estes conceitos passariam a fazer parte
da consciecircncia individual e coletiva do ser humano provocando alteraccedilatildeo no
sistema social e psicoloacutegico promovendo uma nova eacutetica planetaacuteria
comprometida com a erradicaccedilatildeo da pobreza da fome da poluiccedilatildeo da
opressatildeo humana da degradaccedilatildeo ambiental para que todos os recursos da
natureza possam ser utilizados com equiliacutebrio e respeito agrave fragilidade da terra e
de forma a beneficiar toda a humanidade (wwwsenacbr)
O Estado do Rio de Janeiro dispotildee da Lei 332599 que determina a
Educaccedilatildeo Ambiental obrigatoacuteria em todos os periacuteodos e nas vaacuterias disciplinas do
primeiro e segundo graus natildeo podendo ter uma uacutenica cadeira com conceitos
ecoloacutegicos e as demais ignorarem completamente os ecossistemas e as relaccedilotildees
entre transportes induacutestria agricultura urbanizaccedilatildeo sauacutede e o meio ambiente A
Educaccedilatildeo Ambiental por ser responsabilidade de todos deve ser tratada como
tema transversal isto eacute uma preocupaccedilatildeo de toda a escola e de toda a
comunidade onde a escola estaacute inserida Os professores das vaacuterias disciplinas e a
direccedilatildeo da escola estaratildeo empenhados na construccedilatildeo de projetos pedagoacutegicos
que inclua a problemaacutetica ambiental
A seguir as metodologias utilizadas na realizaccedilatildeo deste trabalho
102
Capiacutetulo 6 Metodologias
O objetivo deste capiacutetulo eacute descrever as metodologias aplicadas na busca
dos objetivos especiacuteficos para atingir as metas apontadas neste estudo
O estudo apresentado nessa dissertaccedilatildeo teve como base agrave elaboraccedilatildeo
de um meacutetodo capaz de garantir a confiabilidade e reprodutibilidade da
pesquisa No decorrer deste capitulo seratildeo abordados temas como
planejamento de pesquisa meacutetodo estatiacutestico pesquisa de campo fontes de
informaccedilatildeo e os problemas encontrados
Eacute relevante citar que o processo de pesquisa cientifica eacute uma atividade
dinacircmica e passiacutevel de mutaccedilotildees A metodologia empregada nesta pesquisa
possibilitou a agregaccedilatildeo de informaccedilotildees no decorrer do trabalho norteadas
sempre pelos objetivos do estudo
A figura 61 mostra esquematicamente a estrateacutegia utilizada na pesquisa
cujas etapas estatildeo melhor detalhadas nos itens subsequumlentes
103
Figura 61 - Esquematizaccedilatildeo do Projeto
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria a partir dos dados deste capiacutetulo
104
61 Diagnose do Estado da Arte da Educaccedilatildeo Ambiental no Ensino Meacutedio da Rede Estadual de Ensino no Municiacutepio do Rio de Janeiro 611 Objetivos
Umas das finalidades da pesquisa proposta no presente trabalho consistiu
em analisar o estado da arte do ponto de vista da Educaccedilatildeo Ambiental do
Ensino Meacutedio na Rede Estadual de Ensino localizada no Municiacutepio do Rio de
Janeiro A partir desta anaacutelise pretende-se traccedilar um perfil das escolas e indicar
caminhos estrateacutegicos em termos de sugestotildees no sentido de melhorar as
informaccedilotildees fornecidas aos alunos dentro da sua formaccedilatildeo acadecircmica partindo
de uma boa formaccedilatildeo docente
A seguir seratildeo detalhados os procedimentos utilizados durante a
elaboraccedilatildeo da pesquisa
612 Metodologia de Pesquisa
O meacutetodo de pesquisa adotado foi uma combinaccedilatildeo de anaacutelise
exploratoacuteria e anaacutelise quantitativa envolvendo as Escolas do Ensino Meacutedio da
Rede Estadual de Ensino localizadas no Municiacutepio do Rio de Janeiro O meacutetodo
foi baseado nas seguintes definiccedilotildees
Uma anaacutelise exploratoacuteria eacute uma pesquisa empiacuterica que utilizando diversas
fontes de informaccedilatildeo investiga um fenocircmeno contemporacircneo no seu contexto
real quando as fronteiras entre o fenocircmeno e contexto natildeo se encontram
nitidamente definidas (Yin 1984)
A anaacutelise quantitativa muitas vezes pode natildeo englobar as variaacuteveis
necessaacuterias agrave compreensatildeo de determinados eventos A concorrecircncia desses
eventos pode abranger uma complexidade tal que os paracircmetros de anaacutelise
tornam-se multidimensionais e difiacuteceis de serem observados de forma quantitativa
105
Contudo isto natildeo significa que as fronteiras entre as duas estrateacutegias de
pesquisa adotadas devam ser claramente delimitadas pois sempre existiratildeo
pontos em comum entre elas Cabe ressaltar poreacutem que cada estrateacutegia possui
caracteriacutesticas proacuteprias (Castro 1978)
O meacutetodo Survey a seguir definido foi o mais adequado para o
desenvolvimento da pesquisa
ldquoA pesquisa survey pode ser descrita como obtenccedilatildeo de dados ou
informaccedilotildees sobre caracteriacutesticas accedilotildees ou opiniotildees de determinado grupo
de pessoas indicado como representante de uma populaccedilatildeo alvo por meio
de um instrumento de pesquisa normalmente um questionaacuteriordquo(Tanur apud
Pinsonneautlt amp Kraemer 1993)
A metodologia estaacute coerente com o objetivo do trabalho uma vez que
desejava-se identificar qual o estado da arte da educaccedilatildeo ambiental nas
escolas de ensino meacutedio da Rede Puacuteblica EstadualConsiderando as colocaccedilotildees
de classificaccedilatildeo de uma pesquisa Survey esta tem um propoacutesito exploratoacuterio e
descritivo
No desenvolvimento do trabalho foi realizado um levantamento de dados
no ambiente com a aplicaccedilatildeo de um questionaacuterio respondido por parte das
escolas (amostra) de cada Metropolitana envolvida na pesquisa
613 Planejamento da Pesquisa
O primeiro passo do planejamento da pesquisa foi o levantamento das
informaccedilotildees disponiacuteveis sobre a situaccedilatildeo do ensino da EA nas Instituiccedilotildees de
Ensino Meacutedio da Rede Puacuteblica Estadual do Municiacutepio do Rio de Janeiro Este
levantamento compreendeu os seguintes itens
Determinaccedilatildeo da metodologia de pesquisa a ser adotada no projeto
Elaboraccedilatildeo de questionaacuterios
106
Aplicaccedilatildeo dos questionaacuterios junto agraves Instituiccedilotildees de Ensino meacutedio
atraveacutes de parceria com a Secretaria Estadual de Educaccedilatildeo
Realizaccedilatildeo de entrevistas com os diretores de Ensino das
Metropolitanas envolvidas no projeto
Avaliaccedilatildeo da receptividade nas metropolitanas e na SEERJ
Levantamento estatiacutestico dos dados
Busca de maiores informaccedilotildees sobre o tema nos sites da SEERJ
Elaboraccedilatildeo de propostas
614 Fontes de Informaccedilotildees
Na pesquisa realizada se lidou com uma variedade de fontes de
informaccedilotildees como documentos entrevistas e observaccedilotildees conforme segue
Materiais Impressos de oacutergatildeos ambientais
Trabalhos acadecircmicos sobre Educaccedilatildeo Ambiental
Entrevistas com professores e diretores de instituiccedilotildees de ensino
Materiais disponibilizados em meio eletrocircnico
Informaccedilotildees disponibilizadas pela SEERJ
615 Pesquisa de Campo
A pesquisa de campo foi realizada em duas etapas
A primeira etapa consistiu na aplicaccedilatildeo de um questionaacuterio nas escolas de
Ensino meacutedio da Rede Puacuteblica Estadual do Municiacutepio do Rio de Janeiro no
periacuteodo de abril a julho de 2006 A distribuiccedilatildeo do questionaacuterio foi viabilizada
mediante parceria com a SEERJ atraveacutes da coordenadoria de EA Os
questionaacuterios foram enviados para as Metropolitanas que foram responsaacuteveis
pela distribuiccedilatildeo e pelo recolhimento destes nas escolas Nas escolas os
questionaacuterios foram respondidos pelos diretores ou orientadores pedagoacutegicos O
modelo do questionaacuterio encontra-se no anexo 3
107
Apoacutes anaacutelise quantitativa e qualitativa dos questionaacuterios foi realizada a
segunda etapa que consistiu na avaliaccedilatildeo da receptividade das Metropolitanas
e da proacutepria SEERJ relacionada agrave relevacircncia da pesquisa Para tal foi elaborado
um questionaacuterio especiacutefico a ser respondido pelo responsaacutevel pela distribuiccedilatildeo
em cada metropolitana (anexo 4 5 e 6) e tambeacutem pela Coordenaccedilatildeo de
Educaccedilatildeo Ambiental da SEERJ O modelo dos questionaacuterios encontram-se no
anexo 7
Depois de estabelecidas as primeiras diretrizes foi realizado um
levantamento bibliograacutefico sobre os assuntos referentes ao trabalho Atraveacutes da
revisatildeo da literatura foi encontrada uma seacuterie de documentos pertinentes ao
assunto tais como
Determinaccedilatildeo de um modelo estatiacutestico utilizaccedilatildeo de uma amostragem
adequada
Realizaccedilatildeo de um questionaacuterio para as escolas
Definiccedilatildeo de modelo estatiacutestico para avaliar os dados levantados
Discussatildeo sobre o modelo estatiacutestico
Numa segunda etapa foi realizado um questionaacuterio de avaliaccedilatildeo da
pesquisa com os Diretores de Ensino responsaacuteveis pelas das metropolitanas
envolvidas no projeto
616 Avaliaccedilatildeo dos Resultados
Os dados seratildeo apresentados de maneira a desenhar o perfil das escolas
respondentes e suas opiniotildees a respeito da situaccedilatildeo do ensino da Educaccedilatildeo
Ambiental na rede puacuteblica estadual do Municiacutepio do Rio de Janeiro
Entre as respostas verificadas desconsiderou-se as respostas que natildeo
estavam em concordacircncia com as perguntas e as respostas em branco
As avaliaccedilotildees foram feitas nos itens e demonstradas em forma de
percentual
108
Foi feita uma anaacutelise estatiacutestica dos dados poreacutem nem todos os dados
estavam adequados para este tipo de anaacutelise Dada a heterogeneidade dos
dados o que muitas vezes impediu a aplicaccedilatildeo de equaccedilotildees matemaacuteticas
optou-se por natildeo realizar o tratamento estatiacutestico
62 Diagnose do Acesso aos Cursos de Graduaccedilatildeo nas
Universidades Puacuteblicas Estudo de Caso da UERJ e UFRJ
621 Objetivos
Aleacutem do mapeamento da Educaccedilatildeo Ambiental no Ensino Meacutedio puacuteblico
estadual a outra finalidade da pesquisa proposta nesta dissertaccedilatildeo consistiu em
analisar o acesso agraves Universidades Puacuteblicas dos alunos oriundos das escolas de
ensino meacutedio da Rede Puacuteblica
Para atingir esta meta foi realizada uma avaliaccedilatildeo do Sistema de Cotas
implantado na UERJ como tambeacutem avaliaccedilatildeo de uma proposta do acesso
atraveacutes do Sistema de Cotas que estaacute em fase de projeto na UFRJ
A seguir seratildeo detalhados os procedimentos utilizados durante a
elaboraccedilatildeo da pesquisa
622 Metodologia de Pesquisa
O meacutetodo de pesquisa adotado foi uma combinaccedilatildeo de anaacutelise
exploratoacuteria e anaacutelise quantitativa envolvendo as Universidades UERJ e UFRJ As
definiccedilotildees das metodologias foram descritas no item 612 deste capiacutetulo
109
623 Planejamento da Pesquisa
O planejamento foi iniciado com o levantamento das informaccedilotildees
disponiacuteveis sobre o acesso dos alunos nas Universidades Puacuteblicas Este
levantamento compreendeu os seguintes itens
Definiccedilatildeo das Universidades que seriam objeto da Pesquisa
Solicitaccedilatildeo de informaccedilotildees referentes aos alunos ingressos nas
Universidades atraveacutes de relatoacuterios fornecidos pelas comissotildees de
Vestibular das Universidades
Realizaccedilatildeo de entrevistas teacutecnicas com professores e outros profissionais
envolvidos no sistema de cotas das Universidades
Avaliaccedilatildeo quantitativa de alunos que ingressam nas Universidades
Puacuteblicas definidas egressos de escolas de ensino meacutedio da rede puacuteblica
comparados com os alunos egressos das instituiccedilotildees de ensino da Rede
Particular
Levantamento estatiacutestico dos dados
Busca de maiores informaccedilotildees sobre o sistema de cotas na miacutedia
eletrocircnica e escrita
Anaacutelise criacutetica dos sistemas de Cotas referentes agraves Universidades
estudadas
624 Fontes de Informaccedilotildees
Na pesquisa realizada se lidou com uma variedade de fontes de
informaccedilotildees como documentos entrevistas e observaccedilotildees conforme segue
Materiais Impressos fornecidos pela UERJ
Materiais de impressos de circulaccedilatildeo interna sobre a implantaccedilatildeo
do Sistema de Cotas na UERJ
Entrevistas teacutecnicas com professores e pessoas ligadas ao Sistema
de Cotas nas Universidades
Materiais disponibilizados em meio eletrocircnico
Relatoacuterios disponibilizados pela UERJ e UFRJ
110
625 Pesquisa de Campo
A pesquisa de campo foi realizada em vaacuterias etapas
Primeiramente estabeleceu-se contato com profissionais de setores da
UERJ e UFRJ relacionados ao acesso aos cursos de graduaccedilatildeo Isto feito face agraves
diferentes formas de acesso dessas universidades foram adotadas estrateacutegias
diferentes para os dois casos
- Estudo de caso UERJ
Foram realizadas entrevistas teacutecnicas com docentes da UERJ que
participaram da implantaccedilatildeo do sistema de cotas tanto a niacutevel acadecircmico
como administrativo Aleacutem disso foram coletadas informaccedilotildees referentes ao
vestibular atraveacutes de relatoacuterios fornecidos pelo nuacutecleo de informaacutetica da
Comissatildeo de Vestibular
- Estudo de caso UFRJ
Foi realizado com base no relatoacuterio de informaccedilotildees sobre o acesso no
vestibular fornecido pela comissatildeo de vestibular da UFRJ No que diz respeito ao
acesso diferenciado foi avaliada uma proposta da UFRJ para sistema de cotas
A primeira etapa consistiu em entrevistas teacutecnicas com professores da
UERJ que participam do sistema de cotas adotado pela Universidade como
tambeacutem acesso agraves informaccedilotildees pertinentes ao vestibular
Atraveacutes da revisatildeo da literatura foi encontrada uma seacuterie de documentos
pertinentes ao assunto tais como
Relatoacuterio com as informaccedilotildees de acesso a UFRJ dos alunos egressos
da Rede Estadual de ensino Documento fornecido pelo nuacutecleo de
informaacutetica do setor de vestibular da Universidade
111
Relatoacuterio com as informaccedilotildees de acesso a UERJ dos alunos egressos
da Rede Estadual de ensino Incluindo os alunos contemplados pelos
sistemas de cotas Documento fornecido pelo nuacutecleo de informaacutetica do
setor de vestibular da Universidade
Numa segunda etapa foi realizada uma avaliaccedilatildeo dos resultados e
montado um quadro comparativo entre as Universidades
63 Limitaccedilotildees do Estudo
O fator limitante foi a dificuldade de acesso aos dados relativos agraves escolas
pois para alguns Diretores de Ensino responsaacuteveis pelas Metropolitanas foram
muito difiacuteceis a distribuiccedilatildeo e o recebimento dos questionaacuterios o que acabou
comprometendo a quantidade das informaccedilotildees
Algumas escolas natildeo demonstraram muito interesse em responder os
questionaacuterios deixando muitas perguntas em branco e natildeo mostrando a
realidade das escolas
A seguir seraacute mostrada uma avaliaccedilatildeo do acesso aos cursos de
graduaccedilatildeo
112
Capiacutetulo 7 Diagnoacutestico do Acesso aos Cursos de Graduaccedilatildeo Estudo de Casos UERJ e UFRJ
Neste capiacutetulo eacute mostrado como acontece o acesso agraves Universidades
Puacuteblicas dos alunos oriundos das escolas da rede Puacuteblica Estadual em
comparaccedilatildeo com a Rede Federal e a Rede ParticularTomou-se como estudo de
caso a Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e a Universidade Federal
do Rio de Janeiro (UFRJ) tendo como base os nuacutemeros referentes aos concursos
vestibulares no periacuteodo 2003-2006
Tambeacutem eacute feita uma avaliaccedilatildeo do acesso por Cotas focando
a sistemaacutetica implementada na UERJ que foi a primeira a implantar o sistema
Tambeacutem fez uma anaacutelise de uma proposta da UFRJ para futura implantaccedilatildeo do
sistema
113
71 O Sistema de Cotas
A lei de cotas nas universidades eacute considerado um assunto muito
polecircmico que divide muitas opiniotildees Desde o acircmbito acadecircmico passando
pelo governamental e faixas da sociedade(www universiacombr)
Com o passar dos anos o aumento da competiccedilatildeo por uma vaga
nas Universidades Puacuteblicas fez com que o grau de exigecircncia aliada agrave diminuiccedilatildeo
da qualidade do ensino meacutedio na rede puacuteblica estadual tornasse o ingresso
deste grupo nas Universidades cada vez mais difiacutecil Uma das consequumlecircncias eacute o
fato de que as vagas nessas universidades fiquem voltadas para a faixa da
sociedade que pelo domiacutenio do poder econocircmico prepara melhor seus alunos
garantindo suas vagas Esta faixa da sociedade natildeo concorda com as cotas
pois percebe com isto que as suas vagas jaacute consideradas certas seratildeo
distribuiacutedas para uma faixa excluiacuteda que ateacute entatildeo natildeo significava qualquer
ameaccedila na competiccedilatildeo e alguns ateacute julgam o sistema como ldquoinjustordquo
Em relaccedilatildeo ao sistema acadecircmico existe a preocupaccedilatildeo com a
diminuiccedilatildeo da qualidade do ensino devido ao ingresso de alunos que satildeo
considerados ldquodespreparadosrdquo para ingressar em uma universidade de
qualidade (www universiacombr)
Para implantaccedilatildeo do Sistema de Cotas foram criadas leis nos
acircmbitos federal e estadual
Lei Federal PROJETO DE LEI 36272004
Institui Sistema Especial de Reserva de Vagas para estudantes egressos de
escolas puacuteblicas em especial negros e indiacutegenas nas instituiccedilotildees puacuteblicas
federais de educaccedilatildeo superior e daacute outras providecircncias Anexo 1
Lei Estadual Lei Nordm 3708 de 9 de Novembro de 2001
114
Institui cota de ateacute 40 (quarenta por cento) para as populaccedilotildees negra e
parda no acesso a Universidade do Estado do Rio de Janeiro e agrave Universidade
Estadual do Norte Fluminense e daacute outras providecircnciasAnexo2
72 Implantaccedilatildeo do Sistema
Por forccedila do disposto na Lei Estadual Nordm 3708 a Universidade Estadual do
Rio de Janeiro (UERJ) foi a primeira instituiccedilatildeo a adotar o sistema de cotas no
Estado do Rio de Janeiro tendo iniacutecio em 2003 (wwwconcienciacombr)
Como a reserva de vagas de acordo com a lei prevecirc 50 do total de
vagas por cursoturnosemestre para alunos oriundos da rede puacuteblica e para que
a lei pudesse ser cumprida foram realizados dois vestibulares
Um tradicional aberto a candidatos oriundos de qualquer tipo de
escola e denominado como nos anos anteriores Vestibular Estadual para
preenchimento na UERJ 2485 vagas em 46 cursos
Outro aberto apenas a candidatos oriundos de escolas da rede
puacuteblica localizadas no Estado do Rio de Janeiro denominado Vestibular SADE
(Sistema de Acompanhamento do Desempenho dos Estudantes do Ensino Meacutedio
mantido pelo Poder Puacuteblico) para preenchimento na UERJ de 2485 vagas em 46
cursos
Como a reserva prevecirc 40 do total de vagas por cursoturnosemestre
para alunos autodeclarados negros e pardos e para atender a reserva foram
adotados os alguns procedimentos
Apoacutes a soma do nuacutemero total de vagas oferecido nos dois vestibulares e
calculado o valor correspondente a 40 de cada total obtido verifica-se o
quantitativo de autodeclarados negros ou pardos e se o quantitativo for igual ou
maior que os 40 previstos pela legislaccedilatildeo a reserva eacute considerada
atendida(UERJ 2003)
115
73 O Aluno na Universidade
A questatildeo natildeo se resume ao ingresso do aluno na Universidade mas
tambeacutem se a Universidade tem condiccedilotildees de acolher e manter estes alunos Se
estes tiverem muita dificuldade de acompanhar as aulas e isto acarretar evasatildeo
o sistema natildeo teraacute sentido
Segundo a Sub-Reitora de Graduaccedilatildeo da UERJ ProfaRaquel Villard
somente a reserva de vagas para as pessoas carentes natildeo eacute o suficiente pois
existe o problema financeiro No endereccedilo eletrocircnico institucional a Sub-Reitora
declara ldquoHoje noacutes temos um programa chamado PROINICIAR (Programa de
Iniciaccedilatildeo Acadecircmica) Por meio dele a Universidade tenta ajudar este aluno na
passagem para a vida universitaacuteria inclusive atendendo aos estudantes em suas
necessidades advindas de um ensino meacutedio ou fundamental sem a qualidade
que deveria terrdquo (www 2uerjbr)
A UERJ utiliza o sistema de cotas desde 2003 Os alunos cotistas que
comprovam baixa renda recebem uma bolsa auxilio de R$19000(cento e
noventa reais) Este auxilio eacute destinado agraves despesas baacutesicas de manutenccedilatildeo do
aluno como passagem coacutepias livros lanche etc e tem duraccedilatildeo de 1 ano Isso
eacute devido ao fato do aluno quando chega ao 3ordm periacuteodo de acordo com o seu
desempenho pode participar dos outros programas existentes na Universidade
como estaacutegios iniciaccedilatildeo cientiacutefica etc que oferecem bolsas Tendo assim a
partir deste periacuteodo o aluno jaacute eacute capaz de conseguir sua remuneraccedilatildeo natildeo
sendo mais necessaacuterio o auxilio(Noronha Patriacutecia - Coordenaccedilatildeo do PROINICIAR-
Entrevista teacutecnica)
Segundo informaccedilotildees coletadas junto agrave coordenaccedilatildeo do PROINICIAR
devido agraves carecircncias educacionais dos alunos eventuais falhas no Ensino Meacutedio a
UERJ instituiu dentro do programa Proiniciar cursos oficinas e atividades culturais
Este programa oferece em paralelo com as disciplinas do curso aulas de
Matemaacutetica Quiacutemica Fiacutesica Biologia etc como se fossem aulas de reforccedilo e
oficinas com aulas praacuteticas aleacutem de visitas e passeios culturais programados a
116
teatros cinemas museus etc A garantia do funcionamento deste programa eacute
atraveacutes de parcerias entre as diversas faculdades dentro da UERJ aleacutem de
parcerias externas Essas parcerias tecircm o objetivo de facilitar a execuccedilatildeo do
programa pois se faz necessaacuterio que diversos professores sejam disponibilizados
para os cursos e as oficinas Atraveacutes destas parcerias satildeo oferecidos tambeacutem
cursos de idiomas gratuitamente para os cotistas (Inglecircs Francecircs Alematildeo etc)
(Noronha Patriacutecia - Coordenaccedilatildeo do PROINICIAR-Entrevista teacutecnica)
Ainda de acordo com a Coordenaccedilatildeo do PROINICIAR inicialmente a
evasatildeo dos alunos cotistas era grande muitos natildeo conseguiam se manter na os
Universidade tanto por dificuldades em acompanhar as aulas quanto por
dificuldades financeiras Uma das razotildees atribuiacutedas era o fato de que havia um
excesso de oficinas e atividades coincidentes com os periacuteodos de provas Sendo
assim os alunos natildeo conseguiam dar conta de todas as atribuiccedilotildees natildeo
atingindo os graus necessaacuterios e com isto se sentiam incapazes perdiam o
entusiasmo e acabavam desistindo do curso Atualmente a oferta dos cursos e
das oficinas satildeo feitos no iniacutecio dos periacuteodos terminando antes do iniacutecio das
provas isto faz com que os alunos fiquem com tempo mais livre para se
prepararem melhor para as provas sem contar que no iniacutecio dos periacuteodos os
alunos estatildeo com maior disposiccedilatildeo Essas medidas jaacute trouxeram uma melhoria no
desempenho destes alunos e aumentaram tambeacutem a auto-estima tornando-
mais seguros(Noronha Patriacutecia - Coordenaccedilatildeo do PROINICIAR-Entrevista teacutecnica)
Em relaccedilatildeo ao desempenho dos cotistas que segundo a ProfaRaquel
Villard reprovam menos por frequumlecircncia do que os natildeo cotistas ldquoTambeacutem temos
dados que comprovam que o estudante se apega a essa chance como algo
que ele sabe que natildeo pode ser jogado fora natildeo pode ser perdido Isto explica o
empenho evidente nos estudosrdquo (wwwuniversiacombr)
Natildeo existe duacutevida de que a adoccedilatildeo de cotas eacute uma forma eficaz de
aumentar o ingresso de negros e carentes em Universidades Isto faz com que
tenham condiccedilatildeo de cursarem o niacutevel superior que hoje eacute um privileacutegio das
classes mais abastadas da sociedade pois somente alunos bem preparados
117
normalmente por escolas do setor privado e de cursinhos preparatoacuterios possuem
maior acesso agraves Universidades Puacuteblicas Como este preparo requer um custo
elevado fica cada vez mais restrito a uma pequena parcela da sociedade que
possui melhor poder aquisitivo
Segundo o Professor Ricardo Salles (historiador e professor da Faculdade de
Formaccedilatildeo de Professores da UERJ) o sistema trouxe principalmente dois grandes
resultados positivos
Inicialmente fez que um expressivo nuacutemero de afro-brasileiros e alunos
carentes oriundos de escolas puacuteblicas ingressasse na Universidade Puacuteblica Para
estas pessoas que tendo concluiacutedo o ensino meacutedio estavam legalmente em
condiccedilotildees de ingressarem em uma Universidade O Sistema de Cotas tornou
possiacutevel o ingresso em uma Universidade Puacuteblica pois sem as mesmas soacute teriam
condiccedilotildees de ingressarem em instituiccedilotildees privadas possibilidade esta que na
maioria dos casos esbarrava na falta de recursos financeiros devido ao alto
custo da mensalidade dos cursos
Ainda de acordo com o professor Ricardo Salles o segundo resultado
positivo da implantaccedilatildeo das cotas eacute que atraveacutes dela se tem novamente em
debate agrave polecircmica a respeito do lugar da Universidade Puacuteblica na Sociedade
Brasileira tendo como objetivo o desenvolvimento de uma naccedilatildeo mais justa e
democraacutetica Isto porque se existe a Universidade Puacuteblica e esta eacute mantida pelos
governos parte deste dinheiro adveacutem dos impostos da populaccedilatildeo nada mais
justo que a maioria das pessoas que estejam na Universidade Puacuteblica sejam as
que natildeo tenham condiccedilotildees de pagar uma boa Universidade particular Mas na
realidade o que ocorre eacute exatamente o contraacuterio satildeo as classes mais
privilegiadas que estatildeo nas Universidades Puacuteblicas pois nas trecircs ultimas deacutecadas
o descaso com o ensino meacutedio da rede puacuteblica foi tatildeo grande que os alunos
que se formam nessas instituiccedilotildees natildeo satildeo capazes de concorrerem em
igualdade com os que vecircm de um ensino meacutedio em instituiccedilotildees particulares caras
com um principal objetivo de cursar uma Universidade Puacuteblica Entatildeo o sistema
118
de cotas para esses alunos eacute uma maneira de compensar esse contra-senso
(www2uerjbr)
74 A Necessidade das Cotas
Eacute preciso se estar alerta para que o sistema de cotas ou reserva de vagas
natildeo incorra no risco de desviar a atenccedilatildeo de uma questatildeo muito grave talvez a
questatildeo-chave da situaccedilatildeo que eacute o niacutevel do ensino meacutedio da rede puacuteblica na
atualidade O Estado estaacute deixando de cumprir a sua parte que eacute de preparar
bem os alunos de famiacutelias mais carentes independentes da cor para que
aumentem suas condiccedilotildees de competiccedilatildeo para que melhorem suas condiccedilotildees
de vida atraveacutes de uma boa formaccedilatildeo Universitaacuteria
Este fato pode ser observado ao longo dos anos pois historicamente os
melhores alunos estavam na Rede Puacuteblica de Ensino em todos os niacuteveis de
formaccedilatildeo Somente estudavam em escolas particulares aqueles alunos que
tinham problemas seacuterios de disciplina ou muita dificuldade em aprendizagem
logo para completarem seus estudos recorriam agrave Rede Privada de ensino O
ensino puacuteblico era muito riacutegido e exigente o que contribuiacutea para uma boa
formaccedilatildeo e consequumlente condiccedilatildeo de ingresso em uma Universidade Puacuteblica
A inclusatildeo de negros na questatildeo das cotas tambeacutem adveacutem da maioria
da populaccedilatildeo que utiliza a Rede Puacuteblica Estadual de Ensino ser de pardos e
negros que gera por consequumlecircncia uma acentuada minoria desses alunos nas
Universidades Puacuteblicas
Com o passar dos anos a Educaccedilatildeo Puacuteblica comeccedilou a ser superada em
termos de formaccedilatildeo pela Rede Privada o que ocasionou uma lacuna entre os
alunos da Rede Puacuteblica Estadual e a Universidade pois se as instituiccedilotildees de ensino
particular estatildeo preparando melhor os seus alunos seratildeo estes que ingressaratildeo
nas Universidades Puacuteblicas Com isto o nuacutemero de alunos que terminam o ensino
meacutedio na Rede Puacuteblica Estadual que consegue se classificar em uma
Universidade Puacuteblica eacute a cada ano menor restando para estes alunos da Rede
119
Puacuteblica Estadual ingressarem em Universidades Privadas ou simplesmente que eacute o
que ocorre com maior frequumlecircncia ficar sem o direito de melhorar suas condiccedilotildees
de vida atraveacutes de uma boa graduaccedilatildeo
Com atenccedilatildeo a estes fatos eacute que o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo estaacute com um
projeto de lei no qual sugere a diminuiccedilatildeo gradativa do percentual da cota de
50 dos alunos que cursaram o ensino meacutedio na rede puacuteblica A intenccedilatildeo do
Ministeacuterio eacute promover a qualidade no ensino meacutedio na mesma proporccedilatildeo que os
alunos deixariam de utilizar as cotas (wwweducacaoaolbr)
Segundo o MEC (Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura) a melhoria da
qualidade do ensino puacuteblico ldquoeacute a mais eficiente poliacutetica de inclusatildeo social no
que diz respeito ao acesso agrave educaccedilatildeo superiorrdquo (wwweducacaoaolbr)
O Professor Joseacute Jorge de Carvalho (Departamento de Antropologia-
Universidade de Brasiacutelia) comenta que o sistema de cotas eacute a uacutenica forma de
resolver o problema da exclusatildeo racial em curto prazo O preconceito segundo
ele estaacute presente nas salas de aula O professor comeccedilou a defender o sistema
de cotas para negros quando presenciou o caso de um aluno que foi
prejudicado por um professor por motivos raciais (wwwespacoacademicocom
br)
O Professor Joseacute Jorge de Carvalho defende que ldquoHaacute poucos negros na
Universidade e isso dificulta que eles se unam para lutar por seus direitos Eacute preciso
mudar o tipo de relaccedilatildeo que existe na academia E isso soacute vai acontecer quando
houver vaacuterios negros laacute dentrordquo Os estudos do professor mostram os nuacutemeros da
exclusatildeo em 2003 97 dos universitaacuterios brasileiros satildeo brancos contra 2 de
negros e 1 de amarelos O desequiliacutebrio eacute evidente se no Brasil 45 da
populaccedilatildeo eacute negra Baseados nestes dados fica claro que era preciso tomar
alguma providecircncia para se tentar reverter este quadro era necessaacuterio que de
alguma maneira se fizesse agrave inserccedilatildeo do negro no ensino superior e o sistema de
cotas foi uma opccedilatildeo praacutetica e que amenizaria o problema num curto prazo
(wwwespacoacademicocombr)
120
Segundo a professora de Antropologia Yvonne Maggie (Professora Titular
da Universidade Federal do Rio de Janeiro) a ideacuteia de raccedila deve ser abolida por
estimular a divisatildeo do paiacutes em grupos eacutetnicos A cisatildeo racial seria um passo em
direccedilatildeo ao conflito Para a professora Yvonne Maggie ldquoDesde o Modernismo
nossa sociedade se vecirc como misturada A introduccedilatildeo do sistema de cotas rompe
com esse ideaacuterio e produz uma sociedade que tem a obrigaccedilatildeo legal de se
classificar como lsquobranca ou negrarsquo Em outros paiacuteses poliacuteticas que reforccedilam a
condiccedilatildeo racial geraram conflitos inimaginaacuteveis como a Ruanda o Kosovo e a
Aacutefrica do Sulrdquo (wwwcomcienciabr)
Na avaliaccedilatildeo da autora desta dissertaccedilatildeo a questatildeo do indiviacuteduo no
sistema de cotas ter que se auto-declarar negro ou branco natildeo chega a ser um
motivo passiacutevel de gerar um conflito de raccedilas pois a raccedila natildeo deve ser vista
como um motivo de vergonha para o indiacuteviduo e sim uma informaccedilatildeo comum
como peso idade etc O que pode gerar conflitos poreacutem eacute a discriminaccedilatildeo de
raccedilas exclusatildeo social que satildeo problemas muito mais graves no nosso paiacutes
problemas estes que satildeo as principais causas de confrontos e grandes geradores
de violecircncia Com a exclusatildeo social as diferenccedilas sociais se tornam cada vez
maiores provocando a falta de oportunidades para a maioria da populaccedilatildeo
privilegiando sempre uma pequena parcela da sociedade o que gera revolta e
consequumlentemente atos de violecircncia
Um comparativo da situaccedilatildeo das aprovaccedilotildees nos vestibulares das
Universidades Puacuteblicas participantes do estudo dos alunos egressos da Rede
Puacuteblica Estadual em relaccedilatildeo aos alunos egressos da Rede Puacuteblica Federal como
tambeacutem dos alunos egressos da Rede de Ensino Particular eacute mostrado a seguir
75 Comparativo Entre a Rede Estadual de Ensino e a Rede
Federal e Particular
Para os estudos foram selecionadas duas instituiccedilotildees a Universidade
Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) por ser a Universidade agrave qual eacute vinculado o
121
projeto de pesquisa e Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) por ser a
primeira universidade a utilizar o sistema de cotas aumentando assim o nuacutemero
de alunos oriundos de escolas da Rede Puacuteblica Estadual
A Rede Puacuteblica Estadual do Rio de Janeiro eacute a responsaacutevel pela formaccedilatildeo
do maior nuacutemero de alunos concluintes do ensino meacutedio mais isto natildeo significa
que estes alunos ingressam em maior nuacutemero em Universidades Puacuteblicas
Na realidade o que ocorre eacute que as Redes de Ensino Privadas e Federais
responsaacuteveis por apenas um terccedilo dos concluintes do ensino meacutedio satildeo os que
mais aprovam seus alunos nas Universidades Puacuteblicas conforme mostra a Tabela
71 a qual traz o nuacutemero de alunos egressos das escolas puacuteblicas inscritos e o
nuacutemero dos que obtiveram aprovaccedilatildeo nas Universidades Puacuteblicas
A maioria dos alunos da Rede Puacuteblica Estadual nem ao menos se inscreve
nos concursos dentre os que se inscrevem menos da metade consegue
classificaccedilatildeo para um curso de graduaccedilatildeo
Tabela 71 os Vestibulares UFRJ e UERJ - Nordm de inscritos e nordm de classificados
UFRJ UERJ a
ESTADUAL FEDERAL PARTICULAR ESTADUAL FEDERAL PARTICULAR
ANO INSC CLAS INSC CLAS INSC CLAS INSC CLAS INSC CLAS INSC CLAS
2000 ND ND ND ND ND ND 8391 318 4558 700 20764 1593
2001 ND ND ND ND ND ND 12866 479 4966 670 33583 2801
2002 ND ND ND ND ND ND 11938 805 4220 708 24664 2745
2003 11849 907 4670 1083 30796 4118 14804 2218 3529 817 16968 1647
2004 13703 875 4589 900 34921 4467 9941 1881 2824 688 15251 2321
2005 11671 910 4015 960 29563 4447 9007 1836 3010 621 17106 2468
2006 13681 870 4229 991 32527 4738 ND ND ND ND ND ND
ND Dados natildeo disponiacuteveis a Os dados da UERJ a partir de 2003 estatildeo computados com a reserva de vagas
122
Fontes Departamento de seleccedilatildeo acadecircmica-DSEA-UERJ(2006) Nuacutecleo de Computaccedilatildeo Eletrocircnica-UFRJ(2006)
De acordo com os dados pode-se constatar que a quantidade de alunos
da rede puacuteblica que conseguem ingressar nas Universidades Puacuteblicas eacute muito
inferior aos egressos da rede particular
O que se pode destacar de mais importante eacute o fato de que a partir do
ano de 2003 o nuacutemero de alunos da rede Puacuteblica Estadual que foram
classificados no vestibular da UERJ aumentou muito o que coincide com o iniacutecio
de implantaccedilatildeo das reservas de vagas concluindo que a reserva de vagas foi
um instrumento que contribuiu para o aumento do nuacutemero de alunos da rede
Puacuteblica Estadual na UERJ
O nuacutemero de Escolas da Rede Estadual de Educaccedilatildeo eacute cerca de 1014
escolas e a Rede privada estaacute em torno de 870 portanto a Rede Estadual possui
um nuacutemero superior de escolas em relaccedilatildeo agrave Rede Privada e ao nuacutemero de
Escolas da Rede Federal que satildeo cerca de 12 escolas
O nuacutemero de alunos da alunos da Rede Estadual corresponde agrave cerca de
23 quanto a Rede particular e a Federal juntas correspondem a 13 deste
nuacutemero (SEERJ)
Observa-se que mesmo a Rede Puacuteblica Estadual tendo um nuacutemero de
alunos concluintes do ensino meacutedio muito superior apenas um nuacutemero muito
pequeno destes conseguem ingressar em uma Universidade Puacuteblica
Baseando-se nas informaccedilotildees do Vestibular de 2003-2005 da UFRJ e UERJ
(Tabela 71) podem ser feitas algumas avaliaccedilotildees Foi selecionado este periacuteodo
pois segundo a tabela 71 eacute aquele que conteacutem dados das duas Universidades
Os graacuteficos foram elaborados utilizando-se a meacutedia dos dados de cada
esfera compreendidos entre os anos de 2003 e 2005
123
Caso UFRJ
Quanto ao nuacutemero de alunos inscritos
A Figura 71 mostra o percentual de alunos inscritos no vestibular da UFRJ
oriundos da Rede Estadual Federal e Particular calculado atraveacutes do somatoacuterio
do nuacutemero de inscritos no periacuteodo em anaacutelise
26
965
EstadualFederalParticular
Figura 71 Percentual de alunos inscritos no Vestibular da UFRJ
Foi observado que o percentual de alunos inscritos oriundos da Rede
Privada eacute muito superior aos demais A proporccedilatildeo de alunos inscritos da rede
Federal eacute pequeno Isso pode ser atribuiacutedo ao fato de que haacute poucas escolas da
Rede Federal de Ensino Meacutedio e portanto o nuacutemero de alunos eacute menor Quanto
agrave Rede Estadual de Ensino o nuacutemero de alunos inscritos eacute muito pequeno em
relaccedilatildeo ao total de alunos da rede jaacute que dois terccedilos dos alunos estatildeo neste
grupo Logo o percentual de inscritos deveria ser tambeacutem muito superior mas o
que os nuacutemeros mostram eacute exatamente o contraacuterio Tal distorccedilatildeo pode ser
devida a vaacuterios fatores destacando-se a questatildeo pedagoacutegica e financeira que
seraacute discutida posteriormente
124
Quanto ao nuacutemero de alunos classificados
A Figura 72 mostra o Percentual de alunos que foram classificados no
vestibular oriundos da Rede Estadual Federal e particular calculado atraveacutes do
percentual de alunos que foram classificados em funccedilatildeo do numero de inscritos
14
16
70
Estadual
Federal
Particular
Figura 72 Percentual de alunos classificados no Vestibular da UFRJ
O percentual de alunos classificados egressos da Rede Particular eacute muito
superior aos da Rede Federal e Estadual Isto ocorre devido ao nuacutemero de
inscritos ter sido muito superior aos demais A figura indica tambeacutem que a grande
maioria dos alunos que ingressam na UFRJ cerca 70 satildeo oriundos da Rede
Particular de Ensino Meacutedio
Relaccedilatildeo entre o nordm total de inscritos e classificados
A Figura 73 mostra o percentual em relaccedilatildeo ao nuacutemero de inscritos e
classificados dentro da Rede Puacuteblica Estadual Federal e Particular Calculado
pela quantidade de alunos classificados em funccedilatildeo dos inscritos dentro de cada
esfera comparativamente
125
7
22
14EstadualFederalParticular
Figura 73 Percentual de alunos classificados em funccedilatildeo do nuacutemero de
inscritos em cada esfera
Em relaccedilatildeo ao nuacutemero de inscritos e os que satildeo classificados destaca-se
que no tocante aos alunos oriundos da Rede Particular o nuacutemero de
classificados eacute inferior ao nuacutemero de classificados pelas Escolas Federais Estas
mesmo tendo um nuacutemero inferior de alunos formados proporcionalmente exibem
um melhor desempenho Isto leva agrave percepccedilatildeo de que as escolas da Rede
Federal de Ensino Meacutedio estatildeo conseguindo manter um padratildeo de ensino
superior agrave Rede Estadual e agrave Particular formando assim ilhas de excelecircncia em
Educaccedilatildeo
Na Rede Puacuteblica Estadual o baixo nuacutemero de classificados acaba sendo
um motivo para a falta de estiacutemulo para os alunos se inscreverem Na avaliaccedilatildeo
da autora estes julgam que a chance de conseguir a classificaccedilatildeo eacute muito
pequena devido agraves suas deficiecircncias pedagoacutegicas sendo assim nem tentam o
vestibular Este fato tambeacutem se alia aos problemas financeiros devido ao custo
das inscriccedilotildees que muitas vezes por falta de recursos somente os alunos que
conseguem isenccedilatildeo das taxas se inscrevem como tambeacutem os alunos que
priorizam o trabalho ao estudo jaacute que nas Universidades Puacuteblicas a maioria dos
horaacuterios das aulas impede que o aluno trabalhe
126
Caso UERJ
Quanto ao nuacutemero de alunos inscritos
A figura 74 mostra o percentual total de alunos inscritos no vestibular da
UERJ oriundos da Rede Estadual Federal e Particular Calculado a partir do
somatoacuterio dos inscritos em relaccedilatildeo agrave Rede Estadual Federal e Particular
37
10
53
Estadual
Federal
Particular
Figura 74 Percentual de alunos inscritos no Vestibular da UERJ
Pode-se destacar que semelhante agrave UFRJ o nuacutemero de alunos da Rede
Privada inscritos eacute superior aos demais O nuacutemero de alunos inscritos da rede
Federal eacute pequeno e na Rede Estadual de Ensino o nuacutemero de alunos inscritos eacute
superior aos inscritos na UFRJ Este nuacutemero superior de alunos inscritos da Rede
Estadual na UERJ em relaccedilatildeo agrave UFRJ se justifica pela existecircncia do Sistema de
Cotas existente na UERJ o que aumenta as chances desses alunos em
conseguirem classificaccedilatildeo gerando maior estiacutemulo neles em se inscreverem
Quanto ao nuacutemero de alunos classificados
A Figura 75 mostra o Percentual de alunos que foram classificados no
vestibular oriundos da Rede Estadual Federal e particular Calculado atraveacutes do
percentual de alunos que foram classificados em funccedilatildeo do numero de inscritos
127
41
15
44 Estadual
Federal
Particular
Figura 75 Percentual de alunos classificados no Vestibular da UERJ
A Rede Federal de Ensino manteve o seu percentual devido agrave
qualidade de formaccedilatildeo de seus alunos poreacutem o percentual de alunos
classificados egressos da Rede Particular e Estadual aparecem em equiliacutebrio
mantendo-se percentuais bem proacuteximos Este fato se deve a implantaccedilatildeo do
sistema de Reserva de vagas para alunos da rede Puacuteblica o que favoreceu o
aumento no nuacutemero desses alunos na Universidade e por consequumlecircncia
diminuindo o nuacutemero de alunos da Rede particular
Relaccedilatildeo entre o nordm total de inscritos e classificados
A Figura 76 mostra o percentual em relaccedilatildeo ao nordm de inscritos e
classificados dentro da Rede Puacuteblica Estadual Federal e Particular Calculado
pela quantidade de alunos classificados em funccedilatildeo dos inscritos dentro de cada
esfera comparativamente
128
17
22
13EstadualFederalParticular
Figura 76 Percentual de alunos classificados em funccedilatildeo do nuacutemero de
inscritos em cada esfera
Com o Sistema de reservas de vagas na UERJ a relaccedilatildeo
inscritosclassificados na Rede particular e federal praticamente se manteacutem
poreacutem na rede Estadual este percentual teve um aumento significativo Este
Sistema melhorou a distribuiccedilatildeo de vagas aumentando o acesso dos alunos da
Rede Puacuteblica a uma Universidade Puacuteblica
Avaliaccedilatildeo antes e depois da implantaccedilatildeo do sistema de
cotas
A figura 77 mostra um comparativo entre a situaccedilatildeo antes e depois da
implantaccedilatildeo do Sistema de Cotas
129
0
10
20
30
40
50
60
70
scotas ccotas scotas ccotas
alunos inscritos alunos classif icados
Estadual
Federal
Particular
Figura 77- Comparativo entre o antes e o depois da implantaccedilatildeo do
Sistema de Cotas
Com a implantaccedilatildeo do Sistema de Cotas houve um equiliacutebrio na
distribuiccedilatildeo das vagas na UERJ onde a Rede Federal de ensino se manteve na
meacutedia anterior portanto natildeo sofreu muita influecircncia do sistema A grande
vantagem foi para a Rede Estadual de Ensino que aumentou sensivelmente o
nuacutemero de seus alunos na ocupaccedilatildeo das vagas da UERJ vagas estas que como
observado na figura 77 eram destinadas a Rede Particular de ensino
76 Avaliaccedilatildeo do Sistema de Cotas da UERJ e da Proposta
UFRJ
Como citado em 73 a UERJ foi a primeira Universidade a implantar o
sistema de Reserva de vagas para alunos com perfis socioeconocircmicos e raciais
diferenciados em 2003
A UFRJ em 2004 em seu acircmbito discutiu este sistema e como resultado o
Conselho de Ensino de Graduaccedilatildeo(CEG) aprovou um documento no qual se
posicionou contra a qualquer sistema de reserva de vagas dentro do modelo
130
conhecido como Cotas No mesmo documento o CEG apontava como
diretrizes para a democratizaccedilatildeo do acesso aos cursos de graduaccedilatildeo da UFRJ o
investimento na melhoria das condiccedilotildees do Ensino Baacutesico a ampliaccedilatildeo do
nuacutemero de vagas para os cursos existentes a criaccedilatildeo de novos cursos e o
investimento em accedilotildees que visassem a permanecircncia dos alunos na UFRJ
Na UERJ o sistema foi muito discutido antes de ser implantado onde um
grupo era a favor do sistema e o defendia como uma forma de inclusatildeo social
outro grupo era totalmente contra por entender que o sistema seria uma invasatildeo
de alunos sem condiccedilotildees de estarem e de acompanharem o niacutevel da
Universidade e esta para natildeo ter reprovaccedilotildees em massa se sentiria na obrigaccedilatildeo
de chegar a esses alunos ldquobaixando seu niacutevel de ensinordquo
Diante da necessidade de implantaccedilatildeo do sistema a UERJ elaborou vaacuterias
propostas que convergiram a um modelo inicial que foi implantado Este modelo
passou por vaacuterias modificaccedilotildees para se adequar cada vez mais a realidade dos
alunos que estavam ingressando na Universidade poreacutem em nenhum momento
o niacutevel de ensino da Universidade precisou cair
A Professora Maria de Faacutetima Branquinho da Faculdade de Educaccedilatildeo da
UERJ que inicialmente fazia parte do grupo contraacuterio ao sistema de cotas e que
hoje eacute uma das professoras que mais se sentem gratificadas com o programa
com uma participaccedilatildeo ativa declarou que possui excelentes alunos cotistas que
se mostram bastante interessados e muitas vezes ateacute mais que os natildeo cotistas
Devido a isto costumam tirar boas notas e alguns deles quando chegam ao 3ordm
periacuteodo satildeo seus colaboradores em projetos de Educaccedilatildeo Ambiental nos quais
ela faz parte obtendo oacutetimos resultados Para a professora ldquoesses alunos
possuem potencial soacute lhes faltava oportunidade de mostrar e esta oportunidade
eacute como um precircmio para eles que se sentem na obrigaccedilatildeo de provarem que satildeo
capazes e que a chance natildeo foi desperdiccedilada (Branquinho 2006 - Entrevista
Teacutecnica)
131
A UFRJ elaborou um projeto piloto para aumentar a presenccedila de alunos da
rede Estadual em seu quadro discente O projeto eacute bastante ambicioso em curto
prazo pois seraacute possiacutevel por meio de parceria com a SEERJ e contaraacute com o
empenho de todos os professores da rede
O ponto central do projeto eacute a melhoria da formaccedilatildeo dos alunos do ensino
meacutedio da Rede Estadual A proposta eacute que isto seja feito atraveacutes de cursos de
Formaccedilatildeo continuada de conteuacutedo especiacutefico e de avaliaccedilatildeo aos professores
A participaccedilatildeo dos professores no projeto seria de no miacutenimo quatro para cada
escola esta que tambeacutem seria escolhida atraveacutes de criteacuterios preacute-estabelecidos
dentre eles a avaliaccedilatildeo no Acircmbito do Programa Nova Escola Esses professores
integrantes do Nuacutecleo Docente devem estar distribuiacutedos em aacutereas da seguinte
maneira Um docente de Liacutengua Portuguesa um docente de Matemaacutetica um
docente do Grupo 1(Quiacutemica Fiacutesica ou Biologia) e um docente do Grupo
2(Histoacuteria Geografia Filosofia ou Sociologia) Aleacutem disso todos os integrantes do
grupo devem ministrar aulas para as mesmas turmas de 3ordf seacuterie do ensino meacutedio
Os alunos das escolas participantes do programa para integrarem ao
projeto tambeacutem teriam que obedecer a vaacuterios criteacuterios estabelecidos pelo
CEGUFRJ Quando aceito no projeto o aluno seria inscrito e indicaria a qual
curso de graduaccedilatildeo pretende concorrer dentro dos que seratildeo disponibilizados
pela UFRJ
O projeto aleacutem dos cursos contaria com a participaccedilatildeo dos docentes da
Rede Estadual para que estes elaborem os instrumentos de avaliaccedilatildeo dos alunos
participantes do projeto Os alunos que apoacutes avaliaccedilatildeo pelo Nuacutecleo Docente
da escola conseguissem classificaccedilatildeo seriam encaminhados para os cursos de
formaccedilatildeo complementar que seriam oferecidos pela UFRJ no primeiro semestre
do ano letivo imediatamente posterior
Quanto ao Projeto da UFRJ com base na experiecircncia docente da autora
o seu principal problema seria provavelmente despertar interesse do corpo
docente das escolas da Rede Estadual em participar do projeto jaacute que a maior
132
parte do projeto seria executada por esses Docentes o que exigiria dedicaccedilatildeo
exclusiva Como os professores da Rede Estadual normalmente trabalham em
vaacuterias escolas isto seria muito difiacutecil Aleacutem de que somente o interesse natildeo eacute o
suficiente o professor tem que ser aceito pelo projeto atraveacutes de avaliaccedilotildees
Outra dificuldade seria em formar o Nuacutecleo Docente jaacute que este exige que os
professores participantes lecionem nas mesmas turmas de 3ordf seacuterie pois em
escolas que funcionam nos trecircs turnos o nuacutemero de turmas eacute muito grande e por
consequumlecircncia o de professores tambeacutem tornando muito difiacutecil coincidir as turmas
com os mesmos professores nas disciplinas exigidas
Adicionalmente no entendimento da autora a proposta da UFRJ exclui a
necessidade de vestibular poreacutem apresenta muitos obstaacuteculos para serem
superados natildeo soacute pelos alunos como tambeacutem pelas escolas e professores para
que o aluno oriundo da Rede Estadual de Ensino possa ser considerado apto
para ingressar na Universidade O fato da ausecircncia de vestibular poderia gerar
nesses alunos algum tipo de discriminaccedilatildeo em relaccedilatildeo aos demais alunos por
parecer que as vagas foram ganhas e natildeo conquistadas Surge entatildeo uma
reflexatildeo Se estes alunos seratildeo preparados atraveacutes da formaccedilatildeo complementar
seraacute que estaratildeo tambeacutem preparados para Vestibular Muito provavelmente isto
lhes daria uma compensaccedilatildeo dos esforccedilos e consequumlente elevaccedilatildeo da auto-
estima
Por outro lado ao se comparar com o projeto da UERJ esta trabalha com
alunos apoacutes o recebimento destes o que gera um grande trabalho inicial e se
corre o risco desses alunos ficarem no meio do caminho e o trabalho ser
desperdiccedilado Este fato eacute um contraposto ao projeto da UFRJ que pretende
trabalhar com esse aluno antes do ingresso deste na Universidade
Finalmente comparando as duas Universidades a UERJ conseguiu atender
as necessidades da lei de uma forma mais raacutepida estaacute funcionando poreacutem
precisa melhorar sua eficiecircncia Como todo projeto as dificuldades vatildeo
aparecendo agrave medida que os fatos se desenvolvem e a cada ano tem
conseguido melhorar o projeto adequando agraves necessidades dos alunos que
133
chegam do Ensino Meacutedio com as disponibilidades que a Universidade tem para
resolver Um ponto positivo eacute que a UERJ estaacute tentando contornar suas
dificuldades atraveacutes de seus proacuteprios meios e dispositivos natildeo dependendo
prioritariamente de outras Instituiccedilotildees A UERJ jaacute deu um primeiro passo com a
implantaccedilatildeo do projeto e seraacute necessaacuterio um tempo para que se resolvam os
problemas que forem surgindo
O projeto da UFRJ eacute abrangente pois a melhoria da formaccedilatildeo dos alunos
tem iniacutecio com a boa formaccedilatildeo dos Docentes poreacutem para que o projeto atinja
os objetivos esperados satildeo necessaacuterios meios adequados Esses pontos satildeo
positivos poreacutem na visatildeo da autora as chances de sucesso seriam maiores se
alguns aspectos fossem contemplados
Uma parceria com a Secretaria Estadual de Educaccedilatildeo para que
os professores tenham oportunidade de participarem dos cursos
Valorizaccedilatildeo dos professores de maneira que estes pudessem ter
disponibilidade de se dedicarem ao projeto
Criar formas de modo a incentivar a participaccedilatildeo dos professores
nos projetos
Fornecer materiais necessaacuterios para que o professor possa realizar
o seu trabalho de maneira satisfatoacuteria
Com bases nesses dados o capiacutetulo a seguir estaraacute fazendo uma
avaliaccedilatildeo da Educaccedilatildeo no Ensino Meacutedio focando a Educaccedilatildeo Ambiental
134
Capiacutetulo 8 Diagnoacutestico da Educaccedilatildeo Ambiental na
Rede Puacuteblica Estadual no Municiacutepio do Rio de
Janeiro
Neste capiacutetulo seraacute feita uma avaliaccedilatildeo do estado da arte da Educaccedilatildeo
Ambiental que eacute feita nas escolas da Rede Puacuteblica Estadual do Municiacutepio do Rio
de Janeiro
81 O Levantamento de Dados
A Educaccedilatildeo Ambiental eacute citada nos Paracircmetros Curriculares Nacionais
(PCNs) como um assunto que deve ser abordado nas Instituiccedilotildees de Ensino por
todas as disciplinas em todos os niacuteveis educacionais inclusive no Ensino Meacutedio A
questatildeo era saber como isto estava sendo feito nas Escolas de Ensino meacutedio da
Rede Estadual e como a UFRJ poderia contribuir para que esse tema fosse
abordado cada vez mais e de maneira mais abrangente Para que esta
avaliaccedilatildeo fosse possiacutevel foi necessaacuteria a execuccedilatildeo de uma coleta de dados
135
Os dados coletados foram resultados obtidos atraveacutes de questionaacuterios
enviados agraves escolas de Ensino Meacutedio da Rede Puacuteblica Estadual do Municiacutepio do
Rio de Janeiro O questionaacuterio foi elaborado de forma simplificada de maneira
que fosse capaz de revelar o mais proacuteximo possiacutevel da realidade vivida por essas
comunidades escolares
Os questionaacuterios foram enviados para as escolas pelas Coordenadorias
responsaacuteveis atraveacutes de parceria com a Secretaria Estadual de Educaccedilatildeo do
Estado do Rio de Janeiro (SEEERJ) que viabilizou a pesquisa no acircmbito escolas do
Municiacutepio do Rio de Janeiro
As Coordenadorias que fizeram parte da Avaliaccedilatildeo foram A Metropolitana
III a Metropolitana IV e a Metropolitana X
82 A Receptividade das Coordenadorias
A participaccedilatildeo e o empenho das Coordenadorias em colaborar com o
projeto foram muito diferentes algumas se mostraram bastante receptivas com o
projeto outras natildeo se interessaram e portanto natildeo se empenharam para um
resultado satisfatoacuterio
A figura 81 mostra os dados referentes agrave Metropolitana III Os nuacutemeros
revelam que a participaccedilatildeo foi mediana natildeo devolveu nenhum questionaacuterio
enviou todos para as escolas poreacutem retornou um numero pequeno de
questionaacuterios respondidos O nuacutemero foi pequeno poreacutem foi possiacutevel se ter uma
visatildeo da situaccedilatildeo nessa regiatildeo portanto este nuacutemero natildeo chegou a
comprometer o trabalho
136
85
0
30
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Metropolitana III
Entregues
Devolvidos
Respondidos
Figura 81 ndash Avaliaccedilatildeo de receptividade da Metropolitana III
A figura 82 mostra os dados referentes a Metropolitana IV que foi a que se
mostrou interessada no projeto e teve um comprometimento muito grande na
figura de seu Sub Gerente de Ensino Professor Luiz Gustavo Ribeiro Vieira que
participou ativamente enviando o questionaacuterio a todas as escolas e cobrando o
seu retorno com isto obteve um retorno de questionaacuterios bastante significativo
133
0
50
0
20
40
60
80
100
120
140
Metropolitana IV
Entregues
Devolvidos
Respondidos
Figura 82 Avaliaccedilatildeo de receptividade da Metropolitana IV
A figura 83 mostra os dados referentes a Metropolitana X que foi a
Coordenadoria que natildeo mostrou interesse no projeto natildeo tendo nenhum
137
empenho na distribuiccedilatildeo nem recebimento dos questionaacuterios a serem
respondidos Com um nuacutemero muito pequeno de questionaacuterios respondidos por
essa Coordenadoria a quantidade de dados referente agrave realidade das escolas
natildeo ficou clara e com isto natildeo foi possiacutevel a avaliaccedilatildeo desta regiatildeo
125
100
6
0
20
40
60
80
100
120
140
Metropolitana X
Entregues
Devolvidos
Respondidos
Figura 83 Avaliaccedilatildeo de receptividade da Metropolitana X
Mesmo os questionaacuterios sendo apresentados de maneira bem simplificada
observou-se que as escolas tiveram dificuldade tanto de cumprirem os prazos
estabelecidos quanto de expressarem suas realidades
83 A Educaccedilatildeo Ambiental em Nuacutemeros
Os resultados foram baseados nos questionaacuterios respondidos pelas escolas
de Ensino Meacutedio da Rede Puacuteblica Estadual do Municiacutepio do Rio de Janeiro
O questionaacuterio foi composto por perguntas divididas em trecircs grupos
Primeiramente as perguntas relacionadas com a instituiccedilatildeo de ensino Segundo a
abordagem da educaccedilatildeo ambiental e em terceiro a respeito da capacitaccedilatildeo
docente O questionaacuterio focava tambeacutem o interesse com a Educaccedilatildeo
Ambiental tanto das Instituiccedilotildees de ensino quanto por parte dos professores e
alunos
138
A seguir os resultados finais apoacutes a avaliaccedilatildeo das respostas obtidas atraveacutes
dos questionaacuterios separados pelas Metropolitanas III IV Na Metropolitana X
como o nuacutemero de questionaacuterios foi muito pequeno esta natildeo entraraacute no estudo
comparativo
1 ndash Quanto agrave abordagem do Tema Educaccedilatildeo Ambiental
O tema Educaccedilatildeo Ambiental eacute abordado na Escola
A pergunta objetiva ter informaccedilotildees se de alguma forma o tema
Educaccedilatildeo Ambiental eacute abordado nas escolas natildeo especificando a maneira Os
resultados encontram-se na figura 84
96
4
97
3
0
20
40
60
80
100
Metro III Metro IV
SimNatildeo
Figura 84 - Abordagem do tema na escola
Segundo a figura 84 observa-se que ambas Metropolitanas possuem um
alto iacutendice de aplicaccedilatildeo da EA A regiatildeo onde ela eacute um pouco maior eacute a
Metropolitana IV regiatildeo que abrange a zona oeste da cidade Cerca de 97 das
escolas aplicam a EA e apenas 3 natildeo aplicam Na Metropolitana III cerca de
96 das escolas aplicam e cerca de 4 natildeo aplicam a EA Os resultados
apontam que existe a aplicaccedilatildeo de EA nas escolas mas estes nuacutemeros natildeo estatildeo
de acordo com as respostas das perguntas seguintes
139
Na Metropolitana X das sete escolas que responderam seis aplicam de
alguma forma a EA dentre estas trecircs satildeo da Zona Sul da cidade (Copacabana
Ipanema e Gaacutevea) 2 satildeo da Zona Norte(Tijuca e Satildeo Cristoacutevatildeo) e uma da Zona
Oeste(Barra da Tijuca) a escola que natildeo aplica estaacute localizada no bairro da
Taquara
O tema eacute abordado em uma disciplina multidisciplinar ou de outras
formas
A pergunta objetiva saber como a escola aborda o tema se atraveacutes de
uma disciplina especiacutefica isto eacute se existe dentro do curriacuteculo uma mateacuteria
voltada para a Educaccedilatildeo Ambiental (disciplinar) ou atraveacutes de vaacuterias
disciplinas onde todas iratildeo abordar o tema dentro dos conteuacutedos a serem
aplicados (multidisciplinar) que eacute a chamada multidisciplinaridade ou ainda se
a instituiccedilatildeo de ensino se utiliza de alguma outra forma Os dados satildeo mostrados
na figura 85
0
20
40
60
80
100
Metro III Metro IV
DisciplinarMultidisciplinar
Figura 85 O tema eacute disciplinar ou multidisciplinar
Segundo o graacutefico a maioria das escolas trata o tema como
multidisciplinar Nas que informaram que eram disciplinar natildeo ficou claro se a
escola tinha uma disciplina especiacutefica mas pareceu devido as perguntas
140
seguintes que o tema era abordado em biologia quiacutemica e geografia durante
as aulas em meio aos conteuacutedos dessas disciplinas
A Metropolitana III mostrou que 100 das escolas que participaram da
pesquisa abordam o tema de forma multidisciplinar Na Metropolitana IV cerca
de 19 das escolas abordam o tema de forma disciplinar isto eacute possuem uma
disciplina voltada para o tema
Na Metropolitana X dos sete questionaacuterios respondidos cinco responderam
que o tema eacute abordado em vaacuterias disciplinas
Existe obrigatoriedade da participaccedilatildeo dos alunos
O objetivo eacute mapear como se daacute a participaccedilatildeo discente ou seja se
quando os temas relacionados agrave educaccedilatildeo ambiental satildeo abordados nas
escolas existe a abrigatoriedade na participaccedilatildeo dos alunos Os resultados satildeo
mostrados na figura 86
0
20
40
60
80
100
Metro III Metro IV
SimNatildeo
Figura 86 ndash Obrigatoriedade da participaccedilatildeo discente
Atraveacutes do graacutefico verifica-se que na maioria das escolas quando o
tema eacute abordado existe a obrigatoriedade da participaccedilatildeo dos alunos Na
141
Metropolitana IV em 69 das escolas eacute obrigatoacuteria a participaccedilatildeo dos alunos Na
metropolitana III em 44 das escolas a participaccedilatildeo eacute obrigatoacuteria
Na Metropolitana X quatro escolas responderam que a participaccedilatildeo eacute
obrigatoacuteria
De acordo com as observaccedilotildees feitas atraveacutes das respostas do
questionaacuterio constatou-se que a participaccedilatildeo obrigatoacuteria dos alunos se daacute
devido a EA ser tratada na maioria das vezes dentro das disciplinas em meio ao
conteuacutedo isto torna a participaccedilatildeo dos alunos obrigatoacuteria jaacute que a natildeo
participaccedilatildeo pode implicar na perda de pontos nas disciplinas
Os professores participam das atividades relacionadas ao
tema
Objetiva monitorar a participaccedilatildeo dos professores das instituiccedilotildees de
ensino nas atividades relacionadas ao tema EA e se existe um grande
envolvimento dos professores quanto agrave difusatildeo do tema nas escolas sendo
os resultados mostrados na figura 87
0
20
40
60
80
100
Metro III Metro IV
TodosAlguns
Figura 87 - Participaccedilatildeo dos professores
142
Em todas as Metropolitanas verificou-se que natildeo satildeo todos os professores
que participam dos projetos Observa-se que apenas um pequeno grupo se
envolve nos assuntos relacionados ao tema Educaccedilatildeo Ambiental o que acaba
limitando o assunto a algumas disciplinas
A Educaccedilatildeo Ambiental eacute praticada atraveacutes de que meios
A pergunta objetiva saber os meios pelos quais as instituiccedilotildees de ensino
utilizam para praticarem a Educaccedilatildeo Ambiental Se informalmente quando o
tema eacute abordado sem nenhum compromisso ou durante as aulas teoacutericas das
disciplinas ou por vaacuterios meios quando a escola tem projetos feiras
pedagoacutegicas visitas viacutedeos etc utilizando todos os meios simultaneamente
conforme mostrado na figura 88
0
20
40
60
80
100
Metro III Metro IV
Aulas Teoacutericase praacuteticas
Informalmente
Outros
Figura 88 Meios de aplicaccedilatildeo da Educaccedilatildeo Ambiental
Em todas as Metropolitanas a maioria das escolas utiliza aulas teoacutericas ou
praacuteticas para abordarem o tema Educaccedilatildeo Ambiental
Na Metropolitana III cerca de 51 das escolas utiliza aulas teoacutericas ou
praacuteticas para abordar o tema cerca de 17 abordam o tema de maneira
informal e cerca de 32 das escolas diversificam a maneira de abordagem do
tema
143
Na Metropolitana IV cerca de 43 das escolas utiliza as aulas para
abordarem o tema cerca de 16 abordam o tema informalmente e 42 das
escolas diversificam a forma de abordarem o tema
Na Metropolitana X dos 6 questionaacuterios respondidos 4 escolas abordam o
tema nas aulas teoacutericas e praacuteticas e 2 escolas abordam o tema informalmente
O predomiacutenio da abordagem em aulas teoacutericas provavelmente eacute
decorrente da falta de um projeto pedagoacutegico voltado para a Educaccedilatildeo
Ambiental
Quais os projetos eou atividades implantados
Objetiva mapear quais os principais temas abordados nos projetos e ou nas
atividades desenvolvidas pelas instituiccedilotildees de ensino voltadas para a educaccedilatildeo
ambiental conforme mostrado na figura 89
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Metro III Metro IV
Reciclagem e ColetaSeletiva
Reduccedilatildeo de Consumo eReuso de aacutegua e Energia
Outros
Figura 89 Projetos e ou Atividades implantados
De acordo com o graacutefico em ambas Metropolitanas o tema mais
abordado eacute a Reciclagem e a Coleta Seletiva Na Metropolitana III 50 dos
questionaacuterios responderam Reciclagem e Coleta Seletiva contra 39 de
Reduccedilatildeo de consumo e Reuso de aacutegua e energia
144
Na Metropolitana IV cerca de 46 responderam Reciclagem e Coleta
seletiva e 37 de projetos de Reduccedilatildeo de Consumo de aacutegua e energia
Este resultado era esperado pois para a maioria dos indiviacuteduos educaccedilatildeo
ambiental eacute Coleta Seletiva de Materiais e Reciclagem com isto a EA fica muito
restrita a este tema deixando os aspectos mais importantes sem abordagem isto
pode ser devido a falta de informaccedilatildeo que os proacuteprios educadores tecircm a
respeito da EA
A Metropolitana X apresentou uma resposta diferente dos quatro
questionaacuterios que foram respondidos trecircs responderam Reduccedilatildeo de Consumo e
Reuso de Aacutegua e Energia e apenas um respondeu Coleta Seletiva e Reciclagem
Isto pode ser reflexo da condiccedilatildeo Soacutecio-econocircmica predominante das
regiotildees abrangidas pelas Metropolitanas III e IV que compreendem bairros com
populaccedilotildees mais carentes Neste caso a Coleta Seletiva e a Reciclagem muitas
vezes satildeo a fonte de renda de muitas famiacutelias e faz parte do cotidiano dessas
regiotildees
Existe interesse dos alunos em relaccedilatildeo aos projetos
A pergunta objetiva saber se os alunos das instituiccedilotildees de ensino
demonstram interesse na participaccedilatildeo nos projetos eou nas atividades
relacionadas agrave educaccedilatildeo ambiental desenvolvidas nas escolas os resultados
encontram-se na figura 810
145
0
20
40
60
80
100
Metro III Metro IV
SimNatildeo
Figura 810 Participaccedilatildeo dos alunos
Na Metropolitana III o percentual de interesse dos alunos eacute de 96 e na
Metropolitana IV o percentual eacute de 100 mostrando que o interesse dos alunos
das aacutereas abrangidas por essas metropolitanas eacute bastante alto Este alto
percentual de participaccedilatildeo pode estar relacionado com a obrigatoriedade na
participaccedilatildeo dos alunos jaacute citado em pergunta anterior
Na Metropolitana X dos quatro questionaacuterios que foram respondidos dois
responderam que sim e dois responderam que natildeo resultado que natildeo nos
permite ter uma visatildeo do niacutevel de interesse dos alunos desta regiatildeo
Os projetos possuem retorno financeiro
A pergunta objetiva saber se os projetos implantados pelas instituiccedilotildees de
ensino tiveram como objetivo aleacutem da informaccedilatildeo para os alunos e a
comunidade trouxe tambeacutem algum tipo de retorno financeiro para alguma das
partes Isto porque alguns projetos de Educaccedilatildeo Ambiental como os de Coleta
Seletiva geram recursos financeiros ou bens conforme mostrado na figura 811
146
0
20
40
60
80
100
Metro III Metro IV
NuncaAs Vezes
Figura 811 - Retorno financeiro nos projetos
Nas Metropolitanas III e IV a maioria das escolas declarou que natildeo possui
nenhum tipo de retorno financeiro quando da implantaccedilatildeo de seus projetos de
educaccedilatildeo ambiental
Na Metropolitana III o percentual foi de 92 e a Metropolitana IV foi de
96 Com base nesses resultados conclui-se que os projetos implantados nas
escolas em sua maioria natildeo objetivam retorno financeiro
Na Metropolitana X dos cinco questionaacuterios que responderam todos
responderam que nunca possuem retorno financeiro na implantaccedilatildeo de seus
projetos de EA
Os recursos arrecadados satildeo para que destino
A pergunta objetiva saber para onde os recursos arrecadados com os
projetos realizados pelas escolas foram destinados
147
0
20
40
60
80
100
Metro III Metro IV
Escola e AlunosComunidadeOutros
Figura 812 Destino dos recursos arrecadados
As escolas que tiveram algum tipo de retorno utilizaram este para
aquisiccedilatildeo de materiais para a escola e para os alunos A maioria das instituiccedilotildees
de ensino natildeo respondeu a este item uma vez que a sua resposta estava
vinculada a pergunta anterior
2 ndash Quanto a Capacitaccedilatildeo docente
Qual a formaccedilatildeo em niacutevel de graduaccedilatildeo dos professores que
participam da Educaccedilatildeo Ambiental
Objetiva mapear a graduaccedilatildeo dos professores isto eacute as disciplinas que
mais participam dos projetos de educaccedilatildeo ambiental implantados nas
escolas conforme mostrado na figura 813
148
0
20
40
60
80
100
Metro III Metro IV
QuimFisBioGeo
Outras
Figura 813 Professores que participam das atividades
Em todas as Metropolitanas as disciplinas que mais participam dos projetos
de Educaccedilatildeo Ambiental satildeo as mesmas isto eacute Quiacutemica Fiacutesica Biologia e
Geografia Isto ocorre por serem estas disciplinas que em seus curriacuteculos
apresentam o tema Educaccedilatildeo Ambiental o que torna mais faacutecil para os
professores destas disciplinas a abordagem do tema e por consequumlecircncia esta
desperta maior interesse
Na Metropolitana X dos quatro questionaacuterios respondidos todos
colocaram as mesmas disciplinas citadas anteriormente
Eacute interessante frisar que em especial os cursos de graduaccedilatildeo de Quiacutemica
Biologia e Geografia tecircm um conteuacutedo consideraacutevel de temas voltados para a
aacuterea ambiental Talvez seja pertinente questionar que se a Educaccedilatildeo Ambiental
fosse mais abordada em outros cursos de Licenciatura (Histoacuteria Portuguecircs
Matemaacutetica etc) talvez aumentasse a participaccedilatildeo dos professores dessas
disciplinas ou de projetos transversais
149
Os professores que participam possuem formaccedilatildeo especiacutefica em
EA
Identifica se os professores das instituiccedilotildees de ensino que participam dos
projetos de educaccedilatildeo ambiental possuem algum tipo de formaccedilatildeo especiacutefica
para este fim como cursos de especializaccedilatildeo mestrado doutorado ou mesmo
cursos de curta duraccedilatildeo Os resultados satildeo mostrados na figura 814
0
20
40
60
80
100
Metro III Metro IV
AlgumaFormaccedilatildeo
NenhumaFormaccedilatildeo
Figura 814 Os professores possuem formaccedilatildeo especiacutefica em EA
Diferentemente do esperado as Metropolitanas III e IV informaram que um
grande nuacutemero de professores possui algum tipo de formaccedilatildeo especiacutefica
Na Metropolitana III cerca de 90 dos professores possuem alguma
formaccedilatildeo especifica em EA e na Metropolitana IV a metade dos professores da
rede possuem algum tipo de especializaccedilatildeo em EA
Apesar das escolas terem informado um grande de professores com algum
tipo de especializaccedilatildeo natildeo foi informado se essa especializaccedilatildeo era especiacutefica
em Educaccedilatildeo Ambiental mesmo estando claro na pergunta Este resultado vai
de encontro com as respostas referentes agraves outras questotildees nas quais as escolas
e os docentes demonstraram dificuldade na exploraccedilatildeo do tema e sinalizam que
eacute necessaacuteria a capacitaccedilatildeo
150
Na Metropolitana X das cinco escolas que responderam a essa questatildeo
trecircs possuem professores com alguma especializaccedilatildeo e duas escolas declararam
que natildeo possuem professores com especializaccedilatildeo
A escola tem interesse na capacitaccedilatildeo docente para a
Educaccedilatildeo Ambiental
A pergunta objetiva mostrar se existe o interesse das escolas em preparar
os professores para que estes possam adquirir mais conhecimentos teacutecnicos e
com isto possam realizar seus projetos com maior eficiecircncia no desempenho de
seu trabalho segundo mostrado na figura 815
0
20
40
60
80
100
Metro III Metro IV
SimNatildeo
Figura 815 Interesse da escola na capacitaccedilatildeo docente
A quase totalidade das escolas das Metropolitanas III e IV mostraram
interesse na capacitaccedilatildeo de seus professores em Educaccedilatildeo Ambiental
Na Metropolitana X das cinco escolas que responderam a essa pergunta
todas declararam que possuem interesse na capacitaccedilatildeo docente
Essas respostas mostraram que talvez a pergunta referente agrave
especializaccedilatildeo dos docentes natildeo foi corretamente respondida
151
Segundo esses dados conclui-se que existe grande interesse das escolas
em melhorar o desempenho de seus professores na aplicaccedilatildeo da educaccedilatildeo
ambiental
Existe interesse dos professores em participarem de cursos de
formaccedilatildeo em Educaccedilatildeo Ambiental
Objetiva mostrar se haacute interesse dos professores em participarem de cursos
de formaccedilatildeo especializaccedilatildeo na aacuterea ambiental segundo figura 816
0
20
40
60
80
100
Metro III Metro IV
Sim
Natildeo
Figura 816 - Interesse dos professores em cursos de formaccedilatildeo em EA
Nas Metropolitanas III e IV o interesse dos professores em participar de um
curso de formaccedilatildeo em EA eacute bastante alto
Na Metropolitana X dos seis questionaacuterios respondidos todos mostraram
interesse na participaccedilatildeo no curso de capacitaccedilatildeo
De acordo com as questotildees existe um grande interesse da parte dos
professores em participarem de cursos de formaccedilatildeo especializaccedilatildeo em EA Para
isto se faz necessaacuterio que exista uma oferta de cursos destinada a este puacuteblico
alvo
152
Quais as aacutereas que os professores apresentam maior interesse
Objetiva mapear em quais aacutereas da Educaccedilatildeo Ambiental os professores
gostariam que fossem abordados com maior profundidade e abrangecircncia
conforme mostrado na figura 817
0
20
40
60
80
100
Metro III Metro IV
Coleta Seletiva eReciclagem
RecursosHiacutedricos
Outros
Figura 817 Aacutereas de interesse dos professores
Neste item as respostas foram muito variadas sendo que o assunto que
apareceu com mais frequumlecircncia foram os de Coleta Seletiva e Reciclagem
seguidos pelos Recursos Hiacutedricos os demais aparecerem com pouca frequumlecircncia e
foram agrupados num uacutenico grupo ldquooutrosrdquo Foi observado que muitas
instituiccedilotildees natildeo entenderam bem o questionamento pois ao inveacutes de
responderem sobre o tema ambiental de interesse responderam sobre outros
temas
84 Conclusotildees Parciais
As escolas tiveram muita dificuldade para responder os questionaacuterios pois
muitas respostas natildeo tinham relaccedilatildeo direta com a pergunta Em muitos casos o
questionaacuterio foi devolvido com muitas perguntas sem resposta natildeo ficando claro
se por falta de entendimento das perguntas ou por desinteresse pelo tema
153
Com o questionaacuterio percebeu-se de forma geral que natildeo houve muito
empenho em se fornecer respostas claras e que refletissem realmente a vivecircncia
das escolas Pode-se detectar que os professores natildeo participaram ou seja a
pessoa designada para responder emitiu somente a sua opiniatildeo e simplesmente
natildeo respondeu o que tinha relaccedilatildeo direta com o corpo docente da escola
Algumas escolas aproveitaram o espaccedilo do questionaacuterio destinado a
sugestotildees e observaccedilotildees para fazer reivindicaccedilotildees como melhor remuneraccedilatildeo a
inadequaccedilatildeo de cursos ou treinamentos aos saacutebados e que os cursos deveriam
ter ajuda de custo para o professor ou ainda solicitaccedilatildeo de apoio em
campanhas como por exemplo ldquoNatildeo para um lixatildeo em nosso bairrordquo
O questionaacuterio deixou alguns pontos bem claros e alarmantes a educaccedilatildeo
ambiental natildeo eacute vista como um assunto que seja importante Isso pode ser
atribuiacutedo agrave falta de informaccedilatildeo que atinge desde a comunidade ateacute os oacutergatildeos
que coordenam a educaccedilatildeo passando pelos professores que na avaliaccedilatildeo da
autora satildeo as peccedilas mais importantes Estes quando possuem uma boa
formaccedilatildeo vatildeo propagar as informaccedilotildees entre os alunos que propagaratildeo para
suas famiacutelias e comunidades estabelecendo-se um efeito multiplicador agrave difusatildeo
do conhecimento
Com base nas demandas detectadas na anaacutelise dos questionaacuterios e na
excelecircncia dos profissionais da UFRJ ligados agrave aacuterea ambiental eacute apresentada a
seguir uma proposta de curso de especializaccedilatildeo transdisciplinar em EA voltado
para professores do Ensino Meacutedio
154
Capiacutetulo 9 ndash Proposta de Curso de Formaccedilatildeo Para Professores
A Educaccedilatildeo Ambiental segundo a lei ndeg 9795 de 27 de abril de 1999 eacute
um componente essencial e permanente da Educaccedilatildeo Nacional devendo estar
presente em todos os niacuteveis e todas as modalidades do processo educativo
formal e natildeo-formal
Por seu caraacuteter humanista holiacutestico interdisciplinar e participativo a
Educaccedilatildeo Ambiental pode contribuir muito para renovar o processo educativo
trazendo a permanente avaliaccedilatildeo criacutetica a adequaccedilatildeo dos conteuacutedos agrave
realidade local e o envolvimento dos educandos em accedilotildees concretas de
transformaccedilatildeo dessa realidade
155
Para realmente abordar estes princiacutepios e atingir seus objetivos a
Educaccedilatildeo Ambiental precisa de uma ampla gama de meacutetodos e do preparo dos
educadores neste sentido
A partir das informaccedilotildees obtidas nesta pesquisa observou-se a
necessidade de cursos de formaccedilatildeo na aacuterea ambiental para os professores do
Ensino Meacutedio da Rede Puacuteblica Estadual
Este capiacutetulo objetiva propor um curso que atenda a essa necessidade
tendo em vista todas as dificuldades em termos de disponibilidade da entidade e
da quantidade de vagas que possa atender da melhor maneira possiacutevel ao
puacuteblico alvo
91 Objetivo do Curso
Capacitar os professores do Ensino Meacutedio da Rede Puacuteblica Estadual do
Municiacutepio do Rio de Janeiro para o ensino da Educaccedilatildeo Ambiental fornecendo
conhecimentos aos participantes de forma que os educadores tenham
condiccedilatildeo de desenvolver o seu trabalho de maneira plena e com maior
eficiecircncia
Desenvolver a capacidade de compreensatildeo da temaacutetica ambiental de
forma holiacutestica e no acircmbito interdisciplinar enfocando o papel da educaccedilatildeo
para a construccedilatildeo de uma sociedade sustentaacutevel
Analisar as relaccedilotildees entre educaccedilatildeo problemaacutetica ambiental e
desenvolvimento sustentaacutevel
Incentivar a pesquisa interdisciplinar e o desenvolvimento de projetos de
intervenccedilatildeo social aleacutem de promover atividades de prestaccedilatildeo de serviccedilos a
comunidade em geral atraveacutes de cursos accedilotildees integradas eventos entre outros
Para que estes objetivos sejam atingidos eacute necessaacuterio que na
programaccedilatildeo dos conteuacutedos sejam contemplados fundamentos teoacutericos e
156
praacuteticos de modo a atender as determinaccedilotildees dos oacutergatildeos Ambientais Estaduais
Municipais e do Ministeacuterio do Meio Ambiente
92 Duraccedilatildeo do Curso
Por se tratar de um curso de especializaccedilatildeo a carga horaacuteria miacutenima
deveraacute ser de 360 horas com aulas ministradas em dias e horaacuterios de melhor
disponibilidade para os professores e as Universidades
93 Conteuacutedo do Curso
Nesta proposiccedilatildeo de ensino de Educaccedilatildeo Ambiental para docentes do
Ensino Meacutedio o curso deveraacute ser composto por quatro moacutedulos para que seja
abordada a maioria dos aspectos necessaacuterios para a boa formaccedilatildeo docente
1ordm Moacutedulo ndash As diferentes dimensotildees da temaacutetica ambiental na atualidade
Analise dos mais variados enfoques das questotildees ambientais por meio de
debates e trocas de experiecircncias como alternativa para aproximar todas as
vaacuterias aacutereas de conhecimento reconhecendo a diversidade do grupo e a
necessidade de interaccedilatildeo entre as aacutereas de formaccedilatildeo ressaltando as interfaces
entre as ciecircncias naturais e as humanas dentro da perspectiva interdisciplinar
Conceitos baacutesicos na Aacuterea Ambiental
bull Meio Ambiente e Ecologia rarrConceitos baacutesicos a fim de atender
melhor a dinacircmica de interaccedilotildees nos biomas terrestres e ambientes
bull Tipos de Poluiccedilatildeo e seus efeitos rarr Classificaccedilatildeo dos principais tipos de
poluiccedilatildeo e seus efeitos no meio ambiente e na sociedade
bull Tratamento de resiacuteduos soacutelidos e de efluentesrarrNoccedilotildees de reduccedilatildeo na
produccedilatildeo de resiacuteduos e tratamento dos resiacuteduos
bull Minimizaccedilatildeo de emissotildeesrarrClassificaccedilatildeo dos tipos de emissotildees e como
minimiza-las
157
2ordm Moacutedulo ndash Aborda as leis e os oacutergatildeos ligados a Educaccedilatildeo Ambiental As
disciplinas pretendem realizar uma introduccedilatildeo ao Direito Ambiental apontando e
propiciando a discussatildeo anaacutelise e avaliaccedilatildeo de conceitos juriacutedicos baacutesicos para
a compreensatildeo da legislaccedilatildeo ligada agrave problemaacutetica ambiental e suas
implicaccedilotildees sociais
Legislaccedilatildeo Ambiental
bull Leis RegulamentadorasrarrMostrar as leis que regulamentam as accedilotildees
ligadas ao meio ambiente e a Educaccedilatildeo Ambiental
bull Oacutergatildeos fiscalizadoresrarrIdentificar os oacutergatildeos fiscalizadores das accedilotildees
voltadas para o meio ambiente como tambeacutem as accedilotildees voltadas para a
Educaccedilatildeo Ambiental
bull Esferas AdministrativasrarrMostrar as atribuiccedilotildees de cada esfera de
governo nas accedilotildees relacionadas as questotildees ambientais
3ordm Moacutedulo ndash mostrar as relaccedilotildees entre Meio Ambiente e sociedade a partir
da anaacutelise de casos concretos existentes A discussatildeo dos conceitos de
paisagem lugar e territoacuterio explicando os viacutenculos soacutecio-culturais com os
ambientes O conceito sustentabilidade deveraacute ser debatido tanto na dimensatildeo
cultural e social nas formas de produccedilatildeo da subsistecircncia humana e nos
diferentes modelos soacutecio-econocircmicos priorizando as questotildees dos ldquoecossistemas
urbanosrdquo
Educaccedilatildeo ambiental e Cidadania
bull Percepccedilatildeo da realidade ambientalrarr As relaccedilotildees entre o homem e
o seu meio ambiente social e natural atraveacutes de modelos de ocupaccedilatildeo do
espaccedilo e uso de recursos naturais por formas soacutecio-culturais diferenciadas
bull A relaccedilatildeo Educaccedilatildeo Ambiental - Qualidade de Vida rarr As relaccedilotildees
da EA com a qualidade de vida e a sauacutede
bull Projetos roteiros reflexotildees e praacuteticas de Educaccedilatildeo Ambiental
rarrInstrumentalizar para a elaboraccedilatildeo e execuccedilatildeo de projetos de gestatildeo
158
ambiental e de modelos de desenvolvimento sustentado adequados agraves
especificidades soacutecio-ambientais das populaccedilotildees ldquoalvordquo
bull Integraccedilatildeo Escola-Meio-Ambiente-ComunidaderarrAbordagem de
aspectos teoacutericos e praacuteticos da construccedilatildeo de projetos no contexto escolar e fora
deste espaccedilo
4 ndash Moacutedulo ndash Projetos - seratildeo tarefas pedagoacutegicas de caraacuteter
interdisciplinar A partir do levantamento dos interesses dos alunos pretende-se
estruturar coletivamente projetos de intervenccedilatildeo e pesquisa em EA que
deveratildeo possibilitar a elaboraccedilatildeo dos trabalhos de final de curso
Pesquisa em Educaccedilatildeo Ambiental
bull Estudo de Campo
bull Trabalho final
94 Consideraccedilotildees
Esta proposta daacute uma visatildeo de alguns aspectos que norteiam o tema
Educaccedilatildeo Ambiental focando essencialmente os assuntos que satildeo importantes
para a formaccedilatildeo do Educador Ambiental
Os temas devem ser abordados de forma sucinta de modo que consiga
atingir a todos os profissionais de Educaccedilatildeo considerando que estes possuem
diferentes formaccedilotildees em niacutevel de graduaccedilatildeo
Outro aspecto considerado eacute que dentre os temas abordados estatildeo a
relaccedilatildeo sociedade e meio ambiente que eacute um dos pontos mais importantes do
curso pois permitiraacute que o educador consiga transmitir aos seus alunos a sua real
importacircncia na contribuiccedilatildeo para a melhoria da sua qualidade de vida e de seu
entorno e consequumlentemente na conservaccedilatildeo do planeta
159
Capiacutetulo 10 ndash Conclusotildees e Sugestotildees
101 Consideraccedilotildees Finais
A Educaccedilatildeo eacute primordial para o crescimento de qualquer paiacutes poreacutem natildeo
lhe eacute dada toda a atenccedilatildeo necessaacuteria problema que natildeo eacute recente mas sim
um problema histoacuterico pois a Educaccedilatildeo natildeo eacute tema essencial desde os tempos
da colonizaccedilatildeo Desde aquela eacutepoca o ensino era colocado em segundo
plano como algo sem importacircncia e por consequumlecircncia a profissatildeo de professor
jaacute era desvalorizada muitas vezes sendo colocado como marginalizados pela
sociedade
A Educaccedilatildeo de qualidade era um direito de poucos e esses poucos eram os
indiviacuteduos que tinham famiacutelias tradicionais e abastadas que tinham condiccedilotildees
financeiras para estudar nos melhores coleacutegios Este fato se reflete nos dias de
hoje onde a qualidade no ensino estaacute cada vez mais destinada aos alunos que
tem melhores condiccedilotildees financeiras Isto pode ser verificado nas escolas puacuteblicas
160
de ensino fundamental e o ensino meacutedio da Rede Puacuteblica Estadual onde resta
para os menos favorecidos um ensino que natildeo tem como objetivo central uma
boa formaccedilatildeo
Atraveacutes das Poliacuteticas SociaisEducacionais a ideacuteia central eacute a manutenccedilatildeo
do aluno na escola fornecimento de alimentaccedilatildeo etc onde a manutenccedilatildeo do
aluno na escola se faz de vaacuterias formas dentre elas podemos citar a aprovaccedilatildeo
progressiva no ensino fundamental onde o aluno eacute aprovado mesmo sem
condiccedilotildees pois foi verificado que o aluno que reprova muitas vezes abandona a
escola
No ensino Meacutedio natildeo eacute muito diferente onde o problema comeccedilou no
momento em que o ingresso no ensino meacutedio passou a ser automaacutetico sem
nenhum tipo de avaliaccedilatildeo gerando turmas muito heterogecircneas com alunos
bons lado a lado com alunos que natildeo possuem a menor condiccedilatildeo de estarem no
ensino meacutedio Isto acarreta numa dificuldade muito grande ao professor de
passar o conteuacutedo das disciplinas com um agravante o professor eacute obrigado a
ter um niacutevel de exigecircncia muito baixo pois um nuacutemero de reprovaccedilatildeo muito alto
tambeacutem natildeo eacute permitido Aleacutem disso podemos citar ainda as condiccedilotildees de
trabalho principalmente nas aacutereas mais carentes onde muitas vezes o professor
natildeo tem o material miacutenimo de trabalho tendo que comprar do proacuteprio bolso
Tocando neste ponto um problema muito grave eacute a falta de valorizaccedilatildeo do
professor atraveacutes dos baixos salaacuterios que estes recebem o que causa uma
desmotivaccedilatildeo muito grande na boa execuccedilatildeo de seu trabalho
Esses satildeo apenas algumas das causas do baixo desempenho do ensino
meacutedio e por consequumlecircncia o baixo iacutendice de aprovaccedilatildeo desses alunos em
concursos de acesso as Universidades Puacuteblicas que deveria ser o fluxo natural
desses alunos Este fato gerou a Poliacutetica Publica de inclusatildeo social que determina
o aumento de alunos egressos da Rede Puacuteblica nas Universidades Puacuteblicas que eacute
feito atraveacutes de reservas de vagas nas Universidades para esses alunos Isto no
entendimento da autora funciona apenas como uma forma imediatista de
resolver o problema pois em educaccedilatildeo os impactos de uma proposta de
161
mudanccedila requerem um tempo para que sejam percebidos Com isto para se
reverter o problema de inclusatildeo dos jovens vindos da rede puacuteblica estadual nas
universidades seria necessaacuterio no miacutenimo de 12 anos Um periacuteodo relativamente
grande pois as mudanccedilas devem envolver todas as esferas do governo em
conjunto com a sociedade e natildeo devendo estar atrelada a um determinado
mandato Em outras palavras em um sistema ideal os mandatos acabariam
mais os projetos continuariam
O estado atual da Educaccedilatildeo no paiacutes eacute uma consequumlecircncia direta do
arrocho salarial e da degradaccedilatildeo dos serviccedilos puacuteblicos acentuados apoacutes o fim
do Regime Militar com isso a classe meacutedia passou a incluir em seus orccedilamentos a
educaccedilatildeo o que gerou uma ruptura da convivecircncia entre crianccedilas e jovens de
classes pobres e da classe meacutedia nas Escolas Puacuteblicas No topo da piracircmide
social estatildeo as famiacutelias de classe meacutedia e alta que usufruem do Ensino Privado
para posteriormente disputar em melhores condiccedilotildees as vagas nas Universidades
Puacuteblicas reconhecidas como as melhores Na base estatildeo os menos privilegiados
que estatildeo na rede puacuteblica que tem que se conformarem em parar os seus
estudos ao fim do Ensino meacutedio ou se sacrificar para pagar uma Universidade
Privada jaacute que natildeo possuem condiccedilotildees de competirem em igualdade de
condiccedilotildees agraves vagas oferecidas pelas Universidades Puacuteblicas
Um dos caminhos detectados nessa pesquisa para reverter o quadro atual
da educaccedilatildeo eacute a capacitaccedilatildeo docente Para uma melhor formaccedilatildeo dos
professores se faz necessaacuterio que o tema seja abordado em todos os cursos de
graduaccedilatildeo destinados a licenciatura Este assunto tambeacutem deve ser uma
preocupaccedilatildeo das Universidades para que estas ofereccedilam cursos de extensatildeo
capacitaccedilatildeo ou poacutes-graduaccedilatildeo para professores promovendo o retorno destes
as Universidades para atualizaccedilatildeo de seus conhecimentos para que possam
aprimorar e consequumlentemente melhor preparar o aluno que ingressaraacute na
Universidade Com isso para a Universidade o retorno consiste em receber alunos
oriundos do ensino meacutedio com uma formaccedilatildeo mais completa fechando o ciclo
de interaccedilotildees
162
102 Conclusotildees
A partir dessas consideraccedilotildees e dos dados coletados e discutidos no corpo
do trabalho pode-se extrair as seguintes conclusotildees
A desvalorizaccedilatildeo dos professores eacute um problema histoacuterico jaacute que a
pesquisa bibliograacutefica mostrou que desde o iniacutecio da Educaccedilatildeo no paiacutes
esta classe de profissionais natildeo era vista como algo primordial para o
desenvolvimento do paiacutes
De acordo com as necessidades da sociedade foram surgindo
articulaccedilotildees que levaram a formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas com o
objetivo de suprir ou amenizar problemas gerados pelas diferenccedilas sociais
da sociedade A formulaccedilatildeo dessas poliacuteticas se fundamenta no processo
de descentralizaccedilatildeo levando a democratizaccedilatildeo e a participaccedilatildeo
A Educaccedilatildeo Ambiental eacute essencial para uma boa formaccedilatildeo da
cidadania devido a isto o tema EA estaacute presente nos PCNs e deve ser
abordado em todas as disciplinas de forma transversal
A tema Educaccedilatildeo Ambiental eacute relativamente antigo poreacutem natildeo lhe
era dada a devida importacircncia somente a partir do seacuteculo XX que foram
realizadas as conferecircncias voltadas para o tema ambiental o que tornou
o Meio Ambiente uma preocupaccedilatildeo mundial
A pesquisa avaliou o ingresso de alunos da Rede Puacuteblica Estadual nas
Universidades Puacuteblicas com estudo de caso avaliando o sistema de Cotas
da UERJ e a proposta de Reserva de Vagas da UFRJ A pesquisa mostrou
que a reserva de vagas natildeo eacute a soluccedilatildeo para o problema de inclusatildeo
desses alunos poreacutem funciona como uma accedilatildeo imediata para
remediaccedilatildeo do problema
163
A avaliaccedilatildeo da EA nas escolas de Ensino Meacutedio da Rede Estadual do
Municiacutepio do Rio de Janeiro mostrou que os escolas tem dificuldade em
abordar o tema de forma plena e transversal
A pesquisa mostrou que o tema natildeo eacute abordado de maneira plena
devido ao despreparo dos professores nesta aacuterea jaacute que somente os
professores que possuem o tema Ambiental ligados a sua formaccedilatildeo tem
condiccedilotildees de transmit-lo para seus alunos Para isto se fazem urgente e
necessaacuterias gestotildees dos oacutergatildeos competentes no sentido do aumento da
oferta de cursos de capacitaccedilatildeo
103 Sugestotildees Para a continuidade desta pesquisa vaacuterias linhas de trabalho podem ser
desenvolvidas A seguir satildeo listadas algumas sugestotildees e accedilotildees
Realizar uma pesquisa comparativa sobre educaccedilatildeo Ambiental no acircmbito
do municiacutepio do Rio de Janeiro envolvendo as Redes Federal Estadual e
Particular
Realizar uma pesquisa por amostragem sobre o tema Educaccedilatildeo
Ambiental atingindo outros municiacutepios do Estado do Rio de Janeiro
Avaliar se eacute feita e de que maneira a Educaccedilatildeo Ambiental no Ensino
Fundamental
164
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173
ANEXO 1
LEI FEDERAL
PROJETO DE LEI 36272004
Institui Sistema Especial de Reserva de Vagas para estudantes egressos de
escolas puacuteblicas em especial negros e indiacutegenas nas instituiccedilotildees puacuteblicas
federais de educaccedilatildeo superior e daacute outras providecircncias
O CONGRESSO NACIONAL decreta
Art 1ordm As instituiccedilotildees puacuteblicas federais de educaccedilatildeo superior reservaratildeo
em cada concurso de seleccedilatildeo para ingresso nos cursos de graduaccedilatildeo no
miacutenimo cinquumlenta por cento de suas vagas para estudantes que tenham
cursado integralmente o ensino meacutedio em escolas puacuteblicas
Art 2ordm Em cada instituiccedilatildeo de educaccedilatildeo superior as vagas de que trata o
art1 o seratildeo preenchidas por uma proporccedilatildeo miacutenima de autodeclarados negros
e indiacutegenas igual agrave proporccedilatildeo de pretos pardos e indiacutegenas na populaccedilatildeo da
unidade da Federaccedilatildeo onde estaacute instalada a instituiccedilatildeo segundo o uacuteltimo censo
da Fundaccedilatildeo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica - IBGE
Paraacutegrafo uacutenico No caso de natildeo-preenchimento das vagas segundo os
criteacuterios do caput as remanescentes deveratildeo ser completadas por estudantes
que tenham cursado integralmente o ensino meacutedio em escolas puacuteblicas
Art 3ordm O Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e a Secretaria Especial de Poliacuteticas de
Promoccedilatildeo da Igualdade Racial da Presidecircncia da Repuacuteblica seratildeo responsaacuteveis
pelo acompanhamento e avaliaccedilatildeo do sistema de que trata esta Lei ouvida a
Fundaccedilatildeo Nacional do Iacutendio - FUNAI
174
Art 4ordm As instituiccedilotildees de que trata o art 1ordm teratildeo o prazo de duzentos e
quarenta dias para se adaptarem ao disposto nesta Lei
Art 5ordm O Poder Executivo promoveraacute no prazo de dez anos a contar da
publicaccedilatildeo desta Lei a revisatildeo do sistema especial para o acesso de estudantes
negros pardos e indiacutegenas bem como daqueles que tenham cursado
integralmente o ensino meacutedio em escolas puacuteblicas nas instituiccedilotildees de educaccedilatildeo
superior
Art 6ordm Esta Lei entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo
Brasiacutelia(wwwportalmecgov)
175
ANEXO 2
LEI ESTADUAL
Iacutentegra da Lei Nordm 3708 de 9 de Novembro de 2001
Institui cota de ateacute 40 (quarenta por cento) para as populaccedilotildees negra e parda
no acesso a Universidade do Estado do Rio de Janeiro e agrave Universidade Estadual
do Norte Fluminense e daacute outras providecircncias
O Governador do Estado do rio de Janeiro
Faccedilo saber que a Assembleacuteia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro
decreta e eu sanciono a seguinte Lei
Art 1ordm Fica estabelecida a cota miacutenima de ateacute 40 (quarenta por cento)
para as populaccedilotildees negra e parda no preenchimento das vagas relativas aos
cursos de graduaccedilatildeo da universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e da
Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF)
Paraacutegrafo Uacutenico Nesta cota miacutenima ficam incluiacutedos tambeacutem os negros e
pardos beneficiados pela lei 35242000
Art 2ordm O Poder executivo regulamentaraacute a presente Lei no prazo de 30
(trinta) dias de sua publicaccedilatildeo
Art 3ordm Estaacute lei entraraacute em vigor na data de sua publicaccedilatildeo revogadas as
disposiccedilotildees em contraacuterio
Rio de janeiro 09 de novembro de 2001
ANTHONY GAROTINHO
Autoria Deputado Joseacute Amorim
176
Iacutentegra do Decreto Nordm 30766 de 04 de marccedilo de 2002
DISCIPLINA O SISTEMA DE COTA PARA NEGROS E PARDOS NO ACESSO Agrave
UNIVERSIDADE
DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO E Agrave UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE
FLUMINENSE E DAacute OUTRAS PROVIDEcircNCIAS
O Governador do Estado do Rio de Janeiro no uso de suas atribuiccedilotildees
legais tendo em vista o disposto no artigo 1ordm caput e paraacutegrafo uacutenico da Lei nordm
3708 de 09 de novembro de 2001 e tendo em vista o que consta do Processo E-
260592002
D E C R E T A
Projeto de Lei nordm 24902001
Art 1ordm - Ficam reservadas para negros e pardos 40 das vagas relativas
aos cursos de graduaccedilatildeo oferecidas pela Universidade do Estado do Rio de
Janeiro e pela Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro
Paraacutegrafo uacutenico Para os fins deste decreto natildeo se faz distinccedilatildeo entre pessoas
negras e pardas
Art 2ordm - Caberaacute agraves universidades envolvidas definir os criteacuterios miacutenimos de
qualificaccedilatildeo para o acesso agraves vagas reservadas aos alunos negros e pardos
Art 3ordm - No preenchimento de suas vagas deveratildeo as universidades
observar sucessivamente o seguinte
I - verificar os candidatos qualificados de acordo com o com os criteacuterios
tratados na Lei nordm 35242000 selecionando-os para ingresso ateacute o limite das
vagas destinadas a tal fim
177
II - identificar dentre os alunos selecionados para ingresso na instituiccedilatildeo na
forma do inciso anterior o percentual que se declarou negro ou pardo em
relaccedilatildeo ao nuacutemero total de vagas oferecidas por curso e turno
III - deduzir da cota de 40 o percentual de candidatos selecionados na
instituiccedilatildeo declarados negros ou pardos que foram beneficiados pela Lei nordm
35242000 (art 1ordm paraacutegrafo uacutenico da Lei 37082001)
IV - preencher as vagas restantes da cota de 40 com os demais
candidatos declarados negros ou pardos que tenham sido qualificados para
ingresso na instituiccedilatildeo independentemente da origem escolar e
V - preencher as demais vagas oferecidas independentemente da cor
raccedila ou origem escolar do candidato qualificado
Paraacutegrafo uacutenico - Em caso de reclassificaccedilatildeo deveratildeo as universidades
observar o sistema de cotas estabelecidos pelas Leis nordms 35242000 e 37082001
Art 4ordm - Caso natildeo sejam preenchidas todas as vagas reservadas aos
beneficiaacuterios deste Decreto poderatildeo ser elas aproveitadas pelos demais
estudantes
Art 5ordm - A identificaccedilatildeo dos alunos negros e pardos se faraacute atraveacutes de
declaraccedilatildeo firmada sob as penas da Lei pelo proacuteprio candidato agrave vaga na
universidade
sect1ordm - A autodeclaraccedilatildeo eacute facultativa ficando o candidato submetido agraves
regras gerais de seleccedilatildeo caso opte por natildeo a firma
sect2ordm - Os candidatos beneficiados pelo regime de reserva de vagas tratado
na Lei nordm 352400 poderatildeo firmar a declaraccedilatildeo prevista neste artigo
Art 6ordm - Fica instituiacutedo sem o aumento de despesa o Conselho para a
Promoccedilatildeo Educacional Superior das Populaccedilotildees Negra e Parda - COPESNEP com
os seguintes objetivos
178
I - manter a memoacuteria de dados capaz de permitir o acompanhamento do
perfil de desempenho dos estudantes negros e pardos nos exames seletivos para
o ingresso nas instituiccedilotildees de ensino superior em funcionamento no Estado do Rio
de Janeiro
II - propor medidas que visem estimular a aplicaccedilatildeo do sistema de cotas
estabelecido neste Decreto a outras instituiccedilotildees de ensino superior
III - propor medidas que visem o aprimoramento da legislaccedilatildeo que trata do
acesso dos negros e pardos ao ensino superior e
IV - propor medidas que visem divulgar e orientar a sociedade da
importacircncia das accedilotildees afirmativas adotadas por forccedila deste Decreto com vistas
agrave promoccedilatildeo da igualdade de oportunidades entre os diversos grupos eacutetnicos e o
combate agrave discriminaccedilatildeo
Art 7ordf - O Conselho para a Promoccedilatildeo Educacional Superior das
Populaccedilotildees Negra e Parda - COPESNEP vinculado agrave Secretaria de Estado de
Ciecircncia e Tecnologia eacute composto dos seguintes membros
I - um representante da Secretaria de Estado de Educaccedilatildeo de Ciecircncia e
Tecnologia
II - um representante da Secretaria de Estado de Educaccedilatildeo
III - um representante do Conselho Estadual do Negro
IV - um representante da Universidade do Estado do Rio de Janeiro
V - um representante da Universidade Estadual do Norte Fluminense
sect1ordm - Seraacute convidado para participar do COPESNEP um representante do
movimento estudantil negro organizado indicado pela Coordenaccedilatildeo Nacional
de Entidades Negras - CONEN dentre estudantes do ensino meacutedio
179
sect2ordm - O COPESNEP seraacute presidido pelo representante da Secretaria de
Estado de Ciecircncias e Tecnologia contando com voto qualificado em caso de
empate nas votaccedilotildees
sect3ordm - O exerciacutecio das funccedilotildees de Presidente ou membro do Conselho natildeo
seraacute remunerado a qualquer tiacutetulo sendo considerado de relevante interesse
puacuteblico
Art 8ordm - Este Decreto entraraacute em vigor na data de sua publicaccedilatildeo
produzindo efeitos para o ingresso nas universidades a partir de 2003 revogadas
as disposiccedilotildees em contraacuterio
Rio de Janeiro 04 de marccedilo de 2002-03-22
ANTHONY GAROTINHO
180
ANEXO 3 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM TECNOLOGIA DE PROCESSOS QUIacuteMICOS E BIOQUIacuteMICOS ESCOLA DE QUIacuteMICA PROJETO DE PESQUISA DE DISSERTACcedilAtildeO DE MESTRADO ldquoA CAPACITACcedilAtildeO DOCENTE EM EDUCACcedilAtildeO AMBIENTALrdquo Mestranda Maria de Lourdes Ribeiro de Souza de Azevedo Orientadoras Maria Antonieta Peixoto Gimenes Couto Denize Dias de Carvalho
QUESTIONAacuteRIO DE LEVANTAMENTO DE DADOS SOBRE EDUCACcedilAtildeO
AMBIENTAL NO ENSINO MEacuteDIO DA REDE ESTADUAL
A - DADOS INSTITUCIONAIS 1 ndash Nome da instituiccedilatildeo de ensino_______________________________________ 2 ndash Metropolitana ______________________________________________ 3 ndash Bairro __________________________________________ 4 A Escola funciona em ( ) turno uacutenico ( ) manhatilde e tarde ( ) manhatilde tarde e noite ( )outros Qual_____ 5 ndash Nordm de alunos Manhatilde = _______________ Tarde = ________________Noite
=_______________
6 ndash Nordm de professores da instituiccedilatildeo ______________________________ 7 - O curso eacute ( ) normal ( ) supletivo ( ) manhatilde e tarde normal noite supletivo ( ) outrosQual B QUANTO Agrave ABORDAGEM DO TEMA EDUCACcedilAtildeO AMBIENTAL 1 ndash O tema educaccedilatildeo ambiental eacute abordado na escola ( ) sim ( ) natildeo 2 ndash Em caso positivo o tema eacute abordado em ( ) uma disciplina(disciplina especiacutefica-disciplinar) ( ) vaacuterias disciplinas(multidisciplinar) ( )de outras formas Quais ____________________________________________ 3 ndash Existe a obrigatoriedade da participaccedilatildeo dos alunos ( ) sim ( ) natildeo _____________________________________________________________________
181
4ndash Quantos professores participam das atividades relacionadas ao tema _______________________________________ 5 ndash A educaccedilatildeo ambiental eacute praticada atraveacutes de que meio (eacute admitida mais de uma resposta) ( ) aulas teoacutericas ( ) aulas praacuteticas ( ) informalmente ( ) projetos ( ) outros Qual_________________________________________________ 6 ndash Os projetos eou atividades implantados foram de(eacute admitida mais de uma resposta) ( ) reciclagem ( ) coleta seletiva ( ) reduccedilatildeo de consumo reuso de aacutegua ( ) reduccedilatildeo de consumo de energia ( ) outros Qual ________________________________________________________ 7 ndash Existe interesse dos alunos em relaccedilatildeo aos projetos ( ) sim ( ) natildeo __________________________________________ 8 ndash Os projetos possuem retorno financeiro ( ) frequumlentemente ( ) agraves vezes ( ) raramente ( ) Nunca 9 - Os recursos arrecadados satildeo para aquisiccedilatildeo de materiais para ( ) os alunos (por ex uniformes material escolar bolsa auxilio Outros Quais _________________________ ( ) a comunidade (por excesta baacutesicaestruturas de lazer cursos Outros Quais _______________________ ( ) a escola (por ex equipamentos livros infra-estrutura Outros Quais ___________________________ ( ) outros Qual _________________________ C QUANTO Agrave CAPACITACcedilAtildeO DOCENTE 1 ndash Qual eacute a formaccedilatildeo em niacutevel de graduaccedilatildeo dos professores que participam da educaccedilatildeo ambiental(eacute admitida mais de uma resposta) ( ) Quiacutemica ( ) Biologia ( ) Fiacutesica ( ) Geografia ( ) outra Quais________________________________________________________
182
2 ndash Dos professores que participam quantos possuem formaccedilatildeo especiacutefica em educaccedilatildeo ambiental e de que tipo ( ) especializaccedilatildeo(latu-senso) ____________ ( ) mestrado _____________ ( ) doutorado ____________ ( ) cursos de curta duraccedilatildeo___________ ( ) outros ________________ ( ) nenhuma ________________________________________________________________ 3 ndash A escola tem interesse na capacitaccedilatildeo docente para educaccedilatildeo ambiental ( ) sim ( ) natildeo _____________________________________ 4 ndash Haacute interesse dos professores em participarem de um curso de formaccedilatildeo em educaccedilatildeo ambiental ( ) sim ( ) natildeo Obs Caso positivo informar quantos _____________________________________ 5 - Quais as aacutereas que os professores apresentam maior interesse ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 6 ndash Observaccedilotildees e comentaacuterios da instituiccedilatildeo de ensino ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Obs As perguntas possuem linhas para quaisquer observaccedilotildees que a instituiccedilatildeo considerar importante para enriquecer as informaccedilotildees Solicito que as respostas reflitam de fato a situaccedilatildeo real da Escola de modo a construir um panorama que permita traccedilar metas que levem agrave melhoria do Ensino Para tal acreditamos que a capacitaccedilatildeo dos professores seja um bom caminho e principalmente em um tema tatildeo importante do qual depende o futuro de todos Obrigada
183
ANEXO 4
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM TECNOLOGIA DE PROCESSOS QUIacuteMICOS E BIOQUIacuteMICOS
ESCOLA DE QUIacuteMICA
PROJETO DE PESQUISA DE DISSERTACcedilAtildeO DE MESTRADO ldquoA CAPACITACcedilAtildeO DOCENTE EM EDUCACcedilAtildeO AMBIENTALrdquo
Mestranda Maria de Lourdes Ribeiro de Souza de Azevedo Orientadoras Maria Antonieta Peixoto Gimenes Couto Denize Dias de Carvalho
AVALIACcedilAtildeO DE RECEPTIVIDADE
Metropolitana METROPOLITANA III Responsaacutevel Nordm de questionaacuterios entregues Nordm de questionaacuterios devolvidos Nordm de questionaacuterios respondidos 1 ndash Todos os questionaacuterios foram enviados ( ) Sim ( ) Natildeo 2 ndash Na sua avaliaccedilatildeo o interesse das escolas sob a responsabilidade desta Metropolitana em responder agrave pesquisa foi ( ) Alto ( ) Mediano ( ) Baixo 3 ndash No espaccedilo abaixo justifique as suas respostas nas perguntas 1 e 2 ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ 4 ndash Na sua avaliaccedilatildeo a contribuiccedilatildeo da pesquisa para a integraccedilatildeo Universidade ndash Ensino Meacutedio eacute
( ) Relevante ( ) Irrelevante
184
ANEXO 5
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM TECNOLOGIA DE PROCESSOS QUIacuteMICOS E BIOQUIacuteMICOS
ESCOLA DE QUIacuteMICA
PROJETO DE PESQUISA DE DISSERTACcedilAtildeO DE MESTRADO ldquoA CAPACITACcedilAtildeO DOCENTE EM EDUCACcedilAtildeO AMBIENTALrdquo
Mestranda Maria de Lourdes Ribeiro de Souza de Azevedo Orientadoras Maria Antonieta Peixoto Gimenes Couto Denize Dias de Carvalho
AVALIACcedilAtildeO DE RECEPTIVIDADE
Metropolitana METROPOLITANA IV Responsaacutevel Nordm de questionaacuterios entregues Nordm de questionaacuterios devolvidos Nordm de questionaacuterios respondidos 1 ndash Todos os questionaacuterios foram enviados ( ) Sim ( ) Natildeo 2 ndash Na sua avaliaccedilatildeo o interesse das escolas sob a responsabilidade desta Metropolitana em responder agrave pesquisa foi ( ) Alto ( ) Mediano ( ) Baixo 3 ndash No espaccedilo abaixo justifique as suas respostas nas perguntas 1 e 2 ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ 4 ndash Na sua avaliaccedilatildeo a contribuiccedilatildeo da pesquisa para a integraccedilatildeo Universidade ndash Ensino Meacutedio eacute
( ) Relevante ( ) Irrelevante
185
ANEXO 6
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM TECNOLOGIA DE PROCESSOS QUIacuteMICOS E BIOQUIacuteMICOS
ESCOLA DE QUIacuteMICA
PROJETO DE PESQUISA DE DISSERTACcedilAtildeO DE MESTRADO ldquoA CAPACITACcedilAtildeO DOCENTE EM EDUCACcedilAtildeO AMBIENTALrdquo
Mestranda Maria de Lourdes Ribeiro de Souza de Azevedo Orientadoras Maria Antonieta Peixoto Gimenes Couto Denize Dias de Carvalho
AVALIACcedilAtildeO DE RECEPTIVIDADE
Metropolitana METROPOLITANA X Responsaacutevel Nordm de questionaacuterios entregues Nordm de questionaacuterios devolvidos Nordm de questionaacuterios respondidos 1 ndash Todos os questionaacuterios foram enviados ( ) Sim ( ) Natildeo 2 ndash Na sua avaliaccedilatildeo o interesse das escolas sob a responsabilidade desta Metropolitana em responder agrave pesquisa foi ( ) Alto ( ) Mediano ( ) Baixo 3 ndash No espaccedilo abaixo justifique as suas respostas nas perguntas 1 e 2 ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ 4 ndash Na sua avaliaccedilatildeo a contribuiccedilatildeo da pesquisa para a integraccedilatildeo Universidade ndash Ensino Meacutedio eacute
( ) Relevante ( ) Irrelevante
186
ANEXO 7
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM TECNOLOGIA DE
PROCESSOS QUIacuteMICOS E BIOQUIacuteMICOS
ESCOLA DE QUIacuteMICA
PROJETO DE PESQUISA DE DISSERTACcedilAtildeO DE MESTRADO ldquoA CAPACITACcedilAtildeO DOCENTE EM EDUCACcedilAtildeO AMBIENTALrdquo
Mestranda Maria de Lourdes Ribeiro de Souza de Azevedo Orientadoras Maria Antonieta Peixoto Gimenes Couto Denize Dias de Carvalho
AVALIACcedilAtildeO DE RECEPTIVIDADE
Responsaacutevel Regina Coeli de A Vasconcelos
Nordm total de questionaacuterios entregues 313 questionaacuterios
Nordm total de questionaacuterios devolvidos 68 questionaacuterios
Nordm total de questionaacuterios respondidos 94 questionaacuterios
1 ndash Na sua avaliaccedilatildeo a contribuiccedilatildeo da pesquisa para a integraccedilatildeo
Universidade ndash Ensino Meacutedio eacute
( ) Relevante ( ) Irrelevante
2 ndash Na sua avaliaccedilatildeo o interesse da SEERJ na implementaccedilatildeo de um curso
de capacitaccedilatildeo docente em Educaccedilatildeo Ambiental eacute
( ) Alto ( ) Mediano ( ) Baixo
187
3 ndash Que accedilotildees conjuntas poderiam ser sugeridas para a melhoria da
capacitaccedilatildeo docente do Ensino Meacutedio da Rede Puacuteblica Estadual em Educaccedilatildeo
Ambiental
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
GRAacuteFICO COMPARATIVO ENTRE AS METROPOLITANAS DO MUNICIacutePIO
DO RIO DE JANEIRO
Questionaacuterios
0
100
200
300
400
Entregues Devolvidos Respondidos
0
50
100
150
Metro III Metro IV Metro X
Receptividade
QuestionaacuteriosentreguesQuestionaacuteriosdevolvidosQuestionaacuteriosrespondidos
iii
A CAPACITACcedilAtildeO DOCENTE EM EDUCACcedilAtildeO AMBIENTAL
MARIA DE LOURDES RIBEIRO DE SOUZA DE AZEVEDO
Dissertaccedilatildeo submetida ao Corpo Docente do Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Tecnologia de Processos Quiacutemicos e Bioquiacutemicos da Escola de Quiacutemica da Universidade Federal do Rio de Janeiro como parte dos requisitos para obtenccedilatildeo do grau de Mestre em Ciecircncias realizada sob a orientaccedilatildeo das Professoras Maria Antonieta Peixoto Gimenes Couto e Denize Dias de Carvalho
_________________________________________________________________________ Maria Antonieta Peixoto Gimenes Couto ndash Orientadora
(EQUFRJ)
_________________________________________________________________________ Denize Dias de Carvalho ndash Orientadora
(EQUFRJ)
________________________________________________________________________ Andreacutea Medeiros Salgado
(EQUFRJ)
_________________________________________________________________________ Liacutedia YOKOAMA
(EQUFRJ)
_________________________________________________________________________ Lilia dos Santos Seabra
(FEBFUERJ)
Escola de Quiacutemica Universidade Federal do Rio de Janeiro
2007
iv
FICHA CATALOGRAacuteFICA
AZEVEDO MARIA DE LOURDES RIBEIRO DE A Capacitaccedilatildeo Docente em Educaccedilatildeo Ambiental xix 164p 297cm Dissertaccedilatildeo Mestre em Ciecircncias(Escola de Quiacutemica ndash Universidade Federal do Rio de Janeiro) 1 Meio Ambiente 2 Educaccedilatildeo Ambiental 3 Capacitaccedilatildeo 4 Dissertaccedilatildeo
I Universidade Federal do Rio de Janeiro II Tiacutetulo (seacuterie)
v
SUMAacuteRIO Capiacutetulo 1 ndash Apresentaccedilatildeo do Trabalho
11 Introduccedilatildeo 1
12 Objetivo do Trabalho 6
13 Organizaccedilatildeo do Estudo 7
Capiacutetulo 2 ndash O Sistema Educacional Brasileiro
21 Introduccedilatildeo 9
22 A Educaccedilatildeo no Brasil Colocircnia 11
23 A Educaccedilatildeo no Brasil Impeacuterio 13
24 A Educaccedilatildeo na Primeira Repuacuteblica 18
25 A Educaccedilatildeo no Poacutes 30 20
26 A Educaccedilatildeo na Nova Repuacuteblica(1946-1963) 25
27 A Educaccedilatildeo no Periacuteodo Militar(1964-1985) 27
28 A Educaccedilatildeo no Periacuteodo da Abertura Poliacutetica(1986-2001) 29
29 Cronologia da Histoacuteria da Educaccedilatildeo Brasileira 30
Capiacutetulo 3 ndash A Estrutura Organizacional da Educaccedilatildeo no Brasil
31 A Organizaccedilatildeo 36
311 Atribuiccedilotildees da Uniatildeo 37
312 Atribuiccedilotildees do Estado 38
313 Atribuiccedilotildees dos Municiacutepios 39
314 O papel dos Estabelecimentos de Ensino 39
315 Atribuiccedilotildees dos Docentes 40
32 A Abrangecircncia dos Sistemas 41
321 O Sistema Federal 41
322 Os Sistemas de Ensino dos Estados e do Distrito
Federal Compreendem
41
323 O Sistema Municipal 42
33 A Secretaria Estadual de Educaccedilatildeo 44
Capiacutetulo 4 ndash Poliacuteticas Puacuteblicas de Inclusatildeo Social
41 A Crise do Sistema Poliacutetico Liberal e o Iniacutecio do
vi
Intervencionismo do Estado 54
42 O Estado e Suas Novas Funccedilotildees Sociais 56
43 Poliacuteticas Puacuteblicas Uma Questatildeo de Conceito 58
44 Formulaccedilatildeo de Poliacuteticas Puacuteblicas 59
45 Aacutereas de Aplicaccedilatildeo das Poliacuteticas Puacuteblicas das Poliacuteticas
Puacuteblicas
61
Capiacutetulo 5 ndash Histoacuterico e Evoluccedilatildeo da Educaccedilatildeo Ambiental
51 Definiccedilatildeo 68
52 Histoacuterico 73
53 Algumas Consideraccedilotildees sobre a Evoluccedilatildeo da Educaccedilatildeo
Ambiental
93
Capiacutetulo 6 ndash Metodologias
61 Diagnose do Estado da Arte da Educaccedilatildeo Ambiental no
Ensino Meacutedio da Rede Estadual de Ensino no Municiacutepio do
Rio de Janeiro
98
611 Objetivos 98
612 Metodologia de Pesquisa 98
613 Planejamento da Pesquisa 99
614 Fontes de Informaccedilotildees 100
615 Pesquisa de Campo 100
616 Avaliaccedilatildeo dos Resultados 101
62 Diagnose do Acesso aos Cursos de Graduaccedilatildeo nas
Universidades Puacuteblicas Estudo de Caso UERJ e UFRJ
102
621 Objetivos 102
622 Metodologia de Pesquisa 102
623 Planejamento da Pesquisa 102
624 Fontes de Informaccedilotildees 103
625 Pesquisa de Campo 103
62 Limitaccedilotildees do Estudo 105
Capiacutetulo 7ndash Avaliaccedilatildeo do Acesso aos Cursos de Graduaccedilatildeo Estudo de
Casos UERJ e UFRJ
vii
71 O Sistema de Cotas 107
72 Implantaccedilatildeo do Sistema 108
73 O Aluno na Universidade 109
74 A Necessidade das Cotas 111
75 Comparativo entre a Rede Estadual de Ensino e a Rede
Federal e Particular
114
76 Avaliaccedilatildeo do Sistema de Cotas da UERJ e da Proposta da
UFRJ
123
Capiacutetulo 8 ndash Avaliaccedilatildeo da Educaccedilatildeo Ambiental na Rede Puacuteblica Estadual
no Municiacutepio do Rio de Janeiro
81 Levantamento de Dados 128
82 A Receptividade das Coordenadorias 129
83 A Educaccedilatildeo Ambiental em Nuacutemeros 131
84 Conclusotildees Parciais 145
Capiacutetulo 9 ndash Proposta de Curso de Formaccedilatildeo para Professores
91 Objetivo do Curso 148
92 Duraccedilatildeo do Curso 149
93 Conteuacutedo do Curso 149
94 Consideraccedilotildees 151
Capiacutetulo 10 ndash Conclusotildees e sugestotildees
101 Consideraccedilotildees Finais 152
102 Conclusotildees 155
103 Sugestotildees 156
Referecircncias 157
viii
Dedico esta dissertaccedilatildeo de mestrado
aos amores de minha vida que satildeo
meus filhos meu marido e minha matildee
pela compreensatildeo de ter ficado muitas
vezes ausente pela paciecircncia e pelo
incentivo e forccedila para natildeo me deixar
desistir e conseguir chegar ao final
deste trabalho A vitoacuteria natildeo eacute soacute
minha eacute de todos noacutes
Muito obrigada
ix
AGRADECIMENTOS
A Deus por ter me dado forccedilas para completar esta jornada
A minha matildee por ter me ajudado nas horas difiacuteceis
Aos meus filhos pela compreensatildeo nos meus momentos de ausecircncia
Ao meu marido Marcos pelo incentivo apoio e carinho
As minhas Professoras orientadoras Maria Antonieta Peixoto Gimenes Couto e
Denize Dias de Carvalho pela contribuiccedilatildeo na conduccedilatildeo desse trabalho
A todos os professores do Programa pela contribuiccedilatildeo que deram ao meu
crescimento acadecircmico profissional e pessoal
Ao senhor Antonio Ceacutesar Alves pelo carinho e atenccedilatildeo sempre me ajudando no
que precisei durante minha jornada na UFRJ
A senhora Regina Coeli secretaacuteria de Educaccedilatildeo Ambiental da SEERJ pela
atenccedilatildeo e contribuindo para que tornasse possiacutevel a realizaccedilatildeo deste trabalho
Ao Professor Maacutercio Nele pelas sugestotildees na avaliaccedilatildeo dos dados
A Professora Acircngela Rocha pela Contribuiccedilatildeo na Pesquisa de campo
A Sra Luacutecia Manso por viabilizar os dados do vestibular da UFRJ
A Sra Patriacutecia Anido Noronha por viabilizar os dados do vestibular da UERJ
Ao professor Luiz Gustavo Ribeiro Vieira Coordenador na Metropolitana IV por seu
empenho na realizaccedilatildeo da pesquisa de campo
x
A Direccedilatildeo do Ciep 386 ndash Guilherme da Silveira Filho pelo apoio e atenccedilatildeo
Aos meus colegas do departamento de Sauacutede e saneamento Ambiental (DSSA)
da Fiocruz pelo apoio e companheirismo para a realizaccedilatildeo deste trabalho
xi
RESUMO
Azevedo Maria de Lourdes Ribeiro de Souza de A Capacitaccedilatildeo Docente em Educaccedilatildeo Ambiental Rio de Janeiro 2006 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Tecnologia de Processos Quiacutemicos e Bioquiacutemicos) Escola de Quiacutemica Universidade Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2006 O objetivo deste trabalho eacute viabilizar a criaccedilatildeo de ferramentas que sirvam para conduzir uma maior integraccedilatildeo entre a Universidade e o Ensino Meacutedio tendo como base agraves poliacuteticas de inclusatildeo social Para isso foi feita uma anaacutelise da Educaccedilatildeo Ambiental ministrada no Ensino Meacutedio no Municiacutepio do Rio de Janeiro Esta revelou que as escolas praticam de alguma forma a Educaccedilatildeo Ambiental poreacutem a pesquisa tambeacutem mostrou que a formaccedilatildeo dos professores neste tema estaacute muito aqueacutem do necessaacuterio o que dificulta a realizaccedilatildeo plena do seu trabalho Ainda dentro das Poliacuteticas de Inclusatildeo Social foi feito um levantamento do acesso dos alunos da Rede Puacuteblica Estadual nas Universidades Puacuteblicas atraveacutes de estudo de caso da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) avaliando comparativamente as escolas de Ensino Meacutedio da Rede Puacuteblica e a Rede Privada Os resultados mostraram que um nuacutemero muito pequeno de alunos oriundos da Rede Estadual de Ensino consegue uma vaga nestas Universidades Puacuteblicas problema este que foi amenizado pela UERJ que foi a primeira a implantar o sistema de cotas com resultados satisfatoacuterios e com isso aumentando significativamente o ingresso de alunos da Rede Puacuteblica Estadual Os resultados dessa pesquisa sinalizam que urge a definiccedilatildeo de Poliacuteticas Puacuteblicas que levam agrave melhoria de capacitaccedilatildeo docente do Ensino Meacutedio cabendo agrave Universidade o papel de promover centros de formaccedilatildeo continuada promovendo uma melhor qualificaccedilatildeo docente e por conseguinte um melhor preparo dos alunos
xii
ABSTRACT
Azevedo Maria de Lourdes Ribeiro de Souza de A Capacitaccedilatildeo Docente em Educaccedilatildeo Ambiental Rio de Janeiro 2006 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Tecnologia de Processos Quiacutemicos e Bioquiacutemicos) Escola de Quiacutemica Universidade Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2006 This study has an aim to be viable the creation of tools which serve to conduct a great integration between the University and the high school having as a basis Politics of Social Inclusion For this it was made an analysis on Environmental Education given in municipal district of Rio de Janeiro high schools It reveals that the schools practice some Environmental Education but the research also presents that the formation of teachers in this theme is far from what is necessary that makes difficulty the full realization of its work Yet within the Politics of Social Inclusion it was done a survey on the access of the State Public Net students at the public universities through a case study of the University of Rio de Janeiro State (UERJ) and Federal University of Rio de Janeiro (UFRJ) evaluating comparatively to the high school of Public and Private Net schools The results show that a small number of students from the State Net High School gets vacancy in those Public Universities a problem that was softened by the UERJ that was the first to establish a system of quotas with satisfactory results and with this encreasing significatively the entrance of State Public Net students The results of this research signal that it is necessary a definition of Public Politics that take to improvement of teaching capacitation of high school belonging to the University the roll of promote centers of Continued formation promoting a better teaching qualification and thus a better preparation of the students
xiii
LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES
Figura 11 ndash Esquema do Ciclo da Educaccedilatildeo
Figura 31 ndash Organograma da Organizaccedilatildeo Educacional Brasileira
Figura 32 ndash Mapa das Metropolitanas do Estado do Rio de Janeiro
Figura 41 ndash Diagrama Esquemaacutetico da Formaccedilatildeo de uma Poliacutetica Puacuteblica
Figura 61 ndash Esquematizaccedilatildeo do Projeto
Figura 71 - Percentual de Alunos Inscritos no Vestibular da UFRJ
Figura 72 ndash Percentual de Alunos Classificados no Vestibular da UFRJ
Figura 73 - Percentual de Alunos Classificados em Funccedilatildeo do Nuacutemero de Inscritos
em Cada Esfera
Figura 74 ndash Percentual de Alunos Inscritos no Vestibular da UERJ
Figura 75 - Percentual de Alunos Classificados no Vestibular da UERJ
Figura 76 ndash Percentual de Alunos Classificados em Funccedilatildeo do Nuacutemero de Inscritos
em Cada Esfera
Figura 77 - Comparativo Entre o Antes e Depois do Sistema de Cotas
Figura 81 - Avaliaccedilatildeo de Receptividade da Metropolitana III
Figura 82 ndash Avaliaccedilatildeo de Receptividade da Metropolitana IV
Figura 83 ndash Avaliaccedilatildeo de Receptividade da Metropolitana X
Figura 84 - Abordagem do Tema na Escola
Figura 85 - O Tema eacute Disciplinar ou Multidisciplinar Figura 86 - Participaccedilatildeo Discente Figura 87 - Participaccedilatildeo dos Professores
Figura 88 - Meios de Aplicaccedilatildeo da Educaccedilatildeo Ambiental Figura 89 - Projetos e ou Atividades Implantados Figura 810 - Interesse dos Alunos
Figura 811 - Retorno Financeiro nos Projetos
Figura 812 - Destino dos Recursos Arrecadados
Figura 813 - Professores que Participam das Atividades
Figura 814 - Os Professores Possuem Formaccedilatildeo Especiacutefica em EA
Figura 815 - Interesse da Escola na Capacitaccedilatildeo Docente
xiv
Figura 816 - Interesse dos Professores em Cursos de Formaccedilatildeo em Educaccedilatildeo
Ambiental Figura 817 - Aacutereas de Interesse dos Professores
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LISTA DE TABELAS
Tabela 21 ndash Evoluccedilatildeo da Educaccedilatildeo no Brasil Principais Acontecimentos
Tabela 31 ndash Coordenadorias da SEERJ
Tabela 71 ndash Quadro Comparativo dos Vestibulares da UERJ e UFRJ
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GLOSSAacuteRIO
ABE ndash Associaccedilatildeo Brasileira de Educaccedilatildeo
ALERJ ndash Assembleacuteia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro
ANA - Agecircncia Nacional de Aacuteguas
CADES ndash Campanha de Aperfeiccediloamento e Difusatildeo do Ensino Secundaacuterio
CAPES - Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel Superior
CEA ndash Centros de Educaccedilatildeo Ambiental
CEE ndash Conselho Estadual de Educaccedilatildeo
CEG ndash Conselho de Ensino de Graduaccedilatildeo
CETESB - Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental
CFE ndash Conselho Federal de Educaccedilatildeo
CGEA ndash Coordenaccedilatildeo Geral de Educaccedilatildeo Ambiental
CIAC ndash Centro Integrado de Apoio a Crianccedila
CIEP ndash Centro Integrado de Educaccedilatildeo Puacuteblica
CISEA ndash Comissatildeo Intersetorial de Educaccedilatildeo Ambiental
CMMAD - Comissatildeo Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento
CNAE ndash Campanha Nacional de Alimentaccedilatildeo Escolar
CNBB ndash Confederaccedilatildeo Nacional dos Bispos do Brasil
CNE ndash Conselho Nacional de Educaccedilatildeo
CNEA ndash Conferecircncia Nacional de Educaccedilatildeo Ambiental
CNEC ndash Campanha Nacional de Escolas da Comunidade
CNPJ - Cadastro Nacional da Pessoa Juriacutedica
CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico
COEA - Coordenaccedilatildeo Geral de Educaccedilatildeo Ambiental
CONAMA ndash Conselho Nacional do Meio Ambiente
CONEN ndash Coordenaccedilatildeo Nacional de Entidades Negras
CONTAP ndash Conselho de Cooperaccedilatildeo Teacutecnica da Alianccedila para o Progresso
COPESNEP - Conselho para a Promoccedilatildeo Educacional Superior das Populaccedilotildees
Negra e Parda
CPC ndash Centros Populares de Cultura
DEA ndash Educaccedilatildeo Ambiental a Distacircncia
xvii
DEMEC - Departamento de Engenharia Mecacircnica
EA ndash Educaccedilatildeo Ambiental
ENC ndash Exame Nacional de Cursos
ENEM ndash Exame Nacional do Ensino Meacutedio
EPB ndash Estudos de Problemas Brasileiros
EUA ndash Estados Unidos da Ameacuterica
FEEMA - Fundaccedilatildeo Estadual de Engenharia do Meio Ambiente
FNMA - Fundo Nacional do Meio Ambiente
FUNAI - Fundaccedilatildeo Nacional do Iacutendio
FUNDEF ndash Fundo de Manutenccedilatildeo e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de
Valorizaccedilatildeo do Magisteacuterio
GT ndash Grupos de Trabalho
IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovaacuteveis
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
IES ndash Instituiccedilotildees de Ensino Superior
INEP ndash Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais
ISEB ndash Instituto Superior de Estudos Brasileiros
LDB ndash Lei de Diretrizes e Bases
MCT - Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia
MEB ndash Movimento de Educaccedilatildeo de Base
MEC ndash Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura
MinC ndash Ministeacuterio da Cultura
MMA ndash Ministeacuterio do Meio Ambiente
MOBRAL - Movimento Brasileiro de Alfabetizaccedilatildeo
OMEP ndash Organizaccedilatildeo Mundial de Educaccedilatildeo Preacute-Escolar
ONG ndash Organizaccedilatildeo Natildeo Governamental
ONU ndash Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas
OSPB ndash Organizaccedilatildeo Social e Poliacutetica do Brasil
PAIUB - Programa de Avaliaccedilatildeo Institucional das Universidades Brasileiras
PAS ndash Programa de Avaliaccedilatildeo Seriada
PCN ndash Paracircmetros Curriculares Nacionais
PIEA - Programa Internacional de Educaccedilatildeo Ambiental
xviii
PNEA - Poliacutetica Nacional de Educaccedilatildeo Ambiental
PNI ndash Parque Nacional do Iguaccedilu
PNMA - Programa Nacional do Meio Ambiente
PNUMA ndash Programa das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente
PPA ndash Plano Plurianual
PROINICIAR ndash Programa de Iniciaccedilatildeo Acadecircmica
PRONEA ndash Programa Nacional de Educaccedilatildeo Ambiental
PRO-REDE ndash Programa de Reestruturaccedilatildeo da Rede Puacuteblica de Ensino
REASUL - Rede Sul Brasileira de Educaccedilatildeo Ambiental
REBEA ndash Rede Brasileira de Educaccedilatildeo Ambiental
REGUA ndash Registro Uacutenico do Aluno
REPEA ndash Rede Paulista de Educaccedilatildeo Ambiental
SAEB - Sistema Nacional de Avaliaccedilatildeo da Educaccedilatildeo Baacutesica
SECIRM ndash Secretaria da Comissatildeo Interministerial para os Recursos do Mar
SEDUC - Secretaria da Educaccedilatildeo Baacutesica
SEERJ ndash Secretaria Estadual de Educaccedilatildeo do Rio de Janeiro
SEF ndash Secretaria de Ensino Fundamental
SEMA - Secretaria Estadual do Meio Ambiente
SENAC ndash Serviccedilo Nacional de Aprendizagem Comercial
SENAI - Serviccedilo Nacional de Aprendizagem Industrial
SIBEA ndash Sistema Brasileiro de Informaccedilatildeo em Educaccedilatildeo Ambiental
UENF ndash Universidade Estadual do Norte Fluminense
UERJ ndash Universidade do Estado do Rio de Janeiro
UFMT - Universidade Federal de Mato Grosso
UNCED - United Nations Conference on Environment and Development
UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina
UFRJ ndash Universidade Federal do Rio de Janeiro
UFRPE - Universidade Federal Rural de Pernambuco
UFRRJ ndash Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
UICN ndash Uniatildeo Internacional para Conservaccedilatildeo da Natureza
UNE ndash Uniatildeo Nacional dos Estudantes
xix
UNESCO - Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a educaccedilatildeo agrave ciecircncia e a
cultura
UNICEF ndash Fundo das Naccedilotildees Unidas para a Infacircncia
USAID - United States Agency for International Development
1
Capiacutetulo 1 Apresentaccedilatildeo do Trabalho
11 Introduccedilatildeo
A educaccedilatildeo eacute a base para o desenvolvimento de qualquer paiacutes por ser
um instrumento fundamental para a promoccedilatildeo da cidadania Eacute por meio dela
que as pessoas adquirem condiccedilotildees de se transformarem em cidadatildeos ativos e
competitivos
A cidadania se fundamenta em princiacutepios eacuteticos aleacutem de promover o
direito agrave justiccedila social pois eacute impossiacutevel conceber o crescimento de um paiacutes
tendo milhotildees de pessoas excluiacutedas da participaccedilatildeo democraacutetica em vaacuterias
instacircncias e niacuteveis da sociedade
Eacute atraveacutes de um bom desempenho da cidadania que a sociedade pode
contribuir para a soluccedilatildeo de problemas e ateacute evitar que alguns destes possam
surgir Neste processo a educaccedilatildeo ambiental tem um papel muito importante
pois participa natildeo somente como uma transmissatildeo de conhecimento mas
2
tambeacutem na aplicaccedilatildeo de informaccedilotildees como uma forma de mudanccedila de
atitudes da sociedade face aos problemas ambientais
A Educaccedilatildeo Ambiental eacute uma proposta de mudanccedila de comportamento
onde se faz o resgate de valores eacuteticos esteacuteticos democraacuteticos e humanistas
Estes valores satildeo fortemente defendidos pela educaccedilatildeo de um modo geral pelo
conjunto de conhecimentos produzidos nas mais diversas aacutereas tendo como foco
o princiacutepio do respeito pelo meio ambiente que natildeo eacute constituiacutedo somente pelos
organismos vivos Haacute uma preocupaccedilatildeo com um sentido muito mais amplo do
que meramente com a extinccedilatildeo de alguns animais ou plantas
(wwweducarscuspbr)
Meio Ambiente eacute tudo que compotildee a paisagem Eacute a interaccedilatildeo do
conjunto de elementos naturais artificiais culturais e sociais que propicia o
desenvolvimento equilibrado da vida em todas as suas formas
Podemos classificaacute-lo em Meio Ambiente natural ou fiacutesico constituiacutedo pelo
solo aacutegua ar atmosfeacuterico enfim tudo que eacute natureza com toda sua diversidade
Meio ambiente artificial eacute constituiacutedo pelo espaccedilo urbano construiacutedo
representado pelo conjunto de edificaccedilotildees (espaccedilo urbano fechado) e dos
equipamentos puacuteblicos (ruas praccedilas aacutereas verdes espaccedilos livres em geral
espaccedilo urbano aberto) Meio Ambiente Cultural integra o patrimocircnio histoacuterico
artiacutestico arqueoloacutegico paisagiacutestico turiacutestico que embora artificial difere do
anterior pelo sentido de seu valor especial e o Meio Ambiente Social que eacute
formado pelas pessoas que compotildeem a Sociedade (Carvalho 2002)
Com isto a Educaccedilatildeo Ambiental eacute tambeacutem o respeito pelas culturas que
incluem as especificidades de classe etnia e gecircnero funcionando como uma
defesa da descentralizaccedilatildeo e da distribuiccedilatildeo social do poder dando assim uma
efetiva contribuiccedilatildeo para uma sociedade melhor (wwweducarscuspbr)
A Educaccedilatildeo Ambiental visa modificar as relaccedilotildees entre a sociedade e o
meio ambiente de forma a melhorar a qualidade de vida transformando o
sistema produtivo e consumista em uma sociedade mais solidaacuteria promovendo a
3
inclusatildeo social atraveacutes da justa distribuiccedilatildeo dos recursos naturais entre todos
Para isto se faz necessaacuteria natildeo soacute a existecircncia de poliacuteticas sociais mas
principalmente que estas estejam integradas nas diversas esferas da sociedade
Eacute tambeacutem importante que tenham estrateacutegias bem definidas para que possam
ser formuladas e implementadas por accedilotildees que sejam intersetoriais buscando
sempre parcerias com os diversos segmentos sejam estes entidades ou
movimentos sociais
Um ponto importante que deve nortear a Educaccedilatildeo Ambiental eacute o
conceito de desenvolvimento sustentaacutevel que inter-relaciona os aspectos sociais
e ambientais isto eacute promove a qualidade das relaccedilotildees humanas com o ambiente
natural e a necessidade de produccedilatildeo de riquezas Sachs (citado em Montibeller-
Filho 2001) propotildee a seguinte definiccedilatildeo para Desenvolvimento Sustentaacutevel
ldquoTrata-se de gerir a natureza de forma a assegurar aos homens de nossa geraccedilatildeo
e das geraccedilotildees futuras a possibilidade de se desenvolverrdquo (Azevedo 1991)
Segundo a Comissatildeo Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento
Desenvolvimento Sustentaacutevel eacute definido como ldquoDesenvolvimento que responde
agraves necessidades do presente sem comprometer as possibilidades das geraccedilotildees
futuras de satisfazer suas proacuteprias necessidadesrdquo (wwweducarscuspbr)
O desenvolvimento sustentaacutevel deveria ser uma preocupaccedilatildeo primordial
para o desenvolvimento econocircmico poreacutem para alguns setores da economia o
mais importante eacute o valor de produccedilatildeo imediato mesmo que para isso se
degrade o meio ambiente e se comprometa a possibilidade de produccedilotildees
futuras Os movimentos ambientalistas conseguem produzir um conjunto de
princiacutepios em relaccedilatildeo ao meio ambiente atraveacutes de protocolos e declaraccedilotildees
Este conjunto constitui a base do direito ambiental brasileiro e internacional o
qual associa a proteccedilatildeo do meio ambiente ao desenvolvimento
socioeconocircmico ldquoA poliacutetica nacional do meio ambiente tem por objetivo a
preservaccedilatildeo melhoria e recuperaccedilatildeo da qualidade ambiental propiacutecia agrave vida
visando assegurar no paiacutes condiccedilotildees ao desenvolvimento socioeconocircmicordquo
4
(Brasil Poliacutetica Nacional do Meio Ambiente - Lei 6938 1981 citado em Montibeller
Filho 2001)
Eacute por isto que uma boa formaccedilatildeo do educador ambiental se faz
necessaacuterio pois a Educaccedilatildeo Ambiental eacute antes de tudo um instrumento de
promoccedilatildeo da cidadania como jaacute dito anteriormente principalmente nos dias de
hoje onde eacute fundamental para o desenvolvimento a inserccedilatildeo competitiva de
qualquer naccedilatildeo do mundo o seu conhecimento Conhecimento este que seraacute
compartilhado com os alunos que satildeo os que iniciam a jornada de mudanccedila
pois estes seratildeo os transmissores desses conhecimentos aos seus pais vizinhos
amigos enfim como se fosse uma grande corrente Neste ponto eacute que a
Educaccedilatildeo Ambiental difere das demais disciplinas tendo uma visatildeo muito mais
ampla do que o simples acuacutemulo de informaccedilotildees sem conexatildeo entre elas e com
o potencial de evocaccedilatildeo existente na aprendizagem Baseia-se na premissa de
que eacute na reflexatildeo tanto individual como coletiva que se tem em relaccedilatildeo ao meio
ambiente que se daacute o processo de aprendizagem (wwweducarscuspbr)
A Educaccedilatildeo Ambiental natildeo pode estar reduzida a uma disciplina ou
programa seja este de reciclagem ou reaproveitamento do lixo preservaccedilatildeo da
aacutegua etc A importacircncia destes programas existe mas a Educaccedilatildeo Ambiental
natildeo pode estar somente baseada neles tem que ter um sentido mais amplo
como o uso de recursos com responsabilidade desenvolvendo produccedilotildees limpas
que geram lucro mantendo a harmonia com o meio ambiente Para isto existe a
necessidade de ldquopromover a Educaccedilatildeo Ambiental em todos os niacuteveis de ensinordquo
(Brasil 1988) Dessa forma o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo (MEC) elaborou os
Paracircmetros Curriculares Nacionais (PCNs) em que o meio ambiente (Educaccedilatildeo
Ambiental) eacute apresentado como tema transversal para todo o curriacuteculo escolar
(Guimaratildees 2004)
Mesmo a educaccedilatildeo ambiental estando presente nos PCNs esta natildeo eacute
amplamente aplicada em especial no Ensino Meacutedio da Rede Puacuteblica foco do
presente trabalho Acredita-se que um dos motivos seja o despreparo dos
educadores do Ensino Meacutedio Por esse motivo eacute que haacute a necessidade de uma
5
efetiva integraccedilatildeo da Universidade com o Ensino Meacutedio pois desta forma os
educadores estaratildeo participando de alguma maneira deste processo
educacional
A Universidade prepara os professores que atuaratildeo no ensino meacutedio e
estes por sua vez seratildeo responsaacuteveis pela formaccedilatildeo dos alunos que ingressam na
Universidade Os alunos por seu turno saem da Universidade jaacute na qualidade de
profissionais que podem ser professores ou natildeo Poreacutem existe a necessidade de
investimento na formaccedilatildeo do docente isto eacute este deve retornar a Universidade
atraveacutes de programas de formaccedilatildeo continuada seja em cursos de extensatildeo ou
especializaccedilatildeo A formaccedilatildeo continuada se reveste de uma importacircncia ainda
maior principalmente devido agrave existecircncia das poliacuteticas de inclusatildeo social que
visam a democratizaccedilatildeo do ensino superior promovendo o ingresso de alunos de
baixa renda a um ensino de qualidade nas Universidades Puacuteblicas A respeito
dessas poliacuteticas existem algumas opiniotildees divergentes em relaccedilatildeo ao sistema de
cotas que consiste na reserva de vagas para alunos carentes e negros Para
alguns facilitar a entrada desses alunos nas Universidades eacute a soluccedilatildeo para a
inclusatildeo social natildeo importando se este aluno tem condiccedilotildees de se manter na
Universidade devido ao seu despreparo advindo do ensino meacutedio Para outros a
inclusatildeo social se faz natildeo reservando vagas e sim melhorando a qualidade do
ensino meacutedio da rede puacuteblica para que os alunos tenham condiccedilotildees de
competir em igualdade com os demais alunos e esta melhoria do ensino pode
ter iniacutecio atraveacutes da capacitaccedilatildeo do docente
Essas propostas formam uma espeacutecie de ciclo conforme o esquema
mostrado na figura 11 O mais importante poreacutem eacute que os profissionais tenham
consciecircncia do seu papel como cidadatildeos e da sua relaccedilatildeo com o Meio
Ambiente
6
UNIVERSIDADE
ALUNOS DOCENTES
ENSINO MEacuteDIO
Figura 11 Esquema do Ciclo da Educaccedilatildeo
12 Objetivos do Trabalho
Com base nas premissas abordadas a presente dissertaccedilatildeo tem como
objetivos
Objetivo Geral
Criar instrumentos que viabilizem a integraccedilatildeo Universidade com o Ensino
Meacutedio com base em poliacuteticas de inclusatildeo social para capacitaccedilatildeo de docentes
no segmento de Educaccedilatildeo Ambiental
7
Objetivos especiacuteficos
bull Avaliaccedilatildeo do atual estado da arte da Educaccedilatildeo Ambiental no
ensino meacutedio ministrado na Rede Estadual de Ensino do municiacutepio do
Rio de Janeiro
bull Avaliaccedilatildeo do acesso agraves Universidades Puacuteblicas atraveacutes de estudos
de caso
bull Elaboraccedilatildeo de uma proposta de Educaccedilatildeo Continuada visando a
capacitaccedilatildeo do docente de Ensino Meacutedio
13 Organizaccedilatildeo do Estudo
A presente dissertaccedilatildeo foi organizada em 10 capiacutetulos Aleacutem deste que
traz uma breve apresentaccedilatildeo do tema nos capiacutetulos subsequumlentes seratildeo feitas as
seguintes abordagens
O capiacutetulo 2 apresenta uma anaacutelise histoacuterico-social do sistema educacional
brasileiro desde a colonizaccedilatildeo ateacute os dias atuais
O capiacutetulo 3 traz a estrutura organizacional da educaccedilatildeo no Brasil
incluindo as esferas poliacuteticas responsaacuteveis pelos diferentes segmentos
As poliacuteticas puacuteblicas de inclusatildeo social satildeo abordadas no capiacutetulo 4 e o
capiacutetulo 5 contextualiza a Educaccedilatildeo ambiental sob os prismas histoacuterico e
evolutivo
As metodologias empregadas nos estudos elaborados estatildeo descritas no
capiacutetulo 6
No capiacutetulo 7 eacute realizada uma avaliaccedilatildeo do acesso aos cursos de
graduaccedilatildeo de Universidades Puacuteblicas atraveacutes de estudos de caso envolvendo a
Universidade Estadual do Rio de Janeiro e a Universidade Federal do Rio de
Janeiro comparando-se o acesso com sistemas de cotas (UERJ) e a proposta em
8
estudo para a reserva de vagas na UFRJ aleacutem de uma anaacutelise quantitativa do
acesso dos estudantes da rede puacuteblica a estas universidades
O capiacutetulo 8 traz os resultados referentes ao estudo de campo sobre a
Educaccedilatildeo Ambiental realizado junto agraves escolas de Ensino Meacutedio da Rede Puacuteblica
Estadual localizadas no municiacutepio do Rio de Janeiro
A partir das demandas detectadas nesse estudo de campo foi elaborada
uma proposta de curso de capacitaccedilatildeo voltado para os professores de Ensino
Meacutedio apresentada no capiacutetulo 9 As principais conclusotildees desse estudo bem
como as sugestotildees de continuidade do trabalho encontram-se no capiacutetulo 10
O capiacutetulo a seguir conforme jaacute citado aborda o Sistema Educacional
Brasileiro
9
Capiacutetulo 2 O Sistema Educacional Brasileiro
21 Introduccedilatildeo
Neste capitulo foi realizada uma anaacutelise histoacuterico-social do sistema
educacional brasileiro desde o iniacutecio da colonizaccedilatildeo brasileira ateacute a atualidade
A histoacuteria da educaccedilatildeo brasileira natildeo eacute uma histoacuteria difiacutecil de ser estudada e
compreendida Ela evolui em rupturas marcantes e faacuteceis de serem observadas
A primeira grande ruptura travou-se com a chegada dos portugueses ao territoacuterio
do Novo Mundo Natildeo se pode deixar de reconhecer que os portugueses
trouxeram um padratildeo de educaccedilatildeo proacuteprio da Europa o que natildeo quer dizer que
as populaccedilotildees que por aqui jaacute viviam natildeo possuiacutessem caracteriacutesticas proacuteprias de
se fazer educaccedilatildeo Conveacutem ressaltar que a educaccedilatildeo que se praticava entre as
populaccedilotildees indiacutegenas natildeo tinha as marcas repressivas do modelo educacional
europeu
A chegada dos jesuiacutetas ao territoacuterio brasileiro natildeo trouxe somente a moral
os costumes e a religiosidade europeacuteia trouxe tambeacutem os meacutetodos pedagoacutegicos
Este meacutetodo funcionou absoluto durante 210 anos de 1549 a 1759 quando uma
nova ruptura marca a histoacuteria da educaccedilatildeo no Brasil a expulsatildeo dos jesuiacutetas pelo
10
Marquecircs de Pombal Se existia alguma coisa muita bem estruturada em termos
de educaccedilatildeo o que se viu a seguir foi o mais absoluto caos Tentaram-se as aulas
reacutegias o subsiacutedio literaacuterio mas o caos continuou ateacute que a Famiacutelia Real fugindo
de Napoleatildeo na Europa resolveu transferir o Reino para o Novo Mundo Na
verdade natildeo se conseguiu implantar um sistema educacional nas terras
brasileiras mas a vinda da Famiacutelia Real permitiu uma nova ruptura com a situaccedilatildeo
anterior Para preparar o terreno para sua estadia no Brasil D Joatildeo VI abriu
Academias Militares Escolas de Direito e Medicina a Biblioteca Real o Jardim
Botacircnico e sua iniciativa mais marcante em termos de mudanccedila foi a criaccedilatildeo da
Imprensa Reacutegia Segundo alguns autores o Brasil foi finalmente ldquodescobertordquo e a
nossa Histoacuteria passou a ter uma complexidade maior A educaccedilatildeo no entanto
continuou a ter uma importacircncia secundaacuteria Sabe-se que enquanto nas colocircnias
espanholas jaacute existiam muitas universidades como a Universidade de Satildeo
Domingos criada em 1538 a do Meacutexico e a de Lima criadas em 1551 a nossa
primeira Universidade soacute surgiu em 1934 em Satildeo Paulo Por todo o Impeacuterio
incluindo D Joatildeo VI D Pedro I e D Pedro II pouco se fez pela educaccedilatildeo
brasileira e muitos reclamavam de sua qualidade ruim Com a Proclamaccedilatildeo da
Repuacuteblica fizeram-se vaacuterias reformas que pudessem dar uma nova guinada mas
observando bem a educaccedilatildeo brasileira natildeo sofreu um processo de evoluccedilatildeo
que pudesse ser considerado marcante ou significativo em termos de modelo
Ateacute os dias de hoje muito se tem mudado no planejamento educacional mas a
educaccedilatildeo continua a ter as mesmas caracteriacutesticas impostas em todos os paiacuteses
do mundo que eacute de manter o ldquostatus quordquo para aqueles que frequumlentam os
bancos escolares (Niskier 1989)
Desde jaacute pode-se dizer que a Educaccedilatildeo Brasileira tem um princiacutepio meio e
fins bem demarcados e facilmente observaacuteveis Eacute isso que se pretende mostrar
neste capiacutetulo Logo o trabalho foi dividido por periacuteodos considerados como os
mais marcantes e os que sofreram as rupturas mais concretas na nossa
educaccedilatildeo Assim seraacute mostrada uma relaccedilatildeo de fatos histoacutericos em diferentes
visotildees procurando-se realccedilar os fatos ligados agrave Histoacuteria da Educaccedilatildeo no Brasil
11
Para tanto os textos a seguir satildeo baseados nas informaccedilotildees e citaccedilotildees
extraiacutedas das seguintes fontes Lima 1974 Niskier 1989 Romanelli 1978
wwwacciocombr wwwpedagogiaemfocoprobr
22 A Educaccedilatildeo no Brasil Colocircnia
No iniacutecio da colonizaccedilatildeo do Brasil por volta de 1532 natildeo se cogitou nada
que se relacionasse com a instruccedilatildeo de seus moradores pois o interesse de
Portugal era direcionado para as riquezas da terra descoberta A educaccedilatildeo no
Brasil teve iniacutecio com a chegada dos jesuiacutetas e foi atribuiacuteda aos educadores da
Companhia de Jesus por volta de 1549 com a vinda do primeiro governador
geral Tomeacute de Sousa Este encontrou a Colocircnia inteiramente despreparada em
mateacuteria de instruccedilatildeo natildeo soacute do chamado ldquogentiordquo como tambeacutem dos filhos dos
colonos Tomeacute de Sousa fez questatildeo de incluir na sua comitiva dedicados
membros da Companhia de Jesus e em menos de quinze dias jaacute funcionava
uma escola chamada na eacutepoca de ldquoler e escreverrdquo Os primeiros coleacutegios e as
ditas ldquoaulas de ensinar e contarrdquo foram criados pelos jesuiacutetas e eram mantidos
com sacrifiacutecio mediante esmolas e donativos especiais e a matildeo de obra nas
construccedilotildees eram do esforccedilo fiacutesico dos proacuteprios religiosos ajudados por iacutendios e
alguns colonos Esses coleacutegios ensinavam gratuitamente Gramaacutetica Latina
Filosofia Teologia Dogmaacutetica e Moral Primeiras Letras e Matemaacutetica Elementar
(Niskier 1989)
Em 1553 chegara ao Brasil com o governador Duarte da Costa o padre
Joseacute de Anchieta que era o encarregado do ensino dos religiosos neoacutefitos Na
falta de livros escrevia as liccedilotildees nos cadernos que distribuiacutea para cada aluno Os
jovens catecuacutemenos1 e os filhos dos colonos aprendiam assim os princiacutepios das
liacutenguas portuguesa espanhola latina brasiacutelica ou tupi indispensaacuteveis no trato
com os indiacutegenas Alguns estudiosos condenam a ausecircncia de um ensino jaacute
naquela eacutepoca mais voltado para a ciecircncia nos moldes do ensino europeu o
que daria ao Brasil melhores condiccedilotildees de competitividade internacional em
1 Pessoas em fase de preparaccedilatildeo para o batismo
12
vaacuterias aacutereas Se isto eacute um fato por outro lado natildeo deixa de ser meacuterito dos jesuiacutetas
a manutenccedilatildeo da nossa integridade territorial e a existecircncia de uma soacute
predominante religiatildeo como tambeacutem ficou sendo o portuguecircs a liacutengua utilizada
nas escolas implantadas no territoacuterio brasileiro (Niskier 1989)
Entretanto a Companhia de Jesus natildeo possuiacutea um trabalho pedagoacutegico
nem uma filosofia da educaccedilatildeo especialmente elaborada para o desempenho
desta missatildeo A Companhia vinha ao mundo com diversas ideacuteias novas
especialmente no campo ascese cristatilde e na sua proacutepria organizaccedilatildeo como
sociedade de cleacuterigos mas natildeo tinha nada a dizer de especial quanto agrave filosofia
da educaccedilatildeo no sentido em que entendemos hoje este termo excluiacuteda a
educaccedilatildeo especial daqueles que deveriam ser sarcedotes Por causa disso ela
limitou-se na praacutetica em termos da educaccedilatildeo mais geral a codificar atraveacutes da
experiecircncia de seus docentes uma filosofia de educaccedilatildeo em que de certo
modo cristianizava-se o modelo educacional renascentista baseado no
equivalente ao ensino secundaacuterio no estudo dos claacutessicos e no cultivo da liacutengua
latina De tal modo o ensino expandiu com o tempo este modelo pedagoacutegico
cristatildeo que comeccedilou a ser visto como se fosse a proacutepria filosofia cristatilde da
educaccedilatildeo (Niskier 1989)
Ateacute meados do seacuteculo XVIII esse foi o modelo educacional brasileiro
Poreacutem em 1759 apoacutes a decisatildeo do Marquecircs de Pombal de expulsar os jesuiacutetas
segundo Fernando de Azevedo (professor educador criacutetico ensaiacutesta e
socioacutelogo) ldquoNa educaccedilatildeo estabeleceu-se um caos completo a despeito dos
esforccedilos de outras ordens religiosasrdquo (Niskier 1989) A expulsatildeo dos jesuiacutetas teve
como consequumlecircncia imediata aleacutem da desintegraccedilatildeo do ensino o fechamento
de residecircncias missotildees e coleacutegios e seminaacuterios Vaacuterios autores consideram a
expulsatildeo dos jesuiacutetas um fator de retrocesso na educaccedilatildeo brasileira natildeo soacute pela
diminuiccedilatildeo do nuacutemero de escolas mas sobretudo nos aspectos organizacional e
didaacutetico- pedagoacutegico Abaixo eacute destacado o que expressou Moreira de
Azevedo em seu artigo ldquoInstruccedilatildeo Puacuteblica nos Tempos Coloniais do Brasilrdquo sobre
a expulsatildeo dos Jesuiacutetas
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ldquoPrivados desses preceptores experimentou a instruccedilatildeo sensiacutevel atraso e se para substituiacute-los vieram as escolas monaacutesticas dos Beneditinos Carmelitas e Franciscanos natildeo chegaram estas ao grau de meacutetodo ensino e regularidade das dos padres de Jesus poreacutem ainda assim quando aquelas desapareceram eram as melhores que possuiacutea a colocircnia do Brasilrdquo (AZEVEDO Moreira de Apud NISKIER 1989)
Em 1772 foi assinada uma lei que abolia o antigo sistema de donativos
para a Instruccedilatildeo e estabelecia o Subsiacutedio Literaacuterio Foi criada uma taxaccedilatildeo
complementar para os vinhos e demais bebidas alcooacutelicas destinada a fornecer
os fundos para o pagamento dos mestres que fossem nomeados pelo governo
No Brasil o Subsiacutedio Literaacuterio entrou em vigor em 1773 o que iria proporcionar o
funcionamento de aulas destinadas ao ensino das primeiras letras de Gramaacutetica
Latina de Filosofia e Grego (Niskier 1989) No Rio de Janeiro passou a funcionar
uma Aula de Engenharia autorizada pela Rainha D Maria I Poreacutem essas aulas
natildeo produziram os efeitos desejados com queixa dos professores e dos alunos
Eram observados uma estrutura fraca e resultados mediacuteocres pois as aulas
estavam a cargo de mestres improvisados que natildeo tinham programas
estabelecidos e natildeo havia fiscalizaccedilatildeo no que diz respeito agrave qualidade do ensino
ministrado e do aproveitamento dos alunos O Subsiacutedio Literaacuterio natildeo bastava em
muitas capitanias natildeo sendo suficiente sequer para o pagamento dos
professores continuando a dependecircncia de boa vontade de particulares Na
eacutepoca os professores aleacutem de mal pagos eram desconsiderados no seio da
sociedade pois a educaccedilatildeo era como trazer a luz aos ignorantes o que ia ao
encontro dos interesses de muitos
Havia maior preocupaccedilatildeo em ensinar Latim e ateacute mesmo Grego e Retoacuterica
do que a Liacutengua Portuguesa A Matemaacutetica custou a integrar-se no curriacuteculo
escolar As Ciecircncias Naturais contavam com a preferecircncia de diminuto nuacutemero
de abnegados professores Os coleacutegios prepararam para estudo superior em
universidades europeacuteia os jovens que natildeo buscavam a vida sacerdotal O ensino
superior concentrava-se na Universidade de Coimbra para onde eram enviados
os filhos de famiacutelias que dispunham de recursos
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Assim o resultado das decisotildees do Marquecircs de Pombal foi que no princiacutepio
do seacuteculo XIX a educaccedilatildeo brasileira estava reduzida praticamente a nada O
sistema jesuiacutetico foi desmantelado e nada que pudesse chegar proacuteximo desse
sistema foi organizado para dar continuidade a um trabalho de educaccedilatildeo Esta
situaccedilatildeo somente sofreu uma mudanccedila com a chegada da Famiacutelia Real ao Brasil
em 1808
23 A Educaccedilatildeo no Brasil Impeacuterio
Com a vinda da Corte Portuguesa para o Brasil em 1808 fugindo das tropas
de Napoleatildeo que haviam invadido Portugal por esta eacutepoca Dom Joatildeo VI sabia
que sua estadia forccedilada em terras brasileira natildeo seria curta e portanto aleacutem de
abrir os portos do Brasil agraves naccedilotildees amigas resolveu permitir a imprensa facilitar a
entrada de livros e fundar cerca de uma dezena de instituiccedilotildees de ensino teacutecnico
ou superior em nosso territoacuterio no Rio de Janeiro e na Bahia
O setor cultural tambeacutem seria extraordinariamente beneficiado atraveacutes da
criaccedilatildeo de vaacuterias instituiccedilotildees destinadas a dar continuidade agraves que existiam em
Portugal Dentre os cursos superiores o de Medicina foi o que mereceu atenccedilatildeo
especial Em 1808 foi criado pelo priacutencipe regente o Coleacutegio Meacutedico-ciruacutergico da
Bahia instalado no Real Hospital Militar e sediado no preacutedio onde funcionara o
coleacutegio dos jesuiacutetas
O ensino militar recebeu maior atenccedilatildeo do governo real depois do seu
estabelecimento na cidade do Rio de Janeiro A Academia Real Militar da Corte
recebeu o nome de Escola Central abrigando o curso de Engenharia que
permaneceu com a designaccedilatildeo de Escola Politeacutecnica ateacute a transferecircncia em
nossos dias para a ilha do Fundatildeo
Assim como o ensino superior as instruccedilotildees primaacuteria e secundaacuteria tambeacutem
passaram por estaacutegio de desenvolvimento desordenado problema este gerado
pela falta de um plano geral que pudesse ser aplicado em todas as capitanias
do Brasil Mesmo depois da instalaccedilatildeo da Corte no Rio de Janeiro houve um
aumento consideraacutevel nos pedidos de criaccedilatildeo de escolas de primeiras letras
15
pedidos estes que foram atendidos ou natildeo conforme a disponibilidade de
recursos para pagamento de professores (Niskier 1989)
Neste periacuteodo a evasatildeo escolar era muito grande para evitar o
esvaziamento das escolas o governo decidiu isentar do recrutamento para fins
militares os alunos dos estabelecimentos puacuteblicos que demonstrassem frequumlecircncia
assiduidade e bom aproveitamento o que deveria ser atestado pelos professores
Em 1817 a cidade do Rio de Janeiro contava aleacutem das escolas de
primeiras letras dos estabelecimentos de ensino militar e naval das aulas de
Medicina e das de Comeacutercio com trecircs de Gramaacutetica Latina uma de Retoacuterica
uma de Filosofia uma de Grego e uma de Desenho e Pintura Um grupo de
negociantes do Rio de Janeiro propocircs ao Priacutencipe-Regente a constituiccedilatildeo de um
fundo cujos rendimentos seriam reservados para criar e manter estabelecimentos
destinados agrave instruccedilatildeo puacuteblica
Desde a chegada de D Joatildeo VI ao Rio o governo portuguecircs fez tentativas
louvaacuteveis para introduzir no Brasil aleacutem das instituiccedilotildees civis os estabelecimentos
de instruccedilatildeo puacuteblica da metroacutepole Natildeo se deu a devida importacircncia agrave instruccedilatildeo
primaacuteria das classes baixas e meacutedias da sociedade e os que nas classes
elevadas sentiam a necessidade de uma instruccedilatildeo mais completa nem por isso
encontravam maiores recursos continuaram mais ou menos obrigados a adquiri-
la em Coimbra ou mesmo na Inglaterra ou na Franccedila
Com a Proclamaccedilatildeo da Independecircncia o Brasil tinha outros problemas
mais urgentes com que se preocupar do que a fundaccedilatildeo de uma universidade
ou o estabelecimento de uma rede de ensino primaacuterio e secundaacuterio Logo o
sistema de aulas avulsas continuou a existir na impossibilidade de substituiacute-lo
imediatamente por um verdadeiro sistema escolar tal como o entendemos nos
dias de hoje ou como existia ainda que precariamente no tempo dos jesuiacutetas
Mas em 1824 a primeira Constituiccedilatildeo Brasileira estabeleceu no seu ceacutelebre Art
179 no paraacutegrafo XXXII que
16
ldquoA instruccedilatildeo primaacuteria eacute gratuita a todos os cidadatildeos e a Constituiccedilatildeo garante coleacutegios e universidades onde seratildeo ensinados os elementos das ciecircncias belas letras e artesrdquo (Niskier 1989)
Poreacutem estas determinaccedilotildees nunca chegaram a ser cumpridas em grande
extensatildeo e antes que tais projetos se concretizassem ocorreu uma modificaccedilatildeo
constitucional no Brasil que iria complicar seriamente os destinos da educaccedilatildeo
durante todo o restante do Impeacuterio
Com a abdicaccedilatildeo de Dom Pedro I ao trono em favor de seu filho D Pedro
II Os parlamentares brasileiros com receio de que o novo imperador acumulasse
um excesso de poder promulgaram o Ato Adicional de 1834 agrave Constituiccedilatildeo
Imperial pelo qual o poder puacuteblico em diversos sentidos era descentralizado
Assim o Ato Adicional de 1834 estabelecia que cada proviacutencia do Brasil se
tornava autocircnoma para organizar de acordo apenas com suas proacuteprias diretivas
o ensino primaacuterio e secundaacuterio Haveria ou poderia haver portanto tantos
sistemas de ensino primaacuterios e secundaacuterios no Brasil quantas fossem as proviacutencias
sem que nenhuma tivesse que dar satisfaccedilatildeo nem agraves demais proviacutencias nem
tampouco ao governo central O ensino superior poreacutem ficaria sob a
responsabilidade do governo central em todo territoacuterio nacional
Mas na praacutetica estas medidas acabaram por consagrar a partilha de
diversas atribuiccedilotildees do domiacutenio da Instruccedilatildeo Puacuteblica apoacutes a reforma da
constituiccedilatildeo os estudos primaacuterios e secundaacuterios limitaram-se ao municiacutepio da
corte Portanto em 1837 o acontecimento mais importante no campo da
instruccedilatildeo puacuteblica no Brasil foi a criaccedilatildeo do Coleacutegio Pedro II onde funcionava o
Seminaacuterio de Satildeo Joaquim na cidade do Rio de Janeiro O coleacutegio fora criado
com o objetivo de se tornar um modelo pedagoacutegico para o curso secundaacuterio
sendo ali realizado um curso de sete anos que correspondia aproximadamente
ao que depois veio a ser o ginaacutesio e o colegial (Niskier 1989)
Em 1854 o governo central ao reformar o ensino na capital do Impeacuterio
propusera a criaccedilatildeo do ensino primaacuterio e 2ordm grau Assim criou-se a Inspetoria
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Geral da Instruccedilatildeo primaacuteria e secundaacuteria oacutergatildeo ligado ao Ministeacuterio do Impeacuterio e
destinado a fiscalizar e orientar o ensino puacuteblico e particular na cidade do Rio de
Janeiro e estruturou em dois niacuteveis a instruccedilatildeo primaacuteria gratuita que a constituiccedilatildeo
prometera a todos (www acciocom br )
O exemplo da corte frutificou nas proviacutencias empenhando assim em
promover a uniformizaccedilatildeo do ensino em todo o impeacuterio Logo as demais
proviacutencias passaram a voltar a sua atenccedilatildeo paras as reformas que se realizavam
na corte
No entanto na corte e nas proviacutencias as escolas ficaram apenas na letra
da lei Alguns estabelecimentos particulares na corte e nas grandes cidades
ofereceram um ensino mais rico que o ministrado nas escolas puacuteblicas
Dentre as causas que entatildeo obstaram a ampliaccedilatildeo e o enriquecimento do
ensino elementar destacava-se a falta de pessoal docente devidamente
habilitado e entatildeo veio a necessidade de preparar o pessoal docente para as
escolas Logo surgiram apoacutes a reforma da constituiccedilatildeo e por iniciativa dos
governos provinciais as primeiras escolas normais brasileiras
Em 1880 teria a capital do Impeacuterio sua primeira escola normal mantida e
administrada pelo poder puacuteblico sendo que qualitativamente a instruccedilatildeo se
mostrava precaacuteria
Outras causas muito importantes eram as dispersotildees da populaccedilatildeo o
nuacutemero insuficiente de escolas o descontentamento de professores mal
remunerados a ignoracircncia dos pais que se recusavam a mandar os filhos para a
escola
Com o objetivo de estimular o desenvolvimento dos estudos secundaacuterios
nas proviacutencias o ministro Joatildeo Alfredo Correia de Oliveira instalou nas capitais das
proviacutencias do Impeacuterio novas bancas de exames gerais preparatoacuterios
18
Os mais importantes projetos de reforma nas deacutecadas do seacuteculo XIX
pediam a colaboraccedilatildeo da capital para a elevaccedilatildeo do ensino em todo o Impeacuterio
Cuidavam do enriquecimento e aperfeiccediloamento e da expansatildeo da instruccedilatildeo
primaacuteria e do ensino normal cuja frequumlecircncia pretendia tornar obrigatoacuteria a todas
as crianccedilas na faixa dos sete aos quatorze anos
Deslocando-se dos demais projetos de reforma apresentados nos uacuteltimos
anos do Impeacuterio pelo desassombro e pela riqueza de suas posiccedilotildees o substitutivo
apresentado por Rui Barbosa ao decreto Leocircncio Carvalho ficaria como um vasto
programa de reformas que a Repuacuteblica caberia cumprir
Assim a proposta de Rui Barbosa cuidava amplamente do ensino
elementar e meacutedio Estruturava o ensino primaacuterio em quatro niacuteveis para os quais
se previa pela primeira vez um tempo miacutenimo de duraccedilatildeo propunha o
enriquecimento dos programas e a renovaccedilatildeo dos meacutetodos de ensino e tornava
obrigatoacuteria uma frequumlecircncia de quatro anos na escola primaacuteria elementar e
meacutedia formando assim um verdadeiro curso de instruccedilatildeo secundaacuteria popular
(www acciocom br)
Com o quadro assim configurado perto do fim da eacutepoca imperial
comeccedilaram a surgir sinais de que a sociedade estava comeccedilando a
amadurecer para o problema educacional Isto se deu porque nesta eacutepoca a
unidade nacional jaacute estava consolidada do ponto de vista militar uma seacuterie de
outros problemas mais preemente estavam solucionados ou em via de solucionar-
se a aboliccedilatildeo da escravatura jaacute estava agrave vista e podia-se pensar mais
serenamente na educaccedilatildeo brasileira A Proclamaccedilatildeo da Repuacuteblica trazia
consigo a esperanccedila de novas mudanccedilas e o Imperador em seus uacuteltimos
discursos na sessatildeo ao Parlamento Imperial solicitava a criaccedilatildeo de um Ministeacuterio
da Educaccedilatildeo pois ateacute aquela eacutepoca natildeo existia nada semelhante na
organizaccedilatildeo do nosso Estado
19
24 A Educaccedilatildeo na Primeira Repuacuteblica
A Repuacuteblica proclamada adotou o modelo poliacutetico americano baseado
no sistema presidencialista Na organizaccedilatildeo escolar percebeu-se a influecircncia da
filosofia positivista
O advento federativo natildeo trouxe significaccedilotildees e alteraccedilotildees para a
instruccedilatildeo puacuteblica nem inaugurou uma nova corrente de ideacuteias educacionais
tendo significado simplesmente o coroamento e portanto a continuidade de
ideacuteias que se iniciariam no impeacuterio mas precisamente nas suas duas ultimas
deacutecadas O que podemos constatar atraveacutes dos relatos de Fernando Azevedo
ldquoDo ponto de vista cultural e pedagoacutegico a Repuacuteblica foi uma revoluccedilatildeo que abortou e que contentando-se com a mudanccedila do regime natildeo teve o pensamento ou a decisatildeo de realizar uma transformaccedilatildeo radical no sistema de ensino para provocar uma renovaccedilatildeo cultural das elites culturais e poliacuteticas necessaacuterias agraves novas instituiccedilotildees democraacuteticasrdquo (www acciocom br )
A primeira constituiccedilatildeo republicana natildeo chegou a contemplar a
gratuidade e a obrigatoriedade da instruccedilatildeo elementar O legado deixado pelo
Impeacuterio natildeo se alterou substancialmente o ensino secundaacuterio defendia e
reclamava desde as uacuteltimas deacutecadas do Impeacuterio a equumlidade como mecanismo
necessaacuterio ao aperfeiccediloamento do ensino secundaacuterio a sua estruturaccedilatildeo em
acircmbito nacional a instituiccedilatildeo de ensino regulares e sistemaacuteticos (www
acciocom br)
Assim pela constituiccedilatildeo de 1891 agrave qual se acrescentava a Lei de 20 de
novembro de 1892 ficou determinado que
bull No Distrito Federal competia ao Governo federal o ensino superior e
secundaacuterio e agrave Prefeitura o ensino primaacuterio
bull Os Estados poderiam organizar seus proacuteprios sistemas de ensino
primaacuterio secundaacuterio e superior
bull Em cada Estado o Governo Federal podia organizar seu proacuteprio
sistema de ensino secundaacuterio e superior
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Entretanto apesar da legislaccedilatildeo e organizaccedilatildeo do sistema federal de
ensino ser uma atribuiccedilatildeo do Congresso Nacional na praacutetica era o poder
executivo quem legislava e organizava a educaccedilatildeo Isto fez com que durante
toda a Primeira Repuacuteblica a posiccedilatildeo do Governo Federal fosse conservadora Isto
de certa forma restringia o entusiasmo pedagoacutegico que dominou a sociedade
brasileira depois da Primeira Guerra Mundial
Jaacute em relaccedilatildeo agraves administraccedilotildees estaduais a partir de 1920 uma febre de
otimismo pedagoacutegico comeccedilou a tomar conta dos principais governos estaduais
do Brasil o que provocou uma seacuterie de reformas de ensino em vaacuterios estados da
Uniatildeo Embora cada Estado pudesse organizar um sistema completo de ensino
desde o primaacuterio ateacute o superior tais reformas se limitavam sempre agrave estrutura do
ensino primaacuterio e normal porque todo ensino superior estava na eacutepoca no
acircmbito do Governo Federal e o ensino secundaacuterio por natildeo ser obrigatoacuterio para a
admissatildeo aos cursos superiores natildeo passava de uma rede de cursos
preparatoacuterios com exceccedilatildeo do Coleacutegio Pedro II no Rio de Janeiro que com a
Repuacuteblica havia mudado de nome para Ginaacutesio Nacional e alguns coleacutegios
religiosos Mesmo estes na praacutetica natildeo podiam fugir do espiacuterito dos preparatoacuterios
As principais reformas levantadas a efeito na deacutecada de 1920 foram as
seguintes
bull Em 1920 em Satildeo Paulo por Sampaio Doacuteria
bull Em 1922 no Cearaacute por Lourenccedilo Filho comissionado ao governo do
Cearaacute pelo Estado de Satildeo Paulo
bull Em 1927 em Minas Gerais por Francisco Campos
bull Em 1928 no Distrito Federal por Fernando Azevedo vindo de Satildeo Paulo
a convite da Prefeitura do Rio de Janeiro
bull Em 1928 na Bahia por Aniacutesio Teixeira
Os responsaacuteveis pela seacuterie de reformas estaduais ocorridas na deacutecada de
1920 tiveram para ajudaacute-los no empreendimento vaacuterios fatores concorrendo a
seu favor e o primeiro deles foi o proacuteprio clima de euforia pedagoacutegica que tomou
conta da sociedade brasileira depois da Primeira Guerra Mundial Tambeacutem veio
21
a favor deles o iniacutecio do surto industrial que pressionava por uma nova direccedilatildeo
do ensino e a introduccedilatildeo no Brasil das ideacuteias da Escola Nova em cujas teorias se
inspiraram os reformadores
As doutrinas educacionais da Escola Nova vinham haacute seacuteculos se
desenvolvendo na Europa mas soacute entraram com toda a sua forccedila na sociedade
brasileira na eacutepoca do entusiasmo pedagoacutegico do fim da Primeira Repuacuteblica em
boa parte por obra de estudiosos tais como Fernando de Azevedo Aniacutesio Teixeira
e Lourenccedilo Filho que figuraram tambeacutem na lista dos reformadores estaduais
O movimento reformista foi favorecido pela criaccedilatildeo em 1924 da
Associaccedilatildeo Brasileira de Educaccedilatildeo que agremiou elementos de todo paiacutes em
torno de questotildees de acircmbito nacional relativas agrave Educaccedilatildeo escolar Atraveacutes de
conferecircncias curados debates e inqueacuteritos os profissionais da Educaccedilatildeo
divulgavam as ideacuteias de escolas renovadas Isto contribuiu para formaccedilatildeo de
uma nova consciecircncia educacional relativa ao papel do Estado na Educaccedilatildeo
levando agrave necessidade de expansatildeo da escola puacuteblica ao direito de todos na
educaccedilatildeo levando a exigecircncia de uma poliacutetica nacional de Educaccedilatildeo na qual
a uniatildeo exerce o papel coordenador orientador e supletivo no desenvolvimento
do ensino em todo paiacutes Muitas dessas ideacuteias viriam a consubstanciar-se em
proposiccedilotildees do manifesto dos pioneiros da Educaccedilatildeo Nova (1932) e em
dispositivo da carta de 1934
25 A Educaccedilatildeo no Poacutes 1930
A queda da Repuacuteblica Velha sob o impacto da Revoluccedilatildeo de 1930
transformou as relaccedilotildees de poder entre o governo federal e os estados dando
iniacutecio a um periacuteodo de progressiva centralizaccedilatildeo poliacutetica econocircmica Embora
natildeo trouxesse uma programaccedilatildeo definida seja para o setor poliacutetico-econocircmico
seja para o educacional a revoluccedilatildeo deu iniacutecio a um periacuteodo em que todos os
campos foram atingidos caracterizando-se progressivamente a passagem de
22
uma sociedade preacute-capitalista agraacuteria - comercial e artesanal para uma
sociedade urbano-industrial
As transformaccedilotildees poliacuteticas e econocircmicas ocorridas a partir de 1930 foram
acompanhadas de grandes alteraccedilotildees sociais especialmente nos Estados do
sudeste onde se encontravam os processos de industrializaccedilatildeo Isto acelerou a
urbanizaccedilatildeo e as migraccedilotildees para as cidades que passaram a oferecer novas
oportunidades de trabalho e salaacuterios mais vantajosos Assim a populaccedilatildeo urbana
elevou-se de 10 em 1920 para 3124 em 1940 3616 em 1950 atingindo 458
em 1960 este fato causou um reflexo na urbanizaccedilatildeo tendo como consequumlecircncia
o desenvolvimento de um importante setor de serviccedilos que se localizavam nas
grandes cidades do sudeste modificando assim a sua estratificaccedilatildeo social
(wwwacciocombr )
Com a nova ordem poliacutetico-econocircmica o aumento da populaccedilatildeo urbana
relativamente agrave rural e o aparecimento de novas ocupaccedilotildees ligadas a vida
urbana industrial surgiram maiores possibilidades de mobilidade social passando
a educaccedilatildeo escolar a representar um meio de ecircxito profissional Assim a
demanda por educaccedilatildeo cresceu consideravelmente sobretudo no periacuteodo
posterior a 1945
As mesmas transformaccedilotildees soacutecio-econocircmicas que determinaram a
incorporaccedilatildeo de novas camadas sociais ao ensino secundaacuterio tambeacutem tiveram
como consequumlecircncia a modificaccedilatildeo do status social das mulheres que passaram
a frequumlentar o ensino secundaacuterio contribuindo para a expansatildeo do mesmo
Portanto entre 1933 e 1960 as matriacuteculas aumentaram em 25367 para o ensino
primaacuterio e 40211 para o ensino normal levando o crescimento das matriacuteculas
no ensino secundaacuterio a um percentual de 1207 (www acciocom br)
Logo o governo central para atuar de forma mais significativa no
processo de organizaccedilatildeo do ensino criou em 1930 o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e
Sauacutede Puacuteblica e em 1931 o Conselho Nacional de Educaccedilatildeo oacutergatildeo consultivo
destinado a assessorar o ministro
23
As reformas realizadas nos anos imediatamente posteriores agrave revoluccedilatildeo
pelo primeiro ministro da educaccedilatildeo e sauacutede puacuteblica Francisco Campos
evidenciaram a ampliaccedilatildeo das funccedilotildees federais relativas agraves modalidades de
ensino por elas abrangidas Para o ensino secundaacuterio a reforma Francisco
Campos significou a definitiva superaccedilatildeo dos exames parcelados que vinham
consagrando a proeminecircncia de estudos avulsos e irregulares bem como a
concepccedilatildeo preparativa Entre outros meacuteritos a reforma deu uma estrutura
orgacircnica ao ensino secundaacuterio comercial e superior Com relaccedilatildeo ao ensino
secundaacuterio Francisco Campos escreveu
ldquoA finalidade exclusiva do ensino secundaacuterio natildeo haacute de ser a matriacutecula nos cursos superiores o seu fim pelo contraacuterio deve ser a preparaccedilatildeo do homem para todos os grandes setores da atividade nacional constituindo no seu espiacuterito todo um sistema de haacutebitos atitudes e comportamentos que o habitem a viver por si e tomar em qualquer situaccedilatildeo as decisotildees mais convenientes e mais segurasrdquo( ROMANELLI 1978)
Como citado dentre algumas medidas da Reforma Francisco Campos
estavam a criaccedilatildeo do Conselho Nacional de Educaccedilatildeo e a organizaccedilatildeo do
ensino secundaacuterio e comercial Dessa forma Francisco Campos havia dividido o
curso secundaacuterio em dois ciclos de cinco e dois anos respectivamente o primeiro
fundamental e o segundo complementar orientado para as diferentes opccedilotildees
de carreira universitaacuteria A lei de 1931 previa ainda a criaccedilatildeo de um sistema
nacional de inspeccedilatildeo do ensino secundaacuterio a ser feito por uma rede de
inspetores regionais
Pela primeira vez num texto constitucional brasileiro ficavam estabelecidos
os princiacutepios de gratuidade e obrigatoriedade do ensino primaacuterio e da educaccedilatildeo
como direito de todos Aleacutem do que percentuais da receita dos impostos foram
vinculados para a manutenccedilatildeo e desenvolvimento do ensino
A orientaccedilatildeo centralista acabou por ser consagrada com a constituiccedilatildeo
outorgada em 1937 cabendo assim ao Estado Novo fixar as bases e determinar
os quadros da educaccedilatildeo nacional da infacircncia e da juventude Poreacutem a referida
carta silencia quanto agrave vinculaccedilatildeo de recursos para a educaccedilatildeo e quanto ao
24
plano nacional da educaccedilatildeo Digna de nota foi a sua preocupaccedilatildeo com o
ensino profissional que foi considerado o primeiro dever do estado
A poliacutetica educacional centralizadora tentava regulamentar em acircmbito
central a organizaccedilatildeo e o funcionamento de todos os tipos de ensino no paiacutes
Assim em 1942 depois de muitos estudos e consultas aos oacutergatildeos especializados o
ministro Gustavo Capanema promoveu uma nova reforma do ensino que viria a
ser conhecida como Lei Orgacircnica do Ensino Secundaacuterio (Brasil 1942a) De
acordo com Lauro de Oliveira Lima Educador brasileiro (www wikipediaorg)
ldquodispensaram qualquer debate puacuteblico sendo elaboradas no sigilo dos
gabinetes por um pequeno grupo de intelectuais e impostas a um sistema
escolar em crescimentordquo (LIMA 1974)
Foi organizado o ensino teacutecnico-profissional nas trecircs aacutereas da economia
(agriacutecola industrial e comercial) Pela impossibilidade de o sistema de ensino
oferecer a educaccedilatildeo profissional necessaacuteria agrave induacutestria e de oferecer recursos o
governo preocupou-se em engajar o setor industrial na qualificaccedilatildeo de seu
pessoal
Apesar de ter sido mais enfaacutetica na questatildeo profissional a reforma estava
impregnada pela ideologia do governo favoraacutevel a um Sistema Educacional de
discriminaccedilatildeo social Pode-se perceber este fato no artigo 129 assim redigido
O ensino preacute-vocacional e profissional destinado agraves classes menos favorecidas eacute em mateacuteria de educaccedilatildeo o primeiro dever do Estado Cumpre-lhe dar execuccedilatildeo a esse dever fundando institutos de ensino profissional e subsidiando os de iniciativas dos Estados dos Municiacutepios e dos indiviacuteduos ou associaccedilotildees particulares e profissionais(Brasil 1942a)
Este artigo oficializou o ensino profissional como ensino destinado aos
pobres e o Estado instituiu oficialmente a discriminaccedilatildeo social por meio da
escola fazendo novamente com que a demanda social da educaccedilatildeo se
voltasse para o ensino secundaacuterio onde se poderia assegurar o prestiacutegio social
Pela nova Lei o curso secundaacuterio seria ministrado em dois ciclos O
primeiro constando do curso ginasial e o segundo compreendendo dois cursos
25
paralelos o claacutessico e o cientiacutefico O curso ginasial teria duraccedilatildeo de quatro anos
e se destinaria a dar aos adolescentes os elementos fundamentais do curso
secundaacuterio O curso claacutessico com duraccedilatildeo de trecircs anos concorreria para a
funccedilatildeo intelectual Com a mesma duraccedilatildeo o cientiacutefico enfatizaria o estudo das
ciecircncias (Brasil 1942a)
A partir dessa divisatildeo em primeiro e segundo ciclos passou a haver uma
denominaccedilatildeo diversa para os estabelecimentos de ensino secundaacuterios ginaacutesios e
coleacutegios
Por influecircncia da segunda Guerra Mundial a lei instituiu tambeacutem a
educaccedilatildeo militar para os alunos do sexo masculino Reafirmou o caraacuteter
facultativo da educaccedilatildeo religiosa e obrigatoacuteria da educaccedilatildeo moral e ciacutevica e
recomendou ainda que a educaccedilatildeo das mulheres fosse feita em
estabelecimentos distintos daquele onde se educavam os homens (Brasil 1942a)
Estas reformas marcam uma distinccedilatildeo entre o trabalho intelectual para as
classes mais favorecidas e o trabalho manual enfatizando o ensino profissional
para as classes mais desfavorecidas Logo o Decreto-Lei 4048 de 22 de janeiro
criou o Serviccedilo Nacional de Aprendizagem Industrial ndash SENAI (Brasil 1942b) Jaacute o
Decreto-Lei 4481 de 16 de julho dispocircs sobre a obrigatoriedade dos
estabelecimentos induacutestrias empregarem um total de 8 correspondente ao
nuacutemero de operaacuterios e matriculaacute-los nas escolas do SENAI (Brasil 1942c) Ainda no
espiacuterito da Reforma Capanema foi baixado o Decreto-lei 6141 de 28 de
dezembro de 1943 regulamentando o ensino comercial (Brasil 1943) O Serviccedilo
Nacional de Aprendizagem Comercial ndash SENAC soacute seria criado em 1946 ( Niskier
1989)
Foram assim promulgadas entre 19421946 por iniciativa do ministro
Gustavo Capanema as leis orgacircnicas do ensino decreto e leis federais que
regulamentavam minuciosamente os diversos ramos e modalidades do ensino
secundaacuterio industrial comercial agriacutecola normal e primaacuterio
A interferecircncia financeira da uniatildeo no ensino primaacuterio solicitada desde o
impeacuterio soacute ocorreu nos uacuteltimos anos do Estado Novo quando foi instituiacutedo o
26
Fundo Nacional do Ensino Primaacuterio e assinado o Convecircnio Nacional do Ensino
Primaacuterio Ainda que se mantendo fiel agrave tradiccedilatildeo de tratar separadamente cada
modalidade de ensino coube agrave legislaccedilatildeo do Estado Novo o meacuterito de ser
abrangente e de aproximar em termos de duraccedilatildeo e de divisatildeo em ciclos Os
vaacuterios ramos do ensino profissional (comercial industrial agriacutecola) as
modalidades de ensino teacutecnico e normal foram atribuiacutedas finalidades relativas agrave
qualificaccedilatildeo profissional A exposiccedilatildeo do motivo da lei orgacircnica do ensino
secundaacuterio dava a este a funccedilatildeo de formar nos adolescentes uma soacutelida cultura
geral
Na constituiccedilatildeo de 1946 as leis orgacircnicas continuaram em vigecircncia com
algumas modificaccedilotildees ateacute 1961 Estas leis introduziram a possibilidade de
articulaccedilatildeo do ensino profissional com o secundaacuterio Jaacute com a lei de diretriz e
bases - LDB lei nordm 4024 de 201261 (Brasil 1961) deu-se um importante passo no
sentido da unificaccedilatildeo do sistema de ensino e da eliminaccedilatildeo do dualismo
administrativo herdado do impeacuterio Iniciou-se pela primeira vez uma relativa
descentralizaccedilatildeo do sistema como um todo O Ministro da Educaccedilatildeo e Cultura e
as Secretarias de Educaccedilatildeo deixaram de observar ambas as funccedilotildees criando ndash
se para os exerciacutecios das funccedilotildees normativas o conselho federal de educaccedilatildeo os
conselhos estaduais de educaccedilatildeo e o plano de educaccedilatildeo referente a cada
fundo (Fundo nacional de ensino primaacuterio do ensino meacutedio e do ensino superior)
A lei procurou apenas diminuir a distacircncia que os separava e eliminar as
condiccedilotildees de privileacutegios conferidos ao ensino secundaacuterio pela lei orgacircnica de
1942 O ensino primaacuterio obrigatoacuterio continuava a ter quatro seacuteries de duraccedilatildeo
facultando aos sistemas estaduais o seu prolongamento para leis Somente em
1961 efetivou-se a vitoacuteria dos educadores das deacutecadas de 20 e inicio dos anos 30
fixando as diretrizes gerais e as grandes linhas de um sistema nacional de
educaccedilatildeo
27
26 Educaccedilatildeo na Nova Repuacuteblica (1946 ndash 1963)
O fim do Estado Novo consubstanciou-se na adoccedilatildeo de uma nova
Constituiccedilatildeo de cunho liberal e democraacutetico Esta nova Constituiccedilatildeo na aacuterea da
Educaccedilatildeo determinou a obrigatoriedade de se cumprir o ensino primaacuterio e deu
competecircncia agrave Uniatildeo para legislar sobre diretrizes e bases da educaccedilatildeo
nacional Aleacutem disso a nova Constituiccedilatildeo fez voltar o preceito de que a
educaccedilatildeo eacute direito de todos inspirada nos princiacutepios proclamados pelos
Pioneiros nos primeiros anos da deacutecada de 30
Ainda em 1946 o entatildeo Ministro Raul Leitatildeo da Cunha regulamentou o
Ensino Primaacuterio e o Ensino Normal aleacutem de criar o Serviccedilo Nacional de
Aprendizagem Comercial - SENAC atendendo as mudanccedilas exigidas pela
sociedade apoacutes a Revoluccedilatildeo de 1930
Baseado nas doutrinas emanadas pela Carta Magna de 1946 o Ministro
Clemente Mariani criou uma comissatildeo com o objetivo de elaborar um
anteprojeto de reforma geral da educaccedilatildeo nacional Esta comissatildeo presidida
pelo eminente educador Lourenccedilo Filho era organizada em trecircs subcomissotildees
uma para o Ensino Primaacuterio uma para o Ensino Meacutedio e outra para o Ensino
Superior
Em novembro de 1948 este anteprojeto foi encaminhado a Cacircmara
Federal dando iniacutecio a uma luta ideoloacutegica em torno das propostas
apresentadas Num primeiro momento as discussotildees estavam voltadas agraves
interpretaccedilotildees contraditoacuterias das propostas constitucionais Num momento
posterior apoacutes a apresentaccedilatildeo de um substitutivo do Deputado Carlos Lacerda
as discussotildees mais marcantes relacionaram-se agrave questatildeo da responsabilidade do
Estado quanto agrave educaccedilatildeo inspirados nos educadores da velha geraccedilatildeo de 30
e a participaccedilatildeo das instituiccedilotildees privadas de ensino
Depois de 13 anos de acirradas discussotildees foi promulgada a Lei 4024 em
20 de dezembro de 1961 pelo entatildeo Presidente Joatildeo Goulart que introduziu
como inovaccedilatildeo a respeito da Educaccedilatildeo Nacional a descentralizaccedilatildeo do Ensino
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O aspecto mais caracteriacutestico da nova Lei era conceder categoria puacuteblica
ao ensino privado As verbas destinadas agrave educaccedilatildeo puacuteblica foram desviadas
para a manutenccedilatildeo dos sistemas escolares estaduais e para os auxiacutelios agraves escolas
empresaacuterias O Ministeacuterio de Educaccedilatildeo e Cultura deixou de ser o oacutergatildeo
orientador fiscalizador e estimulador da educaccedilatildeo nacional sendo transferido o
seu poder para o Conselho Federal de Educaccedilatildeo e para as Secretarias de
Educaccedilatildeo dos Estados (Brasil 1961)
Se as discussotildees sobre a Lei de Diretrizes e Bases para a Educaccedilatildeo Nacional
foi o fato marcante por outro lado muitas iniciativas marcaram este periacuteodo
como talvez o mais feacutertil da Histoacuteria da Educaccedilatildeo no Brasil
bull Em 1950 em Salvador no Estado da Bahia Aniacutesio Teixeira inaugura o
Centro Popular de Educaccedilatildeo (Centro Educacional Carneiro Ribeiro)
dando iniacutecio a sua ideacuteia de escola-classe e escola-parque
bull Em 1952 em Fortaleza o educador Lauro de Oliveira Lima iniciou uma
didaacutetica baseada nas teorias cientiacuteficas de Jean Piaget o Meacutetodo
psicogeneacutetico
bull Em 1953 a educaccedilatildeo passou a ser administrada por um Ministeacuterio proacuteprio o
Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura
bull Em 1961 a Prefeitura Municipal de Natal iniciou uma campanha de
alfabetizaccedilatildeo (De Peacute no Chatildeo Tambeacutem se Aprende a Ler) A teacutecnica
didaacutetica criada pelo pernambucano Paulo Freire propunha-se a
alfabetizar adultos em 40 horas A experiecircncia teve iniacutecio na cidade de
Angicos no Estado do Rio Grande do Norte e logo depois na cidade de
Tiriri no Estado de Pernambuco
bull Em 1962 foi criado o Conselho Federal de Educaccedilatildeo cumprindo o artigo 9o
da Lei de Diretrizes e Bases Este substituiu o Conselho Nacional de
Educaccedilatildeo Foram criados tambeacutem os Conselhos Estaduais de educaccedilatildeo
bull Ainda em 1962 foi criado o Plano Nacional de Educaccedilatildeo e o Programa
Nacional de Alfabetizaccedilatildeo pelo Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura
inspirado no Meacutetodo Paulo Freire
29
Em 1964 o golpe militar abortou todas as iniciativas de se revolucionar a
educaccedilatildeo brasileira sob o pretexto de que as propostas eram comunizantes e
subversivas Foi um periacuteodo em que o paiacutes viveu a emergecircncia de um novo
modelo econocircmico apoiado pelas empresas internacionais A poliacutetica do
nacionalismo desenvolvimentista jaacute natildeo mais se ajustara a esse modelo
Necessitava-se de novas poliacuteticas para a sustentaccedilatildeo do novo modelo poliacutetico
(www acciocom br)
27 A Educaccedilatildeo no Periacuteodo Militar (1964 -1985)
Alguma coisa acontecia na educaccedilatildeo brasileira Pensava-se em erradicar
definitivamente o analfabetismo atraveacutes de um programa nacional levando-se
em conta as diferenccedilas sociais econocircmicas e culturais de cada regiatildeo
A criaccedilatildeo da Universidade de Brasiacutelia em 1961 permitiu vislumbrar uma
nova proposta universitaacuteria com o planejamento inclusive do fim do exame
vestibular valendo para o ingresso na Universidade o rendimento do aluno
durante o curso de 2ordm grau (ex-Colegial e atual Ensino Meacutedio)
Depois da implementaccedilatildeo do regime militar ditatorial de 1964 muito
educadores passaram a ser perseguidos em funccedilatildeo de posicionamentos
ideoloacutegicos Muito foram calados para sempre alguns outros se exilaram outros
se recolheram agrave vida privada e outros demitidos trocaram de funccedilatildeo
O Regime Militar espelhou na educaccedilatildeo o caraacuteter antidemocraacutetico de sua
proposta ideoloacutegica de governo professores foram presos e demitidos
universidades foram invadidas estudantes foram presos feridos nos confronto
com a poliacutecia e alguns foram mortos os estudantes foram calados e a Uniatildeo
Nacional dos Estudantes proibida de funcionar o Decreto ndash Lei 477 calou a boca
de alunos e professores (Brasil 1969) Agrave eacutepoca o Ministro da Justiccedila declarou que
estudantes tecircm que estudar e natildeo podem fazer baderna
Nessa eacutepoca firmaram-se acordos do MEC e seus oacutergatildeos com a USAID ndash
Agecircncia Norte ndash Americana para o Desenvolvimento Internacional visando agrave
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cooperaccedilatildeo econocircmico ndash financeira para a organizaccedilatildeo e desenvolvimento do
sistema educacional A ajuda externa vinha atraveacutes de programas que foram
implantados sem nenhuma anaacutelise por parte dos educadores brasileiros A sua
presenccedila se fez desde a organizaccedilatildeo do sistema educacional ateacute as propostas
dos curriacuteculos dos diversos niacuteveis de ensino implantando a visatildeo tecnicista no
contexto da educaccedilatildeo brasileira com as repercussotildees por todos conhecidas
Neste periacuteodo poreacutem deu-se a grande expansatildeo das universidades no
Brasil E para acabar com os excedentes (aqueles que tiravam notas suficientes
para mas natildeo conseguiam vaga para estudar) foi criado o vestibular
classificatoacuterio
Para erradicar o analfabetismo foi criado o Movimento Brasileiro de
Alfabetizaccedilatildeo aproveitando-se em sua didaacutetica no expurgado Meacutetodo Paulo
Freire denominado MOBRAL que propunha erradicar o analfabetismo no Brasil
Natildeo conseguiu E entre denuacutencias de corrupccedilatildeo foi extinto No periacuteodo mais
cruel da ditadura militar onde qualquer expressatildeo popular contraacuteria aos
interesses do governo era abafada muitas vezes pela violecircncia fiacutesica que foi
instituiacuteda a Lei 5692 Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional em 1971
(Brasil 1971)
A caracteriacutestica mais marcante desta Lei era tentar dar a formaccedilatildeo
educacional um cunho profissionalizante Dentro do espiacuterito dos slogans
propostos pelo governo como Brasil grande ame-o ou deixe-o milagre
econocircmico etc planejava-se fazer com que a educaccedilatildeo contribuiacutesse de
forma decisiva para o aumento da produccedilatildeo brasileira
A lei introduziu no paiacutes a obrigatoriedade da profissionalizaccedilatildeo em todos os
cursos de 2ordm Grau o que implicava em valorizaccedilatildeo das aacutereas tecnoloacutegicas com
perda gradativa das aacutereas de ciecircncias humanas
A Histoacuteria e a Geografia foram integradas na aacuterea de Estudos Sociais o que
causou a superficialidade desses conteuacutedos a Educaccedilatildeo Moral e Ciacutevica eou
Estudos dos Problemas Sociais passaram a ser disciplinas obrigatoacuterias e
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responsaacuteveis pela formaccedilatildeo do cidadatildeo brasileiro com visotildees distorcidas de
cidadania e nacionalismo
A ditadura militar se desfez por si soacute tamanha era a pressatildeo popular de
vaacuterios setores da sociedade que o processo de abertura poliacutetica tornou-se
inevitaacutevel Mesmo assim os militares deixaram o governo atraveacutes de uma eleiccedilatildeo
indireta mesmo que concorressem somente dois civis (Paulo Maluf e Tancredo
Neves)
28 A Educaccedilatildeo no Periacuteodo da Abertura Poliacutetica (1986-2001)
Com o fim do Regime Militar a eleiccedilatildeo indireta de Tancredo Neves seu
falecimento e a posse de Joseacute Sarney discutir-se-iam novamente questotildees sobre
educaccedilatildeo de uma forma democraacutetica e aberta A discussatildeo sobre as questotildees
educacionais jaacute havia perdido o seu sentido pedagoacutegico e assumido um caraacuteter
poliacutetico Para isso houve uma participaccedilatildeo mais ativa de pensadores de outras
aacutereas do conhecimento que passaram a falar de educaccedilatildeo num sentido mais
amplo do que as questotildees pertinentes agrave escola agrave sala de aula agrave didaacutetica e agrave
dinacircmica escolar em si mesma Impedidos de atuarem em suas funccedilotildees por
questotildees poliacuteticas durante o Regime Militar profissionais da aacuterea de Sociologia
filosofia antropologia histoacuteria psicologia entre outras passaram a assumir postos
na aacuterea da educaccedilatildeo e a concretizar discursos em nome da educaccedilatildeo
O Projeto de Lei da nova LDB foi encaminhado agrave Cacircmara Federal pelo
Deputado Octaacutevio Elisio em 1988 No ano seguinte o Deputado Jorge Hage envia
agrave Cacircmara um substitutivo ao Projeto e em 1992 o Senador Darcy Ribeiro
apresenta um novo Projeto que acabou por ser aprovado em dezembro de 1996
oito anos apoacutes o encaminhamento do Deputado Otaacutevio Elisio Assim a nova Lei
Nordm 9394 Lei Diretrizes e Bases da educaccedilatildeo foi promulgada em 20 de Dezembro
de 1996 (Brasil 1996)
O Governo Collor de Mello em 1990 lanccedilou o projeto de construccedilatildeo de
Centros Integrados de Apoio agrave Crianccedila - CIACS em todo o Brasil inspirados no
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modelo dos Centros Integrados de Educaccedilatildeo Puacuteblica - CIEPS do Rio de Janeiro
existentes desde 1982
Neste periacuteodo do fim do Regime Militar aos dias de hoje a fase
politicamente marcante na educaccedilatildeo foi o trabalho do Ministro Paulo Renato de
Souza agrave frente do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Logo no iniacutecio de sua gestatildeo atraveacutes
de uma Medida Provisoacuteria extinguiu o Conselho Federal de Educaccedilatildeo e criou o
Conselho Nacional de Educaccedilatildeo vinculado ao Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura
Esta mudanccedila tornou o Conselho menos burocraacutetico e mais poliacutetico
Cabe ressaltar que podemos natildeo concordar com a forma como tecircm sido
executados alguns programas temos que reconhecer que em toda a Histoacuteria da
Educaccedilatildeo no Brasil contada a partir do descobrimento jamais houve execuccedilatildeo
de tantos projetos na aacuterea da educaccedilatildeo numa soacute administraccedilatildeo Entre esses
programas destacam-se
bull Fundo de Manutenccedilatildeo e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de
Valorizaccedilatildeo do Magisteacuterio - FUNDEF
bull Programa de Avaliaccedilatildeo Institucional - PAIUB
bull Sistema Nacional de Avaliaccedilatildeo da Educaccedilatildeo Baacutesica ndash SAEB
bull Exame nacional do Ensino Meacutedio ndash ENEM
bull Paracircmetros Curriculares Nacionais ndashPCNs
bull Exame Nacional de Cursos ndash ENC
Desses Programas o mais contestado foi o Exame Nacional de Cursos e o
chamado Provatildeo onde os alunos das universidades devem realizar uma prova
ao fim do curso para receber seus diplomas Esta prova em que os alunos podem
simplesmente assinar a ata de presenccedila e se retirar sem responder nenhuma
questatildeo eacute levada em consideraccedilatildeo como avaliaccedilatildeo das instituiccedilotildees Aleacutem do
mais entre outras questotildees o exame natildeo diferencia as regiotildees do paiacutes e as
condiccedilotildees de cada IES (Instituiccedilatildeo de Ensino Superior) como por exemplo
infraestrutura e capacitaccedilatildeo docente(wwwacciocombr)
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29 Cronologia da Histoacuteria da Educaccedilatildeo Brasileira
A tabela 21 a seguir apresenta um resumo dos principais acontecimentos
na educaccedilatildeo brasileira Destacando-se os principais eventos relacionados ao
ensino meacutedio
Tabela 21 ndash Evoluccedilatildeo da educaccedilatildeo no Brasil principais acontecimentos-periacuteodo
de 1549 a 1998
ANO HISTOacuteRIA DA EDUCACcedilAtildeO BRASILEIRA
1549 middot Chega ao Brasil o primeiro grupo de seis padres jesuiacutetas chefiados por Manuel de Noacutebrega marcando o iniacutecio da Histoacuteria da Educaccedilatildeo no Brasil (nos moldes europeus) middot Quinze dias apoacutes a chegada funda na cidade de Salvador a primeira escola elementar
1554 middot Satildeo fundadas as escolas jesuiacutetas de Satildeo Paulo de Piratininga tendo como seu primeiro professor o padre Joseacute de Anchieta e a da Bahia
1556 middot Eacute fundado o coleacutegio jesuiacuteta de Todos os Santos middot Comeccedila a vigorar as Constituiccedilotildees da Companhia de Jesus incluindo a aprendizagem do canto da muacutesica instrumental e o estudo profissional agriacutecola
1567 middot Eacute fundado o coleacutegio jesuiacuteta do Rio de Janeiro
1570 middot O Brasil conta com cinco escolas elementares (Porto Seguro Ilheacuteus Satildeo Vicente Espiacuterito Santo e Satildeo Paulo de Piratininga) e trecircs coleacutegios (Rio de Janeiro Pernambuco e Bahia)
1759
middot Duzentos e dez anos apoacutes a chegada e de serem os uacutenicos responsaacuteveis pela educaccedilatildeo no Brasil deixam a colocircnia cerca de Quinhentos padres jesuiacutetas expulsos pelo Marquecircs de Pombal Ministro de D Joseacute I paralisando 17 coleacutegios 36 missotildees seminaacuterios menores e escolas elementaresmiddot O Alvaraacute de 28 de julho determina a instituiccedilatildeo de aulas de gramaacutetica latina aulas de grego e de retoacuterica aleacutem de criar o cargo de Diretor de Estudos Medidas inoacutecuas para um sistema de ensino fragmentado
1770 A Reforma Pombalina de Educaccedilatildeo substitui o sistema jesuiacutetico e o ensino eacute dirigido pelos vicemiddotreis nomeados por Portugal
1772 middot Eacute instituiacutedo o subsiacutedio literaacuterio imposto destinado a manutenccedilatildeo dos ensinos primaacuterio e meacutedio middot Eacute fundada no Rio de Janeiro a Academia Cientiacutefica
1810 middot Desfazendomiddotse de seus proacuteprios livros (60000 volumes) trazidos de Portugal D Joatildeo funda a nossa primeira biblioteca middot Eacute criada a Academia Militar
1812 Satildeo criados cursos de Agricultura na Bahia middot Eacute criada a escola de serralheiros oficiais de lima e espingardeiros em Minas Gerais middot Eacute criado o laboratoacuterio de quiacutemica no Rio de Janeiro
1822 O Decreto de 1o de marccedilo criava no Rio de Janeiro uma escola baseada no meacutetodo lancasteriano ou de ensino muacutetuo Ou seja somente um professor para cada escola
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1824 middot A Constituiccedilatildeo outorgada pela Assembleacuteia Constituinte dizia no seu artigo 179 que a instruccedilatildeo primaacuteria era gratuita a todos os cidadatildeos
1834 middot O Ato Adicional da reforma constitucional dizia que a educaccedilatildeo primaacuteria e secundaacuteria ficaria a cargo das proviacutencias restando a administraccedilatildeo nacional o ensino superior
1835 Eacute criada uma escola normal em Niteroacutei A primeira do Brasil
1838 middot O Coleacutegio Pedro II eacute fundado no Rio de Janeiro
1854 O Decreto 1331A de 17 de fevereiro reforma os ensinos primaacuterio e secundaacuterio exigindo professores credenciados e a volta da fiscalizaccedilatildeo oficial cria a Inspetoria Geral da Instruccedilatildeo Primaacuteria e Secundaacuteria middot Eacute criada uma escola normal na Paraiacuteba
1873 Com o objetivo de estimular o desenvolvimento dos estudos secundaacuterios nas proviacutencias e de facilitar aos candidatos das proviacutencias o acesso aos cursos superiores o Ministro Joatildeo Alfredo Correia de Oliveira instalou nas capitais das proviacutencias do Impeacuterio bancas de exames gerais preparatoacuterios
1874 middot Eacute criada a Escola Politeacutecnica
1889
Ferreira Viana Ministro do Impeacuterio dizia ser fundamental formar professores com a necessaacuteria instruccedilatildeo cientiacutefica e profissional middot Em sua uacuteltima fala do trono Sua Majestade pedia empenho para a criaccedilatildeo de um ministeacuterio destinado aos negoacutecios da Instruccedilatildeo Puacuteblica middot Com a Proclamaccedilatildeo da Repuacuteblica no Governo Provisoacuterio do Marechal Deodoro da Fonseca torna-se Ministro da Instruccedilatildeo Puacuteblica Correios e Teleacutegrafos Benjamin Constant Botelho de Magalhatildees middot Os alunos matriculados nas escolas correspondem a 12 da populaccedilatildeo em idade escolar
1890 middot O Decreto 510 do Governo Provisoacuterio da Repuacuteblica diz em seu artigo 62 item 5o que o ensino seraacute leigo e livre em todos os graus e gratuito no primaacuterio middot O iacutendice de analfabetismo no Brasil eacute de 672
1891 A Constituiccedilatildeo estipula o ensino leigo nas escolas puacuteblicas em oposiccedilatildeo ao ensino religioso middot Eacute Ministro da Instruccedilatildeo Puacuteblica Correios e Teleacutegrafos Joatildeo Barbalho Uchoa Cavalcanti middot No Governo de Floriano Peixoto satildeo Ministros da Instruccedilatildeo Puacuteblica Correios e Teleacutegrafos Joseacute Higino Duarte Pereira (interino) e Fernando Lobo Leite Pereira
1927
O educador Francisco Campos realiza no Estado de Minas Gerais uma reforma educacional middot Realizamiddotse a primeira das Conferecircncias Nacionais de Educaccedilatildeo em Curitiba organizada pela Associaccedilatildeo Brasileira de Educaccedilatildeo middot ABE middot Por iniciativa de Francisco Mendes Pimentel eacute criada a Universidade de Minas Gerais (a iniciativa teve curta duraccedilatildeo)
1930
Satildeo Ministros da Justiccedila e Negoacutecios Interiores na Junta Governativa que durou apenas onze dias Gabriel Loureiro Bernardes e Afracircnio de Melo Franco (interino) middot Eacute criado o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Sauacutede Puacuteblica atraveacutes do Decreto 19402 tendo como Ministros no Governo Getuacutelio Vargas Francisco Luiz da Silva Campos Belizaacuterio Augusto de Oliveira Pena Washington Ferreira Pires e Gustavo Capanema middot O educador Lourenccedilo Filho publica Introduccedilatildeo ao Estudo da Escola Nova middot O educador Fernando de Azevedo cria a Biblioteca Pedagoacutegica Brasileira middot Os alunos matriculados nas escolas correspondem a 30 da populaccedilatildeo em idade escolar
1931
O governo provisoacuterio sanciona decretos organizando o ensino secundaacuterio e as universidades brasileiras ainda inexistentes Estes Decretos ficaram conhecidos como Reforma Francisco Campos middot O Decreto 19850 de 11 de abril cria o Conselho Nacional de Educaccedilatildeo middot O Decreto 19851 de 11 de abril institui o Estatuto das Universidades Brasileiras que dispotildee sobre a organizaccedilatildeo do ensino superior no Brasil e adota o regime universitaacuterio
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middot O Decreto 19852 de 11 de abril dispotildee sobre a organizaccedilatildeo da Universidade do Rio de Janeiro middot O Decreto 19890 de 18 de abril dispotildee sobre a organizaccedilatildeo do ensino secundaacuterio middot O Decreto 20158 de 30 de julho organiza o ensino comercial regulamenta a profissatildeo de contador e daacute outras providecircncias middot O Decreto 21241 de 14 de abril consolida as disposiccedilotildees sobre o ensino secundaacuterio
1932
Um grupo de educadores lanccedila agrave naccedilatildeo o Manifesto dos Pioneiros da Educaccedilatildeo Nova redigido por Fernando de Azevedo middot O Decreto 21241 de 4 de abril consolida a reforma do ensino secundaacuterio visando segundo Francisco Campos a formaccedilatildeo do homem para todos os grandes setores da atividade nacional Este Decreto resultou na implantaccedilatildeo de um curriacuteculo enciclopeacutedico
1934
A nova Constituiccedilatildeo dispotildee pela primeira vez que a educaccedilatildeo eacute direito de todos devendo ser ministrada pela famiacutelia e pelos Poderes Puacuteblicos Passa a funcionar o Conselho Nacional de Educaccedilatildeo CNE e os Conselhos Estaduais de Educaccedilatildeo middot CEEs Por iniciativa do governador Armando Salles Oliveira foi criada a Universidade de Satildeo Paulo A primeira a ser criada e organizada segundo as normas do Estatuto das Universidades Brasileiras de 1931 Eacute fundada a Universidade de Porto Alegre
1942
Eacute decretada a reforma do ensino relativa ao ensino secundaacuterio conhecida como Reforma Capanema middot O Decreto-lei 4048 de 22 de janeiro cria o Serviccedilo Nacional de Aprendizagem Industrial - SENAI middot O Decreto-lei 4073 de 30 de janeiro regulamenta o ensino industrial middot O Decreto-lei 4244 de 9 de abril regulamenta o ensino secundaacuterio middot O Decreto-lei 4481 de 16 de julho dispotildee sobre a obrigatoriedade dos estabelecimentos industriais empregarem um total de 8 correspondente ao nuacutemero de operaacuterios e matriculaacute-los nas escolas do SENAI middot O Decreto-lei 4436 de 7 de novembro amplia o acircmbito do SENAI atingindo tambeacutem o setor de transportes das comunicaccedilotildees e da pesca middot O Decreto-lei 4984 de 21 de novembro compele que as empresas oficiais com mais de cem empregados a manter por conta proacutepria uma escola de aprendizagem destinada agrave formaccedilatildeo profissional de seus aprendizes
1943
Ainda no espiacuterito da Reforma Capanema eacute baixado o Decreto-lei 6141 de 28 de dezembro regulamentando o ensino comercial Eacute criada em Recife por Felipe Tiago Gomes a Campanha do Ginasiano Pobre - CGP nuacutecleo inicial da futura Campanha Nacional de Escolas da Comunidade - CNEC A Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho exige que sejam implantadas creches nas empresas para filhos de funcionaacuterios middot Eacute fundada a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro - UFRRJ
1946
A nova Constituiccedilatildeo determina a obrigatoriedade de se cumprir o ensino primaacuterio e daacute competecircncia agrave Uniatildeo para legislar sobre as diretrizes e bases da educaccedilatildeo nacional Volta a figurar na Constituiccedilatildeo que a educaccedilatildeo eacute direito de todos Tendo como Ministro da Educaccedilatildeo Raul Leitatildeo da Cunha satildeo baixados os seguintes Decretos-lei middot O Decreto-lei 8529 de 2 de janeiro regulamenta o ensino primaacuterio middot O Decreto-lei 8530 de 2 de janeiro regulamenta o ensino normal middot Os Decretos-lei 8621 e 8622 de 10 de janeiro criam o Serviccedilo Nacional de Aprendizagem Comercial - SENAC middot O Decreto-lei 9613 de 20 de agosto regulamenta o ensino agriacutecola Satildeo fundadas a Universidade Federal de Pernambuco e a Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica de Satildeo Paulo middot Satildeo Ministros da Educaccedilatildeo e Sauacutede Puacuteblica no Governo Eurico Gaspar Dutra Ernesto de Souza Campos Clemente Mariani Bittencourt Eduardo Rios Filho (interino) e Pedro Calmon Moniz de
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Bittencourt
1948 O governo atraveacutes do Ministro Clemente Mariani encaminha ao Congresso Nacional o projeto de Lei de Diretrizes e Bases para a Educaccedilatildeo Nacional Realiza-se o I Congresso Nacional da Campanha do Ginasiano Pobre que passa a se chamar Campanha Nacional dos Educandaacuterios Gratuitos
1953
Com a criaccedilatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Sauacutede Puacuteblica passa a se chamar Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura Eacute criada a Campanha de Aperfeiccediloamento e Difusatildeo do Ensino Secundaacuterio - CADES vinculado agrave Diretoria do Ensino Secundaacuterio dirigida por Armando Hildebrand Eacute criado o Comitecirc Brasileiro da Organizaccedilatildeo Mundial de Educaccedilatildeo Preacute-Escolar - OMEP
1955
Eacute criado o Instituto Superior de Estudos Brasileiros - ISEB com o objetivo de criar uma cultura brasileira Eacute criada a Campanha Nacional de Alimentaccedilatildeo Escolar - CNAE vinculada ao Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Aniacutesio Teixeira funda os Centros de Pesquisas Educacionais de Satildeo Paulo Rio de Janeiro Recife Belo Horizonte Salvador e Porto Alegre O Deputado Carlos Lacerda apresenta seu primeiro substitutivo ao projeto de Lei para Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional Eacute Ministro da Educaccedilatildeo e Cultura no Governo Nereu Ramos Abgard de Castro Arauacutejo Renault Satildeo fundadas a Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica de Campinas e a Universidade Federal da Paraiacuteba
1957
Eacute criada a Revista Escola Secundaacuteria pela Campanha de Aperfeiccediloamento e Difusatildeo do Ensino Secundaacuterio - CADES do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo O ministro Cloacutevis Salgado altera o projeto original da Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional e envia para o Congresso Nacional o Substitutivo no 2222 Fundada a Universidade Federal do Paraacute
1959 A Emenda Carlos Lacerda (seu terceiro substitutivo) prevalece sobre o texto das Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional alterando substancialmente a pujanccedila do projeto original Cento e oitenta educadores lanccedilam um manifesto agrave naccedilatildeo solicitando ao governo que o projeto da Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional fosse rejeitado
1961
Depois de treze anos de discussotildees eacute promulgada a Lei 4024 que regulamenta as Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional O presidente Joatildeo Goulart ainda vetou 25 artigos que posteriormente receberam aprovaccedilatildeo pelo Congresso Surgem os Centros Populares de Cultura - CPC intimamente ligados agrave Uniatildeo Nacional dos Estudantes - UNE e o Movimento de Educaccedilatildeo de Base - MEB ligado agrave Confederaccedilatildeo Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB e ao governo da Uniatildeo A Prefeitura Municipal de Natal no Rio Grande do Norte inicia uma campanha de alfabetizaccedilatildeo (De Peacute no Chatildeo Tambeacutem se Aprende a Ler) A teacutecnica didaacutetica criada pelo pernambucano Paulo Freire propunha-se a alfabetizar em 40 horas adultos analfabetos A experiecircncia teve iniacutecio na cidade de Angicos no Estado do Rio Grande do Norte e logo depois na cidade de Tiriri no Estado de Pernambuco Eacute Ministro da Educaccedilatildeo e Cultura no Governo Jacircnio Quadros Briacutegido Fernandes Tinoco Satildeo Ministros da Educaccedilatildeo e Cultura no Governo Joatildeo Goulart durante o Regime Parlamentarista Antonio Ferreira de Oliveira Brito Roberto Tavares de Lira e Darcy Ribeiro durante o Regime Presidencialista Teotocircnio Mauriacutecio Monteiro de Barros Filho Paulo de Tarso Santos e Juacutelio Furquim de Sambaqui (interino) Eacute criada a Universidade de Brasiacutelia a Universidade Federal de Alagoas e a do Espiacuterito Santo e a Universidade Catoacutelica de Petroacutepolis e a de Salvador
1962 Eacute criado o Conselho Federal de Educaccedilatildeo cumprindo o artigo 9o da Lei de Diretrizes e Bases Este substitui o Conselho Nacional de Educaccedilatildeo Satildeo criados tambeacutem os Conselhos Estaduais de Educaccedilatildeo
37
Eacute criado o Plano Nacional de Educaccedilatildeo e o Programa Nacional de Alfabetizaccedilatildeo pelo Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura inspirado no Meacutetodo Paulo Freire Eacute fundada a Universidade Estadual de Campinas e a Universidade Norte de Ensino Superior de Montes Claros Minas Gerais
1965 Acordo MECConselho de Cooperaccedilatildeo Teacutecnica da Alianccedila para o Progresso - CONTAPUSAID para melhoria do ensino meacutedio Previa assessoria teacutecnica americana para o planejamento do ensino e treinamento de teacutecnicos brasileiros nos Estados Unidos
1966 Acordo MEC CONTAP USAID de assessoria para a expansatildeo e aperfeiccediloamento do quadro de professores de ensino meacutedio no Brasil
1968 A Lei 5540 de 28 de novembro fixa normas de organizaccedilatildeo e funcionamento do ensino superior e sua articulaccedilatildeo com a escola meacutedia
1971
Eacute promulgada a Lei 5692 que regulamenta o ensino de primeiro e segundo graus Entre outras determinaccedilotildees amplia a obrigatoriedade escolar de quatro para oito anos aglutina o antigo primaacuterio com o ginasial suprimindo o exame de admissatildeo e criando a escola uacutenica profissionalizante A Resoluccedilatildeo no 8 do Conselho Federal de Educaccedilatildeo fixa o nuacutecleo comum para os curriacuteculos do ensino de 1o e 2o graus definindo seus objetivos e a amplitude O Parecer 853 do Conselho Federal de Educaccedilatildeo define a doutrina de curriacuteculo indica os conteuacutedos de nuacutecleo comum apresenta o conceito de mateacuteria orienta suas formas de tratamento e integraccedilatildeo indica os objetivos das aacutereas de estudo e os do processo educativo remetendo-os ao objetivo geral do ensino de 1o e 2o graus e aos fins da educaccedilatildeo brasileira O Decreto 68908 dispotildee sobre o concurso vestibular fixando as condiccedilotildees para o ingresso na Universidade
1972 O Parecer no 45 do Conselho Federal de Educaccedilatildeo fixa o curriacuteculo miacutenimo a ser exigido em cada habilitaccedilatildeo profissional ou conjunto de habilitaccedilotildees afins no ensino de 2o grau
1978 A Portaria no 505 do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo aprova diretrizes baacutesicas para o ensino de Moral e Ciacutevica nos cursos de 1o e 2o graus e de Estudos de Problemas Brasileiros nos cursos superiores
1982
A Lei no 7044 altera dispositivos da Lei 569271 referentes agrave profissionalizaccedilatildeo do ensino de 2o grau implicando em algumas mudanccedilas na proposta curricular dispensando as escolas da obrigatoriedade da profissionalizaccedilatildeo voltando a ecircnfase agrave formaccedilatildeo geral O Parecer no 618 do Conselho Federal de Educaccedilatildeo explica as alteraccedilotildees introduzidas pela Lei 7044
1986
O Parecer no 785 do Conselho Federal de Educaccedilatildeo reformula o nuacutecleo comum para o ensino de 1o e 2o graus middot A Resoluccedilatildeo no 6 do Conselho Federal de Educaccedilatildeo reformula o nuacutecleo comum para os curriacuteculos do ensino de 1o e 2o graus revogando a Resoluccedilatildeo no 871 do proacuteprio CFE dando novas diretrizes
1992 As disciplinas de Organizaccedilatildeo Social e Poliacutetica do Brasil - OSPB e Estudos de Problemas Brasileiros - EPB deixam de ser obrigatoacuterias no ensino de 2o grau e superior
1995 A Universidade de Brasiacutelia cria o Programa de Avaliaccedilatildeo Seriada - PAS para ingresso na universidade que acaba com o exame vestibular A avaliaccedilatildeo do aluno eacute feita durante a realizaccedilatildeo do 2o grau
1996 O Presidente sanciona a Lei no 9394 a Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo (LDB) que ficou oito anos em discussatildeo no Congresso
1997 As escolas de 2o grau tambeacutem satildeo avaliadas atraveacutes de Provatildeo
1998 Eacute instituiacutedo pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais - INEP o Exame Nacional do Ensino Meacutedio - ENEM para ser aplicado aos alunos concluintes e aos egressos deste niacutevel de ensino
38
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria a partir de dados disponibilizados em
wwwPedagogiaemfocoprobr
No capiacutetulo a seguir eacute descrita a Estrutura Organizacional da Educaccedilatildeo no
Brasil
39
Capiacutetulo 3 A Estrutura Organizacional da Educaccedilatildeo no Brasil
Os conteuacutedos dos itens 31 e 32 foram extraiacutedos da Lei nordm 9394 de 20 de
dezembro de 1996 - Lei de Diretrizes e Bases (LDB) e as informaccedilotildees do item 33
foram baseados no site institucional da Secretaria Estadual de Educaccedilatildeo do
Estado do Rio de Janeiro (SEERJ)
31 A Organizaccedilatildeo
A Organizaccedilatildeo da Educaccedilatildeo Nacional eacute composta pela Uniatildeo pelos
Estados pelo Distrito Federal e pelos Municiacutepios organizados em regime de
colaboraccedilatildeo
Cabe agrave Uniatildeo a coordenaccedilatildeo da poliacutetica nacional de educaccedilatildeo da
articulaccedilatildeo os diferentes niacuteveis e sistemas A Uniatildeo ainda exerce funccedilatildeo
normativa redistributiva e supletiva em relaccedilatildeo agraves demais instacircncias
educacionais
40
311 Atribuiccedilotildees da Uniatildeo
De acordo com a Lei das Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo eacute papel do
Governo Federal atraveacutes do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo
1 - Elaborar o Plano Nacional de Educaccedilatildeo em colaboraccedilatildeo com os
Estados o Distrito Federal e os Municiacutepios
2 - Organizar manter e desenvolver os oacutergatildeos e instituiccedilotildees oficiais do
sistema federal de ensino e o dos Territoacuterios
3 - Prestar assistecircncia teacutecnica e financeira aos Estados ao Distrito Federal e
aos Municiacutepios para o desenvolvimento de seus sistemas de ensino e o
atendimento prioritaacuterio agrave escolaridade obrigatoacuteria exercendo sua funccedilatildeo
redistributiva e supletiva
4 - Estabelecer em colaboraccedilatildeo com os Estados o Distrito Federal e os
Municiacutepios competecircncias e diretrizes para a educaccedilatildeo infantil o ensino
fundamental e o ensino meacutedio que nortearatildeo os curriacuteculos e seus conteuacutedos
miacutenimos de modo a assegurar formaccedilatildeo baacutesica comum
5 - Coletar analisar e disseminar informaccedilotildees sobre a educaccedilatildeo
6 - Assegurar processo nacional de avaliaccedilatildeo do rendimento escolar no
ensino fundamental meacutedio e superior em colaboraccedilatildeo com os sistemas de
ensino objetivando a definiccedilatildeo de prioridades e a melhoria da qualidade do
ensino
7 - Baixar normas gerais sobre cursos de graduaccedilatildeo e poacutes-graduaccedilatildeo
8-Assegurar processo nacional de avaliaccedilatildeo das instituiccedilotildees de educaccedilatildeo
superior com a cooperaccedilatildeo dos sistemas que tiverem responsabilidade sobre
este niacutevel de ensino
41
9-Autorizar reconhecer credenciar supervisionar e avaliar
respectivamente os cursos das instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior e os
estabelecimentos do seu sistema de ensino
312 Atribuiccedilotildees dos Estados
Tambeacutem conforme estabelecido na LDB cabe aos Governos Estaduais
atraveacutes das Secretarias Estaduais de Educaccedilatildeo
1-Organizar manter e desenvolver os oacutergatildeos e instituiccedilotildees oficiais dos seus
sistemas de ensino
2-Definir com os Municiacutepios formas de colaboraccedilatildeo na oferta do ensino
fundamental as quais devem assegurar a distribuiccedilatildeo proporcional das
responsabilidades de acordo com a populaccedilatildeo a ser atendida e os recursos
financeiros disponiacuteveis em cada uma dessas esferas do Poder Puacuteblico
3-Elaborar e executar poliacuteticas e planos educacionais em consonacircncia
com as diretrizes e planos nacionais de educaccedilatildeo integrando e coordenando as
suas accedilotildees e as dos seus Municiacutepios
4-Autorizar reconhecer credenciar supervisionar e avaliar
respectivamente os cursos das instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior e os
estabelecimentos do seu sistema de ensino
5-Baixar normas complementares para o seu sistema de ensino
6-Assegurar o ensino fundamental e oferecer com prioridade o ensino
meacutedio
Em relaccedilatildeo ao Distrito Federal aplicam-se as competecircncias referentes aos
Estados e aos Municiacutepios
42
313 Atribuiccedilotildees dos Municiacutepios
A LDB estabelece que os Municiacutepios incumbir-se-atildeo atraveacutes das Secretarias
Municipais de Educaccedilatildeo
1-Organizar manter e desenvolver os oacutergatildeos e instituiccedilotildees oficiais dos seus
sistemas de ensino integrando-os agraves poliacuteticas e planos educacionais da Uniatildeo e
dos Estados
2-Exercer accedilatildeo redistributiva em relaccedilatildeo agraves suas escolas
3-Baixar normas complementares para o seu sistema de ensino
4-Autorizar credenciar e supervisionar os estabelecimentos do seu sistema
de ensino
5-Oferecer a educaccedilatildeo infantil em creches e preacute-escolas e com
prioridade o ensino fundamental permitida a atuaccedilatildeo em outros niacuteveis de ensino
somente quando estiverem atendidas plenamente as necessidades de sua aacuterea
de competecircncia e com recursos acima dos percentuais miacutenimos vinculados pela
Constituiccedilatildeo Federal agrave manutenccedilatildeo e desenvolvimento do ensino
Os Municiacutepios podem optar ainda por se integrar ao sistema estadual de
ensino ou compor com ele um sistema uacutenico de educaccedilatildeo baacutesica
314 O Papel dos Estabelecimentos de Ensino
Respeitadas as normas comuns e as do seu sistema de ensino a LDB
estabelece que os estabelecimentos de ensino tecircm a funccedilatildeo de
1 -Elaborar e executar sua proposta pedagoacutegica
2- Administrar seu pessoal e seus recursos materiais e financeiros
3 -Assegurar o cumprimento dos dias letivos e horas-aula estabelecidos
43
4 -Velar pelo cumprimento do plano de trabalho de cada docente
5 -Prover meios para a recuperaccedilatildeo dos alunos de menor rendimento
6-Articular-se com as famiacutelias e a comunidade criando processos de
integraccedilatildeo da sociedade com a escola
7 -Informar os pais e responsaacuteveis sobre a frequumlecircncia e o rendimento dos
alunos bem como sobre a execuccedilatildeo de sua proposta pedagoacutegica
315 Atribuiccedilotildees dos Docentes
Segundo a LDB cabe aos docentes
1 -Participar da elaboraccedilatildeo da proposta pedagoacutegica do estabelecimento
de ensino
2 -Elaborar e cumprir plano de trabalho segundo a proposta pedagoacutegica
do estabelecimento de ensino
3 -Zelar pela aprendizagem dos alunos
4- Estabelecer estrateacutegias de recuperaccedilatildeo para os alunos de menor
rendimento
5-Ministrar os dias letivos e horas-aula estabelecidos aleacutem de participar
integralmente dos periacuteodos dedicados ao planejamento agrave avaliaccedilatildeo e ao
desenvolvimento profissional
6 -Colaborar com as atividades de articulaccedilatildeo da escola com as famiacutelias e
a comunidade
A LDB estabelece ainda que os sistemas de ensino definiratildeo as normas da
gestatildeo democraacutetica do ensino puacuteblico na educaccedilatildeo baacutesica de acordo com as
suas peculiaridades e conforme os princiacutepios de
44
Participaccedilatildeo dos profissionais da educaccedilatildeo na elaboraccedilatildeo do projeto
pedagoacutegico da escola e de participaccedilatildeo das comunidades escolar e local em
conselhos escolares ou equivalentes
Tambeacutem se configura como atribuiccedilatildeo dos sistemas de ensino assegurar agraves
unidades escolares puacuteblicas de educaccedilatildeo baacutesica que os integram progressivos
graus de autonomia pedagoacutegica e administrativa e de gestatildeo financeira
observadas as normas gerais de direito financeiro puacuteblico
32 A Abrangecircncia dos Sistemas
Os sistemas de ensino estatildeo relacionados agraves diferentes esferas
governamentais conforme segue
321 O Sistema Federal
O Sistema Federal de ensino compreende
1 - As instituiccedilotildees de ensino mantidas pela Uniatildeo
2-As instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior criadas e mantidas pela iniciativa
privada
3 -Os oacutergatildeos federais de educaccedilatildeo
322 Os Sistemas de Ensino dos Estados e do Distrito Federal Compreendem
1-As instituiccedilotildees de ensino mantidas respectivamente pelo Poder Puacuteblico
estadual e pelo Distrito Federal
2 -As instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior mantidas pelo Poder Puacuteblico
municipal
3-As instituiccedilotildees de ensino fundamental e meacutedio criadas e mantidas pela
iniciativa privada
45
4 -Os oacutergatildeos de educaccedilatildeo estaduais e do Distrito Federal
respectivamente
No Distrito Federal as instituiccedilotildees de educaccedilatildeo infantil criadas e mantidas
pela iniciativa privada integram seu sistema de ensino
323 O Sistema Municipal Na esfera Municipal os sistemas de ensino compreendem
1-As instituiccedilotildees do ensino fundamental meacutedio e de educaccedilatildeo infantil
mantidas pelo Poder Puacuteblico municipal
2-As instituiccedilotildees de educaccedilatildeo infantis criadas e mantidas pela iniciativa
privada
3-Os oacutergatildeos municipais de educaccedilatildeo
As instituiccedilotildees de ensino dos diferentes niacuteveis classificam-se nas seguintes
categorias administrativas
1-Puacuteblicas assim entendidas as criadas ou incorporadas mantidas e
administradas pelo Poder Puacuteblico
2 -Privadas assim entendidas as mantidas e administradas por pessoas
fiacutesicas ou juriacutedicas de direito privado
A figura 31 mostra de forma resumida a estrutura organizacional da educaccedilatildeo brasileira
46
UNIAtildeO
MINISTEacuteRIO DA EDUCACcedilAtildeO
ESTADOS
SECRETARIA ESTADUAL DE EDUCACcedilAtildeO
MUNICIacutePIOS
SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCACcedilAtildeO
AL UNOS
ENSINO SUPERIOR
Docentes
ENSINO MEacuteDIO
Docentes
ENSINO FUNDAMENTAL
Figura 31 Organograma da Organizaccedilatildeo Educacional Brasileira
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria a partir dos dados descritos neste capiacutetulo
Como os estudos deste trabalho estatildeo focados no ensino meacutedio a seguir
seraacute destacada a Secretaria Estadual de Educaccedilatildeo do Estado do Rio de Janeiro
33 A Secretaria Estadual de Educaccedilatildeo
A Secretaria Estadual de Educaccedilatildeo do Rio de Janeiro foi criada em 15 de
marccedilo de 1975 Em sua atual administraccedilatildeo o Secretaacuterio Nelson Maculam Filho
comanda uma rede de ensino de 1679 escolas 77 mil professores 22617
funcionaacuterios de apoio administrativo e um universo de 15 milhatildeo de alunos A
Secretaria eacute composta por 29 coordenadorias distribuiacutedas por regiotildees do estado
do Rio de Janeiro de acordo com a Tabela 31
47
Tabela 31 Coordenadorias da SEERJ
REGIOtildeES COORDENADORIASBaiacutea da Ilha Grande Baiacutea da Ilha Grande
Baixadas Litoracircneas IBaixadas Litoracircneas IICentro Sul ICentro Sul IIMeacutedio Paraiacuteba IMeacutedio Paraiacuteba IIMeacutedio Paraiacuteba IIIMetropolitana IMetropolitana IIMetropolitana IIIMetropolitana IVMetropolitana VMetropolitana VIMetropolitana VIIMetropolitana VIIIMetropolitana IXMetropolitana XMetropolitana XINoroeste Fluminense INoroeste Fluminense IINoroeste Fluminense IIINorte Fluminense INorte Fluminense IINorte Fluminense IIISerrana ISerrana IISerrana IIISerrana IV
Noroeste Fluminense
Norte Fluminense
Serrana
Baixadas Litoracircneas
Centro Sul
Meacutedio Paraiacuteba
Metropolitana
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria a partir de dados da SEERJ
No mapa da figura 32 satildeo mostrados os municiacutepios de cada regiatildeo relacionados na tabela 31
48
Figura 32 Mapa das metropolitanas do estado do Rio de Janeiro
Fonte Site institucional da SEEERJ
O foco deste estudo se restringe agraves escolas situadas no Municiacutepio do Rio de
Janeiro portanto seratildeo mostrados os detalhes das Metropolitanas III IV e X
METROPOLITANA III
Situada no bairro do Meacuteier coordena 163 escolas compreendendo
escolas de ensino fundamental e ensino meacutedio totalizando cerca de 68475
alunos
METROPOLITANA IV
Situada no bairro de Campo Grande coordena 141 escolas
compreendendo escolas de ensino fundamental e ensino meacutedio totalizando
cerca de 90733 alunos
49
METROPOLITANA X
Situada no bairro da Tijuca coordena 163 escolas compreendendo
escolas de ensino fundamental e ensino meacutedio totalizando cerca de 58693
alunos
Aleacutem das atribuiccedilotildees definidas por lei a SEERJ desenvolve accedilotildees e projetos
paralelos como mostrados a seguir
Accedilotildees e Projetos Secretaria Estadual de Educaccedilatildeo
PROGRAMA SUCESSO ESCOLAR
O programa sucesso escolar foi lanccedilado em 31 de maio de 2004 com o
objetivo de combater a reprovaccedilatildeo e a evasatildeo nas escolas evasotildees estas que
custam ao Estado cerca de R$ 450 milhotildees por ano O Rio de Janeiro tem um dos
maiores iacutendices de reprovaccedilatildeo do Sudeste 381 cerca de 10 abaixo da meacutedia
nacional Desde 2004 os alunos da rede recebem reforccedilo escolar atraveacutes de
aulas extras O programa atende aos alunos com baixo desempenho escolar
PROGRAMA SAUacuteDE NA ESCOLA
O Programa promove sauacutede nos CIEPS desde 2000 Em 1995 com base na
Carta de Otawa (WHO 1986) surgiu o conceito de Escolas Promotoras de
Sauacutede atraveacutes da Iniciativa Global de Sauacutede na Escola lanccedilada pela
Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede Trata-se de uma accedilatildeo em parceria entre as
secretarias de Estado de Educaccedilatildeo Sauacutede e a Defesa Civil visando a prevenccedilatildeo
e a promoccedilatildeo da sauacutede dos estudantes oferecendo atendimento cliacutenico
pediaacutetrico e odontoloacutegico
REGISTRO UacuteNICO DO ALUNO (REGUA)
O Registro Uacutenico do Aluno (REGUA) estaacute inserido no Programa de
Reestruturaccedilatildeo da Rede Puacuteblica de Ensino (PRO-REDE) Com o registro que eacute
uma carteira de estudante que funciona como identidade os estudantes tecircm
direito ao Passe Livre nos ocircnibus municipais aleacutem de descontos na aacuterea cultural
50
PROGRAMA QUADRO DE HORAacuteRIOS
O Programa foi lanccedilado em outubro de 2004 para definir os quadros de
horaacuterios de cada turma das 1854 escolas da rede estadual de ensino com o
objetivo de identificar os professores que natildeo estatildeo dando aula nem exercem
funccedilotildees administrativas nas escolas e assim poder providenciar a alocaccedilatildeo deles
em outras unidades combatendo assim o problema da falta de professores
PROJETO DE CAPACITACcedilAtildeO DE GESTORES ESCOLARES O Curso de Gestatildeo Escolar para Diretor Geral Diretor Adjunto e Gerente de
Ensino tem como objetivo
1 ndash Oferecer formaccedilatildeo continuada e ou formaccedilatildeo em niacutevel de
especializaccedilatildeo em serviccedilo aos gestores das escolas puacuteblicas de educaccedilatildeo
baacutesica da rede estadual
2 ndash Contribuir para a melhoria dos processos de gestatildeo da rede estadual
do Rio de Janeiro e tornar positivo seu impacto na qualidade da educaccedilatildeo
Baacutesica
3 ndash Contribuir para construccedilatildeo de um novo significado da gestatildeo escolar
com base na integraccedilatildeo dos aspectos administrativos e pedagoacutegicos nas accedilotildees
dos gestores
PROGRAMA ESTADUAL DE LEITURA
O programa pretende estimular o haacutebito de leitura nos alunos das escolas
da rede estadual e promove o acesso a livros e bens culturais Envolve a criaccedilatildeo
de poacutelos de leitura nas bibliotecas das escolas da rede em todos os municiacutepios do
Rio com a promoccedilatildeo ainda de eventos culturais mensais
PROGRAMA DE VISITAS
O Programa foi lanccedilado em maio de 2005 com a finalidade de combater
a evasatildeo e a repetecircncia nas escolas estaduais O programa tem por objetivo
resgatar o aluno e envolver a famiacutelia no dia-a-dia da escola Setecentos
estudantes do Ensino Meacutedio de 140 escolas da rede estadual com altos iacutendices
51
de evasatildeo e repetecircncia de 15 coordenadorias regionais percorreratildeo as suas
proacuteprias comunidades para levar informaccedilotildees sobre os projetos da Secretaria
chamar de volta agrave escola os colegas que desistiram de estudar e reunir sugestotildees
e reivindicaccedilotildees das famiacutelias visitadas Esses jovens receberatildeo bolsa mensal de R$
6500 (sessenta e cinco reais)
PROGRAMA DE MUNICIPALIZACcedilAtildeO DO ENSINO
O programa tem por objetivo aleacutem da passagem gradual dos encargos
da educaccedilatildeo infantil e ensino fundamental para a esfera municipal o programa
de municipalizaccedilatildeo traduz-se na integraccedilatildeo entre as esferas administrativas
atraveacutes de accedilotildees poliacutetico-pedagoacutegicas tendo por base a racionalizaccedilatildeo dos
sistemas municipais e estaduais de educaccedilatildeo objetivando aperfeiccediloar a
ocupaccedilatildeo de espaccedilos alocaccedilatildeo de alunos adequaccedilatildeo e aproveitamento dos
recursos humanos e materiais pensados enquanto rede puacuteblica unificada e sem
discriminaccedilotildees
PREcircMIO NACIONAL DE REFEREcircNCIA EM GESTAtildeO
Com o apoio da Fundaccedilatildeo Ford do Fundo das Naccedilotildees Unidas para a
infacircncia - Unicef da embaixada dos Estados Unidos no Brasil do Conselho
Britacircnico e eventualmente de outros organismos e instituiccedilotildees o Precircmio foi
instituiacutedo para atingir os seguintes objetivos
a) estimular o desenvolvimento da gestatildeo democraacutetica na escola tendo
como foco o compromisso com uma aprendizagem de qualidade
b) valorizar as escolas puacuteblicas de educaccedilatildeo baacutesica que se destaquem
por iniciativas e experiecircncias inovadoras e bem sucedidas de gestatildeo escolar
c) apoiar o desenvolvimento de uma cultura de auto-avaliaccedilatildeo da gestatildeo
escolar
d) incentivar o processo de melhoria contiacutenua da escola pela elaboraccedilatildeo
de planos de accedilatildeo tendo com base a sua auto-avaliaccedilatildeo
52
PLANO DE RECUPERACcedilAtildeO DA REDE FIacuteSICA
O Programa foi iniciado em 2002 responsaacutevel pela construccedilatildeo ampliaccedilatildeo
reforma e manutenccedilatildeo nas escolas da rede estadual de ensino
O programa tem por objetivo revitalizar as escolas da rede e atender
alunos professores e servidores de apoio com mais qualidade por meio de um
plano de recuperaccedilatildeo
PARLAMENTO JUVENIL
O Parlamento Juvenil eacute um programa pedagoacutegico da SEE em parceria
com a Assembleacuteia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) criado em 2003
em que os estudantes da rede aprendem a exercer na praacutetica as funccedilotildees
parlamentares
Tem por objetivo conscientizar os alunos da rede estadual de ensino sobre
processo democraacutetico integrando-os agrave atividade poliacutetica Aleacutem disso eacute uma
maneira de aproximar o jovem de tudo que diz respeito agrave sua cidade jaacute que seus
projetos de lei devem abordar os problemas de seus municiacutepios Tem como
Puacuteblico alvo toda a comunidade escolar
PROJETO OLHANDO A ESCOLA
O programa eacute desenvolvido em parceria entre a secretarias estaduais de
Educaccedilatildeo Sauacutede e Defesa Civil para identificar estudantes com problemas de
visatildeo o que tecircm dificultado o aprendizado e consequumlentemente o
desempenho escolar
PROGRAMA NOVA ESCOLA
O Objetivo eacute impulsionar a melhoria na qualidade de ensino e valorizar a
escola puacuteblica objetiva a propor criteacuterios de avaliaccedilatildeo das escolas em cinco
itens prestaccedilatildeo de contas gestatildeo da matriacutecula integraccedilatildeo com a comunidade
desempenho dos alunos (estudantes da 2ordf a 8ordf seacuteries do ensino Fundamental e 1ordf
a 3ordf seacuteries do ensino meacutedio fizeram provas de Liacutengua Portuguesa e Matemaacutetica e
53
fluxo escolar A partir dos resultados o programa concede aos professores e
demais profissionais gratificaccedilotildees proporcionais agraves suas realizaccedilotildees educacionais
PROGRAMA MERENDA ESCOLAR
Tem como objetivo suprir as necessidades nutricionais dos alunos durante o
tempo de permanecircncia na escola contribuir para a reduccedilatildeo da evasatildeo escolar
melhorar o rendimento escolar formar bons haacutebitos alimentares e contribuir para
a manutenccedilatildeo da sauacutede escolar
KITS ESCOLARES
O programa foi criado em 2004 consiste na distribuiccedilatildeo de kits escolares
para 15 milhatildeo de estudantes Os kits satildeo formados por caderno reacutegua cola
caneta laacutepis borracha apontador e mochila
JOGOS DA EDUCACcedilAtildeO PUacuteBLICA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Programa eacute desenvolvido em parceria pelas Secretarias Estaduais de
Educaccedilatildeo e de Esportes para incentivar o gosto e o haacutebito de praticar esporte
entre os estudantes da rede fornecendo noccedilotildees de cidadania e contribuindo
para melhorar o desempenho escolar
PROGRAMA ESTADUAL DE INFORMAacuteTICA APLICADA Agrave
EDUCACcedilAtildeO
O programa tem como objetivo aumentar o nuacutemero de laboratoacuterios e
ampliar o acesso dos estudantes e da comunidade escolar em geral agrave
informaacutetica e agrave internet promovendo assim a inclusatildeo digital
HORAacuteRIO INTEGRAL
Os Centros Integrados de Educaccedilatildeo Puacuteblica satildeo escolas de estilo
arquitetocircnico e proposta pedagoacutegica proacuteprios com funcionamento em horaacuterio
integral que proporcionam a seus alunos muacuteltiplas atividades complementando
54
o trabalho nas salas de aula com recreaccedilotildees esportes atividades culturais aleacutem
de fornecer alimentaccedilatildeo
O objetivo eacute estabelecer um processo de formaccedilatildeo do aluno que
estimule a constante troca de ideacuteias vivecircncias e empenho em promover a
autoconfianccedila para que eles sintam vontade real de aprender cada vez mais
cientes de seus deveres e direitos de cidadatildeo
PROGRAMA GEOREFERENCIAMENTO
Um sistema de informaacutetica georeferenciou cerca de 11 mil escolas das
redes municipal estadual federal e particular tendo como objetivos permitir que
a Secretaria de Educaccedilatildeo tenha informaccedilotildees sobre as 11 mil escolas do estado
do Rio de Janeiro Seraacute possiacutevel por meio dele planejar a construccedilatildeo e a
ampliaccedilatildeo de novas escolas assim como a matriacutecula e a troca de informaccedilotildees
entre municiacutepio e estado
FOacuteRUM PERMANENTE DE DIRETORES
Esse Foacuterum eacute presidido pelo Secretaacuterio com a presenccedila dos Subsecretaacuterios
e 81 Diretores das Unidades Escolares de toda a rede Visa discutir a realidade de
nossas escolas trazer sugestotildees a fim de nortear os trabalhos desenvolvidos pela
SEE
PROJETO FACcedilA PARTE O projeto tem por objetivo discutir de que maneira alunos e as escolas
podem ser estimulados a agir como voluntaacuterios debatendo as vaacuterias formas de
mobilizaccedilatildeo social considerada pelos especialistas como uma ferramenta de
ensino inovadora e interativa
PROGRAMA ESCOLAS DE PAZ O Programa Escolas de Paz faz parte de um acordo de cooperaccedilatildeo entre
a Unesco e a Secretaria de Estado de Educaccedilatildeo do Rio de Janeiro e segue as
orientaccedilotildees do Programa Abrindo Espaccedilos recomendado pela Unesco como
55
estrateacutegia de construccedilatildeo de uma Cultura de Paz Foi criado em 2000 e retomado
em agosto de 2003 Consiste em abrir 200 unidades escolares de 11
coordenadorias da Regiatildeo Metropolitana selecionadas nas aacutereas onde haacute maior
carecircncia de lazer nos finais de semana para atividades artiacutesticas esportivas e de
lazer As escolas oferecem cafeacute da manhatilde almoccedilo e agraves vezes lanches aos
participantes Eacute voltado para jovens de quatorze a vinte quatro anos
O programa visa implantar uma cultura de natildeo violecircncia no interior das
escolas e comunidades vizinhas aleacutem de procurar integrar e aproximar a famiacutelia
dos jovens agrave escola melhorar o desempenho estudantil e despertar eventuais
potencialidades culturais artiacutesticas e esportivas nos alunos O programa acontece
aos saacutebados das 9h agraves 17h mesmo nas feacuterias e as escolas recebem mensalmente
verbas para pagamento da equipe local manutenccedilatildeo e nutriccedilatildeo
PROJETO ESCOLA FAZ ARTE
A escola eacute o espaccedilo ideal para que os alunos possam expressar suas
qualidades artiacutesticas criando muitas vezes trabalhos maravilhosos verdadeiras
obras de arte que passam despercebidas fora dos muros escolares O projeto
visa valorizar os jovens talentos que surgem em nossas Unidades Escolares
incentivando e proporcionando uma maior divulgaccedilatildeo de seus dons criativos
Sendo assim a SEE elaborou o Projeto Escola faz Arte em agosto de 2004
retornando em marccedilo de 2005 visando expor durante uma semana os trabalhos
das Unidades Escolares no hall do gabinete do Secretaacuterio (5deg andar)
CHEQUE ndashESCOLA
Trata-se de um Programa de inclusatildeo social que transfere recursos
estaduais para famiacutelias de baixa renda que tenham filhos com idade escolar
entre sete e quatorze anos matriculados na rede puacuteblica
O programa tem por objetivo a permanecircncia dos alunos na escola
afastando-os da situaccedilatildeo de risco social favorecendo a formaccedilatildeo de novos
cidadatildeos e uma melhoria na qualidade de vida da famiacutelia A frequumlecircncia escolar
eacute condiccedilatildeo fundamental para a participaccedilatildeo e manutenccedilatildeo da famiacutelia no
56
programa
PROJETO APRENDENDO XADREZ NAS ESCOLAS
Consiste em uma parceria com a Federaccedilatildeo de Xadrez do Estado do Rio
de Janeiro para transformar o xadrez em ferramenta pedagoacutegica estimulando o
raciociacutenio a concentraccedilatildeo e a criatividade do aluno A meta eacute melhorar o
desempenho em matemaacutetica aleacutem de combater a repetecircncia e evasatildeo escolar
PROGRAMA ACELERA JOVEM
Programa foi lanccedilado para ajudar alunos que apresentem defasagem
idade-seacuterie a recuperar o tempo perdido com o objetivo de colocar o ensino
fundamental ao alcance de jovens que estatildeo fora da escola ou que estatildeo com
os estudos atrasados
O Programa visa atender aquela faixa etaacuteria delineada como de risco
jovens entre 15 e 30 anos que estatildeo fora da escola ou estando na escola
tenham pelo menos concluiacutedos quatro anos de estudo e apresentem uma
defasagem idade-seacuterie de trecircs anos ou mais
A ESCOLA VAI AO TEATRO
O Programa foi desenvolvido em parceria entre as Secretarias Estaduais de
Educaccedilatildeo e Cultura para estimular o interesse dos alunos por teatro e disciplinas
como literatura e histoacuteria O projeto quer incentivar ainda a melhoria do
desempenho escolar atraveacutes da abordagem de temas histoacutericos
O objetivo eacute levar os alunos permanentemente para assistir agrave peccedilas que
tenham conteuacutedo pedagoacutegico facilitando aos estudantes da rede puacuteblica o
acesso a esses bens culturais aleacutem de fornecer aos professores material para ser
discutido e trabalhado dentro da sala de aula
57
EDUCACcedilAtildeO AMBIENTAL
Esclarece e orienta agraves escolas os alunos e agrave comunidade sobre questotildees
referentes agrave Educaccedilatildeo Ambiental na Rede de Ensino Puacuteblica Estadual do Rio de
Janeiro
Contribui na consolidaccedilatildeo da Lei nordm 9795 de abril de 1999 que institui a
Poliacutetica Nacional de Educaccedilatildeo Ambiental
Desenvolve o Programa Estadual de Educaccedilatildeo Ambiental instituiacuteda pela
Lei 3325 de 17121999
Promove accedilotildees seminaacuterios e projetos objetivando a implantaccedilatildeo e
implementaccedilatildeo da Agenda Ambiental nas escolas puacuteblicas estadual do Rio de
Janeiro
A Estrutura Organizacional da Educaccedilatildeo no Brasil eacute uma ferramenta que
daacute suporte para o desenvolvimento da cidadania que eacute fator determinante para
a inclusatildeo social A inclusatildeo social seraacute tratada no capiacutetulo seguinte atraveacutes das
Poliacuteticas Puacuteblicas
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Capiacutetulo 4 Poliacuteticas Puacuteblicas de Inclusatildeo Social
41 A Crise do Sistema Poliacutetico Liberal e o Iniacutecio do
Intervencionismo do Estado
Ateacute o iniacutecio do seacuteculo XX prevaleciam ideacuteias de um sistema poliacutetico liberal
no qual o Estado natildeo tinha muita participaccedilatildeo e a relaccedilatildeo do indiviacuteduo com a
sociedade soacute era percebida se o mesmo estivesse inserido de alguma forma no
mercado Aqueles que se encontravam fora desta condiccedilatildeo eram privados da
utilizaccedilatildeo de serviccedilos essenciais aquisiccedilatildeo de bens enfim de tudo o mais que se
fazia necessaacuterio para seu desenvolvimento (Carvalho 2002)
No primeiro quartel do seacuteculo XX a economia se encontrava em
recuperaccedilatildeo dos efeitos de poacutes-guerra a partir do liberalismo do estado e neste
mesmo periacuteodo se dava a consolidaccedilatildeo do capitalismo monopolista com a
fusatildeo de pequenas companhias originando os grandes conglomerados Isto
ocorreu mesmo com a existecircncia de leis como as ldquoantitrustesrdquo que impediam
estas uniotildees entre empresas Sem a efetividade das leis as grandes empresas
industriais e bancaacuterias predominavam o cenaacuterio econocircmico sob a proteccedilatildeo de
59
uma poliacutetica adotada pelos governos de natildeo intervirem nas movimentaccedilotildees do
mercado (Magdof 1979)
Nessa eacutepoca os Estados Unidos assumiram a hegemonia econocircmica em
escala mundial O seu crescimento econocircmico no poacutes-guerra propiciou enorme
euforia social dando a falsa imagem de uma prosperidade eterna Poreacutem a
sensaccedilatildeo de seguranccedila absoluta impediu a correta avaliaccedilatildeo das tendecircncias
econocircmicas Assim uma crise econocircmica se desencadeou a partir de 1929
resultante da quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque abalando a estrutura
do capitalismo liberal trazendo reflexos que se propagaram no mundo todo
promovendo uma crise econocircmica mundial (Arruda apud Reis 2000)
Este fato impulsionou a percepccedilatildeo de que o mercado possuiacutea seus limites
como reguladores naturais isto eacute que o mercado sozinho natildeo tinha condiccedilotildees de
se auto regular sem a influecircncia do Estado Natildeo restou alternativa para os
americanos a natildeo ser empreender uma mudanccedila de rumo no capitalismo liberal
inaugurando-se a fase intervencionista na qual o governo passou a ter papel
decisivo na orientaccedilatildeo do processo econocircmico Com a poliacutetica do ldquoNew Dealrdquo
os americanos traccedilaram um marco histoacuterico na trajetoacuteria do capitalismo A
intervenccedilatildeo do estado na vida econocircmica representava uma mudanccedila
significativa no modelo tradicional da economia de mercado praticada pelos
Estados Unidos Logo o Estado passou a ser o agente mediador civilizador
interferindo nas relaccedilotildees soacutecio econocircmicas (Arruda apud Reis 2000)
As repercussotildees da crise prolongaram-se ateacute 1933 e nesse cenaacuterio o Brasil
foi um dos paiacuteses novos que mais sofreu com a crise uma vez que o seu produto principal era o cafeacute responsaacutevel por 70 das exportaccedilotildees sendo os Estados
Unidos os maiores compradores e consumidores do produto
Os fazendeiros de cafeacute principal sustentaacuteculo do poder poliacutetico no Brasil
ateacute entatildeo exigiam medidas urgentes para solucionar a crise A incapacidade do
governo de Washington Luiacutes em superaacute-la foi o motivo imediato da revoluccedilatildeo de
1930 que depocircs o presidente e levou ao poder Getuacutelio Vargas
60
O Governo Vargas teve que implantar uma seacuterie de medidas com o
objetivo de modernizar a economia brasileira Nesse contexto se produziu uma
primeira ruptura no que diz respeito ao avanccedilo da acumulaccedilatildeo capitalista no
paiacutes no sentido da implantaccedilatildeo de um nuacutecleo baacutesico de induacutestria de bens de
produccedilatildeo bem como no da redefiniccedilatildeo do papel do Estado na economia Para
isso havia a necessidade de um Estado forte e promotor da integraccedilatildeo do
mercado interno e de uma intervenccedilatildeo econocircmica de modo a assegurar a
proteccedilatildeo agrave produccedilatildeo nacional e o bem-estar social da Naccedilatildeo (Mendonccedila
1986)
Na deacutecada de cinquumlenta o modelo econocircmico implantado por Getuacutelio
Vargas comeccedilou a dar seus primeiros sintomas de esgotamento provocando
uma crise poliacutetica que desembocaria finalmente na crise do pacto populista em
1964 Com a posse de Juscelino Kubitschek ocorreu uma reorientaccedilatildeo dos rumos
de nossa economia O Plano de Metas proposto por Juscelino foi um marco na
reelaboraccedilatildeo qualitativa das relaccedilotildees entre Estado e economia no paiacutes
integrando pela primeira vez sob o controle do governo as atividades do capital
puacuteblico e do privado (Mendonccedila 1986)
O golpe de 1964 natildeo correspondeu a nenhum marco no sentido da
definiccedilatildeo de um novo modelo econocircmico pelo contraacuterio seu papel foi apenas o
de garantir a consolidaccedilatildeo definitiva do modelo implantado nos anos cinquumlenta
aprimorando-o Se no periacuteodo compreendido entre 1962 e 1967 foi todo ele de
crise econocircmica Jaacute entre 1968 e 1974 ocorreu o conhecido ldquomilagre
econocircmicordquo cuja essecircncia nada mais significou senatildeo a garantia de lucros
faraocircnicos agraves empresas monopolistas (nacionais e estrangeiras) (Mendonccedila
1986)
42 O Estado e Suas Novas Funccedilotildees Sociais
O fim da deacutecada de 1970 foi marcado por uma crise proveniente do fim
de um periacuteodo denominado ldquomilagre econocircmicordquo este fato favoreceu
movimentos da sociedade em direccedilatildeo a redemocratizaccedilatildeo e a organizaccedilatildeo da
61
sociedade civil atraveacutes de diversos acontecimentos sociais Estes
acontecimentos levaram a instalaccedilatildeo da Assembleacuteia Nacional Constituinte na
qual os movimentos sociais se articularam para tentar incluir na Carta
Constitucional os direitos sociais que entatildeo passariam a ser traduzidos como
deveres do Estado atraveacutes das Poliacuteticas Puacuteblicas Nesta eacutepoca a Poliacutetica Social
brasileira apresentava estrateacutegia reformista conforme Fagnani (citado por
Carvalho 2002)
ldquoCrescimento sustentado ampliaccedilatildeo do emprego aumento de salaacuterio real melhor distribuiccedilatildeo de renda reforma agraacuteria seguro desemprego revisatildeo da legislaccedilatildeo trabalhista e sindical descentralizaccedilatildeo poliacutetico-administrativa participaccedilatildeo e controle social redefiniccedilatildeo do padratildeo regressivo de financiamento das poliacuteticas sociais universalizaccedilatildeo do acesso ampliaccedilatildeo do impacto redistributivordquo
A Carta Constitucional de 1988 formulou a organizaccedilatildeo do sistema
federativo brasileiro onde ficou definido o papel do governo federal que assumiu
prioritariamente a coordenaccedilatildeo das Poliacuteticas Puacuteblicas Sociais enquanto os
municiacutepios assumiram a maior parte da responsabilidade de execuccedilatildeo dessas
poliacuteticas Com isto ficou prevista a transferecircncia de diversas atribuiccedilotildees
responsabilidades e recursos da instancia federal para os niacuteveis estaduais e
municipais de governo Com esta transferecircncia de atribuiccedilotildees os estados
passaram a ter autonomia para definirem a organizaccedilatildeo e a gestatildeo de suas
poliacuteticas (Carvalho 2002)
A deacutecada de 1990 foi marcada pelas lutas dos setores progressistas da
sociedade pela implementaccedilatildeo e regulamentaccedilatildeo dos direitos sociais definidos
na Constituiccedilatildeo Foram entatildeo regulamentadas as leis nas aacutereas voltadas para a
crianccedila e o adolescente da seguridade social da sauacutede da assistecircncia social
da previdecircncia social e da educaccedilatildeo Foi um periacuteodo marcado pelo conflito
entre a expectativa da implementaccedilatildeo de Poliacuteticas Puacuteblicas que concretizassem
os direitos conquistados assegurados em lei e as restriccedilotildees poliacuteticas e
econocircmicas impostas para a sua implementaccedilatildeo (Carvalho 2002)
62
O Estado entatildeo passou a formular poliacuteticas de caraacuteter econocircmico e
social que comeccedilaram a se tornar segundo Silva (citado em Carvalho 2002)
ldquoarena de lutas por acesso a riqueza socialrdquo Isto porque as poliacuteticas puacuteblicas satildeo
geralmente responsaacuteveis por grandes conflitos de interesses pois atingem
diretamente as camadas e classes sociais Devido agrave criaccedilatildeo de questotildees sociais
para atender interesses de uns acabam por infligir no interesse de outros
Pode-se supor que o principal motivo para que os conflitos ocorram seja
devido agraves classes mais favorecidas natildeo terem interesse em perder seus privileacutegios
e com isto natildeo admitirem que os indiviacuteduos das classes menos privilegiadas
venham a ter condiccedilotildees de atingirem niacuteveis melhores de desenvolvimento Com
isto esta parcela desprivilegiada da sociedade passaria a ter a possibilidade de
aumentar a sua capacidade de competiccedilatildeo Se a maioria dos indiviacuteduos tiver a
mesma capacidade de competiccedilatildeo seraacute facilitada a diminuiccedilatildeo das diferenccedilas
sociais e com isto haveraacute a promoccedilatildeo da igualdade Igualdade esta que fere
fortemente os privileacutegios de classe que jaacute se encontram enraizados na cultura de
dominaccedilatildeo sobre os mais fracos Neste processo se faz muito importante agrave
participaccedilatildeo de grupos de indiviacuteduos que quando organizados promovem
movimentos de defesa da garantia dos direitos civis poliacuteticos e sociais
Os movimentos gerados por estes grupos satildeo muitas vezes responsaacuteveis
pelas accedilotildees do Estado atraveacutes de reuniotildees entrevistas pesquisas e contatos
diretos com os indiviacuteduos que satildeo levantadas as principais necessidades da
sociedade sejam elas poliacuteticas ou sociais (Carvalho 2002)
43 Poliacuteticas Puacuteblicas Uma Questatildeo de Conceito
Dentre as vaacuterias definiccedilotildees para poliacuteticas Puacuteblicas destacam-se pela
abrangecircncia a definiccedilatildeo dada por Pereira citada em Carvalho 2002
ldquoLinha de accedilatildeo coletiva que concretiza direitos sociais coletivos declarados e garantida
em lei Eacute mediante as poliacuteticas Puacuteblicas que satildeo distribuiacutedos os redistribuiacutedos bens e serviccedilos
63
sociais em resposta agraves demandas da sociedade Por isso o direito que as fundamenta eacute um direito
coletivo e natildeo individualrdquo(apud Carvalho2002)
Ainda segundo Pereira para se definir Poliacutetica Puacuteblica se faz necessaacuteria agrave
compreensatildeo do real significado do termo puacuteblico e tambeacutem a sua abrangecircncia
neste sentido destaca-se
ldquoO termo puacuteblico associado agrave poliacutetica natildeo eacute uma referecircncia exclusiva ao Estado como
muitos pensam mas sim agrave coisa puacuteblica ou seja de todos sob a eacutegide de uma mesma lei e o apoio
de uma comunidade de interesses Portanto embora as Poliacuteticas Puacuteblicas sejam reguladas e
frequumlentemente providas pelo Estado elas tambeacutem englobam preferecircncias escolhas e decisotildees
privadas podendo (e devendo) ser controladas pelos cidadatildeos A Poliacutetica Puacuteblica expressa assim a
conversatildeo de decisotildees privadas em decisotildees e accedilotildees puacuteblicas que afetam a todosrdquo
44 Formulaccedilatildeo de Poliacuteticas Puacuteblicas
Para que uma Poliacutetica Puacuteblica seja formulada existe o envolvimento de
diversos fatores sendo os principais a identificaccedilatildeo dos atores e dos reais
interesses que envolvem a inclusatildeo de determinada questatildeo na agenda puacuteblica
para que posteriormente seja regulamentada como Poliacutetica Puacuteblica Para isto eacute
importante que ocorra a mobilizaccedilatildeo de representantes da sociedade civil e do
Estado que discutem os problemas fazem o levantamento das necessidades
para que posteriormente fundamentem suas argumentaccedilotildees Todo este processo
se faz necessaacuterio para que os direitos sociais possam ser regulamentados e no
momento seguinte seja formulada uma Poliacutetica Puacuteblica que expresse com
clareza os interesses e as necessidades de todos os envolvidos (Carvalho 2002)
Os movimentos sociais que na deacutecada de 1980 lutaram pelo fim do
regime autoritaacuterio e pela redemocratizaccedilatildeo da sociedade foram atores sociais
importantes na discussatildeo e definiccedilatildeo das novas formas de organizaccedilatildeo e gestatildeo
das Poliacuteticas Puacuteblicas A descentralizaccedilatildeo dos poderes e das funccedilotildees do Estado eacute
tema recorrente como sinocircnimo de democratizaccedilatildeo Os atores envolvidos
frequumlentemente questionam as poliacuteticas puacuteblicas brasileiras as quais satildeo
atribuiacutedas historicamente as seguintes caracteriacutesticas (Carvalho 2002)
64
SELETIVAS Natildeo possuem grande abrangecircncia isto eacute natildeo atingem a
toda faixa da sociedade que em tese necessitaria de uma determinada poliacutetica
puacuteblica soacute atingindo um pequeno grupo selecionado Um exemplo a ser citado
eacute o caso da Nova Escola pois atinge a uma parcela de escolas que satildeo
selecionadas pelo seu desempenho isto eacute preenchem todos os requisitos
estabelecidos A escola que natildeo se enquadrar nesses moldes padrotildees natildeo
recebe recursos nem a gratificaccedilatildeo dos professores o que acarreta um
desempenho ainda pior no ano seguinte Isto pode ocorrer devido ao perfil das
escolas e de seus alunos serem diferentes natildeo podendo ser julgados da mesma
forma isto se reflete claramente nas aacutereas mais carentes onde devido aos
diversos problemas vividos por esta comunidade o desempenho dos alunos
muitas vezes eacute mais baixo natildeo significando que a escola natildeo esteja cumprindo o
seu papel de ensinar
FRAGMENTADAS Normalmente natildeo satildeo contiacutenuas atuam por um
determinado periacuteodo de tempo e com o passar do tempo simplesmente satildeo
esquecidas Este esquecimento muitas vezes se faz devido agrave falta de recursos
que podem ser oriundos da falta de interesse poliacutetico como tambeacutem da
sociedade que eacute detentora de capital Neste caso podemos tomar como
exemplo o caso dos CIEPS (Centro Integrado de Educaccedilatildeo Puacuteblica) que no seu
projeto original a escola funcionava em regime integral onde os alunos aleacutem de
estudarem participavam de inuacutemeras atividades aleacutem de alimentaccedilatildeo soacute
retornando para casa no fim do dia Este projeto que inicialmente tinha uma
visatildeo de escola ideal com as mudanccedilas poliacuteticas e a falta de recursos para a
sua manutenccedilatildeo foi praticamente extinto tendo hoje em dia algumas poucas
unidades funcionando em regime integral
EXCLUDENTES Excluem entre os excluiacutedos Isto significa que entre os
considerados excluiacutedos as Poliacuteticas Puacuteblicas natildeo atingem a todos excluem a
maioria do grupo Neste caso podemos citar alguns programas sociais nos quais
as pessoas para receber os benefiacutecios precisam ser cadastradas Para isso eacute
necessaacuterio que estas pessoas tenham toda documentaccedilatildeo que nem sempre a
populaccedilatildeo socialmente excluiacuteda natildeo tem condiccedilotildees de possuir
65
SETORIADAS natildeo satildeo amplas atingem somente uma necessidade
e natildeo a um conjunto de necessidades que por muitas vezes estatildeo interligadas
assim como atingem somente alguns setores da sociedade e natildeo a sociedade
como um todo Nesta aacuterea podemos citar como exemplo algumas accedilotildees na
aacuterea de sauacutede Existem poliacuteticas de doaccedilatildeo de remeacutedios mas natildeo existe
investimento na aacuterea de prevenccedilatildeo de doenccedilas como saneamento baacutesico que
eacute uma das maiores causas de doenccedilas nas aacutereas carentes
Os questionamentos desses atores e a incorporaccedilatildeo das vontades da
sociedade nas decisotildees poliacuteticas movimentaram a Assembleacuteia Constituinte de
1988 e resultaram em dois princiacutepios que fundamentaram o processo de
descentralizaccedilatildeo a democratizaccedilatildeo e a participaccedilatildeo
A figura 41 a seguir mostra esquematicamente como se daacute a
formaccedilatildeo de uma Poliacutetica Puacuteblica
66
ESTADO
DIAGNOacuteSTICO DO PROBLEMA
SOCIEDADE
CIVIL
LEVANTAMENTO DAS NECESSIDADES
DIREITOS SOCIAIS
POLIacuteTICAS PUacuteBLICAS
Figura 41 Diagrama esquemaacutetico da formaccedilatildeo de uma poliacutetica puacuteblica
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria a partir de informaccedilotildees citadas neste capiacutetulo
67
45 Aacutereas de Aplicaccedilatildeo das Poliacuteticas Puacuteblicas
Existem diversas aacutereas onde satildeo aplicadas as Poliacuteticas Puacuteblicas das quais
podemos destacar a ciecircncia e tecnologia a econocircmica a social e a
educacional
Poliacuteticas Puacuteblicas da Ciecircncia e Tecnologia
As Poliacuteticas Puacuteblicas da ciecircncia e tecnologia tem como principal objetivo
promover o desenvolvimento cientiacutefico e tecnoloacutegico tendo em foco a soberania
e a independecircncia do paiacutes As bases de uma sociedade minimamente justa
derivam de seu desenvolvimento cientiacutefico e tecnoloacutegico e principalmente da
democratizaccedilatildeo desses avanccedilos e dos acessos a seus benefiacutecios por todos os
cidadatildeos pois natildeo tem sentido um paiacutes possuir grandes avanccedilos tecnoloacutegicos e
cientiacuteficos se isto soacute ficar restrito ao mundo acadecircmico ou cientiacutefico Para estes
avanccedilos terem um real valor devem ser acessiacuteveis agraves diversas camadas da
sociedade atingindo um maior nuacutemero possiacutevel de indiviacuteduos seja de maneira
aplicativa ou mesmo informativa (Amaral 2004)
A ciecircncia deve sempre estar a dispor do humanismo e tem como um dos
seus principais papeacuteis a inclusatildeo social atraveacutes do combate aos desniacuteveis sociais
e regionais que separam a humanidade Satildeo exemplos de Poliacutetica Puacuteblicas
cientiacuteficas e tecnoloacutegicas O desenvolvimento da economia utilizando inovaccedilotildees
e bens e serviccedilos que promovam a substituiccedilatildeo competitiva de importaccedilotildees
para gerar renda e empregos a ampliaccedilatildeo e a formaccedilatildeo de pesquisadores em
aacutereas estrateacutegicas a promoccedilatildeo de articulaccedilotildees de cooperaccedilatildeo entre
Universidades e empresas(Amaral 2004)
Enfim as poliacuteticas Publicas de ciecircncia e tecnologia tem como objetivo
principal agrave popularizaccedilatildeo do conhecimento cientiacutefico e tecnoloacutegico para que
estes sejam reconhecidos como componentes do bem estar social (Amaral
2004)
68
Poliacuteticas Puacuteblicas Sociais
Nas Poliacuteticas Puacuteblicas Sociais a expressatildeo ldquosocialrdquo faz com que esta se decirc
atraveacutes de um conjunto de princiacutepios diretrizes objetivas e normas que
necessitam ser de caraacuteter permanente e o mais abrangente possiacutevel para que
possam orientar a atuaccedilatildeo do poder puacuteblico (Carvalho 2002)
Nos uacuteltimos anos do seacuteculo passado a maioria dos paiacuteses foi marcada por
fortes ajustes econocircmicos o que causou o agravamento dos problemas sociais
que teve como principais fatores
O desemprego estrutural rArr Falta de postos de trabalho suficientes
para todos ou pelo menos para a maioria dos indiviacuteduos em idade
economicamente ativa
As relaccedilotildees trabalhistas precaacuterias rArr Irregularidades cometidas pelos
empregadores como a falta de carteira assinada dos trabalhadores
terceirizaccedilatildeo de matildeo de obra desregulamentaccedilatildeo dos direitos conquistados
etc
As alteraccedilotildees na organizaccedilatildeo familiar rArr Aumento do nuacutemero de
famiacutelias chefiadas por mulheres
Alteraccedilatildeo no ciclo de vida rArr Diminuiccedilatildeo da taxa de mortalidade
infantil e aumento da longevidade pois com o avanccedilo da medicina alguns
problemas de sauacutede que causavam mortes no passado hoje satildeo considerados
relativamente simples e podem ser tratados diminuindo as mortes precoces Este
fato acarreta um aumento expressivo da populaccedilatildeo ativa como tambeacutem o
periacuteodo em que os indiviacuteduos estatildeo ativos
Estes fatores contribuem para um aumento expressivo das necessidades
essenciais para a populaccedilatildeo o que o sistema natildeo consegue suprir pois o nuacutemero
de postos de trabalho natildeo eacute suficiente deixam milhares de pessoas sem acesso
agraves necessidades baacutesicas assim como possibilitam um desrespeito com o
trabalhador Esse cenaacuterio promove o aprofundamento das desigualdades
69
sociais o que gera exclusatildeo social e simultacircnea inclusatildeo marginal de grande
parcela da populaccedilatildeo (Carvalho 2002)
Os problemas citados satildeo apenas alguns exemplos das causas das
desigualdades sociais e da geraccedilatildeo de um grande nuacutemero de indiviacuteduos
excluiacutedos Estes estatildeo agrave margem da sociedade sem acesso ao miacutenimo
necessaacuterio para viverem bem e principalmente ficam privados de terem acesso
a melhores condiccedilotildees de vida
Para tentar mudar este cenaacuterio alguns programas de accedilotildees foram criados
poreacutem na maioria das vezes natildeo satildeo abrangentes satildeo seletivos isto eacute
selecionam alguns dentre todos que precisam Isto significa excluir dentro dos
excluiacutedos Estes programas tambeacutem em muitos casos natildeo satildeo accedilotildees contiacutenuas
e sim temporaacuterias que com o tempo perdem o interesse sejam estes interesses
poliacuteticos pessoais etc Com isto simplesmente satildeo interrompidas deixando muitas
pessoas desamparadas visto que em muitos casos esta parcela carente da
sociedade se torna dependente destas accedilotildees sociais Estes indiviacuteduos estatildeo
sempre agrave mercecirc de novas poliacuteticas geradas por outros interesses
A participaccedilatildeo popular na gestatildeo ldquoda coisa puacuteblicardquo foi consagrada pelo
processo de redemocratizaccedilatildeo do Estado brasileiro ao fundar as bases para a
introduccedilatildeo de algumas experiecircncias que contribuiacuteram para a ampliaccedilatildeo da
esfera puacuteblica no paiacutes entendida como ldquoarenardquo onde as questotildees que atingem
a determinado conjunto da sociedade satildeo expressas debatidas e tematizadas
por atores sociais Tais experiecircncias alteraram significativamente a relaccedilatildeo
Estado-Sociedade na medida em que criaram novos canais de participaccedilatildeo
popular como por exemplo a criaccedilatildeo dos conselhos de poliacuteticas sociais que tecircm
atuado na sua co-gestatildeo Estes conselhos funcionam como instrumentos de
expressatildeo representaccedilatildeo e participaccedilatildeo popular possuindo portanto o desafio
de discutir e deliberar sobre determinados temas buscando consensos e alianccedilas
que definam as agendas puacuteblicas que representem interesses coletivos
(Carvalho 2002)
70
A construccedilatildeo de poliacuteticas Puacuteblicas na aacuterea Social necessita da adoccedilatildeo de
conceitos e praacuteticas inovadores que possam dar suporte teacutecnicondashpoliacutetico uma
vez que estes enunciados natildeo possuem forccedila suficiente para a transformaccedilatildeo
das praacuteticas realizadas na aacuterea social que satildeo tradicionalmente assistencialistas
Sendo assim satildeo accedilotildees que possuem o poder de transformar os direitos dos
indiviacuteduos adquiridos atraveacutes de lutas em simples ajuda ou doaccedilatildeo O que deixa
o indiviacuteduo com a sensaccedilatildeo de gratidatildeo e ateacute na obrigaccedilatildeo de retribuir o favor
o que na visatildeo da autora eacute indesejaacutevel pois em uacuteltima instacircncia praacuteticas
assistencialistas podem se transformar em moeda de troca com fins eleitorais
Poliacuteticas Puacuteblicas Educacionais
As poliacuteticas educacionais muitas vezes se confundem com as poliacuteticas
sociais isto porque quando satildeo criadas muitas vezes satildeo responsaacuteveis pela
inclusatildeo social Com a educaccedilatildeo eacute possiacutevel se obter a melhoria da qualidade de
vida dos indiviacuteduos atraveacutes da diminuiccedilatildeo das diferenccedilas sociais devido agrave
educaccedilatildeo ser responsaacutevel pela igualdade das oportunidades Quando se tem
Poliacuteticas Puacuteblicas que oferecem acesso a uma educaccedilatildeo de qualidade a todos
sem distinccedilatildeo satildeo criados mecanismos para que a competiccedilatildeo ocorra em
igualdade de condiccedilotildees
A Poliacutetica da Educaccedilatildeo tem como principal objetivo a promoccedilatildeo da
cidadania e eacute um instrumento de grande importacircncia para o desenvolvimento a
inserccedilatildeo e a competitividade de todos os indiviacuteduos Isto eacute um fator de muita
importacircncia para o crescimento de qualquer naccedilatildeo principalmente as que estatildeo
em desenvolvimento Se um paiacutes deseja se ver como soberano e sem exclusotildees
precisa desenvolver as ciecircncias humanas naturais exatas tecnoloacutegicas as artes
e todas as linguagens de modo geral o que jaacute se faz possiacutevel atraveacutes da garantia
de uma educaccedilatildeo de qualidade para todos sem distinccedilatildeo Dentro deste tema
ensinos de qualidade existem diversas poliacuteticas de avaliaccedilatildeo do desempenho do
ensino puacuteblico desde a educaccedilatildeo baacutesica ateacute o ensino universitaacuterio
(wwwestadatildeocombr)
71
Dentre essas poliacuteticas podemos destacar a criaccedilatildeo do Fundo de
Manutenccedilatildeo e de Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorizaccedilatildeo do
Magisteacuterio (FUNDEF) que trouxe benefiacutecios principalmente nas regiotildees mais
pobres do paiacutes Outras poliacuteticas educacionais adotadas satildeo as avaliaccedilotildees de
cursos como o Exame Nacional do Ensino Meacutedio (ENEM) e o Exame Nacional de
Cursos (PROVAtildeO) Tais avaliaccedilotildees para serem efetivas necessitariam de virem
acompanhadas de programas consistentes de melhoria de qualidade do ensino
envolvendo a formaccedilatildeo o treinamento contiacutenuo e a valorizaccedilatildeo do professor
inclusive atraveacutes de uma melhor remuneraccedilatildeo a partir de criteacuterios de
desempenho (wwwestadaocombr)
No tocante agrave capacitaccedilatildeo docente o papel das Universidades como
centros de geraccedilatildeo e de difusatildeo de saber torna-se fundamental e muito
importante pois satildeo estas que preparam os professores Aleacutem disso devem
promover a formaccedilatildeo contiacutenua pois a formaccedilatildeo do professor natildeo termina com o
final da graduaccedilatildeo e sim as universidades devem estar sempre oferecendo
cursos de capacitaccedilatildeo para que estes profissionais estejam sempre atualizados
de modo a realizar o seu trabalho com maior eficiecircncia
Os desafios qualitativos e quantitativos da educaccedilatildeo satildeo de tal
magnitude que natildeo podem mais passar despercebidos tanto que necessitam
que seja dada uma importacircncia estrateacutegica para este problema e com isto se
fazer investimentos nesta aacuterea A educaccedilatildeo seja baacutesica ou universitaacuteria deve ser
considerada prioridade e contar com recursos progressivamente maiores
Atualmente a meacutedia de escolaridade dos brasileiros eacute de pouco mais de
quatro anos o que eacute um indicador que demonstra a situaccedilatildeo da desigualdade e
injusticcedila social existente no paiacutes Segundo o Censo da Educaccedilatildeo Superior de
2000 o jovem das camadas mais pobres praticamente natildeo tem acesso agrave
educaccedilatildeo superior Apenas 77 dos jovens entre 18 e 22 anos frequumlentam
cursos Universitaacuterios Cerca de 70 destes estudam em estabelecimentos de
ensino privados que por possuiacuterem custo elevado levam a uma situaccedilatildeo de que
somente uns poucos consigam concluir o curso Para isto nos anos 70 foi criado o
72
Creacutedito Educativo que funciona como uma alternativa poreacutem este sistema natildeo
eacute suficiente para atender agrave grande demanda pois o nuacutemero de alunos assistidos
por este programa eacute muito pequeno em relaccedilatildeo agrave quantidade de jovens em que
este se faz necessaacuterio (www estadaocom br)
Uma alternativa oferecida eacute o PROUNI definido como Programa
Universidade para Todos que foi criado pela MP nordm 2132004 e institucionalizado
pela Lei nordm 11096 de 13 de janeiro de 2005 O programa tem como finalidade a
concessatildeo de bolsas de estudos integrais e parciais a estudantes de baixa renda
em cursos de graduaccedilatildeo e sequumlenciais de formaccedilatildeo especiacutefica em instituiccedilotildees
privadas de educaccedilatildeo superior oferecendo em contrapartida isenccedilatildeo de
alguns tributos agravequelas que aderirem ao Programa
Estes programas funcionam apenas como paliativos dos problemas
educacionais do paiacutes pois o ideal seria um maior investimento na formaccedilatildeo
baacutesica de qualidade na rede puacuteblica para que todos tivessem igualdade de
condiccedilatildeo para ingressar nas Universidades Puacuteblicas
Como forma de poliacutetica de inclusatildeo social foi criada uma lei (nordm36272004)
que aumenta a inserccedilatildeo de jovens carentes e negros nas Universidades Puacuteblicas
isto ocorre atraveacutes das reservas de vagas denominado de SISTEMA DE COTAS
que seraacute tratado detalhadamente no Capiacutetulo 7
No capiacutetulo seguinte seratildeo abordados o histoacuterico e a evoluccedilatildeo da
Educaccedilatildeo Ambiental no Brasil e no mundo
73
Capiacutetulo 5 Histoacuterico e Evoluccedilatildeo da Educaccedilatildeo
Ambiental
51 Definiccedilatildeo
Para se definir Educaccedilatildeo Ambiental natildeo eacute simples e para isto deve-se
fazer uma anaacutelise de vaacuterios contextos pois de acordo com a influecircncia que o
meio exerce e a vivecircncia de cada indiviacuteduo pode-se ter inuacutemeros conceitos para
a Educaccedilatildeo Ambiental (wwwapoemacombr)
Atraveacutes de um levantamento bibliograacutefico vaacuterias definiccedilotildees sobre o tema
Educaccedilatildeo Ambiental foram encontradas e estatildeo apontadas a seguir em ordem
cronoloacutegica
ldquoEacute um processo que tem como objetivo a formaccedilatildeo de cidadatildeos cujos
conhecimentos acerca do ambiente biofiacutesico e seus problemas associados
possam alertaacute-los e habilitaacute-los a resolver seus problemasrdquo (Stapp et alii 1969)
ldquoEacute um processo que consiste em reconhecer valores e em aclarar
conceitos com o objetivo de fomentar aptidotildees e atitudes necessaacuterias para
74
compreender e apreciar as inter-relaccedilotildees entre o homem sua cultura e seu meio
biofiacutesico Ela compreende tambeacutem a praacutetica na tomada de decisotildees e na
elaboraccedilatildeo de um coacutedigo de comportamento acerca das questotildees
relacionadas com a qualidade do meio ambienterdquo (Reuniatildeo Internacional sobre
EA da IUCN ndash Paris 1970)
ldquoA finalidade da Educaccedilatildeo Ambiental eacute formar uma populaccedilatildeo mundial
consciente e preocupada com o ambiente e os problemas com ele
relacionados e que possua conhecimentos capacidades atitudes a motivaccedilatildeo
e compromisso para colaborar individual coletivamente na resoluccedilatildeo de
problemas atuais na prevenccedilatildeo de problemas futurosrdquo( Conferecircncia de
Estocolmo 1972)
ldquoEacute um processo no qual deveria ocorrer o desenvolvimento progressivo de
um senso de preocupaccedilatildeo com o meio ambiente baseado em um completo e
sensiacutevel entendimento de relaccedilatildeo do homem com o meiordquo (Mellowes C 1972)
ldquoEgrave uma dimensatildeo dada ao conteuacutedo e a praacutetica da Educaccedilatildeo orientada
para a soluccedilatildeo dos problemas concretos do meio ambiente atraveacutes de enfoques
interdisciplinares e de uma participaccedilatildeo ativa e responsaacutevel de cada indiviacuteduo e
da coletividaderdquo(Conferecircncia de Tbilisi 1977)
ldquoA Educaccedilatildeo Ambiental tem sido entendida e desenvolvida enquanto
educaccedilatildeo sobre o ambiente educaccedilatildeo no ambiente educaccedilatildeo para o
ambiente e pelas classes formadas pelas possiacuteveis combinaccedilotildees entre as trecircs
categorias A Educaccedilatildeo sobre o ambiente procura desenvolver o conhecimento
e a compreensatildeo incluindo as capacidades necessaacuterias para obter este
conhecimento A educaccedilatildeo para ambiente procura a preservaccedilatildeo ou melhoria
do ambiente Ambas satildeo caracterizadas pelos seus objetivos Por outro lado a
educaccedilatildeo no ambiente caracteriza-se por ser uma teacutecnica de ensino ndash
aprendizagem e o termo ambiente geralmente significa o mundo fora da sala de
aula ou de uma forma geral o contexto natural eou social em que as pessoas
vivemrdquo (Lucas 1980)
75
ldquoEacute um processo permanente no qual os indiviacuteduos e a comunidade tomam
consciecircncia do seu ambiente e adquirem conhecimentos habilidades
experiecircncias valores e a determinaccedilatildeo que os tornam capazes de agir individual
ou coletivamente na busca de soluccedilotildees para os problemas ambientais presentes
e futurosrdquo(UNESCO 1987)
ldquoEacute o processo de reconhecer valores e aclarar conceitos para criar
habilidades e atitudes necessaacuterias que sirvam para compreender e apreciar a
relaccedilatildeo muacutetua entre o homem sua cultura e seu meio circundante biofiacutesico A
educaccedilatildeo ambiental tambeacutem incluiu a praacutetica de tomar decisotildees e autoformular
um coacutedigo de comportamento com relaccedilatildeo agraves questotildees que concernem agrave
qualidade ambientalrdquo (Gonccedilalvez 1990)
ldquoA Educaccedilatildeo Ambiental natildeo deve ser entendida como um tipo especial
de educaccedilatildeo Trata-se de um processo longo e contiacutenuo de aprendizagem de
uma filosofia de trabalho participativo em que todos famiacutelia escola e
comunidade devem estar envolvidos O processo de aprendizagem de que trata
a educaccedilatildeo ambiental natildeo pode ficar restrito exclusivamente agrave transmissatildeo de
conhecimentos agrave heranccedila cultural do povo agraves geraccedilotildees mais novas ou agrave simples
preocupaccedilatildeo com a formulaccedilatildeo integral do educando inserindo em seu
contexto social Deve ser um processo de aprendizagem centrado no aluno
gradativo contiacutenuo e respeitador de sua cultura e de sua comunidade Deve ser
um processo criacutetico criativo e poliacutetico com preocupaccedilatildeo de transmitir
conhecimentos a partir da discussatildeo e avaliaccedilatildeo critica dos problemas
comunitaacuterios e tambeacutem da avaliaccedilatildeo feita pelo aluno de sua realidade
individual e social na comunidade em que viverdquo (Gonccedilalves 1990)
ldquoA educaccedilatildeo ambiental se caracteriza por incorporar as dimensotildees soacutecio-
econocircmica poliacutetica cultural e histoacuterica natildeo podendo se basear em pautas
riacutegidas e de aplicaccedilatildeo universal devendo considerar as condiccedilotildees e estaacutegios de
cada paiacutes regiatildeo e comunidade sob uma perspectiva histoacuterica Assim sendo a
Educaccedilatildeo Ambiental deve permitir a compreensatildeo da natureza complexa do
meio ambiente e interpretar a interdependecircncia entre os diversos elementos que
76
conformam o ambiente com vistas a utilizar racionalmente os recursos do meio
na satisfaccedilatildeo material e espiritual da sociedade no presente e no
futurordquo(Conferecircncia Rio 92)
ldquoEacute o conhecimento das estruturas de composiccedilatildeo e da funcionalidade
da natureza das interferecircncias do que o homem produziu sobre esta estrutura
essa composiccedilatildeo e essa funcionalidaderdquo (Faria 1992)
ldquoEacute um processo de formaccedilatildeo e informaccedilatildeo orientado para o
desenvolvimento da consciecircncia criacutetica sobre as questotildees ambientais e de
atividades que levem agrave participaccedilatildeo das comunidades na preservaccedilatildeo do
equiliacutebrio ambientalrdquo (Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA)
ldquoEacute um processo por meio do qual o indiviacuteduo e a coletividade constroem
valores sociais conhecimentos habilidades atitudes e competecircncias voltadas
para a conservaccedilatildeo do Meio Ambiente bem de uso comum do povo essencial
agrave sadia qualidade de vida e sua sustentabilidaderdquo (Art1ordm Lei Federal nordm9795 de
27041999)
ldquoEacute o processo educacional de estudos e aprendizagem dos problemas
ambientais e suas interligaccedilotildees com o homem na busca de soluccedilotildees que visem a
preservaccedilatildeo do meio ambienterdquo (Santos1999)
ldquoEacute um processo que envolve um vigoroso esforccedilo de recuperaccedilatildeo de
realidades e que garante um compromisso com o futuro Uma accedilatildeo entre
missionaacuteria utoacutepica destinada a reformular comportamentos humanos e recriar
valores perdidos ou jamais alcanccedilados Trata-se de um novo ideaacuterio
comportamental tanto no acircmbito individual quanto no coletivordquo (Aziz Abrsquo Saber)
ldquoEacute um processo no curso do qual o indiviacuteduo consegue assimilar os
conceitos e interiorizar as atitudes mediante as quais adquire as capacidades e
os comportamentos que lhe permitem compreender e julgar as relaccedilotildees de
interdependecircncia estabelecidas entre a sociedade com seu modo de
produccedilatildeo sua ideologia e sua estrutura de poder dominante e seu meio
77
biofiacutesico assim como para atuar em consequumlecircncia da anaacutelise efetuadardquo (Cantildeal
Garcia Porlaacuten)
Com as inuacutemeras definiccedilotildees para Educaccedilatildeo Ambiental observa-se que
cada oacutergatildeo ou membro da Sociedade tem uma visatildeo de Educaccedilatildeo Ambiental
que vai variar no ponto de interesse de cada um
Para alguns indiviacuteduos falar sobre os problemas do Meio Ambiente eacute se
restringir aos assuntos relacionados agrave extinccedilatildeo de organismos vivos como animais
e plantas Atualmente a Educaccedilatildeo Ambiental eacute colocada em uma posiccedilatildeo
mais realista e esclarecedora na qual define como Meio Ambiente tudo que
compotildee a paisagem Deste modo Meio Ambiente pode ser classificado de
diversas formas como Meio Ambiente natural que eacute a natureza com toda sua
diversidade Meio Ambiente fiacutesico que satildeo as edificaccedilotildees estradas etc e Meio
Ambiente social que eacute formado pelas pessoas que compotildeem a Sociedade
(Carvalho 2002)
Com base nestas definiccedilotildees se pode afirmar que a Educaccedilatildeo Ambiental
funciona como uma base na busca de um equiliacutebrio entre o homem e o
ambiente que o cerca e o seu objetivo fundamental eacute suscitar mudanccedilas de
comportamento na sociedade Os indiviacuteduos devem construir enquanto grupo
social valores novos conhecimentos atitudes e habilidades indispensaacuteveis para a
conservaccedilatildeo do meio ambiente que eacute um patrimocircnio coletivo essencial para a
vida saudaacutevel (ALERJ 1999)
Para que o equiliacutebrio possa ser atingido existe a necessidade da
construccedilatildeo dos pilares de uma Sociedade Sustentaacutevel onde cada sistema social
tende a atualizar-se de modo a incorporar a dimensatildeo ambiental em suas
respectivas especificidades a partir do fornecimento de meios adequados para
a transiccedilatildeo em direccedilatildeo a sustentabilidade Assim o Sistema Juriacutedico cria o
ldquoDireito Ambientalrdquo o Sistema Cientiacutefico desenvolve a ldquoCiecircncia Complexardquo o
Sistema Tecnoloacutegico cria a ldquoTecnologia Eco eficienterdquo o Sistema Econocircmico
potencializa uma ldquoEconomia Ecoloacutegicardquo o Sistema poliacutetico oferece uma ldquoPoliacutetica
78
Verderdquo e o Sistema Educacional fornece a ldquoEducaccedilatildeo Ambientalrdquo Cabe a cada
sistema social desenvolver condiccedilotildees especiacuteficas que favoreccedilam as muacuteltiplas
dimensotildees da Sustentabilidade (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)
Dentro deste contexto de sistemas sociais que possuem o poder e o dever
de promover as mudanccedilas na aacuterea ambiental destaca-se o Sistema
Educacional pois este eacute o responsaacutevel pela construccedilatildeo dos fundamentos da
Sociedade Sustentaacutevel capaz de promover as mudanccedilas atraveacutes de duas
funccedilotildees ldquoMudanccedilas Culturaisrdquo com a informaccedilatildeo e promoccedilatildeo da eacutetica
ecoloacutegica e as ldquoMudanccedilas Sociaisrdquo atraveacutes da valorizaccedilatildeo dos indiviacuteduos grupos
e sociedades que muitas vezes se encontram em maacutes condiccedilotildees de enfrentar os
desafios dos novos tempos
52 Histoacuterico
Alguns autores mencionam que a Educaccedilatildeo Ambiental teve iniacutecio apoacutes a
Segunda Guerra Mundial onde fez emergir com maior ecircnfase os estudos do meio
ambiente e a importacircncia de uma educaccedilatildeo especiacutefica para este fim Para
outros a Educaccedilatildeo Ambiental eacute anterior a este periacuteodo mesmo que de forma
inconsciente sem maiores pretensotildees (Ministeacuterio do meio Ambiente 2004)
Na verdade natildeo se pode definir com exatidatildeo o momento onde tem iniacutecio
a histoacuteria da Educaccedilatildeo Ambiental tanto no Brasil como no mundo Na verdade a
Educaccedilatildeo Ambiental sempre esteve presente desde a antiguidade e ateacute se
pode mencionar que a histoacuteria teve iniacutecio no momento em que os primeiros
habitantes da terra comeccedilaram a se incomodar com o seu entorno isto eacute com
seus dejetos onde a presenccedila deles comeccedilou a causar desconforto Neste
momento se comeccedilou a pensar como eliminar estes dejetos para melhorar a
qualidade do ambiente em que viviam (Abreu 2000)
Partindo deste principio admiti-se que a evoluccedilatildeo da Educaccedilatildeo
Ambiental se deu atraveacutes de fatos ou acontecimentos que levaram as pessoas a
pensarem e tomarem iniciativas que levassem a melhorar as condiccedilotildees do
79
ambiente em que viviam ou para evitar que problemas maiores pudessem surgir
no futuro que pudessem comprometer a qualidade de vida das futuras
geraccedilotildees Baseados neste princiacutepio destacam-se alguns fatos ocorridos no Brasil
e no mundo que foram marcantes para a histoacuteria da Educaccedilatildeo Ambiental
SEacuteCULO XIX
1808 Criaccedilatildeo do Jardim Botacircnico no Rio de Janeiro Em 13 de junho
de 1808 foi criado o Jardim de Aclimataccedilatildeo que serviria para aclimatar as
especiarias vindas das Iacutendias Orientais Foi criado por DJoatildeo Priacutencipe Regente
na eacutepoca que era encantado com a exuberacircncia da natureza do lugar As
primeiras espeacutecies de plantas trazidas para o Jardim vieram das Ilhas Mauriacutecio do
Jardim Pamplemousse por Luiz de Abreu Vieira e Silva (wwwjbrjgovbr)
1850 Lei 601 de Dom Pedro II proibindo a exploraccedilatildeo florestal nas
terras devolutas isto eacute as que natildeo se acharem aplicadas a algum uso puacuteblico
nacional provincial ou municipal A lei determinava a proibiccedilatildeo de derrubada de
matas e o atear fogo Poreacutem a lei foi ignorada continuando o desmatamento
para implantaccedilatildeo da monocultura de cafeacute (wwwjusticcedilaspgovbr)
1869 Ernenst Haeckel propotildee o vocaacutebulo ldquoecologiardquo para estudos das
relaccedilotildees entre as espeacutecies e seu ambiente (wwwambientebrasilcombr)
1872 Criaccedilatildeo do primeiro parque nacional do mundo ldquoYellowstonerdquo
USA Sua fundaccedilatildeo em 1872 ocorreu numa eacutepoca em que ecologia e ambiente
estavam longe de ser preocupaccedilotildees cotidianas Mas graccedilas agraves pressotildees
exercidas pelo naturalista Ferdinand Hayden do departamento de pesquisas
geoloacutegicas dos Estados Unidos Yellowstone inaugurou o conceito de parque
nacional (www2uolcombrcaminhosdaterra reportagens)
1876 Andreacute Rebouccedilas sugere a criaccedilatildeo de parques nacionais na Ilha
de Bananal e em Sete Quedas (wwwcefleorgbr)
80
1896 Foi criado o primeiro parque estadual em Satildeo Paulo Parque da
Cidade (wwwcefleorgbr)
SEacuteCULO XX
1920 O pau Brasil eacute considerado extinto devido agrave exploraccedilatildeo
irresponsaacutevel e ao desmatamento da Mata Atlacircntica floresta onde ele nascia
normalmente Hoje eacute artigo raro nas florestas brasileiras mas na eacutepoca do
descobrimento era tatildeo abundante que a planta acabou dando nome ao nosso
paiacutes (wwwcanalkidscombrmeioambiente)
1932 Realiza-se no Museu Nacional a primeira Conferecircncia Brasileira de
Proteccedilatildeo agrave Natureza (wwwambientebrasilcombr)
1934 Decreto 23793 transforma em Lei o Anteprojeto de Coacutedigo
Florestal(Brasil1934)
1937 Cria-se o Parque Nacional de Itatiaia Pioneiro foi a primeira aacuterea
do paiacutes a oficialmente se constituir em Unidade de Conservaccedilatildeo procurando-se
com isso preservar seu rico patrimocircnio bioacutetico e geomorfoloacutegico
(wwwmregovbr) (wwwparqueitatiaiacombr)
1939 O Parque Nacional do Iguaccedilu (PNI) foi criado em 10 de janeiro
de 1939 e tombado pela UNESCO como Patrimocircnio da Humanidade em 1986 por
ser a uacuteltima grande amostra do Domiacutenio da Mata Atlacircntica que cobre grande
parte da bacia do Prata(wwwunbbr)
1947 Eacute Fundado na Suiacuteccedila a UICN-Uniatildeo Internacional para a
Conservaccedilatildeo da Natureza que eacute uma Organizaccedilatildeo Internacional que congrega
instituiccedilotildees governamentais e natildeo governamentais em volta da problemaacutetica da
integridade e diversidade da natureza (wwwambientebrasilcombr)
1952 Em Londres no ano de 1952 houve um episoacutedio grave Os efeitos
de uma ldquoneacutevoa negrardquo comeccedilaram a se manifestar atraveacutes da proliferaccedilatildeo de
81
diversas moleacutestias contraiacutedas principalmente pelos habitantes que sofriam de
problemas pulmonares e circulatoacuterios Foram constatadas na semana seguinte
ao episoacutedio quatro mil mortes a mais do que esperado
(wwweducaccedilatildeopublicarjgovbr)
1962 Publicaccedilatildeo da ldquoPrimavera Silenciosardquo por Rachel Louise Carson
escritora cientista e ecologista norte-americana Deve-se a ela o livro que
marcou o iniacutecio da revoluccedilatildeo ecoloacutegica nos Estados Unidos The Silent Spring (A
Primavera Silenciosa) o qual relata os efeitos da maacute utilizaccedilatildeo dos pesticidas e
inseticidas quiacutemico-sinteacuteticos alertando sobre as consequumlecircncias danosas de
inuacutemeras accedilotildees humanas sobre o ambiente trazendo uma seacuterie de advertecircncias
sobre o meio ambiente Ainda hoje a obra eacute considerada uma das mais
importantes do seacuteculo ajudando a desencadear uma mudanccedila de postura dos
EUA e de outros paiacuteses do mundo em relaccedilatildeo aos pesticidas e
poluentes(wwwgeocitiescombr) (wwwambientebrasilcombr)
1965 Em marccedilo de 1965 na Conferecircncia de Educaccedilatildeo da
Universidade de Keele na Inglaterra colocou-se pela primeira vez a expressatildeo
Educaccedilatildeo Ambiental com a recomendaccedilatildeo de que ela deveria se tornar uma
parte essencial de educaccedilatildeo de todos os cidadatildeos(wwwmmagovbr)
(wwwjornaldomeioambientecombr)
1968 Fundaccedilatildeo do Clube de Roma Fundado pelo industrial italiano
Aureacutelio Peccei e pelo quiacutemico inglecircs Alexander King agregando empresaacuterios
poliacuteticos cientistas sociais Um grupo de especialistas de vaacuterias aacutereas passou a se
reunir regularmente com a preocupaccedilatildeo de discutir a crise atual e futura da
humanidade (wwwsenacbr) (wwwambientespgov)
1970 Entidade relacionada agrave revista britacircnica The Ecologist elabora o
ldquoManifesto para Sobrevivecircnciardquo onde insistiam que um aumento indefinido de
demanda natildeo pode ser sustentado por recursos finitos (wwwmecgovbr)
82
1971 Cria-se no Rio Grande do Sul a associaccedilatildeo gauacutecha de proteccedilatildeo
ao Ambiente Natural Fundada em 27 de abril de 1971 em Porto Alegre atraveacutes
da figura de Joseacute Lutzenberger encontrava uma ressonacircncia na miacutedia local e
nacional e junto aos meios universitaacuterios Pensadores e liacutederes ambientalistas
perceberam que harmonizar civilizaccedilatildeo industrial e natureza era um desafio que
exigiria uma revoluccedilatildeo cultural econocircmica e social sem precedentes(
wwwagirazulcombr)
1972 Publicaccedilatildeo do Relatoacuterio ldquoOs Limites do Crescimentordquo ndash Clube de
Roma Na visatildeo de Freire Dias o embriatildeo dessa medida foi gerado a partir do
relatoacuterio elaborado em 1968 e publicou um relatoacuterio denominado The limits of
growth (Os limites do crescimento econocircmico) onde se condenava a partir de
estudos sobre os modelos de desenvolvimento adotados a busca incessante do
crescimento da economia a qualquer custo e a meta de se tornaacute-la cada vez
maior mais rica e poderosa sem levar em conta o custo final desse crescimento
As vaacuterias anaacutelises contidas no referido relatoacuterio convergiam para o alerta sobre o
perigo do crescente consumo das sociedades modernas que se mantido no
ritmo atual levaria a humanidade a um limite de crescimento possivelmente a
um colapso Esse relatoacuterio apesar de rejeitado pelos poliacuteticos da eacutepoca foi
levado agrave Conferecircncia de Estocolmo em cujo foacuterum aprovou-se a
Recomendaccedilatildeo nordm 96 que reconhecia o desenvolvimento da Educaccedilatildeo
Ambiental como elemento criacutetico para o combate agrave crise ambiental do mundo
moderno (wwwsenaccombr)
Conferecircncia de Estocolmo ndash Em julho de 1972 na Sueacutecia onde
113 paiacuteses 90 dos quais pertenciam ao grupo dos paiacuteses em desenvolvimento
onde apenas 16 deles possuiacuteam entidades de proteccedilatildeo ambiental se reuniram
na Conferecircncia sobre o Meio Ambiente Humano Foi a primeira reuniatildeo
ambiental global que viria a acrescentar definitivamente agraves questotildees prioritaacuterias
discutidas pela ONU criada em 1945 - a paz os direitos humanos e o
desenvolvimento com igualdade - o tema da seguranccedila ecoloacutegica Desse modo
a Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas sobre Meio Ambiente Humano mundialmente
conhecida como Conferecircncia de Estocolmo passou a ser o marco de referecircncia
83
para as discussotildees sobre o que na sequumlecircncia viria a constituir-se numa das
questotildees mais complexas e mais cruciais da histoacuteria recente da humanidade ou
seja a questatildeo do desenvolvimento sustentaacutevel Ela chamou a atenccedilatildeo do
mundo para a gravidade da situaccedilatildeo nesse setor
(wwwmregovbr)(wwwagirazulcombr) (wwwcomcienciabr)
Universidade Federal de Pernambuco inicia uma campanha de
reintroduccedilatildeo do pau brasil considerado extinto em 1920
(wwwambientebrasilcombr)
Ainda como resultado da Conferecircncia de Estocolmo neste
mesmo ano a ONU criou um organismo denominado Programa das Naccedilotildees
Unidas para o Meio Ambiente - PNUMA sediado em Nairobi (wwwmecgovbr)
A Universidade Federal do Rio Grande do Sul criou o primeiro
curso de poacutes-graduaccedilatildeo em Ecologia do paiacutes (wwwmecgovbr)
1973 Registro Mundial de Programas em Educaccedilatildeo Ambiental-USA
(wwwambientebrasilcombr)
Cria-se a Secretaria Especial do Meio Ambiente SEMA pelo
Decreto nordm 73030 de 30 de outubro de 1973 que entre outras atividades
comeccedilou a fazer Educaccedilatildeo Ambiental e se propocircs a discutir junto agrave opiniatildeo
puacuteblica a questatildeo ambiental fazendo com que as pessoas se preocupassem
mais com o meio ambiente e evitassem atitudes predatoacuterias Vaacuterias medidas
legais foram tomadas posteriormente com o objetivo de preservar e conservar os
recursos ambientais e de controlar as diversas formas de poluiccedilatildeo A SEMA
dedicou-se a defender dois grandes objetivos estar atenta agrave poluiccedilatildeo
principalmente a de caraacuteter industrial mais visiacutevel e proteger a natureza
(wwwibamagovbr)
1974 Seminaacuterio de Educaccedilatildeo Ambiental em Jammi Finlacircndia - Esse
seminaacuterio considerou que a Educaccedilatildeo Ambiental permite alcanccedilar os objetivos
de proteccedilatildeo ambiental e que natildeo se trata de um ramo da ciecircncia ou uma
84
mateacuteria de estudos separada mas de uma accedilatildeo integral permanente
(wwwprgovbrmeioambiente)
1975 Congresso de Belgrado - Estabeleceu as metas e os princiacutepios da
Educaccedilatildeo Ambiental presentes na chamada Carta de Belgrado onde tambeacutem
se propusera que a Educaccedilatildeo Ambiental deveria ser contiacutenua multidisciplinar
integrada agraves diferenccedilas e voltada para os interesses nacionais
(wwwprgovbrmeioambiente)
Programa Internacional de Educaccedilatildeo Ambiental ndash PIEA- Criado
pela UNESCO o Programa Internacional de Educaccedilatildeo Ambiental e ateacute os dias
de hoje tem continuamente atuado na EA internacional e regionalmente O PIEA
manteacutem uma base de dados com informaccedilotildees sobre instituiccedilotildees de EA em todo
o mundo aleacutem de projetos e eventos que envolvem estudantes professores e
administradores (wwwambientespgov)
1976 Reuniatildeo Sub-regional de EA para o ensino secundaacuterio em
Chosica Peru Nesse foacuterum as questotildees ambientais na Ameacuterica Latina foram
relacionadas agraves necessidades de sobrevivecircncia e aos direitos humanos de seus
povos (wwwambientebrasilcombr)
Congresso de Educaccedilatildeo Ambiental Brasarville na Aacutefrica o qual
reconheceu que a pobreza eacute o maior problema ambiental
(wwwambientebrasilcombr)
A SEMA a Fundaccedilatildeo Educacional do Distrito Federal e a
Universidade de Brasiacutelia realizaram o primeiro curso de Extensatildeo para professores
do 1o Grau em Ecologia (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)
1977 A SEMA constitui um grupo de trabalho para elaboraccedilatildeo de um
documento de Educaccedilatildeo Ambiental para definir seu papel no contexto brasileiro
(Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)
85
Seminaacuterios Encontros e debates preparatoacuterios agrave Conferecircncia de
Tbilisi satildeo realizados pela FEEMA-RJ (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)
No Brasil o Conselho Federal de Educaccedilatildeo tornou obrigatoacuteria a
disciplina Ciecircncias Ambientais nos cursos de Engenharia (wwwmecgovbr)
Conferecircncia de Tbilisi realizada em 1977 na Geoacutergia ex-Uniatildeo
Sovieacutetica Foi deste encontro que saiacuteram as definiccedilotildees os objetivos os princiacutepios e
as estrateacutegias para a Educaccedilatildeo Ambiental que ateacute hoje satildeo adotadas
mundialmente Para que se chegasse a recomendaccedilotildees tatildeo duradouras foram
necessaacuterios vaacuterios anos de preparo Os proacuteprios organizadores do evento de Tbilisi
reconheceram que ele foi um prolongamento da Conferecircncia de Estocolmo de
1972 onde a Educaccedilatildeo Ambiental passou a ser considerada como campo de
accedilatildeo pedagoacutegica adquirindo relevacircncia e vigecircncia internacional
(wwwprgovbrmeioambiente)
1978 Nos cursos de Engenharia Sanitaacuteria inserem-se as disciplinas de
Saneamento Baacutesico e Saneamento Ambiental (wwwambientebrasilcombr)
1979 O MEC e a CETESB SP publicam o documento ldquoEcologia uma
Proposta para o Ensino de 1o e 2o Grausrdquo (wwwjornaldomeioambientecombr)
Encontro Regional de Educaccedilatildeo Ambiental para Ameacuterica Latina
em San Joseacute Costa Rica(wwwambientebrasilcombr)
1980 Seminaacuterio Regional Europeu sobre EA para Europa e Ameacuterica do
Norte o qual assinala a importacircncia do intercacircmbio de informaccedilotildees e
experiecircncias (wwwambientebrasilcombr)
Seminaacuterio Regional sobre EA nos Estados Aacuterabes Manama
Bahrein (UNESCO-PNUMA 1980)
1981 Lei Nordm 6938 de 31 de Agosto de 1981 dispotildee sobre a Poliacutetica
Nacional do Meio Ambiente (Brasil 1981)
86
1983 Por decisatildeo da Assembleacuteia Geral da ONU foi criada a Comissatildeo
Mundial de Meio Ambiente e Desenvolvimento ndash CMMAD presidida pela entatildeo
primeira ministra da Noruega Gro Harlem Brundtland Tinha como objetivo
analisar a interface entre a questatildeo ambiental e o desenvolvimento assim como
propor um plano de accedilotildees (wwwambientespgovbr)
1984 Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) apresenta uma
resoluccedilatildeo estabelecendo diretrizes para a Educaccedilatildeo Ambiental que natildeo eacute
tratada (wwwambientebrasilcombr)
1985 Parecer 81985 do MEC reforccedila a necessidade da inclusatildeo de
conteuacutedos ecoloacutegicos ao longo do processo de formaccedilatildeo do ensino de 1ordm e 2ordm
graus integrados a todas as aacutereas do conhecimento de forma sistematizada e
progressiva possibilitando a ldquoformaccedilatildeo da consciecircncia ecoloacutegica do futuro
cidadatildeordquo (wwwmecgovbr)
1986 A SEMA junto com a Universidade Nacional de Brasiacutelia organiza o
primeiro Curso de Especializaccedilatildeo em Educaccedilatildeo Ambiental (1986 a 1988)
(Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)
1987 O MEC aprova o Parecer 22687 do conselheiro Arnaldo Niskier
em relaccedilatildeo agrave necessidade de inclusatildeo da Educaccedilatildeo Ambiental nos curriacuteculos
escolares de 1o e 2o Graus O Plenaacuterio do Conselho Federal de Educaccedilatildeo
aprovou por unanimidade a conclusatildeo da Cacircmara de Ensino a respeito do
parecer 22687 que considerava necessaacuteria a inclusatildeo da Educaccedilatildeo Ambiental
dentre os conteuacutedos a serem explorados nas propostas curriculares das escolas
de 1ordm e 2ordm graus bem como sugeria a criaccedilatildeo de Centros de Educaccedilatildeo
Ambiental (wwwmecgovbr)
Estrateacutegia Internacional de accedilatildeo em mateacuteria de educaccedilatildeo e
formaccedilatildeo ambiental para o dececircnio de 90 - documento final do Congresso
Internacional sobre Educaccedilatildeo e Formaccedilatildeo Relativas ao Meio-ambiente realizado
em 1987 em Moscou Ruacutessia promovido pela UNESCO Ressalta a importacircncia da
87
formaccedilatildeo de recursos humanos nas aacutereas formais e natildeo formais da EA e na
inclusatildeo da dimensatildeo ambiental nos curriacuteculos de todos os niacuteveis
(wwwmecgovbr)
Paulo Nogueira Neto Primeiro secretaacuterio da Secretaria Especial
do Meio Ambiente (1974-1986) representa o Brasil na Comissatildeo Brundtland -
Comissatildeo Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento tambeacutem
conhecida como Comissatildeo Brundtland Essa comissatildeo produziu um relatoacuterio de
grande repercussatildeo internacional tendo sido usado inclusive como base para a
Agenda 21 Esse relatoacuterio da Comissatildeo Brundtland diz que desenvolvimento
sustentaacutevel ldquoeacute aquele que atende agraves necessidades do presente sem
comprometer a possibilidade de as geraccedilotildees futuras atenderem as suas proacuteprias
necessidadesrdquo (wwwibgegovbr)
Divulgaccedilatildeo do Relatoacuterio da Comissatildeo Brundtland Nosso Futuro
Comum A Comissatildeo Brundtland circulou o mundo e encerrou seus trabalhos em
1987 com um relatoacuterio chamado ldquoNosso Futuro Comumrdquo E eacute nesse relatoacuterio que
se encontra a definiccedilatildeo de desenvolvimento sustentaacutevel mais aceita e difundida
em todo o Planeta ldquoDesenvolvimento sustentaacutevel eacute aquele que atende agraves
necessidades do presente sem comprometer a possibilidade das geraccedilotildees futuras
satisfazerem suas proacuteprias necessidadesrdquo Segundo a Comissatildeo o desafio era
trazer as consideraccedilotildees ambientais para o centro das tomadas de decisotildees
econocircmicas e para o centro do planejamento futuro nos diversos niacuteveis local
regional e global (wwwmregovbr)
Congresso Internacional da UNESCO ndash PNUMA sobre Educaccedilatildeo
e Formaccedilatildeo Ambiental - Moscou Realizou a avaliaccedilatildeo dos avanccedilos desde Tbilisi
reafirmou os princiacutepios de Educaccedilatildeo Ambiental e assinalou a importacircncia e
necessidade da pesquisa e da formaccedilatildeo em Educaccedilatildeo Ambiental
(wwwambientebrasilcombr)
88
1988 Declaraccedilatildeo de Caracas ORPAL - PNUMA Sobre Gestatildeo
Ambiental na Ameacuterica a qual denuncia a necessidade de mudar o modelo de
desenvolvimento (wwwprgovbr)
A Constituiccedilatildeo Brasileira de 1988 em Art 225 no Capiacutetulo VI - Do
Meio Ambiente Inciso VI destacou a necessidade de lsquorsquopromover a Educaccedilatildeo
Ambiental em todos os niacuteveis de ensino e a conscientizaccedilatildeo puacuteblica para a
preservaccedilatildeo do meio ambientersquorsquo Para cumprimento dos preceitos
constitucionais leis federais decretos constituiccedilotildees estaduais e leis municipais
determinaram a obrigatoriedade da Educaccedilatildeo Ambiental(Brasil 1988)
Fundaccedilatildeo Getuacutelio Vargas traduz e publica o Relatoacuterio
Brundtland Nosso Futuro Comum (wwwprgovbr)
A Secretaria de Estado do Meio Ambiente de SP e a CETESB
publicam a ediccedilatildeo piloto do livro ldquoEducaccedilatildeo Ambientalrdquo Guia para professores
de 1o e 2o Graus (wwwnossoambienteonlinehpgigcombr)
1989 Criaccedilatildeo do IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente) pela
fusatildeo da SEMA SUDEPE SUDEHVEA e IBDF - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e
dos Recursos Naturais Renovaacuteveis uma autarquia federal foi criado pela Lei
773589 vinculado ao Ministeacuterio do Meio Ambiente ndash MMA sendo responsaacutevel
principalmente pela execuccedilatildeo da Poliacutetica Nacional do Meio Ambiente e
desenvolve atividades para a preservaccedilatildeo e conservaccedilatildeo do patrimocircnio natural
exercendo o controle e a fiscalizaccedilatildeo sobre o uso dos recursos naturais Nele
funciona a Divisatildeo de Educaccedilatildeo Ambiental com a missatildeo de promover a
conscientizaccedilatildeo de todos para a utilizaccedilatildeo racional dos recursos naturais
incentivando o desenvolvimento sustentaacutevel visando agrave preservaccedilatildeo do meio
ambiente para as geraccedilotildees futuras (wwwgeocitiesyahoocombribamapr)
Programa de Educaccedilatildeo Ambiental em Universidade Aberta da
Fundaccedilatildeo Demoacutecrito Rocha por meio de encartes nos jornais de Recife e
Fortaleza (wwwprgovbr)
89
Primeiro Encontro Nacional sobre Educaccedilatildeo Ambiental no Ensino
Formal IBAMA UFRPE Recife (wwwprgovbr)
Criou-se o Fundo Nacional de Meio Ambiente (FNMA) no
Ministeacuterio do Meio Ambiente MMA Criado pela Lei 7797 de 10 de julho de 1989
O FNMA tem por missatildeo contribuir como agente financiador e por meio da
participaccedilatildeo social para a implementaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional do Meio
Ambiente (PNMA) Desde sua criaccedilatildeo o FNMA apoacuteia projetos ambientais em todo
o paiacutes tendo investido mais de cem milhotildees de reais distribuiacutedos entre mais de mil
projetos aprovados (wwwmmagovbr)
Primeiro Seminaacuterio sobre materiais para a Educaccedilatildeo Ambiental
ORLEAC - UNESCO - PIEA Santiago Chile (wwwprgovbr)
Declaraccedilatildeo de HAIA preparatoacuterio da RIO 92 aponta a
importacircncia da cooperaccedilatildeo internacional nas questotildees
ambientais(wwwambientebrasilcombr)
1990 Conferecircncia Mundial sobre Ensino para Todos Satisfaccedilatildeo das
necessidades baacutesicas de aprendizagem em Jomtien Tailacircndia Destaca o
conceito de Analfabetismo Ambiental O analfabetismo ambiental levou a
espeacutecie humana a produzir essas pressotildees insuportaacuteveis sobre os sistemas naturais
Estamos vivendo de retiradas contiacutenuas de uma poupanccedila na qual natildeo fazemos
nenhum depoacutesito ldquoO analfabetismo ambiental eacute o mais difiacutecil de ser erradicado
pois atinge ateacute pessoas com vaacuterios anos de escolaridade que continuam
ateando fogo nas folhas secas em seus quintais natildeo reciclando o lixo e natildeo
poupando aacutegua nem energia eleacutetricardquo Gonccedilalves 1990 (wwwigcuspbr)
A ONU declara o ano 1990 como o Ano Internacional do Meio
Ambiente (wwwambientebrasilcombr)
I Curso Latino-Americano de Especializaccedilatildeo em Educaccedilatildeo
Ambiental PNUMAIBAMACNPqCAPESUFMTCUIABAacute-MT (1990 a 1994)
(wwwambientebrasilcombr)
90
1991 Portaria 678 (140591) do MEC determinou que a educaccedilatildeo
escolar deveria contemplar a Educaccedilatildeo Ambiental permeando todo o curriacuteculo
dos diferentes niacuteveis e modalidades de ensino Foi enfatizada a necessidade de
investir na capacitaccedilatildeo de professores (wwwmecgovbr)
Projeto de Informaccedilotildees sobre Educaccedilatildeo Ambiental IBAMA MEC
(wwwambientebrasilcombr)
Encontro Nacional de Poliacuteticas e Metodologias para Educaccedilatildeo
Ambiental promovido pela Presidecircncia da Repuacuteblica atraveacutes do MEC e SEMA
com apoio da UNESCOEmbaixada do Canadaacute em Brasiacutelia com a finalidade de
discutir diretrizes para definiccedilatildeo da Poliacutetica da EA (wwwmecgovbr)
Grupo de Trabalho para Educaccedilatildeo Ambiental coordenado pelo
MEC preparatoacuterio para a Conferecircncia do Rio 92 (wwwmecgovbr)
Reuniotildees preparatoacuterias da Rio 92(wwwambientebrasilcombr)
1992 Conferecircncia da ONU sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento
RIOndash92 UNCED Rio92 - Criaccedilatildeo da Agenda 21 Tratado de Educaccedilatildeo Ambiental
para Sociedades Sustentaacuteveis FORUN das ONGrsquos - compromissos da sociedade
civil com a Educaccedilatildeo Ambiental e o Meio Ambiente Carta Brasileira de
Educaccedilatildeo Ambiental o qual apontou as necessidades de capacitaccedilatildeo na aacuterea
(MEC 1992)
1ordm Encontro Nacional de Centros de Educaccedilatildeo Ambiental (CEAS)
ndash onde os coordenadores dos centros jaacute existentes e os teacutecnicos das Secretarias
de Educaccedilatildeo debateram propostas pedagoacutegicas e recursos institucionais e
apresentaram projetos e experiecircncias exitosas em educaccedilatildeo ambiental Em
decorrecircncia o Mec passou a incentivar a implantaccedilatildeo de centros de educaccedilatildeo
ambiental como espaccedilos de referencia visando a formaccedilatildeo integral do cidadatildeo
para interagir em diversos niacuteveis e modalidades de ensino e introduzir praacuteticas de
educaccedilatildeo ambiental junto agraves comunidades (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)
91
Foi criado o Ministeacuterio do Meio Ambiente (Ministeacuterio do Meio
Ambiente 2005)
Participaccedilatildeo das ONGrsquos do Brasil no Foacuterum de ONGrsquos e na
redaccedilatildeo do Tratado de Educaccedilatildeo Ambiental para Sociedades Sustentaacuteveis
Destaca-se o papel da Educaccedilatildeo Ambiental na construccedilatildeo da Cidadania
Ambiental (wwwambientebrasilcombr)
O MEC promove no Rio de Janeiro o Workshop sobre Educaccedilatildeo
Ambiental com o objetivo de socializar os resultados das experiecircncias nacionais e
internacionais de EA discutir metodologias e curriacuteculos destacando a
necessidade de capacitaccedilatildeo de recursos humanos para EA cujo resultado
encontra-se na Carta Brasileira de Educaccedilatildeo Ambiental (wwwmecgovbr)
1993 Uma Proposta Interdisciplinar de Educaccedilatildeo Ambiental para
Amazocircnia IBAMA Universidades e SEDUCrsquos da regiatildeo publicaccedilatildeo de um
Documento Metodoloacutegico e um de caraacuteter temaacutetico com 10 temas ambientais
da regiatildeo (1992 a 1994) (wwwambientebrasilcombr)
Projeto de Lei n 379293 de autoria do Deputado Faacutebio
Feldmann ora em tramitaccedilatildeo no congresso Nacional institui a Poliacutetica de
Educaccedilatildeo Ambiental Este projeto de Lei tem como objetivo interligar os sistemas
nacionais de meio ambiente e de educaccedilatildeo em um sistema uacutenico (Ministeacuterio do
Meio Ambiente2004) (wwwbio2000hpgigcombr)
Portaria 77393 do MEC instituiu em caraacuteter permanente um
Grupo de Trabalho para EA com o objetivo de coordenar apoiar acompanhar
avaliar e orientar as accedilotildees metas e estrateacutegias para a implementaccedilatildeo da EA nos
sistemas de ensino em todos os niacuteveis e modalidades concretizando as
recomendaccedilotildees aprovadas na RIO -92(wwwmecgovbr)
Criaccedilatildeo dos Centros de Educaccedilatildeo Ambiental do MEC com a
finalidade de criar e difundir metodologias em Educaccedilatildeo Ambiental
(wwwambientebrasilcombr)
92
Congresso Sul-americano como continuidade da Rio92 ndash
Argentina (wwwambientebrasilcombr)
1994 Criaccedilatildeo do programa Nacional de Educaccedilatildeo Ambiental
(PRONEA) em dezembro de 1994 pela Presidecircncia da Repuacuteblica em funccedilatildeo da
Constituiccedilatildeo Federal de 1988 e dos compromissos internacionais assumidos com a
Conferencia do Rio compartilhado pelo entatildeo Ministeacuterio do Meio Ambiente dos
Recursos Hiacutedricos e da Amazocircnia Legal e pelo Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e do
Desporto com as parcerias do Ministeacuterio da Cultura e do Ministro da Ciecircncia e
Tecnologia (Ministeacuterio do Meio ambiente 2004)
Proposta do Programa Nacional de Educaccedilatildeo Ambiental -
PRONEA elaborada pelo MECMMAMINCMCT com o objetivo de ldquocapacitar o
sistema de educaccedilatildeo formal e natildeo-formal supletivo e profissionalizante em seus
diversos niacuteveis e modalidadesrdquo (wwwmecgovbr)
1995 Foi criada a Cacircmara Teacutecnica temporaacuteria de Educaccedilatildeo Ambiental
no Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA) determinante para o
fortalecimento da Educaccedilatildeo Ambiental Realizou sua primeira reuniatildeo em junho
de 1996 quando se discutiu o documento intitulado ldquoSubsiacutedios para a formulaccedilatildeo
de uma Poliacutetica Nacional de Educaccedilatildeo Ambientalrdquo elaborada pelo MMAIBAMA
e pelo MEC Os princiacutepios orientadores para esse documento eram a
participaccedilatildeo a descentralizaccedilatildeo o reconhecimento da pluralidade e
diversidade cultural e a interdisciplinaridade (ProNEA-2004) (wwwmecgovbr)
Conferecircncia para o Desenvolvimento Social realizada em
Copenhague Sueacutecia que visaria a Criaccedilatildeo de um ambiente econocircmico-poliacutetico-
social-cultural e juriacutedico que permita o desenvolvimento social
(wwwambientebrasilcombr)
1996 Lei nordm 927696 que estabelece o Plano Plurianual do Governo
19961999 define como principais objetivos da aacuterea de Meio Ambiente a
ldquopromoccedilatildeo da Educaccedilatildeo Ambiental atraveacutes da divulgaccedilatildeo e do uso de
93
conhecimentos sobre tecnologias de gestatildeo sustentaacutevel dos recursos naturaisrdquo
procurando garantir a implementaccedilatildeo do PRONEA (wwwmecgovbr)
Cursos de Capacitaccedilatildeo em Educaccedilatildeo Ambiental para os
teacutecnicos das SEDUCrsquos e DEMECrsquos nos Estados - Coordenaccedilatildeo de Educaccedilatildeo
Ambiental promove trecircs cursos de Capacitaccedilatildeo de Multiplicadores em Educaccedilatildeo
Ambiental - Apoio do acordo BRASILUNESCO a fim de preparar teacutecnicos das
Secretarias Estaduais de Educaccedilatildeo Delegacias Regionais de Educaccedilatildeo do MEC
e algumas Universidades Federais para atuarem no processo de inserccedilatildeo da
Educaccedilatildeo Ambiental nos Paracircmetros Curriculares (wwwmecgovbr)
Criaccedilatildeo da Comissatildeo Interministerial de EA do MMA - Essa
Comissatildeo tem como objetivo assessorar o Presidente da Repuacuteblica na tomada de
decisotildees sobre as estrateacutegias e poliacuteticas nacionais necessaacuterias ao
desenvolvimento sustentaacutevel conforme as diretrizes estabelecidas pela Agenda
21 (wwwmmagovbr)
1997 Aprovaccedilatildeo dos Novos PCNrsquos ndash Os PCNrsquos constituem-se como um
subsiacutedio para apoiar a escola na elaboraccedilatildeo de seu projeto educativo inserindo
procedimentos atitudes e valores no conviacutevio escolar bem como a necessidade
de tratar de alguns temas sociais urgentes de abrangecircncia nacional
denominado como temas transversais meio ambiente eacutetica pluralidade cultural
orientaccedilatildeo sexual trabalho e consumo (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)
I Conferecircncia Nacional de Educaccedilatildeo Ambiental (ICNEA)
realizada em Brasiacutelia quando foi produzido o documento ldquoCarta de Brasiacutelia para
a Educaccedilatildeo Ambientalrdquo contendo cinco aacutereas temaacuteticas Educaccedilatildeo Ambiental
e as vertentes do desenvolvimento sustentaacutevel Educaccedilatildeo Ambiental formal
papel desafios metodologias e capacitaccedilatildeo Educaccedilatildeo no processo de gestatildeo
ambiental metodologia e capacitaccedilatildeo Educaccedilatildeo Ambiental e as poliacuteticas
puacuteblicas PRONEA poliacuteticas de recursos hiacutedricos urbanas agricultura ciecircncia e
tecnologia Educaccedilatildeo Ambiental eacutetica formaccedilatildeo da cidadania educaccedilatildeo
comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo da sociedade (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)
94
Cursos de Educaccedilatildeo Ambiental organizados pelo MECndash Atraveacutes
da Coordenaccedilatildeo de Educaccedilatildeo Ambiental para as escolas Teacutecnicas e segunda
etapa de capacitaccedilatildeo das SEDUCrsquos e DEMECrsquos Convecircnio UNESCO ndash MEC
(wwwambientebrasilcombr)
IV Foacuterum de Educaccedilatildeo Ambiental e I Encontro da Rede de
Educadores Ambientais em VitoacuteriaES (wwwambientebrasilcombr)
Conferecircncia Internacional sobre Meio Ambiente e Sociedade
Conferecircncia Internacional sobre Meio Ambiente e Sociedade Educaccedilatildeo e
Consciecircncia Puacuteblica para a Sustentabilidade ndash Thessaloniki Greacutecia 1997 Onde
houve o reconhecimento que passados cinco anos da Conferecircncia Rio-92 o
desenvolvimento da EA foi insuficiente (wwwmecgovbr)
A Coordenaccedilatildeo de Educaccedilatildeo Ambiental do MEC promove sete
Cursos de Capacitaccedilatildeo de Multiplicadores e cinco Teleconferecircncias
(wwwmecgovbr)
1998 A Coordenaccedilatildeo de Educaccedilatildeo Ambiental do MEC promove 8
Cursos de Capacitaccedilatildeo de Multiplicadores 5 teleconferecircncias 2 Seminaacuterios
Nacionais e produz 10 viacutedeos para serem exibidos pela TV Escola
(wwwmecgovbr)
Ao final deste ano a Coordenaccedilatildeo de Educaccedilatildeo Ambiental eacute
inserida na Secretaria de Ensino Fundamental ndash SEF do MEC apoacutes reforma
administrativa (wwwportalmecgovbr)
1999 Criaccedilatildeo da Diretoria de Educaccedilatildeo Ambiental (DEA) do MMA ndash
Que passou a desenvolver as seguintes atividades Implantaccedilatildeo do Sistema
Brasileiro de Informaccedilatildeo em Educaccedilatildeo Ambiental (SIBEA) objetivando atuar
como um sistema integrador das informaccedilotildees de educaccedilatildeo ambiental no paiacutes
Implantaccedilatildeo de Poacutelos de Educaccedilatildeo Ambiental e Difusatildeo de Praacuteticas Sustentaacuteveis
nos Estados objetivando irradiar as accedilotildees de Educaccedilatildeo Ambiental fomento aacute
formaccedilatildeo de Comissotildees Interinstitucionais de Educaccedilatildeo Ambiental nos estados e
95
auxilio na elaboraccedilatildeo de programas estaduais de Educaccedilatildeo Ambiental
implantaccedilatildeo de curso de Educaccedilatildeo Ambiental a distancia objetivando
capacitar gestores professores e teacutecnicos de meio ambiente de todos os
municiacutepios do paiacutes implantaccedilatildeo do projeto Protetores da Vida objetivando
sensibilizar e mobilizar jovens para as questotildees ambientais (Ministeacuterio do Meio
Ambiente 2004)
Aprovaccedilatildeo da LEI 959799 que estabelece a Poliacutetica Nacional
de EA - promulgada a Lei nordm 9795 de 27 de abril de 1999 que institui a Poliacutetica
Nacional de Educaccedilatildeo Ambiental a que deveraacute ser regulamentada apoacutes as
discussotildees na Cacircmara Teacutecnica Temporaacuteria de Educaccedilatildeo Ambiental no CONAMA
(wwwmecgovbr)
A Portaria 164899 do MEC criou o Grupo de Trabalho com
representantes de todas as suas Secretarias para discutir a regulamentaccedilatildeo da
Lei nordm 979599 (wwwmecgovbr)
O MEC propotildee o Programa PCNrsquos em Accedilatildeo atendendo agraves
solicitaccedilotildees dos Estados tendo o Meio Ambiente como uns dos temas
transversais que seraacute trabalhado no ano 2000 (wwwmecgovbr)
Programa Nacional de Educaccedilatildeo Ambiental ndash implantaccedilatildeo do
Programa Nacional de Educaccedilatildeo Ambiental - ProNEA(wwwmecgovbr)
A Coordenaccedilatildeo de EA (COEA) do MEC passa a formar parte da
Secretaacuteria de Ensino Fundamental (wwwambientebrasilcombr)
2000 A Educaccedilatildeo Ambiental integra o Plano Plurianual do Governo
(2000-2003) e agora institucionalmente vinculado ao Ministeacuterio do Meio
Ambiente contemplando sete accedilotildees realizadas pelo MMA IBAMA Banco do
Brasil e Jardim Botacircnico do Rio de Janeiro (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)
2001 Em reconhecimento a importacircncia da articulaccedilatildeo dos
educadores ambientais e as suas instituiccedilotildees em modelos de articulaccedilatildeo
96
horizontal o MMA iniciou uma accedilatildeo de fomento a estruturaccedilatildeo e do
fortalecimento da Rede Brasileira de Educaccedilatildeo Ambiental (REBEA) e da Rede
Paulista de Educaccedilatildeo Ambiental (REPEA) e forneceu apoio a estruturaccedilatildeo da
REASUL da Rede Aguapeacute e da Rede Acreana de Educaccedilatildeo Ambiental
(Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)
2002 No mecircs de junho a lei nordm 979599 foi regulamentada pelo Decreto
nordm4 281 que definem entre outras coisas a composiccedilatildeo e as competecircncias do
Oacutergatildeo Gestor da PNEA lanccedilando assim as bases para a execuccedilatildeo da PNEA
(Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)
2003 Eacute instaurada no MMA a Comissatildeo intersetorial de Educaccedilatildeo
Ambiental (CISEA) com representaccedilatildeo de todas as secretarias e todos os oacutergatildeos
vinculados ao MMA criando uma instancia para um processo coordenado de
consultas e deliberaccedilotildees internamente a esse Ministeacuterio e contribuindo para a
transversalidade interna e a sinergia das accedilotildees em educaccedilatildeo ambiental
desenvolvidas pelas suas secretarias e pelos seus oacutergatildeos vinculados (Ministeacuterio do
Meio Ambiente 2004)
O Ministeacuterio da Educaccedilatildeo estabelece como prioridades viabilizar
as accedilotildees e diretrizes da PNEA e reestruturar a Coordenaccedilatildeo Geral de Educaccedilatildeo
Ambiental (COEA) que passa da Secretaria de Educaccedilatildeo Fundamental
diretamente agrave Secretaria Executiva atuando de forma integrada a todas as
secretarias conferindo maior visibilidade agrave Educaccedilatildeo Ambiental e oportunizando
sua transversalidade assim como seu enraizamento no MEC e na estrutura de
Governo (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)
2004 O MMA e o MEC promoveram em 21 de julho a reuniatildeo de
instalaccedilatildeo do oacutergatildeo gestor da PNEA um passo decisivo para a execuccedilatildeo das
accedilotildees em educaccedilatildeo ambiental no Governo Federal tendo como primeira tarefa
a assinatura de um Termo de Cooperaccedilatildeo Teacutecnica para a realizaccedilatildeo conjunta
da Conferencia Infanto-Juvenil pelo Meio Ambiente (Ministeacuterio do Meio
Ambiente 2004)
97
Em 17 de novembro foi instaurado o Comitecirc Assessor do Oacutergatildeo
Gestor sendo realizada sua primeira reuniatildeo na qual foram criados seis grupos de
trabalho (GTs) dois temporaacuterios ndash GT Documento do ProNEA e GT Regimento
Interno e quatro permanentes ndash GT Gestatildeo do Sistema Brasileiro de Informaccedilotildees
sobre Educaccedilatildeo Ambiental(SIBEA) GT Criteacuterios e Indicadores para Projetos e
Accedilotildees de Educaccedilatildeo Ambiental GT Instrumentos Institucionais e Legais para a
Promoccedilatildeo da Educaccedilatildeo Ambiental e GT Relaccedilotildees Internacionais (Ministeacuterio do
Meio Ambiente 2004)
Foi realizado em Goiacircnia o primeiro encontro governamental
nacional sobre poliacuteticas publicas de educaccedilatildeo ambiental reunindo secretaacuterios e
gestores puacuteblicos das trecircs esferas de governo da aacuterea ambiental O evento visou
a elaborar um diagnoacutestico dos principais desafios ao enraizamento da educaccedilatildeo
ambiental e a aproximaccedilatildeo entre as secretarias de educaccedilatildeo e do meio
ambiente Neste encontro foi reconhecida a necessidade da articulaccedilatildeo e do
fortalecimento muacutetuo das Comissotildees Interinstitucionais Estaduais e das Redes de
Educaccedilatildeo Ambiental Foi elaborado o documento ldquoCompromisso de Goiacircniardquo
que consiste no estabelecimento de um importante e pioneiro pacto entre as
esferas de governo para a criaccedilatildeo de Poliacuteticas e Programas estaduais e
municipais de Educaccedilatildeo Ambiental sincronizados com o ProNEA (Ministeacuterio do
Meio Ambiente 2004)
Nesse ano foi realizada a deacutecima-nona ediccedilatildeo do curso de
Introduccedilatildeo agrave Educaccedilatildeo no Processo de Gestatildeo Ambiental do IBAMA
alcanccedilando quase 700 profissionais formados para atuar com a educaccedilatildeo na
gestatildeo ambiental (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2005)
Ocorreu nova reestruturaccedilatildeo do MEC com a transferecircncia da
Coordenaccedilatildeo Geral de Educaccedilatildeo Ambiental (CGEA) para a entatildeo receacutem-criada
Secretaria de Educaccedilatildeo Continuada Alfabetizaccedilatildeo e Diversidade (Ministeacuterio do
Meio Ambiente 2005)
98
Teve iniacutecio um novo Plano Plurianual o PPA 2004-2007 Em
funccedilatildeo das novas diretrizes e sintonizado com o ProNEA o Programa 0052 eacute
reformulado passa a ser intitulado Educaccedilatildeo Ambiental para Sociedades
Sustentaacuteveis e inicia o ano composto por accedilotildees de responsabilidade da Diretoria
de Educaccedilatildeo Ambiental Fundo Nacional do Meio AmbienteAgecircncia Nacional
de Aacuteguas Coordenaccedilatildeo Geral de Educaccedilatildeo Ambiental do Instituto Brasileiro de
Meio Ambiente e Recursos Naturais Renovaacuteveis Jardim Botacircnico do Rio de
Janeiro e a Secretaria da Comissatildeo Interministerial para os Recursos do Mar
(SECIRM) (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)
Em novembro de 2004 foi realizado o V Foacuterum Brasileiro de
Educaccedilatildeo Ambiental construiacutedo de forma coletiva a partir da Rede Brasileira de
Educaccedilatildeo Ambiental e que proporcionou espaccedilos para diaacutelogo e trocas entre
os educadores ambientais Realizada durante todo o evento a atividade
denominada ldquoConversando com as Redesrdquo proporcionou aos participantes a
oportunidade de estar em contato com as pessoas que formam as redes de
Educaccedilatildeo Ambiental de todo o Brasil As conexotildees foram reforccediladas e renovadas
no evento que viu nascer a Rede Nordestina de Educaccedilatildeo Ambiental e a Rede
de Edu -comunicaccedilatildeo Socioambiental (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2005)
Ainda em novembro de 2004 o MMA participou na Venezuela
da reuniatildeo de trabalho de especialistas em gestatildeo puacuteblica da educaccedilatildeo
ambiental da Ameacuterica Latina e Caribe para elaboraccedilatildeo do plano de
implementaccedilatildeo do Programa Latino-americano e Caribenho de Educaccedilatildeo
Ambiental (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2005)
Nesse ano de 2004 foi feita a revisatildeo do Plano Plurianual e do
Programa 0052 e seu conjunto de accedilotildees foi alterado iniciando o exerciacutecio de
2005 com a seguinte composiccedilatildeo
bull 6270 ndash Educaccedilatildeo ambiental para recursos hiacutedricos (ANA)
bull 2972 ndash Educaccedilatildeo para conservaccedilatildeo da biodiversidade (Jardim Botacircnico
do Rio de Janeiro)
99
bull 2965 ndash Fomento a projetos integrados de educaccedilatildeo ambiental (FNMA)
bull 4932 ndash Formaccedilatildeo de educadores ambientais (DEAIBAMA)
bull 09HO ndash Apoio agrave gestatildeo compartilhada da educaccedilatildeo ambiental (DEA)
bull1997 ndash Implantaccedilatildeo do Sistema Brasileiro de Informaccedilotildees sobre Educaccedilatildeo
Ambiental (DEA)
bull 6857 ndash Produccedilatildeo e veiculaccedilatildeo de programas de educaccedilatildeo ambiental
(DEA)
bull 4641 ndash Publicidade de utilidade puacuteblica (DEA)
bull 4232 ndash Capacitaccedilatildeo de recursos humanos para a prevenccedilatildeo e o
controle ambiental nas aacutereas mariacutetimas e portuaacuterias (SECIRM) (Ministeacuterio do Meio
Ambiente 2004)
Nessa revisatildeo a CGEAMEC inclui no Programa 1061 - Brasil Escolarizado
sob responsabilidade desse Ministeacuterio duas accedilotildees relativas especificamente agrave
educaccedilatildeo ambiental
bull 09EA ndash Apoio agrave distribuiccedilatildeo de material didaacutetico para formaccedilatildeo
continuada em educaccedilatildeo ambiental
bull 09ED ndash Apoio agrave formaccedilatildeo continuada em educaccedilatildeo ambiental para
profissionais da educaccedilatildeo (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2005)
53 Algumas Consideraccedilotildees sobre a Evoluccedilatildeo da Educaccedilatildeo Ambiental
A Educaccedilatildeo Ambiental eacute direito de todos De modo formal como
componente permanente da educaccedilatildeo em todos os niacuteveis e modalidades De
modo natildeo formal atraveacutes de praacuteticas educativas voltadas para a mobilizaccedilatildeo e
participaccedilatildeo da sociedade e suas organizaccedilotildees na defesa da qualidade do
meio ambiente (ALERJ 1999)
A Educaccedilatildeo Ambiental jaacute percorreu um longo caminho superou alguns
obstaacuteculos alguns conflitos ganhou algumas batalhas porem ainda falta muito
para vencer a guerra contra os avanccedilos tecnoloacutegicos sem responsabilidade com
o meio ambiente porque o desenvolvimento eacute necessaacuterio poreacutem natildeo pode estar
100
combinado com um poder impiedoso e irracional do homem que destroacutei a terra
que pisa e tira o sustento polui o ar que respira suja a aacutegua que garante a sua
sobrevivecircncia e das geraccedilotildees futuras
Ao longo desses anos a Educaccedilatildeo Ambiental caminhou em direccedilatildeo ao
reconhecimento da sua importacircncia pois se natildeo houver um investimento em
accedilotildees que despertem a consciecircncia da humanidade para com o Meio
Ambiente natildeo teraacute nenhum sucesso os investimentos para o futuro A educaccedilatildeo
eacute o meio mais importante para o desenvolvimento do homem e a Educaccedilatildeo
Ambiental deve estar presente em todos os niacuteveis educacionais pois atraveacutes dela
passa a existir a consciecircncia pessoal de que o homem natildeo eacute o uacutenico no mundo
e sim faz parte dele segundo Boff 1992 ldquoMesmo sendo o homem a expressatildeo
autoconsciente do mundo natildeo eacute a principal nem a uacutenicardquo Devido a isto o
homem deve ter a consciecircncia de que existe uma interdependecircncia entre os
seres e a natureza em todo o planeta A partir da conscientizaccedilatildeo o homem
passa a perceber e revisar seus conceitos em relaccedilatildeo a viver bem pois a
seduccedilatildeo e adoraccedilatildeo aos estilos e modismos que fazem das pessoas aacutevidos
consumidores e como consequumlecircncia temos a geraccedilatildeo de montanhas de lixo
resiacuteduos inclusive radioativos aleacutem da extraccedilatildeo desordenada dos recursos
naturais natildeo renovaacuteveis
Eacute evidente que nas questotildees ambientais existem os conflitos que vatildeo de
encontro com os propoacutesitos poliacuteticos e os projetos educativos realmente
comprometidos com o resgate do equiliacutebrio entre a necessidade social e a
ambiccedilatildeo pessoal No primeiro caso trata-se de pessoas que na maioria das
vezes por falta de informaccedilatildeo destroem a natureza como derrubada de aacutervores
morte de animais pesca predatoacuteria etc em favor de seu sustento e de suas
famiacutelias natildeo percebendo que com esta destruiccedilatildeo estatildeo limitando o tempo do
seu sustento pois sem controle haacute o esgotamento No segundo caso a
exploraccedilatildeo e a destruiccedilatildeo da natureza natildeo por falta de informaccedilatildeo e sim por
ambiccedilatildeo ao dinheiro e por consequumlecircncia pelo poder natildeo importando o mal
que esta sendo feito Em relaccedilatildeo a isto se pode ressaltar que a pobreza tanto
nacional quanto global eacute uma das principais causas da destruiccedilatildeo pois quando
101
se tem fome a preocupaccedilatildeo com a natureza natildeo tem valor por isto quando se
fala em meio ambiente eacute tudo que estaacute a nossa volta inclusive agrave sociedade
Nessa perspectiva a educaccedilatildeo ambiental precisa ultrapassar os limites da
escola formal isto eacute deve transcender o espaccedilo escolar e ser concebida como
um processo contiacutenuo de formaccedilatildeo para a cidadania atingindo o ser humano
seja ele quem for ou onde estiver para que seja possiacutevel atingir em essecircncia a
mudanccedila de paradigmas que existem nas relaccedilotildees entre homem sociedade e
natureza Para isto se faz necessaacuterio o preenchimento de todos os espaccedilos seja
da miacutedia da famiacutelia do lazer da cultura da ciecircncia do trabalho e
principalmente da educaccedilatildeo Se forem aproveitadas todas as oportunidades
para se praticar a Educaccedilatildeo Ambiental estes conceitos passariam a fazer parte
da consciecircncia individual e coletiva do ser humano provocando alteraccedilatildeo no
sistema social e psicoloacutegico promovendo uma nova eacutetica planetaacuteria
comprometida com a erradicaccedilatildeo da pobreza da fome da poluiccedilatildeo da
opressatildeo humana da degradaccedilatildeo ambiental para que todos os recursos da
natureza possam ser utilizados com equiliacutebrio e respeito agrave fragilidade da terra e
de forma a beneficiar toda a humanidade (wwwsenacbr)
O Estado do Rio de Janeiro dispotildee da Lei 332599 que determina a
Educaccedilatildeo Ambiental obrigatoacuteria em todos os periacuteodos e nas vaacuterias disciplinas do
primeiro e segundo graus natildeo podendo ter uma uacutenica cadeira com conceitos
ecoloacutegicos e as demais ignorarem completamente os ecossistemas e as relaccedilotildees
entre transportes induacutestria agricultura urbanizaccedilatildeo sauacutede e o meio ambiente A
Educaccedilatildeo Ambiental por ser responsabilidade de todos deve ser tratada como
tema transversal isto eacute uma preocupaccedilatildeo de toda a escola e de toda a
comunidade onde a escola estaacute inserida Os professores das vaacuterias disciplinas e a
direccedilatildeo da escola estaratildeo empenhados na construccedilatildeo de projetos pedagoacutegicos
que inclua a problemaacutetica ambiental
A seguir as metodologias utilizadas na realizaccedilatildeo deste trabalho
102
Capiacutetulo 6 Metodologias
O objetivo deste capiacutetulo eacute descrever as metodologias aplicadas na busca
dos objetivos especiacuteficos para atingir as metas apontadas neste estudo
O estudo apresentado nessa dissertaccedilatildeo teve como base agrave elaboraccedilatildeo
de um meacutetodo capaz de garantir a confiabilidade e reprodutibilidade da
pesquisa No decorrer deste capitulo seratildeo abordados temas como
planejamento de pesquisa meacutetodo estatiacutestico pesquisa de campo fontes de
informaccedilatildeo e os problemas encontrados
Eacute relevante citar que o processo de pesquisa cientifica eacute uma atividade
dinacircmica e passiacutevel de mutaccedilotildees A metodologia empregada nesta pesquisa
possibilitou a agregaccedilatildeo de informaccedilotildees no decorrer do trabalho norteadas
sempre pelos objetivos do estudo
A figura 61 mostra esquematicamente a estrateacutegia utilizada na pesquisa
cujas etapas estatildeo melhor detalhadas nos itens subsequumlentes
103
Figura 61 - Esquematizaccedilatildeo do Projeto
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria a partir dos dados deste capiacutetulo
104
61 Diagnose do Estado da Arte da Educaccedilatildeo Ambiental no Ensino Meacutedio da Rede Estadual de Ensino no Municiacutepio do Rio de Janeiro 611 Objetivos
Umas das finalidades da pesquisa proposta no presente trabalho consistiu
em analisar o estado da arte do ponto de vista da Educaccedilatildeo Ambiental do
Ensino Meacutedio na Rede Estadual de Ensino localizada no Municiacutepio do Rio de
Janeiro A partir desta anaacutelise pretende-se traccedilar um perfil das escolas e indicar
caminhos estrateacutegicos em termos de sugestotildees no sentido de melhorar as
informaccedilotildees fornecidas aos alunos dentro da sua formaccedilatildeo acadecircmica partindo
de uma boa formaccedilatildeo docente
A seguir seratildeo detalhados os procedimentos utilizados durante a
elaboraccedilatildeo da pesquisa
612 Metodologia de Pesquisa
O meacutetodo de pesquisa adotado foi uma combinaccedilatildeo de anaacutelise
exploratoacuteria e anaacutelise quantitativa envolvendo as Escolas do Ensino Meacutedio da
Rede Estadual de Ensino localizadas no Municiacutepio do Rio de Janeiro O meacutetodo
foi baseado nas seguintes definiccedilotildees
Uma anaacutelise exploratoacuteria eacute uma pesquisa empiacuterica que utilizando diversas
fontes de informaccedilatildeo investiga um fenocircmeno contemporacircneo no seu contexto
real quando as fronteiras entre o fenocircmeno e contexto natildeo se encontram
nitidamente definidas (Yin 1984)
A anaacutelise quantitativa muitas vezes pode natildeo englobar as variaacuteveis
necessaacuterias agrave compreensatildeo de determinados eventos A concorrecircncia desses
eventos pode abranger uma complexidade tal que os paracircmetros de anaacutelise
tornam-se multidimensionais e difiacuteceis de serem observados de forma quantitativa
105
Contudo isto natildeo significa que as fronteiras entre as duas estrateacutegias de
pesquisa adotadas devam ser claramente delimitadas pois sempre existiratildeo
pontos em comum entre elas Cabe ressaltar poreacutem que cada estrateacutegia possui
caracteriacutesticas proacuteprias (Castro 1978)
O meacutetodo Survey a seguir definido foi o mais adequado para o
desenvolvimento da pesquisa
ldquoA pesquisa survey pode ser descrita como obtenccedilatildeo de dados ou
informaccedilotildees sobre caracteriacutesticas accedilotildees ou opiniotildees de determinado grupo
de pessoas indicado como representante de uma populaccedilatildeo alvo por meio
de um instrumento de pesquisa normalmente um questionaacuteriordquo(Tanur apud
Pinsonneautlt amp Kraemer 1993)
A metodologia estaacute coerente com o objetivo do trabalho uma vez que
desejava-se identificar qual o estado da arte da educaccedilatildeo ambiental nas
escolas de ensino meacutedio da Rede Puacuteblica EstadualConsiderando as colocaccedilotildees
de classificaccedilatildeo de uma pesquisa Survey esta tem um propoacutesito exploratoacuterio e
descritivo
No desenvolvimento do trabalho foi realizado um levantamento de dados
no ambiente com a aplicaccedilatildeo de um questionaacuterio respondido por parte das
escolas (amostra) de cada Metropolitana envolvida na pesquisa
613 Planejamento da Pesquisa
O primeiro passo do planejamento da pesquisa foi o levantamento das
informaccedilotildees disponiacuteveis sobre a situaccedilatildeo do ensino da EA nas Instituiccedilotildees de
Ensino Meacutedio da Rede Puacuteblica Estadual do Municiacutepio do Rio de Janeiro Este
levantamento compreendeu os seguintes itens
Determinaccedilatildeo da metodologia de pesquisa a ser adotada no projeto
Elaboraccedilatildeo de questionaacuterios
106
Aplicaccedilatildeo dos questionaacuterios junto agraves Instituiccedilotildees de Ensino meacutedio
atraveacutes de parceria com a Secretaria Estadual de Educaccedilatildeo
Realizaccedilatildeo de entrevistas com os diretores de Ensino das
Metropolitanas envolvidas no projeto
Avaliaccedilatildeo da receptividade nas metropolitanas e na SEERJ
Levantamento estatiacutestico dos dados
Busca de maiores informaccedilotildees sobre o tema nos sites da SEERJ
Elaboraccedilatildeo de propostas
614 Fontes de Informaccedilotildees
Na pesquisa realizada se lidou com uma variedade de fontes de
informaccedilotildees como documentos entrevistas e observaccedilotildees conforme segue
Materiais Impressos de oacutergatildeos ambientais
Trabalhos acadecircmicos sobre Educaccedilatildeo Ambiental
Entrevistas com professores e diretores de instituiccedilotildees de ensino
Materiais disponibilizados em meio eletrocircnico
Informaccedilotildees disponibilizadas pela SEERJ
615 Pesquisa de Campo
A pesquisa de campo foi realizada em duas etapas
A primeira etapa consistiu na aplicaccedilatildeo de um questionaacuterio nas escolas de
Ensino meacutedio da Rede Puacuteblica Estadual do Municiacutepio do Rio de Janeiro no
periacuteodo de abril a julho de 2006 A distribuiccedilatildeo do questionaacuterio foi viabilizada
mediante parceria com a SEERJ atraveacutes da coordenadoria de EA Os
questionaacuterios foram enviados para as Metropolitanas que foram responsaacuteveis
pela distribuiccedilatildeo e pelo recolhimento destes nas escolas Nas escolas os
questionaacuterios foram respondidos pelos diretores ou orientadores pedagoacutegicos O
modelo do questionaacuterio encontra-se no anexo 3
107
Apoacutes anaacutelise quantitativa e qualitativa dos questionaacuterios foi realizada a
segunda etapa que consistiu na avaliaccedilatildeo da receptividade das Metropolitanas
e da proacutepria SEERJ relacionada agrave relevacircncia da pesquisa Para tal foi elaborado
um questionaacuterio especiacutefico a ser respondido pelo responsaacutevel pela distribuiccedilatildeo
em cada metropolitana (anexo 4 5 e 6) e tambeacutem pela Coordenaccedilatildeo de
Educaccedilatildeo Ambiental da SEERJ O modelo dos questionaacuterios encontram-se no
anexo 7
Depois de estabelecidas as primeiras diretrizes foi realizado um
levantamento bibliograacutefico sobre os assuntos referentes ao trabalho Atraveacutes da
revisatildeo da literatura foi encontrada uma seacuterie de documentos pertinentes ao
assunto tais como
Determinaccedilatildeo de um modelo estatiacutestico utilizaccedilatildeo de uma amostragem
adequada
Realizaccedilatildeo de um questionaacuterio para as escolas
Definiccedilatildeo de modelo estatiacutestico para avaliar os dados levantados
Discussatildeo sobre o modelo estatiacutestico
Numa segunda etapa foi realizado um questionaacuterio de avaliaccedilatildeo da
pesquisa com os Diretores de Ensino responsaacuteveis pelas das metropolitanas
envolvidas no projeto
616 Avaliaccedilatildeo dos Resultados
Os dados seratildeo apresentados de maneira a desenhar o perfil das escolas
respondentes e suas opiniotildees a respeito da situaccedilatildeo do ensino da Educaccedilatildeo
Ambiental na rede puacuteblica estadual do Municiacutepio do Rio de Janeiro
Entre as respostas verificadas desconsiderou-se as respostas que natildeo
estavam em concordacircncia com as perguntas e as respostas em branco
As avaliaccedilotildees foram feitas nos itens e demonstradas em forma de
percentual
108
Foi feita uma anaacutelise estatiacutestica dos dados poreacutem nem todos os dados
estavam adequados para este tipo de anaacutelise Dada a heterogeneidade dos
dados o que muitas vezes impediu a aplicaccedilatildeo de equaccedilotildees matemaacuteticas
optou-se por natildeo realizar o tratamento estatiacutestico
62 Diagnose do Acesso aos Cursos de Graduaccedilatildeo nas
Universidades Puacuteblicas Estudo de Caso da UERJ e UFRJ
621 Objetivos
Aleacutem do mapeamento da Educaccedilatildeo Ambiental no Ensino Meacutedio puacuteblico
estadual a outra finalidade da pesquisa proposta nesta dissertaccedilatildeo consistiu em
analisar o acesso agraves Universidades Puacuteblicas dos alunos oriundos das escolas de
ensino meacutedio da Rede Puacuteblica
Para atingir esta meta foi realizada uma avaliaccedilatildeo do Sistema de Cotas
implantado na UERJ como tambeacutem avaliaccedilatildeo de uma proposta do acesso
atraveacutes do Sistema de Cotas que estaacute em fase de projeto na UFRJ
A seguir seratildeo detalhados os procedimentos utilizados durante a
elaboraccedilatildeo da pesquisa
622 Metodologia de Pesquisa
O meacutetodo de pesquisa adotado foi uma combinaccedilatildeo de anaacutelise
exploratoacuteria e anaacutelise quantitativa envolvendo as Universidades UERJ e UFRJ As
definiccedilotildees das metodologias foram descritas no item 612 deste capiacutetulo
109
623 Planejamento da Pesquisa
O planejamento foi iniciado com o levantamento das informaccedilotildees
disponiacuteveis sobre o acesso dos alunos nas Universidades Puacuteblicas Este
levantamento compreendeu os seguintes itens
Definiccedilatildeo das Universidades que seriam objeto da Pesquisa
Solicitaccedilatildeo de informaccedilotildees referentes aos alunos ingressos nas
Universidades atraveacutes de relatoacuterios fornecidos pelas comissotildees de
Vestibular das Universidades
Realizaccedilatildeo de entrevistas teacutecnicas com professores e outros profissionais
envolvidos no sistema de cotas das Universidades
Avaliaccedilatildeo quantitativa de alunos que ingressam nas Universidades
Puacuteblicas definidas egressos de escolas de ensino meacutedio da rede puacuteblica
comparados com os alunos egressos das instituiccedilotildees de ensino da Rede
Particular
Levantamento estatiacutestico dos dados
Busca de maiores informaccedilotildees sobre o sistema de cotas na miacutedia
eletrocircnica e escrita
Anaacutelise criacutetica dos sistemas de Cotas referentes agraves Universidades
estudadas
624 Fontes de Informaccedilotildees
Na pesquisa realizada se lidou com uma variedade de fontes de
informaccedilotildees como documentos entrevistas e observaccedilotildees conforme segue
Materiais Impressos fornecidos pela UERJ
Materiais de impressos de circulaccedilatildeo interna sobre a implantaccedilatildeo
do Sistema de Cotas na UERJ
Entrevistas teacutecnicas com professores e pessoas ligadas ao Sistema
de Cotas nas Universidades
Materiais disponibilizados em meio eletrocircnico
Relatoacuterios disponibilizados pela UERJ e UFRJ
110
625 Pesquisa de Campo
A pesquisa de campo foi realizada em vaacuterias etapas
Primeiramente estabeleceu-se contato com profissionais de setores da
UERJ e UFRJ relacionados ao acesso aos cursos de graduaccedilatildeo Isto feito face agraves
diferentes formas de acesso dessas universidades foram adotadas estrateacutegias
diferentes para os dois casos
- Estudo de caso UERJ
Foram realizadas entrevistas teacutecnicas com docentes da UERJ que
participaram da implantaccedilatildeo do sistema de cotas tanto a niacutevel acadecircmico
como administrativo Aleacutem disso foram coletadas informaccedilotildees referentes ao
vestibular atraveacutes de relatoacuterios fornecidos pelo nuacutecleo de informaacutetica da
Comissatildeo de Vestibular
- Estudo de caso UFRJ
Foi realizado com base no relatoacuterio de informaccedilotildees sobre o acesso no
vestibular fornecido pela comissatildeo de vestibular da UFRJ No que diz respeito ao
acesso diferenciado foi avaliada uma proposta da UFRJ para sistema de cotas
A primeira etapa consistiu em entrevistas teacutecnicas com professores da
UERJ que participam do sistema de cotas adotado pela Universidade como
tambeacutem acesso agraves informaccedilotildees pertinentes ao vestibular
Atraveacutes da revisatildeo da literatura foi encontrada uma seacuterie de documentos
pertinentes ao assunto tais como
Relatoacuterio com as informaccedilotildees de acesso a UFRJ dos alunos egressos
da Rede Estadual de ensino Documento fornecido pelo nuacutecleo de
informaacutetica do setor de vestibular da Universidade
111
Relatoacuterio com as informaccedilotildees de acesso a UERJ dos alunos egressos
da Rede Estadual de ensino Incluindo os alunos contemplados pelos
sistemas de cotas Documento fornecido pelo nuacutecleo de informaacutetica do
setor de vestibular da Universidade
Numa segunda etapa foi realizada uma avaliaccedilatildeo dos resultados e
montado um quadro comparativo entre as Universidades
63 Limitaccedilotildees do Estudo
O fator limitante foi a dificuldade de acesso aos dados relativos agraves escolas
pois para alguns Diretores de Ensino responsaacuteveis pelas Metropolitanas foram
muito difiacuteceis a distribuiccedilatildeo e o recebimento dos questionaacuterios o que acabou
comprometendo a quantidade das informaccedilotildees
Algumas escolas natildeo demonstraram muito interesse em responder os
questionaacuterios deixando muitas perguntas em branco e natildeo mostrando a
realidade das escolas
A seguir seraacute mostrada uma avaliaccedilatildeo do acesso aos cursos de
graduaccedilatildeo
112
Capiacutetulo 7 Diagnoacutestico do Acesso aos Cursos de Graduaccedilatildeo Estudo de Casos UERJ e UFRJ
Neste capiacutetulo eacute mostrado como acontece o acesso agraves Universidades
Puacuteblicas dos alunos oriundos das escolas da rede Puacuteblica Estadual em
comparaccedilatildeo com a Rede Federal e a Rede ParticularTomou-se como estudo de
caso a Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e a Universidade Federal
do Rio de Janeiro (UFRJ) tendo como base os nuacutemeros referentes aos concursos
vestibulares no periacuteodo 2003-2006
Tambeacutem eacute feita uma avaliaccedilatildeo do acesso por Cotas focando
a sistemaacutetica implementada na UERJ que foi a primeira a implantar o sistema
Tambeacutem fez uma anaacutelise de uma proposta da UFRJ para futura implantaccedilatildeo do
sistema
113
71 O Sistema de Cotas
A lei de cotas nas universidades eacute considerado um assunto muito
polecircmico que divide muitas opiniotildees Desde o acircmbito acadecircmico passando
pelo governamental e faixas da sociedade(www universiacombr)
Com o passar dos anos o aumento da competiccedilatildeo por uma vaga
nas Universidades Puacuteblicas fez com que o grau de exigecircncia aliada agrave diminuiccedilatildeo
da qualidade do ensino meacutedio na rede puacuteblica estadual tornasse o ingresso
deste grupo nas Universidades cada vez mais difiacutecil Uma das consequumlecircncias eacute o
fato de que as vagas nessas universidades fiquem voltadas para a faixa da
sociedade que pelo domiacutenio do poder econocircmico prepara melhor seus alunos
garantindo suas vagas Esta faixa da sociedade natildeo concorda com as cotas
pois percebe com isto que as suas vagas jaacute consideradas certas seratildeo
distribuiacutedas para uma faixa excluiacuteda que ateacute entatildeo natildeo significava qualquer
ameaccedila na competiccedilatildeo e alguns ateacute julgam o sistema como ldquoinjustordquo
Em relaccedilatildeo ao sistema acadecircmico existe a preocupaccedilatildeo com a
diminuiccedilatildeo da qualidade do ensino devido ao ingresso de alunos que satildeo
considerados ldquodespreparadosrdquo para ingressar em uma universidade de
qualidade (www universiacombr)
Para implantaccedilatildeo do Sistema de Cotas foram criadas leis nos
acircmbitos federal e estadual
Lei Federal PROJETO DE LEI 36272004
Institui Sistema Especial de Reserva de Vagas para estudantes egressos de
escolas puacuteblicas em especial negros e indiacutegenas nas instituiccedilotildees puacuteblicas
federais de educaccedilatildeo superior e daacute outras providecircncias Anexo 1
Lei Estadual Lei Nordm 3708 de 9 de Novembro de 2001
114
Institui cota de ateacute 40 (quarenta por cento) para as populaccedilotildees negra e
parda no acesso a Universidade do Estado do Rio de Janeiro e agrave Universidade
Estadual do Norte Fluminense e daacute outras providecircnciasAnexo2
72 Implantaccedilatildeo do Sistema
Por forccedila do disposto na Lei Estadual Nordm 3708 a Universidade Estadual do
Rio de Janeiro (UERJ) foi a primeira instituiccedilatildeo a adotar o sistema de cotas no
Estado do Rio de Janeiro tendo iniacutecio em 2003 (wwwconcienciacombr)
Como a reserva de vagas de acordo com a lei prevecirc 50 do total de
vagas por cursoturnosemestre para alunos oriundos da rede puacuteblica e para que
a lei pudesse ser cumprida foram realizados dois vestibulares
Um tradicional aberto a candidatos oriundos de qualquer tipo de
escola e denominado como nos anos anteriores Vestibular Estadual para
preenchimento na UERJ 2485 vagas em 46 cursos
Outro aberto apenas a candidatos oriundos de escolas da rede
puacuteblica localizadas no Estado do Rio de Janeiro denominado Vestibular SADE
(Sistema de Acompanhamento do Desempenho dos Estudantes do Ensino Meacutedio
mantido pelo Poder Puacuteblico) para preenchimento na UERJ de 2485 vagas em 46
cursos
Como a reserva prevecirc 40 do total de vagas por cursoturnosemestre
para alunos autodeclarados negros e pardos e para atender a reserva foram
adotados os alguns procedimentos
Apoacutes a soma do nuacutemero total de vagas oferecido nos dois vestibulares e
calculado o valor correspondente a 40 de cada total obtido verifica-se o
quantitativo de autodeclarados negros ou pardos e se o quantitativo for igual ou
maior que os 40 previstos pela legislaccedilatildeo a reserva eacute considerada
atendida(UERJ 2003)
115
73 O Aluno na Universidade
A questatildeo natildeo se resume ao ingresso do aluno na Universidade mas
tambeacutem se a Universidade tem condiccedilotildees de acolher e manter estes alunos Se
estes tiverem muita dificuldade de acompanhar as aulas e isto acarretar evasatildeo
o sistema natildeo teraacute sentido
Segundo a Sub-Reitora de Graduaccedilatildeo da UERJ ProfaRaquel Villard
somente a reserva de vagas para as pessoas carentes natildeo eacute o suficiente pois
existe o problema financeiro No endereccedilo eletrocircnico institucional a Sub-Reitora
declara ldquoHoje noacutes temos um programa chamado PROINICIAR (Programa de
Iniciaccedilatildeo Acadecircmica) Por meio dele a Universidade tenta ajudar este aluno na
passagem para a vida universitaacuteria inclusive atendendo aos estudantes em suas
necessidades advindas de um ensino meacutedio ou fundamental sem a qualidade
que deveria terrdquo (www 2uerjbr)
A UERJ utiliza o sistema de cotas desde 2003 Os alunos cotistas que
comprovam baixa renda recebem uma bolsa auxilio de R$19000(cento e
noventa reais) Este auxilio eacute destinado agraves despesas baacutesicas de manutenccedilatildeo do
aluno como passagem coacutepias livros lanche etc e tem duraccedilatildeo de 1 ano Isso
eacute devido ao fato do aluno quando chega ao 3ordm periacuteodo de acordo com o seu
desempenho pode participar dos outros programas existentes na Universidade
como estaacutegios iniciaccedilatildeo cientiacutefica etc que oferecem bolsas Tendo assim a
partir deste periacuteodo o aluno jaacute eacute capaz de conseguir sua remuneraccedilatildeo natildeo
sendo mais necessaacuterio o auxilio(Noronha Patriacutecia - Coordenaccedilatildeo do PROINICIAR-
Entrevista teacutecnica)
Segundo informaccedilotildees coletadas junto agrave coordenaccedilatildeo do PROINICIAR
devido agraves carecircncias educacionais dos alunos eventuais falhas no Ensino Meacutedio a
UERJ instituiu dentro do programa Proiniciar cursos oficinas e atividades culturais
Este programa oferece em paralelo com as disciplinas do curso aulas de
Matemaacutetica Quiacutemica Fiacutesica Biologia etc como se fossem aulas de reforccedilo e
oficinas com aulas praacuteticas aleacutem de visitas e passeios culturais programados a
116
teatros cinemas museus etc A garantia do funcionamento deste programa eacute
atraveacutes de parcerias entre as diversas faculdades dentro da UERJ aleacutem de
parcerias externas Essas parcerias tecircm o objetivo de facilitar a execuccedilatildeo do
programa pois se faz necessaacuterio que diversos professores sejam disponibilizados
para os cursos e as oficinas Atraveacutes destas parcerias satildeo oferecidos tambeacutem
cursos de idiomas gratuitamente para os cotistas (Inglecircs Francecircs Alematildeo etc)
(Noronha Patriacutecia - Coordenaccedilatildeo do PROINICIAR-Entrevista teacutecnica)
Ainda de acordo com a Coordenaccedilatildeo do PROINICIAR inicialmente a
evasatildeo dos alunos cotistas era grande muitos natildeo conseguiam se manter na os
Universidade tanto por dificuldades em acompanhar as aulas quanto por
dificuldades financeiras Uma das razotildees atribuiacutedas era o fato de que havia um
excesso de oficinas e atividades coincidentes com os periacuteodos de provas Sendo
assim os alunos natildeo conseguiam dar conta de todas as atribuiccedilotildees natildeo
atingindo os graus necessaacuterios e com isto se sentiam incapazes perdiam o
entusiasmo e acabavam desistindo do curso Atualmente a oferta dos cursos e
das oficinas satildeo feitos no iniacutecio dos periacuteodos terminando antes do iniacutecio das
provas isto faz com que os alunos fiquem com tempo mais livre para se
prepararem melhor para as provas sem contar que no iniacutecio dos periacuteodos os
alunos estatildeo com maior disposiccedilatildeo Essas medidas jaacute trouxeram uma melhoria no
desempenho destes alunos e aumentaram tambeacutem a auto-estima tornando-
mais seguros(Noronha Patriacutecia - Coordenaccedilatildeo do PROINICIAR-Entrevista teacutecnica)
Em relaccedilatildeo ao desempenho dos cotistas que segundo a ProfaRaquel
Villard reprovam menos por frequumlecircncia do que os natildeo cotistas ldquoTambeacutem temos
dados que comprovam que o estudante se apega a essa chance como algo
que ele sabe que natildeo pode ser jogado fora natildeo pode ser perdido Isto explica o
empenho evidente nos estudosrdquo (wwwuniversiacombr)
Natildeo existe duacutevida de que a adoccedilatildeo de cotas eacute uma forma eficaz de
aumentar o ingresso de negros e carentes em Universidades Isto faz com que
tenham condiccedilatildeo de cursarem o niacutevel superior que hoje eacute um privileacutegio das
classes mais abastadas da sociedade pois somente alunos bem preparados
117
normalmente por escolas do setor privado e de cursinhos preparatoacuterios possuem
maior acesso agraves Universidades Puacuteblicas Como este preparo requer um custo
elevado fica cada vez mais restrito a uma pequena parcela da sociedade que
possui melhor poder aquisitivo
Segundo o Professor Ricardo Salles (historiador e professor da Faculdade de
Formaccedilatildeo de Professores da UERJ) o sistema trouxe principalmente dois grandes
resultados positivos
Inicialmente fez que um expressivo nuacutemero de afro-brasileiros e alunos
carentes oriundos de escolas puacuteblicas ingressasse na Universidade Puacuteblica Para
estas pessoas que tendo concluiacutedo o ensino meacutedio estavam legalmente em
condiccedilotildees de ingressarem em uma Universidade O Sistema de Cotas tornou
possiacutevel o ingresso em uma Universidade Puacuteblica pois sem as mesmas soacute teriam
condiccedilotildees de ingressarem em instituiccedilotildees privadas possibilidade esta que na
maioria dos casos esbarrava na falta de recursos financeiros devido ao alto
custo da mensalidade dos cursos
Ainda de acordo com o professor Ricardo Salles o segundo resultado
positivo da implantaccedilatildeo das cotas eacute que atraveacutes dela se tem novamente em
debate agrave polecircmica a respeito do lugar da Universidade Puacuteblica na Sociedade
Brasileira tendo como objetivo o desenvolvimento de uma naccedilatildeo mais justa e
democraacutetica Isto porque se existe a Universidade Puacuteblica e esta eacute mantida pelos
governos parte deste dinheiro adveacutem dos impostos da populaccedilatildeo nada mais
justo que a maioria das pessoas que estejam na Universidade Puacuteblica sejam as
que natildeo tenham condiccedilotildees de pagar uma boa Universidade particular Mas na
realidade o que ocorre eacute exatamente o contraacuterio satildeo as classes mais
privilegiadas que estatildeo nas Universidades Puacuteblicas pois nas trecircs ultimas deacutecadas
o descaso com o ensino meacutedio da rede puacuteblica foi tatildeo grande que os alunos
que se formam nessas instituiccedilotildees natildeo satildeo capazes de concorrerem em
igualdade com os que vecircm de um ensino meacutedio em instituiccedilotildees particulares caras
com um principal objetivo de cursar uma Universidade Puacuteblica Entatildeo o sistema
118
de cotas para esses alunos eacute uma maneira de compensar esse contra-senso
(www2uerjbr)
74 A Necessidade das Cotas
Eacute preciso se estar alerta para que o sistema de cotas ou reserva de vagas
natildeo incorra no risco de desviar a atenccedilatildeo de uma questatildeo muito grave talvez a
questatildeo-chave da situaccedilatildeo que eacute o niacutevel do ensino meacutedio da rede puacuteblica na
atualidade O Estado estaacute deixando de cumprir a sua parte que eacute de preparar
bem os alunos de famiacutelias mais carentes independentes da cor para que
aumentem suas condiccedilotildees de competiccedilatildeo para que melhorem suas condiccedilotildees
de vida atraveacutes de uma boa formaccedilatildeo Universitaacuteria
Este fato pode ser observado ao longo dos anos pois historicamente os
melhores alunos estavam na Rede Puacuteblica de Ensino em todos os niacuteveis de
formaccedilatildeo Somente estudavam em escolas particulares aqueles alunos que
tinham problemas seacuterios de disciplina ou muita dificuldade em aprendizagem
logo para completarem seus estudos recorriam agrave Rede Privada de ensino O
ensino puacuteblico era muito riacutegido e exigente o que contribuiacutea para uma boa
formaccedilatildeo e consequumlente condiccedilatildeo de ingresso em uma Universidade Puacuteblica
A inclusatildeo de negros na questatildeo das cotas tambeacutem adveacutem da maioria
da populaccedilatildeo que utiliza a Rede Puacuteblica Estadual de Ensino ser de pardos e
negros que gera por consequumlecircncia uma acentuada minoria desses alunos nas
Universidades Puacuteblicas
Com o passar dos anos a Educaccedilatildeo Puacuteblica comeccedilou a ser superada em
termos de formaccedilatildeo pela Rede Privada o que ocasionou uma lacuna entre os
alunos da Rede Puacuteblica Estadual e a Universidade pois se as instituiccedilotildees de ensino
particular estatildeo preparando melhor os seus alunos seratildeo estes que ingressaratildeo
nas Universidades Puacuteblicas Com isto o nuacutemero de alunos que terminam o ensino
meacutedio na Rede Puacuteblica Estadual que consegue se classificar em uma
Universidade Puacuteblica eacute a cada ano menor restando para estes alunos da Rede
119
Puacuteblica Estadual ingressarem em Universidades Privadas ou simplesmente que eacute o
que ocorre com maior frequumlecircncia ficar sem o direito de melhorar suas condiccedilotildees
de vida atraveacutes de uma boa graduaccedilatildeo
Com atenccedilatildeo a estes fatos eacute que o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo estaacute com um
projeto de lei no qual sugere a diminuiccedilatildeo gradativa do percentual da cota de
50 dos alunos que cursaram o ensino meacutedio na rede puacuteblica A intenccedilatildeo do
Ministeacuterio eacute promover a qualidade no ensino meacutedio na mesma proporccedilatildeo que os
alunos deixariam de utilizar as cotas (wwweducacaoaolbr)
Segundo o MEC (Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura) a melhoria da
qualidade do ensino puacuteblico ldquoeacute a mais eficiente poliacutetica de inclusatildeo social no
que diz respeito ao acesso agrave educaccedilatildeo superiorrdquo (wwweducacaoaolbr)
O Professor Joseacute Jorge de Carvalho (Departamento de Antropologia-
Universidade de Brasiacutelia) comenta que o sistema de cotas eacute a uacutenica forma de
resolver o problema da exclusatildeo racial em curto prazo O preconceito segundo
ele estaacute presente nas salas de aula O professor comeccedilou a defender o sistema
de cotas para negros quando presenciou o caso de um aluno que foi
prejudicado por um professor por motivos raciais (wwwespacoacademicocom
br)
O Professor Joseacute Jorge de Carvalho defende que ldquoHaacute poucos negros na
Universidade e isso dificulta que eles se unam para lutar por seus direitos Eacute preciso
mudar o tipo de relaccedilatildeo que existe na academia E isso soacute vai acontecer quando
houver vaacuterios negros laacute dentrordquo Os estudos do professor mostram os nuacutemeros da
exclusatildeo em 2003 97 dos universitaacuterios brasileiros satildeo brancos contra 2 de
negros e 1 de amarelos O desequiliacutebrio eacute evidente se no Brasil 45 da
populaccedilatildeo eacute negra Baseados nestes dados fica claro que era preciso tomar
alguma providecircncia para se tentar reverter este quadro era necessaacuterio que de
alguma maneira se fizesse agrave inserccedilatildeo do negro no ensino superior e o sistema de
cotas foi uma opccedilatildeo praacutetica e que amenizaria o problema num curto prazo
(wwwespacoacademicocombr)
120
Segundo a professora de Antropologia Yvonne Maggie (Professora Titular
da Universidade Federal do Rio de Janeiro) a ideacuteia de raccedila deve ser abolida por
estimular a divisatildeo do paiacutes em grupos eacutetnicos A cisatildeo racial seria um passo em
direccedilatildeo ao conflito Para a professora Yvonne Maggie ldquoDesde o Modernismo
nossa sociedade se vecirc como misturada A introduccedilatildeo do sistema de cotas rompe
com esse ideaacuterio e produz uma sociedade que tem a obrigaccedilatildeo legal de se
classificar como lsquobranca ou negrarsquo Em outros paiacuteses poliacuteticas que reforccedilam a
condiccedilatildeo racial geraram conflitos inimaginaacuteveis como a Ruanda o Kosovo e a
Aacutefrica do Sulrdquo (wwwcomcienciabr)
Na avaliaccedilatildeo da autora desta dissertaccedilatildeo a questatildeo do indiviacuteduo no
sistema de cotas ter que se auto-declarar negro ou branco natildeo chega a ser um
motivo passiacutevel de gerar um conflito de raccedilas pois a raccedila natildeo deve ser vista
como um motivo de vergonha para o indiacuteviduo e sim uma informaccedilatildeo comum
como peso idade etc O que pode gerar conflitos poreacutem eacute a discriminaccedilatildeo de
raccedilas exclusatildeo social que satildeo problemas muito mais graves no nosso paiacutes
problemas estes que satildeo as principais causas de confrontos e grandes geradores
de violecircncia Com a exclusatildeo social as diferenccedilas sociais se tornam cada vez
maiores provocando a falta de oportunidades para a maioria da populaccedilatildeo
privilegiando sempre uma pequena parcela da sociedade o que gera revolta e
consequumlentemente atos de violecircncia
Um comparativo da situaccedilatildeo das aprovaccedilotildees nos vestibulares das
Universidades Puacuteblicas participantes do estudo dos alunos egressos da Rede
Puacuteblica Estadual em relaccedilatildeo aos alunos egressos da Rede Puacuteblica Federal como
tambeacutem dos alunos egressos da Rede de Ensino Particular eacute mostrado a seguir
75 Comparativo Entre a Rede Estadual de Ensino e a Rede
Federal e Particular
Para os estudos foram selecionadas duas instituiccedilotildees a Universidade
Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) por ser a Universidade agrave qual eacute vinculado o
121
projeto de pesquisa e Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) por ser a
primeira universidade a utilizar o sistema de cotas aumentando assim o nuacutemero
de alunos oriundos de escolas da Rede Puacuteblica Estadual
A Rede Puacuteblica Estadual do Rio de Janeiro eacute a responsaacutevel pela formaccedilatildeo
do maior nuacutemero de alunos concluintes do ensino meacutedio mais isto natildeo significa
que estes alunos ingressam em maior nuacutemero em Universidades Puacuteblicas
Na realidade o que ocorre eacute que as Redes de Ensino Privadas e Federais
responsaacuteveis por apenas um terccedilo dos concluintes do ensino meacutedio satildeo os que
mais aprovam seus alunos nas Universidades Puacuteblicas conforme mostra a Tabela
71 a qual traz o nuacutemero de alunos egressos das escolas puacuteblicas inscritos e o
nuacutemero dos que obtiveram aprovaccedilatildeo nas Universidades Puacuteblicas
A maioria dos alunos da Rede Puacuteblica Estadual nem ao menos se inscreve
nos concursos dentre os que se inscrevem menos da metade consegue
classificaccedilatildeo para um curso de graduaccedilatildeo
Tabela 71 os Vestibulares UFRJ e UERJ - Nordm de inscritos e nordm de classificados
UFRJ UERJ a
ESTADUAL FEDERAL PARTICULAR ESTADUAL FEDERAL PARTICULAR
ANO INSC CLAS INSC CLAS INSC CLAS INSC CLAS INSC CLAS INSC CLAS
2000 ND ND ND ND ND ND 8391 318 4558 700 20764 1593
2001 ND ND ND ND ND ND 12866 479 4966 670 33583 2801
2002 ND ND ND ND ND ND 11938 805 4220 708 24664 2745
2003 11849 907 4670 1083 30796 4118 14804 2218 3529 817 16968 1647
2004 13703 875 4589 900 34921 4467 9941 1881 2824 688 15251 2321
2005 11671 910 4015 960 29563 4447 9007 1836 3010 621 17106 2468
2006 13681 870 4229 991 32527 4738 ND ND ND ND ND ND
ND Dados natildeo disponiacuteveis a Os dados da UERJ a partir de 2003 estatildeo computados com a reserva de vagas
122
Fontes Departamento de seleccedilatildeo acadecircmica-DSEA-UERJ(2006) Nuacutecleo de Computaccedilatildeo Eletrocircnica-UFRJ(2006)
De acordo com os dados pode-se constatar que a quantidade de alunos
da rede puacuteblica que conseguem ingressar nas Universidades Puacuteblicas eacute muito
inferior aos egressos da rede particular
O que se pode destacar de mais importante eacute o fato de que a partir do
ano de 2003 o nuacutemero de alunos da rede Puacuteblica Estadual que foram
classificados no vestibular da UERJ aumentou muito o que coincide com o iniacutecio
de implantaccedilatildeo das reservas de vagas concluindo que a reserva de vagas foi
um instrumento que contribuiu para o aumento do nuacutemero de alunos da rede
Puacuteblica Estadual na UERJ
O nuacutemero de Escolas da Rede Estadual de Educaccedilatildeo eacute cerca de 1014
escolas e a Rede privada estaacute em torno de 870 portanto a Rede Estadual possui
um nuacutemero superior de escolas em relaccedilatildeo agrave Rede Privada e ao nuacutemero de
Escolas da Rede Federal que satildeo cerca de 12 escolas
O nuacutemero de alunos da alunos da Rede Estadual corresponde agrave cerca de
23 quanto a Rede particular e a Federal juntas correspondem a 13 deste
nuacutemero (SEERJ)
Observa-se que mesmo a Rede Puacuteblica Estadual tendo um nuacutemero de
alunos concluintes do ensino meacutedio muito superior apenas um nuacutemero muito
pequeno destes conseguem ingressar em uma Universidade Puacuteblica
Baseando-se nas informaccedilotildees do Vestibular de 2003-2005 da UFRJ e UERJ
(Tabela 71) podem ser feitas algumas avaliaccedilotildees Foi selecionado este periacuteodo
pois segundo a tabela 71 eacute aquele que conteacutem dados das duas Universidades
Os graacuteficos foram elaborados utilizando-se a meacutedia dos dados de cada
esfera compreendidos entre os anos de 2003 e 2005
123
Caso UFRJ
Quanto ao nuacutemero de alunos inscritos
A Figura 71 mostra o percentual de alunos inscritos no vestibular da UFRJ
oriundos da Rede Estadual Federal e Particular calculado atraveacutes do somatoacuterio
do nuacutemero de inscritos no periacuteodo em anaacutelise
26
965
EstadualFederalParticular
Figura 71 Percentual de alunos inscritos no Vestibular da UFRJ
Foi observado que o percentual de alunos inscritos oriundos da Rede
Privada eacute muito superior aos demais A proporccedilatildeo de alunos inscritos da rede
Federal eacute pequeno Isso pode ser atribuiacutedo ao fato de que haacute poucas escolas da
Rede Federal de Ensino Meacutedio e portanto o nuacutemero de alunos eacute menor Quanto
agrave Rede Estadual de Ensino o nuacutemero de alunos inscritos eacute muito pequeno em
relaccedilatildeo ao total de alunos da rede jaacute que dois terccedilos dos alunos estatildeo neste
grupo Logo o percentual de inscritos deveria ser tambeacutem muito superior mas o
que os nuacutemeros mostram eacute exatamente o contraacuterio Tal distorccedilatildeo pode ser
devida a vaacuterios fatores destacando-se a questatildeo pedagoacutegica e financeira que
seraacute discutida posteriormente
124
Quanto ao nuacutemero de alunos classificados
A Figura 72 mostra o Percentual de alunos que foram classificados no
vestibular oriundos da Rede Estadual Federal e particular calculado atraveacutes do
percentual de alunos que foram classificados em funccedilatildeo do numero de inscritos
14
16
70
Estadual
Federal
Particular
Figura 72 Percentual de alunos classificados no Vestibular da UFRJ
O percentual de alunos classificados egressos da Rede Particular eacute muito
superior aos da Rede Federal e Estadual Isto ocorre devido ao nuacutemero de
inscritos ter sido muito superior aos demais A figura indica tambeacutem que a grande
maioria dos alunos que ingressam na UFRJ cerca 70 satildeo oriundos da Rede
Particular de Ensino Meacutedio
Relaccedilatildeo entre o nordm total de inscritos e classificados
A Figura 73 mostra o percentual em relaccedilatildeo ao nuacutemero de inscritos e
classificados dentro da Rede Puacuteblica Estadual Federal e Particular Calculado
pela quantidade de alunos classificados em funccedilatildeo dos inscritos dentro de cada
esfera comparativamente
125
7
22
14EstadualFederalParticular
Figura 73 Percentual de alunos classificados em funccedilatildeo do nuacutemero de
inscritos em cada esfera
Em relaccedilatildeo ao nuacutemero de inscritos e os que satildeo classificados destaca-se
que no tocante aos alunos oriundos da Rede Particular o nuacutemero de
classificados eacute inferior ao nuacutemero de classificados pelas Escolas Federais Estas
mesmo tendo um nuacutemero inferior de alunos formados proporcionalmente exibem
um melhor desempenho Isto leva agrave percepccedilatildeo de que as escolas da Rede
Federal de Ensino Meacutedio estatildeo conseguindo manter um padratildeo de ensino
superior agrave Rede Estadual e agrave Particular formando assim ilhas de excelecircncia em
Educaccedilatildeo
Na Rede Puacuteblica Estadual o baixo nuacutemero de classificados acaba sendo
um motivo para a falta de estiacutemulo para os alunos se inscreverem Na avaliaccedilatildeo
da autora estes julgam que a chance de conseguir a classificaccedilatildeo eacute muito
pequena devido agraves suas deficiecircncias pedagoacutegicas sendo assim nem tentam o
vestibular Este fato tambeacutem se alia aos problemas financeiros devido ao custo
das inscriccedilotildees que muitas vezes por falta de recursos somente os alunos que
conseguem isenccedilatildeo das taxas se inscrevem como tambeacutem os alunos que
priorizam o trabalho ao estudo jaacute que nas Universidades Puacuteblicas a maioria dos
horaacuterios das aulas impede que o aluno trabalhe
126
Caso UERJ
Quanto ao nuacutemero de alunos inscritos
A figura 74 mostra o percentual total de alunos inscritos no vestibular da
UERJ oriundos da Rede Estadual Federal e Particular Calculado a partir do
somatoacuterio dos inscritos em relaccedilatildeo agrave Rede Estadual Federal e Particular
37
10
53
Estadual
Federal
Particular
Figura 74 Percentual de alunos inscritos no Vestibular da UERJ
Pode-se destacar que semelhante agrave UFRJ o nuacutemero de alunos da Rede
Privada inscritos eacute superior aos demais O nuacutemero de alunos inscritos da rede
Federal eacute pequeno e na Rede Estadual de Ensino o nuacutemero de alunos inscritos eacute
superior aos inscritos na UFRJ Este nuacutemero superior de alunos inscritos da Rede
Estadual na UERJ em relaccedilatildeo agrave UFRJ se justifica pela existecircncia do Sistema de
Cotas existente na UERJ o que aumenta as chances desses alunos em
conseguirem classificaccedilatildeo gerando maior estiacutemulo neles em se inscreverem
Quanto ao nuacutemero de alunos classificados
A Figura 75 mostra o Percentual de alunos que foram classificados no
vestibular oriundos da Rede Estadual Federal e particular Calculado atraveacutes do
percentual de alunos que foram classificados em funccedilatildeo do numero de inscritos
127
41
15
44 Estadual
Federal
Particular
Figura 75 Percentual de alunos classificados no Vestibular da UERJ
A Rede Federal de Ensino manteve o seu percentual devido agrave
qualidade de formaccedilatildeo de seus alunos poreacutem o percentual de alunos
classificados egressos da Rede Particular e Estadual aparecem em equiliacutebrio
mantendo-se percentuais bem proacuteximos Este fato se deve a implantaccedilatildeo do
sistema de Reserva de vagas para alunos da rede Puacuteblica o que favoreceu o
aumento no nuacutemero desses alunos na Universidade e por consequumlecircncia
diminuindo o nuacutemero de alunos da Rede particular
Relaccedilatildeo entre o nordm total de inscritos e classificados
A Figura 76 mostra o percentual em relaccedilatildeo ao nordm de inscritos e
classificados dentro da Rede Puacuteblica Estadual Federal e Particular Calculado
pela quantidade de alunos classificados em funccedilatildeo dos inscritos dentro de cada
esfera comparativamente
128
17
22
13EstadualFederalParticular
Figura 76 Percentual de alunos classificados em funccedilatildeo do nuacutemero de
inscritos em cada esfera
Com o Sistema de reservas de vagas na UERJ a relaccedilatildeo
inscritosclassificados na Rede particular e federal praticamente se manteacutem
poreacutem na rede Estadual este percentual teve um aumento significativo Este
Sistema melhorou a distribuiccedilatildeo de vagas aumentando o acesso dos alunos da
Rede Puacuteblica a uma Universidade Puacuteblica
Avaliaccedilatildeo antes e depois da implantaccedilatildeo do sistema de
cotas
A figura 77 mostra um comparativo entre a situaccedilatildeo antes e depois da
implantaccedilatildeo do Sistema de Cotas
129
0
10
20
30
40
50
60
70
scotas ccotas scotas ccotas
alunos inscritos alunos classif icados
Estadual
Federal
Particular
Figura 77- Comparativo entre o antes e o depois da implantaccedilatildeo do
Sistema de Cotas
Com a implantaccedilatildeo do Sistema de Cotas houve um equiliacutebrio na
distribuiccedilatildeo das vagas na UERJ onde a Rede Federal de ensino se manteve na
meacutedia anterior portanto natildeo sofreu muita influecircncia do sistema A grande
vantagem foi para a Rede Estadual de Ensino que aumentou sensivelmente o
nuacutemero de seus alunos na ocupaccedilatildeo das vagas da UERJ vagas estas que como
observado na figura 77 eram destinadas a Rede Particular de ensino
76 Avaliaccedilatildeo do Sistema de Cotas da UERJ e da Proposta
UFRJ
Como citado em 73 a UERJ foi a primeira Universidade a implantar o
sistema de Reserva de vagas para alunos com perfis socioeconocircmicos e raciais
diferenciados em 2003
A UFRJ em 2004 em seu acircmbito discutiu este sistema e como resultado o
Conselho de Ensino de Graduaccedilatildeo(CEG) aprovou um documento no qual se
posicionou contra a qualquer sistema de reserva de vagas dentro do modelo
130
conhecido como Cotas No mesmo documento o CEG apontava como
diretrizes para a democratizaccedilatildeo do acesso aos cursos de graduaccedilatildeo da UFRJ o
investimento na melhoria das condiccedilotildees do Ensino Baacutesico a ampliaccedilatildeo do
nuacutemero de vagas para os cursos existentes a criaccedilatildeo de novos cursos e o
investimento em accedilotildees que visassem a permanecircncia dos alunos na UFRJ
Na UERJ o sistema foi muito discutido antes de ser implantado onde um
grupo era a favor do sistema e o defendia como uma forma de inclusatildeo social
outro grupo era totalmente contra por entender que o sistema seria uma invasatildeo
de alunos sem condiccedilotildees de estarem e de acompanharem o niacutevel da
Universidade e esta para natildeo ter reprovaccedilotildees em massa se sentiria na obrigaccedilatildeo
de chegar a esses alunos ldquobaixando seu niacutevel de ensinordquo
Diante da necessidade de implantaccedilatildeo do sistema a UERJ elaborou vaacuterias
propostas que convergiram a um modelo inicial que foi implantado Este modelo
passou por vaacuterias modificaccedilotildees para se adequar cada vez mais a realidade dos
alunos que estavam ingressando na Universidade poreacutem em nenhum momento
o niacutevel de ensino da Universidade precisou cair
A Professora Maria de Faacutetima Branquinho da Faculdade de Educaccedilatildeo da
UERJ que inicialmente fazia parte do grupo contraacuterio ao sistema de cotas e que
hoje eacute uma das professoras que mais se sentem gratificadas com o programa
com uma participaccedilatildeo ativa declarou que possui excelentes alunos cotistas que
se mostram bastante interessados e muitas vezes ateacute mais que os natildeo cotistas
Devido a isto costumam tirar boas notas e alguns deles quando chegam ao 3ordm
periacuteodo satildeo seus colaboradores em projetos de Educaccedilatildeo Ambiental nos quais
ela faz parte obtendo oacutetimos resultados Para a professora ldquoesses alunos
possuem potencial soacute lhes faltava oportunidade de mostrar e esta oportunidade
eacute como um precircmio para eles que se sentem na obrigaccedilatildeo de provarem que satildeo
capazes e que a chance natildeo foi desperdiccedilada (Branquinho 2006 - Entrevista
Teacutecnica)
131
A UFRJ elaborou um projeto piloto para aumentar a presenccedila de alunos da
rede Estadual em seu quadro discente O projeto eacute bastante ambicioso em curto
prazo pois seraacute possiacutevel por meio de parceria com a SEERJ e contaraacute com o
empenho de todos os professores da rede
O ponto central do projeto eacute a melhoria da formaccedilatildeo dos alunos do ensino
meacutedio da Rede Estadual A proposta eacute que isto seja feito atraveacutes de cursos de
Formaccedilatildeo continuada de conteuacutedo especiacutefico e de avaliaccedilatildeo aos professores
A participaccedilatildeo dos professores no projeto seria de no miacutenimo quatro para cada
escola esta que tambeacutem seria escolhida atraveacutes de criteacuterios preacute-estabelecidos
dentre eles a avaliaccedilatildeo no Acircmbito do Programa Nova Escola Esses professores
integrantes do Nuacutecleo Docente devem estar distribuiacutedos em aacutereas da seguinte
maneira Um docente de Liacutengua Portuguesa um docente de Matemaacutetica um
docente do Grupo 1(Quiacutemica Fiacutesica ou Biologia) e um docente do Grupo
2(Histoacuteria Geografia Filosofia ou Sociologia) Aleacutem disso todos os integrantes do
grupo devem ministrar aulas para as mesmas turmas de 3ordf seacuterie do ensino meacutedio
Os alunos das escolas participantes do programa para integrarem ao
projeto tambeacutem teriam que obedecer a vaacuterios criteacuterios estabelecidos pelo
CEGUFRJ Quando aceito no projeto o aluno seria inscrito e indicaria a qual
curso de graduaccedilatildeo pretende concorrer dentro dos que seratildeo disponibilizados
pela UFRJ
O projeto aleacutem dos cursos contaria com a participaccedilatildeo dos docentes da
Rede Estadual para que estes elaborem os instrumentos de avaliaccedilatildeo dos alunos
participantes do projeto Os alunos que apoacutes avaliaccedilatildeo pelo Nuacutecleo Docente
da escola conseguissem classificaccedilatildeo seriam encaminhados para os cursos de
formaccedilatildeo complementar que seriam oferecidos pela UFRJ no primeiro semestre
do ano letivo imediatamente posterior
Quanto ao Projeto da UFRJ com base na experiecircncia docente da autora
o seu principal problema seria provavelmente despertar interesse do corpo
docente das escolas da Rede Estadual em participar do projeto jaacute que a maior
132
parte do projeto seria executada por esses Docentes o que exigiria dedicaccedilatildeo
exclusiva Como os professores da Rede Estadual normalmente trabalham em
vaacuterias escolas isto seria muito difiacutecil Aleacutem de que somente o interesse natildeo eacute o
suficiente o professor tem que ser aceito pelo projeto atraveacutes de avaliaccedilotildees
Outra dificuldade seria em formar o Nuacutecleo Docente jaacute que este exige que os
professores participantes lecionem nas mesmas turmas de 3ordf seacuterie pois em
escolas que funcionam nos trecircs turnos o nuacutemero de turmas eacute muito grande e por
consequumlecircncia o de professores tambeacutem tornando muito difiacutecil coincidir as turmas
com os mesmos professores nas disciplinas exigidas
Adicionalmente no entendimento da autora a proposta da UFRJ exclui a
necessidade de vestibular poreacutem apresenta muitos obstaacuteculos para serem
superados natildeo soacute pelos alunos como tambeacutem pelas escolas e professores para
que o aluno oriundo da Rede Estadual de Ensino possa ser considerado apto
para ingressar na Universidade O fato da ausecircncia de vestibular poderia gerar
nesses alunos algum tipo de discriminaccedilatildeo em relaccedilatildeo aos demais alunos por
parecer que as vagas foram ganhas e natildeo conquistadas Surge entatildeo uma
reflexatildeo Se estes alunos seratildeo preparados atraveacutes da formaccedilatildeo complementar
seraacute que estaratildeo tambeacutem preparados para Vestibular Muito provavelmente isto
lhes daria uma compensaccedilatildeo dos esforccedilos e consequumlente elevaccedilatildeo da auto-
estima
Por outro lado ao se comparar com o projeto da UERJ esta trabalha com
alunos apoacutes o recebimento destes o que gera um grande trabalho inicial e se
corre o risco desses alunos ficarem no meio do caminho e o trabalho ser
desperdiccedilado Este fato eacute um contraposto ao projeto da UFRJ que pretende
trabalhar com esse aluno antes do ingresso deste na Universidade
Finalmente comparando as duas Universidades a UERJ conseguiu atender
as necessidades da lei de uma forma mais raacutepida estaacute funcionando poreacutem
precisa melhorar sua eficiecircncia Como todo projeto as dificuldades vatildeo
aparecendo agrave medida que os fatos se desenvolvem e a cada ano tem
conseguido melhorar o projeto adequando agraves necessidades dos alunos que
133
chegam do Ensino Meacutedio com as disponibilidades que a Universidade tem para
resolver Um ponto positivo eacute que a UERJ estaacute tentando contornar suas
dificuldades atraveacutes de seus proacuteprios meios e dispositivos natildeo dependendo
prioritariamente de outras Instituiccedilotildees A UERJ jaacute deu um primeiro passo com a
implantaccedilatildeo do projeto e seraacute necessaacuterio um tempo para que se resolvam os
problemas que forem surgindo
O projeto da UFRJ eacute abrangente pois a melhoria da formaccedilatildeo dos alunos
tem iniacutecio com a boa formaccedilatildeo dos Docentes poreacutem para que o projeto atinja
os objetivos esperados satildeo necessaacuterios meios adequados Esses pontos satildeo
positivos poreacutem na visatildeo da autora as chances de sucesso seriam maiores se
alguns aspectos fossem contemplados
Uma parceria com a Secretaria Estadual de Educaccedilatildeo para que
os professores tenham oportunidade de participarem dos cursos
Valorizaccedilatildeo dos professores de maneira que estes pudessem ter
disponibilidade de se dedicarem ao projeto
Criar formas de modo a incentivar a participaccedilatildeo dos professores
nos projetos
Fornecer materiais necessaacuterios para que o professor possa realizar
o seu trabalho de maneira satisfatoacuteria
Com bases nesses dados o capiacutetulo a seguir estaraacute fazendo uma
avaliaccedilatildeo da Educaccedilatildeo no Ensino Meacutedio focando a Educaccedilatildeo Ambiental
134
Capiacutetulo 8 Diagnoacutestico da Educaccedilatildeo Ambiental na
Rede Puacuteblica Estadual no Municiacutepio do Rio de
Janeiro
Neste capiacutetulo seraacute feita uma avaliaccedilatildeo do estado da arte da Educaccedilatildeo
Ambiental que eacute feita nas escolas da Rede Puacuteblica Estadual do Municiacutepio do Rio
de Janeiro
81 O Levantamento de Dados
A Educaccedilatildeo Ambiental eacute citada nos Paracircmetros Curriculares Nacionais
(PCNs) como um assunto que deve ser abordado nas Instituiccedilotildees de Ensino por
todas as disciplinas em todos os niacuteveis educacionais inclusive no Ensino Meacutedio A
questatildeo era saber como isto estava sendo feito nas Escolas de Ensino meacutedio da
Rede Estadual e como a UFRJ poderia contribuir para que esse tema fosse
abordado cada vez mais e de maneira mais abrangente Para que esta
avaliaccedilatildeo fosse possiacutevel foi necessaacuteria a execuccedilatildeo de uma coleta de dados
135
Os dados coletados foram resultados obtidos atraveacutes de questionaacuterios
enviados agraves escolas de Ensino Meacutedio da Rede Puacuteblica Estadual do Municiacutepio do
Rio de Janeiro O questionaacuterio foi elaborado de forma simplificada de maneira
que fosse capaz de revelar o mais proacuteximo possiacutevel da realidade vivida por essas
comunidades escolares
Os questionaacuterios foram enviados para as escolas pelas Coordenadorias
responsaacuteveis atraveacutes de parceria com a Secretaria Estadual de Educaccedilatildeo do
Estado do Rio de Janeiro (SEEERJ) que viabilizou a pesquisa no acircmbito escolas do
Municiacutepio do Rio de Janeiro
As Coordenadorias que fizeram parte da Avaliaccedilatildeo foram A Metropolitana
III a Metropolitana IV e a Metropolitana X
82 A Receptividade das Coordenadorias
A participaccedilatildeo e o empenho das Coordenadorias em colaborar com o
projeto foram muito diferentes algumas se mostraram bastante receptivas com o
projeto outras natildeo se interessaram e portanto natildeo se empenharam para um
resultado satisfatoacuterio
A figura 81 mostra os dados referentes agrave Metropolitana III Os nuacutemeros
revelam que a participaccedilatildeo foi mediana natildeo devolveu nenhum questionaacuterio
enviou todos para as escolas poreacutem retornou um numero pequeno de
questionaacuterios respondidos O nuacutemero foi pequeno poreacutem foi possiacutevel se ter uma
visatildeo da situaccedilatildeo nessa regiatildeo portanto este nuacutemero natildeo chegou a
comprometer o trabalho
136
85
0
30
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Metropolitana III
Entregues
Devolvidos
Respondidos
Figura 81 ndash Avaliaccedilatildeo de receptividade da Metropolitana III
A figura 82 mostra os dados referentes a Metropolitana IV que foi a que se
mostrou interessada no projeto e teve um comprometimento muito grande na
figura de seu Sub Gerente de Ensino Professor Luiz Gustavo Ribeiro Vieira que
participou ativamente enviando o questionaacuterio a todas as escolas e cobrando o
seu retorno com isto obteve um retorno de questionaacuterios bastante significativo
133
0
50
0
20
40
60
80
100
120
140
Metropolitana IV
Entregues
Devolvidos
Respondidos
Figura 82 Avaliaccedilatildeo de receptividade da Metropolitana IV
A figura 83 mostra os dados referentes a Metropolitana X que foi a
Coordenadoria que natildeo mostrou interesse no projeto natildeo tendo nenhum
137
empenho na distribuiccedilatildeo nem recebimento dos questionaacuterios a serem
respondidos Com um nuacutemero muito pequeno de questionaacuterios respondidos por
essa Coordenadoria a quantidade de dados referente agrave realidade das escolas
natildeo ficou clara e com isto natildeo foi possiacutevel a avaliaccedilatildeo desta regiatildeo
125
100
6
0
20
40
60
80
100
120
140
Metropolitana X
Entregues
Devolvidos
Respondidos
Figura 83 Avaliaccedilatildeo de receptividade da Metropolitana X
Mesmo os questionaacuterios sendo apresentados de maneira bem simplificada
observou-se que as escolas tiveram dificuldade tanto de cumprirem os prazos
estabelecidos quanto de expressarem suas realidades
83 A Educaccedilatildeo Ambiental em Nuacutemeros
Os resultados foram baseados nos questionaacuterios respondidos pelas escolas
de Ensino Meacutedio da Rede Puacuteblica Estadual do Municiacutepio do Rio de Janeiro
O questionaacuterio foi composto por perguntas divididas em trecircs grupos
Primeiramente as perguntas relacionadas com a instituiccedilatildeo de ensino Segundo a
abordagem da educaccedilatildeo ambiental e em terceiro a respeito da capacitaccedilatildeo
docente O questionaacuterio focava tambeacutem o interesse com a Educaccedilatildeo
Ambiental tanto das Instituiccedilotildees de ensino quanto por parte dos professores e
alunos
138
A seguir os resultados finais apoacutes a avaliaccedilatildeo das respostas obtidas atraveacutes
dos questionaacuterios separados pelas Metropolitanas III IV Na Metropolitana X
como o nuacutemero de questionaacuterios foi muito pequeno esta natildeo entraraacute no estudo
comparativo
1 ndash Quanto agrave abordagem do Tema Educaccedilatildeo Ambiental
O tema Educaccedilatildeo Ambiental eacute abordado na Escola
A pergunta objetiva ter informaccedilotildees se de alguma forma o tema
Educaccedilatildeo Ambiental eacute abordado nas escolas natildeo especificando a maneira Os
resultados encontram-se na figura 84
96
4
97
3
0
20
40
60
80
100
Metro III Metro IV
SimNatildeo
Figura 84 - Abordagem do tema na escola
Segundo a figura 84 observa-se que ambas Metropolitanas possuem um
alto iacutendice de aplicaccedilatildeo da EA A regiatildeo onde ela eacute um pouco maior eacute a
Metropolitana IV regiatildeo que abrange a zona oeste da cidade Cerca de 97 das
escolas aplicam a EA e apenas 3 natildeo aplicam Na Metropolitana III cerca de
96 das escolas aplicam e cerca de 4 natildeo aplicam a EA Os resultados
apontam que existe a aplicaccedilatildeo de EA nas escolas mas estes nuacutemeros natildeo estatildeo
de acordo com as respostas das perguntas seguintes
139
Na Metropolitana X das sete escolas que responderam seis aplicam de
alguma forma a EA dentre estas trecircs satildeo da Zona Sul da cidade (Copacabana
Ipanema e Gaacutevea) 2 satildeo da Zona Norte(Tijuca e Satildeo Cristoacutevatildeo) e uma da Zona
Oeste(Barra da Tijuca) a escola que natildeo aplica estaacute localizada no bairro da
Taquara
O tema eacute abordado em uma disciplina multidisciplinar ou de outras
formas
A pergunta objetiva saber como a escola aborda o tema se atraveacutes de
uma disciplina especiacutefica isto eacute se existe dentro do curriacuteculo uma mateacuteria
voltada para a Educaccedilatildeo Ambiental (disciplinar) ou atraveacutes de vaacuterias
disciplinas onde todas iratildeo abordar o tema dentro dos conteuacutedos a serem
aplicados (multidisciplinar) que eacute a chamada multidisciplinaridade ou ainda se
a instituiccedilatildeo de ensino se utiliza de alguma outra forma Os dados satildeo mostrados
na figura 85
0
20
40
60
80
100
Metro III Metro IV
DisciplinarMultidisciplinar
Figura 85 O tema eacute disciplinar ou multidisciplinar
Segundo o graacutefico a maioria das escolas trata o tema como
multidisciplinar Nas que informaram que eram disciplinar natildeo ficou claro se a
escola tinha uma disciplina especiacutefica mas pareceu devido as perguntas
140
seguintes que o tema era abordado em biologia quiacutemica e geografia durante
as aulas em meio aos conteuacutedos dessas disciplinas
A Metropolitana III mostrou que 100 das escolas que participaram da
pesquisa abordam o tema de forma multidisciplinar Na Metropolitana IV cerca
de 19 das escolas abordam o tema de forma disciplinar isto eacute possuem uma
disciplina voltada para o tema
Na Metropolitana X dos sete questionaacuterios respondidos cinco responderam
que o tema eacute abordado em vaacuterias disciplinas
Existe obrigatoriedade da participaccedilatildeo dos alunos
O objetivo eacute mapear como se daacute a participaccedilatildeo discente ou seja se
quando os temas relacionados agrave educaccedilatildeo ambiental satildeo abordados nas
escolas existe a abrigatoriedade na participaccedilatildeo dos alunos Os resultados satildeo
mostrados na figura 86
0
20
40
60
80
100
Metro III Metro IV
SimNatildeo
Figura 86 ndash Obrigatoriedade da participaccedilatildeo discente
Atraveacutes do graacutefico verifica-se que na maioria das escolas quando o
tema eacute abordado existe a obrigatoriedade da participaccedilatildeo dos alunos Na
141
Metropolitana IV em 69 das escolas eacute obrigatoacuteria a participaccedilatildeo dos alunos Na
metropolitana III em 44 das escolas a participaccedilatildeo eacute obrigatoacuteria
Na Metropolitana X quatro escolas responderam que a participaccedilatildeo eacute
obrigatoacuteria
De acordo com as observaccedilotildees feitas atraveacutes das respostas do
questionaacuterio constatou-se que a participaccedilatildeo obrigatoacuteria dos alunos se daacute
devido a EA ser tratada na maioria das vezes dentro das disciplinas em meio ao
conteuacutedo isto torna a participaccedilatildeo dos alunos obrigatoacuteria jaacute que a natildeo
participaccedilatildeo pode implicar na perda de pontos nas disciplinas
Os professores participam das atividades relacionadas ao
tema
Objetiva monitorar a participaccedilatildeo dos professores das instituiccedilotildees de
ensino nas atividades relacionadas ao tema EA e se existe um grande
envolvimento dos professores quanto agrave difusatildeo do tema nas escolas sendo
os resultados mostrados na figura 87
0
20
40
60
80
100
Metro III Metro IV
TodosAlguns
Figura 87 - Participaccedilatildeo dos professores
142
Em todas as Metropolitanas verificou-se que natildeo satildeo todos os professores
que participam dos projetos Observa-se que apenas um pequeno grupo se
envolve nos assuntos relacionados ao tema Educaccedilatildeo Ambiental o que acaba
limitando o assunto a algumas disciplinas
A Educaccedilatildeo Ambiental eacute praticada atraveacutes de que meios
A pergunta objetiva saber os meios pelos quais as instituiccedilotildees de ensino
utilizam para praticarem a Educaccedilatildeo Ambiental Se informalmente quando o
tema eacute abordado sem nenhum compromisso ou durante as aulas teoacutericas das
disciplinas ou por vaacuterios meios quando a escola tem projetos feiras
pedagoacutegicas visitas viacutedeos etc utilizando todos os meios simultaneamente
conforme mostrado na figura 88
0
20
40
60
80
100
Metro III Metro IV
Aulas Teoacutericase praacuteticas
Informalmente
Outros
Figura 88 Meios de aplicaccedilatildeo da Educaccedilatildeo Ambiental
Em todas as Metropolitanas a maioria das escolas utiliza aulas teoacutericas ou
praacuteticas para abordarem o tema Educaccedilatildeo Ambiental
Na Metropolitana III cerca de 51 das escolas utiliza aulas teoacutericas ou
praacuteticas para abordar o tema cerca de 17 abordam o tema de maneira
informal e cerca de 32 das escolas diversificam a maneira de abordagem do
tema
143
Na Metropolitana IV cerca de 43 das escolas utiliza as aulas para
abordarem o tema cerca de 16 abordam o tema informalmente e 42 das
escolas diversificam a forma de abordarem o tema
Na Metropolitana X dos 6 questionaacuterios respondidos 4 escolas abordam o
tema nas aulas teoacutericas e praacuteticas e 2 escolas abordam o tema informalmente
O predomiacutenio da abordagem em aulas teoacutericas provavelmente eacute
decorrente da falta de um projeto pedagoacutegico voltado para a Educaccedilatildeo
Ambiental
Quais os projetos eou atividades implantados
Objetiva mapear quais os principais temas abordados nos projetos e ou nas
atividades desenvolvidas pelas instituiccedilotildees de ensino voltadas para a educaccedilatildeo
ambiental conforme mostrado na figura 89
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Metro III Metro IV
Reciclagem e ColetaSeletiva
Reduccedilatildeo de Consumo eReuso de aacutegua e Energia
Outros
Figura 89 Projetos e ou Atividades implantados
De acordo com o graacutefico em ambas Metropolitanas o tema mais
abordado eacute a Reciclagem e a Coleta Seletiva Na Metropolitana III 50 dos
questionaacuterios responderam Reciclagem e Coleta Seletiva contra 39 de
Reduccedilatildeo de consumo e Reuso de aacutegua e energia
144
Na Metropolitana IV cerca de 46 responderam Reciclagem e Coleta
seletiva e 37 de projetos de Reduccedilatildeo de Consumo de aacutegua e energia
Este resultado era esperado pois para a maioria dos indiviacuteduos educaccedilatildeo
ambiental eacute Coleta Seletiva de Materiais e Reciclagem com isto a EA fica muito
restrita a este tema deixando os aspectos mais importantes sem abordagem isto
pode ser devido a falta de informaccedilatildeo que os proacuteprios educadores tecircm a
respeito da EA
A Metropolitana X apresentou uma resposta diferente dos quatro
questionaacuterios que foram respondidos trecircs responderam Reduccedilatildeo de Consumo e
Reuso de Aacutegua e Energia e apenas um respondeu Coleta Seletiva e Reciclagem
Isto pode ser reflexo da condiccedilatildeo Soacutecio-econocircmica predominante das
regiotildees abrangidas pelas Metropolitanas III e IV que compreendem bairros com
populaccedilotildees mais carentes Neste caso a Coleta Seletiva e a Reciclagem muitas
vezes satildeo a fonte de renda de muitas famiacutelias e faz parte do cotidiano dessas
regiotildees
Existe interesse dos alunos em relaccedilatildeo aos projetos
A pergunta objetiva saber se os alunos das instituiccedilotildees de ensino
demonstram interesse na participaccedilatildeo nos projetos eou nas atividades
relacionadas agrave educaccedilatildeo ambiental desenvolvidas nas escolas os resultados
encontram-se na figura 810
145
0
20
40
60
80
100
Metro III Metro IV
SimNatildeo
Figura 810 Participaccedilatildeo dos alunos
Na Metropolitana III o percentual de interesse dos alunos eacute de 96 e na
Metropolitana IV o percentual eacute de 100 mostrando que o interesse dos alunos
das aacutereas abrangidas por essas metropolitanas eacute bastante alto Este alto
percentual de participaccedilatildeo pode estar relacionado com a obrigatoriedade na
participaccedilatildeo dos alunos jaacute citado em pergunta anterior
Na Metropolitana X dos quatro questionaacuterios que foram respondidos dois
responderam que sim e dois responderam que natildeo resultado que natildeo nos
permite ter uma visatildeo do niacutevel de interesse dos alunos desta regiatildeo
Os projetos possuem retorno financeiro
A pergunta objetiva saber se os projetos implantados pelas instituiccedilotildees de
ensino tiveram como objetivo aleacutem da informaccedilatildeo para os alunos e a
comunidade trouxe tambeacutem algum tipo de retorno financeiro para alguma das
partes Isto porque alguns projetos de Educaccedilatildeo Ambiental como os de Coleta
Seletiva geram recursos financeiros ou bens conforme mostrado na figura 811
146
0
20
40
60
80
100
Metro III Metro IV
NuncaAs Vezes
Figura 811 - Retorno financeiro nos projetos
Nas Metropolitanas III e IV a maioria das escolas declarou que natildeo possui
nenhum tipo de retorno financeiro quando da implantaccedilatildeo de seus projetos de
educaccedilatildeo ambiental
Na Metropolitana III o percentual foi de 92 e a Metropolitana IV foi de
96 Com base nesses resultados conclui-se que os projetos implantados nas
escolas em sua maioria natildeo objetivam retorno financeiro
Na Metropolitana X dos cinco questionaacuterios que responderam todos
responderam que nunca possuem retorno financeiro na implantaccedilatildeo de seus
projetos de EA
Os recursos arrecadados satildeo para que destino
A pergunta objetiva saber para onde os recursos arrecadados com os
projetos realizados pelas escolas foram destinados
147
0
20
40
60
80
100
Metro III Metro IV
Escola e AlunosComunidadeOutros
Figura 812 Destino dos recursos arrecadados
As escolas que tiveram algum tipo de retorno utilizaram este para
aquisiccedilatildeo de materiais para a escola e para os alunos A maioria das instituiccedilotildees
de ensino natildeo respondeu a este item uma vez que a sua resposta estava
vinculada a pergunta anterior
2 ndash Quanto a Capacitaccedilatildeo docente
Qual a formaccedilatildeo em niacutevel de graduaccedilatildeo dos professores que
participam da Educaccedilatildeo Ambiental
Objetiva mapear a graduaccedilatildeo dos professores isto eacute as disciplinas que
mais participam dos projetos de educaccedilatildeo ambiental implantados nas
escolas conforme mostrado na figura 813
148
0
20
40
60
80
100
Metro III Metro IV
QuimFisBioGeo
Outras
Figura 813 Professores que participam das atividades
Em todas as Metropolitanas as disciplinas que mais participam dos projetos
de Educaccedilatildeo Ambiental satildeo as mesmas isto eacute Quiacutemica Fiacutesica Biologia e
Geografia Isto ocorre por serem estas disciplinas que em seus curriacuteculos
apresentam o tema Educaccedilatildeo Ambiental o que torna mais faacutecil para os
professores destas disciplinas a abordagem do tema e por consequumlecircncia esta
desperta maior interesse
Na Metropolitana X dos quatro questionaacuterios respondidos todos
colocaram as mesmas disciplinas citadas anteriormente
Eacute interessante frisar que em especial os cursos de graduaccedilatildeo de Quiacutemica
Biologia e Geografia tecircm um conteuacutedo consideraacutevel de temas voltados para a
aacuterea ambiental Talvez seja pertinente questionar que se a Educaccedilatildeo Ambiental
fosse mais abordada em outros cursos de Licenciatura (Histoacuteria Portuguecircs
Matemaacutetica etc) talvez aumentasse a participaccedilatildeo dos professores dessas
disciplinas ou de projetos transversais
149
Os professores que participam possuem formaccedilatildeo especiacutefica em
EA
Identifica se os professores das instituiccedilotildees de ensino que participam dos
projetos de educaccedilatildeo ambiental possuem algum tipo de formaccedilatildeo especiacutefica
para este fim como cursos de especializaccedilatildeo mestrado doutorado ou mesmo
cursos de curta duraccedilatildeo Os resultados satildeo mostrados na figura 814
0
20
40
60
80
100
Metro III Metro IV
AlgumaFormaccedilatildeo
NenhumaFormaccedilatildeo
Figura 814 Os professores possuem formaccedilatildeo especiacutefica em EA
Diferentemente do esperado as Metropolitanas III e IV informaram que um
grande nuacutemero de professores possui algum tipo de formaccedilatildeo especiacutefica
Na Metropolitana III cerca de 90 dos professores possuem alguma
formaccedilatildeo especifica em EA e na Metropolitana IV a metade dos professores da
rede possuem algum tipo de especializaccedilatildeo em EA
Apesar das escolas terem informado um grande de professores com algum
tipo de especializaccedilatildeo natildeo foi informado se essa especializaccedilatildeo era especiacutefica
em Educaccedilatildeo Ambiental mesmo estando claro na pergunta Este resultado vai
de encontro com as respostas referentes agraves outras questotildees nas quais as escolas
e os docentes demonstraram dificuldade na exploraccedilatildeo do tema e sinalizam que
eacute necessaacuteria a capacitaccedilatildeo
150
Na Metropolitana X das cinco escolas que responderam a essa questatildeo
trecircs possuem professores com alguma especializaccedilatildeo e duas escolas declararam
que natildeo possuem professores com especializaccedilatildeo
A escola tem interesse na capacitaccedilatildeo docente para a
Educaccedilatildeo Ambiental
A pergunta objetiva mostrar se existe o interesse das escolas em preparar
os professores para que estes possam adquirir mais conhecimentos teacutecnicos e
com isto possam realizar seus projetos com maior eficiecircncia no desempenho de
seu trabalho segundo mostrado na figura 815
0
20
40
60
80
100
Metro III Metro IV
SimNatildeo
Figura 815 Interesse da escola na capacitaccedilatildeo docente
A quase totalidade das escolas das Metropolitanas III e IV mostraram
interesse na capacitaccedilatildeo de seus professores em Educaccedilatildeo Ambiental
Na Metropolitana X das cinco escolas que responderam a essa pergunta
todas declararam que possuem interesse na capacitaccedilatildeo docente
Essas respostas mostraram que talvez a pergunta referente agrave
especializaccedilatildeo dos docentes natildeo foi corretamente respondida
151
Segundo esses dados conclui-se que existe grande interesse das escolas
em melhorar o desempenho de seus professores na aplicaccedilatildeo da educaccedilatildeo
ambiental
Existe interesse dos professores em participarem de cursos de
formaccedilatildeo em Educaccedilatildeo Ambiental
Objetiva mostrar se haacute interesse dos professores em participarem de cursos
de formaccedilatildeo especializaccedilatildeo na aacuterea ambiental segundo figura 816
0
20
40
60
80
100
Metro III Metro IV
Sim
Natildeo
Figura 816 - Interesse dos professores em cursos de formaccedilatildeo em EA
Nas Metropolitanas III e IV o interesse dos professores em participar de um
curso de formaccedilatildeo em EA eacute bastante alto
Na Metropolitana X dos seis questionaacuterios respondidos todos mostraram
interesse na participaccedilatildeo no curso de capacitaccedilatildeo
De acordo com as questotildees existe um grande interesse da parte dos
professores em participarem de cursos de formaccedilatildeo especializaccedilatildeo em EA Para
isto se faz necessaacuterio que exista uma oferta de cursos destinada a este puacuteblico
alvo
152
Quais as aacutereas que os professores apresentam maior interesse
Objetiva mapear em quais aacutereas da Educaccedilatildeo Ambiental os professores
gostariam que fossem abordados com maior profundidade e abrangecircncia
conforme mostrado na figura 817
0
20
40
60
80
100
Metro III Metro IV
Coleta Seletiva eReciclagem
RecursosHiacutedricos
Outros
Figura 817 Aacutereas de interesse dos professores
Neste item as respostas foram muito variadas sendo que o assunto que
apareceu com mais frequumlecircncia foram os de Coleta Seletiva e Reciclagem
seguidos pelos Recursos Hiacutedricos os demais aparecerem com pouca frequumlecircncia e
foram agrupados num uacutenico grupo ldquooutrosrdquo Foi observado que muitas
instituiccedilotildees natildeo entenderam bem o questionamento pois ao inveacutes de
responderem sobre o tema ambiental de interesse responderam sobre outros
temas
84 Conclusotildees Parciais
As escolas tiveram muita dificuldade para responder os questionaacuterios pois
muitas respostas natildeo tinham relaccedilatildeo direta com a pergunta Em muitos casos o
questionaacuterio foi devolvido com muitas perguntas sem resposta natildeo ficando claro
se por falta de entendimento das perguntas ou por desinteresse pelo tema
153
Com o questionaacuterio percebeu-se de forma geral que natildeo houve muito
empenho em se fornecer respostas claras e que refletissem realmente a vivecircncia
das escolas Pode-se detectar que os professores natildeo participaram ou seja a
pessoa designada para responder emitiu somente a sua opiniatildeo e simplesmente
natildeo respondeu o que tinha relaccedilatildeo direta com o corpo docente da escola
Algumas escolas aproveitaram o espaccedilo do questionaacuterio destinado a
sugestotildees e observaccedilotildees para fazer reivindicaccedilotildees como melhor remuneraccedilatildeo a
inadequaccedilatildeo de cursos ou treinamentos aos saacutebados e que os cursos deveriam
ter ajuda de custo para o professor ou ainda solicitaccedilatildeo de apoio em
campanhas como por exemplo ldquoNatildeo para um lixatildeo em nosso bairrordquo
O questionaacuterio deixou alguns pontos bem claros e alarmantes a educaccedilatildeo
ambiental natildeo eacute vista como um assunto que seja importante Isso pode ser
atribuiacutedo agrave falta de informaccedilatildeo que atinge desde a comunidade ateacute os oacutergatildeos
que coordenam a educaccedilatildeo passando pelos professores que na avaliaccedilatildeo da
autora satildeo as peccedilas mais importantes Estes quando possuem uma boa
formaccedilatildeo vatildeo propagar as informaccedilotildees entre os alunos que propagaratildeo para
suas famiacutelias e comunidades estabelecendo-se um efeito multiplicador agrave difusatildeo
do conhecimento
Com base nas demandas detectadas na anaacutelise dos questionaacuterios e na
excelecircncia dos profissionais da UFRJ ligados agrave aacuterea ambiental eacute apresentada a
seguir uma proposta de curso de especializaccedilatildeo transdisciplinar em EA voltado
para professores do Ensino Meacutedio
154
Capiacutetulo 9 ndash Proposta de Curso de Formaccedilatildeo Para Professores
A Educaccedilatildeo Ambiental segundo a lei ndeg 9795 de 27 de abril de 1999 eacute
um componente essencial e permanente da Educaccedilatildeo Nacional devendo estar
presente em todos os niacuteveis e todas as modalidades do processo educativo
formal e natildeo-formal
Por seu caraacuteter humanista holiacutestico interdisciplinar e participativo a
Educaccedilatildeo Ambiental pode contribuir muito para renovar o processo educativo
trazendo a permanente avaliaccedilatildeo criacutetica a adequaccedilatildeo dos conteuacutedos agrave
realidade local e o envolvimento dos educandos em accedilotildees concretas de
transformaccedilatildeo dessa realidade
155
Para realmente abordar estes princiacutepios e atingir seus objetivos a
Educaccedilatildeo Ambiental precisa de uma ampla gama de meacutetodos e do preparo dos
educadores neste sentido
A partir das informaccedilotildees obtidas nesta pesquisa observou-se a
necessidade de cursos de formaccedilatildeo na aacuterea ambiental para os professores do
Ensino Meacutedio da Rede Puacuteblica Estadual
Este capiacutetulo objetiva propor um curso que atenda a essa necessidade
tendo em vista todas as dificuldades em termos de disponibilidade da entidade e
da quantidade de vagas que possa atender da melhor maneira possiacutevel ao
puacuteblico alvo
91 Objetivo do Curso
Capacitar os professores do Ensino Meacutedio da Rede Puacuteblica Estadual do
Municiacutepio do Rio de Janeiro para o ensino da Educaccedilatildeo Ambiental fornecendo
conhecimentos aos participantes de forma que os educadores tenham
condiccedilatildeo de desenvolver o seu trabalho de maneira plena e com maior
eficiecircncia
Desenvolver a capacidade de compreensatildeo da temaacutetica ambiental de
forma holiacutestica e no acircmbito interdisciplinar enfocando o papel da educaccedilatildeo
para a construccedilatildeo de uma sociedade sustentaacutevel
Analisar as relaccedilotildees entre educaccedilatildeo problemaacutetica ambiental e
desenvolvimento sustentaacutevel
Incentivar a pesquisa interdisciplinar e o desenvolvimento de projetos de
intervenccedilatildeo social aleacutem de promover atividades de prestaccedilatildeo de serviccedilos a
comunidade em geral atraveacutes de cursos accedilotildees integradas eventos entre outros
Para que estes objetivos sejam atingidos eacute necessaacuterio que na
programaccedilatildeo dos conteuacutedos sejam contemplados fundamentos teoacutericos e
156
praacuteticos de modo a atender as determinaccedilotildees dos oacutergatildeos Ambientais Estaduais
Municipais e do Ministeacuterio do Meio Ambiente
92 Duraccedilatildeo do Curso
Por se tratar de um curso de especializaccedilatildeo a carga horaacuteria miacutenima
deveraacute ser de 360 horas com aulas ministradas em dias e horaacuterios de melhor
disponibilidade para os professores e as Universidades
93 Conteuacutedo do Curso
Nesta proposiccedilatildeo de ensino de Educaccedilatildeo Ambiental para docentes do
Ensino Meacutedio o curso deveraacute ser composto por quatro moacutedulos para que seja
abordada a maioria dos aspectos necessaacuterios para a boa formaccedilatildeo docente
1ordm Moacutedulo ndash As diferentes dimensotildees da temaacutetica ambiental na atualidade
Analise dos mais variados enfoques das questotildees ambientais por meio de
debates e trocas de experiecircncias como alternativa para aproximar todas as
vaacuterias aacutereas de conhecimento reconhecendo a diversidade do grupo e a
necessidade de interaccedilatildeo entre as aacutereas de formaccedilatildeo ressaltando as interfaces
entre as ciecircncias naturais e as humanas dentro da perspectiva interdisciplinar
Conceitos baacutesicos na Aacuterea Ambiental
bull Meio Ambiente e Ecologia rarrConceitos baacutesicos a fim de atender
melhor a dinacircmica de interaccedilotildees nos biomas terrestres e ambientes
bull Tipos de Poluiccedilatildeo e seus efeitos rarr Classificaccedilatildeo dos principais tipos de
poluiccedilatildeo e seus efeitos no meio ambiente e na sociedade
bull Tratamento de resiacuteduos soacutelidos e de efluentesrarrNoccedilotildees de reduccedilatildeo na
produccedilatildeo de resiacuteduos e tratamento dos resiacuteduos
bull Minimizaccedilatildeo de emissotildeesrarrClassificaccedilatildeo dos tipos de emissotildees e como
minimiza-las
157
2ordm Moacutedulo ndash Aborda as leis e os oacutergatildeos ligados a Educaccedilatildeo Ambiental As
disciplinas pretendem realizar uma introduccedilatildeo ao Direito Ambiental apontando e
propiciando a discussatildeo anaacutelise e avaliaccedilatildeo de conceitos juriacutedicos baacutesicos para
a compreensatildeo da legislaccedilatildeo ligada agrave problemaacutetica ambiental e suas
implicaccedilotildees sociais
Legislaccedilatildeo Ambiental
bull Leis RegulamentadorasrarrMostrar as leis que regulamentam as accedilotildees
ligadas ao meio ambiente e a Educaccedilatildeo Ambiental
bull Oacutergatildeos fiscalizadoresrarrIdentificar os oacutergatildeos fiscalizadores das accedilotildees
voltadas para o meio ambiente como tambeacutem as accedilotildees voltadas para a
Educaccedilatildeo Ambiental
bull Esferas AdministrativasrarrMostrar as atribuiccedilotildees de cada esfera de
governo nas accedilotildees relacionadas as questotildees ambientais
3ordm Moacutedulo ndash mostrar as relaccedilotildees entre Meio Ambiente e sociedade a partir
da anaacutelise de casos concretos existentes A discussatildeo dos conceitos de
paisagem lugar e territoacuterio explicando os viacutenculos soacutecio-culturais com os
ambientes O conceito sustentabilidade deveraacute ser debatido tanto na dimensatildeo
cultural e social nas formas de produccedilatildeo da subsistecircncia humana e nos
diferentes modelos soacutecio-econocircmicos priorizando as questotildees dos ldquoecossistemas
urbanosrdquo
Educaccedilatildeo ambiental e Cidadania
bull Percepccedilatildeo da realidade ambientalrarr As relaccedilotildees entre o homem e
o seu meio ambiente social e natural atraveacutes de modelos de ocupaccedilatildeo do
espaccedilo e uso de recursos naturais por formas soacutecio-culturais diferenciadas
bull A relaccedilatildeo Educaccedilatildeo Ambiental - Qualidade de Vida rarr As relaccedilotildees
da EA com a qualidade de vida e a sauacutede
bull Projetos roteiros reflexotildees e praacuteticas de Educaccedilatildeo Ambiental
rarrInstrumentalizar para a elaboraccedilatildeo e execuccedilatildeo de projetos de gestatildeo
158
ambiental e de modelos de desenvolvimento sustentado adequados agraves
especificidades soacutecio-ambientais das populaccedilotildees ldquoalvordquo
bull Integraccedilatildeo Escola-Meio-Ambiente-ComunidaderarrAbordagem de
aspectos teoacutericos e praacuteticos da construccedilatildeo de projetos no contexto escolar e fora
deste espaccedilo
4 ndash Moacutedulo ndash Projetos - seratildeo tarefas pedagoacutegicas de caraacuteter
interdisciplinar A partir do levantamento dos interesses dos alunos pretende-se
estruturar coletivamente projetos de intervenccedilatildeo e pesquisa em EA que
deveratildeo possibilitar a elaboraccedilatildeo dos trabalhos de final de curso
Pesquisa em Educaccedilatildeo Ambiental
bull Estudo de Campo
bull Trabalho final
94 Consideraccedilotildees
Esta proposta daacute uma visatildeo de alguns aspectos que norteiam o tema
Educaccedilatildeo Ambiental focando essencialmente os assuntos que satildeo importantes
para a formaccedilatildeo do Educador Ambiental
Os temas devem ser abordados de forma sucinta de modo que consiga
atingir a todos os profissionais de Educaccedilatildeo considerando que estes possuem
diferentes formaccedilotildees em niacutevel de graduaccedilatildeo
Outro aspecto considerado eacute que dentre os temas abordados estatildeo a
relaccedilatildeo sociedade e meio ambiente que eacute um dos pontos mais importantes do
curso pois permitiraacute que o educador consiga transmitir aos seus alunos a sua real
importacircncia na contribuiccedilatildeo para a melhoria da sua qualidade de vida e de seu
entorno e consequumlentemente na conservaccedilatildeo do planeta
159
Capiacutetulo 10 ndash Conclusotildees e Sugestotildees
101 Consideraccedilotildees Finais
A Educaccedilatildeo eacute primordial para o crescimento de qualquer paiacutes poreacutem natildeo
lhe eacute dada toda a atenccedilatildeo necessaacuteria problema que natildeo eacute recente mas sim
um problema histoacuterico pois a Educaccedilatildeo natildeo eacute tema essencial desde os tempos
da colonizaccedilatildeo Desde aquela eacutepoca o ensino era colocado em segundo
plano como algo sem importacircncia e por consequumlecircncia a profissatildeo de professor
jaacute era desvalorizada muitas vezes sendo colocado como marginalizados pela
sociedade
A Educaccedilatildeo de qualidade era um direito de poucos e esses poucos eram os
indiviacuteduos que tinham famiacutelias tradicionais e abastadas que tinham condiccedilotildees
financeiras para estudar nos melhores coleacutegios Este fato se reflete nos dias de
hoje onde a qualidade no ensino estaacute cada vez mais destinada aos alunos que
tem melhores condiccedilotildees financeiras Isto pode ser verificado nas escolas puacuteblicas
160
de ensino fundamental e o ensino meacutedio da Rede Puacuteblica Estadual onde resta
para os menos favorecidos um ensino que natildeo tem como objetivo central uma
boa formaccedilatildeo
Atraveacutes das Poliacuteticas SociaisEducacionais a ideacuteia central eacute a manutenccedilatildeo
do aluno na escola fornecimento de alimentaccedilatildeo etc onde a manutenccedilatildeo do
aluno na escola se faz de vaacuterias formas dentre elas podemos citar a aprovaccedilatildeo
progressiva no ensino fundamental onde o aluno eacute aprovado mesmo sem
condiccedilotildees pois foi verificado que o aluno que reprova muitas vezes abandona a
escola
No ensino Meacutedio natildeo eacute muito diferente onde o problema comeccedilou no
momento em que o ingresso no ensino meacutedio passou a ser automaacutetico sem
nenhum tipo de avaliaccedilatildeo gerando turmas muito heterogecircneas com alunos
bons lado a lado com alunos que natildeo possuem a menor condiccedilatildeo de estarem no
ensino meacutedio Isto acarreta numa dificuldade muito grande ao professor de
passar o conteuacutedo das disciplinas com um agravante o professor eacute obrigado a
ter um niacutevel de exigecircncia muito baixo pois um nuacutemero de reprovaccedilatildeo muito alto
tambeacutem natildeo eacute permitido Aleacutem disso podemos citar ainda as condiccedilotildees de
trabalho principalmente nas aacutereas mais carentes onde muitas vezes o professor
natildeo tem o material miacutenimo de trabalho tendo que comprar do proacuteprio bolso
Tocando neste ponto um problema muito grave eacute a falta de valorizaccedilatildeo do
professor atraveacutes dos baixos salaacuterios que estes recebem o que causa uma
desmotivaccedilatildeo muito grande na boa execuccedilatildeo de seu trabalho
Esses satildeo apenas algumas das causas do baixo desempenho do ensino
meacutedio e por consequumlecircncia o baixo iacutendice de aprovaccedilatildeo desses alunos em
concursos de acesso as Universidades Puacuteblicas que deveria ser o fluxo natural
desses alunos Este fato gerou a Poliacutetica Publica de inclusatildeo social que determina
o aumento de alunos egressos da Rede Puacuteblica nas Universidades Puacuteblicas que eacute
feito atraveacutes de reservas de vagas nas Universidades para esses alunos Isto no
entendimento da autora funciona apenas como uma forma imediatista de
resolver o problema pois em educaccedilatildeo os impactos de uma proposta de
161
mudanccedila requerem um tempo para que sejam percebidos Com isto para se
reverter o problema de inclusatildeo dos jovens vindos da rede puacuteblica estadual nas
universidades seria necessaacuterio no miacutenimo de 12 anos Um periacuteodo relativamente
grande pois as mudanccedilas devem envolver todas as esferas do governo em
conjunto com a sociedade e natildeo devendo estar atrelada a um determinado
mandato Em outras palavras em um sistema ideal os mandatos acabariam
mais os projetos continuariam
O estado atual da Educaccedilatildeo no paiacutes eacute uma consequumlecircncia direta do
arrocho salarial e da degradaccedilatildeo dos serviccedilos puacuteblicos acentuados apoacutes o fim
do Regime Militar com isso a classe meacutedia passou a incluir em seus orccedilamentos a
educaccedilatildeo o que gerou uma ruptura da convivecircncia entre crianccedilas e jovens de
classes pobres e da classe meacutedia nas Escolas Puacuteblicas No topo da piracircmide
social estatildeo as famiacutelias de classe meacutedia e alta que usufruem do Ensino Privado
para posteriormente disputar em melhores condiccedilotildees as vagas nas Universidades
Puacuteblicas reconhecidas como as melhores Na base estatildeo os menos privilegiados
que estatildeo na rede puacuteblica que tem que se conformarem em parar os seus
estudos ao fim do Ensino meacutedio ou se sacrificar para pagar uma Universidade
Privada jaacute que natildeo possuem condiccedilotildees de competirem em igualdade de
condiccedilotildees agraves vagas oferecidas pelas Universidades Puacuteblicas
Um dos caminhos detectados nessa pesquisa para reverter o quadro atual
da educaccedilatildeo eacute a capacitaccedilatildeo docente Para uma melhor formaccedilatildeo dos
professores se faz necessaacuterio que o tema seja abordado em todos os cursos de
graduaccedilatildeo destinados a licenciatura Este assunto tambeacutem deve ser uma
preocupaccedilatildeo das Universidades para que estas ofereccedilam cursos de extensatildeo
capacitaccedilatildeo ou poacutes-graduaccedilatildeo para professores promovendo o retorno destes
as Universidades para atualizaccedilatildeo de seus conhecimentos para que possam
aprimorar e consequumlentemente melhor preparar o aluno que ingressaraacute na
Universidade Com isso para a Universidade o retorno consiste em receber alunos
oriundos do ensino meacutedio com uma formaccedilatildeo mais completa fechando o ciclo
de interaccedilotildees
162
102 Conclusotildees
A partir dessas consideraccedilotildees e dos dados coletados e discutidos no corpo
do trabalho pode-se extrair as seguintes conclusotildees
A desvalorizaccedilatildeo dos professores eacute um problema histoacuterico jaacute que a
pesquisa bibliograacutefica mostrou que desde o iniacutecio da Educaccedilatildeo no paiacutes
esta classe de profissionais natildeo era vista como algo primordial para o
desenvolvimento do paiacutes
De acordo com as necessidades da sociedade foram surgindo
articulaccedilotildees que levaram a formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas com o
objetivo de suprir ou amenizar problemas gerados pelas diferenccedilas sociais
da sociedade A formulaccedilatildeo dessas poliacuteticas se fundamenta no processo
de descentralizaccedilatildeo levando a democratizaccedilatildeo e a participaccedilatildeo
A Educaccedilatildeo Ambiental eacute essencial para uma boa formaccedilatildeo da
cidadania devido a isto o tema EA estaacute presente nos PCNs e deve ser
abordado em todas as disciplinas de forma transversal
A tema Educaccedilatildeo Ambiental eacute relativamente antigo poreacutem natildeo lhe
era dada a devida importacircncia somente a partir do seacuteculo XX que foram
realizadas as conferecircncias voltadas para o tema ambiental o que tornou
o Meio Ambiente uma preocupaccedilatildeo mundial
A pesquisa avaliou o ingresso de alunos da Rede Puacuteblica Estadual nas
Universidades Puacuteblicas com estudo de caso avaliando o sistema de Cotas
da UERJ e a proposta de Reserva de Vagas da UFRJ A pesquisa mostrou
que a reserva de vagas natildeo eacute a soluccedilatildeo para o problema de inclusatildeo
desses alunos poreacutem funciona como uma accedilatildeo imediata para
remediaccedilatildeo do problema
163
A avaliaccedilatildeo da EA nas escolas de Ensino Meacutedio da Rede Estadual do
Municiacutepio do Rio de Janeiro mostrou que os escolas tem dificuldade em
abordar o tema de forma plena e transversal
A pesquisa mostrou que o tema natildeo eacute abordado de maneira plena
devido ao despreparo dos professores nesta aacuterea jaacute que somente os
professores que possuem o tema Ambiental ligados a sua formaccedilatildeo tem
condiccedilotildees de transmit-lo para seus alunos Para isto se fazem urgente e
necessaacuterias gestotildees dos oacutergatildeos competentes no sentido do aumento da
oferta de cursos de capacitaccedilatildeo
103 Sugestotildees Para a continuidade desta pesquisa vaacuterias linhas de trabalho podem ser
desenvolvidas A seguir satildeo listadas algumas sugestotildees e accedilotildees
Realizar uma pesquisa comparativa sobre educaccedilatildeo Ambiental no acircmbito
do municiacutepio do Rio de Janeiro envolvendo as Redes Federal Estadual e
Particular
Realizar uma pesquisa por amostragem sobre o tema Educaccedilatildeo
Ambiental atingindo outros municiacutepios do Estado do Rio de Janeiro
Avaliar se eacute feita e de que maneira a Educaccedilatildeo Ambiental no Ensino
Fundamental
164
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172
173
ANEXO 1
LEI FEDERAL
PROJETO DE LEI 36272004
Institui Sistema Especial de Reserva de Vagas para estudantes egressos de
escolas puacuteblicas em especial negros e indiacutegenas nas instituiccedilotildees puacuteblicas
federais de educaccedilatildeo superior e daacute outras providecircncias
O CONGRESSO NACIONAL decreta
Art 1ordm As instituiccedilotildees puacuteblicas federais de educaccedilatildeo superior reservaratildeo
em cada concurso de seleccedilatildeo para ingresso nos cursos de graduaccedilatildeo no
miacutenimo cinquumlenta por cento de suas vagas para estudantes que tenham
cursado integralmente o ensino meacutedio em escolas puacuteblicas
Art 2ordm Em cada instituiccedilatildeo de educaccedilatildeo superior as vagas de que trata o
art1 o seratildeo preenchidas por uma proporccedilatildeo miacutenima de autodeclarados negros
e indiacutegenas igual agrave proporccedilatildeo de pretos pardos e indiacutegenas na populaccedilatildeo da
unidade da Federaccedilatildeo onde estaacute instalada a instituiccedilatildeo segundo o uacuteltimo censo
da Fundaccedilatildeo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica - IBGE
Paraacutegrafo uacutenico No caso de natildeo-preenchimento das vagas segundo os
criteacuterios do caput as remanescentes deveratildeo ser completadas por estudantes
que tenham cursado integralmente o ensino meacutedio em escolas puacuteblicas
Art 3ordm O Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e a Secretaria Especial de Poliacuteticas de
Promoccedilatildeo da Igualdade Racial da Presidecircncia da Repuacuteblica seratildeo responsaacuteveis
pelo acompanhamento e avaliaccedilatildeo do sistema de que trata esta Lei ouvida a
Fundaccedilatildeo Nacional do Iacutendio - FUNAI
174
Art 4ordm As instituiccedilotildees de que trata o art 1ordm teratildeo o prazo de duzentos e
quarenta dias para se adaptarem ao disposto nesta Lei
Art 5ordm O Poder Executivo promoveraacute no prazo de dez anos a contar da
publicaccedilatildeo desta Lei a revisatildeo do sistema especial para o acesso de estudantes
negros pardos e indiacutegenas bem como daqueles que tenham cursado
integralmente o ensino meacutedio em escolas puacuteblicas nas instituiccedilotildees de educaccedilatildeo
superior
Art 6ordm Esta Lei entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo
Brasiacutelia(wwwportalmecgov)
175
ANEXO 2
LEI ESTADUAL
Iacutentegra da Lei Nordm 3708 de 9 de Novembro de 2001
Institui cota de ateacute 40 (quarenta por cento) para as populaccedilotildees negra e parda
no acesso a Universidade do Estado do Rio de Janeiro e agrave Universidade Estadual
do Norte Fluminense e daacute outras providecircncias
O Governador do Estado do rio de Janeiro
Faccedilo saber que a Assembleacuteia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro
decreta e eu sanciono a seguinte Lei
Art 1ordm Fica estabelecida a cota miacutenima de ateacute 40 (quarenta por cento)
para as populaccedilotildees negra e parda no preenchimento das vagas relativas aos
cursos de graduaccedilatildeo da universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e da
Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF)
Paraacutegrafo Uacutenico Nesta cota miacutenima ficam incluiacutedos tambeacutem os negros e
pardos beneficiados pela lei 35242000
Art 2ordm O Poder executivo regulamentaraacute a presente Lei no prazo de 30
(trinta) dias de sua publicaccedilatildeo
Art 3ordm Estaacute lei entraraacute em vigor na data de sua publicaccedilatildeo revogadas as
disposiccedilotildees em contraacuterio
Rio de janeiro 09 de novembro de 2001
ANTHONY GAROTINHO
Autoria Deputado Joseacute Amorim
176
Iacutentegra do Decreto Nordm 30766 de 04 de marccedilo de 2002
DISCIPLINA O SISTEMA DE COTA PARA NEGROS E PARDOS NO ACESSO Agrave
UNIVERSIDADE
DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO E Agrave UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE
FLUMINENSE E DAacute OUTRAS PROVIDEcircNCIAS
O Governador do Estado do Rio de Janeiro no uso de suas atribuiccedilotildees
legais tendo em vista o disposto no artigo 1ordm caput e paraacutegrafo uacutenico da Lei nordm
3708 de 09 de novembro de 2001 e tendo em vista o que consta do Processo E-
260592002
D E C R E T A
Projeto de Lei nordm 24902001
Art 1ordm - Ficam reservadas para negros e pardos 40 das vagas relativas
aos cursos de graduaccedilatildeo oferecidas pela Universidade do Estado do Rio de
Janeiro e pela Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro
Paraacutegrafo uacutenico Para os fins deste decreto natildeo se faz distinccedilatildeo entre pessoas
negras e pardas
Art 2ordm - Caberaacute agraves universidades envolvidas definir os criteacuterios miacutenimos de
qualificaccedilatildeo para o acesso agraves vagas reservadas aos alunos negros e pardos
Art 3ordm - No preenchimento de suas vagas deveratildeo as universidades
observar sucessivamente o seguinte
I - verificar os candidatos qualificados de acordo com o com os criteacuterios
tratados na Lei nordm 35242000 selecionando-os para ingresso ateacute o limite das
vagas destinadas a tal fim
177
II - identificar dentre os alunos selecionados para ingresso na instituiccedilatildeo na
forma do inciso anterior o percentual que se declarou negro ou pardo em
relaccedilatildeo ao nuacutemero total de vagas oferecidas por curso e turno
III - deduzir da cota de 40 o percentual de candidatos selecionados na
instituiccedilatildeo declarados negros ou pardos que foram beneficiados pela Lei nordm
35242000 (art 1ordm paraacutegrafo uacutenico da Lei 37082001)
IV - preencher as vagas restantes da cota de 40 com os demais
candidatos declarados negros ou pardos que tenham sido qualificados para
ingresso na instituiccedilatildeo independentemente da origem escolar e
V - preencher as demais vagas oferecidas independentemente da cor
raccedila ou origem escolar do candidato qualificado
Paraacutegrafo uacutenico - Em caso de reclassificaccedilatildeo deveratildeo as universidades
observar o sistema de cotas estabelecidos pelas Leis nordms 35242000 e 37082001
Art 4ordm - Caso natildeo sejam preenchidas todas as vagas reservadas aos
beneficiaacuterios deste Decreto poderatildeo ser elas aproveitadas pelos demais
estudantes
Art 5ordm - A identificaccedilatildeo dos alunos negros e pardos se faraacute atraveacutes de
declaraccedilatildeo firmada sob as penas da Lei pelo proacuteprio candidato agrave vaga na
universidade
sect1ordm - A autodeclaraccedilatildeo eacute facultativa ficando o candidato submetido agraves
regras gerais de seleccedilatildeo caso opte por natildeo a firma
sect2ordm - Os candidatos beneficiados pelo regime de reserva de vagas tratado
na Lei nordm 352400 poderatildeo firmar a declaraccedilatildeo prevista neste artigo
Art 6ordm - Fica instituiacutedo sem o aumento de despesa o Conselho para a
Promoccedilatildeo Educacional Superior das Populaccedilotildees Negra e Parda - COPESNEP com
os seguintes objetivos
178
I - manter a memoacuteria de dados capaz de permitir o acompanhamento do
perfil de desempenho dos estudantes negros e pardos nos exames seletivos para
o ingresso nas instituiccedilotildees de ensino superior em funcionamento no Estado do Rio
de Janeiro
II - propor medidas que visem estimular a aplicaccedilatildeo do sistema de cotas
estabelecido neste Decreto a outras instituiccedilotildees de ensino superior
III - propor medidas que visem o aprimoramento da legislaccedilatildeo que trata do
acesso dos negros e pardos ao ensino superior e
IV - propor medidas que visem divulgar e orientar a sociedade da
importacircncia das accedilotildees afirmativas adotadas por forccedila deste Decreto com vistas
agrave promoccedilatildeo da igualdade de oportunidades entre os diversos grupos eacutetnicos e o
combate agrave discriminaccedilatildeo
Art 7ordf - O Conselho para a Promoccedilatildeo Educacional Superior das
Populaccedilotildees Negra e Parda - COPESNEP vinculado agrave Secretaria de Estado de
Ciecircncia e Tecnologia eacute composto dos seguintes membros
I - um representante da Secretaria de Estado de Educaccedilatildeo de Ciecircncia e
Tecnologia
II - um representante da Secretaria de Estado de Educaccedilatildeo
III - um representante do Conselho Estadual do Negro
IV - um representante da Universidade do Estado do Rio de Janeiro
V - um representante da Universidade Estadual do Norte Fluminense
sect1ordm - Seraacute convidado para participar do COPESNEP um representante do
movimento estudantil negro organizado indicado pela Coordenaccedilatildeo Nacional
de Entidades Negras - CONEN dentre estudantes do ensino meacutedio
179
sect2ordm - O COPESNEP seraacute presidido pelo representante da Secretaria de
Estado de Ciecircncias e Tecnologia contando com voto qualificado em caso de
empate nas votaccedilotildees
sect3ordm - O exerciacutecio das funccedilotildees de Presidente ou membro do Conselho natildeo
seraacute remunerado a qualquer tiacutetulo sendo considerado de relevante interesse
puacuteblico
Art 8ordm - Este Decreto entraraacute em vigor na data de sua publicaccedilatildeo
produzindo efeitos para o ingresso nas universidades a partir de 2003 revogadas
as disposiccedilotildees em contraacuterio
Rio de Janeiro 04 de marccedilo de 2002-03-22
ANTHONY GAROTINHO
180
ANEXO 3 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM TECNOLOGIA DE PROCESSOS QUIacuteMICOS E BIOQUIacuteMICOS ESCOLA DE QUIacuteMICA PROJETO DE PESQUISA DE DISSERTACcedilAtildeO DE MESTRADO ldquoA CAPACITACcedilAtildeO DOCENTE EM EDUCACcedilAtildeO AMBIENTALrdquo Mestranda Maria de Lourdes Ribeiro de Souza de Azevedo Orientadoras Maria Antonieta Peixoto Gimenes Couto Denize Dias de Carvalho
QUESTIONAacuteRIO DE LEVANTAMENTO DE DADOS SOBRE EDUCACcedilAtildeO
AMBIENTAL NO ENSINO MEacuteDIO DA REDE ESTADUAL
A - DADOS INSTITUCIONAIS 1 ndash Nome da instituiccedilatildeo de ensino_______________________________________ 2 ndash Metropolitana ______________________________________________ 3 ndash Bairro __________________________________________ 4 A Escola funciona em ( ) turno uacutenico ( ) manhatilde e tarde ( ) manhatilde tarde e noite ( )outros Qual_____ 5 ndash Nordm de alunos Manhatilde = _______________ Tarde = ________________Noite
=_______________
6 ndash Nordm de professores da instituiccedilatildeo ______________________________ 7 - O curso eacute ( ) normal ( ) supletivo ( ) manhatilde e tarde normal noite supletivo ( ) outrosQual B QUANTO Agrave ABORDAGEM DO TEMA EDUCACcedilAtildeO AMBIENTAL 1 ndash O tema educaccedilatildeo ambiental eacute abordado na escola ( ) sim ( ) natildeo 2 ndash Em caso positivo o tema eacute abordado em ( ) uma disciplina(disciplina especiacutefica-disciplinar) ( ) vaacuterias disciplinas(multidisciplinar) ( )de outras formas Quais ____________________________________________ 3 ndash Existe a obrigatoriedade da participaccedilatildeo dos alunos ( ) sim ( ) natildeo _____________________________________________________________________
181
4ndash Quantos professores participam das atividades relacionadas ao tema _______________________________________ 5 ndash A educaccedilatildeo ambiental eacute praticada atraveacutes de que meio (eacute admitida mais de uma resposta) ( ) aulas teoacutericas ( ) aulas praacuteticas ( ) informalmente ( ) projetos ( ) outros Qual_________________________________________________ 6 ndash Os projetos eou atividades implantados foram de(eacute admitida mais de uma resposta) ( ) reciclagem ( ) coleta seletiva ( ) reduccedilatildeo de consumo reuso de aacutegua ( ) reduccedilatildeo de consumo de energia ( ) outros Qual ________________________________________________________ 7 ndash Existe interesse dos alunos em relaccedilatildeo aos projetos ( ) sim ( ) natildeo __________________________________________ 8 ndash Os projetos possuem retorno financeiro ( ) frequumlentemente ( ) agraves vezes ( ) raramente ( ) Nunca 9 - Os recursos arrecadados satildeo para aquisiccedilatildeo de materiais para ( ) os alunos (por ex uniformes material escolar bolsa auxilio Outros Quais _________________________ ( ) a comunidade (por excesta baacutesicaestruturas de lazer cursos Outros Quais _______________________ ( ) a escola (por ex equipamentos livros infra-estrutura Outros Quais ___________________________ ( ) outros Qual _________________________ C QUANTO Agrave CAPACITACcedilAtildeO DOCENTE 1 ndash Qual eacute a formaccedilatildeo em niacutevel de graduaccedilatildeo dos professores que participam da educaccedilatildeo ambiental(eacute admitida mais de uma resposta) ( ) Quiacutemica ( ) Biologia ( ) Fiacutesica ( ) Geografia ( ) outra Quais________________________________________________________
182
2 ndash Dos professores que participam quantos possuem formaccedilatildeo especiacutefica em educaccedilatildeo ambiental e de que tipo ( ) especializaccedilatildeo(latu-senso) ____________ ( ) mestrado _____________ ( ) doutorado ____________ ( ) cursos de curta duraccedilatildeo___________ ( ) outros ________________ ( ) nenhuma ________________________________________________________________ 3 ndash A escola tem interesse na capacitaccedilatildeo docente para educaccedilatildeo ambiental ( ) sim ( ) natildeo _____________________________________ 4 ndash Haacute interesse dos professores em participarem de um curso de formaccedilatildeo em educaccedilatildeo ambiental ( ) sim ( ) natildeo Obs Caso positivo informar quantos _____________________________________ 5 - Quais as aacutereas que os professores apresentam maior interesse ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 6 ndash Observaccedilotildees e comentaacuterios da instituiccedilatildeo de ensino ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Obs As perguntas possuem linhas para quaisquer observaccedilotildees que a instituiccedilatildeo considerar importante para enriquecer as informaccedilotildees Solicito que as respostas reflitam de fato a situaccedilatildeo real da Escola de modo a construir um panorama que permita traccedilar metas que levem agrave melhoria do Ensino Para tal acreditamos que a capacitaccedilatildeo dos professores seja um bom caminho e principalmente em um tema tatildeo importante do qual depende o futuro de todos Obrigada
183
ANEXO 4
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM TECNOLOGIA DE PROCESSOS QUIacuteMICOS E BIOQUIacuteMICOS
ESCOLA DE QUIacuteMICA
PROJETO DE PESQUISA DE DISSERTACcedilAtildeO DE MESTRADO ldquoA CAPACITACcedilAtildeO DOCENTE EM EDUCACcedilAtildeO AMBIENTALrdquo
Mestranda Maria de Lourdes Ribeiro de Souza de Azevedo Orientadoras Maria Antonieta Peixoto Gimenes Couto Denize Dias de Carvalho
AVALIACcedilAtildeO DE RECEPTIVIDADE
Metropolitana METROPOLITANA III Responsaacutevel Nordm de questionaacuterios entregues Nordm de questionaacuterios devolvidos Nordm de questionaacuterios respondidos 1 ndash Todos os questionaacuterios foram enviados ( ) Sim ( ) Natildeo 2 ndash Na sua avaliaccedilatildeo o interesse das escolas sob a responsabilidade desta Metropolitana em responder agrave pesquisa foi ( ) Alto ( ) Mediano ( ) Baixo 3 ndash No espaccedilo abaixo justifique as suas respostas nas perguntas 1 e 2 ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ 4 ndash Na sua avaliaccedilatildeo a contribuiccedilatildeo da pesquisa para a integraccedilatildeo Universidade ndash Ensino Meacutedio eacute
( ) Relevante ( ) Irrelevante
184
ANEXO 5
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM TECNOLOGIA DE PROCESSOS QUIacuteMICOS E BIOQUIacuteMICOS
ESCOLA DE QUIacuteMICA
PROJETO DE PESQUISA DE DISSERTACcedilAtildeO DE MESTRADO ldquoA CAPACITACcedilAtildeO DOCENTE EM EDUCACcedilAtildeO AMBIENTALrdquo
Mestranda Maria de Lourdes Ribeiro de Souza de Azevedo Orientadoras Maria Antonieta Peixoto Gimenes Couto Denize Dias de Carvalho
AVALIACcedilAtildeO DE RECEPTIVIDADE
Metropolitana METROPOLITANA IV Responsaacutevel Nordm de questionaacuterios entregues Nordm de questionaacuterios devolvidos Nordm de questionaacuterios respondidos 1 ndash Todos os questionaacuterios foram enviados ( ) Sim ( ) Natildeo 2 ndash Na sua avaliaccedilatildeo o interesse das escolas sob a responsabilidade desta Metropolitana em responder agrave pesquisa foi ( ) Alto ( ) Mediano ( ) Baixo 3 ndash No espaccedilo abaixo justifique as suas respostas nas perguntas 1 e 2 ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ 4 ndash Na sua avaliaccedilatildeo a contribuiccedilatildeo da pesquisa para a integraccedilatildeo Universidade ndash Ensino Meacutedio eacute
( ) Relevante ( ) Irrelevante
185
ANEXO 6
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM TECNOLOGIA DE PROCESSOS QUIacuteMICOS E BIOQUIacuteMICOS
ESCOLA DE QUIacuteMICA
PROJETO DE PESQUISA DE DISSERTACcedilAtildeO DE MESTRADO ldquoA CAPACITACcedilAtildeO DOCENTE EM EDUCACcedilAtildeO AMBIENTALrdquo
Mestranda Maria de Lourdes Ribeiro de Souza de Azevedo Orientadoras Maria Antonieta Peixoto Gimenes Couto Denize Dias de Carvalho
AVALIACcedilAtildeO DE RECEPTIVIDADE
Metropolitana METROPOLITANA X Responsaacutevel Nordm de questionaacuterios entregues Nordm de questionaacuterios devolvidos Nordm de questionaacuterios respondidos 1 ndash Todos os questionaacuterios foram enviados ( ) Sim ( ) Natildeo 2 ndash Na sua avaliaccedilatildeo o interesse das escolas sob a responsabilidade desta Metropolitana em responder agrave pesquisa foi ( ) Alto ( ) Mediano ( ) Baixo 3 ndash No espaccedilo abaixo justifique as suas respostas nas perguntas 1 e 2 ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ 4 ndash Na sua avaliaccedilatildeo a contribuiccedilatildeo da pesquisa para a integraccedilatildeo Universidade ndash Ensino Meacutedio eacute
( ) Relevante ( ) Irrelevante
186
ANEXO 7
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM TECNOLOGIA DE
PROCESSOS QUIacuteMICOS E BIOQUIacuteMICOS
ESCOLA DE QUIacuteMICA
PROJETO DE PESQUISA DE DISSERTACcedilAtildeO DE MESTRADO ldquoA CAPACITACcedilAtildeO DOCENTE EM EDUCACcedilAtildeO AMBIENTALrdquo
Mestranda Maria de Lourdes Ribeiro de Souza de Azevedo Orientadoras Maria Antonieta Peixoto Gimenes Couto Denize Dias de Carvalho
AVALIACcedilAtildeO DE RECEPTIVIDADE
Responsaacutevel Regina Coeli de A Vasconcelos
Nordm total de questionaacuterios entregues 313 questionaacuterios
Nordm total de questionaacuterios devolvidos 68 questionaacuterios
Nordm total de questionaacuterios respondidos 94 questionaacuterios
1 ndash Na sua avaliaccedilatildeo a contribuiccedilatildeo da pesquisa para a integraccedilatildeo
Universidade ndash Ensino Meacutedio eacute
( ) Relevante ( ) Irrelevante
2 ndash Na sua avaliaccedilatildeo o interesse da SEERJ na implementaccedilatildeo de um curso
de capacitaccedilatildeo docente em Educaccedilatildeo Ambiental eacute
( ) Alto ( ) Mediano ( ) Baixo
187
3 ndash Que accedilotildees conjuntas poderiam ser sugeridas para a melhoria da
capacitaccedilatildeo docente do Ensino Meacutedio da Rede Puacuteblica Estadual em Educaccedilatildeo
Ambiental
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
GRAacuteFICO COMPARATIVO ENTRE AS METROPOLITANAS DO MUNICIacutePIO
DO RIO DE JANEIRO
Questionaacuterios
0
100
200
300
400
Entregues Devolvidos Respondidos
0
50
100
150
Metro III Metro IV Metro X
Receptividade
QuestionaacuteriosentreguesQuestionaacuteriosdevolvidosQuestionaacuteriosrespondidos
iv
FICHA CATALOGRAacuteFICA
AZEVEDO MARIA DE LOURDES RIBEIRO DE A Capacitaccedilatildeo Docente em Educaccedilatildeo Ambiental xix 164p 297cm Dissertaccedilatildeo Mestre em Ciecircncias(Escola de Quiacutemica ndash Universidade Federal do Rio de Janeiro) 1 Meio Ambiente 2 Educaccedilatildeo Ambiental 3 Capacitaccedilatildeo 4 Dissertaccedilatildeo
I Universidade Federal do Rio de Janeiro II Tiacutetulo (seacuterie)
v
SUMAacuteRIO Capiacutetulo 1 ndash Apresentaccedilatildeo do Trabalho
11 Introduccedilatildeo 1
12 Objetivo do Trabalho 6
13 Organizaccedilatildeo do Estudo 7
Capiacutetulo 2 ndash O Sistema Educacional Brasileiro
21 Introduccedilatildeo 9
22 A Educaccedilatildeo no Brasil Colocircnia 11
23 A Educaccedilatildeo no Brasil Impeacuterio 13
24 A Educaccedilatildeo na Primeira Repuacuteblica 18
25 A Educaccedilatildeo no Poacutes 30 20
26 A Educaccedilatildeo na Nova Repuacuteblica(1946-1963) 25
27 A Educaccedilatildeo no Periacuteodo Militar(1964-1985) 27
28 A Educaccedilatildeo no Periacuteodo da Abertura Poliacutetica(1986-2001) 29
29 Cronologia da Histoacuteria da Educaccedilatildeo Brasileira 30
Capiacutetulo 3 ndash A Estrutura Organizacional da Educaccedilatildeo no Brasil
31 A Organizaccedilatildeo 36
311 Atribuiccedilotildees da Uniatildeo 37
312 Atribuiccedilotildees do Estado 38
313 Atribuiccedilotildees dos Municiacutepios 39
314 O papel dos Estabelecimentos de Ensino 39
315 Atribuiccedilotildees dos Docentes 40
32 A Abrangecircncia dos Sistemas 41
321 O Sistema Federal 41
322 Os Sistemas de Ensino dos Estados e do Distrito
Federal Compreendem
41
323 O Sistema Municipal 42
33 A Secretaria Estadual de Educaccedilatildeo 44
Capiacutetulo 4 ndash Poliacuteticas Puacuteblicas de Inclusatildeo Social
41 A Crise do Sistema Poliacutetico Liberal e o Iniacutecio do
vi
Intervencionismo do Estado 54
42 O Estado e Suas Novas Funccedilotildees Sociais 56
43 Poliacuteticas Puacuteblicas Uma Questatildeo de Conceito 58
44 Formulaccedilatildeo de Poliacuteticas Puacuteblicas 59
45 Aacutereas de Aplicaccedilatildeo das Poliacuteticas Puacuteblicas das Poliacuteticas
Puacuteblicas
61
Capiacutetulo 5 ndash Histoacuterico e Evoluccedilatildeo da Educaccedilatildeo Ambiental
51 Definiccedilatildeo 68
52 Histoacuterico 73
53 Algumas Consideraccedilotildees sobre a Evoluccedilatildeo da Educaccedilatildeo
Ambiental
93
Capiacutetulo 6 ndash Metodologias
61 Diagnose do Estado da Arte da Educaccedilatildeo Ambiental no
Ensino Meacutedio da Rede Estadual de Ensino no Municiacutepio do
Rio de Janeiro
98
611 Objetivos 98
612 Metodologia de Pesquisa 98
613 Planejamento da Pesquisa 99
614 Fontes de Informaccedilotildees 100
615 Pesquisa de Campo 100
616 Avaliaccedilatildeo dos Resultados 101
62 Diagnose do Acesso aos Cursos de Graduaccedilatildeo nas
Universidades Puacuteblicas Estudo de Caso UERJ e UFRJ
102
621 Objetivos 102
622 Metodologia de Pesquisa 102
623 Planejamento da Pesquisa 102
624 Fontes de Informaccedilotildees 103
625 Pesquisa de Campo 103
62 Limitaccedilotildees do Estudo 105
Capiacutetulo 7ndash Avaliaccedilatildeo do Acesso aos Cursos de Graduaccedilatildeo Estudo de
Casos UERJ e UFRJ
vii
71 O Sistema de Cotas 107
72 Implantaccedilatildeo do Sistema 108
73 O Aluno na Universidade 109
74 A Necessidade das Cotas 111
75 Comparativo entre a Rede Estadual de Ensino e a Rede
Federal e Particular
114
76 Avaliaccedilatildeo do Sistema de Cotas da UERJ e da Proposta da
UFRJ
123
Capiacutetulo 8 ndash Avaliaccedilatildeo da Educaccedilatildeo Ambiental na Rede Puacuteblica Estadual
no Municiacutepio do Rio de Janeiro
81 Levantamento de Dados 128
82 A Receptividade das Coordenadorias 129
83 A Educaccedilatildeo Ambiental em Nuacutemeros 131
84 Conclusotildees Parciais 145
Capiacutetulo 9 ndash Proposta de Curso de Formaccedilatildeo para Professores
91 Objetivo do Curso 148
92 Duraccedilatildeo do Curso 149
93 Conteuacutedo do Curso 149
94 Consideraccedilotildees 151
Capiacutetulo 10 ndash Conclusotildees e sugestotildees
101 Consideraccedilotildees Finais 152
102 Conclusotildees 155
103 Sugestotildees 156
Referecircncias 157
viii
Dedico esta dissertaccedilatildeo de mestrado
aos amores de minha vida que satildeo
meus filhos meu marido e minha matildee
pela compreensatildeo de ter ficado muitas
vezes ausente pela paciecircncia e pelo
incentivo e forccedila para natildeo me deixar
desistir e conseguir chegar ao final
deste trabalho A vitoacuteria natildeo eacute soacute
minha eacute de todos noacutes
Muito obrigada
ix
AGRADECIMENTOS
A Deus por ter me dado forccedilas para completar esta jornada
A minha matildee por ter me ajudado nas horas difiacuteceis
Aos meus filhos pela compreensatildeo nos meus momentos de ausecircncia
Ao meu marido Marcos pelo incentivo apoio e carinho
As minhas Professoras orientadoras Maria Antonieta Peixoto Gimenes Couto e
Denize Dias de Carvalho pela contribuiccedilatildeo na conduccedilatildeo desse trabalho
A todos os professores do Programa pela contribuiccedilatildeo que deram ao meu
crescimento acadecircmico profissional e pessoal
Ao senhor Antonio Ceacutesar Alves pelo carinho e atenccedilatildeo sempre me ajudando no
que precisei durante minha jornada na UFRJ
A senhora Regina Coeli secretaacuteria de Educaccedilatildeo Ambiental da SEERJ pela
atenccedilatildeo e contribuindo para que tornasse possiacutevel a realizaccedilatildeo deste trabalho
Ao Professor Maacutercio Nele pelas sugestotildees na avaliaccedilatildeo dos dados
A Professora Acircngela Rocha pela Contribuiccedilatildeo na Pesquisa de campo
A Sra Luacutecia Manso por viabilizar os dados do vestibular da UFRJ
A Sra Patriacutecia Anido Noronha por viabilizar os dados do vestibular da UERJ
Ao professor Luiz Gustavo Ribeiro Vieira Coordenador na Metropolitana IV por seu
empenho na realizaccedilatildeo da pesquisa de campo
x
A Direccedilatildeo do Ciep 386 ndash Guilherme da Silveira Filho pelo apoio e atenccedilatildeo
Aos meus colegas do departamento de Sauacutede e saneamento Ambiental (DSSA)
da Fiocruz pelo apoio e companheirismo para a realizaccedilatildeo deste trabalho
xi
RESUMO
Azevedo Maria de Lourdes Ribeiro de Souza de A Capacitaccedilatildeo Docente em Educaccedilatildeo Ambiental Rio de Janeiro 2006 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Tecnologia de Processos Quiacutemicos e Bioquiacutemicos) Escola de Quiacutemica Universidade Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2006 O objetivo deste trabalho eacute viabilizar a criaccedilatildeo de ferramentas que sirvam para conduzir uma maior integraccedilatildeo entre a Universidade e o Ensino Meacutedio tendo como base agraves poliacuteticas de inclusatildeo social Para isso foi feita uma anaacutelise da Educaccedilatildeo Ambiental ministrada no Ensino Meacutedio no Municiacutepio do Rio de Janeiro Esta revelou que as escolas praticam de alguma forma a Educaccedilatildeo Ambiental poreacutem a pesquisa tambeacutem mostrou que a formaccedilatildeo dos professores neste tema estaacute muito aqueacutem do necessaacuterio o que dificulta a realizaccedilatildeo plena do seu trabalho Ainda dentro das Poliacuteticas de Inclusatildeo Social foi feito um levantamento do acesso dos alunos da Rede Puacuteblica Estadual nas Universidades Puacuteblicas atraveacutes de estudo de caso da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) avaliando comparativamente as escolas de Ensino Meacutedio da Rede Puacuteblica e a Rede Privada Os resultados mostraram que um nuacutemero muito pequeno de alunos oriundos da Rede Estadual de Ensino consegue uma vaga nestas Universidades Puacuteblicas problema este que foi amenizado pela UERJ que foi a primeira a implantar o sistema de cotas com resultados satisfatoacuterios e com isso aumentando significativamente o ingresso de alunos da Rede Puacuteblica Estadual Os resultados dessa pesquisa sinalizam que urge a definiccedilatildeo de Poliacuteticas Puacuteblicas que levam agrave melhoria de capacitaccedilatildeo docente do Ensino Meacutedio cabendo agrave Universidade o papel de promover centros de formaccedilatildeo continuada promovendo uma melhor qualificaccedilatildeo docente e por conseguinte um melhor preparo dos alunos
xii
ABSTRACT
Azevedo Maria de Lourdes Ribeiro de Souza de A Capacitaccedilatildeo Docente em Educaccedilatildeo Ambiental Rio de Janeiro 2006 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Tecnologia de Processos Quiacutemicos e Bioquiacutemicos) Escola de Quiacutemica Universidade Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2006 This study has an aim to be viable the creation of tools which serve to conduct a great integration between the University and the high school having as a basis Politics of Social Inclusion For this it was made an analysis on Environmental Education given in municipal district of Rio de Janeiro high schools It reveals that the schools practice some Environmental Education but the research also presents that the formation of teachers in this theme is far from what is necessary that makes difficulty the full realization of its work Yet within the Politics of Social Inclusion it was done a survey on the access of the State Public Net students at the public universities through a case study of the University of Rio de Janeiro State (UERJ) and Federal University of Rio de Janeiro (UFRJ) evaluating comparatively to the high school of Public and Private Net schools The results show that a small number of students from the State Net High School gets vacancy in those Public Universities a problem that was softened by the UERJ that was the first to establish a system of quotas with satisfactory results and with this encreasing significatively the entrance of State Public Net students The results of this research signal that it is necessary a definition of Public Politics that take to improvement of teaching capacitation of high school belonging to the University the roll of promote centers of Continued formation promoting a better teaching qualification and thus a better preparation of the students
xiii
LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES
Figura 11 ndash Esquema do Ciclo da Educaccedilatildeo
Figura 31 ndash Organograma da Organizaccedilatildeo Educacional Brasileira
Figura 32 ndash Mapa das Metropolitanas do Estado do Rio de Janeiro
Figura 41 ndash Diagrama Esquemaacutetico da Formaccedilatildeo de uma Poliacutetica Puacuteblica
Figura 61 ndash Esquematizaccedilatildeo do Projeto
Figura 71 - Percentual de Alunos Inscritos no Vestibular da UFRJ
Figura 72 ndash Percentual de Alunos Classificados no Vestibular da UFRJ
Figura 73 - Percentual de Alunos Classificados em Funccedilatildeo do Nuacutemero de Inscritos
em Cada Esfera
Figura 74 ndash Percentual de Alunos Inscritos no Vestibular da UERJ
Figura 75 - Percentual de Alunos Classificados no Vestibular da UERJ
Figura 76 ndash Percentual de Alunos Classificados em Funccedilatildeo do Nuacutemero de Inscritos
em Cada Esfera
Figura 77 - Comparativo Entre o Antes e Depois do Sistema de Cotas
Figura 81 - Avaliaccedilatildeo de Receptividade da Metropolitana III
Figura 82 ndash Avaliaccedilatildeo de Receptividade da Metropolitana IV
Figura 83 ndash Avaliaccedilatildeo de Receptividade da Metropolitana X
Figura 84 - Abordagem do Tema na Escola
Figura 85 - O Tema eacute Disciplinar ou Multidisciplinar Figura 86 - Participaccedilatildeo Discente Figura 87 - Participaccedilatildeo dos Professores
Figura 88 - Meios de Aplicaccedilatildeo da Educaccedilatildeo Ambiental Figura 89 - Projetos e ou Atividades Implantados Figura 810 - Interesse dos Alunos
Figura 811 - Retorno Financeiro nos Projetos
Figura 812 - Destino dos Recursos Arrecadados
Figura 813 - Professores que Participam das Atividades
Figura 814 - Os Professores Possuem Formaccedilatildeo Especiacutefica em EA
Figura 815 - Interesse da Escola na Capacitaccedilatildeo Docente
xiv
Figura 816 - Interesse dos Professores em Cursos de Formaccedilatildeo em Educaccedilatildeo
Ambiental Figura 817 - Aacutereas de Interesse dos Professores
xv
LISTA DE TABELAS
Tabela 21 ndash Evoluccedilatildeo da Educaccedilatildeo no Brasil Principais Acontecimentos
Tabela 31 ndash Coordenadorias da SEERJ
Tabela 71 ndash Quadro Comparativo dos Vestibulares da UERJ e UFRJ
xvi
GLOSSAacuteRIO
ABE ndash Associaccedilatildeo Brasileira de Educaccedilatildeo
ALERJ ndash Assembleacuteia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro
ANA - Agecircncia Nacional de Aacuteguas
CADES ndash Campanha de Aperfeiccediloamento e Difusatildeo do Ensino Secundaacuterio
CAPES - Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel Superior
CEA ndash Centros de Educaccedilatildeo Ambiental
CEE ndash Conselho Estadual de Educaccedilatildeo
CEG ndash Conselho de Ensino de Graduaccedilatildeo
CETESB - Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental
CFE ndash Conselho Federal de Educaccedilatildeo
CGEA ndash Coordenaccedilatildeo Geral de Educaccedilatildeo Ambiental
CIAC ndash Centro Integrado de Apoio a Crianccedila
CIEP ndash Centro Integrado de Educaccedilatildeo Puacuteblica
CISEA ndash Comissatildeo Intersetorial de Educaccedilatildeo Ambiental
CMMAD - Comissatildeo Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento
CNAE ndash Campanha Nacional de Alimentaccedilatildeo Escolar
CNBB ndash Confederaccedilatildeo Nacional dos Bispos do Brasil
CNE ndash Conselho Nacional de Educaccedilatildeo
CNEA ndash Conferecircncia Nacional de Educaccedilatildeo Ambiental
CNEC ndash Campanha Nacional de Escolas da Comunidade
CNPJ - Cadastro Nacional da Pessoa Juriacutedica
CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico
COEA - Coordenaccedilatildeo Geral de Educaccedilatildeo Ambiental
CONAMA ndash Conselho Nacional do Meio Ambiente
CONEN ndash Coordenaccedilatildeo Nacional de Entidades Negras
CONTAP ndash Conselho de Cooperaccedilatildeo Teacutecnica da Alianccedila para o Progresso
COPESNEP - Conselho para a Promoccedilatildeo Educacional Superior das Populaccedilotildees
Negra e Parda
CPC ndash Centros Populares de Cultura
DEA ndash Educaccedilatildeo Ambiental a Distacircncia
xvii
DEMEC - Departamento de Engenharia Mecacircnica
EA ndash Educaccedilatildeo Ambiental
ENC ndash Exame Nacional de Cursos
ENEM ndash Exame Nacional do Ensino Meacutedio
EPB ndash Estudos de Problemas Brasileiros
EUA ndash Estados Unidos da Ameacuterica
FEEMA - Fundaccedilatildeo Estadual de Engenharia do Meio Ambiente
FNMA - Fundo Nacional do Meio Ambiente
FUNAI - Fundaccedilatildeo Nacional do Iacutendio
FUNDEF ndash Fundo de Manutenccedilatildeo e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de
Valorizaccedilatildeo do Magisteacuterio
GT ndash Grupos de Trabalho
IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovaacuteveis
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
IES ndash Instituiccedilotildees de Ensino Superior
INEP ndash Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais
ISEB ndash Instituto Superior de Estudos Brasileiros
LDB ndash Lei de Diretrizes e Bases
MCT - Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia
MEB ndash Movimento de Educaccedilatildeo de Base
MEC ndash Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura
MinC ndash Ministeacuterio da Cultura
MMA ndash Ministeacuterio do Meio Ambiente
MOBRAL - Movimento Brasileiro de Alfabetizaccedilatildeo
OMEP ndash Organizaccedilatildeo Mundial de Educaccedilatildeo Preacute-Escolar
ONG ndash Organizaccedilatildeo Natildeo Governamental
ONU ndash Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas
OSPB ndash Organizaccedilatildeo Social e Poliacutetica do Brasil
PAIUB - Programa de Avaliaccedilatildeo Institucional das Universidades Brasileiras
PAS ndash Programa de Avaliaccedilatildeo Seriada
PCN ndash Paracircmetros Curriculares Nacionais
PIEA - Programa Internacional de Educaccedilatildeo Ambiental
xviii
PNEA - Poliacutetica Nacional de Educaccedilatildeo Ambiental
PNI ndash Parque Nacional do Iguaccedilu
PNMA - Programa Nacional do Meio Ambiente
PNUMA ndash Programa das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente
PPA ndash Plano Plurianual
PROINICIAR ndash Programa de Iniciaccedilatildeo Acadecircmica
PRONEA ndash Programa Nacional de Educaccedilatildeo Ambiental
PRO-REDE ndash Programa de Reestruturaccedilatildeo da Rede Puacuteblica de Ensino
REASUL - Rede Sul Brasileira de Educaccedilatildeo Ambiental
REBEA ndash Rede Brasileira de Educaccedilatildeo Ambiental
REGUA ndash Registro Uacutenico do Aluno
REPEA ndash Rede Paulista de Educaccedilatildeo Ambiental
SAEB - Sistema Nacional de Avaliaccedilatildeo da Educaccedilatildeo Baacutesica
SECIRM ndash Secretaria da Comissatildeo Interministerial para os Recursos do Mar
SEDUC - Secretaria da Educaccedilatildeo Baacutesica
SEERJ ndash Secretaria Estadual de Educaccedilatildeo do Rio de Janeiro
SEF ndash Secretaria de Ensino Fundamental
SEMA - Secretaria Estadual do Meio Ambiente
SENAC ndash Serviccedilo Nacional de Aprendizagem Comercial
SENAI - Serviccedilo Nacional de Aprendizagem Industrial
SIBEA ndash Sistema Brasileiro de Informaccedilatildeo em Educaccedilatildeo Ambiental
UENF ndash Universidade Estadual do Norte Fluminense
UERJ ndash Universidade do Estado do Rio de Janeiro
UFMT - Universidade Federal de Mato Grosso
UNCED - United Nations Conference on Environment and Development
UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina
UFRJ ndash Universidade Federal do Rio de Janeiro
UFRPE - Universidade Federal Rural de Pernambuco
UFRRJ ndash Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
UICN ndash Uniatildeo Internacional para Conservaccedilatildeo da Natureza
UNE ndash Uniatildeo Nacional dos Estudantes
xix
UNESCO - Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a educaccedilatildeo agrave ciecircncia e a
cultura
UNICEF ndash Fundo das Naccedilotildees Unidas para a Infacircncia
USAID - United States Agency for International Development
1
Capiacutetulo 1 Apresentaccedilatildeo do Trabalho
11 Introduccedilatildeo
A educaccedilatildeo eacute a base para o desenvolvimento de qualquer paiacutes por ser
um instrumento fundamental para a promoccedilatildeo da cidadania Eacute por meio dela
que as pessoas adquirem condiccedilotildees de se transformarem em cidadatildeos ativos e
competitivos
A cidadania se fundamenta em princiacutepios eacuteticos aleacutem de promover o
direito agrave justiccedila social pois eacute impossiacutevel conceber o crescimento de um paiacutes
tendo milhotildees de pessoas excluiacutedas da participaccedilatildeo democraacutetica em vaacuterias
instacircncias e niacuteveis da sociedade
Eacute atraveacutes de um bom desempenho da cidadania que a sociedade pode
contribuir para a soluccedilatildeo de problemas e ateacute evitar que alguns destes possam
surgir Neste processo a educaccedilatildeo ambiental tem um papel muito importante
pois participa natildeo somente como uma transmissatildeo de conhecimento mas
2
tambeacutem na aplicaccedilatildeo de informaccedilotildees como uma forma de mudanccedila de
atitudes da sociedade face aos problemas ambientais
A Educaccedilatildeo Ambiental eacute uma proposta de mudanccedila de comportamento
onde se faz o resgate de valores eacuteticos esteacuteticos democraacuteticos e humanistas
Estes valores satildeo fortemente defendidos pela educaccedilatildeo de um modo geral pelo
conjunto de conhecimentos produzidos nas mais diversas aacutereas tendo como foco
o princiacutepio do respeito pelo meio ambiente que natildeo eacute constituiacutedo somente pelos
organismos vivos Haacute uma preocupaccedilatildeo com um sentido muito mais amplo do
que meramente com a extinccedilatildeo de alguns animais ou plantas
(wwweducarscuspbr)
Meio Ambiente eacute tudo que compotildee a paisagem Eacute a interaccedilatildeo do
conjunto de elementos naturais artificiais culturais e sociais que propicia o
desenvolvimento equilibrado da vida em todas as suas formas
Podemos classificaacute-lo em Meio Ambiente natural ou fiacutesico constituiacutedo pelo
solo aacutegua ar atmosfeacuterico enfim tudo que eacute natureza com toda sua diversidade
Meio ambiente artificial eacute constituiacutedo pelo espaccedilo urbano construiacutedo
representado pelo conjunto de edificaccedilotildees (espaccedilo urbano fechado) e dos
equipamentos puacuteblicos (ruas praccedilas aacutereas verdes espaccedilos livres em geral
espaccedilo urbano aberto) Meio Ambiente Cultural integra o patrimocircnio histoacuterico
artiacutestico arqueoloacutegico paisagiacutestico turiacutestico que embora artificial difere do
anterior pelo sentido de seu valor especial e o Meio Ambiente Social que eacute
formado pelas pessoas que compotildeem a Sociedade (Carvalho 2002)
Com isto a Educaccedilatildeo Ambiental eacute tambeacutem o respeito pelas culturas que
incluem as especificidades de classe etnia e gecircnero funcionando como uma
defesa da descentralizaccedilatildeo e da distribuiccedilatildeo social do poder dando assim uma
efetiva contribuiccedilatildeo para uma sociedade melhor (wwweducarscuspbr)
A Educaccedilatildeo Ambiental visa modificar as relaccedilotildees entre a sociedade e o
meio ambiente de forma a melhorar a qualidade de vida transformando o
sistema produtivo e consumista em uma sociedade mais solidaacuteria promovendo a
3
inclusatildeo social atraveacutes da justa distribuiccedilatildeo dos recursos naturais entre todos
Para isto se faz necessaacuteria natildeo soacute a existecircncia de poliacuteticas sociais mas
principalmente que estas estejam integradas nas diversas esferas da sociedade
Eacute tambeacutem importante que tenham estrateacutegias bem definidas para que possam
ser formuladas e implementadas por accedilotildees que sejam intersetoriais buscando
sempre parcerias com os diversos segmentos sejam estes entidades ou
movimentos sociais
Um ponto importante que deve nortear a Educaccedilatildeo Ambiental eacute o
conceito de desenvolvimento sustentaacutevel que inter-relaciona os aspectos sociais
e ambientais isto eacute promove a qualidade das relaccedilotildees humanas com o ambiente
natural e a necessidade de produccedilatildeo de riquezas Sachs (citado em Montibeller-
Filho 2001) propotildee a seguinte definiccedilatildeo para Desenvolvimento Sustentaacutevel
ldquoTrata-se de gerir a natureza de forma a assegurar aos homens de nossa geraccedilatildeo
e das geraccedilotildees futuras a possibilidade de se desenvolverrdquo (Azevedo 1991)
Segundo a Comissatildeo Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento
Desenvolvimento Sustentaacutevel eacute definido como ldquoDesenvolvimento que responde
agraves necessidades do presente sem comprometer as possibilidades das geraccedilotildees
futuras de satisfazer suas proacuteprias necessidadesrdquo (wwweducarscuspbr)
O desenvolvimento sustentaacutevel deveria ser uma preocupaccedilatildeo primordial
para o desenvolvimento econocircmico poreacutem para alguns setores da economia o
mais importante eacute o valor de produccedilatildeo imediato mesmo que para isso se
degrade o meio ambiente e se comprometa a possibilidade de produccedilotildees
futuras Os movimentos ambientalistas conseguem produzir um conjunto de
princiacutepios em relaccedilatildeo ao meio ambiente atraveacutes de protocolos e declaraccedilotildees
Este conjunto constitui a base do direito ambiental brasileiro e internacional o
qual associa a proteccedilatildeo do meio ambiente ao desenvolvimento
socioeconocircmico ldquoA poliacutetica nacional do meio ambiente tem por objetivo a
preservaccedilatildeo melhoria e recuperaccedilatildeo da qualidade ambiental propiacutecia agrave vida
visando assegurar no paiacutes condiccedilotildees ao desenvolvimento socioeconocircmicordquo
4
(Brasil Poliacutetica Nacional do Meio Ambiente - Lei 6938 1981 citado em Montibeller
Filho 2001)
Eacute por isto que uma boa formaccedilatildeo do educador ambiental se faz
necessaacuterio pois a Educaccedilatildeo Ambiental eacute antes de tudo um instrumento de
promoccedilatildeo da cidadania como jaacute dito anteriormente principalmente nos dias de
hoje onde eacute fundamental para o desenvolvimento a inserccedilatildeo competitiva de
qualquer naccedilatildeo do mundo o seu conhecimento Conhecimento este que seraacute
compartilhado com os alunos que satildeo os que iniciam a jornada de mudanccedila
pois estes seratildeo os transmissores desses conhecimentos aos seus pais vizinhos
amigos enfim como se fosse uma grande corrente Neste ponto eacute que a
Educaccedilatildeo Ambiental difere das demais disciplinas tendo uma visatildeo muito mais
ampla do que o simples acuacutemulo de informaccedilotildees sem conexatildeo entre elas e com
o potencial de evocaccedilatildeo existente na aprendizagem Baseia-se na premissa de
que eacute na reflexatildeo tanto individual como coletiva que se tem em relaccedilatildeo ao meio
ambiente que se daacute o processo de aprendizagem (wwweducarscuspbr)
A Educaccedilatildeo Ambiental natildeo pode estar reduzida a uma disciplina ou
programa seja este de reciclagem ou reaproveitamento do lixo preservaccedilatildeo da
aacutegua etc A importacircncia destes programas existe mas a Educaccedilatildeo Ambiental
natildeo pode estar somente baseada neles tem que ter um sentido mais amplo
como o uso de recursos com responsabilidade desenvolvendo produccedilotildees limpas
que geram lucro mantendo a harmonia com o meio ambiente Para isto existe a
necessidade de ldquopromover a Educaccedilatildeo Ambiental em todos os niacuteveis de ensinordquo
(Brasil 1988) Dessa forma o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo (MEC) elaborou os
Paracircmetros Curriculares Nacionais (PCNs) em que o meio ambiente (Educaccedilatildeo
Ambiental) eacute apresentado como tema transversal para todo o curriacuteculo escolar
(Guimaratildees 2004)
Mesmo a educaccedilatildeo ambiental estando presente nos PCNs esta natildeo eacute
amplamente aplicada em especial no Ensino Meacutedio da Rede Puacuteblica foco do
presente trabalho Acredita-se que um dos motivos seja o despreparo dos
educadores do Ensino Meacutedio Por esse motivo eacute que haacute a necessidade de uma
5
efetiva integraccedilatildeo da Universidade com o Ensino Meacutedio pois desta forma os
educadores estaratildeo participando de alguma maneira deste processo
educacional
A Universidade prepara os professores que atuaratildeo no ensino meacutedio e
estes por sua vez seratildeo responsaacuteveis pela formaccedilatildeo dos alunos que ingressam na
Universidade Os alunos por seu turno saem da Universidade jaacute na qualidade de
profissionais que podem ser professores ou natildeo Poreacutem existe a necessidade de
investimento na formaccedilatildeo do docente isto eacute este deve retornar a Universidade
atraveacutes de programas de formaccedilatildeo continuada seja em cursos de extensatildeo ou
especializaccedilatildeo A formaccedilatildeo continuada se reveste de uma importacircncia ainda
maior principalmente devido agrave existecircncia das poliacuteticas de inclusatildeo social que
visam a democratizaccedilatildeo do ensino superior promovendo o ingresso de alunos de
baixa renda a um ensino de qualidade nas Universidades Puacuteblicas A respeito
dessas poliacuteticas existem algumas opiniotildees divergentes em relaccedilatildeo ao sistema de
cotas que consiste na reserva de vagas para alunos carentes e negros Para
alguns facilitar a entrada desses alunos nas Universidades eacute a soluccedilatildeo para a
inclusatildeo social natildeo importando se este aluno tem condiccedilotildees de se manter na
Universidade devido ao seu despreparo advindo do ensino meacutedio Para outros a
inclusatildeo social se faz natildeo reservando vagas e sim melhorando a qualidade do
ensino meacutedio da rede puacuteblica para que os alunos tenham condiccedilotildees de
competir em igualdade com os demais alunos e esta melhoria do ensino pode
ter iniacutecio atraveacutes da capacitaccedilatildeo do docente
Essas propostas formam uma espeacutecie de ciclo conforme o esquema
mostrado na figura 11 O mais importante poreacutem eacute que os profissionais tenham
consciecircncia do seu papel como cidadatildeos e da sua relaccedilatildeo com o Meio
Ambiente
6
UNIVERSIDADE
ALUNOS DOCENTES
ENSINO MEacuteDIO
Figura 11 Esquema do Ciclo da Educaccedilatildeo
12 Objetivos do Trabalho
Com base nas premissas abordadas a presente dissertaccedilatildeo tem como
objetivos
Objetivo Geral
Criar instrumentos que viabilizem a integraccedilatildeo Universidade com o Ensino
Meacutedio com base em poliacuteticas de inclusatildeo social para capacitaccedilatildeo de docentes
no segmento de Educaccedilatildeo Ambiental
7
Objetivos especiacuteficos
bull Avaliaccedilatildeo do atual estado da arte da Educaccedilatildeo Ambiental no
ensino meacutedio ministrado na Rede Estadual de Ensino do municiacutepio do
Rio de Janeiro
bull Avaliaccedilatildeo do acesso agraves Universidades Puacuteblicas atraveacutes de estudos
de caso
bull Elaboraccedilatildeo de uma proposta de Educaccedilatildeo Continuada visando a
capacitaccedilatildeo do docente de Ensino Meacutedio
13 Organizaccedilatildeo do Estudo
A presente dissertaccedilatildeo foi organizada em 10 capiacutetulos Aleacutem deste que
traz uma breve apresentaccedilatildeo do tema nos capiacutetulos subsequumlentes seratildeo feitas as
seguintes abordagens
O capiacutetulo 2 apresenta uma anaacutelise histoacuterico-social do sistema educacional
brasileiro desde a colonizaccedilatildeo ateacute os dias atuais
O capiacutetulo 3 traz a estrutura organizacional da educaccedilatildeo no Brasil
incluindo as esferas poliacuteticas responsaacuteveis pelos diferentes segmentos
As poliacuteticas puacuteblicas de inclusatildeo social satildeo abordadas no capiacutetulo 4 e o
capiacutetulo 5 contextualiza a Educaccedilatildeo ambiental sob os prismas histoacuterico e
evolutivo
As metodologias empregadas nos estudos elaborados estatildeo descritas no
capiacutetulo 6
No capiacutetulo 7 eacute realizada uma avaliaccedilatildeo do acesso aos cursos de
graduaccedilatildeo de Universidades Puacuteblicas atraveacutes de estudos de caso envolvendo a
Universidade Estadual do Rio de Janeiro e a Universidade Federal do Rio de
Janeiro comparando-se o acesso com sistemas de cotas (UERJ) e a proposta em
8
estudo para a reserva de vagas na UFRJ aleacutem de uma anaacutelise quantitativa do
acesso dos estudantes da rede puacuteblica a estas universidades
O capiacutetulo 8 traz os resultados referentes ao estudo de campo sobre a
Educaccedilatildeo Ambiental realizado junto agraves escolas de Ensino Meacutedio da Rede Puacuteblica
Estadual localizadas no municiacutepio do Rio de Janeiro
A partir das demandas detectadas nesse estudo de campo foi elaborada
uma proposta de curso de capacitaccedilatildeo voltado para os professores de Ensino
Meacutedio apresentada no capiacutetulo 9 As principais conclusotildees desse estudo bem
como as sugestotildees de continuidade do trabalho encontram-se no capiacutetulo 10
O capiacutetulo a seguir conforme jaacute citado aborda o Sistema Educacional
Brasileiro
9
Capiacutetulo 2 O Sistema Educacional Brasileiro
21 Introduccedilatildeo
Neste capitulo foi realizada uma anaacutelise histoacuterico-social do sistema
educacional brasileiro desde o iniacutecio da colonizaccedilatildeo brasileira ateacute a atualidade
A histoacuteria da educaccedilatildeo brasileira natildeo eacute uma histoacuteria difiacutecil de ser estudada e
compreendida Ela evolui em rupturas marcantes e faacuteceis de serem observadas
A primeira grande ruptura travou-se com a chegada dos portugueses ao territoacuterio
do Novo Mundo Natildeo se pode deixar de reconhecer que os portugueses
trouxeram um padratildeo de educaccedilatildeo proacuteprio da Europa o que natildeo quer dizer que
as populaccedilotildees que por aqui jaacute viviam natildeo possuiacutessem caracteriacutesticas proacuteprias de
se fazer educaccedilatildeo Conveacutem ressaltar que a educaccedilatildeo que se praticava entre as
populaccedilotildees indiacutegenas natildeo tinha as marcas repressivas do modelo educacional
europeu
A chegada dos jesuiacutetas ao territoacuterio brasileiro natildeo trouxe somente a moral
os costumes e a religiosidade europeacuteia trouxe tambeacutem os meacutetodos pedagoacutegicos
Este meacutetodo funcionou absoluto durante 210 anos de 1549 a 1759 quando uma
nova ruptura marca a histoacuteria da educaccedilatildeo no Brasil a expulsatildeo dos jesuiacutetas pelo
10
Marquecircs de Pombal Se existia alguma coisa muita bem estruturada em termos
de educaccedilatildeo o que se viu a seguir foi o mais absoluto caos Tentaram-se as aulas
reacutegias o subsiacutedio literaacuterio mas o caos continuou ateacute que a Famiacutelia Real fugindo
de Napoleatildeo na Europa resolveu transferir o Reino para o Novo Mundo Na
verdade natildeo se conseguiu implantar um sistema educacional nas terras
brasileiras mas a vinda da Famiacutelia Real permitiu uma nova ruptura com a situaccedilatildeo
anterior Para preparar o terreno para sua estadia no Brasil D Joatildeo VI abriu
Academias Militares Escolas de Direito e Medicina a Biblioteca Real o Jardim
Botacircnico e sua iniciativa mais marcante em termos de mudanccedila foi a criaccedilatildeo da
Imprensa Reacutegia Segundo alguns autores o Brasil foi finalmente ldquodescobertordquo e a
nossa Histoacuteria passou a ter uma complexidade maior A educaccedilatildeo no entanto
continuou a ter uma importacircncia secundaacuteria Sabe-se que enquanto nas colocircnias
espanholas jaacute existiam muitas universidades como a Universidade de Satildeo
Domingos criada em 1538 a do Meacutexico e a de Lima criadas em 1551 a nossa
primeira Universidade soacute surgiu em 1934 em Satildeo Paulo Por todo o Impeacuterio
incluindo D Joatildeo VI D Pedro I e D Pedro II pouco se fez pela educaccedilatildeo
brasileira e muitos reclamavam de sua qualidade ruim Com a Proclamaccedilatildeo da
Repuacuteblica fizeram-se vaacuterias reformas que pudessem dar uma nova guinada mas
observando bem a educaccedilatildeo brasileira natildeo sofreu um processo de evoluccedilatildeo
que pudesse ser considerado marcante ou significativo em termos de modelo
Ateacute os dias de hoje muito se tem mudado no planejamento educacional mas a
educaccedilatildeo continua a ter as mesmas caracteriacutesticas impostas em todos os paiacuteses
do mundo que eacute de manter o ldquostatus quordquo para aqueles que frequumlentam os
bancos escolares (Niskier 1989)
Desde jaacute pode-se dizer que a Educaccedilatildeo Brasileira tem um princiacutepio meio e
fins bem demarcados e facilmente observaacuteveis Eacute isso que se pretende mostrar
neste capiacutetulo Logo o trabalho foi dividido por periacuteodos considerados como os
mais marcantes e os que sofreram as rupturas mais concretas na nossa
educaccedilatildeo Assim seraacute mostrada uma relaccedilatildeo de fatos histoacutericos em diferentes
visotildees procurando-se realccedilar os fatos ligados agrave Histoacuteria da Educaccedilatildeo no Brasil
11
Para tanto os textos a seguir satildeo baseados nas informaccedilotildees e citaccedilotildees
extraiacutedas das seguintes fontes Lima 1974 Niskier 1989 Romanelli 1978
wwwacciocombr wwwpedagogiaemfocoprobr
22 A Educaccedilatildeo no Brasil Colocircnia
No iniacutecio da colonizaccedilatildeo do Brasil por volta de 1532 natildeo se cogitou nada
que se relacionasse com a instruccedilatildeo de seus moradores pois o interesse de
Portugal era direcionado para as riquezas da terra descoberta A educaccedilatildeo no
Brasil teve iniacutecio com a chegada dos jesuiacutetas e foi atribuiacuteda aos educadores da
Companhia de Jesus por volta de 1549 com a vinda do primeiro governador
geral Tomeacute de Sousa Este encontrou a Colocircnia inteiramente despreparada em
mateacuteria de instruccedilatildeo natildeo soacute do chamado ldquogentiordquo como tambeacutem dos filhos dos
colonos Tomeacute de Sousa fez questatildeo de incluir na sua comitiva dedicados
membros da Companhia de Jesus e em menos de quinze dias jaacute funcionava
uma escola chamada na eacutepoca de ldquoler e escreverrdquo Os primeiros coleacutegios e as
ditas ldquoaulas de ensinar e contarrdquo foram criados pelos jesuiacutetas e eram mantidos
com sacrifiacutecio mediante esmolas e donativos especiais e a matildeo de obra nas
construccedilotildees eram do esforccedilo fiacutesico dos proacuteprios religiosos ajudados por iacutendios e
alguns colonos Esses coleacutegios ensinavam gratuitamente Gramaacutetica Latina
Filosofia Teologia Dogmaacutetica e Moral Primeiras Letras e Matemaacutetica Elementar
(Niskier 1989)
Em 1553 chegara ao Brasil com o governador Duarte da Costa o padre
Joseacute de Anchieta que era o encarregado do ensino dos religiosos neoacutefitos Na
falta de livros escrevia as liccedilotildees nos cadernos que distribuiacutea para cada aluno Os
jovens catecuacutemenos1 e os filhos dos colonos aprendiam assim os princiacutepios das
liacutenguas portuguesa espanhola latina brasiacutelica ou tupi indispensaacuteveis no trato
com os indiacutegenas Alguns estudiosos condenam a ausecircncia de um ensino jaacute
naquela eacutepoca mais voltado para a ciecircncia nos moldes do ensino europeu o
que daria ao Brasil melhores condiccedilotildees de competitividade internacional em
1 Pessoas em fase de preparaccedilatildeo para o batismo
12
vaacuterias aacutereas Se isto eacute um fato por outro lado natildeo deixa de ser meacuterito dos jesuiacutetas
a manutenccedilatildeo da nossa integridade territorial e a existecircncia de uma soacute
predominante religiatildeo como tambeacutem ficou sendo o portuguecircs a liacutengua utilizada
nas escolas implantadas no territoacuterio brasileiro (Niskier 1989)
Entretanto a Companhia de Jesus natildeo possuiacutea um trabalho pedagoacutegico
nem uma filosofia da educaccedilatildeo especialmente elaborada para o desempenho
desta missatildeo A Companhia vinha ao mundo com diversas ideacuteias novas
especialmente no campo ascese cristatilde e na sua proacutepria organizaccedilatildeo como
sociedade de cleacuterigos mas natildeo tinha nada a dizer de especial quanto agrave filosofia
da educaccedilatildeo no sentido em que entendemos hoje este termo excluiacuteda a
educaccedilatildeo especial daqueles que deveriam ser sarcedotes Por causa disso ela
limitou-se na praacutetica em termos da educaccedilatildeo mais geral a codificar atraveacutes da
experiecircncia de seus docentes uma filosofia de educaccedilatildeo em que de certo
modo cristianizava-se o modelo educacional renascentista baseado no
equivalente ao ensino secundaacuterio no estudo dos claacutessicos e no cultivo da liacutengua
latina De tal modo o ensino expandiu com o tempo este modelo pedagoacutegico
cristatildeo que comeccedilou a ser visto como se fosse a proacutepria filosofia cristatilde da
educaccedilatildeo (Niskier 1989)
Ateacute meados do seacuteculo XVIII esse foi o modelo educacional brasileiro
Poreacutem em 1759 apoacutes a decisatildeo do Marquecircs de Pombal de expulsar os jesuiacutetas
segundo Fernando de Azevedo (professor educador criacutetico ensaiacutesta e
socioacutelogo) ldquoNa educaccedilatildeo estabeleceu-se um caos completo a despeito dos
esforccedilos de outras ordens religiosasrdquo (Niskier 1989) A expulsatildeo dos jesuiacutetas teve
como consequumlecircncia imediata aleacutem da desintegraccedilatildeo do ensino o fechamento
de residecircncias missotildees e coleacutegios e seminaacuterios Vaacuterios autores consideram a
expulsatildeo dos jesuiacutetas um fator de retrocesso na educaccedilatildeo brasileira natildeo soacute pela
diminuiccedilatildeo do nuacutemero de escolas mas sobretudo nos aspectos organizacional e
didaacutetico- pedagoacutegico Abaixo eacute destacado o que expressou Moreira de
Azevedo em seu artigo ldquoInstruccedilatildeo Puacuteblica nos Tempos Coloniais do Brasilrdquo sobre
a expulsatildeo dos Jesuiacutetas
13
ldquoPrivados desses preceptores experimentou a instruccedilatildeo sensiacutevel atraso e se para substituiacute-los vieram as escolas monaacutesticas dos Beneditinos Carmelitas e Franciscanos natildeo chegaram estas ao grau de meacutetodo ensino e regularidade das dos padres de Jesus poreacutem ainda assim quando aquelas desapareceram eram as melhores que possuiacutea a colocircnia do Brasilrdquo (AZEVEDO Moreira de Apud NISKIER 1989)
Em 1772 foi assinada uma lei que abolia o antigo sistema de donativos
para a Instruccedilatildeo e estabelecia o Subsiacutedio Literaacuterio Foi criada uma taxaccedilatildeo
complementar para os vinhos e demais bebidas alcooacutelicas destinada a fornecer
os fundos para o pagamento dos mestres que fossem nomeados pelo governo
No Brasil o Subsiacutedio Literaacuterio entrou em vigor em 1773 o que iria proporcionar o
funcionamento de aulas destinadas ao ensino das primeiras letras de Gramaacutetica
Latina de Filosofia e Grego (Niskier 1989) No Rio de Janeiro passou a funcionar
uma Aula de Engenharia autorizada pela Rainha D Maria I Poreacutem essas aulas
natildeo produziram os efeitos desejados com queixa dos professores e dos alunos
Eram observados uma estrutura fraca e resultados mediacuteocres pois as aulas
estavam a cargo de mestres improvisados que natildeo tinham programas
estabelecidos e natildeo havia fiscalizaccedilatildeo no que diz respeito agrave qualidade do ensino
ministrado e do aproveitamento dos alunos O Subsiacutedio Literaacuterio natildeo bastava em
muitas capitanias natildeo sendo suficiente sequer para o pagamento dos
professores continuando a dependecircncia de boa vontade de particulares Na
eacutepoca os professores aleacutem de mal pagos eram desconsiderados no seio da
sociedade pois a educaccedilatildeo era como trazer a luz aos ignorantes o que ia ao
encontro dos interesses de muitos
Havia maior preocupaccedilatildeo em ensinar Latim e ateacute mesmo Grego e Retoacuterica
do que a Liacutengua Portuguesa A Matemaacutetica custou a integrar-se no curriacuteculo
escolar As Ciecircncias Naturais contavam com a preferecircncia de diminuto nuacutemero
de abnegados professores Os coleacutegios prepararam para estudo superior em
universidades europeacuteia os jovens que natildeo buscavam a vida sacerdotal O ensino
superior concentrava-se na Universidade de Coimbra para onde eram enviados
os filhos de famiacutelias que dispunham de recursos
14
Assim o resultado das decisotildees do Marquecircs de Pombal foi que no princiacutepio
do seacuteculo XIX a educaccedilatildeo brasileira estava reduzida praticamente a nada O
sistema jesuiacutetico foi desmantelado e nada que pudesse chegar proacuteximo desse
sistema foi organizado para dar continuidade a um trabalho de educaccedilatildeo Esta
situaccedilatildeo somente sofreu uma mudanccedila com a chegada da Famiacutelia Real ao Brasil
em 1808
23 A Educaccedilatildeo no Brasil Impeacuterio
Com a vinda da Corte Portuguesa para o Brasil em 1808 fugindo das tropas
de Napoleatildeo que haviam invadido Portugal por esta eacutepoca Dom Joatildeo VI sabia
que sua estadia forccedilada em terras brasileira natildeo seria curta e portanto aleacutem de
abrir os portos do Brasil agraves naccedilotildees amigas resolveu permitir a imprensa facilitar a
entrada de livros e fundar cerca de uma dezena de instituiccedilotildees de ensino teacutecnico
ou superior em nosso territoacuterio no Rio de Janeiro e na Bahia
O setor cultural tambeacutem seria extraordinariamente beneficiado atraveacutes da
criaccedilatildeo de vaacuterias instituiccedilotildees destinadas a dar continuidade agraves que existiam em
Portugal Dentre os cursos superiores o de Medicina foi o que mereceu atenccedilatildeo
especial Em 1808 foi criado pelo priacutencipe regente o Coleacutegio Meacutedico-ciruacutergico da
Bahia instalado no Real Hospital Militar e sediado no preacutedio onde funcionara o
coleacutegio dos jesuiacutetas
O ensino militar recebeu maior atenccedilatildeo do governo real depois do seu
estabelecimento na cidade do Rio de Janeiro A Academia Real Militar da Corte
recebeu o nome de Escola Central abrigando o curso de Engenharia que
permaneceu com a designaccedilatildeo de Escola Politeacutecnica ateacute a transferecircncia em
nossos dias para a ilha do Fundatildeo
Assim como o ensino superior as instruccedilotildees primaacuteria e secundaacuteria tambeacutem
passaram por estaacutegio de desenvolvimento desordenado problema este gerado
pela falta de um plano geral que pudesse ser aplicado em todas as capitanias
do Brasil Mesmo depois da instalaccedilatildeo da Corte no Rio de Janeiro houve um
aumento consideraacutevel nos pedidos de criaccedilatildeo de escolas de primeiras letras
15
pedidos estes que foram atendidos ou natildeo conforme a disponibilidade de
recursos para pagamento de professores (Niskier 1989)
Neste periacuteodo a evasatildeo escolar era muito grande para evitar o
esvaziamento das escolas o governo decidiu isentar do recrutamento para fins
militares os alunos dos estabelecimentos puacuteblicos que demonstrassem frequumlecircncia
assiduidade e bom aproveitamento o que deveria ser atestado pelos professores
Em 1817 a cidade do Rio de Janeiro contava aleacutem das escolas de
primeiras letras dos estabelecimentos de ensino militar e naval das aulas de
Medicina e das de Comeacutercio com trecircs de Gramaacutetica Latina uma de Retoacuterica
uma de Filosofia uma de Grego e uma de Desenho e Pintura Um grupo de
negociantes do Rio de Janeiro propocircs ao Priacutencipe-Regente a constituiccedilatildeo de um
fundo cujos rendimentos seriam reservados para criar e manter estabelecimentos
destinados agrave instruccedilatildeo puacuteblica
Desde a chegada de D Joatildeo VI ao Rio o governo portuguecircs fez tentativas
louvaacuteveis para introduzir no Brasil aleacutem das instituiccedilotildees civis os estabelecimentos
de instruccedilatildeo puacuteblica da metroacutepole Natildeo se deu a devida importacircncia agrave instruccedilatildeo
primaacuteria das classes baixas e meacutedias da sociedade e os que nas classes
elevadas sentiam a necessidade de uma instruccedilatildeo mais completa nem por isso
encontravam maiores recursos continuaram mais ou menos obrigados a adquiri-
la em Coimbra ou mesmo na Inglaterra ou na Franccedila
Com a Proclamaccedilatildeo da Independecircncia o Brasil tinha outros problemas
mais urgentes com que se preocupar do que a fundaccedilatildeo de uma universidade
ou o estabelecimento de uma rede de ensino primaacuterio e secundaacuterio Logo o
sistema de aulas avulsas continuou a existir na impossibilidade de substituiacute-lo
imediatamente por um verdadeiro sistema escolar tal como o entendemos nos
dias de hoje ou como existia ainda que precariamente no tempo dos jesuiacutetas
Mas em 1824 a primeira Constituiccedilatildeo Brasileira estabeleceu no seu ceacutelebre Art
179 no paraacutegrafo XXXII que
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ldquoA instruccedilatildeo primaacuteria eacute gratuita a todos os cidadatildeos e a Constituiccedilatildeo garante coleacutegios e universidades onde seratildeo ensinados os elementos das ciecircncias belas letras e artesrdquo (Niskier 1989)
Poreacutem estas determinaccedilotildees nunca chegaram a ser cumpridas em grande
extensatildeo e antes que tais projetos se concretizassem ocorreu uma modificaccedilatildeo
constitucional no Brasil que iria complicar seriamente os destinos da educaccedilatildeo
durante todo o restante do Impeacuterio
Com a abdicaccedilatildeo de Dom Pedro I ao trono em favor de seu filho D Pedro
II Os parlamentares brasileiros com receio de que o novo imperador acumulasse
um excesso de poder promulgaram o Ato Adicional de 1834 agrave Constituiccedilatildeo
Imperial pelo qual o poder puacuteblico em diversos sentidos era descentralizado
Assim o Ato Adicional de 1834 estabelecia que cada proviacutencia do Brasil se
tornava autocircnoma para organizar de acordo apenas com suas proacuteprias diretivas
o ensino primaacuterio e secundaacuterio Haveria ou poderia haver portanto tantos
sistemas de ensino primaacuterios e secundaacuterios no Brasil quantas fossem as proviacutencias
sem que nenhuma tivesse que dar satisfaccedilatildeo nem agraves demais proviacutencias nem
tampouco ao governo central O ensino superior poreacutem ficaria sob a
responsabilidade do governo central em todo territoacuterio nacional
Mas na praacutetica estas medidas acabaram por consagrar a partilha de
diversas atribuiccedilotildees do domiacutenio da Instruccedilatildeo Puacuteblica apoacutes a reforma da
constituiccedilatildeo os estudos primaacuterios e secundaacuterios limitaram-se ao municiacutepio da
corte Portanto em 1837 o acontecimento mais importante no campo da
instruccedilatildeo puacuteblica no Brasil foi a criaccedilatildeo do Coleacutegio Pedro II onde funcionava o
Seminaacuterio de Satildeo Joaquim na cidade do Rio de Janeiro O coleacutegio fora criado
com o objetivo de se tornar um modelo pedagoacutegico para o curso secundaacuterio
sendo ali realizado um curso de sete anos que correspondia aproximadamente
ao que depois veio a ser o ginaacutesio e o colegial (Niskier 1989)
Em 1854 o governo central ao reformar o ensino na capital do Impeacuterio
propusera a criaccedilatildeo do ensino primaacuterio e 2ordm grau Assim criou-se a Inspetoria
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Geral da Instruccedilatildeo primaacuteria e secundaacuteria oacutergatildeo ligado ao Ministeacuterio do Impeacuterio e
destinado a fiscalizar e orientar o ensino puacuteblico e particular na cidade do Rio de
Janeiro e estruturou em dois niacuteveis a instruccedilatildeo primaacuteria gratuita que a constituiccedilatildeo
prometera a todos (www acciocom br )
O exemplo da corte frutificou nas proviacutencias empenhando assim em
promover a uniformizaccedilatildeo do ensino em todo o impeacuterio Logo as demais
proviacutencias passaram a voltar a sua atenccedilatildeo paras as reformas que se realizavam
na corte
No entanto na corte e nas proviacutencias as escolas ficaram apenas na letra
da lei Alguns estabelecimentos particulares na corte e nas grandes cidades
ofereceram um ensino mais rico que o ministrado nas escolas puacuteblicas
Dentre as causas que entatildeo obstaram a ampliaccedilatildeo e o enriquecimento do
ensino elementar destacava-se a falta de pessoal docente devidamente
habilitado e entatildeo veio a necessidade de preparar o pessoal docente para as
escolas Logo surgiram apoacutes a reforma da constituiccedilatildeo e por iniciativa dos
governos provinciais as primeiras escolas normais brasileiras
Em 1880 teria a capital do Impeacuterio sua primeira escola normal mantida e
administrada pelo poder puacuteblico sendo que qualitativamente a instruccedilatildeo se
mostrava precaacuteria
Outras causas muito importantes eram as dispersotildees da populaccedilatildeo o
nuacutemero insuficiente de escolas o descontentamento de professores mal
remunerados a ignoracircncia dos pais que se recusavam a mandar os filhos para a
escola
Com o objetivo de estimular o desenvolvimento dos estudos secundaacuterios
nas proviacutencias o ministro Joatildeo Alfredo Correia de Oliveira instalou nas capitais das
proviacutencias do Impeacuterio novas bancas de exames gerais preparatoacuterios
18
Os mais importantes projetos de reforma nas deacutecadas do seacuteculo XIX
pediam a colaboraccedilatildeo da capital para a elevaccedilatildeo do ensino em todo o Impeacuterio
Cuidavam do enriquecimento e aperfeiccediloamento e da expansatildeo da instruccedilatildeo
primaacuteria e do ensino normal cuja frequumlecircncia pretendia tornar obrigatoacuteria a todas
as crianccedilas na faixa dos sete aos quatorze anos
Deslocando-se dos demais projetos de reforma apresentados nos uacuteltimos
anos do Impeacuterio pelo desassombro e pela riqueza de suas posiccedilotildees o substitutivo
apresentado por Rui Barbosa ao decreto Leocircncio Carvalho ficaria como um vasto
programa de reformas que a Repuacuteblica caberia cumprir
Assim a proposta de Rui Barbosa cuidava amplamente do ensino
elementar e meacutedio Estruturava o ensino primaacuterio em quatro niacuteveis para os quais
se previa pela primeira vez um tempo miacutenimo de duraccedilatildeo propunha o
enriquecimento dos programas e a renovaccedilatildeo dos meacutetodos de ensino e tornava
obrigatoacuteria uma frequumlecircncia de quatro anos na escola primaacuteria elementar e
meacutedia formando assim um verdadeiro curso de instruccedilatildeo secundaacuteria popular
(www acciocom br)
Com o quadro assim configurado perto do fim da eacutepoca imperial
comeccedilaram a surgir sinais de que a sociedade estava comeccedilando a
amadurecer para o problema educacional Isto se deu porque nesta eacutepoca a
unidade nacional jaacute estava consolidada do ponto de vista militar uma seacuterie de
outros problemas mais preemente estavam solucionados ou em via de solucionar-
se a aboliccedilatildeo da escravatura jaacute estava agrave vista e podia-se pensar mais
serenamente na educaccedilatildeo brasileira A Proclamaccedilatildeo da Repuacuteblica trazia
consigo a esperanccedila de novas mudanccedilas e o Imperador em seus uacuteltimos
discursos na sessatildeo ao Parlamento Imperial solicitava a criaccedilatildeo de um Ministeacuterio
da Educaccedilatildeo pois ateacute aquela eacutepoca natildeo existia nada semelhante na
organizaccedilatildeo do nosso Estado
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24 A Educaccedilatildeo na Primeira Repuacuteblica
A Repuacuteblica proclamada adotou o modelo poliacutetico americano baseado
no sistema presidencialista Na organizaccedilatildeo escolar percebeu-se a influecircncia da
filosofia positivista
O advento federativo natildeo trouxe significaccedilotildees e alteraccedilotildees para a
instruccedilatildeo puacuteblica nem inaugurou uma nova corrente de ideacuteias educacionais
tendo significado simplesmente o coroamento e portanto a continuidade de
ideacuteias que se iniciariam no impeacuterio mas precisamente nas suas duas ultimas
deacutecadas O que podemos constatar atraveacutes dos relatos de Fernando Azevedo
ldquoDo ponto de vista cultural e pedagoacutegico a Repuacuteblica foi uma revoluccedilatildeo que abortou e que contentando-se com a mudanccedila do regime natildeo teve o pensamento ou a decisatildeo de realizar uma transformaccedilatildeo radical no sistema de ensino para provocar uma renovaccedilatildeo cultural das elites culturais e poliacuteticas necessaacuterias agraves novas instituiccedilotildees democraacuteticasrdquo (www acciocom br )
A primeira constituiccedilatildeo republicana natildeo chegou a contemplar a
gratuidade e a obrigatoriedade da instruccedilatildeo elementar O legado deixado pelo
Impeacuterio natildeo se alterou substancialmente o ensino secundaacuterio defendia e
reclamava desde as uacuteltimas deacutecadas do Impeacuterio a equumlidade como mecanismo
necessaacuterio ao aperfeiccediloamento do ensino secundaacuterio a sua estruturaccedilatildeo em
acircmbito nacional a instituiccedilatildeo de ensino regulares e sistemaacuteticos (www
acciocom br)
Assim pela constituiccedilatildeo de 1891 agrave qual se acrescentava a Lei de 20 de
novembro de 1892 ficou determinado que
bull No Distrito Federal competia ao Governo federal o ensino superior e
secundaacuterio e agrave Prefeitura o ensino primaacuterio
bull Os Estados poderiam organizar seus proacuteprios sistemas de ensino
primaacuterio secundaacuterio e superior
bull Em cada Estado o Governo Federal podia organizar seu proacuteprio
sistema de ensino secundaacuterio e superior
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Entretanto apesar da legislaccedilatildeo e organizaccedilatildeo do sistema federal de
ensino ser uma atribuiccedilatildeo do Congresso Nacional na praacutetica era o poder
executivo quem legislava e organizava a educaccedilatildeo Isto fez com que durante
toda a Primeira Repuacuteblica a posiccedilatildeo do Governo Federal fosse conservadora Isto
de certa forma restringia o entusiasmo pedagoacutegico que dominou a sociedade
brasileira depois da Primeira Guerra Mundial
Jaacute em relaccedilatildeo agraves administraccedilotildees estaduais a partir de 1920 uma febre de
otimismo pedagoacutegico comeccedilou a tomar conta dos principais governos estaduais
do Brasil o que provocou uma seacuterie de reformas de ensino em vaacuterios estados da
Uniatildeo Embora cada Estado pudesse organizar um sistema completo de ensino
desde o primaacuterio ateacute o superior tais reformas se limitavam sempre agrave estrutura do
ensino primaacuterio e normal porque todo ensino superior estava na eacutepoca no
acircmbito do Governo Federal e o ensino secundaacuterio por natildeo ser obrigatoacuterio para a
admissatildeo aos cursos superiores natildeo passava de uma rede de cursos
preparatoacuterios com exceccedilatildeo do Coleacutegio Pedro II no Rio de Janeiro que com a
Repuacuteblica havia mudado de nome para Ginaacutesio Nacional e alguns coleacutegios
religiosos Mesmo estes na praacutetica natildeo podiam fugir do espiacuterito dos preparatoacuterios
As principais reformas levantadas a efeito na deacutecada de 1920 foram as
seguintes
bull Em 1920 em Satildeo Paulo por Sampaio Doacuteria
bull Em 1922 no Cearaacute por Lourenccedilo Filho comissionado ao governo do
Cearaacute pelo Estado de Satildeo Paulo
bull Em 1927 em Minas Gerais por Francisco Campos
bull Em 1928 no Distrito Federal por Fernando Azevedo vindo de Satildeo Paulo
a convite da Prefeitura do Rio de Janeiro
bull Em 1928 na Bahia por Aniacutesio Teixeira
Os responsaacuteveis pela seacuterie de reformas estaduais ocorridas na deacutecada de
1920 tiveram para ajudaacute-los no empreendimento vaacuterios fatores concorrendo a
seu favor e o primeiro deles foi o proacuteprio clima de euforia pedagoacutegica que tomou
conta da sociedade brasileira depois da Primeira Guerra Mundial Tambeacutem veio
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a favor deles o iniacutecio do surto industrial que pressionava por uma nova direccedilatildeo
do ensino e a introduccedilatildeo no Brasil das ideacuteias da Escola Nova em cujas teorias se
inspiraram os reformadores
As doutrinas educacionais da Escola Nova vinham haacute seacuteculos se
desenvolvendo na Europa mas soacute entraram com toda a sua forccedila na sociedade
brasileira na eacutepoca do entusiasmo pedagoacutegico do fim da Primeira Repuacuteblica em
boa parte por obra de estudiosos tais como Fernando de Azevedo Aniacutesio Teixeira
e Lourenccedilo Filho que figuraram tambeacutem na lista dos reformadores estaduais
O movimento reformista foi favorecido pela criaccedilatildeo em 1924 da
Associaccedilatildeo Brasileira de Educaccedilatildeo que agremiou elementos de todo paiacutes em
torno de questotildees de acircmbito nacional relativas agrave Educaccedilatildeo escolar Atraveacutes de
conferecircncias curados debates e inqueacuteritos os profissionais da Educaccedilatildeo
divulgavam as ideacuteias de escolas renovadas Isto contribuiu para formaccedilatildeo de
uma nova consciecircncia educacional relativa ao papel do Estado na Educaccedilatildeo
levando agrave necessidade de expansatildeo da escola puacuteblica ao direito de todos na
educaccedilatildeo levando a exigecircncia de uma poliacutetica nacional de Educaccedilatildeo na qual
a uniatildeo exerce o papel coordenador orientador e supletivo no desenvolvimento
do ensino em todo paiacutes Muitas dessas ideacuteias viriam a consubstanciar-se em
proposiccedilotildees do manifesto dos pioneiros da Educaccedilatildeo Nova (1932) e em
dispositivo da carta de 1934
25 A Educaccedilatildeo no Poacutes 1930
A queda da Repuacuteblica Velha sob o impacto da Revoluccedilatildeo de 1930
transformou as relaccedilotildees de poder entre o governo federal e os estados dando
iniacutecio a um periacuteodo de progressiva centralizaccedilatildeo poliacutetica econocircmica Embora
natildeo trouxesse uma programaccedilatildeo definida seja para o setor poliacutetico-econocircmico
seja para o educacional a revoluccedilatildeo deu iniacutecio a um periacuteodo em que todos os
campos foram atingidos caracterizando-se progressivamente a passagem de
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uma sociedade preacute-capitalista agraacuteria - comercial e artesanal para uma
sociedade urbano-industrial
As transformaccedilotildees poliacuteticas e econocircmicas ocorridas a partir de 1930 foram
acompanhadas de grandes alteraccedilotildees sociais especialmente nos Estados do
sudeste onde se encontravam os processos de industrializaccedilatildeo Isto acelerou a
urbanizaccedilatildeo e as migraccedilotildees para as cidades que passaram a oferecer novas
oportunidades de trabalho e salaacuterios mais vantajosos Assim a populaccedilatildeo urbana
elevou-se de 10 em 1920 para 3124 em 1940 3616 em 1950 atingindo 458
em 1960 este fato causou um reflexo na urbanizaccedilatildeo tendo como consequumlecircncia
o desenvolvimento de um importante setor de serviccedilos que se localizavam nas
grandes cidades do sudeste modificando assim a sua estratificaccedilatildeo social
(wwwacciocombr )
Com a nova ordem poliacutetico-econocircmica o aumento da populaccedilatildeo urbana
relativamente agrave rural e o aparecimento de novas ocupaccedilotildees ligadas a vida
urbana industrial surgiram maiores possibilidades de mobilidade social passando
a educaccedilatildeo escolar a representar um meio de ecircxito profissional Assim a
demanda por educaccedilatildeo cresceu consideravelmente sobretudo no periacuteodo
posterior a 1945
As mesmas transformaccedilotildees soacutecio-econocircmicas que determinaram a
incorporaccedilatildeo de novas camadas sociais ao ensino secundaacuterio tambeacutem tiveram
como consequumlecircncia a modificaccedilatildeo do status social das mulheres que passaram
a frequumlentar o ensino secundaacuterio contribuindo para a expansatildeo do mesmo
Portanto entre 1933 e 1960 as matriacuteculas aumentaram em 25367 para o ensino
primaacuterio e 40211 para o ensino normal levando o crescimento das matriacuteculas
no ensino secundaacuterio a um percentual de 1207 (www acciocom br)
Logo o governo central para atuar de forma mais significativa no
processo de organizaccedilatildeo do ensino criou em 1930 o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e
Sauacutede Puacuteblica e em 1931 o Conselho Nacional de Educaccedilatildeo oacutergatildeo consultivo
destinado a assessorar o ministro
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As reformas realizadas nos anos imediatamente posteriores agrave revoluccedilatildeo
pelo primeiro ministro da educaccedilatildeo e sauacutede puacuteblica Francisco Campos
evidenciaram a ampliaccedilatildeo das funccedilotildees federais relativas agraves modalidades de
ensino por elas abrangidas Para o ensino secundaacuterio a reforma Francisco
Campos significou a definitiva superaccedilatildeo dos exames parcelados que vinham
consagrando a proeminecircncia de estudos avulsos e irregulares bem como a
concepccedilatildeo preparativa Entre outros meacuteritos a reforma deu uma estrutura
orgacircnica ao ensino secundaacuterio comercial e superior Com relaccedilatildeo ao ensino
secundaacuterio Francisco Campos escreveu
ldquoA finalidade exclusiva do ensino secundaacuterio natildeo haacute de ser a matriacutecula nos cursos superiores o seu fim pelo contraacuterio deve ser a preparaccedilatildeo do homem para todos os grandes setores da atividade nacional constituindo no seu espiacuterito todo um sistema de haacutebitos atitudes e comportamentos que o habitem a viver por si e tomar em qualquer situaccedilatildeo as decisotildees mais convenientes e mais segurasrdquo( ROMANELLI 1978)
Como citado dentre algumas medidas da Reforma Francisco Campos
estavam a criaccedilatildeo do Conselho Nacional de Educaccedilatildeo e a organizaccedilatildeo do
ensino secundaacuterio e comercial Dessa forma Francisco Campos havia dividido o
curso secundaacuterio em dois ciclos de cinco e dois anos respectivamente o primeiro
fundamental e o segundo complementar orientado para as diferentes opccedilotildees
de carreira universitaacuteria A lei de 1931 previa ainda a criaccedilatildeo de um sistema
nacional de inspeccedilatildeo do ensino secundaacuterio a ser feito por uma rede de
inspetores regionais
Pela primeira vez num texto constitucional brasileiro ficavam estabelecidos
os princiacutepios de gratuidade e obrigatoriedade do ensino primaacuterio e da educaccedilatildeo
como direito de todos Aleacutem do que percentuais da receita dos impostos foram
vinculados para a manutenccedilatildeo e desenvolvimento do ensino
A orientaccedilatildeo centralista acabou por ser consagrada com a constituiccedilatildeo
outorgada em 1937 cabendo assim ao Estado Novo fixar as bases e determinar
os quadros da educaccedilatildeo nacional da infacircncia e da juventude Poreacutem a referida
carta silencia quanto agrave vinculaccedilatildeo de recursos para a educaccedilatildeo e quanto ao
24
plano nacional da educaccedilatildeo Digna de nota foi a sua preocupaccedilatildeo com o
ensino profissional que foi considerado o primeiro dever do estado
A poliacutetica educacional centralizadora tentava regulamentar em acircmbito
central a organizaccedilatildeo e o funcionamento de todos os tipos de ensino no paiacutes
Assim em 1942 depois de muitos estudos e consultas aos oacutergatildeos especializados o
ministro Gustavo Capanema promoveu uma nova reforma do ensino que viria a
ser conhecida como Lei Orgacircnica do Ensino Secundaacuterio (Brasil 1942a) De
acordo com Lauro de Oliveira Lima Educador brasileiro (www wikipediaorg)
ldquodispensaram qualquer debate puacuteblico sendo elaboradas no sigilo dos
gabinetes por um pequeno grupo de intelectuais e impostas a um sistema
escolar em crescimentordquo (LIMA 1974)
Foi organizado o ensino teacutecnico-profissional nas trecircs aacutereas da economia
(agriacutecola industrial e comercial) Pela impossibilidade de o sistema de ensino
oferecer a educaccedilatildeo profissional necessaacuteria agrave induacutestria e de oferecer recursos o
governo preocupou-se em engajar o setor industrial na qualificaccedilatildeo de seu
pessoal
Apesar de ter sido mais enfaacutetica na questatildeo profissional a reforma estava
impregnada pela ideologia do governo favoraacutevel a um Sistema Educacional de
discriminaccedilatildeo social Pode-se perceber este fato no artigo 129 assim redigido
O ensino preacute-vocacional e profissional destinado agraves classes menos favorecidas eacute em mateacuteria de educaccedilatildeo o primeiro dever do Estado Cumpre-lhe dar execuccedilatildeo a esse dever fundando institutos de ensino profissional e subsidiando os de iniciativas dos Estados dos Municiacutepios e dos indiviacuteduos ou associaccedilotildees particulares e profissionais(Brasil 1942a)
Este artigo oficializou o ensino profissional como ensino destinado aos
pobres e o Estado instituiu oficialmente a discriminaccedilatildeo social por meio da
escola fazendo novamente com que a demanda social da educaccedilatildeo se
voltasse para o ensino secundaacuterio onde se poderia assegurar o prestiacutegio social
Pela nova Lei o curso secundaacuterio seria ministrado em dois ciclos O
primeiro constando do curso ginasial e o segundo compreendendo dois cursos
25
paralelos o claacutessico e o cientiacutefico O curso ginasial teria duraccedilatildeo de quatro anos
e se destinaria a dar aos adolescentes os elementos fundamentais do curso
secundaacuterio O curso claacutessico com duraccedilatildeo de trecircs anos concorreria para a
funccedilatildeo intelectual Com a mesma duraccedilatildeo o cientiacutefico enfatizaria o estudo das
ciecircncias (Brasil 1942a)
A partir dessa divisatildeo em primeiro e segundo ciclos passou a haver uma
denominaccedilatildeo diversa para os estabelecimentos de ensino secundaacuterios ginaacutesios e
coleacutegios
Por influecircncia da segunda Guerra Mundial a lei instituiu tambeacutem a
educaccedilatildeo militar para os alunos do sexo masculino Reafirmou o caraacuteter
facultativo da educaccedilatildeo religiosa e obrigatoacuteria da educaccedilatildeo moral e ciacutevica e
recomendou ainda que a educaccedilatildeo das mulheres fosse feita em
estabelecimentos distintos daquele onde se educavam os homens (Brasil 1942a)
Estas reformas marcam uma distinccedilatildeo entre o trabalho intelectual para as
classes mais favorecidas e o trabalho manual enfatizando o ensino profissional
para as classes mais desfavorecidas Logo o Decreto-Lei 4048 de 22 de janeiro
criou o Serviccedilo Nacional de Aprendizagem Industrial ndash SENAI (Brasil 1942b) Jaacute o
Decreto-Lei 4481 de 16 de julho dispocircs sobre a obrigatoriedade dos
estabelecimentos induacutestrias empregarem um total de 8 correspondente ao
nuacutemero de operaacuterios e matriculaacute-los nas escolas do SENAI (Brasil 1942c) Ainda no
espiacuterito da Reforma Capanema foi baixado o Decreto-lei 6141 de 28 de
dezembro de 1943 regulamentando o ensino comercial (Brasil 1943) O Serviccedilo
Nacional de Aprendizagem Comercial ndash SENAC soacute seria criado em 1946 ( Niskier
1989)
Foram assim promulgadas entre 19421946 por iniciativa do ministro
Gustavo Capanema as leis orgacircnicas do ensino decreto e leis federais que
regulamentavam minuciosamente os diversos ramos e modalidades do ensino
secundaacuterio industrial comercial agriacutecola normal e primaacuterio
A interferecircncia financeira da uniatildeo no ensino primaacuterio solicitada desde o
impeacuterio soacute ocorreu nos uacuteltimos anos do Estado Novo quando foi instituiacutedo o
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Fundo Nacional do Ensino Primaacuterio e assinado o Convecircnio Nacional do Ensino
Primaacuterio Ainda que se mantendo fiel agrave tradiccedilatildeo de tratar separadamente cada
modalidade de ensino coube agrave legislaccedilatildeo do Estado Novo o meacuterito de ser
abrangente e de aproximar em termos de duraccedilatildeo e de divisatildeo em ciclos Os
vaacuterios ramos do ensino profissional (comercial industrial agriacutecola) as
modalidades de ensino teacutecnico e normal foram atribuiacutedas finalidades relativas agrave
qualificaccedilatildeo profissional A exposiccedilatildeo do motivo da lei orgacircnica do ensino
secundaacuterio dava a este a funccedilatildeo de formar nos adolescentes uma soacutelida cultura
geral
Na constituiccedilatildeo de 1946 as leis orgacircnicas continuaram em vigecircncia com
algumas modificaccedilotildees ateacute 1961 Estas leis introduziram a possibilidade de
articulaccedilatildeo do ensino profissional com o secundaacuterio Jaacute com a lei de diretriz e
bases - LDB lei nordm 4024 de 201261 (Brasil 1961) deu-se um importante passo no
sentido da unificaccedilatildeo do sistema de ensino e da eliminaccedilatildeo do dualismo
administrativo herdado do impeacuterio Iniciou-se pela primeira vez uma relativa
descentralizaccedilatildeo do sistema como um todo O Ministro da Educaccedilatildeo e Cultura e
as Secretarias de Educaccedilatildeo deixaram de observar ambas as funccedilotildees criando ndash
se para os exerciacutecios das funccedilotildees normativas o conselho federal de educaccedilatildeo os
conselhos estaduais de educaccedilatildeo e o plano de educaccedilatildeo referente a cada
fundo (Fundo nacional de ensino primaacuterio do ensino meacutedio e do ensino superior)
A lei procurou apenas diminuir a distacircncia que os separava e eliminar as
condiccedilotildees de privileacutegios conferidos ao ensino secundaacuterio pela lei orgacircnica de
1942 O ensino primaacuterio obrigatoacuterio continuava a ter quatro seacuteries de duraccedilatildeo
facultando aos sistemas estaduais o seu prolongamento para leis Somente em
1961 efetivou-se a vitoacuteria dos educadores das deacutecadas de 20 e inicio dos anos 30
fixando as diretrizes gerais e as grandes linhas de um sistema nacional de
educaccedilatildeo
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26 Educaccedilatildeo na Nova Repuacuteblica (1946 ndash 1963)
O fim do Estado Novo consubstanciou-se na adoccedilatildeo de uma nova
Constituiccedilatildeo de cunho liberal e democraacutetico Esta nova Constituiccedilatildeo na aacuterea da
Educaccedilatildeo determinou a obrigatoriedade de se cumprir o ensino primaacuterio e deu
competecircncia agrave Uniatildeo para legislar sobre diretrizes e bases da educaccedilatildeo
nacional Aleacutem disso a nova Constituiccedilatildeo fez voltar o preceito de que a
educaccedilatildeo eacute direito de todos inspirada nos princiacutepios proclamados pelos
Pioneiros nos primeiros anos da deacutecada de 30
Ainda em 1946 o entatildeo Ministro Raul Leitatildeo da Cunha regulamentou o
Ensino Primaacuterio e o Ensino Normal aleacutem de criar o Serviccedilo Nacional de
Aprendizagem Comercial - SENAC atendendo as mudanccedilas exigidas pela
sociedade apoacutes a Revoluccedilatildeo de 1930
Baseado nas doutrinas emanadas pela Carta Magna de 1946 o Ministro
Clemente Mariani criou uma comissatildeo com o objetivo de elaborar um
anteprojeto de reforma geral da educaccedilatildeo nacional Esta comissatildeo presidida
pelo eminente educador Lourenccedilo Filho era organizada em trecircs subcomissotildees
uma para o Ensino Primaacuterio uma para o Ensino Meacutedio e outra para o Ensino
Superior
Em novembro de 1948 este anteprojeto foi encaminhado a Cacircmara
Federal dando iniacutecio a uma luta ideoloacutegica em torno das propostas
apresentadas Num primeiro momento as discussotildees estavam voltadas agraves
interpretaccedilotildees contraditoacuterias das propostas constitucionais Num momento
posterior apoacutes a apresentaccedilatildeo de um substitutivo do Deputado Carlos Lacerda
as discussotildees mais marcantes relacionaram-se agrave questatildeo da responsabilidade do
Estado quanto agrave educaccedilatildeo inspirados nos educadores da velha geraccedilatildeo de 30
e a participaccedilatildeo das instituiccedilotildees privadas de ensino
Depois de 13 anos de acirradas discussotildees foi promulgada a Lei 4024 em
20 de dezembro de 1961 pelo entatildeo Presidente Joatildeo Goulart que introduziu
como inovaccedilatildeo a respeito da Educaccedilatildeo Nacional a descentralizaccedilatildeo do Ensino
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O aspecto mais caracteriacutestico da nova Lei era conceder categoria puacuteblica
ao ensino privado As verbas destinadas agrave educaccedilatildeo puacuteblica foram desviadas
para a manutenccedilatildeo dos sistemas escolares estaduais e para os auxiacutelios agraves escolas
empresaacuterias O Ministeacuterio de Educaccedilatildeo e Cultura deixou de ser o oacutergatildeo
orientador fiscalizador e estimulador da educaccedilatildeo nacional sendo transferido o
seu poder para o Conselho Federal de Educaccedilatildeo e para as Secretarias de
Educaccedilatildeo dos Estados (Brasil 1961)
Se as discussotildees sobre a Lei de Diretrizes e Bases para a Educaccedilatildeo Nacional
foi o fato marcante por outro lado muitas iniciativas marcaram este periacuteodo
como talvez o mais feacutertil da Histoacuteria da Educaccedilatildeo no Brasil
bull Em 1950 em Salvador no Estado da Bahia Aniacutesio Teixeira inaugura o
Centro Popular de Educaccedilatildeo (Centro Educacional Carneiro Ribeiro)
dando iniacutecio a sua ideacuteia de escola-classe e escola-parque
bull Em 1952 em Fortaleza o educador Lauro de Oliveira Lima iniciou uma
didaacutetica baseada nas teorias cientiacuteficas de Jean Piaget o Meacutetodo
psicogeneacutetico
bull Em 1953 a educaccedilatildeo passou a ser administrada por um Ministeacuterio proacuteprio o
Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura
bull Em 1961 a Prefeitura Municipal de Natal iniciou uma campanha de
alfabetizaccedilatildeo (De Peacute no Chatildeo Tambeacutem se Aprende a Ler) A teacutecnica
didaacutetica criada pelo pernambucano Paulo Freire propunha-se a
alfabetizar adultos em 40 horas A experiecircncia teve iniacutecio na cidade de
Angicos no Estado do Rio Grande do Norte e logo depois na cidade de
Tiriri no Estado de Pernambuco
bull Em 1962 foi criado o Conselho Federal de Educaccedilatildeo cumprindo o artigo 9o
da Lei de Diretrizes e Bases Este substituiu o Conselho Nacional de
Educaccedilatildeo Foram criados tambeacutem os Conselhos Estaduais de educaccedilatildeo
bull Ainda em 1962 foi criado o Plano Nacional de Educaccedilatildeo e o Programa
Nacional de Alfabetizaccedilatildeo pelo Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura
inspirado no Meacutetodo Paulo Freire
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Em 1964 o golpe militar abortou todas as iniciativas de se revolucionar a
educaccedilatildeo brasileira sob o pretexto de que as propostas eram comunizantes e
subversivas Foi um periacuteodo em que o paiacutes viveu a emergecircncia de um novo
modelo econocircmico apoiado pelas empresas internacionais A poliacutetica do
nacionalismo desenvolvimentista jaacute natildeo mais se ajustara a esse modelo
Necessitava-se de novas poliacuteticas para a sustentaccedilatildeo do novo modelo poliacutetico
(www acciocom br)
27 A Educaccedilatildeo no Periacuteodo Militar (1964 -1985)
Alguma coisa acontecia na educaccedilatildeo brasileira Pensava-se em erradicar
definitivamente o analfabetismo atraveacutes de um programa nacional levando-se
em conta as diferenccedilas sociais econocircmicas e culturais de cada regiatildeo
A criaccedilatildeo da Universidade de Brasiacutelia em 1961 permitiu vislumbrar uma
nova proposta universitaacuteria com o planejamento inclusive do fim do exame
vestibular valendo para o ingresso na Universidade o rendimento do aluno
durante o curso de 2ordm grau (ex-Colegial e atual Ensino Meacutedio)
Depois da implementaccedilatildeo do regime militar ditatorial de 1964 muito
educadores passaram a ser perseguidos em funccedilatildeo de posicionamentos
ideoloacutegicos Muito foram calados para sempre alguns outros se exilaram outros
se recolheram agrave vida privada e outros demitidos trocaram de funccedilatildeo
O Regime Militar espelhou na educaccedilatildeo o caraacuteter antidemocraacutetico de sua
proposta ideoloacutegica de governo professores foram presos e demitidos
universidades foram invadidas estudantes foram presos feridos nos confronto
com a poliacutecia e alguns foram mortos os estudantes foram calados e a Uniatildeo
Nacional dos Estudantes proibida de funcionar o Decreto ndash Lei 477 calou a boca
de alunos e professores (Brasil 1969) Agrave eacutepoca o Ministro da Justiccedila declarou que
estudantes tecircm que estudar e natildeo podem fazer baderna
Nessa eacutepoca firmaram-se acordos do MEC e seus oacutergatildeos com a USAID ndash
Agecircncia Norte ndash Americana para o Desenvolvimento Internacional visando agrave
30
cooperaccedilatildeo econocircmico ndash financeira para a organizaccedilatildeo e desenvolvimento do
sistema educacional A ajuda externa vinha atraveacutes de programas que foram
implantados sem nenhuma anaacutelise por parte dos educadores brasileiros A sua
presenccedila se fez desde a organizaccedilatildeo do sistema educacional ateacute as propostas
dos curriacuteculos dos diversos niacuteveis de ensino implantando a visatildeo tecnicista no
contexto da educaccedilatildeo brasileira com as repercussotildees por todos conhecidas
Neste periacuteodo poreacutem deu-se a grande expansatildeo das universidades no
Brasil E para acabar com os excedentes (aqueles que tiravam notas suficientes
para mas natildeo conseguiam vaga para estudar) foi criado o vestibular
classificatoacuterio
Para erradicar o analfabetismo foi criado o Movimento Brasileiro de
Alfabetizaccedilatildeo aproveitando-se em sua didaacutetica no expurgado Meacutetodo Paulo
Freire denominado MOBRAL que propunha erradicar o analfabetismo no Brasil
Natildeo conseguiu E entre denuacutencias de corrupccedilatildeo foi extinto No periacuteodo mais
cruel da ditadura militar onde qualquer expressatildeo popular contraacuteria aos
interesses do governo era abafada muitas vezes pela violecircncia fiacutesica que foi
instituiacuteda a Lei 5692 Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional em 1971
(Brasil 1971)
A caracteriacutestica mais marcante desta Lei era tentar dar a formaccedilatildeo
educacional um cunho profissionalizante Dentro do espiacuterito dos slogans
propostos pelo governo como Brasil grande ame-o ou deixe-o milagre
econocircmico etc planejava-se fazer com que a educaccedilatildeo contribuiacutesse de
forma decisiva para o aumento da produccedilatildeo brasileira
A lei introduziu no paiacutes a obrigatoriedade da profissionalizaccedilatildeo em todos os
cursos de 2ordm Grau o que implicava em valorizaccedilatildeo das aacutereas tecnoloacutegicas com
perda gradativa das aacutereas de ciecircncias humanas
A Histoacuteria e a Geografia foram integradas na aacuterea de Estudos Sociais o que
causou a superficialidade desses conteuacutedos a Educaccedilatildeo Moral e Ciacutevica eou
Estudos dos Problemas Sociais passaram a ser disciplinas obrigatoacuterias e
31
responsaacuteveis pela formaccedilatildeo do cidadatildeo brasileiro com visotildees distorcidas de
cidadania e nacionalismo
A ditadura militar se desfez por si soacute tamanha era a pressatildeo popular de
vaacuterios setores da sociedade que o processo de abertura poliacutetica tornou-se
inevitaacutevel Mesmo assim os militares deixaram o governo atraveacutes de uma eleiccedilatildeo
indireta mesmo que concorressem somente dois civis (Paulo Maluf e Tancredo
Neves)
28 A Educaccedilatildeo no Periacuteodo da Abertura Poliacutetica (1986-2001)
Com o fim do Regime Militar a eleiccedilatildeo indireta de Tancredo Neves seu
falecimento e a posse de Joseacute Sarney discutir-se-iam novamente questotildees sobre
educaccedilatildeo de uma forma democraacutetica e aberta A discussatildeo sobre as questotildees
educacionais jaacute havia perdido o seu sentido pedagoacutegico e assumido um caraacuteter
poliacutetico Para isso houve uma participaccedilatildeo mais ativa de pensadores de outras
aacutereas do conhecimento que passaram a falar de educaccedilatildeo num sentido mais
amplo do que as questotildees pertinentes agrave escola agrave sala de aula agrave didaacutetica e agrave
dinacircmica escolar em si mesma Impedidos de atuarem em suas funccedilotildees por
questotildees poliacuteticas durante o Regime Militar profissionais da aacuterea de Sociologia
filosofia antropologia histoacuteria psicologia entre outras passaram a assumir postos
na aacuterea da educaccedilatildeo e a concretizar discursos em nome da educaccedilatildeo
O Projeto de Lei da nova LDB foi encaminhado agrave Cacircmara Federal pelo
Deputado Octaacutevio Elisio em 1988 No ano seguinte o Deputado Jorge Hage envia
agrave Cacircmara um substitutivo ao Projeto e em 1992 o Senador Darcy Ribeiro
apresenta um novo Projeto que acabou por ser aprovado em dezembro de 1996
oito anos apoacutes o encaminhamento do Deputado Otaacutevio Elisio Assim a nova Lei
Nordm 9394 Lei Diretrizes e Bases da educaccedilatildeo foi promulgada em 20 de Dezembro
de 1996 (Brasil 1996)
O Governo Collor de Mello em 1990 lanccedilou o projeto de construccedilatildeo de
Centros Integrados de Apoio agrave Crianccedila - CIACS em todo o Brasil inspirados no
32
modelo dos Centros Integrados de Educaccedilatildeo Puacuteblica - CIEPS do Rio de Janeiro
existentes desde 1982
Neste periacuteodo do fim do Regime Militar aos dias de hoje a fase
politicamente marcante na educaccedilatildeo foi o trabalho do Ministro Paulo Renato de
Souza agrave frente do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Logo no iniacutecio de sua gestatildeo atraveacutes
de uma Medida Provisoacuteria extinguiu o Conselho Federal de Educaccedilatildeo e criou o
Conselho Nacional de Educaccedilatildeo vinculado ao Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura
Esta mudanccedila tornou o Conselho menos burocraacutetico e mais poliacutetico
Cabe ressaltar que podemos natildeo concordar com a forma como tecircm sido
executados alguns programas temos que reconhecer que em toda a Histoacuteria da
Educaccedilatildeo no Brasil contada a partir do descobrimento jamais houve execuccedilatildeo
de tantos projetos na aacuterea da educaccedilatildeo numa soacute administraccedilatildeo Entre esses
programas destacam-se
bull Fundo de Manutenccedilatildeo e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de
Valorizaccedilatildeo do Magisteacuterio - FUNDEF
bull Programa de Avaliaccedilatildeo Institucional - PAIUB
bull Sistema Nacional de Avaliaccedilatildeo da Educaccedilatildeo Baacutesica ndash SAEB
bull Exame nacional do Ensino Meacutedio ndash ENEM
bull Paracircmetros Curriculares Nacionais ndashPCNs
bull Exame Nacional de Cursos ndash ENC
Desses Programas o mais contestado foi o Exame Nacional de Cursos e o
chamado Provatildeo onde os alunos das universidades devem realizar uma prova
ao fim do curso para receber seus diplomas Esta prova em que os alunos podem
simplesmente assinar a ata de presenccedila e se retirar sem responder nenhuma
questatildeo eacute levada em consideraccedilatildeo como avaliaccedilatildeo das instituiccedilotildees Aleacutem do
mais entre outras questotildees o exame natildeo diferencia as regiotildees do paiacutes e as
condiccedilotildees de cada IES (Instituiccedilatildeo de Ensino Superior) como por exemplo
infraestrutura e capacitaccedilatildeo docente(wwwacciocombr)
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29 Cronologia da Histoacuteria da Educaccedilatildeo Brasileira
A tabela 21 a seguir apresenta um resumo dos principais acontecimentos
na educaccedilatildeo brasileira Destacando-se os principais eventos relacionados ao
ensino meacutedio
Tabela 21 ndash Evoluccedilatildeo da educaccedilatildeo no Brasil principais acontecimentos-periacuteodo
de 1549 a 1998
ANO HISTOacuteRIA DA EDUCACcedilAtildeO BRASILEIRA
1549 middot Chega ao Brasil o primeiro grupo de seis padres jesuiacutetas chefiados por Manuel de Noacutebrega marcando o iniacutecio da Histoacuteria da Educaccedilatildeo no Brasil (nos moldes europeus) middot Quinze dias apoacutes a chegada funda na cidade de Salvador a primeira escola elementar
1554 middot Satildeo fundadas as escolas jesuiacutetas de Satildeo Paulo de Piratininga tendo como seu primeiro professor o padre Joseacute de Anchieta e a da Bahia
1556 middot Eacute fundado o coleacutegio jesuiacuteta de Todos os Santos middot Comeccedila a vigorar as Constituiccedilotildees da Companhia de Jesus incluindo a aprendizagem do canto da muacutesica instrumental e o estudo profissional agriacutecola
1567 middot Eacute fundado o coleacutegio jesuiacuteta do Rio de Janeiro
1570 middot O Brasil conta com cinco escolas elementares (Porto Seguro Ilheacuteus Satildeo Vicente Espiacuterito Santo e Satildeo Paulo de Piratininga) e trecircs coleacutegios (Rio de Janeiro Pernambuco e Bahia)
1759
middot Duzentos e dez anos apoacutes a chegada e de serem os uacutenicos responsaacuteveis pela educaccedilatildeo no Brasil deixam a colocircnia cerca de Quinhentos padres jesuiacutetas expulsos pelo Marquecircs de Pombal Ministro de D Joseacute I paralisando 17 coleacutegios 36 missotildees seminaacuterios menores e escolas elementaresmiddot O Alvaraacute de 28 de julho determina a instituiccedilatildeo de aulas de gramaacutetica latina aulas de grego e de retoacuterica aleacutem de criar o cargo de Diretor de Estudos Medidas inoacutecuas para um sistema de ensino fragmentado
1770 A Reforma Pombalina de Educaccedilatildeo substitui o sistema jesuiacutetico e o ensino eacute dirigido pelos vicemiddotreis nomeados por Portugal
1772 middot Eacute instituiacutedo o subsiacutedio literaacuterio imposto destinado a manutenccedilatildeo dos ensinos primaacuterio e meacutedio middot Eacute fundada no Rio de Janeiro a Academia Cientiacutefica
1810 middot Desfazendomiddotse de seus proacuteprios livros (60000 volumes) trazidos de Portugal D Joatildeo funda a nossa primeira biblioteca middot Eacute criada a Academia Militar
1812 Satildeo criados cursos de Agricultura na Bahia middot Eacute criada a escola de serralheiros oficiais de lima e espingardeiros em Minas Gerais middot Eacute criado o laboratoacuterio de quiacutemica no Rio de Janeiro
1822 O Decreto de 1o de marccedilo criava no Rio de Janeiro uma escola baseada no meacutetodo lancasteriano ou de ensino muacutetuo Ou seja somente um professor para cada escola
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1824 middot A Constituiccedilatildeo outorgada pela Assembleacuteia Constituinte dizia no seu artigo 179 que a instruccedilatildeo primaacuteria era gratuita a todos os cidadatildeos
1834 middot O Ato Adicional da reforma constitucional dizia que a educaccedilatildeo primaacuteria e secundaacuteria ficaria a cargo das proviacutencias restando a administraccedilatildeo nacional o ensino superior
1835 Eacute criada uma escola normal em Niteroacutei A primeira do Brasil
1838 middot O Coleacutegio Pedro II eacute fundado no Rio de Janeiro
1854 O Decreto 1331A de 17 de fevereiro reforma os ensinos primaacuterio e secundaacuterio exigindo professores credenciados e a volta da fiscalizaccedilatildeo oficial cria a Inspetoria Geral da Instruccedilatildeo Primaacuteria e Secundaacuteria middot Eacute criada uma escola normal na Paraiacuteba
1873 Com o objetivo de estimular o desenvolvimento dos estudos secundaacuterios nas proviacutencias e de facilitar aos candidatos das proviacutencias o acesso aos cursos superiores o Ministro Joatildeo Alfredo Correia de Oliveira instalou nas capitais das proviacutencias do Impeacuterio bancas de exames gerais preparatoacuterios
1874 middot Eacute criada a Escola Politeacutecnica
1889
Ferreira Viana Ministro do Impeacuterio dizia ser fundamental formar professores com a necessaacuteria instruccedilatildeo cientiacutefica e profissional middot Em sua uacuteltima fala do trono Sua Majestade pedia empenho para a criaccedilatildeo de um ministeacuterio destinado aos negoacutecios da Instruccedilatildeo Puacuteblica middot Com a Proclamaccedilatildeo da Repuacuteblica no Governo Provisoacuterio do Marechal Deodoro da Fonseca torna-se Ministro da Instruccedilatildeo Puacuteblica Correios e Teleacutegrafos Benjamin Constant Botelho de Magalhatildees middot Os alunos matriculados nas escolas correspondem a 12 da populaccedilatildeo em idade escolar
1890 middot O Decreto 510 do Governo Provisoacuterio da Repuacuteblica diz em seu artigo 62 item 5o que o ensino seraacute leigo e livre em todos os graus e gratuito no primaacuterio middot O iacutendice de analfabetismo no Brasil eacute de 672
1891 A Constituiccedilatildeo estipula o ensino leigo nas escolas puacuteblicas em oposiccedilatildeo ao ensino religioso middot Eacute Ministro da Instruccedilatildeo Puacuteblica Correios e Teleacutegrafos Joatildeo Barbalho Uchoa Cavalcanti middot No Governo de Floriano Peixoto satildeo Ministros da Instruccedilatildeo Puacuteblica Correios e Teleacutegrafos Joseacute Higino Duarte Pereira (interino) e Fernando Lobo Leite Pereira
1927
O educador Francisco Campos realiza no Estado de Minas Gerais uma reforma educacional middot Realizamiddotse a primeira das Conferecircncias Nacionais de Educaccedilatildeo em Curitiba organizada pela Associaccedilatildeo Brasileira de Educaccedilatildeo middot ABE middot Por iniciativa de Francisco Mendes Pimentel eacute criada a Universidade de Minas Gerais (a iniciativa teve curta duraccedilatildeo)
1930
Satildeo Ministros da Justiccedila e Negoacutecios Interiores na Junta Governativa que durou apenas onze dias Gabriel Loureiro Bernardes e Afracircnio de Melo Franco (interino) middot Eacute criado o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Sauacutede Puacuteblica atraveacutes do Decreto 19402 tendo como Ministros no Governo Getuacutelio Vargas Francisco Luiz da Silva Campos Belizaacuterio Augusto de Oliveira Pena Washington Ferreira Pires e Gustavo Capanema middot O educador Lourenccedilo Filho publica Introduccedilatildeo ao Estudo da Escola Nova middot O educador Fernando de Azevedo cria a Biblioteca Pedagoacutegica Brasileira middot Os alunos matriculados nas escolas correspondem a 30 da populaccedilatildeo em idade escolar
1931
O governo provisoacuterio sanciona decretos organizando o ensino secundaacuterio e as universidades brasileiras ainda inexistentes Estes Decretos ficaram conhecidos como Reforma Francisco Campos middot O Decreto 19850 de 11 de abril cria o Conselho Nacional de Educaccedilatildeo middot O Decreto 19851 de 11 de abril institui o Estatuto das Universidades Brasileiras que dispotildee sobre a organizaccedilatildeo do ensino superior no Brasil e adota o regime universitaacuterio
35
middot O Decreto 19852 de 11 de abril dispotildee sobre a organizaccedilatildeo da Universidade do Rio de Janeiro middot O Decreto 19890 de 18 de abril dispotildee sobre a organizaccedilatildeo do ensino secundaacuterio middot O Decreto 20158 de 30 de julho organiza o ensino comercial regulamenta a profissatildeo de contador e daacute outras providecircncias middot O Decreto 21241 de 14 de abril consolida as disposiccedilotildees sobre o ensino secundaacuterio
1932
Um grupo de educadores lanccedila agrave naccedilatildeo o Manifesto dos Pioneiros da Educaccedilatildeo Nova redigido por Fernando de Azevedo middot O Decreto 21241 de 4 de abril consolida a reforma do ensino secundaacuterio visando segundo Francisco Campos a formaccedilatildeo do homem para todos os grandes setores da atividade nacional Este Decreto resultou na implantaccedilatildeo de um curriacuteculo enciclopeacutedico
1934
A nova Constituiccedilatildeo dispotildee pela primeira vez que a educaccedilatildeo eacute direito de todos devendo ser ministrada pela famiacutelia e pelos Poderes Puacuteblicos Passa a funcionar o Conselho Nacional de Educaccedilatildeo CNE e os Conselhos Estaduais de Educaccedilatildeo middot CEEs Por iniciativa do governador Armando Salles Oliveira foi criada a Universidade de Satildeo Paulo A primeira a ser criada e organizada segundo as normas do Estatuto das Universidades Brasileiras de 1931 Eacute fundada a Universidade de Porto Alegre
1942
Eacute decretada a reforma do ensino relativa ao ensino secundaacuterio conhecida como Reforma Capanema middot O Decreto-lei 4048 de 22 de janeiro cria o Serviccedilo Nacional de Aprendizagem Industrial - SENAI middot O Decreto-lei 4073 de 30 de janeiro regulamenta o ensino industrial middot O Decreto-lei 4244 de 9 de abril regulamenta o ensino secundaacuterio middot O Decreto-lei 4481 de 16 de julho dispotildee sobre a obrigatoriedade dos estabelecimentos industriais empregarem um total de 8 correspondente ao nuacutemero de operaacuterios e matriculaacute-los nas escolas do SENAI middot O Decreto-lei 4436 de 7 de novembro amplia o acircmbito do SENAI atingindo tambeacutem o setor de transportes das comunicaccedilotildees e da pesca middot O Decreto-lei 4984 de 21 de novembro compele que as empresas oficiais com mais de cem empregados a manter por conta proacutepria uma escola de aprendizagem destinada agrave formaccedilatildeo profissional de seus aprendizes
1943
Ainda no espiacuterito da Reforma Capanema eacute baixado o Decreto-lei 6141 de 28 de dezembro regulamentando o ensino comercial Eacute criada em Recife por Felipe Tiago Gomes a Campanha do Ginasiano Pobre - CGP nuacutecleo inicial da futura Campanha Nacional de Escolas da Comunidade - CNEC A Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho exige que sejam implantadas creches nas empresas para filhos de funcionaacuterios middot Eacute fundada a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro - UFRRJ
1946
A nova Constituiccedilatildeo determina a obrigatoriedade de se cumprir o ensino primaacuterio e daacute competecircncia agrave Uniatildeo para legislar sobre as diretrizes e bases da educaccedilatildeo nacional Volta a figurar na Constituiccedilatildeo que a educaccedilatildeo eacute direito de todos Tendo como Ministro da Educaccedilatildeo Raul Leitatildeo da Cunha satildeo baixados os seguintes Decretos-lei middot O Decreto-lei 8529 de 2 de janeiro regulamenta o ensino primaacuterio middot O Decreto-lei 8530 de 2 de janeiro regulamenta o ensino normal middot Os Decretos-lei 8621 e 8622 de 10 de janeiro criam o Serviccedilo Nacional de Aprendizagem Comercial - SENAC middot O Decreto-lei 9613 de 20 de agosto regulamenta o ensino agriacutecola Satildeo fundadas a Universidade Federal de Pernambuco e a Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica de Satildeo Paulo middot Satildeo Ministros da Educaccedilatildeo e Sauacutede Puacuteblica no Governo Eurico Gaspar Dutra Ernesto de Souza Campos Clemente Mariani Bittencourt Eduardo Rios Filho (interino) e Pedro Calmon Moniz de
36
Bittencourt
1948 O governo atraveacutes do Ministro Clemente Mariani encaminha ao Congresso Nacional o projeto de Lei de Diretrizes e Bases para a Educaccedilatildeo Nacional Realiza-se o I Congresso Nacional da Campanha do Ginasiano Pobre que passa a se chamar Campanha Nacional dos Educandaacuterios Gratuitos
1953
Com a criaccedilatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Sauacutede Puacuteblica passa a se chamar Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura Eacute criada a Campanha de Aperfeiccediloamento e Difusatildeo do Ensino Secundaacuterio - CADES vinculado agrave Diretoria do Ensino Secundaacuterio dirigida por Armando Hildebrand Eacute criado o Comitecirc Brasileiro da Organizaccedilatildeo Mundial de Educaccedilatildeo Preacute-Escolar - OMEP
1955
Eacute criado o Instituto Superior de Estudos Brasileiros - ISEB com o objetivo de criar uma cultura brasileira Eacute criada a Campanha Nacional de Alimentaccedilatildeo Escolar - CNAE vinculada ao Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Aniacutesio Teixeira funda os Centros de Pesquisas Educacionais de Satildeo Paulo Rio de Janeiro Recife Belo Horizonte Salvador e Porto Alegre O Deputado Carlos Lacerda apresenta seu primeiro substitutivo ao projeto de Lei para Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional Eacute Ministro da Educaccedilatildeo e Cultura no Governo Nereu Ramos Abgard de Castro Arauacutejo Renault Satildeo fundadas a Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica de Campinas e a Universidade Federal da Paraiacuteba
1957
Eacute criada a Revista Escola Secundaacuteria pela Campanha de Aperfeiccediloamento e Difusatildeo do Ensino Secundaacuterio - CADES do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo O ministro Cloacutevis Salgado altera o projeto original da Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional e envia para o Congresso Nacional o Substitutivo no 2222 Fundada a Universidade Federal do Paraacute
1959 A Emenda Carlos Lacerda (seu terceiro substitutivo) prevalece sobre o texto das Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional alterando substancialmente a pujanccedila do projeto original Cento e oitenta educadores lanccedilam um manifesto agrave naccedilatildeo solicitando ao governo que o projeto da Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional fosse rejeitado
1961
Depois de treze anos de discussotildees eacute promulgada a Lei 4024 que regulamenta as Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional O presidente Joatildeo Goulart ainda vetou 25 artigos que posteriormente receberam aprovaccedilatildeo pelo Congresso Surgem os Centros Populares de Cultura - CPC intimamente ligados agrave Uniatildeo Nacional dos Estudantes - UNE e o Movimento de Educaccedilatildeo de Base - MEB ligado agrave Confederaccedilatildeo Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB e ao governo da Uniatildeo A Prefeitura Municipal de Natal no Rio Grande do Norte inicia uma campanha de alfabetizaccedilatildeo (De Peacute no Chatildeo Tambeacutem se Aprende a Ler) A teacutecnica didaacutetica criada pelo pernambucano Paulo Freire propunha-se a alfabetizar em 40 horas adultos analfabetos A experiecircncia teve iniacutecio na cidade de Angicos no Estado do Rio Grande do Norte e logo depois na cidade de Tiriri no Estado de Pernambuco Eacute Ministro da Educaccedilatildeo e Cultura no Governo Jacircnio Quadros Briacutegido Fernandes Tinoco Satildeo Ministros da Educaccedilatildeo e Cultura no Governo Joatildeo Goulart durante o Regime Parlamentarista Antonio Ferreira de Oliveira Brito Roberto Tavares de Lira e Darcy Ribeiro durante o Regime Presidencialista Teotocircnio Mauriacutecio Monteiro de Barros Filho Paulo de Tarso Santos e Juacutelio Furquim de Sambaqui (interino) Eacute criada a Universidade de Brasiacutelia a Universidade Federal de Alagoas e a do Espiacuterito Santo e a Universidade Catoacutelica de Petroacutepolis e a de Salvador
1962 Eacute criado o Conselho Federal de Educaccedilatildeo cumprindo o artigo 9o da Lei de Diretrizes e Bases Este substitui o Conselho Nacional de Educaccedilatildeo Satildeo criados tambeacutem os Conselhos Estaduais de Educaccedilatildeo
37
Eacute criado o Plano Nacional de Educaccedilatildeo e o Programa Nacional de Alfabetizaccedilatildeo pelo Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura inspirado no Meacutetodo Paulo Freire Eacute fundada a Universidade Estadual de Campinas e a Universidade Norte de Ensino Superior de Montes Claros Minas Gerais
1965 Acordo MECConselho de Cooperaccedilatildeo Teacutecnica da Alianccedila para o Progresso - CONTAPUSAID para melhoria do ensino meacutedio Previa assessoria teacutecnica americana para o planejamento do ensino e treinamento de teacutecnicos brasileiros nos Estados Unidos
1966 Acordo MEC CONTAP USAID de assessoria para a expansatildeo e aperfeiccediloamento do quadro de professores de ensino meacutedio no Brasil
1968 A Lei 5540 de 28 de novembro fixa normas de organizaccedilatildeo e funcionamento do ensino superior e sua articulaccedilatildeo com a escola meacutedia
1971
Eacute promulgada a Lei 5692 que regulamenta o ensino de primeiro e segundo graus Entre outras determinaccedilotildees amplia a obrigatoriedade escolar de quatro para oito anos aglutina o antigo primaacuterio com o ginasial suprimindo o exame de admissatildeo e criando a escola uacutenica profissionalizante A Resoluccedilatildeo no 8 do Conselho Federal de Educaccedilatildeo fixa o nuacutecleo comum para os curriacuteculos do ensino de 1o e 2o graus definindo seus objetivos e a amplitude O Parecer 853 do Conselho Federal de Educaccedilatildeo define a doutrina de curriacuteculo indica os conteuacutedos de nuacutecleo comum apresenta o conceito de mateacuteria orienta suas formas de tratamento e integraccedilatildeo indica os objetivos das aacutereas de estudo e os do processo educativo remetendo-os ao objetivo geral do ensino de 1o e 2o graus e aos fins da educaccedilatildeo brasileira O Decreto 68908 dispotildee sobre o concurso vestibular fixando as condiccedilotildees para o ingresso na Universidade
1972 O Parecer no 45 do Conselho Federal de Educaccedilatildeo fixa o curriacuteculo miacutenimo a ser exigido em cada habilitaccedilatildeo profissional ou conjunto de habilitaccedilotildees afins no ensino de 2o grau
1978 A Portaria no 505 do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo aprova diretrizes baacutesicas para o ensino de Moral e Ciacutevica nos cursos de 1o e 2o graus e de Estudos de Problemas Brasileiros nos cursos superiores
1982
A Lei no 7044 altera dispositivos da Lei 569271 referentes agrave profissionalizaccedilatildeo do ensino de 2o grau implicando em algumas mudanccedilas na proposta curricular dispensando as escolas da obrigatoriedade da profissionalizaccedilatildeo voltando a ecircnfase agrave formaccedilatildeo geral O Parecer no 618 do Conselho Federal de Educaccedilatildeo explica as alteraccedilotildees introduzidas pela Lei 7044
1986
O Parecer no 785 do Conselho Federal de Educaccedilatildeo reformula o nuacutecleo comum para o ensino de 1o e 2o graus middot A Resoluccedilatildeo no 6 do Conselho Federal de Educaccedilatildeo reformula o nuacutecleo comum para os curriacuteculos do ensino de 1o e 2o graus revogando a Resoluccedilatildeo no 871 do proacuteprio CFE dando novas diretrizes
1992 As disciplinas de Organizaccedilatildeo Social e Poliacutetica do Brasil - OSPB e Estudos de Problemas Brasileiros - EPB deixam de ser obrigatoacuterias no ensino de 2o grau e superior
1995 A Universidade de Brasiacutelia cria o Programa de Avaliaccedilatildeo Seriada - PAS para ingresso na universidade que acaba com o exame vestibular A avaliaccedilatildeo do aluno eacute feita durante a realizaccedilatildeo do 2o grau
1996 O Presidente sanciona a Lei no 9394 a Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo (LDB) que ficou oito anos em discussatildeo no Congresso
1997 As escolas de 2o grau tambeacutem satildeo avaliadas atraveacutes de Provatildeo
1998 Eacute instituiacutedo pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais - INEP o Exame Nacional do Ensino Meacutedio - ENEM para ser aplicado aos alunos concluintes e aos egressos deste niacutevel de ensino
38
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria a partir de dados disponibilizados em
wwwPedagogiaemfocoprobr
No capiacutetulo a seguir eacute descrita a Estrutura Organizacional da Educaccedilatildeo no
Brasil
39
Capiacutetulo 3 A Estrutura Organizacional da Educaccedilatildeo no Brasil
Os conteuacutedos dos itens 31 e 32 foram extraiacutedos da Lei nordm 9394 de 20 de
dezembro de 1996 - Lei de Diretrizes e Bases (LDB) e as informaccedilotildees do item 33
foram baseados no site institucional da Secretaria Estadual de Educaccedilatildeo do
Estado do Rio de Janeiro (SEERJ)
31 A Organizaccedilatildeo
A Organizaccedilatildeo da Educaccedilatildeo Nacional eacute composta pela Uniatildeo pelos
Estados pelo Distrito Federal e pelos Municiacutepios organizados em regime de
colaboraccedilatildeo
Cabe agrave Uniatildeo a coordenaccedilatildeo da poliacutetica nacional de educaccedilatildeo da
articulaccedilatildeo os diferentes niacuteveis e sistemas A Uniatildeo ainda exerce funccedilatildeo
normativa redistributiva e supletiva em relaccedilatildeo agraves demais instacircncias
educacionais
40
311 Atribuiccedilotildees da Uniatildeo
De acordo com a Lei das Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo eacute papel do
Governo Federal atraveacutes do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo
1 - Elaborar o Plano Nacional de Educaccedilatildeo em colaboraccedilatildeo com os
Estados o Distrito Federal e os Municiacutepios
2 - Organizar manter e desenvolver os oacutergatildeos e instituiccedilotildees oficiais do
sistema federal de ensino e o dos Territoacuterios
3 - Prestar assistecircncia teacutecnica e financeira aos Estados ao Distrito Federal e
aos Municiacutepios para o desenvolvimento de seus sistemas de ensino e o
atendimento prioritaacuterio agrave escolaridade obrigatoacuteria exercendo sua funccedilatildeo
redistributiva e supletiva
4 - Estabelecer em colaboraccedilatildeo com os Estados o Distrito Federal e os
Municiacutepios competecircncias e diretrizes para a educaccedilatildeo infantil o ensino
fundamental e o ensino meacutedio que nortearatildeo os curriacuteculos e seus conteuacutedos
miacutenimos de modo a assegurar formaccedilatildeo baacutesica comum
5 - Coletar analisar e disseminar informaccedilotildees sobre a educaccedilatildeo
6 - Assegurar processo nacional de avaliaccedilatildeo do rendimento escolar no
ensino fundamental meacutedio e superior em colaboraccedilatildeo com os sistemas de
ensino objetivando a definiccedilatildeo de prioridades e a melhoria da qualidade do
ensino
7 - Baixar normas gerais sobre cursos de graduaccedilatildeo e poacutes-graduaccedilatildeo
8-Assegurar processo nacional de avaliaccedilatildeo das instituiccedilotildees de educaccedilatildeo
superior com a cooperaccedilatildeo dos sistemas que tiverem responsabilidade sobre
este niacutevel de ensino
41
9-Autorizar reconhecer credenciar supervisionar e avaliar
respectivamente os cursos das instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior e os
estabelecimentos do seu sistema de ensino
312 Atribuiccedilotildees dos Estados
Tambeacutem conforme estabelecido na LDB cabe aos Governos Estaduais
atraveacutes das Secretarias Estaduais de Educaccedilatildeo
1-Organizar manter e desenvolver os oacutergatildeos e instituiccedilotildees oficiais dos seus
sistemas de ensino
2-Definir com os Municiacutepios formas de colaboraccedilatildeo na oferta do ensino
fundamental as quais devem assegurar a distribuiccedilatildeo proporcional das
responsabilidades de acordo com a populaccedilatildeo a ser atendida e os recursos
financeiros disponiacuteveis em cada uma dessas esferas do Poder Puacuteblico
3-Elaborar e executar poliacuteticas e planos educacionais em consonacircncia
com as diretrizes e planos nacionais de educaccedilatildeo integrando e coordenando as
suas accedilotildees e as dos seus Municiacutepios
4-Autorizar reconhecer credenciar supervisionar e avaliar
respectivamente os cursos das instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior e os
estabelecimentos do seu sistema de ensino
5-Baixar normas complementares para o seu sistema de ensino
6-Assegurar o ensino fundamental e oferecer com prioridade o ensino
meacutedio
Em relaccedilatildeo ao Distrito Federal aplicam-se as competecircncias referentes aos
Estados e aos Municiacutepios
42
313 Atribuiccedilotildees dos Municiacutepios
A LDB estabelece que os Municiacutepios incumbir-se-atildeo atraveacutes das Secretarias
Municipais de Educaccedilatildeo
1-Organizar manter e desenvolver os oacutergatildeos e instituiccedilotildees oficiais dos seus
sistemas de ensino integrando-os agraves poliacuteticas e planos educacionais da Uniatildeo e
dos Estados
2-Exercer accedilatildeo redistributiva em relaccedilatildeo agraves suas escolas
3-Baixar normas complementares para o seu sistema de ensino
4-Autorizar credenciar e supervisionar os estabelecimentos do seu sistema
de ensino
5-Oferecer a educaccedilatildeo infantil em creches e preacute-escolas e com
prioridade o ensino fundamental permitida a atuaccedilatildeo em outros niacuteveis de ensino
somente quando estiverem atendidas plenamente as necessidades de sua aacuterea
de competecircncia e com recursos acima dos percentuais miacutenimos vinculados pela
Constituiccedilatildeo Federal agrave manutenccedilatildeo e desenvolvimento do ensino
Os Municiacutepios podem optar ainda por se integrar ao sistema estadual de
ensino ou compor com ele um sistema uacutenico de educaccedilatildeo baacutesica
314 O Papel dos Estabelecimentos de Ensino
Respeitadas as normas comuns e as do seu sistema de ensino a LDB
estabelece que os estabelecimentos de ensino tecircm a funccedilatildeo de
1 -Elaborar e executar sua proposta pedagoacutegica
2- Administrar seu pessoal e seus recursos materiais e financeiros
3 -Assegurar o cumprimento dos dias letivos e horas-aula estabelecidos
43
4 -Velar pelo cumprimento do plano de trabalho de cada docente
5 -Prover meios para a recuperaccedilatildeo dos alunos de menor rendimento
6-Articular-se com as famiacutelias e a comunidade criando processos de
integraccedilatildeo da sociedade com a escola
7 -Informar os pais e responsaacuteveis sobre a frequumlecircncia e o rendimento dos
alunos bem como sobre a execuccedilatildeo de sua proposta pedagoacutegica
315 Atribuiccedilotildees dos Docentes
Segundo a LDB cabe aos docentes
1 -Participar da elaboraccedilatildeo da proposta pedagoacutegica do estabelecimento
de ensino
2 -Elaborar e cumprir plano de trabalho segundo a proposta pedagoacutegica
do estabelecimento de ensino
3 -Zelar pela aprendizagem dos alunos
4- Estabelecer estrateacutegias de recuperaccedilatildeo para os alunos de menor
rendimento
5-Ministrar os dias letivos e horas-aula estabelecidos aleacutem de participar
integralmente dos periacuteodos dedicados ao planejamento agrave avaliaccedilatildeo e ao
desenvolvimento profissional
6 -Colaborar com as atividades de articulaccedilatildeo da escola com as famiacutelias e
a comunidade
A LDB estabelece ainda que os sistemas de ensino definiratildeo as normas da
gestatildeo democraacutetica do ensino puacuteblico na educaccedilatildeo baacutesica de acordo com as
suas peculiaridades e conforme os princiacutepios de
44
Participaccedilatildeo dos profissionais da educaccedilatildeo na elaboraccedilatildeo do projeto
pedagoacutegico da escola e de participaccedilatildeo das comunidades escolar e local em
conselhos escolares ou equivalentes
Tambeacutem se configura como atribuiccedilatildeo dos sistemas de ensino assegurar agraves
unidades escolares puacuteblicas de educaccedilatildeo baacutesica que os integram progressivos
graus de autonomia pedagoacutegica e administrativa e de gestatildeo financeira
observadas as normas gerais de direito financeiro puacuteblico
32 A Abrangecircncia dos Sistemas
Os sistemas de ensino estatildeo relacionados agraves diferentes esferas
governamentais conforme segue
321 O Sistema Federal
O Sistema Federal de ensino compreende
1 - As instituiccedilotildees de ensino mantidas pela Uniatildeo
2-As instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior criadas e mantidas pela iniciativa
privada
3 -Os oacutergatildeos federais de educaccedilatildeo
322 Os Sistemas de Ensino dos Estados e do Distrito Federal Compreendem
1-As instituiccedilotildees de ensino mantidas respectivamente pelo Poder Puacuteblico
estadual e pelo Distrito Federal
2 -As instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior mantidas pelo Poder Puacuteblico
municipal
3-As instituiccedilotildees de ensino fundamental e meacutedio criadas e mantidas pela
iniciativa privada
45
4 -Os oacutergatildeos de educaccedilatildeo estaduais e do Distrito Federal
respectivamente
No Distrito Federal as instituiccedilotildees de educaccedilatildeo infantil criadas e mantidas
pela iniciativa privada integram seu sistema de ensino
323 O Sistema Municipal Na esfera Municipal os sistemas de ensino compreendem
1-As instituiccedilotildees do ensino fundamental meacutedio e de educaccedilatildeo infantil
mantidas pelo Poder Puacuteblico municipal
2-As instituiccedilotildees de educaccedilatildeo infantis criadas e mantidas pela iniciativa
privada
3-Os oacutergatildeos municipais de educaccedilatildeo
As instituiccedilotildees de ensino dos diferentes niacuteveis classificam-se nas seguintes
categorias administrativas
1-Puacuteblicas assim entendidas as criadas ou incorporadas mantidas e
administradas pelo Poder Puacuteblico
2 -Privadas assim entendidas as mantidas e administradas por pessoas
fiacutesicas ou juriacutedicas de direito privado
A figura 31 mostra de forma resumida a estrutura organizacional da educaccedilatildeo brasileira
46
UNIAtildeO
MINISTEacuteRIO DA EDUCACcedilAtildeO
ESTADOS
SECRETARIA ESTADUAL DE EDUCACcedilAtildeO
MUNICIacutePIOS
SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCACcedilAtildeO
AL UNOS
ENSINO SUPERIOR
Docentes
ENSINO MEacuteDIO
Docentes
ENSINO FUNDAMENTAL
Figura 31 Organograma da Organizaccedilatildeo Educacional Brasileira
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria a partir dos dados descritos neste capiacutetulo
Como os estudos deste trabalho estatildeo focados no ensino meacutedio a seguir
seraacute destacada a Secretaria Estadual de Educaccedilatildeo do Estado do Rio de Janeiro
33 A Secretaria Estadual de Educaccedilatildeo
A Secretaria Estadual de Educaccedilatildeo do Rio de Janeiro foi criada em 15 de
marccedilo de 1975 Em sua atual administraccedilatildeo o Secretaacuterio Nelson Maculam Filho
comanda uma rede de ensino de 1679 escolas 77 mil professores 22617
funcionaacuterios de apoio administrativo e um universo de 15 milhatildeo de alunos A
Secretaria eacute composta por 29 coordenadorias distribuiacutedas por regiotildees do estado
do Rio de Janeiro de acordo com a Tabela 31
47
Tabela 31 Coordenadorias da SEERJ
REGIOtildeES COORDENADORIASBaiacutea da Ilha Grande Baiacutea da Ilha Grande
Baixadas Litoracircneas IBaixadas Litoracircneas IICentro Sul ICentro Sul IIMeacutedio Paraiacuteba IMeacutedio Paraiacuteba IIMeacutedio Paraiacuteba IIIMetropolitana IMetropolitana IIMetropolitana IIIMetropolitana IVMetropolitana VMetropolitana VIMetropolitana VIIMetropolitana VIIIMetropolitana IXMetropolitana XMetropolitana XINoroeste Fluminense INoroeste Fluminense IINoroeste Fluminense IIINorte Fluminense INorte Fluminense IINorte Fluminense IIISerrana ISerrana IISerrana IIISerrana IV
Noroeste Fluminense
Norte Fluminense
Serrana
Baixadas Litoracircneas
Centro Sul
Meacutedio Paraiacuteba
Metropolitana
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria a partir de dados da SEERJ
No mapa da figura 32 satildeo mostrados os municiacutepios de cada regiatildeo relacionados na tabela 31
48
Figura 32 Mapa das metropolitanas do estado do Rio de Janeiro
Fonte Site institucional da SEEERJ
O foco deste estudo se restringe agraves escolas situadas no Municiacutepio do Rio de
Janeiro portanto seratildeo mostrados os detalhes das Metropolitanas III IV e X
METROPOLITANA III
Situada no bairro do Meacuteier coordena 163 escolas compreendendo
escolas de ensino fundamental e ensino meacutedio totalizando cerca de 68475
alunos
METROPOLITANA IV
Situada no bairro de Campo Grande coordena 141 escolas
compreendendo escolas de ensino fundamental e ensino meacutedio totalizando
cerca de 90733 alunos
49
METROPOLITANA X
Situada no bairro da Tijuca coordena 163 escolas compreendendo
escolas de ensino fundamental e ensino meacutedio totalizando cerca de 58693
alunos
Aleacutem das atribuiccedilotildees definidas por lei a SEERJ desenvolve accedilotildees e projetos
paralelos como mostrados a seguir
Accedilotildees e Projetos Secretaria Estadual de Educaccedilatildeo
PROGRAMA SUCESSO ESCOLAR
O programa sucesso escolar foi lanccedilado em 31 de maio de 2004 com o
objetivo de combater a reprovaccedilatildeo e a evasatildeo nas escolas evasotildees estas que
custam ao Estado cerca de R$ 450 milhotildees por ano O Rio de Janeiro tem um dos
maiores iacutendices de reprovaccedilatildeo do Sudeste 381 cerca de 10 abaixo da meacutedia
nacional Desde 2004 os alunos da rede recebem reforccedilo escolar atraveacutes de
aulas extras O programa atende aos alunos com baixo desempenho escolar
PROGRAMA SAUacuteDE NA ESCOLA
O Programa promove sauacutede nos CIEPS desde 2000 Em 1995 com base na
Carta de Otawa (WHO 1986) surgiu o conceito de Escolas Promotoras de
Sauacutede atraveacutes da Iniciativa Global de Sauacutede na Escola lanccedilada pela
Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede Trata-se de uma accedilatildeo em parceria entre as
secretarias de Estado de Educaccedilatildeo Sauacutede e a Defesa Civil visando a prevenccedilatildeo
e a promoccedilatildeo da sauacutede dos estudantes oferecendo atendimento cliacutenico
pediaacutetrico e odontoloacutegico
REGISTRO UacuteNICO DO ALUNO (REGUA)
O Registro Uacutenico do Aluno (REGUA) estaacute inserido no Programa de
Reestruturaccedilatildeo da Rede Puacuteblica de Ensino (PRO-REDE) Com o registro que eacute
uma carteira de estudante que funciona como identidade os estudantes tecircm
direito ao Passe Livre nos ocircnibus municipais aleacutem de descontos na aacuterea cultural
50
PROGRAMA QUADRO DE HORAacuteRIOS
O Programa foi lanccedilado em outubro de 2004 para definir os quadros de
horaacuterios de cada turma das 1854 escolas da rede estadual de ensino com o
objetivo de identificar os professores que natildeo estatildeo dando aula nem exercem
funccedilotildees administrativas nas escolas e assim poder providenciar a alocaccedilatildeo deles
em outras unidades combatendo assim o problema da falta de professores
PROJETO DE CAPACITACcedilAtildeO DE GESTORES ESCOLARES O Curso de Gestatildeo Escolar para Diretor Geral Diretor Adjunto e Gerente de
Ensino tem como objetivo
1 ndash Oferecer formaccedilatildeo continuada e ou formaccedilatildeo em niacutevel de
especializaccedilatildeo em serviccedilo aos gestores das escolas puacuteblicas de educaccedilatildeo
baacutesica da rede estadual
2 ndash Contribuir para a melhoria dos processos de gestatildeo da rede estadual
do Rio de Janeiro e tornar positivo seu impacto na qualidade da educaccedilatildeo
Baacutesica
3 ndash Contribuir para construccedilatildeo de um novo significado da gestatildeo escolar
com base na integraccedilatildeo dos aspectos administrativos e pedagoacutegicos nas accedilotildees
dos gestores
PROGRAMA ESTADUAL DE LEITURA
O programa pretende estimular o haacutebito de leitura nos alunos das escolas
da rede estadual e promove o acesso a livros e bens culturais Envolve a criaccedilatildeo
de poacutelos de leitura nas bibliotecas das escolas da rede em todos os municiacutepios do
Rio com a promoccedilatildeo ainda de eventos culturais mensais
PROGRAMA DE VISITAS
O Programa foi lanccedilado em maio de 2005 com a finalidade de combater
a evasatildeo e a repetecircncia nas escolas estaduais O programa tem por objetivo
resgatar o aluno e envolver a famiacutelia no dia-a-dia da escola Setecentos
estudantes do Ensino Meacutedio de 140 escolas da rede estadual com altos iacutendices
51
de evasatildeo e repetecircncia de 15 coordenadorias regionais percorreratildeo as suas
proacuteprias comunidades para levar informaccedilotildees sobre os projetos da Secretaria
chamar de volta agrave escola os colegas que desistiram de estudar e reunir sugestotildees
e reivindicaccedilotildees das famiacutelias visitadas Esses jovens receberatildeo bolsa mensal de R$
6500 (sessenta e cinco reais)
PROGRAMA DE MUNICIPALIZACcedilAtildeO DO ENSINO
O programa tem por objetivo aleacutem da passagem gradual dos encargos
da educaccedilatildeo infantil e ensino fundamental para a esfera municipal o programa
de municipalizaccedilatildeo traduz-se na integraccedilatildeo entre as esferas administrativas
atraveacutes de accedilotildees poliacutetico-pedagoacutegicas tendo por base a racionalizaccedilatildeo dos
sistemas municipais e estaduais de educaccedilatildeo objetivando aperfeiccediloar a
ocupaccedilatildeo de espaccedilos alocaccedilatildeo de alunos adequaccedilatildeo e aproveitamento dos
recursos humanos e materiais pensados enquanto rede puacuteblica unificada e sem
discriminaccedilotildees
PREcircMIO NACIONAL DE REFEREcircNCIA EM GESTAtildeO
Com o apoio da Fundaccedilatildeo Ford do Fundo das Naccedilotildees Unidas para a
infacircncia - Unicef da embaixada dos Estados Unidos no Brasil do Conselho
Britacircnico e eventualmente de outros organismos e instituiccedilotildees o Precircmio foi
instituiacutedo para atingir os seguintes objetivos
a) estimular o desenvolvimento da gestatildeo democraacutetica na escola tendo
como foco o compromisso com uma aprendizagem de qualidade
b) valorizar as escolas puacuteblicas de educaccedilatildeo baacutesica que se destaquem
por iniciativas e experiecircncias inovadoras e bem sucedidas de gestatildeo escolar
c) apoiar o desenvolvimento de uma cultura de auto-avaliaccedilatildeo da gestatildeo
escolar
d) incentivar o processo de melhoria contiacutenua da escola pela elaboraccedilatildeo
de planos de accedilatildeo tendo com base a sua auto-avaliaccedilatildeo
52
PLANO DE RECUPERACcedilAtildeO DA REDE FIacuteSICA
O Programa foi iniciado em 2002 responsaacutevel pela construccedilatildeo ampliaccedilatildeo
reforma e manutenccedilatildeo nas escolas da rede estadual de ensino
O programa tem por objetivo revitalizar as escolas da rede e atender
alunos professores e servidores de apoio com mais qualidade por meio de um
plano de recuperaccedilatildeo
PARLAMENTO JUVENIL
O Parlamento Juvenil eacute um programa pedagoacutegico da SEE em parceria
com a Assembleacuteia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) criado em 2003
em que os estudantes da rede aprendem a exercer na praacutetica as funccedilotildees
parlamentares
Tem por objetivo conscientizar os alunos da rede estadual de ensino sobre
processo democraacutetico integrando-os agrave atividade poliacutetica Aleacutem disso eacute uma
maneira de aproximar o jovem de tudo que diz respeito agrave sua cidade jaacute que seus
projetos de lei devem abordar os problemas de seus municiacutepios Tem como
Puacuteblico alvo toda a comunidade escolar
PROJETO OLHANDO A ESCOLA
O programa eacute desenvolvido em parceria entre a secretarias estaduais de
Educaccedilatildeo Sauacutede e Defesa Civil para identificar estudantes com problemas de
visatildeo o que tecircm dificultado o aprendizado e consequumlentemente o
desempenho escolar
PROGRAMA NOVA ESCOLA
O Objetivo eacute impulsionar a melhoria na qualidade de ensino e valorizar a
escola puacuteblica objetiva a propor criteacuterios de avaliaccedilatildeo das escolas em cinco
itens prestaccedilatildeo de contas gestatildeo da matriacutecula integraccedilatildeo com a comunidade
desempenho dos alunos (estudantes da 2ordf a 8ordf seacuteries do ensino Fundamental e 1ordf
a 3ordf seacuteries do ensino meacutedio fizeram provas de Liacutengua Portuguesa e Matemaacutetica e
53
fluxo escolar A partir dos resultados o programa concede aos professores e
demais profissionais gratificaccedilotildees proporcionais agraves suas realizaccedilotildees educacionais
PROGRAMA MERENDA ESCOLAR
Tem como objetivo suprir as necessidades nutricionais dos alunos durante o
tempo de permanecircncia na escola contribuir para a reduccedilatildeo da evasatildeo escolar
melhorar o rendimento escolar formar bons haacutebitos alimentares e contribuir para
a manutenccedilatildeo da sauacutede escolar
KITS ESCOLARES
O programa foi criado em 2004 consiste na distribuiccedilatildeo de kits escolares
para 15 milhatildeo de estudantes Os kits satildeo formados por caderno reacutegua cola
caneta laacutepis borracha apontador e mochila
JOGOS DA EDUCACcedilAtildeO PUacuteBLICA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Programa eacute desenvolvido em parceria pelas Secretarias Estaduais de
Educaccedilatildeo e de Esportes para incentivar o gosto e o haacutebito de praticar esporte
entre os estudantes da rede fornecendo noccedilotildees de cidadania e contribuindo
para melhorar o desempenho escolar
PROGRAMA ESTADUAL DE INFORMAacuteTICA APLICADA Agrave
EDUCACcedilAtildeO
O programa tem como objetivo aumentar o nuacutemero de laboratoacuterios e
ampliar o acesso dos estudantes e da comunidade escolar em geral agrave
informaacutetica e agrave internet promovendo assim a inclusatildeo digital
HORAacuteRIO INTEGRAL
Os Centros Integrados de Educaccedilatildeo Puacuteblica satildeo escolas de estilo
arquitetocircnico e proposta pedagoacutegica proacuteprios com funcionamento em horaacuterio
integral que proporcionam a seus alunos muacuteltiplas atividades complementando
54
o trabalho nas salas de aula com recreaccedilotildees esportes atividades culturais aleacutem
de fornecer alimentaccedilatildeo
O objetivo eacute estabelecer um processo de formaccedilatildeo do aluno que
estimule a constante troca de ideacuteias vivecircncias e empenho em promover a
autoconfianccedila para que eles sintam vontade real de aprender cada vez mais
cientes de seus deveres e direitos de cidadatildeo
PROGRAMA GEOREFERENCIAMENTO
Um sistema de informaacutetica georeferenciou cerca de 11 mil escolas das
redes municipal estadual federal e particular tendo como objetivos permitir que
a Secretaria de Educaccedilatildeo tenha informaccedilotildees sobre as 11 mil escolas do estado
do Rio de Janeiro Seraacute possiacutevel por meio dele planejar a construccedilatildeo e a
ampliaccedilatildeo de novas escolas assim como a matriacutecula e a troca de informaccedilotildees
entre municiacutepio e estado
FOacuteRUM PERMANENTE DE DIRETORES
Esse Foacuterum eacute presidido pelo Secretaacuterio com a presenccedila dos Subsecretaacuterios
e 81 Diretores das Unidades Escolares de toda a rede Visa discutir a realidade de
nossas escolas trazer sugestotildees a fim de nortear os trabalhos desenvolvidos pela
SEE
PROJETO FACcedilA PARTE O projeto tem por objetivo discutir de que maneira alunos e as escolas
podem ser estimulados a agir como voluntaacuterios debatendo as vaacuterias formas de
mobilizaccedilatildeo social considerada pelos especialistas como uma ferramenta de
ensino inovadora e interativa
PROGRAMA ESCOLAS DE PAZ O Programa Escolas de Paz faz parte de um acordo de cooperaccedilatildeo entre
a Unesco e a Secretaria de Estado de Educaccedilatildeo do Rio de Janeiro e segue as
orientaccedilotildees do Programa Abrindo Espaccedilos recomendado pela Unesco como
55
estrateacutegia de construccedilatildeo de uma Cultura de Paz Foi criado em 2000 e retomado
em agosto de 2003 Consiste em abrir 200 unidades escolares de 11
coordenadorias da Regiatildeo Metropolitana selecionadas nas aacutereas onde haacute maior
carecircncia de lazer nos finais de semana para atividades artiacutesticas esportivas e de
lazer As escolas oferecem cafeacute da manhatilde almoccedilo e agraves vezes lanches aos
participantes Eacute voltado para jovens de quatorze a vinte quatro anos
O programa visa implantar uma cultura de natildeo violecircncia no interior das
escolas e comunidades vizinhas aleacutem de procurar integrar e aproximar a famiacutelia
dos jovens agrave escola melhorar o desempenho estudantil e despertar eventuais
potencialidades culturais artiacutesticas e esportivas nos alunos O programa acontece
aos saacutebados das 9h agraves 17h mesmo nas feacuterias e as escolas recebem mensalmente
verbas para pagamento da equipe local manutenccedilatildeo e nutriccedilatildeo
PROJETO ESCOLA FAZ ARTE
A escola eacute o espaccedilo ideal para que os alunos possam expressar suas
qualidades artiacutesticas criando muitas vezes trabalhos maravilhosos verdadeiras
obras de arte que passam despercebidas fora dos muros escolares O projeto
visa valorizar os jovens talentos que surgem em nossas Unidades Escolares
incentivando e proporcionando uma maior divulgaccedilatildeo de seus dons criativos
Sendo assim a SEE elaborou o Projeto Escola faz Arte em agosto de 2004
retornando em marccedilo de 2005 visando expor durante uma semana os trabalhos
das Unidades Escolares no hall do gabinete do Secretaacuterio (5deg andar)
CHEQUE ndashESCOLA
Trata-se de um Programa de inclusatildeo social que transfere recursos
estaduais para famiacutelias de baixa renda que tenham filhos com idade escolar
entre sete e quatorze anos matriculados na rede puacuteblica
O programa tem por objetivo a permanecircncia dos alunos na escola
afastando-os da situaccedilatildeo de risco social favorecendo a formaccedilatildeo de novos
cidadatildeos e uma melhoria na qualidade de vida da famiacutelia A frequumlecircncia escolar
eacute condiccedilatildeo fundamental para a participaccedilatildeo e manutenccedilatildeo da famiacutelia no
56
programa
PROJETO APRENDENDO XADREZ NAS ESCOLAS
Consiste em uma parceria com a Federaccedilatildeo de Xadrez do Estado do Rio
de Janeiro para transformar o xadrez em ferramenta pedagoacutegica estimulando o
raciociacutenio a concentraccedilatildeo e a criatividade do aluno A meta eacute melhorar o
desempenho em matemaacutetica aleacutem de combater a repetecircncia e evasatildeo escolar
PROGRAMA ACELERA JOVEM
Programa foi lanccedilado para ajudar alunos que apresentem defasagem
idade-seacuterie a recuperar o tempo perdido com o objetivo de colocar o ensino
fundamental ao alcance de jovens que estatildeo fora da escola ou que estatildeo com
os estudos atrasados
O Programa visa atender aquela faixa etaacuteria delineada como de risco
jovens entre 15 e 30 anos que estatildeo fora da escola ou estando na escola
tenham pelo menos concluiacutedos quatro anos de estudo e apresentem uma
defasagem idade-seacuterie de trecircs anos ou mais
A ESCOLA VAI AO TEATRO
O Programa foi desenvolvido em parceria entre as Secretarias Estaduais de
Educaccedilatildeo e Cultura para estimular o interesse dos alunos por teatro e disciplinas
como literatura e histoacuteria O projeto quer incentivar ainda a melhoria do
desempenho escolar atraveacutes da abordagem de temas histoacutericos
O objetivo eacute levar os alunos permanentemente para assistir agrave peccedilas que
tenham conteuacutedo pedagoacutegico facilitando aos estudantes da rede puacuteblica o
acesso a esses bens culturais aleacutem de fornecer aos professores material para ser
discutido e trabalhado dentro da sala de aula
57
EDUCACcedilAtildeO AMBIENTAL
Esclarece e orienta agraves escolas os alunos e agrave comunidade sobre questotildees
referentes agrave Educaccedilatildeo Ambiental na Rede de Ensino Puacuteblica Estadual do Rio de
Janeiro
Contribui na consolidaccedilatildeo da Lei nordm 9795 de abril de 1999 que institui a
Poliacutetica Nacional de Educaccedilatildeo Ambiental
Desenvolve o Programa Estadual de Educaccedilatildeo Ambiental instituiacuteda pela
Lei 3325 de 17121999
Promove accedilotildees seminaacuterios e projetos objetivando a implantaccedilatildeo e
implementaccedilatildeo da Agenda Ambiental nas escolas puacuteblicas estadual do Rio de
Janeiro
A Estrutura Organizacional da Educaccedilatildeo no Brasil eacute uma ferramenta que
daacute suporte para o desenvolvimento da cidadania que eacute fator determinante para
a inclusatildeo social A inclusatildeo social seraacute tratada no capiacutetulo seguinte atraveacutes das
Poliacuteticas Puacuteblicas
58
Capiacutetulo 4 Poliacuteticas Puacuteblicas de Inclusatildeo Social
41 A Crise do Sistema Poliacutetico Liberal e o Iniacutecio do
Intervencionismo do Estado
Ateacute o iniacutecio do seacuteculo XX prevaleciam ideacuteias de um sistema poliacutetico liberal
no qual o Estado natildeo tinha muita participaccedilatildeo e a relaccedilatildeo do indiviacuteduo com a
sociedade soacute era percebida se o mesmo estivesse inserido de alguma forma no
mercado Aqueles que se encontravam fora desta condiccedilatildeo eram privados da
utilizaccedilatildeo de serviccedilos essenciais aquisiccedilatildeo de bens enfim de tudo o mais que se
fazia necessaacuterio para seu desenvolvimento (Carvalho 2002)
No primeiro quartel do seacuteculo XX a economia se encontrava em
recuperaccedilatildeo dos efeitos de poacutes-guerra a partir do liberalismo do estado e neste
mesmo periacuteodo se dava a consolidaccedilatildeo do capitalismo monopolista com a
fusatildeo de pequenas companhias originando os grandes conglomerados Isto
ocorreu mesmo com a existecircncia de leis como as ldquoantitrustesrdquo que impediam
estas uniotildees entre empresas Sem a efetividade das leis as grandes empresas
industriais e bancaacuterias predominavam o cenaacuterio econocircmico sob a proteccedilatildeo de
59
uma poliacutetica adotada pelos governos de natildeo intervirem nas movimentaccedilotildees do
mercado (Magdof 1979)
Nessa eacutepoca os Estados Unidos assumiram a hegemonia econocircmica em
escala mundial O seu crescimento econocircmico no poacutes-guerra propiciou enorme
euforia social dando a falsa imagem de uma prosperidade eterna Poreacutem a
sensaccedilatildeo de seguranccedila absoluta impediu a correta avaliaccedilatildeo das tendecircncias
econocircmicas Assim uma crise econocircmica se desencadeou a partir de 1929
resultante da quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque abalando a estrutura
do capitalismo liberal trazendo reflexos que se propagaram no mundo todo
promovendo uma crise econocircmica mundial (Arruda apud Reis 2000)
Este fato impulsionou a percepccedilatildeo de que o mercado possuiacutea seus limites
como reguladores naturais isto eacute que o mercado sozinho natildeo tinha condiccedilotildees de
se auto regular sem a influecircncia do Estado Natildeo restou alternativa para os
americanos a natildeo ser empreender uma mudanccedila de rumo no capitalismo liberal
inaugurando-se a fase intervencionista na qual o governo passou a ter papel
decisivo na orientaccedilatildeo do processo econocircmico Com a poliacutetica do ldquoNew Dealrdquo
os americanos traccedilaram um marco histoacuterico na trajetoacuteria do capitalismo A
intervenccedilatildeo do estado na vida econocircmica representava uma mudanccedila
significativa no modelo tradicional da economia de mercado praticada pelos
Estados Unidos Logo o Estado passou a ser o agente mediador civilizador
interferindo nas relaccedilotildees soacutecio econocircmicas (Arruda apud Reis 2000)
As repercussotildees da crise prolongaram-se ateacute 1933 e nesse cenaacuterio o Brasil
foi um dos paiacuteses novos que mais sofreu com a crise uma vez que o seu produto principal era o cafeacute responsaacutevel por 70 das exportaccedilotildees sendo os Estados
Unidos os maiores compradores e consumidores do produto
Os fazendeiros de cafeacute principal sustentaacuteculo do poder poliacutetico no Brasil
ateacute entatildeo exigiam medidas urgentes para solucionar a crise A incapacidade do
governo de Washington Luiacutes em superaacute-la foi o motivo imediato da revoluccedilatildeo de
1930 que depocircs o presidente e levou ao poder Getuacutelio Vargas
60
O Governo Vargas teve que implantar uma seacuterie de medidas com o
objetivo de modernizar a economia brasileira Nesse contexto se produziu uma
primeira ruptura no que diz respeito ao avanccedilo da acumulaccedilatildeo capitalista no
paiacutes no sentido da implantaccedilatildeo de um nuacutecleo baacutesico de induacutestria de bens de
produccedilatildeo bem como no da redefiniccedilatildeo do papel do Estado na economia Para
isso havia a necessidade de um Estado forte e promotor da integraccedilatildeo do
mercado interno e de uma intervenccedilatildeo econocircmica de modo a assegurar a
proteccedilatildeo agrave produccedilatildeo nacional e o bem-estar social da Naccedilatildeo (Mendonccedila
1986)
Na deacutecada de cinquumlenta o modelo econocircmico implantado por Getuacutelio
Vargas comeccedilou a dar seus primeiros sintomas de esgotamento provocando
uma crise poliacutetica que desembocaria finalmente na crise do pacto populista em
1964 Com a posse de Juscelino Kubitschek ocorreu uma reorientaccedilatildeo dos rumos
de nossa economia O Plano de Metas proposto por Juscelino foi um marco na
reelaboraccedilatildeo qualitativa das relaccedilotildees entre Estado e economia no paiacutes
integrando pela primeira vez sob o controle do governo as atividades do capital
puacuteblico e do privado (Mendonccedila 1986)
O golpe de 1964 natildeo correspondeu a nenhum marco no sentido da
definiccedilatildeo de um novo modelo econocircmico pelo contraacuterio seu papel foi apenas o
de garantir a consolidaccedilatildeo definitiva do modelo implantado nos anos cinquumlenta
aprimorando-o Se no periacuteodo compreendido entre 1962 e 1967 foi todo ele de
crise econocircmica Jaacute entre 1968 e 1974 ocorreu o conhecido ldquomilagre
econocircmicordquo cuja essecircncia nada mais significou senatildeo a garantia de lucros
faraocircnicos agraves empresas monopolistas (nacionais e estrangeiras) (Mendonccedila
1986)
42 O Estado e Suas Novas Funccedilotildees Sociais
O fim da deacutecada de 1970 foi marcado por uma crise proveniente do fim
de um periacuteodo denominado ldquomilagre econocircmicordquo este fato favoreceu
movimentos da sociedade em direccedilatildeo a redemocratizaccedilatildeo e a organizaccedilatildeo da
61
sociedade civil atraveacutes de diversos acontecimentos sociais Estes
acontecimentos levaram a instalaccedilatildeo da Assembleacuteia Nacional Constituinte na
qual os movimentos sociais se articularam para tentar incluir na Carta
Constitucional os direitos sociais que entatildeo passariam a ser traduzidos como
deveres do Estado atraveacutes das Poliacuteticas Puacuteblicas Nesta eacutepoca a Poliacutetica Social
brasileira apresentava estrateacutegia reformista conforme Fagnani (citado por
Carvalho 2002)
ldquoCrescimento sustentado ampliaccedilatildeo do emprego aumento de salaacuterio real melhor distribuiccedilatildeo de renda reforma agraacuteria seguro desemprego revisatildeo da legislaccedilatildeo trabalhista e sindical descentralizaccedilatildeo poliacutetico-administrativa participaccedilatildeo e controle social redefiniccedilatildeo do padratildeo regressivo de financiamento das poliacuteticas sociais universalizaccedilatildeo do acesso ampliaccedilatildeo do impacto redistributivordquo
A Carta Constitucional de 1988 formulou a organizaccedilatildeo do sistema
federativo brasileiro onde ficou definido o papel do governo federal que assumiu
prioritariamente a coordenaccedilatildeo das Poliacuteticas Puacuteblicas Sociais enquanto os
municiacutepios assumiram a maior parte da responsabilidade de execuccedilatildeo dessas
poliacuteticas Com isto ficou prevista a transferecircncia de diversas atribuiccedilotildees
responsabilidades e recursos da instancia federal para os niacuteveis estaduais e
municipais de governo Com esta transferecircncia de atribuiccedilotildees os estados
passaram a ter autonomia para definirem a organizaccedilatildeo e a gestatildeo de suas
poliacuteticas (Carvalho 2002)
A deacutecada de 1990 foi marcada pelas lutas dos setores progressistas da
sociedade pela implementaccedilatildeo e regulamentaccedilatildeo dos direitos sociais definidos
na Constituiccedilatildeo Foram entatildeo regulamentadas as leis nas aacutereas voltadas para a
crianccedila e o adolescente da seguridade social da sauacutede da assistecircncia social
da previdecircncia social e da educaccedilatildeo Foi um periacuteodo marcado pelo conflito
entre a expectativa da implementaccedilatildeo de Poliacuteticas Puacuteblicas que concretizassem
os direitos conquistados assegurados em lei e as restriccedilotildees poliacuteticas e
econocircmicas impostas para a sua implementaccedilatildeo (Carvalho 2002)
62
O Estado entatildeo passou a formular poliacuteticas de caraacuteter econocircmico e
social que comeccedilaram a se tornar segundo Silva (citado em Carvalho 2002)
ldquoarena de lutas por acesso a riqueza socialrdquo Isto porque as poliacuteticas puacuteblicas satildeo
geralmente responsaacuteveis por grandes conflitos de interesses pois atingem
diretamente as camadas e classes sociais Devido agrave criaccedilatildeo de questotildees sociais
para atender interesses de uns acabam por infligir no interesse de outros
Pode-se supor que o principal motivo para que os conflitos ocorram seja
devido agraves classes mais favorecidas natildeo terem interesse em perder seus privileacutegios
e com isto natildeo admitirem que os indiviacuteduos das classes menos privilegiadas
venham a ter condiccedilotildees de atingirem niacuteveis melhores de desenvolvimento Com
isto esta parcela desprivilegiada da sociedade passaria a ter a possibilidade de
aumentar a sua capacidade de competiccedilatildeo Se a maioria dos indiviacuteduos tiver a
mesma capacidade de competiccedilatildeo seraacute facilitada a diminuiccedilatildeo das diferenccedilas
sociais e com isto haveraacute a promoccedilatildeo da igualdade Igualdade esta que fere
fortemente os privileacutegios de classe que jaacute se encontram enraizados na cultura de
dominaccedilatildeo sobre os mais fracos Neste processo se faz muito importante agrave
participaccedilatildeo de grupos de indiviacuteduos que quando organizados promovem
movimentos de defesa da garantia dos direitos civis poliacuteticos e sociais
Os movimentos gerados por estes grupos satildeo muitas vezes responsaacuteveis
pelas accedilotildees do Estado atraveacutes de reuniotildees entrevistas pesquisas e contatos
diretos com os indiviacuteduos que satildeo levantadas as principais necessidades da
sociedade sejam elas poliacuteticas ou sociais (Carvalho 2002)
43 Poliacuteticas Puacuteblicas Uma Questatildeo de Conceito
Dentre as vaacuterias definiccedilotildees para poliacuteticas Puacuteblicas destacam-se pela
abrangecircncia a definiccedilatildeo dada por Pereira citada em Carvalho 2002
ldquoLinha de accedilatildeo coletiva que concretiza direitos sociais coletivos declarados e garantida
em lei Eacute mediante as poliacuteticas Puacuteblicas que satildeo distribuiacutedos os redistribuiacutedos bens e serviccedilos
63
sociais em resposta agraves demandas da sociedade Por isso o direito que as fundamenta eacute um direito
coletivo e natildeo individualrdquo(apud Carvalho2002)
Ainda segundo Pereira para se definir Poliacutetica Puacuteblica se faz necessaacuteria agrave
compreensatildeo do real significado do termo puacuteblico e tambeacutem a sua abrangecircncia
neste sentido destaca-se
ldquoO termo puacuteblico associado agrave poliacutetica natildeo eacute uma referecircncia exclusiva ao Estado como
muitos pensam mas sim agrave coisa puacuteblica ou seja de todos sob a eacutegide de uma mesma lei e o apoio
de uma comunidade de interesses Portanto embora as Poliacuteticas Puacuteblicas sejam reguladas e
frequumlentemente providas pelo Estado elas tambeacutem englobam preferecircncias escolhas e decisotildees
privadas podendo (e devendo) ser controladas pelos cidadatildeos A Poliacutetica Puacuteblica expressa assim a
conversatildeo de decisotildees privadas em decisotildees e accedilotildees puacuteblicas que afetam a todosrdquo
44 Formulaccedilatildeo de Poliacuteticas Puacuteblicas
Para que uma Poliacutetica Puacuteblica seja formulada existe o envolvimento de
diversos fatores sendo os principais a identificaccedilatildeo dos atores e dos reais
interesses que envolvem a inclusatildeo de determinada questatildeo na agenda puacuteblica
para que posteriormente seja regulamentada como Poliacutetica Puacuteblica Para isto eacute
importante que ocorra a mobilizaccedilatildeo de representantes da sociedade civil e do
Estado que discutem os problemas fazem o levantamento das necessidades
para que posteriormente fundamentem suas argumentaccedilotildees Todo este processo
se faz necessaacuterio para que os direitos sociais possam ser regulamentados e no
momento seguinte seja formulada uma Poliacutetica Puacuteblica que expresse com
clareza os interesses e as necessidades de todos os envolvidos (Carvalho 2002)
Os movimentos sociais que na deacutecada de 1980 lutaram pelo fim do
regime autoritaacuterio e pela redemocratizaccedilatildeo da sociedade foram atores sociais
importantes na discussatildeo e definiccedilatildeo das novas formas de organizaccedilatildeo e gestatildeo
das Poliacuteticas Puacuteblicas A descentralizaccedilatildeo dos poderes e das funccedilotildees do Estado eacute
tema recorrente como sinocircnimo de democratizaccedilatildeo Os atores envolvidos
frequumlentemente questionam as poliacuteticas puacuteblicas brasileiras as quais satildeo
atribuiacutedas historicamente as seguintes caracteriacutesticas (Carvalho 2002)
64
SELETIVAS Natildeo possuem grande abrangecircncia isto eacute natildeo atingem a
toda faixa da sociedade que em tese necessitaria de uma determinada poliacutetica
puacuteblica soacute atingindo um pequeno grupo selecionado Um exemplo a ser citado
eacute o caso da Nova Escola pois atinge a uma parcela de escolas que satildeo
selecionadas pelo seu desempenho isto eacute preenchem todos os requisitos
estabelecidos A escola que natildeo se enquadrar nesses moldes padrotildees natildeo
recebe recursos nem a gratificaccedilatildeo dos professores o que acarreta um
desempenho ainda pior no ano seguinte Isto pode ocorrer devido ao perfil das
escolas e de seus alunos serem diferentes natildeo podendo ser julgados da mesma
forma isto se reflete claramente nas aacutereas mais carentes onde devido aos
diversos problemas vividos por esta comunidade o desempenho dos alunos
muitas vezes eacute mais baixo natildeo significando que a escola natildeo esteja cumprindo o
seu papel de ensinar
FRAGMENTADAS Normalmente natildeo satildeo contiacutenuas atuam por um
determinado periacuteodo de tempo e com o passar do tempo simplesmente satildeo
esquecidas Este esquecimento muitas vezes se faz devido agrave falta de recursos
que podem ser oriundos da falta de interesse poliacutetico como tambeacutem da
sociedade que eacute detentora de capital Neste caso podemos tomar como
exemplo o caso dos CIEPS (Centro Integrado de Educaccedilatildeo Puacuteblica) que no seu
projeto original a escola funcionava em regime integral onde os alunos aleacutem de
estudarem participavam de inuacutemeras atividades aleacutem de alimentaccedilatildeo soacute
retornando para casa no fim do dia Este projeto que inicialmente tinha uma
visatildeo de escola ideal com as mudanccedilas poliacuteticas e a falta de recursos para a
sua manutenccedilatildeo foi praticamente extinto tendo hoje em dia algumas poucas
unidades funcionando em regime integral
EXCLUDENTES Excluem entre os excluiacutedos Isto significa que entre os
considerados excluiacutedos as Poliacuteticas Puacuteblicas natildeo atingem a todos excluem a
maioria do grupo Neste caso podemos citar alguns programas sociais nos quais
as pessoas para receber os benefiacutecios precisam ser cadastradas Para isso eacute
necessaacuterio que estas pessoas tenham toda documentaccedilatildeo que nem sempre a
populaccedilatildeo socialmente excluiacuteda natildeo tem condiccedilotildees de possuir
65
SETORIADAS natildeo satildeo amplas atingem somente uma necessidade
e natildeo a um conjunto de necessidades que por muitas vezes estatildeo interligadas
assim como atingem somente alguns setores da sociedade e natildeo a sociedade
como um todo Nesta aacuterea podemos citar como exemplo algumas accedilotildees na
aacuterea de sauacutede Existem poliacuteticas de doaccedilatildeo de remeacutedios mas natildeo existe
investimento na aacuterea de prevenccedilatildeo de doenccedilas como saneamento baacutesico que
eacute uma das maiores causas de doenccedilas nas aacutereas carentes
Os questionamentos desses atores e a incorporaccedilatildeo das vontades da
sociedade nas decisotildees poliacuteticas movimentaram a Assembleacuteia Constituinte de
1988 e resultaram em dois princiacutepios que fundamentaram o processo de
descentralizaccedilatildeo a democratizaccedilatildeo e a participaccedilatildeo
A figura 41 a seguir mostra esquematicamente como se daacute a
formaccedilatildeo de uma Poliacutetica Puacuteblica
66
ESTADO
DIAGNOacuteSTICO DO PROBLEMA
SOCIEDADE
CIVIL
LEVANTAMENTO DAS NECESSIDADES
DIREITOS SOCIAIS
POLIacuteTICAS PUacuteBLICAS
Figura 41 Diagrama esquemaacutetico da formaccedilatildeo de uma poliacutetica puacuteblica
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria a partir de informaccedilotildees citadas neste capiacutetulo
67
45 Aacutereas de Aplicaccedilatildeo das Poliacuteticas Puacuteblicas
Existem diversas aacutereas onde satildeo aplicadas as Poliacuteticas Puacuteblicas das quais
podemos destacar a ciecircncia e tecnologia a econocircmica a social e a
educacional
Poliacuteticas Puacuteblicas da Ciecircncia e Tecnologia
As Poliacuteticas Puacuteblicas da ciecircncia e tecnologia tem como principal objetivo
promover o desenvolvimento cientiacutefico e tecnoloacutegico tendo em foco a soberania
e a independecircncia do paiacutes As bases de uma sociedade minimamente justa
derivam de seu desenvolvimento cientiacutefico e tecnoloacutegico e principalmente da
democratizaccedilatildeo desses avanccedilos e dos acessos a seus benefiacutecios por todos os
cidadatildeos pois natildeo tem sentido um paiacutes possuir grandes avanccedilos tecnoloacutegicos e
cientiacuteficos se isto soacute ficar restrito ao mundo acadecircmico ou cientiacutefico Para estes
avanccedilos terem um real valor devem ser acessiacuteveis agraves diversas camadas da
sociedade atingindo um maior nuacutemero possiacutevel de indiviacuteduos seja de maneira
aplicativa ou mesmo informativa (Amaral 2004)
A ciecircncia deve sempre estar a dispor do humanismo e tem como um dos
seus principais papeacuteis a inclusatildeo social atraveacutes do combate aos desniacuteveis sociais
e regionais que separam a humanidade Satildeo exemplos de Poliacutetica Puacuteblicas
cientiacuteficas e tecnoloacutegicas O desenvolvimento da economia utilizando inovaccedilotildees
e bens e serviccedilos que promovam a substituiccedilatildeo competitiva de importaccedilotildees
para gerar renda e empregos a ampliaccedilatildeo e a formaccedilatildeo de pesquisadores em
aacutereas estrateacutegicas a promoccedilatildeo de articulaccedilotildees de cooperaccedilatildeo entre
Universidades e empresas(Amaral 2004)
Enfim as poliacuteticas Publicas de ciecircncia e tecnologia tem como objetivo
principal agrave popularizaccedilatildeo do conhecimento cientiacutefico e tecnoloacutegico para que
estes sejam reconhecidos como componentes do bem estar social (Amaral
2004)
68
Poliacuteticas Puacuteblicas Sociais
Nas Poliacuteticas Puacuteblicas Sociais a expressatildeo ldquosocialrdquo faz com que esta se decirc
atraveacutes de um conjunto de princiacutepios diretrizes objetivas e normas que
necessitam ser de caraacuteter permanente e o mais abrangente possiacutevel para que
possam orientar a atuaccedilatildeo do poder puacuteblico (Carvalho 2002)
Nos uacuteltimos anos do seacuteculo passado a maioria dos paiacuteses foi marcada por
fortes ajustes econocircmicos o que causou o agravamento dos problemas sociais
que teve como principais fatores
O desemprego estrutural rArr Falta de postos de trabalho suficientes
para todos ou pelo menos para a maioria dos indiviacuteduos em idade
economicamente ativa
As relaccedilotildees trabalhistas precaacuterias rArr Irregularidades cometidas pelos
empregadores como a falta de carteira assinada dos trabalhadores
terceirizaccedilatildeo de matildeo de obra desregulamentaccedilatildeo dos direitos conquistados
etc
As alteraccedilotildees na organizaccedilatildeo familiar rArr Aumento do nuacutemero de
famiacutelias chefiadas por mulheres
Alteraccedilatildeo no ciclo de vida rArr Diminuiccedilatildeo da taxa de mortalidade
infantil e aumento da longevidade pois com o avanccedilo da medicina alguns
problemas de sauacutede que causavam mortes no passado hoje satildeo considerados
relativamente simples e podem ser tratados diminuindo as mortes precoces Este
fato acarreta um aumento expressivo da populaccedilatildeo ativa como tambeacutem o
periacuteodo em que os indiviacuteduos estatildeo ativos
Estes fatores contribuem para um aumento expressivo das necessidades
essenciais para a populaccedilatildeo o que o sistema natildeo consegue suprir pois o nuacutemero
de postos de trabalho natildeo eacute suficiente deixam milhares de pessoas sem acesso
agraves necessidades baacutesicas assim como possibilitam um desrespeito com o
trabalhador Esse cenaacuterio promove o aprofundamento das desigualdades
69
sociais o que gera exclusatildeo social e simultacircnea inclusatildeo marginal de grande
parcela da populaccedilatildeo (Carvalho 2002)
Os problemas citados satildeo apenas alguns exemplos das causas das
desigualdades sociais e da geraccedilatildeo de um grande nuacutemero de indiviacuteduos
excluiacutedos Estes estatildeo agrave margem da sociedade sem acesso ao miacutenimo
necessaacuterio para viverem bem e principalmente ficam privados de terem acesso
a melhores condiccedilotildees de vida
Para tentar mudar este cenaacuterio alguns programas de accedilotildees foram criados
poreacutem na maioria das vezes natildeo satildeo abrangentes satildeo seletivos isto eacute
selecionam alguns dentre todos que precisam Isto significa excluir dentro dos
excluiacutedos Estes programas tambeacutem em muitos casos natildeo satildeo accedilotildees contiacutenuas
e sim temporaacuterias que com o tempo perdem o interesse sejam estes interesses
poliacuteticos pessoais etc Com isto simplesmente satildeo interrompidas deixando muitas
pessoas desamparadas visto que em muitos casos esta parcela carente da
sociedade se torna dependente destas accedilotildees sociais Estes indiviacuteduos estatildeo
sempre agrave mercecirc de novas poliacuteticas geradas por outros interesses
A participaccedilatildeo popular na gestatildeo ldquoda coisa puacuteblicardquo foi consagrada pelo
processo de redemocratizaccedilatildeo do Estado brasileiro ao fundar as bases para a
introduccedilatildeo de algumas experiecircncias que contribuiacuteram para a ampliaccedilatildeo da
esfera puacuteblica no paiacutes entendida como ldquoarenardquo onde as questotildees que atingem
a determinado conjunto da sociedade satildeo expressas debatidas e tematizadas
por atores sociais Tais experiecircncias alteraram significativamente a relaccedilatildeo
Estado-Sociedade na medida em que criaram novos canais de participaccedilatildeo
popular como por exemplo a criaccedilatildeo dos conselhos de poliacuteticas sociais que tecircm
atuado na sua co-gestatildeo Estes conselhos funcionam como instrumentos de
expressatildeo representaccedilatildeo e participaccedilatildeo popular possuindo portanto o desafio
de discutir e deliberar sobre determinados temas buscando consensos e alianccedilas
que definam as agendas puacuteblicas que representem interesses coletivos
(Carvalho 2002)
70
A construccedilatildeo de poliacuteticas Puacuteblicas na aacuterea Social necessita da adoccedilatildeo de
conceitos e praacuteticas inovadores que possam dar suporte teacutecnicondashpoliacutetico uma
vez que estes enunciados natildeo possuem forccedila suficiente para a transformaccedilatildeo
das praacuteticas realizadas na aacuterea social que satildeo tradicionalmente assistencialistas
Sendo assim satildeo accedilotildees que possuem o poder de transformar os direitos dos
indiviacuteduos adquiridos atraveacutes de lutas em simples ajuda ou doaccedilatildeo O que deixa
o indiviacuteduo com a sensaccedilatildeo de gratidatildeo e ateacute na obrigaccedilatildeo de retribuir o favor
o que na visatildeo da autora eacute indesejaacutevel pois em uacuteltima instacircncia praacuteticas
assistencialistas podem se transformar em moeda de troca com fins eleitorais
Poliacuteticas Puacuteblicas Educacionais
As poliacuteticas educacionais muitas vezes se confundem com as poliacuteticas
sociais isto porque quando satildeo criadas muitas vezes satildeo responsaacuteveis pela
inclusatildeo social Com a educaccedilatildeo eacute possiacutevel se obter a melhoria da qualidade de
vida dos indiviacuteduos atraveacutes da diminuiccedilatildeo das diferenccedilas sociais devido agrave
educaccedilatildeo ser responsaacutevel pela igualdade das oportunidades Quando se tem
Poliacuteticas Puacuteblicas que oferecem acesso a uma educaccedilatildeo de qualidade a todos
sem distinccedilatildeo satildeo criados mecanismos para que a competiccedilatildeo ocorra em
igualdade de condiccedilotildees
A Poliacutetica da Educaccedilatildeo tem como principal objetivo a promoccedilatildeo da
cidadania e eacute um instrumento de grande importacircncia para o desenvolvimento a
inserccedilatildeo e a competitividade de todos os indiviacuteduos Isto eacute um fator de muita
importacircncia para o crescimento de qualquer naccedilatildeo principalmente as que estatildeo
em desenvolvimento Se um paiacutes deseja se ver como soberano e sem exclusotildees
precisa desenvolver as ciecircncias humanas naturais exatas tecnoloacutegicas as artes
e todas as linguagens de modo geral o que jaacute se faz possiacutevel atraveacutes da garantia
de uma educaccedilatildeo de qualidade para todos sem distinccedilatildeo Dentro deste tema
ensinos de qualidade existem diversas poliacuteticas de avaliaccedilatildeo do desempenho do
ensino puacuteblico desde a educaccedilatildeo baacutesica ateacute o ensino universitaacuterio
(wwwestadatildeocombr)
71
Dentre essas poliacuteticas podemos destacar a criaccedilatildeo do Fundo de
Manutenccedilatildeo e de Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorizaccedilatildeo do
Magisteacuterio (FUNDEF) que trouxe benefiacutecios principalmente nas regiotildees mais
pobres do paiacutes Outras poliacuteticas educacionais adotadas satildeo as avaliaccedilotildees de
cursos como o Exame Nacional do Ensino Meacutedio (ENEM) e o Exame Nacional de
Cursos (PROVAtildeO) Tais avaliaccedilotildees para serem efetivas necessitariam de virem
acompanhadas de programas consistentes de melhoria de qualidade do ensino
envolvendo a formaccedilatildeo o treinamento contiacutenuo e a valorizaccedilatildeo do professor
inclusive atraveacutes de uma melhor remuneraccedilatildeo a partir de criteacuterios de
desempenho (wwwestadaocombr)
No tocante agrave capacitaccedilatildeo docente o papel das Universidades como
centros de geraccedilatildeo e de difusatildeo de saber torna-se fundamental e muito
importante pois satildeo estas que preparam os professores Aleacutem disso devem
promover a formaccedilatildeo contiacutenua pois a formaccedilatildeo do professor natildeo termina com o
final da graduaccedilatildeo e sim as universidades devem estar sempre oferecendo
cursos de capacitaccedilatildeo para que estes profissionais estejam sempre atualizados
de modo a realizar o seu trabalho com maior eficiecircncia
Os desafios qualitativos e quantitativos da educaccedilatildeo satildeo de tal
magnitude que natildeo podem mais passar despercebidos tanto que necessitam
que seja dada uma importacircncia estrateacutegica para este problema e com isto se
fazer investimentos nesta aacuterea A educaccedilatildeo seja baacutesica ou universitaacuteria deve ser
considerada prioridade e contar com recursos progressivamente maiores
Atualmente a meacutedia de escolaridade dos brasileiros eacute de pouco mais de
quatro anos o que eacute um indicador que demonstra a situaccedilatildeo da desigualdade e
injusticcedila social existente no paiacutes Segundo o Censo da Educaccedilatildeo Superior de
2000 o jovem das camadas mais pobres praticamente natildeo tem acesso agrave
educaccedilatildeo superior Apenas 77 dos jovens entre 18 e 22 anos frequumlentam
cursos Universitaacuterios Cerca de 70 destes estudam em estabelecimentos de
ensino privados que por possuiacuterem custo elevado levam a uma situaccedilatildeo de que
somente uns poucos consigam concluir o curso Para isto nos anos 70 foi criado o
72
Creacutedito Educativo que funciona como uma alternativa poreacutem este sistema natildeo
eacute suficiente para atender agrave grande demanda pois o nuacutemero de alunos assistidos
por este programa eacute muito pequeno em relaccedilatildeo agrave quantidade de jovens em que
este se faz necessaacuterio (www estadaocom br)
Uma alternativa oferecida eacute o PROUNI definido como Programa
Universidade para Todos que foi criado pela MP nordm 2132004 e institucionalizado
pela Lei nordm 11096 de 13 de janeiro de 2005 O programa tem como finalidade a
concessatildeo de bolsas de estudos integrais e parciais a estudantes de baixa renda
em cursos de graduaccedilatildeo e sequumlenciais de formaccedilatildeo especiacutefica em instituiccedilotildees
privadas de educaccedilatildeo superior oferecendo em contrapartida isenccedilatildeo de
alguns tributos agravequelas que aderirem ao Programa
Estes programas funcionam apenas como paliativos dos problemas
educacionais do paiacutes pois o ideal seria um maior investimento na formaccedilatildeo
baacutesica de qualidade na rede puacuteblica para que todos tivessem igualdade de
condiccedilatildeo para ingressar nas Universidades Puacuteblicas
Como forma de poliacutetica de inclusatildeo social foi criada uma lei (nordm36272004)
que aumenta a inserccedilatildeo de jovens carentes e negros nas Universidades Puacuteblicas
isto ocorre atraveacutes das reservas de vagas denominado de SISTEMA DE COTAS
que seraacute tratado detalhadamente no Capiacutetulo 7
No capiacutetulo seguinte seratildeo abordados o histoacuterico e a evoluccedilatildeo da
Educaccedilatildeo Ambiental no Brasil e no mundo
73
Capiacutetulo 5 Histoacuterico e Evoluccedilatildeo da Educaccedilatildeo
Ambiental
51 Definiccedilatildeo
Para se definir Educaccedilatildeo Ambiental natildeo eacute simples e para isto deve-se
fazer uma anaacutelise de vaacuterios contextos pois de acordo com a influecircncia que o
meio exerce e a vivecircncia de cada indiviacuteduo pode-se ter inuacutemeros conceitos para
a Educaccedilatildeo Ambiental (wwwapoemacombr)
Atraveacutes de um levantamento bibliograacutefico vaacuterias definiccedilotildees sobre o tema
Educaccedilatildeo Ambiental foram encontradas e estatildeo apontadas a seguir em ordem
cronoloacutegica
ldquoEacute um processo que tem como objetivo a formaccedilatildeo de cidadatildeos cujos
conhecimentos acerca do ambiente biofiacutesico e seus problemas associados
possam alertaacute-los e habilitaacute-los a resolver seus problemasrdquo (Stapp et alii 1969)
ldquoEacute um processo que consiste em reconhecer valores e em aclarar
conceitos com o objetivo de fomentar aptidotildees e atitudes necessaacuterias para
74
compreender e apreciar as inter-relaccedilotildees entre o homem sua cultura e seu meio
biofiacutesico Ela compreende tambeacutem a praacutetica na tomada de decisotildees e na
elaboraccedilatildeo de um coacutedigo de comportamento acerca das questotildees
relacionadas com a qualidade do meio ambienterdquo (Reuniatildeo Internacional sobre
EA da IUCN ndash Paris 1970)
ldquoA finalidade da Educaccedilatildeo Ambiental eacute formar uma populaccedilatildeo mundial
consciente e preocupada com o ambiente e os problemas com ele
relacionados e que possua conhecimentos capacidades atitudes a motivaccedilatildeo
e compromisso para colaborar individual coletivamente na resoluccedilatildeo de
problemas atuais na prevenccedilatildeo de problemas futurosrdquo( Conferecircncia de
Estocolmo 1972)
ldquoEacute um processo no qual deveria ocorrer o desenvolvimento progressivo de
um senso de preocupaccedilatildeo com o meio ambiente baseado em um completo e
sensiacutevel entendimento de relaccedilatildeo do homem com o meiordquo (Mellowes C 1972)
ldquoEgrave uma dimensatildeo dada ao conteuacutedo e a praacutetica da Educaccedilatildeo orientada
para a soluccedilatildeo dos problemas concretos do meio ambiente atraveacutes de enfoques
interdisciplinares e de uma participaccedilatildeo ativa e responsaacutevel de cada indiviacuteduo e
da coletividaderdquo(Conferecircncia de Tbilisi 1977)
ldquoA Educaccedilatildeo Ambiental tem sido entendida e desenvolvida enquanto
educaccedilatildeo sobre o ambiente educaccedilatildeo no ambiente educaccedilatildeo para o
ambiente e pelas classes formadas pelas possiacuteveis combinaccedilotildees entre as trecircs
categorias A Educaccedilatildeo sobre o ambiente procura desenvolver o conhecimento
e a compreensatildeo incluindo as capacidades necessaacuterias para obter este
conhecimento A educaccedilatildeo para ambiente procura a preservaccedilatildeo ou melhoria
do ambiente Ambas satildeo caracterizadas pelos seus objetivos Por outro lado a
educaccedilatildeo no ambiente caracteriza-se por ser uma teacutecnica de ensino ndash
aprendizagem e o termo ambiente geralmente significa o mundo fora da sala de
aula ou de uma forma geral o contexto natural eou social em que as pessoas
vivemrdquo (Lucas 1980)
75
ldquoEacute um processo permanente no qual os indiviacuteduos e a comunidade tomam
consciecircncia do seu ambiente e adquirem conhecimentos habilidades
experiecircncias valores e a determinaccedilatildeo que os tornam capazes de agir individual
ou coletivamente na busca de soluccedilotildees para os problemas ambientais presentes
e futurosrdquo(UNESCO 1987)
ldquoEacute o processo de reconhecer valores e aclarar conceitos para criar
habilidades e atitudes necessaacuterias que sirvam para compreender e apreciar a
relaccedilatildeo muacutetua entre o homem sua cultura e seu meio circundante biofiacutesico A
educaccedilatildeo ambiental tambeacutem incluiu a praacutetica de tomar decisotildees e autoformular
um coacutedigo de comportamento com relaccedilatildeo agraves questotildees que concernem agrave
qualidade ambientalrdquo (Gonccedilalvez 1990)
ldquoA Educaccedilatildeo Ambiental natildeo deve ser entendida como um tipo especial
de educaccedilatildeo Trata-se de um processo longo e contiacutenuo de aprendizagem de
uma filosofia de trabalho participativo em que todos famiacutelia escola e
comunidade devem estar envolvidos O processo de aprendizagem de que trata
a educaccedilatildeo ambiental natildeo pode ficar restrito exclusivamente agrave transmissatildeo de
conhecimentos agrave heranccedila cultural do povo agraves geraccedilotildees mais novas ou agrave simples
preocupaccedilatildeo com a formulaccedilatildeo integral do educando inserindo em seu
contexto social Deve ser um processo de aprendizagem centrado no aluno
gradativo contiacutenuo e respeitador de sua cultura e de sua comunidade Deve ser
um processo criacutetico criativo e poliacutetico com preocupaccedilatildeo de transmitir
conhecimentos a partir da discussatildeo e avaliaccedilatildeo critica dos problemas
comunitaacuterios e tambeacutem da avaliaccedilatildeo feita pelo aluno de sua realidade
individual e social na comunidade em que viverdquo (Gonccedilalves 1990)
ldquoA educaccedilatildeo ambiental se caracteriza por incorporar as dimensotildees soacutecio-
econocircmica poliacutetica cultural e histoacuterica natildeo podendo se basear em pautas
riacutegidas e de aplicaccedilatildeo universal devendo considerar as condiccedilotildees e estaacutegios de
cada paiacutes regiatildeo e comunidade sob uma perspectiva histoacuterica Assim sendo a
Educaccedilatildeo Ambiental deve permitir a compreensatildeo da natureza complexa do
meio ambiente e interpretar a interdependecircncia entre os diversos elementos que
76
conformam o ambiente com vistas a utilizar racionalmente os recursos do meio
na satisfaccedilatildeo material e espiritual da sociedade no presente e no
futurordquo(Conferecircncia Rio 92)
ldquoEacute o conhecimento das estruturas de composiccedilatildeo e da funcionalidade
da natureza das interferecircncias do que o homem produziu sobre esta estrutura
essa composiccedilatildeo e essa funcionalidaderdquo (Faria 1992)
ldquoEacute um processo de formaccedilatildeo e informaccedilatildeo orientado para o
desenvolvimento da consciecircncia criacutetica sobre as questotildees ambientais e de
atividades que levem agrave participaccedilatildeo das comunidades na preservaccedilatildeo do
equiliacutebrio ambientalrdquo (Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA)
ldquoEacute um processo por meio do qual o indiviacuteduo e a coletividade constroem
valores sociais conhecimentos habilidades atitudes e competecircncias voltadas
para a conservaccedilatildeo do Meio Ambiente bem de uso comum do povo essencial
agrave sadia qualidade de vida e sua sustentabilidaderdquo (Art1ordm Lei Federal nordm9795 de
27041999)
ldquoEacute o processo educacional de estudos e aprendizagem dos problemas
ambientais e suas interligaccedilotildees com o homem na busca de soluccedilotildees que visem a
preservaccedilatildeo do meio ambienterdquo (Santos1999)
ldquoEacute um processo que envolve um vigoroso esforccedilo de recuperaccedilatildeo de
realidades e que garante um compromisso com o futuro Uma accedilatildeo entre
missionaacuteria utoacutepica destinada a reformular comportamentos humanos e recriar
valores perdidos ou jamais alcanccedilados Trata-se de um novo ideaacuterio
comportamental tanto no acircmbito individual quanto no coletivordquo (Aziz Abrsquo Saber)
ldquoEacute um processo no curso do qual o indiviacuteduo consegue assimilar os
conceitos e interiorizar as atitudes mediante as quais adquire as capacidades e
os comportamentos que lhe permitem compreender e julgar as relaccedilotildees de
interdependecircncia estabelecidas entre a sociedade com seu modo de
produccedilatildeo sua ideologia e sua estrutura de poder dominante e seu meio
77
biofiacutesico assim como para atuar em consequumlecircncia da anaacutelise efetuadardquo (Cantildeal
Garcia Porlaacuten)
Com as inuacutemeras definiccedilotildees para Educaccedilatildeo Ambiental observa-se que
cada oacutergatildeo ou membro da Sociedade tem uma visatildeo de Educaccedilatildeo Ambiental
que vai variar no ponto de interesse de cada um
Para alguns indiviacuteduos falar sobre os problemas do Meio Ambiente eacute se
restringir aos assuntos relacionados agrave extinccedilatildeo de organismos vivos como animais
e plantas Atualmente a Educaccedilatildeo Ambiental eacute colocada em uma posiccedilatildeo
mais realista e esclarecedora na qual define como Meio Ambiente tudo que
compotildee a paisagem Deste modo Meio Ambiente pode ser classificado de
diversas formas como Meio Ambiente natural que eacute a natureza com toda sua
diversidade Meio Ambiente fiacutesico que satildeo as edificaccedilotildees estradas etc e Meio
Ambiente social que eacute formado pelas pessoas que compotildeem a Sociedade
(Carvalho 2002)
Com base nestas definiccedilotildees se pode afirmar que a Educaccedilatildeo Ambiental
funciona como uma base na busca de um equiliacutebrio entre o homem e o
ambiente que o cerca e o seu objetivo fundamental eacute suscitar mudanccedilas de
comportamento na sociedade Os indiviacuteduos devem construir enquanto grupo
social valores novos conhecimentos atitudes e habilidades indispensaacuteveis para a
conservaccedilatildeo do meio ambiente que eacute um patrimocircnio coletivo essencial para a
vida saudaacutevel (ALERJ 1999)
Para que o equiliacutebrio possa ser atingido existe a necessidade da
construccedilatildeo dos pilares de uma Sociedade Sustentaacutevel onde cada sistema social
tende a atualizar-se de modo a incorporar a dimensatildeo ambiental em suas
respectivas especificidades a partir do fornecimento de meios adequados para
a transiccedilatildeo em direccedilatildeo a sustentabilidade Assim o Sistema Juriacutedico cria o
ldquoDireito Ambientalrdquo o Sistema Cientiacutefico desenvolve a ldquoCiecircncia Complexardquo o
Sistema Tecnoloacutegico cria a ldquoTecnologia Eco eficienterdquo o Sistema Econocircmico
potencializa uma ldquoEconomia Ecoloacutegicardquo o Sistema poliacutetico oferece uma ldquoPoliacutetica
78
Verderdquo e o Sistema Educacional fornece a ldquoEducaccedilatildeo Ambientalrdquo Cabe a cada
sistema social desenvolver condiccedilotildees especiacuteficas que favoreccedilam as muacuteltiplas
dimensotildees da Sustentabilidade (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)
Dentro deste contexto de sistemas sociais que possuem o poder e o dever
de promover as mudanccedilas na aacuterea ambiental destaca-se o Sistema
Educacional pois este eacute o responsaacutevel pela construccedilatildeo dos fundamentos da
Sociedade Sustentaacutevel capaz de promover as mudanccedilas atraveacutes de duas
funccedilotildees ldquoMudanccedilas Culturaisrdquo com a informaccedilatildeo e promoccedilatildeo da eacutetica
ecoloacutegica e as ldquoMudanccedilas Sociaisrdquo atraveacutes da valorizaccedilatildeo dos indiviacuteduos grupos
e sociedades que muitas vezes se encontram em maacutes condiccedilotildees de enfrentar os
desafios dos novos tempos
52 Histoacuterico
Alguns autores mencionam que a Educaccedilatildeo Ambiental teve iniacutecio apoacutes a
Segunda Guerra Mundial onde fez emergir com maior ecircnfase os estudos do meio
ambiente e a importacircncia de uma educaccedilatildeo especiacutefica para este fim Para
outros a Educaccedilatildeo Ambiental eacute anterior a este periacuteodo mesmo que de forma
inconsciente sem maiores pretensotildees (Ministeacuterio do meio Ambiente 2004)
Na verdade natildeo se pode definir com exatidatildeo o momento onde tem iniacutecio
a histoacuteria da Educaccedilatildeo Ambiental tanto no Brasil como no mundo Na verdade a
Educaccedilatildeo Ambiental sempre esteve presente desde a antiguidade e ateacute se
pode mencionar que a histoacuteria teve iniacutecio no momento em que os primeiros
habitantes da terra comeccedilaram a se incomodar com o seu entorno isto eacute com
seus dejetos onde a presenccedila deles comeccedilou a causar desconforto Neste
momento se comeccedilou a pensar como eliminar estes dejetos para melhorar a
qualidade do ambiente em que viviam (Abreu 2000)
Partindo deste principio admiti-se que a evoluccedilatildeo da Educaccedilatildeo
Ambiental se deu atraveacutes de fatos ou acontecimentos que levaram as pessoas a
pensarem e tomarem iniciativas que levassem a melhorar as condiccedilotildees do
79
ambiente em que viviam ou para evitar que problemas maiores pudessem surgir
no futuro que pudessem comprometer a qualidade de vida das futuras
geraccedilotildees Baseados neste princiacutepio destacam-se alguns fatos ocorridos no Brasil
e no mundo que foram marcantes para a histoacuteria da Educaccedilatildeo Ambiental
SEacuteCULO XIX
1808 Criaccedilatildeo do Jardim Botacircnico no Rio de Janeiro Em 13 de junho
de 1808 foi criado o Jardim de Aclimataccedilatildeo que serviria para aclimatar as
especiarias vindas das Iacutendias Orientais Foi criado por DJoatildeo Priacutencipe Regente
na eacutepoca que era encantado com a exuberacircncia da natureza do lugar As
primeiras espeacutecies de plantas trazidas para o Jardim vieram das Ilhas Mauriacutecio do
Jardim Pamplemousse por Luiz de Abreu Vieira e Silva (wwwjbrjgovbr)
1850 Lei 601 de Dom Pedro II proibindo a exploraccedilatildeo florestal nas
terras devolutas isto eacute as que natildeo se acharem aplicadas a algum uso puacuteblico
nacional provincial ou municipal A lei determinava a proibiccedilatildeo de derrubada de
matas e o atear fogo Poreacutem a lei foi ignorada continuando o desmatamento
para implantaccedilatildeo da monocultura de cafeacute (wwwjusticcedilaspgovbr)
1869 Ernenst Haeckel propotildee o vocaacutebulo ldquoecologiardquo para estudos das
relaccedilotildees entre as espeacutecies e seu ambiente (wwwambientebrasilcombr)
1872 Criaccedilatildeo do primeiro parque nacional do mundo ldquoYellowstonerdquo
USA Sua fundaccedilatildeo em 1872 ocorreu numa eacutepoca em que ecologia e ambiente
estavam longe de ser preocupaccedilotildees cotidianas Mas graccedilas agraves pressotildees
exercidas pelo naturalista Ferdinand Hayden do departamento de pesquisas
geoloacutegicas dos Estados Unidos Yellowstone inaugurou o conceito de parque
nacional (www2uolcombrcaminhosdaterra reportagens)
1876 Andreacute Rebouccedilas sugere a criaccedilatildeo de parques nacionais na Ilha
de Bananal e em Sete Quedas (wwwcefleorgbr)
80
1896 Foi criado o primeiro parque estadual em Satildeo Paulo Parque da
Cidade (wwwcefleorgbr)
SEacuteCULO XX
1920 O pau Brasil eacute considerado extinto devido agrave exploraccedilatildeo
irresponsaacutevel e ao desmatamento da Mata Atlacircntica floresta onde ele nascia
normalmente Hoje eacute artigo raro nas florestas brasileiras mas na eacutepoca do
descobrimento era tatildeo abundante que a planta acabou dando nome ao nosso
paiacutes (wwwcanalkidscombrmeioambiente)
1932 Realiza-se no Museu Nacional a primeira Conferecircncia Brasileira de
Proteccedilatildeo agrave Natureza (wwwambientebrasilcombr)
1934 Decreto 23793 transforma em Lei o Anteprojeto de Coacutedigo
Florestal(Brasil1934)
1937 Cria-se o Parque Nacional de Itatiaia Pioneiro foi a primeira aacuterea
do paiacutes a oficialmente se constituir em Unidade de Conservaccedilatildeo procurando-se
com isso preservar seu rico patrimocircnio bioacutetico e geomorfoloacutegico
(wwwmregovbr) (wwwparqueitatiaiacombr)
1939 O Parque Nacional do Iguaccedilu (PNI) foi criado em 10 de janeiro
de 1939 e tombado pela UNESCO como Patrimocircnio da Humanidade em 1986 por
ser a uacuteltima grande amostra do Domiacutenio da Mata Atlacircntica que cobre grande
parte da bacia do Prata(wwwunbbr)
1947 Eacute Fundado na Suiacuteccedila a UICN-Uniatildeo Internacional para a
Conservaccedilatildeo da Natureza que eacute uma Organizaccedilatildeo Internacional que congrega
instituiccedilotildees governamentais e natildeo governamentais em volta da problemaacutetica da
integridade e diversidade da natureza (wwwambientebrasilcombr)
1952 Em Londres no ano de 1952 houve um episoacutedio grave Os efeitos
de uma ldquoneacutevoa negrardquo comeccedilaram a se manifestar atraveacutes da proliferaccedilatildeo de
81
diversas moleacutestias contraiacutedas principalmente pelos habitantes que sofriam de
problemas pulmonares e circulatoacuterios Foram constatadas na semana seguinte
ao episoacutedio quatro mil mortes a mais do que esperado
(wwweducaccedilatildeopublicarjgovbr)
1962 Publicaccedilatildeo da ldquoPrimavera Silenciosardquo por Rachel Louise Carson
escritora cientista e ecologista norte-americana Deve-se a ela o livro que
marcou o iniacutecio da revoluccedilatildeo ecoloacutegica nos Estados Unidos The Silent Spring (A
Primavera Silenciosa) o qual relata os efeitos da maacute utilizaccedilatildeo dos pesticidas e
inseticidas quiacutemico-sinteacuteticos alertando sobre as consequumlecircncias danosas de
inuacutemeras accedilotildees humanas sobre o ambiente trazendo uma seacuterie de advertecircncias
sobre o meio ambiente Ainda hoje a obra eacute considerada uma das mais
importantes do seacuteculo ajudando a desencadear uma mudanccedila de postura dos
EUA e de outros paiacuteses do mundo em relaccedilatildeo aos pesticidas e
poluentes(wwwgeocitiescombr) (wwwambientebrasilcombr)
1965 Em marccedilo de 1965 na Conferecircncia de Educaccedilatildeo da
Universidade de Keele na Inglaterra colocou-se pela primeira vez a expressatildeo
Educaccedilatildeo Ambiental com a recomendaccedilatildeo de que ela deveria se tornar uma
parte essencial de educaccedilatildeo de todos os cidadatildeos(wwwmmagovbr)
(wwwjornaldomeioambientecombr)
1968 Fundaccedilatildeo do Clube de Roma Fundado pelo industrial italiano
Aureacutelio Peccei e pelo quiacutemico inglecircs Alexander King agregando empresaacuterios
poliacuteticos cientistas sociais Um grupo de especialistas de vaacuterias aacutereas passou a se
reunir regularmente com a preocupaccedilatildeo de discutir a crise atual e futura da
humanidade (wwwsenacbr) (wwwambientespgov)
1970 Entidade relacionada agrave revista britacircnica The Ecologist elabora o
ldquoManifesto para Sobrevivecircnciardquo onde insistiam que um aumento indefinido de
demanda natildeo pode ser sustentado por recursos finitos (wwwmecgovbr)
82
1971 Cria-se no Rio Grande do Sul a associaccedilatildeo gauacutecha de proteccedilatildeo
ao Ambiente Natural Fundada em 27 de abril de 1971 em Porto Alegre atraveacutes
da figura de Joseacute Lutzenberger encontrava uma ressonacircncia na miacutedia local e
nacional e junto aos meios universitaacuterios Pensadores e liacutederes ambientalistas
perceberam que harmonizar civilizaccedilatildeo industrial e natureza era um desafio que
exigiria uma revoluccedilatildeo cultural econocircmica e social sem precedentes(
wwwagirazulcombr)
1972 Publicaccedilatildeo do Relatoacuterio ldquoOs Limites do Crescimentordquo ndash Clube de
Roma Na visatildeo de Freire Dias o embriatildeo dessa medida foi gerado a partir do
relatoacuterio elaborado em 1968 e publicou um relatoacuterio denominado The limits of
growth (Os limites do crescimento econocircmico) onde se condenava a partir de
estudos sobre os modelos de desenvolvimento adotados a busca incessante do
crescimento da economia a qualquer custo e a meta de se tornaacute-la cada vez
maior mais rica e poderosa sem levar em conta o custo final desse crescimento
As vaacuterias anaacutelises contidas no referido relatoacuterio convergiam para o alerta sobre o
perigo do crescente consumo das sociedades modernas que se mantido no
ritmo atual levaria a humanidade a um limite de crescimento possivelmente a
um colapso Esse relatoacuterio apesar de rejeitado pelos poliacuteticos da eacutepoca foi
levado agrave Conferecircncia de Estocolmo em cujo foacuterum aprovou-se a
Recomendaccedilatildeo nordm 96 que reconhecia o desenvolvimento da Educaccedilatildeo
Ambiental como elemento criacutetico para o combate agrave crise ambiental do mundo
moderno (wwwsenaccombr)
Conferecircncia de Estocolmo ndash Em julho de 1972 na Sueacutecia onde
113 paiacuteses 90 dos quais pertenciam ao grupo dos paiacuteses em desenvolvimento
onde apenas 16 deles possuiacuteam entidades de proteccedilatildeo ambiental se reuniram
na Conferecircncia sobre o Meio Ambiente Humano Foi a primeira reuniatildeo
ambiental global que viria a acrescentar definitivamente agraves questotildees prioritaacuterias
discutidas pela ONU criada em 1945 - a paz os direitos humanos e o
desenvolvimento com igualdade - o tema da seguranccedila ecoloacutegica Desse modo
a Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas sobre Meio Ambiente Humano mundialmente
conhecida como Conferecircncia de Estocolmo passou a ser o marco de referecircncia
83
para as discussotildees sobre o que na sequumlecircncia viria a constituir-se numa das
questotildees mais complexas e mais cruciais da histoacuteria recente da humanidade ou
seja a questatildeo do desenvolvimento sustentaacutevel Ela chamou a atenccedilatildeo do
mundo para a gravidade da situaccedilatildeo nesse setor
(wwwmregovbr)(wwwagirazulcombr) (wwwcomcienciabr)
Universidade Federal de Pernambuco inicia uma campanha de
reintroduccedilatildeo do pau brasil considerado extinto em 1920
(wwwambientebrasilcombr)
Ainda como resultado da Conferecircncia de Estocolmo neste
mesmo ano a ONU criou um organismo denominado Programa das Naccedilotildees
Unidas para o Meio Ambiente - PNUMA sediado em Nairobi (wwwmecgovbr)
A Universidade Federal do Rio Grande do Sul criou o primeiro
curso de poacutes-graduaccedilatildeo em Ecologia do paiacutes (wwwmecgovbr)
1973 Registro Mundial de Programas em Educaccedilatildeo Ambiental-USA
(wwwambientebrasilcombr)
Cria-se a Secretaria Especial do Meio Ambiente SEMA pelo
Decreto nordm 73030 de 30 de outubro de 1973 que entre outras atividades
comeccedilou a fazer Educaccedilatildeo Ambiental e se propocircs a discutir junto agrave opiniatildeo
puacuteblica a questatildeo ambiental fazendo com que as pessoas se preocupassem
mais com o meio ambiente e evitassem atitudes predatoacuterias Vaacuterias medidas
legais foram tomadas posteriormente com o objetivo de preservar e conservar os
recursos ambientais e de controlar as diversas formas de poluiccedilatildeo A SEMA
dedicou-se a defender dois grandes objetivos estar atenta agrave poluiccedilatildeo
principalmente a de caraacuteter industrial mais visiacutevel e proteger a natureza
(wwwibamagovbr)
1974 Seminaacuterio de Educaccedilatildeo Ambiental em Jammi Finlacircndia - Esse
seminaacuterio considerou que a Educaccedilatildeo Ambiental permite alcanccedilar os objetivos
de proteccedilatildeo ambiental e que natildeo se trata de um ramo da ciecircncia ou uma
84
mateacuteria de estudos separada mas de uma accedilatildeo integral permanente
(wwwprgovbrmeioambiente)
1975 Congresso de Belgrado - Estabeleceu as metas e os princiacutepios da
Educaccedilatildeo Ambiental presentes na chamada Carta de Belgrado onde tambeacutem
se propusera que a Educaccedilatildeo Ambiental deveria ser contiacutenua multidisciplinar
integrada agraves diferenccedilas e voltada para os interesses nacionais
(wwwprgovbrmeioambiente)
Programa Internacional de Educaccedilatildeo Ambiental ndash PIEA- Criado
pela UNESCO o Programa Internacional de Educaccedilatildeo Ambiental e ateacute os dias
de hoje tem continuamente atuado na EA internacional e regionalmente O PIEA
manteacutem uma base de dados com informaccedilotildees sobre instituiccedilotildees de EA em todo
o mundo aleacutem de projetos e eventos que envolvem estudantes professores e
administradores (wwwambientespgov)
1976 Reuniatildeo Sub-regional de EA para o ensino secundaacuterio em
Chosica Peru Nesse foacuterum as questotildees ambientais na Ameacuterica Latina foram
relacionadas agraves necessidades de sobrevivecircncia e aos direitos humanos de seus
povos (wwwambientebrasilcombr)
Congresso de Educaccedilatildeo Ambiental Brasarville na Aacutefrica o qual
reconheceu que a pobreza eacute o maior problema ambiental
(wwwambientebrasilcombr)
A SEMA a Fundaccedilatildeo Educacional do Distrito Federal e a
Universidade de Brasiacutelia realizaram o primeiro curso de Extensatildeo para professores
do 1o Grau em Ecologia (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)
1977 A SEMA constitui um grupo de trabalho para elaboraccedilatildeo de um
documento de Educaccedilatildeo Ambiental para definir seu papel no contexto brasileiro
(Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)
85
Seminaacuterios Encontros e debates preparatoacuterios agrave Conferecircncia de
Tbilisi satildeo realizados pela FEEMA-RJ (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)
No Brasil o Conselho Federal de Educaccedilatildeo tornou obrigatoacuteria a
disciplina Ciecircncias Ambientais nos cursos de Engenharia (wwwmecgovbr)
Conferecircncia de Tbilisi realizada em 1977 na Geoacutergia ex-Uniatildeo
Sovieacutetica Foi deste encontro que saiacuteram as definiccedilotildees os objetivos os princiacutepios e
as estrateacutegias para a Educaccedilatildeo Ambiental que ateacute hoje satildeo adotadas
mundialmente Para que se chegasse a recomendaccedilotildees tatildeo duradouras foram
necessaacuterios vaacuterios anos de preparo Os proacuteprios organizadores do evento de Tbilisi
reconheceram que ele foi um prolongamento da Conferecircncia de Estocolmo de
1972 onde a Educaccedilatildeo Ambiental passou a ser considerada como campo de
accedilatildeo pedagoacutegica adquirindo relevacircncia e vigecircncia internacional
(wwwprgovbrmeioambiente)
1978 Nos cursos de Engenharia Sanitaacuteria inserem-se as disciplinas de
Saneamento Baacutesico e Saneamento Ambiental (wwwambientebrasilcombr)
1979 O MEC e a CETESB SP publicam o documento ldquoEcologia uma
Proposta para o Ensino de 1o e 2o Grausrdquo (wwwjornaldomeioambientecombr)
Encontro Regional de Educaccedilatildeo Ambiental para Ameacuterica Latina
em San Joseacute Costa Rica(wwwambientebrasilcombr)
1980 Seminaacuterio Regional Europeu sobre EA para Europa e Ameacuterica do
Norte o qual assinala a importacircncia do intercacircmbio de informaccedilotildees e
experiecircncias (wwwambientebrasilcombr)
Seminaacuterio Regional sobre EA nos Estados Aacuterabes Manama
Bahrein (UNESCO-PNUMA 1980)
1981 Lei Nordm 6938 de 31 de Agosto de 1981 dispotildee sobre a Poliacutetica
Nacional do Meio Ambiente (Brasil 1981)
86
1983 Por decisatildeo da Assembleacuteia Geral da ONU foi criada a Comissatildeo
Mundial de Meio Ambiente e Desenvolvimento ndash CMMAD presidida pela entatildeo
primeira ministra da Noruega Gro Harlem Brundtland Tinha como objetivo
analisar a interface entre a questatildeo ambiental e o desenvolvimento assim como
propor um plano de accedilotildees (wwwambientespgovbr)
1984 Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) apresenta uma
resoluccedilatildeo estabelecendo diretrizes para a Educaccedilatildeo Ambiental que natildeo eacute
tratada (wwwambientebrasilcombr)
1985 Parecer 81985 do MEC reforccedila a necessidade da inclusatildeo de
conteuacutedos ecoloacutegicos ao longo do processo de formaccedilatildeo do ensino de 1ordm e 2ordm
graus integrados a todas as aacutereas do conhecimento de forma sistematizada e
progressiva possibilitando a ldquoformaccedilatildeo da consciecircncia ecoloacutegica do futuro
cidadatildeordquo (wwwmecgovbr)
1986 A SEMA junto com a Universidade Nacional de Brasiacutelia organiza o
primeiro Curso de Especializaccedilatildeo em Educaccedilatildeo Ambiental (1986 a 1988)
(Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)
1987 O MEC aprova o Parecer 22687 do conselheiro Arnaldo Niskier
em relaccedilatildeo agrave necessidade de inclusatildeo da Educaccedilatildeo Ambiental nos curriacuteculos
escolares de 1o e 2o Graus O Plenaacuterio do Conselho Federal de Educaccedilatildeo
aprovou por unanimidade a conclusatildeo da Cacircmara de Ensino a respeito do
parecer 22687 que considerava necessaacuteria a inclusatildeo da Educaccedilatildeo Ambiental
dentre os conteuacutedos a serem explorados nas propostas curriculares das escolas
de 1ordm e 2ordm graus bem como sugeria a criaccedilatildeo de Centros de Educaccedilatildeo
Ambiental (wwwmecgovbr)
Estrateacutegia Internacional de accedilatildeo em mateacuteria de educaccedilatildeo e
formaccedilatildeo ambiental para o dececircnio de 90 - documento final do Congresso
Internacional sobre Educaccedilatildeo e Formaccedilatildeo Relativas ao Meio-ambiente realizado
em 1987 em Moscou Ruacutessia promovido pela UNESCO Ressalta a importacircncia da
87
formaccedilatildeo de recursos humanos nas aacutereas formais e natildeo formais da EA e na
inclusatildeo da dimensatildeo ambiental nos curriacuteculos de todos os niacuteveis
(wwwmecgovbr)
Paulo Nogueira Neto Primeiro secretaacuterio da Secretaria Especial
do Meio Ambiente (1974-1986) representa o Brasil na Comissatildeo Brundtland -
Comissatildeo Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento tambeacutem
conhecida como Comissatildeo Brundtland Essa comissatildeo produziu um relatoacuterio de
grande repercussatildeo internacional tendo sido usado inclusive como base para a
Agenda 21 Esse relatoacuterio da Comissatildeo Brundtland diz que desenvolvimento
sustentaacutevel ldquoeacute aquele que atende agraves necessidades do presente sem
comprometer a possibilidade de as geraccedilotildees futuras atenderem as suas proacuteprias
necessidadesrdquo (wwwibgegovbr)
Divulgaccedilatildeo do Relatoacuterio da Comissatildeo Brundtland Nosso Futuro
Comum A Comissatildeo Brundtland circulou o mundo e encerrou seus trabalhos em
1987 com um relatoacuterio chamado ldquoNosso Futuro Comumrdquo E eacute nesse relatoacuterio que
se encontra a definiccedilatildeo de desenvolvimento sustentaacutevel mais aceita e difundida
em todo o Planeta ldquoDesenvolvimento sustentaacutevel eacute aquele que atende agraves
necessidades do presente sem comprometer a possibilidade das geraccedilotildees futuras
satisfazerem suas proacuteprias necessidadesrdquo Segundo a Comissatildeo o desafio era
trazer as consideraccedilotildees ambientais para o centro das tomadas de decisotildees
econocircmicas e para o centro do planejamento futuro nos diversos niacuteveis local
regional e global (wwwmregovbr)
Congresso Internacional da UNESCO ndash PNUMA sobre Educaccedilatildeo
e Formaccedilatildeo Ambiental - Moscou Realizou a avaliaccedilatildeo dos avanccedilos desde Tbilisi
reafirmou os princiacutepios de Educaccedilatildeo Ambiental e assinalou a importacircncia e
necessidade da pesquisa e da formaccedilatildeo em Educaccedilatildeo Ambiental
(wwwambientebrasilcombr)
88
1988 Declaraccedilatildeo de Caracas ORPAL - PNUMA Sobre Gestatildeo
Ambiental na Ameacuterica a qual denuncia a necessidade de mudar o modelo de
desenvolvimento (wwwprgovbr)
A Constituiccedilatildeo Brasileira de 1988 em Art 225 no Capiacutetulo VI - Do
Meio Ambiente Inciso VI destacou a necessidade de lsquorsquopromover a Educaccedilatildeo
Ambiental em todos os niacuteveis de ensino e a conscientizaccedilatildeo puacuteblica para a
preservaccedilatildeo do meio ambientersquorsquo Para cumprimento dos preceitos
constitucionais leis federais decretos constituiccedilotildees estaduais e leis municipais
determinaram a obrigatoriedade da Educaccedilatildeo Ambiental(Brasil 1988)
Fundaccedilatildeo Getuacutelio Vargas traduz e publica o Relatoacuterio
Brundtland Nosso Futuro Comum (wwwprgovbr)
A Secretaria de Estado do Meio Ambiente de SP e a CETESB
publicam a ediccedilatildeo piloto do livro ldquoEducaccedilatildeo Ambientalrdquo Guia para professores
de 1o e 2o Graus (wwwnossoambienteonlinehpgigcombr)
1989 Criaccedilatildeo do IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente) pela
fusatildeo da SEMA SUDEPE SUDEHVEA e IBDF - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e
dos Recursos Naturais Renovaacuteveis uma autarquia federal foi criado pela Lei
773589 vinculado ao Ministeacuterio do Meio Ambiente ndash MMA sendo responsaacutevel
principalmente pela execuccedilatildeo da Poliacutetica Nacional do Meio Ambiente e
desenvolve atividades para a preservaccedilatildeo e conservaccedilatildeo do patrimocircnio natural
exercendo o controle e a fiscalizaccedilatildeo sobre o uso dos recursos naturais Nele
funciona a Divisatildeo de Educaccedilatildeo Ambiental com a missatildeo de promover a
conscientizaccedilatildeo de todos para a utilizaccedilatildeo racional dos recursos naturais
incentivando o desenvolvimento sustentaacutevel visando agrave preservaccedilatildeo do meio
ambiente para as geraccedilotildees futuras (wwwgeocitiesyahoocombribamapr)
Programa de Educaccedilatildeo Ambiental em Universidade Aberta da
Fundaccedilatildeo Demoacutecrito Rocha por meio de encartes nos jornais de Recife e
Fortaleza (wwwprgovbr)
89
Primeiro Encontro Nacional sobre Educaccedilatildeo Ambiental no Ensino
Formal IBAMA UFRPE Recife (wwwprgovbr)
Criou-se o Fundo Nacional de Meio Ambiente (FNMA) no
Ministeacuterio do Meio Ambiente MMA Criado pela Lei 7797 de 10 de julho de 1989
O FNMA tem por missatildeo contribuir como agente financiador e por meio da
participaccedilatildeo social para a implementaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional do Meio
Ambiente (PNMA) Desde sua criaccedilatildeo o FNMA apoacuteia projetos ambientais em todo
o paiacutes tendo investido mais de cem milhotildees de reais distribuiacutedos entre mais de mil
projetos aprovados (wwwmmagovbr)
Primeiro Seminaacuterio sobre materiais para a Educaccedilatildeo Ambiental
ORLEAC - UNESCO - PIEA Santiago Chile (wwwprgovbr)
Declaraccedilatildeo de HAIA preparatoacuterio da RIO 92 aponta a
importacircncia da cooperaccedilatildeo internacional nas questotildees
ambientais(wwwambientebrasilcombr)
1990 Conferecircncia Mundial sobre Ensino para Todos Satisfaccedilatildeo das
necessidades baacutesicas de aprendizagem em Jomtien Tailacircndia Destaca o
conceito de Analfabetismo Ambiental O analfabetismo ambiental levou a
espeacutecie humana a produzir essas pressotildees insuportaacuteveis sobre os sistemas naturais
Estamos vivendo de retiradas contiacutenuas de uma poupanccedila na qual natildeo fazemos
nenhum depoacutesito ldquoO analfabetismo ambiental eacute o mais difiacutecil de ser erradicado
pois atinge ateacute pessoas com vaacuterios anos de escolaridade que continuam
ateando fogo nas folhas secas em seus quintais natildeo reciclando o lixo e natildeo
poupando aacutegua nem energia eleacutetricardquo Gonccedilalves 1990 (wwwigcuspbr)
A ONU declara o ano 1990 como o Ano Internacional do Meio
Ambiente (wwwambientebrasilcombr)
I Curso Latino-Americano de Especializaccedilatildeo em Educaccedilatildeo
Ambiental PNUMAIBAMACNPqCAPESUFMTCUIABAacute-MT (1990 a 1994)
(wwwambientebrasilcombr)
90
1991 Portaria 678 (140591) do MEC determinou que a educaccedilatildeo
escolar deveria contemplar a Educaccedilatildeo Ambiental permeando todo o curriacuteculo
dos diferentes niacuteveis e modalidades de ensino Foi enfatizada a necessidade de
investir na capacitaccedilatildeo de professores (wwwmecgovbr)
Projeto de Informaccedilotildees sobre Educaccedilatildeo Ambiental IBAMA MEC
(wwwambientebrasilcombr)
Encontro Nacional de Poliacuteticas e Metodologias para Educaccedilatildeo
Ambiental promovido pela Presidecircncia da Repuacuteblica atraveacutes do MEC e SEMA
com apoio da UNESCOEmbaixada do Canadaacute em Brasiacutelia com a finalidade de
discutir diretrizes para definiccedilatildeo da Poliacutetica da EA (wwwmecgovbr)
Grupo de Trabalho para Educaccedilatildeo Ambiental coordenado pelo
MEC preparatoacuterio para a Conferecircncia do Rio 92 (wwwmecgovbr)
Reuniotildees preparatoacuterias da Rio 92(wwwambientebrasilcombr)
1992 Conferecircncia da ONU sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento
RIOndash92 UNCED Rio92 - Criaccedilatildeo da Agenda 21 Tratado de Educaccedilatildeo Ambiental
para Sociedades Sustentaacuteveis FORUN das ONGrsquos - compromissos da sociedade
civil com a Educaccedilatildeo Ambiental e o Meio Ambiente Carta Brasileira de
Educaccedilatildeo Ambiental o qual apontou as necessidades de capacitaccedilatildeo na aacuterea
(MEC 1992)
1ordm Encontro Nacional de Centros de Educaccedilatildeo Ambiental (CEAS)
ndash onde os coordenadores dos centros jaacute existentes e os teacutecnicos das Secretarias
de Educaccedilatildeo debateram propostas pedagoacutegicas e recursos institucionais e
apresentaram projetos e experiecircncias exitosas em educaccedilatildeo ambiental Em
decorrecircncia o Mec passou a incentivar a implantaccedilatildeo de centros de educaccedilatildeo
ambiental como espaccedilos de referencia visando a formaccedilatildeo integral do cidadatildeo
para interagir em diversos niacuteveis e modalidades de ensino e introduzir praacuteticas de
educaccedilatildeo ambiental junto agraves comunidades (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)
91
Foi criado o Ministeacuterio do Meio Ambiente (Ministeacuterio do Meio
Ambiente 2005)
Participaccedilatildeo das ONGrsquos do Brasil no Foacuterum de ONGrsquos e na
redaccedilatildeo do Tratado de Educaccedilatildeo Ambiental para Sociedades Sustentaacuteveis
Destaca-se o papel da Educaccedilatildeo Ambiental na construccedilatildeo da Cidadania
Ambiental (wwwambientebrasilcombr)
O MEC promove no Rio de Janeiro o Workshop sobre Educaccedilatildeo
Ambiental com o objetivo de socializar os resultados das experiecircncias nacionais e
internacionais de EA discutir metodologias e curriacuteculos destacando a
necessidade de capacitaccedilatildeo de recursos humanos para EA cujo resultado
encontra-se na Carta Brasileira de Educaccedilatildeo Ambiental (wwwmecgovbr)
1993 Uma Proposta Interdisciplinar de Educaccedilatildeo Ambiental para
Amazocircnia IBAMA Universidades e SEDUCrsquos da regiatildeo publicaccedilatildeo de um
Documento Metodoloacutegico e um de caraacuteter temaacutetico com 10 temas ambientais
da regiatildeo (1992 a 1994) (wwwambientebrasilcombr)
Projeto de Lei n 379293 de autoria do Deputado Faacutebio
Feldmann ora em tramitaccedilatildeo no congresso Nacional institui a Poliacutetica de
Educaccedilatildeo Ambiental Este projeto de Lei tem como objetivo interligar os sistemas
nacionais de meio ambiente e de educaccedilatildeo em um sistema uacutenico (Ministeacuterio do
Meio Ambiente2004) (wwwbio2000hpgigcombr)
Portaria 77393 do MEC instituiu em caraacuteter permanente um
Grupo de Trabalho para EA com o objetivo de coordenar apoiar acompanhar
avaliar e orientar as accedilotildees metas e estrateacutegias para a implementaccedilatildeo da EA nos
sistemas de ensino em todos os niacuteveis e modalidades concretizando as
recomendaccedilotildees aprovadas na RIO -92(wwwmecgovbr)
Criaccedilatildeo dos Centros de Educaccedilatildeo Ambiental do MEC com a
finalidade de criar e difundir metodologias em Educaccedilatildeo Ambiental
(wwwambientebrasilcombr)
92
Congresso Sul-americano como continuidade da Rio92 ndash
Argentina (wwwambientebrasilcombr)
1994 Criaccedilatildeo do programa Nacional de Educaccedilatildeo Ambiental
(PRONEA) em dezembro de 1994 pela Presidecircncia da Repuacuteblica em funccedilatildeo da
Constituiccedilatildeo Federal de 1988 e dos compromissos internacionais assumidos com a
Conferencia do Rio compartilhado pelo entatildeo Ministeacuterio do Meio Ambiente dos
Recursos Hiacutedricos e da Amazocircnia Legal e pelo Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e do
Desporto com as parcerias do Ministeacuterio da Cultura e do Ministro da Ciecircncia e
Tecnologia (Ministeacuterio do Meio ambiente 2004)
Proposta do Programa Nacional de Educaccedilatildeo Ambiental -
PRONEA elaborada pelo MECMMAMINCMCT com o objetivo de ldquocapacitar o
sistema de educaccedilatildeo formal e natildeo-formal supletivo e profissionalizante em seus
diversos niacuteveis e modalidadesrdquo (wwwmecgovbr)
1995 Foi criada a Cacircmara Teacutecnica temporaacuteria de Educaccedilatildeo Ambiental
no Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA) determinante para o
fortalecimento da Educaccedilatildeo Ambiental Realizou sua primeira reuniatildeo em junho
de 1996 quando se discutiu o documento intitulado ldquoSubsiacutedios para a formulaccedilatildeo
de uma Poliacutetica Nacional de Educaccedilatildeo Ambientalrdquo elaborada pelo MMAIBAMA
e pelo MEC Os princiacutepios orientadores para esse documento eram a
participaccedilatildeo a descentralizaccedilatildeo o reconhecimento da pluralidade e
diversidade cultural e a interdisciplinaridade (ProNEA-2004) (wwwmecgovbr)
Conferecircncia para o Desenvolvimento Social realizada em
Copenhague Sueacutecia que visaria a Criaccedilatildeo de um ambiente econocircmico-poliacutetico-
social-cultural e juriacutedico que permita o desenvolvimento social
(wwwambientebrasilcombr)
1996 Lei nordm 927696 que estabelece o Plano Plurianual do Governo
19961999 define como principais objetivos da aacuterea de Meio Ambiente a
ldquopromoccedilatildeo da Educaccedilatildeo Ambiental atraveacutes da divulgaccedilatildeo e do uso de
93
conhecimentos sobre tecnologias de gestatildeo sustentaacutevel dos recursos naturaisrdquo
procurando garantir a implementaccedilatildeo do PRONEA (wwwmecgovbr)
Cursos de Capacitaccedilatildeo em Educaccedilatildeo Ambiental para os
teacutecnicos das SEDUCrsquos e DEMECrsquos nos Estados - Coordenaccedilatildeo de Educaccedilatildeo
Ambiental promove trecircs cursos de Capacitaccedilatildeo de Multiplicadores em Educaccedilatildeo
Ambiental - Apoio do acordo BRASILUNESCO a fim de preparar teacutecnicos das
Secretarias Estaduais de Educaccedilatildeo Delegacias Regionais de Educaccedilatildeo do MEC
e algumas Universidades Federais para atuarem no processo de inserccedilatildeo da
Educaccedilatildeo Ambiental nos Paracircmetros Curriculares (wwwmecgovbr)
Criaccedilatildeo da Comissatildeo Interministerial de EA do MMA - Essa
Comissatildeo tem como objetivo assessorar o Presidente da Repuacuteblica na tomada de
decisotildees sobre as estrateacutegias e poliacuteticas nacionais necessaacuterias ao
desenvolvimento sustentaacutevel conforme as diretrizes estabelecidas pela Agenda
21 (wwwmmagovbr)
1997 Aprovaccedilatildeo dos Novos PCNrsquos ndash Os PCNrsquos constituem-se como um
subsiacutedio para apoiar a escola na elaboraccedilatildeo de seu projeto educativo inserindo
procedimentos atitudes e valores no conviacutevio escolar bem como a necessidade
de tratar de alguns temas sociais urgentes de abrangecircncia nacional
denominado como temas transversais meio ambiente eacutetica pluralidade cultural
orientaccedilatildeo sexual trabalho e consumo (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)
I Conferecircncia Nacional de Educaccedilatildeo Ambiental (ICNEA)
realizada em Brasiacutelia quando foi produzido o documento ldquoCarta de Brasiacutelia para
a Educaccedilatildeo Ambientalrdquo contendo cinco aacutereas temaacuteticas Educaccedilatildeo Ambiental
e as vertentes do desenvolvimento sustentaacutevel Educaccedilatildeo Ambiental formal
papel desafios metodologias e capacitaccedilatildeo Educaccedilatildeo no processo de gestatildeo
ambiental metodologia e capacitaccedilatildeo Educaccedilatildeo Ambiental e as poliacuteticas
puacuteblicas PRONEA poliacuteticas de recursos hiacutedricos urbanas agricultura ciecircncia e
tecnologia Educaccedilatildeo Ambiental eacutetica formaccedilatildeo da cidadania educaccedilatildeo
comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo da sociedade (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)
94
Cursos de Educaccedilatildeo Ambiental organizados pelo MECndash Atraveacutes
da Coordenaccedilatildeo de Educaccedilatildeo Ambiental para as escolas Teacutecnicas e segunda
etapa de capacitaccedilatildeo das SEDUCrsquos e DEMECrsquos Convecircnio UNESCO ndash MEC
(wwwambientebrasilcombr)
IV Foacuterum de Educaccedilatildeo Ambiental e I Encontro da Rede de
Educadores Ambientais em VitoacuteriaES (wwwambientebrasilcombr)
Conferecircncia Internacional sobre Meio Ambiente e Sociedade
Conferecircncia Internacional sobre Meio Ambiente e Sociedade Educaccedilatildeo e
Consciecircncia Puacuteblica para a Sustentabilidade ndash Thessaloniki Greacutecia 1997 Onde
houve o reconhecimento que passados cinco anos da Conferecircncia Rio-92 o
desenvolvimento da EA foi insuficiente (wwwmecgovbr)
A Coordenaccedilatildeo de Educaccedilatildeo Ambiental do MEC promove sete
Cursos de Capacitaccedilatildeo de Multiplicadores e cinco Teleconferecircncias
(wwwmecgovbr)
1998 A Coordenaccedilatildeo de Educaccedilatildeo Ambiental do MEC promove 8
Cursos de Capacitaccedilatildeo de Multiplicadores 5 teleconferecircncias 2 Seminaacuterios
Nacionais e produz 10 viacutedeos para serem exibidos pela TV Escola
(wwwmecgovbr)
Ao final deste ano a Coordenaccedilatildeo de Educaccedilatildeo Ambiental eacute
inserida na Secretaria de Ensino Fundamental ndash SEF do MEC apoacutes reforma
administrativa (wwwportalmecgovbr)
1999 Criaccedilatildeo da Diretoria de Educaccedilatildeo Ambiental (DEA) do MMA ndash
Que passou a desenvolver as seguintes atividades Implantaccedilatildeo do Sistema
Brasileiro de Informaccedilatildeo em Educaccedilatildeo Ambiental (SIBEA) objetivando atuar
como um sistema integrador das informaccedilotildees de educaccedilatildeo ambiental no paiacutes
Implantaccedilatildeo de Poacutelos de Educaccedilatildeo Ambiental e Difusatildeo de Praacuteticas Sustentaacuteveis
nos Estados objetivando irradiar as accedilotildees de Educaccedilatildeo Ambiental fomento aacute
formaccedilatildeo de Comissotildees Interinstitucionais de Educaccedilatildeo Ambiental nos estados e
95
auxilio na elaboraccedilatildeo de programas estaduais de Educaccedilatildeo Ambiental
implantaccedilatildeo de curso de Educaccedilatildeo Ambiental a distancia objetivando
capacitar gestores professores e teacutecnicos de meio ambiente de todos os
municiacutepios do paiacutes implantaccedilatildeo do projeto Protetores da Vida objetivando
sensibilizar e mobilizar jovens para as questotildees ambientais (Ministeacuterio do Meio
Ambiente 2004)
Aprovaccedilatildeo da LEI 959799 que estabelece a Poliacutetica Nacional
de EA - promulgada a Lei nordm 9795 de 27 de abril de 1999 que institui a Poliacutetica
Nacional de Educaccedilatildeo Ambiental a que deveraacute ser regulamentada apoacutes as
discussotildees na Cacircmara Teacutecnica Temporaacuteria de Educaccedilatildeo Ambiental no CONAMA
(wwwmecgovbr)
A Portaria 164899 do MEC criou o Grupo de Trabalho com
representantes de todas as suas Secretarias para discutir a regulamentaccedilatildeo da
Lei nordm 979599 (wwwmecgovbr)
O MEC propotildee o Programa PCNrsquos em Accedilatildeo atendendo agraves
solicitaccedilotildees dos Estados tendo o Meio Ambiente como uns dos temas
transversais que seraacute trabalhado no ano 2000 (wwwmecgovbr)
Programa Nacional de Educaccedilatildeo Ambiental ndash implantaccedilatildeo do
Programa Nacional de Educaccedilatildeo Ambiental - ProNEA(wwwmecgovbr)
A Coordenaccedilatildeo de EA (COEA) do MEC passa a formar parte da
Secretaacuteria de Ensino Fundamental (wwwambientebrasilcombr)
2000 A Educaccedilatildeo Ambiental integra o Plano Plurianual do Governo
(2000-2003) e agora institucionalmente vinculado ao Ministeacuterio do Meio
Ambiente contemplando sete accedilotildees realizadas pelo MMA IBAMA Banco do
Brasil e Jardim Botacircnico do Rio de Janeiro (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)
2001 Em reconhecimento a importacircncia da articulaccedilatildeo dos
educadores ambientais e as suas instituiccedilotildees em modelos de articulaccedilatildeo
96
horizontal o MMA iniciou uma accedilatildeo de fomento a estruturaccedilatildeo e do
fortalecimento da Rede Brasileira de Educaccedilatildeo Ambiental (REBEA) e da Rede
Paulista de Educaccedilatildeo Ambiental (REPEA) e forneceu apoio a estruturaccedilatildeo da
REASUL da Rede Aguapeacute e da Rede Acreana de Educaccedilatildeo Ambiental
(Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)
2002 No mecircs de junho a lei nordm 979599 foi regulamentada pelo Decreto
nordm4 281 que definem entre outras coisas a composiccedilatildeo e as competecircncias do
Oacutergatildeo Gestor da PNEA lanccedilando assim as bases para a execuccedilatildeo da PNEA
(Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)
2003 Eacute instaurada no MMA a Comissatildeo intersetorial de Educaccedilatildeo
Ambiental (CISEA) com representaccedilatildeo de todas as secretarias e todos os oacutergatildeos
vinculados ao MMA criando uma instancia para um processo coordenado de
consultas e deliberaccedilotildees internamente a esse Ministeacuterio e contribuindo para a
transversalidade interna e a sinergia das accedilotildees em educaccedilatildeo ambiental
desenvolvidas pelas suas secretarias e pelos seus oacutergatildeos vinculados (Ministeacuterio do
Meio Ambiente 2004)
O Ministeacuterio da Educaccedilatildeo estabelece como prioridades viabilizar
as accedilotildees e diretrizes da PNEA e reestruturar a Coordenaccedilatildeo Geral de Educaccedilatildeo
Ambiental (COEA) que passa da Secretaria de Educaccedilatildeo Fundamental
diretamente agrave Secretaria Executiva atuando de forma integrada a todas as
secretarias conferindo maior visibilidade agrave Educaccedilatildeo Ambiental e oportunizando
sua transversalidade assim como seu enraizamento no MEC e na estrutura de
Governo (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)
2004 O MMA e o MEC promoveram em 21 de julho a reuniatildeo de
instalaccedilatildeo do oacutergatildeo gestor da PNEA um passo decisivo para a execuccedilatildeo das
accedilotildees em educaccedilatildeo ambiental no Governo Federal tendo como primeira tarefa
a assinatura de um Termo de Cooperaccedilatildeo Teacutecnica para a realizaccedilatildeo conjunta
da Conferencia Infanto-Juvenil pelo Meio Ambiente (Ministeacuterio do Meio
Ambiente 2004)
97
Em 17 de novembro foi instaurado o Comitecirc Assessor do Oacutergatildeo
Gestor sendo realizada sua primeira reuniatildeo na qual foram criados seis grupos de
trabalho (GTs) dois temporaacuterios ndash GT Documento do ProNEA e GT Regimento
Interno e quatro permanentes ndash GT Gestatildeo do Sistema Brasileiro de Informaccedilotildees
sobre Educaccedilatildeo Ambiental(SIBEA) GT Criteacuterios e Indicadores para Projetos e
Accedilotildees de Educaccedilatildeo Ambiental GT Instrumentos Institucionais e Legais para a
Promoccedilatildeo da Educaccedilatildeo Ambiental e GT Relaccedilotildees Internacionais (Ministeacuterio do
Meio Ambiente 2004)
Foi realizado em Goiacircnia o primeiro encontro governamental
nacional sobre poliacuteticas publicas de educaccedilatildeo ambiental reunindo secretaacuterios e
gestores puacuteblicos das trecircs esferas de governo da aacuterea ambiental O evento visou
a elaborar um diagnoacutestico dos principais desafios ao enraizamento da educaccedilatildeo
ambiental e a aproximaccedilatildeo entre as secretarias de educaccedilatildeo e do meio
ambiente Neste encontro foi reconhecida a necessidade da articulaccedilatildeo e do
fortalecimento muacutetuo das Comissotildees Interinstitucionais Estaduais e das Redes de
Educaccedilatildeo Ambiental Foi elaborado o documento ldquoCompromisso de Goiacircniardquo
que consiste no estabelecimento de um importante e pioneiro pacto entre as
esferas de governo para a criaccedilatildeo de Poliacuteticas e Programas estaduais e
municipais de Educaccedilatildeo Ambiental sincronizados com o ProNEA (Ministeacuterio do
Meio Ambiente 2004)
Nesse ano foi realizada a deacutecima-nona ediccedilatildeo do curso de
Introduccedilatildeo agrave Educaccedilatildeo no Processo de Gestatildeo Ambiental do IBAMA
alcanccedilando quase 700 profissionais formados para atuar com a educaccedilatildeo na
gestatildeo ambiental (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2005)
Ocorreu nova reestruturaccedilatildeo do MEC com a transferecircncia da
Coordenaccedilatildeo Geral de Educaccedilatildeo Ambiental (CGEA) para a entatildeo receacutem-criada
Secretaria de Educaccedilatildeo Continuada Alfabetizaccedilatildeo e Diversidade (Ministeacuterio do
Meio Ambiente 2005)
98
Teve iniacutecio um novo Plano Plurianual o PPA 2004-2007 Em
funccedilatildeo das novas diretrizes e sintonizado com o ProNEA o Programa 0052 eacute
reformulado passa a ser intitulado Educaccedilatildeo Ambiental para Sociedades
Sustentaacuteveis e inicia o ano composto por accedilotildees de responsabilidade da Diretoria
de Educaccedilatildeo Ambiental Fundo Nacional do Meio AmbienteAgecircncia Nacional
de Aacuteguas Coordenaccedilatildeo Geral de Educaccedilatildeo Ambiental do Instituto Brasileiro de
Meio Ambiente e Recursos Naturais Renovaacuteveis Jardim Botacircnico do Rio de
Janeiro e a Secretaria da Comissatildeo Interministerial para os Recursos do Mar
(SECIRM) (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)
Em novembro de 2004 foi realizado o V Foacuterum Brasileiro de
Educaccedilatildeo Ambiental construiacutedo de forma coletiva a partir da Rede Brasileira de
Educaccedilatildeo Ambiental e que proporcionou espaccedilos para diaacutelogo e trocas entre
os educadores ambientais Realizada durante todo o evento a atividade
denominada ldquoConversando com as Redesrdquo proporcionou aos participantes a
oportunidade de estar em contato com as pessoas que formam as redes de
Educaccedilatildeo Ambiental de todo o Brasil As conexotildees foram reforccediladas e renovadas
no evento que viu nascer a Rede Nordestina de Educaccedilatildeo Ambiental e a Rede
de Edu -comunicaccedilatildeo Socioambiental (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2005)
Ainda em novembro de 2004 o MMA participou na Venezuela
da reuniatildeo de trabalho de especialistas em gestatildeo puacuteblica da educaccedilatildeo
ambiental da Ameacuterica Latina e Caribe para elaboraccedilatildeo do plano de
implementaccedilatildeo do Programa Latino-americano e Caribenho de Educaccedilatildeo
Ambiental (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2005)
Nesse ano de 2004 foi feita a revisatildeo do Plano Plurianual e do
Programa 0052 e seu conjunto de accedilotildees foi alterado iniciando o exerciacutecio de
2005 com a seguinte composiccedilatildeo
bull 6270 ndash Educaccedilatildeo ambiental para recursos hiacutedricos (ANA)
bull 2972 ndash Educaccedilatildeo para conservaccedilatildeo da biodiversidade (Jardim Botacircnico
do Rio de Janeiro)
99
bull 2965 ndash Fomento a projetos integrados de educaccedilatildeo ambiental (FNMA)
bull 4932 ndash Formaccedilatildeo de educadores ambientais (DEAIBAMA)
bull 09HO ndash Apoio agrave gestatildeo compartilhada da educaccedilatildeo ambiental (DEA)
bull1997 ndash Implantaccedilatildeo do Sistema Brasileiro de Informaccedilotildees sobre Educaccedilatildeo
Ambiental (DEA)
bull 6857 ndash Produccedilatildeo e veiculaccedilatildeo de programas de educaccedilatildeo ambiental
(DEA)
bull 4641 ndash Publicidade de utilidade puacuteblica (DEA)
bull 4232 ndash Capacitaccedilatildeo de recursos humanos para a prevenccedilatildeo e o
controle ambiental nas aacutereas mariacutetimas e portuaacuterias (SECIRM) (Ministeacuterio do Meio
Ambiente 2004)
Nessa revisatildeo a CGEAMEC inclui no Programa 1061 - Brasil Escolarizado
sob responsabilidade desse Ministeacuterio duas accedilotildees relativas especificamente agrave
educaccedilatildeo ambiental
bull 09EA ndash Apoio agrave distribuiccedilatildeo de material didaacutetico para formaccedilatildeo
continuada em educaccedilatildeo ambiental
bull 09ED ndash Apoio agrave formaccedilatildeo continuada em educaccedilatildeo ambiental para
profissionais da educaccedilatildeo (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2005)
53 Algumas Consideraccedilotildees sobre a Evoluccedilatildeo da Educaccedilatildeo Ambiental
A Educaccedilatildeo Ambiental eacute direito de todos De modo formal como
componente permanente da educaccedilatildeo em todos os niacuteveis e modalidades De
modo natildeo formal atraveacutes de praacuteticas educativas voltadas para a mobilizaccedilatildeo e
participaccedilatildeo da sociedade e suas organizaccedilotildees na defesa da qualidade do
meio ambiente (ALERJ 1999)
A Educaccedilatildeo Ambiental jaacute percorreu um longo caminho superou alguns
obstaacuteculos alguns conflitos ganhou algumas batalhas porem ainda falta muito
para vencer a guerra contra os avanccedilos tecnoloacutegicos sem responsabilidade com
o meio ambiente porque o desenvolvimento eacute necessaacuterio poreacutem natildeo pode estar
100
combinado com um poder impiedoso e irracional do homem que destroacutei a terra
que pisa e tira o sustento polui o ar que respira suja a aacutegua que garante a sua
sobrevivecircncia e das geraccedilotildees futuras
Ao longo desses anos a Educaccedilatildeo Ambiental caminhou em direccedilatildeo ao
reconhecimento da sua importacircncia pois se natildeo houver um investimento em
accedilotildees que despertem a consciecircncia da humanidade para com o Meio
Ambiente natildeo teraacute nenhum sucesso os investimentos para o futuro A educaccedilatildeo
eacute o meio mais importante para o desenvolvimento do homem e a Educaccedilatildeo
Ambiental deve estar presente em todos os niacuteveis educacionais pois atraveacutes dela
passa a existir a consciecircncia pessoal de que o homem natildeo eacute o uacutenico no mundo
e sim faz parte dele segundo Boff 1992 ldquoMesmo sendo o homem a expressatildeo
autoconsciente do mundo natildeo eacute a principal nem a uacutenicardquo Devido a isto o
homem deve ter a consciecircncia de que existe uma interdependecircncia entre os
seres e a natureza em todo o planeta A partir da conscientizaccedilatildeo o homem
passa a perceber e revisar seus conceitos em relaccedilatildeo a viver bem pois a
seduccedilatildeo e adoraccedilatildeo aos estilos e modismos que fazem das pessoas aacutevidos
consumidores e como consequumlecircncia temos a geraccedilatildeo de montanhas de lixo
resiacuteduos inclusive radioativos aleacutem da extraccedilatildeo desordenada dos recursos
naturais natildeo renovaacuteveis
Eacute evidente que nas questotildees ambientais existem os conflitos que vatildeo de
encontro com os propoacutesitos poliacuteticos e os projetos educativos realmente
comprometidos com o resgate do equiliacutebrio entre a necessidade social e a
ambiccedilatildeo pessoal No primeiro caso trata-se de pessoas que na maioria das
vezes por falta de informaccedilatildeo destroem a natureza como derrubada de aacutervores
morte de animais pesca predatoacuteria etc em favor de seu sustento e de suas
famiacutelias natildeo percebendo que com esta destruiccedilatildeo estatildeo limitando o tempo do
seu sustento pois sem controle haacute o esgotamento No segundo caso a
exploraccedilatildeo e a destruiccedilatildeo da natureza natildeo por falta de informaccedilatildeo e sim por
ambiccedilatildeo ao dinheiro e por consequumlecircncia pelo poder natildeo importando o mal
que esta sendo feito Em relaccedilatildeo a isto se pode ressaltar que a pobreza tanto
nacional quanto global eacute uma das principais causas da destruiccedilatildeo pois quando
101
se tem fome a preocupaccedilatildeo com a natureza natildeo tem valor por isto quando se
fala em meio ambiente eacute tudo que estaacute a nossa volta inclusive agrave sociedade
Nessa perspectiva a educaccedilatildeo ambiental precisa ultrapassar os limites da
escola formal isto eacute deve transcender o espaccedilo escolar e ser concebida como
um processo contiacutenuo de formaccedilatildeo para a cidadania atingindo o ser humano
seja ele quem for ou onde estiver para que seja possiacutevel atingir em essecircncia a
mudanccedila de paradigmas que existem nas relaccedilotildees entre homem sociedade e
natureza Para isto se faz necessaacuterio o preenchimento de todos os espaccedilos seja
da miacutedia da famiacutelia do lazer da cultura da ciecircncia do trabalho e
principalmente da educaccedilatildeo Se forem aproveitadas todas as oportunidades
para se praticar a Educaccedilatildeo Ambiental estes conceitos passariam a fazer parte
da consciecircncia individual e coletiva do ser humano provocando alteraccedilatildeo no
sistema social e psicoloacutegico promovendo uma nova eacutetica planetaacuteria
comprometida com a erradicaccedilatildeo da pobreza da fome da poluiccedilatildeo da
opressatildeo humana da degradaccedilatildeo ambiental para que todos os recursos da
natureza possam ser utilizados com equiliacutebrio e respeito agrave fragilidade da terra e
de forma a beneficiar toda a humanidade (wwwsenacbr)
O Estado do Rio de Janeiro dispotildee da Lei 332599 que determina a
Educaccedilatildeo Ambiental obrigatoacuteria em todos os periacuteodos e nas vaacuterias disciplinas do
primeiro e segundo graus natildeo podendo ter uma uacutenica cadeira com conceitos
ecoloacutegicos e as demais ignorarem completamente os ecossistemas e as relaccedilotildees
entre transportes induacutestria agricultura urbanizaccedilatildeo sauacutede e o meio ambiente A
Educaccedilatildeo Ambiental por ser responsabilidade de todos deve ser tratada como
tema transversal isto eacute uma preocupaccedilatildeo de toda a escola e de toda a
comunidade onde a escola estaacute inserida Os professores das vaacuterias disciplinas e a
direccedilatildeo da escola estaratildeo empenhados na construccedilatildeo de projetos pedagoacutegicos
que inclua a problemaacutetica ambiental
A seguir as metodologias utilizadas na realizaccedilatildeo deste trabalho
102
Capiacutetulo 6 Metodologias
O objetivo deste capiacutetulo eacute descrever as metodologias aplicadas na busca
dos objetivos especiacuteficos para atingir as metas apontadas neste estudo
O estudo apresentado nessa dissertaccedilatildeo teve como base agrave elaboraccedilatildeo
de um meacutetodo capaz de garantir a confiabilidade e reprodutibilidade da
pesquisa No decorrer deste capitulo seratildeo abordados temas como
planejamento de pesquisa meacutetodo estatiacutestico pesquisa de campo fontes de
informaccedilatildeo e os problemas encontrados
Eacute relevante citar que o processo de pesquisa cientifica eacute uma atividade
dinacircmica e passiacutevel de mutaccedilotildees A metodologia empregada nesta pesquisa
possibilitou a agregaccedilatildeo de informaccedilotildees no decorrer do trabalho norteadas
sempre pelos objetivos do estudo
A figura 61 mostra esquematicamente a estrateacutegia utilizada na pesquisa
cujas etapas estatildeo melhor detalhadas nos itens subsequumlentes
103
Figura 61 - Esquematizaccedilatildeo do Projeto
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria a partir dos dados deste capiacutetulo
104
61 Diagnose do Estado da Arte da Educaccedilatildeo Ambiental no Ensino Meacutedio da Rede Estadual de Ensino no Municiacutepio do Rio de Janeiro 611 Objetivos
Umas das finalidades da pesquisa proposta no presente trabalho consistiu
em analisar o estado da arte do ponto de vista da Educaccedilatildeo Ambiental do
Ensino Meacutedio na Rede Estadual de Ensino localizada no Municiacutepio do Rio de
Janeiro A partir desta anaacutelise pretende-se traccedilar um perfil das escolas e indicar
caminhos estrateacutegicos em termos de sugestotildees no sentido de melhorar as
informaccedilotildees fornecidas aos alunos dentro da sua formaccedilatildeo acadecircmica partindo
de uma boa formaccedilatildeo docente
A seguir seratildeo detalhados os procedimentos utilizados durante a
elaboraccedilatildeo da pesquisa
612 Metodologia de Pesquisa
O meacutetodo de pesquisa adotado foi uma combinaccedilatildeo de anaacutelise
exploratoacuteria e anaacutelise quantitativa envolvendo as Escolas do Ensino Meacutedio da
Rede Estadual de Ensino localizadas no Municiacutepio do Rio de Janeiro O meacutetodo
foi baseado nas seguintes definiccedilotildees
Uma anaacutelise exploratoacuteria eacute uma pesquisa empiacuterica que utilizando diversas
fontes de informaccedilatildeo investiga um fenocircmeno contemporacircneo no seu contexto
real quando as fronteiras entre o fenocircmeno e contexto natildeo se encontram
nitidamente definidas (Yin 1984)
A anaacutelise quantitativa muitas vezes pode natildeo englobar as variaacuteveis
necessaacuterias agrave compreensatildeo de determinados eventos A concorrecircncia desses
eventos pode abranger uma complexidade tal que os paracircmetros de anaacutelise
tornam-se multidimensionais e difiacuteceis de serem observados de forma quantitativa
105
Contudo isto natildeo significa que as fronteiras entre as duas estrateacutegias de
pesquisa adotadas devam ser claramente delimitadas pois sempre existiratildeo
pontos em comum entre elas Cabe ressaltar poreacutem que cada estrateacutegia possui
caracteriacutesticas proacuteprias (Castro 1978)
O meacutetodo Survey a seguir definido foi o mais adequado para o
desenvolvimento da pesquisa
ldquoA pesquisa survey pode ser descrita como obtenccedilatildeo de dados ou
informaccedilotildees sobre caracteriacutesticas accedilotildees ou opiniotildees de determinado grupo
de pessoas indicado como representante de uma populaccedilatildeo alvo por meio
de um instrumento de pesquisa normalmente um questionaacuteriordquo(Tanur apud
Pinsonneautlt amp Kraemer 1993)
A metodologia estaacute coerente com o objetivo do trabalho uma vez que
desejava-se identificar qual o estado da arte da educaccedilatildeo ambiental nas
escolas de ensino meacutedio da Rede Puacuteblica EstadualConsiderando as colocaccedilotildees
de classificaccedilatildeo de uma pesquisa Survey esta tem um propoacutesito exploratoacuterio e
descritivo
No desenvolvimento do trabalho foi realizado um levantamento de dados
no ambiente com a aplicaccedilatildeo de um questionaacuterio respondido por parte das
escolas (amostra) de cada Metropolitana envolvida na pesquisa
613 Planejamento da Pesquisa
O primeiro passo do planejamento da pesquisa foi o levantamento das
informaccedilotildees disponiacuteveis sobre a situaccedilatildeo do ensino da EA nas Instituiccedilotildees de
Ensino Meacutedio da Rede Puacuteblica Estadual do Municiacutepio do Rio de Janeiro Este
levantamento compreendeu os seguintes itens
Determinaccedilatildeo da metodologia de pesquisa a ser adotada no projeto
Elaboraccedilatildeo de questionaacuterios
106
Aplicaccedilatildeo dos questionaacuterios junto agraves Instituiccedilotildees de Ensino meacutedio
atraveacutes de parceria com a Secretaria Estadual de Educaccedilatildeo
Realizaccedilatildeo de entrevistas com os diretores de Ensino das
Metropolitanas envolvidas no projeto
Avaliaccedilatildeo da receptividade nas metropolitanas e na SEERJ
Levantamento estatiacutestico dos dados
Busca de maiores informaccedilotildees sobre o tema nos sites da SEERJ
Elaboraccedilatildeo de propostas
614 Fontes de Informaccedilotildees
Na pesquisa realizada se lidou com uma variedade de fontes de
informaccedilotildees como documentos entrevistas e observaccedilotildees conforme segue
Materiais Impressos de oacutergatildeos ambientais
Trabalhos acadecircmicos sobre Educaccedilatildeo Ambiental
Entrevistas com professores e diretores de instituiccedilotildees de ensino
Materiais disponibilizados em meio eletrocircnico
Informaccedilotildees disponibilizadas pela SEERJ
615 Pesquisa de Campo
A pesquisa de campo foi realizada em duas etapas
A primeira etapa consistiu na aplicaccedilatildeo de um questionaacuterio nas escolas de
Ensino meacutedio da Rede Puacuteblica Estadual do Municiacutepio do Rio de Janeiro no
periacuteodo de abril a julho de 2006 A distribuiccedilatildeo do questionaacuterio foi viabilizada
mediante parceria com a SEERJ atraveacutes da coordenadoria de EA Os
questionaacuterios foram enviados para as Metropolitanas que foram responsaacuteveis
pela distribuiccedilatildeo e pelo recolhimento destes nas escolas Nas escolas os
questionaacuterios foram respondidos pelos diretores ou orientadores pedagoacutegicos O
modelo do questionaacuterio encontra-se no anexo 3
107
Apoacutes anaacutelise quantitativa e qualitativa dos questionaacuterios foi realizada a
segunda etapa que consistiu na avaliaccedilatildeo da receptividade das Metropolitanas
e da proacutepria SEERJ relacionada agrave relevacircncia da pesquisa Para tal foi elaborado
um questionaacuterio especiacutefico a ser respondido pelo responsaacutevel pela distribuiccedilatildeo
em cada metropolitana (anexo 4 5 e 6) e tambeacutem pela Coordenaccedilatildeo de
Educaccedilatildeo Ambiental da SEERJ O modelo dos questionaacuterios encontram-se no
anexo 7
Depois de estabelecidas as primeiras diretrizes foi realizado um
levantamento bibliograacutefico sobre os assuntos referentes ao trabalho Atraveacutes da
revisatildeo da literatura foi encontrada uma seacuterie de documentos pertinentes ao
assunto tais como
Determinaccedilatildeo de um modelo estatiacutestico utilizaccedilatildeo de uma amostragem
adequada
Realizaccedilatildeo de um questionaacuterio para as escolas
Definiccedilatildeo de modelo estatiacutestico para avaliar os dados levantados
Discussatildeo sobre o modelo estatiacutestico
Numa segunda etapa foi realizado um questionaacuterio de avaliaccedilatildeo da
pesquisa com os Diretores de Ensino responsaacuteveis pelas das metropolitanas
envolvidas no projeto
616 Avaliaccedilatildeo dos Resultados
Os dados seratildeo apresentados de maneira a desenhar o perfil das escolas
respondentes e suas opiniotildees a respeito da situaccedilatildeo do ensino da Educaccedilatildeo
Ambiental na rede puacuteblica estadual do Municiacutepio do Rio de Janeiro
Entre as respostas verificadas desconsiderou-se as respostas que natildeo
estavam em concordacircncia com as perguntas e as respostas em branco
As avaliaccedilotildees foram feitas nos itens e demonstradas em forma de
percentual
108
Foi feita uma anaacutelise estatiacutestica dos dados poreacutem nem todos os dados
estavam adequados para este tipo de anaacutelise Dada a heterogeneidade dos
dados o que muitas vezes impediu a aplicaccedilatildeo de equaccedilotildees matemaacuteticas
optou-se por natildeo realizar o tratamento estatiacutestico
62 Diagnose do Acesso aos Cursos de Graduaccedilatildeo nas
Universidades Puacuteblicas Estudo de Caso da UERJ e UFRJ
621 Objetivos
Aleacutem do mapeamento da Educaccedilatildeo Ambiental no Ensino Meacutedio puacuteblico
estadual a outra finalidade da pesquisa proposta nesta dissertaccedilatildeo consistiu em
analisar o acesso agraves Universidades Puacuteblicas dos alunos oriundos das escolas de
ensino meacutedio da Rede Puacuteblica
Para atingir esta meta foi realizada uma avaliaccedilatildeo do Sistema de Cotas
implantado na UERJ como tambeacutem avaliaccedilatildeo de uma proposta do acesso
atraveacutes do Sistema de Cotas que estaacute em fase de projeto na UFRJ
A seguir seratildeo detalhados os procedimentos utilizados durante a
elaboraccedilatildeo da pesquisa
622 Metodologia de Pesquisa
O meacutetodo de pesquisa adotado foi uma combinaccedilatildeo de anaacutelise
exploratoacuteria e anaacutelise quantitativa envolvendo as Universidades UERJ e UFRJ As
definiccedilotildees das metodologias foram descritas no item 612 deste capiacutetulo
109
623 Planejamento da Pesquisa
O planejamento foi iniciado com o levantamento das informaccedilotildees
disponiacuteveis sobre o acesso dos alunos nas Universidades Puacuteblicas Este
levantamento compreendeu os seguintes itens
Definiccedilatildeo das Universidades que seriam objeto da Pesquisa
Solicitaccedilatildeo de informaccedilotildees referentes aos alunos ingressos nas
Universidades atraveacutes de relatoacuterios fornecidos pelas comissotildees de
Vestibular das Universidades
Realizaccedilatildeo de entrevistas teacutecnicas com professores e outros profissionais
envolvidos no sistema de cotas das Universidades
Avaliaccedilatildeo quantitativa de alunos que ingressam nas Universidades
Puacuteblicas definidas egressos de escolas de ensino meacutedio da rede puacuteblica
comparados com os alunos egressos das instituiccedilotildees de ensino da Rede
Particular
Levantamento estatiacutestico dos dados
Busca de maiores informaccedilotildees sobre o sistema de cotas na miacutedia
eletrocircnica e escrita
Anaacutelise criacutetica dos sistemas de Cotas referentes agraves Universidades
estudadas
624 Fontes de Informaccedilotildees
Na pesquisa realizada se lidou com uma variedade de fontes de
informaccedilotildees como documentos entrevistas e observaccedilotildees conforme segue
Materiais Impressos fornecidos pela UERJ
Materiais de impressos de circulaccedilatildeo interna sobre a implantaccedilatildeo
do Sistema de Cotas na UERJ
Entrevistas teacutecnicas com professores e pessoas ligadas ao Sistema
de Cotas nas Universidades
Materiais disponibilizados em meio eletrocircnico
Relatoacuterios disponibilizados pela UERJ e UFRJ
110
625 Pesquisa de Campo
A pesquisa de campo foi realizada em vaacuterias etapas
Primeiramente estabeleceu-se contato com profissionais de setores da
UERJ e UFRJ relacionados ao acesso aos cursos de graduaccedilatildeo Isto feito face agraves
diferentes formas de acesso dessas universidades foram adotadas estrateacutegias
diferentes para os dois casos
- Estudo de caso UERJ
Foram realizadas entrevistas teacutecnicas com docentes da UERJ que
participaram da implantaccedilatildeo do sistema de cotas tanto a niacutevel acadecircmico
como administrativo Aleacutem disso foram coletadas informaccedilotildees referentes ao
vestibular atraveacutes de relatoacuterios fornecidos pelo nuacutecleo de informaacutetica da
Comissatildeo de Vestibular
- Estudo de caso UFRJ
Foi realizado com base no relatoacuterio de informaccedilotildees sobre o acesso no
vestibular fornecido pela comissatildeo de vestibular da UFRJ No que diz respeito ao
acesso diferenciado foi avaliada uma proposta da UFRJ para sistema de cotas
A primeira etapa consistiu em entrevistas teacutecnicas com professores da
UERJ que participam do sistema de cotas adotado pela Universidade como
tambeacutem acesso agraves informaccedilotildees pertinentes ao vestibular
Atraveacutes da revisatildeo da literatura foi encontrada uma seacuterie de documentos
pertinentes ao assunto tais como
Relatoacuterio com as informaccedilotildees de acesso a UFRJ dos alunos egressos
da Rede Estadual de ensino Documento fornecido pelo nuacutecleo de
informaacutetica do setor de vestibular da Universidade
111
Relatoacuterio com as informaccedilotildees de acesso a UERJ dos alunos egressos
da Rede Estadual de ensino Incluindo os alunos contemplados pelos
sistemas de cotas Documento fornecido pelo nuacutecleo de informaacutetica do
setor de vestibular da Universidade
Numa segunda etapa foi realizada uma avaliaccedilatildeo dos resultados e
montado um quadro comparativo entre as Universidades
63 Limitaccedilotildees do Estudo
O fator limitante foi a dificuldade de acesso aos dados relativos agraves escolas
pois para alguns Diretores de Ensino responsaacuteveis pelas Metropolitanas foram
muito difiacuteceis a distribuiccedilatildeo e o recebimento dos questionaacuterios o que acabou
comprometendo a quantidade das informaccedilotildees
Algumas escolas natildeo demonstraram muito interesse em responder os
questionaacuterios deixando muitas perguntas em branco e natildeo mostrando a
realidade das escolas
A seguir seraacute mostrada uma avaliaccedilatildeo do acesso aos cursos de
graduaccedilatildeo
112
Capiacutetulo 7 Diagnoacutestico do Acesso aos Cursos de Graduaccedilatildeo Estudo de Casos UERJ e UFRJ
Neste capiacutetulo eacute mostrado como acontece o acesso agraves Universidades
Puacuteblicas dos alunos oriundos das escolas da rede Puacuteblica Estadual em
comparaccedilatildeo com a Rede Federal e a Rede ParticularTomou-se como estudo de
caso a Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e a Universidade Federal
do Rio de Janeiro (UFRJ) tendo como base os nuacutemeros referentes aos concursos
vestibulares no periacuteodo 2003-2006
Tambeacutem eacute feita uma avaliaccedilatildeo do acesso por Cotas focando
a sistemaacutetica implementada na UERJ que foi a primeira a implantar o sistema
Tambeacutem fez uma anaacutelise de uma proposta da UFRJ para futura implantaccedilatildeo do
sistema
113
71 O Sistema de Cotas
A lei de cotas nas universidades eacute considerado um assunto muito
polecircmico que divide muitas opiniotildees Desde o acircmbito acadecircmico passando
pelo governamental e faixas da sociedade(www universiacombr)
Com o passar dos anos o aumento da competiccedilatildeo por uma vaga
nas Universidades Puacuteblicas fez com que o grau de exigecircncia aliada agrave diminuiccedilatildeo
da qualidade do ensino meacutedio na rede puacuteblica estadual tornasse o ingresso
deste grupo nas Universidades cada vez mais difiacutecil Uma das consequumlecircncias eacute o
fato de que as vagas nessas universidades fiquem voltadas para a faixa da
sociedade que pelo domiacutenio do poder econocircmico prepara melhor seus alunos
garantindo suas vagas Esta faixa da sociedade natildeo concorda com as cotas
pois percebe com isto que as suas vagas jaacute consideradas certas seratildeo
distribuiacutedas para uma faixa excluiacuteda que ateacute entatildeo natildeo significava qualquer
ameaccedila na competiccedilatildeo e alguns ateacute julgam o sistema como ldquoinjustordquo
Em relaccedilatildeo ao sistema acadecircmico existe a preocupaccedilatildeo com a
diminuiccedilatildeo da qualidade do ensino devido ao ingresso de alunos que satildeo
considerados ldquodespreparadosrdquo para ingressar em uma universidade de
qualidade (www universiacombr)
Para implantaccedilatildeo do Sistema de Cotas foram criadas leis nos
acircmbitos federal e estadual
Lei Federal PROJETO DE LEI 36272004
Institui Sistema Especial de Reserva de Vagas para estudantes egressos de
escolas puacuteblicas em especial negros e indiacutegenas nas instituiccedilotildees puacuteblicas
federais de educaccedilatildeo superior e daacute outras providecircncias Anexo 1
Lei Estadual Lei Nordm 3708 de 9 de Novembro de 2001
114
Institui cota de ateacute 40 (quarenta por cento) para as populaccedilotildees negra e
parda no acesso a Universidade do Estado do Rio de Janeiro e agrave Universidade
Estadual do Norte Fluminense e daacute outras providecircnciasAnexo2
72 Implantaccedilatildeo do Sistema
Por forccedila do disposto na Lei Estadual Nordm 3708 a Universidade Estadual do
Rio de Janeiro (UERJ) foi a primeira instituiccedilatildeo a adotar o sistema de cotas no
Estado do Rio de Janeiro tendo iniacutecio em 2003 (wwwconcienciacombr)
Como a reserva de vagas de acordo com a lei prevecirc 50 do total de
vagas por cursoturnosemestre para alunos oriundos da rede puacuteblica e para que
a lei pudesse ser cumprida foram realizados dois vestibulares
Um tradicional aberto a candidatos oriundos de qualquer tipo de
escola e denominado como nos anos anteriores Vestibular Estadual para
preenchimento na UERJ 2485 vagas em 46 cursos
Outro aberto apenas a candidatos oriundos de escolas da rede
puacuteblica localizadas no Estado do Rio de Janeiro denominado Vestibular SADE
(Sistema de Acompanhamento do Desempenho dos Estudantes do Ensino Meacutedio
mantido pelo Poder Puacuteblico) para preenchimento na UERJ de 2485 vagas em 46
cursos
Como a reserva prevecirc 40 do total de vagas por cursoturnosemestre
para alunos autodeclarados negros e pardos e para atender a reserva foram
adotados os alguns procedimentos
Apoacutes a soma do nuacutemero total de vagas oferecido nos dois vestibulares e
calculado o valor correspondente a 40 de cada total obtido verifica-se o
quantitativo de autodeclarados negros ou pardos e se o quantitativo for igual ou
maior que os 40 previstos pela legislaccedilatildeo a reserva eacute considerada
atendida(UERJ 2003)
115
73 O Aluno na Universidade
A questatildeo natildeo se resume ao ingresso do aluno na Universidade mas
tambeacutem se a Universidade tem condiccedilotildees de acolher e manter estes alunos Se
estes tiverem muita dificuldade de acompanhar as aulas e isto acarretar evasatildeo
o sistema natildeo teraacute sentido
Segundo a Sub-Reitora de Graduaccedilatildeo da UERJ ProfaRaquel Villard
somente a reserva de vagas para as pessoas carentes natildeo eacute o suficiente pois
existe o problema financeiro No endereccedilo eletrocircnico institucional a Sub-Reitora
declara ldquoHoje noacutes temos um programa chamado PROINICIAR (Programa de
Iniciaccedilatildeo Acadecircmica) Por meio dele a Universidade tenta ajudar este aluno na
passagem para a vida universitaacuteria inclusive atendendo aos estudantes em suas
necessidades advindas de um ensino meacutedio ou fundamental sem a qualidade
que deveria terrdquo (www 2uerjbr)
A UERJ utiliza o sistema de cotas desde 2003 Os alunos cotistas que
comprovam baixa renda recebem uma bolsa auxilio de R$19000(cento e
noventa reais) Este auxilio eacute destinado agraves despesas baacutesicas de manutenccedilatildeo do
aluno como passagem coacutepias livros lanche etc e tem duraccedilatildeo de 1 ano Isso
eacute devido ao fato do aluno quando chega ao 3ordm periacuteodo de acordo com o seu
desempenho pode participar dos outros programas existentes na Universidade
como estaacutegios iniciaccedilatildeo cientiacutefica etc que oferecem bolsas Tendo assim a
partir deste periacuteodo o aluno jaacute eacute capaz de conseguir sua remuneraccedilatildeo natildeo
sendo mais necessaacuterio o auxilio(Noronha Patriacutecia - Coordenaccedilatildeo do PROINICIAR-
Entrevista teacutecnica)
Segundo informaccedilotildees coletadas junto agrave coordenaccedilatildeo do PROINICIAR
devido agraves carecircncias educacionais dos alunos eventuais falhas no Ensino Meacutedio a
UERJ instituiu dentro do programa Proiniciar cursos oficinas e atividades culturais
Este programa oferece em paralelo com as disciplinas do curso aulas de
Matemaacutetica Quiacutemica Fiacutesica Biologia etc como se fossem aulas de reforccedilo e
oficinas com aulas praacuteticas aleacutem de visitas e passeios culturais programados a
116
teatros cinemas museus etc A garantia do funcionamento deste programa eacute
atraveacutes de parcerias entre as diversas faculdades dentro da UERJ aleacutem de
parcerias externas Essas parcerias tecircm o objetivo de facilitar a execuccedilatildeo do
programa pois se faz necessaacuterio que diversos professores sejam disponibilizados
para os cursos e as oficinas Atraveacutes destas parcerias satildeo oferecidos tambeacutem
cursos de idiomas gratuitamente para os cotistas (Inglecircs Francecircs Alematildeo etc)
(Noronha Patriacutecia - Coordenaccedilatildeo do PROINICIAR-Entrevista teacutecnica)
Ainda de acordo com a Coordenaccedilatildeo do PROINICIAR inicialmente a
evasatildeo dos alunos cotistas era grande muitos natildeo conseguiam se manter na os
Universidade tanto por dificuldades em acompanhar as aulas quanto por
dificuldades financeiras Uma das razotildees atribuiacutedas era o fato de que havia um
excesso de oficinas e atividades coincidentes com os periacuteodos de provas Sendo
assim os alunos natildeo conseguiam dar conta de todas as atribuiccedilotildees natildeo
atingindo os graus necessaacuterios e com isto se sentiam incapazes perdiam o
entusiasmo e acabavam desistindo do curso Atualmente a oferta dos cursos e
das oficinas satildeo feitos no iniacutecio dos periacuteodos terminando antes do iniacutecio das
provas isto faz com que os alunos fiquem com tempo mais livre para se
prepararem melhor para as provas sem contar que no iniacutecio dos periacuteodos os
alunos estatildeo com maior disposiccedilatildeo Essas medidas jaacute trouxeram uma melhoria no
desempenho destes alunos e aumentaram tambeacutem a auto-estima tornando-
mais seguros(Noronha Patriacutecia - Coordenaccedilatildeo do PROINICIAR-Entrevista teacutecnica)
Em relaccedilatildeo ao desempenho dos cotistas que segundo a ProfaRaquel
Villard reprovam menos por frequumlecircncia do que os natildeo cotistas ldquoTambeacutem temos
dados que comprovam que o estudante se apega a essa chance como algo
que ele sabe que natildeo pode ser jogado fora natildeo pode ser perdido Isto explica o
empenho evidente nos estudosrdquo (wwwuniversiacombr)
Natildeo existe duacutevida de que a adoccedilatildeo de cotas eacute uma forma eficaz de
aumentar o ingresso de negros e carentes em Universidades Isto faz com que
tenham condiccedilatildeo de cursarem o niacutevel superior que hoje eacute um privileacutegio das
classes mais abastadas da sociedade pois somente alunos bem preparados
117
normalmente por escolas do setor privado e de cursinhos preparatoacuterios possuem
maior acesso agraves Universidades Puacuteblicas Como este preparo requer um custo
elevado fica cada vez mais restrito a uma pequena parcela da sociedade que
possui melhor poder aquisitivo
Segundo o Professor Ricardo Salles (historiador e professor da Faculdade de
Formaccedilatildeo de Professores da UERJ) o sistema trouxe principalmente dois grandes
resultados positivos
Inicialmente fez que um expressivo nuacutemero de afro-brasileiros e alunos
carentes oriundos de escolas puacuteblicas ingressasse na Universidade Puacuteblica Para
estas pessoas que tendo concluiacutedo o ensino meacutedio estavam legalmente em
condiccedilotildees de ingressarem em uma Universidade O Sistema de Cotas tornou
possiacutevel o ingresso em uma Universidade Puacuteblica pois sem as mesmas soacute teriam
condiccedilotildees de ingressarem em instituiccedilotildees privadas possibilidade esta que na
maioria dos casos esbarrava na falta de recursos financeiros devido ao alto
custo da mensalidade dos cursos
Ainda de acordo com o professor Ricardo Salles o segundo resultado
positivo da implantaccedilatildeo das cotas eacute que atraveacutes dela se tem novamente em
debate agrave polecircmica a respeito do lugar da Universidade Puacuteblica na Sociedade
Brasileira tendo como objetivo o desenvolvimento de uma naccedilatildeo mais justa e
democraacutetica Isto porque se existe a Universidade Puacuteblica e esta eacute mantida pelos
governos parte deste dinheiro adveacutem dos impostos da populaccedilatildeo nada mais
justo que a maioria das pessoas que estejam na Universidade Puacuteblica sejam as
que natildeo tenham condiccedilotildees de pagar uma boa Universidade particular Mas na
realidade o que ocorre eacute exatamente o contraacuterio satildeo as classes mais
privilegiadas que estatildeo nas Universidades Puacuteblicas pois nas trecircs ultimas deacutecadas
o descaso com o ensino meacutedio da rede puacuteblica foi tatildeo grande que os alunos
que se formam nessas instituiccedilotildees natildeo satildeo capazes de concorrerem em
igualdade com os que vecircm de um ensino meacutedio em instituiccedilotildees particulares caras
com um principal objetivo de cursar uma Universidade Puacuteblica Entatildeo o sistema
118
de cotas para esses alunos eacute uma maneira de compensar esse contra-senso
(www2uerjbr)
74 A Necessidade das Cotas
Eacute preciso se estar alerta para que o sistema de cotas ou reserva de vagas
natildeo incorra no risco de desviar a atenccedilatildeo de uma questatildeo muito grave talvez a
questatildeo-chave da situaccedilatildeo que eacute o niacutevel do ensino meacutedio da rede puacuteblica na
atualidade O Estado estaacute deixando de cumprir a sua parte que eacute de preparar
bem os alunos de famiacutelias mais carentes independentes da cor para que
aumentem suas condiccedilotildees de competiccedilatildeo para que melhorem suas condiccedilotildees
de vida atraveacutes de uma boa formaccedilatildeo Universitaacuteria
Este fato pode ser observado ao longo dos anos pois historicamente os
melhores alunos estavam na Rede Puacuteblica de Ensino em todos os niacuteveis de
formaccedilatildeo Somente estudavam em escolas particulares aqueles alunos que
tinham problemas seacuterios de disciplina ou muita dificuldade em aprendizagem
logo para completarem seus estudos recorriam agrave Rede Privada de ensino O
ensino puacuteblico era muito riacutegido e exigente o que contribuiacutea para uma boa
formaccedilatildeo e consequumlente condiccedilatildeo de ingresso em uma Universidade Puacuteblica
A inclusatildeo de negros na questatildeo das cotas tambeacutem adveacutem da maioria
da populaccedilatildeo que utiliza a Rede Puacuteblica Estadual de Ensino ser de pardos e
negros que gera por consequumlecircncia uma acentuada minoria desses alunos nas
Universidades Puacuteblicas
Com o passar dos anos a Educaccedilatildeo Puacuteblica comeccedilou a ser superada em
termos de formaccedilatildeo pela Rede Privada o que ocasionou uma lacuna entre os
alunos da Rede Puacuteblica Estadual e a Universidade pois se as instituiccedilotildees de ensino
particular estatildeo preparando melhor os seus alunos seratildeo estes que ingressaratildeo
nas Universidades Puacuteblicas Com isto o nuacutemero de alunos que terminam o ensino
meacutedio na Rede Puacuteblica Estadual que consegue se classificar em uma
Universidade Puacuteblica eacute a cada ano menor restando para estes alunos da Rede
119
Puacuteblica Estadual ingressarem em Universidades Privadas ou simplesmente que eacute o
que ocorre com maior frequumlecircncia ficar sem o direito de melhorar suas condiccedilotildees
de vida atraveacutes de uma boa graduaccedilatildeo
Com atenccedilatildeo a estes fatos eacute que o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo estaacute com um
projeto de lei no qual sugere a diminuiccedilatildeo gradativa do percentual da cota de
50 dos alunos que cursaram o ensino meacutedio na rede puacuteblica A intenccedilatildeo do
Ministeacuterio eacute promover a qualidade no ensino meacutedio na mesma proporccedilatildeo que os
alunos deixariam de utilizar as cotas (wwweducacaoaolbr)
Segundo o MEC (Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura) a melhoria da
qualidade do ensino puacuteblico ldquoeacute a mais eficiente poliacutetica de inclusatildeo social no
que diz respeito ao acesso agrave educaccedilatildeo superiorrdquo (wwweducacaoaolbr)
O Professor Joseacute Jorge de Carvalho (Departamento de Antropologia-
Universidade de Brasiacutelia) comenta que o sistema de cotas eacute a uacutenica forma de
resolver o problema da exclusatildeo racial em curto prazo O preconceito segundo
ele estaacute presente nas salas de aula O professor comeccedilou a defender o sistema
de cotas para negros quando presenciou o caso de um aluno que foi
prejudicado por um professor por motivos raciais (wwwespacoacademicocom
br)
O Professor Joseacute Jorge de Carvalho defende que ldquoHaacute poucos negros na
Universidade e isso dificulta que eles se unam para lutar por seus direitos Eacute preciso
mudar o tipo de relaccedilatildeo que existe na academia E isso soacute vai acontecer quando
houver vaacuterios negros laacute dentrordquo Os estudos do professor mostram os nuacutemeros da
exclusatildeo em 2003 97 dos universitaacuterios brasileiros satildeo brancos contra 2 de
negros e 1 de amarelos O desequiliacutebrio eacute evidente se no Brasil 45 da
populaccedilatildeo eacute negra Baseados nestes dados fica claro que era preciso tomar
alguma providecircncia para se tentar reverter este quadro era necessaacuterio que de
alguma maneira se fizesse agrave inserccedilatildeo do negro no ensino superior e o sistema de
cotas foi uma opccedilatildeo praacutetica e que amenizaria o problema num curto prazo
(wwwespacoacademicocombr)
120
Segundo a professora de Antropologia Yvonne Maggie (Professora Titular
da Universidade Federal do Rio de Janeiro) a ideacuteia de raccedila deve ser abolida por
estimular a divisatildeo do paiacutes em grupos eacutetnicos A cisatildeo racial seria um passo em
direccedilatildeo ao conflito Para a professora Yvonne Maggie ldquoDesde o Modernismo
nossa sociedade se vecirc como misturada A introduccedilatildeo do sistema de cotas rompe
com esse ideaacuterio e produz uma sociedade que tem a obrigaccedilatildeo legal de se
classificar como lsquobranca ou negrarsquo Em outros paiacuteses poliacuteticas que reforccedilam a
condiccedilatildeo racial geraram conflitos inimaginaacuteveis como a Ruanda o Kosovo e a
Aacutefrica do Sulrdquo (wwwcomcienciabr)
Na avaliaccedilatildeo da autora desta dissertaccedilatildeo a questatildeo do indiviacuteduo no
sistema de cotas ter que se auto-declarar negro ou branco natildeo chega a ser um
motivo passiacutevel de gerar um conflito de raccedilas pois a raccedila natildeo deve ser vista
como um motivo de vergonha para o indiacuteviduo e sim uma informaccedilatildeo comum
como peso idade etc O que pode gerar conflitos poreacutem eacute a discriminaccedilatildeo de
raccedilas exclusatildeo social que satildeo problemas muito mais graves no nosso paiacutes
problemas estes que satildeo as principais causas de confrontos e grandes geradores
de violecircncia Com a exclusatildeo social as diferenccedilas sociais se tornam cada vez
maiores provocando a falta de oportunidades para a maioria da populaccedilatildeo
privilegiando sempre uma pequena parcela da sociedade o que gera revolta e
consequumlentemente atos de violecircncia
Um comparativo da situaccedilatildeo das aprovaccedilotildees nos vestibulares das
Universidades Puacuteblicas participantes do estudo dos alunos egressos da Rede
Puacuteblica Estadual em relaccedilatildeo aos alunos egressos da Rede Puacuteblica Federal como
tambeacutem dos alunos egressos da Rede de Ensino Particular eacute mostrado a seguir
75 Comparativo Entre a Rede Estadual de Ensino e a Rede
Federal e Particular
Para os estudos foram selecionadas duas instituiccedilotildees a Universidade
Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) por ser a Universidade agrave qual eacute vinculado o
121
projeto de pesquisa e Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) por ser a
primeira universidade a utilizar o sistema de cotas aumentando assim o nuacutemero
de alunos oriundos de escolas da Rede Puacuteblica Estadual
A Rede Puacuteblica Estadual do Rio de Janeiro eacute a responsaacutevel pela formaccedilatildeo
do maior nuacutemero de alunos concluintes do ensino meacutedio mais isto natildeo significa
que estes alunos ingressam em maior nuacutemero em Universidades Puacuteblicas
Na realidade o que ocorre eacute que as Redes de Ensino Privadas e Federais
responsaacuteveis por apenas um terccedilo dos concluintes do ensino meacutedio satildeo os que
mais aprovam seus alunos nas Universidades Puacuteblicas conforme mostra a Tabela
71 a qual traz o nuacutemero de alunos egressos das escolas puacuteblicas inscritos e o
nuacutemero dos que obtiveram aprovaccedilatildeo nas Universidades Puacuteblicas
A maioria dos alunos da Rede Puacuteblica Estadual nem ao menos se inscreve
nos concursos dentre os que se inscrevem menos da metade consegue
classificaccedilatildeo para um curso de graduaccedilatildeo
Tabela 71 os Vestibulares UFRJ e UERJ - Nordm de inscritos e nordm de classificados
UFRJ UERJ a
ESTADUAL FEDERAL PARTICULAR ESTADUAL FEDERAL PARTICULAR
ANO INSC CLAS INSC CLAS INSC CLAS INSC CLAS INSC CLAS INSC CLAS
2000 ND ND ND ND ND ND 8391 318 4558 700 20764 1593
2001 ND ND ND ND ND ND 12866 479 4966 670 33583 2801
2002 ND ND ND ND ND ND 11938 805 4220 708 24664 2745
2003 11849 907 4670 1083 30796 4118 14804 2218 3529 817 16968 1647
2004 13703 875 4589 900 34921 4467 9941 1881 2824 688 15251 2321
2005 11671 910 4015 960 29563 4447 9007 1836 3010 621 17106 2468
2006 13681 870 4229 991 32527 4738 ND ND ND ND ND ND
ND Dados natildeo disponiacuteveis a Os dados da UERJ a partir de 2003 estatildeo computados com a reserva de vagas
122
Fontes Departamento de seleccedilatildeo acadecircmica-DSEA-UERJ(2006) Nuacutecleo de Computaccedilatildeo Eletrocircnica-UFRJ(2006)
De acordo com os dados pode-se constatar que a quantidade de alunos
da rede puacuteblica que conseguem ingressar nas Universidades Puacuteblicas eacute muito
inferior aos egressos da rede particular
O que se pode destacar de mais importante eacute o fato de que a partir do
ano de 2003 o nuacutemero de alunos da rede Puacuteblica Estadual que foram
classificados no vestibular da UERJ aumentou muito o que coincide com o iniacutecio
de implantaccedilatildeo das reservas de vagas concluindo que a reserva de vagas foi
um instrumento que contribuiu para o aumento do nuacutemero de alunos da rede
Puacuteblica Estadual na UERJ
O nuacutemero de Escolas da Rede Estadual de Educaccedilatildeo eacute cerca de 1014
escolas e a Rede privada estaacute em torno de 870 portanto a Rede Estadual possui
um nuacutemero superior de escolas em relaccedilatildeo agrave Rede Privada e ao nuacutemero de
Escolas da Rede Federal que satildeo cerca de 12 escolas
O nuacutemero de alunos da alunos da Rede Estadual corresponde agrave cerca de
23 quanto a Rede particular e a Federal juntas correspondem a 13 deste
nuacutemero (SEERJ)
Observa-se que mesmo a Rede Puacuteblica Estadual tendo um nuacutemero de
alunos concluintes do ensino meacutedio muito superior apenas um nuacutemero muito
pequeno destes conseguem ingressar em uma Universidade Puacuteblica
Baseando-se nas informaccedilotildees do Vestibular de 2003-2005 da UFRJ e UERJ
(Tabela 71) podem ser feitas algumas avaliaccedilotildees Foi selecionado este periacuteodo
pois segundo a tabela 71 eacute aquele que conteacutem dados das duas Universidades
Os graacuteficos foram elaborados utilizando-se a meacutedia dos dados de cada
esfera compreendidos entre os anos de 2003 e 2005
123
Caso UFRJ
Quanto ao nuacutemero de alunos inscritos
A Figura 71 mostra o percentual de alunos inscritos no vestibular da UFRJ
oriundos da Rede Estadual Federal e Particular calculado atraveacutes do somatoacuterio
do nuacutemero de inscritos no periacuteodo em anaacutelise
26
965
EstadualFederalParticular
Figura 71 Percentual de alunos inscritos no Vestibular da UFRJ
Foi observado que o percentual de alunos inscritos oriundos da Rede
Privada eacute muito superior aos demais A proporccedilatildeo de alunos inscritos da rede
Federal eacute pequeno Isso pode ser atribuiacutedo ao fato de que haacute poucas escolas da
Rede Federal de Ensino Meacutedio e portanto o nuacutemero de alunos eacute menor Quanto
agrave Rede Estadual de Ensino o nuacutemero de alunos inscritos eacute muito pequeno em
relaccedilatildeo ao total de alunos da rede jaacute que dois terccedilos dos alunos estatildeo neste
grupo Logo o percentual de inscritos deveria ser tambeacutem muito superior mas o
que os nuacutemeros mostram eacute exatamente o contraacuterio Tal distorccedilatildeo pode ser
devida a vaacuterios fatores destacando-se a questatildeo pedagoacutegica e financeira que
seraacute discutida posteriormente
124
Quanto ao nuacutemero de alunos classificados
A Figura 72 mostra o Percentual de alunos que foram classificados no
vestibular oriundos da Rede Estadual Federal e particular calculado atraveacutes do
percentual de alunos que foram classificados em funccedilatildeo do numero de inscritos
14
16
70
Estadual
Federal
Particular
Figura 72 Percentual de alunos classificados no Vestibular da UFRJ
O percentual de alunos classificados egressos da Rede Particular eacute muito
superior aos da Rede Federal e Estadual Isto ocorre devido ao nuacutemero de
inscritos ter sido muito superior aos demais A figura indica tambeacutem que a grande
maioria dos alunos que ingressam na UFRJ cerca 70 satildeo oriundos da Rede
Particular de Ensino Meacutedio
Relaccedilatildeo entre o nordm total de inscritos e classificados
A Figura 73 mostra o percentual em relaccedilatildeo ao nuacutemero de inscritos e
classificados dentro da Rede Puacuteblica Estadual Federal e Particular Calculado
pela quantidade de alunos classificados em funccedilatildeo dos inscritos dentro de cada
esfera comparativamente
125
7
22
14EstadualFederalParticular
Figura 73 Percentual de alunos classificados em funccedilatildeo do nuacutemero de
inscritos em cada esfera
Em relaccedilatildeo ao nuacutemero de inscritos e os que satildeo classificados destaca-se
que no tocante aos alunos oriundos da Rede Particular o nuacutemero de
classificados eacute inferior ao nuacutemero de classificados pelas Escolas Federais Estas
mesmo tendo um nuacutemero inferior de alunos formados proporcionalmente exibem
um melhor desempenho Isto leva agrave percepccedilatildeo de que as escolas da Rede
Federal de Ensino Meacutedio estatildeo conseguindo manter um padratildeo de ensino
superior agrave Rede Estadual e agrave Particular formando assim ilhas de excelecircncia em
Educaccedilatildeo
Na Rede Puacuteblica Estadual o baixo nuacutemero de classificados acaba sendo
um motivo para a falta de estiacutemulo para os alunos se inscreverem Na avaliaccedilatildeo
da autora estes julgam que a chance de conseguir a classificaccedilatildeo eacute muito
pequena devido agraves suas deficiecircncias pedagoacutegicas sendo assim nem tentam o
vestibular Este fato tambeacutem se alia aos problemas financeiros devido ao custo
das inscriccedilotildees que muitas vezes por falta de recursos somente os alunos que
conseguem isenccedilatildeo das taxas se inscrevem como tambeacutem os alunos que
priorizam o trabalho ao estudo jaacute que nas Universidades Puacuteblicas a maioria dos
horaacuterios das aulas impede que o aluno trabalhe
126
Caso UERJ
Quanto ao nuacutemero de alunos inscritos
A figura 74 mostra o percentual total de alunos inscritos no vestibular da
UERJ oriundos da Rede Estadual Federal e Particular Calculado a partir do
somatoacuterio dos inscritos em relaccedilatildeo agrave Rede Estadual Federal e Particular
37
10
53
Estadual
Federal
Particular
Figura 74 Percentual de alunos inscritos no Vestibular da UERJ
Pode-se destacar que semelhante agrave UFRJ o nuacutemero de alunos da Rede
Privada inscritos eacute superior aos demais O nuacutemero de alunos inscritos da rede
Federal eacute pequeno e na Rede Estadual de Ensino o nuacutemero de alunos inscritos eacute
superior aos inscritos na UFRJ Este nuacutemero superior de alunos inscritos da Rede
Estadual na UERJ em relaccedilatildeo agrave UFRJ se justifica pela existecircncia do Sistema de
Cotas existente na UERJ o que aumenta as chances desses alunos em
conseguirem classificaccedilatildeo gerando maior estiacutemulo neles em se inscreverem
Quanto ao nuacutemero de alunos classificados
A Figura 75 mostra o Percentual de alunos que foram classificados no
vestibular oriundos da Rede Estadual Federal e particular Calculado atraveacutes do
percentual de alunos que foram classificados em funccedilatildeo do numero de inscritos
127
41
15
44 Estadual
Federal
Particular
Figura 75 Percentual de alunos classificados no Vestibular da UERJ
A Rede Federal de Ensino manteve o seu percentual devido agrave
qualidade de formaccedilatildeo de seus alunos poreacutem o percentual de alunos
classificados egressos da Rede Particular e Estadual aparecem em equiliacutebrio
mantendo-se percentuais bem proacuteximos Este fato se deve a implantaccedilatildeo do
sistema de Reserva de vagas para alunos da rede Puacuteblica o que favoreceu o
aumento no nuacutemero desses alunos na Universidade e por consequumlecircncia
diminuindo o nuacutemero de alunos da Rede particular
Relaccedilatildeo entre o nordm total de inscritos e classificados
A Figura 76 mostra o percentual em relaccedilatildeo ao nordm de inscritos e
classificados dentro da Rede Puacuteblica Estadual Federal e Particular Calculado
pela quantidade de alunos classificados em funccedilatildeo dos inscritos dentro de cada
esfera comparativamente
128
17
22
13EstadualFederalParticular
Figura 76 Percentual de alunos classificados em funccedilatildeo do nuacutemero de
inscritos em cada esfera
Com o Sistema de reservas de vagas na UERJ a relaccedilatildeo
inscritosclassificados na Rede particular e federal praticamente se manteacutem
poreacutem na rede Estadual este percentual teve um aumento significativo Este
Sistema melhorou a distribuiccedilatildeo de vagas aumentando o acesso dos alunos da
Rede Puacuteblica a uma Universidade Puacuteblica
Avaliaccedilatildeo antes e depois da implantaccedilatildeo do sistema de
cotas
A figura 77 mostra um comparativo entre a situaccedilatildeo antes e depois da
implantaccedilatildeo do Sistema de Cotas
129
0
10
20
30
40
50
60
70
scotas ccotas scotas ccotas
alunos inscritos alunos classif icados
Estadual
Federal
Particular
Figura 77- Comparativo entre o antes e o depois da implantaccedilatildeo do
Sistema de Cotas
Com a implantaccedilatildeo do Sistema de Cotas houve um equiliacutebrio na
distribuiccedilatildeo das vagas na UERJ onde a Rede Federal de ensino se manteve na
meacutedia anterior portanto natildeo sofreu muita influecircncia do sistema A grande
vantagem foi para a Rede Estadual de Ensino que aumentou sensivelmente o
nuacutemero de seus alunos na ocupaccedilatildeo das vagas da UERJ vagas estas que como
observado na figura 77 eram destinadas a Rede Particular de ensino
76 Avaliaccedilatildeo do Sistema de Cotas da UERJ e da Proposta
UFRJ
Como citado em 73 a UERJ foi a primeira Universidade a implantar o
sistema de Reserva de vagas para alunos com perfis socioeconocircmicos e raciais
diferenciados em 2003
A UFRJ em 2004 em seu acircmbito discutiu este sistema e como resultado o
Conselho de Ensino de Graduaccedilatildeo(CEG) aprovou um documento no qual se
posicionou contra a qualquer sistema de reserva de vagas dentro do modelo
130
conhecido como Cotas No mesmo documento o CEG apontava como
diretrizes para a democratizaccedilatildeo do acesso aos cursos de graduaccedilatildeo da UFRJ o
investimento na melhoria das condiccedilotildees do Ensino Baacutesico a ampliaccedilatildeo do
nuacutemero de vagas para os cursos existentes a criaccedilatildeo de novos cursos e o
investimento em accedilotildees que visassem a permanecircncia dos alunos na UFRJ
Na UERJ o sistema foi muito discutido antes de ser implantado onde um
grupo era a favor do sistema e o defendia como uma forma de inclusatildeo social
outro grupo era totalmente contra por entender que o sistema seria uma invasatildeo
de alunos sem condiccedilotildees de estarem e de acompanharem o niacutevel da
Universidade e esta para natildeo ter reprovaccedilotildees em massa se sentiria na obrigaccedilatildeo
de chegar a esses alunos ldquobaixando seu niacutevel de ensinordquo
Diante da necessidade de implantaccedilatildeo do sistema a UERJ elaborou vaacuterias
propostas que convergiram a um modelo inicial que foi implantado Este modelo
passou por vaacuterias modificaccedilotildees para se adequar cada vez mais a realidade dos
alunos que estavam ingressando na Universidade poreacutem em nenhum momento
o niacutevel de ensino da Universidade precisou cair
A Professora Maria de Faacutetima Branquinho da Faculdade de Educaccedilatildeo da
UERJ que inicialmente fazia parte do grupo contraacuterio ao sistema de cotas e que
hoje eacute uma das professoras que mais se sentem gratificadas com o programa
com uma participaccedilatildeo ativa declarou que possui excelentes alunos cotistas que
se mostram bastante interessados e muitas vezes ateacute mais que os natildeo cotistas
Devido a isto costumam tirar boas notas e alguns deles quando chegam ao 3ordm
periacuteodo satildeo seus colaboradores em projetos de Educaccedilatildeo Ambiental nos quais
ela faz parte obtendo oacutetimos resultados Para a professora ldquoesses alunos
possuem potencial soacute lhes faltava oportunidade de mostrar e esta oportunidade
eacute como um precircmio para eles que se sentem na obrigaccedilatildeo de provarem que satildeo
capazes e que a chance natildeo foi desperdiccedilada (Branquinho 2006 - Entrevista
Teacutecnica)
131
A UFRJ elaborou um projeto piloto para aumentar a presenccedila de alunos da
rede Estadual em seu quadro discente O projeto eacute bastante ambicioso em curto
prazo pois seraacute possiacutevel por meio de parceria com a SEERJ e contaraacute com o
empenho de todos os professores da rede
O ponto central do projeto eacute a melhoria da formaccedilatildeo dos alunos do ensino
meacutedio da Rede Estadual A proposta eacute que isto seja feito atraveacutes de cursos de
Formaccedilatildeo continuada de conteuacutedo especiacutefico e de avaliaccedilatildeo aos professores
A participaccedilatildeo dos professores no projeto seria de no miacutenimo quatro para cada
escola esta que tambeacutem seria escolhida atraveacutes de criteacuterios preacute-estabelecidos
dentre eles a avaliaccedilatildeo no Acircmbito do Programa Nova Escola Esses professores
integrantes do Nuacutecleo Docente devem estar distribuiacutedos em aacutereas da seguinte
maneira Um docente de Liacutengua Portuguesa um docente de Matemaacutetica um
docente do Grupo 1(Quiacutemica Fiacutesica ou Biologia) e um docente do Grupo
2(Histoacuteria Geografia Filosofia ou Sociologia) Aleacutem disso todos os integrantes do
grupo devem ministrar aulas para as mesmas turmas de 3ordf seacuterie do ensino meacutedio
Os alunos das escolas participantes do programa para integrarem ao
projeto tambeacutem teriam que obedecer a vaacuterios criteacuterios estabelecidos pelo
CEGUFRJ Quando aceito no projeto o aluno seria inscrito e indicaria a qual
curso de graduaccedilatildeo pretende concorrer dentro dos que seratildeo disponibilizados
pela UFRJ
O projeto aleacutem dos cursos contaria com a participaccedilatildeo dos docentes da
Rede Estadual para que estes elaborem os instrumentos de avaliaccedilatildeo dos alunos
participantes do projeto Os alunos que apoacutes avaliaccedilatildeo pelo Nuacutecleo Docente
da escola conseguissem classificaccedilatildeo seriam encaminhados para os cursos de
formaccedilatildeo complementar que seriam oferecidos pela UFRJ no primeiro semestre
do ano letivo imediatamente posterior
Quanto ao Projeto da UFRJ com base na experiecircncia docente da autora
o seu principal problema seria provavelmente despertar interesse do corpo
docente das escolas da Rede Estadual em participar do projeto jaacute que a maior
132
parte do projeto seria executada por esses Docentes o que exigiria dedicaccedilatildeo
exclusiva Como os professores da Rede Estadual normalmente trabalham em
vaacuterias escolas isto seria muito difiacutecil Aleacutem de que somente o interesse natildeo eacute o
suficiente o professor tem que ser aceito pelo projeto atraveacutes de avaliaccedilotildees
Outra dificuldade seria em formar o Nuacutecleo Docente jaacute que este exige que os
professores participantes lecionem nas mesmas turmas de 3ordf seacuterie pois em
escolas que funcionam nos trecircs turnos o nuacutemero de turmas eacute muito grande e por
consequumlecircncia o de professores tambeacutem tornando muito difiacutecil coincidir as turmas
com os mesmos professores nas disciplinas exigidas
Adicionalmente no entendimento da autora a proposta da UFRJ exclui a
necessidade de vestibular poreacutem apresenta muitos obstaacuteculos para serem
superados natildeo soacute pelos alunos como tambeacutem pelas escolas e professores para
que o aluno oriundo da Rede Estadual de Ensino possa ser considerado apto
para ingressar na Universidade O fato da ausecircncia de vestibular poderia gerar
nesses alunos algum tipo de discriminaccedilatildeo em relaccedilatildeo aos demais alunos por
parecer que as vagas foram ganhas e natildeo conquistadas Surge entatildeo uma
reflexatildeo Se estes alunos seratildeo preparados atraveacutes da formaccedilatildeo complementar
seraacute que estaratildeo tambeacutem preparados para Vestibular Muito provavelmente isto
lhes daria uma compensaccedilatildeo dos esforccedilos e consequumlente elevaccedilatildeo da auto-
estima
Por outro lado ao se comparar com o projeto da UERJ esta trabalha com
alunos apoacutes o recebimento destes o que gera um grande trabalho inicial e se
corre o risco desses alunos ficarem no meio do caminho e o trabalho ser
desperdiccedilado Este fato eacute um contraposto ao projeto da UFRJ que pretende
trabalhar com esse aluno antes do ingresso deste na Universidade
Finalmente comparando as duas Universidades a UERJ conseguiu atender
as necessidades da lei de uma forma mais raacutepida estaacute funcionando poreacutem
precisa melhorar sua eficiecircncia Como todo projeto as dificuldades vatildeo
aparecendo agrave medida que os fatos se desenvolvem e a cada ano tem
conseguido melhorar o projeto adequando agraves necessidades dos alunos que
133
chegam do Ensino Meacutedio com as disponibilidades que a Universidade tem para
resolver Um ponto positivo eacute que a UERJ estaacute tentando contornar suas
dificuldades atraveacutes de seus proacuteprios meios e dispositivos natildeo dependendo
prioritariamente de outras Instituiccedilotildees A UERJ jaacute deu um primeiro passo com a
implantaccedilatildeo do projeto e seraacute necessaacuterio um tempo para que se resolvam os
problemas que forem surgindo
O projeto da UFRJ eacute abrangente pois a melhoria da formaccedilatildeo dos alunos
tem iniacutecio com a boa formaccedilatildeo dos Docentes poreacutem para que o projeto atinja
os objetivos esperados satildeo necessaacuterios meios adequados Esses pontos satildeo
positivos poreacutem na visatildeo da autora as chances de sucesso seriam maiores se
alguns aspectos fossem contemplados
Uma parceria com a Secretaria Estadual de Educaccedilatildeo para que
os professores tenham oportunidade de participarem dos cursos
Valorizaccedilatildeo dos professores de maneira que estes pudessem ter
disponibilidade de se dedicarem ao projeto
Criar formas de modo a incentivar a participaccedilatildeo dos professores
nos projetos
Fornecer materiais necessaacuterios para que o professor possa realizar
o seu trabalho de maneira satisfatoacuteria
Com bases nesses dados o capiacutetulo a seguir estaraacute fazendo uma
avaliaccedilatildeo da Educaccedilatildeo no Ensino Meacutedio focando a Educaccedilatildeo Ambiental
134
Capiacutetulo 8 Diagnoacutestico da Educaccedilatildeo Ambiental na
Rede Puacuteblica Estadual no Municiacutepio do Rio de
Janeiro
Neste capiacutetulo seraacute feita uma avaliaccedilatildeo do estado da arte da Educaccedilatildeo
Ambiental que eacute feita nas escolas da Rede Puacuteblica Estadual do Municiacutepio do Rio
de Janeiro
81 O Levantamento de Dados
A Educaccedilatildeo Ambiental eacute citada nos Paracircmetros Curriculares Nacionais
(PCNs) como um assunto que deve ser abordado nas Instituiccedilotildees de Ensino por
todas as disciplinas em todos os niacuteveis educacionais inclusive no Ensino Meacutedio A
questatildeo era saber como isto estava sendo feito nas Escolas de Ensino meacutedio da
Rede Estadual e como a UFRJ poderia contribuir para que esse tema fosse
abordado cada vez mais e de maneira mais abrangente Para que esta
avaliaccedilatildeo fosse possiacutevel foi necessaacuteria a execuccedilatildeo de uma coleta de dados
135
Os dados coletados foram resultados obtidos atraveacutes de questionaacuterios
enviados agraves escolas de Ensino Meacutedio da Rede Puacuteblica Estadual do Municiacutepio do
Rio de Janeiro O questionaacuterio foi elaborado de forma simplificada de maneira
que fosse capaz de revelar o mais proacuteximo possiacutevel da realidade vivida por essas
comunidades escolares
Os questionaacuterios foram enviados para as escolas pelas Coordenadorias
responsaacuteveis atraveacutes de parceria com a Secretaria Estadual de Educaccedilatildeo do
Estado do Rio de Janeiro (SEEERJ) que viabilizou a pesquisa no acircmbito escolas do
Municiacutepio do Rio de Janeiro
As Coordenadorias que fizeram parte da Avaliaccedilatildeo foram A Metropolitana
III a Metropolitana IV e a Metropolitana X
82 A Receptividade das Coordenadorias
A participaccedilatildeo e o empenho das Coordenadorias em colaborar com o
projeto foram muito diferentes algumas se mostraram bastante receptivas com o
projeto outras natildeo se interessaram e portanto natildeo se empenharam para um
resultado satisfatoacuterio
A figura 81 mostra os dados referentes agrave Metropolitana III Os nuacutemeros
revelam que a participaccedilatildeo foi mediana natildeo devolveu nenhum questionaacuterio
enviou todos para as escolas poreacutem retornou um numero pequeno de
questionaacuterios respondidos O nuacutemero foi pequeno poreacutem foi possiacutevel se ter uma
visatildeo da situaccedilatildeo nessa regiatildeo portanto este nuacutemero natildeo chegou a
comprometer o trabalho
136
85
0
30
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Metropolitana III
Entregues
Devolvidos
Respondidos
Figura 81 ndash Avaliaccedilatildeo de receptividade da Metropolitana III
A figura 82 mostra os dados referentes a Metropolitana IV que foi a que se
mostrou interessada no projeto e teve um comprometimento muito grande na
figura de seu Sub Gerente de Ensino Professor Luiz Gustavo Ribeiro Vieira que
participou ativamente enviando o questionaacuterio a todas as escolas e cobrando o
seu retorno com isto obteve um retorno de questionaacuterios bastante significativo
133
0
50
0
20
40
60
80
100
120
140
Metropolitana IV
Entregues
Devolvidos
Respondidos
Figura 82 Avaliaccedilatildeo de receptividade da Metropolitana IV
A figura 83 mostra os dados referentes a Metropolitana X que foi a
Coordenadoria que natildeo mostrou interesse no projeto natildeo tendo nenhum
137
empenho na distribuiccedilatildeo nem recebimento dos questionaacuterios a serem
respondidos Com um nuacutemero muito pequeno de questionaacuterios respondidos por
essa Coordenadoria a quantidade de dados referente agrave realidade das escolas
natildeo ficou clara e com isto natildeo foi possiacutevel a avaliaccedilatildeo desta regiatildeo
125
100
6
0
20
40
60
80
100
120
140
Metropolitana X
Entregues
Devolvidos
Respondidos
Figura 83 Avaliaccedilatildeo de receptividade da Metropolitana X
Mesmo os questionaacuterios sendo apresentados de maneira bem simplificada
observou-se que as escolas tiveram dificuldade tanto de cumprirem os prazos
estabelecidos quanto de expressarem suas realidades
83 A Educaccedilatildeo Ambiental em Nuacutemeros
Os resultados foram baseados nos questionaacuterios respondidos pelas escolas
de Ensino Meacutedio da Rede Puacuteblica Estadual do Municiacutepio do Rio de Janeiro
O questionaacuterio foi composto por perguntas divididas em trecircs grupos
Primeiramente as perguntas relacionadas com a instituiccedilatildeo de ensino Segundo a
abordagem da educaccedilatildeo ambiental e em terceiro a respeito da capacitaccedilatildeo
docente O questionaacuterio focava tambeacutem o interesse com a Educaccedilatildeo
Ambiental tanto das Instituiccedilotildees de ensino quanto por parte dos professores e
alunos
138
A seguir os resultados finais apoacutes a avaliaccedilatildeo das respostas obtidas atraveacutes
dos questionaacuterios separados pelas Metropolitanas III IV Na Metropolitana X
como o nuacutemero de questionaacuterios foi muito pequeno esta natildeo entraraacute no estudo
comparativo
1 ndash Quanto agrave abordagem do Tema Educaccedilatildeo Ambiental
O tema Educaccedilatildeo Ambiental eacute abordado na Escola
A pergunta objetiva ter informaccedilotildees se de alguma forma o tema
Educaccedilatildeo Ambiental eacute abordado nas escolas natildeo especificando a maneira Os
resultados encontram-se na figura 84
96
4
97
3
0
20
40
60
80
100
Metro III Metro IV
SimNatildeo
Figura 84 - Abordagem do tema na escola
Segundo a figura 84 observa-se que ambas Metropolitanas possuem um
alto iacutendice de aplicaccedilatildeo da EA A regiatildeo onde ela eacute um pouco maior eacute a
Metropolitana IV regiatildeo que abrange a zona oeste da cidade Cerca de 97 das
escolas aplicam a EA e apenas 3 natildeo aplicam Na Metropolitana III cerca de
96 das escolas aplicam e cerca de 4 natildeo aplicam a EA Os resultados
apontam que existe a aplicaccedilatildeo de EA nas escolas mas estes nuacutemeros natildeo estatildeo
de acordo com as respostas das perguntas seguintes
139
Na Metropolitana X das sete escolas que responderam seis aplicam de
alguma forma a EA dentre estas trecircs satildeo da Zona Sul da cidade (Copacabana
Ipanema e Gaacutevea) 2 satildeo da Zona Norte(Tijuca e Satildeo Cristoacutevatildeo) e uma da Zona
Oeste(Barra da Tijuca) a escola que natildeo aplica estaacute localizada no bairro da
Taquara
O tema eacute abordado em uma disciplina multidisciplinar ou de outras
formas
A pergunta objetiva saber como a escola aborda o tema se atraveacutes de
uma disciplina especiacutefica isto eacute se existe dentro do curriacuteculo uma mateacuteria
voltada para a Educaccedilatildeo Ambiental (disciplinar) ou atraveacutes de vaacuterias
disciplinas onde todas iratildeo abordar o tema dentro dos conteuacutedos a serem
aplicados (multidisciplinar) que eacute a chamada multidisciplinaridade ou ainda se
a instituiccedilatildeo de ensino se utiliza de alguma outra forma Os dados satildeo mostrados
na figura 85
0
20
40
60
80
100
Metro III Metro IV
DisciplinarMultidisciplinar
Figura 85 O tema eacute disciplinar ou multidisciplinar
Segundo o graacutefico a maioria das escolas trata o tema como
multidisciplinar Nas que informaram que eram disciplinar natildeo ficou claro se a
escola tinha uma disciplina especiacutefica mas pareceu devido as perguntas
140
seguintes que o tema era abordado em biologia quiacutemica e geografia durante
as aulas em meio aos conteuacutedos dessas disciplinas
A Metropolitana III mostrou que 100 das escolas que participaram da
pesquisa abordam o tema de forma multidisciplinar Na Metropolitana IV cerca
de 19 das escolas abordam o tema de forma disciplinar isto eacute possuem uma
disciplina voltada para o tema
Na Metropolitana X dos sete questionaacuterios respondidos cinco responderam
que o tema eacute abordado em vaacuterias disciplinas
Existe obrigatoriedade da participaccedilatildeo dos alunos
O objetivo eacute mapear como se daacute a participaccedilatildeo discente ou seja se
quando os temas relacionados agrave educaccedilatildeo ambiental satildeo abordados nas
escolas existe a abrigatoriedade na participaccedilatildeo dos alunos Os resultados satildeo
mostrados na figura 86
0
20
40
60
80
100
Metro III Metro IV
SimNatildeo
Figura 86 ndash Obrigatoriedade da participaccedilatildeo discente
Atraveacutes do graacutefico verifica-se que na maioria das escolas quando o
tema eacute abordado existe a obrigatoriedade da participaccedilatildeo dos alunos Na
141
Metropolitana IV em 69 das escolas eacute obrigatoacuteria a participaccedilatildeo dos alunos Na
metropolitana III em 44 das escolas a participaccedilatildeo eacute obrigatoacuteria
Na Metropolitana X quatro escolas responderam que a participaccedilatildeo eacute
obrigatoacuteria
De acordo com as observaccedilotildees feitas atraveacutes das respostas do
questionaacuterio constatou-se que a participaccedilatildeo obrigatoacuteria dos alunos se daacute
devido a EA ser tratada na maioria das vezes dentro das disciplinas em meio ao
conteuacutedo isto torna a participaccedilatildeo dos alunos obrigatoacuteria jaacute que a natildeo
participaccedilatildeo pode implicar na perda de pontos nas disciplinas
Os professores participam das atividades relacionadas ao
tema
Objetiva monitorar a participaccedilatildeo dos professores das instituiccedilotildees de
ensino nas atividades relacionadas ao tema EA e se existe um grande
envolvimento dos professores quanto agrave difusatildeo do tema nas escolas sendo
os resultados mostrados na figura 87
0
20
40
60
80
100
Metro III Metro IV
TodosAlguns
Figura 87 - Participaccedilatildeo dos professores
142
Em todas as Metropolitanas verificou-se que natildeo satildeo todos os professores
que participam dos projetos Observa-se que apenas um pequeno grupo se
envolve nos assuntos relacionados ao tema Educaccedilatildeo Ambiental o que acaba
limitando o assunto a algumas disciplinas
A Educaccedilatildeo Ambiental eacute praticada atraveacutes de que meios
A pergunta objetiva saber os meios pelos quais as instituiccedilotildees de ensino
utilizam para praticarem a Educaccedilatildeo Ambiental Se informalmente quando o
tema eacute abordado sem nenhum compromisso ou durante as aulas teoacutericas das
disciplinas ou por vaacuterios meios quando a escola tem projetos feiras
pedagoacutegicas visitas viacutedeos etc utilizando todos os meios simultaneamente
conforme mostrado na figura 88
0
20
40
60
80
100
Metro III Metro IV
Aulas Teoacutericase praacuteticas
Informalmente
Outros
Figura 88 Meios de aplicaccedilatildeo da Educaccedilatildeo Ambiental
Em todas as Metropolitanas a maioria das escolas utiliza aulas teoacutericas ou
praacuteticas para abordarem o tema Educaccedilatildeo Ambiental
Na Metropolitana III cerca de 51 das escolas utiliza aulas teoacutericas ou
praacuteticas para abordar o tema cerca de 17 abordam o tema de maneira
informal e cerca de 32 das escolas diversificam a maneira de abordagem do
tema
143
Na Metropolitana IV cerca de 43 das escolas utiliza as aulas para
abordarem o tema cerca de 16 abordam o tema informalmente e 42 das
escolas diversificam a forma de abordarem o tema
Na Metropolitana X dos 6 questionaacuterios respondidos 4 escolas abordam o
tema nas aulas teoacutericas e praacuteticas e 2 escolas abordam o tema informalmente
O predomiacutenio da abordagem em aulas teoacutericas provavelmente eacute
decorrente da falta de um projeto pedagoacutegico voltado para a Educaccedilatildeo
Ambiental
Quais os projetos eou atividades implantados
Objetiva mapear quais os principais temas abordados nos projetos e ou nas
atividades desenvolvidas pelas instituiccedilotildees de ensino voltadas para a educaccedilatildeo
ambiental conforme mostrado na figura 89
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Metro III Metro IV
Reciclagem e ColetaSeletiva
Reduccedilatildeo de Consumo eReuso de aacutegua e Energia
Outros
Figura 89 Projetos e ou Atividades implantados
De acordo com o graacutefico em ambas Metropolitanas o tema mais
abordado eacute a Reciclagem e a Coleta Seletiva Na Metropolitana III 50 dos
questionaacuterios responderam Reciclagem e Coleta Seletiva contra 39 de
Reduccedilatildeo de consumo e Reuso de aacutegua e energia
144
Na Metropolitana IV cerca de 46 responderam Reciclagem e Coleta
seletiva e 37 de projetos de Reduccedilatildeo de Consumo de aacutegua e energia
Este resultado era esperado pois para a maioria dos indiviacuteduos educaccedilatildeo
ambiental eacute Coleta Seletiva de Materiais e Reciclagem com isto a EA fica muito
restrita a este tema deixando os aspectos mais importantes sem abordagem isto
pode ser devido a falta de informaccedilatildeo que os proacuteprios educadores tecircm a
respeito da EA
A Metropolitana X apresentou uma resposta diferente dos quatro
questionaacuterios que foram respondidos trecircs responderam Reduccedilatildeo de Consumo e
Reuso de Aacutegua e Energia e apenas um respondeu Coleta Seletiva e Reciclagem
Isto pode ser reflexo da condiccedilatildeo Soacutecio-econocircmica predominante das
regiotildees abrangidas pelas Metropolitanas III e IV que compreendem bairros com
populaccedilotildees mais carentes Neste caso a Coleta Seletiva e a Reciclagem muitas
vezes satildeo a fonte de renda de muitas famiacutelias e faz parte do cotidiano dessas
regiotildees
Existe interesse dos alunos em relaccedilatildeo aos projetos
A pergunta objetiva saber se os alunos das instituiccedilotildees de ensino
demonstram interesse na participaccedilatildeo nos projetos eou nas atividades
relacionadas agrave educaccedilatildeo ambiental desenvolvidas nas escolas os resultados
encontram-se na figura 810
145
0
20
40
60
80
100
Metro III Metro IV
SimNatildeo
Figura 810 Participaccedilatildeo dos alunos
Na Metropolitana III o percentual de interesse dos alunos eacute de 96 e na
Metropolitana IV o percentual eacute de 100 mostrando que o interesse dos alunos
das aacutereas abrangidas por essas metropolitanas eacute bastante alto Este alto
percentual de participaccedilatildeo pode estar relacionado com a obrigatoriedade na
participaccedilatildeo dos alunos jaacute citado em pergunta anterior
Na Metropolitana X dos quatro questionaacuterios que foram respondidos dois
responderam que sim e dois responderam que natildeo resultado que natildeo nos
permite ter uma visatildeo do niacutevel de interesse dos alunos desta regiatildeo
Os projetos possuem retorno financeiro
A pergunta objetiva saber se os projetos implantados pelas instituiccedilotildees de
ensino tiveram como objetivo aleacutem da informaccedilatildeo para os alunos e a
comunidade trouxe tambeacutem algum tipo de retorno financeiro para alguma das
partes Isto porque alguns projetos de Educaccedilatildeo Ambiental como os de Coleta
Seletiva geram recursos financeiros ou bens conforme mostrado na figura 811
146
0
20
40
60
80
100
Metro III Metro IV
NuncaAs Vezes
Figura 811 - Retorno financeiro nos projetos
Nas Metropolitanas III e IV a maioria das escolas declarou que natildeo possui
nenhum tipo de retorno financeiro quando da implantaccedilatildeo de seus projetos de
educaccedilatildeo ambiental
Na Metropolitana III o percentual foi de 92 e a Metropolitana IV foi de
96 Com base nesses resultados conclui-se que os projetos implantados nas
escolas em sua maioria natildeo objetivam retorno financeiro
Na Metropolitana X dos cinco questionaacuterios que responderam todos
responderam que nunca possuem retorno financeiro na implantaccedilatildeo de seus
projetos de EA
Os recursos arrecadados satildeo para que destino
A pergunta objetiva saber para onde os recursos arrecadados com os
projetos realizados pelas escolas foram destinados
147
0
20
40
60
80
100
Metro III Metro IV
Escola e AlunosComunidadeOutros
Figura 812 Destino dos recursos arrecadados
As escolas que tiveram algum tipo de retorno utilizaram este para
aquisiccedilatildeo de materiais para a escola e para os alunos A maioria das instituiccedilotildees
de ensino natildeo respondeu a este item uma vez que a sua resposta estava
vinculada a pergunta anterior
2 ndash Quanto a Capacitaccedilatildeo docente
Qual a formaccedilatildeo em niacutevel de graduaccedilatildeo dos professores que
participam da Educaccedilatildeo Ambiental
Objetiva mapear a graduaccedilatildeo dos professores isto eacute as disciplinas que
mais participam dos projetos de educaccedilatildeo ambiental implantados nas
escolas conforme mostrado na figura 813
148
0
20
40
60
80
100
Metro III Metro IV
QuimFisBioGeo
Outras
Figura 813 Professores que participam das atividades
Em todas as Metropolitanas as disciplinas que mais participam dos projetos
de Educaccedilatildeo Ambiental satildeo as mesmas isto eacute Quiacutemica Fiacutesica Biologia e
Geografia Isto ocorre por serem estas disciplinas que em seus curriacuteculos
apresentam o tema Educaccedilatildeo Ambiental o que torna mais faacutecil para os
professores destas disciplinas a abordagem do tema e por consequumlecircncia esta
desperta maior interesse
Na Metropolitana X dos quatro questionaacuterios respondidos todos
colocaram as mesmas disciplinas citadas anteriormente
Eacute interessante frisar que em especial os cursos de graduaccedilatildeo de Quiacutemica
Biologia e Geografia tecircm um conteuacutedo consideraacutevel de temas voltados para a
aacuterea ambiental Talvez seja pertinente questionar que se a Educaccedilatildeo Ambiental
fosse mais abordada em outros cursos de Licenciatura (Histoacuteria Portuguecircs
Matemaacutetica etc) talvez aumentasse a participaccedilatildeo dos professores dessas
disciplinas ou de projetos transversais
149
Os professores que participam possuem formaccedilatildeo especiacutefica em
EA
Identifica se os professores das instituiccedilotildees de ensino que participam dos
projetos de educaccedilatildeo ambiental possuem algum tipo de formaccedilatildeo especiacutefica
para este fim como cursos de especializaccedilatildeo mestrado doutorado ou mesmo
cursos de curta duraccedilatildeo Os resultados satildeo mostrados na figura 814
0
20
40
60
80
100
Metro III Metro IV
AlgumaFormaccedilatildeo
NenhumaFormaccedilatildeo
Figura 814 Os professores possuem formaccedilatildeo especiacutefica em EA
Diferentemente do esperado as Metropolitanas III e IV informaram que um
grande nuacutemero de professores possui algum tipo de formaccedilatildeo especiacutefica
Na Metropolitana III cerca de 90 dos professores possuem alguma
formaccedilatildeo especifica em EA e na Metropolitana IV a metade dos professores da
rede possuem algum tipo de especializaccedilatildeo em EA
Apesar das escolas terem informado um grande de professores com algum
tipo de especializaccedilatildeo natildeo foi informado se essa especializaccedilatildeo era especiacutefica
em Educaccedilatildeo Ambiental mesmo estando claro na pergunta Este resultado vai
de encontro com as respostas referentes agraves outras questotildees nas quais as escolas
e os docentes demonstraram dificuldade na exploraccedilatildeo do tema e sinalizam que
eacute necessaacuteria a capacitaccedilatildeo
150
Na Metropolitana X das cinco escolas que responderam a essa questatildeo
trecircs possuem professores com alguma especializaccedilatildeo e duas escolas declararam
que natildeo possuem professores com especializaccedilatildeo
A escola tem interesse na capacitaccedilatildeo docente para a
Educaccedilatildeo Ambiental
A pergunta objetiva mostrar se existe o interesse das escolas em preparar
os professores para que estes possam adquirir mais conhecimentos teacutecnicos e
com isto possam realizar seus projetos com maior eficiecircncia no desempenho de
seu trabalho segundo mostrado na figura 815
0
20
40
60
80
100
Metro III Metro IV
SimNatildeo
Figura 815 Interesse da escola na capacitaccedilatildeo docente
A quase totalidade das escolas das Metropolitanas III e IV mostraram
interesse na capacitaccedilatildeo de seus professores em Educaccedilatildeo Ambiental
Na Metropolitana X das cinco escolas que responderam a essa pergunta
todas declararam que possuem interesse na capacitaccedilatildeo docente
Essas respostas mostraram que talvez a pergunta referente agrave
especializaccedilatildeo dos docentes natildeo foi corretamente respondida
151
Segundo esses dados conclui-se que existe grande interesse das escolas
em melhorar o desempenho de seus professores na aplicaccedilatildeo da educaccedilatildeo
ambiental
Existe interesse dos professores em participarem de cursos de
formaccedilatildeo em Educaccedilatildeo Ambiental
Objetiva mostrar se haacute interesse dos professores em participarem de cursos
de formaccedilatildeo especializaccedilatildeo na aacuterea ambiental segundo figura 816
0
20
40
60
80
100
Metro III Metro IV
Sim
Natildeo
Figura 816 - Interesse dos professores em cursos de formaccedilatildeo em EA
Nas Metropolitanas III e IV o interesse dos professores em participar de um
curso de formaccedilatildeo em EA eacute bastante alto
Na Metropolitana X dos seis questionaacuterios respondidos todos mostraram
interesse na participaccedilatildeo no curso de capacitaccedilatildeo
De acordo com as questotildees existe um grande interesse da parte dos
professores em participarem de cursos de formaccedilatildeo especializaccedilatildeo em EA Para
isto se faz necessaacuterio que exista uma oferta de cursos destinada a este puacuteblico
alvo
152
Quais as aacutereas que os professores apresentam maior interesse
Objetiva mapear em quais aacutereas da Educaccedilatildeo Ambiental os professores
gostariam que fossem abordados com maior profundidade e abrangecircncia
conforme mostrado na figura 817
0
20
40
60
80
100
Metro III Metro IV
Coleta Seletiva eReciclagem
RecursosHiacutedricos
Outros
Figura 817 Aacutereas de interesse dos professores
Neste item as respostas foram muito variadas sendo que o assunto que
apareceu com mais frequumlecircncia foram os de Coleta Seletiva e Reciclagem
seguidos pelos Recursos Hiacutedricos os demais aparecerem com pouca frequumlecircncia e
foram agrupados num uacutenico grupo ldquooutrosrdquo Foi observado que muitas
instituiccedilotildees natildeo entenderam bem o questionamento pois ao inveacutes de
responderem sobre o tema ambiental de interesse responderam sobre outros
temas
84 Conclusotildees Parciais
As escolas tiveram muita dificuldade para responder os questionaacuterios pois
muitas respostas natildeo tinham relaccedilatildeo direta com a pergunta Em muitos casos o
questionaacuterio foi devolvido com muitas perguntas sem resposta natildeo ficando claro
se por falta de entendimento das perguntas ou por desinteresse pelo tema
153
Com o questionaacuterio percebeu-se de forma geral que natildeo houve muito
empenho em se fornecer respostas claras e que refletissem realmente a vivecircncia
das escolas Pode-se detectar que os professores natildeo participaram ou seja a
pessoa designada para responder emitiu somente a sua opiniatildeo e simplesmente
natildeo respondeu o que tinha relaccedilatildeo direta com o corpo docente da escola
Algumas escolas aproveitaram o espaccedilo do questionaacuterio destinado a
sugestotildees e observaccedilotildees para fazer reivindicaccedilotildees como melhor remuneraccedilatildeo a
inadequaccedilatildeo de cursos ou treinamentos aos saacutebados e que os cursos deveriam
ter ajuda de custo para o professor ou ainda solicitaccedilatildeo de apoio em
campanhas como por exemplo ldquoNatildeo para um lixatildeo em nosso bairrordquo
O questionaacuterio deixou alguns pontos bem claros e alarmantes a educaccedilatildeo
ambiental natildeo eacute vista como um assunto que seja importante Isso pode ser
atribuiacutedo agrave falta de informaccedilatildeo que atinge desde a comunidade ateacute os oacutergatildeos
que coordenam a educaccedilatildeo passando pelos professores que na avaliaccedilatildeo da
autora satildeo as peccedilas mais importantes Estes quando possuem uma boa
formaccedilatildeo vatildeo propagar as informaccedilotildees entre os alunos que propagaratildeo para
suas famiacutelias e comunidades estabelecendo-se um efeito multiplicador agrave difusatildeo
do conhecimento
Com base nas demandas detectadas na anaacutelise dos questionaacuterios e na
excelecircncia dos profissionais da UFRJ ligados agrave aacuterea ambiental eacute apresentada a
seguir uma proposta de curso de especializaccedilatildeo transdisciplinar em EA voltado
para professores do Ensino Meacutedio
154
Capiacutetulo 9 ndash Proposta de Curso de Formaccedilatildeo Para Professores
A Educaccedilatildeo Ambiental segundo a lei ndeg 9795 de 27 de abril de 1999 eacute
um componente essencial e permanente da Educaccedilatildeo Nacional devendo estar
presente em todos os niacuteveis e todas as modalidades do processo educativo
formal e natildeo-formal
Por seu caraacuteter humanista holiacutestico interdisciplinar e participativo a
Educaccedilatildeo Ambiental pode contribuir muito para renovar o processo educativo
trazendo a permanente avaliaccedilatildeo criacutetica a adequaccedilatildeo dos conteuacutedos agrave
realidade local e o envolvimento dos educandos em accedilotildees concretas de
transformaccedilatildeo dessa realidade
155
Para realmente abordar estes princiacutepios e atingir seus objetivos a
Educaccedilatildeo Ambiental precisa de uma ampla gama de meacutetodos e do preparo dos
educadores neste sentido
A partir das informaccedilotildees obtidas nesta pesquisa observou-se a
necessidade de cursos de formaccedilatildeo na aacuterea ambiental para os professores do
Ensino Meacutedio da Rede Puacuteblica Estadual
Este capiacutetulo objetiva propor um curso que atenda a essa necessidade
tendo em vista todas as dificuldades em termos de disponibilidade da entidade e
da quantidade de vagas que possa atender da melhor maneira possiacutevel ao
puacuteblico alvo
91 Objetivo do Curso
Capacitar os professores do Ensino Meacutedio da Rede Puacuteblica Estadual do
Municiacutepio do Rio de Janeiro para o ensino da Educaccedilatildeo Ambiental fornecendo
conhecimentos aos participantes de forma que os educadores tenham
condiccedilatildeo de desenvolver o seu trabalho de maneira plena e com maior
eficiecircncia
Desenvolver a capacidade de compreensatildeo da temaacutetica ambiental de
forma holiacutestica e no acircmbito interdisciplinar enfocando o papel da educaccedilatildeo
para a construccedilatildeo de uma sociedade sustentaacutevel
Analisar as relaccedilotildees entre educaccedilatildeo problemaacutetica ambiental e
desenvolvimento sustentaacutevel
Incentivar a pesquisa interdisciplinar e o desenvolvimento de projetos de
intervenccedilatildeo social aleacutem de promover atividades de prestaccedilatildeo de serviccedilos a
comunidade em geral atraveacutes de cursos accedilotildees integradas eventos entre outros
Para que estes objetivos sejam atingidos eacute necessaacuterio que na
programaccedilatildeo dos conteuacutedos sejam contemplados fundamentos teoacutericos e
156
praacuteticos de modo a atender as determinaccedilotildees dos oacutergatildeos Ambientais Estaduais
Municipais e do Ministeacuterio do Meio Ambiente
92 Duraccedilatildeo do Curso
Por se tratar de um curso de especializaccedilatildeo a carga horaacuteria miacutenima
deveraacute ser de 360 horas com aulas ministradas em dias e horaacuterios de melhor
disponibilidade para os professores e as Universidades
93 Conteuacutedo do Curso
Nesta proposiccedilatildeo de ensino de Educaccedilatildeo Ambiental para docentes do
Ensino Meacutedio o curso deveraacute ser composto por quatro moacutedulos para que seja
abordada a maioria dos aspectos necessaacuterios para a boa formaccedilatildeo docente
1ordm Moacutedulo ndash As diferentes dimensotildees da temaacutetica ambiental na atualidade
Analise dos mais variados enfoques das questotildees ambientais por meio de
debates e trocas de experiecircncias como alternativa para aproximar todas as
vaacuterias aacutereas de conhecimento reconhecendo a diversidade do grupo e a
necessidade de interaccedilatildeo entre as aacutereas de formaccedilatildeo ressaltando as interfaces
entre as ciecircncias naturais e as humanas dentro da perspectiva interdisciplinar
Conceitos baacutesicos na Aacuterea Ambiental
bull Meio Ambiente e Ecologia rarrConceitos baacutesicos a fim de atender
melhor a dinacircmica de interaccedilotildees nos biomas terrestres e ambientes
bull Tipos de Poluiccedilatildeo e seus efeitos rarr Classificaccedilatildeo dos principais tipos de
poluiccedilatildeo e seus efeitos no meio ambiente e na sociedade
bull Tratamento de resiacuteduos soacutelidos e de efluentesrarrNoccedilotildees de reduccedilatildeo na
produccedilatildeo de resiacuteduos e tratamento dos resiacuteduos
bull Minimizaccedilatildeo de emissotildeesrarrClassificaccedilatildeo dos tipos de emissotildees e como
minimiza-las
157
2ordm Moacutedulo ndash Aborda as leis e os oacutergatildeos ligados a Educaccedilatildeo Ambiental As
disciplinas pretendem realizar uma introduccedilatildeo ao Direito Ambiental apontando e
propiciando a discussatildeo anaacutelise e avaliaccedilatildeo de conceitos juriacutedicos baacutesicos para
a compreensatildeo da legislaccedilatildeo ligada agrave problemaacutetica ambiental e suas
implicaccedilotildees sociais
Legislaccedilatildeo Ambiental
bull Leis RegulamentadorasrarrMostrar as leis que regulamentam as accedilotildees
ligadas ao meio ambiente e a Educaccedilatildeo Ambiental
bull Oacutergatildeos fiscalizadoresrarrIdentificar os oacutergatildeos fiscalizadores das accedilotildees
voltadas para o meio ambiente como tambeacutem as accedilotildees voltadas para a
Educaccedilatildeo Ambiental
bull Esferas AdministrativasrarrMostrar as atribuiccedilotildees de cada esfera de
governo nas accedilotildees relacionadas as questotildees ambientais
3ordm Moacutedulo ndash mostrar as relaccedilotildees entre Meio Ambiente e sociedade a partir
da anaacutelise de casos concretos existentes A discussatildeo dos conceitos de
paisagem lugar e territoacuterio explicando os viacutenculos soacutecio-culturais com os
ambientes O conceito sustentabilidade deveraacute ser debatido tanto na dimensatildeo
cultural e social nas formas de produccedilatildeo da subsistecircncia humana e nos
diferentes modelos soacutecio-econocircmicos priorizando as questotildees dos ldquoecossistemas
urbanosrdquo
Educaccedilatildeo ambiental e Cidadania
bull Percepccedilatildeo da realidade ambientalrarr As relaccedilotildees entre o homem e
o seu meio ambiente social e natural atraveacutes de modelos de ocupaccedilatildeo do
espaccedilo e uso de recursos naturais por formas soacutecio-culturais diferenciadas
bull A relaccedilatildeo Educaccedilatildeo Ambiental - Qualidade de Vida rarr As relaccedilotildees
da EA com a qualidade de vida e a sauacutede
bull Projetos roteiros reflexotildees e praacuteticas de Educaccedilatildeo Ambiental
rarrInstrumentalizar para a elaboraccedilatildeo e execuccedilatildeo de projetos de gestatildeo
158
ambiental e de modelos de desenvolvimento sustentado adequados agraves
especificidades soacutecio-ambientais das populaccedilotildees ldquoalvordquo
bull Integraccedilatildeo Escola-Meio-Ambiente-ComunidaderarrAbordagem de
aspectos teoacutericos e praacuteticos da construccedilatildeo de projetos no contexto escolar e fora
deste espaccedilo
4 ndash Moacutedulo ndash Projetos - seratildeo tarefas pedagoacutegicas de caraacuteter
interdisciplinar A partir do levantamento dos interesses dos alunos pretende-se
estruturar coletivamente projetos de intervenccedilatildeo e pesquisa em EA que
deveratildeo possibilitar a elaboraccedilatildeo dos trabalhos de final de curso
Pesquisa em Educaccedilatildeo Ambiental
bull Estudo de Campo
bull Trabalho final
94 Consideraccedilotildees
Esta proposta daacute uma visatildeo de alguns aspectos que norteiam o tema
Educaccedilatildeo Ambiental focando essencialmente os assuntos que satildeo importantes
para a formaccedilatildeo do Educador Ambiental
Os temas devem ser abordados de forma sucinta de modo que consiga
atingir a todos os profissionais de Educaccedilatildeo considerando que estes possuem
diferentes formaccedilotildees em niacutevel de graduaccedilatildeo
Outro aspecto considerado eacute que dentre os temas abordados estatildeo a
relaccedilatildeo sociedade e meio ambiente que eacute um dos pontos mais importantes do
curso pois permitiraacute que o educador consiga transmitir aos seus alunos a sua real
importacircncia na contribuiccedilatildeo para a melhoria da sua qualidade de vida e de seu
entorno e consequumlentemente na conservaccedilatildeo do planeta
159
Capiacutetulo 10 ndash Conclusotildees e Sugestotildees
101 Consideraccedilotildees Finais
A Educaccedilatildeo eacute primordial para o crescimento de qualquer paiacutes poreacutem natildeo
lhe eacute dada toda a atenccedilatildeo necessaacuteria problema que natildeo eacute recente mas sim
um problema histoacuterico pois a Educaccedilatildeo natildeo eacute tema essencial desde os tempos
da colonizaccedilatildeo Desde aquela eacutepoca o ensino era colocado em segundo
plano como algo sem importacircncia e por consequumlecircncia a profissatildeo de professor
jaacute era desvalorizada muitas vezes sendo colocado como marginalizados pela
sociedade
A Educaccedilatildeo de qualidade era um direito de poucos e esses poucos eram os
indiviacuteduos que tinham famiacutelias tradicionais e abastadas que tinham condiccedilotildees
financeiras para estudar nos melhores coleacutegios Este fato se reflete nos dias de
hoje onde a qualidade no ensino estaacute cada vez mais destinada aos alunos que
tem melhores condiccedilotildees financeiras Isto pode ser verificado nas escolas puacuteblicas
160
de ensino fundamental e o ensino meacutedio da Rede Puacuteblica Estadual onde resta
para os menos favorecidos um ensino que natildeo tem como objetivo central uma
boa formaccedilatildeo
Atraveacutes das Poliacuteticas SociaisEducacionais a ideacuteia central eacute a manutenccedilatildeo
do aluno na escola fornecimento de alimentaccedilatildeo etc onde a manutenccedilatildeo do
aluno na escola se faz de vaacuterias formas dentre elas podemos citar a aprovaccedilatildeo
progressiva no ensino fundamental onde o aluno eacute aprovado mesmo sem
condiccedilotildees pois foi verificado que o aluno que reprova muitas vezes abandona a
escola
No ensino Meacutedio natildeo eacute muito diferente onde o problema comeccedilou no
momento em que o ingresso no ensino meacutedio passou a ser automaacutetico sem
nenhum tipo de avaliaccedilatildeo gerando turmas muito heterogecircneas com alunos
bons lado a lado com alunos que natildeo possuem a menor condiccedilatildeo de estarem no
ensino meacutedio Isto acarreta numa dificuldade muito grande ao professor de
passar o conteuacutedo das disciplinas com um agravante o professor eacute obrigado a
ter um niacutevel de exigecircncia muito baixo pois um nuacutemero de reprovaccedilatildeo muito alto
tambeacutem natildeo eacute permitido Aleacutem disso podemos citar ainda as condiccedilotildees de
trabalho principalmente nas aacutereas mais carentes onde muitas vezes o professor
natildeo tem o material miacutenimo de trabalho tendo que comprar do proacuteprio bolso
Tocando neste ponto um problema muito grave eacute a falta de valorizaccedilatildeo do
professor atraveacutes dos baixos salaacuterios que estes recebem o que causa uma
desmotivaccedilatildeo muito grande na boa execuccedilatildeo de seu trabalho
Esses satildeo apenas algumas das causas do baixo desempenho do ensino
meacutedio e por consequumlecircncia o baixo iacutendice de aprovaccedilatildeo desses alunos em
concursos de acesso as Universidades Puacuteblicas que deveria ser o fluxo natural
desses alunos Este fato gerou a Poliacutetica Publica de inclusatildeo social que determina
o aumento de alunos egressos da Rede Puacuteblica nas Universidades Puacuteblicas que eacute
feito atraveacutes de reservas de vagas nas Universidades para esses alunos Isto no
entendimento da autora funciona apenas como uma forma imediatista de
resolver o problema pois em educaccedilatildeo os impactos de uma proposta de
161
mudanccedila requerem um tempo para que sejam percebidos Com isto para se
reverter o problema de inclusatildeo dos jovens vindos da rede puacuteblica estadual nas
universidades seria necessaacuterio no miacutenimo de 12 anos Um periacuteodo relativamente
grande pois as mudanccedilas devem envolver todas as esferas do governo em
conjunto com a sociedade e natildeo devendo estar atrelada a um determinado
mandato Em outras palavras em um sistema ideal os mandatos acabariam
mais os projetos continuariam
O estado atual da Educaccedilatildeo no paiacutes eacute uma consequumlecircncia direta do
arrocho salarial e da degradaccedilatildeo dos serviccedilos puacuteblicos acentuados apoacutes o fim
do Regime Militar com isso a classe meacutedia passou a incluir em seus orccedilamentos a
educaccedilatildeo o que gerou uma ruptura da convivecircncia entre crianccedilas e jovens de
classes pobres e da classe meacutedia nas Escolas Puacuteblicas No topo da piracircmide
social estatildeo as famiacutelias de classe meacutedia e alta que usufruem do Ensino Privado
para posteriormente disputar em melhores condiccedilotildees as vagas nas Universidades
Puacuteblicas reconhecidas como as melhores Na base estatildeo os menos privilegiados
que estatildeo na rede puacuteblica que tem que se conformarem em parar os seus
estudos ao fim do Ensino meacutedio ou se sacrificar para pagar uma Universidade
Privada jaacute que natildeo possuem condiccedilotildees de competirem em igualdade de
condiccedilotildees agraves vagas oferecidas pelas Universidades Puacuteblicas
Um dos caminhos detectados nessa pesquisa para reverter o quadro atual
da educaccedilatildeo eacute a capacitaccedilatildeo docente Para uma melhor formaccedilatildeo dos
professores se faz necessaacuterio que o tema seja abordado em todos os cursos de
graduaccedilatildeo destinados a licenciatura Este assunto tambeacutem deve ser uma
preocupaccedilatildeo das Universidades para que estas ofereccedilam cursos de extensatildeo
capacitaccedilatildeo ou poacutes-graduaccedilatildeo para professores promovendo o retorno destes
as Universidades para atualizaccedilatildeo de seus conhecimentos para que possam
aprimorar e consequumlentemente melhor preparar o aluno que ingressaraacute na
Universidade Com isso para a Universidade o retorno consiste em receber alunos
oriundos do ensino meacutedio com uma formaccedilatildeo mais completa fechando o ciclo
de interaccedilotildees
162
102 Conclusotildees
A partir dessas consideraccedilotildees e dos dados coletados e discutidos no corpo
do trabalho pode-se extrair as seguintes conclusotildees
A desvalorizaccedilatildeo dos professores eacute um problema histoacuterico jaacute que a
pesquisa bibliograacutefica mostrou que desde o iniacutecio da Educaccedilatildeo no paiacutes
esta classe de profissionais natildeo era vista como algo primordial para o
desenvolvimento do paiacutes
De acordo com as necessidades da sociedade foram surgindo
articulaccedilotildees que levaram a formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas com o
objetivo de suprir ou amenizar problemas gerados pelas diferenccedilas sociais
da sociedade A formulaccedilatildeo dessas poliacuteticas se fundamenta no processo
de descentralizaccedilatildeo levando a democratizaccedilatildeo e a participaccedilatildeo
A Educaccedilatildeo Ambiental eacute essencial para uma boa formaccedilatildeo da
cidadania devido a isto o tema EA estaacute presente nos PCNs e deve ser
abordado em todas as disciplinas de forma transversal
A tema Educaccedilatildeo Ambiental eacute relativamente antigo poreacutem natildeo lhe
era dada a devida importacircncia somente a partir do seacuteculo XX que foram
realizadas as conferecircncias voltadas para o tema ambiental o que tornou
o Meio Ambiente uma preocupaccedilatildeo mundial
A pesquisa avaliou o ingresso de alunos da Rede Puacuteblica Estadual nas
Universidades Puacuteblicas com estudo de caso avaliando o sistema de Cotas
da UERJ e a proposta de Reserva de Vagas da UFRJ A pesquisa mostrou
que a reserva de vagas natildeo eacute a soluccedilatildeo para o problema de inclusatildeo
desses alunos poreacutem funciona como uma accedilatildeo imediata para
remediaccedilatildeo do problema
163
A avaliaccedilatildeo da EA nas escolas de Ensino Meacutedio da Rede Estadual do
Municiacutepio do Rio de Janeiro mostrou que os escolas tem dificuldade em
abordar o tema de forma plena e transversal
A pesquisa mostrou que o tema natildeo eacute abordado de maneira plena
devido ao despreparo dos professores nesta aacuterea jaacute que somente os
professores que possuem o tema Ambiental ligados a sua formaccedilatildeo tem
condiccedilotildees de transmit-lo para seus alunos Para isto se fazem urgente e
necessaacuterias gestotildees dos oacutergatildeos competentes no sentido do aumento da
oferta de cursos de capacitaccedilatildeo
103 Sugestotildees Para a continuidade desta pesquisa vaacuterias linhas de trabalho podem ser
desenvolvidas A seguir satildeo listadas algumas sugestotildees e accedilotildees
Realizar uma pesquisa comparativa sobre educaccedilatildeo Ambiental no acircmbito
do municiacutepio do Rio de Janeiro envolvendo as Redes Federal Estadual e
Particular
Realizar uma pesquisa por amostragem sobre o tema Educaccedilatildeo
Ambiental atingindo outros municiacutepios do Estado do Rio de Janeiro
Avaliar se eacute feita e de que maneira a Educaccedilatildeo Ambiental no Ensino
Fundamental
164
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172
173
ANEXO 1
LEI FEDERAL
PROJETO DE LEI 36272004
Institui Sistema Especial de Reserva de Vagas para estudantes egressos de
escolas puacuteblicas em especial negros e indiacutegenas nas instituiccedilotildees puacuteblicas
federais de educaccedilatildeo superior e daacute outras providecircncias
O CONGRESSO NACIONAL decreta
Art 1ordm As instituiccedilotildees puacuteblicas federais de educaccedilatildeo superior reservaratildeo
em cada concurso de seleccedilatildeo para ingresso nos cursos de graduaccedilatildeo no
miacutenimo cinquumlenta por cento de suas vagas para estudantes que tenham
cursado integralmente o ensino meacutedio em escolas puacuteblicas
Art 2ordm Em cada instituiccedilatildeo de educaccedilatildeo superior as vagas de que trata o
art1 o seratildeo preenchidas por uma proporccedilatildeo miacutenima de autodeclarados negros
e indiacutegenas igual agrave proporccedilatildeo de pretos pardos e indiacutegenas na populaccedilatildeo da
unidade da Federaccedilatildeo onde estaacute instalada a instituiccedilatildeo segundo o uacuteltimo censo
da Fundaccedilatildeo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica - IBGE
Paraacutegrafo uacutenico No caso de natildeo-preenchimento das vagas segundo os
criteacuterios do caput as remanescentes deveratildeo ser completadas por estudantes
que tenham cursado integralmente o ensino meacutedio em escolas puacuteblicas
Art 3ordm O Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e a Secretaria Especial de Poliacuteticas de
Promoccedilatildeo da Igualdade Racial da Presidecircncia da Repuacuteblica seratildeo responsaacuteveis
pelo acompanhamento e avaliaccedilatildeo do sistema de que trata esta Lei ouvida a
Fundaccedilatildeo Nacional do Iacutendio - FUNAI
174
Art 4ordm As instituiccedilotildees de que trata o art 1ordm teratildeo o prazo de duzentos e
quarenta dias para se adaptarem ao disposto nesta Lei
Art 5ordm O Poder Executivo promoveraacute no prazo de dez anos a contar da
publicaccedilatildeo desta Lei a revisatildeo do sistema especial para o acesso de estudantes
negros pardos e indiacutegenas bem como daqueles que tenham cursado
integralmente o ensino meacutedio em escolas puacuteblicas nas instituiccedilotildees de educaccedilatildeo
superior
Art 6ordm Esta Lei entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo
Brasiacutelia(wwwportalmecgov)
175
ANEXO 2
LEI ESTADUAL
Iacutentegra da Lei Nordm 3708 de 9 de Novembro de 2001
Institui cota de ateacute 40 (quarenta por cento) para as populaccedilotildees negra e parda
no acesso a Universidade do Estado do Rio de Janeiro e agrave Universidade Estadual
do Norte Fluminense e daacute outras providecircncias
O Governador do Estado do rio de Janeiro
Faccedilo saber que a Assembleacuteia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro
decreta e eu sanciono a seguinte Lei
Art 1ordm Fica estabelecida a cota miacutenima de ateacute 40 (quarenta por cento)
para as populaccedilotildees negra e parda no preenchimento das vagas relativas aos
cursos de graduaccedilatildeo da universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e da
Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF)
Paraacutegrafo Uacutenico Nesta cota miacutenima ficam incluiacutedos tambeacutem os negros e
pardos beneficiados pela lei 35242000
Art 2ordm O Poder executivo regulamentaraacute a presente Lei no prazo de 30
(trinta) dias de sua publicaccedilatildeo
Art 3ordm Estaacute lei entraraacute em vigor na data de sua publicaccedilatildeo revogadas as
disposiccedilotildees em contraacuterio
Rio de janeiro 09 de novembro de 2001
ANTHONY GAROTINHO
Autoria Deputado Joseacute Amorim
176
Iacutentegra do Decreto Nordm 30766 de 04 de marccedilo de 2002
DISCIPLINA O SISTEMA DE COTA PARA NEGROS E PARDOS NO ACESSO Agrave
UNIVERSIDADE
DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO E Agrave UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE
FLUMINENSE E DAacute OUTRAS PROVIDEcircNCIAS
O Governador do Estado do Rio de Janeiro no uso de suas atribuiccedilotildees
legais tendo em vista o disposto no artigo 1ordm caput e paraacutegrafo uacutenico da Lei nordm
3708 de 09 de novembro de 2001 e tendo em vista o que consta do Processo E-
260592002
D E C R E T A
Projeto de Lei nordm 24902001
Art 1ordm - Ficam reservadas para negros e pardos 40 das vagas relativas
aos cursos de graduaccedilatildeo oferecidas pela Universidade do Estado do Rio de
Janeiro e pela Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro
Paraacutegrafo uacutenico Para os fins deste decreto natildeo se faz distinccedilatildeo entre pessoas
negras e pardas
Art 2ordm - Caberaacute agraves universidades envolvidas definir os criteacuterios miacutenimos de
qualificaccedilatildeo para o acesso agraves vagas reservadas aos alunos negros e pardos
Art 3ordm - No preenchimento de suas vagas deveratildeo as universidades
observar sucessivamente o seguinte
I - verificar os candidatos qualificados de acordo com o com os criteacuterios
tratados na Lei nordm 35242000 selecionando-os para ingresso ateacute o limite das
vagas destinadas a tal fim
177
II - identificar dentre os alunos selecionados para ingresso na instituiccedilatildeo na
forma do inciso anterior o percentual que se declarou negro ou pardo em
relaccedilatildeo ao nuacutemero total de vagas oferecidas por curso e turno
III - deduzir da cota de 40 o percentual de candidatos selecionados na
instituiccedilatildeo declarados negros ou pardos que foram beneficiados pela Lei nordm
35242000 (art 1ordm paraacutegrafo uacutenico da Lei 37082001)
IV - preencher as vagas restantes da cota de 40 com os demais
candidatos declarados negros ou pardos que tenham sido qualificados para
ingresso na instituiccedilatildeo independentemente da origem escolar e
V - preencher as demais vagas oferecidas independentemente da cor
raccedila ou origem escolar do candidato qualificado
Paraacutegrafo uacutenico - Em caso de reclassificaccedilatildeo deveratildeo as universidades
observar o sistema de cotas estabelecidos pelas Leis nordms 35242000 e 37082001
Art 4ordm - Caso natildeo sejam preenchidas todas as vagas reservadas aos
beneficiaacuterios deste Decreto poderatildeo ser elas aproveitadas pelos demais
estudantes
Art 5ordm - A identificaccedilatildeo dos alunos negros e pardos se faraacute atraveacutes de
declaraccedilatildeo firmada sob as penas da Lei pelo proacuteprio candidato agrave vaga na
universidade
sect1ordm - A autodeclaraccedilatildeo eacute facultativa ficando o candidato submetido agraves
regras gerais de seleccedilatildeo caso opte por natildeo a firma
sect2ordm - Os candidatos beneficiados pelo regime de reserva de vagas tratado
na Lei nordm 352400 poderatildeo firmar a declaraccedilatildeo prevista neste artigo
Art 6ordm - Fica instituiacutedo sem o aumento de despesa o Conselho para a
Promoccedilatildeo Educacional Superior das Populaccedilotildees Negra e Parda - COPESNEP com
os seguintes objetivos
178
I - manter a memoacuteria de dados capaz de permitir o acompanhamento do
perfil de desempenho dos estudantes negros e pardos nos exames seletivos para
o ingresso nas instituiccedilotildees de ensino superior em funcionamento no Estado do Rio
de Janeiro
II - propor medidas que visem estimular a aplicaccedilatildeo do sistema de cotas
estabelecido neste Decreto a outras instituiccedilotildees de ensino superior
III - propor medidas que visem o aprimoramento da legislaccedilatildeo que trata do
acesso dos negros e pardos ao ensino superior e
IV - propor medidas que visem divulgar e orientar a sociedade da
importacircncia das accedilotildees afirmativas adotadas por forccedila deste Decreto com vistas
agrave promoccedilatildeo da igualdade de oportunidades entre os diversos grupos eacutetnicos e o
combate agrave discriminaccedilatildeo
Art 7ordf - O Conselho para a Promoccedilatildeo Educacional Superior das
Populaccedilotildees Negra e Parda - COPESNEP vinculado agrave Secretaria de Estado de
Ciecircncia e Tecnologia eacute composto dos seguintes membros
I - um representante da Secretaria de Estado de Educaccedilatildeo de Ciecircncia e
Tecnologia
II - um representante da Secretaria de Estado de Educaccedilatildeo
III - um representante do Conselho Estadual do Negro
IV - um representante da Universidade do Estado do Rio de Janeiro
V - um representante da Universidade Estadual do Norte Fluminense
sect1ordm - Seraacute convidado para participar do COPESNEP um representante do
movimento estudantil negro organizado indicado pela Coordenaccedilatildeo Nacional
de Entidades Negras - CONEN dentre estudantes do ensino meacutedio
179
sect2ordm - O COPESNEP seraacute presidido pelo representante da Secretaria de
Estado de Ciecircncias e Tecnologia contando com voto qualificado em caso de
empate nas votaccedilotildees
sect3ordm - O exerciacutecio das funccedilotildees de Presidente ou membro do Conselho natildeo
seraacute remunerado a qualquer tiacutetulo sendo considerado de relevante interesse
puacuteblico
Art 8ordm - Este Decreto entraraacute em vigor na data de sua publicaccedilatildeo
produzindo efeitos para o ingresso nas universidades a partir de 2003 revogadas
as disposiccedilotildees em contraacuterio
Rio de Janeiro 04 de marccedilo de 2002-03-22
ANTHONY GAROTINHO
180
ANEXO 3 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM TECNOLOGIA DE PROCESSOS QUIacuteMICOS E BIOQUIacuteMICOS ESCOLA DE QUIacuteMICA PROJETO DE PESQUISA DE DISSERTACcedilAtildeO DE MESTRADO ldquoA CAPACITACcedilAtildeO DOCENTE EM EDUCACcedilAtildeO AMBIENTALrdquo Mestranda Maria de Lourdes Ribeiro de Souza de Azevedo Orientadoras Maria Antonieta Peixoto Gimenes Couto Denize Dias de Carvalho
QUESTIONAacuteRIO DE LEVANTAMENTO DE DADOS SOBRE EDUCACcedilAtildeO
AMBIENTAL NO ENSINO MEacuteDIO DA REDE ESTADUAL
A - DADOS INSTITUCIONAIS 1 ndash Nome da instituiccedilatildeo de ensino_______________________________________ 2 ndash Metropolitana ______________________________________________ 3 ndash Bairro __________________________________________ 4 A Escola funciona em ( ) turno uacutenico ( ) manhatilde e tarde ( ) manhatilde tarde e noite ( )outros Qual_____ 5 ndash Nordm de alunos Manhatilde = _______________ Tarde = ________________Noite
=_______________
6 ndash Nordm de professores da instituiccedilatildeo ______________________________ 7 - O curso eacute ( ) normal ( ) supletivo ( ) manhatilde e tarde normal noite supletivo ( ) outrosQual B QUANTO Agrave ABORDAGEM DO TEMA EDUCACcedilAtildeO AMBIENTAL 1 ndash O tema educaccedilatildeo ambiental eacute abordado na escola ( ) sim ( ) natildeo 2 ndash Em caso positivo o tema eacute abordado em ( ) uma disciplina(disciplina especiacutefica-disciplinar) ( ) vaacuterias disciplinas(multidisciplinar) ( )de outras formas Quais ____________________________________________ 3 ndash Existe a obrigatoriedade da participaccedilatildeo dos alunos ( ) sim ( ) natildeo _____________________________________________________________________
181
4ndash Quantos professores participam das atividades relacionadas ao tema _______________________________________ 5 ndash A educaccedilatildeo ambiental eacute praticada atraveacutes de que meio (eacute admitida mais de uma resposta) ( ) aulas teoacutericas ( ) aulas praacuteticas ( ) informalmente ( ) projetos ( ) outros Qual_________________________________________________ 6 ndash Os projetos eou atividades implantados foram de(eacute admitida mais de uma resposta) ( ) reciclagem ( ) coleta seletiva ( ) reduccedilatildeo de consumo reuso de aacutegua ( ) reduccedilatildeo de consumo de energia ( ) outros Qual ________________________________________________________ 7 ndash Existe interesse dos alunos em relaccedilatildeo aos projetos ( ) sim ( ) natildeo __________________________________________ 8 ndash Os projetos possuem retorno financeiro ( ) frequumlentemente ( ) agraves vezes ( ) raramente ( ) Nunca 9 - Os recursos arrecadados satildeo para aquisiccedilatildeo de materiais para ( ) os alunos (por ex uniformes material escolar bolsa auxilio Outros Quais _________________________ ( ) a comunidade (por excesta baacutesicaestruturas de lazer cursos Outros Quais _______________________ ( ) a escola (por ex equipamentos livros infra-estrutura Outros Quais ___________________________ ( ) outros Qual _________________________ C QUANTO Agrave CAPACITACcedilAtildeO DOCENTE 1 ndash Qual eacute a formaccedilatildeo em niacutevel de graduaccedilatildeo dos professores que participam da educaccedilatildeo ambiental(eacute admitida mais de uma resposta) ( ) Quiacutemica ( ) Biologia ( ) Fiacutesica ( ) Geografia ( ) outra Quais________________________________________________________
182
2 ndash Dos professores que participam quantos possuem formaccedilatildeo especiacutefica em educaccedilatildeo ambiental e de que tipo ( ) especializaccedilatildeo(latu-senso) ____________ ( ) mestrado _____________ ( ) doutorado ____________ ( ) cursos de curta duraccedilatildeo___________ ( ) outros ________________ ( ) nenhuma ________________________________________________________________ 3 ndash A escola tem interesse na capacitaccedilatildeo docente para educaccedilatildeo ambiental ( ) sim ( ) natildeo _____________________________________ 4 ndash Haacute interesse dos professores em participarem de um curso de formaccedilatildeo em educaccedilatildeo ambiental ( ) sim ( ) natildeo Obs Caso positivo informar quantos _____________________________________ 5 - Quais as aacutereas que os professores apresentam maior interesse ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 6 ndash Observaccedilotildees e comentaacuterios da instituiccedilatildeo de ensino ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Obs As perguntas possuem linhas para quaisquer observaccedilotildees que a instituiccedilatildeo considerar importante para enriquecer as informaccedilotildees Solicito que as respostas reflitam de fato a situaccedilatildeo real da Escola de modo a construir um panorama que permita traccedilar metas que levem agrave melhoria do Ensino Para tal acreditamos que a capacitaccedilatildeo dos professores seja um bom caminho e principalmente em um tema tatildeo importante do qual depende o futuro de todos Obrigada
183
ANEXO 4
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM TECNOLOGIA DE PROCESSOS QUIacuteMICOS E BIOQUIacuteMICOS
ESCOLA DE QUIacuteMICA
PROJETO DE PESQUISA DE DISSERTACcedilAtildeO DE MESTRADO ldquoA CAPACITACcedilAtildeO DOCENTE EM EDUCACcedilAtildeO AMBIENTALrdquo
Mestranda Maria de Lourdes Ribeiro de Souza de Azevedo Orientadoras Maria Antonieta Peixoto Gimenes Couto Denize Dias de Carvalho
AVALIACcedilAtildeO DE RECEPTIVIDADE
Metropolitana METROPOLITANA III Responsaacutevel Nordm de questionaacuterios entregues Nordm de questionaacuterios devolvidos Nordm de questionaacuterios respondidos 1 ndash Todos os questionaacuterios foram enviados ( ) Sim ( ) Natildeo 2 ndash Na sua avaliaccedilatildeo o interesse das escolas sob a responsabilidade desta Metropolitana em responder agrave pesquisa foi ( ) Alto ( ) Mediano ( ) Baixo 3 ndash No espaccedilo abaixo justifique as suas respostas nas perguntas 1 e 2 ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ 4 ndash Na sua avaliaccedilatildeo a contribuiccedilatildeo da pesquisa para a integraccedilatildeo Universidade ndash Ensino Meacutedio eacute
( ) Relevante ( ) Irrelevante
184
ANEXO 5
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM TECNOLOGIA DE PROCESSOS QUIacuteMICOS E BIOQUIacuteMICOS
ESCOLA DE QUIacuteMICA
PROJETO DE PESQUISA DE DISSERTACcedilAtildeO DE MESTRADO ldquoA CAPACITACcedilAtildeO DOCENTE EM EDUCACcedilAtildeO AMBIENTALrdquo
Mestranda Maria de Lourdes Ribeiro de Souza de Azevedo Orientadoras Maria Antonieta Peixoto Gimenes Couto Denize Dias de Carvalho
AVALIACcedilAtildeO DE RECEPTIVIDADE
Metropolitana METROPOLITANA IV Responsaacutevel Nordm de questionaacuterios entregues Nordm de questionaacuterios devolvidos Nordm de questionaacuterios respondidos 1 ndash Todos os questionaacuterios foram enviados ( ) Sim ( ) Natildeo 2 ndash Na sua avaliaccedilatildeo o interesse das escolas sob a responsabilidade desta Metropolitana em responder agrave pesquisa foi ( ) Alto ( ) Mediano ( ) Baixo 3 ndash No espaccedilo abaixo justifique as suas respostas nas perguntas 1 e 2 ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ 4 ndash Na sua avaliaccedilatildeo a contribuiccedilatildeo da pesquisa para a integraccedilatildeo Universidade ndash Ensino Meacutedio eacute
( ) Relevante ( ) Irrelevante
185
ANEXO 6
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM TECNOLOGIA DE PROCESSOS QUIacuteMICOS E BIOQUIacuteMICOS
ESCOLA DE QUIacuteMICA
PROJETO DE PESQUISA DE DISSERTACcedilAtildeO DE MESTRADO ldquoA CAPACITACcedilAtildeO DOCENTE EM EDUCACcedilAtildeO AMBIENTALrdquo
Mestranda Maria de Lourdes Ribeiro de Souza de Azevedo Orientadoras Maria Antonieta Peixoto Gimenes Couto Denize Dias de Carvalho
AVALIACcedilAtildeO DE RECEPTIVIDADE
Metropolitana METROPOLITANA X Responsaacutevel Nordm de questionaacuterios entregues Nordm de questionaacuterios devolvidos Nordm de questionaacuterios respondidos 1 ndash Todos os questionaacuterios foram enviados ( ) Sim ( ) Natildeo 2 ndash Na sua avaliaccedilatildeo o interesse das escolas sob a responsabilidade desta Metropolitana em responder agrave pesquisa foi ( ) Alto ( ) Mediano ( ) Baixo 3 ndash No espaccedilo abaixo justifique as suas respostas nas perguntas 1 e 2 ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ 4 ndash Na sua avaliaccedilatildeo a contribuiccedilatildeo da pesquisa para a integraccedilatildeo Universidade ndash Ensino Meacutedio eacute
( ) Relevante ( ) Irrelevante
186
ANEXO 7
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM TECNOLOGIA DE
PROCESSOS QUIacuteMICOS E BIOQUIacuteMICOS
ESCOLA DE QUIacuteMICA
PROJETO DE PESQUISA DE DISSERTACcedilAtildeO DE MESTRADO ldquoA CAPACITACcedilAtildeO DOCENTE EM EDUCACcedilAtildeO AMBIENTALrdquo
Mestranda Maria de Lourdes Ribeiro de Souza de Azevedo Orientadoras Maria Antonieta Peixoto Gimenes Couto Denize Dias de Carvalho
AVALIACcedilAtildeO DE RECEPTIVIDADE
Responsaacutevel Regina Coeli de A Vasconcelos
Nordm total de questionaacuterios entregues 313 questionaacuterios
Nordm total de questionaacuterios devolvidos 68 questionaacuterios
Nordm total de questionaacuterios respondidos 94 questionaacuterios
1 ndash Na sua avaliaccedilatildeo a contribuiccedilatildeo da pesquisa para a integraccedilatildeo
Universidade ndash Ensino Meacutedio eacute
( ) Relevante ( ) Irrelevante
2 ndash Na sua avaliaccedilatildeo o interesse da SEERJ na implementaccedilatildeo de um curso
de capacitaccedilatildeo docente em Educaccedilatildeo Ambiental eacute
( ) Alto ( ) Mediano ( ) Baixo
187
3 ndash Que accedilotildees conjuntas poderiam ser sugeridas para a melhoria da
capacitaccedilatildeo docente do Ensino Meacutedio da Rede Puacuteblica Estadual em Educaccedilatildeo
Ambiental
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
GRAacuteFICO COMPARATIVO ENTRE AS METROPOLITANAS DO MUNICIacutePIO
DO RIO DE JANEIRO
Questionaacuterios
0
100
200
300
400
Entregues Devolvidos Respondidos
0
50
100
150
Metro III Metro IV Metro X
Receptividade
QuestionaacuteriosentreguesQuestionaacuteriosdevolvidosQuestionaacuteriosrespondidos
v
SUMAacuteRIO Capiacutetulo 1 ndash Apresentaccedilatildeo do Trabalho
11 Introduccedilatildeo 1
12 Objetivo do Trabalho 6
13 Organizaccedilatildeo do Estudo 7
Capiacutetulo 2 ndash O Sistema Educacional Brasileiro
21 Introduccedilatildeo 9
22 A Educaccedilatildeo no Brasil Colocircnia 11
23 A Educaccedilatildeo no Brasil Impeacuterio 13
24 A Educaccedilatildeo na Primeira Repuacuteblica 18
25 A Educaccedilatildeo no Poacutes 30 20
26 A Educaccedilatildeo na Nova Repuacuteblica(1946-1963) 25
27 A Educaccedilatildeo no Periacuteodo Militar(1964-1985) 27
28 A Educaccedilatildeo no Periacuteodo da Abertura Poliacutetica(1986-2001) 29
29 Cronologia da Histoacuteria da Educaccedilatildeo Brasileira 30
Capiacutetulo 3 ndash A Estrutura Organizacional da Educaccedilatildeo no Brasil
31 A Organizaccedilatildeo 36
311 Atribuiccedilotildees da Uniatildeo 37
312 Atribuiccedilotildees do Estado 38
313 Atribuiccedilotildees dos Municiacutepios 39
314 O papel dos Estabelecimentos de Ensino 39
315 Atribuiccedilotildees dos Docentes 40
32 A Abrangecircncia dos Sistemas 41
321 O Sistema Federal 41
322 Os Sistemas de Ensino dos Estados e do Distrito
Federal Compreendem
41
323 O Sistema Municipal 42
33 A Secretaria Estadual de Educaccedilatildeo 44
Capiacutetulo 4 ndash Poliacuteticas Puacuteblicas de Inclusatildeo Social
41 A Crise do Sistema Poliacutetico Liberal e o Iniacutecio do
vi
Intervencionismo do Estado 54
42 O Estado e Suas Novas Funccedilotildees Sociais 56
43 Poliacuteticas Puacuteblicas Uma Questatildeo de Conceito 58
44 Formulaccedilatildeo de Poliacuteticas Puacuteblicas 59
45 Aacutereas de Aplicaccedilatildeo das Poliacuteticas Puacuteblicas das Poliacuteticas
Puacuteblicas
61
Capiacutetulo 5 ndash Histoacuterico e Evoluccedilatildeo da Educaccedilatildeo Ambiental
51 Definiccedilatildeo 68
52 Histoacuterico 73
53 Algumas Consideraccedilotildees sobre a Evoluccedilatildeo da Educaccedilatildeo
Ambiental
93
Capiacutetulo 6 ndash Metodologias
61 Diagnose do Estado da Arte da Educaccedilatildeo Ambiental no
Ensino Meacutedio da Rede Estadual de Ensino no Municiacutepio do
Rio de Janeiro
98
611 Objetivos 98
612 Metodologia de Pesquisa 98
613 Planejamento da Pesquisa 99
614 Fontes de Informaccedilotildees 100
615 Pesquisa de Campo 100
616 Avaliaccedilatildeo dos Resultados 101
62 Diagnose do Acesso aos Cursos de Graduaccedilatildeo nas
Universidades Puacuteblicas Estudo de Caso UERJ e UFRJ
102
621 Objetivos 102
622 Metodologia de Pesquisa 102
623 Planejamento da Pesquisa 102
624 Fontes de Informaccedilotildees 103
625 Pesquisa de Campo 103
62 Limitaccedilotildees do Estudo 105
Capiacutetulo 7ndash Avaliaccedilatildeo do Acesso aos Cursos de Graduaccedilatildeo Estudo de
Casos UERJ e UFRJ
vii
71 O Sistema de Cotas 107
72 Implantaccedilatildeo do Sistema 108
73 O Aluno na Universidade 109
74 A Necessidade das Cotas 111
75 Comparativo entre a Rede Estadual de Ensino e a Rede
Federal e Particular
114
76 Avaliaccedilatildeo do Sistema de Cotas da UERJ e da Proposta da
UFRJ
123
Capiacutetulo 8 ndash Avaliaccedilatildeo da Educaccedilatildeo Ambiental na Rede Puacuteblica Estadual
no Municiacutepio do Rio de Janeiro
81 Levantamento de Dados 128
82 A Receptividade das Coordenadorias 129
83 A Educaccedilatildeo Ambiental em Nuacutemeros 131
84 Conclusotildees Parciais 145
Capiacutetulo 9 ndash Proposta de Curso de Formaccedilatildeo para Professores
91 Objetivo do Curso 148
92 Duraccedilatildeo do Curso 149
93 Conteuacutedo do Curso 149
94 Consideraccedilotildees 151
Capiacutetulo 10 ndash Conclusotildees e sugestotildees
101 Consideraccedilotildees Finais 152
102 Conclusotildees 155
103 Sugestotildees 156
Referecircncias 157
viii
Dedico esta dissertaccedilatildeo de mestrado
aos amores de minha vida que satildeo
meus filhos meu marido e minha matildee
pela compreensatildeo de ter ficado muitas
vezes ausente pela paciecircncia e pelo
incentivo e forccedila para natildeo me deixar
desistir e conseguir chegar ao final
deste trabalho A vitoacuteria natildeo eacute soacute
minha eacute de todos noacutes
Muito obrigada
ix
AGRADECIMENTOS
A Deus por ter me dado forccedilas para completar esta jornada
A minha matildee por ter me ajudado nas horas difiacuteceis
Aos meus filhos pela compreensatildeo nos meus momentos de ausecircncia
Ao meu marido Marcos pelo incentivo apoio e carinho
As minhas Professoras orientadoras Maria Antonieta Peixoto Gimenes Couto e
Denize Dias de Carvalho pela contribuiccedilatildeo na conduccedilatildeo desse trabalho
A todos os professores do Programa pela contribuiccedilatildeo que deram ao meu
crescimento acadecircmico profissional e pessoal
Ao senhor Antonio Ceacutesar Alves pelo carinho e atenccedilatildeo sempre me ajudando no
que precisei durante minha jornada na UFRJ
A senhora Regina Coeli secretaacuteria de Educaccedilatildeo Ambiental da SEERJ pela
atenccedilatildeo e contribuindo para que tornasse possiacutevel a realizaccedilatildeo deste trabalho
Ao Professor Maacutercio Nele pelas sugestotildees na avaliaccedilatildeo dos dados
A Professora Acircngela Rocha pela Contribuiccedilatildeo na Pesquisa de campo
A Sra Luacutecia Manso por viabilizar os dados do vestibular da UFRJ
A Sra Patriacutecia Anido Noronha por viabilizar os dados do vestibular da UERJ
Ao professor Luiz Gustavo Ribeiro Vieira Coordenador na Metropolitana IV por seu
empenho na realizaccedilatildeo da pesquisa de campo
x
A Direccedilatildeo do Ciep 386 ndash Guilherme da Silveira Filho pelo apoio e atenccedilatildeo
Aos meus colegas do departamento de Sauacutede e saneamento Ambiental (DSSA)
da Fiocruz pelo apoio e companheirismo para a realizaccedilatildeo deste trabalho
xi
RESUMO
Azevedo Maria de Lourdes Ribeiro de Souza de A Capacitaccedilatildeo Docente em Educaccedilatildeo Ambiental Rio de Janeiro 2006 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Tecnologia de Processos Quiacutemicos e Bioquiacutemicos) Escola de Quiacutemica Universidade Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2006 O objetivo deste trabalho eacute viabilizar a criaccedilatildeo de ferramentas que sirvam para conduzir uma maior integraccedilatildeo entre a Universidade e o Ensino Meacutedio tendo como base agraves poliacuteticas de inclusatildeo social Para isso foi feita uma anaacutelise da Educaccedilatildeo Ambiental ministrada no Ensino Meacutedio no Municiacutepio do Rio de Janeiro Esta revelou que as escolas praticam de alguma forma a Educaccedilatildeo Ambiental poreacutem a pesquisa tambeacutem mostrou que a formaccedilatildeo dos professores neste tema estaacute muito aqueacutem do necessaacuterio o que dificulta a realizaccedilatildeo plena do seu trabalho Ainda dentro das Poliacuteticas de Inclusatildeo Social foi feito um levantamento do acesso dos alunos da Rede Puacuteblica Estadual nas Universidades Puacuteblicas atraveacutes de estudo de caso da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) avaliando comparativamente as escolas de Ensino Meacutedio da Rede Puacuteblica e a Rede Privada Os resultados mostraram que um nuacutemero muito pequeno de alunos oriundos da Rede Estadual de Ensino consegue uma vaga nestas Universidades Puacuteblicas problema este que foi amenizado pela UERJ que foi a primeira a implantar o sistema de cotas com resultados satisfatoacuterios e com isso aumentando significativamente o ingresso de alunos da Rede Puacuteblica Estadual Os resultados dessa pesquisa sinalizam que urge a definiccedilatildeo de Poliacuteticas Puacuteblicas que levam agrave melhoria de capacitaccedilatildeo docente do Ensino Meacutedio cabendo agrave Universidade o papel de promover centros de formaccedilatildeo continuada promovendo uma melhor qualificaccedilatildeo docente e por conseguinte um melhor preparo dos alunos
xii
ABSTRACT
Azevedo Maria de Lourdes Ribeiro de Souza de A Capacitaccedilatildeo Docente em Educaccedilatildeo Ambiental Rio de Janeiro 2006 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Tecnologia de Processos Quiacutemicos e Bioquiacutemicos) Escola de Quiacutemica Universidade Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2006 This study has an aim to be viable the creation of tools which serve to conduct a great integration between the University and the high school having as a basis Politics of Social Inclusion For this it was made an analysis on Environmental Education given in municipal district of Rio de Janeiro high schools It reveals that the schools practice some Environmental Education but the research also presents that the formation of teachers in this theme is far from what is necessary that makes difficulty the full realization of its work Yet within the Politics of Social Inclusion it was done a survey on the access of the State Public Net students at the public universities through a case study of the University of Rio de Janeiro State (UERJ) and Federal University of Rio de Janeiro (UFRJ) evaluating comparatively to the high school of Public and Private Net schools The results show that a small number of students from the State Net High School gets vacancy in those Public Universities a problem that was softened by the UERJ that was the first to establish a system of quotas with satisfactory results and with this encreasing significatively the entrance of State Public Net students The results of this research signal that it is necessary a definition of Public Politics that take to improvement of teaching capacitation of high school belonging to the University the roll of promote centers of Continued formation promoting a better teaching qualification and thus a better preparation of the students
xiii
LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES
Figura 11 ndash Esquema do Ciclo da Educaccedilatildeo
Figura 31 ndash Organograma da Organizaccedilatildeo Educacional Brasileira
Figura 32 ndash Mapa das Metropolitanas do Estado do Rio de Janeiro
Figura 41 ndash Diagrama Esquemaacutetico da Formaccedilatildeo de uma Poliacutetica Puacuteblica
Figura 61 ndash Esquematizaccedilatildeo do Projeto
Figura 71 - Percentual de Alunos Inscritos no Vestibular da UFRJ
Figura 72 ndash Percentual de Alunos Classificados no Vestibular da UFRJ
Figura 73 - Percentual de Alunos Classificados em Funccedilatildeo do Nuacutemero de Inscritos
em Cada Esfera
Figura 74 ndash Percentual de Alunos Inscritos no Vestibular da UERJ
Figura 75 - Percentual de Alunos Classificados no Vestibular da UERJ
Figura 76 ndash Percentual de Alunos Classificados em Funccedilatildeo do Nuacutemero de Inscritos
em Cada Esfera
Figura 77 - Comparativo Entre o Antes e Depois do Sistema de Cotas
Figura 81 - Avaliaccedilatildeo de Receptividade da Metropolitana III
Figura 82 ndash Avaliaccedilatildeo de Receptividade da Metropolitana IV
Figura 83 ndash Avaliaccedilatildeo de Receptividade da Metropolitana X
Figura 84 - Abordagem do Tema na Escola
Figura 85 - O Tema eacute Disciplinar ou Multidisciplinar Figura 86 - Participaccedilatildeo Discente Figura 87 - Participaccedilatildeo dos Professores
Figura 88 - Meios de Aplicaccedilatildeo da Educaccedilatildeo Ambiental Figura 89 - Projetos e ou Atividades Implantados Figura 810 - Interesse dos Alunos
Figura 811 - Retorno Financeiro nos Projetos
Figura 812 - Destino dos Recursos Arrecadados
Figura 813 - Professores que Participam das Atividades
Figura 814 - Os Professores Possuem Formaccedilatildeo Especiacutefica em EA
Figura 815 - Interesse da Escola na Capacitaccedilatildeo Docente
xiv
Figura 816 - Interesse dos Professores em Cursos de Formaccedilatildeo em Educaccedilatildeo
Ambiental Figura 817 - Aacutereas de Interesse dos Professores
xv
LISTA DE TABELAS
Tabela 21 ndash Evoluccedilatildeo da Educaccedilatildeo no Brasil Principais Acontecimentos
Tabela 31 ndash Coordenadorias da SEERJ
Tabela 71 ndash Quadro Comparativo dos Vestibulares da UERJ e UFRJ
xvi
GLOSSAacuteRIO
ABE ndash Associaccedilatildeo Brasileira de Educaccedilatildeo
ALERJ ndash Assembleacuteia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro
ANA - Agecircncia Nacional de Aacuteguas
CADES ndash Campanha de Aperfeiccediloamento e Difusatildeo do Ensino Secundaacuterio
CAPES - Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel Superior
CEA ndash Centros de Educaccedilatildeo Ambiental
CEE ndash Conselho Estadual de Educaccedilatildeo
CEG ndash Conselho de Ensino de Graduaccedilatildeo
CETESB - Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental
CFE ndash Conselho Federal de Educaccedilatildeo
CGEA ndash Coordenaccedilatildeo Geral de Educaccedilatildeo Ambiental
CIAC ndash Centro Integrado de Apoio a Crianccedila
CIEP ndash Centro Integrado de Educaccedilatildeo Puacuteblica
CISEA ndash Comissatildeo Intersetorial de Educaccedilatildeo Ambiental
CMMAD - Comissatildeo Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento
CNAE ndash Campanha Nacional de Alimentaccedilatildeo Escolar
CNBB ndash Confederaccedilatildeo Nacional dos Bispos do Brasil
CNE ndash Conselho Nacional de Educaccedilatildeo
CNEA ndash Conferecircncia Nacional de Educaccedilatildeo Ambiental
CNEC ndash Campanha Nacional de Escolas da Comunidade
CNPJ - Cadastro Nacional da Pessoa Juriacutedica
CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico
COEA - Coordenaccedilatildeo Geral de Educaccedilatildeo Ambiental
CONAMA ndash Conselho Nacional do Meio Ambiente
CONEN ndash Coordenaccedilatildeo Nacional de Entidades Negras
CONTAP ndash Conselho de Cooperaccedilatildeo Teacutecnica da Alianccedila para o Progresso
COPESNEP - Conselho para a Promoccedilatildeo Educacional Superior das Populaccedilotildees
Negra e Parda
CPC ndash Centros Populares de Cultura
DEA ndash Educaccedilatildeo Ambiental a Distacircncia
xvii
DEMEC - Departamento de Engenharia Mecacircnica
EA ndash Educaccedilatildeo Ambiental
ENC ndash Exame Nacional de Cursos
ENEM ndash Exame Nacional do Ensino Meacutedio
EPB ndash Estudos de Problemas Brasileiros
EUA ndash Estados Unidos da Ameacuterica
FEEMA - Fundaccedilatildeo Estadual de Engenharia do Meio Ambiente
FNMA - Fundo Nacional do Meio Ambiente
FUNAI - Fundaccedilatildeo Nacional do Iacutendio
FUNDEF ndash Fundo de Manutenccedilatildeo e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de
Valorizaccedilatildeo do Magisteacuterio
GT ndash Grupos de Trabalho
IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovaacuteveis
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
IES ndash Instituiccedilotildees de Ensino Superior
INEP ndash Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais
ISEB ndash Instituto Superior de Estudos Brasileiros
LDB ndash Lei de Diretrizes e Bases
MCT - Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia
MEB ndash Movimento de Educaccedilatildeo de Base
MEC ndash Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura
MinC ndash Ministeacuterio da Cultura
MMA ndash Ministeacuterio do Meio Ambiente
MOBRAL - Movimento Brasileiro de Alfabetizaccedilatildeo
OMEP ndash Organizaccedilatildeo Mundial de Educaccedilatildeo Preacute-Escolar
ONG ndash Organizaccedilatildeo Natildeo Governamental
ONU ndash Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas
OSPB ndash Organizaccedilatildeo Social e Poliacutetica do Brasil
PAIUB - Programa de Avaliaccedilatildeo Institucional das Universidades Brasileiras
PAS ndash Programa de Avaliaccedilatildeo Seriada
PCN ndash Paracircmetros Curriculares Nacionais
PIEA - Programa Internacional de Educaccedilatildeo Ambiental
xviii
PNEA - Poliacutetica Nacional de Educaccedilatildeo Ambiental
PNI ndash Parque Nacional do Iguaccedilu
PNMA - Programa Nacional do Meio Ambiente
PNUMA ndash Programa das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente
PPA ndash Plano Plurianual
PROINICIAR ndash Programa de Iniciaccedilatildeo Acadecircmica
PRONEA ndash Programa Nacional de Educaccedilatildeo Ambiental
PRO-REDE ndash Programa de Reestruturaccedilatildeo da Rede Puacuteblica de Ensino
REASUL - Rede Sul Brasileira de Educaccedilatildeo Ambiental
REBEA ndash Rede Brasileira de Educaccedilatildeo Ambiental
REGUA ndash Registro Uacutenico do Aluno
REPEA ndash Rede Paulista de Educaccedilatildeo Ambiental
SAEB - Sistema Nacional de Avaliaccedilatildeo da Educaccedilatildeo Baacutesica
SECIRM ndash Secretaria da Comissatildeo Interministerial para os Recursos do Mar
SEDUC - Secretaria da Educaccedilatildeo Baacutesica
SEERJ ndash Secretaria Estadual de Educaccedilatildeo do Rio de Janeiro
SEF ndash Secretaria de Ensino Fundamental
SEMA - Secretaria Estadual do Meio Ambiente
SENAC ndash Serviccedilo Nacional de Aprendizagem Comercial
SENAI - Serviccedilo Nacional de Aprendizagem Industrial
SIBEA ndash Sistema Brasileiro de Informaccedilatildeo em Educaccedilatildeo Ambiental
UENF ndash Universidade Estadual do Norte Fluminense
UERJ ndash Universidade do Estado do Rio de Janeiro
UFMT - Universidade Federal de Mato Grosso
UNCED - United Nations Conference on Environment and Development
UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina
UFRJ ndash Universidade Federal do Rio de Janeiro
UFRPE - Universidade Federal Rural de Pernambuco
UFRRJ ndash Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
UICN ndash Uniatildeo Internacional para Conservaccedilatildeo da Natureza
UNE ndash Uniatildeo Nacional dos Estudantes
xix
UNESCO - Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a educaccedilatildeo agrave ciecircncia e a
cultura
UNICEF ndash Fundo das Naccedilotildees Unidas para a Infacircncia
USAID - United States Agency for International Development
1
Capiacutetulo 1 Apresentaccedilatildeo do Trabalho
11 Introduccedilatildeo
A educaccedilatildeo eacute a base para o desenvolvimento de qualquer paiacutes por ser
um instrumento fundamental para a promoccedilatildeo da cidadania Eacute por meio dela
que as pessoas adquirem condiccedilotildees de se transformarem em cidadatildeos ativos e
competitivos
A cidadania se fundamenta em princiacutepios eacuteticos aleacutem de promover o
direito agrave justiccedila social pois eacute impossiacutevel conceber o crescimento de um paiacutes
tendo milhotildees de pessoas excluiacutedas da participaccedilatildeo democraacutetica em vaacuterias
instacircncias e niacuteveis da sociedade
Eacute atraveacutes de um bom desempenho da cidadania que a sociedade pode
contribuir para a soluccedilatildeo de problemas e ateacute evitar que alguns destes possam
surgir Neste processo a educaccedilatildeo ambiental tem um papel muito importante
pois participa natildeo somente como uma transmissatildeo de conhecimento mas
2
tambeacutem na aplicaccedilatildeo de informaccedilotildees como uma forma de mudanccedila de
atitudes da sociedade face aos problemas ambientais
A Educaccedilatildeo Ambiental eacute uma proposta de mudanccedila de comportamento
onde se faz o resgate de valores eacuteticos esteacuteticos democraacuteticos e humanistas
Estes valores satildeo fortemente defendidos pela educaccedilatildeo de um modo geral pelo
conjunto de conhecimentos produzidos nas mais diversas aacutereas tendo como foco
o princiacutepio do respeito pelo meio ambiente que natildeo eacute constituiacutedo somente pelos
organismos vivos Haacute uma preocupaccedilatildeo com um sentido muito mais amplo do
que meramente com a extinccedilatildeo de alguns animais ou plantas
(wwweducarscuspbr)
Meio Ambiente eacute tudo que compotildee a paisagem Eacute a interaccedilatildeo do
conjunto de elementos naturais artificiais culturais e sociais que propicia o
desenvolvimento equilibrado da vida em todas as suas formas
Podemos classificaacute-lo em Meio Ambiente natural ou fiacutesico constituiacutedo pelo
solo aacutegua ar atmosfeacuterico enfim tudo que eacute natureza com toda sua diversidade
Meio ambiente artificial eacute constituiacutedo pelo espaccedilo urbano construiacutedo
representado pelo conjunto de edificaccedilotildees (espaccedilo urbano fechado) e dos
equipamentos puacuteblicos (ruas praccedilas aacutereas verdes espaccedilos livres em geral
espaccedilo urbano aberto) Meio Ambiente Cultural integra o patrimocircnio histoacuterico
artiacutestico arqueoloacutegico paisagiacutestico turiacutestico que embora artificial difere do
anterior pelo sentido de seu valor especial e o Meio Ambiente Social que eacute
formado pelas pessoas que compotildeem a Sociedade (Carvalho 2002)
Com isto a Educaccedilatildeo Ambiental eacute tambeacutem o respeito pelas culturas que
incluem as especificidades de classe etnia e gecircnero funcionando como uma
defesa da descentralizaccedilatildeo e da distribuiccedilatildeo social do poder dando assim uma
efetiva contribuiccedilatildeo para uma sociedade melhor (wwweducarscuspbr)
A Educaccedilatildeo Ambiental visa modificar as relaccedilotildees entre a sociedade e o
meio ambiente de forma a melhorar a qualidade de vida transformando o
sistema produtivo e consumista em uma sociedade mais solidaacuteria promovendo a
3
inclusatildeo social atraveacutes da justa distribuiccedilatildeo dos recursos naturais entre todos
Para isto se faz necessaacuteria natildeo soacute a existecircncia de poliacuteticas sociais mas
principalmente que estas estejam integradas nas diversas esferas da sociedade
Eacute tambeacutem importante que tenham estrateacutegias bem definidas para que possam
ser formuladas e implementadas por accedilotildees que sejam intersetoriais buscando
sempre parcerias com os diversos segmentos sejam estes entidades ou
movimentos sociais
Um ponto importante que deve nortear a Educaccedilatildeo Ambiental eacute o
conceito de desenvolvimento sustentaacutevel que inter-relaciona os aspectos sociais
e ambientais isto eacute promove a qualidade das relaccedilotildees humanas com o ambiente
natural e a necessidade de produccedilatildeo de riquezas Sachs (citado em Montibeller-
Filho 2001) propotildee a seguinte definiccedilatildeo para Desenvolvimento Sustentaacutevel
ldquoTrata-se de gerir a natureza de forma a assegurar aos homens de nossa geraccedilatildeo
e das geraccedilotildees futuras a possibilidade de se desenvolverrdquo (Azevedo 1991)
Segundo a Comissatildeo Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento
Desenvolvimento Sustentaacutevel eacute definido como ldquoDesenvolvimento que responde
agraves necessidades do presente sem comprometer as possibilidades das geraccedilotildees
futuras de satisfazer suas proacuteprias necessidadesrdquo (wwweducarscuspbr)
O desenvolvimento sustentaacutevel deveria ser uma preocupaccedilatildeo primordial
para o desenvolvimento econocircmico poreacutem para alguns setores da economia o
mais importante eacute o valor de produccedilatildeo imediato mesmo que para isso se
degrade o meio ambiente e se comprometa a possibilidade de produccedilotildees
futuras Os movimentos ambientalistas conseguem produzir um conjunto de
princiacutepios em relaccedilatildeo ao meio ambiente atraveacutes de protocolos e declaraccedilotildees
Este conjunto constitui a base do direito ambiental brasileiro e internacional o
qual associa a proteccedilatildeo do meio ambiente ao desenvolvimento
socioeconocircmico ldquoA poliacutetica nacional do meio ambiente tem por objetivo a
preservaccedilatildeo melhoria e recuperaccedilatildeo da qualidade ambiental propiacutecia agrave vida
visando assegurar no paiacutes condiccedilotildees ao desenvolvimento socioeconocircmicordquo
4
(Brasil Poliacutetica Nacional do Meio Ambiente - Lei 6938 1981 citado em Montibeller
Filho 2001)
Eacute por isto que uma boa formaccedilatildeo do educador ambiental se faz
necessaacuterio pois a Educaccedilatildeo Ambiental eacute antes de tudo um instrumento de
promoccedilatildeo da cidadania como jaacute dito anteriormente principalmente nos dias de
hoje onde eacute fundamental para o desenvolvimento a inserccedilatildeo competitiva de
qualquer naccedilatildeo do mundo o seu conhecimento Conhecimento este que seraacute
compartilhado com os alunos que satildeo os que iniciam a jornada de mudanccedila
pois estes seratildeo os transmissores desses conhecimentos aos seus pais vizinhos
amigos enfim como se fosse uma grande corrente Neste ponto eacute que a
Educaccedilatildeo Ambiental difere das demais disciplinas tendo uma visatildeo muito mais
ampla do que o simples acuacutemulo de informaccedilotildees sem conexatildeo entre elas e com
o potencial de evocaccedilatildeo existente na aprendizagem Baseia-se na premissa de
que eacute na reflexatildeo tanto individual como coletiva que se tem em relaccedilatildeo ao meio
ambiente que se daacute o processo de aprendizagem (wwweducarscuspbr)
A Educaccedilatildeo Ambiental natildeo pode estar reduzida a uma disciplina ou
programa seja este de reciclagem ou reaproveitamento do lixo preservaccedilatildeo da
aacutegua etc A importacircncia destes programas existe mas a Educaccedilatildeo Ambiental
natildeo pode estar somente baseada neles tem que ter um sentido mais amplo
como o uso de recursos com responsabilidade desenvolvendo produccedilotildees limpas
que geram lucro mantendo a harmonia com o meio ambiente Para isto existe a
necessidade de ldquopromover a Educaccedilatildeo Ambiental em todos os niacuteveis de ensinordquo
(Brasil 1988) Dessa forma o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo (MEC) elaborou os
Paracircmetros Curriculares Nacionais (PCNs) em que o meio ambiente (Educaccedilatildeo
Ambiental) eacute apresentado como tema transversal para todo o curriacuteculo escolar
(Guimaratildees 2004)
Mesmo a educaccedilatildeo ambiental estando presente nos PCNs esta natildeo eacute
amplamente aplicada em especial no Ensino Meacutedio da Rede Puacuteblica foco do
presente trabalho Acredita-se que um dos motivos seja o despreparo dos
educadores do Ensino Meacutedio Por esse motivo eacute que haacute a necessidade de uma
5
efetiva integraccedilatildeo da Universidade com o Ensino Meacutedio pois desta forma os
educadores estaratildeo participando de alguma maneira deste processo
educacional
A Universidade prepara os professores que atuaratildeo no ensino meacutedio e
estes por sua vez seratildeo responsaacuteveis pela formaccedilatildeo dos alunos que ingressam na
Universidade Os alunos por seu turno saem da Universidade jaacute na qualidade de
profissionais que podem ser professores ou natildeo Poreacutem existe a necessidade de
investimento na formaccedilatildeo do docente isto eacute este deve retornar a Universidade
atraveacutes de programas de formaccedilatildeo continuada seja em cursos de extensatildeo ou
especializaccedilatildeo A formaccedilatildeo continuada se reveste de uma importacircncia ainda
maior principalmente devido agrave existecircncia das poliacuteticas de inclusatildeo social que
visam a democratizaccedilatildeo do ensino superior promovendo o ingresso de alunos de
baixa renda a um ensino de qualidade nas Universidades Puacuteblicas A respeito
dessas poliacuteticas existem algumas opiniotildees divergentes em relaccedilatildeo ao sistema de
cotas que consiste na reserva de vagas para alunos carentes e negros Para
alguns facilitar a entrada desses alunos nas Universidades eacute a soluccedilatildeo para a
inclusatildeo social natildeo importando se este aluno tem condiccedilotildees de se manter na
Universidade devido ao seu despreparo advindo do ensino meacutedio Para outros a
inclusatildeo social se faz natildeo reservando vagas e sim melhorando a qualidade do
ensino meacutedio da rede puacuteblica para que os alunos tenham condiccedilotildees de
competir em igualdade com os demais alunos e esta melhoria do ensino pode
ter iniacutecio atraveacutes da capacitaccedilatildeo do docente
Essas propostas formam uma espeacutecie de ciclo conforme o esquema
mostrado na figura 11 O mais importante poreacutem eacute que os profissionais tenham
consciecircncia do seu papel como cidadatildeos e da sua relaccedilatildeo com o Meio
Ambiente
6
UNIVERSIDADE
ALUNOS DOCENTES
ENSINO MEacuteDIO
Figura 11 Esquema do Ciclo da Educaccedilatildeo
12 Objetivos do Trabalho
Com base nas premissas abordadas a presente dissertaccedilatildeo tem como
objetivos
Objetivo Geral
Criar instrumentos que viabilizem a integraccedilatildeo Universidade com o Ensino
Meacutedio com base em poliacuteticas de inclusatildeo social para capacitaccedilatildeo de docentes
no segmento de Educaccedilatildeo Ambiental
7
Objetivos especiacuteficos
bull Avaliaccedilatildeo do atual estado da arte da Educaccedilatildeo Ambiental no
ensino meacutedio ministrado na Rede Estadual de Ensino do municiacutepio do
Rio de Janeiro
bull Avaliaccedilatildeo do acesso agraves Universidades Puacuteblicas atraveacutes de estudos
de caso
bull Elaboraccedilatildeo de uma proposta de Educaccedilatildeo Continuada visando a
capacitaccedilatildeo do docente de Ensino Meacutedio
13 Organizaccedilatildeo do Estudo
A presente dissertaccedilatildeo foi organizada em 10 capiacutetulos Aleacutem deste que
traz uma breve apresentaccedilatildeo do tema nos capiacutetulos subsequumlentes seratildeo feitas as
seguintes abordagens
O capiacutetulo 2 apresenta uma anaacutelise histoacuterico-social do sistema educacional
brasileiro desde a colonizaccedilatildeo ateacute os dias atuais
O capiacutetulo 3 traz a estrutura organizacional da educaccedilatildeo no Brasil
incluindo as esferas poliacuteticas responsaacuteveis pelos diferentes segmentos
As poliacuteticas puacuteblicas de inclusatildeo social satildeo abordadas no capiacutetulo 4 e o
capiacutetulo 5 contextualiza a Educaccedilatildeo ambiental sob os prismas histoacuterico e
evolutivo
As metodologias empregadas nos estudos elaborados estatildeo descritas no
capiacutetulo 6
No capiacutetulo 7 eacute realizada uma avaliaccedilatildeo do acesso aos cursos de
graduaccedilatildeo de Universidades Puacuteblicas atraveacutes de estudos de caso envolvendo a
Universidade Estadual do Rio de Janeiro e a Universidade Federal do Rio de
Janeiro comparando-se o acesso com sistemas de cotas (UERJ) e a proposta em
8
estudo para a reserva de vagas na UFRJ aleacutem de uma anaacutelise quantitativa do
acesso dos estudantes da rede puacuteblica a estas universidades
O capiacutetulo 8 traz os resultados referentes ao estudo de campo sobre a
Educaccedilatildeo Ambiental realizado junto agraves escolas de Ensino Meacutedio da Rede Puacuteblica
Estadual localizadas no municiacutepio do Rio de Janeiro
A partir das demandas detectadas nesse estudo de campo foi elaborada
uma proposta de curso de capacitaccedilatildeo voltado para os professores de Ensino
Meacutedio apresentada no capiacutetulo 9 As principais conclusotildees desse estudo bem
como as sugestotildees de continuidade do trabalho encontram-se no capiacutetulo 10
O capiacutetulo a seguir conforme jaacute citado aborda o Sistema Educacional
Brasileiro
9
Capiacutetulo 2 O Sistema Educacional Brasileiro
21 Introduccedilatildeo
Neste capitulo foi realizada uma anaacutelise histoacuterico-social do sistema
educacional brasileiro desde o iniacutecio da colonizaccedilatildeo brasileira ateacute a atualidade
A histoacuteria da educaccedilatildeo brasileira natildeo eacute uma histoacuteria difiacutecil de ser estudada e
compreendida Ela evolui em rupturas marcantes e faacuteceis de serem observadas
A primeira grande ruptura travou-se com a chegada dos portugueses ao territoacuterio
do Novo Mundo Natildeo se pode deixar de reconhecer que os portugueses
trouxeram um padratildeo de educaccedilatildeo proacuteprio da Europa o que natildeo quer dizer que
as populaccedilotildees que por aqui jaacute viviam natildeo possuiacutessem caracteriacutesticas proacuteprias de
se fazer educaccedilatildeo Conveacutem ressaltar que a educaccedilatildeo que se praticava entre as
populaccedilotildees indiacutegenas natildeo tinha as marcas repressivas do modelo educacional
europeu
A chegada dos jesuiacutetas ao territoacuterio brasileiro natildeo trouxe somente a moral
os costumes e a religiosidade europeacuteia trouxe tambeacutem os meacutetodos pedagoacutegicos
Este meacutetodo funcionou absoluto durante 210 anos de 1549 a 1759 quando uma
nova ruptura marca a histoacuteria da educaccedilatildeo no Brasil a expulsatildeo dos jesuiacutetas pelo
10
Marquecircs de Pombal Se existia alguma coisa muita bem estruturada em termos
de educaccedilatildeo o que se viu a seguir foi o mais absoluto caos Tentaram-se as aulas
reacutegias o subsiacutedio literaacuterio mas o caos continuou ateacute que a Famiacutelia Real fugindo
de Napoleatildeo na Europa resolveu transferir o Reino para o Novo Mundo Na
verdade natildeo se conseguiu implantar um sistema educacional nas terras
brasileiras mas a vinda da Famiacutelia Real permitiu uma nova ruptura com a situaccedilatildeo
anterior Para preparar o terreno para sua estadia no Brasil D Joatildeo VI abriu
Academias Militares Escolas de Direito e Medicina a Biblioteca Real o Jardim
Botacircnico e sua iniciativa mais marcante em termos de mudanccedila foi a criaccedilatildeo da
Imprensa Reacutegia Segundo alguns autores o Brasil foi finalmente ldquodescobertordquo e a
nossa Histoacuteria passou a ter uma complexidade maior A educaccedilatildeo no entanto
continuou a ter uma importacircncia secundaacuteria Sabe-se que enquanto nas colocircnias
espanholas jaacute existiam muitas universidades como a Universidade de Satildeo
Domingos criada em 1538 a do Meacutexico e a de Lima criadas em 1551 a nossa
primeira Universidade soacute surgiu em 1934 em Satildeo Paulo Por todo o Impeacuterio
incluindo D Joatildeo VI D Pedro I e D Pedro II pouco se fez pela educaccedilatildeo
brasileira e muitos reclamavam de sua qualidade ruim Com a Proclamaccedilatildeo da
Repuacuteblica fizeram-se vaacuterias reformas que pudessem dar uma nova guinada mas
observando bem a educaccedilatildeo brasileira natildeo sofreu um processo de evoluccedilatildeo
que pudesse ser considerado marcante ou significativo em termos de modelo
Ateacute os dias de hoje muito se tem mudado no planejamento educacional mas a
educaccedilatildeo continua a ter as mesmas caracteriacutesticas impostas em todos os paiacuteses
do mundo que eacute de manter o ldquostatus quordquo para aqueles que frequumlentam os
bancos escolares (Niskier 1989)
Desde jaacute pode-se dizer que a Educaccedilatildeo Brasileira tem um princiacutepio meio e
fins bem demarcados e facilmente observaacuteveis Eacute isso que se pretende mostrar
neste capiacutetulo Logo o trabalho foi dividido por periacuteodos considerados como os
mais marcantes e os que sofreram as rupturas mais concretas na nossa
educaccedilatildeo Assim seraacute mostrada uma relaccedilatildeo de fatos histoacutericos em diferentes
visotildees procurando-se realccedilar os fatos ligados agrave Histoacuteria da Educaccedilatildeo no Brasil
11
Para tanto os textos a seguir satildeo baseados nas informaccedilotildees e citaccedilotildees
extraiacutedas das seguintes fontes Lima 1974 Niskier 1989 Romanelli 1978
wwwacciocombr wwwpedagogiaemfocoprobr
22 A Educaccedilatildeo no Brasil Colocircnia
No iniacutecio da colonizaccedilatildeo do Brasil por volta de 1532 natildeo se cogitou nada
que se relacionasse com a instruccedilatildeo de seus moradores pois o interesse de
Portugal era direcionado para as riquezas da terra descoberta A educaccedilatildeo no
Brasil teve iniacutecio com a chegada dos jesuiacutetas e foi atribuiacuteda aos educadores da
Companhia de Jesus por volta de 1549 com a vinda do primeiro governador
geral Tomeacute de Sousa Este encontrou a Colocircnia inteiramente despreparada em
mateacuteria de instruccedilatildeo natildeo soacute do chamado ldquogentiordquo como tambeacutem dos filhos dos
colonos Tomeacute de Sousa fez questatildeo de incluir na sua comitiva dedicados
membros da Companhia de Jesus e em menos de quinze dias jaacute funcionava
uma escola chamada na eacutepoca de ldquoler e escreverrdquo Os primeiros coleacutegios e as
ditas ldquoaulas de ensinar e contarrdquo foram criados pelos jesuiacutetas e eram mantidos
com sacrifiacutecio mediante esmolas e donativos especiais e a matildeo de obra nas
construccedilotildees eram do esforccedilo fiacutesico dos proacuteprios religiosos ajudados por iacutendios e
alguns colonos Esses coleacutegios ensinavam gratuitamente Gramaacutetica Latina
Filosofia Teologia Dogmaacutetica e Moral Primeiras Letras e Matemaacutetica Elementar
(Niskier 1989)
Em 1553 chegara ao Brasil com o governador Duarte da Costa o padre
Joseacute de Anchieta que era o encarregado do ensino dos religiosos neoacutefitos Na
falta de livros escrevia as liccedilotildees nos cadernos que distribuiacutea para cada aluno Os
jovens catecuacutemenos1 e os filhos dos colonos aprendiam assim os princiacutepios das
liacutenguas portuguesa espanhola latina brasiacutelica ou tupi indispensaacuteveis no trato
com os indiacutegenas Alguns estudiosos condenam a ausecircncia de um ensino jaacute
naquela eacutepoca mais voltado para a ciecircncia nos moldes do ensino europeu o
que daria ao Brasil melhores condiccedilotildees de competitividade internacional em
1 Pessoas em fase de preparaccedilatildeo para o batismo
12
vaacuterias aacutereas Se isto eacute um fato por outro lado natildeo deixa de ser meacuterito dos jesuiacutetas
a manutenccedilatildeo da nossa integridade territorial e a existecircncia de uma soacute
predominante religiatildeo como tambeacutem ficou sendo o portuguecircs a liacutengua utilizada
nas escolas implantadas no territoacuterio brasileiro (Niskier 1989)
Entretanto a Companhia de Jesus natildeo possuiacutea um trabalho pedagoacutegico
nem uma filosofia da educaccedilatildeo especialmente elaborada para o desempenho
desta missatildeo A Companhia vinha ao mundo com diversas ideacuteias novas
especialmente no campo ascese cristatilde e na sua proacutepria organizaccedilatildeo como
sociedade de cleacuterigos mas natildeo tinha nada a dizer de especial quanto agrave filosofia
da educaccedilatildeo no sentido em que entendemos hoje este termo excluiacuteda a
educaccedilatildeo especial daqueles que deveriam ser sarcedotes Por causa disso ela
limitou-se na praacutetica em termos da educaccedilatildeo mais geral a codificar atraveacutes da
experiecircncia de seus docentes uma filosofia de educaccedilatildeo em que de certo
modo cristianizava-se o modelo educacional renascentista baseado no
equivalente ao ensino secundaacuterio no estudo dos claacutessicos e no cultivo da liacutengua
latina De tal modo o ensino expandiu com o tempo este modelo pedagoacutegico
cristatildeo que comeccedilou a ser visto como se fosse a proacutepria filosofia cristatilde da
educaccedilatildeo (Niskier 1989)
Ateacute meados do seacuteculo XVIII esse foi o modelo educacional brasileiro
Poreacutem em 1759 apoacutes a decisatildeo do Marquecircs de Pombal de expulsar os jesuiacutetas
segundo Fernando de Azevedo (professor educador criacutetico ensaiacutesta e
socioacutelogo) ldquoNa educaccedilatildeo estabeleceu-se um caos completo a despeito dos
esforccedilos de outras ordens religiosasrdquo (Niskier 1989) A expulsatildeo dos jesuiacutetas teve
como consequumlecircncia imediata aleacutem da desintegraccedilatildeo do ensino o fechamento
de residecircncias missotildees e coleacutegios e seminaacuterios Vaacuterios autores consideram a
expulsatildeo dos jesuiacutetas um fator de retrocesso na educaccedilatildeo brasileira natildeo soacute pela
diminuiccedilatildeo do nuacutemero de escolas mas sobretudo nos aspectos organizacional e
didaacutetico- pedagoacutegico Abaixo eacute destacado o que expressou Moreira de
Azevedo em seu artigo ldquoInstruccedilatildeo Puacuteblica nos Tempos Coloniais do Brasilrdquo sobre
a expulsatildeo dos Jesuiacutetas
13
ldquoPrivados desses preceptores experimentou a instruccedilatildeo sensiacutevel atraso e se para substituiacute-los vieram as escolas monaacutesticas dos Beneditinos Carmelitas e Franciscanos natildeo chegaram estas ao grau de meacutetodo ensino e regularidade das dos padres de Jesus poreacutem ainda assim quando aquelas desapareceram eram as melhores que possuiacutea a colocircnia do Brasilrdquo (AZEVEDO Moreira de Apud NISKIER 1989)
Em 1772 foi assinada uma lei que abolia o antigo sistema de donativos
para a Instruccedilatildeo e estabelecia o Subsiacutedio Literaacuterio Foi criada uma taxaccedilatildeo
complementar para os vinhos e demais bebidas alcooacutelicas destinada a fornecer
os fundos para o pagamento dos mestres que fossem nomeados pelo governo
No Brasil o Subsiacutedio Literaacuterio entrou em vigor em 1773 o que iria proporcionar o
funcionamento de aulas destinadas ao ensino das primeiras letras de Gramaacutetica
Latina de Filosofia e Grego (Niskier 1989) No Rio de Janeiro passou a funcionar
uma Aula de Engenharia autorizada pela Rainha D Maria I Poreacutem essas aulas
natildeo produziram os efeitos desejados com queixa dos professores e dos alunos
Eram observados uma estrutura fraca e resultados mediacuteocres pois as aulas
estavam a cargo de mestres improvisados que natildeo tinham programas
estabelecidos e natildeo havia fiscalizaccedilatildeo no que diz respeito agrave qualidade do ensino
ministrado e do aproveitamento dos alunos O Subsiacutedio Literaacuterio natildeo bastava em
muitas capitanias natildeo sendo suficiente sequer para o pagamento dos
professores continuando a dependecircncia de boa vontade de particulares Na
eacutepoca os professores aleacutem de mal pagos eram desconsiderados no seio da
sociedade pois a educaccedilatildeo era como trazer a luz aos ignorantes o que ia ao
encontro dos interesses de muitos
Havia maior preocupaccedilatildeo em ensinar Latim e ateacute mesmo Grego e Retoacuterica
do que a Liacutengua Portuguesa A Matemaacutetica custou a integrar-se no curriacuteculo
escolar As Ciecircncias Naturais contavam com a preferecircncia de diminuto nuacutemero
de abnegados professores Os coleacutegios prepararam para estudo superior em
universidades europeacuteia os jovens que natildeo buscavam a vida sacerdotal O ensino
superior concentrava-se na Universidade de Coimbra para onde eram enviados
os filhos de famiacutelias que dispunham de recursos
14
Assim o resultado das decisotildees do Marquecircs de Pombal foi que no princiacutepio
do seacuteculo XIX a educaccedilatildeo brasileira estava reduzida praticamente a nada O
sistema jesuiacutetico foi desmantelado e nada que pudesse chegar proacuteximo desse
sistema foi organizado para dar continuidade a um trabalho de educaccedilatildeo Esta
situaccedilatildeo somente sofreu uma mudanccedila com a chegada da Famiacutelia Real ao Brasil
em 1808
23 A Educaccedilatildeo no Brasil Impeacuterio
Com a vinda da Corte Portuguesa para o Brasil em 1808 fugindo das tropas
de Napoleatildeo que haviam invadido Portugal por esta eacutepoca Dom Joatildeo VI sabia
que sua estadia forccedilada em terras brasileira natildeo seria curta e portanto aleacutem de
abrir os portos do Brasil agraves naccedilotildees amigas resolveu permitir a imprensa facilitar a
entrada de livros e fundar cerca de uma dezena de instituiccedilotildees de ensino teacutecnico
ou superior em nosso territoacuterio no Rio de Janeiro e na Bahia
O setor cultural tambeacutem seria extraordinariamente beneficiado atraveacutes da
criaccedilatildeo de vaacuterias instituiccedilotildees destinadas a dar continuidade agraves que existiam em
Portugal Dentre os cursos superiores o de Medicina foi o que mereceu atenccedilatildeo
especial Em 1808 foi criado pelo priacutencipe regente o Coleacutegio Meacutedico-ciruacutergico da
Bahia instalado no Real Hospital Militar e sediado no preacutedio onde funcionara o
coleacutegio dos jesuiacutetas
O ensino militar recebeu maior atenccedilatildeo do governo real depois do seu
estabelecimento na cidade do Rio de Janeiro A Academia Real Militar da Corte
recebeu o nome de Escola Central abrigando o curso de Engenharia que
permaneceu com a designaccedilatildeo de Escola Politeacutecnica ateacute a transferecircncia em
nossos dias para a ilha do Fundatildeo
Assim como o ensino superior as instruccedilotildees primaacuteria e secundaacuteria tambeacutem
passaram por estaacutegio de desenvolvimento desordenado problema este gerado
pela falta de um plano geral que pudesse ser aplicado em todas as capitanias
do Brasil Mesmo depois da instalaccedilatildeo da Corte no Rio de Janeiro houve um
aumento consideraacutevel nos pedidos de criaccedilatildeo de escolas de primeiras letras
15
pedidos estes que foram atendidos ou natildeo conforme a disponibilidade de
recursos para pagamento de professores (Niskier 1989)
Neste periacuteodo a evasatildeo escolar era muito grande para evitar o
esvaziamento das escolas o governo decidiu isentar do recrutamento para fins
militares os alunos dos estabelecimentos puacuteblicos que demonstrassem frequumlecircncia
assiduidade e bom aproveitamento o que deveria ser atestado pelos professores
Em 1817 a cidade do Rio de Janeiro contava aleacutem das escolas de
primeiras letras dos estabelecimentos de ensino militar e naval das aulas de
Medicina e das de Comeacutercio com trecircs de Gramaacutetica Latina uma de Retoacuterica
uma de Filosofia uma de Grego e uma de Desenho e Pintura Um grupo de
negociantes do Rio de Janeiro propocircs ao Priacutencipe-Regente a constituiccedilatildeo de um
fundo cujos rendimentos seriam reservados para criar e manter estabelecimentos
destinados agrave instruccedilatildeo puacuteblica
Desde a chegada de D Joatildeo VI ao Rio o governo portuguecircs fez tentativas
louvaacuteveis para introduzir no Brasil aleacutem das instituiccedilotildees civis os estabelecimentos
de instruccedilatildeo puacuteblica da metroacutepole Natildeo se deu a devida importacircncia agrave instruccedilatildeo
primaacuteria das classes baixas e meacutedias da sociedade e os que nas classes
elevadas sentiam a necessidade de uma instruccedilatildeo mais completa nem por isso
encontravam maiores recursos continuaram mais ou menos obrigados a adquiri-
la em Coimbra ou mesmo na Inglaterra ou na Franccedila
Com a Proclamaccedilatildeo da Independecircncia o Brasil tinha outros problemas
mais urgentes com que se preocupar do que a fundaccedilatildeo de uma universidade
ou o estabelecimento de uma rede de ensino primaacuterio e secundaacuterio Logo o
sistema de aulas avulsas continuou a existir na impossibilidade de substituiacute-lo
imediatamente por um verdadeiro sistema escolar tal como o entendemos nos
dias de hoje ou como existia ainda que precariamente no tempo dos jesuiacutetas
Mas em 1824 a primeira Constituiccedilatildeo Brasileira estabeleceu no seu ceacutelebre Art
179 no paraacutegrafo XXXII que
16
ldquoA instruccedilatildeo primaacuteria eacute gratuita a todos os cidadatildeos e a Constituiccedilatildeo garante coleacutegios e universidades onde seratildeo ensinados os elementos das ciecircncias belas letras e artesrdquo (Niskier 1989)
Poreacutem estas determinaccedilotildees nunca chegaram a ser cumpridas em grande
extensatildeo e antes que tais projetos se concretizassem ocorreu uma modificaccedilatildeo
constitucional no Brasil que iria complicar seriamente os destinos da educaccedilatildeo
durante todo o restante do Impeacuterio
Com a abdicaccedilatildeo de Dom Pedro I ao trono em favor de seu filho D Pedro
II Os parlamentares brasileiros com receio de que o novo imperador acumulasse
um excesso de poder promulgaram o Ato Adicional de 1834 agrave Constituiccedilatildeo
Imperial pelo qual o poder puacuteblico em diversos sentidos era descentralizado
Assim o Ato Adicional de 1834 estabelecia que cada proviacutencia do Brasil se
tornava autocircnoma para organizar de acordo apenas com suas proacuteprias diretivas
o ensino primaacuterio e secundaacuterio Haveria ou poderia haver portanto tantos
sistemas de ensino primaacuterios e secundaacuterios no Brasil quantas fossem as proviacutencias
sem que nenhuma tivesse que dar satisfaccedilatildeo nem agraves demais proviacutencias nem
tampouco ao governo central O ensino superior poreacutem ficaria sob a
responsabilidade do governo central em todo territoacuterio nacional
Mas na praacutetica estas medidas acabaram por consagrar a partilha de
diversas atribuiccedilotildees do domiacutenio da Instruccedilatildeo Puacuteblica apoacutes a reforma da
constituiccedilatildeo os estudos primaacuterios e secundaacuterios limitaram-se ao municiacutepio da
corte Portanto em 1837 o acontecimento mais importante no campo da
instruccedilatildeo puacuteblica no Brasil foi a criaccedilatildeo do Coleacutegio Pedro II onde funcionava o
Seminaacuterio de Satildeo Joaquim na cidade do Rio de Janeiro O coleacutegio fora criado
com o objetivo de se tornar um modelo pedagoacutegico para o curso secundaacuterio
sendo ali realizado um curso de sete anos que correspondia aproximadamente
ao que depois veio a ser o ginaacutesio e o colegial (Niskier 1989)
Em 1854 o governo central ao reformar o ensino na capital do Impeacuterio
propusera a criaccedilatildeo do ensino primaacuterio e 2ordm grau Assim criou-se a Inspetoria
17
Geral da Instruccedilatildeo primaacuteria e secundaacuteria oacutergatildeo ligado ao Ministeacuterio do Impeacuterio e
destinado a fiscalizar e orientar o ensino puacuteblico e particular na cidade do Rio de
Janeiro e estruturou em dois niacuteveis a instruccedilatildeo primaacuteria gratuita que a constituiccedilatildeo
prometera a todos (www acciocom br )
O exemplo da corte frutificou nas proviacutencias empenhando assim em
promover a uniformizaccedilatildeo do ensino em todo o impeacuterio Logo as demais
proviacutencias passaram a voltar a sua atenccedilatildeo paras as reformas que se realizavam
na corte
No entanto na corte e nas proviacutencias as escolas ficaram apenas na letra
da lei Alguns estabelecimentos particulares na corte e nas grandes cidades
ofereceram um ensino mais rico que o ministrado nas escolas puacuteblicas
Dentre as causas que entatildeo obstaram a ampliaccedilatildeo e o enriquecimento do
ensino elementar destacava-se a falta de pessoal docente devidamente
habilitado e entatildeo veio a necessidade de preparar o pessoal docente para as
escolas Logo surgiram apoacutes a reforma da constituiccedilatildeo e por iniciativa dos
governos provinciais as primeiras escolas normais brasileiras
Em 1880 teria a capital do Impeacuterio sua primeira escola normal mantida e
administrada pelo poder puacuteblico sendo que qualitativamente a instruccedilatildeo se
mostrava precaacuteria
Outras causas muito importantes eram as dispersotildees da populaccedilatildeo o
nuacutemero insuficiente de escolas o descontentamento de professores mal
remunerados a ignoracircncia dos pais que se recusavam a mandar os filhos para a
escola
Com o objetivo de estimular o desenvolvimento dos estudos secundaacuterios
nas proviacutencias o ministro Joatildeo Alfredo Correia de Oliveira instalou nas capitais das
proviacutencias do Impeacuterio novas bancas de exames gerais preparatoacuterios
18
Os mais importantes projetos de reforma nas deacutecadas do seacuteculo XIX
pediam a colaboraccedilatildeo da capital para a elevaccedilatildeo do ensino em todo o Impeacuterio
Cuidavam do enriquecimento e aperfeiccediloamento e da expansatildeo da instruccedilatildeo
primaacuteria e do ensino normal cuja frequumlecircncia pretendia tornar obrigatoacuteria a todas
as crianccedilas na faixa dos sete aos quatorze anos
Deslocando-se dos demais projetos de reforma apresentados nos uacuteltimos
anos do Impeacuterio pelo desassombro e pela riqueza de suas posiccedilotildees o substitutivo
apresentado por Rui Barbosa ao decreto Leocircncio Carvalho ficaria como um vasto
programa de reformas que a Repuacuteblica caberia cumprir
Assim a proposta de Rui Barbosa cuidava amplamente do ensino
elementar e meacutedio Estruturava o ensino primaacuterio em quatro niacuteveis para os quais
se previa pela primeira vez um tempo miacutenimo de duraccedilatildeo propunha o
enriquecimento dos programas e a renovaccedilatildeo dos meacutetodos de ensino e tornava
obrigatoacuteria uma frequumlecircncia de quatro anos na escola primaacuteria elementar e
meacutedia formando assim um verdadeiro curso de instruccedilatildeo secundaacuteria popular
(www acciocom br)
Com o quadro assim configurado perto do fim da eacutepoca imperial
comeccedilaram a surgir sinais de que a sociedade estava comeccedilando a
amadurecer para o problema educacional Isto se deu porque nesta eacutepoca a
unidade nacional jaacute estava consolidada do ponto de vista militar uma seacuterie de
outros problemas mais preemente estavam solucionados ou em via de solucionar-
se a aboliccedilatildeo da escravatura jaacute estava agrave vista e podia-se pensar mais
serenamente na educaccedilatildeo brasileira A Proclamaccedilatildeo da Repuacuteblica trazia
consigo a esperanccedila de novas mudanccedilas e o Imperador em seus uacuteltimos
discursos na sessatildeo ao Parlamento Imperial solicitava a criaccedilatildeo de um Ministeacuterio
da Educaccedilatildeo pois ateacute aquela eacutepoca natildeo existia nada semelhante na
organizaccedilatildeo do nosso Estado
19
24 A Educaccedilatildeo na Primeira Repuacuteblica
A Repuacuteblica proclamada adotou o modelo poliacutetico americano baseado
no sistema presidencialista Na organizaccedilatildeo escolar percebeu-se a influecircncia da
filosofia positivista
O advento federativo natildeo trouxe significaccedilotildees e alteraccedilotildees para a
instruccedilatildeo puacuteblica nem inaugurou uma nova corrente de ideacuteias educacionais
tendo significado simplesmente o coroamento e portanto a continuidade de
ideacuteias que se iniciariam no impeacuterio mas precisamente nas suas duas ultimas
deacutecadas O que podemos constatar atraveacutes dos relatos de Fernando Azevedo
ldquoDo ponto de vista cultural e pedagoacutegico a Repuacuteblica foi uma revoluccedilatildeo que abortou e que contentando-se com a mudanccedila do regime natildeo teve o pensamento ou a decisatildeo de realizar uma transformaccedilatildeo radical no sistema de ensino para provocar uma renovaccedilatildeo cultural das elites culturais e poliacuteticas necessaacuterias agraves novas instituiccedilotildees democraacuteticasrdquo (www acciocom br )
A primeira constituiccedilatildeo republicana natildeo chegou a contemplar a
gratuidade e a obrigatoriedade da instruccedilatildeo elementar O legado deixado pelo
Impeacuterio natildeo se alterou substancialmente o ensino secundaacuterio defendia e
reclamava desde as uacuteltimas deacutecadas do Impeacuterio a equumlidade como mecanismo
necessaacuterio ao aperfeiccediloamento do ensino secundaacuterio a sua estruturaccedilatildeo em
acircmbito nacional a instituiccedilatildeo de ensino regulares e sistemaacuteticos (www
acciocom br)
Assim pela constituiccedilatildeo de 1891 agrave qual se acrescentava a Lei de 20 de
novembro de 1892 ficou determinado que
bull No Distrito Federal competia ao Governo federal o ensino superior e
secundaacuterio e agrave Prefeitura o ensino primaacuterio
bull Os Estados poderiam organizar seus proacuteprios sistemas de ensino
primaacuterio secundaacuterio e superior
bull Em cada Estado o Governo Federal podia organizar seu proacuteprio
sistema de ensino secundaacuterio e superior
20
Entretanto apesar da legislaccedilatildeo e organizaccedilatildeo do sistema federal de
ensino ser uma atribuiccedilatildeo do Congresso Nacional na praacutetica era o poder
executivo quem legislava e organizava a educaccedilatildeo Isto fez com que durante
toda a Primeira Repuacuteblica a posiccedilatildeo do Governo Federal fosse conservadora Isto
de certa forma restringia o entusiasmo pedagoacutegico que dominou a sociedade
brasileira depois da Primeira Guerra Mundial
Jaacute em relaccedilatildeo agraves administraccedilotildees estaduais a partir de 1920 uma febre de
otimismo pedagoacutegico comeccedilou a tomar conta dos principais governos estaduais
do Brasil o que provocou uma seacuterie de reformas de ensino em vaacuterios estados da
Uniatildeo Embora cada Estado pudesse organizar um sistema completo de ensino
desde o primaacuterio ateacute o superior tais reformas se limitavam sempre agrave estrutura do
ensino primaacuterio e normal porque todo ensino superior estava na eacutepoca no
acircmbito do Governo Federal e o ensino secundaacuterio por natildeo ser obrigatoacuterio para a
admissatildeo aos cursos superiores natildeo passava de uma rede de cursos
preparatoacuterios com exceccedilatildeo do Coleacutegio Pedro II no Rio de Janeiro que com a
Repuacuteblica havia mudado de nome para Ginaacutesio Nacional e alguns coleacutegios
religiosos Mesmo estes na praacutetica natildeo podiam fugir do espiacuterito dos preparatoacuterios
As principais reformas levantadas a efeito na deacutecada de 1920 foram as
seguintes
bull Em 1920 em Satildeo Paulo por Sampaio Doacuteria
bull Em 1922 no Cearaacute por Lourenccedilo Filho comissionado ao governo do
Cearaacute pelo Estado de Satildeo Paulo
bull Em 1927 em Minas Gerais por Francisco Campos
bull Em 1928 no Distrito Federal por Fernando Azevedo vindo de Satildeo Paulo
a convite da Prefeitura do Rio de Janeiro
bull Em 1928 na Bahia por Aniacutesio Teixeira
Os responsaacuteveis pela seacuterie de reformas estaduais ocorridas na deacutecada de
1920 tiveram para ajudaacute-los no empreendimento vaacuterios fatores concorrendo a
seu favor e o primeiro deles foi o proacuteprio clima de euforia pedagoacutegica que tomou
conta da sociedade brasileira depois da Primeira Guerra Mundial Tambeacutem veio
21
a favor deles o iniacutecio do surto industrial que pressionava por uma nova direccedilatildeo
do ensino e a introduccedilatildeo no Brasil das ideacuteias da Escola Nova em cujas teorias se
inspiraram os reformadores
As doutrinas educacionais da Escola Nova vinham haacute seacuteculos se
desenvolvendo na Europa mas soacute entraram com toda a sua forccedila na sociedade
brasileira na eacutepoca do entusiasmo pedagoacutegico do fim da Primeira Repuacuteblica em
boa parte por obra de estudiosos tais como Fernando de Azevedo Aniacutesio Teixeira
e Lourenccedilo Filho que figuraram tambeacutem na lista dos reformadores estaduais
O movimento reformista foi favorecido pela criaccedilatildeo em 1924 da
Associaccedilatildeo Brasileira de Educaccedilatildeo que agremiou elementos de todo paiacutes em
torno de questotildees de acircmbito nacional relativas agrave Educaccedilatildeo escolar Atraveacutes de
conferecircncias curados debates e inqueacuteritos os profissionais da Educaccedilatildeo
divulgavam as ideacuteias de escolas renovadas Isto contribuiu para formaccedilatildeo de
uma nova consciecircncia educacional relativa ao papel do Estado na Educaccedilatildeo
levando agrave necessidade de expansatildeo da escola puacuteblica ao direito de todos na
educaccedilatildeo levando a exigecircncia de uma poliacutetica nacional de Educaccedilatildeo na qual
a uniatildeo exerce o papel coordenador orientador e supletivo no desenvolvimento
do ensino em todo paiacutes Muitas dessas ideacuteias viriam a consubstanciar-se em
proposiccedilotildees do manifesto dos pioneiros da Educaccedilatildeo Nova (1932) e em
dispositivo da carta de 1934
25 A Educaccedilatildeo no Poacutes 1930
A queda da Repuacuteblica Velha sob o impacto da Revoluccedilatildeo de 1930
transformou as relaccedilotildees de poder entre o governo federal e os estados dando
iniacutecio a um periacuteodo de progressiva centralizaccedilatildeo poliacutetica econocircmica Embora
natildeo trouxesse uma programaccedilatildeo definida seja para o setor poliacutetico-econocircmico
seja para o educacional a revoluccedilatildeo deu iniacutecio a um periacuteodo em que todos os
campos foram atingidos caracterizando-se progressivamente a passagem de
22
uma sociedade preacute-capitalista agraacuteria - comercial e artesanal para uma
sociedade urbano-industrial
As transformaccedilotildees poliacuteticas e econocircmicas ocorridas a partir de 1930 foram
acompanhadas de grandes alteraccedilotildees sociais especialmente nos Estados do
sudeste onde se encontravam os processos de industrializaccedilatildeo Isto acelerou a
urbanizaccedilatildeo e as migraccedilotildees para as cidades que passaram a oferecer novas
oportunidades de trabalho e salaacuterios mais vantajosos Assim a populaccedilatildeo urbana
elevou-se de 10 em 1920 para 3124 em 1940 3616 em 1950 atingindo 458
em 1960 este fato causou um reflexo na urbanizaccedilatildeo tendo como consequumlecircncia
o desenvolvimento de um importante setor de serviccedilos que se localizavam nas
grandes cidades do sudeste modificando assim a sua estratificaccedilatildeo social
(wwwacciocombr )
Com a nova ordem poliacutetico-econocircmica o aumento da populaccedilatildeo urbana
relativamente agrave rural e o aparecimento de novas ocupaccedilotildees ligadas a vida
urbana industrial surgiram maiores possibilidades de mobilidade social passando
a educaccedilatildeo escolar a representar um meio de ecircxito profissional Assim a
demanda por educaccedilatildeo cresceu consideravelmente sobretudo no periacuteodo
posterior a 1945
As mesmas transformaccedilotildees soacutecio-econocircmicas que determinaram a
incorporaccedilatildeo de novas camadas sociais ao ensino secundaacuterio tambeacutem tiveram
como consequumlecircncia a modificaccedilatildeo do status social das mulheres que passaram
a frequumlentar o ensino secundaacuterio contribuindo para a expansatildeo do mesmo
Portanto entre 1933 e 1960 as matriacuteculas aumentaram em 25367 para o ensino
primaacuterio e 40211 para o ensino normal levando o crescimento das matriacuteculas
no ensino secundaacuterio a um percentual de 1207 (www acciocom br)
Logo o governo central para atuar de forma mais significativa no
processo de organizaccedilatildeo do ensino criou em 1930 o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e
Sauacutede Puacuteblica e em 1931 o Conselho Nacional de Educaccedilatildeo oacutergatildeo consultivo
destinado a assessorar o ministro
23
As reformas realizadas nos anos imediatamente posteriores agrave revoluccedilatildeo
pelo primeiro ministro da educaccedilatildeo e sauacutede puacuteblica Francisco Campos
evidenciaram a ampliaccedilatildeo das funccedilotildees federais relativas agraves modalidades de
ensino por elas abrangidas Para o ensino secundaacuterio a reforma Francisco
Campos significou a definitiva superaccedilatildeo dos exames parcelados que vinham
consagrando a proeminecircncia de estudos avulsos e irregulares bem como a
concepccedilatildeo preparativa Entre outros meacuteritos a reforma deu uma estrutura
orgacircnica ao ensino secundaacuterio comercial e superior Com relaccedilatildeo ao ensino
secundaacuterio Francisco Campos escreveu
ldquoA finalidade exclusiva do ensino secundaacuterio natildeo haacute de ser a matriacutecula nos cursos superiores o seu fim pelo contraacuterio deve ser a preparaccedilatildeo do homem para todos os grandes setores da atividade nacional constituindo no seu espiacuterito todo um sistema de haacutebitos atitudes e comportamentos que o habitem a viver por si e tomar em qualquer situaccedilatildeo as decisotildees mais convenientes e mais segurasrdquo( ROMANELLI 1978)
Como citado dentre algumas medidas da Reforma Francisco Campos
estavam a criaccedilatildeo do Conselho Nacional de Educaccedilatildeo e a organizaccedilatildeo do
ensino secundaacuterio e comercial Dessa forma Francisco Campos havia dividido o
curso secundaacuterio em dois ciclos de cinco e dois anos respectivamente o primeiro
fundamental e o segundo complementar orientado para as diferentes opccedilotildees
de carreira universitaacuteria A lei de 1931 previa ainda a criaccedilatildeo de um sistema
nacional de inspeccedilatildeo do ensino secundaacuterio a ser feito por uma rede de
inspetores regionais
Pela primeira vez num texto constitucional brasileiro ficavam estabelecidos
os princiacutepios de gratuidade e obrigatoriedade do ensino primaacuterio e da educaccedilatildeo
como direito de todos Aleacutem do que percentuais da receita dos impostos foram
vinculados para a manutenccedilatildeo e desenvolvimento do ensino
A orientaccedilatildeo centralista acabou por ser consagrada com a constituiccedilatildeo
outorgada em 1937 cabendo assim ao Estado Novo fixar as bases e determinar
os quadros da educaccedilatildeo nacional da infacircncia e da juventude Poreacutem a referida
carta silencia quanto agrave vinculaccedilatildeo de recursos para a educaccedilatildeo e quanto ao
24
plano nacional da educaccedilatildeo Digna de nota foi a sua preocupaccedilatildeo com o
ensino profissional que foi considerado o primeiro dever do estado
A poliacutetica educacional centralizadora tentava regulamentar em acircmbito
central a organizaccedilatildeo e o funcionamento de todos os tipos de ensino no paiacutes
Assim em 1942 depois de muitos estudos e consultas aos oacutergatildeos especializados o
ministro Gustavo Capanema promoveu uma nova reforma do ensino que viria a
ser conhecida como Lei Orgacircnica do Ensino Secundaacuterio (Brasil 1942a) De
acordo com Lauro de Oliveira Lima Educador brasileiro (www wikipediaorg)
ldquodispensaram qualquer debate puacuteblico sendo elaboradas no sigilo dos
gabinetes por um pequeno grupo de intelectuais e impostas a um sistema
escolar em crescimentordquo (LIMA 1974)
Foi organizado o ensino teacutecnico-profissional nas trecircs aacutereas da economia
(agriacutecola industrial e comercial) Pela impossibilidade de o sistema de ensino
oferecer a educaccedilatildeo profissional necessaacuteria agrave induacutestria e de oferecer recursos o
governo preocupou-se em engajar o setor industrial na qualificaccedilatildeo de seu
pessoal
Apesar de ter sido mais enfaacutetica na questatildeo profissional a reforma estava
impregnada pela ideologia do governo favoraacutevel a um Sistema Educacional de
discriminaccedilatildeo social Pode-se perceber este fato no artigo 129 assim redigido
O ensino preacute-vocacional e profissional destinado agraves classes menos favorecidas eacute em mateacuteria de educaccedilatildeo o primeiro dever do Estado Cumpre-lhe dar execuccedilatildeo a esse dever fundando institutos de ensino profissional e subsidiando os de iniciativas dos Estados dos Municiacutepios e dos indiviacuteduos ou associaccedilotildees particulares e profissionais(Brasil 1942a)
Este artigo oficializou o ensino profissional como ensino destinado aos
pobres e o Estado instituiu oficialmente a discriminaccedilatildeo social por meio da
escola fazendo novamente com que a demanda social da educaccedilatildeo se
voltasse para o ensino secundaacuterio onde se poderia assegurar o prestiacutegio social
Pela nova Lei o curso secundaacuterio seria ministrado em dois ciclos O
primeiro constando do curso ginasial e o segundo compreendendo dois cursos
25
paralelos o claacutessico e o cientiacutefico O curso ginasial teria duraccedilatildeo de quatro anos
e se destinaria a dar aos adolescentes os elementos fundamentais do curso
secundaacuterio O curso claacutessico com duraccedilatildeo de trecircs anos concorreria para a
funccedilatildeo intelectual Com a mesma duraccedilatildeo o cientiacutefico enfatizaria o estudo das
ciecircncias (Brasil 1942a)
A partir dessa divisatildeo em primeiro e segundo ciclos passou a haver uma
denominaccedilatildeo diversa para os estabelecimentos de ensino secundaacuterios ginaacutesios e
coleacutegios
Por influecircncia da segunda Guerra Mundial a lei instituiu tambeacutem a
educaccedilatildeo militar para os alunos do sexo masculino Reafirmou o caraacuteter
facultativo da educaccedilatildeo religiosa e obrigatoacuteria da educaccedilatildeo moral e ciacutevica e
recomendou ainda que a educaccedilatildeo das mulheres fosse feita em
estabelecimentos distintos daquele onde se educavam os homens (Brasil 1942a)
Estas reformas marcam uma distinccedilatildeo entre o trabalho intelectual para as
classes mais favorecidas e o trabalho manual enfatizando o ensino profissional
para as classes mais desfavorecidas Logo o Decreto-Lei 4048 de 22 de janeiro
criou o Serviccedilo Nacional de Aprendizagem Industrial ndash SENAI (Brasil 1942b) Jaacute o
Decreto-Lei 4481 de 16 de julho dispocircs sobre a obrigatoriedade dos
estabelecimentos induacutestrias empregarem um total de 8 correspondente ao
nuacutemero de operaacuterios e matriculaacute-los nas escolas do SENAI (Brasil 1942c) Ainda no
espiacuterito da Reforma Capanema foi baixado o Decreto-lei 6141 de 28 de
dezembro de 1943 regulamentando o ensino comercial (Brasil 1943) O Serviccedilo
Nacional de Aprendizagem Comercial ndash SENAC soacute seria criado em 1946 ( Niskier
1989)
Foram assim promulgadas entre 19421946 por iniciativa do ministro
Gustavo Capanema as leis orgacircnicas do ensino decreto e leis federais que
regulamentavam minuciosamente os diversos ramos e modalidades do ensino
secundaacuterio industrial comercial agriacutecola normal e primaacuterio
A interferecircncia financeira da uniatildeo no ensino primaacuterio solicitada desde o
impeacuterio soacute ocorreu nos uacuteltimos anos do Estado Novo quando foi instituiacutedo o
26
Fundo Nacional do Ensino Primaacuterio e assinado o Convecircnio Nacional do Ensino
Primaacuterio Ainda que se mantendo fiel agrave tradiccedilatildeo de tratar separadamente cada
modalidade de ensino coube agrave legislaccedilatildeo do Estado Novo o meacuterito de ser
abrangente e de aproximar em termos de duraccedilatildeo e de divisatildeo em ciclos Os
vaacuterios ramos do ensino profissional (comercial industrial agriacutecola) as
modalidades de ensino teacutecnico e normal foram atribuiacutedas finalidades relativas agrave
qualificaccedilatildeo profissional A exposiccedilatildeo do motivo da lei orgacircnica do ensino
secundaacuterio dava a este a funccedilatildeo de formar nos adolescentes uma soacutelida cultura
geral
Na constituiccedilatildeo de 1946 as leis orgacircnicas continuaram em vigecircncia com
algumas modificaccedilotildees ateacute 1961 Estas leis introduziram a possibilidade de
articulaccedilatildeo do ensino profissional com o secundaacuterio Jaacute com a lei de diretriz e
bases - LDB lei nordm 4024 de 201261 (Brasil 1961) deu-se um importante passo no
sentido da unificaccedilatildeo do sistema de ensino e da eliminaccedilatildeo do dualismo
administrativo herdado do impeacuterio Iniciou-se pela primeira vez uma relativa
descentralizaccedilatildeo do sistema como um todo O Ministro da Educaccedilatildeo e Cultura e
as Secretarias de Educaccedilatildeo deixaram de observar ambas as funccedilotildees criando ndash
se para os exerciacutecios das funccedilotildees normativas o conselho federal de educaccedilatildeo os
conselhos estaduais de educaccedilatildeo e o plano de educaccedilatildeo referente a cada
fundo (Fundo nacional de ensino primaacuterio do ensino meacutedio e do ensino superior)
A lei procurou apenas diminuir a distacircncia que os separava e eliminar as
condiccedilotildees de privileacutegios conferidos ao ensino secundaacuterio pela lei orgacircnica de
1942 O ensino primaacuterio obrigatoacuterio continuava a ter quatro seacuteries de duraccedilatildeo
facultando aos sistemas estaduais o seu prolongamento para leis Somente em
1961 efetivou-se a vitoacuteria dos educadores das deacutecadas de 20 e inicio dos anos 30
fixando as diretrizes gerais e as grandes linhas de um sistema nacional de
educaccedilatildeo
27
26 Educaccedilatildeo na Nova Repuacuteblica (1946 ndash 1963)
O fim do Estado Novo consubstanciou-se na adoccedilatildeo de uma nova
Constituiccedilatildeo de cunho liberal e democraacutetico Esta nova Constituiccedilatildeo na aacuterea da
Educaccedilatildeo determinou a obrigatoriedade de se cumprir o ensino primaacuterio e deu
competecircncia agrave Uniatildeo para legislar sobre diretrizes e bases da educaccedilatildeo
nacional Aleacutem disso a nova Constituiccedilatildeo fez voltar o preceito de que a
educaccedilatildeo eacute direito de todos inspirada nos princiacutepios proclamados pelos
Pioneiros nos primeiros anos da deacutecada de 30
Ainda em 1946 o entatildeo Ministro Raul Leitatildeo da Cunha regulamentou o
Ensino Primaacuterio e o Ensino Normal aleacutem de criar o Serviccedilo Nacional de
Aprendizagem Comercial - SENAC atendendo as mudanccedilas exigidas pela
sociedade apoacutes a Revoluccedilatildeo de 1930
Baseado nas doutrinas emanadas pela Carta Magna de 1946 o Ministro
Clemente Mariani criou uma comissatildeo com o objetivo de elaborar um
anteprojeto de reforma geral da educaccedilatildeo nacional Esta comissatildeo presidida
pelo eminente educador Lourenccedilo Filho era organizada em trecircs subcomissotildees
uma para o Ensino Primaacuterio uma para o Ensino Meacutedio e outra para o Ensino
Superior
Em novembro de 1948 este anteprojeto foi encaminhado a Cacircmara
Federal dando iniacutecio a uma luta ideoloacutegica em torno das propostas
apresentadas Num primeiro momento as discussotildees estavam voltadas agraves
interpretaccedilotildees contraditoacuterias das propostas constitucionais Num momento
posterior apoacutes a apresentaccedilatildeo de um substitutivo do Deputado Carlos Lacerda
as discussotildees mais marcantes relacionaram-se agrave questatildeo da responsabilidade do
Estado quanto agrave educaccedilatildeo inspirados nos educadores da velha geraccedilatildeo de 30
e a participaccedilatildeo das instituiccedilotildees privadas de ensino
Depois de 13 anos de acirradas discussotildees foi promulgada a Lei 4024 em
20 de dezembro de 1961 pelo entatildeo Presidente Joatildeo Goulart que introduziu
como inovaccedilatildeo a respeito da Educaccedilatildeo Nacional a descentralizaccedilatildeo do Ensino
28
O aspecto mais caracteriacutestico da nova Lei era conceder categoria puacuteblica
ao ensino privado As verbas destinadas agrave educaccedilatildeo puacuteblica foram desviadas
para a manutenccedilatildeo dos sistemas escolares estaduais e para os auxiacutelios agraves escolas
empresaacuterias O Ministeacuterio de Educaccedilatildeo e Cultura deixou de ser o oacutergatildeo
orientador fiscalizador e estimulador da educaccedilatildeo nacional sendo transferido o
seu poder para o Conselho Federal de Educaccedilatildeo e para as Secretarias de
Educaccedilatildeo dos Estados (Brasil 1961)
Se as discussotildees sobre a Lei de Diretrizes e Bases para a Educaccedilatildeo Nacional
foi o fato marcante por outro lado muitas iniciativas marcaram este periacuteodo
como talvez o mais feacutertil da Histoacuteria da Educaccedilatildeo no Brasil
bull Em 1950 em Salvador no Estado da Bahia Aniacutesio Teixeira inaugura o
Centro Popular de Educaccedilatildeo (Centro Educacional Carneiro Ribeiro)
dando iniacutecio a sua ideacuteia de escola-classe e escola-parque
bull Em 1952 em Fortaleza o educador Lauro de Oliveira Lima iniciou uma
didaacutetica baseada nas teorias cientiacuteficas de Jean Piaget o Meacutetodo
psicogeneacutetico
bull Em 1953 a educaccedilatildeo passou a ser administrada por um Ministeacuterio proacuteprio o
Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura
bull Em 1961 a Prefeitura Municipal de Natal iniciou uma campanha de
alfabetizaccedilatildeo (De Peacute no Chatildeo Tambeacutem se Aprende a Ler) A teacutecnica
didaacutetica criada pelo pernambucano Paulo Freire propunha-se a
alfabetizar adultos em 40 horas A experiecircncia teve iniacutecio na cidade de
Angicos no Estado do Rio Grande do Norte e logo depois na cidade de
Tiriri no Estado de Pernambuco
bull Em 1962 foi criado o Conselho Federal de Educaccedilatildeo cumprindo o artigo 9o
da Lei de Diretrizes e Bases Este substituiu o Conselho Nacional de
Educaccedilatildeo Foram criados tambeacutem os Conselhos Estaduais de educaccedilatildeo
bull Ainda em 1962 foi criado o Plano Nacional de Educaccedilatildeo e o Programa
Nacional de Alfabetizaccedilatildeo pelo Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura
inspirado no Meacutetodo Paulo Freire
29
Em 1964 o golpe militar abortou todas as iniciativas de se revolucionar a
educaccedilatildeo brasileira sob o pretexto de que as propostas eram comunizantes e
subversivas Foi um periacuteodo em que o paiacutes viveu a emergecircncia de um novo
modelo econocircmico apoiado pelas empresas internacionais A poliacutetica do
nacionalismo desenvolvimentista jaacute natildeo mais se ajustara a esse modelo
Necessitava-se de novas poliacuteticas para a sustentaccedilatildeo do novo modelo poliacutetico
(www acciocom br)
27 A Educaccedilatildeo no Periacuteodo Militar (1964 -1985)
Alguma coisa acontecia na educaccedilatildeo brasileira Pensava-se em erradicar
definitivamente o analfabetismo atraveacutes de um programa nacional levando-se
em conta as diferenccedilas sociais econocircmicas e culturais de cada regiatildeo
A criaccedilatildeo da Universidade de Brasiacutelia em 1961 permitiu vislumbrar uma
nova proposta universitaacuteria com o planejamento inclusive do fim do exame
vestibular valendo para o ingresso na Universidade o rendimento do aluno
durante o curso de 2ordm grau (ex-Colegial e atual Ensino Meacutedio)
Depois da implementaccedilatildeo do regime militar ditatorial de 1964 muito
educadores passaram a ser perseguidos em funccedilatildeo de posicionamentos
ideoloacutegicos Muito foram calados para sempre alguns outros se exilaram outros
se recolheram agrave vida privada e outros demitidos trocaram de funccedilatildeo
O Regime Militar espelhou na educaccedilatildeo o caraacuteter antidemocraacutetico de sua
proposta ideoloacutegica de governo professores foram presos e demitidos
universidades foram invadidas estudantes foram presos feridos nos confronto
com a poliacutecia e alguns foram mortos os estudantes foram calados e a Uniatildeo
Nacional dos Estudantes proibida de funcionar o Decreto ndash Lei 477 calou a boca
de alunos e professores (Brasil 1969) Agrave eacutepoca o Ministro da Justiccedila declarou que
estudantes tecircm que estudar e natildeo podem fazer baderna
Nessa eacutepoca firmaram-se acordos do MEC e seus oacutergatildeos com a USAID ndash
Agecircncia Norte ndash Americana para o Desenvolvimento Internacional visando agrave
30
cooperaccedilatildeo econocircmico ndash financeira para a organizaccedilatildeo e desenvolvimento do
sistema educacional A ajuda externa vinha atraveacutes de programas que foram
implantados sem nenhuma anaacutelise por parte dos educadores brasileiros A sua
presenccedila se fez desde a organizaccedilatildeo do sistema educacional ateacute as propostas
dos curriacuteculos dos diversos niacuteveis de ensino implantando a visatildeo tecnicista no
contexto da educaccedilatildeo brasileira com as repercussotildees por todos conhecidas
Neste periacuteodo poreacutem deu-se a grande expansatildeo das universidades no
Brasil E para acabar com os excedentes (aqueles que tiravam notas suficientes
para mas natildeo conseguiam vaga para estudar) foi criado o vestibular
classificatoacuterio
Para erradicar o analfabetismo foi criado o Movimento Brasileiro de
Alfabetizaccedilatildeo aproveitando-se em sua didaacutetica no expurgado Meacutetodo Paulo
Freire denominado MOBRAL que propunha erradicar o analfabetismo no Brasil
Natildeo conseguiu E entre denuacutencias de corrupccedilatildeo foi extinto No periacuteodo mais
cruel da ditadura militar onde qualquer expressatildeo popular contraacuteria aos
interesses do governo era abafada muitas vezes pela violecircncia fiacutesica que foi
instituiacuteda a Lei 5692 Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional em 1971
(Brasil 1971)
A caracteriacutestica mais marcante desta Lei era tentar dar a formaccedilatildeo
educacional um cunho profissionalizante Dentro do espiacuterito dos slogans
propostos pelo governo como Brasil grande ame-o ou deixe-o milagre
econocircmico etc planejava-se fazer com que a educaccedilatildeo contribuiacutesse de
forma decisiva para o aumento da produccedilatildeo brasileira
A lei introduziu no paiacutes a obrigatoriedade da profissionalizaccedilatildeo em todos os
cursos de 2ordm Grau o que implicava em valorizaccedilatildeo das aacutereas tecnoloacutegicas com
perda gradativa das aacutereas de ciecircncias humanas
A Histoacuteria e a Geografia foram integradas na aacuterea de Estudos Sociais o que
causou a superficialidade desses conteuacutedos a Educaccedilatildeo Moral e Ciacutevica eou
Estudos dos Problemas Sociais passaram a ser disciplinas obrigatoacuterias e
31
responsaacuteveis pela formaccedilatildeo do cidadatildeo brasileiro com visotildees distorcidas de
cidadania e nacionalismo
A ditadura militar se desfez por si soacute tamanha era a pressatildeo popular de
vaacuterios setores da sociedade que o processo de abertura poliacutetica tornou-se
inevitaacutevel Mesmo assim os militares deixaram o governo atraveacutes de uma eleiccedilatildeo
indireta mesmo que concorressem somente dois civis (Paulo Maluf e Tancredo
Neves)
28 A Educaccedilatildeo no Periacuteodo da Abertura Poliacutetica (1986-2001)
Com o fim do Regime Militar a eleiccedilatildeo indireta de Tancredo Neves seu
falecimento e a posse de Joseacute Sarney discutir-se-iam novamente questotildees sobre
educaccedilatildeo de uma forma democraacutetica e aberta A discussatildeo sobre as questotildees
educacionais jaacute havia perdido o seu sentido pedagoacutegico e assumido um caraacuteter
poliacutetico Para isso houve uma participaccedilatildeo mais ativa de pensadores de outras
aacutereas do conhecimento que passaram a falar de educaccedilatildeo num sentido mais
amplo do que as questotildees pertinentes agrave escola agrave sala de aula agrave didaacutetica e agrave
dinacircmica escolar em si mesma Impedidos de atuarem em suas funccedilotildees por
questotildees poliacuteticas durante o Regime Militar profissionais da aacuterea de Sociologia
filosofia antropologia histoacuteria psicologia entre outras passaram a assumir postos
na aacuterea da educaccedilatildeo e a concretizar discursos em nome da educaccedilatildeo
O Projeto de Lei da nova LDB foi encaminhado agrave Cacircmara Federal pelo
Deputado Octaacutevio Elisio em 1988 No ano seguinte o Deputado Jorge Hage envia
agrave Cacircmara um substitutivo ao Projeto e em 1992 o Senador Darcy Ribeiro
apresenta um novo Projeto que acabou por ser aprovado em dezembro de 1996
oito anos apoacutes o encaminhamento do Deputado Otaacutevio Elisio Assim a nova Lei
Nordm 9394 Lei Diretrizes e Bases da educaccedilatildeo foi promulgada em 20 de Dezembro
de 1996 (Brasil 1996)
O Governo Collor de Mello em 1990 lanccedilou o projeto de construccedilatildeo de
Centros Integrados de Apoio agrave Crianccedila - CIACS em todo o Brasil inspirados no
32
modelo dos Centros Integrados de Educaccedilatildeo Puacuteblica - CIEPS do Rio de Janeiro
existentes desde 1982
Neste periacuteodo do fim do Regime Militar aos dias de hoje a fase
politicamente marcante na educaccedilatildeo foi o trabalho do Ministro Paulo Renato de
Souza agrave frente do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Logo no iniacutecio de sua gestatildeo atraveacutes
de uma Medida Provisoacuteria extinguiu o Conselho Federal de Educaccedilatildeo e criou o
Conselho Nacional de Educaccedilatildeo vinculado ao Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura
Esta mudanccedila tornou o Conselho menos burocraacutetico e mais poliacutetico
Cabe ressaltar que podemos natildeo concordar com a forma como tecircm sido
executados alguns programas temos que reconhecer que em toda a Histoacuteria da
Educaccedilatildeo no Brasil contada a partir do descobrimento jamais houve execuccedilatildeo
de tantos projetos na aacuterea da educaccedilatildeo numa soacute administraccedilatildeo Entre esses
programas destacam-se
bull Fundo de Manutenccedilatildeo e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de
Valorizaccedilatildeo do Magisteacuterio - FUNDEF
bull Programa de Avaliaccedilatildeo Institucional - PAIUB
bull Sistema Nacional de Avaliaccedilatildeo da Educaccedilatildeo Baacutesica ndash SAEB
bull Exame nacional do Ensino Meacutedio ndash ENEM
bull Paracircmetros Curriculares Nacionais ndashPCNs
bull Exame Nacional de Cursos ndash ENC
Desses Programas o mais contestado foi o Exame Nacional de Cursos e o
chamado Provatildeo onde os alunos das universidades devem realizar uma prova
ao fim do curso para receber seus diplomas Esta prova em que os alunos podem
simplesmente assinar a ata de presenccedila e se retirar sem responder nenhuma
questatildeo eacute levada em consideraccedilatildeo como avaliaccedilatildeo das instituiccedilotildees Aleacutem do
mais entre outras questotildees o exame natildeo diferencia as regiotildees do paiacutes e as
condiccedilotildees de cada IES (Instituiccedilatildeo de Ensino Superior) como por exemplo
infraestrutura e capacitaccedilatildeo docente(wwwacciocombr)
33
29 Cronologia da Histoacuteria da Educaccedilatildeo Brasileira
A tabela 21 a seguir apresenta um resumo dos principais acontecimentos
na educaccedilatildeo brasileira Destacando-se os principais eventos relacionados ao
ensino meacutedio
Tabela 21 ndash Evoluccedilatildeo da educaccedilatildeo no Brasil principais acontecimentos-periacuteodo
de 1549 a 1998
ANO HISTOacuteRIA DA EDUCACcedilAtildeO BRASILEIRA
1549 middot Chega ao Brasil o primeiro grupo de seis padres jesuiacutetas chefiados por Manuel de Noacutebrega marcando o iniacutecio da Histoacuteria da Educaccedilatildeo no Brasil (nos moldes europeus) middot Quinze dias apoacutes a chegada funda na cidade de Salvador a primeira escola elementar
1554 middot Satildeo fundadas as escolas jesuiacutetas de Satildeo Paulo de Piratininga tendo como seu primeiro professor o padre Joseacute de Anchieta e a da Bahia
1556 middot Eacute fundado o coleacutegio jesuiacuteta de Todos os Santos middot Comeccedila a vigorar as Constituiccedilotildees da Companhia de Jesus incluindo a aprendizagem do canto da muacutesica instrumental e o estudo profissional agriacutecola
1567 middot Eacute fundado o coleacutegio jesuiacuteta do Rio de Janeiro
1570 middot O Brasil conta com cinco escolas elementares (Porto Seguro Ilheacuteus Satildeo Vicente Espiacuterito Santo e Satildeo Paulo de Piratininga) e trecircs coleacutegios (Rio de Janeiro Pernambuco e Bahia)
1759
middot Duzentos e dez anos apoacutes a chegada e de serem os uacutenicos responsaacuteveis pela educaccedilatildeo no Brasil deixam a colocircnia cerca de Quinhentos padres jesuiacutetas expulsos pelo Marquecircs de Pombal Ministro de D Joseacute I paralisando 17 coleacutegios 36 missotildees seminaacuterios menores e escolas elementaresmiddot O Alvaraacute de 28 de julho determina a instituiccedilatildeo de aulas de gramaacutetica latina aulas de grego e de retoacuterica aleacutem de criar o cargo de Diretor de Estudos Medidas inoacutecuas para um sistema de ensino fragmentado
1770 A Reforma Pombalina de Educaccedilatildeo substitui o sistema jesuiacutetico e o ensino eacute dirigido pelos vicemiddotreis nomeados por Portugal
1772 middot Eacute instituiacutedo o subsiacutedio literaacuterio imposto destinado a manutenccedilatildeo dos ensinos primaacuterio e meacutedio middot Eacute fundada no Rio de Janeiro a Academia Cientiacutefica
1810 middot Desfazendomiddotse de seus proacuteprios livros (60000 volumes) trazidos de Portugal D Joatildeo funda a nossa primeira biblioteca middot Eacute criada a Academia Militar
1812 Satildeo criados cursos de Agricultura na Bahia middot Eacute criada a escola de serralheiros oficiais de lima e espingardeiros em Minas Gerais middot Eacute criado o laboratoacuterio de quiacutemica no Rio de Janeiro
1822 O Decreto de 1o de marccedilo criava no Rio de Janeiro uma escola baseada no meacutetodo lancasteriano ou de ensino muacutetuo Ou seja somente um professor para cada escola
34
1824 middot A Constituiccedilatildeo outorgada pela Assembleacuteia Constituinte dizia no seu artigo 179 que a instruccedilatildeo primaacuteria era gratuita a todos os cidadatildeos
1834 middot O Ato Adicional da reforma constitucional dizia que a educaccedilatildeo primaacuteria e secundaacuteria ficaria a cargo das proviacutencias restando a administraccedilatildeo nacional o ensino superior
1835 Eacute criada uma escola normal em Niteroacutei A primeira do Brasil
1838 middot O Coleacutegio Pedro II eacute fundado no Rio de Janeiro
1854 O Decreto 1331A de 17 de fevereiro reforma os ensinos primaacuterio e secundaacuterio exigindo professores credenciados e a volta da fiscalizaccedilatildeo oficial cria a Inspetoria Geral da Instruccedilatildeo Primaacuteria e Secundaacuteria middot Eacute criada uma escola normal na Paraiacuteba
1873 Com o objetivo de estimular o desenvolvimento dos estudos secundaacuterios nas proviacutencias e de facilitar aos candidatos das proviacutencias o acesso aos cursos superiores o Ministro Joatildeo Alfredo Correia de Oliveira instalou nas capitais das proviacutencias do Impeacuterio bancas de exames gerais preparatoacuterios
1874 middot Eacute criada a Escola Politeacutecnica
1889
Ferreira Viana Ministro do Impeacuterio dizia ser fundamental formar professores com a necessaacuteria instruccedilatildeo cientiacutefica e profissional middot Em sua uacuteltima fala do trono Sua Majestade pedia empenho para a criaccedilatildeo de um ministeacuterio destinado aos negoacutecios da Instruccedilatildeo Puacuteblica middot Com a Proclamaccedilatildeo da Repuacuteblica no Governo Provisoacuterio do Marechal Deodoro da Fonseca torna-se Ministro da Instruccedilatildeo Puacuteblica Correios e Teleacutegrafos Benjamin Constant Botelho de Magalhatildees middot Os alunos matriculados nas escolas correspondem a 12 da populaccedilatildeo em idade escolar
1890 middot O Decreto 510 do Governo Provisoacuterio da Repuacuteblica diz em seu artigo 62 item 5o que o ensino seraacute leigo e livre em todos os graus e gratuito no primaacuterio middot O iacutendice de analfabetismo no Brasil eacute de 672
1891 A Constituiccedilatildeo estipula o ensino leigo nas escolas puacuteblicas em oposiccedilatildeo ao ensino religioso middot Eacute Ministro da Instruccedilatildeo Puacuteblica Correios e Teleacutegrafos Joatildeo Barbalho Uchoa Cavalcanti middot No Governo de Floriano Peixoto satildeo Ministros da Instruccedilatildeo Puacuteblica Correios e Teleacutegrafos Joseacute Higino Duarte Pereira (interino) e Fernando Lobo Leite Pereira
1927
O educador Francisco Campos realiza no Estado de Minas Gerais uma reforma educacional middot Realizamiddotse a primeira das Conferecircncias Nacionais de Educaccedilatildeo em Curitiba organizada pela Associaccedilatildeo Brasileira de Educaccedilatildeo middot ABE middot Por iniciativa de Francisco Mendes Pimentel eacute criada a Universidade de Minas Gerais (a iniciativa teve curta duraccedilatildeo)
1930
Satildeo Ministros da Justiccedila e Negoacutecios Interiores na Junta Governativa que durou apenas onze dias Gabriel Loureiro Bernardes e Afracircnio de Melo Franco (interino) middot Eacute criado o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Sauacutede Puacuteblica atraveacutes do Decreto 19402 tendo como Ministros no Governo Getuacutelio Vargas Francisco Luiz da Silva Campos Belizaacuterio Augusto de Oliveira Pena Washington Ferreira Pires e Gustavo Capanema middot O educador Lourenccedilo Filho publica Introduccedilatildeo ao Estudo da Escola Nova middot O educador Fernando de Azevedo cria a Biblioteca Pedagoacutegica Brasileira middot Os alunos matriculados nas escolas correspondem a 30 da populaccedilatildeo em idade escolar
1931
O governo provisoacuterio sanciona decretos organizando o ensino secundaacuterio e as universidades brasileiras ainda inexistentes Estes Decretos ficaram conhecidos como Reforma Francisco Campos middot O Decreto 19850 de 11 de abril cria o Conselho Nacional de Educaccedilatildeo middot O Decreto 19851 de 11 de abril institui o Estatuto das Universidades Brasileiras que dispotildee sobre a organizaccedilatildeo do ensino superior no Brasil e adota o regime universitaacuterio
35
middot O Decreto 19852 de 11 de abril dispotildee sobre a organizaccedilatildeo da Universidade do Rio de Janeiro middot O Decreto 19890 de 18 de abril dispotildee sobre a organizaccedilatildeo do ensino secundaacuterio middot O Decreto 20158 de 30 de julho organiza o ensino comercial regulamenta a profissatildeo de contador e daacute outras providecircncias middot O Decreto 21241 de 14 de abril consolida as disposiccedilotildees sobre o ensino secundaacuterio
1932
Um grupo de educadores lanccedila agrave naccedilatildeo o Manifesto dos Pioneiros da Educaccedilatildeo Nova redigido por Fernando de Azevedo middot O Decreto 21241 de 4 de abril consolida a reforma do ensino secundaacuterio visando segundo Francisco Campos a formaccedilatildeo do homem para todos os grandes setores da atividade nacional Este Decreto resultou na implantaccedilatildeo de um curriacuteculo enciclopeacutedico
1934
A nova Constituiccedilatildeo dispotildee pela primeira vez que a educaccedilatildeo eacute direito de todos devendo ser ministrada pela famiacutelia e pelos Poderes Puacuteblicos Passa a funcionar o Conselho Nacional de Educaccedilatildeo CNE e os Conselhos Estaduais de Educaccedilatildeo middot CEEs Por iniciativa do governador Armando Salles Oliveira foi criada a Universidade de Satildeo Paulo A primeira a ser criada e organizada segundo as normas do Estatuto das Universidades Brasileiras de 1931 Eacute fundada a Universidade de Porto Alegre
1942
Eacute decretada a reforma do ensino relativa ao ensino secundaacuterio conhecida como Reforma Capanema middot O Decreto-lei 4048 de 22 de janeiro cria o Serviccedilo Nacional de Aprendizagem Industrial - SENAI middot O Decreto-lei 4073 de 30 de janeiro regulamenta o ensino industrial middot O Decreto-lei 4244 de 9 de abril regulamenta o ensino secundaacuterio middot O Decreto-lei 4481 de 16 de julho dispotildee sobre a obrigatoriedade dos estabelecimentos industriais empregarem um total de 8 correspondente ao nuacutemero de operaacuterios e matriculaacute-los nas escolas do SENAI middot O Decreto-lei 4436 de 7 de novembro amplia o acircmbito do SENAI atingindo tambeacutem o setor de transportes das comunicaccedilotildees e da pesca middot O Decreto-lei 4984 de 21 de novembro compele que as empresas oficiais com mais de cem empregados a manter por conta proacutepria uma escola de aprendizagem destinada agrave formaccedilatildeo profissional de seus aprendizes
1943
Ainda no espiacuterito da Reforma Capanema eacute baixado o Decreto-lei 6141 de 28 de dezembro regulamentando o ensino comercial Eacute criada em Recife por Felipe Tiago Gomes a Campanha do Ginasiano Pobre - CGP nuacutecleo inicial da futura Campanha Nacional de Escolas da Comunidade - CNEC A Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho exige que sejam implantadas creches nas empresas para filhos de funcionaacuterios middot Eacute fundada a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro - UFRRJ
1946
A nova Constituiccedilatildeo determina a obrigatoriedade de se cumprir o ensino primaacuterio e daacute competecircncia agrave Uniatildeo para legislar sobre as diretrizes e bases da educaccedilatildeo nacional Volta a figurar na Constituiccedilatildeo que a educaccedilatildeo eacute direito de todos Tendo como Ministro da Educaccedilatildeo Raul Leitatildeo da Cunha satildeo baixados os seguintes Decretos-lei middot O Decreto-lei 8529 de 2 de janeiro regulamenta o ensino primaacuterio middot O Decreto-lei 8530 de 2 de janeiro regulamenta o ensino normal middot Os Decretos-lei 8621 e 8622 de 10 de janeiro criam o Serviccedilo Nacional de Aprendizagem Comercial - SENAC middot O Decreto-lei 9613 de 20 de agosto regulamenta o ensino agriacutecola Satildeo fundadas a Universidade Federal de Pernambuco e a Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica de Satildeo Paulo middot Satildeo Ministros da Educaccedilatildeo e Sauacutede Puacuteblica no Governo Eurico Gaspar Dutra Ernesto de Souza Campos Clemente Mariani Bittencourt Eduardo Rios Filho (interino) e Pedro Calmon Moniz de
36
Bittencourt
1948 O governo atraveacutes do Ministro Clemente Mariani encaminha ao Congresso Nacional o projeto de Lei de Diretrizes e Bases para a Educaccedilatildeo Nacional Realiza-se o I Congresso Nacional da Campanha do Ginasiano Pobre que passa a se chamar Campanha Nacional dos Educandaacuterios Gratuitos
1953
Com a criaccedilatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Sauacutede Puacuteblica passa a se chamar Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura Eacute criada a Campanha de Aperfeiccediloamento e Difusatildeo do Ensino Secundaacuterio - CADES vinculado agrave Diretoria do Ensino Secundaacuterio dirigida por Armando Hildebrand Eacute criado o Comitecirc Brasileiro da Organizaccedilatildeo Mundial de Educaccedilatildeo Preacute-Escolar - OMEP
1955
Eacute criado o Instituto Superior de Estudos Brasileiros - ISEB com o objetivo de criar uma cultura brasileira Eacute criada a Campanha Nacional de Alimentaccedilatildeo Escolar - CNAE vinculada ao Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Aniacutesio Teixeira funda os Centros de Pesquisas Educacionais de Satildeo Paulo Rio de Janeiro Recife Belo Horizonte Salvador e Porto Alegre O Deputado Carlos Lacerda apresenta seu primeiro substitutivo ao projeto de Lei para Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional Eacute Ministro da Educaccedilatildeo e Cultura no Governo Nereu Ramos Abgard de Castro Arauacutejo Renault Satildeo fundadas a Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica de Campinas e a Universidade Federal da Paraiacuteba
1957
Eacute criada a Revista Escola Secundaacuteria pela Campanha de Aperfeiccediloamento e Difusatildeo do Ensino Secundaacuterio - CADES do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo O ministro Cloacutevis Salgado altera o projeto original da Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional e envia para o Congresso Nacional o Substitutivo no 2222 Fundada a Universidade Federal do Paraacute
1959 A Emenda Carlos Lacerda (seu terceiro substitutivo) prevalece sobre o texto das Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional alterando substancialmente a pujanccedila do projeto original Cento e oitenta educadores lanccedilam um manifesto agrave naccedilatildeo solicitando ao governo que o projeto da Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional fosse rejeitado
1961
Depois de treze anos de discussotildees eacute promulgada a Lei 4024 que regulamenta as Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional O presidente Joatildeo Goulart ainda vetou 25 artigos que posteriormente receberam aprovaccedilatildeo pelo Congresso Surgem os Centros Populares de Cultura - CPC intimamente ligados agrave Uniatildeo Nacional dos Estudantes - UNE e o Movimento de Educaccedilatildeo de Base - MEB ligado agrave Confederaccedilatildeo Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB e ao governo da Uniatildeo A Prefeitura Municipal de Natal no Rio Grande do Norte inicia uma campanha de alfabetizaccedilatildeo (De Peacute no Chatildeo Tambeacutem se Aprende a Ler) A teacutecnica didaacutetica criada pelo pernambucano Paulo Freire propunha-se a alfabetizar em 40 horas adultos analfabetos A experiecircncia teve iniacutecio na cidade de Angicos no Estado do Rio Grande do Norte e logo depois na cidade de Tiriri no Estado de Pernambuco Eacute Ministro da Educaccedilatildeo e Cultura no Governo Jacircnio Quadros Briacutegido Fernandes Tinoco Satildeo Ministros da Educaccedilatildeo e Cultura no Governo Joatildeo Goulart durante o Regime Parlamentarista Antonio Ferreira de Oliveira Brito Roberto Tavares de Lira e Darcy Ribeiro durante o Regime Presidencialista Teotocircnio Mauriacutecio Monteiro de Barros Filho Paulo de Tarso Santos e Juacutelio Furquim de Sambaqui (interino) Eacute criada a Universidade de Brasiacutelia a Universidade Federal de Alagoas e a do Espiacuterito Santo e a Universidade Catoacutelica de Petroacutepolis e a de Salvador
1962 Eacute criado o Conselho Federal de Educaccedilatildeo cumprindo o artigo 9o da Lei de Diretrizes e Bases Este substitui o Conselho Nacional de Educaccedilatildeo Satildeo criados tambeacutem os Conselhos Estaduais de Educaccedilatildeo
37
Eacute criado o Plano Nacional de Educaccedilatildeo e o Programa Nacional de Alfabetizaccedilatildeo pelo Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura inspirado no Meacutetodo Paulo Freire Eacute fundada a Universidade Estadual de Campinas e a Universidade Norte de Ensino Superior de Montes Claros Minas Gerais
1965 Acordo MECConselho de Cooperaccedilatildeo Teacutecnica da Alianccedila para o Progresso - CONTAPUSAID para melhoria do ensino meacutedio Previa assessoria teacutecnica americana para o planejamento do ensino e treinamento de teacutecnicos brasileiros nos Estados Unidos
1966 Acordo MEC CONTAP USAID de assessoria para a expansatildeo e aperfeiccediloamento do quadro de professores de ensino meacutedio no Brasil
1968 A Lei 5540 de 28 de novembro fixa normas de organizaccedilatildeo e funcionamento do ensino superior e sua articulaccedilatildeo com a escola meacutedia
1971
Eacute promulgada a Lei 5692 que regulamenta o ensino de primeiro e segundo graus Entre outras determinaccedilotildees amplia a obrigatoriedade escolar de quatro para oito anos aglutina o antigo primaacuterio com o ginasial suprimindo o exame de admissatildeo e criando a escola uacutenica profissionalizante A Resoluccedilatildeo no 8 do Conselho Federal de Educaccedilatildeo fixa o nuacutecleo comum para os curriacuteculos do ensino de 1o e 2o graus definindo seus objetivos e a amplitude O Parecer 853 do Conselho Federal de Educaccedilatildeo define a doutrina de curriacuteculo indica os conteuacutedos de nuacutecleo comum apresenta o conceito de mateacuteria orienta suas formas de tratamento e integraccedilatildeo indica os objetivos das aacutereas de estudo e os do processo educativo remetendo-os ao objetivo geral do ensino de 1o e 2o graus e aos fins da educaccedilatildeo brasileira O Decreto 68908 dispotildee sobre o concurso vestibular fixando as condiccedilotildees para o ingresso na Universidade
1972 O Parecer no 45 do Conselho Federal de Educaccedilatildeo fixa o curriacuteculo miacutenimo a ser exigido em cada habilitaccedilatildeo profissional ou conjunto de habilitaccedilotildees afins no ensino de 2o grau
1978 A Portaria no 505 do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo aprova diretrizes baacutesicas para o ensino de Moral e Ciacutevica nos cursos de 1o e 2o graus e de Estudos de Problemas Brasileiros nos cursos superiores
1982
A Lei no 7044 altera dispositivos da Lei 569271 referentes agrave profissionalizaccedilatildeo do ensino de 2o grau implicando em algumas mudanccedilas na proposta curricular dispensando as escolas da obrigatoriedade da profissionalizaccedilatildeo voltando a ecircnfase agrave formaccedilatildeo geral O Parecer no 618 do Conselho Federal de Educaccedilatildeo explica as alteraccedilotildees introduzidas pela Lei 7044
1986
O Parecer no 785 do Conselho Federal de Educaccedilatildeo reformula o nuacutecleo comum para o ensino de 1o e 2o graus middot A Resoluccedilatildeo no 6 do Conselho Federal de Educaccedilatildeo reformula o nuacutecleo comum para os curriacuteculos do ensino de 1o e 2o graus revogando a Resoluccedilatildeo no 871 do proacuteprio CFE dando novas diretrizes
1992 As disciplinas de Organizaccedilatildeo Social e Poliacutetica do Brasil - OSPB e Estudos de Problemas Brasileiros - EPB deixam de ser obrigatoacuterias no ensino de 2o grau e superior
1995 A Universidade de Brasiacutelia cria o Programa de Avaliaccedilatildeo Seriada - PAS para ingresso na universidade que acaba com o exame vestibular A avaliaccedilatildeo do aluno eacute feita durante a realizaccedilatildeo do 2o grau
1996 O Presidente sanciona a Lei no 9394 a Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo (LDB) que ficou oito anos em discussatildeo no Congresso
1997 As escolas de 2o grau tambeacutem satildeo avaliadas atraveacutes de Provatildeo
1998 Eacute instituiacutedo pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais - INEP o Exame Nacional do Ensino Meacutedio - ENEM para ser aplicado aos alunos concluintes e aos egressos deste niacutevel de ensino
38
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria a partir de dados disponibilizados em
wwwPedagogiaemfocoprobr
No capiacutetulo a seguir eacute descrita a Estrutura Organizacional da Educaccedilatildeo no
Brasil
39
Capiacutetulo 3 A Estrutura Organizacional da Educaccedilatildeo no Brasil
Os conteuacutedos dos itens 31 e 32 foram extraiacutedos da Lei nordm 9394 de 20 de
dezembro de 1996 - Lei de Diretrizes e Bases (LDB) e as informaccedilotildees do item 33
foram baseados no site institucional da Secretaria Estadual de Educaccedilatildeo do
Estado do Rio de Janeiro (SEERJ)
31 A Organizaccedilatildeo
A Organizaccedilatildeo da Educaccedilatildeo Nacional eacute composta pela Uniatildeo pelos
Estados pelo Distrito Federal e pelos Municiacutepios organizados em regime de
colaboraccedilatildeo
Cabe agrave Uniatildeo a coordenaccedilatildeo da poliacutetica nacional de educaccedilatildeo da
articulaccedilatildeo os diferentes niacuteveis e sistemas A Uniatildeo ainda exerce funccedilatildeo
normativa redistributiva e supletiva em relaccedilatildeo agraves demais instacircncias
educacionais
40
311 Atribuiccedilotildees da Uniatildeo
De acordo com a Lei das Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo eacute papel do
Governo Federal atraveacutes do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo
1 - Elaborar o Plano Nacional de Educaccedilatildeo em colaboraccedilatildeo com os
Estados o Distrito Federal e os Municiacutepios
2 - Organizar manter e desenvolver os oacutergatildeos e instituiccedilotildees oficiais do
sistema federal de ensino e o dos Territoacuterios
3 - Prestar assistecircncia teacutecnica e financeira aos Estados ao Distrito Federal e
aos Municiacutepios para o desenvolvimento de seus sistemas de ensino e o
atendimento prioritaacuterio agrave escolaridade obrigatoacuteria exercendo sua funccedilatildeo
redistributiva e supletiva
4 - Estabelecer em colaboraccedilatildeo com os Estados o Distrito Federal e os
Municiacutepios competecircncias e diretrizes para a educaccedilatildeo infantil o ensino
fundamental e o ensino meacutedio que nortearatildeo os curriacuteculos e seus conteuacutedos
miacutenimos de modo a assegurar formaccedilatildeo baacutesica comum
5 - Coletar analisar e disseminar informaccedilotildees sobre a educaccedilatildeo
6 - Assegurar processo nacional de avaliaccedilatildeo do rendimento escolar no
ensino fundamental meacutedio e superior em colaboraccedilatildeo com os sistemas de
ensino objetivando a definiccedilatildeo de prioridades e a melhoria da qualidade do
ensino
7 - Baixar normas gerais sobre cursos de graduaccedilatildeo e poacutes-graduaccedilatildeo
8-Assegurar processo nacional de avaliaccedilatildeo das instituiccedilotildees de educaccedilatildeo
superior com a cooperaccedilatildeo dos sistemas que tiverem responsabilidade sobre
este niacutevel de ensino
41
9-Autorizar reconhecer credenciar supervisionar e avaliar
respectivamente os cursos das instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior e os
estabelecimentos do seu sistema de ensino
312 Atribuiccedilotildees dos Estados
Tambeacutem conforme estabelecido na LDB cabe aos Governos Estaduais
atraveacutes das Secretarias Estaduais de Educaccedilatildeo
1-Organizar manter e desenvolver os oacutergatildeos e instituiccedilotildees oficiais dos seus
sistemas de ensino
2-Definir com os Municiacutepios formas de colaboraccedilatildeo na oferta do ensino
fundamental as quais devem assegurar a distribuiccedilatildeo proporcional das
responsabilidades de acordo com a populaccedilatildeo a ser atendida e os recursos
financeiros disponiacuteveis em cada uma dessas esferas do Poder Puacuteblico
3-Elaborar e executar poliacuteticas e planos educacionais em consonacircncia
com as diretrizes e planos nacionais de educaccedilatildeo integrando e coordenando as
suas accedilotildees e as dos seus Municiacutepios
4-Autorizar reconhecer credenciar supervisionar e avaliar
respectivamente os cursos das instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior e os
estabelecimentos do seu sistema de ensino
5-Baixar normas complementares para o seu sistema de ensino
6-Assegurar o ensino fundamental e oferecer com prioridade o ensino
meacutedio
Em relaccedilatildeo ao Distrito Federal aplicam-se as competecircncias referentes aos
Estados e aos Municiacutepios
42
313 Atribuiccedilotildees dos Municiacutepios
A LDB estabelece que os Municiacutepios incumbir-se-atildeo atraveacutes das Secretarias
Municipais de Educaccedilatildeo
1-Organizar manter e desenvolver os oacutergatildeos e instituiccedilotildees oficiais dos seus
sistemas de ensino integrando-os agraves poliacuteticas e planos educacionais da Uniatildeo e
dos Estados
2-Exercer accedilatildeo redistributiva em relaccedilatildeo agraves suas escolas
3-Baixar normas complementares para o seu sistema de ensino
4-Autorizar credenciar e supervisionar os estabelecimentos do seu sistema
de ensino
5-Oferecer a educaccedilatildeo infantil em creches e preacute-escolas e com
prioridade o ensino fundamental permitida a atuaccedilatildeo em outros niacuteveis de ensino
somente quando estiverem atendidas plenamente as necessidades de sua aacuterea
de competecircncia e com recursos acima dos percentuais miacutenimos vinculados pela
Constituiccedilatildeo Federal agrave manutenccedilatildeo e desenvolvimento do ensino
Os Municiacutepios podem optar ainda por se integrar ao sistema estadual de
ensino ou compor com ele um sistema uacutenico de educaccedilatildeo baacutesica
314 O Papel dos Estabelecimentos de Ensino
Respeitadas as normas comuns e as do seu sistema de ensino a LDB
estabelece que os estabelecimentos de ensino tecircm a funccedilatildeo de
1 -Elaborar e executar sua proposta pedagoacutegica
2- Administrar seu pessoal e seus recursos materiais e financeiros
3 -Assegurar o cumprimento dos dias letivos e horas-aula estabelecidos
43
4 -Velar pelo cumprimento do plano de trabalho de cada docente
5 -Prover meios para a recuperaccedilatildeo dos alunos de menor rendimento
6-Articular-se com as famiacutelias e a comunidade criando processos de
integraccedilatildeo da sociedade com a escola
7 -Informar os pais e responsaacuteveis sobre a frequumlecircncia e o rendimento dos
alunos bem como sobre a execuccedilatildeo de sua proposta pedagoacutegica
315 Atribuiccedilotildees dos Docentes
Segundo a LDB cabe aos docentes
1 -Participar da elaboraccedilatildeo da proposta pedagoacutegica do estabelecimento
de ensino
2 -Elaborar e cumprir plano de trabalho segundo a proposta pedagoacutegica
do estabelecimento de ensino
3 -Zelar pela aprendizagem dos alunos
4- Estabelecer estrateacutegias de recuperaccedilatildeo para os alunos de menor
rendimento
5-Ministrar os dias letivos e horas-aula estabelecidos aleacutem de participar
integralmente dos periacuteodos dedicados ao planejamento agrave avaliaccedilatildeo e ao
desenvolvimento profissional
6 -Colaborar com as atividades de articulaccedilatildeo da escola com as famiacutelias e
a comunidade
A LDB estabelece ainda que os sistemas de ensino definiratildeo as normas da
gestatildeo democraacutetica do ensino puacuteblico na educaccedilatildeo baacutesica de acordo com as
suas peculiaridades e conforme os princiacutepios de
44
Participaccedilatildeo dos profissionais da educaccedilatildeo na elaboraccedilatildeo do projeto
pedagoacutegico da escola e de participaccedilatildeo das comunidades escolar e local em
conselhos escolares ou equivalentes
Tambeacutem se configura como atribuiccedilatildeo dos sistemas de ensino assegurar agraves
unidades escolares puacuteblicas de educaccedilatildeo baacutesica que os integram progressivos
graus de autonomia pedagoacutegica e administrativa e de gestatildeo financeira
observadas as normas gerais de direito financeiro puacuteblico
32 A Abrangecircncia dos Sistemas
Os sistemas de ensino estatildeo relacionados agraves diferentes esferas
governamentais conforme segue
321 O Sistema Federal
O Sistema Federal de ensino compreende
1 - As instituiccedilotildees de ensino mantidas pela Uniatildeo
2-As instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior criadas e mantidas pela iniciativa
privada
3 -Os oacutergatildeos federais de educaccedilatildeo
322 Os Sistemas de Ensino dos Estados e do Distrito Federal Compreendem
1-As instituiccedilotildees de ensino mantidas respectivamente pelo Poder Puacuteblico
estadual e pelo Distrito Federal
2 -As instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior mantidas pelo Poder Puacuteblico
municipal
3-As instituiccedilotildees de ensino fundamental e meacutedio criadas e mantidas pela
iniciativa privada
45
4 -Os oacutergatildeos de educaccedilatildeo estaduais e do Distrito Federal
respectivamente
No Distrito Federal as instituiccedilotildees de educaccedilatildeo infantil criadas e mantidas
pela iniciativa privada integram seu sistema de ensino
323 O Sistema Municipal Na esfera Municipal os sistemas de ensino compreendem
1-As instituiccedilotildees do ensino fundamental meacutedio e de educaccedilatildeo infantil
mantidas pelo Poder Puacuteblico municipal
2-As instituiccedilotildees de educaccedilatildeo infantis criadas e mantidas pela iniciativa
privada
3-Os oacutergatildeos municipais de educaccedilatildeo
As instituiccedilotildees de ensino dos diferentes niacuteveis classificam-se nas seguintes
categorias administrativas
1-Puacuteblicas assim entendidas as criadas ou incorporadas mantidas e
administradas pelo Poder Puacuteblico
2 -Privadas assim entendidas as mantidas e administradas por pessoas
fiacutesicas ou juriacutedicas de direito privado
A figura 31 mostra de forma resumida a estrutura organizacional da educaccedilatildeo brasileira
46
UNIAtildeO
MINISTEacuteRIO DA EDUCACcedilAtildeO
ESTADOS
SECRETARIA ESTADUAL DE EDUCACcedilAtildeO
MUNICIacutePIOS
SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCACcedilAtildeO
AL UNOS
ENSINO SUPERIOR
Docentes
ENSINO MEacuteDIO
Docentes
ENSINO FUNDAMENTAL
Figura 31 Organograma da Organizaccedilatildeo Educacional Brasileira
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria a partir dos dados descritos neste capiacutetulo
Como os estudos deste trabalho estatildeo focados no ensino meacutedio a seguir
seraacute destacada a Secretaria Estadual de Educaccedilatildeo do Estado do Rio de Janeiro
33 A Secretaria Estadual de Educaccedilatildeo
A Secretaria Estadual de Educaccedilatildeo do Rio de Janeiro foi criada em 15 de
marccedilo de 1975 Em sua atual administraccedilatildeo o Secretaacuterio Nelson Maculam Filho
comanda uma rede de ensino de 1679 escolas 77 mil professores 22617
funcionaacuterios de apoio administrativo e um universo de 15 milhatildeo de alunos A
Secretaria eacute composta por 29 coordenadorias distribuiacutedas por regiotildees do estado
do Rio de Janeiro de acordo com a Tabela 31
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Tabela 31 Coordenadorias da SEERJ
REGIOtildeES COORDENADORIASBaiacutea da Ilha Grande Baiacutea da Ilha Grande
Baixadas Litoracircneas IBaixadas Litoracircneas IICentro Sul ICentro Sul IIMeacutedio Paraiacuteba IMeacutedio Paraiacuteba IIMeacutedio Paraiacuteba IIIMetropolitana IMetropolitana IIMetropolitana IIIMetropolitana IVMetropolitana VMetropolitana VIMetropolitana VIIMetropolitana VIIIMetropolitana IXMetropolitana XMetropolitana XINoroeste Fluminense INoroeste Fluminense IINoroeste Fluminense IIINorte Fluminense INorte Fluminense IINorte Fluminense IIISerrana ISerrana IISerrana IIISerrana IV
Noroeste Fluminense
Norte Fluminense
Serrana
Baixadas Litoracircneas
Centro Sul
Meacutedio Paraiacuteba
Metropolitana
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria a partir de dados da SEERJ
No mapa da figura 32 satildeo mostrados os municiacutepios de cada regiatildeo relacionados na tabela 31
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Figura 32 Mapa das metropolitanas do estado do Rio de Janeiro
Fonte Site institucional da SEEERJ
O foco deste estudo se restringe agraves escolas situadas no Municiacutepio do Rio de
Janeiro portanto seratildeo mostrados os detalhes das Metropolitanas III IV e X
METROPOLITANA III
Situada no bairro do Meacuteier coordena 163 escolas compreendendo
escolas de ensino fundamental e ensino meacutedio totalizando cerca de 68475
alunos
METROPOLITANA IV
Situada no bairro de Campo Grande coordena 141 escolas
compreendendo escolas de ensino fundamental e ensino meacutedio totalizando
cerca de 90733 alunos
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METROPOLITANA X
Situada no bairro da Tijuca coordena 163 escolas compreendendo
escolas de ensino fundamental e ensino meacutedio totalizando cerca de 58693
alunos
Aleacutem das atribuiccedilotildees definidas por lei a SEERJ desenvolve accedilotildees e projetos
paralelos como mostrados a seguir
Accedilotildees e Projetos Secretaria Estadual de Educaccedilatildeo
PROGRAMA SUCESSO ESCOLAR
O programa sucesso escolar foi lanccedilado em 31 de maio de 2004 com o
objetivo de combater a reprovaccedilatildeo e a evasatildeo nas escolas evasotildees estas que
custam ao Estado cerca de R$ 450 milhotildees por ano O Rio de Janeiro tem um dos
maiores iacutendices de reprovaccedilatildeo do Sudeste 381 cerca de 10 abaixo da meacutedia
nacional Desde 2004 os alunos da rede recebem reforccedilo escolar atraveacutes de
aulas extras O programa atende aos alunos com baixo desempenho escolar
PROGRAMA SAUacuteDE NA ESCOLA
O Programa promove sauacutede nos CIEPS desde 2000 Em 1995 com base na
Carta de Otawa (WHO 1986) surgiu o conceito de Escolas Promotoras de
Sauacutede atraveacutes da Iniciativa Global de Sauacutede na Escola lanccedilada pela
Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede Trata-se de uma accedilatildeo em parceria entre as
secretarias de Estado de Educaccedilatildeo Sauacutede e a Defesa Civil visando a prevenccedilatildeo
e a promoccedilatildeo da sauacutede dos estudantes oferecendo atendimento cliacutenico
pediaacutetrico e odontoloacutegico
REGISTRO UacuteNICO DO ALUNO (REGUA)
O Registro Uacutenico do Aluno (REGUA) estaacute inserido no Programa de
Reestruturaccedilatildeo da Rede Puacuteblica de Ensino (PRO-REDE) Com o registro que eacute
uma carteira de estudante que funciona como identidade os estudantes tecircm
direito ao Passe Livre nos ocircnibus municipais aleacutem de descontos na aacuterea cultural
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PROGRAMA QUADRO DE HORAacuteRIOS
O Programa foi lanccedilado em outubro de 2004 para definir os quadros de
horaacuterios de cada turma das 1854 escolas da rede estadual de ensino com o
objetivo de identificar os professores que natildeo estatildeo dando aula nem exercem
funccedilotildees administrativas nas escolas e assim poder providenciar a alocaccedilatildeo deles
em outras unidades combatendo assim o problema da falta de professores
PROJETO DE CAPACITACcedilAtildeO DE GESTORES ESCOLARES O Curso de Gestatildeo Escolar para Diretor Geral Diretor Adjunto e Gerente de
Ensino tem como objetivo
1 ndash Oferecer formaccedilatildeo continuada e ou formaccedilatildeo em niacutevel de
especializaccedilatildeo em serviccedilo aos gestores das escolas puacuteblicas de educaccedilatildeo
baacutesica da rede estadual
2 ndash Contribuir para a melhoria dos processos de gestatildeo da rede estadual
do Rio de Janeiro e tornar positivo seu impacto na qualidade da educaccedilatildeo
Baacutesica
3 ndash Contribuir para construccedilatildeo de um novo significado da gestatildeo escolar
com base na integraccedilatildeo dos aspectos administrativos e pedagoacutegicos nas accedilotildees
dos gestores
PROGRAMA ESTADUAL DE LEITURA
O programa pretende estimular o haacutebito de leitura nos alunos das escolas
da rede estadual e promove o acesso a livros e bens culturais Envolve a criaccedilatildeo
de poacutelos de leitura nas bibliotecas das escolas da rede em todos os municiacutepios do
Rio com a promoccedilatildeo ainda de eventos culturais mensais
PROGRAMA DE VISITAS
O Programa foi lanccedilado em maio de 2005 com a finalidade de combater
a evasatildeo e a repetecircncia nas escolas estaduais O programa tem por objetivo
resgatar o aluno e envolver a famiacutelia no dia-a-dia da escola Setecentos
estudantes do Ensino Meacutedio de 140 escolas da rede estadual com altos iacutendices
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de evasatildeo e repetecircncia de 15 coordenadorias regionais percorreratildeo as suas
proacuteprias comunidades para levar informaccedilotildees sobre os projetos da Secretaria
chamar de volta agrave escola os colegas que desistiram de estudar e reunir sugestotildees
e reivindicaccedilotildees das famiacutelias visitadas Esses jovens receberatildeo bolsa mensal de R$
6500 (sessenta e cinco reais)
PROGRAMA DE MUNICIPALIZACcedilAtildeO DO ENSINO
O programa tem por objetivo aleacutem da passagem gradual dos encargos
da educaccedilatildeo infantil e ensino fundamental para a esfera municipal o programa
de municipalizaccedilatildeo traduz-se na integraccedilatildeo entre as esferas administrativas
atraveacutes de accedilotildees poliacutetico-pedagoacutegicas tendo por base a racionalizaccedilatildeo dos
sistemas municipais e estaduais de educaccedilatildeo objetivando aperfeiccediloar a
ocupaccedilatildeo de espaccedilos alocaccedilatildeo de alunos adequaccedilatildeo e aproveitamento dos
recursos humanos e materiais pensados enquanto rede puacuteblica unificada e sem
discriminaccedilotildees
PREcircMIO NACIONAL DE REFEREcircNCIA EM GESTAtildeO
Com o apoio da Fundaccedilatildeo Ford do Fundo das Naccedilotildees Unidas para a
infacircncia - Unicef da embaixada dos Estados Unidos no Brasil do Conselho
Britacircnico e eventualmente de outros organismos e instituiccedilotildees o Precircmio foi
instituiacutedo para atingir os seguintes objetivos
a) estimular o desenvolvimento da gestatildeo democraacutetica na escola tendo
como foco o compromisso com uma aprendizagem de qualidade
b) valorizar as escolas puacuteblicas de educaccedilatildeo baacutesica que se destaquem
por iniciativas e experiecircncias inovadoras e bem sucedidas de gestatildeo escolar
c) apoiar o desenvolvimento de uma cultura de auto-avaliaccedilatildeo da gestatildeo
escolar
d) incentivar o processo de melhoria contiacutenua da escola pela elaboraccedilatildeo
de planos de accedilatildeo tendo com base a sua auto-avaliaccedilatildeo
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PLANO DE RECUPERACcedilAtildeO DA REDE FIacuteSICA
O Programa foi iniciado em 2002 responsaacutevel pela construccedilatildeo ampliaccedilatildeo
reforma e manutenccedilatildeo nas escolas da rede estadual de ensino
O programa tem por objetivo revitalizar as escolas da rede e atender
alunos professores e servidores de apoio com mais qualidade por meio de um
plano de recuperaccedilatildeo
PARLAMENTO JUVENIL
O Parlamento Juvenil eacute um programa pedagoacutegico da SEE em parceria
com a Assembleacuteia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) criado em 2003
em que os estudantes da rede aprendem a exercer na praacutetica as funccedilotildees
parlamentares
Tem por objetivo conscientizar os alunos da rede estadual de ensino sobre
processo democraacutetico integrando-os agrave atividade poliacutetica Aleacutem disso eacute uma
maneira de aproximar o jovem de tudo que diz respeito agrave sua cidade jaacute que seus
projetos de lei devem abordar os problemas de seus municiacutepios Tem como
Puacuteblico alvo toda a comunidade escolar
PROJETO OLHANDO A ESCOLA
O programa eacute desenvolvido em parceria entre a secretarias estaduais de
Educaccedilatildeo Sauacutede e Defesa Civil para identificar estudantes com problemas de
visatildeo o que tecircm dificultado o aprendizado e consequumlentemente o
desempenho escolar
PROGRAMA NOVA ESCOLA
O Objetivo eacute impulsionar a melhoria na qualidade de ensino e valorizar a
escola puacuteblica objetiva a propor criteacuterios de avaliaccedilatildeo das escolas em cinco
itens prestaccedilatildeo de contas gestatildeo da matriacutecula integraccedilatildeo com a comunidade
desempenho dos alunos (estudantes da 2ordf a 8ordf seacuteries do ensino Fundamental e 1ordf
a 3ordf seacuteries do ensino meacutedio fizeram provas de Liacutengua Portuguesa e Matemaacutetica e
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fluxo escolar A partir dos resultados o programa concede aos professores e
demais profissionais gratificaccedilotildees proporcionais agraves suas realizaccedilotildees educacionais
PROGRAMA MERENDA ESCOLAR
Tem como objetivo suprir as necessidades nutricionais dos alunos durante o
tempo de permanecircncia na escola contribuir para a reduccedilatildeo da evasatildeo escolar
melhorar o rendimento escolar formar bons haacutebitos alimentares e contribuir para
a manutenccedilatildeo da sauacutede escolar
KITS ESCOLARES
O programa foi criado em 2004 consiste na distribuiccedilatildeo de kits escolares
para 15 milhatildeo de estudantes Os kits satildeo formados por caderno reacutegua cola
caneta laacutepis borracha apontador e mochila
JOGOS DA EDUCACcedilAtildeO PUacuteBLICA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Programa eacute desenvolvido em parceria pelas Secretarias Estaduais de
Educaccedilatildeo e de Esportes para incentivar o gosto e o haacutebito de praticar esporte
entre os estudantes da rede fornecendo noccedilotildees de cidadania e contribuindo
para melhorar o desempenho escolar
PROGRAMA ESTADUAL DE INFORMAacuteTICA APLICADA Agrave
EDUCACcedilAtildeO
O programa tem como objetivo aumentar o nuacutemero de laboratoacuterios e
ampliar o acesso dos estudantes e da comunidade escolar em geral agrave
informaacutetica e agrave internet promovendo assim a inclusatildeo digital
HORAacuteRIO INTEGRAL
Os Centros Integrados de Educaccedilatildeo Puacuteblica satildeo escolas de estilo
arquitetocircnico e proposta pedagoacutegica proacuteprios com funcionamento em horaacuterio
integral que proporcionam a seus alunos muacuteltiplas atividades complementando
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o trabalho nas salas de aula com recreaccedilotildees esportes atividades culturais aleacutem
de fornecer alimentaccedilatildeo
O objetivo eacute estabelecer um processo de formaccedilatildeo do aluno que
estimule a constante troca de ideacuteias vivecircncias e empenho em promover a
autoconfianccedila para que eles sintam vontade real de aprender cada vez mais
cientes de seus deveres e direitos de cidadatildeo
PROGRAMA GEOREFERENCIAMENTO
Um sistema de informaacutetica georeferenciou cerca de 11 mil escolas das
redes municipal estadual federal e particular tendo como objetivos permitir que
a Secretaria de Educaccedilatildeo tenha informaccedilotildees sobre as 11 mil escolas do estado
do Rio de Janeiro Seraacute possiacutevel por meio dele planejar a construccedilatildeo e a
ampliaccedilatildeo de novas escolas assim como a matriacutecula e a troca de informaccedilotildees
entre municiacutepio e estado
FOacuteRUM PERMANENTE DE DIRETORES
Esse Foacuterum eacute presidido pelo Secretaacuterio com a presenccedila dos Subsecretaacuterios
e 81 Diretores das Unidades Escolares de toda a rede Visa discutir a realidade de
nossas escolas trazer sugestotildees a fim de nortear os trabalhos desenvolvidos pela
SEE
PROJETO FACcedilA PARTE O projeto tem por objetivo discutir de que maneira alunos e as escolas
podem ser estimulados a agir como voluntaacuterios debatendo as vaacuterias formas de
mobilizaccedilatildeo social considerada pelos especialistas como uma ferramenta de
ensino inovadora e interativa
PROGRAMA ESCOLAS DE PAZ O Programa Escolas de Paz faz parte de um acordo de cooperaccedilatildeo entre
a Unesco e a Secretaria de Estado de Educaccedilatildeo do Rio de Janeiro e segue as
orientaccedilotildees do Programa Abrindo Espaccedilos recomendado pela Unesco como
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estrateacutegia de construccedilatildeo de uma Cultura de Paz Foi criado em 2000 e retomado
em agosto de 2003 Consiste em abrir 200 unidades escolares de 11
coordenadorias da Regiatildeo Metropolitana selecionadas nas aacutereas onde haacute maior
carecircncia de lazer nos finais de semana para atividades artiacutesticas esportivas e de
lazer As escolas oferecem cafeacute da manhatilde almoccedilo e agraves vezes lanches aos
participantes Eacute voltado para jovens de quatorze a vinte quatro anos
O programa visa implantar uma cultura de natildeo violecircncia no interior das
escolas e comunidades vizinhas aleacutem de procurar integrar e aproximar a famiacutelia
dos jovens agrave escola melhorar o desempenho estudantil e despertar eventuais
potencialidades culturais artiacutesticas e esportivas nos alunos O programa acontece
aos saacutebados das 9h agraves 17h mesmo nas feacuterias e as escolas recebem mensalmente
verbas para pagamento da equipe local manutenccedilatildeo e nutriccedilatildeo
PROJETO ESCOLA FAZ ARTE
A escola eacute o espaccedilo ideal para que os alunos possam expressar suas
qualidades artiacutesticas criando muitas vezes trabalhos maravilhosos verdadeiras
obras de arte que passam despercebidas fora dos muros escolares O projeto
visa valorizar os jovens talentos que surgem em nossas Unidades Escolares
incentivando e proporcionando uma maior divulgaccedilatildeo de seus dons criativos
Sendo assim a SEE elaborou o Projeto Escola faz Arte em agosto de 2004
retornando em marccedilo de 2005 visando expor durante uma semana os trabalhos
das Unidades Escolares no hall do gabinete do Secretaacuterio (5deg andar)
CHEQUE ndashESCOLA
Trata-se de um Programa de inclusatildeo social que transfere recursos
estaduais para famiacutelias de baixa renda que tenham filhos com idade escolar
entre sete e quatorze anos matriculados na rede puacuteblica
O programa tem por objetivo a permanecircncia dos alunos na escola
afastando-os da situaccedilatildeo de risco social favorecendo a formaccedilatildeo de novos
cidadatildeos e uma melhoria na qualidade de vida da famiacutelia A frequumlecircncia escolar
eacute condiccedilatildeo fundamental para a participaccedilatildeo e manutenccedilatildeo da famiacutelia no
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programa
PROJETO APRENDENDO XADREZ NAS ESCOLAS
Consiste em uma parceria com a Federaccedilatildeo de Xadrez do Estado do Rio
de Janeiro para transformar o xadrez em ferramenta pedagoacutegica estimulando o
raciociacutenio a concentraccedilatildeo e a criatividade do aluno A meta eacute melhorar o
desempenho em matemaacutetica aleacutem de combater a repetecircncia e evasatildeo escolar
PROGRAMA ACELERA JOVEM
Programa foi lanccedilado para ajudar alunos que apresentem defasagem
idade-seacuterie a recuperar o tempo perdido com o objetivo de colocar o ensino
fundamental ao alcance de jovens que estatildeo fora da escola ou que estatildeo com
os estudos atrasados
O Programa visa atender aquela faixa etaacuteria delineada como de risco
jovens entre 15 e 30 anos que estatildeo fora da escola ou estando na escola
tenham pelo menos concluiacutedos quatro anos de estudo e apresentem uma
defasagem idade-seacuterie de trecircs anos ou mais
A ESCOLA VAI AO TEATRO
O Programa foi desenvolvido em parceria entre as Secretarias Estaduais de
Educaccedilatildeo e Cultura para estimular o interesse dos alunos por teatro e disciplinas
como literatura e histoacuteria O projeto quer incentivar ainda a melhoria do
desempenho escolar atraveacutes da abordagem de temas histoacutericos
O objetivo eacute levar os alunos permanentemente para assistir agrave peccedilas que
tenham conteuacutedo pedagoacutegico facilitando aos estudantes da rede puacuteblica o
acesso a esses bens culturais aleacutem de fornecer aos professores material para ser
discutido e trabalhado dentro da sala de aula
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EDUCACcedilAtildeO AMBIENTAL
Esclarece e orienta agraves escolas os alunos e agrave comunidade sobre questotildees
referentes agrave Educaccedilatildeo Ambiental na Rede de Ensino Puacuteblica Estadual do Rio de
Janeiro
Contribui na consolidaccedilatildeo da Lei nordm 9795 de abril de 1999 que institui a
Poliacutetica Nacional de Educaccedilatildeo Ambiental
Desenvolve o Programa Estadual de Educaccedilatildeo Ambiental instituiacuteda pela
Lei 3325 de 17121999
Promove accedilotildees seminaacuterios e projetos objetivando a implantaccedilatildeo e
implementaccedilatildeo da Agenda Ambiental nas escolas puacuteblicas estadual do Rio de
Janeiro
A Estrutura Organizacional da Educaccedilatildeo no Brasil eacute uma ferramenta que
daacute suporte para o desenvolvimento da cidadania que eacute fator determinante para
a inclusatildeo social A inclusatildeo social seraacute tratada no capiacutetulo seguinte atraveacutes das
Poliacuteticas Puacuteblicas
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Capiacutetulo 4 Poliacuteticas Puacuteblicas de Inclusatildeo Social
41 A Crise do Sistema Poliacutetico Liberal e o Iniacutecio do
Intervencionismo do Estado
Ateacute o iniacutecio do seacuteculo XX prevaleciam ideacuteias de um sistema poliacutetico liberal
no qual o Estado natildeo tinha muita participaccedilatildeo e a relaccedilatildeo do indiviacuteduo com a
sociedade soacute era percebida se o mesmo estivesse inserido de alguma forma no
mercado Aqueles que se encontravam fora desta condiccedilatildeo eram privados da
utilizaccedilatildeo de serviccedilos essenciais aquisiccedilatildeo de bens enfim de tudo o mais que se
fazia necessaacuterio para seu desenvolvimento (Carvalho 2002)
No primeiro quartel do seacuteculo XX a economia se encontrava em
recuperaccedilatildeo dos efeitos de poacutes-guerra a partir do liberalismo do estado e neste
mesmo periacuteodo se dava a consolidaccedilatildeo do capitalismo monopolista com a
fusatildeo de pequenas companhias originando os grandes conglomerados Isto
ocorreu mesmo com a existecircncia de leis como as ldquoantitrustesrdquo que impediam
estas uniotildees entre empresas Sem a efetividade das leis as grandes empresas
industriais e bancaacuterias predominavam o cenaacuterio econocircmico sob a proteccedilatildeo de
59
uma poliacutetica adotada pelos governos de natildeo intervirem nas movimentaccedilotildees do
mercado (Magdof 1979)
Nessa eacutepoca os Estados Unidos assumiram a hegemonia econocircmica em
escala mundial O seu crescimento econocircmico no poacutes-guerra propiciou enorme
euforia social dando a falsa imagem de uma prosperidade eterna Poreacutem a
sensaccedilatildeo de seguranccedila absoluta impediu a correta avaliaccedilatildeo das tendecircncias
econocircmicas Assim uma crise econocircmica se desencadeou a partir de 1929
resultante da quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque abalando a estrutura
do capitalismo liberal trazendo reflexos que se propagaram no mundo todo
promovendo uma crise econocircmica mundial (Arruda apud Reis 2000)
Este fato impulsionou a percepccedilatildeo de que o mercado possuiacutea seus limites
como reguladores naturais isto eacute que o mercado sozinho natildeo tinha condiccedilotildees de
se auto regular sem a influecircncia do Estado Natildeo restou alternativa para os
americanos a natildeo ser empreender uma mudanccedila de rumo no capitalismo liberal
inaugurando-se a fase intervencionista na qual o governo passou a ter papel
decisivo na orientaccedilatildeo do processo econocircmico Com a poliacutetica do ldquoNew Dealrdquo
os americanos traccedilaram um marco histoacuterico na trajetoacuteria do capitalismo A
intervenccedilatildeo do estado na vida econocircmica representava uma mudanccedila
significativa no modelo tradicional da economia de mercado praticada pelos
Estados Unidos Logo o Estado passou a ser o agente mediador civilizador
interferindo nas relaccedilotildees soacutecio econocircmicas (Arruda apud Reis 2000)
As repercussotildees da crise prolongaram-se ateacute 1933 e nesse cenaacuterio o Brasil
foi um dos paiacuteses novos que mais sofreu com a crise uma vez que o seu produto principal era o cafeacute responsaacutevel por 70 das exportaccedilotildees sendo os Estados
Unidos os maiores compradores e consumidores do produto
Os fazendeiros de cafeacute principal sustentaacuteculo do poder poliacutetico no Brasil
ateacute entatildeo exigiam medidas urgentes para solucionar a crise A incapacidade do
governo de Washington Luiacutes em superaacute-la foi o motivo imediato da revoluccedilatildeo de
1930 que depocircs o presidente e levou ao poder Getuacutelio Vargas
60
O Governo Vargas teve que implantar uma seacuterie de medidas com o
objetivo de modernizar a economia brasileira Nesse contexto se produziu uma
primeira ruptura no que diz respeito ao avanccedilo da acumulaccedilatildeo capitalista no
paiacutes no sentido da implantaccedilatildeo de um nuacutecleo baacutesico de induacutestria de bens de
produccedilatildeo bem como no da redefiniccedilatildeo do papel do Estado na economia Para
isso havia a necessidade de um Estado forte e promotor da integraccedilatildeo do
mercado interno e de uma intervenccedilatildeo econocircmica de modo a assegurar a
proteccedilatildeo agrave produccedilatildeo nacional e o bem-estar social da Naccedilatildeo (Mendonccedila
1986)
Na deacutecada de cinquumlenta o modelo econocircmico implantado por Getuacutelio
Vargas comeccedilou a dar seus primeiros sintomas de esgotamento provocando
uma crise poliacutetica que desembocaria finalmente na crise do pacto populista em
1964 Com a posse de Juscelino Kubitschek ocorreu uma reorientaccedilatildeo dos rumos
de nossa economia O Plano de Metas proposto por Juscelino foi um marco na
reelaboraccedilatildeo qualitativa das relaccedilotildees entre Estado e economia no paiacutes
integrando pela primeira vez sob o controle do governo as atividades do capital
puacuteblico e do privado (Mendonccedila 1986)
O golpe de 1964 natildeo correspondeu a nenhum marco no sentido da
definiccedilatildeo de um novo modelo econocircmico pelo contraacuterio seu papel foi apenas o
de garantir a consolidaccedilatildeo definitiva do modelo implantado nos anos cinquumlenta
aprimorando-o Se no periacuteodo compreendido entre 1962 e 1967 foi todo ele de
crise econocircmica Jaacute entre 1968 e 1974 ocorreu o conhecido ldquomilagre
econocircmicordquo cuja essecircncia nada mais significou senatildeo a garantia de lucros
faraocircnicos agraves empresas monopolistas (nacionais e estrangeiras) (Mendonccedila
1986)
42 O Estado e Suas Novas Funccedilotildees Sociais
O fim da deacutecada de 1970 foi marcado por uma crise proveniente do fim
de um periacuteodo denominado ldquomilagre econocircmicordquo este fato favoreceu
movimentos da sociedade em direccedilatildeo a redemocratizaccedilatildeo e a organizaccedilatildeo da
61
sociedade civil atraveacutes de diversos acontecimentos sociais Estes
acontecimentos levaram a instalaccedilatildeo da Assembleacuteia Nacional Constituinte na
qual os movimentos sociais se articularam para tentar incluir na Carta
Constitucional os direitos sociais que entatildeo passariam a ser traduzidos como
deveres do Estado atraveacutes das Poliacuteticas Puacuteblicas Nesta eacutepoca a Poliacutetica Social
brasileira apresentava estrateacutegia reformista conforme Fagnani (citado por
Carvalho 2002)
ldquoCrescimento sustentado ampliaccedilatildeo do emprego aumento de salaacuterio real melhor distribuiccedilatildeo de renda reforma agraacuteria seguro desemprego revisatildeo da legislaccedilatildeo trabalhista e sindical descentralizaccedilatildeo poliacutetico-administrativa participaccedilatildeo e controle social redefiniccedilatildeo do padratildeo regressivo de financiamento das poliacuteticas sociais universalizaccedilatildeo do acesso ampliaccedilatildeo do impacto redistributivordquo
A Carta Constitucional de 1988 formulou a organizaccedilatildeo do sistema
federativo brasileiro onde ficou definido o papel do governo federal que assumiu
prioritariamente a coordenaccedilatildeo das Poliacuteticas Puacuteblicas Sociais enquanto os
municiacutepios assumiram a maior parte da responsabilidade de execuccedilatildeo dessas
poliacuteticas Com isto ficou prevista a transferecircncia de diversas atribuiccedilotildees
responsabilidades e recursos da instancia federal para os niacuteveis estaduais e
municipais de governo Com esta transferecircncia de atribuiccedilotildees os estados
passaram a ter autonomia para definirem a organizaccedilatildeo e a gestatildeo de suas
poliacuteticas (Carvalho 2002)
A deacutecada de 1990 foi marcada pelas lutas dos setores progressistas da
sociedade pela implementaccedilatildeo e regulamentaccedilatildeo dos direitos sociais definidos
na Constituiccedilatildeo Foram entatildeo regulamentadas as leis nas aacutereas voltadas para a
crianccedila e o adolescente da seguridade social da sauacutede da assistecircncia social
da previdecircncia social e da educaccedilatildeo Foi um periacuteodo marcado pelo conflito
entre a expectativa da implementaccedilatildeo de Poliacuteticas Puacuteblicas que concretizassem
os direitos conquistados assegurados em lei e as restriccedilotildees poliacuteticas e
econocircmicas impostas para a sua implementaccedilatildeo (Carvalho 2002)
62
O Estado entatildeo passou a formular poliacuteticas de caraacuteter econocircmico e
social que comeccedilaram a se tornar segundo Silva (citado em Carvalho 2002)
ldquoarena de lutas por acesso a riqueza socialrdquo Isto porque as poliacuteticas puacuteblicas satildeo
geralmente responsaacuteveis por grandes conflitos de interesses pois atingem
diretamente as camadas e classes sociais Devido agrave criaccedilatildeo de questotildees sociais
para atender interesses de uns acabam por infligir no interesse de outros
Pode-se supor que o principal motivo para que os conflitos ocorram seja
devido agraves classes mais favorecidas natildeo terem interesse em perder seus privileacutegios
e com isto natildeo admitirem que os indiviacuteduos das classes menos privilegiadas
venham a ter condiccedilotildees de atingirem niacuteveis melhores de desenvolvimento Com
isto esta parcela desprivilegiada da sociedade passaria a ter a possibilidade de
aumentar a sua capacidade de competiccedilatildeo Se a maioria dos indiviacuteduos tiver a
mesma capacidade de competiccedilatildeo seraacute facilitada a diminuiccedilatildeo das diferenccedilas
sociais e com isto haveraacute a promoccedilatildeo da igualdade Igualdade esta que fere
fortemente os privileacutegios de classe que jaacute se encontram enraizados na cultura de
dominaccedilatildeo sobre os mais fracos Neste processo se faz muito importante agrave
participaccedilatildeo de grupos de indiviacuteduos que quando organizados promovem
movimentos de defesa da garantia dos direitos civis poliacuteticos e sociais
Os movimentos gerados por estes grupos satildeo muitas vezes responsaacuteveis
pelas accedilotildees do Estado atraveacutes de reuniotildees entrevistas pesquisas e contatos
diretos com os indiviacuteduos que satildeo levantadas as principais necessidades da
sociedade sejam elas poliacuteticas ou sociais (Carvalho 2002)
43 Poliacuteticas Puacuteblicas Uma Questatildeo de Conceito
Dentre as vaacuterias definiccedilotildees para poliacuteticas Puacuteblicas destacam-se pela
abrangecircncia a definiccedilatildeo dada por Pereira citada em Carvalho 2002
ldquoLinha de accedilatildeo coletiva que concretiza direitos sociais coletivos declarados e garantida
em lei Eacute mediante as poliacuteticas Puacuteblicas que satildeo distribuiacutedos os redistribuiacutedos bens e serviccedilos
63
sociais em resposta agraves demandas da sociedade Por isso o direito que as fundamenta eacute um direito
coletivo e natildeo individualrdquo(apud Carvalho2002)
Ainda segundo Pereira para se definir Poliacutetica Puacuteblica se faz necessaacuteria agrave
compreensatildeo do real significado do termo puacuteblico e tambeacutem a sua abrangecircncia
neste sentido destaca-se
ldquoO termo puacuteblico associado agrave poliacutetica natildeo eacute uma referecircncia exclusiva ao Estado como
muitos pensam mas sim agrave coisa puacuteblica ou seja de todos sob a eacutegide de uma mesma lei e o apoio
de uma comunidade de interesses Portanto embora as Poliacuteticas Puacuteblicas sejam reguladas e
frequumlentemente providas pelo Estado elas tambeacutem englobam preferecircncias escolhas e decisotildees
privadas podendo (e devendo) ser controladas pelos cidadatildeos A Poliacutetica Puacuteblica expressa assim a
conversatildeo de decisotildees privadas em decisotildees e accedilotildees puacuteblicas que afetam a todosrdquo
44 Formulaccedilatildeo de Poliacuteticas Puacuteblicas
Para que uma Poliacutetica Puacuteblica seja formulada existe o envolvimento de
diversos fatores sendo os principais a identificaccedilatildeo dos atores e dos reais
interesses que envolvem a inclusatildeo de determinada questatildeo na agenda puacuteblica
para que posteriormente seja regulamentada como Poliacutetica Puacuteblica Para isto eacute
importante que ocorra a mobilizaccedilatildeo de representantes da sociedade civil e do
Estado que discutem os problemas fazem o levantamento das necessidades
para que posteriormente fundamentem suas argumentaccedilotildees Todo este processo
se faz necessaacuterio para que os direitos sociais possam ser regulamentados e no
momento seguinte seja formulada uma Poliacutetica Puacuteblica que expresse com
clareza os interesses e as necessidades de todos os envolvidos (Carvalho 2002)
Os movimentos sociais que na deacutecada de 1980 lutaram pelo fim do
regime autoritaacuterio e pela redemocratizaccedilatildeo da sociedade foram atores sociais
importantes na discussatildeo e definiccedilatildeo das novas formas de organizaccedilatildeo e gestatildeo
das Poliacuteticas Puacuteblicas A descentralizaccedilatildeo dos poderes e das funccedilotildees do Estado eacute
tema recorrente como sinocircnimo de democratizaccedilatildeo Os atores envolvidos
frequumlentemente questionam as poliacuteticas puacuteblicas brasileiras as quais satildeo
atribuiacutedas historicamente as seguintes caracteriacutesticas (Carvalho 2002)
64
SELETIVAS Natildeo possuem grande abrangecircncia isto eacute natildeo atingem a
toda faixa da sociedade que em tese necessitaria de uma determinada poliacutetica
puacuteblica soacute atingindo um pequeno grupo selecionado Um exemplo a ser citado
eacute o caso da Nova Escola pois atinge a uma parcela de escolas que satildeo
selecionadas pelo seu desempenho isto eacute preenchem todos os requisitos
estabelecidos A escola que natildeo se enquadrar nesses moldes padrotildees natildeo
recebe recursos nem a gratificaccedilatildeo dos professores o que acarreta um
desempenho ainda pior no ano seguinte Isto pode ocorrer devido ao perfil das
escolas e de seus alunos serem diferentes natildeo podendo ser julgados da mesma
forma isto se reflete claramente nas aacutereas mais carentes onde devido aos
diversos problemas vividos por esta comunidade o desempenho dos alunos
muitas vezes eacute mais baixo natildeo significando que a escola natildeo esteja cumprindo o
seu papel de ensinar
FRAGMENTADAS Normalmente natildeo satildeo contiacutenuas atuam por um
determinado periacuteodo de tempo e com o passar do tempo simplesmente satildeo
esquecidas Este esquecimento muitas vezes se faz devido agrave falta de recursos
que podem ser oriundos da falta de interesse poliacutetico como tambeacutem da
sociedade que eacute detentora de capital Neste caso podemos tomar como
exemplo o caso dos CIEPS (Centro Integrado de Educaccedilatildeo Puacuteblica) que no seu
projeto original a escola funcionava em regime integral onde os alunos aleacutem de
estudarem participavam de inuacutemeras atividades aleacutem de alimentaccedilatildeo soacute
retornando para casa no fim do dia Este projeto que inicialmente tinha uma
visatildeo de escola ideal com as mudanccedilas poliacuteticas e a falta de recursos para a
sua manutenccedilatildeo foi praticamente extinto tendo hoje em dia algumas poucas
unidades funcionando em regime integral
EXCLUDENTES Excluem entre os excluiacutedos Isto significa que entre os
considerados excluiacutedos as Poliacuteticas Puacuteblicas natildeo atingem a todos excluem a
maioria do grupo Neste caso podemos citar alguns programas sociais nos quais
as pessoas para receber os benefiacutecios precisam ser cadastradas Para isso eacute
necessaacuterio que estas pessoas tenham toda documentaccedilatildeo que nem sempre a
populaccedilatildeo socialmente excluiacuteda natildeo tem condiccedilotildees de possuir
65
SETORIADAS natildeo satildeo amplas atingem somente uma necessidade
e natildeo a um conjunto de necessidades que por muitas vezes estatildeo interligadas
assim como atingem somente alguns setores da sociedade e natildeo a sociedade
como um todo Nesta aacuterea podemos citar como exemplo algumas accedilotildees na
aacuterea de sauacutede Existem poliacuteticas de doaccedilatildeo de remeacutedios mas natildeo existe
investimento na aacuterea de prevenccedilatildeo de doenccedilas como saneamento baacutesico que
eacute uma das maiores causas de doenccedilas nas aacutereas carentes
Os questionamentos desses atores e a incorporaccedilatildeo das vontades da
sociedade nas decisotildees poliacuteticas movimentaram a Assembleacuteia Constituinte de
1988 e resultaram em dois princiacutepios que fundamentaram o processo de
descentralizaccedilatildeo a democratizaccedilatildeo e a participaccedilatildeo
A figura 41 a seguir mostra esquematicamente como se daacute a
formaccedilatildeo de uma Poliacutetica Puacuteblica
66
ESTADO
DIAGNOacuteSTICO DO PROBLEMA
SOCIEDADE
CIVIL
LEVANTAMENTO DAS NECESSIDADES
DIREITOS SOCIAIS
POLIacuteTICAS PUacuteBLICAS
Figura 41 Diagrama esquemaacutetico da formaccedilatildeo de uma poliacutetica puacuteblica
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria a partir de informaccedilotildees citadas neste capiacutetulo
67
45 Aacutereas de Aplicaccedilatildeo das Poliacuteticas Puacuteblicas
Existem diversas aacutereas onde satildeo aplicadas as Poliacuteticas Puacuteblicas das quais
podemos destacar a ciecircncia e tecnologia a econocircmica a social e a
educacional
Poliacuteticas Puacuteblicas da Ciecircncia e Tecnologia
As Poliacuteticas Puacuteblicas da ciecircncia e tecnologia tem como principal objetivo
promover o desenvolvimento cientiacutefico e tecnoloacutegico tendo em foco a soberania
e a independecircncia do paiacutes As bases de uma sociedade minimamente justa
derivam de seu desenvolvimento cientiacutefico e tecnoloacutegico e principalmente da
democratizaccedilatildeo desses avanccedilos e dos acessos a seus benefiacutecios por todos os
cidadatildeos pois natildeo tem sentido um paiacutes possuir grandes avanccedilos tecnoloacutegicos e
cientiacuteficos se isto soacute ficar restrito ao mundo acadecircmico ou cientiacutefico Para estes
avanccedilos terem um real valor devem ser acessiacuteveis agraves diversas camadas da
sociedade atingindo um maior nuacutemero possiacutevel de indiviacuteduos seja de maneira
aplicativa ou mesmo informativa (Amaral 2004)
A ciecircncia deve sempre estar a dispor do humanismo e tem como um dos
seus principais papeacuteis a inclusatildeo social atraveacutes do combate aos desniacuteveis sociais
e regionais que separam a humanidade Satildeo exemplos de Poliacutetica Puacuteblicas
cientiacuteficas e tecnoloacutegicas O desenvolvimento da economia utilizando inovaccedilotildees
e bens e serviccedilos que promovam a substituiccedilatildeo competitiva de importaccedilotildees
para gerar renda e empregos a ampliaccedilatildeo e a formaccedilatildeo de pesquisadores em
aacutereas estrateacutegicas a promoccedilatildeo de articulaccedilotildees de cooperaccedilatildeo entre
Universidades e empresas(Amaral 2004)
Enfim as poliacuteticas Publicas de ciecircncia e tecnologia tem como objetivo
principal agrave popularizaccedilatildeo do conhecimento cientiacutefico e tecnoloacutegico para que
estes sejam reconhecidos como componentes do bem estar social (Amaral
2004)
68
Poliacuteticas Puacuteblicas Sociais
Nas Poliacuteticas Puacuteblicas Sociais a expressatildeo ldquosocialrdquo faz com que esta se decirc
atraveacutes de um conjunto de princiacutepios diretrizes objetivas e normas que
necessitam ser de caraacuteter permanente e o mais abrangente possiacutevel para que
possam orientar a atuaccedilatildeo do poder puacuteblico (Carvalho 2002)
Nos uacuteltimos anos do seacuteculo passado a maioria dos paiacuteses foi marcada por
fortes ajustes econocircmicos o que causou o agravamento dos problemas sociais
que teve como principais fatores
O desemprego estrutural rArr Falta de postos de trabalho suficientes
para todos ou pelo menos para a maioria dos indiviacuteduos em idade
economicamente ativa
As relaccedilotildees trabalhistas precaacuterias rArr Irregularidades cometidas pelos
empregadores como a falta de carteira assinada dos trabalhadores
terceirizaccedilatildeo de matildeo de obra desregulamentaccedilatildeo dos direitos conquistados
etc
As alteraccedilotildees na organizaccedilatildeo familiar rArr Aumento do nuacutemero de
famiacutelias chefiadas por mulheres
Alteraccedilatildeo no ciclo de vida rArr Diminuiccedilatildeo da taxa de mortalidade
infantil e aumento da longevidade pois com o avanccedilo da medicina alguns
problemas de sauacutede que causavam mortes no passado hoje satildeo considerados
relativamente simples e podem ser tratados diminuindo as mortes precoces Este
fato acarreta um aumento expressivo da populaccedilatildeo ativa como tambeacutem o
periacuteodo em que os indiviacuteduos estatildeo ativos
Estes fatores contribuem para um aumento expressivo das necessidades
essenciais para a populaccedilatildeo o que o sistema natildeo consegue suprir pois o nuacutemero
de postos de trabalho natildeo eacute suficiente deixam milhares de pessoas sem acesso
agraves necessidades baacutesicas assim como possibilitam um desrespeito com o
trabalhador Esse cenaacuterio promove o aprofundamento das desigualdades
69
sociais o que gera exclusatildeo social e simultacircnea inclusatildeo marginal de grande
parcela da populaccedilatildeo (Carvalho 2002)
Os problemas citados satildeo apenas alguns exemplos das causas das
desigualdades sociais e da geraccedilatildeo de um grande nuacutemero de indiviacuteduos
excluiacutedos Estes estatildeo agrave margem da sociedade sem acesso ao miacutenimo
necessaacuterio para viverem bem e principalmente ficam privados de terem acesso
a melhores condiccedilotildees de vida
Para tentar mudar este cenaacuterio alguns programas de accedilotildees foram criados
poreacutem na maioria das vezes natildeo satildeo abrangentes satildeo seletivos isto eacute
selecionam alguns dentre todos que precisam Isto significa excluir dentro dos
excluiacutedos Estes programas tambeacutem em muitos casos natildeo satildeo accedilotildees contiacutenuas
e sim temporaacuterias que com o tempo perdem o interesse sejam estes interesses
poliacuteticos pessoais etc Com isto simplesmente satildeo interrompidas deixando muitas
pessoas desamparadas visto que em muitos casos esta parcela carente da
sociedade se torna dependente destas accedilotildees sociais Estes indiviacuteduos estatildeo
sempre agrave mercecirc de novas poliacuteticas geradas por outros interesses
A participaccedilatildeo popular na gestatildeo ldquoda coisa puacuteblicardquo foi consagrada pelo
processo de redemocratizaccedilatildeo do Estado brasileiro ao fundar as bases para a
introduccedilatildeo de algumas experiecircncias que contribuiacuteram para a ampliaccedilatildeo da
esfera puacuteblica no paiacutes entendida como ldquoarenardquo onde as questotildees que atingem
a determinado conjunto da sociedade satildeo expressas debatidas e tematizadas
por atores sociais Tais experiecircncias alteraram significativamente a relaccedilatildeo
Estado-Sociedade na medida em que criaram novos canais de participaccedilatildeo
popular como por exemplo a criaccedilatildeo dos conselhos de poliacuteticas sociais que tecircm
atuado na sua co-gestatildeo Estes conselhos funcionam como instrumentos de
expressatildeo representaccedilatildeo e participaccedilatildeo popular possuindo portanto o desafio
de discutir e deliberar sobre determinados temas buscando consensos e alianccedilas
que definam as agendas puacuteblicas que representem interesses coletivos
(Carvalho 2002)
70
A construccedilatildeo de poliacuteticas Puacuteblicas na aacuterea Social necessita da adoccedilatildeo de
conceitos e praacuteticas inovadores que possam dar suporte teacutecnicondashpoliacutetico uma
vez que estes enunciados natildeo possuem forccedila suficiente para a transformaccedilatildeo
das praacuteticas realizadas na aacuterea social que satildeo tradicionalmente assistencialistas
Sendo assim satildeo accedilotildees que possuem o poder de transformar os direitos dos
indiviacuteduos adquiridos atraveacutes de lutas em simples ajuda ou doaccedilatildeo O que deixa
o indiviacuteduo com a sensaccedilatildeo de gratidatildeo e ateacute na obrigaccedilatildeo de retribuir o favor
o que na visatildeo da autora eacute indesejaacutevel pois em uacuteltima instacircncia praacuteticas
assistencialistas podem se transformar em moeda de troca com fins eleitorais
Poliacuteticas Puacuteblicas Educacionais
As poliacuteticas educacionais muitas vezes se confundem com as poliacuteticas
sociais isto porque quando satildeo criadas muitas vezes satildeo responsaacuteveis pela
inclusatildeo social Com a educaccedilatildeo eacute possiacutevel se obter a melhoria da qualidade de
vida dos indiviacuteduos atraveacutes da diminuiccedilatildeo das diferenccedilas sociais devido agrave
educaccedilatildeo ser responsaacutevel pela igualdade das oportunidades Quando se tem
Poliacuteticas Puacuteblicas que oferecem acesso a uma educaccedilatildeo de qualidade a todos
sem distinccedilatildeo satildeo criados mecanismos para que a competiccedilatildeo ocorra em
igualdade de condiccedilotildees
A Poliacutetica da Educaccedilatildeo tem como principal objetivo a promoccedilatildeo da
cidadania e eacute um instrumento de grande importacircncia para o desenvolvimento a
inserccedilatildeo e a competitividade de todos os indiviacuteduos Isto eacute um fator de muita
importacircncia para o crescimento de qualquer naccedilatildeo principalmente as que estatildeo
em desenvolvimento Se um paiacutes deseja se ver como soberano e sem exclusotildees
precisa desenvolver as ciecircncias humanas naturais exatas tecnoloacutegicas as artes
e todas as linguagens de modo geral o que jaacute se faz possiacutevel atraveacutes da garantia
de uma educaccedilatildeo de qualidade para todos sem distinccedilatildeo Dentro deste tema
ensinos de qualidade existem diversas poliacuteticas de avaliaccedilatildeo do desempenho do
ensino puacuteblico desde a educaccedilatildeo baacutesica ateacute o ensino universitaacuterio
(wwwestadatildeocombr)
71
Dentre essas poliacuteticas podemos destacar a criaccedilatildeo do Fundo de
Manutenccedilatildeo e de Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorizaccedilatildeo do
Magisteacuterio (FUNDEF) que trouxe benefiacutecios principalmente nas regiotildees mais
pobres do paiacutes Outras poliacuteticas educacionais adotadas satildeo as avaliaccedilotildees de
cursos como o Exame Nacional do Ensino Meacutedio (ENEM) e o Exame Nacional de
Cursos (PROVAtildeO) Tais avaliaccedilotildees para serem efetivas necessitariam de virem
acompanhadas de programas consistentes de melhoria de qualidade do ensino
envolvendo a formaccedilatildeo o treinamento contiacutenuo e a valorizaccedilatildeo do professor
inclusive atraveacutes de uma melhor remuneraccedilatildeo a partir de criteacuterios de
desempenho (wwwestadaocombr)
No tocante agrave capacitaccedilatildeo docente o papel das Universidades como
centros de geraccedilatildeo e de difusatildeo de saber torna-se fundamental e muito
importante pois satildeo estas que preparam os professores Aleacutem disso devem
promover a formaccedilatildeo contiacutenua pois a formaccedilatildeo do professor natildeo termina com o
final da graduaccedilatildeo e sim as universidades devem estar sempre oferecendo
cursos de capacitaccedilatildeo para que estes profissionais estejam sempre atualizados
de modo a realizar o seu trabalho com maior eficiecircncia
Os desafios qualitativos e quantitativos da educaccedilatildeo satildeo de tal
magnitude que natildeo podem mais passar despercebidos tanto que necessitam
que seja dada uma importacircncia estrateacutegica para este problema e com isto se
fazer investimentos nesta aacuterea A educaccedilatildeo seja baacutesica ou universitaacuteria deve ser
considerada prioridade e contar com recursos progressivamente maiores
Atualmente a meacutedia de escolaridade dos brasileiros eacute de pouco mais de
quatro anos o que eacute um indicador que demonstra a situaccedilatildeo da desigualdade e
injusticcedila social existente no paiacutes Segundo o Censo da Educaccedilatildeo Superior de
2000 o jovem das camadas mais pobres praticamente natildeo tem acesso agrave
educaccedilatildeo superior Apenas 77 dos jovens entre 18 e 22 anos frequumlentam
cursos Universitaacuterios Cerca de 70 destes estudam em estabelecimentos de
ensino privados que por possuiacuterem custo elevado levam a uma situaccedilatildeo de que
somente uns poucos consigam concluir o curso Para isto nos anos 70 foi criado o
72
Creacutedito Educativo que funciona como uma alternativa poreacutem este sistema natildeo
eacute suficiente para atender agrave grande demanda pois o nuacutemero de alunos assistidos
por este programa eacute muito pequeno em relaccedilatildeo agrave quantidade de jovens em que
este se faz necessaacuterio (www estadaocom br)
Uma alternativa oferecida eacute o PROUNI definido como Programa
Universidade para Todos que foi criado pela MP nordm 2132004 e institucionalizado
pela Lei nordm 11096 de 13 de janeiro de 2005 O programa tem como finalidade a
concessatildeo de bolsas de estudos integrais e parciais a estudantes de baixa renda
em cursos de graduaccedilatildeo e sequumlenciais de formaccedilatildeo especiacutefica em instituiccedilotildees
privadas de educaccedilatildeo superior oferecendo em contrapartida isenccedilatildeo de
alguns tributos agravequelas que aderirem ao Programa
Estes programas funcionam apenas como paliativos dos problemas
educacionais do paiacutes pois o ideal seria um maior investimento na formaccedilatildeo
baacutesica de qualidade na rede puacuteblica para que todos tivessem igualdade de
condiccedilatildeo para ingressar nas Universidades Puacuteblicas
Como forma de poliacutetica de inclusatildeo social foi criada uma lei (nordm36272004)
que aumenta a inserccedilatildeo de jovens carentes e negros nas Universidades Puacuteblicas
isto ocorre atraveacutes das reservas de vagas denominado de SISTEMA DE COTAS
que seraacute tratado detalhadamente no Capiacutetulo 7
No capiacutetulo seguinte seratildeo abordados o histoacuterico e a evoluccedilatildeo da
Educaccedilatildeo Ambiental no Brasil e no mundo
73
Capiacutetulo 5 Histoacuterico e Evoluccedilatildeo da Educaccedilatildeo
Ambiental
51 Definiccedilatildeo
Para se definir Educaccedilatildeo Ambiental natildeo eacute simples e para isto deve-se
fazer uma anaacutelise de vaacuterios contextos pois de acordo com a influecircncia que o
meio exerce e a vivecircncia de cada indiviacuteduo pode-se ter inuacutemeros conceitos para
a Educaccedilatildeo Ambiental (wwwapoemacombr)
Atraveacutes de um levantamento bibliograacutefico vaacuterias definiccedilotildees sobre o tema
Educaccedilatildeo Ambiental foram encontradas e estatildeo apontadas a seguir em ordem
cronoloacutegica
ldquoEacute um processo que tem como objetivo a formaccedilatildeo de cidadatildeos cujos
conhecimentos acerca do ambiente biofiacutesico e seus problemas associados
possam alertaacute-los e habilitaacute-los a resolver seus problemasrdquo (Stapp et alii 1969)
ldquoEacute um processo que consiste em reconhecer valores e em aclarar
conceitos com o objetivo de fomentar aptidotildees e atitudes necessaacuterias para
74
compreender e apreciar as inter-relaccedilotildees entre o homem sua cultura e seu meio
biofiacutesico Ela compreende tambeacutem a praacutetica na tomada de decisotildees e na
elaboraccedilatildeo de um coacutedigo de comportamento acerca das questotildees
relacionadas com a qualidade do meio ambienterdquo (Reuniatildeo Internacional sobre
EA da IUCN ndash Paris 1970)
ldquoA finalidade da Educaccedilatildeo Ambiental eacute formar uma populaccedilatildeo mundial
consciente e preocupada com o ambiente e os problemas com ele
relacionados e que possua conhecimentos capacidades atitudes a motivaccedilatildeo
e compromisso para colaborar individual coletivamente na resoluccedilatildeo de
problemas atuais na prevenccedilatildeo de problemas futurosrdquo( Conferecircncia de
Estocolmo 1972)
ldquoEacute um processo no qual deveria ocorrer o desenvolvimento progressivo de
um senso de preocupaccedilatildeo com o meio ambiente baseado em um completo e
sensiacutevel entendimento de relaccedilatildeo do homem com o meiordquo (Mellowes C 1972)
ldquoEgrave uma dimensatildeo dada ao conteuacutedo e a praacutetica da Educaccedilatildeo orientada
para a soluccedilatildeo dos problemas concretos do meio ambiente atraveacutes de enfoques
interdisciplinares e de uma participaccedilatildeo ativa e responsaacutevel de cada indiviacuteduo e
da coletividaderdquo(Conferecircncia de Tbilisi 1977)
ldquoA Educaccedilatildeo Ambiental tem sido entendida e desenvolvida enquanto
educaccedilatildeo sobre o ambiente educaccedilatildeo no ambiente educaccedilatildeo para o
ambiente e pelas classes formadas pelas possiacuteveis combinaccedilotildees entre as trecircs
categorias A Educaccedilatildeo sobre o ambiente procura desenvolver o conhecimento
e a compreensatildeo incluindo as capacidades necessaacuterias para obter este
conhecimento A educaccedilatildeo para ambiente procura a preservaccedilatildeo ou melhoria
do ambiente Ambas satildeo caracterizadas pelos seus objetivos Por outro lado a
educaccedilatildeo no ambiente caracteriza-se por ser uma teacutecnica de ensino ndash
aprendizagem e o termo ambiente geralmente significa o mundo fora da sala de
aula ou de uma forma geral o contexto natural eou social em que as pessoas
vivemrdquo (Lucas 1980)
75
ldquoEacute um processo permanente no qual os indiviacuteduos e a comunidade tomam
consciecircncia do seu ambiente e adquirem conhecimentos habilidades
experiecircncias valores e a determinaccedilatildeo que os tornam capazes de agir individual
ou coletivamente na busca de soluccedilotildees para os problemas ambientais presentes
e futurosrdquo(UNESCO 1987)
ldquoEacute o processo de reconhecer valores e aclarar conceitos para criar
habilidades e atitudes necessaacuterias que sirvam para compreender e apreciar a
relaccedilatildeo muacutetua entre o homem sua cultura e seu meio circundante biofiacutesico A
educaccedilatildeo ambiental tambeacutem incluiu a praacutetica de tomar decisotildees e autoformular
um coacutedigo de comportamento com relaccedilatildeo agraves questotildees que concernem agrave
qualidade ambientalrdquo (Gonccedilalvez 1990)
ldquoA Educaccedilatildeo Ambiental natildeo deve ser entendida como um tipo especial
de educaccedilatildeo Trata-se de um processo longo e contiacutenuo de aprendizagem de
uma filosofia de trabalho participativo em que todos famiacutelia escola e
comunidade devem estar envolvidos O processo de aprendizagem de que trata
a educaccedilatildeo ambiental natildeo pode ficar restrito exclusivamente agrave transmissatildeo de
conhecimentos agrave heranccedila cultural do povo agraves geraccedilotildees mais novas ou agrave simples
preocupaccedilatildeo com a formulaccedilatildeo integral do educando inserindo em seu
contexto social Deve ser um processo de aprendizagem centrado no aluno
gradativo contiacutenuo e respeitador de sua cultura e de sua comunidade Deve ser
um processo criacutetico criativo e poliacutetico com preocupaccedilatildeo de transmitir
conhecimentos a partir da discussatildeo e avaliaccedilatildeo critica dos problemas
comunitaacuterios e tambeacutem da avaliaccedilatildeo feita pelo aluno de sua realidade
individual e social na comunidade em que viverdquo (Gonccedilalves 1990)
ldquoA educaccedilatildeo ambiental se caracteriza por incorporar as dimensotildees soacutecio-
econocircmica poliacutetica cultural e histoacuterica natildeo podendo se basear em pautas
riacutegidas e de aplicaccedilatildeo universal devendo considerar as condiccedilotildees e estaacutegios de
cada paiacutes regiatildeo e comunidade sob uma perspectiva histoacuterica Assim sendo a
Educaccedilatildeo Ambiental deve permitir a compreensatildeo da natureza complexa do
meio ambiente e interpretar a interdependecircncia entre os diversos elementos que
76
conformam o ambiente com vistas a utilizar racionalmente os recursos do meio
na satisfaccedilatildeo material e espiritual da sociedade no presente e no
futurordquo(Conferecircncia Rio 92)
ldquoEacute o conhecimento das estruturas de composiccedilatildeo e da funcionalidade
da natureza das interferecircncias do que o homem produziu sobre esta estrutura
essa composiccedilatildeo e essa funcionalidaderdquo (Faria 1992)
ldquoEacute um processo de formaccedilatildeo e informaccedilatildeo orientado para o
desenvolvimento da consciecircncia criacutetica sobre as questotildees ambientais e de
atividades que levem agrave participaccedilatildeo das comunidades na preservaccedilatildeo do
equiliacutebrio ambientalrdquo (Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA)
ldquoEacute um processo por meio do qual o indiviacuteduo e a coletividade constroem
valores sociais conhecimentos habilidades atitudes e competecircncias voltadas
para a conservaccedilatildeo do Meio Ambiente bem de uso comum do povo essencial
agrave sadia qualidade de vida e sua sustentabilidaderdquo (Art1ordm Lei Federal nordm9795 de
27041999)
ldquoEacute o processo educacional de estudos e aprendizagem dos problemas
ambientais e suas interligaccedilotildees com o homem na busca de soluccedilotildees que visem a
preservaccedilatildeo do meio ambienterdquo (Santos1999)
ldquoEacute um processo que envolve um vigoroso esforccedilo de recuperaccedilatildeo de
realidades e que garante um compromisso com o futuro Uma accedilatildeo entre
missionaacuteria utoacutepica destinada a reformular comportamentos humanos e recriar
valores perdidos ou jamais alcanccedilados Trata-se de um novo ideaacuterio
comportamental tanto no acircmbito individual quanto no coletivordquo (Aziz Abrsquo Saber)
ldquoEacute um processo no curso do qual o indiviacuteduo consegue assimilar os
conceitos e interiorizar as atitudes mediante as quais adquire as capacidades e
os comportamentos que lhe permitem compreender e julgar as relaccedilotildees de
interdependecircncia estabelecidas entre a sociedade com seu modo de
produccedilatildeo sua ideologia e sua estrutura de poder dominante e seu meio
77
biofiacutesico assim como para atuar em consequumlecircncia da anaacutelise efetuadardquo (Cantildeal
Garcia Porlaacuten)
Com as inuacutemeras definiccedilotildees para Educaccedilatildeo Ambiental observa-se que
cada oacutergatildeo ou membro da Sociedade tem uma visatildeo de Educaccedilatildeo Ambiental
que vai variar no ponto de interesse de cada um
Para alguns indiviacuteduos falar sobre os problemas do Meio Ambiente eacute se
restringir aos assuntos relacionados agrave extinccedilatildeo de organismos vivos como animais
e plantas Atualmente a Educaccedilatildeo Ambiental eacute colocada em uma posiccedilatildeo
mais realista e esclarecedora na qual define como Meio Ambiente tudo que
compotildee a paisagem Deste modo Meio Ambiente pode ser classificado de
diversas formas como Meio Ambiente natural que eacute a natureza com toda sua
diversidade Meio Ambiente fiacutesico que satildeo as edificaccedilotildees estradas etc e Meio
Ambiente social que eacute formado pelas pessoas que compotildeem a Sociedade
(Carvalho 2002)
Com base nestas definiccedilotildees se pode afirmar que a Educaccedilatildeo Ambiental
funciona como uma base na busca de um equiliacutebrio entre o homem e o
ambiente que o cerca e o seu objetivo fundamental eacute suscitar mudanccedilas de
comportamento na sociedade Os indiviacuteduos devem construir enquanto grupo
social valores novos conhecimentos atitudes e habilidades indispensaacuteveis para a
conservaccedilatildeo do meio ambiente que eacute um patrimocircnio coletivo essencial para a
vida saudaacutevel (ALERJ 1999)
Para que o equiliacutebrio possa ser atingido existe a necessidade da
construccedilatildeo dos pilares de uma Sociedade Sustentaacutevel onde cada sistema social
tende a atualizar-se de modo a incorporar a dimensatildeo ambiental em suas
respectivas especificidades a partir do fornecimento de meios adequados para
a transiccedilatildeo em direccedilatildeo a sustentabilidade Assim o Sistema Juriacutedico cria o
ldquoDireito Ambientalrdquo o Sistema Cientiacutefico desenvolve a ldquoCiecircncia Complexardquo o
Sistema Tecnoloacutegico cria a ldquoTecnologia Eco eficienterdquo o Sistema Econocircmico
potencializa uma ldquoEconomia Ecoloacutegicardquo o Sistema poliacutetico oferece uma ldquoPoliacutetica
78
Verderdquo e o Sistema Educacional fornece a ldquoEducaccedilatildeo Ambientalrdquo Cabe a cada
sistema social desenvolver condiccedilotildees especiacuteficas que favoreccedilam as muacuteltiplas
dimensotildees da Sustentabilidade (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)
Dentro deste contexto de sistemas sociais que possuem o poder e o dever
de promover as mudanccedilas na aacuterea ambiental destaca-se o Sistema
Educacional pois este eacute o responsaacutevel pela construccedilatildeo dos fundamentos da
Sociedade Sustentaacutevel capaz de promover as mudanccedilas atraveacutes de duas
funccedilotildees ldquoMudanccedilas Culturaisrdquo com a informaccedilatildeo e promoccedilatildeo da eacutetica
ecoloacutegica e as ldquoMudanccedilas Sociaisrdquo atraveacutes da valorizaccedilatildeo dos indiviacuteduos grupos
e sociedades que muitas vezes se encontram em maacutes condiccedilotildees de enfrentar os
desafios dos novos tempos
52 Histoacuterico
Alguns autores mencionam que a Educaccedilatildeo Ambiental teve iniacutecio apoacutes a
Segunda Guerra Mundial onde fez emergir com maior ecircnfase os estudos do meio
ambiente e a importacircncia de uma educaccedilatildeo especiacutefica para este fim Para
outros a Educaccedilatildeo Ambiental eacute anterior a este periacuteodo mesmo que de forma
inconsciente sem maiores pretensotildees (Ministeacuterio do meio Ambiente 2004)
Na verdade natildeo se pode definir com exatidatildeo o momento onde tem iniacutecio
a histoacuteria da Educaccedilatildeo Ambiental tanto no Brasil como no mundo Na verdade a
Educaccedilatildeo Ambiental sempre esteve presente desde a antiguidade e ateacute se
pode mencionar que a histoacuteria teve iniacutecio no momento em que os primeiros
habitantes da terra comeccedilaram a se incomodar com o seu entorno isto eacute com
seus dejetos onde a presenccedila deles comeccedilou a causar desconforto Neste
momento se comeccedilou a pensar como eliminar estes dejetos para melhorar a
qualidade do ambiente em que viviam (Abreu 2000)
Partindo deste principio admiti-se que a evoluccedilatildeo da Educaccedilatildeo
Ambiental se deu atraveacutes de fatos ou acontecimentos que levaram as pessoas a
pensarem e tomarem iniciativas que levassem a melhorar as condiccedilotildees do
79
ambiente em que viviam ou para evitar que problemas maiores pudessem surgir
no futuro que pudessem comprometer a qualidade de vida das futuras
geraccedilotildees Baseados neste princiacutepio destacam-se alguns fatos ocorridos no Brasil
e no mundo que foram marcantes para a histoacuteria da Educaccedilatildeo Ambiental
SEacuteCULO XIX
1808 Criaccedilatildeo do Jardim Botacircnico no Rio de Janeiro Em 13 de junho
de 1808 foi criado o Jardim de Aclimataccedilatildeo que serviria para aclimatar as
especiarias vindas das Iacutendias Orientais Foi criado por DJoatildeo Priacutencipe Regente
na eacutepoca que era encantado com a exuberacircncia da natureza do lugar As
primeiras espeacutecies de plantas trazidas para o Jardim vieram das Ilhas Mauriacutecio do
Jardim Pamplemousse por Luiz de Abreu Vieira e Silva (wwwjbrjgovbr)
1850 Lei 601 de Dom Pedro II proibindo a exploraccedilatildeo florestal nas
terras devolutas isto eacute as que natildeo se acharem aplicadas a algum uso puacuteblico
nacional provincial ou municipal A lei determinava a proibiccedilatildeo de derrubada de
matas e o atear fogo Poreacutem a lei foi ignorada continuando o desmatamento
para implantaccedilatildeo da monocultura de cafeacute (wwwjusticcedilaspgovbr)
1869 Ernenst Haeckel propotildee o vocaacutebulo ldquoecologiardquo para estudos das
relaccedilotildees entre as espeacutecies e seu ambiente (wwwambientebrasilcombr)
1872 Criaccedilatildeo do primeiro parque nacional do mundo ldquoYellowstonerdquo
USA Sua fundaccedilatildeo em 1872 ocorreu numa eacutepoca em que ecologia e ambiente
estavam longe de ser preocupaccedilotildees cotidianas Mas graccedilas agraves pressotildees
exercidas pelo naturalista Ferdinand Hayden do departamento de pesquisas
geoloacutegicas dos Estados Unidos Yellowstone inaugurou o conceito de parque
nacional (www2uolcombrcaminhosdaterra reportagens)
1876 Andreacute Rebouccedilas sugere a criaccedilatildeo de parques nacionais na Ilha
de Bananal e em Sete Quedas (wwwcefleorgbr)
80
1896 Foi criado o primeiro parque estadual em Satildeo Paulo Parque da
Cidade (wwwcefleorgbr)
SEacuteCULO XX
1920 O pau Brasil eacute considerado extinto devido agrave exploraccedilatildeo
irresponsaacutevel e ao desmatamento da Mata Atlacircntica floresta onde ele nascia
normalmente Hoje eacute artigo raro nas florestas brasileiras mas na eacutepoca do
descobrimento era tatildeo abundante que a planta acabou dando nome ao nosso
paiacutes (wwwcanalkidscombrmeioambiente)
1932 Realiza-se no Museu Nacional a primeira Conferecircncia Brasileira de
Proteccedilatildeo agrave Natureza (wwwambientebrasilcombr)
1934 Decreto 23793 transforma em Lei o Anteprojeto de Coacutedigo
Florestal(Brasil1934)
1937 Cria-se o Parque Nacional de Itatiaia Pioneiro foi a primeira aacuterea
do paiacutes a oficialmente se constituir em Unidade de Conservaccedilatildeo procurando-se
com isso preservar seu rico patrimocircnio bioacutetico e geomorfoloacutegico
(wwwmregovbr) (wwwparqueitatiaiacombr)
1939 O Parque Nacional do Iguaccedilu (PNI) foi criado em 10 de janeiro
de 1939 e tombado pela UNESCO como Patrimocircnio da Humanidade em 1986 por
ser a uacuteltima grande amostra do Domiacutenio da Mata Atlacircntica que cobre grande
parte da bacia do Prata(wwwunbbr)
1947 Eacute Fundado na Suiacuteccedila a UICN-Uniatildeo Internacional para a
Conservaccedilatildeo da Natureza que eacute uma Organizaccedilatildeo Internacional que congrega
instituiccedilotildees governamentais e natildeo governamentais em volta da problemaacutetica da
integridade e diversidade da natureza (wwwambientebrasilcombr)
1952 Em Londres no ano de 1952 houve um episoacutedio grave Os efeitos
de uma ldquoneacutevoa negrardquo comeccedilaram a se manifestar atraveacutes da proliferaccedilatildeo de
81
diversas moleacutestias contraiacutedas principalmente pelos habitantes que sofriam de
problemas pulmonares e circulatoacuterios Foram constatadas na semana seguinte
ao episoacutedio quatro mil mortes a mais do que esperado
(wwweducaccedilatildeopublicarjgovbr)
1962 Publicaccedilatildeo da ldquoPrimavera Silenciosardquo por Rachel Louise Carson
escritora cientista e ecologista norte-americana Deve-se a ela o livro que
marcou o iniacutecio da revoluccedilatildeo ecoloacutegica nos Estados Unidos The Silent Spring (A
Primavera Silenciosa) o qual relata os efeitos da maacute utilizaccedilatildeo dos pesticidas e
inseticidas quiacutemico-sinteacuteticos alertando sobre as consequumlecircncias danosas de
inuacutemeras accedilotildees humanas sobre o ambiente trazendo uma seacuterie de advertecircncias
sobre o meio ambiente Ainda hoje a obra eacute considerada uma das mais
importantes do seacuteculo ajudando a desencadear uma mudanccedila de postura dos
EUA e de outros paiacuteses do mundo em relaccedilatildeo aos pesticidas e
poluentes(wwwgeocitiescombr) (wwwambientebrasilcombr)
1965 Em marccedilo de 1965 na Conferecircncia de Educaccedilatildeo da
Universidade de Keele na Inglaterra colocou-se pela primeira vez a expressatildeo
Educaccedilatildeo Ambiental com a recomendaccedilatildeo de que ela deveria se tornar uma
parte essencial de educaccedilatildeo de todos os cidadatildeos(wwwmmagovbr)
(wwwjornaldomeioambientecombr)
1968 Fundaccedilatildeo do Clube de Roma Fundado pelo industrial italiano
Aureacutelio Peccei e pelo quiacutemico inglecircs Alexander King agregando empresaacuterios
poliacuteticos cientistas sociais Um grupo de especialistas de vaacuterias aacutereas passou a se
reunir regularmente com a preocupaccedilatildeo de discutir a crise atual e futura da
humanidade (wwwsenacbr) (wwwambientespgov)
1970 Entidade relacionada agrave revista britacircnica The Ecologist elabora o
ldquoManifesto para Sobrevivecircnciardquo onde insistiam que um aumento indefinido de
demanda natildeo pode ser sustentado por recursos finitos (wwwmecgovbr)
82
1971 Cria-se no Rio Grande do Sul a associaccedilatildeo gauacutecha de proteccedilatildeo
ao Ambiente Natural Fundada em 27 de abril de 1971 em Porto Alegre atraveacutes
da figura de Joseacute Lutzenberger encontrava uma ressonacircncia na miacutedia local e
nacional e junto aos meios universitaacuterios Pensadores e liacutederes ambientalistas
perceberam que harmonizar civilizaccedilatildeo industrial e natureza era um desafio que
exigiria uma revoluccedilatildeo cultural econocircmica e social sem precedentes(
wwwagirazulcombr)
1972 Publicaccedilatildeo do Relatoacuterio ldquoOs Limites do Crescimentordquo ndash Clube de
Roma Na visatildeo de Freire Dias o embriatildeo dessa medida foi gerado a partir do
relatoacuterio elaborado em 1968 e publicou um relatoacuterio denominado The limits of
growth (Os limites do crescimento econocircmico) onde se condenava a partir de
estudos sobre os modelos de desenvolvimento adotados a busca incessante do
crescimento da economia a qualquer custo e a meta de se tornaacute-la cada vez
maior mais rica e poderosa sem levar em conta o custo final desse crescimento
As vaacuterias anaacutelises contidas no referido relatoacuterio convergiam para o alerta sobre o
perigo do crescente consumo das sociedades modernas que se mantido no
ritmo atual levaria a humanidade a um limite de crescimento possivelmente a
um colapso Esse relatoacuterio apesar de rejeitado pelos poliacuteticos da eacutepoca foi
levado agrave Conferecircncia de Estocolmo em cujo foacuterum aprovou-se a
Recomendaccedilatildeo nordm 96 que reconhecia o desenvolvimento da Educaccedilatildeo
Ambiental como elemento criacutetico para o combate agrave crise ambiental do mundo
moderno (wwwsenaccombr)
Conferecircncia de Estocolmo ndash Em julho de 1972 na Sueacutecia onde
113 paiacuteses 90 dos quais pertenciam ao grupo dos paiacuteses em desenvolvimento
onde apenas 16 deles possuiacuteam entidades de proteccedilatildeo ambiental se reuniram
na Conferecircncia sobre o Meio Ambiente Humano Foi a primeira reuniatildeo
ambiental global que viria a acrescentar definitivamente agraves questotildees prioritaacuterias
discutidas pela ONU criada em 1945 - a paz os direitos humanos e o
desenvolvimento com igualdade - o tema da seguranccedila ecoloacutegica Desse modo
a Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas sobre Meio Ambiente Humano mundialmente
conhecida como Conferecircncia de Estocolmo passou a ser o marco de referecircncia
83
para as discussotildees sobre o que na sequumlecircncia viria a constituir-se numa das
questotildees mais complexas e mais cruciais da histoacuteria recente da humanidade ou
seja a questatildeo do desenvolvimento sustentaacutevel Ela chamou a atenccedilatildeo do
mundo para a gravidade da situaccedilatildeo nesse setor
(wwwmregovbr)(wwwagirazulcombr) (wwwcomcienciabr)
Universidade Federal de Pernambuco inicia uma campanha de
reintroduccedilatildeo do pau brasil considerado extinto em 1920
(wwwambientebrasilcombr)
Ainda como resultado da Conferecircncia de Estocolmo neste
mesmo ano a ONU criou um organismo denominado Programa das Naccedilotildees
Unidas para o Meio Ambiente - PNUMA sediado em Nairobi (wwwmecgovbr)
A Universidade Federal do Rio Grande do Sul criou o primeiro
curso de poacutes-graduaccedilatildeo em Ecologia do paiacutes (wwwmecgovbr)
1973 Registro Mundial de Programas em Educaccedilatildeo Ambiental-USA
(wwwambientebrasilcombr)
Cria-se a Secretaria Especial do Meio Ambiente SEMA pelo
Decreto nordm 73030 de 30 de outubro de 1973 que entre outras atividades
comeccedilou a fazer Educaccedilatildeo Ambiental e se propocircs a discutir junto agrave opiniatildeo
puacuteblica a questatildeo ambiental fazendo com que as pessoas se preocupassem
mais com o meio ambiente e evitassem atitudes predatoacuterias Vaacuterias medidas
legais foram tomadas posteriormente com o objetivo de preservar e conservar os
recursos ambientais e de controlar as diversas formas de poluiccedilatildeo A SEMA
dedicou-se a defender dois grandes objetivos estar atenta agrave poluiccedilatildeo
principalmente a de caraacuteter industrial mais visiacutevel e proteger a natureza
(wwwibamagovbr)
1974 Seminaacuterio de Educaccedilatildeo Ambiental em Jammi Finlacircndia - Esse
seminaacuterio considerou que a Educaccedilatildeo Ambiental permite alcanccedilar os objetivos
de proteccedilatildeo ambiental e que natildeo se trata de um ramo da ciecircncia ou uma
84
mateacuteria de estudos separada mas de uma accedilatildeo integral permanente
(wwwprgovbrmeioambiente)
1975 Congresso de Belgrado - Estabeleceu as metas e os princiacutepios da
Educaccedilatildeo Ambiental presentes na chamada Carta de Belgrado onde tambeacutem
se propusera que a Educaccedilatildeo Ambiental deveria ser contiacutenua multidisciplinar
integrada agraves diferenccedilas e voltada para os interesses nacionais
(wwwprgovbrmeioambiente)
Programa Internacional de Educaccedilatildeo Ambiental ndash PIEA- Criado
pela UNESCO o Programa Internacional de Educaccedilatildeo Ambiental e ateacute os dias
de hoje tem continuamente atuado na EA internacional e regionalmente O PIEA
manteacutem uma base de dados com informaccedilotildees sobre instituiccedilotildees de EA em todo
o mundo aleacutem de projetos e eventos que envolvem estudantes professores e
administradores (wwwambientespgov)
1976 Reuniatildeo Sub-regional de EA para o ensino secundaacuterio em
Chosica Peru Nesse foacuterum as questotildees ambientais na Ameacuterica Latina foram
relacionadas agraves necessidades de sobrevivecircncia e aos direitos humanos de seus
povos (wwwambientebrasilcombr)
Congresso de Educaccedilatildeo Ambiental Brasarville na Aacutefrica o qual
reconheceu que a pobreza eacute o maior problema ambiental
(wwwambientebrasilcombr)
A SEMA a Fundaccedilatildeo Educacional do Distrito Federal e a
Universidade de Brasiacutelia realizaram o primeiro curso de Extensatildeo para professores
do 1o Grau em Ecologia (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)
1977 A SEMA constitui um grupo de trabalho para elaboraccedilatildeo de um
documento de Educaccedilatildeo Ambiental para definir seu papel no contexto brasileiro
(Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)
85
Seminaacuterios Encontros e debates preparatoacuterios agrave Conferecircncia de
Tbilisi satildeo realizados pela FEEMA-RJ (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)
No Brasil o Conselho Federal de Educaccedilatildeo tornou obrigatoacuteria a
disciplina Ciecircncias Ambientais nos cursos de Engenharia (wwwmecgovbr)
Conferecircncia de Tbilisi realizada em 1977 na Geoacutergia ex-Uniatildeo
Sovieacutetica Foi deste encontro que saiacuteram as definiccedilotildees os objetivos os princiacutepios e
as estrateacutegias para a Educaccedilatildeo Ambiental que ateacute hoje satildeo adotadas
mundialmente Para que se chegasse a recomendaccedilotildees tatildeo duradouras foram
necessaacuterios vaacuterios anos de preparo Os proacuteprios organizadores do evento de Tbilisi
reconheceram que ele foi um prolongamento da Conferecircncia de Estocolmo de
1972 onde a Educaccedilatildeo Ambiental passou a ser considerada como campo de
accedilatildeo pedagoacutegica adquirindo relevacircncia e vigecircncia internacional
(wwwprgovbrmeioambiente)
1978 Nos cursos de Engenharia Sanitaacuteria inserem-se as disciplinas de
Saneamento Baacutesico e Saneamento Ambiental (wwwambientebrasilcombr)
1979 O MEC e a CETESB SP publicam o documento ldquoEcologia uma
Proposta para o Ensino de 1o e 2o Grausrdquo (wwwjornaldomeioambientecombr)
Encontro Regional de Educaccedilatildeo Ambiental para Ameacuterica Latina
em San Joseacute Costa Rica(wwwambientebrasilcombr)
1980 Seminaacuterio Regional Europeu sobre EA para Europa e Ameacuterica do
Norte o qual assinala a importacircncia do intercacircmbio de informaccedilotildees e
experiecircncias (wwwambientebrasilcombr)
Seminaacuterio Regional sobre EA nos Estados Aacuterabes Manama
Bahrein (UNESCO-PNUMA 1980)
1981 Lei Nordm 6938 de 31 de Agosto de 1981 dispotildee sobre a Poliacutetica
Nacional do Meio Ambiente (Brasil 1981)
86
1983 Por decisatildeo da Assembleacuteia Geral da ONU foi criada a Comissatildeo
Mundial de Meio Ambiente e Desenvolvimento ndash CMMAD presidida pela entatildeo
primeira ministra da Noruega Gro Harlem Brundtland Tinha como objetivo
analisar a interface entre a questatildeo ambiental e o desenvolvimento assim como
propor um plano de accedilotildees (wwwambientespgovbr)
1984 Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) apresenta uma
resoluccedilatildeo estabelecendo diretrizes para a Educaccedilatildeo Ambiental que natildeo eacute
tratada (wwwambientebrasilcombr)
1985 Parecer 81985 do MEC reforccedila a necessidade da inclusatildeo de
conteuacutedos ecoloacutegicos ao longo do processo de formaccedilatildeo do ensino de 1ordm e 2ordm
graus integrados a todas as aacutereas do conhecimento de forma sistematizada e
progressiva possibilitando a ldquoformaccedilatildeo da consciecircncia ecoloacutegica do futuro
cidadatildeordquo (wwwmecgovbr)
1986 A SEMA junto com a Universidade Nacional de Brasiacutelia organiza o
primeiro Curso de Especializaccedilatildeo em Educaccedilatildeo Ambiental (1986 a 1988)
(Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)
1987 O MEC aprova o Parecer 22687 do conselheiro Arnaldo Niskier
em relaccedilatildeo agrave necessidade de inclusatildeo da Educaccedilatildeo Ambiental nos curriacuteculos
escolares de 1o e 2o Graus O Plenaacuterio do Conselho Federal de Educaccedilatildeo
aprovou por unanimidade a conclusatildeo da Cacircmara de Ensino a respeito do
parecer 22687 que considerava necessaacuteria a inclusatildeo da Educaccedilatildeo Ambiental
dentre os conteuacutedos a serem explorados nas propostas curriculares das escolas
de 1ordm e 2ordm graus bem como sugeria a criaccedilatildeo de Centros de Educaccedilatildeo
Ambiental (wwwmecgovbr)
Estrateacutegia Internacional de accedilatildeo em mateacuteria de educaccedilatildeo e
formaccedilatildeo ambiental para o dececircnio de 90 - documento final do Congresso
Internacional sobre Educaccedilatildeo e Formaccedilatildeo Relativas ao Meio-ambiente realizado
em 1987 em Moscou Ruacutessia promovido pela UNESCO Ressalta a importacircncia da
87
formaccedilatildeo de recursos humanos nas aacutereas formais e natildeo formais da EA e na
inclusatildeo da dimensatildeo ambiental nos curriacuteculos de todos os niacuteveis
(wwwmecgovbr)
Paulo Nogueira Neto Primeiro secretaacuterio da Secretaria Especial
do Meio Ambiente (1974-1986) representa o Brasil na Comissatildeo Brundtland -
Comissatildeo Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento tambeacutem
conhecida como Comissatildeo Brundtland Essa comissatildeo produziu um relatoacuterio de
grande repercussatildeo internacional tendo sido usado inclusive como base para a
Agenda 21 Esse relatoacuterio da Comissatildeo Brundtland diz que desenvolvimento
sustentaacutevel ldquoeacute aquele que atende agraves necessidades do presente sem
comprometer a possibilidade de as geraccedilotildees futuras atenderem as suas proacuteprias
necessidadesrdquo (wwwibgegovbr)
Divulgaccedilatildeo do Relatoacuterio da Comissatildeo Brundtland Nosso Futuro
Comum A Comissatildeo Brundtland circulou o mundo e encerrou seus trabalhos em
1987 com um relatoacuterio chamado ldquoNosso Futuro Comumrdquo E eacute nesse relatoacuterio que
se encontra a definiccedilatildeo de desenvolvimento sustentaacutevel mais aceita e difundida
em todo o Planeta ldquoDesenvolvimento sustentaacutevel eacute aquele que atende agraves
necessidades do presente sem comprometer a possibilidade das geraccedilotildees futuras
satisfazerem suas proacuteprias necessidadesrdquo Segundo a Comissatildeo o desafio era
trazer as consideraccedilotildees ambientais para o centro das tomadas de decisotildees
econocircmicas e para o centro do planejamento futuro nos diversos niacuteveis local
regional e global (wwwmregovbr)
Congresso Internacional da UNESCO ndash PNUMA sobre Educaccedilatildeo
e Formaccedilatildeo Ambiental - Moscou Realizou a avaliaccedilatildeo dos avanccedilos desde Tbilisi
reafirmou os princiacutepios de Educaccedilatildeo Ambiental e assinalou a importacircncia e
necessidade da pesquisa e da formaccedilatildeo em Educaccedilatildeo Ambiental
(wwwambientebrasilcombr)
88
1988 Declaraccedilatildeo de Caracas ORPAL - PNUMA Sobre Gestatildeo
Ambiental na Ameacuterica a qual denuncia a necessidade de mudar o modelo de
desenvolvimento (wwwprgovbr)
A Constituiccedilatildeo Brasileira de 1988 em Art 225 no Capiacutetulo VI - Do
Meio Ambiente Inciso VI destacou a necessidade de lsquorsquopromover a Educaccedilatildeo
Ambiental em todos os niacuteveis de ensino e a conscientizaccedilatildeo puacuteblica para a
preservaccedilatildeo do meio ambientersquorsquo Para cumprimento dos preceitos
constitucionais leis federais decretos constituiccedilotildees estaduais e leis municipais
determinaram a obrigatoriedade da Educaccedilatildeo Ambiental(Brasil 1988)
Fundaccedilatildeo Getuacutelio Vargas traduz e publica o Relatoacuterio
Brundtland Nosso Futuro Comum (wwwprgovbr)
A Secretaria de Estado do Meio Ambiente de SP e a CETESB
publicam a ediccedilatildeo piloto do livro ldquoEducaccedilatildeo Ambientalrdquo Guia para professores
de 1o e 2o Graus (wwwnossoambienteonlinehpgigcombr)
1989 Criaccedilatildeo do IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente) pela
fusatildeo da SEMA SUDEPE SUDEHVEA e IBDF - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e
dos Recursos Naturais Renovaacuteveis uma autarquia federal foi criado pela Lei
773589 vinculado ao Ministeacuterio do Meio Ambiente ndash MMA sendo responsaacutevel
principalmente pela execuccedilatildeo da Poliacutetica Nacional do Meio Ambiente e
desenvolve atividades para a preservaccedilatildeo e conservaccedilatildeo do patrimocircnio natural
exercendo o controle e a fiscalizaccedilatildeo sobre o uso dos recursos naturais Nele
funciona a Divisatildeo de Educaccedilatildeo Ambiental com a missatildeo de promover a
conscientizaccedilatildeo de todos para a utilizaccedilatildeo racional dos recursos naturais
incentivando o desenvolvimento sustentaacutevel visando agrave preservaccedilatildeo do meio
ambiente para as geraccedilotildees futuras (wwwgeocitiesyahoocombribamapr)
Programa de Educaccedilatildeo Ambiental em Universidade Aberta da
Fundaccedilatildeo Demoacutecrito Rocha por meio de encartes nos jornais de Recife e
Fortaleza (wwwprgovbr)
89
Primeiro Encontro Nacional sobre Educaccedilatildeo Ambiental no Ensino
Formal IBAMA UFRPE Recife (wwwprgovbr)
Criou-se o Fundo Nacional de Meio Ambiente (FNMA) no
Ministeacuterio do Meio Ambiente MMA Criado pela Lei 7797 de 10 de julho de 1989
O FNMA tem por missatildeo contribuir como agente financiador e por meio da
participaccedilatildeo social para a implementaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional do Meio
Ambiente (PNMA) Desde sua criaccedilatildeo o FNMA apoacuteia projetos ambientais em todo
o paiacutes tendo investido mais de cem milhotildees de reais distribuiacutedos entre mais de mil
projetos aprovados (wwwmmagovbr)
Primeiro Seminaacuterio sobre materiais para a Educaccedilatildeo Ambiental
ORLEAC - UNESCO - PIEA Santiago Chile (wwwprgovbr)
Declaraccedilatildeo de HAIA preparatoacuterio da RIO 92 aponta a
importacircncia da cooperaccedilatildeo internacional nas questotildees
ambientais(wwwambientebrasilcombr)
1990 Conferecircncia Mundial sobre Ensino para Todos Satisfaccedilatildeo das
necessidades baacutesicas de aprendizagem em Jomtien Tailacircndia Destaca o
conceito de Analfabetismo Ambiental O analfabetismo ambiental levou a
espeacutecie humana a produzir essas pressotildees insuportaacuteveis sobre os sistemas naturais
Estamos vivendo de retiradas contiacutenuas de uma poupanccedila na qual natildeo fazemos
nenhum depoacutesito ldquoO analfabetismo ambiental eacute o mais difiacutecil de ser erradicado
pois atinge ateacute pessoas com vaacuterios anos de escolaridade que continuam
ateando fogo nas folhas secas em seus quintais natildeo reciclando o lixo e natildeo
poupando aacutegua nem energia eleacutetricardquo Gonccedilalves 1990 (wwwigcuspbr)
A ONU declara o ano 1990 como o Ano Internacional do Meio
Ambiente (wwwambientebrasilcombr)
I Curso Latino-Americano de Especializaccedilatildeo em Educaccedilatildeo
Ambiental PNUMAIBAMACNPqCAPESUFMTCUIABAacute-MT (1990 a 1994)
(wwwambientebrasilcombr)
90
1991 Portaria 678 (140591) do MEC determinou que a educaccedilatildeo
escolar deveria contemplar a Educaccedilatildeo Ambiental permeando todo o curriacuteculo
dos diferentes niacuteveis e modalidades de ensino Foi enfatizada a necessidade de
investir na capacitaccedilatildeo de professores (wwwmecgovbr)
Projeto de Informaccedilotildees sobre Educaccedilatildeo Ambiental IBAMA MEC
(wwwambientebrasilcombr)
Encontro Nacional de Poliacuteticas e Metodologias para Educaccedilatildeo
Ambiental promovido pela Presidecircncia da Repuacuteblica atraveacutes do MEC e SEMA
com apoio da UNESCOEmbaixada do Canadaacute em Brasiacutelia com a finalidade de
discutir diretrizes para definiccedilatildeo da Poliacutetica da EA (wwwmecgovbr)
Grupo de Trabalho para Educaccedilatildeo Ambiental coordenado pelo
MEC preparatoacuterio para a Conferecircncia do Rio 92 (wwwmecgovbr)
Reuniotildees preparatoacuterias da Rio 92(wwwambientebrasilcombr)
1992 Conferecircncia da ONU sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento
RIOndash92 UNCED Rio92 - Criaccedilatildeo da Agenda 21 Tratado de Educaccedilatildeo Ambiental
para Sociedades Sustentaacuteveis FORUN das ONGrsquos - compromissos da sociedade
civil com a Educaccedilatildeo Ambiental e o Meio Ambiente Carta Brasileira de
Educaccedilatildeo Ambiental o qual apontou as necessidades de capacitaccedilatildeo na aacuterea
(MEC 1992)
1ordm Encontro Nacional de Centros de Educaccedilatildeo Ambiental (CEAS)
ndash onde os coordenadores dos centros jaacute existentes e os teacutecnicos das Secretarias
de Educaccedilatildeo debateram propostas pedagoacutegicas e recursos institucionais e
apresentaram projetos e experiecircncias exitosas em educaccedilatildeo ambiental Em
decorrecircncia o Mec passou a incentivar a implantaccedilatildeo de centros de educaccedilatildeo
ambiental como espaccedilos de referencia visando a formaccedilatildeo integral do cidadatildeo
para interagir em diversos niacuteveis e modalidades de ensino e introduzir praacuteticas de
educaccedilatildeo ambiental junto agraves comunidades (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)
91
Foi criado o Ministeacuterio do Meio Ambiente (Ministeacuterio do Meio
Ambiente 2005)
Participaccedilatildeo das ONGrsquos do Brasil no Foacuterum de ONGrsquos e na
redaccedilatildeo do Tratado de Educaccedilatildeo Ambiental para Sociedades Sustentaacuteveis
Destaca-se o papel da Educaccedilatildeo Ambiental na construccedilatildeo da Cidadania
Ambiental (wwwambientebrasilcombr)
O MEC promove no Rio de Janeiro o Workshop sobre Educaccedilatildeo
Ambiental com o objetivo de socializar os resultados das experiecircncias nacionais e
internacionais de EA discutir metodologias e curriacuteculos destacando a
necessidade de capacitaccedilatildeo de recursos humanos para EA cujo resultado
encontra-se na Carta Brasileira de Educaccedilatildeo Ambiental (wwwmecgovbr)
1993 Uma Proposta Interdisciplinar de Educaccedilatildeo Ambiental para
Amazocircnia IBAMA Universidades e SEDUCrsquos da regiatildeo publicaccedilatildeo de um
Documento Metodoloacutegico e um de caraacuteter temaacutetico com 10 temas ambientais
da regiatildeo (1992 a 1994) (wwwambientebrasilcombr)
Projeto de Lei n 379293 de autoria do Deputado Faacutebio
Feldmann ora em tramitaccedilatildeo no congresso Nacional institui a Poliacutetica de
Educaccedilatildeo Ambiental Este projeto de Lei tem como objetivo interligar os sistemas
nacionais de meio ambiente e de educaccedilatildeo em um sistema uacutenico (Ministeacuterio do
Meio Ambiente2004) (wwwbio2000hpgigcombr)
Portaria 77393 do MEC instituiu em caraacuteter permanente um
Grupo de Trabalho para EA com o objetivo de coordenar apoiar acompanhar
avaliar e orientar as accedilotildees metas e estrateacutegias para a implementaccedilatildeo da EA nos
sistemas de ensino em todos os niacuteveis e modalidades concretizando as
recomendaccedilotildees aprovadas na RIO -92(wwwmecgovbr)
Criaccedilatildeo dos Centros de Educaccedilatildeo Ambiental do MEC com a
finalidade de criar e difundir metodologias em Educaccedilatildeo Ambiental
(wwwambientebrasilcombr)
92
Congresso Sul-americano como continuidade da Rio92 ndash
Argentina (wwwambientebrasilcombr)
1994 Criaccedilatildeo do programa Nacional de Educaccedilatildeo Ambiental
(PRONEA) em dezembro de 1994 pela Presidecircncia da Repuacuteblica em funccedilatildeo da
Constituiccedilatildeo Federal de 1988 e dos compromissos internacionais assumidos com a
Conferencia do Rio compartilhado pelo entatildeo Ministeacuterio do Meio Ambiente dos
Recursos Hiacutedricos e da Amazocircnia Legal e pelo Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e do
Desporto com as parcerias do Ministeacuterio da Cultura e do Ministro da Ciecircncia e
Tecnologia (Ministeacuterio do Meio ambiente 2004)
Proposta do Programa Nacional de Educaccedilatildeo Ambiental -
PRONEA elaborada pelo MECMMAMINCMCT com o objetivo de ldquocapacitar o
sistema de educaccedilatildeo formal e natildeo-formal supletivo e profissionalizante em seus
diversos niacuteveis e modalidadesrdquo (wwwmecgovbr)
1995 Foi criada a Cacircmara Teacutecnica temporaacuteria de Educaccedilatildeo Ambiental
no Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA) determinante para o
fortalecimento da Educaccedilatildeo Ambiental Realizou sua primeira reuniatildeo em junho
de 1996 quando se discutiu o documento intitulado ldquoSubsiacutedios para a formulaccedilatildeo
de uma Poliacutetica Nacional de Educaccedilatildeo Ambientalrdquo elaborada pelo MMAIBAMA
e pelo MEC Os princiacutepios orientadores para esse documento eram a
participaccedilatildeo a descentralizaccedilatildeo o reconhecimento da pluralidade e
diversidade cultural e a interdisciplinaridade (ProNEA-2004) (wwwmecgovbr)
Conferecircncia para o Desenvolvimento Social realizada em
Copenhague Sueacutecia que visaria a Criaccedilatildeo de um ambiente econocircmico-poliacutetico-
social-cultural e juriacutedico que permita o desenvolvimento social
(wwwambientebrasilcombr)
1996 Lei nordm 927696 que estabelece o Plano Plurianual do Governo
19961999 define como principais objetivos da aacuterea de Meio Ambiente a
ldquopromoccedilatildeo da Educaccedilatildeo Ambiental atraveacutes da divulgaccedilatildeo e do uso de
93
conhecimentos sobre tecnologias de gestatildeo sustentaacutevel dos recursos naturaisrdquo
procurando garantir a implementaccedilatildeo do PRONEA (wwwmecgovbr)
Cursos de Capacitaccedilatildeo em Educaccedilatildeo Ambiental para os
teacutecnicos das SEDUCrsquos e DEMECrsquos nos Estados - Coordenaccedilatildeo de Educaccedilatildeo
Ambiental promove trecircs cursos de Capacitaccedilatildeo de Multiplicadores em Educaccedilatildeo
Ambiental - Apoio do acordo BRASILUNESCO a fim de preparar teacutecnicos das
Secretarias Estaduais de Educaccedilatildeo Delegacias Regionais de Educaccedilatildeo do MEC
e algumas Universidades Federais para atuarem no processo de inserccedilatildeo da
Educaccedilatildeo Ambiental nos Paracircmetros Curriculares (wwwmecgovbr)
Criaccedilatildeo da Comissatildeo Interministerial de EA do MMA - Essa
Comissatildeo tem como objetivo assessorar o Presidente da Repuacuteblica na tomada de
decisotildees sobre as estrateacutegias e poliacuteticas nacionais necessaacuterias ao
desenvolvimento sustentaacutevel conforme as diretrizes estabelecidas pela Agenda
21 (wwwmmagovbr)
1997 Aprovaccedilatildeo dos Novos PCNrsquos ndash Os PCNrsquos constituem-se como um
subsiacutedio para apoiar a escola na elaboraccedilatildeo de seu projeto educativo inserindo
procedimentos atitudes e valores no conviacutevio escolar bem como a necessidade
de tratar de alguns temas sociais urgentes de abrangecircncia nacional
denominado como temas transversais meio ambiente eacutetica pluralidade cultural
orientaccedilatildeo sexual trabalho e consumo (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)
I Conferecircncia Nacional de Educaccedilatildeo Ambiental (ICNEA)
realizada em Brasiacutelia quando foi produzido o documento ldquoCarta de Brasiacutelia para
a Educaccedilatildeo Ambientalrdquo contendo cinco aacutereas temaacuteticas Educaccedilatildeo Ambiental
e as vertentes do desenvolvimento sustentaacutevel Educaccedilatildeo Ambiental formal
papel desafios metodologias e capacitaccedilatildeo Educaccedilatildeo no processo de gestatildeo
ambiental metodologia e capacitaccedilatildeo Educaccedilatildeo Ambiental e as poliacuteticas
puacuteblicas PRONEA poliacuteticas de recursos hiacutedricos urbanas agricultura ciecircncia e
tecnologia Educaccedilatildeo Ambiental eacutetica formaccedilatildeo da cidadania educaccedilatildeo
comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo da sociedade (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)
94
Cursos de Educaccedilatildeo Ambiental organizados pelo MECndash Atraveacutes
da Coordenaccedilatildeo de Educaccedilatildeo Ambiental para as escolas Teacutecnicas e segunda
etapa de capacitaccedilatildeo das SEDUCrsquos e DEMECrsquos Convecircnio UNESCO ndash MEC
(wwwambientebrasilcombr)
IV Foacuterum de Educaccedilatildeo Ambiental e I Encontro da Rede de
Educadores Ambientais em VitoacuteriaES (wwwambientebrasilcombr)
Conferecircncia Internacional sobre Meio Ambiente e Sociedade
Conferecircncia Internacional sobre Meio Ambiente e Sociedade Educaccedilatildeo e
Consciecircncia Puacuteblica para a Sustentabilidade ndash Thessaloniki Greacutecia 1997 Onde
houve o reconhecimento que passados cinco anos da Conferecircncia Rio-92 o
desenvolvimento da EA foi insuficiente (wwwmecgovbr)
A Coordenaccedilatildeo de Educaccedilatildeo Ambiental do MEC promove sete
Cursos de Capacitaccedilatildeo de Multiplicadores e cinco Teleconferecircncias
(wwwmecgovbr)
1998 A Coordenaccedilatildeo de Educaccedilatildeo Ambiental do MEC promove 8
Cursos de Capacitaccedilatildeo de Multiplicadores 5 teleconferecircncias 2 Seminaacuterios
Nacionais e produz 10 viacutedeos para serem exibidos pela TV Escola
(wwwmecgovbr)
Ao final deste ano a Coordenaccedilatildeo de Educaccedilatildeo Ambiental eacute
inserida na Secretaria de Ensino Fundamental ndash SEF do MEC apoacutes reforma
administrativa (wwwportalmecgovbr)
1999 Criaccedilatildeo da Diretoria de Educaccedilatildeo Ambiental (DEA) do MMA ndash
Que passou a desenvolver as seguintes atividades Implantaccedilatildeo do Sistema
Brasileiro de Informaccedilatildeo em Educaccedilatildeo Ambiental (SIBEA) objetivando atuar
como um sistema integrador das informaccedilotildees de educaccedilatildeo ambiental no paiacutes
Implantaccedilatildeo de Poacutelos de Educaccedilatildeo Ambiental e Difusatildeo de Praacuteticas Sustentaacuteveis
nos Estados objetivando irradiar as accedilotildees de Educaccedilatildeo Ambiental fomento aacute
formaccedilatildeo de Comissotildees Interinstitucionais de Educaccedilatildeo Ambiental nos estados e
95
auxilio na elaboraccedilatildeo de programas estaduais de Educaccedilatildeo Ambiental
implantaccedilatildeo de curso de Educaccedilatildeo Ambiental a distancia objetivando
capacitar gestores professores e teacutecnicos de meio ambiente de todos os
municiacutepios do paiacutes implantaccedilatildeo do projeto Protetores da Vida objetivando
sensibilizar e mobilizar jovens para as questotildees ambientais (Ministeacuterio do Meio
Ambiente 2004)
Aprovaccedilatildeo da LEI 959799 que estabelece a Poliacutetica Nacional
de EA - promulgada a Lei nordm 9795 de 27 de abril de 1999 que institui a Poliacutetica
Nacional de Educaccedilatildeo Ambiental a que deveraacute ser regulamentada apoacutes as
discussotildees na Cacircmara Teacutecnica Temporaacuteria de Educaccedilatildeo Ambiental no CONAMA
(wwwmecgovbr)
A Portaria 164899 do MEC criou o Grupo de Trabalho com
representantes de todas as suas Secretarias para discutir a regulamentaccedilatildeo da
Lei nordm 979599 (wwwmecgovbr)
O MEC propotildee o Programa PCNrsquos em Accedilatildeo atendendo agraves
solicitaccedilotildees dos Estados tendo o Meio Ambiente como uns dos temas
transversais que seraacute trabalhado no ano 2000 (wwwmecgovbr)
Programa Nacional de Educaccedilatildeo Ambiental ndash implantaccedilatildeo do
Programa Nacional de Educaccedilatildeo Ambiental - ProNEA(wwwmecgovbr)
A Coordenaccedilatildeo de EA (COEA) do MEC passa a formar parte da
Secretaacuteria de Ensino Fundamental (wwwambientebrasilcombr)
2000 A Educaccedilatildeo Ambiental integra o Plano Plurianual do Governo
(2000-2003) e agora institucionalmente vinculado ao Ministeacuterio do Meio
Ambiente contemplando sete accedilotildees realizadas pelo MMA IBAMA Banco do
Brasil e Jardim Botacircnico do Rio de Janeiro (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)
2001 Em reconhecimento a importacircncia da articulaccedilatildeo dos
educadores ambientais e as suas instituiccedilotildees em modelos de articulaccedilatildeo
96
horizontal o MMA iniciou uma accedilatildeo de fomento a estruturaccedilatildeo e do
fortalecimento da Rede Brasileira de Educaccedilatildeo Ambiental (REBEA) e da Rede
Paulista de Educaccedilatildeo Ambiental (REPEA) e forneceu apoio a estruturaccedilatildeo da
REASUL da Rede Aguapeacute e da Rede Acreana de Educaccedilatildeo Ambiental
(Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)
2002 No mecircs de junho a lei nordm 979599 foi regulamentada pelo Decreto
nordm4 281 que definem entre outras coisas a composiccedilatildeo e as competecircncias do
Oacutergatildeo Gestor da PNEA lanccedilando assim as bases para a execuccedilatildeo da PNEA
(Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)
2003 Eacute instaurada no MMA a Comissatildeo intersetorial de Educaccedilatildeo
Ambiental (CISEA) com representaccedilatildeo de todas as secretarias e todos os oacutergatildeos
vinculados ao MMA criando uma instancia para um processo coordenado de
consultas e deliberaccedilotildees internamente a esse Ministeacuterio e contribuindo para a
transversalidade interna e a sinergia das accedilotildees em educaccedilatildeo ambiental
desenvolvidas pelas suas secretarias e pelos seus oacutergatildeos vinculados (Ministeacuterio do
Meio Ambiente 2004)
O Ministeacuterio da Educaccedilatildeo estabelece como prioridades viabilizar
as accedilotildees e diretrizes da PNEA e reestruturar a Coordenaccedilatildeo Geral de Educaccedilatildeo
Ambiental (COEA) que passa da Secretaria de Educaccedilatildeo Fundamental
diretamente agrave Secretaria Executiva atuando de forma integrada a todas as
secretarias conferindo maior visibilidade agrave Educaccedilatildeo Ambiental e oportunizando
sua transversalidade assim como seu enraizamento no MEC e na estrutura de
Governo (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)
2004 O MMA e o MEC promoveram em 21 de julho a reuniatildeo de
instalaccedilatildeo do oacutergatildeo gestor da PNEA um passo decisivo para a execuccedilatildeo das
accedilotildees em educaccedilatildeo ambiental no Governo Federal tendo como primeira tarefa
a assinatura de um Termo de Cooperaccedilatildeo Teacutecnica para a realizaccedilatildeo conjunta
da Conferencia Infanto-Juvenil pelo Meio Ambiente (Ministeacuterio do Meio
Ambiente 2004)
97
Em 17 de novembro foi instaurado o Comitecirc Assessor do Oacutergatildeo
Gestor sendo realizada sua primeira reuniatildeo na qual foram criados seis grupos de
trabalho (GTs) dois temporaacuterios ndash GT Documento do ProNEA e GT Regimento
Interno e quatro permanentes ndash GT Gestatildeo do Sistema Brasileiro de Informaccedilotildees
sobre Educaccedilatildeo Ambiental(SIBEA) GT Criteacuterios e Indicadores para Projetos e
Accedilotildees de Educaccedilatildeo Ambiental GT Instrumentos Institucionais e Legais para a
Promoccedilatildeo da Educaccedilatildeo Ambiental e GT Relaccedilotildees Internacionais (Ministeacuterio do
Meio Ambiente 2004)
Foi realizado em Goiacircnia o primeiro encontro governamental
nacional sobre poliacuteticas publicas de educaccedilatildeo ambiental reunindo secretaacuterios e
gestores puacuteblicos das trecircs esferas de governo da aacuterea ambiental O evento visou
a elaborar um diagnoacutestico dos principais desafios ao enraizamento da educaccedilatildeo
ambiental e a aproximaccedilatildeo entre as secretarias de educaccedilatildeo e do meio
ambiente Neste encontro foi reconhecida a necessidade da articulaccedilatildeo e do
fortalecimento muacutetuo das Comissotildees Interinstitucionais Estaduais e das Redes de
Educaccedilatildeo Ambiental Foi elaborado o documento ldquoCompromisso de Goiacircniardquo
que consiste no estabelecimento de um importante e pioneiro pacto entre as
esferas de governo para a criaccedilatildeo de Poliacuteticas e Programas estaduais e
municipais de Educaccedilatildeo Ambiental sincronizados com o ProNEA (Ministeacuterio do
Meio Ambiente 2004)
Nesse ano foi realizada a deacutecima-nona ediccedilatildeo do curso de
Introduccedilatildeo agrave Educaccedilatildeo no Processo de Gestatildeo Ambiental do IBAMA
alcanccedilando quase 700 profissionais formados para atuar com a educaccedilatildeo na
gestatildeo ambiental (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2005)
Ocorreu nova reestruturaccedilatildeo do MEC com a transferecircncia da
Coordenaccedilatildeo Geral de Educaccedilatildeo Ambiental (CGEA) para a entatildeo receacutem-criada
Secretaria de Educaccedilatildeo Continuada Alfabetizaccedilatildeo e Diversidade (Ministeacuterio do
Meio Ambiente 2005)
98
Teve iniacutecio um novo Plano Plurianual o PPA 2004-2007 Em
funccedilatildeo das novas diretrizes e sintonizado com o ProNEA o Programa 0052 eacute
reformulado passa a ser intitulado Educaccedilatildeo Ambiental para Sociedades
Sustentaacuteveis e inicia o ano composto por accedilotildees de responsabilidade da Diretoria
de Educaccedilatildeo Ambiental Fundo Nacional do Meio AmbienteAgecircncia Nacional
de Aacuteguas Coordenaccedilatildeo Geral de Educaccedilatildeo Ambiental do Instituto Brasileiro de
Meio Ambiente e Recursos Naturais Renovaacuteveis Jardim Botacircnico do Rio de
Janeiro e a Secretaria da Comissatildeo Interministerial para os Recursos do Mar
(SECIRM) (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)
Em novembro de 2004 foi realizado o V Foacuterum Brasileiro de
Educaccedilatildeo Ambiental construiacutedo de forma coletiva a partir da Rede Brasileira de
Educaccedilatildeo Ambiental e que proporcionou espaccedilos para diaacutelogo e trocas entre
os educadores ambientais Realizada durante todo o evento a atividade
denominada ldquoConversando com as Redesrdquo proporcionou aos participantes a
oportunidade de estar em contato com as pessoas que formam as redes de
Educaccedilatildeo Ambiental de todo o Brasil As conexotildees foram reforccediladas e renovadas
no evento que viu nascer a Rede Nordestina de Educaccedilatildeo Ambiental e a Rede
de Edu -comunicaccedilatildeo Socioambiental (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2005)
Ainda em novembro de 2004 o MMA participou na Venezuela
da reuniatildeo de trabalho de especialistas em gestatildeo puacuteblica da educaccedilatildeo
ambiental da Ameacuterica Latina e Caribe para elaboraccedilatildeo do plano de
implementaccedilatildeo do Programa Latino-americano e Caribenho de Educaccedilatildeo
Ambiental (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2005)
Nesse ano de 2004 foi feita a revisatildeo do Plano Plurianual e do
Programa 0052 e seu conjunto de accedilotildees foi alterado iniciando o exerciacutecio de
2005 com a seguinte composiccedilatildeo
bull 6270 ndash Educaccedilatildeo ambiental para recursos hiacutedricos (ANA)
bull 2972 ndash Educaccedilatildeo para conservaccedilatildeo da biodiversidade (Jardim Botacircnico
do Rio de Janeiro)
99
bull 2965 ndash Fomento a projetos integrados de educaccedilatildeo ambiental (FNMA)
bull 4932 ndash Formaccedilatildeo de educadores ambientais (DEAIBAMA)
bull 09HO ndash Apoio agrave gestatildeo compartilhada da educaccedilatildeo ambiental (DEA)
bull1997 ndash Implantaccedilatildeo do Sistema Brasileiro de Informaccedilotildees sobre Educaccedilatildeo
Ambiental (DEA)
bull 6857 ndash Produccedilatildeo e veiculaccedilatildeo de programas de educaccedilatildeo ambiental
(DEA)
bull 4641 ndash Publicidade de utilidade puacuteblica (DEA)
bull 4232 ndash Capacitaccedilatildeo de recursos humanos para a prevenccedilatildeo e o
controle ambiental nas aacutereas mariacutetimas e portuaacuterias (SECIRM) (Ministeacuterio do Meio
Ambiente 2004)
Nessa revisatildeo a CGEAMEC inclui no Programa 1061 - Brasil Escolarizado
sob responsabilidade desse Ministeacuterio duas accedilotildees relativas especificamente agrave
educaccedilatildeo ambiental
bull 09EA ndash Apoio agrave distribuiccedilatildeo de material didaacutetico para formaccedilatildeo
continuada em educaccedilatildeo ambiental
bull 09ED ndash Apoio agrave formaccedilatildeo continuada em educaccedilatildeo ambiental para
profissionais da educaccedilatildeo (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2005)
53 Algumas Consideraccedilotildees sobre a Evoluccedilatildeo da Educaccedilatildeo Ambiental
A Educaccedilatildeo Ambiental eacute direito de todos De modo formal como
componente permanente da educaccedilatildeo em todos os niacuteveis e modalidades De
modo natildeo formal atraveacutes de praacuteticas educativas voltadas para a mobilizaccedilatildeo e
participaccedilatildeo da sociedade e suas organizaccedilotildees na defesa da qualidade do
meio ambiente (ALERJ 1999)
A Educaccedilatildeo Ambiental jaacute percorreu um longo caminho superou alguns
obstaacuteculos alguns conflitos ganhou algumas batalhas porem ainda falta muito
para vencer a guerra contra os avanccedilos tecnoloacutegicos sem responsabilidade com
o meio ambiente porque o desenvolvimento eacute necessaacuterio poreacutem natildeo pode estar
100
combinado com um poder impiedoso e irracional do homem que destroacutei a terra
que pisa e tira o sustento polui o ar que respira suja a aacutegua que garante a sua
sobrevivecircncia e das geraccedilotildees futuras
Ao longo desses anos a Educaccedilatildeo Ambiental caminhou em direccedilatildeo ao
reconhecimento da sua importacircncia pois se natildeo houver um investimento em
accedilotildees que despertem a consciecircncia da humanidade para com o Meio
Ambiente natildeo teraacute nenhum sucesso os investimentos para o futuro A educaccedilatildeo
eacute o meio mais importante para o desenvolvimento do homem e a Educaccedilatildeo
Ambiental deve estar presente em todos os niacuteveis educacionais pois atraveacutes dela
passa a existir a consciecircncia pessoal de que o homem natildeo eacute o uacutenico no mundo
e sim faz parte dele segundo Boff 1992 ldquoMesmo sendo o homem a expressatildeo
autoconsciente do mundo natildeo eacute a principal nem a uacutenicardquo Devido a isto o
homem deve ter a consciecircncia de que existe uma interdependecircncia entre os
seres e a natureza em todo o planeta A partir da conscientizaccedilatildeo o homem
passa a perceber e revisar seus conceitos em relaccedilatildeo a viver bem pois a
seduccedilatildeo e adoraccedilatildeo aos estilos e modismos que fazem das pessoas aacutevidos
consumidores e como consequumlecircncia temos a geraccedilatildeo de montanhas de lixo
resiacuteduos inclusive radioativos aleacutem da extraccedilatildeo desordenada dos recursos
naturais natildeo renovaacuteveis
Eacute evidente que nas questotildees ambientais existem os conflitos que vatildeo de
encontro com os propoacutesitos poliacuteticos e os projetos educativos realmente
comprometidos com o resgate do equiliacutebrio entre a necessidade social e a
ambiccedilatildeo pessoal No primeiro caso trata-se de pessoas que na maioria das
vezes por falta de informaccedilatildeo destroem a natureza como derrubada de aacutervores
morte de animais pesca predatoacuteria etc em favor de seu sustento e de suas
famiacutelias natildeo percebendo que com esta destruiccedilatildeo estatildeo limitando o tempo do
seu sustento pois sem controle haacute o esgotamento No segundo caso a
exploraccedilatildeo e a destruiccedilatildeo da natureza natildeo por falta de informaccedilatildeo e sim por
ambiccedilatildeo ao dinheiro e por consequumlecircncia pelo poder natildeo importando o mal
que esta sendo feito Em relaccedilatildeo a isto se pode ressaltar que a pobreza tanto
nacional quanto global eacute uma das principais causas da destruiccedilatildeo pois quando
101
se tem fome a preocupaccedilatildeo com a natureza natildeo tem valor por isto quando se
fala em meio ambiente eacute tudo que estaacute a nossa volta inclusive agrave sociedade
Nessa perspectiva a educaccedilatildeo ambiental precisa ultrapassar os limites da
escola formal isto eacute deve transcender o espaccedilo escolar e ser concebida como
um processo contiacutenuo de formaccedilatildeo para a cidadania atingindo o ser humano
seja ele quem for ou onde estiver para que seja possiacutevel atingir em essecircncia a
mudanccedila de paradigmas que existem nas relaccedilotildees entre homem sociedade e
natureza Para isto se faz necessaacuterio o preenchimento de todos os espaccedilos seja
da miacutedia da famiacutelia do lazer da cultura da ciecircncia do trabalho e
principalmente da educaccedilatildeo Se forem aproveitadas todas as oportunidades
para se praticar a Educaccedilatildeo Ambiental estes conceitos passariam a fazer parte
da consciecircncia individual e coletiva do ser humano provocando alteraccedilatildeo no
sistema social e psicoloacutegico promovendo uma nova eacutetica planetaacuteria
comprometida com a erradicaccedilatildeo da pobreza da fome da poluiccedilatildeo da
opressatildeo humana da degradaccedilatildeo ambiental para que todos os recursos da
natureza possam ser utilizados com equiliacutebrio e respeito agrave fragilidade da terra e
de forma a beneficiar toda a humanidade (wwwsenacbr)
O Estado do Rio de Janeiro dispotildee da Lei 332599 que determina a
Educaccedilatildeo Ambiental obrigatoacuteria em todos os periacuteodos e nas vaacuterias disciplinas do
primeiro e segundo graus natildeo podendo ter uma uacutenica cadeira com conceitos
ecoloacutegicos e as demais ignorarem completamente os ecossistemas e as relaccedilotildees
entre transportes induacutestria agricultura urbanizaccedilatildeo sauacutede e o meio ambiente A
Educaccedilatildeo Ambiental por ser responsabilidade de todos deve ser tratada como
tema transversal isto eacute uma preocupaccedilatildeo de toda a escola e de toda a
comunidade onde a escola estaacute inserida Os professores das vaacuterias disciplinas e a
direccedilatildeo da escola estaratildeo empenhados na construccedilatildeo de projetos pedagoacutegicos
que inclua a problemaacutetica ambiental
A seguir as metodologias utilizadas na realizaccedilatildeo deste trabalho
102
Capiacutetulo 6 Metodologias
O objetivo deste capiacutetulo eacute descrever as metodologias aplicadas na busca
dos objetivos especiacuteficos para atingir as metas apontadas neste estudo
O estudo apresentado nessa dissertaccedilatildeo teve como base agrave elaboraccedilatildeo
de um meacutetodo capaz de garantir a confiabilidade e reprodutibilidade da
pesquisa No decorrer deste capitulo seratildeo abordados temas como
planejamento de pesquisa meacutetodo estatiacutestico pesquisa de campo fontes de
informaccedilatildeo e os problemas encontrados
Eacute relevante citar que o processo de pesquisa cientifica eacute uma atividade
dinacircmica e passiacutevel de mutaccedilotildees A metodologia empregada nesta pesquisa
possibilitou a agregaccedilatildeo de informaccedilotildees no decorrer do trabalho norteadas
sempre pelos objetivos do estudo
A figura 61 mostra esquematicamente a estrateacutegia utilizada na pesquisa
cujas etapas estatildeo melhor detalhadas nos itens subsequumlentes
103
Figura 61 - Esquematizaccedilatildeo do Projeto
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria a partir dos dados deste capiacutetulo
104
61 Diagnose do Estado da Arte da Educaccedilatildeo Ambiental no Ensino Meacutedio da Rede Estadual de Ensino no Municiacutepio do Rio de Janeiro 611 Objetivos
Umas das finalidades da pesquisa proposta no presente trabalho consistiu
em analisar o estado da arte do ponto de vista da Educaccedilatildeo Ambiental do
Ensino Meacutedio na Rede Estadual de Ensino localizada no Municiacutepio do Rio de
Janeiro A partir desta anaacutelise pretende-se traccedilar um perfil das escolas e indicar
caminhos estrateacutegicos em termos de sugestotildees no sentido de melhorar as
informaccedilotildees fornecidas aos alunos dentro da sua formaccedilatildeo acadecircmica partindo
de uma boa formaccedilatildeo docente
A seguir seratildeo detalhados os procedimentos utilizados durante a
elaboraccedilatildeo da pesquisa
612 Metodologia de Pesquisa
O meacutetodo de pesquisa adotado foi uma combinaccedilatildeo de anaacutelise
exploratoacuteria e anaacutelise quantitativa envolvendo as Escolas do Ensino Meacutedio da
Rede Estadual de Ensino localizadas no Municiacutepio do Rio de Janeiro O meacutetodo
foi baseado nas seguintes definiccedilotildees
Uma anaacutelise exploratoacuteria eacute uma pesquisa empiacuterica que utilizando diversas
fontes de informaccedilatildeo investiga um fenocircmeno contemporacircneo no seu contexto
real quando as fronteiras entre o fenocircmeno e contexto natildeo se encontram
nitidamente definidas (Yin 1984)
A anaacutelise quantitativa muitas vezes pode natildeo englobar as variaacuteveis
necessaacuterias agrave compreensatildeo de determinados eventos A concorrecircncia desses
eventos pode abranger uma complexidade tal que os paracircmetros de anaacutelise
tornam-se multidimensionais e difiacuteceis de serem observados de forma quantitativa
105
Contudo isto natildeo significa que as fronteiras entre as duas estrateacutegias de
pesquisa adotadas devam ser claramente delimitadas pois sempre existiratildeo
pontos em comum entre elas Cabe ressaltar poreacutem que cada estrateacutegia possui
caracteriacutesticas proacuteprias (Castro 1978)
O meacutetodo Survey a seguir definido foi o mais adequado para o
desenvolvimento da pesquisa
ldquoA pesquisa survey pode ser descrita como obtenccedilatildeo de dados ou
informaccedilotildees sobre caracteriacutesticas accedilotildees ou opiniotildees de determinado grupo
de pessoas indicado como representante de uma populaccedilatildeo alvo por meio
de um instrumento de pesquisa normalmente um questionaacuteriordquo(Tanur apud
Pinsonneautlt amp Kraemer 1993)
A metodologia estaacute coerente com o objetivo do trabalho uma vez que
desejava-se identificar qual o estado da arte da educaccedilatildeo ambiental nas
escolas de ensino meacutedio da Rede Puacuteblica EstadualConsiderando as colocaccedilotildees
de classificaccedilatildeo de uma pesquisa Survey esta tem um propoacutesito exploratoacuterio e
descritivo
No desenvolvimento do trabalho foi realizado um levantamento de dados
no ambiente com a aplicaccedilatildeo de um questionaacuterio respondido por parte das
escolas (amostra) de cada Metropolitana envolvida na pesquisa
613 Planejamento da Pesquisa
O primeiro passo do planejamento da pesquisa foi o levantamento das
informaccedilotildees disponiacuteveis sobre a situaccedilatildeo do ensino da EA nas Instituiccedilotildees de
Ensino Meacutedio da Rede Puacuteblica Estadual do Municiacutepio do Rio de Janeiro Este
levantamento compreendeu os seguintes itens
Determinaccedilatildeo da metodologia de pesquisa a ser adotada no projeto
Elaboraccedilatildeo de questionaacuterios
106
Aplicaccedilatildeo dos questionaacuterios junto agraves Instituiccedilotildees de Ensino meacutedio
atraveacutes de parceria com a Secretaria Estadual de Educaccedilatildeo
Realizaccedilatildeo de entrevistas com os diretores de Ensino das
Metropolitanas envolvidas no projeto
Avaliaccedilatildeo da receptividade nas metropolitanas e na SEERJ
Levantamento estatiacutestico dos dados
Busca de maiores informaccedilotildees sobre o tema nos sites da SEERJ
Elaboraccedilatildeo de propostas
614 Fontes de Informaccedilotildees
Na pesquisa realizada se lidou com uma variedade de fontes de
informaccedilotildees como documentos entrevistas e observaccedilotildees conforme segue
Materiais Impressos de oacutergatildeos ambientais
Trabalhos acadecircmicos sobre Educaccedilatildeo Ambiental
Entrevistas com professores e diretores de instituiccedilotildees de ensino
Materiais disponibilizados em meio eletrocircnico
Informaccedilotildees disponibilizadas pela SEERJ
615 Pesquisa de Campo
A pesquisa de campo foi realizada em duas etapas
A primeira etapa consistiu na aplicaccedilatildeo de um questionaacuterio nas escolas de
Ensino meacutedio da Rede Puacuteblica Estadual do Municiacutepio do Rio de Janeiro no
periacuteodo de abril a julho de 2006 A distribuiccedilatildeo do questionaacuterio foi viabilizada
mediante parceria com a SEERJ atraveacutes da coordenadoria de EA Os
questionaacuterios foram enviados para as Metropolitanas que foram responsaacuteveis
pela distribuiccedilatildeo e pelo recolhimento destes nas escolas Nas escolas os
questionaacuterios foram respondidos pelos diretores ou orientadores pedagoacutegicos O
modelo do questionaacuterio encontra-se no anexo 3
107
Apoacutes anaacutelise quantitativa e qualitativa dos questionaacuterios foi realizada a
segunda etapa que consistiu na avaliaccedilatildeo da receptividade das Metropolitanas
e da proacutepria SEERJ relacionada agrave relevacircncia da pesquisa Para tal foi elaborado
um questionaacuterio especiacutefico a ser respondido pelo responsaacutevel pela distribuiccedilatildeo
em cada metropolitana (anexo 4 5 e 6) e tambeacutem pela Coordenaccedilatildeo de
Educaccedilatildeo Ambiental da SEERJ O modelo dos questionaacuterios encontram-se no
anexo 7
Depois de estabelecidas as primeiras diretrizes foi realizado um
levantamento bibliograacutefico sobre os assuntos referentes ao trabalho Atraveacutes da
revisatildeo da literatura foi encontrada uma seacuterie de documentos pertinentes ao
assunto tais como
Determinaccedilatildeo de um modelo estatiacutestico utilizaccedilatildeo de uma amostragem
adequada
Realizaccedilatildeo de um questionaacuterio para as escolas
Definiccedilatildeo de modelo estatiacutestico para avaliar os dados levantados
Discussatildeo sobre o modelo estatiacutestico
Numa segunda etapa foi realizado um questionaacuterio de avaliaccedilatildeo da
pesquisa com os Diretores de Ensino responsaacuteveis pelas das metropolitanas
envolvidas no projeto
616 Avaliaccedilatildeo dos Resultados
Os dados seratildeo apresentados de maneira a desenhar o perfil das escolas
respondentes e suas opiniotildees a respeito da situaccedilatildeo do ensino da Educaccedilatildeo
Ambiental na rede puacuteblica estadual do Municiacutepio do Rio de Janeiro
Entre as respostas verificadas desconsiderou-se as respostas que natildeo
estavam em concordacircncia com as perguntas e as respostas em branco
As avaliaccedilotildees foram feitas nos itens e demonstradas em forma de
percentual
108
Foi feita uma anaacutelise estatiacutestica dos dados poreacutem nem todos os dados
estavam adequados para este tipo de anaacutelise Dada a heterogeneidade dos
dados o que muitas vezes impediu a aplicaccedilatildeo de equaccedilotildees matemaacuteticas
optou-se por natildeo realizar o tratamento estatiacutestico
62 Diagnose do Acesso aos Cursos de Graduaccedilatildeo nas
Universidades Puacuteblicas Estudo de Caso da UERJ e UFRJ
621 Objetivos
Aleacutem do mapeamento da Educaccedilatildeo Ambiental no Ensino Meacutedio puacuteblico
estadual a outra finalidade da pesquisa proposta nesta dissertaccedilatildeo consistiu em
analisar o acesso agraves Universidades Puacuteblicas dos alunos oriundos das escolas de
ensino meacutedio da Rede Puacuteblica
Para atingir esta meta foi realizada uma avaliaccedilatildeo do Sistema de Cotas
implantado na UERJ como tambeacutem avaliaccedilatildeo de uma proposta do acesso
atraveacutes do Sistema de Cotas que estaacute em fase de projeto na UFRJ
A seguir seratildeo detalhados os procedimentos utilizados durante a
elaboraccedilatildeo da pesquisa
622 Metodologia de Pesquisa
O meacutetodo de pesquisa adotado foi uma combinaccedilatildeo de anaacutelise
exploratoacuteria e anaacutelise quantitativa envolvendo as Universidades UERJ e UFRJ As
definiccedilotildees das metodologias foram descritas no item 612 deste capiacutetulo
109
623 Planejamento da Pesquisa
O planejamento foi iniciado com o levantamento das informaccedilotildees
disponiacuteveis sobre o acesso dos alunos nas Universidades Puacuteblicas Este
levantamento compreendeu os seguintes itens
Definiccedilatildeo das Universidades que seriam objeto da Pesquisa
Solicitaccedilatildeo de informaccedilotildees referentes aos alunos ingressos nas
Universidades atraveacutes de relatoacuterios fornecidos pelas comissotildees de
Vestibular das Universidades
Realizaccedilatildeo de entrevistas teacutecnicas com professores e outros profissionais
envolvidos no sistema de cotas das Universidades
Avaliaccedilatildeo quantitativa de alunos que ingressam nas Universidades
Puacuteblicas definidas egressos de escolas de ensino meacutedio da rede puacuteblica
comparados com os alunos egressos das instituiccedilotildees de ensino da Rede
Particular
Levantamento estatiacutestico dos dados
Busca de maiores informaccedilotildees sobre o sistema de cotas na miacutedia
eletrocircnica e escrita
Anaacutelise criacutetica dos sistemas de Cotas referentes agraves Universidades
estudadas
624 Fontes de Informaccedilotildees
Na pesquisa realizada se lidou com uma variedade de fontes de
informaccedilotildees como documentos entrevistas e observaccedilotildees conforme segue
Materiais Impressos fornecidos pela UERJ
Materiais de impressos de circulaccedilatildeo interna sobre a implantaccedilatildeo
do Sistema de Cotas na UERJ
Entrevistas teacutecnicas com professores e pessoas ligadas ao Sistema
de Cotas nas Universidades
Materiais disponibilizados em meio eletrocircnico
Relatoacuterios disponibilizados pela UERJ e UFRJ
110
625 Pesquisa de Campo
A pesquisa de campo foi realizada em vaacuterias etapas
Primeiramente estabeleceu-se contato com profissionais de setores da
UERJ e UFRJ relacionados ao acesso aos cursos de graduaccedilatildeo Isto feito face agraves
diferentes formas de acesso dessas universidades foram adotadas estrateacutegias
diferentes para os dois casos
- Estudo de caso UERJ
Foram realizadas entrevistas teacutecnicas com docentes da UERJ que
participaram da implantaccedilatildeo do sistema de cotas tanto a niacutevel acadecircmico
como administrativo Aleacutem disso foram coletadas informaccedilotildees referentes ao
vestibular atraveacutes de relatoacuterios fornecidos pelo nuacutecleo de informaacutetica da
Comissatildeo de Vestibular
- Estudo de caso UFRJ
Foi realizado com base no relatoacuterio de informaccedilotildees sobre o acesso no
vestibular fornecido pela comissatildeo de vestibular da UFRJ No que diz respeito ao
acesso diferenciado foi avaliada uma proposta da UFRJ para sistema de cotas
A primeira etapa consistiu em entrevistas teacutecnicas com professores da
UERJ que participam do sistema de cotas adotado pela Universidade como
tambeacutem acesso agraves informaccedilotildees pertinentes ao vestibular
Atraveacutes da revisatildeo da literatura foi encontrada uma seacuterie de documentos
pertinentes ao assunto tais como
Relatoacuterio com as informaccedilotildees de acesso a UFRJ dos alunos egressos
da Rede Estadual de ensino Documento fornecido pelo nuacutecleo de
informaacutetica do setor de vestibular da Universidade
111
Relatoacuterio com as informaccedilotildees de acesso a UERJ dos alunos egressos
da Rede Estadual de ensino Incluindo os alunos contemplados pelos
sistemas de cotas Documento fornecido pelo nuacutecleo de informaacutetica do
setor de vestibular da Universidade
Numa segunda etapa foi realizada uma avaliaccedilatildeo dos resultados e
montado um quadro comparativo entre as Universidades
63 Limitaccedilotildees do Estudo
O fator limitante foi a dificuldade de acesso aos dados relativos agraves escolas
pois para alguns Diretores de Ensino responsaacuteveis pelas Metropolitanas foram
muito difiacuteceis a distribuiccedilatildeo e o recebimento dos questionaacuterios o que acabou
comprometendo a quantidade das informaccedilotildees
Algumas escolas natildeo demonstraram muito interesse em responder os
questionaacuterios deixando muitas perguntas em branco e natildeo mostrando a
realidade das escolas
A seguir seraacute mostrada uma avaliaccedilatildeo do acesso aos cursos de
graduaccedilatildeo
112
Capiacutetulo 7 Diagnoacutestico do Acesso aos Cursos de Graduaccedilatildeo Estudo de Casos UERJ e UFRJ
Neste capiacutetulo eacute mostrado como acontece o acesso agraves Universidades
Puacuteblicas dos alunos oriundos das escolas da rede Puacuteblica Estadual em
comparaccedilatildeo com a Rede Federal e a Rede ParticularTomou-se como estudo de
caso a Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e a Universidade Federal
do Rio de Janeiro (UFRJ) tendo como base os nuacutemeros referentes aos concursos
vestibulares no periacuteodo 2003-2006
Tambeacutem eacute feita uma avaliaccedilatildeo do acesso por Cotas focando
a sistemaacutetica implementada na UERJ que foi a primeira a implantar o sistema
Tambeacutem fez uma anaacutelise de uma proposta da UFRJ para futura implantaccedilatildeo do
sistema
113
71 O Sistema de Cotas
A lei de cotas nas universidades eacute considerado um assunto muito
polecircmico que divide muitas opiniotildees Desde o acircmbito acadecircmico passando
pelo governamental e faixas da sociedade(www universiacombr)
Com o passar dos anos o aumento da competiccedilatildeo por uma vaga
nas Universidades Puacuteblicas fez com que o grau de exigecircncia aliada agrave diminuiccedilatildeo
da qualidade do ensino meacutedio na rede puacuteblica estadual tornasse o ingresso
deste grupo nas Universidades cada vez mais difiacutecil Uma das consequumlecircncias eacute o
fato de que as vagas nessas universidades fiquem voltadas para a faixa da
sociedade que pelo domiacutenio do poder econocircmico prepara melhor seus alunos
garantindo suas vagas Esta faixa da sociedade natildeo concorda com as cotas
pois percebe com isto que as suas vagas jaacute consideradas certas seratildeo
distribuiacutedas para uma faixa excluiacuteda que ateacute entatildeo natildeo significava qualquer
ameaccedila na competiccedilatildeo e alguns ateacute julgam o sistema como ldquoinjustordquo
Em relaccedilatildeo ao sistema acadecircmico existe a preocupaccedilatildeo com a
diminuiccedilatildeo da qualidade do ensino devido ao ingresso de alunos que satildeo
considerados ldquodespreparadosrdquo para ingressar em uma universidade de
qualidade (www universiacombr)
Para implantaccedilatildeo do Sistema de Cotas foram criadas leis nos
acircmbitos federal e estadual
Lei Federal PROJETO DE LEI 36272004
Institui Sistema Especial de Reserva de Vagas para estudantes egressos de
escolas puacuteblicas em especial negros e indiacutegenas nas instituiccedilotildees puacuteblicas
federais de educaccedilatildeo superior e daacute outras providecircncias Anexo 1
Lei Estadual Lei Nordm 3708 de 9 de Novembro de 2001
114
Institui cota de ateacute 40 (quarenta por cento) para as populaccedilotildees negra e
parda no acesso a Universidade do Estado do Rio de Janeiro e agrave Universidade
Estadual do Norte Fluminense e daacute outras providecircnciasAnexo2
72 Implantaccedilatildeo do Sistema
Por forccedila do disposto na Lei Estadual Nordm 3708 a Universidade Estadual do
Rio de Janeiro (UERJ) foi a primeira instituiccedilatildeo a adotar o sistema de cotas no
Estado do Rio de Janeiro tendo iniacutecio em 2003 (wwwconcienciacombr)
Como a reserva de vagas de acordo com a lei prevecirc 50 do total de
vagas por cursoturnosemestre para alunos oriundos da rede puacuteblica e para que
a lei pudesse ser cumprida foram realizados dois vestibulares
Um tradicional aberto a candidatos oriundos de qualquer tipo de
escola e denominado como nos anos anteriores Vestibular Estadual para
preenchimento na UERJ 2485 vagas em 46 cursos
Outro aberto apenas a candidatos oriundos de escolas da rede
puacuteblica localizadas no Estado do Rio de Janeiro denominado Vestibular SADE
(Sistema de Acompanhamento do Desempenho dos Estudantes do Ensino Meacutedio
mantido pelo Poder Puacuteblico) para preenchimento na UERJ de 2485 vagas em 46
cursos
Como a reserva prevecirc 40 do total de vagas por cursoturnosemestre
para alunos autodeclarados negros e pardos e para atender a reserva foram
adotados os alguns procedimentos
Apoacutes a soma do nuacutemero total de vagas oferecido nos dois vestibulares e
calculado o valor correspondente a 40 de cada total obtido verifica-se o
quantitativo de autodeclarados negros ou pardos e se o quantitativo for igual ou
maior que os 40 previstos pela legislaccedilatildeo a reserva eacute considerada
atendida(UERJ 2003)
115
73 O Aluno na Universidade
A questatildeo natildeo se resume ao ingresso do aluno na Universidade mas
tambeacutem se a Universidade tem condiccedilotildees de acolher e manter estes alunos Se
estes tiverem muita dificuldade de acompanhar as aulas e isto acarretar evasatildeo
o sistema natildeo teraacute sentido
Segundo a Sub-Reitora de Graduaccedilatildeo da UERJ ProfaRaquel Villard
somente a reserva de vagas para as pessoas carentes natildeo eacute o suficiente pois
existe o problema financeiro No endereccedilo eletrocircnico institucional a Sub-Reitora
declara ldquoHoje noacutes temos um programa chamado PROINICIAR (Programa de
Iniciaccedilatildeo Acadecircmica) Por meio dele a Universidade tenta ajudar este aluno na
passagem para a vida universitaacuteria inclusive atendendo aos estudantes em suas
necessidades advindas de um ensino meacutedio ou fundamental sem a qualidade
que deveria terrdquo (www 2uerjbr)
A UERJ utiliza o sistema de cotas desde 2003 Os alunos cotistas que
comprovam baixa renda recebem uma bolsa auxilio de R$19000(cento e
noventa reais) Este auxilio eacute destinado agraves despesas baacutesicas de manutenccedilatildeo do
aluno como passagem coacutepias livros lanche etc e tem duraccedilatildeo de 1 ano Isso
eacute devido ao fato do aluno quando chega ao 3ordm periacuteodo de acordo com o seu
desempenho pode participar dos outros programas existentes na Universidade
como estaacutegios iniciaccedilatildeo cientiacutefica etc que oferecem bolsas Tendo assim a
partir deste periacuteodo o aluno jaacute eacute capaz de conseguir sua remuneraccedilatildeo natildeo
sendo mais necessaacuterio o auxilio(Noronha Patriacutecia - Coordenaccedilatildeo do PROINICIAR-
Entrevista teacutecnica)
Segundo informaccedilotildees coletadas junto agrave coordenaccedilatildeo do PROINICIAR
devido agraves carecircncias educacionais dos alunos eventuais falhas no Ensino Meacutedio a
UERJ instituiu dentro do programa Proiniciar cursos oficinas e atividades culturais
Este programa oferece em paralelo com as disciplinas do curso aulas de
Matemaacutetica Quiacutemica Fiacutesica Biologia etc como se fossem aulas de reforccedilo e
oficinas com aulas praacuteticas aleacutem de visitas e passeios culturais programados a
116
teatros cinemas museus etc A garantia do funcionamento deste programa eacute
atraveacutes de parcerias entre as diversas faculdades dentro da UERJ aleacutem de
parcerias externas Essas parcerias tecircm o objetivo de facilitar a execuccedilatildeo do
programa pois se faz necessaacuterio que diversos professores sejam disponibilizados
para os cursos e as oficinas Atraveacutes destas parcerias satildeo oferecidos tambeacutem
cursos de idiomas gratuitamente para os cotistas (Inglecircs Francecircs Alematildeo etc)
(Noronha Patriacutecia - Coordenaccedilatildeo do PROINICIAR-Entrevista teacutecnica)
Ainda de acordo com a Coordenaccedilatildeo do PROINICIAR inicialmente a
evasatildeo dos alunos cotistas era grande muitos natildeo conseguiam se manter na os
Universidade tanto por dificuldades em acompanhar as aulas quanto por
dificuldades financeiras Uma das razotildees atribuiacutedas era o fato de que havia um
excesso de oficinas e atividades coincidentes com os periacuteodos de provas Sendo
assim os alunos natildeo conseguiam dar conta de todas as atribuiccedilotildees natildeo
atingindo os graus necessaacuterios e com isto se sentiam incapazes perdiam o
entusiasmo e acabavam desistindo do curso Atualmente a oferta dos cursos e
das oficinas satildeo feitos no iniacutecio dos periacuteodos terminando antes do iniacutecio das
provas isto faz com que os alunos fiquem com tempo mais livre para se
prepararem melhor para as provas sem contar que no iniacutecio dos periacuteodos os
alunos estatildeo com maior disposiccedilatildeo Essas medidas jaacute trouxeram uma melhoria no
desempenho destes alunos e aumentaram tambeacutem a auto-estima tornando-
mais seguros(Noronha Patriacutecia - Coordenaccedilatildeo do PROINICIAR-Entrevista teacutecnica)
Em relaccedilatildeo ao desempenho dos cotistas que segundo a ProfaRaquel
Villard reprovam menos por frequumlecircncia do que os natildeo cotistas ldquoTambeacutem temos
dados que comprovam que o estudante se apega a essa chance como algo
que ele sabe que natildeo pode ser jogado fora natildeo pode ser perdido Isto explica o
empenho evidente nos estudosrdquo (wwwuniversiacombr)
Natildeo existe duacutevida de que a adoccedilatildeo de cotas eacute uma forma eficaz de
aumentar o ingresso de negros e carentes em Universidades Isto faz com que
tenham condiccedilatildeo de cursarem o niacutevel superior que hoje eacute um privileacutegio das
classes mais abastadas da sociedade pois somente alunos bem preparados
117
normalmente por escolas do setor privado e de cursinhos preparatoacuterios possuem
maior acesso agraves Universidades Puacuteblicas Como este preparo requer um custo
elevado fica cada vez mais restrito a uma pequena parcela da sociedade que
possui melhor poder aquisitivo
Segundo o Professor Ricardo Salles (historiador e professor da Faculdade de
Formaccedilatildeo de Professores da UERJ) o sistema trouxe principalmente dois grandes
resultados positivos
Inicialmente fez que um expressivo nuacutemero de afro-brasileiros e alunos
carentes oriundos de escolas puacuteblicas ingressasse na Universidade Puacuteblica Para
estas pessoas que tendo concluiacutedo o ensino meacutedio estavam legalmente em
condiccedilotildees de ingressarem em uma Universidade O Sistema de Cotas tornou
possiacutevel o ingresso em uma Universidade Puacuteblica pois sem as mesmas soacute teriam
condiccedilotildees de ingressarem em instituiccedilotildees privadas possibilidade esta que na
maioria dos casos esbarrava na falta de recursos financeiros devido ao alto
custo da mensalidade dos cursos
Ainda de acordo com o professor Ricardo Salles o segundo resultado
positivo da implantaccedilatildeo das cotas eacute que atraveacutes dela se tem novamente em
debate agrave polecircmica a respeito do lugar da Universidade Puacuteblica na Sociedade
Brasileira tendo como objetivo o desenvolvimento de uma naccedilatildeo mais justa e
democraacutetica Isto porque se existe a Universidade Puacuteblica e esta eacute mantida pelos
governos parte deste dinheiro adveacutem dos impostos da populaccedilatildeo nada mais
justo que a maioria das pessoas que estejam na Universidade Puacuteblica sejam as
que natildeo tenham condiccedilotildees de pagar uma boa Universidade particular Mas na
realidade o que ocorre eacute exatamente o contraacuterio satildeo as classes mais
privilegiadas que estatildeo nas Universidades Puacuteblicas pois nas trecircs ultimas deacutecadas
o descaso com o ensino meacutedio da rede puacuteblica foi tatildeo grande que os alunos
que se formam nessas instituiccedilotildees natildeo satildeo capazes de concorrerem em
igualdade com os que vecircm de um ensino meacutedio em instituiccedilotildees particulares caras
com um principal objetivo de cursar uma Universidade Puacuteblica Entatildeo o sistema
118
de cotas para esses alunos eacute uma maneira de compensar esse contra-senso
(www2uerjbr)
74 A Necessidade das Cotas
Eacute preciso se estar alerta para que o sistema de cotas ou reserva de vagas
natildeo incorra no risco de desviar a atenccedilatildeo de uma questatildeo muito grave talvez a
questatildeo-chave da situaccedilatildeo que eacute o niacutevel do ensino meacutedio da rede puacuteblica na
atualidade O Estado estaacute deixando de cumprir a sua parte que eacute de preparar
bem os alunos de famiacutelias mais carentes independentes da cor para que
aumentem suas condiccedilotildees de competiccedilatildeo para que melhorem suas condiccedilotildees
de vida atraveacutes de uma boa formaccedilatildeo Universitaacuteria
Este fato pode ser observado ao longo dos anos pois historicamente os
melhores alunos estavam na Rede Puacuteblica de Ensino em todos os niacuteveis de
formaccedilatildeo Somente estudavam em escolas particulares aqueles alunos que
tinham problemas seacuterios de disciplina ou muita dificuldade em aprendizagem
logo para completarem seus estudos recorriam agrave Rede Privada de ensino O
ensino puacuteblico era muito riacutegido e exigente o que contribuiacutea para uma boa
formaccedilatildeo e consequumlente condiccedilatildeo de ingresso em uma Universidade Puacuteblica
A inclusatildeo de negros na questatildeo das cotas tambeacutem adveacutem da maioria
da populaccedilatildeo que utiliza a Rede Puacuteblica Estadual de Ensino ser de pardos e
negros que gera por consequumlecircncia uma acentuada minoria desses alunos nas
Universidades Puacuteblicas
Com o passar dos anos a Educaccedilatildeo Puacuteblica comeccedilou a ser superada em
termos de formaccedilatildeo pela Rede Privada o que ocasionou uma lacuna entre os
alunos da Rede Puacuteblica Estadual e a Universidade pois se as instituiccedilotildees de ensino
particular estatildeo preparando melhor os seus alunos seratildeo estes que ingressaratildeo
nas Universidades Puacuteblicas Com isto o nuacutemero de alunos que terminam o ensino
meacutedio na Rede Puacuteblica Estadual que consegue se classificar em uma
Universidade Puacuteblica eacute a cada ano menor restando para estes alunos da Rede
119
Puacuteblica Estadual ingressarem em Universidades Privadas ou simplesmente que eacute o
que ocorre com maior frequumlecircncia ficar sem o direito de melhorar suas condiccedilotildees
de vida atraveacutes de uma boa graduaccedilatildeo
Com atenccedilatildeo a estes fatos eacute que o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo estaacute com um
projeto de lei no qual sugere a diminuiccedilatildeo gradativa do percentual da cota de
50 dos alunos que cursaram o ensino meacutedio na rede puacuteblica A intenccedilatildeo do
Ministeacuterio eacute promover a qualidade no ensino meacutedio na mesma proporccedilatildeo que os
alunos deixariam de utilizar as cotas (wwweducacaoaolbr)
Segundo o MEC (Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura) a melhoria da
qualidade do ensino puacuteblico ldquoeacute a mais eficiente poliacutetica de inclusatildeo social no
que diz respeito ao acesso agrave educaccedilatildeo superiorrdquo (wwweducacaoaolbr)
O Professor Joseacute Jorge de Carvalho (Departamento de Antropologia-
Universidade de Brasiacutelia) comenta que o sistema de cotas eacute a uacutenica forma de
resolver o problema da exclusatildeo racial em curto prazo O preconceito segundo
ele estaacute presente nas salas de aula O professor comeccedilou a defender o sistema
de cotas para negros quando presenciou o caso de um aluno que foi
prejudicado por um professor por motivos raciais (wwwespacoacademicocom
br)
O Professor Joseacute Jorge de Carvalho defende que ldquoHaacute poucos negros na
Universidade e isso dificulta que eles se unam para lutar por seus direitos Eacute preciso
mudar o tipo de relaccedilatildeo que existe na academia E isso soacute vai acontecer quando
houver vaacuterios negros laacute dentrordquo Os estudos do professor mostram os nuacutemeros da
exclusatildeo em 2003 97 dos universitaacuterios brasileiros satildeo brancos contra 2 de
negros e 1 de amarelos O desequiliacutebrio eacute evidente se no Brasil 45 da
populaccedilatildeo eacute negra Baseados nestes dados fica claro que era preciso tomar
alguma providecircncia para se tentar reverter este quadro era necessaacuterio que de
alguma maneira se fizesse agrave inserccedilatildeo do negro no ensino superior e o sistema de
cotas foi uma opccedilatildeo praacutetica e que amenizaria o problema num curto prazo
(wwwespacoacademicocombr)
120
Segundo a professora de Antropologia Yvonne Maggie (Professora Titular
da Universidade Federal do Rio de Janeiro) a ideacuteia de raccedila deve ser abolida por
estimular a divisatildeo do paiacutes em grupos eacutetnicos A cisatildeo racial seria um passo em
direccedilatildeo ao conflito Para a professora Yvonne Maggie ldquoDesde o Modernismo
nossa sociedade se vecirc como misturada A introduccedilatildeo do sistema de cotas rompe
com esse ideaacuterio e produz uma sociedade que tem a obrigaccedilatildeo legal de se
classificar como lsquobranca ou negrarsquo Em outros paiacuteses poliacuteticas que reforccedilam a
condiccedilatildeo racial geraram conflitos inimaginaacuteveis como a Ruanda o Kosovo e a
Aacutefrica do Sulrdquo (wwwcomcienciabr)
Na avaliaccedilatildeo da autora desta dissertaccedilatildeo a questatildeo do indiviacuteduo no
sistema de cotas ter que se auto-declarar negro ou branco natildeo chega a ser um
motivo passiacutevel de gerar um conflito de raccedilas pois a raccedila natildeo deve ser vista
como um motivo de vergonha para o indiacuteviduo e sim uma informaccedilatildeo comum
como peso idade etc O que pode gerar conflitos poreacutem eacute a discriminaccedilatildeo de
raccedilas exclusatildeo social que satildeo problemas muito mais graves no nosso paiacutes
problemas estes que satildeo as principais causas de confrontos e grandes geradores
de violecircncia Com a exclusatildeo social as diferenccedilas sociais se tornam cada vez
maiores provocando a falta de oportunidades para a maioria da populaccedilatildeo
privilegiando sempre uma pequena parcela da sociedade o que gera revolta e
consequumlentemente atos de violecircncia
Um comparativo da situaccedilatildeo das aprovaccedilotildees nos vestibulares das
Universidades Puacuteblicas participantes do estudo dos alunos egressos da Rede
Puacuteblica Estadual em relaccedilatildeo aos alunos egressos da Rede Puacuteblica Federal como
tambeacutem dos alunos egressos da Rede de Ensino Particular eacute mostrado a seguir
75 Comparativo Entre a Rede Estadual de Ensino e a Rede
Federal e Particular
Para os estudos foram selecionadas duas instituiccedilotildees a Universidade
Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) por ser a Universidade agrave qual eacute vinculado o
121
projeto de pesquisa e Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) por ser a
primeira universidade a utilizar o sistema de cotas aumentando assim o nuacutemero
de alunos oriundos de escolas da Rede Puacuteblica Estadual
A Rede Puacuteblica Estadual do Rio de Janeiro eacute a responsaacutevel pela formaccedilatildeo
do maior nuacutemero de alunos concluintes do ensino meacutedio mais isto natildeo significa
que estes alunos ingressam em maior nuacutemero em Universidades Puacuteblicas
Na realidade o que ocorre eacute que as Redes de Ensino Privadas e Federais
responsaacuteveis por apenas um terccedilo dos concluintes do ensino meacutedio satildeo os que
mais aprovam seus alunos nas Universidades Puacuteblicas conforme mostra a Tabela
71 a qual traz o nuacutemero de alunos egressos das escolas puacuteblicas inscritos e o
nuacutemero dos que obtiveram aprovaccedilatildeo nas Universidades Puacuteblicas
A maioria dos alunos da Rede Puacuteblica Estadual nem ao menos se inscreve
nos concursos dentre os que se inscrevem menos da metade consegue
classificaccedilatildeo para um curso de graduaccedilatildeo
Tabela 71 os Vestibulares UFRJ e UERJ - Nordm de inscritos e nordm de classificados
UFRJ UERJ a
ESTADUAL FEDERAL PARTICULAR ESTADUAL FEDERAL PARTICULAR
ANO INSC CLAS INSC CLAS INSC CLAS INSC CLAS INSC CLAS INSC CLAS
2000 ND ND ND ND ND ND 8391 318 4558 700 20764 1593
2001 ND ND ND ND ND ND 12866 479 4966 670 33583 2801
2002 ND ND ND ND ND ND 11938 805 4220 708 24664 2745
2003 11849 907 4670 1083 30796 4118 14804 2218 3529 817 16968 1647
2004 13703 875 4589 900 34921 4467 9941 1881 2824 688 15251 2321
2005 11671 910 4015 960 29563 4447 9007 1836 3010 621 17106 2468
2006 13681 870 4229 991 32527 4738 ND ND ND ND ND ND
ND Dados natildeo disponiacuteveis a Os dados da UERJ a partir de 2003 estatildeo computados com a reserva de vagas
122
Fontes Departamento de seleccedilatildeo acadecircmica-DSEA-UERJ(2006) Nuacutecleo de Computaccedilatildeo Eletrocircnica-UFRJ(2006)
De acordo com os dados pode-se constatar que a quantidade de alunos
da rede puacuteblica que conseguem ingressar nas Universidades Puacuteblicas eacute muito
inferior aos egressos da rede particular
O que se pode destacar de mais importante eacute o fato de que a partir do
ano de 2003 o nuacutemero de alunos da rede Puacuteblica Estadual que foram
classificados no vestibular da UERJ aumentou muito o que coincide com o iniacutecio
de implantaccedilatildeo das reservas de vagas concluindo que a reserva de vagas foi
um instrumento que contribuiu para o aumento do nuacutemero de alunos da rede
Puacuteblica Estadual na UERJ
O nuacutemero de Escolas da Rede Estadual de Educaccedilatildeo eacute cerca de 1014
escolas e a Rede privada estaacute em torno de 870 portanto a Rede Estadual possui
um nuacutemero superior de escolas em relaccedilatildeo agrave Rede Privada e ao nuacutemero de
Escolas da Rede Federal que satildeo cerca de 12 escolas
O nuacutemero de alunos da alunos da Rede Estadual corresponde agrave cerca de
23 quanto a Rede particular e a Federal juntas correspondem a 13 deste
nuacutemero (SEERJ)
Observa-se que mesmo a Rede Puacuteblica Estadual tendo um nuacutemero de
alunos concluintes do ensino meacutedio muito superior apenas um nuacutemero muito
pequeno destes conseguem ingressar em uma Universidade Puacuteblica
Baseando-se nas informaccedilotildees do Vestibular de 2003-2005 da UFRJ e UERJ
(Tabela 71) podem ser feitas algumas avaliaccedilotildees Foi selecionado este periacuteodo
pois segundo a tabela 71 eacute aquele que conteacutem dados das duas Universidades
Os graacuteficos foram elaborados utilizando-se a meacutedia dos dados de cada
esfera compreendidos entre os anos de 2003 e 2005
123
Caso UFRJ
Quanto ao nuacutemero de alunos inscritos
A Figura 71 mostra o percentual de alunos inscritos no vestibular da UFRJ
oriundos da Rede Estadual Federal e Particular calculado atraveacutes do somatoacuterio
do nuacutemero de inscritos no periacuteodo em anaacutelise
26
965
EstadualFederalParticular
Figura 71 Percentual de alunos inscritos no Vestibular da UFRJ
Foi observado que o percentual de alunos inscritos oriundos da Rede
Privada eacute muito superior aos demais A proporccedilatildeo de alunos inscritos da rede
Federal eacute pequeno Isso pode ser atribuiacutedo ao fato de que haacute poucas escolas da
Rede Federal de Ensino Meacutedio e portanto o nuacutemero de alunos eacute menor Quanto
agrave Rede Estadual de Ensino o nuacutemero de alunos inscritos eacute muito pequeno em
relaccedilatildeo ao total de alunos da rede jaacute que dois terccedilos dos alunos estatildeo neste
grupo Logo o percentual de inscritos deveria ser tambeacutem muito superior mas o
que os nuacutemeros mostram eacute exatamente o contraacuterio Tal distorccedilatildeo pode ser
devida a vaacuterios fatores destacando-se a questatildeo pedagoacutegica e financeira que
seraacute discutida posteriormente
124
Quanto ao nuacutemero de alunos classificados
A Figura 72 mostra o Percentual de alunos que foram classificados no
vestibular oriundos da Rede Estadual Federal e particular calculado atraveacutes do
percentual de alunos que foram classificados em funccedilatildeo do numero de inscritos
14
16
70
Estadual
Federal
Particular
Figura 72 Percentual de alunos classificados no Vestibular da UFRJ
O percentual de alunos classificados egressos da Rede Particular eacute muito
superior aos da Rede Federal e Estadual Isto ocorre devido ao nuacutemero de
inscritos ter sido muito superior aos demais A figura indica tambeacutem que a grande
maioria dos alunos que ingressam na UFRJ cerca 70 satildeo oriundos da Rede
Particular de Ensino Meacutedio
Relaccedilatildeo entre o nordm total de inscritos e classificados
A Figura 73 mostra o percentual em relaccedilatildeo ao nuacutemero de inscritos e
classificados dentro da Rede Puacuteblica Estadual Federal e Particular Calculado
pela quantidade de alunos classificados em funccedilatildeo dos inscritos dentro de cada
esfera comparativamente
125
7
22
14EstadualFederalParticular
Figura 73 Percentual de alunos classificados em funccedilatildeo do nuacutemero de
inscritos em cada esfera
Em relaccedilatildeo ao nuacutemero de inscritos e os que satildeo classificados destaca-se
que no tocante aos alunos oriundos da Rede Particular o nuacutemero de
classificados eacute inferior ao nuacutemero de classificados pelas Escolas Federais Estas
mesmo tendo um nuacutemero inferior de alunos formados proporcionalmente exibem
um melhor desempenho Isto leva agrave percepccedilatildeo de que as escolas da Rede
Federal de Ensino Meacutedio estatildeo conseguindo manter um padratildeo de ensino
superior agrave Rede Estadual e agrave Particular formando assim ilhas de excelecircncia em
Educaccedilatildeo
Na Rede Puacuteblica Estadual o baixo nuacutemero de classificados acaba sendo
um motivo para a falta de estiacutemulo para os alunos se inscreverem Na avaliaccedilatildeo
da autora estes julgam que a chance de conseguir a classificaccedilatildeo eacute muito
pequena devido agraves suas deficiecircncias pedagoacutegicas sendo assim nem tentam o
vestibular Este fato tambeacutem se alia aos problemas financeiros devido ao custo
das inscriccedilotildees que muitas vezes por falta de recursos somente os alunos que
conseguem isenccedilatildeo das taxas se inscrevem como tambeacutem os alunos que
priorizam o trabalho ao estudo jaacute que nas Universidades Puacuteblicas a maioria dos
horaacuterios das aulas impede que o aluno trabalhe
126
Caso UERJ
Quanto ao nuacutemero de alunos inscritos
A figura 74 mostra o percentual total de alunos inscritos no vestibular da
UERJ oriundos da Rede Estadual Federal e Particular Calculado a partir do
somatoacuterio dos inscritos em relaccedilatildeo agrave Rede Estadual Federal e Particular
37
10
53
Estadual
Federal
Particular
Figura 74 Percentual de alunos inscritos no Vestibular da UERJ
Pode-se destacar que semelhante agrave UFRJ o nuacutemero de alunos da Rede
Privada inscritos eacute superior aos demais O nuacutemero de alunos inscritos da rede
Federal eacute pequeno e na Rede Estadual de Ensino o nuacutemero de alunos inscritos eacute
superior aos inscritos na UFRJ Este nuacutemero superior de alunos inscritos da Rede
Estadual na UERJ em relaccedilatildeo agrave UFRJ se justifica pela existecircncia do Sistema de
Cotas existente na UERJ o que aumenta as chances desses alunos em
conseguirem classificaccedilatildeo gerando maior estiacutemulo neles em se inscreverem
Quanto ao nuacutemero de alunos classificados
A Figura 75 mostra o Percentual de alunos que foram classificados no
vestibular oriundos da Rede Estadual Federal e particular Calculado atraveacutes do
percentual de alunos que foram classificados em funccedilatildeo do numero de inscritos
127
41
15
44 Estadual
Federal
Particular
Figura 75 Percentual de alunos classificados no Vestibular da UERJ
A Rede Federal de Ensino manteve o seu percentual devido agrave
qualidade de formaccedilatildeo de seus alunos poreacutem o percentual de alunos
classificados egressos da Rede Particular e Estadual aparecem em equiliacutebrio
mantendo-se percentuais bem proacuteximos Este fato se deve a implantaccedilatildeo do
sistema de Reserva de vagas para alunos da rede Puacuteblica o que favoreceu o
aumento no nuacutemero desses alunos na Universidade e por consequumlecircncia
diminuindo o nuacutemero de alunos da Rede particular
Relaccedilatildeo entre o nordm total de inscritos e classificados
A Figura 76 mostra o percentual em relaccedilatildeo ao nordm de inscritos e
classificados dentro da Rede Puacuteblica Estadual Federal e Particular Calculado
pela quantidade de alunos classificados em funccedilatildeo dos inscritos dentro de cada
esfera comparativamente
128
17
22
13EstadualFederalParticular
Figura 76 Percentual de alunos classificados em funccedilatildeo do nuacutemero de
inscritos em cada esfera
Com o Sistema de reservas de vagas na UERJ a relaccedilatildeo
inscritosclassificados na Rede particular e federal praticamente se manteacutem
poreacutem na rede Estadual este percentual teve um aumento significativo Este
Sistema melhorou a distribuiccedilatildeo de vagas aumentando o acesso dos alunos da
Rede Puacuteblica a uma Universidade Puacuteblica
Avaliaccedilatildeo antes e depois da implantaccedilatildeo do sistema de
cotas
A figura 77 mostra um comparativo entre a situaccedilatildeo antes e depois da
implantaccedilatildeo do Sistema de Cotas
129
0
10
20
30
40
50
60
70
scotas ccotas scotas ccotas
alunos inscritos alunos classif icados
Estadual
Federal
Particular
Figura 77- Comparativo entre o antes e o depois da implantaccedilatildeo do
Sistema de Cotas
Com a implantaccedilatildeo do Sistema de Cotas houve um equiliacutebrio na
distribuiccedilatildeo das vagas na UERJ onde a Rede Federal de ensino se manteve na
meacutedia anterior portanto natildeo sofreu muita influecircncia do sistema A grande
vantagem foi para a Rede Estadual de Ensino que aumentou sensivelmente o
nuacutemero de seus alunos na ocupaccedilatildeo das vagas da UERJ vagas estas que como
observado na figura 77 eram destinadas a Rede Particular de ensino
76 Avaliaccedilatildeo do Sistema de Cotas da UERJ e da Proposta
UFRJ
Como citado em 73 a UERJ foi a primeira Universidade a implantar o
sistema de Reserva de vagas para alunos com perfis socioeconocircmicos e raciais
diferenciados em 2003
A UFRJ em 2004 em seu acircmbito discutiu este sistema e como resultado o
Conselho de Ensino de Graduaccedilatildeo(CEG) aprovou um documento no qual se
posicionou contra a qualquer sistema de reserva de vagas dentro do modelo
130
conhecido como Cotas No mesmo documento o CEG apontava como
diretrizes para a democratizaccedilatildeo do acesso aos cursos de graduaccedilatildeo da UFRJ o
investimento na melhoria das condiccedilotildees do Ensino Baacutesico a ampliaccedilatildeo do
nuacutemero de vagas para os cursos existentes a criaccedilatildeo de novos cursos e o
investimento em accedilotildees que visassem a permanecircncia dos alunos na UFRJ
Na UERJ o sistema foi muito discutido antes de ser implantado onde um
grupo era a favor do sistema e o defendia como uma forma de inclusatildeo social
outro grupo era totalmente contra por entender que o sistema seria uma invasatildeo
de alunos sem condiccedilotildees de estarem e de acompanharem o niacutevel da
Universidade e esta para natildeo ter reprovaccedilotildees em massa se sentiria na obrigaccedilatildeo
de chegar a esses alunos ldquobaixando seu niacutevel de ensinordquo
Diante da necessidade de implantaccedilatildeo do sistema a UERJ elaborou vaacuterias
propostas que convergiram a um modelo inicial que foi implantado Este modelo
passou por vaacuterias modificaccedilotildees para se adequar cada vez mais a realidade dos
alunos que estavam ingressando na Universidade poreacutem em nenhum momento
o niacutevel de ensino da Universidade precisou cair
A Professora Maria de Faacutetima Branquinho da Faculdade de Educaccedilatildeo da
UERJ que inicialmente fazia parte do grupo contraacuterio ao sistema de cotas e que
hoje eacute uma das professoras que mais se sentem gratificadas com o programa
com uma participaccedilatildeo ativa declarou que possui excelentes alunos cotistas que
se mostram bastante interessados e muitas vezes ateacute mais que os natildeo cotistas
Devido a isto costumam tirar boas notas e alguns deles quando chegam ao 3ordm
periacuteodo satildeo seus colaboradores em projetos de Educaccedilatildeo Ambiental nos quais
ela faz parte obtendo oacutetimos resultados Para a professora ldquoesses alunos
possuem potencial soacute lhes faltava oportunidade de mostrar e esta oportunidade
eacute como um precircmio para eles que se sentem na obrigaccedilatildeo de provarem que satildeo
capazes e que a chance natildeo foi desperdiccedilada (Branquinho 2006 - Entrevista
Teacutecnica)
131
A UFRJ elaborou um projeto piloto para aumentar a presenccedila de alunos da
rede Estadual em seu quadro discente O projeto eacute bastante ambicioso em curto
prazo pois seraacute possiacutevel por meio de parceria com a SEERJ e contaraacute com o
empenho de todos os professores da rede
O ponto central do projeto eacute a melhoria da formaccedilatildeo dos alunos do ensino
meacutedio da Rede Estadual A proposta eacute que isto seja feito atraveacutes de cursos de
Formaccedilatildeo continuada de conteuacutedo especiacutefico e de avaliaccedilatildeo aos professores
A participaccedilatildeo dos professores no projeto seria de no miacutenimo quatro para cada
escola esta que tambeacutem seria escolhida atraveacutes de criteacuterios preacute-estabelecidos
dentre eles a avaliaccedilatildeo no Acircmbito do Programa Nova Escola Esses professores
integrantes do Nuacutecleo Docente devem estar distribuiacutedos em aacutereas da seguinte
maneira Um docente de Liacutengua Portuguesa um docente de Matemaacutetica um
docente do Grupo 1(Quiacutemica Fiacutesica ou Biologia) e um docente do Grupo
2(Histoacuteria Geografia Filosofia ou Sociologia) Aleacutem disso todos os integrantes do
grupo devem ministrar aulas para as mesmas turmas de 3ordf seacuterie do ensino meacutedio
Os alunos das escolas participantes do programa para integrarem ao
projeto tambeacutem teriam que obedecer a vaacuterios criteacuterios estabelecidos pelo
CEGUFRJ Quando aceito no projeto o aluno seria inscrito e indicaria a qual
curso de graduaccedilatildeo pretende concorrer dentro dos que seratildeo disponibilizados
pela UFRJ
O projeto aleacutem dos cursos contaria com a participaccedilatildeo dos docentes da
Rede Estadual para que estes elaborem os instrumentos de avaliaccedilatildeo dos alunos
participantes do projeto Os alunos que apoacutes avaliaccedilatildeo pelo Nuacutecleo Docente
da escola conseguissem classificaccedilatildeo seriam encaminhados para os cursos de
formaccedilatildeo complementar que seriam oferecidos pela UFRJ no primeiro semestre
do ano letivo imediatamente posterior
Quanto ao Projeto da UFRJ com base na experiecircncia docente da autora
o seu principal problema seria provavelmente despertar interesse do corpo
docente das escolas da Rede Estadual em participar do projeto jaacute que a maior
132
parte do projeto seria executada por esses Docentes o que exigiria dedicaccedilatildeo
exclusiva Como os professores da Rede Estadual normalmente trabalham em
vaacuterias escolas isto seria muito difiacutecil Aleacutem de que somente o interesse natildeo eacute o
suficiente o professor tem que ser aceito pelo projeto atraveacutes de avaliaccedilotildees
Outra dificuldade seria em formar o Nuacutecleo Docente jaacute que este exige que os
professores participantes lecionem nas mesmas turmas de 3ordf seacuterie pois em
escolas que funcionam nos trecircs turnos o nuacutemero de turmas eacute muito grande e por
consequumlecircncia o de professores tambeacutem tornando muito difiacutecil coincidir as turmas
com os mesmos professores nas disciplinas exigidas
Adicionalmente no entendimento da autora a proposta da UFRJ exclui a
necessidade de vestibular poreacutem apresenta muitos obstaacuteculos para serem
superados natildeo soacute pelos alunos como tambeacutem pelas escolas e professores para
que o aluno oriundo da Rede Estadual de Ensino possa ser considerado apto
para ingressar na Universidade O fato da ausecircncia de vestibular poderia gerar
nesses alunos algum tipo de discriminaccedilatildeo em relaccedilatildeo aos demais alunos por
parecer que as vagas foram ganhas e natildeo conquistadas Surge entatildeo uma
reflexatildeo Se estes alunos seratildeo preparados atraveacutes da formaccedilatildeo complementar
seraacute que estaratildeo tambeacutem preparados para Vestibular Muito provavelmente isto
lhes daria uma compensaccedilatildeo dos esforccedilos e consequumlente elevaccedilatildeo da auto-
estima
Por outro lado ao se comparar com o projeto da UERJ esta trabalha com
alunos apoacutes o recebimento destes o que gera um grande trabalho inicial e se
corre o risco desses alunos ficarem no meio do caminho e o trabalho ser
desperdiccedilado Este fato eacute um contraposto ao projeto da UFRJ que pretende
trabalhar com esse aluno antes do ingresso deste na Universidade
Finalmente comparando as duas Universidades a UERJ conseguiu atender
as necessidades da lei de uma forma mais raacutepida estaacute funcionando poreacutem
precisa melhorar sua eficiecircncia Como todo projeto as dificuldades vatildeo
aparecendo agrave medida que os fatos se desenvolvem e a cada ano tem
conseguido melhorar o projeto adequando agraves necessidades dos alunos que
133
chegam do Ensino Meacutedio com as disponibilidades que a Universidade tem para
resolver Um ponto positivo eacute que a UERJ estaacute tentando contornar suas
dificuldades atraveacutes de seus proacuteprios meios e dispositivos natildeo dependendo
prioritariamente de outras Instituiccedilotildees A UERJ jaacute deu um primeiro passo com a
implantaccedilatildeo do projeto e seraacute necessaacuterio um tempo para que se resolvam os
problemas que forem surgindo
O projeto da UFRJ eacute abrangente pois a melhoria da formaccedilatildeo dos alunos
tem iniacutecio com a boa formaccedilatildeo dos Docentes poreacutem para que o projeto atinja
os objetivos esperados satildeo necessaacuterios meios adequados Esses pontos satildeo
positivos poreacutem na visatildeo da autora as chances de sucesso seriam maiores se
alguns aspectos fossem contemplados
Uma parceria com a Secretaria Estadual de Educaccedilatildeo para que
os professores tenham oportunidade de participarem dos cursos
Valorizaccedilatildeo dos professores de maneira que estes pudessem ter
disponibilidade de se dedicarem ao projeto
Criar formas de modo a incentivar a participaccedilatildeo dos professores
nos projetos
Fornecer materiais necessaacuterios para que o professor possa realizar
o seu trabalho de maneira satisfatoacuteria
Com bases nesses dados o capiacutetulo a seguir estaraacute fazendo uma
avaliaccedilatildeo da Educaccedilatildeo no Ensino Meacutedio focando a Educaccedilatildeo Ambiental
134
Capiacutetulo 8 Diagnoacutestico da Educaccedilatildeo Ambiental na
Rede Puacuteblica Estadual no Municiacutepio do Rio de
Janeiro
Neste capiacutetulo seraacute feita uma avaliaccedilatildeo do estado da arte da Educaccedilatildeo
Ambiental que eacute feita nas escolas da Rede Puacuteblica Estadual do Municiacutepio do Rio
de Janeiro
81 O Levantamento de Dados
A Educaccedilatildeo Ambiental eacute citada nos Paracircmetros Curriculares Nacionais
(PCNs) como um assunto que deve ser abordado nas Instituiccedilotildees de Ensino por
todas as disciplinas em todos os niacuteveis educacionais inclusive no Ensino Meacutedio A
questatildeo era saber como isto estava sendo feito nas Escolas de Ensino meacutedio da
Rede Estadual e como a UFRJ poderia contribuir para que esse tema fosse
abordado cada vez mais e de maneira mais abrangente Para que esta
avaliaccedilatildeo fosse possiacutevel foi necessaacuteria a execuccedilatildeo de uma coleta de dados
135
Os dados coletados foram resultados obtidos atraveacutes de questionaacuterios
enviados agraves escolas de Ensino Meacutedio da Rede Puacuteblica Estadual do Municiacutepio do
Rio de Janeiro O questionaacuterio foi elaborado de forma simplificada de maneira
que fosse capaz de revelar o mais proacuteximo possiacutevel da realidade vivida por essas
comunidades escolares
Os questionaacuterios foram enviados para as escolas pelas Coordenadorias
responsaacuteveis atraveacutes de parceria com a Secretaria Estadual de Educaccedilatildeo do
Estado do Rio de Janeiro (SEEERJ) que viabilizou a pesquisa no acircmbito escolas do
Municiacutepio do Rio de Janeiro
As Coordenadorias que fizeram parte da Avaliaccedilatildeo foram A Metropolitana
III a Metropolitana IV e a Metropolitana X
82 A Receptividade das Coordenadorias
A participaccedilatildeo e o empenho das Coordenadorias em colaborar com o
projeto foram muito diferentes algumas se mostraram bastante receptivas com o
projeto outras natildeo se interessaram e portanto natildeo se empenharam para um
resultado satisfatoacuterio
A figura 81 mostra os dados referentes agrave Metropolitana III Os nuacutemeros
revelam que a participaccedilatildeo foi mediana natildeo devolveu nenhum questionaacuterio
enviou todos para as escolas poreacutem retornou um numero pequeno de
questionaacuterios respondidos O nuacutemero foi pequeno poreacutem foi possiacutevel se ter uma
visatildeo da situaccedilatildeo nessa regiatildeo portanto este nuacutemero natildeo chegou a
comprometer o trabalho
136
85
0
30
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Metropolitana III
Entregues
Devolvidos
Respondidos
Figura 81 ndash Avaliaccedilatildeo de receptividade da Metropolitana III
A figura 82 mostra os dados referentes a Metropolitana IV que foi a que se
mostrou interessada no projeto e teve um comprometimento muito grande na
figura de seu Sub Gerente de Ensino Professor Luiz Gustavo Ribeiro Vieira que
participou ativamente enviando o questionaacuterio a todas as escolas e cobrando o
seu retorno com isto obteve um retorno de questionaacuterios bastante significativo
133
0
50
0
20
40
60
80
100
120
140
Metropolitana IV
Entregues
Devolvidos
Respondidos
Figura 82 Avaliaccedilatildeo de receptividade da Metropolitana IV
A figura 83 mostra os dados referentes a Metropolitana X que foi a
Coordenadoria que natildeo mostrou interesse no projeto natildeo tendo nenhum
137
empenho na distribuiccedilatildeo nem recebimento dos questionaacuterios a serem
respondidos Com um nuacutemero muito pequeno de questionaacuterios respondidos por
essa Coordenadoria a quantidade de dados referente agrave realidade das escolas
natildeo ficou clara e com isto natildeo foi possiacutevel a avaliaccedilatildeo desta regiatildeo
125
100
6
0
20
40
60
80
100
120
140
Metropolitana X
Entregues
Devolvidos
Respondidos
Figura 83 Avaliaccedilatildeo de receptividade da Metropolitana X
Mesmo os questionaacuterios sendo apresentados de maneira bem simplificada
observou-se que as escolas tiveram dificuldade tanto de cumprirem os prazos
estabelecidos quanto de expressarem suas realidades
83 A Educaccedilatildeo Ambiental em Nuacutemeros
Os resultados foram baseados nos questionaacuterios respondidos pelas escolas
de Ensino Meacutedio da Rede Puacuteblica Estadual do Municiacutepio do Rio de Janeiro
O questionaacuterio foi composto por perguntas divididas em trecircs grupos
Primeiramente as perguntas relacionadas com a instituiccedilatildeo de ensino Segundo a
abordagem da educaccedilatildeo ambiental e em terceiro a respeito da capacitaccedilatildeo
docente O questionaacuterio focava tambeacutem o interesse com a Educaccedilatildeo
Ambiental tanto das Instituiccedilotildees de ensino quanto por parte dos professores e
alunos
138
A seguir os resultados finais apoacutes a avaliaccedilatildeo das respostas obtidas atraveacutes
dos questionaacuterios separados pelas Metropolitanas III IV Na Metropolitana X
como o nuacutemero de questionaacuterios foi muito pequeno esta natildeo entraraacute no estudo
comparativo
1 ndash Quanto agrave abordagem do Tema Educaccedilatildeo Ambiental
O tema Educaccedilatildeo Ambiental eacute abordado na Escola
A pergunta objetiva ter informaccedilotildees se de alguma forma o tema
Educaccedilatildeo Ambiental eacute abordado nas escolas natildeo especificando a maneira Os
resultados encontram-se na figura 84
96
4
97
3
0
20
40
60
80
100
Metro III Metro IV
SimNatildeo
Figura 84 - Abordagem do tema na escola
Segundo a figura 84 observa-se que ambas Metropolitanas possuem um
alto iacutendice de aplicaccedilatildeo da EA A regiatildeo onde ela eacute um pouco maior eacute a
Metropolitana IV regiatildeo que abrange a zona oeste da cidade Cerca de 97 das
escolas aplicam a EA e apenas 3 natildeo aplicam Na Metropolitana III cerca de
96 das escolas aplicam e cerca de 4 natildeo aplicam a EA Os resultados
apontam que existe a aplicaccedilatildeo de EA nas escolas mas estes nuacutemeros natildeo estatildeo
de acordo com as respostas das perguntas seguintes
139
Na Metropolitana X das sete escolas que responderam seis aplicam de
alguma forma a EA dentre estas trecircs satildeo da Zona Sul da cidade (Copacabana
Ipanema e Gaacutevea) 2 satildeo da Zona Norte(Tijuca e Satildeo Cristoacutevatildeo) e uma da Zona
Oeste(Barra da Tijuca) a escola que natildeo aplica estaacute localizada no bairro da
Taquara
O tema eacute abordado em uma disciplina multidisciplinar ou de outras
formas
A pergunta objetiva saber como a escola aborda o tema se atraveacutes de
uma disciplina especiacutefica isto eacute se existe dentro do curriacuteculo uma mateacuteria
voltada para a Educaccedilatildeo Ambiental (disciplinar) ou atraveacutes de vaacuterias
disciplinas onde todas iratildeo abordar o tema dentro dos conteuacutedos a serem
aplicados (multidisciplinar) que eacute a chamada multidisciplinaridade ou ainda se
a instituiccedilatildeo de ensino se utiliza de alguma outra forma Os dados satildeo mostrados
na figura 85
0
20
40
60
80
100
Metro III Metro IV
DisciplinarMultidisciplinar
Figura 85 O tema eacute disciplinar ou multidisciplinar
Segundo o graacutefico a maioria das escolas trata o tema como
multidisciplinar Nas que informaram que eram disciplinar natildeo ficou claro se a
escola tinha uma disciplina especiacutefica mas pareceu devido as perguntas
140
seguintes que o tema era abordado em biologia quiacutemica e geografia durante
as aulas em meio aos conteuacutedos dessas disciplinas
A Metropolitana III mostrou que 100 das escolas que participaram da
pesquisa abordam o tema de forma multidisciplinar Na Metropolitana IV cerca
de 19 das escolas abordam o tema de forma disciplinar isto eacute possuem uma
disciplina voltada para o tema
Na Metropolitana X dos sete questionaacuterios respondidos cinco responderam
que o tema eacute abordado em vaacuterias disciplinas
Existe obrigatoriedade da participaccedilatildeo dos alunos
O objetivo eacute mapear como se daacute a participaccedilatildeo discente ou seja se
quando os temas relacionados agrave educaccedilatildeo ambiental satildeo abordados nas
escolas existe a abrigatoriedade na participaccedilatildeo dos alunos Os resultados satildeo
mostrados na figura 86
0
20
40
60
80
100
Metro III Metro IV
SimNatildeo
Figura 86 ndash Obrigatoriedade da participaccedilatildeo discente
Atraveacutes do graacutefico verifica-se que na maioria das escolas quando o
tema eacute abordado existe a obrigatoriedade da participaccedilatildeo dos alunos Na
141
Metropolitana IV em 69 das escolas eacute obrigatoacuteria a participaccedilatildeo dos alunos Na
metropolitana III em 44 das escolas a participaccedilatildeo eacute obrigatoacuteria
Na Metropolitana X quatro escolas responderam que a participaccedilatildeo eacute
obrigatoacuteria
De acordo com as observaccedilotildees feitas atraveacutes das respostas do
questionaacuterio constatou-se que a participaccedilatildeo obrigatoacuteria dos alunos se daacute
devido a EA ser tratada na maioria das vezes dentro das disciplinas em meio ao
conteuacutedo isto torna a participaccedilatildeo dos alunos obrigatoacuteria jaacute que a natildeo
participaccedilatildeo pode implicar na perda de pontos nas disciplinas
Os professores participam das atividades relacionadas ao
tema
Objetiva monitorar a participaccedilatildeo dos professores das instituiccedilotildees de
ensino nas atividades relacionadas ao tema EA e se existe um grande
envolvimento dos professores quanto agrave difusatildeo do tema nas escolas sendo
os resultados mostrados na figura 87
0
20
40
60
80
100
Metro III Metro IV
TodosAlguns
Figura 87 - Participaccedilatildeo dos professores
142
Em todas as Metropolitanas verificou-se que natildeo satildeo todos os professores
que participam dos projetos Observa-se que apenas um pequeno grupo se
envolve nos assuntos relacionados ao tema Educaccedilatildeo Ambiental o que acaba
limitando o assunto a algumas disciplinas
A Educaccedilatildeo Ambiental eacute praticada atraveacutes de que meios
A pergunta objetiva saber os meios pelos quais as instituiccedilotildees de ensino
utilizam para praticarem a Educaccedilatildeo Ambiental Se informalmente quando o
tema eacute abordado sem nenhum compromisso ou durante as aulas teoacutericas das
disciplinas ou por vaacuterios meios quando a escola tem projetos feiras
pedagoacutegicas visitas viacutedeos etc utilizando todos os meios simultaneamente
conforme mostrado na figura 88
0
20
40
60
80
100
Metro III Metro IV
Aulas Teoacutericase praacuteticas
Informalmente
Outros
Figura 88 Meios de aplicaccedilatildeo da Educaccedilatildeo Ambiental
Em todas as Metropolitanas a maioria das escolas utiliza aulas teoacutericas ou
praacuteticas para abordarem o tema Educaccedilatildeo Ambiental
Na Metropolitana III cerca de 51 das escolas utiliza aulas teoacutericas ou
praacuteticas para abordar o tema cerca de 17 abordam o tema de maneira
informal e cerca de 32 das escolas diversificam a maneira de abordagem do
tema
143
Na Metropolitana IV cerca de 43 das escolas utiliza as aulas para
abordarem o tema cerca de 16 abordam o tema informalmente e 42 das
escolas diversificam a forma de abordarem o tema
Na Metropolitana X dos 6 questionaacuterios respondidos 4 escolas abordam o
tema nas aulas teoacutericas e praacuteticas e 2 escolas abordam o tema informalmente
O predomiacutenio da abordagem em aulas teoacutericas provavelmente eacute
decorrente da falta de um projeto pedagoacutegico voltado para a Educaccedilatildeo
Ambiental
Quais os projetos eou atividades implantados
Objetiva mapear quais os principais temas abordados nos projetos e ou nas
atividades desenvolvidas pelas instituiccedilotildees de ensino voltadas para a educaccedilatildeo
ambiental conforme mostrado na figura 89
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Metro III Metro IV
Reciclagem e ColetaSeletiva
Reduccedilatildeo de Consumo eReuso de aacutegua e Energia
Outros
Figura 89 Projetos e ou Atividades implantados
De acordo com o graacutefico em ambas Metropolitanas o tema mais
abordado eacute a Reciclagem e a Coleta Seletiva Na Metropolitana III 50 dos
questionaacuterios responderam Reciclagem e Coleta Seletiva contra 39 de
Reduccedilatildeo de consumo e Reuso de aacutegua e energia
144
Na Metropolitana IV cerca de 46 responderam Reciclagem e Coleta
seletiva e 37 de projetos de Reduccedilatildeo de Consumo de aacutegua e energia
Este resultado era esperado pois para a maioria dos indiviacuteduos educaccedilatildeo
ambiental eacute Coleta Seletiva de Materiais e Reciclagem com isto a EA fica muito
restrita a este tema deixando os aspectos mais importantes sem abordagem isto
pode ser devido a falta de informaccedilatildeo que os proacuteprios educadores tecircm a
respeito da EA
A Metropolitana X apresentou uma resposta diferente dos quatro
questionaacuterios que foram respondidos trecircs responderam Reduccedilatildeo de Consumo e
Reuso de Aacutegua e Energia e apenas um respondeu Coleta Seletiva e Reciclagem
Isto pode ser reflexo da condiccedilatildeo Soacutecio-econocircmica predominante das
regiotildees abrangidas pelas Metropolitanas III e IV que compreendem bairros com
populaccedilotildees mais carentes Neste caso a Coleta Seletiva e a Reciclagem muitas
vezes satildeo a fonte de renda de muitas famiacutelias e faz parte do cotidiano dessas
regiotildees
Existe interesse dos alunos em relaccedilatildeo aos projetos
A pergunta objetiva saber se os alunos das instituiccedilotildees de ensino
demonstram interesse na participaccedilatildeo nos projetos eou nas atividades
relacionadas agrave educaccedilatildeo ambiental desenvolvidas nas escolas os resultados
encontram-se na figura 810
145
0
20
40
60
80
100
Metro III Metro IV
SimNatildeo
Figura 810 Participaccedilatildeo dos alunos
Na Metropolitana III o percentual de interesse dos alunos eacute de 96 e na
Metropolitana IV o percentual eacute de 100 mostrando que o interesse dos alunos
das aacutereas abrangidas por essas metropolitanas eacute bastante alto Este alto
percentual de participaccedilatildeo pode estar relacionado com a obrigatoriedade na
participaccedilatildeo dos alunos jaacute citado em pergunta anterior
Na Metropolitana X dos quatro questionaacuterios que foram respondidos dois
responderam que sim e dois responderam que natildeo resultado que natildeo nos
permite ter uma visatildeo do niacutevel de interesse dos alunos desta regiatildeo
Os projetos possuem retorno financeiro
A pergunta objetiva saber se os projetos implantados pelas instituiccedilotildees de
ensino tiveram como objetivo aleacutem da informaccedilatildeo para os alunos e a
comunidade trouxe tambeacutem algum tipo de retorno financeiro para alguma das
partes Isto porque alguns projetos de Educaccedilatildeo Ambiental como os de Coleta
Seletiva geram recursos financeiros ou bens conforme mostrado na figura 811
146
0
20
40
60
80
100
Metro III Metro IV
NuncaAs Vezes
Figura 811 - Retorno financeiro nos projetos
Nas Metropolitanas III e IV a maioria das escolas declarou que natildeo possui
nenhum tipo de retorno financeiro quando da implantaccedilatildeo de seus projetos de
educaccedilatildeo ambiental
Na Metropolitana III o percentual foi de 92 e a Metropolitana IV foi de
96 Com base nesses resultados conclui-se que os projetos implantados nas
escolas em sua maioria natildeo objetivam retorno financeiro
Na Metropolitana X dos cinco questionaacuterios que responderam todos
responderam que nunca possuem retorno financeiro na implantaccedilatildeo de seus
projetos de EA
Os recursos arrecadados satildeo para que destino
A pergunta objetiva saber para onde os recursos arrecadados com os
projetos realizados pelas escolas foram destinados
147
0
20
40
60
80
100
Metro III Metro IV
Escola e AlunosComunidadeOutros
Figura 812 Destino dos recursos arrecadados
As escolas que tiveram algum tipo de retorno utilizaram este para
aquisiccedilatildeo de materiais para a escola e para os alunos A maioria das instituiccedilotildees
de ensino natildeo respondeu a este item uma vez que a sua resposta estava
vinculada a pergunta anterior
2 ndash Quanto a Capacitaccedilatildeo docente
Qual a formaccedilatildeo em niacutevel de graduaccedilatildeo dos professores que
participam da Educaccedilatildeo Ambiental
Objetiva mapear a graduaccedilatildeo dos professores isto eacute as disciplinas que
mais participam dos projetos de educaccedilatildeo ambiental implantados nas
escolas conforme mostrado na figura 813
148
0
20
40
60
80
100
Metro III Metro IV
QuimFisBioGeo
Outras
Figura 813 Professores que participam das atividades
Em todas as Metropolitanas as disciplinas que mais participam dos projetos
de Educaccedilatildeo Ambiental satildeo as mesmas isto eacute Quiacutemica Fiacutesica Biologia e
Geografia Isto ocorre por serem estas disciplinas que em seus curriacuteculos
apresentam o tema Educaccedilatildeo Ambiental o que torna mais faacutecil para os
professores destas disciplinas a abordagem do tema e por consequumlecircncia esta
desperta maior interesse
Na Metropolitana X dos quatro questionaacuterios respondidos todos
colocaram as mesmas disciplinas citadas anteriormente
Eacute interessante frisar que em especial os cursos de graduaccedilatildeo de Quiacutemica
Biologia e Geografia tecircm um conteuacutedo consideraacutevel de temas voltados para a
aacuterea ambiental Talvez seja pertinente questionar que se a Educaccedilatildeo Ambiental
fosse mais abordada em outros cursos de Licenciatura (Histoacuteria Portuguecircs
Matemaacutetica etc) talvez aumentasse a participaccedilatildeo dos professores dessas
disciplinas ou de projetos transversais
149
Os professores que participam possuem formaccedilatildeo especiacutefica em
EA
Identifica se os professores das instituiccedilotildees de ensino que participam dos
projetos de educaccedilatildeo ambiental possuem algum tipo de formaccedilatildeo especiacutefica
para este fim como cursos de especializaccedilatildeo mestrado doutorado ou mesmo
cursos de curta duraccedilatildeo Os resultados satildeo mostrados na figura 814
0
20
40
60
80
100
Metro III Metro IV
AlgumaFormaccedilatildeo
NenhumaFormaccedilatildeo
Figura 814 Os professores possuem formaccedilatildeo especiacutefica em EA
Diferentemente do esperado as Metropolitanas III e IV informaram que um
grande nuacutemero de professores possui algum tipo de formaccedilatildeo especiacutefica
Na Metropolitana III cerca de 90 dos professores possuem alguma
formaccedilatildeo especifica em EA e na Metropolitana IV a metade dos professores da
rede possuem algum tipo de especializaccedilatildeo em EA
Apesar das escolas terem informado um grande de professores com algum
tipo de especializaccedilatildeo natildeo foi informado se essa especializaccedilatildeo era especiacutefica
em Educaccedilatildeo Ambiental mesmo estando claro na pergunta Este resultado vai
de encontro com as respostas referentes agraves outras questotildees nas quais as escolas
e os docentes demonstraram dificuldade na exploraccedilatildeo do tema e sinalizam que
eacute necessaacuteria a capacitaccedilatildeo
150
Na Metropolitana X das cinco escolas que responderam a essa questatildeo
trecircs possuem professores com alguma especializaccedilatildeo e duas escolas declararam
que natildeo possuem professores com especializaccedilatildeo
A escola tem interesse na capacitaccedilatildeo docente para a
Educaccedilatildeo Ambiental
A pergunta objetiva mostrar se existe o interesse das escolas em preparar
os professores para que estes possam adquirir mais conhecimentos teacutecnicos e
com isto possam realizar seus projetos com maior eficiecircncia no desempenho de
seu trabalho segundo mostrado na figura 815
0
20
40
60
80
100
Metro III Metro IV
SimNatildeo
Figura 815 Interesse da escola na capacitaccedilatildeo docente
A quase totalidade das escolas das Metropolitanas III e IV mostraram
interesse na capacitaccedilatildeo de seus professores em Educaccedilatildeo Ambiental
Na Metropolitana X das cinco escolas que responderam a essa pergunta
todas declararam que possuem interesse na capacitaccedilatildeo docente
Essas respostas mostraram que talvez a pergunta referente agrave
especializaccedilatildeo dos docentes natildeo foi corretamente respondida
151
Segundo esses dados conclui-se que existe grande interesse das escolas
em melhorar o desempenho de seus professores na aplicaccedilatildeo da educaccedilatildeo
ambiental
Existe interesse dos professores em participarem de cursos de
formaccedilatildeo em Educaccedilatildeo Ambiental
Objetiva mostrar se haacute interesse dos professores em participarem de cursos
de formaccedilatildeo especializaccedilatildeo na aacuterea ambiental segundo figura 816
0
20
40
60
80
100
Metro III Metro IV
Sim
Natildeo
Figura 816 - Interesse dos professores em cursos de formaccedilatildeo em EA
Nas Metropolitanas III e IV o interesse dos professores em participar de um
curso de formaccedilatildeo em EA eacute bastante alto
Na Metropolitana X dos seis questionaacuterios respondidos todos mostraram
interesse na participaccedilatildeo no curso de capacitaccedilatildeo
De acordo com as questotildees existe um grande interesse da parte dos
professores em participarem de cursos de formaccedilatildeo especializaccedilatildeo em EA Para
isto se faz necessaacuterio que exista uma oferta de cursos destinada a este puacuteblico
alvo
152
Quais as aacutereas que os professores apresentam maior interesse
Objetiva mapear em quais aacutereas da Educaccedilatildeo Ambiental os professores
gostariam que fossem abordados com maior profundidade e abrangecircncia
conforme mostrado na figura 817
0
20
40
60
80
100
Metro III Metro IV
Coleta Seletiva eReciclagem
RecursosHiacutedricos
Outros
Figura 817 Aacutereas de interesse dos professores
Neste item as respostas foram muito variadas sendo que o assunto que
apareceu com mais frequumlecircncia foram os de Coleta Seletiva e Reciclagem
seguidos pelos Recursos Hiacutedricos os demais aparecerem com pouca frequumlecircncia e
foram agrupados num uacutenico grupo ldquooutrosrdquo Foi observado que muitas
instituiccedilotildees natildeo entenderam bem o questionamento pois ao inveacutes de
responderem sobre o tema ambiental de interesse responderam sobre outros
temas
84 Conclusotildees Parciais
As escolas tiveram muita dificuldade para responder os questionaacuterios pois
muitas respostas natildeo tinham relaccedilatildeo direta com a pergunta Em muitos casos o
questionaacuterio foi devolvido com muitas perguntas sem resposta natildeo ficando claro
se por falta de entendimento das perguntas ou por desinteresse pelo tema
153
Com o questionaacuterio percebeu-se de forma geral que natildeo houve muito
empenho em se fornecer respostas claras e que refletissem realmente a vivecircncia
das escolas Pode-se detectar que os professores natildeo participaram ou seja a
pessoa designada para responder emitiu somente a sua opiniatildeo e simplesmente
natildeo respondeu o que tinha relaccedilatildeo direta com o corpo docente da escola
Algumas escolas aproveitaram o espaccedilo do questionaacuterio destinado a
sugestotildees e observaccedilotildees para fazer reivindicaccedilotildees como melhor remuneraccedilatildeo a
inadequaccedilatildeo de cursos ou treinamentos aos saacutebados e que os cursos deveriam
ter ajuda de custo para o professor ou ainda solicitaccedilatildeo de apoio em
campanhas como por exemplo ldquoNatildeo para um lixatildeo em nosso bairrordquo
O questionaacuterio deixou alguns pontos bem claros e alarmantes a educaccedilatildeo
ambiental natildeo eacute vista como um assunto que seja importante Isso pode ser
atribuiacutedo agrave falta de informaccedilatildeo que atinge desde a comunidade ateacute os oacutergatildeos
que coordenam a educaccedilatildeo passando pelos professores que na avaliaccedilatildeo da
autora satildeo as peccedilas mais importantes Estes quando possuem uma boa
formaccedilatildeo vatildeo propagar as informaccedilotildees entre os alunos que propagaratildeo para
suas famiacutelias e comunidades estabelecendo-se um efeito multiplicador agrave difusatildeo
do conhecimento
Com base nas demandas detectadas na anaacutelise dos questionaacuterios e na
excelecircncia dos profissionais da UFRJ ligados agrave aacuterea ambiental eacute apresentada a
seguir uma proposta de curso de especializaccedilatildeo transdisciplinar em EA voltado
para professores do Ensino Meacutedio
154
Capiacutetulo 9 ndash Proposta de Curso de Formaccedilatildeo Para Professores
A Educaccedilatildeo Ambiental segundo a lei ndeg 9795 de 27 de abril de 1999 eacute
um componente essencial e permanente da Educaccedilatildeo Nacional devendo estar
presente em todos os niacuteveis e todas as modalidades do processo educativo
formal e natildeo-formal
Por seu caraacuteter humanista holiacutestico interdisciplinar e participativo a
Educaccedilatildeo Ambiental pode contribuir muito para renovar o processo educativo
trazendo a permanente avaliaccedilatildeo criacutetica a adequaccedilatildeo dos conteuacutedos agrave
realidade local e o envolvimento dos educandos em accedilotildees concretas de
transformaccedilatildeo dessa realidade
155
Para realmente abordar estes princiacutepios e atingir seus objetivos a
Educaccedilatildeo Ambiental precisa de uma ampla gama de meacutetodos e do preparo dos
educadores neste sentido
A partir das informaccedilotildees obtidas nesta pesquisa observou-se a
necessidade de cursos de formaccedilatildeo na aacuterea ambiental para os professores do
Ensino Meacutedio da Rede Puacuteblica Estadual
Este capiacutetulo objetiva propor um curso que atenda a essa necessidade
tendo em vista todas as dificuldades em termos de disponibilidade da entidade e
da quantidade de vagas que possa atender da melhor maneira possiacutevel ao
puacuteblico alvo
91 Objetivo do Curso
Capacitar os professores do Ensino Meacutedio da Rede Puacuteblica Estadual do
Municiacutepio do Rio de Janeiro para o ensino da Educaccedilatildeo Ambiental fornecendo
conhecimentos aos participantes de forma que os educadores tenham
condiccedilatildeo de desenvolver o seu trabalho de maneira plena e com maior
eficiecircncia
Desenvolver a capacidade de compreensatildeo da temaacutetica ambiental de
forma holiacutestica e no acircmbito interdisciplinar enfocando o papel da educaccedilatildeo
para a construccedilatildeo de uma sociedade sustentaacutevel
Analisar as relaccedilotildees entre educaccedilatildeo problemaacutetica ambiental e
desenvolvimento sustentaacutevel
Incentivar a pesquisa interdisciplinar e o desenvolvimento de projetos de
intervenccedilatildeo social aleacutem de promover atividades de prestaccedilatildeo de serviccedilos a
comunidade em geral atraveacutes de cursos accedilotildees integradas eventos entre outros
Para que estes objetivos sejam atingidos eacute necessaacuterio que na
programaccedilatildeo dos conteuacutedos sejam contemplados fundamentos teoacutericos e
156
praacuteticos de modo a atender as determinaccedilotildees dos oacutergatildeos Ambientais Estaduais
Municipais e do Ministeacuterio do Meio Ambiente
92 Duraccedilatildeo do Curso
Por se tratar de um curso de especializaccedilatildeo a carga horaacuteria miacutenima
deveraacute ser de 360 horas com aulas ministradas em dias e horaacuterios de melhor
disponibilidade para os professores e as Universidades
93 Conteuacutedo do Curso
Nesta proposiccedilatildeo de ensino de Educaccedilatildeo Ambiental para docentes do
Ensino Meacutedio o curso deveraacute ser composto por quatro moacutedulos para que seja
abordada a maioria dos aspectos necessaacuterios para a boa formaccedilatildeo docente
1ordm Moacutedulo ndash As diferentes dimensotildees da temaacutetica ambiental na atualidade
Analise dos mais variados enfoques das questotildees ambientais por meio de
debates e trocas de experiecircncias como alternativa para aproximar todas as
vaacuterias aacutereas de conhecimento reconhecendo a diversidade do grupo e a
necessidade de interaccedilatildeo entre as aacutereas de formaccedilatildeo ressaltando as interfaces
entre as ciecircncias naturais e as humanas dentro da perspectiva interdisciplinar
Conceitos baacutesicos na Aacuterea Ambiental
bull Meio Ambiente e Ecologia rarrConceitos baacutesicos a fim de atender
melhor a dinacircmica de interaccedilotildees nos biomas terrestres e ambientes
bull Tipos de Poluiccedilatildeo e seus efeitos rarr Classificaccedilatildeo dos principais tipos de
poluiccedilatildeo e seus efeitos no meio ambiente e na sociedade
bull Tratamento de resiacuteduos soacutelidos e de efluentesrarrNoccedilotildees de reduccedilatildeo na
produccedilatildeo de resiacuteduos e tratamento dos resiacuteduos
bull Minimizaccedilatildeo de emissotildeesrarrClassificaccedilatildeo dos tipos de emissotildees e como
minimiza-las
157
2ordm Moacutedulo ndash Aborda as leis e os oacutergatildeos ligados a Educaccedilatildeo Ambiental As
disciplinas pretendem realizar uma introduccedilatildeo ao Direito Ambiental apontando e
propiciando a discussatildeo anaacutelise e avaliaccedilatildeo de conceitos juriacutedicos baacutesicos para
a compreensatildeo da legislaccedilatildeo ligada agrave problemaacutetica ambiental e suas
implicaccedilotildees sociais
Legislaccedilatildeo Ambiental
bull Leis RegulamentadorasrarrMostrar as leis que regulamentam as accedilotildees
ligadas ao meio ambiente e a Educaccedilatildeo Ambiental
bull Oacutergatildeos fiscalizadoresrarrIdentificar os oacutergatildeos fiscalizadores das accedilotildees
voltadas para o meio ambiente como tambeacutem as accedilotildees voltadas para a
Educaccedilatildeo Ambiental
bull Esferas AdministrativasrarrMostrar as atribuiccedilotildees de cada esfera de
governo nas accedilotildees relacionadas as questotildees ambientais
3ordm Moacutedulo ndash mostrar as relaccedilotildees entre Meio Ambiente e sociedade a partir
da anaacutelise de casos concretos existentes A discussatildeo dos conceitos de
paisagem lugar e territoacuterio explicando os viacutenculos soacutecio-culturais com os
ambientes O conceito sustentabilidade deveraacute ser debatido tanto na dimensatildeo
cultural e social nas formas de produccedilatildeo da subsistecircncia humana e nos
diferentes modelos soacutecio-econocircmicos priorizando as questotildees dos ldquoecossistemas
urbanosrdquo
Educaccedilatildeo ambiental e Cidadania
bull Percepccedilatildeo da realidade ambientalrarr As relaccedilotildees entre o homem e
o seu meio ambiente social e natural atraveacutes de modelos de ocupaccedilatildeo do
espaccedilo e uso de recursos naturais por formas soacutecio-culturais diferenciadas
bull A relaccedilatildeo Educaccedilatildeo Ambiental - Qualidade de Vida rarr As relaccedilotildees
da EA com a qualidade de vida e a sauacutede
bull Projetos roteiros reflexotildees e praacuteticas de Educaccedilatildeo Ambiental
rarrInstrumentalizar para a elaboraccedilatildeo e execuccedilatildeo de projetos de gestatildeo
158
ambiental e de modelos de desenvolvimento sustentado adequados agraves
especificidades soacutecio-ambientais das populaccedilotildees ldquoalvordquo
bull Integraccedilatildeo Escola-Meio-Ambiente-ComunidaderarrAbordagem de
aspectos teoacutericos e praacuteticos da construccedilatildeo de projetos no contexto escolar e fora
deste espaccedilo
4 ndash Moacutedulo ndash Projetos - seratildeo tarefas pedagoacutegicas de caraacuteter
interdisciplinar A partir do levantamento dos interesses dos alunos pretende-se
estruturar coletivamente projetos de intervenccedilatildeo e pesquisa em EA que
deveratildeo possibilitar a elaboraccedilatildeo dos trabalhos de final de curso
Pesquisa em Educaccedilatildeo Ambiental
bull Estudo de Campo
bull Trabalho final
94 Consideraccedilotildees
Esta proposta daacute uma visatildeo de alguns aspectos que norteiam o tema
Educaccedilatildeo Ambiental focando essencialmente os assuntos que satildeo importantes
para a formaccedilatildeo do Educador Ambiental
Os temas devem ser abordados de forma sucinta de modo que consiga
atingir a todos os profissionais de Educaccedilatildeo considerando que estes possuem
diferentes formaccedilotildees em niacutevel de graduaccedilatildeo
Outro aspecto considerado eacute que dentre os temas abordados estatildeo a
relaccedilatildeo sociedade e meio ambiente que eacute um dos pontos mais importantes do
curso pois permitiraacute que o educador consiga transmitir aos seus alunos a sua real
importacircncia na contribuiccedilatildeo para a melhoria da sua qualidade de vida e de seu
entorno e consequumlentemente na conservaccedilatildeo do planeta
159
Capiacutetulo 10 ndash Conclusotildees e Sugestotildees
101 Consideraccedilotildees Finais
A Educaccedilatildeo eacute primordial para o crescimento de qualquer paiacutes poreacutem natildeo
lhe eacute dada toda a atenccedilatildeo necessaacuteria problema que natildeo eacute recente mas sim
um problema histoacuterico pois a Educaccedilatildeo natildeo eacute tema essencial desde os tempos
da colonizaccedilatildeo Desde aquela eacutepoca o ensino era colocado em segundo
plano como algo sem importacircncia e por consequumlecircncia a profissatildeo de professor
jaacute era desvalorizada muitas vezes sendo colocado como marginalizados pela
sociedade
A Educaccedilatildeo de qualidade era um direito de poucos e esses poucos eram os
indiviacuteduos que tinham famiacutelias tradicionais e abastadas que tinham condiccedilotildees
financeiras para estudar nos melhores coleacutegios Este fato se reflete nos dias de
hoje onde a qualidade no ensino estaacute cada vez mais destinada aos alunos que
tem melhores condiccedilotildees financeiras Isto pode ser verificado nas escolas puacuteblicas
160
de ensino fundamental e o ensino meacutedio da Rede Puacuteblica Estadual onde resta
para os menos favorecidos um ensino que natildeo tem como objetivo central uma
boa formaccedilatildeo
Atraveacutes das Poliacuteticas SociaisEducacionais a ideacuteia central eacute a manutenccedilatildeo
do aluno na escola fornecimento de alimentaccedilatildeo etc onde a manutenccedilatildeo do
aluno na escola se faz de vaacuterias formas dentre elas podemos citar a aprovaccedilatildeo
progressiva no ensino fundamental onde o aluno eacute aprovado mesmo sem
condiccedilotildees pois foi verificado que o aluno que reprova muitas vezes abandona a
escola
No ensino Meacutedio natildeo eacute muito diferente onde o problema comeccedilou no
momento em que o ingresso no ensino meacutedio passou a ser automaacutetico sem
nenhum tipo de avaliaccedilatildeo gerando turmas muito heterogecircneas com alunos
bons lado a lado com alunos que natildeo possuem a menor condiccedilatildeo de estarem no
ensino meacutedio Isto acarreta numa dificuldade muito grande ao professor de
passar o conteuacutedo das disciplinas com um agravante o professor eacute obrigado a
ter um niacutevel de exigecircncia muito baixo pois um nuacutemero de reprovaccedilatildeo muito alto
tambeacutem natildeo eacute permitido Aleacutem disso podemos citar ainda as condiccedilotildees de
trabalho principalmente nas aacutereas mais carentes onde muitas vezes o professor
natildeo tem o material miacutenimo de trabalho tendo que comprar do proacuteprio bolso
Tocando neste ponto um problema muito grave eacute a falta de valorizaccedilatildeo do
professor atraveacutes dos baixos salaacuterios que estes recebem o que causa uma
desmotivaccedilatildeo muito grande na boa execuccedilatildeo de seu trabalho
Esses satildeo apenas algumas das causas do baixo desempenho do ensino
meacutedio e por consequumlecircncia o baixo iacutendice de aprovaccedilatildeo desses alunos em
concursos de acesso as Universidades Puacuteblicas que deveria ser o fluxo natural
desses alunos Este fato gerou a Poliacutetica Publica de inclusatildeo social que determina
o aumento de alunos egressos da Rede Puacuteblica nas Universidades Puacuteblicas que eacute
feito atraveacutes de reservas de vagas nas Universidades para esses alunos Isto no
entendimento da autora funciona apenas como uma forma imediatista de
resolver o problema pois em educaccedilatildeo os impactos de uma proposta de
161
mudanccedila requerem um tempo para que sejam percebidos Com isto para se
reverter o problema de inclusatildeo dos jovens vindos da rede puacuteblica estadual nas
universidades seria necessaacuterio no miacutenimo de 12 anos Um periacuteodo relativamente
grande pois as mudanccedilas devem envolver todas as esferas do governo em
conjunto com a sociedade e natildeo devendo estar atrelada a um determinado
mandato Em outras palavras em um sistema ideal os mandatos acabariam
mais os projetos continuariam
O estado atual da Educaccedilatildeo no paiacutes eacute uma consequumlecircncia direta do
arrocho salarial e da degradaccedilatildeo dos serviccedilos puacuteblicos acentuados apoacutes o fim
do Regime Militar com isso a classe meacutedia passou a incluir em seus orccedilamentos a
educaccedilatildeo o que gerou uma ruptura da convivecircncia entre crianccedilas e jovens de
classes pobres e da classe meacutedia nas Escolas Puacuteblicas No topo da piracircmide
social estatildeo as famiacutelias de classe meacutedia e alta que usufruem do Ensino Privado
para posteriormente disputar em melhores condiccedilotildees as vagas nas Universidades
Puacuteblicas reconhecidas como as melhores Na base estatildeo os menos privilegiados
que estatildeo na rede puacuteblica que tem que se conformarem em parar os seus
estudos ao fim do Ensino meacutedio ou se sacrificar para pagar uma Universidade
Privada jaacute que natildeo possuem condiccedilotildees de competirem em igualdade de
condiccedilotildees agraves vagas oferecidas pelas Universidades Puacuteblicas
Um dos caminhos detectados nessa pesquisa para reverter o quadro atual
da educaccedilatildeo eacute a capacitaccedilatildeo docente Para uma melhor formaccedilatildeo dos
professores se faz necessaacuterio que o tema seja abordado em todos os cursos de
graduaccedilatildeo destinados a licenciatura Este assunto tambeacutem deve ser uma
preocupaccedilatildeo das Universidades para que estas ofereccedilam cursos de extensatildeo
capacitaccedilatildeo ou poacutes-graduaccedilatildeo para professores promovendo o retorno destes
as Universidades para atualizaccedilatildeo de seus conhecimentos para que possam
aprimorar e consequumlentemente melhor preparar o aluno que ingressaraacute na
Universidade Com isso para a Universidade o retorno consiste em receber alunos
oriundos do ensino meacutedio com uma formaccedilatildeo mais completa fechando o ciclo
de interaccedilotildees
162
102 Conclusotildees
A partir dessas consideraccedilotildees e dos dados coletados e discutidos no corpo
do trabalho pode-se extrair as seguintes conclusotildees
A desvalorizaccedilatildeo dos professores eacute um problema histoacuterico jaacute que a
pesquisa bibliograacutefica mostrou que desde o iniacutecio da Educaccedilatildeo no paiacutes
esta classe de profissionais natildeo era vista como algo primordial para o
desenvolvimento do paiacutes
De acordo com as necessidades da sociedade foram surgindo
articulaccedilotildees que levaram a formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas com o
objetivo de suprir ou amenizar problemas gerados pelas diferenccedilas sociais
da sociedade A formulaccedilatildeo dessas poliacuteticas se fundamenta no processo
de descentralizaccedilatildeo levando a democratizaccedilatildeo e a participaccedilatildeo
A Educaccedilatildeo Ambiental eacute essencial para uma boa formaccedilatildeo da
cidadania devido a isto o tema EA estaacute presente nos PCNs e deve ser
abordado em todas as disciplinas de forma transversal
A tema Educaccedilatildeo Ambiental eacute relativamente antigo poreacutem natildeo lhe
era dada a devida importacircncia somente a partir do seacuteculo XX que foram
realizadas as conferecircncias voltadas para o tema ambiental o que tornou
o Meio Ambiente uma preocupaccedilatildeo mundial
A pesquisa avaliou o ingresso de alunos da Rede Puacuteblica Estadual nas
Universidades Puacuteblicas com estudo de caso avaliando o sistema de Cotas
da UERJ e a proposta de Reserva de Vagas da UFRJ A pesquisa mostrou
que a reserva de vagas natildeo eacute a soluccedilatildeo para o problema de inclusatildeo
desses alunos poreacutem funciona como uma accedilatildeo imediata para
remediaccedilatildeo do problema
163
A avaliaccedilatildeo da EA nas escolas de Ensino Meacutedio da Rede Estadual do
Municiacutepio do Rio de Janeiro mostrou que os escolas tem dificuldade em
abordar o tema de forma plena e transversal
A pesquisa mostrou que o tema natildeo eacute abordado de maneira plena
devido ao despreparo dos professores nesta aacuterea jaacute que somente os
professores que possuem o tema Ambiental ligados a sua formaccedilatildeo tem
condiccedilotildees de transmit-lo para seus alunos Para isto se fazem urgente e
necessaacuterias gestotildees dos oacutergatildeos competentes no sentido do aumento da
oferta de cursos de capacitaccedilatildeo
103 Sugestotildees Para a continuidade desta pesquisa vaacuterias linhas de trabalho podem ser
desenvolvidas A seguir satildeo listadas algumas sugestotildees e accedilotildees
Realizar uma pesquisa comparativa sobre educaccedilatildeo Ambiental no acircmbito
do municiacutepio do Rio de Janeiro envolvendo as Redes Federal Estadual e
Particular
Realizar uma pesquisa por amostragem sobre o tema Educaccedilatildeo
Ambiental atingindo outros municiacutepios do Estado do Rio de Janeiro
Avaliar se eacute feita e de que maneira a Educaccedilatildeo Ambiental no Ensino
Fundamental
164
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172
173
ANEXO 1
LEI FEDERAL
PROJETO DE LEI 36272004
Institui Sistema Especial de Reserva de Vagas para estudantes egressos de
escolas puacuteblicas em especial negros e indiacutegenas nas instituiccedilotildees puacuteblicas
federais de educaccedilatildeo superior e daacute outras providecircncias
O CONGRESSO NACIONAL decreta
Art 1ordm As instituiccedilotildees puacuteblicas federais de educaccedilatildeo superior reservaratildeo
em cada concurso de seleccedilatildeo para ingresso nos cursos de graduaccedilatildeo no
miacutenimo cinquumlenta por cento de suas vagas para estudantes que tenham
cursado integralmente o ensino meacutedio em escolas puacuteblicas
Art 2ordm Em cada instituiccedilatildeo de educaccedilatildeo superior as vagas de que trata o
art1 o seratildeo preenchidas por uma proporccedilatildeo miacutenima de autodeclarados negros
e indiacutegenas igual agrave proporccedilatildeo de pretos pardos e indiacutegenas na populaccedilatildeo da
unidade da Federaccedilatildeo onde estaacute instalada a instituiccedilatildeo segundo o uacuteltimo censo
da Fundaccedilatildeo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica - IBGE
Paraacutegrafo uacutenico No caso de natildeo-preenchimento das vagas segundo os
criteacuterios do caput as remanescentes deveratildeo ser completadas por estudantes
que tenham cursado integralmente o ensino meacutedio em escolas puacuteblicas
Art 3ordm O Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e a Secretaria Especial de Poliacuteticas de
Promoccedilatildeo da Igualdade Racial da Presidecircncia da Repuacuteblica seratildeo responsaacuteveis
pelo acompanhamento e avaliaccedilatildeo do sistema de que trata esta Lei ouvida a
Fundaccedilatildeo Nacional do Iacutendio - FUNAI
174
Art 4ordm As instituiccedilotildees de que trata o art 1ordm teratildeo o prazo de duzentos e
quarenta dias para se adaptarem ao disposto nesta Lei
Art 5ordm O Poder Executivo promoveraacute no prazo de dez anos a contar da
publicaccedilatildeo desta Lei a revisatildeo do sistema especial para o acesso de estudantes
negros pardos e indiacutegenas bem como daqueles que tenham cursado
integralmente o ensino meacutedio em escolas puacuteblicas nas instituiccedilotildees de educaccedilatildeo
superior
Art 6ordm Esta Lei entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo
Brasiacutelia(wwwportalmecgov)
175
ANEXO 2
LEI ESTADUAL
Iacutentegra da Lei Nordm 3708 de 9 de Novembro de 2001
Institui cota de ateacute 40 (quarenta por cento) para as populaccedilotildees negra e parda
no acesso a Universidade do Estado do Rio de Janeiro e agrave Universidade Estadual
do Norte Fluminense e daacute outras providecircncias
O Governador do Estado do rio de Janeiro
Faccedilo saber que a Assembleacuteia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro
decreta e eu sanciono a seguinte Lei
Art 1ordm Fica estabelecida a cota miacutenima de ateacute 40 (quarenta por cento)
para as populaccedilotildees negra e parda no preenchimento das vagas relativas aos
cursos de graduaccedilatildeo da universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e da
Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF)
Paraacutegrafo Uacutenico Nesta cota miacutenima ficam incluiacutedos tambeacutem os negros e
pardos beneficiados pela lei 35242000
Art 2ordm O Poder executivo regulamentaraacute a presente Lei no prazo de 30
(trinta) dias de sua publicaccedilatildeo
Art 3ordm Estaacute lei entraraacute em vigor na data de sua publicaccedilatildeo revogadas as
disposiccedilotildees em contraacuterio
Rio de janeiro 09 de novembro de 2001
ANTHONY GAROTINHO
Autoria Deputado Joseacute Amorim
176
Iacutentegra do Decreto Nordm 30766 de 04 de marccedilo de 2002
DISCIPLINA O SISTEMA DE COTA PARA NEGROS E PARDOS NO ACESSO Agrave
UNIVERSIDADE
DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO E Agrave UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE
FLUMINENSE E DAacute OUTRAS PROVIDEcircNCIAS
O Governador do Estado do Rio de Janeiro no uso de suas atribuiccedilotildees
legais tendo em vista o disposto no artigo 1ordm caput e paraacutegrafo uacutenico da Lei nordm
3708 de 09 de novembro de 2001 e tendo em vista o que consta do Processo E-
260592002
D E C R E T A
Projeto de Lei nordm 24902001
Art 1ordm - Ficam reservadas para negros e pardos 40 das vagas relativas
aos cursos de graduaccedilatildeo oferecidas pela Universidade do Estado do Rio de
Janeiro e pela Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro
Paraacutegrafo uacutenico Para os fins deste decreto natildeo se faz distinccedilatildeo entre pessoas
negras e pardas
Art 2ordm - Caberaacute agraves universidades envolvidas definir os criteacuterios miacutenimos de
qualificaccedilatildeo para o acesso agraves vagas reservadas aos alunos negros e pardos
Art 3ordm - No preenchimento de suas vagas deveratildeo as universidades
observar sucessivamente o seguinte
I - verificar os candidatos qualificados de acordo com o com os criteacuterios
tratados na Lei nordm 35242000 selecionando-os para ingresso ateacute o limite das
vagas destinadas a tal fim
177
II - identificar dentre os alunos selecionados para ingresso na instituiccedilatildeo na
forma do inciso anterior o percentual que se declarou negro ou pardo em
relaccedilatildeo ao nuacutemero total de vagas oferecidas por curso e turno
III - deduzir da cota de 40 o percentual de candidatos selecionados na
instituiccedilatildeo declarados negros ou pardos que foram beneficiados pela Lei nordm
35242000 (art 1ordm paraacutegrafo uacutenico da Lei 37082001)
IV - preencher as vagas restantes da cota de 40 com os demais
candidatos declarados negros ou pardos que tenham sido qualificados para
ingresso na instituiccedilatildeo independentemente da origem escolar e
V - preencher as demais vagas oferecidas independentemente da cor
raccedila ou origem escolar do candidato qualificado
Paraacutegrafo uacutenico - Em caso de reclassificaccedilatildeo deveratildeo as universidades
observar o sistema de cotas estabelecidos pelas Leis nordms 35242000 e 37082001
Art 4ordm - Caso natildeo sejam preenchidas todas as vagas reservadas aos
beneficiaacuterios deste Decreto poderatildeo ser elas aproveitadas pelos demais
estudantes
Art 5ordm - A identificaccedilatildeo dos alunos negros e pardos se faraacute atraveacutes de
declaraccedilatildeo firmada sob as penas da Lei pelo proacuteprio candidato agrave vaga na
universidade
sect1ordm - A autodeclaraccedilatildeo eacute facultativa ficando o candidato submetido agraves
regras gerais de seleccedilatildeo caso opte por natildeo a firma
sect2ordm - Os candidatos beneficiados pelo regime de reserva de vagas tratado
na Lei nordm 352400 poderatildeo firmar a declaraccedilatildeo prevista neste artigo
Art 6ordm - Fica instituiacutedo sem o aumento de despesa o Conselho para a
Promoccedilatildeo Educacional Superior das Populaccedilotildees Negra e Parda - COPESNEP com
os seguintes objetivos
178
I - manter a memoacuteria de dados capaz de permitir o acompanhamento do
perfil de desempenho dos estudantes negros e pardos nos exames seletivos para
o ingresso nas instituiccedilotildees de ensino superior em funcionamento no Estado do Rio
de Janeiro
II - propor medidas que visem estimular a aplicaccedilatildeo do sistema de cotas
estabelecido neste Decreto a outras instituiccedilotildees de ensino superior
III - propor medidas que visem o aprimoramento da legislaccedilatildeo que trata do
acesso dos negros e pardos ao ensino superior e
IV - propor medidas que visem divulgar e orientar a sociedade da
importacircncia das accedilotildees afirmativas adotadas por forccedila deste Decreto com vistas
agrave promoccedilatildeo da igualdade de oportunidades entre os diversos grupos eacutetnicos e o
combate agrave discriminaccedilatildeo
Art 7ordf - O Conselho para a Promoccedilatildeo Educacional Superior das
Populaccedilotildees Negra e Parda - COPESNEP vinculado agrave Secretaria de Estado de
Ciecircncia e Tecnologia eacute composto dos seguintes membros
I - um representante da Secretaria de Estado de Educaccedilatildeo de Ciecircncia e
Tecnologia
II - um representante da Secretaria de Estado de Educaccedilatildeo
III - um representante do Conselho Estadual do Negro
IV - um representante da Universidade do Estado do Rio de Janeiro
V - um representante da Universidade Estadual do Norte Fluminense
sect1ordm - Seraacute convidado para participar do COPESNEP um representante do
movimento estudantil negro organizado indicado pela Coordenaccedilatildeo Nacional
de Entidades Negras - CONEN dentre estudantes do ensino meacutedio
179
sect2ordm - O COPESNEP seraacute presidido pelo representante da Secretaria de
Estado de Ciecircncias e Tecnologia contando com voto qualificado em caso de
empate nas votaccedilotildees
sect3ordm - O exerciacutecio das funccedilotildees de Presidente ou membro do Conselho natildeo
seraacute remunerado a qualquer tiacutetulo sendo considerado de relevante interesse
puacuteblico
Art 8ordm - Este Decreto entraraacute em vigor na data de sua publicaccedilatildeo
produzindo efeitos para o ingresso nas universidades a partir de 2003 revogadas
as disposiccedilotildees em contraacuterio
Rio de Janeiro 04 de marccedilo de 2002-03-22
ANTHONY GAROTINHO
180
ANEXO 3 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM TECNOLOGIA DE PROCESSOS QUIacuteMICOS E BIOQUIacuteMICOS ESCOLA DE QUIacuteMICA PROJETO DE PESQUISA DE DISSERTACcedilAtildeO DE MESTRADO ldquoA CAPACITACcedilAtildeO DOCENTE EM EDUCACcedilAtildeO AMBIENTALrdquo Mestranda Maria de Lourdes Ribeiro de Souza de Azevedo Orientadoras Maria Antonieta Peixoto Gimenes Couto Denize Dias de Carvalho
QUESTIONAacuteRIO DE LEVANTAMENTO DE DADOS SOBRE EDUCACcedilAtildeO
AMBIENTAL NO ENSINO MEacuteDIO DA REDE ESTADUAL
A - DADOS INSTITUCIONAIS 1 ndash Nome da instituiccedilatildeo de ensino_______________________________________ 2 ndash Metropolitana ______________________________________________ 3 ndash Bairro __________________________________________ 4 A Escola funciona em ( ) turno uacutenico ( ) manhatilde e tarde ( ) manhatilde tarde e noite ( )outros Qual_____ 5 ndash Nordm de alunos Manhatilde = _______________ Tarde = ________________Noite
=_______________
6 ndash Nordm de professores da instituiccedilatildeo ______________________________ 7 - O curso eacute ( ) normal ( ) supletivo ( ) manhatilde e tarde normal noite supletivo ( ) outrosQual B QUANTO Agrave ABORDAGEM DO TEMA EDUCACcedilAtildeO AMBIENTAL 1 ndash O tema educaccedilatildeo ambiental eacute abordado na escola ( ) sim ( ) natildeo 2 ndash Em caso positivo o tema eacute abordado em ( ) uma disciplina(disciplina especiacutefica-disciplinar) ( ) vaacuterias disciplinas(multidisciplinar) ( )de outras formas Quais ____________________________________________ 3 ndash Existe a obrigatoriedade da participaccedilatildeo dos alunos ( ) sim ( ) natildeo _____________________________________________________________________
181
4ndash Quantos professores participam das atividades relacionadas ao tema _______________________________________ 5 ndash A educaccedilatildeo ambiental eacute praticada atraveacutes de que meio (eacute admitida mais de uma resposta) ( ) aulas teoacutericas ( ) aulas praacuteticas ( ) informalmente ( ) projetos ( ) outros Qual_________________________________________________ 6 ndash Os projetos eou atividades implantados foram de(eacute admitida mais de uma resposta) ( ) reciclagem ( ) coleta seletiva ( ) reduccedilatildeo de consumo reuso de aacutegua ( ) reduccedilatildeo de consumo de energia ( ) outros Qual ________________________________________________________ 7 ndash Existe interesse dos alunos em relaccedilatildeo aos projetos ( ) sim ( ) natildeo __________________________________________ 8 ndash Os projetos possuem retorno financeiro ( ) frequumlentemente ( ) agraves vezes ( ) raramente ( ) Nunca 9 - Os recursos arrecadados satildeo para aquisiccedilatildeo de materiais para ( ) os alunos (por ex uniformes material escolar bolsa auxilio Outros Quais _________________________ ( ) a comunidade (por excesta baacutesicaestruturas de lazer cursos Outros Quais _______________________ ( ) a escola (por ex equipamentos livros infra-estrutura Outros Quais ___________________________ ( ) outros Qual _________________________ C QUANTO Agrave CAPACITACcedilAtildeO DOCENTE 1 ndash Qual eacute a formaccedilatildeo em niacutevel de graduaccedilatildeo dos professores que participam da educaccedilatildeo ambiental(eacute admitida mais de uma resposta) ( ) Quiacutemica ( ) Biologia ( ) Fiacutesica ( ) Geografia ( ) outra Quais________________________________________________________
182
2 ndash Dos professores que participam quantos possuem formaccedilatildeo especiacutefica em educaccedilatildeo ambiental e de que tipo ( ) especializaccedilatildeo(latu-senso) ____________ ( ) mestrado _____________ ( ) doutorado ____________ ( ) cursos de curta duraccedilatildeo___________ ( ) outros ________________ ( ) nenhuma ________________________________________________________________ 3 ndash A escola tem interesse na capacitaccedilatildeo docente para educaccedilatildeo ambiental ( ) sim ( ) natildeo _____________________________________ 4 ndash Haacute interesse dos professores em participarem de um curso de formaccedilatildeo em educaccedilatildeo ambiental ( ) sim ( ) natildeo Obs Caso positivo informar quantos _____________________________________ 5 - Quais as aacutereas que os professores apresentam maior interesse ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 6 ndash Observaccedilotildees e comentaacuterios da instituiccedilatildeo de ensino ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Obs As perguntas possuem linhas para quaisquer observaccedilotildees que a instituiccedilatildeo considerar importante para enriquecer as informaccedilotildees Solicito que as respostas reflitam de fato a situaccedilatildeo real da Escola de modo a construir um panorama que permita traccedilar metas que levem agrave melhoria do Ensino Para tal acreditamos que a capacitaccedilatildeo dos professores seja um bom caminho e principalmente em um tema tatildeo importante do qual depende o futuro de todos Obrigada
183
ANEXO 4
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM TECNOLOGIA DE PROCESSOS QUIacuteMICOS E BIOQUIacuteMICOS
ESCOLA DE QUIacuteMICA
PROJETO DE PESQUISA DE DISSERTACcedilAtildeO DE MESTRADO ldquoA CAPACITACcedilAtildeO DOCENTE EM EDUCACcedilAtildeO AMBIENTALrdquo
Mestranda Maria de Lourdes Ribeiro de Souza de Azevedo Orientadoras Maria Antonieta Peixoto Gimenes Couto Denize Dias de Carvalho
AVALIACcedilAtildeO DE RECEPTIVIDADE
Metropolitana METROPOLITANA III Responsaacutevel Nordm de questionaacuterios entregues Nordm de questionaacuterios devolvidos Nordm de questionaacuterios respondidos 1 ndash Todos os questionaacuterios foram enviados ( ) Sim ( ) Natildeo 2 ndash Na sua avaliaccedilatildeo o interesse das escolas sob a responsabilidade desta Metropolitana em responder agrave pesquisa foi ( ) Alto ( ) Mediano ( ) Baixo 3 ndash No espaccedilo abaixo justifique as suas respostas nas perguntas 1 e 2 ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ 4 ndash Na sua avaliaccedilatildeo a contribuiccedilatildeo da pesquisa para a integraccedilatildeo Universidade ndash Ensino Meacutedio eacute
( ) Relevante ( ) Irrelevante
184
ANEXO 5
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM TECNOLOGIA DE PROCESSOS QUIacuteMICOS E BIOQUIacuteMICOS
ESCOLA DE QUIacuteMICA
PROJETO DE PESQUISA DE DISSERTACcedilAtildeO DE MESTRADO ldquoA CAPACITACcedilAtildeO DOCENTE EM EDUCACcedilAtildeO AMBIENTALrdquo
Mestranda Maria de Lourdes Ribeiro de Souza de Azevedo Orientadoras Maria Antonieta Peixoto Gimenes Couto Denize Dias de Carvalho
AVALIACcedilAtildeO DE RECEPTIVIDADE
Metropolitana METROPOLITANA IV Responsaacutevel Nordm de questionaacuterios entregues Nordm de questionaacuterios devolvidos Nordm de questionaacuterios respondidos 1 ndash Todos os questionaacuterios foram enviados ( ) Sim ( ) Natildeo 2 ndash Na sua avaliaccedilatildeo o interesse das escolas sob a responsabilidade desta Metropolitana em responder agrave pesquisa foi ( ) Alto ( ) Mediano ( ) Baixo 3 ndash No espaccedilo abaixo justifique as suas respostas nas perguntas 1 e 2 ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ 4 ndash Na sua avaliaccedilatildeo a contribuiccedilatildeo da pesquisa para a integraccedilatildeo Universidade ndash Ensino Meacutedio eacute
( ) Relevante ( ) Irrelevante
185
ANEXO 6
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM TECNOLOGIA DE PROCESSOS QUIacuteMICOS E BIOQUIacuteMICOS
ESCOLA DE QUIacuteMICA
PROJETO DE PESQUISA DE DISSERTACcedilAtildeO DE MESTRADO ldquoA CAPACITACcedilAtildeO DOCENTE EM EDUCACcedilAtildeO AMBIENTALrdquo
Mestranda Maria de Lourdes Ribeiro de Souza de Azevedo Orientadoras Maria Antonieta Peixoto Gimenes Couto Denize Dias de Carvalho
AVALIACcedilAtildeO DE RECEPTIVIDADE
Metropolitana METROPOLITANA X Responsaacutevel Nordm de questionaacuterios entregues Nordm de questionaacuterios devolvidos Nordm de questionaacuterios respondidos 1 ndash Todos os questionaacuterios foram enviados ( ) Sim ( ) Natildeo 2 ndash Na sua avaliaccedilatildeo o interesse das escolas sob a responsabilidade desta Metropolitana em responder agrave pesquisa foi ( ) Alto ( ) Mediano ( ) Baixo 3 ndash No espaccedilo abaixo justifique as suas respostas nas perguntas 1 e 2 ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ 4 ndash Na sua avaliaccedilatildeo a contribuiccedilatildeo da pesquisa para a integraccedilatildeo Universidade ndash Ensino Meacutedio eacute
( ) Relevante ( ) Irrelevante
186
ANEXO 7
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM TECNOLOGIA DE
PROCESSOS QUIacuteMICOS E BIOQUIacuteMICOS
ESCOLA DE QUIacuteMICA
PROJETO DE PESQUISA DE DISSERTACcedilAtildeO DE MESTRADO ldquoA CAPACITACcedilAtildeO DOCENTE EM EDUCACcedilAtildeO AMBIENTALrdquo
Mestranda Maria de Lourdes Ribeiro de Souza de Azevedo Orientadoras Maria Antonieta Peixoto Gimenes Couto Denize Dias de Carvalho
AVALIACcedilAtildeO DE RECEPTIVIDADE
Responsaacutevel Regina Coeli de A Vasconcelos
Nordm total de questionaacuterios entregues 313 questionaacuterios
Nordm total de questionaacuterios devolvidos 68 questionaacuterios
Nordm total de questionaacuterios respondidos 94 questionaacuterios
1 ndash Na sua avaliaccedilatildeo a contribuiccedilatildeo da pesquisa para a integraccedilatildeo
Universidade ndash Ensino Meacutedio eacute
( ) Relevante ( ) Irrelevante
2 ndash Na sua avaliaccedilatildeo o interesse da SEERJ na implementaccedilatildeo de um curso
de capacitaccedilatildeo docente em Educaccedilatildeo Ambiental eacute
( ) Alto ( ) Mediano ( ) Baixo
187
3 ndash Que accedilotildees conjuntas poderiam ser sugeridas para a melhoria da
capacitaccedilatildeo docente do Ensino Meacutedio da Rede Puacuteblica Estadual em Educaccedilatildeo
Ambiental
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
GRAacuteFICO COMPARATIVO ENTRE AS METROPOLITANAS DO MUNICIacutePIO
DO RIO DE JANEIRO
Questionaacuterios
0
100
200
300
400
Entregues Devolvidos Respondidos
0
50
100
150
Metro III Metro IV Metro X
Receptividade
QuestionaacuteriosentreguesQuestionaacuteriosdevolvidosQuestionaacuteriosrespondidos
vi
Intervencionismo do Estado 54
42 O Estado e Suas Novas Funccedilotildees Sociais 56
43 Poliacuteticas Puacuteblicas Uma Questatildeo de Conceito 58
44 Formulaccedilatildeo de Poliacuteticas Puacuteblicas 59
45 Aacutereas de Aplicaccedilatildeo das Poliacuteticas Puacuteblicas das Poliacuteticas
Puacuteblicas
61
Capiacutetulo 5 ndash Histoacuterico e Evoluccedilatildeo da Educaccedilatildeo Ambiental
51 Definiccedilatildeo 68
52 Histoacuterico 73
53 Algumas Consideraccedilotildees sobre a Evoluccedilatildeo da Educaccedilatildeo
Ambiental
93
Capiacutetulo 6 ndash Metodologias
61 Diagnose do Estado da Arte da Educaccedilatildeo Ambiental no
Ensino Meacutedio da Rede Estadual de Ensino no Municiacutepio do
Rio de Janeiro
98
611 Objetivos 98
612 Metodologia de Pesquisa 98
613 Planejamento da Pesquisa 99
614 Fontes de Informaccedilotildees 100
615 Pesquisa de Campo 100
616 Avaliaccedilatildeo dos Resultados 101
62 Diagnose do Acesso aos Cursos de Graduaccedilatildeo nas
Universidades Puacuteblicas Estudo de Caso UERJ e UFRJ
102
621 Objetivos 102
622 Metodologia de Pesquisa 102
623 Planejamento da Pesquisa 102
624 Fontes de Informaccedilotildees 103
625 Pesquisa de Campo 103
62 Limitaccedilotildees do Estudo 105
Capiacutetulo 7ndash Avaliaccedilatildeo do Acesso aos Cursos de Graduaccedilatildeo Estudo de
Casos UERJ e UFRJ
vii
71 O Sistema de Cotas 107
72 Implantaccedilatildeo do Sistema 108
73 O Aluno na Universidade 109
74 A Necessidade das Cotas 111
75 Comparativo entre a Rede Estadual de Ensino e a Rede
Federal e Particular
114
76 Avaliaccedilatildeo do Sistema de Cotas da UERJ e da Proposta da
UFRJ
123
Capiacutetulo 8 ndash Avaliaccedilatildeo da Educaccedilatildeo Ambiental na Rede Puacuteblica Estadual
no Municiacutepio do Rio de Janeiro
81 Levantamento de Dados 128
82 A Receptividade das Coordenadorias 129
83 A Educaccedilatildeo Ambiental em Nuacutemeros 131
84 Conclusotildees Parciais 145
Capiacutetulo 9 ndash Proposta de Curso de Formaccedilatildeo para Professores
91 Objetivo do Curso 148
92 Duraccedilatildeo do Curso 149
93 Conteuacutedo do Curso 149
94 Consideraccedilotildees 151
Capiacutetulo 10 ndash Conclusotildees e sugestotildees
101 Consideraccedilotildees Finais 152
102 Conclusotildees 155
103 Sugestotildees 156
Referecircncias 157
viii
Dedico esta dissertaccedilatildeo de mestrado
aos amores de minha vida que satildeo
meus filhos meu marido e minha matildee
pela compreensatildeo de ter ficado muitas
vezes ausente pela paciecircncia e pelo
incentivo e forccedila para natildeo me deixar
desistir e conseguir chegar ao final
deste trabalho A vitoacuteria natildeo eacute soacute
minha eacute de todos noacutes
Muito obrigada
ix
AGRADECIMENTOS
A Deus por ter me dado forccedilas para completar esta jornada
A minha matildee por ter me ajudado nas horas difiacuteceis
Aos meus filhos pela compreensatildeo nos meus momentos de ausecircncia
Ao meu marido Marcos pelo incentivo apoio e carinho
As minhas Professoras orientadoras Maria Antonieta Peixoto Gimenes Couto e
Denize Dias de Carvalho pela contribuiccedilatildeo na conduccedilatildeo desse trabalho
A todos os professores do Programa pela contribuiccedilatildeo que deram ao meu
crescimento acadecircmico profissional e pessoal
Ao senhor Antonio Ceacutesar Alves pelo carinho e atenccedilatildeo sempre me ajudando no
que precisei durante minha jornada na UFRJ
A senhora Regina Coeli secretaacuteria de Educaccedilatildeo Ambiental da SEERJ pela
atenccedilatildeo e contribuindo para que tornasse possiacutevel a realizaccedilatildeo deste trabalho
Ao Professor Maacutercio Nele pelas sugestotildees na avaliaccedilatildeo dos dados
A Professora Acircngela Rocha pela Contribuiccedilatildeo na Pesquisa de campo
A Sra Luacutecia Manso por viabilizar os dados do vestibular da UFRJ
A Sra Patriacutecia Anido Noronha por viabilizar os dados do vestibular da UERJ
Ao professor Luiz Gustavo Ribeiro Vieira Coordenador na Metropolitana IV por seu
empenho na realizaccedilatildeo da pesquisa de campo
x
A Direccedilatildeo do Ciep 386 ndash Guilherme da Silveira Filho pelo apoio e atenccedilatildeo
Aos meus colegas do departamento de Sauacutede e saneamento Ambiental (DSSA)
da Fiocruz pelo apoio e companheirismo para a realizaccedilatildeo deste trabalho
xi
RESUMO
Azevedo Maria de Lourdes Ribeiro de Souza de A Capacitaccedilatildeo Docente em Educaccedilatildeo Ambiental Rio de Janeiro 2006 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Tecnologia de Processos Quiacutemicos e Bioquiacutemicos) Escola de Quiacutemica Universidade Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2006 O objetivo deste trabalho eacute viabilizar a criaccedilatildeo de ferramentas que sirvam para conduzir uma maior integraccedilatildeo entre a Universidade e o Ensino Meacutedio tendo como base agraves poliacuteticas de inclusatildeo social Para isso foi feita uma anaacutelise da Educaccedilatildeo Ambiental ministrada no Ensino Meacutedio no Municiacutepio do Rio de Janeiro Esta revelou que as escolas praticam de alguma forma a Educaccedilatildeo Ambiental poreacutem a pesquisa tambeacutem mostrou que a formaccedilatildeo dos professores neste tema estaacute muito aqueacutem do necessaacuterio o que dificulta a realizaccedilatildeo plena do seu trabalho Ainda dentro das Poliacuteticas de Inclusatildeo Social foi feito um levantamento do acesso dos alunos da Rede Puacuteblica Estadual nas Universidades Puacuteblicas atraveacutes de estudo de caso da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) avaliando comparativamente as escolas de Ensino Meacutedio da Rede Puacuteblica e a Rede Privada Os resultados mostraram que um nuacutemero muito pequeno de alunos oriundos da Rede Estadual de Ensino consegue uma vaga nestas Universidades Puacuteblicas problema este que foi amenizado pela UERJ que foi a primeira a implantar o sistema de cotas com resultados satisfatoacuterios e com isso aumentando significativamente o ingresso de alunos da Rede Puacuteblica Estadual Os resultados dessa pesquisa sinalizam que urge a definiccedilatildeo de Poliacuteticas Puacuteblicas que levam agrave melhoria de capacitaccedilatildeo docente do Ensino Meacutedio cabendo agrave Universidade o papel de promover centros de formaccedilatildeo continuada promovendo uma melhor qualificaccedilatildeo docente e por conseguinte um melhor preparo dos alunos
xii
ABSTRACT
Azevedo Maria de Lourdes Ribeiro de Souza de A Capacitaccedilatildeo Docente em Educaccedilatildeo Ambiental Rio de Janeiro 2006 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Tecnologia de Processos Quiacutemicos e Bioquiacutemicos) Escola de Quiacutemica Universidade Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2006 This study has an aim to be viable the creation of tools which serve to conduct a great integration between the University and the high school having as a basis Politics of Social Inclusion For this it was made an analysis on Environmental Education given in municipal district of Rio de Janeiro high schools It reveals that the schools practice some Environmental Education but the research also presents that the formation of teachers in this theme is far from what is necessary that makes difficulty the full realization of its work Yet within the Politics of Social Inclusion it was done a survey on the access of the State Public Net students at the public universities through a case study of the University of Rio de Janeiro State (UERJ) and Federal University of Rio de Janeiro (UFRJ) evaluating comparatively to the high school of Public and Private Net schools The results show that a small number of students from the State Net High School gets vacancy in those Public Universities a problem that was softened by the UERJ that was the first to establish a system of quotas with satisfactory results and with this encreasing significatively the entrance of State Public Net students The results of this research signal that it is necessary a definition of Public Politics that take to improvement of teaching capacitation of high school belonging to the University the roll of promote centers of Continued formation promoting a better teaching qualification and thus a better preparation of the students
xiii
LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES
Figura 11 ndash Esquema do Ciclo da Educaccedilatildeo
Figura 31 ndash Organograma da Organizaccedilatildeo Educacional Brasileira
Figura 32 ndash Mapa das Metropolitanas do Estado do Rio de Janeiro
Figura 41 ndash Diagrama Esquemaacutetico da Formaccedilatildeo de uma Poliacutetica Puacuteblica
Figura 61 ndash Esquematizaccedilatildeo do Projeto
Figura 71 - Percentual de Alunos Inscritos no Vestibular da UFRJ
Figura 72 ndash Percentual de Alunos Classificados no Vestibular da UFRJ
Figura 73 - Percentual de Alunos Classificados em Funccedilatildeo do Nuacutemero de Inscritos
em Cada Esfera
Figura 74 ndash Percentual de Alunos Inscritos no Vestibular da UERJ
Figura 75 - Percentual de Alunos Classificados no Vestibular da UERJ
Figura 76 ndash Percentual de Alunos Classificados em Funccedilatildeo do Nuacutemero de Inscritos
em Cada Esfera
Figura 77 - Comparativo Entre o Antes e Depois do Sistema de Cotas
Figura 81 - Avaliaccedilatildeo de Receptividade da Metropolitana III
Figura 82 ndash Avaliaccedilatildeo de Receptividade da Metropolitana IV
Figura 83 ndash Avaliaccedilatildeo de Receptividade da Metropolitana X
Figura 84 - Abordagem do Tema na Escola
Figura 85 - O Tema eacute Disciplinar ou Multidisciplinar Figura 86 - Participaccedilatildeo Discente Figura 87 - Participaccedilatildeo dos Professores
Figura 88 - Meios de Aplicaccedilatildeo da Educaccedilatildeo Ambiental Figura 89 - Projetos e ou Atividades Implantados Figura 810 - Interesse dos Alunos
Figura 811 - Retorno Financeiro nos Projetos
Figura 812 - Destino dos Recursos Arrecadados
Figura 813 - Professores que Participam das Atividades
Figura 814 - Os Professores Possuem Formaccedilatildeo Especiacutefica em EA
Figura 815 - Interesse da Escola na Capacitaccedilatildeo Docente
xiv
Figura 816 - Interesse dos Professores em Cursos de Formaccedilatildeo em Educaccedilatildeo
Ambiental Figura 817 - Aacutereas de Interesse dos Professores
xv
LISTA DE TABELAS
Tabela 21 ndash Evoluccedilatildeo da Educaccedilatildeo no Brasil Principais Acontecimentos
Tabela 31 ndash Coordenadorias da SEERJ
Tabela 71 ndash Quadro Comparativo dos Vestibulares da UERJ e UFRJ
xvi
GLOSSAacuteRIO
ABE ndash Associaccedilatildeo Brasileira de Educaccedilatildeo
ALERJ ndash Assembleacuteia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro
ANA - Agecircncia Nacional de Aacuteguas
CADES ndash Campanha de Aperfeiccediloamento e Difusatildeo do Ensino Secundaacuterio
CAPES - Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel Superior
CEA ndash Centros de Educaccedilatildeo Ambiental
CEE ndash Conselho Estadual de Educaccedilatildeo
CEG ndash Conselho de Ensino de Graduaccedilatildeo
CETESB - Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental
CFE ndash Conselho Federal de Educaccedilatildeo
CGEA ndash Coordenaccedilatildeo Geral de Educaccedilatildeo Ambiental
CIAC ndash Centro Integrado de Apoio a Crianccedila
CIEP ndash Centro Integrado de Educaccedilatildeo Puacuteblica
CISEA ndash Comissatildeo Intersetorial de Educaccedilatildeo Ambiental
CMMAD - Comissatildeo Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento
CNAE ndash Campanha Nacional de Alimentaccedilatildeo Escolar
CNBB ndash Confederaccedilatildeo Nacional dos Bispos do Brasil
CNE ndash Conselho Nacional de Educaccedilatildeo
CNEA ndash Conferecircncia Nacional de Educaccedilatildeo Ambiental
CNEC ndash Campanha Nacional de Escolas da Comunidade
CNPJ - Cadastro Nacional da Pessoa Juriacutedica
CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico
COEA - Coordenaccedilatildeo Geral de Educaccedilatildeo Ambiental
CONAMA ndash Conselho Nacional do Meio Ambiente
CONEN ndash Coordenaccedilatildeo Nacional de Entidades Negras
CONTAP ndash Conselho de Cooperaccedilatildeo Teacutecnica da Alianccedila para o Progresso
COPESNEP - Conselho para a Promoccedilatildeo Educacional Superior das Populaccedilotildees
Negra e Parda
CPC ndash Centros Populares de Cultura
DEA ndash Educaccedilatildeo Ambiental a Distacircncia
xvii
DEMEC - Departamento de Engenharia Mecacircnica
EA ndash Educaccedilatildeo Ambiental
ENC ndash Exame Nacional de Cursos
ENEM ndash Exame Nacional do Ensino Meacutedio
EPB ndash Estudos de Problemas Brasileiros
EUA ndash Estados Unidos da Ameacuterica
FEEMA - Fundaccedilatildeo Estadual de Engenharia do Meio Ambiente
FNMA - Fundo Nacional do Meio Ambiente
FUNAI - Fundaccedilatildeo Nacional do Iacutendio
FUNDEF ndash Fundo de Manutenccedilatildeo e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de
Valorizaccedilatildeo do Magisteacuterio
GT ndash Grupos de Trabalho
IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovaacuteveis
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
IES ndash Instituiccedilotildees de Ensino Superior
INEP ndash Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais
ISEB ndash Instituto Superior de Estudos Brasileiros
LDB ndash Lei de Diretrizes e Bases
MCT - Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia
MEB ndash Movimento de Educaccedilatildeo de Base
MEC ndash Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura
MinC ndash Ministeacuterio da Cultura
MMA ndash Ministeacuterio do Meio Ambiente
MOBRAL - Movimento Brasileiro de Alfabetizaccedilatildeo
OMEP ndash Organizaccedilatildeo Mundial de Educaccedilatildeo Preacute-Escolar
ONG ndash Organizaccedilatildeo Natildeo Governamental
ONU ndash Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas
OSPB ndash Organizaccedilatildeo Social e Poliacutetica do Brasil
PAIUB - Programa de Avaliaccedilatildeo Institucional das Universidades Brasileiras
PAS ndash Programa de Avaliaccedilatildeo Seriada
PCN ndash Paracircmetros Curriculares Nacionais
PIEA - Programa Internacional de Educaccedilatildeo Ambiental
xviii
PNEA - Poliacutetica Nacional de Educaccedilatildeo Ambiental
PNI ndash Parque Nacional do Iguaccedilu
PNMA - Programa Nacional do Meio Ambiente
PNUMA ndash Programa das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente
PPA ndash Plano Plurianual
PROINICIAR ndash Programa de Iniciaccedilatildeo Acadecircmica
PRONEA ndash Programa Nacional de Educaccedilatildeo Ambiental
PRO-REDE ndash Programa de Reestruturaccedilatildeo da Rede Puacuteblica de Ensino
REASUL - Rede Sul Brasileira de Educaccedilatildeo Ambiental
REBEA ndash Rede Brasileira de Educaccedilatildeo Ambiental
REGUA ndash Registro Uacutenico do Aluno
REPEA ndash Rede Paulista de Educaccedilatildeo Ambiental
SAEB - Sistema Nacional de Avaliaccedilatildeo da Educaccedilatildeo Baacutesica
SECIRM ndash Secretaria da Comissatildeo Interministerial para os Recursos do Mar
SEDUC - Secretaria da Educaccedilatildeo Baacutesica
SEERJ ndash Secretaria Estadual de Educaccedilatildeo do Rio de Janeiro
SEF ndash Secretaria de Ensino Fundamental
SEMA - Secretaria Estadual do Meio Ambiente
SENAC ndash Serviccedilo Nacional de Aprendizagem Comercial
SENAI - Serviccedilo Nacional de Aprendizagem Industrial
SIBEA ndash Sistema Brasileiro de Informaccedilatildeo em Educaccedilatildeo Ambiental
UENF ndash Universidade Estadual do Norte Fluminense
UERJ ndash Universidade do Estado do Rio de Janeiro
UFMT - Universidade Federal de Mato Grosso
UNCED - United Nations Conference on Environment and Development
UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina
UFRJ ndash Universidade Federal do Rio de Janeiro
UFRPE - Universidade Federal Rural de Pernambuco
UFRRJ ndash Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
UICN ndash Uniatildeo Internacional para Conservaccedilatildeo da Natureza
UNE ndash Uniatildeo Nacional dos Estudantes
xix
UNESCO - Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a educaccedilatildeo agrave ciecircncia e a
cultura
UNICEF ndash Fundo das Naccedilotildees Unidas para a Infacircncia
USAID - United States Agency for International Development
1
Capiacutetulo 1 Apresentaccedilatildeo do Trabalho
11 Introduccedilatildeo
A educaccedilatildeo eacute a base para o desenvolvimento de qualquer paiacutes por ser
um instrumento fundamental para a promoccedilatildeo da cidadania Eacute por meio dela
que as pessoas adquirem condiccedilotildees de se transformarem em cidadatildeos ativos e
competitivos
A cidadania se fundamenta em princiacutepios eacuteticos aleacutem de promover o
direito agrave justiccedila social pois eacute impossiacutevel conceber o crescimento de um paiacutes
tendo milhotildees de pessoas excluiacutedas da participaccedilatildeo democraacutetica em vaacuterias
instacircncias e niacuteveis da sociedade
Eacute atraveacutes de um bom desempenho da cidadania que a sociedade pode
contribuir para a soluccedilatildeo de problemas e ateacute evitar que alguns destes possam
surgir Neste processo a educaccedilatildeo ambiental tem um papel muito importante
pois participa natildeo somente como uma transmissatildeo de conhecimento mas
2
tambeacutem na aplicaccedilatildeo de informaccedilotildees como uma forma de mudanccedila de
atitudes da sociedade face aos problemas ambientais
A Educaccedilatildeo Ambiental eacute uma proposta de mudanccedila de comportamento
onde se faz o resgate de valores eacuteticos esteacuteticos democraacuteticos e humanistas
Estes valores satildeo fortemente defendidos pela educaccedilatildeo de um modo geral pelo
conjunto de conhecimentos produzidos nas mais diversas aacutereas tendo como foco
o princiacutepio do respeito pelo meio ambiente que natildeo eacute constituiacutedo somente pelos
organismos vivos Haacute uma preocupaccedilatildeo com um sentido muito mais amplo do
que meramente com a extinccedilatildeo de alguns animais ou plantas
(wwweducarscuspbr)
Meio Ambiente eacute tudo que compotildee a paisagem Eacute a interaccedilatildeo do
conjunto de elementos naturais artificiais culturais e sociais que propicia o
desenvolvimento equilibrado da vida em todas as suas formas
Podemos classificaacute-lo em Meio Ambiente natural ou fiacutesico constituiacutedo pelo
solo aacutegua ar atmosfeacuterico enfim tudo que eacute natureza com toda sua diversidade
Meio ambiente artificial eacute constituiacutedo pelo espaccedilo urbano construiacutedo
representado pelo conjunto de edificaccedilotildees (espaccedilo urbano fechado) e dos
equipamentos puacuteblicos (ruas praccedilas aacutereas verdes espaccedilos livres em geral
espaccedilo urbano aberto) Meio Ambiente Cultural integra o patrimocircnio histoacuterico
artiacutestico arqueoloacutegico paisagiacutestico turiacutestico que embora artificial difere do
anterior pelo sentido de seu valor especial e o Meio Ambiente Social que eacute
formado pelas pessoas que compotildeem a Sociedade (Carvalho 2002)
Com isto a Educaccedilatildeo Ambiental eacute tambeacutem o respeito pelas culturas que
incluem as especificidades de classe etnia e gecircnero funcionando como uma
defesa da descentralizaccedilatildeo e da distribuiccedilatildeo social do poder dando assim uma
efetiva contribuiccedilatildeo para uma sociedade melhor (wwweducarscuspbr)
A Educaccedilatildeo Ambiental visa modificar as relaccedilotildees entre a sociedade e o
meio ambiente de forma a melhorar a qualidade de vida transformando o
sistema produtivo e consumista em uma sociedade mais solidaacuteria promovendo a
3
inclusatildeo social atraveacutes da justa distribuiccedilatildeo dos recursos naturais entre todos
Para isto se faz necessaacuteria natildeo soacute a existecircncia de poliacuteticas sociais mas
principalmente que estas estejam integradas nas diversas esferas da sociedade
Eacute tambeacutem importante que tenham estrateacutegias bem definidas para que possam
ser formuladas e implementadas por accedilotildees que sejam intersetoriais buscando
sempre parcerias com os diversos segmentos sejam estes entidades ou
movimentos sociais
Um ponto importante que deve nortear a Educaccedilatildeo Ambiental eacute o
conceito de desenvolvimento sustentaacutevel que inter-relaciona os aspectos sociais
e ambientais isto eacute promove a qualidade das relaccedilotildees humanas com o ambiente
natural e a necessidade de produccedilatildeo de riquezas Sachs (citado em Montibeller-
Filho 2001) propotildee a seguinte definiccedilatildeo para Desenvolvimento Sustentaacutevel
ldquoTrata-se de gerir a natureza de forma a assegurar aos homens de nossa geraccedilatildeo
e das geraccedilotildees futuras a possibilidade de se desenvolverrdquo (Azevedo 1991)
Segundo a Comissatildeo Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento
Desenvolvimento Sustentaacutevel eacute definido como ldquoDesenvolvimento que responde
agraves necessidades do presente sem comprometer as possibilidades das geraccedilotildees
futuras de satisfazer suas proacuteprias necessidadesrdquo (wwweducarscuspbr)
O desenvolvimento sustentaacutevel deveria ser uma preocupaccedilatildeo primordial
para o desenvolvimento econocircmico poreacutem para alguns setores da economia o
mais importante eacute o valor de produccedilatildeo imediato mesmo que para isso se
degrade o meio ambiente e se comprometa a possibilidade de produccedilotildees
futuras Os movimentos ambientalistas conseguem produzir um conjunto de
princiacutepios em relaccedilatildeo ao meio ambiente atraveacutes de protocolos e declaraccedilotildees
Este conjunto constitui a base do direito ambiental brasileiro e internacional o
qual associa a proteccedilatildeo do meio ambiente ao desenvolvimento
socioeconocircmico ldquoA poliacutetica nacional do meio ambiente tem por objetivo a
preservaccedilatildeo melhoria e recuperaccedilatildeo da qualidade ambiental propiacutecia agrave vida
visando assegurar no paiacutes condiccedilotildees ao desenvolvimento socioeconocircmicordquo
4
(Brasil Poliacutetica Nacional do Meio Ambiente - Lei 6938 1981 citado em Montibeller
Filho 2001)
Eacute por isto que uma boa formaccedilatildeo do educador ambiental se faz
necessaacuterio pois a Educaccedilatildeo Ambiental eacute antes de tudo um instrumento de
promoccedilatildeo da cidadania como jaacute dito anteriormente principalmente nos dias de
hoje onde eacute fundamental para o desenvolvimento a inserccedilatildeo competitiva de
qualquer naccedilatildeo do mundo o seu conhecimento Conhecimento este que seraacute
compartilhado com os alunos que satildeo os que iniciam a jornada de mudanccedila
pois estes seratildeo os transmissores desses conhecimentos aos seus pais vizinhos
amigos enfim como se fosse uma grande corrente Neste ponto eacute que a
Educaccedilatildeo Ambiental difere das demais disciplinas tendo uma visatildeo muito mais
ampla do que o simples acuacutemulo de informaccedilotildees sem conexatildeo entre elas e com
o potencial de evocaccedilatildeo existente na aprendizagem Baseia-se na premissa de
que eacute na reflexatildeo tanto individual como coletiva que se tem em relaccedilatildeo ao meio
ambiente que se daacute o processo de aprendizagem (wwweducarscuspbr)
A Educaccedilatildeo Ambiental natildeo pode estar reduzida a uma disciplina ou
programa seja este de reciclagem ou reaproveitamento do lixo preservaccedilatildeo da
aacutegua etc A importacircncia destes programas existe mas a Educaccedilatildeo Ambiental
natildeo pode estar somente baseada neles tem que ter um sentido mais amplo
como o uso de recursos com responsabilidade desenvolvendo produccedilotildees limpas
que geram lucro mantendo a harmonia com o meio ambiente Para isto existe a
necessidade de ldquopromover a Educaccedilatildeo Ambiental em todos os niacuteveis de ensinordquo
(Brasil 1988) Dessa forma o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo (MEC) elaborou os
Paracircmetros Curriculares Nacionais (PCNs) em que o meio ambiente (Educaccedilatildeo
Ambiental) eacute apresentado como tema transversal para todo o curriacuteculo escolar
(Guimaratildees 2004)
Mesmo a educaccedilatildeo ambiental estando presente nos PCNs esta natildeo eacute
amplamente aplicada em especial no Ensino Meacutedio da Rede Puacuteblica foco do
presente trabalho Acredita-se que um dos motivos seja o despreparo dos
educadores do Ensino Meacutedio Por esse motivo eacute que haacute a necessidade de uma
5
efetiva integraccedilatildeo da Universidade com o Ensino Meacutedio pois desta forma os
educadores estaratildeo participando de alguma maneira deste processo
educacional
A Universidade prepara os professores que atuaratildeo no ensino meacutedio e
estes por sua vez seratildeo responsaacuteveis pela formaccedilatildeo dos alunos que ingressam na
Universidade Os alunos por seu turno saem da Universidade jaacute na qualidade de
profissionais que podem ser professores ou natildeo Poreacutem existe a necessidade de
investimento na formaccedilatildeo do docente isto eacute este deve retornar a Universidade
atraveacutes de programas de formaccedilatildeo continuada seja em cursos de extensatildeo ou
especializaccedilatildeo A formaccedilatildeo continuada se reveste de uma importacircncia ainda
maior principalmente devido agrave existecircncia das poliacuteticas de inclusatildeo social que
visam a democratizaccedilatildeo do ensino superior promovendo o ingresso de alunos de
baixa renda a um ensino de qualidade nas Universidades Puacuteblicas A respeito
dessas poliacuteticas existem algumas opiniotildees divergentes em relaccedilatildeo ao sistema de
cotas que consiste na reserva de vagas para alunos carentes e negros Para
alguns facilitar a entrada desses alunos nas Universidades eacute a soluccedilatildeo para a
inclusatildeo social natildeo importando se este aluno tem condiccedilotildees de se manter na
Universidade devido ao seu despreparo advindo do ensino meacutedio Para outros a
inclusatildeo social se faz natildeo reservando vagas e sim melhorando a qualidade do
ensino meacutedio da rede puacuteblica para que os alunos tenham condiccedilotildees de
competir em igualdade com os demais alunos e esta melhoria do ensino pode
ter iniacutecio atraveacutes da capacitaccedilatildeo do docente
Essas propostas formam uma espeacutecie de ciclo conforme o esquema
mostrado na figura 11 O mais importante poreacutem eacute que os profissionais tenham
consciecircncia do seu papel como cidadatildeos e da sua relaccedilatildeo com o Meio
Ambiente
6
UNIVERSIDADE
ALUNOS DOCENTES
ENSINO MEacuteDIO
Figura 11 Esquema do Ciclo da Educaccedilatildeo
12 Objetivos do Trabalho
Com base nas premissas abordadas a presente dissertaccedilatildeo tem como
objetivos
Objetivo Geral
Criar instrumentos que viabilizem a integraccedilatildeo Universidade com o Ensino
Meacutedio com base em poliacuteticas de inclusatildeo social para capacitaccedilatildeo de docentes
no segmento de Educaccedilatildeo Ambiental
7
Objetivos especiacuteficos
bull Avaliaccedilatildeo do atual estado da arte da Educaccedilatildeo Ambiental no
ensino meacutedio ministrado na Rede Estadual de Ensino do municiacutepio do
Rio de Janeiro
bull Avaliaccedilatildeo do acesso agraves Universidades Puacuteblicas atraveacutes de estudos
de caso
bull Elaboraccedilatildeo de uma proposta de Educaccedilatildeo Continuada visando a
capacitaccedilatildeo do docente de Ensino Meacutedio
13 Organizaccedilatildeo do Estudo
A presente dissertaccedilatildeo foi organizada em 10 capiacutetulos Aleacutem deste que
traz uma breve apresentaccedilatildeo do tema nos capiacutetulos subsequumlentes seratildeo feitas as
seguintes abordagens
O capiacutetulo 2 apresenta uma anaacutelise histoacuterico-social do sistema educacional
brasileiro desde a colonizaccedilatildeo ateacute os dias atuais
O capiacutetulo 3 traz a estrutura organizacional da educaccedilatildeo no Brasil
incluindo as esferas poliacuteticas responsaacuteveis pelos diferentes segmentos
As poliacuteticas puacuteblicas de inclusatildeo social satildeo abordadas no capiacutetulo 4 e o
capiacutetulo 5 contextualiza a Educaccedilatildeo ambiental sob os prismas histoacuterico e
evolutivo
As metodologias empregadas nos estudos elaborados estatildeo descritas no
capiacutetulo 6
No capiacutetulo 7 eacute realizada uma avaliaccedilatildeo do acesso aos cursos de
graduaccedilatildeo de Universidades Puacuteblicas atraveacutes de estudos de caso envolvendo a
Universidade Estadual do Rio de Janeiro e a Universidade Federal do Rio de
Janeiro comparando-se o acesso com sistemas de cotas (UERJ) e a proposta em
8
estudo para a reserva de vagas na UFRJ aleacutem de uma anaacutelise quantitativa do
acesso dos estudantes da rede puacuteblica a estas universidades
O capiacutetulo 8 traz os resultados referentes ao estudo de campo sobre a
Educaccedilatildeo Ambiental realizado junto agraves escolas de Ensino Meacutedio da Rede Puacuteblica
Estadual localizadas no municiacutepio do Rio de Janeiro
A partir das demandas detectadas nesse estudo de campo foi elaborada
uma proposta de curso de capacitaccedilatildeo voltado para os professores de Ensino
Meacutedio apresentada no capiacutetulo 9 As principais conclusotildees desse estudo bem
como as sugestotildees de continuidade do trabalho encontram-se no capiacutetulo 10
O capiacutetulo a seguir conforme jaacute citado aborda o Sistema Educacional
Brasileiro
9
Capiacutetulo 2 O Sistema Educacional Brasileiro
21 Introduccedilatildeo
Neste capitulo foi realizada uma anaacutelise histoacuterico-social do sistema
educacional brasileiro desde o iniacutecio da colonizaccedilatildeo brasileira ateacute a atualidade
A histoacuteria da educaccedilatildeo brasileira natildeo eacute uma histoacuteria difiacutecil de ser estudada e
compreendida Ela evolui em rupturas marcantes e faacuteceis de serem observadas
A primeira grande ruptura travou-se com a chegada dos portugueses ao territoacuterio
do Novo Mundo Natildeo se pode deixar de reconhecer que os portugueses
trouxeram um padratildeo de educaccedilatildeo proacuteprio da Europa o que natildeo quer dizer que
as populaccedilotildees que por aqui jaacute viviam natildeo possuiacutessem caracteriacutesticas proacuteprias de
se fazer educaccedilatildeo Conveacutem ressaltar que a educaccedilatildeo que se praticava entre as
populaccedilotildees indiacutegenas natildeo tinha as marcas repressivas do modelo educacional
europeu
A chegada dos jesuiacutetas ao territoacuterio brasileiro natildeo trouxe somente a moral
os costumes e a religiosidade europeacuteia trouxe tambeacutem os meacutetodos pedagoacutegicos
Este meacutetodo funcionou absoluto durante 210 anos de 1549 a 1759 quando uma
nova ruptura marca a histoacuteria da educaccedilatildeo no Brasil a expulsatildeo dos jesuiacutetas pelo
10
Marquecircs de Pombal Se existia alguma coisa muita bem estruturada em termos
de educaccedilatildeo o que se viu a seguir foi o mais absoluto caos Tentaram-se as aulas
reacutegias o subsiacutedio literaacuterio mas o caos continuou ateacute que a Famiacutelia Real fugindo
de Napoleatildeo na Europa resolveu transferir o Reino para o Novo Mundo Na
verdade natildeo se conseguiu implantar um sistema educacional nas terras
brasileiras mas a vinda da Famiacutelia Real permitiu uma nova ruptura com a situaccedilatildeo
anterior Para preparar o terreno para sua estadia no Brasil D Joatildeo VI abriu
Academias Militares Escolas de Direito e Medicina a Biblioteca Real o Jardim
Botacircnico e sua iniciativa mais marcante em termos de mudanccedila foi a criaccedilatildeo da
Imprensa Reacutegia Segundo alguns autores o Brasil foi finalmente ldquodescobertordquo e a
nossa Histoacuteria passou a ter uma complexidade maior A educaccedilatildeo no entanto
continuou a ter uma importacircncia secundaacuteria Sabe-se que enquanto nas colocircnias
espanholas jaacute existiam muitas universidades como a Universidade de Satildeo
Domingos criada em 1538 a do Meacutexico e a de Lima criadas em 1551 a nossa
primeira Universidade soacute surgiu em 1934 em Satildeo Paulo Por todo o Impeacuterio
incluindo D Joatildeo VI D Pedro I e D Pedro II pouco se fez pela educaccedilatildeo
brasileira e muitos reclamavam de sua qualidade ruim Com a Proclamaccedilatildeo da
Repuacuteblica fizeram-se vaacuterias reformas que pudessem dar uma nova guinada mas
observando bem a educaccedilatildeo brasileira natildeo sofreu um processo de evoluccedilatildeo
que pudesse ser considerado marcante ou significativo em termos de modelo
Ateacute os dias de hoje muito se tem mudado no planejamento educacional mas a
educaccedilatildeo continua a ter as mesmas caracteriacutesticas impostas em todos os paiacuteses
do mundo que eacute de manter o ldquostatus quordquo para aqueles que frequumlentam os
bancos escolares (Niskier 1989)
Desde jaacute pode-se dizer que a Educaccedilatildeo Brasileira tem um princiacutepio meio e
fins bem demarcados e facilmente observaacuteveis Eacute isso que se pretende mostrar
neste capiacutetulo Logo o trabalho foi dividido por periacuteodos considerados como os
mais marcantes e os que sofreram as rupturas mais concretas na nossa
educaccedilatildeo Assim seraacute mostrada uma relaccedilatildeo de fatos histoacutericos em diferentes
visotildees procurando-se realccedilar os fatos ligados agrave Histoacuteria da Educaccedilatildeo no Brasil
11
Para tanto os textos a seguir satildeo baseados nas informaccedilotildees e citaccedilotildees
extraiacutedas das seguintes fontes Lima 1974 Niskier 1989 Romanelli 1978
wwwacciocombr wwwpedagogiaemfocoprobr
22 A Educaccedilatildeo no Brasil Colocircnia
No iniacutecio da colonizaccedilatildeo do Brasil por volta de 1532 natildeo se cogitou nada
que se relacionasse com a instruccedilatildeo de seus moradores pois o interesse de
Portugal era direcionado para as riquezas da terra descoberta A educaccedilatildeo no
Brasil teve iniacutecio com a chegada dos jesuiacutetas e foi atribuiacuteda aos educadores da
Companhia de Jesus por volta de 1549 com a vinda do primeiro governador
geral Tomeacute de Sousa Este encontrou a Colocircnia inteiramente despreparada em
mateacuteria de instruccedilatildeo natildeo soacute do chamado ldquogentiordquo como tambeacutem dos filhos dos
colonos Tomeacute de Sousa fez questatildeo de incluir na sua comitiva dedicados
membros da Companhia de Jesus e em menos de quinze dias jaacute funcionava
uma escola chamada na eacutepoca de ldquoler e escreverrdquo Os primeiros coleacutegios e as
ditas ldquoaulas de ensinar e contarrdquo foram criados pelos jesuiacutetas e eram mantidos
com sacrifiacutecio mediante esmolas e donativos especiais e a matildeo de obra nas
construccedilotildees eram do esforccedilo fiacutesico dos proacuteprios religiosos ajudados por iacutendios e
alguns colonos Esses coleacutegios ensinavam gratuitamente Gramaacutetica Latina
Filosofia Teologia Dogmaacutetica e Moral Primeiras Letras e Matemaacutetica Elementar
(Niskier 1989)
Em 1553 chegara ao Brasil com o governador Duarte da Costa o padre
Joseacute de Anchieta que era o encarregado do ensino dos religiosos neoacutefitos Na
falta de livros escrevia as liccedilotildees nos cadernos que distribuiacutea para cada aluno Os
jovens catecuacutemenos1 e os filhos dos colonos aprendiam assim os princiacutepios das
liacutenguas portuguesa espanhola latina brasiacutelica ou tupi indispensaacuteveis no trato
com os indiacutegenas Alguns estudiosos condenam a ausecircncia de um ensino jaacute
naquela eacutepoca mais voltado para a ciecircncia nos moldes do ensino europeu o
que daria ao Brasil melhores condiccedilotildees de competitividade internacional em
1 Pessoas em fase de preparaccedilatildeo para o batismo
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vaacuterias aacutereas Se isto eacute um fato por outro lado natildeo deixa de ser meacuterito dos jesuiacutetas
a manutenccedilatildeo da nossa integridade territorial e a existecircncia de uma soacute
predominante religiatildeo como tambeacutem ficou sendo o portuguecircs a liacutengua utilizada
nas escolas implantadas no territoacuterio brasileiro (Niskier 1989)
Entretanto a Companhia de Jesus natildeo possuiacutea um trabalho pedagoacutegico
nem uma filosofia da educaccedilatildeo especialmente elaborada para o desempenho
desta missatildeo A Companhia vinha ao mundo com diversas ideacuteias novas
especialmente no campo ascese cristatilde e na sua proacutepria organizaccedilatildeo como
sociedade de cleacuterigos mas natildeo tinha nada a dizer de especial quanto agrave filosofia
da educaccedilatildeo no sentido em que entendemos hoje este termo excluiacuteda a
educaccedilatildeo especial daqueles que deveriam ser sarcedotes Por causa disso ela
limitou-se na praacutetica em termos da educaccedilatildeo mais geral a codificar atraveacutes da
experiecircncia de seus docentes uma filosofia de educaccedilatildeo em que de certo
modo cristianizava-se o modelo educacional renascentista baseado no
equivalente ao ensino secundaacuterio no estudo dos claacutessicos e no cultivo da liacutengua
latina De tal modo o ensino expandiu com o tempo este modelo pedagoacutegico
cristatildeo que comeccedilou a ser visto como se fosse a proacutepria filosofia cristatilde da
educaccedilatildeo (Niskier 1989)
Ateacute meados do seacuteculo XVIII esse foi o modelo educacional brasileiro
Poreacutem em 1759 apoacutes a decisatildeo do Marquecircs de Pombal de expulsar os jesuiacutetas
segundo Fernando de Azevedo (professor educador criacutetico ensaiacutesta e
socioacutelogo) ldquoNa educaccedilatildeo estabeleceu-se um caos completo a despeito dos
esforccedilos de outras ordens religiosasrdquo (Niskier 1989) A expulsatildeo dos jesuiacutetas teve
como consequumlecircncia imediata aleacutem da desintegraccedilatildeo do ensino o fechamento
de residecircncias missotildees e coleacutegios e seminaacuterios Vaacuterios autores consideram a
expulsatildeo dos jesuiacutetas um fator de retrocesso na educaccedilatildeo brasileira natildeo soacute pela
diminuiccedilatildeo do nuacutemero de escolas mas sobretudo nos aspectos organizacional e
didaacutetico- pedagoacutegico Abaixo eacute destacado o que expressou Moreira de
Azevedo em seu artigo ldquoInstruccedilatildeo Puacuteblica nos Tempos Coloniais do Brasilrdquo sobre
a expulsatildeo dos Jesuiacutetas
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ldquoPrivados desses preceptores experimentou a instruccedilatildeo sensiacutevel atraso e se para substituiacute-los vieram as escolas monaacutesticas dos Beneditinos Carmelitas e Franciscanos natildeo chegaram estas ao grau de meacutetodo ensino e regularidade das dos padres de Jesus poreacutem ainda assim quando aquelas desapareceram eram as melhores que possuiacutea a colocircnia do Brasilrdquo (AZEVEDO Moreira de Apud NISKIER 1989)
Em 1772 foi assinada uma lei que abolia o antigo sistema de donativos
para a Instruccedilatildeo e estabelecia o Subsiacutedio Literaacuterio Foi criada uma taxaccedilatildeo
complementar para os vinhos e demais bebidas alcooacutelicas destinada a fornecer
os fundos para o pagamento dos mestres que fossem nomeados pelo governo
No Brasil o Subsiacutedio Literaacuterio entrou em vigor em 1773 o que iria proporcionar o
funcionamento de aulas destinadas ao ensino das primeiras letras de Gramaacutetica
Latina de Filosofia e Grego (Niskier 1989) No Rio de Janeiro passou a funcionar
uma Aula de Engenharia autorizada pela Rainha D Maria I Poreacutem essas aulas
natildeo produziram os efeitos desejados com queixa dos professores e dos alunos
Eram observados uma estrutura fraca e resultados mediacuteocres pois as aulas
estavam a cargo de mestres improvisados que natildeo tinham programas
estabelecidos e natildeo havia fiscalizaccedilatildeo no que diz respeito agrave qualidade do ensino
ministrado e do aproveitamento dos alunos O Subsiacutedio Literaacuterio natildeo bastava em
muitas capitanias natildeo sendo suficiente sequer para o pagamento dos
professores continuando a dependecircncia de boa vontade de particulares Na
eacutepoca os professores aleacutem de mal pagos eram desconsiderados no seio da
sociedade pois a educaccedilatildeo era como trazer a luz aos ignorantes o que ia ao
encontro dos interesses de muitos
Havia maior preocupaccedilatildeo em ensinar Latim e ateacute mesmo Grego e Retoacuterica
do que a Liacutengua Portuguesa A Matemaacutetica custou a integrar-se no curriacuteculo
escolar As Ciecircncias Naturais contavam com a preferecircncia de diminuto nuacutemero
de abnegados professores Os coleacutegios prepararam para estudo superior em
universidades europeacuteia os jovens que natildeo buscavam a vida sacerdotal O ensino
superior concentrava-se na Universidade de Coimbra para onde eram enviados
os filhos de famiacutelias que dispunham de recursos
14
Assim o resultado das decisotildees do Marquecircs de Pombal foi que no princiacutepio
do seacuteculo XIX a educaccedilatildeo brasileira estava reduzida praticamente a nada O
sistema jesuiacutetico foi desmantelado e nada que pudesse chegar proacuteximo desse
sistema foi organizado para dar continuidade a um trabalho de educaccedilatildeo Esta
situaccedilatildeo somente sofreu uma mudanccedila com a chegada da Famiacutelia Real ao Brasil
em 1808
23 A Educaccedilatildeo no Brasil Impeacuterio
Com a vinda da Corte Portuguesa para o Brasil em 1808 fugindo das tropas
de Napoleatildeo que haviam invadido Portugal por esta eacutepoca Dom Joatildeo VI sabia
que sua estadia forccedilada em terras brasileira natildeo seria curta e portanto aleacutem de
abrir os portos do Brasil agraves naccedilotildees amigas resolveu permitir a imprensa facilitar a
entrada de livros e fundar cerca de uma dezena de instituiccedilotildees de ensino teacutecnico
ou superior em nosso territoacuterio no Rio de Janeiro e na Bahia
O setor cultural tambeacutem seria extraordinariamente beneficiado atraveacutes da
criaccedilatildeo de vaacuterias instituiccedilotildees destinadas a dar continuidade agraves que existiam em
Portugal Dentre os cursos superiores o de Medicina foi o que mereceu atenccedilatildeo
especial Em 1808 foi criado pelo priacutencipe regente o Coleacutegio Meacutedico-ciruacutergico da
Bahia instalado no Real Hospital Militar e sediado no preacutedio onde funcionara o
coleacutegio dos jesuiacutetas
O ensino militar recebeu maior atenccedilatildeo do governo real depois do seu
estabelecimento na cidade do Rio de Janeiro A Academia Real Militar da Corte
recebeu o nome de Escola Central abrigando o curso de Engenharia que
permaneceu com a designaccedilatildeo de Escola Politeacutecnica ateacute a transferecircncia em
nossos dias para a ilha do Fundatildeo
Assim como o ensino superior as instruccedilotildees primaacuteria e secundaacuteria tambeacutem
passaram por estaacutegio de desenvolvimento desordenado problema este gerado
pela falta de um plano geral que pudesse ser aplicado em todas as capitanias
do Brasil Mesmo depois da instalaccedilatildeo da Corte no Rio de Janeiro houve um
aumento consideraacutevel nos pedidos de criaccedilatildeo de escolas de primeiras letras
15
pedidos estes que foram atendidos ou natildeo conforme a disponibilidade de
recursos para pagamento de professores (Niskier 1989)
Neste periacuteodo a evasatildeo escolar era muito grande para evitar o
esvaziamento das escolas o governo decidiu isentar do recrutamento para fins
militares os alunos dos estabelecimentos puacuteblicos que demonstrassem frequumlecircncia
assiduidade e bom aproveitamento o que deveria ser atestado pelos professores
Em 1817 a cidade do Rio de Janeiro contava aleacutem das escolas de
primeiras letras dos estabelecimentos de ensino militar e naval das aulas de
Medicina e das de Comeacutercio com trecircs de Gramaacutetica Latina uma de Retoacuterica
uma de Filosofia uma de Grego e uma de Desenho e Pintura Um grupo de
negociantes do Rio de Janeiro propocircs ao Priacutencipe-Regente a constituiccedilatildeo de um
fundo cujos rendimentos seriam reservados para criar e manter estabelecimentos
destinados agrave instruccedilatildeo puacuteblica
Desde a chegada de D Joatildeo VI ao Rio o governo portuguecircs fez tentativas
louvaacuteveis para introduzir no Brasil aleacutem das instituiccedilotildees civis os estabelecimentos
de instruccedilatildeo puacuteblica da metroacutepole Natildeo se deu a devida importacircncia agrave instruccedilatildeo
primaacuteria das classes baixas e meacutedias da sociedade e os que nas classes
elevadas sentiam a necessidade de uma instruccedilatildeo mais completa nem por isso
encontravam maiores recursos continuaram mais ou menos obrigados a adquiri-
la em Coimbra ou mesmo na Inglaterra ou na Franccedila
Com a Proclamaccedilatildeo da Independecircncia o Brasil tinha outros problemas
mais urgentes com que se preocupar do que a fundaccedilatildeo de uma universidade
ou o estabelecimento de uma rede de ensino primaacuterio e secundaacuterio Logo o
sistema de aulas avulsas continuou a existir na impossibilidade de substituiacute-lo
imediatamente por um verdadeiro sistema escolar tal como o entendemos nos
dias de hoje ou como existia ainda que precariamente no tempo dos jesuiacutetas
Mas em 1824 a primeira Constituiccedilatildeo Brasileira estabeleceu no seu ceacutelebre Art
179 no paraacutegrafo XXXII que
16
ldquoA instruccedilatildeo primaacuteria eacute gratuita a todos os cidadatildeos e a Constituiccedilatildeo garante coleacutegios e universidades onde seratildeo ensinados os elementos das ciecircncias belas letras e artesrdquo (Niskier 1989)
Poreacutem estas determinaccedilotildees nunca chegaram a ser cumpridas em grande
extensatildeo e antes que tais projetos se concretizassem ocorreu uma modificaccedilatildeo
constitucional no Brasil que iria complicar seriamente os destinos da educaccedilatildeo
durante todo o restante do Impeacuterio
Com a abdicaccedilatildeo de Dom Pedro I ao trono em favor de seu filho D Pedro
II Os parlamentares brasileiros com receio de que o novo imperador acumulasse
um excesso de poder promulgaram o Ato Adicional de 1834 agrave Constituiccedilatildeo
Imperial pelo qual o poder puacuteblico em diversos sentidos era descentralizado
Assim o Ato Adicional de 1834 estabelecia que cada proviacutencia do Brasil se
tornava autocircnoma para organizar de acordo apenas com suas proacuteprias diretivas
o ensino primaacuterio e secundaacuterio Haveria ou poderia haver portanto tantos
sistemas de ensino primaacuterios e secundaacuterios no Brasil quantas fossem as proviacutencias
sem que nenhuma tivesse que dar satisfaccedilatildeo nem agraves demais proviacutencias nem
tampouco ao governo central O ensino superior poreacutem ficaria sob a
responsabilidade do governo central em todo territoacuterio nacional
Mas na praacutetica estas medidas acabaram por consagrar a partilha de
diversas atribuiccedilotildees do domiacutenio da Instruccedilatildeo Puacuteblica apoacutes a reforma da
constituiccedilatildeo os estudos primaacuterios e secundaacuterios limitaram-se ao municiacutepio da
corte Portanto em 1837 o acontecimento mais importante no campo da
instruccedilatildeo puacuteblica no Brasil foi a criaccedilatildeo do Coleacutegio Pedro II onde funcionava o
Seminaacuterio de Satildeo Joaquim na cidade do Rio de Janeiro O coleacutegio fora criado
com o objetivo de se tornar um modelo pedagoacutegico para o curso secundaacuterio
sendo ali realizado um curso de sete anos que correspondia aproximadamente
ao que depois veio a ser o ginaacutesio e o colegial (Niskier 1989)
Em 1854 o governo central ao reformar o ensino na capital do Impeacuterio
propusera a criaccedilatildeo do ensino primaacuterio e 2ordm grau Assim criou-se a Inspetoria
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Geral da Instruccedilatildeo primaacuteria e secundaacuteria oacutergatildeo ligado ao Ministeacuterio do Impeacuterio e
destinado a fiscalizar e orientar o ensino puacuteblico e particular na cidade do Rio de
Janeiro e estruturou em dois niacuteveis a instruccedilatildeo primaacuteria gratuita que a constituiccedilatildeo
prometera a todos (www acciocom br )
O exemplo da corte frutificou nas proviacutencias empenhando assim em
promover a uniformizaccedilatildeo do ensino em todo o impeacuterio Logo as demais
proviacutencias passaram a voltar a sua atenccedilatildeo paras as reformas que se realizavam
na corte
No entanto na corte e nas proviacutencias as escolas ficaram apenas na letra
da lei Alguns estabelecimentos particulares na corte e nas grandes cidades
ofereceram um ensino mais rico que o ministrado nas escolas puacuteblicas
Dentre as causas que entatildeo obstaram a ampliaccedilatildeo e o enriquecimento do
ensino elementar destacava-se a falta de pessoal docente devidamente
habilitado e entatildeo veio a necessidade de preparar o pessoal docente para as
escolas Logo surgiram apoacutes a reforma da constituiccedilatildeo e por iniciativa dos
governos provinciais as primeiras escolas normais brasileiras
Em 1880 teria a capital do Impeacuterio sua primeira escola normal mantida e
administrada pelo poder puacuteblico sendo que qualitativamente a instruccedilatildeo se
mostrava precaacuteria
Outras causas muito importantes eram as dispersotildees da populaccedilatildeo o
nuacutemero insuficiente de escolas o descontentamento de professores mal
remunerados a ignoracircncia dos pais que se recusavam a mandar os filhos para a
escola
Com o objetivo de estimular o desenvolvimento dos estudos secundaacuterios
nas proviacutencias o ministro Joatildeo Alfredo Correia de Oliveira instalou nas capitais das
proviacutencias do Impeacuterio novas bancas de exames gerais preparatoacuterios
18
Os mais importantes projetos de reforma nas deacutecadas do seacuteculo XIX
pediam a colaboraccedilatildeo da capital para a elevaccedilatildeo do ensino em todo o Impeacuterio
Cuidavam do enriquecimento e aperfeiccediloamento e da expansatildeo da instruccedilatildeo
primaacuteria e do ensino normal cuja frequumlecircncia pretendia tornar obrigatoacuteria a todas
as crianccedilas na faixa dos sete aos quatorze anos
Deslocando-se dos demais projetos de reforma apresentados nos uacuteltimos
anos do Impeacuterio pelo desassombro e pela riqueza de suas posiccedilotildees o substitutivo
apresentado por Rui Barbosa ao decreto Leocircncio Carvalho ficaria como um vasto
programa de reformas que a Repuacuteblica caberia cumprir
Assim a proposta de Rui Barbosa cuidava amplamente do ensino
elementar e meacutedio Estruturava o ensino primaacuterio em quatro niacuteveis para os quais
se previa pela primeira vez um tempo miacutenimo de duraccedilatildeo propunha o
enriquecimento dos programas e a renovaccedilatildeo dos meacutetodos de ensino e tornava
obrigatoacuteria uma frequumlecircncia de quatro anos na escola primaacuteria elementar e
meacutedia formando assim um verdadeiro curso de instruccedilatildeo secundaacuteria popular
(www acciocom br)
Com o quadro assim configurado perto do fim da eacutepoca imperial
comeccedilaram a surgir sinais de que a sociedade estava comeccedilando a
amadurecer para o problema educacional Isto se deu porque nesta eacutepoca a
unidade nacional jaacute estava consolidada do ponto de vista militar uma seacuterie de
outros problemas mais preemente estavam solucionados ou em via de solucionar-
se a aboliccedilatildeo da escravatura jaacute estava agrave vista e podia-se pensar mais
serenamente na educaccedilatildeo brasileira A Proclamaccedilatildeo da Repuacuteblica trazia
consigo a esperanccedila de novas mudanccedilas e o Imperador em seus uacuteltimos
discursos na sessatildeo ao Parlamento Imperial solicitava a criaccedilatildeo de um Ministeacuterio
da Educaccedilatildeo pois ateacute aquela eacutepoca natildeo existia nada semelhante na
organizaccedilatildeo do nosso Estado
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24 A Educaccedilatildeo na Primeira Repuacuteblica
A Repuacuteblica proclamada adotou o modelo poliacutetico americano baseado
no sistema presidencialista Na organizaccedilatildeo escolar percebeu-se a influecircncia da
filosofia positivista
O advento federativo natildeo trouxe significaccedilotildees e alteraccedilotildees para a
instruccedilatildeo puacuteblica nem inaugurou uma nova corrente de ideacuteias educacionais
tendo significado simplesmente o coroamento e portanto a continuidade de
ideacuteias que se iniciariam no impeacuterio mas precisamente nas suas duas ultimas
deacutecadas O que podemos constatar atraveacutes dos relatos de Fernando Azevedo
ldquoDo ponto de vista cultural e pedagoacutegico a Repuacuteblica foi uma revoluccedilatildeo que abortou e que contentando-se com a mudanccedila do regime natildeo teve o pensamento ou a decisatildeo de realizar uma transformaccedilatildeo radical no sistema de ensino para provocar uma renovaccedilatildeo cultural das elites culturais e poliacuteticas necessaacuterias agraves novas instituiccedilotildees democraacuteticasrdquo (www acciocom br )
A primeira constituiccedilatildeo republicana natildeo chegou a contemplar a
gratuidade e a obrigatoriedade da instruccedilatildeo elementar O legado deixado pelo
Impeacuterio natildeo se alterou substancialmente o ensino secundaacuterio defendia e
reclamava desde as uacuteltimas deacutecadas do Impeacuterio a equumlidade como mecanismo
necessaacuterio ao aperfeiccediloamento do ensino secundaacuterio a sua estruturaccedilatildeo em
acircmbito nacional a instituiccedilatildeo de ensino regulares e sistemaacuteticos (www
acciocom br)
Assim pela constituiccedilatildeo de 1891 agrave qual se acrescentava a Lei de 20 de
novembro de 1892 ficou determinado que
bull No Distrito Federal competia ao Governo federal o ensino superior e
secundaacuterio e agrave Prefeitura o ensino primaacuterio
bull Os Estados poderiam organizar seus proacuteprios sistemas de ensino
primaacuterio secundaacuterio e superior
bull Em cada Estado o Governo Federal podia organizar seu proacuteprio
sistema de ensino secundaacuterio e superior
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Entretanto apesar da legislaccedilatildeo e organizaccedilatildeo do sistema federal de
ensino ser uma atribuiccedilatildeo do Congresso Nacional na praacutetica era o poder
executivo quem legislava e organizava a educaccedilatildeo Isto fez com que durante
toda a Primeira Repuacuteblica a posiccedilatildeo do Governo Federal fosse conservadora Isto
de certa forma restringia o entusiasmo pedagoacutegico que dominou a sociedade
brasileira depois da Primeira Guerra Mundial
Jaacute em relaccedilatildeo agraves administraccedilotildees estaduais a partir de 1920 uma febre de
otimismo pedagoacutegico comeccedilou a tomar conta dos principais governos estaduais
do Brasil o que provocou uma seacuterie de reformas de ensino em vaacuterios estados da
Uniatildeo Embora cada Estado pudesse organizar um sistema completo de ensino
desde o primaacuterio ateacute o superior tais reformas se limitavam sempre agrave estrutura do
ensino primaacuterio e normal porque todo ensino superior estava na eacutepoca no
acircmbito do Governo Federal e o ensino secundaacuterio por natildeo ser obrigatoacuterio para a
admissatildeo aos cursos superiores natildeo passava de uma rede de cursos
preparatoacuterios com exceccedilatildeo do Coleacutegio Pedro II no Rio de Janeiro que com a
Repuacuteblica havia mudado de nome para Ginaacutesio Nacional e alguns coleacutegios
religiosos Mesmo estes na praacutetica natildeo podiam fugir do espiacuterito dos preparatoacuterios
As principais reformas levantadas a efeito na deacutecada de 1920 foram as
seguintes
bull Em 1920 em Satildeo Paulo por Sampaio Doacuteria
bull Em 1922 no Cearaacute por Lourenccedilo Filho comissionado ao governo do
Cearaacute pelo Estado de Satildeo Paulo
bull Em 1927 em Minas Gerais por Francisco Campos
bull Em 1928 no Distrito Federal por Fernando Azevedo vindo de Satildeo Paulo
a convite da Prefeitura do Rio de Janeiro
bull Em 1928 na Bahia por Aniacutesio Teixeira
Os responsaacuteveis pela seacuterie de reformas estaduais ocorridas na deacutecada de
1920 tiveram para ajudaacute-los no empreendimento vaacuterios fatores concorrendo a
seu favor e o primeiro deles foi o proacuteprio clima de euforia pedagoacutegica que tomou
conta da sociedade brasileira depois da Primeira Guerra Mundial Tambeacutem veio
21
a favor deles o iniacutecio do surto industrial que pressionava por uma nova direccedilatildeo
do ensino e a introduccedilatildeo no Brasil das ideacuteias da Escola Nova em cujas teorias se
inspiraram os reformadores
As doutrinas educacionais da Escola Nova vinham haacute seacuteculos se
desenvolvendo na Europa mas soacute entraram com toda a sua forccedila na sociedade
brasileira na eacutepoca do entusiasmo pedagoacutegico do fim da Primeira Repuacuteblica em
boa parte por obra de estudiosos tais como Fernando de Azevedo Aniacutesio Teixeira
e Lourenccedilo Filho que figuraram tambeacutem na lista dos reformadores estaduais
O movimento reformista foi favorecido pela criaccedilatildeo em 1924 da
Associaccedilatildeo Brasileira de Educaccedilatildeo que agremiou elementos de todo paiacutes em
torno de questotildees de acircmbito nacional relativas agrave Educaccedilatildeo escolar Atraveacutes de
conferecircncias curados debates e inqueacuteritos os profissionais da Educaccedilatildeo
divulgavam as ideacuteias de escolas renovadas Isto contribuiu para formaccedilatildeo de
uma nova consciecircncia educacional relativa ao papel do Estado na Educaccedilatildeo
levando agrave necessidade de expansatildeo da escola puacuteblica ao direito de todos na
educaccedilatildeo levando a exigecircncia de uma poliacutetica nacional de Educaccedilatildeo na qual
a uniatildeo exerce o papel coordenador orientador e supletivo no desenvolvimento
do ensino em todo paiacutes Muitas dessas ideacuteias viriam a consubstanciar-se em
proposiccedilotildees do manifesto dos pioneiros da Educaccedilatildeo Nova (1932) e em
dispositivo da carta de 1934
25 A Educaccedilatildeo no Poacutes 1930
A queda da Repuacuteblica Velha sob o impacto da Revoluccedilatildeo de 1930
transformou as relaccedilotildees de poder entre o governo federal e os estados dando
iniacutecio a um periacuteodo de progressiva centralizaccedilatildeo poliacutetica econocircmica Embora
natildeo trouxesse uma programaccedilatildeo definida seja para o setor poliacutetico-econocircmico
seja para o educacional a revoluccedilatildeo deu iniacutecio a um periacuteodo em que todos os
campos foram atingidos caracterizando-se progressivamente a passagem de
22
uma sociedade preacute-capitalista agraacuteria - comercial e artesanal para uma
sociedade urbano-industrial
As transformaccedilotildees poliacuteticas e econocircmicas ocorridas a partir de 1930 foram
acompanhadas de grandes alteraccedilotildees sociais especialmente nos Estados do
sudeste onde se encontravam os processos de industrializaccedilatildeo Isto acelerou a
urbanizaccedilatildeo e as migraccedilotildees para as cidades que passaram a oferecer novas
oportunidades de trabalho e salaacuterios mais vantajosos Assim a populaccedilatildeo urbana
elevou-se de 10 em 1920 para 3124 em 1940 3616 em 1950 atingindo 458
em 1960 este fato causou um reflexo na urbanizaccedilatildeo tendo como consequumlecircncia
o desenvolvimento de um importante setor de serviccedilos que se localizavam nas
grandes cidades do sudeste modificando assim a sua estratificaccedilatildeo social
(wwwacciocombr )
Com a nova ordem poliacutetico-econocircmica o aumento da populaccedilatildeo urbana
relativamente agrave rural e o aparecimento de novas ocupaccedilotildees ligadas a vida
urbana industrial surgiram maiores possibilidades de mobilidade social passando
a educaccedilatildeo escolar a representar um meio de ecircxito profissional Assim a
demanda por educaccedilatildeo cresceu consideravelmente sobretudo no periacuteodo
posterior a 1945
As mesmas transformaccedilotildees soacutecio-econocircmicas que determinaram a
incorporaccedilatildeo de novas camadas sociais ao ensino secundaacuterio tambeacutem tiveram
como consequumlecircncia a modificaccedilatildeo do status social das mulheres que passaram
a frequumlentar o ensino secundaacuterio contribuindo para a expansatildeo do mesmo
Portanto entre 1933 e 1960 as matriacuteculas aumentaram em 25367 para o ensino
primaacuterio e 40211 para o ensino normal levando o crescimento das matriacuteculas
no ensino secundaacuterio a um percentual de 1207 (www acciocom br)
Logo o governo central para atuar de forma mais significativa no
processo de organizaccedilatildeo do ensino criou em 1930 o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e
Sauacutede Puacuteblica e em 1931 o Conselho Nacional de Educaccedilatildeo oacutergatildeo consultivo
destinado a assessorar o ministro
23
As reformas realizadas nos anos imediatamente posteriores agrave revoluccedilatildeo
pelo primeiro ministro da educaccedilatildeo e sauacutede puacuteblica Francisco Campos
evidenciaram a ampliaccedilatildeo das funccedilotildees federais relativas agraves modalidades de
ensino por elas abrangidas Para o ensino secundaacuterio a reforma Francisco
Campos significou a definitiva superaccedilatildeo dos exames parcelados que vinham
consagrando a proeminecircncia de estudos avulsos e irregulares bem como a
concepccedilatildeo preparativa Entre outros meacuteritos a reforma deu uma estrutura
orgacircnica ao ensino secundaacuterio comercial e superior Com relaccedilatildeo ao ensino
secundaacuterio Francisco Campos escreveu
ldquoA finalidade exclusiva do ensino secundaacuterio natildeo haacute de ser a matriacutecula nos cursos superiores o seu fim pelo contraacuterio deve ser a preparaccedilatildeo do homem para todos os grandes setores da atividade nacional constituindo no seu espiacuterito todo um sistema de haacutebitos atitudes e comportamentos que o habitem a viver por si e tomar em qualquer situaccedilatildeo as decisotildees mais convenientes e mais segurasrdquo( ROMANELLI 1978)
Como citado dentre algumas medidas da Reforma Francisco Campos
estavam a criaccedilatildeo do Conselho Nacional de Educaccedilatildeo e a organizaccedilatildeo do
ensino secundaacuterio e comercial Dessa forma Francisco Campos havia dividido o
curso secundaacuterio em dois ciclos de cinco e dois anos respectivamente o primeiro
fundamental e o segundo complementar orientado para as diferentes opccedilotildees
de carreira universitaacuteria A lei de 1931 previa ainda a criaccedilatildeo de um sistema
nacional de inspeccedilatildeo do ensino secundaacuterio a ser feito por uma rede de
inspetores regionais
Pela primeira vez num texto constitucional brasileiro ficavam estabelecidos
os princiacutepios de gratuidade e obrigatoriedade do ensino primaacuterio e da educaccedilatildeo
como direito de todos Aleacutem do que percentuais da receita dos impostos foram
vinculados para a manutenccedilatildeo e desenvolvimento do ensino
A orientaccedilatildeo centralista acabou por ser consagrada com a constituiccedilatildeo
outorgada em 1937 cabendo assim ao Estado Novo fixar as bases e determinar
os quadros da educaccedilatildeo nacional da infacircncia e da juventude Poreacutem a referida
carta silencia quanto agrave vinculaccedilatildeo de recursos para a educaccedilatildeo e quanto ao
24
plano nacional da educaccedilatildeo Digna de nota foi a sua preocupaccedilatildeo com o
ensino profissional que foi considerado o primeiro dever do estado
A poliacutetica educacional centralizadora tentava regulamentar em acircmbito
central a organizaccedilatildeo e o funcionamento de todos os tipos de ensino no paiacutes
Assim em 1942 depois de muitos estudos e consultas aos oacutergatildeos especializados o
ministro Gustavo Capanema promoveu uma nova reforma do ensino que viria a
ser conhecida como Lei Orgacircnica do Ensino Secundaacuterio (Brasil 1942a) De
acordo com Lauro de Oliveira Lima Educador brasileiro (www wikipediaorg)
ldquodispensaram qualquer debate puacuteblico sendo elaboradas no sigilo dos
gabinetes por um pequeno grupo de intelectuais e impostas a um sistema
escolar em crescimentordquo (LIMA 1974)
Foi organizado o ensino teacutecnico-profissional nas trecircs aacutereas da economia
(agriacutecola industrial e comercial) Pela impossibilidade de o sistema de ensino
oferecer a educaccedilatildeo profissional necessaacuteria agrave induacutestria e de oferecer recursos o
governo preocupou-se em engajar o setor industrial na qualificaccedilatildeo de seu
pessoal
Apesar de ter sido mais enfaacutetica na questatildeo profissional a reforma estava
impregnada pela ideologia do governo favoraacutevel a um Sistema Educacional de
discriminaccedilatildeo social Pode-se perceber este fato no artigo 129 assim redigido
O ensino preacute-vocacional e profissional destinado agraves classes menos favorecidas eacute em mateacuteria de educaccedilatildeo o primeiro dever do Estado Cumpre-lhe dar execuccedilatildeo a esse dever fundando institutos de ensino profissional e subsidiando os de iniciativas dos Estados dos Municiacutepios e dos indiviacuteduos ou associaccedilotildees particulares e profissionais(Brasil 1942a)
Este artigo oficializou o ensino profissional como ensino destinado aos
pobres e o Estado instituiu oficialmente a discriminaccedilatildeo social por meio da
escola fazendo novamente com que a demanda social da educaccedilatildeo se
voltasse para o ensino secundaacuterio onde se poderia assegurar o prestiacutegio social
Pela nova Lei o curso secundaacuterio seria ministrado em dois ciclos O
primeiro constando do curso ginasial e o segundo compreendendo dois cursos
25
paralelos o claacutessico e o cientiacutefico O curso ginasial teria duraccedilatildeo de quatro anos
e se destinaria a dar aos adolescentes os elementos fundamentais do curso
secundaacuterio O curso claacutessico com duraccedilatildeo de trecircs anos concorreria para a
funccedilatildeo intelectual Com a mesma duraccedilatildeo o cientiacutefico enfatizaria o estudo das
ciecircncias (Brasil 1942a)
A partir dessa divisatildeo em primeiro e segundo ciclos passou a haver uma
denominaccedilatildeo diversa para os estabelecimentos de ensino secundaacuterios ginaacutesios e
coleacutegios
Por influecircncia da segunda Guerra Mundial a lei instituiu tambeacutem a
educaccedilatildeo militar para os alunos do sexo masculino Reafirmou o caraacuteter
facultativo da educaccedilatildeo religiosa e obrigatoacuteria da educaccedilatildeo moral e ciacutevica e
recomendou ainda que a educaccedilatildeo das mulheres fosse feita em
estabelecimentos distintos daquele onde se educavam os homens (Brasil 1942a)
Estas reformas marcam uma distinccedilatildeo entre o trabalho intelectual para as
classes mais favorecidas e o trabalho manual enfatizando o ensino profissional
para as classes mais desfavorecidas Logo o Decreto-Lei 4048 de 22 de janeiro
criou o Serviccedilo Nacional de Aprendizagem Industrial ndash SENAI (Brasil 1942b) Jaacute o
Decreto-Lei 4481 de 16 de julho dispocircs sobre a obrigatoriedade dos
estabelecimentos induacutestrias empregarem um total de 8 correspondente ao
nuacutemero de operaacuterios e matriculaacute-los nas escolas do SENAI (Brasil 1942c) Ainda no
espiacuterito da Reforma Capanema foi baixado o Decreto-lei 6141 de 28 de
dezembro de 1943 regulamentando o ensino comercial (Brasil 1943) O Serviccedilo
Nacional de Aprendizagem Comercial ndash SENAC soacute seria criado em 1946 ( Niskier
1989)
Foram assim promulgadas entre 19421946 por iniciativa do ministro
Gustavo Capanema as leis orgacircnicas do ensino decreto e leis federais que
regulamentavam minuciosamente os diversos ramos e modalidades do ensino
secundaacuterio industrial comercial agriacutecola normal e primaacuterio
A interferecircncia financeira da uniatildeo no ensino primaacuterio solicitada desde o
impeacuterio soacute ocorreu nos uacuteltimos anos do Estado Novo quando foi instituiacutedo o
26
Fundo Nacional do Ensino Primaacuterio e assinado o Convecircnio Nacional do Ensino
Primaacuterio Ainda que se mantendo fiel agrave tradiccedilatildeo de tratar separadamente cada
modalidade de ensino coube agrave legislaccedilatildeo do Estado Novo o meacuterito de ser
abrangente e de aproximar em termos de duraccedilatildeo e de divisatildeo em ciclos Os
vaacuterios ramos do ensino profissional (comercial industrial agriacutecola) as
modalidades de ensino teacutecnico e normal foram atribuiacutedas finalidades relativas agrave
qualificaccedilatildeo profissional A exposiccedilatildeo do motivo da lei orgacircnica do ensino
secundaacuterio dava a este a funccedilatildeo de formar nos adolescentes uma soacutelida cultura
geral
Na constituiccedilatildeo de 1946 as leis orgacircnicas continuaram em vigecircncia com
algumas modificaccedilotildees ateacute 1961 Estas leis introduziram a possibilidade de
articulaccedilatildeo do ensino profissional com o secundaacuterio Jaacute com a lei de diretriz e
bases - LDB lei nordm 4024 de 201261 (Brasil 1961) deu-se um importante passo no
sentido da unificaccedilatildeo do sistema de ensino e da eliminaccedilatildeo do dualismo
administrativo herdado do impeacuterio Iniciou-se pela primeira vez uma relativa
descentralizaccedilatildeo do sistema como um todo O Ministro da Educaccedilatildeo e Cultura e
as Secretarias de Educaccedilatildeo deixaram de observar ambas as funccedilotildees criando ndash
se para os exerciacutecios das funccedilotildees normativas o conselho federal de educaccedilatildeo os
conselhos estaduais de educaccedilatildeo e o plano de educaccedilatildeo referente a cada
fundo (Fundo nacional de ensino primaacuterio do ensino meacutedio e do ensino superior)
A lei procurou apenas diminuir a distacircncia que os separava e eliminar as
condiccedilotildees de privileacutegios conferidos ao ensino secundaacuterio pela lei orgacircnica de
1942 O ensino primaacuterio obrigatoacuterio continuava a ter quatro seacuteries de duraccedilatildeo
facultando aos sistemas estaduais o seu prolongamento para leis Somente em
1961 efetivou-se a vitoacuteria dos educadores das deacutecadas de 20 e inicio dos anos 30
fixando as diretrizes gerais e as grandes linhas de um sistema nacional de
educaccedilatildeo
27
26 Educaccedilatildeo na Nova Repuacuteblica (1946 ndash 1963)
O fim do Estado Novo consubstanciou-se na adoccedilatildeo de uma nova
Constituiccedilatildeo de cunho liberal e democraacutetico Esta nova Constituiccedilatildeo na aacuterea da
Educaccedilatildeo determinou a obrigatoriedade de se cumprir o ensino primaacuterio e deu
competecircncia agrave Uniatildeo para legislar sobre diretrizes e bases da educaccedilatildeo
nacional Aleacutem disso a nova Constituiccedilatildeo fez voltar o preceito de que a
educaccedilatildeo eacute direito de todos inspirada nos princiacutepios proclamados pelos
Pioneiros nos primeiros anos da deacutecada de 30
Ainda em 1946 o entatildeo Ministro Raul Leitatildeo da Cunha regulamentou o
Ensino Primaacuterio e o Ensino Normal aleacutem de criar o Serviccedilo Nacional de
Aprendizagem Comercial - SENAC atendendo as mudanccedilas exigidas pela
sociedade apoacutes a Revoluccedilatildeo de 1930
Baseado nas doutrinas emanadas pela Carta Magna de 1946 o Ministro
Clemente Mariani criou uma comissatildeo com o objetivo de elaborar um
anteprojeto de reforma geral da educaccedilatildeo nacional Esta comissatildeo presidida
pelo eminente educador Lourenccedilo Filho era organizada em trecircs subcomissotildees
uma para o Ensino Primaacuterio uma para o Ensino Meacutedio e outra para o Ensino
Superior
Em novembro de 1948 este anteprojeto foi encaminhado a Cacircmara
Federal dando iniacutecio a uma luta ideoloacutegica em torno das propostas
apresentadas Num primeiro momento as discussotildees estavam voltadas agraves
interpretaccedilotildees contraditoacuterias das propostas constitucionais Num momento
posterior apoacutes a apresentaccedilatildeo de um substitutivo do Deputado Carlos Lacerda
as discussotildees mais marcantes relacionaram-se agrave questatildeo da responsabilidade do
Estado quanto agrave educaccedilatildeo inspirados nos educadores da velha geraccedilatildeo de 30
e a participaccedilatildeo das instituiccedilotildees privadas de ensino
Depois de 13 anos de acirradas discussotildees foi promulgada a Lei 4024 em
20 de dezembro de 1961 pelo entatildeo Presidente Joatildeo Goulart que introduziu
como inovaccedilatildeo a respeito da Educaccedilatildeo Nacional a descentralizaccedilatildeo do Ensino
28
O aspecto mais caracteriacutestico da nova Lei era conceder categoria puacuteblica
ao ensino privado As verbas destinadas agrave educaccedilatildeo puacuteblica foram desviadas
para a manutenccedilatildeo dos sistemas escolares estaduais e para os auxiacutelios agraves escolas
empresaacuterias O Ministeacuterio de Educaccedilatildeo e Cultura deixou de ser o oacutergatildeo
orientador fiscalizador e estimulador da educaccedilatildeo nacional sendo transferido o
seu poder para o Conselho Federal de Educaccedilatildeo e para as Secretarias de
Educaccedilatildeo dos Estados (Brasil 1961)
Se as discussotildees sobre a Lei de Diretrizes e Bases para a Educaccedilatildeo Nacional
foi o fato marcante por outro lado muitas iniciativas marcaram este periacuteodo
como talvez o mais feacutertil da Histoacuteria da Educaccedilatildeo no Brasil
bull Em 1950 em Salvador no Estado da Bahia Aniacutesio Teixeira inaugura o
Centro Popular de Educaccedilatildeo (Centro Educacional Carneiro Ribeiro)
dando iniacutecio a sua ideacuteia de escola-classe e escola-parque
bull Em 1952 em Fortaleza o educador Lauro de Oliveira Lima iniciou uma
didaacutetica baseada nas teorias cientiacuteficas de Jean Piaget o Meacutetodo
psicogeneacutetico
bull Em 1953 a educaccedilatildeo passou a ser administrada por um Ministeacuterio proacuteprio o
Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura
bull Em 1961 a Prefeitura Municipal de Natal iniciou uma campanha de
alfabetizaccedilatildeo (De Peacute no Chatildeo Tambeacutem se Aprende a Ler) A teacutecnica
didaacutetica criada pelo pernambucano Paulo Freire propunha-se a
alfabetizar adultos em 40 horas A experiecircncia teve iniacutecio na cidade de
Angicos no Estado do Rio Grande do Norte e logo depois na cidade de
Tiriri no Estado de Pernambuco
bull Em 1962 foi criado o Conselho Federal de Educaccedilatildeo cumprindo o artigo 9o
da Lei de Diretrizes e Bases Este substituiu o Conselho Nacional de
Educaccedilatildeo Foram criados tambeacutem os Conselhos Estaduais de educaccedilatildeo
bull Ainda em 1962 foi criado o Plano Nacional de Educaccedilatildeo e o Programa
Nacional de Alfabetizaccedilatildeo pelo Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura
inspirado no Meacutetodo Paulo Freire
29
Em 1964 o golpe militar abortou todas as iniciativas de se revolucionar a
educaccedilatildeo brasileira sob o pretexto de que as propostas eram comunizantes e
subversivas Foi um periacuteodo em que o paiacutes viveu a emergecircncia de um novo
modelo econocircmico apoiado pelas empresas internacionais A poliacutetica do
nacionalismo desenvolvimentista jaacute natildeo mais se ajustara a esse modelo
Necessitava-se de novas poliacuteticas para a sustentaccedilatildeo do novo modelo poliacutetico
(www acciocom br)
27 A Educaccedilatildeo no Periacuteodo Militar (1964 -1985)
Alguma coisa acontecia na educaccedilatildeo brasileira Pensava-se em erradicar
definitivamente o analfabetismo atraveacutes de um programa nacional levando-se
em conta as diferenccedilas sociais econocircmicas e culturais de cada regiatildeo
A criaccedilatildeo da Universidade de Brasiacutelia em 1961 permitiu vislumbrar uma
nova proposta universitaacuteria com o planejamento inclusive do fim do exame
vestibular valendo para o ingresso na Universidade o rendimento do aluno
durante o curso de 2ordm grau (ex-Colegial e atual Ensino Meacutedio)
Depois da implementaccedilatildeo do regime militar ditatorial de 1964 muito
educadores passaram a ser perseguidos em funccedilatildeo de posicionamentos
ideoloacutegicos Muito foram calados para sempre alguns outros se exilaram outros
se recolheram agrave vida privada e outros demitidos trocaram de funccedilatildeo
O Regime Militar espelhou na educaccedilatildeo o caraacuteter antidemocraacutetico de sua
proposta ideoloacutegica de governo professores foram presos e demitidos
universidades foram invadidas estudantes foram presos feridos nos confronto
com a poliacutecia e alguns foram mortos os estudantes foram calados e a Uniatildeo
Nacional dos Estudantes proibida de funcionar o Decreto ndash Lei 477 calou a boca
de alunos e professores (Brasil 1969) Agrave eacutepoca o Ministro da Justiccedila declarou que
estudantes tecircm que estudar e natildeo podem fazer baderna
Nessa eacutepoca firmaram-se acordos do MEC e seus oacutergatildeos com a USAID ndash
Agecircncia Norte ndash Americana para o Desenvolvimento Internacional visando agrave
30
cooperaccedilatildeo econocircmico ndash financeira para a organizaccedilatildeo e desenvolvimento do
sistema educacional A ajuda externa vinha atraveacutes de programas que foram
implantados sem nenhuma anaacutelise por parte dos educadores brasileiros A sua
presenccedila se fez desde a organizaccedilatildeo do sistema educacional ateacute as propostas
dos curriacuteculos dos diversos niacuteveis de ensino implantando a visatildeo tecnicista no
contexto da educaccedilatildeo brasileira com as repercussotildees por todos conhecidas
Neste periacuteodo poreacutem deu-se a grande expansatildeo das universidades no
Brasil E para acabar com os excedentes (aqueles que tiravam notas suficientes
para mas natildeo conseguiam vaga para estudar) foi criado o vestibular
classificatoacuterio
Para erradicar o analfabetismo foi criado o Movimento Brasileiro de
Alfabetizaccedilatildeo aproveitando-se em sua didaacutetica no expurgado Meacutetodo Paulo
Freire denominado MOBRAL que propunha erradicar o analfabetismo no Brasil
Natildeo conseguiu E entre denuacutencias de corrupccedilatildeo foi extinto No periacuteodo mais
cruel da ditadura militar onde qualquer expressatildeo popular contraacuteria aos
interesses do governo era abafada muitas vezes pela violecircncia fiacutesica que foi
instituiacuteda a Lei 5692 Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional em 1971
(Brasil 1971)
A caracteriacutestica mais marcante desta Lei era tentar dar a formaccedilatildeo
educacional um cunho profissionalizante Dentro do espiacuterito dos slogans
propostos pelo governo como Brasil grande ame-o ou deixe-o milagre
econocircmico etc planejava-se fazer com que a educaccedilatildeo contribuiacutesse de
forma decisiva para o aumento da produccedilatildeo brasileira
A lei introduziu no paiacutes a obrigatoriedade da profissionalizaccedilatildeo em todos os
cursos de 2ordm Grau o que implicava em valorizaccedilatildeo das aacutereas tecnoloacutegicas com
perda gradativa das aacutereas de ciecircncias humanas
A Histoacuteria e a Geografia foram integradas na aacuterea de Estudos Sociais o que
causou a superficialidade desses conteuacutedos a Educaccedilatildeo Moral e Ciacutevica eou
Estudos dos Problemas Sociais passaram a ser disciplinas obrigatoacuterias e
31
responsaacuteveis pela formaccedilatildeo do cidadatildeo brasileiro com visotildees distorcidas de
cidadania e nacionalismo
A ditadura militar se desfez por si soacute tamanha era a pressatildeo popular de
vaacuterios setores da sociedade que o processo de abertura poliacutetica tornou-se
inevitaacutevel Mesmo assim os militares deixaram o governo atraveacutes de uma eleiccedilatildeo
indireta mesmo que concorressem somente dois civis (Paulo Maluf e Tancredo
Neves)
28 A Educaccedilatildeo no Periacuteodo da Abertura Poliacutetica (1986-2001)
Com o fim do Regime Militar a eleiccedilatildeo indireta de Tancredo Neves seu
falecimento e a posse de Joseacute Sarney discutir-se-iam novamente questotildees sobre
educaccedilatildeo de uma forma democraacutetica e aberta A discussatildeo sobre as questotildees
educacionais jaacute havia perdido o seu sentido pedagoacutegico e assumido um caraacuteter
poliacutetico Para isso houve uma participaccedilatildeo mais ativa de pensadores de outras
aacutereas do conhecimento que passaram a falar de educaccedilatildeo num sentido mais
amplo do que as questotildees pertinentes agrave escola agrave sala de aula agrave didaacutetica e agrave
dinacircmica escolar em si mesma Impedidos de atuarem em suas funccedilotildees por
questotildees poliacuteticas durante o Regime Militar profissionais da aacuterea de Sociologia
filosofia antropologia histoacuteria psicologia entre outras passaram a assumir postos
na aacuterea da educaccedilatildeo e a concretizar discursos em nome da educaccedilatildeo
O Projeto de Lei da nova LDB foi encaminhado agrave Cacircmara Federal pelo
Deputado Octaacutevio Elisio em 1988 No ano seguinte o Deputado Jorge Hage envia
agrave Cacircmara um substitutivo ao Projeto e em 1992 o Senador Darcy Ribeiro
apresenta um novo Projeto que acabou por ser aprovado em dezembro de 1996
oito anos apoacutes o encaminhamento do Deputado Otaacutevio Elisio Assim a nova Lei
Nordm 9394 Lei Diretrizes e Bases da educaccedilatildeo foi promulgada em 20 de Dezembro
de 1996 (Brasil 1996)
O Governo Collor de Mello em 1990 lanccedilou o projeto de construccedilatildeo de
Centros Integrados de Apoio agrave Crianccedila - CIACS em todo o Brasil inspirados no
32
modelo dos Centros Integrados de Educaccedilatildeo Puacuteblica - CIEPS do Rio de Janeiro
existentes desde 1982
Neste periacuteodo do fim do Regime Militar aos dias de hoje a fase
politicamente marcante na educaccedilatildeo foi o trabalho do Ministro Paulo Renato de
Souza agrave frente do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Logo no iniacutecio de sua gestatildeo atraveacutes
de uma Medida Provisoacuteria extinguiu o Conselho Federal de Educaccedilatildeo e criou o
Conselho Nacional de Educaccedilatildeo vinculado ao Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura
Esta mudanccedila tornou o Conselho menos burocraacutetico e mais poliacutetico
Cabe ressaltar que podemos natildeo concordar com a forma como tecircm sido
executados alguns programas temos que reconhecer que em toda a Histoacuteria da
Educaccedilatildeo no Brasil contada a partir do descobrimento jamais houve execuccedilatildeo
de tantos projetos na aacuterea da educaccedilatildeo numa soacute administraccedilatildeo Entre esses
programas destacam-se
bull Fundo de Manutenccedilatildeo e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de
Valorizaccedilatildeo do Magisteacuterio - FUNDEF
bull Programa de Avaliaccedilatildeo Institucional - PAIUB
bull Sistema Nacional de Avaliaccedilatildeo da Educaccedilatildeo Baacutesica ndash SAEB
bull Exame nacional do Ensino Meacutedio ndash ENEM
bull Paracircmetros Curriculares Nacionais ndashPCNs
bull Exame Nacional de Cursos ndash ENC
Desses Programas o mais contestado foi o Exame Nacional de Cursos e o
chamado Provatildeo onde os alunos das universidades devem realizar uma prova
ao fim do curso para receber seus diplomas Esta prova em que os alunos podem
simplesmente assinar a ata de presenccedila e se retirar sem responder nenhuma
questatildeo eacute levada em consideraccedilatildeo como avaliaccedilatildeo das instituiccedilotildees Aleacutem do
mais entre outras questotildees o exame natildeo diferencia as regiotildees do paiacutes e as
condiccedilotildees de cada IES (Instituiccedilatildeo de Ensino Superior) como por exemplo
infraestrutura e capacitaccedilatildeo docente(wwwacciocombr)
33
29 Cronologia da Histoacuteria da Educaccedilatildeo Brasileira
A tabela 21 a seguir apresenta um resumo dos principais acontecimentos
na educaccedilatildeo brasileira Destacando-se os principais eventos relacionados ao
ensino meacutedio
Tabela 21 ndash Evoluccedilatildeo da educaccedilatildeo no Brasil principais acontecimentos-periacuteodo
de 1549 a 1998
ANO HISTOacuteRIA DA EDUCACcedilAtildeO BRASILEIRA
1549 middot Chega ao Brasil o primeiro grupo de seis padres jesuiacutetas chefiados por Manuel de Noacutebrega marcando o iniacutecio da Histoacuteria da Educaccedilatildeo no Brasil (nos moldes europeus) middot Quinze dias apoacutes a chegada funda na cidade de Salvador a primeira escola elementar
1554 middot Satildeo fundadas as escolas jesuiacutetas de Satildeo Paulo de Piratininga tendo como seu primeiro professor o padre Joseacute de Anchieta e a da Bahia
1556 middot Eacute fundado o coleacutegio jesuiacuteta de Todos os Santos middot Comeccedila a vigorar as Constituiccedilotildees da Companhia de Jesus incluindo a aprendizagem do canto da muacutesica instrumental e o estudo profissional agriacutecola
1567 middot Eacute fundado o coleacutegio jesuiacuteta do Rio de Janeiro
1570 middot O Brasil conta com cinco escolas elementares (Porto Seguro Ilheacuteus Satildeo Vicente Espiacuterito Santo e Satildeo Paulo de Piratininga) e trecircs coleacutegios (Rio de Janeiro Pernambuco e Bahia)
1759
middot Duzentos e dez anos apoacutes a chegada e de serem os uacutenicos responsaacuteveis pela educaccedilatildeo no Brasil deixam a colocircnia cerca de Quinhentos padres jesuiacutetas expulsos pelo Marquecircs de Pombal Ministro de D Joseacute I paralisando 17 coleacutegios 36 missotildees seminaacuterios menores e escolas elementaresmiddot O Alvaraacute de 28 de julho determina a instituiccedilatildeo de aulas de gramaacutetica latina aulas de grego e de retoacuterica aleacutem de criar o cargo de Diretor de Estudos Medidas inoacutecuas para um sistema de ensino fragmentado
1770 A Reforma Pombalina de Educaccedilatildeo substitui o sistema jesuiacutetico e o ensino eacute dirigido pelos vicemiddotreis nomeados por Portugal
1772 middot Eacute instituiacutedo o subsiacutedio literaacuterio imposto destinado a manutenccedilatildeo dos ensinos primaacuterio e meacutedio middot Eacute fundada no Rio de Janeiro a Academia Cientiacutefica
1810 middot Desfazendomiddotse de seus proacuteprios livros (60000 volumes) trazidos de Portugal D Joatildeo funda a nossa primeira biblioteca middot Eacute criada a Academia Militar
1812 Satildeo criados cursos de Agricultura na Bahia middot Eacute criada a escola de serralheiros oficiais de lima e espingardeiros em Minas Gerais middot Eacute criado o laboratoacuterio de quiacutemica no Rio de Janeiro
1822 O Decreto de 1o de marccedilo criava no Rio de Janeiro uma escola baseada no meacutetodo lancasteriano ou de ensino muacutetuo Ou seja somente um professor para cada escola
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1824 middot A Constituiccedilatildeo outorgada pela Assembleacuteia Constituinte dizia no seu artigo 179 que a instruccedilatildeo primaacuteria era gratuita a todos os cidadatildeos
1834 middot O Ato Adicional da reforma constitucional dizia que a educaccedilatildeo primaacuteria e secundaacuteria ficaria a cargo das proviacutencias restando a administraccedilatildeo nacional o ensino superior
1835 Eacute criada uma escola normal em Niteroacutei A primeira do Brasil
1838 middot O Coleacutegio Pedro II eacute fundado no Rio de Janeiro
1854 O Decreto 1331A de 17 de fevereiro reforma os ensinos primaacuterio e secundaacuterio exigindo professores credenciados e a volta da fiscalizaccedilatildeo oficial cria a Inspetoria Geral da Instruccedilatildeo Primaacuteria e Secundaacuteria middot Eacute criada uma escola normal na Paraiacuteba
1873 Com o objetivo de estimular o desenvolvimento dos estudos secundaacuterios nas proviacutencias e de facilitar aos candidatos das proviacutencias o acesso aos cursos superiores o Ministro Joatildeo Alfredo Correia de Oliveira instalou nas capitais das proviacutencias do Impeacuterio bancas de exames gerais preparatoacuterios
1874 middot Eacute criada a Escola Politeacutecnica
1889
Ferreira Viana Ministro do Impeacuterio dizia ser fundamental formar professores com a necessaacuteria instruccedilatildeo cientiacutefica e profissional middot Em sua uacuteltima fala do trono Sua Majestade pedia empenho para a criaccedilatildeo de um ministeacuterio destinado aos negoacutecios da Instruccedilatildeo Puacuteblica middot Com a Proclamaccedilatildeo da Repuacuteblica no Governo Provisoacuterio do Marechal Deodoro da Fonseca torna-se Ministro da Instruccedilatildeo Puacuteblica Correios e Teleacutegrafos Benjamin Constant Botelho de Magalhatildees middot Os alunos matriculados nas escolas correspondem a 12 da populaccedilatildeo em idade escolar
1890 middot O Decreto 510 do Governo Provisoacuterio da Repuacuteblica diz em seu artigo 62 item 5o que o ensino seraacute leigo e livre em todos os graus e gratuito no primaacuterio middot O iacutendice de analfabetismo no Brasil eacute de 672
1891 A Constituiccedilatildeo estipula o ensino leigo nas escolas puacuteblicas em oposiccedilatildeo ao ensino religioso middot Eacute Ministro da Instruccedilatildeo Puacuteblica Correios e Teleacutegrafos Joatildeo Barbalho Uchoa Cavalcanti middot No Governo de Floriano Peixoto satildeo Ministros da Instruccedilatildeo Puacuteblica Correios e Teleacutegrafos Joseacute Higino Duarte Pereira (interino) e Fernando Lobo Leite Pereira
1927
O educador Francisco Campos realiza no Estado de Minas Gerais uma reforma educacional middot Realizamiddotse a primeira das Conferecircncias Nacionais de Educaccedilatildeo em Curitiba organizada pela Associaccedilatildeo Brasileira de Educaccedilatildeo middot ABE middot Por iniciativa de Francisco Mendes Pimentel eacute criada a Universidade de Minas Gerais (a iniciativa teve curta duraccedilatildeo)
1930
Satildeo Ministros da Justiccedila e Negoacutecios Interiores na Junta Governativa que durou apenas onze dias Gabriel Loureiro Bernardes e Afracircnio de Melo Franco (interino) middot Eacute criado o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Sauacutede Puacuteblica atraveacutes do Decreto 19402 tendo como Ministros no Governo Getuacutelio Vargas Francisco Luiz da Silva Campos Belizaacuterio Augusto de Oliveira Pena Washington Ferreira Pires e Gustavo Capanema middot O educador Lourenccedilo Filho publica Introduccedilatildeo ao Estudo da Escola Nova middot O educador Fernando de Azevedo cria a Biblioteca Pedagoacutegica Brasileira middot Os alunos matriculados nas escolas correspondem a 30 da populaccedilatildeo em idade escolar
1931
O governo provisoacuterio sanciona decretos organizando o ensino secundaacuterio e as universidades brasileiras ainda inexistentes Estes Decretos ficaram conhecidos como Reforma Francisco Campos middot O Decreto 19850 de 11 de abril cria o Conselho Nacional de Educaccedilatildeo middot O Decreto 19851 de 11 de abril institui o Estatuto das Universidades Brasileiras que dispotildee sobre a organizaccedilatildeo do ensino superior no Brasil e adota o regime universitaacuterio
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middot O Decreto 19852 de 11 de abril dispotildee sobre a organizaccedilatildeo da Universidade do Rio de Janeiro middot O Decreto 19890 de 18 de abril dispotildee sobre a organizaccedilatildeo do ensino secundaacuterio middot O Decreto 20158 de 30 de julho organiza o ensino comercial regulamenta a profissatildeo de contador e daacute outras providecircncias middot O Decreto 21241 de 14 de abril consolida as disposiccedilotildees sobre o ensino secundaacuterio
1932
Um grupo de educadores lanccedila agrave naccedilatildeo o Manifesto dos Pioneiros da Educaccedilatildeo Nova redigido por Fernando de Azevedo middot O Decreto 21241 de 4 de abril consolida a reforma do ensino secundaacuterio visando segundo Francisco Campos a formaccedilatildeo do homem para todos os grandes setores da atividade nacional Este Decreto resultou na implantaccedilatildeo de um curriacuteculo enciclopeacutedico
1934
A nova Constituiccedilatildeo dispotildee pela primeira vez que a educaccedilatildeo eacute direito de todos devendo ser ministrada pela famiacutelia e pelos Poderes Puacuteblicos Passa a funcionar o Conselho Nacional de Educaccedilatildeo CNE e os Conselhos Estaduais de Educaccedilatildeo middot CEEs Por iniciativa do governador Armando Salles Oliveira foi criada a Universidade de Satildeo Paulo A primeira a ser criada e organizada segundo as normas do Estatuto das Universidades Brasileiras de 1931 Eacute fundada a Universidade de Porto Alegre
1942
Eacute decretada a reforma do ensino relativa ao ensino secundaacuterio conhecida como Reforma Capanema middot O Decreto-lei 4048 de 22 de janeiro cria o Serviccedilo Nacional de Aprendizagem Industrial - SENAI middot O Decreto-lei 4073 de 30 de janeiro regulamenta o ensino industrial middot O Decreto-lei 4244 de 9 de abril regulamenta o ensino secundaacuterio middot O Decreto-lei 4481 de 16 de julho dispotildee sobre a obrigatoriedade dos estabelecimentos industriais empregarem um total de 8 correspondente ao nuacutemero de operaacuterios e matriculaacute-los nas escolas do SENAI middot O Decreto-lei 4436 de 7 de novembro amplia o acircmbito do SENAI atingindo tambeacutem o setor de transportes das comunicaccedilotildees e da pesca middot O Decreto-lei 4984 de 21 de novembro compele que as empresas oficiais com mais de cem empregados a manter por conta proacutepria uma escola de aprendizagem destinada agrave formaccedilatildeo profissional de seus aprendizes
1943
Ainda no espiacuterito da Reforma Capanema eacute baixado o Decreto-lei 6141 de 28 de dezembro regulamentando o ensino comercial Eacute criada em Recife por Felipe Tiago Gomes a Campanha do Ginasiano Pobre - CGP nuacutecleo inicial da futura Campanha Nacional de Escolas da Comunidade - CNEC A Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho exige que sejam implantadas creches nas empresas para filhos de funcionaacuterios middot Eacute fundada a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro - UFRRJ
1946
A nova Constituiccedilatildeo determina a obrigatoriedade de se cumprir o ensino primaacuterio e daacute competecircncia agrave Uniatildeo para legislar sobre as diretrizes e bases da educaccedilatildeo nacional Volta a figurar na Constituiccedilatildeo que a educaccedilatildeo eacute direito de todos Tendo como Ministro da Educaccedilatildeo Raul Leitatildeo da Cunha satildeo baixados os seguintes Decretos-lei middot O Decreto-lei 8529 de 2 de janeiro regulamenta o ensino primaacuterio middot O Decreto-lei 8530 de 2 de janeiro regulamenta o ensino normal middot Os Decretos-lei 8621 e 8622 de 10 de janeiro criam o Serviccedilo Nacional de Aprendizagem Comercial - SENAC middot O Decreto-lei 9613 de 20 de agosto regulamenta o ensino agriacutecola Satildeo fundadas a Universidade Federal de Pernambuco e a Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica de Satildeo Paulo middot Satildeo Ministros da Educaccedilatildeo e Sauacutede Puacuteblica no Governo Eurico Gaspar Dutra Ernesto de Souza Campos Clemente Mariani Bittencourt Eduardo Rios Filho (interino) e Pedro Calmon Moniz de
36
Bittencourt
1948 O governo atraveacutes do Ministro Clemente Mariani encaminha ao Congresso Nacional o projeto de Lei de Diretrizes e Bases para a Educaccedilatildeo Nacional Realiza-se o I Congresso Nacional da Campanha do Ginasiano Pobre que passa a se chamar Campanha Nacional dos Educandaacuterios Gratuitos
1953
Com a criaccedilatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Sauacutede Puacuteblica passa a se chamar Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura Eacute criada a Campanha de Aperfeiccediloamento e Difusatildeo do Ensino Secundaacuterio - CADES vinculado agrave Diretoria do Ensino Secundaacuterio dirigida por Armando Hildebrand Eacute criado o Comitecirc Brasileiro da Organizaccedilatildeo Mundial de Educaccedilatildeo Preacute-Escolar - OMEP
1955
Eacute criado o Instituto Superior de Estudos Brasileiros - ISEB com o objetivo de criar uma cultura brasileira Eacute criada a Campanha Nacional de Alimentaccedilatildeo Escolar - CNAE vinculada ao Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Aniacutesio Teixeira funda os Centros de Pesquisas Educacionais de Satildeo Paulo Rio de Janeiro Recife Belo Horizonte Salvador e Porto Alegre O Deputado Carlos Lacerda apresenta seu primeiro substitutivo ao projeto de Lei para Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional Eacute Ministro da Educaccedilatildeo e Cultura no Governo Nereu Ramos Abgard de Castro Arauacutejo Renault Satildeo fundadas a Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica de Campinas e a Universidade Federal da Paraiacuteba
1957
Eacute criada a Revista Escola Secundaacuteria pela Campanha de Aperfeiccediloamento e Difusatildeo do Ensino Secundaacuterio - CADES do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo O ministro Cloacutevis Salgado altera o projeto original da Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional e envia para o Congresso Nacional o Substitutivo no 2222 Fundada a Universidade Federal do Paraacute
1959 A Emenda Carlos Lacerda (seu terceiro substitutivo) prevalece sobre o texto das Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional alterando substancialmente a pujanccedila do projeto original Cento e oitenta educadores lanccedilam um manifesto agrave naccedilatildeo solicitando ao governo que o projeto da Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional fosse rejeitado
1961
Depois de treze anos de discussotildees eacute promulgada a Lei 4024 que regulamenta as Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional O presidente Joatildeo Goulart ainda vetou 25 artigos que posteriormente receberam aprovaccedilatildeo pelo Congresso Surgem os Centros Populares de Cultura - CPC intimamente ligados agrave Uniatildeo Nacional dos Estudantes - UNE e o Movimento de Educaccedilatildeo de Base - MEB ligado agrave Confederaccedilatildeo Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB e ao governo da Uniatildeo A Prefeitura Municipal de Natal no Rio Grande do Norte inicia uma campanha de alfabetizaccedilatildeo (De Peacute no Chatildeo Tambeacutem se Aprende a Ler) A teacutecnica didaacutetica criada pelo pernambucano Paulo Freire propunha-se a alfabetizar em 40 horas adultos analfabetos A experiecircncia teve iniacutecio na cidade de Angicos no Estado do Rio Grande do Norte e logo depois na cidade de Tiriri no Estado de Pernambuco Eacute Ministro da Educaccedilatildeo e Cultura no Governo Jacircnio Quadros Briacutegido Fernandes Tinoco Satildeo Ministros da Educaccedilatildeo e Cultura no Governo Joatildeo Goulart durante o Regime Parlamentarista Antonio Ferreira de Oliveira Brito Roberto Tavares de Lira e Darcy Ribeiro durante o Regime Presidencialista Teotocircnio Mauriacutecio Monteiro de Barros Filho Paulo de Tarso Santos e Juacutelio Furquim de Sambaqui (interino) Eacute criada a Universidade de Brasiacutelia a Universidade Federal de Alagoas e a do Espiacuterito Santo e a Universidade Catoacutelica de Petroacutepolis e a de Salvador
1962 Eacute criado o Conselho Federal de Educaccedilatildeo cumprindo o artigo 9o da Lei de Diretrizes e Bases Este substitui o Conselho Nacional de Educaccedilatildeo Satildeo criados tambeacutem os Conselhos Estaduais de Educaccedilatildeo
37
Eacute criado o Plano Nacional de Educaccedilatildeo e o Programa Nacional de Alfabetizaccedilatildeo pelo Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura inspirado no Meacutetodo Paulo Freire Eacute fundada a Universidade Estadual de Campinas e a Universidade Norte de Ensino Superior de Montes Claros Minas Gerais
1965 Acordo MECConselho de Cooperaccedilatildeo Teacutecnica da Alianccedila para o Progresso - CONTAPUSAID para melhoria do ensino meacutedio Previa assessoria teacutecnica americana para o planejamento do ensino e treinamento de teacutecnicos brasileiros nos Estados Unidos
1966 Acordo MEC CONTAP USAID de assessoria para a expansatildeo e aperfeiccediloamento do quadro de professores de ensino meacutedio no Brasil
1968 A Lei 5540 de 28 de novembro fixa normas de organizaccedilatildeo e funcionamento do ensino superior e sua articulaccedilatildeo com a escola meacutedia
1971
Eacute promulgada a Lei 5692 que regulamenta o ensino de primeiro e segundo graus Entre outras determinaccedilotildees amplia a obrigatoriedade escolar de quatro para oito anos aglutina o antigo primaacuterio com o ginasial suprimindo o exame de admissatildeo e criando a escola uacutenica profissionalizante A Resoluccedilatildeo no 8 do Conselho Federal de Educaccedilatildeo fixa o nuacutecleo comum para os curriacuteculos do ensino de 1o e 2o graus definindo seus objetivos e a amplitude O Parecer 853 do Conselho Federal de Educaccedilatildeo define a doutrina de curriacuteculo indica os conteuacutedos de nuacutecleo comum apresenta o conceito de mateacuteria orienta suas formas de tratamento e integraccedilatildeo indica os objetivos das aacutereas de estudo e os do processo educativo remetendo-os ao objetivo geral do ensino de 1o e 2o graus e aos fins da educaccedilatildeo brasileira O Decreto 68908 dispotildee sobre o concurso vestibular fixando as condiccedilotildees para o ingresso na Universidade
1972 O Parecer no 45 do Conselho Federal de Educaccedilatildeo fixa o curriacuteculo miacutenimo a ser exigido em cada habilitaccedilatildeo profissional ou conjunto de habilitaccedilotildees afins no ensino de 2o grau
1978 A Portaria no 505 do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo aprova diretrizes baacutesicas para o ensino de Moral e Ciacutevica nos cursos de 1o e 2o graus e de Estudos de Problemas Brasileiros nos cursos superiores
1982
A Lei no 7044 altera dispositivos da Lei 569271 referentes agrave profissionalizaccedilatildeo do ensino de 2o grau implicando em algumas mudanccedilas na proposta curricular dispensando as escolas da obrigatoriedade da profissionalizaccedilatildeo voltando a ecircnfase agrave formaccedilatildeo geral O Parecer no 618 do Conselho Federal de Educaccedilatildeo explica as alteraccedilotildees introduzidas pela Lei 7044
1986
O Parecer no 785 do Conselho Federal de Educaccedilatildeo reformula o nuacutecleo comum para o ensino de 1o e 2o graus middot A Resoluccedilatildeo no 6 do Conselho Federal de Educaccedilatildeo reformula o nuacutecleo comum para os curriacuteculos do ensino de 1o e 2o graus revogando a Resoluccedilatildeo no 871 do proacuteprio CFE dando novas diretrizes
1992 As disciplinas de Organizaccedilatildeo Social e Poliacutetica do Brasil - OSPB e Estudos de Problemas Brasileiros - EPB deixam de ser obrigatoacuterias no ensino de 2o grau e superior
1995 A Universidade de Brasiacutelia cria o Programa de Avaliaccedilatildeo Seriada - PAS para ingresso na universidade que acaba com o exame vestibular A avaliaccedilatildeo do aluno eacute feita durante a realizaccedilatildeo do 2o grau
1996 O Presidente sanciona a Lei no 9394 a Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo (LDB) que ficou oito anos em discussatildeo no Congresso
1997 As escolas de 2o grau tambeacutem satildeo avaliadas atraveacutes de Provatildeo
1998 Eacute instituiacutedo pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais - INEP o Exame Nacional do Ensino Meacutedio - ENEM para ser aplicado aos alunos concluintes e aos egressos deste niacutevel de ensino
38
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria a partir de dados disponibilizados em
wwwPedagogiaemfocoprobr
No capiacutetulo a seguir eacute descrita a Estrutura Organizacional da Educaccedilatildeo no
Brasil
39
Capiacutetulo 3 A Estrutura Organizacional da Educaccedilatildeo no Brasil
Os conteuacutedos dos itens 31 e 32 foram extraiacutedos da Lei nordm 9394 de 20 de
dezembro de 1996 - Lei de Diretrizes e Bases (LDB) e as informaccedilotildees do item 33
foram baseados no site institucional da Secretaria Estadual de Educaccedilatildeo do
Estado do Rio de Janeiro (SEERJ)
31 A Organizaccedilatildeo
A Organizaccedilatildeo da Educaccedilatildeo Nacional eacute composta pela Uniatildeo pelos
Estados pelo Distrito Federal e pelos Municiacutepios organizados em regime de
colaboraccedilatildeo
Cabe agrave Uniatildeo a coordenaccedilatildeo da poliacutetica nacional de educaccedilatildeo da
articulaccedilatildeo os diferentes niacuteveis e sistemas A Uniatildeo ainda exerce funccedilatildeo
normativa redistributiva e supletiva em relaccedilatildeo agraves demais instacircncias
educacionais
40
311 Atribuiccedilotildees da Uniatildeo
De acordo com a Lei das Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo eacute papel do
Governo Federal atraveacutes do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo
1 - Elaborar o Plano Nacional de Educaccedilatildeo em colaboraccedilatildeo com os
Estados o Distrito Federal e os Municiacutepios
2 - Organizar manter e desenvolver os oacutergatildeos e instituiccedilotildees oficiais do
sistema federal de ensino e o dos Territoacuterios
3 - Prestar assistecircncia teacutecnica e financeira aos Estados ao Distrito Federal e
aos Municiacutepios para o desenvolvimento de seus sistemas de ensino e o
atendimento prioritaacuterio agrave escolaridade obrigatoacuteria exercendo sua funccedilatildeo
redistributiva e supletiva
4 - Estabelecer em colaboraccedilatildeo com os Estados o Distrito Federal e os
Municiacutepios competecircncias e diretrizes para a educaccedilatildeo infantil o ensino
fundamental e o ensino meacutedio que nortearatildeo os curriacuteculos e seus conteuacutedos
miacutenimos de modo a assegurar formaccedilatildeo baacutesica comum
5 - Coletar analisar e disseminar informaccedilotildees sobre a educaccedilatildeo
6 - Assegurar processo nacional de avaliaccedilatildeo do rendimento escolar no
ensino fundamental meacutedio e superior em colaboraccedilatildeo com os sistemas de
ensino objetivando a definiccedilatildeo de prioridades e a melhoria da qualidade do
ensino
7 - Baixar normas gerais sobre cursos de graduaccedilatildeo e poacutes-graduaccedilatildeo
8-Assegurar processo nacional de avaliaccedilatildeo das instituiccedilotildees de educaccedilatildeo
superior com a cooperaccedilatildeo dos sistemas que tiverem responsabilidade sobre
este niacutevel de ensino
41
9-Autorizar reconhecer credenciar supervisionar e avaliar
respectivamente os cursos das instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior e os
estabelecimentos do seu sistema de ensino
312 Atribuiccedilotildees dos Estados
Tambeacutem conforme estabelecido na LDB cabe aos Governos Estaduais
atraveacutes das Secretarias Estaduais de Educaccedilatildeo
1-Organizar manter e desenvolver os oacutergatildeos e instituiccedilotildees oficiais dos seus
sistemas de ensino
2-Definir com os Municiacutepios formas de colaboraccedilatildeo na oferta do ensino
fundamental as quais devem assegurar a distribuiccedilatildeo proporcional das
responsabilidades de acordo com a populaccedilatildeo a ser atendida e os recursos
financeiros disponiacuteveis em cada uma dessas esferas do Poder Puacuteblico
3-Elaborar e executar poliacuteticas e planos educacionais em consonacircncia
com as diretrizes e planos nacionais de educaccedilatildeo integrando e coordenando as
suas accedilotildees e as dos seus Municiacutepios
4-Autorizar reconhecer credenciar supervisionar e avaliar
respectivamente os cursos das instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior e os
estabelecimentos do seu sistema de ensino
5-Baixar normas complementares para o seu sistema de ensino
6-Assegurar o ensino fundamental e oferecer com prioridade o ensino
meacutedio
Em relaccedilatildeo ao Distrito Federal aplicam-se as competecircncias referentes aos
Estados e aos Municiacutepios
42
313 Atribuiccedilotildees dos Municiacutepios
A LDB estabelece que os Municiacutepios incumbir-se-atildeo atraveacutes das Secretarias
Municipais de Educaccedilatildeo
1-Organizar manter e desenvolver os oacutergatildeos e instituiccedilotildees oficiais dos seus
sistemas de ensino integrando-os agraves poliacuteticas e planos educacionais da Uniatildeo e
dos Estados
2-Exercer accedilatildeo redistributiva em relaccedilatildeo agraves suas escolas
3-Baixar normas complementares para o seu sistema de ensino
4-Autorizar credenciar e supervisionar os estabelecimentos do seu sistema
de ensino
5-Oferecer a educaccedilatildeo infantil em creches e preacute-escolas e com
prioridade o ensino fundamental permitida a atuaccedilatildeo em outros niacuteveis de ensino
somente quando estiverem atendidas plenamente as necessidades de sua aacuterea
de competecircncia e com recursos acima dos percentuais miacutenimos vinculados pela
Constituiccedilatildeo Federal agrave manutenccedilatildeo e desenvolvimento do ensino
Os Municiacutepios podem optar ainda por se integrar ao sistema estadual de
ensino ou compor com ele um sistema uacutenico de educaccedilatildeo baacutesica
314 O Papel dos Estabelecimentos de Ensino
Respeitadas as normas comuns e as do seu sistema de ensino a LDB
estabelece que os estabelecimentos de ensino tecircm a funccedilatildeo de
1 -Elaborar e executar sua proposta pedagoacutegica
2- Administrar seu pessoal e seus recursos materiais e financeiros
3 -Assegurar o cumprimento dos dias letivos e horas-aula estabelecidos
43
4 -Velar pelo cumprimento do plano de trabalho de cada docente
5 -Prover meios para a recuperaccedilatildeo dos alunos de menor rendimento
6-Articular-se com as famiacutelias e a comunidade criando processos de
integraccedilatildeo da sociedade com a escola
7 -Informar os pais e responsaacuteveis sobre a frequumlecircncia e o rendimento dos
alunos bem como sobre a execuccedilatildeo de sua proposta pedagoacutegica
315 Atribuiccedilotildees dos Docentes
Segundo a LDB cabe aos docentes
1 -Participar da elaboraccedilatildeo da proposta pedagoacutegica do estabelecimento
de ensino
2 -Elaborar e cumprir plano de trabalho segundo a proposta pedagoacutegica
do estabelecimento de ensino
3 -Zelar pela aprendizagem dos alunos
4- Estabelecer estrateacutegias de recuperaccedilatildeo para os alunos de menor
rendimento
5-Ministrar os dias letivos e horas-aula estabelecidos aleacutem de participar
integralmente dos periacuteodos dedicados ao planejamento agrave avaliaccedilatildeo e ao
desenvolvimento profissional
6 -Colaborar com as atividades de articulaccedilatildeo da escola com as famiacutelias e
a comunidade
A LDB estabelece ainda que os sistemas de ensino definiratildeo as normas da
gestatildeo democraacutetica do ensino puacuteblico na educaccedilatildeo baacutesica de acordo com as
suas peculiaridades e conforme os princiacutepios de
44
Participaccedilatildeo dos profissionais da educaccedilatildeo na elaboraccedilatildeo do projeto
pedagoacutegico da escola e de participaccedilatildeo das comunidades escolar e local em
conselhos escolares ou equivalentes
Tambeacutem se configura como atribuiccedilatildeo dos sistemas de ensino assegurar agraves
unidades escolares puacuteblicas de educaccedilatildeo baacutesica que os integram progressivos
graus de autonomia pedagoacutegica e administrativa e de gestatildeo financeira
observadas as normas gerais de direito financeiro puacuteblico
32 A Abrangecircncia dos Sistemas
Os sistemas de ensino estatildeo relacionados agraves diferentes esferas
governamentais conforme segue
321 O Sistema Federal
O Sistema Federal de ensino compreende
1 - As instituiccedilotildees de ensino mantidas pela Uniatildeo
2-As instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior criadas e mantidas pela iniciativa
privada
3 -Os oacutergatildeos federais de educaccedilatildeo
322 Os Sistemas de Ensino dos Estados e do Distrito Federal Compreendem
1-As instituiccedilotildees de ensino mantidas respectivamente pelo Poder Puacuteblico
estadual e pelo Distrito Federal
2 -As instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior mantidas pelo Poder Puacuteblico
municipal
3-As instituiccedilotildees de ensino fundamental e meacutedio criadas e mantidas pela
iniciativa privada
45
4 -Os oacutergatildeos de educaccedilatildeo estaduais e do Distrito Federal
respectivamente
No Distrito Federal as instituiccedilotildees de educaccedilatildeo infantil criadas e mantidas
pela iniciativa privada integram seu sistema de ensino
323 O Sistema Municipal Na esfera Municipal os sistemas de ensino compreendem
1-As instituiccedilotildees do ensino fundamental meacutedio e de educaccedilatildeo infantil
mantidas pelo Poder Puacuteblico municipal
2-As instituiccedilotildees de educaccedilatildeo infantis criadas e mantidas pela iniciativa
privada
3-Os oacutergatildeos municipais de educaccedilatildeo
As instituiccedilotildees de ensino dos diferentes niacuteveis classificam-se nas seguintes
categorias administrativas
1-Puacuteblicas assim entendidas as criadas ou incorporadas mantidas e
administradas pelo Poder Puacuteblico
2 -Privadas assim entendidas as mantidas e administradas por pessoas
fiacutesicas ou juriacutedicas de direito privado
A figura 31 mostra de forma resumida a estrutura organizacional da educaccedilatildeo brasileira
46
UNIAtildeO
MINISTEacuteRIO DA EDUCACcedilAtildeO
ESTADOS
SECRETARIA ESTADUAL DE EDUCACcedilAtildeO
MUNICIacutePIOS
SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCACcedilAtildeO
AL UNOS
ENSINO SUPERIOR
Docentes
ENSINO MEacuteDIO
Docentes
ENSINO FUNDAMENTAL
Figura 31 Organograma da Organizaccedilatildeo Educacional Brasileira
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria a partir dos dados descritos neste capiacutetulo
Como os estudos deste trabalho estatildeo focados no ensino meacutedio a seguir
seraacute destacada a Secretaria Estadual de Educaccedilatildeo do Estado do Rio de Janeiro
33 A Secretaria Estadual de Educaccedilatildeo
A Secretaria Estadual de Educaccedilatildeo do Rio de Janeiro foi criada em 15 de
marccedilo de 1975 Em sua atual administraccedilatildeo o Secretaacuterio Nelson Maculam Filho
comanda uma rede de ensino de 1679 escolas 77 mil professores 22617
funcionaacuterios de apoio administrativo e um universo de 15 milhatildeo de alunos A
Secretaria eacute composta por 29 coordenadorias distribuiacutedas por regiotildees do estado
do Rio de Janeiro de acordo com a Tabela 31
47
Tabela 31 Coordenadorias da SEERJ
REGIOtildeES COORDENADORIASBaiacutea da Ilha Grande Baiacutea da Ilha Grande
Baixadas Litoracircneas IBaixadas Litoracircneas IICentro Sul ICentro Sul IIMeacutedio Paraiacuteba IMeacutedio Paraiacuteba IIMeacutedio Paraiacuteba IIIMetropolitana IMetropolitana IIMetropolitana IIIMetropolitana IVMetropolitana VMetropolitana VIMetropolitana VIIMetropolitana VIIIMetropolitana IXMetropolitana XMetropolitana XINoroeste Fluminense INoroeste Fluminense IINoroeste Fluminense IIINorte Fluminense INorte Fluminense IINorte Fluminense IIISerrana ISerrana IISerrana IIISerrana IV
Noroeste Fluminense
Norte Fluminense
Serrana
Baixadas Litoracircneas
Centro Sul
Meacutedio Paraiacuteba
Metropolitana
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria a partir de dados da SEERJ
No mapa da figura 32 satildeo mostrados os municiacutepios de cada regiatildeo relacionados na tabela 31
48
Figura 32 Mapa das metropolitanas do estado do Rio de Janeiro
Fonte Site institucional da SEEERJ
O foco deste estudo se restringe agraves escolas situadas no Municiacutepio do Rio de
Janeiro portanto seratildeo mostrados os detalhes das Metropolitanas III IV e X
METROPOLITANA III
Situada no bairro do Meacuteier coordena 163 escolas compreendendo
escolas de ensino fundamental e ensino meacutedio totalizando cerca de 68475
alunos
METROPOLITANA IV
Situada no bairro de Campo Grande coordena 141 escolas
compreendendo escolas de ensino fundamental e ensino meacutedio totalizando
cerca de 90733 alunos
49
METROPOLITANA X
Situada no bairro da Tijuca coordena 163 escolas compreendendo
escolas de ensino fundamental e ensino meacutedio totalizando cerca de 58693
alunos
Aleacutem das atribuiccedilotildees definidas por lei a SEERJ desenvolve accedilotildees e projetos
paralelos como mostrados a seguir
Accedilotildees e Projetos Secretaria Estadual de Educaccedilatildeo
PROGRAMA SUCESSO ESCOLAR
O programa sucesso escolar foi lanccedilado em 31 de maio de 2004 com o
objetivo de combater a reprovaccedilatildeo e a evasatildeo nas escolas evasotildees estas que
custam ao Estado cerca de R$ 450 milhotildees por ano O Rio de Janeiro tem um dos
maiores iacutendices de reprovaccedilatildeo do Sudeste 381 cerca de 10 abaixo da meacutedia
nacional Desde 2004 os alunos da rede recebem reforccedilo escolar atraveacutes de
aulas extras O programa atende aos alunos com baixo desempenho escolar
PROGRAMA SAUacuteDE NA ESCOLA
O Programa promove sauacutede nos CIEPS desde 2000 Em 1995 com base na
Carta de Otawa (WHO 1986) surgiu o conceito de Escolas Promotoras de
Sauacutede atraveacutes da Iniciativa Global de Sauacutede na Escola lanccedilada pela
Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede Trata-se de uma accedilatildeo em parceria entre as
secretarias de Estado de Educaccedilatildeo Sauacutede e a Defesa Civil visando a prevenccedilatildeo
e a promoccedilatildeo da sauacutede dos estudantes oferecendo atendimento cliacutenico
pediaacutetrico e odontoloacutegico
REGISTRO UacuteNICO DO ALUNO (REGUA)
O Registro Uacutenico do Aluno (REGUA) estaacute inserido no Programa de
Reestruturaccedilatildeo da Rede Puacuteblica de Ensino (PRO-REDE) Com o registro que eacute
uma carteira de estudante que funciona como identidade os estudantes tecircm
direito ao Passe Livre nos ocircnibus municipais aleacutem de descontos na aacuterea cultural
50
PROGRAMA QUADRO DE HORAacuteRIOS
O Programa foi lanccedilado em outubro de 2004 para definir os quadros de
horaacuterios de cada turma das 1854 escolas da rede estadual de ensino com o
objetivo de identificar os professores que natildeo estatildeo dando aula nem exercem
funccedilotildees administrativas nas escolas e assim poder providenciar a alocaccedilatildeo deles
em outras unidades combatendo assim o problema da falta de professores
PROJETO DE CAPACITACcedilAtildeO DE GESTORES ESCOLARES O Curso de Gestatildeo Escolar para Diretor Geral Diretor Adjunto e Gerente de
Ensino tem como objetivo
1 ndash Oferecer formaccedilatildeo continuada e ou formaccedilatildeo em niacutevel de
especializaccedilatildeo em serviccedilo aos gestores das escolas puacuteblicas de educaccedilatildeo
baacutesica da rede estadual
2 ndash Contribuir para a melhoria dos processos de gestatildeo da rede estadual
do Rio de Janeiro e tornar positivo seu impacto na qualidade da educaccedilatildeo
Baacutesica
3 ndash Contribuir para construccedilatildeo de um novo significado da gestatildeo escolar
com base na integraccedilatildeo dos aspectos administrativos e pedagoacutegicos nas accedilotildees
dos gestores
PROGRAMA ESTADUAL DE LEITURA
O programa pretende estimular o haacutebito de leitura nos alunos das escolas
da rede estadual e promove o acesso a livros e bens culturais Envolve a criaccedilatildeo
de poacutelos de leitura nas bibliotecas das escolas da rede em todos os municiacutepios do
Rio com a promoccedilatildeo ainda de eventos culturais mensais
PROGRAMA DE VISITAS
O Programa foi lanccedilado em maio de 2005 com a finalidade de combater
a evasatildeo e a repetecircncia nas escolas estaduais O programa tem por objetivo
resgatar o aluno e envolver a famiacutelia no dia-a-dia da escola Setecentos
estudantes do Ensino Meacutedio de 140 escolas da rede estadual com altos iacutendices
51
de evasatildeo e repetecircncia de 15 coordenadorias regionais percorreratildeo as suas
proacuteprias comunidades para levar informaccedilotildees sobre os projetos da Secretaria
chamar de volta agrave escola os colegas que desistiram de estudar e reunir sugestotildees
e reivindicaccedilotildees das famiacutelias visitadas Esses jovens receberatildeo bolsa mensal de R$
6500 (sessenta e cinco reais)
PROGRAMA DE MUNICIPALIZACcedilAtildeO DO ENSINO
O programa tem por objetivo aleacutem da passagem gradual dos encargos
da educaccedilatildeo infantil e ensino fundamental para a esfera municipal o programa
de municipalizaccedilatildeo traduz-se na integraccedilatildeo entre as esferas administrativas
atraveacutes de accedilotildees poliacutetico-pedagoacutegicas tendo por base a racionalizaccedilatildeo dos
sistemas municipais e estaduais de educaccedilatildeo objetivando aperfeiccediloar a
ocupaccedilatildeo de espaccedilos alocaccedilatildeo de alunos adequaccedilatildeo e aproveitamento dos
recursos humanos e materiais pensados enquanto rede puacuteblica unificada e sem
discriminaccedilotildees
PREcircMIO NACIONAL DE REFEREcircNCIA EM GESTAtildeO
Com o apoio da Fundaccedilatildeo Ford do Fundo das Naccedilotildees Unidas para a
infacircncia - Unicef da embaixada dos Estados Unidos no Brasil do Conselho
Britacircnico e eventualmente de outros organismos e instituiccedilotildees o Precircmio foi
instituiacutedo para atingir os seguintes objetivos
a) estimular o desenvolvimento da gestatildeo democraacutetica na escola tendo
como foco o compromisso com uma aprendizagem de qualidade
b) valorizar as escolas puacuteblicas de educaccedilatildeo baacutesica que se destaquem
por iniciativas e experiecircncias inovadoras e bem sucedidas de gestatildeo escolar
c) apoiar o desenvolvimento de uma cultura de auto-avaliaccedilatildeo da gestatildeo
escolar
d) incentivar o processo de melhoria contiacutenua da escola pela elaboraccedilatildeo
de planos de accedilatildeo tendo com base a sua auto-avaliaccedilatildeo
52
PLANO DE RECUPERACcedilAtildeO DA REDE FIacuteSICA
O Programa foi iniciado em 2002 responsaacutevel pela construccedilatildeo ampliaccedilatildeo
reforma e manutenccedilatildeo nas escolas da rede estadual de ensino
O programa tem por objetivo revitalizar as escolas da rede e atender
alunos professores e servidores de apoio com mais qualidade por meio de um
plano de recuperaccedilatildeo
PARLAMENTO JUVENIL
O Parlamento Juvenil eacute um programa pedagoacutegico da SEE em parceria
com a Assembleacuteia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) criado em 2003
em que os estudantes da rede aprendem a exercer na praacutetica as funccedilotildees
parlamentares
Tem por objetivo conscientizar os alunos da rede estadual de ensino sobre
processo democraacutetico integrando-os agrave atividade poliacutetica Aleacutem disso eacute uma
maneira de aproximar o jovem de tudo que diz respeito agrave sua cidade jaacute que seus
projetos de lei devem abordar os problemas de seus municiacutepios Tem como
Puacuteblico alvo toda a comunidade escolar
PROJETO OLHANDO A ESCOLA
O programa eacute desenvolvido em parceria entre a secretarias estaduais de
Educaccedilatildeo Sauacutede e Defesa Civil para identificar estudantes com problemas de
visatildeo o que tecircm dificultado o aprendizado e consequumlentemente o
desempenho escolar
PROGRAMA NOVA ESCOLA
O Objetivo eacute impulsionar a melhoria na qualidade de ensino e valorizar a
escola puacuteblica objetiva a propor criteacuterios de avaliaccedilatildeo das escolas em cinco
itens prestaccedilatildeo de contas gestatildeo da matriacutecula integraccedilatildeo com a comunidade
desempenho dos alunos (estudantes da 2ordf a 8ordf seacuteries do ensino Fundamental e 1ordf
a 3ordf seacuteries do ensino meacutedio fizeram provas de Liacutengua Portuguesa e Matemaacutetica e
53
fluxo escolar A partir dos resultados o programa concede aos professores e
demais profissionais gratificaccedilotildees proporcionais agraves suas realizaccedilotildees educacionais
PROGRAMA MERENDA ESCOLAR
Tem como objetivo suprir as necessidades nutricionais dos alunos durante o
tempo de permanecircncia na escola contribuir para a reduccedilatildeo da evasatildeo escolar
melhorar o rendimento escolar formar bons haacutebitos alimentares e contribuir para
a manutenccedilatildeo da sauacutede escolar
KITS ESCOLARES
O programa foi criado em 2004 consiste na distribuiccedilatildeo de kits escolares
para 15 milhatildeo de estudantes Os kits satildeo formados por caderno reacutegua cola
caneta laacutepis borracha apontador e mochila
JOGOS DA EDUCACcedilAtildeO PUacuteBLICA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Programa eacute desenvolvido em parceria pelas Secretarias Estaduais de
Educaccedilatildeo e de Esportes para incentivar o gosto e o haacutebito de praticar esporte
entre os estudantes da rede fornecendo noccedilotildees de cidadania e contribuindo
para melhorar o desempenho escolar
PROGRAMA ESTADUAL DE INFORMAacuteTICA APLICADA Agrave
EDUCACcedilAtildeO
O programa tem como objetivo aumentar o nuacutemero de laboratoacuterios e
ampliar o acesso dos estudantes e da comunidade escolar em geral agrave
informaacutetica e agrave internet promovendo assim a inclusatildeo digital
HORAacuteRIO INTEGRAL
Os Centros Integrados de Educaccedilatildeo Puacuteblica satildeo escolas de estilo
arquitetocircnico e proposta pedagoacutegica proacuteprios com funcionamento em horaacuterio
integral que proporcionam a seus alunos muacuteltiplas atividades complementando
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o trabalho nas salas de aula com recreaccedilotildees esportes atividades culturais aleacutem
de fornecer alimentaccedilatildeo
O objetivo eacute estabelecer um processo de formaccedilatildeo do aluno que
estimule a constante troca de ideacuteias vivecircncias e empenho em promover a
autoconfianccedila para que eles sintam vontade real de aprender cada vez mais
cientes de seus deveres e direitos de cidadatildeo
PROGRAMA GEOREFERENCIAMENTO
Um sistema de informaacutetica georeferenciou cerca de 11 mil escolas das
redes municipal estadual federal e particular tendo como objetivos permitir que
a Secretaria de Educaccedilatildeo tenha informaccedilotildees sobre as 11 mil escolas do estado
do Rio de Janeiro Seraacute possiacutevel por meio dele planejar a construccedilatildeo e a
ampliaccedilatildeo de novas escolas assim como a matriacutecula e a troca de informaccedilotildees
entre municiacutepio e estado
FOacuteRUM PERMANENTE DE DIRETORES
Esse Foacuterum eacute presidido pelo Secretaacuterio com a presenccedila dos Subsecretaacuterios
e 81 Diretores das Unidades Escolares de toda a rede Visa discutir a realidade de
nossas escolas trazer sugestotildees a fim de nortear os trabalhos desenvolvidos pela
SEE
PROJETO FACcedilA PARTE O projeto tem por objetivo discutir de que maneira alunos e as escolas
podem ser estimulados a agir como voluntaacuterios debatendo as vaacuterias formas de
mobilizaccedilatildeo social considerada pelos especialistas como uma ferramenta de
ensino inovadora e interativa
PROGRAMA ESCOLAS DE PAZ O Programa Escolas de Paz faz parte de um acordo de cooperaccedilatildeo entre
a Unesco e a Secretaria de Estado de Educaccedilatildeo do Rio de Janeiro e segue as
orientaccedilotildees do Programa Abrindo Espaccedilos recomendado pela Unesco como
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estrateacutegia de construccedilatildeo de uma Cultura de Paz Foi criado em 2000 e retomado
em agosto de 2003 Consiste em abrir 200 unidades escolares de 11
coordenadorias da Regiatildeo Metropolitana selecionadas nas aacutereas onde haacute maior
carecircncia de lazer nos finais de semana para atividades artiacutesticas esportivas e de
lazer As escolas oferecem cafeacute da manhatilde almoccedilo e agraves vezes lanches aos
participantes Eacute voltado para jovens de quatorze a vinte quatro anos
O programa visa implantar uma cultura de natildeo violecircncia no interior das
escolas e comunidades vizinhas aleacutem de procurar integrar e aproximar a famiacutelia
dos jovens agrave escola melhorar o desempenho estudantil e despertar eventuais
potencialidades culturais artiacutesticas e esportivas nos alunos O programa acontece
aos saacutebados das 9h agraves 17h mesmo nas feacuterias e as escolas recebem mensalmente
verbas para pagamento da equipe local manutenccedilatildeo e nutriccedilatildeo
PROJETO ESCOLA FAZ ARTE
A escola eacute o espaccedilo ideal para que os alunos possam expressar suas
qualidades artiacutesticas criando muitas vezes trabalhos maravilhosos verdadeiras
obras de arte que passam despercebidas fora dos muros escolares O projeto
visa valorizar os jovens talentos que surgem em nossas Unidades Escolares
incentivando e proporcionando uma maior divulgaccedilatildeo de seus dons criativos
Sendo assim a SEE elaborou o Projeto Escola faz Arte em agosto de 2004
retornando em marccedilo de 2005 visando expor durante uma semana os trabalhos
das Unidades Escolares no hall do gabinete do Secretaacuterio (5deg andar)
CHEQUE ndashESCOLA
Trata-se de um Programa de inclusatildeo social que transfere recursos
estaduais para famiacutelias de baixa renda que tenham filhos com idade escolar
entre sete e quatorze anos matriculados na rede puacuteblica
O programa tem por objetivo a permanecircncia dos alunos na escola
afastando-os da situaccedilatildeo de risco social favorecendo a formaccedilatildeo de novos
cidadatildeos e uma melhoria na qualidade de vida da famiacutelia A frequumlecircncia escolar
eacute condiccedilatildeo fundamental para a participaccedilatildeo e manutenccedilatildeo da famiacutelia no
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programa
PROJETO APRENDENDO XADREZ NAS ESCOLAS
Consiste em uma parceria com a Federaccedilatildeo de Xadrez do Estado do Rio
de Janeiro para transformar o xadrez em ferramenta pedagoacutegica estimulando o
raciociacutenio a concentraccedilatildeo e a criatividade do aluno A meta eacute melhorar o
desempenho em matemaacutetica aleacutem de combater a repetecircncia e evasatildeo escolar
PROGRAMA ACELERA JOVEM
Programa foi lanccedilado para ajudar alunos que apresentem defasagem
idade-seacuterie a recuperar o tempo perdido com o objetivo de colocar o ensino
fundamental ao alcance de jovens que estatildeo fora da escola ou que estatildeo com
os estudos atrasados
O Programa visa atender aquela faixa etaacuteria delineada como de risco
jovens entre 15 e 30 anos que estatildeo fora da escola ou estando na escola
tenham pelo menos concluiacutedos quatro anos de estudo e apresentem uma
defasagem idade-seacuterie de trecircs anos ou mais
A ESCOLA VAI AO TEATRO
O Programa foi desenvolvido em parceria entre as Secretarias Estaduais de
Educaccedilatildeo e Cultura para estimular o interesse dos alunos por teatro e disciplinas
como literatura e histoacuteria O projeto quer incentivar ainda a melhoria do
desempenho escolar atraveacutes da abordagem de temas histoacutericos
O objetivo eacute levar os alunos permanentemente para assistir agrave peccedilas que
tenham conteuacutedo pedagoacutegico facilitando aos estudantes da rede puacuteblica o
acesso a esses bens culturais aleacutem de fornecer aos professores material para ser
discutido e trabalhado dentro da sala de aula
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EDUCACcedilAtildeO AMBIENTAL
Esclarece e orienta agraves escolas os alunos e agrave comunidade sobre questotildees
referentes agrave Educaccedilatildeo Ambiental na Rede de Ensino Puacuteblica Estadual do Rio de
Janeiro
Contribui na consolidaccedilatildeo da Lei nordm 9795 de abril de 1999 que institui a
Poliacutetica Nacional de Educaccedilatildeo Ambiental
Desenvolve o Programa Estadual de Educaccedilatildeo Ambiental instituiacuteda pela
Lei 3325 de 17121999
Promove accedilotildees seminaacuterios e projetos objetivando a implantaccedilatildeo e
implementaccedilatildeo da Agenda Ambiental nas escolas puacuteblicas estadual do Rio de
Janeiro
A Estrutura Organizacional da Educaccedilatildeo no Brasil eacute uma ferramenta que
daacute suporte para o desenvolvimento da cidadania que eacute fator determinante para
a inclusatildeo social A inclusatildeo social seraacute tratada no capiacutetulo seguinte atraveacutes das
Poliacuteticas Puacuteblicas
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Capiacutetulo 4 Poliacuteticas Puacuteblicas de Inclusatildeo Social
41 A Crise do Sistema Poliacutetico Liberal e o Iniacutecio do
Intervencionismo do Estado
Ateacute o iniacutecio do seacuteculo XX prevaleciam ideacuteias de um sistema poliacutetico liberal
no qual o Estado natildeo tinha muita participaccedilatildeo e a relaccedilatildeo do indiviacuteduo com a
sociedade soacute era percebida se o mesmo estivesse inserido de alguma forma no
mercado Aqueles que se encontravam fora desta condiccedilatildeo eram privados da
utilizaccedilatildeo de serviccedilos essenciais aquisiccedilatildeo de bens enfim de tudo o mais que se
fazia necessaacuterio para seu desenvolvimento (Carvalho 2002)
No primeiro quartel do seacuteculo XX a economia se encontrava em
recuperaccedilatildeo dos efeitos de poacutes-guerra a partir do liberalismo do estado e neste
mesmo periacuteodo se dava a consolidaccedilatildeo do capitalismo monopolista com a
fusatildeo de pequenas companhias originando os grandes conglomerados Isto
ocorreu mesmo com a existecircncia de leis como as ldquoantitrustesrdquo que impediam
estas uniotildees entre empresas Sem a efetividade das leis as grandes empresas
industriais e bancaacuterias predominavam o cenaacuterio econocircmico sob a proteccedilatildeo de
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uma poliacutetica adotada pelos governos de natildeo intervirem nas movimentaccedilotildees do
mercado (Magdof 1979)
Nessa eacutepoca os Estados Unidos assumiram a hegemonia econocircmica em
escala mundial O seu crescimento econocircmico no poacutes-guerra propiciou enorme
euforia social dando a falsa imagem de uma prosperidade eterna Poreacutem a
sensaccedilatildeo de seguranccedila absoluta impediu a correta avaliaccedilatildeo das tendecircncias
econocircmicas Assim uma crise econocircmica se desencadeou a partir de 1929
resultante da quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque abalando a estrutura
do capitalismo liberal trazendo reflexos que se propagaram no mundo todo
promovendo uma crise econocircmica mundial (Arruda apud Reis 2000)
Este fato impulsionou a percepccedilatildeo de que o mercado possuiacutea seus limites
como reguladores naturais isto eacute que o mercado sozinho natildeo tinha condiccedilotildees de
se auto regular sem a influecircncia do Estado Natildeo restou alternativa para os
americanos a natildeo ser empreender uma mudanccedila de rumo no capitalismo liberal
inaugurando-se a fase intervencionista na qual o governo passou a ter papel
decisivo na orientaccedilatildeo do processo econocircmico Com a poliacutetica do ldquoNew Dealrdquo
os americanos traccedilaram um marco histoacuterico na trajetoacuteria do capitalismo A
intervenccedilatildeo do estado na vida econocircmica representava uma mudanccedila
significativa no modelo tradicional da economia de mercado praticada pelos
Estados Unidos Logo o Estado passou a ser o agente mediador civilizador
interferindo nas relaccedilotildees soacutecio econocircmicas (Arruda apud Reis 2000)
As repercussotildees da crise prolongaram-se ateacute 1933 e nesse cenaacuterio o Brasil
foi um dos paiacuteses novos que mais sofreu com a crise uma vez que o seu produto principal era o cafeacute responsaacutevel por 70 das exportaccedilotildees sendo os Estados
Unidos os maiores compradores e consumidores do produto
Os fazendeiros de cafeacute principal sustentaacuteculo do poder poliacutetico no Brasil
ateacute entatildeo exigiam medidas urgentes para solucionar a crise A incapacidade do
governo de Washington Luiacutes em superaacute-la foi o motivo imediato da revoluccedilatildeo de
1930 que depocircs o presidente e levou ao poder Getuacutelio Vargas
60
O Governo Vargas teve que implantar uma seacuterie de medidas com o
objetivo de modernizar a economia brasileira Nesse contexto se produziu uma
primeira ruptura no que diz respeito ao avanccedilo da acumulaccedilatildeo capitalista no
paiacutes no sentido da implantaccedilatildeo de um nuacutecleo baacutesico de induacutestria de bens de
produccedilatildeo bem como no da redefiniccedilatildeo do papel do Estado na economia Para
isso havia a necessidade de um Estado forte e promotor da integraccedilatildeo do
mercado interno e de uma intervenccedilatildeo econocircmica de modo a assegurar a
proteccedilatildeo agrave produccedilatildeo nacional e o bem-estar social da Naccedilatildeo (Mendonccedila
1986)
Na deacutecada de cinquumlenta o modelo econocircmico implantado por Getuacutelio
Vargas comeccedilou a dar seus primeiros sintomas de esgotamento provocando
uma crise poliacutetica que desembocaria finalmente na crise do pacto populista em
1964 Com a posse de Juscelino Kubitschek ocorreu uma reorientaccedilatildeo dos rumos
de nossa economia O Plano de Metas proposto por Juscelino foi um marco na
reelaboraccedilatildeo qualitativa das relaccedilotildees entre Estado e economia no paiacutes
integrando pela primeira vez sob o controle do governo as atividades do capital
puacuteblico e do privado (Mendonccedila 1986)
O golpe de 1964 natildeo correspondeu a nenhum marco no sentido da
definiccedilatildeo de um novo modelo econocircmico pelo contraacuterio seu papel foi apenas o
de garantir a consolidaccedilatildeo definitiva do modelo implantado nos anos cinquumlenta
aprimorando-o Se no periacuteodo compreendido entre 1962 e 1967 foi todo ele de
crise econocircmica Jaacute entre 1968 e 1974 ocorreu o conhecido ldquomilagre
econocircmicordquo cuja essecircncia nada mais significou senatildeo a garantia de lucros
faraocircnicos agraves empresas monopolistas (nacionais e estrangeiras) (Mendonccedila
1986)
42 O Estado e Suas Novas Funccedilotildees Sociais
O fim da deacutecada de 1970 foi marcado por uma crise proveniente do fim
de um periacuteodo denominado ldquomilagre econocircmicordquo este fato favoreceu
movimentos da sociedade em direccedilatildeo a redemocratizaccedilatildeo e a organizaccedilatildeo da
61
sociedade civil atraveacutes de diversos acontecimentos sociais Estes
acontecimentos levaram a instalaccedilatildeo da Assembleacuteia Nacional Constituinte na
qual os movimentos sociais se articularam para tentar incluir na Carta
Constitucional os direitos sociais que entatildeo passariam a ser traduzidos como
deveres do Estado atraveacutes das Poliacuteticas Puacuteblicas Nesta eacutepoca a Poliacutetica Social
brasileira apresentava estrateacutegia reformista conforme Fagnani (citado por
Carvalho 2002)
ldquoCrescimento sustentado ampliaccedilatildeo do emprego aumento de salaacuterio real melhor distribuiccedilatildeo de renda reforma agraacuteria seguro desemprego revisatildeo da legislaccedilatildeo trabalhista e sindical descentralizaccedilatildeo poliacutetico-administrativa participaccedilatildeo e controle social redefiniccedilatildeo do padratildeo regressivo de financiamento das poliacuteticas sociais universalizaccedilatildeo do acesso ampliaccedilatildeo do impacto redistributivordquo
A Carta Constitucional de 1988 formulou a organizaccedilatildeo do sistema
federativo brasileiro onde ficou definido o papel do governo federal que assumiu
prioritariamente a coordenaccedilatildeo das Poliacuteticas Puacuteblicas Sociais enquanto os
municiacutepios assumiram a maior parte da responsabilidade de execuccedilatildeo dessas
poliacuteticas Com isto ficou prevista a transferecircncia de diversas atribuiccedilotildees
responsabilidades e recursos da instancia federal para os niacuteveis estaduais e
municipais de governo Com esta transferecircncia de atribuiccedilotildees os estados
passaram a ter autonomia para definirem a organizaccedilatildeo e a gestatildeo de suas
poliacuteticas (Carvalho 2002)
A deacutecada de 1990 foi marcada pelas lutas dos setores progressistas da
sociedade pela implementaccedilatildeo e regulamentaccedilatildeo dos direitos sociais definidos
na Constituiccedilatildeo Foram entatildeo regulamentadas as leis nas aacutereas voltadas para a
crianccedila e o adolescente da seguridade social da sauacutede da assistecircncia social
da previdecircncia social e da educaccedilatildeo Foi um periacuteodo marcado pelo conflito
entre a expectativa da implementaccedilatildeo de Poliacuteticas Puacuteblicas que concretizassem
os direitos conquistados assegurados em lei e as restriccedilotildees poliacuteticas e
econocircmicas impostas para a sua implementaccedilatildeo (Carvalho 2002)
62
O Estado entatildeo passou a formular poliacuteticas de caraacuteter econocircmico e
social que comeccedilaram a se tornar segundo Silva (citado em Carvalho 2002)
ldquoarena de lutas por acesso a riqueza socialrdquo Isto porque as poliacuteticas puacuteblicas satildeo
geralmente responsaacuteveis por grandes conflitos de interesses pois atingem
diretamente as camadas e classes sociais Devido agrave criaccedilatildeo de questotildees sociais
para atender interesses de uns acabam por infligir no interesse de outros
Pode-se supor que o principal motivo para que os conflitos ocorram seja
devido agraves classes mais favorecidas natildeo terem interesse em perder seus privileacutegios
e com isto natildeo admitirem que os indiviacuteduos das classes menos privilegiadas
venham a ter condiccedilotildees de atingirem niacuteveis melhores de desenvolvimento Com
isto esta parcela desprivilegiada da sociedade passaria a ter a possibilidade de
aumentar a sua capacidade de competiccedilatildeo Se a maioria dos indiviacuteduos tiver a
mesma capacidade de competiccedilatildeo seraacute facilitada a diminuiccedilatildeo das diferenccedilas
sociais e com isto haveraacute a promoccedilatildeo da igualdade Igualdade esta que fere
fortemente os privileacutegios de classe que jaacute se encontram enraizados na cultura de
dominaccedilatildeo sobre os mais fracos Neste processo se faz muito importante agrave
participaccedilatildeo de grupos de indiviacuteduos que quando organizados promovem
movimentos de defesa da garantia dos direitos civis poliacuteticos e sociais
Os movimentos gerados por estes grupos satildeo muitas vezes responsaacuteveis
pelas accedilotildees do Estado atraveacutes de reuniotildees entrevistas pesquisas e contatos
diretos com os indiviacuteduos que satildeo levantadas as principais necessidades da
sociedade sejam elas poliacuteticas ou sociais (Carvalho 2002)
43 Poliacuteticas Puacuteblicas Uma Questatildeo de Conceito
Dentre as vaacuterias definiccedilotildees para poliacuteticas Puacuteblicas destacam-se pela
abrangecircncia a definiccedilatildeo dada por Pereira citada em Carvalho 2002
ldquoLinha de accedilatildeo coletiva que concretiza direitos sociais coletivos declarados e garantida
em lei Eacute mediante as poliacuteticas Puacuteblicas que satildeo distribuiacutedos os redistribuiacutedos bens e serviccedilos
63
sociais em resposta agraves demandas da sociedade Por isso o direito que as fundamenta eacute um direito
coletivo e natildeo individualrdquo(apud Carvalho2002)
Ainda segundo Pereira para se definir Poliacutetica Puacuteblica se faz necessaacuteria agrave
compreensatildeo do real significado do termo puacuteblico e tambeacutem a sua abrangecircncia
neste sentido destaca-se
ldquoO termo puacuteblico associado agrave poliacutetica natildeo eacute uma referecircncia exclusiva ao Estado como
muitos pensam mas sim agrave coisa puacuteblica ou seja de todos sob a eacutegide de uma mesma lei e o apoio
de uma comunidade de interesses Portanto embora as Poliacuteticas Puacuteblicas sejam reguladas e
frequumlentemente providas pelo Estado elas tambeacutem englobam preferecircncias escolhas e decisotildees
privadas podendo (e devendo) ser controladas pelos cidadatildeos A Poliacutetica Puacuteblica expressa assim a
conversatildeo de decisotildees privadas em decisotildees e accedilotildees puacuteblicas que afetam a todosrdquo
44 Formulaccedilatildeo de Poliacuteticas Puacuteblicas
Para que uma Poliacutetica Puacuteblica seja formulada existe o envolvimento de
diversos fatores sendo os principais a identificaccedilatildeo dos atores e dos reais
interesses que envolvem a inclusatildeo de determinada questatildeo na agenda puacuteblica
para que posteriormente seja regulamentada como Poliacutetica Puacuteblica Para isto eacute
importante que ocorra a mobilizaccedilatildeo de representantes da sociedade civil e do
Estado que discutem os problemas fazem o levantamento das necessidades
para que posteriormente fundamentem suas argumentaccedilotildees Todo este processo
se faz necessaacuterio para que os direitos sociais possam ser regulamentados e no
momento seguinte seja formulada uma Poliacutetica Puacuteblica que expresse com
clareza os interesses e as necessidades de todos os envolvidos (Carvalho 2002)
Os movimentos sociais que na deacutecada de 1980 lutaram pelo fim do
regime autoritaacuterio e pela redemocratizaccedilatildeo da sociedade foram atores sociais
importantes na discussatildeo e definiccedilatildeo das novas formas de organizaccedilatildeo e gestatildeo
das Poliacuteticas Puacuteblicas A descentralizaccedilatildeo dos poderes e das funccedilotildees do Estado eacute
tema recorrente como sinocircnimo de democratizaccedilatildeo Os atores envolvidos
frequumlentemente questionam as poliacuteticas puacuteblicas brasileiras as quais satildeo
atribuiacutedas historicamente as seguintes caracteriacutesticas (Carvalho 2002)
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SELETIVAS Natildeo possuem grande abrangecircncia isto eacute natildeo atingem a
toda faixa da sociedade que em tese necessitaria de uma determinada poliacutetica
puacuteblica soacute atingindo um pequeno grupo selecionado Um exemplo a ser citado
eacute o caso da Nova Escola pois atinge a uma parcela de escolas que satildeo
selecionadas pelo seu desempenho isto eacute preenchem todos os requisitos
estabelecidos A escola que natildeo se enquadrar nesses moldes padrotildees natildeo
recebe recursos nem a gratificaccedilatildeo dos professores o que acarreta um
desempenho ainda pior no ano seguinte Isto pode ocorrer devido ao perfil das
escolas e de seus alunos serem diferentes natildeo podendo ser julgados da mesma
forma isto se reflete claramente nas aacutereas mais carentes onde devido aos
diversos problemas vividos por esta comunidade o desempenho dos alunos
muitas vezes eacute mais baixo natildeo significando que a escola natildeo esteja cumprindo o
seu papel de ensinar
FRAGMENTADAS Normalmente natildeo satildeo contiacutenuas atuam por um
determinado periacuteodo de tempo e com o passar do tempo simplesmente satildeo
esquecidas Este esquecimento muitas vezes se faz devido agrave falta de recursos
que podem ser oriundos da falta de interesse poliacutetico como tambeacutem da
sociedade que eacute detentora de capital Neste caso podemos tomar como
exemplo o caso dos CIEPS (Centro Integrado de Educaccedilatildeo Puacuteblica) que no seu
projeto original a escola funcionava em regime integral onde os alunos aleacutem de
estudarem participavam de inuacutemeras atividades aleacutem de alimentaccedilatildeo soacute
retornando para casa no fim do dia Este projeto que inicialmente tinha uma
visatildeo de escola ideal com as mudanccedilas poliacuteticas e a falta de recursos para a
sua manutenccedilatildeo foi praticamente extinto tendo hoje em dia algumas poucas
unidades funcionando em regime integral
EXCLUDENTES Excluem entre os excluiacutedos Isto significa que entre os
considerados excluiacutedos as Poliacuteticas Puacuteblicas natildeo atingem a todos excluem a
maioria do grupo Neste caso podemos citar alguns programas sociais nos quais
as pessoas para receber os benefiacutecios precisam ser cadastradas Para isso eacute
necessaacuterio que estas pessoas tenham toda documentaccedilatildeo que nem sempre a
populaccedilatildeo socialmente excluiacuteda natildeo tem condiccedilotildees de possuir
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SETORIADAS natildeo satildeo amplas atingem somente uma necessidade
e natildeo a um conjunto de necessidades que por muitas vezes estatildeo interligadas
assim como atingem somente alguns setores da sociedade e natildeo a sociedade
como um todo Nesta aacuterea podemos citar como exemplo algumas accedilotildees na
aacuterea de sauacutede Existem poliacuteticas de doaccedilatildeo de remeacutedios mas natildeo existe
investimento na aacuterea de prevenccedilatildeo de doenccedilas como saneamento baacutesico que
eacute uma das maiores causas de doenccedilas nas aacutereas carentes
Os questionamentos desses atores e a incorporaccedilatildeo das vontades da
sociedade nas decisotildees poliacuteticas movimentaram a Assembleacuteia Constituinte de
1988 e resultaram em dois princiacutepios que fundamentaram o processo de
descentralizaccedilatildeo a democratizaccedilatildeo e a participaccedilatildeo
A figura 41 a seguir mostra esquematicamente como se daacute a
formaccedilatildeo de uma Poliacutetica Puacuteblica
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ESTADO
DIAGNOacuteSTICO DO PROBLEMA
SOCIEDADE
CIVIL
LEVANTAMENTO DAS NECESSIDADES
DIREITOS SOCIAIS
POLIacuteTICAS PUacuteBLICAS
Figura 41 Diagrama esquemaacutetico da formaccedilatildeo de uma poliacutetica puacuteblica
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria a partir de informaccedilotildees citadas neste capiacutetulo
67
45 Aacutereas de Aplicaccedilatildeo das Poliacuteticas Puacuteblicas
Existem diversas aacutereas onde satildeo aplicadas as Poliacuteticas Puacuteblicas das quais
podemos destacar a ciecircncia e tecnologia a econocircmica a social e a
educacional
Poliacuteticas Puacuteblicas da Ciecircncia e Tecnologia
As Poliacuteticas Puacuteblicas da ciecircncia e tecnologia tem como principal objetivo
promover o desenvolvimento cientiacutefico e tecnoloacutegico tendo em foco a soberania
e a independecircncia do paiacutes As bases de uma sociedade minimamente justa
derivam de seu desenvolvimento cientiacutefico e tecnoloacutegico e principalmente da
democratizaccedilatildeo desses avanccedilos e dos acessos a seus benefiacutecios por todos os
cidadatildeos pois natildeo tem sentido um paiacutes possuir grandes avanccedilos tecnoloacutegicos e
cientiacuteficos se isto soacute ficar restrito ao mundo acadecircmico ou cientiacutefico Para estes
avanccedilos terem um real valor devem ser acessiacuteveis agraves diversas camadas da
sociedade atingindo um maior nuacutemero possiacutevel de indiviacuteduos seja de maneira
aplicativa ou mesmo informativa (Amaral 2004)
A ciecircncia deve sempre estar a dispor do humanismo e tem como um dos
seus principais papeacuteis a inclusatildeo social atraveacutes do combate aos desniacuteveis sociais
e regionais que separam a humanidade Satildeo exemplos de Poliacutetica Puacuteblicas
cientiacuteficas e tecnoloacutegicas O desenvolvimento da economia utilizando inovaccedilotildees
e bens e serviccedilos que promovam a substituiccedilatildeo competitiva de importaccedilotildees
para gerar renda e empregos a ampliaccedilatildeo e a formaccedilatildeo de pesquisadores em
aacutereas estrateacutegicas a promoccedilatildeo de articulaccedilotildees de cooperaccedilatildeo entre
Universidades e empresas(Amaral 2004)
Enfim as poliacuteticas Publicas de ciecircncia e tecnologia tem como objetivo
principal agrave popularizaccedilatildeo do conhecimento cientiacutefico e tecnoloacutegico para que
estes sejam reconhecidos como componentes do bem estar social (Amaral
2004)
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Poliacuteticas Puacuteblicas Sociais
Nas Poliacuteticas Puacuteblicas Sociais a expressatildeo ldquosocialrdquo faz com que esta se decirc
atraveacutes de um conjunto de princiacutepios diretrizes objetivas e normas que
necessitam ser de caraacuteter permanente e o mais abrangente possiacutevel para que
possam orientar a atuaccedilatildeo do poder puacuteblico (Carvalho 2002)
Nos uacuteltimos anos do seacuteculo passado a maioria dos paiacuteses foi marcada por
fortes ajustes econocircmicos o que causou o agravamento dos problemas sociais
que teve como principais fatores
O desemprego estrutural rArr Falta de postos de trabalho suficientes
para todos ou pelo menos para a maioria dos indiviacuteduos em idade
economicamente ativa
As relaccedilotildees trabalhistas precaacuterias rArr Irregularidades cometidas pelos
empregadores como a falta de carteira assinada dos trabalhadores
terceirizaccedilatildeo de matildeo de obra desregulamentaccedilatildeo dos direitos conquistados
etc
As alteraccedilotildees na organizaccedilatildeo familiar rArr Aumento do nuacutemero de
famiacutelias chefiadas por mulheres
Alteraccedilatildeo no ciclo de vida rArr Diminuiccedilatildeo da taxa de mortalidade
infantil e aumento da longevidade pois com o avanccedilo da medicina alguns
problemas de sauacutede que causavam mortes no passado hoje satildeo considerados
relativamente simples e podem ser tratados diminuindo as mortes precoces Este
fato acarreta um aumento expressivo da populaccedilatildeo ativa como tambeacutem o
periacuteodo em que os indiviacuteduos estatildeo ativos
Estes fatores contribuem para um aumento expressivo das necessidades
essenciais para a populaccedilatildeo o que o sistema natildeo consegue suprir pois o nuacutemero
de postos de trabalho natildeo eacute suficiente deixam milhares de pessoas sem acesso
agraves necessidades baacutesicas assim como possibilitam um desrespeito com o
trabalhador Esse cenaacuterio promove o aprofundamento das desigualdades
69
sociais o que gera exclusatildeo social e simultacircnea inclusatildeo marginal de grande
parcela da populaccedilatildeo (Carvalho 2002)
Os problemas citados satildeo apenas alguns exemplos das causas das
desigualdades sociais e da geraccedilatildeo de um grande nuacutemero de indiviacuteduos
excluiacutedos Estes estatildeo agrave margem da sociedade sem acesso ao miacutenimo
necessaacuterio para viverem bem e principalmente ficam privados de terem acesso
a melhores condiccedilotildees de vida
Para tentar mudar este cenaacuterio alguns programas de accedilotildees foram criados
poreacutem na maioria das vezes natildeo satildeo abrangentes satildeo seletivos isto eacute
selecionam alguns dentre todos que precisam Isto significa excluir dentro dos
excluiacutedos Estes programas tambeacutem em muitos casos natildeo satildeo accedilotildees contiacutenuas
e sim temporaacuterias que com o tempo perdem o interesse sejam estes interesses
poliacuteticos pessoais etc Com isto simplesmente satildeo interrompidas deixando muitas
pessoas desamparadas visto que em muitos casos esta parcela carente da
sociedade se torna dependente destas accedilotildees sociais Estes indiviacuteduos estatildeo
sempre agrave mercecirc de novas poliacuteticas geradas por outros interesses
A participaccedilatildeo popular na gestatildeo ldquoda coisa puacuteblicardquo foi consagrada pelo
processo de redemocratizaccedilatildeo do Estado brasileiro ao fundar as bases para a
introduccedilatildeo de algumas experiecircncias que contribuiacuteram para a ampliaccedilatildeo da
esfera puacuteblica no paiacutes entendida como ldquoarenardquo onde as questotildees que atingem
a determinado conjunto da sociedade satildeo expressas debatidas e tematizadas
por atores sociais Tais experiecircncias alteraram significativamente a relaccedilatildeo
Estado-Sociedade na medida em que criaram novos canais de participaccedilatildeo
popular como por exemplo a criaccedilatildeo dos conselhos de poliacuteticas sociais que tecircm
atuado na sua co-gestatildeo Estes conselhos funcionam como instrumentos de
expressatildeo representaccedilatildeo e participaccedilatildeo popular possuindo portanto o desafio
de discutir e deliberar sobre determinados temas buscando consensos e alianccedilas
que definam as agendas puacuteblicas que representem interesses coletivos
(Carvalho 2002)
70
A construccedilatildeo de poliacuteticas Puacuteblicas na aacuterea Social necessita da adoccedilatildeo de
conceitos e praacuteticas inovadores que possam dar suporte teacutecnicondashpoliacutetico uma
vez que estes enunciados natildeo possuem forccedila suficiente para a transformaccedilatildeo
das praacuteticas realizadas na aacuterea social que satildeo tradicionalmente assistencialistas
Sendo assim satildeo accedilotildees que possuem o poder de transformar os direitos dos
indiviacuteduos adquiridos atraveacutes de lutas em simples ajuda ou doaccedilatildeo O que deixa
o indiviacuteduo com a sensaccedilatildeo de gratidatildeo e ateacute na obrigaccedilatildeo de retribuir o favor
o que na visatildeo da autora eacute indesejaacutevel pois em uacuteltima instacircncia praacuteticas
assistencialistas podem se transformar em moeda de troca com fins eleitorais
Poliacuteticas Puacuteblicas Educacionais
As poliacuteticas educacionais muitas vezes se confundem com as poliacuteticas
sociais isto porque quando satildeo criadas muitas vezes satildeo responsaacuteveis pela
inclusatildeo social Com a educaccedilatildeo eacute possiacutevel se obter a melhoria da qualidade de
vida dos indiviacuteduos atraveacutes da diminuiccedilatildeo das diferenccedilas sociais devido agrave
educaccedilatildeo ser responsaacutevel pela igualdade das oportunidades Quando se tem
Poliacuteticas Puacuteblicas que oferecem acesso a uma educaccedilatildeo de qualidade a todos
sem distinccedilatildeo satildeo criados mecanismos para que a competiccedilatildeo ocorra em
igualdade de condiccedilotildees
A Poliacutetica da Educaccedilatildeo tem como principal objetivo a promoccedilatildeo da
cidadania e eacute um instrumento de grande importacircncia para o desenvolvimento a
inserccedilatildeo e a competitividade de todos os indiviacuteduos Isto eacute um fator de muita
importacircncia para o crescimento de qualquer naccedilatildeo principalmente as que estatildeo
em desenvolvimento Se um paiacutes deseja se ver como soberano e sem exclusotildees
precisa desenvolver as ciecircncias humanas naturais exatas tecnoloacutegicas as artes
e todas as linguagens de modo geral o que jaacute se faz possiacutevel atraveacutes da garantia
de uma educaccedilatildeo de qualidade para todos sem distinccedilatildeo Dentro deste tema
ensinos de qualidade existem diversas poliacuteticas de avaliaccedilatildeo do desempenho do
ensino puacuteblico desde a educaccedilatildeo baacutesica ateacute o ensino universitaacuterio
(wwwestadatildeocombr)
71
Dentre essas poliacuteticas podemos destacar a criaccedilatildeo do Fundo de
Manutenccedilatildeo e de Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorizaccedilatildeo do
Magisteacuterio (FUNDEF) que trouxe benefiacutecios principalmente nas regiotildees mais
pobres do paiacutes Outras poliacuteticas educacionais adotadas satildeo as avaliaccedilotildees de
cursos como o Exame Nacional do Ensino Meacutedio (ENEM) e o Exame Nacional de
Cursos (PROVAtildeO) Tais avaliaccedilotildees para serem efetivas necessitariam de virem
acompanhadas de programas consistentes de melhoria de qualidade do ensino
envolvendo a formaccedilatildeo o treinamento contiacutenuo e a valorizaccedilatildeo do professor
inclusive atraveacutes de uma melhor remuneraccedilatildeo a partir de criteacuterios de
desempenho (wwwestadaocombr)
No tocante agrave capacitaccedilatildeo docente o papel das Universidades como
centros de geraccedilatildeo e de difusatildeo de saber torna-se fundamental e muito
importante pois satildeo estas que preparam os professores Aleacutem disso devem
promover a formaccedilatildeo contiacutenua pois a formaccedilatildeo do professor natildeo termina com o
final da graduaccedilatildeo e sim as universidades devem estar sempre oferecendo
cursos de capacitaccedilatildeo para que estes profissionais estejam sempre atualizados
de modo a realizar o seu trabalho com maior eficiecircncia
Os desafios qualitativos e quantitativos da educaccedilatildeo satildeo de tal
magnitude que natildeo podem mais passar despercebidos tanto que necessitam
que seja dada uma importacircncia estrateacutegica para este problema e com isto se
fazer investimentos nesta aacuterea A educaccedilatildeo seja baacutesica ou universitaacuteria deve ser
considerada prioridade e contar com recursos progressivamente maiores
Atualmente a meacutedia de escolaridade dos brasileiros eacute de pouco mais de
quatro anos o que eacute um indicador que demonstra a situaccedilatildeo da desigualdade e
injusticcedila social existente no paiacutes Segundo o Censo da Educaccedilatildeo Superior de
2000 o jovem das camadas mais pobres praticamente natildeo tem acesso agrave
educaccedilatildeo superior Apenas 77 dos jovens entre 18 e 22 anos frequumlentam
cursos Universitaacuterios Cerca de 70 destes estudam em estabelecimentos de
ensino privados que por possuiacuterem custo elevado levam a uma situaccedilatildeo de que
somente uns poucos consigam concluir o curso Para isto nos anos 70 foi criado o
72
Creacutedito Educativo que funciona como uma alternativa poreacutem este sistema natildeo
eacute suficiente para atender agrave grande demanda pois o nuacutemero de alunos assistidos
por este programa eacute muito pequeno em relaccedilatildeo agrave quantidade de jovens em que
este se faz necessaacuterio (www estadaocom br)
Uma alternativa oferecida eacute o PROUNI definido como Programa
Universidade para Todos que foi criado pela MP nordm 2132004 e institucionalizado
pela Lei nordm 11096 de 13 de janeiro de 2005 O programa tem como finalidade a
concessatildeo de bolsas de estudos integrais e parciais a estudantes de baixa renda
em cursos de graduaccedilatildeo e sequumlenciais de formaccedilatildeo especiacutefica em instituiccedilotildees
privadas de educaccedilatildeo superior oferecendo em contrapartida isenccedilatildeo de
alguns tributos agravequelas que aderirem ao Programa
Estes programas funcionam apenas como paliativos dos problemas
educacionais do paiacutes pois o ideal seria um maior investimento na formaccedilatildeo
baacutesica de qualidade na rede puacuteblica para que todos tivessem igualdade de
condiccedilatildeo para ingressar nas Universidades Puacuteblicas
Como forma de poliacutetica de inclusatildeo social foi criada uma lei (nordm36272004)
que aumenta a inserccedilatildeo de jovens carentes e negros nas Universidades Puacuteblicas
isto ocorre atraveacutes das reservas de vagas denominado de SISTEMA DE COTAS
que seraacute tratado detalhadamente no Capiacutetulo 7
No capiacutetulo seguinte seratildeo abordados o histoacuterico e a evoluccedilatildeo da
Educaccedilatildeo Ambiental no Brasil e no mundo
73
Capiacutetulo 5 Histoacuterico e Evoluccedilatildeo da Educaccedilatildeo
Ambiental
51 Definiccedilatildeo
Para se definir Educaccedilatildeo Ambiental natildeo eacute simples e para isto deve-se
fazer uma anaacutelise de vaacuterios contextos pois de acordo com a influecircncia que o
meio exerce e a vivecircncia de cada indiviacuteduo pode-se ter inuacutemeros conceitos para
a Educaccedilatildeo Ambiental (wwwapoemacombr)
Atraveacutes de um levantamento bibliograacutefico vaacuterias definiccedilotildees sobre o tema
Educaccedilatildeo Ambiental foram encontradas e estatildeo apontadas a seguir em ordem
cronoloacutegica
ldquoEacute um processo que tem como objetivo a formaccedilatildeo de cidadatildeos cujos
conhecimentos acerca do ambiente biofiacutesico e seus problemas associados
possam alertaacute-los e habilitaacute-los a resolver seus problemasrdquo (Stapp et alii 1969)
ldquoEacute um processo que consiste em reconhecer valores e em aclarar
conceitos com o objetivo de fomentar aptidotildees e atitudes necessaacuterias para
74
compreender e apreciar as inter-relaccedilotildees entre o homem sua cultura e seu meio
biofiacutesico Ela compreende tambeacutem a praacutetica na tomada de decisotildees e na
elaboraccedilatildeo de um coacutedigo de comportamento acerca das questotildees
relacionadas com a qualidade do meio ambienterdquo (Reuniatildeo Internacional sobre
EA da IUCN ndash Paris 1970)
ldquoA finalidade da Educaccedilatildeo Ambiental eacute formar uma populaccedilatildeo mundial
consciente e preocupada com o ambiente e os problemas com ele
relacionados e que possua conhecimentos capacidades atitudes a motivaccedilatildeo
e compromisso para colaborar individual coletivamente na resoluccedilatildeo de
problemas atuais na prevenccedilatildeo de problemas futurosrdquo( Conferecircncia de
Estocolmo 1972)
ldquoEacute um processo no qual deveria ocorrer o desenvolvimento progressivo de
um senso de preocupaccedilatildeo com o meio ambiente baseado em um completo e
sensiacutevel entendimento de relaccedilatildeo do homem com o meiordquo (Mellowes C 1972)
ldquoEgrave uma dimensatildeo dada ao conteuacutedo e a praacutetica da Educaccedilatildeo orientada
para a soluccedilatildeo dos problemas concretos do meio ambiente atraveacutes de enfoques
interdisciplinares e de uma participaccedilatildeo ativa e responsaacutevel de cada indiviacuteduo e
da coletividaderdquo(Conferecircncia de Tbilisi 1977)
ldquoA Educaccedilatildeo Ambiental tem sido entendida e desenvolvida enquanto
educaccedilatildeo sobre o ambiente educaccedilatildeo no ambiente educaccedilatildeo para o
ambiente e pelas classes formadas pelas possiacuteveis combinaccedilotildees entre as trecircs
categorias A Educaccedilatildeo sobre o ambiente procura desenvolver o conhecimento
e a compreensatildeo incluindo as capacidades necessaacuterias para obter este
conhecimento A educaccedilatildeo para ambiente procura a preservaccedilatildeo ou melhoria
do ambiente Ambas satildeo caracterizadas pelos seus objetivos Por outro lado a
educaccedilatildeo no ambiente caracteriza-se por ser uma teacutecnica de ensino ndash
aprendizagem e o termo ambiente geralmente significa o mundo fora da sala de
aula ou de uma forma geral o contexto natural eou social em que as pessoas
vivemrdquo (Lucas 1980)
75
ldquoEacute um processo permanente no qual os indiviacuteduos e a comunidade tomam
consciecircncia do seu ambiente e adquirem conhecimentos habilidades
experiecircncias valores e a determinaccedilatildeo que os tornam capazes de agir individual
ou coletivamente na busca de soluccedilotildees para os problemas ambientais presentes
e futurosrdquo(UNESCO 1987)
ldquoEacute o processo de reconhecer valores e aclarar conceitos para criar
habilidades e atitudes necessaacuterias que sirvam para compreender e apreciar a
relaccedilatildeo muacutetua entre o homem sua cultura e seu meio circundante biofiacutesico A
educaccedilatildeo ambiental tambeacutem incluiu a praacutetica de tomar decisotildees e autoformular
um coacutedigo de comportamento com relaccedilatildeo agraves questotildees que concernem agrave
qualidade ambientalrdquo (Gonccedilalvez 1990)
ldquoA Educaccedilatildeo Ambiental natildeo deve ser entendida como um tipo especial
de educaccedilatildeo Trata-se de um processo longo e contiacutenuo de aprendizagem de
uma filosofia de trabalho participativo em que todos famiacutelia escola e
comunidade devem estar envolvidos O processo de aprendizagem de que trata
a educaccedilatildeo ambiental natildeo pode ficar restrito exclusivamente agrave transmissatildeo de
conhecimentos agrave heranccedila cultural do povo agraves geraccedilotildees mais novas ou agrave simples
preocupaccedilatildeo com a formulaccedilatildeo integral do educando inserindo em seu
contexto social Deve ser um processo de aprendizagem centrado no aluno
gradativo contiacutenuo e respeitador de sua cultura e de sua comunidade Deve ser
um processo criacutetico criativo e poliacutetico com preocupaccedilatildeo de transmitir
conhecimentos a partir da discussatildeo e avaliaccedilatildeo critica dos problemas
comunitaacuterios e tambeacutem da avaliaccedilatildeo feita pelo aluno de sua realidade
individual e social na comunidade em que viverdquo (Gonccedilalves 1990)
ldquoA educaccedilatildeo ambiental se caracteriza por incorporar as dimensotildees soacutecio-
econocircmica poliacutetica cultural e histoacuterica natildeo podendo se basear em pautas
riacutegidas e de aplicaccedilatildeo universal devendo considerar as condiccedilotildees e estaacutegios de
cada paiacutes regiatildeo e comunidade sob uma perspectiva histoacuterica Assim sendo a
Educaccedilatildeo Ambiental deve permitir a compreensatildeo da natureza complexa do
meio ambiente e interpretar a interdependecircncia entre os diversos elementos que
76
conformam o ambiente com vistas a utilizar racionalmente os recursos do meio
na satisfaccedilatildeo material e espiritual da sociedade no presente e no
futurordquo(Conferecircncia Rio 92)
ldquoEacute o conhecimento das estruturas de composiccedilatildeo e da funcionalidade
da natureza das interferecircncias do que o homem produziu sobre esta estrutura
essa composiccedilatildeo e essa funcionalidaderdquo (Faria 1992)
ldquoEacute um processo de formaccedilatildeo e informaccedilatildeo orientado para o
desenvolvimento da consciecircncia criacutetica sobre as questotildees ambientais e de
atividades que levem agrave participaccedilatildeo das comunidades na preservaccedilatildeo do
equiliacutebrio ambientalrdquo (Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA)
ldquoEacute um processo por meio do qual o indiviacuteduo e a coletividade constroem
valores sociais conhecimentos habilidades atitudes e competecircncias voltadas
para a conservaccedilatildeo do Meio Ambiente bem de uso comum do povo essencial
agrave sadia qualidade de vida e sua sustentabilidaderdquo (Art1ordm Lei Federal nordm9795 de
27041999)
ldquoEacute o processo educacional de estudos e aprendizagem dos problemas
ambientais e suas interligaccedilotildees com o homem na busca de soluccedilotildees que visem a
preservaccedilatildeo do meio ambienterdquo (Santos1999)
ldquoEacute um processo que envolve um vigoroso esforccedilo de recuperaccedilatildeo de
realidades e que garante um compromisso com o futuro Uma accedilatildeo entre
missionaacuteria utoacutepica destinada a reformular comportamentos humanos e recriar
valores perdidos ou jamais alcanccedilados Trata-se de um novo ideaacuterio
comportamental tanto no acircmbito individual quanto no coletivordquo (Aziz Abrsquo Saber)
ldquoEacute um processo no curso do qual o indiviacuteduo consegue assimilar os
conceitos e interiorizar as atitudes mediante as quais adquire as capacidades e
os comportamentos que lhe permitem compreender e julgar as relaccedilotildees de
interdependecircncia estabelecidas entre a sociedade com seu modo de
produccedilatildeo sua ideologia e sua estrutura de poder dominante e seu meio
77
biofiacutesico assim como para atuar em consequumlecircncia da anaacutelise efetuadardquo (Cantildeal
Garcia Porlaacuten)
Com as inuacutemeras definiccedilotildees para Educaccedilatildeo Ambiental observa-se que
cada oacutergatildeo ou membro da Sociedade tem uma visatildeo de Educaccedilatildeo Ambiental
que vai variar no ponto de interesse de cada um
Para alguns indiviacuteduos falar sobre os problemas do Meio Ambiente eacute se
restringir aos assuntos relacionados agrave extinccedilatildeo de organismos vivos como animais
e plantas Atualmente a Educaccedilatildeo Ambiental eacute colocada em uma posiccedilatildeo
mais realista e esclarecedora na qual define como Meio Ambiente tudo que
compotildee a paisagem Deste modo Meio Ambiente pode ser classificado de
diversas formas como Meio Ambiente natural que eacute a natureza com toda sua
diversidade Meio Ambiente fiacutesico que satildeo as edificaccedilotildees estradas etc e Meio
Ambiente social que eacute formado pelas pessoas que compotildeem a Sociedade
(Carvalho 2002)
Com base nestas definiccedilotildees se pode afirmar que a Educaccedilatildeo Ambiental
funciona como uma base na busca de um equiliacutebrio entre o homem e o
ambiente que o cerca e o seu objetivo fundamental eacute suscitar mudanccedilas de
comportamento na sociedade Os indiviacuteduos devem construir enquanto grupo
social valores novos conhecimentos atitudes e habilidades indispensaacuteveis para a
conservaccedilatildeo do meio ambiente que eacute um patrimocircnio coletivo essencial para a
vida saudaacutevel (ALERJ 1999)
Para que o equiliacutebrio possa ser atingido existe a necessidade da
construccedilatildeo dos pilares de uma Sociedade Sustentaacutevel onde cada sistema social
tende a atualizar-se de modo a incorporar a dimensatildeo ambiental em suas
respectivas especificidades a partir do fornecimento de meios adequados para
a transiccedilatildeo em direccedilatildeo a sustentabilidade Assim o Sistema Juriacutedico cria o
ldquoDireito Ambientalrdquo o Sistema Cientiacutefico desenvolve a ldquoCiecircncia Complexardquo o
Sistema Tecnoloacutegico cria a ldquoTecnologia Eco eficienterdquo o Sistema Econocircmico
potencializa uma ldquoEconomia Ecoloacutegicardquo o Sistema poliacutetico oferece uma ldquoPoliacutetica
78
Verderdquo e o Sistema Educacional fornece a ldquoEducaccedilatildeo Ambientalrdquo Cabe a cada
sistema social desenvolver condiccedilotildees especiacuteficas que favoreccedilam as muacuteltiplas
dimensotildees da Sustentabilidade (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)
Dentro deste contexto de sistemas sociais que possuem o poder e o dever
de promover as mudanccedilas na aacuterea ambiental destaca-se o Sistema
Educacional pois este eacute o responsaacutevel pela construccedilatildeo dos fundamentos da
Sociedade Sustentaacutevel capaz de promover as mudanccedilas atraveacutes de duas
funccedilotildees ldquoMudanccedilas Culturaisrdquo com a informaccedilatildeo e promoccedilatildeo da eacutetica
ecoloacutegica e as ldquoMudanccedilas Sociaisrdquo atraveacutes da valorizaccedilatildeo dos indiviacuteduos grupos
e sociedades que muitas vezes se encontram em maacutes condiccedilotildees de enfrentar os
desafios dos novos tempos
52 Histoacuterico
Alguns autores mencionam que a Educaccedilatildeo Ambiental teve iniacutecio apoacutes a
Segunda Guerra Mundial onde fez emergir com maior ecircnfase os estudos do meio
ambiente e a importacircncia de uma educaccedilatildeo especiacutefica para este fim Para
outros a Educaccedilatildeo Ambiental eacute anterior a este periacuteodo mesmo que de forma
inconsciente sem maiores pretensotildees (Ministeacuterio do meio Ambiente 2004)
Na verdade natildeo se pode definir com exatidatildeo o momento onde tem iniacutecio
a histoacuteria da Educaccedilatildeo Ambiental tanto no Brasil como no mundo Na verdade a
Educaccedilatildeo Ambiental sempre esteve presente desde a antiguidade e ateacute se
pode mencionar que a histoacuteria teve iniacutecio no momento em que os primeiros
habitantes da terra comeccedilaram a se incomodar com o seu entorno isto eacute com
seus dejetos onde a presenccedila deles comeccedilou a causar desconforto Neste
momento se comeccedilou a pensar como eliminar estes dejetos para melhorar a
qualidade do ambiente em que viviam (Abreu 2000)
Partindo deste principio admiti-se que a evoluccedilatildeo da Educaccedilatildeo
Ambiental se deu atraveacutes de fatos ou acontecimentos que levaram as pessoas a
pensarem e tomarem iniciativas que levassem a melhorar as condiccedilotildees do
79
ambiente em que viviam ou para evitar que problemas maiores pudessem surgir
no futuro que pudessem comprometer a qualidade de vida das futuras
geraccedilotildees Baseados neste princiacutepio destacam-se alguns fatos ocorridos no Brasil
e no mundo que foram marcantes para a histoacuteria da Educaccedilatildeo Ambiental
SEacuteCULO XIX
1808 Criaccedilatildeo do Jardim Botacircnico no Rio de Janeiro Em 13 de junho
de 1808 foi criado o Jardim de Aclimataccedilatildeo que serviria para aclimatar as
especiarias vindas das Iacutendias Orientais Foi criado por DJoatildeo Priacutencipe Regente
na eacutepoca que era encantado com a exuberacircncia da natureza do lugar As
primeiras espeacutecies de plantas trazidas para o Jardim vieram das Ilhas Mauriacutecio do
Jardim Pamplemousse por Luiz de Abreu Vieira e Silva (wwwjbrjgovbr)
1850 Lei 601 de Dom Pedro II proibindo a exploraccedilatildeo florestal nas
terras devolutas isto eacute as que natildeo se acharem aplicadas a algum uso puacuteblico
nacional provincial ou municipal A lei determinava a proibiccedilatildeo de derrubada de
matas e o atear fogo Poreacutem a lei foi ignorada continuando o desmatamento
para implantaccedilatildeo da monocultura de cafeacute (wwwjusticcedilaspgovbr)
1869 Ernenst Haeckel propotildee o vocaacutebulo ldquoecologiardquo para estudos das
relaccedilotildees entre as espeacutecies e seu ambiente (wwwambientebrasilcombr)
1872 Criaccedilatildeo do primeiro parque nacional do mundo ldquoYellowstonerdquo
USA Sua fundaccedilatildeo em 1872 ocorreu numa eacutepoca em que ecologia e ambiente
estavam longe de ser preocupaccedilotildees cotidianas Mas graccedilas agraves pressotildees
exercidas pelo naturalista Ferdinand Hayden do departamento de pesquisas
geoloacutegicas dos Estados Unidos Yellowstone inaugurou o conceito de parque
nacional (www2uolcombrcaminhosdaterra reportagens)
1876 Andreacute Rebouccedilas sugere a criaccedilatildeo de parques nacionais na Ilha
de Bananal e em Sete Quedas (wwwcefleorgbr)
80
1896 Foi criado o primeiro parque estadual em Satildeo Paulo Parque da
Cidade (wwwcefleorgbr)
SEacuteCULO XX
1920 O pau Brasil eacute considerado extinto devido agrave exploraccedilatildeo
irresponsaacutevel e ao desmatamento da Mata Atlacircntica floresta onde ele nascia
normalmente Hoje eacute artigo raro nas florestas brasileiras mas na eacutepoca do
descobrimento era tatildeo abundante que a planta acabou dando nome ao nosso
paiacutes (wwwcanalkidscombrmeioambiente)
1932 Realiza-se no Museu Nacional a primeira Conferecircncia Brasileira de
Proteccedilatildeo agrave Natureza (wwwambientebrasilcombr)
1934 Decreto 23793 transforma em Lei o Anteprojeto de Coacutedigo
Florestal(Brasil1934)
1937 Cria-se o Parque Nacional de Itatiaia Pioneiro foi a primeira aacuterea
do paiacutes a oficialmente se constituir em Unidade de Conservaccedilatildeo procurando-se
com isso preservar seu rico patrimocircnio bioacutetico e geomorfoloacutegico
(wwwmregovbr) (wwwparqueitatiaiacombr)
1939 O Parque Nacional do Iguaccedilu (PNI) foi criado em 10 de janeiro
de 1939 e tombado pela UNESCO como Patrimocircnio da Humanidade em 1986 por
ser a uacuteltima grande amostra do Domiacutenio da Mata Atlacircntica que cobre grande
parte da bacia do Prata(wwwunbbr)
1947 Eacute Fundado na Suiacuteccedila a UICN-Uniatildeo Internacional para a
Conservaccedilatildeo da Natureza que eacute uma Organizaccedilatildeo Internacional que congrega
instituiccedilotildees governamentais e natildeo governamentais em volta da problemaacutetica da
integridade e diversidade da natureza (wwwambientebrasilcombr)
1952 Em Londres no ano de 1952 houve um episoacutedio grave Os efeitos
de uma ldquoneacutevoa negrardquo comeccedilaram a se manifestar atraveacutes da proliferaccedilatildeo de
81
diversas moleacutestias contraiacutedas principalmente pelos habitantes que sofriam de
problemas pulmonares e circulatoacuterios Foram constatadas na semana seguinte
ao episoacutedio quatro mil mortes a mais do que esperado
(wwweducaccedilatildeopublicarjgovbr)
1962 Publicaccedilatildeo da ldquoPrimavera Silenciosardquo por Rachel Louise Carson
escritora cientista e ecologista norte-americana Deve-se a ela o livro que
marcou o iniacutecio da revoluccedilatildeo ecoloacutegica nos Estados Unidos The Silent Spring (A
Primavera Silenciosa) o qual relata os efeitos da maacute utilizaccedilatildeo dos pesticidas e
inseticidas quiacutemico-sinteacuteticos alertando sobre as consequumlecircncias danosas de
inuacutemeras accedilotildees humanas sobre o ambiente trazendo uma seacuterie de advertecircncias
sobre o meio ambiente Ainda hoje a obra eacute considerada uma das mais
importantes do seacuteculo ajudando a desencadear uma mudanccedila de postura dos
EUA e de outros paiacuteses do mundo em relaccedilatildeo aos pesticidas e
poluentes(wwwgeocitiescombr) (wwwambientebrasilcombr)
1965 Em marccedilo de 1965 na Conferecircncia de Educaccedilatildeo da
Universidade de Keele na Inglaterra colocou-se pela primeira vez a expressatildeo
Educaccedilatildeo Ambiental com a recomendaccedilatildeo de que ela deveria se tornar uma
parte essencial de educaccedilatildeo de todos os cidadatildeos(wwwmmagovbr)
(wwwjornaldomeioambientecombr)
1968 Fundaccedilatildeo do Clube de Roma Fundado pelo industrial italiano
Aureacutelio Peccei e pelo quiacutemico inglecircs Alexander King agregando empresaacuterios
poliacuteticos cientistas sociais Um grupo de especialistas de vaacuterias aacutereas passou a se
reunir regularmente com a preocupaccedilatildeo de discutir a crise atual e futura da
humanidade (wwwsenacbr) (wwwambientespgov)
1970 Entidade relacionada agrave revista britacircnica The Ecologist elabora o
ldquoManifesto para Sobrevivecircnciardquo onde insistiam que um aumento indefinido de
demanda natildeo pode ser sustentado por recursos finitos (wwwmecgovbr)
82
1971 Cria-se no Rio Grande do Sul a associaccedilatildeo gauacutecha de proteccedilatildeo
ao Ambiente Natural Fundada em 27 de abril de 1971 em Porto Alegre atraveacutes
da figura de Joseacute Lutzenberger encontrava uma ressonacircncia na miacutedia local e
nacional e junto aos meios universitaacuterios Pensadores e liacutederes ambientalistas
perceberam que harmonizar civilizaccedilatildeo industrial e natureza era um desafio que
exigiria uma revoluccedilatildeo cultural econocircmica e social sem precedentes(
wwwagirazulcombr)
1972 Publicaccedilatildeo do Relatoacuterio ldquoOs Limites do Crescimentordquo ndash Clube de
Roma Na visatildeo de Freire Dias o embriatildeo dessa medida foi gerado a partir do
relatoacuterio elaborado em 1968 e publicou um relatoacuterio denominado The limits of
growth (Os limites do crescimento econocircmico) onde se condenava a partir de
estudos sobre os modelos de desenvolvimento adotados a busca incessante do
crescimento da economia a qualquer custo e a meta de se tornaacute-la cada vez
maior mais rica e poderosa sem levar em conta o custo final desse crescimento
As vaacuterias anaacutelises contidas no referido relatoacuterio convergiam para o alerta sobre o
perigo do crescente consumo das sociedades modernas que se mantido no
ritmo atual levaria a humanidade a um limite de crescimento possivelmente a
um colapso Esse relatoacuterio apesar de rejeitado pelos poliacuteticos da eacutepoca foi
levado agrave Conferecircncia de Estocolmo em cujo foacuterum aprovou-se a
Recomendaccedilatildeo nordm 96 que reconhecia o desenvolvimento da Educaccedilatildeo
Ambiental como elemento criacutetico para o combate agrave crise ambiental do mundo
moderno (wwwsenaccombr)
Conferecircncia de Estocolmo ndash Em julho de 1972 na Sueacutecia onde
113 paiacuteses 90 dos quais pertenciam ao grupo dos paiacuteses em desenvolvimento
onde apenas 16 deles possuiacuteam entidades de proteccedilatildeo ambiental se reuniram
na Conferecircncia sobre o Meio Ambiente Humano Foi a primeira reuniatildeo
ambiental global que viria a acrescentar definitivamente agraves questotildees prioritaacuterias
discutidas pela ONU criada em 1945 - a paz os direitos humanos e o
desenvolvimento com igualdade - o tema da seguranccedila ecoloacutegica Desse modo
a Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas sobre Meio Ambiente Humano mundialmente
conhecida como Conferecircncia de Estocolmo passou a ser o marco de referecircncia
83
para as discussotildees sobre o que na sequumlecircncia viria a constituir-se numa das
questotildees mais complexas e mais cruciais da histoacuteria recente da humanidade ou
seja a questatildeo do desenvolvimento sustentaacutevel Ela chamou a atenccedilatildeo do
mundo para a gravidade da situaccedilatildeo nesse setor
(wwwmregovbr)(wwwagirazulcombr) (wwwcomcienciabr)
Universidade Federal de Pernambuco inicia uma campanha de
reintroduccedilatildeo do pau brasil considerado extinto em 1920
(wwwambientebrasilcombr)
Ainda como resultado da Conferecircncia de Estocolmo neste
mesmo ano a ONU criou um organismo denominado Programa das Naccedilotildees
Unidas para o Meio Ambiente - PNUMA sediado em Nairobi (wwwmecgovbr)
A Universidade Federal do Rio Grande do Sul criou o primeiro
curso de poacutes-graduaccedilatildeo em Ecologia do paiacutes (wwwmecgovbr)
1973 Registro Mundial de Programas em Educaccedilatildeo Ambiental-USA
(wwwambientebrasilcombr)
Cria-se a Secretaria Especial do Meio Ambiente SEMA pelo
Decreto nordm 73030 de 30 de outubro de 1973 que entre outras atividades
comeccedilou a fazer Educaccedilatildeo Ambiental e se propocircs a discutir junto agrave opiniatildeo
puacuteblica a questatildeo ambiental fazendo com que as pessoas se preocupassem
mais com o meio ambiente e evitassem atitudes predatoacuterias Vaacuterias medidas
legais foram tomadas posteriormente com o objetivo de preservar e conservar os
recursos ambientais e de controlar as diversas formas de poluiccedilatildeo A SEMA
dedicou-se a defender dois grandes objetivos estar atenta agrave poluiccedilatildeo
principalmente a de caraacuteter industrial mais visiacutevel e proteger a natureza
(wwwibamagovbr)
1974 Seminaacuterio de Educaccedilatildeo Ambiental em Jammi Finlacircndia - Esse
seminaacuterio considerou que a Educaccedilatildeo Ambiental permite alcanccedilar os objetivos
de proteccedilatildeo ambiental e que natildeo se trata de um ramo da ciecircncia ou uma
84
mateacuteria de estudos separada mas de uma accedilatildeo integral permanente
(wwwprgovbrmeioambiente)
1975 Congresso de Belgrado - Estabeleceu as metas e os princiacutepios da
Educaccedilatildeo Ambiental presentes na chamada Carta de Belgrado onde tambeacutem
se propusera que a Educaccedilatildeo Ambiental deveria ser contiacutenua multidisciplinar
integrada agraves diferenccedilas e voltada para os interesses nacionais
(wwwprgovbrmeioambiente)
Programa Internacional de Educaccedilatildeo Ambiental ndash PIEA- Criado
pela UNESCO o Programa Internacional de Educaccedilatildeo Ambiental e ateacute os dias
de hoje tem continuamente atuado na EA internacional e regionalmente O PIEA
manteacutem uma base de dados com informaccedilotildees sobre instituiccedilotildees de EA em todo
o mundo aleacutem de projetos e eventos que envolvem estudantes professores e
administradores (wwwambientespgov)
1976 Reuniatildeo Sub-regional de EA para o ensino secundaacuterio em
Chosica Peru Nesse foacuterum as questotildees ambientais na Ameacuterica Latina foram
relacionadas agraves necessidades de sobrevivecircncia e aos direitos humanos de seus
povos (wwwambientebrasilcombr)
Congresso de Educaccedilatildeo Ambiental Brasarville na Aacutefrica o qual
reconheceu que a pobreza eacute o maior problema ambiental
(wwwambientebrasilcombr)
A SEMA a Fundaccedilatildeo Educacional do Distrito Federal e a
Universidade de Brasiacutelia realizaram o primeiro curso de Extensatildeo para professores
do 1o Grau em Ecologia (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)
1977 A SEMA constitui um grupo de trabalho para elaboraccedilatildeo de um
documento de Educaccedilatildeo Ambiental para definir seu papel no contexto brasileiro
(Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)
85
Seminaacuterios Encontros e debates preparatoacuterios agrave Conferecircncia de
Tbilisi satildeo realizados pela FEEMA-RJ (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)
No Brasil o Conselho Federal de Educaccedilatildeo tornou obrigatoacuteria a
disciplina Ciecircncias Ambientais nos cursos de Engenharia (wwwmecgovbr)
Conferecircncia de Tbilisi realizada em 1977 na Geoacutergia ex-Uniatildeo
Sovieacutetica Foi deste encontro que saiacuteram as definiccedilotildees os objetivos os princiacutepios e
as estrateacutegias para a Educaccedilatildeo Ambiental que ateacute hoje satildeo adotadas
mundialmente Para que se chegasse a recomendaccedilotildees tatildeo duradouras foram
necessaacuterios vaacuterios anos de preparo Os proacuteprios organizadores do evento de Tbilisi
reconheceram que ele foi um prolongamento da Conferecircncia de Estocolmo de
1972 onde a Educaccedilatildeo Ambiental passou a ser considerada como campo de
accedilatildeo pedagoacutegica adquirindo relevacircncia e vigecircncia internacional
(wwwprgovbrmeioambiente)
1978 Nos cursos de Engenharia Sanitaacuteria inserem-se as disciplinas de
Saneamento Baacutesico e Saneamento Ambiental (wwwambientebrasilcombr)
1979 O MEC e a CETESB SP publicam o documento ldquoEcologia uma
Proposta para o Ensino de 1o e 2o Grausrdquo (wwwjornaldomeioambientecombr)
Encontro Regional de Educaccedilatildeo Ambiental para Ameacuterica Latina
em San Joseacute Costa Rica(wwwambientebrasilcombr)
1980 Seminaacuterio Regional Europeu sobre EA para Europa e Ameacuterica do
Norte o qual assinala a importacircncia do intercacircmbio de informaccedilotildees e
experiecircncias (wwwambientebrasilcombr)
Seminaacuterio Regional sobre EA nos Estados Aacuterabes Manama
Bahrein (UNESCO-PNUMA 1980)
1981 Lei Nordm 6938 de 31 de Agosto de 1981 dispotildee sobre a Poliacutetica
Nacional do Meio Ambiente (Brasil 1981)
86
1983 Por decisatildeo da Assembleacuteia Geral da ONU foi criada a Comissatildeo
Mundial de Meio Ambiente e Desenvolvimento ndash CMMAD presidida pela entatildeo
primeira ministra da Noruega Gro Harlem Brundtland Tinha como objetivo
analisar a interface entre a questatildeo ambiental e o desenvolvimento assim como
propor um plano de accedilotildees (wwwambientespgovbr)
1984 Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) apresenta uma
resoluccedilatildeo estabelecendo diretrizes para a Educaccedilatildeo Ambiental que natildeo eacute
tratada (wwwambientebrasilcombr)
1985 Parecer 81985 do MEC reforccedila a necessidade da inclusatildeo de
conteuacutedos ecoloacutegicos ao longo do processo de formaccedilatildeo do ensino de 1ordm e 2ordm
graus integrados a todas as aacutereas do conhecimento de forma sistematizada e
progressiva possibilitando a ldquoformaccedilatildeo da consciecircncia ecoloacutegica do futuro
cidadatildeordquo (wwwmecgovbr)
1986 A SEMA junto com a Universidade Nacional de Brasiacutelia organiza o
primeiro Curso de Especializaccedilatildeo em Educaccedilatildeo Ambiental (1986 a 1988)
(Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)
1987 O MEC aprova o Parecer 22687 do conselheiro Arnaldo Niskier
em relaccedilatildeo agrave necessidade de inclusatildeo da Educaccedilatildeo Ambiental nos curriacuteculos
escolares de 1o e 2o Graus O Plenaacuterio do Conselho Federal de Educaccedilatildeo
aprovou por unanimidade a conclusatildeo da Cacircmara de Ensino a respeito do
parecer 22687 que considerava necessaacuteria a inclusatildeo da Educaccedilatildeo Ambiental
dentre os conteuacutedos a serem explorados nas propostas curriculares das escolas
de 1ordm e 2ordm graus bem como sugeria a criaccedilatildeo de Centros de Educaccedilatildeo
Ambiental (wwwmecgovbr)
Estrateacutegia Internacional de accedilatildeo em mateacuteria de educaccedilatildeo e
formaccedilatildeo ambiental para o dececircnio de 90 - documento final do Congresso
Internacional sobre Educaccedilatildeo e Formaccedilatildeo Relativas ao Meio-ambiente realizado
em 1987 em Moscou Ruacutessia promovido pela UNESCO Ressalta a importacircncia da
87
formaccedilatildeo de recursos humanos nas aacutereas formais e natildeo formais da EA e na
inclusatildeo da dimensatildeo ambiental nos curriacuteculos de todos os niacuteveis
(wwwmecgovbr)
Paulo Nogueira Neto Primeiro secretaacuterio da Secretaria Especial
do Meio Ambiente (1974-1986) representa o Brasil na Comissatildeo Brundtland -
Comissatildeo Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento tambeacutem
conhecida como Comissatildeo Brundtland Essa comissatildeo produziu um relatoacuterio de
grande repercussatildeo internacional tendo sido usado inclusive como base para a
Agenda 21 Esse relatoacuterio da Comissatildeo Brundtland diz que desenvolvimento
sustentaacutevel ldquoeacute aquele que atende agraves necessidades do presente sem
comprometer a possibilidade de as geraccedilotildees futuras atenderem as suas proacuteprias
necessidadesrdquo (wwwibgegovbr)
Divulgaccedilatildeo do Relatoacuterio da Comissatildeo Brundtland Nosso Futuro
Comum A Comissatildeo Brundtland circulou o mundo e encerrou seus trabalhos em
1987 com um relatoacuterio chamado ldquoNosso Futuro Comumrdquo E eacute nesse relatoacuterio que
se encontra a definiccedilatildeo de desenvolvimento sustentaacutevel mais aceita e difundida
em todo o Planeta ldquoDesenvolvimento sustentaacutevel eacute aquele que atende agraves
necessidades do presente sem comprometer a possibilidade das geraccedilotildees futuras
satisfazerem suas proacuteprias necessidadesrdquo Segundo a Comissatildeo o desafio era
trazer as consideraccedilotildees ambientais para o centro das tomadas de decisotildees
econocircmicas e para o centro do planejamento futuro nos diversos niacuteveis local
regional e global (wwwmregovbr)
Congresso Internacional da UNESCO ndash PNUMA sobre Educaccedilatildeo
e Formaccedilatildeo Ambiental - Moscou Realizou a avaliaccedilatildeo dos avanccedilos desde Tbilisi
reafirmou os princiacutepios de Educaccedilatildeo Ambiental e assinalou a importacircncia e
necessidade da pesquisa e da formaccedilatildeo em Educaccedilatildeo Ambiental
(wwwambientebrasilcombr)
88
1988 Declaraccedilatildeo de Caracas ORPAL - PNUMA Sobre Gestatildeo
Ambiental na Ameacuterica a qual denuncia a necessidade de mudar o modelo de
desenvolvimento (wwwprgovbr)
A Constituiccedilatildeo Brasileira de 1988 em Art 225 no Capiacutetulo VI - Do
Meio Ambiente Inciso VI destacou a necessidade de lsquorsquopromover a Educaccedilatildeo
Ambiental em todos os niacuteveis de ensino e a conscientizaccedilatildeo puacuteblica para a
preservaccedilatildeo do meio ambientersquorsquo Para cumprimento dos preceitos
constitucionais leis federais decretos constituiccedilotildees estaduais e leis municipais
determinaram a obrigatoriedade da Educaccedilatildeo Ambiental(Brasil 1988)
Fundaccedilatildeo Getuacutelio Vargas traduz e publica o Relatoacuterio
Brundtland Nosso Futuro Comum (wwwprgovbr)
A Secretaria de Estado do Meio Ambiente de SP e a CETESB
publicam a ediccedilatildeo piloto do livro ldquoEducaccedilatildeo Ambientalrdquo Guia para professores
de 1o e 2o Graus (wwwnossoambienteonlinehpgigcombr)
1989 Criaccedilatildeo do IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente) pela
fusatildeo da SEMA SUDEPE SUDEHVEA e IBDF - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e
dos Recursos Naturais Renovaacuteveis uma autarquia federal foi criado pela Lei
773589 vinculado ao Ministeacuterio do Meio Ambiente ndash MMA sendo responsaacutevel
principalmente pela execuccedilatildeo da Poliacutetica Nacional do Meio Ambiente e
desenvolve atividades para a preservaccedilatildeo e conservaccedilatildeo do patrimocircnio natural
exercendo o controle e a fiscalizaccedilatildeo sobre o uso dos recursos naturais Nele
funciona a Divisatildeo de Educaccedilatildeo Ambiental com a missatildeo de promover a
conscientizaccedilatildeo de todos para a utilizaccedilatildeo racional dos recursos naturais
incentivando o desenvolvimento sustentaacutevel visando agrave preservaccedilatildeo do meio
ambiente para as geraccedilotildees futuras (wwwgeocitiesyahoocombribamapr)
Programa de Educaccedilatildeo Ambiental em Universidade Aberta da
Fundaccedilatildeo Demoacutecrito Rocha por meio de encartes nos jornais de Recife e
Fortaleza (wwwprgovbr)
89
Primeiro Encontro Nacional sobre Educaccedilatildeo Ambiental no Ensino
Formal IBAMA UFRPE Recife (wwwprgovbr)
Criou-se o Fundo Nacional de Meio Ambiente (FNMA) no
Ministeacuterio do Meio Ambiente MMA Criado pela Lei 7797 de 10 de julho de 1989
O FNMA tem por missatildeo contribuir como agente financiador e por meio da
participaccedilatildeo social para a implementaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional do Meio
Ambiente (PNMA) Desde sua criaccedilatildeo o FNMA apoacuteia projetos ambientais em todo
o paiacutes tendo investido mais de cem milhotildees de reais distribuiacutedos entre mais de mil
projetos aprovados (wwwmmagovbr)
Primeiro Seminaacuterio sobre materiais para a Educaccedilatildeo Ambiental
ORLEAC - UNESCO - PIEA Santiago Chile (wwwprgovbr)
Declaraccedilatildeo de HAIA preparatoacuterio da RIO 92 aponta a
importacircncia da cooperaccedilatildeo internacional nas questotildees
ambientais(wwwambientebrasilcombr)
1990 Conferecircncia Mundial sobre Ensino para Todos Satisfaccedilatildeo das
necessidades baacutesicas de aprendizagem em Jomtien Tailacircndia Destaca o
conceito de Analfabetismo Ambiental O analfabetismo ambiental levou a
espeacutecie humana a produzir essas pressotildees insuportaacuteveis sobre os sistemas naturais
Estamos vivendo de retiradas contiacutenuas de uma poupanccedila na qual natildeo fazemos
nenhum depoacutesito ldquoO analfabetismo ambiental eacute o mais difiacutecil de ser erradicado
pois atinge ateacute pessoas com vaacuterios anos de escolaridade que continuam
ateando fogo nas folhas secas em seus quintais natildeo reciclando o lixo e natildeo
poupando aacutegua nem energia eleacutetricardquo Gonccedilalves 1990 (wwwigcuspbr)
A ONU declara o ano 1990 como o Ano Internacional do Meio
Ambiente (wwwambientebrasilcombr)
I Curso Latino-Americano de Especializaccedilatildeo em Educaccedilatildeo
Ambiental PNUMAIBAMACNPqCAPESUFMTCUIABAacute-MT (1990 a 1994)
(wwwambientebrasilcombr)
90
1991 Portaria 678 (140591) do MEC determinou que a educaccedilatildeo
escolar deveria contemplar a Educaccedilatildeo Ambiental permeando todo o curriacuteculo
dos diferentes niacuteveis e modalidades de ensino Foi enfatizada a necessidade de
investir na capacitaccedilatildeo de professores (wwwmecgovbr)
Projeto de Informaccedilotildees sobre Educaccedilatildeo Ambiental IBAMA MEC
(wwwambientebrasilcombr)
Encontro Nacional de Poliacuteticas e Metodologias para Educaccedilatildeo
Ambiental promovido pela Presidecircncia da Repuacuteblica atraveacutes do MEC e SEMA
com apoio da UNESCOEmbaixada do Canadaacute em Brasiacutelia com a finalidade de
discutir diretrizes para definiccedilatildeo da Poliacutetica da EA (wwwmecgovbr)
Grupo de Trabalho para Educaccedilatildeo Ambiental coordenado pelo
MEC preparatoacuterio para a Conferecircncia do Rio 92 (wwwmecgovbr)
Reuniotildees preparatoacuterias da Rio 92(wwwambientebrasilcombr)
1992 Conferecircncia da ONU sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento
RIOndash92 UNCED Rio92 - Criaccedilatildeo da Agenda 21 Tratado de Educaccedilatildeo Ambiental
para Sociedades Sustentaacuteveis FORUN das ONGrsquos - compromissos da sociedade
civil com a Educaccedilatildeo Ambiental e o Meio Ambiente Carta Brasileira de
Educaccedilatildeo Ambiental o qual apontou as necessidades de capacitaccedilatildeo na aacuterea
(MEC 1992)
1ordm Encontro Nacional de Centros de Educaccedilatildeo Ambiental (CEAS)
ndash onde os coordenadores dos centros jaacute existentes e os teacutecnicos das Secretarias
de Educaccedilatildeo debateram propostas pedagoacutegicas e recursos institucionais e
apresentaram projetos e experiecircncias exitosas em educaccedilatildeo ambiental Em
decorrecircncia o Mec passou a incentivar a implantaccedilatildeo de centros de educaccedilatildeo
ambiental como espaccedilos de referencia visando a formaccedilatildeo integral do cidadatildeo
para interagir em diversos niacuteveis e modalidades de ensino e introduzir praacuteticas de
educaccedilatildeo ambiental junto agraves comunidades (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)
91
Foi criado o Ministeacuterio do Meio Ambiente (Ministeacuterio do Meio
Ambiente 2005)
Participaccedilatildeo das ONGrsquos do Brasil no Foacuterum de ONGrsquos e na
redaccedilatildeo do Tratado de Educaccedilatildeo Ambiental para Sociedades Sustentaacuteveis
Destaca-se o papel da Educaccedilatildeo Ambiental na construccedilatildeo da Cidadania
Ambiental (wwwambientebrasilcombr)
O MEC promove no Rio de Janeiro o Workshop sobre Educaccedilatildeo
Ambiental com o objetivo de socializar os resultados das experiecircncias nacionais e
internacionais de EA discutir metodologias e curriacuteculos destacando a
necessidade de capacitaccedilatildeo de recursos humanos para EA cujo resultado
encontra-se na Carta Brasileira de Educaccedilatildeo Ambiental (wwwmecgovbr)
1993 Uma Proposta Interdisciplinar de Educaccedilatildeo Ambiental para
Amazocircnia IBAMA Universidades e SEDUCrsquos da regiatildeo publicaccedilatildeo de um
Documento Metodoloacutegico e um de caraacuteter temaacutetico com 10 temas ambientais
da regiatildeo (1992 a 1994) (wwwambientebrasilcombr)
Projeto de Lei n 379293 de autoria do Deputado Faacutebio
Feldmann ora em tramitaccedilatildeo no congresso Nacional institui a Poliacutetica de
Educaccedilatildeo Ambiental Este projeto de Lei tem como objetivo interligar os sistemas
nacionais de meio ambiente e de educaccedilatildeo em um sistema uacutenico (Ministeacuterio do
Meio Ambiente2004) (wwwbio2000hpgigcombr)
Portaria 77393 do MEC instituiu em caraacuteter permanente um
Grupo de Trabalho para EA com o objetivo de coordenar apoiar acompanhar
avaliar e orientar as accedilotildees metas e estrateacutegias para a implementaccedilatildeo da EA nos
sistemas de ensino em todos os niacuteveis e modalidades concretizando as
recomendaccedilotildees aprovadas na RIO -92(wwwmecgovbr)
Criaccedilatildeo dos Centros de Educaccedilatildeo Ambiental do MEC com a
finalidade de criar e difundir metodologias em Educaccedilatildeo Ambiental
(wwwambientebrasilcombr)
92
Congresso Sul-americano como continuidade da Rio92 ndash
Argentina (wwwambientebrasilcombr)
1994 Criaccedilatildeo do programa Nacional de Educaccedilatildeo Ambiental
(PRONEA) em dezembro de 1994 pela Presidecircncia da Repuacuteblica em funccedilatildeo da
Constituiccedilatildeo Federal de 1988 e dos compromissos internacionais assumidos com a
Conferencia do Rio compartilhado pelo entatildeo Ministeacuterio do Meio Ambiente dos
Recursos Hiacutedricos e da Amazocircnia Legal e pelo Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e do
Desporto com as parcerias do Ministeacuterio da Cultura e do Ministro da Ciecircncia e
Tecnologia (Ministeacuterio do Meio ambiente 2004)
Proposta do Programa Nacional de Educaccedilatildeo Ambiental -
PRONEA elaborada pelo MECMMAMINCMCT com o objetivo de ldquocapacitar o
sistema de educaccedilatildeo formal e natildeo-formal supletivo e profissionalizante em seus
diversos niacuteveis e modalidadesrdquo (wwwmecgovbr)
1995 Foi criada a Cacircmara Teacutecnica temporaacuteria de Educaccedilatildeo Ambiental
no Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA) determinante para o
fortalecimento da Educaccedilatildeo Ambiental Realizou sua primeira reuniatildeo em junho
de 1996 quando se discutiu o documento intitulado ldquoSubsiacutedios para a formulaccedilatildeo
de uma Poliacutetica Nacional de Educaccedilatildeo Ambientalrdquo elaborada pelo MMAIBAMA
e pelo MEC Os princiacutepios orientadores para esse documento eram a
participaccedilatildeo a descentralizaccedilatildeo o reconhecimento da pluralidade e
diversidade cultural e a interdisciplinaridade (ProNEA-2004) (wwwmecgovbr)
Conferecircncia para o Desenvolvimento Social realizada em
Copenhague Sueacutecia que visaria a Criaccedilatildeo de um ambiente econocircmico-poliacutetico-
social-cultural e juriacutedico que permita o desenvolvimento social
(wwwambientebrasilcombr)
1996 Lei nordm 927696 que estabelece o Plano Plurianual do Governo
19961999 define como principais objetivos da aacuterea de Meio Ambiente a
ldquopromoccedilatildeo da Educaccedilatildeo Ambiental atraveacutes da divulgaccedilatildeo e do uso de
93
conhecimentos sobre tecnologias de gestatildeo sustentaacutevel dos recursos naturaisrdquo
procurando garantir a implementaccedilatildeo do PRONEA (wwwmecgovbr)
Cursos de Capacitaccedilatildeo em Educaccedilatildeo Ambiental para os
teacutecnicos das SEDUCrsquos e DEMECrsquos nos Estados - Coordenaccedilatildeo de Educaccedilatildeo
Ambiental promove trecircs cursos de Capacitaccedilatildeo de Multiplicadores em Educaccedilatildeo
Ambiental - Apoio do acordo BRASILUNESCO a fim de preparar teacutecnicos das
Secretarias Estaduais de Educaccedilatildeo Delegacias Regionais de Educaccedilatildeo do MEC
e algumas Universidades Federais para atuarem no processo de inserccedilatildeo da
Educaccedilatildeo Ambiental nos Paracircmetros Curriculares (wwwmecgovbr)
Criaccedilatildeo da Comissatildeo Interministerial de EA do MMA - Essa
Comissatildeo tem como objetivo assessorar o Presidente da Repuacuteblica na tomada de
decisotildees sobre as estrateacutegias e poliacuteticas nacionais necessaacuterias ao
desenvolvimento sustentaacutevel conforme as diretrizes estabelecidas pela Agenda
21 (wwwmmagovbr)
1997 Aprovaccedilatildeo dos Novos PCNrsquos ndash Os PCNrsquos constituem-se como um
subsiacutedio para apoiar a escola na elaboraccedilatildeo de seu projeto educativo inserindo
procedimentos atitudes e valores no conviacutevio escolar bem como a necessidade
de tratar de alguns temas sociais urgentes de abrangecircncia nacional
denominado como temas transversais meio ambiente eacutetica pluralidade cultural
orientaccedilatildeo sexual trabalho e consumo (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)
I Conferecircncia Nacional de Educaccedilatildeo Ambiental (ICNEA)
realizada em Brasiacutelia quando foi produzido o documento ldquoCarta de Brasiacutelia para
a Educaccedilatildeo Ambientalrdquo contendo cinco aacutereas temaacuteticas Educaccedilatildeo Ambiental
e as vertentes do desenvolvimento sustentaacutevel Educaccedilatildeo Ambiental formal
papel desafios metodologias e capacitaccedilatildeo Educaccedilatildeo no processo de gestatildeo
ambiental metodologia e capacitaccedilatildeo Educaccedilatildeo Ambiental e as poliacuteticas
puacuteblicas PRONEA poliacuteticas de recursos hiacutedricos urbanas agricultura ciecircncia e
tecnologia Educaccedilatildeo Ambiental eacutetica formaccedilatildeo da cidadania educaccedilatildeo
comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo da sociedade (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)
94
Cursos de Educaccedilatildeo Ambiental organizados pelo MECndash Atraveacutes
da Coordenaccedilatildeo de Educaccedilatildeo Ambiental para as escolas Teacutecnicas e segunda
etapa de capacitaccedilatildeo das SEDUCrsquos e DEMECrsquos Convecircnio UNESCO ndash MEC
(wwwambientebrasilcombr)
IV Foacuterum de Educaccedilatildeo Ambiental e I Encontro da Rede de
Educadores Ambientais em VitoacuteriaES (wwwambientebrasilcombr)
Conferecircncia Internacional sobre Meio Ambiente e Sociedade
Conferecircncia Internacional sobre Meio Ambiente e Sociedade Educaccedilatildeo e
Consciecircncia Puacuteblica para a Sustentabilidade ndash Thessaloniki Greacutecia 1997 Onde
houve o reconhecimento que passados cinco anos da Conferecircncia Rio-92 o
desenvolvimento da EA foi insuficiente (wwwmecgovbr)
A Coordenaccedilatildeo de Educaccedilatildeo Ambiental do MEC promove sete
Cursos de Capacitaccedilatildeo de Multiplicadores e cinco Teleconferecircncias
(wwwmecgovbr)
1998 A Coordenaccedilatildeo de Educaccedilatildeo Ambiental do MEC promove 8
Cursos de Capacitaccedilatildeo de Multiplicadores 5 teleconferecircncias 2 Seminaacuterios
Nacionais e produz 10 viacutedeos para serem exibidos pela TV Escola
(wwwmecgovbr)
Ao final deste ano a Coordenaccedilatildeo de Educaccedilatildeo Ambiental eacute
inserida na Secretaria de Ensino Fundamental ndash SEF do MEC apoacutes reforma
administrativa (wwwportalmecgovbr)
1999 Criaccedilatildeo da Diretoria de Educaccedilatildeo Ambiental (DEA) do MMA ndash
Que passou a desenvolver as seguintes atividades Implantaccedilatildeo do Sistema
Brasileiro de Informaccedilatildeo em Educaccedilatildeo Ambiental (SIBEA) objetivando atuar
como um sistema integrador das informaccedilotildees de educaccedilatildeo ambiental no paiacutes
Implantaccedilatildeo de Poacutelos de Educaccedilatildeo Ambiental e Difusatildeo de Praacuteticas Sustentaacuteveis
nos Estados objetivando irradiar as accedilotildees de Educaccedilatildeo Ambiental fomento aacute
formaccedilatildeo de Comissotildees Interinstitucionais de Educaccedilatildeo Ambiental nos estados e
95
auxilio na elaboraccedilatildeo de programas estaduais de Educaccedilatildeo Ambiental
implantaccedilatildeo de curso de Educaccedilatildeo Ambiental a distancia objetivando
capacitar gestores professores e teacutecnicos de meio ambiente de todos os
municiacutepios do paiacutes implantaccedilatildeo do projeto Protetores da Vida objetivando
sensibilizar e mobilizar jovens para as questotildees ambientais (Ministeacuterio do Meio
Ambiente 2004)
Aprovaccedilatildeo da LEI 959799 que estabelece a Poliacutetica Nacional
de EA - promulgada a Lei nordm 9795 de 27 de abril de 1999 que institui a Poliacutetica
Nacional de Educaccedilatildeo Ambiental a que deveraacute ser regulamentada apoacutes as
discussotildees na Cacircmara Teacutecnica Temporaacuteria de Educaccedilatildeo Ambiental no CONAMA
(wwwmecgovbr)
A Portaria 164899 do MEC criou o Grupo de Trabalho com
representantes de todas as suas Secretarias para discutir a regulamentaccedilatildeo da
Lei nordm 979599 (wwwmecgovbr)
O MEC propotildee o Programa PCNrsquos em Accedilatildeo atendendo agraves
solicitaccedilotildees dos Estados tendo o Meio Ambiente como uns dos temas
transversais que seraacute trabalhado no ano 2000 (wwwmecgovbr)
Programa Nacional de Educaccedilatildeo Ambiental ndash implantaccedilatildeo do
Programa Nacional de Educaccedilatildeo Ambiental - ProNEA(wwwmecgovbr)
A Coordenaccedilatildeo de EA (COEA) do MEC passa a formar parte da
Secretaacuteria de Ensino Fundamental (wwwambientebrasilcombr)
2000 A Educaccedilatildeo Ambiental integra o Plano Plurianual do Governo
(2000-2003) e agora institucionalmente vinculado ao Ministeacuterio do Meio
Ambiente contemplando sete accedilotildees realizadas pelo MMA IBAMA Banco do
Brasil e Jardim Botacircnico do Rio de Janeiro (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)
2001 Em reconhecimento a importacircncia da articulaccedilatildeo dos
educadores ambientais e as suas instituiccedilotildees em modelos de articulaccedilatildeo
96
horizontal o MMA iniciou uma accedilatildeo de fomento a estruturaccedilatildeo e do
fortalecimento da Rede Brasileira de Educaccedilatildeo Ambiental (REBEA) e da Rede
Paulista de Educaccedilatildeo Ambiental (REPEA) e forneceu apoio a estruturaccedilatildeo da
REASUL da Rede Aguapeacute e da Rede Acreana de Educaccedilatildeo Ambiental
(Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)
2002 No mecircs de junho a lei nordm 979599 foi regulamentada pelo Decreto
nordm4 281 que definem entre outras coisas a composiccedilatildeo e as competecircncias do
Oacutergatildeo Gestor da PNEA lanccedilando assim as bases para a execuccedilatildeo da PNEA
(Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)
2003 Eacute instaurada no MMA a Comissatildeo intersetorial de Educaccedilatildeo
Ambiental (CISEA) com representaccedilatildeo de todas as secretarias e todos os oacutergatildeos
vinculados ao MMA criando uma instancia para um processo coordenado de
consultas e deliberaccedilotildees internamente a esse Ministeacuterio e contribuindo para a
transversalidade interna e a sinergia das accedilotildees em educaccedilatildeo ambiental
desenvolvidas pelas suas secretarias e pelos seus oacutergatildeos vinculados (Ministeacuterio do
Meio Ambiente 2004)
O Ministeacuterio da Educaccedilatildeo estabelece como prioridades viabilizar
as accedilotildees e diretrizes da PNEA e reestruturar a Coordenaccedilatildeo Geral de Educaccedilatildeo
Ambiental (COEA) que passa da Secretaria de Educaccedilatildeo Fundamental
diretamente agrave Secretaria Executiva atuando de forma integrada a todas as
secretarias conferindo maior visibilidade agrave Educaccedilatildeo Ambiental e oportunizando
sua transversalidade assim como seu enraizamento no MEC e na estrutura de
Governo (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)
2004 O MMA e o MEC promoveram em 21 de julho a reuniatildeo de
instalaccedilatildeo do oacutergatildeo gestor da PNEA um passo decisivo para a execuccedilatildeo das
accedilotildees em educaccedilatildeo ambiental no Governo Federal tendo como primeira tarefa
a assinatura de um Termo de Cooperaccedilatildeo Teacutecnica para a realizaccedilatildeo conjunta
da Conferencia Infanto-Juvenil pelo Meio Ambiente (Ministeacuterio do Meio
Ambiente 2004)
97
Em 17 de novembro foi instaurado o Comitecirc Assessor do Oacutergatildeo
Gestor sendo realizada sua primeira reuniatildeo na qual foram criados seis grupos de
trabalho (GTs) dois temporaacuterios ndash GT Documento do ProNEA e GT Regimento
Interno e quatro permanentes ndash GT Gestatildeo do Sistema Brasileiro de Informaccedilotildees
sobre Educaccedilatildeo Ambiental(SIBEA) GT Criteacuterios e Indicadores para Projetos e
Accedilotildees de Educaccedilatildeo Ambiental GT Instrumentos Institucionais e Legais para a
Promoccedilatildeo da Educaccedilatildeo Ambiental e GT Relaccedilotildees Internacionais (Ministeacuterio do
Meio Ambiente 2004)
Foi realizado em Goiacircnia o primeiro encontro governamental
nacional sobre poliacuteticas publicas de educaccedilatildeo ambiental reunindo secretaacuterios e
gestores puacuteblicos das trecircs esferas de governo da aacuterea ambiental O evento visou
a elaborar um diagnoacutestico dos principais desafios ao enraizamento da educaccedilatildeo
ambiental e a aproximaccedilatildeo entre as secretarias de educaccedilatildeo e do meio
ambiente Neste encontro foi reconhecida a necessidade da articulaccedilatildeo e do
fortalecimento muacutetuo das Comissotildees Interinstitucionais Estaduais e das Redes de
Educaccedilatildeo Ambiental Foi elaborado o documento ldquoCompromisso de Goiacircniardquo
que consiste no estabelecimento de um importante e pioneiro pacto entre as
esferas de governo para a criaccedilatildeo de Poliacuteticas e Programas estaduais e
municipais de Educaccedilatildeo Ambiental sincronizados com o ProNEA (Ministeacuterio do
Meio Ambiente 2004)
Nesse ano foi realizada a deacutecima-nona ediccedilatildeo do curso de
Introduccedilatildeo agrave Educaccedilatildeo no Processo de Gestatildeo Ambiental do IBAMA
alcanccedilando quase 700 profissionais formados para atuar com a educaccedilatildeo na
gestatildeo ambiental (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2005)
Ocorreu nova reestruturaccedilatildeo do MEC com a transferecircncia da
Coordenaccedilatildeo Geral de Educaccedilatildeo Ambiental (CGEA) para a entatildeo receacutem-criada
Secretaria de Educaccedilatildeo Continuada Alfabetizaccedilatildeo e Diversidade (Ministeacuterio do
Meio Ambiente 2005)
98
Teve iniacutecio um novo Plano Plurianual o PPA 2004-2007 Em
funccedilatildeo das novas diretrizes e sintonizado com o ProNEA o Programa 0052 eacute
reformulado passa a ser intitulado Educaccedilatildeo Ambiental para Sociedades
Sustentaacuteveis e inicia o ano composto por accedilotildees de responsabilidade da Diretoria
de Educaccedilatildeo Ambiental Fundo Nacional do Meio AmbienteAgecircncia Nacional
de Aacuteguas Coordenaccedilatildeo Geral de Educaccedilatildeo Ambiental do Instituto Brasileiro de
Meio Ambiente e Recursos Naturais Renovaacuteveis Jardim Botacircnico do Rio de
Janeiro e a Secretaria da Comissatildeo Interministerial para os Recursos do Mar
(SECIRM) (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)
Em novembro de 2004 foi realizado o V Foacuterum Brasileiro de
Educaccedilatildeo Ambiental construiacutedo de forma coletiva a partir da Rede Brasileira de
Educaccedilatildeo Ambiental e que proporcionou espaccedilos para diaacutelogo e trocas entre
os educadores ambientais Realizada durante todo o evento a atividade
denominada ldquoConversando com as Redesrdquo proporcionou aos participantes a
oportunidade de estar em contato com as pessoas que formam as redes de
Educaccedilatildeo Ambiental de todo o Brasil As conexotildees foram reforccediladas e renovadas
no evento que viu nascer a Rede Nordestina de Educaccedilatildeo Ambiental e a Rede
de Edu -comunicaccedilatildeo Socioambiental (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2005)
Ainda em novembro de 2004 o MMA participou na Venezuela
da reuniatildeo de trabalho de especialistas em gestatildeo puacuteblica da educaccedilatildeo
ambiental da Ameacuterica Latina e Caribe para elaboraccedilatildeo do plano de
implementaccedilatildeo do Programa Latino-americano e Caribenho de Educaccedilatildeo
Ambiental (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2005)
Nesse ano de 2004 foi feita a revisatildeo do Plano Plurianual e do
Programa 0052 e seu conjunto de accedilotildees foi alterado iniciando o exerciacutecio de
2005 com a seguinte composiccedilatildeo
bull 6270 ndash Educaccedilatildeo ambiental para recursos hiacutedricos (ANA)
bull 2972 ndash Educaccedilatildeo para conservaccedilatildeo da biodiversidade (Jardim Botacircnico
do Rio de Janeiro)
99
bull 2965 ndash Fomento a projetos integrados de educaccedilatildeo ambiental (FNMA)
bull 4932 ndash Formaccedilatildeo de educadores ambientais (DEAIBAMA)
bull 09HO ndash Apoio agrave gestatildeo compartilhada da educaccedilatildeo ambiental (DEA)
bull1997 ndash Implantaccedilatildeo do Sistema Brasileiro de Informaccedilotildees sobre Educaccedilatildeo
Ambiental (DEA)
bull 6857 ndash Produccedilatildeo e veiculaccedilatildeo de programas de educaccedilatildeo ambiental
(DEA)
bull 4641 ndash Publicidade de utilidade puacuteblica (DEA)
bull 4232 ndash Capacitaccedilatildeo de recursos humanos para a prevenccedilatildeo e o
controle ambiental nas aacutereas mariacutetimas e portuaacuterias (SECIRM) (Ministeacuterio do Meio
Ambiente 2004)
Nessa revisatildeo a CGEAMEC inclui no Programa 1061 - Brasil Escolarizado
sob responsabilidade desse Ministeacuterio duas accedilotildees relativas especificamente agrave
educaccedilatildeo ambiental
bull 09EA ndash Apoio agrave distribuiccedilatildeo de material didaacutetico para formaccedilatildeo
continuada em educaccedilatildeo ambiental
bull 09ED ndash Apoio agrave formaccedilatildeo continuada em educaccedilatildeo ambiental para
profissionais da educaccedilatildeo (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2005)
53 Algumas Consideraccedilotildees sobre a Evoluccedilatildeo da Educaccedilatildeo Ambiental
A Educaccedilatildeo Ambiental eacute direito de todos De modo formal como
componente permanente da educaccedilatildeo em todos os niacuteveis e modalidades De
modo natildeo formal atraveacutes de praacuteticas educativas voltadas para a mobilizaccedilatildeo e
participaccedilatildeo da sociedade e suas organizaccedilotildees na defesa da qualidade do
meio ambiente (ALERJ 1999)
A Educaccedilatildeo Ambiental jaacute percorreu um longo caminho superou alguns
obstaacuteculos alguns conflitos ganhou algumas batalhas porem ainda falta muito
para vencer a guerra contra os avanccedilos tecnoloacutegicos sem responsabilidade com
o meio ambiente porque o desenvolvimento eacute necessaacuterio poreacutem natildeo pode estar
100
combinado com um poder impiedoso e irracional do homem que destroacutei a terra
que pisa e tira o sustento polui o ar que respira suja a aacutegua que garante a sua
sobrevivecircncia e das geraccedilotildees futuras
Ao longo desses anos a Educaccedilatildeo Ambiental caminhou em direccedilatildeo ao
reconhecimento da sua importacircncia pois se natildeo houver um investimento em
accedilotildees que despertem a consciecircncia da humanidade para com o Meio
Ambiente natildeo teraacute nenhum sucesso os investimentos para o futuro A educaccedilatildeo
eacute o meio mais importante para o desenvolvimento do homem e a Educaccedilatildeo
Ambiental deve estar presente em todos os niacuteveis educacionais pois atraveacutes dela
passa a existir a consciecircncia pessoal de que o homem natildeo eacute o uacutenico no mundo
e sim faz parte dele segundo Boff 1992 ldquoMesmo sendo o homem a expressatildeo
autoconsciente do mundo natildeo eacute a principal nem a uacutenicardquo Devido a isto o
homem deve ter a consciecircncia de que existe uma interdependecircncia entre os
seres e a natureza em todo o planeta A partir da conscientizaccedilatildeo o homem
passa a perceber e revisar seus conceitos em relaccedilatildeo a viver bem pois a
seduccedilatildeo e adoraccedilatildeo aos estilos e modismos que fazem das pessoas aacutevidos
consumidores e como consequumlecircncia temos a geraccedilatildeo de montanhas de lixo
resiacuteduos inclusive radioativos aleacutem da extraccedilatildeo desordenada dos recursos
naturais natildeo renovaacuteveis
Eacute evidente que nas questotildees ambientais existem os conflitos que vatildeo de
encontro com os propoacutesitos poliacuteticos e os projetos educativos realmente
comprometidos com o resgate do equiliacutebrio entre a necessidade social e a
ambiccedilatildeo pessoal No primeiro caso trata-se de pessoas que na maioria das
vezes por falta de informaccedilatildeo destroem a natureza como derrubada de aacutervores
morte de animais pesca predatoacuteria etc em favor de seu sustento e de suas
famiacutelias natildeo percebendo que com esta destruiccedilatildeo estatildeo limitando o tempo do
seu sustento pois sem controle haacute o esgotamento No segundo caso a
exploraccedilatildeo e a destruiccedilatildeo da natureza natildeo por falta de informaccedilatildeo e sim por
ambiccedilatildeo ao dinheiro e por consequumlecircncia pelo poder natildeo importando o mal
que esta sendo feito Em relaccedilatildeo a isto se pode ressaltar que a pobreza tanto
nacional quanto global eacute uma das principais causas da destruiccedilatildeo pois quando
101
se tem fome a preocupaccedilatildeo com a natureza natildeo tem valor por isto quando se
fala em meio ambiente eacute tudo que estaacute a nossa volta inclusive agrave sociedade
Nessa perspectiva a educaccedilatildeo ambiental precisa ultrapassar os limites da
escola formal isto eacute deve transcender o espaccedilo escolar e ser concebida como
um processo contiacutenuo de formaccedilatildeo para a cidadania atingindo o ser humano
seja ele quem for ou onde estiver para que seja possiacutevel atingir em essecircncia a
mudanccedila de paradigmas que existem nas relaccedilotildees entre homem sociedade e
natureza Para isto se faz necessaacuterio o preenchimento de todos os espaccedilos seja
da miacutedia da famiacutelia do lazer da cultura da ciecircncia do trabalho e
principalmente da educaccedilatildeo Se forem aproveitadas todas as oportunidades
para se praticar a Educaccedilatildeo Ambiental estes conceitos passariam a fazer parte
da consciecircncia individual e coletiva do ser humano provocando alteraccedilatildeo no
sistema social e psicoloacutegico promovendo uma nova eacutetica planetaacuteria
comprometida com a erradicaccedilatildeo da pobreza da fome da poluiccedilatildeo da
opressatildeo humana da degradaccedilatildeo ambiental para que todos os recursos da
natureza possam ser utilizados com equiliacutebrio e respeito agrave fragilidade da terra e
de forma a beneficiar toda a humanidade (wwwsenacbr)
O Estado do Rio de Janeiro dispotildee da Lei 332599 que determina a
Educaccedilatildeo Ambiental obrigatoacuteria em todos os periacuteodos e nas vaacuterias disciplinas do
primeiro e segundo graus natildeo podendo ter uma uacutenica cadeira com conceitos
ecoloacutegicos e as demais ignorarem completamente os ecossistemas e as relaccedilotildees
entre transportes induacutestria agricultura urbanizaccedilatildeo sauacutede e o meio ambiente A
Educaccedilatildeo Ambiental por ser responsabilidade de todos deve ser tratada como
tema transversal isto eacute uma preocupaccedilatildeo de toda a escola e de toda a
comunidade onde a escola estaacute inserida Os professores das vaacuterias disciplinas e a
direccedilatildeo da escola estaratildeo empenhados na construccedilatildeo de projetos pedagoacutegicos
que inclua a problemaacutetica ambiental
A seguir as metodologias utilizadas na realizaccedilatildeo deste trabalho
102
Capiacutetulo 6 Metodologias
O objetivo deste capiacutetulo eacute descrever as metodologias aplicadas na busca
dos objetivos especiacuteficos para atingir as metas apontadas neste estudo
O estudo apresentado nessa dissertaccedilatildeo teve como base agrave elaboraccedilatildeo
de um meacutetodo capaz de garantir a confiabilidade e reprodutibilidade da
pesquisa No decorrer deste capitulo seratildeo abordados temas como
planejamento de pesquisa meacutetodo estatiacutestico pesquisa de campo fontes de
informaccedilatildeo e os problemas encontrados
Eacute relevante citar que o processo de pesquisa cientifica eacute uma atividade
dinacircmica e passiacutevel de mutaccedilotildees A metodologia empregada nesta pesquisa
possibilitou a agregaccedilatildeo de informaccedilotildees no decorrer do trabalho norteadas
sempre pelos objetivos do estudo
A figura 61 mostra esquematicamente a estrateacutegia utilizada na pesquisa
cujas etapas estatildeo melhor detalhadas nos itens subsequumlentes
103
Figura 61 - Esquematizaccedilatildeo do Projeto
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria a partir dos dados deste capiacutetulo
104
61 Diagnose do Estado da Arte da Educaccedilatildeo Ambiental no Ensino Meacutedio da Rede Estadual de Ensino no Municiacutepio do Rio de Janeiro 611 Objetivos
Umas das finalidades da pesquisa proposta no presente trabalho consistiu
em analisar o estado da arte do ponto de vista da Educaccedilatildeo Ambiental do
Ensino Meacutedio na Rede Estadual de Ensino localizada no Municiacutepio do Rio de
Janeiro A partir desta anaacutelise pretende-se traccedilar um perfil das escolas e indicar
caminhos estrateacutegicos em termos de sugestotildees no sentido de melhorar as
informaccedilotildees fornecidas aos alunos dentro da sua formaccedilatildeo acadecircmica partindo
de uma boa formaccedilatildeo docente
A seguir seratildeo detalhados os procedimentos utilizados durante a
elaboraccedilatildeo da pesquisa
612 Metodologia de Pesquisa
O meacutetodo de pesquisa adotado foi uma combinaccedilatildeo de anaacutelise
exploratoacuteria e anaacutelise quantitativa envolvendo as Escolas do Ensino Meacutedio da
Rede Estadual de Ensino localizadas no Municiacutepio do Rio de Janeiro O meacutetodo
foi baseado nas seguintes definiccedilotildees
Uma anaacutelise exploratoacuteria eacute uma pesquisa empiacuterica que utilizando diversas
fontes de informaccedilatildeo investiga um fenocircmeno contemporacircneo no seu contexto
real quando as fronteiras entre o fenocircmeno e contexto natildeo se encontram
nitidamente definidas (Yin 1984)
A anaacutelise quantitativa muitas vezes pode natildeo englobar as variaacuteveis
necessaacuterias agrave compreensatildeo de determinados eventos A concorrecircncia desses
eventos pode abranger uma complexidade tal que os paracircmetros de anaacutelise
tornam-se multidimensionais e difiacuteceis de serem observados de forma quantitativa
105
Contudo isto natildeo significa que as fronteiras entre as duas estrateacutegias de
pesquisa adotadas devam ser claramente delimitadas pois sempre existiratildeo
pontos em comum entre elas Cabe ressaltar poreacutem que cada estrateacutegia possui
caracteriacutesticas proacuteprias (Castro 1978)
O meacutetodo Survey a seguir definido foi o mais adequado para o
desenvolvimento da pesquisa
ldquoA pesquisa survey pode ser descrita como obtenccedilatildeo de dados ou
informaccedilotildees sobre caracteriacutesticas accedilotildees ou opiniotildees de determinado grupo
de pessoas indicado como representante de uma populaccedilatildeo alvo por meio
de um instrumento de pesquisa normalmente um questionaacuteriordquo(Tanur apud
Pinsonneautlt amp Kraemer 1993)
A metodologia estaacute coerente com o objetivo do trabalho uma vez que
desejava-se identificar qual o estado da arte da educaccedilatildeo ambiental nas
escolas de ensino meacutedio da Rede Puacuteblica EstadualConsiderando as colocaccedilotildees
de classificaccedilatildeo de uma pesquisa Survey esta tem um propoacutesito exploratoacuterio e
descritivo
No desenvolvimento do trabalho foi realizado um levantamento de dados
no ambiente com a aplicaccedilatildeo de um questionaacuterio respondido por parte das
escolas (amostra) de cada Metropolitana envolvida na pesquisa
613 Planejamento da Pesquisa
O primeiro passo do planejamento da pesquisa foi o levantamento das
informaccedilotildees disponiacuteveis sobre a situaccedilatildeo do ensino da EA nas Instituiccedilotildees de
Ensino Meacutedio da Rede Puacuteblica Estadual do Municiacutepio do Rio de Janeiro Este
levantamento compreendeu os seguintes itens
Determinaccedilatildeo da metodologia de pesquisa a ser adotada no projeto
Elaboraccedilatildeo de questionaacuterios
106
Aplicaccedilatildeo dos questionaacuterios junto agraves Instituiccedilotildees de Ensino meacutedio
atraveacutes de parceria com a Secretaria Estadual de Educaccedilatildeo
Realizaccedilatildeo de entrevistas com os diretores de Ensino das
Metropolitanas envolvidas no projeto
Avaliaccedilatildeo da receptividade nas metropolitanas e na SEERJ
Levantamento estatiacutestico dos dados
Busca de maiores informaccedilotildees sobre o tema nos sites da SEERJ
Elaboraccedilatildeo de propostas
614 Fontes de Informaccedilotildees
Na pesquisa realizada se lidou com uma variedade de fontes de
informaccedilotildees como documentos entrevistas e observaccedilotildees conforme segue
Materiais Impressos de oacutergatildeos ambientais
Trabalhos acadecircmicos sobre Educaccedilatildeo Ambiental
Entrevistas com professores e diretores de instituiccedilotildees de ensino
Materiais disponibilizados em meio eletrocircnico
Informaccedilotildees disponibilizadas pela SEERJ
615 Pesquisa de Campo
A pesquisa de campo foi realizada em duas etapas
A primeira etapa consistiu na aplicaccedilatildeo de um questionaacuterio nas escolas de
Ensino meacutedio da Rede Puacuteblica Estadual do Municiacutepio do Rio de Janeiro no
periacuteodo de abril a julho de 2006 A distribuiccedilatildeo do questionaacuterio foi viabilizada
mediante parceria com a SEERJ atraveacutes da coordenadoria de EA Os
questionaacuterios foram enviados para as Metropolitanas que foram responsaacuteveis
pela distribuiccedilatildeo e pelo recolhimento destes nas escolas Nas escolas os
questionaacuterios foram respondidos pelos diretores ou orientadores pedagoacutegicos O
modelo do questionaacuterio encontra-se no anexo 3
107
Apoacutes anaacutelise quantitativa e qualitativa dos questionaacuterios foi realizada a
segunda etapa que consistiu na avaliaccedilatildeo da receptividade das Metropolitanas
e da proacutepria SEERJ relacionada agrave relevacircncia da pesquisa Para tal foi elaborado
um questionaacuterio especiacutefico a ser respondido pelo responsaacutevel pela distribuiccedilatildeo
em cada metropolitana (anexo 4 5 e 6) e tambeacutem pela Coordenaccedilatildeo de
Educaccedilatildeo Ambiental da SEERJ O modelo dos questionaacuterios encontram-se no
anexo 7
Depois de estabelecidas as primeiras diretrizes foi realizado um
levantamento bibliograacutefico sobre os assuntos referentes ao trabalho Atraveacutes da
revisatildeo da literatura foi encontrada uma seacuterie de documentos pertinentes ao
assunto tais como
Determinaccedilatildeo de um modelo estatiacutestico utilizaccedilatildeo de uma amostragem
adequada
Realizaccedilatildeo de um questionaacuterio para as escolas
Definiccedilatildeo de modelo estatiacutestico para avaliar os dados levantados
Discussatildeo sobre o modelo estatiacutestico
Numa segunda etapa foi realizado um questionaacuterio de avaliaccedilatildeo da
pesquisa com os Diretores de Ensino responsaacuteveis pelas das metropolitanas
envolvidas no projeto
616 Avaliaccedilatildeo dos Resultados
Os dados seratildeo apresentados de maneira a desenhar o perfil das escolas
respondentes e suas opiniotildees a respeito da situaccedilatildeo do ensino da Educaccedilatildeo
Ambiental na rede puacuteblica estadual do Municiacutepio do Rio de Janeiro
Entre as respostas verificadas desconsiderou-se as respostas que natildeo
estavam em concordacircncia com as perguntas e as respostas em branco
As avaliaccedilotildees foram feitas nos itens e demonstradas em forma de
percentual
108
Foi feita uma anaacutelise estatiacutestica dos dados poreacutem nem todos os dados
estavam adequados para este tipo de anaacutelise Dada a heterogeneidade dos
dados o que muitas vezes impediu a aplicaccedilatildeo de equaccedilotildees matemaacuteticas
optou-se por natildeo realizar o tratamento estatiacutestico
62 Diagnose do Acesso aos Cursos de Graduaccedilatildeo nas
Universidades Puacuteblicas Estudo de Caso da UERJ e UFRJ
621 Objetivos
Aleacutem do mapeamento da Educaccedilatildeo Ambiental no Ensino Meacutedio puacuteblico
estadual a outra finalidade da pesquisa proposta nesta dissertaccedilatildeo consistiu em
analisar o acesso agraves Universidades Puacuteblicas dos alunos oriundos das escolas de
ensino meacutedio da Rede Puacuteblica
Para atingir esta meta foi realizada uma avaliaccedilatildeo do Sistema de Cotas
implantado na UERJ como tambeacutem avaliaccedilatildeo de uma proposta do acesso
atraveacutes do Sistema de Cotas que estaacute em fase de projeto na UFRJ
A seguir seratildeo detalhados os procedimentos utilizados durante a
elaboraccedilatildeo da pesquisa
622 Metodologia de Pesquisa
O meacutetodo de pesquisa adotado foi uma combinaccedilatildeo de anaacutelise
exploratoacuteria e anaacutelise quantitativa envolvendo as Universidades UERJ e UFRJ As
definiccedilotildees das metodologias foram descritas no item 612 deste capiacutetulo
109
623 Planejamento da Pesquisa
O planejamento foi iniciado com o levantamento das informaccedilotildees
disponiacuteveis sobre o acesso dos alunos nas Universidades Puacuteblicas Este
levantamento compreendeu os seguintes itens
Definiccedilatildeo das Universidades que seriam objeto da Pesquisa
Solicitaccedilatildeo de informaccedilotildees referentes aos alunos ingressos nas
Universidades atraveacutes de relatoacuterios fornecidos pelas comissotildees de
Vestibular das Universidades
Realizaccedilatildeo de entrevistas teacutecnicas com professores e outros profissionais
envolvidos no sistema de cotas das Universidades
Avaliaccedilatildeo quantitativa de alunos que ingressam nas Universidades
Puacuteblicas definidas egressos de escolas de ensino meacutedio da rede puacuteblica
comparados com os alunos egressos das instituiccedilotildees de ensino da Rede
Particular
Levantamento estatiacutestico dos dados
Busca de maiores informaccedilotildees sobre o sistema de cotas na miacutedia
eletrocircnica e escrita
Anaacutelise criacutetica dos sistemas de Cotas referentes agraves Universidades
estudadas
624 Fontes de Informaccedilotildees
Na pesquisa realizada se lidou com uma variedade de fontes de
informaccedilotildees como documentos entrevistas e observaccedilotildees conforme segue
Materiais Impressos fornecidos pela UERJ
Materiais de impressos de circulaccedilatildeo interna sobre a implantaccedilatildeo
do Sistema de Cotas na UERJ
Entrevistas teacutecnicas com professores e pessoas ligadas ao Sistema
de Cotas nas Universidades
Materiais disponibilizados em meio eletrocircnico
Relatoacuterios disponibilizados pela UERJ e UFRJ
110
625 Pesquisa de Campo
A pesquisa de campo foi realizada em vaacuterias etapas
Primeiramente estabeleceu-se contato com profissionais de setores da
UERJ e UFRJ relacionados ao acesso aos cursos de graduaccedilatildeo Isto feito face agraves
diferentes formas de acesso dessas universidades foram adotadas estrateacutegias
diferentes para os dois casos
- Estudo de caso UERJ
Foram realizadas entrevistas teacutecnicas com docentes da UERJ que
participaram da implantaccedilatildeo do sistema de cotas tanto a niacutevel acadecircmico
como administrativo Aleacutem disso foram coletadas informaccedilotildees referentes ao
vestibular atraveacutes de relatoacuterios fornecidos pelo nuacutecleo de informaacutetica da
Comissatildeo de Vestibular
- Estudo de caso UFRJ
Foi realizado com base no relatoacuterio de informaccedilotildees sobre o acesso no
vestibular fornecido pela comissatildeo de vestibular da UFRJ No que diz respeito ao
acesso diferenciado foi avaliada uma proposta da UFRJ para sistema de cotas
A primeira etapa consistiu em entrevistas teacutecnicas com professores da
UERJ que participam do sistema de cotas adotado pela Universidade como
tambeacutem acesso agraves informaccedilotildees pertinentes ao vestibular
Atraveacutes da revisatildeo da literatura foi encontrada uma seacuterie de documentos
pertinentes ao assunto tais como
Relatoacuterio com as informaccedilotildees de acesso a UFRJ dos alunos egressos
da Rede Estadual de ensino Documento fornecido pelo nuacutecleo de
informaacutetica do setor de vestibular da Universidade
111
Relatoacuterio com as informaccedilotildees de acesso a UERJ dos alunos egressos
da Rede Estadual de ensino Incluindo os alunos contemplados pelos
sistemas de cotas Documento fornecido pelo nuacutecleo de informaacutetica do
setor de vestibular da Universidade
Numa segunda etapa foi realizada uma avaliaccedilatildeo dos resultados e
montado um quadro comparativo entre as Universidades
63 Limitaccedilotildees do Estudo
O fator limitante foi a dificuldade de acesso aos dados relativos agraves escolas
pois para alguns Diretores de Ensino responsaacuteveis pelas Metropolitanas foram
muito difiacuteceis a distribuiccedilatildeo e o recebimento dos questionaacuterios o que acabou
comprometendo a quantidade das informaccedilotildees
Algumas escolas natildeo demonstraram muito interesse em responder os
questionaacuterios deixando muitas perguntas em branco e natildeo mostrando a
realidade das escolas
A seguir seraacute mostrada uma avaliaccedilatildeo do acesso aos cursos de
graduaccedilatildeo
112
Capiacutetulo 7 Diagnoacutestico do Acesso aos Cursos de Graduaccedilatildeo Estudo de Casos UERJ e UFRJ
Neste capiacutetulo eacute mostrado como acontece o acesso agraves Universidades
Puacuteblicas dos alunos oriundos das escolas da rede Puacuteblica Estadual em
comparaccedilatildeo com a Rede Federal e a Rede ParticularTomou-se como estudo de
caso a Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e a Universidade Federal
do Rio de Janeiro (UFRJ) tendo como base os nuacutemeros referentes aos concursos
vestibulares no periacuteodo 2003-2006
Tambeacutem eacute feita uma avaliaccedilatildeo do acesso por Cotas focando
a sistemaacutetica implementada na UERJ que foi a primeira a implantar o sistema
Tambeacutem fez uma anaacutelise de uma proposta da UFRJ para futura implantaccedilatildeo do
sistema
113
71 O Sistema de Cotas
A lei de cotas nas universidades eacute considerado um assunto muito
polecircmico que divide muitas opiniotildees Desde o acircmbito acadecircmico passando
pelo governamental e faixas da sociedade(www universiacombr)
Com o passar dos anos o aumento da competiccedilatildeo por uma vaga
nas Universidades Puacuteblicas fez com que o grau de exigecircncia aliada agrave diminuiccedilatildeo
da qualidade do ensino meacutedio na rede puacuteblica estadual tornasse o ingresso
deste grupo nas Universidades cada vez mais difiacutecil Uma das consequumlecircncias eacute o
fato de que as vagas nessas universidades fiquem voltadas para a faixa da
sociedade que pelo domiacutenio do poder econocircmico prepara melhor seus alunos
garantindo suas vagas Esta faixa da sociedade natildeo concorda com as cotas
pois percebe com isto que as suas vagas jaacute consideradas certas seratildeo
distribuiacutedas para uma faixa excluiacuteda que ateacute entatildeo natildeo significava qualquer
ameaccedila na competiccedilatildeo e alguns ateacute julgam o sistema como ldquoinjustordquo
Em relaccedilatildeo ao sistema acadecircmico existe a preocupaccedilatildeo com a
diminuiccedilatildeo da qualidade do ensino devido ao ingresso de alunos que satildeo
considerados ldquodespreparadosrdquo para ingressar em uma universidade de
qualidade (www universiacombr)
Para implantaccedilatildeo do Sistema de Cotas foram criadas leis nos
acircmbitos federal e estadual
Lei Federal PROJETO DE LEI 36272004
Institui Sistema Especial de Reserva de Vagas para estudantes egressos de
escolas puacuteblicas em especial negros e indiacutegenas nas instituiccedilotildees puacuteblicas
federais de educaccedilatildeo superior e daacute outras providecircncias Anexo 1
Lei Estadual Lei Nordm 3708 de 9 de Novembro de 2001
114
Institui cota de ateacute 40 (quarenta por cento) para as populaccedilotildees negra e
parda no acesso a Universidade do Estado do Rio de Janeiro e agrave Universidade
Estadual do Norte Fluminense e daacute outras providecircnciasAnexo2
72 Implantaccedilatildeo do Sistema
Por forccedila do disposto na Lei Estadual Nordm 3708 a Universidade Estadual do
Rio de Janeiro (UERJ) foi a primeira instituiccedilatildeo a adotar o sistema de cotas no
Estado do Rio de Janeiro tendo iniacutecio em 2003 (wwwconcienciacombr)
Como a reserva de vagas de acordo com a lei prevecirc 50 do total de
vagas por cursoturnosemestre para alunos oriundos da rede puacuteblica e para que
a lei pudesse ser cumprida foram realizados dois vestibulares
Um tradicional aberto a candidatos oriundos de qualquer tipo de
escola e denominado como nos anos anteriores Vestibular Estadual para
preenchimento na UERJ 2485 vagas em 46 cursos
Outro aberto apenas a candidatos oriundos de escolas da rede
puacuteblica localizadas no Estado do Rio de Janeiro denominado Vestibular SADE
(Sistema de Acompanhamento do Desempenho dos Estudantes do Ensino Meacutedio
mantido pelo Poder Puacuteblico) para preenchimento na UERJ de 2485 vagas em 46
cursos
Como a reserva prevecirc 40 do total de vagas por cursoturnosemestre
para alunos autodeclarados negros e pardos e para atender a reserva foram
adotados os alguns procedimentos
Apoacutes a soma do nuacutemero total de vagas oferecido nos dois vestibulares e
calculado o valor correspondente a 40 de cada total obtido verifica-se o
quantitativo de autodeclarados negros ou pardos e se o quantitativo for igual ou
maior que os 40 previstos pela legislaccedilatildeo a reserva eacute considerada
atendida(UERJ 2003)
115
73 O Aluno na Universidade
A questatildeo natildeo se resume ao ingresso do aluno na Universidade mas
tambeacutem se a Universidade tem condiccedilotildees de acolher e manter estes alunos Se
estes tiverem muita dificuldade de acompanhar as aulas e isto acarretar evasatildeo
o sistema natildeo teraacute sentido
Segundo a Sub-Reitora de Graduaccedilatildeo da UERJ ProfaRaquel Villard
somente a reserva de vagas para as pessoas carentes natildeo eacute o suficiente pois
existe o problema financeiro No endereccedilo eletrocircnico institucional a Sub-Reitora
declara ldquoHoje noacutes temos um programa chamado PROINICIAR (Programa de
Iniciaccedilatildeo Acadecircmica) Por meio dele a Universidade tenta ajudar este aluno na
passagem para a vida universitaacuteria inclusive atendendo aos estudantes em suas
necessidades advindas de um ensino meacutedio ou fundamental sem a qualidade
que deveria terrdquo (www 2uerjbr)
A UERJ utiliza o sistema de cotas desde 2003 Os alunos cotistas que
comprovam baixa renda recebem uma bolsa auxilio de R$19000(cento e
noventa reais) Este auxilio eacute destinado agraves despesas baacutesicas de manutenccedilatildeo do
aluno como passagem coacutepias livros lanche etc e tem duraccedilatildeo de 1 ano Isso
eacute devido ao fato do aluno quando chega ao 3ordm periacuteodo de acordo com o seu
desempenho pode participar dos outros programas existentes na Universidade
como estaacutegios iniciaccedilatildeo cientiacutefica etc que oferecem bolsas Tendo assim a
partir deste periacuteodo o aluno jaacute eacute capaz de conseguir sua remuneraccedilatildeo natildeo
sendo mais necessaacuterio o auxilio(Noronha Patriacutecia - Coordenaccedilatildeo do PROINICIAR-
Entrevista teacutecnica)
Segundo informaccedilotildees coletadas junto agrave coordenaccedilatildeo do PROINICIAR
devido agraves carecircncias educacionais dos alunos eventuais falhas no Ensino Meacutedio a
UERJ instituiu dentro do programa Proiniciar cursos oficinas e atividades culturais
Este programa oferece em paralelo com as disciplinas do curso aulas de
Matemaacutetica Quiacutemica Fiacutesica Biologia etc como se fossem aulas de reforccedilo e
oficinas com aulas praacuteticas aleacutem de visitas e passeios culturais programados a
116
teatros cinemas museus etc A garantia do funcionamento deste programa eacute
atraveacutes de parcerias entre as diversas faculdades dentro da UERJ aleacutem de
parcerias externas Essas parcerias tecircm o objetivo de facilitar a execuccedilatildeo do
programa pois se faz necessaacuterio que diversos professores sejam disponibilizados
para os cursos e as oficinas Atraveacutes destas parcerias satildeo oferecidos tambeacutem
cursos de idiomas gratuitamente para os cotistas (Inglecircs Francecircs Alematildeo etc)
(Noronha Patriacutecia - Coordenaccedilatildeo do PROINICIAR-Entrevista teacutecnica)
Ainda de acordo com a Coordenaccedilatildeo do PROINICIAR inicialmente a
evasatildeo dos alunos cotistas era grande muitos natildeo conseguiam se manter na os
Universidade tanto por dificuldades em acompanhar as aulas quanto por
dificuldades financeiras Uma das razotildees atribuiacutedas era o fato de que havia um
excesso de oficinas e atividades coincidentes com os periacuteodos de provas Sendo
assim os alunos natildeo conseguiam dar conta de todas as atribuiccedilotildees natildeo
atingindo os graus necessaacuterios e com isto se sentiam incapazes perdiam o
entusiasmo e acabavam desistindo do curso Atualmente a oferta dos cursos e
das oficinas satildeo feitos no iniacutecio dos periacuteodos terminando antes do iniacutecio das
provas isto faz com que os alunos fiquem com tempo mais livre para se
prepararem melhor para as provas sem contar que no iniacutecio dos periacuteodos os
alunos estatildeo com maior disposiccedilatildeo Essas medidas jaacute trouxeram uma melhoria no
desempenho destes alunos e aumentaram tambeacutem a auto-estima tornando-
mais seguros(Noronha Patriacutecia - Coordenaccedilatildeo do PROINICIAR-Entrevista teacutecnica)
Em relaccedilatildeo ao desempenho dos cotistas que segundo a ProfaRaquel
Villard reprovam menos por frequumlecircncia do que os natildeo cotistas ldquoTambeacutem temos
dados que comprovam que o estudante se apega a essa chance como algo
que ele sabe que natildeo pode ser jogado fora natildeo pode ser perdido Isto explica o
empenho evidente nos estudosrdquo (wwwuniversiacombr)
Natildeo existe duacutevida de que a adoccedilatildeo de cotas eacute uma forma eficaz de
aumentar o ingresso de negros e carentes em Universidades Isto faz com que
tenham condiccedilatildeo de cursarem o niacutevel superior que hoje eacute um privileacutegio das
classes mais abastadas da sociedade pois somente alunos bem preparados
117
normalmente por escolas do setor privado e de cursinhos preparatoacuterios possuem
maior acesso agraves Universidades Puacuteblicas Como este preparo requer um custo
elevado fica cada vez mais restrito a uma pequena parcela da sociedade que
possui melhor poder aquisitivo
Segundo o Professor Ricardo Salles (historiador e professor da Faculdade de
Formaccedilatildeo de Professores da UERJ) o sistema trouxe principalmente dois grandes
resultados positivos
Inicialmente fez que um expressivo nuacutemero de afro-brasileiros e alunos
carentes oriundos de escolas puacuteblicas ingressasse na Universidade Puacuteblica Para
estas pessoas que tendo concluiacutedo o ensino meacutedio estavam legalmente em
condiccedilotildees de ingressarem em uma Universidade O Sistema de Cotas tornou
possiacutevel o ingresso em uma Universidade Puacuteblica pois sem as mesmas soacute teriam
condiccedilotildees de ingressarem em instituiccedilotildees privadas possibilidade esta que na
maioria dos casos esbarrava na falta de recursos financeiros devido ao alto
custo da mensalidade dos cursos
Ainda de acordo com o professor Ricardo Salles o segundo resultado
positivo da implantaccedilatildeo das cotas eacute que atraveacutes dela se tem novamente em
debate agrave polecircmica a respeito do lugar da Universidade Puacuteblica na Sociedade
Brasileira tendo como objetivo o desenvolvimento de uma naccedilatildeo mais justa e
democraacutetica Isto porque se existe a Universidade Puacuteblica e esta eacute mantida pelos
governos parte deste dinheiro adveacutem dos impostos da populaccedilatildeo nada mais
justo que a maioria das pessoas que estejam na Universidade Puacuteblica sejam as
que natildeo tenham condiccedilotildees de pagar uma boa Universidade particular Mas na
realidade o que ocorre eacute exatamente o contraacuterio satildeo as classes mais
privilegiadas que estatildeo nas Universidades Puacuteblicas pois nas trecircs ultimas deacutecadas
o descaso com o ensino meacutedio da rede puacuteblica foi tatildeo grande que os alunos
que se formam nessas instituiccedilotildees natildeo satildeo capazes de concorrerem em
igualdade com os que vecircm de um ensino meacutedio em instituiccedilotildees particulares caras
com um principal objetivo de cursar uma Universidade Puacuteblica Entatildeo o sistema
118
de cotas para esses alunos eacute uma maneira de compensar esse contra-senso
(www2uerjbr)
74 A Necessidade das Cotas
Eacute preciso se estar alerta para que o sistema de cotas ou reserva de vagas
natildeo incorra no risco de desviar a atenccedilatildeo de uma questatildeo muito grave talvez a
questatildeo-chave da situaccedilatildeo que eacute o niacutevel do ensino meacutedio da rede puacuteblica na
atualidade O Estado estaacute deixando de cumprir a sua parte que eacute de preparar
bem os alunos de famiacutelias mais carentes independentes da cor para que
aumentem suas condiccedilotildees de competiccedilatildeo para que melhorem suas condiccedilotildees
de vida atraveacutes de uma boa formaccedilatildeo Universitaacuteria
Este fato pode ser observado ao longo dos anos pois historicamente os
melhores alunos estavam na Rede Puacuteblica de Ensino em todos os niacuteveis de
formaccedilatildeo Somente estudavam em escolas particulares aqueles alunos que
tinham problemas seacuterios de disciplina ou muita dificuldade em aprendizagem
logo para completarem seus estudos recorriam agrave Rede Privada de ensino O
ensino puacuteblico era muito riacutegido e exigente o que contribuiacutea para uma boa
formaccedilatildeo e consequumlente condiccedilatildeo de ingresso em uma Universidade Puacuteblica
A inclusatildeo de negros na questatildeo das cotas tambeacutem adveacutem da maioria
da populaccedilatildeo que utiliza a Rede Puacuteblica Estadual de Ensino ser de pardos e
negros que gera por consequumlecircncia uma acentuada minoria desses alunos nas
Universidades Puacuteblicas
Com o passar dos anos a Educaccedilatildeo Puacuteblica comeccedilou a ser superada em
termos de formaccedilatildeo pela Rede Privada o que ocasionou uma lacuna entre os
alunos da Rede Puacuteblica Estadual e a Universidade pois se as instituiccedilotildees de ensino
particular estatildeo preparando melhor os seus alunos seratildeo estes que ingressaratildeo
nas Universidades Puacuteblicas Com isto o nuacutemero de alunos que terminam o ensino
meacutedio na Rede Puacuteblica Estadual que consegue se classificar em uma
Universidade Puacuteblica eacute a cada ano menor restando para estes alunos da Rede
119
Puacuteblica Estadual ingressarem em Universidades Privadas ou simplesmente que eacute o
que ocorre com maior frequumlecircncia ficar sem o direito de melhorar suas condiccedilotildees
de vida atraveacutes de uma boa graduaccedilatildeo
Com atenccedilatildeo a estes fatos eacute que o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo estaacute com um
projeto de lei no qual sugere a diminuiccedilatildeo gradativa do percentual da cota de
50 dos alunos que cursaram o ensino meacutedio na rede puacuteblica A intenccedilatildeo do
Ministeacuterio eacute promover a qualidade no ensino meacutedio na mesma proporccedilatildeo que os
alunos deixariam de utilizar as cotas (wwweducacaoaolbr)
Segundo o MEC (Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura) a melhoria da
qualidade do ensino puacuteblico ldquoeacute a mais eficiente poliacutetica de inclusatildeo social no
que diz respeito ao acesso agrave educaccedilatildeo superiorrdquo (wwweducacaoaolbr)
O Professor Joseacute Jorge de Carvalho (Departamento de Antropologia-
Universidade de Brasiacutelia) comenta que o sistema de cotas eacute a uacutenica forma de
resolver o problema da exclusatildeo racial em curto prazo O preconceito segundo
ele estaacute presente nas salas de aula O professor comeccedilou a defender o sistema
de cotas para negros quando presenciou o caso de um aluno que foi
prejudicado por um professor por motivos raciais (wwwespacoacademicocom
br)
O Professor Joseacute Jorge de Carvalho defende que ldquoHaacute poucos negros na
Universidade e isso dificulta que eles se unam para lutar por seus direitos Eacute preciso
mudar o tipo de relaccedilatildeo que existe na academia E isso soacute vai acontecer quando
houver vaacuterios negros laacute dentrordquo Os estudos do professor mostram os nuacutemeros da
exclusatildeo em 2003 97 dos universitaacuterios brasileiros satildeo brancos contra 2 de
negros e 1 de amarelos O desequiliacutebrio eacute evidente se no Brasil 45 da
populaccedilatildeo eacute negra Baseados nestes dados fica claro que era preciso tomar
alguma providecircncia para se tentar reverter este quadro era necessaacuterio que de
alguma maneira se fizesse agrave inserccedilatildeo do negro no ensino superior e o sistema de
cotas foi uma opccedilatildeo praacutetica e que amenizaria o problema num curto prazo
(wwwespacoacademicocombr)
120
Segundo a professora de Antropologia Yvonne Maggie (Professora Titular
da Universidade Federal do Rio de Janeiro) a ideacuteia de raccedila deve ser abolida por
estimular a divisatildeo do paiacutes em grupos eacutetnicos A cisatildeo racial seria um passo em
direccedilatildeo ao conflito Para a professora Yvonne Maggie ldquoDesde o Modernismo
nossa sociedade se vecirc como misturada A introduccedilatildeo do sistema de cotas rompe
com esse ideaacuterio e produz uma sociedade que tem a obrigaccedilatildeo legal de se
classificar como lsquobranca ou negrarsquo Em outros paiacuteses poliacuteticas que reforccedilam a
condiccedilatildeo racial geraram conflitos inimaginaacuteveis como a Ruanda o Kosovo e a
Aacutefrica do Sulrdquo (wwwcomcienciabr)
Na avaliaccedilatildeo da autora desta dissertaccedilatildeo a questatildeo do indiviacuteduo no
sistema de cotas ter que se auto-declarar negro ou branco natildeo chega a ser um
motivo passiacutevel de gerar um conflito de raccedilas pois a raccedila natildeo deve ser vista
como um motivo de vergonha para o indiacuteviduo e sim uma informaccedilatildeo comum
como peso idade etc O que pode gerar conflitos poreacutem eacute a discriminaccedilatildeo de
raccedilas exclusatildeo social que satildeo problemas muito mais graves no nosso paiacutes
problemas estes que satildeo as principais causas de confrontos e grandes geradores
de violecircncia Com a exclusatildeo social as diferenccedilas sociais se tornam cada vez
maiores provocando a falta de oportunidades para a maioria da populaccedilatildeo
privilegiando sempre uma pequena parcela da sociedade o que gera revolta e
consequumlentemente atos de violecircncia
Um comparativo da situaccedilatildeo das aprovaccedilotildees nos vestibulares das
Universidades Puacuteblicas participantes do estudo dos alunos egressos da Rede
Puacuteblica Estadual em relaccedilatildeo aos alunos egressos da Rede Puacuteblica Federal como
tambeacutem dos alunos egressos da Rede de Ensino Particular eacute mostrado a seguir
75 Comparativo Entre a Rede Estadual de Ensino e a Rede
Federal e Particular
Para os estudos foram selecionadas duas instituiccedilotildees a Universidade
Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) por ser a Universidade agrave qual eacute vinculado o
121
projeto de pesquisa e Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) por ser a
primeira universidade a utilizar o sistema de cotas aumentando assim o nuacutemero
de alunos oriundos de escolas da Rede Puacuteblica Estadual
A Rede Puacuteblica Estadual do Rio de Janeiro eacute a responsaacutevel pela formaccedilatildeo
do maior nuacutemero de alunos concluintes do ensino meacutedio mais isto natildeo significa
que estes alunos ingressam em maior nuacutemero em Universidades Puacuteblicas
Na realidade o que ocorre eacute que as Redes de Ensino Privadas e Federais
responsaacuteveis por apenas um terccedilo dos concluintes do ensino meacutedio satildeo os que
mais aprovam seus alunos nas Universidades Puacuteblicas conforme mostra a Tabela
71 a qual traz o nuacutemero de alunos egressos das escolas puacuteblicas inscritos e o
nuacutemero dos que obtiveram aprovaccedilatildeo nas Universidades Puacuteblicas
A maioria dos alunos da Rede Puacuteblica Estadual nem ao menos se inscreve
nos concursos dentre os que se inscrevem menos da metade consegue
classificaccedilatildeo para um curso de graduaccedilatildeo
Tabela 71 os Vestibulares UFRJ e UERJ - Nordm de inscritos e nordm de classificados
UFRJ UERJ a
ESTADUAL FEDERAL PARTICULAR ESTADUAL FEDERAL PARTICULAR
ANO INSC CLAS INSC CLAS INSC CLAS INSC CLAS INSC CLAS INSC CLAS
2000 ND ND ND ND ND ND 8391 318 4558 700 20764 1593
2001 ND ND ND ND ND ND 12866 479 4966 670 33583 2801
2002 ND ND ND ND ND ND 11938 805 4220 708 24664 2745
2003 11849 907 4670 1083 30796 4118 14804 2218 3529 817 16968 1647
2004 13703 875 4589 900 34921 4467 9941 1881 2824 688 15251 2321
2005 11671 910 4015 960 29563 4447 9007 1836 3010 621 17106 2468
2006 13681 870 4229 991 32527 4738 ND ND ND ND ND ND
ND Dados natildeo disponiacuteveis a Os dados da UERJ a partir de 2003 estatildeo computados com a reserva de vagas
122
Fontes Departamento de seleccedilatildeo acadecircmica-DSEA-UERJ(2006) Nuacutecleo de Computaccedilatildeo Eletrocircnica-UFRJ(2006)
De acordo com os dados pode-se constatar que a quantidade de alunos
da rede puacuteblica que conseguem ingressar nas Universidades Puacuteblicas eacute muito
inferior aos egressos da rede particular
O que se pode destacar de mais importante eacute o fato de que a partir do
ano de 2003 o nuacutemero de alunos da rede Puacuteblica Estadual que foram
classificados no vestibular da UERJ aumentou muito o que coincide com o iniacutecio
de implantaccedilatildeo das reservas de vagas concluindo que a reserva de vagas foi
um instrumento que contribuiu para o aumento do nuacutemero de alunos da rede
Puacuteblica Estadual na UERJ
O nuacutemero de Escolas da Rede Estadual de Educaccedilatildeo eacute cerca de 1014
escolas e a Rede privada estaacute em torno de 870 portanto a Rede Estadual possui
um nuacutemero superior de escolas em relaccedilatildeo agrave Rede Privada e ao nuacutemero de
Escolas da Rede Federal que satildeo cerca de 12 escolas
O nuacutemero de alunos da alunos da Rede Estadual corresponde agrave cerca de
23 quanto a Rede particular e a Federal juntas correspondem a 13 deste
nuacutemero (SEERJ)
Observa-se que mesmo a Rede Puacuteblica Estadual tendo um nuacutemero de
alunos concluintes do ensino meacutedio muito superior apenas um nuacutemero muito
pequeno destes conseguem ingressar em uma Universidade Puacuteblica
Baseando-se nas informaccedilotildees do Vestibular de 2003-2005 da UFRJ e UERJ
(Tabela 71) podem ser feitas algumas avaliaccedilotildees Foi selecionado este periacuteodo
pois segundo a tabela 71 eacute aquele que conteacutem dados das duas Universidades
Os graacuteficos foram elaborados utilizando-se a meacutedia dos dados de cada
esfera compreendidos entre os anos de 2003 e 2005
123
Caso UFRJ
Quanto ao nuacutemero de alunos inscritos
A Figura 71 mostra o percentual de alunos inscritos no vestibular da UFRJ
oriundos da Rede Estadual Federal e Particular calculado atraveacutes do somatoacuterio
do nuacutemero de inscritos no periacuteodo em anaacutelise
26
965
EstadualFederalParticular
Figura 71 Percentual de alunos inscritos no Vestibular da UFRJ
Foi observado que o percentual de alunos inscritos oriundos da Rede
Privada eacute muito superior aos demais A proporccedilatildeo de alunos inscritos da rede
Federal eacute pequeno Isso pode ser atribuiacutedo ao fato de que haacute poucas escolas da
Rede Federal de Ensino Meacutedio e portanto o nuacutemero de alunos eacute menor Quanto
agrave Rede Estadual de Ensino o nuacutemero de alunos inscritos eacute muito pequeno em
relaccedilatildeo ao total de alunos da rede jaacute que dois terccedilos dos alunos estatildeo neste
grupo Logo o percentual de inscritos deveria ser tambeacutem muito superior mas o
que os nuacutemeros mostram eacute exatamente o contraacuterio Tal distorccedilatildeo pode ser
devida a vaacuterios fatores destacando-se a questatildeo pedagoacutegica e financeira que
seraacute discutida posteriormente
124
Quanto ao nuacutemero de alunos classificados
A Figura 72 mostra o Percentual de alunos que foram classificados no
vestibular oriundos da Rede Estadual Federal e particular calculado atraveacutes do
percentual de alunos que foram classificados em funccedilatildeo do numero de inscritos
14
16
70
Estadual
Federal
Particular
Figura 72 Percentual de alunos classificados no Vestibular da UFRJ
O percentual de alunos classificados egressos da Rede Particular eacute muito
superior aos da Rede Federal e Estadual Isto ocorre devido ao nuacutemero de
inscritos ter sido muito superior aos demais A figura indica tambeacutem que a grande
maioria dos alunos que ingressam na UFRJ cerca 70 satildeo oriundos da Rede
Particular de Ensino Meacutedio
Relaccedilatildeo entre o nordm total de inscritos e classificados
A Figura 73 mostra o percentual em relaccedilatildeo ao nuacutemero de inscritos e
classificados dentro da Rede Puacuteblica Estadual Federal e Particular Calculado
pela quantidade de alunos classificados em funccedilatildeo dos inscritos dentro de cada
esfera comparativamente
125
7
22
14EstadualFederalParticular
Figura 73 Percentual de alunos classificados em funccedilatildeo do nuacutemero de
inscritos em cada esfera
Em relaccedilatildeo ao nuacutemero de inscritos e os que satildeo classificados destaca-se
que no tocante aos alunos oriundos da Rede Particular o nuacutemero de
classificados eacute inferior ao nuacutemero de classificados pelas Escolas Federais Estas
mesmo tendo um nuacutemero inferior de alunos formados proporcionalmente exibem
um melhor desempenho Isto leva agrave percepccedilatildeo de que as escolas da Rede
Federal de Ensino Meacutedio estatildeo conseguindo manter um padratildeo de ensino
superior agrave Rede Estadual e agrave Particular formando assim ilhas de excelecircncia em
Educaccedilatildeo
Na Rede Puacuteblica Estadual o baixo nuacutemero de classificados acaba sendo
um motivo para a falta de estiacutemulo para os alunos se inscreverem Na avaliaccedilatildeo
da autora estes julgam que a chance de conseguir a classificaccedilatildeo eacute muito
pequena devido agraves suas deficiecircncias pedagoacutegicas sendo assim nem tentam o
vestibular Este fato tambeacutem se alia aos problemas financeiros devido ao custo
das inscriccedilotildees que muitas vezes por falta de recursos somente os alunos que
conseguem isenccedilatildeo das taxas se inscrevem como tambeacutem os alunos que
priorizam o trabalho ao estudo jaacute que nas Universidades Puacuteblicas a maioria dos
horaacuterios das aulas impede que o aluno trabalhe
126
Caso UERJ
Quanto ao nuacutemero de alunos inscritos
A figura 74 mostra o percentual total de alunos inscritos no vestibular da
UERJ oriundos da Rede Estadual Federal e Particular Calculado a partir do
somatoacuterio dos inscritos em relaccedilatildeo agrave Rede Estadual Federal e Particular
37
10
53
Estadual
Federal
Particular
Figura 74 Percentual de alunos inscritos no Vestibular da UERJ
Pode-se destacar que semelhante agrave UFRJ o nuacutemero de alunos da Rede
Privada inscritos eacute superior aos demais O nuacutemero de alunos inscritos da rede
Federal eacute pequeno e na Rede Estadual de Ensino o nuacutemero de alunos inscritos eacute
superior aos inscritos na UFRJ Este nuacutemero superior de alunos inscritos da Rede
Estadual na UERJ em relaccedilatildeo agrave UFRJ se justifica pela existecircncia do Sistema de
Cotas existente na UERJ o que aumenta as chances desses alunos em
conseguirem classificaccedilatildeo gerando maior estiacutemulo neles em se inscreverem
Quanto ao nuacutemero de alunos classificados
A Figura 75 mostra o Percentual de alunos que foram classificados no
vestibular oriundos da Rede Estadual Federal e particular Calculado atraveacutes do
percentual de alunos que foram classificados em funccedilatildeo do numero de inscritos
127
41
15
44 Estadual
Federal
Particular
Figura 75 Percentual de alunos classificados no Vestibular da UERJ
A Rede Federal de Ensino manteve o seu percentual devido agrave
qualidade de formaccedilatildeo de seus alunos poreacutem o percentual de alunos
classificados egressos da Rede Particular e Estadual aparecem em equiliacutebrio
mantendo-se percentuais bem proacuteximos Este fato se deve a implantaccedilatildeo do
sistema de Reserva de vagas para alunos da rede Puacuteblica o que favoreceu o
aumento no nuacutemero desses alunos na Universidade e por consequumlecircncia
diminuindo o nuacutemero de alunos da Rede particular
Relaccedilatildeo entre o nordm total de inscritos e classificados
A Figura 76 mostra o percentual em relaccedilatildeo ao nordm de inscritos e
classificados dentro da Rede Puacuteblica Estadual Federal e Particular Calculado
pela quantidade de alunos classificados em funccedilatildeo dos inscritos dentro de cada
esfera comparativamente
128
17
22
13EstadualFederalParticular
Figura 76 Percentual de alunos classificados em funccedilatildeo do nuacutemero de
inscritos em cada esfera
Com o Sistema de reservas de vagas na UERJ a relaccedilatildeo
inscritosclassificados na Rede particular e federal praticamente se manteacutem
poreacutem na rede Estadual este percentual teve um aumento significativo Este
Sistema melhorou a distribuiccedilatildeo de vagas aumentando o acesso dos alunos da
Rede Puacuteblica a uma Universidade Puacuteblica
Avaliaccedilatildeo antes e depois da implantaccedilatildeo do sistema de
cotas
A figura 77 mostra um comparativo entre a situaccedilatildeo antes e depois da
implantaccedilatildeo do Sistema de Cotas
129
0
10
20
30
40
50
60
70
scotas ccotas scotas ccotas
alunos inscritos alunos classif icados
Estadual
Federal
Particular
Figura 77- Comparativo entre o antes e o depois da implantaccedilatildeo do
Sistema de Cotas
Com a implantaccedilatildeo do Sistema de Cotas houve um equiliacutebrio na
distribuiccedilatildeo das vagas na UERJ onde a Rede Federal de ensino se manteve na
meacutedia anterior portanto natildeo sofreu muita influecircncia do sistema A grande
vantagem foi para a Rede Estadual de Ensino que aumentou sensivelmente o
nuacutemero de seus alunos na ocupaccedilatildeo das vagas da UERJ vagas estas que como
observado na figura 77 eram destinadas a Rede Particular de ensino
76 Avaliaccedilatildeo do Sistema de Cotas da UERJ e da Proposta
UFRJ
Como citado em 73 a UERJ foi a primeira Universidade a implantar o
sistema de Reserva de vagas para alunos com perfis socioeconocircmicos e raciais
diferenciados em 2003
A UFRJ em 2004 em seu acircmbito discutiu este sistema e como resultado o
Conselho de Ensino de Graduaccedilatildeo(CEG) aprovou um documento no qual se
posicionou contra a qualquer sistema de reserva de vagas dentro do modelo
130
conhecido como Cotas No mesmo documento o CEG apontava como
diretrizes para a democratizaccedilatildeo do acesso aos cursos de graduaccedilatildeo da UFRJ o
investimento na melhoria das condiccedilotildees do Ensino Baacutesico a ampliaccedilatildeo do
nuacutemero de vagas para os cursos existentes a criaccedilatildeo de novos cursos e o
investimento em accedilotildees que visassem a permanecircncia dos alunos na UFRJ
Na UERJ o sistema foi muito discutido antes de ser implantado onde um
grupo era a favor do sistema e o defendia como uma forma de inclusatildeo social
outro grupo era totalmente contra por entender que o sistema seria uma invasatildeo
de alunos sem condiccedilotildees de estarem e de acompanharem o niacutevel da
Universidade e esta para natildeo ter reprovaccedilotildees em massa se sentiria na obrigaccedilatildeo
de chegar a esses alunos ldquobaixando seu niacutevel de ensinordquo
Diante da necessidade de implantaccedilatildeo do sistema a UERJ elaborou vaacuterias
propostas que convergiram a um modelo inicial que foi implantado Este modelo
passou por vaacuterias modificaccedilotildees para se adequar cada vez mais a realidade dos
alunos que estavam ingressando na Universidade poreacutem em nenhum momento
o niacutevel de ensino da Universidade precisou cair
A Professora Maria de Faacutetima Branquinho da Faculdade de Educaccedilatildeo da
UERJ que inicialmente fazia parte do grupo contraacuterio ao sistema de cotas e que
hoje eacute uma das professoras que mais se sentem gratificadas com o programa
com uma participaccedilatildeo ativa declarou que possui excelentes alunos cotistas que
se mostram bastante interessados e muitas vezes ateacute mais que os natildeo cotistas
Devido a isto costumam tirar boas notas e alguns deles quando chegam ao 3ordm
periacuteodo satildeo seus colaboradores em projetos de Educaccedilatildeo Ambiental nos quais
ela faz parte obtendo oacutetimos resultados Para a professora ldquoesses alunos
possuem potencial soacute lhes faltava oportunidade de mostrar e esta oportunidade
eacute como um precircmio para eles que se sentem na obrigaccedilatildeo de provarem que satildeo
capazes e que a chance natildeo foi desperdiccedilada (Branquinho 2006 - Entrevista
Teacutecnica)
131
A UFRJ elaborou um projeto piloto para aumentar a presenccedila de alunos da
rede Estadual em seu quadro discente O projeto eacute bastante ambicioso em curto
prazo pois seraacute possiacutevel por meio de parceria com a SEERJ e contaraacute com o
empenho de todos os professores da rede
O ponto central do projeto eacute a melhoria da formaccedilatildeo dos alunos do ensino
meacutedio da Rede Estadual A proposta eacute que isto seja feito atraveacutes de cursos de
Formaccedilatildeo continuada de conteuacutedo especiacutefico e de avaliaccedilatildeo aos professores
A participaccedilatildeo dos professores no projeto seria de no miacutenimo quatro para cada
escola esta que tambeacutem seria escolhida atraveacutes de criteacuterios preacute-estabelecidos
dentre eles a avaliaccedilatildeo no Acircmbito do Programa Nova Escola Esses professores
integrantes do Nuacutecleo Docente devem estar distribuiacutedos em aacutereas da seguinte
maneira Um docente de Liacutengua Portuguesa um docente de Matemaacutetica um
docente do Grupo 1(Quiacutemica Fiacutesica ou Biologia) e um docente do Grupo
2(Histoacuteria Geografia Filosofia ou Sociologia) Aleacutem disso todos os integrantes do
grupo devem ministrar aulas para as mesmas turmas de 3ordf seacuterie do ensino meacutedio
Os alunos das escolas participantes do programa para integrarem ao
projeto tambeacutem teriam que obedecer a vaacuterios criteacuterios estabelecidos pelo
CEGUFRJ Quando aceito no projeto o aluno seria inscrito e indicaria a qual
curso de graduaccedilatildeo pretende concorrer dentro dos que seratildeo disponibilizados
pela UFRJ
O projeto aleacutem dos cursos contaria com a participaccedilatildeo dos docentes da
Rede Estadual para que estes elaborem os instrumentos de avaliaccedilatildeo dos alunos
participantes do projeto Os alunos que apoacutes avaliaccedilatildeo pelo Nuacutecleo Docente
da escola conseguissem classificaccedilatildeo seriam encaminhados para os cursos de
formaccedilatildeo complementar que seriam oferecidos pela UFRJ no primeiro semestre
do ano letivo imediatamente posterior
Quanto ao Projeto da UFRJ com base na experiecircncia docente da autora
o seu principal problema seria provavelmente despertar interesse do corpo
docente das escolas da Rede Estadual em participar do projeto jaacute que a maior
132
parte do projeto seria executada por esses Docentes o que exigiria dedicaccedilatildeo
exclusiva Como os professores da Rede Estadual normalmente trabalham em
vaacuterias escolas isto seria muito difiacutecil Aleacutem de que somente o interesse natildeo eacute o
suficiente o professor tem que ser aceito pelo projeto atraveacutes de avaliaccedilotildees
Outra dificuldade seria em formar o Nuacutecleo Docente jaacute que este exige que os
professores participantes lecionem nas mesmas turmas de 3ordf seacuterie pois em
escolas que funcionam nos trecircs turnos o nuacutemero de turmas eacute muito grande e por
consequumlecircncia o de professores tambeacutem tornando muito difiacutecil coincidir as turmas
com os mesmos professores nas disciplinas exigidas
Adicionalmente no entendimento da autora a proposta da UFRJ exclui a
necessidade de vestibular poreacutem apresenta muitos obstaacuteculos para serem
superados natildeo soacute pelos alunos como tambeacutem pelas escolas e professores para
que o aluno oriundo da Rede Estadual de Ensino possa ser considerado apto
para ingressar na Universidade O fato da ausecircncia de vestibular poderia gerar
nesses alunos algum tipo de discriminaccedilatildeo em relaccedilatildeo aos demais alunos por
parecer que as vagas foram ganhas e natildeo conquistadas Surge entatildeo uma
reflexatildeo Se estes alunos seratildeo preparados atraveacutes da formaccedilatildeo complementar
seraacute que estaratildeo tambeacutem preparados para Vestibular Muito provavelmente isto
lhes daria uma compensaccedilatildeo dos esforccedilos e consequumlente elevaccedilatildeo da auto-
estima
Por outro lado ao se comparar com o projeto da UERJ esta trabalha com
alunos apoacutes o recebimento destes o que gera um grande trabalho inicial e se
corre o risco desses alunos ficarem no meio do caminho e o trabalho ser
desperdiccedilado Este fato eacute um contraposto ao projeto da UFRJ que pretende
trabalhar com esse aluno antes do ingresso deste na Universidade
Finalmente comparando as duas Universidades a UERJ conseguiu atender
as necessidades da lei de uma forma mais raacutepida estaacute funcionando poreacutem
precisa melhorar sua eficiecircncia Como todo projeto as dificuldades vatildeo
aparecendo agrave medida que os fatos se desenvolvem e a cada ano tem
conseguido melhorar o projeto adequando agraves necessidades dos alunos que
133
chegam do Ensino Meacutedio com as disponibilidades que a Universidade tem para
resolver Um ponto positivo eacute que a UERJ estaacute tentando contornar suas
dificuldades atraveacutes de seus proacuteprios meios e dispositivos natildeo dependendo
prioritariamente de outras Instituiccedilotildees A UERJ jaacute deu um primeiro passo com a
implantaccedilatildeo do projeto e seraacute necessaacuterio um tempo para que se resolvam os
problemas que forem surgindo
O projeto da UFRJ eacute abrangente pois a melhoria da formaccedilatildeo dos alunos
tem iniacutecio com a boa formaccedilatildeo dos Docentes poreacutem para que o projeto atinja
os objetivos esperados satildeo necessaacuterios meios adequados Esses pontos satildeo
positivos poreacutem na visatildeo da autora as chances de sucesso seriam maiores se
alguns aspectos fossem contemplados
Uma parceria com a Secretaria Estadual de Educaccedilatildeo para que
os professores tenham oportunidade de participarem dos cursos
Valorizaccedilatildeo dos professores de maneira que estes pudessem ter
disponibilidade de se dedicarem ao projeto
Criar formas de modo a incentivar a participaccedilatildeo dos professores
nos projetos
Fornecer materiais necessaacuterios para que o professor possa realizar
o seu trabalho de maneira satisfatoacuteria
Com bases nesses dados o capiacutetulo a seguir estaraacute fazendo uma
avaliaccedilatildeo da Educaccedilatildeo no Ensino Meacutedio focando a Educaccedilatildeo Ambiental
134
Capiacutetulo 8 Diagnoacutestico da Educaccedilatildeo Ambiental na
Rede Puacuteblica Estadual no Municiacutepio do Rio de
Janeiro
Neste capiacutetulo seraacute feita uma avaliaccedilatildeo do estado da arte da Educaccedilatildeo
Ambiental que eacute feita nas escolas da Rede Puacuteblica Estadual do Municiacutepio do Rio
de Janeiro
81 O Levantamento de Dados
A Educaccedilatildeo Ambiental eacute citada nos Paracircmetros Curriculares Nacionais
(PCNs) como um assunto que deve ser abordado nas Instituiccedilotildees de Ensino por
todas as disciplinas em todos os niacuteveis educacionais inclusive no Ensino Meacutedio A
questatildeo era saber como isto estava sendo feito nas Escolas de Ensino meacutedio da
Rede Estadual e como a UFRJ poderia contribuir para que esse tema fosse
abordado cada vez mais e de maneira mais abrangente Para que esta
avaliaccedilatildeo fosse possiacutevel foi necessaacuteria a execuccedilatildeo de uma coleta de dados
135
Os dados coletados foram resultados obtidos atraveacutes de questionaacuterios
enviados agraves escolas de Ensino Meacutedio da Rede Puacuteblica Estadual do Municiacutepio do
Rio de Janeiro O questionaacuterio foi elaborado de forma simplificada de maneira
que fosse capaz de revelar o mais proacuteximo possiacutevel da realidade vivida por essas
comunidades escolares
Os questionaacuterios foram enviados para as escolas pelas Coordenadorias
responsaacuteveis atraveacutes de parceria com a Secretaria Estadual de Educaccedilatildeo do
Estado do Rio de Janeiro (SEEERJ) que viabilizou a pesquisa no acircmbito escolas do
Municiacutepio do Rio de Janeiro
As Coordenadorias que fizeram parte da Avaliaccedilatildeo foram A Metropolitana
III a Metropolitana IV e a Metropolitana X
82 A Receptividade das Coordenadorias
A participaccedilatildeo e o empenho das Coordenadorias em colaborar com o
projeto foram muito diferentes algumas se mostraram bastante receptivas com o
projeto outras natildeo se interessaram e portanto natildeo se empenharam para um
resultado satisfatoacuterio
A figura 81 mostra os dados referentes agrave Metropolitana III Os nuacutemeros
revelam que a participaccedilatildeo foi mediana natildeo devolveu nenhum questionaacuterio
enviou todos para as escolas poreacutem retornou um numero pequeno de
questionaacuterios respondidos O nuacutemero foi pequeno poreacutem foi possiacutevel se ter uma
visatildeo da situaccedilatildeo nessa regiatildeo portanto este nuacutemero natildeo chegou a
comprometer o trabalho
136
85
0
30
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Metropolitana III
Entregues
Devolvidos
Respondidos
Figura 81 ndash Avaliaccedilatildeo de receptividade da Metropolitana III
A figura 82 mostra os dados referentes a Metropolitana IV que foi a que se
mostrou interessada no projeto e teve um comprometimento muito grande na
figura de seu Sub Gerente de Ensino Professor Luiz Gustavo Ribeiro Vieira que
participou ativamente enviando o questionaacuterio a todas as escolas e cobrando o
seu retorno com isto obteve um retorno de questionaacuterios bastante significativo
133
0
50
0
20
40
60
80
100
120
140
Metropolitana IV
Entregues
Devolvidos
Respondidos
Figura 82 Avaliaccedilatildeo de receptividade da Metropolitana IV
A figura 83 mostra os dados referentes a Metropolitana X que foi a
Coordenadoria que natildeo mostrou interesse no projeto natildeo tendo nenhum
137
empenho na distribuiccedilatildeo nem recebimento dos questionaacuterios a serem
respondidos Com um nuacutemero muito pequeno de questionaacuterios respondidos por
essa Coordenadoria a quantidade de dados referente agrave realidade das escolas
natildeo ficou clara e com isto natildeo foi possiacutevel a avaliaccedilatildeo desta regiatildeo
125
100
6
0
20
40
60
80
100
120
140
Metropolitana X
Entregues
Devolvidos
Respondidos
Figura 83 Avaliaccedilatildeo de receptividade da Metropolitana X
Mesmo os questionaacuterios sendo apresentados de maneira bem simplificada
observou-se que as escolas tiveram dificuldade tanto de cumprirem os prazos
estabelecidos quanto de expressarem suas realidades
83 A Educaccedilatildeo Ambiental em Nuacutemeros
Os resultados foram baseados nos questionaacuterios respondidos pelas escolas
de Ensino Meacutedio da Rede Puacuteblica Estadual do Municiacutepio do Rio de Janeiro
O questionaacuterio foi composto por perguntas divididas em trecircs grupos
Primeiramente as perguntas relacionadas com a instituiccedilatildeo de ensino Segundo a
abordagem da educaccedilatildeo ambiental e em terceiro a respeito da capacitaccedilatildeo
docente O questionaacuterio focava tambeacutem o interesse com a Educaccedilatildeo
Ambiental tanto das Instituiccedilotildees de ensino quanto por parte dos professores e
alunos
138
A seguir os resultados finais apoacutes a avaliaccedilatildeo das respostas obtidas atraveacutes
dos questionaacuterios separados pelas Metropolitanas III IV Na Metropolitana X
como o nuacutemero de questionaacuterios foi muito pequeno esta natildeo entraraacute no estudo
comparativo
1 ndash Quanto agrave abordagem do Tema Educaccedilatildeo Ambiental
O tema Educaccedilatildeo Ambiental eacute abordado na Escola
A pergunta objetiva ter informaccedilotildees se de alguma forma o tema
Educaccedilatildeo Ambiental eacute abordado nas escolas natildeo especificando a maneira Os
resultados encontram-se na figura 84
96
4
97
3
0
20
40
60
80
100
Metro III Metro IV
SimNatildeo
Figura 84 - Abordagem do tema na escola
Segundo a figura 84 observa-se que ambas Metropolitanas possuem um
alto iacutendice de aplicaccedilatildeo da EA A regiatildeo onde ela eacute um pouco maior eacute a
Metropolitana IV regiatildeo que abrange a zona oeste da cidade Cerca de 97 das
escolas aplicam a EA e apenas 3 natildeo aplicam Na Metropolitana III cerca de
96 das escolas aplicam e cerca de 4 natildeo aplicam a EA Os resultados
apontam que existe a aplicaccedilatildeo de EA nas escolas mas estes nuacutemeros natildeo estatildeo
de acordo com as respostas das perguntas seguintes
139
Na Metropolitana X das sete escolas que responderam seis aplicam de
alguma forma a EA dentre estas trecircs satildeo da Zona Sul da cidade (Copacabana
Ipanema e Gaacutevea) 2 satildeo da Zona Norte(Tijuca e Satildeo Cristoacutevatildeo) e uma da Zona
Oeste(Barra da Tijuca) a escola que natildeo aplica estaacute localizada no bairro da
Taquara
O tema eacute abordado em uma disciplina multidisciplinar ou de outras
formas
A pergunta objetiva saber como a escola aborda o tema se atraveacutes de
uma disciplina especiacutefica isto eacute se existe dentro do curriacuteculo uma mateacuteria
voltada para a Educaccedilatildeo Ambiental (disciplinar) ou atraveacutes de vaacuterias
disciplinas onde todas iratildeo abordar o tema dentro dos conteuacutedos a serem
aplicados (multidisciplinar) que eacute a chamada multidisciplinaridade ou ainda se
a instituiccedilatildeo de ensino se utiliza de alguma outra forma Os dados satildeo mostrados
na figura 85
0
20
40
60
80
100
Metro III Metro IV
DisciplinarMultidisciplinar
Figura 85 O tema eacute disciplinar ou multidisciplinar
Segundo o graacutefico a maioria das escolas trata o tema como
multidisciplinar Nas que informaram que eram disciplinar natildeo ficou claro se a
escola tinha uma disciplina especiacutefica mas pareceu devido as perguntas
140
seguintes que o tema era abordado em biologia quiacutemica e geografia durante
as aulas em meio aos conteuacutedos dessas disciplinas
A Metropolitana III mostrou que 100 das escolas que participaram da
pesquisa abordam o tema de forma multidisciplinar Na Metropolitana IV cerca
de 19 das escolas abordam o tema de forma disciplinar isto eacute possuem uma
disciplina voltada para o tema
Na Metropolitana X dos sete questionaacuterios respondidos cinco responderam
que o tema eacute abordado em vaacuterias disciplinas
Existe obrigatoriedade da participaccedilatildeo dos alunos
O objetivo eacute mapear como se daacute a participaccedilatildeo discente ou seja se
quando os temas relacionados agrave educaccedilatildeo ambiental satildeo abordados nas
escolas existe a abrigatoriedade na participaccedilatildeo dos alunos Os resultados satildeo
mostrados na figura 86
0
20
40
60
80
100
Metro III Metro IV
SimNatildeo
Figura 86 ndash Obrigatoriedade da participaccedilatildeo discente
Atraveacutes do graacutefico verifica-se que na maioria das escolas quando o
tema eacute abordado existe a obrigatoriedade da participaccedilatildeo dos alunos Na
141
Metropolitana IV em 69 das escolas eacute obrigatoacuteria a participaccedilatildeo dos alunos Na
metropolitana III em 44 das escolas a participaccedilatildeo eacute obrigatoacuteria
Na Metropolitana X quatro escolas responderam que a participaccedilatildeo eacute
obrigatoacuteria
De acordo com as observaccedilotildees feitas atraveacutes das respostas do
questionaacuterio constatou-se que a participaccedilatildeo obrigatoacuteria dos alunos se daacute
devido a EA ser tratada na maioria das vezes dentro das disciplinas em meio ao
conteuacutedo isto torna a participaccedilatildeo dos alunos obrigatoacuteria jaacute que a natildeo
participaccedilatildeo pode implicar na perda de pontos nas disciplinas
Os professores participam das atividades relacionadas ao
tema
Objetiva monitorar a participaccedilatildeo dos professores das instituiccedilotildees de
ensino nas atividades relacionadas ao tema EA e se existe um grande
envolvimento dos professores quanto agrave difusatildeo do tema nas escolas sendo
os resultados mostrados na figura 87
0
20
40
60
80
100
Metro III Metro IV
TodosAlguns
Figura 87 - Participaccedilatildeo dos professores
142
Em todas as Metropolitanas verificou-se que natildeo satildeo todos os professores
que participam dos projetos Observa-se que apenas um pequeno grupo se
envolve nos assuntos relacionados ao tema Educaccedilatildeo Ambiental o que acaba
limitando o assunto a algumas disciplinas
A Educaccedilatildeo Ambiental eacute praticada atraveacutes de que meios
A pergunta objetiva saber os meios pelos quais as instituiccedilotildees de ensino
utilizam para praticarem a Educaccedilatildeo Ambiental Se informalmente quando o
tema eacute abordado sem nenhum compromisso ou durante as aulas teoacutericas das
disciplinas ou por vaacuterios meios quando a escola tem projetos feiras
pedagoacutegicas visitas viacutedeos etc utilizando todos os meios simultaneamente
conforme mostrado na figura 88
0
20
40
60
80
100
Metro III Metro IV
Aulas Teoacutericase praacuteticas
Informalmente
Outros
Figura 88 Meios de aplicaccedilatildeo da Educaccedilatildeo Ambiental
Em todas as Metropolitanas a maioria das escolas utiliza aulas teoacutericas ou
praacuteticas para abordarem o tema Educaccedilatildeo Ambiental
Na Metropolitana III cerca de 51 das escolas utiliza aulas teoacutericas ou
praacuteticas para abordar o tema cerca de 17 abordam o tema de maneira
informal e cerca de 32 das escolas diversificam a maneira de abordagem do
tema
143
Na Metropolitana IV cerca de 43 das escolas utiliza as aulas para
abordarem o tema cerca de 16 abordam o tema informalmente e 42 das
escolas diversificam a forma de abordarem o tema
Na Metropolitana X dos 6 questionaacuterios respondidos 4 escolas abordam o
tema nas aulas teoacutericas e praacuteticas e 2 escolas abordam o tema informalmente
O predomiacutenio da abordagem em aulas teoacutericas provavelmente eacute
decorrente da falta de um projeto pedagoacutegico voltado para a Educaccedilatildeo
Ambiental
Quais os projetos eou atividades implantados
Objetiva mapear quais os principais temas abordados nos projetos e ou nas
atividades desenvolvidas pelas instituiccedilotildees de ensino voltadas para a educaccedilatildeo
ambiental conforme mostrado na figura 89
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Metro III Metro IV
Reciclagem e ColetaSeletiva
Reduccedilatildeo de Consumo eReuso de aacutegua e Energia
Outros
Figura 89 Projetos e ou Atividades implantados
De acordo com o graacutefico em ambas Metropolitanas o tema mais
abordado eacute a Reciclagem e a Coleta Seletiva Na Metropolitana III 50 dos
questionaacuterios responderam Reciclagem e Coleta Seletiva contra 39 de
Reduccedilatildeo de consumo e Reuso de aacutegua e energia
144
Na Metropolitana IV cerca de 46 responderam Reciclagem e Coleta
seletiva e 37 de projetos de Reduccedilatildeo de Consumo de aacutegua e energia
Este resultado era esperado pois para a maioria dos indiviacuteduos educaccedilatildeo
ambiental eacute Coleta Seletiva de Materiais e Reciclagem com isto a EA fica muito
restrita a este tema deixando os aspectos mais importantes sem abordagem isto
pode ser devido a falta de informaccedilatildeo que os proacuteprios educadores tecircm a
respeito da EA
A Metropolitana X apresentou uma resposta diferente dos quatro
questionaacuterios que foram respondidos trecircs responderam Reduccedilatildeo de Consumo e
Reuso de Aacutegua e Energia e apenas um respondeu Coleta Seletiva e Reciclagem
Isto pode ser reflexo da condiccedilatildeo Soacutecio-econocircmica predominante das
regiotildees abrangidas pelas Metropolitanas III e IV que compreendem bairros com
populaccedilotildees mais carentes Neste caso a Coleta Seletiva e a Reciclagem muitas
vezes satildeo a fonte de renda de muitas famiacutelias e faz parte do cotidiano dessas
regiotildees
Existe interesse dos alunos em relaccedilatildeo aos projetos
A pergunta objetiva saber se os alunos das instituiccedilotildees de ensino
demonstram interesse na participaccedilatildeo nos projetos eou nas atividades
relacionadas agrave educaccedilatildeo ambiental desenvolvidas nas escolas os resultados
encontram-se na figura 810
145
0
20
40
60
80
100
Metro III Metro IV
SimNatildeo
Figura 810 Participaccedilatildeo dos alunos
Na Metropolitana III o percentual de interesse dos alunos eacute de 96 e na
Metropolitana IV o percentual eacute de 100 mostrando que o interesse dos alunos
das aacutereas abrangidas por essas metropolitanas eacute bastante alto Este alto
percentual de participaccedilatildeo pode estar relacionado com a obrigatoriedade na
participaccedilatildeo dos alunos jaacute citado em pergunta anterior
Na Metropolitana X dos quatro questionaacuterios que foram respondidos dois
responderam que sim e dois responderam que natildeo resultado que natildeo nos
permite ter uma visatildeo do niacutevel de interesse dos alunos desta regiatildeo
Os projetos possuem retorno financeiro
A pergunta objetiva saber se os projetos implantados pelas instituiccedilotildees de
ensino tiveram como objetivo aleacutem da informaccedilatildeo para os alunos e a
comunidade trouxe tambeacutem algum tipo de retorno financeiro para alguma das
partes Isto porque alguns projetos de Educaccedilatildeo Ambiental como os de Coleta
Seletiva geram recursos financeiros ou bens conforme mostrado na figura 811
146
0
20
40
60
80
100
Metro III Metro IV
NuncaAs Vezes
Figura 811 - Retorno financeiro nos projetos
Nas Metropolitanas III e IV a maioria das escolas declarou que natildeo possui
nenhum tipo de retorno financeiro quando da implantaccedilatildeo de seus projetos de
educaccedilatildeo ambiental
Na Metropolitana III o percentual foi de 92 e a Metropolitana IV foi de
96 Com base nesses resultados conclui-se que os projetos implantados nas
escolas em sua maioria natildeo objetivam retorno financeiro
Na Metropolitana X dos cinco questionaacuterios que responderam todos
responderam que nunca possuem retorno financeiro na implantaccedilatildeo de seus
projetos de EA
Os recursos arrecadados satildeo para que destino
A pergunta objetiva saber para onde os recursos arrecadados com os
projetos realizados pelas escolas foram destinados
147
0
20
40
60
80
100
Metro III Metro IV
Escola e AlunosComunidadeOutros
Figura 812 Destino dos recursos arrecadados
As escolas que tiveram algum tipo de retorno utilizaram este para
aquisiccedilatildeo de materiais para a escola e para os alunos A maioria das instituiccedilotildees
de ensino natildeo respondeu a este item uma vez que a sua resposta estava
vinculada a pergunta anterior
2 ndash Quanto a Capacitaccedilatildeo docente
Qual a formaccedilatildeo em niacutevel de graduaccedilatildeo dos professores que
participam da Educaccedilatildeo Ambiental
Objetiva mapear a graduaccedilatildeo dos professores isto eacute as disciplinas que
mais participam dos projetos de educaccedilatildeo ambiental implantados nas
escolas conforme mostrado na figura 813
148
0
20
40
60
80
100
Metro III Metro IV
QuimFisBioGeo
Outras
Figura 813 Professores que participam das atividades
Em todas as Metropolitanas as disciplinas que mais participam dos projetos
de Educaccedilatildeo Ambiental satildeo as mesmas isto eacute Quiacutemica Fiacutesica Biologia e
Geografia Isto ocorre por serem estas disciplinas que em seus curriacuteculos
apresentam o tema Educaccedilatildeo Ambiental o que torna mais faacutecil para os
professores destas disciplinas a abordagem do tema e por consequumlecircncia esta
desperta maior interesse
Na Metropolitana X dos quatro questionaacuterios respondidos todos
colocaram as mesmas disciplinas citadas anteriormente
Eacute interessante frisar que em especial os cursos de graduaccedilatildeo de Quiacutemica
Biologia e Geografia tecircm um conteuacutedo consideraacutevel de temas voltados para a
aacuterea ambiental Talvez seja pertinente questionar que se a Educaccedilatildeo Ambiental
fosse mais abordada em outros cursos de Licenciatura (Histoacuteria Portuguecircs
Matemaacutetica etc) talvez aumentasse a participaccedilatildeo dos professores dessas
disciplinas ou de projetos transversais
149
Os professores que participam possuem formaccedilatildeo especiacutefica em
EA
Identifica se os professores das instituiccedilotildees de ensino que participam dos
projetos de educaccedilatildeo ambiental possuem algum tipo de formaccedilatildeo especiacutefica
para este fim como cursos de especializaccedilatildeo mestrado doutorado ou mesmo
cursos de curta duraccedilatildeo Os resultados satildeo mostrados na figura 814
0
20
40
60
80
100
Metro III Metro IV
AlgumaFormaccedilatildeo
NenhumaFormaccedilatildeo
Figura 814 Os professores possuem formaccedilatildeo especiacutefica em EA
Diferentemente do esperado as Metropolitanas III e IV informaram que um
grande nuacutemero de professores possui algum tipo de formaccedilatildeo especiacutefica
Na Metropolitana III cerca de 90 dos professores possuem alguma
formaccedilatildeo especifica em EA e na Metropolitana IV a metade dos professores da
rede possuem algum tipo de especializaccedilatildeo em EA
Apesar das escolas terem informado um grande de professores com algum
tipo de especializaccedilatildeo natildeo foi informado se essa especializaccedilatildeo era especiacutefica
em Educaccedilatildeo Ambiental mesmo estando claro na pergunta Este resultado vai
de encontro com as respostas referentes agraves outras questotildees nas quais as escolas
e os docentes demonstraram dificuldade na exploraccedilatildeo do tema e sinalizam que
eacute necessaacuteria a capacitaccedilatildeo
150
Na Metropolitana X das cinco escolas que responderam a essa questatildeo
trecircs possuem professores com alguma especializaccedilatildeo e duas escolas declararam
que natildeo possuem professores com especializaccedilatildeo
A escola tem interesse na capacitaccedilatildeo docente para a
Educaccedilatildeo Ambiental
A pergunta objetiva mostrar se existe o interesse das escolas em preparar
os professores para que estes possam adquirir mais conhecimentos teacutecnicos e
com isto possam realizar seus projetos com maior eficiecircncia no desempenho de
seu trabalho segundo mostrado na figura 815
0
20
40
60
80
100
Metro III Metro IV
SimNatildeo
Figura 815 Interesse da escola na capacitaccedilatildeo docente
A quase totalidade das escolas das Metropolitanas III e IV mostraram
interesse na capacitaccedilatildeo de seus professores em Educaccedilatildeo Ambiental
Na Metropolitana X das cinco escolas que responderam a essa pergunta
todas declararam que possuem interesse na capacitaccedilatildeo docente
Essas respostas mostraram que talvez a pergunta referente agrave
especializaccedilatildeo dos docentes natildeo foi corretamente respondida
151
Segundo esses dados conclui-se que existe grande interesse das escolas
em melhorar o desempenho de seus professores na aplicaccedilatildeo da educaccedilatildeo
ambiental
Existe interesse dos professores em participarem de cursos de
formaccedilatildeo em Educaccedilatildeo Ambiental
Objetiva mostrar se haacute interesse dos professores em participarem de cursos
de formaccedilatildeo especializaccedilatildeo na aacuterea ambiental segundo figura 816
0
20
40
60
80
100
Metro III Metro IV
Sim
Natildeo
Figura 816 - Interesse dos professores em cursos de formaccedilatildeo em EA
Nas Metropolitanas III e IV o interesse dos professores em participar de um
curso de formaccedilatildeo em EA eacute bastante alto
Na Metropolitana X dos seis questionaacuterios respondidos todos mostraram
interesse na participaccedilatildeo no curso de capacitaccedilatildeo
De acordo com as questotildees existe um grande interesse da parte dos
professores em participarem de cursos de formaccedilatildeo especializaccedilatildeo em EA Para
isto se faz necessaacuterio que exista uma oferta de cursos destinada a este puacuteblico
alvo
152
Quais as aacutereas que os professores apresentam maior interesse
Objetiva mapear em quais aacutereas da Educaccedilatildeo Ambiental os professores
gostariam que fossem abordados com maior profundidade e abrangecircncia
conforme mostrado na figura 817
0
20
40
60
80
100
Metro III Metro IV
Coleta Seletiva eReciclagem
RecursosHiacutedricos
Outros
Figura 817 Aacutereas de interesse dos professores
Neste item as respostas foram muito variadas sendo que o assunto que
apareceu com mais frequumlecircncia foram os de Coleta Seletiva e Reciclagem
seguidos pelos Recursos Hiacutedricos os demais aparecerem com pouca frequumlecircncia e
foram agrupados num uacutenico grupo ldquooutrosrdquo Foi observado que muitas
instituiccedilotildees natildeo entenderam bem o questionamento pois ao inveacutes de
responderem sobre o tema ambiental de interesse responderam sobre outros
temas
84 Conclusotildees Parciais
As escolas tiveram muita dificuldade para responder os questionaacuterios pois
muitas respostas natildeo tinham relaccedilatildeo direta com a pergunta Em muitos casos o
questionaacuterio foi devolvido com muitas perguntas sem resposta natildeo ficando claro
se por falta de entendimento das perguntas ou por desinteresse pelo tema
153
Com o questionaacuterio percebeu-se de forma geral que natildeo houve muito
empenho em se fornecer respostas claras e que refletissem realmente a vivecircncia
das escolas Pode-se detectar que os professores natildeo participaram ou seja a
pessoa designada para responder emitiu somente a sua opiniatildeo e simplesmente
natildeo respondeu o que tinha relaccedilatildeo direta com o corpo docente da escola
Algumas escolas aproveitaram o espaccedilo do questionaacuterio destinado a
sugestotildees e observaccedilotildees para fazer reivindicaccedilotildees como melhor remuneraccedilatildeo a
inadequaccedilatildeo de cursos ou treinamentos aos saacutebados e que os cursos deveriam
ter ajuda de custo para o professor ou ainda solicitaccedilatildeo de apoio em
campanhas como por exemplo ldquoNatildeo para um lixatildeo em nosso bairrordquo
O questionaacuterio deixou alguns pontos bem claros e alarmantes a educaccedilatildeo
ambiental natildeo eacute vista como um assunto que seja importante Isso pode ser
atribuiacutedo agrave falta de informaccedilatildeo que atinge desde a comunidade ateacute os oacutergatildeos
que coordenam a educaccedilatildeo passando pelos professores que na avaliaccedilatildeo da
autora satildeo as peccedilas mais importantes Estes quando possuem uma boa
formaccedilatildeo vatildeo propagar as informaccedilotildees entre os alunos que propagaratildeo para
suas famiacutelias e comunidades estabelecendo-se um efeito multiplicador agrave difusatildeo
do conhecimento
Com base nas demandas detectadas na anaacutelise dos questionaacuterios e na
excelecircncia dos profissionais da UFRJ ligados agrave aacuterea ambiental eacute apresentada a
seguir uma proposta de curso de especializaccedilatildeo transdisciplinar em EA voltado
para professores do Ensino Meacutedio
154
Capiacutetulo 9 ndash Proposta de Curso de Formaccedilatildeo Para Professores
A Educaccedilatildeo Ambiental segundo a lei ndeg 9795 de 27 de abril de 1999 eacute
um componente essencial e permanente da Educaccedilatildeo Nacional devendo estar
presente em todos os niacuteveis e todas as modalidades do processo educativo
formal e natildeo-formal
Por seu caraacuteter humanista holiacutestico interdisciplinar e participativo a
Educaccedilatildeo Ambiental pode contribuir muito para renovar o processo educativo
trazendo a permanente avaliaccedilatildeo criacutetica a adequaccedilatildeo dos conteuacutedos agrave
realidade local e o envolvimento dos educandos em accedilotildees concretas de
transformaccedilatildeo dessa realidade
155
Para realmente abordar estes princiacutepios e atingir seus objetivos a
Educaccedilatildeo Ambiental precisa de uma ampla gama de meacutetodos e do preparo dos
educadores neste sentido
A partir das informaccedilotildees obtidas nesta pesquisa observou-se a
necessidade de cursos de formaccedilatildeo na aacuterea ambiental para os professores do
Ensino Meacutedio da Rede Puacuteblica Estadual
Este capiacutetulo objetiva propor um curso que atenda a essa necessidade
tendo em vista todas as dificuldades em termos de disponibilidade da entidade e
da quantidade de vagas que possa atender da melhor maneira possiacutevel ao
puacuteblico alvo
91 Objetivo do Curso
Capacitar os professores do Ensino Meacutedio da Rede Puacuteblica Estadual do
Municiacutepio do Rio de Janeiro para o ensino da Educaccedilatildeo Ambiental fornecendo
conhecimentos aos participantes de forma que os educadores tenham
condiccedilatildeo de desenvolver o seu trabalho de maneira plena e com maior
eficiecircncia
Desenvolver a capacidade de compreensatildeo da temaacutetica ambiental de
forma holiacutestica e no acircmbito interdisciplinar enfocando o papel da educaccedilatildeo
para a construccedilatildeo de uma sociedade sustentaacutevel
Analisar as relaccedilotildees entre educaccedilatildeo problemaacutetica ambiental e
desenvolvimento sustentaacutevel
Incentivar a pesquisa interdisciplinar e o desenvolvimento de projetos de
intervenccedilatildeo social aleacutem de promover atividades de prestaccedilatildeo de serviccedilos a
comunidade em geral atraveacutes de cursos accedilotildees integradas eventos entre outros
Para que estes objetivos sejam atingidos eacute necessaacuterio que na
programaccedilatildeo dos conteuacutedos sejam contemplados fundamentos teoacutericos e
156
praacuteticos de modo a atender as determinaccedilotildees dos oacutergatildeos Ambientais Estaduais
Municipais e do Ministeacuterio do Meio Ambiente
92 Duraccedilatildeo do Curso
Por se tratar de um curso de especializaccedilatildeo a carga horaacuteria miacutenima
deveraacute ser de 360 horas com aulas ministradas em dias e horaacuterios de melhor
disponibilidade para os professores e as Universidades
93 Conteuacutedo do Curso
Nesta proposiccedilatildeo de ensino de Educaccedilatildeo Ambiental para docentes do
Ensino Meacutedio o curso deveraacute ser composto por quatro moacutedulos para que seja
abordada a maioria dos aspectos necessaacuterios para a boa formaccedilatildeo docente
1ordm Moacutedulo ndash As diferentes dimensotildees da temaacutetica ambiental na atualidade
Analise dos mais variados enfoques das questotildees ambientais por meio de
debates e trocas de experiecircncias como alternativa para aproximar todas as
vaacuterias aacutereas de conhecimento reconhecendo a diversidade do grupo e a
necessidade de interaccedilatildeo entre as aacutereas de formaccedilatildeo ressaltando as interfaces
entre as ciecircncias naturais e as humanas dentro da perspectiva interdisciplinar
Conceitos baacutesicos na Aacuterea Ambiental
bull Meio Ambiente e Ecologia rarrConceitos baacutesicos a fim de atender
melhor a dinacircmica de interaccedilotildees nos biomas terrestres e ambientes
bull Tipos de Poluiccedilatildeo e seus efeitos rarr Classificaccedilatildeo dos principais tipos de
poluiccedilatildeo e seus efeitos no meio ambiente e na sociedade
bull Tratamento de resiacuteduos soacutelidos e de efluentesrarrNoccedilotildees de reduccedilatildeo na
produccedilatildeo de resiacuteduos e tratamento dos resiacuteduos
bull Minimizaccedilatildeo de emissotildeesrarrClassificaccedilatildeo dos tipos de emissotildees e como
minimiza-las
157
2ordm Moacutedulo ndash Aborda as leis e os oacutergatildeos ligados a Educaccedilatildeo Ambiental As
disciplinas pretendem realizar uma introduccedilatildeo ao Direito Ambiental apontando e
propiciando a discussatildeo anaacutelise e avaliaccedilatildeo de conceitos juriacutedicos baacutesicos para
a compreensatildeo da legislaccedilatildeo ligada agrave problemaacutetica ambiental e suas
implicaccedilotildees sociais
Legislaccedilatildeo Ambiental
bull Leis RegulamentadorasrarrMostrar as leis que regulamentam as accedilotildees
ligadas ao meio ambiente e a Educaccedilatildeo Ambiental
bull Oacutergatildeos fiscalizadoresrarrIdentificar os oacutergatildeos fiscalizadores das accedilotildees
voltadas para o meio ambiente como tambeacutem as accedilotildees voltadas para a
Educaccedilatildeo Ambiental
bull Esferas AdministrativasrarrMostrar as atribuiccedilotildees de cada esfera de
governo nas accedilotildees relacionadas as questotildees ambientais
3ordm Moacutedulo ndash mostrar as relaccedilotildees entre Meio Ambiente e sociedade a partir
da anaacutelise de casos concretos existentes A discussatildeo dos conceitos de
paisagem lugar e territoacuterio explicando os viacutenculos soacutecio-culturais com os
ambientes O conceito sustentabilidade deveraacute ser debatido tanto na dimensatildeo
cultural e social nas formas de produccedilatildeo da subsistecircncia humana e nos
diferentes modelos soacutecio-econocircmicos priorizando as questotildees dos ldquoecossistemas
urbanosrdquo
Educaccedilatildeo ambiental e Cidadania
bull Percepccedilatildeo da realidade ambientalrarr As relaccedilotildees entre o homem e
o seu meio ambiente social e natural atraveacutes de modelos de ocupaccedilatildeo do
espaccedilo e uso de recursos naturais por formas soacutecio-culturais diferenciadas
bull A relaccedilatildeo Educaccedilatildeo Ambiental - Qualidade de Vida rarr As relaccedilotildees
da EA com a qualidade de vida e a sauacutede
bull Projetos roteiros reflexotildees e praacuteticas de Educaccedilatildeo Ambiental
rarrInstrumentalizar para a elaboraccedilatildeo e execuccedilatildeo de projetos de gestatildeo
158
ambiental e de modelos de desenvolvimento sustentado adequados agraves
especificidades soacutecio-ambientais das populaccedilotildees ldquoalvordquo
bull Integraccedilatildeo Escola-Meio-Ambiente-ComunidaderarrAbordagem de
aspectos teoacutericos e praacuteticos da construccedilatildeo de projetos no contexto escolar e fora
deste espaccedilo
4 ndash Moacutedulo ndash Projetos - seratildeo tarefas pedagoacutegicas de caraacuteter
interdisciplinar A partir do levantamento dos interesses dos alunos pretende-se
estruturar coletivamente projetos de intervenccedilatildeo e pesquisa em EA que
deveratildeo possibilitar a elaboraccedilatildeo dos trabalhos de final de curso
Pesquisa em Educaccedilatildeo Ambiental
bull Estudo de Campo
bull Trabalho final
94 Consideraccedilotildees
Esta proposta daacute uma visatildeo de alguns aspectos que norteiam o tema
Educaccedilatildeo Ambiental focando essencialmente os assuntos que satildeo importantes
para a formaccedilatildeo do Educador Ambiental
Os temas devem ser abordados de forma sucinta de modo que consiga
atingir a todos os profissionais de Educaccedilatildeo considerando que estes possuem
diferentes formaccedilotildees em niacutevel de graduaccedilatildeo
Outro aspecto considerado eacute que dentre os temas abordados estatildeo a
relaccedilatildeo sociedade e meio ambiente que eacute um dos pontos mais importantes do
curso pois permitiraacute que o educador consiga transmitir aos seus alunos a sua real
importacircncia na contribuiccedilatildeo para a melhoria da sua qualidade de vida e de seu
entorno e consequumlentemente na conservaccedilatildeo do planeta
159
Capiacutetulo 10 ndash Conclusotildees e Sugestotildees
101 Consideraccedilotildees Finais
A Educaccedilatildeo eacute primordial para o crescimento de qualquer paiacutes poreacutem natildeo
lhe eacute dada toda a atenccedilatildeo necessaacuteria problema que natildeo eacute recente mas sim
um problema histoacuterico pois a Educaccedilatildeo natildeo eacute tema essencial desde os tempos
da colonizaccedilatildeo Desde aquela eacutepoca o ensino era colocado em segundo
plano como algo sem importacircncia e por consequumlecircncia a profissatildeo de professor
jaacute era desvalorizada muitas vezes sendo colocado como marginalizados pela
sociedade
A Educaccedilatildeo de qualidade era um direito de poucos e esses poucos eram os
indiviacuteduos que tinham famiacutelias tradicionais e abastadas que tinham condiccedilotildees
financeiras para estudar nos melhores coleacutegios Este fato se reflete nos dias de
hoje onde a qualidade no ensino estaacute cada vez mais destinada aos alunos que
tem melhores condiccedilotildees financeiras Isto pode ser verificado nas escolas puacuteblicas
160
de ensino fundamental e o ensino meacutedio da Rede Puacuteblica Estadual onde resta
para os menos favorecidos um ensino que natildeo tem como objetivo central uma
boa formaccedilatildeo
Atraveacutes das Poliacuteticas SociaisEducacionais a ideacuteia central eacute a manutenccedilatildeo
do aluno na escola fornecimento de alimentaccedilatildeo etc onde a manutenccedilatildeo do
aluno na escola se faz de vaacuterias formas dentre elas podemos citar a aprovaccedilatildeo
progressiva no ensino fundamental onde o aluno eacute aprovado mesmo sem
condiccedilotildees pois foi verificado que o aluno que reprova muitas vezes abandona a
escola
No ensino Meacutedio natildeo eacute muito diferente onde o problema comeccedilou no
momento em que o ingresso no ensino meacutedio passou a ser automaacutetico sem
nenhum tipo de avaliaccedilatildeo gerando turmas muito heterogecircneas com alunos
bons lado a lado com alunos que natildeo possuem a menor condiccedilatildeo de estarem no
ensino meacutedio Isto acarreta numa dificuldade muito grande ao professor de
passar o conteuacutedo das disciplinas com um agravante o professor eacute obrigado a
ter um niacutevel de exigecircncia muito baixo pois um nuacutemero de reprovaccedilatildeo muito alto
tambeacutem natildeo eacute permitido Aleacutem disso podemos citar ainda as condiccedilotildees de
trabalho principalmente nas aacutereas mais carentes onde muitas vezes o professor
natildeo tem o material miacutenimo de trabalho tendo que comprar do proacuteprio bolso
Tocando neste ponto um problema muito grave eacute a falta de valorizaccedilatildeo do
professor atraveacutes dos baixos salaacuterios que estes recebem o que causa uma
desmotivaccedilatildeo muito grande na boa execuccedilatildeo de seu trabalho
Esses satildeo apenas algumas das causas do baixo desempenho do ensino
meacutedio e por consequumlecircncia o baixo iacutendice de aprovaccedilatildeo desses alunos em
concursos de acesso as Universidades Puacuteblicas que deveria ser o fluxo natural
desses alunos Este fato gerou a Poliacutetica Publica de inclusatildeo social que determina
o aumento de alunos egressos da Rede Puacuteblica nas Universidades Puacuteblicas que eacute
feito atraveacutes de reservas de vagas nas Universidades para esses alunos Isto no
entendimento da autora funciona apenas como uma forma imediatista de
resolver o problema pois em educaccedilatildeo os impactos de uma proposta de
161
mudanccedila requerem um tempo para que sejam percebidos Com isto para se
reverter o problema de inclusatildeo dos jovens vindos da rede puacuteblica estadual nas
universidades seria necessaacuterio no miacutenimo de 12 anos Um periacuteodo relativamente
grande pois as mudanccedilas devem envolver todas as esferas do governo em
conjunto com a sociedade e natildeo devendo estar atrelada a um determinado
mandato Em outras palavras em um sistema ideal os mandatos acabariam
mais os projetos continuariam
O estado atual da Educaccedilatildeo no paiacutes eacute uma consequumlecircncia direta do
arrocho salarial e da degradaccedilatildeo dos serviccedilos puacuteblicos acentuados apoacutes o fim
do Regime Militar com isso a classe meacutedia passou a incluir em seus orccedilamentos a
educaccedilatildeo o que gerou uma ruptura da convivecircncia entre crianccedilas e jovens de
classes pobres e da classe meacutedia nas Escolas Puacuteblicas No topo da piracircmide
social estatildeo as famiacutelias de classe meacutedia e alta que usufruem do Ensino Privado
para posteriormente disputar em melhores condiccedilotildees as vagas nas Universidades
Puacuteblicas reconhecidas como as melhores Na base estatildeo os menos privilegiados
que estatildeo na rede puacuteblica que tem que se conformarem em parar os seus
estudos ao fim do Ensino meacutedio ou se sacrificar para pagar uma Universidade
Privada jaacute que natildeo possuem condiccedilotildees de competirem em igualdade de
condiccedilotildees agraves vagas oferecidas pelas Universidades Puacuteblicas
Um dos caminhos detectados nessa pesquisa para reverter o quadro atual
da educaccedilatildeo eacute a capacitaccedilatildeo docente Para uma melhor formaccedilatildeo dos
professores se faz necessaacuterio que o tema seja abordado em todos os cursos de
graduaccedilatildeo destinados a licenciatura Este assunto tambeacutem deve ser uma
preocupaccedilatildeo das Universidades para que estas ofereccedilam cursos de extensatildeo
capacitaccedilatildeo ou poacutes-graduaccedilatildeo para professores promovendo o retorno destes
as Universidades para atualizaccedilatildeo de seus conhecimentos para que possam
aprimorar e consequumlentemente melhor preparar o aluno que ingressaraacute na
Universidade Com isso para a Universidade o retorno consiste em receber alunos
oriundos do ensino meacutedio com uma formaccedilatildeo mais completa fechando o ciclo
de interaccedilotildees
162
102 Conclusotildees
A partir dessas consideraccedilotildees e dos dados coletados e discutidos no corpo
do trabalho pode-se extrair as seguintes conclusotildees
A desvalorizaccedilatildeo dos professores eacute um problema histoacuterico jaacute que a
pesquisa bibliograacutefica mostrou que desde o iniacutecio da Educaccedilatildeo no paiacutes
esta classe de profissionais natildeo era vista como algo primordial para o
desenvolvimento do paiacutes
De acordo com as necessidades da sociedade foram surgindo
articulaccedilotildees que levaram a formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas com o
objetivo de suprir ou amenizar problemas gerados pelas diferenccedilas sociais
da sociedade A formulaccedilatildeo dessas poliacuteticas se fundamenta no processo
de descentralizaccedilatildeo levando a democratizaccedilatildeo e a participaccedilatildeo
A Educaccedilatildeo Ambiental eacute essencial para uma boa formaccedilatildeo da
cidadania devido a isto o tema EA estaacute presente nos PCNs e deve ser
abordado em todas as disciplinas de forma transversal
A tema Educaccedilatildeo Ambiental eacute relativamente antigo poreacutem natildeo lhe
era dada a devida importacircncia somente a partir do seacuteculo XX que foram
realizadas as conferecircncias voltadas para o tema ambiental o que tornou
o Meio Ambiente uma preocupaccedilatildeo mundial
A pesquisa avaliou o ingresso de alunos da Rede Puacuteblica Estadual nas
Universidades Puacuteblicas com estudo de caso avaliando o sistema de Cotas
da UERJ e a proposta de Reserva de Vagas da UFRJ A pesquisa mostrou
que a reserva de vagas natildeo eacute a soluccedilatildeo para o problema de inclusatildeo
desses alunos poreacutem funciona como uma accedilatildeo imediata para
remediaccedilatildeo do problema
163
A avaliaccedilatildeo da EA nas escolas de Ensino Meacutedio da Rede Estadual do
Municiacutepio do Rio de Janeiro mostrou que os escolas tem dificuldade em
abordar o tema de forma plena e transversal
A pesquisa mostrou que o tema natildeo eacute abordado de maneira plena
devido ao despreparo dos professores nesta aacuterea jaacute que somente os
professores que possuem o tema Ambiental ligados a sua formaccedilatildeo tem
condiccedilotildees de transmit-lo para seus alunos Para isto se fazem urgente e
necessaacuterias gestotildees dos oacutergatildeos competentes no sentido do aumento da
oferta de cursos de capacitaccedilatildeo
103 Sugestotildees Para a continuidade desta pesquisa vaacuterias linhas de trabalho podem ser
desenvolvidas A seguir satildeo listadas algumas sugestotildees e accedilotildees
Realizar uma pesquisa comparativa sobre educaccedilatildeo Ambiental no acircmbito
do municiacutepio do Rio de Janeiro envolvendo as Redes Federal Estadual e
Particular
Realizar uma pesquisa por amostragem sobre o tema Educaccedilatildeo
Ambiental atingindo outros municiacutepios do Estado do Rio de Janeiro
Avaliar se eacute feita e de que maneira a Educaccedilatildeo Ambiental no Ensino
Fundamental
164
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172
173
ANEXO 1
LEI FEDERAL
PROJETO DE LEI 36272004
Institui Sistema Especial de Reserva de Vagas para estudantes egressos de
escolas puacuteblicas em especial negros e indiacutegenas nas instituiccedilotildees puacuteblicas
federais de educaccedilatildeo superior e daacute outras providecircncias
O CONGRESSO NACIONAL decreta
Art 1ordm As instituiccedilotildees puacuteblicas federais de educaccedilatildeo superior reservaratildeo
em cada concurso de seleccedilatildeo para ingresso nos cursos de graduaccedilatildeo no
miacutenimo cinquumlenta por cento de suas vagas para estudantes que tenham
cursado integralmente o ensino meacutedio em escolas puacuteblicas
Art 2ordm Em cada instituiccedilatildeo de educaccedilatildeo superior as vagas de que trata o
art1 o seratildeo preenchidas por uma proporccedilatildeo miacutenima de autodeclarados negros
e indiacutegenas igual agrave proporccedilatildeo de pretos pardos e indiacutegenas na populaccedilatildeo da
unidade da Federaccedilatildeo onde estaacute instalada a instituiccedilatildeo segundo o uacuteltimo censo
da Fundaccedilatildeo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica - IBGE
Paraacutegrafo uacutenico No caso de natildeo-preenchimento das vagas segundo os
criteacuterios do caput as remanescentes deveratildeo ser completadas por estudantes
que tenham cursado integralmente o ensino meacutedio em escolas puacuteblicas
Art 3ordm O Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e a Secretaria Especial de Poliacuteticas de
Promoccedilatildeo da Igualdade Racial da Presidecircncia da Repuacuteblica seratildeo responsaacuteveis
pelo acompanhamento e avaliaccedilatildeo do sistema de que trata esta Lei ouvida a
Fundaccedilatildeo Nacional do Iacutendio - FUNAI
174
Art 4ordm As instituiccedilotildees de que trata o art 1ordm teratildeo o prazo de duzentos e
quarenta dias para se adaptarem ao disposto nesta Lei
Art 5ordm O Poder Executivo promoveraacute no prazo de dez anos a contar da
publicaccedilatildeo desta Lei a revisatildeo do sistema especial para o acesso de estudantes
negros pardos e indiacutegenas bem como daqueles que tenham cursado
integralmente o ensino meacutedio em escolas puacuteblicas nas instituiccedilotildees de educaccedilatildeo
superior
Art 6ordm Esta Lei entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo
Brasiacutelia(wwwportalmecgov)
175
ANEXO 2
LEI ESTADUAL
Iacutentegra da Lei Nordm 3708 de 9 de Novembro de 2001
Institui cota de ateacute 40 (quarenta por cento) para as populaccedilotildees negra e parda
no acesso a Universidade do Estado do Rio de Janeiro e agrave Universidade Estadual
do Norte Fluminense e daacute outras providecircncias
O Governador do Estado do rio de Janeiro
Faccedilo saber que a Assembleacuteia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro
decreta e eu sanciono a seguinte Lei
Art 1ordm Fica estabelecida a cota miacutenima de ateacute 40 (quarenta por cento)
para as populaccedilotildees negra e parda no preenchimento das vagas relativas aos
cursos de graduaccedilatildeo da universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e da
Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF)
Paraacutegrafo Uacutenico Nesta cota miacutenima ficam incluiacutedos tambeacutem os negros e
pardos beneficiados pela lei 35242000
Art 2ordm O Poder executivo regulamentaraacute a presente Lei no prazo de 30
(trinta) dias de sua publicaccedilatildeo
Art 3ordm Estaacute lei entraraacute em vigor na data de sua publicaccedilatildeo revogadas as
disposiccedilotildees em contraacuterio
Rio de janeiro 09 de novembro de 2001
ANTHONY GAROTINHO
Autoria Deputado Joseacute Amorim
176
Iacutentegra do Decreto Nordm 30766 de 04 de marccedilo de 2002
DISCIPLINA O SISTEMA DE COTA PARA NEGROS E PARDOS NO ACESSO Agrave
UNIVERSIDADE
DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO E Agrave UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE
FLUMINENSE E DAacute OUTRAS PROVIDEcircNCIAS
O Governador do Estado do Rio de Janeiro no uso de suas atribuiccedilotildees
legais tendo em vista o disposto no artigo 1ordm caput e paraacutegrafo uacutenico da Lei nordm
3708 de 09 de novembro de 2001 e tendo em vista o que consta do Processo E-
260592002
D E C R E T A
Projeto de Lei nordm 24902001
Art 1ordm - Ficam reservadas para negros e pardos 40 das vagas relativas
aos cursos de graduaccedilatildeo oferecidas pela Universidade do Estado do Rio de
Janeiro e pela Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro
Paraacutegrafo uacutenico Para os fins deste decreto natildeo se faz distinccedilatildeo entre pessoas
negras e pardas
Art 2ordm - Caberaacute agraves universidades envolvidas definir os criteacuterios miacutenimos de
qualificaccedilatildeo para o acesso agraves vagas reservadas aos alunos negros e pardos
Art 3ordm - No preenchimento de suas vagas deveratildeo as universidades
observar sucessivamente o seguinte
I - verificar os candidatos qualificados de acordo com o com os criteacuterios
tratados na Lei nordm 35242000 selecionando-os para ingresso ateacute o limite das
vagas destinadas a tal fim
177
II - identificar dentre os alunos selecionados para ingresso na instituiccedilatildeo na
forma do inciso anterior o percentual que se declarou negro ou pardo em
relaccedilatildeo ao nuacutemero total de vagas oferecidas por curso e turno
III - deduzir da cota de 40 o percentual de candidatos selecionados na
instituiccedilatildeo declarados negros ou pardos que foram beneficiados pela Lei nordm
35242000 (art 1ordm paraacutegrafo uacutenico da Lei 37082001)
IV - preencher as vagas restantes da cota de 40 com os demais
candidatos declarados negros ou pardos que tenham sido qualificados para
ingresso na instituiccedilatildeo independentemente da origem escolar e
V - preencher as demais vagas oferecidas independentemente da cor
raccedila ou origem escolar do candidato qualificado
Paraacutegrafo uacutenico - Em caso de reclassificaccedilatildeo deveratildeo as universidades
observar o sistema de cotas estabelecidos pelas Leis nordms 35242000 e 37082001
Art 4ordm - Caso natildeo sejam preenchidas todas as vagas reservadas aos
beneficiaacuterios deste Decreto poderatildeo ser elas aproveitadas pelos demais
estudantes
Art 5ordm - A identificaccedilatildeo dos alunos negros e pardos se faraacute atraveacutes de
declaraccedilatildeo firmada sob as penas da Lei pelo proacuteprio candidato agrave vaga na
universidade
sect1ordm - A autodeclaraccedilatildeo eacute facultativa ficando o candidato submetido agraves
regras gerais de seleccedilatildeo caso opte por natildeo a firma
sect2ordm - Os candidatos beneficiados pelo regime de reserva de vagas tratado
na Lei nordm 352400 poderatildeo firmar a declaraccedilatildeo prevista neste artigo
Art 6ordm - Fica instituiacutedo sem o aumento de despesa o Conselho para a
Promoccedilatildeo Educacional Superior das Populaccedilotildees Negra e Parda - COPESNEP com
os seguintes objetivos
178
I - manter a memoacuteria de dados capaz de permitir o acompanhamento do
perfil de desempenho dos estudantes negros e pardos nos exames seletivos para
o ingresso nas instituiccedilotildees de ensino superior em funcionamento no Estado do Rio
de Janeiro
II - propor medidas que visem estimular a aplicaccedilatildeo do sistema de cotas
estabelecido neste Decreto a outras instituiccedilotildees de ensino superior
III - propor medidas que visem o aprimoramento da legislaccedilatildeo que trata do
acesso dos negros e pardos ao ensino superior e
IV - propor medidas que visem divulgar e orientar a sociedade da
importacircncia das accedilotildees afirmativas adotadas por forccedila deste Decreto com vistas
agrave promoccedilatildeo da igualdade de oportunidades entre os diversos grupos eacutetnicos e o
combate agrave discriminaccedilatildeo
Art 7ordf - O Conselho para a Promoccedilatildeo Educacional Superior das
Populaccedilotildees Negra e Parda - COPESNEP vinculado agrave Secretaria de Estado de
Ciecircncia e Tecnologia eacute composto dos seguintes membros
I - um representante da Secretaria de Estado de Educaccedilatildeo de Ciecircncia e
Tecnologia
II - um representante da Secretaria de Estado de Educaccedilatildeo
III - um representante do Conselho Estadual do Negro
IV - um representante da Universidade do Estado do Rio de Janeiro
V - um representante da Universidade Estadual do Norte Fluminense
sect1ordm - Seraacute convidado para participar do COPESNEP um representante do
movimento estudantil negro organizado indicado pela Coordenaccedilatildeo Nacional
de Entidades Negras - CONEN dentre estudantes do ensino meacutedio
179
sect2ordm - O COPESNEP seraacute presidido pelo representante da Secretaria de
Estado de Ciecircncias e Tecnologia contando com voto qualificado em caso de
empate nas votaccedilotildees
sect3ordm - O exerciacutecio das funccedilotildees de Presidente ou membro do Conselho natildeo
seraacute remunerado a qualquer tiacutetulo sendo considerado de relevante interesse
puacuteblico
Art 8ordm - Este Decreto entraraacute em vigor na data de sua publicaccedilatildeo
produzindo efeitos para o ingresso nas universidades a partir de 2003 revogadas
as disposiccedilotildees em contraacuterio
Rio de Janeiro 04 de marccedilo de 2002-03-22
ANTHONY GAROTINHO
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ANEXO 3 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM TECNOLOGIA DE PROCESSOS QUIacuteMICOS E BIOQUIacuteMICOS ESCOLA DE QUIacuteMICA PROJETO DE PESQUISA DE DISSERTACcedilAtildeO DE MESTRADO ldquoA CAPACITACcedilAtildeO DOCENTE EM EDUCACcedilAtildeO AMBIENTALrdquo Mestranda Maria de Lourdes Ribeiro de Souza de Azevedo Orientadoras Maria Antonieta Peixoto Gimenes Couto Denize Dias de Carvalho
QUESTIONAacuteRIO DE LEVANTAMENTO DE DADOS SOBRE EDUCACcedilAtildeO
AMBIENTAL NO ENSINO MEacuteDIO DA REDE ESTADUAL
A - DADOS INSTITUCIONAIS 1 ndash Nome da instituiccedilatildeo de ensino_______________________________________ 2 ndash Metropolitana ______________________________________________ 3 ndash Bairro __________________________________________ 4 A Escola funciona em ( ) turno uacutenico ( ) manhatilde e tarde ( ) manhatilde tarde e noite ( )outros Qual_____ 5 ndash Nordm de alunos Manhatilde = _______________ Tarde = ________________Noite
=_______________
6 ndash Nordm de professores da instituiccedilatildeo ______________________________ 7 - O curso eacute ( ) normal ( ) supletivo ( ) manhatilde e tarde normal noite supletivo ( ) outrosQual B QUANTO Agrave ABORDAGEM DO TEMA EDUCACcedilAtildeO AMBIENTAL 1 ndash O tema educaccedilatildeo ambiental eacute abordado na escola ( ) sim ( ) natildeo 2 ndash Em caso positivo o tema eacute abordado em ( ) uma disciplina(disciplina especiacutefica-disciplinar) ( ) vaacuterias disciplinas(multidisciplinar) ( )de outras formas Quais ____________________________________________ 3 ndash Existe a obrigatoriedade da participaccedilatildeo dos alunos ( ) sim ( ) natildeo _____________________________________________________________________
181
4ndash Quantos professores participam das atividades relacionadas ao tema _______________________________________ 5 ndash A educaccedilatildeo ambiental eacute praticada atraveacutes de que meio (eacute admitida mais de uma resposta) ( ) aulas teoacutericas ( ) aulas praacuteticas ( ) informalmente ( ) projetos ( ) outros Qual_________________________________________________ 6 ndash Os projetos eou atividades implantados foram de(eacute admitida mais de uma resposta) ( ) reciclagem ( ) coleta seletiva ( ) reduccedilatildeo de consumo reuso de aacutegua ( ) reduccedilatildeo de consumo de energia ( ) outros Qual ________________________________________________________ 7 ndash Existe interesse dos alunos em relaccedilatildeo aos projetos ( ) sim ( ) natildeo __________________________________________ 8 ndash Os projetos possuem retorno financeiro ( ) frequumlentemente ( ) agraves vezes ( ) raramente ( ) Nunca 9 - Os recursos arrecadados satildeo para aquisiccedilatildeo de materiais para ( ) os alunos (por ex uniformes material escolar bolsa auxilio Outros Quais _________________________ ( ) a comunidade (por excesta baacutesicaestruturas de lazer cursos Outros Quais _______________________ ( ) a escola (por ex equipamentos livros infra-estrutura Outros Quais ___________________________ ( ) outros Qual _________________________ C QUANTO Agrave CAPACITACcedilAtildeO DOCENTE 1 ndash Qual eacute a formaccedilatildeo em niacutevel de graduaccedilatildeo dos professores que participam da educaccedilatildeo ambiental(eacute admitida mais de uma resposta) ( ) Quiacutemica ( ) Biologia ( ) Fiacutesica ( ) Geografia ( ) outra Quais________________________________________________________
182
2 ndash Dos professores que participam quantos possuem formaccedilatildeo especiacutefica em educaccedilatildeo ambiental e de que tipo ( ) especializaccedilatildeo(latu-senso) ____________ ( ) mestrado _____________ ( ) doutorado ____________ ( ) cursos de curta duraccedilatildeo___________ ( ) outros ________________ ( ) nenhuma ________________________________________________________________ 3 ndash A escola tem interesse na capacitaccedilatildeo docente para educaccedilatildeo ambiental ( ) sim ( ) natildeo _____________________________________ 4 ndash Haacute interesse dos professores em participarem de um curso de formaccedilatildeo em educaccedilatildeo ambiental ( ) sim ( ) natildeo Obs Caso positivo informar quantos _____________________________________ 5 - Quais as aacutereas que os professores apresentam maior interesse ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 6 ndash Observaccedilotildees e comentaacuterios da instituiccedilatildeo de ensino ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Obs As perguntas possuem linhas para quaisquer observaccedilotildees que a instituiccedilatildeo considerar importante para enriquecer as informaccedilotildees Solicito que as respostas reflitam de fato a situaccedilatildeo real da Escola de modo a construir um panorama que permita traccedilar metas que levem agrave melhoria do Ensino Para tal acreditamos que a capacitaccedilatildeo dos professores seja um bom caminho e principalmente em um tema tatildeo importante do qual depende o futuro de todos Obrigada
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ANEXO 4
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM TECNOLOGIA DE PROCESSOS QUIacuteMICOS E BIOQUIacuteMICOS
ESCOLA DE QUIacuteMICA
PROJETO DE PESQUISA DE DISSERTACcedilAtildeO DE MESTRADO ldquoA CAPACITACcedilAtildeO DOCENTE EM EDUCACcedilAtildeO AMBIENTALrdquo
Mestranda Maria de Lourdes Ribeiro de Souza de Azevedo Orientadoras Maria Antonieta Peixoto Gimenes Couto Denize Dias de Carvalho
AVALIACcedilAtildeO DE RECEPTIVIDADE
Metropolitana METROPOLITANA III Responsaacutevel Nordm de questionaacuterios entregues Nordm de questionaacuterios devolvidos Nordm de questionaacuterios respondidos 1 ndash Todos os questionaacuterios foram enviados ( ) Sim ( ) Natildeo 2 ndash Na sua avaliaccedilatildeo o interesse das escolas sob a responsabilidade desta Metropolitana em responder agrave pesquisa foi ( ) Alto ( ) Mediano ( ) Baixo 3 ndash No espaccedilo abaixo justifique as suas respostas nas perguntas 1 e 2 ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ 4 ndash Na sua avaliaccedilatildeo a contribuiccedilatildeo da pesquisa para a integraccedilatildeo Universidade ndash Ensino Meacutedio eacute
( ) Relevante ( ) Irrelevante
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ANEXO 5
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM TECNOLOGIA DE PROCESSOS QUIacuteMICOS E BIOQUIacuteMICOS
ESCOLA DE QUIacuteMICA
PROJETO DE PESQUISA DE DISSERTACcedilAtildeO DE MESTRADO ldquoA CAPACITACcedilAtildeO DOCENTE EM EDUCACcedilAtildeO AMBIENTALrdquo
Mestranda Maria de Lourdes Ribeiro de Souza de Azevedo Orientadoras Maria Antonieta Peixoto Gimenes Couto Denize Dias de Carvalho
AVALIACcedilAtildeO DE RECEPTIVIDADE
Metropolitana METROPOLITANA IV Responsaacutevel Nordm de questionaacuterios entregues Nordm de questionaacuterios devolvidos Nordm de questionaacuterios respondidos 1 ndash Todos os questionaacuterios foram enviados ( ) Sim ( ) Natildeo 2 ndash Na sua avaliaccedilatildeo o interesse das escolas sob a responsabilidade desta Metropolitana em responder agrave pesquisa foi ( ) Alto ( ) Mediano ( ) Baixo 3 ndash No espaccedilo abaixo justifique as suas respostas nas perguntas 1 e 2 ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ 4 ndash Na sua avaliaccedilatildeo a contribuiccedilatildeo da pesquisa para a integraccedilatildeo Universidade ndash Ensino Meacutedio eacute
( ) Relevante ( ) Irrelevante
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ANEXO 6
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM TECNOLOGIA DE PROCESSOS QUIacuteMICOS E BIOQUIacuteMICOS
ESCOLA DE QUIacuteMICA
PROJETO DE PESQUISA DE DISSERTACcedilAtildeO DE MESTRADO ldquoA CAPACITACcedilAtildeO DOCENTE EM EDUCACcedilAtildeO AMBIENTALrdquo
Mestranda Maria de Lourdes Ribeiro de Souza de Azevedo Orientadoras Maria Antonieta Peixoto Gimenes Couto Denize Dias de Carvalho
AVALIACcedilAtildeO DE RECEPTIVIDADE
Metropolitana METROPOLITANA X Responsaacutevel Nordm de questionaacuterios entregues Nordm de questionaacuterios devolvidos Nordm de questionaacuterios respondidos 1 ndash Todos os questionaacuterios foram enviados ( ) Sim ( ) Natildeo 2 ndash Na sua avaliaccedilatildeo o interesse das escolas sob a responsabilidade desta Metropolitana em responder agrave pesquisa foi ( ) Alto ( ) Mediano ( ) Baixo 3 ndash No espaccedilo abaixo justifique as suas respostas nas perguntas 1 e 2 ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ 4 ndash Na sua avaliaccedilatildeo a contribuiccedilatildeo da pesquisa para a integraccedilatildeo Universidade ndash Ensino Meacutedio eacute
( ) Relevante ( ) Irrelevante
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ANEXO 7
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM TECNOLOGIA DE
PROCESSOS QUIacuteMICOS E BIOQUIacuteMICOS
ESCOLA DE QUIacuteMICA
PROJETO DE PESQUISA DE DISSERTACcedilAtildeO DE MESTRADO ldquoA CAPACITACcedilAtildeO DOCENTE EM EDUCACcedilAtildeO AMBIENTALrdquo
Mestranda Maria de Lourdes Ribeiro de Souza de Azevedo Orientadoras Maria Antonieta Peixoto Gimenes Couto Denize Dias de Carvalho
AVALIACcedilAtildeO DE RECEPTIVIDADE
Responsaacutevel Regina Coeli de A Vasconcelos
Nordm total de questionaacuterios entregues 313 questionaacuterios
Nordm total de questionaacuterios devolvidos 68 questionaacuterios
Nordm total de questionaacuterios respondidos 94 questionaacuterios
1 ndash Na sua avaliaccedilatildeo a contribuiccedilatildeo da pesquisa para a integraccedilatildeo
Universidade ndash Ensino Meacutedio eacute
( ) Relevante ( ) Irrelevante
2 ndash Na sua avaliaccedilatildeo o interesse da SEERJ na implementaccedilatildeo de um curso
de capacitaccedilatildeo docente em Educaccedilatildeo Ambiental eacute
( ) Alto ( ) Mediano ( ) Baixo
187
3 ndash Que accedilotildees conjuntas poderiam ser sugeridas para a melhoria da
capacitaccedilatildeo docente do Ensino Meacutedio da Rede Puacuteblica Estadual em Educaccedilatildeo
Ambiental
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
GRAacuteFICO COMPARATIVO ENTRE AS METROPOLITANAS DO MUNICIacutePIO
DO RIO DE JANEIRO
Questionaacuterios
0
100
200
300
400
Entregues Devolvidos Respondidos
0
50
100
150
Metro III Metro IV Metro X
Receptividade
QuestionaacuteriosentreguesQuestionaacuteriosdevolvidosQuestionaacuteriosrespondidos