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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO – UFRJ ESCOLA DE QUÍMICA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM TECNOLOGIA DE PROCESSOS QUÍMICOS E BIOQUÍMICOS MARIA DE LOURDES RIBEIRO DE SOUZA DE AZEVEDO A CAPACITAÇÃO DOCENTE EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL RIO DE JANEIRO 2007

MARIA DE LOURDES RIBEIRO DE SOUZA DE AZEVEDO186.202.79.107/download/a-capacitacao-docente-em-edu... · 2020. 10. 5. · 2007 . iv FICHA CATALOGRÁFICA AZEVEDO, MARIA DE LOURDES RIBEIRO

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO ndash UFRJ

ESCOLA DE QUIacuteMICA

PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM TECNOLOGIA DE

PROCESSOS QUIacuteMICOS E BIOQUIacuteMICOS

MARIA DE LOURDES RIBEIRO DE SOUZA DE AZEVEDO A CAPACITACcedilAtildeO DOCENTE EM EDUCACcedilAtildeO AMBIENTAL

RIO DE JANEIRO

2007

ii

MARIA DE LOURDES RIBEIRO DE SOUZA DE AZEVEDO

A CAPACITACcedilAtildeO DOCENTE EM EDUCACcedilAtildeO

AMBIENTAL

Dissertaccedilatildeo de Mestrado apresentada ao Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Tecnologia de Processos Quiacutemicos e Bioquiacutemicos da Escola de Quiacutemica da UFRJ

Orientadoras

Maria Antonieta Peixoto Gimenes Couto

Denize Dias de Carvalho

Rio de Janeiro

2007

iii

A CAPACITACcedilAtildeO DOCENTE EM EDUCACcedilAtildeO AMBIENTAL

MARIA DE LOURDES RIBEIRO DE SOUZA DE AZEVEDO

Dissertaccedilatildeo submetida ao Corpo Docente do Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Tecnologia de Processos Quiacutemicos e Bioquiacutemicos da Escola de Quiacutemica da Universidade Federal do Rio de Janeiro como parte dos requisitos para obtenccedilatildeo do grau de Mestre em Ciecircncias realizada sob a orientaccedilatildeo das Professoras Maria Antonieta Peixoto Gimenes Couto e Denize Dias de Carvalho

_________________________________________________________________________ Maria Antonieta Peixoto Gimenes Couto ndash Orientadora

(EQUFRJ)

_________________________________________________________________________ Denize Dias de Carvalho ndash Orientadora

(EQUFRJ)

________________________________________________________________________ Andreacutea Medeiros Salgado

(EQUFRJ)

_________________________________________________________________________ Liacutedia YOKOAMA

(EQUFRJ)

_________________________________________________________________________ Lilia dos Santos Seabra

(FEBFUERJ)

Escola de Quiacutemica Universidade Federal do Rio de Janeiro

2007

iv

FICHA CATALOGRAacuteFICA

AZEVEDO MARIA DE LOURDES RIBEIRO DE A Capacitaccedilatildeo Docente em Educaccedilatildeo Ambiental xix 164p 297cm Dissertaccedilatildeo Mestre em Ciecircncias(Escola de Quiacutemica ndash Universidade Federal do Rio de Janeiro) 1 Meio Ambiente 2 Educaccedilatildeo Ambiental 3 Capacitaccedilatildeo 4 Dissertaccedilatildeo

I Universidade Federal do Rio de Janeiro II Tiacutetulo (seacuterie)

v

SUMAacuteRIO Capiacutetulo 1 ndash Apresentaccedilatildeo do Trabalho

11 Introduccedilatildeo 1

12 Objetivo do Trabalho 6

13 Organizaccedilatildeo do Estudo 7

Capiacutetulo 2 ndash O Sistema Educacional Brasileiro

21 Introduccedilatildeo 9

22 A Educaccedilatildeo no Brasil Colocircnia 11

23 A Educaccedilatildeo no Brasil Impeacuterio 13

24 A Educaccedilatildeo na Primeira Repuacuteblica 18

25 A Educaccedilatildeo no Poacutes 30 20

26 A Educaccedilatildeo na Nova Repuacuteblica(1946-1963) 25

27 A Educaccedilatildeo no Periacuteodo Militar(1964-1985) 27

28 A Educaccedilatildeo no Periacuteodo da Abertura Poliacutetica(1986-2001) 29

29 Cronologia da Histoacuteria da Educaccedilatildeo Brasileira 30

Capiacutetulo 3 ndash A Estrutura Organizacional da Educaccedilatildeo no Brasil

31 A Organizaccedilatildeo 36

311 Atribuiccedilotildees da Uniatildeo 37

312 Atribuiccedilotildees do Estado 38

313 Atribuiccedilotildees dos Municiacutepios 39

314 O papel dos Estabelecimentos de Ensino 39

315 Atribuiccedilotildees dos Docentes 40

32 A Abrangecircncia dos Sistemas 41

321 O Sistema Federal 41

322 Os Sistemas de Ensino dos Estados e do Distrito

Federal Compreendem

41

323 O Sistema Municipal 42

33 A Secretaria Estadual de Educaccedilatildeo 44

Capiacutetulo 4 ndash Poliacuteticas Puacuteblicas de Inclusatildeo Social

41 A Crise do Sistema Poliacutetico Liberal e o Iniacutecio do

vi

Intervencionismo do Estado 54

42 O Estado e Suas Novas Funccedilotildees Sociais 56

43 Poliacuteticas Puacuteblicas Uma Questatildeo de Conceito 58

44 Formulaccedilatildeo de Poliacuteticas Puacuteblicas 59

45 Aacutereas de Aplicaccedilatildeo das Poliacuteticas Puacuteblicas das Poliacuteticas

Puacuteblicas

61

Capiacutetulo 5 ndash Histoacuterico e Evoluccedilatildeo da Educaccedilatildeo Ambiental

51 Definiccedilatildeo 68

52 Histoacuterico 73

53 Algumas Consideraccedilotildees sobre a Evoluccedilatildeo da Educaccedilatildeo

Ambiental

93

Capiacutetulo 6 ndash Metodologias

61 Diagnose do Estado da Arte da Educaccedilatildeo Ambiental no

Ensino Meacutedio da Rede Estadual de Ensino no Municiacutepio do

Rio de Janeiro

98

611 Objetivos 98

612 Metodologia de Pesquisa 98

613 Planejamento da Pesquisa 99

614 Fontes de Informaccedilotildees 100

615 Pesquisa de Campo 100

616 Avaliaccedilatildeo dos Resultados 101

62 Diagnose do Acesso aos Cursos de Graduaccedilatildeo nas

Universidades Puacuteblicas Estudo de Caso UERJ e UFRJ

102

621 Objetivos 102

622 Metodologia de Pesquisa 102

623 Planejamento da Pesquisa 102

624 Fontes de Informaccedilotildees 103

625 Pesquisa de Campo 103

62 Limitaccedilotildees do Estudo 105

Capiacutetulo 7ndash Avaliaccedilatildeo do Acesso aos Cursos de Graduaccedilatildeo Estudo de

Casos UERJ e UFRJ

vii

71 O Sistema de Cotas 107

72 Implantaccedilatildeo do Sistema 108

73 O Aluno na Universidade 109

74 A Necessidade das Cotas 111

75 Comparativo entre a Rede Estadual de Ensino e a Rede

Federal e Particular

114

76 Avaliaccedilatildeo do Sistema de Cotas da UERJ e da Proposta da

UFRJ

123

Capiacutetulo 8 ndash Avaliaccedilatildeo da Educaccedilatildeo Ambiental na Rede Puacuteblica Estadual

no Municiacutepio do Rio de Janeiro

81 Levantamento de Dados 128

82 A Receptividade das Coordenadorias 129

83 A Educaccedilatildeo Ambiental em Nuacutemeros 131

84 Conclusotildees Parciais 145

Capiacutetulo 9 ndash Proposta de Curso de Formaccedilatildeo para Professores

91 Objetivo do Curso 148

92 Duraccedilatildeo do Curso 149

93 Conteuacutedo do Curso 149

94 Consideraccedilotildees 151

Capiacutetulo 10 ndash Conclusotildees e sugestotildees

101 Consideraccedilotildees Finais 152

102 Conclusotildees 155

103 Sugestotildees 156

Referecircncias 157

viii

Dedico esta dissertaccedilatildeo de mestrado

aos amores de minha vida que satildeo

meus filhos meu marido e minha matildee

pela compreensatildeo de ter ficado muitas

vezes ausente pela paciecircncia e pelo

incentivo e forccedila para natildeo me deixar

desistir e conseguir chegar ao final

deste trabalho A vitoacuteria natildeo eacute soacute

minha eacute de todos noacutes

Muito obrigada

ix

AGRADECIMENTOS

A Deus por ter me dado forccedilas para completar esta jornada

A minha matildee por ter me ajudado nas horas difiacuteceis

Aos meus filhos pela compreensatildeo nos meus momentos de ausecircncia

Ao meu marido Marcos pelo incentivo apoio e carinho

As minhas Professoras orientadoras Maria Antonieta Peixoto Gimenes Couto e

Denize Dias de Carvalho pela contribuiccedilatildeo na conduccedilatildeo desse trabalho

A todos os professores do Programa pela contribuiccedilatildeo que deram ao meu

crescimento acadecircmico profissional e pessoal

Ao senhor Antonio Ceacutesar Alves pelo carinho e atenccedilatildeo sempre me ajudando no

que precisei durante minha jornada na UFRJ

A senhora Regina Coeli secretaacuteria de Educaccedilatildeo Ambiental da SEERJ pela

atenccedilatildeo e contribuindo para que tornasse possiacutevel a realizaccedilatildeo deste trabalho

Ao Professor Maacutercio Nele pelas sugestotildees na avaliaccedilatildeo dos dados

A Professora Acircngela Rocha pela Contribuiccedilatildeo na Pesquisa de campo

A Sra Luacutecia Manso por viabilizar os dados do vestibular da UFRJ

A Sra Patriacutecia Anido Noronha por viabilizar os dados do vestibular da UERJ

Ao professor Luiz Gustavo Ribeiro Vieira Coordenador na Metropolitana IV por seu

empenho na realizaccedilatildeo da pesquisa de campo

x

A Direccedilatildeo do Ciep 386 ndash Guilherme da Silveira Filho pelo apoio e atenccedilatildeo

Aos meus colegas do departamento de Sauacutede e saneamento Ambiental (DSSA)

da Fiocruz pelo apoio e companheirismo para a realizaccedilatildeo deste trabalho

xi

RESUMO

Azevedo Maria de Lourdes Ribeiro de Souza de A Capacitaccedilatildeo Docente em Educaccedilatildeo Ambiental Rio de Janeiro 2006 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Tecnologia de Processos Quiacutemicos e Bioquiacutemicos) Escola de Quiacutemica Universidade Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2006 O objetivo deste trabalho eacute viabilizar a criaccedilatildeo de ferramentas que sirvam para conduzir uma maior integraccedilatildeo entre a Universidade e o Ensino Meacutedio tendo como base agraves poliacuteticas de inclusatildeo social Para isso foi feita uma anaacutelise da Educaccedilatildeo Ambiental ministrada no Ensino Meacutedio no Municiacutepio do Rio de Janeiro Esta revelou que as escolas praticam de alguma forma a Educaccedilatildeo Ambiental poreacutem a pesquisa tambeacutem mostrou que a formaccedilatildeo dos professores neste tema estaacute muito aqueacutem do necessaacuterio o que dificulta a realizaccedilatildeo plena do seu trabalho Ainda dentro das Poliacuteticas de Inclusatildeo Social foi feito um levantamento do acesso dos alunos da Rede Puacuteblica Estadual nas Universidades Puacuteblicas atraveacutes de estudo de caso da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) avaliando comparativamente as escolas de Ensino Meacutedio da Rede Puacuteblica e a Rede Privada Os resultados mostraram que um nuacutemero muito pequeno de alunos oriundos da Rede Estadual de Ensino consegue uma vaga nestas Universidades Puacuteblicas problema este que foi amenizado pela UERJ que foi a primeira a implantar o sistema de cotas com resultados satisfatoacuterios e com isso aumentando significativamente o ingresso de alunos da Rede Puacuteblica Estadual Os resultados dessa pesquisa sinalizam que urge a definiccedilatildeo de Poliacuteticas Puacuteblicas que levam agrave melhoria de capacitaccedilatildeo docente do Ensino Meacutedio cabendo agrave Universidade o papel de promover centros de formaccedilatildeo continuada promovendo uma melhor qualificaccedilatildeo docente e por conseguinte um melhor preparo dos alunos

xii

ABSTRACT

Azevedo Maria de Lourdes Ribeiro de Souza de A Capacitaccedilatildeo Docente em Educaccedilatildeo Ambiental Rio de Janeiro 2006 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Tecnologia de Processos Quiacutemicos e Bioquiacutemicos) Escola de Quiacutemica Universidade Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2006 This study has an aim to be viable the creation of tools which serve to conduct a great integration between the University and the high school having as a basis Politics of Social Inclusion For this it was made an analysis on Environmental Education given in municipal district of Rio de Janeiro high schools It reveals that the schools practice some Environmental Education but the research also presents that the formation of teachers in this theme is far from what is necessary that makes difficulty the full realization of its work Yet within the Politics of Social Inclusion it was done a survey on the access of the State Public Net students at the public universities through a case study of the University of Rio de Janeiro State (UERJ) and Federal University of Rio de Janeiro (UFRJ) evaluating comparatively to the high school of Public and Private Net schools The results show that a small number of students from the State Net High School gets vacancy in those Public Universities a problem that was softened by the UERJ that was the first to establish a system of quotas with satisfactory results and with this encreasing significatively the entrance of State Public Net students The results of this research signal that it is necessary a definition of Public Politics that take to improvement of teaching capacitation of high school belonging to the University the roll of promote centers of Continued formation promoting a better teaching qualification and thus a better preparation of the students

xiii

LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES

Figura 11 ndash Esquema do Ciclo da Educaccedilatildeo

Figura 31 ndash Organograma da Organizaccedilatildeo Educacional Brasileira

Figura 32 ndash Mapa das Metropolitanas do Estado do Rio de Janeiro

Figura 41 ndash Diagrama Esquemaacutetico da Formaccedilatildeo de uma Poliacutetica Puacuteblica

Figura 61 ndash Esquematizaccedilatildeo do Projeto

Figura 71 - Percentual de Alunos Inscritos no Vestibular da UFRJ

Figura 72 ndash Percentual de Alunos Classificados no Vestibular da UFRJ

Figura 73 - Percentual de Alunos Classificados em Funccedilatildeo do Nuacutemero de Inscritos

em Cada Esfera

Figura 74 ndash Percentual de Alunos Inscritos no Vestibular da UERJ

Figura 75 - Percentual de Alunos Classificados no Vestibular da UERJ

Figura 76 ndash Percentual de Alunos Classificados em Funccedilatildeo do Nuacutemero de Inscritos

em Cada Esfera

Figura 77 - Comparativo Entre o Antes e Depois do Sistema de Cotas

Figura 81 - Avaliaccedilatildeo de Receptividade da Metropolitana III

Figura 82 ndash Avaliaccedilatildeo de Receptividade da Metropolitana IV

Figura 83 ndash Avaliaccedilatildeo de Receptividade da Metropolitana X

Figura 84 - Abordagem do Tema na Escola

Figura 85 - O Tema eacute Disciplinar ou Multidisciplinar Figura 86 - Participaccedilatildeo Discente Figura 87 - Participaccedilatildeo dos Professores

Figura 88 - Meios de Aplicaccedilatildeo da Educaccedilatildeo Ambiental Figura 89 - Projetos e ou Atividades Implantados Figura 810 - Interesse dos Alunos

Figura 811 - Retorno Financeiro nos Projetos

Figura 812 - Destino dos Recursos Arrecadados

Figura 813 - Professores que Participam das Atividades

Figura 814 - Os Professores Possuem Formaccedilatildeo Especiacutefica em EA

Figura 815 - Interesse da Escola na Capacitaccedilatildeo Docente

xiv

Figura 816 - Interesse dos Professores em Cursos de Formaccedilatildeo em Educaccedilatildeo

Ambiental Figura 817 - Aacutereas de Interesse dos Professores

xv

LISTA DE TABELAS

Tabela 21 ndash Evoluccedilatildeo da Educaccedilatildeo no Brasil Principais Acontecimentos

Tabela 31 ndash Coordenadorias da SEERJ

Tabela 71 ndash Quadro Comparativo dos Vestibulares da UERJ e UFRJ

xvi

GLOSSAacuteRIO

ABE ndash Associaccedilatildeo Brasileira de Educaccedilatildeo

ALERJ ndash Assembleacuteia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro

ANA - Agecircncia Nacional de Aacuteguas

CADES ndash Campanha de Aperfeiccediloamento e Difusatildeo do Ensino Secundaacuterio

CAPES - Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel Superior

CEA ndash Centros de Educaccedilatildeo Ambiental

CEE ndash Conselho Estadual de Educaccedilatildeo

CEG ndash Conselho de Ensino de Graduaccedilatildeo

CETESB - Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental

CFE ndash Conselho Federal de Educaccedilatildeo

CGEA ndash Coordenaccedilatildeo Geral de Educaccedilatildeo Ambiental

CIAC ndash Centro Integrado de Apoio a Crianccedila

CIEP ndash Centro Integrado de Educaccedilatildeo Puacuteblica

CISEA ndash Comissatildeo Intersetorial de Educaccedilatildeo Ambiental

CMMAD - Comissatildeo Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento

CNAE ndash Campanha Nacional de Alimentaccedilatildeo Escolar

CNBB ndash Confederaccedilatildeo Nacional dos Bispos do Brasil

CNE ndash Conselho Nacional de Educaccedilatildeo

CNEA ndash Conferecircncia Nacional de Educaccedilatildeo Ambiental

CNEC ndash Campanha Nacional de Escolas da Comunidade

CNPJ - Cadastro Nacional da Pessoa Juriacutedica

CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico

COEA - Coordenaccedilatildeo Geral de Educaccedilatildeo Ambiental

CONAMA ndash Conselho Nacional do Meio Ambiente

CONEN ndash Coordenaccedilatildeo Nacional de Entidades Negras

CONTAP ndash Conselho de Cooperaccedilatildeo Teacutecnica da Alianccedila para o Progresso

COPESNEP - Conselho para a Promoccedilatildeo Educacional Superior das Populaccedilotildees

Negra e Parda

CPC ndash Centros Populares de Cultura

DEA ndash Educaccedilatildeo Ambiental a Distacircncia

xvii

DEMEC - Departamento de Engenharia Mecacircnica

EA ndash Educaccedilatildeo Ambiental

ENC ndash Exame Nacional de Cursos

ENEM ndash Exame Nacional do Ensino Meacutedio

EPB ndash Estudos de Problemas Brasileiros

EUA ndash Estados Unidos da Ameacuterica

FEEMA - Fundaccedilatildeo Estadual de Engenharia do Meio Ambiente

FNMA - Fundo Nacional do Meio Ambiente

FUNAI - Fundaccedilatildeo Nacional do Iacutendio

FUNDEF ndash Fundo de Manutenccedilatildeo e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de

Valorizaccedilatildeo do Magisteacuterio

GT ndash Grupos de Trabalho

IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovaacuteveis

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica

IES ndash Instituiccedilotildees de Ensino Superior

INEP ndash Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais

ISEB ndash Instituto Superior de Estudos Brasileiros

LDB ndash Lei de Diretrizes e Bases

MCT - Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia

MEB ndash Movimento de Educaccedilatildeo de Base

MEC ndash Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura

MinC ndash Ministeacuterio da Cultura

MMA ndash Ministeacuterio do Meio Ambiente

MOBRAL - Movimento Brasileiro de Alfabetizaccedilatildeo

OMEP ndash Organizaccedilatildeo Mundial de Educaccedilatildeo Preacute-Escolar

ONG ndash Organizaccedilatildeo Natildeo Governamental

ONU ndash Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas

OSPB ndash Organizaccedilatildeo Social e Poliacutetica do Brasil

PAIUB - Programa de Avaliaccedilatildeo Institucional das Universidades Brasileiras

PAS ndash Programa de Avaliaccedilatildeo Seriada

PCN ndash Paracircmetros Curriculares Nacionais

PIEA - Programa Internacional de Educaccedilatildeo Ambiental

xviii

PNEA - Poliacutetica Nacional de Educaccedilatildeo Ambiental

PNI ndash Parque Nacional do Iguaccedilu

PNMA - Programa Nacional do Meio Ambiente

PNUMA ndash Programa das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente

PPA ndash Plano Plurianual

PROINICIAR ndash Programa de Iniciaccedilatildeo Acadecircmica

PRONEA ndash Programa Nacional de Educaccedilatildeo Ambiental

PRO-REDE ndash Programa de Reestruturaccedilatildeo da Rede Puacuteblica de Ensino

REASUL - Rede Sul Brasileira de Educaccedilatildeo Ambiental

REBEA ndash Rede Brasileira de Educaccedilatildeo Ambiental

REGUA ndash Registro Uacutenico do Aluno

REPEA ndash Rede Paulista de Educaccedilatildeo Ambiental

SAEB - Sistema Nacional de Avaliaccedilatildeo da Educaccedilatildeo Baacutesica

SECIRM ndash Secretaria da Comissatildeo Interministerial para os Recursos do Mar

SEDUC - Secretaria da Educaccedilatildeo Baacutesica

SEERJ ndash Secretaria Estadual de Educaccedilatildeo do Rio de Janeiro

SEF ndash Secretaria de Ensino Fundamental

SEMA - Secretaria Estadual do Meio Ambiente

SENAC ndash Serviccedilo Nacional de Aprendizagem Comercial

SENAI - Serviccedilo Nacional de Aprendizagem Industrial

SIBEA ndash Sistema Brasileiro de Informaccedilatildeo em Educaccedilatildeo Ambiental

UENF ndash Universidade Estadual do Norte Fluminense

UERJ ndash Universidade do Estado do Rio de Janeiro

UFMT - Universidade Federal de Mato Grosso

UNCED - United Nations Conference on Environment and Development

UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina

UFRJ ndash Universidade Federal do Rio de Janeiro

UFRPE - Universidade Federal Rural de Pernambuco

UFRRJ ndash Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro

UICN ndash Uniatildeo Internacional para Conservaccedilatildeo da Natureza

UNE ndash Uniatildeo Nacional dos Estudantes

xix

UNESCO - Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a educaccedilatildeo agrave ciecircncia e a

cultura

UNICEF ndash Fundo das Naccedilotildees Unidas para a Infacircncia

USAID - United States Agency for International Development

1

Capiacutetulo 1 Apresentaccedilatildeo do Trabalho

11 Introduccedilatildeo

A educaccedilatildeo eacute a base para o desenvolvimento de qualquer paiacutes por ser

um instrumento fundamental para a promoccedilatildeo da cidadania Eacute por meio dela

que as pessoas adquirem condiccedilotildees de se transformarem em cidadatildeos ativos e

competitivos

A cidadania se fundamenta em princiacutepios eacuteticos aleacutem de promover o

direito agrave justiccedila social pois eacute impossiacutevel conceber o crescimento de um paiacutes

tendo milhotildees de pessoas excluiacutedas da participaccedilatildeo democraacutetica em vaacuterias

instacircncias e niacuteveis da sociedade

Eacute atraveacutes de um bom desempenho da cidadania que a sociedade pode

contribuir para a soluccedilatildeo de problemas e ateacute evitar que alguns destes possam

surgir Neste processo a educaccedilatildeo ambiental tem um papel muito importante

pois participa natildeo somente como uma transmissatildeo de conhecimento mas

2

tambeacutem na aplicaccedilatildeo de informaccedilotildees como uma forma de mudanccedila de

atitudes da sociedade face aos problemas ambientais

A Educaccedilatildeo Ambiental eacute uma proposta de mudanccedila de comportamento

onde se faz o resgate de valores eacuteticos esteacuteticos democraacuteticos e humanistas

Estes valores satildeo fortemente defendidos pela educaccedilatildeo de um modo geral pelo

conjunto de conhecimentos produzidos nas mais diversas aacutereas tendo como foco

o princiacutepio do respeito pelo meio ambiente que natildeo eacute constituiacutedo somente pelos

organismos vivos Haacute uma preocupaccedilatildeo com um sentido muito mais amplo do

que meramente com a extinccedilatildeo de alguns animais ou plantas

(wwweducarscuspbr)

Meio Ambiente eacute tudo que compotildee a paisagem Eacute a interaccedilatildeo do

conjunto de elementos naturais artificiais culturais e sociais que propicia o

desenvolvimento equilibrado da vida em todas as suas formas

Podemos classificaacute-lo em Meio Ambiente natural ou fiacutesico constituiacutedo pelo

solo aacutegua ar atmosfeacuterico enfim tudo que eacute natureza com toda sua diversidade

Meio ambiente artificial eacute constituiacutedo pelo espaccedilo urbano construiacutedo

representado pelo conjunto de edificaccedilotildees (espaccedilo urbano fechado) e dos

equipamentos puacuteblicos (ruas praccedilas aacutereas verdes espaccedilos livres em geral

espaccedilo urbano aberto) Meio Ambiente Cultural integra o patrimocircnio histoacuterico

artiacutestico arqueoloacutegico paisagiacutestico turiacutestico que embora artificial difere do

anterior pelo sentido de seu valor especial e o Meio Ambiente Social que eacute

formado pelas pessoas que compotildeem a Sociedade (Carvalho 2002)

Com isto a Educaccedilatildeo Ambiental eacute tambeacutem o respeito pelas culturas que

incluem as especificidades de classe etnia e gecircnero funcionando como uma

defesa da descentralizaccedilatildeo e da distribuiccedilatildeo social do poder dando assim uma

efetiva contribuiccedilatildeo para uma sociedade melhor (wwweducarscuspbr)

A Educaccedilatildeo Ambiental visa modificar as relaccedilotildees entre a sociedade e o

meio ambiente de forma a melhorar a qualidade de vida transformando o

sistema produtivo e consumista em uma sociedade mais solidaacuteria promovendo a

3

inclusatildeo social atraveacutes da justa distribuiccedilatildeo dos recursos naturais entre todos

Para isto se faz necessaacuteria natildeo soacute a existecircncia de poliacuteticas sociais mas

principalmente que estas estejam integradas nas diversas esferas da sociedade

Eacute tambeacutem importante que tenham estrateacutegias bem definidas para que possam

ser formuladas e implementadas por accedilotildees que sejam intersetoriais buscando

sempre parcerias com os diversos segmentos sejam estes entidades ou

movimentos sociais

Um ponto importante que deve nortear a Educaccedilatildeo Ambiental eacute o

conceito de desenvolvimento sustentaacutevel que inter-relaciona os aspectos sociais

e ambientais isto eacute promove a qualidade das relaccedilotildees humanas com o ambiente

natural e a necessidade de produccedilatildeo de riquezas Sachs (citado em Montibeller-

Filho 2001) propotildee a seguinte definiccedilatildeo para Desenvolvimento Sustentaacutevel

ldquoTrata-se de gerir a natureza de forma a assegurar aos homens de nossa geraccedilatildeo

e das geraccedilotildees futuras a possibilidade de se desenvolverrdquo (Azevedo 1991)

Segundo a Comissatildeo Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento

Desenvolvimento Sustentaacutevel eacute definido como ldquoDesenvolvimento que responde

agraves necessidades do presente sem comprometer as possibilidades das geraccedilotildees

futuras de satisfazer suas proacuteprias necessidadesrdquo (wwweducarscuspbr)

O desenvolvimento sustentaacutevel deveria ser uma preocupaccedilatildeo primordial

para o desenvolvimento econocircmico poreacutem para alguns setores da economia o

mais importante eacute o valor de produccedilatildeo imediato mesmo que para isso se

degrade o meio ambiente e se comprometa a possibilidade de produccedilotildees

futuras Os movimentos ambientalistas conseguem produzir um conjunto de

princiacutepios em relaccedilatildeo ao meio ambiente atraveacutes de protocolos e declaraccedilotildees

Este conjunto constitui a base do direito ambiental brasileiro e internacional o

qual associa a proteccedilatildeo do meio ambiente ao desenvolvimento

socioeconocircmico ldquoA poliacutetica nacional do meio ambiente tem por objetivo a

preservaccedilatildeo melhoria e recuperaccedilatildeo da qualidade ambiental propiacutecia agrave vida

visando assegurar no paiacutes condiccedilotildees ao desenvolvimento socioeconocircmicordquo

4

(Brasil Poliacutetica Nacional do Meio Ambiente - Lei 6938 1981 citado em Montibeller

Filho 2001)

Eacute por isto que uma boa formaccedilatildeo do educador ambiental se faz

necessaacuterio pois a Educaccedilatildeo Ambiental eacute antes de tudo um instrumento de

promoccedilatildeo da cidadania como jaacute dito anteriormente principalmente nos dias de

hoje onde eacute fundamental para o desenvolvimento a inserccedilatildeo competitiva de

qualquer naccedilatildeo do mundo o seu conhecimento Conhecimento este que seraacute

compartilhado com os alunos que satildeo os que iniciam a jornada de mudanccedila

pois estes seratildeo os transmissores desses conhecimentos aos seus pais vizinhos

amigos enfim como se fosse uma grande corrente Neste ponto eacute que a

Educaccedilatildeo Ambiental difere das demais disciplinas tendo uma visatildeo muito mais

ampla do que o simples acuacutemulo de informaccedilotildees sem conexatildeo entre elas e com

o potencial de evocaccedilatildeo existente na aprendizagem Baseia-se na premissa de

que eacute na reflexatildeo tanto individual como coletiva que se tem em relaccedilatildeo ao meio

ambiente que se daacute o processo de aprendizagem (wwweducarscuspbr)

A Educaccedilatildeo Ambiental natildeo pode estar reduzida a uma disciplina ou

programa seja este de reciclagem ou reaproveitamento do lixo preservaccedilatildeo da

aacutegua etc A importacircncia destes programas existe mas a Educaccedilatildeo Ambiental

natildeo pode estar somente baseada neles tem que ter um sentido mais amplo

como o uso de recursos com responsabilidade desenvolvendo produccedilotildees limpas

que geram lucro mantendo a harmonia com o meio ambiente Para isto existe a

necessidade de ldquopromover a Educaccedilatildeo Ambiental em todos os niacuteveis de ensinordquo

(Brasil 1988) Dessa forma o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo (MEC) elaborou os

Paracircmetros Curriculares Nacionais (PCNs) em que o meio ambiente (Educaccedilatildeo

Ambiental) eacute apresentado como tema transversal para todo o curriacuteculo escolar

(Guimaratildees 2004)

Mesmo a educaccedilatildeo ambiental estando presente nos PCNs esta natildeo eacute

amplamente aplicada em especial no Ensino Meacutedio da Rede Puacuteblica foco do

presente trabalho Acredita-se que um dos motivos seja o despreparo dos

educadores do Ensino Meacutedio Por esse motivo eacute que haacute a necessidade de uma

5

efetiva integraccedilatildeo da Universidade com o Ensino Meacutedio pois desta forma os

educadores estaratildeo participando de alguma maneira deste processo

educacional

A Universidade prepara os professores que atuaratildeo no ensino meacutedio e

estes por sua vez seratildeo responsaacuteveis pela formaccedilatildeo dos alunos que ingressam na

Universidade Os alunos por seu turno saem da Universidade jaacute na qualidade de

profissionais que podem ser professores ou natildeo Poreacutem existe a necessidade de

investimento na formaccedilatildeo do docente isto eacute este deve retornar a Universidade

atraveacutes de programas de formaccedilatildeo continuada seja em cursos de extensatildeo ou

especializaccedilatildeo A formaccedilatildeo continuada se reveste de uma importacircncia ainda

maior principalmente devido agrave existecircncia das poliacuteticas de inclusatildeo social que

visam a democratizaccedilatildeo do ensino superior promovendo o ingresso de alunos de

baixa renda a um ensino de qualidade nas Universidades Puacuteblicas A respeito

dessas poliacuteticas existem algumas opiniotildees divergentes em relaccedilatildeo ao sistema de

cotas que consiste na reserva de vagas para alunos carentes e negros Para

alguns facilitar a entrada desses alunos nas Universidades eacute a soluccedilatildeo para a

inclusatildeo social natildeo importando se este aluno tem condiccedilotildees de se manter na

Universidade devido ao seu despreparo advindo do ensino meacutedio Para outros a

inclusatildeo social se faz natildeo reservando vagas e sim melhorando a qualidade do

ensino meacutedio da rede puacuteblica para que os alunos tenham condiccedilotildees de

competir em igualdade com os demais alunos e esta melhoria do ensino pode

ter iniacutecio atraveacutes da capacitaccedilatildeo do docente

Essas propostas formam uma espeacutecie de ciclo conforme o esquema

mostrado na figura 11 O mais importante poreacutem eacute que os profissionais tenham

consciecircncia do seu papel como cidadatildeos e da sua relaccedilatildeo com o Meio

Ambiente

6

UNIVERSIDADE

ALUNOS DOCENTES

ENSINO MEacuteDIO

Figura 11 Esquema do Ciclo da Educaccedilatildeo

12 Objetivos do Trabalho

Com base nas premissas abordadas a presente dissertaccedilatildeo tem como

objetivos

Objetivo Geral

Criar instrumentos que viabilizem a integraccedilatildeo Universidade com o Ensino

Meacutedio com base em poliacuteticas de inclusatildeo social para capacitaccedilatildeo de docentes

no segmento de Educaccedilatildeo Ambiental

7

Objetivos especiacuteficos

bull Avaliaccedilatildeo do atual estado da arte da Educaccedilatildeo Ambiental no

ensino meacutedio ministrado na Rede Estadual de Ensino do municiacutepio do

Rio de Janeiro

bull Avaliaccedilatildeo do acesso agraves Universidades Puacuteblicas atraveacutes de estudos

de caso

bull Elaboraccedilatildeo de uma proposta de Educaccedilatildeo Continuada visando a

capacitaccedilatildeo do docente de Ensino Meacutedio

13 Organizaccedilatildeo do Estudo

A presente dissertaccedilatildeo foi organizada em 10 capiacutetulos Aleacutem deste que

traz uma breve apresentaccedilatildeo do tema nos capiacutetulos subsequumlentes seratildeo feitas as

seguintes abordagens

O capiacutetulo 2 apresenta uma anaacutelise histoacuterico-social do sistema educacional

brasileiro desde a colonizaccedilatildeo ateacute os dias atuais

O capiacutetulo 3 traz a estrutura organizacional da educaccedilatildeo no Brasil

incluindo as esferas poliacuteticas responsaacuteveis pelos diferentes segmentos

As poliacuteticas puacuteblicas de inclusatildeo social satildeo abordadas no capiacutetulo 4 e o

capiacutetulo 5 contextualiza a Educaccedilatildeo ambiental sob os prismas histoacuterico e

evolutivo

As metodologias empregadas nos estudos elaborados estatildeo descritas no

capiacutetulo 6

No capiacutetulo 7 eacute realizada uma avaliaccedilatildeo do acesso aos cursos de

graduaccedilatildeo de Universidades Puacuteblicas atraveacutes de estudos de caso envolvendo a

Universidade Estadual do Rio de Janeiro e a Universidade Federal do Rio de

Janeiro comparando-se o acesso com sistemas de cotas (UERJ) e a proposta em

8

estudo para a reserva de vagas na UFRJ aleacutem de uma anaacutelise quantitativa do

acesso dos estudantes da rede puacuteblica a estas universidades

O capiacutetulo 8 traz os resultados referentes ao estudo de campo sobre a

Educaccedilatildeo Ambiental realizado junto agraves escolas de Ensino Meacutedio da Rede Puacuteblica

Estadual localizadas no municiacutepio do Rio de Janeiro

A partir das demandas detectadas nesse estudo de campo foi elaborada

uma proposta de curso de capacitaccedilatildeo voltado para os professores de Ensino

Meacutedio apresentada no capiacutetulo 9 As principais conclusotildees desse estudo bem

como as sugestotildees de continuidade do trabalho encontram-se no capiacutetulo 10

O capiacutetulo a seguir conforme jaacute citado aborda o Sistema Educacional

Brasileiro

9

Capiacutetulo 2 O Sistema Educacional Brasileiro

21 Introduccedilatildeo

Neste capitulo foi realizada uma anaacutelise histoacuterico-social do sistema

educacional brasileiro desde o iniacutecio da colonizaccedilatildeo brasileira ateacute a atualidade

A histoacuteria da educaccedilatildeo brasileira natildeo eacute uma histoacuteria difiacutecil de ser estudada e

compreendida Ela evolui em rupturas marcantes e faacuteceis de serem observadas

A primeira grande ruptura travou-se com a chegada dos portugueses ao territoacuterio

do Novo Mundo Natildeo se pode deixar de reconhecer que os portugueses

trouxeram um padratildeo de educaccedilatildeo proacuteprio da Europa o que natildeo quer dizer que

as populaccedilotildees que por aqui jaacute viviam natildeo possuiacutessem caracteriacutesticas proacuteprias de

se fazer educaccedilatildeo Conveacutem ressaltar que a educaccedilatildeo que se praticava entre as

populaccedilotildees indiacutegenas natildeo tinha as marcas repressivas do modelo educacional

europeu

A chegada dos jesuiacutetas ao territoacuterio brasileiro natildeo trouxe somente a moral

os costumes e a religiosidade europeacuteia trouxe tambeacutem os meacutetodos pedagoacutegicos

Este meacutetodo funcionou absoluto durante 210 anos de 1549 a 1759 quando uma

nova ruptura marca a histoacuteria da educaccedilatildeo no Brasil a expulsatildeo dos jesuiacutetas pelo

10

Marquecircs de Pombal Se existia alguma coisa muita bem estruturada em termos

de educaccedilatildeo o que se viu a seguir foi o mais absoluto caos Tentaram-se as aulas

reacutegias o subsiacutedio literaacuterio mas o caos continuou ateacute que a Famiacutelia Real fugindo

de Napoleatildeo na Europa resolveu transferir o Reino para o Novo Mundo Na

verdade natildeo se conseguiu implantar um sistema educacional nas terras

brasileiras mas a vinda da Famiacutelia Real permitiu uma nova ruptura com a situaccedilatildeo

anterior Para preparar o terreno para sua estadia no Brasil D Joatildeo VI abriu

Academias Militares Escolas de Direito e Medicina a Biblioteca Real o Jardim

Botacircnico e sua iniciativa mais marcante em termos de mudanccedila foi a criaccedilatildeo da

Imprensa Reacutegia Segundo alguns autores o Brasil foi finalmente ldquodescobertordquo e a

nossa Histoacuteria passou a ter uma complexidade maior A educaccedilatildeo no entanto

continuou a ter uma importacircncia secundaacuteria Sabe-se que enquanto nas colocircnias

espanholas jaacute existiam muitas universidades como a Universidade de Satildeo

Domingos criada em 1538 a do Meacutexico e a de Lima criadas em 1551 a nossa

primeira Universidade soacute surgiu em 1934 em Satildeo Paulo Por todo o Impeacuterio

incluindo D Joatildeo VI D Pedro I e D Pedro II pouco se fez pela educaccedilatildeo

brasileira e muitos reclamavam de sua qualidade ruim Com a Proclamaccedilatildeo da

Repuacuteblica fizeram-se vaacuterias reformas que pudessem dar uma nova guinada mas

observando bem a educaccedilatildeo brasileira natildeo sofreu um processo de evoluccedilatildeo

que pudesse ser considerado marcante ou significativo em termos de modelo

Ateacute os dias de hoje muito se tem mudado no planejamento educacional mas a

educaccedilatildeo continua a ter as mesmas caracteriacutesticas impostas em todos os paiacuteses

do mundo que eacute de manter o ldquostatus quordquo para aqueles que frequumlentam os

bancos escolares (Niskier 1989)

Desde jaacute pode-se dizer que a Educaccedilatildeo Brasileira tem um princiacutepio meio e

fins bem demarcados e facilmente observaacuteveis Eacute isso que se pretende mostrar

neste capiacutetulo Logo o trabalho foi dividido por periacuteodos considerados como os

mais marcantes e os que sofreram as rupturas mais concretas na nossa

educaccedilatildeo Assim seraacute mostrada uma relaccedilatildeo de fatos histoacutericos em diferentes

visotildees procurando-se realccedilar os fatos ligados agrave Histoacuteria da Educaccedilatildeo no Brasil

11

Para tanto os textos a seguir satildeo baseados nas informaccedilotildees e citaccedilotildees

extraiacutedas das seguintes fontes Lima 1974 Niskier 1989 Romanelli 1978

wwwacciocombr wwwpedagogiaemfocoprobr

22 A Educaccedilatildeo no Brasil Colocircnia

No iniacutecio da colonizaccedilatildeo do Brasil por volta de 1532 natildeo se cogitou nada

que se relacionasse com a instruccedilatildeo de seus moradores pois o interesse de

Portugal era direcionado para as riquezas da terra descoberta A educaccedilatildeo no

Brasil teve iniacutecio com a chegada dos jesuiacutetas e foi atribuiacuteda aos educadores da

Companhia de Jesus por volta de 1549 com a vinda do primeiro governador

geral Tomeacute de Sousa Este encontrou a Colocircnia inteiramente despreparada em

mateacuteria de instruccedilatildeo natildeo soacute do chamado ldquogentiordquo como tambeacutem dos filhos dos

colonos Tomeacute de Sousa fez questatildeo de incluir na sua comitiva dedicados

membros da Companhia de Jesus e em menos de quinze dias jaacute funcionava

uma escola chamada na eacutepoca de ldquoler e escreverrdquo Os primeiros coleacutegios e as

ditas ldquoaulas de ensinar e contarrdquo foram criados pelos jesuiacutetas e eram mantidos

com sacrifiacutecio mediante esmolas e donativos especiais e a matildeo de obra nas

construccedilotildees eram do esforccedilo fiacutesico dos proacuteprios religiosos ajudados por iacutendios e

alguns colonos Esses coleacutegios ensinavam gratuitamente Gramaacutetica Latina

Filosofia Teologia Dogmaacutetica e Moral Primeiras Letras e Matemaacutetica Elementar

(Niskier 1989)

Em 1553 chegara ao Brasil com o governador Duarte da Costa o padre

Joseacute de Anchieta que era o encarregado do ensino dos religiosos neoacutefitos Na

falta de livros escrevia as liccedilotildees nos cadernos que distribuiacutea para cada aluno Os

jovens catecuacutemenos1 e os filhos dos colonos aprendiam assim os princiacutepios das

liacutenguas portuguesa espanhola latina brasiacutelica ou tupi indispensaacuteveis no trato

com os indiacutegenas Alguns estudiosos condenam a ausecircncia de um ensino jaacute

naquela eacutepoca mais voltado para a ciecircncia nos moldes do ensino europeu o

que daria ao Brasil melhores condiccedilotildees de competitividade internacional em

1 Pessoas em fase de preparaccedilatildeo para o batismo

12

vaacuterias aacutereas Se isto eacute um fato por outro lado natildeo deixa de ser meacuterito dos jesuiacutetas

a manutenccedilatildeo da nossa integridade territorial e a existecircncia de uma soacute

predominante religiatildeo como tambeacutem ficou sendo o portuguecircs a liacutengua utilizada

nas escolas implantadas no territoacuterio brasileiro (Niskier 1989)

Entretanto a Companhia de Jesus natildeo possuiacutea um trabalho pedagoacutegico

nem uma filosofia da educaccedilatildeo especialmente elaborada para o desempenho

desta missatildeo A Companhia vinha ao mundo com diversas ideacuteias novas

especialmente no campo ascese cristatilde e na sua proacutepria organizaccedilatildeo como

sociedade de cleacuterigos mas natildeo tinha nada a dizer de especial quanto agrave filosofia

da educaccedilatildeo no sentido em que entendemos hoje este termo excluiacuteda a

educaccedilatildeo especial daqueles que deveriam ser sarcedotes Por causa disso ela

limitou-se na praacutetica em termos da educaccedilatildeo mais geral a codificar atraveacutes da

experiecircncia de seus docentes uma filosofia de educaccedilatildeo em que de certo

modo cristianizava-se o modelo educacional renascentista baseado no

equivalente ao ensino secundaacuterio no estudo dos claacutessicos e no cultivo da liacutengua

latina De tal modo o ensino expandiu com o tempo este modelo pedagoacutegico

cristatildeo que comeccedilou a ser visto como se fosse a proacutepria filosofia cristatilde da

educaccedilatildeo (Niskier 1989)

Ateacute meados do seacuteculo XVIII esse foi o modelo educacional brasileiro

Poreacutem em 1759 apoacutes a decisatildeo do Marquecircs de Pombal de expulsar os jesuiacutetas

segundo Fernando de Azevedo (professor educador criacutetico ensaiacutesta e

socioacutelogo) ldquoNa educaccedilatildeo estabeleceu-se um caos completo a despeito dos

esforccedilos de outras ordens religiosasrdquo (Niskier 1989) A expulsatildeo dos jesuiacutetas teve

como consequumlecircncia imediata aleacutem da desintegraccedilatildeo do ensino o fechamento

de residecircncias missotildees e coleacutegios e seminaacuterios Vaacuterios autores consideram a

expulsatildeo dos jesuiacutetas um fator de retrocesso na educaccedilatildeo brasileira natildeo soacute pela

diminuiccedilatildeo do nuacutemero de escolas mas sobretudo nos aspectos organizacional e

didaacutetico- pedagoacutegico Abaixo eacute destacado o que expressou Moreira de

Azevedo em seu artigo ldquoInstruccedilatildeo Puacuteblica nos Tempos Coloniais do Brasilrdquo sobre

a expulsatildeo dos Jesuiacutetas

13

ldquoPrivados desses preceptores experimentou a instruccedilatildeo sensiacutevel atraso e se para substituiacute-los vieram as escolas monaacutesticas dos Beneditinos Carmelitas e Franciscanos natildeo chegaram estas ao grau de meacutetodo ensino e regularidade das dos padres de Jesus poreacutem ainda assim quando aquelas desapareceram eram as melhores que possuiacutea a colocircnia do Brasilrdquo (AZEVEDO Moreira de Apud NISKIER 1989)

Em 1772 foi assinada uma lei que abolia o antigo sistema de donativos

para a Instruccedilatildeo e estabelecia o Subsiacutedio Literaacuterio Foi criada uma taxaccedilatildeo

complementar para os vinhos e demais bebidas alcooacutelicas destinada a fornecer

os fundos para o pagamento dos mestres que fossem nomeados pelo governo

No Brasil o Subsiacutedio Literaacuterio entrou em vigor em 1773 o que iria proporcionar o

funcionamento de aulas destinadas ao ensino das primeiras letras de Gramaacutetica

Latina de Filosofia e Grego (Niskier 1989) No Rio de Janeiro passou a funcionar

uma Aula de Engenharia autorizada pela Rainha D Maria I Poreacutem essas aulas

natildeo produziram os efeitos desejados com queixa dos professores e dos alunos

Eram observados uma estrutura fraca e resultados mediacuteocres pois as aulas

estavam a cargo de mestres improvisados que natildeo tinham programas

estabelecidos e natildeo havia fiscalizaccedilatildeo no que diz respeito agrave qualidade do ensino

ministrado e do aproveitamento dos alunos O Subsiacutedio Literaacuterio natildeo bastava em

muitas capitanias natildeo sendo suficiente sequer para o pagamento dos

professores continuando a dependecircncia de boa vontade de particulares Na

eacutepoca os professores aleacutem de mal pagos eram desconsiderados no seio da

sociedade pois a educaccedilatildeo era como trazer a luz aos ignorantes o que ia ao

encontro dos interesses de muitos

Havia maior preocupaccedilatildeo em ensinar Latim e ateacute mesmo Grego e Retoacuterica

do que a Liacutengua Portuguesa A Matemaacutetica custou a integrar-se no curriacuteculo

escolar As Ciecircncias Naturais contavam com a preferecircncia de diminuto nuacutemero

de abnegados professores Os coleacutegios prepararam para estudo superior em

universidades europeacuteia os jovens que natildeo buscavam a vida sacerdotal O ensino

superior concentrava-se na Universidade de Coimbra para onde eram enviados

os filhos de famiacutelias que dispunham de recursos

14

Assim o resultado das decisotildees do Marquecircs de Pombal foi que no princiacutepio

do seacuteculo XIX a educaccedilatildeo brasileira estava reduzida praticamente a nada O

sistema jesuiacutetico foi desmantelado e nada que pudesse chegar proacuteximo desse

sistema foi organizado para dar continuidade a um trabalho de educaccedilatildeo Esta

situaccedilatildeo somente sofreu uma mudanccedila com a chegada da Famiacutelia Real ao Brasil

em 1808

23 A Educaccedilatildeo no Brasil Impeacuterio

Com a vinda da Corte Portuguesa para o Brasil em 1808 fugindo das tropas

de Napoleatildeo que haviam invadido Portugal por esta eacutepoca Dom Joatildeo VI sabia

que sua estadia forccedilada em terras brasileira natildeo seria curta e portanto aleacutem de

abrir os portos do Brasil agraves naccedilotildees amigas resolveu permitir a imprensa facilitar a

entrada de livros e fundar cerca de uma dezena de instituiccedilotildees de ensino teacutecnico

ou superior em nosso territoacuterio no Rio de Janeiro e na Bahia

O setor cultural tambeacutem seria extraordinariamente beneficiado atraveacutes da

criaccedilatildeo de vaacuterias instituiccedilotildees destinadas a dar continuidade agraves que existiam em

Portugal Dentre os cursos superiores o de Medicina foi o que mereceu atenccedilatildeo

especial Em 1808 foi criado pelo priacutencipe regente o Coleacutegio Meacutedico-ciruacutergico da

Bahia instalado no Real Hospital Militar e sediado no preacutedio onde funcionara o

coleacutegio dos jesuiacutetas

O ensino militar recebeu maior atenccedilatildeo do governo real depois do seu

estabelecimento na cidade do Rio de Janeiro A Academia Real Militar da Corte

recebeu o nome de Escola Central abrigando o curso de Engenharia que

permaneceu com a designaccedilatildeo de Escola Politeacutecnica ateacute a transferecircncia em

nossos dias para a ilha do Fundatildeo

Assim como o ensino superior as instruccedilotildees primaacuteria e secundaacuteria tambeacutem

passaram por estaacutegio de desenvolvimento desordenado problema este gerado

pela falta de um plano geral que pudesse ser aplicado em todas as capitanias

do Brasil Mesmo depois da instalaccedilatildeo da Corte no Rio de Janeiro houve um

aumento consideraacutevel nos pedidos de criaccedilatildeo de escolas de primeiras letras

15

pedidos estes que foram atendidos ou natildeo conforme a disponibilidade de

recursos para pagamento de professores (Niskier 1989)

Neste periacuteodo a evasatildeo escolar era muito grande para evitar o

esvaziamento das escolas o governo decidiu isentar do recrutamento para fins

militares os alunos dos estabelecimentos puacuteblicos que demonstrassem frequumlecircncia

assiduidade e bom aproveitamento o que deveria ser atestado pelos professores

Em 1817 a cidade do Rio de Janeiro contava aleacutem das escolas de

primeiras letras dos estabelecimentos de ensino militar e naval das aulas de

Medicina e das de Comeacutercio com trecircs de Gramaacutetica Latina uma de Retoacuterica

uma de Filosofia uma de Grego e uma de Desenho e Pintura Um grupo de

negociantes do Rio de Janeiro propocircs ao Priacutencipe-Regente a constituiccedilatildeo de um

fundo cujos rendimentos seriam reservados para criar e manter estabelecimentos

destinados agrave instruccedilatildeo puacuteblica

Desde a chegada de D Joatildeo VI ao Rio o governo portuguecircs fez tentativas

louvaacuteveis para introduzir no Brasil aleacutem das instituiccedilotildees civis os estabelecimentos

de instruccedilatildeo puacuteblica da metroacutepole Natildeo se deu a devida importacircncia agrave instruccedilatildeo

primaacuteria das classes baixas e meacutedias da sociedade e os que nas classes

elevadas sentiam a necessidade de uma instruccedilatildeo mais completa nem por isso

encontravam maiores recursos continuaram mais ou menos obrigados a adquiri-

la em Coimbra ou mesmo na Inglaterra ou na Franccedila

Com a Proclamaccedilatildeo da Independecircncia o Brasil tinha outros problemas

mais urgentes com que se preocupar do que a fundaccedilatildeo de uma universidade

ou o estabelecimento de uma rede de ensino primaacuterio e secundaacuterio Logo o

sistema de aulas avulsas continuou a existir na impossibilidade de substituiacute-lo

imediatamente por um verdadeiro sistema escolar tal como o entendemos nos

dias de hoje ou como existia ainda que precariamente no tempo dos jesuiacutetas

Mas em 1824 a primeira Constituiccedilatildeo Brasileira estabeleceu no seu ceacutelebre Art

179 no paraacutegrafo XXXII que

16

ldquoA instruccedilatildeo primaacuteria eacute gratuita a todos os cidadatildeos e a Constituiccedilatildeo garante coleacutegios e universidades onde seratildeo ensinados os elementos das ciecircncias belas letras e artesrdquo (Niskier 1989)

Poreacutem estas determinaccedilotildees nunca chegaram a ser cumpridas em grande

extensatildeo e antes que tais projetos se concretizassem ocorreu uma modificaccedilatildeo

constitucional no Brasil que iria complicar seriamente os destinos da educaccedilatildeo

durante todo o restante do Impeacuterio

Com a abdicaccedilatildeo de Dom Pedro I ao trono em favor de seu filho D Pedro

II Os parlamentares brasileiros com receio de que o novo imperador acumulasse

um excesso de poder promulgaram o Ato Adicional de 1834 agrave Constituiccedilatildeo

Imperial pelo qual o poder puacuteblico em diversos sentidos era descentralizado

Assim o Ato Adicional de 1834 estabelecia que cada proviacutencia do Brasil se

tornava autocircnoma para organizar de acordo apenas com suas proacuteprias diretivas

o ensino primaacuterio e secundaacuterio Haveria ou poderia haver portanto tantos

sistemas de ensino primaacuterios e secundaacuterios no Brasil quantas fossem as proviacutencias

sem que nenhuma tivesse que dar satisfaccedilatildeo nem agraves demais proviacutencias nem

tampouco ao governo central O ensino superior poreacutem ficaria sob a

responsabilidade do governo central em todo territoacuterio nacional

Mas na praacutetica estas medidas acabaram por consagrar a partilha de

diversas atribuiccedilotildees do domiacutenio da Instruccedilatildeo Puacuteblica apoacutes a reforma da

constituiccedilatildeo os estudos primaacuterios e secundaacuterios limitaram-se ao municiacutepio da

corte Portanto em 1837 o acontecimento mais importante no campo da

instruccedilatildeo puacuteblica no Brasil foi a criaccedilatildeo do Coleacutegio Pedro II onde funcionava o

Seminaacuterio de Satildeo Joaquim na cidade do Rio de Janeiro O coleacutegio fora criado

com o objetivo de se tornar um modelo pedagoacutegico para o curso secundaacuterio

sendo ali realizado um curso de sete anos que correspondia aproximadamente

ao que depois veio a ser o ginaacutesio e o colegial (Niskier 1989)

Em 1854 o governo central ao reformar o ensino na capital do Impeacuterio

propusera a criaccedilatildeo do ensino primaacuterio e 2ordm grau Assim criou-se a Inspetoria

17

Geral da Instruccedilatildeo primaacuteria e secundaacuteria oacutergatildeo ligado ao Ministeacuterio do Impeacuterio e

destinado a fiscalizar e orientar o ensino puacuteblico e particular na cidade do Rio de

Janeiro e estruturou em dois niacuteveis a instruccedilatildeo primaacuteria gratuita que a constituiccedilatildeo

prometera a todos (www acciocom br )

O exemplo da corte frutificou nas proviacutencias empenhando assim em

promover a uniformizaccedilatildeo do ensino em todo o impeacuterio Logo as demais

proviacutencias passaram a voltar a sua atenccedilatildeo paras as reformas que se realizavam

na corte

No entanto na corte e nas proviacutencias as escolas ficaram apenas na letra

da lei Alguns estabelecimentos particulares na corte e nas grandes cidades

ofereceram um ensino mais rico que o ministrado nas escolas puacuteblicas

Dentre as causas que entatildeo obstaram a ampliaccedilatildeo e o enriquecimento do

ensino elementar destacava-se a falta de pessoal docente devidamente

habilitado e entatildeo veio a necessidade de preparar o pessoal docente para as

escolas Logo surgiram apoacutes a reforma da constituiccedilatildeo e por iniciativa dos

governos provinciais as primeiras escolas normais brasileiras

Em 1880 teria a capital do Impeacuterio sua primeira escola normal mantida e

administrada pelo poder puacuteblico sendo que qualitativamente a instruccedilatildeo se

mostrava precaacuteria

Outras causas muito importantes eram as dispersotildees da populaccedilatildeo o

nuacutemero insuficiente de escolas o descontentamento de professores mal

remunerados a ignoracircncia dos pais que se recusavam a mandar os filhos para a

escola

Com o objetivo de estimular o desenvolvimento dos estudos secundaacuterios

nas proviacutencias o ministro Joatildeo Alfredo Correia de Oliveira instalou nas capitais das

proviacutencias do Impeacuterio novas bancas de exames gerais preparatoacuterios

18

Os mais importantes projetos de reforma nas deacutecadas do seacuteculo XIX

pediam a colaboraccedilatildeo da capital para a elevaccedilatildeo do ensino em todo o Impeacuterio

Cuidavam do enriquecimento e aperfeiccediloamento e da expansatildeo da instruccedilatildeo

primaacuteria e do ensino normal cuja frequumlecircncia pretendia tornar obrigatoacuteria a todas

as crianccedilas na faixa dos sete aos quatorze anos

Deslocando-se dos demais projetos de reforma apresentados nos uacuteltimos

anos do Impeacuterio pelo desassombro e pela riqueza de suas posiccedilotildees o substitutivo

apresentado por Rui Barbosa ao decreto Leocircncio Carvalho ficaria como um vasto

programa de reformas que a Repuacuteblica caberia cumprir

Assim a proposta de Rui Barbosa cuidava amplamente do ensino

elementar e meacutedio Estruturava o ensino primaacuterio em quatro niacuteveis para os quais

se previa pela primeira vez um tempo miacutenimo de duraccedilatildeo propunha o

enriquecimento dos programas e a renovaccedilatildeo dos meacutetodos de ensino e tornava

obrigatoacuteria uma frequumlecircncia de quatro anos na escola primaacuteria elementar e

meacutedia formando assim um verdadeiro curso de instruccedilatildeo secundaacuteria popular

(www acciocom br)

Com o quadro assim configurado perto do fim da eacutepoca imperial

comeccedilaram a surgir sinais de que a sociedade estava comeccedilando a

amadurecer para o problema educacional Isto se deu porque nesta eacutepoca a

unidade nacional jaacute estava consolidada do ponto de vista militar uma seacuterie de

outros problemas mais preemente estavam solucionados ou em via de solucionar-

se a aboliccedilatildeo da escravatura jaacute estava agrave vista e podia-se pensar mais

serenamente na educaccedilatildeo brasileira A Proclamaccedilatildeo da Repuacuteblica trazia

consigo a esperanccedila de novas mudanccedilas e o Imperador em seus uacuteltimos

discursos na sessatildeo ao Parlamento Imperial solicitava a criaccedilatildeo de um Ministeacuterio

da Educaccedilatildeo pois ateacute aquela eacutepoca natildeo existia nada semelhante na

organizaccedilatildeo do nosso Estado

19

24 A Educaccedilatildeo na Primeira Repuacuteblica

A Repuacuteblica proclamada adotou o modelo poliacutetico americano baseado

no sistema presidencialista Na organizaccedilatildeo escolar percebeu-se a influecircncia da

filosofia positivista

O advento federativo natildeo trouxe significaccedilotildees e alteraccedilotildees para a

instruccedilatildeo puacuteblica nem inaugurou uma nova corrente de ideacuteias educacionais

tendo significado simplesmente o coroamento e portanto a continuidade de

ideacuteias que se iniciariam no impeacuterio mas precisamente nas suas duas ultimas

deacutecadas O que podemos constatar atraveacutes dos relatos de Fernando Azevedo

ldquoDo ponto de vista cultural e pedagoacutegico a Repuacuteblica foi uma revoluccedilatildeo que abortou e que contentando-se com a mudanccedila do regime natildeo teve o pensamento ou a decisatildeo de realizar uma transformaccedilatildeo radical no sistema de ensino para provocar uma renovaccedilatildeo cultural das elites culturais e poliacuteticas necessaacuterias agraves novas instituiccedilotildees democraacuteticasrdquo (www acciocom br )

A primeira constituiccedilatildeo republicana natildeo chegou a contemplar a

gratuidade e a obrigatoriedade da instruccedilatildeo elementar O legado deixado pelo

Impeacuterio natildeo se alterou substancialmente o ensino secundaacuterio defendia e

reclamava desde as uacuteltimas deacutecadas do Impeacuterio a equumlidade como mecanismo

necessaacuterio ao aperfeiccediloamento do ensino secundaacuterio a sua estruturaccedilatildeo em

acircmbito nacional a instituiccedilatildeo de ensino regulares e sistemaacuteticos (www

acciocom br)

Assim pela constituiccedilatildeo de 1891 agrave qual se acrescentava a Lei de 20 de

novembro de 1892 ficou determinado que

bull No Distrito Federal competia ao Governo federal o ensino superior e

secundaacuterio e agrave Prefeitura o ensino primaacuterio

bull Os Estados poderiam organizar seus proacuteprios sistemas de ensino

primaacuterio secundaacuterio e superior

bull Em cada Estado o Governo Federal podia organizar seu proacuteprio

sistema de ensino secundaacuterio e superior

20

Entretanto apesar da legislaccedilatildeo e organizaccedilatildeo do sistema federal de

ensino ser uma atribuiccedilatildeo do Congresso Nacional na praacutetica era o poder

executivo quem legislava e organizava a educaccedilatildeo Isto fez com que durante

toda a Primeira Repuacuteblica a posiccedilatildeo do Governo Federal fosse conservadora Isto

de certa forma restringia o entusiasmo pedagoacutegico que dominou a sociedade

brasileira depois da Primeira Guerra Mundial

Jaacute em relaccedilatildeo agraves administraccedilotildees estaduais a partir de 1920 uma febre de

otimismo pedagoacutegico comeccedilou a tomar conta dos principais governos estaduais

do Brasil o que provocou uma seacuterie de reformas de ensino em vaacuterios estados da

Uniatildeo Embora cada Estado pudesse organizar um sistema completo de ensino

desde o primaacuterio ateacute o superior tais reformas se limitavam sempre agrave estrutura do

ensino primaacuterio e normal porque todo ensino superior estava na eacutepoca no

acircmbito do Governo Federal e o ensino secundaacuterio por natildeo ser obrigatoacuterio para a

admissatildeo aos cursos superiores natildeo passava de uma rede de cursos

preparatoacuterios com exceccedilatildeo do Coleacutegio Pedro II no Rio de Janeiro que com a

Repuacuteblica havia mudado de nome para Ginaacutesio Nacional e alguns coleacutegios

religiosos Mesmo estes na praacutetica natildeo podiam fugir do espiacuterito dos preparatoacuterios

As principais reformas levantadas a efeito na deacutecada de 1920 foram as

seguintes

bull Em 1920 em Satildeo Paulo por Sampaio Doacuteria

bull Em 1922 no Cearaacute por Lourenccedilo Filho comissionado ao governo do

Cearaacute pelo Estado de Satildeo Paulo

bull Em 1927 em Minas Gerais por Francisco Campos

bull Em 1928 no Distrito Federal por Fernando Azevedo vindo de Satildeo Paulo

a convite da Prefeitura do Rio de Janeiro

bull Em 1928 na Bahia por Aniacutesio Teixeira

Os responsaacuteveis pela seacuterie de reformas estaduais ocorridas na deacutecada de

1920 tiveram para ajudaacute-los no empreendimento vaacuterios fatores concorrendo a

seu favor e o primeiro deles foi o proacuteprio clima de euforia pedagoacutegica que tomou

conta da sociedade brasileira depois da Primeira Guerra Mundial Tambeacutem veio

21

a favor deles o iniacutecio do surto industrial que pressionava por uma nova direccedilatildeo

do ensino e a introduccedilatildeo no Brasil das ideacuteias da Escola Nova em cujas teorias se

inspiraram os reformadores

As doutrinas educacionais da Escola Nova vinham haacute seacuteculos se

desenvolvendo na Europa mas soacute entraram com toda a sua forccedila na sociedade

brasileira na eacutepoca do entusiasmo pedagoacutegico do fim da Primeira Repuacuteblica em

boa parte por obra de estudiosos tais como Fernando de Azevedo Aniacutesio Teixeira

e Lourenccedilo Filho que figuraram tambeacutem na lista dos reformadores estaduais

O movimento reformista foi favorecido pela criaccedilatildeo em 1924 da

Associaccedilatildeo Brasileira de Educaccedilatildeo que agremiou elementos de todo paiacutes em

torno de questotildees de acircmbito nacional relativas agrave Educaccedilatildeo escolar Atraveacutes de

conferecircncias curados debates e inqueacuteritos os profissionais da Educaccedilatildeo

divulgavam as ideacuteias de escolas renovadas Isto contribuiu para formaccedilatildeo de

uma nova consciecircncia educacional relativa ao papel do Estado na Educaccedilatildeo

levando agrave necessidade de expansatildeo da escola puacuteblica ao direito de todos na

educaccedilatildeo levando a exigecircncia de uma poliacutetica nacional de Educaccedilatildeo na qual

a uniatildeo exerce o papel coordenador orientador e supletivo no desenvolvimento

do ensino em todo paiacutes Muitas dessas ideacuteias viriam a consubstanciar-se em

proposiccedilotildees do manifesto dos pioneiros da Educaccedilatildeo Nova (1932) e em

dispositivo da carta de 1934

25 A Educaccedilatildeo no Poacutes 1930

A queda da Repuacuteblica Velha sob o impacto da Revoluccedilatildeo de 1930

transformou as relaccedilotildees de poder entre o governo federal e os estados dando

iniacutecio a um periacuteodo de progressiva centralizaccedilatildeo poliacutetica econocircmica Embora

natildeo trouxesse uma programaccedilatildeo definida seja para o setor poliacutetico-econocircmico

seja para o educacional a revoluccedilatildeo deu iniacutecio a um periacuteodo em que todos os

campos foram atingidos caracterizando-se progressivamente a passagem de

22

uma sociedade preacute-capitalista agraacuteria - comercial e artesanal para uma

sociedade urbano-industrial

As transformaccedilotildees poliacuteticas e econocircmicas ocorridas a partir de 1930 foram

acompanhadas de grandes alteraccedilotildees sociais especialmente nos Estados do

sudeste onde se encontravam os processos de industrializaccedilatildeo Isto acelerou a

urbanizaccedilatildeo e as migraccedilotildees para as cidades que passaram a oferecer novas

oportunidades de trabalho e salaacuterios mais vantajosos Assim a populaccedilatildeo urbana

elevou-se de 10 em 1920 para 3124 em 1940 3616 em 1950 atingindo 458

em 1960 este fato causou um reflexo na urbanizaccedilatildeo tendo como consequumlecircncia

o desenvolvimento de um importante setor de serviccedilos que se localizavam nas

grandes cidades do sudeste modificando assim a sua estratificaccedilatildeo social

(wwwacciocombr )

Com a nova ordem poliacutetico-econocircmica o aumento da populaccedilatildeo urbana

relativamente agrave rural e o aparecimento de novas ocupaccedilotildees ligadas a vida

urbana industrial surgiram maiores possibilidades de mobilidade social passando

a educaccedilatildeo escolar a representar um meio de ecircxito profissional Assim a

demanda por educaccedilatildeo cresceu consideravelmente sobretudo no periacuteodo

posterior a 1945

As mesmas transformaccedilotildees soacutecio-econocircmicas que determinaram a

incorporaccedilatildeo de novas camadas sociais ao ensino secundaacuterio tambeacutem tiveram

como consequumlecircncia a modificaccedilatildeo do status social das mulheres que passaram

a frequumlentar o ensino secundaacuterio contribuindo para a expansatildeo do mesmo

Portanto entre 1933 e 1960 as matriacuteculas aumentaram em 25367 para o ensino

primaacuterio e 40211 para o ensino normal levando o crescimento das matriacuteculas

no ensino secundaacuterio a um percentual de 1207 (www acciocom br)

Logo o governo central para atuar de forma mais significativa no

processo de organizaccedilatildeo do ensino criou em 1930 o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e

Sauacutede Puacuteblica e em 1931 o Conselho Nacional de Educaccedilatildeo oacutergatildeo consultivo

destinado a assessorar o ministro

23

As reformas realizadas nos anos imediatamente posteriores agrave revoluccedilatildeo

pelo primeiro ministro da educaccedilatildeo e sauacutede puacuteblica Francisco Campos

evidenciaram a ampliaccedilatildeo das funccedilotildees federais relativas agraves modalidades de

ensino por elas abrangidas Para o ensino secundaacuterio a reforma Francisco

Campos significou a definitiva superaccedilatildeo dos exames parcelados que vinham

consagrando a proeminecircncia de estudos avulsos e irregulares bem como a

concepccedilatildeo preparativa Entre outros meacuteritos a reforma deu uma estrutura

orgacircnica ao ensino secundaacuterio comercial e superior Com relaccedilatildeo ao ensino

secundaacuterio Francisco Campos escreveu

ldquoA finalidade exclusiva do ensino secundaacuterio natildeo haacute de ser a matriacutecula nos cursos superiores o seu fim pelo contraacuterio deve ser a preparaccedilatildeo do homem para todos os grandes setores da atividade nacional constituindo no seu espiacuterito todo um sistema de haacutebitos atitudes e comportamentos que o habitem a viver por si e tomar em qualquer situaccedilatildeo as decisotildees mais convenientes e mais segurasrdquo( ROMANELLI 1978)

Como citado dentre algumas medidas da Reforma Francisco Campos

estavam a criaccedilatildeo do Conselho Nacional de Educaccedilatildeo e a organizaccedilatildeo do

ensino secundaacuterio e comercial Dessa forma Francisco Campos havia dividido o

curso secundaacuterio em dois ciclos de cinco e dois anos respectivamente o primeiro

fundamental e o segundo complementar orientado para as diferentes opccedilotildees

de carreira universitaacuteria A lei de 1931 previa ainda a criaccedilatildeo de um sistema

nacional de inspeccedilatildeo do ensino secundaacuterio a ser feito por uma rede de

inspetores regionais

Pela primeira vez num texto constitucional brasileiro ficavam estabelecidos

os princiacutepios de gratuidade e obrigatoriedade do ensino primaacuterio e da educaccedilatildeo

como direito de todos Aleacutem do que percentuais da receita dos impostos foram

vinculados para a manutenccedilatildeo e desenvolvimento do ensino

A orientaccedilatildeo centralista acabou por ser consagrada com a constituiccedilatildeo

outorgada em 1937 cabendo assim ao Estado Novo fixar as bases e determinar

os quadros da educaccedilatildeo nacional da infacircncia e da juventude Poreacutem a referida

carta silencia quanto agrave vinculaccedilatildeo de recursos para a educaccedilatildeo e quanto ao

24

plano nacional da educaccedilatildeo Digna de nota foi a sua preocupaccedilatildeo com o

ensino profissional que foi considerado o primeiro dever do estado

A poliacutetica educacional centralizadora tentava regulamentar em acircmbito

central a organizaccedilatildeo e o funcionamento de todos os tipos de ensino no paiacutes

Assim em 1942 depois de muitos estudos e consultas aos oacutergatildeos especializados o

ministro Gustavo Capanema promoveu uma nova reforma do ensino que viria a

ser conhecida como Lei Orgacircnica do Ensino Secundaacuterio (Brasil 1942a) De

acordo com Lauro de Oliveira Lima Educador brasileiro (www wikipediaorg)

ldquodispensaram qualquer debate puacuteblico sendo elaboradas no sigilo dos

gabinetes por um pequeno grupo de intelectuais e impostas a um sistema

escolar em crescimentordquo (LIMA 1974)

Foi organizado o ensino teacutecnico-profissional nas trecircs aacutereas da economia

(agriacutecola industrial e comercial) Pela impossibilidade de o sistema de ensino

oferecer a educaccedilatildeo profissional necessaacuteria agrave induacutestria e de oferecer recursos o

governo preocupou-se em engajar o setor industrial na qualificaccedilatildeo de seu

pessoal

Apesar de ter sido mais enfaacutetica na questatildeo profissional a reforma estava

impregnada pela ideologia do governo favoraacutevel a um Sistema Educacional de

discriminaccedilatildeo social Pode-se perceber este fato no artigo 129 assim redigido

O ensino preacute-vocacional e profissional destinado agraves classes menos favorecidas eacute em mateacuteria de educaccedilatildeo o primeiro dever do Estado Cumpre-lhe dar execuccedilatildeo a esse dever fundando institutos de ensino profissional e subsidiando os de iniciativas dos Estados dos Municiacutepios e dos indiviacuteduos ou associaccedilotildees particulares e profissionais(Brasil 1942a)

Este artigo oficializou o ensino profissional como ensino destinado aos

pobres e o Estado instituiu oficialmente a discriminaccedilatildeo social por meio da

escola fazendo novamente com que a demanda social da educaccedilatildeo se

voltasse para o ensino secundaacuterio onde se poderia assegurar o prestiacutegio social

Pela nova Lei o curso secundaacuterio seria ministrado em dois ciclos O

primeiro constando do curso ginasial e o segundo compreendendo dois cursos

25

paralelos o claacutessico e o cientiacutefico O curso ginasial teria duraccedilatildeo de quatro anos

e se destinaria a dar aos adolescentes os elementos fundamentais do curso

secundaacuterio O curso claacutessico com duraccedilatildeo de trecircs anos concorreria para a

funccedilatildeo intelectual Com a mesma duraccedilatildeo o cientiacutefico enfatizaria o estudo das

ciecircncias (Brasil 1942a)

A partir dessa divisatildeo em primeiro e segundo ciclos passou a haver uma

denominaccedilatildeo diversa para os estabelecimentos de ensino secundaacuterios ginaacutesios e

coleacutegios

Por influecircncia da segunda Guerra Mundial a lei instituiu tambeacutem a

educaccedilatildeo militar para os alunos do sexo masculino Reafirmou o caraacuteter

facultativo da educaccedilatildeo religiosa e obrigatoacuteria da educaccedilatildeo moral e ciacutevica e

recomendou ainda que a educaccedilatildeo das mulheres fosse feita em

estabelecimentos distintos daquele onde se educavam os homens (Brasil 1942a)

Estas reformas marcam uma distinccedilatildeo entre o trabalho intelectual para as

classes mais favorecidas e o trabalho manual enfatizando o ensino profissional

para as classes mais desfavorecidas Logo o Decreto-Lei 4048 de 22 de janeiro

criou o Serviccedilo Nacional de Aprendizagem Industrial ndash SENAI (Brasil 1942b) Jaacute o

Decreto-Lei 4481 de 16 de julho dispocircs sobre a obrigatoriedade dos

estabelecimentos induacutestrias empregarem um total de 8 correspondente ao

nuacutemero de operaacuterios e matriculaacute-los nas escolas do SENAI (Brasil 1942c) Ainda no

espiacuterito da Reforma Capanema foi baixado o Decreto-lei 6141 de 28 de

dezembro de 1943 regulamentando o ensino comercial (Brasil 1943) O Serviccedilo

Nacional de Aprendizagem Comercial ndash SENAC soacute seria criado em 1946 ( Niskier

1989)

Foram assim promulgadas entre 19421946 por iniciativa do ministro

Gustavo Capanema as leis orgacircnicas do ensino decreto e leis federais que

regulamentavam minuciosamente os diversos ramos e modalidades do ensino

secundaacuterio industrial comercial agriacutecola normal e primaacuterio

A interferecircncia financeira da uniatildeo no ensino primaacuterio solicitada desde o

impeacuterio soacute ocorreu nos uacuteltimos anos do Estado Novo quando foi instituiacutedo o

26

Fundo Nacional do Ensino Primaacuterio e assinado o Convecircnio Nacional do Ensino

Primaacuterio Ainda que se mantendo fiel agrave tradiccedilatildeo de tratar separadamente cada

modalidade de ensino coube agrave legislaccedilatildeo do Estado Novo o meacuterito de ser

abrangente e de aproximar em termos de duraccedilatildeo e de divisatildeo em ciclos Os

vaacuterios ramos do ensino profissional (comercial industrial agriacutecola) as

modalidades de ensino teacutecnico e normal foram atribuiacutedas finalidades relativas agrave

qualificaccedilatildeo profissional A exposiccedilatildeo do motivo da lei orgacircnica do ensino

secundaacuterio dava a este a funccedilatildeo de formar nos adolescentes uma soacutelida cultura

geral

Na constituiccedilatildeo de 1946 as leis orgacircnicas continuaram em vigecircncia com

algumas modificaccedilotildees ateacute 1961 Estas leis introduziram a possibilidade de

articulaccedilatildeo do ensino profissional com o secundaacuterio Jaacute com a lei de diretriz e

bases - LDB lei nordm 4024 de 201261 (Brasil 1961) deu-se um importante passo no

sentido da unificaccedilatildeo do sistema de ensino e da eliminaccedilatildeo do dualismo

administrativo herdado do impeacuterio Iniciou-se pela primeira vez uma relativa

descentralizaccedilatildeo do sistema como um todo O Ministro da Educaccedilatildeo e Cultura e

as Secretarias de Educaccedilatildeo deixaram de observar ambas as funccedilotildees criando ndash

se para os exerciacutecios das funccedilotildees normativas o conselho federal de educaccedilatildeo os

conselhos estaduais de educaccedilatildeo e o plano de educaccedilatildeo referente a cada

fundo (Fundo nacional de ensino primaacuterio do ensino meacutedio e do ensino superior)

A lei procurou apenas diminuir a distacircncia que os separava e eliminar as

condiccedilotildees de privileacutegios conferidos ao ensino secundaacuterio pela lei orgacircnica de

1942 O ensino primaacuterio obrigatoacuterio continuava a ter quatro seacuteries de duraccedilatildeo

facultando aos sistemas estaduais o seu prolongamento para leis Somente em

1961 efetivou-se a vitoacuteria dos educadores das deacutecadas de 20 e inicio dos anos 30

fixando as diretrizes gerais e as grandes linhas de um sistema nacional de

educaccedilatildeo

27

26 Educaccedilatildeo na Nova Repuacuteblica (1946 ndash 1963)

O fim do Estado Novo consubstanciou-se na adoccedilatildeo de uma nova

Constituiccedilatildeo de cunho liberal e democraacutetico Esta nova Constituiccedilatildeo na aacuterea da

Educaccedilatildeo determinou a obrigatoriedade de se cumprir o ensino primaacuterio e deu

competecircncia agrave Uniatildeo para legislar sobre diretrizes e bases da educaccedilatildeo

nacional Aleacutem disso a nova Constituiccedilatildeo fez voltar o preceito de que a

educaccedilatildeo eacute direito de todos inspirada nos princiacutepios proclamados pelos

Pioneiros nos primeiros anos da deacutecada de 30

Ainda em 1946 o entatildeo Ministro Raul Leitatildeo da Cunha regulamentou o

Ensino Primaacuterio e o Ensino Normal aleacutem de criar o Serviccedilo Nacional de

Aprendizagem Comercial - SENAC atendendo as mudanccedilas exigidas pela

sociedade apoacutes a Revoluccedilatildeo de 1930

Baseado nas doutrinas emanadas pela Carta Magna de 1946 o Ministro

Clemente Mariani criou uma comissatildeo com o objetivo de elaborar um

anteprojeto de reforma geral da educaccedilatildeo nacional Esta comissatildeo presidida

pelo eminente educador Lourenccedilo Filho era organizada em trecircs subcomissotildees

uma para o Ensino Primaacuterio uma para o Ensino Meacutedio e outra para o Ensino

Superior

Em novembro de 1948 este anteprojeto foi encaminhado a Cacircmara

Federal dando iniacutecio a uma luta ideoloacutegica em torno das propostas

apresentadas Num primeiro momento as discussotildees estavam voltadas agraves

interpretaccedilotildees contraditoacuterias das propostas constitucionais Num momento

posterior apoacutes a apresentaccedilatildeo de um substitutivo do Deputado Carlos Lacerda

as discussotildees mais marcantes relacionaram-se agrave questatildeo da responsabilidade do

Estado quanto agrave educaccedilatildeo inspirados nos educadores da velha geraccedilatildeo de 30

e a participaccedilatildeo das instituiccedilotildees privadas de ensino

Depois de 13 anos de acirradas discussotildees foi promulgada a Lei 4024 em

20 de dezembro de 1961 pelo entatildeo Presidente Joatildeo Goulart que introduziu

como inovaccedilatildeo a respeito da Educaccedilatildeo Nacional a descentralizaccedilatildeo do Ensino

28

O aspecto mais caracteriacutestico da nova Lei era conceder categoria puacuteblica

ao ensino privado As verbas destinadas agrave educaccedilatildeo puacuteblica foram desviadas

para a manutenccedilatildeo dos sistemas escolares estaduais e para os auxiacutelios agraves escolas

empresaacuterias O Ministeacuterio de Educaccedilatildeo e Cultura deixou de ser o oacutergatildeo

orientador fiscalizador e estimulador da educaccedilatildeo nacional sendo transferido o

seu poder para o Conselho Federal de Educaccedilatildeo e para as Secretarias de

Educaccedilatildeo dos Estados (Brasil 1961)

Se as discussotildees sobre a Lei de Diretrizes e Bases para a Educaccedilatildeo Nacional

foi o fato marcante por outro lado muitas iniciativas marcaram este periacuteodo

como talvez o mais feacutertil da Histoacuteria da Educaccedilatildeo no Brasil

bull Em 1950 em Salvador no Estado da Bahia Aniacutesio Teixeira inaugura o

Centro Popular de Educaccedilatildeo (Centro Educacional Carneiro Ribeiro)

dando iniacutecio a sua ideacuteia de escola-classe e escola-parque

bull Em 1952 em Fortaleza o educador Lauro de Oliveira Lima iniciou uma

didaacutetica baseada nas teorias cientiacuteficas de Jean Piaget o Meacutetodo

psicogeneacutetico

bull Em 1953 a educaccedilatildeo passou a ser administrada por um Ministeacuterio proacuteprio o

Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura

bull Em 1961 a Prefeitura Municipal de Natal iniciou uma campanha de

alfabetizaccedilatildeo (De Peacute no Chatildeo Tambeacutem se Aprende a Ler) A teacutecnica

didaacutetica criada pelo pernambucano Paulo Freire propunha-se a

alfabetizar adultos em 40 horas A experiecircncia teve iniacutecio na cidade de

Angicos no Estado do Rio Grande do Norte e logo depois na cidade de

Tiriri no Estado de Pernambuco

bull Em 1962 foi criado o Conselho Federal de Educaccedilatildeo cumprindo o artigo 9o

da Lei de Diretrizes e Bases Este substituiu o Conselho Nacional de

Educaccedilatildeo Foram criados tambeacutem os Conselhos Estaduais de educaccedilatildeo

bull Ainda em 1962 foi criado o Plano Nacional de Educaccedilatildeo e o Programa

Nacional de Alfabetizaccedilatildeo pelo Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura

inspirado no Meacutetodo Paulo Freire

29

Em 1964 o golpe militar abortou todas as iniciativas de se revolucionar a

educaccedilatildeo brasileira sob o pretexto de que as propostas eram comunizantes e

subversivas Foi um periacuteodo em que o paiacutes viveu a emergecircncia de um novo

modelo econocircmico apoiado pelas empresas internacionais A poliacutetica do

nacionalismo desenvolvimentista jaacute natildeo mais se ajustara a esse modelo

Necessitava-se de novas poliacuteticas para a sustentaccedilatildeo do novo modelo poliacutetico

(www acciocom br)

27 A Educaccedilatildeo no Periacuteodo Militar (1964 -1985)

Alguma coisa acontecia na educaccedilatildeo brasileira Pensava-se em erradicar

definitivamente o analfabetismo atraveacutes de um programa nacional levando-se

em conta as diferenccedilas sociais econocircmicas e culturais de cada regiatildeo

A criaccedilatildeo da Universidade de Brasiacutelia em 1961 permitiu vislumbrar uma

nova proposta universitaacuteria com o planejamento inclusive do fim do exame

vestibular valendo para o ingresso na Universidade o rendimento do aluno

durante o curso de 2ordm grau (ex-Colegial e atual Ensino Meacutedio)

Depois da implementaccedilatildeo do regime militar ditatorial de 1964 muito

educadores passaram a ser perseguidos em funccedilatildeo de posicionamentos

ideoloacutegicos Muito foram calados para sempre alguns outros se exilaram outros

se recolheram agrave vida privada e outros demitidos trocaram de funccedilatildeo

O Regime Militar espelhou na educaccedilatildeo o caraacuteter antidemocraacutetico de sua

proposta ideoloacutegica de governo professores foram presos e demitidos

universidades foram invadidas estudantes foram presos feridos nos confronto

com a poliacutecia e alguns foram mortos os estudantes foram calados e a Uniatildeo

Nacional dos Estudantes proibida de funcionar o Decreto ndash Lei 477 calou a boca

de alunos e professores (Brasil 1969) Agrave eacutepoca o Ministro da Justiccedila declarou que

estudantes tecircm que estudar e natildeo podem fazer baderna

Nessa eacutepoca firmaram-se acordos do MEC e seus oacutergatildeos com a USAID ndash

Agecircncia Norte ndash Americana para o Desenvolvimento Internacional visando agrave

30

cooperaccedilatildeo econocircmico ndash financeira para a organizaccedilatildeo e desenvolvimento do

sistema educacional A ajuda externa vinha atraveacutes de programas que foram

implantados sem nenhuma anaacutelise por parte dos educadores brasileiros A sua

presenccedila se fez desde a organizaccedilatildeo do sistema educacional ateacute as propostas

dos curriacuteculos dos diversos niacuteveis de ensino implantando a visatildeo tecnicista no

contexto da educaccedilatildeo brasileira com as repercussotildees por todos conhecidas

Neste periacuteodo poreacutem deu-se a grande expansatildeo das universidades no

Brasil E para acabar com os excedentes (aqueles que tiravam notas suficientes

para mas natildeo conseguiam vaga para estudar) foi criado o vestibular

classificatoacuterio

Para erradicar o analfabetismo foi criado o Movimento Brasileiro de

Alfabetizaccedilatildeo aproveitando-se em sua didaacutetica no expurgado Meacutetodo Paulo

Freire denominado MOBRAL que propunha erradicar o analfabetismo no Brasil

Natildeo conseguiu E entre denuacutencias de corrupccedilatildeo foi extinto No periacuteodo mais

cruel da ditadura militar onde qualquer expressatildeo popular contraacuteria aos

interesses do governo era abafada muitas vezes pela violecircncia fiacutesica que foi

instituiacuteda a Lei 5692 Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional em 1971

(Brasil 1971)

A caracteriacutestica mais marcante desta Lei era tentar dar a formaccedilatildeo

educacional um cunho profissionalizante Dentro do espiacuterito dos slogans

propostos pelo governo como Brasil grande ame-o ou deixe-o milagre

econocircmico etc planejava-se fazer com que a educaccedilatildeo contribuiacutesse de

forma decisiva para o aumento da produccedilatildeo brasileira

A lei introduziu no paiacutes a obrigatoriedade da profissionalizaccedilatildeo em todos os

cursos de 2ordm Grau o que implicava em valorizaccedilatildeo das aacutereas tecnoloacutegicas com

perda gradativa das aacutereas de ciecircncias humanas

A Histoacuteria e a Geografia foram integradas na aacuterea de Estudos Sociais o que

causou a superficialidade desses conteuacutedos a Educaccedilatildeo Moral e Ciacutevica eou

Estudos dos Problemas Sociais passaram a ser disciplinas obrigatoacuterias e

31

responsaacuteveis pela formaccedilatildeo do cidadatildeo brasileiro com visotildees distorcidas de

cidadania e nacionalismo

A ditadura militar se desfez por si soacute tamanha era a pressatildeo popular de

vaacuterios setores da sociedade que o processo de abertura poliacutetica tornou-se

inevitaacutevel Mesmo assim os militares deixaram o governo atraveacutes de uma eleiccedilatildeo

indireta mesmo que concorressem somente dois civis (Paulo Maluf e Tancredo

Neves)

28 A Educaccedilatildeo no Periacuteodo da Abertura Poliacutetica (1986-2001)

Com o fim do Regime Militar a eleiccedilatildeo indireta de Tancredo Neves seu

falecimento e a posse de Joseacute Sarney discutir-se-iam novamente questotildees sobre

educaccedilatildeo de uma forma democraacutetica e aberta A discussatildeo sobre as questotildees

educacionais jaacute havia perdido o seu sentido pedagoacutegico e assumido um caraacuteter

poliacutetico Para isso houve uma participaccedilatildeo mais ativa de pensadores de outras

aacutereas do conhecimento que passaram a falar de educaccedilatildeo num sentido mais

amplo do que as questotildees pertinentes agrave escola agrave sala de aula agrave didaacutetica e agrave

dinacircmica escolar em si mesma Impedidos de atuarem em suas funccedilotildees por

questotildees poliacuteticas durante o Regime Militar profissionais da aacuterea de Sociologia

filosofia antropologia histoacuteria psicologia entre outras passaram a assumir postos

na aacuterea da educaccedilatildeo e a concretizar discursos em nome da educaccedilatildeo

O Projeto de Lei da nova LDB foi encaminhado agrave Cacircmara Federal pelo

Deputado Octaacutevio Elisio em 1988 No ano seguinte o Deputado Jorge Hage envia

agrave Cacircmara um substitutivo ao Projeto e em 1992 o Senador Darcy Ribeiro

apresenta um novo Projeto que acabou por ser aprovado em dezembro de 1996

oito anos apoacutes o encaminhamento do Deputado Otaacutevio Elisio Assim a nova Lei

Nordm 9394 Lei Diretrizes e Bases da educaccedilatildeo foi promulgada em 20 de Dezembro

de 1996 (Brasil 1996)

O Governo Collor de Mello em 1990 lanccedilou o projeto de construccedilatildeo de

Centros Integrados de Apoio agrave Crianccedila - CIACS em todo o Brasil inspirados no

32

modelo dos Centros Integrados de Educaccedilatildeo Puacuteblica - CIEPS do Rio de Janeiro

existentes desde 1982

Neste periacuteodo do fim do Regime Militar aos dias de hoje a fase

politicamente marcante na educaccedilatildeo foi o trabalho do Ministro Paulo Renato de

Souza agrave frente do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Logo no iniacutecio de sua gestatildeo atraveacutes

de uma Medida Provisoacuteria extinguiu o Conselho Federal de Educaccedilatildeo e criou o

Conselho Nacional de Educaccedilatildeo vinculado ao Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura

Esta mudanccedila tornou o Conselho menos burocraacutetico e mais poliacutetico

Cabe ressaltar que podemos natildeo concordar com a forma como tecircm sido

executados alguns programas temos que reconhecer que em toda a Histoacuteria da

Educaccedilatildeo no Brasil contada a partir do descobrimento jamais houve execuccedilatildeo

de tantos projetos na aacuterea da educaccedilatildeo numa soacute administraccedilatildeo Entre esses

programas destacam-se

bull Fundo de Manutenccedilatildeo e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de

Valorizaccedilatildeo do Magisteacuterio - FUNDEF

bull Programa de Avaliaccedilatildeo Institucional - PAIUB

bull Sistema Nacional de Avaliaccedilatildeo da Educaccedilatildeo Baacutesica ndash SAEB

bull Exame nacional do Ensino Meacutedio ndash ENEM

bull Paracircmetros Curriculares Nacionais ndashPCNs

bull Exame Nacional de Cursos ndash ENC

Desses Programas o mais contestado foi o Exame Nacional de Cursos e o

chamado Provatildeo onde os alunos das universidades devem realizar uma prova

ao fim do curso para receber seus diplomas Esta prova em que os alunos podem

simplesmente assinar a ata de presenccedila e se retirar sem responder nenhuma

questatildeo eacute levada em consideraccedilatildeo como avaliaccedilatildeo das instituiccedilotildees Aleacutem do

mais entre outras questotildees o exame natildeo diferencia as regiotildees do paiacutes e as

condiccedilotildees de cada IES (Instituiccedilatildeo de Ensino Superior) como por exemplo

infraestrutura e capacitaccedilatildeo docente(wwwacciocombr)

33

29 Cronologia da Histoacuteria da Educaccedilatildeo Brasileira

A tabela 21 a seguir apresenta um resumo dos principais acontecimentos

na educaccedilatildeo brasileira Destacando-se os principais eventos relacionados ao

ensino meacutedio

Tabela 21 ndash Evoluccedilatildeo da educaccedilatildeo no Brasil principais acontecimentos-periacuteodo

de 1549 a 1998

ANO HISTOacuteRIA DA EDUCACcedilAtildeO BRASILEIRA

1549 middot Chega ao Brasil o primeiro grupo de seis padres jesuiacutetas chefiados por Manuel de Noacutebrega marcando o iniacutecio da Histoacuteria da Educaccedilatildeo no Brasil (nos moldes europeus) middot Quinze dias apoacutes a chegada funda na cidade de Salvador a primeira escola elementar

1554 middot Satildeo fundadas as escolas jesuiacutetas de Satildeo Paulo de Piratininga tendo como seu primeiro professor o padre Joseacute de Anchieta e a da Bahia

1556 middot Eacute fundado o coleacutegio jesuiacuteta de Todos os Santos middot Comeccedila a vigorar as Constituiccedilotildees da Companhia de Jesus incluindo a aprendizagem do canto da muacutesica instrumental e o estudo profissional agriacutecola

1567 middot Eacute fundado o coleacutegio jesuiacuteta do Rio de Janeiro

1570 middot O Brasil conta com cinco escolas elementares (Porto Seguro Ilheacuteus Satildeo Vicente Espiacuterito Santo e Satildeo Paulo de Piratininga) e trecircs coleacutegios (Rio de Janeiro Pernambuco e Bahia)

1759

middot Duzentos e dez anos apoacutes a chegada e de serem os uacutenicos responsaacuteveis pela educaccedilatildeo no Brasil deixam a colocircnia cerca de Quinhentos padres jesuiacutetas expulsos pelo Marquecircs de Pombal Ministro de D Joseacute I paralisando 17 coleacutegios 36 missotildees seminaacuterios menores e escolas elementaresmiddot O Alvaraacute de 28 de julho determina a instituiccedilatildeo de aulas de gramaacutetica latina aulas de grego e de retoacuterica aleacutem de criar o cargo de Diretor de Estudos Medidas inoacutecuas para um sistema de ensino fragmentado

1770 A Reforma Pombalina de Educaccedilatildeo substitui o sistema jesuiacutetico e o ensino eacute dirigido pelos vicemiddotreis nomeados por Portugal

1772 middot Eacute instituiacutedo o subsiacutedio literaacuterio imposto destinado a manutenccedilatildeo dos ensinos primaacuterio e meacutedio middot Eacute fundada no Rio de Janeiro a Academia Cientiacutefica

1810 middot Desfazendomiddotse de seus proacuteprios livros (60000 volumes) trazidos de Portugal D Joatildeo funda a nossa primeira biblioteca middot Eacute criada a Academia Militar

1812 Satildeo criados cursos de Agricultura na Bahia middot Eacute criada a escola de serralheiros oficiais de lima e espingardeiros em Minas Gerais middot Eacute criado o laboratoacuterio de quiacutemica no Rio de Janeiro

1822 O Decreto de 1o de marccedilo criava no Rio de Janeiro uma escola baseada no meacutetodo lancasteriano ou de ensino muacutetuo Ou seja somente um professor para cada escola

34

1824 middot A Constituiccedilatildeo outorgada pela Assembleacuteia Constituinte dizia no seu artigo 179 que a instruccedilatildeo primaacuteria era gratuita a todos os cidadatildeos

1834 middot O Ato Adicional da reforma constitucional dizia que a educaccedilatildeo primaacuteria e secundaacuteria ficaria a cargo das proviacutencias restando a administraccedilatildeo nacional o ensino superior

1835 Eacute criada uma escola normal em Niteroacutei A primeira do Brasil

1838 middot O Coleacutegio Pedro II eacute fundado no Rio de Janeiro

1854 O Decreto 1331A de 17 de fevereiro reforma os ensinos primaacuterio e secundaacuterio exigindo professores credenciados e a volta da fiscalizaccedilatildeo oficial cria a Inspetoria Geral da Instruccedilatildeo Primaacuteria e Secundaacuteria middot Eacute criada uma escola normal na Paraiacuteba

1873 Com o objetivo de estimular o desenvolvimento dos estudos secundaacuterios nas proviacutencias e de facilitar aos candidatos das proviacutencias o acesso aos cursos superiores o Ministro Joatildeo Alfredo Correia de Oliveira instalou nas capitais das proviacutencias do Impeacuterio bancas de exames gerais preparatoacuterios

1874 middot Eacute criada a Escola Politeacutecnica

1889

Ferreira Viana Ministro do Impeacuterio dizia ser fundamental formar professores com a necessaacuteria instruccedilatildeo cientiacutefica e profissional middot Em sua uacuteltima fala do trono Sua Majestade pedia empenho para a criaccedilatildeo de um ministeacuterio destinado aos negoacutecios da Instruccedilatildeo Puacuteblica middot Com a Proclamaccedilatildeo da Repuacuteblica no Governo Provisoacuterio do Marechal Deodoro da Fonseca torna-se Ministro da Instruccedilatildeo Puacuteblica Correios e Teleacutegrafos Benjamin Constant Botelho de Magalhatildees middot Os alunos matriculados nas escolas correspondem a 12 da populaccedilatildeo em idade escolar

1890 middot O Decreto 510 do Governo Provisoacuterio da Repuacuteblica diz em seu artigo 62 item 5o que o ensino seraacute leigo e livre em todos os graus e gratuito no primaacuterio middot O iacutendice de analfabetismo no Brasil eacute de 672

1891 A Constituiccedilatildeo estipula o ensino leigo nas escolas puacuteblicas em oposiccedilatildeo ao ensino religioso middot Eacute Ministro da Instruccedilatildeo Puacuteblica Correios e Teleacutegrafos Joatildeo Barbalho Uchoa Cavalcanti middot No Governo de Floriano Peixoto satildeo Ministros da Instruccedilatildeo Puacuteblica Correios e Teleacutegrafos Joseacute Higino Duarte Pereira (interino) e Fernando Lobo Leite Pereira

1927

O educador Francisco Campos realiza no Estado de Minas Gerais uma reforma educacional middot Realizamiddotse a primeira das Conferecircncias Nacionais de Educaccedilatildeo em Curitiba organizada pela Associaccedilatildeo Brasileira de Educaccedilatildeo middot ABE middot Por iniciativa de Francisco Mendes Pimentel eacute criada a Universidade de Minas Gerais (a iniciativa teve curta duraccedilatildeo)

1930

Satildeo Ministros da Justiccedila e Negoacutecios Interiores na Junta Governativa que durou apenas onze dias Gabriel Loureiro Bernardes e Afracircnio de Melo Franco (interino) middot Eacute criado o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Sauacutede Puacuteblica atraveacutes do Decreto 19402 tendo como Ministros no Governo Getuacutelio Vargas Francisco Luiz da Silva Campos Belizaacuterio Augusto de Oliveira Pena Washington Ferreira Pires e Gustavo Capanema middot O educador Lourenccedilo Filho publica Introduccedilatildeo ao Estudo da Escola Nova middot O educador Fernando de Azevedo cria a Biblioteca Pedagoacutegica Brasileira middot Os alunos matriculados nas escolas correspondem a 30 da populaccedilatildeo em idade escolar

1931

O governo provisoacuterio sanciona decretos organizando o ensino secundaacuterio e as universidades brasileiras ainda inexistentes Estes Decretos ficaram conhecidos como Reforma Francisco Campos middot O Decreto 19850 de 11 de abril cria o Conselho Nacional de Educaccedilatildeo middot O Decreto 19851 de 11 de abril institui o Estatuto das Universidades Brasileiras que dispotildee sobre a organizaccedilatildeo do ensino superior no Brasil e adota o regime universitaacuterio

35

middot O Decreto 19852 de 11 de abril dispotildee sobre a organizaccedilatildeo da Universidade do Rio de Janeiro middot O Decreto 19890 de 18 de abril dispotildee sobre a organizaccedilatildeo do ensino secundaacuterio middot O Decreto 20158 de 30 de julho organiza o ensino comercial regulamenta a profissatildeo de contador e daacute outras providecircncias middot O Decreto 21241 de 14 de abril consolida as disposiccedilotildees sobre o ensino secundaacuterio

1932

Um grupo de educadores lanccedila agrave naccedilatildeo o Manifesto dos Pioneiros da Educaccedilatildeo Nova redigido por Fernando de Azevedo middot O Decreto 21241 de 4 de abril consolida a reforma do ensino secundaacuterio visando segundo Francisco Campos a formaccedilatildeo do homem para todos os grandes setores da atividade nacional Este Decreto resultou na implantaccedilatildeo de um curriacuteculo enciclopeacutedico

1934

A nova Constituiccedilatildeo dispotildee pela primeira vez que a educaccedilatildeo eacute direito de todos devendo ser ministrada pela famiacutelia e pelos Poderes Puacuteblicos Passa a funcionar o Conselho Nacional de Educaccedilatildeo CNE e os Conselhos Estaduais de Educaccedilatildeo middot CEEs Por iniciativa do governador Armando Salles Oliveira foi criada a Universidade de Satildeo Paulo A primeira a ser criada e organizada segundo as normas do Estatuto das Universidades Brasileiras de 1931 Eacute fundada a Universidade de Porto Alegre

1942

Eacute decretada a reforma do ensino relativa ao ensino secundaacuterio conhecida como Reforma Capanema middot O Decreto-lei 4048 de 22 de janeiro cria o Serviccedilo Nacional de Aprendizagem Industrial - SENAI middot O Decreto-lei 4073 de 30 de janeiro regulamenta o ensino industrial middot O Decreto-lei 4244 de 9 de abril regulamenta o ensino secundaacuterio middot O Decreto-lei 4481 de 16 de julho dispotildee sobre a obrigatoriedade dos estabelecimentos industriais empregarem um total de 8 correspondente ao nuacutemero de operaacuterios e matriculaacute-los nas escolas do SENAI middot O Decreto-lei 4436 de 7 de novembro amplia o acircmbito do SENAI atingindo tambeacutem o setor de transportes das comunicaccedilotildees e da pesca middot O Decreto-lei 4984 de 21 de novembro compele que as empresas oficiais com mais de cem empregados a manter por conta proacutepria uma escola de aprendizagem destinada agrave formaccedilatildeo profissional de seus aprendizes

1943

Ainda no espiacuterito da Reforma Capanema eacute baixado o Decreto-lei 6141 de 28 de dezembro regulamentando o ensino comercial Eacute criada em Recife por Felipe Tiago Gomes a Campanha do Ginasiano Pobre - CGP nuacutecleo inicial da futura Campanha Nacional de Escolas da Comunidade - CNEC A Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho exige que sejam implantadas creches nas empresas para filhos de funcionaacuterios middot Eacute fundada a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro - UFRRJ

1946

A nova Constituiccedilatildeo determina a obrigatoriedade de se cumprir o ensino primaacuterio e daacute competecircncia agrave Uniatildeo para legislar sobre as diretrizes e bases da educaccedilatildeo nacional Volta a figurar na Constituiccedilatildeo que a educaccedilatildeo eacute direito de todos Tendo como Ministro da Educaccedilatildeo Raul Leitatildeo da Cunha satildeo baixados os seguintes Decretos-lei middot O Decreto-lei 8529 de 2 de janeiro regulamenta o ensino primaacuterio middot O Decreto-lei 8530 de 2 de janeiro regulamenta o ensino normal middot Os Decretos-lei 8621 e 8622 de 10 de janeiro criam o Serviccedilo Nacional de Aprendizagem Comercial - SENAC middot O Decreto-lei 9613 de 20 de agosto regulamenta o ensino agriacutecola Satildeo fundadas a Universidade Federal de Pernambuco e a Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica de Satildeo Paulo middot Satildeo Ministros da Educaccedilatildeo e Sauacutede Puacuteblica no Governo Eurico Gaspar Dutra Ernesto de Souza Campos Clemente Mariani Bittencourt Eduardo Rios Filho (interino) e Pedro Calmon Moniz de

36

Bittencourt

1948 O governo atraveacutes do Ministro Clemente Mariani encaminha ao Congresso Nacional o projeto de Lei de Diretrizes e Bases para a Educaccedilatildeo Nacional Realiza-se o I Congresso Nacional da Campanha do Ginasiano Pobre que passa a se chamar Campanha Nacional dos Educandaacuterios Gratuitos

1953

Com a criaccedilatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Sauacutede Puacuteblica passa a se chamar Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura Eacute criada a Campanha de Aperfeiccediloamento e Difusatildeo do Ensino Secundaacuterio - CADES vinculado agrave Diretoria do Ensino Secundaacuterio dirigida por Armando Hildebrand Eacute criado o Comitecirc Brasileiro da Organizaccedilatildeo Mundial de Educaccedilatildeo Preacute-Escolar - OMEP

1955

Eacute criado o Instituto Superior de Estudos Brasileiros - ISEB com o objetivo de criar uma cultura brasileira Eacute criada a Campanha Nacional de Alimentaccedilatildeo Escolar - CNAE vinculada ao Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Aniacutesio Teixeira funda os Centros de Pesquisas Educacionais de Satildeo Paulo Rio de Janeiro Recife Belo Horizonte Salvador e Porto Alegre O Deputado Carlos Lacerda apresenta seu primeiro substitutivo ao projeto de Lei para Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional Eacute Ministro da Educaccedilatildeo e Cultura no Governo Nereu Ramos Abgard de Castro Arauacutejo Renault Satildeo fundadas a Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica de Campinas e a Universidade Federal da Paraiacuteba

1957

Eacute criada a Revista Escola Secundaacuteria pela Campanha de Aperfeiccediloamento e Difusatildeo do Ensino Secundaacuterio - CADES do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo O ministro Cloacutevis Salgado altera o projeto original da Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional e envia para o Congresso Nacional o Substitutivo no 2222 Fundada a Universidade Federal do Paraacute

1959 A Emenda Carlos Lacerda (seu terceiro substitutivo) prevalece sobre o texto das Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional alterando substancialmente a pujanccedila do projeto original Cento e oitenta educadores lanccedilam um manifesto agrave naccedilatildeo solicitando ao governo que o projeto da Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional fosse rejeitado

1961

Depois de treze anos de discussotildees eacute promulgada a Lei 4024 que regulamenta as Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional O presidente Joatildeo Goulart ainda vetou 25 artigos que posteriormente receberam aprovaccedilatildeo pelo Congresso Surgem os Centros Populares de Cultura - CPC intimamente ligados agrave Uniatildeo Nacional dos Estudantes - UNE e o Movimento de Educaccedilatildeo de Base - MEB ligado agrave Confederaccedilatildeo Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB e ao governo da Uniatildeo A Prefeitura Municipal de Natal no Rio Grande do Norte inicia uma campanha de alfabetizaccedilatildeo (De Peacute no Chatildeo Tambeacutem se Aprende a Ler) A teacutecnica didaacutetica criada pelo pernambucano Paulo Freire propunha-se a alfabetizar em 40 horas adultos analfabetos A experiecircncia teve iniacutecio na cidade de Angicos no Estado do Rio Grande do Norte e logo depois na cidade de Tiriri no Estado de Pernambuco Eacute Ministro da Educaccedilatildeo e Cultura no Governo Jacircnio Quadros Briacutegido Fernandes Tinoco Satildeo Ministros da Educaccedilatildeo e Cultura no Governo Joatildeo Goulart durante o Regime Parlamentarista Antonio Ferreira de Oliveira Brito Roberto Tavares de Lira e Darcy Ribeiro durante o Regime Presidencialista Teotocircnio Mauriacutecio Monteiro de Barros Filho Paulo de Tarso Santos e Juacutelio Furquim de Sambaqui (interino) Eacute criada a Universidade de Brasiacutelia a Universidade Federal de Alagoas e a do Espiacuterito Santo e a Universidade Catoacutelica de Petroacutepolis e a de Salvador

1962 Eacute criado o Conselho Federal de Educaccedilatildeo cumprindo o artigo 9o da Lei de Diretrizes e Bases Este substitui o Conselho Nacional de Educaccedilatildeo Satildeo criados tambeacutem os Conselhos Estaduais de Educaccedilatildeo

37

Eacute criado o Plano Nacional de Educaccedilatildeo e o Programa Nacional de Alfabetizaccedilatildeo pelo Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura inspirado no Meacutetodo Paulo Freire Eacute fundada a Universidade Estadual de Campinas e a Universidade Norte de Ensino Superior de Montes Claros Minas Gerais

1965 Acordo MECConselho de Cooperaccedilatildeo Teacutecnica da Alianccedila para o Progresso - CONTAPUSAID para melhoria do ensino meacutedio Previa assessoria teacutecnica americana para o planejamento do ensino e treinamento de teacutecnicos brasileiros nos Estados Unidos

1966 Acordo MEC CONTAP USAID de assessoria para a expansatildeo e aperfeiccediloamento do quadro de professores de ensino meacutedio no Brasil

1968 A Lei 5540 de 28 de novembro fixa normas de organizaccedilatildeo e funcionamento do ensino superior e sua articulaccedilatildeo com a escola meacutedia

1971

Eacute promulgada a Lei 5692 que regulamenta o ensino de primeiro e segundo graus Entre outras determinaccedilotildees amplia a obrigatoriedade escolar de quatro para oito anos aglutina o antigo primaacuterio com o ginasial suprimindo o exame de admissatildeo e criando a escola uacutenica profissionalizante A Resoluccedilatildeo no 8 do Conselho Federal de Educaccedilatildeo fixa o nuacutecleo comum para os curriacuteculos do ensino de 1o e 2o graus definindo seus objetivos e a amplitude O Parecer 853 do Conselho Federal de Educaccedilatildeo define a doutrina de curriacuteculo indica os conteuacutedos de nuacutecleo comum apresenta o conceito de mateacuteria orienta suas formas de tratamento e integraccedilatildeo indica os objetivos das aacutereas de estudo e os do processo educativo remetendo-os ao objetivo geral do ensino de 1o e 2o graus e aos fins da educaccedilatildeo brasileira O Decreto 68908 dispotildee sobre o concurso vestibular fixando as condiccedilotildees para o ingresso na Universidade

1972 O Parecer no 45 do Conselho Federal de Educaccedilatildeo fixa o curriacuteculo miacutenimo a ser exigido em cada habilitaccedilatildeo profissional ou conjunto de habilitaccedilotildees afins no ensino de 2o grau

1978 A Portaria no 505 do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo aprova diretrizes baacutesicas para o ensino de Moral e Ciacutevica nos cursos de 1o e 2o graus e de Estudos de Problemas Brasileiros nos cursos superiores

1982

A Lei no 7044 altera dispositivos da Lei 569271 referentes agrave profissionalizaccedilatildeo do ensino de 2o grau implicando em algumas mudanccedilas na proposta curricular dispensando as escolas da obrigatoriedade da profissionalizaccedilatildeo voltando a ecircnfase agrave formaccedilatildeo geral O Parecer no 618 do Conselho Federal de Educaccedilatildeo explica as alteraccedilotildees introduzidas pela Lei 7044

1986

O Parecer no 785 do Conselho Federal de Educaccedilatildeo reformula o nuacutecleo comum para o ensino de 1o e 2o graus middot A Resoluccedilatildeo no 6 do Conselho Federal de Educaccedilatildeo reformula o nuacutecleo comum para os curriacuteculos do ensino de 1o e 2o graus revogando a Resoluccedilatildeo no 871 do proacuteprio CFE dando novas diretrizes

1992 As disciplinas de Organizaccedilatildeo Social e Poliacutetica do Brasil - OSPB e Estudos de Problemas Brasileiros - EPB deixam de ser obrigatoacuterias no ensino de 2o grau e superior

1995 A Universidade de Brasiacutelia cria o Programa de Avaliaccedilatildeo Seriada - PAS para ingresso na universidade que acaba com o exame vestibular A avaliaccedilatildeo do aluno eacute feita durante a realizaccedilatildeo do 2o grau

1996 O Presidente sanciona a Lei no 9394 a Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo (LDB) que ficou oito anos em discussatildeo no Congresso

1997 As escolas de 2o grau tambeacutem satildeo avaliadas atraveacutes de Provatildeo

1998 Eacute instituiacutedo pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais - INEP o Exame Nacional do Ensino Meacutedio - ENEM para ser aplicado aos alunos concluintes e aos egressos deste niacutevel de ensino

38

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria a partir de dados disponibilizados em

wwwPedagogiaemfocoprobr

No capiacutetulo a seguir eacute descrita a Estrutura Organizacional da Educaccedilatildeo no

Brasil

39

Capiacutetulo 3 A Estrutura Organizacional da Educaccedilatildeo no Brasil

Os conteuacutedos dos itens 31 e 32 foram extraiacutedos da Lei nordm 9394 de 20 de

dezembro de 1996 - Lei de Diretrizes e Bases (LDB) e as informaccedilotildees do item 33

foram baseados no site institucional da Secretaria Estadual de Educaccedilatildeo do

Estado do Rio de Janeiro (SEERJ)

31 A Organizaccedilatildeo

A Organizaccedilatildeo da Educaccedilatildeo Nacional eacute composta pela Uniatildeo pelos

Estados pelo Distrito Federal e pelos Municiacutepios organizados em regime de

colaboraccedilatildeo

Cabe agrave Uniatildeo a coordenaccedilatildeo da poliacutetica nacional de educaccedilatildeo da

articulaccedilatildeo os diferentes niacuteveis e sistemas A Uniatildeo ainda exerce funccedilatildeo

normativa redistributiva e supletiva em relaccedilatildeo agraves demais instacircncias

educacionais

40

311 Atribuiccedilotildees da Uniatildeo

De acordo com a Lei das Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo eacute papel do

Governo Federal atraveacutes do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo

1 - Elaborar o Plano Nacional de Educaccedilatildeo em colaboraccedilatildeo com os

Estados o Distrito Federal e os Municiacutepios

2 - Organizar manter e desenvolver os oacutergatildeos e instituiccedilotildees oficiais do

sistema federal de ensino e o dos Territoacuterios

3 - Prestar assistecircncia teacutecnica e financeira aos Estados ao Distrito Federal e

aos Municiacutepios para o desenvolvimento de seus sistemas de ensino e o

atendimento prioritaacuterio agrave escolaridade obrigatoacuteria exercendo sua funccedilatildeo

redistributiva e supletiva

4 - Estabelecer em colaboraccedilatildeo com os Estados o Distrito Federal e os

Municiacutepios competecircncias e diretrizes para a educaccedilatildeo infantil o ensino

fundamental e o ensino meacutedio que nortearatildeo os curriacuteculos e seus conteuacutedos

miacutenimos de modo a assegurar formaccedilatildeo baacutesica comum

5 - Coletar analisar e disseminar informaccedilotildees sobre a educaccedilatildeo

6 - Assegurar processo nacional de avaliaccedilatildeo do rendimento escolar no

ensino fundamental meacutedio e superior em colaboraccedilatildeo com os sistemas de

ensino objetivando a definiccedilatildeo de prioridades e a melhoria da qualidade do

ensino

7 - Baixar normas gerais sobre cursos de graduaccedilatildeo e poacutes-graduaccedilatildeo

8-Assegurar processo nacional de avaliaccedilatildeo das instituiccedilotildees de educaccedilatildeo

superior com a cooperaccedilatildeo dos sistemas que tiverem responsabilidade sobre

este niacutevel de ensino

41

9-Autorizar reconhecer credenciar supervisionar e avaliar

respectivamente os cursos das instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior e os

estabelecimentos do seu sistema de ensino

312 Atribuiccedilotildees dos Estados

Tambeacutem conforme estabelecido na LDB cabe aos Governos Estaduais

atraveacutes das Secretarias Estaduais de Educaccedilatildeo

1-Organizar manter e desenvolver os oacutergatildeos e instituiccedilotildees oficiais dos seus

sistemas de ensino

2-Definir com os Municiacutepios formas de colaboraccedilatildeo na oferta do ensino

fundamental as quais devem assegurar a distribuiccedilatildeo proporcional das

responsabilidades de acordo com a populaccedilatildeo a ser atendida e os recursos

financeiros disponiacuteveis em cada uma dessas esferas do Poder Puacuteblico

3-Elaborar e executar poliacuteticas e planos educacionais em consonacircncia

com as diretrizes e planos nacionais de educaccedilatildeo integrando e coordenando as

suas accedilotildees e as dos seus Municiacutepios

4-Autorizar reconhecer credenciar supervisionar e avaliar

respectivamente os cursos das instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior e os

estabelecimentos do seu sistema de ensino

5-Baixar normas complementares para o seu sistema de ensino

6-Assegurar o ensino fundamental e oferecer com prioridade o ensino

meacutedio

Em relaccedilatildeo ao Distrito Federal aplicam-se as competecircncias referentes aos

Estados e aos Municiacutepios

42

313 Atribuiccedilotildees dos Municiacutepios

A LDB estabelece que os Municiacutepios incumbir-se-atildeo atraveacutes das Secretarias

Municipais de Educaccedilatildeo

1-Organizar manter e desenvolver os oacutergatildeos e instituiccedilotildees oficiais dos seus

sistemas de ensino integrando-os agraves poliacuteticas e planos educacionais da Uniatildeo e

dos Estados

2-Exercer accedilatildeo redistributiva em relaccedilatildeo agraves suas escolas

3-Baixar normas complementares para o seu sistema de ensino

4-Autorizar credenciar e supervisionar os estabelecimentos do seu sistema

de ensino

5-Oferecer a educaccedilatildeo infantil em creches e preacute-escolas e com

prioridade o ensino fundamental permitida a atuaccedilatildeo em outros niacuteveis de ensino

somente quando estiverem atendidas plenamente as necessidades de sua aacuterea

de competecircncia e com recursos acima dos percentuais miacutenimos vinculados pela

Constituiccedilatildeo Federal agrave manutenccedilatildeo e desenvolvimento do ensino

Os Municiacutepios podem optar ainda por se integrar ao sistema estadual de

ensino ou compor com ele um sistema uacutenico de educaccedilatildeo baacutesica

314 O Papel dos Estabelecimentos de Ensino

Respeitadas as normas comuns e as do seu sistema de ensino a LDB

estabelece que os estabelecimentos de ensino tecircm a funccedilatildeo de

1 -Elaborar e executar sua proposta pedagoacutegica

2- Administrar seu pessoal e seus recursos materiais e financeiros

3 -Assegurar o cumprimento dos dias letivos e horas-aula estabelecidos

43

4 -Velar pelo cumprimento do plano de trabalho de cada docente

5 -Prover meios para a recuperaccedilatildeo dos alunos de menor rendimento

6-Articular-se com as famiacutelias e a comunidade criando processos de

integraccedilatildeo da sociedade com a escola

7 -Informar os pais e responsaacuteveis sobre a frequumlecircncia e o rendimento dos

alunos bem como sobre a execuccedilatildeo de sua proposta pedagoacutegica

315 Atribuiccedilotildees dos Docentes

Segundo a LDB cabe aos docentes

1 -Participar da elaboraccedilatildeo da proposta pedagoacutegica do estabelecimento

de ensino

2 -Elaborar e cumprir plano de trabalho segundo a proposta pedagoacutegica

do estabelecimento de ensino

3 -Zelar pela aprendizagem dos alunos

4- Estabelecer estrateacutegias de recuperaccedilatildeo para os alunos de menor

rendimento

5-Ministrar os dias letivos e horas-aula estabelecidos aleacutem de participar

integralmente dos periacuteodos dedicados ao planejamento agrave avaliaccedilatildeo e ao

desenvolvimento profissional

6 -Colaborar com as atividades de articulaccedilatildeo da escola com as famiacutelias e

a comunidade

A LDB estabelece ainda que os sistemas de ensino definiratildeo as normas da

gestatildeo democraacutetica do ensino puacuteblico na educaccedilatildeo baacutesica de acordo com as

suas peculiaridades e conforme os princiacutepios de

44

Participaccedilatildeo dos profissionais da educaccedilatildeo na elaboraccedilatildeo do projeto

pedagoacutegico da escola e de participaccedilatildeo das comunidades escolar e local em

conselhos escolares ou equivalentes

Tambeacutem se configura como atribuiccedilatildeo dos sistemas de ensino assegurar agraves

unidades escolares puacuteblicas de educaccedilatildeo baacutesica que os integram progressivos

graus de autonomia pedagoacutegica e administrativa e de gestatildeo financeira

observadas as normas gerais de direito financeiro puacuteblico

32 A Abrangecircncia dos Sistemas

Os sistemas de ensino estatildeo relacionados agraves diferentes esferas

governamentais conforme segue

321 O Sistema Federal

O Sistema Federal de ensino compreende

1 - As instituiccedilotildees de ensino mantidas pela Uniatildeo

2-As instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior criadas e mantidas pela iniciativa

privada

3 -Os oacutergatildeos federais de educaccedilatildeo

322 Os Sistemas de Ensino dos Estados e do Distrito Federal Compreendem

1-As instituiccedilotildees de ensino mantidas respectivamente pelo Poder Puacuteblico

estadual e pelo Distrito Federal

2 -As instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior mantidas pelo Poder Puacuteblico

municipal

3-As instituiccedilotildees de ensino fundamental e meacutedio criadas e mantidas pela

iniciativa privada

45

4 -Os oacutergatildeos de educaccedilatildeo estaduais e do Distrito Federal

respectivamente

No Distrito Federal as instituiccedilotildees de educaccedilatildeo infantil criadas e mantidas

pela iniciativa privada integram seu sistema de ensino

323 O Sistema Municipal Na esfera Municipal os sistemas de ensino compreendem

1-As instituiccedilotildees do ensino fundamental meacutedio e de educaccedilatildeo infantil

mantidas pelo Poder Puacuteblico municipal

2-As instituiccedilotildees de educaccedilatildeo infantis criadas e mantidas pela iniciativa

privada

3-Os oacutergatildeos municipais de educaccedilatildeo

As instituiccedilotildees de ensino dos diferentes niacuteveis classificam-se nas seguintes

categorias administrativas

1-Puacuteblicas assim entendidas as criadas ou incorporadas mantidas e

administradas pelo Poder Puacuteblico

2 -Privadas assim entendidas as mantidas e administradas por pessoas

fiacutesicas ou juriacutedicas de direito privado

A figura 31 mostra de forma resumida a estrutura organizacional da educaccedilatildeo brasileira

46

UNIAtildeO

MINISTEacuteRIO DA EDUCACcedilAtildeO

ESTADOS

SECRETARIA ESTADUAL DE EDUCACcedilAtildeO

MUNICIacutePIOS

SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCACcedilAtildeO

AL UNOS

ENSINO SUPERIOR

Docentes

ENSINO MEacuteDIO

Docentes

ENSINO FUNDAMENTAL

Figura 31 Organograma da Organizaccedilatildeo Educacional Brasileira

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria a partir dos dados descritos neste capiacutetulo

Como os estudos deste trabalho estatildeo focados no ensino meacutedio a seguir

seraacute destacada a Secretaria Estadual de Educaccedilatildeo do Estado do Rio de Janeiro

33 A Secretaria Estadual de Educaccedilatildeo

A Secretaria Estadual de Educaccedilatildeo do Rio de Janeiro foi criada em 15 de

marccedilo de 1975 Em sua atual administraccedilatildeo o Secretaacuterio Nelson Maculam Filho

comanda uma rede de ensino de 1679 escolas 77 mil professores 22617

funcionaacuterios de apoio administrativo e um universo de 15 milhatildeo de alunos A

Secretaria eacute composta por 29 coordenadorias distribuiacutedas por regiotildees do estado

do Rio de Janeiro de acordo com a Tabela 31

47

Tabela 31 Coordenadorias da SEERJ

REGIOtildeES COORDENADORIASBaiacutea da Ilha Grande Baiacutea da Ilha Grande

Baixadas Litoracircneas IBaixadas Litoracircneas IICentro Sul ICentro Sul IIMeacutedio Paraiacuteba IMeacutedio Paraiacuteba IIMeacutedio Paraiacuteba IIIMetropolitana IMetropolitana IIMetropolitana IIIMetropolitana IVMetropolitana VMetropolitana VIMetropolitana VIIMetropolitana VIIIMetropolitana IXMetropolitana XMetropolitana XINoroeste Fluminense INoroeste Fluminense IINoroeste Fluminense IIINorte Fluminense INorte Fluminense IINorte Fluminense IIISerrana ISerrana IISerrana IIISerrana IV

Noroeste Fluminense

Norte Fluminense

Serrana

Baixadas Litoracircneas

Centro Sul

Meacutedio Paraiacuteba

Metropolitana

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria a partir de dados da SEERJ

No mapa da figura 32 satildeo mostrados os municiacutepios de cada regiatildeo relacionados na tabela 31

48

Figura 32 Mapa das metropolitanas do estado do Rio de Janeiro

Fonte Site institucional da SEEERJ

O foco deste estudo se restringe agraves escolas situadas no Municiacutepio do Rio de

Janeiro portanto seratildeo mostrados os detalhes das Metropolitanas III IV e X

METROPOLITANA III

Situada no bairro do Meacuteier coordena 163 escolas compreendendo

escolas de ensino fundamental e ensino meacutedio totalizando cerca de 68475

alunos

METROPOLITANA IV

Situada no bairro de Campo Grande coordena 141 escolas

compreendendo escolas de ensino fundamental e ensino meacutedio totalizando

cerca de 90733 alunos

49

METROPOLITANA X

Situada no bairro da Tijuca coordena 163 escolas compreendendo

escolas de ensino fundamental e ensino meacutedio totalizando cerca de 58693

alunos

Aleacutem das atribuiccedilotildees definidas por lei a SEERJ desenvolve accedilotildees e projetos

paralelos como mostrados a seguir

Accedilotildees e Projetos Secretaria Estadual de Educaccedilatildeo

PROGRAMA SUCESSO ESCOLAR

O programa sucesso escolar foi lanccedilado em 31 de maio de 2004 com o

objetivo de combater a reprovaccedilatildeo e a evasatildeo nas escolas evasotildees estas que

custam ao Estado cerca de R$ 450 milhotildees por ano O Rio de Janeiro tem um dos

maiores iacutendices de reprovaccedilatildeo do Sudeste 381 cerca de 10 abaixo da meacutedia

nacional Desde 2004 os alunos da rede recebem reforccedilo escolar atraveacutes de

aulas extras O programa atende aos alunos com baixo desempenho escolar

PROGRAMA SAUacuteDE NA ESCOLA

O Programa promove sauacutede nos CIEPS desde 2000 Em 1995 com base na

Carta de Otawa (WHO 1986) surgiu o conceito de Escolas Promotoras de

Sauacutede atraveacutes da Iniciativa Global de Sauacutede na Escola lanccedilada pela

Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede Trata-se de uma accedilatildeo em parceria entre as

secretarias de Estado de Educaccedilatildeo Sauacutede e a Defesa Civil visando a prevenccedilatildeo

e a promoccedilatildeo da sauacutede dos estudantes oferecendo atendimento cliacutenico

pediaacutetrico e odontoloacutegico

REGISTRO UacuteNICO DO ALUNO (REGUA)

O Registro Uacutenico do Aluno (REGUA) estaacute inserido no Programa de

Reestruturaccedilatildeo da Rede Puacuteblica de Ensino (PRO-REDE) Com o registro que eacute

uma carteira de estudante que funciona como identidade os estudantes tecircm

direito ao Passe Livre nos ocircnibus municipais aleacutem de descontos na aacuterea cultural

50

PROGRAMA QUADRO DE HORAacuteRIOS

O Programa foi lanccedilado em outubro de 2004 para definir os quadros de

horaacuterios de cada turma das 1854 escolas da rede estadual de ensino com o

objetivo de identificar os professores que natildeo estatildeo dando aula nem exercem

funccedilotildees administrativas nas escolas e assim poder providenciar a alocaccedilatildeo deles

em outras unidades combatendo assim o problema da falta de professores

PROJETO DE CAPACITACcedilAtildeO DE GESTORES ESCOLARES O Curso de Gestatildeo Escolar para Diretor Geral Diretor Adjunto e Gerente de

Ensino tem como objetivo

1 ndash Oferecer formaccedilatildeo continuada e ou formaccedilatildeo em niacutevel de

especializaccedilatildeo em serviccedilo aos gestores das escolas puacuteblicas de educaccedilatildeo

baacutesica da rede estadual

2 ndash Contribuir para a melhoria dos processos de gestatildeo da rede estadual

do Rio de Janeiro e tornar positivo seu impacto na qualidade da educaccedilatildeo

Baacutesica

3 ndash Contribuir para construccedilatildeo de um novo significado da gestatildeo escolar

com base na integraccedilatildeo dos aspectos administrativos e pedagoacutegicos nas accedilotildees

dos gestores

PROGRAMA ESTADUAL DE LEITURA

O programa pretende estimular o haacutebito de leitura nos alunos das escolas

da rede estadual e promove o acesso a livros e bens culturais Envolve a criaccedilatildeo

de poacutelos de leitura nas bibliotecas das escolas da rede em todos os municiacutepios do

Rio com a promoccedilatildeo ainda de eventos culturais mensais

PROGRAMA DE VISITAS

O Programa foi lanccedilado em maio de 2005 com a finalidade de combater

a evasatildeo e a repetecircncia nas escolas estaduais O programa tem por objetivo

resgatar o aluno e envolver a famiacutelia no dia-a-dia da escola Setecentos

estudantes do Ensino Meacutedio de 140 escolas da rede estadual com altos iacutendices

51

de evasatildeo e repetecircncia de 15 coordenadorias regionais percorreratildeo as suas

proacuteprias comunidades para levar informaccedilotildees sobre os projetos da Secretaria

chamar de volta agrave escola os colegas que desistiram de estudar e reunir sugestotildees

e reivindicaccedilotildees das famiacutelias visitadas Esses jovens receberatildeo bolsa mensal de R$

6500 (sessenta e cinco reais)

PROGRAMA DE MUNICIPALIZACcedilAtildeO DO ENSINO

O programa tem por objetivo aleacutem da passagem gradual dos encargos

da educaccedilatildeo infantil e ensino fundamental para a esfera municipal o programa

de municipalizaccedilatildeo traduz-se na integraccedilatildeo entre as esferas administrativas

atraveacutes de accedilotildees poliacutetico-pedagoacutegicas tendo por base a racionalizaccedilatildeo dos

sistemas municipais e estaduais de educaccedilatildeo objetivando aperfeiccediloar a

ocupaccedilatildeo de espaccedilos alocaccedilatildeo de alunos adequaccedilatildeo e aproveitamento dos

recursos humanos e materiais pensados enquanto rede puacuteblica unificada e sem

discriminaccedilotildees

PREcircMIO NACIONAL DE REFEREcircNCIA EM GESTAtildeO

Com o apoio da Fundaccedilatildeo Ford do Fundo das Naccedilotildees Unidas para a

infacircncia - Unicef da embaixada dos Estados Unidos no Brasil do Conselho

Britacircnico e eventualmente de outros organismos e instituiccedilotildees o Precircmio foi

instituiacutedo para atingir os seguintes objetivos

a) estimular o desenvolvimento da gestatildeo democraacutetica na escola tendo

como foco o compromisso com uma aprendizagem de qualidade

b) valorizar as escolas puacuteblicas de educaccedilatildeo baacutesica que se destaquem

por iniciativas e experiecircncias inovadoras e bem sucedidas de gestatildeo escolar

c) apoiar o desenvolvimento de uma cultura de auto-avaliaccedilatildeo da gestatildeo

escolar

d) incentivar o processo de melhoria contiacutenua da escola pela elaboraccedilatildeo

de planos de accedilatildeo tendo com base a sua auto-avaliaccedilatildeo

52

PLANO DE RECUPERACcedilAtildeO DA REDE FIacuteSICA

O Programa foi iniciado em 2002 responsaacutevel pela construccedilatildeo ampliaccedilatildeo

reforma e manutenccedilatildeo nas escolas da rede estadual de ensino

O programa tem por objetivo revitalizar as escolas da rede e atender

alunos professores e servidores de apoio com mais qualidade por meio de um

plano de recuperaccedilatildeo

PARLAMENTO JUVENIL

O Parlamento Juvenil eacute um programa pedagoacutegico da SEE em parceria

com a Assembleacuteia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) criado em 2003

em que os estudantes da rede aprendem a exercer na praacutetica as funccedilotildees

parlamentares

Tem por objetivo conscientizar os alunos da rede estadual de ensino sobre

processo democraacutetico integrando-os agrave atividade poliacutetica Aleacutem disso eacute uma

maneira de aproximar o jovem de tudo que diz respeito agrave sua cidade jaacute que seus

projetos de lei devem abordar os problemas de seus municiacutepios Tem como

Puacuteblico alvo toda a comunidade escolar

PROJETO OLHANDO A ESCOLA

O programa eacute desenvolvido em parceria entre a secretarias estaduais de

Educaccedilatildeo Sauacutede e Defesa Civil para identificar estudantes com problemas de

visatildeo o que tecircm dificultado o aprendizado e consequumlentemente o

desempenho escolar

PROGRAMA NOVA ESCOLA

O Objetivo eacute impulsionar a melhoria na qualidade de ensino e valorizar a

escola puacuteblica objetiva a propor criteacuterios de avaliaccedilatildeo das escolas em cinco

itens prestaccedilatildeo de contas gestatildeo da matriacutecula integraccedilatildeo com a comunidade

desempenho dos alunos (estudantes da 2ordf a 8ordf seacuteries do ensino Fundamental e 1ordf

a 3ordf seacuteries do ensino meacutedio fizeram provas de Liacutengua Portuguesa e Matemaacutetica e

53

fluxo escolar A partir dos resultados o programa concede aos professores e

demais profissionais gratificaccedilotildees proporcionais agraves suas realizaccedilotildees educacionais

PROGRAMA MERENDA ESCOLAR

Tem como objetivo suprir as necessidades nutricionais dos alunos durante o

tempo de permanecircncia na escola contribuir para a reduccedilatildeo da evasatildeo escolar

melhorar o rendimento escolar formar bons haacutebitos alimentares e contribuir para

a manutenccedilatildeo da sauacutede escolar

KITS ESCOLARES

O programa foi criado em 2004 consiste na distribuiccedilatildeo de kits escolares

para 15 milhatildeo de estudantes Os kits satildeo formados por caderno reacutegua cola

caneta laacutepis borracha apontador e mochila

JOGOS DA EDUCACcedilAtildeO PUacuteBLICA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Programa eacute desenvolvido em parceria pelas Secretarias Estaduais de

Educaccedilatildeo e de Esportes para incentivar o gosto e o haacutebito de praticar esporte

entre os estudantes da rede fornecendo noccedilotildees de cidadania e contribuindo

para melhorar o desempenho escolar

PROGRAMA ESTADUAL DE INFORMAacuteTICA APLICADA Agrave

EDUCACcedilAtildeO

O programa tem como objetivo aumentar o nuacutemero de laboratoacuterios e

ampliar o acesso dos estudantes e da comunidade escolar em geral agrave

informaacutetica e agrave internet promovendo assim a inclusatildeo digital

HORAacuteRIO INTEGRAL

Os Centros Integrados de Educaccedilatildeo Puacuteblica satildeo escolas de estilo

arquitetocircnico e proposta pedagoacutegica proacuteprios com funcionamento em horaacuterio

integral que proporcionam a seus alunos muacuteltiplas atividades complementando

54

o trabalho nas salas de aula com recreaccedilotildees esportes atividades culturais aleacutem

de fornecer alimentaccedilatildeo

O objetivo eacute estabelecer um processo de formaccedilatildeo do aluno que

estimule a constante troca de ideacuteias vivecircncias e empenho em promover a

autoconfianccedila para que eles sintam vontade real de aprender cada vez mais

cientes de seus deveres e direitos de cidadatildeo

PROGRAMA GEOREFERENCIAMENTO

Um sistema de informaacutetica georeferenciou cerca de 11 mil escolas das

redes municipal estadual federal e particular tendo como objetivos permitir que

a Secretaria de Educaccedilatildeo tenha informaccedilotildees sobre as 11 mil escolas do estado

do Rio de Janeiro Seraacute possiacutevel por meio dele planejar a construccedilatildeo e a

ampliaccedilatildeo de novas escolas assim como a matriacutecula e a troca de informaccedilotildees

entre municiacutepio e estado

FOacuteRUM PERMANENTE DE DIRETORES

Esse Foacuterum eacute presidido pelo Secretaacuterio com a presenccedila dos Subsecretaacuterios

e 81 Diretores das Unidades Escolares de toda a rede Visa discutir a realidade de

nossas escolas trazer sugestotildees a fim de nortear os trabalhos desenvolvidos pela

SEE

PROJETO FACcedilA PARTE O projeto tem por objetivo discutir de que maneira alunos e as escolas

podem ser estimulados a agir como voluntaacuterios debatendo as vaacuterias formas de

mobilizaccedilatildeo social considerada pelos especialistas como uma ferramenta de

ensino inovadora e interativa

PROGRAMA ESCOLAS DE PAZ O Programa Escolas de Paz faz parte de um acordo de cooperaccedilatildeo entre

a Unesco e a Secretaria de Estado de Educaccedilatildeo do Rio de Janeiro e segue as

orientaccedilotildees do Programa Abrindo Espaccedilos recomendado pela Unesco como

55

estrateacutegia de construccedilatildeo de uma Cultura de Paz Foi criado em 2000 e retomado

em agosto de 2003 Consiste em abrir 200 unidades escolares de 11

coordenadorias da Regiatildeo Metropolitana selecionadas nas aacutereas onde haacute maior

carecircncia de lazer nos finais de semana para atividades artiacutesticas esportivas e de

lazer As escolas oferecem cafeacute da manhatilde almoccedilo e agraves vezes lanches aos

participantes Eacute voltado para jovens de quatorze a vinte quatro anos

O programa visa implantar uma cultura de natildeo violecircncia no interior das

escolas e comunidades vizinhas aleacutem de procurar integrar e aproximar a famiacutelia

dos jovens agrave escola melhorar o desempenho estudantil e despertar eventuais

potencialidades culturais artiacutesticas e esportivas nos alunos O programa acontece

aos saacutebados das 9h agraves 17h mesmo nas feacuterias e as escolas recebem mensalmente

verbas para pagamento da equipe local manutenccedilatildeo e nutriccedilatildeo

PROJETO ESCOLA FAZ ARTE

A escola eacute o espaccedilo ideal para que os alunos possam expressar suas

qualidades artiacutesticas criando muitas vezes trabalhos maravilhosos verdadeiras

obras de arte que passam despercebidas fora dos muros escolares O projeto

visa valorizar os jovens talentos que surgem em nossas Unidades Escolares

incentivando e proporcionando uma maior divulgaccedilatildeo de seus dons criativos

Sendo assim a SEE elaborou o Projeto Escola faz Arte em agosto de 2004

retornando em marccedilo de 2005 visando expor durante uma semana os trabalhos

das Unidades Escolares no hall do gabinete do Secretaacuterio (5deg andar)

CHEQUE ndashESCOLA

Trata-se de um Programa de inclusatildeo social que transfere recursos

estaduais para famiacutelias de baixa renda que tenham filhos com idade escolar

entre sete e quatorze anos matriculados na rede puacuteblica

O programa tem por objetivo a permanecircncia dos alunos na escola

afastando-os da situaccedilatildeo de risco social favorecendo a formaccedilatildeo de novos

cidadatildeos e uma melhoria na qualidade de vida da famiacutelia A frequumlecircncia escolar

eacute condiccedilatildeo fundamental para a participaccedilatildeo e manutenccedilatildeo da famiacutelia no

56

programa

PROJETO APRENDENDO XADREZ NAS ESCOLAS

Consiste em uma parceria com a Federaccedilatildeo de Xadrez do Estado do Rio

de Janeiro para transformar o xadrez em ferramenta pedagoacutegica estimulando o

raciociacutenio a concentraccedilatildeo e a criatividade do aluno A meta eacute melhorar o

desempenho em matemaacutetica aleacutem de combater a repetecircncia e evasatildeo escolar

PROGRAMA ACELERA JOVEM

Programa foi lanccedilado para ajudar alunos que apresentem defasagem

idade-seacuterie a recuperar o tempo perdido com o objetivo de colocar o ensino

fundamental ao alcance de jovens que estatildeo fora da escola ou que estatildeo com

os estudos atrasados

O Programa visa atender aquela faixa etaacuteria delineada como de risco

jovens entre 15 e 30 anos que estatildeo fora da escola ou estando na escola

tenham pelo menos concluiacutedos quatro anos de estudo e apresentem uma

defasagem idade-seacuterie de trecircs anos ou mais

A ESCOLA VAI AO TEATRO

O Programa foi desenvolvido em parceria entre as Secretarias Estaduais de

Educaccedilatildeo e Cultura para estimular o interesse dos alunos por teatro e disciplinas

como literatura e histoacuteria O projeto quer incentivar ainda a melhoria do

desempenho escolar atraveacutes da abordagem de temas histoacutericos

O objetivo eacute levar os alunos permanentemente para assistir agrave peccedilas que

tenham conteuacutedo pedagoacutegico facilitando aos estudantes da rede puacuteblica o

acesso a esses bens culturais aleacutem de fornecer aos professores material para ser

discutido e trabalhado dentro da sala de aula

57

EDUCACcedilAtildeO AMBIENTAL

Esclarece e orienta agraves escolas os alunos e agrave comunidade sobre questotildees

referentes agrave Educaccedilatildeo Ambiental na Rede de Ensino Puacuteblica Estadual do Rio de

Janeiro

Contribui na consolidaccedilatildeo da Lei nordm 9795 de abril de 1999 que institui a

Poliacutetica Nacional de Educaccedilatildeo Ambiental

Desenvolve o Programa Estadual de Educaccedilatildeo Ambiental instituiacuteda pela

Lei 3325 de 17121999

Promove accedilotildees seminaacuterios e projetos objetivando a implantaccedilatildeo e

implementaccedilatildeo da Agenda Ambiental nas escolas puacuteblicas estadual do Rio de

Janeiro

A Estrutura Organizacional da Educaccedilatildeo no Brasil eacute uma ferramenta que

daacute suporte para o desenvolvimento da cidadania que eacute fator determinante para

a inclusatildeo social A inclusatildeo social seraacute tratada no capiacutetulo seguinte atraveacutes das

Poliacuteticas Puacuteblicas

58

Capiacutetulo 4 Poliacuteticas Puacuteblicas de Inclusatildeo Social

41 A Crise do Sistema Poliacutetico Liberal e o Iniacutecio do

Intervencionismo do Estado

Ateacute o iniacutecio do seacuteculo XX prevaleciam ideacuteias de um sistema poliacutetico liberal

no qual o Estado natildeo tinha muita participaccedilatildeo e a relaccedilatildeo do indiviacuteduo com a

sociedade soacute era percebida se o mesmo estivesse inserido de alguma forma no

mercado Aqueles que se encontravam fora desta condiccedilatildeo eram privados da

utilizaccedilatildeo de serviccedilos essenciais aquisiccedilatildeo de bens enfim de tudo o mais que se

fazia necessaacuterio para seu desenvolvimento (Carvalho 2002)

No primeiro quartel do seacuteculo XX a economia se encontrava em

recuperaccedilatildeo dos efeitos de poacutes-guerra a partir do liberalismo do estado e neste

mesmo periacuteodo se dava a consolidaccedilatildeo do capitalismo monopolista com a

fusatildeo de pequenas companhias originando os grandes conglomerados Isto

ocorreu mesmo com a existecircncia de leis como as ldquoantitrustesrdquo que impediam

estas uniotildees entre empresas Sem a efetividade das leis as grandes empresas

industriais e bancaacuterias predominavam o cenaacuterio econocircmico sob a proteccedilatildeo de

59

uma poliacutetica adotada pelos governos de natildeo intervirem nas movimentaccedilotildees do

mercado (Magdof 1979)

Nessa eacutepoca os Estados Unidos assumiram a hegemonia econocircmica em

escala mundial O seu crescimento econocircmico no poacutes-guerra propiciou enorme

euforia social dando a falsa imagem de uma prosperidade eterna Poreacutem a

sensaccedilatildeo de seguranccedila absoluta impediu a correta avaliaccedilatildeo das tendecircncias

econocircmicas Assim uma crise econocircmica se desencadeou a partir de 1929

resultante da quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque abalando a estrutura

do capitalismo liberal trazendo reflexos que se propagaram no mundo todo

promovendo uma crise econocircmica mundial (Arruda apud Reis 2000)

Este fato impulsionou a percepccedilatildeo de que o mercado possuiacutea seus limites

como reguladores naturais isto eacute que o mercado sozinho natildeo tinha condiccedilotildees de

se auto regular sem a influecircncia do Estado Natildeo restou alternativa para os

americanos a natildeo ser empreender uma mudanccedila de rumo no capitalismo liberal

inaugurando-se a fase intervencionista na qual o governo passou a ter papel

decisivo na orientaccedilatildeo do processo econocircmico Com a poliacutetica do ldquoNew Dealrdquo

os americanos traccedilaram um marco histoacuterico na trajetoacuteria do capitalismo A

intervenccedilatildeo do estado na vida econocircmica representava uma mudanccedila

significativa no modelo tradicional da economia de mercado praticada pelos

Estados Unidos Logo o Estado passou a ser o agente mediador civilizador

interferindo nas relaccedilotildees soacutecio econocircmicas (Arruda apud Reis 2000)

As repercussotildees da crise prolongaram-se ateacute 1933 e nesse cenaacuterio o Brasil

foi um dos paiacuteses novos que mais sofreu com a crise uma vez que o seu produto principal era o cafeacute responsaacutevel por 70 das exportaccedilotildees sendo os Estados

Unidos os maiores compradores e consumidores do produto

Os fazendeiros de cafeacute principal sustentaacuteculo do poder poliacutetico no Brasil

ateacute entatildeo exigiam medidas urgentes para solucionar a crise A incapacidade do

governo de Washington Luiacutes em superaacute-la foi o motivo imediato da revoluccedilatildeo de

1930 que depocircs o presidente e levou ao poder Getuacutelio Vargas

60

O Governo Vargas teve que implantar uma seacuterie de medidas com o

objetivo de modernizar a economia brasileira Nesse contexto se produziu uma

primeira ruptura no que diz respeito ao avanccedilo da acumulaccedilatildeo capitalista no

paiacutes no sentido da implantaccedilatildeo de um nuacutecleo baacutesico de induacutestria de bens de

produccedilatildeo bem como no da redefiniccedilatildeo do papel do Estado na economia Para

isso havia a necessidade de um Estado forte e promotor da integraccedilatildeo do

mercado interno e de uma intervenccedilatildeo econocircmica de modo a assegurar a

proteccedilatildeo agrave produccedilatildeo nacional e o bem-estar social da Naccedilatildeo (Mendonccedila

1986)

Na deacutecada de cinquumlenta o modelo econocircmico implantado por Getuacutelio

Vargas comeccedilou a dar seus primeiros sintomas de esgotamento provocando

uma crise poliacutetica que desembocaria finalmente na crise do pacto populista em

1964 Com a posse de Juscelino Kubitschek ocorreu uma reorientaccedilatildeo dos rumos

de nossa economia O Plano de Metas proposto por Juscelino foi um marco na

reelaboraccedilatildeo qualitativa das relaccedilotildees entre Estado e economia no paiacutes

integrando pela primeira vez sob o controle do governo as atividades do capital

puacuteblico e do privado (Mendonccedila 1986)

O golpe de 1964 natildeo correspondeu a nenhum marco no sentido da

definiccedilatildeo de um novo modelo econocircmico pelo contraacuterio seu papel foi apenas o

de garantir a consolidaccedilatildeo definitiva do modelo implantado nos anos cinquumlenta

aprimorando-o Se no periacuteodo compreendido entre 1962 e 1967 foi todo ele de

crise econocircmica Jaacute entre 1968 e 1974 ocorreu o conhecido ldquomilagre

econocircmicordquo cuja essecircncia nada mais significou senatildeo a garantia de lucros

faraocircnicos agraves empresas monopolistas (nacionais e estrangeiras) (Mendonccedila

1986)

42 O Estado e Suas Novas Funccedilotildees Sociais

O fim da deacutecada de 1970 foi marcado por uma crise proveniente do fim

de um periacuteodo denominado ldquomilagre econocircmicordquo este fato favoreceu

movimentos da sociedade em direccedilatildeo a redemocratizaccedilatildeo e a organizaccedilatildeo da

61

sociedade civil atraveacutes de diversos acontecimentos sociais Estes

acontecimentos levaram a instalaccedilatildeo da Assembleacuteia Nacional Constituinte na

qual os movimentos sociais se articularam para tentar incluir na Carta

Constitucional os direitos sociais que entatildeo passariam a ser traduzidos como

deveres do Estado atraveacutes das Poliacuteticas Puacuteblicas Nesta eacutepoca a Poliacutetica Social

brasileira apresentava estrateacutegia reformista conforme Fagnani (citado por

Carvalho 2002)

ldquoCrescimento sustentado ampliaccedilatildeo do emprego aumento de salaacuterio real melhor distribuiccedilatildeo de renda reforma agraacuteria seguro desemprego revisatildeo da legislaccedilatildeo trabalhista e sindical descentralizaccedilatildeo poliacutetico-administrativa participaccedilatildeo e controle social redefiniccedilatildeo do padratildeo regressivo de financiamento das poliacuteticas sociais universalizaccedilatildeo do acesso ampliaccedilatildeo do impacto redistributivordquo

A Carta Constitucional de 1988 formulou a organizaccedilatildeo do sistema

federativo brasileiro onde ficou definido o papel do governo federal que assumiu

prioritariamente a coordenaccedilatildeo das Poliacuteticas Puacuteblicas Sociais enquanto os

municiacutepios assumiram a maior parte da responsabilidade de execuccedilatildeo dessas

poliacuteticas Com isto ficou prevista a transferecircncia de diversas atribuiccedilotildees

responsabilidades e recursos da instancia federal para os niacuteveis estaduais e

municipais de governo Com esta transferecircncia de atribuiccedilotildees os estados

passaram a ter autonomia para definirem a organizaccedilatildeo e a gestatildeo de suas

poliacuteticas (Carvalho 2002)

A deacutecada de 1990 foi marcada pelas lutas dos setores progressistas da

sociedade pela implementaccedilatildeo e regulamentaccedilatildeo dos direitos sociais definidos

na Constituiccedilatildeo Foram entatildeo regulamentadas as leis nas aacutereas voltadas para a

crianccedila e o adolescente da seguridade social da sauacutede da assistecircncia social

da previdecircncia social e da educaccedilatildeo Foi um periacuteodo marcado pelo conflito

entre a expectativa da implementaccedilatildeo de Poliacuteticas Puacuteblicas que concretizassem

os direitos conquistados assegurados em lei e as restriccedilotildees poliacuteticas e

econocircmicas impostas para a sua implementaccedilatildeo (Carvalho 2002)

62

O Estado entatildeo passou a formular poliacuteticas de caraacuteter econocircmico e

social que comeccedilaram a se tornar segundo Silva (citado em Carvalho 2002)

ldquoarena de lutas por acesso a riqueza socialrdquo Isto porque as poliacuteticas puacuteblicas satildeo

geralmente responsaacuteveis por grandes conflitos de interesses pois atingem

diretamente as camadas e classes sociais Devido agrave criaccedilatildeo de questotildees sociais

para atender interesses de uns acabam por infligir no interesse de outros

Pode-se supor que o principal motivo para que os conflitos ocorram seja

devido agraves classes mais favorecidas natildeo terem interesse em perder seus privileacutegios

e com isto natildeo admitirem que os indiviacuteduos das classes menos privilegiadas

venham a ter condiccedilotildees de atingirem niacuteveis melhores de desenvolvimento Com

isto esta parcela desprivilegiada da sociedade passaria a ter a possibilidade de

aumentar a sua capacidade de competiccedilatildeo Se a maioria dos indiviacuteduos tiver a

mesma capacidade de competiccedilatildeo seraacute facilitada a diminuiccedilatildeo das diferenccedilas

sociais e com isto haveraacute a promoccedilatildeo da igualdade Igualdade esta que fere

fortemente os privileacutegios de classe que jaacute se encontram enraizados na cultura de

dominaccedilatildeo sobre os mais fracos Neste processo se faz muito importante agrave

participaccedilatildeo de grupos de indiviacuteduos que quando organizados promovem

movimentos de defesa da garantia dos direitos civis poliacuteticos e sociais

Os movimentos gerados por estes grupos satildeo muitas vezes responsaacuteveis

pelas accedilotildees do Estado atraveacutes de reuniotildees entrevistas pesquisas e contatos

diretos com os indiviacuteduos que satildeo levantadas as principais necessidades da

sociedade sejam elas poliacuteticas ou sociais (Carvalho 2002)

43 Poliacuteticas Puacuteblicas Uma Questatildeo de Conceito

Dentre as vaacuterias definiccedilotildees para poliacuteticas Puacuteblicas destacam-se pela

abrangecircncia a definiccedilatildeo dada por Pereira citada em Carvalho 2002

ldquoLinha de accedilatildeo coletiva que concretiza direitos sociais coletivos declarados e garantida

em lei Eacute mediante as poliacuteticas Puacuteblicas que satildeo distribuiacutedos os redistribuiacutedos bens e serviccedilos

63

sociais em resposta agraves demandas da sociedade Por isso o direito que as fundamenta eacute um direito

coletivo e natildeo individualrdquo(apud Carvalho2002)

Ainda segundo Pereira para se definir Poliacutetica Puacuteblica se faz necessaacuteria agrave

compreensatildeo do real significado do termo puacuteblico e tambeacutem a sua abrangecircncia

neste sentido destaca-se

ldquoO termo puacuteblico associado agrave poliacutetica natildeo eacute uma referecircncia exclusiva ao Estado como

muitos pensam mas sim agrave coisa puacuteblica ou seja de todos sob a eacutegide de uma mesma lei e o apoio

de uma comunidade de interesses Portanto embora as Poliacuteticas Puacuteblicas sejam reguladas e

frequumlentemente providas pelo Estado elas tambeacutem englobam preferecircncias escolhas e decisotildees

privadas podendo (e devendo) ser controladas pelos cidadatildeos A Poliacutetica Puacuteblica expressa assim a

conversatildeo de decisotildees privadas em decisotildees e accedilotildees puacuteblicas que afetam a todosrdquo

44 Formulaccedilatildeo de Poliacuteticas Puacuteblicas

Para que uma Poliacutetica Puacuteblica seja formulada existe o envolvimento de

diversos fatores sendo os principais a identificaccedilatildeo dos atores e dos reais

interesses que envolvem a inclusatildeo de determinada questatildeo na agenda puacuteblica

para que posteriormente seja regulamentada como Poliacutetica Puacuteblica Para isto eacute

importante que ocorra a mobilizaccedilatildeo de representantes da sociedade civil e do

Estado que discutem os problemas fazem o levantamento das necessidades

para que posteriormente fundamentem suas argumentaccedilotildees Todo este processo

se faz necessaacuterio para que os direitos sociais possam ser regulamentados e no

momento seguinte seja formulada uma Poliacutetica Puacuteblica que expresse com

clareza os interesses e as necessidades de todos os envolvidos (Carvalho 2002)

Os movimentos sociais que na deacutecada de 1980 lutaram pelo fim do

regime autoritaacuterio e pela redemocratizaccedilatildeo da sociedade foram atores sociais

importantes na discussatildeo e definiccedilatildeo das novas formas de organizaccedilatildeo e gestatildeo

das Poliacuteticas Puacuteblicas A descentralizaccedilatildeo dos poderes e das funccedilotildees do Estado eacute

tema recorrente como sinocircnimo de democratizaccedilatildeo Os atores envolvidos

frequumlentemente questionam as poliacuteticas puacuteblicas brasileiras as quais satildeo

atribuiacutedas historicamente as seguintes caracteriacutesticas (Carvalho 2002)

64

SELETIVAS Natildeo possuem grande abrangecircncia isto eacute natildeo atingem a

toda faixa da sociedade que em tese necessitaria de uma determinada poliacutetica

puacuteblica soacute atingindo um pequeno grupo selecionado Um exemplo a ser citado

eacute o caso da Nova Escola pois atinge a uma parcela de escolas que satildeo

selecionadas pelo seu desempenho isto eacute preenchem todos os requisitos

estabelecidos A escola que natildeo se enquadrar nesses moldes padrotildees natildeo

recebe recursos nem a gratificaccedilatildeo dos professores o que acarreta um

desempenho ainda pior no ano seguinte Isto pode ocorrer devido ao perfil das

escolas e de seus alunos serem diferentes natildeo podendo ser julgados da mesma

forma isto se reflete claramente nas aacutereas mais carentes onde devido aos

diversos problemas vividos por esta comunidade o desempenho dos alunos

muitas vezes eacute mais baixo natildeo significando que a escola natildeo esteja cumprindo o

seu papel de ensinar

FRAGMENTADAS Normalmente natildeo satildeo contiacutenuas atuam por um

determinado periacuteodo de tempo e com o passar do tempo simplesmente satildeo

esquecidas Este esquecimento muitas vezes se faz devido agrave falta de recursos

que podem ser oriundos da falta de interesse poliacutetico como tambeacutem da

sociedade que eacute detentora de capital Neste caso podemos tomar como

exemplo o caso dos CIEPS (Centro Integrado de Educaccedilatildeo Puacuteblica) que no seu

projeto original a escola funcionava em regime integral onde os alunos aleacutem de

estudarem participavam de inuacutemeras atividades aleacutem de alimentaccedilatildeo soacute

retornando para casa no fim do dia Este projeto que inicialmente tinha uma

visatildeo de escola ideal com as mudanccedilas poliacuteticas e a falta de recursos para a

sua manutenccedilatildeo foi praticamente extinto tendo hoje em dia algumas poucas

unidades funcionando em regime integral

EXCLUDENTES Excluem entre os excluiacutedos Isto significa que entre os

considerados excluiacutedos as Poliacuteticas Puacuteblicas natildeo atingem a todos excluem a

maioria do grupo Neste caso podemos citar alguns programas sociais nos quais

as pessoas para receber os benefiacutecios precisam ser cadastradas Para isso eacute

necessaacuterio que estas pessoas tenham toda documentaccedilatildeo que nem sempre a

populaccedilatildeo socialmente excluiacuteda natildeo tem condiccedilotildees de possuir

65

SETORIADAS natildeo satildeo amplas atingem somente uma necessidade

e natildeo a um conjunto de necessidades que por muitas vezes estatildeo interligadas

assim como atingem somente alguns setores da sociedade e natildeo a sociedade

como um todo Nesta aacuterea podemos citar como exemplo algumas accedilotildees na

aacuterea de sauacutede Existem poliacuteticas de doaccedilatildeo de remeacutedios mas natildeo existe

investimento na aacuterea de prevenccedilatildeo de doenccedilas como saneamento baacutesico que

eacute uma das maiores causas de doenccedilas nas aacutereas carentes

Os questionamentos desses atores e a incorporaccedilatildeo das vontades da

sociedade nas decisotildees poliacuteticas movimentaram a Assembleacuteia Constituinte de

1988 e resultaram em dois princiacutepios que fundamentaram o processo de

descentralizaccedilatildeo a democratizaccedilatildeo e a participaccedilatildeo

A figura 41 a seguir mostra esquematicamente como se daacute a

formaccedilatildeo de uma Poliacutetica Puacuteblica

66

ESTADO

DIAGNOacuteSTICO DO PROBLEMA

SOCIEDADE

CIVIL

LEVANTAMENTO DAS NECESSIDADES

DIREITOS SOCIAIS

POLIacuteTICAS PUacuteBLICAS

Figura 41 Diagrama esquemaacutetico da formaccedilatildeo de uma poliacutetica puacuteblica

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria a partir de informaccedilotildees citadas neste capiacutetulo

67

45 Aacutereas de Aplicaccedilatildeo das Poliacuteticas Puacuteblicas

Existem diversas aacutereas onde satildeo aplicadas as Poliacuteticas Puacuteblicas das quais

podemos destacar a ciecircncia e tecnologia a econocircmica a social e a

educacional

Poliacuteticas Puacuteblicas da Ciecircncia e Tecnologia

As Poliacuteticas Puacuteblicas da ciecircncia e tecnologia tem como principal objetivo

promover o desenvolvimento cientiacutefico e tecnoloacutegico tendo em foco a soberania

e a independecircncia do paiacutes As bases de uma sociedade minimamente justa

derivam de seu desenvolvimento cientiacutefico e tecnoloacutegico e principalmente da

democratizaccedilatildeo desses avanccedilos e dos acessos a seus benefiacutecios por todos os

cidadatildeos pois natildeo tem sentido um paiacutes possuir grandes avanccedilos tecnoloacutegicos e

cientiacuteficos se isto soacute ficar restrito ao mundo acadecircmico ou cientiacutefico Para estes

avanccedilos terem um real valor devem ser acessiacuteveis agraves diversas camadas da

sociedade atingindo um maior nuacutemero possiacutevel de indiviacuteduos seja de maneira

aplicativa ou mesmo informativa (Amaral 2004)

A ciecircncia deve sempre estar a dispor do humanismo e tem como um dos

seus principais papeacuteis a inclusatildeo social atraveacutes do combate aos desniacuteveis sociais

e regionais que separam a humanidade Satildeo exemplos de Poliacutetica Puacuteblicas

cientiacuteficas e tecnoloacutegicas O desenvolvimento da economia utilizando inovaccedilotildees

e bens e serviccedilos que promovam a substituiccedilatildeo competitiva de importaccedilotildees

para gerar renda e empregos a ampliaccedilatildeo e a formaccedilatildeo de pesquisadores em

aacutereas estrateacutegicas a promoccedilatildeo de articulaccedilotildees de cooperaccedilatildeo entre

Universidades e empresas(Amaral 2004)

Enfim as poliacuteticas Publicas de ciecircncia e tecnologia tem como objetivo

principal agrave popularizaccedilatildeo do conhecimento cientiacutefico e tecnoloacutegico para que

estes sejam reconhecidos como componentes do bem estar social (Amaral

2004)

68

Poliacuteticas Puacuteblicas Sociais

Nas Poliacuteticas Puacuteblicas Sociais a expressatildeo ldquosocialrdquo faz com que esta se decirc

atraveacutes de um conjunto de princiacutepios diretrizes objetivas e normas que

necessitam ser de caraacuteter permanente e o mais abrangente possiacutevel para que

possam orientar a atuaccedilatildeo do poder puacuteblico (Carvalho 2002)

Nos uacuteltimos anos do seacuteculo passado a maioria dos paiacuteses foi marcada por

fortes ajustes econocircmicos o que causou o agravamento dos problemas sociais

que teve como principais fatores

O desemprego estrutural rArr Falta de postos de trabalho suficientes

para todos ou pelo menos para a maioria dos indiviacuteduos em idade

economicamente ativa

As relaccedilotildees trabalhistas precaacuterias rArr Irregularidades cometidas pelos

empregadores como a falta de carteira assinada dos trabalhadores

terceirizaccedilatildeo de matildeo de obra desregulamentaccedilatildeo dos direitos conquistados

etc

As alteraccedilotildees na organizaccedilatildeo familiar rArr Aumento do nuacutemero de

famiacutelias chefiadas por mulheres

Alteraccedilatildeo no ciclo de vida rArr Diminuiccedilatildeo da taxa de mortalidade

infantil e aumento da longevidade pois com o avanccedilo da medicina alguns

problemas de sauacutede que causavam mortes no passado hoje satildeo considerados

relativamente simples e podem ser tratados diminuindo as mortes precoces Este

fato acarreta um aumento expressivo da populaccedilatildeo ativa como tambeacutem o

periacuteodo em que os indiviacuteduos estatildeo ativos

Estes fatores contribuem para um aumento expressivo das necessidades

essenciais para a populaccedilatildeo o que o sistema natildeo consegue suprir pois o nuacutemero

de postos de trabalho natildeo eacute suficiente deixam milhares de pessoas sem acesso

agraves necessidades baacutesicas assim como possibilitam um desrespeito com o

trabalhador Esse cenaacuterio promove o aprofundamento das desigualdades

69

sociais o que gera exclusatildeo social e simultacircnea inclusatildeo marginal de grande

parcela da populaccedilatildeo (Carvalho 2002)

Os problemas citados satildeo apenas alguns exemplos das causas das

desigualdades sociais e da geraccedilatildeo de um grande nuacutemero de indiviacuteduos

excluiacutedos Estes estatildeo agrave margem da sociedade sem acesso ao miacutenimo

necessaacuterio para viverem bem e principalmente ficam privados de terem acesso

a melhores condiccedilotildees de vida

Para tentar mudar este cenaacuterio alguns programas de accedilotildees foram criados

poreacutem na maioria das vezes natildeo satildeo abrangentes satildeo seletivos isto eacute

selecionam alguns dentre todos que precisam Isto significa excluir dentro dos

excluiacutedos Estes programas tambeacutem em muitos casos natildeo satildeo accedilotildees contiacutenuas

e sim temporaacuterias que com o tempo perdem o interesse sejam estes interesses

poliacuteticos pessoais etc Com isto simplesmente satildeo interrompidas deixando muitas

pessoas desamparadas visto que em muitos casos esta parcela carente da

sociedade se torna dependente destas accedilotildees sociais Estes indiviacuteduos estatildeo

sempre agrave mercecirc de novas poliacuteticas geradas por outros interesses

A participaccedilatildeo popular na gestatildeo ldquoda coisa puacuteblicardquo foi consagrada pelo

processo de redemocratizaccedilatildeo do Estado brasileiro ao fundar as bases para a

introduccedilatildeo de algumas experiecircncias que contribuiacuteram para a ampliaccedilatildeo da

esfera puacuteblica no paiacutes entendida como ldquoarenardquo onde as questotildees que atingem

a determinado conjunto da sociedade satildeo expressas debatidas e tematizadas

por atores sociais Tais experiecircncias alteraram significativamente a relaccedilatildeo

Estado-Sociedade na medida em que criaram novos canais de participaccedilatildeo

popular como por exemplo a criaccedilatildeo dos conselhos de poliacuteticas sociais que tecircm

atuado na sua co-gestatildeo Estes conselhos funcionam como instrumentos de

expressatildeo representaccedilatildeo e participaccedilatildeo popular possuindo portanto o desafio

de discutir e deliberar sobre determinados temas buscando consensos e alianccedilas

que definam as agendas puacuteblicas que representem interesses coletivos

(Carvalho 2002)

70

A construccedilatildeo de poliacuteticas Puacuteblicas na aacuterea Social necessita da adoccedilatildeo de

conceitos e praacuteticas inovadores que possam dar suporte teacutecnicondashpoliacutetico uma

vez que estes enunciados natildeo possuem forccedila suficiente para a transformaccedilatildeo

das praacuteticas realizadas na aacuterea social que satildeo tradicionalmente assistencialistas

Sendo assim satildeo accedilotildees que possuem o poder de transformar os direitos dos

indiviacuteduos adquiridos atraveacutes de lutas em simples ajuda ou doaccedilatildeo O que deixa

o indiviacuteduo com a sensaccedilatildeo de gratidatildeo e ateacute na obrigaccedilatildeo de retribuir o favor

o que na visatildeo da autora eacute indesejaacutevel pois em uacuteltima instacircncia praacuteticas

assistencialistas podem se transformar em moeda de troca com fins eleitorais

Poliacuteticas Puacuteblicas Educacionais

As poliacuteticas educacionais muitas vezes se confundem com as poliacuteticas

sociais isto porque quando satildeo criadas muitas vezes satildeo responsaacuteveis pela

inclusatildeo social Com a educaccedilatildeo eacute possiacutevel se obter a melhoria da qualidade de

vida dos indiviacuteduos atraveacutes da diminuiccedilatildeo das diferenccedilas sociais devido agrave

educaccedilatildeo ser responsaacutevel pela igualdade das oportunidades Quando se tem

Poliacuteticas Puacuteblicas que oferecem acesso a uma educaccedilatildeo de qualidade a todos

sem distinccedilatildeo satildeo criados mecanismos para que a competiccedilatildeo ocorra em

igualdade de condiccedilotildees

A Poliacutetica da Educaccedilatildeo tem como principal objetivo a promoccedilatildeo da

cidadania e eacute um instrumento de grande importacircncia para o desenvolvimento a

inserccedilatildeo e a competitividade de todos os indiviacuteduos Isto eacute um fator de muita

importacircncia para o crescimento de qualquer naccedilatildeo principalmente as que estatildeo

em desenvolvimento Se um paiacutes deseja se ver como soberano e sem exclusotildees

precisa desenvolver as ciecircncias humanas naturais exatas tecnoloacutegicas as artes

e todas as linguagens de modo geral o que jaacute se faz possiacutevel atraveacutes da garantia

de uma educaccedilatildeo de qualidade para todos sem distinccedilatildeo Dentro deste tema

ensinos de qualidade existem diversas poliacuteticas de avaliaccedilatildeo do desempenho do

ensino puacuteblico desde a educaccedilatildeo baacutesica ateacute o ensino universitaacuterio

(wwwestadatildeocombr)

71

Dentre essas poliacuteticas podemos destacar a criaccedilatildeo do Fundo de

Manutenccedilatildeo e de Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorizaccedilatildeo do

Magisteacuterio (FUNDEF) que trouxe benefiacutecios principalmente nas regiotildees mais

pobres do paiacutes Outras poliacuteticas educacionais adotadas satildeo as avaliaccedilotildees de

cursos como o Exame Nacional do Ensino Meacutedio (ENEM) e o Exame Nacional de

Cursos (PROVAtildeO) Tais avaliaccedilotildees para serem efetivas necessitariam de virem

acompanhadas de programas consistentes de melhoria de qualidade do ensino

envolvendo a formaccedilatildeo o treinamento contiacutenuo e a valorizaccedilatildeo do professor

inclusive atraveacutes de uma melhor remuneraccedilatildeo a partir de criteacuterios de

desempenho (wwwestadaocombr)

No tocante agrave capacitaccedilatildeo docente o papel das Universidades como

centros de geraccedilatildeo e de difusatildeo de saber torna-se fundamental e muito

importante pois satildeo estas que preparam os professores Aleacutem disso devem

promover a formaccedilatildeo contiacutenua pois a formaccedilatildeo do professor natildeo termina com o

final da graduaccedilatildeo e sim as universidades devem estar sempre oferecendo

cursos de capacitaccedilatildeo para que estes profissionais estejam sempre atualizados

de modo a realizar o seu trabalho com maior eficiecircncia

Os desafios qualitativos e quantitativos da educaccedilatildeo satildeo de tal

magnitude que natildeo podem mais passar despercebidos tanto que necessitam

que seja dada uma importacircncia estrateacutegica para este problema e com isto se

fazer investimentos nesta aacuterea A educaccedilatildeo seja baacutesica ou universitaacuteria deve ser

considerada prioridade e contar com recursos progressivamente maiores

Atualmente a meacutedia de escolaridade dos brasileiros eacute de pouco mais de

quatro anos o que eacute um indicador que demonstra a situaccedilatildeo da desigualdade e

injusticcedila social existente no paiacutes Segundo o Censo da Educaccedilatildeo Superior de

2000 o jovem das camadas mais pobres praticamente natildeo tem acesso agrave

educaccedilatildeo superior Apenas 77 dos jovens entre 18 e 22 anos frequumlentam

cursos Universitaacuterios Cerca de 70 destes estudam em estabelecimentos de

ensino privados que por possuiacuterem custo elevado levam a uma situaccedilatildeo de que

somente uns poucos consigam concluir o curso Para isto nos anos 70 foi criado o

72

Creacutedito Educativo que funciona como uma alternativa poreacutem este sistema natildeo

eacute suficiente para atender agrave grande demanda pois o nuacutemero de alunos assistidos

por este programa eacute muito pequeno em relaccedilatildeo agrave quantidade de jovens em que

este se faz necessaacuterio (www estadaocom br)

Uma alternativa oferecida eacute o PROUNI definido como Programa

Universidade para Todos que foi criado pela MP nordm 2132004 e institucionalizado

pela Lei nordm 11096 de 13 de janeiro de 2005 O programa tem como finalidade a

concessatildeo de bolsas de estudos integrais e parciais a estudantes de baixa renda

em cursos de graduaccedilatildeo e sequumlenciais de formaccedilatildeo especiacutefica em instituiccedilotildees

privadas de educaccedilatildeo superior oferecendo em contrapartida isenccedilatildeo de

alguns tributos agravequelas que aderirem ao Programa

Estes programas funcionam apenas como paliativos dos problemas

educacionais do paiacutes pois o ideal seria um maior investimento na formaccedilatildeo

baacutesica de qualidade na rede puacuteblica para que todos tivessem igualdade de

condiccedilatildeo para ingressar nas Universidades Puacuteblicas

Como forma de poliacutetica de inclusatildeo social foi criada uma lei (nordm36272004)

que aumenta a inserccedilatildeo de jovens carentes e negros nas Universidades Puacuteblicas

isto ocorre atraveacutes das reservas de vagas denominado de SISTEMA DE COTAS

que seraacute tratado detalhadamente no Capiacutetulo 7

No capiacutetulo seguinte seratildeo abordados o histoacuterico e a evoluccedilatildeo da

Educaccedilatildeo Ambiental no Brasil e no mundo

73

Capiacutetulo 5 Histoacuterico e Evoluccedilatildeo da Educaccedilatildeo

Ambiental

51 Definiccedilatildeo

Para se definir Educaccedilatildeo Ambiental natildeo eacute simples e para isto deve-se

fazer uma anaacutelise de vaacuterios contextos pois de acordo com a influecircncia que o

meio exerce e a vivecircncia de cada indiviacuteduo pode-se ter inuacutemeros conceitos para

a Educaccedilatildeo Ambiental (wwwapoemacombr)

Atraveacutes de um levantamento bibliograacutefico vaacuterias definiccedilotildees sobre o tema

Educaccedilatildeo Ambiental foram encontradas e estatildeo apontadas a seguir em ordem

cronoloacutegica

ldquoEacute um processo que tem como objetivo a formaccedilatildeo de cidadatildeos cujos

conhecimentos acerca do ambiente biofiacutesico e seus problemas associados

possam alertaacute-los e habilitaacute-los a resolver seus problemasrdquo (Stapp et alii 1969)

ldquoEacute um processo que consiste em reconhecer valores e em aclarar

conceitos com o objetivo de fomentar aptidotildees e atitudes necessaacuterias para

74

compreender e apreciar as inter-relaccedilotildees entre o homem sua cultura e seu meio

biofiacutesico Ela compreende tambeacutem a praacutetica na tomada de decisotildees e na

elaboraccedilatildeo de um coacutedigo de comportamento acerca das questotildees

relacionadas com a qualidade do meio ambienterdquo (Reuniatildeo Internacional sobre

EA da IUCN ndash Paris 1970)

ldquoA finalidade da Educaccedilatildeo Ambiental eacute formar uma populaccedilatildeo mundial

consciente e preocupada com o ambiente e os problemas com ele

relacionados e que possua conhecimentos capacidades atitudes a motivaccedilatildeo

e compromisso para colaborar individual coletivamente na resoluccedilatildeo de

problemas atuais na prevenccedilatildeo de problemas futurosrdquo( Conferecircncia de

Estocolmo 1972)

ldquoEacute um processo no qual deveria ocorrer o desenvolvimento progressivo de

um senso de preocupaccedilatildeo com o meio ambiente baseado em um completo e

sensiacutevel entendimento de relaccedilatildeo do homem com o meiordquo (Mellowes C 1972)

ldquoEgrave uma dimensatildeo dada ao conteuacutedo e a praacutetica da Educaccedilatildeo orientada

para a soluccedilatildeo dos problemas concretos do meio ambiente atraveacutes de enfoques

interdisciplinares e de uma participaccedilatildeo ativa e responsaacutevel de cada indiviacuteduo e

da coletividaderdquo(Conferecircncia de Tbilisi 1977)

ldquoA Educaccedilatildeo Ambiental tem sido entendida e desenvolvida enquanto

educaccedilatildeo sobre o ambiente educaccedilatildeo no ambiente educaccedilatildeo para o

ambiente e pelas classes formadas pelas possiacuteveis combinaccedilotildees entre as trecircs

categorias A Educaccedilatildeo sobre o ambiente procura desenvolver o conhecimento

e a compreensatildeo incluindo as capacidades necessaacuterias para obter este

conhecimento A educaccedilatildeo para ambiente procura a preservaccedilatildeo ou melhoria

do ambiente Ambas satildeo caracterizadas pelos seus objetivos Por outro lado a

educaccedilatildeo no ambiente caracteriza-se por ser uma teacutecnica de ensino ndash

aprendizagem e o termo ambiente geralmente significa o mundo fora da sala de

aula ou de uma forma geral o contexto natural eou social em que as pessoas

vivemrdquo (Lucas 1980)

75

ldquoEacute um processo permanente no qual os indiviacuteduos e a comunidade tomam

consciecircncia do seu ambiente e adquirem conhecimentos habilidades

experiecircncias valores e a determinaccedilatildeo que os tornam capazes de agir individual

ou coletivamente na busca de soluccedilotildees para os problemas ambientais presentes

e futurosrdquo(UNESCO 1987)

ldquoEacute o processo de reconhecer valores e aclarar conceitos para criar

habilidades e atitudes necessaacuterias que sirvam para compreender e apreciar a

relaccedilatildeo muacutetua entre o homem sua cultura e seu meio circundante biofiacutesico A

educaccedilatildeo ambiental tambeacutem incluiu a praacutetica de tomar decisotildees e autoformular

um coacutedigo de comportamento com relaccedilatildeo agraves questotildees que concernem agrave

qualidade ambientalrdquo (Gonccedilalvez 1990)

ldquoA Educaccedilatildeo Ambiental natildeo deve ser entendida como um tipo especial

de educaccedilatildeo Trata-se de um processo longo e contiacutenuo de aprendizagem de

uma filosofia de trabalho participativo em que todos famiacutelia escola e

comunidade devem estar envolvidos O processo de aprendizagem de que trata

a educaccedilatildeo ambiental natildeo pode ficar restrito exclusivamente agrave transmissatildeo de

conhecimentos agrave heranccedila cultural do povo agraves geraccedilotildees mais novas ou agrave simples

preocupaccedilatildeo com a formulaccedilatildeo integral do educando inserindo em seu

contexto social Deve ser um processo de aprendizagem centrado no aluno

gradativo contiacutenuo e respeitador de sua cultura e de sua comunidade Deve ser

um processo criacutetico criativo e poliacutetico com preocupaccedilatildeo de transmitir

conhecimentos a partir da discussatildeo e avaliaccedilatildeo critica dos problemas

comunitaacuterios e tambeacutem da avaliaccedilatildeo feita pelo aluno de sua realidade

individual e social na comunidade em que viverdquo (Gonccedilalves 1990)

ldquoA educaccedilatildeo ambiental se caracteriza por incorporar as dimensotildees soacutecio-

econocircmica poliacutetica cultural e histoacuterica natildeo podendo se basear em pautas

riacutegidas e de aplicaccedilatildeo universal devendo considerar as condiccedilotildees e estaacutegios de

cada paiacutes regiatildeo e comunidade sob uma perspectiva histoacuterica Assim sendo a

Educaccedilatildeo Ambiental deve permitir a compreensatildeo da natureza complexa do

meio ambiente e interpretar a interdependecircncia entre os diversos elementos que

76

conformam o ambiente com vistas a utilizar racionalmente os recursos do meio

na satisfaccedilatildeo material e espiritual da sociedade no presente e no

futurordquo(Conferecircncia Rio 92)

ldquoEacute o conhecimento das estruturas de composiccedilatildeo e da funcionalidade

da natureza das interferecircncias do que o homem produziu sobre esta estrutura

essa composiccedilatildeo e essa funcionalidaderdquo (Faria 1992)

ldquoEacute um processo de formaccedilatildeo e informaccedilatildeo orientado para o

desenvolvimento da consciecircncia criacutetica sobre as questotildees ambientais e de

atividades que levem agrave participaccedilatildeo das comunidades na preservaccedilatildeo do

equiliacutebrio ambientalrdquo (Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA)

ldquoEacute um processo por meio do qual o indiviacuteduo e a coletividade constroem

valores sociais conhecimentos habilidades atitudes e competecircncias voltadas

para a conservaccedilatildeo do Meio Ambiente bem de uso comum do povo essencial

agrave sadia qualidade de vida e sua sustentabilidaderdquo (Art1ordm Lei Federal nordm9795 de

27041999)

ldquoEacute o processo educacional de estudos e aprendizagem dos problemas

ambientais e suas interligaccedilotildees com o homem na busca de soluccedilotildees que visem a

preservaccedilatildeo do meio ambienterdquo (Santos1999)

ldquoEacute um processo que envolve um vigoroso esforccedilo de recuperaccedilatildeo de

realidades e que garante um compromisso com o futuro Uma accedilatildeo entre

missionaacuteria utoacutepica destinada a reformular comportamentos humanos e recriar

valores perdidos ou jamais alcanccedilados Trata-se de um novo ideaacuterio

comportamental tanto no acircmbito individual quanto no coletivordquo (Aziz Abrsquo Saber)

ldquoEacute um processo no curso do qual o indiviacuteduo consegue assimilar os

conceitos e interiorizar as atitudes mediante as quais adquire as capacidades e

os comportamentos que lhe permitem compreender e julgar as relaccedilotildees de

interdependecircncia estabelecidas entre a sociedade com seu modo de

produccedilatildeo sua ideologia e sua estrutura de poder dominante e seu meio

77

biofiacutesico assim como para atuar em consequumlecircncia da anaacutelise efetuadardquo (Cantildeal

Garcia Porlaacuten)

Com as inuacutemeras definiccedilotildees para Educaccedilatildeo Ambiental observa-se que

cada oacutergatildeo ou membro da Sociedade tem uma visatildeo de Educaccedilatildeo Ambiental

que vai variar no ponto de interesse de cada um

Para alguns indiviacuteduos falar sobre os problemas do Meio Ambiente eacute se

restringir aos assuntos relacionados agrave extinccedilatildeo de organismos vivos como animais

e plantas Atualmente a Educaccedilatildeo Ambiental eacute colocada em uma posiccedilatildeo

mais realista e esclarecedora na qual define como Meio Ambiente tudo que

compotildee a paisagem Deste modo Meio Ambiente pode ser classificado de

diversas formas como Meio Ambiente natural que eacute a natureza com toda sua

diversidade Meio Ambiente fiacutesico que satildeo as edificaccedilotildees estradas etc e Meio

Ambiente social que eacute formado pelas pessoas que compotildeem a Sociedade

(Carvalho 2002)

Com base nestas definiccedilotildees se pode afirmar que a Educaccedilatildeo Ambiental

funciona como uma base na busca de um equiliacutebrio entre o homem e o

ambiente que o cerca e o seu objetivo fundamental eacute suscitar mudanccedilas de

comportamento na sociedade Os indiviacuteduos devem construir enquanto grupo

social valores novos conhecimentos atitudes e habilidades indispensaacuteveis para a

conservaccedilatildeo do meio ambiente que eacute um patrimocircnio coletivo essencial para a

vida saudaacutevel (ALERJ 1999)

Para que o equiliacutebrio possa ser atingido existe a necessidade da

construccedilatildeo dos pilares de uma Sociedade Sustentaacutevel onde cada sistema social

tende a atualizar-se de modo a incorporar a dimensatildeo ambiental em suas

respectivas especificidades a partir do fornecimento de meios adequados para

a transiccedilatildeo em direccedilatildeo a sustentabilidade Assim o Sistema Juriacutedico cria o

ldquoDireito Ambientalrdquo o Sistema Cientiacutefico desenvolve a ldquoCiecircncia Complexardquo o

Sistema Tecnoloacutegico cria a ldquoTecnologia Eco eficienterdquo o Sistema Econocircmico

potencializa uma ldquoEconomia Ecoloacutegicardquo o Sistema poliacutetico oferece uma ldquoPoliacutetica

78

Verderdquo e o Sistema Educacional fornece a ldquoEducaccedilatildeo Ambientalrdquo Cabe a cada

sistema social desenvolver condiccedilotildees especiacuteficas que favoreccedilam as muacuteltiplas

dimensotildees da Sustentabilidade (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)

Dentro deste contexto de sistemas sociais que possuem o poder e o dever

de promover as mudanccedilas na aacuterea ambiental destaca-se o Sistema

Educacional pois este eacute o responsaacutevel pela construccedilatildeo dos fundamentos da

Sociedade Sustentaacutevel capaz de promover as mudanccedilas atraveacutes de duas

funccedilotildees ldquoMudanccedilas Culturaisrdquo com a informaccedilatildeo e promoccedilatildeo da eacutetica

ecoloacutegica e as ldquoMudanccedilas Sociaisrdquo atraveacutes da valorizaccedilatildeo dos indiviacuteduos grupos

e sociedades que muitas vezes se encontram em maacutes condiccedilotildees de enfrentar os

desafios dos novos tempos

52 Histoacuterico

Alguns autores mencionam que a Educaccedilatildeo Ambiental teve iniacutecio apoacutes a

Segunda Guerra Mundial onde fez emergir com maior ecircnfase os estudos do meio

ambiente e a importacircncia de uma educaccedilatildeo especiacutefica para este fim Para

outros a Educaccedilatildeo Ambiental eacute anterior a este periacuteodo mesmo que de forma

inconsciente sem maiores pretensotildees (Ministeacuterio do meio Ambiente 2004)

Na verdade natildeo se pode definir com exatidatildeo o momento onde tem iniacutecio

a histoacuteria da Educaccedilatildeo Ambiental tanto no Brasil como no mundo Na verdade a

Educaccedilatildeo Ambiental sempre esteve presente desde a antiguidade e ateacute se

pode mencionar que a histoacuteria teve iniacutecio no momento em que os primeiros

habitantes da terra comeccedilaram a se incomodar com o seu entorno isto eacute com

seus dejetos onde a presenccedila deles comeccedilou a causar desconforto Neste

momento se comeccedilou a pensar como eliminar estes dejetos para melhorar a

qualidade do ambiente em que viviam (Abreu 2000)

Partindo deste principio admiti-se que a evoluccedilatildeo da Educaccedilatildeo

Ambiental se deu atraveacutes de fatos ou acontecimentos que levaram as pessoas a

pensarem e tomarem iniciativas que levassem a melhorar as condiccedilotildees do

79

ambiente em que viviam ou para evitar que problemas maiores pudessem surgir

no futuro que pudessem comprometer a qualidade de vida das futuras

geraccedilotildees Baseados neste princiacutepio destacam-se alguns fatos ocorridos no Brasil

e no mundo que foram marcantes para a histoacuteria da Educaccedilatildeo Ambiental

SEacuteCULO XIX

1808 Criaccedilatildeo do Jardim Botacircnico no Rio de Janeiro Em 13 de junho

de 1808 foi criado o Jardim de Aclimataccedilatildeo que serviria para aclimatar as

especiarias vindas das Iacutendias Orientais Foi criado por DJoatildeo Priacutencipe Regente

na eacutepoca que era encantado com a exuberacircncia da natureza do lugar As

primeiras espeacutecies de plantas trazidas para o Jardim vieram das Ilhas Mauriacutecio do

Jardim Pamplemousse por Luiz de Abreu Vieira e Silva (wwwjbrjgovbr)

1850 Lei 601 de Dom Pedro II proibindo a exploraccedilatildeo florestal nas

terras devolutas isto eacute as que natildeo se acharem aplicadas a algum uso puacuteblico

nacional provincial ou municipal A lei determinava a proibiccedilatildeo de derrubada de

matas e o atear fogo Poreacutem a lei foi ignorada continuando o desmatamento

para implantaccedilatildeo da monocultura de cafeacute (wwwjusticcedilaspgovbr)

1869 Ernenst Haeckel propotildee o vocaacutebulo ldquoecologiardquo para estudos das

relaccedilotildees entre as espeacutecies e seu ambiente (wwwambientebrasilcombr)

1872 Criaccedilatildeo do primeiro parque nacional do mundo ldquoYellowstonerdquo

USA Sua fundaccedilatildeo em 1872 ocorreu numa eacutepoca em que ecologia e ambiente

estavam longe de ser preocupaccedilotildees cotidianas Mas graccedilas agraves pressotildees

exercidas pelo naturalista Ferdinand Hayden do departamento de pesquisas

geoloacutegicas dos Estados Unidos Yellowstone inaugurou o conceito de parque

nacional (www2uolcombrcaminhosdaterra reportagens)

1876 Andreacute Rebouccedilas sugere a criaccedilatildeo de parques nacionais na Ilha

de Bananal e em Sete Quedas (wwwcefleorgbr)

80

1896 Foi criado o primeiro parque estadual em Satildeo Paulo Parque da

Cidade (wwwcefleorgbr)

SEacuteCULO XX

1920 O pau Brasil eacute considerado extinto devido agrave exploraccedilatildeo

irresponsaacutevel e ao desmatamento da Mata Atlacircntica floresta onde ele nascia

normalmente Hoje eacute artigo raro nas florestas brasileiras mas na eacutepoca do

descobrimento era tatildeo abundante que a planta acabou dando nome ao nosso

paiacutes (wwwcanalkidscombrmeioambiente)

1932 Realiza-se no Museu Nacional a primeira Conferecircncia Brasileira de

Proteccedilatildeo agrave Natureza (wwwambientebrasilcombr)

1934 Decreto 23793 transforma em Lei o Anteprojeto de Coacutedigo

Florestal(Brasil1934)

1937 Cria-se o Parque Nacional de Itatiaia Pioneiro foi a primeira aacuterea

do paiacutes a oficialmente se constituir em Unidade de Conservaccedilatildeo procurando-se

com isso preservar seu rico patrimocircnio bioacutetico e geomorfoloacutegico

(wwwmregovbr) (wwwparqueitatiaiacombr)

1939 O Parque Nacional do Iguaccedilu (PNI) foi criado em 10 de janeiro

de 1939 e tombado pela UNESCO como Patrimocircnio da Humanidade em 1986 por

ser a uacuteltima grande amostra do Domiacutenio da Mata Atlacircntica que cobre grande

parte da bacia do Prata(wwwunbbr)

1947 Eacute Fundado na Suiacuteccedila a UICN-Uniatildeo Internacional para a

Conservaccedilatildeo da Natureza que eacute uma Organizaccedilatildeo Internacional que congrega

instituiccedilotildees governamentais e natildeo governamentais em volta da problemaacutetica da

integridade e diversidade da natureza (wwwambientebrasilcombr)

1952 Em Londres no ano de 1952 houve um episoacutedio grave Os efeitos

de uma ldquoneacutevoa negrardquo comeccedilaram a se manifestar atraveacutes da proliferaccedilatildeo de

81

diversas moleacutestias contraiacutedas principalmente pelos habitantes que sofriam de

problemas pulmonares e circulatoacuterios Foram constatadas na semana seguinte

ao episoacutedio quatro mil mortes a mais do que esperado

(wwweducaccedilatildeopublicarjgovbr)

1962 Publicaccedilatildeo da ldquoPrimavera Silenciosardquo por Rachel Louise Carson

escritora cientista e ecologista norte-americana Deve-se a ela o livro que

marcou o iniacutecio da revoluccedilatildeo ecoloacutegica nos Estados Unidos The Silent Spring (A

Primavera Silenciosa) o qual relata os efeitos da maacute utilizaccedilatildeo dos pesticidas e

inseticidas quiacutemico-sinteacuteticos alertando sobre as consequumlecircncias danosas de

inuacutemeras accedilotildees humanas sobre o ambiente trazendo uma seacuterie de advertecircncias

sobre o meio ambiente Ainda hoje a obra eacute considerada uma das mais

importantes do seacuteculo ajudando a desencadear uma mudanccedila de postura dos

EUA e de outros paiacuteses do mundo em relaccedilatildeo aos pesticidas e

poluentes(wwwgeocitiescombr) (wwwambientebrasilcombr)

1965 Em marccedilo de 1965 na Conferecircncia de Educaccedilatildeo da

Universidade de Keele na Inglaterra colocou-se pela primeira vez a expressatildeo

Educaccedilatildeo Ambiental com a recomendaccedilatildeo de que ela deveria se tornar uma

parte essencial de educaccedilatildeo de todos os cidadatildeos(wwwmmagovbr)

(wwwjornaldomeioambientecombr)

1968 Fundaccedilatildeo do Clube de Roma Fundado pelo industrial italiano

Aureacutelio Peccei e pelo quiacutemico inglecircs Alexander King agregando empresaacuterios

poliacuteticos cientistas sociais Um grupo de especialistas de vaacuterias aacutereas passou a se

reunir regularmente com a preocupaccedilatildeo de discutir a crise atual e futura da

humanidade (wwwsenacbr) (wwwambientespgov)

1970 Entidade relacionada agrave revista britacircnica The Ecologist elabora o

ldquoManifesto para Sobrevivecircnciardquo onde insistiam que um aumento indefinido de

demanda natildeo pode ser sustentado por recursos finitos (wwwmecgovbr)

82

1971 Cria-se no Rio Grande do Sul a associaccedilatildeo gauacutecha de proteccedilatildeo

ao Ambiente Natural Fundada em 27 de abril de 1971 em Porto Alegre atraveacutes

da figura de Joseacute Lutzenberger encontrava uma ressonacircncia na miacutedia local e

nacional e junto aos meios universitaacuterios Pensadores e liacutederes ambientalistas

perceberam que harmonizar civilizaccedilatildeo industrial e natureza era um desafio que

exigiria uma revoluccedilatildeo cultural econocircmica e social sem precedentes(

wwwagirazulcombr)

1972 Publicaccedilatildeo do Relatoacuterio ldquoOs Limites do Crescimentordquo ndash Clube de

Roma Na visatildeo de Freire Dias o embriatildeo dessa medida foi gerado a partir do

relatoacuterio elaborado em 1968 e publicou um relatoacuterio denominado The limits of

growth (Os limites do crescimento econocircmico) onde se condenava a partir de

estudos sobre os modelos de desenvolvimento adotados a busca incessante do

crescimento da economia a qualquer custo e a meta de se tornaacute-la cada vez

maior mais rica e poderosa sem levar em conta o custo final desse crescimento

As vaacuterias anaacutelises contidas no referido relatoacuterio convergiam para o alerta sobre o

perigo do crescente consumo das sociedades modernas que se mantido no

ritmo atual levaria a humanidade a um limite de crescimento possivelmente a

um colapso Esse relatoacuterio apesar de rejeitado pelos poliacuteticos da eacutepoca foi

levado agrave Conferecircncia de Estocolmo em cujo foacuterum aprovou-se a

Recomendaccedilatildeo nordm 96 que reconhecia o desenvolvimento da Educaccedilatildeo

Ambiental como elemento criacutetico para o combate agrave crise ambiental do mundo

moderno (wwwsenaccombr)

Conferecircncia de Estocolmo ndash Em julho de 1972 na Sueacutecia onde

113 paiacuteses 90 dos quais pertenciam ao grupo dos paiacuteses em desenvolvimento

onde apenas 16 deles possuiacuteam entidades de proteccedilatildeo ambiental se reuniram

na Conferecircncia sobre o Meio Ambiente Humano Foi a primeira reuniatildeo

ambiental global que viria a acrescentar definitivamente agraves questotildees prioritaacuterias

discutidas pela ONU criada em 1945 - a paz os direitos humanos e o

desenvolvimento com igualdade - o tema da seguranccedila ecoloacutegica Desse modo

a Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas sobre Meio Ambiente Humano mundialmente

conhecida como Conferecircncia de Estocolmo passou a ser o marco de referecircncia

83

para as discussotildees sobre o que na sequumlecircncia viria a constituir-se numa das

questotildees mais complexas e mais cruciais da histoacuteria recente da humanidade ou

seja a questatildeo do desenvolvimento sustentaacutevel Ela chamou a atenccedilatildeo do

mundo para a gravidade da situaccedilatildeo nesse setor

(wwwmregovbr)(wwwagirazulcombr) (wwwcomcienciabr)

Universidade Federal de Pernambuco inicia uma campanha de

reintroduccedilatildeo do pau brasil considerado extinto em 1920

(wwwambientebrasilcombr)

Ainda como resultado da Conferecircncia de Estocolmo neste

mesmo ano a ONU criou um organismo denominado Programa das Naccedilotildees

Unidas para o Meio Ambiente - PNUMA sediado em Nairobi (wwwmecgovbr)

A Universidade Federal do Rio Grande do Sul criou o primeiro

curso de poacutes-graduaccedilatildeo em Ecologia do paiacutes (wwwmecgovbr)

1973 Registro Mundial de Programas em Educaccedilatildeo Ambiental-USA

(wwwambientebrasilcombr)

Cria-se a Secretaria Especial do Meio Ambiente SEMA pelo

Decreto nordm 73030 de 30 de outubro de 1973 que entre outras atividades

comeccedilou a fazer Educaccedilatildeo Ambiental e se propocircs a discutir junto agrave opiniatildeo

puacuteblica a questatildeo ambiental fazendo com que as pessoas se preocupassem

mais com o meio ambiente e evitassem atitudes predatoacuterias Vaacuterias medidas

legais foram tomadas posteriormente com o objetivo de preservar e conservar os

recursos ambientais e de controlar as diversas formas de poluiccedilatildeo A SEMA

dedicou-se a defender dois grandes objetivos estar atenta agrave poluiccedilatildeo

principalmente a de caraacuteter industrial mais visiacutevel e proteger a natureza

(wwwibamagovbr)

1974 Seminaacuterio de Educaccedilatildeo Ambiental em Jammi Finlacircndia - Esse

seminaacuterio considerou que a Educaccedilatildeo Ambiental permite alcanccedilar os objetivos

de proteccedilatildeo ambiental e que natildeo se trata de um ramo da ciecircncia ou uma

84

mateacuteria de estudos separada mas de uma accedilatildeo integral permanente

(wwwprgovbrmeioambiente)

1975 Congresso de Belgrado - Estabeleceu as metas e os princiacutepios da

Educaccedilatildeo Ambiental presentes na chamada Carta de Belgrado onde tambeacutem

se propusera que a Educaccedilatildeo Ambiental deveria ser contiacutenua multidisciplinar

integrada agraves diferenccedilas e voltada para os interesses nacionais

(wwwprgovbrmeioambiente)

Programa Internacional de Educaccedilatildeo Ambiental ndash PIEA- Criado

pela UNESCO o Programa Internacional de Educaccedilatildeo Ambiental e ateacute os dias

de hoje tem continuamente atuado na EA internacional e regionalmente O PIEA

manteacutem uma base de dados com informaccedilotildees sobre instituiccedilotildees de EA em todo

o mundo aleacutem de projetos e eventos que envolvem estudantes professores e

administradores (wwwambientespgov)

1976 Reuniatildeo Sub-regional de EA para o ensino secundaacuterio em

Chosica Peru Nesse foacuterum as questotildees ambientais na Ameacuterica Latina foram

relacionadas agraves necessidades de sobrevivecircncia e aos direitos humanos de seus

povos (wwwambientebrasilcombr)

Congresso de Educaccedilatildeo Ambiental Brasarville na Aacutefrica o qual

reconheceu que a pobreza eacute o maior problema ambiental

(wwwambientebrasilcombr)

A SEMA a Fundaccedilatildeo Educacional do Distrito Federal e a

Universidade de Brasiacutelia realizaram o primeiro curso de Extensatildeo para professores

do 1o Grau em Ecologia (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)

1977 A SEMA constitui um grupo de trabalho para elaboraccedilatildeo de um

documento de Educaccedilatildeo Ambiental para definir seu papel no contexto brasileiro

(Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)

85

Seminaacuterios Encontros e debates preparatoacuterios agrave Conferecircncia de

Tbilisi satildeo realizados pela FEEMA-RJ (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)

No Brasil o Conselho Federal de Educaccedilatildeo tornou obrigatoacuteria a

disciplina Ciecircncias Ambientais nos cursos de Engenharia (wwwmecgovbr)

Conferecircncia de Tbilisi realizada em 1977 na Geoacutergia ex-Uniatildeo

Sovieacutetica Foi deste encontro que saiacuteram as definiccedilotildees os objetivos os princiacutepios e

as estrateacutegias para a Educaccedilatildeo Ambiental que ateacute hoje satildeo adotadas

mundialmente Para que se chegasse a recomendaccedilotildees tatildeo duradouras foram

necessaacuterios vaacuterios anos de preparo Os proacuteprios organizadores do evento de Tbilisi

reconheceram que ele foi um prolongamento da Conferecircncia de Estocolmo de

1972 onde a Educaccedilatildeo Ambiental passou a ser considerada como campo de

accedilatildeo pedagoacutegica adquirindo relevacircncia e vigecircncia internacional

(wwwprgovbrmeioambiente)

1978 Nos cursos de Engenharia Sanitaacuteria inserem-se as disciplinas de

Saneamento Baacutesico e Saneamento Ambiental (wwwambientebrasilcombr)

1979 O MEC e a CETESB SP publicam o documento ldquoEcologia uma

Proposta para o Ensino de 1o e 2o Grausrdquo (wwwjornaldomeioambientecombr)

Encontro Regional de Educaccedilatildeo Ambiental para Ameacuterica Latina

em San Joseacute Costa Rica(wwwambientebrasilcombr)

1980 Seminaacuterio Regional Europeu sobre EA para Europa e Ameacuterica do

Norte o qual assinala a importacircncia do intercacircmbio de informaccedilotildees e

experiecircncias (wwwambientebrasilcombr)

Seminaacuterio Regional sobre EA nos Estados Aacuterabes Manama

Bahrein (UNESCO-PNUMA 1980)

1981 Lei Nordm 6938 de 31 de Agosto de 1981 dispotildee sobre a Poliacutetica

Nacional do Meio Ambiente (Brasil 1981)

86

1983 Por decisatildeo da Assembleacuteia Geral da ONU foi criada a Comissatildeo

Mundial de Meio Ambiente e Desenvolvimento ndash CMMAD presidida pela entatildeo

primeira ministra da Noruega Gro Harlem Brundtland Tinha como objetivo

analisar a interface entre a questatildeo ambiental e o desenvolvimento assim como

propor um plano de accedilotildees (wwwambientespgovbr)

1984 Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) apresenta uma

resoluccedilatildeo estabelecendo diretrizes para a Educaccedilatildeo Ambiental que natildeo eacute

tratada (wwwambientebrasilcombr)

1985 Parecer 81985 do MEC reforccedila a necessidade da inclusatildeo de

conteuacutedos ecoloacutegicos ao longo do processo de formaccedilatildeo do ensino de 1ordm e 2ordm

graus integrados a todas as aacutereas do conhecimento de forma sistematizada e

progressiva possibilitando a ldquoformaccedilatildeo da consciecircncia ecoloacutegica do futuro

cidadatildeordquo (wwwmecgovbr)

1986 A SEMA junto com a Universidade Nacional de Brasiacutelia organiza o

primeiro Curso de Especializaccedilatildeo em Educaccedilatildeo Ambiental (1986 a 1988)

(Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)

1987 O MEC aprova o Parecer 22687 do conselheiro Arnaldo Niskier

em relaccedilatildeo agrave necessidade de inclusatildeo da Educaccedilatildeo Ambiental nos curriacuteculos

escolares de 1o e 2o Graus O Plenaacuterio do Conselho Federal de Educaccedilatildeo

aprovou por unanimidade a conclusatildeo da Cacircmara de Ensino a respeito do

parecer 22687 que considerava necessaacuteria a inclusatildeo da Educaccedilatildeo Ambiental

dentre os conteuacutedos a serem explorados nas propostas curriculares das escolas

de 1ordm e 2ordm graus bem como sugeria a criaccedilatildeo de Centros de Educaccedilatildeo

Ambiental (wwwmecgovbr)

Estrateacutegia Internacional de accedilatildeo em mateacuteria de educaccedilatildeo e

formaccedilatildeo ambiental para o dececircnio de 90 - documento final do Congresso

Internacional sobre Educaccedilatildeo e Formaccedilatildeo Relativas ao Meio-ambiente realizado

em 1987 em Moscou Ruacutessia promovido pela UNESCO Ressalta a importacircncia da

87

formaccedilatildeo de recursos humanos nas aacutereas formais e natildeo formais da EA e na

inclusatildeo da dimensatildeo ambiental nos curriacuteculos de todos os niacuteveis

(wwwmecgovbr)

Paulo Nogueira Neto Primeiro secretaacuterio da Secretaria Especial

do Meio Ambiente (1974-1986) representa o Brasil na Comissatildeo Brundtland -

Comissatildeo Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento tambeacutem

conhecida como Comissatildeo Brundtland Essa comissatildeo produziu um relatoacuterio de

grande repercussatildeo internacional tendo sido usado inclusive como base para a

Agenda 21 Esse relatoacuterio da Comissatildeo Brundtland diz que desenvolvimento

sustentaacutevel ldquoeacute aquele que atende agraves necessidades do presente sem

comprometer a possibilidade de as geraccedilotildees futuras atenderem as suas proacuteprias

necessidadesrdquo (wwwibgegovbr)

Divulgaccedilatildeo do Relatoacuterio da Comissatildeo Brundtland Nosso Futuro

Comum A Comissatildeo Brundtland circulou o mundo e encerrou seus trabalhos em

1987 com um relatoacuterio chamado ldquoNosso Futuro Comumrdquo E eacute nesse relatoacuterio que

se encontra a definiccedilatildeo de desenvolvimento sustentaacutevel mais aceita e difundida

em todo o Planeta ldquoDesenvolvimento sustentaacutevel eacute aquele que atende agraves

necessidades do presente sem comprometer a possibilidade das geraccedilotildees futuras

satisfazerem suas proacuteprias necessidadesrdquo Segundo a Comissatildeo o desafio era

trazer as consideraccedilotildees ambientais para o centro das tomadas de decisotildees

econocircmicas e para o centro do planejamento futuro nos diversos niacuteveis local

regional e global (wwwmregovbr)

Congresso Internacional da UNESCO ndash PNUMA sobre Educaccedilatildeo

e Formaccedilatildeo Ambiental - Moscou Realizou a avaliaccedilatildeo dos avanccedilos desde Tbilisi

reafirmou os princiacutepios de Educaccedilatildeo Ambiental e assinalou a importacircncia e

necessidade da pesquisa e da formaccedilatildeo em Educaccedilatildeo Ambiental

(wwwambientebrasilcombr)

88

1988 Declaraccedilatildeo de Caracas ORPAL - PNUMA Sobre Gestatildeo

Ambiental na Ameacuterica a qual denuncia a necessidade de mudar o modelo de

desenvolvimento (wwwprgovbr)

A Constituiccedilatildeo Brasileira de 1988 em Art 225 no Capiacutetulo VI - Do

Meio Ambiente Inciso VI destacou a necessidade de lsquorsquopromover a Educaccedilatildeo

Ambiental em todos os niacuteveis de ensino e a conscientizaccedilatildeo puacuteblica para a

preservaccedilatildeo do meio ambientersquorsquo Para cumprimento dos preceitos

constitucionais leis federais decretos constituiccedilotildees estaduais e leis municipais

determinaram a obrigatoriedade da Educaccedilatildeo Ambiental(Brasil 1988)

Fundaccedilatildeo Getuacutelio Vargas traduz e publica o Relatoacuterio

Brundtland Nosso Futuro Comum (wwwprgovbr)

A Secretaria de Estado do Meio Ambiente de SP e a CETESB

publicam a ediccedilatildeo piloto do livro ldquoEducaccedilatildeo Ambientalrdquo Guia para professores

de 1o e 2o Graus (wwwnossoambienteonlinehpgigcombr)

1989 Criaccedilatildeo do IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente) pela

fusatildeo da SEMA SUDEPE SUDEHVEA e IBDF - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e

dos Recursos Naturais Renovaacuteveis uma autarquia federal foi criado pela Lei

773589 vinculado ao Ministeacuterio do Meio Ambiente ndash MMA sendo responsaacutevel

principalmente pela execuccedilatildeo da Poliacutetica Nacional do Meio Ambiente e

desenvolve atividades para a preservaccedilatildeo e conservaccedilatildeo do patrimocircnio natural

exercendo o controle e a fiscalizaccedilatildeo sobre o uso dos recursos naturais Nele

funciona a Divisatildeo de Educaccedilatildeo Ambiental com a missatildeo de promover a

conscientizaccedilatildeo de todos para a utilizaccedilatildeo racional dos recursos naturais

incentivando o desenvolvimento sustentaacutevel visando agrave preservaccedilatildeo do meio

ambiente para as geraccedilotildees futuras (wwwgeocitiesyahoocombribamapr)

Programa de Educaccedilatildeo Ambiental em Universidade Aberta da

Fundaccedilatildeo Demoacutecrito Rocha por meio de encartes nos jornais de Recife e

Fortaleza (wwwprgovbr)

89

Primeiro Encontro Nacional sobre Educaccedilatildeo Ambiental no Ensino

Formal IBAMA UFRPE Recife (wwwprgovbr)

Criou-se o Fundo Nacional de Meio Ambiente (FNMA) no

Ministeacuterio do Meio Ambiente MMA Criado pela Lei 7797 de 10 de julho de 1989

O FNMA tem por missatildeo contribuir como agente financiador e por meio da

participaccedilatildeo social para a implementaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional do Meio

Ambiente (PNMA) Desde sua criaccedilatildeo o FNMA apoacuteia projetos ambientais em todo

o paiacutes tendo investido mais de cem milhotildees de reais distribuiacutedos entre mais de mil

projetos aprovados (wwwmmagovbr)

Primeiro Seminaacuterio sobre materiais para a Educaccedilatildeo Ambiental

ORLEAC - UNESCO - PIEA Santiago Chile (wwwprgovbr)

Declaraccedilatildeo de HAIA preparatoacuterio da RIO 92 aponta a

importacircncia da cooperaccedilatildeo internacional nas questotildees

ambientais(wwwambientebrasilcombr)

1990 Conferecircncia Mundial sobre Ensino para Todos Satisfaccedilatildeo das

necessidades baacutesicas de aprendizagem em Jomtien Tailacircndia Destaca o

conceito de Analfabetismo Ambiental O analfabetismo ambiental levou a

espeacutecie humana a produzir essas pressotildees insuportaacuteveis sobre os sistemas naturais

Estamos vivendo de retiradas contiacutenuas de uma poupanccedila na qual natildeo fazemos

nenhum depoacutesito ldquoO analfabetismo ambiental eacute o mais difiacutecil de ser erradicado

pois atinge ateacute pessoas com vaacuterios anos de escolaridade que continuam

ateando fogo nas folhas secas em seus quintais natildeo reciclando o lixo e natildeo

poupando aacutegua nem energia eleacutetricardquo Gonccedilalves 1990 (wwwigcuspbr)

A ONU declara o ano 1990 como o Ano Internacional do Meio

Ambiente (wwwambientebrasilcombr)

I Curso Latino-Americano de Especializaccedilatildeo em Educaccedilatildeo

Ambiental PNUMAIBAMACNPqCAPESUFMTCUIABAacute-MT (1990 a 1994)

(wwwambientebrasilcombr)

90

1991 Portaria 678 (140591) do MEC determinou que a educaccedilatildeo

escolar deveria contemplar a Educaccedilatildeo Ambiental permeando todo o curriacuteculo

dos diferentes niacuteveis e modalidades de ensino Foi enfatizada a necessidade de

investir na capacitaccedilatildeo de professores (wwwmecgovbr)

Projeto de Informaccedilotildees sobre Educaccedilatildeo Ambiental IBAMA MEC

(wwwambientebrasilcombr)

Encontro Nacional de Poliacuteticas e Metodologias para Educaccedilatildeo

Ambiental promovido pela Presidecircncia da Repuacuteblica atraveacutes do MEC e SEMA

com apoio da UNESCOEmbaixada do Canadaacute em Brasiacutelia com a finalidade de

discutir diretrizes para definiccedilatildeo da Poliacutetica da EA (wwwmecgovbr)

Grupo de Trabalho para Educaccedilatildeo Ambiental coordenado pelo

MEC preparatoacuterio para a Conferecircncia do Rio 92 (wwwmecgovbr)

Reuniotildees preparatoacuterias da Rio 92(wwwambientebrasilcombr)

1992 Conferecircncia da ONU sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento

RIOndash92 UNCED Rio92 - Criaccedilatildeo da Agenda 21 Tratado de Educaccedilatildeo Ambiental

para Sociedades Sustentaacuteveis FORUN das ONGrsquos - compromissos da sociedade

civil com a Educaccedilatildeo Ambiental e o Meio Ambiente Carta Brasileira de

Educaccedilatildeo Ambiental o qual apontou as necessidades de capacitaccedilatildeo na aacuterea

(MEC 1992)

1ordm Encontro Nacional de Centros de Educaccedilatildeo Ambiental (CEAS)

ndash onde os coordenadores dos centros jaacute existentes e os teacutecnicos das Secretarias

de Educaccedilatildeo debateram propostas pedagoacutegicas e recursos institucionais e

apresentaram projetos e experiecircncias exitosas em educaccedilatildeo ambiental Em

decorrecircncia o Mec passou a incentivar a implantaccedilatildeo de centros de educaccedilatildeo

ambiental como espaccedilos de referencia visando a formaccedilatildeo integral do cidadatildeo

para interagir em diversos niacuteveis e modalidades de ensino e introduzir praacuteticas de

educaccedilatildeo ambiental junto agraves comunidades (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)

91

Foi criado o Ministeacuterio do Meio Ambiente (Ministeacuterio do Meio

Ambiente 2005)

Participaccedilatildeo das ONGrsquos do Brasil no Foacuterum de ONGrsquos e na

redaccedilatildeo do Tratado de Educaccedilatildeo Ambiental para Sociedades Sustentaacuteveis

Destaca-se o papel da Educaccedilatildeo Ambiental na construccedilatildeo da Cidadania

Ambiental (wwwambientebrasilcombr)

O MEC promove no Rio de Janeiro o Workshop sobre Educaccedilatildeo

Ambiental com o objetivo de socializar os resultados das experiecircncias nacionais e

internacionais de EA discutir metodologias e curriacuteculos destacando a

necessidade de capacitaccedilatildeo de recursos humanos para EA cujo resultado

encontra-se na Carta Brasileira de Educaccedilatildeo Ambiental (wwwmecgovbr)

1993 Uma Proposta Interdisciplinar de Educaccedilatildeo Ambiental para

Amazocircnia IBAMA Universidades e SEDUCrsquos da regiatildeo publicaccedilatildeo de um

Documento Metodoloacutegico e um de caraacuteter temaacutetico com 10 temas ambientais

da regiatildeo (1992 a 1994) (wwwambientebrasilcombr)

Projeto de Lei n 379293 de autoria do Deputado Faacutebio

Feldmann ora em tramitaccedilatildeo no congresso Nacional institui a Poliacutetica de

Educaccedilatildeo Ambiental Este projeto de Lei tem como objetivo interligar os sistemas

nacionais de meio ambiente e de educaccedilatildeo em um sistema uacutenico (Ministeacuterio do

Meio Ambiente2004) (wwwbio2000hpgigcombr)

Portaria 77393 do MEC instituiu em caraacuteter permanente um

Grupo de Trabalho para EA com o objetivo de coordenar apoiar acompanhar

avaliar e orientar as accedilotildees metas e estrateacutegias para a implementaccedilatildeo da EA nos

sistemas de ensino em todos os niacuteveis e modalidades concretizando as

recomendaccedilotildees aprovadas na RIO -92(wwwmecgovbr)

Criaccedilatildeo dos Centros de Educaccedilatildeo Ambiental do MEC com a

finalidade de criar e difundir metodologias em Educaccedilatildeo Ambiental

(wwwambientebrasilcombr)

92

Congresso Sul-americano como continuidade da Rio92 ndash

Argentina (wwwambientebrasilcombr)

1994 Criaccedilatildeo do programa Nacional de Educaccedilatildeo Ambiental

(PRONEA) em dezembro de 1994 pela Presidecircncia da Repuacuteblica em funccedilatildeo da

Constituiccedilatildeo Federal de 1988 e dos compromissos internacionais assumidos com a

Conferencia do Rio compartilhado pelo entatildeo Ministeacuterio do Meio Ambiente dos

Recursos Hiacutedricos e da Amazocircnia Legal e pelo Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e do

Desporto com as parcerias do Ministeacuterio da Cultura e do Ministro da Ciecircncia e

Tecnologia (Ministeacuterio do Meio ambiente 2004)

Proposta do Programa Nacional de Educaccedilatildeo Ambiental -

PRONEA elaborada pelo MECMMAMINCMCT com o objetivo de ldquocapacitar o

sistema de educaccedilatildeo formal e natildeo-formal supletivo e profissionalizante em seus

diversos niacuteveis e modalidadesrdquo (wwwmecgovbr)

1995 Foi criada a Cacircmara Teacutecnica temporaacuteria de Educaccedilatildeo Ambiental

no Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA) determinante para o

fortalecimento da Educaccedilatildeo Ambiental Realizou sua primeira reuniatildeo em junho

de 1996 quando se discutiu o documento intitulado ldquoSubsiacutedios para a formulaccedilatildeo

de uma Poliacutetica Nacional de Educaccedilatildeo Ambientalrdquo elaborada pelo MMAIBAMA

e pelo MEC Os princiacutepios orientadores para esse documento eram a

participaccedilatildeo a descentralizaccedilatildeo o reconhecimento da pluralidade e

diversidade cultural e a interdisciplinaridade (ProNEA-2004) (wwwmecgovbr)

Conferecircncia para o Desenvolvimento Social realizada em

Copenhague Sueacutecia que visaria a Criaccedilatildeo de um ambiente econocircmico-poliacutetico-

social-cultural e juriacutedico que permita o desenvolvimento social

(wwwambientebrasilcombr)

1996 Lei nordm 927696 que estabelece o Plano Plurianual do Governo

19961999 define como principais objetivos da aacuterea de Meio Ambiente a

ldquopromoccedilatildeo da Educaccedilatildeo Ambiental atraveacutes da divulgaccedilatildeo e do uso de

93

conhecimentos sobre tecnologias de gestatildeo sustentaacutevel dos recursos naturaisrdquo

procurando garantir a implementaccedilatildeo do PRONEA (wwwmecgovbr)

Cursos de Capacitaccedilatildeo em Educaccedilatildeo Ambiental para os

teacutecnicos das SEDUCrsquos e DEMECrsquos nos Estados - Coordenaccedilatildeo de Educaccedilatildeo

Ambiental promove trecircs cursos de Capacitaccedilatildeo de Multiplicadores em Educaccedilatildeo

Ambiental - Apoio do acordo BRASILUNESCO a fim de preparar teacutecnicos das

Secretarias Estaduais de Educaccedilatildeo Delegacias Regionais de Educaccedilatildeo do MEC

e algumas Universidades Federais para atuarem no processo de inserccedilatildeo da

Educaccedilatildeo Ambiental nos Paracircmetros Curriculares (wwwmecgovbr)

Criaccedilatildeo da Comissatildeo Interministerial de EA do MMA - Essa

Comissatildeo tem como objetivo assessorar o Presidente da Repuacuteblica na tomada de

decisotildees sobre as estrateacutegias e poliacuteticas nacionais necessaacuterias ao

desenvolvimento sustentaacutevel conforme as diretrizes estabelecidas pela Agenda

21 (wwwmmagovbr)

1997 Aprovaccedilatildeo dos Novos PCNrsquos ndash Os PCNrsquos constituem-se como um

subsiacutedio para apoiar a escola na elaboraccedilatildeo de seu projeto educativo inserindo

procedimentos atitudes e valores no conviacutevio escolar bem como a necessidade

de tratar de alguns temas sociais urgentes de abrangecircncia nacional

denominado como temas transversais meio ambiente eacutetica pluralidade cultural

orientaccedilatildeo sexual trabalho e consumo (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)

I Conferecircncia Nacional de Educaccedilatildeo Ambiental (ICNEA)

realizada em Brasiacutelia quando foi produzido o documento ldquoCarta de Brasiacutelia para

a Educaccedilatildeo Ambientalrdquo contendo cinco aacutereas temaacuteticas Educaccedilatildeo Ambiental

e as vertentes do desenvolvimento sustentaacutevel Educaccedilatildeo Ambiental formal

papel desafios metodologias e capacitaccedilatildeo Educaccedilatildeo no processo de gestatildeo

ambiental metodologia e capacitaccedilatildeo Educaccedilatildeo Ambiental e as poliacuteticas

puacuteblicas PRONEA poliacuteticas de recursos hiacutedricos urbanas agricultura ciecircncia e

tecnologia Educaccedilatildeo Ambiental eacutetica formaccedilatildeo da cidadania educaccedilatildeo

comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo da sociedade (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)

94

Cursos de Educaccedilatildeo Ambiental organizados pelo MECndash Atraveacutes

da Coordenaccedilatildeo de Educaccedilatildeo Ambiental para as escolas Teacutecnicas e segunda

etapa de capacitaccedilatildeo das SEDUCrsquos e DEMECrsquos Convecircnio UNESCO ndash MEC

(wwwambientebrasilcombr)

IV Foacuterum de Educaccedilatildeo Ambiental e I Encontro da Rede de

Educadores Ambientais em VitoacuteriaES (wwwambientebrasilcombr)

Conferecircncia Internacional sobre Meio Ambiente e Sociedade

Conferecircncia Internacional sobre Meio Ambiente e Sociedade Educaccedilatildeo e

Consciecircncia Puacuteblica para a Sustentabilidade ndash Thessaloniki Greacutecia 1997 Onde

houve o reconhecimento que passados cinco anos da Conferecircncia Rio-92 o

desenvolvimento da EA foi insuficiente (wwwmecgovbr)

A Coordenaccedilatildeo de Educaccedilatildeo Ambiental do MEC promove sete

Cursos de Capacitaccedilatildeo de Multiplicadores e cinco Teleconferecircncias

(wwwmecgovbr)

1998 A Coordenaccedilatildeo de Educaccedilatildeo Ambiental do MEC promove 8

Cursos de Capacitaccedilatildeo de Multiplicadores 5 teleconferecircncias 2 Seminaacuterios

Nacionais e produz 10 viacutedeos para serem exibidos pela TV Escola

(wwwmecgovbr)

Ao final deste ano a Coordenaccedilatildeo de Educaccedilatildeo Ambiental eacute

inserida na Secretaria de Ensino Fundamental ndash SEF do MEC apoacutes reforma

administrativa (wwwportalmecgovbr)

1999 Criaccedilatildeo da Diretoria de Educaccedilatildeo Ambiental (DEA) do MMA ndash

Que passou a desenvolver as seguintes atividades Implantaccedilatildeo do Sistema

Brasileiro de Informaccedilatildeo em Educaccedilatildeo Ambiental (SIBEA) objetivando atuar

como um sistema integrador das informaccedilotildees de educaccedilatildeo ambiental no paiacutes

Implantaccedilatildeo de Poacutelos de Educaccedilatildeo Ambiental e Difusatildeo de Praacuteticas Sustentaacuteveis

nos Estados objetivando irradiar as accedilotildees de Educaccedilatildeo Ambiental fomento aacute

formaccedilatildeo de Comissotildees Interinstitucionais de Educaccedilatildeo Ambiental nos estados e

95

auxilio na elaboraccedilatildeo de programas estaduais de Educaccedilatildeo Ambiental

implantaccedilatildeo de curso de Educaccedilatildeo Ambiental a distancia objetivando

capacitar gestores professores e teacutecnicos de meio ambiente de todos os

municiacutepios do paiacutes implantaccedilatildeo do projeto Protetores da Vida objetivando

sensibilizar e mobilizar jovens para as questotildees ambientais (Ministeacuterio do Meio

Ambiente 2004)

Aprovaccedilatildeo da LEI 959799 que estabelece a Poliacutetica Nacional

de EA - promulgada a Lei nordm 9795 de 27 de abril de 1999 que institui a Poliacutetica

Nacional de Educaccedilatildeo Ambiental a que deveraacute ser regulamentada apoacutes as

discussotildees na Cacircmara Teacutecnica Temporaacuteria de Educaccedilatildeo Ambiental no CONAMA

(wwwmecgovbr)

A Portaria 164899 do MEC criou o Grupo de Trabalho com

representantes de todas as suas Secretarias para discutir a regulamentaccedilatildeo da

Lei nordm 979599 (wwwmecgovbr)

O MEC propotildee o Programa PCNrsquos em Accedilatildeo atendendo agraves

solicitaccedilotildees dos Estados tendo o Meio Ambiente como uns dos temas

transversais que seraacute trabalhado no ano 2000 (wwwmecgovbr)

Programa Nacional de Educaccedilatildeo Ambiental ndash implantaccedilatildeo do

Programa Nacional de Educaccedilatildeo Ambiental - ProNEA(wwwmecgovbr)

A Coordenaccedilatildeo de EA (COEA) do MEC passa a formar parte da

Secretaacuteria de Ensino Fundamental (wwwambientebrasilcombr)

2000 A Educaccedilatildeo Ambiental integra o Plano Plurianual do Governo

(2000-2003) e agora institucionalmente vinculado ao Ministeacuterio do Meio

Ambiente contemplando sete accedilotildees realizadas pelo MMA IBAMA Banco do

Brasil e Jardim Botacircnico do Rio de Janeiro (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)

2001 Em reconhecimento a importacircncia da articulaccedilatildeo dos

educadores ambientais e as suas instituiccedilotildees em modelos de articulaccedilatildeo

96

horizontal o MMA iniciou uma accedilatildeo de fomento a estruturaccedilatildeo e do

fortalecimento da Rede Brasileira de Educaccedilatildeo Ambiental (REBEA) e da Rede

Paulista de Educaccedilatildeo Ambiental (REPEA) e forneceu apoio a estruturaccedilatildeo da

REASUL da Rede Aguapeacute e da Rede Acreana de Educaccedilatildeo Ambiental

(Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)

2002 No mecircs de junho a lei nordm 979599 foi regulamentada pelo Decreto

nordm4 281 que definem entre outras coisas a composiccedilatildeo e as competecircncias do

Oacutergatildeo Gestor da PNEA lanccedilando assim as bases para a execuccedilatildeo da PNEA

(Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)

2003 Eacute instaurada no MMA a Comissatildeo intersetorial de Educaccedilatildeo

Ambiental (CISEA) com representaccedilatildeo de todas as secretarias e todos os oacutergatildeos

vinculados ao MMA criando uma instancia para um processo coordenado de

consultas e deliberaccedilotildees internamente a esse Ministeacuterio e contribuindo para a

transversalidade interna e a sinergia das accedilotildees em educaccedilatildeo ambiental

desenvolvidas pelas suas secretarias e pelos seus oacutergatildeos vinculados (Ministeacuterio do

Meio Ambiente 2004)

O Ministeacuterio da Educaccedilatildeo estabelece como prioridades viabilizar

as accedilotildees e diretrizes da PNEA e reestruturar a Coordenaccedilatildeo Geral de Educaccedilatildeo

Ambiental (COEA) que passa da Secretaria de Educaccedilatildeo Fundamental

diretamente agrave Secretaria Executiva atuando de forma integrada a todas as

secretarias conferindo maior visibilidade agrave Educaccedilatildeo Ambiental e oportunizando

sua transversalidade assim como seu enraizamento no MEC e na estrutura de

Governo (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)

2004 O MMA e o MEC promoveram em 21 de julho a reuniatildeo de

instalaccedilatildeo do oacutergatildeo gestor da PNEA um passo decisivo para a execuccedilatildeo das

accedilotildees em educaccedilatildeo ambiental no Governo Federal tendo como primeira tarefa

a assinatura de um Termo de Cooperaccedilatildeo Teacutecnica para a realizaccedilatildeo conjunta

da Conferencia Infanto-Juvenil pelo Meio Ambiente (Ministeacuterio do Meio

Ambiente 2004)

97

Em 17 de novembro foi instaurado o Comitecirc Assessor do Oacutergatildeo

Gestor sendo realizada sua primeira reuniatildeo na qual foram criados seis grupos de

trabalho (GTs) dois temporaacuterios ndash GT Documento do ProNEA e GT Regimento

Interno e quatro permanentes ndash GT Gestatildeo do Sistema Brasileiro de Informaccedilotildees

sobre Educaccedilatildeo Ambiental(SIBEA) GT Criteacuterios e Indicadores para Projetos e

Accedilotildees de Educaccedilatildeo Ambiental GT Instrumentos Institucionais e Legais para a

Promoccedilatildeo da Educaccedilatildeo Ambiental e GT Relaccedilotildees Internacionais (Ministeacuterio do

Meio Ambiente 2004)

Foi realizado em Goiacircnia o primeiro encontro governamental

nacional sobre poliacuteticas publicas de educaccedilatildeo ambiental reunindo secretaacuterios e

gestores puacuteblicos das trecircs esferas de governo da aacuterea ambiental O evento visou

a elaborar um diagnoacutestico dos principais desafios ao enraizamento da educaccedilatildeo

ambiental e a aproximaccedilatildeo entre as secretarias de educaccedilatildeo e do meio

ambiente Neste encontro foi reconhecida a necessidade da articulaccedilatildeo e do

fortalecimento muacutetuo das Comissotildees Interinstitucionais Estaduais e das Redes de

Educaccedilatildeo Ambiental Foi elaborado o documento ldquoCompromisso de Goiacircniardquo

que consiste no estabelecimento de um importante e pioneiro pacto entre as

esferas de governo para a criaccedilatildeo de Poliacuteticas e Programas estaduais e

municipais de Educaccedilatildeo Ambiental sincronizados com o ProNEA (Ministeacuterio do

Meio Ambiente 2004)

Nesse ano foi realizada a deacutecima-nona ediccedilatildeo do curso de

Introduccedilatildeo agrave Educaccedilatildeo no Processo de Gestatildeo Ambiental do IBAMA

alcanccedilando quase 700 profissionais formados para atuar com a educaccedilatildeo na

gestatildeo ambiental (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2005)

Ocorreu nova reestruturaccedilatildeo do MEC com a transferecircncia da

Coordenaccedilatildeo Geral de Educaccedilatildeo Ambiental (CGEA) para a entatildeo receacutem-criada

Secretaria de Educaccedilatildeo Continuada Alfabetizaccedilatildeo e Diversidade (Ministeacuterio do

Meio Ambiente 2005)

98

Teve iniacutecio um novo Plano Plurianual o PPA 2004-2007 Em

funccedilatildeo das novas diretrizes e sintonizado com o ProNEA o Programa 0052 eacute

reformulado passa a ser intitulado Educaccedilatildeo Ambiental para Sociedades

Sustentaacuteveis e inicia o ano composto por accedilotildees de responsabilidade da Diretoria

de Educaccedilatildeo Ambiental Fundo Nacional do Meio AmbienteAgecircncia Nacional

de Aacuteguas Coordenaccedilatildeo Geral de Educaccedilatildeo Ambiental do Instituto Brasileiro de

Meio Ambiente e Recursos Naturais Renovaacuteveis Jardim Botacircnico do Rio de

Janeiro e a Secretaria da Comissatildeo Interministerial para os Recursos do Mar

(SECIRM) (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)

Em novembro de 2004 foi realizado o V Foacuterum Brasileiro de

Educaccedilatildeo Ambiental construiacutedo de forma coletiva a partir da Rede Brasileira de

Educaccedilatildeo Ambiental e que proporcionou espaccedilos para diaacutelogo e trocas entre

os educadores ambientais Realizada durante todo o evento a atividade

denominada ldquoConversando com as Redesrdquo proporcionou aos participantes a

oportunidade de estar em contato com as pessoas que formam as redes de

Educaccedilatildeo Ambiental de todo o Brasil As conexotildees foram reforccediladas e renovadas

no evento que viu nascer a Rede Nordestina de Educaccedilatildeo Ambiental e a Rede

de Edu -comunicaccedilatildeo Socioambiental (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2005)

Ainda em novembro de 2004 o MMA participou na Venezuela

da reuniatildeo de trabalho de especialistas em gestatildeo puacuteblica da educaccedilatildeo

ambiental da Ameacuterica Latina e Caribe para elaboraccedilatildeo do plano de

implementaccedilatildeo do Programa Latino-americano e Caribenho de Educaccedilatildeo

Ambiental (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2005)

Nesse ano de 2004 foi feita a revisatildeo do Plano Plurianual e do

Programa 0052 e seu conjunto de accedilotildees foi alterado iniciando o exerciacutecio de

2005 com a seguinte composiccedilatildeo

bull 6270 ndash Educaccedilatildeo ambiental para recursos hiacutedricos (ANA)

bull 2972 ndash Educaccedilatildeo para conservaccedilatildeo da biodiversidade (Jardim Botacircnico

do Rio de Janeiro)

99

bull 2965 ndash Fomento a projetos integrados de educaccedilatildeo ambiental (FNMA)

bull 4932 ndash Formaccedilatildeo de educadores ambientais (DEAIBAMA)

bull 09HO ndash Apoio agrave gestatildeo compartilhada da educaccedilatildeo ambiental (DEA)

bull1997 ndash Implantaccedilatildeo do Sistema Brasileiro de Informaccedilotildees sobre Educaccedilatildeo

Ambiental (DEA)

bull 6857 ndash Produccedilatildeo e veiculaccedilatildeo de programas de educaccedilatildeo ambiental

(DEA)

bull 4641 ndash Publicidade de utilidade puacuteblica (DEA)

bull 4232 ndash Capacitaccedilatildeo de recursos humanos para a prevenccedilatildeo e o

controle ambiental nas aacutereas mariacutetimas e portuaacuterias (SECIRM) (Ministeacuterio do Meio

Ambiente 2004)

Nessa revisatildeo a CGEAMEC inclui no Programa 1061 - Brasil Escolarizado

sob responsabilidade desse Ministeacuterio duas accedilotildees relativas especificamente agrave

educaccedilatildeo ambiental

bull 09EA ndash Apoio agrave distribuiccedilatildeo de material didaacutetico para formaccedilatildeo

continuada em educaccedilatildeo ambiental

bull 09ED ndash Apoio agrave formaccedilatildeo continuada em educaccedilatildeo ambiental para

profissionais da educaccedilatildeo (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2005)

53 Algumas Consideraccedilotildees sobre a Evoluccedilatildeo da Educaccedilatildeo Ambiental

A Educaccedilatildeo Ambiental eacute direito de todos De modo formal como

componente permanente da educaccedilatildeo em todos os niacuteveis e modalidades De

modo natildeo formal atraveacutes de praacuteticas educativas voltadas para a mobilizaccedilatildeo e

participaccedilatildeo da sociedade e suas organizaccedilotildees na defesa da qualidade do

meio ambiente (ALERJ 1999)

A Educaccedilatildeo Ambiental jaacute percorreu um longo caminho superou alguns

obstaacuteculos alguns conflitos ganhou algumas batalhas porem ainda falta muito

para vencer a guerra contra os avanccedilos tecnoloacutegicos sem responsabilidade com

o meio ambiente porque o desenvolvimento eacute necessaacuterio poreacutem natildeo pode estar

100

combinado com um poder impiedoso e irracional do homem que destroacutei a terra

que pisa e tira o sustento polui o ar que respira suja a aacutegua que garante a sua

sobrevivecircncia e das geraccedilotildees futuras

Ao longo desses anos a Educaccedilatildeo Ambiental caminhou em direccedilatildeo ao

reconhecimento da sua importacircncia pois se natildeo houver um investimento em

accedilotildees que despertem a consciecircncia da humanidade para com o Meio

Ambiente natildeo teraacute nenhum sucesso os investimentos para o futuro A educaccedilatildeo

eacute o meio mais importante para o desenvolvimento do homem e a Educaccedilatildeo

Ambiental deve estar presente em todos os niacuteveis educacionais pois atraveacutes dela

passa a existir a consciecircncia pessoal de que o homem natildeo eacute o uacutenico no mundo

e sim faz parte dele segundo Boff 1992 ldquoMesmo sendo o homem a expressatildeo

autoconsciente do mundo natildeo eacute a principal nem a uacutenicardquo Devido a isto o

homem deve ter a consciecircncia de que existe uma interdependecircncia entre os

seres e a natureza em todo o planeta A partir da conscientizaccedilatildeo o homem

passa a perceber e revisar seus conceitos em relaccedilatildeo a viver bem pois a

seduccedilatildeo e adoraccedilatildeo aos estilos e modismos que fazem das pessoas aacutevidos

consumidores e como consequumlecircncia temos a geraccedilatildeo de montanhas de lixo

resiacuteduos inclusive radioativos aleacutem da extraccedilatildeo desordenada dos recursos

naturais natildeo renovaacuteveis

Eacute evidente que nas questotildees ambientais existem os conflitos que vatildeo de

encontro com os propoacutesitos poliacuteticos e os projetos educativos realmente

comprometidos com o resgate do equiliacutebrio entre a necessidade social e a

ambiccedilatildeo pessoal No primeiro caso trata-se de pessoas que na maioria das

vezes por falta de informaccedilatildeo destroem a natureza como derrubada de aacutervores

morte de animais pesca predatoacuteria etc em favor de seu sustento e de suas

famiacutelias natildeo percebendo que com esta destruiccedilatildeo estatildeo limitando o tempo do

seu sustento pois sem controle haacute o esgotamento No segundo caso a

exploraccedilatildeo e a destruiccedilatildeo da natureza natildeo por falta de informaccedilatildeo e sim por

ambiccedilatildeo ao dinheiro e por consequumlecircncia pelo poder natildeo importando o mal

que esta sendo feito Em relaccedilatildeo a isto se pode ressaltar que a pobreza tanto

nacional quanto global eacute uma das principais causas da destruiccedilatildeo pois quando

101

se tem fome a preocupaccedilatildeo com a natureza natildeo tem valor por isto quando se

fala em meio ambiente eacute tudo que estaacute a nossa volta inclusive agrave sociedade

Nessa perspectiva a educaccedilatildeo ambiental precisa ultrapassar os limites da

escola formal isto eacute deve transcender o espaccedilo escolar e ser concebida como

um processo contiacutenuo de formaccedilatildeo para a cidadania atingindo o ser humano

seja ele quem for ou onde estiver para que seja possiacutevel atingir em essecircncia a

mudanccedila de paradigmas que existem nas relaccedilotildees entre homem sociedade e

natureza Para isto se faz necessaacuterio o preenchimento de todos os espaccedilos seja

da miacutedia da famiacutelia do lazer da cultura da ciecircncia do trabalho e

principalmente da educaccedilatildeo Se forem aproveitadas todas as oportunidades

para se praticar a Educaccedilatildeo Ambiental estes conceitos passariam a fazer parte

da consciecircncia individual e coletiva do ser humano provocando alteraccedilatildeo no

sistema social e psicoloacutegico promovendo uma nova eacutetica planetaacuteria

comprometida com a erradicaccedilatildeo da pobreza da fome da poluiccedilatildeo da

opressatildeo humana da degradaccedilatildeo ambiental para que todos os recursos da

natureza possam ser utilizados com equiliacutebrio e respeito agrave fragilidade da terra e

de forma a beneficiar toda a humanidade (wwwsenacbr)

O Estado do Rio de Janeiro dispotildee da Lei 332599 que determina a

Educaccedilatildeo Ambiental obrigatoacuteria em todos os periacuteodos e nas vaacuterias disciplinas do

primeiro e segundo graus natildeo podendo ter uma uacutenica cadeira com conceitos

ecoloacutegicos e as demais ignorarem completamente os ecossistemas e as relaccedilotildees

entre transportes induacutestria agricultura urbanizaccedilatildeo sauacutede e o meio ambiente A

Educaccedilatildeo Ambiental por ser responsabilidade de todos deve ser tratada como

tema transversal isto eacute uma preocupaccedilatildeo de toda a escola e de toda a

comunidade onde a escola estaacute inserida Os professores das vaacuterias disciplinas e a

direccedilatildeo da escola estaratildeo empenhados na construccedilatildeo de projetos pedagoacutegicos

que inclua a problemaacutetica ambiental

A seguir as metodologias utilizadas na realizaccedilatildeo deste trabalho

102

Capiacutetulo 6 Metodologias

O objetivo deste capiacutetulo eacute descrever as metodologias aplicadas na busca

dos objetivos especiacuteficos para atingir as metas apontadas neste estudo

O estudo apresentado nessa dissertaccedilatildeo teve como base agrave elaboraccedilatildeo

de um meacutetodo capaz de garantir a confiabilidade e reprodutibilidade da

pesquisa No decorrer deste capitulo seratildeo abordados temas como

planejamento de pesquisa meacutetodo estatiacutestico pesquisa de campo fontes de

informaccedilatildeo e os problemas encontrados

Eacute relevante citar que o processo de pesquisa cientifica eacute uma atividade

dinacircmica e passiacutevel de mutaccedilotildees A metodologia empregada nesta pesquisa

possibilitou a agregaccedilatildeo de informaccedilotildees no decorrer do trabalho norteadas

sempre pelos objetivos do estudo

A figura 61 mostra esquematicamente a estrateacutegia utilizada na pesquisa

cujas etapas estatildeo melhor detalhadas nos itens subsequumlentes

103

Figura 61 - Esquematizaccedilatildeo do Projeto

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria a partir dos dados deste capiacutetulo

104

61 Diagnose do Estado da Arte da Educaccedilatildeo Ambiental no Ensino Meacutedio da Rede Estadual de Ensino no Municiacutepio do Rio de Janeiro 611 Objetivos

Umas das finalidades da pesquisa proposta no presente trabalho consistiu

em analisar o estado da arte do ponto de vista da Educaccedilatildeo Ambiental do

Ensino Meacutedio na Rede Estadual de Ensino localizada no Municiacutepio do Rio de

Janeiro A partir desta anaacutelise pretende-se traccedilar um perfil das escolas e indicar

caminhos estrateacutegicos em termos de sugestotildees no sentido de melhorar as

informaccedilotildees fornecidas aos alunos dentro da sua formaccedilatildeo acadecircmica partindo

de uma boa formaccedilatildeo docente

A seguir seratildeo detalhados os procedimentos utilizados durante a

elaboraccedilatildeo da pesquisa

612 Metodologia de Pesquisa

O meacutetodo de pesquisa adotado foi uma combinaccedilatildeo de anaacutelise

exploratoacuteria e anaacutelise quantitativa envolvendo as Escolas do Ensino Meacutedio da

Rede Estadual de Ensino localizadas no Municiacutepio do Rio de Janeiro O meacutetodo

foi baseado nas seguintes definiccedilotildees

Uma anaacutelise exploratoacuteria eacute uma pesquisa empiacuterica que utilizando diversas

fontes de informaccedilatildeo investiga um fenocircmeno contemporacircneo no seu contexto

real quando as fronteiras entre o fenocircmeno e contexto natildeo se encontram

nitidamente definidas (Yin 1984)

A anaacutelise quantitativa muitas vezes pode natildeo englobar as variaacuteveis

necessaacuterias agrave compreensatildeo de determinados eventos A concorrecircncia desses

eventos pode abranger uma complexidade tal que os paracircmetros de anaacutelise

tornam-se multidimensionais e difiacuteceis de serem observados de forma quantitativa

105

Contudo isto natildeo significa que as fronteiras entre as duas estrateacutegias de

pesquisa adotadas devam ser claramente delimitadas pois sempre existiratildeo

pontos em comum entre elas Cabe ressaltar poreacutem que cada estrateacutegia possui

caracteriacutesticas proacuteprias (Castro 1978)

O meacutetodo Survey a seguir definido foi o mais adequado para o

desenvolvimento da pesquisa

ldquoA pesquisa survey pode ser descrita como obtenccedilatildeo de dados ou

informaccedilotildees sobre caracteriacutesticas accedilotildees ou opiniotildees de determinado grupo

de pessoas indicado como representante de uma populaccedilatildeo alvo por meio

de um instrumento de pesquisa normalmente um questionaacuteriordquo(Tanur apud

Pinsonneautlt amp Kraemer 1993)

A metodologia estaacute coerente com o objetivo do trabalho uma vez que

desejava-se identificar qual o estado da arte da educaccedilatildeo ambiental nas

escolas de ensino meacutedio da Rede Puacuteblica EstadualConsiderando as colocaccedilotildees

de classificaccedilatildeo de uma pesquisa Survey esta tem um propoacutesito exploratoacuterio e

descritivo

No desenvolvimento do trabalho foi realizado um levantamento de dados

no ambiente com a aplicaccedilatildeo de um questionaacuterio respondido por parte das

escolas (amostra) de cada Metropolitana envolvida na pesquisa

613 Planejamento da Pesquisa

O primeiro passo do planejamento da pesquisa foi o levantamento das

informaccedilotildees disponiacuteveis sobre a situaccedilatildeo do ensino da EA nas Instituiccedilotildees de

Ensino Meacutedio da Rede Puacuteblica Estadual do Municiacutepio do Rio de Janeiro Este

levantamento compreendeu os seguintes itens

Determinaccedilatildeo da metodologia de pesquisa a ser adotada no projeto

Elaboraccedilatildeo de questionaacuterios

106

Aplicaccedilatildeo dos questionaacuterios junto agraves Instituiccedilotildees de Ensino meacutedio

atraveacutes de parceria com a Secretaria Estadual de Educaccedilatildeo

Realizaccedilatildeo de entrevistas com os diretores de Ensino das

Metropolitanas envolvidas no projeto

Avaliaccedilatildeo da receptividade nas metropolitanas e na SEERJ

Levantamento estatiacutestico dos dados

Busca de maiores informaccedilotildees sobre o tema nos sites da SEERJ

Elaboraccedilatildeo de propostas

614 Fontes de Informaccedilotildees

Na pesquisa realizada se lidou com uma variedade de fontes de

informaccedilotildees como documentos entrevistas e observaccedilotildees conforme segue

Materiais Impressos de oacutergatildeos ambientais

Trabalhos acadecircmicos sobre Educaccedilatildeo Ambiental

Entrevistas com professores e diretores de instituiccedilotildees de ensino

Materiais disponibilizados em meio eletrocircnico

Informaccedilotildees disponibilizadas pela SEERJ

615 Pesquisa de Campo

A pesquisa de campo foi realizada em duas etapas

A primeira etapa consistiu na aplicaccedilatildeo de um questionaacuterio nas escolas de

Ensino meacutedio da Rede Puacuteblica Estadual do Municiacutepio do Rio de Janeiro no

periacuteodo de abril a julho de 2006 A distribuiccedilatildeo do questionaacuterio foi viabilizada

mediante parceria com a SEERJ atraveacutes da coordenadoria de EA Os

questionaacuterios foram enviados para as Metropolitanas que foram responsaacuteveis

pela distribuiccedilatildeo e pelo recolhimento destes nas escolas Nas escolas os

questionaacuterios foram respondidos pelos diretores ou orientadores pedagoacutegicos O

modelo do questionaacuterio encontra-se no anexo 3

107

Apoacutes anaacutelise quantitativa e qualitativa dos questionaacuterios foi realizada a

segunda etapa que consistiu na avaliaccedilatildeo da receptividade das Metropolitanas

e da proacutepria SEERJ relacionada agrave relevacircncia da pesquisa Para tal foi elaborado

um questionaacuterio especiacutefico a ser respondido pelo responsaacutevel pela distribuiccedilatildeo

em cada metropolitana (anexo 4 5 e 6) e tambeacutem pela Coordenaccedilatildeo de

Educaccedilatildeo Ambiental da SEERJ O modelo dos questionaacuterios encontram-se no

anexo 7

Depois de estabelecidas as primeiras diretrizes foi realizado um

levantamento bibliograacutefico sobre os assuntos referentes ao trabalho Atraveacutes da

revisatildeo da literatura foi encontrada uma seacuterie de documentos pertinentes ao

assunto tais como

Determinaccedilatildeo de um modelo estatiacutestico utilizaccedilatildeo de uma amostragem

adequada

Realizaccedilatildeo de um questionaacuterio para as escolas

Definiccedilatildeo de modelo estatiacutestico para avaliar os dados levantados

Discussatildeo sobre o modelo estatiacutestico

Numa segunda etapa foi realizado um questionaacuterio de avaliaccedilatildeo da

pesquisa com os Diretores de Ensino responsaacuteveis pelas das metropolitanas

envolvidas no projeto

616 Avaliaccedilatildeo dos Resultados

Os dados seratildeo apresentados de maneira a desenhar o perfil das escolas

respondentes e suas opiniotildees a respeito da situaccedilatildeo do ensino da Educaccedilatildeo

Ambiental na rede puacuteblica estadual do Municiacutepio do Rio de Janeiro

Entre as respostas verificadas desconsiderou-se as respostas que natildeo

estavam em concordacircncia com as perguntas e as respostas em branco

As avaliaccedilotildees foram feitas nos itens e demonstradas em forma de

percentual

108

Foi feita uma anaacutelise estatiacutestica dos dados poreacutem nem todos os dados

estavam adequados para este tipo de anaacutelise Dada a heterogeneidade dos

dados o que muitas vezes impediu a aplicaccedilatildeo de equaccedilotildees matemaacuteticas

optou-se por natildeo realizar o tratamento estatiacutestico

62 Diagnose do Acesso aos Cursos de Graduaccedilatildeo nas

Universidades Puacuteblicas Estudo de Caso da UERJ e UFRJ

621 Objetivos

Aleacutem do mapeamento da Educaccedilatildeo Ambiental no Ensino Meacutedio puacuteblico

estadual a outra finalidade da pesquisa proposta nesta dissertaccedilatildeo consistiu em

analisar o acesso agraves Universidades Puacuteblicas dos alunos oriundos das escolas de

ensino meacutedio da Rede Puacuteblica

Para atingir esta meta foi realizada uma avaliaccedilatildeo do Sistema de Cotas

implantado na UERJ como tambeacutem avaliaccedilatildeo de uma proposta do acesso

atraveacutes do Sistema de Cotas que estaacute em fase de projeto na UFRJ

A seguir seratildeo detalhados os procedimentos utilizados durante a

elaboraccedilatildeo da pesquisa

622 Metodologia de Pesquisa

O meacutetodo de pesquisa adotado foi uma combinaccedilatildeo de anaacutelise

exploratoacuteria e anaacutelise quantitativa envolvendo as Universidades UERJ e UFRJ As

definiccedilotildees das metodologias foram descritas no item 612 deste capiacutetulo

109

623 Planejamento da Pesquisa

O planejamento foi iniciado com o levantamento das informaccedilotildees

disponiacuteveis sobre o acesso dos alunos nas Universidades Puacuteblicas Este

levantamento compreendeu os seguintes itens

Definiccedilatildeo das Universidades que seriam objeto da Pesquisa

Solicitaccedilatildeo de informaccedilotildees referentes aos alunos ingressos nas

Universidades atraveacutes de relatoacuterios fornecidos pelas comissotildees de

Vestibular das Universidades

Realizaccedilatildeo de entrevistas teacutecnicas com professores e outros profissionais

envolvidos no sistema de cotas das Universidades

Avaliaccedilatildeo quantitativa de alunos que ingressam nas Universidades

Puacuteblicas definidas egressos de escolas de ensino meacutedio da rede puacuteblica

comparados com os alunos egressos das instituiccedilotildees de ensino da Rede

Particular

Levantamento estatiacutestico dos dados

Busca de maiores informaccedilotildees sobre o sistema de cotas na miacutedia

eletrocircnica e escrita

Anaacutelise criacutetica dos sistemas de Cotas referentes agraves Universidades

estudadas

624 Fontes de Informaccedilotildees

Na pesquisa realizada se lidou com uma variedade de fontes de

informaccedilotildees como documentos entrevistas e observaccedilotildees conforme segue

Materiais Impressos fornecidos pela UERJ

Materiais de impressos de circulaccedilatildeo interna sobre a implantaccedilatildeo

do Sistema de Cotas na UERJ

Entrevistas teacutecnicas com professores e pessoas ligadas ao Sistema

de Cotas nas Universidades

Materiais disponibilizados em meio eletrocircnico

Relatoacuterios disponibilizados pela UERJ e UFRJ

110

625 Pesquisa de Campo

A pesquisa de campo foi realizada em vaacuterias etapas

Primeiramente estabeleceu-se contato com profissionais de setores da

UERJ e UFRJ relacionados ao acesso aos cursos de graduaccedilatildeo Isto feito face agraves

diferentes formas de acesso dessas universidades foram adotadas estrateacutegias

diferentes para os dois casos

- Estudo de caso UERJ

Foram realizadas entrevistas teacutecnicas com docentes da UERJ que

participaram da implantaccedilatildeo do sistema de cotas tanto a niacutevel acadecircmico

como administrativo Aleacutem disso foram coletadas informaccedilotildees referentes ao

vestibular atraveacutes de relatoacuterios fornecidos pelo nuacutecleo de informaacutetica da

Comissatildeo de Vestibular

- Estudo de caso UFRJ

Foi realizado com base no relatoacuterio de informaccedilotildees sobre o acesso no

vestibular fornecido pela comissatildeo de vestibular da UFRJ No que diz respeito ao

acesso diferenciado foi avaliada uma proposta da UFRJ para sistema de cotas

A primeira etapa consistiu em entrevistas teacutecnicas com professores da

UERJ que participam do sistema de cotas adotado pela Universidade como

tambeacutem acesso agraves informaccedilotildees pertinentes ao vestibular

Atraveacutes da revisatildeo da literatura foi encontrada uma seacuterie de documentos

pertinentes ao assunto tais como

Relatoacuterio com as informaccedilotildees de acesso a UFRJ dos alunos egressos

da Rede Estadual de ensino Documento fornecido pelo nuacutecleo de

informaacutetica do setor de vestibular da Universidade

111

Relatoacuterio com as informaccedilotildees de acesso a UERJ dos alunos egressos

da Rede Estadual de ensino Incluindo os alunos contemplados pelos

sistemas de cotas Documento fornecido pelo nuacutecleo de informaacutetica do

setor de vestibular da Universidade

Numa segunda etapa foi realizada uma avaliaccedilatildeo dos resultados e

montado um quadro comparativo entre as Universidades

63 Limitaccedilotildees do Estudo

O fator limitante foi a dificuldade de acesso aos dados relativos agraves escolas

pois para alguns Diretores de Ensino responsaacuteveis pelas Metropolitanas foram

muito difiacuteceis a distribuiccedilatildeo e o recebimento dos questionaacuterios o que acabou

comprometendo a quantidade das informaccedilotildees

Algumas escolas natildeo demonstraram muito interesse em responder os

questionaacuterios deixando muitas perguntas em branco e natildeo mostrando a

realidade das escolas

A seguir seraacute mostrada uma avaliaccedilatildeo do acesso aos cursos de

graduaccedilatildeo

112

Capiacutetulo 7 Diagnoacutestico do Acesso aos Cursos de Graduaccedilatildeo Estudo de Casos UERJ e UFRJ

Neste capiacutetulo eacute mostrado como acontece o acesso agraves Universidades

Puacuteblicas dos alunos oriundos das escolas da rede Puacuteblica Estadual em

comparaccedilatildeo com a Rede Federal e a Rede ParticularTomou-se como estudo de

caso a Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e a Universidade Federal

do Rio de Janeiro (UFRJ) tendo como base os nuacutemeros referentes aos concursos

vestibulares no periacuteodo 2003-2006

Tambeacutem eacute feita uma avaliaccedilatildeo do acesso por Cotas focando

a sistemaacutetica implementada na UERJ que foi a primeira a implantar o sistema

Tambeacutem fez uma anaacutelise de uma proposta da UFRJ para futura implantaccedilatildeo do

sistema

113

71 O Sistema de Cotas

A lei de cotas nas universidades eacute considerado um assunto muito

polecircmico que divide muitas opiniotildees Desde o acircmbito acadecircmico passando

pelo governamental e faixas da sociedade(www universiacombr)

Com o passar dos anos o aumento da competiccedilatildeo por uma vaga

nas Universidades Puacuteblicas fez com que o grau de exigecircncia aliada agrave diminuiccedilatildeo

da qualidade do ensino meacutedio na rede puacuteblica estadual tornasse o ingresso

deste grupo nas Universidades cada vez mais difiacutecil Uma das consequumlecircncias eacute o

fato de que as vagas nessas universidades fiquem voltadas para a faixa da

sociedade que pelo domiacutenio do poder econocircmico prepara melhor seus alunos

garantindo suas vagas Esta faixa da sociedade natildeo concorda com as cotas

pois percebe com isto que as suas vagas jaacute consideradas certas seratildeo

distribuiacutedas para uma faixa excluiacuteda que ateacute entatildeo natildeo significava qualquer

ameaccedila na competiccedilatildeo e alguns ateacute julgam o sistema como ldquoinjustordquo

Em relaccedilatildeo ao sistema acadecircmico existe a preocupaccedilatildeo com a

diminuiccedilatildeo da qualidade do ensino devido ao ingresso de alunos que satildeo

considerados ldquodespreparadosrdquo para ingressar em uma universidade de

qualidade (www universiacombr)

Para implantaccedilatildeo do Sistema de Cotas foram criadas leis nos

acircmbitos federal e estadual

Lei Federal PROJETO DE LEI 36272004

Institui Sistema Especial de Reserva de Vagas para estudantes egressos de

escolas puacuteblicas em especial negros e indiacutegenas nas instituiccedilotildees puacuteblicas

federais de educaccedilatildeo superior e daacute outras providecircncias Anexo 1

Lei Estadual Lei Nordm 3708 de 9 de Novembro de 2001

114

Institui cota de ateacute 40 (quarenta por cento) para as populaccedilotildees negra e

parda no acesso a Universidade do Estado do Rio de Janeiro e agrave Universidade

Estadual do Norte Fluminense e daacute outras providecircnciasAnexo2

72 Implantaccedilatildeo do Sistema

Por forccedila do disposto na Lei Estadual Nordm 3708 a Universidade Estadual do

Rio de Janeiro (UERJ) foi a primeira instituiccedilatildeo a adotar o sistema de cotas no

Estado do Rio de Janeiro tendo iniacutecio em 2003 (wwwconcienciacombr)

Como a reserva de vagas de acordo com a lei prevecirc 50 do total de

vagas por cursoturnosemestre para alunos oriundos da rede puacuteblica e para que

a lei pudesse ser cumprida foram realizados dois vestibulares

Um tradicional aberto a candidatos oriundos de qualquer tipo de

escola e denominado como nos anos anteriores Vestibular Estadual para

preenchimento na UERJ 2485 vagas em 46 cursos

Outro aberto apenas a candidatos oriundos de escolas da rede

puacuteblica localizadas no Estado do Rio de Janeiro denominado Vestibular SADE

(Sistema de Acompanhamento do Desempenho dos Estudantes do Ensino Meacutedio

mantido pelo Poder Puacuteblico) para preenchimento na UERJ de 2485 vagas em 46

cursos

Como a reserva prevecirc 40 do total de vagas por cursoturnosemestre

para alunos autodeclarados negros e pardos e para atender a reserva foram

adotados os alguns procedimentos

Apoacutes a soma do nuacutemero total de vagas oferecido nos dois vestibulares e

calculado o valor correspondente a 40 de cada total obtido verifica-se o

quantitativo de autodeclarados negros ou pardos e se o quantitativo for igual ou

maior que os 40 previstos pela legislaccedilatildeo a reserva eacute considerada

atendida(UERJ 2003)

115

73 O Aluno na Universidade

A questatildeo natildeo se resume ao ingresso do aluno na Universidade mas

tambeacutem se a Universidade tem condiccedilotildees de acolher e manter estes alunos Se

estes tiverem muita dificuldade de acompanhar as aulas e isto acarretar evasatildeo

o sistema natildeo teraacute sentido

Segundo a Sub-Reitora de Graduaccedilatildeo da UERJ ProfaRaquel Villard

somente a reserva de vagas para as pessoas carentes natildeo eacute o suficiente pois

existe o problema financeiro No endereccedilo eletrocircnico institucional a Sub-Reitora

declara ldquoHoje noacutes temos um programa chamado PROINICIAR (Programa de

Iniciaccedilatildeo Acadecircmica) Por meio dele a Universidade tenta ajudar este aluno na

passagem para a vida universitaacuteria inclusive atendendo aos estudantes em suas

necessidades advindas de um ensino meacutedio ou fundamental sem a qualidade

que deveria terrdquo (www 2uerjbr)

A UERJ utiliza o sistema de cotas desde 2003 Os alunos cotistas que

comprovam baixa renda recebem uma bolsa auxilio de R$19000(cento e

noventa reais) Este auxilio eacute destinado agraves despesas baacutesicas de manutenccedilatildeo do

aluno como passagem coacutepias livros lanche etc e tem duraccedilatildeo de 1 ano Isso

eacute devido ao fato do aluno quando chega ao 3ordm periacuteodo de acordo com o seu

desempenho pode participar dos outros programas existentes na Universidade

como estaacutegios iniciaccedilatildeo cientiacutefica etc que oferecem bolsas Tendo assim a

partir deste periacuteodo o aluno jaacute eacute capaz de conseguir sua remuneraccedilatildeo natildeo

sendo mais necessaacuterio o auxilio(Noronha Patriacutecia - Coordenaccedilatildeo do PROINICIAR-

Entrevista teacutecnica)

Segundo informaccedilotildees coletadas junto agrave coordenaccedilatildeo do PROINICIAR

devido agraves carecircncias educacionais dos alunos eventuais falhas no Ensino Meacutedio a

UERJ instituiu dentro do programa Proiniciar cursos oficinas e atividades culturais

Este programa oferece em paralelo com as disciplinas do curso aulas de

Matemaacutetica Quiacutemica Fiacutesica Biologia etc como se fossem aulas de reforccedilo e

oficinas com aulas praacuteticas aleacutem de visitas e passeios culturais programados a

116

teatros cinemas museus etc A garantia do funcionamento deste programa eacute

atraveacutes de parcerias entre as diversas faculdades dentro da UERJ aleacutem de

parcerias externas Essas parcerias tecircm o objetivo de facilitar a execuccedilatildeo do

programa pois se faz necessaacuterio que diversos professores sejam disponibilizados

para os cursos e as oficinas Atraveacutes destas parcerias satildeo oferecidos tambeacutem

cursos de idiomas gratuitamente para os cotistas (Inglecircs Francecircs Alematildeo etc)

(Noronha Patriacutecia - Coordenaccedilatildeo do PROINICIAR-Entrevista teacutecnica)

Ainda de acordo com a Coordenaccedilatildeo do PROINICIAR inicialmente a

evasatildeo dos alunos cotistas era grande muitos natildeo conseguiam se manter na os

Universidade tanto por dificuldades em acompanhar as aulas quanto por

dificuldades financeiras Uma das razotildees atribuiacutedas era o fato de que havia um

excesso de oficinas e atividades coincidentes com os periacuteodos de provas Sendo

assim os alunos natildeo conseguiam dar conta de todas as atribuiccedilotildees natildeo

atingindo os graus necessaacuterios e com isto se sentiam incapazes perdiam o

entusiasmo e acabavam desistindo do curso Atualmente a oferta dos cursos e

das oficinas satildeo feitos no iniacutecio dos periacuteodos terminando antes do iniacutecio das

provas isto faz com que os alunos fiquem com tempo mais livre para se

prepararem melhor para as provas sem contar que no iniacutecio dos periacuteodos os

alunos estatildeo com maior disposiccedilatildeo Essas medidas jaacute trouxeram uma melhoria no

desempenho destes alunos e aumentaram tambeacutem a auto-estima tornando-

mais seguros(Noronha Patriacutecia - Coordenaccedilatildeo do PROINICIAR-Entrevista teacutecnica)

Em relaccedilatildeo ao desempenho dos cotistas que segundo a ProfaRaquel

Villard reprovam menos por frequumlecircncia do que os natildeo cotistas ldquoTambeacutem temos

dados que comprovam que o estudante se apega a essa chance como algo

que ele sabe que natildeo pode ser jogado fora natildeo pode ser perdido Isto explica o

empenho evidente nos estudosrdquo (wwwuniversiacombr)

Natildeo existe duacutevida de que a adoccedilatildeo de cotas eacute uma forma eficaz de

aumentar o ingresso de negros e carentes em Universidades Isto faz com que

tenham condiccedilatildeo de cursarem o niacutevel superior que hoje eacute um privileacutegio das

classes mais abastadas da sociedade pois somente alunos bem preparados

117

normalmente por escolas do setor privado e de cursinhos preparatoacuterios possuem

maior acesso agraves Universidades Puacuteblicas Como este preparo requer um custo

elevado fica cada vez mais restrito a uma pequena parcela da sociedade que

possui melhor poder aquisitivo

Segundo o Professor Ricardo Salles (historiador e professor da Faculdade de

Formaccedilatildeo de Professores da UERJ) o sistema trouxe principalmente dois grandes

resultados positivos

Inicialmente fez que um expressivo nuacutemero de afro-brasileiros e alunos

carentes oriundos de escolas puacuteblicas ingressasse na Universidade Puacuteblica Para

estas pessoas que tendo concluiacutedo o ensino meacutedio estavam legalmente em

condiccedilotildees de ingressarem em uma Universidade O Sistema de Cotas tornou

possiacutevel o ingresso em uma Universidade Puacuteblica pois sem as mesmas soacute teriam

condiccedilotildees de ingressarem em instituiccedilotildees privadas possibilidade esta que na

maioria dos casos esbarrava na falta de recursos financeiros devido ao alto

custo da mensalidade dos cursos

Ainda de acordo com o professor Ricardo Salles o segundo resultado

positivo da implantaccedilatildeo das cotas eacute que atraveacutes dela se tem novamente em

debate agrave polecircmica a respeito do lugar da Universidade Puacuteblica na Sociedade

Brasileira tendo como objetivo o desenvolvimento de uma naccedilatildeo mais justa e

democraacutetica Isto porque se existe a Universidade Puacuteblica e esta eacute mantida pelos

governos parte deste dinheiro adveacutem dos impostos da populaccedilatildeo nada mais

justo que a maioria das pessoas que estejam na Universidade Puacuteblica sejam as

que natildeo tenham condiccedilotildees de pagar uma boa Universidade particular Mas na

realidade o que ocorre eacute exatamente o contraacuterio satildeo as classes mais

privilegiadas que estatildeo nas Universidades Puacuteblicas pois nas trecircs ultimas deacutecadas

o descaso com o ensino meacutedio da rede puacuteblica foi tatildeo grande que os alunos

que se formam nessas instituiccedilotildees natildeo satildeo capazes de concorrerem em

igualdade com os que vecircm de um ensino meacutedio em instituiccedilotildees particulares caras

com um principal objetivo de cursar uma Universidade Puacuteblica Entatildeo o sistema

118

de cotas para esses alunos eacute uma maneira de compensar esse contra-senso

(www2uerjbr)

74 A Necessidade das Cotas

Eacute preciso se estar alerta para que o sistema de cotas ou reserva de vagas

natildeo incorra no risco de desviar a atenccedilatildeo de uma questatildeo muito grave talvez a

questatildeo-chave da situaccedilatildeo que eacute o niacutevel do ensino meacutedio da rede puacuteblica na

atualidade O Estado estaacute deixando de cumprir a sua parte que eacute de preparar

bem os alunos de famiacutelias mais carentes independentes da cor para que

aumentem suas condiccedilotildees de competiccedilatildeo para que melhorem suas condiccedilotildees

de vida atraveacutes de uma boa formaccedilatildeo Universitaacuteria

Este fato pode ser observado ao longo dos anos pois historicamente os

melhores alunos estavam na Rede Puacuteblica de Ensino em todos os niacuteveis de

formaccedilatildeo Somente estudavam em escolas particulares aqueles alunos que

tinham problemas seacuterios de disciplina ou muita dificuldade em aprendizagem

logo para completarem seus estudos recorriam agrave Rede Privada de ensino O

ensino puacuteblico era muito riacutegido e exigente o que contribuiacutea para uma boa

formaccedilatildeo e consequumlente condiccedilatildeo de ingresso em uma Universidade Puacuteblica

A inclusatildeo de negros na questatildeo das cotas tambeacutem adveacutem da maioria

da populaccedilatildeo que utiliza a Rede Puacuteblica Estadual de Ensino ser de pardos e

negros que gera por consequumlecircncia uma acentuada minoria desses alunos nas

Universidades Puacuteblicas

Com o passar dos anos a Educaccedilatildeo Puacuteblica comeccedilou a ser superada em

termos de formaccedilatildeo pela Rede Privada o que ocasionou uma lacuna entre os

alunos da Rede Puacuteblica Estadual e a Universidade pois se as instituiccedilotildees de ensino

particular estatildeo preparando melhor os seus alunos seratildeo estes que ingressaratildeo

nas Universidades Puacuteblicas Com isto o nuacutemero de alunos que terminam o ensino

meacutedio na Rede Puacuteblica Estadual que consegue se classificar em uma

Universidade Puacuteblica eacute a cada ano menor restando para estes alunos da Rede

119

Puacuteblica Estadual ingressarem em Universidades Privadas ou simplesmente que eacute o

que ocorre com maior frequumlecircncia ficar sem o direito de melhorar suas condiccedilotildees

de vida atraveacutes de uma boa graduaccedilatildeo

Com atenccedilatildeo a estes fatos eacute que o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo estaacute com um

projeto de lei no qual sugere a diminuiccedilatildeo gradativa do percentual da cota de

50 dos alunos que cursaram o ensino meacutedio na rede puacuteblica A intenccedilatildeo do

Ministeacuterio eacute promover a qualidade no ensino meacutedio na mesma proporccedilatildeo que os

alunos deixariam de utilizar as cotas (wwweducacaoaolbr)

Segundo o MEC (Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura) a melhoria da

qualidade do ensino puacuteblico ldquoeacute a mais eficiente poliacutetica de inclusatildeo social no

que diz respeito ao acesso agrave educaccedilatildeo superiorrdquo (wwweducacaoaolbr)

O Professor Joseacute Jorge de Carvalho (Departamento de Antropologia-

Universidade de Brasiacutelia) comenta que o sistema de cotas eacute a uacutenica forma de

resolver o problema da exclusatildeo racial em curto prazo O preconceito segundo

ele estaacute presente nas salas de aula O professor comeccedilou a defender o sistema

de cotas para negros quando presenciou o caso de um aluno que foi

prejudicado por um professor por motivos raciais (wwwespacoacademicocom

br)

O Professor Joseacute Jorge de Carvalho defende que ldquoHaacute poucos negros na

Universidade e isso dificulta que eles se unam para lutar por seus direitos Eacute preciso

mudar o tipo de relaccedilatildeo que existe na academia E isso soacute vai acontecer quando

houver vaacuterios negros laacute dentrordquo Os estudos do professor mostram os nuacutemeros da

exclusatildeo em 2003 97 dos universitaacuterios brasileiros satildeo brancos contra 2 de

negros e 1 de amarelos O desequiliacutebrio eacute evidente se no Brasil 45 da

populaccedilatildeo eacute negra Baseados nestes dados fica claro que era preciso tomar

alguma providecircncia para se tentar reverter este quadro era necessaacuterio que de

alguma maneira se fizesse agrave inserccedilatildeo do negro no ensino superior e o sistema de

cotas foi uma opccedilatildeo praacutetica e que amenizaria o problema num curto prazo

(wwwespacoacademicocombr)

120

Segundo a professora de Antropologia Yvonne Maggie (Professora Titular

da Universidade Federal do Rio de Janeiro) a ideacuteia de raccedila deve ser abolida por

estimular a divisatildeo do paiacutes em grupos eacutetnicos A cisatildeo racial seria um passo em

direccedilatildeo ao conflito Para a professora Yvonne Maggie ldquoDesde o Modernismo

nossa sociedade se vecirc como misturada A introduccedilatildeo do sistema de cotas rompe

com esse ideaacuterio e produz uma sociedade que tem a obrigaccedilatildeo legal de se

classificar como lsquobranca ou negrarsquo Em outros paiacuteses poliacuteticas que reforccedilam a

condiccedilatildeo racial geraram conflitos inimaginaacuteveis como a Ruanda o Kosovo e a

Aacutefrica do Sulrdquo (wwwcomcienciabr)

Na avaliaccedilatildeo da autora desta dissertaccedilatildeo a questatildeo do indiviacuteduo no

sistema de cotas ter que se auto-declarar negro ou branco natildeo chega a ser um

motivo passiacutevel de gerar um conflito de raccedilas pois a raccedila natildeo deve ser vista

como um motivo de vergonha para o indiacuteviduo e sim uma informaccedilatildeo comum

como peso idade etc O que pode gerar conflitos poreacutem eacute a discriminaccedilatildeo de

raccedilas exclusatildeo social que satildeo problemas muito mais graves no nosso paiacutes

problemas estes que satildeo as principais causas de confrontos e grandes geradores

de violecircncia Com a exclusatildeo social as diferenccedilas sociais se tornam cada vez

maiores provocando a falta de oportunidades para a maioria da populaccedilatildeo

privilegiando sempre uma pequena parcela da sociedade o que gera revolta e

consequumlentemente atos de violecircncia

Um comparativo da situaccedilatildeo das aprovaccedilotildees nos vestibulares das

Universidades Puacuteblicas participantes do estudo dos alunos egressos da Rede

Puacuteblica Estadual em relaccedilatildeo aos alunos egressos da Rede Puacuteblica Federal como

tambeacutem dos alunos egressos da Rede de Ensino Particular eacute mostrado a seguir

75 Comparativo Entre a Rede Estadual de Ensino e a Rede

Federal e Particular

Para os estudos foram selecionadas duas instituiccedilotildees a Universidade

Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) por ser a Universidade agrave qual eacute vinculado o

121

projeto de pesquisa e Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) por ser a

primeira universidade a utilizar o sistema de cotas aumentando assim o nuacutemero

de alunos oriundos de escolas da Rede Puacuteblica Estadual

A Rede Puacuteblica Estadual do Rio de Janeiro eacute a responsaacutevel pela formaccedilatildeo

do maior nuacutemero de alunos concluintes do ensino meacutedio mais isto natildeo significa

que estes alunos ingressam em maior nuacutemero em Universidades Puacuteblicas

Na realidade o que ocorre eacute que as Redes de Ensino Privadas e Federais

responsaacuteveis por apenas um terccedilo dos concluintes do ensino meacutedio satildeo os que

mais aprovam seus alunos nas Universidades Puacuteblicas conforme mostra a Tabela

71 a qual traz o nuacutemero de alunos egressos das escolas puacuteblicas inscritos e o

nuacutemero dos que obtiveram aprovaccedilatildeo nas Universidades Puacuteblicas

A maioria dos alunos da Rede Puacuteblica Estadual nem ao menos se inscreve

nos concursos dentre os que se inscrevem menos da metade consegue

classificaccedilatildeo para um curso de graduaccedilatildeo

Tabela 71 os Vestibulares UFRJ e UERJ - Nordm de inscritos e nordm de classificados

UFRJ UERJ a

ESTADUAL FEDERAL PARTICULAR ESTADUAL FEDERAL PARTICULAR

ANO INSC CLAS INSC CLAS INSC CLAS INSC CLAS INSC CLAS INSC CLAS

2000 ND ND ND ND ND ND 8391 318 4558 700 20764 1593

2001 ND ND ND ND ND ND 12866 479 4966 670 33583 2801

2002 ND ND ND ND ND ND 11938 805 4220 708 24664 2745

2003 11849 907 4670 1083 30796 4118 14804 2218 3529 817 16968 1647

2004 13703 875 4589 900 34921 4467 9941 1881 2824 688 15251 2321

2005 11671 910 4015 960 29563 4447 9007 1836 3010 621 17106 2468

2006 13681 870 4229 991 32527 4738 ND ND ND ND ND ND

ND Dados natildeo disponiacuteveis a Os dados da UERJ a partir de 2003 estatildeo computados com a reserva de vagas

122

Fontes Departamento de seleccedilatildeo acadecircmica-DSEA-UERJ(2006) Nuacutecleo de Computaccedilatildeo Eletrocircnica-UFRJ(2006)

De acordo com os dados pode-se constatar que a quantidade de alunos

da rede puacuteblica que conseguem ingressar nas Universidades Puacuteblicas eacute muito

inferior aos egressos da rede particular

O que se pode destacar de mais importante eacute o fato de que a partir do

ano de 2003 o nuacutemero de alunos da rede Puacuteblica Estadual que foram

classificados no vestibular da UERJ aumentou muito o que coincide com o iniacutecio

de implantaccedilatildeo das reservas de vagas concluindo que a reserva de vagas foi

um instrumento que contribuiu para o aumento do nuacutemero de alunos da rede

Puacuteblica Estadual na UERJ

O nuacutemero de Escolas da Rede Estadual de Educaccedilatildeo eacute cerca de 1014

escolas e a Rede privada estaacute em torno de 870 portanto a Rede Estadual possui

um nuacutemero superior de escolas em relaccedilatildeo agrave Rede Privada e ao nuacutemero de

Escolas da Rede Federal que satildeo cerca de 12 escolas

O nuacutemero de alunos da alunos da Rede Estadual corresponde agrave cerca de

23 quanto a Rede particular e a Federal juntas correspondem a 13 deste

nuacutemero (SEERJ)

Observa-se que mesmo a Rede Puacuteblica Estadual tendo um nuacutemero de

alunos concluintes do ensino meacutedio muito superior apenas um nuacutemero muito

pequeno destes conseguem ingressar em uma Universidade Puacuteblica

Baseando-se nas informaccedilotildees do Vestibular de 2003-2005 da UFRJ e UERJ

(Tabela 71) podem ser feitas algumas avaliaccedilotildees Foi selecionado este periacuteodo

pois segundo a tabela 71 eacute aquele que conteacutem dados das duas Universidades

Os graacuteficos foram elaborados utilizando-se a meacutedia dos dados de cada

esfera compreendidos entre os anos de 2003 e 2005

123

Caso UFRJ

Quanto ao nuacutemero de alunos inscritos

A Figura 71 mostra o percentual de alunos inscritos no vestibular da UFRJ

oriundos da Rede Estadual Federal e Particular calculado atraveacutes do somatoacuterio

do nuacutemero de inscritos no periacuteodo em anaacutelise

26

965

EstadualFederalParticular

Figura 71 Percentual de alunos inscritos no Vestibular da UFRJ

Foi observado que o percentual de alunos inscritos oriundos da Rede

Privada eacute muito superior aos demais A proporccedilatildeo de alunos inscritos da rede

Federal eacute pequeno Isso pode ser atribuiacutedo ao fato de que haacute poucas escolas da

Rede Federal de Ensino Meacutedio e portanto o nuacutemero de alunos eacute menor Quanto

agrave Rede Estadual de Ensino o nuacutemero de alunos inscritos eacute muito pequeno em

relaccedilatildeo ao total de alunos da rede jaacute que dois terccedilos dos alunos estatildeo neste

grupo Logo o percentual de inscritos deveria ser tambeacutem muito superior mas o

que os nuacutemeros mostram eacute exatamente o contraacuterio Tal distorccedilatildeo pode ser

devida a vaacuterios fatores destacando-se a questatildeo pedagoacutegica e financeira que

seraacute discutida posteriormente

124

Quanto ao nuacutemero de alunos classificados

A Figura 72 mostra o Percentual de alunos que foram classificados no

vestibular oriundos da Rede Estadual Federal e particular calculado atraveacutes do

percentual de alunos que foram classificados em funccedilatildeo do numero de inscritos

14

16

70

Estadual

Federal

Particular

Figura 72 Percentual de alunos classificados no Vestibular da UFRJ

O percentual de alunos classificados egressos da Rede Particular eacute muito

superior aos da Rede Federal e Estadual Isto ocorre devido ao nuacutemero de

inscritos ter sido muito superior aos demais A figura indica tambeacutem que a grande

maioria dos alunos que ingressam na UFRJ cerca 70 satildeo oriundos da Rede

Particular de Ensino Meacutedio

Relaccedilatildeo entre o nordm total de inscritos e classificados

A Figura 73 mostra o percentual em relaccedilatildeo ao nuacutemero de inscritos e

classificados dentro da Rede Puacuteblica Estadual Federal e Particular Calculado

pela quantidade de alunos classificados em funccedilatildeo dos inscritos dentro de cada

esfera comparativamente

125

7

22

14EstadualFederalParticular

Figura 73 Percentual de alunos classificados em funccedilatildeo do nuacutemero de

inscritos em cada esfera

Em relaccedilatildeo ao nuacutemero de inscritos e os que satildeo classificados destaca-se

que no tocante aos alunos oriundos da Rede Particular o nuacutemero de

classificados eacute inferior ao nuacutemero de classificados pelas Escolas Federais Estas

mesmo tendo um nuacutemero inferior de alunos formados proporcionalmente exibem

um melhor desempenho Isto leva agrave percepccedilatildeo de que as escolas da Rede

Federal de Ensino Meacutedio estatildeo conseguindo manter um padratildeo de ensino

superior agrave Rede Estadual e agrave Particular formando assim ilhas de excelecircncia em

Educaccedilatildeo

Na Rede Puacuteblica Estadual o baixo nuacutemero de classificados acaba sendo

um motivo para a falta de estiacutemulo para os alunos se inscreverem Na avaliaccedilatildeo

da autora estes julgam que a chance de conseguir a classificaccedilatildeo eacute muito

pequena devido agraves suas deficiecircncias pedagoacutegicas sendo assim nem tentam o

vestibular Este fato tambeacutem se alia aos problemas financeiros devido ao custo

das inscriccedilotildees que muitas vezes por falta de recursos somente os alunos que

conseguem isenccedilatildeo das taxas se inscrevem como tambeacutem os alunos que

priorizam o trabalho ao estudo jaacute que nas Universidades Puacuteblicas a maioria dos

horaacuterios das aulas impede que o aluno trabalhe

126

Caso UERJ

Quanto ao nuacutemero de alunos inscritos

A figura 74 mostra o percentual total de alunos inscritos no vestibular da

UERJ oriundos da Rede Estadual Federal e Particular Calculado a partir do

somatoacuterio dos inscritos em relaccedilatildeo agrave Rede Estadual Federal e Particular

37

10

53

Estadual

Federal

Particular

Figura 74 Percentual de alunos inscritos no Vestibular da UERJ

Pode-se destacar que semelhante agrave UFRJ o nuacutemero de alunos da Rede

Privada inscritos eacute superior aos demais O nuacutemero de alunos inscritos da rede

Federal eacute pequeno e na Rede Estadual de Ensino o nuacutemero de alunos inscritos eacute

superior aos inscritos na UFRJ Este nuacutemero superior de alunos inscritos da Rede

Estadual na UERJ em relaccedilatildeo agrave UFRJ se justifica pela existecircncia do Sistema de

Cotas existente na UERJ o que aumenta as chances desses alunos em

conseguirem classificaccedilatildeo gerando maior estiacutemulo neles em se inscreverem

Quanto ao nuacutemero de alunos classificados

A Figura 75 mostra o Percentual de alunos que foram classificados no

vestibular oriundos da Rede Estadual Federal e particular Calculado atraveacutes do

percentual de alunos que foram classificados em funccedilatildeo do numero de inscritos

127

41

15

44 Estadual

Federal

Particular

Figura 75 Percentual de alunos classificados no Vestibular da UERJ

A Rede Federal de Ensino manteve o seu percentual devido agrave

qualidade de formaccedilatildeo de seus alunos poreacutem o percentual de alunos

classificados egressos da Rede Particular e Estadual aparecem em equiliacutebrio

mantendo-se percentuais bem proacuteximos Este fato se deve a implantaccedilatildeo do

sistema de Reserva de vagas para alunos da rede Puacuteblica o que favoreceu o

aumento no nuacutemero desses alunos na Universidade e por consequumlecircncia

diminuindo o nuacutemero de alunos da Rede particular

Relaccedilatildeo entre o nordm total de inscritos e classificados

A Figura 76 mostra o percentual em relaccedilatildeo ao nordm de inscritos e

classificados dentro da Rede Puacuteblica Estadual Federal e Particular Calculado

pela quantidade de alunos classificados em funccedilatildeo dos inscritos dentro de cada

esfera comparativamente

128

17

22

13EstadualFederalParticular

Figura 76 Percentual de alunos classificados em funccedilatildeo do nuacutemero de

inscritos em cada esfera

Com o Sistema de reservas de vagas na UERJ a relaccedilatildeo

inscritosclassificados na Rede particular e federal praticamente se manteacutem

poreacutem na rede Estadual este percentual teve um aumento significativo Este

Sistema melhorou a distribuiccedilatildeo de vagas aumentando o acesso dos alunos da

Rede Puacuteblica a uma Universidade Puacuteblica

Avaliaccedilatildeo antes e depois da implantaccedilatildeo do sistema de

cotas

A figura 77 mostra um comparativo entre a situaccedilatildeo antes e depois da

implantaccedilatildeo do Sistema de Cotas

129

0

10

20

30

40

50

60

70

scotas ccotas scotas ccotas

alunos inscritos alunos classif icados

Estadual

Federal

Particular

Figura 77- Comparativo entre o antes e o depois da implantaccedilatildeo do

Sistema de Cotas

Com a implantaccedilatildeo do Sistema de Cotas houve um equiliacutebrio na

distribuiccedilatildeo das vagas na UERJ onde a Rede Federal de ensino se manteve na

meacutedia anterior portanto natildeo sofreu muita influecircncia do sistema A grande

vantagem foi para a Rede Estadual de Ensino que aumentou sensivelmente o

nuacutemero de seus alunos na ocupaccedilatildeo das vagas da UERJ vagas estas que como

observado na figura 77 eram destinadas a Rede Particular de ensino

76 Avaliaccedilatildeo do Sistema de Cotas da UERJ e da Proposta

UFRJ

Como citado em 73 a UERJ foi a primeira Universidade a implantar o

sistema de Reserva de vagas para alunos com perfis socioeconocircmicos e raciais

diferenciados em 2003

A UFRJ em 2004 em seu acircmbito discutiu este sistema e como resultado o

Conselho de Ensino de Graduaccedilatildeo(CEG) aprovou um documento no qual se

posicionou contra a qualquer sistema de reserva de vagas dentro do modelo

130

conhecido como Cotas No mesmo documento o CEG apontava como

diretrizes para a democratizaccedilatildeo do acesso aos cursos de graduaccedilatildeo da UFRJ o

investimento na melhoria das condiccedilotildees do Ensino Baacutesico a ampliaccedilatildeo do

nuacutemero de vagas para os cursos existentes a criaccedilatildeo de novos cursos e o

investimento em accedilotildees que visassem a permanecircncia dos alunos na UFRJ

Na UERJ o sistema foi muito discutido antes de ser implantado onde um

grupo era a favor do sistema e o defendia como uma forma de inclusatildeo social

outro grupo era totalmente contra por entender que o sistema seria uma invasatildeo

de alunos sem condiccedilotildees de estarem e de acompanharem o niacutevel da

Universidade e esta para natildeo ter reprovaccedilotildees em massa se sentiria na obrigaccedilatildeo

de chegar a esses alunos ldquobaixando seu niacutevel de ensinordquo

Diante da necessidade de implantaccedilatildeo do sistema a UERJ elaborou vaacuterias

propostas que convergiram a um modelo inicial que foi implantado Este modelo

passou por vaacuterias modificaccedilotildees para se adequar cada vez mais a realidade dos

alunos que estavam ingressando na Universidade poreacutem em nenhum momento

o niacutevel de ensino da Universidade precisou cair

A Professora Maria de Faacutetima Branquinho da Faculdade de Educaccedilatildeo da

UERJ que inicialmente fazia parte do grupo contraacuterio ao sistema de cotas e que

hoje eacute uma das professoras que mais se sentem gratificadas com o programa

com uma participaccedilatildeo ativa declarou que possui excelentes alunos cotistas que

se mostram bastante interessados e muitas vezes ateacute mais que os natildeo cotistas

Devido a isto costumam tirar boas notas e alguns deles quando chegam ao 3ordm

periacuteodo satildeo seus colaboradores em projetos de Educaccedilatildeo Ambiental nos quais

ela faz parte obtendo oacutetimos resultados Para a professora ldquoesses alunos

possuem potencial soacute lhes faltava oportunidade de mostrar e esta oportunidade

eacute como um precircmio para eles que se sentem na obrigaccedilatildeo de provarem que satildeo

capazes e que a chance natildeo foi desperdiccedilada (Branquinho 2006 - Entrevista

Teacutecnica)

131

A UFRJ elaborou um projeto piloto para aumentar a presenccedila de alunos da

rede Estadual em seu quadro discente O projeto eacute bastante ambicioso em curto

prazo pois seraacute possiacutevel por meio de parceria com a SEERJ e contaraacute com o

empenho de todos os professores da rede

O ponto central do projeto eacute a melhoria da formaccedilatildeo dos alunos do ensino

meacutedio da Rede Estadual A proposta eacute que isto seja feito atraveacutes de cursos de

Formaccedilatildeo continuada de conteuacutedo especiacutefico e de avaliaccedilatildeo aos professores

A participaccedilatildeo dos professores no projeto seria de no miacutenimo quatro para cada

escola esta que tambeacutem seria escolhida atraveacutes de criteacuterios preacute-estabelecidos

dentre eles a avaliaccedilatildeo no Acircmbito do Programa Nova Escola Esses professores

integrantes do Nuacutecleo Docente devem estar distribuiacutedos em aacutereas da seguinte

maneira Um docente de Liacutengua Portuguesa um docente de Matemaacutetica um

docente do Grupo 1(Quiacutemica Fiacutesica ou Biologia) e um docente do Grupo

2(Histoacuteria Geografia Filosofia ou Sociologia) Aleacutem disso todos os integrantes do

grupo devem ministrar aulas para as mesmas turmas de 3ordf seacuterie do ensino meacutedio

Os alunos das escolas participantes do programa para integrarem ao

projeto tambeacutem teriam que obedecer a vaacuterios criteacuterios estabelecidos pelo

CEGUFRJ Quando aceito no projeto o aluno seria inscrito e indicaria a qual

curso de graduaccedilatildeo pretende concorrer dentro dos que seratildeo disponibilizados

pela UFRJ

O projeto aleacutem dos cursos contaria com a participaccedilatildeo dos docentes da

Rede Estadual para que estes elaborem os instrumentos de avaliaccedilatildeo dos alunos

participantes do projeto Os alunos que apoacutes avaliaccedilatildeo pelo Nuacutecleo Docente

da escola conseguissem classificaccedilatildeo seriam encaminhados para os cursos de

formaccedilatildeo complementar que seriam oferecidos pela UFRJ no primeiro semestre

do ano letivo imediatamente posterior

Quanto ao Projeto da UFRJ com base na experiecircncia docente da autora

o seu principal problema seria provavelmente despertar interesse do corpo

docente das escolas da Rede Estadual em participar do projeto jaacute que a maior

132

parte do projeto seria executada por esses Docentes o que exigiria dedicaccedilatildeo

exclusiva Como os professores da Rede Estadual normalmente trabalham em

vaacuterias escolas isto seria muito difiacutecil Aleacutem de que somente o interesse natildeo eacute o

suficiente o professor tem que ser aceito pelo projeto atraveacutes de avaliaccedilotildees

Outra dificuldade seria em formar o Nuacutecleo Docente jaacute que este exige que os

professores participantes lecionem nas mesmas turmas de 3ordf seacuterie pois em

escolas que funcionam nos trecircs turnos o nuacutemero de turmas eacute muito grande e por

consequumlecircncia o de professores tambeacutem tornando muito difiacutecil coincidir as turmas

com os mesmos professores nas disciplinas exigidas

Adicionalmente no entendimento da autora a proposta da UFRJ exclui a

necessidade de vestibular poreacutem apresenta muitos obstaacuteculos para serem

superados natildeo soacute pelos alunos como tambeacutem pelas escolas e professores para

que o aluno oriundo da Rede Estadual de Ensino possa ser considerado apto

para ingressar na Universidade O fato da ausecircncia de vestibular poderia gerar

nesses alunos algum tipo de discriminaccedilatildeo em relaccedilatildeo aos demais alunos por

parecer que as vagas foram ganhas e natildeo conquistadas Surge entatildeo uma

reflexatildeo Se estes alunos seratildeo preparados atraveacutes da formaccedilatildeo complementar

seraacute que estaratildeo tambeacutem preparados para Vestibular Muito provavelmente isto

lhes daria uma compensaccedilatildeo dos esforccedilos e consequumlente elevaccedilatildeo da auto-

estima

Por outro lado ao se comparar com o projeto da UERJ esta trabalha com

alunos apoacutes o recebimento destes o que gera um grande trabalho inicial e se

corre o risco desses alunos ficarem no meio do caminho e o trabalho ser

desperdiccedilado Este fato eacute um contraposto ao projeto da UFRJ que pretende

trabalhar com esse aluno antes do ingresso deste na Universidade

Finalmente comparando as duas Universidades a UERJ conseguiu atender

as necessidades da lei de uma forma mais raacutepida estaacute funcionando poreacutem

precisa melhorar sua eficiecircncia Como todo projeto as dificuldades vatildeo

aparecendo agrave medida que os fatos se desenvolvem e a cada ano tem

conseguido melhorar o projeto adequando agraves necessidades dos alunos que

133

chegam do Ensino Meacutedio com as disponibilidades que a Universidade tem para

resolver Um ponto positivo eacute que a UERJ estaacute tentando contornar suas

dificuldades atraveacutes de seus proacuteprios meios e dispositivos natildeo dependendo

prioritariamente de outras Instituiccedilotildees A UERJ jaacute deu um primeiro passo com a

implantaccedilatildeo do projeto e seraacute necessaacuterio um tempo para que se resolvam os

problemas que forem surgindo

O projeto da UFRJ eacute abrangente pois a melhoria da formaccedilatildeo dos alunos

tem iniacutecio com a boa formaccedilatildeo dos Docentes poreacutem para que o projeto atinja

os objetivos esperados satildeo necessaacuterios meios adequados Esses pontos satildeo

positivos poreacutem na visatildeo da autora as chances de sucesso seriam maiores se

alguns aspectos fossem contemplados

Uma parceria com a Secretaria Estadual de Educaccedilatildeo para que

os professores tenham oportunidade de participarem dos cursos

Valorizaccedilatildeo dos professores de maneira que estes pudessem ter

disponibilidade de se dedicarem ao projeto

Criar formas de modo a incentivar a participaccedilatildeo dos professores

nos projetos

Fornecer materiais necessaacuterios para que o professor possa realizar

o seu trabalho de maneira satisfatoacuteria

Com bases nesses dados o capiacutetulo a seguir estaraacute fazendo uma

avaliaccedilatildeo da Educaccedilatildeo no Ensino Meacutedio focando a Educaccedilatildeo Ambiental

134

Capiacutetulo 8 Diagnoacutestico da Educaccedilatildeo Ambiental na

Rede Puacuteblica Estadual no Municiacutepio do Rio de

Janeiro

Neste capiacutetulo seraacute feita uma avaliaccedilatildeo do estado da arte da Educaccedilatildeo

Ambiental que eacute feita nas escolas da Rede Puacuteblica Estadual do Municiacutepio do Rio

de Janeiro

81 O Levantamento de Dados

A Educaccedilatildeo Ambiental eacute citada nos Paracircmetros Curriculares Nacionais

(PCNs) como um assunto que deve ser abordado nas Instituiccedilotildees de Ensino por

todas as disciplinas em todos os niacuteveis educacionais inclusive no Ensino Meacutedio A

questatildeo era saber como isto estava sendo feito nas Escolas de Ensino meacutedio da

Rede Estadual e como a UFRJ poderia contribuir para que esse tema fosse

abordado cada vez mais e de maneira mais abrangente Para que esta

avaliaccedilatildeo fosse possiacutevel foi necessaacuteria a execuccedilatildeo de uma coleta de dados

135

Os dados coletados foram resultados obtidos atraveacutes de questionaacuterios

enviados agraves escolas de Ensino Meacutedio da Rede Puacuteblica Estadual do Municiacutepio do

Rio de Janeiro O questionaacuterio foi elaborado de forma simplificada de maneira

que fosse capaz de revelar o mais proacuteximo possiacutevel da realidade vivida por essas

comunidades escolares

Os questionaacuterios foram enviados para as escolas pelas Coordenadorias

responsaacuteveis atraveacutes de parceria com a Secretaria Estadual de Educaccedilatildeo do

Estado do Rio de Janeiro (SEEERJ) que viabilizou a pesquisa no acircmbito escolas do

Municiacutepio do Rio de Janeiro

As Coordenadorias que fizeram parte da Avaliaccedilatildeo foram A Metropolitana

III a Metropolitana IV e a Metropolitana X

82 A Receptividade das Coordenadorias

A participaccedilatildeo e o empenho das Coordenadorias em colaborar com o

projeto foram muito diferentes algumas se mostraram bastante receptivas com o

projeto outras natildeo se interessaram e portanto natildeo se empenharam para um

resultado satisfatoacuterio

A figura 81 mostra os dados referentes agrave Metropolitana III Os nuacutemeros

revelam que a participaccedilatildeo foi mediana natildeo devolveu nenhum questionaacuterio

enviou todos para as escolas poreacutem retornou um numero pequeno de

questionaacuterios respondidos O nuacutemero foi pequeno poreacutem foi possiacutevel se ter uma

visatildeo da situaccedilatildeo nessa regiatildeo portanto este nuacutemero natildeo chegou a

comprometer o trabalho

136

85

0

30

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

Metropolitana III

Entregues

Devolvidos

Respondidos

Figura 81 ndash Avaliaccedilatildeo de receptividade da Metropolitana III

A figura 82 mostra os dados referentes a Metropolitana IV que foi a que se

mostrou interessada no projeto e teve um comprometimento muito grande na

figura de seu Sub Gerente de Ensino Professor Luiz Gustavo Ribeiro Vieira que

participou ativamente enviando o questionaacuterio a todas as escolas e cobrando o

seu retorno com isto obteve um retorno de questionaacuterios bastante significativo

133

0

50

0

20

40

60

80

100

120

140

Metropolitana IV

Entregues

Devolvidos

Respondidos

Figura 82 Avaliaccedilatildeo de receptividade da Metropolitana IV

A figura 83 mostra os dados referentes a Metropolitana X que foi a

Coordenadoria que natildeo mostrou interesse no projeto natildeo tendo nenhum

137

empenho na distribuiccedilatildeo nem recebimento dos questionaacuterios a serem

respondidos Com um nuacutemero muito pequeno de questionaacuterios respondidos por

essa Coordenadoria a quantidade de dados referente agrave realidade das escolas

natildeo ficou clara e com isto natildeo foi possiacutevel a avaliaccedilatildeo desta regiatildeo

125

100

6

0

20

40

60

80

100

120

140

Metropolitana X

Entregues

Devolvidos

Respondidos

Figura 83 Avaliaccedilatildeo de receptividade da Metropolitana X

Mesmo os questionaacuterios sendo apresentados de maneira bem simplificada

observou-se que as escolas tiveram dificuldade tanto de cumprirem os prazos

estabelecidos quanto de expressarem suas realidades

83 A Educaccedilatildeo Ambiental em Nuacutemeros

Os resultados foram baseados nos questionaacuterios respondidos pelas escolas

de Ensino Meacutedio da Rede Puacuteblica Estadual do Municiacutepio do Rio de Janeiro

O questionaacuterio foi composto por perguntas divididas em trecircs grupos

Primeiramente as perguntas relacionadas com a instituiccedilatildeo de ensino Segundo a

abordagem da educaccedilatildeo ambiental e em terceiro a respeito da capacitaccedilatildeo

docente O questionaacuterio focava tambeacutem o interesse com a Educaccedilatildeo

Ambiental tanto das Instituiccedilotildees de ensino quanto por parte dos professores e

alunos

138

A seguir os resultados finais apoacutes a avaliaccedilatildeo das respostas obtidas atraveacutes

dos questionaacuterios separados pelas Metropolitanas III IV Na Metropolitana X

como o nuacutemero de questionaacuterios foi muito pequeno esta natildeo entraraacute no estudo

comparativo

1 ndash Quanto agrave abordagem do Tema Educaccedilatildeo Ambiental

O tema Educaccedilatildeo Ambiental eacute abordado na Escola

A pergunta objetiva ter informaccedilotildees se de alguma forma o tema

Educaccedilatildeo Ambiental eacute abordado nas escolas natildeo especificando a maneira Os

resultados encontram-se na figura 84

96

4

97

3

0

20

40

60

80

100

Metro III Metro IV

SimNatildeo

Figura 84 - Abordagem do tema na escola

Segundo a figura 84 observa-se que ambas Metropolitanas possuem um

alto iacutendice de aplicaccedilatildeo da EA A regiatildeo onde ela eacute um pouco maior eacute a

Metropolitana IV regiatildeo que abrange a zona oeste da cidade Cerca de 97 das

escolas aplicam a EA e apenas 3 natildeo aplicam Na Metropolitana III cerca de

96 das escolas aplicam e cerca de 4 natildeo aplicam a EA Os resultados

apontam que existe a aplicaccedilatildeo de EA nas escolas mas estes nuacutemeros natildeo estatildeo

de acordo com as respostas das perguntas seguintes

139

Na Metropolitana X das sete escolas que responderam seis aplicam de

alguma forma a EA dentre estas trecircs satildeo da Zona Sul da cidade (Copacabana

Ipanema e Gaacutevea) 2 satildeo da Zona Norte(Tijuca e Satildeo Cristoacutevatildeo) e uma da Zona

Oeste(Barra da Tijuca) a escola que natildeo aplica estaacute localizada no bairro da

Taquara

O tema eacute abordado em uma disciplina multidisciplinar ou de outras

formas

A pergunta objetiva saber como a escola aborda o tema se atraveacutes de

uma disciplina especiacutefica isto eacute se existe dentro do curriacuteculo uma mateacuteria

voltada para a Educaccedilatildeo Ambiental (disciplinar) ou atraveacutes de vaacuterias

disciplinas onde todas iratildeo abordar o tema dentro dos conteuacutedos a serem

aplicados (multidisciplinar) que eacute a chamada multidisciplinaridade ou ainda se

a instituiccedilatildeo de ensino se utiliza de alguma outra forma Os dados satildeo mostrados

na figura 85

0

20

40

60

80

100

Metro III Metro IV

DisciplinarMultidisciplinar

Figura 85 O tema eacute disciplinar ou multidisciplinar

Segundo o graacutefico a maioria das escolas trata o tema como

multidisciplinar Nas que informaram que eram disciplinar natildeo ficou claro se a

escola tinha uma disciplina especiacutefica mas pareceu devido as perguntas

140

seguintes que o tema era abordado em biologia quiacutemica e geografia durante

as aulas em meio aos conteuacutedos dessas disciplinas

A Metropolitana III mostrou que 100 das escolas que participaram da

pesquisa abordam o tema de forma multidisciplinar Na Metropolitana IV cerca

de 19 das escolas abordam o tema de forma disciplinar isto eacute possuem uma

disciplina voltada para o tema

Na Metropolitana X dos sete questionaacuterios respondidos cinco responderam

que o tema eacute abordado em vaacuterias disciplinas

Existe obrigatoriedade da participaccedilatildeo dos alunos

O objetivo eacute mapear como se daacute a participaccedilatildeo discente ou seja se

quando os temas relacionados agrave educaccedilatildeo ambiental satildeo abordados nas

escolas existe a abrigatoriedade na participaccedilatildeo dos alunos Os resultados satildeo

mostrados na figura 86

0

20

40

60

80

100

Metro III Metro IV

SimNatildeo

Figura 86 ndash Obrigatoriedade da participaccedilatildeo discente

Atraveacutes do graacutefico verifica-se que na maioria das escolas quando o

tema eacute abordado existe a obrigatoriedade da participaccedilatildeo dos alunos Na

141

Metropolitana IV em 69 das escolas eacute obrigatoacuteria a participaccedilatildeo dos alunos Na

metropolitana III em 44 das escolas a participaccedilatildeo eacute obrigatoacuteria

Na Metropolitana X quatro escolas responderam que a participaccedilatildeo eacute

obrigatoacuteria

De acordo com as observaccedilotildees feitas atraveacutes das respostas do

questionaacuterio constatou-se que a participaccedilatildeo obrigatoacuteria dos alunos se daacute

devido a EA ser tratada na maioria das vezes dentro das disciplinas em meio ao

conteuacutedo isto torna a participaccedilatildeo dos alunos obrigatoacuteria jaacute que a natildeo

participaccedilatildeo pode implicar na perda de pontos nas disciplinas

Os professores participam das atividades relacionadas ao

tema

Objetiva monitorar a participaccedilatildeo dos professores das instituiccedilotildees de

ensino nas atividades relacionadas ao tema EA e se existe um grande

envolvimento dos professores quanto agrave difusatildeo do tema nas escolas sendo

os resultados mostrados na figura 87

0

20

40

60

80

100

Metro III Metro IV

TodosAlguns

Figura 87 - Participaccedilatildeo dos professores

142

Em todas as Metropolitanas verificou-se que natildeo satildeo todos os professores

que participam dos projetos Observa-se que apenas um pequeno grupo se

envolve nos assuntos relacionados ao tema Educaccedilatildeo Ambiental o que acaba

limitando o assunto a algumas disciplinas

A Educaccedilatildeo Ambiental eacute praticada atraveacutes de que meios

A pergunta objetiva saber os meios pelos quais as instituiccedilotildees de ensino

utilizam para praticarem a Educaccedilatildeo Ambiental Se informalmente quando o

tema eacute abordado sem nenhum compromisso ou durante as aulas teoacutericas das

disciplinas ou por vaacuterios meios quando a escola tem projetos feiras

pedagoacutegicas visitas viacutedeos etc utilizando todos os meios simultaneamente

conforme mostrado na figura 88

0

20

40

60

80

100

Metro III Metro IV

Aulas Teoacutericase praacuteticas

Informalmente

Outros

Figura 88 Meios de aplicaccedilatildeo da Educaccedilatildeo Ambiental

Em todas as Metropolitanas a maioria das escolas utiliza aulas teoacutericas ou

praacuteticas para abordarem o tema Educaccedilatildeo Ambiental

Na Metropolitana III cerca de 51 das escolas utiliza aulas teoacutericas ou

praacuteticas para abordar o tema cerca de 17 abordam o tema de maneira

informal e cerca de 32 das escolas diversificam a maneira de abordagem do

tema

143

Na Metropolitana IV cerca de 43 das escolas utiliza as aulas para

abordarem o tema cerca de 16 abordam o tema informalmente e 42 das

escolas diversificam a forma de abordarem o tema

Na Metropolitana X dos 6 questionaacuterios respondidos 4 escolas abordam o

tema nas aulas teoacutericas e praacuteticas e 2 escolas abordam o tema informalmente

O predomiacutenio da abordagem em aulas teoacutericas provavelmente eacute

decorrente da falta de um projeto pedagoacutegico voltado para a Educaccedilatildeo

Ambiental

Quais os projetos eou atividades implantados

Objetiva mapear quais os principais temas abordados nos projetos e ou nas

atividades desenvolvidas pelas instituiccedilotildees de ensino voltadas para a educaccedilatildeo

ambiental conforme mostrado na figura 89

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Metro III Metro IV

Reciclagem e ColetaSeletiva

Reduccedilatildeo de Consumo eReuso de aacutegua e Energia

Outros

Figura 89 Projetos e ou Atividades implantados

De acordo com o graacutefico em ambas Metropolitanas o tema mais

abordado eacute a Reciclagem e a Coleta Seletiva Na Metropolitana III 50 dos

questionaacuterios responderam Reciclagem e Coleta Seletiva contra 39 de

Reduccedilatildeo de consumo e Reuso de aacutegua e energia

144

Na Metropolitana IV cerca de 46 responderam Reciclagem e Coleta

seletiva e 37 de projetos de Reduccedilatildeo de Consumo de aacutegua e energia

Este resultado era esperado pois para a maioria dos indiviacuteduos educaccedilatildeo

ambiental eacute Coleta Seletiva de Materiais e Reciclagem com isto a EA fica muito

restrita a este tema deixando os aspectos mais importantes sem abordagem isto

pode ser devido a falta de informaccedilatildeo que os proacuteprios educadores tecircm a

respeito da EA

A Metropolitana X apresentou uma resposta diferente dos quatro

questionaacuterios que foram respondidos trecircs responderam Reduccedilatildeo de Consumo e

Reuso de Aacutegua e Energia e apenas um respondeu Coleta Seletiva e Reciclagem

Isto pode ser reflexo da condiccedilatildeo Soacutecio-econocircmica predominante das

regiotildees abrangidas pelas Metropolitanas III e IV que compreendem bairros com

populaccedilotildees mais carentes Neste caso a Coleta Seletiva e a Reciclagem muitas

vezes satildeo a fonte de renda de muitas famiacutelias e faz parte do cotidiano dessas

regiotildees

Existe interesse dos alunos em relaccedilatildeo aos projetos

A pergunta objetiva saber se os alunos das instituiccedilotildees de ensino

demonstram interesse na participaccedilatildeo nos projetos eou nas atividades

relacionadas agrave educaccedilatildeo ambiental desenvolvidas nas escolas os resultados

encontram-se na figura 810

145

0

20

40

60

80

100

Metro III Metro IV

SimNatildeo

Figura 810 Participaccedilatildeo dos alunos

Na Metropolitana III o percentual de interesse dos alunos eacute de 96 e na

Metropolitana IV o percentual eacute de 100 mostrando que o interesse dos alunos

das aacutereas abrangidas por essas metropolitanas eacute bastante alto Este alto

percentual de participaccedilatildeo pode estar relacionado com a obrigatoriedade na

participaccedilatildeo dos alunos jaacute citado em pergunta anterior

Na Metropolitana X dos quatro questionaacuterios que foram respondidos dois

responderam que sim e dois responderam que natildeo resultado que natildeo nos

permite ter uma visatildeo do niacutevel de interesse dos alunos desta regiatildeo

Os projetos possuem retorno financeiro

A pergunta objetiva saber se os projetos implantados pelas instituiccedilotildees de

ensino tiveram como objetivo aleacutem da informaccedilatildeo para os alunos e a

comunidade trouxe tambeacutem algum tipo de retorno financeiro para alguma das

partes Isto porque alguns projetos de Educaccedilatildeo Ambiental como os de Coleta

Seletiva geram recursos financeiros ou bens conforme mostrado na figura 811

146

0

20

40

60

80

100

Metro III Metro IV

NuncaAs Vezes

Figura 811 - Retorno financeiro nos projetos

Nas Metropolitanas III e IV a maioria das escolas declarou que natildeo possui

nenhum tipo de retorno financeiro quando da implantaccedilatildeo de seus projetos de

educaccedilatildeo ambiental

Na Metropolitana III o percentual foi de 92 e a Metropolitana IV foi de

96 Com base nesses resultados conclui-se que os projetos implantados nas

escolas em sua maioria natildeo objetivam retorno financeiro

Na Metropolitana X dos cinco questionaacuterios que responderam todos

responderam que nunca possuem retorno financeiro na implantaccedilatildeo de seus

projetos de EA

Os recursos arrecadados satildeo para que destino

A pergunta objetiva saber para onde os recursos arrecadados com os

projetos realizados pelas escolas foram destinados

147

0

20

40

60

80

100

Metro III Metro IV

Escola e AlunosComunidadeOutros

Figura 812 Destino dos recursos arrecadados

As escolas que tiveram algum tipo de retorno utilizaram este para

aquisiccedilatildeo de materiais para a escola e para os alunos A maioria das instituiccedilotildees

de ensino natildeo respondeu a este item uma vez que a sua resposta estava

vinculada a pergunta anterior

2 ndash Quanto a Capacitaccedilatildeo docente

Qual a formaccedilatildeo em niacutevel de graduaccedilatildeo dos professores que

participam da Educaccedilatildeo Ambiental

Objetiva mapear a graduaccedilatildeo dos professores isto eacute as disciplinas que

mais participam dos projetos de educaccedilatildeo ambiental implantados nas

escolas conforme mostrado na figura 813

148

0

20

40

60

80

100

Metro III Metro IV

QuimFisBioGeo

Outras

Figura 813 Professores que participam das atividades

Em todas as Metropolitanas as disciplinas que mais participam dos projetos

de Educaccedilatildeo Ambiental satildeo as mesmas isto eacute Quiacutemica Fiacutesica Biologia e

Geografia Isto ocorre por serem estas disciplinas que em seus curriacuteculos

apresentam o tema Educaccedilatildeo Ambiental o que torna mais faacutecil para os

professores destas disciplinas a abordagem do tema e por consequumlecircncia esta

desperta maior interesse

Na Metropolitana X dos quatro questionaacuterios respondidos todos

colocaram as mesmas disciplinas citadas anteriormente

Eacute interessante frisar que em especial os cursos de graduaccedilatildeo de Quiacutemica

Biologia e Geografia tecircm um conteuacutedo consideraacutevel de temas voltados para a

aacuterea ambiental Talvez seja pertinente questionar que se a Educaccedilatildeo Ambiental

fosse mais abordada em outros cursos de Licenciatura (Histoacuteria Portuguecircs

Matemaacutetica etc) talvez aumentasse a participaccedilatildeo dos professores dessas

disciplinas ou de projetos transversais

149

Os professores que participam possuem formaccedilatildeo especiacutefica em

EA

Identifica se os professores das instituiccedilotildees de ensino que participam dos

projetos de educaccedilatildeo ambiental possuem algum tipo de formaccedilatildeo especiacutefica

para este fim como cursos de especializaccedilatildeo mestrado doutorado ou mesmo

cursos de curta duraccedilatildeo Os resultados satildeo mostrados na figura 814

0

20

40

60

80

100

Metro III Metro IV

AlgumaFormaccedilatildeo

NenhumaFormaccedilatildeo

Figura 814 Os professores possuem formaccedilatildeo especiacutefica em EA

Diferentemente do esperado as Metropolitanas III e IV informaram que um

grande nuacutemero de professores possui algum tipo de formaccedilatildeo especiacutefica

Na Metropolitana III cerca de 90 dos professores possuem alguma

formaccedilatildeo especifica em EA e na Metropolitana IV a metade dos professores da

rede possuem algum tipo de especializaccedilatildeo em EA

Apesar das escolas terem informado um grande de professores com algum

tipo de especializaccedilatildeo natildeo foi informado se essa especializaccedilatildeo era especiacutefica

em Educaccedilatildeo Ambiental mesmo estando claro na pergunta Este resultado vai

de encontro com as respostas referentes agraves outras questotildees nas quais as escolas

e os docentes demonstraram dificuldade na exploraccedilatildeo do tema e sinalizam que

eacute necessaacuteria a capacitaccedilatildeo

150

Na Metropolitana X das cinco escolas que responderam a essa questatildeo

trecircs possuem professores com alguma especializaccedilatildeo e duas escolas declararam

que natildeo possuem professores com especializaccedilatildeo

A escola tem interesse na capacitaccedilatildeo docente para a

Educaccedilatildeo Ambiental

A pergunta objetiva mostrar se existe o interesse das escolas em preparar

os professores para que estes possam adquirir mais conhecimentos teacutecnicos e

com isto possam realizar seus projetos com maior eficiecircncia no desempenho de

seu trabalho segundo mostrado na figura 815

0

20

40

60

80

100

Metro III Metro IV

SimNatildeo

Figura 815 Interesse da escola na capacitaccedilatildeo docente

A quase totalidade das escolas das Metropolitanas III e IV mostraram

interesse na capacitaccedilatildeo de seus professores em Educaccedilatildeo Ambiental

Na Metropolitana X das cinco escolas que responderam a essa pergunta

todas declararam que possuem interesse na capacitaccedilatildeo docente

Essas respostas mostraram que talvez a pergunta referente agrave

especializaccedilatildeo dos docentes natildeo foi corretamente respondida

151

Segundo esses dados conclui-se que existe grande interesse das escolas

em melhorar o desempenho de seus professores na aplicaccedilatildeo da educaccedilatildeo

ambiental

Existe interesse dos professores em participarem de cursos de

formaccedilatildeo em Educaccedilatildeo Ambiental

Objetiva mostrar se haacute interesse dos professores em participarem de cursos

de formaccedilatildeo especializaccedilatildeo na aacuterea ambiental segundo figura 816

0

20

40

60

80

100

Metro III Metro IV

Sim

Natildeo

Figura 816 - Interesse dos professores em cursos de formaccedilatildeo em EA

Nas Metropolitanas III e IV o interesse dos professores em participar de um

curso de formaccedilatildeo em EA eacute bastante alto

Na Metropolitana X dos seis questionaacuterios respondidos todos mostraram

interesse na participaccedilatildeo no curso de capacitaccedilatildeo

De acordo com as questotildees existe um grande interesse da parte dos

professores em participarem de cursos de formaccedilatildeo especializaccedilatildeo em EA Para

isto se faz necessaacuterio que exista uma oferta de cursos destinada a este puacuteblico

alvo

152

Quais as aacutereas que os professores apresentam maior interesse

Objetiva mapear em quais aacutereas da Educaccedilatildeo Ambiental os professores

gostariam que fossem abordados com maior profundidade e abrangecircncia

conforme mostrado na figura 817

0

20

40

60

80

100

Metro III Metro IV

Coleta Seletiva eReciclagem

RecursosHiacutedricos

Outros

Figura 817 Aacutereas de interesse dos professores

Neste item as respostas foram muito variadas sendo que o assunto que

apareceu com mais frequumlecircncia foram os de Coleta Seletiva e Reciclagem

seguidos pelos Recursos Hiacutedricos os demais aparecerem com pouca frequumlecircncia e

foram agrupados num uacutenico grupo ldquooutrosrdquo Foi observado que muitas

instituiccedilotildees natildeo entenderam bem o questionamento pois ao inveacutes de

responderem sobre o tema ambiental de interesse responderam sobre outros

temas

84 Conclusotildees Parciais

As escolas tiveram muita dificuldade para responder os questionaacuterios pois

muitas respostas natildeo tinham relaccedilatildeo direta com a pergunta Em muitos casos o

questionaacuterio foi devolvido com muitas perguntas sem resposta natildeo ficando claro

se por falta de entendimento das perguntas ou por desinteresse pelo tema

153

Com o questionaacuterio percebeu-se de forma geral que natildeo houve muito

empenho em se fornecer respostas claras e que refletissem realmente a vivecircncia

das escolas Pode-se detectar que os professores natildeo participaram ou seja a

pessoa designada para responder emitiu somente a sua opiniatildeo e simplesmente

natildeo respondeu o que tinha relaccedilatildeo direta com o corpo docente da escola

Algumas escolas aproveitaram o espaccedilo do questionaacuterio destinado a

sugestotildees e observaccedilotildees para fazer reivindicaccedilotildees como melhor remuneraccedilatildeo a

inadequaccedilatildeo de cursos ou treinamentos aos saacutebados e que os cursos deveriam

ter ajuda de custo para o professor ou ainda solicitaccedilatildeo de apoio em

campanhas como por exemplo ldquoNatildeo para um lixatildeo em nosso bairrordquo

O questionaacuterio deixou alguns pontos bem claros e alarmantes a educaccedilatildeo

ambiental natildeo eacute vista como um assunto que seja importante Isso pode ser

atribuiacutedo agrave falta de informaccedilatildeo que atinge desde a comunidade ateacute os oacutergatildeos

que coordenam a educaccedilatildeo passando pelos professores que na avaliaccedilatildeo da

autora satildeo as peccedilas mais importantes Estes quando possuem uma boa

formaccedilatildeo vatildeo propagar as informaccedilotildees entre os alunos que propagaratildeo para

suas famiacutelias e comunidades estabelecendo-se um efeito multiplicador agrave difusatildeo

do conhecimento

Com base nas demandas detectadas na anaacutelise dos questionaacuterios e na

excelecircncia dos profissionais da UFRJ ligados agrave aacuterea ambiental eacute apresentada a

seguir uma proposta de curso de especializaccedilatildeo transdisciplinar em EA voltado

para professores do Ensino Meacutedio

154

Capiacutetulo 9 ndash Proposta de Curso de Formaccedilatildeo Para Professores

A Educaccedilatildeo Ambiental segundo a lei ndeg 9795 de 27 de abril de 1999 eacute

um componente essencial e permanente da Educaccedilatildeo Nacional devendo estar

presente em todos os niacuteveis e todas as modalidades do processo educativo

formal e natildeo-formal

Por seu caraacuteter humanista holiacutestico interdisciplinar e participativo a

Educaccedilatildeo Ambiental pode contribuir muito para renovar o processo educativo

trazendo a permanente avaliaccedilatildeo criacutetica a adequaccedilatildeo dos conteuacutedos agrave

realidade local e o envolvimento dos educandos em accedilotildees concretas de

transformaccedilatildeo dessa realidade

155

Para realmente abordar estes princiacutepios e atingir seus objetivos a

Educaccedilatildeo Ambiental precisa de uma ampla gama de meacutetodos e do preparo dos

educadores neste sentido

A partir das informaccedilotildees obtidas nesta pesquisa observou-se a

necessidade de cursos de formaccedilatildeo na aacuterea ambiental para os professores do

Ensino Meacutedio da Rede Puacuteblica Estadual

Este capiacutetulo objetiva propor um curso que atenda a essa necessidade

tendo em vista todas as dificuldades em termos de disponibilidade da entidade e

da quantidade de vagas que possa atender da melhor maneira possiacutevel ao

puacuteblico alvo

91 Objetivo do Curso

Capacitar os professores do Ensino Meacutedio da Rede Puacuteblica Estadual do

Municiacutepio do Rio de Janeiro para o ensino da Educaccedilatildeo Ambiental fornecendo

conhecimentos aos participantes de forma que os educadores tenham

condiccedilatildeo de desenvolver o seu trabalho de maneira plena e com maior

eficiecircncia

Desenvolver a capacidade de compreensatildeo da temaacutetica ambiental de

forma holiacutestica e no acircmbito interdisciplinar enfocando o papel da educaccedilatildeo

para a construccedilatildeo de uma sociedade sustentaacutevel

Analisar as relaccedilotildees entre educaccedilatildeo problemaacutetica ambiental e

desenvolvimento sustentaacutevel

Incentivar a pesquisa interdisciplinar e o desenvolvimento de projetos de

intervenccedilatildeo social aleacutem de promover atividades de prestaccedilatildeo de serviccedilos a

comunidade em geral atraveacutes de cursos accedilotildees integradas eventos entre outros

Para que estes objetivos sejam atingidos eacute necessaacuterio que na

programaccedilatildeo dos conteuacutedos sejam contemplados fundamentos teoacutericos e

156

praacuteticos de modo a atender as determinaccedilotildees dos oacutergatildeos Ambientais Estaduais

Municipais e do Ministeacuterio do Meio Ambiente

92 Duraccedilatildeo do Curso

Por se tratar de um curso de especializaccedilatildeo a carga horaacuteria miacutenima

deveraacute ser de 360 horas com aulas ministradas em dias e horaacuterios de melhor

disponibilidade para os professores e as Universidades

93 Conteuacutedo do Curso

Nesta proposiccedilatildeo de ensino de Educaccedilatildeo Ambiental para docentes do

Ensino Meacutedio o curso deveraacute ser composto por quatro moacutedulos para que seja

abordada a maioria dos aspectos necessaacuterios para a boa formaccedilatildeo docente

1ordm Moacutedulo ndash As diferentes dimensotildees da temaacutetica ambiental na atualidade

Analise dos mais variados enfoques das questotildees ambientais por meio de

debates e trocas de experiecircncias como alternativa para aproximar todas as

vaacuterias aacutereas de conhecimento reconhecendo a diversidade do grupo e a

necessidade de interaccedilatildeo entre as aacutereas de formaccedilatildeo ressaltando as interfaces

entre as ciecircncias naturais e as humanas dentro da perspectiva interdisciplinar

Conceitos baacutesicos na Aacuterea Ambiental

bull Meio Ambiente e Ecologia rarrConceitos baacutesicos a fim de atender

melhor a dinacircmica de interaccedilotildees nos biomas terrestres e ambientes

bull Tipos de Poluiccedilatildeo e seus efeitos rarr Classificaccedilatildeo dos principais tipos de

poluiccedilatildeo e seus efeitos no meio ambiente e na sociedade

bull Tratamento de resiacuteduos soacutelidos e de efluentesrarrNoccedilotildees de reduccedilatildeo na

produccedilatildeo de resiacuteduos e tratamento dos resiacuteduos

bull Minimizaccedilatildeo de emissotildeesrarrClassificaccedilatildeo dos tipos de emissotildees e como

minimiza-las

157

2ordm Moacutedulo ndash Aborda as leis e os oacutergatildeos ligados a Educaccedilatildeo Ambiental As

disciplinas pretendem realizar uma introduccedilatildeo ao Direito Ambiental apontando e

propiciando a discussatildeo anaacutelise e avaliaccedilatildeo de conceitos juriacutedicos baacutesicos para

a compreensatildeo da legislaccedilatildeo ligada agrave problemaacutetica ambiental e suas

implicaccedilotildees sociais

Legislaccedilatildeo Ambiental

bull Leis RegulamentadorasrarrMostrar as leis que regulamentam as accedilotildees

ligadas ao meio ambiente e a Educaccedilatildeo Ambiental

bull Oacutergatildeos fiscalizadoresrarrIdentificar os oacutergatildeos fiscalizadores das accedilotildees

voltadas para o meio ambiente como tambeacutem as accedilotildees voltadas para a

Educaccedilatildeo Ambiental

bull Esferas AdministrativasrarrMostrar as atribuiccedilotildees de cada esfera de

governo nas accedilotildees relacionadas as questotildees ambientais

3ordm Moacutedulo ndash mostrar as relaccedilotildees entre Meio Ambiente e sociedade a partir

da anaacutelise de casos concretos existentes A discussatildeo dos conceitos de

paisagem lugar e territoacuterio explicando os viacutenculos soacutecio-culturais com os

ambientes O conceito sustentabilidade deveraacute ser debatido tanto na dimensatildeo

cultural e social nas formas de produccedilatildeo da subsistecircncia humana e nos

diferentes modelos soacutecio-econocircmicos priorizando as questotildees dos ldquoecossistemas

urbanosrdquo

Educaccedilatildeo ambiental e Cidadania

bull Percepccedilatildeo da realidade ambientalrarr As relaccedilotildees entre o homem e

o seu meio ambiente social e natural atraveacutes de modelos de ocupaccedilatildeo do

espaccedilo e uso de recursos naturais por formas soacutecio-culturais diferenciadas

bull A relaccedilatildeo Educaccedilatildeo Ambiental - Qualidade de Vida rarr As relaccedilotildees

da EA com a qualidade de vida e a sauacutede

bull Projetos roteiros reflexotildees e praacuteticas de Educaccedilatildeo Ambiental

rarrInstrumentalizar para a elaboraccedilatildeo e execuccedilatildeo de projetos de gestatildeo

158

ambiental e de modelos de desenvolvimento sustentado adequados agraves

especificidades soacutecio-ambientais das populaccedilotildees ldquoalvordquo

bull Integraccedilatildeo Escola-Meio-Ambiente-ComunidaderarrAbordagem de

aspectos teoacutericos e praacuteticos da construccedilatildeo de projetos no contexto escolar e fora

deste espaccedilo

4 ndash Moacutedulo ndash Projetos - seratildeo tarefas pedagoacutegicas de caraacuteter

interdisciplinar A partir do levantamento dos interesses dos alunos pretende-se

estruturar coletivamente projetos de intervenccedilatildeo e pesquisa em EA que

deveratildeo possibilitar a elaboraccedilatildeo dos trabalhos de final de curso

Pesquisa em Educaccedilatildeo Ambiental

bull Estudo de Campo

bull Trabalho final

94 Consideraccedilotildees

Esta proposta daacute uma visatildeo de alguns aspectos que norteiam o tema

Educaccedilatildeo Ambiental focando essencialmente os assuntos que satildeo importantes

para a formaccedilatildeo do Educador Ambiental

Os temas devem ser abordados de forma sucinta de modo que consiga

atingir a todos os profissionais de Educaccedilatildeo considerando que estes possuem

diferentes formaccedilotildees em niacutevel de graduaccedilatildeo

Outro aspecto considerado eacute que dentre os temas abordados estatildeo a

relaccedilatildeo sociedade e meio ambiente que eacute um dos pontos mais importantes do

curso pois permitiraacute que o educador consiga transmitir aos seus alunos a sua real

importacircncia na contribuiccedilatildeo para a melhoria da sua qualidade de vida e de seu

entorno e consequumlentemente na conservaccedilatildeo do planeta

159

Capiacutetulo 10 ndash Conclusotildees e Sugestotildees

101 Consideraccedilotildees Finais

A Educaccedilatildeo eacute primordial para o crescimento de qualquer paiacutes poreacutem natildeo

lhe eacute dada toda a atenccedilatildeo necessaacuteria problema que natildeo eacute recente mas sim

um problema histoacuterico pois a Educaccedilatildeo natildeo eacute tema essencial desde os tempos

da colonizaccedilatildeo Desde aquela eacutepoca o ensino era colocado em segundo

plano como algo sem importacircncia e por consequumlecircncia a profissatildeo de professor

jaacute era desvalorizada muitas vezes sendo colocado como marginalizados pela

sociedade

A Educaccedilatildeo de qualidade era um direito de poucos e esses poucos eram os

indiviacuteduos que tinham famiacutelias tradicionais e abastadas que tinham condiccedilotildees

financeiras para estudar nos melhores coleacutegios Este fato se reflete nos dias de

hoje onde a qualidade no ensino estaacute cada vez mais destinada aos alunos que

tem melhores condiccedilotildees financeiras Isto pode ser verificado nas escolas puacuteblicas

160

de ensino fundamental e o ensino meacutedio da Rede Puacuteblica Estadual onde resta

para os menos favorecidos um ensino que natildeo tem como objetivo central uma

boa formaccedilatildeo

Atraveacutes das Poliacuteticas SociaisEducacionais a ideacuteia central eacute a manutenccedilatildeo

do aluno na escola fornecimento de alimentaccedilatildeo etc onde a manutenccedilatildeo do

aluno na escola se faz de vaacuterias formas dentre elas podemos citar a aprovaccedilatildeo

progressiva no ensino fundamental onde o aluno eacute aprovado mesmo sem

condiccedilotildees pois foi verificado que o aluno que reprova muitas vezes abandona a

escola

No ensino Meacutedio natildeo eacute muito diferente onde o problema comeccedilou no

momento em que o ingresso no ensino meacutedio passou a ser automaacutetico sem

nenhum tipo de avaliaccedilatildeo gerando turmas muito heterogecircneas com alunos

bons lado a lado com alunos que natildeo possuem a menor condiccedilatildeo de estarem no

ensino meacutedio Isto acarreta numa dificuldade muito grande ao professor de

passar o conteuacutedo das disciplinas com um agravante o professor eacute obrigado a

ter um niacutevel de exigecircncia muito baixo pois um nuacutemero de reprovaccedilatildeo muito alto

tambeacutem natildeo eacute permitido Aleacutem disso podemos citar ainda as condiccedilotildees de

trabalho principalmente nas aacutereas mais carentes onde muitas vezes o professor

natildeo tem o material miacutenimo de trabalho tendo que comprar do proacuteprio bolso

Tocando neste ponto um problema muito grave eacute a falta de valorizaccedilatildeo do

professor atraveacutes dos baixos salaacuterios que estes recebem o que causa uma

desmotivaccedilatildeo muito grande na boa execuccedilatildeo de seu trabalho

Esses satildeo apenas algumas das causas do baixo desempenho do ensino

meacutedio e por consequumlecircncia o baixo iacutendice de aprovaccedilatildeo desses alunos em

concursos de acesso as Universidades Puacuteblicas que deveria ser o fluxo natural

desses alunos Este fato gerou a Poliacutetica Publica de inclusatildeo social que determina

o aumento de alunos egressos da Rede Puacuteblica nas Universidades Puacuteblicas que eacute

feito atraveacutes de reservas de vagas nas Universidades para esses alunos Isto no

entendimento da autora funciona apenas como uma forma imediatista de

resolver o problema pois em educaccedilatildeo os impactos de uma proposta de

161

mudanccedila requerem um tempo para que sejam percebidos Com isto para se

reverter o problema de inclusatildeo dos jovens vindos da rede puacuteblica estadual nas

universidades seria necessaacuterio no miacutenimo de 12 anos Um periacuteodo relativamente

grande pois as mudanccedilas devem envolver todas as esferas do governo em

conjunto com a sociedade e natildeo devendo estar atrelada a um determinado

mandato Em outras palavras em um sistema ideal os mandatos acabariam

mais os projetos continuariam

O estado atual da Educaccedilatildeo no paiacutes eacute uma consequumlecircncia direta do

arrocho salarial e da degradaccedilatildeo dos serviccedilos puacuteblicos acentuados apoacutes o fim

do Regime Militar com isso a classe meacutedia passou a incluir em seus orccedilamentos a

educaccedilatildeo o que gerou uma ruptura da convivecircncia entre crianccedilas e jovens de

classes pobres e da classe meacutedia nas Escolas Puacuteblicas No topo da piracircmide

social estatildeo as famiacutelias de classe meacutedia e alta que usufruem do Ensino Privado

para posteriormente disputar em melhores condiccedilotildees as vagas nas Universidades

Puacuteblicas reconhecidas como as melhores Na base estatildeo os menos privilegiados

que estatildeo na rede puacuteblica que tem que se conformarem em parar os seus

estudos ao fim do Ensino meacutedio ou se sacrificar para pagar uma Universidade

Privada jaacute que natildeo possuem condiccedilotildees de competirem em igualdade de

condiccedilotildees agraves vagas oferecidas pelas Universidades Puacuteblicas

Um dos caminhos detectados nessa pesquisa para reverter o quadro atual

da educaccedilatildeo eacute a capacitaccedilatildeo docente Para uma melhor formaccedilatildeo dos

professores se faz necessaacuterio que o tema seja abordado em todos os cursos de

graduaccedilatildeo destinados a licenciatura Este assunto tambeacutem deve ser uma

preocupaccedilatildeo das Universidades para que estas ofereccedilam cursos de extensatildeo

capacitaccedilatildeo ou poacutes-graduaccedilatildeo para professores promovendo o retorno destes

as Universidades para atualizaccedilatildeo de seus conhecimentos para que possam

aprimorar e consequumlentemente melhor preparar o aluno que ingressaraacute na

Universidade Com isso para a Universidade o retorno consiste em receber alunos

oriundos do ensino meacutedio com uma formaccedilatildeo mais completa fechando o ciclo

de interaccedilotildees

162

102 Conclusotildees

A partir dessas consideraccedilotildees e dos dados coletados e discutidos no corpo

do trabalho pode-se extrair as seguintes conclusotildees

A desvalorizaccedilatildeo dos professores eacute um problema histoacuterico jaacute que a

pesquisa bibliograacutefica mostrou que desde o iniacutecio da Educaccedilatildeo no paiacutes

esta classe de profissionais natildeo era vista como algo primordial para o

desenvolvimento do paiacutes

De acordo com as necessidades da sociedade foram surgindo

articulaccedilotildees que levaram a formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas com o

objetivo de suprir ou amenizar problemas gerados pelas diferenccedilas sociais

da sociedade A formulaccedilatildeo dessas poliacuteticas se fundamenta no processo

de descentralizaccedilatildeo levando a democratizaccedilatildeo e a participaccedilatildeo

A Educaccedilatildeo Ambiental eacute essencial para uma boa formaccedilatildeo da

cidadania devido a isto o tema EA estaacute presente nos PCNs e deve ser

abordado em todas as disciplinas de forma transversal

A tema Educaccedilatildeo Ambiental eacute relativamente antigo poreacutem natildeo lhe

era dada a devida importacircncia somente a partir do seacuteculo XX que foram

realizadas as conferecircncias voltadas para o tema ambiental o que tornou

o Meio Ambiente uma preocupaccedilatildeo mundial

A pesquisa avaliou o ingresso de alunos da Rede Puacuteblica Estadual nas

Universidades Puacuteblicas com estudo de caso avaliando o sistema de Cotas

da UERJ e a proposta de Reserva de Vagas da UFRJ A pesquisa mostrou

que a reserva de vagas natildeo eacute a soluccedilatildeo para o problema de inclusatildeo

desses alunos poreacutem funciona como uma accedilatildeo imediata para

remediaccedilatildeo do problema

163

A avaliaccedilatildeo da EA nas escolas de Ensino Meacutedio da Rede Estadual do

Municiacutepio do Rio de Janeiro mostrou que os escolas tem dificuldade em

abordar o tema de forma plena e transversal

A pesquisa mostrou que o tema natildeo eacute abordado de maneira plena

devido ao despreparo dos professores nesta aacuterea jaacute que somente os

professores que possuem o tema Ambiental ligados a sua formaccedilatildeo tem

condiccedilotildees de transmit-lo para seus alunos Para isto se fazem urgente e

necessaacuterias gestotildees dos oacutergatildeos competentes no sentido do aumento da

oferta de cursos de capacitaccedilatildeo

103 Sugestotildees Para a continuidade desta pesquisa vaacuterias linhas de trabalho podem ser

desenvolvidas A seguir satildeo listadas algumas sugestotildees e accedilotildees

Realizar uma pesquisa comparativa sobre educaccedilatildeo Ambiental no acircmbito

do municiacutepio do Rio de Janeiro envolvendo as Redes Federal Estadual e

Particular

Realizar uma pesquisa por amostragem sobre o tema Educaccedilatildeo

Ambiental atingindo outros municiacutepios do Estado do Rio de Janeiro

Avaliar se eacute feita e de que maneira a Educaccedilatildeo Ambiental no Ensino

Fundamental

164

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Montibeller Filho Gilberto ndash O mito do desenvolvimento sustentaacutevel ndash Florianoacutepolis

SC Editora da UFSC 2001

Niskier Arnaldo ndash Educaccedilatildeo Brasileira 500 anos de Histoacuteria 1500-2000 ndash Satildeo Paulo

SP ndash Editora Melhoramentos 1989

O Estado de Satildeo Paulo - Jornal - disponiacutevel na internet em http

wwwestadatildeocombr - Acesso em 03 marccedilo 2005

Organizacion de Estados Iberoamericanos para la Educacion la Ciecircncia Y la

Cultura - disponiacutevel na internet em httpwwwcampus-oeiorg - Acesso em 07

abril 2005

Pangea - Associaccedilatildeo Ambientalista Internacional - disponiacutevel na internet em

http wwwagirazulcombr - Acesso em 21 novembro 2005

Pereira S D (editor) - Caderno de Graduaccedilatildeo ndash volume sete - Poliacuteticas de

Inclusatildeo Social a Reserva de Vagas nas Universidades Puacuteblicas ndash Rio de Janeiro

RJ Editora Graacutefica da UERJ 2003

Portal do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura - disponiacutevel na internet em http

wwwportalmecgov - Acesso em 03 marccedilo 2005

Projeto Apoema - Educaccedilatildeo Ambiental - disponiacutevel na internet em http

wwwapoemacombrdefiniccedilotildees - Acesso em 23 abril 2006

PROUNI ndash Programa Universidade para todos ndash Disponiacutevel na internet em

httpprouni-inscricaomecgovbr - acesso em 02 novembro 2006

170

Quintas J S ndash Introduccedilatildeo a Gestatildeo Ambiental Puacuteblica ndash Ediccedilotildees Ibama Brasiacutelia

DF 2002

Revista Eletrocircnica de Jornalismo Cientiacutefico ndash Com Ciecircncia - disponiacutevel na internet

em httpwwwcomcienciabr - Acesso em 04 marccedilo 2005

Schwartzman Simon ndash Tempos de Capanema ndash Satildeo Paulo SP ndash Editora Fundaccedilatildeo

Getuacutelio Vargas 2000

Secretaria de Estado de Educaccedilatildeo do Rio de Janeiro - disponiacutevel na internet em

http wwwseerjgovbr - Acesso em

Secretaria de estado e justiccedila de defesa e cidadania SP - disponiacutevel na internet

em http wwwjusticcedilaspgovbr - Acesso em 21 novembro 2005

Secretaria de Estado do Meio Ambiente - disponiacutevel na internet em

httpwwwambientespgovbr - Acesso em 251105

Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hiacutedricos do Paranaacute -

disponiacutevel na internet em http wwwprgovbrmeioambiente - Acesso em 25

novembro 2005

Secretaria de Estado do Meio Ambiente de Satildeo Paulo - disponiacutevel na internet em

http wwwambientespgov - Acesso em 25 novembro 2005

Senac - disponiacutevel na internet em httpwwwsenacbr - Acesso em 25

novembro 2005

Silva Antocircnio - As Cotas nas Universidades - disponiacutevel na internet em

httpwwwespaccediloacademicocombr - Acesso em 03 marccedilo 2005

Silva Leacuteo - Educaccedilatildeo Puacuteblica - disponiacutevel na internet em

httpwwweducaccedilatildeopublicarjgovbr - Acesso em 21 novembro 2005

171

TV Cultura - disponiacutevel na internet em http wwwtvculturacombr - Acesso em

21 novembro 2005

UARTE ndash Unidade de Apoio agrave Rede Telemaacutetica Educativa - disponiacutevel na internet

em httpwwwuarterctspt - Acesso em 25 novembro 2005

UERJ - Tema em discussatildeo cotas na universidade - disponiacutevel na internet em

http www2uerjbr Acesso em 04 marccedilo 2005

Universia - disponiacutevel na internet em httpwwwuniversiacombr - Acesso em 03

marccedilo 2005

Universidade de Brasiacutelia ndash Meio Ambiente - disponiacutevel na internet em

httpwwwunbbr - Acesso em 21 novembro 2005

Vaacuterios autores ndash Caderno de Graduaccedilatildeo ndash Volume oito ndash Vestibular UERJ2003

Relatoacuterio Analiacutetico - Rio de Janeiro RJ Editora Graacutefica UERJ 2003

Vieira Joatildeo Luiacutes ndash As cotas - disponiacutevel na internet em http wwweducarscuspbr - Acesso em 28 fevereiro 2005

Yin RK (1987) Case study reserch ndash design and methods Sage Publications 7 ed v 5

Zeitouni Rafael - Ecologia Brasil ndash Portal de Meio Ambiente - disponiacutevel na internet

em httpwwwbio2000hpgigcombr - Acesso em 26 novembro 2005

172

173

ANEXO 1

LEI FEDERAL

PROJETO DE LEI 36272004

Institui Sistema Especial de Reserva de Vagas para estudantes egressos de

escolas puacuteblicas em especial negros e indiacutegenas nas instituiccedilotildees puacuteblicas

federais de educaccedilatildeo superior e daacute outras providecircncias

O CONGRESSO NACIONAL decreta

Art 1ordm As instituiccedilotildees puacuteblicas federais de educaccedilatildeo superior reservaratildeo

em cada concurso de seleccedilatildeo para ingresso nos cursos de graduaccedilatildeo no

miacutenimo cinquumlenta por cento de suas vagas para estudantes que tenham

cursado integralmente o ensino meacutedio em escolas puacuteblicas

Art 2ordm Em cada instituiccedilatildeo de educaccedilatildeo superior as vagas de que trata o

art1 o seratildeo preenchidas por uma proporccedilatildeo miacutenima de autodeclarados negros

e indiacutegenas igual agrave proporccedilatildeo de pretos pardos e indiacutegenas na populaccedilatildeo da

unidade da Federaccedilatildeo onde estaacute instalada a instituiccedilatildeo segundo o uacuteltimo censo

da Fundaccedilatildeo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica - IBGE

Paraacutegrafo uacutenico No caso de natildeo-preenchimento das vagas segundo os

criteacuterios do caput as remanescentes deveratildeo ser completadas por estudantes

que tenham cursado integralmente o ensino meacutedio em escolas puacuteblicas

Art 3ordm O Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e a Secretaria Especial de Poliacuteticas de

Promoccedilatildeo da Igualdade Racial da Presidecircncia da Repuacuteblica seratildeo responsaacuteveis

pelo acompanhamento e avaliaccedilatildeo do sistema de que trata esta Lei ouvida a

Fundaccedilatildeo Nacional do Iacutendio - FUNAI

174

Art 4ordm As instituiccedilotildees de que trata o art 1ordm teratildeo o prazo de duzentos e

quarenta dias para se adaptarem ao disposto nesta Lei

Art 5ordm O Poder Executivo promoveraacute no prazo de dez anos a contar da

publicaccedilatildeo desta Lei a revisatildeo do sistema especial para o acesso de estudantes

negros pardos e indiacutegenas bem como daqueles que tenham cursado

integralmente o ensino meacutedio em escolas puacuteblicas nas instituiccedilotildees de educaccedilatildeo

superior

Art 6ordm Esta Lei entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

Brasiacutelia(wwwportalmecgov)

175

ANEXO 2

LEI ESTADUAL

Iacutentegra da Lei Nordm 3708 de 9 de Novembro de 2001

Institui cota de ateacute 40 (quarenta por cento) para as populaccedilotildees negra e parda

no acesso a Universidade do Estado do Rio de Janeiro e agrave Universidade Estadual

do Norte Fluminense e daacute outras providecircncias

O Governador do Estado do rio de Janeiro

Faccedilo saber que a Assembleacuteia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro

decreta e eu sanciono a seguinte Lei

Art 1ordm Fica estabelecida a cota miacutenima de ateacute 40 (quarenta por cento)

para as populaccedilotildees negra e parda no preenchimento das vagas relativas aos

cursos de graduaccedilatildeo da universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e da

Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF)

Paraacutegrafo Uacutenico Nesta cota miacutenima ficam incluiacutedos tambeacutem os negros e

pardos beneficiados pela lei 35242000

Art 2ordm O Poder executivo regulamentaraacute a presente Lei no prazo de 30

(trinta) dias de sua publicaccedilatildeo

Art 3ordm Estaacute lei entraraacute em vigor na data de sua publicaccedilatildeo revogadas as

disposiccedilotildees em contraacuterio

Rio de janeiro 09 de novembro de 2001

ANTHONY GAROTINHO

Autoria Deputado Joseacute Amorim

176

Iacutentegra do Decreto Nordm 30766 de 04 de marccedilo de 2002

DISCIPLINA O SISTEMA DE COTA PARA NEGROS E PARDOS NO ACESSO Agrave

UNIVERSIDADE

DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO E Agrave UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE

FLUMINENSE E DAacute OUTRAS PROVIDEcircNCIAS

O Governador do Estado do Rio de Janeiro no uso de suas atribuiccedilotildees

legais tendo em vista o disposto no artigo 1ordm caput e paraacutegrafo uacutenico da Lei nordm

3708 de 09 de novembro de 2001 e tendo em vista o que consta do Processo E-

260592002

D E C R E T A

Projeto de Lei nordm 24902001

Art 1ordm - Ficam reservadas para negros e pardos 40 das vagas relativas

aos cursos de graduaccedilatildeo oferecidas pela Universidade do Estado do Rio de

Janeiro e pela Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro

Paraacutegrafo uacutenico Para os fins deste decreto natildeo se faz distinccedilatildeo entre pessoas

negras e pardas

Art 2ordm - Caberaacute agraves universidades envolvidas definir os criteacuterios miacutenimos de

qualificaccedilatildeo para o acesso agraves vagas reservadas aos alunos negros e pardos

Art 3ordm - No preenchimento de suas vagas deveratildeo as universidades

observar sucessivamente o seguinte

I - verificar os candidatos qualificados de acordo com o com os criteacuterios

tratados na Lei nordm 35242000 selecionando-os para ingresso ateacute o limite das

vagas destinadas a tal fim

177

II - identificar dentre os alunos selecionados para ingresso na instituiccedilatildeo na

forma do inciso anterior o percentual que se declarou negro ou pardo em

relaccedilatildeo ao nuacutemero total de vagas oferecidas por curso e turno

III - deduzir da cota de 40 o percentual de candidatos selecionados na

instituiccedilatildeo declarados negros ou pardos que foram beneficiados pela Lei nordm

35242000 (art 1ordm paraacutegrafo uacutenico da Lei 37082001)

IV - preencher as vagas restantes da cota de 40 com os demais

candidatos declarados negros ou pardos que tenham sido qualificados para

ingresso na instituiccedilatildeo independentemente da origem escolar e

V - preencher as demais vagas oferecidas independentemente da cor

raccedila ou origem escolar do candidato qualificado

Paraacutegrafo uacutenico - Em caso de reclassificaccedilatildeo deveratildeo as universidades

observar o sistema de cotas estabelecidos pelas Leis nordms 35242000 e 37082001

Art 4ordm - Caso natildeo sejam preenchidas todas as vagas reservadas aos

beneficiaacuterios deste Decreto poderatildeo ser elas aproveitadas pelos demais

estudantes

Art 5ordm - A identificaccedilatildeo dos alunos negros e pardos se faraacute atraveacutes de

declaraccedilatildeo firmada sob as penas da Lei pelo proacuteprio candidato agrave vaga na

universidade

sect1ordm - A autodeclaraccedilatildeo eacute facultativa ficando o candidato submetido agraves

regras gerais de seleccedilatildeo caso opte por natildeo a firma

sect2ordm - Os candidatos beneficiados pelo regime de reserva de vagas tratado

na Lei nordm 352400 poderatildeo firmar a declaraccedilatildeo prevista neste artigo

Art 6ordm - Fica instituiacutedo sem o aumento de despesa o Conselho para a

Promoccedilatildeo Educacional Superior das Populaccedilotildees Negra e Parda - COPESNEP com

os seguintes objetivos

178

I - manter a memoacuteria de dados capaz de permitir o acompanhamento do

perfil de desempenho dos estudantes negros e pardos nos exames seletivos para

o ingresso nas instituiccedilotildees de ensino superior em funcionamento no Estado do Rio

de Janeiro

II - propor medidas que visem estimular a aplicaccedilatildeo do sistema de cotas

estabelecido neste Decreto a outras instituiccedilotildees de ensino superior

III - propor medidas que visem o aprimoramento da legislaccedilatildeo que trata do

acesso dos negros e pardos ao ensino superior e

IV - propor medidas que visem divulgar e orientar a sociedade da

importacircncia das accedilotildees afirmativas adotadas por forccedila deste Decreto com vistas

agrave promoccedilatildeo da igualdade de oportunidades entre os diversos grupos eacutetnicos e o

combate agrave discriminaccedilatildeo

Art 7ordf - O Conselho para a Promoccedilatildeo Educacional Superior das

Populaccedilotildees Negra e Parda - COPESNEP vinculado agrave Secretaria de Estado de

Ciecircncia e Tecnologia eacute composto dos seguintes membros

I - um representante da Secretaria de Estado de Educaccedilatildeo de Ciecircncia e

Tecnologia

II - um representante da Secretaria de Estado de Educaccedilatildeo

III - um representante do Conselho Estadual do Negro

IV - um representante da Universidade do Estado do Rio de Janeiro

V - um representante da Universidade Estadual do Norte Fluminense

sect1ordm - Seraacute convidado para participar do COPESNEP um representante do

movimento estudantil negro organizado indicado pela Coordenaccedilatildeo Nacional

de Entidades Negras - CONEN dentre estudantes do ensino meacutedio

179

sect2ordm - O COPESNEP seraacute presidido pelo representante da Secretaria de

Estado de Ciecircncias e Tecnologia contando com voto qualificado em caso de

empate nas votaccedilotildees

sect3ordm - O exerciacutecio das funccedilotildees de Presidente ou membro do Conselho natildeo

seraacute remunerado a qualquer tiacutetulo sendo considerado de relevante interesse

puacuteblico

Art 8ordm - Este Decreto entraraacute em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

produzindo efeitos para o ingresso nas universidades a partir de 2003 revogadas

as disposiccedilotildees em contraacuterio

Rio de Janeiro 04 de marccedilo de 2002-03-22

ANTHONY GAROTINHO

180

ANEXO 3 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM TECNOLOGIA DE PROCESSOS QUIacuteMICOS E BIOQUIacuteMICOS ESCOLA DE QUIacuteMICA PROJETO DE PESQUISA DE DISSERTACcedilAtildeO DE MESTRADO ldquoA CAPACITACcedilAtildeO DOCENTE EM EDUCACcedilAtildeO AMBIENTALrdquo Mestranda Maria de Lourdes Ribeiro de Souza de Azevedo Orientadoras Maria Antonieta Peixoto Gimenes Couto Denize Dias de Carvalho

QUESTIONAacuteRIO DE LEVANTAMENTO DE DADOS SOBRE EDUCACcedilAtildeO

AMBIENTAL NO ENSINO MEacuteDIO DA REDE ESTADUAL

A - DADOS INSTITUCIONAIS 1 ndash Nome da instituiccedilatildeo de ensino_______________________________________ 2 ndash Metropolitana ______________________________________________ 3 ndash Bairro __________________________________________ 4 A Escola funciona em ( ) turno uacutenico ( ) manhatilde e tarde ( ) manhatilde tarde e noite ( )outros Qual_____ 5 ndash Nordm de alunos Manhatilde = _______________ Tarde = ________________Noite

=_______________

6 ndash Nordm de professores da instituiccedilatildeo ______________________________ 7 - O curso eacute ( ) normal ( ) supletivo ( ) manhatilde e tarde normal noite supletivo ( ) outrosQual B QUANTO Agrave ABORDAGEM DO TEMA EDUCACcedilAtildeO AMBIENTAL 1 ndash O tema educaccedilatildeo ambiental eacute abordado na escola ( ) sim ( ) natildeo 2 ndash Em caso positivo o tema eacute abordado em ( ) uma disciplina(disciplina especiacutefica-disciplinar) ( ) vaacuterias disciplinas(multidisciplinar) ( )de outras formas Quais ____________________________________________ 3 ndash Existe a obrigatoriedade da participaccedilatildeo dos alunos ( ) sim ( ) natildeo _____________________________________________________________________

181

4ndash Quantos professores participam das atividades relacionadas ao tema _______________________________________ 5 ndash A educaccedilatildeo ambiental eacute praticada atraveacutes de que meio (eacute admitida mais de uma resposta) ( ) aulas teoacutericas ( ) aulas praacuteticas ( ) informalmente ( ) projetos ( ) outros Qual_________________________________________________ 6 ndash Os projetos eou atividades implantados foram de(eacute admitida mais de uma resposta) ( ) reciclagem ( ) coleta seletiva ( ) reduccedilatildeo de consumo reuso de aacutegua ( ) reduccedilatildeo de consumo de energia ( ) outros Qual ________________________________________________________ 7 ndash Existe interesse dos alunos em relaccedilatildeo aos projetos ( ) sim ( ) natildeo __________________________________________ 8 ndash Os projetos possuem retorno financeiro ( ) frequumlentemente ( ) agraves vezes ( ) raramente ( ) Nunca 9 - Os recursos arrecadados satildeo para aquisiccedilatildeo de materiais para ( ) os alunos (por ex uniformes material escolar bolsa auxilio Outros Quais _________________________ ( ) a comunidade (por excesta baacutesicaestruturas de lazer cursos Outros Quais _______________________ ( ) a escola (por ex equipamentos livros infra-estrutura Outros Quais ___________________________ ( ) outros Qual _________________________ C QUANTO Agrave CAPACITACcedilAtildeO DOCENTE 1 ndash Qual eacute a formaccedilatildeo em niacutevel de graduaccedilatildeo dos professores que participam da educaccedilatildeo ambiental(eacute admitida mais de uma resposta) ( ) Quiacutemica ( ) Biologia ( ) Fiacutesica ( ) Geografia ( ) outra Quais________________________________________________________

182

2 ndash Dos professores que participam quantos possuem formaccedilatildeo especiacutefica em educaccedilatildeo ambiental e de que tipo ( ) especializaccedilatildeo(latu-senso) ____________ ( ) mestrado _____________ ( ) doutorado ____________ ( ) cursos de curta duraccedilatildeo___________ ( ) outros ________________ ( ) nenhuma ________________________________________________________________ 3 ndash A escola tem interesse na capacitaccedilatildeo docente para educaccedilatildeo ambiental ( ) sim ( ) natildeo _____________________________________ 4 ndash Haacute interesse dos professores em participarem de um curso de formaccedilatildeo em educaccedilatildeo ambiental ( ) sim ( ) natildeo Obs Caso positivo informar quantos _____________________________________ 5 - Quais as aacutereas que os professores apresentam maior interesse ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 6 ndash Observaccedilotildees e comentaacuterios da instituiccedilatildeo de ensino ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Obs As perguntas possuem linhas para quaisquer observaccedilotildees que a instituiccedilatildeo considerar importante para enriquecer as informaccedilotildees Solicito que as respostas reflitam de fato a situaccedilatildeo real da Escola de modo a construir um panorama que permita traccedilar metas que levem agrave melhoria do Ensino Para tal acreditamos que a capacitaccedilatildeo dos professores seja um bom caminho e principalmente em um tema tatildeo importante do qual depende o futuro de todos Obrigada

183

ANEXO 4

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM TECNOLOGIA DE PROCESSOS QUIacuteMICOS E BIOQUIacuteMICOS

ESCOLA DE QUIacuteMICA

PROJETO DE PESQUISA DE DISSERTACcedilAtildeO DE MESTRADO ldquoA CAPACITACcedilAtildeO DOCENTE EM EDUCACcedilAtildeO AMBIENTALrdquo

Mestranda Maria de Lourdes Ribeiro de Souza de Azevedo Orientadoras Maria Antonieta Peixoto Gimenes Couto Denize Dias de Carvalho

AVALIACcedilAtildeO DE RECEPTIVIDADE

Metropolitana METROPOLITANA III Responsaacutevel Nordm de questionaacuterios entregues Nordm de questionaacuterios devolvidos Nordm de questionaacuterios respondidos 1 ndash Todos os questionaacuterios foram enviados ( ) Sim ( ) Natildeo 2 ndash Na sua avaliaccedilatildeo o interesse das escolas sob a responsabilidade desta Metropolitana em responder agrave pesquisa foi ( ) Alto ( ) Mediano ( ) Baixo 3 ndash No espaccedilo abaixo justifique as suas respostas nas perguntas 1 e 2 ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ 4 ndash Na sua avaliaccedilatildeo a contribuiccedilatildeo da pesquisa para a integraccedilatildeo Universidade ndash Ensino Meacutedio eacute

( ) Relevante ( ) Irrelevante

184

ANEXO 5

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM TECNOLOGIA DE PROCESSOS QUIacuteMICOS E BIOQUIacuteMICOS

ESCOLA DE QUIacuteMICA

PROJETO DE PESQUISA DE DISSERTACcedilAtildeO DE MESTRADO ldquoA CAPACITACcedilAtildeO DOCENTE EM EDUCACcedilAtildeO AMBIENTALrdquo

Mestranda Maria de Lourdes Ribeiro de Souza de Azevedo Orientadoras Maria Antonieta Peixoto Gimenes Couto Denize Dias de Carvalho

AVALIACcedilAtildeO DE RECEPTIVIDADE

Metropolitana METROPOLITANA IV Responsaacutevel Nordm de questionaacuterios entregues Nordm de questionaacuterios devolvidos Nordm de questionaacuterios respondidos 1 ndash Todos os questionaacuterios foram enviados ( ) Sim ( ) Natildeo 2 ndash Na sua avaliaccedilatildeo o interesse das escolas sob a responsabilidade desta Metropolitana em responder agrave pesquisa foi ( ) Alto ( ) Mediano ( ) Baixo 3 ndash No espaccedilo abaixo justifique as suas respostas nas perguntas 1 e 2 ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ 4 ndash Na sua avaliaccedilatildeo a contribuiccedilatildeo da pesquisa para a integraccedilatildeo Universidade ndash Ensino Meacutedio eacute

( ) Relevante ( ) Irrelevante

185

ANEXO 6

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM TECNOLOGIA DE PROCESSOS QUIacuteMICOS E BIOQUIacuteMICOS

ESCOLA DE QUIacuteMICA

PROJETO DE PESQUISA DE DISSERTACcedilAtildeO DE MESTRADO ldquoA CAPACITACcedilAtildeO DOCENTE EM EDUCACcedilAtildeO AMBIENTALrdquo

Mestranda Maria de Lourdes Ribeiro de Souza de Azevedo Orientadoras Maria Antonieta Peixoto Gimenes Couto Denize Dias de Carvalho

AVALIACcedilAtildeO DE RECEPTIVIDADE

Metropolitana METROPOLITANA X Responsaacutevel Nordm de questionaacuterios entregues Nordm de questionaacuterios devolvidos Nordm de questionaacuterios respondidos 1 ndash Todos os questionaacuterios foram enviados ( ) Sim ( ) Natildeo 2 ndash Na sua avaliaccedilatildeo o interesse das escolas sob a responsabilidade desta Metropolitana em responder agrave pesquisa foi ( ) Alto ( ) Mediano ( ) Baixo 3 ndash No espaccedilo abaixo justifique as suas respostas nas perguntas 1 e 2 ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ 4 ndash Na sua avaliaccedilatildeo a contribuiccedilatildeo da pesquisa para a integraccedilatildeo Universidade ndash Ensino Meacutedio eacute

( ) Relevante ( ) Irrelevante

186

ANEXO 7

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM TECNOLOGIA DE

PROCESSOS QUIacuteMICOS E BIOQUIacuteMICOS

ESCOLA DE QUIacuteMICA

PROJETO DE PESQUISA DE DISSERTACcedilAtildeO DE MESTRADO ldquoA CAPACITACcedilAtildeO DOCENTE EM EDUCACcedilAtildeO AMBIENTALrdquo

Mestranda Maria de Lourdes Ribeiro de Souza de Azevedo Orientadoras Maria Antonieta Peixoto Gimenes Couto Denize Dias de Carvalho

AVALIACcedilAtildeO DE RECEPTIVIDADE

Responsaacutevel Regina Coeli de A Vasconcelos

Nordm total de questionaacuterios entregues 313 questionaacuterios

Nordm total de questionaacuterios devolvidos 68 questionaacuterios

Nordm total de questionaacuterios respondidos 94 questionaacuterios

1 ndash Na sua avaliaccedilatildeo a contribuiccedilatildeo da pesquisa para a integraccedilatildeo

Universidade ndash Ensino Meacutedio eacute

( ) Relevante ( ) Irrelevante

2 ndash Na sua avaliaccedilatildeo o interesse da SEERJ na implementaccedilatildeo de um curso

de capacitaccedilatildeo docente em Educaccedilatildeo Ambiental eacute

( ) Alto ( ) Mediano ( ) Baixo

187

3 ndash Que accedilotildees conjuntas poderiam ser sugeridas para a melhoria da

capacitaccedilatildeo docente do Ensino Meacutedio da Rede Puacuteblica Estadual em Educaccedilatildeo

Ambiental

_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

GRAacuteFICO COMPARATIVO ENTRE AS METROPOLITANAS DO MUNICIacutePIO

DO RIO DE JANEIRO

Questionaacuterios

0

100

200

300

400

Entregues Devolvidos Respondidos

0

50

100

150

Metro III Metro IV Metro X

Receptividade

QuestionaacuteriosentreguesQuestionaacuteriosdevolvidosQuestionaacuteriosrespondidos

  • MARIA DE LOURDES RIBEIRO DE SOUZA DE AZEVEDO
    • RIO DE JANEIRO
      • MARIA DE LOURDES RIBEIRO DE SOUZA DE AZEVEDO
        • Capiacutetulo 1 Apresentaccedilatildeo do Trabalho
        • 25 A Educaccedilatildeo no Poacutes 1930
        • 26 Educaccedilatildeo na Nova Repuacuteblica (1946 ndash 1963)
          • Accedilotildees e Projetos Secretaria Estadual de Educaccedilatildeo
          • PLANO DE RECUPERACcedilAtildeO DA REDE FIacuteSICA
          • PARLAMENTO JUVENIL
            • FOacuteRUM PERMANENTE DE DIRETORES
              • EDUCACcedilAtildeO AMBIENTAL
              • Capiacutetulo 4 Poliacuteticas Puacuteblicas de Inclusatildeo Social
                  • SEacuteCULO XIX
                  • 611 Objetivos
                  • A seguir seratildeo detalhados os procedimentos utilizados duran
                  • 612 Metodologia de Pesquisa
                  • O meacutetodo de pesquisa adotado foi uma combinaccedilatildeo de anaacutelise e
                  • 613 Planejamento da Pesquisa
                  • 614 Fontes de Informaccedilotildees
                  • 615 Pesquisa de Campo
                  • 616 Avaliaccedilatildeo dos Resultados
                  • 621 Objetivos
                  • A seguir seratildeo detalhados os procedimentos utilizados duran
                  • 622 Metodologia de Pesquisa
                  • 623 Planejamento da Pesquisa
                  • 624 Fontes de Informaccedilotildees
                  • 625 Pesquisa de Campo
                  • 63 Limitaccedilotildees do Estudo
                  • Capiacutetulo 10 ndash Conclusotildees e Sugestotildees
                  • Referecircncias
                  • ESCOLA DE QUIacuteMICA
                  • PROJETO DE PESQUISA DE DISSERTACcedilAtildeO DE MESTRADO
                    • Manhatilde = _______________ Tarde = ________________Noite =____
                      • ANEXO 4
                          • ESCOLA DE QUIacuteMICA
                          • PROJETO DE PESQUISA DE DISSERTACcedilAtildeO DE MESTRADO
                            • ANEXO 5
                              • ESCOLA DE QUIacuteMICA
                              • PROJETO DE PESQUISA DE DISSERTACcedilAtildeO DE MESTRADO
                              • ESCOLA DE QUIacuteMICA
                              • PROJETO DE PESQUISA DE DISSERTACcedilAtildeO DE MESTRADO
                                • ANEXO 7
                                  • UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
                                      • ESCOLA DE QUIacuteMICA
                                      • PROJETO DE PESQUISA DE DISSERTACcedilAtildeO DE MESTRADO
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ii

MARIA DE LOURDES RIBEIRO DE SOUZA DE AZEVEDO

A CAPACITACcedilAtildeO DOCENTE EM EDUCACcedilAtildeO

AMBIENTAL

Dissertaccedilatildeo de Mestrado apresentada ao Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Tecnologia de Processos Quiacutemicos e Bioquiacutemicos da Escola de Quiacutemica da UFRJ

Orientadoras

Maria Antonieta Peixoto Gimenes Couto

Denize Dias de Carvalho

Rio de Janeiro

2007

iii

A CAPACITACcedilAtildeO DOCENTE EM EDUCACcedilAtildeO AMBIENTAL

MARIA DE LOURDES RIBEIRO DE SOUZA DE AZEVEDO

Dissertaccedilatildeo submetida ao Corpo Docente do Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Tecnologia de Processos Quiacutemicos e Bioquiacutemicos da Escola de Quiacutemica da Universidade Federal do Rio de Janeiro como parte dos requisitos para obtenccedilatildeo do grau de Mestre em Ciecircncias realizada sob a orientaccedilatildeo das Professoras Maria Antonieta Peixoto Gimenes Couto e Denize Dias de Carvalho

_________________________________________________________________________ Maria Antonieta Peixoto Gimenes Couto ndash Orientadora

(EQUFRJ)

_________________________________________________________________________ Denize Dias de Carvalho ndash Orientadora

(EQUFRJ)

________________________________________________________________________ Andreacutea Medeiros Salgado

(EQUFRJ)

_________________________________________________________________________ Liacutedia YOKOAMA

(EQUFRJ)

_________________________________________________________________________ Lilia dos Santos Seabra

(FEBFUERJ)

Escola de Quiacutemica Universidade Federal do Rio de Janeiro

2007

iv

FICHA CATALOGRAacuteFICA

AZEVEDO MARIA DE LOURDES RIBEIRO DE A Capacitaccedilatildeo Docente em Educaccedilatildeo Ambiental xix 164p 297cm Dissertaccedilatildeo Mestre em Ciecircncias(Escola de Quiacutemica ndash Universidade Federal do Rio de Janeiro) 1 Meio Ambiente 2 Educaccedilatildeo Ambiental 3 Capacitaccedilatildeo 4 Dissertaccedilatildeo

I Universidade Federal do Rio de Janeiro II Tiacutetulo (seacuterie)

v

SUMAacuteRIO Capiacutetulo 1 ndash Apresentaccedilatildeo do Trabalho

11 Introduccedilatildeo 1

12 Objetivo do Trabalho 6

13 Organizaccedilatildeo do Estudo 7

Capiacutetulo 2 ndash O Sistema Educacional Brasileiro

21 Introduccedilatildeo 9

22 A Educaccedilatildeo no Brasil Colocircnia 11

23 A Educaccedilatildeo no Brasil Impeacuterio 13

24 A Educaccedilatildeo na Primeira Repuacuteblica 18

25 A Educaccedilatildeo no Poacutes 30 20

26 A Educaccedilatildeo na Nova Repuacuteblica(1946-1963) 25

27 A Educaccedilatildeo no Periacuteodo Militar(1964-1985) 27

28 A Educaccedilatildeo no Periacuteodo da Abertura Poliacutetica(1986-2001) 29

29 Cronologia da Histoacuteria da Educaccedilatildeo Brasileira 30

Capiacutetulo 3 ndash A Estrutura Organizacional da Educaccedilatildeo no Brasil

31 A Organizaccedilatildeo 36

311 Atribuiccedilotildees da Uniatildeo 37

312 Atribuiccedilotildees do Estado 38

313 Atribuiccedilotildees dos Municiacutepios 39

314 O papel dos Estabelecimentos de Ensino 39

315 Atribuiccedilotildees dos Docentes 40

32 A Abrangecircncia dos Sistemas 41

321 O Sistema Federal 41

322 Os Sistemas de Ensino dos Estados e do Distrito

Federal Compreendem

41

323 O Sistema Municipal 42

33 A Secretaria Estadual de Educaccedilatildeo 44

Capiacutetulo 4 ndash Poliacuteticas Puacuteblicas de Inclusatildeo Social

41 A Crise do Sistema Poliacutetico Liberal e o Iniacutecio do

vi

Intervencionismo do Estado 54

42 O Estado e Suas Novas Funccedilotildees Sociais 56

43 Poliacuteticas Puacuteblicas Uma Questatildeo de Conceito 58

44 Formulaccedilatildeo de Poliacuteticas Puacuteblicas 59

45 Aacutereas de Aplicaccedilatildeo das Poliacuteticas Puacuteblicas das Poliacuteticas

Puacuteblicas

61

Capiacutetulo 5 ndash Histoacuterico e Evoluccedilatildeo da Educaccedilatildeo Ambiental

51 Definiccedilatildeo 68

52 Histoacuterico 73

53 Algumas Consideraccedilotildees sobre a Evoluccedilatildeo da Educaccedilatildeo

Ambiental

93

Capiacutetulo 6 ndash Metodologias

61 Diagnose do Estado da Arte da Educaccedilatildeo Ambiental no

Ensino Meacutedio da Rede Estadual de Ensino no Municiacutepio do

Rio de Janeiro

98

611 Objetivos 98

612 Metodologia de Pesquisa 98

613 Planejamento da Pesquisa 99

614 Fontes de Informaccedilotildees 100

615 Pesquisa de Campo 100

616 Avaliaccedilatildeo dos Resultados 101

62 Diagnose do Acesso aos Cursos de Graduaccedilatildeo nas

Universidades Puacuteblicas Estudo de Caso UERJ e UFRJ

102

621 Objetivos 102

622 Metodologia de Pesquisa 102

623 Planejamento da Pesquisa 102

624 Fontes de Informaccedilotildees 103

625 Pesquisa de Campo 103

62 Limitaccedilotildees do Estudo 105

Capiacutetulo 7ndash Avaliaccedilatildeo do Acesso aos Cursos de Graduaccedilatildeo Estudo de

Casos UERJ e UFRJ

vii

71 O Sistema de Cotas 107

72 Implantaccedilatildeo do Sistema 108

73 O Aluno na Universidade 109

74 A Necessidade das Cotas 111

75 Comparativo entre a Rede Estadual de Ensino e a Rede

Federal e Particular

114

76 Avaliaccedilatildeo do Sistema de Cotas da UERJ e da Proposta da

UFRJ

123

Capiacutetulo 8 ndash Avaliaccedilatildeo da Educaccedilatildeo Ambiental na Rede Puacuteblica Estadual

no Municiacutepio do Rio de Janeiro

81 Levantamento de Dados 128

82 A Receptividade das Coordenadorias 129

83 A Educaccedilatildeo Ambiental em Nuacutemeros 131

84 Conclusotildees Parciais 145

Capiacutetulo 9 ndash Proposta de Curso de Formaccedilatildeo para Professores

91 Objetivo do Curso 148

92 Duraccedilatildeo do Curso 149

93 Conteuacutedo do Curso 149

94 Consideraccedilotildees 151

Capiacutetulo 10 ndash Conclusotildees e sugestotildees

101 Consideraccedilotildees Finais 152

102 Conclusotildees 155

103 Sugestotildees 156

Referecircncias 157

viii

Dedico esta dissertaccedilatildeo de mestrado

aos amores de minha vida que satildeo

meus filhos meu marido e minha matildee

pela compreensatildeo de ter ficado muitas

vezes ausente pela paciecircncia e pelo

incentivo e forccedila para natildeo me deixar

desistir e conseguir chegar ao final

deste trabalho A vitoacuteria natildeo eacute soacute

minha eacute de todos noacutes

Muito obrigada

ix

AGRADECIMENTOS

A Deus por ter me dado forccedilas para completar esta jornada

A minha matildee por ter me ajudado nas horas difiacuteceis

Aos meus filhos pela compreensatildeo nos meus momentos de ausecircncia

Ao meu marido Marcos pelo incentivo apoio e carinho

As minhas Professoras orientadoras Maria Antonieta Peixoto Gimenes Couto e

Denize Dias de Carvalho pela contribuiccedilatildeo na conduccedilatildeo desse trabalho

A todos os professores do Programa pela contribuiccedilatildeo que deram ao meu

crescimento acadecircmico profissional e pessoal

Ao senhor Antonio Ceacutesar Alves pelo carinho e atenccedilatildeo sempre me ajudando no

que precisei durante minha jornada na UFRJ

A senhora Regina Coeli secretaacuteria de Educaccedilatildeo Ambiental da SEERJ pela

atenccedilatildeo e contribuindo para que tornasse possiacutevel a realizaccedilatildeo deste trabalho

Ao Professor Maacutercio Nele pelas sugestotildees na avaliaccedilatildeo dos dados

A Professora Acircngela Rocha pela Contribuiccedilatildeo na Pesquisa de campo

A Sra Luacutecia Manso por viabilizar os dados do vestibular da UFRJ

A Sra Patriacutecia Anido Noronha por viabilizar os dados do vestibular da UERJ

Ao professor Luiz Gustavo Ribeiro Vieira Coordenador na Metropolitana IV por seu

empenho na realizaccedilatildeo da pesquisa de campo

x

A Direccedilatildeo do Ciep 386 ndash Guilherme da Silveira Filho pelo apoio e atenccedilatildeo

Aos meus colegas do departamento de Sauacutede e saneamento Ambiental (DSSA)

da Fiocruz pelo apoio e companheirismo para a realizaccedilatildeo deste trabalho

xi

RESUMO

Azevedo Maria de Lourdes Ribeiro de Souza de A Capacitaccedilatildeo Docente em Educaccedilatildeo Ambiental Rio de Janeiro 2006 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Tecnologia de Processos Quiacutemicos e Bioquiacutemicos) Escola de Quiacutemica Universidade Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2006 O objetivo deste trabalho eacute viabilizar a criaccedilatildeo de ferramentas que sirvam para conduzir uma maior integraccedilatildeo entre a Universidade e o Ensino Meacutedio tendo como base agraves poliacuteticas de inclusatildeo social Para isso foi feita uma anaacutelise da Educaccedilatildeo Ambiental ministrada no Ensino Meacutedio no Municiacutepio do Rio de Janeiro Esta revelou que as escolas praticam de alguma forma a Educaccedilatildeo Ambiental poreacutem a pesquisa tambeacutem mostrou que a formaccedilatildeo dos professores neste tema estaacute muito aqueacutem do necessaacuterio o que dificulta a realizaccedilatildeo plena do seu trabalho Ainda dentro das Poliacuteticas de Inclusatildeo Social foi feito um levantamento do acesso dos alunos da Rede Puacuteblica Estadual nas Universidades Puacuteblicas atraveacutes de estudo de caso da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) avaliando comparativamente as escolas de Ensino Meacutedio da Rede Puacuteblica e a Rede Privada Os resultados mostraram que um nuacutemero muito pequeno de alunos oriundos da Rede Estadual de Ensino consegue uma vaga nestas Universidades Puacuteblicas problema este que foi amenizado pela UERJ que foi a primeira a implantar o sistema de cotas com resultados satisfatoacuterios e com isso aumentando significativamente o ingresso de alunos da Rede Puacuteblica Estadual Os resultados dessa pesquisa sinalizam que urge a definiccedilatildeo de Poliacuteticas Puacuteblicas que levam agrave melhoria de capacitaccedilatildeo docente do Ensino Meacutedio cabendo agrave Universidade o papel de promover centros de formaccedilatildeo continuada promovendo uma melhor qualificaccedilatildeo docente e por conseguinte um melhor preparo dos alunos

xii

ABSTRACT

Azevedo Maria de Lourdes Ribeiro de Souza de A Capacitaccedilatildeo Docente em Educaccedilatildeo Ambiental Rio de Janeiro 2006 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Tecnologia de Processos Quiacutemicos e Bioquiacutemicos) Escola de Quiacutemica Universidade Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2006 This study has an aim to be viable the creation of tools which serve to conduct a great integration between the University and the high school having as a basis Politics of Social Inclusion For this it was made an analysis on Environmental Education given in municipal district of Rio de Janeiro high schools It reveals that the schools practice some Environmental Education but the research also presents that the formation of teachers in this theme is far from what is necessary that makes difficulty the full realization of its work Yet within the Politics of Social Inclusion it was done a survey on the access of the State Public Net students at the public universities through a case study of the University of Rio de Janeiro State (UERJ) and Federal University of Rio de Janeiro (UFRJ) evaluating comparatively to the high school of Public and Private Net schools The results show that a small number of students from the State Net High School gets vacancy in those Public Universities a problem that was softened by the UERJ that was the first to establish a system of quotas with satisfactory results and with this encreasing significatively the entrance of State Public Net students The results of this research signal that it is necessary a definition of Public Politics that take to improvement of teaching capacitation of high school belonging to the University the roll of promote centers of Continued formation promoting a better teaching qualification and thus a better preparation of the students

xiii

LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES

Figura 11 ndash Esquema do Ciclo da Educaccedilatildeo

Figura 31 ndash Organograma da Organizaccedilatildeo Educacional Brasileira

Figura 32 ndash Mapa das Metropolitanas do Estado do Rio de Janeiro

Figura 41 ndash Diagrama Esquemaacutetico da Formaccedilatildeo de uma Poliacutetica Puacuteblica

Figura 61 ndash Esquematizaccedilatildeo do Projeto

Figura 71 - Percentual de Alunos Inscritos no Vestibular da UFRJ

Figura 72 ndash Percentual de Alunos Classificados no Vestibular da UFRJ

Figura 73 - Percentual de Alunos Classificados em Funccedilatildeo do Nuacutemero de Inscritos

em Cada Esfera

Figura 74 ndash Percentual de Alunos Inscritos no Vestibular da UERJ

Figura 75 - Percentual de Alunos Classificados no Vestibular da UERJ

Figura 76 ndash Percentual de Alunos Classificados em Funccedilatildeo do Nuacutemero de Inscritos

em Cada Esfera

Figura 77 - Comparativo Entre o Antes e Depois do Sistema de Cotas

Figura 81 - Avaliaccedilatildeo de Receptividade da Metropolitana III

Figura 82 ndash Avaliaccedilatildeo de Receptividade da Metropolitana IV

Figura 83 ndash Avaliaccedilatildeo de Receptividade da Metropolitana X

Figura 84 - Abordagem do Tema na Escola

Figura 85 - O Tema eacute Disciplinar ou Multidisciplinar Figura 86 - Participaccedilatildeo Discente Figura 87 - Participaccedilatildeo dos Professores

Figura 88 - Meios de Aplicaccedilatildeo da Educaccedilatildeo Ambiental Figura 89 - Projetos e ou Atividades Implantados Figura 810 - Interesse dos Alunos

Figura 811 - Retorno Financeiro nos Projetos

Figura 812 - Destino dos Recursos Arrecadados

Figura 813 - Professores que Participam das Atividades

Figura 814 - Os Professores Possuem Formaccedilatildeo Especiacutefica em EA

Figura 815 - Interesse da Escola na Capacitaccedilatildeo Docente

xiv

Figura 816 - Interesse dos Professores em Cursos de Formaccedilatildeo em Educaccedilatildeo

Ambiental Figura 817 - Aacutereas de Interesse dos Professores

xv

LISTA DE TABELAS

Tabela 21 ndash Evoluccedilatildeo da Educaccedilatildeo no Brasil Principais Acontecimentos

Tabela 31 ndash Coordenadorias da SEERJ

Tabela 71 ndash Quadro Comparativo dos Vestibulares da UERJ e UFRJ

xvi

GLOSSAacuteRIO

ABE ndash Associaccedilatildeo Brasileira de Educaccedilatildeo

ALERJ ndash Assembleacuteia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro

ANA - Agecircncia Nacional de Aacuteguas

CADES ndash Campanha de Aperfeiccediloamento e Difusatildeo do Ensino Secundaacuterio

CAPES - Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel Superior

CEA ndash Centros de Educaccedilatildeo Ambiental

CEE ndash Conselho Estadual de Educaccedilatildeo

CEG ndash Conselho de Ensino de Graduaccedilatildeo

CETESB - Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental

CFE ndash Conselho Federal de Educaccedilatildeo

CGEA ndash Coordenaccedilatildeo Geral de Educaccedilatildeo Ambiental

CIAC ndash Centro Integrado de Apoio a Crianccedila

CIEP ndash Centro Integrado de Educaccedilatildeo Puacuteblica

CISEA ndash Comissatildeo Intersetorial de Educaccedilatildeo Ambiental

CMMAD - Comissatildeo Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento

CNAE ndash Campanha Nacional de Alimentaccedilatildeo Escolar

CNBB ndash Confederaccedilatildeo Nacional dos Bispos do Brasil

CNE ndash Conselho Nacional de Educaccedilatildeo

CNEA ndash Conferecircncia Nacional de Educaccedilatildeo Ambiental

CNEC ndash Campanha Nacional de Escolas da Comunidade

CNPJ - Cadastro Nacional da Pessoa Juriacutedica

CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico

COEA - Coordenaccedilatildeo Geral de Educaccedilatildeo Ambiental

CONAMA ndash Conselho Nacional do Meio Ambiente

CONEN ndash Coordenaccedilatildeo Nacional de Entidades Negras

CONTAP ndash Conselho de Cooperaccedilatildeo Teacutecnica da Alianccedila para o Progresso

COPESNEP - Conselho para a Promoccedilatildeo Educacional Superior das Populaccedilotildees

Negra e Parda

CPC ndash Centros Populares de Cultura

DEA ndash Educaccedilatildeo Ambiental a Distacircncia

xvii

DEMEC - Departamento de Engenharia Mecacircnica

EA ndash Educaccedilatildeo Ambiental

ENC ndash Exame Nacional de Cursos

ENEM ndash Exame Nacional do Ensino Meacutedio

EPB ndash Estudos de Problemas Brasileiros

EUA ndash Estados Unidos da Ameacuterica

FEEMA - Fundaccedilatildeo Estadual de Engenharia do Meio Ambiente

FNMA - Fundo Nacional do Meio Ambiente

FUNAI - Fundaccedilatildeo Nacional do Iacutendio

FUNDEF ndash Fundo de Manutenccedilatildeo e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de

Valorizaccedilatildeo do Magisteacuterio

GT ndash Grupos de Trabalho

IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovaacuteveis

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica

IES ndash Instituiccedilotildees de Ensino Superior

INEP ndash Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais

ISEB ndash Instituto Superior de Estudos Brasileiros

LDB ndash Lei de Diretrizes e Bases

MCT - Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia

MEB ndash Movimento de Educaccedilatildeo de Base

MEC ndash Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura

MinC ndash Ministeacuterio da Cultura

MMA ndash Ministeacuterio do Meio Ambiente

MOBRAL - Movimento Brasileiro de Alfabetizaccedilatildeo

OMEP ndash Organizaccedilatildeo Mundial de Educaccedilatildeo Preacute-Escolar

ONG ndash Organizaccedilatildeo Natildeo Governamental

ONU ndash Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas

OSPB ndash Organizaccedilatildeo Social e Poliacutetica do Brasil

PAIUB - Programa de Avaliaccedilatildeo Institucional das Universidades Brasileiras

PAS ndash Programa de Avaliaccedilatildeo Seriada

PCN ndash Paracircmetros Curriculares Nacionais

PIEA - Programa Internacional de Educaccedilatildeo Ambiental

xviii

PNEA - Poliacutetica Nacional de Educaccedilatildeo Ambiental

PNI ndash Parque Nacional do Iguaccedilu

PNMA - Programa Nacional do Meio Ambiente

PNUMA ndash Programa das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente

PPA ndash Plano Plurianual

PROINICIAR ndash Programa de Iniciaccedilatildeo Acadecircmica

PRONEA ndash Programa Nacional de Educaccedilatildeo Ambiental

PRO-REDE ndash Programa de Reestruturaccedilatildeo da Rede Puacuteblica de Ensino

REASUL - Rede Sul Brasileira de Educaccedilatildeo Ambiental

REBEA ndash Rede Brasileira de Educaccedilatildeo Ambiental

REGUA ndash Registro Uacutenico do Aluno

REPEA ndash Rede Paulista de Educaccedilatildeo Ambiental

SAEB - Sistema Nacional de Avaliaccedilatildeo da Educaccedilatildeo Baacutesica

SECIRM ndash Secretaria da Comissatildeo Interministerial para os Recursos do Mar

SEDUC - Secretaria da Educaccedilatildeo Baacutesica

SEERJ ndash Secretaria Estadual de Educaccedilatildeo do Rio de Janeiro

SEF ndash Secretaria de Ensino Fundamental

SEMA - Secretaria Estadual do Meio Ambiente

SENAC ndash Serviccedilo Nacional de Aprendizagem Comercial

SENAI - Serviccedilo Nacional de Aprendizagem Industrial

SIBEA ndash Sistema Brasileiro de Informaccedilatildeo em Educaccedilatildeo Ambiental

UENF ndash Universidade Estadual do Norte Fluminense

UERJ ndash Universidade do Estado do Rio de Janeiro

UFMT - Universidade Federal de Mato Grosso

UNCED - United Nations Conference on Environment and Development

UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina

UFRJ ndash Universidade Federal do Rio de Janeiro

UFRPE - Universidade Federal Rural de Pernambuco

UFRRJ ndash Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro

UICN ndash Uniatildeo Internacional para Conservaccedilatildeo da Natureza

UNE ndash Uniatildeo Nacional dos Estudantes

xix

UNESCO - Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a educaccedilatildeo agrave ciecircncia e a

cultura

UNICEF ndash Fundo das Naccedilotildees Unidas para a Infacircncia

USAID - United States Agency for International Development

1

Capiacutetulo 1 Apresentaccedilatildeo do Trabalho

11 Introduccedilatildeo

A educaccedilatildeo eacute a base para o desenvolvimento de qualquer paiacutes por ser

um instrumento fundamental para a promoccedilatildeo da cidadania Eacute por meio dela

que as pessoas adquirem condiccedilotildees de se transformarem em cidadatildeos ativos e

competitivos

A cidadania se fundamenta em princiacutepios eacuteticos aleacutem de promover o

direito agrave justiccedila social pois eacute impossiacutevel conceber o crescimento de um paiacutes

tendo milhotildees de pessoas excluiacutedas da participaccedilatildeo democraacutetica em vaacuterias

instacircncias e niacuteveis da sociedade

Eacute atraveacutes de um bom desempenho da cidadania que a sociedade pode

contribuir para a soluccedilatildeo de problemas e ateacute evitar que alguns destes possam

surgir Neste processo a educaccedilatildeo ambiental tem um papel muito importante

pois participa natildeo somente como uma transmissatildeo de conhecimento mas

2

tambeacutem na aplicaccedilatildeo de informaccedilotildees como uma forma de mudanccedila de

atitudes da sociedade face aos problemas ambientais

A Educaccedilatildeo Ambiental eacute uma proposta de mudanccedila de comportamento

onde se faz o resgate de valores eacuteticos esteacuteticos democraacuteticos e humanistas

Estes valores satildeo fortemente defendidos pela educaccedilatildeo de um modo geral pelo

conjunto de conhecimentos produzidos nas mais diversas aacutereas tendo como foco

o princiacutepio do respeito pelo meio ambiente que natildeo eacute constituiacutedo somente pelos

organismos vivos Haacute uma preocupaccedilatildeo com um sentido muito mais amplo do

que meramente com a extinccedilatildeo de alguns animais ou plantas

(wwweducarscuspbr)

Meio Ambiente eacute tudo que compotildee a paisagem Eacute a interaccedilatildeo do

conjunto de elementos naturais artificiais culturais e sociais que propicia o

desenvolvimento equilibrado da vida em todas as suas formas

Podemos classificaacute-lo em Meio Ambiente natural ou fiacutesico constituiacutedo pelo

solo aacutegua ar atmosfeacuterico enfim tudo que eacute natureza com toda sua diversidade

Meio ambiente artificial eacute constituiacutedo pelo espaccedilo urbano construiacutedo

representado pelo conjunto de edificaccedilotildees (espaccedilo urbano fechado) e dos

equipamentos puacuteblicos (ruas praccedilas aacutereas verdes espaccedilos livres em geral

espaccedilo urbano aberto) Meio Ambiente Cultural integra o patrimocircnio histoacuterico

artiacutestico arqueoloacutegico paisagiacutestico turiacutestico que embora artificial difere do

anterior pelo sentido de seu valor especial e o Meio Ambiente Social que eacute

formado pelas pessoas que compotildeem a Sociedade (Carvalho 2002)

Com isto a Educaccedilatildeo Ambiental eacute tambeacutem o respeito pelas culturas que

incluem as especificidades de classe etnia e gecircnero funcionando como uma

defesa da descentralizaccedilatildeo e da distribuiccedilatildeo social do poder dando assim uma

efetiva contribuiccedilatildeo para uma sociedade melhor (wwweducarscuspbr)

A Educaccedilatildeo Ambiental visa modificar as relaccedilotildees entre a sociedade e o

meio ambiente de forma a melhorar a qualidade de vida transformando o

sistema produtivo e consumista em uma sociedade mais solidaacuteria promovendo a

3

inclusatildeo social atraveacutes da justa distribuiccedilatildeo dos recursos naturais entre todos

Para isto se faz necessaacuteria natildeo soacute a existecircncia de poliacuteticas sociais mas

principalmente que estas estejam integradas nas diversas esferas da sociedade

Eacute tambeacutem importante que tenham estrateacutegias bem definidas para que possam

ser formuladas e implementadas por accedilotildees que sejam intersetoriais buscando

sempre parcerias com os diversos segmentos sejam estes entidades ou

movimentos sociais

Um ponto importante que deve nortear a Educaccedilatildeo Ambiental eacute o

conceito de desenvolvimento sustentaacutevel que inter-relaciona os aspectos sociais

e ambientais isto eacute promove a qualidade das relaccedilotildees humanas com o ambiente

natural e a necessidade de produccedilatildeo de riquezas Sachs (citado em Montibeller-

Filho 2001) propotildee a seguinte definiccedilatildeo para Desenvolvimento Sustentaacutevel

ldquoTrata-se de gerir a natureza de forma a assegurar aos homens de nossa geraccedilatildeo

e das geraccedilotildees futuras a possibilidade de se desenvolverrdquo (Azevedo 1991)

Segundo a Comissatildeo Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento

Desenvolvimento Sustentaacutevel eacute definido como ldquoDesenvolvimento que responde

agraves necessidades do presente sem comprometer as possibilidades das geraccedilotildees

futuras de satisfazer suas proacuteprias necessidadesrdquo (wwweducarscuspbr)

O desenvolvimento sustentaacutevel deveria ser uma preocupaccedilatildeo primordial

para o desenvolvimento econocircmico poreacutem para alguns setores da economia o

mais importante eacute o valor de produccedilatildeo imediato mesmo que para isso se

degrade o meio ambiente e se comprometa a possibilidade de produccedilotildees

futuras Os movimentos ambientalistas conseguem produzir um conjunto de

princiacutepios em relaccedilatildeo ao meio ambiente atraveacutes de protocolos e declaraccedilotildees

Este conjunto constitui a base do direito ambiental brasileiro e internacional o

qual associa a proteccedilatildeo do meio ambiente ao desenvolvimento

socioeconocircmico ldquoA poliacutetica nacional do meio ambiente tem por objetivo a

preservaccedilatildeo melhoria e recuperaccedilatildeo da qualidade ambiental propiacutecia agrave vida

visando assegurar no paiacutes condiccedilotildees ao desenvolvimento socioeconocircmicordquo

4

(Brasil Poliacutetica Nacional do Meio Ambiente - Lei 6938 1981 citado em Montibeller

Filho 2001)

Eacute por isto que uma boa formaccedilatildeo do educador ambiental se faz

necessaacuterio pois a Educaccedilatildeo Ambiental eacute antes de tudo um instrumento de

promoccedilatildeo da cidadania como jaacute dito anteriormente principalmente nos dias de

hoje onde eacute fundamental para o desenvolvimento a inserccedilatildeo competitiva de

qualquer naccedilatildeo do mundo o seu conhecimento Conhecimento este que seraacute

compartilhado com os alunos que satildeo os que iniciam a jornada de mudanccedila

pois estes seratildeo os transmissores desses conhecimentos aos seus pais vizinhos

amigos enfim como se fosse uma grande corrente Neste ponto eacute que a

Educaccedilatildeo Ambiental difere das demais disciplinas tendo uma visatildeo muito mais

ampla do que o simples acuacutemulo de informaccedilotildees sem conexatildeo entre elas e com

o potencial de evocaccedilatildeo existente na aprendizagem Baseia-se na premissa de

que eacute na reflexatildeo tanto individual como coletiva que se tem em relaccedilatildeo ao meio

ambiente que se daacute o processo de aprendizagem (wwweducarscuspbr)

A Educaccedilatildeo Ambiental natildeo pode estar reduzida a uma disciplina ou

programa seja este de reciclagem ou reaproveitamento do lixo preservaccedilatildeo da

aacutegua etc A importacircncia destes programas existe mas a Educaccedilatildeo Ambiental

natildeo pode estar somente baseada neles tem que ter um sentido mais amplo

como o uso de recursos com responsabilidade desenvolvendo produccedilotildees limpas

que geram lucro mantendo a harmonia com o meio ambiente Para isto existe a

necessidade de ldquopromover a Educaccedilatildeo Ambiental em todos os niacuteveis de ensinordquo

(Brasil 1988) Dessa forma o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo (MEC) elaborou os

Paracircmetros Curriculares Nacionais (PCNs) em que o meio ambiente (Educaccedilatildeo

Ambiental) eacute apresentado como tema transversal para todo o curriacuteculo escolar

(Guimaratildees 2004)

Mesmo a educaccedilatildeo ambiental estando presente nos PCNs esta natildeo eacute

amplamente aplicada em especial no Ensino Meacutedio da Rede Puacuteblica foco do

presente trabalho Acredita-se que um dos motivos seja o despreparo dos

educadores do Ensino Meacutedio Por esse motivo eacute que haacute a necessidade de uma

5

efetiva integraccedilatildeo da Universidade com o Ensino Meacutedio pois desta forma os

educadores estaratildeo participando de alguma maneira deste processo

educacional

A Universidade prepara os professores que atuaratildeo no ensino meacutedio e

estes por sua vez seratildeo responsaacuteveis pela formaccedilatildeo dos alunos que ingressam na

Universidade Os alunos por seu turno saem da Universidade jaacute na qualidade de

profissionais que podem ser professores ou natildeo Poreacutem existe a necessidade de

investimento na formaccedilatildeo do docente isto eacute este deve retornar a Universidade

atraveacutes de programas de formaccedilatildeo continuada seja em cursos de extensatildeo ou

especializaccedilatildeo A formaccedilatildeo continuada se reveste de uma importacircncia ainda

maior principalmente devido agrave existecircncia das poliacuteticas de inclusatildeo social que

visam a democratizaccedilatildeo do ensino superior promovendo o ingresso de alunos de

baixa renda a um ensino de qualidade nas Universidades Puacuteblicas A respeito

dessas poliacuteticas existem algumas opiniotildees divergentes em relaccedilatildeo ao sistema de

cotas que consiste na reserva de vagas para alunos carentes e negros Para

alguns facilitar a entrada desses alunos nas Universidades eacute a soluccedilatildeo para a

inclusatildeo social natildeo importando se este aluno tem condiccedilotildees de se manter na

Universidade devido ao seu despreparo advindo do ensino meacutedio Para outros a

inclusatildeo social se faz natildeo reservando vagas e sim melhorando a qualidade do

ensino meacutedio da rede puacuteblica para que os alunos tenham condiccedilotildees de

competir em igualdade com os demais alunos e esta melhoria do ensino pode

ter iniacutecio atraveacutes da capacitaccedilatildeo do docente

Essas propostas formam uma espeacutecie de ciclo conforme o esquema

mostrado na figura 11 O mais importante poreacutem eacute que os profissionais tenham

consciecircncia do seu papel como cidadatildeos e da sua relaccedilatildeo com o Meio

Ambiente

6

UNIVERSIDADE

ALUNOS DOCENTES

ENSINO MEacuteDIO

Figura 11 Esquema do Ciclo da Educaccedilatildeo

12 Objetivos do Trabalho

Com base nas premissas abordadas a presente dissertaccedilatildeo tem como

objetivos

Objetivo Geral

Criar instrumentos que viabilizem a integraccedilatildeo Universidade com o Ensino

Meacutedio com base em poliacuteticas de inclusatildeo social para capacitaccedilatildeo de docentes

no segmento de Educaccedilatildeo Ambiental

7

Objetivos especiacuteficos

bull Avaliaccedilatildeo do atual estado da arte da Educaccedilatildeo Ambiental no

ensino meacutedio ministrado na Rede Estadual de Ensino do municiacutepio do

Rio de Janeiro

bull Avaliaccedilatildeo do acesso agraves Universidades Puacuteblicas atraveacutes de estudos

de caso

bull Elaboraccedilatildeo de uma proposta de Educaccedilatildeo Continuada visando a

capacitaccedilatildeo do docente de Ensino Meacutedio

13 Organizaccedilatildeo do Estudo

A presente dissertaccedilatildeo foi organizada em 10 capiacutetulos Aleacutem deste que

traz uma breve apresentaccedilatildeo do tema nos capiacutetulos subsequumlentes seratildeo feitas as

seguintes abordagens

O capiacutetulo 2 apresenta uma anaacutelise histoacuterico-social do sistema educacional

brasileiro desde a colonizaccedilatildeo ateacute os dias atuais

O capiacutetulo 3 traz a estrutura organizacional da educaccedilatildeo no Brasil

incluindo as esferas poliacuteticas responsaacuteveis pelos diferentes segmentos

As poliacuteticas puacuteblicas de inclusatildeo social satildeo abordadas no capiacutetulo 4 e o

capiacutetulo 5 contextualiza a Educaccedilatildeo ambiental sob os prismas histoacuterico e

evolutivo

As metodologias empregadas nos estudos elaborados estatildeo descritas no

capiacutetulo 6

No capiacutetulo 7 eacute realizada uma avaliaccedilatildeo do acesso aos cursos de

graduaccedilatildeo de Universidades Puacuteblicas atraveacutes de estudos de caso envolvendo a

Universidade Estadual do Rio de Janeiro e a Universidade Federal do Rio de

Janeiro comparando-se o acesso com sistemas de cotas (UERJ) e a proposta em

8

estudo para a reserva de vagas na UFRJ aleacutem de uma anaacutelise quantitativa do

acesso dos estudantes da rede puacuteblica a estas universidades

O capiacutetulo 8 traz os resultados referentes ao estudo de campo sobre a

Educaccedilatildeo Ambiental realizado junto agraves escolas de Ensino Meacutedio da Rede Puacuteblica

Estadual localizadas no municiacutepio do Rio de Janeiro

A partir das demandas detectadas nesse estudo de campo foi elaborada

uma proposta de curso de capacitaccedilatildeo voltado para os professores de Ensino

Meacutedio apresentada no capiacutetulo 9 As principais conclusotildees desse estudo bem

como as sugestotildees de continuidade do trabalho encontram-se no capiacutetulo 10

O capiacutetulo a seguir conforme jaacute citado aborda o Sistema Educacional

Brasileiro

9

Capiacutetulo 2 O Sistema Educacional Brasileiro

21 Introduccedilatildeo

Neste capitulo foi realizada uma anaacutelise histoacuterico-social do sistema

educacional brasileiro desde o iniacutecio da colonizaccedilatildeo brasileira ateacute a atualidade

A histoacuteria da educaccedilatildeo brasileira natildeo eacute uma histoacuteria difiacutecil de ser estudada e

compreendida Ela evolui em rupturas marcantes e faacuteceis de serem observadas

A primeira grande ruptura travou-se com a chegada dos portugueses ao territoacuterio

do Novo Mundo Natildeo se pode deixar de reconhecer que os portugueses

trouxeram um padratildeo de educaccedilatildeo proacuteprio da Europa o que natildeo quer dizer que

as populaccedilotildees que por aqui jaacute viviam natildeo possuiacutessem caracteriacutesticas proacuteprias de

se fazer educaccedilatildeo Conveacutem ressaltar que a educaccedilatildeo que se praticava entre as

populaccedilotildees indiacutegenas natildeo tinha as marcas repressivas do modelo educacional

europeu

A chegada dos jesuiacutetas ao territoacuterio brasileiro natildeo trouxe somente a moral

os costumes e a religiosidade europeacuteia trouxe tambeacutem os meacutetodos pedagoacutegicos

Este meacutetodo funcionou absoluto durante 210 anos de 1549 a 1759 quando uma

nova ruptura marca a histoacuteria da educaccedilatildeo no Brasil a expulsatildeo dos jesuiacutetas pelo

10

Marquecircs de Pombal Se existia alguma coisa muita bem estruturada em termos

de educaccedilatildeo o que se viu a seguir foi o mais absoluto caos Tentaram-se as aulas

reacutegias o subsiacutedio literaacuterio mas o caos continuou ateacute que a Famiacutelia Real fugindo

de Napoleatildeo na Europa resolveu transferir o Reino para o Novo Mundo Na

verdade natildeo se conseguiu implantar um sistema educacional nas terras

brasileiras mas a vinda da Famiacutelia Real permitiu uma nova ruptura com a situaccedilatildeo

anterior Para preparar o terreno para sua estadia no Brasil D Joatildeo VI abriu

Academias Militares Escolas de Direito e Medicina a Biblioteca Real o Jardim

Botacircnico e sua iniciativa mais marcante em termos de mudanccedila foi a criaccedilatildeo da

Imprensa Reacutegia Segundo alguns autores o Brasil foi finalmente ldquodescobertordquo e a

nossa Histoacuteria passou a ter uma complexidade maior A educaccedilatildeo no entanto

continuou a ter uma importacircncia secundaacuteria Sabe-se que enquanto nas colocircnias

espanholas jaacute existiam muitas universidades como a Universidade de Satildeo

Domingos criada em 1538 a do Meacutexico e a de Lima criadas em 1551 a nossa

primeira Universidade soacute surgiu em 1934 em Satildeo Paulo Por todo o Impeacuterio

incluindo D Joatildeo VI D Pedro I e D Pedro II pouco se fez pela educaccedilatildeo

brasileira e muitos reclamavam de sua qualidade ruim Com a Proclamaccedilatildeo da

Repuacuteblica fizeram-se vaacuterias reformas que pudessem dar uma nova guinada mas

observando bem a educaccedilatildeo brasileira natildeo sofreu um processo de evoluccedilatildeo

que pudesse ser considerado marcante ou significativo em termos de modelo

Ateacute os dias de hoje muito se tem mudado no planejamento educacional mas a

educaccedilatildeo continua a ter as mesmas caracteriacutesticas impostas em todos os paiacuteses

do mundo que eacute de manter o ldquostatus quordquo para aqueles que frequumlentam os

bancos escolares (Niskier 1989)

Desde jaacute pode-se dizer que a Educaccedilatildeo Brasileira tem um princiacutepio meio e

fins bem demarcados e facilmente observaacuteveis Eacute isso que se pretende mostrar

neste capiacutetulo Logo o trabalho foi dividido por periacuteodos considerados como os

mais marcantes e os que sofreram as rupturas mais concretas na nossa

educaccedilatildeo Assim seraacute mostrada uma relaccedilatildeo de fatos histoacutericos em diferentes

visotildees procurando-se realccedilar os fatos ligados agrave Histoacuteria da Educaccedilatildeo no Brasil

11

Para tanto os textos a seguir satildeo baseados nas informaccedilotildees e citaccedilotildees

extraiacutedas das seguintes fontes Lima 1974 Niskier 1989 Romanelli 1978

wwwacciocombr wwwpedagogiaemfocoprobr

22 A Educaccedilatildeo no Brasil Colocircnia

No iniacutecio da colonizaccedilatildeo do Brasil por volta de 1532 natildeo se cogitou nada

que se relacionasse com a instruccedilatildeo de seus moradores pois o interesse de

Portugal era direcionado para as riquezas da terra descoberta A educaccedilatildeo no

Brasil teve iniacutecio com a chegada dos jesuiacutetas e foi atribuiacuteda aos educadores da

Companhia de Jesus por volta de 1549 com a vinda do primeiro governador

geral Tomeacute de Sousa Este encontrou a Colocircnia inteiramente despreparada em

mateacuteria de instruccedilatildeo natildeo soacute do chamado ldquogentiordquo como tambeacutem dos filhos dos

colonos Tomeacute de Sousa fez questatildeo de incluir na sua comitiva dedicados

membros da Companhia de Jesus e em menos de quinze dias jaacute funcionava

uma escola chamada na eacutepoca de ldquoler e escreverrdquo Os primeiros coleacutegios e as

ditas ldquoaulas de ensinar e contarrdquo foram criados pelos jesuiacutetas e eram mantidos

com sacrifiacutecio mediante esmolas e donativos especiais e a matildeo de obra nas

construccedilotildees eram do esforccedilo fiacutesico dos proacuteprios religiosos ajudados por iacutendios e

alguns colonos Esses coleacutegios ensinavam gratuitamente Gramaacutetica Latina

Filosofia Teologia Dogmaacutetica e Moral Primeiras Letras e Matemaacutetica Elementar

(Niskier 1989)

Em 1553 chegara ao Brasil com o governador Duarte da Costa o padre

Joseacute de Anchieta que era o encarregado do ensino dos religiosos neoacutefitos Na

falta de livros escrevia as liccedilotildees nos cadernos que distribuiacutea para cada aluno Os

jovens catecuacutemenos1 e os filhos dos colonos aprendiam assim os princiacutepios das

liacutenguas portuguesa espanhola latina brasiacutelica ou tupi indispensaacuteveis no trato

com os indiacutegenas Alguns estudiosos condenam a ausecircncia de um ensino jaacute

naquela eacutepoca mais voltado para a ciecircncia nos moldes do ensino europeu o

que daria ao Brasil melhores condiccedilotildees de competitividade internacional em

1 Pessoas em fase de preparaccedilatildeo para o batismo

12

vaacuterias aacutereas Se isto eacute um fato por outro lado natildeo deixa de ser meacuterito dos jesuiacutetas

a manutenccedilatildeo da nossa integridade territorial e a existecircncia de uma soacute

predominante religiatildeo como tambeacutem ficou sendo o portuguecircs a liacutengua utilizada

nas escolas implantadas no territoacuterio brasileiro (Niskier 1989)

Entretanto a Companhia de Jesus natildeo possuiacutea um trabalho pedagoacutegico

nem uma filosofia da educaccedilatildeo especialmente elaborada para o desempenho

desta missatildeo A Companhia vinha ao mundo com diversas ideacuteias novas

especialmente no campo ascese cristatilde e na sua proacutepria organizaccedilatildeo como

sociedade de cleacuterigos mas natildeo tinha nada a dizer de especial quanto agrave filosofia

da educaccedilatildeo no sentido em que entendemos hoje este termo excluiacuteda a

educaccedilatildeo especial daqueles que deveriam ser sarcedotes Por causa disso ela

limitou-se na praacutetica em termos da educaccedilatildeo mais geral a codificar atraveacutes da

experiecircncia de seus docentes uma filosofia de educaccedilatildeo em que de certo

modo cristianizava-se o modelo educacional renascentista baseado no

equivalente ao ensino secundaacuterio no estudo dos claacutessicos e no cultivo da liacutengua

latina De tal modo o ensino expandiu com o tempo este modelo pedagoacutegico

cristatildeo que comeccedilou a ser visto como se fosse a proacutepria filosofia cristatilde da

educaccedilatildeo (Niskier 1989)

Ateacute meados do seacuteculo XVIII esse foi o modelo educacional brasileiro

Poreacutem em 1759 apoacutes a decisatildeo do Marquecircs de Pombal de expulsar os jesuiacutetas

segundo Fernando de Azevedo (professor educador criacutetico ensaiacutesta e

socioacutelogo) ldquoNa educaccedilatildeo estabeleceu-se um caos completo a despeito dos

esforccedilos de outras ordens religiosasrdquo (Niskier 1989) A expulsatildeo dos jesuiacutetas teve

como consequumlecircncia imediata aleacutem da desintegraccedilatildeo do ensino o fechamento

de residecircncias missotildees e coleacutegios e seminaacuterios Vaacuterios autores consideram a

expulsatildeo dos jesuiacutetas um fator de retrocesso na educaccedilatildeo brasileira natildeo soacute pela

diminuiccedilatildeo do nuacutemero de escolas mas sobretudo nos aspectos organizacional e

didaacutetico- pedagoacutegico Abaixo eacute destacado o que expressou Moreira de

Azevedo em seu artigo ldquoInstruccedilatildeo Puacuteblica nos Tempos Coloniais do Brasilrdquo sobre

a expulsatildeo dos Jesuiacutetas

13

ldquoPrivados desses preceptores experimentou a instruccedilatildeo sensiacutevel atraso e se para substituiacute-los vieram as escolas monaacutesticas dos Beneditinos Carmelitas e Franciscanos natildeo chegaram estas ao grau de meacutetodo ensino e regularidade das dos padres de Jesus poreacutem ainda assim quando aquelas desapareceram eram as melhores que possuiacutea a colocircnia do Brasilrdquo (AZEVEDO Moreira de Apud NISKIER 1989)

Em 1772 foi assinada uma lei que abolia o antigo sistema de donativos

para a Instruccedilatildeo e estabelecia o Subsiacutedio Literaacuterio Foi criada uma taxaccedilatildeo

complementar para os vinhos e demais bebidas alcooacutelicas destinada a fornecer

os fundos para o pagamento dos mestres que fossem nomeados pelo governo

No Brasil o Subsiacutedio Literaacuterio entrou em vigor em 1773 o que iria proporcionar o

funcionamento de aulas destinadas ao ensino das primeiras letras de Gramaacutetica

Latina de Filosofia e Grego (Niskier 1989) No Rio de Janeiro passou a funcionar

uma Aula de Engenharia autorizada pela Rainha D Maria I Poreacutem essas aulas

natildeo produziram os efeitos desejados com queixa dos professores e dos alunos

Eram observados uma estrutura fraca e resultados mediacuteocres pois as aulas

estavam a cargo de mestres improvisados que natildeo tinham programas

estabelecidos e natildeo havia fiscalizaccedilatildeo no que diz respeito agrave qualidade do ensino

ministrado e do aproveitamento dos alunos O Subsiacutedio Literaacuterio natildeo bastava em

muitas capitanias natildeo sendo suficiente sequer para o pagamento dos

professores continuando a dependecircncia de boa vontade de particulares Na

eacutepoca os professores aleacutem de mal pagos eram desconsiderados no seio da

sociedade pois a educaccedilatildeo era como trazer a luz aos ignorantes o que ia ao

encontro dos interesses de muitos

Havia maior preocupaccedilatildeo em ensinar Latim e ateacute mesmo Grego e Retoacuterica

do que a Liacutengua Portuguesa A Matemaacutetica custou a integrar-se no curriacuteculo

escolar As Ciecircncias Naturais contavam com a preferecircncia de diminuto nuacutemero

de abnegados professores Os coleacutegios prepararam para estudo superior em

universidades europeacuteia os jovens que natildeo buscavam a vida sacerdotal O ensino

superior concentrava-se na Universidade de Coimbra para onde eram enviados

os filhos de famiacutelias que dispunham de recursos

14

Assim o resultado das decisotildees do Marquecircs de Pombal foi que no princiacutepio

do seacuteculo XIX a educaccedilatildeo brasileira estava reduzida praticamente a nada O

sistema jesuiacutetico foi desmantelado e nada que pudesse chegar proacuteximo desse

sistema foi organizado para dar continuidade a um trabalho de educaccedilatildeo Esta

situaccedilatildeo somente sofreu uma mudanccedila com a chegada da Famiacutelia Real ao Brasil

em 1808

23 A Educaccedilatildeo no Brasil Impeacuterio

Com a vinda da Corte Portuguesa para o Brasil em 1808 fugindo das tropas

de Napoleatildeo que haviam invadido Portugal por esta eacutepoca Dom Joatildeo VI sabia

que sua estadia forccedilada em terras brasileira natildeo seria curta e portanto aleacutem de

abrir os portos do Brasil agraves naccedilotildees amigas resolveu permitir a imprensa facilitar a

entrada de livros e fundar cerca de uma dezena de instituiccedilotildees de ensino teacutecnico

ou superior em nosso territoacuterio no Rio de Janeiro e na Bahia

O setor cultural tambeacutem seria extraordinariamente beneficiado atraveacutes da

criaccedilatildeo de vaacuterias instituiccedilotildees destinadas a dar continuidade agraves que existiam em

Portugal Dentre os cursos superiores o de Medicina foi o que mereceu atenccedilatildeo

especial Em 1808 foi criado pelo priacutencipe regente o Coleacutegio Meacutedico-ciruacutergico da

Bahia instalado no Real Hospital Militar e sediado no preacutedio onde funcionara o

coleacutegio dos jesuiacutetas

O ensino militar recebeu maior atenccedilatildeo do governo real depois do seu

estabelecimento na cidade do Rio de Janeiro A Academia Real Militar da Corte

recebeu o nome de Escola Central abrigando o curso de Engenharia que

permaneceu com a designaccedilatildeo de Escola Politeacutecnica ateacute a transferecircncia em

nossos dias para a ilha do Fundatildeo

Assim como o ensino superior as instruccedilotildees primaacuteria e secundaacuteria tambeacutem

passaram por estaacutegio de desenvolvimento desordenado problema este gerado

pela falta de um plano geral que pudesse ser aplicado em todas as capitanias

do Brasil Mesmo depois da instalaccedilatildeo da Corte no Rio de Janeiro houve um

aumento consideraacutevel nos pedidos de criaccedilatildeo de escolas de primeiras letras

15

pedidos estes que foram atendidos ou natildeo conforme a disponibilidade de

recursos para pagamento de professores (Niskier 1989)

Neste periacuteodo a evasatildeo escolar era muito grande para evitar o

esvaziamento das escolas o governo decidiu isentar do recrutamento para fins

militares os alunos dos estabelecimentos puacuteblicos que demonstrassem frequumlecircncia

assiduidade e bom aproveitamento o que deveria ser atestado pelos professores

Em 1817 a cidade do Rio de Janeiro contava aleacutem das escolas de

primeiras letras dos estabelecimentos de ensino militar e naval das aulas de

Medicina e das de Comeacutercio com trecircs de Gramaacutetica Latina uma de Retoacuterica

uma de Filosofia uma de Grego e uma de Desenho e Pintura Um grupo de

negociantes do Rio de Janeiro propocircs ao Priacutencipe-Regente a constituiccedilatildeo de um

fundo cujos rendimentos seriam reservados para criar e manter estabelecimentos

destinados agrave instruccedilatildeo puacuteblica

Desde a chegada de D Joatildeo VI ao Rio o governo portuguecircs fez tentativas

louvaacuteveis para introduzir no Brasil aleacutem das instituiccedilotildees civis os estabelecimentos

de instruccedilatildeo puacuteblica da metroacutepole Natildeo se deu a devida importacircncia agrave instruccedilatildeo

primaacuteria das classes baixas e meacutedias da sociedade e os que nas classes

elevadas sentiam a necessidade de uma instruccedilatildeo mais completa nem por isso

encontravam maiores recursos continuaram mais ou menos obrigados a adquiri-

la em Coimbra ou mesmo na Inglaterra ou na Franccedila

Com a Proclamaccedilatildeo da Independecircncia o Brasil tinha outros problemas

mais urgentes com que se preocupar do que a fundaccedilatildeo de uma universidade

ou o estabelecimento de uma rede de ensino primaacuterio e secundaacuterio Logo o

sistema de aulas avulsas continuou a existir na impossibilidade de substituiacute-lo

imediatamente por um verdadeiro sistema escolar tal como o entendemos nos

dias de hoje ou como existia ainda que precariamente no tempo dos jesuiacutetas

Mas em 1824 a primeira Constituiccedilatildeo Brasileira estabeleceu no seu ceacutelebre Art

179 no paraacutegrafo XXXII que

16

ldquoA instruccedilatildeo primaacuteria eacute gratuita a todos os cidadatildeos e a Constituiccedilatildeo garante coleacutegios e universidades onde seratildeo ensinados os elementos das ciecircncias belas letras e artesrdquo (Niskier 1989)

Poreacutem estas determinaccedilotildees nunca chegaram a ser cumpridas em grande

extensatildeo e antes que tais projetos se concretizassem ocorreu uma modificaccedilatildeo

constitucional no Brasil que iria complicar seriamente os destinos da educaccedilatildeo

durante todo o restante do Impeacuterio

Com a abdicaccedilatildeo de Dom Pedro I ao trono em favor de seu filho D Pedro

II Os parlamentares brasileiros com receio de que o novo imperador acumulasse

um excesso de poder promulgaram o Ato Adicional de 1834 agrave Constituiccedilatildeo

Imperial pelo qual o poder puacuteblico em diversos sentidos era descentralizado

Assim o Ato Adicional de 1834 estabelecia que cada proviacutencia do Brasil se

tornava autocircnoma para organizar de acordo apenas com suas proacuteprias diretivas

o ensino primaacuterio e secundaacuterio Haveria ou poderia haver portanto tantos

sistemas de ensino primaacuterios e secundaacuterios no Brasil quantas fossem as proviacutencias

sem que nenhuma tivesse que dar satisfaccedilatildeo nem agraves demais proviacutencias nem

tampouco ao governo central O ensino superior poreacutem ficaria sob a

responsabilidade do governo central em todo territoacuterio nacional

Mas na praacutetica estas medidas acabaram por consagrar a partilha de

diversas atribuiccedilotildees do domiacutenio da Instruccedilatildeo Puacuteblica apoacutes a reforma da

constituiccedilatildeo os estudos primaacuterios e secundaacuterios limitaram-se ao municiacutepio da

corte Portanto em 1837 o acontecimento mais importante no campo da

instruccedilatildeo puacuteblica no Brasil foi a criaccedilatildeo do Coleacutegio Pedro II onde funcionava o

Seminaacuterio de Satildeo Joaquim na cidade do Rio de Janeiro O coleacutegio fora criado

com o objetivo de se tornar um modelo pedagoacutegico para o curso secundaacuterio

sendo ali realizado um curso de sete anos que correspondia aproximadamente

ao que depois veio a ser o ginaacutesio e o colegial (Niskier 1989)

Em 1854 o governo central ao reformar o ensino na capital do Impeacuterio

propusera a criaccedilatildeo do ensino primaacuterio e 2ordm grau Assim criou-se a Inspetoria

17

Geral da Instruccedilatildeo primaacuteria e secundaacuteria oacutergatildeo ligado ao Ministeacuterio do Impeacuterio e

destinado a fiscalizar e orientar o ensino puacuteblico e particular na cidade do Rio de

Janeiro e estruturou em dois niacuteveis a instruccedilatildeo primaacuteria gratuita que a constituiccedilatildeo

prometera a todos (www acciocom br )

O exemplo da corte frutificou nas proviacutencias empenhando assim em

promover a uniformizaccedilatildeo do ensino em todo o impeacuterio Logo as demais

proviacutencias passaram a voltar a sua atenccedilatildeo paras as reformas que se realizavam

na corte

No entanto na corte e nas proviacutencias as escolas ficaram apenas na letra

da lei Alguns estabelecimentos particulares na corte e nas grandes cidades

ofereceram um ensino mais rico que o ministrado nas escolas puacuteblicas

Dentre as causas que entatildeo obstaram a ampliaccedilatildeo e o enriquecimento do

ensino elementar destacava-se a falta de pessoal docente devidamente

habilitado e entatildeo veio a necessidade de preparar o pessoal docente para as

escolas Logo surgiram apoacutes a reforma da constituiccedilatildeo e por iniciativa dos

governos provinciais as primeiras escolas normais brasileiras

Em 1880 teria a capital do Impeacuterio sua primeira escola normal mantida e

administrada pelo poder puacuteblico sendo que qualitativamente a instruccedilatildeo se

mostrava precaacuteria

Outras causas muito importantes eram as dispersotildees da populaccedilatildeo o

nuacutemero insuficiente de escolas o descontentamento de professores mal

remunerados a ignoracircncia dos pais que se recusavam a mandar os filhos para a

escola

Com o objetivo de estimular o desenvolvimento dos estudos secundaacuterios

nas proviacutencias o ministro Joatildeo Alfredo Correia de Oliveira instalou nas capitais das

proviacutencias do Impeacuterio novas bancas de exames gerais preparatoacuterios

18

Os mais importantes projetos de reforma nas deacutecadas do seacuteculo XIX

pediam a colaboraccedilatildeo da capital para a elevaccedilatildeo do ensino em todo o Impeacuterio

Cuidavam do enriquecimento e aperfeiccediloamento e da expansatildeo da instruccedilatildeo

primaacuteria e do ensino normal cuja frequumlecircncia pretendia tornar obrigatoacuteria a todas

as crianccedilas na faixa dos sete aos quatorze anos

Deslocando-se dos demais projetos de reforma apresentados nos uacuteltimos

anos do Impeacuterio pelo desassombro e pela riqueza de suas posiccedilotildees o substitutivo

apresentado por Rui Barbosa ao decreto Leocircncio Carvalho ficaria como um vasto

programa de reformas que a Repuacuteblica caberia cumprir

Assim a proposta de Rui Barbosa cuidava amplamente do ensino

elementar e meacutedio Estruturava o ensino primaacuterio em quatro niacuteveis para os quais

se previa pela primeira vez um tempo miacutenimo de duraccedilatildeo propunha o

enriquecimento dos programas e a renovaccedilatildeo dos meacutetodos de ensino e tornava

obrigatoacuteria uma frequumlecircncia de quatro anos na escola primaacuteria elementar e

meacutedia formando assim um verdadeiro curso de instruccedilatildeo secundaacuteria popular

(www acciocom br)

Com o quadro assim configurado perto do fim da eacutepoca imperial

comeccedilaram a surgir sinais de que a sociedade estava comeccedilando a

amadurecer para o problema educacional Isto se deu porque nesta eacutepoca a

unidade nacional jaacute estava consolidada do ponto de vista militar uma seacuterie de

outros problemas mais preemente estavam solucionados ou em via de solucionar-

se a aboliccedilatildeo da escravatura jaacute estava agrave vista e podia-se pensar mais

serenamente na educaccedilatildeo brasileira A Proclamaccedilatildeo da Repuacuteblica trazia

consigo a esperanccedila de novas mudanccedilas e o Imperador em seus uacuteltimos

discursos na sessatildeo ao Parlamento Imperial solicitava a criaccedilatildeo de um Ministeacuterio

da Educaccedilatildeo pois ateacute aquela eacutepoca natildeo existia nada semelhante na

organizaccedilatildeo do nosso Estado

19

24 A Educaccedilatildeo na Primeira Repuacuteblica

A Repuacuteblica proclamada adotou o modelo poliacutetico americano baseado

no sistema presidencialista Na organizaccedilatildeo escolar percebeu-se a influecircncia da

filosofia positivista

O advento federativo natildeo trouxe significaccedilotildees e alteraccedilotildees para a

instruccedilatildeo puacuteblica nem inaugurou uma nova corrente de ideacuteias educacionais

tendo significado simplesmente o coroamento e portanto a continuidade de

ideacuteias que se iniciariam no impeacuterio mas precisamente nas suas duas ultimas

deacutecadas O que podemos constatar atraveacutes dos relatos de Fernando Azevedo

ldquoDo ponto de vista cultural e pedagoacutegico a Repuacuteblica foi uma revoluccedilatildeo que abortou e que contentando-se com a mudanccedila do regime natildeo teve o pensamento ou a decisatildeo de realizar uma transformaccedilatildeo radical no sistema de ensino para provocar uma renovaccedilatildeo cultural das elites culturais e poliacuteticas necessaacuterias agraves novas instituiccedilotildees democraacuteticasrdquo (www acciocom br )

A primeira constituiccedilatildeo republicana natildeo chegou a contemplar a

gratuidade e a obrigatoriedade da instruccedilatildeo elementar O legado deixado pelo

Impeacuterio natildeo se alterou substancialmente o ensino secundaacuterio defendia e

reclamava desde as uacuteltimas deacutecadas do Impeacuterio a equumlidade como mecanismo

necessaacuterio ao aperfeiccediloamento do ensino secundaacuterio a sua estruturaccedilatildeo em

acircmbito nacional a instituiccedilatildeo de ensino regulares e sistemaacuteticos (www

acciocom br)

Assim pela constituiccedilatildeo de 1891 agrave qual se acrescentava a Lei de 20 de

novembro de 1892 ficou determinado que

bull No Distrito Federal competia ao Governo federal o ensino superior e

secundaacuterio e agrave Prefeitura o ensino primaacuterio

bull Os Estados poderiam organizar seus proacuteprios sistemas de ensino

primaacuterio secundaacuterio e superior

bull Em cada Estado o Governo Federal podia organizar seu proacuteprio

sistema de ensino secundaacuterio e superior

20

Entretanto apesar da legislaccedilatildeo e organizaccedilatildeo do sistema federal de

ensino ser uma atribuiccedilatildeo do Congresso Nacional na praacutetica era o poder

executivo quem legislava e organizava a educaccedilatildeo Isto fez com que durante

toda a Primeira Repuacuteblica a posiccedilatildeo do Governo Federal fosse conservadora Isto

de certa forma restringia o entusiasmo pedagoacutegico que dominou a sociedade

brasileira depois da Primeira Guerra Mundial

Jaacute em relaccedilatildeo agraves administraccedilotildees estaduais a partir de 1920 uma febre de

otimismo pedagoacutegico comeccedilou a tomar conta dos principais governos estaduais

do Brasil o que provocou uma seacuterie de reformas de ensino em vaacuterios estados da

Uniatildeo Embora cada Estado pudesse organizar um sistema completo de ensino

desde o primaacuterio ateacute o superior tais reformas se limitavam sempre agrave estrutura do

ensino primaacuterio e normal porque todo ensino superior estava na eacutepoca no

acircmbito do Governo Federal e o ensino secundaacuterio por natildeo ser obrigatoacuterio para a

admissatildeo aos cursos superiores natildeo passava de uma rede de cursos

preparatoacuterios com exceccedilatildeo do Coleacutegio Pedro II no Rio de Janeiro que com a

Repuacuteblica havia mudado de nome para Ginaacutesio Nacional e alguns coleacutegios

religiosos Mesmo estes na praacutetica natildeo podiam fugir do espiacuterito dos preparatoacuterios

As principais reformas levantadas a efeito na deacutecada de 1920 foram as

seguintes

bull Em 1920 em Satildeo Paulo por Sampaio Doacuteria

bull Em 1922 no Cearaacute por Lourenccedilo Filho comissionado ao governo do

Cearaacute pelo Estado de Satildeo Paulo

bull Em 1927 em Minas Gerais por Francisco Campos

bull Em 1928 no Distrito Federal por Fernando Azevedo vindo de Satildeo Paulo

a convite da Prefeitura do Rio de Janeiro

bull Em 1928 na Bahia por Aniacutesio Teixeira

Os responsaacuteveis pela seacuterie de reformas estaduais ocorridas na deacutecada de

1920 tiveram para ajudaacute-los no empreendimento vaacuterios fatores concorrendo a

seu favor e o primeiro deles foi o proacuteprio clima de euforia pedagoacutegica que tomou

conta da sociedade brasileira depois da Primeira Guerra Mundial Tambeacutem veio

21

a favor deles o iniacutecio do surto industrial que pressionava por uma nova direccedilatildeo

do ensino e a introduccedilatildeo no Brasil das ideacuteias da Escola Nova em cujas teorias se

inspiraram os reformadores

As doutrinas educacionais da Escola Nova vinham haacute seacuteculos se

desenvolvendo na Europa mas soacute entraram com toda a sua forccedila na sociedade

brasileira na eacutepoca do entusiasmo pedagoacutegico do fim da Primeira Repuacuteblica em

boa parte por obra de estudiosos tais como Fernando de Azevedo Aniacutesio Teixeira

e Lourenccedilo Filho que figuraram tambeacutem na lista dos reformadores estaduais

O movimento reformista foi favorecido pela criaccedilatildeo em 1924 da

Associaccedilatildeo Brasileira de Educaccedilatildeo que agremiou elementos de todo paiacutes em

torno de questotildees de acircmbito nacional relativas agrave Educaccedilatildeo escolar Atraveacutes de

conferecircncias curados debates e inqueacuteritos os profissionais da Educaccedilatildeo

divulgavam as ideacuteias de escolas renovadas Isto contribuiu para formaccedilatildeo de

uma nova consciecircncia educacional relativa ao papel do Estado na Educaccedilatildeo

levando agrave necessidade de expansatildeo da escola puacuteblica ao direito de todos na

educaccedilatildeo levando a exigecircncia de uma poliacutetica nacional de Educaccedilatildeo na qual

a uniatildeo exerce o papel coordenador orientador e supletivo no desenvolvimento

do ensino em todo paiacutes Muitas dessas ideacuteias viriam a consubstanciar-se em

proposiccedilotildees do manifesto dos pioneiros da Educaccedilatildeo Nova (1932) e em

dispositivo da carta de 1934

25 A Educaccedilatildeo no Poacutes 1930

A queda da Repuacuteblica Velha sob o impacto da Revoluccedilatildeo de 1930

transformou as relaccedilotildees de poder entre o governo federal e os estados dando

iniacutecio a um periacuteodo de progressiva centralizaccedilatildeo poliacutetica econocircmica Embora

natildeo trouxesse uma programaccedilatildeo definida seja para o setor poliacutetico-econocircmico

seja para o educacional a revoluccedilatildeo deu iniacutecio a um periacuteodo em que todos os

campos foram atingidos caracterizando-se progressivamente a passagem de

22

uma sociedade preacute-capitalista agraacuteria - comercial e artesanal para uma

sociedade urbano-industrial

As transformaccedilotildees poliacuteticas e econocircmicas ocorridas a partir de 1930 foram

acompanhadas de grandes alteraccedilotildees sociais especialmente nos Estados do

sudeste onde se encontravam os processos de industrializaccedilatildeo Isto acelerou a

urbanizaccedilatildeo e as migraccedilotildees para as cidades que passaram a oferecer novas

oportunidades de trabalho e salaacuterios mais vantajosos Assim a populaccedilatildeo urbana

elevou-se de 10 em 1920 para 3124 em 1940 3616 em 1950 atingindo 458

em 1960 este fato causou um reflexo na urbanizaccedilatildeo tendo como consequumlecircncia

o desenvolvimento de um importante setor de serviccedilos que se localizavam nas

grandes cidades do sudeste modificando assim a sua estratificaccedilatildeo social

(wwwacciocombr )

Com a nova ordem poliacutetico-econocircmica o aumento da populaccedilatildeo urbana

relativamente agrave rural e o aparecimento de novas ocupaccedilotildees ligadas a vida

urbana industrial surgiram maiores possibilidades de mobilidade social passando

a educaccedilatildeo escolar a representar um meio de ecircxito profissional Assim a

demanda por educaccedilatildeo cresceu consideravelmente sobretudo no periacuteodo

posterior a 1945

As mesmas transformaccedilotildees soacutecio-econocircmicas que determinaram a

incorporaccedilatildeo de novas camadas sociais ao ensino secundaacuterio tambeacutem tiveram

como consequumlecircncia a modificaccedilatildeo do status social das mulheres que passaram

a frequumlentar o ensino secundaacuterio contribuindo para a expansatildeo do mesmo

Portanto entre 1933 e 1960 as matriacuteculas aumentaram em 25367 para o ensino

primaacuterio e 40211 para o ensino normal levando o crescimento das matriacuteculas

no ensino secundaacuterio a um percentual de 1207 (www acciocom br)

Logo o governo central para atuar de forma mais significativa no

processo de organizaccedilatildeo do ensino criou em 1930 o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e

Sauacutede Puacuteblica e em 1931 o Conselho Nacional de Educaccedilatildeo oacutergatildeo consultivo

destinado a assessorar o ministro

23

As reformas realizadas nos anos imediatamente posteriores agrave revoluccedilatildeo

pelo primeiro ministro da educaccedilatildeo e sauacutede puacuteblica Francisco Campos

evidenciaram a ampliaccedilatildeo das funccedilotildees federais relativas agraves modalidades de

ensino por elas abrangidas Para o ensino secundaacuterio a reforma Francisco

Campos significou a definitiva superaccedilatildeo dos exames parcelados que vinham

consagrando a proeminecircncia de estudos avulsos e irregulares bem como a

concepccedilatildeo preparativa Entre outros meacuteritos a reforma deu uma estrutura

orgacircnica ao ensino secundaacuterio comercial e superior Com relaccedilatildeo ao ensino

secundaacuterio Francisco Campos escreveu

ldquoA finalidade exclusiva do ensino secundaacuterio natildeo haacute de ser a matriacutecula nos cursos superiores o seu fim pelo contraacuterio deve ser a preparaccedilatildeo do homem para todos os grandes setores da atividade nacional constituindo no seu espiacuterito todo um sistema de haacutebitos atitudes e comportamentos que o habitem a viver por si e tomar em qualquer situaccedilatildeo as decisotildees mais convenientes e mais segurasrdquo( ROMANELLI 1978)

Como citado dentre algumas medidas da Reforma Francisco Campos

estavam a criaccedilatildeo do Conselho Nacional de Educaccedilatildeo e a organizaccedilatildeo do

ensino secundaacuterio e comercial Dessa forma Francisco Campos havia dividido o

curso secundaacuterio em dois ciclos de cinco e dois anos respectivamente o primeiro

fundamental e o segundo complementar orientado para as diferentes opccedilotildees

de carreira universitaacuteria A lei de 1931 previa ainda a criaccedilatildeo de um sistema

nacional de inspeccedilatildeo do ensino secundaacuterio a ser feito por uma rede de

inspetores regionais

Pela primeira vez num texto constitucional brasileiro ficavam estabelecidos

os princiacutepios de gratuidade e obrigatoriedade do ensino primaacuterio e da educaccedilatildeo

como direito de todos Aleacutem do que percentuais da receita dos impostos foram

vinculados para a manutenccedilatildeo e desenvolvimento do ensino

A orientaccedilatildeo centralista acabou por ser consagrada com a constituiccedilatildeo

outorgada em 1937 cabendo assim ao Estado Novo fixar as bases e determinar

os quadros da educaccedilatildeo nacional da infacircncia e da juventude Poreacutem a referida

carta silencia quanto agrave vinculaccedilatildeo de recursos para a educaccedilatildeo e quanto ao

24

plano nacional da educaccedilatildeo Digna de nota foi a sua preocupaccedilatildeo com o

ensino profissional que foi considerado o primeiro dever do estado

A poliacutetica educacional centralizadora tentava regulamentar em acircmbito

central a organizaccedilatildeo e o funcionamento de todos os tipos de ensino no paiacutes

Assim em 1942 depois de muitos estudos e consultas aos oacutergatildeos especializados o

ministro Gustavo Capanema promoveu uma nova reforma do ensino que viria a

ser conhecida como Lei Orgacircnica do Ensino Secundaacuterio (Brasil 1942a) De

acordo com Lauro de Oliveira Lima Educador brasileiro (www wikipediaorg)

ldquodispensaram qualquer debate puacuteblico sendo elaboradas no sigilo dos

gabinetes por um pequeno grupo de intelectuais e impostas a um sistema

escolar em crescimentordquo (LIMA 1974)

Foi organizado o ensino teacutecnico-profissional nas trecircs aacutereas da economia

(agriacutecola industrial e comercial) Pela impossibilidade de o sistema de ensino

oferecer a educaccedilatildeo profissional necessaacuteria agrave induacutestria e de oferecer recursos o

governo preocupou-se em engajar o setor industrial na qualificaccedilatildeo de seu

pessoal

Apesar de ter sido mais enfaacutetica na questatildeo profissional a reforma estava

impregnada pela ideologia do governo favoraacutevel a um Sistema Educacional de

discriminaccedilatildeo social Pode-se perceber este fato no artigo 129 assim redigido

O ensino preacute-vocacional e profissional destinado agraves classes menos favorecidas eacute em mateacuteria de educaccedilatildeo o primeiro dever do Estado Cumpre-lhe dar execuccedilatildeo a esse dever fundando institutos de ensino profissional e subsidiando os de iniciativas dos Estados dos Municiacutepios e dos indiviacuteduos ou associaccedilotildees particulares e profissionais(Brasil 1942a)

Este artigo oficializou o ensino profissional como ensino destinado aos

pobres e o Estado instituiu oficialmente a discriminaccedilatildeo social por meio da

escola fazendo novamente com que a demanda social da educaccedilatildeo se

voltasse para o ensino secundaacuterio onde se poderia assegurar o prestiacutegio social

Pela nova Lei o curso secundaacuterio seria ministrado em dois ciclos O

primeiro constando do curso ginasial e o segundo compreendendo dois cursos

25

paralelos o claacutessico e o cientiacutefico O curso ginasial teria duraccedilatildeo de quatro anos

e se destinaria a dar aos adolescentes os elementos fundamentais do curso

secundaacuterio O curso claacutessico com duraccedilatildeo de trecircs anos concorreria para a

funccedilatildeo intelectual Com a mesma duraccedilatildeo o cientiacutefico enfatizaria o estudo das

ciecircncias (Brasil 1942a)

A partir dessa divisatildeo em primeiro e segundo ciclos passou a haver uma

denominaccedilatildeo diversa para os estabelecimentos de ensino secundaacuterios ginaacutesios e

coleacutegios

Por influecircncia da segunda Guerra Mundial a lei instituiu tambeacutem a

educaccedilatildeo militar para os alunos do sexo masculino Reafirmou o caraacuteter

facultativo da educaccedilatildeo religiosa e obrigatoacuteria da educaccedilatildeo moral e ciacutevica e

recomendou ainda que a educaccedilatildeo das mulheres fosse feita em

estabelecimentos distintos daquele onde se educavam os homens (Brasil 1942a)

Estas reformas marcam uma distinccedilatildeo entre o trabalho intelectual para as

classes mais favorecidas e o trabalho manual enfatizando o ensino profissional

para as classes mais desfavorecidas Logo o Decreto-Lei 4048 de 22 de janeiro

criou o Serviccedilo Nacional de Aprendizagem Industrial ndash SENAI (Brasil 1942b) Jaacute o

Decreto-Lei 4481 de 16 de julho dispocircs sobre a obrigatoriedade dos

estabelecimentos induacutestrias empregarem um total de 8 correspondente ao

nuacutemero de operaacuterios e matriculaacute-los nas escolas do SENAI (Brasil 1942c) Ainda no

espiacuterito da Reforma Capanema foi baixado o Decreto-lei 6141 de 28 de

dezembro de 1943 regulamentando o ensino comercial (Brasil 1943) O Serviccedilo

Nacional de Aprendizagem Comercial ndash SENAC soacute seria criado em 1946 ( Niskier

1989)

Foram assim promulgadas entre 19421946 por iniciativa do ministro

Gustavo Capanema as leis orgacircnicas do ensino decreto e leis federais que

regulamentavam minuciosamente os diversos ramos e modalidades do ensino

secundaacuterio industrial comercial agriacutecola normal e primaacuterio

A interferecircncia financeira da uniatildeo no ensino primaacuterio solicitada desde o

impeacuterio soacute ocorreu nos uacuteltimos anos do Estado Novo quando foi instituiacutedo o

26

Fundo Nacional do Ensino Primaacuterio e assinado o Convecircnio Nacional do Ensino

Primaacuterio Ainda que se mantendo fiel agrave tradiccedilatildeo de tratar separadamente cada

modalidade de ensino coube agrave legislaccedilatildeo do Estado Novo o meacuterito de ser

abrangente e de aproximar em termos de duraccedilatildeo e de divisatildeo em ciclos Os

vaacuterios ramos do ensino profissional (comercial industrial agriacutecola) as

modalidades de ensino teacutecnico e normal foram atribuiacutedas finalidades relativas agrave

qualificaccedilatildeo profissional A exposiccedilatildeo do motivo da lei orgacircnica do ensino

secundaacuterio dava a este a funccedilatildeo de formar nos adolescentes uma soacutelida cultura

geral

Na constituiccedilatildeo de 1946 as leis orgacircnicas continuaram em vigecircncia com

algumas modificaccedilotildees ateacute 1961 Estas leis introduziram a possibilidade de

articulaccedilatildeo do ensino profissional com o secundaacuterio Jaacute com a lei de diretriz e

bases - LDB lei nordm 4024 de 201261 (Brasil 1961) deu-se um importante passo no

sentido da unificaccedilatildeo do sistema de ensino e da eliminaccedilatildeo do dualismo

administrativo herdado do impeacuterio Iniciou-se pela primeira vez uma relativa

descentralizaccedilatildeo do sistema como um todo O Ministro da Educaccedilatildeo e Cultura e

as Secretarias de Educaccedilatildeo deixaram de observar ambas as funccedilotildees criando ndash

se para os exerciacutecios das funccedilotildees normativas o conselho federal de educaccedilatildeo os

conselhos estaduais de educaccedilatildeo e o plano de educaccedilatildeo referente a cada

fundo (Fundo nacional de ensino primaacuterio do ensino meacutedio e do ensino superior)

A lei procurou apenas diminuir a distacircncia que os separava e eliminar as

condiccedilotildees de privileacutegios conferidos ao ensino secundaacuterio pela lei orgacircnica de

1942 O ensino primaacuterio obrigatoacuterio continuava a ter quatro seacuteries de duraccedilatildeo

facultando aos sistemas estaduais o seu prolongamento para leis Somente em

1961 efetivou-se a vitoacuteria dos educadores das deacutecadas de 20 e inicio dos anos 30

fixando as diretrizes gerais e as grandes linhas de um sistema nacional de

educaccedilatildeo

27

26 Educaccedilatildeo na Nova Repuacuteblica (1946 ndash 1963)

O fim do Estado Novo consubstanciou-se na adoccedilatildeo de uma nova

Constituiccedilatildeo de cunho liberal e democraacutetico Esta nova Constituiccedilatildeo na aacuterea da

Educaccedilatildeo determinou a obrigatoriedade de se cumprir o ensino primaacuterio e deu

competecircncia agrave Uniatildeo para legislar sobre diretrizes e bases da educaccedilatildeo

nacional Aleacutem disso a nova Constituiccedilatildeo fez voltar o preceito de que a

educaccedilatildeo eacute direito de todos inspirada nos princiacutepios proclamados pelos

Pioneiros nos primeiros anos da deacutecada de 30

Ainda em 1946 o entatildeo Ministro Raul Leitatildeo da Cunha regulamentou o

Ensino Primaacuterio e o Ensino Normal aleacutem de criar o Serviccedilo Nacional de

Aprendizagem Comercial - SENAC atendendo as mudanccedilas exigidas pela

sociedade apoacutes a Revoluccedilatildeo de 1930

Baseado nas doutrinas emanadas pela Carta Magna de 1946 o Ministro

Clemente Mariani criou uma comissatildeo com o objetivo de elaborar um

anteprojeto de reforma geral da educaccedilatildeo nacional Esta comissatildeo presidida

pelo eminente educador Lourenccedilo Filho era organizada em trecircs subcomissotildees

uma para o Ensino Primaacuterio uma para o Ensino Meacutedio e outra para o Ensino

Superior

Em novembro de 1948 este anteprojeto foi encaminhado a Cacircmara

Federal dando iniacutecio a uma luta ideoloacutegica em torno das propostas

apresentadas Num primeiro momento as discussotildees estavam voltadas agraves

interpretaccedilotildees contraditoacuterias das propostas constitucionais Num momento

posterior apoacutes a apresentaccedilatildeo de um substitutivo do Deputado Carlos Lacerda

as discussotildees mais marcantes relacionaram-se agrave questatildeo da responsabilidade do

Estado quanto agrave educaccedilatildeo inspirados nos educadores da velha geraccedilatildeo de 30

e a participaccedilatildeo das instituiccedilotildees privadas de ensino

Depois de 13 anos de acirradas discussotildees foi promulgada a Lei 4024 em

20 de dezembro de 1961 pelo entatildeo Presidente Joatildeo Goulart que introduziu

como inovaccedilatildeo a respeito da Educaccedilatildeo Nacional a descentralizaccedilatildeo do Ensino

28

O aspecto mais caracteriacutestico da nova Lei era conceder categoria puacuteblica

ao ensino privado As verbas destinadas agrave educaccedilatildeo puacuteblica foram desviadas

para a manutenccedilatildeo dos sistemas escolares estaduais e para os auxiacutelios agraves escolas

empresaacuterias O Ministeacuterio de Educaccedilatildeo e Cultura deixou de ser o oacutergatildeo

orientador fiscalizador e estimulador da educaccedilatildeo nacional sendo transferido o

seu poder para o Conselho Federal de Educaccedilatildeo e para as Secretarias de

Educaccedilatildeo dos Estados (Brasil 1961)

Se as discussotildees sobre a Lei de Diretrizes e Bases para a Educaccedilatildeo Nacional

foi o fato marcante por outro lado muitas iniciativas marcaram este periacuteodo

como talvez o mais feacutertil da Histoacuteria da Educaccedilatildeo no Brasil

bull Em 1950 em Salvador no Estado da Bahia Aniacutesio Teixeira inaugura o

Centro Popular de Educaccedilatildeo (Centro Educacional Carneiro Ribeiro)

dando iniacutecio a sua ideacuteia de escola-classe e escola-parque

bull Em 1952 em Fortaleza o educador Lauro de Oliveira Lima iniciou uma

didaacutetica baseada nas teorias cientiacuteficas de Jean Piaget o Meacutetodo

psicogeneacutetico

bull Em 1953 a educaccedilatildeo passou a ser administrada por um Ministeacuterio proacuteprio o

Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura

bull Em 1961 a Prefeitura Municipal de Natal iniciou uma campanha de

alfabetizaccedilatildeo (De Peacute no Chatildeo Tambeacutem se Aprende a Ler) A teacutecnica

didaacutetica criada pelo pernambucano Paulo Freire propunha-se a

alfabetizar adultos em 40 horas A experiecircncia teve iniacutecio na cidade de

Angicos no Estado do Rio Grande do Norte e logo depois na cidade de

Tiriri no Estado de Pernambuco

bull Em 1962 foi criado o Conselho Federal de Educaccedilatildeo cumprindo o artigo 9o

da Lei de Diretrizes e Bases Este substituiu o Conselho Nacional de

Educaccedilatildeo Foram criados tambeacutem os Conselhos Estaduais de educaccedilatildeo

bull Ainda em 1962 foi criado o Plano Nacional de Educaccedilatildeo e o Programa

Nacional de Alfabetizaccedilatildeo pelo Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura

inspirado no Meacutetodo Paulo Freire

29

Em 1964 o golpe militar abortou todas as iniciativas de se revolucionar a

educaccedilatildeo brasileira sob o pretexto de que as propostas eram comunizantes e

subversivas Foi um periacuteodo em que o paiacutes viveu a emergecircncia de um novo

modelo econocircmico apoiado pelas empresas internacionais A poliacutetica do

nacionalismo desenvolvimentista jaacute natildeo mais se ajustara a esse modelo

Necessitava-se de novas poliacuteticas para a sustentaccedilatildeo do novo modelo poliacutetico

(www acciocom br)

27 A Educaccedilatildeo no Periacuteodo Militar (1964 -1985)

Alguma coisa acontecia na educaccedilatildeo brasileira Pensava-se em erradicar

definitivamente o analfabetismo atraveacutes de um programa nacional levando-se

em conta as diferenccedilas sociais econocircmicas e culturais de cada regiatildeo

A criaccedilatildeo da Universidade de Brasiacutelia em 1961 permitiu vislumbrar uma

nova proposta universitaacuteria com o planejamento inclusive do fim do exame

vestibular valendo para o ingresso na Universidade o rendimento do aluno

durante o curso de 2ordm grau (ex-Colegial e atual Ensino Meacutedio)

Depois da implementaccedilatildeo do regime militar ditatorial de 1964 muito

educadores passaram a ser perseguidos em funccedilatildeo de posicionamentos

ideoloacutegicos Muito foram calados para sempre alguns outros se exilaram outros

se recolheram agrave vida privada e outros demitidos trocaram de funccedilatildeo

O Regime Militar espelhou na educaccedilatildeo o caraacuteter antidemocraacutetico de sua

proposta ideoloacutegica de governo professores foram presos e demitidos

universidades foram invadidas estudantes foram presos feridos nos confronto

com a poliacutecia e alguns foram mortos os estudantes foram calados e a Uniatildeo

Nacional dos Estudantes proibida de funcionar o Decreto ndash Lei 477 calou a boca

de alunos e professores (Brasil 1969) Agrave eacutepoca o Ministro da Justiccedila declarou que

estudantes tecircm que estudar e natildeo podem fazer baderna

Nessa eacutepoca firmaram-se acordos do MEC e seus oacutergatildeos com a USAID ndash

Agecircncia Norte ndash Americana para o Desenvolvimento Internacional visando agrave

30

cooperaccedilatildeo econocircmico ndash financeira para a organizaccedilatildeo e desenvolvimento do

sistema educacional A ajuda externa vinha atraveacutes de programas que foram

implantados sem nenhuma anaacutelise por parte dos educadores brasileiros A sua

presenccedila se fez desde a organizaccedilatildeo do sistema educacional ateacute as propostas

dos curriacuteculos dos diversos niacuteveis de ensino implantando a visatildeo tecnicista no

contexto da educaccedilatildeo brasileira com as repercussotildees por todos conhecidas

Neste periacuteodo poreacutem deu-se a grande expansatildeo das universidades no

Brasil E para acabar com os excedentes (aqueles que tiravam notas suficientes

para mas natildeo conseguiam vaga para estudar) foi criado o vestibular

classificatoacuterio

Para erradicar o analfabetismo foi criado o Movimento Brasileiro de

Alfabetizaccedilatildeo aproveitando-se em sua didaacutetica no expurgado Meacutetodo Paulo

Freire denominado MOBRAL que propunha erradicar o analfabetismo no Brasil

Natildeo conseguiu E entre denuacutencias de corrupccedilatildeo foi extinto No periacuteodo mais

cruel da ditadura militar onde qualquer expressatildeo popular contraacuteria aos

interesses do governo era abafada muitas vezes pela violecircncia fiacutesica que foi

instituiacuteda a Lei 5692 Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional em 1971

(Brasil 1971)

A caracteriacutestica mais marcante desta Lei era tentar dar a formaccedilatildeo

educacional um cunho profissionalizante Dentro do espiacuterito dos slogans

propostos pelo governo como Brasil grande ame-o ou deixe-o milagre

econocircmico etc planejava-se fazer com que a educaccedilatildeo contribuiacutesse de

forma decisiva para o aumento da produccedilatildeo brasileira

A lei introduziu no paiacutes a obrigatoriedade da profissionalizaccedilatildeo em todos os

cursos de 2ordm Grau o que implicava em valorizaccedilatildeo das aacutereas tecnoloacutegicas com

perda gradativa das aacutereas de ciecircncias humanas

A Histoacuteria e a Geografia foram integradas na aacuterea de Estudos Sociais o que

causou a superficialidade desses conteuacutedos a Educaccedilatildeo Moral e Ciacutevica eou

Estudos dos Problemas Sociais passaram a ser disciplinas obrigatoacuterias e

31

responsaacuteveis pela formaccedilatildeo do cidadatildeo brasileiro com visotildees distorcidas de

cidadania e nacionalismo

A ditadura militar se desfez por si soacute tamanha era a pressatildeo popular de

vaacuterios setores da sociedade que o processo de abertura poliacutetica tornou-se

inevitaacutevel Mesmo assim os militares deixaram o governo atraveacutes de uma eleiccedilatildeo

indireta mesmo que concorressem somente dois civis (Paulo Maluf e Tancredo

Neves)

28 A Educaccedilatildeo no Periacuteodo da Abertura Poliacutetica (1986-2001)

Com o fim do Regime Militar a eleiccedilatildeo indireta de Tancredo Neves seu

falecimento e a posse de Joseacute Sarney discutir-se-iam novamente questotildees sobre

educaccedilatildeo de uma forma democraacutetica e aberta A discussatildeo sobre as questotildees

educacionais jaacute havia perdido o seu sentido pedagoacutegico e assumido um caraacuteter

poliacutetico Para isso houve uma participaccedilatildeo mais ativa de pensadores de outras

aacutereas do conhecimento que passaram a falar de educaccedilatildeo num sentido mais

amplo do que as questotildees pertinentes agrave escola agrave sala de aula agrave didaacutetica e agrave

dinacircmica escolar em si mesma Impedidos de atuarem em suas funccedilotildees por

questotildees poliacuteticas durante o Regime Militar profissionais da aacuterea de Sociologia

filosofia antropologia histoacuteria psicologia entre outras passaram a assumir postos

na aacuterea da educaccedilatildeo e a concretizar discursos em nome da educaccedilatildeo

O Projeto de Lei da nova LDB foi encaminhado agrave Cacircmara Federal pelo

Deputado Octaacutevio Elisio em 1988 No ano seguinte o Deputado Jorge Hage envia

agrave Cacircmara um substitutivo ao Projeto e em 1992 o Senador Darcy Ribeiro

apresenta um novo Projeto que acabou por ser aprovado em dezembro de 1996

oito anos apoacutes o encaminhamento do Deputado Otaacutevio Elisio Assim a nova Lei

Nordm 9394 Lei Diretrizes e Bases da educaccedilatildeo foi promulgada em 20 de Dezembro

de 1996 (Brasil 1996)

O Governo Collor de Mello em 1990 lanccedilou o projeto de construccedilatildeo de

Centros Integrados de Apoio agrave Crianccedila - CIACS em todo o Brasil inspirados no

32

modelo dos Centros Integrados de Educaccedilatildeo Puacuteblica - CIEPS do Rio de Janeiro

existentes desde 1982

Neste periacuteodo do fim do Regime Militar aos dias de hoje a fase

politicamente marcante na educaccedilatildeo foi o trabalho do Ministro Paulo Renato de

Souza agrave frente do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Logo no iniacutecio de sua gestatildeo atraveacutes

de uma Medida Provisoacuteria extinguiu o Conselho Federal de Educaccedilatildeo e criou o

Conselho Nacional de Educaccedilatildeo vinculado ao Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura

Esta mudanccedila tornou o Conselho menos burocraacutetico e mais poliacutetico

Cabe ressaltar que podemos natildeo concordar com a forma como tecircm sido

executados alguns programas temos que reconhecer que em toda a Histoacuteria da

Educaccedilatildeo no Brasil contada a partir do descobrimento jamais houve execuccedilatildeo

de tantos projetos na aacuterea da educaccedilatildeo numa soacute administraccedilatildeo Entre esses

programas destacam-se

bull Fundo de Manutenccedilatildeo e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de

Valorizaccedilatildeo do Magisteacuterio - FUNDEF

bull Programa de Avaliaccedilatildeo Institucional - PAIUB

bull Sistema Nacional de Avaliaccedilatildeo da Educaccedilatildeo Baacutesica ndash SAEB

bull Exame nacional do Ensino Meacutedio ndash ENEM

bull Paracircmetros Curriculares Nacionais ndashPCNs

bull Exame Nacional de Cursos ndash ENC

Desses Programas o mais contestado foi o Exame Nacional de Cursos e o

chamado Provatildeo onde os alunos das universidades devem realizar uma prova

ao fim do curso para receber seus diplomas Esta prova em que os alunos podem

simplesmente assinar a ata de presenccedila e se retirar sem responder nenhuma

questatildeo eacute levada em consideraccedilatildeo como avaliaccedilatildeo das instituiccedilotildees Aleacutem do

mais entre outras questotildees o exame natildeo diferencia as regiotildees do paiacutes e as

condiccedilotildees de cada IES (Instituiccedilatildeo de Ensino Superior) como por exemplo

infraestrutura e capacitaccedilatildeo docente(wwwacciocombr)

33

29 Cronologia da Histoacuteria da Educaccedilatildeo Brasileira

A tabela 21 a seguir apresenta um resumo dos principais acontecimentos

na educaccedilatildeo brasileira Destacando-se os principais eventos relacionados ao

ensino meacutedio

Tabela 21 ndash Evoluccedilatildeo da educaccedilatildeo no Brasil principais acontecimentos-periacuteodo

de 1549 a 1998

ANO HISTOacuteRIA DA EDUCACcedilAtildeO BRASILEIRA

1549 middot Chega ao Brasil o primeiro grupo de seis padres jesuiacutetas chefiados por Manuel de Noacutebrega marcando o iniacutecio da Histoacuteria da Educaccedilatildeo no Brasil (nos moldes europeus) middot Quinze dias apoacutes a chegada funda na cidade de Salvador a primeira escola elementar

1554 middot Satildeo fundadas as escolas jesuiacutetas de Satildeo Paulo de Piratininga tendo como seu primeiro professor o padre Joseacute de Anchieta e a da Bahia

1556 middot Eacute fundado o coleacutegio jesuiacuteta de Todos os Santos middot Comeccedila a vigorar as Constituiccedilotildees da Companhia de Jesus incluindo a aprendizagem do canto da muacutesica instrumental e o estudo profissional agriacutecola

1567 middot Eacute fundado o coleacutegio jesuiacuteta do Rio de Janeiro

1570 middot O Brasil conta com cinco escolas elementares (Porto Seguro Ilheacuteus Satildeo Vicente Espiacuterito Santo e Satildeo Paulo de Piratininga) e trecircs coleacutegios (Rio de Janeiro Pernambuco e Bahia)

1759

middot Duzentos e dez anos apoacutes a chegada e de serem os uacutenicos responsaacuteveis pela educaccedilatildeo no Brasil deixam a colocircnia cerca de Quinhentos padres jesuiacutetas expulsos pelo Marquecircs de Pombal Ministro de D Joseacute I paralisando 17 coleacutegios 36 missotildees seminaacuterios menores e escolas elementaresmiddot O Alvaraacute de 28 de julho determina a instituiccedilatildeo de aulas de gramaacutetica latina aulas de grego e de retoacuterica aleacutem de criar o cargo de Diretor de Estudos Medidas inoacutecuas para um sistema de ensino fragmentado

1770 A Reforma Pombalina de Educaccedilatildeo substitui o sistema jesuiacutetico e o ensino eacute dirigido pelos vicemiddotreis nomeados por Portugal

1772 middot Eacute instituiacutedo o subsiacutedio literaacuterio imposto destinado a manutenccedilatildeo dos ensinos primaacuterio e meacutedio middot Eacute fundada no Rio de Janeiro a Academia Cientiacutefica

1810 middot Desfazendomiddotse de seus proacuteprios livros (60000 volumes) trazidos de Portugal D Joatildeo funda a nossa primeira biblioteca middot Eacute criada a Academia Militar

1812 Satildeo criados cursos de Agricultura na Bahia middot Eacute criada a escola de serralheiros oficiais de lima e espingardeiros em Minas Gerais middot Eacute criado o laboratoacuterio de quiacutemica no Rio de Janeiro

1822 O Decreto de 1o de marccedilo criava no Rio de Janeiro uma escola baseada no meacutetodo lancasteriano ou de ensino muacutetuo Ou seja somente um professor para cada escola

34

1824 middot A Constituiccedilatildeo outorgada pela Assembleacuteia Constituinte dizia no seu artigo 179 que a instruccedilatildeo primaacuteria era gratuita a todos os cidadatildeos

1834 middot O Ato Adicional da reforma constitucional dizia que a educaccedilatildeo primaacuteria e secundaacuteria ficaria a cargo das proviacutencias restando a administraccedilatildeo nacional o ensino superior

1835 Eacute criada uma escola normal em Niteroacutei A primeira do Brasil

1838 middot O Coleacutegio Pedro II eacute fundado no Rio de Janeiro

1854 O Decreto 1331A de 17 de fevereiro reforma os ensinos primaacuterio e secundaacuterio exigindo professores credenciados e a volta da fiscalizaccedilatildeo oficial cria a Inspetoria Geral da Instruccedilatildeo Primaacuteria e Secundaacuteria middot Eacute criada uma escola normal na Paraiacuteba

1873 Com o objetivo de estimular o desenvolvimento dos estudos secundaacuterios nas proviacutencias e de facilitar aos candidatos das proviacutencias o acesso aos cursos superiores o Ministro Joatildeo Alfredo Correia de Oliveira instalou nas capitais das proviacutencias do Impeacuterio bancas de exames gerais preparatoacuterios

1874 middot Eacute criada a Escola Politeacutecnica

1889

Ferreira Viana Ministro do Impeacuterio dizia ser fundamental formar professores com a necessaacuteria instruccedilatildeo cientiacutefica e profissional middot Em sua uacuteltima fala do trono Sua Majestade pedia empenho para a criaccedilatildeo de um ministeacuterio destinado aos negoacutecios da Instruccedilatildeo Puacuteblica middot Com a Proclamaccedilatildeo da Repuacuteblica no Governo Provisoacuterio do Marechal Deodoro da Fonseca torna-se Ministro da Instruccedilatildeo Puacuteblica Correios e Teleacutegrafos Benjamin Constant Botelho de Magalhatildees middot Os alunos matriculados nas escolas correspondem a 12 da populaccedilatildeo em idade escolar

1890 middot O Decreto 510 do Governo Provisoacuterio da Repuacuteblica diz em seu artigo 62 item 5o que o ensino seraacute leigo e livre em todos os graus e gratuito no primaacuterio middot O iacutendice de analfabetismo no Brasil eacute de 672

1891 A Constituiccedilatildeo estipula o ensino leigo nas escolas puacuteblicas em oposiccedilatildeo ao ensino religioso middot Eacute Ministro da Instruccedilatildeo Puacuteblica Correios e Teleacutegrafos Joatildeo Barbalho Uchoa Cavalcanti middot No Governo de Floriano Peixoto satildeo Ministros da Instruccedilatildeo Puacuteblica Correios e Teleacutegrafos Joseacute Higino Duarte Pereira (interino) e Fernando Lobo Leite Pereira

1927

O educador Francisco Campos realiza no Estado de Minas Gerais uma reforma educacional middot Realizamiddotse a primeira das Conferecircncias Nacionais de Educaccedilatildeo em Curitiba organizada pela Associaccedilatildeo Brasileira de Educaccedilatildeo middot ABE middot Por iniciativa de Francisco Mendes Pimentel eacute criada a Universidade de Minas Gerais (a iniciativa teve curta duraccedilatildeo)

1930

Satildeo Ministros da Justiccedila e Negoacutecios Interiores na Junta Governativa que durou apenas onze dias Gabriel Loureiro Bernardes e Afracircnio de Melo Franco (interino) middot Eacute criado o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Sauacutede Puacuteblica atraveacutes do Decreto 19402 tendo como Ministros no Governo Getuacutelio Vargas Francisco Luiz da Silva Campos Belizaacuterio Augusto de Oliveira Pena Washington Ferreira Pires e Gustavo Capanema middot O educador Lourenccedilo Filho publica Introduccedilatildeo ao Estudo da Escola Nova middot O educador Fernando de Azevedo cria a Biblioteca Pedagoacutegica Brasileira middot Os alunos matriculados nas escolas correspondem a 30 da populaccedilatildeo em idade escolar

1931

O governo provisoacuterio sanciona decretos organizando o ensino secundaacuterio e as universidades brasileiras ainda inexistentes Estes Decretos ficaram conhecidos como Reforma Francisco Campos middot O Decreto 19850 de 11 de abril cria o Conselho Nacional de Educaccedilatildeo middot O Decreto 19851 de 11 de abril institui o Estatuto das Universidades Brasileiras que dispotildee sobre a organizaccedilatildeo do ensino superior no Brasil e adota o regime universitaacuterio

35

middot O Decreto 19852 de 11 de abril dispotildee sobre a organizaccedilatildeo da Universidade do Rio de Janeiro middot O Decreto 19890 de 18 de abril dispotildee sobre a organizaccedilatildeo do ensino secundaacuterio middot O Decreto 20158 de 30 de julho organiza o ensino comercial regulamenta a profissatildeo de contador e daacute outras providecircncias middot O Decreto 21241 de 14 de abril consolida as disposiccedilotildees sobre o ensino secundaacuterio

1932

Um grupo de educadores lanccedila agrave naccedilatildeo o Manifesto dos Pioneiros da Educaccedilatildeo Nova redigido por Fernando de Azevedo middot O Decreto 21241 de 4 de abril consolida a reforma do ensino secundaacuterio visando segundo Francisco Campos a formaccedilatildeo do homem para todos os grandes setores da atividade nacional Este Decreto resultou na implantaccedilatildeo de um curriacuteculo enciclopeacutedico

1934

A nova Constituiccedilatildeo dispotildee pela primeira vez que a educaccedilatildeo eacute direito de todos devendo ser ministrada pela famiacutelia e pelos Poderes Puacuteblicos Passa a funcionar o Conselho Nacional de Educaccedilatildeo CNE e os Conselhos Estaduais de Educaccedilatildeo middot CEEs Por iniciativa do governador Armando Salles Oliveira foi criada a Universidade de Satildeo Paulo A primeira a ser criada e organizada segundo as normas do Estatuto das Universidades Brasileiras de 1931 Eacute fundada a Universidade de Porto Alegre

1942

Eacute decretada a reforma do ensino relativa ao ensino secundaacuterio conhecida como Reforma Capanema middot O Decreto-lei 4048 de 22 de janeiro cria o Serviccedilo Nacional de Aprendizagem Industrial - SENAI middot O Decreto-lei 4073 de 30 de janeiro regulamenta o ensino industrial middot O Decreto-lei 4244 de 9 de abril regulamenta o ensino secundaacuterio middot O Decreto-lei 4481 de 16 de julho dispotildee sobre a obrigatoriedade dos estabelecimentos industriais empregarem um total de 8 correspondente ao nuacutemero de operaacuterios e matriculaacute-los nas escolas do SENAI middot O Decreto-lei 4436 de 7 de novembro amplia o acircmbito do SENAI atingindo tambeacutem o setor de transportes das comunicaccedilotildees e da pesca middot O Decreto-lei 4984 de 21 de novembro compele que as empresas oficiais com mais de cem empregados a manter por conta proacutepria uma escola de aprendizagem destinada agrave formaccedilatildeo profissional de seus aprendizes

1943

Ainda no espiacuterito da Reforma Capanema eacute baixado o Decreto-lei 6141 de 28 de dezembro regulamentando o ensino comercial Eacute criada em Recife por Felipe Tiago Gomes a Campanha do Ginasiano Pobre - CGP nuacutecleo inicial da futura Campanha Nacional de Escolas da Comunidade - CNEC A Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho exige que sejam implantadas creches nas empresas para filhos de funcionaacuterios middot Eacute fundada a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro - UFRRJ

1946

A nova Constituiccedilatildeo determina a obrigatoriedade de se cumprir o ensino primaacuterio e daacute competecircncia agrave Uniatildeo para legislar sobre as diretrizes e bases da educaccedilatildeo nacional Volta a figurar na Constituiccedilatildeo que a educaccedilatildeo eacute direito de todos Tendo como Ministro da Educaccedilatildeo Raul Leitatildeo da Cunha satildeo baixados os seguintes Decretos-lei middot O Decreto-lei 8529 de 2 de janeiro regulamenta o ensino primaacuterio middot O Decreto-lei 8530 de 2 de janeiro regulamenta o ensino normal middot Os Decretos-lei 8621 e 8622 de 10 de janeiro criam o Serviccedilo Nacional de Aprendizagem Comercial - SENAC middot O Decreto-lei 9613 de 20 de agosto regulamenta o ensino agriacutecola Satildeo fundadas a Universidade Federal de Pernambuco e a Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica de Satildeo Paulo middot Satildeo Ministros da Educaccedilatildeo e Sauacutede Puacuteblica no Governo Eurico Gaspar Dutra Ernesto de Souza Campos Clemente Mariani Bittencourt Eduardo Rios Filho (interino) e Pedro Calmon Moniz de

36

Bittencourt

1948 O governo atraveacutes do Ministro Clemente Mariani encaminha ao Congresso Nacional o projeto de Lei de Diretrizes e Bases para a Educaccedilatildeo Nacional Realiza-se o I Congresso Nacional da Campanha do Ginasiano Pobre que passa a se chamar Campanha Nacional dos Educandaacuterios Gratuitos

1953

Com a criaccedilatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Sauacutede Puacuteblica passa a se chamar Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura Eacute criada a Campanha de Aperfeiccediloamento e Difusatildeo do Ensino Secundaacuterio - CADES vinculado agrave Diretoria do Ensino Secundaacuterio dirigida por Armando Hildebrand Eacute criado o Comitecirc Brasileiro da Organizaccedilatildeo Mundial de Educaccedilatildeo Preacute-Escolar - OMEP

1955

Eacute criado o Instituto Superior de Estudos Brasileiros - ISEB com o objetivo de criar uma cultura brasileira Eacute criada a Campanha Nacional de Alimentaccedilatildeo Escolar - CNAE vinculada ao Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Aniacutesio Teixeira funda os Centros de Pesquisas Educacionais de Satildeo Paulo Rio de Janeiro Recife Belo Horizonte Salvador e Porto Alegre O Deputado Carlos Lacerda apresenta seu primeiro substitutivo ao projeto de Lei para Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional Eacute Ministro da Educaccedilatildeo e Cultura no Governo Nereu Ramos Abgard de Castro Arauacutejo Renault Satildeo fundadas a Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica de Campinas e a Universidade Federal da Paraiacuteba

1957

Eacute criada a Revista Escola Secundaacuteria pela Campanha de Aperfeiccediloamento e Difusatildeo do Ensino Secundaacuterio - CADES do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo O ministro Cloacutevis Salgado altera o projeto original da Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional e envia para o Congresso Nacional o Substitutivo no 2222 Fundada a Universidade Federal do Paraacute

1959 A Emenda Carlos Lacerda (seu terceiro substitutivo) prevalece sobre o texto das Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional alterando substancialmente a pujanccedila do projeto original Cento e oitenta educadores lanccedilam um manifesto agrave naccedilatildeo solicitando ao governo que o projeto da Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional fosse rejeitado

1961

Depois de treze anos de discussotildees eacute promulgada a Lei 4024 que regulamenta as Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional O presidente Joatildeo Goulart ainda vetou 25 artigos que posteriormente receberam aprovaccedilatildeo pelo Congresso Surgem os Centros Populares de Cultura - CPC intimamente ligados agrave Uniatildeo Nacional dos Estudantes - UNE e o Movimento de Educaccedilatildeo de Base - MEB ligado agrave Confederaccedilatildeo Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB e ao governo da Uniatildeo A Prefeitura Municipal de Natal no Rio Grande do Norte inicia uma campanha de alfabetizaccedilatildeo (De Peacute no Chatildeo Tambeacutem se Aprende a Ler) A teacutecnica didaacutetica criada pelo pernambucano Paulo Freire propunha-se a alfabetizar em 40 horas adultos analfabetos A experiecircncia teve iniacutecio na cidade de Angicos no Estado do Rio Grande do Norte e logo depois na cidade de Tiriri no Estado de Pernambuco Eacute Ministro da Educaccedilatildeo e Cultura no Governo Jacircnio Quadros Briacutegido Fernandes Tinoco Satildeo Ministros da Educaccedilatildeo e Cultura no Governo Joatildeo Goulart durante o Regime Parlamentarista Antonio Ferreira de Oliveira Brito Roberto Tavares de Lira e Darcy Ribeiro durante o Regime Presidencialista Teotocircnio Mauriacutecio Monteiro de Barros Filho Paulo de Tarso Santos e Juacutelio Furquim de Sambaqui (interino) Eacute criada a Universidade de Brasiacutelia a Universidade Federal de Alagoas e a do Espiacuterito Santo e a Universidade Catoacutelica de Petroacutepolis e a de Salvador

1962 Eacute criado o Conselho Federal de Educaccedilatildeo cumprindo o artigo 9o da Lei de Diretrizes e Bases Este substitui o Conselho Nacional de Educaccedilatildeo Satildeo criados tambeacutem os Conselhos Estaduais de Educaccedilatildeo

37

Eacute criado o Plano Nacional de Educaccedilatildeo e o Programa Nacional de Alfabetizaccedilatildeo pelo Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura inspirado no Meacutetodo Paulo Freire Eacute fundada a Universidade Estadual de Campinas e a Universidade Norte de Ensino Superior de Montes Claros Minas Gerais

1965 Acordo MECConselho de Cooperaccedilatildeo Teacutecnica da Alianccedila para o Progresso - CONTAPUSAID para melhoria do ensino meacutedio Previa assessoria teacutecnica americana para o planejamento do ensino e treinamento de teacutecnicos brasileiros nos Estados Unidos

1966 Acordo MEC CONTAP USAID de assessoria para a expansatildeo e aperfeiccediloamento do quadro de professores de ensino meacutedio no Brasil

1968 A Lei 5540 de 28 de novembro fixa normas de organizaccedilatildeo e funcionamento do ensino superior e sua articulaccedilatildeo com a escola meacutedia

1971

Eacute promulgada a Lei 5692 que regulamenta o ensino de primeiro e segundo graus Entre outras determinaccedilotildees amplia a obrigatoriedade escolar de quatro para oito anos aglutina o antigo primaacuterio com o ginasial suprimindo o exame de admissatildeo e criando a escola uacutenica profissionalizante A Resoluccedilatildeo no 8 do Conselho Federal de Educaccedilatildeo fixa o nuacutecleo comum para os curriacuteculos do ensino de 1o e 2o graus definindo seus objetivos e a amplitude O Parecer 853 do Conselho Federal de Educaccedilatildeo define a doutrina de curriacuteculo indica os conteuacutedos de nuacutecleo comum apresenta o conceito de mateacuteria orienta suas formas de tratamento e integraccedilatildeo indica os objetivos das aacutereas de estudo e os do processo educativo remetendo-os ao objetivo geral do ensino de 1o e 2o graus e aos fins da educaccedilatildeo brasileira O Decreto 68908 dispotildee sobre o concurso vestibular fixando as condiccedilotildees para o ingresso na Universidade

1972 O Parecer no 45 do Conselho Federal de Educaccedilatildeo fixa o curriacuteculo miacutenimo a ser exigido em cada habilitaccedilatildeo profissional ou conjunto de habilitaccedilotildees afins no ensino de 2o grau

1978 A Portaria no 505 do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo aprova diretrizes baacutesicas para o ensino de Moral e Ciacutevica nos cursos de 1o e 2o graus e de Estudos de Problemas Brasileiros nos cursos superiores

1982

A Lei no 7044 altera dispositivos da Lei 569271 referentes agrave profissionalizaccedilatildeo do ensino de 2o grau implicando em algumas mudanccedilas na proposta curricular dispensando as escolas da obrigatoriedade da profissionalizaccedilatildeo voltando a ecircnfase agrave formaccedilatildeo geral O Parecer no 618 do Conselho Federal de Educaccedilatildeo explica as alteraccedilotildees introduzidas pela Lei 7044

1986

O Parecer no 785 do Conselho Federal de Educaccedilatildeo reformula o nuacutecleo comum para o ensino de 1o e 2o graus middot A Resoluccedilatildeo no 6 do Conselho Federal de Educaccedilatildeo reformula o nuacutecleo comum para os curriacuteculos do ensino de 1o e 2o graus revogando a Resoluccedilatildeo no 871 do proacuteprio CFE dando novas diretrizes

1992 As disciplinas de Organizaccedilatildeo Social e Poliacutetica do Brasil - OSPB e Estudos de Problemas Brasileiros - EPB deixam de ser obrigatoacuterias no ensino de 2o grau e superior

1995 A Universidade de Brasiacutelia cria o Programa de Avaliaccedilatildeo Seriada - PAS para ingresso na universidade que acaba com o exame vestibular A avaliaccedilatildeo do aluno eacute feita durante a realizaccedilatildeo do 2o grau

1996 O Presidente sanciona a Lei no 9394 a Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo (LDB) que ficou oito anos em discussatildeo no Congresso

1997 As escolas de 2o grau tambeacutem satildeo avaliadas atraveacutes de Provatildeo

1998 Eacute instituiacutedo pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais - INEP o Exame Nacional do Ensino Meacutedio - ENEM para ser aplicado aos alunos concluintes e aos egressos deste niacutevel de ensino

38

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria a partir de dados disponibilizados em

wwwPedagogiaemfocoprobr

No capiacutetulo a seguir eacute descrita a Estrutura Organizacional da Educaccedilatildeo no

Brasil

39

Capiacutetulo 3 A Estrutura Organizacional da Educaccedilatildeo no Brasil

Os conteuacutedos dos itens 31 e 32 foram extraiacutedos da Lei nordm 9394 de 20 de

dezembro de 1996 - Lei de Diretrizes e Bases (LDB) e as informaccedilotildees do item 33

foram baseados no site institucional da Secretaria Estadual de Educaccedilatildeo do

Estado do Rio de Janeiro (SEERJ)

31 A Organizaccedilatildeo

A Organizaccedilatildeo da Educaccedilatildeo Nacional eacute composta pela Uniatildeo pelos

Estados pelo Distrito Federal e pelos Municiacutepios organizados em regime de

colaboraccedilatildeo

Cabe agrave Uniatildeo a coordenaccedilatildeo da poliacutetica nacional de educaccedilatildeo da

articulaccedilatildeo os diferentes niacuteveis e sistemas A Uniatildeo ainda exerce funccedilatildeo

normativa redistributiva e supletiva em relaccedilatildeo agraves demais instacircncias

educacionais

40

311 Atribuiccedilotildees da Uniatildeo

De acordo com a Lei das Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo eacute papel do

Governo Federal atraveacutes do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo

1 - Elaborar o Plano Nacional de Educaccedilatildeo em colaboraccedilatildeo com os

Estados o Distrito Federal e os Municiacutepios

2 - Organizar manter e desenvolver os oacutergatildeos e instituiccedilotildees oficiais do

sistema federal de ensino e o dos Territoacuterios

3 - Prestar assistecircncia teacutecnica e financeira aos Estados ao Distrito Federal e

aos Municiacutepios para o desenvolvimento de seus sistemas de ensino e o

atendimento prioritaacuterio agrave escolaridade obrigatoacuteria exercendo sua funccedilatildeo

redistributiva e supletiva

4 - Estabelecer em colaboraccedilatildeo com os Estados o Distrito Federal e os

Municiacutepios competecircncias e diretrizes para a educaccedilatildeo infantil o ensino

fundamental e o ensino meacutedio que nortearatildeo os curriacuteculos e seus conteuacutedos

miacutenimos de modo a assegurar formaccedilatildeo baacutesica comum

5 - Coletar analisar e disseminar informaccedilotildees sobre a educaccedilatildeo

6 - Assegurar processo nacional de avaliaccedilatildeo do rendimento escolar no

ensino fundamental meacutedio e superior em colaboraccedilatildeo com os sistemas de

ensino objetivando a definiccedilatildeo de prioridades e a melhoria da qualidade do

ensino

7 - Baixar normas gerais sobre cursos de graduaccedilatildeo e poacutes-graduaccedilatildeo

8-Assegurar processo nacional de avaliaccedilatildeo das instituiccedilotildees de educaccedilatildeo

superior com a cooperaccedilatildeo dos sistemas que tiverem responsabilidade sobre

este niacutevel de ensino

41

9-Autorizar reconhecer credenciar supervisionar e avaliar

respectivamente os cursos das instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior e os

estabelecimentos do seu sistema de ensino

312 Atribuiccedilotildees dos Estados

Tambeacutem conforme estabelecido na LDB cabe aos Governos Estaduais

atraveacutes das Secretarias Estaduais de Educaccedilatildeo

1-Organizar manter e desenvolver os oacutergatildeos e instituiccedilotildees oficiais dos seus

sistemas de ensino

2-Definir com os Municiacutepios formas de colaboraccedilatildeo na oferta do ensino

fundamental as quais devem assegurar a distribuiccedilatildeo proporcional das

responsabilidades de acordo com a populaccedilatildeo a ser atendida e os recursos

financeiros disponiacuteveis em cada uma dessas esferas do Poder Puacuteblico

3-Elaborar e executar poliacuteticas e planos educacionais em consonacircncia

com as diretrizes e planos nacionais de educaccedilatildeo integrando e coordenando as

suas accedilotildees e as dos seus Municiacutepios

4-Autorizar reconhecer credenciar supervisionar e avaliar

respectivamente os cursos das instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior e os

estabelecimentos do seu sistema de ensino

5-Baixar normas complementares para o seu sistema de ensino

6-Assegurar o ensino fundamental e oferecer com prioridade o ensino

meacutedio

Em relaccedilatildeo ao Distrito Federal aplicam-se as competecircncias referentes aos

Estados e aos Municiacutepios

42

313 Atribuiccedilotildees dos Municiacutepios

A LDB estabelece que os Municiacutepios incumbir-se-atildeo atraveacutes das Secretarias

Municipais de Educaccedilatildeo

1-Organizar manter e desenvolver os oacutergatildeos e instituiccedilotildees oficiais dos seus

sistemas de ensino integrando-os agraves poliacuteticas e planos educacionais da Uniatildeo e

dos Estados

2-Exercer accedilatildeo redistributiva em relaccedilatildeo agraves suas escolas

3-Baixar normas complementares para o seu sistema de ensino

4-Autorizar credenciar e supervisionar os estabelecimentos do seu sistema

de ensino

5-Oferecer a educaccedilatildeo infantil em creches e preacute-escolas e com

prioridade o ensino fundamental permitida a atuaccedilatildeo em outros niacuteveis de ensino

somente quando estiverem atendidas plenamente as necessidades de sua aacuterea

de competecircncia e com recursos acima dos percentuais miacutenimos vinculados pela

Constituiccedilatildeo Federal agrave manutenccedilatildeo e desenvolvimento do ensino

Os Municiacutepios podem optar ainda por se integrar ao sistema estadual de

ensino ou compor com ele um sistema uacutenico de educaccedilatildeo baacutesica

314 O Papel dos Estabelecimentos de Ensino

Respeitadas as normas comuns e as do seu sistema de ensino a LDB

estabelece que os estabelecimentos de ensino tecircm a funccedilatildeo de

1 -Elaborar e executar sua proposta pedagoacutegica

2- Administrar seu pessoal e seus recursos materiais e financeiros

3 -Assegurar o cumprimento dos dias letivos e horas-aula estabelecidos

43

4 -Velar pelo cumprimento do plano de trabalho de cada docente

5 -Prover meios para a recuperaccedilatildeo dos alunos de menor rendimento

6-Articular-se com as famiacutelias e a comunidade criando processos de

integraccedilatildeo da sociedade com a escola

7 -Informar os pais e responsaacuteveis sobre a frequumlecircncia e o rendimento dos

alunos bem como sobre a execuccedilatildeo de sua proposta pedagoacutegica

315 Atribuiccedilotildees dos Docentes

Segundo a LDB cabe aos docentes

1 -Participar da elaboraccedilatildeo da proposta pedagoacutegica do estabelecimento

de ensino

2 -Elaborar e cumprir plano de trabalho segundo a proposta pedagoacutegica

do estabelecimento de ensino

3 -Zelar pela aprendizagem dos alunos

4- Estabelecer estrateacutegias de recuperaccedilatildeo para os alunos de menor

rendimento

5-Ministrar os dias letivos e horas-aula estabelecidos aleacutem de participar

integralmente dos periacuteodos dedicados ao planejamento agrave avaliaccedilatildeo e ao

desenvolvimento profissional

6 -Colaborar com as atividades de articulaccedilatildeo da escola com as famiacutelias e

a comunidade

A LDB estabelece ainda que os sistemas de ensino definiratildeo as normas da

gestatildeo democraacutetica do ensino puacuteblico na educaccedilatildeo baacutesica de acordo com as

suas peculiaridades e conforme os princiacutepios de

44

Participaccedilatildeo dos profissionais da educaccedilatildeo na elaboraccedilatildeo do projeto

pedagoacutegico da escola e de participaccedilatildeo das comunidades escolar e local em

conselhos escolares ou equivalentes

Tambeacutem se configura como atribuiccedilatildeo dos sistemas de ensino assegurar agraves

unidades escolares puacuteblicas de educaccedilatildeo baacutesica que os integram progressivos

graus de autonomia pedagoacutegica e administrativa e de gestatildeo financeira

observadas as normas gerais de direito financeiro puacuteblico

32 A Abrangecircncia dos Sistemas

Os sistemas de ensino estatildeo relacionados agraves diferentes esferas

governamentais conforme segue

321 O Sistema Federal

O Sistema Federal de ensino compreende

1 - As instituiccedilotildees de ensino mantidas pela Uniatildeo

2-As instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior criadas e mantidas pela iniciativa

privada

3 -Os oacutergatildeos federais de educaccedilatildeo

322 Os Sistemas de Ensino dos Estados e do Distrito Federal Compreendem

1-As instituiccedilotildees de ensino mantidas respectivamente pelo Poder Puacuteblico

estadual e pelo Distrito Federal

2 -As instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior mantidas pelo Poder Puacuteblico

municipal

3-As instituiccedilotildees de ensino fundamental e meacutedio criadas e mantidas pela

iniciativa privada

45

4 -Os oacutergatildeos de educaccedilatildeo estaduais e do Distrito Federal

respectivamente

No Distrito Federal as instituiccedilotildees de educaccedilatildeo infantil criadas e mantidas

pela iniciativa privada integram seu sistema de ensino

323 O Sistema Municipal Na esfera Municipal os sistemas de ensino compreendem

1-As instituiccedilotildees do ensino fundamental meacutedio e de educaccedilatildeo infantil

mantidas pelo Poder Puacuteblico municipal

2-As instituiccedilotildees de educaccedilatildeo infantis criadas e mantidas pela iniciativa

privada

3-Os oacutergatildeos municipais de educaccedilatildeo

As instituiccedilotildees de ensino dos diferentes niacuteveis classificam-se nas seguintes

categorias administrativas

1-Puacuteblicas assim entendidas as criadas ou incorporadas mantidas e

administradas pelo Poder Puacuteblico

2 -Privadas assim entendidas as mantidas e administradas por pessoas

fiacutesicas ou juriacutedicas de direito privado

A figura 31 mostra de forma resumida a estrutura organizacional da educaccedilatildeo brasileira

46

UNIAtildeO

MINISTEacuteRIO DA EDUCACcedilAtildeO

ESTADOS

SECRETARIA ESTADUAL DE EDUCACcedilAtildeO

MUNICIacutePIOS

SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCACcedilAtildeO

AL UNOS

ENSINO SUPERIOR

Docentes

ENSINO MEacuteDIO

Docentes

ENSINO FUNDAMENTAL

Figura 31 Organograma da Organizaccedilatildeo Educacional Brasileira

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria a partir dos dados descritos neste capiacutetulo

Como os estudos deste trabalho estatildeo focados no ensino meacutedio a seguir

seraacute destacada a Secretaria Estadual de Educaccedilatildeo do Estado do Rio de Janeiro

33 A Secretaria Estadual de Educaccedilatildeo

A Secretaria Estadual de Educaccedilatildeo do Rio de Janeiro foi criada em 15 de

marccedilo de 1975 Em sua atual administraccedilatildeo o Secretaacuterio Nelson Maculam Filho

comanda uma rede de ensino de 1679 escolas 77 mil professores 22617

funcionaacuterios de apoio administrativo e um universo de 15 milhatildeo de alunos A

Secretaria eacute composta por 29 coordenadorias distribuiacutedas por regiotildees do estado

do Rio de Janeiro de acordo com a Tabela 31

47

Tabela 31 Coordenadorias da SEERJ

REGIOtildeES COORDENADORIASBaiacutea da Ilha Grande Baiacutea da Ilha Grande

Baixadas Litoracircneas IBaixadas Litoracircneas IICentro Sul ICentro Sul IIMeacutedio Paraiacuteba IMeacutedio Paraiacuteba IIMeacutedio Paraiacuteba IIIMetropolitana IMetropolitana IIMetropolitana IIIMetropolitana IVMetropolitana VMetropolitana VIMetropolitana VIIMetropolitana VIIIMetropolitana IXMetropolitana XMetropolitana XINoroeste Fluminense INoroeste Fluminense IINoroeste Fluminense IIINorte Fluminense INorte Fluminense IINorte Fluminense IIISerrana ISerrana IISerrana IIISerrana IV

Noroeste Fluminense

Norte Fluminense

Serrana

Baixadas Litoracircneas

Centro Sul

Meacutedio Paraiacuteba

Metropolitana

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria a partir de dados da SEERJ

No mapa da figura 32 satildeo mostrados os municiacutepios de cada regiatildeo relacionados na tabela 31

48

Figura 32 Mapa das metropolitanas do estado do Rio de Janeiro

Fonte Site institucional da SEEERJ

O foco deste estudo se restringe agraves escolas situadas no Municiacutepio do Rio de

Janeiro portanto seratildeo mostrados os detalhes das Metropolitanas III IV e X

METROPOLITANA III

Situada no bairro do Meacuteier coordena 163 escolas compreendendo

escolas de ensino fundamental e ensino meacutedio totalizando cerca de 68475

alunos

METROPOLITANA IV

Situada no bairro de Campo Grande coordena 141 escolas

compreendendo escolas de ensino fundamental e ensino meacutedio totalizando

cerca de 90733 alunos

49

METROPOLITANA X

Situada no bairro da Tijuca coordena 163 escolas compreendendo

escolas de ensino fundamental e ensino meacutedio totalizando cerca de 58693

alunos

Aleacutem das atribuiccedilotildees definidas por lei a SEERJ desenvolve accedilotildees e projetos

paralelos como mostrados a seguir

Accedilotildees e Projetos Secretaria Estadual de Educaccedilatildeo

PROGRAMA SUCESSO ESCOLAR

O programa sucesso escolar foi lanccedilado em 31 de maio de 2004 com o

objetivo de combater a reprovaccedilatildeo e a evasatildeo nas escolas evasotildees estas que

custam ao Estado cerca de R$ 450 milhotildees por ano O Rio de Janeiro tem um dos

maiores iacutendices de reprovaccedilatildeo do Sudeste 381 cerca de 10 abaixo da meacutedia

nacional Desde 2004 os alunos da rede recebem reforccedilo escolar atraveacutes de

aulas extras O programa atende aos alunos com baixo desempenho escolar

PROGRAMA SAUacuteDE NA ESCOLA

O Programa promove sauacutede nos CIEPS desde 2000 Em 1995 com base na

Carta de Otawa (WHO 1986) surgiu o conceito de Escolas Promotoras de

Sauacutede atraveacutes da Iniciativa Global de Sauacutede na Escola lanccedilada pela

Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede Trata-se de uma accedilatildeo em parceria entre as

secretarias de Estado de Educaccedilatildeo Sauacutede e a Defesa Civil visando a prevenccedilatildeo

e a promoccedilatildeo da sauacutede dos estudantes oferecendo atendimento cliacutenico

pediaacutetrico e odontoloacutegico

REGISTRO UacuteNICO DO ALUNO (REGUA)

O Registro Uacutenico do Aluno (REGUA) estaacute inserido no Programa de

Reestruturaccedilatildeo da Rede Puacuteblica de Ensino (PRO-REDE) Com o registro que eacute

uma carteira de estudante que funciona como identidade os estudantes tecircm

direito ao Passe Livre nos ocircnibus municipais aleacutem de descontos na aacuterea cultural

50

PROGRAMA QUADRO DE HORAacuteRIOS

O Programa foi lanccedilado em outubro de 2004 para definir os quadros de

horaacuterios de cada turma das 1854 escolas da rede estadual de ensino com o

objetivo de identificar os professores que natildeo estatildeo dando aula nem exercem

funccedilotildees administrativas nas escolas e assim poder providenciar a alocaccedilatildeo deles

em outras unidades combatendo assim o problema da falta de professores

PROJETO DE CAPACITACcedilAtildeO DE GESTORES ESCOLARES O Curso de Gestatildeo Escolar para Diretor Geral Diretor Adjunto e Gerente de

Ensino tem como objetivo

1 ndash Oferecer formaccedilatildeo continuada e ou formaccedilatildeo em niacutevel de

especializaccedilatildeo em serviccedilo aos gestores das escolas puacuteblicas de educaccedilatildeo

baacutesica da rede estadual

2 ndash Contribuir para a melhoria dos processos de gestatildeo da rede estadual

do Rio de Janeiro e tornar positivo seu impacto na qualidade da educaccedilatildeo

Baacutesica

3 ndash Contribuir para construccedilatildeo de um novo significado da gestatildeo escolar

com base na integraccedilatildeo dos aspectos administrativos e pedagoacutegicos nas accedilotildees

dos gestores

PROGRAMA ESTADUAL DE LEITURA

O programa pretende estimular o haacutebito de leitura nos alunos das escolas

da rede estadual e promove o acesso a livros e bens culturais Envolve a criaccedilatildeo

de poacutelos de leitura nas bibliotecas das escolas da rede em todos os municiacutepios do

Rio com a promoccedilatildeo ainda de eventos culturais mensais

PROGRAMA DE VISITAS

O Programa foi lanccedilado em maio de 2005 com a finalidade de combater

a evasatildeo e a repetecircncia nas escolas estaduais O programa tem por objetivo

resgatar o aluno e envolver a famiacutelia no dia-a-dia da escola Setecentos

estudantes do Ensino Meacutedio de 140 escolas da rede estadual com altos iacutendices

51

de evasatildeo e repetecircncia de 15 coordenadorias regionais percorreratildeo as suas

proacuteprias comunidades para levar informaccedilotildees sobre os projetos da Secretaria

chamar de volta agrave escola os colegas que desistiram de estudar e reunir sugestotildees

e reivindicaccedilotildees das famiacutelias visitadas Esses jovens receberatildeo bolsa mensal de R$

6500 (sessenta e cinco reais)

PROGRAMA DE MUNICIPALIZACcedilAtildeO DO ENSINO

O programa tem por objetivo aleacutem da passagem gradual dos encargos

da educaccedilatildeo infantil e ensino fundamental para a esfera municipal o programa

de municipalizaccedilatildeo traduz-se na integraccedilatildeo entre as esferas administrativas

atraveacutes de accedilotildees poliacutetico-pedagoacutegicas tendo por base a racionalizaccedilatildeo dos

sistemas municipais e estaduais de educaccedilatildeo objetivando aperfeiccediloar a

ocupaccedilatildeo de espaccedilos alocaccedilatildeo de alunos adequaccedilatildeo e aproveitamento dos

recursos humanos e materiais pensados enquanto rede puacuteblica unificada e sem

discriminaccedilotildees

PREcircMIO NACIONAL DE REFEREcircNCIA EM GESTAtildeO

Com o apoio da Fundaccedilatildeo Ford do Fundo das Naccedilotildees Unidas para a

infacircncia - Unicef da embaixada dos Estados Unidos no Brasil do Conselho

Britacircnico e eventualmente de outros organismos e instituiccedilotildees o Precircmio foi

instituiacutedo para atingir os seguintes objetivos

a) estimular o desenvolvimento da gestatildeo democraacutetica na escola tendo

como foco o compromisso com uma aprendizagem de qualidade

b) valorizar as escolas puacuteblicas de educaccedilatildeo baacutesica que se destaquem

por iniciativas e experiecircncias inovadoras e bem sucedidas de gestatildeo escolar

c) apoiar o desenvolvimento de uma cultura de auto-avaliaccedilatildeo da gestatildeo

escolar

d) incentivar o processo de melhoria contiacutenua da escola pela elaboraccedilatildeo

de planos de accedilatildeo tendo com base a sua auto-avaliaccedilatildeo

52

PLANO DE RECUPERACcedilAtildeO DA REDE FIacuteSICA

O Programa foi iniciado em 2002 responsaacutevel pela construccedilatildeo ampliaccedilatildeo

reforma e manutenccedilatildeo nas escolas da rede estadual de ensino

O programa tem por objetivo revitalizar as escolas da rede e atender

alunos professores e servidores de apoio com mais qualidade por meio de um

plano de recuperaccedilatildeo

PARLAMENTO JUVENIL

O Parlamento Juvenil eacute um programa pedagoacutegico da SEE em parceria

com a Assembleacuteia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) criado em 2003

em que os estudantes da rede aprendem a exercer na praacutetica as funccedilotildees

parlamentares

Tem por objetivo conscientizar os alunos da rede estadual de ensino sobre

processo democraacutetico integrando-os agrave atividade poliacutetica Aleacutem disso eacute uma

maneira de aproximar o jovem de tudo que diz respeito agrave sua cidade jaacute que seus

projetos de lei devem abordar os problemas de seus municiacutepios Tem como

Puacuteblico alvo toda a comunidade escolar

PROJETO OLHANDO A ESCOLA

O programa eacute desenvolvido em parceria entre a secretarias estaduais de

Educaccedilatildeo Sauacutede e Defesa Civil para identificar estudantes com problemas de

visatildeo o que tecircm dificultado o aprendizado e consequumlentemente o

desempenho escolar

PROGRAMA NOVA ESCOLA

O Objetivo eacute impulsionar a melhoria na qualidade de ensino e valorizar a

escola puacuteblica objetiva a propor criteacuterios de avaliaccedilatildeo das escolas em cinco

itens prestaccedilatildeo de contas gestatildeo da matriacutecula integraccedilatildeo com a comunidade

desempenho dos alunos (estudantes da 2ordf a 8ordf seacuteries do ensino Fundamental e 1ordf

a 3ordf seacuteries do ensino meacutedio fizeram provas de Liacutengua Portuguesa e Matemaacutetica e

53

fluxo escolar A partir dos resultados o programa concede aos professores e

demais profissionais gratificaccedilotildees proporcionais agraves suas realizaccedilotildees educacionais

PROGRAMA MERENDA ESCOLAR

Tem como objetivo suprir as necessidades nutricionais dos alunos durante o

tempo de permanecircncia na escola contribuir para a reduccedilatildeo da evasatildeo escolar

melhorar o rendimento escolar formar bons haacutebitos alimentares e contribuir para

a manutenccedilatildeo da sauacutede escolar

KITS ESCOLARES

O programa foi criado em 2004 consiste na distribuiccedilatildeo de kits escolares

para 15 milhatildeo de estudantes Os kits satildeo formados por caderno reacutegua cola

caneta laacutepis borracha apontador e mochila

JOGOS DA EDUCACcedilAtildeO PUacuteBLICA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Programa eacute desenvolvido em parceria pelas Secretarias Estaduais de

Educaccedilatildeo e de Esportes para incentivar o gosto e o haacutebito de praticar esporte

entre os estudantes da rede fornecendo noccedilotildees de cidadania e contribuindo

para melhorar o desempenho escolar

PROGRAMA ESTADUAL DE INFORMAacuteTICA APLICADA Agrave

EDUCACcedilAtildeO

O programa tem como objetivo aumentar o nuacutemero de laboratoacuterios e

ampliar o acesso dos estudantes e da comunidade escolar em geral agrave

informaacutetica e agrave internet promovendo assim a inclusatildeo digital

HORAacuteRIO INTEGRAL

Os Centros Integrados de Educaccedilatildeo Puacuteblica satildeo escolas de estilo

arquitetocircnico e proposta pedagoacutegica proacuteprios com funcionamento em horaacuterio

integral que proporcionam a seus alunos muacuteltiplas atividades complementando

54

o trabalho nas salas de aula com recreaccedilotildees esportes atividades culturais aleacutem

de fornecer alimentaccedilatildeo

O objetivo eacute estabelecer um processo de formaccedilatildeo do aluno que

estimule a constante troca de ideacuteias vivecircncias e empenho em promover a

autoconfianccedila para que eles sintam vontade real de aprender cada vez mais

cientes de seus deveres e direitos de cidadatildeo

PROGRAMA GEOREFERENCIAMENTO

Um sistema de informaacutetica georeferenciou cerca de 11 mil escolas das

redes municipal estadual federal e particular tendo como objetivos permitir que

a Secretaria de Educaccedilatildeo tenha informaccedilotildees sobre as 11 mil escolas do estado

do Rio de Janeiro Seraacute possiacutevel por meio dele planejar a construccedilatildeo e a

ampliaccedilatildeo de novas escolas assim como a matriacutecula e a troca de informaccedilotildees

entre municiacutepio e estado

FOacuteRUM PERMANENTE DE DIRETORES

Esse Foacuterum eacute presidido pelo Secretaacuterio com a presenccedila dos Subsecretaacuterios

e 81 Diretores das Unidades Escolares de toda a rede Visa discutir a realidade de

nossas escolas trazer sugestotildees a fim de nortear os trabalhos desenvolvidos pela

SEE

PROJETO FACcedilA PARTE O projeto tem por objetivo discutir de que maneira alunos e as escolas

podem ser estimulados a agir como voluntaacuterios debatendo as vaacuterias formas de

mobilizaccedilatildeo social considerada pelos especialistas como uma ferramenta de

ensino inovadora e interativa

PROGRAMA ESCOLAS DE PAZ O Programa Escolas de Paz faz parte de um acordo de cooperaccedilatildeo entre

a Unesco e a Secretaria de Estado de Educaccedilatildeo do Rio de Janeiro e segue as

orientaccedilotildees do Programa Abrindo Espaccedilos recomendado pela Unesco como

55

estrateacutegia de construccedilatildeo de uma Cultura de Paz Foi criado em 2000 e retomado

em agosto de 2003 Consiste em abrir 200 unidades escolares de 11

coordenadorias da Regiatildeo Metropolitana selecionadas nas aacutereas onde haacute maior

carecircncia de lazer nos finais de semana para atividades artiacutesticas esportivas e de

lazer As escolas oferecem cafeacute da manhatilde almoccedilo e agraves vezes lanches aos

participantes Eacute voltado para jovens de quatorze a vinte quatro anos

O programa visa implantar uma cultura de natildeo violecircncia no interior das

escolas e comunidades vizinhas aleacutem de procurar integrar e aproximar a famiacutelia

dos jovens agrave escola melhorar o desempenho estudantil e despertar eventuais

potencialidades culturais artiacutesticas e esportivas nos alunos O programa acontece

aos saacutebados das 9h agraves 17h mesmo nas feacuterias e as escolas recebem mensalmente

verbas para pagamento da equipe local manutenccedilatildeo e nutriccedilatildeo

PROJETO ESCOLA FAZ ARTE

A escola eacute o espaccedilo ideal para que os alunos possam expressar suas

qualidades artiacutesticas criando muitas vezes trabalhos maravilhosos verdadeiras

obras de arte que passam despercebidas fora dos muros escolares O projeto

visa valorizar os jovens talentos que surgem em nossas Unidades Escolares

incentivando e proporcionando uma maior divulgaccedilatildeo de seus dons criativos

Sendo assim a SEE elaborou o Projeto Escola faz Arte em agosto de 2004

retornando em marccedilo de 2005 visando expor durante uma semana os trabalhos

das Unidades Escolares no hall do gabinete do Secretaacuterio (5deg andar)

CHEQUE ndashESCOLA

Trata-se de um Programa de inclusatildeo social que transfere recursos

estaduais para famiacutelias de baixa renda que tenham filhos com idade escolar

entre sete e quatorze anos matriculados na rede puacuteblica

O programa tem por objetivo a permanecircncia dos alunos na escola

afastando-os da situaccedilatildeo de risco social favorecendo a formaccedilatildeo de novos

cidadatildeos e uma melhoria na qualidade de vida da famiacutelia A frequumlecircncia escolar

eacute condiccedilatildeo fundamental para a participaccedilatildeo e manutenccedilatildeo da famiacutelia no

56

programa

PROJETO APRENDENDO XADREZ NAS ESCOLAS

Consiste em uma parceria com a Federaccedilatildeo de Xadrez do Estado do Rio

de Janeiro para transformar o xadrez em ferramenta pedagoacutegica estimulando o

raciociacutenio a concentraccedilatildeo e a criatividade do aluno A meta eacute melhorar o

desempenho em matemaacutetica aleacutem de combater a repetecircncia e evasatildeo escolar

PROGRAMA ACELERA JOVEM

Programa foi lanccedilado para ajudar alunos que apresentem defasagem

idade-seacuterie a recuperar o tempo perdido com o objetivo de colocar o ensino

fundamental ao alcance de jovens que estatildeo fora da escola ou que estatildeo com

os estudos atrasados

O Programa visa atender aquela faixa etaacuteria delineada como de risco

jovens entre 15 e 30 anos que estatildeo fora da escola ou estando na escola

tenham pelo menos concluiacutedos quatro anos de estudo e apresentem uma

defasagem idade-seacuterie de trecircs anos ou mais

A ESCOLA VAI AO TEATRO

O Programa foi desenvolvido em parceria entre as Secretarias Estaduais de

Educaccedilatildeo e Cultura para estimular o interesse dos alunos por teatro e disciplinas

como literatura e histoacuteria O projeto quer incentivar ainda a melhoria do

desempenho escolar atraveacutes da abordagem de temas histoacutericos

O objetivo eacute levar os alunos permanentemente para assistir agrave peccedilas que

tenham conteuacutedo pedagoacutegico facilitando aos estudantes da rede puacuteblica o

acesso a esses bens culturais aleacutem de fornecer aos professores material para ser

discutido e trabalhado dentro da sala de aula

57

EDUCACcedilAtildeO AMBIENTAL

Esclarece e orienta agraves escolas os alunos e agrave comunidade sobre questotildees

referentes agrave Educaccedilatildeo Ambiental na Rede de Ensino Puacuteblica Estadual do Rio de

Janeiro

Contribui na consolidaccedilatildeo da Lei nordm 9795 de abril de 1999 que institui a

Poliacutetica Nacional de Educaccedilatildeo Ambiental

Desenvolve o Programa Estadual de Educaccedilatildeo Ambiental instituiacuteda pela

Lei 3325 de 17121999

Promove accedilotildees seminaacuterios e projetos objetivando a implantaccedilatildeo e

implementaccedilatildeo da Agenda Ambiental nas escolas puacuteblicas estadual do Rio de

Janeiro

A Estrutura Organizacional da Educaccedilatildeo no Brasil eacute uma ferramenta que

daacute suporte para o desenvolvimento da cidadania que eacute fator determinante para

a inclusatildeo social A inclusatildeo social seraacute tratada no capiacutetulo seguinte atraveacutes das

Poliacuteticas Puacuteblicas

58

Capiacutetulo 4 Poliacuteticas Puacuteblicas de Inclusatildeo Social

41 A Crise do Sistema Poliacutetico Liberal e o Iniacutecio do

Intervencionismo do Estado

Ateacute o iniacutecio do seacuteculo XX prevaleciam ideacuteias de um sistema poliacutetico liberal

no qual o Estado natildeo tinha muita participaccedilatildeo e a relaccedilatildeo do indiviacuteduo com a

sociedade soacute era percebida se o mesmo estivesse inserido de alguma forma no

mercado Aqueles que se encontravam fora desta condiccedilatildeo eram privados da

utilizaccedilatildeo de serviccedilos essenciais aquisiccedilatildeo de bens enfim de tudo o mais que se

fazia necessaacuterio para seu desenvolvimento (Carvalho 2002)

No primeiro quartel do seacuteculo XX a economia se encontrava em

recuperaccedilatildeo dos efeitos de poacutes-guerra a partir do liberalismo do estado e neste

mesmo periacuteodo se dava a consolidaccedilatildeo do capitalismo monopolista com a

fusatildeo de pequenas companhias originando os grandes conglomerados Isto

ocorreu mesmo com a existecircncia de leis como as ldquoantitrustesrdquo que impediam

estas uniotildees entre empresas Sem a efetividade das leis as grandes empresas

industriais e bancaacuterias predominavam o cenaacuterio econocircmico sob a proteccedilatildeo de

59

uma poliacutetica adotada pelos governos de natildeo intervirem nas movimentaccedilotildees do

mercado (Magdof 1979)

Nessa eacutepoca os Estados Unidos assumiram a hegemonia econocircmica em

escala mundial O seu crescimento econocircmico no poacutes-guerra propiciou enorme

euforia social dando a falsa imagem de uma prosperidade eterna Poreacutem a

sensaccedilatildeo de seguranccedila absoluta impediu a correta avaliaccedilatildeo das tendecircncias

econocircmicas Assim uma crise econocircmica se desencadeou a partir de 1929

resultante da quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque abalando a estrutura

do capitalismo liberal trazendo reflexos que se propagaram no mundo todo

promovendo uma crise econocircmica mundial (Arruda apud Reis 2000)

Este fato impulsionou a percepccedilatildeo de que o mercado possuiacutea seus limites

como reguladores naturais isto eacute que o mercado sozinho natildeo tinha condiccedilotildees de

se auto regular sem a influecircncia do Estado Natildeo restou alternativa para os

americanos a natildeo ser empreender uma mudanccedila de rumo no capitalismo liberal

inaugurando-se a fase intervencionista na qual o governo passou a ter papel

decisivo na orientaccedilatildeo do processo econocircmico Com a poliacutetica do ldquoNew Dealrdquo

os americanos traccedilaram um marco histoacuterico na trajetoacuteria do capitalismo A

intervenccedilatildeo do estado na vida econocircmica representava uma mudanccedila

significativa no modelo tradicional da economia de mercado praticada pelos

Estados Unidos Logo o Estado passou a ser o agente mediador civilizador

interferindo nas relaccedilotildees soacutecio econocircmicas (Arruda apud Reis 2000)

As repercussotildees da crise prolongaram-se ateacute 1933 e nesse cenaacuterio o Brasil

foi um dos paiacuteses novos que mais sofreu com a crise uma vez que o seu produto principal era o cafeacute responsaacutevel por 70 das exportaccedilotildees sendo os Estados

Unidos os maiores compradores e consumidores do produto

Os fazendeiros de cafeacute principal sustentaacuteculo do poder poliacutetico no Brasil

ateacute entatildeo exigiam medidas urgentes para solucionar a crise A incapacidade do

governo de Washington Luiacutes em superaacute-la foi o motivo imediato da revoluccedilatildeo de

1930 que depocircs o presidente e levou ao poder Getuacutelio Vargas

60

O Governo Vargas teve que implantar uma seacuterie de medidas com o

objetivo de modernizar a economia brasileira Nesse contexto se produziu uma

primeira ruptura no que diz respeito ao avanccedilo da acumulaccedilatildeo capitalista no

paiacutes no sentido da implantaccedilatildeo de um nuacutecleo baacutesico de induacutestria de bens de

produccedilatildeo bem como no da redefiniccedilatildeo do papel do Estado na economia Para

isso havia a necessidade de um Estado forte e promotor da integraccedilatildeo do

mercado interno e de uma intervenccedilatildeo econocircmica de modo a assegurar a

proteccedilatildeo agrave produccedilatildeo nacional e o bem-estar social da Naccedilatildeo (Mendonccedila

1986)

Na deacutecada de cinquumlenta o modelo econocircmico implantado por Getuacutelio

Vargas comeccedilou a dar seus primeiros sintomas de esgotamento provocando

uma crise poliacutetica que desembocaria finalmente na crise do pacto populista em

1964 Com a posse de Juscelino Kubitschek ocorreu uma reorientaccedilatildeo dos rumos

de nossa economia O Plano de Metas proposto por Juscelino foi um marco na

reelaboraccedilatildeo qualitativa das relaccedilotildees entre Estado e economia no paiacutes

integrando pela primeira vez sob o controle do governo as atividades do capital

puacuteblico e do privado (Mendonccedila 1986)

O golpe de 1964 natildeo correspondeu a nenhum marco no sentido da

definiccedilatildeo de um novo modelo econocircmico pelo contraacuterio seu papel foi apenas o

de garantir a consolidaccedilatildeo definitiva do modelo implantado nos anos cinquumlenta

aprimorando-o Se no periacuteodo compreendido entre 1962 e 1967 foi todo ele de

crise econocircmica Jaacute entre 1968 e 1974 ocorreu o conhecido ldquomilagre

econocircmicordquo cuja essecircncia nada mais significou senatildeo a garantia de lucros

faraocircnicos agraves empresas monopolistas (nacionais e estrangeiras) (Mendonccedila

1986)

42 O Estado e Suas Novas Funccedilotildees Sociais

O fim da deacutecada de 1970 foi marcado por uma crise proveniente do fim

de um periacuteodo denominado ldquomilagre econocircmicordquo este fato favoreceu

movimentos da sociedade em direccedilatildeo a redemocratizaccedilatildeo e a organizaccedilatildeo da

61

sociedade civil atraveacutes de diversos acontecimentos sociais Estes

acontecimentos levaram a instalaccedilatildeo da Assembleacuteia Nacional Constituinte na

qual os movimentos sociais se articularam para tentar incluir na Carta

Constitucional os direitos sociais que entatildeo passariam a ser traduzidos como

deveres do Estado atraveacutes das Poliacuteticas Puacuteblicas Nesta eacutepoca a Poliacutetica Social

brasileira apresentava estrateacutegia reformista conforme Fagnani (citado por

Carvalho 2002)

ldquoCrescimento sustentado ampliaccedilatildeo do emprego aumento de salaacuterio real melhor distribuiccedilatildeo de renda reforma agraacuteria seguro desemprego revisatildeo da legislaccedilatildeo trabalhista e sindical descentralizaccedilatildeo poliacutetico-administrativa participaccedilatildeo e controle social redefiniccedilatildeo do padratildeo regressivo de financiamento das poliacuteticas sociais universalizaccedilatildeo do acesso ampliaccedilatildeo do impacto redistributivordquo

A Carta Constitucional de 1988 formulou a organizaccedilatildeo do sistema

federativo brasileiro onde ficou definido o papel do governo federal que assumiu

prioritariamente a coordenaccedilatildeo das Poliacuteticas Puacuteblicas Sociais enquanto os

municiacutepios assumiram a maior parte da responsabilidade de execuccedilatildeo dessas

poliacuteticas Com isto ficou prevista a transferecircncia de diversas atribuiccedilotildees

responsabilidades e recursos da instancia federal para os niacuteveis estaduais e

municipais de governo Com esta transferecircncia de atribuiccedilotildees os estados

passaram a ter autonomia para definirem a organizaccedilatildeo e a gestatildeo de suas

poliacuteticas (Carvalho 2002)

A deacutecada de 1990 foi marcada pelas lutas dos setores progressistas da

sociedade pela implementaccedilatildeo e regulamentaccedilatildeo dos direitos sociais definidos

na Constituiccedilatildeo Foram entatildeo regulamentadas as leis nas aacutereas voltadas para a

crianccedila e o adolescente da seguridade social da sauacutede da assistecircncia social

da previdecircncia social e da educaccedilatildeo Foi um periacuteodo marcado pelo conflito

entre a expectativa da implementaccedilatildeo de Poliacuteticas Puacuteblicas que concretizassem

os direitos conquistados assegurados em lei e as restriccedilotildees poliacuteticas e

econocircmicas impostas para a sua implementaccedilatildeo (Carvalho 2002)

62

O Estado entatildeo passou a formular poliacuteticas de caraacuteter econocircmico e

social que comeccedilaram a se tornar segundo Silva (citado em Carvalho 2002)

ldquoarena de lutas por acesso a riqueza socialrdquo Isto porque as poliacuteticas puacuteblicas satildeo

geralmente responsaacuteveis por grandes conflitos de interesses pois atingem

diretamente as camadas e classes sociais Devido agrave criaccedilatildeo de questotildees sociais

para atender interesses de uns acabam por infligir no interesse de outros

Pode-se supor que o principal motivo para que os conflitos ocorram seja

devido agraves classes mais favorecidas natildeo terem interesse em perder seus privileacutegios

e com isto natildeo admitirem que os indiviacuteduos das classes menos privilegiadas

venham a ter condiccedilotildees de atingirem niacuteveis melhores de desenvolvimento Com

isto esta parcela desprivilegiada da sociedade passaria a ter a possibilidade de

aumentar a sua capacidade de competiccedilatildeo Se a maioria dos indiviacuteduos tiver a

mesma capacidade de competiccedilatildeo seraacute facilitada a diminuiccedilatildeo das diferenccedilas

sociais e com isto haveraacute a promoccedilatildeo da igualdade Igualdade esta que fere

fortemente os privileacutegios de classe que jaacute se encontram enraizados na cultura de

dominaccedilatildeo sobre os mais fracos Neste processo se faz muito importante agrave

participaccedilatildeo de grupos de indiviacuteduos que quando organizados promovem

movimentos de defesa da garantia dos direitos civis poliacuteticos e sociais

Os movimentos gerados por estes grupos satildeo muitas vezes responsaacuteveis

pelas accedilotildees do Estado atraveacutes de reuniotildees entrevistas pesquisas e contatos

diretos com os indiviacuteduos que satildeo levantadas as principais necessidades da

sociedade sejam elas poliacuteticas ou sociais (Carvalho 2002)

43 Poliacuteticas Puacuteblicas Uma Questatildeo de Conceito

Dentre as vaacuterias definiccedilotildees para poliacuteticas Puacuteblicas destacam-se pela

abrangecircncia a definiccedilatildeo dada por Pereira citada em Carvalho 2002

ldquoLinha de accedilatildeo coletiva que concretiza direitos sociais coletivos declarados e garantida

em lei Eacute mediante as poliacuteticas Puacuteblicas que satildeo distribuiacutedos os redistribuiacutedos bens e serviccedilos

63

sociais em resposta agraves demandas da sociedade Por isso o direito que as fundamenta eacute um direito

coletivo e natildeo individualrdquo(apud Carvalho2002)

Ainda segundo Pereira para se definir Poliacutetica Puacuteblica se faz necessaacuteria agrave

compreensatildeo do real significado do termo puacuteblico e tambeacutem a sua abrangecircncia

neste sentido destaca-se

ldquoO termo puacuteblico associado agrave poliacutetica natildeo eacute uma referecircncia exclusiva ao Estado como

muitos pensam mas sim agrave coisa puacuteblica ou seja de todos sob a eacutegide de uma mesma lei e o apoio

de uma comunidade de interesses Portanto embora as Poliacuteticas Puacuteblicas sejam reguladas e

frequumlentemente providas pelo Estado elas tambeacutem englobam preferecircncias escolhas e decisotildees

privadas podendo (e devendo) ser controladas pelos cidadatildeos A Poliacutetica Puacuteblica expressa assim a

conversatildeo de decisotildees privadas em decisotildees e accedilotildees puacuteblicas que afetam a todosrdquo

44 Formulaccedilatildeo de Poliacuteticas Puacuteblicas

Para que uma Poliacutetica Puacuteblica seja formulada existe o envolvimento de

diversos fatores sendo os principais a identificaccedilatildeo dos atores e dos reais

interesses que envolvem a inclusatildeo de determinada questatildeo na agenda puacuteblica

para que posteriormente seja regulamentada como Poliacutetica Puacuteblica Para isto eacute

importante que ocorra a mobilizaccedilatildeo de representantes da sociedade civil e do

Estado que discutem os problemas fazem o levantamento das necessidades

para que posteriormente fundamentem suas argumentaccedilotildees Todo este processo

se faz necessaacuterio para que os direitos sociais possam ser regulamentados e no

momento seguinte seja formulada uma Poliacutetica Puacuteblica que expresse com

clareza os interesses e as necessidades de todos os envolvidos (Carvalho 2002)

Os movimentos sociais que na deacutecada de 1980 lutaram pelo fim do

regime autoritaacuterio e pela redemocratizaccedilatildeo da sociedade foram atores sociais

importantes na discussatildeo e definiccedilatildeo das novas formas de organizaccedilatildeo e gestatildeo

das Poliacuteticas Puacuteblicas A descentralizaccedilatildeo dos poderes e das funccedilotildees do Estado eacute

tema recorrente como sinocircnimo de democratizaccedilatildeo Os atores envolvidos

frequumlentemente questionam as poliacuteticas puacuteblicas brasileiras as quais satildeo

atribuiacutedas historicamente as seguintes caracteriacutesticas (Carvalho 2002)

64

SELETIVAS Natildeo possuem grande abrangecircncia isto eacute natildeo atingem a

toda faixa da sociedade que em tese necessitaria de uma determinada poliacutetica

puacuteblica soacute atingindo um pequeno grupo selecionado Um exemplo a ser citado

eacute o caso da Nova Escola pois atinge a uma parcela de escolas que satildeo

selecionadas pelo seu desempenho isto eacute preenchem todos os requisitos

estabelecidos A escola que natildeo se enquadrar nesses moldes padrotildees natildeo

recebe recursos nem a gratificaccedilatildeo dos professores o que acarreta um

desempenho ainda pior no ano seguinte Isto pode ocorrer devido ao perfil das

escolas e de seus alunos serem diferentes natildeo podendo ser julgados da mesma

forma isto se reflete claramente nas aacutereas mais carentes onde devido aos

diversos problemas vividos por esta comunidade o desempenho dos alunos

muitas vezes eacute mais baixo natildeo significando que a escola natildeo esteja cumprindo o

seu papel de ensinar

FRAGMENTADAS Normalmente natildeo satildeo contiacutenuas atuam por um

determinado periacuteodo de tempo e com o passar do tempo simplesmente satildeo

esquecidas Este esquecimento muitas vezes se faz devido agrave falta de recursos

que podem ser oriundos da falta de interesse poliacutetico como tambeacutem da

sociedade que eacute detentora de capital Neste caso podemos tomar como

exemplo o caso dos CIEPS (Centro Integrado de Educaccedilatildeo Puacuteblica) que no seu

projeto original a escola funcionava em regime integral onde os alunos aleacutem de

estudarem participavam de inuacutemeras atividades aleacutem de alimentaccedilatildeo soacute

retornando para casa no fim do dia Este projeto que inicialmente tinha uma

visatildeo de escola ideal com as mudanccedilas poliacuteticas e a falta de recursos para a

sua manutenccedilatildeo foi praticamente extinto tendo hoje em dia algumas poucas

unidades funcionando em regime integral

EXCLUDENTES Excluem entre os excluiacutedos Isto significa que entre os

considerados excluiacutedos as Poliacuteticas Puacuteblicas natildeo atingem a todos excluem a

maioria do grupo Neste caso podemos citar alguns programas sociais nos quais

as pessoas para receber os benefiacutecios precisam ser cadastradas Para isso eacute

necessaacuterio que estas pessoas tenham toda documentaccedilatildeo que nem sempre a

populaccedilatildeo socialmente excluiacuteda natildeo tem condiccedilotildees de possuir

65

SETORIADAS natildeo satildeo amplas atingem somente uma necessidade

e natildeo a um conjunto de necessidades que por muitas vezes estatildeo interligadas

assim como atingem somente alguns setores da sociedade e natildeo a sociedade

como um todo Nesta aacuterea podemos citar como exemplo algumas accedilotildees na

aacuterea de sauacutede Existem poliacuteticas de doaccedilatildeo de remeacutedios mas natildeo existe

investimento na aacuterea de prevenccedilatildeo de doenccedilas como saneamento baacutesico que

eacute uma das maiores causas de doenccedilas nas aacutereas carentes

Os questionamentos desses atores e a incorporaccedilatildeo das vontades da

sociedade nas decisotildees poliacuteticas movimentaram a Assembleacuteia Constituinte de

1988 e resultaram em dois princiacutepios que fundamentaram o processo de

descentralizaccedilatildeo a democratizaccedilatildeo e a participaccedilatildeo

A figura 41 a seguir mostra esquematicamente como se daacute a

formaccedilatildeo de uma Poliacutetica Puacuteblica

66

ESTADO

DIAGNOacuteSTICO DO PROBLEMA

SOCIEDADE

CIVIL

LEVANTAMENTO DAS NECESSIDADES

DIREITOS SOCIAIS

POLIacuteTICAS PUacuteBLICAS

Figura 41 Diagrama esquemaacutetico da formaccedilatildeo de uma poliacutetica puacuteblica

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria a partir de informaccedilotildees citadas neste capiacutetulo

67

45 Aacutereas de Aplicaccedilatildeo das Poliacuteticas Puacuteblicas

Existem diversas aacutereas onde satildeo aplicadas as Poliacuteticas Puacuteblicas das quais

podemos destacar a ciecircncia e tecnologia a econocircmica a social e a

educacional

Poliacuteticas Puacuteblicas da Ciecircncia e Tecnologia

As Poliacuteticas Puacuteblicas da ciecircncia e tecnologia tem como principal objetivo

promover o desenvolvimento cientiacutefico e tecnoloacutegico tendo em foco a soberania

e a independecircncia do paiacutes As bases de uma sociedade minimamente justa

derivam de seu desenvolvimento cientiacutefico e tecnoloacutegico e principalmente da

democratizaccedilatildeo desses avanccedilos e dos acessos a seus benefiacutecios por todos os

cidadatildeos pois natildeo tem sentido um paiacutes possuir grandes avanccedilos tecnoloacutegicos e

cientiacuteficos se isto soacute ficar restrito ao mundo acadecircmico ou cientiacutefico Para estes

avanccedilos terem um real valor devem ser acessiacuteveis agraves diversas camadas da

sociedade atingindo um maior nuacutemero possiacutevel de indiviacuteduos seja de maneira

aplicativa ou mesmo informativa (Amaral 2004)

A ciecircncia deve sempre estar a dispor do humanismo e tem como um dos

seus principais papeacuteis a inclusatildeo social atraveacutes do combate aos desniacuteveis sociais

e regionais que separam a humanidade Satildeo exemplos de Poliacutetica Puacuteblicas

cientiacuteficas e tecnoloacutegicas O desenvolvimento da economia utilizando inovaccedilotildees

e bens e serviccedilos que promovam a substituiccedilatildeo competitiva de importaccedilotildees

para gerar renda e empregos a ampliaccedilatildeo e a formaccedilatildeo de pesquisadores em

aacutereas estrateacutegicas a promoccedilatildeo de articulaccedilotildees de cooperaccedilatildeo entre

Universidades e empresas(Amaral 2004)

Enfim as poliacuteticas Publicas de ciecircncia e tecnologia tem como objetivo

principal agrave popularizaccedilatildeo do conhecimento cientiacutefico e tecnoloacutegico para que

estes sejam reconhecidos como componentes do bem estar social (Amaral

2004)

68

Poliacuteticas Puacuteblicas Sociais

Nas Poliacuteticas Puacuteblicas Sociais a expressatildeo ldquosocialrdquo faz com que esta se decirc

atraveacutes de um conjunto de princiacutepios diretrizes objetivas e normas que

necessitam ser de caraacuteter permanente e o mais abrangente possiacutevel para que

possam orientar a atuaccedilatildeo do poder puacuteblico (Carvalho 2002)

Nos uacuteltimos anos do seacuteculo passado a maioria dos paiacuteses foi marcada por

fortes ajustes econocircmicos o que causou o agravamento dos problemas sociais

que teve como principais fatores

O desemprego estrutural rArr Falta de postos de trabalho suficientes

para todos ou pelo menos para a maioria dos indiviacuteduos em idade

economicamente ativa

As relaccedilotildees trabalhistas precaacuterias rArr Irregularidades cometidas pelos

empregadores como a falta de carteira assinada dos trabalhadores

terceirizaccedilatildeo de matildeo de obra desregulamentaccedilatildeo dos direitos conquistados

etc

As alteraccedilotildees na organizaccedilatildeo familiar rArr Aumento do nuacutemero de

famiacutelias chefiadas por mulheres

Alteraccedilatildeo no ciclo de vida rArr Diminuiccedilatildeo da taxa de mortalidade

infantil e aumento da longevidade pois com o avanccedilo da medicina alguns

problemas de sauacutede que causavam mortes no passado hoje satildeo considerados

relativamente simples e podem ser tratados diminuindo as mortes precoces Este

fato acarreta um aumento expressivo da populaccedilatildeo ativa como tambeacutem o

periacuteodo em que os indiviacuteduos estatildeo ativos

Estes fatores contribuem para um aumento expressivo das necessidades

essenciais para a populaccedilatildeo o que o sistema natildeo consegue suprir pois o nuacutemero

de postos de trabalho natildeo eacute suficiente deixam milhares de pessoas sem acesso

agraves necessidades baacutesicas assim como possibilitam um desrespeito com o

trabalhador Esse cenaacuterio promove o aprofundamento das desigualdades

69

sociais o que gera exclusatildeo social e simultacircnea inclusatildeo marginal de grande

parcela da populaccedilatildeo (Carvalho 2002)

Os problemas citados satildeo apenas alguns exemplos das causas das

desigualdades sociais e da geraccedilatildeo de um grande nuacutemero de indiviacuteduos

excluiacutedos Estes estatildeo agrave margem da sociedade sem acesso ao miacutenimo

necessaacuterio para viverem bem e principalmente ficam privados de terem acesso

a melhores condiccedilotildees de vida

Para tentar mudar este cenaacuterio alguns programas de accedilotildees foram criados

poreacutem na maioria das vezes natildeo satildeo abrangentes satildeo seletivos isto eacute

selecionam alguns dentre todos que precisam Isto significa excluir dentro dos

excluiacutedos Estes programas tambeacutem em muitos casos natildeo satildeo accedilotildees contiacutenuas

e sim temporaacuterias que com o tempo perdem o interesse sejam estes interesses

poliacuteticos pessoais etc Com isto simplesmente satildeo interrompidas deixando muitas

pessoas desamparadas visto que em muitos casos esta parcela carente da

sociedade se torna dependente destas accedilotildees sociais Estes indiviacuteduos estatildeo

sempre agrave mercecirc de novas poliacuteticas geradas por outros interesses

A participaccedilatildeo popular na gestatildeo ldquoda coisa puacuteblicardquo foi consagrada pelo

processo de redemocratizaccedilatildeo do Estado brasileiro ao fundar as bases para a

introduccedilatildeo de algumas experiecircncias que contribuiacuteram para a ampliaccedilatildeo da

esfera puacuteblica no paiacutes entendida como ldquoarenardquo onde as questotildees que atingem

a determinado conjunto da sociedade satildeo expressas debatidas e tematizadas

por atores sociais Tais experiecircncias alteraram significativamente a relaccedilatildeo

Estado-Sociedade na medida em que criaram novos canais de participaccedilatildeo

popular como por exemplo a criaccedilatildeo dos conselhos de poliacuteticas sociais que tecircm

atuado na sua co-gestatildeo Estes conselhos funcionam como instrumentos de

expressatildeo representaccedilatildeo e participaccedilatildeo popular possuindo portanto o desafio

de discutir e deliberar sobre determinados temas buscando consensos e alianccedilas

que definam as agendas puacuteblicas que representem interesses coletivos

(Carvalho 2002)

70

A construccedilatildeo de poliacuteticas Puacuteblicas na aacuterea Social necessita da adoccedilatildeo de

conceitos e praacuteticas inovadores que possam dar suporte teacutecnicondashpoliacutetico uma

vez que estes enunciados natildeo possuem forccedila suficiente para a transformaccedilatildeo

das praacuteticas realizadas na aacuterea social que satildeo tradicionalmente assistencialistas

Sendo assim satildeo accedilotildees que possuem o poder de transformar os direitos dos

indiviacuteduos adquiridos atraveacutes de lutas em simples ajuda ou doaccedilatildeo O que deixa

o indiviacuteduo com a sensaccedilatildeo de gratidatildeo e ateacute na obrigaccedilatildeo de retribuir o favor

o que na visatildeo da autora eacute indesejaacutevel pois em uacuteltima instacircncia praacuteticas

assistencialistas podem se transformar em moeda de troca com fins eleitorais

Poliacuteticas Puacuteblicas Educacionais

As poliacuteticas educacionais muitas vezes se confundem com as poliacuteticas

sociais isto porque quando satildeo criadas muitas vezes satildeo responsaacuteveis pela

inclusatildeo social Com a educaccedilatildeo eacute possiacutevel se obter a melhoria da qualidade de

vida dos indiviacuteduos atraveacutes da diminuiccedilatildeo das diferenccedilas sociais devido agrave

educaccedilatildeo ser responsaacutevel pela igualdade das oportunidades Quando se tem

Poliacuteticas Puacuteblicas que oferecem acesso a uma educaccedilatildeo de qualidade a todos

sem distinccedilatildeo satildeo criados mecanismos para que a competiccedilatildeo ocorra em

igualdade de condiccedilotildees

A Poliacutetica da Educaccedilatildeo tem como principal objetivo a promoccedilatildeo da

cidadania e eacute um instrumento de grande importacircncia para o desenvolvimento a

inserccedilatildeo e a competitividade de todos os indiviacuteduos Isto eacute um fator de muita

importacircncia para o crescimento de qualquer naccedilatildeo principalmente as que estatildeo

em desenvolvimento Se um paiacutes deseja se ver como soberano e sem exclusotildees

precisa desenvolver as ciecircncias humanas naturais exatas tecnoloacutegicas as artes

e todas as linguagens de modo geral o que jaacute se faz possiacutevel atraveacutes da garantia

de uma educaccedilatildeo de qualidade para todos sem distinccedilatildeo Dentro deste tema

ensinos de qualidade existem diversas poliacuteticas de avaliaccedilatildeo do desempenho do

ensino puacuteblico desde a educaccedilatildeo baacutesica ateacute o ensino universitaacuterio

(wwwestadatildeocombr)

71

Dentre essas poliacuteticas podemos destacar a criaccedilatildeo do Fundo de

Manutenccedilatildeo e de Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorizaccedilatildeo do

Magisteacuterio (FUNDEF) que trouxe benefiacutecios principalmente nas regiotildees mais

pobres do paiacutes Outras poliacuteticas educacionais adotadas satildeo as avaliaccedilotildees de

cursos como o Exame Nacional do Ensino Meacutedio (ENEM) e o Exame Nacional de

Cursos (PROVAtildeO) Tais avaliaccedilotildees para serem efetivas necessitariam de virem

acompanhadas de programas consistentes de melhoria de qualidade do ensino

envolvendo a formaccedilatildeo o treinamento contiacutenuo e a valorizaccedilatildeo do professor

inclusive atraveacutes de uma melhor remuneraccedilatildeo a partir de criteacuterios de

desempenho (wwwestadaocombr)

No tocante agrave capacitaccedilatildeo docente o papel das Universidades como

centros de geraccedilatildeo e de difusatildeo de saber torna-se fundamental e muito

importante pois satildeo estas que preparam os professores Aleacutem disso devem

promover a formaccedilatildeo contiacutenua pois a formaccedilatildeo do professor natildeo termina com o

final da graduaccedilatildeo e sim as universidades devem estar sempre oferecendo

cursos de capacitaccedilatildeo para que estes profissionais estejam sempre atualizados

de modo a realizar o seu trabalho com maior eficiecircncia

Os desafios qualitativos e quantitativos da educaccedilatildeo satildeo de tal

magnitude que natildeo podem mais passar despercebidos tanto que necessitam

que seja dada uma importacircncia estrateacutegica para este problema e com isto se

fazer investimentos nesta aacuterea A educaccedilatildeo seja baacutesica ou universitaacuteria deve ser

considerada prioridade e contar com recursos progressivamente maiores

Atualmente a meacutedia de escolaridade dos brasileiros eacute de pouco mais de

quatro anos o que eacute um indicador que demonstra a situaccedilatildeo da desigualdade e

injusticcedila social existente no paiacutes Segundo o Censo da Educaccedilatildeo Superior de

2000 o jovem das camadas mais pobres praticamente natildeo tem acesso agrave

educaccedilatildeo superior Apenas 77 dos jovens entre 18 e 22 anos frequumlentam

cursos Universitaacuterios Cerca de 70 destes estudam em estabelecimentos de

ensino privados que por possuiacuterem custo elevado levam a uma situaccedilatildeo de que

somente uns poucos consigam concluir o curso Para isto nos anos 70 foi criado o

72

Creacutedito Educativo que funciona como uma alternativa poreacutem este sistema natildeo

eacute suficiente para atender agrave grande demanda pois o nuacutemero de alunos assistidos

por este programa eacute muito pequeno em relaccedilatildeo agrave quantidade de jovens em que

este se faz necessaacuterio (www estadaocom br)

Uma alternativa oferecida eacute o PROUNI definido como Programa

Universidade para Todos que foi criado pela MP nordm 2132004 e institucionalizado

pela Lei nordm 11096 de 13 de janeiro de 2005 O programa tem como finalidade a

concessatildeo de bolsas de estudos integrais e parciais a estudantes de baixa renda

em cursos de graduaccedilatildeo e sequumlenciais de formaccedilatildeo especiacutefica em instituiccedilotildees

privadas de educaccedilatildeo superior oferecendo em contrapartida isenccedilatildeo de

alguns tributos agravequelas que aderirem ao Programa

Estes programas funcionam apenas como paliativos dos problemas

educacionais do paiacutes pois o ideal seria um maior investimento na formaccedilatildeo

baacutesica de qualidade na rede puacuteblica para que todos tivessem igualdade de

condiccedilatildeo para ingressar nas Universidades Puacuteblicas

Como forma de poliacutetica de inclusatildeo social foi criada uma lei (nordm36272004)

que aumenta a inserccedilatildeo de jovens carentes e negros nas Universidades Puacuteblicas

isto ocorre atraveacutes das reservas de vagas denominado de SISTEMA DE COTAS

que seraacute tratado detalhadamente no Capiacutetulo 7

No capiacutetulo seguinte seratildeo abordados o histoacuterico e a evoluccedilatildeo da

Educaccedilatildeo Ambiental no Brasil e no mundo

73

Capiacutetulo 5 Histoacuterico e Evoluccedilatildeo da Educaccedilatildeo

Ambiental

51 Definiccedilatildeo

Para se definir Educaccedilatildeo Ambiental natildeo eacute simples e para isto deve-se

fazer uma anaacutelise de vaacuterios contextos pois de acordo com a influecircncia que o

meio exerce e a vivecircncia de cada indiviacuteduo pode-se ter inuacutemeros conceitos para

a Educaccedilatildeo Ambiental (wwwapoemacombr)

Atraveacutes de um levantamento bibliograacutefico vaacuterias definiccedilotildees sobre o tema

Educaccedilatildeo Ambiental foram encontradas e estatildeo apontadas a seguir em ordem

cronoloacutegica

ldquoEacute um processo que tem como objetivo a formaccedilatildeo de cidadatildeos cujos

conhecimentos acerca do ambiente biofiacutesico e seus problemas associados

possam alertaacute-los e habilitaacute-los a resolver seus problemasrdquo (Stapp et alii 1969)

ldquoEacute um processo que consiste em reconhecer valores e em aclarar

conceitos com o objetivo de fomentar aptidotildees e atitudes necessaacuterias para

74

compreender e apreciar as inter-relaccedilotildees entre o homem sua cultura e seu meio

biofiacutesico Ela compreende tambeacutem a praacutetica na tomada de decisotildees e na

elaboraccedilatildeo de um coacutedigo de comportamento acerca das questotildees

relacionadas com a qualidade do meio ambienterdquo (Reuniatildeo Internacional sobre

EA da IUCN ndash Paris 1970)

ldquoA finalidade da Educaccedilatildeo Ambiental eacute formar uma populaccedilatildeo mundial

consciente e preocupada com o ambiente e os problemas com ele

relacionados e que possua conhecimentos capacidades atitudes a motivaccedilatildeo

e compromisso para colaborar individual coletivamente na resoluccedilatildeo de

problemas atuais na prevenccedilatildeo de problemas futurosrdquo( Conferecircncia de

Estocolmo 1972)

ldquoEacute um processo no qual deveria ocorrer o desenvolvimento progressivo de

um senso de preocupaccedilatildeo com o meio ambiente baseado em um completo e

sensiacutevel entendimento de relaccedilatildeo do homem com o meiordquo (Mellowes C 1972)

ldquoEgrave uma dimensatildeo dada ao conteuacutedo e a praacutetica da Educaccedilatildeo orientada

para a soluccedilatildeo dos problemas concretos do meio ambiente atraveacutes de enfoques

interdisciplinares e de uma participaccedilatildeo ativa e responsaacutevel de cada indiviacuteduo e

da coletividaderdquo(Conferecircncia de Tbilisi 1977)

ldquoA Educaccedilatildeo Ambiental tem sido entendida e desenvolvida enquanto

educaccedilatildeo sobre o ambiente educaccedilatildeo no ambiente educaccedilatildeo para o

ambiente e pelas classes formadas pelas possiacuteveis combinaccedilotildees entre as trecircs

categorias A Educaccedilatildeo sobre o ambiente procura desenvolver o conhecimento

e a compreensatildeo incluindo as capacidades necessaacuterias para obter este

conhecimento A educaccedilatildeo para ambiente procura a preservaccedilatildeo ou melhoria

do ambiente Ambas satildeo caracterizadas pelos seus objetivos Por outro lado a

educaccedilatildeo no ambiente caracteriza-se por ser uma teacutecnica de ensino ndash

aprendizagem e o termo ambiente geralmente significa o mundo fora da sala de

aula ou de uma forma geral o contexto natural eou social em que as pessoas

vivemrdquo (Lucas 1980)

75

ldquoEacute um processo permanente no qual os indiviacuteduos e a comunidade tomam

consciecircncia do seu ambiente e adquirem conhecimentos habilidades

experiecircncias valores e a determinaccedilatildeo que os tornam capazes de agir individual

ou coletivamente na busca de soluccedilotildees para os problemas ambientais presentes

e futurosrdquo(UNESCO 1987)

ldquoEacute o processo de reconhecer valores e aclarar conceitos para criar

habilidades e atitudes necessaacuterias que sirvam para compreender e apreciar a

relaccedilatildeo muacutetua entre o homem sua cultura e seu meio circundante biofiacutesico A

educaccedilatildeo ambiental tambeacutem incluiu a praacutetica de tomar decisotildees e autoformular

um coacutedigo de comportamento com relaccedilatildeo agraves questotildees que concernem agrave

qualidade ambientalrdquo (Gonccedilalvez 1990)

ldquoA Educaccedilatildeo Ambiental natildeo deve ser entendida como um tipo especial

de educaccedilatildeo Trata-se de um processo longo e contiacutenuo de aprendizagem de

uma filosofia de trabalho participativo em que todos famiacutelia escola e

comunidade devem estar envolvidos O processo de aprendizagem de que trata

a educaccedilatildeo ambiental natildeo pode ficar restrito exclusivamente agrave transmissatildeo de

conhecimentos agrave heranccedila cultural do povo agraves geraccedilotildees mais novas ou agrave simples

preocupaccedilatildeo com a formulaccedilatildeo integral do educando inserindo em seu

contexto social Deve ser um processo de aprendizagem centrado no aluno

gradativo contiacutenuo e respeitador de sua cultura e de sua comunidade Deve ser

um processo criacutetico criativo e poliacutetico com preocupaccedilatildeo de transmitir

conhecimentos a partir da discussatildeo e avaliaccedilatildeo critica dos problemas

comunitaacuterios e tambeacutem da avaliaccedilatildeo feita pelo aluno de sua realidade

individual e social na comunidade em que viverdquo (Gonccedilalves 1990)

ldquoA educaccedilatildeo ambiental se caracteriza por incorporar as dimensotildees soacutecio-

econocircmica poliacutetica cultural e histoacuterica natildeo podendo se basear em pautas

riacutegidas e de aplicaccedilatildeo universal devendo considerar as condiccedilotildees e estaacutegios de

cada paiacutes regiatildeo e comunidade sob uma perspectiva histoacuterica Assim sendo a

Educaccedilatildeo Ambiental deve permitir a compreensatildeo da natureza complexa do

meio ambiente e interpretar a interdependecircncia entre os diversos elementos que

76

conformam o ambiente com vistas a utilizar racionalmente os recursos do meio

na satisfaccedilatildeo material e espiritual da sociedade no presente e no

futurordquo(Conferecircncia Rio 92)

ldquoEacute o conhecimento das estruturas de composiccedilatildeo e da funcionalidade

da natureza das interferecircncias do que o homem produziu sobre esta estrutura

essa composiccedilatildeo e essa funcionalidaderdquo (Faria 1992)

ldquoEacute um processo de formaccedilatildeo e informaccedilatildeo orientado para o

desenvolvimento da consciecircncia criacutetica sobre as questotildees ambientais e de

atividades que levem agrave participaccedilatildeo das comunidades na preservaccedilatildeo do

equiliacutebrio ambientalrdquo (Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA)

ldquoEacute um processo por meio do qual o indiviacuteduo e a coletividade constroem

valores sociais conhecimentos habilidades atitudes e competecircncias voltadas

para a conservaccedilatildeo do Meio Ambiente bem de uso comum do povo essencial

agrave sadia qualidade de vida e sua sustentabilidaderdquo (Art1ordm Lei Federal nordm9795 de

27041999)

ldquoEacute o processo educacional de estudos e aprendizagem dos problemas

ambientais e suas interligaccedilotildees com o homem na busca de soluccedilotildees que visem a

preservaccedilatildeo do meio ambienterdquo (Santos1999)

ldquoEacute um processo que envolve um vigoroso esforccedilo de recuperaccedilatildeo de

realidades e que garante um compromisso com o futuro Uma accedilatildeo entre

missionaacuteria utoacutepica destinada a reformular comportamentos humanos e recriar

valores perdidos ou jamais alcanccedilados Trata-se de um novo ideaacuterio

comportamental tanto no acircmbito individual quanto no coletivordquo (Aziz Abrsquo Saber)

ldquoEacute um processo no curso do qual o indiviacuteduo consegue assimilar os

conceitos e interiorizar as atitudes mediante as quais adquire as capacidades e

os comportamentos que lhe permitem compreender e julgar as relaccedilotildees de

interdependecircncia estabelecidas entre a sociedade com seu modo de

produccedilatildeo sua ideologia e sua estrutura de poder dominante e seu meio

77

biofiacutesico assim como para atuar em consequumlecircncia da anaacutelise efetuadardquo (Cantildeal

Garcia Porlaacuten)

Com as inuacutemeras definiccedilotildees para Educaccedilatildeo Ambiental observa-se que

cada oacutergatildeo ou membro da Sociedade tem uma visatildeo de Educaccedilatildeo Ambiental

que vai variar no ponto de interesse de cada um

Para alguns indiviacuteduos falar sobre os problemas do Meio Ambiente eacute se

restringir aos assuntos relacionados agrave extinccedilatildeo de organismos vivos como animais

e plantas Atualmente a Educaccedilatildeo Ambiental eacute colocada em uma posiccedilatildeo

mais realista e esclarecedora na qual define como Meio Ambiente tudo que

compotildee a paisagem Deste modo Meio Ambiente pode ser classificado de

diversas formas como Meio Ambiente natural que eacute a natureza com toda sua

diversidade Meio Ambiente fiacutesico que satildeo as edificaccedilotildees estradas etc e Meio

Ambiente social que eacute formado pelas pessoas que compotildeem a Sociedade

(Carvalho 2002)

Com base nestas definiccedilotildees se pode afirmar que a Educaccedilatildeo Ambiental

funciona como uma base na busca de um equiliacutebrio entre o homem e o

ambiente que o cerca e o seu objetivo fundamental eacute suscitar mudanccedilas de

comportamento na sociedade Os indiviacuteduos devem construir enquanto grupo

social valores novos conhecimentos atitudes e habilidades indispensaacuteveis para a

conservaccedilatildeo do meio ambiente que eacute um patrimocircnio coletivo essencial para a

vida saudaacutevel (ALERJ 1999)

Para que o equiliacutebrio possa ser atingido existe a necessidade da

construccedilatildeo dos pilares de uma Sociedade Sustentaacutevel onde cada sistema social

tende a atualizar-se de modo a incorporar a dimensatildeo ambiental em suas

respectivas especificidades a partir do fornecimento de meios adequados para

a transiccedilatildeo em direccedilatildeo a sustentabilidade Assim o Sistema Juriacutedico cria o

ldquoDireito Ambientalrdquo o Sistema Cientiacutefico desenvolve a ldquoCiecircncia Complexardquo o

Sistema Tecnoloacutegico cria a ldquoTecnologia Eco eficienterdquo o Sistema Econocircmico

potencializa uma ldquoEconomia Ecoloacutegicardquo o Sistema poliacutetico oferece uma ldquoPoliacutetica

78

Verderdquo e o Sistema Educacional fornece a ldquoEducaccedilatildeo Ambientalrdquo Cabe a cada

sistema social desenvolver condiccedilotildees especiacuteficas que favoreccedilam as muacuteltiplas

dimensotildees da Sustentabilidade (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)

Dentro deste contexto de sistemas sociais que possuem o poder e o dever

de promover as mudanccedilas na aacuterea ambiental destaca-se o Sistema

Educacional pois este eacute o responsaacutevel pela construccedilatildeo dos fundamentos da

Sociedade Sustentaacutevel capaz de promover as mudanccedilas atraveacutes de duas

funccedilotildees ldquoMudanccedilas Culturaisrdquo com a informaccedilatildeo e promoccedilatildeo da eacutetica

ecoloacutegica e as ldquoMudanccedilas Sociaisrdquo atraveacutes da valorizaccedilatildeo dos indiviacuteduos grupos

e sociedades que muitas vezes se encontram em maacutes condiccedilotildees de enfrentar os

desafios dos novos tempos

52 Histoacuterico

Alguns autores mencionam que a Educaccedilatildeo Ambiental teve iniacutecio apoacutes a

Segunda Guerra Mundial onde fez emergir com maior ecircnfase os estudos do meio

ambiente e a importacircncia de uma educaccedilatildeo especiacutefica para este fim Para

outros a Educaccedilatildeo Ambiental eacute anterior a este periacuteodo mesmo que de forma

inconsciente sem maiores pretensotildees (Ministeacuterio do meio Ambiente 2004)

Na verdade natildeo se pode definir com exatidatildeo o momento onde tem iniacutecio

a histoacuteria da Educaccedilatildeo Ambiental tanto no Brasil como no mundo Na verdade a

Educaccedilatildeo Ambiental sempre esteve presente desde a antiguidade e ateacute se

pode mencionar que a histoacuteria teve iniacutecio no momento em que os primeiros

habitantes da terra comeccedilaram a se incomodar com o seu entorno isto eacute com

seus dejetos onde a presenccedila deles comeccedilou a causar desconforto Neste

momento se comeccedilou a pensar como eliminar estes dejetos para melhorar a

qualidade do ambiente em que viviam (Abreu 2000)

Partindo deste principio admiti-se que a evoluccedilatildeo da Educaccedilatildeo

Ambiental se deu atraveacutes de fatos ou acontecimentos que levaram as pessoas a

pensarem e tomarem iniciativas que levassem a melhorar as condiccedilotildees do

79

ambiente em que viviam ou para evitar que problemas maiores pudessem surgir

no futuro que pudessem comprometer a qualidade de vida das futuras

geraccedilotildees Baseados neste princiacutepio destacam-se alguns fatos ocorridos no Brasil

e no mundo que foram marcantes para a histoacuteria da Educaccedilatildeo Ambiental

SEacuteCULO XIX

1808 Criaccedilatildeo do Jardim Botacircnico no Rio de Janeiro Em 13 de junho

de 1808 foi criado o Jardim de Aclimataccedilatildeo que serviria para aclimatar as

especiarias vindas das Iacutendias Orientais Foi criado por DJoatildeo Priacutencipe Regente

na eacutepoca que era encantado com a exuberacircncia da natureza do lugar As

primeiras espeacutecies de plantas trazidas para o Jardim vieram das Ilhas Mauriacutecio do

Jardim Pamplemousse por Luiz de Abreu Vieira e Silva (wwwjbrjgovbr)

1850 Lei 601 de Dom Pedro II proibindo a exploraccedilatildeo florestal nas

terras devolutas isto eacute as que natildeo se acharem aplicadas a algum uso puacuteblico

nacional provincial ou municipal A lei determinava a proibiccedilatildeo de derrubada de

matas e o atear fogo Poreacutem a lei foi ignorada continuando o desmatamento

para implantaccedilatildeo da monocultura de cafeacute (wwwjusticcedilaspgovbr)

1869 Ernenst Haeckel propotildee o vocaacutebulo ldquoecologiardquo para estudos das

relaccedilotildees entre as espeacutecies e seu ambiente (wwwambientebrasilcombr)

1872 Criaccedilatildeo do primeiro parque nacional do mundo ldquoYellowstonerdquo

USA Sua fundaccedilatildeo em 1872 ocorreu numa eacutepoca em que ecologia e ambiente

estavam longe de ser preocupaccedilotildees cotidianas Mas graccedilas agraves pressotildees

exercidas pelo naturalista Ferdinand Hayden do departamento de pesquisas

geoloacutegicas dos Estados Unidos Yellowstone inaugurou o conceito de parque

nacional (www2uolcombrcaminhosdaterra reportagens)

1876 Andreacute Rebouccedilas sugere a criaccedilatildeo de parques nacionais na Ilha

de Bananal e em Sete Quedas (wwwcefleorgbr)

80

1896 Foi criado o primeiro parque estadual em Satildeo Paulo Parque da

Cidade (wwwcefleorgbr)

SEacuteCULO XX

1920 O pau Brasil eacute considerado extinto devido agrave exploraccedilatildeo

irresponsaacutevel e ao desmatamento da Mata Atlacircntica floresta onde ele nascia

normalmente Hoje eacute artigo raro nas florestas brasileiras mas na eacutepoca do

descobrimento era tatildeo abundante que a planta acabou dando nome ao nosso

paiacutes (wwwcanalkidscombrmeioambiente)

1932 Realiza-se no Museu Nacional a primeira Conferecircncia Brasileira de

Proteccedilatildeo agrave Natureza (wwwambientebrasilcombr)

1934 Decreto 23793 transforma em Lei o Anteprojeto de Coacutedigo

Florestal(Brasil1934)

1937 Cria-se o Parque Nacional de Itatiaia Pioneiro foi a primeira aacuterea

do paiacutes a oficialmente se constituir em Unidade de Conservaccedilatildeo procurando-se

com isso preservar seu rico patrimocircnio bioacutetico e geomorfoloacutegico

(wwwmregovbr) (wwwparqueitatiaiacombr)

1939 O Parque Nacional do Iguaccedilu (PNI) foi criado em 10 de janeiro

de 1939 e tombado pela UNESCO como Patrimocircnio da Humanidade em 1986 por

ser a uacuteltima grande amostra do Domiacutenio da Mata Atlacircntica que cobre grande

parte da bacia do Prata(wwwunbbr)

1947 Eacute Fundado na Suiacuteccedila a UICN-Uniatildeo Internacional para a

Conservaccedilatildeo da Natureza que eacute uma Organizaccedilatildeo Internacional que congrega

instituiccedilotildees governamentais e natildeo governamentais em volta da problemaacutetica da

integridade e diversidade da natureza (wwwambientebrasilcombr)

1952 Em Londres no ano de 1952 houve um episoacutedio grave Os efeitos

de uma ldquoneacutevoa negrardquo comeccedilaram a se manifestar atraveacutes da proliferaccedilatildeo de

81

diversas moleacutestias contraiacutedas principalmente pelos habitantes que sofriam de

problemas pulmonares e circulatoacuterios Foram constatadas na semana seguinte

ao episoacutedio quatro mil mortes a mais do que esperado

(wwweducaccedilatildeopublicarjgovbr)

1962 Publicaccedilatildeo da ldquoPrimavera Silenciosardquo por Rachel Louise Carson

escritora cientista e ecologista norte-americana Deve-se a ela o livro que

marcou o iniacutecio da revoluccedilatildeo ecoloacutegica nos Estados Unidos The Silent Spring (A

Primavera Silenciosa) o qual relata os efeitos da maacute utilizaccedilatildeo dos pesticidas e

inseticidas quiacutemico-sinteacuteticos alertando sobre as consequumlecircncias danosas de

inuacutemeras accedilotildees humanas sobre o ambiente trazendo uma seacuterie de advertecircncias

sobre o meio ambiente Ainda hoje a obra eacute considerada uma das mais

importantes do seacuteculo ajudando a desencadear uma mudanccedila de postura dos

EUA e de outros paiacuteses do mundo em relaccedilatildeo aos pesticidas e

poluentes(wwwgeocitiescombr) (wwwambientebrasilcombr)

1965 Em marccedilo de 1965 na Conferecircncia de Educaccedilatildeo da

Universidade de Keele na Inglaterra colocou-se pela primeira vez a expressatildeo

Educaccedilatildeo Ambiental com a recomendaccedilatildeo de que ela deveria se tornar uma

parte essencial de educaccedilatildeo de todos os cidadatildeos(wwwmmagovbr)

(wwwjornaldomeioambientecombr)

1968 Fundaccedilatildeo do Clube de Roma Fundado pelo industrial italiano

Aureacutelio Peccei e pelo quiacutemico inglecircs Alexander King agregando empresaacuterios

poliacuteticos cientistas sociais Um grupo de especialistas de vaacuterias aacutereas passou a se

reunir regularmente com a preocupaccedilatildeo de discutir a crise atual e futura da

humanidade (wwwsenacbr) (wwwambientespgov)

1970 Entidade relacionada agrave revista britacircnica The Ecologist elabora o

ldquoManifesto para Sobrevivecircnciardquo onde insistiam que um aumento indefinido de

demanda natildeo pode ser sustentado por recursos finitos (wwwmecgovbr)

82

1971 Cria-se no Rio Grande do Sul a associaccedilatildeo gauacutecha de proteccedilatildeo

ao Ambiente Natural Fundada em 27 de abril de 1971 em Porto Alegre atraveacutes

da figura de Joseacute Lutzenberger encontrava uma ressonacircncia na miacutedia local e

nacional e junto aos meios universitaacuterios Pensadores e liacutederes ambientalistas

perceberam que harmonizar civilizaccedilatildeo industrial e natureza era um desafio que

exigiria uma revoluccedilatildeo cultural econocircmica e social sem precedentes(

wwwagirazulcombr)

1972 Publicaccedilatildeo do Relatoacuterio ldquoOs Limites do Crescimentordquo ndash Clube de

Roma Na visatildeo de Freire Dias o embriatildeo dessa medida foi gerado a partir do

relatoacuterio elaborado em 1968 e publicou um relatoacuterio denominado The limits of

growth (Os limites do crescimento econocircmico) onde se condenava a partir de

estudos sobre os modelos de desenvolvimento adotados a busca incessante do

crescimento da economia a qualquer custo e a meta de se tornaacute-la cada vez

maior mais rica e poderosa sem levar em conta o custo final desse crescimento

As vaacuterias anaacutelises contidas no referido relatoacuterio convergiam para o alerta sobre o

perigo do crescente consumo das sociedades modernas que se mantido no

ritmo atual levaria a humanidade a um limite de crescimento possivelmente a

um colapso Esse relatoacuterio apesar de rejeitado pelos poliacuteticos da eacutepoca foi

levado agrave Conferecircncia de Estocolmo em cujo foacuterum aprovou-se a

Recomendaccedilatildeo nordm 96 que reconhecia o desenvolvimento da Educaccedilatildeo

Ambiental como elemento criacutetico para o combate agrave crise ambiental do mundo

moderno (wwwsenaccombr)

Conferecircncia de Estocolmo ndash Em julho de 1972 na Sueacutecia onde

113 paiacuteses 90 dos quais pertenciam ao grupo dos paiacuteses em desenvolvimento

onde apenas 16 deles possuiacuteam entidades de proteccedilatildeo ambiental se reuniram

na Conferecircncia sobre o Meio Ambiente Humano Foi a primeira reuniatildeo

ambiental global que viria a acrescentar definitivamente agraves questotildees prioritaacuterias

discutidas pela ONU criada em 1945 - a paz os direitos humanos e o

desenvolvimento com igualdade - o tema da seguranccedila ecoloacutegica Desse modo

a Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas sobre Meio Ambiente Humano mundialmente

conhecida como Conferecircncia de Estocolmo passou a ser o marco de referecircncia

83

para as discussotildees sobre o que na sequumlecircncia viria a constituir-se numa das

questotildees mais complexas e mais cruciais da histoacuteria recente da humanidade ou

seja a questatildeo do desenvolvimento sustentaacutevel Ela chamou a atenccedilatildeo do

mundo para a gravidade da situaccedilatildeo nesse setor

(wwwmregovbr)(wwwagirazulcombr) (wwwcomcienciabr)

Universidade Federal de Pernambuco inicia uma campanha de

reintroduccedilatildeo do pau brasil considerado extinto em 1920

(wwwambientebrasilcombr)

Ainda como resultado da Conferecircncia de Estocolmo neste

mesmo ano a ONU criou um organismo denominado Programa das Naccedilotildees

Unidas para o Meio Ambiente - PNUMA sediado em Nairobi (wwwmecgovbr)

A Universidade Federal do Rio Grande do Sul criou o primeiro

curso de poacutes-graduaccedilatildeo em Ecologia do paiacutes (wwwmecgovbr)

1973 Registro Mundial de Programas em Educaccedilatildeo Ambiental-USA

(wwwambientebrasilcombr)

Cria-se a Secretaria Especial do Meio Ambiente SEMA pelo

Decreto nordm 73030 de 30 de outubro de 1973 que entre outras atividades

comeccedilou a fazer Educaccedilatildeo Ambiental e se propocircs a discutir junto agrave opiniatildeo

puacuteblica a questatildeo ambiental fazendo com que as pessoas se preocupassem

mais com o meio ambiente e evitassem atitudes predatoacuterias Vaacuterias medidas

legais foram tomadas posteriormente com o objetivo de preservar e conservar os

recursos ambientais e de controlar as diversas formas de poluiccedilatildeo A SEMA

dedicou-se a defender dois grandes objetivos estar atenta agrave poluiccedilatildeo

principalmente a de caraacuteter industrial mais visiacutevel e proteger a natureza

(wwwibamagovbr)

1974 Seminaacuterio de Educaccedilatildeo Ambiental em Jammi Finlacircndia - Esse

seminaacuterio considerou que a Educaccedilatildeo Ambiental permite alcanccedilar os objetivos

de proteccedilatildeo ambiental e que natildeo se trata de um ramo da ciecircncia ou uma

84

mateacuteria de estudos separada mas de uma accedilatildeo integral permanente

(wwwprgovbrmeioambiente)

1975 Congresso de Belgrado - Estabeleceu as metas e os princiacutepios da

Educaccedilatildeo Ambiental presentes na chamada Carta de Belgrado onde tambeacutem

se propusera que a Educaccedilatildeo Ambiental deveria ser contiacutenua multidisciplinar

integrada agraves diferenccedilas e voltada para os interesses nacionais

(wwwprgovbrmeioambiente)

Programa Internacional de Educaccedilatildeo Ambiental ndash PIEA- Criado

pela UNESCO o Programa Internacional de Educaccedilatildeo Ambiental e ateacute os dias

de hoje tem continuamente atuado na EA internacional e regionalmente O PIEA

manteacutem uma base de dados com informaccedilotildees sobre instituiccedilotildees de EA em todo

o mundo aleacutem de projetos e eventos que envolvem estudantes professores e

administradores (wwwambientespgov)

1976 Reuniatildeo Sub-regional de EA para o ensino secundaacuterio em

Chosica Peru Nesse foacuterum as questotildees ambientais na Ameacuterica Latina foram

relacionadas agraves necessidades de sobrevivecircncia e aos direitos humanos de seus

povos (wwwambientebrasilcombr)

Congresso de Educaccedilatildeo Ambiental Brasarville na Aacutefrica o qual

reconheceu que a pobreza eacute o maior problema ambiental

(wwwambientebrasilcombr)

A SEMA a Fundaccedilatildeo Educacional do Distrito Federal e a

Universidade de Brasiacutelia realizaram o primeiro curso de Extensatildeo para professores

do 1o Grau em Ecologia (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)

1977 A SEMA constitui um grupo de trabalho para elaboraccedilatildeo de um

documento de Educaccedilatildeo Ambiental para definir seu papel no contexto brasileiro

(Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)

85

Seminaacuterios Encontros e debates preparatoacuterios agrave Conferecircncia de

Tbilisi satildeo realizados pela FEEMA-RJ (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)

No Brasil o Conselho Federal de Educaccedilatildeo tornou obrigatoacuteria a

disciplina Ciecircncias Ambientais nos cursos de Engenharia (wwwmecgovbr)

Conferecircncia de Tbilisi realizada em 1977 na Geoacutergia ex-Uniatildeo

Sovieacutetica Foi deste encontro que saiacuteram as definiccedilotildees os objetivos os princiacutepios e

as estrateacutegias para a Educaccedilatildeo Ambiental que ateacute hoje satildeo adotadas

mundialmente Para que se chegasse a recomendaccedilotildees tatildeo duradouras foram

necessaacuterios vaacuterios anos de preparo Os proacuteprios organizadores do evento de Tbilisi

reconheceram que ele foi um prolongamento da Conferecircncia de Estocolmo de

1972 onde a Educaccedilatildeo Ambiental passou a ser considerada como campo de

accedilatildeo pedagoacutegica adquirindo relevacircncia e vigecircncia internacional

(wwwprgovbrmeioambiente)

1978 Nos cursos de Engenharia Sanitaacuteria inserem-se as disciplinas de

Saneamento Baacutesico e Saneamento Ambiental (wwwambientebrasilcombr)

1979 O MEC e a CETESB SP publicam o documento ldquoEcologia uma

Proposta para o Ensino de 1o e 2o Grausrdquo (wwwjornaldomeioambientecombr)

Encontro Regional de Educaccedilatildeo Ambiental para Ameacuterica Latina

em San Joseacute Costa Rica(wwwambientebrasilcombr)

1980 Seminaacuterio Regional Europeu sobre EA para Europa e Ameacuterica do

Norte o qual assinala a importacircncia do intercacircmbio de informaccedilotildees e

experiecircncias (wwwambientebrasilcombr)

Seminaacuterio Regional sobre EA nos Estados Aacuterabes Manama

Bahrein (UNESCO-PNUMA 1980)

1981 Lei Nordm 6938 de 31 de Agosto de 1981 dispotildee sobre a Poliacutetica

Nacional do Meio Ambiente (Brasil 1981)

86

1983 Por decisatildeo da Assembleacuteia Geral da ONU foi criada a Comissatildeo

Mundial de Meio Ambiente e Desenvolvimento ndash CMMAD presidida pela entatildeo

primeira ministra da Noruega Gro Harlem Brundtland Tinha como objetivo

analisar a interface entre a questatildeo ambiental e o desenvolvimento assim como

propor um plano de accedilotildees (wwwambientespgovbr)

1984 Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) apresenta uma

resoluccedilatildeo estabelecendo diretrizes para a Educaccedilatildeo Ambiental que natildeo eacute

tratada (wwwambientebrasilcombr)

1985 Parecer 81985 do MEC reforccedila a necessidade da inclusatildeo de

conteuacutedos ecoloacutegicos ao longo do processo de formaccedilatildeo do ensino de 1ordm e 2ordm

graus integrados a todas as aacutereas do conhecimento de forma sistematizada e

progressiva possibilitando a ldquoformaccedilatildeo da consciecircncia ecoloacutegica do futuro

cidadatildeordquo (wwwmecgovbr)

1986 A SEMA junto com a Universidade Nacional de Brasiacutelia organiza o

primeiro Curso de Especializaccedilatildeo em Educaccedilatildeo Ambiental (1986 a 1988)

(Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)

1987 O MEC aprova o Parecer 22687 do conselheiro Arnaldo Niskier

em relaccedilatildeo agrave necessidade de inclusatildeo da Educaccedilatildeo Ambiental nos curriacuteculos

escolares de 1o e 2o Graus O Plenaacuterio do Conselho Federal de Educaccedilatildeo

aprovou por unanimidade a conclusatildeo da Cacircmara de Ensino a respeito do

parecer 22687 que considerava necessaacuteria a inclusatildeo da Educaccedilatildeo Ambiental

dentre os conteuacutedos a serem explorados nas propostas curriculares das escolas

de 1ordm e 2ordm graus bem como sugeria a criaccedilatildeo de Centros de Educaccedilatildeo

Ambiental (wwwmecgovbr)

Estrateacutegia Internacional de accedilatildeo em mateacuteria de educaccedilatildeo e

formaccedilatildeo ambiental para o dececircnio de 90 - documento final do Congresso

Internacional sobre Educaccedilatildeo e Formaccedilatildeo Relativas ao Meio-ambiente realizado

em 1987 em Moscou Ruacutessia promovido pela UNESCO Ressalta a importacircncia da

87

formaccedilatildeo de recursos humanos nas aacutereas formais e natildeo formais da EA e na

inclusatildeo da dimensatildeo ambiental nos curriacuteculos de todos os niacuteveis

(wwwmecgovbr)

Paulo Nogueira Neto Primeiro secretaacuterio da Secretaria Especial

do Meio Ambiente (1974-1986) representa o Brasil na Comissatildeo Brundtland -

Comissatildeo Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento tambeacutem

conhecida como Comissatildeo Brundtland Essa comissatildeo produziu um relatoacuterio de

grande repercussatildeo internacional tendo sido usado inclusive como base para a

Agenda 21 Esse relatoacuterio da Comissatildeo Brundtland diz que desenvolvimento

sustentaacutevel ldquoeacute aquele que atende agraves necessidades do presente sem

comprometer a possibilidade de as geraccedilotildees futuras atenderem as suas proacuteprias

necessidadesrdquo (wwwibgegovbr)

Divulgaccedilatildeo do Relatoacuterio da Comissatildeo Brundtland Nosso Futuro

Comum A Comissatildeo Brundtland circulou o mundo e encerrou seus trabalhos em

1987 com um relatoacuterio chamado ldquoNosso Futuro Comumrdquo E eacute nesse relatoacuterio que

se encontra a definiccedilatildeo de desenvolvimento sustentaacutevel mais aceita e difundida

em todo o Planeta ldquoDesenvolvimento sustentaacutevel eacute aquele que atende agraves

necessidades do presente sem comprometer a possibilidade das geraccedilotildees futuras

satisfazerem suas proacuteprias necessidadesrdquo Segundo a Comissatildeo o desafio era

trazer as consideraccedilotildees ambientais para o centro das tomadas de decisotildees

econocircmicas e para o centro do planejamento futuro nos diversos niacuteveis local

regional e global (wwwmregovbr)

Congresso Internacional da UNESCO ndash PNUMA sobre Educaccedilatildeo

e Formaccedilatildeo Ambiental - Moscou Realizou a avaliaccedilatildeo dos avanccedilos desde Tbilisi

reafirmou os princiacutepios de Educaccedilatildeo Ambiental e assinalou a importacircncia e

necessidade da pesquisa e da formaccedilatildeo em Educaccedilatildeo Ambiental

(wwwambientebrasilcombr)

88

1988 Declaraccedilatildeo de Caracas ORPAL - PNUMA Sobre Gestatildeo

Ambiental na Ameacuterica a qual denuncia a necessidade de mudar o modelo de

desenvolvimento (wwwprgovbr)

A Constituiccedilatildeo Brasileira de 1988 em Art 225 no Capiacutetulo VI - Do

Meio Ambiente Inciso VI destacou a necessidade de lsquorsquopromover a Educaccedilatildeo

Ambiental em todos os niacuteveis de ensino e a conscientizaccedilatildeo puacuteblica para a

preservaccedilatildeo do meio ambientersquorsquo Para cumprimento dos preceitos

constitucionais leis federais decretos constituiccedilotildees estaduais e leis municipais

determinaram a obrigatoriedade da Educaccedilatildeo Ambiental(Brasil 1988)

Fundaccedilatildeo Getuacutelio Vargas traduz e publica o Relatoacuterio

Brundtland Nosso Futuro Comum (wwwprgovbr)

A Secretaria de Estado do Meio Ambiente de SP e a CETESB

publicam a ediccedilatildeo piloto do livro ldquoEducaccedilatildeo Ambientalrdquo Guia para professores

de 1o e 2o Graus (wwwnossoambienteonlinehpgigcombr)

1989 Criaccedilatildeo do IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente) pela

fusatildeo da SEMA SUDEPE SUDEHVEA e IBDF - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e

dos Recursos Naturais Renovaacuteveis uma autarquia federal foi criado pela Lei

773589 vinculado ao Ministeacuterio do Meio Ambiente ndash MMA sendo responsaacutevel

principalmente pela execuccedilatildeo da Poliacutetica Nacional do Meio Ambiente e

desenvolve atividades para a preservaccedilatildeo e conservaccedilatildeo do patrimocircnio natural

exercendo o controle e a fiscalizaccedilatildeo sobre o uso dos recursos naturais Nele

funciona a Divisatildeo de Educaccedilatildeo Ambiental com a missatildeo de promover a

conscientizaccedilatildeo de todos para a utilizaccedilatildeo racional dos recursos naturais

incentivando o desenvolvimento sustentaacutevel visando agrave preservaccedilatildeo do meio

ambiente para as geraccedilotildees futuras (wwwgeocitiesyahoocombribamapr)

Programa de Educaccedilatildeo Ambiental em Universidade Aberta da

Fundaccedilatildeo Demoacutecrito Rocha por meio de encartes nos jornais de Recife e

Fortaleza (wwwprgovbr)

89

Primeiro Encontro Nacional sobre Educaccedilatildeo Ambiental no Ensino

Formal IBAMA UFRPE Recife (wwwprgovbr)

Criou-se o Fundo Nacional de Meio Ambiente (FNMA) no

Ministeacuterio do Meio Ambiente MMA Criado pela Lei 7797 de 10 de julho de 1989

O FNMA tem por missatildeo contribuir como agente financiador e por meio da

participaccedilatildeo social para a implementaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional do Meio

Ambiente (PNMA) Desde sua criaccedilatildeo o FNMA apoacuteia projetos ambientais em todo

o paiacutes tendo investido mais de cem milhotildees de reais distribuiacutedos entre mais de mil

projetos aprovados (wwwmmagovbr)

Primeiro Seminaacuterio sobre materiais para a Educaccedilatildeo Ambiental

ORLEAC - UNESCO - PIEA Santiago Chile (wwwprgovbr)

Declaraccedilatildeo de HAIA preparatoacuterio da RIO 92 aponta a

importacircncia da cooperaccedilatildeo internacional nas questotildees

ambientais(wwwambientebrasilcombr)

1990 Conferecircncia Mundial sobre Ensino para Todos Satisfaccedilatildeo das

necessidades baacutesicas de aprendizagem em Jomtien Tailacircndia Destaca o

conceito de Analfabetismo Ambiental O analfabetismo ambiental levou a

espeacutecie humana a produzir essas pressotildees insuportaacuteveis sobre os sistemas naturais

Estamos vivendo de retiradas contiacutenuas de uma poupanccedila na qual natildeo fazemos

nenhum depoacutesito ldquoO analfabetismo ambiental eacute o mais difiacutecil de ser erradicado

pois atinge ateacute pessoas com vaacuterios anos de escolaridade que continuam

ateando fogo nas folhas secas em seus quintais natildeo reciclando o lixo e natildeo

poupando aacutegua nem energia eleacutetricardquo Gonccedilalves 1990 (wwwigcuspbr)

A ONU declara o ano 1990 como o Ano Internacional do Meio

Ambiente (wwwambientebrasilcombr)

I Curso Latino-Americano de Especializaccedilatildeo em Educaccedilatildeo

Ambiental PNUMAIBAMACNPqCAPESUFMTCUIABAacute-MT (1990 a 1994)

(wwwambientebrasilcombr)

90

1991 Portaria 678 (140591) do MEC determinou que a educaccedilatildeo

escolar deveria contemplar a Educaccedilatildeo Ambiental permeando todo o curriacuteculo

dos diferentes niacuteveis e modalidades de ensino Foi enfatizada a necessidade de

investir na capacitaccedilatildeo de professores (wwwmecgovbr)

Projeto de Informaccedilotildees sobre Educaccedilatildeo Ambiental IBAMA MEC

(wwwambientebrasilcombr)

Encontro Nacional de Poliacuteticas e Metodologias para Educaccedilatildeo

Ambiental promovido pela Presidecircncia da Repuacuteblica atraveacutes do MEC e SEMA

com apoio da UNESCOEmbaixada do Canadaacute em Brasiacutelia com a finalidade de

discutir diretrizes para definiccedilatildeo da Poliacutetica da EA (wwwmecgovbr)

Grupo de Trabalho para Educaccedilatildeo Ambiental coordenado pelo

MEC preparatoacuterio para a Conferecircncia do Rio 92 (wwwmecgovbr)

Reuniotildees preparatoacuterias da Rio 92(wwwambientebrasilcombr)

1992 Conferecircncia da ONU sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento

RIOndash92 UNCED Rio92 - Criaccedilatildeo da Agenda 21 Tratado de Educaccedilatildeo Ambiental

para Sociedades Sustentaacuteveis FORUN das ONGrsquos - compromissos da sociedade

civil com a Educaccedilatildeo Ambiental e o Meio Ambiente Carta Brasileira de

Educaccedilatildeo Ambiental o qual apontou as necessidades de capacitaccedilatildeo na aacuterea

(MEC 1992)

1ordm Encontro Nacional de Centros de Educaccedilatildeo Ambiental (CEAS)

ndash onde os coordenadores dos centros jaacute existentes e os teacutecnicos das Secretarias

de Educaccedilatildeo debateram propostas pedagoacutegicas e recursos institucionais e

apresentaram projetos e experiecircncias exitosas em educaccedilatildeo ambiental Em

decorrecircncia o Mec passou a incentivar a implantaccedilatildeo de centros de educaccedilatildeo

ambiental como espaccedilos de referencia visando a formaccedilatildeo integral do cidadatildeo

para interagir em diversos niacuteveis e modalidades de ensino e introduzir praacuteticas de

educaccedilatildeo ambiental junto agraves comunidades (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)

91

Foi criado o Ministeacuterio do Meio Ambiente (Ministeacuterio do Meio

Ambiente 2005)

Participaccedilatildeo das ONGrsquos do Brasil no Foacuterum de ONGrsquos e na

redaccedilatildeo do Tratado de Educaccedilatildeo Ambiental para Sociedades Sustentaacuteveis

Destaca-se o papel da Educaccedilatildeo Ambiental na construccedilatildeo da Cidadania

Ambiental (wwwambientebrasilcombr)

O MEC promove no Rio de Janeiro o Workshop sobre Educaccedilatildeo

Ambiental com o objetivo de socializar os resultados das experiecircncias nacionais e

internacionais de EA discutir metodologias e curriacuteculos destacando a

necessidade de capacitaccedilatildeo de recursos humanos para EA cujo resultado

encontra-se na Carta Brasileira de Educaccedilatildeo Ambiental (wwwmecgovbr)

1993 Uma Proposta Interdisciplinar de Educaccedilatildeo Ambiental para

Amazocircnia IBAMA Universidades e SEDUCrsquos da regiatildeo publicaccedilatildeo de um

Documento Metodoloacutegico e um de caraacuteter temaacutetico com 10 temas ambientais

da regiatildeo (1992 a 1994) (wwwambientebrasilcombr)

Projeto de Lei n 379293 de autoria do Deputado Faacutebio

Feldmann ora em tramitaccedilatildeo no congresso Nacional institui a Poliacutetica de

Educaccedilatildeo Ambiental Este projeto de Lei tem como objetivo interligar os sistemas

nacionais de meio ambiente e de educaccedilatildeo em um sistema uacutenico (Ministeacuterio do

Meio Ambiente2004) (wwwbio2000hpgigcombr)

Portaria 77393 do MEC instituiu em caraacuteter permanente um

Grupo de Trabalho para EA com o objetivo de coordenar apoiar acompanhar

avaliar e orientar as accedilotildees metas e estrateacutegias para a implementaccedilatildeo da EA nos

sistemas de ensino em todos os niacuteveis e modalidades concretizando as

recomendaccedilotildees aprovadas na RIO -92(wwwmecgovbr)

Criaccedilatildeo dos Centros de Educaccedilatildeo Ambiental do MEC com a

finalidade de criar e difundir metodologias em Educaccedilatildeo Ambiental

(wwwambientebrasilcombr)

92

Congresso Sul-americano como continuidade da Rio92 ndash

Argentina (wwwambientebrasilcombr)

1994 Criaccedilatildeo do programa Nacional de Educaccedilatildeo Ambiental

(PRONEA) em dezembro de 1994 pela Presidecircncia da Repuacuteblica em funccedilatildeo da

Constituiccedilatildeo Federal de 1988 e dos compromissos internacionais assumidos com a

Conferencia do Rio compartilhado pelo entatildeo Ministeacuterio do Meio Ambiente dos

Recursos Hiacutedricos e da Amazocircnia Legal e pelo Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e do

Desporto com as parcerias do Ministeacuterio da Cultura e do Ministro da Ciecircncia e

Tecnologia (Ministeacuterio do Meio ambiente 2004)

Proposta do Programa Nacional de Educaccedilatildeo Ambiental -

PRONEA elaborada pelo MECMMAMINCMCT com o objetivo de ldquocapacitar o

sistema de educaccedilatildeo formal e natildeo-formal supletivo e profissionalizante em seus

diversos niacuteveis e modalidadesrdquo (wwwmecgovbr)

1995 Foi criada a Cacircmara Teacutecnica temporaacuteria de Educaccedilatildeo Ambiental

no Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA) determinante para o

fortalecimento da Educaccedilatildeo Ambiental Realizou sua primeira reuniatildeo em junho

de 1996 quando se discutiu o documento intitulado ldquoSubsiacutedios para a formulaccedilatildeo

de uma Poliacutetica Nacional de Educaccedilatildeo Ambientalrdquo elaborada pelo MMAIBAMA

e pelo MEC Os princiacutepios orientadores para esse documento eram a

participaccedilatildeo a descentralizaccedilatildeo o reconhecimento da pluralidade e

diversidade cultural e a interdisciplinaridade (ProNEA-2004) (wwwmecgovbr)

Conferecircncia para o Desenvolvimento Social realizada em

Copenhague Sueacutecia que visaria a Criaccedilatildeo de um ambiente econocircmico-poliacutetico-

social-cultural e juriacutedico que permita o desenvolvimento social

(wwwambientebrasilcombr)

1996 Lei nordm 927696 que estabelece o Plano Plurianual do Governo

19961999 define como principais objetivos da aacuterea de Meio Ambiente a

ldquopromoccedilatildeo da Educaccedilatildeo Ambiental atraveacutes da divulgaccedilatildeo e do uso de

93

conhecimentos sobre tecnologias de gestatildeo sustentaacutevel dos recursos naturaisrdquo

procurando garantir a implementaccedilatildeo do PRONEA (wwwmecgovbr)

Cursos de Capacitaccedilatildeo em Educaccedilatildeo Ambiental para os

teacutecnicos das SEDUCrsquos e DEMECrsquos nos Estados - Coordenaccedilatildeo de Educaccedilatildeo

Ambiental promove trecircs cursos de Capacitaccedilatildeo de Multiplicadores em Educaccedilatildeo

Ambiental - Apoio do acordo BRASILUNESCO a fim de preparar teacutecnicos das

Secretarias Estaduais de Educaccedilatildeo Delegacias Regionais de Educaccedilatildeo do MEC

e algumas Universidades Federais para atuarem no processo de inserccedilatildeo da

Educaccedilatildeo Ambiental nos Paracircmetros Curriculares (wwwmecgovbr)

Criaccedilatildeo da Comissatildeo Interministerial de EA do MMA - Essa

Comissatildeo tem como objetivo assessorar o Presidente da Repuacuteblica na tomada de

decisotildees sobre as estrateacutegias e poliacuteticas nacionais necessaacuterias ao

desenvolvimento sustentaacutevel conforme as diretrizes estabelecidas pela Agenda

21 (wwwmmagovbr)

1997 Aprovaccedilatildeo dos Novos PCNrsquos ndash Os PCNrsquos constituem-se como um

subsiacutedio para apoiar a escola na elaboraccedilatildeo de seu projeto educativo inserindo

procedimentos atitudes e valores no conviacutevio escolar bem como a necessidade

de tratar de alguns temas sociais urgentes de abrangecircncia nacional

denominado como temas transversais meio ambiente eacutetica pluralidade cultural

orientaccedilatildeo sexual trabalho e consumo (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)

I Conferecircncia Nacional de Educaccedilatildeo Ambiental (ICNEA)

realizada em Brasiacutelia quando foi produzido o documento ldquoCarta de Brasiacutelia para

a Educaccedilatildeo Ambientalrdquo contendo cinco aacutereas temaacuteticas Educaccedilatildeo Ambiental

e as vertentes do desenvolvimento sustentaacutevel Educaccedilatildeo Ambiental formal

papel desafios metodologias e capacitaccedilatildeo Educaccedilatildeo no processo de gestatildeo

ambiental metodologia e capacitaccedilatildeo Educaccedilatildeo Ambiental e as poliacuteticas

puacuteblicas PRONEA poliacuteticas de recursos hiacutedricos urbanas agricultura ciecircncia e

tecnologia Educaccedilatildeo Ambiental eacutetica formaccedilatildeo da cidadania educaccedilatildeo

comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo da sociedade (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)

94

Cursos de Educaccedilatildeo Ambiental organizados pelo MECndash Atraveacutes

da Coordenaccedilatildeo de Educaccedilatildeo Ambiental para as escolas Teacutecnicas e segunda

etapa de capacitaccedilatildeo das SEDUCrsquos e DEMECrsquos Convecircnio UNESCO ndash MEC

(wwwambientebrasilcombr)

IV Foacuterum de Educaccedilatildeo Ambiental e I Encontro da Rede de

Educadores Ambientais em VitoacuteriaES (wwwambientebrasilcombr)

Conferecircncia Internacional sobre Meio Ambiente e Sociedade

Conferecircncia Internacional sobre Meio Ambiente e Sociedade Educaccedilatildeo e

Consciecircncia Puacuteblica para a Sustentabilidade ndash Thessaloniki Greacutecia 1997 Onde

houve o reconhecimento que passados cinco anos da Conferecircncia Rio-92 o

desenvolvimento da EA foi insuficiente (wwwmecgovbr)

A Coordenaccedilatildeo de Educaccedilatildeo Ambiental do MEC promove sete

Cursos de Capacitaccedilatildeo de Multiplicadores e cinco Teleconferecircncias

(wwwmecgovbr)

1998 A Coordenaccedilatildeo de Educaccedilatildeo Ambiental do MEC promove 8

Cursos de Capacitaccedilatildeo de Multiplicadores 5 teleconferecircncias 2 Seminaacuterios

Nacionais e produz 10 viacutedeos para serem exibidos pela TV Escola

(wwwmecgovbr)

Ao final deste ano a Coordenaccedilatildeo de Educaccedilatildeo Ambiental eacute

inserida na Secretaria de Ensino Fundamental ndash SEF do MEC apoacutes reforma

administrativa (wwwportalmecgovbr)

1999 Criaccedilatildeo da Diretoria de Educaccedilatildeo Ambiental (DEA) do MMA ndash

Que passou a desenvolver as seguintes atividades Implantaccedilatildeo do Sistema

Brasileiro de Informaccedilatildeo em Educaccedilatildeo Ambiental (SIBEA) objetivando atuar

como um sistema integrador das informaccedilotildees de educaccedilatildeo ambiental no paiacutes

Implantaccedilatildeo de Poacutelos de Educaccedilatildeo Ambiental e Difusatildeo de Praacuteticas Sustentaacuteveis

nos Estados objetivando irradiar as accedilotildees de Educaccedilatildeo Ambiental fomento aacute

formaccedilatildeo de Comissotildees Interinstitucionais de Educaccedilatildeo Ambiental nos estados e

95

auxilio na elaboraccedilatildeo de programas estaduais de Educaccedilatildeo Ambiental

implantaccedilatildeo de curso de Educaccedilatildeo Ambiental a distancia objetivando

capacitar gestores professores e teacutecnicos de meio ambiente de todos os

municiacutepios do paiacutes implantaccedilatildeo do projeto Protetores da Vida objetivando

sensibilizar e mobilizar jovens para as questotildees ambientais (Ministeacuterio do Meio

Ambiente 2004)

Aprovaccedilatildeo da LEI 959799 que estabelece a Poliacutetica Nacional

de EA - promulgada a Lei nordm 9795 de 27 de abril de 1999 que institui a Poliacutetica

Nacional de Educaccedilatildeo Ambiental a que deveraacute ser regulamentada apoacutes as

discussotildees na Cacircmara Teacutecnica Temporaacuteria de Educaccedilatildeo Ambiental no CONAMA

(wwwmecgovbr)

A Portaria 164899 do MEC criou o Grupo de Trabalho com

representantes de todas as suas Secretarias para discutir a regulamentaccedilatildeo da

Lei nordm 979599 (wwwmecgovbr)

O MEC propotildee o Programa PCNrsquos em Accedilatildeo atendendo agraves

solicitaccedilotildees dos Estados tendo o Meio Ambiente como uns dos temas

transversais que seraacute trabalhado no ano 2000 (wwwmecgovbr)

Programa Nacional de Educaccedilatildeo Ambiental ndash implantaccedilatildeo do

Programa Nacional de Educaccedilatildeo Ambiental - ProNEA(wwwmecgovbr)

A Coordenaccedilatildeo de EA (COEA) do MEC passa a formar parte da

Secretaacuteria de Ensino Fundamental (wwwambientebrasilcombr)

2000 A Educaccedilatildeo Ambiental integra o Plano Plurianual do Governo

(2000-2003) e agora institucionalmente vinculado ao Ministeacuterio do Meio

Ambiente contemplando sete accedilotildees realizadas pelo MMA IBAMA Banco do

Brasil e Jardim Botacircnico do Rio de Janeiro (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)

2001 Em reconhecimento a importacircncia da articulaccedilatildeo dos

educadores ambientais e as suas instituiccedilotildees em modelos de articulaccedilatildeo

96

horizontal o MMA iniciou uma accedilatildeo de fomento a estruturaccedilatildeo e do

fortalecimento da Rede Brasileira de Educaccedilatildeo Ambiental (REBEA) e da Rede

Paulista de Educaccedilatildeo Ambiental (REPEA) e forneceu apoio a estruturaccedilatildeo da

REASUL da Rede Aguapeacute e da Rede Acreana de Educaccedilatildeo Ambiental

(Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)

2002 No mecircs de junho a lei nordm 979599 foi regulamentada pelo Decreto

nordm4 281 que definem entre outras coisas a composiccedilatildeo e as competecircncias do

Oacutergatildeo Gestor da PNEA lanccedilando assim as bases para a execuccedilatildeo da PNEA

(Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)

2003 Eacute instaurada no MMA a Comissatildeo intersetorial de Educaccedilatildeo

Ambiental (CISEA) com representaccedilatildeo de todas as secretarias e todos os oacutergatildeos

vinculados ao MMA criando uma instancia para um processo coordenado de

consultas e deliberaccedilotildees internamente a esse Ministeacuterio e contribuindo para a

transversalidade interna e a sinergia das accedilotildees em educaccedilatildeo ambiental

desenvolvidas pelas suas secretarias e pelos seus oacutergatildeos vinculados (Ministeacuterio do

Meio Ambiente 2004)

O Ministeacuterio da Educaccedilatildeo estabelece como prioridades viabilizar

as accedilotildees e diretrizes da PNEA e reestruturar a Coordenaccedilatildeo Geral de Educaccedilatildeo

Ambiental (COEA) que passa da Secretaria de Educaccedilatildeo Fundamental

diretamente agrave Secretaria Executiva atuando de forma integrada a todas as

secretarias conferindo maior visibilidade agrave Educaccedilatildeo Ambiental e oportunizando

sua transversalidade assim como seu enraizamento no MEC e na estrutura de

Governo (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)

2004 O MMA e o MEC promoveram em 21 de julho a reuniatildeo de

instalaccedilatildeo do oacutergatildeo gestor da PNEA um passo decisivo para a execuccedilatildeo das

accedilotildees em educaccedilatildeo ambiental no Governo Federal tendo como primeira tarefa

a assinatura de um Termo de Cooperaccedilatildeo Teacutecnica para a realizaccedilatildeo conjunta

da Conferencia Infanto-Juvenil pelo Meio Ambiente (Ministeacuterio do Meio

Ambiente 2004)

97

Em 17 de novembro foi instaurado o Comitecirc Assessor do Oacutergatildeo

Gestor sendo realizada sua primeira reuniatildeo na qual foram criados seis grupos de

trabalho (GTs) dois temporaacuterios ndash GT Documento do ProNEA e GT Regimento

Interno e quatro permanentes ndash GT Gestatildeo do Sistema Brasileiro de Informaccedilotildees

sobre Educaccedilatildeo Ambiental(SIBEA) GT Criteacuterios e Indicadores para Projetos e

Accedilotildees de Educaccedilatildeo Ambiental GT Instrumentos Institucionais e Legais para a

Promoccedilatildeo da Educaccedilatildeo Ambiental e GT Relaccedilotildees Internacionais (Ministeacuterio do

Meio Ambiente 2004)

Foi realizado em Goiacircnia o primeiro encontro governamental

nacional sobre poliacuteticas publicas de educaccedilatildeo ambiental reunindo secretaacuterios e

gestores puacuteblicos das trecircs esferas de governo da aacuterea ambiental O evento visou

a elaborar um diagnoacutestico dos principais desafios ao enraizamento da educaccedilatildeo

ambiental e a aproximaccedilatildeo entre as secretarias de educaccedilatildeo e do meio

ambiente Neste encontro foi reconhecida a necessidade da articulaccedilatildeo e do

fortalecimento muacutetuo das Comissotildees Interinstitucionais Estaduais e das Redes de

Educaccedilatildeo Ambiental Foi elaborado o documento ldquoCompromisso de Goiacircniardquo

que consiste no estabelecimento de um importante e pioneiro pacto entre as

esferas de governo para a criaccedilatildeo de Poliacuteticas e Programas estaduais e

municipais de Educaccedilatildeo Ambiental sincronizados com o ProNEA (Ministeacuterio do

Meio Ambiente 2004)

Nesse ano foi realizada a deacutecima-nona ediccedilatildeo do curso de

Introduccedilatildeo agrave Educaccedilatildeo no Processo de Gestatildeo Ambiental do IBAMA

alcanccedilando quase 700 profissionais formados para atuar com a educaccedilatildeo na

gestatildeo ambiental (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2005)

Ocorreu nova reestruturaccedilatildeo do MEC com a transferecircncia da

Coordenaccedilatildeo Geral de Educaccedilatildeo Ambiental (CGEA) para a entatildeo receacutem-criada

Secretaria de Educaccedilatildeo Continuada Alfabetizaccedilatildeo e Diversidade (Ministeacuterio do

Meio Ambiente 2005)

98

Teve iniacutecio um novo Plano Plurianual o PPA 2004-2007 Em

funccedilatildeo das novas diretrizes e sintonizado com o ProNEA o Programa 0052 eacute

reformulado passa a ser intitulado Educaccedilatildeo Ambiental para Sociedades

Sustentaacuteveis e inicia o ano composto por accedilotildees de responsabilidade da Diretoria

de Educaccedilatildeo Ambiental Fundo Nacional do Meio AmbienteAgecircncia Nacional

de Aacuteguas Coordenaccedilatildeo Geral de Educaccedilatildeo Ambiental do Instituto Brasileiro de

Meio Ambiente e Recursos Naturais Renovaacuteveis Jardim Botacircnico do Rio de

Janeiro e a Secretaria da Comissatildeo Interministerial para os Recursos do Mar

(SECIRM) (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)

Em novembro de 2004 foi realizado o V Foacuterum Brasileiro de

Educaccedilatildeo Ambiental construiacutedo de forma coletiva a partir da Rede Brasileira de

Educaccedilatildeo Ambiental e que proporcionou espaccedilos para diaacutelogo e trocas entre

os educadores ambientais Realizada durante todo o evento a atividade

denominada ldquoConversando com as Redesrdquo proporcionou aos participantes a

oportunidade de estar em contato com as pessoas que formam as redes de

Educaccedilatildeo Ambiental de todo o Brasil As conexotildees foram reforccediladas e renovadas

no evento que viu nascer a Rede Nordestina de Educaccedilatildeo Ambiental e a Rede

de Edu -comunicaccedilatildeo Socioambiental (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2005)

Ainda em novembro de 2004 o MMA participou na Venezuela

da reuniatildeo de trabalho de especialistas em gestatildeo puacuteblica da educaccedilatildeo

ambiental da Ameacuterica Latina e Caribe para elaboraccedilatildeo do plano de

implementaccedilatildeo do Programa Latino-americano e Caribenho de Educaccedilatildeo

Ambiental (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2005)

Nesse ano de 2004 foi feita a revisatildeo do Plano Plurianual e do

Programa 0052 e seu conjunto de accedilotildees foi alterado iniciando o exerciacutecio de

2005 com a seguinte composiccedilatildeo

bull 6270 ndash Educaccedilatildeo ambiental para recursos hiacutedricos (ANA)

bull 2972 ndash Educaccedilatildeo para conservaccedilatildeo da biodiversidade (Jardim Botacircnico

do Rio de Janeiro)

99

bull 2965 ndash Fomento a projetos integrados de educaccedilatildeo ambiental (FNMA)

bull 4932 ndash Formaccedilatildeo de educadores ambientais (DEAIBAMA)

bull 09HO ndash Apoio agrave gestatildeo compartilhada da educaccedilatildeo ambiental (DEA)

bull1997 ndash Implantaccedilatildeo do Sistema Brasileiro de Informaccedilotildees sobre Educaccedilatildeo

Ambiental (DEA)

bull 6857 ndash Produccedilatildeo e veiculaccedilatildeo de programas de educaccedilatildeo ambiental

(DEA)

bull 4641 ndash Publicidade de utilidade puacuteblica (DEA)

bull 4232 ndash Capacitaccedilatildeo de recursos humanos para a prevenccedilatildeo e o

controle ambiental nas aacutereas mariacutetimas e portuaacuterias (SECIRM) (Ministeacuterio do Meio

Ambiente 2004)

Nessa revisatildeo a CGEAMEC inclui no Programa 1061 - Brasil Escolarizado

sob responsabilidade desse Ministeacuterio duas accedilotildees relativas especificamente agrave

educaccedilatildeo ambiental

bull 09EA ndash Apoio agrave distribuiccedilatildeo de material didaacutetico para formaccedilatildeo

continuada em educaccedilatildeo ambiental

bull 09ED ndash Apoio agrave formaccedilatildeo continuada em educaccedilatildeo ambiental para

profissionais da educaccedilatildeo (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2005)

53 Algumas Consideraccedilotildees sobre a Evoluccedilatildeo da Educaccedilatildeo Ambiental

A Educaccedilatildeo Ambiental eacute direito de todos De modo formal como

componente permanente da educaccedilatildeo em todos os niacuteveis e modalidades De

modo natildeo formal atraveacutes de praacuteticas educativas voltadas para a mobilizaccedilatildeo e

participaccedilatildeo da sociedade e suas organizaccedilotildees na defesa da qualidade do

meio ambiente (ALERJ 1999)

A Educaccedilatildeo Ambiental jaacute percorreu um longo caminho superou alguns

obstaacuteculos alguns conflitos ganhou algumas batalhas porem ainda falta muito

para vencer a guerra contra os avanccedilos tecnoloacutegicos sem responsabilidade com

o meio ambiente porque o desenvolvimento eacute necessaacuterio poreacutem natildeo pode estar

100

combinado com um poder impiedoso e irracional do homem que destroacutei a terra

que pisa e tira o sustento polui o ar que respira suja a aacutegua que garante a sua

sobrevivecircncia e das geraccedilotildees futuras

Ao longo desses anos a Educaccedilatildeo Ambiental caminhou em direccedilatildeo ao

reconhecimento da sua importacircncia pois se natildeo houver um investimento em

accedilotildees que despertem a consciecircncia da humanidade para com o Meio

Ambiente natildeo teraacute nenhum sucesso os investimentos para o futuro A educaccedilatildeo

eacute o meio mais importante para o desenvolvimento do homem e a Educaccedilatildeo

Ambiental deve estar presente em todos os niacuteveis educacionais pois atraveacutes dela

passa a existir a consciecircncia pessoal de que o homem natildeo eacute o uacutenico no mundo

e sim faz parte dele segundo Boff 1992 ldquoMesmo sendo o homem a expressatildeo

autoconsciente do mundo natildeo eacute a principal nem a uacutenicardquo Devido a isto o

homem deve ter a consciecircncia de que existe uma interdependecircncia entre os

seres e a natureza em todo o planeta A partir da conscientizaccedilatildeo o homem

passa a perceber e revisar seus conceitos em relaccedilatildeo a viver bem pois a

seduccedilatildeo e adoraccedilatildeo aos estilos e modismos que fazem das pessoas aacutevidos

consumidores e como consequumlecircncia temos a geraccedilatildeo de montanhas de lixo

resiacuteduos inclusive radioativos aleacutem da extraccedilatildeo desordenada dos recursos

naturais natildeo renovaacuteveis

Eacute evidente que nas questotildees ambientais existem os conflitos que vatildeo de

encontro com os propoacutesitos poliacuteticos e os projetos educativos realmente

comprometidos com o resgate do equiliacutebrio entre a necessidade social e a

ambiccedilatildeo pessoal No primeiro caso trata-se de pessoas que na maioria das

vezes por falta de informaccedilatildeo destroem a natureza como derrubada de aacutervores

morte de animais pesca predatoacuteria etc em favor de seu sustento e de suas

famiacutelias natildeo percebendo que com esta destruiccedilatildeo estatildeo limitando o tempo do

seu sustento pois sem controle haacute o esgotamento No segundo caso a

exploraccedilatildeo e a destruiccedilatildeo da natureza natildeo por falta de informaccedilatildeo e sim por

ambiccedilatildeo ao dinheiro e por consequumlecircncia pelo poder natildeo importando o mal

que esta sendo feito Em relaccedilatildeo a isto se pode ressaltar que a pobreza tanto

nacional quanto global eacute uma das principais causas da destruiccedilatildeo pois quando

101

se tem fome a preocupaccedilatildeo com a natureza natildeo tem valor por isto quando se

fala em meio ambiente eacute tudo que estaacute a nossa volta inclusive agrave sociedade

Nessa perspectiva a educaccedilatildeo ambiental precisa ultrapassar os limites da

escola formal isto eacute deve transcender o espaccedilo escolar e ser concebida como

um processo contiacutenuo de formaccedilatildeo para a cidadania atingindo o ser humano

seja ele quem for ou onde estiver para que seja possiacutevel atingir em essecircncia a

mudanccedila de paradigmas que existem nas relaccedilotildees entre homem sociedade e

natureza Para isto se faz necessaacuterio o preenchimento de todos os espaccedilos seja

da miacutedia da famiacutelia do lazer da cultura da ciecircncia do trabalho e

principalmente da educaccedilatildeo Se forem aproveitadas todas as oportunidades

para se praticar a Educaccedilatildeo Ambiental estes conceitos passariam a fazer parte

da consciecircncia individual e coletiva do ser humano provocando alteraccedilatildeo no

sistema social e psicoloacutegico promovendo uma nova eacutetica planetaacuteria

comprometida com a erradicaccedilatildeo da pobreza da fome da poluiccedilatildeo da

opressatildeo humana da degradaccedilatildeo ambiental para que todos os recursos da

natureza possam ser utilizados com equiliacutebrio e respeito agrave fragilidade da terra e

de forma a beneficiar toda a humanidade (wwwsenacbr)

O Estado do Rio de Janeiro dispotildee da Lei 332599 que determina a

Educaccedilatildeo Ambiental obrigatoacuteria em todos os periacuteodos e nas vaacuterias disciplinas do

primeiro e segundo graus natildeo podendo ter uma uacutenica cadeira com conceitos

ecoloacutegicos e as demais ignorarem completamente os ecossistemas e as relaccedilotildees

entre transportes induacutestria agricultura urbanizaccedilatildeo sauacutede e o meio ambiente A

Educaccedilatildeo Ambiental por ser responsabilidade de todos deve ser tratada como

tema transversal isto eacute uma preocupaccedilatildeo de toda a escola e de toda a

comunidade onde a escola estaacute inserida Os professores das vaacuterias disciplinas e a

direccedilatildeo da escola estaratildeo empenhados na construccedilatildeo de projetos pedagoacutegicos

que inclua a problemaacutetica ambiental

A seguir as metodologias utilizadas na realizaccedilatildeo deste trabalho

102

Capiacutetulo 6 Metodologias

O objetivo deste capiacutetulo eacute descrever as metodologias aplicadas na busca

dos objetivos especiacuteficos para atingir as metas apontadas neste estudo

O estudo apresentado nessa dissertaccedilatildeo teve como base agrave elaboraccedilatildeo

de um meacutetodo capaz de garantir a confiabilidade e reprodutibilidade da

pesquisa No decorrer deste capitulo seratildeo abordados temas como

planejamento de pesquisa meacutetodo estatiacutestico pesquisa de campo fontes de

informaccedilatildeo e os problemas encontrados

Eacute relevante citar que o processo de pesquisa cientifica eacute uma atividade

dinacircmica e passiacutevel de mutaccedilotildees A metodologia empregada nesta pesquisa

possibilitou a agregaccedilatildeo de informaccedilotildees no decorrer do trabalho norteadas

sempre pelos objetivos do estudo

A figura 61 mostra esquematicamente a estrateacutegia utilizada na pesquisa

cujas etapas estatildeo melhor detalhadas nos itens subsequumlentes

103

Figura 61 - Esquematizaccedilatildeo do Projeto

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria a partir dos dados deste capiacutetulo

104

61 Diagnose do Estado da Arte da Educaccedilatildeo Ambiental no Ensino Meacutedio da Rede Estadual de Ensino no Municiacutepio do Rio de Janeiro 611 Objetivos

Umas das finalidades da pesquisa proposta no presente trabalho consistiu

em analisar o estado da arte do ponto de vista da Educaccedilatildeo Ambiental do

Ensino Meacutedio na Rede Estadual de Ensino localizada no Municiacutepio do Rio de

Janeiro A partir desta anaacutelise pretende-se traccedilar um perfil das escolas e indicar

caminhos estrateacutegicos em termos de sugestotildees no sentido de melhorar as

informaccedilotildees fornecidas aos alunos dentro da sua formaccedilatildeo acadecircmica partindo

de uma boa formaccedilatildeo docente

A seguir seratildeo detalhados os procedimentos utilizados durante a

elaboraccedilatildeo da pesquisa

612 Metodologia de Pesquisa

O meacutetodo de pesquisa adotado foi uma combinaccedilatildeo de anaacutelise

exploratoacuteria e anaacutelise quantitativa envolvendo as Escolas do Ensino Meacutedio da

Rede Estadual de Ensino localizadas no Municiacutepio do Rio de Janeiro O meacutetodo

foi baseado nas seguintes definiccedilotildees

Uma anaacutelise exploratoacuteria eacute uma pesquisa empiacuterica que utilizando diversas

fontes de informaccedilatildeo investiga um fenocircmeno contemporacircneo no seu contexto

real quando as fronteiras entre o fenocircmeno e contexto natildeo se encontram

nitidamente definidas (Yin 1984)

A anaacutelise quantitativa muitas vezes pode natildeo englobar as variaacuteveis

necessaacuterias agrave compreensatildeo de determinados eventos A concorrecircncia desses

eventos pode abranger uma complexidade tal que os paracircmetros de anaacutelise

tornam-se multidimensionais e difiacuteceis de serem observados de forma quantitativa

105

Contudo isto natildeo significa que as fronteiras entre as duas estrateacutegias de

pesquisa adotadas devam ser claramente delimitadas pois sempre existiratildeo

pontos em comum entre elas Cabe ressaltar poreacutem que cada estrateacutegia possui

caracteriacutesticas proacuteprias (Castro 1978)

O meacutetodo Survey a seguir definido foi o mais adequado para o

desenvolvimento da pesquisa

ldquoA pesquisa survey pode ser descrita como obtenccedilatildeo de dados ou

informaccedilotildees sobre caracteriacutesticas accedilotildees ou opiniotildees de determinado grupo

de pessoas indicado como representante de uma populaccedilatildeo alvo por meio

de um instrumento de pesquisa normalmente um questionaacuteriordquo(Tanur apud

Pinsonneautlt amp Kraemer 1993)

A metodologia estaacute coerente com o objetivo do trabalho uma vez que

desejava-se identificar qual o estado da arte da educaccedilatildeo ambiental nas

escolas de ensino meacutedio da Rede Puacuteblica EstadualConsiderando as colocaccedilotildees

de classificaccedilatildeo de uma pesquisa Survey esta tem um propoacutesito exploratoacuterio e

descritivo

No desenvolvimento do trabalho foi realizado um levantamento de dados

no ambiente com a aplicaccedilatildeo de um questionaacuterio respondido por parte das

escolas (amostra) de cada Metropolitana envolvida na pesquisa

613 Planejamento da Pesquisa

O primeiro passo do planejamento da pesquisa foi o levantamento das

informaccedilotildees disponiacuteveis sobre a situaccedilatildeo do ensino da EA nas Instituiccedilotildees de

Ensino Meacutedio da Rede Puacuteblica Estadual do Municiacutepio do Rio de Janeiro Este

levantamento compreendeu os seguintes itens

Determinaccedilatildeo da metodologia de pesquisa a ser adotada no projeto

Elaboraccedilatildeo de questionaacuterios

106

Aplicaccedilatildeo dos questionaacuterios junto agraves Instituiccedilotildees de Ensino meacutedio

atraveacutes de parceria com a Secretaria Estadual de Educaccedilatildeo

Realizaccedilatildeo de entrevistas com os diretores de Ensino das

Metropolitanas envolvidas no projeto

Avaliaccedilatildeo da receptividade nas metropolitanas e na SEERJ

Levantamento estatiacutestico dos dados

Busca de maiores informaccedilotildees sobre o tema nos sites da SEERJ

Elaboraccedilatildeo de propostas

614 Fontes de Informaccedilotildees

Na pesquisa realizada se lidou com uma variedade de fontes de

informaccedilotildees como documentos entrevistas e observaccedilotildees conforme segue

Materiais Impressos de oacutergatildeos ambientais

Trabalhos acadecircmicos sobre Educaccedilatildeo Ambiental

Entrevistas com professores e diretores de instituiccedilotildees de ensino

Materiais disponibilizados em meio eletrocircnico

Informaccedilotildees disponibilizadas pela SEERJ

615 Pesquisa de Campo

A pesquisa de campo foi realizada em duas etapas

A primeira etapa consistiu na aplicaccedilatildeo de um questionaacuterio nas escolas de

Ensino meacutedio da Rede Puacuteblica Estadual do Municiacutepio do Rio de Janeiro no

periacuteodo de abril a julho de 2006 A distribuiccedilatildeo do questionaacuterio foi viabilizada

mediante parceria com a SEERJ atraveacutes da coordenadoria de EA Os

questionaacuterios foram enviados para as Metropolitanas que foram responsaacuteveis

pela distribuiccedilatildeo e pelo recolhimento destes nas escolas Nas escolas os

questionaacuterios foram respondidos pelos diretores ou orientadores pedagoacutegicos O

modelo do questionaacuterio encontra-se no anexo 3

107

Apoacutes anaacutelise quantitativa e qualitativa dos questionaacuterios foi realizada a

segunda etapa que consistiu na avaliaccedilatildeo da receptividade das Metropolitanas

e da proacutepria SEERJ relacionada agrave relevacircncia da pesquisa Para tal foi elaborado

um questionaacuterio especiacutefico a ser respondido pelo responsaacutevel pela distribuiccedilatildeo

em cada metropolitana (anexo 4 5 e 6) e tambeacutem pela Coordenaccedilatildeo de

Educaccedilatildeo Ambiental da SEERJ O modelo dos questionaacuterios encontram-se no

anexo 7

Depois de estabelecidas as primeiras diretrizes foi realizado um

levantamento bibliograacutefico sobre os assuntos referentes ao trabalho Atraveacutes da

revisatildeo da literatura foi encontrada uma seacuterie de documentos pertinentes ao

assunto tais como

Determinaccedilatildeo de um modelo estatiacutestico utilizaccedilatildeo de uma amostragem

adequada

Realizaccedilatildeo de um questionaacuterio para as escolas

Definiccedilatildeo de modelo estatiacutestico para avaliar os dados levantados

Discussatildeo sobre o modelo estatiacutestico

Numa segunda etapa foi realizado um questionaacuterio de avaliaccedilatildeo da

pesquisa com os Diretores de Ensino responsaacuteveis pelas das metropolitanas

envolvidas no projeto

616 Avaliaccedilatildeo dos Resultados

Os dados seratildeo apresentados de maneira a desenhar o perfil das escolas

respondentes e suas opiniotildees a respeito da situaccedilatildeo do ensino da Educaccedilatildeo

Ambiental na rede puacuteblica estadual do Municiacutepio do Rio de Janeiro

Entre as respostas verificadas desconsiderou-se as respostas que natildeo

estavam em concordacircncia com as perguntas e as respostas em branco

As avaliaccedilotildees foram feitas nos itens e demonstradas em forma de

percentual

108

Foi feita uma anaacutelise estatiacutestica dos dados poreacutem nem todos os dados

estavam adequados para este tipo de anaacutelise Dada a heterogeneidade dos

dados o que muitas vezes impediu a aplicaccedilatildeo de equaccedilotildees matemaacuteticas

optou-se por natildeo realizar o tratamento estatiacutestico

62 Diagnose do Acesso aos Cursos de Graduaccedilatildeo nas

Universidades Puacuteblicas Estudo de Caso da UERJ e UFRJ

621 Objetivos

Aleacutem do mapeamento da Educaccedilatildeo Ambiental no Ensino Meacutedio puacuteblico

estadual a outra finalidade da pesquisa proposta nesta dissertaccedilatildeo consistiu em

analisar o acesso agraves Universidades Puacuteblicas dos alunos oriundos das escolas de

ensino meacutedio da Rede Puacuteblica

Para atingir esta meta foi realizada uma avaliaccedilatildeo do Sistema de Cotas

implantado na UERJ como tambeacutem avaliaccedilatildeo de uma proposta do acesso

atraveacutes do Sistema de Cotas que estaacute em fase de projeto na UFRJ

A seguir seratildeo detalhados os procedimentos utilizados durante a

elaboraccedilatildeo da pesquisa

622 Metodologia de Pesquisa

O meacutetodo de pesquisa adotado foi uma combinaccedilatildeo de anaacutelise

exploratoacuteria e anaacutelise quantitativa envolvendo as Universidades UERJ e UFRJ As

definiccedilotildees das metodologias foram descritas no item 612 deste capiacutetulo

109

623 Planejamento da Pesquisa

O planejamento foi iniciado com o levantamento das informaccedilotildees

disponiacuteveis sobre o acesso dos alunos nas Universidades Puacuteblicas Este

levantamento compreendeu os seguintes itens

Definiccedilatildeo das Universidades que seriam objeto da Pesquisa

Solicitaccedilatildeo de informaccedilotildees referentes aos alunos ingressos nas

Universidades atraveacutes de relatoacuterios fornecidos pelas comissotildees de

Vestibular das Universidades

Realizaccedilatildeo de entrevistas teacutecnicas com professores e outros profissionais

envolvidos no sistema de cotas das Universidades

Avaliaccedilatildeo quantitativa de alunos que ingressam nas Universidades

Puacuteblicas definidas egressos de escolas de ensino meacutedio da rede puacuteblica

comparados com os alunos egressos das instituiccedilotildees de ensino da Rede

Particular

Levantamento estatiacutestico dos dados

Busca de maiores informaccedilotildees sobre o sistema de cotas na miacutedia

eletrocircnica e escrita

Anaacutelise criacutetica dos sistemas de Cotas referentes agraves Universidades

estudadas

624 Fontes de Informaccedilotildees

Na pesquisa realizada se lidou com uma variedade de fontes de

informaccedilotildees como documentos entrevistas e observaccedilotildees conforme segue

Materiais Impressos fornecidos pela UERJ

Materiais de impressos de circulaccedilatildeo interna sobre a implantaccedilatildeo

do Sistema de Cotas na UERJ

Entrevistas teacutecnicas com professores e pessoas ligadas ao Sistema

de Cotas nas Universidades

Materiais disponibilizados em meio eletrocircnico

Relatoacuterios disponibilizados pela UERJ e UFRJ

110

625 Pesquisa de Campo

A pesquisa de campo foi realizada em vaacuterias etapas

Primeiramente estabeleceu-se contato com profissionais de setores da

UERJ e UFRJ relacionados ao acesso aos cursos de graduaccedilatildeo Isto feito face agraves

diferentes formas de acesso dessas universidades foram adotadas estrateacutegias

diferentes para os dois casos

- Estudo de caso UERJ

Foram realizadas entrevistas teacutecnicas com docentes da UERJ que

participaram da implantaccedilatildeo do sistema de cotas tanto a niacutevel acadecircmico

como administrativo Aleacutem disso foram coletadas informaccedilotildees referentes ao

vestibular atraveacutes de relatoacuterios fornecidos pelo nuacutecleo de informaacutetica da

Comissatildeo de Vestibular

- Estudo de caso UFRJ

Foi realizado com base no relatoacuterio de informaccedilotildees sobre o acesso no

vestibular fornecido pela comissatildeo de vestibular da UFRJ No que diz respeito ao

acesso diferenciado foi avaliada uma proposta da UFRJ para sistema de cotas

A primeira etapa consistiu em entrevistas teacutecnicas com professores da

UERJ que participam do sistema de cotas adotado pela Universidade como

tambeacutem acesso agraves informaccedilotildees pertinentes ao vestibular

Atraveacutes da revisatildeo da literatura foi encontrada uma seacuterie de documentos

pertinentes ao assunto tais como

Relatoacuterio com as informaccedilotildees de acesso a UFRJ dos alunos egressos

da Rede Estadual de ensino Documento fornecido pelo nuacutecleo de

informaacutetica do setor de vestibular da Universidade

111

Relatoacuterio com as informaccedilotildees de acesso a UERJ dos alunos egressos

da Rede Estadual de ensino Incluindo os alunos contemplados pelos

sistemas de cotas Documento fornecido pelo nuacutecleo de informaacutetica do

setor de vestibular da Universidade

Numa segunda etapa foi realizada uma avaliaccedilatildeo dos resultados e

montado um quadro comparativo entre as Universidades

63 Limitaccedilotildees do Estudo

O fator limitante foi a dificuldade de acesso aos dados relativos agraves escolas

pois para alguns Diretores de Ensino responsaacuteveis pelas Metropolitanas foram

muito difiacuteceis a distribuiccedilatildeo e o recebimento dos questionaacuterios o que acabou

comprometendo a quantidade das informaccedilotildees

Algumas escolas natildeo demonstraram muito interesse em responder os

questionaacuterios deixando muitas perguntas em branco e natildeo mostrando a

realidade das escolas

A seguir seraacute mostrada uma avaliaccedilatildeo do acesso aos cursos de

graduaccedilatildeo

112

Capiacutetulo 7 Diagnoacutestico do Acesso aos Cursos de Graduaccedilatildeo Estudo de Casos UERJ e UFRJ

Neste capiacutetulo eacute mostrado como acontece o acesso agraves Universidades

Puacuteblicas dos alunos oriundos das escolas da rede Puacuteblica Estadual em

comparaccedilatildeo com a Rede Federal e a Rede ParticularTomou-se como estudo de

caso a Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e a Universidade Federal

do Rio de Janeiro (UFRJ) tendo como base os nuacutemeros referentes aos concursos

vestibulares no periacuteodo 2003-2006

Tambeacutem eacute feita uma avaliaccedilatildeo do acesso por Cotas focando

a sistemaacutetica implementada na UERJ que foi a primeira a implantar o sistema

Tambeacutem fez uma anaacutelise de uma proposta da UFRJ para futura implantaccedilatildeo do

sistema

113

71 O Sistema de Cotas

A lei de cotas nas universidades eacute considerado um assunto muito

polecircmico que divide muitas opiniotildees Desde o acircmbito acadecircmico passando

pelo governamental e faixas da sociedade(www universiacombr)

Com o passar dos anos o aumento da competiccedilatildeo por uma vaga

nas Universidades Puacuteblicas fez com que o grau de exigecircncia aliada agrave diminuiccedilatildeo

da qualidade do ensino meacutedio na rede puacuteblica estadual tornasse o ingresso

deste grupo nas Universidades cada vez mais difiacutecil Uma das consequumlecircncias eacute o

fato de que as vagas nessas universidades fiquem voltadas para a faixa da

sociedade que pelo domiacutenio do poder econocircmico prepara melhor seus alunos

garantindo suas vagas Esta faixa da sociedade natildeo concorda com as cotas

pois percebe com isto que as suas vagas jaacute consideradas certas seratildeo

distribuiacutedas para uma faixa excluiacuteda que ateacute entatildeo natildeo significava qualquer

ameaccedila na competiccedilatildeo e alguns ateacute julgam o sistema como ldquoinjustordquo

Em relaccedilatildeo ao sistema acadecircmico existe a preocupaccedilatildeo com a

diminuiccedilatildeo da qualidade do ensino devido ao ingresso de alunos que satildeo

considerados ldquodespreparadosrdquo para ingressar em uma universidade de

qualidade (www universiacombr)

Para implantaccedilatildeo do Sistema de Cotas foram criadas leis nos

acircmbitos federal e estadual

Lei Federal PROJETO DE LEI 36272004

Institui Sistema Especial de Reserva de Vagas para estudantes egressos de

escolas puacuteblicas em especial negros e indiacutegenas nas instituiccedilotildees puacuteblicas

federais de educaccedilatildeo superior e daacute outras providecircncias Anexo 1

Lei Estadual Lei Nordm 3708 de 9 de Novembro de 2001

114

Institui cota de ateacute 40 (quarenta por cento) para as populaccedilotildees negra e

parda no acesso a Universidade do Estado do Rio de Janeiro e agrave Universidade

Estadual do Norte Fluminense e daacute outras providecircnciasAnexo2

72 Implantaccedilatildeo do Sistema

Por forccedila do disposto na Lei Estadual Nordm 3708 a Universidade Estadual do

Rio de Janeiro (UERJ) foi a primeira instituiccedilatildeo a adotar o sistema de cotas no

Estado do Rio de Janeiro tendo iniacutecio em 2003 (wwwconcienciacombr)

Como a reserva de vagas de acordo com a lei prevecirc 50 do total de

vagas por cursoturnosemestre para alunos oriundos da rede puacuteblica e para que

a lei pudesse ser cumprida foram realizados dois vestibulares

Um tradicional aberto a candidatos oriundos de qualquer tipo de

escola e denominado como nos anos anteriores Vestibular Estadual para

preenchimento na UERJ 2485 vagas em 46 cursos

Outro aberto apenas a candidatos oriundos de escolas da rede

puacuteblica localizadas no Estado do Rio de Janeiro denominado Vestibular SADE

(Sistema de Acompanhamento do Desempenho dos Estudantes do Ensino Meacutedio

mantido pelo Poder Puacuteblico) para preenchimento na UERJ de 2485 vagas em 46

cursos

Como a reserva prevecirc 40 do total de vagas por cursoturnosemestre

para alunos autodeclarados negros e pardos e para atender a reserva foram

adotados os alguns procedimentos

Apoacutes a soma do nuacutemero total de vagas oferecido nos dois vestibulares e

calculado o valor correspondente a 40 de cada total obtido verifica-se o

quantitativo de autodeclarados negros ou pardos e se o quantitativo for igual ou

maior que os 40 previstos pela legislaccedilatildeo a reserva eacute considerada

atendida(UERJ 2003)

115

73 O Aluno na Universidade

A questatildeo natildeo se resume ao ingresso do aluno na Universidade mas

tambeacutem se a Universidade tem condiccedilotildees de acolher e manter estes alunos Se

estes tiverem muita dificuldade de acompanhar as aulas e isto acarretar evasatildeo

o sistema natildeo teraacute sentido

Segundo a Sub-Reitora de Graduaccedilatildeo da UERJ ProfaRaquel Villard

somente a reserva de vagas para as pessoas carentes natildeo eacute o suficiente pois

existe o problema financeiro No endereccedilo eletrocircnico institucional a Sub-Reitora

declara ldquoHoje noacutes temos um programa chamado PROINICIAR (Programa de

Iniciaccedilatildeo Acadecircmica) Por meio dele a Universidade tenta ajudar este aluno na

passagem para a vida universitaacuteria inclusive atendendo aos estudantes em suas

necessidades advindas de um ensino meacutedio ou fundamental sem a qualidade

que deveria terrdquo (www 2uerjbr)

A UERJ utiliza o sistema de cotas desde 2003 Os alunos cotistas que

comprovam baixa renda recebem uma bolsa auxilio de R$19000(cento e

noventa reais) Este auxilio eacute destinado agraves despesas baacutesicas de manutenccedilatildeo do

aluno como passagem coacutepias livros lanche etc e tem duraccedilatildeo de 1 ano Isso

eacute devido ao fato do aluno quando chega ao 3ordm periacuteodo de acordo com o seu

desempenho pode participar dos outros programas existentes na Universidade

como estaacutegios iniciaccedilatildeo cientiacutefica etc que oferecem bolsas Tendo assim a

partir deste periacuteodo o aluno jaacute eacute capaz de conseguir sua remuneraccedilatildeo natildeo

sendo mais necessaacuterio o auxilio(Noronha Patriacutecia - Coordenaccedilatildeo do PROINICIAR-

Entrevista teacutecnica)

Segundo informaccedilotildees coletadas junto agrave coordenaccedilatildeo do PROINICIAR

devido agraves carecircncias educacionais dos alunos eventuais falhas no Ensino Meacutedio a

UERJ instituiu dentro do programa Proiniciar cursos oficinas e atividades culturais

Este programa oferece em paralelo com as disciplinas do curso aulas de

Matemaacutetica Quiacutemica Fiacutesica Biologia etc como se fossem aulas de reforccedilo e

oficinas com aulas praacuteticas aleacutem de visitas e passeios culturais programados a

116

teatros cinemas museus etc A garantia do funcionamento deste programa eacute

atraveacutes de parcerias entre as diversas faculdades dentro da UERJ aleacutem de

parcerias externas Essas parcerias tecircm o objetivo de facilitar a execuccedilatildeo do

programa pois se faz necessaacuterio que diversos professores sejam disponibilizados

para os cursos e as oficinas Atraveacutes destas parcerias satildeo oferecidos tambeacutem

cursos de idiomas gratuitamente para os cotistas (Inglecircs Francecircs Alematildeo etc)

(Noronha Patriacutecia - Coordenaccedilatildeo do PROINICIAR-Entrevista teacutecnica)

Ainda de acordo com a Coordenaccedilatildeo do PROINICIAR inicialmente a

evasatildeo dos alunos cotistas era grande muitos natildeo conseguiam se manter na os

Universidade tanto por dificuldades em acompanhar as aulas quanto por

dificuldades financeiras Uma das razotildees atribuiacutedas era o fato de que havia um

excesso de oficinas e atividades coincidentes com os periacuteodos de provas Sendo

assim os alunos natildeo conseguiam dar conta de todas as atribuiccedilotildees natildeo

atingindo os graus necessaacuterios e com isto se sentiam incapazes perdiam o

entusiasmo e acabavam desistindo do curso Atualmente a oferta dos cursos e

das oficinas satildeo feitos no iniacutecio dos periacuteodos terminando antes do iniacutecio das

provas isto faz com que os alunos fiquem com tempo mais livre para se

prepararem melhor para as provas sem contar que no iniacutecio dos periacuteodos os

alunos estatildeo com maior disposiccedilatildeo Essas medidas jaacute trouxeram uma melhoria no

desempenho destes alunos e aumentaram tambeacutem a auto-estima tornando-

mais seguros(Noronha Patriacutecia - Coordenaccedilatildeo do PROINICIAR-Entrevista teacutecnica)

Em relaccedilatildeo ao desempenho dos cotistas que segundo a ProfaRaquel

Villard reprovam menos por frequumlecircncia do que os natildeo cotistas ldquoTambeacutem temos

dados que comprovam que o estudante se apega a essa chance como algo

que ele sabe que natildeo pode ser jogado fora natildeo pode ser perdido Isto explica o

empenho evidente nos estudosrdquo (wwwuniversiacombr)

Natildeo existe duacutevida de que a adoccedilatildeo de cotas eacute uma forma eficaz de

aumentar o ingresso de negros e carentes em Universidades Isto faz com que

tenham condiccedilatildeo de cursarem o niacutevel superior que hoje eacute um privileacutegio das

classes mais abastadas da sociedade pois somente alunos bem preparados

117

normalmente por escolas do setor privado e de cursinhos preparatoacuterios possuem

maior acesso agraves Universidades Puacuteblicas Como este preparo requer um custo

elevado fica cada vez mais restrito a uma pequena parcela da sociedade que

possui melhor poder aquisitivo

Segundo o Professor Ricardo Salles (historiador e professor da Faculdade de

Formaccedilatildeo de Professores da UERJ) o sistema trouxe principalmente dois grandes

resultados positivos

Inicialmente fez que um expressivo nuacutemero de afro-brasileiros e alunos

carentes oriundos de escolas puacuteblicas ingressasse na Universidade Puacuteblica Para

estas pessoas que tendo concluiacutedo o ensino meacutedio estavam legalmente em

condiccedilotildees de ingressarem em uma Universidade O Sistema de Cotas tornou

possiacutevel o ingresso em uma Universidade Puacuteblica pois sem as mesmas soacute teriam

condiccedilotildees de ingressarem em instituiccedilotildees privadas possibilidade esta que na

maioria dos casos esbarrava na falta de recursos financeiros devido ao alto

custo da mensalidade dos cursos

Ainda de acordo com o professor Ricardo Salles o segundo resultado

positivo da implantaccedilatildeo das cotas eacute que atraveacutes dela se tem novamente em

debate agrave polecircmica a respeito do lugar da Universidade Puacuteblica na Sociedade

Brasileira tendo como objetivo o desenvolvimento de uma naccedilatildeo mais justa e

democraacutetica Isto porque se existe a Universidade Puacuteblica e esta eacute mantida pelos

governos parte deste dinheiro adveacutem dos impostos da populaccedilatildeo nada mais

justo que a maioria das pessoas que estejam na Universidade Puacuteblica sejam as

que natildeo tenham condiccedilotildees de pagar uma boa Universidade particular Mas na

realidade o que ocorre eacute exatamente o contraacuterio satildeo as classes mais

privilegiadas que estatildeo nas Universidades Puacuteblicas pois nas trecircs ultimas deacutecadas

o descaso com o ensino meacutedio da rede puacuteblica foi tatildeo grande que os alunos

que se formam nessas instituiccedilotildees natildeo satildeo capazes de concorrerem em

igualdade com os que vecircm de um ensino meacutedio em instituiccedilotildees particulares caras

com um principal objetivo de cursar uma Universidade Puacuteblica Entatildeo o sistema

118

de cotas para esses alunos eacute uma maneira de compensar esse contra-senso

(www2uerjbr)

74 A Necessidade das Cotas

Eacute preciso se estar alerta para que o sistema de cotas ou reserva de vagas

natildeo incorra no risco de desviar a atenccedilatildeo de uma questatildeo muito grave talvez a

questatildeo-chave da situaccedilatildeo que eacute o niacutevel do ensino meacutedio da rede puacuteblica na

atualidade O Estado estaacute deixando de cumprir a sua parte que eacute de preparar

bem os alunos de famiacutelias mais carentes independentes da cor para que

aumentem suas condiccedilotildees de competiccedilatildeo para que melhorem suas condiccedilotildees

de vida atraveacutes de uma boa formaccedilatildeo Universitaacuteria

Este fato pode ser observado ao longo dos anos pois historicamente os

melhores alunos estavam na Rede Puacuteblica de Ensino em todos os niacuteveis de

formaccedilatildeo Somente estudavam em escolas particulares aqueles alunos que

tinham problemas seacuterios de disciplina ou muita dificuldade em aprendizagem

logo para completarem seus estudos recorriam agrave Rede Privada de ensino O

ensino puacuteblico era muito riacutegido e exigente o que contribuiacutea para uma boa

formaccedilatildeo e consequumlente condiccedilatildeo de ingresso em uma Universidade Puacuteblica

A inclusatildeo de negros na questatildeo das cotas tambeacutem adveacutem da maioria

da populaccedilatildeo que utiliza a Rede Puacuteblica Estadual de Ensino ser de pardos e

negros que gera por consequumlecircncia uma acentuada minoria desses alunos nas

Universidades Puacuteblicas

Com o passar dos anos a Educaccedilatildeo Puacuteblica comeccedilou a ser superada em

termos de formaccedilatildeo pela Rede Privada o que ocasionou uma lacuna entre os

alunos da Rede Puacuteblica Estadual e a Universidade pois se as instituiccedilotildees de ensino

particular estatildeo preparando melhor os seus alunos seratildeo estes que ingressaratildeo

nas Universidades Puacuteblicas Com isto o nuacutemero de alunos que terminam o ensino

meacutedio na Rede Puacuteblica Estadual que consegue se classificar em uma

Universidade Puacuteblica eacute a cada ano menor restando para estes alunos da Rede

119

Puacuteblica Estadual ingressarem em Universidades Privadas ou simplesmente que eacute o

que ocorre com maior frequumlecircncia ficar sem o direito de melhorar suas condiccedilotildees

de vida atraveacutes de uma boa graduaccedilatildeo

Com atenccedilatildeo a estes fatos eacute que o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo estaacute com um

projeto de lei no qual sugere a diminuiccedilatildeo gradativa do percentual da cota de

50 dos alunos que cursaram o ensino meacutedio na rede puacuteblica A intenccedilatildeo do

Ministeacuterio eacute promover a qualidade no ensino meacutedio na mesma proporccedilatildeo que os

alunos deixariam de utilizar as cotas (wwweducacaoaolbr)

Segundo o MEC (Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura) a melhoria da

qualidade do ensino puacuteblico ldquoeacute a mais eficiente poliacutetica de inclusatildeo social no

que diz respeito ao acesso agrave educaccedilatildeo superiorrdquo (wwweducacaoaolbr)

O Professor Joseacute Jorge de Carvalho (Departamento de Antropologia-

Universidade de Brasiacutelia) comenta que o sistema de cotas eacute a uacutenica forma de

resolver o problema da exclusatildeo racial em curto prazo O preconceito segundo

ele estaacute presente nas salas de aula O professor comeccedilou a defender o sistema

de cotas para negros quando presenciou o caso de um aluno que foi

prejudicado por um professor por motivos raciais (wwwespacoacademicocom

br)

O Professor Joseacute Jorge de Carvalho defende que ldquoHaacute poucos negros na

Universidade e isso dificulta que eles se unam para lutar por seus direitos Eacute preciso

mudar o tipo de relaccedilatildeo que existe na academia E isso soacute vai acontecer quando

houver vaacuterios negros laacute dentrordquo Os estudos do professor mostram os nuacutemeros da

exclusatildeo em 2003 97 dos universitaacuterios brasileiros satildeo brancos contra 2 de

negros e 1 de amarelos O desequiliacutebrio eacute evidente se no Brasil 45 da

populaccedilatildeo eacute negra Baseados nestes dados fica claro que era preciso tomar

alguma providecircncia para se tentar reverter este quadro era necessaacuterio que de

alguma maneira se fizesse agrave inserccedilatildeo do negro no ensino superior e o sistema de

cotas foi uma opccedilatildeo praacutetica e que amenizaria o problema num curto prazo

(wwwespacoacademicocombr)

120

Segundo a professora de Antropologia Yvonne Maggie (Professora Titular

da Universidade Federal do Rio de Janeiro) a ideacuteia de raccedila deve ser abolida por

estimular a divisatildeo do paiacutes em grupos eacutetnicos A cisatildeo racial seria um passo em

direccedilatildeo ao conflito Para a professora Yvonne Maggie ldquoDesde o Modernismo

nossa sociedade se vecirc como misturada A introduccedilatildeo do sistema de cotas rompe

com esse ideaacuterio e produz uma sociedade que tem a obrigaccedilatildeo legal de se

classificar como lsquobranca ou negrarsquo Em outros paiacuteses poliacuteticas que reforccedilam a

condiccedilatildeo racial geraram conflitos inimaginaacuteveis como a Ruanda o Kosovo e a

Aacutefrica do Sulrdquo (wwwcomcienciabr)

Na avaliaccedilatildeo da autora desta dissertaccedilatildeo a questatildeo do indiviacuteduo no

sistema de cotas ter que se auto-declarar negro ou branco natildeo chega a ser um

motivo passiacutevel de gerar um conflito de raccedilas pois a raccedila natildeo deve ser vista

como um motivo de vergonha para o indiacuteviduo e sim uma informaccedilatildeo comum

como peso idade etc O que pode gerar conflitos poreacutem eacute a discriminaccedilatildeo de

raccedilas exclusatildeo social que satildeo problemas muito mais graves no nosso paiacutes

problemas estes que satildeo as principais causas de confrontos e grandes geradores

de violecircncia Com a exclusatildeo social as diferenccedilas sociais se tornam cada vez

maiores provocando a falta de oportunidades para a maioria da populaccedilatildeo

privilegiando sempre uma pequena parcela da sociedade o que gera revolta e

consequumlentemente atos de violecircncia

Um comparativo da situaccedilatildeo das aprovaccedilotildees nos vestibulares das

Universidades Puacuteblicas participantes do estudo dos alunos egressos da Rede

Puacuteblica Estadual em relaccedilatildeo aos alunos egressos da Rede Puacuteblica Federal como

tambeacutem dos alunos egressos da Rede de Ensino Particular eacute mostrado a seguir

75 Comparativo Entre a Rede Estadual de Ensino e a Rede

Federal e Particular

Para os estudos foram selecionadas duas instituiccedilotildees a Universidade

Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) por ser a Universidade agrave qual eacute vinculado o

121

projeto de pesquisa e Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) por ser a

primeira universidade a utilizar o sistema de cotas aumentando assim o nuacutemero

de alunos oriundos de escolas da Rede Puacuteblica Estadual

A Rede Puacuteblica Estadual do Rio de Janeiro eacute a responsaacutevel pela formaccedilatildeo

do maior nuacutemero de alunos concluintes do ensino meacutedio mais isto natildeo significa

que estes alunos ingressam em maior nuacutemero em Universidades Puacuteblicas

Na realidade o que ocorre eacute que as Redes de Ensino Privadas e Federais

responsaacuteveis por apenas um terccedilo dos concluintes do ensino meacutedio satildeo os que

mais aprovam seus alunos nas Universidades Puacuteblicas conforme mostra a Tabela

71 a qual traz o nuacutemero de alunos egressos das escolas puacuteblicas inscritos e o

nuacutemero dos que obtiveram aprovaccedilatildeo nas Universidades Puacuteblicas

A maioria dos alunos da Rede Puacuteblica Estadual nem ao menos se inscreve

nos concursos dentre os que se inscrevem menos da metade consegue

classificaccedilatildeo para um curso de graduaccedilatildeo

Tabela 71 os Vestibulares UFRJ e UERJ - Nordm de inscritos e nordm de classificados

UFRJ UERJ a

ESTADUAL FEDERAL PARTICULAR ESTADUAL FEDERAL PARTICULAR

ANO INSC CLAS INSC CLAS INSC CLAS INSC CLAS INSC CLAS INSC CLAS

2000 ND ND ND ND ND ND 8391 318 4558 700 20764 1593

2001 ND ND ND ND ND ND 12866 479 4966 670 33583 2801

2002 ND ND ND ND ND ND 11938 805 4220 708 24664 2745

2003 11849 907 4670 1083 30796 4118 14804 2218 3529 817 16968 1647

2004 13703 875 4589 900 34921 4467 9941 1881 2824 688 15251 2321

2005 11671 910 4015 960 29563 4447 9007 1836 3010 621 17106 2468

2006 13681 870 4229 991 32527 4738 ND ND ND ND ND ND

ND Dados natildeo disponiacuteveis a Os dados da UERJ a partir de 2003 estatildeo computados com a reserva de vagas

122

Fontes Departamento de seleccedilatildeo acadecircmica-DSEA-UERJ(2006) Nuacutecleo de Computaccedilatildeo Eletrocircnica-UFRJ(2006)

De acordo com os dados pode-se constatar que a quantidade de alunos

da rede puacuteblica que conseguem ingressar nas Universidades Puacuteblicas eacute muito

inferior aos egressos da rede particular

O que se pode destacar de mais importante eacute o fato de que a partir do

ano de 2003 o nuacutemero de alunos da rede Puacuteblica Estadual que foram

classificados no vestibular da UERJ aumentou muito o que coincide com o iniacutecio

de implantaccedilatildeo das reservas de vagas concluindo que a reserva de vagas foi

um instrumento que contribuiu para o aumento do nuacutemero de alunos da rede

Puacuteblica Estadual na UERJ

O nuacutemero de Escolas da Rede Estadual de Educaccedilatildeo eacute cerca de 1014

escolas e a Rede privada estaacute em torno de 870 portanto a Rede Estadual possui

um nuacutemero superior de escolas em relaccedilatildeo agrave Rede Privada e ao nuacutemero de

Escolas da Rede Federal que satildeo cerca de 12 escolas

O nuacutemero de alunos da alunos da Rede Estadual corresponde agrave cerca de

23 quanto a Rede particular e a Federal juntas correspondem a 13 deste

nuacutemero (SEERJ)

Observa-se que mesmo a Rede Puacuteblica Estadual tendo um nuacutemero de

alunos concluintes do ensino meacutedio muito superior apenas um nuacutemero muito

pequeno destes conseguem ingressar em uma Universidade Puacuteblica

Baseando-se nas informaccedilotildees do Vestibular de 2003-2005 da UFRJ e UERJ

(Tabela 71) podem ser feitas algumas avaliaccedilotildees Foi selecionado este periacuteodo

pois segundo a tabela 71 eacute aquele que conteacutem dados das duas Universidades

Os graacuteficos foram elaborados utilizando-se a meacutedia dos dados de cada

esfera compreendidos entre os anos de 2003 e 2005

123

Caso UFRJ

Quanto ao nuacutemero de alunos inscritos

A Figura 71 mostra o percentual de alunos inscritos no vestibular da UFRJ

oriundos da Rede Estadual Federal e Particular calculado atraveacutes do somatoacuterio

do nuacutemero de inscritos no periacuteodo em anaacutelise

26

965

EstadualFederalParticular

Figura 71 Percentual de alunos inscritos no Vestibular da UFRJ

Foi observado que o percentual de alunos inscritos oriundos da Rede

Privada eacute muito superior aos demais A proporccedilatildeo de alunos inscritos da rede

Federal eacute pequeno Isso pode ser atribuiacutedo ao fato de que haacute poucas escolas da

Rede Federal de Ensino Meacutedio e portanto o nuacutemero de alunos eacute menor Quanto

agrave Rede Estadual de Ensino o nuacutemero de alunos inscritos eacute muito pequeno em

relaccedilatildeo ao total de alunos da rede jaacute que dois terccedilos dos alunos estatildeo neste

grupo Logo o percentual de inscritos deveria ser tambeacutem muito superior mas o

que os nuacutemeros mostram eacute exatamente o contraacuterio Tal distorccedilatildeo pode ser

devida a vaacuterios fatores destacando-se a questatildeo pedagoacutegica e financeira que

seraacute discutida posteriormente

124

Quanto ao nuacutemero de alunos classificados

A Figura 72 mostra o Percentual de alunos que foram classificados no

vestibular oriundos da Rede Estadual Federal e particular calculado atraveacutes do

percentual de alunos que foram classificados em funccedilatildeo do numero de inscritos

14

16

70

Estadual

Federal

Particular

Figura 72 Percentual de alunos classificados no Vestibular da UFRJ

O percentual de alunos classificados egressos da Rede Particular eacute muito

superior aos da Rede Federal e Estadual Isto ocorre devido ao nuacutemero de

inscritos ter sido muito superior aos demais A figura indica tambeacutem que a grande

maioria dos alunos que ingressam na UFRJ cerca 70 satildeo oriundos da Rede

Particular de Ensino Meacutedio

Relaccedilatildeo entre o nordm total de inscritos e classificados

A Figura 73 mostra o percentual em relaccedilatildeo ao nuacutemero de inscritos e

classificados dentro da Rede Puacuteblica Estadual Federal e Particular Calculado

pela quantidade de alunos classificados em funccedilatildeo dos inscritos dentro de cada

esfera comparativamente

125

7

22

14EstadualFederalParticular

Figura 73 Percentual de alunos classificados em funccedilatildeo do nuacutemero de

inscritos em cada esfera

Em relaccedilatildeo ao nuacutemero de inscritos e os que satildeo classificados destaca-se

que no tocante aos alunos oriundos da Rede Particular o nuacutemero de

classificados eacute inferior ao nuacutemero de classificados pelas Escolas Federais Estas

mesmo tendo um nuacutemero inferior de alunos formados proporcionalmente exibem

um melhor desempenho Isto leva agrave percepccedilatildeo de que as escolas da Rede

Federal de Ensino Meacutedio estatildeo conseguindo manter um padratildeo de ensino

superior agrave Rede Estadual e agrave Particular formando assim ilhas de excelecircncia em

Educaccedilatildeo

Na Rede Puacuteblica Estadual o baixo nuacutemero de classificados acaba sendo

um motivo para a falta de estiacutemulo para os alunos se inscreverem Na avaliaccedilatildeo

da autora estes julgam que a chance de conseguir a classificaccedilatildeo eacute muito

pequena devido agraves suas deficiecircncias pedagoacutegicas sendo assim nem tentam o

vestibular Este fato tambeacutem se alia aos problemas financeiros devido ao custo

das inscriccedilotildees que muitas vezes por falta de recursos somente os alunos que

conseguem isenccedilatildeo das taxas se inscrevem como tambeacutem os alunos que

priorizam o trabalho ao estudo jaacute que nas Universidades Puacuteblicas a maioria dos

horaacuterios das aulas impede que o aluno trabalhe

126

Caso UERJ

Quanto ao nuacutemero de alunos inscritos

A figura 74 mostra o percentual total de alunos inscritos no vestibular da

UERJ oriundos da Rede Estadual Federal e Particular Calculado a partir do

somatoacuterio dos inscritos em relaccedilatildeo agrave Rede Estadual Federal e Particular

37

10

53

Estadual

Federal

Particular

Figura 74 Percentual de alunos inscritos no Vestibular da UERJ

Pode-se destacar que semelhante agrave UFRJ o nuacutemero de alunos da Rede

Privada inscritos eacute superior aos demais O nuacutemero de alunos inscritos da rede

Federal eacute pequeno e na Rede Estadual de Ensino o nuacutemero de alunos inscritos eacute

superior aos inscritos na UFRJ Este nuacutemero superior de alunos inscritos da Rede

Estadual na UERJ em relaccedilatildeo agrave UFRJ se justifica pela existecircncia do Sistema de

Cotas existente na UERJ o que aumenta as chances desses alunos em

conseguirem classificaccedilatildeo gerando maior estiacutemulo neles em se inscreverem

Quanto ao nuacutemero de alunos classificados

A Figura 75 mostra o Percentual de alunos que foram classificados no

vestibular oriundos da Rede Estadual Federal e particular Calculado atraveacutes do

percentual de alunos que foram classificados em funccedilatildeo do numero de inscritos

127

41

15

44 Estadual

Federal

Particular

Figura 75 Percentual de alunos classificados no Vestibular da UERJ

A Rede Federal de Ensino manteve o seu percentual devido agrave

qualidade de formaccedilatildeo de seus alunos poreacutem o percentual de alunos

classificados egressos da Rede Particular e Estadual aparecem em equiliacutebrio

mantendo-se percentuais bem proacuteximos Este fato se deve a implantaccedilatildeo do

sistema de Reserva de vagas para alunos da rede Puacuteblica o que favoreceu o

aumento no nuacutemero desses alunos na Universidade e por consequumlecircncia

diminuindo o nuacutemero de alunos da Rede particular

Relaccedilatildeo entre o nordm total de inscritos e classificados

A Figura 76 mostra o percentual em relaccedilatildeo ao nordm de inscritos e

classificados dentro da Rede Puacuteblica Estadual Federal e Particular Calculado

pela quantidade de alunos classificados em funccedilatildeo dos inscritos dentro de cada

esfera comparativamente

128

17

22

13EstadualFederalParticular

Figura 76 Percentual de alunos classificados em funccedilatildeo do nuacutemero de

inscritos em cada esfera

Com o Sistema de reservas de vagas na UERJ a relaccedilatildeo

inscritosclassificados na Rede particular e federal praticamente se manteacutem

poreacutem na rede Estadual este percentual teve um aumento significativo Este

Sistema melhorou a distribuiccedilatildeo de vagas aumentando o acesso dos alunos da

Rede Puacuteblica a uma Universidade Puacuteblica

Avaliaccedilatildeo antes e depois da implantaccedilatildeo do sistema de

cotas

A figura 77 mostra um comparativo entre a situaccedilatildeo antes e depois da

implantaccedilatildeo do Sistema de Cotas

129

0

10

20

30

40

50

60

70

scotas ccotas scotas ccotas

alunos inscritos alunos classif icados

Estadual

Federal

Particular

Figura 77- Comparativo entre o antes e o depois da implantaccedilatildeo do

Sistema de Cotas

Com a implantaccedilatildeo do Sistema de Cotas houve um equiliacutebrio na

distribuiccedilatildeo das vagas na UERJ onde a Rede Federal de ensino se manteve na

meacutedia anterior portanto natildeo sofreu muita influecircncia do sistema A grande

vantagem foi para a Rede Estadual de Ensino que aumentou sensivelmente o

nuacutemero de seus alunos na ocupaccedilatildeo das vagas da UERJ vagas estas que como

observado na figura 77 eram destinadas a Rede Particular de ensino

76 Avaliaccedilatildeo do Sistema de Cotas da UERJ e da Proposta

UFRJ

Como citado em 73 a UERJ foi a primeira Universidade a implantar o

sistema de Reserva de vagas para alunos com perfis socioeconocircmicos e raciais

diferenciados em 2003

A UFRJ em 2004 em seu acircmbito discutiu este sistema e como resultado o

Conselho de Ensino de Graduaccedilatildeo(CEG) aprovou um documento no qual se

posicionou contra a qualquer sistema de reserva de vagas dentro do modelo

130

conhecido como Cotas No mesmo documento o CEG apontava como

diretrizes para a democratizaccedilatildeo do acesso aos cursos de graduaccedilatildeo da UFRJ o

investimento na melhoria das condiccedilotildees do Ensino Baacutesico a ampliaccedilatildeo do

nuacutemero de vagas para os cursos existentes a criaccedilatildeo de novos cursos e o

investimento em accedilotildees que visassem a permanecircncia dos alunos na UFRJ

Na UERJ o sistema foi muito discutido antes de ser implantado onde um

grupo era a favor do sistema e o defendia como uma forma de inclusatildeo social

outro grupo era totalmente contra por entender que o sistema seria uma invasatildeo

de alunos sem condiccedilotildees de estarem e de acompanharem o niacutevel da

Universidade e esta para natildeo ter reprovaccedilotildees em massa se sentiria na obrigaccedilatildeo

de chegar a esses alunos ldquobaixando seu niacutevel de ensinordquo

Diante da necessidade de implantaccedilatildeo do sistema a UERJ elaborou vaacuterias

propostas que convergiram a um modelo inicial que foi implantado Este modelo

passou por vaacuterias modificaccedilotildees para se adequar cada vez mais a realidade dos

alunos que estavam ingressando na Universidade poreacutem em nenhum momento

o niacutevel de ensino da Universidade precisou cair

A Professora Maria de Faacutetima Branquinho da Faculdade de Educaccedilatildeo da

UERJ que inicialmente fazia parte do grupo contraacuterio ao sistema de cotas e que

hoje eacute uma das professoras que mais se sentem gratificadas com o programa

com uma participaccedilatildeo ativa declarou que possui excelentes alunos cotistas que

se mostram bastante interessados e muitas vezes ateacute mais que os natildeo cotistas

Devido a isto costumam tirar boas notas e alguns deles quando chegam ao 3ordm

periacuteodo satildeo seus colaboradores em projetos de Educaccedilatildeo Ambiental nos quais

ela faz parte obtendo oacutetimos resultados Para a professora ldquoesses alunos

possuem potencial soacute lhes faltava oportunidade de mostrar e esta oportunidade

eacute como um precircmio para eles que se sentem na obrigaccedilatildeo de provarem que satildeo

capazes e que a chance natildeo foi desperdiccedilada (Branquinho 2006 - Entrevista

Teacutecnica)

131

A UFRJ elaborou um projeto piloto para aumentar a presenccedila de alunos da

rede Estadual em seu quadro discente O projeto eacute bastante ambicioso em curto

prazo pois seraacute possiacutevel por meio de parceria com a SEERJ e contaraacute com o

empenho de todos os professores da rede

O ponto central do projeto eacute a melhoria da formaccedilatildeo dos alunos do ensino

meacutedio da Rede Estadual A proposta eacute que isto seja feito atraveacutes de cursos de

Formaccedilatildeo continuada de conteuacutedo especiacutefico e de avaliaccedilatildeo aos professores

A participaccedilatildeo dos professores no projeto seria de no miacutenimo quatro para cada

escola esta que tambeacutem seria escolhida atraveacutes de criteacuterios preacute-estabelecidos

dentre eles a avaliaccedilatildeo no Acircmbito do Programa Nova Escola Esses professores

integrantes do Nuacutecleo Docente devem estar distribuiacutedos em aacutereas da seguinte

maneira Um docente de Liacutengua Portuguesa um docente de Matemaacutetica um

docente do Grupo 1(Quiacutemica Fiacutesica ou Biologia) e um docente do Grupo

2(Histoacuteria Geografia Filosofia ou Sociologia) Aleacutem disso todos os integrantes do

grupo devem ministrar aulas para as mesmas turmas de 3ordf seacuterie do ensino meacutedio

Os alunos das escolas participantes do programa para integrarem ao

projeto tambeacutem teriam que obedecer a vaacuterios criteacuterios estabelecidos pelo

CEGUFRJ Quando aceito no projeto o aluno seria inscrito e indicaria a qual

curso de graduaccedilatildeo pretende concorrer dentro dos que seratildeo disponibilizados

pela UFRJ

O projeto aleacutem dos cursos contaria com a participaccedilatildeo dos docentes da

Rede Estadual para que estes elaborem os instrumentos de avaliaccedilatildeo dos alunos

participantes do projeto Os alunos que apoacutes avaliaccedilatildeo pelo Nuacutecleo Docente

da escola conseguissem classificaccedilatildeo seriam encaminhados para os cursos de

formaccedilatildeo complementar que seriam oferecidos pela UFRJ no primeiro semestre

do ano letivo imediatamente posterior

Quanto ao Projeto da UFRJ com base na experiecircncia docente da autora

o seu principal problema seria provavelmente despertar interesse do corpo

docente das escolas da Rede Estadual em participar do projeto jaacute que a maior

132

parte do projeto seria executada por esses Docentes o que exigiria dedicaccedilatildeo

exclusiva Como os professores da Rede Estadual normalmente trabalham em

vaacuterias escolas isto seria muito difiacutecil Aleacutem de que somente o interesse natildeo eacute o

suficiente o professor tem que ser aceito pelo projeto atraveacutes de avaliaccedilotildees

Outra dificuldade seria em formar o Nuacutecleo Docente jaacute que este exige que os

professores participantes lecionem nas mesmas turmas de 3ordf seacuterie pois em

escolas que funcionam nos trecircs turnos o nuacutemero de turmas eacute muito grande e por

consequumlecircncia o de professores tambeacutem tornando muito difiacutecil coincidir as turmas

com os mesmos professores nas disciplinas exigidas

Adicionalmente no entendimento da autora a proposta da UFRJ exclui a

necessidade de vestibular poreacutem apresenta muitos obstaacuteculos para serem

superados natildeo soacute pelos alunos como tambeacutem pelas escolas e professores para

que o aluno oriundo da Rede Estadual de Ensino possa ser considerado apto

para ingressar na Universidade O fato da ausecircncia de vestibular poderia gerar

nesses alunos algum tipo de discriminaccedilatildeo em relaccedilatildeo aos demais alunos por

parecer que as vagas foram ganhas e natildeo conquistadas Surge entatildeo uma

reflexatildeo Se estes alunos seratildeo preparados atraveacutes da formaccedilatildeo complementar

seraacute que estaratildeo tambeacutem preparados para Vestibular Muito provavelmente isto

lhes daria uma compensaccedilatildeo dos esforccedilos e consequumlente elevaccedilatildeo da auto-

estima

Por outro lado ao se comparar com o projeto da UERJ esta trabalha com

alunos apoacutes o recebimento destes o que gera um grande trabalho inicial e se

corre o risco desses alunos ficarem no meio do caminho e o trabalho ser

desperdiccedilado Este fato eacute um contraposto ao projeto da UFRJ que pretende

trabalhar com esse aluno antes do ingresso deste na Universidade

Finalmente comparando as duas Universidades a UERJ conseguiu atender

as necessidades da lei de uma forma mais raacutepida estaacute funcionando poreacutem

precisa melhorar sua eficiecircncia Como todo projeto as dificuldades vatildeo

aparecendo agrave medida que os fatos se desenvolvem e a cada ano tem

conseguido melhorar o projeto adequando agraves necessidades dos alunos que

133

chegam do Ensino Meacutedio com as disponibilidades que a Universidade tem para

resolver Um ponto positivo eacute que a UERJ estaacute tentando contornar suas

dificuldades atraveacutes de seus proacuteprios meios e dispositivos natildeo dependendo

prioritariamente de outras Instituiccedilotildees A UERJ jaacute deu um primeiro passo com a

implantaccedilatildeo do projeto e seraacute necessaacuterio um tempo para que se resolvam os

problemas que forem surgindo

O projeto da UFRJ eacute abrangente pois a melhoria da formaccedilatildeo dos alunos

tem iniacutecio com a boa formaccedilatildeo dos Docentes poreacutem para que o projeto atinja

os objetivos esperados satildeo necessaacuterios meios adequados Esses pontos satildeo

positivos poreacutem na visatildeo da autora as chances de sucesso seriam maiores se

alguns aspectos fossem contemplados

Uma parceria com a Secretaria Estadual de Educaccedilatildeo para que

os professores tenham oportunidade de participarem dos cursos

Valorizaccedilatildeo dos professores de maneira que estes pudessem ter

disponibilidade de se dedicarem ao projeto

Criar formas de modo a incentivar a participaccedilatildeo dos professores

nos projetos

Fornecer materiais necessaacuterios para que o professor possa realizar

o seu trabalho de maneira satisfatoacuteria

Com bases nesses dados o capiacutetulo a seguir estaraacute fazendo uma

avaliaccedilatildeo da Educaccedilatildeo no Ensino Meacutedio focando a Educaccedilatildeo Ambiental

134

Capiacutetulo 8 Diagnoacutestico da Educaccedilatildeo Ambiental na

Rede Puacuteblica Estadual no Municiacutepio do Rio de

Janeiro

Neste capiacutetulo seraacute feita uma avaliaccedilatildeo do estado da arte da Educaccedilatildeo

Ambiental que eacute feita nas escolas da Rede Puacuteblica Estadual do Municiacutepio do Rio

de Janeiro

81 O Levantamento de Dados

A Educaccedilatildeo Ambiental eacute citada nos Paracircmetros Curriculares Nacionais

(PCNs) como um assunto que deve ser abordado nas Instituiccedilotildees de Ensino por

todas as disciplinas em todos os niacuteveis educacionais inclusive no Ensino Meacutedio A

questatildeo era saber como isto estava sendo feito nas Escolas de Ensino meacutedio da

Rede Estadual e como a UFRJ poderia contribuir para que esse tema fosse

abordado cada vez mais e de maneira mais abrangente Para que esta

avaliaccedilatildeo fosse possiacutevel foi necessaacuteria a execuccedilatildeo de uma coleta de dados

135

Os dados coletados foram resultados obtidos atraveacutes de questionaacuterios

enviados agraves escolas de Ensino Meacutedio da Rede Puacuteblica Estadual do Municiacutepio do

Rio de Janeiro O questionaacuterio foi elaborado de forma simplificada de maneira

que fosse capaz de revelar o mais proacuteximo possiacutevel da realidade vivida por essas

comunidades escolares

Os questionaacuterios foram enviados para as escolas pelas Coordenadorias

responsaacuteveis atraveacutes de parceria com a Secretaria Estadual de Educaccedilatildeo do

Estado do Rio de Janeiro (SEEERJ) que viabilizou a pesquisa no acircmbito escolas do

Municiacutepio do Rio de Janeiro

As Coordenadorias que fizeram parte da Avaliaccedilatildeo foram A Metropolitana

III a Metropolitana IV e a Metropolitana X

82 A Receptividade das Coordenadorias

A participaccedilatildeo e o empenho das Coordenadorias em colaborar com o

projeto foram muito diferentes algumas se mostraram bastante receptivas com o

projeto outras natildeo se interessaram e portanto natildeo se empenharam para um

resultado satisfatoacuterio

A figura 81 mostra os dados referentes agrave Metropolitana III Os nuacutemeros

revelam que a participaccedilatildeo foi mediana natildeo devolveu nenhum questionaacuterio

enviou todos para as escolas poreacutem retornou um numero pequeno de

questionaacuterios respondidos O nuacutemero foi pequeno poreacutem foi possiacutevel se ter uma

visatildeo da situaccedilatildeo nessa regiatildeo portanto este nuacutemero natildeo chegou a

comprometer o trabalho

136

85

0

30

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

Metropolitana III

Entregues

Devolvidos

Respondidos

Figura 81 ndash Avaliaccedilatildeo de receptividade da Metropolitana III

A figura 82 mostra os dados referentes a Metropolitana IV que foi a que se

mostrou interessada no projeto e teve um comprometimento muito grande na

figura de seu Sub Gerente de Ensino Professor Luiz Gustavo Ribeiro Vieira que

participou ativamente enviando o questionaacuterio a todas as escolas e cobrando o

seu retorno com isto obteve um retorno de questionaacuterios bastante significativo

133

0

50

0

20

40

60

80

100

120

140

Metropolitana IV

Entregues

Devolvidos

Respondidos

Figura 82 Avaliaccedilatildeo de receptividade da Metropolitana IV

A figura 83 mostra os dados referentes a Metropolitana X que foi a

Coordenadoria que natildeo mostrou interesse no projeto natildeo tendo nenhum

137

empenho na distribuiccedilatildeo nem recebimento dos questionaacuterios a serem

respondidos Com um nuacutemero muito pequeno de questionaacuterios respondidos por

essa Coordenadoria a quantidade de dados referente agrave realidade das escolas

natildeo ficou clara e com isto natildeo foi possiacutevel a avaliaccedilatildeo desta regiatildeo

125

100

6

0

20

40

60

80

100

120

140

Metropolitana X

Entregues

Devolvidos

Respondidos

Figura 83 Avaliaccedilatildeo de receptividade da Metropolitana X

Mesmo os questionaacuterios sendo apresentados de maneira bem simplificada

observou-se que as escolas tiveram dificuldade tanto de cumprirem os prazos

estabelecidos quanto de expressarem suas realidades

83 A Educaccedilatildeo Ambiental em Nuacutemeros

Os resultados foram baseados nos questionaacuterios respondidos pelas escolas

de Ensino Meacutedio da Rede Puacuteblica Estadual do Municiacutepio do Rio de Janeiro

O questionaacuterio foi composto por perguntas divididas em trecircs grupos

Primeiramente as perguntas relacionadas com a instituiccedilatildeo de ensino Segundo a

abordagem da educaccedilatildeo ambiental e em terceiro a respeito da capacitaccedilatildeo

docente O questionaacuterio focava tambeacutem o interesse com a Educaccedilatildeo

Ambiental tanto das Instituiccedilotildees de ensino quanto por parte dos professores e

alunos

138

A seguir os resultados finais apoacutes a avaliaccedilatildeo das respostas obtidas atraveacutes

dos questionaacuterios separados pelas Metropolitanas III IV Na Metropolitana X

como o nuacutemero de questionaacuterios foi muito pequeno esta natildeo entraraacute no estudo

comparativo

1 ndash Quanto agrave abordagem do Tema Educaccedilatildeo Ambiental

O tema Educaccedilatildeo Ambiental eacute abordado na Escola

A pergunta objetiva ter informaccedilotildees se de alguma forma o tema

Educaccedilatildeo Ambiental eacute abordado nas escolas natildeo especificando a maneira Os

resultados encontram-se na figura 84

96

4

97

3

0

20

40

60

80

100

Metro III Metro IV

SimNatildeo

Figura 84 - Abordagem do tema na escola

Segundo a figura 84 observa-se que ambas Metropolitanas possuem um

alto iacutendice de aplicaccedilatildeo da EA A regiatildeo onde ela eacute um pouco maior eacute a

Metropolitana IV regiatildeo que abrange a zona oeste da cidade Cerca de 97 das

escolas aplicam a EA e apenas 3 natildeo aplicam Na Metropolitana III cerca de

96 das escolas aplicam e cerca de 4 natildeo aplicam a EA Os resultados

apontam que existe a aplicaccedilatildeo de EA nas escolas mas estes nuacutemeros natildeo estatildeo

de acordo com as respostas das perguntas seguintes

139

Na Metropolitana X das sete escolas que responderam seis aplicam de

alguma forma a EA dentre estas trecircs satildeo da Zona Sul da cidade (Copacabana

Ipanema e Gaacutevea) 2 satildeo da Zona Norte(Tijuca e Satildeo Cristoacutevatildeo) e uma da Zona

Oeste(Barra da Tijuca) a escola que natildeo aplica estaacute localizada no bairro da

Taquara

O tema eacute abordado em uma disciplina multidisciplinar ou de outras

formas

A pergunta objetiva saber como a escola aborda o tema se atraveacutes de

uma disciplina especiacutefica isto eacute se existe dentro do curriacuteculo uma mateacuteria

voltada para a Educaccedilatildeo Ambiental (disciplinar) ou atraveacutes de vaacuterias

disciplinas onde todas iratildeo abordar o tema dentro dos conteuacutedos a serem

aplicados (multidisciplinar) que eacute a chamada multidisciplinaridade ou ainda se

a instituiccedilatildeo de ensino se utiliza de alguma outra forma Os dados satildeo mostrados

na figura 85

0

20

40

60

80

100

Metro III Metro IV

DisciplinarMultidisciplinar

Figura 85 O tema eacute disciplinar ou multidisciplinar

Segundo o graacutefico a maioria das escolas trata o tema como

multidisciplinar Nas que informaram que eram disciplinar natildeo ficou claro se a

escola tinha uma disciplina especiacutefica mas pareceu devido as perguntas

140

seguintes que o tema era abordado em biologia quiacutemica e geografia durante

as aulas em meio aos conteuacutedos dessas disciplinas

A Metropolitana III mostrou que 100 das escolas que participaram da

pesquisa abordam o tema de forma multidisciplinar Na Metropolitana IV cerca

de 19 das escolas abordam o tema de forma disciplinar isto eacute possuem uma

disciplina voltada para o tema

Na Metropolitana X dos sete questionaacuterios respondidos cinco responderam

que o tema eacute abordado em vaacuterias disciplinas

Existe obrigatoriedade da participaccedilatildeo dos alunos

O objetivo eacute mapear como se daacute a participaccedilatildeo discente ou seja se

quando os temas relacionados agrave educaccedilatildeo ambiental satildeo abordados nas

escolas existe a abrigatoriedade na participaccedilatildeo dos alunos Os resultados satildeo

mostrados na figura 86

0

20

40

60

80

100

Metro III Metro IV

SimNatildeo

Figura 86 ndash Obrigatoriedade da participaccedilatildeo discente

Atraveacutes do graacutefico verifica-se que na maioria das escolas quando o

tema eacute abordado existe a obrigatoriedade da participaccedilatildeo dos alunos Na

141

Metropolitana IV em 69 das escolas eacute obrigatoacuteria a participaccedilatildeo dos alunos Na

metropolitana III em 44 das escolas a participaccedilatildeo eacute obrigatoacuteria

Na Metropolitana X quatro escolas responderam que a participaccedilatildeo eacute

obrigatoacuteria

De acordo com as observaccedilotildees feitas atraveacutes das respostas do

questionaacuterio constatou-se que a participaccedilatildeo obrigatoacuteria dos alunos se daacute

devido a EA ser tratada na maioria das vezes dentro das disciplinas em meio ao

conteuacutedo isto torna a participaccedilatildeo dos alunos obrigatoacuteria jaacute que a natildeo

participaccedilatildeo pode implicar na perda de pontos nas disciplinas

Os professores participam das atividades relacionadas ao

tema

Objetiva monitorar a participaccedilatildeo dos professores das instituiccedilotildees de

ensino nas atividades relacionadas ao tema EA e se existe um grande

envolvimento dos professores quanto agrave difusatildeo do tema nas escolas sendo

os resultados mostrados na figura 87

0

20

40

60

80

100

Metro III Metro IV

TodosAlguns

Figura 87 - Participaccedilatildeo dos professores

142

Em todas as Metropolitanas verificou-se que natildeo satildeo todos os professores

que participam dos projetos Observa-se que apenas um pequeno grupo se

envolve nos assuntos relacionados ao tema Educaccedilatildeo Ambiental o que acaba

limitando o assunto a algumas disciplinas

A Educaccedilatildeo Ambiental eacute praticada atraveacutes de que meios

A pergunta objetiva saber os meios pelos quais as instituiccedilotildees de ensino

utilizam para praticarem a Educaccedilatildeo Ambiental Se informalmente quando o

tema eacute abordado sem nenhum compromisso ou durante as aulas teoacutericas das

disciplinas ou por vaacuterios meios quando a escola tem projetos feiras

pedagoacutegicas visitas viacutedeos etc utilizando todos os meios simultaneamente

conforme mostrado na figura 88

0

20

40

60

80

100

Metro III Metro IV

Aulas Teoacutericase praacuteticas

Informalmente

Outros

Figura 88 Meios de aplicaccedilatildeo da Educaccedilatildeo Ambiental

Em todas as Metropolitanas a maioria das escolas utiliza aulas teoacutericas ou

praacuteticas para abordarem o tema Educaccedilatildeo Ambiental

Na Metropolitana III cerca de 51 das escolas utiliza aulas teoacutericas ou

praacuteticas para abordar o tema cerca de 17 abordam o tema de maneira

informal e cerca de 32 das escolas diversificam a maneira de abordagem do

tema

143

Na Metropolitana IV cerca de 43 das escolas utiliza as aulas para

abordarem o tema cerca de 16 abordam o tema informalmente e 42 das

escolas diversificam a forma de abordarem o tema

Na Metropolitana X dos 6 questionaacuterios respondidos 4 escolas abordam o

tema nas aulas teoacutericas e praacuteticas e 2 escolas abordam o tema informalmente

O predomiacutenio da abordagem em aulas teoacutericas provavelmente eacute

decorrente da falta de um projeto pedagoacutegico voltado para a Educaccedilatildeo

Ambiental

Quais os projetos eou atividades implantados

Objetiva mapear quais os principais temas abordados nos projetos e ou nas

atividades desenvolvidas pelas instituiccedilotildees de ensino voltadas para a educaccedilatildeo

ambiental conforme mostrado na figura 89

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Metro III Metro IV

Reciclagem e ColetaSeletiva

Reduccedilatildeo de Consumo eReuso de aacutegua e Energia

Outros

Figura 89 Projetos e ou Atividades implantados

De acordo com o graacutefico em ambas Metropolitanas o tema mais

abordado eacute a Reciclagem e a Coleta Seletiva Na Metropolitana III 50 dos

questionaacuterios responderam Reciclagem e Coleta Seletiva contra 39 de

Reduccedilatildeo de consumo e Reuso de aacutegua e energia

144

Na Metropolitana IV cerca de 46 responderam Reciclagem e Coleta

seletiva e 37 de projetos de Reduccedilatildeo de Consumo de aacutegua e energia

Este resultado era esperado pois para a maioria dos indiviacuteduos educaccedilatildeo

ambiental eacute Coleta Seletiva de Materiais e Reciclagem com isto a EA fica muito

restrita a este tema deixando os aspectos mais importantes sem abordagem isto

pode ser devido a falta de informaccedilatildeo que os proacuteprios educadores tecircm a

respeito da EA

A Metropolitana X apresentou uma resposta diferente dos quatro

questionaacuterios que foram respondidos trecircs responderam Reduccedilatildeo de Consumo e

Reuso de Aacutegua e Energia e apenas um respondeu Coleta Seletiva e Reciclagem

Isto pode ser reflexo da condiccedilatildeo Soacutecio-econocircmica predominante das

regiotildees abrangidas pelas Metropolitanas III e IV que compreendem bairros com

populaccedilotildees mais carentes Neste caso a Coleta Seletiva e a Reciclagem muitas

vezes satildeo a fonte de renda de muitas famiacutelias e faz parte do cotidiano dessas

regiotildees

Existe interesse dos alunos em relaccedilatildeo aos projetos

A pergunta objetiva saber se os alunos das instituiccedilotildees de ensino

demonstram interesse na participaccedilatildeo nos projetos eou nas atividades

relacionadas agrave educaccedilatildeo ambiental desenvolvidas nas escolas os resultados

encontram-se na figura 810

145

0

20

40

60

80

100

Metro III Metro IV

SimNatildeo

Figura 810 Participaccedilatildeo dos alunos

Na Metropolitana III o percentual de interesse dos alunos eacute de 96 e na

Metropolitana IV o percentual eacute de 100 mostrando que o interesse dos alunos

das aacutereas abrangidas por essas metropolitanas eacute bastante alto Este alto

percentual de participaccedilatildeo pode estar relacionado com a obrigatoriedade na

participaccedilatildeo dos alunos jaacute citado em pergunta anterior

Na Metropolitana X dos quatro questionaacuterios que foram respondidos dois

responderam que sim e dois responderam que natildeo resultado que natildeo nos

permite ter uma visatildeo do niacutevel de interesse dos alunos desta regiatildeo

Os projetos possuem retorno financeiro

A pergunta objetiva saber se os projetos implantados pelas instituiccedilotildees de

ensino tiveram como objetivo aleacutem da informaccedilatildeo para os alunos e a

comunidade trouxe tambeacutem algum tipo de retorno financeiro para alguma das

partes Isto porque alguns projetos de Educaccedilatildeo Ambiental como os de Coleta

Seletiva geram recursos financeiros ou bens conforme mostrado na figura 811

146

0

20

40

60

80

100

Metro III Metro IV

NuncaAs Vezes

Figura 811 - Retorno financeiro nos projetos

Nas Metropolitanas III e IV a maioria das escolas declarou que natildeo possui

nenhum tipo de retorno financeiro quando da implantaccedilatildeo de seus projetos de

educaccedilatildeo ambiental

Na Metropolitana III o percentual foi de 92 e a Metropolitana IV foi de

96 Com base nesses resultados conclui-se que os projetos implantados nas

escolas em sua maioria natildeo objetivam retorno financeiro

Na Metropolitana X dos cinco questionaacuterios que responderam todos

responderam que nunca possuem retorno financeiro na implantaccedilatildeo de seus

projetos de EA

Os recursos arrecadados satildeo para que destino

A pergunta objetiva saber para onde os recursos arrecadados com os

projetos realizados pelas escolas foram destinados

147

0

20

40

60

80

100

Metro III Metro IV

Escola e AlunosComunidadeOutros

Figura 812 Destino dos recursos arrecadados

As escolas que tiveram algum tipo de retorno utilizaram este para

aquisiccedilatildeo de materiais para a escola e para os alunos A maioria das instituiccedilotildees

de ensino natildeo respondeu a este item uma vez que a sua resposta estava

vinculada a pergunta anterior

2 ndash Quanto a Capacitaccedilatildeo docente

Qual a formaccedilatildeo em niacutevel de graduaccedilatildeo dos professores que

participam da Educaccedilatildeo Ambiental

Objetiva mapear a graduaccedilatildeo dos professores isto eacute as disciplinas que

mais participam dos projetos de educaccedilatildeo ambiental implantados nas

escolas conforme mostrado na figura 813

148

0

20

40

60

80

100

Metro III Metro IV

QuimFisBioGeo

Outras

Figura 813 Professores que participam das atividades

Em todas as Metropolitanas as disciplinas que mais participam dos projetos

de Educaccedilatildeo Ambiental satildeo as mesmas isto eacute Quiacutemica Fiacutesica Biologia e

Geografia Isto ocorre por serem estas disciplinas que em seus curriacuteculos

apresentam o tema Educaccedilatildeo Ambiental o que torna mais faacutecil para os

professores destas disciplinas a abordagem do tema e por consequumlecircncia esta

desperta maior interesse

Na Metropolitana X dos quatro questionaacuterios respondidos todos

colocaram as mesmas disciplinas citadas anteriormente

Eacute interessante frisar que em especial os cursos de graduaccedilatildeo de Quiacutemica

Biologia e Geografia tecircm um conteuacutedo consideraacutevel de temas voltados para a

aacuterea ambiental Talvez seja pertinente questionar que se a Educaccedilatildeo Ambiental

fosse mais abordada em outros cursos de Licenciatura (Histoacuteria Portuguecircs

Matemaacutetica etc) talvez aumentasse a participaccedilatildeo dos professores dessas

disciplinas ou de projetos transversais

149

Os professores que participam possuem formaccedilatildeo especiacutefica em

EA

Identifica se os professores das instituiccedilotildees de ensino que participam dos

projetos de educaccedilatildeo ambiental possuem algum tipo de formaccedilatildeo especiacutefica

para este fim como cursos de especializaccedilatildeo mestrado doutorado ou mesmo

cursos de curta duraccedilatildeo Os resultados satildeo mostrados na figura 814

0

20

40

60

80

100

Metro III Metro IV

AlgumaFormaccedilatildeo

NenhumaFormaccedilatildeo

Figura 814 Os professores possuem formaccedilatildeo especiacutefica em EA

Diferentemente do esperado as Metropolitanas III e IV informaram que um

grande nuacutemero de professores possui algum tipo de formaccedilatildeo especiacutefica

Na Metropolitana III cerca de 90 dos professores possuem alguma

formaccedilatildeo especifica em EA e na Metropolitana IV a metade dos professores da

rede possuem algum tipo de especializaccedilatildeo em EA

Apesar das escolas terem informado um grande de professores com algum

tipo de especializaccedilatildeo natildeo foi informado se essa especializaccedilatildeo era especiacutefica

em Educaccedilatildeo Ambiental mesmo estando claro na pergunta Este resultado vai

de encontro com as respostas referentes agraves outras questotildees nas quais as escolas

e os docentes demonstraram dificuldade na exploraccedilatildeo do tema e sinalizam que

eacute necessaacuteria a capacitaccedilatildeo

150

Na Metropolitana X das cinco escolas que responderam a essa questatildeo

trecircs possuem professores com alguma especializaccedilatildeo e duas escolas declararam

que natildeo possuem professores com especializaccedilatildeo

A escola tem interesse na capacitaccedilatildeo docente para a

Educaccedilatildeo Ambiental

A pergunta objetiva mostrar se existe o interesse das escolas em preparar

os professores para que estes possam adquirir mais conhecimentos teacutecnicos e

com isto possam realizar seus projetos com maior eficiecircncia no desempenho de

seu trabalho segundo mostrado na figura 815

0

20

40

60

80

100

Metro III Metro IV

SimNatildeo

Figura 815 Interesse da escola na capacitaccedilatildeo docente

A quase totalidade das escolas das Metropolitanas III e IV mostraram

interesse na capacitaccedilatildeo de seus professores em Educaccedilatildeo Ambiental

Na Metropolitana X das cinco escolas que responderam a essa pergunta

todas declararam que possuem interesse na capacitaccedilatildeo docente

Essas respostas mostraram que talvez a pergunta referente agrave

especializaccedilatildeo dos docentes natildeo foi corretamente respondida

151

Segundo esses dados conclui-se que existe grande interesse das escolas

em melhorar o desempenho de seus professores na aplicaccedilatildeo da educaccedilatildeo

ambiental

Existe interesse dos professores em participarem de cursos de

formaccedilatildeo em Educaccedilatildeo Ambiental

Objetiva mostrar se haacute interesse dos professores em participarem de cursos

de formaccedilatildeo especializaccedilatildeo na aacuterea ambiental segundo figura 816

0

20

40

60

80

100

Metro III Metro IV

Sim

Natildeo

Figura 816 - Interesse dos professores em cursos de formaccedilatildeo em EA

Nas Metropolitanas III e IV o interesse dos professores em participar de um

curso de formaccedilatildeo em EA eacute bastante alto

Na Metropolitana X dos seis questionaacuterios respondidos todos mostraram

interesse na participaccedilatildeo no curso de capacitaccedilatildeo

De acordo com as questotildees existe um grande interesse da parte dos

professores em participarem de cursos de formaccedilatildeo especializaccedilatildeo em EA Para

isto se faz necessaacuterio que exista uma oferta de cursos destinada a este puacuteblico

alvo

152

Quais as aacutereas que os professores apresentam maior interesse

Objetiva mapear em quais aacutereas da Educaccedilatildeo Ambiental os professores

gostariam que fossem abordados com maior profundidade e abrangecircncia

conforme mostrado na figura 817

0

20

40

60

80

100

Metro III Metro IV

Coleta Seletiva eReciclagem

RecursosHiacutedricos

Outros

Figura 817 Aacutereas de interesse dos professores

Neste item as respostas foram muito variadas sendo que o assunto que

apareceu com mais frequumlecircncia foram os de Coleta Seletiva e Reciclagem

seguidos pelos Recursos Hiacutedricos os demais aparecerem com pouca frequumlecircncia e

foram agrupados num uacutenico grupo ldquooutrosrdquo Foi observado que muitas

instituiccedilotildees natildeo entenderam bem o questionamento pois ao inveacutes de

responderem sobre o tema ambiental de interesse responderam sobre outros

temas

84 Conclusotildees Parciais

As escolas tiveram muita dificuldade para responder os questionaacuterios pois

muitas respostas natildeo tinham relaccedilatildeo direta com a pergunta Em muitos casos o

questionaacuterio foi devolvido com muitas perguntas sem resposta natildeo ficando claro

se por falta de entendimento das perguntas ou por desinteresse pelo tema

153

Com o questionaacuterio percebeu-se de forma geral que natildeo houve muito

empenho em se fornecer respostas claras e que refletissem realmente a vivecircncia

das escolas Pode-se detectar que os professores natildeo participaram ou seja a

pessoa designada para responder emitiu somente a sua opiniatildeo e simplesmente

natildeo respondeu o que tinha relaccedilatildeo direta com o corpo docente da escola

Algumas escolas aproveitaram o espaccedilo do questionaacuterio destinado a

sugestotildees e observaccedilotildees para fazer reivindicaccedilotildees como melhor remuneraccedilatildeo a

inadequaccedilatildeo de cursos ou treinamentos aos saacutebados e que os cursos deveriam

ter ajuda de custo para o professor ou ainda solicitaccedilatildeo de apoio em

campanhas como por exemplo ldquoNatildeo para um lixatildeo em nosso bairrordquo

O questionaacuterio deixou alguns pontos bem claros e alarmantes a educaccedilatildeo

ambiental natildeo eacute vista como um assunto que seja importante Isso pode ser

atribuiacutedo agrave falta de informaccedilatildeo que atinge desde a comunidade ateacute os oacutergatildeos

que coordenam a educaccedilatildeo passando pelos professores que na avaliaccedilatildeo da

autora satildeo as peccedilas mais importantes Estes quando possuem uma boa

formaccedilatildeo vatildeo propagar as informaccedilotildees entre os alunos que propagaratildeo para

suas famiacutelias e comunidades estabelecendo-se um efeito multiplicador agrave difusatildeo

do conhecimento

Com base nas demandas detectadas na anaacutelise dos questionaacuterios e na

excelecircncia dos profissionais da UFRJ ligados agrave aacuterea ambiental eacute apresentada a

seguir uma proposta de curso de especializaccedilatildeo transdisciplinar em EA voltado

para professores do Ensino Meacutedio

154

Capiacutetulo 9 ndash Proposta de Curso de Formaccedilatildeo Para Professores

A Educaccedilatildeo Ambiental segundo a lei ndeg 9795 de 27 de abril de 1999 eacute

um componente essencial e permanente da Educaccedilatildeo Nacional devendo estar

presente em todos os niacuteveis e todas as modalidades do processo educativo

formal e natildeo-formal

Por seu caraacuteter humanista holiacutestico interdisciplinar e participativo a

Educaccedilatildeo Ambiental pode contribuir muito para renovar o processo educativo

trazendo a permanente avaliaccedilatildeo criacutetica a adequaccedilatildeo dos conteuacutedos agrave

realidade local e o envolvimento dos educandos em accedilotildees concretas de

transformaccedilatildeo dessa realidade

155

Para realmente abordar estes princiacutepios e atingir seus objetivos a

Educaccedilatildeo Ambiental precisa de uma ampla gama de meacutetodos e do preparo dos

educadores neste sentido

A partir das informaccedilotildees obtidas nesta pesquisa observou-se a

necessidade de cursos de formaccedilatildeo na aacuterea ambiental para os professores do

Ensino Meacutedio da Rede Puacuteblica Estadual

Este capiacutetulo objetiva propor um curso que atenda a essa necessidade

tendo em vista todas as dificuldades em termos de disponibilidade da entidade e

da quantidade de vagas que possa atender da melhor maneira possiacutevel ao

puacuteblico alvo

91 Objetivo do Curso

Capacitar os professores do Ensino Meacutedio da Rede Puacuteblica Estadual do

Municiacutepio do Rio de Janeiro para o ensino da Educaccedilatildeo Ambiental fornecendo

conhecimentos aos participantes de forma que os educadores tenham

condiccedilatildeo de desenvolver o seu trabalho de maneira plena e com maior

eficiecircncia

Desenvolver a capacidade de compreensatildeo da temaacutetica ambiental de

forma holiacutestica e no acircmbito interdisciplinar enfocando o papel da educaccedilatildeo

para a construccedilatildeo de uma sociedade sustentaacutevel

Analisar as relaccedilotildees entre educaccedilatildeo problemaacutetica ambiental e

desenvolvimento sustentaacutevel

Incentivar a pesquisa interdisciplinar e o desenvolvimento de projetos de

intervenccedilatildeo social aleacutem de promover atividades de prestaccedilatildeo de serviccedilos a

comunidade em geral atraveacutes de cursos accedilotildees integradas eventos entre outros

Para que estes objetivos sejam atingidos eacute necessaacuterio que na

programaccedilatildeo dos conteuacutedos sejam contemplados fundamentos teoacutericos e

156

praacuteticos de modo a atender as determinaccedilotildees dos oacutergatildeos Ambientais Estaduais

Municipais e do Ministeacuterio do Meio Ambiente

92 Duraccedilatildeo do Curso

Por se tratar de um curso de especializaccedilatildeo a carga horaacuteria miacutenima

deveraacute ser de 360 horas com aulas ministradas em dias e horaacuterios de melhor

disponibilidade para os professores e as Universidades

93 Conteuacutedo do Curso

Nesta proposiccedilatildeo de ensino de Educaccedilatildeo Ambiental para docentes do

Ensino Meacutedio o curso deveraacute ser composto por quatro moacutedulos para que seja

abordada a maioria dos aspectos necessaacuterios para a boa formaccedilatildeo docente

1ordm Moacutedulo ndash As diferentes dimensotildees da temaacutetica ambiental na atualidade

Analise dos mais variados enfoques das questotildees ambientais por meio de

debates e trocas de experiecircncias como alternativa para aproximar todas as

vaacuterias aacutereas de conhecimento reconhecendo a diversidade do grupo e a

necessidade de interaccedilatildeo entre as aacutereas de formaccedilatildeo ressaltando as interfaces

entre as ciecircncias naturais e as humanas dentro da perspectiva interdisciplinar

Conceitos baacutesicos na Aacuterea Ambiental

bull Meio Ambiente e Ecologia rarrConceitos baacutesicos a fim de atender

melhor a dinacircmica de interaccedilotildees nos biomas terrestres e ambientes

bull Tipos de Poluiccedilatildeo e seus efeitos rarr Classificaccedilatildeo dos principais tipos de

poluiccedilatildeo e seus efeitos no meio ambiente e na sociedade

bull Tratamento de resiacuteduos soacutelidos e de efluentesrarrNoccedilotildees de reduccedilatildeo na

produccedilatildeo de resiacuteduos e tratamento dos resiacuteduos

bull Minimizaccedilatildeo de emissotildeesrarrClassificaccedilatildeo dos tipos de emissotildees e como

minimiza-las

157

2ordm Moacutedulo ndash Aborda as leis e os oacutergatildeos ligados a Educaccedilatildeo Ambiental As

disciplinas pretendem realizar uma introduccedilatildeo ao Direito Ambiental apontando e

propiciando a discussatildeo anaacutelise e avaliaccedilatildeo de conceitos juriacutedicos baacutesicos para

a compreensatildeo da legislaccedilatildeo ligada agrave problemaacutetica ambiental e suas

implicaccedilotildees sociais

Legislaccedilatildeo Ambiental

bull Leis RegulamentadorasrarrMostrar as leis que regulamentam as accedilotildees

ligadas ao meio ambiente e a Educaccedilatildeo Ambiental

bull Oacutergatildeos fiscalizadoresrarrIdentificar os oacutergatildeos fiscalizadores das accedilotildees

voltadas para o meio ambiente como tambeacutem as accedilotildees voltadas para a

Educaccedilatildeo Ambiental

bull Esferas AdministrativasrarrMostrar as atribuiccedilotildees de cada esfera de

governo nas accedilotildees relacionadas as questotildees ambientais

3ordm Moacutedulo ndash mostrar as relaccedilotildees entre Meio Ambiente e sociedade a partir

da anaacutelise de casos concretos existentes A discussatildeo dos conceitos de

paisagem lugar e territoacuterio explicando os viacutenculos soacutecio-culturais com os

ambientes O conceito sustentabilidade deveraacute ser debatido tanto na dimensatildeo

cultural e social nas formas de produccedilatildeo da subsistecircncia humana e nos

diferentes modelos soacutecio-econocircmicos priorizando as questotildees dos ldquoecossistemas

urbanosrdquo

Educaccedilatildeo ambiental e Cidadania

bull Percepccedilatildeo da realidade ambientalrarr As relaccedilotildees entre o homem e

o seu meio ambiente social e natural atraveacutes de modelos de ocupaccedilatildeo do

espaccedilo e uso de recursos naturais por formas soacutecio-culturais diferenciadas

bull A relaccedilatildeo Educaccedilatildeo Ambiental - Qualidade de Vida rarr As relaccedilotildees

da EA com a qualidade de vida e a sauacutede

bull Projetos roteiros reflexotildees e praacuteticas de Educaccedilatildeo Ambiental

rarrInstrumentalizar para a elaboraccedilatildeo e execuccedilatildeo de projetos de gestatildeo

158

ambiental e de modelos de desenvolvimento sustentado adequados agraves

especificidades soacutecio-ambientais das populaccedilotildees ldquoalvordquo

bull Integraccedilatildeo Escola-Meio-Ambiente-ComunidaderarrAbordagem de

aspectos teoacutericos e praacuteticos da construccedilatildeo de projetos no contexto escolar e fora

deste espaccedilo

4 ndash Moacutedulo ndash Projetos - seratildeo tarefas pedagoacutegicas de caraacuteter

interdisciplinar A partir do levantamento dos interesses dos alunos pretende-se

estruturar coletivamente projetos de intervenccedilatildeo e pesquisa em EA que

deveratildeo possibilitar a elaboraccedilatildeo dos trabalhos de final de curso

Pesquisa em Educaccedilatildeo Ambiental

bull Estudo de Campo

bull Trabalho final

94 Consideraccedilotildees

Esta proposta daacute uma visatildeo de alguns aspectos que norteiam o tema

Educaccedilatildeo Ambiental focando essencialmente os assuntos que satildeo importantes

para a formaccedilatildeo do Educador Ambiental

Os temas devem ser abordados de forma sucinta de modo que consiga

atingir a todos os profissionais de Educaccedilatildeo considerando que estes possuem

diferentes formaccedilotildees em niacutevel de graduaccedilatildeo

Outro aspecto considerado eacute que dentre os temas abordados estatildeo a

relaccedilatildeo sociedade e meio ambiente que eacute um dos pontos mais importantes do

curso pois permitiraacute que o educador consiga transmitir aos seus alunos a sua real

importacircncia na contribuiccedilatildeo para a melhoria da sua qualidade de vida e de seu

entorno e consequumlentemente na conservaccedilatildeo do planeta

159

Capiacutetulo 10 ndash Conclusotildees e Sugestotildees

101 Consideraccedilotildees Finais

A Educaccedilatildeo eacute primordial para o crescimento de qualquer paiacutes poreacutem natildeo

lhe eacute dada toda a atenccedilatildeo necessaacuteria problema que natildeo eacute recente mas sim

um problema histoacuterico pois a Educaccedilatildeo natildeo eacute tema essencial desde os tempos

da colonizaccedilatildeo Desde aquela eacutepoca o ensino era colocado em segundo

plano como algo sem importacircncia e por consequumlecircncia a profissatildeo de professor

jaacute era desvalorizada muitas vezes sendo colocado como marginalizados pela

sociedade

A Educaccedilatildeo de qualidade era um direito de poucos e esses poucos eram os

indiviacuteduos que tinham famiacutelias tradicionais e abastadas que tinham condiccedilotildees

financeiras para estudar nos melhores coleacutegios Este fato se reflete nos dias de

hoje onde a qualidade no ensino estaacute cada vez mais destinada aos alunos que

tem melhores condiccedilotildees financeiras Isto pode ser verificado nas escolas puacuteblicas

160

de ensino fundamental e o ensino meacutedio da Rede Puacuteblica Estadual onde resta

para os menos favorecidos um ensino que natildeo tem como objetivo central uma

boa formaccedilatildeo

Atraveacutes das Poliacuteticas SociaisEducacionais a ideacuteia central eacute a manutenccedilatildeo

do aluno na escola fornecimento de alimentaccedilatildeo etc onde a manutenccedilatildeo do

aluno na escola se faz de vaacuterias formas dentre elas podemos citar a aprovaccedilatildeo

progressiva no ensino fundamental onde o aluno eacute aprovado mesmo sem

condiccedilotildees pois foi verificado que o aluno que reprova muitas vezes abandona a

escola

No ensino Meacutedio natildeo eacute muito diferente onde o problema comeccedilou no

momento em que o ingresso no ensino meacutedio passou a ser automaacutetico sem

nenhum tipo de avaliaccedilatildeo gerando turmas muito heterogecircneas com alunos

bons lado a lado com alunos que natildeo possuem a menor condiccedilatildeo de estarem no

ensino meacutedio Isto acarreta numa dificuldade muito grande ao professor de

passar o conteuacutedo das disciplinas com um agravante o professor eacute obrigado a

ter um niacutevel de exigecircncia muito baixo pois um nuacutemero de reprovaccedilatildeo muito alto

tambeacutem natildeo eacute permitido Aleacutem disso podemos citar ainda as condiccedilotildees de

trabalho principalmente nas aacutereas mais carentes onde muitas vezes o professor

natildeo tem o material miacutenimo de trabalho tendo que comprar do proacuteprio bolso

Tocando neste ponto um problema muito grave eacute a falta de valorizaccedilatildeo do

professor atraveacutes dos baixos salaacuterios que estes recebem o que causa uma

desmotivaccedilatildeo muito grande na boa execuccedilatildeo de seu trabalho

Esses satildeo apenas algumas das causas do baixo desempenho do ensino

meacutedio e por consequumlecircncia o baixo iacutendice de aprovaccedilatildeo desses alunos em

concursos de acesso as Universidades Puacuteblicas que deveria ser o fluxo natural

desses alunos Este fato gerou a Poliacutetica Publica de inclusatildeo social que determina

o aumento de alunos egressos da Rede Puacuteblica nas Universidades Puacuteblicas que eacute

feito atraveacutes de reservas de vagas nas Universidades para esses alunos Isto no

entendimento da autora funciona apenas como uma forma imediatista de

resolver o problema pois em educaccedilatildeo os impactos de uma proposta de

161

mudanccedila requerem um tempo para que sejam percebidos Com isto para se

reverter o problema de inclusatildeo dos jovens vindos da rede puacuteblica estadual nas

universidades seria necessaacuterio no miacutenimo de 12 anos Um periacuteodo relativamente

grande pois as mudanccedilas devem envolver todas as esferas do governo em

conjunto com a sociedade e natildeo devendo estar atrelada a um determinado

mandato Em outras palavras em um sistema ideal os mandatos acabariam

mais os projetos continuariam

O estado atual da Educaccedilatildeo no paiacutes eacute uma consequumlecircncia direta do

arrocho salarial e da degradaccedilatildeo dos serviccedilos puacuteblicos acentuados apoacutes o fim

do Regime Militar com isso a classe meacutedia passou a incluir em seus orccedilamentos a

educaccedilatildeo o que gerou uma ruptura da convivecircncia entre crianccedilas e jovens de

classes pobres e da classe meacutedia nas Escolas Puacuteblicas No topo da piracircmide

social estatildeo as famiacutelias de classe meacutedia e alta que usufruem do Ensino Privado

para posteriormente disputar em melhores condiccedilotildees as vagas nas Universidades

Puacuteblicas reconhecidas como as melhores Na base estatildeo os menos privilegiados

que estatildeo na rede puacuteblica que tem que se conformarem em parar os seus

estudos ao fim do Ensino meacutedio ou se sacrificar para pagar uma Universidade

Privada jaacute que natildeo possuem condiccedilotildees de competirem em igualdade de

condiccedilotildees agraves vagas oferecidas pelas Universidades Puacuteblicas

Um dos caminhos detectados nessa pesquisa para reverter o quadro atual

da educaccedilatildeo eacute a capacitaccedilatildeo docente Para uma melhor formaccedilatildeo dos

professores se faz necessaacuterio que o tema seja abordado em todos os cursos de

graduaccedilatildeo destinados a licenciatura Este assunto tambeacutem deve ser uma

preocupaccedilatildeo das Universidades para que estas ofereccedilam cursos de extensatildeo

capacitaccedilatildeo ou poacutes-graduaccedilatildeo para professores promovendo o retorno destes

as Universidades para atualizaccedilatildeo de seus conhecimentos para que possam

aprimorar e consequumlentemente melhor preparar o aluno que ingressaraacute na

Universidade Com isso para a Universidade o retorno consiste em receber alunos

oriundos do ensino meacutedio com uma formaccedilatildeo mais completa fechando o ciclo

de interaccedilotildees

162

102 Conclusotildees

A partir dessas consideraccedilotildees e dos dados coletados e discutidos no corpo

do trabalho pode-se extrair as seguintes conclusotildees

A desvalorizaccedilatildeo dos professores eacute um problema histoacuterico jaacute que a

pesquisa bibliograacutefica mostrou que desde o iniacutecio da Educaccedilatildeo no paiacutes

esta classe de profissionais natildeo era vista como algo primordial para o

desenvolvimento do paiacutes

De acordo com as necessidades da sociedade foram surgindo

articulaccedilotildees que levaram a formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas com o

objetivo de suprir ou amenizar problemas gerados pelas diferenccedilas sociais

da sociedade A formulaccedilatildeo dessas poliacuteticas se fundamenta no processo

de descentralizaccedilatildeo levando a democratizaccedilatildeo e a participaccedilatildeo

A Educaccedilatildeo Ambiental eacute essencial para uma boa formaccedilatildeo da

cidadania devido a isto o tema EA estaacute presente nos PCNs e deve ser

abordado em todas as disciplinas de forma transversal

A tema Educaccedilatildeo Ambiental eacute relativamente antigo poreacutem natildeo lhe

era dada a devida importacircncia somente a partir do seacuteculo XX que foram

realizadas as conferecircncias voltadas para o tema ambiental o que tornou

o Meio Ambiente uma preocupaccedilatildeo mundial

A pesquisa avaliou o ingresso de alunos da Rede Puacuteblica Estadual nas

Universidades Puacuteblicas com estudo de caso avaliando o sistema de Cotas

da UERJ e a proposta de Reserva de Vagas da UFRJ A pesquisa mostrou

que a reserva de vagas natildeo eacute a soluccedilatildeo para o problema de inclusatildeo

desses alunos poreacutem funciona como uma accedilatildeo imediata para

remediaccedilatildeo do problema

163

A avaliaccedilatildeo da EA nas escolas de Ensino Meacutedio da Rede Estadual do

Municiacutepio do Rio de Janeiro mostrou que os escolas tem dificuldade em

abordar o tema de forma plena e transversal

A pesquisa mostrou que o tema natildeo eacute abordado de maneira plena

devido ao despreparo dos professores nesta aacuterea jaacute que somente os

professores que possuem o tema Ambiental ligados a sua formaccedilatildeo tem

condiccedilotildees de transmit-lo para seus alunos Para isto se fazem urgente e

necessaacuterias gestotildees dos oacutergatildeos competentes no sentido do aumento da

oferta de cursos de capacitaccedilatildeo

103 Sugestotildees Para a continuidade desta pesquisa vaacuterias linhas de trabalho podem ser

desenvolvidas A seguir satildeo listadas algumas sugestotildees e accedilotildees

Realizar uma pesquisa comparativa sobre educaccedilatildeo Ambiental no acircmbito

do municiacutepio do Rio de Janeiro envolvendo as Redes Federal Estadual e

Particular

Realizar uma pesquisa por amostragem sobre o tema Educaccedilatildeo

Ambiental atingindo outros municiacutepios do Estado do Rio de Janeiro

Avaliar se eacute feita e de que maneira a Educaccedilatildeo Ambiental no Ensino

Fundamental

164

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Organizacion de Estados Iberoamericanos para la Educacion la Ciecircncia Y la

Cultura - disponiacutevel na internet em httpwwwcampus-oeiorg - Acesso em 07

abril 2005

Pangea - Associaccedilatildeo Ambientalista Internacional - disponiacutevel na internet em

http wwwagirazulcombr - Acesso em 21 novembro 2005

Pereira S D (editor) - Caderno de Graduaccedilatildeo ndash volume sete - Poliacuteticas de

Inclusatildeo Social a Reserva de Vagas nas Universidades Puacuteblicas ndash Rio de Janeiro

RJ Editora Graacutefica da UERJ 2003

Portal do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura - disponiacutevel na internet em http

wwwportalmecgov - Acesso em 03 marccedilo 2005

Projeto Apoema - Educaccedilatildeo Ambiental - disponiacutevel na internet em http

wwwapoemacombrdefiniccedilotildees - Acesso em 23 abril 2006

PROUNI ndash Programa Universidade para todos ndash Disponiacutevel na internet em

httpprouni-inscricaomecgovbr - acesso em 02 novembro 2006

170

Quintas J S ndash Introduccedilatildeo a Gestatildeo Ambiental Puacuteblica ndash Ediccedilotildees Ibama Brasiacutelia

DF 2002

Revista Eletrocircnica de Jornalismo Cientiacutefico ndash Com Ciecircncia - disponiacutevel na internet

em httpwwwcomcienciabr - Acesso em 04 marccedilo 2005

Schwartzman Simon ndash Tempos de Capanema ndash Satildeo Paulo SP ndash Editora Fundaccedilatildeo

Getuacutelio Vargas 2000

Secretaria de Estado de Educaccedilatildeo do Rio de Janeiro - disponiacutevel na internet em

http wwwseerjgovbr - Acesso em

Secretaria de estado e justiccedila de defesa e cidadania SP - disponiacutevel na internet

em http wwwjusticcedilaspgovbr - Acesso em 21 novembro 2005

Secretaria de Estado do Meio Ambiente - disponiacutevel na internet em

httpwwwambientespgovbr - Acesso em 251105

Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hiacutedricos do Paranaacute -

disponiacutevel na internet em http wwwprgovbrmeioambiente - Acesso em 25

novembro 2005

Secretaria de Estado do Meio Ambiente de Satildeo Paulo - disponiacutevel na internet em

http wwwambientespgov - Acesso em 25 novembro 2005

Senac - disponiacutevel na internet em httpwwwsenacbr - Acesso em 25

novembro 2005

Silva Antocircnio - As Cotas nas Universidades - disponiacutevel na internet em

httpwwwespaccediloacademicocombr - Acesso em 03 marccedilo 2005

Silva Leacuteo - Educaccedilatildeo Puacuteblica - disponiacutevel na internet em

httpwwweducaccedilatildeopublicarjgovbr - Acesso em 21 novembro 2005

171

TV Cultura - disponiacutevel na internet em http wwwtvculturacombr - Acesso em

21 novembro 2005

UARTE ndash Unidade de Apoio agrave Rede Telemaacutetica Educativa - disponiacutevel na internet

em httpwwwuarterctspt - Acesso em 25 novembro 2005

UERJ - Tema em discussatildeo cotas na universidade - disponiacutevel na internet em

http www2uerjbr Acesso em 04 marccedilo 2005

Universia - disponiacutevel na internet em httpwwwuniversiacombr - Acesso em 03

marccedilo 2005

Universidade de Brasiacutelia ndash Meio Ambiente - disponiacutevel na internet em

httpwwwunbbr - Acesso em 21 novembro 2005

Vaacuterios autores ndash Caderno de Graduaccedilatildeo ndash Volume oito ndash Vestibular UERJ2003

Relatoacuterio Analiacutetico - Rio de Janeiro RJ Editora Graacutefica UERJ 2003

Vieira Joatildeo Luiacutes ndash As cotas - disponiacutevel na internet em http wwweducarscuspbr - Acesso em 28 fevereiro 2005

Yin RK (1987) Case study reserch ndash design and methods Sage Publications 7 ed v 5

Zeitouni Rafael - Ecologia Brasil ndash Portal de Meio Ambiente - disponiacutevel na internet

em httpwwwbio2000hpgigcombr - Acesso em 26 novembro 2005

172

173

ANEXO 1

LEI FEDERAL

PROJETO DE LEI 36272004

Institui Sistema Especial de Reserva de Vagas para estudantes egressos de

escolas puacuteblicas em especial negros e indiacutegenas nas instituiccedilotildees puacuteblicas

federais de educaccedilatildeo superior e daacute outras providecircncias

O CONGRESSO NACIONAL decreta

Art 1ordm As instituiccedilotildees puacuteblicas federais de educaccedilatildeo superior reservaratildeo

em cada concurso de seleccedilatildeo para ingresso nos cursos de graduaccedilatildeo no

miacutenimo cinquumlenta por cento de suas vagas para estudantes que tenham

cursado integralmente o ensino meacutedio em escolas puacuteblicas

Art 2ordm Em cada instituiccedilatildeo de educaccedilatildeo superior as vagas de que trata o

art1 o seratildeo preenchidas por uma proporccedilatildeo miacutenima de autodeclarados negros

e indiacutegenas igual agrave proporccedilatildeo de pretos pardos e indiacutegenas na populaccedilatildeo da

unidade da Federaccedilatildeo onde estaacute instalada a instituiccedilatildeo segundo o uacuteltimo censo

da Fundaccedilatildeo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica - IBGE

Paraacutegrafo uacutenico No caso de natildeo-preenchimento das vagas segundo os

criteacuterios do caput as remanescentes deveratildeo ser completadas por estudantes

que tenham cursado integralmente o ensino meacutedio em escolas puacuteblicas

Art 3ordm O Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e a Secretaria Especial de Poliacuteticas de

Promoccedilatildeo da Igualdade Racial da Presidecircncia da Repuacuteblica seratildeo responsaacuteveis

pelo acompanhamento e avaliaccedilatildeo do sistema de que trata esta Lei ouvida a

Fundaccedilatildeo Nacional do Iacutendio - FUNAI

174

Art 4ordm As instituiccedilotildees de que trata o art 1ordm teratildeo o prazo de duzentos e

quarenta dias para se adaptarem ao disposto nesta Lei

Art 5ordm O Poder Executivo promoveraacute no prazo de dez anos a contar da

publicaccedilatildeo desta Lei a revisatildeo do sistema especial para o acesso de estudantes

negros pardos e indiacutegenas bem como daqueles que tenham cursado

integralmente o ensino meacutedio em escolas puacuteblicas nas instituiccedilotildees de educaccedilatildeo

superior

Art 6ordm Esta Lei entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

Brasiacutelia(wwwportalmecgov)

175

ANEXO 2

LEI ESTADUAL

Iacutentegra da Lei Nordm 3708 de 9 de Novembro de 2001

Institui cota de ateacute 40 (quarenta por cento) para as populaccedilotildees negra e parda

no acesso a Universidade do Estado do Rio de Janeiro e agrave Universidade Estadual

do Norte Fluminense e daacute outras providecircncias

O Governador do Estado do rio de Janeiro

Faccedilo saber que a Assembleacuteia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro

decreta e eu sanciono a seguinte Lei

Art 1ordm Fica estabelecida a cota miacutenima de ateacute 40 (quarenta por cento)

para as populaccedilotildees negra e parda no preenchimento das vagas relativas aos

cursos de graduaccedilatildeo da universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e da

Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF)

Paraacutegrafo Uacutenico Nesta cota miacutenima ficam incluiacutedos tambeacutem os negros e

pardos beneficiados pela lei 35242000

Art 2ordm O Poder executivo regulamentaraacute a presente Lei no prazo de 30

(trinta) dias de sua publicaccedilatildeo

Art 3ordm Estaacute lei entraraacute em vigor na data de sua publicaccedilatildeo revogadas as

disposiccedilotildees em contraacuterio

Rio de janeiro 09 de novembro de 2001

ANTHONY GAROTINHO

Autoria Deputado Joseacute Amorim

176

Iacutentegra do Decreto Nordm 30766 de 04 de marccedilo de 2002

DISCIPLINA O SISTEMA DE COTA PARA NEGROS E PARDOS NO ACESSO Agrave

UNIVERSIDADE

DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO E Agrave UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE

FLUMINENSE E DAacute OUTRAS PROVIDEcircNCIAS

O Governador do Estado do Rio de Janeiro no uso de suas atribuiccedilotildees

legais tendo em vista o disposto no artigo 1ordm caput e paraacutegrafo uacutenico da Lei nordm

3708 de 09 de novembro de 2001 e tendo em vista o que consta do Processo E-

260592002

D E C R E T A

Projeto de Lei nordm 24902001

Art 1ordm - Ficam reservadas para negros e pardos 40 das vagas relativas

aos cursos de graduaccedilatildeo oferecidas pela Universidade do Estado do Rio de

Janeiro e pela Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro

Paraacutegrafo uacutenico Para os fins deste decreto natildeo se faz distinccedilatildeo entre pessoas

negras e pardas

Art 2ordm - Caberaacute agraves universidades envolvidas definir os criteacuterios miacutenimos de

qualificaccedilatildeo para o acesso agraves vagas reservadas aos alunos negros e pardos

Art 3ordm - No preenchimento de suas vagas deveratildeo as universidades

observar sucessivamente o seguinte

I - verificar os candidatos qualificados de acordo com o com os criteacuterios

tratados na Lei nordm 35242000 selecionando-os para ingresso ateacute o limite das

vagas destinadas a tal fim

177

II - identificar dentre os alunos selecionados para ingresso na instituiccedilatildeo na

forma do inciso anterior o percentual que se declarou negro ou pardo em

relaccedilatildeo ao nuacutemero total de vagas oferecidas por curso e turno

III - deduzir da cota de 40 o percentual de candidatos selecionados na

instituiccedilatildeo declarados negros ou pardos que foram beneficiados pela Lei nordm

35242000 (art 1ordm paraacutegrafo uacutenico da Lei 37082001)

IV - preencher as vagas restantes da cota de 40 com os demais

candidatos declarados negros ou pardos que tenham sido qualificados para

ingresso na instituiccedilatildeo independentemente da origem escolar e

V - preencher as demais vagas oferecidas independentemente da cor

raccedila ou origem escolar do candidato qualificado

Paraacutegrafo uacutenico - Em caso de reclassificaccedilatildeo deveratildeo as universidades

observar o sistema de cotas estabelecidos pelas Leis nordms 35242000 e 37082001

Art 4ordm - Caso natildeo sejam preenchidas todas as vagas reservadas aos

beneficiaacuterios deste Decreto poderatildeo ser elas aproveitadas pelos demais

estudantes

Art 5ordm - A identificaccedilatildeo dos alunos negros e pardos se faraacute atraveacutes de

declaraccedilatildeo firmada sob as penas da Lei pelo proacuteprio candidato agrave vaga na

universidade

sect1ordm - A autodeclaraccedilatildeo eacute facultativa ficando o candidato submetido agraves

regras gerais de seleccedilatildeo caso opte por natildeo a firma

sect2ordm - Os candidatos beneficiados pelo regime de reserva de vagas tratado

na Lei nordm 352400 poderatildeo firmar a declaraccedilatildeo prevista neste artigo

Art 6ordm - Fica instituiacutedo sem o aumento de despesa o Conselho para a

Promoccedilatildeo Educacional Superior das Populaccedilotildees Negra e Parda - COPESNEP com

os seguintes objetivos

178

I - manter a memoacuteria de dados capaz de permitir o acompanhamento do

perfil de desempenho dos estudantes negros e pardos nos exames seletivos para

o ingresso nas instituiccedilotildees de ensino superior em funcionamento no Estado do Rio

de Janeiro

II - propor medidas que visem estimular a aplicaccedilatildeo do sistema de cotas

estabelecido neste Decreto a outras instituiccedilotildees de ensino superior

III - propor medidas que visem o aprimoramento da legislaccedilatildeo que trata do

acesso dos negros e pardos ao ensino superior e

IV - propor medidas que visem divulgar e orientar a sociedade da

importacircncia das accedilotildees afirmativas adotadas por forccedila deste Decreto com vistas

agrave promoccedilatildeo da igualdade de oportunidades entre os diversos grupos eacutetnicos e o

combate agrave discriminaccedilatildeo

Art 7ordf - O Conselho para a Promoccedilatildeo Educacional Superior das

Populaccedilotildees Negra e Parda - COPESNEP vinculado agrave Secretaria de Estado de

Ciecircncia e Tecnologia eacute composto dos seguintes membros

I - um representante da Secretaria de Estado de Educaccedilatildeo de Ciecircncia e

Tecnologia

II - um representante da Secretaria de Estado de Educaccedilatildeo

III - um representante do Conselho Estadual do Negro

IV - um representante da Universidade do Estado do Rio de Janeiro

V - um representante da Universidade Estadual do Norte Fluminense

sect1ordm - Seraacute convidado para participar do COPESNEP um representante do

movimento estudantil negro organizado indicado pela Coordenaccedilatildeo Nacional

de Entidades Negras - CONEN dentre estudantes do ensino meacutedio

179

sect2ordm - O COPESNEP seraacute presidido pelo representante da Secretaria de

Estado de Ciecircncias e Tecnologia contando com voto qualificado em caso de

empate nas votaccedilotildees

sect3ordm - O exerciacutecio das funccedilotildees de Presidente ou membro do Conselho natildeo

seraacute remunerado a qualquer tiacutetulo sendo considerado de relevante interesse

puacuteblico

Art 8ordm - Este Decreto entraraacute em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

produzindo efeitos para o ingresso nas universidades a partir de 2003 revogadas

as disposiccedilotildees em contraacuterio

Rio de Janeiro 04 de marccedilo de 2002-03-22

ANTHONY GAROTINHO

180

ANEXO 3 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM TECNOLOGIA DE PROCESSOS QUIacuteMICOS E BIOQUIacuteMICOS ESCOLA DE QUIacuteMICA PROJETO DE PESQUISA DE DISSERTACcedilAtildeO DE MESTRADO ldquoA CAPACITACcedilAtildeO DOCENTE EM EDUCACcedilAtildeO AMBIENTALrdquo Mestranda Maria de Lourdes Ribeiro de Souza de Azevedo Orientadoras Maria Antonieta Peixoto Gimenes Couto Denize Dias de Carvalho

QUESTIONAacuteRIO DE LEVANTAMENTO DE DADOS SOBRE EDUCACcedilAtildeO

AMBIENTAL NO ENSINO MEacuteDIO DA REDE ESTADUAL

A - DADOS INSTITUCIONAIS 1 ndash Nome da instituiccedilatildeo de ensino_______________________________________ 2 ndash Metropolitana ______________________________________________ 3 ndash Bairro __________________________________________ 4 A Escola funciona em ( ) turno uacutenico ( ) manhatilde e tarde ( ) manhatilde tarde e noite ( )outros Qual_____ 5 ndash Nordm de alunos Manhatilde = _______________ Tarde = ________________Noite

=_______________

6 ndash Nordm de professores da instituiccedilatildeo ______________________________ 7 - O curso eacute ( ) normal ( ) supletivo ( ) manhatilde e tarde normal noite supletivo ( ) outrosQual B QUANTO Agrave ABORDAGEM DO TEMA EDUCACcedilAtildeO AMBIENTAL 1 ndash O tema educaccedilatildeo ambiental eacute abordado na escola ( ) sim ( ) natildeo 2 ndash Em caso positivo o tema eacute abordado em ( ) uma disciplina(disciplina especiacutefica-disciplinar) ( ) vaacuterias disciplinas(multidisciplinar) ( )de outras formas Quais ____________________________________________ 3 ndash Existe a obrigatoriedade da participaccedilatildeo dos alunos ( ) sim ( ) natildeo _____________________________________________________________________

181

4ndash Quantos professores participam das atividades relacionadas ao tema _______________________________________ 5 ndash A educaccedilatildeo ambiental eacute praticada atraveacutes de que meio (eacute admitida mais de uma resposta) ( ) aulas teoacutericas ( ) aulas praacuteticas ( ) informalmente ( ) projetos ( ) outros Qual_________________________________________________ 6 ndash Os projetos eou atividades implantados foram de(eacute admitida mais de uma resposta) ( ) reciclagem ( ) coleta seletiva ( ) reduccedilatildeo de consumo reuso de aacutegua ( ) reduccedilatildeo de consumo de energia ( ) outros Qual ________________________________________________________ 7 ndash Existe interesse dos alunos em relaccedilatildeo aos projetos ( ) sim ( ) natildeo __________________________________________ 8 ndash Os projetos possuem retorno financeiro ( ) frequumlentemente ( ) agraves vezes ( ) raramente ( ) Nunca 9 - Os recursos arrecadados satildeo para aquisiccedilatildeo de materiais para ( ) os alunos (por ex uniformes material escolar bolsa auxilio Outros Quais _________________________ ( ) a comunidade (por excesta baacutesicaestruturas de lazer cursos Outros Quais _______________________ ( ) a escola (por ex equipamentos livros infra-estrutura Outros Quais ___________________________ ( ) outros Qual _________________________ C QUANTO Agrave CAPACITACcedilAtildeO DOCENTE 1 ndash Qual eacute a formaccedilatildeo em niacutevel de graduaccedilatildeo dos professores que participam da educaccedilatildeo ambiental(eacute admitida mais de uma resposta) ( ) Quiacutemica ( ) Biologia ( ) Fiacutesica ( ) Geografia ( ) outra Quais________________________________________________________

182

2 ndash Dos professores que participam quantos possuem formaccedilatildeo especiacutefica em educaccedilatildeo ambiental e de que tipo ( ) especializaccedilatildeo(latu-senso) ____________ ( ) mestrado _____________ ( ) doutorado ____________ ( ) cursos de curta duraccedilatildeo___________ ( ) outros ________________ ( ) nenhuma ________________________________________________________________ 3 ndash A escola tem interesse na capacitaccedilatildeo docente para educaccedilatildeo ambiental ( ) sim ( ) natildeo _____________________________________ 4 ndash Haacute interesse dos professores em participarem de um curso de formaccedilatildeo em educaccedilatildeo ambiental ( ) sim ( ) natildeo Obs Caso positivo informar quantos _____________________________________ 5 - Quais as aacutereas que os professores apresentam maior interesse ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 6 ndash Observaccedilotildees e comentaacuterios da instituiccedilatildeo de ensino ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Obs As perguntas possuem linhas para quaisquer observaccedilotildees que a instituiccedilatildeo considerar importante para enriquecer as informaccedilotildees Solicito que as respostas reflitam de fato a situaccedilatildeo real da Escola de modo a construir um panorama que permita traccedilar metas que levem agrave melhoria do Ensino Para tal acreditamos que a capacitaccedilatildeo dos professores seja um bom caminho e principalmente em um tema tatildeo importante do qual depende o futuro de todos Obrigada

183

ANEXO 4

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM TECNOLOGIA DE PROCESSOS QUIacuteMICOS E BIOQUIacuteMICOS

ESCOLA DE QUIacuteMICA

PROJETO DE PESQUISA DE DISSERTACcedilAtildeO DE MESTRADO ldquoA CAPACITACcedilAtildeO DOCENTE EM EDUCACcedilAtildeO AMBIENTALrdquo

Mestranda Maria de Lourdes Ribeiro de Souza de Azevedo Orientadoras Maria Antonieta Peixoto Gimenes Couto Denize Dias de Carvalho

AVALIACcedilAtildeO DE RECEPTIVIDADE

Metropolitana METROPOLITANA III Responsaacutevel Nordm de questionaacuterios entregues Nordm de questionaacuterios devolvidos Nordm de questionaacuterios respondidos 1 ndash Todos os questionaacuterios foram enviados ( ) Sim ( ) Natildeo 2 ndash Na sua avaliaccedilatildeo o interesse das escolas sob a responsabilidade desta Metropolitana em responder agrave pesquisa foi ( ) Alto ( ) Mediano ( ) Baixo 3 ndash No espaccedilo abaixo justifique as suas respostas nas perguntas 1 e 2 ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ 4 ndash Na sua avaliaccedilatildeo a contribuiccedilatildeo da pesquisa para a integraccedilatildeo Universidade ndash Ensino Meacutedio eacute

( ) Relevante ( ) Irrelevante

184

ANEXO 5

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM TECNOLOGIA DE PROCESSOS QUIacuteMICOS E BIOQUIacuteMICOS

ESCOLA DE QUIacuteMICA

PROJETO DE PESQUISA DE DISSERTACcedilAtildeO DE MESTRADO ldquoA CAPACITACcedilAtildeO DOCENTE EM EDUCACcedilAtildeO AMBIENTALrdquo

Mestranda Maria de Lourdes Ribeiro de Souza de Azevedo Orientadoras Maria Antonieta Peixoto Gimenes Couto Denize Dias de Carvalho

AVALIACcedilAtildeO DE RECEPTIVIDADE

Metropolitana METROPOLITANA IV Responsaacutevel Nordm de questionaacuterios entregues Nordm de questionaacuterios devolvidos Nordm de questionaacuterios respondidos 1 ndash Todos os questionaacuterios foram enviados ( ) Sim ( ) Natildeo 2 ndash Na sua avaliaccedilatildeo o interesse das escolas sob a responsabilidade desta Metropolitana em responder agrave pesquisa foi ( ) Alto ( ) Mediano ( ) Baixo 3 ndash No espaccedilo abaixo justifique as suas respostas nas perguntas 1 e 2 ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ 4 ndash Na sua avaliaccedilatildeo a contribuiccedilatildeo da pesquisa para a integraccedilatildeo Universidade ndash Ensino Meacutedio eacute

( ) Relevante ( ) Irrelevante

185

ANEXO 6

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM TECNOLOGIA DE PROCESSOS QUIacuteMICOS E BIOQUIacuteMICOS

ESCOLA DE QUIacuteMICA

PROJETO DE PESQUISA DE DISSERTACcedilAtildeO DE MESTRADO ldquoA CAPACITACcedilAtildeO DOCENTE EM EDUCACcedilAtildeO AMBIENTALrdquo

Mestranda Maria de Lourdes Ribeiro de Souza de Azevedo Orientadoras Maria Antonieta Peixoto Gimenes Couto Denize Dias de Carvalho

AVALIACcedilAtildeO DE RECEPTIVIDADE

Metropolitana METROPOLITANA X Responsaacutevel Nordm de questionaacuterios entregues Nordm de questionaacuterios devolvidos Nordm de questionaacuterios respondidos 1 ndash Todos os questionaacuterios foram enviados ( ) Sim ( ) Natildeo 2 ndash Na sua avaliaccedilatildeo o interesse das escolas sob a responsabilidade desta Metropolitana em responder agrave pesquisa foi ( ) Alto ( ) Mediano ( ) Baixo 3 ndash No espaccedilo abaixo justifique as suas respostas nas perguntas 1 e 2 ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ 4 ndash Na sua avaliaccedilatildeo a contribuiccedilatildeo da pesquisa para a integraccedilatildeo Universidade ndash Ensino Meacutedio eacute

( ) Relevante ( ) Irrelevante

186

ANEXO 7

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM TECNOLOGIA DE

PROCESSOS QUIacuteMICOS E BIOQUIacuteMICOS

ESCOLA DE QUIacuteMICA

PROJETO DE PESQUISA DE DISSERTACcedilAtildeO DE MESTRADO ldquoA CAPACITACcedilAtildeO DOCENTE EM EDUCACcedilAtildeO AMBIENTALrdquo

Mestranda Maria de Lourdes Ribeiro de Souza de Azevedo Orientadoras Maria Antonieta Peixoto Gimenes Couto Denize Dias de Carvalho

AVALIACcedilAtildeO DE RECEPTIVIDADE

Responsaacutevel Regina Coeli de A Vasconcelos

Nordm total de questionaacuterios entregues 313 questionaacuterios

Nordm total de questionaacuterios devolvidos 68 questionaacuterios

Nordm total de questionaacuterios respondidos 94 questionaacuterios

1 ndash Na sua avaliaccedilatildeo a contribuiccedilatildeo da pesquisa para a integraccedilatildeo

Universidade ndash Ensino Meacutedio eacute

( ) Relevante ( ) Irrelevante

2 ndash Na sua avaliaccedilatildeo o interesse da SEERJ na implementaccedilatildeo de um curso

de capacitaccedilatildeo docente em Educaccedilatildeo Ambiental eacute

( ) Alto ( ) Mediano ( ) Baixo

187

3 ndash Que accedilotildees conjuntas poderiam ser sugeridas para a melhoria da

capacitaccedilatildeo docente do Ensino Meacutedio da Rede Puacuteblica Estadual em Educaccedilatildeo

Ambiental

_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

GRAacuteFICO COMPARATIVO ENTRE AS METROPOLITANAS DO MUNICIacutePIO

DO RIO DE JANEIRO

Questionaacuterios

0

100

200

300

400

Entregues Devolvidos Respondidos

0

50

100

150

Metro III Metro IV Metro X

Receptividade

QuestionaacuteriosentreguesQuestionaacuteriosdevolvidosQuestionaacuteriosrespondidos

  • MARIA DE LOURDES RIBEIRO DE SOUZA DE AZEVEDO
    • RIO DE JANEIRO
      • MARIA DE LOURDES RIBEIRO DE SOUZA DE AZEVEDO
        • Capiacutetulo 1 Apresentaccedilatildeo do Trabalho
        • 25 A Educaccedilatildeo no Poacutes 1930
        • 26 Educaccedilatildeo na Nova Repuacuteblica (1946 ndash 1963)
          • Accedilotildees e Projetos Secretaria Estadual de Educaccedilatildeo
          • PLANO DE RECUPERACcedilAtildeO DA REDE FIacuteSICA
          • PARLAMENTO JUVENIL
            • FOacuteRUM PERMANENTE DE DIRETORES
              • EDUCACcedilAtildeO AMBIENTAL
              • Capiacutetulo 4 Poliacuteticas Puacuteblicas de Inclusatildeo Social
                  • SEacuteCULO XIX
                  • 611 Objetivos
                  • A seguir seratildeo detalhados os procedimentos utilizados duran
                  • 612 Metodologia de Pesquisa
                  • O meacutetodo de pesquisa adotado foi uma combinaccedilatildeo de anaacutelise e
                  • 613 Planejamento da Pesquisa
                  • 614 Fontes de Informaccedilotildees
                  • 615 Pesquisa de Campo
                  • 616 Avaliaccedilatildeo dos Resultados
                  • 621 Objetivos
                  • A seguir seratildeo detalhados os procedimentos utilizados duran
                  • 622 Metodologia de Pesquisa
                  • 623 Planejamento da Pesquisa
                  • 624 Fontes de Informaccedilotildees
                  • 625 Pesquisa de Campo
                  • 63 Limitaccedilotildees do Estudo
                  • Capiacutetulo 10 ndash Conclusotildees e Sugestotildees
                  • Referecircncias
                  • ESCOLA DE QUIacuteMICA
                  • PROJETO DE PESQUISA DE DISSERTACcedilAtildeO DE MESTRADO
                    • Manhatilde = _______________ Tarde = ________________Noite =____
                      • ANEXO 4
                          • ESCOLA DE QUIacuteMICA
                          • PROJETO DE PESQUISA DE DISSERTACcedilAtildeO DE MESTRADO
                            • ANEXO 5
                              • ESCOLA DE QUIacuteMICA
                              • PROJETO DE PESQUISA DE DISSERTACcedilAtildeO DE MESTRADO
                              • ESCOLA DE QUIacuteMICA
                              • PROJETO DE PESQUISA DE DISSERTACcedilAtildeO DE MESTRADO
                                • ANEXO 7
                                  • UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
                                      • ESCOLA DE QUIacuteMICA
                                      • PROJETO DE PESQUISA DE DISSERTACcedilAtildeO DE MESTRADO
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iii

A CAPACITACcedilAtildeO DOCENTE EM EDUCACcedilAtildeO AMBIENTAL

MARIA DE LOURDES RIBEIRO DE SOUZA DE AZEVEDO

Dissertaccedilatildeo submetida ao Corpo Docente do Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Tecnologia de Processos Quiacutemicos e Bioquiacutemicos da Escola de Quiacutemica da Universidade Federal do Rio de Janeiro como parte dos requisitos para obtenccedilatildeo do grau de Mestre em Ciecircncias realizada sob a orientaccedilatildeo das Professoras Maria Antonieta Peixoto Gimenes Couto e Denize Dias de Carvalho

_________________________________________________________________________ Maria Antonieta Peixoto Gimenes Couto ndash Orientadora

(EQUFRJ)

_________________________________________________________________________ Denize Dias de Carvalho ndash Orientadora

(EQUFRJ)

________________________________________________________________________ Andreacutea Medeiros Salgado

(EQUFRJ)

_________________________________________________________________________ Liacutedia YOKOAMA

(EQUFRJ)

_________________________________________________________________________ Lilia dos Santos Seabra

(FEBFUERJ)

Escola de Quiacutemica Universidade Federal do Rio de Janeiro

2007

iv

FICHA CATALOGRAacuteFICA

AZEVEDO MARIA DE LOURDES RIBEIRO DE A Capacitaccedilatildeo Docente em Educaccedilatildeo Ambiental xix 164p 297cm Dissertaccedilatildeo Mestre em Ciecircncias(Escola de Quiacutemica ndash Universidade Federal do Rio de Janeiro) 1 Meio Ambiente 2 Educaccedilatildeo Ambiental 3 Capacitaccedilatildeo 4 Dissertaccedilatildeo

I Universidade Federal do Rio de Janeiro II Tiacutetulo (seacuterie)

v

SUMAacuteRIO Capiacutetulo 1 ndash Apresentaccedilatildeo do Trabalho

11 Introduccedilatildeo 1

12 Objetivo do Trabalho 6

13 Organizaccedilatildeo do Estudo 7

Capiacutetulo 2 ndash O Sistema Educacional Brasileiro

21 Introduccedilatildeo 9

22 A Educaccedilatildeo no Brasil Colocircnia 11

23 A Educaccedilatildeo no Brasil Impeacuterio 13

24 A Educaccedilatildeo na Primeira Repuacuteblica 18

25 A Educaccedilatildeo no Poacutes 30 20

26 A Educaccedilatildeo na Nova Repuacuteblica(1946-1963) 25

27 A Educaccedilatildeo no Periacuteodo Militar(1964-1985) 27

28 A Educaccedilatildeo no Periacuteodo da Abertura Poliacutetica(1986-2001) 29

29 Cronologia da Histoacuteria da Educaccedilatildeo Brasileira 30

Capiacutetulo 3 ndash A Estrutura Organizacional da Educaccedilatildeo no Brasil

31 A Organizaccedilatildeo 36

311 Atribuiccedilotildees da Uniatildeo 37

312 Atribuiccedilotildees do Estado 38

313 Atribuiccedilotildees dos Municiacutepios 39

314 O papel dos Estabelecimentos de Ensino 39

315 Atribuiccedilotildees dos Docentes 40

32 A Abrangecircncia dos Sistemas 41

321 O Sistema Federal 41

322 Os Sistemas de Ensino dos Estados e do Distrito

Federal Compreendem

41

323 O Sistema Municipal 42

33 A Secretaria Estadual de Educaccedilatildeo 44

Capiacutetulo 4 ndash Poliacuteticas Puacuteblicas de Inclusatildeo Social

41 A Crise do Sistema Poliacutetico Liberal e o Iniacutecio do

vi

Intervencionismo do Estado 54

42 O Estado e Suas Novas Funccedilotildees Sociais 56

43 Poliacuteticas Puacuteblicas Uma Questatildeo de Conceito 58

44 Formulaccedilatildeo de Poliacuteticas Puacuteblicas 59

45 Aacutereas de Aplicaccedilatildeo das Poliacuteticas Puacuteblicas das Poliacuteticas

Puacuteblicas

61

Capiacutetulo 5 ndash Histoacuterico e Evoluccedilatildeo da Educaccedilatildeo Ambiental

51 Definiccedilatildeo 68

52 Histoacuterico 73

53 Algumas Consideraccedilotildees sobre a Evoluccedilatildeo da Educaccedilatildeo

Ambiental

93

Capiacutetulo 6 ndash Metodologias

61 Diagnose do Estado da Arte da Educaccedilatildeo Ambiental no

Ensino Meacutedio da Rede Estadual de Ensino no Municiacutepio do

Rio de Janeiro

98

611 Objetivos 98

612 Metodologia de Pesquisa 98

613 Planejamento da Pesquisa 99

614 Fontes de Informaccedilotildees 100

615 Pesquisa de Campo 100

616 Avaliaccedilatildeo dos Resultados 101

62 Diagnose do Acesso aos Cursos de Graduaccedilatildeo nas

Universidades Puacuteblicas Estudo de Caso UERJ e UFRJ

102

621 Objetivos 102

622 Metodologia de Pesquisa 102

623 Planejamento da Pesquisa 102

624 Fontes de Informaccedilotildees 103

625 Pesquisa de Campo 103

62 Limitaccedilotildees do Estudo 105

Capiacutetulo 7ndash Avaliaccedilatildeo do Acesso aos Cursos de Graduaccedilatildeo Estudo de

Casos UERJ e UFRJ

vii

71 O Sistema de Cotas 107

72 Implantaccedilatildeo do Sistema 108

73 O Aluno na Universidade 109

74 A Necessidade das Cotas 111

75 Comparativo entre a Rede Estadual de Ensino e a Rede

Federal e Particular

114

76 Avaliaccedilatildeo do Sistema de Cotas da UERJ e da Proposta da

UFRJ

123

Capiacutetulo 8 ndash Avaliaccedilatildeo da Educaccedilatildeo Ambiental na Rede Puacuteblica Estadual

no Municiacutepio do Rio de Janeiro

81 Levantamento de Dados 128

82 A Receptividade das Coordenadorias 129

83 A Educaccedilatildeo Ambiental em Nuacutemeros 131

84 Conclusotildees Parciais 145

Capiacutetulo 9 ndash Proposta de Curso de Formaccedilatildeo para Professores

91 Objetivo do Curso 148

92 Duraccedilatildeo do Curso 149

93 Conteuacutedo do Curso 149

94 Consideraccedilotildees 151

Capiacutetulo 10 ndash Conclusotildees e sugestotildees

101 Consideraccedilotildees Finais 152

102 Conclusotildees 155

103 Sugestotildees 156

Referecircncias 157

viii

Dedico esta dissertaccedilatildeo de mestrado

aos amores de minha vida que satildeo

meus filhos meu marido e minha matildee

pela compreensatildeo de ter ficado muitas

vezes ausente pela paciecircncia e pelo

incentivo e forccedila para natildeo me deixar

desistir e conseguir chegar ao final

deste trabalho A vitoacuteria natildeo eacute soacute

minha eacute de todos noacutes

Muito obrigada

ix

AGRADECIMENTOS

A Deus por ter me dado forccedilas para completar esta jornada

A minha matildee por ter me ajudado nas horas difiacuteceis

Aos meus filhos pela compreensatildeo nos meus momentos de ausecircncia

Ao meu marido Marcos pelo incentivo apoio e carinho

As minhas Professoras orientadoras Maria Antonieta Peixoto Gimenes Couto e

Denize Dias de Carvalho pela contribuiccedilatildeo na conduccedilatildeo desse trabalho

A todos os professores do Programa pela contribuiccedilatildeo que deram ao meu

crescimento acadecircmico profissional e pessoal

Ao senhor Antonio Ceacutesar Alves pelo carinho e atenccedilatildeo sempre me ajudando no

que precisei durante minha jornada na UFRJ

A senhora Regina Coeli secretaacuteria de Educaccedilatildeo Ambiental da SEERJ pela

atenccedilatildeo e contribuindo para que tornasse possiacutevel a realizaccedilatildeo deste trabalho

Ao Professor Maacutercio Nele pelas sugestotildees na avaliaccedilatildeo dos dados

A Professora Acircngela Rocha pela Contribuiccedilatildeo na Pesquisa de campo

A Sra Luacutecia Manso por viabilizar os dados do vestibular da UFRJ

A Sra Patriacutecia Anido Noronha por viabilizar os dados do vestibular da UERJ

Ao professor Luiz Gustavo Ribeiro Vieira Coordenador na Metropolitana IV por seu

empenho na realizaccedilatildeo da pesquisa de campo

x

A Direccedilatildeo do Ciep 386 ndash Guilherme da Silveira Filho pelo apoio e atenccedilatildeo

Aos meus colegas do departamento de Sauacutede e saneamento Ambiental (DSSA)

da Fiocruz pelo apoio e companheirismo para a realizaccedilatildeo deste trabalho

xi

RESUMO

Azevedo Maria de Lourdes Ribeiro de Souza de A Capacitaccedilatildeo Docente em Educaccedilatildeo Ambiental Rio de Janeiro 2006 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Tecnologia de Processos Quiacutemicos e Bioquiacutemicos) Escola de Quiacutemica Universidade Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2006 O objetivo deste trabalho eacute viabilizar a criaccedilatildeo de ferramentas que sirvam para conduzir uma maior integraccedilatildeo entre a Universidade e o Ensino Meacutedio tendo como base agraves poliacuteticas de inclusatildeo social Para isso foi feita uma anaacutelise da Educaccedilatildeo Ambiental ministrada no Ensino Meacutedio no Municiacutepio do Rio de Janeiro Esta revelou que as escolas praticam de alguma forma a Educaccedilatildeo Ambiental poreacutem a pesquisa tambeacutem mostrou que a formaccedilatildeo dos professores neste tema estaacute muito aqueacutem do necessaacuterio o que dificulta a realizaccedilatildeo plena do seu trabalho Ainda dentro das Poliacuteticas de Inclusatildeo Social foi feito um levantamento do acesso dos alunos da Rede Puacuteblica Estadual nas Universidades Puacuteblicas atraveacutes de estudo de caso da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) avaliando comparativamente as escolas de Ensino Meacutedio da Rede Puacuteblica e a Rede Privada Os resultados mostraram que um nuacutemero muito pequeno de alunos oriundos da Rede Estadual de Ensino consegue uma vaga nestas Universidades Puacuteblicas problema este que foi amenizado pela UERJ que foi a primeira a implantar o sistema de cotas com resultados satisfatoacuterios e com isso aumentando significativamente o ingresso de alunos da Rede Puacuteblica Estadual Os resultados dessa pesquisa sinalizam que urge a definiccedilatildeo de Poliacuteticas Puacuteblicas que levam agrave melhoria de capacitaccedilatildeo docente do Ensino Meacutedio cabendo agrave Universidade o papel de promover centros de formaccedilatildeo continuada promovendo uma melhor qualificaccedilatildeo docente e por conseguinte um melhor preparo dos alunos

xii

ABSTRACT

Azevedo Maria de Lourdes Ribeiro de Souza de A Capacitaccedilatildeo Docente em Educaccedilatildeo Ambiental Rio de Janeiro 2006 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Tecnologia de Processos Quiacutemicos e Bioquiacutemicos) Escola de Quiacutemica Universidade Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2006 This study has an aim to be viable the creation of tools which serve to conduct a great integration between the University and the high school having as a basis Politics of Social Inclusion For this it was made an analysis on Environmental Education given in municipal district of Rio de Janeiro high schools It reveals that the schools practice some Environmental Education but the research also presents that the formation of teachers in this theme is far from what is necessary that makes difficulty the full realization of its work Yet within the Politics of Social Inclusion it was done a survey on the access of the State Public Net students at the public universities through a case study of the University of Rio de Janeiro State (UERJ) and Federal University of Rio de Janeiro (UFRJ) evaluating comparatively to the high school of Public and Private Net schools The results show that a small number of students from the State Net High School gets vacancy in those Public Universities a problem that was softened by the UERJ that was the first to establish a system of quotas with satisfactory results and with this encreasing significatively the entrance of State Public Net students The results of this research signal that it is necessary a definition of Public Politics that take to improvement of teaching capacitation of high school belonging to the University the roll of promote centers of Continued formation promoting a better teaching qualification and thus a better preparation of the students

xiii

LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES

Figura 11 ndash Esquema do Ciclo da Educaccedilatildeo

Figura 31 ndash Organograma da Organizaccedilatildeo Educacional Brasileira

Figura 32 ndash Mapa das Metropolitanas do Estado do Rio de Janeiro

Figura 41 ndash Diagrama Esquemaacutetico da Formaccedilatildeo de uma Poliacutetica Puacuteblica

Figura 61 ndash Esquematizaccedilatildeo do Projeto

Figura 71 - Percentual de Alunos Inscritos no Vestibular da UFRJ

Figura 72 ndash Percentual de Alunos Classificados no Vestibular da UFRJ

Figura 73 - Percentual de Alunos Classificados em Funccedilatildeo do Nuacutemero de Inscritos

em Cada Esfera

Figura 74 ndash Percentual de Alunos Inscritos no Vestibular da UERJ

Figura 75 - Percentual de Alunos Classificados no Vestibular da UERJ

Figura 76 ndash Percentual de Alunos Classificados em Funccedilatildeo do Nuacutemero de Inscritos

em Cada Esfera

Figura 77 - Comparativo Entre o Antes e Depois do Sistema de Cotas

Figura 81 - Avaliaccedilatildeo de Receptividade da Metropolitana III

Figura 82 ndash Avaliaccedilatildeo de Receptividade da Metropolitana IV

Figura 83 ndash Avaliaccedilatildeo de Receptividade da Metropolitana X

Figura 84 - Abordagem do Tema na Escola

Figura 85 - O Tema eacute Disciplinar ou Multidisciplinar Figura 86 - Participaccedilatildeo Discente Figura 87 - Participaccedilatildeo dos Professores

Figura 88 - Meios de Aplicaccedilatildeo da Educaccedilatildeo Ambiental Figura 89 - Projetos e ou Atividades Implantados Figura 810 - Interesse dos Alunos

Figura 811 - Retorno Financeiro nos Projetos

Figura 812 - Destino dos Recursos Arrecadados

Figura 813 - Professores que Participam das Atividades

Figura 814 - Os Professores Possuem Formaccedilatildeo Especiacutefica em EA

Figura 815 - Interesse da Escola na Capacitaccedilatildeo Docente

xiv

Figura 816 - Interesse dos Professores em Cursos de Formaccedilatildeo em Educaccedilatildeo

Ambiental Figura 817 - Aacutereas de Interesse dos Professores

xv

LISTA DE TABELAS

Tabela 21 ndash Evoluccedilatildeo da Educaccedilatildeo no Brasil Principais Acontecimentos

Tabela 31 ndash Coordenadorias da SEERJ

Tabela 71 ndash Quadro Comparativo dos Vestibulares da UERJ e UFRJ

xvi

GLOSSAacuteRIO

ABE ndash Associaccedilatildeo Brasileira de Educaccedilatildeo

ALERJ ndash Assembleacuteia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro

ANA - Agecircncia Nacional de Aacuteguas

CADES ndash Campanha de Aperfeiccediloamento e Difusatildeo do Ensino Secundaacuterio

CAPES - Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel Superior

CEA ndash Centros de Educaccedilatildeo Ambiental

CEE ndash Conselho Estadual de Educaccedilatildeo

CEG ndash Conselho de Ensino de Graduaccedilatildeo

CETESB - Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental

CFE ndash Conselho Federal de Educaccedilatildeo

CGEA ndash Coordenaccedilatildeo Geral de Educaccedilatildeo Ambiental

CIAC ndash Centro Integrado de Apoio a Crianccedila

CIEP ndash Centro Integrado de Educaccedilatildeo Puacuteblica

CISEA ndash Comissatildeo Intersetorial de Educaccedilatildeo Ambiental

CMMAD - Comissatildeo Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento

CNAE ndash Campanha Nacional de Alimentaccedilatildeo Escolar

CNBB ndash Confederaccedilatildeo Nacional dos Bispos do Brasil

CNE ndash Conselho Nacional de Educaccedilatildeo

CNEA ndash Conferecircncia Nacional de Educaccedilatildeo Ambiental

CNEC ndash Campanha Nacional de Escolas da Comunidade

CNPJ - Cadastro Nacional da Pessoa Juriacutedica

CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico

COEA - Coordenaccedilatildeo Geral de Educaccedilatildeo Ambiental

CONAMA ndash Conselho Nacional do Meio Ambiente

CONEN ndash Coordenaccedilatildeo Nacional de Entidades Negras

CONTAP ndash Conselho de Cooperaccedilatildeo Teacutecnica da Alianccedila para o Progresso

COPESNEP - Conselho para a Promoccedilatildeo Educacional Superior das Populaccedilotildees

Negra e Parda

CPC ndash Centros Populares de Cultura

DEA ndash Educaccedilatildeo Ambiental a Distacircncia

xvii

DEMEC - Departamento de Engenharia Mecacircnica

EA ndash Educaccedilatildeo Ambiental

ENC ndash Exame Nacional de Cursos

ENEM ndash Exame Nacional do Ensino Meacutedio

EPB ndash Estudos de Problemas Brasileiros

EUA ndash Estados Unidos da Ameacuterica

FEEMA - Fundaccedilatildeo Estadual de Engenharia do Meio Ambiente

FNMA - Fundo Nacional do Meio Ambiente

FUNAI - Fundaccedilatildeo Nacional do Iacutendio

FUNDEF ndash Fundo de Manutenccedilatildeo e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de

Valorizaccedilatildeo do Magisteacuterio

GT ndash Grupos de Trabalho

IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovaacuteveis

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica

IES ndash Instituiccedilotildees de Ensino Superior

INEP ndash Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais

ISEB ndash Instituto Superior de Estudos Brasileiros

LDB ndash Lei de Diretrizes e Bases

MCT - Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia

MEB ndash Movimento de Educaccedilatildeo de Base

MEC ndash Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura

MinC ndash Ministeacuterio da Cultura

MMA ndash Ministeacuterio do Meio Ambiente

MOBRAL - Movimento Brasileiro de Alfabetizaccedilatildeo

OMEP ndash Organizaccedilatildeo Mundial de Educaccedilatildeo Preacute-Escolar

ONG ndash Organizaccedilatildeo Natildeo Governamental

ONU ndash Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas

OSPB ndash Organizaccedilatildeo Social e Poliacutetica do Brasil

PAIUB - Programa de Avaliaccedilatildeo Institucional das Universidades Brasileiras

PAS ndash Programa de Avaliaccedilatildeo Seriada

PCN ndash Paracircmetros Curriculares Nacionais

PIEA - Programa Internacional de Educaccedilatildeo Ambiental

xviii

PNEA - Poliacutetica Nacional de Educaccedilatildeo Ambiental

PNI ndash Parque Nacional do Iguaccedilu

PNMA - Programa Nacional do Meio Ambiente

PNUMA ndash Programa das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente

PPA ndash Plano Plurianual

PROINICIAR ndash Programa de Iniciaccedilatildeo Acadecircmica

PRONEA ndash Programa Nacional de Educaccedilatildeo Ambiental

PRO-REDE ndash Programa de Reestruturaccedilatildeo da Rede Puacuteblica de Ensino

REASUL - Rede Sul Brasileira de Educaccedilatildeo Ambiental

REBEA ndash Rede Brasileira de Educaccedilatildeo Ambiental

REGUA ndash Registro Uacutenico do Aluno

REPEA ndash Rede Paulista de Educaccedilatildeo Ambiental

SAEB - Sistema Nacional de Avaliaccedilatildeo da Educaccedilatildeo Baacutesica

SECIRM ndash Secretaria da Comissatildeo Interministerial para os Recursos do Mar

SEDUC - Secretaria da Educaccedilatildeo Baacutesica

SEERJ ndash Secretaria Estadual de Educaccedilatildeo do Rio de Janeiro

SEF ndash Secretaria de Ensino Fundamental

SEMA - Secretaria Estadual do Meio Ambiente

SENAC ndash Serviccedilo Nacional de Aprendizagem Comercial

SENAI - Serviccedilo Nacional de Aprendizagem Industrial

SIBEA ndash Sistema Brasileiro de Informaccedilatildeo em Educaccedilatildeo Ambiental

UENF ndash Universidade Estadual do Norte Fluminense

UERJ ndash Universidade do Estado do Rio de Janeiro

UFMT - Universidade Federal de Mato Grosso

UNCED - United Nations Conference on Environment and Development

UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina

UFRJ ndash Universidade Federal do Rio de Janeiro

UFRPE - Universidade Federal Rural de Pernambuco

UFRRJ ndash Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro

UICN ndash Uniatildeo Internacional para Conservaccedilatildeo da Natureza

UNE ndash Uniatildeo Nacional dos Estudantes

xix

UNESCO - Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a educaccedilatildeo agrave ciecircncia e a

cultura

UNICEF ndash Fundo das Naccedilotildees Unidas para a Infacircncia

USAID - United States Agency for International Development

1

Capiacutetulo 1 Apresentaccedilatildeo do Trabalho

11 Introduccedilatildeo

A educaccedilatildeo eacute a base para o desenvolvimento de qualquer paiacutes por ser

um instrumento fundamental para a promoccedilatildeo da cidadania Eacute por meio dela

que as pessoas adquirem condiccedilotildees de se transformarem em cidadatildeos ativos e

competitivos

A cidadania se fundamenta em princiacutepios eacuteticos aleacutem de promover o

direito agrave justiccedila social pois eacute impossiacutevel conceber o crescimento de um paiacutes

tendo milhotildees de pessoas excluiacutedas da participaccedilatildeo democraacutetica em vaacuterias

instacircncias e niacuteveis da sociedade

Eacute atraveacutes de um bom desempenho da cidadania que a sociedade pode

contribuir para a soluccedilatildeo de problemas e ateacute evitar que alguns destes possam

surgir Neste processo a educaccedilatildeo ambiental tem um papel muito importante

pois participa natildeo somente como uma transmissatildeo de conhecimento mas

2

tambeacutem na aplicaccedilatildeo de informaccedilotildees como uma forma de mudanccedila de

atitudes da sociedade face aos problemas ambientais

A Educaccedilatildeo Ambiental eacute uma proposta de mudanccedila de comportamento

onde se faz o resgate de valores eacuteticos esteacuteticos democraacuteticos e humanistas

Estes valores satildeo fortemente defendidos pela educaccedilatildeo de um modo geral pelo

conjunto de conhecimentos produzidos nas mais diversas aacutereas tendo como foco

o princiacutepio do respeito pelo meio ambiente que natildeo eacute constituiacutedo somente pelos

organismos vivos Haacute uma preocupaccedilatildeo com um sentido muito mais amplo do

que meramente com a extinccedilatildeo de alguns animais ou plantas

(wwweducarscuspbr)

Meio Ambiente eacute tudo que compotildee a paisagem Eacute a interaccedilatildeo do

conjunto de elementos naturais artificiais culturais e sociais que propicia o

desenvolvimento equilibrado da vida em todas as suas formas

Podemos classificaacute-lo em Meio Ambiente natural ou fiacutesico constituiacutedo pelo

solo aacutegua ar atmosfeacuterico enfim tudo que eacute natureza com toda sua diversidade

Meio ambiente artificial eacute constituiacutedo pelo espaccedilo urbano construiacutedo

representado pelo conjunto de edificaccedilotildees (espaccedilo urbano fechado) e dos

equipamentos puacuteblicos (ruas praccedilas aacutereas verdes espaccedilos livres em geral

espaccedilo urbano aberto) Meio Ambiente Cultural integra o patrimocircnio histoacuterico

artiacutestico arqueoloacutegico paisagiacutestico turiacutestico que embora artificial difere do

anterior pelo sentido de seu valor especial e o Meio Ambiente Social que eacute

formado pelas pessoas que compotildeem a Sociedade (Carvalho 2002)

Com isto a Educaccedilatildeo Ambiental eacute tambeacutem o respeito pelas culturas que

incluem as especificidades de classe etnia e gecircnero funcionando como uma

defesa da descentralizaccedilatildeo e da distribuiccedilatildeo social do poder dando assim uma

efetiva contribuiccedilatildeo para uma sociedade melhor (wwweducarscuspbr)

A Educaccedilatildeo Ambiental visa modificar as relaccedilotildees entre a sociedade e o

meio ambiente de forma a melhorar a qualidade de vida transformando o

sistema produtivo e consumista em uma sociedade mais solidaacuteria promovendo a

3

inclusatildeo social atraveacutes da justa distribuiccedilatildeo dos recursos naturais entre todos

Para isto se faz necessaacuteria natildeo soacute a existecircncia de poliacuteticas sociais mas

principalmente que estas estejam integradas nas diversas esferas da sociedade

Eacute tambeacutem importante que tenham estrateacutegias bem definidas para que possam

ser formuladas e implementadas por accedilotildees que sejam intersetoriais buscando

sempre parcerias com os diversos segmentos sejam estes entidades ou

movimentos sociais

Um ponto importante que deve nortear a Educaccedilatildeo Ambiental eacute o

conceito de desenvolvimento sustentaacutevel que inter-relaciona os aspectos sociais

e ambientais isto eacute promove a qualidade das relaccedilotildees humanas com o ambiente

natural e a necessidade de produccedilatildeo de riquezas Sachs (citado em Montibeller-

Filho 2001) propotildee a seguinte definiccedilatildeo para Desenvolvimento Sustentaacutevel

ldquoTrata-se de gerir a natureza de forma a assegurar aos homens de nossa geraccedilatildeo

e das geraccedilotildees futuras a possibilidade de se desenvolverrdquo (Azevedo 1991)

Segundo a Comissatildeo Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento

Desenvolvimento Sustentaacutevel eacute definido como ldquoDesenvolvimento que responde

agraves necessidades do presente sem comprometer as possibilidades das geraccedilotildees

futuras de satisfazer suas proacuteprias necessidadesrdquo (wwweducarscuspbr)

O desenvolvimento sustentaacutevel deveria ser uma preocupaccedilatildeo primordial

para o desenvolvimento econocircmico poreacutem para alguns setores da economia o

mais importante eacute o valor de produccedilatildeo imediato mesmo que para isso se

degrade o meio ambiente e se comprometa a possibilidade de produccedilotildees

futuras Os movimentos ambientalistas conseguem produzir um conjunto de

princiacutepios em relaccedilatildeo ao meio ambiente atraveacutes de protocolos e declaraccedilotildees

Este conjunto constitui a base do direito ambiental brasileiro e internacional o

qual associa a proteccedilatildeo do meio ambiente ao desenvolvimento

socioeconocircmico ldquoA poliacutetica nacional do meio ambiente tem por objetivo a

preservaccedilatildeo melhoria e recuperaccedilatildeo da qualidade ambiental propiacutecia agrave vida

visando assegurar no paiacutes condiccedilotildees ao desenvolvimento socioeconocircmicordquo

4

(Brasil Poliacutetica Nacional do Meio Ambiente - Lei 6938 1981 citado em Montibeller

Filho 2001)

Eacute por isto que uma boa formaccedilatildeo do educador ambiental se faz

necessaacuterio pois a Educaccedilatildeo Ambiental eacute antes de tudo um instrumento de

promoccedilatildeo da cidadania como jaacute dito anteriormente principalmente nos dias de

hoje onde eacute fundamental para o desenvolvimento a inserccedilatildeo competitiva de

qualquer naccedilatildeo do mundo o seu conhecimento Conhecimento este que seraacute

compartilhado com os alunos que satildeo os que iniciam a jornada de mudanccedila

pois estes seratildeo os transmissores desses conhecimentos aos seus pais vizinhos

amigos enfim como se fosse uma grande corrente Neste ponto eacute que a

Educaccedilatildeo Ambiental difere das demais disciplinas tendo uma visatildeo muito mais

ampla do que o simples acuacutemulo de informaccedilotildees sem conexatildeo entre elas e com

o potencial de evocaccedilatildeo existente na aprendizagem Baseia-se na premissa de

que eacute na reflexatildeo tanto individual como coletiva que se tem em relaccedilatildeo ao meio

ambiente que se daacute o processo de aprendizagem (wwweducarscuspbr)

A Educaccedilatildeo Ambiental natildeo pode estar reduzida a uma disciplina ou

programa seja este de reciclagem ou reaproveitamento do lixo preservaccedilatildeo da

aacutegua etc A importacircncia destes programas existe mas a Educaccedilatildeo Ambiental

natildeo pode estar somente baseada neles tem que ter um sentido mais amplo

como o uso de recursos com responsabilidade desenvolvendo produccedilotildees limpas

que geram lucro mantendo a harmonia com o meio ambiente Para isto existe a

necessidade de ldquopromover a Educaccedilatildeo Ambiental em todos os niacuteveis de ensinordquo

(Brasil 1988) Dessa forma o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo (MEC) elaborou os

Paracircmetros Curriculares Nacionais (PCNs) em que o meio ambiente (Educaccedilatildeo

Ambiental) eacute apresentado como tema transversal para todo o curriacuteculo escolar

(Guimaratildees 2004)

Mesmo a educaccedilatildeo ambiental estando presente nos PCNs esta natildeo eacute

amplamente aplicada em especial no Ensino Meacutedio da Rede Puacuteblica foco do

presente trabalho Acredita-se que um dos motivos seja o despreparo dos

educadores do Ensino Meacutedio Por esse motivo eacute que haacute a necessidade de uma

5

efetiva integraccedilatildeo da Universidade com o Ensino Meacutedio pois desta forma os

educadores estaratildeo participando de alguma maneira deste processo

educacional

A Universidade prepara os professores que atuaratildeo no ensino meacutedio e

estes por sua vez seratildeo responsaacuteveis pela formaccedilatildeo dos alunos que ingressam na

Universidade Os alunos por seu turno saem da Universidade jaacute na qualidade de

profissionais que podem ser professores ou natildeo Poreacutem existe a necessidade de

investimento na formaccedilatildeo do docente isto eacute este deve retornar a Universidade

atraveacutes de programas de formaccedilatildeo continuada seja em cursos de extensatildeo ou

especializaccedilatildeo A formaccedilatildeo continuada se reveste de uma importacircncia ainda

maior principalmente devido agrave existecircncia das poliacuteticas de inclusatildeo social que

visam a democratizaccedilatildeo do ensino superior promovendo o ingresso de alunos de

baixa renda a um ensino de qualidade nas Universidades Puacuteblicas A respeito

dessas poliacuteticas existem algumas opiniotildees divergentes em relaccedilatildeo ao sistema de

cotas que consiste na reserva de vagas para alunos carentes e negros Para

alguns facilitar a entrada desses alunos nas Universidades eacute a soluccedilatildeo para a

inclusatildeo social natildeo importando se este aluno tem condiccedilotildees de se manter na

Universidade devido ao seu despreparo advindo do ensino meacutedio Para outros a

inclusatildeo social se faz natildeo reservando vagas e sim melhorando a qualidade do

ensino meacutedio da rede puacuteblica para que os alunos tenham condiccedilotildees de

competir em igualdade com os demais alunos e esta melhoria do ensino pode

ter iniacutecio atraveacutes da capacitaccedilatildeo do docente

Essas propostas formam uma espeacutecie de ciclo conforme o esquema

mostrado na figura 11 O mais importante poreacutem eacute que os profissionais tenham

consciecircncia do seu papel como cidadatildeos e da sua relaccedilatildeo com o Meio

Ambiente

6

UNIVERSIDADE

ALUNOS DOCENTES

ENSINO MEacuteDIO

Figura 11 Esquema do Ciclo da Educaccedilatildeo

12 Objetivos do Trabalho

Com base nas premissas abordadas a presente dissertaccedilatildeo tem como

objetivos

Objetivo Geral

Criar instrumentos que viabilizem a integraccedilatildeo Universidade com o Ensino

Meacutedio com base em poliacuteticas de inclusatildeo social para capacitaccedilatildeo de docentes

no segmento de Educaccedilatildeo Ambiental

7

Objetivos especiacuteficos

bull Avaliaccedilatildeo do atual estado da arte da Educaccedilatildeo Ambiental no

ensino meacutedio ministrado na Rede Estadual de Ensino do municiacutepio do

Rio de Janeiro

bull Avaliaccedilatildeo do acesso agraves Universidades Puacuteblicas atraveacutes de estudos

de caso

bull Elaboraccedilatildeo de uma proposta de Educaccedilatildeo Continuada visando a

capacitaccedilatildeo do docente de Ensino Meacutedio

13 Organizaccedilatildeo do Estudo

A presente dissertaccedilatildeo foi organizada em 10 capiacutetulos Aleacutem deste que

traz uma breve apresentaccedilatildeo do tema nos capiacutetulos subsequumlentes seratildeo feitas as

seguintes abordagens

O capiacutetulo 2 apresenta uma anaacutelise histoacuterico-social do sistema educacional

brasileiro desde a colonizaccedilatildeo ateacute os dias atuais

O capiacutetulo 3 traz a estrutura organizacional da educaccedilatildeo no Brasil

incluindo as esferas poliacuteticas responsaacuteveis pelos diferentes segmentos

As poliacuteticas puacuteblicas de inclusatildeo social satildeo abordadas no capiacutetulo 4 e o

capiacutetulo 5 contextualiza a Educaccedilatildeo ambiental sob os prismas histoacuterico e

evolutivo

As metodologias empregadas nos estudos elaborados estatildeo descritas no

capiacutetulo 6

No capiacutetulo 7 eacute realizada uma avaliaccedilatildeo do acesso aos cursos de

graduaccedilatildeo de Universidades Puacuteblicas atraveacutes de estudos de caso envolvendo a

Universidade Estadual do Rio de Janeiro e a Universidade Federal do Rio de

Janeiro comparando-se o acesso com sistemas de cotas (UERJ) e a proposta em

8

estudo para a reserva de vagas na UFRJ aleacutem de uma anaacutelise quantitativa do

acesso dos estudantes da rede puacuteblica a estas universidades

O capiacutetulo 8 traz os resultados referentes ao estudo de campo sobre a

Educaccedilatildeo Ambiental realizado junto agraves escolas de Ensino Meacutedio da Rede Puacuteblica

Estadual localizadas no municiacutepio do Rio de Janeiro

A partir das demandas detectadas nesse estudo de campo foi elaborada

uma proposta de curso de capacitaccedilatildeo voltado para os professores de Ensino

Meacutedio apresentada no capiacutetulo 9 As principais conclusotildees desse estudo bem

como as sugestotildees de continuidade do trabalho encontram-se no capiacutetulo 10

O capiacutetulo a seguir conforme jaacute citado aborda o Sistema Educacional

Brasileiro

9

Capiacutetulo 2 O Sistema Educacional Brasileiro

21 Introduccedilatildeo

Neste capitulo foi realizada uma anaacutelise histoacuterico-social do sistema

educacional brasileiro desde o iniacutecio da colonizaccedilatildeo brasileira ateacute a atualidade

A histoacuteria da educaccedilatildeo brasileira natildeo eacute uma histoacuteria difiacutecil de ser estudada e

compreendida Ela evolui em rupturas marcantes e faacuteceis de serem observadas

A primeira grande ruptura travou-se com a chegada dos portugueses ao territoacuterio

do Novo Mundo Natildeo se pode deixar de reconhecer que os portugueses

trouxeram um padratildeo de educaccedilatildeo proacuteprio da Europa o que natildeo quer dizer que

as populaccedilotildees que por aqui jaacute viviam natildeo possuiacutessem caracteriacutesticas proacuteprias de

se fazer educaccedilatildeo Conveacutem ressaltar que a educaccedilatildeo que se praticava entre as

populaccedilotildees indiacutegenas natildeo tinha as marcas repressivas do modelo educacional

europeu

A chegada dos jesuiacutetas ao territoacuterio brasileiro natildeo trouxe somente a moral

os costumes e a religiosidade europeacuteia trouxe tambeacutem os meacutetodos pedagoacutegicos

Este meacutetodo funcionou absoluto durante 210 anos de 1549 a 1759 quando uma

nova ruptura marca a histoacuteria da educaccedilatildeo no Brasil a expulsatildeo dos jesuiacutetas pelo

10

Marquecircs de Pombal Se existia alguma coisa muita bem estruturada em termos

de educaccedilatildeo o que se viu a seguir foi o mais absoluto caos Tentaram-se as aulas

reacutegias o subsiacutedio literaacuterio mas o caos continuou ateacute que a Famiacutelia Real fugindo

de Napoleatildeo na Europa resolveu transferir o Reino para o Novo Mundo Na

verdade natildeo se conseguiu implantar um sistema educacional nas terras

brasileiras mas a vinda da Famiacutelia Real permitiu uma nova ruptura com a situaccedilatildeo

anterior Para preparar o terreno para sua estadia no Brasil D Joatildeo VI abriu

Academias Militares Escolas de Direito e Medicina a Biblioteca Real o Jardim

Botacircnico e sua iniciativa mais marcante em termos de mudanccedila foi a criaccedilatildeo da

Imprensa Reacutegia Segundo alguns autores o Brasil foi finalmente ldquodescobertordquo e a

nossa Histoacuteria passou a ter uma complexidade maior A educaccedilatildeo no entanto

continuou a ter uma importacircncia secundaacuteria Sabe-se que enquanto nas colocircnias

espanholas jaacute existiam muitas universidades como a Universidade de Satildeo

Domingos criada em 1538 a do Meacutexico e a de Lima criadas em 1551 a nossa

primeira Universidade soacute surgiu em 1934 em Satildeo Paulo Por todo o Impeacuterio

incluindo D Joatildeo VI D Pedro I e D Pedro II pouco se fez pela educaccedilatildeo

brasileira e muitos reclamavam de sua qualidade ruim Com a Proclamaccedilatildeo da

Repuacuteblica fizeram-se vaacuterias reformas que pudessem dar uma nova guinada mas

observando bem a educaccedilatildeo brasileira natildeo sofreu um processo de evoluccedilatildeo

que pudesse ser considerado marcante ou significativo em termos de modelo

Ateacute os dias de hoje muito se tem mudado no planejamento educacional mas a

educaccedilatildeo continua a ter as mesmas caracteriacutesticas impostas em todos os paiacuteses

do mundo que eacute de manter o ldquostatus quordquo para aqueles que frequumlentam os

bancos escolares (Niskier 1989)

Desde jaacute pode-se dizer que a Educaccedilatildeo Brasileira tem um princiacutepio meio e

fins bem demarcados e facilmente observaacuteveis Eacute isso que se pretende mostrar

neste capiacutetulo Logo o trabalho foi dividido por periacuteodos considerados como os

mais marcantes e os que sofreram as rupturas mais concretas na nossa

educaccedilatildeo Assim seraacute mostrada uma relaccedilatildeo de fatos histoacutericos em diferentes

visotildees procurando-se realccedilar os fatos ligados agrave Histoacuteria da Educaccedilatildeo no Brasil

11

Para tanto os textos a seguir satildeo baseados nas informaccedilotildees e citaccedilotildees

extraiacutedas das seguintes fontes Lima 1974 Niskier 1989 Romanelli 1978

wwwacciocombr wwwpedagogiaemfocoprobr

22 A Educaccedilatildeo no Brasil Colocircnia

No iniacutecio da colonizaccedilatildeo do Brasil por volta de 1532 natildeo se cogitou nada

que se relacionasse com a instruccedilatildeo de seus moradores pois o interesse de

Portugal era direcionado para as riquezas da terra descoberta A educaccedilatildeo no

Brasil teve iniacutecio com a chegada dos jesuiacutetas e foi atribuiacuteda aos educadores da

Companhia de Jesus por volta de 1549 com a vinda do primeiro governador

geral Tomeacute de Sousa Este encontrou a Colocircnia inteiramente despreparada em

mateacuteria de instruccedilatildeo natildeo soacute do chamado ldquogentiordquo como tambeacutem dos filhos dos

colonos Tomeacute de Sousa fez questatildeo de incluir na sua comitiva dedicados

membros da Companhia de Jesus e em menos de quinze dias jaacute funcionava

uma escola chamada na eacutepoca de ldquoler e escreverrdquo Os primeiros coleacutegios e as

ditas ldquoaulas de ensinar e contarrdquo foram criados pelos jesuiacutetas e eram mantidos

com sacrifiacutecio mediante esmolas e donativos especiais e a matildeo de obra nas

construccedilotildees eram do esforccedilo fiacutesico dos proacuteprios religiosos ajudados por iacutendios e

alguns colonos Esses coleacutegios ensinavam gratuitamente Gramaacutetica Latina

Filosofia Teologia Dogmaacutetica e Moral Primeiras Letras e Matemaacutetica Elementar

(Niskier 1989)

Em 1553 chegara ao Brasil com o governador Duarte da Costa o padre

Joseacute de Anchieta que era o encarregado do ensino dos religiosos neoacutefitos Na

falta de livros escrevia as liccedilotildees nos cadernos que distribuiacutea para cada aluno Os

jovens catecuacutemenos1 e os filhos dos colonos aprendiam assim os princiacutepios das

liacutenguas portuguesa espanhola latina brasiacutelica ou tupi indispensaacuteveis no trato

com os indiacutegenas Alguns estudiosos condenam a ausecircncia de um ensino jaacute

naquela eacutepoca mais voltado para a ciecircncia nos moldes do ensino europeu o

que daria ao Brasil melhores condiccedilotildees de competitividade internacional em

1 Pessoas em fase de preparaccedilatildeo para o batismo

12

vaacuterias aacutereas Se isto eacute um fato por outro lado natildeo deixa de ser meacuterito dos jesuiacutetas

a manutenccedilatildeo da nossa integridade territorial e a existecircncia de uma soacute

predominante religiatildeo como tambeacutem ficou sendo o portuguecircs a liacutengua utilizada

nas escolas implantadas no territoacuterio brasileiro (Niskier 1989)

Entretanto a Companhia de Jesus natildeo possuiacutea um trabalho pedagoacutegico

nem uma filosofia da educaccedilatildeo especialmente elaborada para o desempenho

desta missatildeo A Companhia vinha ao mundo com diversas ideacuteias novas

especialmente no campo ascese cristatilde e na sua proacutepria organizaccedilatildeo como

sociedade de cleacuterigos mas natildeo tinha nada a dizer de especial quanto agrave filosofia

da educaccedilatildeo no sentido em que entendemos hoje este termo excluiacuteda a

educaccedilatildeo especial daqueles que deveriam ser sarcedotes Por causa disso ela

limitou-se na praacutetica em termos da educaccedilatildeo mais geral a codificar atraveacutes da

experiecircncia de seus docentes uma filosofia de educaccedilatildeo em que de certo

modo cristianizava-se o modelo educacional renascentista baseado no

equivalente ao ensino secundaacuterio no estudo dos claacutessicos e no cultivo da liacutengua

latina De tal modo o ensino expandiu com o tempo este modelo pedagoacutegico

cristatildeo que comeccedilou a ser visto como se fosse a proacutepria filosofia cristatilde da

educaccedilatildeo (Niskier 1989)

Ateacute meados do seacuteculo XVIII esse foi o modelo educacional brasileiro

Poreacutem em 1759 apoacutes a decisatildeo do Marquecircs de Pombal de expulsar os jesuiacutetas

segundo Fernando de Azevedo (professor educador criacutetico ensaiacutesta e

socioacutelogo) ldquoNa educaccedilatildeo estabeleceu-se um caos completo a despeito dos

esforccedilos de outras ordens religiosasrdquo (Niskier 1989) A expulsatildeo dos jesuiacutetas teve

como consequumlecircncia imediata aleacutem da desintegraccedilatildeo do ensino o fechamento

de residecircncias missotildees e coleacutegios e seminaacuterios Vaacuterios autores consideram a

expulsatildeo dos jesuiacutetas um fator de retrocesso na educaccedilatildeo brasileira natildeo soacute pela

diminuiccedilatildeo do nuacutemero de escolas mas sobretudo nos aspectos organizacional e

didaacutetico- pedagoacutegico Abaixo eacute destacado o que expressou Moreira de

Azevedo em seu artigo ldquoInstruccedilatildeo Puacuteblica nos Tempos Coloniais do Brasilrdquo sobre

a expulsatildeo dos Jesuiacutetas

13

ldquoPrivados desses preceptores experimentou a instruccedilatildeo sensiacutevel atraso e se para substituiacute-los vieram as escolas monaacutesticas dos Beneditinos Carmelitas e Franciscanos natildeo chegaram estas ao grau de meacutetodo ensino e regularidade das dos padres de Jesus poreacutem ainda assim quando aquelas desapareceram eram as melhores que possuiacutea a colocircnia do Brasilrdquo (AZEVEDO Moreira de Apud NISKIER 1989)

Em 1772 foi assinada uma lei que abolia o antigo sistema de donativos

para a Instruccedilatildeo e estabelecia o Subsiacutedio Literaacuterio Foi criada uma taxaccedilatildeo

complementar para os vinhos e demais bebidas alcooacutelicas destinada a fornecer

os fundos para o pagamento dos mestres que fossem nomeados pelo governo

No Brasil o Subsiacutedio Literaacuterio entrou em vigor em 1773 o que iria proporcionar o

funcionamento de aulas destinadas ao ensino das primeiras letras de Gramaacutetica

Latina de Filosofia e Grego (Niskier 1989) No Rio de Janeiro passou a funcionar

uma Aula de Engenharia autorizada pela Rainha D Maria I Poreacutem essas aulas

natildeo produziram os efeitos desejados com queixa dos professores e dos alunos

Eram observados uma estrutura fraca e resultados mediacuteocres pois as aulas

estavam a cargo de mestres improvisados que natildeo tinham programas

estabelecidos e natildeo havia fiscalizaccedilatildeo no que diz respeito agrave qualidade do ensino

ministrado e do aproveitamento dos alunos O Subsiacutedio Literaacuterio natildeo bastava em

muitas capitanias natildeo sendo suficiente sequer para o pagamento dos

professores continuando a dependecircncia de boa vontade de particulares Na

eacutepoca os professores aleacutem de mal pagos eram desconsiderados no seio da

sociedade pois a educaccedilatildeo era como trazer a luz aos ignorantes o que ia ao

encontro dos interesses de muitos

Havia maior preocupaccedilatildeo em ensinar Latim e ateacute mesmo Grego e Retoacuterica

do que a Liacutengua Portuguesa A Matemaacutetica custou a integrar-se no curriacuteculo

escolar As Ciecircncias Naturais contavam com a preferecircncia de diminuto nuacutemero

de abnegados professores Os coleacutegios prepararam para estudo superior em

universidades europeacuteia os jovens que natildeo buscavam a vida sacerdotal O ensino

superior concentrava-se na Universidade de Coimbra para onde eram enviados

os filhos de famiacutelias que dispunham de recursos

14

Assim o resultado das decisotildees do Marquecircs de Pombal foi que no princiacutepio

do seacuteculo XIX a educaccedilatildeo brasileira estava reduzida praticamente a nada O

sistema jesuiacutetico foi desmantelado e nada que pudesse chegar proacuteximo desse

sistema foi organizado para dar continuidade a um trabalho de educaccedilatildeo Esta

situaccedilatildeo somente sofreu uma mudanccedila com a chegada da Famiacutelia Real ao Brasil

em 1808

23 A Educaccedilatildeo no Brasil Impeacuterio

Com a vinda da Corte Portuguesa para o Brasil em 1808 fugindo das tropas

de Napoleatildeo que haviam invadido Portugal por esta eacutepoca Dom Joatildeo VI sabia

que sua estadia forccedilada em terras brasileira natildeo seria curta e portanto aleacutem de

abrir os portos do Brasil agraves naccedilotildees amigas resolveu permitir a imprensa facilitar a

entrada de livros e fundar cerca de uma dezena de instituiccedilotildees de ensino teacutecnico

ou superior em nosso territoacuterio no Rio de Janeiro e na Bahia

O setor cultural tambeacutem seria extraordinariamente beneficiado atraveacutes da

criaccedilatildeo de vaacuterias instituiccedilotildees destinadas a dar continuidade agraves que existiam em

Portugal Dentre os cursos superiores o de Medicina foi o que mereceu atenccedilatildeo

especial Em 1808 foi criado pelo priacutencipe regente o Coleacutegio Meacutedico-ciruacutergico da

Bahia instalado no Real Hospital Militar e sediado no preacutedio onde funcionara o

coleacutegio dos jesuiacutetas

O ensino militar recebeu maior atenccedilatildeo do governo real depois do seu

estabelecimento na cidade do Rio de Janeiro A Academia Real Militar da Corte

recebeu o nome de Escola Central abrigando o curso de Engenharia que

permaneceu com a designaccedilatildeo de Escola Politeacutecnica ateacute a transferecircncia em

nossos dias para a ilha do Fundatildeo

Assim como o ensino superior as instruccedilotildees primaacuteria e secundaacuteria tambeacutem

passaram por estaacutegio de desenvolvimento desordenado problema este gerado

pela falta de um plano geral que pudesse ser aplicado em todas as capitanias

do Brasil Mesmo depois da instalaccedilatildeo da Corte no Rio de Janeiro houve um

aumento consideraacutevel nos pedidos de criaccedilatildeo de escolas de primeiras letras

15

pedidos estes que foram atendidos ou natildeo conforme a disponibilidade de

recursos para pagamento de professores (Niskier 1989)

Neste periacuteodo a evasatildeo escolar era muito grande para evitar o

esvaziamento das escolas o governo decidiu isentar do recrutamento para fins

militares os alunos dos estabelecimentos puacuteblicos que demonstrassem frequumlecircncia

assiduidade e bom aproveitamento o que deveria ser atestado pelos professores

Em 1817 a cidade do Rio de Janeiro contava aleacutem das escolas de

primeiras letras dos estabelecimentos de ensino militar e naval das aulas de

Medicina e das de Comeacutercio com trecircs de Gramaacutetica Latina uma de Retoacuterica

uma de Filosofia uma de Grego e uma de Desenho e Pintura Um grupo de

negociantes do Rio de Janeiro propocircs ao Priacutencipe-Regente a constituiccedilatildeo de um

fundo cujos rendimentos seriam reservados para criar e manter estabelecimentos

destinados agrave instruccedilatildeo puacuteblica

Desde a chegada de D Joatildeo VI ao Rio o governo portuguecircs fez tentativas

louvaacuteveis para introduzir no Brasil aleacutem das instituiccedilotildees civis os estabelecimentos

de instruccedilatildeo puacuteblica da metroacutepole Natildeo se deu a devida importacircncia agrave instruccedilatildeo

primaacuteria das classes baixas e meacutedias da sociedade e os que nas classes

elevadas sentiam a necessidade de uma instruccedilatildeo mais completa nem por isso

encontravam maiores recursos continuaram mais ou menos obrigados a adquiri-

la em Coimbra ou mesmo na Inglaterra ou na Franccedila

Com a Proclamaccedilatildeo da Independecircncia o Brasil tinha outros problemas

mais urgentes com que se preocupar do que a fundaccedilatildeo de uma universidade

ou o estabelecimento de uma rede de ensino primaacuterio e secundaacuterio Logo o

sistema de aulas avulsas continuou a existir na impossibilidade de substituiacute-lo

imediatamente por um verdadeiro sistema escolar tal como o entendemos nos

dias de hoje ou como existia ainda que precariamente no tempo dos jesuiacutetas

Mas em 1824 a primeira Constituiccedilatildeo Brasileira estabeleceu no seu ceacutelebre Art

179 no paraacutegrafo XXXII que

16

ldquoA instruccedilatildeo primaacuteria eacute gratuita a todos os cidadatildeos e a Constituiccedilatildeo garante coleacutegios e universidades onde seratildeo ensinados os elementos das ciecircncias belas letras e artesrdquo (Niskier 1989)

Poreacutem estas determinaccedilotildees nunca chegaram a ser cumpridas em grande

extensatildeo e antes que tais projetos se concretizassem ocorreu uma modificaccedilatildeo

constitucional no Brasil que iria complicar seriamente os destinos da educaccedilatildeo

durante todo o restante do Impeacuterio

Com a abdicaccedilatildeo de Dom Pedro I ao trono em favor de seu filho D Pedro

II Os parlamentares brasileiros com receio de que o novo imperador acumulasse

um excesso de poder promulgaram o Ato Adicional de 1834 agrave Constituiccedilatildeo

Imperial pelo qual o poder puacuteblico em diversos sentidos era descentralizado

Assim o Ato Adicional de 1834 estabelecia que cada proviacutencia do Brasil se

tornava autocircnoma para organizar de acordo apenas com suas proacuteprias diretivas

o ensino primaacuterio e secundaacuterio Haveria ou poderia haver portanto tantos

sistemas de ensino primaacuterios e secundaacuterios no Brasil quantas fossem as proviacutencias

sem que nenhuma tivesse que dar satisfaccedilatildeo nem agraves demais proviacutencias nem

tampouco ao governo central O ensino superior poreacutem ficaria sob a

responsabilidade do governo central em todo territoacuterio nacional

Mas na praacutetica estas medidas acabaram por consagrar a partilha de

diversas atribuiccedilotildees do domiacutenio da Instruccedilatildeo Puacuteblica apoacutes a reforma da

constituiccedilatildeo os estudos primaacuterios e secundaacuterios limitaram-se ao municiacutepio da

corte Portanto em 1837 o acontecimento mais importante no campo da

instruccedilatildeo puacuteblica no Brasil foi a criaccedilatildeo do Coleacutegio Pedro II onde funcionava o

Seminaacuterio de Satildeo Joaquim na cidade do Rio de Janeiro O coleacutegio fora criado

com o objetivo de se tornar um modelo pedagoacutegico para o curso secundaacuterio

sendo ali realizado um curso de sete anos que correspondia aproximadamente

ao que depois veio a ser o ginaacutesio e o colegial (Niskier 1989)

Em 1854 o governo central ao reformar o ensino na capital do Impeacuterio

propusera a criaccedilatildeo do ensino primaacuterio e 2ordm grau Assim criou-se a Inspetoria

17

Geral da Instruccedilatildeo primaacuteria e secundaacuteria oacutergatildeo ligado ao Ministeacuterio do Impeacuterio e

destinado a fiscalizar e orientar o ensino puacuteblico e particular na cidade do Rio de

Janeiro e estruturou em dois niacuteveis a instruccedilatildeo primaacuteria gratuita que a constituiccedilatildeo

prometera a todos (www acciocom br )

O exemplo da corte frutificou nas proviacutencias empenhando assim em

promover a uniformizaccedilatildeo do ensino em todo o impeacuterio Logo as demais

proviacutencias passaram a voltar a sua atenccedilatildeo paras as reformas que se realizavam

na corte

No entanto na corte e nas proviacutencias as escolas ficaram apenas na letra

da lei Alguns estabelecimentos particulares na corte e nas grandes cidades

ofereceram um ensino mais rico que o ministrado nas escolas puacuteblicas

Dentre as causas que entatildeo obstaram a ampliaccedilatildeo e o enriquecimento do

ensino elementar destacava-se a falta de pessoal docente devidamente

habilitado e entatildeo veio a necessidade de preparar o pessoal docente para as

escolas Logo surgiram apoacutes a reforma da constituiccedilatildeo e por iniciativa dos

governos provinciais as primeiras escolas normais brasileiras

Em 1880 teria a capital do Impeacuterio sua primeira escola normal mantida e

administrada pelo poder puacuteblico sendo que qualitativamente a instruccedilatildeo se

mostrava precaacuteria

Outras causas muito importantes eram as dispersotildees da populaccedilatildeo o

nuacutemero insuficiente de escolas o descontentamento de professores mal

remunerados a ignoracircncia dos pais que se recusavam a mandar os filhos para a

escola

Com o objetivo de estimular o desenvolvimento dos estudos secundaacuterios

nas proviacutencias o ministro Joatildeo Alfredo Correia de Oliveira instalou nas capitais das

proviacutencias do Impeacuterio novas bancas de exames gerais preparatoacuterios

18

Os mais importantes projetos de reforma nas deacutecadas do seacuteculo XIX

pediam a colaboraccedilatildeo da capital para a elevaccedilatildeo do ensino em todo o Impeacuterio

Cuidavam do enriquecimento e aperfeiccediloamento e da expansatildeo da instruccedilatildeo

primaacuteria e do ensino normal cuja frequumlecircncia pretendia tornar obrigatoacuteria a todas

as crianccedilas na faixa dos sete aos quatorze anos

Deslocando-se dos demais projetos de reforma apresentados nos uacuteltimos

anos do Impeacuterio pelo desassombro e pela riqueza de suas posiccedilotildees o substitutivo

apresentado por Rui Barbosa ao decreto Leocircncio Carvalho ficaria como um vasto

programa de reformas que a Repuacuteblica caberia cumprir

Assim a proposta de Rui Barbosa cuidava amplamente do ensino

elementar e meacutedio Estruturava o ensino primaacuterio em quatro niacuteveis para os quais

se previa pela primeira vez um tempo miacutenimo de duraccedilatildeo propunha o

enriquecimento dos programas e a renovaccedilatildeo dos meacutetodos de ensino e tornava

obrigatoacuteria uma frequumlecircncia de quatro anos na escola primaacuteria elementar e

meacutedia formando assim um verdadeiro curso de instruccedilatildeo secundaacuteria popular

(www acciocom br)

Com o quadro assim configurado perto do fim da eacutepoca imperial

comeccedilaram a surgir sinais de que a sociedade estava comeccedilando a

amadurecer para o problema educacional Isto se deu porque nesta eacutepoca a

unidade nacional jaacute estava consolidada do ponto de vista militar uma seacuterie de

outros problemas mais preemente estavam solucionados ou em via de solucionar-

se a aboliccedilatildeo da escravatura jaacute estava agrave vista e podia-se pensar mais

serenamente na educaccedilatildeo brasileira A Proclamaccedilatildeo da Repuacuteblica trazia

consigo a esperanccedila de novas mudanccedilas e o Imperador em seus uacuteltimos

discursos na sessatildeo ao Parlamento Imperial solicitava a criaccedilatildeo de um Ministeacuterio

da Educaccedilatildeo pois ateacute aquela eacutepoca natildeo existia nada semelhante na

organizaccedilatildeo do nosso Estado

19

24 A Educaccedilatildeo na Primeira Repuacuteblica

A Repuacuteblica proclamada adotou o modelo poliacutetico americano baseado

no sistema presidencialista Na organizaccedilatildeo escolar percebeu-se a influecircncia da

filosofia positivista

O advento federativo natildeo trouxe significaccedilotildees e alteraccedilotildees para a

instruccedilatildeo puacuteblica nem inaugurou uma nova corrente de ideacuteias educacionais

tendo significado simplesmente o coroamento e portanto a continuidade de

ideacuteias que se iniciariam no impeacuterio mas precisamente nas suas duas ultimas

deacutecadas O que podemos constatar atraveacutes dos relatos de Fernando Azevedo

ldquoDo ponto de vista cultural e pedagoacutegico a Repuacuteblica foi uma revoluccedilatildeo que abortou e que contentando-se com a mudanccedila do regime natildeo teve o pensamento ou a decisatildeo de realizar uma transformaccedilatildeo radical no sistema de ensino para provocar uma renovaccedilatildeo cultural das elites culturais e poliacuteticas necessaacuterias agraves novas instituiccedilotildees democraacuteticasrdquo (www acciocom br )

A primeira constituiccedilatildeo republicana natildeo chegou a contemplar a

gratuidade e a obrigatoriedade da instruccedilatildeo elementar O legado deixado pelo

Impeacuterio natildeo se alterou substancialmente o ensino secundaacuterio defendia e

reclamava desde as uacuteltimas deacutecadas do Impeacuterio a equumlidade como mecanismo

necessaacuterio ao aperfeiccediloamento do ensino secundaacuterio a sua estruturaccedilatildeo em

acircmbito nacional a instituiccedilatildeo de ensino regulares e sistemaacuteticos (www

acciocom br)

Assim pela constituiccedilatildeo de 1891 agrave qual se acrescentava a Lei de 20 de

novembro de 1892 ficou determinado que

bull No Distrito Federal competia ao Governo federal o ensino superior e

secundaacuterio e agrave Prefeitura o ensino primaacuterio

bull Os Estados poderiam organizar seus proacuteprios sistemas de ensino

primaacuterio secundaacuterio e superior

bull Em cada Estado o Governo Federal podia organizar seu proacuteprio

sistema de ensino secundaacuterio e superior

20

Entretanto apesar da legislaccedilatildeo e organizaccedilatildeo do sistema federal de

ensino ser uma atribuiccedilatildeo do Congresso Nacional na praacutetica era o poder

executivo quem legislava e organizava a educaccedilatildeo Isto fez com que durante

toda a Primeira Repuacuteblica a posiccedilatildeo do Governo Federal fosse conservadora Isto

de certa forma restringia o entusiasmo pedagoacutegico que dominou a sociedade

brasileira depois da Primeira Guerra Mundial

Jaacute em relaccedilatildeo agraves administraccedilotildees estaduais a partir de 1920 uma febre de

otimismo pedagoacutegico comeccedilou a tomar conta dos principais governos estaduais

do Brasil o que provocou uma seacuterie de reformas de ensino em vaacuterios estados da

Uniatildeo Embora cada Estado pudesse organizar um sistema completo de ensino

desde o primaacuterio ateacute o superior tais reformas se limitavam sempre agrave estrutura do

ensino primaacuterio e normal porque todo ensino superior estava na eacutepoca no

acircmbito do Governo Federal e o ensino secundaacuterio por natildeo ser obrigatoacuterio para a

admissatildeo aos cursos superiores natildeo passava de uma rede de cursos

preparatoacuterios com exceccedilatildeo do Coleacutegio Pedro II no Rio de Janeiro que com a

Repuacuteblica havia mudado de nome para Ginaacutesio Nacional e alguns coleacutegios

religiosos Mesmo estes na praacutetica natildeo podiam fugir do espiacuterito dos preparatoacuterios

As principais reformas levantadas a efeito na deacutecada de 1920 foram as

seguintes

bull Em 1920 em Satildeo Paulo por Sampaio Doacuteria

bull Em 1922 no Cearaacute por Lourenccedilo Filho comissionado ao governo do

Cearaacute pelo Estado de Satildeo Paulo

bull Em 1927 em Minas Gerais por Francisco Campos

bull Em 1928 no Distrito Federal por Fernando Azevedo vindo de Satildeo Paulo

a convite da Prefeitura do Rio de Janeiro

bull Em 1928 na Bahia por Aniacutesio Teixeira

Os responsaacuteveis pela seacuterie de reformas estaduais ocorridas na deacutecada de

1920 tiveram para ajudaacute-los no empreendimento vaacuterios fatores concorrendo a

seu favor e o primeiro deles foi o proacuteprio clima de euforia pedagoacutegica que tomou

conta da sociedade brasileira depois da Primeira Guerra Mundial Tambeacutem veio

21

a favor deles o iniacutecio do surto industrial que pressionava por uma nova direccedilatildeo

do ensino e a introduccedilatildeo no Brasil das ideacuteias da Escola Nova em cujas teorias se

inspiraram os reformadores

As doutrinas educacionais da Escola Nova vinham haacute seacuteculos se

desenvolvendo na Europa mas soacute entraram com toda a sua forccedila na sociedade

brasileira na eacutepoca do entusiasmo pedagoacutegico do fim da Primeira Repuacuteblica em

boa parte por obra de estudiosos tais como Fernando de Azevedo Aniacutesio Teixeira

e Lourenccedilo Filho que figuraram tambeacutem na lista dos reformadores estaduais

O movimento reformista foi favorecido pela criaccedilatildeo em 1924 da

Associaccedilatildeo Brasileira de Educaccedilatildeo que agremiou elementos de todo paiacutes em

torno de questotildees de acircmbito nacional relativas agrave Educaccedilatildeo escolar Atraveacutes de

conferecircncias curados debates e inqueacuteritos os profissionais da Educaccedilatildeo

divulgavam as ideacuteias de escolas renovadas Isto contribuiu para formaccedilatildeo de

uma nova consciecircncia educacional relativa ao papel do Estado na Educaccedilatildeo

levando agrave necessidade de expansatildeo da escola puacuteblica ao direito de todos na

educaccedilatildeo levando a exigecircncia de uma poliacutetica nacional de Educaccedilatildeo na qual

a uniatildeo exerce o papel coordenador orientador e supletivo no desenvolvimento

do ensino em todo paiacutes Muitas dessas ideacuteias viriam a consubstanciar-se em

proposiccedilotildees do manifesto dos pioneiros da Educaccedilatildeo Nova (1932) e em

dispositivo da carta de 1934

25 A Educaccedilatildeo no Poacutes 1930

A queda da Repuacuteblica Velha sob o impacto da Revoluccedilatildeo de 1930

transformou as relaccedilotildees de poder entre o governo federal e os estados dando

iniacutecio a um periacuteodo de progressiva centralizaccedilatildeo poliacutetica econocircmica Embora

natildeo trouxesse uma programaccedilatildeo definida seja para o setor poliacutetico-econocircmico

seja para o educacional a revoluccedilatildeo deu iniacutecio a um periacuteodo em que todos os

campos foram atingidos caracterizando-se progressivamente a passagem de

22

uma sociedade preacute-capitalista agraacuteria - comercial e artesanal para uma

sociedade urbano-industrial

As transformaccedilotildees poliacuteticas e econocircmicas ocorridas a partir de 1930 foram

acompanhadas de grandes alteraccedilotildees sociais especialmente nos Estados do

sudeste onde se encontravam os processos de industrializaccedilatildeo Isto acelerou a

urbanizaccedilatildeo e as migraccedilotildees para as cidades que passaram a oferecer novas

oportunidades de trabalho e salaacuterios mais vantajosos Assim a populaccedilatildeo urbana

elevou-se de 10 em 1920 para 3124 em 1940 3616 em 1950 atingindo 458

em 1960 este fato causou um reflexo na urbanizaccedilatildeo tendo como consequumlecircncia

o desenvolvimento de um importante setor de serviccedilos que se localizavam nas

grandes cidades do sudeste modificando assim a sua estratificaccedilatildeo social

(wwwacciocombr )

Com a nova ordem poliacutetico-econocircmica o aumento da populaccedilatildeo urbana

relativamente agrave rural e o aparecimento de novas ocupaccedilotildees ligadas a vida

urbana industrial surgiram maiores possibilidades de mobilidade social passando

a educaccedilatildeo escolar a representar um meio de ecircxito profissional Assim a

demanda por educaccedilatildeo cresceu consideravelmente sobretudo no periacuteodo

posterior a 1945

As mesmas transformaccedilotildees soacutecio-econocircmicas que determinaram a

incorporaccedilatildeo de novas camadas sociais ao ensino secundaacuterio tambeacutem tiveram

como consequumlecircncia a modificaccedilatildeo do status social das mulheres que passaram

a frequumlentar o ensino secundaacuterio contribuindo para a expansatildeo do mesmo

Portanto entre 1933 e 1960 as matriacuteculas aumentaram em 25367 para o ensino

primaacuterio e 40211 para o ensino normal levando o crescimento das matriacuteculas

no ensino secundaacuterio a um percentual de 1207 (www acciocom br)

Logo o governo central para atuar de forma mais significativa no

processo de organizaccedilatildeo do ensino criou em 1930 o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e

Sauacutede Puacuteblica e em 1931 o Conselho Nacional de Educaccedilatildeo oacutergatildeo consultivo

destinado a assessorar o ministro

23

As reformas realizadas nos anos imediatamente posteriores agrave revoluccedilatildeo

pelo primeiro ministro da educaccedilatildeo e sauacutede puacuteblica Francisco Campos

evidenciaram a ampliaccedilatildeo das funccedilotildees federais relativas agraves modalidades de

ensino por elas abrangidas Para o ensino secundaacuterio a reforma Francisco

Campos significou a definitiva superaccedilatildeo dos exames parcelados que vinham

consagrando a proeminecircncia de estudos avulsos e irregulares bem como a

concepccedilatildeo preparativa Entre outros meacuteritos a reforma deu uma estrutura

orgacircnica ao ensino secundaacuterio comercial e superior Com relaccedilatildeo ao ensino

secundaacuterio Francisco Campos escreveu

ldquoA finalidade exclusiva do ensino secundaacuterio natildeo haacute de ser a matriacutecula nos cursos superiores o seu fim pelo contraacuterio deve ser a preparaccedilatildeo do homem para todos os grandes setores da atividade nacional constituindo no seu espiacuterito todo um sistema de haacutebitos atitudes e comportamentos que o habitem a viver por si e tomar em qualquer situaccedilatildeo as decisotildees mais convenientes e mais segurasrdquo( ROMANELLI 1978)

Como citado dentre algumas medidas da Reforma Francisco Campos

estavam a criaccedilatildeo do Conselho Nacional de Educaccedilatildeo e a organizaccedilatildeo do

ensino secundaacuterio e comercial Dessa forma Francisco Campos havia dividido o

curso secundaacuterio em dois ciclos de cinco e dois anos respectivamente o primeiro

fundamental e o segundo complementar orientado para as diferentes opccedilotildees

de carreira universitaacuteria A lei de 1931 previa ainda a criaccedilatildeo de um sistema

nacional de inspeccedilatildeo do ensino secundaacuterio a ser feito por uma rede de

inspetores regionais

Pela primeira vez num texto constitucional brasileiro ficavam estabelecidos

os princiacutepios de gratuidade e obrigatoriedade do ensino primaacuterio e da educaccedilatildeo

como direito de todos Aleacutem do que percentuais da receita dos impostos foram

vinculados para a manutenccedilatildeo e desenvolvimento do ensino

A orientaccedilatildeo centralista acabou por ser consagrada com a constituiccedilatildeo

outorgada em 1937 cabendo assim ao Estado Novo fixar as bases e determinar

os quadros da educaccedilatildeo nacional da infacircncia e da juventude Poreacutem a referida

carta silencia quanto agrave vinculaccedilatildeo de recursos para a educaccedilatildeo e quanto ao

24

plano nacional da educaccedilatildeo Digna de nota foi a sua preocupaccedilatildeo com o

ensino profissional que foi considerado o primeiro dever do estado

A poliacutetica educacional centralizadora tentava regulamentar em acircmbito

central a organizaccedilatildeo e o funcionamento de todos os tipos de ensino no paiacutes

Assim em 1942 depois de muitos estudos e consultas aos oacutergatildeos especializados o

ministro Gustavo Capanema promoveu uma nova reforma do ensino que viria a

ser conhecida como Lei Orgacircnica do Ensino Secundaacuterio (Brasil 1942a) De

acordo com Lauro de Oliveira Lima Educador brasileiro (www wikipediaorg)

ldquodispensaram qualquer debate puacuteblico sendo elaboradas no sigilo dos

gabinetes por um pequeno grupo de intelectuais e impostas a um sistema

escolar em crescimentordquo (LIMA 1974)

Foi organizado o ensino teacutecnico-profissional nas trecircs aacutereas da economia

(agriacutecola industrial e comercial) Pela impossibilidade de o sistema de ensino

oferecer a educaccedilatildeo profissional necessaacuteria agrave induacutestria e de oferecer recursos o

governo preocupou-se em engajar o setor industrial na qualificaccedilatildeo de seu

pessoal

Apesar de ter sido mais enfaacutetica na questatildeo profissional a reforma estava

impregnada pela ideologia do governo favoraacutevel a um Sistema Educacional de

discriminaccedilatildeo social Pode-se perceber este fato no artigo 129 assim redigido

O ensino preacute-vocacional e profissional destinado agraves classes menos favorecidas eacute em mateacuteria de educaccedilatildeo o primeiro dever do Estado Cumpre-lhe dar execuccedilatildeo a esse dever fundando institutos de ensino profissional e subsidiando os de iniciativas dos Estados dos Municiacutepios e dos indiviacuteduos ou associaccedilotildees particulares e profissionais(Brasil 1942a)

Este artigo oficializou o ensino profissional como ensino destinado aos

pobres e o Estado instituiu oficialmente a discriminaccedilatildeo social por meio da

escola fazendo novamente com que a demanda social da educaccedilatildeo se

voltasse para o ensino secundaacuterio onde se poderia assegurar o prestiacutegio social

Pela nova Lei o curso secundaacuterio seria ministrado em dois ciclos O

primeiro constando do curso ginasial e o segundo compreendendo dois cursos

25

paralelos o claacutessico e o cientiacutefico O curso ginasial teria duraccedilatildeo de quatro anos

e se destinaria a dar aos adolescentes os elementos fundamentais do curso

secundaacuterio O curso claacutessico com duraccedilatildeo de trecircs anos concorreria para a

funccedilatildeo intelectual Com a mesma duraccedilatildeo o cientiacutefico enfatizaria o estudo das

ciecircncias (Brasil 1942a)

A partir dessa divisatildeo em primeiro e segundo ciclos passou a haver uma

denominaccedilatildeo diversa para os estabelecimentos de ensino secundaacuterios ginaacutesios e

coleacutegios

Por influecircncia da segunda Guerra Mundial a lei instituiu tambeacutem a

educaccedilatildeo militar para os alunos do sexo masculino Reafirmou o caraacuteter

facultativo da educaccedilatildeo religiosa e obrigatoacuteria da educaccedilatildeo moral e ciacutevica e

recomendou ainda que a educaccedilatildeo das mulheres fosse feita em

estabelecimentos distintos daquele onde se educavam os homens (Brasil 1942a)

Estas reformas marcam uma distinccedilatildeo entre o trabalho intelectual para as

classes mais favorecidas e o trabalho manual enfatizando o ensino profissional

para as classes mais desfavorecidas Logo o Decreto-Lei 4048 de 22 de janeiro

criou o Serviccedilo Nacional de Aprendizagem Industrial ndash SENAI (Brasil 1942b) Jaacute o

Decreto-Lei 4481 de 16 de julho dispocircs sobre a obrigatoriedade dos

estabelecimentos induacutestrias empregarem um total de 8 correspondente ao

nuacutemero de operaacuterios e matriculaacute-los nas escolas do SENAI (Brasil 1942c) Ainda no

espiacuterito da Reforma Capanema foi baixado o Decreto-lei 6141 de 28 de

dezembro de 1943 regulamentando o ensino comercial (Brasil 1943) O Serviccedilo

Nacional de Aprendizagem Comercial ndash SENAC soacute seria criado em 1946 ( Niskier

1989)

Foram assim promulgadas entre 19421946 por iniciativa do ministro

Gustavo Capanema as leis orgacircnicas do ensino decreto e leis federais que

regulamentavam minuciosamente os diversos ramos e modalidades do ensino

secundaacuterio industrial comercial agriacutecola normal e primaacuterio

A interferecircncia financeira da uniatildeo no ensino primaacuterio solicitada desde o

impeacuterio soacute ocorreu nos uacuteltimos anos do Estado Novo quando foi instituiacutedo o

26

Fundo Nacional do Ensino Primaacuterio e assinado o Convecircnio Nacional do Ensino

Primaacuterio Ainda que se mantendo fiel agrave tradiccedilatildeo de tratar separadamente cada

modalidade de ensino coube agrave legislaccedilatildeo do Estado Novo o meacuterito de ser

abrangente e de aproximar em termos de duraccedilatildeo e de divisatildeo em ciclos Os

vaacuterios ramos do ensino profissional (comercial industrial agriacutecola) as

modalidades de ensino teacutecnico e normal foram atribuiacutedas finalidades relativas agrave

qualificaccedilatildeo profissional A exposiccedilatildeo do motivo da lei orgacircnica do ensino

secundaacuterio dava a este a funccedilatildeo de formar nos adolescentes uma soacutelida cultura

geral

Na constituiccedilatildeo de 1946 as leis orgacircnicas continuaram em vigecircncia com

algumas modificaccedilotildees ateacute 1961 Estas leis introduziram a possibilidade de

articulaccedilatildeo do ensino profissional com o secundaacuterio Jaacute com a lei de diretriz e

bases - LDB lei nordm 4024 de 201261 (Brasil 1961) deu-se um importante passo no

sentido da unificaccedilatildeo do sistema de ensino e da eliminaccedilatildeo do dualismo

administrativo herdado do impeacuterio Iniciou-se pela primeira vez uma relativa

descentralizaccedilatildeo do sistema como um todo O Ministro da Educaccedilatildeo e Cultura e

as Secretarias de Educaccedilatildeo deixaram de observar ambas as funccedilotildees criando ndash

se para os exerciacutecios das funccedilotildees normativas o conselho federal de educaccedilatildeo os

conselhos estaduais de educaccedilatildeo e o plano de educaccedilatildeo referente a cada

fundo (Fundo nacional de ensino primaacuterio do ensino meacutedio e do ensino superior)

A lei procurou apenas diminuir a distacircncia que os separava e eliminar as

condiccedilotildees de privileacutegios conferidos ao ensino secundaacuterio pela lei orgacircnica de

1942 O ensino primaacuterio obrigatoacuterio continuava a ter quatro seacuteries de duraccedilatildeo

facultando aos sistemas estaduais o seu prolongamento para leis Somente em

1961 efetivou-se a vitoacuteria dos educadores das deacutecadas de 20 e inicio dos anos 30

fixando as diretrizes gerais e as grandes linhas de um sistema nacional de

educaccedilatildeo

27

26 Educaccedilatildeo na Nova Repuacuteblica (1946 ndash 1963)

O fim do Estado Novo consubstanciou-se na adoccedilatildeo de uma nova

Constituiccedilatildeo de cunho liberal e democraacutetico Esta nova Constituiccedilatildeo na aacuterea da

Educaccedilatildeo determinou a obrigatoriedade de se cumprir o ensino primaacuterio e deu

competecircncia agrave Uniatildeo para legislar sobre diretrizes e bases da educaccedilatildeo

nacional Aleacutem disso a nova Constituiccedilatildeo fez voltar o preceito de que a

educaccedilatildeo eacute direito de todos inspirada nos princiacutepios proclamados pelos

Pioneiros nos primeiros anos da deacutecada de 30

Ainda em 1946 o entatildeo Ministro Raul Leitatildeo da Cunha regulamentou o

Ensino Primaacuterio e o Ensino Normal aleacutem de criar o Serviccedilo Nacional de

Aprendizagem Comercial - SENAC atendendo as mudanccedilas exigidas pela

sociedade apoacutes a Revoluccedilatildeo de 1930

Baseado nas doutrinas emanadas pela Carta Magna de 1946 o Ministro

Clemente Mariani criou uma comissatildeo com o objetivo de elaborar um

anteprojeto de reforma geral da educaccedilatildeo nacional Esta comissatildeo presidida

pelo eminente educador Lourenccedilo Filho era organizada em trecircs subcomissotildees

uma para o Ensino Primaacuterio uma para o Ensino Meacutedio e outra para o Ensino

Superior

Em novembro de 1948 este anteprojeto foi encaminhado a Cacircmara

Federal dando iniacutecio a uma luta ideoloacutegica em torno das propostas

apresentadas Num primeiro momento as discussotildees estavam voltadas agraves

interpretaccedilotildees contraditoacuterias das propostas constitucionais Num momento

posterior apoacutes a apresentaccedilatildeo de um substitutivo do Deputado Carlos Lacerda

as discussotildees mais marcantes relacionaram-se agrave questatildeo da responsabilidade do

Estado quanto agrave educaccedilatildeo inspirados nos educadores da velha geraccedilatildeo de 30

e a participaccedilatildeo das instituiccedilotildees privadas de ensino

Depois de 13 anos de acirradas discussotildees foi promulgada a Lei 4024 em

20 de dezembro de 1961 pelo entatildeo Presidente Joatildeo Goulart que introduziu

como inovaccedilatildeo a respeito da Educaccedilatildeo Nacional a descentralizaccedilatildeo do Ensino

28

O aspecto mais caracteriacutestico da nova Lei era conceder categoria puacuteblica

ao ensino privado As verbas destinadas agrave educaccedilatildeo puacuteblica foram desviadas

para a manutenccedilatildeo dos sistemas escolares estaduais e para os auxiacutelios agraves escolas

empresaacuterias O Ministeacuterio de Educaccedilatildeo e Cultura deixou de ser o oacutergatildeo

orientador fiscalizador e estimulador da educaccedilatildeo nacional sendo transferido o

seu poder para o Conselho Federal de Educaccedilatildeo e para as Secretarias de

Educaccedilatildeo dos Estados (Brasil 1961)

Se as discussotildees sobre a Lei de Diretrizes e Bases para a Educaccedilatildeo Nacional

foi o fato marcante por outro lado muitas iniciativas marcaram este periacuteodo

como talvez o mais feacutertil da Histoacuteria da Educaccedilatildeo no Brasil

bull Em 1950 em Salvador no Estado da Bahia Aniacutesio Teixeira inaugura o

Centro Popular de Educaccedilatildeo (Centro Educacional Carneiro Ribeiro)

dando iniacutecio a sua ideacuteia de escola-classe e escola-parque

bull Em 1952 em Fortaleza o educador Lauro de Oliveira Lima iniciou uma

didaacutetica baseada nas teorias cientiacuteficas de Jean Piaget o Meacutetodo

psicogeneacutetico

bull Em 1953 a educaccedilatildeo passou a ser administrada por um Ministeacuterio proacuteprio o

Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura

bull Em 1961 a Prefeitura Municipal de Natal iniciou uma campanha de

alfabetizaccedilatildeo (De Peacute no Chatildeo Tambeacutem se Aprende a Ler) A teacutecnica

didaacutetica criada pelo pernambucano Paulo Freire propunha-se a

alfabetizar adultos em 40 horas A experiecircncia teve iniacutecio na cidade de

Angicos no Estado do Rio Grande do Norte e logo depois na cidade de

Tiriri no Estado de Pernambuco

bull Em 1962 foi criado o Conselho Federal de Educaccedilatildeo cumprindo o artigo 9o

da Lei de Diretrizes e Bases Este substituiu o Conselho Nacional de

Educaccedilatildeo Foram criados tambeacutem os Conselhos Estaduais de educaccedilatildeo

bull Ainda em 1962 foi criado o Plano Nacional de Educaccedilatildeo e o Programa

Nacional de Alfabetizaccedilatildeo pelo Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura

inspirado no Meacutetodo Paulo Freire

29

Em 1964 o golpe militar abortou todas as iniciativas de se revolucionar a

educaccedilatildeo brasileira sob o pretexto de que as propostas eram comunizantes e

subversivas Foi um periacuteodo em que o paiacutes viveu a emergecircncia de um novo

modelo econocircmico apoiado pelas empresas internacionais A poliacutetica do

nacionalismo desenvolvimentista jaacute natildeo mais se ajustara a esse modelo

Necessitava-se de novas poliacuteticas para a sustentaccedilatildeo do novo modelo poliacutetico

(www acciocom br)

27 A Educaccedilatildeo no Periacuteodo Militar (1964 -1985)

Alguma coisa acontecia na educaccedilatildeo brasileira Pensava-se em erradicar

definitivamente o analfabetismo atraveacutes de um programa nacional levando-se

em conta as diferenccedilas sociais econocircmicas e culturais de cada regiatildeo

A criaccedilatildeo da Universidade de Brasiacutelia em 1961 permitiu vislumbrar uma

nova proposta universitaacuteria com o planejamento inclusive do fim do exame

vestibular valendo para o ingresso na Universidade o rendimento do aluno

durante o curso de 2ordm grau (ex-Colegial e atual Ensino Meacutedio)

Depois da implementaccedilatildeo do regime militar ditatorial de 1964 muito

educadores passaram a ser perseguidos em funccedilatildeo de posicionamentos

ideoloacutegicos Muito foram calados para sempre alguns outros se exilaram outros

se recolheram agrave vida privada e outros demitidos trocaram de funccedilatildeo

O Regime Militar espelhou na educaccedilatildeo o caraacuteter antidemocraacutetico de sua

proposta ideoloacutegica de governo professores foram presos e demitidos

universidades foram invadidas estudantes foram presos feridos nos confronto

com a poliacutecia e alguns foram mortos os estudantes foram calados e a Uniatildeo

Nacional dos Estudantes proibida de funcionar o Decreto ndash Lei 477 calou a boca

de alunos e professores (Brasil 1969) Agrave eacutepoca o Ministro da Justiccedila declarou que

estudantes tecircm que estudar e natildeo podem fazer baderna

Nessa eacutepoca firmaram-se acordos do MEC e seus oacutergatildeos com a USAID ndash

Agecircncia Norte ndash Americana para o Desenvolvimento Internacional visando agrave

30

cooperaccedilatildeo econocircmico ndash financeira para a organizaccedilatildeo e desenvolvimento do

sistema educacional A ajuda externa vinha atraveacutes de programas que foram

implantados sem nenhuma anaacutelise por parte dos educadores brasileiros A sua

presenccedila se fez desde a organizaccedilatildeo do sistema educacional ateacute as propostas

dos curriacuteculos dos diversos niacuteveis de ensino implantando a visatildeo tecnicista no

contexto da educaccedilatildeo brasileira com as repercussotildees por todos conhecidas

Neste periacuteodo poreacutem deu-se a grande expansatildeo das universidades no

Brasil E para acabar com os excedentes (aqueles que tiravam notas suficientes

para mas natildeo conseguiam vaga para estudar) foi criado o vestibular

classificatoacuterio

Para erradicar o analfabetismo foi criado o Movimento Brasileiro de

Alfabetizaccedilatildeo aproveitando-se em sua didaacutetica no expurgado Meacutetodo Paulo

Freire denominado MOBRAL que propunha erradicar o analfabetismo no Brasil

Natildeo conseguiu E entre denuacutencias de corrupccedilatildeo foi extinto No periacuteodo mais

cruel da ditadura militar onde qualquer expressatildeo popular contraacuteria aos

interesses do governo era abafada muitas vezes pela violecircncia fiacutesica que foi

instituiacuteda a Lei 5692 Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional em 1971

(Brasil 1971)

A caracteriacutestica mais marcante desta Lei era tentar dar a formaccedilatildeo

educacional um cunho profissionalizante Dentro do espiacuterito dos slogans

propostos pelo governo como Brasil grande ame-o ou deixe-o milagre

econocircmico etc planejava-se fazer com que a educaccedilatildeo contribuiacutesse de

forma decisiva para o aumento da produccedilatildeo brasileira

A lei introduziu no paiacutes a obrigatoriedade da profissionalizaccedilatildeo em todos os

cursos de 2ordm Grau o que implicava em valorizaccedilatildeo das aacutereas tecnoloacutegicas com

perda gradativa das aacutereas de ciecircncias humanas

A Histoacuteria e a Geografia foram integradas na aacuterea de Estudos Sociais o que

causou a superficialidade desses conteuacutedos a Educaccedilatildeo Moral e Ciacutevica eou

Estudos dos Problemas Sociais passaram a ser disciplinas obrigatoacuterias e

31

responsaacuteveis pela formaccedilatildeo do cidadatildeo brasileiro com visotildees distorcidas de

cidadania e nacionalismo

A ditadura militar se desfez por si soacute tamanha era a pressatildeo popular de

vaacuterios setores da sociedade que o processo de abertura poliacutetica tornou-se

inevitaacutevel Mesmo assim os militares deixaram o governo atraveacutes de uma eleiccedilatildeo

indireta mesmo que concorressem somente dois civis (Paulo Maluf e Tancredo

Neves)

28 A Educaccedilatildeo no Periacuteodo da Abertura Poliacutetica (1986-2001)

Com o fim do Regime Militar a eleiccedilatildeo indireta de Tancredo Neves seu

falecimento e a posse de Joseacute Sarney discutir-se-iam novamente questotildees sobre

educaccedilatildeo de uma forma democraacutetica e aberta A discussatildeo sobre as questotildees

educacionais jaacute havia perdido o seu sentido pedagoacutegico e assumido um caraacuteter

poliacutetico Para isso houve uma participaccedilatildeo mais ativa de pensadores de outras

aacutereas do conhecimento que passaram a falar de educaccedilatildeo num sentido mais

amplo do que as questotildees pertinentes agrave escola agrave sala de aula agrave didaacutetica e agrave

dinacircmica escolar em si mesma Impedidos de atuarem em suas funccedilotildees por

questotildees poliacuteticas durante o Regime Militar profissionais da aacuterea de Sociologia

filosofia antropologia histoacuteria psicologia entre outras passaram a assumir postos

na aacuterea da educaccedilatildeo e a concretizar discursos em nome da educaccedilatildeo

O Projeto de Lei da nova LDB foi encaminhado agrave Cacircmara Federal pelo

Deputado Octaacutevio Elisio em 1988 No ano seguinte o Deputado Jorge Hage envia

agrave Cacircmara um substitutivo ao Projeto e em 1992 o Senador Darcy Ribeiro

apresenta um novo Projeto que acabou por ser aprovado em dezembro de 1996

oito anos apoacutes o encaminhamento do Deputado Otaacutevio Elisio Assim a nova Lei

Nordm 9394 Lei Diretrizes e Bases da educaccedilatildeo foi promulgada em 20 de Dezembro

de 1996 (Brasil 1996)

O Governo Collor de Mello em 1990 lanccedilou o projeto de construccedilatildeo de

Centros Integrados de Apoio agrave Crianccedila - CIACS em todo o Brasil inspirados no

32

modelo dos Centros Integrados de Educaccedilatildeo Puacuteblica - CIEPS do Rio de Janeiro

existentes desde 1982

Neste periacuteodo do fim do Regime Militar aos dias de hoje a fase

politicamente marcante na educaccedilatildeo foi o trabalho do Ministro Paulo Renato de

Souza agrave frente do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Logo no iniacutecio de sua gestatildeo atraveacutes

de uma Medida Provisoacuteria extinguiu o Conselho Federal de Educaccedilatildeo e criou o

Conselho Nacional de Educaccedilatildeo vinculado ao Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura

Esta mudanccedila tornou o Conselho menos burocraacutetico e mais poliacutetico

Cabe ressaltar que podemos natildeo concordar com a forma como tecircm sido

executados alguns programas temos que reconhecer que em toda a Histoacuteria da

Educaccedilatildeo no Brasil contada a partir do descobrimento jamais houve execuccedilatildeo

de tantos projetos na aacuterea da educaccedilatildeo numa soacute administraccedilatildeo Entre esses

programas destacam-se

bull Fundo de Manutenccedilatildeo e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de

Valorizaccedilatildeo do Magisteacuterio - FUNDEF

bull Programa de Avaliaccedilatildeo Institucional - PAIUB

bull Sistema Nacional de Avaliaccedilatildeo da Educaccedilatildeo Baacutesica ndash SAEB

bull Exame nacional do Ensino Meacutedio ndash ENEM

bull Paracircmetros Curriculares Nacionais ndashPCNs

bull Exame Nacional de Cursos ndash ENC

Desses Programas o mais contestado foi o Exame Nacional de Cursos e o

chamado Provatildeo onde os alunos das universidades devem realizar uma prova

ao fim do curso para receber seus diplomas Esta prova em que os alunos podem

simplesmente assinar a ata de presenccedila e se retirar sem responder nenhuma

questatildeo eacute levada em consideraccedilatildeo como avaliaccedilatildeo das instituiccedilotildees Aleacutem do

mais entre outras questotildees o exame natildeo diferencia as regiotildees do paiacutes e as

condiccedilotildees de cada IES (Instituiccedilatildeo de Ensino Superior) como por exemplo

infraestrutura e capacitaccedilatildeo docente(wwwacciocombr)

33

29 Cronologia da Histoacuteria da Educaccedilatildeo Brasileira

A tabela 21 a seguir apresenta um resumo dos principais acontecimentos

na educaccedilatildeo brasileira Destacando-se os principais eventos relacionados ao

ensino meacutedio

Tabela 21 ndash Evoluccedilatildeo da educaccedilatildeo no Brasil principais acontecimentos-periacuteodo

de 1549 a 1998

ANO HISTOacuteRIA DA EDUCACcedilAtildeO BRASILEIRA

1549 middot Chega ao Brasil o primeiro grupo de seis padres jesuiacutetas chefiados por Manuel de Noacutebrega marcando o iniacutecio da Histoacuteria da Educaccedilatildeo no Brasil (nos moldes europeus) middot Quinze dias apoacutes a chegada funda na cidade de Salvador a primeira escola elementar

1554 middot Satildeo fundadas as escolas jesuiacutetas de Satildeo Paulo de Piratininga tendo como seu primeiro professor o padre Joseacute de Anchieta e a da Bahia

1556 middot Eacute fundado o coleacutegio jesuiacuteta de Todos os Santos middot Comeccedila a vigorar as Constituiccedilotildees da Companhia de Jesus incluindo a aprendizagem do canto da muacutesica instrumental e o estudo profissional agriacutecola

1567 middot Eacute fundado o coleacutegio jesuiacuteta do Rio de Janeiro

1570 middot O Brasil conta com cinco escolas elementares (Porto Seguro Ilheacuteus Satildeo Vicente Espiacuterito Santo e Satildeo Paulo de Piratininga) e trecircs coleacutegios (Rio de Janeiro Pernambuco e Bahia)

1759

middot Duzentos e dez anos apoacutes a chegada e de serem os uacutenicos responsaacuteveis pela educaccedilatildeo no Brasil deixam a colocircnia cerca de Quinhentos padres jesuiacutetas expulsos pelo Marquecircs de Pombal Ministro de D Joseacute I paralisando 17 coleacutegios 36 missotildees seminaacuterios menores e escolas elementaresmiddot O Alvaraacute de 28 de julho determina a instituiccedilatildeo de aulas de gramaacutetica latina aulas de grego e de retoacuterica aleacutem de criar o cargo de Diretor de Estudos Medidas inoacutecuas para um sistema de ensino fragmentado

1770 A Reforma Pombalina de Educaccedilatildeo substitui o sistema jesuiacutetico e o ensino eacute dirigido pelos vicemiddotreis nomeados por Portugal

1772 middot Eacute instituiacutedo o subsiacutedio literaacuterio imposto destinado a manutenccedilatildeo dos ensinos primaacuterio e meacutedio middot Eacute fundada no Rio de Janeiro a Academia Cientiacutefica

1810 middot Desfazendomiddotse de seus proacuteprios livros (60000 volumes) trazidos de Portugal D Joatildeo funda a nossa primeira biblioteca middot Eacute criada a Academia Militar

1812 Satildeo criados cursos de Agricultura na Bahia middot Eacute criada a escola de serralheiros oficiais de lima e espingardeiros em Minas Gerais middot Eacute criado o laboratoacuterio de quiacutemica no Rio de Janeiro

1822 O Decreto de 1o de marccedilo criava no Rio de Janeiro uma escola baseada no meacutetodo lancasteriano ou de ensino muacutetuo Ou seja somente um professor para cada escola

34

1824 middot A Constituiccedilatildeo outorgada pela Assembleacuteia Constituinte dizia no seu artigo 179 que a instruccedilatildeo primaacuteria era gratuita a todos os cidadatildeos

1834 middot O Ato Adicional da reforma constitucional dizia que a educaccedilatildeo primaacuteria e secundaacuteria ficaria a cargo das proviacutencias restando a administraccedilatildeo nacional o ensino superior

1835 Eacute criada uma escola normal em Niteroacutei A primeira do Brasil

1838 middot O Coleacutegio Pedro II eacute fundado no Rio de Janeiro

1854 O Decreto 1331A de 17 de fevereiro reforma os ensinos primaacuterio e secundaacuterio exigindo professores credenciados e a volta da fiscalizaccedilatildeo oficial cria a Inspetoria Geral da Instruccedilatildeo Primaacuteria e Secundaacuteria middot Eacute criada uma escola normal na Paraiacuteba

1873 Com o objetivo de estimular o desenvolvimento dos estudos secundaacuterios nas proviacutencias e de facilitar aos candidatos das proviacutencias o acesso aos cursos superiores o Ministro Joatildeo Alfredo Correia de Oliveira instalou nas capitais das proviacutencias do Impeacuterio bancas de exames gerais preparatoacuterios

1874 middot Eacute criada a Escola Politeacutecnica

1889

Ferreira Viana Ministro do Impeacuterio dizia ser fundamental formar professores com a necessaacuteria instruccedilatildeo cientiacutefica e profissional middot Em sua uacuteltima fala do trono Sua Majestade pedia empenho para a criaccedilatildeo de um ministeacuterio destinado aos negoacutecios da Instruccedilatildeo Puacuteblica middot Com a Proclamaccedilatildeo da Repuacuteblica no Governo Provisoacuterio do Marechal Deodoro da Fonseca torna-se Ministro da Instruccedilatildeo Puacuteblica Correios e Teleacutegrafos Benjamin Constant Botelho de Magalhatildees middot Os alunos matriculados nas escolas correspondem a 12 da populaccedilatildeo em idade escolar

1890 middot O Decreto 510 do Governo Provisoacuterio da Repuacuteblica diz em seu artigo 62 item 5o que o ensino seraacute leigo e livre em todos os graus e gratuito no primaacuterio middot O iacutendice de analfabetismo no Brasil eacute de 672

1891 A Constituiccedilatildeo estipula o ensino leigo nas escolas puacuteblicas em oposiccedilatildeo ao ensino religioso middot Eacute Ministro da Instruccedilatildeo Puacuteblica Correios e Teleacutegrafos Joatildeo Barbalho Uchoa Cavalcanti middot No Governo de Floriano Peixoto satildeo Ministros da Instruccedilatildeo Puacuteblica Correios e Teleacutegrafos Joseacute Higino Duarte Pereira (interino) e Fernando Lobo Leite Pereira

1927

O educador Francisco Campos realiza no Estado de Minas Gerais uma reforma educacional middot Realizamiddotse a primeira das Conferecircncias Nacionais de Educaccedilatildeo em Curitiba organizada pela Associaccedilatildeo Brasileira de Educaccedilatildeo middot ABE middot Por iniciativa de Francisco Mendes Pimentel eacute criada a Universidade de Minas Gerais (a iniciativa teve curta duraccedilatildeo)

1930

Satildeo Ministros da Justiccedila e Negoacutecios Interiores na Junta Governativa que durou apenas onze dias Gabriel Loureiro Bernardes e Afracircnio de Melo Franco (interino) middot Eacute criado o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Sauacutede Puacuteblica atraveacutes do Decreto 19402 tendo como Ministros no Governo Getuacutelio Vargas Francisco Luiz da Silva Campos Belizaacuterio Augusto de Oliveira Pena Washington Ferreira Pires e Gustavo Capanema middot O educador Lourenccedilo Filho publica Introduccedilatildeo ao Estudo da Escola Nova middot O educador Fernando de Azevedo cria a Biblioteca Pedagoacutegica Brasileira middot Os alunos matriculados nas escolas correspondem a 30 da populaccedilatildeo em idade escolar

1931

O governo provisoacuterio sanciona decretos organizando o ensino secundaacuterio e as universidades brasileiras ainda inexistentes Estes Decretos ficaram conhecidos como Reforma Francisco Campos middot O Decreto 19850 de 11 de abril cria o Conselho Nacional de Educaccedilatildeo middot O Decreto 19851 de 11 de abril institui o Estatuto das Universidades Brasileiras que dispotildee sobre a organizaccedilatildeo do ensino superior no Brasil e adota o regime universitaacuterio

35

middot O Decreto 19852 de 11 de abril dispotildee sobre a organizaccedilatildeo da Universidade do Rio de Janeiro middot O Decreto 19890 de 18 de abril dispotildee sobre a organizaccedilatildeo do ensino secundaacuterio middot O Decreto 20158 de 30 de julho organiza o ensino comercial regulamenta a profissatildeo de contador e daacute outras providecircncias middot O Decreto 21241 de 14 de abril consolida as disposiccedilotildees sobre o ensino secundaacuterio

1932

Um grupo de educadores lanccedila agrave naccedilatildeo o Manifesto dos Pioneiros da Educaccedilatildeo Nova redigido por Fernando de Azevedo middot O Decreto 21241 de 4 de abril consolida a reforma do ensino secundaacuterio visando segundo Francisco Campos a formaccedilatildeo do homem para todos os grandes setores da atividade nacional Este Decreto resultou na implantaccedilatildeo de um curriacuteculo enciclopeacutedico

1934

A nova Constituiccedilatildeo dispotildee pela primeira vez que a educaccedilatildeo eacute direito de todos devendo ser ministrada pela famiacutelia e pelos Poderes Puacuteblicos Passa a funcionar o Conselho Nacional de Educaccedilatildeo CNE e os Conselhos Estaduais de Educaccedilatildeo middot CEEs Por iniciativa do governador Armando Salles Oliveira foi criada a Universidade de Satildeo Paulo A primeira a ser criada e organizada segundo as normas do Estatuto das Universidades Brasileiras de 1931 Eacute fundada a Universidade de Porto Alegre

1942

Eacute decretada a reforma do ensino relativa ao ensino secundaacuterio conhecida como Reforma Capanema middot O Decreto-lei 4048 de 22 de janeiro cria o Serviccedilo Nacional de Aprendizagem Industrial - SENAI middot O Decreto-lei 4073 de 30 de janeiro regulamenta o ensino industrial middot O Decreto-lei 4244 de 9 de abril regulamenta o ensino secundaacuterio middot O Decreto-lei 4481 de 16 de julho dispotildee sobre a obrigatoriedade dos estabelecimentos industriais empregarem um total de 8 correspondente ao nuacutemero de operaacuterios e matriculaacute-los nas escolas do SENAI middot O Decreto-lei 4436 de 7 de novembro amplia o acircmbito do SENAI atingindo tambeacutem o setor de transportes das comunicaccedilotildees e da pesca middot O Decreto-lei 4984 de 21 de novembro compele que as empresas oficiais com mais de cem empregados a manter por conta proacutepria uma escola de aprendizagem destinada agrave formaccedilatildeo profissional de seus aprendizes

1943

Ainda no espiacuterito da Reforma Capanema eacute baixado o Decreto-lei 6141 de 28 de dezembro regulamentando o ensino comercial Eacute criada em Recife por Felipe Tiago Gomes a Campanha do Ginasiano Pobre - CGP nuacutecleo inicial da futura Campanha Nacional de Escolas da Comunidade - CNEC A Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho exige que sejam implantadas creches nas empresas para filhos de funcionaacuterios middot Eacute fundada a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro - UFRRJ

1946

A nova Constituiccedilatildeo determina a obrigatoriedade de se cumprir o ensino primaacuterio e daacute competecircncia agrave Uniatildeo para legislar sobre as diretrizes e bases da educaccedilatildeo nacional Volta a figurar na Constituiccedilatildeo que a educaccedilatildeo eacute direito de todos Tendo como Ministro da Educaccedilatildeo Raul Leitatildeo da Cunha satildeo baixados os seguintes Decretos-lei middot O Decreto-lei 8529 de 2 de janeiro regulamenta o ensino primaacuterio middot O Decreto-lei 8530 de 2 de janeiro regulamenta o ensino normal middot Os Decretos-lei 8621 e 8622 de 10 de janeiro criam o Serviccedilo Nacional de Aprendizagem Comercial - SENAC middot O Decreto-lei 9613 de 20 de agosto regulamenta o ensino agriacutecola Satildeo fundadas a Universidade Federal de Pernambuco e a Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica de Satildeo Paulo middot Satildeo Ministros da Educaccedilatildeo e Sauacutede Puacuteblica no Governo Eurico Gaspar Dutra Ernesto de Souza Campos Clemente Mariani Bittencourt Eduardo Rios Filho (interino) e Pedro Calmon Moniz de

36

Bittencourt

1948 O governo atraveacutes do Ministro Clemente Mariani encaminha ao Congresso Nacional o projeto de Lei de Diretrizes e Bases para a Educaccedilatildeo Nacional Realiza-se o I Congresso Nacional da Campanha do Ginasiano Pobre que passa a se chamar Campanha Nacional dos Educandaacuterios Gratuitos

1953

Com a criaccedilatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Sauacutede Puacuteblica passa a se chamar Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura Eacute criada a Campanha de Aperfeiccediloamento e Difusatildeo do Ensino Secundaacuterio - CADES vinculado agrave Diretoria do Ensino Secundaacuterio dirigida por Armando Hildebrand Eacute criado o Comitecirc Brasileiro da Organizaccedilatildeo Mundial de Educaccedilatildeo Preacute-Escolar - OMEP

1955

Eacute criado o Instituto Superior de Estudos Brasileiros - ISEB com o objetivo de criar uma cultura brasileira Eacute criada a Campanha Nacional de Alimentaccedilatildeo Escolar - CNAE vinculada ao Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Aniacutesio Teixeira funda os Centros de Pesquisas Educacionais de Satildeo Paulo Rio de Janeiro Recife Belo Horizonte Salvador e Porto Alegre O Deputado Carlos Lacerda apresenta seu primeiro substitutivo ao projeto de Lei para Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional Eacute Ministro da Educaccedilatildeo e Cultura no Governo Nereu Ramos Abgard de Castro Arauacutejo Renault Satildeo fundadas a Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica de Campinas e a Universidade Federal da Paraiacuteba

1957

Eacute criada a Revista Escola Secundaacuteria pela Campanha de Aperfeiccediloamento e Difusatildeo do Ensino Secundaacuterio - CADES do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo O ministro Cloacutevis Salgado altera o projeto original da Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional e envia para o Congresso Nacional o Substitutivo no 2222 Fundada a Universidade Federal do Paraacute

1959 A Emenda Carlos Lacerda (seu terceiro substitutivo) prevalece sobre o texto das Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional alterando substancialmente a pujanccedila do projeto original Cento e oitenta educadores lanccedilam um manifesto agrave naccedilatildeo solicitando ao governo que o projeto da Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional fosse rejeitado

1961

Depois de treze anos de discussotildees eacute promulgada a Lei 4024 que regulamenta as Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional O presidente Joatildeo Goulart ainda vetou 25 artigos que posteriormente receberam aprovaccedilatildeo pelo Congresso Surgem os Centros Populares de Cultura - CPC intimamente ligados agrave Uniatildeo Nacional dos Estudantes - UNE e o Movimento de Educaccedilatildeo de Base - MEB ligado agrave Confederaccedilatildeo Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB e ao governo da Uniatildeo A Prefeitura Municipal de Natal no Rio Grande do Norte inicia uma campanha de alfabetizaccedilatildeo (De Peacute no Chatildeo Tambeacutem se Aprende a Ler) A teacutecnica didaacutetica criada pelo pernambucano Paulo Freire propunha-se a alfabetizar em 40 horas adultos analfabetos A experiecircncia teve iniacutecio na cidade de Angicos no Estado do Rio Grande do Norte e logo depois na cidade de Tiriri no Estado de Pernambuco Eacute Ministro da Educaccedilatildeo e Cultura no Governo Jacircnio Quadros Briacutegido Fernandes Tinoco Satildeo Ministros da Educaccedilatildeo e Cultura no Governo Joatildeo Goulart durante o Regime Parlamentarista Antonio Ferreira de Oliveira Brito Roberto Tavares de Lira e Darcy Ribeiro durante o Regime Presidencialista Teotocircnio Mauriacutecio Monteiro de Barros Filho Paulo de Tarso Santos e Juacutelio Furquim de Sambaqui (interino) Eacute criada a Universidade de Brasiacutelia a Universidade Federal de Alagoas e a do Espiacuterito Santo e a Universidade Catoacutelica de Petroacutepolis e a de Salvador

1962 Eacute criado o Conselho Federal de Educaccedilatildeo cumprindo o artigo 9o da Lei de Diretrizes e Bases Este substitui o Conselho Nacional de Educaccedilatildeo Satildeo criados tambeacutem os Conselhos Estaduais de Educaccedilatildeo

37

Eacute criado o Plano Nacional de Educaccedilatildeo e o Programa Nacional de Alfabetizaccedilatildeo pelo Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura inspirado no Meacutetodo Paulo Freire Eacute fundada a Universidade Estadual de Campinas e a Universidade Norte de Ensino Superior de Montes Claros Minas Gerais

1965 Acordo MECConselho de Cooperaccedilatildeo Teacutecnica da Alianccedila para o Progresso - CONTAPUSAID para melhoria do ensino meacutedio Previa assessoria teacutecnica americana para o planejamento do ensino e treinamento de teacutecnicos brasileiros nos Estados Unidos

1966 Acordo MEC CONTAP USAID de assessoria para a expansatildeo e aperfeiccediloamento do quadro de professores de ensino meacutedio no Brasil

1968 A Lei 5540 de 28 de novembro fixa normas de organizaccedilatildeo e funcionamento do ensino superior e sua articulaccedilatildeo com a escola meacutedia

1971

Eacute promulgada a Lei 5692 que regulamenta o ensino de primeiro e segundo graus Entre outras determinaccedilotildees amplia a obrigatoriedade escolar de quatro para oito anos aglutina o antigo primaacuterio com o ginasial suprimindo o exame de admissatildeo e criando a escola uacutenica profissionalizante A Resoluccedilatildeo no 8 do Conselho Federal de Educaccedilatildeo fixa o nuacutecleo comum para os curriacuteculos do ensino de 1o e 2o graus definindo seus objetivos e a amplitude O Parecer 853 do Conselho Federal de Educaccedilatildeo define a doutrina de curriacuteculo indica os conteuacutedos de nuacutecleo comum apresenta o conceito de mateacuteria orienta suas formas de tratamento e integraccedilatildeo indica os objetivos das aacutereas de estudo e os do processo educativo remetendo-os ao objetivo geral do ensino de 1o e 2o graus e aos fins da educaccedilatildeo brasileira O Decreto 68908 dispotildee sobre o concurso vestibular fixando as condiccedilotildees para o ingresso na Universidade

1972 O Parecer no 45 do Conselho Federal de Educaccedilatildeo fixa o curriacuteculo miacutenimo a ser exigido em cada habilitaccedilatildeo profissional ou conjunto de habilitaccedilotildees afins no ensino de 2o grau

1978 A Portaria no 505 do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo aprova diretrizes baacutesicas para o ensino de Moral e Ciacutevica nos cursos de 1o e 2o graus e de Estudos de Problemas Brasileiros nos cursos superiores

1982

A Lei no 7044 altera dispositivos da Lei 569271 referentes agrave profissionalizaccedilatildeo do ensino de 2o grau implicando em algumas mudanccedilas na proposta curricular dispensando as escolas da obrigatoriedade da profissionalizaccedilatildeo voltando a ecircnfase agrave formaccedilatildeo geral O Parecer no 618 do Conselho Federal de Educaccedilatildeo explica as alteraccedilotildees introduzidas pela Lei 7044

1986

O Parecer no 785 do Conselho Federal de Educaccedilatildeo reformula o nuacutecleo comum para o ensino de 1o e 2o graus middot A Resoluccedilatildeo no 6 do Conselho Federal de Educaccedilatildeo reformula o nuacutecleo comum para os curriacuteculos do ensino de 1o e 2o graus revogando a Resoluccedilatildeo no 871 do proacuteprio CFE dando novas diretrizes

1992 As disciplinas de Organizaccedilatildeo Social e Poliacutetica do Brasil - OSPB e Estudos de Problemas Brasileiros - EPB deixam de ser obrigatoacuterias no ensino de 2o grau e superior

1995 A Universidade de Brasiacutelia cria o Programa de Avaliaccedilatildeo Seriada - PAS para ingresso na universidade que acaba com o exame vestibular A avaliaccedilatildeo do aluno eacute feita durante a realizaccedilatildeo do 2o grau

1996 O Presidente sanciona a Lei no 9394 a Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo (LDB) que ficou oito anos em discussatildeo no Congresso

1997 As escolas de 2o grau tambeacutem satildeo avaliadas atraveacutes de Provatildeo

1998 Eacute instituiacutedo pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais - INEP o Exame Nacional do Ensino Meacutedio - ENEM para ser aplicado aos alunos concluintes e aos egressos deste niacutevel de ensino

38

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria a partir de dados disponibilizados em

wwwPedagogiaemfocoprobr

No capiacutetulo a seguir eacute descrita a Estrutura Organizacional da Educaccedilatildeo no

Brasil

39

Capiacutetulo 3 A Estrutura Organizacional da Educaccedilatildeo no Brasil

Os conteuacutedos dos itens 31 e 32 foram extraiacutedos da Lei nordm 9394 de 20 de

dezembro de 1996 - Lei de Diretrizes e Bases (LDB) e as informaccedilotildees do item 33

foram baseados no site institucional da Secretaria Estadual de Educaccedilatildeo do

Estado do Rio de Janeiro (SEERJ)

31 A Organizaccedilatildeo

A Organizaccedilatildeo da Educaccedilatildeo Nacional eacute composta pela Uniatildeo pelos

Estados pelo Distrito Federal e pelos Municiacutepios organizados em regime de

colaboraccedilatildeo

Cabe agrave Uniatildeo a coordenaccedilatildeo da poliacutetica nacional de educaccedilatildeo da

articulaccedilatildeo os diferentes niacuteveis e sistemas A Uniatildeo ainda exerce funccedilatildeo

normativa redistributiva e supletiva em relaccedilatildeo agraves demais instacircncias

educacionais

40

311 Atribuiccedilotildees da Uniatildeo

De acordo com a Lei das Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo eacute papel do

Governo Federal atraveacutes do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo

1 - Elaborar o Plano Nacional de Educaccedilatildeo em colaboraccedilatildeo com os

Estados o Distrito Federal e os Municiacutepios

2 - Organizar manter e desenvolver os oacutergatildeos e instituiccedilotildees oficiais do

sistema federal de ensino e o dos Territoacuterios

3 - Prestar assistecircncia teacutecnica e financeira aos Estados ao Distrito Federal e

aos Municiacutepios para o desenvolvimento de seus sistemas de ensino e o

atendimento prioritaacuterio agrave escolaridade obrigatoacuteria exercendo sua funccedilatildeo

redistributiva e supletiva

4 - Estabelecer em colaboraccedilatildeo com os Estados o Distrito Federal e os

Municiacutepios competecircncias e diretrizes para a educaccedilatildeo infantil o ensino

fundamental e o ensino meacutedio que nortearatildeo os curriacuteculos e seus conteuacutedos

miacutenimos de modo a assegurar formaccedilatildeo baacutesica comum

5 - Coletar analisar e disseminar informaccedilotildees sobre a educaccedilatildeo

6 - Assegurar processo nacional de avaliaccedilatildeo do rendimento escolar no

ensino fundamental meacutedio e superior em colaboraccedilatildeo com os sistemas de

ensino objetivando a definiccedilatildeo de prioridades e a melhoria da qualidade do

ensino

7 - Baixar normas gerais sobre cursos de graduaccedilatildeo e poacutes-graduaccedilatildeo

8-Assegurar processo nacional de avaliaccedilatildeo das instituiccedilotildees de educaccedilatildeo

superior com a cooperaccedilatildeo dos sistemas que tiverem responsabilidade sobre

este niacutevel de ensino

41

9-Autorizar reconhecer credenciar supervisionar e avaliar

respectivamente os cursos das instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior e os

estabelecimentos do seu sistema de ensino

312 Atribuiccedilotildees dos Estados

Tambeacutem conforme estabelecido na LDB cabe aos Governos Estaduais

atraveacutes das Secretarias Estaduais de Educaccedilatildeo

1-Organizar manter e desenvolver os oacutergatildeos e instituiccedilotildees oficiais dos seus

sistemas de ensino

2-Definir com os Municiacutepios formas de colaboraccedilatildeo na oferta do ensino

fundamental as quais devem assegurar a distribuiccedilatildeo proporcional das

responsabilidades de acordo com a populaccedilatildeo a ser atendida e os recursos

financeiros disponiacuteveis em cada uma dessas esferas do Poder Puacuteblico

3-Elaborar e executar poliacuteticas e planos educacionais em consonacircncia

com as diretrizes e planos nacionais de educaccedilatildeo integrando e coordenando as

suas accedilotildees e as dos seus Municiacutepios

4-Autorizar reconhecer credenciar supervisionar e avaliar

respectivamente os cursos das instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior e os

estabelecimentos do seu sistema de ensino

5-Baixar normas complementares para o seu sistema de ensino

6-Assegurar o ensino fundamental e oferecer com prioridade o ensino

meacutedio

Em relaccedilatildeo ao Distrito Federal aplicam-se as competecircncias referentes aos

Estados e aos Municiacutepios

42

313 Atribuiccedilotildees dos Municiacutepios

A LDB estabelece que os Municiacutepios incumbir-se-atildeo atraveacutes das Secretarias

Municipais de Educaccedilatildeo

1-Organizar manter e desenvolver os oacutergatildeos e instituiccedilotildees oficiais dos seus

sistemas de ensino integrando-os agraves poliacuteticas e planos educacionais da Uniatildeo e

dos Estados

2-Exercer accedilatildeo redistributiva em relaccedilatildeo agraves suas escolas

3-Baixar normas complementares para o seu sistema de ensino

4-Autorizar credenciar e supervisionar os estabelecimentos do seu sistema

de ensino

5-Oferecer a educaccedilatildeo infantil em creches e preacute-escolas e com

prioridade o ensino fundamental permitida a atuaccedilatildeo em outros niacuteveis de ensino

somente quando estiverem atendidas plenamente as necessidades de sua aacuterea

de competecircncia e com recursos acima dos percentuais miacutenimos vinculados pela

Constituiccedilatildeo Federal agrave manutenccedilatildeo e desenvolvimento do ensino

Os Municiacutepios podem optar ainda por se integrar ao sistema estadual de

ensino ou compor com ele um sistema uacutenico de educaccedilatildeo baacutesica

314 O Papel dos Estabelecimentos de Ensino

Respeitadas as normas comuns e as do seu sistema de ensino a LDB

estabelece que os estabelecimentos de ensino tecircm a funccedilatildeo de

1 -Elaborar e executar sua proposta pedagoacutegica

2- Administrar seu pessoal e seus recursos materiais e financeiros

3 -Assegurar o cumprimento dos dias letivos e horas-aula estabelecidos

43

4 -Velar pelo cumprimento do plano de trabalho de cada docente

5 -Prover meios para a recuperaccedilatildeo dos alunos de menor rendimento

6-Articular-se com as famiacutelias e a comunidade criando processos de

integraccedilatildeo da sociedade com a escola

7 -Informar os pais e responsaacuteveis sobre a frequumlecircncia e o rendimento dos

alunos bem como sobre a execuccedilatildeo de sua proposta pedagoacutegica

315 Atribuiccedilotildees dos Docentes

Segundo a LDB cabe aos docentes

1 -Participar da elaboraccedilatildeo da proposta pedagoacutegica do estabelecimento

de ensino

2 -Elaborar e cumprir plano de trabalho segundo a proposta pedagoacutegica

do estabelecimento de ensino

3 -Zelar pela aprendizagem dos alunos

4- Estabelecer estrateacutegias de recuperaccedilatildeo para os alunos de menor

rendimento

5-Ministrar os dias letivos e horas-aula estabelecidos aleacutem de participar

integralmente dos periacuteodos dedicados ao planejamento agrave avaliaccedilatildeo e ao

desenvolvimento profissional

6 -Colaborar com as atividades de articulaccedilatildeo da escola com as famiacutelias e

a comunidade

A LDB estabelece ainda que os sistemas de ensino definiratildeo as normas da

gestatildeo democraacutetica do ensino puacuteblico na educaccedilatildeo baacutesica de acordo com as

suas peculiaridades e conforme os princiacutepios de

44

Participaccedilatildeo dos profissionais da educaccedilatildeo na elaboraccedilatildeo do projeto

pedagoacutegico da escola e de participaccedilatildeo das comunidades escolar e local em

conselhos escolares ou equivalentes

Tambeacutem se configura como atribuiccedilatildeo dos sistemas de ensino assegurar agraves

unidades escolares puacuteblicas de educaccedilatildeo baacutesica que os integram progressivos

graus de autonomia pedagoacutegica e administrativa e de gestatildeo financeira

observadas as normas gerais de direito financeiro puacuteblico

32 A Abrangecircncia dos Sistemas

Os sistemas de ensino estatildeo relacionados agraves diferentes esferas

governamentais conforme segue

321 O Sistema Federal

O Sistema Federal de ensino compreende

1 - As instituiccedilotildees de ensino mantidas pela Uniatildeo

2-As instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior criadas e mantidas pela iniciativa

privada

3 -Os oacutergatildeos federais de educaccedilatildeo

322 Os Sistemas de Ensino dos Estados e do Distrito Federal Compreendem

1-As instituiccedilotildees de ensino mantidas respectivamente pelo Poder Puacuteblico

estadual e pelo Distrito Federal

2 -As instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior mantidas pelo Poder Puacuteblico

municipal

3-As instituiccedilotildees de ensino fundamental e meacutedio criadas e mantidas pela

iniciativa privada

45

4 -Os oacutergatildeos de educaccedilatildeo estaduais e do Distrito Federal

respectivamente

No Distrito Federal as instituiccedilotildees de educaccedilatildeo infantil criadas e mantidas

pela iniciativa privada integram seu sistema de ensino

323 O Sistema Municipal Na esfera Municipal os sistemas de ensino compreendem

1-As instituiccedilotildees do ensino fundamental meacutedio e de educaccedilatildeo infantil

mantidas pelo Poder Puacuteblico municipal

2-As instituiccedilotildees de educaccedilatildeo infantis criadas e mantidas pela iniciativa

privada

3-Os oacutergatildeos municipais de educaccedilatildeo

As instituiccedilotildees de ensino dos diferentes niacuteveis classificam-se nas seguintes

categorias administrativas

1-Puacuteblicas assim entendidas as criadas ou incorporadas mantidas e

administradas pelo Poder Puacuteblico

2 -Privadas assim entendidas as mantidas e administradas por pessoas

fiacutesicas ou juriacutedicas de direito privado

A figura 31 mostra de forma resumida a estrutura organizacional da educaccedilatildeo brasileira

46

UNIAtildeO

MINISTEacuteRIO DA EDUCACcedilAtildeO

ESTADOS

SECRETARIA ESTADUAL DE EDUCACcedilAtildeO

MUNICIacutePIOS

SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCACcedilAtildeO

AL UNOS

ENSINO SUPERIOR

Docentes

ENSINO MEacuteDIO

Docentes

ENSINO FUNDAMENTAL

Figura 31 Organograma da Organizaccedilatildeo Educacional Brasileira

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria a partir dos dados descritos neste capiacutetulo

Como os estudos deste trabalho estatildeo focados no ensino meacutedio a seguir

seraacute destacada a Secretaria Estadual de Educaccedilatildeo do Estado do Rio de Janeiro

33 A Secretaria Estadual de Educaccedilatildeo

A Secretaria Estadual de Educaccedilatildeo do Rio de Janeiro foi criada em 15 de

marccedilo de 1975 Em sua atual administraccedilatildeo o Secretaacuterio Nelson Maculam Filho

comanda uma rede de ensino de 1679 escolas 77 mil professores 22617

funcionaacuterios de apoio administrativo e um universo de 15 milhatildeo de alunos A

Secretaria eacute composta por 29 coordenadorias distribuiacutedas por regiotildees do estado

do Rio de Janeiro de acordo com a Tabela 31

47

Tabela 31 Coordenadorias da SEERJ

REGIOtildeES COORDENADORIASBaiacutea da Ilha Grande Baiacutea da Ilha Grande

Baixadas Litoracircneas IBaixadas Litoracircneas IICentro Sul ICentro Sul IIMeacutedio Paraiacuteba IMeacutedio Paraiacuteba IIMeacutedio Paraiacuteba IIIMetropolitana IMetropolitana IIMetropolitana IIIMetropolitana IVMetropolitana VMetropolitana VIMetropolitana VIIMetropolitana VIIIMetropolitana IXMetropolitana XMetropolitana XINoroeste Fluminense INoroeste Fluminense IINoroeste Fluminense IIINorte Fluminense INorte Fluminense IINorte Fluminense IIISerrana ISerrana IISerrana IIISerrana IV

Noroeste Fluminense

Norte Fluminense

Serrana

Baixadas Litoracircneas

Centro Sul

Meacutedio Paraiacuteba

Metropolitana

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria a partir de dados da SEERJ

No mapa da figura 32 satildeo mostrados os municiacutepios de cada regiatildeo relacionados na tabela 31

48

Figura 32 Mapa das metropolitanas do estado do Rio de Janeiro

Fonte Site institucional da SEEERJ

O foco deste estudo se restringe agraves escolas situadas no Municiacutepio do Rio de

Janeiro portanto seratildeo mostrados os detalhes das Metropolitanas III IV e X

METROPOLITANA III

Situada no bairro do Meacuteier coordena 163 escolas compreendendo

escolas de ensino fundamental e ensino meacutedio totalizando cerca de 68475

alunos

METROPOLITANA IV

Situada no bairro de Campo Grande coordena 141 escolas

compreendendo escolas de ensino fundamental e ensino meacutedio totalizando

cerca de 90733 alunos

49

METROPOLITANA X

Situada no bairro da Tijuca coordena 163 escolas compreendendo

escolas de ensino fundamental e ensino meacutedio totalizando cerca de 58693

alunos

Aleacutem das atribuiccedilotildees definidas por lei a SEERJ desenvolve accedilotildees e projetos

paralelos como mostrados a seguir

Accedilotildees e Projetos Secretaria Estadual de Educaccedilatildeo

PROGRAMA SUCESSO ESCOLAR

O programa sucesso escolar foi lanccedilado em 31 de maio de 2004 com o

objetivo de combater a reprovaccedilatildeo e a evasatildeo nas escolas evasotildees estas que

custam ao Estado cerca de R$ 450 milhotildees por ano O Rio de Janeiro tem um dos

maiores iacutendices de reprovaccedilatildeo do Sudeste 381 cerca de 10 abaixo da meacutedia

nacional Desde 2004 os alunos da rede recebem reforccedilo escolar atraveacutes de

aulas extras O programa atende aos alunos com baixo desempenho escolar

PROGRAMA SAUacuteDE NA ESCOLA

O Programa promove sauacutede nos CIEPS desde 2000 Em 1995 com base na

Carta de Otawa (WHO 1986) surgiu o conceito de Escolas Promotoras de

Sauacutede atraveacutes da Iniciativa Global de Sauacutede na Escola lanccedilada pela

Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede Trata-se de uma accedilatildeo em parceria entre as

secretarias de Estado de Educaccedilatildeo Sauacutede e a Defesa Civil visando a prevenccedilatildeo

e a promoccedilatildeo da sauacutede dos estudantes oferecendo atendimento cliacutenico

pediaacutetrico e odontoloacutegico

REGISTRO UacuteNICO DO ALUNO (REGUA)

O Registro Uacutenico do Aluno (REGUA) estaacute inserido no Programa de

Reestruturaccedilatildeo da Rede Puacuteblica de Ensino (PRO-REDE) Com o registro que eacute

uma carteira de estudante que funciona como identidade os estudantes tecircm

direito ao Passe Livre nos ocircnibus municipais aleacutem de descontos na aacuterea cultural

50

PROGRAMA QUADRO DE HORAacuteRIOS

O Programa foi lanccedilado em outubro de 2004 para definir os quadros de

horaacuterios de cada turma das 1854 escolas da rede estadual de ensino com o

objetivo de identificar os professores que natildeo estatildeo dando aula nem exercem

funccedilotildees administrativas nas escolas e assim poder providenciar a alocaccedilatildeo deles

em outras unidades combatendo assim o problema da falta de professores

PROJETO DE CAPACITACcedilAtildeO DE GESTORES ESCOLARES O Curso de Gestatildeo Escolar para Diretor Geral Diretor Adjunto e Gerente de

Ensino tem como objetivo

1 ndash Oferecer formaccedilatildeo continuada e ou formaccedilatildeo em niacutevel de

especializaccedilatildeo em serviccedilo aos gestores das escolas puacuteblicas de educaccedilatildeo

baacutesica da rede estadual

2 ndash Contribuir para a melhoria dos processos de gestatildeo da rede estadual

do Rio de Janeiro e tornar positivo seu impacto na qualidade da educaccedilatildeo

Baacutesica

3 ndash Contribuir para construccedilatildeo de um novo significado da gestatildeo escolar

com base na integraccedilatildeo dos aspectos administrativos e pedagoacutegicos nas accedilotildees

dos gestores

PROGRAMA ESTADUAL DE LEITURA

O programa pretende estimular o haacutebito de leitura nos alunos das escolas

da rede estadual e promove o acesso a livros e bens culturais Envolve a criaccedilatildeo

de poacutelos de leitura nas bibliotecas das escolas da rede em todos os municiacutepios do

Rio com a promoccedilatildeo ainda de eventos culturais mensais

PROGRAMA DE VISITAS

O Programa foi lanccedilado em maio de 2005 com a finalidade de combater

a evasatildeo e a repetecircncia nas escolas estaduais O programa tem por objetivo

resgatar o aluno e envolver a famiacutelia no dia-a-dia da escola Setecentos

estudantes do Ensino Meacutedio de 140 escolas da rede estadual com altos iacutendices

51

de evasatildeo e repetecircncia de 15 coordenadorias regionais percorreratildeo as suas

proacuteprias comunidades para levar informaccedilotildees sobre os projetos da Secretaria

chamar de volta agrave escola os colegas que desistiram de estudar e reunir sugestotildees

e reivindicaccedilotildees das famiacutelias visitadas Esses jovens receberatildeo bolsa mensal de R$

6500 (sessenta e cinco reais)

PROGRAMA DE MUNICIPALIZACcedilAtildeO DO ENSINO

O programa tem por objetivo aleacutem da passagem gradual dos encargos

da educaccedilatildeo infantil e ensino fundamental para a esfera municipal o programa

de municipalizaccedilatildeo traduz-se na integraccedilatildeo entre as esferas administrativas

atraveacutes de accedilotildees poliacutetico-pedagoacutegicas tendo por base a racionalizaccedilatildeo dos

sistemas municipais e estaduais de educaccedilatildeo objetivando aperfeiccediloar a

ocupaccedilatildeo de espaccedilos alocaccedilatildeo de alunos adequaccedilatildeo e aproveitamento dos

recursos humanos e materiais pensados enquanto rede puacuteblica unificada e sem

discriminaccedilotildees

PREcircMIO NACIONAL DE REFEREcircNCIA EM GESTAtildeO

Com o apoio da Fundaccedilatildeo Ford do Fundo das Naccedilotildees Unidas para a

infacircncia - Unicef da embaixada dos Estados Unidos no Brasil do Conselho

Britacircnico e eventualmente de outros organismos e instituiccedilotildees o Precircmio foi

instituiacutedo para atingir os seguintes objetivos

a) estimular o desenvolvimento da gestatildeo democraacutetica na escola tendo

como foco o compromisso com uma aprendizagem de qualidade

b) valorizar as escolas puacuteblicas de educaccedilatildeo baacutesica que se destaquem

por iniciativas e experiecircncias inovadoras e bem sucedidas de gestatildeo escolar

c) apoiar o desenvolvimento de uma cultura de auto-avaliaccedilatildeo da gestatildeo

escolar

d) incentivar o processo de melhoria contiacutenua da escola pela elaboraccedilatildeo

de planos de accedilatildeo tendo com base a sua auto-avaliaccedilatildeo

52

PLANO DE RECUPERACcedilAtildeO DA REDE FIacuteSICA

O Programa foi iniciado em 2002 responsaacutevel pela construccedilatildeo ampliaccedilatildeo

reforma e manutenccedilatildeo nas escolas da rede estadual de ensino

O programa tem por objetivo revitalizar as escolas da rede e atender

alunos professores e servidores de apoio com mais qualidade por meio de um

plano de recuperaccedilatildeo

PARLAMENTO JUVENIL

O Parlamento Juvenil eacute um programa pedagoacutegico da SEE em parceria

com a Assembleacuteia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) criado em 2003

em que os estudantes da rede aprendem a exercer na praacutetica as funccedilotildees

parlamentares

Tem por objetivo conscientizar os alunos da rede estadual de ensino sobre

processo democraacutetico integrando-os agrave atividade poliacutetica Aleacutem disso eacute uma

maneira de aproximar o jovem de tudo que diz respeito agrave sua cidade jaacute que seus

projetos de lei devem abordar os problemas de seus municiacutepios Tem como

Puacuteblico alvo toda a comunidade escolar

PROJETO OLHANDO A ESCOLA

O programa eacute desenvolvido em parceria entre a secretarias estaduais de

Educaccedilatildeo Sauacutede e Defesa Civil para identificar estudantes com problemas de

visatildeo o que tecircm dificultado o aprendizado e consequumlentemente o

desempenho escolar

PROGRAMA NOVA ESCOLA

O Objetivo eacute impulsionar a melhoria na qualidade de ensino e valorizar a

escola puacuteblica objetiva a propor criteacuterios de avaliaccedilatildeo das escolas em cinco

itens prestaccedilatildeo de contas gestatildeo da matriacutecula integraccedilatildeo com a comunidade

desempenho dos alunos (estudantes da 2ordf a 8ordf seacuteries do ensino Fundamental e 1ordf

a 3ordf seacuteries do ensino meacutedio fizeram provas de Liacutengua Portuguesa e Matemaacutetica e

53

fluxo escolar A partir dos resultados o programa concede aos professores e

demais profissionais gratificaccedilotildees proporcionais agraves suas realizaccedilotildees educacionais

PROGRAMA MERENDA ESCOLAR

Tem como objetivo suprir as necessidades nutricionais dos alunos durante o

tempo de permanecircncia na escola contribuir para a reduccedilatildeo da evasatildeo escolar

melhorar o rendimento escolar formar bons haacutebitos alimentares e contribuir para

a manutenccedilatildeo da sauacutede escolar

KITS ESCOLARES

O programa foi criado em 2004 consiste na distribuiccedilatildeo de kits escolares

para 15 milhatildeo de estudantes Os kits satildeo formados por caderno reacutegua cola

caneta laacutepis borracha apontador e mochila

JOGOS DA EDUCACcedilAtildeO PUacuteBLICA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Programa eacute desenvolvido em parceria pelas Secretarias Estaduais de

Educaccedilatildeo e de Esportes para incentivar o gosto e o haacutebito de praticar esporte

entre os estudantes da rede fornecendo noccedilotildees de cidadania e contribuindo

para melhorar o desempenho escolar

PROGRAMA ESTADUAL DE INFORMAacuteTICA APLICADA Agrave

EDUCACcedilAtildeO

O programa tem como objetivo aumentar o nuacutemero de laboratoacuterios e

ampliar o acesso dos estudantes e da comunidade escolar em geral agrave

informaacutetica e agrave internet promovendo assim a inclusatildeo digital

HORAacuteRIO INTEGRAL

Os Centros Integrados de Educaccedilatildeo Puacuteblica satildeo escolas de estilo

arquitetocircnico e proposta pedagoacutegica proacuteprios com funcionamento em horaacuterio

integral que proporcionam a seus alunos muacuteltiplas atividades complementando

54

o trabalho nas salas de aula com recreaccedilotildees esportes atividades culturais aleacutem

de fornecer alimentaccedilatildeo

O objetivo eacute estabelecer um processo de formaccedilatildeo do aluno que

estimule a constante troca de ideacuteias vivecircncias e empenho em promover a

autoconfianccedila para que eles sintam vontade real de aprender cada vez mais

cientes de seus deveres e direitos de cidadatildeo

PROGRAMA GEOREFERENCIAMENTO

Um sistema de informaacutetica georeferenciou cerca de 11 mil escolas das

redes municipal estadual federal e particular tendo como objetivos permitir que

a Secretaria de Educaccedilatildeo tenha informaccedilotildees sobre as 11 mil escolas do estado

do Rio de Janeiro Seraacute possiacutevel por meio dele planejar a construccedilatildeo e a

ampliaccedilatildeo de novas escolas assim como a matriacutecula e a troca de informaccedilotildees

entre municiacutepio e estado

FOacuteRUM PERMANENTE DE DIRETORES

Esse Foacuterum eacute presidido pelo Secretaacuterio com a presenccedila dos Subsecretaacuterios

e 81 Diretores das Unidades Escolares de toda a rede Visa discutir a realidade de

nossas escolas trazer sugestotildees a fim de nortear os trabalhos desenvolvidos pela

SEE

PROJETO FACcedilA PARTE O projeto tem por objetivo discutir de que maneira alunos e as escolas

podem ser estimulados a agir como voluntaacuterios debatendo as vaacuterias formas de

mobilizaccedilatildeo social considerada pelos especialistas como uma ferramenta de

ensino inovadora e interativa

PROGRAMA ESCOLAS DE PAZ O Programa Escolas de Paz faz parte de um acordo de cooperaccedilatildeo entre

a Unesco e a Secretaria de Estado de Educaccedilatildeo do Rio de Janeiro e segue as

orientaccedilotildees do Programa Abrindo Espaccedilos recomendado pela Unesco como

55

estrateacutegia de construccedilatildeo de uma Cultura de Paz Foi criado em 2000 e retomado

em agosto de 2003 Consiste em abrir 200 unidades escolares de 11

coordenadorias da Regiatildeo Metropolitana selecionadas nas aacutereas onde haacute maior

carecircncia de lazer nos finais de semana para atividades artiacutesticas esportivas e de

lazer As escolas oferecem cafeacute da manhatilde almoccedilo e agraves vezes lanches aos

participantes Eacute voltado para jovens de quatorze a vinte quatro anos

O programa visa implantar uma cultura de natildeo violecircncia no interior das

escolas e comunidades vizinhas aleacutem de procurar integrar e aproximar a famiacutelia

dos jovens agrave escola melhorar o desempenho estudantil e despertar eventuais

potencialidades culturais artiacutesticas e esportivas nos alunos O programa acontece

aos saacutebados das 9h agraves 17h mesmo nas feacuterias e as escolas recebem mensalmente

verbas para pagamento da equipe local manutenccedilatildeo e nutriccedilatildeo

PROJETO ESCOLA FAZ ARTE

A escola eacute o espaccedilo ideal para que os alunos possam expressar suas

qualidades artiacutesticas criando muitas vezes trabalhos maravilhosos verdadeiras

obras de arte que passam despercebidas fora dos muros escolares O projeto

visa valorizar os jovens talentos que surgem em nossas Unidades Escolares

incentivando e proporcionando uma maior divulgaccedilatildeo de seus dons criativos

Sendo assim a SEE elaborou o Projeto Escola faz Arte em agosto de 2004

retornando em marccedilo de 2005 visando expor durante uma semana os trabalhos

das Unidades Escolares no hall do gabinete do Secretaacuterio (5deg andar)

CHEQUE ndashESCOLA

Trata-se de um Programa de inclusatildeo social que transfere recursos

estaduais para famiacutelias de baixa renda que tenham filhos com idade escolar

entre sete e quatorze anos matriculados na rede puacuteblica

O programa tem por objetivo a permanecircncia dos alunos na escola

afastando-os da situaccedilatildeo de risco social favorecendo a formaccedilatildeo de novos

cidadatildeos e uma melhoria na qualidade de vida da famiacutelia A frequumlecircncia escolar

eacute condiccedilatildeo fundamental para a participaccedilatildeo e manutenccedilatildeo da famiacutelia no

56

programa

PROJETO APRENDENDO XADREZ NAS ESCOLAS

Consiste em uma parceria com a Federaccedilatildeo de Xadrez do Estado do Rio

de Janeiro para transformar o xadrez em ferramenta pedagoacutegica estimulando o

raciociacutenio a concentraccedilatildeo e a criatividade do aluno A meta eacute melhorar o

desempenho em matemaacutetica aleacutem de combater a repetecircncia e evasatildeo escolar

PROGRAMA ACELERA JOVEM

Programa foi lanccedilado para ajudar alunos que apresentem defasagem

idade-seacuterie a recuperar o tempo perdido com o objetivo de colocar o ensino

fundamental ao alcance de jovens que estatildeo fora da escola ou que estatildeo com

os estudos atrasados

O Programa visa atender aquela faixa etaacuteria delineada como de risco

jovens entre 15 e 30 anos que estatildeo fora da escola ou estando na escola

tenham pelo menos concluiacutedos quatro anos de estudo e apresentem uma

defasagem idade-seacuterie de trecircs anos ou mais

A ESCOLA VAI AO TEATRO

O Programa foi desenvolvido em parceria entre as Secretarias Estaduais de

Educaccedilatildeo e Cultura para estimular o interesse dos alunos por teatro e disciplinas

como literatura e histoacuteria O projeto quer incentivar ainda a melhoria do

desempenho escolar atraveacutes da abordagem de temas histoacutericos

O objetivo eacute levar os alunos permanentemente para assistir agrave peccedilas que

tenham conteuacutedo pedagoacutegico facilitando aos estudantes da rede puacuteblica o

acesso a esses bens culturais aleacutem de fornecer aos professores material para ser

discutido e trabalhado dentro da sala de aula

57

EDUCACcedilAtildeO AMBIENTAL

Esclarece e orienta agraves escolas os alunos e agrave comunidade sobre questotildees

referentes agrave Educaccedilatildeo Ambiental na Rede de Ensino Puacuteblica Estadual do Rio de

Janeiro

Contribui na consolidaccedilatildeo da Lei nordm 9795 de abril de 1999 que institui a

Poliacutetica Nacional de Educaccedilatildeo Ambiental

Desenvolve o Programa Estadual de Educaccedilatildeo Ambiental instituiacuteda pela

Lei 3325 de 17121999

Promove accedilotildees seminaacuterios e projetos objetivando a implantaccedilatildeo e

implementaccedilatildeo da Agenda Ambiental nas escolas puacuteblicas estadual do Rio de

Janeiro

A Estrutura Organizacional da Educaccedilatildeo no Brasil eacute uma ferramenta que

daacute suporte para o desenvolvimento da cidadania que eacute fator determinante para

a inclusatildeo social A inclusatildeo social seraacute tratada no capiacutetulo seguinte atraveacutes das

Poliacuteticas Puacuteblicas

58

Capiacutetulo 4 Poliacuteticas Puacuteblicas de Inclusatildeo Social

41 A Crise do Sistema Poliacutetico Liberal e o Iniacutecio do

Intervencionismo do Estado

Ateacute o iniacutecio do seacuteculo XX prevaleciam ideacuteias de um sistema poliacutetico liberal

no qual o Estado natildeo tinha muita participaccedilatildeo e a relaccedilatildeo do indiviacuteduo com a

sociedade soacute era percebida se o mesmo estivesse inserido de alguma forma no

mercado Aqueles que se encontravam fora desta condiccedilatildeo eram privados da

utilizaccedilatildeo de serviccedilos essenciais aquisiccedilatildeo de bens enfim de tudo o mais que se

fazia necessaacuterio para seu desenvolvimento (Carvalho 2002)

No primeiro quartel do seacuteculo XX a economia se encontrava em

recuperaccedilatildeo dos efeitos de poacutes-guerra a partir do liberalismo do estado e neste

mesmo periacuteodo se dava a consolidaccedilatildeo do capitalismo monopolista com a

fusatildeo de pequenas companhias originando os grandes conglomerados Isto

ocorreu mesmo com a existecircncia de leis como as ldquoantitrustesrdquo que impediam

estas uniotildees entre empresas Sem a efetividade das leis as grandes empresas

industriais e bancaacuterias predominavam o cenaacuterio econocircmico sob a proteccedilatildeo de

59

uma poliacutetica adotada pelos governos de natildeo intervirem nas movimentaccedilotildees do

mercado (Magdof 1979)

Nessa eacutepoca os Estados Unidos assumiram a hegemonia econocircmica em

escala mundial O seu crescimento econocircmico no poacutes-guerra propiciou enorme

euforia social dando a falsa imagem de uma prosperidade eterna Poreacutem a

sensaccedilatildeo de seguranccedila absoluta impediu a correta avaliaccedilatildeo das tendecircncias

econocircmicas Assim uma crise econocircmica se desencadeou a partir de 1929

resultante da quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque abalando a estrutura

do capitalismo liberal trazendo reflexos que se propagaram no mundo todo

promovendo uma crise econocircmica mundial (Arruda apud Reis 2000)

Este fato impulsionou a percepccedilatildeo de que o mercado possuiacutea seus limites

como reguladores naturais isto eacute que o mercado sozinho natildeo tinha condiccedilotildees de

se auto regular sem a influecircncia do Estado Natildeo restou alternativa para os

americanos a natildeo ser empreender uma mudanccedila de rumo no capitalismo liberal

inaugurando-se a fase intervencionista na qual o governo passou a ter papel

decisivo na orientaccedilatildeo do processo econocircmico Com a poliacutetica do ldquoNew Dealrdquo

os americanos traccedilaram um marco histoacuterico na trajetoacuteria do capitalismo A

intervenccedilatildeo do estado na vida econocircmica representava uma mudanccedila

significativa no modelo tradicional da economia de mercado praticada pelos

Estados Unidos Logo o Estado passou a ser o agente mediador civilizador

interferindo nas relaccedilotildees soacutecio econocircmicas (Arruda apud Reis 2000)

As repercussotildees da crise prolongaram-se ateacute 1933 e nesse cenaacuterio o Brasil

foi um dos paiacuteses novos que mais sofreu com a crise uma vez que o seu produto principal era o cafeacute responsaacutevel por 70 das exportaccedilotildees sendo os Estados

Unidos os maiores compradores e consumidores do produto

Os fazendeiros de cafeacute principal sustentaacuteculo do poder poliacutetico no Brasil

ateacute entatildeo exigiam medidas urgentes para solucionar a crise A incapacidade do

governo de Washington Luiacutes em superaacute-la foi o motivo imediato da revoluccedilatildeo de

1930 que depocircs o presidente e levou ao poder Getuacutelio Vargas

60

O Governo Vargas teve que implantar uma seacuterie de medidas com o

objetivo de modernizar a economia brasileira Nesse contexto se produziu uma

primeira ruptura no que diz respeito ao avanccedilo da acumulaccedilatildeo capitalista no

paiacutes no sentido da implantaccedilatildeo de um nuacutecleo baacutesico de induacutestria de bens de

produccedilatildeo bem como no da redefiniccedilatildeo do papel do Estado na economia Para

isso havia a necessidade de um Estado forte e promotor da integraccedilatildeo do

mercado interno e de uma intervenccedilatildeo econocircmica de modo a assegurar a

proteccedilatildeo agrave produccedilatildeo nacional e o bem-estar social da Naccedilatildeo (Mendonccedila

1986)

Na deacutecada de cinquumlenta o modelo econocircmico implantado por Getuacutelio

Vargas comeccedilou a dar seus primeiros sintomas de esgotamento provocando

uma crise poliacutetica que desembocaria finalmente na crise do pacto populista em

1964 Com a posse de Juscelino Kubitschek ocorreu uma reorientaccedilatildeo dos rumos

de nossa economia O Plano de Metas proposto por Juscelino foi um marco na

reelaboraccedilatildeo qualitativa das relaccedilotildees entre Estado e economia no paiacutes

integrando pela primeira vez sob o controle do governo as atividades do capital

puacuteblico e do privado (Mendonccedila 1986)

O golpe de 1964 natildeo correspondeu a nenhum marco no sentido da

definiccedilatildeo de um novo modelo econocircmico pelo contraacuterio seu papel foi apenas o

de garantir a consolidaccedilatildeo definitiva do modelo implantado nos anos cinquumlenta

aprimorando-o Se no periacuteodo compreendido entre 1962 e 1967 foi todo ele de

crise econocircmica Jaacute entre 1968 e 1974 ocorreu o conhecido ldquomilagre

econocircmicordquo cuja essecircncia nada mais significou senatildeo a garantia de lucros

faraocircnicos agraves empresas monopolistas (nacionais e estrangeiras) (Mendonccedila

1986)

42 O Estado e Suas Novas Funccedilotildees Sociais

O fim da deacutecada de 1970 foi marcado por uma crise proveniente do fim

de um periacuteodo denominado ldquomilagre econocircmicordquo este fato favoreceu

movimentos da sociedade em direccedilatildeo a redemocratizaccedilatildeo e a organizaccedilatildeo da

61

sociedade civil atraveacutes de diversos acontecimentos sociais Estes

acontecimentos levaram a instalaccedilatildeo da Assembleacuteia Nacional Constituinte na

qual os movimentos sociais se articularam para tentar incluir na Carta

Constitucional os direitos sociais que entatildeo passariam a ser traduzidos como

deveres do Estado atraveacutes das Poliacuteticas Puacuteblicas Nesta eacutepoca a Poliacutetica Social

brasileira apresentava estrateacutegia reformista conforme Fagnani (citado por

Carvalho 2002)

ldquoCrescimento sustentado ampliaccedilatildeo do emprego aumento de salaacuterio real melhor distribuiccedilatildeo de renda reforma agraacuteria seguro desemprego revisatildeo da legislaccedilatildeo trabalhista e sindical descentralizaccedilatildeo poliacutetico-administrativa participaccedilatildeo e controle social redefiniccedilatildeo do padratildeo regressivo de financiamento das poliacuteticas sociais universalizaccedilatildeo do acesso ampliaccedilatildeo do impacto redistributivordquo

A Carta Constitucional de 1988 formulou a organizaccedilatildeo do sistema

federativo brasileiro onde ficou definido o papel do governo federal que assumiu

prioritariamente a coordenaccedilatildeo das Poliacuteticas Puacuteblicas Sociais enquanto os

municiacutepios assumiram a maior parte da responsabilidade de execuccedilatildeo dessas

poliacuteticas Com isto ficou prevista a transferecircncia de diversas atribuiccedilotildees

responsabilidades e recursos da instancia federal para os niacuteveis estaduais e

municipais de governo Com esta transferecircncia de atribuiccedilotildees os estados

passaram a ter autonomia para definirem a organizaccedilatildeo e a gestatildeo de suas

poliacuteticas (Carvalho 2002)

A deacutecada de 1990 foi marcada pelas lutas dos setores progressistas da

sociedade pela implementaccedilatildeo e regulamentaccedilatildeo dos direitos sociais definidos

na Constituiccedilatildeo Foram entatildeo regulamentadas as leis nas aacutereas voltadas para a

crianccedila e o adolescente da seguridade social da sauacutede da assistecircncia social

da previdecircncia social e da educaccedilatildeo Foi um periacuteodo marcado pelo conflito

entre a expectativa da implementaccedilatildeo de Poliacuteticas Puacuteblicas que concretizassem

os direitos conquistados assegurados em lei e as restriccedilotildees poliacuteticas e

econocircmicas impostas para a sua implementaccedilatildeo (Carvalho 2002)

62

O Estado entatildeo passou a formular poliacuteticas de caraacuteter econocircmico e

social que comeccedilaram a se tornar segundo Silva (citado em Carvalho 2002)

ldquoarena de lutas por acesso a riqueza socialrdquo Isto porque as poliacuteticas puacuteblicas satildeo

geralmente responsaacuteveis por grandes conflitos de interesses pois atingem

diretamente as camadas e classes sociais Devido agrave criaccedilatildeo de questotildees sociais

para atender interesses de uns acabam por infligir no interesse de outros

Pode-se supor que o principal motivo para que os conflitos ocorram seja

devido agraves classes mais favorecidas natildeo terem interesse em perder seus privileacutegios

e com isto natildeo admitirem que os indiviacuteduos das classes menos privilegiadas

venham a ter condiccedilotildees de atingirem niacuteveis melhores de desenvolvimento Com

isto esta parcela desprivilegiada da sociedade passaria a ter a possibilidade de

aumentar a sua capacidade de competiccedilatildeo Se a maioria dos indiviacuteduos tiver a

mesma capacidade de competiccedilatildeo seraacute facilitada a diminuiccedilatildeo das diferenccedilas

sociais e com isto haveraacute a promoccedilatildeo da igualdade Igualdade esta que fere

fortemente os privileacutegios de classe que jaacute se encontram enraizados na cultura de

dominaccedilatildeo sobre os mais fracos Neste processo se faz muito importante agrave

participaccedilatildeo de grupos de indiviacuteduos que quando organizados promovem

movimentos de defesa da garantia dos direitos civis poliacuteticos e sociais

Os movimentos gerados por estes grupos satildeo muitas vezes responsaacuteveis

pelas accedilotildees do Estado atraveacutes de reuniotildees entrevistas pesquisas e contatos

diretos com os indiviacuteduos que satildeo levantadas as principais necessidades da

sociedade sejam elas poliacuteticas ou sociais (Carvalho 2002)

43 Poliacuteticas Puacuteblicas Uma Questatildeo de Conceito

Dentre as vaacuterias definiccedilotildees para poliacuteticas Puacuteblicas destacam-se pela

abrangecircncia a definiccedilatildeo dada por Pereira citada em Carvalho 2002

ldquoLinha de accedilatildeo coletiva que concretiza direitos sociais coletivos declarados e garantida

em lei Eacute mediante as poliacuteticas Puacuteblicas que satildeo distribuiacutedos os redistribuiacutedos bens e serviccedilos

63

sociais em resposta agraves demandas da sociedade Por isso o direito que as fundamenta eacute um direito

coletivo e natildeo individualrdquo(apud Carvalho2002)

Ainda segundo Pereira para se definir Poliacutetica Puacuteblica se faz necessaacuteria agrave

compreensatildeo do real significado do termo puacuteblico e tambeacutem a sua abrangecircncia

neste sentido destaca-se

ldquoO termo puacuteblico associado agrave poliacutetica natildeo eacute uma referecircncia exclusiva ao Estado como

muitos pensam mas sim agrave coisa puacuteblica ou seja de todos sob a eacutegide de uma mesma lei e o apoio

de uma comunidade de interesses Portanto embora as Poliacuteticas Puacuteblicas sejam reguladas e

frequumlentemente providas pelo Estado elas tambeacutem englobam preferecircncias escolhas e decisotildees

privadas podendo (e devendo) ser controladas pelos cidadatildeos A Poliacutetica Puacuteblica expressa assim a

conversatildeo de decisotildees privadas em decisotildees e accedilotildees puacuteblicas que afetam a todosrdquo

44 Formulaccedilatildeo de Poliacuteticas Puacuteblicas

Para que uma Poliacutetica Puacuteblica seja formulada existe o envolvimento de

diversos fatores sendo os principais a identificaccedilatildeo dos atores e dos reais

interesses que envolvem a inclusatildeo de determinada questatildeo na agenda puacuteblica

para que posteriormente seja regulamentada como Poliacutetica Puacuteblica Para isto eacute

importante que ocorra a mobilizaccedilatildeo de representantes da sociedade civil e do

Estado que discutem os problemas fazem o levantamento das necessidades

para que posteriormente fundamentem suas argumentaccedilotildees Todo este processo

se faz necessaacuterio para que os direitos sociais possam ser regulamentados e no

momento seguinte seja formulada uma Poliacutetica Puacuteblica que expresse com

clareza os interesses e as necessidades de todos os envolvidos (Carvalho 2002)

Os movimentos sociais que na deacutecada de 1980 lutaram pelo fim do

regime autoritaacuterio e pela redemocratizaccedilatildeo da sociedade foram atores sociais

importantes na discussatildeo e definiccedilatildeo das novas formas de organizaccedilatildeo e gestatildeo

das Poliacuteticas Puacuteblicas A descentralizaccedilatildeo dos poderes e das funccedilotildees do Estado eacute

tema recorrente como sinocircnimo de democratizaccedilatildeo Os atores envolvidos

frequumlentemente questionam as poliacuteticas puacuteblicas brasileiras as quais satildeo

atribuiacutedas historicamente as seguintes caracteriacutesticas (Carvalho 2002)

64

SELETIVAS Natildeo possuem grande abrangecircncia isto eacute natildeo atingem a

toda faixa da sociedade que em tese necessitaria de uma determinada poliacutetica

puacuteblica soacute atingindo um pequeno grupo selecionado Um exemplo a ser citado

eacute o caso da Nova Escola pois atinge a uma parcela de escolas que satildeo

selecionadas pelo seu desempenho isto eacute preenchem todos os requisitos

estabelecidos A escola que natildeo se enquadrar nesses moldes padrotildees natildeo

recebe recursos nem a gratificaccedilatildeo dos professores o que acarreta um

desempenho ainda pior no ano seguinte Isto pode ocorrer devido ao perfil das

escolas e de seus alunos serem diferentes natildeo podendo ser julgados da mesma

forma isto se reflete claramente nas aacutereas mais carentes onde devido aos

diversos problemas vividos por esta comunidade o desempenho dos alunos

muitas vezes eacute mais baixo natildeo significando que a escola natildeo esteja cumprindo o

seu papel de ensinar

FRAGMENTADAS Normalmente natildeo satildeo contiacutenuas atuam por um

determinado periacuteodo de tempo e com o passar do tempo simplesmente satildeo

esquecidas Este esquecimento muitas vezes se faz devido agrave falta de recursos

que podem ser oriundos da falta de interesse poliacutetico como tambeacutem da

sociedade que eacute detentora de capital Neste caso podemos tomar como

exemplo o caso dos CIEPS (Centro Integrado de Educaccedilatildeo Puacuteblica) que no seu

projeto original a escola funcionava em regime integral onde os alunos aleacutem de

estudarem participavam de inuacutemeras atividades aleacutem de alimentaccedilatildeo soacute

retornando para casa no fim do dia Este projeto que inicialmente tinha uma

visatildeo de escola ideal com as mudanccedilas poliacuteticas e a falta de recursos para a

sua manutenccedilatildeo foi praticamente extinto tendo hoje em dia algumas poucas

unidades funcionando em regime integral

EXCLUDENTES Excluem entre os excluiacutedos Isto significa que entre os

considerados excluiacutedos as Poliacuteticas Puacuteblicas natildeo atingem a todos excluem a

maioria do grupo Neste caso podemos citar alguns programas sociais nos quais

as pessoas para receber os benefiacutecios precisam ser cadastradas Para isso eacute

necessaacuterio que estas pessoas tenham toda documentaccedilatildeo que nem sempre a

populaccedilatildeo socialmente excluiacuteda natildeo tem condiccedilotildees de possuir

65

SETORIADAS natildeo satildeo amplas atingem somente uma necessidade

e natildeo a um conjunto de necessidades que por muitas vezes estatildeo interligadas

assim como atingem somente alguns setores da sociedade e natildeo a sociedade

como um todo Nesta aacuterea podemos citar como exemplo algumas accedilotildees na

aacuterea de sauacutede Existem poliacuteticas de doaccedilatildeo de remeacutedios mas natildeo existe

investimento na aacuterea de prevenccedilatildeo de doenccedilas como saneamento baacutesico que

eacute uma das maiores causas de doenccedilas nas aacutereas carentes

Os questionamentos desses atores e a incorporaccedilatildeo das vontades da

sociedade nas decisotildees poliacuteticas movimentaram a Assembleacuteia Constituinte de

1988 e resultaram em dois princiacutepios que fundamentaram o processo de

descentralizaccedilatildeo a democratizaccedilatildeo e a participaccedilatildeo

A figura 41 a seguir mostra esquematicamente como se daacute a

formaccedilatildeo de uma Poliacutetica Puacuteblica

66

ESTADO

DIAGNOacuteSTICO DO PROBLEMA

SOCIEDADE

CIVIL

LEVANTAMENTO DAS NECESSIDADES

DIREITOS SOCIAIS

POLIacuteTICAS PUacuteBLICAS

Figura 41 Diagrama esquemaacutetico da formaccedilatildeo de uma poliacutetica puacuteblica

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria a partir de informaccedilotildees citadas neste capiacutetulo

67

45 Aacutereas de Aplicaccedilatildeo das Poliacuteticas Puacuteblicas

Existem diversas aacutereas onde satildeo aplicadas as Poliacuteticas Puacuteblicas das quais

podemos destacar a ciecircncia e tecnologia a econocircmica a social e a

educacional

Poliacuteticas Puacuteblicas da Ciecircncia e Tecnologia

As Poliacuteticas Puacuteblicas da ciecircncia e tecnologia tem como principal objetivo

promover o desenvolvimento cientiacutefico e tecnoloacutegico tendo em foco a soberania

e a independecircncia do paiacutes As bases de uma sociedade minimamente justa

derivam de seu desenvolvimento cientiacutefico e tecnoloacutegico e principalmente da

democratizaccedilatildeo desses avanccedilos e dos acessos a seus benefiacutecios por todos os

cidadatildeos pois natildeo tem sentido um paiacutes possuir grandes avanccedilos tecnoloacutegicos e

cientiacuteficos se isto soacute ficar restrito ao mundo acadecircmico ou cientiacutefico Para estes

avanccedilos terem um real valor devem ser acessiacuteveis agraves diversas camadas da

sociedade atingindo um maior nuacutemero possiacutevel de indiviacuteduos seja de maneira

aplicativa ou mesmo informativa (Amaral 2004)

A ciecircncia deve sempre estar a dispor do humanismo e tem como um dos

seus principais papeacuteis a inclusatildeo social atraveacutes do combate aos desniacuteveis sociais

e regionais que separam a humanidade Satildeo exemplos de Poliacutetica Puacuteblicas

cientiacuteficas e tecnoloacutegicas O desenvolvimento da economia utilizando inovaccedilotildees

e bens e serviccedilos que promovam a substituiccedilatildeo competitiva de importaccedilotildees

para gerar renda e empregos a ampliaccedilatildeo e a formaccedilatildeo de pesquisadores em

aacutereas estrateacutegicas a promoccedilatildeo de articulaccedilotildees de cooperaccedilatildeo entre

Universidades e empresas(Amaral 2004)

Enfim as poliacuteticas Publicas de ciecircncia e tecnologia tem como objetivo

principal agrave popularizaccedilatildeo do conhecimento cientiacutefico e tecnoloacutegico para que

estes sejam reconhecidos como componentes do bem estar social (Amaral

2004)

68

Poliacuteticas Puacuteblicas Sociais

Nas Poliacuteticas Puacuteblicas Sociais a expressatildeo ldquosocialrdquo faz com que esta se decirc

atraveacutes de um conjunto de princiacutepios diretrizes objetivas e normas que

necessitam ser de caraacuteter permanente e o mais abrangente possiacutevel para que

possam orientar a atuaccedilatildeo do poder puacuteblico (Carvalho 2002)

Nos uacuteltimos anos do seacuteculo passado a maioria dos paiacuteses foi marcada por

fortes ajustes econocircmicos o que causou o agravamento dos problemas sociais

que teve como principais fatores

O desemprego estrutural rArr Falta de postos de trabalho suficientes

para todos ou pelo menos para a maioria dos indiviacuteduos em idade

economicamente ativa

As relaccedilotildees trabalhistas precaacuterias rArr Irregularidades cometidas pelos

empregadores como a falta de carteira assinada dos trabalhadores

terceirizaccedilatildeo de matildeo de obra desregulamentaccedilatildeo dos direitos conquistados

etc

As alteraccedilotildees na organizaccedilatildeo familiar rArr Aumento do nuacutemero de

famiacutelias chefiadas por mulheres

Alteraccedilatildeo no ciclo de vida rArr Diminuiccedilatildeo da taxa de mortalidade

infantil e aumento da longevidade pois com o avanccedilo da medicina alguns

problemas de sauacutede que causavam mortes no passado hoje satildeo considerados

relativamente simples e podem ser tratados diminuindo as mortes precoces Este

fato acarreta um aumento expressivo da populaccedilatildeo ativa como tambeacutem o

periacuteodo em que os indiviacuteduos estatildeo ativos

Estes fatores contribuem para um aumento expressivo das necessidades

essenciais para a populaccedilatildeo o que o sistema natildeo consegue suprir pois o nuacutemero

de postos de trabalho natildeo eacute suficiente deixam milhares de pessoas sem acesso

agraves necessidades baacutesicas assim como possibilitam um desrespeito com o

trabalhador Esse cenaacuterio promove o aprofundamento das desigualdades

69

sociais o que gera exclusatildeo social e simultacircnea inclusatildeo marginal de grande

parcela da populaccedilatildeo (Carvalho 2002)

Os problemas citados satildeo apenas alguns exemplos das causas das

desigualdades sociais e da geraccedilatildeo de um grande nuacutemero de indiviacuteduos

excluiacutedos Estes estatildeo agrave margem da sociedade sem acesso ao miacutenimo

necessaacuterio para viverem bem e principalmente ficam privados de terem acesso

a melhores condiccedilotildees de vida

Para tentar mudar este cenaacuterio alguns programas de accedilotildees foram criados

poreacutem na maioria das vezes natildeo satildeo abrangentes satildeo seletivos isto eacute

selecionam alguns dentre todos que precisam Isto significa excluir dentro dos

excluiacutedos Estes programas tambeacutem em muitos casos natildeo satildeo accedilotildees contiacutenuas

e sim temporaacuterias que com o tempo perdem o interesse sejam estes interesses

poliacuteticos pessoais etc Com isto simplesmente satildeo interrompidas deixando muitas

pessoas desamparadas visto que em muitos casos esta parcela carente da

sociedade se torna dependente destas accedilotildees sociais Estes indiviacuteduos estatildeo

sempre agrave mercecirc de novas poliacuteticas geradas por outros interesses

A participaccedilatildeo popular na gestatildeo ldquoda coisa puacuteblicardquo foi consagrada pelo

processo de redemocratizaccedilatildeo do Estado brasileiro ao fundar as bases para a

introduccedilatildeo de algumas experiecircncias que contribuiacuteram para a ampliaccedilatildeo da

esfera puacuteblica no paiacutes entendida como ldquoarenardquo onde as questotildees que atingem

a determinado conjunto da sociedade satildeo expressas debatidas e tematizadas

por atores sociais Tais experiecircncias alteraram significativamente a relaccedilatildeo

Estado-Sociedade na medida em que criaram novos canais de participaccedilatildeo

popular como por exemplo a criaccedilatildeo dos conselhos de poliacuteticas sociais que tecircm

atuado na sua co-gestatildeo Estes conselhos funcionam como instrumentos de

expressatildeo representaccedilatildeo e participaccedilatildeo popular possuindo portanto o desafio

de discutir e deliberar sobre determinados temas buscando consensos e alianccedilas

que definam as agendas puacuteblicas que representem interesses coletivos

(Carvalho 2002)

70

A construccedilatildeo de poliacuteticas Puacuteblicas na aacuterea Social necessita da adoccedilatildeo de

conceitos e praacuteticas inovadores que possam dar suporte teacutecnicondashpoliacutetico uma

vez que estes enunciados natildeo possuem forccedila suficiente para a transformaccedilatildeo

das praacuteticas realizadas na aacuterea social que satildeo tradicionalmente assistencialistas

Sendo assim satildeo accedilotildees que possuem o poder de transformar os direitos dos

indiviacuteduos adquiridos atraveacutes de lutas em simples ajuda ou doaccedilatildeo O que deixa

o indiviacuteduo com a sensaccedilatildeo de gratidatildeo e ateacute na obrigaccedilatildeo de retribuir o favor

o que na visatildeo da autora eacute indesejaacutevel pois em uacuteltima instacircncia praacuteticas

assistencialistas podem se transformar em moeda de troca com fins eleitorais

Poliacuteticas Puacuteblicas Educacionais

As poliacuteticas educacionais muitas vezes se confundem com as poliacuteticas

sociais isto porque quando satildeo criadas muitas vezes satildeo responsaacuteveis pela

inclusatildeo social Com a educaccedilatildeo eacute possiacutevel se obter a melhoria da qualidade de

vida dos indiviacuteduos atraveacutes da diminuiccedilatildeo das diferenccedilas sociais devido agrave

educaccedilatildeo ser responsaacutevel pela igualdade das oportunidades Quando se tem

Poliacuteticas Puacuteblicas que oferecem acesso a uma educaccedilatildeo de qualidade a todos

sem distinccedilatildeo satildeo criados mecanismos para que a competiccedilatildeo ocorra em

igualdade de condiccedilotildees

A Poliacutetica da Educaccedilatildeo tem como principal objetivo a promoccedilatildeo da

cidadania e eacute um instrumento de grande importacircncia para o desenvolvimento a

inserccedilatildeo e a competitividade de todos os indiviacuteduos Isto eacute um fator de muita

importacircncia para o crescimento de qualquer naccedilatildeo principalmente as que estatildeo

em desenvolvimento Se um paiacutes deseja se ver como soberano e sem exclusotildees

precisa desenvolver as ciecircncias humanas naturais exatas tecnoloacutegicas as artes

e todas as linguagens de modo geral o que jaacute se faz possiacutevel atraveacutes da garantia

de uma educaccedilatildeo de qualidade para todos sem distinccedilatildeo Dentro deste tema

ensinos de qualidade existem diversas poliacuteticas de avaliaccedilatildeo do desempenho do

ensino puacuteblico desde a educaccedilatildeo baacutesica ateacute o ensino universitaacuterio

(wwwestadatildeocombr)

71

Dentre essas poliacuteticas podemos destacar a criaccedilatildeo do Fundo de

Manutenccedilatildeo e de Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorizaccedilatildeo do

Magisteacuterio (FUNDEF) que trouxe benefiacutecios principalmente nas regiotildees mais

pobres do paiacutes Outras poliacuteticas educacionais adotadas satildeo as avaliaccedilotildees de

cursos como o Exame Nacional do Ensino Meacutedio (ENEM) e o Exame Nacional de

Cursos (PROVAtildeO) Tais avaliaccedilotildees para serem efetivas necessitariam de virem

acompanhadas de programas consistentes de melhoria de qualidade do ensino

envolvendo a formaccedilatildeo o treinamento contiacutenuo e a valorizaccedilatildeo do professor

inclusive atraveacutes de uma melhor remuneraccedilatildeo a partir de criteacuterios de

desempenho (wwwestadaocombr)

No tocante agrave capacitaccedilatildeo docente o papel das Universidades como

centros de geraccedilatildeo e de difusatildeo de saber torna-se fundamental e muito

importante pois satildeo estas que preparam os professores Aleacutem disso devem

promover a formaccedilatildeo contiacutenua pois a formaccedilatildeo do professor natildeo termina com o

final da graduaccedilatildeo e sim as universidades devem estar sempre oferecendo

cursos de capacitaccedilatildeo para que estes profissionais estejam sempre atualizados

de modo a realizar o seu trabalho com maior eficiecircncia

Os desafios qualitativos e quantitativos da educaccedilatildeo satildeo de tal

magnitude que natildeo podem mais passar despercebidos tanto que necessitam

que seja dada uma importacircncia estrateacutegica para este problema e com isto se

fazer investimentos nesta aacuterea A educaccedilatildeo seja baacutesica ou universitaacuteria deve ser

considerada prioridade e contar com recursos progressivamente maiores

Atualmente a meacutedia de escolaridade dos brasileiros eacute de pouco mais de

quatro anos o que eacute um indicador que demonstra a situaccedilatildeo da desigualdade e

injusticcedila social existente no paiacutes Segundo o Censo da Educaccedilatildeo Superior de

2000 o jovem das camadas mais pobres praticamente natildeo tem acesso agrave

educaccedilatildeo superior Apenas 77 dos jovens entre 18 e 22 anos frequumlentam

cursos Universitaacuterios Cerca de 70 destes estudam em estabelecimentos de

ensino privados que por possuiacuterem custo elevado levam a uma situaccedilatildeo de que

somente uns poucos consigam concluir o curso Para isto nos anos 70 foi criado o

72

Creacutedito Educativo que funciona como uma alternativa poreacutem este sistema natildeo

eacute suficiente para atender agrave grande demanda pois o nuacutemero de alunos assistidos

por este programa eacute muito pequeno em relaccedilatildeo agrave quantidade de jovens em que

este se faz necessaacuterio (www estadaocom br)

Uma alternativa oferecida eacute o PROUNI definido como Programa

Universidade para Todos que foi criado pela MP nordm 2132004 e institucionalizado

pela Lei nordm 11096 de 13 de janeiro de 2005 O programa tem como finalidade a

concessatildeo de bolsas de estudos integrais e parciais a estudantes de baixa renda

em cursos de graduaccedilatildeo e sequumlenciais de formaccedilatildeo especiacutefica em instituiccedilotildees

privadas de educaccedilatildeo superior oferecendo em contrapartida isenccedilatildeo de

alguns tributos agravequelas que aderirem ao Programa

Estes programas funcionam apenas como paliativos dos problemas

educacionais do paiacutes pois o ideal seria um maior investimento na formaccedilatildeo

baacutesica de qualidade na rede puacuteblica para que todos tivessem igualdade de

condiccedilatildeo para ingressar nas Universidades Puacuteblicas

Como forma de poliacutetica de inclusatildeo social foi criada uma lei (nordm36272004)

que aumenta a inserccedilatildeo de jovens carentes e negros nas Universidades Puacuteblicas

isto ocorre atraveacutes das reservas de vagas denominado de SISTEMA DE COTAS

que seraacute tratado detalhadamente no Capiacutetulo 7

No capiacutetulo seguinte seratildeo abordados o histoacuterico e a evoluccedilatildeo da

Educaccedilatildeo Ambiental no Brasil e no mundo

73

Capiacutetulo 5 Histoacuterico e Evoluccedilatildeo da Educaccedilatildeo

Ambiental

51 Definiccedilatildeo

Para se definir Educaccedilatildeo Ambiental natildeo eacute simples e para isto deve-se

fazer uma anaacutelise de vaacuterios contextos pois de acordo com a influecircncia que o

meio exerce e a vivecircncia de cada indiviacuteduo pode-se ter inuacutemeros conceitos para

a Educaccedilatildeo Ambiental (wwwapoemacombr)

Atraveacutes de um levantamento bibliograacutefico vaacuterias definiccedilotildees sobre o tema

Educaccedilatildeo Ambiental foram encontradas e estatildeo apontadas a seguir em ordem

cronoloacutegica

ldquoEacute um processo que tem como objetivo a formaccedilatildeo de cidadatildeos cujos

conhecimentos acerca do ambiente biofiacutesico e seus problemas associados

possam alertaacute-los e habilitaacute-los a resolver seus problemasrdquo (Stapp et alii 1969)

ldquoEacute um processo que consiste em reconhecer valores e em aclarar

conceitos com o objetivo de fomentar aptidotildees e atitudes necessaacuterias para

74

compreender e apreciar as inter-relaccedilotildees entre o homem sua cultura e seu meio

biofiacutesico Ela compreende tambeacutem a praacutetica na tomada de decisotildees e na

elaboraccedilatildeo de um coacutedigo de comportamento acerca das questotildees

relacionadas com a qualidade do meio ambienterdquo (Reuniatildeo Internacional sobre

EA da IUCN ndash Paris 1970)

ldquoA finalidade da Educaccedilatildeo Ambiental eacute formar uma populaccedilatildeo mundial

consciente e preocupada com o ambiente e os problemas com ele

relacionados e que possua conhecimentos capacidades atitudes a motivaccedilatildeo

e compromisso para colaborar individual coletivamente na resoluccedilatildeo de

problemas atuais na prevenccedilatildeo de problemas futurosrdquo( Conferecircncia de

Estocolmo 1972)

ldquoEacute um processo no qual deveria ocorrer o desenvolvimento progressivo de

um senso de preocupaccedilatildeo com o meio ambiente baseado em um completo e

sensiacutevel entendimento de relaccedilatildeo do homem com o meiordquo (Mellowes C 1972)

ldquoEgrave uma dimensatildeo dada ao conteuacutedo e a praacutetica da Educaccedilatildeo orientada

para a soluccedilatildeo dos problemas concretos do meio ambiente atraveacutes de enfoques

interdisciplinares e de uma participaccedilatildeo ativa e responsaacutevel de cada indiviacuteduo e

da coletividaderdquo(Conferecircncia de Tbilisi 1977)

ldquoA Educaccedilatildeo Ambiental tem sido entendida e desenvolvida enquanto

educaccedilatildeo sobre o ambiente educaccedilatildeo no ambiente educaccedilatildeo para o

ambiente e pelas classes formadas pelas possiacuteveis combinaccedilotildees entre as trecircs

categorias A Educaccedilatildeo sobre o ambiente procura desenvolver o conhecimento

e a compreensatildeo incluindo as capacidades necessaacuterias para obter este

conhecimento A educaccedilatildeo para ambiente procura a preservaccedilatildeo ou melhoria

do ambiente Ambas satildeo caracterizadas pelos seus objetivos Por outro lado a

educaccedilatildeo no ambiente caracteriza-se por ser uma teacutecnica de ensino ndash

aprendizagem e o termo ambiente geralmente significa o mundo fora da sala de

aula ou de uma forma geral o contexto natural eou social em que as pessoas

vivemrdquo (Lucas 1980)

75

ldquoEacute um processo permanente no qual os indiviacuteduos e a comunidade tomam

consciecircncia do seu ambiente e adquirem conhecimentos habilidades

experiecircncias valores e a determinaccedilatildeo que os tornam capazes de agir individual

ou coletivamente na busca de soluccedilotildees para os problemas ambientais presentes

e futurosrdquo(UNESCO 1987)

ldquoEacute o processo de reconhecer valores e aclarar conceitos para criar

habilidades e atitudes necessaacuterias que sirvam para compreender e apreciar a

relaccedilatildeo muacutetua entre o homem sua cultura e seu meio circundante biofiacutesico A

educaccedilatildeo ambiental tambeacutem incluiu a praacutetica de tomar decisotildees e autoformular

um coacutedigo de comportamento com relaccedilatildeo agraves questotildees que concernem agrave

qualidade ambientalrdquo (Gonccedilalvez 1990)

ldquoA Educaccedilatildeo Ambiental natildeo deve ser entendida como um tipo especial

de educaccedilatildeo Trata-se de um processo longo e contiacutenuo de aprendizagem de

uma filosofia de trabalho participativo em que todos famiacutelia escola e

comunidade devem estar envolvidos O processo de aprendizagem de que trata

a educaccedilatildeo ambiental natildeo pode ficar restrito exclusivamente agrave transmissatildeo de

conhecimentos agrave heranccedila cultural do povo agraves geraccedilotildees mais novas ou agrave simples

preocupaccedilatildeo com a formulaccedilatildeo integral do educando inserindo em seu

contexto social Deve ser um processo de aprendizagem centrado no aluno

gradativo contiacutenuo e respeitador de sua cultura e de sua comunidade Deve ser

um processo criacutetico criativo e poliacutetico com preocupaccedilatildeo de transmitir

conhecimentos a partir da discussatildeo e avaliaccedilatildeo critica dos problemas

comunitaacuterios e tambeacutem da avaliaccedilatildeo feita pelo aluno de sua realidade

individual e social na comunidade em que viverdquo (Gonccedilalves 1990)

ldquoA educaccedilatildeo ambiental se caracteriza por incorporar as dimensotildees soacutecio-

econocircmica poliacutetica cultural e histoacuterica natildeo podendo se basear em pautas

riacutegidas e de aplicaccedilatildeo universal devendo considerar as condiccedilotildees e estaacutegios de

cada paiacutes regiatildeo e comunidade sob uma perspectiva histoacuterica Assim sendo a

Educaccedilatildeo Ambiental deve permitir a compreensatildeo da natureza complexa do

meio ambiente e interpretar a interdependecircncia entre os diversos elementos que

76

conformam o ambiente com vistas a utilizar racionalmente os recursos do meio

na satisfaccedilatildeo material e espiritual da sociedade no presente e no

futurordquo(Conferecircncia Rio 92)

ldquoEacute o conhecimento das estruturas de composiccedilatildeo e da funcionalidade

da natureza das interferecircncias do que o homem produziu sobre esta estrutura

essa composiccedilatildeo e essa funcionalidaderdquo (Faria 1992)

ldquoEacute um processo de formaccedilatildeo e informaccedilatildeo orientado para o

desenvolvimento da consciecircncia criacutetica sobre as questotildees ambientais e de

atividades que levem agrave participaccedilatildeo das comunidades na preservaccedilatildeo do

equiliacutebrio ambientalrdquo (Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA)

ldquoEacute um processo por meio do qual o indiviacuteduo e a coletividade constroem

valores sociais conhecimentos habilidades atitudes e competecircncias voltadas

para a conservaccedilatildeo do Meio Ambiente bem de uso comum do povo essencial

agrave sadia qualidade de vida e sua sustentabilidaderdquo (Art1ordm Lei Federal nordm9795 de

27041999)

ldquoEacute o processo educacional de estudos e aprendizagem dos problemas

ambientais e suas interligaccedilotildees com o homem na busca de soluccedilotildees que visem a

preservaccedilatildeo do meio ambienterdquo (Santos1999)

ldquoEacute um processo que envolve um vigoroso esforccedilo de recuperaccedilatildeo de

realidades e que garante um compromisso com o futuro Uma accedilatildeo entre

missionaacuteria utoacutepica destinada a reformular comportamentos humanos e recriar

valores perdidos ou jamais alcanccedilados Trata-se de um novo ideaacuterio

comportamental tanto no acircmbito individual quanto no coletivordquo (Aziz Abrsquo Saber)

ldquoEacute um processo no curso do qual o indiviacuteduo consegue assimilar os

conceitos e interiorizar as atitudes mediante as quais adquire as capacidades e

os comportamentos que lhe permitem compreender e julgar as relaccedilotildees de

interdependecircncia estabelecidas entre a sociedade com seu modo de

produccedilatildeo sua ideologia e sua estrutura de poder dominante e seu meio

77

biofiacutesico assim como para atuar em consequumlecircncia da anaacutelise efetuadardquo (Cantildeal

Garcia Porlaacuten)

Com as inuacutemeras definiccedilotildees para Educaccedilatildeo Ambiental observa-se que

cada oacutergatildeo ou membro da Sociedade tem uma visatildeo de Educaccedilatildeo Ambiental

que vai variar no ponto de interesse de cada um

Para alguns indiviacuteduos falar sobre os problemas do Meio Ambiente eacute se

restringir aos assuntos relacionados agrave extinccedilatildeo de organismos vivos como animais

e plantas Atualmente a Educaccedilatildeo Ambiental eacute colocada em uma posiccedilatildeo

mais realista e esclarecedora na qual define como Meio Ambiente tudo que

compotildee a paisagem Deste modo Meio Ambiente pode ser classificado de

diversas formas como Meio Ambiente natural que eacute a natureza com toda sua

diversidade Meio Ambiente fiacutesico que satildeo as edificaccedilotildees estradas etc e Meio

Ambiente social que eacute formado pelas pessoas que compotildeem a Sociedade

(Carvalho 2002)

Com base nestas definiccedilotildees se pode afirmar que a Educaccedilatildeo Ambiental

funciona como uma base na busca de um equiliacutebrio entre o homem e o

ambiente que o cerca e o seu objetivo fundamental eacute suscitar mudanccedilas de

comportamento na sociedade Os indiviacuteduos devem construir enquanto grupo

social valores novos conhecimentos atitudes e habilidades indispensaacuteveis para a

conservaccedilatildeo do meio ambiente que eacute um patrimocircnio coletivo essencial para a

vida saudaacutevel (ALERJ 1999)

Para que o equiliacutebrio possa ser atingido existe a necessidade da

construccedilatildeo dos pilares de uma Sociedade Sustentaacutevel onde cada sistema social

tende a atualizar-se de modo a incorporar a dimensatildeo ambiental em suas

respectivas especificidades a partir do fornecimento de meios adequados para

a transiccedilatildeo em direccedilatildeo a sustentabilidade Assim o Sistema Juriacutedico cria o

ldquoDireito Ambientalrdquo o Sistema Cientiacutefico desenvolve a ldquoCiecircncia Complexardquo o

Sistema Tecnoloacutegico cria a ldquoTecnologia Eco eficienterdquo o Sistema Econocircmico

potencializa uma ldquoEconomia Ecoloacutegicardquo o Sistema poliacutetico oferece uma ldquoPoliacutetica

78

Verderdquo e o Sistema Educacional fornece a ldquoEducaccedilatildeo Ambientalrdquo Cabe a cada

sistema social desenvolver condiccedilotildees especiacuteficas que favoreccedilam as muacuteltiplas

dimensotildees da Sustentabilidade (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)

Dentro deste contexto de sistemas sociais que possuem o poder e o dever

de promover as mudanccedilas na aacuterea ambiental destaca-se o Sistema

Educacional pois este eacute o responsaacutevel pela construccedilatildeo dos fundamentos da

Sociedade Sustentaacutevel capaz de promover as mudanccedilas atraveacutes de duas

funccedilotildees ldquoMudanccedilas Culturaisrdquo com a informaccedilatildeo e promoccedilatildeo da eacutetica

ecoloacutegica e as ldquoMudanccedilas Sociaisrdquo atraveacutes da valorizaccedilatildeo dos indiviacuteduos grupos

e sociedades que muitas vezes se encontram em maacutes condiccedilotildees de enfrentar os

desafios dos novos tempos

52 Histoacuterico

Alguns autores mencionam que a Educaccedilatildeo Ambiental teve iniacutecio apoacutes a

Segunda Guerra Mundial onde fez emergir com maior ecircnfase os estudos do meio

ambiente e a importacircncia de uma educaccedilatildeo especiacutefica para este fim Para

outros a Educaccedilatildeo Ambiental eacute anterior a este periacuteodo mesmo que de forma

inconsciente sem maiores pretensotildees (Ministeacuterio do meio Ambiente 2004)

Na verdade natildeo se pode definir com exatidatildeo o momento onde tem iniacutecio

a histoacuteria da Educaccedilatildeo Ambiental tanto no Brasil como no mundo Na verdade a

Educaccedilatildeo Ambiental sempre esteve presente desde a antiguidade e ateacute se

pode mencionar que a histoacuteria teve iniacutecio no momento em que os primeiros

habitantes da terra comeccedilaram a se incomodar com o seu entorno isto eacute com

seus dejetos onde a presenccedila deles comeccedilou a causar desconforto Neste

momento se comeccedilou a pensar como eliminar estes dejetos para melhorar a

qualidade do ambiente em que viviam (Abreu 2000)

Partindo deste principio admiti-se que a evoluccedilatildeo da Educaccedilatildeo

Ambiental se deu atraveacutes de fatos ou acontecimentos que levaram as pessoas a

pensarem e tomarem iniciativas que levassem a melhorar as condiccedilotildees do

79

ambiente em que viviam ou para evitar que problemas maiores pudessem surgir

no futuro que pudessem comprometer a qualidade de vida das futuras

geraccedilotildees Baseados neste princiacutepio destacam-se alguns fatos ocorridos no Brasil

e no mundo que foram marcantes para a histoacuteria da Educaccedilatildeo Ambiental

SEacuteCULO XIX

1808 Criaccedilatildeo do Jardim Botacircnico no Rio de Janeiro Em 13 de junho

de 1808 foi criado o Jardim de Aclimataccedilatildeo que serviria para aclimatar as

especiarias vindas das Iacutendias Orientais Foi criado por DJoatildeo Priacutencipe Regente

na eacutepoca que era encantado com a exuberacircncia da natureza do lugar As

primeiras espeacutecies de plantas trazidas para o Jardim vieram das Ilhas Mauriacutecio do

Jardim Pamplemousse por Luiz de Abreu Vieira e Silva (wwwjbrjgovbr)

1850 Lei 601 de Dom Pedro II proibindo a exploraccedilatildeo florestal nas

terras devolutas isto eacute as que natildeo se acharem aplicadas a algum uso puacuteblico

nacional provincial ou municipal A lei determinava a proibiccedilatildeo de derrubada de

matas e o atear fogo Poreacutem a lei foi ignorada continuando o desmatamento

para implantaccedilatildeo da monocultura de cafeacute (wwwjusticcedilaspgovbr)

1869 Ernenst Haeckel propotildee o vocaacutebulo ldquoecologiardquo para estudos das

relaccedilotildees entre as espeacutecies e seu ambiente (wwwambientebrasilcombr)

1872 Criaccedilatildeo do primeiro parque nacional do mundo ldquoYellowstonerdquo

USA Sua fundaccedilatildeo em 1872 ocorreu numa eacutepoca em que ecologia e ambiente

estavam longe de ser preocupaccedilotildees cotidianas Mas graccedilas agraves pressotildees

exercidas pelo naturalista Ferdinand Hayden do departamento de pesquisas

geoloacutegicas dos Estados Unidos Yellowstone inaugurou o conceito de parque

nacional (www2uolcombrcaminhosdaterra reportagens)

1876 Andreacute Rebouccedilas sugere a criaccedilatildeo de parques nacionais na Ilha

de Bananal e em Sete Quedas (wwwcefleorgbr)

80

1896 Foi criado o primeiro parque estadual em Satildeo Paulo Parque da

Cidade (wwwcefleorgbr)

SEacuteCULO XX

1920 O pau Brasil eacute considerado extinto devido agrave exploraccedilatildeo

irresponsaacutevel e ao desmatamento da Mata Atlacircntica floresta onde ele nascia

normalmente Hoje eacute artigo raro nas florestas brasileiras mas na eacutepoca do

descobrimento era tatildeo abundante que a planta acabou dando nome ao nosso

paiacutes (wwwcanalkidscombrmeioambiente)

1932 Realiza-se no Museu Nacional a primeira Conferecircncia Brasileira de

Proteccedilatildeo agrave Natureza (wwwambientebrasilcombr)

1934 Decreto 23793 transforma em Lei o Anteprojeto de Coacutedigo

Florestal(Brasil1934)

1937 Cria-se o Parque Nacional de Itatiaia Pioneiro foi a primeira aacuterea

do paiacutes a oficialmente se constituir em Unidade de Conservaccedilatildeo procurando-se

com isso preservar seu rico patrimocircnio bioacutetico e geomorfoloacutegico

(wwwmregovbr) (wwwparqueitatiaiacombr)

1939 O Parque Nacional do Iguaccedilu (PNI) foi criado em 10 de janeiro

de 1939 e tombado pela UNESCO como Patrimocircnio da Humanidade em 1986 por

ser a uacuteltima grande amostra do Domiacutenio da Mata Atlacircntica que cobre grande

parte da bacia do Prata(wwwunbbr)

1947 Eacute Fundado na Suiacuteccedila a UICN-Uniatildeo Internacional para a

Conservaccedilatildeo da Natureza que eacute uma Organizaccedilatildeo Internacional que congrega

instituiccedilotildees governamentais e natildeo governamentais em volta da problemaacutetica da

integridade e diversidade da natureza (wwwambientebrasilcombr)

1952 Em Londres no ano de 1952 houve um episoacutedio grave Os efeitos

de uma ldquoneacutevoa negrardquo comeccedilaram a se manifestar atraveacutes da proliferaccedilatildeo de

81

diversas moleacutestias contraiacutedas principalmente pelos habitantes que sofriam de

problemas pulmonares e circulatoacuterios Foram constatadas na semana seguinte

ao episoacutedio quatro mil mortes a mais do que esperado

(wwweducaccedilatildeopublicarjgovbr)

1962 Publicaccedilatildeo da ldquoPrimavera Silenciosardquo por Rachel Louise Carson

escritora cientista e ecologista norte-americana Deve-se a ela o livro que

marcou o iniacutecio da revoluccedilatildeo ecoloacutegica nos Estados Unidos The Silent Spring (A

Primavera Silenciosa) o qual relata os efeitos da maacute utilizaccedilatildeo dos pesticidas e

inseticidas quiacutemico-sinteacuteticos alertando sobre as consequumlecircncias danosas de

inuacutemeras accedilotildees humanas sobre o ambiente trazendo uma seacuterie de advertecircncias

sobre o meio ambiente Ainda hoje a obra eacute considerada uma das mais

importantes do seacuteculo ajudando a desencadear uma mudanccedila de postura dos

EUA e de outros paiacuteses do mundo em relaccedilatildeo aos pesticidas e

poluentes(wwwgeocitiescombr) (wwwambientebrasilcombr)

1965 Em marccedilo de 1965 na Conferecircncia de Educaccedilatildeo da

Universidade de Keele na Inglaterra colocou-se pela primeira vez a expressatildeo

Educaccedilatildeo Ambiental com a recomendaccedilatildeo de que ela deveria se tornar uma

parte essencial de educaccedilatildeo de todos os cidadatildeos(wwwmmagovbr)

(wwwjornaldomeioambientecombr)

1968 Fundaccedilatildeo do Clube de Roma Fundado pelo industrial italiano

Aureacutelio Peccei e pelo quiacutemico inglecircs Alexander King agregando empresaacuterios

poliacuteticos cientistas sociais Um grupo de especialistas de vaacuterias aacutereas passou a se

reunir regularmente com a preocupaccedilatildeo de discutir a crise atual e futura da

humanidade (wwwsenacbr) (wwwambientespgov)

1970 Entidade relacionada agrave revista britacircnica The Ecologist elabora o

ldquoManifesto para Sobrevivecircnciardquo onde insistiam que um aumento indefinido de

demanda natildeo pode ser sustentado por recursos finitos (wwwmecgovbr)

82

1971 Cria-se no Rio Grande do Sul a associaccedilatildeo gauacutecha de proteccedilatildeo

ao Ambiente Natural Fundada em 27 de abril de 1971 em Porto Alegre atraveacutes

da figura de Joseacute Lutzenberger encontrava uma ressonacircncia na miacutedia local e

nacional e junto aos meios universitaacuterios Pensadores e liacutederes ambientalistas

perceberam que harmonizar civilizaccedilatildeo industrial e natureza era um desafio que

exigiria uma revoluccedilatildeo cultural econocircmica e social sem precedentes(

wwwagirazulcombr)

1972 Publicaccedilatildeo do Relatoacuterio ldquoOs Limites do Crescimentordquo ndash Clube de

Roma Na visatildeo de Freire Dias o embriatildeo dessa medida foi gerado a partir do

relatoacuterio elaborado em 1968 e publicou um relatoacuterio denominado The limits of

growth (Os limites do crescimento econocircmico) onde se condenava a partir de

estudos sobre os modelos de desenvolvimento adotados a busca incessante do

crescimento da economia a qualquer custo e a meta de se tornaacute-la cada vez

maior mais rica e poderosa sem levar em conta o custo final desse crescimento

As vaacuterias anaacutelises contidas no referido relatoacuterio convergiam para o alerta sobre o

perigo do crescente consumo das sociedades modernas que se mantido no

ritmo atual levaria a humanidade a um limite de crescimento possivelmente a

um colapso Esse relatoacuterio apesar de rejeitado pelos poliacuteticos da eacutepoca foi

levado agrave Conferecircncia de Estocolmo em cujo foacuterum aprovou-se a

Recomendaccedilatildeo nordm 96 que reconhecia o desenvolvimento da Educaccedilatildeo

Ambiental como elemento criacutetico para o combate agrave crise ambiental do mundo

moderno (wwwsenaccombr)

Conferecircncia de Estocolmo ndash Em julho de 1972 na Sueacutecia onde

113 paiacuteses 90 dos quais pertenciam ao grupo dos paiacuteses em desenvolvimento

onde apenas 16 deles possuiacuteam entidades de proteccedilatildeo ambiental se reuniram

na Conferecircncia sobre o Meio Ambiente Humano Foi a primeira reuniatildeo

ambiental global que viria a acrescentar definitivamente agraves questotildees prioritaacuterias

discutidas pela ONU criada em 1945 - a paz os direitos humanos e o

desenvolvimento com igualdade - o tema da seguranccedila ecoloacutegica Desse modo

a Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas sobre Meio Ambiente Humano mundialmente

conhecida como Conferecircncia de Estocolmo passou a ser o marco de referecircncia

83

para as discussotildees sobre o que na sequumlecircncia viria a constituir-se numa das

questotildees mais complexas e mais cruciais da histoacuteria recente da humanidade ou

seja a questatildeo do desenvolvimento sustentaacutevel Ela chamou a atenccedilatildeo do

mundo para a gravidade da situaccedilatildeo nesse setor

(wwwmregovbr)(wwwagirazulcombr) (wwwcomcienciabr)

Universidade Federal de Pernambuco inicia uma campanha de

reintroduccedilatildeo do pau brasil considerado extinto em 1920

(wwwambientebrasilcombr)

Ainda como resultado da Conferecircncia de Estocolmo neste

mesmo ano a ONU criou um organismo denominado Programa das Naccedilotildees

Unidas para o Meio Ambiente - PNUMA sediado em Nairobi (wwwmecgovbr)

A Universidade Federal do Rio Grande do Sul criou o primeiro

curso de poacutes-graduaccedilatildeo em Ecologia do paiacutes (wwwmecgovbr)

1973 Registro Mundial de Programas em Educaccedilatildeo Ambiental-USA

(wwwambientebrasilcombr)

Cria-se a Secretaria Especial do Meio Ambiente SEMA pelo

Decreto nordm 73030 de 30 de outubro de 1973 que entre outras atividades

comeccedilou a fazer Educaccedilatildeo Ambiental e se propocircs a discutir junto agrave opiniatildeo

puacuteblica a questatildeo ambiental fazendo com que as pessoas se preocupassem

mais com o meio ambiente e evitassem atitudes predatoacuterias Vaacuterias medidas

legais foram tomadas posteriormente com o objetivo de preservar e conservar os

recursos ambientais e de controlar as diversas formas de poluiccedilatildeo A SEMA

dedicou-se a defender dois grandes objetivos estar atenta agrave poluiccedilatildeo

principalmente a de caraacuteter industrial mais visiacutevel e proteger a natureza

(wwwibamagovbr)

1974 Seminaacuterio de Educaccedilatildeo Ambiental em Jammi Finlacircndia - Esse

seminaacuterio considerou que a Educaccedilatildeo Ambiental permite alcanccedilar os objetivos

de proteccedilatildeo ambiental e que natildeo se trata de um ramo da ciecircncia ou uma

84

mateacuteria de estudos separada mas de uma accedilatildeo integral permanente

(wwwprgovbrmeioambiente)

1975 Congresso de Belgrado - Estabeleceu as metas e os princiacutepios da

Educaccedilatildeo Ambiental presentes na chamada Carta de Belgrado onde tambeacutem

se propusera que a Educaccedilatildeo Ambiental deveria ser contiacutenua multidisciplinar

integrada agraves diferenccedilas e voltada para os interesses nacionais

(wwwprgovbrmeioambiente)

Programa Internacional de Educaccedilatildeo Ambiental ndash PIEA- Criado

pela UNESCO o Programa Internacional de Educaccedilatildeo Ambiental e ateacute os dias

de hoje tem continuamente atuado na EA internacional e regionalmente O PIEA

manteacutem uma base de dados com informaccedilotildees sobre instituiccedilotildees de EA em todo

o mundo aleacutem de projetos e eventos que envolvem estudantes professores e

administradores (wwwambientespgov)

1976 Reuniatildeo Sub-regional de EA para o ensino secundaacuterio em

Chosica Peru Nesse foacuterum as questotildees ambientais na Ameacuterica Latina foram

relacionadas agraves necessidades de sobrevivecircncia e aos direitos humanos de seus

povos (wwwambientebrasilcombr)

Congresso de Educaccedilatildeo Ambiental Brasarville na Aacutefrica o qual

reconheceu que a pobreza eacute o maior problema ambiental

(wwwambientebrasilcombr)

A SEMA a Fundaccedilatildeo Educacional do Distrito Federal e a

Universidade de Brasiacutelia realizaram o primeiro curso de Extensatildeo para professores

do 1o Grau em Ecologia (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)

1977 A SEMA constitui um grupo de trabalho para elaboraccedilatildeo de um

documento de Educaccedilatildeo Ambiental para definir seu papel no contexto brasileiro

(Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)

85

Seminaacuterios Encontros e debates preparatoacuterios agrave Conferecircncia de

Tbilisi satildeo realizados pela FEEMA-RJ (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)

No Brasil o Conselho Federal de Educaccedilatildeo tornou obrigatoacuteria a

disciplina Ciecircncias Ambientais nos cursos de Engenharia (wwwmecgovbr)

Conferecircncia de Tbilisi realizada em 1977 na Geoacutergia ex-Uniatildeo

Sovieacutetica Foi deste encontro que saiacuteram as definiccedilotildees os objetivos os princiacutepios e

as estrateacutegias para a Educaccedilatildeo Ambiental que ateacute hoje satildeo adotadas

mundialmente Para que se chegasse a recomendaccedilotildees tatildeo duradouras foram

necessaacuterios vaacuterios anos de preparo Os proacuteprios organizadores do evento de Tbilisi

reconheceram que ele foi um prolongamento da Conferecircncia de Estocolmo de

1972 onde a Educaccedilatildeo Ambiental passou a ser considerada como campo de

accedilatildeo pedagoacutegica adquirindo relevacircncia e vigecircncia internacional

(wwwprgovbrmeioambiente)

1978 Nos cursos de Engenharia Sanitaacuteria inserem-se as disciplinas de

Saneamento Baacutesico e Saneamento Ambiental (wwwambientebrasilcombr)

1979 O MEC e a CETESB SP publicam o documento ldquoEcologia uma

Proposta para o Ensino de 1o e 2o Grausrdquo (wwwjornaldomeioambientecombr)

Encontro Regional de Educaccedilatildeo Ambiental para Ameacuterica Latina

em San Joseacute Costa Rica(wwwambientebrasilcombr)

1980 Seminaacuterio Regional Europeu sobre EA para Europa e Ameacuterica do

Norte o qual assinala a importacircncia do intercacircmbio de informaccedilotildees e

experiecircncias (wwwambientebrasilcombr)

Seminaacuterio Regional sobre EA nos Estados Aacuterabes Manama

Bahrein (UNESCO-PNUMA 1980)

1981 Lei Nordm 6938 de 31 de Agosto de 1981 dispotildee sobre a Poliacutetica

Nacional do Meio Ambiente (Brasil 1981)

86

1983 Por decisatildeo da Assembleacuteia Geral da ONU foi criada a Comissatildeo

Mundial de Meio Ambiente e Desenvolvimento ndash CMMAD presidida pela entatildeo

primeira ministra da Noruega Gro Harlem Brundtland Tinha como objetivo

analisar a interface entre a questatildeo ambiental e o desenvolvimento assim como

propor um plano de accedilotildees (wwwambientespgovbr)

1984 Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) apresenta uma

resoluccedilatildeo estabelecendo diretrizes para a Educaccedilatildeo Ambiental que natildeo eacute

tratada (wwwambientebrasilcombr)

1985 Parecer 81985 do MEC reforccedila a necessidade da inclusatildeo de

conteuacutedos ecoloacutegicos ao longo do processo de formaccedilatildeo do ensino de 1ordm e 2ordm

graus integrados a todas as aacutereas do conhecimento de forma sistematizada e

progressiva possibilitando a ldquoformaccedilatildeo da consciecircncia ecoloacutegica do futuro

cidadatildeordquo (wwwmecgovbr)

1986 A SEMA junto com a Universidade Nacional de Brasiacutelia organiza o

primeiro Curso de Especializaccedilatildeo em Educaccedilatildeo Ambiental (1986 a 1988)

(Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)

1987 O MEC aprova o Parecer 22687 do conselheiro Arnaldo Niskier

em relaccedilatildeo agrave necessidade de inclusatildeo da Educaccedilatildeo Ambiental nos curriacuteculos

escolares de 1o e 2o Graus O Plenaacuterio do Conselho Federal de Educaccedilatildeo

aprovou por unanimidade a conclusatildeo da Cacircmara de Ensino a respeito do

parecer 22687 que considerava necessaacuteria a inclusatildeo da Educaccedilatildeo Ambiental

dentre os conteuacutedos a serem explorados nas propostas curriculares das escolas

de 1ordm e 2ordm graus bem como sugeria a criaccedilatildeo de Centros de Educaccedilatildeo

Ambiental (wwwmecgovbr)

Estrateacutegia Internacional de accedilatildeo em mateacuteria de educaccedilatildeo e

formaccedilatildeo ambiental para o dececircnio de 90 - documento final do Congresso

Internacional sobre Educaccedilatildeo e Formaccedilatildeo Relativas ao Meio-ambiente realizado

em 1987 em Moscou Ruacutessia promovido pela UNESCO Ressalta a importacircncia da

87

formaccedilatildeo de recursos humanos nas aacutereas formais e natildeo formais da EA e na

inclusatildeo da dimensatildeo ambiental nos curriacuteculos de todos os niacuteveis

(wwwmecgovbr)

Paulo Nogueira Neto Primeiro secretaacuterio da Secretaria Especial

do Meio Ambiente (1974-1986) representa o Brasil na Comissatildeo Brundtland -

Comissatildeo Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento tambeacutem

conhecida como Comissatildeo Brundtland Essa comissatildeo produziu um relatoacuterio de

grande repercussatildeo internacional tendo sido usado inclusive como base para a

Agenda 21 Esse relatoacuterio da Comissatildeo Brundtland diz que desenvolvimento

sustentaacutevel ldquoeacute aquele que atende agraves necessidades do presente sem

comprometer a possibilidade de as geraccedilotildees futuras atenderem as suas proacuteprias

necessidadesrdquo (wwwibgegovbr)

Divulgaccedilatildeo do Relatoacuterio da Comissatildeo Brundtland Nosso Futuro

Comum A Comissatildeo Brundtland circulou o mundo e encerrou seus trabalhos em

1987 com um relatoacuterio chamado ldquoNosso Futuro Comumrdquo E eacute nesse relatoacuterio que

se encontra a definiccedilatildeo de desenvolvimento sustentaacutevel mais aceita e difundida

em todo o Planeta ldquoDesenvolvimento sustentaacutevel eacute aquele que atende agraves

necessidades do presente sem comprometer a possibilidade das geraccedilotildees futuras

satisfazerem suas proacuteprias necessidadesrdquo Segundo a Comissatildeo o desafio era

trazer as consideraccedilotildees ambientais para o centro das tomadas de decisotildees

econocircmicas e para o centro do planejamento futuro nos diversos niacuteveis local

regional e global (wwwmregovbr)

Congresso Internacional da UNESCO ndash PNUMA sobre Educaccedilatildeo

e Formaccedilatildeo Ambiental - Moscou Realizou a avaliaccedilatildeo dos avanccedilos desde Tbilisi

reafirmou os princiacutepios de Educaccedilatildeo Ambiental e assinalou a importacircncia e

necessidade da pesquisa e da formaccedilatildeo em Educaccedilatildeo Ambiental

(wwwambientebrasilcombr)

88

1988 Declaraccedilatildeo de Caracas ORPAL - PNUMA Sobre Gestatildeo

Ambiental na Ameacuterica a qual denuncia a necessidade de mudar o modelo de

desenvolvimento (wwwprgovbr)

A Constituiccedilatildeo Brasileira de 1988 em Art 225 no Capiacutetulo VI - Do

Meio Ambiente Inciso VI destacou a necessidade de lsquorsquopromover a Educaccedilatildeo

Ambiental em todos os niacuteveis de ensino e a conscientizaccedilatildeo puacuteblica para a

preservaccedilatildeo do meio ambientersquorsquo Para cumprimento dos preceitos

constitucionais leis federais decretos constituiccedilotildees estaduais e leis municipais

determinaram a obrigatoriedade da Educaccedilatildeo Ambiental(Brasil 1988)

Fundaccedilatildeo Getuacutelio Vargas traduz e publica o Relatoacuterio

Brundtland Nosso Futuro Comum (wwwprgovbr)

A Secretaria de Estado do Meio Ambiente de SP e a CETESB

publicam a ediccedilatildeo piloto do livro ldquoEducaccedilatildeo Ambientalrdquo Guia para professores

de 1o e 2o Graus (wwwnossoambienteonlinehpgigcombr)

1989 Criaccedilatildeo do IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente) pela

fusatildeo da SEMA SUDEPE SUDEHVEA e IBDF - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e

dos Recursos Naturais Renovaacuteveis uma autarquia federal foi criado pela Lei

773589 vinculado ao Ministeacuterio do Meio Ambiente ndash MMA sendo responsaacutevel

principalmente pela execuccedilatildeo da Poliacutetica Nacional do Meio Ambiente e

desenvolve atividades para a preservaccedilatildeo e conservaccedilatildeo do patrimocircnio natural

exercendo o controle e a fiscalizaccedilatildeo sobre o uso dos recursos naturais Nele

funciona a Divisatildeo de Educaccedilatildeo Ambiental com a missatildeo de promover a

conscientizaccedilatildeo de todos para a utilizaccedilatildeo racional dos recursos naturais

incentivando o desenvolvimento sustentaacutevel visando agrave preservaccedilatildeo do meio

ambiente para as geraccedilotildees futuras (wwwgeocitiesyahoocombribamapr)

Programa de Educaccedilatildeo Ambiental em Universidade Aberta da

Fundaccedilatildeo Demoacutecrito Rocha por meio de encartes nos jornais de Recife e

Fortaleza (wwwprgovbr)

89

Primeiro Encontro Nacional sobre Educaccedilatildeo Ambiental no Ensino

Formal IBAMA UFRPE Recife (wwwprgovbr)

Criou-se o Fundo Nacional de Meio Ambiente (FNMA) no

Ministeacuterio do Meio Ambiente MMA Criado pela Lei 7797 de 10 de julho de 1989

O FNMA tem por missatildeo contribuir como agente financiador e por meio da

participaccedilatildeo social para a implementaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional do Meio

Ambiente (PNMA) Desde sua criaccedilatildeo o FNMA apoacuteia projetos ambientais em todo

o paiacutes tendo investido mais de cem milhotildees de reais distribuiacutedos entre mais de mil

projetos aprovados (wwwmmagovbr)

Primeiro Seminaacuterio sobre materiais para a Educaccedilatildeo Ambiental

ORLEAC - UNESCO - PIEA Santiago Chile (wwwprgovbr)

Declaraccedilatildeo de HAIA preparatoacuterio da RIO 92 aponta a

importacircncia da cooperaccedilatildeo internacional nas questotildees

ambientais(wwwambientebrasilcombr)

1990 Conferecircncia Mundial sobre Ensino para Todos Satisfaccedilatildeo das

necessidades baacutesicas de aprendizagem em Jomtien Tailacircndia Destaca o

conceito de Analfabetismo Ambiental O analfabetismo ambiental levou a

espeacutecie humana a produzir essas pressotildees insuportaacuteveis sobre os sistemas naturais

Estamos vivendo de retiradas contiacutenuas de uma poupanccedila na qual natildeo fazemos

nenhum depoacutesito ldquoO analfabetismo ambiental eacute o mais difiacutecil de ser erradicado

pois atinge ateacute pessoas com vaacuterios anos de escolaridade que continuam

ateando fogo nas folhas secas em seus quintais natildeo reciclando o lixo e natildeo

poupando aacutegua nem energia eleacutetricardquo Gonccedilalves 1990 (wwwigcuspbr)

A ONU declara o ano 1990 como o Ano Internacional do Meio

Ambiente (wwwambientebrasilcombr)

I Curso Latino-Americano de Especializaccedilatildeo em Educaccedilatildeo

Ambiental PNUMAIBAMACNPqCAPESUFMTCUIABAacute-MT (1990 a 1994)

(wwwambientebrasilcombr)

90

1991 Portaria 678 (140591) do MEC determinou que a educaccedilatildeo

escolar deveria contemplar a Educaccedilatildeo Ambiental permeando todo o curriacuteculo

dos diferentes niacuteveis e modalidades de ensino Foi enfatizada a necessidade de

investir na capacitaccedilatildeo de professores (wwwmecgovbr)

Projeto de Informaccedilotildees sobre Educaccedilatildeo Ambiental IBAMA MEC

(wwwambientebrasilcombr)

Encontro Nacional de Poliacuteticas e Metodologias para Educaccedilatildeo

Ambiental promovido pela Presidecircncia da Repuacuteblica atraveacutes do MEC e SEMA

com apoio da UNESCOEmbaixada do Canadaacute em Brasiacutelia com a finalidade de

discutir diretrizes para definiccedilatildeo da Poliacutetica da EA (wwwmecgovbr)

Grupo de Trabalho para Educaccedilatildeo Ambiental coordenado pelo

MEC preparatoacuterio para a Conferecircncia do Rio 92 (wwwmecgovbr)

Reuniotildees preparatoacuterias da Rio 92(wwwambientebrasilcombr)

1992 Conferecircncia da ONU sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento

RIOndash92 UNCED Rio92 - Criaccedilatildeo da Agenda 21 Tratado de Educaccedilatildeo Ambiental

para Sociedades Sustentaacuteveis FORUN das ONGrsquos - compromissos da sociedade

civil com a Educaccedilatildeo Ambiental e o Meio Ambiente Carta Brasileira de

Educaccedilatildeo Ambiental o qual apontou as necessidades de capacitaccedilatildeo na aacuterea

(MEC 1992)

1ordm Encontro Nacional de Centros de Educaccedilatildeo Ambiental (CEAS)

ndash onde os coordenadores dos centros jaacute existentes e os teacutecnicos das Secretarias

de Educaccedilatildeo debateram propostas pedagoacutegicas e recursos institucionais e

apresentaram projetos e experiecircncias exitosas em educaccedilatildeo ambiental Em

decorrecircncia o Mec passou a incentivar a implantaccedilatildeo de centros de educaccedilatildeo

ambiental como espaccedilos de referencia visando a formaccedilatildeo integral do cidadatildeo

para interagir em diversos niacuteveis e modalidades de ensino e introduzir praacuteticas de

educaccedilatildeo ambiental junto agraves comunidades (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)

91

Foi criado o Ministeacuterio do Meio Ambiente (Ministeacuterio do Meio

Ambiente 2005)

Participaccedilatildeo das ONGrsquos do Brasil no Foacuterum de ONGrsquos e na

redaccedilatildeo do Tratado de Educaccedilatildeo Ambiental para Sociedades Sustentaacuteveis

Destaca-se o papel da Educaccedilatildeo Ambiental na construccedilatildeo da Cidadania

Ambiental (wwwambientebrasilcombr)

O MEC promove no Rio de Janeiro o Workshop sobre Educaccedilatildeo

Ambiental com o objetivo de socializar os resultados das experiecircncias nacionais e

internacionais de EA discutir metodologias e curriacuteculos destacando a

necessidade de capacitaccedilatildeo de recursos humanos para EA cujo resultado

encontra-se na Carta Brasileira de Educaccedilatildeo Ambiental (wwwmecgovbr)

1993 Uma Proposta Interdisciplinar de Educaccedilatildeo Ambiental para

Amazocircnia IBAMA Universidades e SEDUCrsquos da regiatildeo publicaccedilatildeo de um

Documento Metodoloacutegico e um de caraacuteter temaacutetico com 10 temas ambientais

da regiatildeo (1992 a 1994) (wwwambientebrasilcombr)

Projeto de Lei n 379293 de autoria do Deputado Faacutebio

Feldmann ora em tramitaccedilatildeo no congresso Nacional institui a Poliacutetica de

Educaccedilatildeo Ambiental Este projeto de Lei tem como objetivo interligar os sistemas

nacionais de meio ambiente e de educaccedilatildeo em um sistema uacutenico (Ministeacuterio do

Meio Ambiente2004) (wwwbio2000hpgigcombr)

Portaria 77393 do MEC instituiu em caraacuteter permanente um

Grupo de Trabalho para EA com o objetivo de coordenar apoiar acompanhar

avaliar e orientar as accedilotildees metas e estrateacutegias para a implementaccedilatildeo da EA nos

sistemas de ensino em todos os niacuteveis e modalidades concretizando as

recomendaccedilotildees aprovadas na RIO -92(wwwmecgovbr)

Criaccedilatildeo dos Centros de Educaccedilatildeo Ambiental do MEC com a

finalidade de criar e difundir metodologias em Educaccedilatildeo Ambiental

(wwwambientebrasilcombr)

92

Congresso Sul-americano como continuidade da Rio92 ndash

Argentina (wwwambientebrasilcombr)

1994 Criaccedilatildeo do programa Nacional de Educaccedilatildeo Ambiental

(PRONEA) em dezembro de 1994 pela Presidecircncia da Repuacuteblica em funccedilatildeo da

Constituiccedilatildeo Federal de 1988 e dos compromissos internacionais assumidos com a

Conferencia do Rio compartilhado pelo entatildeo Ministeacuterio do Meio Ambiente dos

Recursos Hiacutedricos e da Amazocircnia Legal e pelo Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e do

Desporto com as parcerias do Ministeacuterio da Cultura e do Ministro da Ciecircncia e

Tecnologia (Ministeacuterio do Meio ambiente 2004)

Proposta do Programa Nacional de Educaccedilatildeo Ambiental -

PRONEA elaborada pelo MECMMAMINCMCT com o objetivo de ldquocapacitar o

sistema de educaccedilatildeo formal e natildeo-formal supletivo e profissionalizante em seus

diversos niacuteveis e modalidadesrdquo (wwwmecgovbr)

1995 Foi criada a Cacircmara Teacutecnica temporaacuteria de Educaccedilatildeo Ambiental

no Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA) determinante para o

fortalecimento da Educaccedilatildeo Ambiental Realizou sua primeira reuniatildeo em junho

de 1996 quando se discutiu o documento intitulado ldquoSubsiacutedios para a formulaccedilatildeo

de uma Poliacutetica Nacional de Educaccedilatildeo Ambientalrdquo elaborada pelo MMAIBAMA

e pelo MEC Os princiacutepios orientadores para esse documento eram a

participaccedilatildeo a descentralizaccedilatildeo o reconhecimento da pluralidade e

diversidade cultural e a interdisciplinaridade (ProNEA-2004) (wwwmecgovbr)

Conferecircncia para o Desenvolvimento Social realizada em

Copenhague Sueacutecia que visaria a Criaccedilatildeo de um ambiente econocircmico-poliacutetico-

social-cultural e juriacutedico que permita o desenvolvimento social

(wwwambientebrasilcombr)

1996 Lei nordm 927696 que estabelece o Plano Plurianual do Governo

19961999 define como principais objetivos da aacuterea de Meio Ambiente a

ldquopromoccedilatildeo da Educaccedilatildeo Ambiental atraveacutes da divulgaccedilatildeo e do uso de

93

conhecimentos sobre tecnologias de gestatildeo sustentaacutevel dos recursos naturaisrdquo

procurando garantir a implementaccedilatildeo do PRONEA (wwwmecgovbr)

Cursos de Capacitaccedilatildeo em Educaccedilatildeo Ambiental para os

teacutecnicos das SEDUCrsquos e DEMECrsquos nos Estados - Coordenaccedilatildeo de Educaccedilatildeo

Ambiental promove trecircs cursos de Capacitaccedilatildeo de Multiplicadores em Educaccedilatildeo

Ambiental - Apoio do acordo BRASILUNESCO a fim de preparar teacutecnicos das

Secretarias Estaduais de Educaccedilatildeo Delegacias Regionais de Educaccedilatildeo do MEC

e algumas Universidades Federais para atuarem no processo de inserccedilatildeo da

Educaccedilatildeo Ambiental nos Paracircmetros Curriculares (wwwmecgovbr)

Criaccedilatildeo da Comissatildeo Interministerial de EA do MMA - Essa

Comissatildeo tem como objetivo assessorar o Presidente da Repuacuteblica na tomada de

decisotildees sobre as estrateacutegias e poliacuteticas nacionais necessaacuterias ao

desenvolvimento sustentaacutevel conforme as diretrizes estabelecidas pela Agenda

21 (wwwmmagovbr)

1997 Aprovaccedilatildeo dos Novos PCNrsquos ndash Os PCNrsquos constituem-se como um

subsiacutedio para apoiar a escola na elaboraccedilatildeo de seu projeto educativo inserindo

procedimentos atitudes e valores no conviacutevio escolar bem como a necessidade

de tratar de alguns temas sociais urgentes de abrangecircncia nacional

denominado como temas transversais meio ambiente eacutetica pluralidade cultural

orientaccedilatildeo sexual trabalho e consumo (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)

I Conferecircncia Nacional de Educaccedilatildeo Ambiental (ICNEA)

realizada em Brasiacutelia quando foi produzido o documento ldquoCarta de Brasiacutelia para

a Educaccedilatildeo Ambientalrdquo contendo cinco aacutereas temaacuteticas Educaccedilatildeo Ambiental

e as vertentes do desenvolvimento sustentaacutevel Educaccedilatildeo Ambiental formal

papel desafios metodologias e capacitaccedilatildeo Educaccedilatildeo no processo de gestatildeo

ambiental metodologia e capacitaccedilatildeo Educaccedilatildeo Ambiental e as poliacuteticas

puacuteblicas PRONEA poliacuteticas de recursos hiacutedricos urbanas agricultura ciecircncia e

tecnologia Educaccedilatildeo Ambiental eacutetica formaccedilatildeo da cidadania educaccedilatildeo

comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo da sociedade (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)

94

Cursos de Educaccedilatildeo Ambiental organizados pelo MECndash Atraveacutes

da Coordenaccedilatildeo de Educaccedilatildeo Ambiental para as escolas Teacutecnicas e segunda

etapa de capacitaccedilatildeo das SEDUCrsquos e DEMECrsquos Convecircnio UNESCO ndash MEC

(wwwambientebrasilcombr)

IV Foacuterum de Educaccedilatildeo Ambiental e I Encontro da Rede de

Educadores Ambientais em VitoacuteriaES (wwwambientebrasilcombr)

Conferecircncia Internacional sobre Meio Ambiente e Sociedade

Conferecircncia Internacional sobre Meio Ambiente e Sociedade Educaccedilatildeo e

Consciecircncia Puacuteblica para a Sustentabilidade ndash Thessaloniki Greacutecia 1997 Onde

houve o reconhecimento que passados cinco anos da Conferecircncia Rio-92 o

desenvolvimento da EA foi insuficiente (wwwmecgovbr)

A Coordenaccedilatildeo de Educaccedilatildeo Ambiental do MEC promove sete

Cursos de Capacitaccedilatildeo de Multiplicadores e cinco Teleconferecircncias

(wwwmecgovbr)

1998 A Coordenaccedilatildeo de Educaccedilatildeo Ambiental do MEC promove 8

Cursos de Capacitaccedilatildeo de Multiplicadores 5 teleconferecircncias 2 Seminaacuterios

Nacionais e produz 10 viacutedeos para serem exibidos pela TV Escola

(wwwmecgovbr)

Ao final deste ano a Coordenaccedilatildeo de Educaccedilatildeo Ambiental eacute

inserida na Secretaria de Ensino Fundamental ndash SEF do MEC apoacutes reforma

administrativa (wwwportalmecgovbr)

1999 Criaccedilatildeo da Diretoria de Educaccedilatildeo Ambiental (DEA) do MMA ndash

Que passou a desenvolver as seguintes atividades Implantaccedilatildeo do Sistema

Brasileiro de Informaccedilatildeo em Educaccedilatildeo Ambiental (SIBEA) objetivando atuar

como um sistema integrador das informaccedilotildees de educaccedilatildeo ambiental no paiacutes

Implantaccedilatildeo de Poacutelos de Educaccedilatildeo Ambiental e Difusatildeo de Praacuteticas Sustentaacuteveis

nos Estados objetivando irradiar as accedilotildees de Educaccedilatildeo Ambiental fomento aacute

formaccedilatildeo de Comissotildees Interinstitucionais de Educaccedilatildeo Ambiental nos estados e

95

auxilio na elaboraccedilatildeo de programas estaduais de Educaccedilatildeo Ambiental

implantaccedilatildeo de curso de Educaccedilatildeo Ambiental a distancia objetivando

capacitar gestores professores e teacutecnicos de meio ambiente de todos os

municiacutepios do paiacutes implantaccedilatildeo do projeto Protetores da Vida objetivando

sensibilizar e mobilizar jovens para as questotildees ambientais (Ministeacuterio do Meio

Ambiente 2004)

Aprovaccedilatildeo da LEI 959799 que estabelece a Poliacutetica Nacional

de EA - promulgada a Lei nordm 9795 de 27 de abril de 1999 que institui a Poliacutetica

Nacional de Educaccedilatildeo Ambiental a que deveraacute ser regulamentada apoacutes as

discussotildees na Cacircmara Teacutecnica Temporaacuteria de Educaccedilatildeo Ambiental no CONAMA

(wwwmecgovbr)

A Portaria 164899 do MEC criou o Grupo de Trabalho com

representantes de todas as suas Secretarias para discutir a regulamentaccedilatildeo da

Lei nordm 979599 (wwwmecgovbr)

O MEC propotildee o Programa PCNrsquos em Accedilatildeo atendendo agraves

solicitaccedilotildees dos Estados tendo o Meio Ambiente como uns dos temas

transversais que seraacute trabalhado no ano 2000 (wwwmecgovbr)

Programa Nacional de Educaccedilatildeo Ambiental ndash implantaccedilatildeo do

Programa Nacional de Educaccedilatildeo Ambiental - ProNEA(wwwmecgovbr)

A Coordenaccedilatildeo de EA (COEA) do MEC passa a formar parte da

Secretaacuteria de Ensino Fundamental (wwwambientebrasilcombr)

2000 A Educaccedilatildeo Ambiental integra o Plano Plurianual do Governo

(2000-2003) e agora institucionalmente vinculado ao Ministeacuterio do Meio

Ambiente contemplando sete accedilotildees realizadas pelo MMA IBAMA Banco do

Brasil e Jardim Botacircnico do Rio de Janeiro (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)

2001 Em reconhecimento a importacircncia da articulaccedilatildeo dos

educadores ambientais e as suas instituiccedilotildees em modelos de articulaccedilatildeo

96

horizontal o MMA iniciou uma accedilatildeo de fomento a estruturaccedilatildeo e do

fortalecimento da Rede Brasileira de Educaccedilatildeo Ambiental (REBEA) e da Rede

Paulista de Educaccedilatildeo Ambiental (REPEA) e forneceu apoio a estruturaccedilatildeo da

REASUL da Rede Aguapeacute e da Rede Acreana de Educaccedilatildeo Ambiental

(Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)

2002 No mecircs de junho a lei nordm 979599 foi regulamentada pelo Decreto

nordm4 281 que definem entre outras coisas a composiccedilatildeo e as competecircncias do

Oacutergatildeo Gestor da PNEA lanccedilando assim as bases para a execuccedilatildeo da PNEA

(Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)

2003 Eacute instaurada no MMA a Comissatildeo intersetorial de Educaccedilatildeo

Ambiental (CISEA) com representaccedilatildeo de todas as secretarias e todos os oacutergatildeos

vinculados ao MMA criando uma instancia para um processo coordenado de

consultas e deliberaccedilotildees internamente a esse Ministeacuterio e contribuindo para a

transversalidade interna e a sinergia das accedilotildees em educaccedilatildeo ambiental

desenvolvidas pelas suas secretarias e pelos seus oacutergatildeos vinculados (Ministeacuterio do

Meio Ambiente 2004)

O Ministeacuterio da Educaccedilatildeo estabelece como prioridades viabilizar

as accedilotildees e diretrizes da PNEA e reestruturar a Coordenaccedilatildeo Geral de Educaccedilatildeo

Ambiental (COEA) que passa da Secretaria de Educaccedilatildeo Fundamental

diretamente agrave Secretaria Executiva atuando de forma integrada a todas as

secretarias conferindo maior visibilidade agrave Educaccedilatildeo Ambiental e oportunizando

sua transversalidade assim como seu enraizamento no MEC e na estrutura de

Governo (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)

2004 O MMA e o MEC promoveram em 21 de julho a reuniatildeo de

instalaccedilatildeo do oacutergatildeo gestor da PNEA um passo decisivo para a execuccedilatildeo das

accedilotildees em educaccedilatildeo ambiental no Governo Federal tendo como primeira tarefa

a assinatura de um Termo de Cooperaccedilatildeo Teacutecnica para a realizaccedilatildeo conjunta

da Conferencia Infanto-Juvenil pelo Meio Ambiente (Ministeacuterio do Meio

Ambiente 2004)

97

Em 17 de novembro foi instaurado o Comitecirc Assessor do Oacutergatildeo

Gestor sendo realizada sua primeira reuniatildeo na qual foram criados seis grupos de

trabalho (GTs) dois temporaacuterios ndash GT Documento do ProNEA e GT Regimento

Interno e quatro permanentes ndash GT Gestatildeo do Sistema Brasileiro de Informaccedilotildees

sobre Educaccedilatildeo Ambiental(SIBEA) GT Criteacuterios e Indicadores para Projetos e

Accedilotildees de Educaccedilatildeo Ambiental GT Instrumentos Institucionais e Legais para a

Promoccedilatildeo da Educaccedilatildeo Ambiental e GT Relaccedilotildees Internacionais (Ministeacuterio do

Meio Ambiente 2004)

Foi realizado em Goiacircnia o primeiro encontro governamental

nacional sobre poliacuteticas publicas de educaccedilatildeo ambiental reunindo secretaacuterios e

gestores puacuteblicos das trecircs esferas de governo da aacuterea ambiental O evento visou

a elaborar um diagnoacutestico dos principais desafios ao enraizamento da educaccedilatildeo

ambiental e a aproximaccedilatildeo entre as secretarias de educaccedilatildeo e do meio

ambiente Neste encontro foi reconhecida a necessidade da articulaccedilatildeo e do

fortalecimento muacutetuo das Comissotildees Interinstitucionais Estaduais e das Redes de

Educaccedilatildeo Ambiental Foi elaborado o documento ldquoCompromisso de Goiacircniardquo

que consiste no estabelecimento de um importante e pioneiro pacto entre as

esferas de governo para a criaccedilatildeo de Poliacuteticas e Programas estaduais e

municipais de Educaccedilatildeo Ambiental sincronizados com o ProNEA (Ministeacuterio do

Meio Ambiente 2004)

Nesse ano foi realizada a deacutecima-nona ediccedilatildeo do curso de

Introduccedilatildeo agrave Educaccedilatildeo no Processo de Gestatildeo Ambiental do IBAMA

alcanccedilando quase 700 profissionais formados para atuar com a educaccedilatildeo na

gestatildeo ambiental (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2005)

Ocorreu nova reestruturaccedilatildeo do MEC com a transferecircncia da

Coordenaccedilatildeo Geral de Educaccedilatildeo Ambiental (CGEA) para a entatildeo receacutem-criada

Secretaria de Educaccedilatildeo Continuada Alfabetizaccedilatildeo e Diversidade (Ministeacuterio do

Meio Ambiente 2005)

98

Teve iniacutecio um novo Plano Plurianual o PPA 2004-2007 Em

funccedilatildeo das novas diretrizes e sintonizado com o ProNEA o Programa 0052 eacute

reformulado passa a ser intitulado Educaccedilatildeo Ambiental para Sociedades

Sustentaacuteveis e inicia o ano composto por accedilotildees de responsabilidade da Diretoria

de Educaccedilatildeo Ambiental Fundo Nacional do Meio AmbienteAgecircncia Nacional

de Aacuteguas Coordenaccedilatildeo Geral de Educaccedilatildeo Ambiental do Instituto Brasileiro de

Meio Ambiente e Recursos Naturais Renovaacuteveis Jardim Botacircnico do Rio de

Janeiro e a Secretaria da Comissatildeo Interministerial para os Recursos do Mar

(SECIRM) (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)

Em novembro de 2004 foi realizado o V Foacuterum Brasileiro de

Educaccedilatildeo Ambiental construiacutedo de forma coletiva a partir da Rede Brasileira de

Educaccedilatildeo Ambiental e que proporcionou espaccedilos para diaacutelogo e trocas entre

os educadores ambientais Realizada durante todo o evento a atividade

denominada ldquoConversando com as Redesrdquo proporcionou aos participantes a

oportunidade de estar em contato com as pessoas que formam as redes de

Educaccedilatildeo Ambiental de todo o Brasil As conexotildees foram reforccediladas e renovadas

no evento que viu nascer a Rede Nordestina de Educaccedilatildeo Ambiental e a Rede

de Edu -comunicaccedilatildeo Socioambiental (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2005)

Ainda em novembro de 2004 o MMA participou na Venezuela

da reuniatildeo de trabalho de especialistas em gestatildeo puacuteblica da educaccedilatildeo

ambiental da Ameacuterica Latina e Caribe para elaboraccedilatildeo do plano de

implementaccedilatildeo do Programa Latino-americano e Caribenho de Educaccedilatildeo

Ambiental (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2005)

Nesse ano de 2004 foi feita a revisatildeo do Plano Plurianual e do

Programa 0052 e seu conjunto de accedilotildees foi alterado iniciando o exerciacutecio de

2005 com a seguinte composiccedilatildeo

bull 6270 ndash Educaccedilatildeo ambiental para recursos hiacutedricos (ANA)

bull 2972 ndash Educaccedilatildeo para conservaccedilatildeo da biodiversidade (Jardim Botacircnico

do Rio de Janeiro)

99

bull 2965 ndash Fomento a projetos integrados de educaccedilatildeo ambiental (FNMA)

bull 4932 ndash Formaccedilatildeo de educadores ambientais (DEAIBAMA)

bull 09HO ndash Apoio agrave gestatildeo compartilhada da educaccedilatildeo ambiental (DEA)

bull1997 ndash Implantaccedilatildeo do Sistema Brasileiro de Informaccedilotildees sobre Educaccedilatildeo

Ambiental (DEA)

bull 6857 ndash Produccedilatildeo e veiculaccedilatildeo de programas de educaccedilatildeo ambiental

(DEA)

bull 4641 ndash Publicidade de utilidade puacuteblica (DEA)

bull 4232 ndash Capacitaccedilatildeo de recursos humanos para a prevenccedilatildeo e o

controle ambiental nas aacutereas mariacutetimas e portuaacuterias (SECIRM) (Ministeacuterio do Meio

Ambiente 2004)

Nessa revisatildeo a CGEAMEC inclui no Programa 1061 - Brasil Escolarizado

sob responsabilidade desse Ministeacuterio duas accedilotildees relativas especificamente agrave

educaccedilatildeo ambiental

bull 09EA ndash Apoio agrave distribuiccedilatildeo de material didaacutetico para formaccedilatildeo

continuada em educaccedilatildeo ambiental

bull 09ED ndash Apoio agrave formaccedilatildeo continuada em educaccedilatildeo ambiental para

profissionais da educaccedilatildeo (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2005)

53 Algumas Consideraccedilotildees sobre a Evoluccedilatildeo da Educaccedilatildeo Ambiental

A Educaccedilatildeo Ambiental eacute direito de todos De modo formal como

componente permanente da educaccedilatildeo em todos os niacuteveis e modalidades De

modo natildeo formal atraveacutes de praacuteticas educativas voltadas para a mobilizaccedilatildeo e

participaccedilatildeo da sociedade e suas organizaccedilotildees na defesa da qualidade do

meio ambiente (ALERJ 1999)

A Educaccedilatildeo Ambiental jaacute percorreu um longo caminho superou alguns

obstaacuteculos alguns conflitos ganhou algumas batalhas porem ainda falta muito

para vencer a guerra contra os avanccedilos tecnoloacutegicos sem responsabilidade com

o meio ambiente porque o desenvolvimento eacute necessaacuterio poreacutem natildeo pode estar

100

combinado com um poder impiedoso e irracional do homem que destroacutei a terra

que pisa e tira o sustento polui o ar que respira suja a aacutegua que garante a sua

sobrevivecircncia e das geraccedilotildees futuras

Ao longo desses anos a Educaccedilatildeo Ambiental caminhou em direccedilatildeo ao

reconhecimento da sua importacircncia pois se natildeo houver um investimento em

accedilotildees que despertem a consciecircncia da humanidade para com o Meio

Ambiente natildeo teraacute nenhum sucesso os investimentos para o futuro A educaccedilatildeo

eacute o meio mais importante para o desenvolvimento do homem e a Educaccedilatildeo

Ambiental deve estar presente em todos os niacuteveis educacionais pois atraveacutes dela

passa a existir a consciecircncia pessoal de que o homem natildeo eacute o uacutenico no mundo

e sim faz parte dele segundo Boff 1992 ldquoMesmo sendo o homem a expressatildeo

autoconsciente do mundo natildeo eacute a principal nem a uacutenicardquo Devido a isto o

homem deve ter a consciecircncia de que existe uma interdependecircncia entre os

seres e a natureza em todo o planeta A partir da conscientizaccedilatildeo o homem

passa a perceber e revisar seus conceitos em relaccedilatildeo a viver bem pois a

seduccedilatildeo e adoraccedilatildeo aos estilos e modismos que fazem das pessoas aacutevidos

consumidores e como consequumlecircncia temos a geraccedilatildeo de montanhas de lixo

resiacuteduos inclusive radioativos aleacutem da extraccedilatildeo desordenada dos recursos

naturais natildeo renovaacuteveis

Eacute evidente que nas questotildees ambientais existem os conflitos que vatildeo de

encontro com os propoacutesitos poliacuteticos e os projetos educativos realmente

comprometidos com o resgate do equiliacutebrio entre a necessidade social e a

ambiccedilatildeo pessoal No primeiro caso trata-se de pessoas que na maioria das

vezes por falta de informaccedilatildeo destroem a natureza como derrubada de aacutervores

morte de animais pesca predatoacuteria etc em favor de seu sustento e de suas

famiacutelias natildeo percebendo que com esta destruiccedilatildeo estatildeo limitando o tempo do

seu sustento pois sem controle haacute o esgotamento No segundo caso a

exploraccedilatildeo e a destruiccedilatildeo da natureza natildeo por falta de informaccedilatildeo e sim por

ambiccedilatildeo ao dinheiro e por consequumlecircncia pelo poder natildeo importando o mal

que esta sendo feito Em relaccedilatildeo a isto se pode ressaltar que a pobreza tanto

nacional quanto global eacute uma das principais causas da destruiccedilatildeo pois quando

101

se tem fome a preocupaccedilatildeo com a natureza natildeo tem valor por isto quando se

fala em meio ambiente eacute tudo que estaacute a nossa volta inclusive agrave sociedade

Nessa perspectiva a educaccedilatildeo ambiental precisa ultrapassar os limites da

escola formal isto eacute deve transcender o espaccedilo escolar e ser concebida como

um processo contiacutenuo de formaccedilatildeo para a cidadania atingindo o ser humano

seja ele quem for ou onde estiver para que seja possiacutevel atingir em essecircncia a

mudanccedila de paradigmas que existem nas relaccedilotildees entre homem sociedade e

natureza Para isto se faz necessaacuterio o preenchimento de todos os espaccedilos seja

da miacutedia da famiacutelia do lazer da cultura da ciecircncia do trabalho e

principalmente da educaccedilatildeo Se forem aproveitadas todas as oportunidades

para se praticar a Educaccedilatildeo Ambiental estes conceitos passariam a fazer parte

da consciecircncia individual e coletiva do ser humano provocando alteraccedilatildeo no

sistema social e psicoloacutegico promovendo uma nova eacutetica planetaacuteria

comprometida com a erradicaccedilatildeo da pobreza da fome da poluiccedilatildeo da

opressatildeo humana da degradaccedilatildeo ambiental para que todos os recursos da

natureza possam ser utilizados com equiliacutebrio e respeito agrave fragilidade da terra e

de forma a beneficiar toda a humanidade (wwwsenacbr)

O Estado do Rio de Janeiro dispotildee da Lei 332599 que determina a

Educaccedilatildeo Ambiental obrigatoacuteria em todos os periacuteodos e nas vaacuterias disciplinas do

primeiro e segundo graus natildeo podendo ter uma uacutenica cadeira com conceitos

ecoloacutegicos e as demais ignorarem completamente os ecossistemas e as relaccedilotildees

entre transportes induacutestria agricultura urbanizaccedilatildeo sauacutede e o meio ambiente A

Educaccedilatildeo Ambiental por ser responsabilidade de todos deve ser tratada como

tema transversal isto eacute uma preocupaccedilatildeo de toda a escola e de toda a

comunidade onde a escola estaacute inserida Os professores das vaacuterias disciplinas e a

direccedilatildeo da escola estaratildeo empenhados na construccedilatildeo de projetos pedagoacutegicos

que inclua a problemaacutetica ambiental

A seguir as metodologias utilizadas na realizaccedilatildeo deste trabalho

102

Capiacutetulo 6 Metodologias

O objetivo deste capiacutetulo eacute descrever as metodologias aplicadas na busca

dos objetivos especiacuteficos para atingir as metas apontadas neste estudo

O estudo apresentado nessa dissertaccedilatildeo teve como base agrave elaboraccedilatildeo

de um meacutetodo capaz de garantir a confiabilidade e reprodutibilidade da

pesquisa No decorrer deste capitulo seratildeo abordados temas como

planejamento de pesquisa meacutetodo estatiacutestico pesquisa de campo fontes de

informaccedilatildeo e os problemas encontrados

Eacute relevante citar que o processo de pesquisa cientifica eacute uma atividade

dinacircmica e passiacutevel de mutaccedilotildees A metodologia empregada nesta pesquisa

possibilitou a agregaccedilatildeo de informaccedilotildees no decorrer do trabalho norteadas

sempre pelos objetivos do estudo

A figura 61 mostra esquematicamente a estrateacutegia utilizada na pesquisa

cujas etapas estatildeo melhor detalhadas nos itens subsequumlentes

103

Figura 61 - Esquematizaccedilatildeo do Projeto

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria a partir dos dados deste capiacutetulo

104

61 Diagnose do Estado da Arte da Educaccedilatildeo Ambiental no Ensino Meacutedio da Rede Estadual de Ensino no Municiacutepio do Rio de Janeiro 611 Objetivos

Umas das finalidades da pesquisa proposta no presente trabalho consistiu

em analisar o estado da arte do ponto de vista da Educaccedilatildeo Ambiental do

Ensino Meacutedio na Rede Estadual de Ensino localizada no Municiacutepio do Rio de

Janeiro A partir desta anaacutelise pretende-se traccedilar um perfil das escolas e indicar

caminhos estrateacutegicos em termos de sugestotildees no sentido de melhorar as

informaccedilotildees fornecidas aos alunos dentro da sua formaccedilatildeo acadecircmica partindo

de uma boa formaccedilatildeo docente

A seguir seratildeo detalhados os procedimentos utilizados durante a

elaboraccedilatildeo da pesquisa

612 Metodologia de Pesquisa

O meacutetodo de pesquisa adotado foi uma combinaccedilatildeo de anaacutelise

exploratoacuteria e anaacutelise quantitativa envolvendo as Escolas do Ensino Meacutedio da

Rede Estadual de Ensino localizadas no Municiacutepio do Rio de Janeiro O meacutetodo

foi baseado nas seguintes definiccedilotildees

Uma anaacutelise exploratoacuteria eacute uma pesquisa empiacuterica que utilizando diversas

fontes de informaccedilatildeo investiga um fenocircmeno contemporacircneo no seu contexto

real quando as fronteiras entre o fenocircmeno e contexto natildeo se encontram

nitidamente definidas (Yin 1984)

A anaacutelise quantitativa muitas vezes pode natildeo englobar as variaacuteveis

necessaacuterias agrave compreensatildeo de determinados eventos A concorrecircncia desses

eventos pode abranger uma complexidade tal que os paracircmetros de anaacutelise

tornam-se multidimensionais e difiacuteceis de serem observados de forma quantitativa

105

Contudo isto natildeo significa que as fronteiras entre as duas estrateacutegias de

pesquisa adotadas devam ser claramente delimitadas pois sempre existiratildeo

pontos em comum entre elas Cabe ressaltar poreacutem que cada estrateacutegia possui

caracteriacutesticas proacuteprias (Castro 1978)

O meacutetodo Survey a seguir definido foi o mais adequado para o

desenvolvimento da pesquisa

ldquoA pesquisa survey pode ser descrita como obtenccedilatildeo de dados ou

informaccedilotildees sobre caracteriacutesticas accedilotildees ou opiniotildees de determinado grupo

de pessoas indicado como representante de uma populaccedilatildeo alvo por meio

de um instrumento de pesquisa normalmente um questionaacuteriordquo(Tanur apud

Pinsonneautlt amp Kraemer 1993)

A metodologia estaacute coerente com o objetivo do trabalho uma vez que

desejava-se identificar qual o estado da arte da educaccedilatildeo ambiental nas

escolas de ensino meacutedio da Rede Puacuteblica EstadualConsiderando as colocaccedilotildees

de classificaccedilatildeo de uma pesquisa Survey esta tem um propoacutesito exploratoacuterio e

descritivo

No desenvolvimento do trabalho foi realizado um levantamento de dados

no ambiente com a aplicaccedilatildeo de um questionaacuterio respondido por parte das

escolas (amostra) de cada Metropolitana envolvida na pesquisa

613 Planejamento da Pesquisa

O primeiro passo do planejamento da pesquisa foi o levantamento das

informaccedilotildees disponiacuteveis sobre a situaccedilatildeo do ensino da EA nas Instituiccedilotildees de

Ensino Meacutedio da Rede Puacuteblica Estadual do Municiacutepio do Rio de Janeiro Este

levantamento compreendeu os seguintes itens

Determinaccedilatildeo da metodologia de pesquisa a ser adotada no projeto

Elaboraccedilatildeo de questionaacuterios

106

Aplicaccedilatildeo dos questionaacuterios junto agraves Instituiccedilotildees de Ensino meacutedio

atraveacutes de parceria com a Secretaria Estadual de Educaccedilatildeo

Realizaccedilatildeo de entrevistas com os diretores de Ensino das

Metropolitanas envolvidas no projeto

Avaliaccedilatildeo da receptividade nas metropolitanas e na SEERJ

Levantamento estatiacutestico dos dados

Busca de maiores informaccedilotildees sobre o tema nos sites da SEERJ

Elaboraccedilatildeo de propostas

614 Fontes de Informaccedilotildees

Na pesquisa realizada se lidou com uma variedade de fontes de

informaccedilotildees como documentos entrevistas e observaccedilotildees conforme segue

Materiais Impressos de oacutergatildeos ambientais

Trabalhos acadecircmicos sobre Educaccedilatildeo Ambiental

Entrevistas com professores e diretores de instituiccedilotildees de ensino

Materiais disponibilizados em meio eletrocircnico

Informaccedilotildees disponibilizadas pela SEERJ

615 Pesquisa de Campo

A pesquisa de campo foi realizada em duas etapas

A primeira etapa consistiu na aplicaccedilatildeo de um questionaacuterio nas escolas de

Ensino meacutedio da Rede Puacuteblica Estadual do Municiacutepio do Rio de Janeiro no

periacuteodo de abril a julho de 2006 A distribuiccedilatildeo do questionaacuterio foi viabilizada

mediante parceria com a SEERJ atraveacutes da coordenadoria de EA Os

questionaacuterios foram enviados para as Metropolitanas que foram responsaacuteveis

pela distribuiccedilatildeo e pelo recolhimento destes nas escolas Nas escolas os

questionaacuterios foram respondidos pelos diretores ou orientadores pedagoacutegicos O

modelo do questionaacuterio encontra-se no anexo 3

107

Apoacutes anaacutelise quantitativa e qualitativa dos questionaacuterios foi realizada a

segunda etapa que consistiu na avaliaccedilatildeo da receptividade das Metropolitanas

e da proacutepria SEERJ relacionada agrave relevacircncia da pesquisa Para tal foi elaborado

um questionaacuterio especiacutefico a ser respondido pelo responsaacutevel pela distribuiccedilatildeo

em cada metropolitana (anexo 4 5 e 6) e tambeacutem pela Coordenaccedilatildeo de

Educaccedilatildeo Ambiental da SEERJ O modelo dos questionaacuterios encontram-se no

anexo 7

Depois de estabelecidas as primeiras diretrizes foi realizado um

levantamento bibliograacutefico sobre os assuntos referentes ao trabalho Atraveacutes da

revisatildeo da literatura foi encontrada uma seacuterie de documentos pertinentes ao

assunto tais como

Determinaccedilatildeo de um modelo estatiacutestico utilizaccedilatildeo de uma amostragem

adequada

Realizaccedilatildeo de um questionaacuterio para as escolas

Definiccedilatildeo de modelo estatiacutestico para avaliar os dados levantados

Discussatildeo sobre o modelo estatiacutestico

Numa segunda etapa foi realizado um questionaacuterio de avaliaccedilatildeo da

pesquisa com os Diretores de Ensino responsaacuteveis pelas das metropolitanas

envolvidas no projeto

616 Avaliaccedilatildeo dos Resultados

Os dados seratildeo apresentados de maneira a desenhar o perfil das escolas

respondentes e suas opiniotildees a respeito da situaccedilatildeo do ensino da Educaccedilatildeo

Ambiental na rede puacuteblica estadual do Municiacutepio do Rio de Janeiro

Entre as respostas verificadas desconsiderou-se as respostas que natildeo

estavam em concordacircncia com as perguntas e as respostas em branco

As avaliaccedilotildees foram feitas nos itens e demonstradas em forma de

percentual

108

Foi feita uma anaacutelise estatiacutestica dos dados poreacutem nem todos os dados

estavam adequados para este tipo de anaacutelise Dada a heterogeneidade dos

dados o que muitas vezes impediu a aplicaccedilatildeo de equaccedilotildees matemaacuteticas

optou-se por natildeo realizar o tratamento estatiacutestico

62 Diagnose do Acesso aos Cursos de Graduaccedilatildeo nas

Universidades Puacuteblicas Estudo de Caso da UERJ e UFRJ

621 Objetivos

Aleacutem do mapeamento da Educaccedilatildeo Ambiental no Ensino Meacutedio puacuteblico

estadual a outra finalidade da pesquisa proposta nesta dissertaccedilatildeo consistiu em

analisar o acesso agraves Universidades Puacuteblicas dos alunos oriundos das escolas de

ensino meacutedio da Rede Puacuteblica

Para atingir esta meta foi realizada uma avaliaccedilatildeo do Sistema de Cotas

implantado na UERJ como tambeacutem avaliaccedilatildeo de uma proposta do acesso

atraveacutes do Sistema de Cotas que estaacute em fase de projeto na UFRJ

A seguir seratildeo detalhados os procedimentos utilizados durante a

elaboraccedilatildeo da pesquisa

622 Metodologia de Pesquisa

O meacutetodo de pesquisa adotado foi uma combinaccedilatildeo de anaacutelise

exploratoacuteria e anaacutelise quantitativa envolvendo as Universidades UERJ e UFRJ As

definiccedilotildees das metodologias foram descritas no item 612 deste capiacutetulo

109

623 Planejamento da Pesquisa

O planejamento foi iniciado com o levantamento das informaccedilotildees

disponiacuteveis sobre o acesso dos alunos nas Universidades Puacuteblicas Este

levantamento compreendeu os seguintes itens

Definiccedilatildeo das Universidades que seriam objeto da Pesquisa

Solicitaccedilatildeo de informaccedilotildees referentes aos alunos ingressos nas

Universidades atraveacutes de relatoacuterios fornecidos pelas comissotildees de

Vestibular das Universidades

Realizaccedilatildeo de entrevistas teacutecnicas com professores e outros profissionais

envolvidos no sistema de cotas das Universidades

Avaliaccedilatildeo quantitativa de alunos que ingressam nas Universidades

Puacuteblicas definidas egressos de escolas de ensino meacutedio da rede puacuteblica

comparados com os alunos egressos das instituiccedilotildees de ensino da Rede

Particular

Levantamento estatiacutestico dos dados

Busca de maiores informaccedilotildees sobre o sistema de cotas na miacutedia

eletrocircnica e escrita

Anaacutelise criacutetica dos sistemas de Cotas referentes agraves Universidades

estudadas

624 Fontes de Informaccedilotildees

Na pesquisa realizada se lidou com uma variedade de fontes de

informaccedilotildees como documentos entrevistas e observaccedilotildees conforme segue

Materiais Impressos fornecidos pela UERJ

Materiais de impressos de circulaccedilatildeo interna sobre a implantaccedilatildeo

do Sistema de Cotas na UERJ

Entrevistas teacutecnicas com professores e pessoas ligadas ao Sistema

de Cotas nas Universidades

Materiais disponibilizados em meio eletrocircnico

Relatoacuterios disponibilizados pela UERJ e UFRJ

110

625 Pesquisa de Campo

A pesquisa de campo foi realizada em vaacuterias etapas

Primeiramente estabeleceu-se contato com profissionais de setores da

UERJ e UFRJ relacionados ao acesso aos cursos de graduaccedilatildeo Isto feito face agraves

diferentes formas de acesso dessas universidades foram adotadas estrateacutegias

diferentes para os dois casos

- Estudo de caso UERJ

Foram realizadas entrevistas teacutecnicas com docentes da UERJ que

participaram da implantaccedilatildeo do sistema de cotas tanto a niacutevel acadecircmico

como administrativo Aleacutem disso foram coletadas informaccedilotildees referentes ao

vestibular atraveacutes de relatoacuterios fornecidos pelo nuacutecleo de informaacutetica da

Comissatildeo de Vestibular

- Estudo de caso UFRJ

Foi realizado com base no relatoacuterio de informaccedilotildees sobre o acesso no

vestibular fornecido pela comissatildeo de vestibular da UFRJ No que diz respeito ao

acesso diferenciado foi avaliada uma proposta da UFRJ para sistema de cotas

A primeira etapa consistiu em entrevistas teacutecnicas com professores da

UERJ que participam do sistema de cotas adotado pela Universidade como

tambeacutem acesso agraves informaccedilotildees pertinentes ao vestibular

Atraveacutes da revisatildeo da literatura foi encontrada uma seacuterie de documentos

pertinentes ao assunto tais como

Relatoacuterio com as informaccedilotildees de acesso a UFRJ dos alunos egressos

da Rede Estadual de ensino Documento fornecido pelo nuacutecleo de

informaacutetica do setor de vestibular da Universidade

111

Relatoacuterio com as informaccedilotildees de acesso a UERJ dos alunos egressos

da Rede Estadual de ensino Incluindo os alunos contemplados pelos

sistemas de cotas Documento fornecido pelo nuacutecleo de informaacutetica do

setor de vestibular da Universidade

Numa segunda etapa foi realizada uma avaliaccedilatildeo dos resultados e

montado um quadro comparativo entre as Universidades

63 Limitaccedilotildees do Estudo

O fator limitante foi a dificuldade de acesso aos dados relativos agraves escolas

pois para alguns Diretores de Ensino responsaacuteveis pelas Metropolitanas foram

muito difiacuteceis a distribuiccedilatildeo e o recebimento dos questionaacuterios o que acabou

comprometendo a quantidade das informaccedilotildees

Algumas escolas natildeo demonstraram muito interesse em responder os

questionaacuterios deixando muitas perguntas em branco e natildeo mostrando a

realidade das escolas

A seguir seraacute mostrada uma avaliaccedilatildeo do acesso aos cursos de

graduaccedilatildeo

112

Capiacutetulo 7 Diagnoacutestico do Acesso aos Cursos de Graduaccedilatildeo Estudo de Casos UERJ e UFRJ

Neste capiacutetulo eacute mostrado como acontece o acesso agraves Universidades

Puacuteblicas dos alunos oriundos das escolas da rede Puacuteblica Estadual em

comparaccedilatildeo com a Rede Federal e a Rede ParticularTomou-se como estudo de

caso a Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e a Universidade Federal

do Rio de Janeiro (UFRJ) tendo como base os nuacutemeros referentes aos concursos

vestibulares no periacuteodo 2003-2006

Tambeacutem eacute feita uma avaliaccedilatildeo do acesso por Cotas focando

a sistemaacutetica implementada na UERJ que foi a primeira a implantar o sistema

Tambeacutem fez uma anaacutelise de uma proposta da UFRJ para futura implantaccedilatildeo do

sistema

113

71 O Sistema de Cotas

A lei de cotas nas universidades eacute considerado um assunto muito

polecircmico que divide muitas opiniotildees Desde o acircmbito acadecircmico passando

pelo governamental e faixas da sociedade(www universiacombr)

Com o passar dos anos o aumento da competiccedilatildeo por uma vaga

nas Universidades Puacuteblicas fez com que o grau de exigecircncia aliada agrave diminuiccedilatildeo

da qualidade do ensino meacutedio na rede puacuteblica estadual tornasse o ingresso

deste grupo nas Universidades cada vez mais difiacutecil Uma das consequumlecircncias eacute o

fato de que as vagas nessas universidades fiquem voltadas para a faixa da

sociedade que pelo domiacutenio do poder econocircmico prepara melhor seus alunos

garantindo suas vagas Esta faixa da sociedade natildeo concorda com as cotas

pois percebe com isto que as suas vagas jaacute consideradas certas seratildeo

distribuiacutedas para uma faixa excluiacuteda que ateacute entatildeo natildeo significava qualquer

ameaccedila na competiccedilatildeo e alguns ateacute julgam o sistema como ldquoinjustordquo

Em relaccedilatildeo ao sistema acadecircmico existe a preocupaccedilatildeo com a

diminuiccedilatildeo da qualidade do ensino devido ao ingresso de alunos que satildeo

considerados ldquodespreparadosrdquo para ingressar em uma universidade de

qualidade (www universiacombr)

Para implantaccedilatildeo do Sistema de Cotas foram criadas leis nos

acircmbitos federal e estadual

Lei Federal PROJETO DE LEI 36272004

Institui Sistema Especial de Reserva de Vagas para estudantes egressos de

escolas puacuteblicas em especial negros e indiacutegenas nas instituiccedilotildees puacuteblicas

federais de educaccedilatildeo superior e daacute outras providecircncias Anexo 1

Lei Estadual Lei Nordm 3708 de 9 de Novembro de 2001

114

Institui cota de ateacute 40 (quarenta por cento) para as populaccedilotildees negra e

parda no acesso a Universidade do Estado do Rio de Janeiro e agrave Universidade

Estadual do Norte Fluminense e daacute outras providecircnciasAnexo2

72 Implantaccedilatildeo do Sistema

Por forccedila do disposto na Lei Estadual Nordm 3708 a Universidade Estadual do

Rio de Janeiro (UERJ) foi a primeira instituiccedilatildeo a adotar o sistema de cotas no

Estado do Rio de Janeiro tendo iniacutecio em 2003 (wwwconcienciacombr)

Como a reserva de vagas de acordo com a lei prevecirc 50 do total de

vagas por cursoturnosemestre para alunos oriundos da rede puacuteblica e para que

a lei pudesse ser cumprida foram realizados dois vestibulares

Um tradicional aberto a candidatos oriundos de qualquer tipo de

escola e denominado como nos anos anteriores Vestibular Estadual para

preenchimento na UERJ 2485 vagas em 46 cursos

Outro aberto apenas a candidatos oriundos de escolas da rede

puacuteblica localizadas no Estado do Rio de Janeiro denominado Vestibular SADE

(Sistema de Acompanhamento do Desempenho dos Estudantes do Ensino Meacutedio

mantido pelo Poder Puacuteblico) para preenchimento na UERJ de 2485 vagas em 46

cursos

Como a reserva prevecirc 40 do total de vagas por cursoturnosemestre

para alunos autodeclarados negros e pardos e para atender a reserva foram

adotados os alguns procedimentos

Apoacutes a soma do nuacutemero total de vagas oferecido nos dois vestibulares e

calculado o valor correspondente a 40 de cada total obtido verifica-se o

quantitativo de autodeclarados negros ou pardos e se o quantitativo for igual ou

maior que os 40 previstos pela legislaccedilatildeo a reserva eacute considerada

atendida(UERJ 2003)

115

73 O Aluno na Universidade

A questatildeo natildeo se resume ao ingresso do aluno na Universidade mas

tambeacutem se a Universidade tem condiccedilotildees de acolher e manter estes alunos Se

estes tiverem muita dificuldade de acompanhar as aulas e isto acarretar evasatildeo

o sistema natildeo teraacute sentido

Segundo a Sub-Reitora de Graduaccedilatildeo da UERJ ProfaRaquel Villard

somente a reserva de vagas para as pessoas carentes natildeo eacute o suficiente pois

existe o problema financeiro No endereccedilo eletrocircnico institucional a Sub-Reitora

declara ldquoHoje noacutes temos um programa chamado PROINICIAR (Programa de

Iniciaccedilatildeo Acadecircmica) Por meio dele a Universidade tenta ajudar este aluno na

passagem para a vida universitaacuteria inclusive atendendo aos estudantes em suas

necessidades advindas de um ensino meacutedio ou fundamental sem a qualidade

que deveria terrdquo (www 2uerjbr)

A UERJ utiliza o sistema de cotas desde 2003 Os alunos cotistas que

comprovam baixa renda recebem uma bolsa auxilio de R$19000(cento e

noventa reais) Este auxilio eacute destinado agraves despesas baacutesicas de manutenccedilatildeo do

aluno como passagem coacutepias livros lanche etc e tem duraccedilatildeo de 1 ano Isso

eacute devido ao fato do aluno quando chega ao 3ordm periacuteodo de acordo com o seu

desempenho pode participar dos outros programas existentes na Universidade

como estaacutegios iniciaccedilatildeo cientiacutefica etc que oferecem bolsas Tendo assim a

partir deste periacuteodo o aluno jaacute eacute capaz de conseguir sua remuneraccedilatildeo natildeo

sendo mais necessaacuterio o auxilio(Noronha Patriacutecia - Coordenaccedilatildeo do PROINICIAR-

Entrevista teacutecnica)

Segundo informaccedilotildees coletadas junto agrave coordenaccedilatildeo do PROINICIAR

devido agraves carecircncias educacionais dos alunos eventuais falhas no Ensino Meacutedio a

UERJ instituiu dentro do programa Proiniciar cursos oficinas e atividades culturais

Este programa oferece em paralelo com as disciplinas do curso aulas de

Matemaacutetica Quiacutemica Fiacutesica Biologia etc como se fossem aulas de reforccedilo e

oficinas com aulas praacuteticas aleacutem de visitas e passeios culturais programados a

116

teatros cinemas museus etc A garantia do funcionamento deste programa eacute

atraveacutes de parcerias entre as diversas faculdades dentro da UERJ aleacutem de

parcerias externas Essas parcerias tecircm o objetivo de facilitar a execuccedilatildeo do

programa pois se faz necessaacuterio que diversos professores sejam disponibilizados

para os cursos e as oficinas Atraveacutes destas parcerias satildeo oferecidos tambeacutem

cursos de idiomas gratuitamente para os cotistas (Inglecircs Francecircs Alematildeo etc)

(Noronha Patriacutecia - Coordenaccedilatildeo do PROINICIAR-Entrevista teacutecnica)

Ainda de acordo com a Coordenaccedilatildeo do PROINICIAR inicialmente a

evasatildeo dos alunos cotistas era grande muitos natildeo conseguiam se manter na os

Universidade tanto por dificuldades em acompanhar as aulas quanto por

dificuldades financeiras Uma das razotildees atribuiacutedas era o fato de que havia um

excesso de oficinas e atividades coincidentes com os periacuteodos de provas Sendo

assim os alunos natildeo conseguiam dar conta de todas as atribuiccedilotildees natildeo

atingindo os graus necessaacuterios e com isto se sentiam incapazes perdiam o

entusiasmo e acabavam desistindo do curso Atualmente a oferta dos cursos e

das oficinas satildeo feitos no iniacutecio dos periacuteodos terminando antes do iniacutecio das

provas isto faz com que os alunos fiquem com tempo mais livre para se

prepararem melhor para as provas sem contar que no iniacutecio dos periacuteodos os

alunos estatildeo com maior disposiccedilatildeo Essas medidas jaacute trouxeram uma melhoria no

desempenho destes alunos e aumentaram tambeacutem a auto-estima tornando-

mais seguros(Noronha Patriacutecia - Coordenaccedilatildeo do PROINICIAR-Entrevista teacutecnica)

Em relaccedilatildeo ao desempenho dos cotistas que segundo a ProfaRaquel

Villard reprovam menos por frequumlecircncia do que os natildeo cotistas ldquoTambeacutem temos

dados que comprovam que o estudante se apega a essa chance como algo

que ele sabe que natildeo pode ser jogado fora natildeo pode ser perdido Isto explica o

empenho evidente nos estudosrdquo (wwwuniversiacombr)

Natildeo existe duacutevida de que a adoccedilatildeo de cotas eacute uma forma eficaz de

aumentar o ingresso de negros e carentes em Universidades Isto faz com que

tenham condiccedilatildeo de cursarem o niacutevel superior que hoje eacute um privileacutegio das

classes mais abastadas da sociedade pois somente alunos bem preparados

117

normalmente por escolas do setor privado e de cursinhos preparatoacuterios possuem

maior acesso agraves Universidades Puacuteblicas Como este preparo requer um custo

elevado fica cada vez mais restrito a uma pequena parcela da sociedade que

possui melhor poder aquisitivo

Segundo o Professor Ricardo Salles (historiador e professor da Faculdade de

Formaccedilatildeo de Professores da UERJ) o sistema trouxe principalmente dois grandes

resultados positivos

Inicialmente fez que um expressivo nuacutemero de afro-brasileiros e alunos

carentes oriundos de escolas puacuteblicas ingressasse na Universidade Puacuteblica Para

estas pessoas que tendo concluiacutedo o ensino meacutedio estavam legalmente em

condiccedilotildees de ingressarem em uma Universidade O Sistema de Cotas tornou

possiacutevel o ingresso em uma Universidade Puacuteblica pois sem as mesmas soacute teriam

condiccedilotildees de ingressarem em instituiccedilotildees privadas possibilidade esta que na

maioria dos casos esbarrava na falta de recursos financeiros devido ao alto

custo da mensalidade dos cursos

Ainda de acordo com o professor Ricardo Salles o segundo resultado

positivo da implantaccedilatildeo das cotas eacute que atraveacutes dela se tem novamente em

debate agrave polecircmica a respeito do lugar da Universidade Puacuteblica na Sociedade

Brasileira tendo como objetivo o desenvolvimento de uma naccedilatildeo mais justa e

democraacutetica Isto porque se existe a Universidade Puacuteblica e esta eacute mantida pelos

governos parte deste dinheiro adveacutem dos impostos da populaccedilatildeo nada mais

justo que a maioria das pessoas que estejam na Universidade Puacuteblica sejam as

que natildeo tenham condiccedilotildees de pagar uma boa Universidade particular Mas na

realidade o que ocorre eacute exatamente o contraacuterio satildeo as classes mais

privilegiadas que estatildeo nas Universidades Puacuteblicas pois nas trecircs ultimas deacutecadas

o descaso com o ensino meacutedio da rede puacuteblica foi tatildeo grande que os alunos

que se formam nessas instituiccedilotildees natildeo satildeo capazes de concorrerem em

igualdade com os que vecircm de um ensino meacutedio em instituiccedilotildees particulares caras

com um principal objetivo de cursar uma Universidade Puacuteblica Entatildeo o sistema

118

de cotas para esses alunos eacute uma maneira de compensar esse contra-senso

(www2uerjbr)

74 A Necessidade das Cotas

Eacute preciso se estar alerta para que o sistema de cotas ou reserva de vagas

natildeo incorra no risco de desviar a atenccedilatildeo de uma questatildeo muito grave talvez a

questatildeo-chave da situaccedilatildeo que eacute o niacutevel do ensino meacutedio da rede puacuteblica na

atualidade O Estado estaacute deixando de cumprir a sua parte que eacute de preparar

bem os alunos de famiacutelias mais carentes independentes da cor para que

aumentem suas condiccedilotildees de competiccedilatildeo para que melhorem suas condiccedilotildees

de vida atraveacutes de uma boa formaccedilatildeo Universitaacuteria

Este fato pode ser observado ao longo dos anos pois historicamente os

melhores alunos estavam na Rede Puacuteblica de Ensino em todos os niacuteveis de

formaccedilatildeo Somente estudavam em escolas particulares aqueles alunos que

tinham problemas seacuterios de disciplina ou muita dificuldade em aprendizagem

logo para completarem seus estudos recorriam agrave Rede Privada de ensino O

ensino puacuteblico era muito riacutegido e exigente o que contribuiacutea para uma boa

formaccedilatildeo e consequumlente condiccedilatildeo de ingresso em uma Universidade Puacuteblica

A inclusatildeo de negros na questatildeo das cotas tambeacutem adveacutem da maioria

da populaccedilatildeo que utiliza a Rede Puacuteblica Estadual de Ensino ser de pardos e

negros que gera por consequumlecircncia uma acentuada minoria desses alunos nas

Universidades Puacuteblicas

Com o passar dos anos a Educaccedilatildeo Puacuteblica comeccedilou a ser superada em

termos de formaccedilatildeo pela Rede Privada o que ocasionou uma lacuna entre os

alunos da Rede Puacuteblica Estadual e a Universidade pois se as instituiccedilotildees de ensino

particular estatildeo preparando melhor os seus alunos seratildeo estes que ingressaratildeo

nas Universidades Puacuteblicas Com isto o nuacutemero de alunos que terminam o ensino

meacutedio na Rede Puacuteblica Estadual que consegue se classificar em uma

Universidade Puacuteblica eacute a cada ano menor restando para estes alunos da Rede

119

Puacuteblica Estadual ingressarem em Universidades Privadas ou simplesmente que eacute o

que ocorre com maior frequumlecircncia ficar sem o direito de melhorar suas condiccedilotildees

de vida atraveacutes de uma boa graduaccedilatildeo

Com atenccedilatildeo a estes fatos eacute que o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo estaacute com um

projeto de lei no qual sugere a diminuiccedilatildeo gradativa do percentual da cota de

50 dos alunos que cursaram o ensino meacutedio na rede puacuteblica A intenccedilatildeo do

Ministeacuterio eacute promover a qualidade no ensino meacutedio na mesma proporccedilatildeo que os

alunos deixariam de utilizar as cotas (wwweducacaoaolbr)

Segundo o MEC (Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura) a melhoria da

qualidade do ensino puacuteblico ldquoeacute a mais eficiente poliacutetica de inclusatildeo social no

que diz respeito ao acesso agrave educaccedilatildeo superiorrdquo (wwweducacaoaolbr)

O Professor Joseacute Jorge de Carvalho (Departamento de Antropologia-

Universidade de Brasiacutelia) comenta que o sistema de cotas eacute a uacutenica forma de

resolver o problema da exclusatildeo racial em curto prazo O preconceito segundo

ele estaacute presente nas salas de aula O professor comeccedilou a defender o sistema

de cotas para negros quando presenciou o caso de um aluno que foi

prejudicado por um professor por motivos raciais (wwwespacoacademicocom

br)

O Professor Joseacute Jorge de Carvalho defende que ldquoHaacute poucos negros na

Universidade e isso dificulta que eles se unam para lutar por seus direitos Eacute preciso

mudar o tipo de relaccedilatildeo que existe na academia E isso soacute vai acontecer quando

houver vaacuterios negros laacute dentrordquo Os estudos do professor mostram os nuacutemeros da

exclusatildeo em 2003 97 dos universitaacuterios brasileiros satildeo brancos contra 2 de

negros e 1 de amarelos O desequiliacutebrio eacute evidente se no Brasil 45 da

populaccedilatildeo eacute negra Baseados nestes dados fica claro que era preciso tomar

alguma providecircncia para se tentar reverter este quadro era necessaacuterio que de

alguma maneira se fizesse agrave inserccedilatildeo do negro no ensino superior e o sistema de

cotas foi uma opccedilatildeo praacutetica e que amenizaria o problema num curto prazo

(wwwespacoacademicocombr)

120

Segundo a professora de Antropologia Yvonne Maggie (Professora Titular

da Universidade Federal do Rio de Janeiro) a ideacuteia de raccedila deve ser abolida por

estimular a divisatildeo do paiacutes em grupos eacutetnicos A cisatildeo racial seria um passo em

direccedilatildeo ao conflito Para a professora Yvonne Maggie ldquoDesde o Modernismo

nossa sociedade se vecirc como misturada A introduccedilatildeo do sistema de cotas rompe

com esse ideaacuterio e produz uma sociedade que tem a obrigaccedilatildeo legal de se

classificar como lsquobranca ou negrarsquo Em outros paiacuteses poliacuteticas que reforccedilam a

condiccedilatildeo racial geraram conflitos inimaginaacuteveis como a Ruanda o Kosovo e a

Aacutefrica do Sulrdquo (wwwcomcienciabr)

Na avaliaccedilatildeo da autora desta dissertaccedilatildeo a questatildeo do indiviacuteduo no

sistema de cotas ter que se auto-declarar negro ou branco natildeo chega a ser um

motivo passiacutevel de gerar um conflito de raccedilas pois a raccedila natildeo deve ser vista

como um motivo de vergonha para o indiacuteviduo e sim uma informaccedilatildeo comum

como peso idade etc O que pode gerar conflitos poreacutem eacute a discriminaccedilatildeo de

raccedilas exclusatildeo social que satildeo problemas muito mais graves no nosso paiacutes

problemas estes que satildeo as principais causas de confrontos e grandes geradores

de violecircncia Com a exclusatildeo social as diferenccedilas sociais se tornam cada vez

maiores provocando a falta de oportunidades para a maioria da populaccedilatildeo

privilegiando sempre uma pequena parcela da sociedade o que gera revolta e

consequumlentemente atos de violecircncia

Um comparativo da situaccedilatildeo das aprovaccedilotildees nos vestibulares das

Universidades Puacuteblicas participantes do estudo dos alunos egressos da Rede

Puacuteblica Estadual em relaccedilatildeo aos alunos egressos da Rede Puacuteblica Federal como

tambeacutem dos alunos egressos da Rede de Ensino Particular eacute mostrado a seguir

75 Comparativo Entre a Rede Estadual de Ensino e a Rede

Federal e Particular

Para os estudos foram selecionadas duas instituiccedilotildees a Universidade

Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) por ser a Universidade agrave qual eacute vinculado o

121

projeto de pesquisa e Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) por ser a

primeira universidade a utilizar o sistema de cotas aumentando assim o nuacutemero

de alunos oriundos de escolas da Rede Puacuteblica Estadual

A Rede Puacuteblica Estadual do Rio de Janeiro eacute a responsaacutevel pela formaccedilatildeo

do maior nuacutemero de alunos concluintes do ensino meacutedio mais isto natildeo significa

que estes alunos ingressam em maior nuacutemero em Universidades Puacuteblicas

Na realidade o que ocorre eacute que as Redes de Ensino Privadas e Federais

responsaacuteveis por apenas um terccedilo dos concluintes do ensino meacutedio satildeo os que

mais aprovam seus alunos nas Universidades Puacuteblicas conforme mostra a Tabela

71 a qual traz o nuacutemero de alunos egressos das escolas puacuteblicas inscritos e o

nuacutemero dos que obtiveram aprovaccedilatildeo nas Universidades Puacuteblicas

A maioria dos alunos da Rede Puacuteblica Estadual nem ao menos se inscreve

nos concursos dentre os que se inscrevem menos da metade consegue

classificaccedilatildeo para um curso de graduaccedilatildeo

Tabela 71 os Vestibulares UFRJ e UERJ - Nordm de inscritos e nordm de classificados

UFRJ UERJ a

ESTADUAL FEDERAL PARTICULAR ESTADUAL FEDERAL PARTICULAR

ANO INSC CLAS INSC CLAS INSC CLAS INSC CLAS INSC CLAS INSC CLAS

2000 ND ND ND ND ND ND 8391 318 4558 700 20764 1593

2001 ND ND ND ND ND ND 12866 479 4966 670 33583 2801

2002 ND ND ND ND ND ND 11938 805 4220 708 24664 2745

2003 11849 907 4670 1083 30796 4118 14804 2218 3529 817 16968 1647

2004 13703 875 4589 900 34921 4467 9941 1881 2824 688 15251 2321

2005 11671 910 4015 960 29563 4447 9007 1836 3010 621 17106 2468

2006 13681 870 4229 991 32527 4738 ND ND ND ND ND ND

ND Dados natildeo disponiacuteveis a Os dados da UERJ a partir de 2003 estatildeo computados com a reserva de vagas

122

Fontes Departamento de seleccedilatildeo acadecircmica-DSEA-UERJ(2006) Nuacutecleo de Computaccedilatildeo Eletrocircnica-UFRJ(2006)

De acordo com os dados pode-se constatar que a quantidade de alunos

da rede puacuteblica que conseguem ingressar nas Universidades Puacuteblicas eacute muito

inferior aos egressos da rede particular

O que se pode destacar de mais importante eacute o fato de que a partir do

ano de 2003 o nuacutemero de alunos da rede Puacuteblica Estadual que foram

classificados no vestibular da UERJ aumentou muito o que coincide com o iniacutecio

de implantaccedilatildeo das reservas de vagas concluindo que a reserva de vagas foi

um instrumento que contribuiu para o aumento do nuacutemero de alunos da rede

Puacuteblica Estadual na UERJ

O nuacutemero de Escolas da Rede Estadual de Educaccedilatildeo eacute cerca de 1014

escolas e a Rede privada estaacute em torno de 870 portanto a Rede Estadual possui

um nuacutemero superior de escolas em relaccedilatildeo agrave Rede Privada e ao nuacutemero de

Escolas da Rede Federal que satildeo cerca de 12 escolas

O nuacutemero de alunos da alunos da Rede Estadual corresponde agrave cerca de

23 quanto a Rede particular e a Federal juntas correspondem a 13 deste

nuacutemero (SEERJ)

Observa-se que mesmo a Rede Puacuteblica Estadual tendo um nuacutemero de

alunos concluintes do ensino meacutedio muito superior apenas um nuacutemero muito

pequeno destes conseguem ingressar em uma Universidade Puacuteblica

Baseando-se nas informaccedilotildees do Vestibular de 2003-2005 da UFRJ e UERJ

(Tabela 71) podem ser feitas algumas avaliaccedilotildees Foi selecionado este periacuteodo

pois segundo a tabela 71 eacute aquele que conteacutem dados das duas Universidades

Os graacuteficos foram elaborados utilizando-se a meacutedia dos dados de cada

esfera compreendidos entre os anos de 2003 e 2005

123

Caso UFRJ

Quanto ao nuacutemero de alunos inscritos

A Figura 71 mostra o percentual de alunos inscritos no vestibular da UFRJ

oriundos da Rede Estadual Federal e Particular calculado atraveacutes do somatoacuterio

do nuacutemero de inscritos no periacuteodo em anaacutelise

26

965

EstadualFederalParticular

Figura 71 Percentual de alunos inscritos no Vestibular da UFRJ

Foi observado que o percentual de alunos inscritos oriundos da Rede

Privada eacute muito superior aos demais A proporccedilatildeo de alunos inscritos da rede

Federal eacute pequeno Isso pode ser atribuiacutedo ao fato de que haacute poucas escolas da

Rede Federal de Ensino Meacutedio e portanto o nuacutemero de alunos eacute menor Quanto

agrave Rede Estadual de Ensino o nuacutemero de alunos inscritos eacute muito pequeno em

relaccedilatildeo ao total de alunos da rede jaacute que dois terccedilos dos alunos estatildeo neste

grupo Logo o percentual de inscritos deveria ser tambeacutem muito superior mas o

que os nuacutemeros mostram eacute exatamente o contraacuterio Tal distorccedilatildeo pode ser

devida a vaacuterios fatores destacando-se a questatildeo pedagoacutegica e financeira que

seraacute discutida posteriormente

124

Quanto ao nuacutemero de alunos classificados

A Figura 72 mostra o Percentual de alunos que foram classificados no

vestibular oriundos da Rede Estadual Federal e particular calculado atraveacutes do

percentual de alunos que foram classificados em funccedilatildeo do numero de inscritos

14

16

70

Estadual

Federal

Particular

Figura 72 Percentual de alunos classificados no Vestibular da UFRJ

O percentual de alunos classificados egressos da Rede Particular eacute muito

superior aos da Rede Federal e Estadual Isto ocorre devido ao nuacutemero de

inscritos ter sido muito superior aos demais A figura indica tambeacutem que a grande

maioria dos alunos que ingressam na UFRJ cerca 70 satildeo oriundos da Rede

Particular de Ensino Meacutedio

Relaccedilatildeo entre o nordm total de inscritos e classificados

A Figura 73 mostra o percentual em relaccedilatildeo ao nuacutemero de inscritos e

classificados dentro da Rede Puacuteblica Estadual Federal e Particular Calculado

pela quantidade de alunos classificados em funccedilatildeo dos inscritos dentro de cada

esfera comparativamente

125

7

22

14EstadualFederalParticular

Figura 73 Percentual de alunos classificados em funccedilatildeo do nuacutemero de

inscritos em cada esfera

Em relaccedilatildeo ao nuacutemero de inscritos e os que satildeo classificados destaca-se

que no tocante aos alunos oriundos da Rede Particular o nuacutemero de

classificados eacute inferior ao nuacutemero de classificados pelas Escolas Federais Estas

mesmo tendo um nuacutemero inferior de alunos formados proporcionalmente exibem

um melhor desempenho Isto leva agrave percepccedilatildeo de que as escolas da Rede

Federal de Ensino Meacutedio estatildeo conseguindo manter um padratildeo de ensino

superior agrave Rede Estadual e agrave Particular formando assim ilhas de excelecircncia em

Educaccedilatildeo

Na Rede Puacuteblica Estadual o baixo nuacutemero de classificados acaba sendo

um motivo para a falta de estiacutemulo para os alunos se inscreverem Na avaliaccedilatildeo

da autora estes julgam que a chance de conseguir a classificaccedilatildeo eacute muito

pequena devido agraves suas deficiecircncias pedagoacutegicas sendo assim nem tentam o

vestibular Este fato tambeacutem se alia aos problemas financeiros devido ao custo

das inscriccedilotildees que muitas vezes por falta de recursos somente os alunos que

conseguem isenccedilatildeo das taxas se inscrevem como tambeacutem os alunos que

priorizam o trabalho ao estudo jaacute que nas Universidades Puacuteblicas a maioria dos

horaacuterios das aulas impede que o aluno trabalhe

126

Caso UERJ

Quanto ao nuacutemero de alunos inscritos

A figura 74 mostra o percentual total de alunos inscritos no vestibular da

UERJ oriundos da Rede Estadual Federal e Particular Calculado a partir do

somatoacuterio dos inscritos em relaccedilatildeo agrave Rede Estadual Federal e Particular

37

10

53

Estadual

Federal

Particular

Figura 74 Percentual de alunos inscritos no Vestibular da UERJ

Pode-se destacar que semelhante agrave UFRJ o nuacutemero de alunos da Rede

Privada inscritos eacute superior aos demais O nuacutemero de alunos inscritos da rede

Federal eacute pequeno e na Rede Estadual de Ensino o nuacutemero de alunos inscritos eacute

superior aos inscritos na UFRJ Este nuacutemero superior de alunos inscritos da Rede

Estadual na UERJ em relaccedilatildeo agrave UFRJ se justifica pela existecircncia do Sistema de

Cotas existente na UERJ o que aumenta as chances desses alunos em

conseguirem classificaccedilatildeo gerando maior estiacutemulo neles em se inscreverem

Quanto ao nuacutemero de alunos classificados

A Figura 75 mostra o Percentual de alunos que foram classificados no

vestibular oriundos da Rede Estadual Federal e particular Calculado atraveacutes do

percentual de alunos que foram classificados em funccedilatildeo do numero de inscritos

127

41

15

44 Estadual

Federal

Particular

Figura 75 Percentual de alunos classificados no Vestibular da UERJ

A Rede Federal de Ensino manteve o seu percentual devido agrave

qualidade de formaccedilatildeo de seus alunos poreacutem o percentual de alunos

classificados egressos da Rede Particular e Estadual aparecem em equiliacutebrio

mantendo-se percentuais bem proacuteximos Este fato se deve a implantaccedilatildeo do

sistema de Reserva de vagas para alunos da rede Puacuteblica o que favoreceu o

aumento no nuacutemero desses alunos na Universidade e por consequumlecircncia

diminuindo o nuacutemero de alunos da Rede particular

Relaccedilatildeo entre o nordm total de inscritos e classificados

A Figura 76 mostra o percentual em relaccedilatildeo ao nordm de inscritos e

classificados dentro da Rede Puacuteblica Estadual Federal e Particular Calculado

pela quantidade de alunos classificados em funccedilatildeo dos inscritos dentro de cada

esfera comparativamente

128

17

22

13EstadualFederalParticular

Figura 76 Percentual de alunos classificados em funccedilatildeo do nuacutemero de

inscritos em cada esfera

Com o Sistema de reservas de vagas na UERJ a relaccedilatildeo

inscritosclassificados na Rede particular e federal praticamente se manteacutem

poreacutem na rede Estadual este percentual teve um aumento significativo Este

Sistema melhorou a distribuiccedilatildeo de vagas aumentando o acesso dos alunos da

Rede Puacuteblica a uma Universidade Puacuteblica

Avaliaccedilatildeo antes e depois da implantaccedilatildeo do sistema de

cotas

A figura 77 mostra um comparativo entre a situaccedilatildeo antes e depois da

implantaccedilatildeo do Sistema de Cotas

129

0

10

20

30

40

50

60

70

scotas ccotas scotas ccotas

alunos inscritos alunos classif icados

Estadual

Federal

Particular

Figura 77- Comparativo entre o antes e o depois da implantaccedilatildeo do

Sistema de Cotas

Com a implantaccedilatildeo do Sistema de Cotas houve um equiliacutebrio na

distribuiccedilatildeo das vagas na UERJ onde a Rede Federal de ensino se manteve na

meacutedia anterior portanto natildeo sofreu muita influecircncia do sistema A grande

vantagem foi para a Rede Estadual de Ensino que aumentou sensivelmente o

nuacutemero de seus alunos na ocupaccedilatildeo das vagas da UERJ vagas estas que como

observado na figura 77 eram destinadas a Rede Particular de ensino

76 Avaliaccedilatildeo do Sistema de Cotas da UERJ e da Proposta

UFRJ

Como citado em 73 a UERJ foi a primeira Universidade a implantar o

sistema de Reserva de vagas para alunos com perfis socioeconocircmicos e raciais

diferenciados em 2003

A UFRJ em 2004 em seu acircmbito discutiu este sistema e como resultado o

Conselho de Ensino de Graduaccedilatildeo(CEG) aprovou um documento no qual se

posicionou contra a qualquer sistema de reserva de vagas dentro do modelo

130

conhecido como Cotas No mesmo documento o CEG apontava como

diretrizes para a democratizaccedilatildeo do acesso aos cursos de graduaccedilatildeo da UFRJ o

investimento na melhoria das condiccedilotildees do Ensino Baacutesico a ampliaccedilatildeo do

nuacutemero de vagas para os cursos existentes a criaccedilatildeo de novos cursos e o

investimento em accedilotildees que visassem a permanecircncia dos alunos na UFRJ

Na UERJ o sistema foi muito discutido antes de ser implantado onde um

grupo era a favor do sistema e o defendia como uma forma de inclusatildeo social

outro grupo era totalmente contra por entender que o sistema seria uma invasatildeo

de alunos sem condiccedilotildees de estarem e de acompanharem o niacutevel da

Universidade e esta para natildeo ter reprovaccedilotildees em massa se sentiria na obrigaccedilatildeo

de chegar a esses alunos ldquobaixando seu niacutevel de ensinordquo

Diante da necessidade de implantaccedilatildeo do sistema a UERJ elaborou vaacuterias

propostas que convergiram a um modelo inicial que foi implantado Este modelo

passou por vaacuterias modificaccedilotildees para se adequar cada vez mais a realidade dos

alunos que estavam ingressando na Universidade poreacutem em nenhum momento

o niacutevel de ensino da Universidade precisou cair

A Professora Maria de Faacutetima Branquinho da Faculdade de Educaccedilatildeo da

UERJ que inicialmente fazia parte do grupo contraacuterio ao sistema de cotas e que

hoje eacute uma das professoras que mais se sentem gratificadas com o programa

com uma participaccedilatildeo ativa declarou que possui excelentes alunos cotistas que

se mostram bastante interessados e muitas vezes ateacute mais que os natildeo cotistas

Devido a isto costumam tirar boas notas e alguns deles quando chegam ao 3ordm

periacuteodo satildeo seus colaboradores em projetos de Educaccedilatildeo Ambiental nos quais

ela faz parte obtendo oacutetimos resultados Para a professora ldquoesses alunos

possuem potencial soacute lhes faltava oportunidade de mostrar e esta oportunidade

eacute como um precircmio para eles que se sentem na obrigaccedilatildeo de provarem que satildeo

capazes e que a chance natildeo foi desperdiccedilada (Branquinho 2006 - Entrevista

Teacutecnica)

131

A UFRJ elaborou um projeto piloto para aumentar a presenccedila de alunos da

rede Estadual em seu quadro discente O projeto eacute bastante ambicioso em curto

prazo pois seraacute possiacutevel por meio de parceria com a SEERJ e contaraacute com o

empenho de todos os professores da rede

O ponto central do projeto eacute a melhoria da formaccedilatildeo dos alunos do ensino

meacutedio da Rede Estadual A proposta eacute que isto seja feito atraveacutes de cursos de

Formaccedilatildeo continuada de conteuacutedo especiacutefico e de avaliaccedilatildeo aos professores

A participaccedilatildeo dos professores no projeto seria de no miacutenimo quatro para cada

escola esta que tambeacutem seria escolhida atraveacutes de criteacuterios preacute-estabelecidos

dentre eles a avaliaccedilatildeo no Acircmbito do Programa Nova Escola Esses professores

integrantes do Nuacutecleo Docente devem estar distribuiacutedos em aacutereas da seguinte

maneira Um docente de Liacutengua Portuguesa um docente de Matemaacutetica um

docente do Grupo 1(Quiacutemica Fiacutesica ou Biologia) e um docente do Grupo

2(Histoacuteria Geografia Filosofia ou Sociologia) Aleacutem disso todos os integrantes do

grupo devem ministrar aulas para as mesmas turmas de 3ordf seacuterie do ensino meacutedio

Os alunos das escolas participantes do programa para integrarem ao

projeto tambeacutem teriam que obedecer a vaacuterios criteacuterios estabelecidos pelo

CEGUFRJ Quando aceito no projeto o aluno seria inscrito e indicaria a qual

curso de graduaccedilatildeo pretende concorrer dentro dos que seratildeo disponibilizados

pela UFRJ

O projeto aleacutem dos cursos contaria com a participaccedilatildeo dos docentes da

Rede Estadual para que estes elaborem os instrumentos de avaliaccedilatildeo dos alunos

participantes do projeto Os alunos que apoacutes avaliaccedilatildeo pelo Nuacutecleo Docente

da escola conseguissem classificaccedilatildeo seriam encaminhados para os cursos de

formaccedilatildeo complementar que seriam oferecidos pela UFRJ no primeiro semestre

do ano letivo imediatamente posterior

Quanto ao Projeto da UFRJ com base na experiecircncia docente da autora

o seu principal problema seria provavelmente despertar interesse do corpo

docente das escolas da Rede Estadual em participar do projeto jaacute que a maior

132

parte do projeto seria executada por esses Docentes o que exigiria dedicaccedilatildeo

exclusiva Como os professores da Rede Estadual normalmente trabalham em

vaacuterias escolas isto seria muito difiacutecil Aleacutem de que somente o interesse natildeo eacute o

suficiente o professor tem que ser aceito pelo projeto atraveacutes de avaliaccedilotildees

Outra dificuldade seria em formar o Nuacutecleo Docente jaacute que este exige que os

professores participantes lecionem nas mesmas turmas de 3ordf seacuterie pois em

escolas que funcionam nos trecircs turnos o nuacutemero de turmas eacute muito grande e por

consequumlecircncia o de professores tambeacutem tornando muito difiacutecil coincidir as turmas

com os mesmos professores nas disciplinas exigidas

Adicionalmente no entendimento da autora a proposta da UFRJ exclui a

necessidade de vestibular poreacutem apresenta muitos obstaacuteculos para serem

superados natildeo soacute pelos alunos como tambeacutem pelas escolas e professores para

que o aluno oriundo da Rede Estadual de Ensino possa ser considerado apto

para ingressar na Universidade O fato da ausecircncia de vestibular poderia gerar

nesses alunos algum tipo de discriminaccedilatildeo em relaccedilatildeo aos demais alunos por

parecer que as vagas foram ganhas e natildeo conquistadas Surge entatildeo uma

reflexatildeo Se estes alunos seratildeo preparados atraveacutes da formaccedilatildeo complementar

seraacute que estaratildeo tambeacutem preparados para Vestibular Muito provavelmente isto

lhes daria uma compensaccedilatildeo dos esforccedilos e consequumlente elevaccedilatildeo da auto-

estima

Por outro lado ao se comparar com o projeto da UERJ esta trabalha com

alunos apoacutes o recebimento destes o que gera um grande trabalho inicial e se

corre o risco desses alunos ficarem no meio do caminho e o trabalho ser

desperdiccedilado Este fato eacute um contraposto ao projeto da UFRJ que pretende

trabalhar com esse aluno antes do ingresso deste na Universidade

Finalmente comparando as duas Universidades a UERJ conseguiu atender

as necessidades da lei de uma forma mais raacutepida estaacute funcionando poreacutem

precisa melhorar sua eficiecircncia Como todo projeto as dificuldades vatildeo

aparecendo agrave medida que os fatos se desenvolvem e a cada ano tem

conseguido melhorar o projeto adequando agraves necessidades dos alunos que

133

chegam do Ensino Meacutedio com as disponibilidades que a Universidade tem para

resolver Um ponto positivo eacute que a UERJ estaacute tentando contornar suas

dificuldades atraveacutes de seus proacuteprios meios e dispositivos natildeo dependendo

prioritariamente de outras Instituiccedilotildees A UERJ jaacute deu um primeiro passo com a

implantaccedilatildeo do projeto e seraacute necessaacuterio um tempo para que se resolvam os

problemas que forem surgindo

O projeto da UFRJ eacute abrangente pois a melhoria da formaccedilatildeo dos alunos

tem iniacutecio com a boa formaccedilatildeo dos Docentes poreacutem para que o projeto atinja

os objetivos esperados satildeo necessaacuterios meios adequados Esses pontos satildeo

positivos poreacutem na visatildeo da autora as chances de sucesso seriam maiores se

alguns aspectos fossem contemplados

Uma parceria com a Secretaria Estadual de Educaccedilatildeo para que

os professores tenham oportunidade de participarem dos cursos

Valorizaccedilatildeo dos professores de maneira que estes pudessem ter

disponibilidade de se dedicarem ao projeto

Criar formas de modo a incentivar a participaccedilatildeo dos professores

nos projetos

Fornecer materiais necessaacuterios para que o professor possa realizar

o seu trabalho de maneira satisfatoacuteria

Com bases nesses dados o capiacutetulo a seguir estaraacute fazendo uma

avaliaccedilatildeo da Educaccedilatildeo no Ensino Meacutedio focando a Educaccedilatildeo Ambiental

134

Capiacutetulo 8 Diagnoacutestico da Educaccedilatildeo Ambiental na

Rede Puacuteblica Estadual no Municiacutepio do Rio de

Janeiro

Neste capiacutetulo seraacute feita uma avaliaccedilatildeo do estado da arte da Educaccedilatildeo

Ambiental que eacute feita nas escolas da Rede Puacuteblica Estadual do Municiacutepio do Rio

de Janeiro

81 O Levantamento de Dados

A Educaccedilatildeo Ambiental eacute citada nos Paracircmetros Curriculares Nacionais

(PCNs) como um assunto que deve ser abordado nas Instituiccedilotildees de Ensino por

todas as disciplinas em todos os niacuteveis educacionais inclusive no Ensino Meacutedio A

questatildeo era saber como isto estava sendo feito nas Escolas de Ensino meacutedio da

Rede Estadual e como a UFRJ poderia contribuir para que esse tema fosse

abordado cada vez mais e de maneira mais abrangente Para que esta

avaliaccedilatildeo fosse possiacutevel foi necessaacuteria a execuccedilatildeo de uma coleta de dados

135

Os dados coletados foram resultados obtidos atraveacutes de questionaacuterios

enviados agraves escolas de Ensino Meacutedio da Rede Puacuteblica Estadual do Municiacutepio do

Rio de Janeiro O questionaacuterio foi elaborado de forma simplificada de maneira

que fosse capaz de revelar o mais proacuteximo possiacutevel da realidade vivida por essas

comunidades escolares

Os questionaacuterios foram enviados para as escolas pelas Coordenadorias

responsaacuteveis atraveacutes de parceria com a Secretaria Estadual de Educaccedilatildeo do

Estado do Rio de Janeiro (SEEERJ) que viabilizou a pesquisa no acircmbito escolas do

Municiacutepio do Rio de Janeiro

As Coordenadorias que fizeram parte da Avaliaccedilatildeo foram A Metropolitana

III a Metropolitana IV e a Metropolitana X

82 A Receptividade das Coordenadorias

A participaccedilatildeo e o empenho das Coordenadorias em colaborar com o

projeto foram muito diferentes algumas se mostraram bastante receptivas com o

projeto outras natildeo se interessaram e portanto natildeo se empenharam para um

resultado satisfatoacuterio

A figura 81 mostra os dados referentes agrave Metropolitana III Os nuacutemeros

revelam que a participaccedilatildeo foi mediana natildeo devolveu nenhum questionaacuterio

enviou todos para as escolas poreacutem retornou um numero pequeno de

questionaacuterios respondidos O nuacutemero foi pequeno poreacutem foi possiacutevel se ter uma

visatildeo da situaccedilatildeo nessa regiatildeo portanto este nuacutemero natildeo chegou a

comprometer o trabalho

136

85

0

30

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

Metropolitana III

Entregues

Devolvidos

Respondidos

Figura 81 ndash Avaliaccedilatildeo de receptividade da Metropolitana III

A figura 82 mostra os dados referentes a Metropolitana IV que foi a que se

mostrou interessada no projeto e teve um comprometimento muito grande na

figura de seu Sub Gerente de Ensino Professor Luiz Gustavo Ribeiro Vieira que

participou ativamente enviando o questionaacuterio a todas as escolas e cobrando o

seu retorno com isto obteve um retorno de questionaacuterios bastante significativo

133

0

50

0

20

40

60

80

100

120

140

Metropolitana IV

Entregues

Devolvidos

Respondidos

Figura 82 Avaliaccedilatildeo de receptividade da Metropolitana IV

A figura 83 mostra os dados referentes a Metropolitana X que foi a

Coordenadoria que natildeo mostrou interesse no projeto natildeo tendo nenhum

137

empenho na distribuiccedilatildeo nem recebimento dos questionaacuterios a serem

respondidos Com um nuacutemero muito pequeno de questionaacuterios respondidos por

essa Coordenadoria a quantidade de dados referente agrave realidade das escolas

natildeo ficou clara e com isto natildeo foi possiacutevel a avaliaccedilatildeo desta regiatildeo

125

100

6

0

20

40

60

80

100

120

140

Metropolitana X

Entregues

Devolvidos

Respondidos

Figura 83 Avaliaccedilatildeo de receptividade da Metropolitana X

Mesmo os questionaacuterios sendo apresentados de maneira bem simplificada

observou-se que as escolas tiveram dificuldade tanto de cumprirem os prazos

estabelecidos quanto de expressarem suas realidades

83 A Educaccedilatildeo Ambiental em Nuacutemeros

Os resultados foram baseados nos questionaacuterios respondidos pelas escolas

de Ensino Meacutedio da Rede Puacuteblica Estadual do Municiacutepio do Rio de Janeiro

O questionaacuterio foi composto por perguntas divididas em trecircs grupos

Primeiramente as perguntas relacionadas com a instituiccedilatildeo de ensino Segundo a

abordagem da educaccedilatildeo ambiental e em terceiro a respeito da capacitaccedilatildeo

docente O questionaacuterio focava tambeacutem o interesse com a Educaccedilatildeo

Ambiental tanto das Instituiccedilotildees de ensino quanto por parte dos professores e

alunos

138

A seguir os resultados finais apoacutes a avaliaccedilatildeo das respostas obtidas atraveacutes

dos questionaacuterios separados pelas Metropolitanas III IV Na Metropolitana X

como o nuacutemero de questionaacuterios foi muito pequeno esta natildeo entraraacute no estudo

comparativo

1 ndash Quanto agrave abordagem do Tema Educaccedilatildeo Ambiental

O tema Educaccedilatildeo Ambiental eacute abordado na Escola

A pergunta objetiva ter informaccedilotildees se de alguma forma o tema

Educaccedilatildeo Ambiental eacute abordado nas escolas natildeo especificando a maneira Os

resultados encontram-se na figura 84

96

4

97

3

0

20

40

60

80

100

Metro III Metro IV

SimNatildeo

Figura 84 - Abordagem do tema na escola

Segundo a figura 84 observa-se que ambas Metropolitanas possuem um

alto iacutendice de aplicaccedilatildeo da EA A regiatildeo onde ela eacute um pouco maior eacute a

Metropolitana IV regiatildeo que abrange a zona oeste da cidade Cerca de 97 das

escolas aplicam a EA e apenas 3 natildeo aplicam Na Metropolitana III cerca de

96 das escolas aplicam e cerca de 4 natildeo aplicam a EA Os resultados

apontam que existe a aplicaccedilatildeo de EA nas escolas mas estes nuacutemeros natildeo estatildeo

de acordo com as respostas das perguntas seguintes

139

Na Metropolitana X das sete escolas que responderam seis aplicam de

alguma forma a EA dentre estas trecircs satildeo da Zona Sul da cidade (Copacabana

Ipanema e Gaacutevea) 2 satildeo da Zona Norte(Tijuca e Satildeo Cristoacutevatildeo) e uma da Zona

Oeste(Barra da Tijuca) a escola que natildeo aplica estaacute localizada no bairro da

Taquara

O tema eacute abordado em uma disciplina multidisciplinar ou de outras

formas

A pergunta objetiva saber como a escola aborda o tema se atraveacutes de

uma disciplina especiacutefica isto eacute se existe dentro do curriacuteculo uma mateacuteria

voltada para a Educaccedilatildeo Ambiental (disciplinar) ou atraveacutes de vaacuterias

disciplinas onde todas iratildeo abordar o tema dentro dos conteuacutedos a serem

aplicados (multidisciplinar) que eacute a chamada multidisciplinaridade ou ainda se

a instituiccedilatildeo de ensino se utiliza de alguma outra forma Os dados satildeo mostrados

na figura 85

0

20

40

60

80

100

Metro III Metro IV

DisciplinarMultidisciplinar

Figura 85 O tema eacute disciplinar ou multidisciplinar

Segundo o graacutefico a maioria das escolas trata o tema como

multidisciplinar Nas que informaram que eram disciplinar natildeo ficou claro se a

escola tinha uma disciplina especiacutefica mas pareceu devido as perguntas

140

seguintes que o tema era abordado em biologia quiacutemica e geografia durante

as aulas em meio aos conteuacutedos dessas disciplinas

A Metropolitana III mostrou que 100 das escolas que participaram da

pesquisa abordam o tema de forma multidisciplinar Na Metropolitana IV cerca

de 19 das escolas abordam o tema de forma disciplinar isto eacute possuem uma

disciplina voltada para o tema

Na Metropolitana X dos sete questionaacuterios respondidos cinco responderam

que o tema eacute abordado em vaacuterias disciplinas

Existe obrigatoriedade da participaccedilatildeo dos alunos

O objetivo eacute mapear como se daacute a participaccedilatildeo discente ou seja se

quando os temas relacionados agrave educaccedilatildeo ambiental satildeo abordados nas

escolas existe a abrigatoriedade na participaccedilatildeo dos alunos Os resultados satildeo

mostrados na figura 86

0

20

40

60

80

100

Metro III Metro IV

SimNatildeo

Figura 86 ndash Obrigatoriedade da participaccedilatildeo discente

Atraveacutes do graacutefico verifica-se que na maioria das escolas quando o

tema eacute abordado existe a obrigatoriedade da participaccedilatildeo dos alunos Na

141

Metropolitana IV em 69 das escolas eacute obrigatoacuteria a participaccedilatildeo dos alunos Na

metropolitana III em 44 das escolas a participaccedilatildeo eacute obrigatoacuteria

Na Metropolitana X quatro escolas responderam que a participaccedilatildeo eacute

obrigatoacuteria

De acordo com as observaccedilotildees feitas atraveacutes das respostas do

questionaacuterio constatou-se que a participaccedilatildeo obrigatoacuteria dos alunos se daacute

devido a EA ser tratada na maioria das vezes dentro das disciplinas em meio ao

conteuacutedo isto torna a participaccedilatildeo dos alunos obrigatoacuteria jaacute que a natildeo

participaccedilatildeo pode implicar na perda de pontos nas disciplinas

Os professores participam das atividades relacionadas ao

tema

Objetiva monitorar a participaccedilatildeo dos professores das instituiccedilotildees de

ensino nas atividades relacionadas ao tema EA e se existe um grande

envolvimento dos professores quanto agrave difusatildeo do tema nas escolas sendo

os resultados mostrados na figura 87

0

20

40

60

80

100

Metro III Metro IV

TodosAlguns

Figura 87 - Participaccedilatildeo dos professores

142

Em todas as Metropolitanas verificou-se que natildeo satildeo todos os professores

que participam dos projetos Observa-se que apenas um pequeno grupo se

envolve nos assuntos relacionados ao tema Educaccedilatildeo Ambiental o que acaba

limitando o assunto a algumas disciplinas

A Educaccedilatildeo Ambiental eacute praticada atraveacutes de que meios

A pergunta objetiva saber os meios pelos quais as instituiccedilotildees de ensino

utilizam para praticarem a Educaccedilatildeo Ambiental Se informalmente quando o

tema eacute abordado sem nenhum compromisso ou durante as aulas teoacutericas das

disciplinas ou por vaacuterios meios quando a escola tem projetos feiras

pedagoacutegicas visitas viacutedeos etc utilizando todos os meios simultaneamente

conforme mostrado na figura 88

0

20

40

60

80

100

Metro III Metro IV

Aulas Teoacutericase praacuteticas

Informalmente

Outros

Figura 88 Meios de aplicaccedilatildeo da Educaccedilatildeo Ambiental

Em todas as Metropolitanas a maioria das escolas utiliza aulas teoacutericas ou

praacuteticas para abordarem o tema Educaccedilatildeo Ambiental

Na Metropolitana III cerca de 51 das escolas utiliza aulas teoacutericas ou

praacuteticas para abordar o tema cerca de 17 abordam o tema de maneira

informal e cerca de 32 das escolas diversificam a maneira de abordagem do

tema

143

Na Metropolitana IV cerca de 43 das escolas utiliza as aulas para

abordarem o tema cerca de 16 abordam o tema informalmente e 42 das

escolas diversificam a forma de abordarem o tema

Na Metropolitana X dos 6 questionaacuterios respondidos 4 escolas abordam o

tema nas aulas teoacutericas e praacuteticas e 2 escolas abordam o tema informalmente

O predomiacutenio da abordagem em aulas teoacutericas provavelmente eacute

decorrente da falta de um projeto pedagoacutegico voltado para a Educaccedilatildeo

Ambiental

Quais os projetos eou atividades implantados

Objetiva mapear quais os principais temas abordados nos projetos e ou nas

atividades desenvolvidas pelas instituiccedilotildees de ensino voltadas para a educaccedilatildeo

ambiental conforme mostrado na figura 89

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Metro III Metro IV

Reciclagem e ColetaSeletiva

Reduccedilatildeo de Consumo eReuso de aacutegua e Energia

Outros

Figura 89 Projetos e ou Atividades implantados

De acordo com o graacutefico em ambas Metropolitanas o tema mais

abordado eacute a Reciclagem e a Coleta Seletiva Na Metropolitana III 50 dos

questionaacuterios responderam Reciclagem e Coleta Seletiva contra 39 de

Reduccedilatildeo de consumo e Reuso de aacutegua e energia

144

Na Metropolitana IV cerca de 46 responderam Reciclagem e Coleta

seletiva e 37 de projetos de Reduccedilatildeo de Consumo de aacutegua e energia

Este resultado era esperado pois para a maioria dos indiviacuteduos educaccedilatildeo

ambiental eacute Coleta Seletiva de Materiais e Reciclagem com isto a EA fica muito

restrita a este tema deixando os aspectos mais importantes sem abordagem isto

pode ser devido a falta de informaccedilatildeo que os proacuteprios educadores tecircm a

respeito da EA

A Metropolitana X apresentou uma resposta diferente dos quatro

questionaacuterios que foram respondidos trecircs responderam Reduccedilatildeo de Consumo e

Reuso de Aacutegua e Energia e apenas um respondeu Coleta Seletiva e Reciclagem

Isto pode ser reflexo da condiccedilatildeo Soacutecio-econocircmica predominante das

regiotildees abrangidas pelas Metropolitanas III e IV que compreendem bairros com

populaccedilotildees mais carentes Neste caso a Coleta Seletiva e a Reciclagem muitas

vezes satildeo a fonte de renda de muitas famiacutelias e faz parte do cotidiano dessas

regiotildees

Existe interesse dos alunos em relaccedilatildeo aos projetos

A pergunta objetiva saber se os alunos das instituiccedilotildees de ensino

demonstram interesse na participaccedilatildeo nos projetos eou nas atividades

relacionadas agrave educaccedilatildeo ambiental desenvolvidas nas escolas os resultados

encontram-se na figura 810

145

0

20

40

60

80

100

Metro III Metro IV

SimNatildeo

Figura 810 Participaccedilatildeo dos alunos

Na Metropolitana III o percentual de interesse dos alunos eacute de 96 e na

Metropolitana IV o percentual eacute de 100 mostrando que o interesse dos alunos

das aacutereas abrangidas por essas metropolitanas eacute bastante alto Este alto

percentual de participaccedilatildeo pode estar relacionado com a obrigatoriedade na

participaccedilatildeo dos alunos jaacute citado em pergunta anterior

Na Metropolitana X dos quatro questionaacuterios que foram respondidos dois

responderam que sim e dois responderam que natildeo resultado que natildeo nos

permite ter uma visatildeo do niacutevel de interesse dos alunos desta regiatildeo

Os projetos possuem retorno financeiro

A pergunta objetiva saber se os projetos implantados pelas instituiccedilotildees de

ensino tiveram como objetivo aleacutem da informaccedilatildeo para os alunos e a

comunidade trouxe tambeacutem algum tipo de retorno financeiro para alguma das

partes Isto porque alguns projetos de Educaccedilatildeo Ambiental como os de Coleta

Seletiva geram recursos financeiros ou bens conforme mostrado na figura 811

146

0

20

40

60

80

100

Metro III Metro IV

NuncaAs Vezes

Figura 811 - Retorno financeiro nos projetos

Nas Metropolitanas III e IV a maioria das escolas declarou que natildeo possui

nenhum tipo de retorno financeiro quando da implantaccedilatildeo de seus projetos de

educaccedilatildeo ambiental

Na Metropolitana III o percentual foi de 92 e a Metropolitana IV foi de

96 Com base nesses resultados conclui-se que os projetos implantados nas

escolas em sua maioria natildeo objetivam retorno financeiro

Na Metropolitana X dos cinco questionaacuterios que responderam todos

responderam que nunca possuem retorno financeiro na implantaccedilatildeo de seus

projetos de EA

Os recursos arrecadados satildeo para que destino

A pergunta objetiva saber para onde os recursos arrecadados com os

projetos realizados pelas escolas foram destinados

147

0

20

40

60

80

100

Metro III Metro IV

Escola e AlunosComunidadeOutros

Figura 812 Destino dos recursos arrecadados

As escolas que tiveram algum tipo de retorno utilizaram este para

aquisiccedilatildeo de materiais para a escola e para os alunos A maioria das instituiccedilotildees

de ensino natildeo respondeu a este item uma vez que a sua resposta estava

vinculada a pergunta anterior

2 ndash Quanto a Capacitaccedilatildeo docente

Qual a formaccedilatildeo em niacutevel de graduaccedilatildeo dos professores que

participam da Educaccedilatildeo Ambiental

Objetiva mapear a graduaccedilatildeo dos professores isto eacute as disciplinas que

mais participam dos projetos de educaccedilatildeo ambiental implantados nas

escolas conforme mostrado na figura 813

148

0

20

40

60

80

100

Metro III Metro IV

QuimFisBioGeo

Outras

Figura 813 Professores que participam das atividades

Em todas as Metropolitanas as disciplinas que mais participam dos projetos

de Educaccedilatildeo Ambiental satildeo as mesmas isto eacute Quiacutemica Fiacutesica Biologia e

Geografia Isto ocorre por serem estas disciplinas que em seus curriacuteculos

apresentam o tema Educaccedilatildeo Ambiental o que torna mais faacutecil para os

professores destas disciplinas a abordagem do tema e por consequumlecircncia esta

desperta maior interesse

Na Metropolitana X dos quatro questionaacuterios respondidos todos

colocaram as mesmas disciplinas citadas anteriormente

Eacute interessante frisar que em especial os cursos de graduaccedilatildeo de Quiacutemica

Biologia e Geografia tecircm um conteuacutedo consideraacutevel de temas voltados para a

aacuterea ambiental Talvez seja pertinente questionar que se a Educaccedilatildeo Ambiental

fosse mais abordada em outros cursos de Licenciatura (Histoacuteria Portuguecircs

Matemaacutetica etc) talvez aumentasse a participaccedilatildeo dos professores dessas

disciplinas ou de projetos transversais

149

Os professores que participam possuem formaccedilatildeo especiacutefica em

EA

Identifica se os professores das instituiccedilotildees de ensino que participam dos

projetos de educaccedilatildeo ambiental possuem algum tipo de formaccedilatildeo especiacutefica

para este fim como cursos de especializaccedilatildeo mestrado doutorado ou mesmo

cursos de curta duraccedilatildeo Os resultados satildeo mostrados na figura 814

0

20

40

60

80

100

Metro III Metro IV

AlgumaFormaccedilatildeo

NenhumaFormaccedilatildeo

Figura 814 Os professores possuem formaccedilatildeo especiacutefica em EA

Diferentemente do esperado as Metropolitanas III e IV informaram que um

grande nuacutemero de professores possui algum tipo de formaccedilatildeo especiacutefica

Na Metropolitana III cerca de 90 dos professores possuem alguma

formaccedilatildeo especifica em EA e na Metropolitana IV a metade dos professores da

rede possuem algum tipo de especializaccedilatildeo em EA

Apesar das escolas terem informado um grande de professores com algum

tipo de especializaccedilatildeo natildeo foi informado se essa especializaccedilatildeo era especiacutefica

em Educaccedilatildeo Ambiental mesmo estando claro na pergunta Este resultado vai

de encontro com as respostas referentes agraves outras questotildees nas quais as escolas

e os docentes demonstraram dificuldade na exploraccedilatildeo do tema e sinalizam que

eacute necessaacuteria a capacitaccedilatildeo

150

Na Metropolitana X das cinco escolas que responderam a essa questatildeo

trecircs possuem professores com alguma especializaccedilatildeo e duas escolas declararam

que natildeo possuem professores com especializaccedilatildeo

A escola tem interesse na capacitaccedilatildeo docente para a

Educaccedilatildeo Ambiental

A pergunta objetiva mostrar se existe o interesse das escolas em preparar

os professores para que estes possam adquirir mais conhecimentos teacutecnicos e

com isto possam realizar seus projetos com maior eficiecircncia no desempenho de

seu trabalho segundo mostrado na figura 815

0

20

40

60

80

100

Metro III Metro IV

SimNatildeo

Figura 815 Interesse da escola na capacitaccedilatildeo docente

A quase totalidade das escolas das Metropolitanas III e IV mostraram

interesse na capacitaccedilatildeo de seus professores em Educaccedilatildeo Ambiental

Na Metropolitana X das cinco escolas que responderam a essa pergunta

todas declararam que possuem interesse na capacitaccedilatildeo docente

Essas respostas mostraram que talvez a pergunta referente agrave

especializaccedilatildeo dos docentes natildeo foi corretamente respondida

151

Segundo esses dados conclui-se que existe grande interesse das escolas

em melhorar o desempenho de seus professores na aplicaccedilatildeo da educaccedilatildeo

ambiental

Existe interesse dos professores em participarem de cursos de

formaccedilatildeo em Educaccedilatildeo Ambiental

Objetiva mostrar se haacute interesse dos professores em participarem de cursos

de formaccedilatildeo especializaccedilatildeo na aacuterea ambiental segundo figura 816

0

20

40

60

80

100

Metro III Metro IV

Sim

Natildeo

Figura 816 - Interesse dos professores em cursos de formaccedilatildeo em EA

Nas Metropolitanas III e IV o interesse dos professores em participar de um

curso de formaccedilatildeo em EA eacute bastante alto

Na Metropolitana X dos seis questionaacuterios respondidos todos mostraram

interesse na participaccedilatildeo no curso de capacitaccedilatildeo

De acordo com as questotildees existe um grande interesse da parte dos

professores em participarem de cursos de formaccedilatildeo especializaccedilatildeo em EA Para

isto se faz necessaacuterio que exista uma oferta de cursos destinada a este puacuteblico

alvo

152

Quais as aacutereas que os professores apresentam maior interesse

Objetiva mapear em quais aacutereas da Educaccedilatildeo Ambiental os professores

gostariam que fossem abordados com maior profundidade e abrangecircncia

conforme mostrado na figura 817

0

20

40

60

80

100

Metro III Metro IV

Coleta Seletiva eReciclagem

RecursosHiacutedricos

Outros

Figura 817 Aacutereas de interesse dos professores

Neste item as respostas foram muito variadas sendo que o assunto que

apareceu com mais frequumlecircncia foram os de Coleta Seletiva e Reciclagem

seguidos pelos Recursos Hiacutedricos os demais aparecerem com pouca frequumlecircncia e

foram agrupados num uacutenico grupo ldquooutrosrdquo Foi observado que muitas

instituiccedilotildees natildeo entenderam bem o questionamento pois ao inveacutes de

responderem sobre o tema ambiental de interesse responderam sobre outros

temas

84 Conclusotildees Parciais

As escolas tiveram muita dificuldade para responder os questionaacuterios pois

muitas respostas natildeo tinham relaccedilatildeo direta com a pergunta Em muitos casos o

questionaacuterio foi devolvido com muitas perguntas sem resposta natildeo ficando claro

se por falta de entendimento das perguntas ou por desinteresse pelo tema

153

Com o questionaacuterio percebeu-se de forma geral que natildeo houve muito

empenho em se fornecer respostas claras e que refletissem realmente a vivecircncia

das escolas Pode-se detectar que os professores natildeo participaram ou seja a

pessoa designada para responder emitiu somente a sua opiniatildeo e simplesmente

natildeo respondeu o que tinha relaccedilatildeo direta com o corpo docente da escola

Algumas escolas aproveitaram o espaccedilo do questionaacuterio destinado a

sugestotildees e observaccedilotildees para fazer reivindicaccedilotildees como melhor remuneraccedilatildeo a

inadequaccedilatildeo de cursos ou treinamentos aos saacutebados e que os cursos deveriam

ter ajuda de custo para o professor ou ainda solicitaccedilatildeo de apoio em

campanhas como por exemplo ldquoNatildeo para um lixatildeo em nosso bairrordquo

O questionaacuterio deixou alguns pontos bem claros e alarmantes a educaccedilatildeo

ambiental natildeo eacute vista como um assunto que seja importante Isso pode ser

atribuiacutedo agrave falta de informaccedilatildeo que atinge desde a comunidade ateacute os oacutergatildeos

que coordenam a educaccedilatildeo passando pelos professores que na avaliaccedilatildeo da

autora satildeo as peccedilas mais importantes Estes quando possuem uma boa

formaccedilatildeo vatildeo propagar as informaccedilotildees entre os alunos que propagaratildeo para

suas famiacutelias e comunidades estabelecendo-se um efeito multiplicador agrave difusatildeo

do conhecimento

Com base nas demandas detectadas na anaacutelise dos questionaacuterios e na

excelecircncia dos profissionais da UFRJ ligados agrave aacuterea ambiental eacute apresentada a

seguir uma proposta de curso de especializaccedilatildeo transdisciplinar em EA voltado

para professores do Ensino Meacutedio

154

Capiacutetulo 9 ndash Proposta de Curso de Formaccedilatildeo Para Professores

A Educaccedilatildeo Ambiental segundo a lei ndeg 9795 de 27 de abril de 1999 eacute

um componente essencial e permanente da Educaccedilatildeo Nacional devendo estar

presente em todos os niacuteveis e todas as modalidades do processo educativo

formal e natildeo-formal

Por seu caraacuteter humanista holiacutestico interdisciplinar e participativo a

Educaccedilatildeo Ambiental pode contribuir muito para renovar o processo educativo

trazendo a permanente avaliaccedilatildeo criacutetica a adequaccedilatildeo dos conteuacutedos agrave

realidade local e o envolvimento dos educandos em accedilotildees concretas de

transformaccedilatildeo dessa realidade

155

Para realmente abordar estes princiacutepios e atingir seus objetivos a

Educaccedilatildeo Ambiental precisa de uma ampla gama de meacutetodos e do preparo dos

educadores neste sentido

A partir das informaccedilotildees obtidas nesta pesquisa observou-se a

necessidade de cursos de formaccedilatildeo na aacuterea ambiental para os professores do

Ensino Meacutedio da Rede Puacuteblica Estadual

Este capiacutetulo objetiva propor um curso que atenda a essa necessidade

tendo em vista todas as dificuldades em termos de disponibilidade da entidade e

da quantidade de vagas que possa atender da melhor maneira possiacutevel ao

puacuteblico alvo

91 Objetivo do Curso

Capacitar os professores do Ensino Meacutedio da Rede Puacuteblica Estadual do

Municiacutepio do Rio de Janeiro para o ensino da Educaccedilatildeo Ambiental fornecendo

conhecimentos aos participantes de forma que os educadores tenham

condiccedilatildeo de desenvolver o seu trabalho de maneira plena e com maior

eficiecircncia

Desenvolver a capacidade de compreensatildeo da temaacutetica ambiental de

forma holiacutestica e no acircmbito interdisciplinar enfocando o papel da educaccedilatildeo

para a construccedilatildeo de uma sociedade sustentaacutevel

Analisar as relaccedilotildees entre educaccedilatildeo problemaacutetica ambiental e

desenvolvimento sustentaacutevel

Incentivar a pesquisa interdisciplinar e o desenvolvimento de projetos de

intervenccedilatildeo social aleacutem de promover atividades de prestaccedilatildeo de serviccedilos a

comunidade em geral atraveacutes de cursos accedilotildees integradas eventos entre outros

Para que estes objetivos sejam atingidos eacute necessaacuterio que na

programaccedilatildeo dos conteuacutedos sejam contemplados fundamentos teoacutericos e

156

praacuteticos de modo a atender as determinaccedilotildees dos oacutergatildeos Ambientais Estaduais

Municipais e do Ministeacuterio do Meio Ambiente

92 Duraccedilatildeo do Curso

Por se tratar de um curso de especializaccedilatildeo a carga horaacuteria miacutenima

deveraacute ser de 360 horas com aulas ministradas em dias e horaacuterios de melhor

disponibilidade para os professores e as Universidades

93 Conteuacutedo do Curso

Nesta proposiccedilatildeo de ensino de Educaccedilatildeo Ambiental para docentes do

Ensino Meacutedio o curso deveraacute ser composto por quatro moacutedulos para que seja

abordada a maioria dos aspectos necessaacuterios para a boa formaccedilatildeo docente

1ordm Moacutedulo ndash As diferentes dimensotildees da temaacutetica ambiental na atualidade

Analise dos mais variados enfoques das questotildees ambientais por meio de

debates e trocas de experiecircncias como alternativa para aproximar todas as

vaacuterias aacutereas de conhecimento reconhecendo a diversidade do grupo e a

necessidade de interaccedilatildeo entre as aacutereas de formaccedilatildeo ressaltando as interfaces

entre as ciecircncias naturais e as humanas dentro da perspectiva interdisciplinar

Conceitos baacutesicos na Aacuterea Ambiental

bull Meio Ambiente e Ecologia rarrConceitos baacutesicos a fim de atender

melhor a dinacircmica de interaccedilotildees nos biomas terrestres e ambientes

bull Tipos de Poluiccedilatildeo e seus efeitos rarr Classificaccedilatildeo dos principais tipos de

poluiccedilatildeo e seus efeitos no meio ambiente e na sociedade

bull Tratamento de resiacuteduos soacutelidos e de efluentesrarrNoccedilotildees de reduccedilatildeo na

produccedilatildeo de resiacuteduos e tratamento dos resiacuteduos

bull Minimizaccedilatildeo de emissotildeesrarrClassificaccedilatildeo dos tipos de emissotildees e como

minimiza-las

157

2ordm Moacutedulo ndash Aborda as leis e os oacutergatildeos ligados a Educaccedilatildeo Ambiental As

disciplinas pretendem realizar uma introduccedilatildeo ao Direito Ambiental apontando e

propiciando a discussatildeo anaacutelise e avaliaccedilatildeo de conceitos juriacutedicos baacutesicos para

a compreensatildeo da legislaccedilatildeo ligada agrave problemaacutetica ambiental e suas

implicaccedilotildees sociais

Legislaccedilatildeo Ambiental

bull Leis RegulamentadorasrarrMostrar as leis que regulamentam as accedilotildees

ligadas ao meio ambiente e a Educaccedilatildeo Ambiental

bull Oacutergatildeos fiscalizadoresrarrIdentificar os oacutergatildeos fiscalizadores das accedilotildees

voltadas para o meio ambiente como tambeacutem as accedilotildees voltadas para a

Educaccedilatildeo Ambiental

bull Esferas AdministrativasrarrMostrar as atribuiccedilotildees de cada esfera de

governo nas accedilotildees relacionadas as questotildees ambientais

3ordm Moacutedulo ndash mostrar as relaccedilotildees entre Meio Ambiente e sociedade a partir

da anaacutelise de casos concretos existentes A discussatildeo dos conceitos de

paisagem lugar e territoacuterio explicando os viacutenculos soacutecio-culturais com os

ambientes O conceito sustentabilidade deveraacute ser debatido tanto na dimensatildeo

cultural e social nas formas de produccedilatildeo da subsistecircncia humana e nos

diferentes modelos soacutecio-econocircmicos priorizando as questotildees dos ldquoecossistemas

urbanosrdquo

Educaccedilatildeo ambiental e Cidadania

bull Percepccedilatildeo da realidade ambientalrarr As relaccedilotildees entre o homem e

o seu meio ambiente social e natural atraveacutes de modelos de ocupaccedilatildeo do

espaccedilo e uso de recursos naturais por formas soacutecio-culturais diferenciadas

bull A relaccedilatildeo Educaccedilatildeo Ambiental - Qualidade de Vida rarr As relaccedilotildees

da EA com a qualidade de vida e a sauacutede

bull Projetos roteiros reflexotildees e praacuteticas de Educaccedilatildeo Ambiental

rarrInstrumentalizar para a elaboraccedilatildeo e execuccedilatildeo de projetos de gestatildeo

158

ambiental e de modelos de desenvolvimento sustentado adequados agraves

especificidades soacutecio-ambientais das populaccedilotildees ldquoalvordquo

bull Integraccedilatildeo Escola-Meio-Ambiente-ComunidaderarrAbordagem de

aspectos teoacutericos e praacuteticos da construccedilatildeo de projetos no contexto escolar e fora

deste espaccedilo

4 ndash Moacutedulo ndash Projetos - seratildeo tarefas pedagoacutegicas de caraacuteter

interdisciplinar A partir do levantamento dos interesses dos alunos pretende-se

estruturar coletivamente projetos de intervenccedilatildeo e pesquisa em EA que

deveratildeo possibilitar a elaboraccedilatildeo dos trabalhos de final de curso

Pesquisa em Educaccedilatildeo Ambiental

bull Estudo de Campo

bull Trabalho final

94 Consideraccedilotildees

Esta proposta daacute uma visatildeo de alguns aspectos que norteiam o tema

Educaccedilatildeo Ambiental focando essencialmente os assuntos que satildeo importantes

para a formaccedilatildeo do Educador Ambiental

Os temas devem ser abordados de forma sucinta de modo que consiga

atingir a todos os profissionais de Educaccedilatildeo considerando que estes possuem

diferentes formaccedilotildees em niacutevel de graduaccedilatildeo

Outro aspecto considerado eacute que dentre os temas abordados estatildeo a

relaccedilatildeo sociedade e meio ambiente que eacute um dos pontos mais importantes do

curso pois permitiraacute que o educador consiga transmitir aos seus alunos a sua real

importacircncia na contribuiccedilatildeo para a melhoria da sua qualidade de vida e de seu

entorno e consequumlentemente na conservaccedilatildeo do planeta

159

Capiacutetulo 10 ndash Conclusotildees e Sugestotildees

101 Consideraccedilotildees Finais

A Educaccedilatildeo eacute primordial para o crescimento de qualquer paiacutes poreacutem natildeo

lhe eacute dada toda a atenccedilatildeo necessaacuteria problema que natildeo eacute recente mas sim

um problema histoacuterico pois a Educaccedilatildeo natildeo eacute tema essencial desde os tempos

da colonizaccedilatildeo Desde aquela eacutepoca o ensino era colocado em segundo

plano como algo sem importacircncia e por consequumlecircncia a profissatildeo de professor

jaacute era desvalorizada muitas vezes sendo colocado como marginalizados pela

sociedade

A Educaccedilatildeo de qualidade era um direito de poucos e esses poucos eram os

indiviacuteduos que tinham famiacutelias tradicionais e abastadas que tinham condiccedilotildees

financeiras para estudar nos melhores coleacutegios Este fato se reflete nos dias de

hoje onde a qualidade no ensino estaacute cada vez mais destinada aos alunos que

tem melhores condiccedilotildees financeiras Isto pode ser verificado nas escolas puacuteblicas

160

de ensino fundamental e o ensino meacutedio da Rede Puacuteblica Estadual onde resta

para os menos favorecidos um ensino que natildeo tem como objetivo central uma

boa formaccedilatildeo

Atraveacutes das Poliacuteticas SociaisEducacionais a ideacuteia central eacute a manutenccedilatildeo

do aluno na escola fornecimento de alimentaccedilatildeo etc onde a manutenccedilatildeo do

aluno na escola se faz de vaacuterias formas dentre elas podemos citar a aprovaccedilatildeo

progressiva no ensino fundamental onde o aluno eacute aprovado mesmo sem

condiccedilotildees pois foi verificado que o aluno que reprova muitas vezes abandona a

escola

No ensino Meacutedio natildeo eacute muito diferente onde o problema comeccedilou no

momento em que o ingresso no ensino meacutedio passou a ser automaacutetico sem

nenhum tipo de avaliaccedilatildeo gerando turmas muito heterogecircneas com alunos

bons lado a lado com alunos que natildeo possuem a menor condiccedilatildeo de estarem no

ensino meacutedio Isto acarreta numa dificuldade muito grande ao professor de

passar o conteuacutedo das disciplinas com um agravante o professor eacute obrigado a

ter um niacutevel de exigecircncia muito baixo pois um nuacutemero de reprovaccedilatildeo muito alto

tambeacutem natildeo eacute permitido Aleacutem disso podemos citar ainda as condiccedilotildees de

trabalho principalmente nas aacutereas mais carentes onde muitas vezes o professor

natildeo tem o material miacutenimo de trabalho tendo que comprar do proacuteprio bolso

Tocando neste ponto um problema muito grave eacute a falta de valorizaccedilatildeo do

professor atraveacutes dos baixos salaacuterios que estes recebem o que causa uma

desmotivaccedilatildeo muito grande na boa execuccedilatildeo de seu trabalho

Esses satildeo apenas algumas das causas do baixo desempenho do ensino

meacutedio e por consequumlecircncia o baixo iacutendice de aprovaccedilatildeo desses alunos em

concursos de acesso as Universidades Puacuteblicas que deveria ser o fluxo natural

desses alunos Este fato gerou a Poliacutetica Publica de inclusatildeo social que determina

o aumento de alunos egressos da Rede Puacuteblica nas Universidades Puacuteblicas que eacute

feito atraveacutes de reservas de vagas nas Universidades para esses alunos Isto no

entendimento da autora funciona apenas como uma forma imediatista de

resolver o problema pois em educaccedilatildeo os impactos de uma proposta de

161

mudanccedila requerem um tempo para que sejam percebidos Com isto para se

reverter o problema de inclusatildeo dos jovens vindos da rede puacuteblica estadual nas

universidades seria necessaacuterio no miacutenimo de 12 anos Um periacuteodo relativamente

grande pois as mudanccedilas devem envolver todas as esferas do governo em

conjunto com a sociedade e natildeo devendo estar atrelada a um determinado

mandato Em outras palavras em um sistema ideal os mandatos acabariam

mais os projetos continuariam

O estado atual da Educaccedilatildeo no paiacutes eacute uma consequumlecircncia direta do

arrocho salarial e da degradaccedilatildeo dos serviccedilos puacuteblicos acentuados apoacutes o fim

do Regime Militar com isso a classe meacutedia passou a incluir em seus orccedilamentos a

educaccedilatildeo o que gerou uma ruptura da convivecircncia entre crianccedilas e jovens de

classes pobres e da classe meacutedia nas Escolas Puacuteblicas No topo da piracircmide

social estatildeo as famiacutelias de classe meacutedia e alta que usufruem do Ensino Privado

para posteriormente disputar em melhores condiccedilotildees as vagas nas Universidades

Puacuteblicas reconhecidas como as melhores Na base estatildeo os menos privilegiados

que estatildeo na rede puacuteblica que tem que se conformarem em parar os seus

estudos ao fim do Ensino meacutedio ou se sacrificar para pagar uma Universidade

Privada jaacute que natildeo possuem condiccedilotildees de competirem em igualdade de

condiccedilotildees agraves vagas oferecidas pelas Universidades Puacuteblicas

Um dos caminhos detectados nessa pesquisa para reverter o quadro atual

da educaccedilatildeo eacute a capacitaccedilatildeo docente Para uma melhor formaccedilatildeo dos

professores se faz necessaacuterio que o tema seja abordado em todos os cursos de

graduaccedilatildeo destinados a licenciatura Este assunto tambeacutem deve ser uma

preocupaccedilatildeo das Universidades para que estas ofereccedilam cursos de extensatildeo

capacitaccedilatildeo ou poacutes-graduaccedilatildeo para professores promovendo o retorno destes

as Universidades para atualizaccedilatildeo de seus conhecimentos para que possam

aprimorar e consequumlentemente melhor preparar o aluno que ingressaraacute na

Universidade Com isso para a Universidade o retorno consiste em receber alunos

oriundos do ensino meacutedio com uma formaccedilatildeo mais completa fechando o ciclo

de interaccedilotildees

162

102 Conclusotildees

A partir dessas consideraccedilotildees e dos dados coletados e discutidos no corpo

do trabalho pode-se extrair as seguintes conclusotildees

A desvalorizaccedilatildeo dos professores eacute um problema histoacuterico jaacute que a

pesquisa bibliograacutefica mostrou que desde o iniacutecio da Educaccedilatildeo no paiacutes

esta classe de profissionais natildeo era vista como algo primordial para o

desenvolvimento do paiacutes

De acordo com as necessidades da sociedade foram surgindo

articulaccedilotildees que levaram a formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas com o

objetivo de suprir ou amenizar problemas gerados pelas diferenccedilas sociais

da sociedade A formulaccedilatildeo dessas poliacuteticas se fundamenta no processo

de descentralizaccedilatildeo levando a democratizaccedilatildeo e a participaccedilatildeo

A Educaccedilatildeo Ambiental eacute essencial para uma boa formaccedilatildeo da

cidadania devido a isto o tema EA estaacute presente nos PCNs e deve ser

abordado em todas as disciplinas de forma transversal

A tema Educaccedilatildeo Ambiental eacute relativamente antigo poreacutem natildeo lhe

era dada a devida importacircncia somente a partir do seacuteculo XX que foram

realizadas as conferecircncias voltadas para o tema ambiental o que tornou

o Meio Ambiente uma preocupaccedilatildeo mundial

A pesquisa avaliou o ingresso de alunos da Rede Puacuteblica Estadual nas

Universidades Puacuteblicas com estudo de caso avaliando o sistema de Cotas

da UERJ e a proposta de Reserva de Vagas da UFRJ A pesquisa mostrou

que a reserva de vagas natildeo eacute a soluccedilatildeo para o problema de inclusatildeo

desses alunos poreacutem funciona como uma accedilatildeo imediata para

remediaccedilatildeo do problema

163

A avaliaccedilatildeo da EA nas escolas de Ensino Meacutedio da Rede Estadual do

Municiacutepio do Rio de Janeiro mostrou que os escolas tem dificuldade em

abordar o tema de forma plena e transversal

A pesquisa mostrou que o tema natildeo eacute abordado de maneira plena

devido ao despreparo dos professores nesta aacuterea jaacute que somente os

professores que possuem o tema Ambiental ligados a sua formaccedilatildeo tem

condiccedilotildees de transmit-lo para seus alunos Para isto se fazem urgente e

necessaacuterias gestotildees dos oacutergatildeos competentes no sentido do aumento da

oferta de cursos de capacitaccedilatildeo

103 Sugestotildees Para a continuidade desta pesquisa vaacuterias linhas de trabalho podem ser

desenvolvidas A seguir satildeo listadas algumas sugestotildees e accedilotildees

Realizar uma pesquisa comparativa sobre educaccedilatildeo Ambiental no acircmbito

do municiacutepio do Rio de Janeiro envolvendo as Redes Federal Estadual e

Particular

Realizar uma pesquisa por amostragem sobre o tema Educaccedilatildeo

Ambiental atingindo outros municiacutepios do Estado do Rio de Janeiro

Avaliar se eacute feita e de que maneira a Educaccedilatildeo Ambiental no Ensino

Fundamental

164

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wwwportalmecgov - Acesso em 03 marccedilo 2005

Projeto Apoema - Educaccedilatildeo Ambiental - disponiacutevel na internet em http

wwwapoemacombrdefiniccedilotildees - Acesso em 23 abril 2006

PROUNI ndash Programa Universidade para todos ndash Disponiacutevel na internet em

httpprouni-inscricaomecgovbr - acesso em 02 novembro 2006

170

Quintas J S ndash Introduccedilatildeo a Gestatildeo Ambiental Puacuteblica ndash Ediccedilotildees Ibama Brasiacutelia

DF 2002

Revista Eletrocircnica de Jornalismo Cientiacutefico ndash Com Ciecircncia - disponiacutevel na internet

em httpwwwcomcienciabr - Acesso em 04 marccedilo 2005

Schwartzman Simon ndash Tempos de Capanema ndash Satildeo Paulo SP ndash Editora Fundaccedilatildeo

Getuacutelio Vargas 2000

Secretaria de Estado de Educaccedilatildeo do Rio de Janeiro - disponiacutevel na internet em

http wwwseerjgovbr - Acesso em

Secretaria de estado e justiccedila de defesa e cidadania SP - disponiacutevel na internet

em http wwwjusticcedilaspgovbr - Acesso em 21 novembro 2005

Secretaria de Estado do Meio Ambiente - disponiacutevel na internet em

httpwwwambientespgovbr - Acesso em 251105

Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hiacutedricos do Paranaacute -

disponiacutevel na internet em http wwwprgovbrmeioambiente - Acesso em 25

novembro 2005

Secretaria de Estado do Meio Ambiente de Satildeo Paulo - disponiacutevel na internet em

http wwwambientespgov - Acesso em 25 novembro 2005

Senac - disponiacutevel na internet em httpwwwsenacbr - Acesso em 25

novembro 2005

Silva Antocircnio - As Cotas nas Universidades - disponiacutevel na internet em

httpwwwespaccediloacademicocombr - Acesso em 03 marccedilo 2005

Silva Leacuteo - Educaccedilatildeo Puacuteblica - disponiacutevel na internet em

httpwwweducaccedilatildeopublicarjgovbr - Acesso em 21 novembro 2005

171

TV Cultura - disponiacutevel na internet em http wwwtvculturacombr - Acesso em

21 novembro 2005

UARTE ndash Unidade de Apoio agrave Rede Telemaacutetica Educativa - disponiacutevel na internet

em httpwwwuarterctspt - Acesso em 25 novembro 2005

UERJ - Tema em discussatildeo cotas na universidade - disponiacutevel na internet em

http www2uerjbr Acesso em 04 marccedilo 2005

Universia - disponiacutevel na internet em httpwwwuniversiacombr - Acesso em 03

marccedilo 2005

Universidade de Brasiacutelia ndash Meio Ambiente - disponiacutevel na internet em

httpwwwunbbr - Acesso em 21 novembro 2005

Vaacuterios autores ndash Caderno de Graduaccedilatildeo ndash Volume oito ndash Vestibular UERJ2003

Relatoacuterio Analiacutetico - Rio de Janeiro RJ Editora Graacutefica UERJ 2003

Vieira Joatildeo Luiacutes ndash As cotas - disponiacutevel na internet em http wwweducarscuspbr - Acesso em 28 fevereiro 2005

Yin RK (1987) Case study reserch ndash design and methods Sage Publications 7 ed v 5

Zeitouni Rafael - Ecologia Brasil ndash Portal de Meio Ambiente - disponiacutevel na internet

em httpwwwbio2000hpgigcombr - Acesso em 26 novembro 2005

172

173

ANEXO 1

LEI FEDERAL

PROJETO DE LEI 36272004

Institui Sistema Especial de Reserva de Vagas para estudantes egressos de

escolas puacuteblicas em especial negros e indiacutegenas nas instituiccedilotildees puacuteblicas

federais de educaccedilatildeo superior e daacute outras providecircncias

O CONGRESSO NACIONAL decreta

Art 1ordm As instituiccedilotildees puacuteblicas federais de educaccedilatildeo superior reservaratildeo

em cada concurso de seleccedilatildeo para ingresso nos cursos de graduaccedilatildeo no

miacutenimo cinquumlenta por cento de suas vagas para estudantes que tenham

cursado integralmente o ensino meacutedio em escolas puacuteblicas

Art 2ordm Em cada instituiccedilatildeo de educaccedilatildeo superior as vagas de que trata o

art1 o seratildeo preenchidas por uma proporccedilatildeo miacutenima de autodeclarados negros

e indiacutegenas igual agrave proporccedilatildeo de pretos pardos e indiacutegenas na populaccedilatildeo da

unidade da Federaccedilatildeo onde estaacute instalada a instituiccedilatildeo segundo o uacuteltimo censo

da Fundaccedilatildeo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica - IBGE

Paraacutegrafo uacutenico No caso de natildeo-preenchimento das vagas segundo os

criteacuterios do caput as remanescentes deveratildeo ser completadas por estudantes

que tenham cursado integralmente o ensino meacutedio em escolas puacuteblicas

Art 3ordm O Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e a Secretaria Especial de Poliacuteticas de

Promoccedilatildeo da Igualdade Racial da Presidecircncia da Repuacuteblica seratildeo responsaacuteveis

pelo acompanhamento e avaliaccedilatildeo do sistema de que trata esta Lei ouvida a

Fundaccedilatildeo Nacional do Iacutendio - FUNAI

174

Art 4ordm As instituiccedilotildees de que trata o art 1ordm teratildeo o prazo de duzentos e

quarenta dias para se adaptarem ao disposto nesta Lei

Art 5ordm O Poder Executivo promoveraacute no prazo de dez anos a contar da

publicaccedilatildeo desta Lei a revisatildeo do sistema especial para o acesso de estudantes

negros pardos e indiacutegenas bem como daqueles que tenham cursado

integralmente o ensino meacutedio em escolas puacuteblicas nas instituiccedilotildees de educaccedilatildeo

superior

Art 6ordm Esta Lei entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

Brasiacutelia(wwwportalmecgov)

175

ANEXO 2

LEI ESTADUAL

Iacutentegra da Lei Nordm 3708 de 9 de Novembro de 2001

Institui cota de ateacute 40 (quarenta por cento) para as populaccedilotildees negra e parda

no acesso a Universidade do Estado do Rio de Janeiro e agrave Universidade Estadual

do Norte Fluminense e daacute outras providecircncias

O Governador do Estado do rio de Janeiro

Faccedilo saber que a Assembleacuteia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro

decreta e eu sanciono a seguinte Lei

Art 1ordm Fica estabelecida a cota miacutenima de ateacute 40 (quarenta por cento)

para as populaccedilotildees negra e parda no preenchimento das vagas relativas aos

cursos de graduaccedilatildeo da universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e da

Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF)

Paraacutegrafo Uacutenico Nesta cota miacutenima ficam incluiacutedos tambeacutem os negros e

pardos beneficiados pela lei 35242000

Art 2ordm O Poder executivo regulamentaraacute a presente Lei no prazo de 30

(trinta) dias de sua publicaccedilatildeo

Art 3ordm Estaacute lei entraraacute em vigor na data de sua publicaccedilatildeo revogadas as

disposiccedilotildees em contraacuterio

Rio de janeiro 09 de novembro de 2001

ANTHONY GAROTINHO

Autoria Deputado Joseacute Amorim

176

Iacutentegra do Decreto Nordm 30766 de 04 de marccedilo de 2002

DISCIPLINA O SISTEMA DE COTA PARA NEGROS E PARDOS NO ACESSO Agrave

UNIVERSIDADE

DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO E Agrave UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE

FLUMINENSE E DAacute OUTRAS PROVIDEcircNCIAS

O Governador do Estado do Rio de Janeiro no uso de suas atribuiccedilotildees

legais tendo em vista o disposto no artigo 1ordm caput e paraacutegrafo uacutenico da Lei nordm

3708 de 09 de novembro de 2001 e tendo em vista o que consta do Processo E-

260592002

D E C R E T A

Projeto de Lei nordm 24902001

Art 1ordm - Ficam reservadas para negros e pardos 40 das vagas relativas

aos cursos de graduaccedilatildeo oferecidas pela Universidade do Estado do Rio de

Janeiro e pela Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro

Paraacutegrafo uacutenico Para os fins deste decreto natildeo se faz distinccedilatildeo entre pessoas

negras e pardas

Art 2ordm - Caberaacute agraves universidades envolvidas definir os criteacuterios miacutenimos de

qualificaccedilatildeo para o acesso agraves vagas reservadas aos alunos negros e pardos

Art 3ordm - No preenchimento de suas vagas deveratildeo as universidades

observar sucessivamente o seguinte

I - verificar os candidatos qualificados de acordo com o com os criteacuterios

tratados na Lei nordm 35242000 selecionando-os para ingresso ateacute o limite das

vagas destinadas a tal fim

177

II - identificar dentre os alunos selecionados para ingresso na instituiccedilatildeo na

forma do inciso anterior o percentual que se declarou negro ou pardo em

relaccedilatildeo ao nuacutemero total de vagas oferecidas por curso e turno

III - deduzir da cota de 40 o percentual de candidatos selecionados na

instituiccedilatildeo declarados negros ou pardos que foram beneficiados pela Lei nordm

35242000 (art 1ordm paraacutegrafo uacutenico da Lei 37082001)

IV - preencher as vagas restantes da cota de 40 com os demais

candidatos declarados negros ou pardos que tenham sido qualificados para

ingresso na instituiccedilatildeo independentemente da origem escolar e

V - preencher as demais vagas oferecidas independentemente da cor

raccedila ou origem escolar do candidato qualificado

Paraacutegrafo uacutenico - Em caso de reclassificaccedilatildeo deveratildeo as universidades

observar o sistema de cotas estabelecidos pelas Leis nordms 35242000 e 37082001

Art 4ordm - Caso natildeo sejam preenchidas todas as vagas reservadas aos

beneficiaacuterios deste Decreto poderatildeo ser elas aproveitadas pelos demais

estudantes

Art 5ordm - A identificaccedilatildeo dos alunos negros e pardos se faraacute atraveacutes de

declaraccedilatildeo firmada sob as penas da Lei pelo proacuteprio candidato agrave vaga na

universidade

sect1ordm - A autodeclaraccedilatildeo eacute facultativa ficando o candidato submetido agraves

regras gerais de seleccedilatildeo caso opte por natildeo a firma

sect2ordm - Os candidatos beneficiados pelo regime de reserva de vagas tratado

na Lei nordm 352400 poderatildeo firmar a declaraccedilatildeo prevista neste artigo

Art 6ordm - Fica instituiacutedo sem o aumento de despesa o Conselho para a

Promoccedilatildeo Educacional Superior das Populaccedilotildees Negra e Parda - COPESNEP com

os seguintes objetivos

178

I - manter a memoacuteria de dados capaz de permitir o acompanhamento do

perfil de desempenho dos estudantes negros e pardos nos exames seletivos para

o ingresso nas instituiccedilotildees de ensino superior em funcionamento no Estado do Rio

de Janeiro

II - propor medidas que visem estimular a aplicaccedilatildeo do sistema de cotas

estabelecido neste Decreto a outras instituiccedilotildees de ensino superior

III - propor medidas que visem o aprimoramento da legislaccedilatildeo que trata do

acesso dos negros e pardos ao ensino superior e

IV - propor medidas que visem divulgar e orientar a sociedade da

importacircncia das accedilotildees afirmativas adotadas por forccedila deste Decreto com vistas

agrave promoccedilatildeo da igualdade de oportunidades entre os diversos grupos eacutetnicos e o

combate agrave discriminaccedilatildeo

Art 7ordf - O Conselho para a Promoccedilatildeo Educacional Superior das

Populaccedilotildees Negra e Parda - COPESNEP vinculado agrave Secretaria de Estado de

Ciecircncia e Tecnologia eacute composto dos seguintes membros

I - um representante da Secretaria de Estado de Educaccedilatildeo de Ciecircncia e

Tecnologia

II - um representante da Secretaria de Estado de Educaccedilatildeo

III - um representante do Conselho Estadual do Negro

IV - um representante da Universidade do Estado do Rio de Janeiro

V - um representante da Universidade Estadual do Norte Fluminense

sect1ordm - Seraacute convidado para participar do COPESNEP um representante do

movimento estudantil negro organizado indicado pela Coordenaccedilatildeo Nacional

de Entidades Negras - CONEN dentre estudantes do ensino meacutedio

179

sect2ordm - O COPESNEP seraacute presidido pelo representante da Secretaria de

Estado de Ciecircncias e Tecnologia contando com voto qualificado em caso de

empate nas votaccedilotildees

sect3ordm - O exerciacutecio das funccedilotildees de Presidente ou membro do Conselho natildeo

seraacute remunerado a qualquer tiacutetulo sendo considerado de relevante interesse

puacuteblico

Art 8ordm - Este Decreto entraraacute em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

produzindo efeitos para o ingresso nas universidades a partir de 2003 revogadas

as disposiccedilotildees em contraacuterio

Rio de Janeiro 04 de marccedilo de 2002-03-22

ANTHONY GAROTINHO

180

ANEXO 3 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM TECNOLOGIA DE PROCESSOS QUIacuteMICOS E BIOQUIacuteMICOS ESCOLA DE QUIacuteMICA PROJETO DE PESQUISA DE DISSERTACcedilAtildeO DE MESTRADO ldquoA CAPACITACcedilAtildeO DOCENTE EM EDUCACcedilAtildeO AMBIENTALrdquo Mestranda Maria de Lourdes Ribeiro de Souza de Azevedo Orientadoras Maria Antonieta Peixoto Gimenes Couto Denize Dias de Carvalho

QUESTIONAacuteRIO DE LEVANTAMENTO DE DADOS SOBRE EDUCACcedilAtildeO

AMBIENTAL NO ENSINO MEacuteDIO DA REDE ESTADUAL

A - DADOS INSTITUCIONAIS 1 ndash Nome da instituiccedilatildeo de ensino_______________________________________ 2 ndash Metropolitana ______________________________________________ 3 ndash Bairro __________________________________________ 4 A Escola funciona em ( ) turno uacutenico ( ) manhatilde e tarde ( ) manhatilde tarde e noite ( )outros Qual_____ 5 ndash Nordm de alunos Manhatilde = _______________ Tarde = ________________Noite

=_______________

6 ndash Nordm de professores da instituiccedilatildeo ______________________________ 7 - O curso eacute ( ) normal ( ) supletivo ( ) manhatilde e tarde normal noite supletivo ( ) outrosQual B QUANTO Agrave ABORDAGEM DO TEMA EDUCACcedilAtildeO AMBIENTAL 1 ndash O tema educaccedilatildeo ambiental eacute abordado na escola ( ) sim ( ) natildeo 2 ndash Em caso positivo o tema eacute abordado em ( ) uma disciplina(disciplina especiacutefica-disciplinar) ( ) vaacuterias disciplinas(multidisciplinar) ( )de outras formas Quais ____________________________________________ 3 ndash Existe a obrigatoriedade da participaccedilatildeo dos alunos ( ) sim ( ) natildeo _____________________________________________________________________

181

4ndash Quantos professores participam das atividades relacionadas ao tema _______________________________________ 5 ndash A educaccedilatildeo ambiental eacute praticada atraveacutes de que meio (eacute admitida mais de uma resposta) ( ) aulas teoacutericas ( ) aulas praacuteticas ( ) informalmente ( ) projetos ( ) outros Qual_________________________________________________ 6 ndash Os projetos eou atividades implantados foram de(eacute admitida mais de uma resposta) ( ) reciclagem ( ) coleta seletiva ( ) reduccedilatildeo de consumo reuso de aacutegua ( ) reduccedilatildeo de consumo de energia ( ) outros Qual ________________________________________________________ 7 ndash Existe interesse dos alunos em relaccedilatildeo aos projetos ( ) sim ( ) natildeo __________________________________________ 8 ndash Os projetos possuem retorno financeiro ( ) frequumlentemente ( ) agraves vezes ( ) raramente ( ) Nunca 9 - Os recursos arrecadados satildeo para aquisiccedilatildeo de materiais para ( ) os alunos (por ex uniformes material escolar bolsa auxilio Outros Quais _________________________ ( ) a comunidade (por excesta baacutesicaestruturas de lazer cursos Outros Quais _______________________ ( ) a escola (por ex equipamentos livros infra-estrutura Outros Quais ___________________________ ( ) outros Qual _________________________ C QUANTO Agrave CAPACITACcedilAtildeO DOCENTE 1 ndash Qual eacute a formaccedilatildeo em niacutevel de graduaccedilatildeo dos professores que participam da educaccedilatildeo ambiental(eacute admitida mais de uma resposta) ( ) Quiacutemica ( ) Biologia ( ) Fiacutesica ( ) Geografia ( ) outra Quais________________________________________________________

182

2 ndash Dos professores que participam quantos possuem formaccedilatildeo especiacutefica em educaccedilatildeo ambiental e de que tipo ( ) especializaccedilatildeo(latu-senso) ____________ ( ) mestrado _____________ ( ) doutorado ____________ ( ) cursos de curta duraccedilatildeo___________ ( ) outros ________________ ( ) nenhuma ________________________________________________________________ 3 ndash A escola tem interesse na capacitaccedilatildeo docente para educaccedilatildeo ambiental ( ) sim ( ) natildeo _____________________________________ 4 ndash Haacute interesse dos professores em participarem de um curso de formaccedilatildeo em educaccedilatildeo ambiental ( ) sim ( ) natildeo Obs Caso positivo informar quantos _____________________________________ 5 - Quais as aacutereas que os professores apresentam maior interesse ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 6 ndash Observaccedilotildees e comentaacuterios da instituiccedilatildeo de ensino ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Obs As perguntas possuem linhas para quaisquer observaccedilotildees que a instituiccedilatildeo considerar importante para enriquecer as informaccedilotildees Solicito que as respostas reflitam de fato a situaccedilatildeo real da Escola de modo a construir um panorama que permita traccedilar metas que levem agrave melhoria do Ensino Para tal acreditamos que a capacitaccedilatildeo dos professores seja um bom caminho e principalmente em um tema tatildeo importante do qual depende o futuro de todos Obrigada

183

ANEXO 4

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM TECNOLOGIA DE PROCESSOS QUIacuteMICOS E BIOQUIacuteMICOS

ESCOLA DE QUIacuteMICA

PROJETO DE PESQUISA DE DISSERTACcedilAtildeO DE MESTRADO ldquoA CAPACITACcedilAtildeO DOCENTE EM EDUCACcedilAtildeO AMBIENTALrdquo

Mestranda Maria de Lourdes Ribeiro de Souza de Azevedo Orientadoras Maria Antonieta Peixoto Gimenes Couto Denize Dias de Carvalho

AVALIACcedilAtildeO DE RECEPTIVIDADE

Metropolitana METROPOLITANA III Responsaacutevel Nordm de questionaacuterios entregues Nordm de questionaacuterios devolvidos Nordm de questionaacuterios respondidos 1 ndash Todos os questionaacuterios foram enviados ( ) Sim ( ) Natildeo 2 ndash Na sua avaliaccedilatildeo o interesse das escolas sob a responsabilidade desta Metropolitana em responder agrave pesquisa foi ( ) Alto ( ) Mediano ( ) Baixo 3 ndash No espaccedilo abaixo justifique as suas respostas nas perguntas 1 e 2 ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ 4 ndash Na sua avaliaccedilatildeo a contribuiccedilatildeo da pesquisa para a integraccedilatildeo Universidade ndash Ensino Meacutedio eacute

( ) Relevante ( ) Irrelevante

184

ANEXO 5

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM TECNOLOGIA DE PROCESSOS QUIacuteMICOS E BIOQUIacuteMICOS

ESCOLA DE QUIacuteMICA

PROJETO DE PESQUISA DE DISSERTACcedilAtildeO DE MESTRADO ldquoA CAPACITACcedilAtildeO DOCENTE EM EDUCACcedilAtildeO AMBIENTALrdquo

Mestranda Maria de Lourdes Ribeiro de Souza de Azevedo Orientadoras Maria Antonieta Peixoto Gimenes Couto Denize Dias de Carvalho

AVALIACcedilAtildeO DE RECEPTIVIDADE

Metropolitana METROPOLITANA IV Responsaacutevel Nordm de questionaacuterios entregues Nordm de questionaacuterios devolvidos Nordm de questionaacuterios respondidos 1 ndash Todos os questionaacuterios foram enviados ( ) Sim ( ) Natildeo 2 ndash Na sua avaliaccedilatildeo o interesse das escolas sob a responsabilidade desta Metropolitana em responder agrave pesquisa foi ( ) Alto ( ) Mediano ( ) Baixo 3 ndash No espaccedilo abaixo justifique as suas respostas nas perguntas 1 e 2 ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ 4 ndash Na sua avaliaccedilatildeo a contribuiccedilatildeo da pesquisa para a integraccedilatildeo Universidade ndash Ensino Meacutedio eacute

( ) Relevante ( ) Irrelevante

185

ANEXO 6

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM TECNOLOGIA DE PROCESSOS QUIacuteMICOS E BIOQUIacuteMICOS

ESCOLA DE QUIacuteMICA

PROJETO DE PESQUISA DE DISSERTACcedilAtildeO DE MESTRADO ldquoA CAPACITACcedilAtildeO DOCENTE EM EDUCACcedilAtildeO AMBIENTALrdquo

Mestranda Maria de Lourdes Ribeiro de Souza de Azevedo Orientadoras Maria Antonieta Peixoto Gimenes Couto Denize Dias de Carvalho

AVALIACcedilAtildeO DE RECEPTIVIDADE

Metropolitana METROPOLITANA X Responsaacutevel Nordm de questionaacuterios entregues Nordm de questionaacuterios devolvidos Nordm de questionaacuterios respondidos 1 ndash Todos os questionaacuterios foram enviados ( ) Sim ( ) Natildeo 2 ndash Na sua avaliaccedilatildeo o interesse das escolas sob a responsabilidade desta Metropolitana em responder agrave pesquisa foi ( ) Alto ( ) Mediano ( ) Baixo 3 ndash No espaccedilo abaixo justifique as suas respostas nas perguntas 1 e 2 ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ 4 ndash Na sua avaliaccedilatildeo a contribuiccedilatildeo da pesquisa para a integraccedilatildeo Universidade ndash Ensino Meacutedio eacute

( ) Relevante ( ) Irrelevante

186

ANEXO 7

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM TECNOLOGIA DE

PROCESSOS QUIacuteMICOS E BIOQUIacuteMICOS

ESCOLA DE QUIacuteMICA

PROJETO DE PESQUISA DE DISSERTACcedilAtildeO DE MESTRADO ldquoA CAPACITACcedilAtildeO DOCENTE EM EDUCACcedilAtildeO AMBIENTALrdquo

Mestranda Maria de Lourdes Ribeiro de Souza de Azevedo Orientadoras Maria Antonieta Peixoto Gimenes Couto Denize Dias de Carvalho

AVALIACcedilAtildeO DE RECEPTIVIDADE

Responsaacutevel Regina Coeli de A Vasconcelos

Nordm total de questionaacuterios entregues 313 questionaacuterios

Nordm total de questionaacuterios devolvidos 68 questionaacuterios

Nordm total de questionaacuterios respondidos 94 questionaacuterios

1 ndash Na sua avaliaccedilatildeo a contribuiccedilatildeo da pesquisa para a integraccedilatildeo

Universidade ndash Ensino Meacutedio eacute

( ) Relevante ( ) Irrelevante

2 ndash Na sua avaliaccedilatildeo o interesse da SEERJ na implementaccedilatildeo de um curso

de capacitaccedilatildeo docente em Educaccedilatildeo Ambiental eacute

( ) Alto ( ) Mediano ( ) Baixo

187

3 ndash Que accedilotildees conjuntas poderiam ser sugeridas para a melhoria da

capacitaccedilatildeo docente do Ensino Meacutedio da Rede Puacuteblica Estadual em Educaccedilatildeo

Ambiental

_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

GRAacuteFICO COMPARATIVO ENTRE AS METROPOLITANAS DO MUNICIacutePIO

DO RIO DE JANEIRO

Questionaacuterios

0

100

200

300

400

Entregues Devolvidos Respondidos

0

50

100

150

Metro III Metro IV Metro X

Receptividade

QuestionaacuteriosentreguesQuestionaacuteriosdevolvidosQuestionaacuteriosrespondidos

  • MARIA DE LOURDES RIBEIRO DE SOUZA DE AZEVEDO
    • RIO DE JANEIRO
      • MARIA DE LOURDES RIBEIRO DE SOUZA DE AZEVEDO
        • Capiacutetulo 1 Apresentaccedilatildeo do Trabalho
        • 25 A Educaccedilatildeo no Poacutes 1930
        • 26 Educaccedilatildeo na Nova Repuacuteblica (1946 ndash 1963)
          • Accedilotildees e Projetos Secretaria Estadual de Educaccedilatildeo
          • PLANO DE RECUPERACcedilAtildeO DA REDE FIacuteSICA
          • PARLAMENTO JUVENIL
            • FOacuteRUM PERMANENTE DE DIRETORES
              • EDUCACcedilAtildeO AMBIENTAL
              • Capiacutetulo 4 Poliacuteticas Puacuteblicas de Inclusatildeo Social
                  • SEacuteCULO XIX
                  • 611 Objetivos
                  • A seguir seratildeo detalhados os procedimentos utilizados duran
                  • 612 Metodologia de Pesquisa
                  • O meacutetodo de pesquisa adotado foi uma combinaccedilatildeo de anaacutelise e
                  • 613 Planejamento da Pesquisa
                  • 614 Fontes de Informaccedilotildees
                  • 615 Pesquisa de Campo
                  • 616 Avaliaccedilatildeo dos Resultados
                  • 621 Objetivos
                  • A seguir seratildeo detalhados os procedimentos utilizados duran
                  • 622 Metodologia de Pesquisa
                  • 623 Planejamento da Pesquisa
                  • 624 Fontes de Informaccedilotildees
                  • 625 Pesquisa de Campo
                  • 63 Limitaccedilotildees do Estudo
                  • Capiacutetulo 10 ndash Conclusotildees e Sugestotildees
                  • Referecircncias
                  • ESCOLA DE QUIacuteMICA
                  • PROJETO DE PESQUISA DE DISSERTACcedilAtildeO DE MESTRADO
                    • Manhatilde = _______________ Tarde = ________________Noite =____
                      • ANEXO 4
                          • ESCOLA DE QUIacuteMICA
                          • PROJETO DE PESQUISA DE DISSERTACcedilAtildeO DE MESTRADO
                            • ANEXO 5
                              • ESCOLA DE QUIacuteMICA
                              • PROJETO DE PESQUISA DE DISSERTACcedilAtildeO DE MESTRADO
                              • ESCOLA DE QUIacuteMICA
                              • PROJETO DE PESQUISA DE DISSERTACcedilAtildeO DE MESTRADO
                                • ANEXO 7
                                  • UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
                                      • ESCOLA DE QUIacuteMICA
                                      • PROJETO DE PESQUISA DE DISSERTACcedilAtildeO DE MESTRADO
Page 4: MARIA DE LOURDES RIBEIRO DE SOUZA DE AZEVEDO186.202.79.107/download/a-capacitacao-docente-em-edu... · 2020. 10. 5. · 2007 . iv FICHA CATALOGRÁFICA AZEVEDO, MARIA DE LOURDES RIBEIRO

iv

FICHA CATALOGRAacuteFICA

AZEVEDO MARIA DE LOURDES RIBEIRO DE A Capacitaccedilatildeo Docente em Educaccedilatildeo Ambiental xix 164p 297cm Dissertaccedilatildeo Mestre em Ciecircncias(Escola de Quiacutemica ndash Universidade Federal do Rio de Janeiro) 1 Meio Ambiente 2 Educaccedilatildeo Ambiental 3 Capacitaccedilatildeo 4 Dissertaccedilatildeo

I Universidade Federal do Rio de Janeiro II Tiacutetulo (seacuterie)

v

SUMAacuteRIO Capiacutetulo 1 ndash Apresentaccedilatildeo do Trabalho

11 Introduccedilatildeo 1

12 Objetivo do Trabalho 6

13 Organizaccedilatildeo do Estudo 7

Capiacutetulo 2 ndash O Sistema Educacional Brasileiro

21 Introduccedilatildeo 9

22 A Educaccedilatildeo no Brasil Colocircnia 11

23 A Educaccedilatildeo no Brasil Impeacuterio 13

24 A Educaccedilatildeo na Primeira Repuacuteblica 18

25 A Educaccedilatildeo no Poacutes 30 20

26 A Educaccedilatildeo na Nova Repuacuteblica(1946-1963) 25

27 A Educaccedilatildeo no Periacuteodo Militar(1964-1985) 27

28 A Educaccedilatildeo no Periacuteodo da Abertura Poliacutetica(1986-2001) 29

29 Cronologia da Histoacuteria da Educaccedilatildeo Brasileira 30

Capiacutetulo 3 ndash A Estrutura Organizacional da Educaccedilatildeo no Brasil

31 A Organizaccedilatildeo 36

311 Atribuiccedilotildees da Uniatildeo 37

312 Atribuiccedilotildees do Estado 38

313 Atribuiccedilotildees dos Municiacutepios 39

314 O papel dos Estabelecimentos de Ensino 39

315 Atribuiccedilotildees dos Docentes 40

32 A Abrangecircncia dos Sistemas 41

321 O Sistema Federal 41

322 Os Sistemas de Ensino dos Estados e do Distrito

Federal Compreendem

41

323 O Sistema Municipal 42

33 A Secretaria Estadual de Educaccedilatildeo 44

Capiacutetulo 4 ndash Poliacuteticas Puacuteblicas de Inclusatildeo Social

41 A Crise do Sistema Poliacutetico Liberal e o Iniacutecio do

vi

Intervencionismo do Estado 54

42 O Estado e Suas Novas Funccedilotildees Sociais 56

43 Poliacuteticas Puacuteblicas Uma Questatildeo de Conceito 58

44 Formulaccedilatildeo de Poliacuteticas Puacuteblicas 59

45 Aacutereas de Aplicaccedilatildeo das Poliacuteticas Puacuteblicas das Poliacuteticas

Puacuteblicas

61

Capiacutetulo 5 ndash Histoacuterico e Evoluccedilatildeo da Educaccedilatildeo Ambiental

51 Definiccedilatildeo 68

52 Histoacuterico 73

53 Algumas Consideraccedilotildees sobre a Evoluccedilatildeo da Educaccedilatildeo

Ambiental

93

Capiacutetulo 6 ndash Metodologias

61 Diagnose do Estado da Arte da Educaccedilatildeo Ambiental no

Ensino Meacutedio da Rede Estadual de Ensino no Municiacutepio do

Rio de Janeiro

98

611 Objetivos 98

612 Metodologia de Pesquisa 98

613 Planejamento da Pesquisa 99

614 Fontes de Informaccedilotildees 100

615 Pesquisa de Campo 100

616 Avaliaccedilatildeo dos Resultados 101

62 Diagnose do Acesso aos Cursos de Graduaccedilatildeo nas

Universidades Puacuteblicas Estudo de Caso UERJ e UFRJ

102

621 Objetivos 102

622 Metodologia de Pesquisa 102

623 Planejamento da Pesquisa 102

624 Fontes de Informaccedilotildees 103

625 Pesquisa de Campo 103

62 Limitaccedilotildees do Estudo 105

Capiacutetulo 7ndash Avaliaccedilatildeo do Acesso aos Cursos de Graduaccedilatildeo Estudo de

Casos UERJ e UFRJ

vii

71 O Sistema de Cotas 107

72 Implantaccedilatildeo do Sistema 108

73 O Aluno na Universidade 109

74 A Necessidade das Cotas 111

75 Comparativo entre a Rede Estadual de Ensino e a Rede

Federal e Particular

114

76 Avaliaccedilatildeo do Sistema de Cotas da UERJ e da Proposta da

UFRJ

123

Capiacutetulo 8 ndash Avaliaccedilatildeo da Educaccedilatildeo Ambiental na Rede Puacuteblica Estadual

no Municiacutepio do Rio de Janeiro

81 Levantamento de Dados 128

82 A Receptividade das Coordenadorias 129

83 A Educaccedilatildeo Ambiental em Nuacutemeros 131

84 Conclusotildees Parciais 145

Capiacutetulo 9 ndash Proposta de Curso de Formaccedilatildeo para Professores

91 Objetivo do Curso 148

92 Duraccedilatildeo do Curso 149

93 Conteuacutedo do Curso 149

94 Consideraccedilotildees 151

Capiacutetulo 10 ndash Conclusotildees e sugestotildees

101 Consideraccedilotildees Finais 152

102 Conclusotildees 155

103 Sugestotildees 156

Referecircncias 157

viii

Dedico esta dissertaccedilatildeo de mestrado

aos amores de minha vida que satildeo

meus filhos meu marido e minha matildee

pela compreensatildeo de ter ficado muitas

vezes ausente pela paciecircncia e pelo

incentivo e forccedila para natildeo me deixar

desistir e conseguir chegar ao final

deste trabalho A vitoacuteria natildeo eacute soacute

minha eacute de todos noacutes

Muito obrigada

ix

AGRADECIMENTOS

A Deus por ter me dado forccedilas para completar esta jornada

A minha matildee por ter me ajudado nas horas difiacuteceis

Aos meus filhos pela compreensatildeo nos meus momentos de ausecircncia

Ao meu marido Marcos pelo incentivo apoio e carinho

As minhas Professoras orientadoras Maria Antonieta Peixoto Gimenes Couto e

Denize Dias de Carvalho pela contribuiccedilatildeo na conduccedilatildeo desse trabalho

A todos os professores do Programa pela contribuiccedilatildeo que deram ao meu

crescimento acadecircmico profissional e pessoal

Ao senhor Antonio Ceacutesar Alves pelo carinho e atenccedilatildeo sempre me ajudando no

que precisei durante minha jornada na UFRJ

A senhora Regina Coeli secretaacuteria de Educaccedilatildeo Ambiental da SEERJ pela

atenccedilatildeo e contribuindo para que tornasse possiacutevel a realizaccedilatildeo deste trabalho

Ao Professor Maacutercio Nele pelas sugestotildees na avaliaccedilatildeo dos dados

A Professora Acircngela Rocha pela Contribuiccedilatildeo na Pesquisa de campo

A Sra Luacutecia Manso por viabilizar os dados do vestibular da UFRJ

A Sra Patriacutecia Anido Noronha por viabilizar os dados do vestibular da UERJ

Ao professor Luiz Gustavo Ribeiro Vieira Coordenador na Metropolitana IV por seu

empenho na realizaccedilatildeo da pesquisa de campo

x

A Direccedilatildeo do Ciep 386 ndash Guilherme da Silveira Filho pelo apoio e atenccedilatildeo

Aos meus colegas do departamento de Sauacutede e saneamento Ambiental (DSSA)

da Fiocruz pelo apoio e companheirismo para a realizaccedilatildeo deste trabalho

xi

RESUMO

Azevedo Maria de Lourdes Ribeiro de Souza de A Capacitaccedilatildeo Docente em Educaccedilatildeo Ambiental Rio de Janeiro 2006 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Tecnologia de Processos Quiacutemicos e Bioquiacutemicos) Escola de Quiacutemica Universidade Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2006 O objetivo deste trabalho eacute viabilizar a criaccedilatildeo de ferramentas que sirvam para conduzir uma maior integraccedilatildeo entre a Universidade e o Ensino Meacutedio tendo como base agraves poliacuteticas de inclusatildeo social Para isso foi feita uma anaacutelise da Educaccedilatildeo Ambiental ministrada no Ensino Meacutedio no Municiacutepio do Rio de Janeiro Esta revelou que as escolas praticam de alguma forma a Educaccedilatildeo Ambiental poreacutem a pesquisa tambeacutem mostrou que a formaccedilatildeo dos professores neste tema estaacute muito aqueacutem do necessaacuterio o que dificulta a realizaccedilatildeo plena do seu trabalho Ainda dentro das Poliacuteticas de Inclusatildeo Social foi feito um levantamento do acesso dos alunos da Rede Puacuteblica Estadual nas Universidades Puacuteblicas atraveacutes de estudo de caso da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) avaliando comparativamente as escolas de Ensino Meacutedio da Rede Puacuteblica e a Rede Privada Os resultados mostraram que um nuacutemero muito pequeno de alunos oriundos da Rede Estadual de Ensino consegue uma vaga nestas Universidades Puacuteblicas problema este que foi amenizado pela UERJ que foi a primeira a implantar o sistema de cotas com resultados satisfatoacuterios e com isso aumentando significativamente o ingresso de alunos da Rede Puacuteblica Estadual Os resultados dessa pesquisa sinalizam que urge a definiccedilatildeo de Poliacuteticas Puacuteblicas que levam agrave melhoria de capacitaccedilatildeo docente do Ensino Meacutedio cabendo agrave Universidade o papel de promover centros de formaccedilatildeo continuada promovendo uma melhor qualificaccedilatildeo docente e por conseguinte um melhor preparo dos alunos

xii

ABSTRACT

Azevedo Maria de Lourdes Ribeiro de Souza de A Capacitaccedilatildeo Docente em Educaccedilatildeo Ambiental Rio de Janeiro 2006 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Tecnologia de Processos Quiacutemicos e Bioquiacutemicos) Escola de Quiacutemica Universidade Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2006 This study has an aim to be viable the creation of tools which serve to conduct a great integration between the University and the high school having as a basis Politics of Social Inclusion For this it was made an analysis on Environmental Education given in municipal district of Rio de Janeiro high schools It reveals that the schools practice some Environmental Education but the research also presents that the formation of teachers in this theme is far from what is necessary that makes difficulty the full realization of its work Yet within the Politics of Social Inclusion it was done a survey on the access of the State Public Net students at the public universities through a case study of the University of Rio de Janeiro State (UERJ) and Federal University of Rio de Janeiro (UFRJ) evaluating comparatively to the high school of Public and Private Net schools The results show that a small number of students from the State Net High School gets vacancy in those Public Universities a problem that was softened by the UERJ that was the first to establish a system of quotas with satisfactory results and with this encreasing significatively the entrance of State Public Net students The results of this research signal that it is necessary a definition of Public Politics that take to improvement of teaching capacitation of high school belonging to the University the roll of promote centers of Continued formation promoting a better teaching qualification and thus a better preparation of the students

xiii

LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES

Figura 11 ndash Esquema do Ciclo da Educaccedilatildeo

Figura 31 ndash Organograma da Organizaccedilatildeo Educacional Brasileira

Figura 32 ndash Mapa das Metropolitanas do Estado do Rio de Janeiro

Figura 41 ndash Diagrama Esquemaacutetico da Formaccedilatildeo de uma Poliacutetica Puacuteblica

Figura 61 ndash Esquematizaccedilatildeo do Projeto

Figura 71 - Percentual de Alunos Inscritos no Vestibular da UFRJ

Figura 72 ndash Percentual de Alunos Classificados no Vestibular da UFRJ

Figura 73 - Percentual de Alunos Classificados em Funccedilatildeo do Nuacutemero de Inscritos

em Cada Esfera

Figura 74 ndash Percentual de Alunos Inscritos no Vestibular da UERJ

Figura 75 - Percentual de Alunos Classificados no Vestibular da UERJ

Figura 76 ndash Percentual de Alunos Classificados em Funccedilatildeo do Nuacutemero de Inscritos

em Cada Esfera

Figura 77 - Comparativo Entre o Antes e Depois do Sistema de Cotas

Figura 81 - Avaliaccedilatildeo de Receptividade da Metropolitana III

Figura 82 ndash Avaliaccedilatildeo de Receptividade da Metropolitana IV

Figura 83 ndash Avaliaccedilatildeo de Receptividade da Metropolitana X

Figura 84 - Abordagem do Tema na Escola

Figura 85 - O Tema eacute Disciplinar ou Multidisciplinar Figura 86 - Participaccedilatildeo Discente Figura 87 - Participaccedilatildeo dos Professores

Figura 88 - Meios de Aplicaccedilatildeo da Educaccedilatildeo Ambiental Figura 89 - Projetos e ou Atividades Implantados Figura 810 - Interesse dos Alunos

Figura 811 - Retorno Financeiro nos Projetos

Figura 812 - Destino dos Recursos Arrecadados

Figura 813 - Professores que Participam das Atividades

Figura 814 - Os Professores Possuem Formaccedilatildeo Especiacutefica em EA

Figura 815 - Interesse da Escola na Capacitaccedilatildeo Docente

xiv

Figura 816 - Interesse dos Professores em Cursos de Formaccedilatildeo em Educaccedilatildeo

Ambiental Figura 817 - Aacutereas de Interesse dos Professores

xv

LISTA DE TABELAS

Tabela 21 ndash Evoluccedilatildeo da Educaccedilatildeo no Brasil Principais Acontecimentos

Tabela 31 ndash Coordenadorias da SEERJ

Tabela 71 ndash Quadro Comparativo dos Vestibulares da UERJ e UFRJ

xvi

GLOSSAacuteRIO

ABE ndash Associaccedilatildeo Brasileira de Educaccedilatildeo

ALERJ ndash Assembleacuteia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro

ANA - Agecircncia Nacional de Aacuteguas

CADES ndash Campanha de Aperfeiccediloamento e Difusatildeo do Ensino Secundaacuterio

CAPES - Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel Superior

CEA ndash Centros de Educaccedilatildeo Ambiental

CEE ndash Conselho Estadual de Educaccedilatildeo

CEG ndash Conselho de Ensino de Graduaccedilatildeo

CETESB - Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental

CFE ndash Conselho Federal de Educaccedilatildeo

CGEA ndash Coordenaccedilatildeo Geral de Educaccedilatildeo Ambiental

CIAC ndash Centro Integrado de Apoio a Crianccedila

CIEP ndash Centro Integrado de Educaccedilatildeo Puacuteblica

CISEA ndash Comissatildeo Intersetorial de Educaccedilatildeo Ambiental

CMMAD - Comissatildeo Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento

CNAE ndash Campanha Nacional de Alimentaccedilatildeo Escolar

CNBB ndash Confederaccedilatildeo Nacional dos Bispos do Brasil

CNE ndash Conselho Nacional de Educaccedilatildeo

CNEA ndash Conferecircncia Nacional de Educaccedilatildeo Ambiental

CNEC ndash Campanha Nacional de Escolas da Comunidade

CNPJ - Cadastro Nacional da Pessoa Juriacutedica

CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico

COEA - Coordenaccedilatildeo Geral de Educaccedilatildeo Ambiental

CONAMA ndash Conselho Nacional do Meio Ambiente

CONEN ndash Coordenaccedilatildeo Nacional de Entidades Negras

CONTAP ndash Conselho de Cooperaccedilatildeo Teacutecnica da Alianccedila para o Progresso

COPESNEP - Conselho para a Promoccedilatildeo Educacional Superior das Populaccedilotildees

Negra e Parda

CPC ndash Centros Populares de Cultura

DEA ndash Educaccedilatildeo Ambiental a Distacircncia

xvii

DEMEC - Departamento de Engenharia Mecacircnica

EA ndash Educaccedilatildeo Ambiental

ENC ndash Exame Nacional de Cursos

ENEM ndash Exame Nacional do Ensino Meacutedio

EPB ndash Estudos de Problemas Brasileiros

EUA ndash Estados Unidos da Ameacuterica

FEEMA - Fundaccedilatildeo Estadual de Engenharia do Meio Ambiente

FNMA - Fundo Nacional do Meio Ambiente

FUNAI - Fundaccedilatildeo Nacional do Iacutendio

FUNDEF ndash Fundo de Manutenccedilatildeo e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de

Valorizaccedilatildeo do Magisteacuterio

GT ndash Grupos de Trabalho

IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovaacuteveis

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica

IES ndash Instituiccedilotildees de Ensino Superior

INEP ndash Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais

ISEB ndash Instituto Superior de Estudos Brasileiros

LDB ndash Lei de Diretrizes e Bases

MCT - Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia

MEB ndash Movimento de Educaccedilatildeo de Base

MEC ndash Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura

MinC ndash Ministeacuterio da Cultura

MMA ndash Ministeacuterio do Meio Ambiente

MOBRAL - Movimento Brasileiro de Alfabetizaccedilatildeo

OMEP ndash Organizaccedilatildeo Mundial de Educaccedilatildeo Preacute-Escolar

ONG ndash Organizaccedilatildeo Natildeo Governamental

ONU ndash Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas

OSPB ndash Organizaccedilatildeo Social e Poliacutetica do Brasil

PAIUB - Programa de Avaliaccedilatildeo Institucional das Universidades Brasileiras

PAS ndash Programa de Avaliaccedilatildeo Seriada

PCN ndash Paracircmetros Curriculares Nacionais

PIEA - Programa Internacional de Educaccedilatildeo Ambiental

xviii

PNEA - Poliacutetica Nacional de Educaccedilatildeo Ambiental

PNI ndash Parque Nacional do Iguaccedilu

PNMA - Programa Nacional do Meio Ambiente

PNUMA ndash Programa das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente

PPA ndash Plano Plurianual

PROINICIAR ndash Programa de Iniciaccedilatildeo Acadecircmica

PRONEA ndash Programa Nacional de Educaccedilatildeo Ambiental

PRO-REDE ndash Programa de Reestruturaccedilatildeo da Rede Puacuteblica de Ensino

REASUL - Rede Sul Brasileira de Educaccedilatildeo Ambiental

REBEA ndash Rede Brasileira de Educaccedilatildeo Ambiental

REGUA ndash Registro Uacutenico do Aluno

REPEA ndash Rede Paulista de Educaccedilatildeo Ambiental

SAEB - Sistema Nacional de Avaliaccedilatildeo da Educaccedilatildeo Baacutesica

SECIRM ndash Secretaria da Comissatildeo Interministerial para os Recursos do Mar

SEDUC - Secretaria da Educaccedilatildeo Baacutesica

SEERJ ndash Secretaria Estadual de Educaccedilatildeo do Rio de Janeiro

SEF ndash Secretaria de Ensino Fundamental

SEMA - Secretaria Estadual do Meio Ambiente

SENAC ndash Serviccedilo Nacional de Aprendizagem Comercial

SENAI - Serviccedilo Nacional de Aprendizagem Industrial

SIBEA ndash Sistema Brasileiro de Informaccedilatildeo em Educaccedilatildeo Ambiental

UENF ndash Universidade Estadual do Norte Fluminense

UERJ ndash Universidade do Estado do Rio de Janeiro

UFMT - Universidade Federal de Mato Grosso

UNCED - United Nations Conference on Environment and Development

UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina

UFRJ ndash Universidade Federal do Rio de Janeiro

UFRPE - Universidade Federal Rural de Pernambuco

UFRRJ ndash Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro

UICN ndash Uniatildeo Internacional para Conservaccedilatildeo da Natureza

UNE ndash Uniatildeo Nacional dos Estudantes

xix

UNESCO - Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a educaccedilatildeo agrave ciecircncia e a

cultura

UNICEF ndash Fundo das Naccedilotildees Unidas para a Infacircncia

USAID - United States Agency for International Development

1

Capiacutetulo 1 Apresentaccedilatildeo do Trabalho

11 Introduccedilatildeo

A educaccedilatildeo eacute a base para o desenvolvimento de qualquer paiacutes por ser

um instrumento fundamental para a promoccedilatildeo da cidadania Eacute por meio dela

que as pessoas adquirem condiccedilotildees de se transformarem em cidadatildeos ativos e

competitivos

A cidadania se fundamenta em princiacutepios eacuteticos aleacutem de promover o

direito agrave justiccedila social pois eacute impossiacutevel conceber o crescimento de um paiacutes

tendo milhotildees de pessoas excluiacutedas da participaccedilatildeo democraacutetica em vaacuterias

instacircncias e niacuteveis da sociedade

Eacute atraveacutes de um bom desempenho da cidadania que a sociedade pode

contribuir para a soluccedilatildeo de problemas e ateacute evitar que alguns destes possam

surgir Neste processo a educaccedilatildeo ambiental tem um papel muito importante

pois participa natildeo somente como uma transmissatildeo de conhecimento mas

2

tambeacutem na aplicaccedilatildeo de informaccedilotildees como uma forma de mudanccedila de

atitudes da sociedade face aos problemas ambientais

A Educaccedilatildeo Ambiental eacute uma proposta de mudanccedila de comportamento

onde se faz o resgate de valores eacuteticos esteacuteticos democraacuteticos e humanistas

Estes valores satildeo fortemente defendidos pela educaccedilatildeo de um modo geral pelo

conjunto de conhecimentos produzidos nas mais diversas aacutereas tendo como foco

o princiacutepio do respeito pelo meio ambiente que natildeo eacute constituiacutedo somente pelos

organismos vivos Haacute uma preocupaccedilatildeo com um sentido muito mais amplo do

que meramente com a extinccedilatildeo de alguns animais ou plantas

(wwweducarscuspbr)

Meio Ambiente eacute tudo que compotildee a paisagem Eacute a interaccedilatildeo do

conjunto de elementos naturais artificiais culturais e sociais que propicia o

desenvolvimento equilibrado da vida em todas as suas formas

Podemos classificaacute-lo em Meio Ambiente natural ou fiacutesico constituiacutedo pelo

solo aacutegua ar atmosfeacuterico enfim tudo que eacute natureza com toda sua diversidade

Meio ambiente artificial eacute constituiacutedo pelo espaccedilo urbano construiacutedo

representado pelo conjunto de edificaccedilotildees (espaccedilo urbano fechado) e dos

equipamentos puacuteblicos (ruas praccedilas aacutereas verdes espaccedilos livres em geral

espaccedilo urbano aberto) Meio Ambiente Cultural integra o patrimocircnio histoacuterico

artiacutestico arqueoloacutegico paisagiacutestico turiacutestico que embora artificial difere do

anterior pelo sentido de seu valor especial e o Meio Ambiente Social que eacute

formado pelas pessoas que compotildeem a Sociedade (Carvalho 2002)

Com isto a Educaccedilatildeo Ambiental eacute tambeacutem o respeito pelas culturas que

incluem as especificidades de classe etnia e gecircnero funcionando como uma

defesa da descentralizaccedilatildeo e da distribuiccedilatildeo social do poder dando assim uma

efetiva contribuiccedilatildeo para uma sociedade melhor (wwweducarscuspbr)

A Educaccedilatildeo Ambiental visa modificar as relaccedilotildees entre a sociedade e o

meio ambiente de forma a melhorar a qualidade de vida transformando o

sistema produtivo e consumista em uma sociedade mais solidaacuteria promovendo a

3

inclusatildeo social atraveacutes da justa distribuiccedilatildeo dos recursos naturais entre todos

Para isto se faz necessaacuteria natildeo soacute a existecircncia de poliacuteticas sociais mas

principalmente que estas estejam integradas nas diversas esferas da sociedade

Eacute tambeacutem importante que tenham estrateacutegias bem definidas para que possam

ser formuladas e implementadas por accedilotildees que sejam intersetoriais buscando

sempre parcerias com os diversos segmentos sejam estes entidades ou

movimentos sociais

Um ponto importante que deve nortear a Educaccedilatildeo Ambiental eacute o

conceito de desenvolvimento sustentaacutevel que inter-relaciona os aspectos sociais

e ambientais isto eacute promove a qualidade das relaccedilotildees humanas com o ambiente

natural e a necessidade de produccedilatildeo de riquezas Sachs (citado em Montibeller-

Filho 2001) propotildee a seguinte definiccedilatildeo para Desenvolvimento Sustentaacutevel

ldquoTrata-se de gerir a natureza de forma a assegurar aos homens de nossa geraccedilatildeo

e das geraccedilotildees futuras a possibilidade de se desenvolverrdquo (Azevedo 1991)

Segundo a Comissatildeo Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento

Desenvolvimento Sustentaacutevel eacute definido como ldquoDesenvolvimento que responde

agraves necessidades do presente sem comprometer as possibilidades das geraccedilotildees

futuras de satisfazer suas proacuteprias necessidadesrdquo (wwweducarscuspbr)

O desenvolvimento sustentaacutevel deveria ser uma preocupaccedilatildeo primordial

para o desenvolvimento econocircmico poreacutem para alguns setores da economia o

mais importante eacute o valor de produccedilatildeo imediato mesmo que para isso se

degrade o meio ambiente e se comprometa a possibilidade de produccedilotildees

futuras Os movimentos ambientalistas conseguem produzir um conjunto de

princiacutepios em relaccedilatildeo ao meio ambiente atraveacutes de protocolos e declaraccedilotildees

Este conjunto constitui a base do direito ambiental brasileiro e internacional o

qual associa a proteccedilatildeo do meio ambiente ao desenvolvimento

socioeconocircmico ldquoA poliacutetica nacional do meio ambiente tem por objetivo a

preservaccedilatildeo melhoria e recuperaccedilatildeo da qualidade ambiental propiacutecia agrave vida

visando assegurar no paiacutes condiccedilotildees ao desenvolvimento socioeconocircmicordquo

4

(Brasil Poliacutetica Nacional do Meio Ambiente - Lei 6938 1981 citado em Montibeller

Filho 2001)

Eacute por isto que uma boa formaccedilatildeo do educador ambiental se faz

necessaacuterio pois a Educaccedilatildeo Ambiental eacute antes de tudo um instrumento de

promoccedilatildeo da cidadania como jaacute dito anteriormente principalmente nos dias de

hoje onde eacute fundamental para o desenvolvimento a inserccedilatildeo competitiva de

qualquer naccedilatildeo do mundo o seu conhecimento Conhecimento este que seraacute

compartilhado com os alunos que satildeo os que iniciam a jornada de mudanccedila

pois estes seratildeo os transmissores desses conhecimentos aos seus pais vizinhos

amigos enfim como se fosse uma grande corrente Neste ponto eacute que a

Educaccedilatildeo Ambiental difere das demais disciplinas tendo uma visatildeo muito mais

ampla do que o simples acuacutemulo de informaccedilotildees sem conexatildeo entre elas e com

o potencial de evocaccedilatildeo existente na aprendizagem Baseia-se na premissa de

que eacute na reflexatildeo tanto individual como coletiva que se tem em relaccedilatildeo ao meio

ambiente que se daacute o processo de aprendizagem (wwweducarscuspbr)

A Educaccedilatildeo Ambiental natildeo pode estar reduzida a uma disciplina ou

programa seja este de reciclagem ou reaproveitamento do lixo preservaccedilatildeo da

aacutegua etc A importacircncia destes programas existe mas a Educaccedilatildeo Ambiental

natildeo pode estar somente baseada neles tem que ter um sentido mais amplo

como o uso de recursos com responsabilidade desenvolvendo produccedilotildees limpas

que geram lucro mantendo a harmonia com o meio ambiente Para isto existe a

necessidade de ldquopromover a Educaccedilatildeo Ambiental em todos os niacuteveis de ensinordquo

(Brasil 1988) Dessa forma o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo (MEC) elaborou os

Paracircmetros Curriculares Nacionais (PCNs) em que o meio ambiente (Educaccedilatildeo

Ambiental) eacute apresentado como tema transversal para todo o curriacuteculo escolar

(Guimaratildees 2004)

Mesmo a educaccedilatildeo ambiental estando presente nos PCNs esta natildeo eacute

amplamente aplicada em especial no Ensino Meacutedio da Rede Puacuteblica foco do

presente trabalho Acredita-se que um dos motivos seja o despreparo dos

educadores do Ensino Meacutedio Por esse motivo eacute que haacute a necessidade de uma

5

efetiva integraccedilatildeo da Universidade com o Ensino Meacutedio pois desta forma os

educadores estaratildeo participando de alguma maneira deste processo

educacional

A Universidade prepara os professores que atuaratildeo no ensino meacutedio e

estes por sua vez seratildeo responsaacuteveis pela formaccedilatildeo dos alunos que ingressam na

Universidade Os alunos por seu turno saem da Universidade jaacute na qualidade de

profissionais que podem ser professores ou natildeo Poreacutem existe a necessidade de

investimento na formaccedilatildeo do docente isto eacute este deve retornar a Universidade

atraveacutes de programas de formaccedilatildeo continuada seja em cursos de extensatildeo ou

especializaccedilatildeo A formaccedilatildeo continuada se reveste de uma importacircncia ainda

maior principalmente devido agrave existecircncia das poliacuteticas de inclusatildeo social que

visam a democratizaccedilatildeo do ensino superior promovendo o ingresso de alunos de

baixa renda a um ensino de qualidade nas Universidades Puacuteblicas A respeito

dessas poliacuteticas existem algumas opiniotildees divergentes em relaccedilatildeo ao sistema de

cotas que consiste na reserva de vagas para alunos carentes e negros Para

alguns facilitar a entrada desses alunos nas Universidades eacute a soluccedilatildeo para a

inclusatildeo social natildeo importando se este aluno tem condiccedilotildees de se manter na

Universidade devido ao seu despreparo advindo do ensino meacutedio Para outros a

inclusatildeo social se faz natildeo reservando vagas e sim melhorando a qualidade do

ensino meacutedio da rede puacuteblica para que os alunos tenham condiccedilotildees de

competir em igualdade com os demais alunos e esta melhoria do ensino pode

ter iniacutecio atraveacutes da capacitaccedilatildeo do docente

Essas propostas formam uma espeacutecie de ciclo conforme o esquema

mostrado na figura 11 O mais importante poreacutem eacute que os profissionais tenham

consciecircncia do seu papel como cidadatildeos e da sua relaccedilatildeo com o Meio

Ambiente

6

UNIVERSIDADE

ALUNOS DOCENTES

ENSINO MEacuteDIO

Figura 11 Esquema do Ciclo da Educaccedilatildeo

12 Objetivos do Trabalho

Com base nas premissas abordadas a presente dissertaccedilatildeo tem como

objetivos

Objetivo Geral

Criar instrumentos que viabilizem a integraccedilatildeo Universidade com o Ensino

Meacutedio com base em poliacuteticas de inclusatildeo social para capacitaccedilatildeo de docentes

no segmento de Educaccedilatildeo Ambiental

7

Objetivos especiacuteficos

bull Avaliaccedilatildeo do atual estado da arte da Educaccedilatildeo Ambiental no

ensino meacutedio ministrado na Rede Estadual de Ensino do municiacutepio do

Rio de Janeiro

bull Avaliaccedilatildeo do acesso agraves Universidades Puacuteblicas atraveacutes de estudos

de caso

bull Elaboraccedilatildeo de uma proposta de Educaccedilatildeo Continuada visando a

capacitaccedilatildeo do docente de Ensino Meacutedio

13 Organizaccedilatildeo do Estudo

A presente dissertaccedilatildeo foi organizada em 10 capiacutetulos Aleacutem deste que

traz uma breve apresentaccedilatildeo do tema nos capiacutetulos subsequumlentes seratildeo feitas as

seguintes abordagens

O capiacutetulo 2 apresenta uma anaacutelise histoacuterico-social do sistema educacional

brasileiro desde a colonizaccedilatildeo ateacute os dias atuais

O capiacutetulo 3 traz a estrutura organizacional da educaccedilatildeo no Brasil

incluindo as esferas poliacuteticas responsaacuteveis pelos diferentes segmentos

As poliacuteticas puacuteblicas de inclusatildeo social satildeo abordadas no capiacutetulo 4 e o

capiacutetulo 5 contextualiza a Educaccedilatildeo ambiental sob os prismas histoacuterico e

evolutivo

As metodologias empregadas nos estudos elaborados estatildeo descritas no

capiacutetulo 6

No capiacutetulo 7 eacute realizada uma avaliaccedilatildeo do acesso aos cursos de

graduaccedilatildeo de Universidades Puacuteblicas atraveacutes de estudos de caso envolvendo a

Universidade Estadual do Rio de Janeiro e a Universidade Federal do Rio de

Janeiro comparando-se o acesso com sistemas de cotas (UERJ) e a proposta em

8

estudo para a reserva de vagas na UFRJ aleacutem de uma anaacutelise quantitativa do

acesso dos estudantes da rede puacuteblica a estas universidades

O capiacutetulo 8 traz os resultados referentes ao estudo de campo sobre a

Educaccedilatildeo Ambiental realizado junto agraves escolas de Ensino Meacutedio da Rede Puacuteblica

Estadual localizadas no municiacutepio do Rio de Janeiro

A partir das demandas detectadas nesse estudo de campo foi elaborada

uma proposta de curso de capacitaccedilatildeo voltado para os professores de Ensino

Meacutedio apresentada no capiacutetulo 9 As principais conclusotildees desse estudo bem

como as sugestotildees de continuidade do trabalho encontram-se no capiacutetulo 10

O capiacutetulo a seguir conforme jaacute citado aborda o Sistema Educacional

Brasileiro

9

Capiacutetulo 2 O Sistema Educacional Brasileiro

21 Introduccedilatildeo

Neste capitulo foi realizada uma anaacutelise histoacuterico-social do sistema

educacional brasileiro desde o iniacutecio da colonizaccedilatildeo brasileira ateacute a atualidade

A histoacuteria da educaccedilatildeo brasileira natildeo eacute uma histoacuteria difiacutecil de ser estudada e

compreendida Ela evolui em rupturas marcantes e faacuteceis de serem observadas

A primeira grande ruptura travou-se com a chegada dos portugueses ao territoacuterio

do Novo Mundo Natildeo se pode deixar de reconhecer que os portugueses

trouxeram um padratildeo de educaccedilatildeo proacuteprio da Europa o que natildeo quer dizer que

as populaccedilotildees que por aqui jaacute viviam natildeo possuiacutessem caracteriacutesticas proacuteprias de

se fazer educaccedilatildeo Conveacutem ressaltar que a educaccedilatildeo que se praticava entre as

populaccedilotildees indiacutegenas natildeo tinha as marcas repressivas do modelo educacional

europeu

A chegada dos jesuiacutetas ao territoacuterio brasileiro natildeo trouxe somente a moral

os costumes e a religiosidade europeacuteia trouxe tambeacutem os meacutetodos pedagoacutegicos

Este meacutetodo funcionou absoluto durante 210 anos de 1549 a 1759 quando uma

nova ruptura marca a histoacuteria da educaccedilatildeo no Brasil a expulsatildeo dos jesuiacutetas pelo

10

Marquecircs de Pombal Se existia alguma coisa muita bem estruturada em termos

de educaccedilatildeo o que se viu a seguir foi o mais absoluto caos Tentaram-se as aulas

reacutegias o subsiacutedio literaacuterio mas o caos continuou ateacute que a Famiacutelia Real fugindo

de Napoleatildeo na Europa resolveu transferir o Reino para o Novo Mundo Na

verdade natildeo se conseguiu implantar um sistema educacional nas terras

brasileiras mas a vinda da Famiacutelia Real permitiu uma nova ruptura com a situaccedilatildeo

anterior Para preparar o terreno para sua estadia no Brasil D Joatildeo VI abriu

Academias Militares Escolas de Direito e Medicina a Biblioteca Real o Jardim

Botacircnico e sua iniciativa mais marcante em termos de mudanccedila foi a criaccedilatildeo da

Imprensa Reacutegia Segundo alguns autores o Brasil foi finalmente ldquodescobertordquo e a

nossa Histoacuteria passou a ter uma complexidade maior A educaccedilatildeo no entanto

continuou a ter uma importacircncia secundaacuteria Sabe-se que enquanto nas colocircnias

espanholas jaacute existiam muitas universidades como a Universidade de Satildeo

Domingos criada em 1538 a do Meacutexico e a de Lima criadas em 1551 a nossa

primeira Universidade soacute surgiu em 1934 em Satildeo Paulo Por todo o Impeacuterio

incluindo D Joatildeo VI D Pedro I e D Pedro II pouco se fez pela educaccedilatildeo

brasileira e muitos reclamavam de sua qualidade ruim Com a Proclamaccedilatildeo da

Repuacuteblica fizeram-se vaacuterias reformas que pudessem dar uma nova guinada mas

observando bem a educaccedilatildeo brasileira natildeo sofreu um processo de evoluccedilatildeo

que pudesse ser considerado marcante ou significativo em termos de modelo

Ateacute os dias de hoje muito se tem mudado no planejamento educacional mas a

educaccedilatildeo continua a ter as mesmas caracteriacutesticas impostas em todos os paiacuteses

do mundo que eacute de manter o ldquostatus quordquo para aqueles que frequumlentam os

bancos escolares (Niskier 1989)

Desde jaacute pode-se dizer que a Educaccedilatildeo Brasileira tem um princiacutepio meio e

fins bem demarcados e facilmente observaacuteveis Eacute isso que se pretende mostrar

neste capiacutetulo Logo o trabalho foi dividido por periacuteodos considerados como os

mais marcantes e os que sofreram as rupturas mais concretas na nossa

educaccedilatildeo Assim seraacute mostrada uma relaccedilatildeo de fatos histoacutericos em diferentes

visotildees procurando-se realccedilar os fatos ligados agrave Histoacuteria da Educaccedilatildeo no Brasil

11

Para tanto os textos a seguir satildeo baseados nas informaccedilotildees e citaccedilotildees

extraiacutedas das seguintes fontes Lima 1974 Niskier 1989 Romanelli 1978

wwwacciocombr wwwpedagogiaemfocoprobr

22 A Educaccedilatildeo no Brasil Colocircnia

No iniacutecio da colonizaccedilatildeo do Brasil por volta de 1532 natildeo se cogitou nada

que se relacionasse com a instruccedilatildeo de seus moradores pois o interesse de

Portugal era direcionado para as riquezas da terra descoberta A educaccedilatildeo no

Brasil teve iniacutecio com a chegada dos jesuiacutetas e foi atribuiacuteda aos educadores da

Companhia de Jesus por volta de 1549 com a vinda do primeiro governador

geral Tomeacute de Sousa Este encontrou a Colocircnia inteiramente despreparada em

mateacuteria de instruccedilatildeo natildeo soacute do chamado ldquogentiordquo como tambeacutem dos filhos dos

colonos Tomeacute de Sousa fez questatildeo de incluir na sua comitiva dedicados

membros da Companhia de Jesus e em menos de quinze dias jaacute funcionava

uma escola chamada na eacutepoca de ldquoler e escreverrdquo Os primeiros coleacutegios e as

ditas ldquoaulas de ensinar e contarrdquo foram criados pelos jesuiacutetas e eram mantidos

com sacrifiacutecio mediante esmolas e donativos especiais e a matildeo de obra nas

construccedilotildees eram do esforccedilo fiacutesico dos proacuteprios religiosos ajudados por iacutendios e

alguns colonos Esses coleacutegios ensinavam gratuitamente Gramaacutetica Latina

Filosofia Teologia Dogmaacutetica e Moral Primeiras Letras e Matemaacutetica Elementar

(Niskier 1989)

Em 1553 chegara ao Brasil com o governador Duarte da Costa o padre

Joseacute de Anchieta que era o encarregado do ensino dos religiosos neoacutefitos Na

falta de livros escrevia as liccedilotildees nos cadernos que distribuiacutea para cada aluno Os

jovens catecuacutemenos1 e os filhos dos colonos aprendiam assim os princiacutepios das

liacutenguas portuguesa espanhola latina brasiacutelica ou tupi indispensaacuteveis no trato

com os indiacutegenas Alguns estudiosos condenam a ausecircncia de um ensino jaacute

naquela eacutepoca mais voltado para a ciecircncia nos moldes do ensino europeu o

que daria ao Brasil melhores condiccedilotildees de competitividade internacional em

1 Pessoas em fase de preparaccedilatildeo para o batismo

12

vaacuterias aacutereas Se isto eacute um fato por outro lado natildeo deixa de ser meacuterito dos jesuiacutetas

a manutenccedilatildeo da nossa integridade territorial e a existecircncia de uma soacute

predominante religiatildeo como tambeacutem ficou sendo o portuguecircs a liacutengua utilizada

nas escolas implantadas no territoacuterio brasileiro (Niskier 1989)

Entretanto a Companhia de Jesus natildeo possuiacutea um trabalho pedagoacutegico

nem uma filosofia da educaccedilatildeo especialmente elaborada para o desempenho

desta missatildeo A Companhia vinha ao mundo com diversas ideacuteias novas

especialmente no campo ascese cristatilde e na sua proacutepria organizaccedilatildeo como

sociedade de cleacuterigos mas natildeo tinha nada a dizer de especial quanto agrave filosofia

da educaccedilatildeo no sentido em que entendemos hoje este termo excluiacuteda a

educaccedilatildeo especial daqueles que deveriam ser sarcedotes Por causa disso ela

limitou-se na praacutetica em termos da educaccedilatildeo mais geral a codificar atraveacutes da

experiecircncia de seus docentes uma filosofia de educaccedilatildeo em que de certo

modo cristianizava-se o modelo educacional renascentista baseado no

equivalente ao ensino secundaacuterio no estudo dos claacutessicos e no cultivo da liacutengua

latina De tal modo o ensino expandiu com o tempo este modelo pedagoacutegico

cristatildeo que comeccedilou a ser visto como se fosse a proacutepria filosofia cristatilde da

educaccedilatildeo (Niskier 1989)

Ateacute meados do seacuteculo XVIII esse foi o modelo educacional brasileiro

Poreacutem em 1759 apoacutes a decisatildeo do Marquecircs de Pombal de expulsar os jesuiacutetas

segundo Fernando de Azevedo (professor educador criacutetico ensaiacutesta e

socioacutelogo) ldquoNa educaccedilatildeo estabeleceu-se um caos completo a despeito dos

esforccedilos de outras ordens religiosasrdquo (Niskier 1989) A expulsatildeo dos jesuiacutetas teve

como consequumlecircncia imediata aleacutem da desintegraccedilatildeo do ensino o fechamento

de residecircncias missotildees e coleacutegios e seminaacuterios Vaacuterios autores consideram a

expulsatildeo dos jesuiacutetas um fator de retrocesso na educaccedilatildeo brasileira natildeo soacute pela

diminuiccedilatildeo do nuacutemero de escolas mas sobretudo nos aspectos organizacional e

didaacutetico- pedagoacutegico Abaixo eacute destacado o que expressou Moreira de

Azevedo em seu artigo ldquoInstruccedilatildeo Puacuteblica nos Tempos Coloniais do Brasilrdquo sobre

a expulsatildeo dos Jesuiacutetas

13

ldquoPrivados desses preceptores experimentou a instruccedilatildeo sensiacutevel atraso e se para substituiacute-los vieram as escolas monaacutesticas dos Beneditinos Carmelitas e Franciscanos natildeo chegaram estas ao grau de meacutetodo ensino e regularidade das dos padres de Jesus poreacutem ainda assim quando aquelas desapareceram eram as melhores que possuiacutea a colocircnia do Brasilrdquo (AZEVEDO Moreira de Apud NISKIER 1989)

Em 1772 foi assinada uma lei que abolia o antigo sistema de donativos

para a Instruccedilatildeo e estabelecia o Subsiacutedio Literaacuterio Foi criada uma taxaccedilatildeo

complementar para os vinhos e demais bebidas alcooacutelicas destinada a fornecer

os fundos para o pagamento dos mestres que fossem nomeados pelo governo

No Brasil o Subsiacutedio Literaacuterio entrou em vigor em 1773 o que iria proporcionar o

funcionamento de aulas destinadas ao ensino das primeiras letras de Gramaacutetica

Latina de Filosofia e Grego (Niskier 1989) No Rio de Janeiro passou a funcionar

uma Aula de Engenharia autorizada pela Rainha D Maria I Poreacutem essas aulas

natildeo produziram os efeitos desejados com queixa dos professores e dos alunos

Eram observados uma estrutura fraca e resultados mediacuteocres pois as aulas

estavam a cargo de mestres improvisados que natildeo tinham programas

estabelecidos e natildeo havia fiscalizaccedilatildeo no que diz respeito agrave qualidade do ensino

ministrado e do aproveitamento dos alunos O Subsiacutedio Literaacuterio natildeo bastava em

muitas capitanias natildeo sendo suficiente sequer para o pagamento dos

professores continuando a dependecircncia de boa vontade de particulares Na

eacutepoca os professores aleacutem de mal pagos eram desconsiderados no seio da

sociedade pois a educaccedilatildeo era como trazer a luz aos ignorantes o que ia ao

encontro dos interesses de muitos

Havia maior preocupaccedilatildeo em ensinar Latim e ateacute mesmo Grego e Retoacuterica

do que a Liacutengua Portuguesa A Matemaacutetica custou a integrar-se no curriacuteculo

escolar As Ciecircncias Naturais contavam com a preferecircncia de diminuto nuacutemero

de abnegados professores Os coleacutegios prepararam para estudo superior em

universidades europeacuteia os jovens que natildeo buscavam a vida sacerdotal O ensino

superior concentrava-se na Universidade de Coimbra para onde eram enviados

os filhos de famiacutelias que dispunham de recursos

14

Assim o resultado das decisotildees do Marquecircs de Pombal foi que no princiacutepio

do seacuteculo XIX a educaccedilatildeo brasileira estava reduzida praticamente a nada O

sistema jesuiacutetico foi desmantelado e nada que pudesse chegar proacuteximo desse

sistema foi organizado para dar continuidade a um trabalho de educaccedilatildeo Esta

situaccedilatildeo somente sofreu uma mudanccedila com a chegada da Famiacutelia Real ao Brasil

em 1808

23 A Educaccedilatildeo no Brasil Impeacuterio

Com a vinda da Corte Portuguesa para o Brasil em 1808 fugindo das tropas

de Napoleatildeo que haviam invadido Portugal por esta eacutepoca Dom Joatildeo VI sabia

que sua estadia forccedilada em terras brasileira natildeo seria curta e portanto aleacutem de

abrir os portos do Brasil agraves naccedilotildees amigas resolveu permitir a imprensa facilitar a

entrada de livros e fundar cerca de uma dezena de instituiccedilotildees de ensino teacutecnico

ou superior em nosso territoacuterio no Rio de Janeiro e na Bahia

O setor cultural tambeacutem seria extraordinariamente beneficiado atraveacutes da

criaccedilatildeo de vaacuterias instituiccedilotildees destinadas a dar continuidade agraves que existiam em

Portugal Dentre os cursos superiores o de Medicina foi o que mereceu atenccedilatildeo

especial Em 1808 foi criado pelo priacutencipe regente o Coleacutegio Meacutedico-ciruacutergico da

Bahia instalado no Real Hospital Militar e sediado no preacutedio onde funcionara o

coleacutegio dos jesuiacutetas

O ensino militar recebeu maior atenccedilatildeo do governo real depois do seu

estabelecimento na cidade do Rio de Janeiro A Academia Real Militar da Corte

recebeu o nome de Escola Central abrigando o curso de Engenharia que

permaneceu com a designaccedilatildeo de Escola Politeacutecnica ateacute a transferecircncia em

nossos dias para a ilha do Fundatildeo

Assim como o ensino superior as instruccedilotildees primaacuteria e secundaacuteria tambeacutem

passaram por estaacutegio de desenvolvimento desordenado problema este gerado

pela falta de um plano geral que pudesse ser aplicado em todas as capitanias

do Brasil Mesmo depois da instalaccedilatildeo da Corte no Rio de Janeiro houve um

aumento consideraacutevel nos pedidos de criaccedilatildeo de escolas de primeiras letras

15

pedidos estes que foram atendidos ou natildeo conforme a disponibilidade de

recursos para pagamento de professores (Niskier 1989)

Neste periacuteodo a evasatildeo escolar era muito grande para evitar o

esvaziamento das escolas o governo decidiu isentar do recrutamento para fins

militares os alunos dos estabelecimentos puacuteblicos que demonstrassem frequumlecircncia

assiduidade e bom aproveitamento o que deveria ser atestado pelos professores

Em 1817 a cidade do Rio de Janeiro contava aleacutem das escolas de

primeiras letras dos estabelecimentos de ensino militar e naval das aulas de

Medicina e das de Comeacutercio com trecircs de Gramaacutetica Latina uma de Retoacuterica

uma de Filosofia uma de Grego e uma de Desenho e Pintura Um grupo de

negociantes do Rio de Janeiro propocircs ao Priacutencipe-Regente a constituiccedilatildeo de um

fundo cujos rendimentos seriam reservados para criar e manter estabelecimentos

destinados agrave instruccedilatildeo puacuteblica

Desde a chegada de D Joatildeo VI ao Rio o governo portuguecircs fez tentativas

louvaacuteveis para introduzir no Brasil aleacutem das instituiccedilotildees civis os estabelecimentos

de instruccedilatildeo puacuteblica da metroacutepole Natildeo se deu a devida importacircncia agrave instruccedilatildeo

primaacuteria das classes baixas e meacutedias da sociedade e os que nas classes

elevadas sentiam a necessidade de uma instruccedilatildeo mais completa nem por isso

encontravam maiores recursos continuaram mais ou menos obrigados a adquiri-

la em Coimbra ou mesmo na Inglaterra ou na Franccedila

Com a Proclamaccedilatildeo da Independecircncia o Brasil tinha outros problemas

mais urgentes com que se preocupar do que a fundaccedilatildeo de uma universidade

ou o estabelecimento de uma rede de ensino primaacuterio e secundaacuterio Logo o

sistema de aulas avulsas continuou a existir na impossibilidade de substituiacute-lo

imediatamente por um verdadeiro sistema escolar tal como o entendemos nos

dias de hoje ou como existia ainda que precariamente no tempo dos jesuiacutetas

Mas em 1824 a primeira Constituiccedilatildeo Brasileira estabeleceu no seu ceacutelebre Art

179 no paraacutegrafo XXXII que

16

ldquoA instruccedilatildeo primaacuteria eacute gratuita a todos os cidadatildeos e a Constituiccedilatildeo garante coleacutegios e universidades onde seratildeo ensinados os elementos das ciecircncias belas letras e artesrdquo (Niskier 1989)

Poreacutem estas determinaccedilotildees nunca chegaram a ser cumpridas em grande

extensatildeo e antes que tais projetos se concretizassem ocorreu uma modificaccedilatildeo

constitucional no Brasil que iria complicar seriamente os destinos da educaccedilatildeo

durante todo o restante do Impeacuterio

Com a abdicaccedilatildeo de Dom Pedro I ao trono em favor de seu filho D Pedro

II Os parlamentares brasileiros com receio de que o novo imperador acumulasse

um excesso de poder promulgaram o Ato Adicional de 1834 agrave Constituiccedilatildeo

Imperial pelo qual o poder puacuteblico em diversos sentidos era descentralizado

Assim o Ato Adicional de 1834 estabelecia que cada proviacutencia do Brasil se

tornava autocircnoma para organizar de acordo apenas com suas proacuteprias diretivas

o ensino primaacuterio e secundaacuterio Haveria ou poderia haver portanto tantos

sistemas de ensino primaacuterios e secundaacuterios no Brasil quantas fossem as proviacutencias

sem que nenhuma tivesse que dar satisfaccedilatildeo nem agraves demais proviacutencias nem

tampouco ao governo central O ensino superior poreacutem ficaria sob a

responsabilidade do governo central em todo territoacuterio nacional

Mas na praacutetica estas medidas acabaram por consagrar a partilha de

diversas atribuiccedilotildees do domiacutenio da Instruccedilatildeo Puacuteblica apoacutes a reforma da

constituiccedilatildeo os estudos primaacuterios e secundaacuterios limitaram-se ao municiacutepio da

corte Portanto em 1837 o acontecimento mais importante no campo da

instruccedilatildeo puacuteblica no Brasil foi a criaccedilatildeo do Coleacutegio Pedro II onde funcionava o

Seminaacuterio de Satildeo Joaquim na cidade do Rio de Janeiro O coleacutegio fora criado

com o objetivo de se tornar um modelo pedagoacutegico para o curso secundaacuterio

sendo ali realizado um curso de sete anos que correspondia aproximadamente

ao que depois veio a ser o ginaacutesio e o colegial (Niskier 1989)

Em 1854 o governo central ao reformar o ensino na capital do Impeacuterio

propusera a criaccedilatildeo do ensino primaacuterio e 2ordm grau Assim criou-se a Inspetoria

17

Geral da Instruccedilatildeo primaacuteria e secundaacuteria oacutergatildeo ligado ao Ministeacuterio do Impeacuterio e

destinado a fiscalizar e orientar o ensino puacuteblico e particular na cidade do Rio de

Janeiro e estruturou em dois niacuteveis a instruccedilatildeo primaacuteria gratuita que a constituiccedilatildeo

prometera a todos (www acciocom br )

O exemplo da corte frutificou nas proviacutencias empenhando assim em

promover a uniformizaccedilatildeo do ensino em todo o impeacuterio Logo as demais

proviacutencias passaram a voltar a sua atenccedilatildeo paras as reformas que se realizavam

na corte

No entanto na corte e nas proviacutencias as escolas ficaram apenas na letra

da lei Alguns estabelecimentos particulares na corte e nas grandes cidades

ofereceram um ensino mais rico que o ministrado nas escolas puacuteblicas

Dentre as causas que entatildeo obstaram a ampliaccedilatildeo e o enriquecimento do

ensino elementar destacava-se a falta de pessoal docente devidamente

habilitado e entatildeo veio a necessidade de preparar o pessoal docente para as

escolas Logo surgiram apoacutes a reforma da constituiccedilatildeo e por iniciativa dos

governos provinciais as primeiras escolas normais brasileiras

Em 1880 teria a capital do Impeacuterio sua primeira escola normal mantida e

administrada pelo poder puacuteblico sendo que qualitativamente a instruccedilatildeo se

mostrava precaacuteria

Outras causas muito importantes eram as dispersotildees da populaccedilatildeo o

nuacutemero insuficiente de escolas o descontentamento de professores mal

remunerados a ignoracircncia dos pais que se recusavam a mandar os filhos para a

escola

Com o objetivo de estimular o desenvolvimento dos estudos secundaacuterios

nas proviacutencias o ministro Joatildeo Alfredo Correia de Oliveira instalou nas capitais das

proviacutencias do Impeacuterio novas bancas de exames gerais preparatoacuterios

18

Os mais importantes projetos de reforma nas deacutecadas do seacuteculo XIX

pediam a colaboraccedilatildeo da capital para a elevaccedilatildeo do ensino em todo o Impeacuterio

Cuidavam do enriquecimento e aperfeiccediloamento e da expansatildeo da instruccedilatildeo

primaacuteria e do ensino normal cuja frequumlecircncia pretendia tornar obrigatoacuteria a todas

as crianccedilas na faixa dos sete aos quatorze anos

Deslocando-se dos demais projetos de reforma apresentados nos uacuteltimos

anos do Impeacuterio pelo desassombro e pela riqueza de suas posiccedilotildees o substitutivo

apresentado por Rui Barbosa ao decreto Leocircncio Carvalho ficaria como um vasto

programa de reformas que a Repuacuteblica caberia cumprir

Assim a proposta de Rui Barbosa cuidava amplamente do ensino

elementar e meacutedio Estruturava o ensino primaacuterio em quatro niacuteveis para os quais

se previa pela primeira vez um tempo miacutenimo de duraccedilatildeo propunha o

enriquecimento dos programas e a renovaccedilatildeo dos meacutetodos de ensino e tornava

obrigatoacuteria uma frequumlecircncia de quatro anos na escola primaacuteria elementar e

meacutedia formando assim um verdadeiro curso de instruccedilatildeo secundaacuteria popular

(www acciocom br)

Com o quadro assim configurado perto do fim da eacutepoca imperial

comeccedilaram a surgir sinais de que a sociedade estava comeccedilando a

amadurecer para o problema educacional Isto se deu porque nesta eacutepoca a

unidade nacional jaacute estava consolidada do ponto de vista militar uma seacuterie de

outros problemas mais preemente estavam solucionados ou em via de solucionar-

se a aboliccedilatildeo da escravatura jaacute estava agrave vista e podia-se pensar mais

serenamente na educaccedilatildeo brasileira A Proclamaccedilatildeo da Repuacuteblica trazia

consigo a esperanccedila de novas mudanccedilas e o Imperador em seus uacuteltimos

discursos na sessatildeo ao Parlamento Imperial solicitava a criaccedilatildeo de um Ministeacuterio

da Educaccedilatildeo pois ateacute aquela eacutepoca natildeo existia nada semelhante na

organizaccedilatildeo do nosso Estado

19

24 A Educaccedilatildeo na Primeira Repuacuteblica

A Repuacuteblica proclamada adotou o modelo poliacutetico americano baseado

no sistema presidencialista Na organizaccedilatildeo escolar percebeu-se a influecircncia da

filosofia positivista

O advento federativo natildeo trouxe significaccedilotildees e alteraccedilotildees para a

instruccedilatildeo puacuteblica nem inaugurou uma nova corrente de ideacuteias educacionais

tendo significado simplesmente o coroamento e portanto a continuidade de

ideacuteias que se iniciariam no impeacuterio mas precisamente nas suas duas ultimas

deacutecadas O que podemos constatar atraveacutes dos relatos de Fernando Azevedo

ldquoDo ponto de vista cultural e pedagoacutegico a Repuacuteblica foi uma revoluccedilatildeo que abortou e que contentando-se com a mudanccedila do regime natildeo teve o pensamento ou a decisatildeo de realizar uma transformaccedilatildeo radical no sistema de ensino para provocar uma renovaccedilatildeo cultural das elites culturais e poliacuteticas necessaacuterias agraves novas instituiccedilotildees democraacuteticasrdquo (www acciocom br )

A primeira constituiccedilatildeo republicana natildeo chegou a contemplar a

gratuidade e a obrigatoriedade da instruccedilatildeo elementar O legado deixado pelo

Impeacuterio natildeo se alterou substancialmente o ensino secundaacuterio defendia e

reclamava desde as uacuteltimas deacutecadas do Impeacuterio a equumlidade como mecanismo

necessaacuterio ao aperfeiccediloamento do ensino secundaacuterio a sua estruturaccedilatildeo em

acircmbito nacional a instituiccedilatildeo de ensino regulares e sistemaacuteticos (www

acciocom br)

Assim pela constituiccedilatildeo de 1891 agrave qual se acrescentava a Lei de 20 de

novembro de 1892 ficou determinado que

bull No Distrito Federal competia ao Governo federal o ensino superior e

secundaacuterio e agrave Prefeitura o ensino primaacuterio

bull Os Estados poderiam organizar seus proacuteprios sistemas de ensino

primaacuterio secundaacuterio e superior

bull Em cada Estado o Governo Federal podia organizar seu proacuteprio

sistema de ensino secundaacuterio e superior

20

Entretanto apesar da legislaccedilatildeo e organizaccedilatildeo do sistema federal de

ensino ser uma atribuiccedilatildeo do Congresso Nacional na praacutetica era o poder

executivo quem legislava e organizava a educaccedilatildeo Isto fez com que durante

toda a Primeira Repuacuteblica a posiccedilatildeo do Governo Federal fosse conservadora Isto

de certa forma restringia o entusiasmo pedagoacutegico que dominou a sociedade

brasileira depois da Primeira Guerra Mundial

Jaacute em relaccedilatildeo agraves administraccedilotildees estaduais a partir de 1920 uma febre de

otimismo pedagoacutegico comeccedilou a tomar conta dos principais governos estaduais

do Brasil o que provocou uma seacuterie de reformas de ensino em vaacuterios estados da

Uniatildeo Embora cada Estado pudesse organizar um sistema completo de ensino

desde o primaacuterio ateacute o superior tais reformas se limitavam sempre agrave estrutura do

ensino primaacuterio e normal porque todo ensino superior estava na eacutepoca no

acircmbito do Governo Federal e o ensino secundaacuterio por natildeo ser obrigatoacuterio para a

admissatildeo aos cursos superiores natildeo passava de uma rede de cursos

preparatoacuterios com exceccedilatildeo do Coleacutegio Pedro II no Rio de Janeiro que com a

Repuacuteblica havia mudado de nome para Ginaacutesio Nacional e alguns coleacutegios

religiosos Mesmo estes na praacutetica natildeo podiam fugir do espiacuterito dos preparatoacuterios

As principais reformas levantadas a efeito na deacutecada de 1920 foram as

seguintes

bull Em 1920 em Satildeo Paulo por Sampaio Doacuteria

bull Em 1922 no Cearaacute por Lourenccedilo Filho comissionado ao governo do

Cearaacute pelo Estado de Satildeo Paulo

bull Em 1927 em Minas Gerais por Francisco Campos

bull Em 1928 no Distrito Federal por Fernando Azevedo vindo de Satildeo Paulo

a convite da Prefeitura do Rio de Janeiro

bull Em 1928 na Bahia por Aniacutesio Teixeira

Os responsaacuteveis pela seacuterie de reformas estaduais ocorridas na deacutecada de

1920 tiveram para ajudaacute-los no empreendimento vaacuterios fatores concorrendo a

seu favor e o primeiro deles foi o proacuteprio clima de euforia pedagoacutegica que tomou

conta da sociedade brasileira depois da Primeira Guerra Mundial Tambeacutem veio

21

a favor deles o iniacutecio do surto industrial que pressionava por uma nova direccedilatildeo

do ensino e a introduccedilatildeo no Brasil das ideacuteias da Escola Nova em cujas teorias se

inspiraram os reformadores

As doutrinas educacionais da Escola Nova vinham haacute seacuteculos se

desenvolvendo na Europa mas soacute entraram com toda a sua forccedila na sociedade

brasileira na eacutepoca do entusiasmo pedagoacutegico do fim da Primeira Repuacuteblica em

boa parte por obra de estudiosos tais como Fernando de Azevedo Aniacutesio Teixeira

e Lourenccedilo Filho que figuraram tambeacutem na lista dos reformadores estaduais

O movimento reformista foi favorecido pela criaccedilatildeo em 1924 da

Associaccedilatildeo Brasileira de Educaccedilatildeo que agremiou elementos de todo paiacutes em

torno de questotildees de acircmbito nacional relativas agrave Educaccedilatildeo escolar Atraveacutes de

conferecircncias curados debates e inqueacuteritos os profissionais da Educaccedilatildeo

divulgavam as ideacuteias de escolas renovadas Isto contribuiu para formaccedilatildeo de

uma nova consciecircncia educacional relativa ao papel do Estado na Educaccedilatildeo

levando agrave necessidade de expansatildeo da escola puacuteblica ao direito de todos na

educaccedilatildeo levando a exigecircncia de uma poliacutetica nacional de Educaccedilatildeo na qual

a uniatildeo exerce o papel coordenador orientador e supletivo no desenvolvimento

do ensino em todo paiacutes Muitas dessas ideacuteias viriam a consubstanciar-se em

proposiccedilotildees do manifesto dos pioneiros da Educaccedilatildeo Nova (1932) e em

dispositivo da carta de 1934

25 A Educaccedilatildeo no Poacutes 1930

A queda da Repuacuteblica Velha sob o impacto da Revoluccedilatildeo de 1930

transformou as relaccedilotildees de poder entre o governo federal e os estados dando

iniacutecio a um periacuteodo de progressiva centralizaccedilatildeo poliacutetica econocircmica Embora

natildeo trouxesse uma programaccedilatildeo definida seja para o setor poliacutetico-econocircmico

seja para o educacional a revoluccedilatildeo deu iniacutecio a um periacuteodo em que todos os

campos foram atingidos caracterizando-se progressivamente a passagem de

22

uma sociedade preacute-capitalista agraacuteria - comercial e artesanal para uma

sociedade urbano-industrial

As transformaccedilotildees poliacuteticas e econocircmicas ocorridas a partir de 1930 foram

acompanhadas de grandes alteraccedilotildees sociais especialmente nos Estados do

sudeste onde se encontravam os processos de industrializaccedilatildeo Isto acelerou a

urbanizaccedilatildeo e as migraccedilotildees para as cidades que passaram a oferecer novas

oportunidades de trabalho e salaacuterios mais vantajosos Assim a populaccedilatildeo urbana

elevou-se de 10 em 1920 para 3124 em 1940 3616 em 1950 atingindo 458

em 1960 este fato causou um reflexo na urbanizaccedilatildeo tendo como consequumlecircncia

o desenvolvimento de um importante setor de serviccedilos que se localizavam nas

grandes cidades do sudeste modificando assim a sua estratificaccedilatildeo social

(wwwacciocombr )

Com a nova ordem poliacutetico-econocircmica o aumento da populaccedilatildeo urbana

relativamente agrave rural e o aparecimento de novas ocupaccedilotildees ligadas a vida

urbana industrial surgiram maiores possibilidades de mobilidade social passando

a educaccedilatildeo escolar a representar um meio de ecircxito profissional Assim a

demanda por educaccedilatildeo cresceu consideravelmente sobretudo no periacuteodo

posterior a 1945

As mesmas transformaccedilotildees soacutecio-econocircmicas que determinaram a

incorporaccedilatildeo de novas camadas sociais ao ensino secundaacuterio tambeacutem tiveram

como consequumlecircncia a modificaccedilatildeo do status social das mulheres que passaram

a frequumlentar o ensino secundaacuterio contribuindo para a expansatildeo do mesmo

Portanto entre 1933 e 1960 as matriacuteculas aumentaram em 25367 para o ensino

primaacuterio e 40211 para o ensino normal levando o crescimento das matriacuteculas

no ensino secundaacuterio a um percentual de 1207 (www acciocom br)

Logo o governo central para atuar de forma mais significativa no

processo de organizaccedilatildeo do ensino criou em 1930 o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e

Sauacutede Puacuteblica e em 1931 o Conselho Nacional de Educaccedilatildeo oacutergatildeo consultivo

destinado a assessorar o ministro

23

As reformas realizadas nos anos imediatamente posteriores agrave revoluccedilatildeo

pelo primeiro ministro da educaccedilatildeo e sauacutede puacuteblica Francisco Campos

evidenciaram a ampliaccedilatildeo das funccedilotildees federais relativas agraves modalidades de

ensino por elas abrangidas Para o ensino secundaacuterio a reforma Francisco

Campos significou a definitiva superaccedilatildeo dos exames parcelados que vinham

consagrando a proeminecircncia de estudos avulsos e irregulares bem como a

concepccedilatildeo preparativa Entre outros meacuteritos a reforma deu uma estrutura

orgacircnica ao ensino secundaacuterio comercial e superior Com relaccedilatildeo ao ensino

secundaacuterio Francisco Campos escreveu

ldquoA finalidade exclusiva do ensino secundaacuterio natildeo haacute de ser a matriacutecula nos cursos superiores o seu fim pelo contraacuterio deve ser a preparaccedilatildeo do homem para todos os grandes setores da atividade nacional constituindo no seu espiacuterito todo um sistema de haacutebitos atitudes e comportamentos que o habitem a viver por si e tomar em qualquer situaccedilatildeo as decisotildees mais convenientes e mais segurasrdquo( ROMANELLI 1978)

Como citado dentre algumas medidas da Reforma Francisco Campos

estavam a criaccedilatildeo do Conselho Nacional de Educaccedilatildeo e a organizaccedilatildeo do

ensino secundaacuterio e comercial Dessa forma Francisco Campos havia dividido o

curso secundaacuterio em dois ciclos de cinco e dois anos respectivamente o primeiro

fundamental e o segundo complementar orientado para as diferentes opccedilotildees

de carreira universitaacuteria A lei de 1931 previa ainda a criaccedilatildeo de um sistema

nacional de inspeccedilatildeo do ensino secundaacuterio a ser feito por uma rede de

inspetores regionais

Pela primeira vez num texto constitucional brasileiro ficavam estabelecidos

os princiacutepios de gratuidade e obrigatoriedade do ensino primaacuterio e da educaccedilatildeo

como direito de todos Aleacutem do que percentuais da receita dos impostos foram

vinculados para a manutenccedilatildeo e desenvolvimento do ensino

A orientaccedilatildeo centralista acabou por ser consagrada com a constituiccedilatildeo

outorgada em 1937 cabendo assim ao Estado Novo fixar as bases e determinar

os quadros da educaccedilatildeo nacional da infacircncia e da juventude Poreacutem a referida

carta silencia quanto agrave vinculaccedilatildeo de recursos para a educaccedilatildeo e quanto ao

24

plano nacional da educaccedilatildeo Digna de nota foi a sua preocupaccedilatildeo com o

ensino profissional que foi considerado o primeiro dever do estado

A poliacutetica educacional centralizadora tentava regulamentar em acircmbito

central a organizaccedilatildeo e o funcionamento de todos os tipos de ensino no paiacutes

Assim em 1942 depois de muitos estudos e consultas aos oacutergatildeos especializados o

ministro Gustavo Capanema promoveu uma nova reforma do ensino que viria a

ser conhecida como Lei Orgacircnica do Ensino Secundaacuterio (Brasil 1942a) De

acordo com Lauro de Oliveira Lima Educador brasileiro (www wikipediaorg)

ldquodispensaram qualquer debate puacuteblico sendo elaboradas no sigilo dos

gabinetes por um pequeno grupo de intelectuais e impostas a um sistema

escolar em crescimentordquo (LIMA 1974)

Foi organizado o ensino teacutecnico-profissional nas trecircs aacutereas da economia

(agriacutecola industrial e comercial) Pela impossibilidade de o sistema de ensino

oferecer a educaccedilatildeo profissional necessaacuteria agrave induacutestria e de oferecer recursos o

governo preocupou-se em engajar o setor industrial na qualificaccedilatildeo de seu

pessoal

Apesar de ter sido mais enfaacutetica na questatildeo profissional a reforma estava

impregnada pela ideologia do governo favoraacutevel a um Sistema Educacional de

discriminaccedilatildeo social Pode-se perceber este fato no artigo 129 assim redigido

O ensino preacute-vocacional e profissional destinado agraves classes menos favorecidas eacute em mateacuteria de educaccedilatildeo o primeiro dever do Estado Cumpre-lhe dar execuccedilatildeo a esse dever fundando institutos de ensino profissional e subsidiando os de iniciativas dos Estados dos Municiacutepios e dos indiviacuteduos ou associaccedilotildees particulares e profissionais(Brasil 1942a)

Este artigo oficializou o ensino profissional como ensino destinado aos

pobres e o Estado instituiu oficialmente a discriminaccedilatildeo social por meio da

escola fazendo novamente com que a demanda social da educaccedilatildeo se

voltasse para o ensino secundaacuterio onde se poderia assegurar o prestiacutegio social

Pela nova Lei o curso secundaacuterio seria ministrado em dois ciclos O

primeiro constando do curso ginasial e o segundo compreendendo dois cursos

25

paralelos o claacutessico e o cientiacutefico O curso ginasial teria duraccedilatildeo de quatro anos

e se destinaria a dar aos adolescentes os elementos fundamentais do curso

secundaacuterio O curso claacutessico com duraccedilatildeo de trecircs anos concorreria para a

funccedilatildeo intelectual Com a mesma duraccedilatildeo o cientiacutefico enfatizaria o estudo das

ciecircncias (Brasil 1942a)

A partir dessa divisatildeo em primeiro e segundo ciclos passou a haver uma

denominaccedilatildeo diversa para os estabelecimentos de ensino secundaacuterios ginaacutesios e

coleacutegios

Por influecircncia da segunda Guerra Mundial a lei instituiu tambeacutem a

educaccedilatildeo militar para os alunos do sexo masculino Reafirmou o caraacuteter

facultativo da educaccedilatildeo religiosa e obrigatoacuteria da educaccedilatildeo moral e ciacutevica e

recomendou ainda que a educaccedilatildeo das mulheres fosse feita em

estabelecimentos distintos daquele onde se educavam os homens (Brasil 1942a)

Estas reformas marcam uma distinccedilatildeo entre o trabalho intelectual para as

classes mais favorecidas e o trabalho manual enfatizando o ensino profissional

para as classes mais desfavorecidas Logo o Decreto-Lei 4048 de 22 de janeiro

criou o Serviccedilo Nacional de Aprendizagem Industrial ndash SENAI (Brasil 1942b) Jaacute o

Decreto-Lei 4481 de 16 de julho dispocircs sobre a obrigatoriedade dos

estabelecimentos induacutestrias empregarem um total de 8 correspondente ao

nuacutemero de operaacuterios e matriculaacute-los nas escolas do SENAI (Brasil 1942c) Ainda no

espiacuterito da Reforma Capanema foi baixado o Decreto-lei 6141 de 28 de

dezembro de 1943 regulamentando o ensino comercial (Brasil 1943) O Serviccedilo

Nacional de Aprendizagem Comercial ndash SENAC soacute seria criado em 1946 ( Niskier

1989)

Foram assim promulgadas entre 19421946 por iniciativa do ministro

Gustavo Capanema as leis orgacircnicas do ensino decreto e leis federais que

regulamentavam minuciosamente os diversos ramos e modalidades do ensino

secundaacuterio industrial comercial agriacutecola normal e primaacuterio

A interferecircncia financeira da uniatildeo no ensino primaacuterio solicitada desde o

impeacuterio soacute ocorreu nos uacuteltimos anos do Estado Novo quando foi instituiacutedo o

26

Fundo Nacional do Ensino Primaacuterio e assinado o Convecircnio Nacional do Ensino

Primaacuterio Ainda que se mantendo fiel agrave tradiccedilatildeo de tratar separadamente cada

modalidade de ensino coube agrave legislaccedilatildeo do Estado Novo o meacuterito de ser

abrangente e de aproximar em termos de duraccedilatildeo e de divisatildeo em ciclos Os

vaacuterios ramos do ensino profissional (comercial industrial agriacutecola) as

modalidades de ensino teacutecnico e normal foram atribuiacutedas finalidades relativas agrave

qualificaccedilatildeo profissional A exposiccedilatildeo do motivo da lei orgacircnica do ensino

secundaacuterio dava a este a funccedilatildeo de formar nos adolescentes uma soacutelida cultura

geral

Na constituiccedilatildeo de 1946 as leis orgacircnicas continuaram em vigecircncia com

algumas modificaccedilotildees ateacute 1961 Estas leis introduziram a possibilidade de

articulaccedilatildeo do ensino profissional com o secundaacuterio Jaacute com a lei de diretriz e

bases - LDB lei nordm 4024 de 201261 (Brasil 1961) deu-se um importante passo no

sentido da unificaccedilatildeo do sistema de ensino e da eliminaccedilatildeo do dualismo

administrativo herdado do impeacuterio Iniciou-se pela primeira vez uma relativa

descentralizaccedilatildeo do sistema como um todo O Ministro da Educaccedilatildeo e Cultura e

as Secretarias de Educaccedilatildeo deixaram de observar ambas as funccedilotildees criando ndash

se para os exerciacutecios das funccedilotildees normativas o conselho federal de educaccedilatildeo os

conselhos estaduais de educaccedilatildeo e o plano de educaccedilatildeo referente a cada

fundo (Fundo nacional de ensino primaacuterio do ensino meacutedio e do ensino superior)

A lei procurou apenas diminuir a distacircncia que os separava e eliminar as

condiccedilotildees de privileacutegios conferidos ao ensino secundaacuterio pela lei orgacircnica de

1942 O ensino primaacuterio obrigatoacuterio continuava a ter quatro seacuteries de duraccedilatildeo

facultando aos sistemas estaduais o seu prolongamento para leis Somente em

1961 efetivou-se a vitoacuteria dos educadores das deacutecadas de 20 e inicio dos anos 30

fixando as diretrizes gerais e as grandes linhas de um sistema nacional de

educaccedilatildeo

27

26 Educaccedilatildeo na Nova Repuacuteblica (1946 ndash 1963)

O fim do Estado Novo consubstanciou-se na adoccedilatildeo de uma nova

Constituiccedilatildeo de cunho liberal e democraacutetico Esta nova Constituiccedilatildeo na aacuterea da

Educaccedilatildeo determinou a obrigatoriedade de se cumprir o ensino primaacuterio e deu

competecircncia agrave Uniatildeo para legislar sobre diretrizes e bases da educaccedilatildeo

nacional Aleacutem disso a nova Constituiccedilatildeo fez voltar o preceito de que a

educaccedilatildeo eacute direito de todos inspirada nos princiacutepios proclamados pelos

Pioneiros nos primeiros anos da deacutecada de 30

Ainda em 1946 o entatildeo Ministro Raul Leitatildeo da Cunha regulamentou o

Ensino Primaacuterio e o Ensino Normal aleacutem de criar o Serviccedilo Nacional de

Aprendizagem Comercial - SENAC atendendo as mudanccedilas exigidas pela

sociedade apoacutes a Revoluccedilatildeo de 1930

Baseado nas doutrinas emanadas pela Carta Magna de 1946 o Ministro

Clemente Mariani criou uma comissatildeo com o objetivo de elaborar um

anteprojeto de reforma geral da educaccedilatildeo nacional Esta comissatildeo presidida

pelo eminente educador Lourenccedilo Filho era organizada em trecircs subcomissotildees

uma para o Ensino Primaacuterio uma para o Ensino Meacutedio e outra para o Ensino

Superior

Em novembro de 1948 este anteprojeto foi encaminhado a Cacircmara

Federal dando iniacutecio a uma luta ideoloacutegica em torno das propostas

apresentadas Num primeiro momento as discussotildees estavam voltadas agraves

interpretaccedilotildees contraditoacuterias das propostas constitucionais Num momento

posterior apoacutes a apresentaccedilatildeo de um substitutivo do Deputado Carlos Lacerda

as discussotildees mais marcantes relacionaram-se agrave questatildeo da responsabilidade do

Estado quanto agrave educaccedilatildeo inspirados nos educadores da velha geraccedilatildeo de 30

e a participaccedilatildeo das instituiccedilotildees privadas de ensino

Depois de 13 anos de acirradas discussotildees foi promulgada a Lei 4024 em

20 de dezembro de 1961 pelo entatildeo Presidente Joatildeo Goulart que introduziu

como inovaccedilatildeo a respeito da Educaccedilatildeo Nacional a descentralizaccedilatildeo do Ensino

28

O aspecto mais caracteriacutestico da nova Lei era conceder categoria puacuteblica

ao ensino privado As verbas destinadas agrave educaccedilatildeo puacuteblica foram desviadas

para a manutenccedilatildeo dos sistemas escolares estaduais e para os auxiacutelios agraves escolas

empresaacuterias O Ministeacuterio de Educaccedilatildeo e Cultura deixou de ser o oacutergatildeo

orientador fiscalizador e estimulador da educaccedilatildeo nacional sendo transferido o

seu poder para o Conselho Federal de Educaccedilatildeo e para as Secretarias de

Educaccedilatildeo dos Estados (Brasil 1961)

Se as discussotildees sobre a Lei de Diretrizes e Bases para a Educaccedilatildeo Nacional

foi o fato marcante por outro lado muitas iniciativas marcaram este periacuteodo

como talvez o mais feacutertil da Histoacuteria da Educaccedilatildeo no Brasil

bull Em 1950 em Salvador no Estado da Bahia Aniacutesio Teixeira inaugura o

Centro Popular de Educaccedilatildeo (Centro Educacional Carneiro Ribeiro)

dando iniacutecio a sua ideacuteia de escola-classe e escola-parque

bull Em 1952 em Fortaleza o educador Lauro de Oliveira Lima iniciou uma

didaacutetica baseada nas teorias cientiacuteficas de Jean Piaget o Meacutetodo

psicogeneacutetico

bull Em 1953 a educaccedilatildeo passou a ser administrada por um Ministeacuterio proacuteprio o

Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura

bull Em 1961 a Prefeitura Municipal de Natal iniciou uma campanha de

alfabetizaccedilatildeo (De Peacute no Chatildeo Tambeacutem se Aprende a Ler) A teacutecnica

didaacutetica criada pelo pernambucano Paulo Freire propunha-se a

alfabetizar adultos em 40 horas A experiecircncia teve iniacutecio na cidade de

Angicos no Estado do Rio Grande do Norte e logo depois na cidade de

Tiriri no Estado de Pernambuco

bull Em 1962 foi criado o Conselho Federal de Educaccedilatildeo cumprindo o artigo 9o

da Lei de Diretrizes e Bases Este substituiu o Conselho Nacional de

Educaccedilatildeo Foram criados tambeacutem os Conselhos Estaduais de educaccedilatildeo

bull Ainda em 1962 foi criado o Plano Nacional de Educaccedilatildeo e o Programa

Nacional de Alfabetizaccedilatildeo pelo Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura

inspirado no Meacutetodo Paulo Freire

29

Em 1964 o golpe militar abortou todas as iniciativas de se revolucionar a

educaccedilatildeo brasileira sob o pretexto de que as propostas eram comunizantes e

subversivas Foi um periacuteodo em que o paiacutes viveu a emergecircncia de um novo

modelo econocircmico apoiado pelas empresas internacionais A poliacutetica do

nacionalismo desenvolvimentista jaacute natildeo mais se ajustara a esse modelo

Necessitava-se de novas poliacuteticas para a sustentaccedilatildeo do novo modelo poliacutetico

(www acciocom br)

27 A Educaccedilatildeo no Periacuteodo Militar (1964 -1985)

Alguma coisa acontecia na educaccedilatildeo brasileira Pensava-se em erradicar

definitivamente o analfabetismo atraveacutes de um programa nacional levando-se

em conta as diferenccedilas sociais econocircmicas e culturais de cada regiatildeo

A criaccedilatildeo da Universidade de Brasiacutelia em 1961 permitiu vislumbrar uma

nova proposta universitaacuteria com o planejamento inclusive do fim do exame

vestibular valendo para o ingresso na Universidade o rendimento do aluno

durante o curso de 2ordm grau (ex-Colegial e atual Ensino Meacutedio)

Depois da implementaccedilatildeo do regime militar ditatorial de 1964 muito

educadores passaram a ser perseguidos em funccedilatildeo de posicionamentos

ideoloacutegicos Muito foram calados para sempre alguns outros se exilaram outros

se recolheram agrave vida privada e outros demitidos trocaram de funccedilatildeo

O Regime Militar espelhou na educaccedilatildeo o caraacuteter antidemocraacutetico de sua

proposta ideoloacutegica de governo professores foram presos e demitidos

universidades foram invadidas estudantes foram presos feridos nos confronto

com a poliacutecia e alguns foram mortos os estudantes foram calados e a Uniatildeo

Nacional dos Estudantes proibida de funcionar o Decreto ndash Lei 477 calou a boca

de alunos e professores (Brasil 1969) Agrave eacutepoca o Ministro da Justiccedila declarou que

estudantes tecircm que estudar e natildeo podem fazer baderna

Nessa eacutepoca firmaram-se acordos do MEC e seus oacutergatildeos com a USAID ndash

Agecircncia Norte ndash Americana para o Desenvolvimento Internacional visando agrave

30

cooperaccedilatildeo econocircmico ndash financeira para a organizaccedilatildeo e desenvolvimento do

sistema educacional A ajuda externa vinha atraveacutes de programas que foram

implantados sem nenhuma anaacutelise por parte dos educadores brasileiros A sua

presenccedila se fez desde a organizaccedilatildeo do sistema educacional ateacute as propostas

dos curriacuteculos dos diversos niacuteveis de ensino implantando a visatildeo tecnicista no

contexto da educaccedilatildeo brasileira com as repercussotildees por todos conhecidas

Neste periacuteodo poreacutem deu-se a grande expansatildeo das universidades no

Brasil E para acabar com os excedentes (aqueles que tiravam notas suficientes

para mas natildeo conseguiam vaga para estudar) foi criado o vestibular

classificatoacuterio

Para erradicar o analfabetismo foi criado o Movimento Brasileiro de

Alfabetizaccedilatildeo aproveitando-se em sua didaacutetica no expurgado Meacutetodo Paulo

Freire denominado MOBRAL que propunha erradicar o analfabetismo no Brasil

Natildeo conseguiu E entre denuacutencias de corrupccedilatildeo foi extinto No periacuteodo mais

cruel da ditadura militar onde qualquer expressatildeo popular contraacuteria aos

interesses do governo era abafada muitas vezes pela violecircncia fiacutesica que foi

instituiacuteda a Lei 5692 Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional em 1971

(Brasil 1971)

A caracteriacutestica mais marcante desta Lei era tentar dar a formaccedilatildeo

educacional um cunho profissionalizante Dentro do espiacuterito dos slogans

propostos pelo governo como Brasil grande ame-o ou deixe-o milagre

econocircmico etc planejava-se fazer com que a educaccedilatildeo contribuiacutesse de

forma decisiva para o aumento da produccedilatildeo brasileira

A lei introduziu no paiacutes a obrigatoriedade da profissionalizaccedilatildeo em todos os

cursos de 2ordm Grau o que implicava em valorizaccedilatildeo das aacutereas tecnoloacutegicas com

perda gradativa das aacutereas de ciecircncias humanas

A Histoacuteria e a Geografia foram integradas na aacuterea de Estudos Sociais o que

causou a superficialidade desses conteuacutedos a Educaccedilatildeo Moral e Ciacutevica eou

Estudos dos Problemas Sociais passaram a ser disciplinas obrigatoacuterias e

31

responsaacuteveis pela formaccedilatildeo do cidadatildeo brasileiro com visotildees distorcidas de

cidadania e nacionalismo

A ditadura militar se desfez por si soacute tamanha era a pressatildeo popular de

vaacuterios setores da sociedade que o processo de abertura poliacutetica tornou-se

inevitaacutevel Mesmo assim os militares deixaram o governo atraveacutes de uma eleiccedilatildeo

indireta mesmo que concorressem somente dois civis (Paulo Maluf e Tancredo

Neves)

28 A Educaccedilatildeo no Periacuteodo da Abertura Poliacutetica (1986-2001)

Com o fim do Regime Militar a eleiccedilatildeo indireta de Tancredo Neves seu

falecimento e a posse de Joseacute Sarney discutir-se-iam novamente questotildees sobre

educaccedilatildeo de uma forma democraacutetica e aberta A discussatildeo sobre as questotildees

educacionais jaacute havia perdido o seu sentido pedagoacutegico e assumido um caraacuteter

poliacutetico Para isso houve uma participaccedilatildeo mais ativa de pensadores de outras

aacutereas do conhecimento que passaram a falar de educaccedilatildeo num sentido mais

amplo do que as questotildees pertinentes agrave escola agrave sala de aula agrave didaacutetica e agrave

dinacircmica escolar em si mesma Impedidos de atuarem em suas funccedilotildees por

questotildees poliacuteticas durante o Regime Militar profissionais da aacuterea de Sociologia

filosofia antropologia histoacuteria psicologia entre outras passaram a assumir postos

na aacuterea da educaccedilatildeo e a concretizar discursos em nome da educaccedilatildeo

O Projeto de Lei da nova LDB foi encaminhado agrave Cacircmara Federal pelo

Deputado Octaacutevio Elisio em 1988 No ano seguinte o Deputado Jorge Hage envia

agrave Cacircmara um substitutivo ao Projeto e em 1992 o Senador Darcy Ribeiro

apresenta um novo Projeto que acabou por ser aprovado em dezembro de 1996

oito anos apoacutes o encaminhamento do Deputado Otaacutevio Elisio Assim a nova Lei

Nordm 9394 Lei Diretrizes e Bases da educaccedilatildeo foi promulgada em 20 de Dezembro

de 1996 (Brasil 1996)

O Governo Collor de Mello em 1990 lanccedilou o projeto de construccedilatildeo de

Centros Integrados de Apoio agrave Crianccedila - CIACS em todo o Brasil inspirados no

32

modelo dos Centros Integrados de Educaccedilatildeo Puacuteblica - CIEPS do Rio de Janeiro

existentes desde 1982

Neste periacuteodo do fim do Regime Militar aos dias de hoje a fase

politicamente marcante na educaccedilatildeo foi o trabalho do Ministro Paulo Renato de

Souza agrave frente do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Logo no iniacutecio de sua gestatildeo atraveacutes

de uma Medida Provisoacuteria extinguiu o Conselho Federal de Educaccedilatildeo e criou o

Conselho Nacional de Educaccedilatildeo vinculado ao Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura

Esta mudanccedila tornou o Conselho menos burocraacutetico e mais poliacutetico

Cabe ressaltar que podemos natildeo concordar com a forma como tecircm sido

executados alguns programas temos que reconhecer que em toda a Histoacuteria da

Educaccedilatildeo no Brasil contada a partir do descobrimento jamais houve execuccedilatildeo

de tantos projetos na aacuterea da educaccedilatildeo numa soacute administraccedilatildeo Entre esses

programas destacam-se

bull Fundo de Manutenccedilatildeo e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de

Valorizaccedilatildeo do Magisteacuterio - FUNDEF

bull Programa de Avaliaccedilatildeo Institucional - PAIUB

bull Sistema Nacional de Avaliaccedilatildeo da Educaccedilatildeo Baacutesica ndash SAEB

bull Exame nacional do Ensino Meacutedio ndash ENEM

bull Paracircmetros Curriculares Nacionais ndashPCNs

bull Exame Nacional de Cursos ndash ENC

Desses Programas o mais contestado foi o Exame Nacional de Cursos e o

chamado Provatildeo onde os alunos das universidades devem realizar uma prova

ao fim do curso para receber seus diplomas Esta prova em que os alunos podem

simplesmente assinar a ata de presenccedila e se retirar sem responder nenhuma

questatildeo eacute levada em consideraccedilatildeo como avaliaccedilatildeo das instituiccedilotildees Aleacutem do

mais entre outras questotildees o exame natildeo diferencia as regiotildees do paiacutes e as

condiccedilotildees de cada IES (Instituiccedilatildeo de Ensino Superior) como por exemplo

infraestrutura e capacitaccedilatildeo docente(wwwacciocombr)

33

29 Cronologia da Histoacuteria da Educaccedilatildeo Brasileira

A tabela 21 a seguir apresenta um resumo dos principais acontecimentos

na educaccedilatildeo brasileira Destacando-se os principais eventos relacionados ao

ensino meacutedio

Tabela 21 ndash Evoluccedilatildeo da educaccedilatildeo no Brasil principais acontecimentos-periacuteodo

de 1549 a 1998

ANO HISTOacuteRIA DA EDUCACcedilAtildeO BRASILEIRA

1549 middot Chega ao Brasil o primeiro grupo de seis padres jesuiacutetas chefiados por Manuel de Noacutebrega marcando o iniacutecio da Histoacuteria da Educaccedilatildeo no Brasil (nos moldes europeus) middot Quinze dias apoacutes a chegada funda na cidade de Salvador a primeira escola elementar

1554 middot Satildeo fundadas as escolas jesuiacutetas de Satildeo Paulo de Piratininga tendo como seu primeiro professor o padre Joseacute de Anchieta e a da Bahia

1556 middot Eacute fundado o coleacutegio jesuiacuteta de Todos os Santos middot Comeccedila a vigorar as Constituiccedilotildees da Companhia de Jesus incluindo a aprendizagem do canto da muacutesica instrumental e o estudo profissional agriacutecola

1567 middot Eacute fundado o coleacutegio jesuiacuteta do Rio de Janeiro

1570 middot O Brasil conta com cinco escolas elementares (Porto Seguro Ilheacuteus Satildeo Vicente Espiacuterito Santo e Satildeo Paulo de Piratininga) e trecircs coleacutegios (Rio de Janeiro Pernambuco e Bahia)

1759

middot Duzentos e dez anos apoacutes a chegada e de serem os uacutenicos responsaacuteveis pela educaccedilatildeo no Brasil deixam a colocircnia cerca de Quinhentos padres jesuiacutetas expulsos pelo Marquecircs de Pombal Ministro de D Joseacute I paralisando 17 coleacutegios 36 missotildees seminaacuterios menores e escolas elementaresmiddot O Alvaraacute de 28 de julho determina a instituiccedilatildeo de aulas de gramaacutetica latina aulas de grego e de retoacuterica aleacutem de criar o cargo de Diretor de Estudos Medidas inoacutecuas para um sistema de ensino fragmentado

1770 A Reforma Pombalina de Educaccedilatildeo substitui o sistema jesuiacutetico e o ensino eacute dirigido pelos vicemiddotreis nomeados por Portugal

1772 middot Eacute instituiacutedo o subsiacutedio literaacuterio imposto destinado a manutenccedilatildeo dos ensinos primaacuterio e meacutedio middot Eacute fundada no Rio de Janeiro a Academia Cientiacutefica

1810 middot Desfazendomiddotse de seus proacuteprios livros (60000 volumes) trazidos de Portugal D Joatildeo funda a nossa primeira biblioteca middot Eacute criada a Academia Militar

1812 Satildeo criados cursos de Agricultura na Bahia middot Eacute criada a escola de serralheiros oficiais de lima e espingardeiros em Minas Gerais middot Eacute criado o laboratoacuterio de quiacutemica no Rio de Janeiro

1822 O Decreto de 1o de marccedilo criava no Rio de Janeiro uma escola baseada no meacutetodo lancasteriano ou de ensino muacutetuo Ou seja somente um professor para cada escola

34

1824 middot A Constituiccedilatildeo outorgada pela Assembleacuteia Constituinte dizia no seu artigo 179 que a instruccedilatildeo primaacuteria era gratuita a todos os cidadatildeos

1834 middot O Ato Adicional da reforma constitucional dizia que a educaccedilatildeo primaacuteria e secundaacuteria ficaria a cargo das proviacutencias restando a administraccedilatildeo nacional o ensino superior

1835 Eacute criada uma escola normal em Niteroacutei A primeira do Brasil

1838 middot O Coleacutegio Pedro II eacute fundado no Rio de Janeiro

1854 O Decreto 1331A de 17 de fevereiro reforma os ensinos primaacuterio e secundaacuterio exigindo professores credenciados e a volta da fiscalizaccedilatildeo oficial cria a Inspetoria Geral da Instruccedilatildeo Primaacuteria e Secundaacuteria middot Eacute criada uma escola normal na Paraiacuteba

1873 Com o objetivo de estimular o desenvolvimento dos estudos secundaacuterios nas proviacutencias e de facilitar aos candidatos das proviacutencias o acesso aos cursos superiores o Ministro Joatildeo Alfredo Correia de Oliveira instalou nas capitais das proviacutencias do Impeacuterio bancas de exames gerais preparatoacuterios

1874 middot Eacute criada a Escola Politeacutecnica

1889

Ferreira Viana Ministro do Impeacuterio dizia ser fundamental formar professores com a necessaacuteria instruccedilatildeo cientiacutefica e profissional middot Em sua uacuteltima fala do trono Sua Majestade pedia empenho para a criaccedilatildeo de um ministeacuterio destinado aos negoacutecios da Instruccedilatildeo Puacuteblica middot Com a Proclamaccedilatildeo da Repuacuteblica no Governo Provisoacuterio do Marechal Deodoro da Fonseca torna-se Ministro da Instruccedilatildeo Puacuteblica Correios e Teleacutegrafos Benjamin Constant Botelho de Magalhatildees middot Os alunos matriculados nas escolas correspondem a 12 da populaccedilatildeo em idade escolar

1890 middot O Decreto 510 do Governo Provisoacuterio da Repuacuteblica diz em seu artigo 62 item 5o que o ensino seraacute leigo e livre em todos os graus e gratuito no primaacuterio middot O iacutendice de analfabetismo no Brasil eacute de 672

1891 A Constituiccedilatildeo estipula o ensino leigo nas escolas puacuteblicas em oposiccedilatildeo ao ensino religioso middot Eacute Ministro da Instruccedilatildeo Puacuteblica Correios e Teleacutegrafos Joatildeo Barbalho Uchoa Cavalcanti middot No Governo de Floriano Peixoto satildeo Ministros da Instruccedilatildeo Puacuteblica Correios e Teleacutegrafos Joseacute Higino Duarte Pereira (interino) e Fernando Lobo Leite Pereira

1927

O educador Francisco Campos realiza no Estado de Minas Gerais uma reforma educacional middot Realizamiddotse a primeira das Conferecircncias Nacionais de Educaccedilatildeo em Curitiba organizada pela Associaccedilatildeo Brasileira de Educaccedilatildeo middot ABE middot Por iniciativa de Francisco Mendes Pimentel eacute criada a Universidade de Minas Gerais (a iniciativa teve curta duraccedilatildeo)

1930

Satildeo Ministros da Justiccedila e Negoacutecios Interiores na Junta Governativa que durou apenas onze dias Gabriel Loureiro Bernardes e Afracircnio de Melo Franco (interino) middot Eacute criado o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Sauacutede Puacuteblica atraveacutes do Decreto 19402 tendo como Ministros no Governo Getuacutelio Vargas Francisco Luiz da Silva Campos Belizaacuterio Augusto de Oliveira Pena Washington Ferreira Pires e Gustavo Capanema middot O educador Lourenccedilo Filho publica Introduccedilatildeo ao Estudo da Escola Nova middot O educador Fernando de Azevedo cria a Biblioteca Pedagoacutegica Brasileira middot Os alunos matriculados nas escolas correspondem a 30 da populaccedilatildeo em idade escolar

1931

O governo provisoacuterio sanciona decretos organizando o ensino secundaacuterio e as universidades brasileiras ainda inexistentes Estes Decretos ficaram conhecidos como Reforma Francisco Campos middot O Decreto 19850 de 11 de abril cria o Conselho Nacional de Educaccedilatildeo middot O Decreto 19851 de 11 de abril institui o Estatuto das Universidades Brasileiras que dispotildee sobre a organizaccedilatildeo do ensino superior no Brasil e adota o regime universitaacuterio

35

middot O Decreto 19852 de 11 de abril dispotildee sobre a organizaccedilatildeo da Universidade do Rio de Janeiro middot O Decreto 19890 de 18 de abril dispotildee sobre a organizaccedilatildeo do ensino secundaacuterio middot O Decreto 20158 de 30 de julho organiza o ensino comercial regulamenta a profissatildeo de contador e daacute outras providecircncias middot O Decreto 21241 de 14 de abril consolida as disposiccedilotildees sobre o ensino secundaacuterio

1932

Um grupo de educadores lanccedila agrave naccedilatildeo o Manifesto dos Pioneiros da Educaccedilatildeo Nova redigido por Fernando de Azevedo middot O Decreto 21241 de 4 de abril consolida a reforma do ensino secundaacuterio visando segundo Francisco Campos a formaccedilatildeo do homem para todos os grandes setores da atividade nacional Este Decreto resultou na implantaccedilatildeo de um curriacuteculo enciclopeacutedico

1934

A nova Constituiccedilatildeo dispotildee pela primeira vez que a educaccedilatildeo eacute direito de todos devendo ser ministrada pela famiacutelia e pelos Poderes Puacuteblicos Passa a funcionar o Conselho Nacional de Educaccedilatildeo CNE e os Conselhos Estaduais de Educaccedilatildeo middot CEEs Por iniciativa do governador Armando Salles Oliveira foi criada a Universidade de Satildeo Paulo A primeira a ser criada e organizada segundo as normas do Estatuto das Universidades Brasileiras de 1931 Eacute fundada a Universidade de Porto Alegre

1942

Eacute decretada a reforma do ensino relativa ao ensino secundaacuterio conhecida como Reforma Capanema middot O Decreto-lei 4048 de 22 de janeiro cria o Serviccedilo Nacional de Aprendizagem Industrial - SENAI middot O Decreto-lei 4073 de 30 de janeiro regulamenta o ensino industrial middot O Decreto-lei 4244 de 9 de abril regulamenta o ensino secundaacuterio middot O Decreto-lei 4481 de 16 de julho dispotildee sobre a obrigatoriedade dos estabelecimentos industriais empregarem um total de 8 correspondente ao nuacutemero de operaacuterios e matriculaacute-los nas escolas do SENAI middot O Decreto-lei 4436 de 7 de novembro amplia o acircmbito do SENAI atingindo tambeacutem o setor de transportes das comunicaccedilotildees e da pesca middot O Decreto-lei 4984 de 21 de novembro compele que as empresas oficiais com mais de cem empregados a manter por conta proacutepria uma escola de aprendizagem destinada agrave formaccedilatildeo profissional de seus aprendizes

1943

Ainda no espiacuterito da Reforma Capanema eacute baixado o Decreto-lei 6141 de 28 de dezembro regulamentando o ensino comercial Eacute criada em Recife por Felipe Tiago Gomes a Campanha do Ginasiano Pobre - CGP nuacutecleo inicial da futura Campanha Nacional de Escolas da Comunidade - CNEC A Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho exige que sejam implantadas creches nas empresas para filhos de funcionaacuterios middot Eacute fundada a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro - UFRRJ

1946

A nova Constituiccedilatildeo determina a obrigatoriedade de se cumprir o ensino primaacuterio e daacute competecircncia agrave Uniatildeo para legislar sobre as diretrizes e bases da educaccedilatildeo nacional Volta a figurar na Constituiccedilatildeo que a educaccedilatildeo eacute direito de todos Tendo como Ministro da Educaccedilatildeo Raul Leitatildeo da Cunha satildeo baixados os seguintes Decretos-lei middot O Decreto-lei 8529 de 2 de janeiro regulamenta o ensino primaacuterio middot O Decreto-lei 8530 de 2 de janeiro regulamenta o ensino normal middot Os Decretos-lei 8621 e 8622 de 10 de janeiro criam o Serviccedilo Nacional de Aprendizagem Comercial - SENAC middot O Decreto-lei 9613 de 20 de agosto regulamenta o ensino agriacutecola Satildeo fundadas a Universidade Federal de Pernambuco e a Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica de Satildeo Paulo middot Satildeo Ministros da Educaccedilatildeo e Sauacutede Puacuteblica no Governo Eurico Gaspar Dutra Ernesto de Souza Campos Clemente Mariani Bittencourt Eduardo Rios Filho (interino) e Pedro Calmon Moniz de

36

Bittencourt

1948 O governo atraveacutes do Ministro Clemente Mariani encaminha ao Congresso Nacional o projeto de Lei de Diretrizes e Bases para a Educaccedilatildeo Nacional Realiza-se o I Congresso Nacional da Campanha do Ginasiano Pobre que passa a se chamar Campanha Nacional dos Educandaacuterios Gratuitos

1953

Com a criaccedilatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Sauacutede Puacuteblica passa a se chamar Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura Eacute criada a Campanha de Aperfeiccediloamento e Difusatildeo do Ensino Secundaacuterio - CADES vinculado agrave Diretoria do Ensino Secundaacuterio dirigida por Armando Hildebrand Eacute criado o Comitecirc Brasileiro da Organizaccedilatildeo Mundial de Educaccedilatildeo Preacute-Escolar - OMEP

1955

Eacute criado o Instituto Superior de Estudos Brasileiros - ISEB com o objetivo de criar uma cultura brasileira Eacute criada a Campanha Nacional de Alimentaccedilatildeo Escolar - CNAE vinculada ao Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Aniacutesio Teixeira funda os Centros de Pesquisas Educacionais de Satildeo Paulo Rio de Janeiro Recife Belo Horizonte Salvador e Porto Alegre O Deputado Carlos Lacerda apresenta seu primeiro substitutivo ao projeto de Lei para Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional Eacute Ministro da Educaccedilatildeo e Cultura no Governo Nereu Ramos Abgard de Castro Arauacutejo Renault Satildeo fundadas a Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica de Campinas e a Universidade Federal da Paraiacuteba

1957

Eacute criada a Revista Escola Secundaacuteria pela Campanha de Aperfeiccediloamento e Difusatildeo do Ensino Secundaacuterio - CADES do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo O ministro Cloacutevis Salgado altera o projeto original da Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional e envia para o Congresso Nacional o Substitutivo no 2222 Fundada a Universidade Federal do Paraacute

1959 A Emenda Carlos Lacerda (seu terceiro substitutivo) prevalece sobre o texto das Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional alterando substancialmente a pujanccedila do projeto original Cento e oitenta educadores lanccedilam um manifesto agrave naccedilatildeo solicitando ao governo que o projeto da Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional fosse rejeitado

1961

Depois de treze anos de discussotildees eacute promulgada a Lei 4024 que regulamenta as Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional O presidente Joatildeo Goulart ainda vetou 25 artigos que posteriormente receberam aprovaccedilatildeo pelo Congresso Surgem os Centros Populares de Cultura - CPC intimamente ligados agrave Uniatildeo Nacional dos Estudantes - UNE e o Movimento de Educaccedilatildeo de Base - MEB ligado agrave Confederaccedilatildeo Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB e ao governo da Uniatildeo A Prefeitura Municipal de Natal no Rio Grande do Norte inicia uma campanha de alfabetizaccedilatildeo (De Peacute no Chatildeo Tambeacutem se Aprende a Ler) A teacutecnica didaacutetica criada pelo pernambucano Paulo Freire propunha-se a alfabetizar em 40 horas adultos analfabetos A experiecircncia teve iniacutecio na cidade de Angicos no Estado do Rio Grande do Norte e logo depois na cidade de Tiriri no Estado de Pernambuco Eacute Ministro da Educaccedilatildeo e Cultura no Governo Jacircnio Quadros Briacutegido Fernandes Tinoco Satildeo Ministros da Educaccedilatildeo e Cultura no Governo Joatildeo Goulart durante o Regime Parlamentarista Antonio Ferreira de Oliveira Brito Roberto Tavares de Lira e Darcy Ribeiro durante o Regime Presidencialista Teotocircnio Mauriacutecio Monteiro de Barros Filho Paulo de Tarso Santos e Juacutelio Furquim de Sambaqui (interino) Eacute criada a Universidade de Brasiacutelia a Universidade Federal de Alagoas e a do Espiacuterito Santo e a Universidade Catoacutelica de Petroacutepolis e a de Salvador

1962 Eacute criado o Conselho Federal de Educaccedilatildeo cumprindo o artigo 9o da Lei de Diretrizes e Bases Este substitui o Conselho Nacional de Educaccedilatildeo Satildeo criados tambeacutem os Conselhos Estaduais de Educaccedilatildeo

37

Eacute criado o Plano Nacional de Educaccedilatildeo e o Programa Nacional de Alfabetizaccedilatildeo pelo Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura inspirado no Meacutetodo Paulo Freire Eacute fundada a Universidade Estadual de Campinas e a Universidade Norte de Ensino Superior de Montes Claros Minas Gerais

1965 Acordo MECConselho de Cooperaccedilatildeo Teacutecnica da Alianccedila para o Progresso - CONTAPUSAID para melhoria do ensino meacutedio Previa assessoria teacutecnica americana para o planejamento do ensino e treinamento de teacutecnicos brasileiros nos Estados Unidos

1966 Acordo MEC CONTAP USAID de assessoria para a expansatildeo e aperfeiccediloamento do quadro de professores de ensino meacutedio no Brasil

1968 A Lei 5540 de 28 de novembro fixa normas de organizaccedilatildeo e funcionamento do ensino superior e sua articulaccedilatildeo com a escola meacutedia

1971

Eacute promulgada a Lei 5692 que regulamenta o ensino de primeiro e segundo graus Entre outras determinaccedilotildees amplia a obrigatoriedade escolar de quatro para oito anos aglutina o antigo primaacuterio com o ginasial suprimindo o exame de admissatildeo e criando a escola uacutenica profissionalizante A Resoluccedilatildeo no 8 do Conselho Federal de Educaccedilatildeo fixa o nuacutecleo comum para os curriacuteculos do ensino de 1o e 2o graus definindo seus objetivos e a amplitude O Parecer 853 do Conselho Federal de Educaccedilatildeo define a doutrina de curriacuteculo indica os conteuacutedos de nuacutecleo comum apresenta o conceito de mateacuteria orienta suas formas de tratamento e integraccedilatildeo indica os objetivos das aacutereas de estudo e os do processo educativo remetendo-os ao objetivo geral do ensino de 1o e 2o graus e aos fins da educaccedilatildeo brasileira O Decreto 68908 dispotildee sobre o concurso vestibular fixando as condiccedilotildees para o ingresso na Universidade

1972 O Parecer no 45 do Conselho Federal de Educaccedilatildeo fixa o curriacuteculo miacutenimo a ser exigido em cada habilitaccedilatildeo profissional ou conjunto de habilitaccedilotildees afins no ensino de 2o grau

1978 A Portaria no 505 do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo aprova diretrizes baacutesicas para o ensino de Moral e Ciacutevica nos cursos de 1o e 2o graus e de Estudos de Problemas Brasileiros nos cursos superiores

1982

A Lei no 7044 altera dispositivos da Lei 569271 referentes agrave profissionalizaccedilatildeo do ensino de 2o grau implicando em algumas mudanccedilas na proposta curricular dispensando as escolas da obrigatoriedade da profissionalizaccedilatildeo voltando a ecircnfase agrave formaccedilatildeo geral O Parecer no 618 do Conselho Federal de Educaccedilatildeo explica as alteraccedilotildees introduzidas pela Lei 7044

1986

O Parecer no 785 do Conselho Federal de Educaccedilatildeo reformula o nuacutecleo comum para o ensino de 1o e 2o graus middot A Resoluccedilatildeo no 6 do Conselho Federal de Educaccedilatildeo reformula o nuacutecleo comum para os curriacuteculos do ensino de 1o e 2o graus revogando a Resoluccedilatildeo no 871 do proacuteprio CFE dando novas diretrizes

1992 As disciplinas de Organizaccedilatildeo Social e Poliacutetica do Brasil - OSPB e Estudos de Problemas Brasileiros - EPB deixam de ser obrigatoacuterias no ensino de 2o grau e superior

1995 A Universidade de Brasiacutelia cria o Programa de Avaliaccedilatildeo Seriada - PAS para ingresso na universidade que acaba com o exame vestibular A avaliaccedilatildeo do aluno eacute feita durante a realizaccedilatildeo do 2o grau

1996 O Presidente sanciona a Lei no 9394 a Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo (LDB) que ficou oito anos em discussatildeo no Congresso

1997 As escolas de 2o grau tambeacutem satildeo avaliadas atraveacutes de Provatildeo

1998 Eacute instituiacutedo pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais - INEP o Exame Nacional do Ensino Meacutedio - ENEM para ser aplicado aos alunos concluintes e aos egressos deste niacutevel de ensino

38

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria a partir de dados disponibilizados em

wwwPedagogiaemfocoprobr

No capiacutetulo a seguir eacute descrita a Estrutura Organizacional da Educaccedilatildeo no

Brasil

39

Capiacutetulo 3 A Estrutura Organizacional da Educaccedilatildeo no Brasil

Os conteuacutedos dos itens 31 e 32 foram extraiacutedos da Lei nordm 9394 de 20 de

dezembro de 1996 - Lei de Diretrizes e Bases (LDB) e as informaccedilotildees do item 33

foram baseados no site institucional da Secretaria Estadual de Educaccedilatildeo do

Estado do Rio de Janeiro (SEERJ)

31 A Organizaccedilatildeo

A Organizaccedilatildeo da Educaccedilatildeo Nacional eacute composta pela Uniatildeo pelos

Estados pelo Distrito Federal e pelos Municiacutepios organizados em regime de

colaboraccedilatildeo

Cabe agrave Uniatildeo a coordenaccedilatildeo da poliacutetica nacional de educaccedilatildeo da

articulaccedilatildeo os diferentes niacuteveis e sistemas A Uniatildeo ainda exerce funccedilatildeo

normativa redistributiva e supletiva em relaccedilatildeo agraves demais instacircncias

educacionais

40

311 Atribuiccedilotildees da Uniatildeo

De acordo com a Lei das Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo eacute papel do

Governo Federal atraveacutes do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo

1 - Elaborar o Plano Nacional de Educaccedilatildeo em colaboraccedilatildeo com os

Estados o Distrito Federal e os Municiacutepios

2 - Organizar manter e desenvolver os oacutergatildeos e instituiccedilotildees oficiais do

sistema federal de ensino e o dos Territoacuterios

3 - Prestar assistecircncia teacutecnica e financeira aos Estados ao Distrito Federal e

aos Municiacutepios para o desenvolvimento de seus sistemas de ensino e o

atendimento prioritaacuterio agrave escolaridade obrigatoacuteria exercendo sua funccedilatildeo

redistributiva e supletiva

4 - Estabelecer em colaboraccedilatildeo com os Estados o Distrito Federal e os

Municiacutepios competecircncias e diretrizes para a educaccedilatildeo infantil o ensino

fundamental e o ensino meacutedio que nortearatildeo os curriacuteculos e seus conteuacutedos

miacutenimos de modo a assegurar formaccedilatildeo baacutesica comum

5 - Coletar analisar e disseminar informaccedilotildees sobre a educaccedilatildeo

6 - Assegurar processo nacional de avaliaccedilatildeo do rendimento escolar no

ensino fundamental meacutedio e superior em colaboraccedilatildeo com os sistemas de

ensino objetivando a definiccedilatildeo de prioridades e a melhoria da qualidade do

ensino

7 - Baixar normas gerais sobre cursos de graduaccedilatildeo e poacutes-graduaccedilatildeo

8-Assegurar processo nacional de avaliaccedilatildeo das instituiccedilotildees de educaccedilatildeo

superior com a cooperaccedilatildeo dos sistemas que tiverem responsabilidade sobre

este niacutevel de ensino

41

9-Autorizar reconhecer credenciar supervisionar e avaliar

respectivamente os cursos das instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior e os

estabelecimentos do seu sistema de ensino

312 Atribuiccedilotildees dos Estados

Tambeacutem conforme estabelecido na LDB cabe aos Governos Estaduais

atraveacutes das Secretarias Estaduais de Educaccedilatildeo

1-Organizar manter e desenvolver os oacutergatildeos e instituiccedilotildees oficiais dos seus

sistemas de ensino

2-Definir com os Municiacutepios formas de colaboraccedilatildeo na oferta do ensino

fundamental as quais devem assegurar a distribuiccedilatildeo proporcional das

responsabilidades de acordo com a populaccedilatildeo a ser atendida e os recursos

financeiros disponiacuteveis em cada uma dessas esferas do Poder Puacuteblico

3-Elaborar e executar poliacuteticas e planos educacionais em consonacircncia

com as diretrizes e planos nacionais de educaccedilatildeo integrando e coordenando as

suas accedilotildees e as dos seus Municiacutepios

4-Autorizar reconhecer credenciar supervisionar e avaliar

respectivamente os cursos das instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior e os

estabelecimentos do seu sistema de ensino

5-Baixar normas complementares para o seu sistema de ensino

6-Assegurar o ensino fundamental e oferecer com prioridade o ensino

meacutedio

Em relaccedilatildeo ao Distrito Federal aplicam-se as competecircncias referentes aos

Estados e aos Municiacutepios

42

313 Atribuiccedilotildees dos Municiacutepios

A LDB estabelece que os Municiacutepios incumbir-se-atildeo atraveacutes das Secretarias

Municipais de Educaccedilatildeo

1-Organizar manter e desenvolver os oacutergatildeos e instituiccedilotildees oficiais dos seus

sistemas de ensino integrando-os agraves poliacuteticas e planos educacionais da Uniatildeo e

dos Estados

2-Exercer accedilatildeo redistributiva em relaccedilatildeo agraves suas escolas

3-Baixar normas complementares para o seu sistema de ensino

4-Autorizar credenciar e supervisionar os estabelecimentos do seu sistema

de ensino

5-Oferecer a educaccedilatildeo infantil em creches e preacute-escolas e com

prioridade o ensino fundamental permitida a atuaccedilatildeo em outros niacuteveis de ensino

somente quando estiverem atendidas plenamente as necessidades de sua aacuterea

de competecircncia e com recursos acima dos percentuais miacutenimos vinculados pela

Constituiccedilatildeo Federal agrave manutenccedilatildeo e desenvolvimento do ensino

Os Municiacutepios podem optar ainda por se integrar ao sistema estadual de

ensino ou compor com ele um sistema uacutenico de educaccedilatildeo baacutesica

314 O Papel dos Estabelecimentos de Ensino

Respeitadas as normas comuns e as do seu sistema de ensino a LDB

estabelece que os estabelecimentos de ensino tecircm a funccedilatildeo de

1 -Elaborar e executar sua proposta pedagoacutegica

2- Administrar seu pessoal e seus recursos materiais e financeiros

3 -Assegurar o cumprimento dos dias letivos e horas-aula estabelecidos

43

4 -Velar pelo cumprimento do plano de trabalho de cada docente

5 -Prover meios para a recuperaccedilatildeo dos alunos de menor rendimento

6-Articular-se com as famiacutelias e a comunidade criando processos de

integraccedilatildeo da sociedade com a escola

7 -Informar os pais e responsaacuteveis sobre a frequumlecircncia e o rendimento dos

alunos bem como sobre a execuccedilatildeo de sua proposta pedagoacutegica

315 Atribuiccedilotildees dos Docentes

Segundo a LDB cabe aos docentes

1 -Participar da elaboraccedilatildeo da proposta pedagoacutegica do estabelecimento

de ensino

2 -Elaborar e cumprir plano de trabalho segundo a proposta pedagoacutegica

do estabelecimento de ensino

3 -Zelar pela aprendizagem dos alunos

4- Estabelecer estrateacutegias de recuperaccedilatildeo para os alunos de menor

rendimento

5-Ministrar os dias letivos e horas-aula estabelecidos aleacutem de participar

integralmente dos periacuteodos dedicados ao planejamento agrave avaliaccedilatildeo e ao

desenvolvimento profissional

6 -Colaborar com as atividades de articulaccedilatildeo da escola com as famiacutelias e

a comunidade

A LDB estabelece ainda que os sistemas de ensino definiratildeo as normas da

gestatildeo democraacutetica do ensino puacuteblico na educaccedilatildeo baacutesica de acordo com as

suas peculiaridades e conforme os princiacutepios de

44

Participaccedilatildeo dos profissionais da educaccedilatildeo na elaboraccedilatildeo do projeto

pedagoacutegico da escola e de participaccedilatildeo das comunidades escolar e local em

conselhos escolares ou equivalentes

Tambeacutem se configura como atribuiccedilatildeo dos sistemas de ensino assegurar agraves

unidades escolares puacuteblicas de educaccedilatildeo baacutesica que os integram progressivos

graus de autonomia pedagoacutegica e administrativa e de gestatildeo financeira

observadas as normas gerais de direito financeiro puacuteblico

32 A Abrangecircncia dos Sistemas

Os sistemas de ensino estatildeo relacionados agraves diferentes esferas

governamentais conforme segue

321 O Sistema Federal

O Sistema Federal de ensino compreende

1 - As instituiccedilotildees de ensino mantidas pela Uniatildeo

2-As instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior criadas e mantidas pela iniciativa

privada

3 -Os oacutergatildeos federais de educaccedilatildeo

322 Os Sistemas de Ensino dos Estados e do Distrito Federal Compreendem

1-As instituiccedilotildees de ensino mantidas respectivamente pelo Poder Puacuteblico

estadual e pelo Distrito Federal

2 -As instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior mantidas pelo Poder Puacuteblico

municipal

3-As instituiccedilotildees de ensino fundamental e meacutedio criadas e mantidas pela

iniciativa privada

45

4 -Os oacutergatildeos de educaccedilatildeo estaduais e do Distrito Federal

respectivamente

No Distrito Federal as instituiccedilotildees de educaccedilatildeo infantil criadas e mantidas

pela iniciativa privada integram seu sistema de ensino

323 O Sistema Municipal Na esfera Municipal os sistemas de ensino compreendem

1-As instituiccedilotildees do ensino fundamental meacutedio e de educaccedilatildeo infantil

mantidas pelo Poder Puacuteblico municipal

2-As instituiccedilotildees de educaccedilatildeo infantis criadas e mantidas pela iniciativa

privada

3-Os oacutergatildeos municipais de educaccedilatildeo

As instituiccedilotildees de ensino dos diferentes niacuteveis classificam-se nas seguintes

categorias administrativas

1-Puacuteblicas assim entendidas as criadas ou incorporadas mantidas e

administradas pelo Poder Puacuteblico

2 -Privadas assim entendidas as mantidas e administradas por pessoas

fiacutesicas ou juriacutedicas de direito privado

A figura 31 mostra de forma resumida a estrutura organizacional da educaccedilatildeo brasileira

46

UNIAtildeO

MINISTEacuteRIO DA EDUCACcedilAtildeO

ESTADOS

SECRETARIA ESTADUAL DE EDUCACcedilAtildeO

MUNICIacutePIOS

SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCACcedilAtildeO

AL UNOS

ENSINO SUPERIOR

Docentes

ENSINO MEacuteDIO

Docentes

ENSINO FUNDAMENTAL

Figura 31 Organograma da Organizaccedilatildeo Educacional Brasileira

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria a partir dos dados descritos neste capiacutetulo

Como os estudos deste trabalho estatildeo focados no ensino meacutedio a seguir

seraacute destacada a Secretaria Estadual de Educaccedilatildeo do Estado do Rio de Janeiro

33 A Secretaria Estadual de Educaccedilatildeo

A Secretaria Estadual de Educaccedilatildeo do Rio de Janeiro foi criada em 15 de

marccedilo de 1975 Em sua atual administraccedilatildeo o Secretaacuterio Nelson Maculam Filho

comanda uma rede de ensino de 1679 escolas 77 mil professores 22617

funcionaacuterios de apoio administrativo e um universo de 15 milhatildeo de alunos A

Secretaria eacute composta por 29 coordenadorias distribuiacutedas por regiotildees do estado

do Rio de Janeiro de acordo com a Tabela 31

47

Tabela 31 Coordenadorias da SEERJ

REGIOtildeES COORDENADORIASBaiacutea da Ilha Grande Baiacutea da Ilha Grande

Baixadas Litoracircneas IBaixadas Litoracircneas IICentro Sul ICentro Sul IIMeacutedio Paraiacuteba IMeacutedio Paraiacuteba IIMeacutedio Paraiacuteba IIIMetropolitana IMetropolitana IIMetropolitana IIIMetropolitana IVMetropolitana VMetropolitana VIMetropolitana VIIMetropolitana VIIIMetropolitana IXMetropolitana XMetropolitana XINoroeste Fluminense INoroeste Fluminense IINoroeste Fluminense IIINorte Fluminense INorte Fluminense IINorte Fluminense IIISerrana ISerrana IISerrana IIISerrana IV

Noroeste Fluminense

Norte Fluminense

Serrana

Baixadas Litoracircneas

Centro Sul

Meacutedio Paraiacuteba

Metropolitana

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria a partir de dados da SEERJ

No mapa da figura 32 satildeo mostrados os municiacutepios de cada regiatildeo relacionados na tabela 31

48

Figura 32 Mapa das metropolitanas do estado do Rio de Janeiro

Fonte Site institucional da SEEERJ

O foco deste estudo se restringe agraves escolas situadas no Municiacutepio do Rio de

Janeiro portanto seratildeo mostrados os detalhes das Metropolitanas III IV e X

METROPOLITANA III

Situada no bairro do Meacuteier coordena 163 escolas compreendendo

escolas de ensino fundamental e ensino meacutedio totalizando cerca de 68475

alunos

METROPOLITANA IV

Situada no bairro de Campo Grande coordena 141 escolas

compreendendo escolas de ensino fundamental e ensino meacutedio totalizando

cerca de 90733 alunos

49

METROPOLITANA X

Situada no bairro da Tijuca coordena 163 escolas compreendendo

escolas de ensino fundamental e ensino meacutedio totalizando cerca de 58693

alunos

Aleacutem das atribuiccedilotildees definidas por lei a SEERJ desenvolve accedilotildees e projetos

paralelos como mostrados a seguir

Accedilotildees e Projetos Secretaria Estadual de Educaccedilatildeo

PROGRAMA SUCESSO ESCOLAR

O programa sucesso escolar foi lanccedilado em 31 de maio de 2004 com o

objetivo de combater a reprovaccedilatildeo e a evasatildeo nas escolas evasotildees estas que

custam ao Estado cerca de R$ 450 milhotildees por ano O Rio de Janeiro tem um dos

maiores iacutendices de reprovaccedilatildeo do Sudeste 381 cerca de 10 abaixo da meacutedia

nacional Desde 2004 os alunos da rede recebem reforccedilo escolar atraveacutes de

aulas extras O programa atende aos alunos com baixo desempenho escolar

PROGRAMA SAUacuteDE NA ESCOLA

O Programa promove sauacutede nos CIEPS desde 2000 Em 1995 com base na

Carta de Otawa (WHO 1986) surgiu o conceito de Escolas Promotoras de

Sauacutede atraveacutes da Iniciativa Global de Sauacutede na Escola lanccedilada pela

Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede Trata-se de uma accedilatildeo em parceria entre as

secretarias de Estado de Educaccedilatildeo Sauacutede e a Defesa Civil visando a prevenccedilatildeo

e a promoccedilatildeo da sauacutede dos estudantes oferecendo atendimento cliacutenico

pediaacutetrico e odontoloacutegico

REGISTRO UacuteNICO DO ALUNO (REGUA)

O Registro Uacutenico do Aluno (REGUA) estaacute inserido no Programa de

Reestruturaccedilatildeo da Rede Puacuteblica de Ensino (PRO-REDE) Com o registro que eacute

uma carteira de estudante que funciona como identidade os estudantes tecircm

direito ao Passe Livre nos ocircnibus municipais aleacutem de descontos na aacuterea cultural

50

PROGRAMA QUADRO DE HORAacuteRIOS

O Programa foi lanccedilado em outubro de 2004 para definir os quadros de

horaacuterios de cada turma das 1854 escolas da rede estadual de ensino com o

objetivo de identificar os professores que natildeo estatildeo dando aula nem exercem

funccedilotildees administrativas nas escolas e assim poder providenciar a alocaccedilatildeo deles

em outras unidades combatendo assim o problema da falta de professores

PROJETO DE CAPACITACcedilAtildeO DE GESTORES ESCOLARES O Curso de Gestatildeo Escolar para Diretor Geral Diretor Adjunto e Gerente de

Ensino tem como objetivo

1 ndash Oferecer formaccedilatildeo continuada e ou formaccedilatildeo em niacutevel de

especializaccedilatildeo em serviccedilo aos gestores das escolas puacuteblicas de educaccedilatildeo

baacutesica da rede estadual

2 ndash Contribuir para a melhoria dos processos de gestatildeo da rede estadual

do Rio de Janeiro e tornar positivo seu impacto na qualidade da educaccedilatildeo

Baacutesica

3 ndash Contribuir para construccedilatildeo de um novo significado da gestatildeo escolar

com base na integraccedilatildeo dos aspectos administrativos e pedagoacutegicos nas accedilotildees

dos gestores

PROGRAMA ESTADUAL DE LEITURA

O programa pretende estimular o haacutebito de leitura nos alunos das escolas

da rede estadual e promove o acesso a livros e bens culturais Envolve a criaccedilatildeo

de poacutelos de leitura nas bibliotecas das escolas da rede em todos os municiacutepios do

Rio com a promoccedilatildeo ainda de eventos culturais mensais

PROGRAMA DE VISITAS

O Programa foi lanccedilado em maio de 2005 com a finalidade de combater

a evasatildeo e a repetecircncia nas escolas estaduais O programa tem por objetivo

resgatar o aluno e envolver a famiacutelia no dia-a-dia da escola Setecentos

estudantes do Ensino Meacutedio de 140 escolas da rede estadual com altos iacutendices

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de evasatildeo e repetecircncia de 15 coordenadorias regionais percorreratildeo as suas

proacuteprias comunidades para levar informaccedilotildees sobre os projetos da Secretaria

chamar de volta agrave escola os colegas que desistiram de estudar e reunir sugestotildees

e reivindicaccedilotildees das famiacutelias visitadas Esses jovens receberatildeo bolsa mensal de R$

6500 (sessenta e cinco reais)

PROGRAMA DE MUNICIPALIZACcedilAtildeO DO ENSINO

O programa tem por objetivo aleacutem da passagem gradual dos encargos

da educaccedilatildeo infantil e ensino fundamental para a esfera municipal o programa

de municipalizaccedilatildeo traduz-se na integraccedilatildeo entre as esferas administrativas

atraveacutes de accedilotildees poliacutetico-pedagoacutegicas tendo por base a racionalizaccedilatildeo dos

sistemas municipais e estaduais de educaccedilatildeo objetivando aperfeiccediloar a

ocupaccedilatildeo de espaccedilos alocaccedilatildeo de alunos adequaccedilatildeo e aproveitamento dos

recursos humanos e materiais pensados enquanto rede puacuteblica unificada e sem

discriminaccedilotildees

PREcircMIO NACIONAL DE REFEREcircNCIA EM GESTAtildeO

Com o apoio da Fundaccedilatildeo Ford do Fundo das Naccedilotildees Unidas para a

infacircncia - Unicef da embaixada dos Estados Unidos no Brasil do Conselho

Britacircnico e eventualmente de outros organismos e instituiccedilotildees o Precircmio foi

instituiacutedo para atingir os seguintes objetivos

a) estimular o desenvolvimento da gestatildeo democraacutetica na escola tendo

como foco o compromisso com uma aprendizagem de qualidade

b) valorizar as escolas puacuteblicas de educaccedilatildeo baacutesica que se destaquem

por iniciativas e experiecircncias inovadoras e bem sucedidas de gestatildeo escolar

c) apoiar o desenvolvimento de uma cultura de auto-avaliaccedilatildeo da gestatildeo

escolar

d) incentivar o processo de melhoria contiacutenua da escola pela elaboraccedilatildeo

de planos de accedilatildeo tendo com base a sua auto-avaliaccedilatildeo

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PLANO DE RECUPERACcedilAtildeO DA REDE FIacuteSICA

O Programa foi iniciado em 2002 responsaacutevel pela construccedilatildeo ampliaccedilatildeo

reforma e manutenccedilatildeo nas escolas da rede estadual de ensino

O programa tem por objetivo revitalizar as escolas da rede e atender

alunos professores e servidores de apoio com mais qualidade por meio de um

plano de recuperaccedilatildeo

PARLAMENTO JUVENIL

O Parlamento Juvenil eacute um programa pedagoacutegico da SEE em parceria

com a Assembleacuteia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) criado em 2003

em que os estudantes da rede aprendem a exercer na praacutetica as funccedilotildees

parlamentares

Tem por objetivo conscientizar os alunos da rede estadual de ensino sobre

processo democraacutetico integrando-os agrave atividade poliacutetica Aleacutem disso eacute uma

maneira de aproximar o jovem de tudo que diz respeito agrave sua cidade jaacute que seus

projetos de lei devem abordar os problemas de seus municiacutepios Tem como

Puacuteblico alvo toda a comunidade escolar

PROJETO OLHANDO A ESCOLA

O programa eacute desenvolvido em parceria entre a secretarias estaduais de

Educaccedilatildeo Sauacutede e Defesa Civil para identificar estudantes com problemas de

visatildeo o que tecircm dificultado o aprendizado e consequumlentemente o

desempenho escolar

PROGRAMA NOVA ESCOLA

O Objetivo eacute impulsionar a melhoria na qualidade de ensino e valorizar a

escola puacuteblica objetiva a propor criteacuterios de avaliaccedilatildeo das escolas em cinco

itens prestaccedilatildeo de contas gestatildeo da matriacutecula integraccedilatildeo com a comunidade

desempenho dos alunos (estudantes da 2ordf a 8ordf seacuteries do ensino Fundamental e 1ordf

a 3ordf seacuteries do ensino meacutedio fizeram provas de Liacutengua Portuguesa e Matemaacutetica e

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fluxo escolar A partir dos resultados o programa concede aos professores e

demais profissionais gratificaccedilotildees proporcionais agraves suas realizaccedilotildees educacionais

PROGRAMA MERENDA ESCOLAR

Tem como objetivo suprir as necessidades nutricionais dos alunos durante o

tempo de permanecircncia na escola contribuir para a reduccedilatildeo da evasatildeo escolar

melhorar o rendimento escolar formar bons haacutebitos alimentares e contribuir para

a manutenccedilatildeo da sauacutede escolar

KITS ESCOLARES

O programa foi criado em 2004 consiste na distribuiccedilatildeo de kits escolares

para 15 milhatildeo de estudantes Os kits satildeo formados por caderno reacutegua cola

caneta laacutepis borracha apontador e mochila

JOGOS DA EDUCACcedilAtildeO PUacuteBLICA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Programa eacute desenvolvido em parceria pelas Secretarias Estaduais de

Educaccedilatildeo e de Esportes para incentivar o gosto e o haacutebito de praticar esporte

entre os estudantes da rede fornecendo noccedilotildees de cidadania e contribuindo

para melhorar o desempenho escolar

PROGRAMA ESTADUAL DE INFORMAacuteTICA APLICADA Agrave

EDUCACcedilAtildeO

O programa tem como objetivo aumentar o nuacutemero de laboratoacuterios e

ampliar o acesso dos estudantes e da comunidade escolar em geral agrave

informaacutetica e agrave internet promovendo assim a inclusatildeo digital

HORAacuteRIO INTEGRAL

Os Centros Integrados de Educaccedilatildeo Puacuteblica satildeo escolas de estilo

arquitetocircnico e proposta pedagoacutegica proacuteprios com funcionamento em horaacuterio

integral que proporcionam a seus alunos muacuteltiplas atividades complementando

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o trabalho nas salas de aula com recreaccedilotildees esportes atividades culturais aleacutem

de fornecer alimentaccedilatildeo

O objetivo eacute estabelecer um processo de formaccedilatildeo do aluno que

estimule a constante troca de ideacuteias vivecircncias e empenho em promover a

autoconfianccedila para que eles sintam vontade real de aprender cada vez mais

cientes de seus deveres e direitos de cidadatildeo

PROGRAMA GEOREFERENCIAMENTO

Um sistema de informaacutetica georeferenciou cerca de 11 mil escolas das

redes municipal estadual federal e particular tendo como objetivos permitir que

a Secretaria de Educaccedilatildeo tenha informaccedilotildees sobre as 11 mil escolas do estado

do Rio de Janeiro Seraacute possiacutevel por meio dele planejar a construccedilatildeo e a

ampliaccedilatildeo de novas escolas assim como a matriacutecula e a troca de informaccedilotildees

entre municiacutepio e estado

FOacuteRUM PERMANENTE DE DIRETORES

Esse Foacuterum eacute presidido pelo Secretaacuterio com a presenccedila dos Subsecretaacuterios

e 81 Diretores das Unidades Escolares de toda a rede Visa discutir a realidade de

nossas escolas trazer sugestotildees a fim de nortear os trabalhos desenvolvidos pela

SEE

PROJETO FACcedilA PARTE O projeto tem por objetivo discutir de que maneira alunos e as escolas

podem ser estimulados a agir como voluntaacuterios debatendo as vaacuterias formas de

mobilizaccedilatildeo social considerada pelos especialistas como uma ferramenta de

ensino inovadora e interativa

PROGRAMA ESCOLAS DE PAZ O Programa Escolas de Paz faz parte de um acordo de cooperaccedilatildeo entre

a Unesco e a Secretaria de Estado de Educaccedilatildeo do Rio de Janeiro e segue as

orientaccedilotildees do Programa Abrindo Espaccedilos recomendado pela Unesco como

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estrateacutegia de construccedilatildeo de uma Cultura de Paz Foi criado em 2000 e retomado

em agosto de 2003 Consiste em abrir 200 unidades escolares de 11

coordenadorias da Regiatildeo Metropolitana selecionadas nas aacutereas onde haacute maior

carecircncia de lazer nos finais de semana para atividades artiacutesticas esportivas e de

lazer As escolas oferecem cafeacute da manhatilde almoccedilo e agraves vezes lanches aos

participantes Eacute voltado para jovens de quatorze a vinte quatro anos

O programa visa implantar uma cultura de natildeo violecircncia no interior das

escolas e comunidades vizinhas aleacutem de procurar integrar e aproximar a famiacutelia

dos jovens agrave escola melhorar o desempenho estudantil e despertar eventuais

potencialidades culturais artiacutesticas e esportivas nos alunos O programa acontece

aos saacutebados das 9h agraves 17h mesmo nas feacuterias e as escolas recebem mensalmente

verbas para pagamento da equipe local manutenccedilatildeo e nutriccedilatildeo

PROJETO ESCOLA FAZ ARTE

A escola eacute o espaccedilo ideal para que os alunos possam expressar suas

qualidades artiacutesticas criando muitas vezes trabalhos maravilhosos verdadeiras

obras de arte que passam despercebidas fora dos muros escolares O projeto

visa valorizar os jovens talentos que surgem em nossas Unidades Escolares

incentivando e proporcionando uma maior divulgaccedilatildeo de seus dons criativos

Sendo assim a SEE elaborou o Projeto Escola faz Arte em agosto de 2004

retornando em marccedilo de 2005 visando expor durante uma semana os trabalhos

das Unidades Escolares no hall do gabinete do Secretaacuterio (5deg andar)

CHEQUE ndashESCOLA

Trata-se de um Programa de inclusatildeo social que transfere recursos

estaduais para famiacutelias de baixa renda que tenham filhos com idade escolar

entre sete e quatorze anos matriculados na rede puacuteblica

O programa tem por objetivo a permanecircncia dos alunos na escola

afastando-os da situaccedilatildeo de risco social favorecendo a formaccedilatildeo de novos

cidadatildeos e uma melhoria na qualidade de vida da famiacutelia A frequumlecircncia escolar

eacute condiccedilatildeo fundamental para a participaccedilatildeo e manutenccedilatildeo da famiacutelia no

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programa

PROJETO APRENDENDO XADREZ NAS ESCOLAS

Consiste em uma parceria com a Federaccedilatildeo de Xadrez do Estado do Rio

de Janeiro para transformar o xadrez em ferramenta pedagoacutegica estimulando o

raciociacutenio a concentraccedilatildeo e a criatividade do aluno A meta eacute melhorar o

desempenho em matemaacutetica aleacutem de combater a repetecircncia e evasatildeo escolar

PROGRAMA ACELERA JOVEM

Programa foi lanccedilado para ajudar alunos que apresentem defasagem

idade-seacuterie a recuperar o tempo perdido com o objetivo de colocar o ensino

fundamental ao alcance de jovens que estatildeo fora da escola ou que estatildeo com

os estudos atrasados

O Programa visa atender aquela faixa etaacuteria delineada como de risco

jovens entre 15 e 30 anos que estatildeo fora da escola ou estando na escola

tenham pelo menos concluiacutedos quatro anos de estudo e apresentem uma

defasagem idade-seacuterie de trecircs anos ou mais

A ESCOLA VAI AO TEATRO

O Programa foi desenvolvido em parceria entre as Secretarias Estaduais de

Educaccedilatildeo e Cultura para estimular o interesse dos alunos por teatro e disciplinas

como literatura e histoacuteria O projeto quer incentivar ainda a melhoria do

desempenho escolar atraveacutes da abordagem de temas histoacutericos

O objetivo eacute levar os alunos permanentemente para assistir agrave peccedilas que

tenham conteuacutedo pedagoacutegico facilitando aos estudantes da rede puacuteblica o

acesso a esses bens culturais aleacutem de fornecer aos professores material para ser

discutido e trabalhado dentro da sala de aula

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EDUCACcedilAtildeO AMBIENTAL

Esclarece e orienta agraves escolas os alunos e agrave comunidade sobre questotildees

referentes agrave Educaccedilatildeo Ambiental na Rede de Ensino Puacuteblica Estadual do Rio de

Janeiro

Contribui na consolidaccedilatildeo da Lei nordm 9795 de abril de 1999 que institui a

Poliacutetica Nacional de Educaccedilatildeo Ambiental

Desenvolve o Programa Estadual de Educaccedilatildeo Ambiental instituiacuteda pela

Lei 3325 de 17121999

Promove accedilotildees seminaacuterios e projetos objetivando a implantaccedilatildeo e

implementaccedilatildeo da Agenda Ambiental nas escolas puacuteblicas estadual do Rio de

Janeiro

A Estrutura Organizacional da Educaccedilatildeo no Brasil eacute uma ferramenta que

daacute suporte para o desenvolvimento da cidadania que eacute fator determinante para

a inclusatildeo social A inclusatildeo social seraacute tratada no capiacutetulo seguinte atraveacutes das

Poliacuteticas Puacuteblicas

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Capiacutetulo 4 Poliacuteticas Puacuteblicas de Inclusatildeo Social

41 A Crise do Sistema Poliacutetico Liberal e o Iniacutecio do

Intervencionismo do Estado

Ateacute o iniacutecio do seacuteculo XX prevaleciam ideacuteias de um sistema poliacutetico liberal

no qual o Estado natildeo tinha muita participaccedilatildeo e a relaccedilatildeo do indiviacuteduo com a

sociedade soacute era percebida se o mesmo estivesse inserido de alguma forma no

mercado Aqueles que se encontravam fora desta condiccedilatildeo eram privados da

utilizaccedilatildeo de serviccedilos essenciais aquisiccedilatildeo de bens enfim de tudo o mais que se

fazia necessaacuterio para seu desenvolvimento (Carvalho 2002)

No primeiro quartel do seacuteculo XX a economia se encontrava em

recuperaccedilatildeo dos efeitos de poacutes-guerra a partir do liberalismo do estado e neste

mesmo periacuteodo se dava a consolidaccedilatildeo do capitalismo monopolista com a

fusatildeo de pequenas companhias originando os grandes conglomerados Isto

ocorreu mesmo com a existecircncia de leis como as ldquoantitrustesrdquo que impediam

estas uniotildees entre empresas Sem a efetividade das leis as grandes empresas

industriais e bancaacuterias predominavam o cenaacuterio econocircmico sob a proteccedilatildeo de

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uma poliacutetica adotada pelos governos de natildeo intervirem nas movimentaccedilotildees do

mercado (Magdof 1979)

Nessa eacutepoca os Estados Unidos assumiram a hegemonia econocircmica em

escala mundial O seu crescimento econocircmico no poacutes-guerra propiciou enorme

euforia social dando a falsa imagem de uma prosperidade eterna Poreacutem a

sensaccedilatildeo de seguranccedila absoluta impediu a correta avaliaccedilatildeo das tendecircncias

econocircmicas Assim uma crise econocircmica se desencadeou a partir de 1929

resultante da quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque abalando a estrutura

do capitalismo liberal trazendo reflexos que se propagaram no mundo todo

promovendo uma crise econocircmica mundial (Arruda apud Reis 2000)

Este fato impulsionou a percepccedilatildeo de que o mercado possuiacutea seus limites

como reguladores naturais isto eacute que o mercado sozinho natildeo tinha condiccedilotildees de

se auto regular sem a influecircncia do Estado Natildeo restou alternativa para os

americanos a natildeo ser empreender uma mudanccedila de rumo no capitalismo liberal

inaugurando-se a fase intervencionista na qual o governo passou a ter papel

decisivo na orientaccedilatildeo do processo econocircmico Com a poliacutetica do ldquoNew Dealrdquo

os americanos traccedilaram um marco histoacuterico na trajetoacuteria do capitalismo A

intervenccedilatildeo do estado na vida econocircmica representava uma mudanccedila

significativa no modelo tradicional da economia de mercado praticada pelos

Estados Unidos Logo o Estado passou a ser o agente mediador civilizador

interferindo nas relaccedilotildees soacutecio econocircmicas (Arruda apud Reis 2000)

As repercussotildees da crise prolongaram-se ateacute 1933 e nesse cenaacuterio o Brasil

foi um dos paiacuteses novos que mais sofreu com a crise uma vez que o seu produto principal era o cafeacute responsaacutevel por 70 das exportaccedilotildees sendo os Estados

Unidos os maiores compradores e consumidores do produto

Os fazendeiros de cafeacute principal sustentaacuteculo do poder poliacutetico no Brasil

ateacute entatildeo exigiam medidas urgentes para solucionar a crise A incapacidade do

governo de Washington Luiacutes em superaacute-la foi o motivo imediato da revoluccedilatildeo de

1930 que depocircs o presidente e levou ao poder Getuacutelio Vargas

60

O Governo Vargas teve que implantar uma seacuterie de medidas com o

objetivo de modernizar a economia brasileira Nesse contexto se produziu uma

primeira ruptura no que diz respeito ao avanccedilo da acumulaccedilatildeo capitalista no

paiacutes no sentido da implantaccedilatildeo de um nuacutecleo baacutesico de induacutestria de bens de

produccedilatildeo bem como no da redefiniccedilatildeo do papel do Estado na economia Para

isso havia a necessidade de um Estado forte e promotor da integraccedilatildeo do

mercado interno e de uma intervenccedilatildeo econocircmica de modo a assegurar a

proteccedilatildeo agrave produccedilatildeo nacional e o bem-estar social da Naccedilatildeo (Mendonccedila

1986)

Na deacutecada de cinquumlenta o modelo econocircmico implantado por Getuacutelio

Vargas comeccedilou a dar seus primeiros sintomas de esgotamento provocando

uma crise poliacutetica que desembocaria finalmente na crise do pacto populista em

1964 Com a posse de Juscelino Kubitschek ocorreu uma reorientaccedilatildeo dos rumos

de nossa economia O Plano de Metas proposto por Juscelino foi um marco na

reelaboraccedilatildeo qualitativa das relaccedilotildees entre Estado e economia no paiacutes

integrando pela primeira vez sob o controle do governo as atividades do capital

puacuteblico e do privado (Mendonccedila 1986)

O golpe de 1964 natildeo correspondeu a nenhum marco no sentido da

definiccedilatildeo de um novo modelo econocircmico pelo contraacuterio seu papel foi apenas o

de garantir a consolidaccedilatildeo definitiva do modelo implantado nos anos cinquumlenta

aprimorando-o Se no periacuteodo compreendido entre 1962 e 1967 foi todo ele de

crise econocircmica Jaacute entre 1968 e 1974 ocorreu o conhecido ldquomilagre

econocircmicordquo cuja essecircncia nada mais significou senatildeo a garantia de lucros

faraocircnicos agraves empresas monopolistas (nacionais e estrangeiras) (Mendonccedila

1986)

42 O Estado e Suas Novas Funccedilotildees Sociais

O fim da deacutecada de 1970 foi marcado por uma crise proveniente do fim

de um periacuteodo denominado ldquomilagre econocircmicordquo este fato favoreceu

movimentos da sociedade em direccedilatildeo a redemocratizaccedilatildeo e a organizaccedilatildeo da

61

sociedade civil atraveacutes de diversos acontecimentos sociais Estes

acontecimentos levaram a instalaccedilatildeo da Assembleacuteia Nacional Constituinte na

qual os movimentos sociais se articularam para tentar incluir na Carta

Constitucional os direitos sociais que entatildeo passariam a ser traduzidos como

deveres do Estado atraveacutes das Poliacuteticas Puacuteblicas Nesta eacutepoca a Poliacutetica Social

brasileira apresentava estrateacutegia reformista conforme Fagnani (citado por

Carvalho 2002)

ldquoCrescimento sustentado ampliaccedilatildeo do emprego aumento de salaacuterio real melhor distribuiccedilatildeo de renda reforma agraacuteria seguro desemprego revisatildeo da legislaccedilatildeo trabalhista e sindical descentralizaccedilatildeo poliacutetico-administrativa participaccedilatildeo e controle social redefiniccedilatildeo do padratildeo regressivo de financiamento das poliacuteticas sociais universalizaccedilatildeo do acesso ampliaccedilatildeo do impacto redistributivordquo

A Carta Constitucional de 1988 formulou a organizaccedilatildeo do sistema

federativo brasileiro onde ficou definido o papel do governo federal que assumiu

prioritariamente a coordenaccedilatildeo das Poliacuteticas Puacuteblicas Sociais enquanto os

municiacutepios assumiram a maior parte da responsabilidade de execuccedilatildeo dessas

poliacuteticas Com isto ficou prevista a transferecircncia de diversas atribuiccedilotildees

responsabilidades e recursos da instancia federal para os niacuteveis estaduais e

municipais de governo Com esta transferecircncia de atribuiccedilotildees os estados

passaram a ter autonomia para definirem a organizaccedilatildeo e a gestatildeo de suas

poliacuteticas (Carvalho 2002)

A deacutecada de 1990 foi marcada pelas lutas dos setores progressistas da

sociedade pela implementaccedilatildeo e regulamentaccedilatildeo dos direitos sociais definidos

na Constituiccedilatildeo Foram entatildeo regulamentadas as leis nas aacutereas voltadas para a

crianccedila e o adolescente da seguridade social da sauacutede da assistecircncia social

da previdecircncia social e da educaccedilatildeo Foi um periacuteodo marcado pelo conflito

entre a expectativa da implementaccedilatildeo de Poliacuteticas Puacuteblicas que concretizassem

os direitos conquistados assegurados em lei e as restriccedilotildees poliacuteticas e

econocircmicas impostas para a sua implementaccedilatildeo (Carvalho 2002)

62

O Estado entatildeo passou a formular poliacuteticas de caraacuteter econocircmico e

social que comeccedilaram a se tornar segundo Silva (citado em Carvalho 2002)

ldquoarena de lutas por acesso a riqueza socialrdquo Isto porque as poliacuteticas puacuteblicas satildeo

geralmente responsaacuteveis por grandes conflitos de interesses pois atingem

diretamente as camadas e classes sociais Devido agrave criaccedilatildeo de questotildees sociais

para atender interesses de uns acabam por infligir no interesse de outros

Pode-se supor que o principal motivo para que os conflitos ocorram seja

devido agraves classes mais favorecidas natildeo terem interesse em perder seus privileacutegios

e com isto natildeo admitirem que os indiviacuteduos das classes menos privilegiadas

venham a ter condiccedilotildees de atingirem niacuteveis melhores de desenvolvimento Com

isto esta parcela desprivilegiada da sociedade passaria a ter a possibilidade de

aumentar a sua capacidade de competiccedilatildeo Se a maioria dos indiviacuteduos tiver a

mesma capacidade de competiccedilatildeo seraacute facilitada a diminuiccedilatildeo das diferenccedilas

sociais e com isto haveraacute a promoccedilatildeo da igualdade Igualdade esta que fere

fortemente os privileacutegios de classe que jaacute se encontram enraizados na cultura de

dominaccedilatildeo sobre os mais fracos Neste processo se faz muito importante agrave

participaccedilatildeo de grupos de indiviacuteduos que quando organizados promovem

movimentos de defesa da garantia dos direitos civis poliacuteticos e sociais

Os movimentos gerados por estes grupos satildeo muitas vezes responsaacuteveis

pelas accedilotildees do Estado atraveacutes de reuniotildees entrevistas pesquisas e contatos

diretos com os indiviacuteduos que satildeo levantadas as principais necessidades da

sociedade sejam elas poliacuteticas ou sociais (Carvalho 2002)

43 Poliacuteticas Puacuteblicas Uma Questatildeo de Conceito

Dentre as vaacuterias definiccedilotildees para poliacuteticas Puacuteblicas destacam-se pela

abrangecircncia a definiccedilatildeo dada por Pereira citada em Carvalho 2002

ldquoLinha de accedilatildeo coletiva que concretiza direitos sociais coletivos declarados e garantida

em lei Eacute mediante as poliacuteticas Puacuteblicas que satildeo distribuiacutedos os redistribuiacutedos bens e serviccedilos

63

sociais em resposta agraves demandas da sociedade Por isso o direito que as fundamenta eacute um direito

coletivo e natildeo individualrdquo(apud Carvalho2002)

Ainda segundo Pereira para se definir Poliacutetica Puacuteblica se faz necessaacuteria agrave

compreensatildeo do real significado do termo puacuteblico e tambeacutem a sua abrangecircncia

neste sentido destaca-se

ldquoO termo puacuteblico associado agrave poliacutetica natildeo eacute uma referecircncia exclusiva ao Estado como

muitos pensam mas sim agrave coisa puacuteblica ou seja de todos sob a eacutegide de uma mesma lei e o apoio

de uma comunidade de interesses Portanto embora as Poliacuteticas Puacuteblicas sejam reguladas e

frequumlentemente providas pelo Estado elas tambeacutem englobam preferecircncias escolhas e decisotildees

privadas podendo (e devendo) ser controladas pelos cidadatildeos A Poliacutetica Puacuteblica expressa assim a

conversatildeo de decisotildees privadas em decisotildees e accedilotildees puacuteblicas que afetam a todosrdquo

44 Formulaccedilatildeo de Poliacuteticas Puacuteblicas

Para que uma Poliacutetica Puacuteblica seja formulada existe o envolvimento de

diversos fatores sendo os principais a identificaccedilatildeo dos atores e dos reais

interesses que envolvem a inclusatildeo de determinada questatildeo na agenda puacuteblica

para que posteriormente seja regulamentada como Poliacutetica Puacuteblica Para isto eacute

importante que ocorra a mobilizaccedilatildeo de representantes da sociedade civil e do

Estado que discutem os problemas fazem o levantamento das necessidades

para que posteriormente fundamentem suas argumentaccedilotildees Todo este processo

se faz necessaacuterio para que os direitos sociais possam ser regulamentados e no

momento seguinte seja formulada uma Poliacutetica Puacuteblica que expresse com

clareza os interesses e as necessidades de todos os envolvidos (Carvalho 2002)

Os movimentos sociais que na deacutecada de 1980 lutaram pelo fim do

regime autoritaacuterio e pela redemocratizaccedilatildeo da sociedade foram atores sociais

importantes na discussatildeo e definiccedilatildeo das novas formas de organizaccedilatildeo e gestatildeo

das Poliacuteticas Puacuteblicas A descentralizaccedilatildeo dos poderes e das funccedilotildees do Estado eacute

tema recorrente como sinocircnimo de democratizaccedilatildeo Os atores envolvidos

frequumlentemente questionam as poliacuteticas puacuteblicas brasileiras as quais satildeo

atribuiacutedas historicamente as seguintes caracteriacutesticas (Carvalho 2002)

64

SELETIVAS Natildeo possuem grande abrangecircncia isto eacute natildeo atingem a

toda faixa da sociedade que em tese necessitaria de uma determinada poliacutetica

puacuteblica soacute atingindo um pequeno grupo selecionado Um exemplo a ser citado

eacute o caso da Nova Escola pois atinge a uma parcela de escolas que satildeo

selecionadas pelo seu desempenho isto eacute preenchem todos os requisitos

estabelecidos A escola que natildeo se enquadrar nesses moldes padrotildees natildeo

recebe recursos nem a gratificaccedilatildeo dos professores o que acarreta um

desempenho ainda pior no ano seguinte Isto pode ocorrer devido ao perfil das

escolas e de seus alunos serem diferentes natildeo podendo ser julgados da mesma

forma isto se reflete claramente nas aacutereas mais carentes onde devido aos

diversos problemas vividos por esta comunidade o desempenho dos alunos

muitas vezes eacute mais baixo natildeo significando que a escola natildeo esteja cumprindo o

seu papel de ensinar

FRAGMENTADAS Normalmente natildeo satildeo contiacutenuas atuam por um

determinado periacuteodo de tempo e com o passar do tempo simplesmente satildeo

esquecidas Este esquecimento muitas vezes se faz devido agrave falta de recursos

que podem ser oriundos da falta de interesse poliacutetico como tambeacutem da

sociedade que eacute detentora de capital Neste caso podemos tomar como

exemplo o caso dos CIEPS (Centro Integrado de Educaccedilatildeo Puacuteblica) que no seu

projeto original a escola funcionava em regime integral onde os alunos aleacutem de

estudarem participavam de inuacutemeras atividades aleacutem de alimentaccedilatildeo soacute

retornando para casa no fim do dia Este projeto que inicialmente tinha uma

visatildeo de escola ideal com as mudanccedilas poliacuteticas e a falta de recursos para a

sua manutenccedilatildeo foi praticamente extinto tendo hoje em dia algumas poucas

unidades funcionando em regime integral

EXCLUDENTES Excluem entre os excluiacutedos Isto significa que entre os

considerados excluiacutedos as Poliacuteticas Puacuteblicas natildeo atingem a todos excluem a

maioria do grupo Neste caso podemos citar alguns programas sociais nos quais

as pessoas para receber os benefiacutecios precisam ser cadastradas Para isso eacute

necessaacuterio que estas pessoas tenham toda documentaccedilatildeo que nem sempre a

populaccedilatildeo socialmente excluiacuteda natildeo tem condiccedilotildees de possuir

65

SETORIADAS natildeo satildeo amplas atingem somente uma necessidade

e natildeo a um conjunto de necessidades que por muitas vezes estatildeo interligadas

assim como atingem somente alguns setores da sociedade e natildeo a sociedade

como um todo Nesta aacuterea podemos citar como exemplo algumas accedilotildees na

aacuterea de sauacutede Existem poliacuteticas de doaccedilatildeo de remeacutedios mas natildeo existe

investimento na aacuterea de prevenccedilatildeo de doenccedilas como saneamento baacutesico que

eacute uma das maiores causas de doenccedilas nas aacutereas carentes

Os questionamentos desses atores e a incorporaccedilatildeo das vontades da

sociedade nas decisotildees poliacuteticas movimentaram a Assembleacuteia Constituinte de

1988 e resultaram em dois princiacutepios que fundamentaram o processo de

descentralizaccedilatildeo a democratizaccedilatildeo e a participaccedilatildeo

A figura 41 a seguir mostra esquematicamente como se daacute a

formaccedilatildeo de uma Poliacutetica Puacuteblica

66

ESTADO

DIAGNOacuteSTICO DO PROBLEMA

SOCIEDADE

CIVIL

LEVANTAMENTO DAS NECESSIDADES

DIREITOS SOCIAIS

POLIacuteTICAS PUacuteBLICAS

Figura 41 Diagrama esquemaacutetico da formaccedilatildeo de uma poliacutetica puacuteblica

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria a partir de informaccedilotildees citadas neste capiacutetulo

67

45 Aacutereas de Aplicaccedilatildeo das Poliacuteticas Puacuteblicas

Existem diversas aacutereas onde satildeo aplicadas as Poliacuteticas Puacuteblicas das quais

podemos destacar a ciecircncia e tecnologia a econocircmica a social e a

educacional

Poliacuteticas Puacuteblicas da Ciecircncia e Tecnologia

As Poliacuteticas Puacuteblicas da ciecircncia e tecnologia tem como principal objetivo

promover o desenvolvimento cientiacutefico e tecnoloacutegico tendo em foco a soberania

e a independecircncia do paiacutes As bases de uma sociedade minimamente justa

derivam de seu desenvolvimento cientiacutefico e tecnoloacutegico e principalmente da

democratizaccedilatildeo desses avanccedilos e dos acessos a seus benefiacutecios por todos os

cidadatildeos pois natildeo tem sentido um paiacutes possuir grandes avanccedilos tecnoloacutegicos e

cientiacuteficos se isto soacute ficar restrito ao mundo acadecircmico ou cientiacutefico Para estes

avanccedilos terem um real valor devem ser acessiacuteveis agraves diversas camadas da

sociedade atingindo um maior nuacutemero possiacutevel de indiviacuteduos seja de maneira

aplicativa ou mesmo informativa (Amaral 2004)

A ciecircncia deve sempre estar a dispor do humanismo e tem como um dos

seus principais papeacuteis a inclusatildeo social atraveacutes do combate aos desniacuteveis sociais

e regionais que separam a humanidade Satildeo exemplos de Poliacutetica Puacuteblicas

cientiacuteficas e tecnoloacutegicas O desenvolvimento da economia utilizando inovaccedilotildees

e bens e serviccedilos que promovam a substituiccedilatildeo competitiva de importaccedilotildees

para gerar renda e empregos a ampliaccedilatildeo e a formaccedilatildeo de pesquisadores em

aacutereas estrateacutegicas a promoccedilatildeo de articulaccedilotildees de cooperaccedilatildeo entre

Universidades e empresas(Amaral 2004)

Enfim as poliacuteticas Publicas de ciecircncia e tecnologia tem como objetivo

principal agrave popularizaccedilatildeo do conhecimento cientiacutefico e tecnoloacutegico para que

estes sejam reconhecidos como componentes do bem estar social (Amaral

2004)

68

Poliacuteticas Puacuteblicas Sociais

Nas Poliacuteticas Puacuteblicas Sociais a expressatildeo ldquosocialrdquo faz com que esta se decirc

atraveacutes de um conjunto de princiacutepios diretrizes objetivas e normas que

necessitam ser de caraacuteter permanente e o mais abrangente possiacutevel para que

possam orientar a atuaccedilatildeo do poder puacuteblico (Carvalho 2002)

Nos uacuteltimos anos do seacuteculo passado a maioria dos paiacuteses foi marcada por

fortes ajustes econocircmicos o que causou o agravamento dos problemas sociais

que teve como principais fatores

O desemprego estrutural rArr Falta de postos de trabalho suficientes

para todos ou pelo menos para a maioria dos indiviacuteduos em idade

economicamente ativa

As relaccedilotildees trabalhistas precaacuterias rArr Irregularidades cometidas pelos

empregadores como a falta de carteira assinada dos trabalhadores

terceirizaccedilatildeo de matildeo de obra desregulamentaccedilatildeo dos direitos conquistados

etc

As alteraccedilotildees na organizaccedilatildeo familiar rArr Aumento do nuacutemero de

famiacutelias chefiadas por mulheres

Alteraccedilatildeo no ciclo de vida rArr Diminuiccedilatildeo da taxa de mortalidade

infantil e aumento da longevidade pois com o avanccedilo da medicina alguns

problemas de sauacutede que causavam mortes no passado hoje satildeo considerados

relativamente simples e podem ser tratados diminuindo as mortes precoces Este

fato acarreta um aumento expressivo da populaccedilatildeo ativa como tambeacutem o

periacuteodo em que os indiviacuteduos estatildeo ativos

Estes fatores contribuem para um aumento expressivo das necessidades

essenciais para a populaccedilatildeo o que o sistema natildeo consegue suprir pois o nuacutemero

de postos de trabalho natildeo eacute suficiente deixam milhares de pessoas sem acesso

agraves necessidades baacutesicas assim como possibilitam um desrespeito com o

trabalhador Esse cenaacuterio promove o aprofundamento das desigualdades

69

sociais o que gera exclusatildeo social e simultacircnea inclusatildeo marginal de grande

parcela da populaccedilatildeo (Carvalho 2002)

Os problemas citados satildeo apenas alguns exemplos das causas das

desigualdades sociais e da geraccedilatildeo de um grande nuacutemero de indiviacuteduos

excluiacutedos Estes estatildeo agrave margem da sociedade sem acesso ao miacutenimo

necessaacuterio para viverem bem e principalmente ficam privados de terem acesso

a melhores condiccedilotildees de vida

Para tentar mudar este cenaacuterio alguns programas de accedilotildees foram criados

poreacutem na maioria das vezes natildeo satildeo abrangentes satildeo seletivos isto eacute

selecionam alguns dentre todos que precisam Isto significa excluir dentro dos

excluiacutedos Estes programas tambeacutem em muitos casos natildeo satildeo accedilotildees contiacutenuas

e sim temporaacuterias que com o tempo perdem o interesse sejam estes interesses

poliacuteticos pessoais etc Com isto simplesmente satildeo interrompidas deixando muitas

pessoas desamparadas visto que em muitos casos esta parcela carente da

sociedade se torna dependente destas accedilotildees sociais Estes indiviacuteduos estatildeo

sempre agrave mercecirc de novas poliacuteticas geradas por outros interesses

A participaccedilatildeo popular na gestatildeo ldquoda coisa puacuteblicardquo foi consagrada pelo

processo de redemocratizaccedilatildeo do Estado brasileiro ao fundar as bases para a

introduccedilatildeo de algumas experiecircncias que contribuiacuteram para a ampliaccedilatildeo da

esfera puacuteblica no paiacutes entendida como ldquoarenardquo onde as questotildees que atingem

a determinado conjunto da sociedade satildeo expressas debatidas e tematizadas

por atores sociais Tais experiecircncias alteraram significativamente a relaccedilatildeo

Estado-Sociedade na medida em que criaram novos canais de participaccedilatildeo

popular como por exemplo a criaccedilatildeo dos conselhos de poliacuteticas sociais que tecircm

atuado na sua co-gestatildeo Estes conselhos funcionam como instrumentos de

expressatildeo representaccedilatildeo e participaccedilatildeo popular possuindo portanto o desafio

de discutir e deliberar sobre determinados temas buscando consensos e alianccedilas

que definam as agendas puacuteblicas que representem interesses coletivos

(Carvalho 2002)

70

A construccedilatildeo de poliacuteticas Puacuteblicas na aacuterea Social necessita da adoccedilatildeo de

conceitos e praacuteticas inovadores que possam dar suporte teacutecnicondashpoliacutetico uma

vez que estes enunciados natildeo possuem forccedila suficiente para a transformaccedilatildeo

das praacuteticas realizadas na aacuterea social que satildeo tradicionalmente assistencialistas

Sendo assim satildeo accedilotildees que possuem o poder de transformar os direitos dos

indiviacuteduos adquiridos atraveacutes de lutas em simples ajuda ou doaccedilatildeo O que deixa

o indiviacuteduo com a sensaccedilatildeo de gratidatildeo e ateacute na obrigaccedilatildeo de retribuir o favor

o que na visatildeo da autora eacute indesejaacutevel pois em uacuteltima instacircncia praacuteticas

assistencialistas podem se transformar em moeda de troca com fins eleitorais

Poliacuteticas Puacuteblicas Educacionais

As poliacuteticas educacionais muitas vezes se confundem com as poliacuteticas

sociais isto porque quando satildeo criadas muitas vezes satildeo responsaacuteveis pela

inclusatildeo social Com a educaccedilatildeo eacute possiacutevel se obter a melhoria da qualidade de

vida dos indiviacuteduos atraveacutes da diminuiccedilatildeo das diferenccedilas sociais devido agrave

educaccedilatildeo ser responsaacutevel pela igualdade das oportunidades Quando se tem

Poliacuteticas Puacuteblicas que oferecem acesso a uma educaccedilatildeo de qualidade a todos

sem distinccedilatildeo satildeo criados mecanismos para que a competiccedilatildeo ocorra em

igualdade de condiccedilotildees

A Poliacutetica da Educaccedilatildeo tem como principal objetivo a promoccedilatildeo da

cidadania e eacute um instrumento de grande importacircncia para o desenvolvimento a

inserccedilatildeo e a competitividade de todos os indiviacuteduos Isto eacute um fator de muita

importacircncia para o crescimento de qualquer naccedilatildeo principalmente as que estatildeo

em desenvolvimento Se um paiacutes deseja se ver como soberano e sem exclusotildees

precisa desenvolver as ciecircncias humanas naturais exatas tecnoloacutegicas as artes

e todas as linguagens de modo geral o que jaacute se faz possiacutevel atraveacutes da garantia

de uma educaccedilatildeo de qualidade para todos sem distinccedilatildeo Dentro deste tema

ensinos de qualidade existem diversas poliacuteticas de avaliaccedilatildeo do desempenho do

ensino puacuteblico desde a educaccedilatildeo baacutesica ateacute o ensino universitaacuterio

(wwwestadatildeocombr)

71

Dentre essas poliacuteticas podemos destacar a criaccedilatildeo do Fundo de

Manutenccedilatildeo e de Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorizaccedilatildeo do

Magisteacuterio (FUNDEF) que trouxe benefiacutecios principalmente nas regiotildees mais

pobres do paiacutes Outras poliacuteticas educacionais adotadas satildeo as avaliaccedilotildees de

cursos como o Exame Nacional do Ensino Meacutedio (ENEM) e o Exame Nacional de

Cursos (PROVAtildeO) Tais avaliaccedilotildees para serem efetivas necessitariam de virem

acompanhadas de programas consistentes de melhoria de qualidade do ensino

envolvendo a formaccedilatildeo o treinamento contiacutenuo e a valorizaccedilatildeo do professor

inclusive atraveacutes de uma melhor remuneraccedilatildeo a partir de criteacuterios de

desempenho (wwwestadaocombr)

No tocante agrave capacitaccedilatildeo docente o papel das Universidades como

centros de geraccedilatildeo e de difusatildeo de saber torna-se fundamental e muito

importante pois satildeo estas que preparam os professores Aleacutem disso devem

promover a formaccedilatildeo contiacutenua pois a formaccedilatildeo do professor natildeo termina com o

final da graduaccedilatildeo e sim as universidades devem estar sempre oferecendo

cursos de capacitaccedilatildeo para que estes profissionais estejam sempre atualizados

de modo a realizar o seu trabalho com maior eficiecircncia

Os desafios qualitativos e quantitativos da educaccedilatildeo satildeo de tal

magnitude que natildeo podem mais passar despercebidos tanto que necessitam

que seja dada uma importacircncia estrateacutegica para este problema e com isto se

fazer investimentos nesta aacuterea A educaccedilatildeo seja baacutesica ou universitaacuteria deve ser

considerada prioridade e contar com recursos progressivamente maiores

Atualmente a meacutedia de escolaridade dos brasileiros eacute de pouco mais de

quatro anos o que eacute um indicador que demonstra a situaccedilatildeo da desigualdade e

injusticcedila social existente no paiacutes Segundo o Censo da Educaccedilatildeo Superior de

2000 o jovem das camadas mais pobres praticamente natildeo tem acesso agrave

educaccedilatildeo superior Apenas 77 dos jovens entre 18 e 22 anos frequumlentam

cursos Universitaacuterios Cerca de 70 destes estudam em estabelecimentos de

ensino privados que por possuiacuterem custo elevado levam a uma situaccedilatildeo de que

somente uns poucos consigam concluir o curso Para isto nos anos 70 foi criado o

72

Creacutedito Educativo que funciona como uma alternativa poreacutem este sistema natildeo

eacute suficiente para atender agrave grande demanda pois o nuacutemero de alunos assistidos

por este programa eacute muito pequeno em relaccedilatildeo agrave quantidade de jovens em que

este se faz necessaacuterio (www estadaocom br)

Uma alternativa oferecida eacute o PROUNI definido como Programa

Universidade para Todos que foi criado pela MP nordm 2132004 e institucionalizado

pela Lei nordm 11096 de 13 de janeiro de 2005 O programa tem como finalidade a

concessatildeo de bolsas de estudos integrais e parciais a estudantes de baixa renda

em cursos de graduaccedilatildeo e sequumlenciais de formaccedilatildeo especiacutefica em instituiccedilotildees

privadas de educaccedilatildeo superior oferecendo em contrapartida isenccedilatildeo de

alguns tributos agravequelas que aderirem ao Programa

Estes programas funcionam apenas como paliativos dos problemas

educacionais do paiacutes pois o ideal seria um maior investimento na formaccedilatildeo

baacutesica de qualidade na rede puacuteblica para que todos tivessem igualdade de

condiccedilatildeo para ingressar nas Universidades Puacuteblicas

Como forma de poliacutetica de inclusatildeo social foi criada uma lei (nordm36272004)

que aumenta a inserccedilatildeo de jovens carentes e negros nas Universidades Puacuteblicas

isto ocorre atraveacutes das reservas de vagas denominado de SISTEMA DE COTAS

que seraacute tratado detalhadamente no Capiacutetulo 7

No capiacutetulo seguinte seratildeo abordados o histoacuterico e a evoluccedilatildeo da

Educaccedilatildeo Ambiental no Brasil e no mundo

73

Capiacutetulo 5 Histoacuterico e Evoluccedilatildeo da Educaccedilatildeo

Ambiental

51 Definiccedilatildeo

Para se definir Educaccedilatildeo Ambiental natildeo eacute simples e para isto deve-se

fazer uma anaacutelise de vaacuterios contextos pois de acordo com a influecircncia que o

meio exerce e a vivecircncia de cada indiviacuteduo pode-se ter inuacutemeros conceitos para

a Educaccedilatildeo Ambiental (wwwapoemacombr)

Atraveacutes de um levantamento bibliograacutefico vaacuterias definiccedilotildees sobre o tema

Educaccedilatildeo Ambiental foram encontradas e estatildeo apontadas a seguir em ordem

cronoloacutegica

ldquoEacute um processo que tem como objetivo a formaccedilatildeo de cidadatildeos cujos

conhecimentos acerca do ambiente biofiacutesico e seus problemas associados

possam alertaacute-los e habilitaacute-los a resolver seus problemasrdquo (Stapp et alii 1969)

ldquoEacute um processo que consiste em reconhecer valores e em aclarar

conceitos com o objetivo de fomentar aptidotildees e atitudes necessaacuterias para

74

compreender e apreciar as inter-relaccedilotildees entre o homem sua cultura e seu meio

biofiacutesico Ela compreende tambeacutem a praacutetica na tomada de decisotildees e na

elaboraccedilatildeo de um coacutedigo de comportamento acerca das questotildees

relacionadas com a qualidade do meio ambienterdquo (Reuniatildeo Internacional sobre

EA da IUCN ndash Paris 1970)

ldquoA finalidade da Educaccedilatildeo Ambiental eacute formar uma populaccedilatildeo mundial

consciente e preocupada com o ambiente e os problemas com ele

relacionados e que possua conhecimentos capacidades atitudes a motivaccedilatildeo

e compromisso para colaborar individual coletivamente na resoluccedilatildeo de

problemas atuais na prevenccedilatildeo de problemas futurosrdquo( Conferecircncia de

Estocolmo 1972)

ldquoEacute um processo no qual deveria ocorrer o desenvolvimento progressivo de

um senso de preocupaccedilatildeo com o meio ambiente baseado em um completo e

sensiacutevel entendimento de relaccedilatildeo do homem com o meiordquo (Mellowes C 1972)

ldquoEgrave uma dimensatildeo dada ao conteuacutedo e a praacutetica da Educaccedilatildeo orientada

para a soluccedilatildeo dos problemas concretos do meio ambiente atraveacutes de enfoques

interdisciplinares e de uma participaccedilatildeo ativa e responsaacutevel de cada indiviacuteduo e

da coletividaderdquo(Conferecircncia de Tbilisi 1977)

ldquoA Educaccedilatildeo Ambiental tem sido entendida e desenvolvida enquanto

educaccedilatildeo sobre o ambiente educaccedilatildeo no ambiente educaccedilatildeo para o

ambiente e pelas classes formadas pelas possiacuteveis combinaccedilotildees entre as trecircs

categorias A Educaccedilatildeo sobre o ambiente procura desenvolver o conhecimento

e a compreensatildeo incluindo as capacidades necessaacuterias para obter este

conhecimento A educaccedilatildeo para ambiente procura a preservaccedilatildeo ou melhoria

do ambiente Ambas satildeo caracterizadas pelos seus objetivos Por outro lado a

educaccedilatildeo no ambiente caracteriza-se por ser uma teacutecnica de ensino ndash

aprendizagem e o termo ambiente geralmente significa o mundo fora da sala de

aula ou de uma forma geral o contexto natural eou social em que as pessoas

vivemrdquo (Lucas 1980)

75

ldquoEacute um processo permanente no qual os indiviacuteduos e a comunidade tomam

consciecircncia do seu ambiente e adquirem conhecimentos habilidades

experiecircncias valores e a determinaccedilatildeo que os tornam capazes de agir individual

ou coletivamente na busca de soluccedilotildees para os problemas ambientais presentes

e futurosrdquo(UNESCO 1987)

ldquoEacute o processo de reconhecer valores e aclarar conceitos para criar

habilidades e atitudes necessaacuterias que sirvam para compreender e apreciar a

relaccedilatildeo muacutetua entre o homem sua cultura e seu meio circundante biofiacutesico A

educaccedilatildeo ambiental tambeacutem incluiu a praacutetica de tomar decisotildees e autoformular

um coacutedigo de comportamento com relaccedilatildeo agraves questotildees que concernem agrave

qualidade ambientalrdquo (Gonccedilalvez 1990)

ldquoA Educaccedilatildeo Ambiental natildeo deve ser entendida como um tipo especial

de educaccedilatildeo Trata-se de um processo longo e contiacutenuo de aprendizagem de

uma filosofia de trabalho participativo em que todos famiacutelia escola e

comunidade devem estar envolvidos O processo de aprendizagem de que trata

a educaccedilatildeo ambiental natildeo pode ficar restrito exclusivamente agrave transmissatildeo de

conhecimentos agrave heranccedila cultural do povo agraves geraccedilotildees mais novas ou agrave simples

preocupaccedilatildeo com a formulaccedilatildeo integral do educando inserindo em seu

contexto social Deve ser um processo de aprendizagem centrado no aluno

gradativo contiacutenuo e respeitador de sua cultura e de sua comunidade Deve ser

um processo criacutetico criativo e poliacutetico com preocupaccedilatildeo de transmitir

conhecimentos a partir da discussatildeo e avaliaccedilatildeo critica dos problemas

comunitaacuterios e tambeacutem da avaliaccedilatildeo feita pelo aluno de sua realidade

individual e social na comunidade em que viverdquo (Gonccedilalves 1990)

ldquoA educaccedilatildeo ambiental se caracteriza por incorporar as dimensotildees soacutecio-

econocircmica poliacutetica cultural e histoacuterica natildeo podendo se basear em pautas

riacutegidas e de aplicaccedilatildeo universal devendo considerar as condiccedilotildees e estaacutegios de

cada paiacutes regiatildeo e comunidade sob uma perspectiva histoacuterica Assim sendo a

Educaccedilatildeo Ambiental deve permitir a compreensatildeo da natureza complexa do

meio ambiente e interpretar a interdependecircncia entre os diversos elementos que

76

conformam o ambiente com vistas a utilizar racionalmente os recursos do meio

na satisfaccedilatildeo material e espiritual da sociedade no presente e no

futurordquo(Conferecircncia Rio 92)

ldquoEacute o conhecimento das estruturas de composiccedilatildeo e da funcionalidade

da natureza das interferecircncias do que o homem produziu sobre esta estrutura

essa composiccedilatildeo e essa funcionalidaderdquo (Faria 1992)

ldquoEacute um processo de formaccedilatildeo e informaccedilatildeo orientado para o

desenvolvimento da consciecircncia criacutetica sobre as questotildees ambientais e de

atividades que levem agrave participaccedilatildeo das comunidades na preservaccedilatildeo do

equiliacutebrio ambientalrdquo (Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA)

ldquoEacute um processo por meio do qual o indiviacuteduo e a coletividade constroem

valores sociais conhecimentos habilidades atitudes e competecircncias voltadas

para a conservaccedilatildeo do Meio Ambiente bem de uso comum do povo essencial

agrave sadia qualidade de vida e sua sustentabilidaderdquo (Art1ordm Lei Federal nordm9795 de

27041999)

ldquoEacute o processo educacional de estudos e aprendizagem dos problemas

ambientais e suas interligaccedilotildees com o homem na busca de soluccedilotildees que visem a

preservaccedilatildeo do meio ambienterdquo (Santos1999)

ldquoEacute um processo que envolve um vigoroso esforccedilo de recuperaccedilatildeo de

realidades e que garante um compromisso com o futuro Uma accedilatildeo entre

missionaacuteria utoacutepica destinada a reformular comportamentos humanos e recriar

valores perdidos ou jamais alcanccedilados Trata-se de um novo ideaacuterio

comportamental tanto no acircmbito individual quanto no coletivordquo (Aziz Abrsquo Saber)

ldquoEacute um processo no curso do qual o indiviacuteduo consegue assimilar os

conceitos e interiorizar as atitudes mediante as quais adquire as capacidades e

os comportamentos que lhe permitem compreender e julgar as relaccedilotildees de

interdependecircncia estabelecidas entre a sociedade com seu modo de

produccedilatildeo sua ideologia e sua estrutura de poder dominante e seu meio

77

biofiacutesico assim como para atuar em consequumlecircncia da anaacutelise efetuadardquo (Cantildeal

Garcia Porlaacuten)

Com as inuacutemeras definiccedilotildees para Educaccedilatildeo Ambiental observa-se que

cada oacutergatildeo ou membro da Sociedade tem uma visatildeo de Educaccedilatildeo Ambiental

que vai variar no ponto de interesse de cada um

Para alguns indiviacuteduos falar sobre os problemas do Meio Ambiente eacute se

restringir aos assuntos relacionados agrave extinccedilatildeo de organismos vivos como animais

e plantas Atualmente a Educaccedilatildeo Ambiental eacute colocada em uma posiccedilatildeo

mais realista e esclarecedora na qual define como Meio Ambiente tudo que

compotildee a paisagem Deste modo Meio Ambiente pode ser classificado de

diversas formas como Meio Ambiente natural que eacute a natureza com toda sua

diversidade Meio Ambiente fiacutesico que satildeo as edificaccedilotildees estradas etc e Meio

Ambiente social que eacute formado pelas pessoas que compotildeem a Sociedade

(Carvalho 2002)

Com base nestas definiccedilotildees se pode afirmar que a Educaccedilatildeo Ambiental

funciona como uma base na busca de um equiliacutebrio entre o homem e o

ambiente que o cerca e o seu objetivo fundamental eacute suscitar mudanccedilas de

comportamento na sociedade Os indiviacuteduos devem construir enquanto grupo

social valores novos conhecimentos atitudes e habilidades indispensaacuteveis para a

conservaccedilatildeo do meio ambiente que eacute um patrimocircnio coletivo essencial para a

vida saudaacutevel (ALERJ 1999)

Para que o equiliacutebrio possa ser atingido existe a necessidade da

construccedilatildeo dos pilares de uma Sociedade Sustentaacutevel onde cada sistema social

tende a atualizar-se de modo a incorporar a dimensatildeo ambiental em suas

respectivas especificidades a partir do fornecimento de meios adequados para

a transiccedilatildeo em direccedilatildeo a sustentabilidade Assim o Sistema Juriacutedico cria o

ldquoDireito Ambientalrdquo o Sistema Cientiacutefico desenvolve a ldquoCiecircncia Complexardquo o

Sistema Tecnoloacutegico cria a ldquoTecnologia Eco eficienterdquo o Sistema Econocircmico

potencializa uma ldquoEconomia Ecoloacutegicardquo o Sistema poliacutetico oferece uma ldquoPoliacutetica

78

Verderdquo e o Sistema Educacional fornece a ldquoEducaccedilatildeo Ambientalrdquo Cabe a cada

sistema social desenvolver condiccedilotildees especiacuteficas que favoreccedilam as muacuteltiplas

dimensotildees da Sustentabilidade (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)

Dentro deste contexto de sistemas sociais que possuem o poder e o dever

de promover as mudanccedilas na aacuterea ambiental destaca-se o Sistema

Educacional pois este eacute o responsaacutevel pela construccedilatildeo dos fundamentos da

Sociedade Sustentaacutevel capaz de promover as mudanccedilas atraveacutes de duas

funccedilotildees ldquoMudanccedilas Culturaisrdquo com a informaccedilatildeo e promoccedilatildeo da eacutetica

ecoloacutegica e as ldquoMudanccedilas Sociaisrdquo atraveacutes da valorizaccedilatildeo dos indiviacuteduos grupos

e sociedades que muitas vezes se encontram em maacutes condiccedilotildees de enfrentar os

desafios dos novos tempos

52 Histoacuterico

Alguns autores mencionam que a Educaccedilatildeo Ambiental teve iniacutecio apoacutes a

Segunda Guerra Mundial onde fez emergir com maior ecircnfase os estudos do meio

ambiente e a importacircncia de uma educaccedilatildeo especiacutefica para este fim Para

outros a Educaccedilatildeo Ambiental eacute anterior a este periacuteodo mesmo que de forma

inconsciente sem maiores pretensotildees (Ministeacuterio do meio Ambiente 2004)

Na verdade natildeo se pode definir com exatidatildeo o momento onde tem iniacutecio

a histoacuteria da Educaccedilatildeo Ambiental tanto no Brasil como no mundo Na verdade a

Educaccedilatildeo Ambiental sempre esteve presente desde a antiguidade e ateacute se

pode mencionar que a histoacuteria teve iniacutecio no momento em que os primeiros

habitantes da terra comeccedilaram a se incomodar com o seu entorno isto eacute com

seus dejetos onde a presenccedila deles comeccedilou a causar desconforto Neste

momento se comeccedilou a pensar como eliminar estes dejetos para melhorar a

qualidade do ambiente em que viviam (Abreu 2000)

Partindo deste principio admiti-se que a evoluccedilatildeo da Educaccedilatildeo

Ambiental se deu atraveacutes de fatos ou acontecimentos que levaram as pessoas a

pensarem e tomarem iniciativas que levassem a melhorar as condiccedilotildees do

79

ambiente em que viviam ou para evitar que problemas maiores pudessem surgir

no futuro que pudessem comprometer a qualidade de vida das futuras

geraccedilotildees Baseados neste princiacutepio destacam-se alguns fatos ocorridos no Brasil

e no mundo que foram marcantes para a histoacuteria da Educaccedilatildeo Ambiental

SEacuteCULO XIX

1808 Criaccedilatildeo do Jardim Botacircnico no Rio de Janeiro Em 13 de junho

de 1808 foi criado o Jardim de Aclimataccedilatildeo que serviria para aclimatar as

especiarias vindas das Iacutendias Orientais Foi criado por DJoatildeo Priacutencipe Regente

na eacutepoca que era encantado com a exuberacircncia da natureza do lugar As

primeiras espeacutecies de plantas trazidas para o Jardim vieram das Ilhas Mauriacutecio do

Jardim Pamplemousse por Luiz de Abreu Vieira e Silva (wwwjbrjgovbr)

1850 Lei 601 de Dom Pedro II proibindo a exploraccedilatildeo florestal nas

terras devolutas isto eacute as que natildeo se acharem aplicadas a algum uso puacuteblico

nacional provincial ou municipal A lei determinava a proibiccedilatildeo de derrubada de

matas e o atear fogo Poreacutem a lei foi ignorada continuando o desmatamento

para implantaccedilatildeo da monocultura de cafeacute (wwwjusticcedilaspgovbr)

1869 Ernenst Haeckel propotildee o vocaacutebulo ldquoecologiardquo para estudos das

relaccedilotildees entre as espeacutecies e seu ambiente (wwwambientebrasilcombr)

1872 Criaccedilatildeo do primeiro parque nacional do mundo ldquoYellowstonerdquo

USA Sua fundaccedilatildeo em 1872 ocorreu numa eacutepoca em que ecologia e ambiente

estavam longe de ser preocupaccedilotildees cotidianas Mas graccedilas agraves pressotildees

exercidas pelo naturalista Ferdinand Hayden do departamento de pesquisas

geoloacutegicas dos Estados Unidos Yellowstone inaugurou o conceito de parque

nacional (www2uolcombrcaminhosdaterra reportagens)

1876 Andreacute Rebouccedilas sugere a criaccedilatildeo de parques nacionais na Ilha

de Bananal e em Sete Quedas (wwwcefleorgbr)

80

1896 Foi criado o primeiro parque estadual em Satildeo Paulo Parque da

Cidade (wwwcefleorgbr)

SEacuteCULO XX

1920 O pau Brasil eacute considerado extinto devido agrave exploraccedilatildeo

irresponsaacutevel e ao desmatamento da Mata Atlacircntica floresta onde ele nascia

normalmente Hoje eacute artigo raro nas florestas brasileiras mas na eacutepoca do

descobrimento era tatildeo abundante que a planta acabou dando nome ao nosso

paiacutes (wwwcanalkidscombrmeioambiente)

1932 Realiza-se no Museu Nacional a primeira Conferecircncia Brasileira de

Proteccedilatildeo agrave Natureza (wwwambientebrasilcombr)

1934 Decreto 23793 transforma em Lei o Anteprojeto de Coacutedigo

Florestal(Brasil1934)

1937 Cria-se o Parque Nacional de Itatiaia Pioneiro foi a primeira aacuterea

do paiacutes a oficialmente se constituir em Unidade de Conservaccedilatildeo procurando-se

com isso preservar seu rico patrimocircnio bioacutetico e geomorfoloacutegico

(wwwmregovbr) (wwwparqueitatiaiacombr)

1939 O Parque Nacional do Iguaccedilu (PNI) foi criado em 10 de janeiro

de 1939 e tombado pela UNESCO como Patrimocircnio da Humanidade em 1986 por

ser a uacuteltima grande amostra do Domiacutenio da Mata Atlacircntica que cobre grande

parte da bacia do Prata(wwwunbbr)

1947 Eacute Fundado na Suiacuteccedila a UICN-Uniatildeo Internacional para a

Conservaccedilatildeo da Natureza que eacute uma Organizaccedilatildeo Internacional que congrega

instituiccedilotildees governamentais e natildeo governamentais em volta da problemaacutetica da

integridade e diversidade da natureza (wwwambientebrasilcombr)

1952 Em Londres no ano de 1952 houve um episoacutedio grave Os efeitos

de uma ldquoneacutevoa negrardquo comeccedilaram a se manifestar atraveacutes da proliferaccedilatildeo de

81

diversas moleacutestias contraiacutedas principalmente pelos habitantes que sofriam de

problemas pulmonares e circulatoacuterios Foram constatadas na semana seguinte

ao episoacutedio quatro mil mortes a mais do que esperado

(wwweducaccedilatildeopublicarjgovbr)

1962 Publicaccedilatildeo da ldquoPrimavera Silenciosardquo por Rachel Louise Carson

escritora cientista e ecologista norte-americana Deve-se a ela o livro que

marcou o iniacutecio da revoluccedilatildeo ecoloacutegica nos Estados Unidos The Silent Spring (A

Primavera Silenciosa) o qual relata os efeitos da maacute utilizaccedilatildeo dos pesticidas e

inseticidas quiacutemico-sinteacuteticos alertando sobre as consequumlecircncias danosas de

inuacutemeras accedilotildees humanas sobre o ambiente trazendo uma seacuterie de advertecircncias

sobre o meio ambiente Ainda hoje a obra eacute considerada uma das mais

importantes do seacuteculo ajudando a desencadear uma mudanccedila de postura dos

EUA e de outros paiacuteses do mundo em relaccedilatildeo aos pesticidas e

poluentes(wwwgeocitiescombr) (wwwambientebrasilcombr)

1965 Em marccedilo de 1965 na Conferecircncia de Educaccedilatildeo da

Universidade de Keele na Inglaterra colocou-se pela primeira vez a expressatildeo

Educaccedilatildeo Ambiental com a recomendaccedilatildeo de que ela deveria se tornar uma

parte essencial de educaccedilatildeo de todos os cidadatildeos(wwwmmagovbr)

(wwwjornaldomeioambientecombr)

1968 Fundaccedilatildeo do Clube de Roma Fundado pelo industrial italiano

Aureacutelio Peccei e pelo quiacutemico inglecircs Alexander King agregando empresaacuterios

poliacuteticos cientistas sociais Um grupo de especialistas de vaacuterias aacutereas passou a se

reunir regularmente com a preocupaccedilatildeo de discutir a crise atual e futura da

humanidade (wwwsenacbr) (wwwambientespgov)

1970 Entidade relacionada agrave revista britacircnica The Ecologist elabora o

ldquoManifesto para Sobrevivecircnciardquo onde insistiam que um aumento indefinido de

demanda natildeo pode ser sustentado por recursos finitos (wwwmecgovbr)

82

1971 Cria-se no Rio Grande do Sul a associaccedilatildeo gauacutecha de proteccedilatildeo

ao Ambiente Natural Fundada em 27 de abril de 1971 em Porto Alegre atraveacutes

da figura de Joseacute Lutzenberger encontrava uma ressonacircncia na miacutedia local e

nacional e junto aos meios universitaacuterios Pensadores e liacutederes ambientalistas

perceberam que harmonizar civilizaccedilatildeo industrial e natureza era um desafio que

exigiria uma revoluccedilatildeo cultural econocircmica e social sem precedentes(

wwwagirazulcombr)

1972 Publicaccedilatildeo do Relatoacuterio ldquoOs Limites do Crescimentordquo ndash Clube de

Roma Na visatildeo de Freire Dias o embriatildeo dessa medida foi gerado a partir do

relatoacuterio elaborado em 1968 e publicou um relatoacuterio denominado The limits of

growth (Os limites do crescimento econocircmico) onde se condenava a partir de

estudos sobre os modelos de desenvolvimento adotados a busca incessante do

crescimento da economia a qualquer custo e a meta de se tornaacute-la cada vez

maior mais rica e poderosa sem levar em conta o custo final desse crescimento

As vaacuterias anaacutelises contidas no referido relatoacuterio convergiam para o alerta sobre o

perigo do crescente consumo das sociedades modernas que se mantido no

ritmo atual levaria a humanidade a um limite de crescimento possivelmente a

um colapso Esse relatoacuterio apesar de rejeitado pelos poliacuteticos da eacutepoca foi

levado agrave Conferecircncia de Estocolmo em cujo foacuterum aprovou-se a

Recomendaccedilatildeo nordm 96 que reconhecia o desenvolvimento da Educaccedilatildeo

Ambiental como elemento criacutetico para o combate agrave crise ambiental do mundo

moderno (wwwsenaccombr)

Conferecircncia de Estocolmo ndash Em julho de 1972 na Sueacutecia onde

113 paiacuteses 90 dos quais pertenciam ao grupo dos paiacuteses em desenvolvimento

onde apenas 16 deles possuiacuteam entidades de proteccedilatildeo ambiental se reuniram

na Conferecircncia sobre o Meio Ambiente Humano Foi a primeira reuniatildeo

ambiental global que viria a acrescentar definitivamente agraves questotildees prioritaacuterias

discutidas pela ONU criada em 1945 - a paz os direitos humanos e o

desenvolvimento com igualdade - o tema da seguranccedila ecoloacutegica Desse modo

a Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas sobre Meio Ambiente Humano mundialmente

conhecida como Conferecircncia de Estocolmo passou a ser o marco de referecircncia

83

para as discussotildees sobre o que na sequumlecircncia viria a constituir-se numa das

questotildees mais complexas e mais cruciais da histoacuteria recente da humanidade ou

seja a questatildeo do desenvolvimento sustentaacutevel Ela chamou a atenccedilatildeo do

mundo para a gravidade da situaccedilatildeo nesse setor

(wwwmregovbr)(wwwagirazulcombr) (wwwcomcienciabr)

Universidade Federal de Pernambuco inicia uma campanha de

reintroduccedilatildeo do pau brasil considerado extinto em 1920

(wwwambientebrasilcombr)

Ainda como resultado da Conferecircncia de Estocolmo neste

mesmo ano a ONU criou um organismo denominado Programa das Naccedilotildees

Unidas para o Meio Ambiente - PNUMA sediado em Nairobi (wwwmecgovbr)

A Universidade Federal do Rio Grande do Sul criou o primeiro

curso de poacutes-graduaccedilatildeo em Ecologia do paiacutes (wwwmecgovbr)

1973 Registro Mundial de Programas em Educaccedilatildeo Ambiental-USA

(wwwambientebrasilcombr)

Cria-se a Secretaria Especial do Meio Ambiente SEMA pelo

Decreto nordm 73030 de 30 de outubro de 1973 que entre outras atividades

comeccedilou a fazer Educaccedilatildeo Ambiental e se propocircs a discutir junto agrave opiniatildeo

puacuteblica a questatildeo ambiental fazendo com que as pessoas se preocupassem

mais com o meio ambiente e evitassem atitudes predatoacuterias Vaacuterias medidas

legais foram tomadas posteriormente com o objetivo de preservar e conservar os

recursos ambientais e de controlar as diversas formas de poluiccedilatildeo A SEMA

dedicou-se a defender dois grandes objetivos estar atenta agrave poluiccedilatildeo

principalmente a de caraacuteter industrial mais visiacutevel e proteger a natureza

(wwwibamagovbr)

1974 Seminaacuterio de Educaccedilatildeo Ambiental em Jammi Finlacircndia - Esse

seminaacuterio considerou que a Educaccedilatildeo Ambiental permite alcanccedilar os objetivos

de proteccedilatildeo ambiental e que natildeo se trata de um ramo da ciecircncia ou uma

84

mateacuteria de estudos separada mas de uma accedilatildeo integral permanente

(wwwprgovbrmeioambiente)

1975 Congresso de Belgrado - Estabeleceu as metas e os princiacutepios da

Educaccedilatildeo Ambiental presentes na chamada Carta de Belgrado onde tambeacutem

se propusera que a Educaccedilatildeo Ambiental deveria ser contiacutenua multidisciplinar

integrada agraves diferenccedilas e voltada para os interesses nacionais

(wwwprgovbrmeioambiente)

Programa Internacional de Educaccedilatildeo Ambiental ndash PIEA- Criado

pela UNESCO o Programa Internacional de Educaccedilatildeo Ambiental e ateacute os dias

de hoje tem continuamente atuado na EA internacional e regionalmente O PIEA

manteacutem uma base de dados com informaccedilotildees sobre instituiccedilotildees de EA em todo

o mundo aleacutem de projetos e eventos que envolvem estudantes professores e

administradores (wwwambientespgov)

1976 Reuniatildeo Sub-regional de EA para o ensino secundaacuterio em

Chosica Peru Nesse foacuterum as questotildees ambientais na Ameacuterica Latina foram

relacionadas agraves necessidades de sobrevivecircncia e aos direitos humanos de seus

povos (wwwambientebrasilcombr)

Congresso de Educaccedilatildeo Ambiental Brasarville na Aacutefrica o qual

reconheceu que a pobreza eacute o maior problema ambiental

(wwwambientebrasilcombr)

A SEMA a Fundaccedilatildeo Educacional do Distrito Federal e a

Universidade de Brasiacutelia realizaram o primeiro curso de Extensatildeo para professores

do 1o Grau em Ecologia (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)

1977 A SEMA constitui um grupo de trabalho para elaboraccedilatildeo de um

documento de Educaccedilatildeo Ambiental para definir seu papel no contexto brasileiro

(Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)

85

Seminaacuterios Encontros e debates preparatoacuterios agrave Conferecircncia de

Tbilisi satildeo realizados pela FEEMA-RJ (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)

No Brasil o Conselho Federal de Educaccedilatildeo tornou obrigatoacuteria a

disciplina Ciecircncias Ambientais nos cursos de Engenharia (wwwmecgovbr)

Conferecircncia de Tbilisi realizada em 1977 na Geoacutergia ex-Uniatildeo

Sovieacutetica Foi deste encontro que saiacuteram as definiccedilotildees os objetivos os princiacutepios e

as estrateacutegias para a Educaccedilatildeo Ambiental que ateacute hoje satildeo adotadas

mundialmente Para que se chegasse a recomendaccedilotildees tatildeo duradouras foram

necessaacuterios vaacuterios anos de preparo Os proacuteprios organizadores do evento de Tbilisi

reconheceram que ele foi um prolongamento da Conferecircncia de Estocolmo de

1972 onde a Educaccedilatildeo Ambiental passou a ser considerada como campo de

accedilatildeo pedagoacutegica adquirindo relevacircncia e vigecircncia internacional

(wwwprgovbrmeioambiente)

1978 Nos cursos de Engenharia Sanitaacuteria inserem-se as disciplinas de

Saneamento Baacutesico e Saneamento Ambiental (wwwambientebrasilcombr)

1979 O MEC e a CETESB SP publicam o documento ldquoEcologia uma

Proposta para o Ensino de 1o e 2o Grausrdquo (wwwjornaldomeioambientecombr)

Encontro Regional de Educaccedilatildeo Ambiental para Ameacuterica Latina

em San Joseacute Costa Rica(wwwambientebrasilcombr)

1980 Seminaacuterio Regional Europeu sobre EA para Europa e Ameacuterica do

Norte o qual assinala a importacircncia do intercacircmbio de informaccedilotildees e

experiecircncias (wwwambientebrasilcombr)

Seminaacuterio Regional sobre EA nos Estados Aacuterabes Manama

Bahrein (UNESCO-PNUMA 1980)

1981 Lei Nordm 6938 de 31 de Agosto de 1981 dispotildee sobre a Poliacutetica

Nacional do Meio Ambiente (Brasil 1981)

86

1983 Por decisatildeo da Assembleacuteia Geral da ONU foi criada a Comissatildeo

Mundial de Meio Ambiente e Desenvolvimento ndash CMMAD presidida pela entatildeo

primeira ministra da Noruega Gro Harlem Brundtland Tinha como objetivo

analisar a interface entre a questatildeo ambiental e o desenvolvimento assim como

propor um plano de accedilotildees (wwwambientespgovbr)

1984 Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) apresenta uma

resoluccedilatildeo estabelecendo diretrizes para a Educaccedilatildeo Ambiental que natildeo eacute

tratada (wwwambientebrasilcombr)

1985 Parecer 81985 do MEC reforccedila a necessidade da inclusatildeo de

conteuacutedos ecoloacutegicos ao longo do processo de formaccedilatildeo do ensino de 1ordm e 2ordm

graus integrados a todas as aacutereas do conhecimento de forma sistematizada e

progressiva possibilitando a ldquoformaccedilatildeo da consciecircncia ecoloacutegica do futuro

cidadatildeordquo (wwwmecgovbr)

1986 A SEMA junto com a Universidade Nacional de Brasiacutelia organiza o

primeiro Curso de Especializaccedilatildeo em Educaccedilatildeo Ambiental (1986 a 1988)

(Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)

1987 O MEC aprova o Parecer 22687 do conselheiro Arnaldo Niskier

em relaccedilatildeo agrave necessidade de inclusatildeo da Educaccedilatildeo Ambiental nos curriacuteculos

escolares de 1o e 2o Graus O Plenaacuterio do Conselho Federal de Educaccedilatildeo

aprovou por unanimidade a conclusatildeo da Cacircmara de Ensino a respeito do

parecer 22687 que considerava necessaacuteria a inclusatildeo da Educaccedilatildeo Ambiental

dentre os conteuacutedos a serem explorados nas propostas curriculares das escolas

de 1ordm e 2ordm graus bem como sugeria a criaccedilatildeo de Centros de Educaccedilatildeo

Ambiental (wwwmecgovbr)

Estrateacutegia Internacional de accedilatildeo em mateacuteria de educaccedilatildeo e

formaccedilatildeo ambiental para o dececircnio de 90 - documento final do Congresso

Internacional sobre Educaccedilatildeo e Formaccedilatildeo Relativas ao Meio-ambiente realizado

em 1987 em Moscou Ruacutessia promovido pela UNESCO Ressalta a importacircncia da

87

formaccedilatildeo de recursos humanos nas aacutereas formais e natildeo formais da EA e na

inclusatildeo da dimensatildeo ambiental nos curriacuteculos de todos os niacuteveis

(wwwmecgovbr)

Paulo Nogueira Neto Primeiro secretaacuterio da Secretaria Especial

do Meio Ambiente (1974-1986) representa o Brasil na Comissatildeo Brundtland -

Comissatildeo Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento tambeacutem

conhecida como Comissatildeo Brundtland Essa comissatildeo produziu um relatoacuterio de

grande repercussatildeo internacional tendo sido usado inclusive como base para a

Agenda 21 Esse relatoacuterio da Comissatildeo Brundtland diz que desenvolvimento

sustentaacutevel ldquoeacute aquele que atende agraves necessidades do presente sem

comprometer a possibilidade de as geraccedilotildees futuras atenderem as suas proacuteprias

necessidadesrdquo (wwwibgegovbr)

Divulgaccedilatildeo do Relatoacuterio da Comissatildeo Brundtland Nosso Futuro

Comum A Comissatildeo Brundtland circulou o mundo e encerrou seus trabalhos em

1987 com um relatoacuterio chamado ldquoNosso Futuro Comumrdquo E eacute nesse relatoacuterio que

se encontra a definiccedilatildeo de desenvolvimento sustentaacutevel mais aceita e difundida

em todo o Planeta ldquoDesenvolvimento sustentaacutevel eacute aquele que atende agraves

necessidades do presente sem comprometer a possibilidade das geraccedilotildees futuras

satisfazerem suas proacuteprias necessidadesrdquo Segundo a Comissatildeo o desafio era

trazer as consideraccedilotildees ambientais para o centro das tomadas de decisotildees

econocircmicas e para o centro do planejamento futuro nos diversos niacuteveis local

regional e global (wwwmregovbr)

Congresso Internacional da UNESCO ndash PNUMA sobre Educaccedilatildeo

e Formaccedilatildeo Ambiental - Moscou Realizou a avaliaccedilatildeo dos avanccedilos desde Tbilisi

reafirmou os princiacutepios de Educaccedilatildeo Ambiental e assinalou a importacircncia e

necessidade da pesquisa e da formaccedilatildeo em Educaccedilatildeo Ambiental

(wwwambientebrasilcombr)

88

1988 Declaraccedilatildeo de Caracas ORPAL - PNUMA Sobre Gestatildeo

Ambiental na Ameacuterica a qual denuncia a necessidade de mudar o modelo de

desenvolvimento (wwwprgovbr)

A Constituiccedilatildeo Brasileira de 1988 em Art 225 no Capiacutetulo VI - Do

Meio Ambiente Inciso VI destacou a necessidade de lsquorsquopromover a Educaccedilatildeo

Ambiental em todos os niacuteveis de ensino e a conscientizaccedilatildeo puacuteblica para a

preservaccedilatildeo do meio ambientersquorsquo Para cumprimento dos preceitos

constitucionais leis federais decretos constituiccedilotildees estaduais e leis municipais

determinaram a obrigatoriedade da Educaccedilatildeo Ambiental(Brasil 1988)

Fundaccedilatildeo Getuacutelio Vargas traduz e publica o Relatoacuterio

Brundtland Nosso Futuro Comum (wwwprgovbr)

A Secretaria de Estado do Meio Ambiente de SP e a CETESB

publicam a ediccedilatildeo piloto do livro ldquoEducaccedilatildeo Ambientalrdquo Guia para professores

de 1o e 2o Graus (wwwnossoambienteonlinehpgigcombr)

1989 Criaccedilatildeo do IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente) pela

fusatildeo da SEMA SUDEPE SUDEHVEA e IBDF - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e

dos Recursos Naturais Renovaacuteveis uma autarquia federal foi criado pela Lei

773589 vinculado ao Ministeacuterio do Meio Ambiente ndash MMA sendo responsaacutevel

principalmente pela execuccedilatildeo da Poliacutetica Nacional do Meio Ambiente e

desenvolve atividades para a preservaccedilatildeo e conservaccedilatildeo do patrimocircnio natural

exercendo o controle e a fiscalizaccedilatildeo sobre o uso dos recursos naturais Nele

funciona a Divisatildeo de Educaccedilatildeo Ambiental com a missatildeo de promover a

conscientizaccedilatildeo de todos para a utilizaccedilatildeo racional dos recursos naturais

incentivando o desenvolvimento sustentaacutevel visando agrave preservaccedilatildeo do meio

ambiente para as geraccedilotildees futuras (wwwgeocitiesyahoocombribamapr)

Programa de Educaccedilatildeo Ambiental em Universidade Aberta da

Fundaccedilatildeo Demoacutecrito Rocha por meio de encartes nos jornais de Recife e

Fortaleza (wwwprgovbr)

89

Primeiro Encontro Nacional sobre Educaccedilatildeo Ambiental no Ensino

Formal IBAMA UFRPE Recife (wwwprgovbr)

Criou-se o Fundo Nacional de Meio Ambiente (FNMA) no

Ministeacuterio do Meio Ambiente MMA Criado pela Lei 7797 de 10 de julho de 1989

O FNMA tem por missatildeo contribuir como agente financiador e por meio da

participaccedilatildeo social para a implementaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional do Meio

Ambiente (PNMA) Desde sua criaccedilatildeo o FNMA apoacuteia projetos ambientais em todo

o paiacutes tendo investido mais de cem milhotildees de reais distribuiacutedos entre mais de mil

projetos aprovados (wwwmmagovbr)

Primeiro Seminaacuterio sobre materiais para a Educaccedilatildeo Ambiental

ORLEAC - UNESCO - PIEA Santiago Chile (wwwprgovbr)

Declaraccedilatildeo de HAIA preparatoacuterio da RIO 92 aponta a

importacircncia da cooperaccedilatildeo internacional nas questotildees

ambientais(wwwambientebrasilcombr)

1990 Conferecircncia Mundial sobre Ensino para Todos Satisfaccedilatildeo das

necessidades baacutesicas de aprendizagem em Jomtien Tailacircndia Destaca o

conceito de Analfabetismo Ambiental O analfabetismo ambiental levou a

espeacutecie humana a produzir essas pressotildees insuportaacuteveis sobre os sistemas naturais

Estamos vivendo de retiradas contiacutenuas de uma poupanccedila na qual natildeo fazemos

nenhum depoacutesito ldquoO analfabetismo ambiental eacute o mais difiacutecil de ser erradicado

pois atinge ateacute pessoas com vaacuterios anos de escolaridade que continuam

ateando fogo nas folhas secas em seus quintais natildeo reciclando o lixo e natildeo

poupando aacutegua nem energia eleacutetricardquo Gonccedilalves 1990 (wwwigcuspbr)

A ONU declara o ano 1990 como o Ano Internacional do Meio

Ambiente (wwwambientebrasilcombr)

I Curso Latino-Americano de Especializaccedilatildeo em Educaccedilatildeo

Ambiental PNUMAIBAMACNPqCAPESUFMTCUIABAacute-MT (1990 a 1994)

(wwwambientebrasilcombr)

90

1991 Portaria 678 (140591) do MEC determinou que a educaccedilatildeo

escolar deveria contemplar a Educaccedilatildeo Ambiental permeando todo o curriacuteculo

dos diferentes niacuteveis e modalidades de ensino Foi enfatizada a necessidade de

investir na capacitaccedilatildeo de professores (wwwmecgovbr)

Projeto de Informaccedilotildees sobre Educaccedilatildeo Ambiental IBAMA MEC

(wwwambientebrasilcombr)

Encontro Nacional de Poliacuteticas e Metodologias para Educaccedilatildeo

Ambiental promovido pela Presidecircncia da Repuacuteblica atraveacutes do MEC e SEMA

com apoio da UNESCOEmbaixada do Canadaacute em Brasiacutelia com a finalidade de

discutir diretrizes para definiccedilatildeo da Poliacutetica da EA (wwwmecgovbr)

Grupo de Trabalho para Educaccedilatildeo Ambiental coordenado pelo

MEC preparatoacuterio para a Conferecircncia do Rio 92 (wwwmecgovbr)

Reuniotildees preparatoacuterias da Rio 92(wwwambientebrasilcombr)

1992 Conferecircncia da ONU sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento

RIOndash92 UNCED Rio92 - Criaccedilatildeo da Agenda 21 Tratado de Educaccedilatildeo Ambiental

para Sociedades Sustentaacuteveis FORUN das ONGrsquos - compromissos da sociedade

civil com a Educaccedilatildeo Ambiental e o Meio Ambiente Carta Brasileira de

Educaccedilatildeo Ambiental o qual apontou as necessidades de capacitaccedilatildeo na aacuterea

(MEC 1992)

1ordm Encontro Nacional de Centros de Educaccedilatildeo Ambiental (CEAS)

ndash onde os coordenadores dos centros jaacute existentes e os teacutecnicos das Secretarias

de Educaccedilatildeo debateram propostas pedagoacutegicas e recursos institucionais e

apresentaram projetos e experiecircncias exitosas em educaccedilatildeo ambiental Em

decorrecircncia o Mec passou a incentivar a implantaccedilatildeo de centros de educaccedilatildeo

ambiental como espaccedilos de referencia visando a formaccedilatildeo integral do cidadatildeo

para interagir em diversos niacuteveis e modalidades de ensino e introduzir praacuteticas de

educaccedilatildeo ambiental junto agraves comunidades (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)

91

Foi criado o Ministeacuterio do Meio Ambiente (Ministeacuterio do Meio

Ambiente 2005)

Participaccedilatildeo das ONGrsquos do Brasil no Foacuterum de ONGrsquos e na

redaccedilatildeo do Tratado de Educaccedilatildeo Ambiental para Sociedades Sustentaacuteveis

Destaca-se o papel da Educaccedilatildeo Ambiental na construccedilatildeo da Cidadania

Ambiental (wwwambientebrasilcombr)

O MEC promove no Rio de Janeiro o Workshop sobre Educaccedilatildeo

Ambiental com o objetivo de socializar os resultados das experiecircncias nacionais e

internacionais de EA discutir metodologias e curriacuteculos destacando a

necessidade de capacitaccedilatildeo de recursos humanos para EA cujo resultado

encontra-se na Carta Brasileira de Educaccedilatildeo Ambiental (wwwmecgovbr)

1993 Uma Proposta Interdisciplinar de Educaccedilatildeo Ambiental para

Amazocircnia IBAMA Universidades e SEDUCrsquos da regiatildeo publicaccedilatildeo de um

Documento Metodoloacutegico e um de caraacuteter temaacutetico com 10 temas ambientais

da regiatildeo (1992 a 1994) (wwwambientebrasilcombr)

Projeto de Lei n 379293 de autoria do Deputado Faacutebio

Feldmann ora em tramitaccedilatildeo no congresso Nacional institui a Poliacutetica de

Educaccedilatildeo Ambiental Este projeto de Lei tem como objetivo interligar os sistemas

nacionais de meio ambiente e de educaccedilatildeo em um sistema uacutenico (Ministeacuterio do

Meio Ambiente2004) (wwwbio2000hpgigcombr)

Portaria 77393 do MEC instituiu em caraacuteter permanente um

Grupo de Trabalho para EA com o objetivo de coordenar apoiar acompanhar

avaliar e orientar as accedilotildees metas e estrateacutegias para a implementaccedilatildeo da EA nos

sistemas de ensino em todos os niacuteveis e modalidades concretizando as

recomendaccedilotildees aprovadas na RIO -92(wwwmecgovbr)

Criaccedilatildeo dos Centros de Educaccedilatildeo Ambiental do MEC com a

finalidade de criar e difundir metodologias em Educaccedilatildeo Ambiental

(wwwambientebrasilcombr)

92

Congresso Sul-americano como continuidade da Rio92 ndash

Argentina (wwwambientebrasilcombr)

1994 Criaccedilatildeo do programa Nacional de Educaccedilatildeo Ambiental

(PRONEA) em dezembro de 1994 pela Presidecircncia da Repuacuteblica em funccedilatildeo da

Constituiccedilatildeo Federal de 1988 e dos compromissos internacionais assumidos com a

Conferencia do Rio compartilhado pelo entatildeo Ministeacuterio do Meio Ambiente dos

Recursos Hiacutedricos e da Amazocircnia Legal e pelo Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e do

Desporto com as parcerias do Ministeacuterio da Cultura e do Ministro da Ciecircncia e

Tecnologia (Ministeacuterio do Meio ambiente 2004)

Proposta do Programa Nacional de Educaccedilatildeo Ambiental -

PRONEA elaborada pelo MECMMAMINCMCT com o objetivo de ldquocapacitar o

sistema de educaccedilatildeo formal e natildeo-formal supletivo e profissionalizante em seus

diversos niacuteveis e modalidadesrdquo (wwwmecgovbr)

1995 Foi criada a Cacircmara Teacutecnica temporaacuteria de Educaccedilatildeo Ambiental

no Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA) determinante para o

fortalecimento da Educaccedilatildeo Ambiental Realizou sua primeira reuniatildeo em junho

de 1996 quando se discutiu o documento intitulado ldquoSubsiacutedios para a formulaccedilatildeo

de uma Poliacutetica Nacional de Educaccedilatildeo Ambientalrdquo elaborada pelo MMAIBAMA

e pelo MEC Os princiacutepios orientadores para esse documento eram a

participaccedilatildeo a descentralizaccedilatildeo o reconhecimento da pluralidade e

diversidade cultural e a interdisciplinaridade (ProNEA-2004) (wwwmecgovbr)

Conferecircncia para o Desenvolvimento Social realizada em

Copenhague Sueacutecia que visaria a Criaccedilatildeo de um ambiente econocircmico-poliacutetico-

social-cultural e juriacutedico que permita o desenvolvimento social

(wwwambientebrasilcombr)

1996 Lei nordm 927696 que estabelece o Plano Plurianual do Governo

19961999 define como principais objetivos da aacuterea de Meio Ambiente a

ldquopromoccedilatildeo da Educaccedilatildeo Ambiental atraveacutes da divulgaccedilatildeo e do uso de

93

conhecimentos sobre tecnologias de gestatildeo sustentaacutevel dos recursos naturaisrdquo

procurando garantir a implementaccedilatildeo do PRONEA (wwwmecgovbr)

Cursos de Capacitaccedilatildeo em Educaccedilatildeo Ambiental para os

teacutecnicos das SEDUCrsquos e DEMECrsquos nos Estados - Coordenaccedilatildeo de Educaccedilatildeo

Ambiental promove trecircs cursos de Capacitaccedilatildeo de Multiplicadores em Educaccedilatildeo

Ambiental - Apoio do acordo BRASILUNESCO a fim de preparar teacutecnicos das

Secretarias Estaduais de Educaccedilatildeo Delegacias Regionais de Educaccedilatildeo do MEC

e algumas Universidades Federais para atuarem no processo de inserccedilatildeo da

Educaccedilatildeo Ambiental nos Paracircmetros Curriculares (wwwmecgovbr)

Criaccedilatildeo da Comissatildeo Interministerial de EA do MMA - Essa

Comissatildeo tem como objetivo assessorar o Presidente da Repuacuteblica na tomada de

decisotildees sobre as estrateacutegias e poliacuteticas nacionais necessaacuterias ao

desenvolvimento sustentaacutevel conforme as diretrizes estabelecidas pela Agenda

21 (wwwmmagovbr)

1997 Aprovaccedilatildeo dos Novos PCNrsquos ndash Os PCNrsquos constituem-se como um

subsiacutedio para apoiar a escola na elaboraccedilatildeo de seu projeto educativo inserindo

procedimentos atitudes e valores no conviacutevio escolar bem como a necessidade

de tratar de alguns temas sociais urgentes de abrangecircncia nacional

denominado como temas transversais meio ambiente eacutetica pluralidade cultural

orientaccedilatildeo sexual trabalho e consumo (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)

I Conferecircncia Nacional de Educaccedilatildeo Ambiental (ICNEA)

realizada em Brasiacutelia quando foi produzido o documento ldquoCarta de Brasiacutelia para

a Educaccedilatildeo Ambientalrdquo contendo cinco aacutereas temaacuteticas Educaccedilatildeo Ambiental

e as vertentes do desenvolvimento sustentaacutevel Educaccedilatildeo Ambiental formal

papel desafios metodologias e capacitaccedilatildeo Educaccedilatildeo no processo de gestatildeo

ambiental metodologia e capacitaccedilatildeo Educaccedilatildeo Ambiental e as poliacuteticas

puacuteblicas PRONEA poliacuteticas de recursos hiacutedricos urbanas agricultura ciecircncia e

tecnologia Educaccedilatildeo Ambiental eacutetica formaccedilatildeo da cidadania educaccedilatildeo

comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo da sociedade (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)

94

Cursos de Educaccedilatildeo Ambiental organizados pelo MECndash Atraveacutes

da Coordenaccedilatildeo de Educaccedilatildeo Ambiental para as escolas Teacutecnicas e segunda

etapa de capacitaccedilatildeo das SEDUCrsquos e DEMECrsquos Convecircnio UNESCO ndash MEC

(wwwambientebrasilcombr)

IV Foacuterum de Educaccedilatildeo Ambiental e I Encontro da Rede de

Educadores Ambientais em VitoacuteriaES (wwwambientebrasilcombr)

Conferecircncia Internacional sobre Meio Ambiente e Sociedade

Conferecircncia Internacional sobre Meio Ambiente e Sociedade Educaccedilatildeo e

Consciecircncia Puacuteblica para a Sustentabilidade ndash Thessaloniki Greacutecia 1997 Onde

houve o reconhecimento que passados cinco anos da Conferecircncia Rio-92 o

desenvolvimento da EA foi insuficiente (wwwmecgovbr)

A Coordenaccedilatildeo de Educaccedilatildeo Ambiental do MEC promove sete

Cursos de Capacitaccedilatildeo de Multiplicadores e cinco Teleconferecircncias

(wwwmecgovbr)

1998 A Coordenaccedilatildeo de Educaccedilatildeo Ambiental do MEC promove 8

Cursos de Capacitaccedilatildeo de Multiplicadores 5 teleconferecircncias 2 Seminaacuterios

Nacionais e produz 10 viacutedeos para serem exibidos pela TV Escola

(wwwmecgovbr)

Ao final deste ano a Coordenaccedilatildeo de Educaccedilatildeo Ambiental eacute

inserida na Secretaria de Ensino Fundamental ndash SEF do MEC apoacutes reforma

administrativa (wwwportalmecgovbr)

1999 Criaccedilatildeo da Diretoria de Educaccedilatildeo Ambiental (DEA) do MMA ndash

Que passou a desenvolver as seguintes atividades Implantaccedilatildeo do Sistema

Brasileiro de Informaccedilatildeo em Educaccedilatildeo Ambiental (SIBEA) objetivando atuar

como um sistema integrador das informaccedilotildees de educaccedilatildeo ambiental no paiacutes

Implantaccedilatildeo de Poacutelos de Educaccedilatildeo Ambiental e Difusatildeo de Praacuteticas Sustentaacuteveis

nos Estados objetivando irradiar as accedilotildees de Educaccedilatildeo Ambiental fomento aacute

formaccedilatildeo de Comissotildees Interinstitucionais de Educaccedilatildeo Ambiental nos estados e

95

auxilio na elaboraccedilatildeo de programas estaduais de Educaccedilatildeo Ambiental

implantaccedilatildeo de curso de Educaccedilatildeo Ambiental a distancia objetivando

capacitar gestores professores e teacutecnicos de meio ambiente de todos os

municiacutepios do paiacutes implantaccedilatildeo do projeto Protetores da Vida objetivando

sensibilizar e mobilizar jovens para as questotildees ambientais (Ministeacuterio do Meio

Ambiente 2004)

Aprovaccedilatildeo da LEI 959799 que estabelece a Poliacutetica Nacional

de EA - promulgada a Lei nordm 9795 de 27 de abril de 1999 que institui a Poliacutetica

Nacional de Educaccedilatildeo Ambiental a que deveraacute ser regulamentada apoacutes as

discussotildees na Cacircmara Teacutecnica Temporaacuteria de Educaccedilatildeo Ambiental no CONAMA

(wwwmecgovbr)

A Portaria 164899 do MEC criou o Grupo de Trabalho com

representantes de todas as suas Secretarias para discutir a regulamentaccedilatildeo da

Lei nordm 979599 (wwwmecgovbr)

O MEC propotildee o Programa PCNrsquos em Accedilatildeo atendendo agraves

solicitaccedilotildees dos Estados tendo o Meio Ambiente como uns dos temas

transversais que seraacute trabalhado no ano 2000 (wwwmecgovbr)

Programa Nacional de Educaccedilatildeo Ambiental ndash implantaccedilatildeo do

Programa Nacional de Educaccedilatildeo Ambiental - ProNEA(wwwmecgovbr)

A Coordenaccedilatildeo de EA (COEA) do MEC passa a formar parte da

Secretaacuteria de Ensino Fundamental (wwwambientebrasilcombr)

2000 A Educaccedilatildeo Ambiental integra o Plano Plurianual do Governo

(2000-2003) e agora institucionalmente vinculado ao Ministeacuterio do Meio

Ambiente contemplando sete accedilotildees realizadas pelo MMA IBAMA Banco do

Brasil e Jardim Botacircnico do Rio de Janeiro (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)

2001 Em reconhecimento a importacircncia da articulaccedilatildeo dos

educadores ambientais e as suas instituiccedilotildees em modelos de articulaccedilatildeo

96

horizontal o MMA iniciou uma accedilatildeo de fomento a estruturaccedilatildeo e do

fortalecimento da Rede Brasileira de Educaccedilatildeo Ambiental (REBEA) e da Rede

Paulista de Educaccedilatildeo Ambiental (REPEA) e forneceu apoio a estruturaccedilatildeo da

REASUL da Rede Aguapeacute e da Rede Acreana de Educaccedilatildeo Ambiental

(Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)

2002 No mecircs de junho a lei nordm 979599 foi regulamentada pelo Decreto

nordm4 281 que definem entre outras coisas a composiccedilatildeo e as competecircncias do

Oacutergatildeo Gestor da PNEA lanccedilando assim as bases para a execuccedilatildeo da PNEA

(Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)

2003 Eacute instaurada no MMA a Comissatildeo intersetorial de Educaccedilatildeo

Ambiental (CISEA) com representaccedilatildeo de todas as secretarias e todos os oacutergatildeos

vinculados ao MMA criando uma instancia para um processo coordenado de

consultas e deliberaccedilotildees internamente a esse Ministeacuterio e contribuindo para a

transversalidade interna e a sinergia das accedilotildees em educaccedilatildeo ambiental

desenvolvidas pelas suas secretarias e pelos seus oacutergatildeos vinculados (Ministeacuterio do

Meio Ambiente 2004)

O Ministeacuterio da Educaccedilatildeo estabelece como prioridades viabilizar

as accedilotildees e diretrizes da PNEA e reestruturar a Coordenaccedilatildeo Geral de Educaccedilatildeo

Ambiental (COEA) que passa da Secretaria de Educaccedilatildeo Fundamental

diretamente agrave Secretaria Executiva atuando de forma integrada a todas as

secretarias conferindo maior visibilidade agrave Educaccedilatildeo Ambiental e oportunizando

sua transversalidade assim como seu enraizamento no MEC e na estrutura de

Governo (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)

2004 O MMA e o MEC promoveram em 21 de julho a reuniatildeo de

instalaccedilatildeo do oacutergatildeo gestor da PNEA um passo decisivo para a execuccedilatildeo das

accedilotildees em educaccedilatildeo ambiental no Governo Federal tendo como primeira tarefa

a assinatura de um Termo de Cooperaccedilatildeo Teacutecnica para a realizaccedilatildeo conjunta

da Conferencia Infanto-Juvenil pelo Meio Ambiente (Ministeacuterio do Meio

Ambiente 2004)

97

Em 17 de novembro foi instaurado o Comitecirc Assessor do Oacutergatildeo

Gestor sendo realizada sua primeira reuniatildeo na qual foram criados seis grupos de

trabalho (GTs) dois temporaacuterios ndash GT Documento do ProNEA e GT Regimento

Interno e quatro permanentes ndash GT Gestatildeo do Sistema Brasileiro de Informaccedilotildees

sobre Educaccedilatildeo Ambiental(SIBEA) GT Criteacuterios e Indicadores para Projetos e

Accedilotildees de Educaccedilatildeo Ambiental GT Instrumentos Institucionais e Legais para a

Promoccedilatildeo da Educaccedilatildeo Ambiental e GT Relaccedilotildees Internacionais (Ministeacuterio do

Meio Ambiente 2004)

Foi realizado em Goiacircnia o primeiro encontro governamental

nacional sobre poliacuteticas publicas de educaccedilatildeo ambiental reunindo secretaacuterios e

gestores puacuteblicos das trecircs esferas de governo da aacuterea ambiental O evento visou

a elaborar um diagnoacutestico dos principais desafios ao enraizamento da educaccedilatildeo

ambiental e a aproximaccedilatildeo entre as secretarias de educaccedilatildeo e do meio

ambiente Neste encontro foi reconhecida a necessidade da articulaccedilatildeo e do

fortalecimento muacutetuo das Comissotildees Interinstitucionais Estaduais e das Redes de

Educaccedilatildeo Ambiental Foi elaborado o documento ldquoCompromisso de Goiacircniardquo

que consiste no estabelecimento de um importante e pioneiro pacto entre as

esferas de governo para a criaccedilatildeo de Poliacuteticas e Programas estaduais e

municipais de Educaccedilatildeo Ambiental sincronizados com o ProNEA (Ministeacuterio do

Meio Ambiente 2004)

Nesse ano foi realizada a deacutecima-nona ediccedilatildeo do curso de

Introduccedilatildeo agrave Educaccedilatildeo no Processo de Gestatildeo Ambiental do IBAMA

alcanccedilando quase 700 profissionais formados para atuar com a educaccedilatildeo na

gestatildeo ambiental (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2005)

Ocorreu nova reestruturaccedilatildeo do MEC com a transferecircncia da

Coordenaccedilatildeo Geral de Educaccedilatildeo Ambiental (CGEA) para a entatildeo receacutem-criada

Secretaria de Educaccedilatildeo Continuada Alfabetizaccedilatildeo e Diversidade (Ministeacuterio do

Meio Ambiente 2005)

98

Teve iniacutecio um novo Plano Plurianual o PPA 2004-2007 Em

funccedilatildeo das novas diretrizes e sintonizado com o ProNEA o Programa 0052 eacute

reformulado passa a ser intitulado Educaccedilatildeo Ambiental para Sociedades

Sustentaacuteveis e inicia o ano composto por accedilotildees de responsabilidade da Diretoria

de Educaccedilatildeo Ambiental Fundo Nacional do Meio AmbienteAgecircncia Nacional

de Aacuteguas Coordenaccedilatildeo Geral de Educaccedilatildeo Ambiental do Instituto Brasileiro de

Meio Ambiente e Recursos Naturais Renovaacuteveis Jardim Botacircnico do Rio de

Janeiro e a Secretaria da Comissatildeo Interministerial para os Recursos do Mar

(SECIRM) (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)

Em novembro de 2004 foi realizado o V Foacuterum Brasileiro de

Educaccedilatildeo Ambiental construiacutedo de forma coletiva a partir da Rede Brasileira de

Educaccedilatildeo Ambiental e que proporcionou espaccedilos para diaacutelogo e trocas entre

os educadores ambientais Realizada durante todo o evento a atividade

denominada ldquoConversando com as Redesrdquo proporcionou aos participantes a

oportunidade de estar em contato com as pessoas que formam as redes de

Educaccedilatildeo Ambiental de todo o Brasil As conexotildees foram reforccediladas e renovadas

no evento que viu nascer a Rede Nordestina de Educaccedilatildeo Ambiental e a Rede

de Edu -comunicaccedilatildeo Socioambiental (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2005)

Ainda em novembro de 2004 o MMA participou na Venezuela

da reuniatildeo de trabalho de especialistas em gestatildeo puacuteblica da educaccedilatildeo

ambiental da Ameacuterica Latina e Caribe para elaboraccedilatildeo do plano de

implementaccedilatildeo do Programa Latino-americano e Caribenho de Educaccedilatildeo

Ambiental (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2005)

Nesse ano de 2004 foi feita a revisatildeo do Plano Plurianual e do

Programa 0052 e seu conjunto de accedilotildees foi alterado iniciando o exerciacutecio de

2005 com a seguinte composiccedilatildeo

bull 6270 ndash Educaccedilatildeo ambiental para recursos hiacutedricos (ANA)

bull 2972 ndash Educaccedilatildeo para conservaccedilatildeo da biodiversidade (Jardim Botacircnico

do Rio de Janeiro)

99

bull 2965 ndash Fomento a projetos integrados de educaccedilatildeo ambiental (FNMA)

bull 4932 ndash Formaccedilatildeo de educadores ambientais (DEAIBAMA)

bull 09HO ndash Apoio agrave gestatildeo compartilhada da educaccedilatildeo ambiental (DEA)

bull1997 ndash Implantaccedilatildeo do Sistema Brasileiro de Informaccedilotildees sobre Educaccedilatildeo

Ambiental (DEA)

bull 6857 ndash Produccedilatildeo e veiculaccedilatildeo de programas de educaccedilatildeo ambiental

(DEA)

bull 4641 ndash Publicidade de utilidade puacuteblica (DEA)

bull 4232 ndash Capacitaccedilatildeo de recursos humanos para a prevenccedilatildeo e o

controle ambiental nas aacutereas mariacutetimas e portuaacuterias (SECIRM) (Ministeacuterio do Meio

Ambiente 2004)

Nessa revisatildeo a CGEAMEC inclui no Programa 1061 - Brasil Escolarizado

sob responsabilidade desse Ministeacuterio duas accedilotildees relativas especificamente agrave

educaccedilatildeo ambiental

bull 09EA ndash Apoio agrave distribuiccedilatildeo de material didaacutetico para formaccedilatildeo

continuada em educaccedilatildeo ambiental

bull 09ED ndash Apoio agrave formaccedilatildeo continuada em educaccedilatildeo ambiental para

profissionais da educaccedilatildeo (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2005)

53 Algumas Consideraccedilotildees sobre a Evoluccedilatildeo da Educaccedilatildeo Ambiental

A Educaccedilatildeo Ambiental eacute direito de todos De modo formal como

componente permanente da educaccedilatildeo em todos os niacuteveis e modalidades De

modo natildeo formal atraveacutes de praacuteticas educativas voltadas para a mobilizaccedilatildeo e

participaccedilatildeo da sociedade e suas organizaccedilotildees na defesa da qualidade do

meio ambiente (ALERJ 1999)

A Educaccedilatildeo Ambiental jaacute percorreu um longo caminho superou alguns

obstaacuteculos alguns conflitos ganhou algumas batalhas porem ainda falta muito

para vencer a guerra contra os avanccedilos tecnoloacutegicos sem responsabilidade com

o meio ambiente porque o desenvolvimento eacute necessaacuterio poreacutem natildeo pode estar

100

combinado com um poder impiedoso e irracional do homem que destroacutei a terra

que pisa e tira o sustento polui o ar que respira suja a aacutegua que garante a sua

sobrevivecircncia e das geraccedilotildees futuras

Ao longo desses anos a Educaccedilatildeo Ambiental caminhou em direccedilatildeo ao

reconhecimento da sua importacircncia pois se natildeo houver um investimento em

accedilotildees que despertem a consciecircncia da humanidade para com o Meio

Ambiente natildeo teraacute nenhum sucesso os investimentos para o futuro A educaccedilatildeo

eacute o meio mais importante para o desenvolvimento do homem e a Educaccedilatildeo

Ambiental deve estar presente em todos os niacuteveis educacionais pois atraveacutes dela

passa a existir a consciecircncia pessoal de que o homem natildeo eacute o uacutenico no mundo

e sim faz parte dele segundo Boff 1992 ldquoMesmo sendo o homem a expressatildeo

autoconsciente do mundo natildeo eacute a principal nem a uacutenicardquo Devido a isto o

homem deve ter a consciecircncia de que existe uma interdependecircncia entre os

seres e a natureza em todo o planeta A partir da conscientizaccedilatildeo o homem

passa a perceber e revisar seus conceitos em relaccedilatildeo a viver bem pois a

seduccedilatildeo e adoraccedilatildeo aos estilos e modismos que fazem das pessoas aacutevidos

consumidores e como consequumlecircncia temos a geraccedilatildeo de montanhas de lixo

resiacuteduos inclusive radioativos aleacutem da extraccedilatildeo desordenada dos recursos

naturais natildeo renovaacuteveis

Eacute evidente que nas questotildees ambientais existem os conflitos que vatildeo de

encontro com os propoacutesitos poliacuteticos e os projetos educativos realmente

comprometidos com o resgate do equiliacutebrio entre a necessidade social e a

ambiccedilatildeo pessoal No primeiro caso trata-se de pessoas que na maioria das

vezes por falta de informaccedilatildeo destroem a natureza como derrubada de aacutervores

morte de animais pesca predatoacuteria etc em favor de seu sustento e de suas

famiacutelias natildeo percebendo que com esta destruiccedilatildeo estatildeo limitando o tempo do

seu sustento pois sem controle haacute o esgotamento No segundo caso a

exploraccedilatildeo e a destruiccedilatildeo da natureza natildeo por falta de informaccedilatildeo e sim por

ambiccedilatildeo ao dinheiro e por consequumlecircncia pelo poder natildeo importando o mal

que esta sendo feito Em relaccedilatildeo a isto se pode ressaltar que a pobreza tanto

nacional quanto global eacute uma das principais causas da destruiccedilatildeo pois quando

101

se tem fome a preocupaccedilatildeo com a natureza natildeo tem valor por isto quando se

fala em meio ambiente eacute tudo que estaacute a nossa volta inclusive agrave sociedade

Nessa perspectiva a educaccedilatildeo ambiental precisa ultrapassar os limites da

escola formal isto eacute deve transcender o espaccedilo escolar e ser concebida como

um processo contiacutenuo de formaccedilatildeo para a cidadania atingindo o ser humano

seja ele quem for ou onde estiver para que seja possiacutevel atingir em essecircncia a

mudanccedila de paradigmas que existem nas relaccedilotildees entre homem sociedade e

natureza Para isto se faz necessaacuterio o preenchimento de todos os espaccedilos seja

da miacutedia da famiacutelia do lazer da cultura da ciecircncia do trabalho e

principalmente da educaccedilatildeo Se forem aproveitadas todas as oportunidades

para se praticar a Educaccedilatildeo Ambiental estes conceitos passariam a fazer parte

da consciecircncia individual e coletiva do ser humano provocando alteraccedilatildeo no

sistema social e psicoloacutegico promovendo uma nova eacutetica planetaacuteria

comprometida com a erradicaccedilatildeo da pobreza da fome da poluiccedilatildeo da

opressatildeo humana da degradaccedilatildeo ambiental para que todos os recursos da

natureza possam ser utilizados com equiliacutebrio e respeito agrave fragilidade da terra e

de forma a beneficiar toda a humanidade (wwwsenacbr)

O Estado do Rio de Janeiro dispotildee da Lei 332599 que determina a

Educaccedilatildeo Ambiental obrigatoacuteria em todos os periacuteodos e nas vaacuterias disciplinas do

primeiro e segundo graus natildeo podendo ter uma uacutenica cadeira com conceitos

ecoloacutegicos e as demais ignorarem completamente os ecossistemas e as relaccedilotildees

entre transportes induacutestria agricultura urbanizaccedilatildeo sauacutede e o meio ambiente A

Educaccedilatildeo Ambiental por ser responsabilidade de todos deve ser tratada como

tema transversal isto eacute uma preocupaccedilatildeo de toda a escola e de toda a

comunidade onde a escola estaacute inserida Os professores das vaacuterias disciplinas e a

direccedilatildeo da escola estaratildeo empenhados na construccedilatildeo de projetos pedagoacutegicos

que inclua a problemaacutetica ambiental

A seguir as metodologias utilizadas na realizaccedilatildeo deste trabalho

102

Capiacutetulo 6 Metodologias

O objetivo deste capiacutetulo eacute descrever as metodologias aplicadas na busca

dos objetivos especiacuteficos para atingir as metas apontadas neste estudo

O estudo apresentado nessa dissertaccedilatildeo teve como base agrave elaboraccedilatildeo

de um meacutetodo capaz de garantir a confiabilidade e reprodutibilidade da

pesquisa No decorrer deste capitulo seratildeo abordados temas como

planejamento de pesquisa meacutetodo estatiacutestico pesquisa de campo fontes de

informaccedilatildeo e os problemas encontrados

Eacute relevante citar que o processo de pesquisa cientifica eacute uma atividade

dinacircmica e passiacutevel de mutaccedilotildees A metodologia empregada nesta pesquisa

possibilitou a agregaccedilatildeo de informaccedilotildees no decorrer do trabalho norteadas

sempre pelos objetivos do estudo

A figura 61 mostra esquematicamente a estrateacutegia utilizada na pesquisa

cujas etapas estatildeo melhor detalhadas nos itens subsequumlentes

103

Figura 61 - Esquematizaccedilatildeo do Projeto

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria a partir dos dados deste capiacutetulo

104

61 Diagnose do Estado da Arte da Educaccedilatildeo Ambiental no Ensino Meacutedio da Rede Estadual de Ensino no Municiacutepio do Rio de Janeiro 611 Objetivos

Umas das finalidades da pesquisa proposta no presente trabalho consistiu

em analisar o estado da arte do ponto de vista da Educaccedilatildeo Ambiental do

Ensino Meacutedio na Rede Estadual de Ensino localizada no Municiacutepio do Rio de

Janeiro A partir desta anaacutelise pretende-se traccedilar um perfil das escolas e indicar

caminhos estrateacutegicos em termos de sugestotildees no sentido de melhorar as

informaccedilotildees fornecidas aos alunos dentro da sua formaccedilatildeo acadecircmica partindo

de uma boa formaccedilatildeo docente

A seguir seratildeo detalhados os procedimentos utilizados durante a

elaboraccedilatildeo da pesquisa

612 Metodologia de Pesquisa

O meacutetodo de pesquisa adotado foi uma combinaccedilatildeo de anaacutelise

exploratoacuteria e anaacutelise quantitativa envolvendo as Escolas do Ensino Meacutedio da

Rede Estadual de Ensino localizadas no Municiacutepio do Rio de Janeiro O meacutetodo

foi baseado nas seguintes definiccedilotildees

Uma anaacutelise exploratoacuteria eacute uma pesquisa empiacuterica que utilizando diversas

fontes de informaccedilatildeo investiga um fenocircmeno contemporacircneo no seu contexto

real quando as fronteiras entre o fenocircmeno e contexto natildeo se encontram

nitidamente definidas (Yin 1984)

A anaacutelise quantitativa muitas vezes pode natildeo englobar as variaacuteveis

necessaacuterias agrave compreensatildeo de determinados eventos A concorrecircncia desses

eventos pode abranger uma complexidade tal que os paracircmetros de anaacutelise

tornam-se multidimensionais e difiacuteceis de serem observados de forma quantitativa

105

Contudo isto natildeo significa que as fronteiras entre as duas estrateacutegias de

pesquisa adotadas devam ser claramente delimitadas pois sempre existiratildeo

pontos em comum entre elas Cabe ressaltar poreacutem que cada estrateacutegia possui

caracteriacutesticas proacuteprias (Castro 1978)

O meacutetodo Survey a seguir definido foi o mais adequado para o

desenvolvimento da pesquisa

ldquoA pesquisa survey pode ser descrita como obtenccedilatildeo de dados ou

informaccedilotildees sobre caracteriacutesticas accedilotildees ou opiniotildees de determinado grupo

de pessoas indicado como representante de uma populaccedilatildeo alvo por meio

de um instrumento de pesquisa normalmente um questionaacuteriordquo(Tanur apud

Pinsonneautlt amp Kraemer 1993)

A metodologia estaacute coerente com o objetivo do trabalho uma vez que

desejava-se identificar qual o estado da arte da educaccedilatildeo ambiental nas

escolas de ensino meacutedio da Rede Puacuteblica EstadualConsiderando as colocaccedilotildees

de classificaccedilatildeo de uma pesquisa Survey esta tem um propoacutesito exploratoacuterio e

descritivo

No desenvolvimento do trabalho foi realizado um levantamento de dados

no ambiente com a aplicaccedilatildeo de um questionaacuterio respondido por parte das

escolas (amostra) de cada Metropolitana envolvida na pesquisa

613 Planejamento da Pesquisa

O primeiro passo do planejamento da pesquisa foi o levantamento das

informaccedilotildees disponiacuteveis sobre a situaccedilatildeo do ensino da EA nas Instituiccedilotildees de

Ensino Meacutedio da Rede Puacuteblica Estadual do Municiacutepio do Rio de Janeiro Este

levantamento compreendeu os seguintes itens

Determinaccedilatildeo da metodologia de pesquisa a ser adotada no projeto

Elaboraccedilatildeo de questionaacuterios

106

Aplicaccedilatildeo dos questionaacuterios junto agraves Instituiccedilotildees de Ensino meacutedio

atraveacutes de parceria com a Secretaria Estadual de Educaccedilatildeo

Realizaccedilatildeo de entrevistas com os diretores de Ensino das

Metropolitanas envolvidas no projeto

Avaliaccedilatildeo da receptividade nas metropolitanas e na SEERJ

Levantamento estatiacutestico dos dados

Busca de maiores informaccedilotildees sobre o tema nos sites da SEERJ

Elaboraccedilatildeo de propostas

614 Fontes de Informaccedilotildees

Na pesquisa realizada se lidou com uma variedade de fontes de

informaccedilotildees como documentos entrevistas e observaccedilotildees conforme segue

Materiais Impressos de oacutergatildeos ambientais

Trabalhos acadecircmicos sobre Educaccedilatildeo Ambiental

Entrevistas com professores e diretores de instituiccedilotildees de ensino

Materiais disponibilizados em meio eletrocircnico

Informaccedilotildees disponibilizadas pela SEERJ

615 Pesquisa de Campo

A pesquisa de campo foi realizada em duas etapas

A primeira etapa consistiu na aplicaccedilatildeo de um questionaacuterio nas escolas de

Ensino meacutedio da Rede Puacuteblica Estadual do Municiacutepio do Rio de Janeiro no

periacuteodo de abril a julho de 2006 A distribuiccedilatildeo do questionaacuterio foi viabilizada

mediante parceria com a SEERJ atraveacutes da coordenadoria de EA Os

questionaacuterios foram enviados para as Metropolitanas que foram responsaacuteveis

pela distribuiccedilatildeo e pelo recolhimento destes nas escolas Nas escolas os

questionaacuterios foram respondidos pelos diretores ou orientadores pedagoacutegicos O

modelo do questionaacuterio encontra-se no anexo 3

107

Apoacutes anaacutelise quantitativa e qualitativa dos questionaacuterios foi realizada a

segunda etapa que consistiu na avaliaccedilatildeo da receptividade das Metropolitanas

e da proacutepria SEERJ relacionada agrave relevacircncia da pesquisa Para tal foi elaborado

um questionaacuterio especiacutefico a ser respondido pelo responsaacutevel pela distribuiccedilatildeo

em cada metropolitana (anexo 4 5 e 6) e tambeacutem pela Coordenaccedilatildeo de

Educaccedilatildeo Ambiental da SEERJ O modelo dos questionaacuterios encontram-se no

anexo 7

Depois de estabelecidas as primeiras diretrizes foi realizado um

levantamento bibliograacutefico sobre os assuntos referentes ao trabalho Atraveacutes da

revisatildeo da literatura foi encontrada uma seacuterie de documentos pertinentes ao

assunto tais como

Determinaccedilatildeo de um modelo estatiacutestico utilizaccedilatildeo de uma amostragem

adequada

Realizaccedilatildeo de um questionaacuterio para as escolas

Definiccedilatildeo de modelo estatiacutestico para avaliar os dados levantados

Discussatildeo sobre o modelo estatiacutestico

Numa segunda etapa foi realizado um questionaacuterio de avaliaccedilatildeo da

pesquisa com os Diretores de Ensino responsaacuteveis pelas das metropolitanas

envolvidas no projeto

616 Avaliaccedilatildeo dos Resultados

Os dados seratildeo apresentados de maneira a desenhar o perfil das escolas

respondentes e suas opiniotildees a respeito da situaccedilatildeo do ensino da Educaccedilatildeo

Ambiental na rede puacuteblica estadual do Municiacutepio do Rio de Janeiro

Entre as respostas verificadas desconsiderou-se as respostas que natildeo

estavam em concordacircncia com as perguntas e as respostas em branco

As avaliaccedilotildees foram feitas nos itens e demonstradas em forma de

percentual

108

Foi feita uma anaacutelise estatiacutestica dos dados poreacutem nem todos os dados

estavam adequados para este tipo de anaacutelise Dada a heterogeneidade dos

dados o que muitas vezes impediu a aplicaccedilatildeo de equaccedilotildees matemaacuteticas

optou-se por natildeo realizar o tratamento estatiacutestico

62 Diagnose do Acesso aos Cursos de Graduaccedilatildeo nas

Universidades Puacuteblicas Estudo de Caso da UERJ e UFRJ

621 Objetivos

Aleacutem do mapeamento da Educaccedilatildeo Ambiental no Ensino Meacutedio puacuteblico

estadual a outra finalidade da pesquisa proposta nesta dissertaccedilatildeo consistiu em

analisar o acesso agraves Universidades Puacuteblicas dos alunos oriundos das escolas de

ensino meacutedio da Rede Puacuteblica

Para atingir esta meta foi realizada uma avaliaccedilatildeo do Sistema de Cotas

implantado na UERJ como tambeacutem avaliaccedilatildeo de uma proposta do acesso

atraveacutes do Sistema de Cotas que estaacute em fase de projeto na UFRJ

A seguir seratildeo detalhados os procedimentos utilizados durante a

elaboraccedilatildeo da pesquisa

622 Metodologia de Pesquisa

O meacutetodo de pesquisa adotado foi uma combinaccedilatildeo de anaacutelise

exploratoacuteria e anaacutelise quantitativa envolvendo as Universidades UERJ e UFRJ As

definiccedilotildees das metodologias foram descritas no item 612 deste capiacutetulo

109

623 Planejamento da Pesquisa

O planejamento foi iniciado com o levantamento das informaccedilotildees

disponiacuteveis sobre o acesso dos alunos nas Universidades Puacuteblicas Este

levantamento compreendeu os seguintes itens

Definiccedilatildeo das Universidades que seriam objeto da Pesquisa

Solicitaccedilatildeo de informaccedilotildees referentes aos alunos ingressos nas

Universidades atraveacutes de relatoacuterios fornecidos pelas comissotildees de

Vestibular das Universidades

Realizaccedilatildeo de entrevistas teacutecnicas com professores e outros profissionais

envolvidos no sistema de cotas das Universidades

Avaliaccedilatildeo quantitativa de alunos que ingressam nas Universidades

Puacuteblicas definidas egressos de escolas de ensino meacutedio da rede puacuteblica

comparados com os alunos egressos das instituiccedilotildees de ensino da Rede

Particular

Levantamento estatiacutestico dos dados

Busca de maiores informaccedilotildees sobre o sistema de cotas na miacutedia

eletrocircnica e escrita

Anaacutelise criacutetica dos sistemas de Cotas referentes agraves Universidades

estudadas

624 Fontes de Informaccedilotildees

Na pesquisa realizada se lidou com uma variedade de fontes de

informaccedilotildees como documentos entrevistas e observaccedilotildees conforme segue

Materiais Impressos fornecidos pela UERJ

Materiais de impressos de circulaccedilatildeo interna sobre a implantaccedilatildeo

do Sistema de Cotas na UERJ

Entrevistas teacutecnicas com professores e pessoas ligadas ao Sistema

de Cotas nas Universidades

Materiais disponibilizados em meio eletrocircnico

Relatoacuterios disponibilizados pela UERJ e UFRJ

110

625 Pesquisa de Campo

A pesquisa de campo foi realizada em vaacuterias etapas

Primeiramente estabeleceu-se contato com profissionais de setores da

UERJ e UFRJ relacionados ao acesso aos cursos de graduaccedilatildeo Isto feito face agraves

diferentes formas de acesso dessas universidades foram adotadas estrateacutegias

diferentes para os dois casos

- Estudo de caso UERJ

Foram realizadas entrevistas teacutecnicas com docentes da UERJ que

participaram da implantaccedilatildeo do sistema de cotas tanto a niacutevel acadecircmico

como administrativo Aleacutem disso foram coletadas informaccedilotildees referentes ao

vestibular atraveacutes de relatoacuterios fornecidos pelo nuacutecleo de informaacutetica da

Comissatildeo de Vestibular

- Estudo de caso UFRJ

Foi realizado com base no relatoacuterio de informaccedilotildees sobre o acesso no

vestibular fornecido pela comissatildeo de vestibular da UFRJ No que diz respeito ao

acesso diferenciado foi avaliada uma proposta da UFRJ para sistema de cotas

A primeira etapa consistiu em entrevistas teacutecnicas com professores da

UERJ que participam do sistema de cotas adotado pela Universidade como

tambeacutem acesso agraves informaccedilotildees pertinentes ao vestibular

Atraveacutes da revisatildeo da literatura foi encontrada uma seacuterie de documentos

pertinentes ao assunto tais como

Relatoacuterio com as informaccedilotildees de acesso a UFRJ dos alunos egressos

da Rede Estadual de ensino Documento fornecido pelo nuacutecleo de

informaacutetica do setor de vestibular da Universidade

111

Relatoacuterio com as informaccedilotildees de acesso a UERJ dos alunos egressos

da Rede Estadual de ensino Incluindo os alunos contemplados pelos

sistemas de cotas Documento fornecido pelo nuacutecleo de informaacutetica do

setor de vestibular da Universidade

Numa segunda etapa foi realizada uma avaliaccedilatildeo dos resultados e

montado um quadro comparativo entre as Universidades

63 Limitaccedilotildees do Estudo

O fator limitante foi a dificuldade de acesso aos dados relativos agraves escolas

pois para alguns Diretores de Ensino responsaacuteveis pelas Metropolitanas foram

muito difiacuteceis a distribuiccedilatildeo e o recebimento dos questionaacuterios o que acabou

comprometendo a quantidade das informaccedilotildees

Algumas escolas natildeo demonstraram muito interesse em responder os

questionaacuterios deixando muitas perguntas em branco e natildeo mostrando a

realidade das escolas

A seguir seraacute mostrada uma avaliaccedilatildeo do acesso aos cursos de

graduaccedilatildeo

112

Capiacutetulo 7 Diagnoacutestico do Acesso aos Cursos de Graduaccedilatildeo Estudo de Casos UERJ e UFRJ

Neste capiacutetulo eacute mostrado como acontece o acesso agraves Universidades

Puacuteblicas dos alunos oriundos das escolas da rede Puacuteblica Estadual em

comparaccedilatildeo com a Rede Federal e a Rede ParticularTomou-se como estudo de

caso a Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e a Universidade Federal

do Rio de Janeiro (UFRJ) tendo como base os nuacutemeros referentes aos concursos

vestibulares no periacuteodo 2003-2006

Tambeacutem eacute feita uma avaliaccedilatildeo do acesso por Cotas focando

a sistemaacutetica implementada na UERJ que foi a primeira a implantar o sistema

Tambeacutem fez uma anaacutelise de uma proposta da UFRJ para futura implantaccedilatildeo do

sistema

113

71 O Sistema de Cotas

A lei de cotas nas universidades eacute considerado um assunto muito

polecircmico que divide muitas opiniotildees Desde o acircmbito acadecircmico passando

pelo governamental e faixas da sociedade(www universiacombr)

Com o passar dos anos o aumento da competiccedilatildeo por uma vaga

nas Universidades Puacuteblicas fez com que o grau de exigecircncia aliada agrave diminuiccedilatildeo

da qualidade do ensino meacutedio na rede puacuteblica estadual tornasse o ingresso

deste grupo nas Universidades cada vez mais difiacutecil Uma das consequumlecircncias eacute o

fato de que as vagas nessas universidades fiquem voltadas para a faixa da

sociedade que pelo domiacutenio do poder econocircmico prepara melhor seus alunos

garantindo suas vagas Esta faixa da sociedade natildeo concorda com as cotas

pois percebe com isto que as suas vagas jaacute consideradas certas seratildeo

distribuiacutedas para uma faixa excluiacuteda que ateacute entatildeo natildeo significava qualquer

ameaccedila na competiccedilatildeo e alguns ateacute julgam o sistema como ldquoinjustordquo

Em relaccedilatildeo ao sistema acadecircmico existe a preocupaccedilatildeo com a

diminuiccedilatildeo da qualidade do ensino devido ao ingresso de alunos que satildeo

considerados ldquodespreparadosrdquo para ingressar em uma universidade de

qualidade (www universiacombr)

Para implantaccedilatildeo do Sistema de Cotas foram criadas leis nos

acircmbitos federal e estadual

Lei Federal PROJETO DE LEI 36272004

Institui Sistema Especial de Reserva de Vagas para estudantes egressos de

escolas puacuteblicas em especial negros e indiacutegenas nas instituiccedilotildees puacuteblicas

federais de educaccedilatildeo superior e daacute outras providecircncias Anexo 1

Lei Estadual Lei Nordm 3708 de 9 de Novembro de 2001

114

Institui cota de ateacute 40 (quarenta por cento) para as populaccedilotildees negra e

parda no acesso a Universidade do Estado do Rio de Janeiro e agrave Universidade

Estadual do Norte Fluminense e daacute outras providecircnciasAnexo2

72 Implantaccedilatildeo do Sistema

Por forccedila do disposto na Lei Estadual Nordm 3708 a Universidade Estadual do

Rio de Janeiro (UERJ) foi a primeira instituiccedilatildeo a adotar o sistema de cotas no

Estado do Rio de Janeiro tendo iniacutecio em 2003 (wwwconcienciacombr)

Como a reserva de vagas de acordo com a lei prevecirc 50 do total de

vagas por cursoturnosemestre para alunos oriundos da rede puacuteblica e para que

a lei pudesse ser cumprida foram realizados dois vestibulares

Um tradicional aberto a candidatos oriundos de qualquer tipo de

escola e denominado como nos anos anteriores Vestibular Estadual para

preenchimento na UERJ 2485 vagas em 46 cursos

Outro aberto apenas a candidatos oriundos de escolas da rede

puacuteblica localizadas no Estado do Rio de Janeiro denominado Vestibular SADE

(Sistema de Acompanhamento do Desempenho dos Estudantes do Ensino Meacutedio

mantido pelo Poder Puacuteblico) para preenchimento na UERJ de 2485 vagas em 46

cursos

Como a reserva prevecirc 40 do total de vagas por cursoturnosemestre

para alunos autodeclarados negros e pardos e para atender a reserva foram

adotados os alguns procedimentos

Apoacutes a soma do nuacutemero total de vagas oferecido nos dois vestibulares e

calculado o valor correspondente a 40 de cada total obtido verifica-se o

quantitativo de autodeclarados negros ou pardos e se o quantitativo for igual ou

maior que os 40 previstos pela legislaccedilatildeo a reserva eacute considerada

atendida(UERJ 2003)

115

73 O Aluno na Universidade

A questatildeo natildeo se resume ao ingresso do aluno na Universidade mas

tambeacutem se a Universidade tem condiccedilotildees de acolher e manter estes alunos Se

estes tiverem muita dificuldade de acompanhar as aulas e isto acarretar evasatildeo

o sistema natildeo teraacute sentido

Segundo a Sub-Reitora de Graduaccedilatildeo da UERJ ProfaRaquel Villard

somente a reserva de vagas para as pessoas carentes natildeo eacute o suficiente pois

existe o problema financeiro No endereccedilo eletrocircnico institucional a Sub-Reitora

declara ldquoHoje noacutes temos um programa chamado PROINICIAR (Programa de

Iniciaccedilatildeo Acadecircmica) Por meio dele a Universidade tenta ajudar este aluno na

passagem para a vida universitaacuteria inclusive atendendo aos estudantes em suas

necessidades advindas de um ensino meacutedio ou fundamental sem a qualidade

que deveria terrdquo (www 2uerjbr)

A UERJ utiliza o sistema de cotas desde 2003 Os alunos cotistas que

comprovam baixa renda recebem uma bolsa auxilio de R$19000(cento e

noventa reais) Este auxilio eacute destinado agraves despesas baacutesicas de manutenccedilatildeo do

aluno como passagem coacutepias livros lanche etc e tem duraccedilatildeo de 1 ano Isso

eacute devido ao fato do aluno quando chega ao 3ordm periacuteodo de acordo com o seu

desempenho pode participar dos outros programas existentes na Universidade

como estaacutegios iniciaccedilatildeo cientiacutefica etc que oferecem bolsas Tendo assim a

partir deste periacuteodo o aluno jaacute eacute capaz de conseguir sua remuneraccedilatildeo natildeo

sendo mais necessaacuterio o auxilio(Noronha Patriacutecia - Coordenaccedilatildeo do PROINICIAR-

Entrevista teacutecnica)

Segundo informaccedilotildees coletadas junto agrave coordenaccedilatildeo do PROINICIAR

devido agraves carecircncias educacionais dos alunos eventuais falhas no Ensino Meacutedio a

UERJ instituiu dentro do programa Proiniciar cursos oficinas e atividades culturais

Este programa oferece em paralelo com as disciplinas do curso aulas de

Matemaacutetica Quiacutemica Fiacutesica Biologia etc como se fossem aulas de reforccedilo e

oficinas com aulas praacuteticas aleacutem de visitas e passeios culturais programados a

116

teatros cinemas museus etc A garantia do funcionamento deste programa eacute

atraveacutes de parcerias entre as diversas faculdades dentro da UERJ aleacutem de

parcerias externas Essas parcerias tecircm o objetivo de facilitar a execuccedilatildeo do

programa pois se faz necessaacuterio que diversos professores sejam disponibilizados

para os cursos e as oficinas Atraveacutes destas parcerias satildeo oferecidos tambeacutem

cursos de idiomas gratuitamente para os cotistas (Inglecircs Francecircs Alematildeo etc)

(Noronha Patriacutecia - Coordenaccedilatildeo do PROINICIAR-Entrevista teacutecnica)

Ainda de acordo com a Coordenaccedilatildeo do PROINICIAR inicialmente a

evasatildeo dos alunos cotistas era grande muitos natildeo conseguiam se manter na os

Universidade tanto por dificuldades em acompanhar as aulas quanto por

dificuldades financeiras Uma das razotildees atribuiacutedas era o fato de que havia um

excesso de oficinas e atividades coincidentes com os periacuteodos de provas Sendo

assim os alunos natildeo conseguiam dar conta de todas as atribuiccedilotildees natildeo

atingindo os graus necessaacuterios e com isto se sentiam incapazes perdiam o

entusiasmo e acabavam desistindo do curso Atualmente a oferta dos cursos e

das oficinas satildeo feitos no iniacutecio dos periacuteodos terminando antes do iniacutecio das

provas isto faz com que os alunos fiquem com tempo mais livre para se

prepararem melhor para as provas sem contar que no iniacutecio dos periacuteodos os

alunos estatildeo com maior disposiccedilatildeo Essas medidas jaacute trouxeram uma melhoria no

desempenho destes alunos e aumentaram tambeacutem a auto-estima tornando-

mais seguros(Noronha Patriacutecia - Coordenaccedilatildeo do PROINICIAR-Entrevista teacutecnica)

Em relaccedilatildeo ao desempenho dos cotistas que segundo a ProfaRaquel

Villard reprovam menos por frequumlecircncia do que os natildeo cotistas ldquoTambeacutem temos

dados que comprovam que o estudante se apega a essa chance como algo

que ele sabe que natildeo pode ser jogado fora natildeo pode ser perdido Isto explica o

empenho evidente nos estudosrdquo (wwwuniversiacombr)

Natildeo existe duacutevida de que a adoccedilatildeo de cotas eacute uma forma eficaz de

aumentar o ingresso de negros e carentes em Universidades Isto faz com que

tenham condiccedilatildeo de cursarem o niacutevel superior que hoje eacute um privileacutegio das

classes mais abastadas da sociedade pois somente alunos bem preparados

117

normalmente por escolas do setor privado e de cursinhos preparatoacuterios possuem

maior acesso agraves Universidades Puacuteblicas Como este preparo requer um custo

elevado fica cada vez mais restrito a uma pequena parcela da sociedade que

possui melhor poder aquisitivo

Segundo o Professor Ricardo Salles (historiador e professor da Faculdade de

Formaccedilatildeo de Professores da UERJ) o sistema trouxe principalmente dois grandes

resultados positivos

Inicialmente fez que um expressivo nuacutemero de afro-brasileiros e alunos

carentes oriundos de escolas puacuteblicas ingressasse na Universidade Puacuteblica Para

estas pessoas que tendo concluiacutedo o ensino meacutedio estavam legalmente em

condiccedilotildees de ingressarem em uma Universidade O Sistema de Cotas tornou

possiacutevel o ingresso em uma Universidade Puacuteblica pois sem as mesmas soacute teriam

condiccedilotildees de ingressarem em instituiccedilotildees privadas possibilidade esta que na

maioria dos casos esbarrava na falta de recursos financeiros devido ao alto

custo da mensalidade dos cursos

Ainda de acordo com o professor Ricardo Salles o segundo resultado

positivo da implantaccedilatildeo das cotas eacute que atraveacutes dela se tem novamente em

debate agrave polecircmica a respeito do lugar da Universidade Puacuteblica na Sociedade

Brasileira tendo como objetivo o desenvolvimento de uma naccedilatildeo mais justa e

democraacutetica Isto porque se existe a Universidade Puacuteblica e esta eacute mantida pelos

governos parte deste dinheiro adveacutem dos impostos da populaccedilatildeo nada mais

justo que a maioria das pessoas que estejam na Universidade Puacuteblica sejam as

que natildeo tenham condiccedilotildees de pagar uma boa Universidade particular Mas na

realidade o que ocorre eacute exatamente o contraacuterio satildeo as classes mais

privilegiadas que estatildeo nas Universidades Puacuteblicas pois nas trecircs ultimas deacutecadas

o descaso com o ensino meacutedio da rede puacuteblica foi tatildeo grande que os alunos

que se formam nessas instituiccedilotildees natildeo satildeo capazes de concorrerem em

igualdade com os que vecircm de um ensino meacutedio em instituiccedilotildees particulares caras

com um principal objetivo de cursar uma Universidade Puacuteblica Entatildeo o sistema

118

de cotas para esses alunos eacute uma maneira de compensar esse contra-senso

(www2uerjbr)

74 A Necessidade das Cotas

Eacute preciso se estar alerta para que o sistema de cotas ou reserva de vagas

natildeo incorra no risco de desviar a atenccedilatildeo de uma questatildeo muito grave talvez a

questatildeo-chave da situaccedilatildeo que eacute o niacutevel do ensino meacutedio da rede puacuteblica na

atualidade O Estado estaacute deixando de cumprir a sua parte que eacute de preparar

bem os alunos de famiacutelias mais carentes independentes da cor para que

aumentem suas condiccedilotildees de competiccedilatildeo para que melhorem suas condiccedilotildees

de vida atraveacutes de uma boa formaccedilatildeo Universitaacuteria

Este fato pode ser observado ao longo dos anos pois historicamente os

melhores alunos estavam na Rede Puacuteblica de Ensino em todos os niacuteveis de

formaccedilatildeo Somente estudavam em escolas particulares aqueles alunos que

tinham problemas seacuterios de disciplina ou muita dificuldade em aprendizagem

logo para completarem seus estudos recorriam agrave Rede Privada de ensino O

ensino puacuteblico era muito riacutegido e exigente o que contribuiacutea para uma boa

formaccedilatildeo e consequumlente condiccedilatildeo de ingresso em uma Universidade Puacuteblica

A inclusatildeo de negros na questatildeo das cotas tambeacutem adveacutem da maioria

da populaccedilatildeo que utiliza a Rede Puacuteblica Estadual de Ensino ser de pardos e

negros que gera por consequumlecircncia uma acentuada minoria desses alunos nas

Universidades Puacuteblicas

Com o passar dos anos a Educaccedilatildeo Puacuteblica comeccedilou a ser superada em

termos de formaccedilatildeo pela Rede Privada o que ocasionou uma lacuna entre os

alunos da Rede Puacuteblica Estadual e a Universidade pois se as instituiccedilotildees de ensino

particular estatildeo preparando melhor os seus alunos seratildeo estes que ingressaratildeo

nas Universidades Puacuteblicas Com isto o nuacutemero de alunos que terminam o ensino

meacutedio na Rede Puacuteblica Estadual que consegue se classificar em uma

Universidade Puacuteblica eacute a cada ano menor restando para estes alunos da Rede

119

Puacuteblica Estadual ingressarem em Universidades Privadas ou simplesmente que eacute o

que ocorre com maior frequumlecircncia ficar sem o direito de melhorar suas condiccedilotildees

de vida atraveacutes de uma boa graduaccedilatildeo

Com atenccedilatildeo a estes fatos eacute que o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo estaacute com um

projeto de lei no qual sugere a diminuiccedilatildeo gradativa do percentual da cota de

50 dos alunos que cursaram o ensino meacutedio na rede puacuteblica A intenccedilatildeo do

Ministeacuterio eacute promover a qualidade no ensino meacutedio na mesma proporccedilatildeo que os

alunos deixariam de utilizar as cotas (wwweducacaoaolbr)

Segundo o MEC (Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura) a melhoria da

qualidade do ensino puacuteblico ldquoeacute a mais eficiente poliacutetica de inclusatildeo social no

que diz respeito ao acesso agrave educaccedilatildeo superiorrdquo (wwweducacaoaolbr)

O Professor Joseacute Jorge de Carvalho (Departamento de Antropologia-

Universidade de Brasiacutelia) comenta que o sistema de cotas eacute a uacutenica forma de

resolver o problema da exclusatildeo racial em curto prazo O preconceito segundo

ele estaacute presente nas salas de aula O professor comeccedilou a defender o sistema

de cotas para negros quando presenciou o caso de um aluno que foi

prejudicado por um professor por motivos raciais (wwwespacoacademicocom

br)

O Professor Joseacute Jorge de Carvalho defende que ldquoHaacute poucos negros na

Universidade e isso dificulta que eles se unam para lutar por seus direitos Eacute preciso

mudar o tipo de relaccedilatildeo que existe na academia E isso soacute vai acontecer quando

houver vaacuterios negros laacute dentrordquo Os estudos do professor mostram os nuacutemeros da

exclusatildeo em 2003 97 dos universitaacuterios brasileiros satildeo brancos contra 2 de

negros e 1 de amarelos O desequiliacutebrio eacute evidente se no Brasil 45 da

populaccedilatildeo eacute negra Baseados nestes dados fica claro que era preciso tomar

alguma providecircncia para se tentar reverter este quadro era necessaacuterio que de

alguma maneira se fizesse agrave inserccedilatildeo do negro no ensino superior e o sistema de

cotas foi uma opccedilatildeo praacutetica e que amenizaria o problema num curto prazo

(wwwespacoacademicocombr)

120

Segundo a professora de Antropologia Yvonne Maggie (Professora Titular

da Universidade Federal do Rio de Janeiro) a ideacuteia de raccedila deve ser abolida por

estimular a divisatildeo do paiacutes em grupos eacutetnicos A cisatildeo racial seria um passo em

direccedilatildeo ao conflito Para a professora Yvonne Maggie ldquoDesde o Modernismo

nossa sociedade se vecirc como misturada A introduccedilatildeo do sistema de cotas rompe

com esse ideaacuterio e produz uma sociedade que tem a obrigaccedilatildeo legal de se

classificar como lsquobranca ou negrarsquo Em outros paiacuteses poliacuteticas que reforccedilam a

condiccedilatildeo racial geraram conflitos inimaginaacuteveis como a Ruanda o Kosovo e a

Aacutefrica do Sulrdquo (wwwcomcienciabr)

Na avaliaccedilatildeo da autora desta dissertaccedilatildeo a questatildeo do indiviacuteduo no

sistema de cotas ter que se auto-declarar negro ou branco natildeo chega a ser um

motivo passiacutevel de gerar um conflito de raccedilas pois a raccedila natildeo deve ser vista

como um motivo de vergonha para o indiacuteviduo e sim uma informaccedilatildeo comum

como peso idade etc O que pode gerar conflitos poreacutem eacute a discriminaccedilatildeo de

raccedilas exclusatildeo social que satildeo problemas muito mais graves no nosso paiacutes

problemas estes que satildeo as principais causas de confrontos e grandes geradores

de violecircncia Com a exclusatildeo social as diferenccedilas sociais se tornam cada vez

maiores provocando a falta de oportunidades para a maioria da populaccedilatildeo

privilegiando sempre uma pequena parcela da sociedade o que gera revolta e

consequumlentemente atos de violecircncia

Um comparativo da situaccedilatildeo das aprovaccedilotildees nos vestibulares das

Universidades Puacuteblicas participantes do estudo dos alunos egressos da Rede

Puacuteblica Estadual em relaccedilatildeo aos alunos egressos da Rede Puacuteblica Federal como

tambeacutem dos alunos egressos da Rede de Ensino Particular eacute mostrado a seguir

75 Comparativo Entre a Rede Estadual de Ensino e a Rede

Federal e Particular

Para os estudos foram selecionadas duas instituiccedilotildees a Universidade

Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) por ser a Universidade agrave qual eacute vinculado o

121

projeto de pesquisa e Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) por ser a

primeira universidade a utilizar o sistema de cotas aumentando assim o nuacutemero

de alunos oriundos de escolas da Rede Puacuteblica Estadual

A Rede Puacuteblica Estadual do Rio de Janeiro eacute a responsaacutevel pela formaccedilatildeo

do maior nuacutemero de alunos concluintes do ensino meacutedio mais isto natildeo significa

que estes alunos ingressam em maior nuacutemero em Universidades Puacuteblicas

Na realidade o que ocorre eacute que as Redes de Ensino Privadas e Federais

responsaacuteveis por apenas um terccedilo dos concluintes do ensino meacutedio satildeo os que

mais aprovam seus alunos nas Universidades Puacuteblicas conforme mostra a Tabela

71 a qual traz o nuacutemero de alunos egressos das escolas puacuteblicas inscritos e o

nuacutemero dos que obtiveram aprovaccedilatildeo nas Universidades Puacuteblicas

A maioria dos alunos da Rede Puacuteblica Estadual nem ao menos se inscreve

nos concursos dentre os que se inscrevem menos da metade consegue

classificaccedilatildeo para um curso de graduaccedilatildeo

Tabela 71 os Vestibulares UFRJ e UERJ - Nordm de inscritos e nordm de classificados

UFRJ UERJ a

ESTADUAL FEDERAL PARTICULAR ESTADUAL FEDERAL PARTICULAR

ANO INSC CLAS INSC CLAS INSC CLAS INSC CLAS INSC CLAS INSC CLAS

2000 ND ND ND ND ND ND 8391 318 4558 700 20764 1593

2001 ND ND ND ND ND ND 12866 479 4966 670 33583 2801

2002 ND ND ND ND ND ND 11938 805 4220 708 24664 2745

2003 11849 907 4670 1083 30796 4118 14804 2218 3529 817 16968 1647

2004 13703 875 4589 900 34921 4467 9941 1881 2824 688 15251 2321

2005 11671 910 4015 960 29563 4447 9007 1836 3010 621 17106 2468

2006 13681 870 4229 991 32527 4738 ND ND ND ND ND ND

ND Dados natildeo disponiacuteveis a Os dados da UERJ a partir de 2003 estatildeo computados com a reserva de vagas

122

Fontes Departamento de seleccedilatildeo acadecircmica-DSEA-UERJ(2006) Nuacutecleo de Computaccedilatildeo Eletrocircnica-UFRJ(2006)

De acordo com os dados pode-se constatar que a quantidade de alunos

da rede puacuteblica que conseguem ingressar nas Universidades Puacuteblicas eacute muito

inferior aos egressos da rede particular

O que se pode destacar de mais importante eacute o fato de que a partir do

ano de 2003 o nuacutemero de alunos da rede Puacuteblica Estadual que foram

classificados no vestibular da UERJ aumentou muito o que coincide com o iniacutecio

de implantaccedilatildeo das reservas de vagas concluindo que a reserva de vagas foi

um instrumento que contribuiu para o aumento do nuacutemero de alunos da rede

Puacuteblica Estadual na UERJ

O nuacutemero de Escolas da Rede Estadual de Educaccedilatildeo eacute cerca de 1014

escolas e a Rede privada estaacute em torno de 870 portanto a Rede Estadual possui

um nuacutemero superior de escolas em relaccedilatildeo agrave Rede Privada e ao nuacutemero de

Escolas da Rede Federal que satildeo cerca de 12 escolas

O nuacutemero de alunos da alunos da Rede Estadual corresponde agrave cerca de

23 quanto a Rede particular e a Federal juntas correspondem a 13 deste

nuacutemero (SEERJ)

Observa-se que mesmo a Rede Puacuteblica Estadual tendo um nuacutemero de

alunos concluintes do ensino meacutedio muito superior apenas um nuacutemero muito

pequeno destes conseguem ingressar em uma Universidade Puacuteblica

Baseando-se nas informaccedilotildees do Vestibular de 2003-2005 da UFRJ e UERJ

(Tabela 71) podem ser feitas algumas avaliaccedilotildees Foi selecionado este periacuteodo

pois segundo a tabela 71 eacute aquele que conteacutem dados das duas Universidades

Os graacuteficos foram elaborados utilizando-se a meacutedia dos dados de cada

esfera compreendidos entre os anos de 2003 e 2005

123

Caso UFRJ

Quanto ao nuacutemero de alunos inscritos

A Figura 71 mostra o percentual de alunos inscritos no vestibular da UFRJ

oriundos da Rede Estadual Federal e Particular calculado atraveacutes do somatoacuterio

do nuacutemero de inscritos no periacuteodo em anaacutelise

26

965

EstadualFederalParticular

Figura 71 Percentual de alunos inscritos no Vestibular da UFRJ

Foi observado que o percentual de alunos inscritos oriundos da Rede

Privada eacute muito superior aos demais A proporccedilatildeo de alunos inscritos da rede

Federal eacute pequeno Isso pode ser atribuiacutedo ao fato de que haacute poucas escolas da

Rede Federal de Ensino Meacutedio e portanto o nuacutemero de alunos eacute menor Quanto

agrave Rede Estadual de Ensino o nuacutemero de alunos inscritos eacute muito pequeno em

relaccedilatildeo ao total de alunos da rede jaacute que dois terccedilos dos alunos estatildeo neste

grupo Logo o percentual de inscritos deveria ser tambeacutem muito superior mas o

que os nuacutemeros mostram eacute exatamente o contraacuterio Tal distorccedilatildeo pode ser

devida a vaacuterios fatores destacando-se a questatildeo pedagoacutegica e financeira que

seraacute discutida posteriormente

124

Quanto ao nuacutemero de alunos classificados

A Figura 72 mostra o Percentual de alunos que foram classificados no

vestibular oriundos da Rede Estadual Federal e particular calculado atraveacutes do

percentual de alunos que foram classificados em funccedilatildeo do numero de inscritos

14

16

70

Estadual

Federal

Particular

Figura 72 Percentual de alunos classificados no Vestibular da UFRJ

O percentual de alunos classificados egressos da Rede Particular eacute muito

superior aos da Rede Federal e Estadual Isto ocorre devido ao nuacutemero de

inscritos ter sido muito superior aos demais A figura indica tambeacutem que a grande

maioria dos alunos que ingressam na UFRJ cerca 70 satildeo oriundos da Rede

Particular de Ensino Meacutedio

Relaccedilatildeo entre o nordm total de inscritos e classificados

A Figura 73 mostra o percentual em relaccedilatildeo ao nuacutemero de inscritos e

classificados dentro da Rede Puacuteblica Estadual Federal e Particular Calculado

pela quantidade de alunos classificados em funccedilatildeo dos inscritos dentro de cada

esfera comparativamente

125

7

22

14EstadualFederalParticular

Figura 73 Percentual de alunos classificados em funccedilatildeo do nuacutemero de

inscritos em cada esfera

Em relaccedilatildeo ao nuacutemero de inscritos e os que satildeo classificados destaca-se

que no tocante aos alunos oriundos da Rede Particular o nuacutemero de

classificados eacute inferior ao nuacutemero de classificados pelas Escolas Federais Estas

mesmo tendo um nuacutemero inferior de alunos formados proporcionalmente exibem

um melhor desempenho Isto leva agrave percepccedilatildeo de que as escolas da Rede

Federal de Ensino Meacutedio estatildeo conseguindo manter um padratildeo de ensino

superior agrave Rede Estadual e agrave Particular formando assim ilhas de excelecircncia em

Educaccedilatildeo

Na Rede Puacuteblica Estadual o baixo nuacutemero de classificados acaba sendo

um motivo para a falta de estiacutemulo para os alunos se inscreverem Na avaliaccedilatildeo

da autora estes julgam que a chance de conseguir a classificaccedilatildeo eacute muito

pequena devido agraves suas deficiecircncias pedagoacutegicas sendo assim nem tentam o

vestibular Este fato tambeacutem se alia aos problemas financeiros devido ao custo

das inscriccedilotildees que muitas vezes por falta de recursos somente os alunos que

conseguem isenccedilatildeo das taxas se inscrevem como tambeacutem os alunos que

priorizam o trabalho ao estudo jaacute que nas Universidades Puacuteblicas a maioria dos

horaacuterios das aulas impede que o aluno trabalhe

126

Caso UERJ

Quanto ao nuacutemero de alunos inscritos

A figura 74 mostra o percentual total de alunos inscritos no vestibular da

UERJ oriundos da Rede Estadual Federal e Particular Calculado a partir do

somatoacuterio dos inscritos em relaccedilatildeo agrave Rede Estadual Federal e Particular

37

10

53

Estadual

Federal

Particular

Figura 74 Percentual de alunos inscritos no Vestibular da UERJ

Pode-se destacar que semelhante agrave UFRJ o nuacutemero de alunos da Rede

Privada inscritos eacute superior aos demais O nuacutemero de alunos inscritos da rede

Federal eacute pequeno e na Rede Estadual de Ensino o nuacutemero de alunos inscritos eacute

superior aos inscritos na UFRJ Este nuacutemero superior de alunos inscritos da Rede

Estadual na UERJ em relaccedilatildeo agrave UFRJ se justifica pela existecircncia do Sistema de

Cotas existente na UERJ o que aumenta as chances desses alunos em

conseguirem classificaccedilatildeo gerando maior estiacutemulo neles em se inscreverem

Quanto ao nuacutemero de alunos classificados

A Figura 75 mostra o Percentual de alunos que foram classificados no

vestibular oriundos da Rede Estadual Federal e particular Calculado atraveacutes do

percentual de alunos que foram classificados em funccedilatildeo do numero de inscritos

127

41

15

44 Estadual

Federal

Particular

Figura 75 Percentual de alunos classificados no Vestibular da UERJ

A Rede Federal de Ensino manteve o seu percentual devido agrave

qualidade de formaccedilatildeo de seus alunos poreacutem o percentual de alunos

classificados egressos da Rede Particular e Estadual aparecem em equiliacutebrio

mantendo-se percentuais bem proacuteximos Este fato se deve a implantaccedilatildeo do

sistema de Reserva de vagas para alunos da rede Puacuteblica o que favoreceu o

aumento no nuacutemero desses alunos na Universidade e por consequumlecircncia

diminuindo o nuacutemero de alunos da Rede particular

Relaccedilatildeo entre o nordm total de inscritos e classificados

A Figura 76 mostra o percentual em relaccedilatildeo ao nordm de inscritos e

classificados dentro da Rede Puacuteblica Estadual Federal e Particular Calculado

pela quantidade de alunos classificados em funccedilatildeo dos inscritos dentro de cada

esfera comparativamente

128

17

22

13EstadualFederalParticular

Figura 76 Percentual de alunos classificados em funccedilatildeo do nuacutemero de

inscritos em cada esfera

Com o Sistema de reservas de vagas na UERJ a relaccedilatildeo

inscritosclassificados na Rede particular e federal praticamente se manteacutem

poreacutem na rede Estadual este percentual teve um aumento significativo Este

Sistema melhorou a distribuiccedilatildeo de vagas aumentando o acesso dos alunos da

Rede Puacuteblica a uma Universidade Puacuteblica

Avaliaccedilatildeo antes e depois da implantaccedilatildeo do sistema de

cotas

A figura 77 mostra um comparativo entre a situaccedilatildeo antes e depois da

implantaccedilatildeo do Sistema de Cotas

129

0

10

20

30

40

50

60

70

scotas ccotas scotas ccotas

alunos inscritos alunos classif icados

Estadual

Federal

Particular

Figura 77- Comparativo entre o antes e o depois da implantaccedilatildeo do

Sistema de Cotas

Com a implantaccedilatildeo do Sistema de Cotas houve um equiliacutebrio na

distribuiccedilatildeo das vagas na UERJ onde a Rede Federal de ensino se manteve na

meacutedia anterior portanto natildeo sofreu muita influecircncia do sistema A grande

vantagem foi para a Rede Estadual de Ensino que aumentou sensivelmente o

nuacutemero de seus alunos na ocupaccedilatildeo das vagas da UERJ vagas estas que como

observado na figura 77 eram destinadas a Rede Particular de ensino

76 Avaliaccedilatildeo do Sistema de Cotas da UERJ e da Proposta

UFRJ

Como citado em 73 a UERJ foi a primeira Universidade a implantar o

sistema de Reserva de vagas para alunos com perfis socioeconocircmicos e raciais

diferenciados em 2003

A UFRJ em 2004 em seu acircmbito discutiu este sistema e como resultado o

Conselho de Ensino de Graduaccedilatildeo(CEG) aprovou um documento no qual se

posicionou contra a qualquer sistema de reserva de vagas dentro do modelo

130

conhecido como Cotas No mesmo documento o CEG apontava como

diretrizes para a democratizaccedilatildeo do acesso aos cursos de graduaccedilatildeo da UFRJ o

investimento na melhoria das condiccedilotildees do Ensino Baacutesico a ampliaccedilatildeo do

nuacutemero de vagas para os cursos existentes a criaccedilatildeo de novos cursos e o

investimento em accedilotildees que visassem a permanecircncia dos alunos na UFRJ

Na UERJ o sistema foi muito discutido antes de ser implantado onde um

grupo era a favor do sistema e o defendia como uma forma de inclusatildeo social

outro grupo era totalmente contra por entender que o sistema seria uma invasatildeo

de alunos sem condiccedilotildees de estarem e de acompanharem o niacutevel da

Universidade e esta para natildeo ter reprovaccedilotildees em massa se sentiria na obrigaccedilatildeo

de chegar a esses alunos ldquobaixando seu niacutevel de ensinordquo

Diante da necessidade de implantaccedilatildeo do sistema a UERJ elaborou vaacuterias

propostas que convergiram a um modelo inicial que foi implantado Este modelo

passou por vaacuterias modificaccedilotildees para se adequar cada vez mais a realidade dos

alunos que estavam ingressando na Universidade poreacutem em nenhum momento

o niacutevel de ensino da Universidade precisou cair

A Professora Maria de Faacutetima Branquinho da Faculdade de Educaccedilatildeo da

UERJ que inicialmente fazia parte do grupo contraacuterio ao sistema de cotas e que

hoje eacute uma das professoras que mais se sentem gratificadas com o programa

com uma participaccedilatildeo ativa declarou que possui excelentes alunos cotistas que

se mostram bastante interessados e muitas vezes ateacute mais que os natildeo cotistas

Devido a isto costumam tirar boas notas e alguns deles quando chegam ao 3ordm

periacuteodo satildeo seus colaboradores em projetos de Educaccedilatildeo Ambiental nos quais

ela faz parte obtendo oacutetimos resultados Para a professora ldquoesses alunos

possuem potencial soacute lhes faltava oportunidade de mostrar e esta oportunidade

eacute como um precircmio para eles que se sentem na obrigaccedilatildeo de provarem que satildeo

capazes e que a chance natildeo foi desperdiccedilada (Branquinho 2006 - Entrevista

Teacutecnica)

131

A UFRJ elaborou um projeto piloto para aumentar a presenccedila de alunos da

rede Estadual em seu quadro discente O projeto eacute bastante ambicioso em curto

prazo pois seraacute possiacutevel por meio de parceria com a SEERJ e contaraacute com o

empenho de todos os professores da rede

O ponto central do projeto eacute a melhoria da formaccedilatildeo dos alunos do ensino

meacutedio da Rede Estadual A proposta eacute que isto seja feito atraveacutes de cursos de

Formaccedilatildeo continuada de conteuacutedo especiacutefico e de avaliaccedilatildeo aos professores

A participaccedilatildeo dos professores no projeto seria de no miacutenimo quatro para cada

escola esta que tambeacutem seria escolhida atraveacutes de criteacuterios preacute-estabelecidos

dentre eles a avaliaccedilatildeo no Acircmbito do Programa Nova Escola Esses professores

integrantes do Nuacutecleo Docente devem estar distribuiacutedos em aacutereas da seguinte

maneira Um docente de Liacutengua Portuguesa um docente de Matemaacutetica um

docente do Grupo 1(Quiacutemica Fiacutesica ou Biologia) e um docente do Grupo

2(Histoacuteria Geografia Filosofia ou Sociologia) Aleacutem disso todos os integrantes do

grupo devem ministrar aulas para as mesmas turmas de 3ordf seacuterie do ensino meacutedio

Os alunos das escolas participantes do programa para integrarem ao

projeto tambeacutem teriam que obedecer a vaacuterios criteacuterios estabelecidos pelo

CEGUFRJ Quando aceito no projeto o aluno seria inscrito e indicaria a qual

curso de graduaccedilatildeo pretende concorrer dentro dos que seratildeo disponibilizados

pela UFRJ

O projeto aleacutem dos cursos contaria com a participaccedilatildeo dos docentes da

Rede Estadual para que estes elaborem os instrumentos de avaliaccedilatildeo dos alunos

participantes do projeto Os alunos que apoacutes avaliaccedilatildeo pelo Nuacutecleo Docente

da escola conseguissem classificaccedilatildeo seriam encaminhados para os cursos de

formaccedilatildeo complementar que seriam oferecidos pela UFRJ no primeiro semestre

do ano letivo imediatamente posterior

Quanto ao Projeto da UFRJ com base na experiecircncia docente da autora

o seu principal problema seria provavelmente despertar interesse do corpo

docente das escolas da Rede Estadual em participar do projeto jaacute que a maior

132

parte do projeto seria executada por esses Docentes o que exigiria dedicaccedilatildeo

exclusiva Como os professores da Rede Estadual normalmente trabalham em

vaacuterias escolas isto seria muito difiacutecil Aleacutem de que somente o interesse natildeo eacute o

suficiente o professor tem que ser aceito pelo projeto atraveacutes de avaliaccedilotildees

Outra dificuldade seria em formar o Nuacutecleo Docente jaacute que este exige que os

professores participantes lecionem nas mesmas turmas de 3ordf seacuterie pois em

escolas que funcionam nos trecircs turnos o nuacutemero de turmas eacute muito grande e por

consequumlecircncia o de professores tambeacutem tornando muito difiacutecil coincidir as turmas

com os mesmos professores nas disciplinas exigidas

Adicionalmente no entendimento da autora a proposta da UFRJ exclui a

necessidade de vestibular poreacutem apresenta muitos obstaacuteculos para serem

superados natildeo soacute pelos alunos como tambeacutem pelas escolas e professores para

que o aluno oriundo da Rede Estadual de Ensino possa ser considerado apto

para ingressar na Universidade O fato da ausecircncia de vestibular poderia gerar

nesses alunos algum tipo de discriminaccedilatildeo em relaccedilatildeo aos demais alunos por

parecer que as vagas foram ganhas e natildeo conquistadas Surge entatildeo uma

reflexatildeo Se estes alunos seratildeo preparados atraveacutes da formaccedilatildeo complementar

seraacute que estaratildeo tambeacutem preparados para Vestibular Muito provavelmente isto

lhes daria uma compensaccedilatildeo dos esforccedilos e consequumlente elevaccedilatildeo da auto-

estima

Por outro lado ao se comparar com o projeto da UERJ esta trabalha com

alunos apoacutes o recebimento destes o que gera um grande trabalho inicial e se

corre o risco desses alunos ficarem no meio do caminho e o trabalho ser

desperdiccedilado Este fato eacute um contraposto ao projeto da UFRJ que pretende

trabalhar com esse aluno antes do ingresso deste na Universidade

Finalmente comparando as duas Universidades a UERJ conseguiu atender

as necessidades da lei de uma forma mais raacutepida estaacute funcionando poreacutem

precisa melhorar sua eficiecircncia Como todo projeto as dificuldades vatildeo

aparecendo agrave medida que os fatos se desenvolvem e a cada ano tem

conseguido melhorar o projeto adequando agraves necessidades dos alunos que

133

chegam do Ensino Meacutedio com as disponibilidades que a Universidade tem para

resolver Um ponto positivo eacute que a UERJ estaacute tentando contornar suas

dificuldades atraveacutes de seus proacuteprios meios e dispositivos natildeo dependendo

prioritariamente de outras Instituiccedilotildees A UERJ jaacute deu um primeiro passo com a

implantaccedilatildeo do projeto e seraacute necessaacuterio um tempo para que se resolvam os

problemas que forem surgindo

O projeto da UFRJ eacute abrangente pois a melhoria da formaccedilatildeo dos alunos

tem iniacutecio com a boa formaccedilatildeo dos Docentes poreacutem para que o projeto atinja

os objetivos esperados satildeo necessaacuterios meios adequados Esses pontos satildeo

positivos poreacutem na visatildeo da autora as chances de sucesso seriam maiores se

alguns aspectos fossem contemplados

Uma parceria com a Secretaria Estadual de Educaccedilatildeo para que

os professores tenham oportunidade de participarem dos cursos

Valorizaccedilatildeo dos professores de maneira que estes pudessem ter

disponibilidade de se dedicarem ao projeto

Criar formas de modo a incentivar a participaccedilatildeo dos professores

nos projetos

Fornecer materiais necessaacuterios para que o professor possa realizar

o seu trabalho de maneira satisfatoacuteria

Com bases nesses dados o capiacutetulo a seguir estaraacute fazendo uma

avaliaccedilatildeo da Educaccedilatildeo no Ensino Meacutedio focando a Educaccedilatildeo Ambiental

134

Capiacutetulo 8 Diagnoacutestico da Educaccedilatildeo Ambiental na

Rede Puacuteblica Estadual no Municiacutepio do Rio de

Janeiro

Neste capiacutetulo seraacute feita uma avaliaccedilatildeo do estado da arte da Educaccedilatildeo

Ambiental que eacute feita nas escolas da Rede Puacuteblica Estadual do Municiacutepio do Rio

de Janeiro

81 O Levantamento de Dados

A Educaccedilatildeo Ambiental eacute citada nos Paracircmetros Curriculares Nacionais

(PCNs) como um assunto que deve ser abordado nas Instituiccedilotildees de Ensino por

todas as disciplinas em todos os niacuteveis educacionais inclusive no Ensino Meacutedio A

questatildeo era saber como isto estava sendo feito nas Escolas de Ensino meacutedio da

Rede Estadual e como a UFRJ poderia contribuir para que esse tema fosse

abordado cada vez mais e de maneira mais abrangente Para que esta

avaliaccedilatildeo fosse possiacutevel foi necessaacuteria a execuccedilatildeo de uma coleta de dados

135

Os dados coletados foram resultados obtidos atraveacutes de questionaacuterios

enviados agraves escolas de Ensino Meacutedio da Rede Puacuteblica Estadual do Municiacutepio do

Rio de Janeiro O questionaacuterio foi elaborado de forma simplificada de maneira

que fosse capaz de revelar o mais proacuteximo possiacutevel da realidade vivida por essas

comunidades escolares

Os questionaacuterios foram enviados para as escolas pelas Coordenadorias

responsaacuteveis atraveacutes de parceria com a Secretaria Estadual de Educaccedilatildeo do

Estado do Rio de Janeiro (SEEERJ) que viabilizou a pesquisa no acircmbito escolas do

Municiacutepio do Rio de Janeiro

As Coordenadorias que fizeram parte da Avaliaccedilatildeo foram A Metropolitana

III a Metropolitana IV e a Metropolitana X

82 A Receptividade das Coordenadorias

A participaccedilatildeo e o empenho das Coordenadorias em colaborar com o

projeto foram muito diferentes algumas se mostraram bastante receptivas com o

projeto outras natildeo se interessaram e portanto natildeo se empenharam para um

resultado satisfatoacuterio

A figura 81 mostra os dados referentes agrave Metropolitana III Os nuacutemeros

revelam que a participaccedilatildeo foi mediana natildeo devolveu nenhum questionaacuterio

enviou todos para as escolas poreacutem retornou um numero pequeno de

questionaacuterios respondidos O nuacutemero foi pequeno poreacutem foi possiacutevel se ter uma

visatildeo da situaccedilatildeo nessa regiatildeo portanto este nuacutemero natildeo chegou a

comprometer o trabalho

136

85

0

30

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

Metropolitana III

Entregues

Devolvidos

Respondidos

Figura 81 ndash Avaliaccedilatildeo de receptividade da Metropolitana III

A figura 82 mostra os dados referentes a Metropolitana IV que foi a que se

mostrou interessada no projeto e teve um comprometimento muito grande na

figura de seu Sub Gerente de Ensino Professor Luiz Gustavo Ribeiro Vieira que

participou ativamente enviando o questionaacuterio a todas as escolas e cobrando o

seu retorno com isto obteve um retorno de questionaacuterios bastante significativo

133

0

50

0

20

40

60

80

100

120

140

Metropolitana IV

Entregues

Devolvidos

Respondidos

Figura 82 Avaliaccedilatildeo de receptividade da Metropolitana IV

A figura 83 mostra os dados referentes a Metropolitana X que foi a

Coordenadoria que natildeo mostrou interesse no projeto natildeo tendo nenhum

137

empenho na distribuiccedilatildeo nem recebimento dos questionaacuterios a serem

respondidos Com um nuacutemero muito pequeno de questionaacuterios respondidos por

essa Coordenadoria a quantidade de dados referente agrave realidade das escolas

natildeo ficou clara e com isto natildeo foi possiacutevel a avaliaccedilatildeo desta regiatildeo

125

100

6

0

20

40

60

80

100

120

140

Metropolitana X

Entregues

Devolvidos

Respondidos

Figura 83 Avaliaccedilatildeo de receptividade da Metropolitana X

Mesmo os questionaacuterios sendo apresentados de maneira bem simplificada

observou-se que as escolas tiveram dificuldade tanto de cumprirem os prazos

estabelecidos quanto de expressarem suas realidades

83 A Educaccedilatildeo Ambiental em Nuacutemeros

Os resultados foram baseados nos questionaacuterios respondidos pelas escolas

de Ensino Meacutedio da Rede Puacuteblica Estadual do Municiacutepio do Rio de Janeiro

O questionaacuterio foi composto por perguntas divididas em trecircs grupos

Primeiramente as perguntas relacionadas com a instituiccedilatildeo de ensino Segundo a

abordagem da educaccedilatildeo ambiental e em terceiro a respeito da capacitaccedilatildeo

docente O questionaacuterio focava tambeacutem o interesse com a Educaccedilatildeo

Ambiental tanto das Instituiccedilotildees de ensino quanto por parte dos professores e

alunos

138

A seguir os resultados finais apoacutes a avaliaccedilatildeo das respostas obtidas atraveacutes

dos questionaacuterios separados pelas Metropolitanas III IV Na Metropolitana X

como o nuacutemero de questionaacuterios foi muito pequeno esta natildeo entraraacute no estudo

comparativo

1 ndash Quanto agrave abordagem do Tema Educaccedilatildeo Ambiental

O tema Educaccedilatildeo Ambiental eacute abordado na Escola

A pergunta objetiva ter informaccedilotildees se de alguma forma o tema

Educaccedilatildeo Ambiental eacute abordado nas escolas natildeo especificando a maneira Os

resultados encontram-se na figura 84

96

4

97

3

0

20

40

60

80

100

Metro III Metro IV

SimNatildeo

Figura 84 - Abordagem do tema na escola

Segundo a figura 84 observa-se que ambas Metropolitanas possuem um

alto iacutendice de aplicaccedilatildeo da EA A regiatildeo onde ela eacute um pouco maior eacute a

Metropolitana IV regiatildeo que abrange a zona oeste da cidade Cerca de 97 das

escolas aplicam a EA e apenas 3 natildeo aplicam Na Metropolitana III cerca de

96 das escolas aplicam e cerca de 4 natildeo aplicam a EA Os resultados

apontam que existe a aplicaccedilatildeo de EA nas escolas mas estes nuacutemeros natildeo estatildeo

de acordo com as respostas das perguntas seguintes

139

Na Metropolitana X das sete escolas que responderam seis aplicam de

alguma forma a EA dentre estas trecircs satildeo da Zona Sul da cidade (Copacabana

Ipanema e Gaacutevea) 2 satildeo da Zona Norte(Tijuca e Satildeo Cristoacutevatildeo) e uma da Zona

Oeste(Barra da Tijuca) a escola que natildeo aplica estaacute localizada no bairro da

Taquara

O tema eacute abordado em uma disciplina multidisciplinar ou de outras

formas

A pergunta objetiva saber como a escola aborda o tema se atraveacutes de

uma disciplina especiacutefica isto eacute se existe dentro do curriacuteculo uma mateacuteria

voltada para a Educaccedilatildeo Ambiental (disciplinar) ou atraveacutes de vaacuterias

disciplinas onde todas iratildeo abordar o tema dentro dos conteuacutedos a serem

aplicados (multidisciplinar) que eacute a chamada multidisciplinaridade ou ainda se

a instituiccedilatildeo de ensino se utiliza de alguma outra forma Os dados satildeo mostrados

na figura 85

0

20

40

60

80

100

Metro III Metro IV

DisciplinarMultidisciplinar

Figura 85 O tema eacute disciplinar ou multidisciplinar

Segundo o graacutefico a maioria das escolas trata o tema como

multidisciplinar Nas que informaram que eram disciplinar natildeo ficou claro se a

escola tinha uma disciplina especiacutefica mas pareceu devido as perguntas

140

seguintes que o tema era abordado em biologia quiacutemica e geografia durante

as aulas em meio aos conteuacutedos dessas disciplinas

A Metropolitana III mostrou que 100 das escolas que participaram da

pesquisa abordam o tema de forma multidisciplinar Na Metropolitana IV cerca

de 19 das escolas abordam o tema de forma disciplinar isto eacute possuem uma

disciplina voltada para o tema

Na Metropolitana X dos sete questionaacuterios respondidos cinco responderam

que o tema eacute abordado em vaacuterias disciplinas

Existe obrigatoriedade da participaccedilatildeo dos alunos

O objetivo eacute mapear como se daacute a participaccedilatildeo discente ou seja se

quando os temas relacionados agrave educaccedilatildeo ambiental satildeo abordados nas

escolas existe a abrigatoriedade na participaccedilatildeo dos alunos Os resultados satildeo

mostrados na figura 86

0

20

40

60

80

100

Metro III Metro IV

SimNatildeo

Figura 86 ndash Obrigatoriedade da participaccedilatildeo discente

Atraveacutes do graacutefico verifica-se que na maioria das escolas quando o

tema eacute abordado existe a obrigatoriedade da participaccedilatildeo dos alunos Na

141

Metropolitana IV em 69 das escolas eacute obrigatoacuteria a participaccedilatildeo dos alunos Na

metropolitana III em 44 das escolas a participaccedilatildeo eacute obrigatoacuteria

Na Metropolitana X quatro escolas responderam que a participaccedilatildeo eacute

obrigatoacuteria

De acordo com as observaccedilotildees feitas atraveacutes das respostas do

questionaacuterio constatou-se que a participaccedilatildeo obrigatoacuteria dos alunos se daacute

devido a EA ser tratada na maioria das vezes dentro das disciplinas em meio ao

conteuacutedo isto torna a participaccedilatildeo dos alunos obrigatoacuteria jaacute que a natildeo

participaccedilatildeo pode implicar na perda de pontos nas disciplinas

Os professores participam das atividades relacionadas ao

tema

Objetiva monitorar a participaccedilatildeo dos professores das instituiccedilotildees de

ensino nas atividades relacionadas ao tema EA e se existe um grande

envolvimento dos professores quanto agrave difusatildeo do tema nas escolas sendo

os resultados mostrados na figura 87

0

20

40

60

80

100

Metro III Metro IV

TodosAlguns

Figura 87 - Participaccedilatildeo dos professores

142

Em todas as Metropolitanas verificou-se que natildeo satildeo todos os professores

que participam dos projetos Observa-se que apenas um pequeno grupo se

envolve nos assuntos relacionados ao tema Educaccedilatildeo Ambiental o que acaba

limitando o assunto a algumas disciplinas

A Educaccedilatildeo Ambiental eacute praticada atraveacutes de que meios

A pergunta objetiva saber os meios pelos quais as instituiccedilotildees de ensino

utilizam para praticarem a Educaccedilatildeo Ambiental Se informalmente quando o

tema eacute abordado sem nenhum compromisso ou durante as aulas teoacutericas das

disciplinas ou por vaacuterios meios quando a escola tem projetos feiras

pedagoacutegicas visitas viacutedeos etc utilizando todos os meios simultaneamente

conforme mostrado na figura 88

0

20

40

60

80

100

Metro III Metro IV

Aulas Teoacutericase praacuteticas

Informalmente

Outros

Figura 88 Meios de aplicaccedilatildeo da Educaccedilatildeo Ambiental

Em todas as Metropolitanas a maioria das escolas utiliza aulas teoacutericas ou

praacuteticas para abordarem o tema Educaccedilatildeo Ambiental

Na Metropolitana III cerca de 51 das escolas utiliza aulas teoacutericas ou

praacuteticas para abordar o tema cerca de 17 abordam o tema de maneira

informal e cerca de 32 das escolas diversificam a maneira de abordagem do

tema

143

Na Metropolitana IV cerca de 43 das escolas utiliza as aulas para

abordarem o tema cerca de 16 abordam o tema informalmente e 42 das

escolas diversificam a forma de abordarem o tema

Na Metropolitana X dos 6 questionaacuterios respondidos 4 escolas abordam o

tema nas aulas teoacutericas e praacuteticas e 2 escolas abordam o tema informalmente

O predomiacutenio da abordagem em aulas teoacutericas provavelmente eacute

decorrente da falta de um projeto pedagoacutegico voltado para a Educaccedilatildeo

Ambiental

Quais os projetos eou atividades implantados

Objetiva mapear quais os principais temas abordados nos projetos e ou nas

atividades desenvolvidas pelas instituiccedilotildees de ensino voltadas para a educaccedilatildeo

ambiental conforme mostrado na figura 89

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Metro III Metro IV

Reciclagem e ColetaSeletiva

Reduccedilatildeo de Consumo eReuso de aacutegua e Energia

Outros

Figura 89 Projetos e ou Atividades implantados

De acordo com o graacutefico em ambas Metropolitanas o tema mais

abordado eacute a Reciclagem e a Coleta Seletiva Na Metropolitana III 50 dos

questionaacuterios responderam Reciclagem e Coleta Seletiva contra 39 de

Reduccedilatildeo de consumo e Reuso de aacutegua e energia

144

Na Metropolitana IV cerca de 46 responderam Reciclagem e Coleta

seletiva e 37 de projetos de Reduccedilatildeo de Consumo de aacutegua e energia

Este resultado era esperado pois para a maioria dos indiviacuteduos educaccedilatildeo

ambiental eacute Coleta Seletiva de Materiais e Reciclagem com isto a EA fica muito

restrita a este tema deixando os aspectos mais importantes sem abordagem isto

pode ser devido a falta de informaccedilatildeo que os proacuteprios educadores tecircm a

respeito da EA

A Metropolitana X apresentou uma resposta diferente dos quatro

questionaacuterios que foram respondidos trecircs responderam Reduccedilatildeo de Consumo e

Reuso de Aacutegua e Energia e apenas um respondeu Coleta Seletiva e Reciclagem

Isto pode ser reflexo da condiccedilatildeo Soacutecio-econocircmica predominante das

regiotildees abrangidas pelas Metropolitanas III e IV que compreendem bairros com

populaccedilotildees mais carentes Neste caso a Coleta Seletiva e a Reciclagem muitas

vezes satildeo a fonte de renda de muitas famiacutelias e faz parte do cotidiano dessas

regiotildees

Existe interesse dos alunos em relaccedilatildeo aos projetos

A pergunta objetiva saber se os alunos das instituiccedilotildees de ensino

demonstram interesse na participaccedilatildeo nos projetos eou nas atividades

relacionadas agrave educaccedilatildeo ambiental desenvolvidas nas escolas os resultados

encontram-se na figura 810

145

0

20

40

60

80

100

Metro III Metro IV

SimNatildeo

Figura 810 Participaccedilatildeo dos alunos

Na Metropolitana III o percentual de interesse dos alunos eacute de 96 e na

Metropolitana IV o percentual eacute de 100 mostrando que o interesse dos alunos

das aacutereas abrangidas por essas metropolitanas eacute bastante alto Este alto

percentual de participaccedilatildeo pode estar relacionado com a obrigatoriedade na

participaccedilatildeo dos alunos jaacute citado em pergunta anterior

Na Metropolitana X dos quatro questionaacuterios que foram respondidos dois

responderam que sim e dois responderam que natildeo resultado que natildeo nos

permite ter uma visatildeo do niacutevel de interesse dos alunos desta regiatildeo

Os projetos possuem retorno financeiro

A pergunta objetiva saber se os projetos implantados pelas instituiccedilotildees de

ensino tiveram como objetivo aleacutem da informaccedilatildeo para os alunos e a

comunidade trouxe tambeacutem algum tipo de retorno financeiro para alguma das

partes Isto porque alguns projetos de Educaccedilatildeo Ambiental como os de Coleta

Seletiva geram recursos financeiros ou bens conforme mostrado na figura 811

146

0

20

40

60

80

100

Metro III Metro IV

NuncaAs Vezes

Figura 811 - Retorno financeiro nos projetos

Nas Metropolitanas III e IV a maioria das escolas declarou que natildeo possui

nenhum tipo de retorno financeiro quando da implantaccedilatildeo de seus projetos de

educaccedilatildeo ambiental

Na Metropolitana III o percentual foi de 92 e a Metropolitana IV foi de

96 Com base nesses resultados conclui-se que os projetos implantados nas

escolas em sua maioria natildeo objetivam retorno financeiro

Na Metropolitana X dos cinco questionaacuterios que responderam todos

responderam que nunca possuem retorno financeiro na implantaccedilatildeo de seus

projetos de EA

Os recursos arrecadados satildeo para que destino

A pergunta objetiva saber para onde os recursos arrecadados com os

projetos realizados pelas escolas foram destinados

147

0

20

40

60

80

100

Metro III Metro IV

Escola e AlunosComunidadeOutros

Figura 812 Destino dos recursos arrecadados

As escolas que tiveram algum tipo de retorno utilizaram este para

aquisiccedilatildeo de materiais para a escola e para os alunos A maioria das instituiccedilotildees

de ensino natildeo respondeu a este item uma vez que a sua resposta estava

vinculada a pergunta anterior

2 ndash Quanto a Capacitaccedilatildeo docente

Qual a formaccedilatildeo em niacutevel de graduaccedilatildeo dos professores que

participam da Educaccedilatildeo Ambiental

Objetiva mapear a graduaccedilatildeo dos professores isto eacute as disciplinas que

mais participam dos projetos de educaccedilatildeo ambiental implantados nas

escolas conforme mostrado na figura 813

148

0

20

40

60

80

100

Metro III Metro IV

QuimFisBioGeo

Outras

Figura 813 Professores que participam das atividades

Em todas as Metropolitanas as disciplinas que mais participam dos projetos

de Educaccedilatildeo Ambiental satildeo as mesmas isto eacute Quiacutemica Fiacutesica Biologia e

Geografia Isto ocorre por serem estas disciplinas que em seus curriacuteculos

apresentam o tema Educaccedilatildeo Ambiental o que torna mais faacutecil para os

professores destas disciplinas a abordagem do tema e por consequumlecircncia esta

desperta maior interesse

Na Metropolitana X dos quatro questionaacuterios respondidos todos

colocaram as mesmas disciplinas citadas anteriormente

Eacute interessante frisar que em especial os cursos de graduaccedilatildeo de Quiacutemica

Biologia e Geografia tecircm um conteuacutedo consideraacutevel de temas voltados para a

aacuterea ambiental Talvez seja pertinente questionar que se a Educaccedilatildeo Ambiental

fosse mais abordada em outros cursos de Licenciatura (Histoacuteria Portuguecircs

Matemaacutetica etc) talvez aumentasse a participaccedilatildeo dos professores dessas

disciplinas ou de projetos transversais

149

Os professores que participam possuem formaccedilatildeo especiacutefica em

EA

Identifica se os professores das instituiccedilotildees de ensino que participam dos

projetos de educaccedilatildeo ambiental possuem algum tipo de formaccedilatildeo especiacutefica

para este fim como cursos de especializaccedilatildeo mestrado doutorado ou mesmo

cursos de curta duraccedilatildeo Os resultados satildeo mostrados na figura 814

0

20

40

60

80

100

Metro III Metro IV

AlgumaFormaccedilatildeo

NenhumaFormaccedilatildeo

Figura 814 Os professores possuem formaccedilatildeo especiacutefica em EA

Diferentemente do esperado as Metropolitanas III e IV informaram que um

grande nuacutemero de professores possui algum tipo de formaccedilatildeo especiacutefica

Na Metropolitana III cerca de 90 dos professores possuem alguma

formaccedilatildeo especifica em EA e na Metropolitana IV a metade dos professores da

rede possuem algum tipo de especializaccedilatildeo em EA

Apesar das escolas terem informado um grande de professores com algum

tipo de especializaccedilatildeo natildeo foi informado se essa especializaccedilatildeo era especiacutefica

em Educaccedilatildeo Ambiental mesmo estando claro na pergunta Este resultado vai

de encontro com as respostas referentes agraves outras questotildees nas quais as escolas

e os docentes demonstraram dificuldade na exploraccedilatildeo do tema e sinalizam que

eacute necessaacuteria a capacitaccedilatildeo

150

Na Metropolitana X das cinco escolas que responderam a essa questatildeo

trecircs possuem professores com alguma especializaccedilatildeo e duas escolas declararam

que natildeo possuem professores com especializaccedilatildeo

A escola tem interesse na capacitaccedilatildeo docente para a

Educaccedilatildeo Ambiental

A pergunta objetiva mostrar se existe o interesse das escolas em preparar

os professores para que estes possam adquirir mais conhecimentos teacutecnicos e

com isto possam realizar seus projetos com maior eficiecircncia no desempenho de

seu trabalho segundo mostrado na figura 815

0

20

40

60

80

100

Metro III Metro IV

SimNatildeo

Figura 815 Interesse da escola na capacitaccedilatildeo docente

A quase totalidade das escolas das Metropolitanas III e IV mostraram

interesse na capacitaccedilatildeo de seus professores em Educaccedilatildeo Ambiental

Na Metropolitana X das cinco escolas que responderam a essa pergunta

todas declararam que possuem interesse na capacitaccedilatildeo docente

Essas respostas mostraram que talvez a pergunta referente agrave

especializaccedilatildeo dos docentes natildeo foi corretamente respondida

151

Segundo esses dados conclui-se que existe grande interesse das escolas

em melhorar o desempenho de seus professores na aplicaccedilatildeo da educaccedilatildeo

ambiental

Existe interesse dos professores em participarem de cursos de

formaccedilatildeo em Educaccedilatildeo Ambiental

Objetiva mostrar se haacute interesse dos professores em participarem de cursos

de formaccedilatildeo especializaccedilatildeo na aacuterea ambiental segundo figura 816

0

20

40

60

80

100

Metro III Metro IV

Sim

Natildeo

Figura 816 - Interesse dos professores em cursos de formaccedilatildeo em EA

Nas Metropolitanas III e IV o interesse dos professores em participar de um

curso de formaccedilatildeo em EA eacute bastante alto

Na Metropolitana X dos seis questionaacuterios respondidos todos mostraram

interesse na participaccedilatildeo no curso de capacitaccedilatildeo

De acordo com as questotildees existe um grande interesse da parte dos

professores em participarem de cursos de formaccedilatildeo especializaccedilatildeo em EA Para

isto se faz necessaacuterio que exista uma oferta de cursos destinada a este puacuteblico

alvo

152

Quais as aacutereas que os professores apresentam maior interesse

Objetiva mapear em quais aacutereas da Educaccedilatildeo Ambiental os professores

gostariam que fossem abordados com maior profundidade e abrangecircncia

conforme mostrado na figura 817

0

20

40

60

80

100

Metro III Metro IV

Coleta Seletiva eReciclagem

RecursosHiacutedricos

Outros

Figura 817 Aacutereas de interesse dos professores

Neste item as respostas foram muito variadas sendo que o assunto que

apareceu com mais frequumlecircncia foram os de Coleta Seletiva e Reciclagem

seguidos pelos Recursos Hiacutedricos os demais aparecerem com pouca frequumlecircncia e

foram agrupados num uacutenico grupo ldquooutrosrdquo Foi observado que muitas

instituiccedilotildees natildeo entenderam bem o questionamento pois ao inveacutes de

responderem sobre o tema ambiental de interesse responderam sobre outros

temas

84 Conclusotildees Parciais

As escolas tiveram muita dificuldade para responder os questionaacuterios pois

muitas respostas natildeo tinham relaccedilatildeo direta com a pergunta Em muitos casos o

questionaacuterio foi devolvido com muitas perguntas sem resposta natildeo ficando claro

se por falta de entendimento das perguntas ou por desinteresse pelo tema

153

Com o questionaacuterio percebeu-se de forma geral que natildeo houve muito

empenho em se fornecer respostas claras e que refletissem realmente a vivecircncia

das escolas Pode-se detectar que os professores natildeo participaram ou seja a

pessoa designada para responder emitiu somente a sua opiniatildeo e simplesmente

natildeo respondeu o que tinha relaccedilatildeo direta com o corpo docente da escola

Algumas escolas aproveitaram o espaccedilo do questionaacuterio destinado a

sugestotildees e observaccedilotildees para fazer reivindicaccedilotildees como melhor remuneraccedilatildeo a

inadequaccedilatildeo de cursos ou treinamentos aos saacutebados e que os cursos deveriam

ter ajuda de custo para o professor ou ainda solicitaccedilatildeo de apoio em

campanhas como por exemplo ldquoNatildeo para um lixatildeo em nosso bairrordquo

O questionaacuterio deixou alguns pontos bem claros e alarmantes a educaccedilatildeo

ambiental natildeo eacute vista como um assunto que seja importante Isso pode ser

atribuiacutedo agrave falta de informaccedilatildeo que atinge desde a comunidade ateacute os oacutergatildeos

que coordenam a educaccedilatildeo passando pelos professores que na avaliaccedilatildeo da

autora satildeo as peccedilas mais importantes Estes quando possuem uma boa

formaccedilatildeo vatildeo propagar as informaccedilotildees entre os alunos que propagaratildeo para

suas famiacutelias e comunidades estabelecendo-se um efeito multiplicador agrave difusatildeo

do conhecimento

Com base nas demandas detectadas na anaacutelise dos questionaacuterios e na

excelecircncia dos profissionais da UFRJ ligados agrave aacuterea ambiental eacute apresentada a

seguir uma proposta de curso de especializaccedilatildeo transdisciplinar em EA voltado

para professores do Ensino Meacutedio

154

Capiacutetulo 9 ndash Proposta de Curso de Formaccedilatildeo Para Professores

A Educaccedilatildeo Ambiental segundo a lei ndeg 9795 de 27 de abril de 1999 eacute

um componente essencial e permanente da Educaccedilatildeo Nacional devendo estar

presente em todos os niacuteveis e todas as modalidades do processo educativo

formal e natildeo-formal

Por seu caraacuteter humanista holiacutestico interdisciplinar e participativo a

Educaccedilatildeo Ambiental pode contribuir muito para renovar o processo educativo

trazendo a permanente avaliaccedilatildeo criacutetica a adequaccedilatildeo dos conteuacutedos agrave

realidade local e o envolvimento dos educandos em accedilotildees concretas de

transformaccedilatildeo dessa realidade

155

Para realmente abordar estes princiacutepios e atingir seus objetivos a

Educaccedilatildeo Ambiental precisa de uma ampla gama de meacutetodos e do preparo dos

educadores neste sentido

A partir das informaccedilotildees obtidas nesta pesquisa observou-se a

necessidade de cursos de formaccedilatildeo na aacuterea ambiental para os professores do

Ensino Meacutedio da Rede Puacuteblica Estadual

Este capiacutetulo objetiva propor um curso que atenda a essa necessidade

tendo em vista todas as dificuldades em termos de disponibilidade da entidade e

da quantidade de vagas que possa atender da melhor maneira possiacutevel ao

puacuteblico alvo

91 Objetivo do Curso

Capacitar os professores do Ensino Meacutedio da Rede Puacuteblica Estadual do

Municiacutepio do Rio de Janeiro para o ensino da Educaccedilatildeo Ambiental fornecendo

conhecimentos aos participantes de forma que os educadores tenham

condiccedilatildeo de desenvolver o seu trabalho de maneira plena e com maior

eficiecircncia

Desenvolver a capacidade de compreensatildeo da temaacutetica ambiental de

forma holiacutestica e no acircmbito interdisciplinar enfocando o papel da educaccedilatildeo

para a construccedilatildeo de uma sociedade sustentaacutevel

Analisar as relaccedilotildees entre educaccedilatildeo problemaacutetica ambiental e

desenvolvimento sustentaacutevel

Incentivar a pesquisa interdisciplinar e o desenvolvimento de projetos de

intervenccedilatildeo social aleacutem de promover atividades de prestaccedilatildeo de serviccedilos a

comunidade em geral atraveacutes de cursos accedilotildees integradas eventos entre outros

Para que estes objetivos sejam atingidos eacute necessaacuterio que na

programaccedilatildeo dos conteuacutedos sejam contemplados fundamentos teoacutericos e

156

praacuteticos de modo a atender as determinaccedilotildees dos oacutergatildeos Ambientais Estaduais

Municipais e do Ministeacuterio do Meio Ambiente

92 Duraccedilatildeo do Curso

Por se tratar de um curso de especializaccedilatildeo a carga horaacuteria miacutenima

deveraacute ser de 360 horas com aulas ministradas em dias e horaacuterios de melhor

disponibilidade para os professores e as Universidades

93 Conteuacutedo do Curso

Nesta proposiccedilatildeo de ensino de Educaccedilatildeo Ambiental para docentes do

Ensino Meacutedio o curso deveraacute ser composto por quatro moacutedulos para que seja

abordada a maioria dos aspectos necessaacuterios para a boa formaccedilatildeo docente

1ordm Moacutedulo ndash As diferentes dimensotildees da temaacutetica ambiental na atualidade

Analise dos mais variados enfoques das questotildees ambientais por meio de

debates e trocas de experiecircncias como alternativa para aproximar todas as

vaacuterias aacutereas de conhecimento reconhecendo a diversidade do grupo e a

necessidade de interaccedilatildeo entre as aacutereas de formaccedilatildeo ressaltando as interfaces

entre as ciecircncias naturais e as humanas dentro da perspectiva interdisciplinar

Conceitos baacutesicos na Aacuterea Ambiental

bull Meio Ambiente e Ecologia rarrConceitos baacutesicos a fim de atender

melhor a dinacircmica de interaccedilotildees nos biomas terrestres e ambientes

bull Tipos de Poluiccedilatildeo e seus efeitos rarr Classificaccedilatildeo dos principais tipos de

poluiccedilatildeo e seus efeitos no meio ambiente e na sociedade

bull Tratamento de resiacuteduos soacutelidos e de efluentesrarrNoccedilotildees de reduccedilatildeo na

produccedilatildeo de resiacuteduos e tratamento dos resiacuteduos

bull Minimizaccedilatildeo de emissotildeesrarrClassificaccedilatildeo dos tipos de emissotildees e como

minimiza-las

157

2ordm Moacutedulo ndash Aborda as leis e os oacutergatildeos ligados a Educaccedilatildeo Ambiental As

disciplinas pretendem realizar uma introduccedilatildeo ao Direito Ambiental apontando e

propiciando a discussatildeo anaacutelise e avaliaccedilatildeo de conceitos juriacutedicos baacutesicos para

a compreensatildeo da legislaccedilatildeo ligada agrave problemaacutetica ambiental e suas

implicaccedilotildees sociais

Legislaccedilatildeo Ambiental

bull Leis RegulamentadorasrarrMostrar as leis que regulamentam as accedilotildees

ligadas ao meio ambiente e a Educaccedilatildeo Ambiental

bull Oacutergatildeos fiscalizadoresrarrIdentificar os oacutergatildeos fiscalizadores das accedilotildees

voltadas para o meio ambiente como tambeacutem as accedilotildees voltadas para a

Educaccedilatildeo Ambiental

bull Esferas AdministrativasrarrMostrar as atribuiccedilotildees de cada esfera de

governo nas accedilotildees relacionadas as questotildees ambientais

3ordm Moacutedulo ndash mostrar as relaccedilotildees entre Meio Ambiente e sociedade a partir

da anaacutelise de casos concretos existentes A discussatildeo dos conceitos de

paisagem lugar e territoacuterio explicando os viacutenculos soacutecio-culturais com os

ambientes O conceito sustentabilidade deveraacute ser debatido tanto na dimensatildeo

cultural e social nas formas de produccedilatildeo da subsistecircncia humana e nos

diferentes modelos soacutecio-econocircmicos priorizando as questotildees dos ldquoecossistemas

urbanosrdquo

Educaccedilatildeo ambiental e Cidadania

bull Percepccedilatildeo da realidade ambientalrarr As relaccedilotildees entre o homem e

o seu meio ambiente social e natural atraveacutes de modelos de ocupaccedilatildeo do

espaccedilo e uso de recursos naturais por formas soacutecio-culturais diferenciadas

bull A relaccedilatildeo Educaccedilatildeo Ambiental - Qualidade de Vida rarr As relaccedilotildees

da EA com a qualidade de vida e a sauacutede

bull Projetos roteiros reflexotildees e praacuteticas de Educaccedilatildeo Ambiental

rarrInstrumentalizar para a elaboraccedilatildeo e execuccedilatildeo de projetos de gestatildeo

158

ambiental e de modelos de desenvolvimento sustentado adequados agraves

especificidades soacutecio-ambientais das populaccedilotildees ldquoalvordquo

bull Integraccedilatildeo Escola-Meio-Ambiente-ComunidaderarrAbordagem de

aspectos teoacutericos e praacuteticos da construccedilatildeo de projetos no contexto escolar e fora

deste espaccedilo

4 ndash Moacutedulo ndash Projetos - seratildeo tarefas pedagoacutegicas de caraacuteter

interdisciplinar A partir do levantamento dos interesses dos alunos pretende-se

estruturar coletivamente projetos de intervenccedilatildeo e pesquisa em EA que

deveratildeo possibilitar a elaboraccedilatildeo dos trabalhos de final de curso

Pesquisa em Educaccedilatildeo Ambiental

bull Estudo de Campo

bull Trabalho final

94 Consideraccedilotildees

Esta proposta daacute uma visatildeo de alguns aspectos que norteiam o tema

Educaccedilatildeo Ambiental focando essencialmente os assuntos que satildeo importantes

para a formaccedilatildeo do Educador Ambiental

Os temas devem ser abordados de forma sucinta de modo que consiga

atingir a todos os profissionais de Educaccedilatildeo considerando que estes possuem

diferentes formaccedilotildees em niacutevel de graduaccedilatildeo

Outro aspecto considerado eacute que dentre os temas abordados estatildeo a

relaccedilatildeo sociedade e meio ambiente que eacute um dos pontos mais importantes do

curso pois permitiraacute que o educador consiga transmitir aos seus alunos a sua real

importacircncia na contribuiccedilatildeo para a melhoria da sua qualidade de vida e de seu

entorno e consequumlentemente na conservaccedilatildeo do planeta

159

Capiacutetulo 10 ndash Conclusotildees e Sugestotildees

101 Consideraccedilotildees Finais

A Educaccedilatildeo eacute primordial para o crescimento de qualquer paiacutes poreacutem natildeo

lhe eacute dada toda a atenccedilatildeo necessaacuteria problema que natildeo eacute recente mas sim

um problema histoacuterico pois a Educaccedilatildeo natildeo eacute tema essencial desde os tempos

da colonizaccedilatildeo Desde aquela eacutepoca o ensino era colocado em segundo

plano como algo sem importacircncia e por consequumlecircncia a profissatildeo de professor

jaacute era desvalorizada muitas vezes sendo colocado como marginalizados pela

sociedade

A Educaccedilatildeo de qualidade era um direito de poucos e esses poucos eram os

indiviacuteduos que tinham famiacutelias tradicionais e abastadas que tinham condiccedilotildees

financeiras para estudar nos melhores coleacutegios Este fato se reflete nos dias de

hoje onde a qualidade no ensino estaacute cada vez mais destinada aos alunos que

tem melhores condiccedilotildees financeiras Isto pode ser verificado nas escolas puacuteblicas

160

de ensino fundamental e o ensino meacutedio da Rede Puacuteblica Estadual onde resta

para os menos favorecidos um ensino que natildeo tem como objetivo central uma

boa formaccedilatildeo

Atraveacutes das Poliacuteticas SociaisEducacionais a ideacuteia central eacute a manutenccedilatildeo

do aluno na escola fornecimento de alimentaccedilatildeo etc onde a manutenccedilatildeo do

aluno na escola se faz de vaacuterias formas dentre elas podemos citar a aprovaccedilatildeo

progressiva no ensino fundamental onde o aluno eacute aprovado mesmo sem

condiccedilotildees pois foi verificado que o aluno que reprova muitas vezes abandona a

escola

No ensino Meacutedio natildeo eacute muito diferente onde o problema comeccedilou no

momento em que o ingresso no ensino meacutedio passou a ser automaacutetico sem

nenhum tipo de avaliaccedilatildeo gerando turmas muito heterogecircneas com alunos

bons lado a lado com alunos que natildeo possuem a menor condiccedilatildeo de estarem no

ensino meacutedio Isto acarreta numa dificuldade muito grande ao professor de

passar o conteuacutedo das disciplinas com um agravante o professor eacute obrigado a

ter um niacutevel de exigecircncia muito baixo pois um nuacutemero de reprovaccedilatildeo muito alto

tambeacutem natildeo eacute permitido Aleacutem disso podemos citar ainda as condiccedilotildees de

trabalho principalmente nas aacutereas mais carentes onde muitas vezes o professor

natildeo tem o material miacutenimo de trabalho tendo que comprar do proacuteprio bolso

Tocando neste ponto um problema muito grave eacute a falta de valorizaccedilatildeo do

professor atraveacutes dos baixos salaacuterios que estes recebem o que causa uma

desmotivaccedilatildeo muito grande na boa execuccedilatildeo de seu trabalho

Esses satildeo apenas algumas das causas do baixo desempenho do ensino

meacutedio e por consequumlecircncia o baixo iacutendice de aprovaccedilatildeo desses alunos em

concursos de acesso as Universidades Puacuteblicas que deveria ser o fluxo natural

desses alunos Este fato gerou a Poliacutetica Publica de inclusatildeo social que determina

o aumento de alunos egressos da Rede Puacuteblica nas Universidades Puacuteblicas que eacute

feito atraveacutes de reservas de vagas nas Universidades para esses alunos Isto no

entendimento da autora funciona apenas como uma forma imediatista de

resolver o problema pois em educaccedilatildeo os impactos de uma proposta de

161

mudanccedila requerem um tempo para que sejam percebidos Com isto para se

reverter o problema de inclusatildeo dos jovens vindos da rede puacuteblica estadual nas

universidades seria necessaacuterio no miacutenimo de 12 anos Um periacuteodo relativamente

grande pois as mudanccedilas devem envolver todas as esferas do governo em

conjunto com a sociedade e natildeo devendo estar atrelada a um determinado

mandato Em outras palavras em um sistema ideal os mandatos acabariam

mais os projetos continuariam

O estado atual da Educaccedilatildeo no paiacutes eacute uma consequumlecircncia direta do

arrocho salarial e da degradaccedilatildeo dos serviccedilos puacuteblicos acentuados apoacutes o fim

do Regime Militar com isso a classe meacutedia passou a incluir em seus orccedilamentos a

educaccedilatildeo o que gerou uma ruptura da convivecircncia entre crianccedilas e jovens de

classes pobres e da classe meacutedia nas Escolas Puacuteblicas No topo da piracircmide

social estatildeo as famiacutelias de classe meacutedia e alta que usufruem do Ensino Privado

para posteriormente disputar em melhores condiccedilotildees as vagas nas Universidades

Puacuteblicas reconhecidas como as melhores Na base estatildeo os menos privilegiados

que estatildeo na rede puacuteblica que tem que se conformarem em parar os seus

estudos ao fim do Ensino meacutedio ou se sacrificar para pagar uma Universidade

Privada jaacute que natildeo possuem condiccedilotildees de competirem em igualdade de

condiccedilotildees agraves vagas oferecidas pelas Universidades Puacuteblicas

Um dos caminhos detectados nessa pesquisa para reverter o quadro atual

da educaccedilatildeo eacute a capacitaccedilatildeo docente Para uma melhor formaccedilatildeo dos

professores se faz necessaacuterio que o tema seja abordado em todos os cursos de

graduaccedilatildeo destinados a licenciatura Este assunto tambeacutem deve ser uma

preocupaccedilatildeo das Universidades para que estas ofereccedilam cursos de extensatildeo

capacitaccedilatildeo ou poacutes-graduaccedilatildeo para professores promovendo o retorno destes

as Universidades para atualizaccedilatildeo de seus conhecimentos para que possam

aprimorar e consequumlentemente melhor preparar o aluno que ingressaraacute na

Universidade Com isso para a Universidade o retorno consiste em receber alunos

oriundos do ensino meacutedio com uma formaccedilatildeo mais completa fechando o ciclo

de interaccedilotildees

162

102 Conclusotildees

A partir dessas consideraccedilotildees e dos dados coletados e discutidos no corpo

do trabalho pode-se extrair as seguintes conclusotildees

A desvalorizaccedilatildeo dos professores eacute um problema histoacuterico jaacute que a

pesquisa bibliograacutefica mostrou que desde o iniacutecio da Educaccedilatildeo no paiacutes

esta classe de profissionais natildeo era vista como algo primordial para o

desenvolvimento do paiacutes

De acordo com as necessidades da sociedade foram surgindo

articulaccedilotildees que levaram a formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas com o

objetivo de suprir ou amenizar problemas gerados pelas diferenccedilas sociais

da sociedade A formulaccedilatildeo dessas poliacuteticas se fundamenta no processo

de descentralizaccedilatildeo levando a democratizaccedilatildeo e a participaccedilatildeo

A Educaccedilatildeo Ambiental eacute essencial para uma boa formaccedilatildeo da

cidadania devido a isto o tema EA estaacute presente nos PCNs e deve ser

abordado em todas as disciplinas de forma transversal

A tema Educaccedilatildeo Ambiental eacute relativamente antigo poreacutem natildeo lhe

era dada a devida importacircncia somente a partir do seacuteculo XX que foram

realizadas as conferecircncias voltadas para o tema ambiental o que tornou

o Meio Ambiente uma preocupaccedilatildeo mundial

A pesquisa avaliou o ingresso de alunos da Rede Puacuteblica Estadual nas

Universidades Puacuteblicas com estudo de caso avaliando o sistema de Cotas

da UERJ e a proposta de Reserva de Vagas da UFRJ A pesquisa mostrou

que a reserva de vagas natildeo eacute a soluccedilatildeo para o problema de inclusatildeo

desses alunos poreacutem funciona como uma accedilatildeo imediata para

remediaccedilatildeo do problema

163

A avaliaccedilatildeo da EA nas escolas de Ensino Meacutedio da Rede Estadual do

Municiacutepio do Rio de Janeiro mostrou que os escolas tem dificuldade em

abordar o tema de forma plena e transversal

A pesquisa mostrou que o tema natildeo eacute abordado de maneira plena

devido ao despreparo dos professores nesta aacuterea jaacute que somente os

professores que possuem o tema Ambiental ligados a sua formaccedilatildeo tem

condiccedilotildees de transmit-lo para seus alunos Para isto se fazem urgente e

necessaacuterias gestotildees dos oacutergatildeos competentes no sentido do aumento da

oferta de cursos de capacitaccedilatildeo

103 Sugestotildees Para a continuidade desta pesquisa vaacuterias linhas de trabalho podem ser

desenvolvidas A seguir satildeo listadas algumas sugestotildees e accedilotildees

Realizar uma pesquisa comparativa sobre educaccedilatildeo Ambiental no acircmbito

do municiacutepio do Rio de Janeiro envolvendo as Redes Federal Estadual e

Particular

Realizar uma pesquisa por amostragem sobre o tema Educaccedilatildeo

Ambiental atingindo outros municiacutepios do Estado do Rio de Janeiro

Avaliar se eacute feita e de que maneira a Educaccedilatildeo Ambiental no Ensino

Fundamental

164

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Secretaria de Estado do Meio Ambiente - disponiacutevel na internet em

httpwwwambientespgovbr - Acesso em 251105

Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hiacutedricos do Paranaacute -

disponiacutevel na internet em http wwwprgovbrmeioambiente - Acesso em 25

novembro 2005

Secretaria de Estado do Meio Ambiente de Satildeo Paulo - disponiacutevel na internet em

http wwwambientespgov - Acesso em 25 novembro 2005

Senac - disponiacutevel na internet em httpwwwsenacbr - Acesso em 25

novembro 2005

Silva Antocircnio - As Cotas nas Universidades - disponiacutevel na internet em

httpwwwespaccediloacademicocombr - Acesso em 03 marccedilo 2005

Silva Leacuteo - Educaccedilatildeo Puacuteblica - disponiacutevel na internet em

httpwwweducaccedilatildeopublicarjgovbr - Acesso em 21 novembro 2005

171

TV Cultura - disponiacutevel na internet em http wwwtvculturacombr - Acesso em

21 novembro 2005

UARTE ndash Unidade de Apoio agrave Rede Telemaacutetica Educativa - disponiacutevel na internet

em httpwwwuarterctspt - Acesso em 25 novembro 2005

UERJ - Tema em discussatildeo cotas na universidade - disponiacutevel na internet em

http www2uerjbr Acesso em 04 marccedilo 2005

Universia - disponiacutevel na internet em httpwwwuniversiacombr - Acesso em 03

marccedilo 2005

Universidade de Brasiacutelia ndash Meio Ambiente - disponiacutevel na internet em

httpwwwunbbr - Acesso em 21 novembro 2005

Vaacuterios autores ndash Caderno de Graduaccedilatildeo ndash Volume oito ndash Vestibular UERJ2003

Relatoacuterio Analiacutetico - Rio de Janeiro RJ Editora Graacutefica UERJ 2003

Vieira Joatildeo Luiacutes ndash As cotas - disponiacutevel na internet em http wwweducarscuspbr - Acesso em 28 fevereiro 2005

Yin RK (1987) Case study reserch ndash design and methods Sage Publications 7 ed v 5

Zeitouni Rafael - Ecologia Brasil ndash Portal de Meio Ambiente - disponiacutevel na internet

em httpwwwbio2000hpgigcombr - Acesso em 26 novembro 2005

172

173

ANEXO 1

LEI FEDERAL

PROJETO DE LEI 36272004

Institui Sistema Especial de Reserva de Vagas para estudantes egressos de

escolas puacuteblicas em especial negros e indiacutegenas nas instituiccedilotildees puacuteblicas

federais de educaccedilatildeo superior e daacute outras providecircncias

O CONGRESSO NACIONAL decreta

Art 1ordm As instituiccedilotildees puacuteblicas federais de educaccedilatildeo superior reservaratildeo

em cada concurso de seleccedilatildeo para ingresso nos cursos de graduaccedilatildeo no

miacutenimo cinquumlenta por cento de suas vagas para estudantes que tenham

cursado integralmente o ensino meacutedio em escolas puacuteblicas

Art 2ordm Em cada instituiccedilatildeo de educaccedilatildeo superior as vagas de que trata o

art1 o seratildeo preenchidas por uma proporccedilatildeo miacutenima de autodeclarados negros

e indiacutegenas igual agrave proporccedilatildeo de pretos pardos e indiacutegenas na populaccedilatildeo da

unidade da Federaccedilatildeo onde estaacute instalada a instituiccedilatildeo segundo o uacuteltimo censo

da Fundaccedilatildeo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica - IBGE

Paraacutegrafo uacutenico No caso de natildeo-preenchimento das vagas segundo os

criteacuterios do caput as remanescentes deveratildeo ser completadas por estudantes

que tenham cursado integralmente o ensino meacutedio em escolas puacuteblicas

Art 3ordm O Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e a Secretaria Especial de Poliacuteticas de

Promoccedilatildeo da Igualdade Racial da Presidecircncia da Repuacuteblica seratildeo responsaacuteveis

pelo acompanhamento e avaliaccedilatildeo do sistema de que trata esta Lei ouvida a

Fundaccedilatildeo Nacional do Iacutendio - FUNAI

174

Art 4ordm As instituiccedilotildees de que trata o art 1ordm teratildeo o prazo de duzentos e

quarenta dias para se adaptarem ao disposto nesta Lei

Art 5ordm O Poder Executivo promoveraacute no prazo de dez anos a contar da

publicaccedilatildeo desta Lei a revisatildeo do sistema especial para o acesso de estudantes

negros pardos e indiacutegenas bem como daqueles que tenham cursado

integralmente o ensino meacutedio em escolas puacuteblicas nas instituiccedilotildees de educaccedilatildeo

superior

Art 6ordm Esta Lei entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

Brasiacutelia(wwwportalmecgov)

175

ANEXO 2

LEI ESTADUAL

Iacutentegra da Lei Nordm 3708 de 9 de Novembro de 2001

Institui cota de ateacute 40 (quarenta por cento) para as populaccedilotildees negra e parda

no acesso a Universidade do Estado do Rio de Janeiro e agrave Universidade Estadual

do Norte Fluminense e daacute outras providecircncias

O Governador do Estado do rio de Janeiro

Faccedilo saber que a Assembleacuteia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro

decreta e eu sanciono a seguinte Lei

Art 1ordm Fica estabelecida a cota miacutenima de ateacute 40 (quarenta por cento)

para as populaccedilotildees negra e parda no preenchimento das vagas relativas aos

cursos de graduaccedilatildeo da universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e da

Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF)

Paraacutegrafo Uacutenico Nesta cota miacutenima ficam incluiacutedos tambeacutem os negros e

pardos beneficiados pela lei 35242000

Art 2ordm O Poder executivo regulamentaraacute a presente Lei no prazo de 30

(trinta) dias de sua publicaccedilatildeo

Art 3ordm Estaacute lei entraraacute em vigor na data de sua publicaccedilatildeo revogadas as

disposiccedilotildees em contraacuterio

Rio de janeiro 09 de novembro de 2001

ANTHONY GAROTINHO

Autoria Deputado Joseacute Amorim

176

Iacutentegra do Decreto Nordm 30766 de 04 de marccedilo de 2002

DISCIPLINA O SISTEMA DE COTA PARA NEGROS E PARDOS NO ACESSO Agrave

UNIVERSIDADE

DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO E Agrave UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE

FLUMINENSE E DAacute OUTRAS PROVIDEcircNCIAS

O Governador do Estado do Rio de Janeiro no uso de suas atribuiccedilotildees

legais tendo em vista o disposto no artigo 1ordm caput e paraacutegrafo uacutenico da Lei nordm

3708 de 09 de novembro de 2001 e tendo em vista o que consta do Processo E-

260592002

D E C R E T A

Projeto de Lei nordm 24902001

Art 1ordm - Ficam reservadas para negros e pardos 40 das vagas relativas

aos cursos de graduaccedilatildeo oferecidas pela Universidade do Estado do Rio de

Janeiro e pela Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro

Paraacutegrafo uacutenico Para os fins deste decreto natildeo se faz distinccedilatildeo entre pessoas

negras e pardas

Art 2ordm - Caberaacute agraves universidades envolvidas definir os criteacuterios miacutenimos de

qualificaccedilatildeo para o acesso agraves vagas reservadas aos alunos negros e pardos

Art 3ordm - No preenchimento de suas vagas deveratildeo as universidades

observar sucessivamente o seguinte

I - verificar os candidatos qualificados de acordo com o com os criteacuterios

tratados na Lei nordm 35242000 selecionando-os para ingresso ateacute o limite das

vagas destinadas a tal fim

177

II - identificar dentre os alunos selecionados para ingresso na instituiccedilatildeo na

forma do inciso anterior o percentual que se declarou negro ou pardo em

relaccedilatildeo ao nuacutemero total de vagas oferecidas por curso e turno

III - deduzir da cota de 40 o percentual de candidatos selecionados na

instituiccedilatildeo declarados negros ou pardos que foram beneficiados pela Lei nordm

35242000 (art 1ordm paraacutegrafo uacutenico da Lei 37082001)

IV - preencher as vagas restantes da cota de 40 com os demais

candidatos declarados negros ou pardos que tenham sido qualificados para

ingresso na instituiccedilatildeo independentemente da origem escolar e

V - preencher as demais vagas oferecidas independentemente da cor

raccedila ou origem escolar do candidato qualificado

Paraacutegrafo uacutenico - Em caso de reclassificaccedilatildeo deveratildeo as universidades

observar o sistema de cotas estabelecidos pelas Leis nordms 35242000 e 37082001

Art 4ordm - Caso natildeo sejam preenchidas todas as vagas reservadas aos

beneficiaacuterios deste Decreto poderatildeo ser elas aproveitadas pelos demais

estudantes

Art 5ordm - A identificaccedilatildeo dos alunos negros e pardos se faraacute atraveacutes de

declaraccedilatildeo firmada sob as penas da Lei pelo proacuteprio candidato agrave vaga na

universidade

sect1ordm - A autodeclaraccedilatildeo eacute facultativa ficando o candidato submetido agraves

regras gerais de seleccedilatildeo caso opte por natildeo a firma

sect2ordm - Os candidatos beneficiados pelo regime de reserva de vagas tratado

na Lei nordm 352400 poderatildeo firmar a declaraccedilatildeo prevista neste artigo

Art 6ordm - Fica instituiacutedo sem o aumento de despesa o Conselho para a

Promoccedilatildeo Educacional Superior das Populaccedilotildees Negra e Parda - COPESNEP com

os seguintes objetivos

178

I - manter a memoacuteria de dados capaz de permitir o acompanhamento do

perfil de desempenho dos estudantes negros e pardos nos exames seletivos para

o ingresso nas instituiccedilotildees de ensino superior em funcionamento no Estado do Rio

de Janeiro

II - propor medidas que visem estimular a aplicaccedilatildeo do sistema de cotas

estabelecido neste Decreto a outras instituiccedilotildees de ensino superior

III - propor medidas que visem o aprimoramento da legislaccedilatildeo que trata do

acesso dos negros e pardos ao ensino superior e

IV - propor medidas que visem divulgar e orientar a sociedade da

importacircncia das accedilotildees afirmativas adotadas por forccedila deste Decreto com vistas

agrave promoccedilatildeo da igualdade de oportunidades entre os diversos grupos eacutetnicos e o

combate agrave discriminaccedilatildeo

Art 7ordf - O Conselho para a Promoccedilatildeo Educacional Superior das

Populaccedilotildees Negra e Parda - COPESNEP vinculado agrave Secretaria de Estado de

Ciecircncia e Tecnologia eacute composto dos seguintes membros

I - um representante da Secretaria de Estado de Educaccedilatildeo de Ciecircncia e

Tecnologia

II - um representante da Secretaria de Estado de Educaccedilatildeo

III - um representante do Conselho Estadual do Negro

IV - um representante da Universidade do Estado do Rio de Janeiro

V - um representante da Universidade Estadual do Norte Fluminense

sect1ordm - Seraacute convidado para participar do COPESNEP um representante do

movimento estudantil negro organizado indicado pela Coordenaccedilatildeo Nacional

de Entidades Negras - CONEN dentre estudantes do ensino meacutedio

179

sect2ordm - O COPESNEP seraacute presidido pelo representante da Secretaria de

Estado de Ciecircncias e Tecnologia contando com voto qualificado em caso de

empate nas votaccedilotildees

sect3ordm - O exerciacutecio das funccedilotildees de Presidente ou membro do Conselho natildeo

seraacute remunerado a qualquer tiacutetulo sendo considerado de relevante interesse

puacuteblico

Art 8ordm - Este Decreto entraraacute em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

produzindo efeitos para o ingresso nas universidades a partir de 2003 revogadas

as disposiccedilotildees em contraacuterio

Rio de Janeiro 04 de marccedilo de 2002-03-22

ANTHONY GAROTINHO

180

ANEXO 3 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM TECNOLOGIA DE PROCESSOS QUIacuteMICOS E BIOQUIacuteMICOS ESCOLA DE QUIacuteMICA PROJETO DE PESQUISA DE DISSERTACcedilAtildeO DE MESTRADO ldquoA CAPACITACcedilAtildeO DOCENTE EM EDUCACcedilAtildeO AMBIENTALrdquo Mestranda Maria de Lourdes Ribeiro de Souza de Azevedo Orientadoras Maria Antonieta Peixoto Gimenes Couto Denize Dias de Carvalho

QUESTIONAacuteRIO DE LEVANTAMENTO DE DADOS SOBRE EDUCACcedilAtildeO

AMBIENTAL NO ENSINO MEacuteDIO DA REDE ESTADUAL

A - DADOS INSTITUCIONAIS 1 ndash Nome da instituiccedilatildeo de ensino_______________________________________ 2 ndash Metropolitana ______________________________________________ 3 ndash Bairro __________________________________________ 4 A Escola funciona em ( ) turno uacutenico ( ) manhatilde e tarde ( ) manhatilde tarde e noite ( )outros Qual_____ 5 ndash Nordm de alunos Manhatilde = _______________ Tarde = ________________Noite

=_______________

6 ndash Nordm de professores da instituiccedilatildeo ______________________________ 7 - O curso eacute ( ) normal ( ) supletivo ( ) manhatilde e tarde normal noite supletivo ( ) outrosQual B QUANTO Agrave ABORDAGEM DO TEMA EDUCACcedilAtildeO AMBIENTAL 1 ndash O tema educaccedilatildeo ambiental eacute abordado na escola ( ) sim ( ) natildeo 2 ndash Em caso positivo o tema eacute abordado em ( ) uma disciplina(disciplina especiacutefica-disciplinar) ( ) vaacuterias disciplinas(multidisciplinar) ( )de outras formas Quais ____________________________________________ 3 ndash Existe a obrigatoriedade da participaccedilatildeo dos alunos ( ) sim ( ) natildeo _____________________________________________________________________

181

4ndash Quantos professores participam das atividades relacionadas ao tema _______________________________________ 5 ndash A educaccedilatildeo ambiental eacute praticada atraveacutes de que meio (eacute admitida mais de uma resposta) ( ) aulas teoacutericas ( ) aulas praacuteticas ( ) informalmente ( ) projetos ( ) outros Qual_________________________________________________ 6 ndash Os projetos eou atividades implantados foram de(eacute admitida mais de uma resposta) ( ) reciclagem ( ) coleta seletiva ( ) reduccedilatildeo de consumo reuso de aacutegua ( ) reduccedilatildeo de consumo de energia ( ) outros Qual ________________________________________________________ 7 ndash Existe interesse dos alunos em relaccedilatildeo aos projetos ( ) sim ( ) natildeo __________________________________________ 8 ndash Os projetos possuem retorno financeiro ( ) frequumlentemente ( ) agraves vezes ( ) raramente ( ) Nunca 9 - Os recursos arrecadados satildeo para aquisiccedilatildeo de materiais para ( ) os alunos (por ex uniformes material escolar bolsa auxilio Outros Quais _________________________ ( ) a comunidade (por excesta baacutesicaestruturas de lazer cursos Outros Quais _______________________ ( ) a escola (por ex equipamentos livros infra-estrutura Outros Quais ___________________________ ( ) outros Qual _________________________ C QUANTO Agrave CAPACITACcedilAtildeO DOCENTE 1 ndash Qual eacute a formaccedilatildeo em niacutevel de graduaccedilatildeo dos professores que participam da educaccedilatildeo ambiental(eacute admitida mais de uma resposta) ( ) Quiacutemica ( ) Biologia ( ) Fiacutesica ( ) Geografia ( ) outra Quais________________________________________________________

182

2 ndash Dos professores que participam quantos possuem formaccedilatildeo especiacutefica em educaccedilatildeo ambiental e de que tipo ( ) especializaccedilatildeo(latu-senso) ____________ ( ) mestrado _____________ ( ) doutorado ____________ ( ) cursos de curta duraccedilatildeo___________ ( ) outros ________________ ( ) nenhuma ________________________________________________________________ 3 ndash A escola tem interesse na capacitaccedilatildeo docente para educaccedilatildeo ambiental ( ) sim ( ) natildeo _____________________________________ 4 ndash Haacute interesse dos professores em participarem de um curso de formaccedilatildeo em educaccedilatildeo ambiental ( ) sim ( ) natildeo Obs Caso positivo informar quantos _____________________________________ 5 - Quais as aacutereas que os professores apresentam maior interesse ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 6 ndash Observaccedilotildees e comentaacuterios da instituiccedilatildeo de ensino ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Obs As perguntas possuem linhas para quaisquer observaccedilotildees que a instituiccedilatildeo considerar importante para enriquecer as informaccedilotildees Solicito que as respostas reflitam de fato a situaccedilatildeo real da Escola de modo a construir um panorama que permita traccedilar metas que levem agrave melhoria do Ensino Para tal acreditamos que a capacitaccedilatildeo dos professores seja um bom caminho e principalmente em um tema tatildeo importante do qual depende o futuro de todos Obrigada

183

ANEXO 4

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM TECNOLOGIA DE PROCESSOS QUIacuteMICOS E BIOQUIacuteMICOS

ESCOLA DE QUIacuteMICA

PROJETO DE PESQUISA DE DISSERTACcedilAtildeO DE MESTRADO ldquoA CAPACITACcedilAtildeO DOCENTE EM EDUCACcedilAtildeO AMBIENTALrdquo

Mestranda Maria de Lourdes Ribeiro de Souza de Azevedo Orientadoras Maria Antonieta Peixoto Gimenes Couto Denize Dias de Carvalho

AVALIACcedilAtildeO DE RECEPTIVIDADE

Metropolitana METROPOLITANA III Responsaacutevel Nordm de questionaacuterios entregues Nordm de questionaacuterios devolvidos Nordm de questionaacuterios respondidos 1 ndash Todos os questionaacuterios foram enviados ( ) Sim ( ) Natildeo 2 ndash Na sua avaliaccedilatildeo o interesse das escolas sob a responsabilidade desta Metropolitana em responder agrave pesquisa foi ( ) Alto ( ) Mediano ( ) Baixo 3 ndash No espaccedilo abaixo justifique as suas respostas nas perguntas 1 e 2 ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ 4 ndash Na sua avaliaccedilatildeo a contribuiccedilatildeo da pesquisa para a integraccedilatildeo Universidade ndash Ensino Meacutedio eacute

( ) Relevante ( ) Irrelevante

184

ANEXO 5

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM TECNOLOGIA DE PROCESSOS QUIacuteMICOS E BIOQUIacuteMICOS

ESCOLA DE QUIacuteMICA

PROJETO DE PESQUISA DE DISSERTACcedilAtildeO DE MESTRADO ldquoA CAPACITACcedilAtildeO DOCENTE EM EDUCACcedilAtildeO AMBIENTALrdquo

Mestranda Maria de Lourdes Ribeiro de Souza de Azevedo Orientadoras Maria Antonieta Peixoto Gimenes Couto Denize Dias de Carvalho

AVALIACcedilAtildeO DE RECEPTIVIDADE

Metropolitana METROPOLITANA IV Responsaacutevel Nordm de questionaacuterios entregues Nordm de questionaacuterios devolvidos Nordm de questionaacuterios respondidos 1 ndash Todos os questionaacuterios foram enviados ( ) Sim ( ) Natildeo 2 ndash Na sua avaliaccedilatildeo o interesse das escolas sob a responsabilidade desta Metropolitana em responder agrave pesquisa foi ( ) Alto ( ) Mediano ( ) Baixo 3 ndash No espaccedilo abaixo justifique as suas respostas nas perguntas 1 e 2 ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ 4 ndash Na sua avaliaccedilatildeo a contribuiccedilatildeo da pesquisa para a integraccedilatildeo Universidade ndash Ensino Meacutedio eacute

( ) Relevante ( ) Irrelevante

185

ANEXO 6

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM TECNOLOGIA DE PROCESSOS QUIacuteMICOS E BIOQUIacuteMICOS

ESCOLA DE QUIacuteMICA

PROJETO DE PESQUISA DE DISSERTACcedilAtildeO DE MESTRADO ldquoA CAPACITACcedilAtildeO DOCENTE EM EDUCACcedilAtildeO AMBIENTALrdquo

Mestranda Maria de Lourdes Ribeiro de Souza de Azevedo Orientadoras Maria Antonieta Peixoto Gimenes Couto Denize Dias de Carvalho

AVALIACcedilAtildeO DE RECEPTIVIDADE

Metropolitana METROPOLITANA X Responsaacutevel Nordm de questionaacuterios entregues Nordm de questionaacuterios devolvidos Nordm de questionaacuterios respondidos 1 ndash Todos os questionaacuterios foram enviados ( ) Sim ( ) Natildeo 2 ndash Na sua avaliaccedilatildeo o interesse das escolas sob a responsabilidade desta Metropolitana em responder agrave pesquisa foi ( ) Alto ( ) Mediano ( ) Baixo 3 ndash No espaccedilo abaixo justifique as suas respostas nas perguntas 1 e 2 ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ 4 ndash Na sua avaliaccedilatildeo a contribuiccedilatildeo da pesquisa para a integraccedilatildeo Universidade ndash Ensino Meacutedio eacute

( ) Relevante ( ) Irrelevante

186

ANEXO 7

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM TECNOLOGIA DE

PROCESSOS QUIacuteMICOS E BIOQUIacuteMICOS

ESCOLA DE QUIacuteMICA

PROJETO DE PESQUISA DE DISSERTACcedilAtildeO DE MESTRADO ldquoA CAPACITACcedilAtildeO DOCENTE EM EDUCACcedilAtildeO AMBIENTALrdquo

Mestranda Maria de Lourdes Ribeiro de Souza de Azevedo Orientadoras Maria Antonieta Peixoto Gimenes Couto Denize Dias de Carvalho

AVALIACcedilAtildeO DE RECEPTIVIDADE

Responsaacutevel Regina Coeli de A Vasconcelos

Nordm total de questionaacuterios entregues 313 questionaacuterios

Nordm total de questionaacuterios devolvidos 68 questionaacuterios

Nordm total de questionaacuterios respondidos 94 questionaacuterios

1 ndash Na sua avaliaccedilatildeo a contribuiccedilatildeo da pesquisa para a integraccedilatildeo

Universidade ndash Ensino Meacutedio eacute

( ) Relevante ( ) Irrelevante

2 ndash Na sua avaliaccedilatildeo o interesse da SEERJ na implementaccedilatildeo de um curso

de capacitaccedilatildeo docente em Educaccedilatildeo Ambiental eacute

( ) Alto ( ) Mediano ( ) Baixo

187

3 ndash Que accedilotildees conjuntas poderiam ser sugeridas para a melhoria da

capacitaccedilatildeo docente do Ensino Meacutedio da Rede Puacuteblica Estadual em Educaccedilatildeo

Ambiental

_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

GRAacuteFICO COMPARATIVO ENTRE AS METROPOLITANAS DO MUNICIacutePIO

DO RIO DE JANEIRO

Questionaacuterios

0

100

200

300

400

Entregues Devolvidos Respondidos

0

50

100

150

Metro III Metro IV Metro X

Receptividade

QuestionaacuteriosentreguesQuestionaacuteriosdevolvidosQuestionaacuteriosrespondidos

  • MARIA DE LOURDES RIBEIRO DE SOUZA DE AZEVEDO
    • RIO DE JANEIRO
      • MARIA DE LOURDES RIBEIRO DE SOUZA DE AZEVEDO
        • Capiacutetulo 1 Apresentaccedilatildeo do Trabalho
        • 25 A Educaccedilatildeo no Poacutes 1930
        • 26 Educaccedilatildeo na Nova Repuacuteblica (1946 ndash 1963)
          • Accedilotildees e Projetos Secretaria Estadual de Educaccedilatildeo
          • PLANO DE RECUPERACcedilAtildeO DA REDE FIacuteSICA
          • PARLAMENTO JUVENIL
            • FOacuteRUM PERMANENTE DE DIRETORES
              • EDUCACcedilAtildeO AMBIENTAL
              • Capiacutetulo 4 Poliacuteticas Puacuteblicas de Inclusatildeo Social
                  • SEacuteCULO XIX
                  • 611 Objetivos
                  • A seguir seratildeo detalhados os procedimentos utilizados duran
                  • 612 Metodologia de Pesquisa
                  • O meacutetodo de pesquisa adotado foi uma combinaccedilatildeo de anaacutelise e
                  • 613 Planejamento da Pesquisa
                  • 614 Fontes de Informaccedilotildees
                  • 615 Pesquisa de Campo
                  • 616 Avaliaccedilatildeo dos Resultados
                  • 621 Objetivos
                  • A seguir seratildeo detalhados os procedimentos utilizados duran
                  • 622 Metodologia de Pesquisa
                  • 623 Planejamento da Pesquisa
                  • 624 Fontes de Informaccedilotildees
                  • 625 Pesquisa de Campo
                  • 63 Limitaccedilotildees do Estudo
                  • Capiacutetulo 10 ndash Conclusotildees e Sugestotildees
                  • Referecircncias
                  • ESCOLA DE QUIacuteMICA
                  • PROJETO DE PESQUISA DE DISSERTACcedilAtildeO DE MESTRADO
                    • Manhatilde = _______________ Tarde = ________________Noite =____
                      • ANEXO 4
                          • ESCOLA DE QUIacuteMICA
                          • PROJETO DE PESQUISA DE DISSERTACcedilAtildeO DE MESTRADO
                            • ANEXO 5
                              • ESCOLA DE QUIacuteMICA
                              • PROJETO DE PESQUISA DE DISSERTACcedilAtildeO DE MESTRADO
                              • ESCOLA DE QUIacuteMICA
                              • PROJETO DE PESQUISA DE DISSERTACcedilAtildeO DE MESTRADO
                                • ANEXO 7
                                  • UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
                                      • ESCOLA DE QUIacuteMICA
                                      • PROJETO DE PESQUISA DE DISSERTACcedilAtildeO DE MESTRADO
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v

SUMAacuteRIO Capiacutetulo 1 ndash Apresentaccedilatildeo do Trabalho

11 Introduccedilatildeo 1

12 Objetivo do Trabalho 6

13 Organizaccedilatildeo do Estudo 7

Capiacutetulo 2 ndash O Sistema Educacional Brasileiro

21 Introduccedilatildeo 9

22 A Educaccedilatildeo no Brasil Colocircnia 11

23 A Educaccedilatildeo no Brasil Impeacuterio 13

24 A Educaccedilatildeo na Primeira Repuacuteblica 18

25 A Educaccedilatildeo no Poacutes 30 20

26 A Educaccedilatildeo na Nova Repuacuteblica(1946-1963) 25

27 A Educaccedilatildeo no Periacuteodo Militar(1964-1985) 27

28 A Educaccedilatildeo no Periacuteodo da Abertura Poliacutetica(1986-2001) 29

29 Cronologia da Histoacuteria da Educaccedilatildeo Brasileira 30

Capiacutetulo 3 ndash A Estrutura Organizacional da Educaccedilatildeo no Brasil

31 A Organizaccedilatildeo 36

311 Atribuiccedilotildees da Uniatildeo 37

312 Atribuiccedilotildees do Estado 38

313 Atribuiccedilotildees dos Municiacutepios 39

314 O papel dos Estabelecimentos de Ensino 39

315 Atribuiccedilotildees dos Docentes 40

32 A Abrangecircncia dos Sistemas 41

321 O Sistema Federal 41

322 Os Sistemas de Ensino dos Estados e do Distrito

Federal Compreendem

41

323 O Sistema Municipal 42

33 A Secretaria Estadual de Educaccedilatildeo 44

Capiacutetulo 4 ndash Poliacuteticas Puacuteblicas de Inclusatildeo Social

41 A Crise do Sistema Poliacutetico Liberal e o Iniacutecio do

vi

Intervencionismo do Estado 54

42 O Estado e Suas Novas Funccedilotildees Sociais 56

43 Poliacuteticas Puacuteblicas Uma Questatildeo de Conceito 58

44 Formulaccedilatildeo de Poliacuteticas Puacuteblicas 59

45 Aacutereas de Aplicaccedilatildeo das Poliacuteticas Puacuteblicas das Poliacuteticas

Puacuteblicas

61

Capiacutetulo 5 ndash Histoacuterico e Evoluccedilatildeo da Educaccedilatildeo Ambiental

51 Definiccedilatildeo 68

52 Histoacuterico 73

53 Algumas Consideraccedilotildees sobre a Evoluccedilatildeo da Educaccedilatildeo

Ambiental

93

Capiacutetulo 6 ndash Metodologias

61 Diagnose do Estado da Arte da Educaccedilatildeo Ambiental no

Ensino Meacutedio da Rede Estadual de Ensino no Municiacutepio do

Rio de Janeiro

98

611 Objetivos 98

612 Metodologia de Pesquisa 98

613 Planejamento da Pesquisa 99

614 Fontes de Informaccedilotildees 100

615 Pesquisa de Campo 100

616 Avaliaccedilatildeo dos Resultados 101

62 Diagnose do Acesso aos Cursos de Graduaccedilatildeo nas

Universidades Puacuteblicas Estudo de Caso UERJ e UFRJ

102

621 Objetivos 102

622 Metodologia de Pesquisa 102

623 Planejamento da Pesquisa 102

624 Fontes de Informaccedilotildees 103

625 Pesquisa de Campo 103

62 Limitaccedilotildees do Estudo 105

Capiacutetulo 7ndash Avaliaccedilatildeo do Acesso aos Cursos de Graduaccedilatildeo Estudo de

Casos UERJ e UFRJ

vii

71 O Sistema de Cotas 107

72 Implantaccedilatildeo do Sistema 108

73 O Aluno na Universidade 109

74 A Necessidade das Cotas 111

75 Comparativo entre a Rede Estadual de Ensino e a Rede

Federal e Particular

114

76 Avaliaccedilatildeo do Sistema de Cotas da UERJ e da Proposta da

UFRJ

123

Capiacutetulo 8 ndash Avaliaccedilatildeo da Educaccedilatildeo Ambiental na Rede Puacuteblica Estadual

no Municiacutepio do Rio de Janeiro

81 Levantamento de Dados 128

82 A Receptividade das Coordenadorias 129

83 A Educaccedilatildeo Ambiental em Nuacutemeros 131

84 Conclusotildees Parciais 145

Capiacutetulo 9 ndash Proposta de Curso de Formaccedilatildeo para Professores

91 Objetivo do Curso 148

92 Duraccedilatildeo do Curso 149

93 Conteuacutedo do Curso 149

94 Consideraccedilotildees 151

Capiacutetulo 10 ndash Conclusotildees e sugestotildees

101 Consideraccedilotildees Finais 152

102 Conclusotildees 155

103 Sugestotildees 156

Referecircncias 157

viii

Dedico esta dissertaccedilatildeo de mestrado

aos amores de minha vida que satildeo

meus filhos meu marido e minha matildee

pela compreensatildeo de ter ficado muitas

vezes ausente pela paciecircncia e pelo

incentivo e forccedila para natildeo me deixar

desistir e conseguir chegar ao final

deste trabalho A vitoacuteria natildeo eacute soacute

minha eacute de todos noacutes

Muito obrigada

ix

AGRADECIMENTOS

A Deus por ter me dado forccedilas para completar esta jornada

A minha matildee por ter me ajudado nas horas difiacuteceis

Aos meus filhos pela compreensatildeo nos meus momentos de ausecircncia

Ao meu marido Marcos pelo incentivo apoio e carinho

As minhas Professoras orientadoras Maria Antonieta Peixoto Gimenes Couto e

Denize Dias de Carvalho pela contribuiccedilatildeo na conduccedilatildeo desse trabalho

A todos os professores do Programa pela contribuiccedilatildeo que deram ao meu

crescimento acadecircmico profissional e pessoal

Ao senhor Antonio Ceacutesar Alves pelo carinho e atenccedilatildeo sempre me ajudando no

que precisei durante minha jornada na UFRJ

A senhora Regina Coeli secretaacuteria de Educaccedilatildeo Ambiental da SEERJ pela

atenccedilatildeo e contribuindo para que tornasse possiacutevel a realizaccedilatildeo deste trabalho

Ao Professor Maacutercio Nele pelas sugestotildees na avaliaccedilatildeo dos dados

A Professora Acircngela Rocha pela Contribuiccedilatildeo na Pesquisa de campo

A Sra Luacutecia Manso por viabilizar os dados do vestibular da UFRJ

A Sra Patriacutecia Anido Noronha por viabilizar os dados do vestibular da UERJ

Ao professor Luiz Gustavo Ribeiro Vieira Coordenador na Metropolitana IV por seu

empenho na realizaccedilatildeo da pesquisa de campo

x

A Direccedilatildeo do Ciep 386 ndash Guilherme da Silveira Filho pelo apoio e atenccedilatildeo

Aos meus colegas do departamento de Sauacutede e saneamento Ambiental (DSSA)

da Fiocruz pelo apoio e companheirismo para a realizaccedilatildeo deste trabalho

xi

RESUMO

Azevedo Maria de Lourdes Ribeiro de Souza de A Capacitaccedilatildeo Docente em Educaccedilatildeo Ambiental Rio de Janeiro 2006 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Tecnologia de Processos Quiacutemicos e Bioquiacutemicos) Escola de Quiacutemica Universidade Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2006 O objetivo deste trabalho eacute viabilizar a criaccedilatildeo de ferramentas que sirvam para conduzir uma maior integraccedilatildeo entre a Universidade e o Ensino Meacutedio tendo como base agraves poliacuteticas de inclusatildeo social Para isso foi feita uma anaacutelise da Educaccedilatildeo Ambiental ministrada no Ensino Meacutedio no Municiacutepio do Rio de Janeiro Esta revelou que as escolas praticam de alguma forma a Educaccedilatildeo Ambiental poreacutem a pesquisa tambeacutem mostrou que a formaccedilatildeo dos professores neste tema estaacute muito aqueacutem do necessaacuterio o que dificulta a realizaccedilatildeo plena do seu trabalho Ainda dentro das Poliacuteticas de Inclusatildeo Social foi feito um levantamento do acesso dos alunos da Rede Puacuteblica Estadual nas Universidades Puacuteblicas atraveacutes de estudo de caso da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) avaliando comparativamente as escolas de Ensino Meacutedio da Rede Puacuteblica e a Rede Privada Os resultados mostraram que um nuacutemero muito pequeno de alunos oriundos da Rede Estadual de Ensino consegue uma vaga nestas Universidades Puacuteblicas problema este que foi amenizado pela UERJ que foi a primeira a implantar o sistema de cotas com resultados satisfatoacuterios e com isso aumentando significativamente o ingresso de alunos da Rede Puacuteblica Estadual Os resultados dessa pesquisa sinalizam que urge a definiccedilatildeo de Poliacuteticas Puacuteblicas que levam agrave melhoria de capacitaccedilatildeo docente do Ensino Meacutedio cabendo agrave Universidade o papel de promover centros de formaccedilatildeo continuada promovendo uma melhor qualificaccedilatildeo docente e por conseguinte um melhor preparo dos alunos

xii

ABSTRACT

Azevedo Maria de Lourdes Ribeiro de Souza de A Capacitaccedilatildeo Docente em Educaccedilatildeo Ambiental Rio de Janeiro 2006 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Tecnologia de Processos Quiacutemicos e Bioquiacutemicos) Escola de Quiacutemica Universidade Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2006 This study has an aim to be viable the creation of tools which serve to conduct a great integration between the University and the high school having as a basis Politics of Social Inclusion For this it was made an analysis on Environmental Education given in municipal district of Rio de Janeiro high schools It reveals that the schools practice some Environmental Education but the research also presents that the formation of teachers in this theme is far from what is necessary that makes difficulty the full realization of its work Yet within the Politics of Social Inclusion it was done a survey on the access of the State Public Net students at the public universities through a case study of the University of Rio de Janeiro State (UERJ) and Federal University of Rio de Janeiro (UFRJ) evaluating comparatively to the high school of Public and Private Net schools The results show that a small number of students from the State Net High School gets vacancy in those Public Universities a problem that was softened by the UERJ that was the first to establish a system of quotas with satisfactory results and with this encreasing significatively the entrance of State Public Net students The results of this research signal that it is necessary a definition of Public Politics that take to improvement of teaching capacitation of high school belonging to the University the roll of promote centers of Continued formation promoting a better teaching qualification and thus a better preparation of the students

xiii

LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES

Figura 11 ndash Esquema do Ciclo da Educaccedilatildeo

Figura 31 ndash Organograma da Organizaccedilatildeo Educacional Brasileira

Figura 32 ndash Mapa das Metropolitanas do Estado do Rio de Janeiro

Figura 41 ndash Diagrama Esquemaacutetico da Formaccedilatildeo de uma Poliacutetica Puacuteblica

Figura 61 ndash Esquematizaccedilatildeo do Projeto

Figura 71 - Percentual de Alunos Inscritos no Vestibular da UFRJ

Figura 72 ndash Percentual de Alunos Classificados no Vestibular da UFRJ

Figura 73 - Percentual de Alunos Classificados em Funccedilatildeo do Nuacutemero de Inscritos

em Cada Esfera

Figura 74 ndash Percentual de Alunos Inscritos no Vestibular da UERJ

Figura 75 - Percentual de Alunos Classificados no Vestibular da UERJ

Figura 76 ndash Percentual de Alunos Classificados em Funccedilatildeo do Nuacutemero de Inscritos

em Cada Esfera

Figura 77 - Comparativo Entre o Antes e Depois do Sistema de Cotas

Figura 81 - Avaliaccedilatildeo de Receptividade da Metropolitana III

Figura 82 ndash Avaliaccedilatildeo de Receptividade da Metropolitana IV

Figura 83 ndash Avaliaccedilatildeo de Receptividade da Metropolitana X

Figura 84 - Abordagem do Tema na Escola

Figura 85 - O Tema eacute Disciplinar ou Multidisciplinar Figura 86 - Participaccedilatildeo Discente Figura 87 - Participaccedilatildeo dos Professores

Figura 88 - Meios de Aplicaccedilatildeo da Educaccedilatildeo Ambiental Figura 89 - Projetos e ou Atividades Implantados Figura 810 - Interesse dos Alunos

Figura 811 - Retorno Financeiro nos Projetos

Figura 812 - Destino dos Recursos Arrecadados

Figura 813 - Professores que Participam das Atividades

Figura 814 - Os Professores Possuem Formaccedilatildeo Especiacutefica em EA

Figura 815 - Interesse da Escola na Capacitaccedilatildeo Docente

xiv

Figura 816 - Interesse dos Professores em Cursos de Formaccedilatildeo em Educaccedilatildeo

Ambiental Figura 817 - Aacutereas de Interesse dos Professores

xv

LISTA DE TABELAS

Tabela 21 ndash Evoluccedilatildeo da Educaccedilatildeo no Brasil Principais Acontecimentos

Tabela 31 ndash Coordenadorias da SEERJ

Tabela 71 ndash Quadro Comparativo dos Vestibulares da UERJ e UFRJ

xvi

GLOSSAacuteRIO

ABE ndash Associaccedilatildeo Brasileira de Educaccedilatildeo

ALERJ ndash Assembleacuteia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro

ANA - Agecircncia Nacional de Aacuteguas

CADES ndash Campanha de Aperfeiccediloamento e Difusatildeo do Ensino Secundaacuterio

CAPES - Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel Superior

CEA ndash Centros de Educaccedilatildeo Ambiental

CEE ndash Conselho Estadual de Educaccedilatildeo

CEG ndash Conselho de Ensino de Graduaccedilatildeo

CETESB - Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental

CFE ndash Conselho Federal de Educaccedilatildeo

CGEA ndash Coordenaccedilatildeo Geral de Educaccedilatildeo Ambiental

CIAC ndash Centro Integrado de Apoio a Crianccedila

CIEP ndash Centro Integrado de Educaccedilatildeo Puacuteblica

CISEA ndash Comissatildeo Intersetorial de Educaccedilatildeo Ambiental

CMMAD - Comissatildeo Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento

CNAE ndash Campanha Nacional de Alimentaccedilatildeo Escolar

CNBB ndash Confederaccedilatildeo Nacional dos Bispos do Brasil

CNE ndash Conselho Nacional de Educaccedilatildeo

CNEA ndash Conferecircncia Nacional de Educaccedilatildeo Ambiental

CNEC ndash Campanha Nacional de Escolas da Comunidade

CNPJ - Cadastro Nacional da Pessoa Juriacutedica

CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico

COEA - Coordenaccedilatildeo Geral de Educaccedilatildeo Ambiental

CONAMA ndash Conselho Nacional do Meio Ambiente

CONEN ndash Coordenaccedilatildeo Nacional de Entidades Negras

CONTAP ndash Conselho de Cooperaccedilatildeo Teacutecnica da Alianccedila para o Progresso

COPESNEP - Conselho para a Promoccedilatildeo Educacional Superior das Populaccedilotildees

Negra e Parda

CPC ndash Centros Populares de Cultura

DEA ndash Educaccedilatildeo Ambiental a Distacircncia

xvii

DEMEC - Departamento de Engenharia Mecacircnica

EA ndash Educaccedilatildeo Ambiental

ENC ndash Exame Nacional de Cursos

ENEM ndash Exame Nacional do Ensino Meacutedio

EPB ndash Estudos de Problemas Brasileiros

EUA ndash Estados Unidos da Ameacuterica

FEEMA - Fundaccedilatildeo Estadual de Engenharia do Meio Ambiente

FNMA - Fundo Nacional do Meio Ambiente

FUNAI - Fundaccedilatildeo Nacional do Iacutendio

FUNDEF ndash Fundo de Manutenccedilatildeo e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de

Valorizaccedilatildeo do Magisteacuterio

GT ndash Grupos de Trabalho

IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovaacuteveis

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica

IES ndash Instituiccedilotildees de Ensino Superior

INEP ndash Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais

ISEB ndash Instituto Superior de Estudos Brasileiros

LDB ndash Lei de Diretrizes e Bases

MCT - Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia

MEB ndash Movimento de Educaccedilatildeo de Base

MEC ndash Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura

MinC ndash Ministeacuterio da Cultura

MMA ndash Ministeacuterio do Meio Ambiente

MOBRAL - Movimento Brasileiro de Alfabetizaccedilatildeo

OMEP ndash Organizaccedilatildeo Mundial de Educaccedilatildeo Preacute-Escolar

ONG ndash Organizaccedilatildeo Natildeo Governamental

ONU ndash Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas

OSPB ndash Organizaccedilatildeo Social e Poliacutetica do Brasil

PAIUB - Programa de Avaliaccedilatildeo Institucional das Universidades Brasileiras

PAS ndash Programa de Avaliaccedilatildeo Seriada

PCN ndash Paracircmetros Curriculares Nacionais

PIEA - Programa Internacional de Educaccedilatildeo Ambiental

xviii

PNEA - Poliacutetica Nacional de Educaccedilatildeo Ambiental

PNI ndash Parque Nacional do Iguaccedilu

PNMA - Programa Nacional do Meio Ambiente

PNUMA ndash Programa das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente

PPA ndash Plano Plurianual

PROINICIAR ndash Programa de Iniciaccedilatildeo Acadecircmica

PRONEA ndash Programa Nacional de Educaccedilatildeo Ambiental

PRO-REDE ndash Programa de Reestruturaccedilatildeo da Rede Puacuteblica de Ensino

REASUL - Rede Sul Brasileira de Educaccedilatildeo Ambiental

REBEA ndash Rede Brasileira de Educaccedilatildeo Ambiental

REGUA ndash Registro Uacutenico do Aluno

REPEA ndash Rede Paulista de Educaccedilatildeo Ambiental

SAEB - Sistema Nacional de Avaliaccedilatildeo da Educaccedilatildeo Baacutesica

SECIRM ndash Secretaria da Comissatildeo Interministerial para os Recursos do Mar

SEDUC - Secretaria da Educaccedilatildeo Baacutesica

SEERJ ndash Secretaria Estadual de Educaccedilatildeo do Rio de Janeiro

SEF ndash Secretaria de Ensino Fundamental

SEMA - Secretaria Estadual do Meio Ambiente

SENAC ndash Serviccedilo Nacional de Aprendizagem Comercial

SENAI - Serviccedilo Nacional de Aprendizagem Industrial

SIBEA ndash Sistema Brasileiro de Informaccedilatildeo em Educaccedilatildeo Ambiental

UENF ndash Universidade Estadual do Norte Fluminense

UERJ ndash Universidade do Estado do Rio de Janeiro

UFMT - Universidade Federal de Mato Grosso

UNCED - United Nations Conference on Environment and Development

UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina

UFRJ ndash Universidade Federal do Rio de Janeiro

UFRPE - Universidade Federal Rural de Pernambuco

UFRRJ ndash Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro

UICN ndash Uniatildeo Internacional para Conservaccedilatildeo da Natureza

UNE ndash Uniatildeo Nacional dos Estudantes

xix

UNESCO - Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a educaccedilatildeo agrave ciecircncia e a

cultura

UNICEF ndash Fundo das Naccedilotildees Unidas para a Infacircncia

USAID - United States Agency for International Development

1

Capiacutetulo 1 Apresentaccedilatildeo do Trabalho

11 Introduccedilatildeo

A educaccedilatildeo eacute a base para o desenvolvimento de qualquer paiacutes por ser

um instrumento fundamental para a promoccedilatildeo da cidadania Eacute por meio dela

que as pessoas adquirem condiccedilotildees de se transformarem em cidadatildeos ativos e

competitivos

A cidadania se fundamenta em princiacutepios eacuteticos aleacutem de promover o

direito agrave justiccedila social pois eacute impossiacutevel conceber o crescimento de um paiacutes

tendo milhotildees de pessoas excluiacutedas da participaccedilatildeo democraacutetica em vaacuterias

instacircncias e niacuteveis da sociedade

Eacute atraveacutes de um bom desempenho da cidadania que a sociedade pode

contribuir para a soluccedilatildeo de problemas e ateacute evitar que alguns destes possam

surgir Neste processo a educaccedilatildeo ambiental tem um papel muito importante

pois participa natildeo somente como uma transmissatildeo de conhecimento mas

2

tambeacutem na aplicaccedilatildeo de informaccedilotildees como uma forma de mudanccedila de

atitudes da sociedade face aos problemas ambientais

A Educaccedilatildeo Ambiental eacute uma proposta de mudanccedila de comportamento

onde se faz o resgate de valores eacuteticos esteacuteticos democraacuteticos e humanistas

Estes valores satildeo fortemente defendidos pela educaccedilatildeo de um modo geral pelo

conjunto de conhecimentos produzidos nas mais diversas aacutereas tendo como foco

o princiacutepio do respeito pelo meio ambiente que natildeo eacute constituiacutedo somente pelos

organismos vivos Haacute uma preocupaccedilatildeo com um sentido muito mais amplo do

que meramente com a extinccedilatildeo de alguns animais ou plantas

(wwweducarscuspbr)

Meio Ambiente eacute tudo que compotildee a paisagem Eacute a interaccedilatildeo do

conjunto de elementos naturais artificiais culturais e sociais que propicia o

desenvolvimento equilibrado da vida em todas as suas formas

Podemos classificaacute-lo em Meio Ambiente natural ou fiacutesico constituiacutedo pelo

solo aacutegua ar atmosfeacuterico enfim tudo que eacute natureza com toda sua diversidade

Meio ambiente artificial eacute constituiacutedo pelo espaccedilo urbano construiacutedo

representado pelo conjunto de edificaccedilotildees (espaccedilo urbano fechado) e dos

equipamentos puacuteblicos (ruas praccedilas aacutereas verdes espaccedilos livres em geral

espaccedilo urbano aberto) Meio Ambiente Cultural integra o patrimocircnio histoacuterico

artiacutestico arqueoloacutegico paisagiacutestico turiacutestico que embora artificial difere do

anterior pelo sentido de seu valor especial e o Meio Ambiente Social que eacute

formado pelas pessoas que compotildeem a Sociedade (Carvalho 2002)

Com isto a Educaccedilatildeo Ambiental eacute tambeacutem o respeito pelas culturas que

incluem as especificidades de classe etnia e gecircnero funcionando como uma

defesa da descentralizaccedilatildeo e da distribuiccedilatildeo social do poder dando assim uma

efetiva contribuiccedilatildeo para uma sociedade melhor (wwweducarscuspbr)

A Educaccedilatildeo Ambiental visa modificar as relaccedilotildees entre a sociedade e o

meio ambiente de forma a melhorar a qualidade de vida transformando o

sistema produtivo e consumista em uma sociedade mais solidaacuteria promovendo a

3

inclusatildeo social atraveacutes da justa distribuiccedilatildeo dos recursos naturais entre todos

Para isto se faz necessaacuteria natildeo soacute a existecircncia de poliacuteticas sociais mas

principalmente que estas estejam integradas nas diversas esferas da sociedade

Eacute tambeacutem importante que tenham estrateacutegias bem definidas para que possam

ser formuladas e implementadas por accedilotildees que sejam intersetoriais buscando

sempre parcerias com os diversos segmentos sejam estes entidades ou

movimentos sociais

Um ponto importante que deve nortear a Educaccedilatildeo Ambiental eacute o

conceito de desenvolvimento sustentaacutevel que inter-relaciona os aspectos sociais

e ambientais isto eacute promove a qualidade das relaccedilotildees humanas com o ambiente

natural e a necessidade de produccedilatildeo de riquezas Sachs (citado em Montibeller-

Filho 2001) propotildee a seguinte definiccedilatildeo para Desenvolvimento Sustentaacutevel

ldquoTrata-se de gerir a natureza de forma a assegurar aos homens de nossa geraccedilatildeo

e das geraccedilotildees futuras a possibilidade de se desenvolverrdquo (Azevedo 1991)

Segundo a Comissatildeo Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento

Desenvolvimento Sustentaacutevel eacute definido como ldquoDesenvolvimento que responde

agraves necessidades do presente sem comprometer as possibilidades das geraccedilotildees

futuras de satisfazer suas proacuteprias necessidadesrdquo (wwweducarscuspbr)

O desenvolvimento sustentaacutevel deveria ser uma preocupaccedilatildeo primordial

para o desenvolvimento econocircmico poreacutem para alguns setores da economia o

mais importante eacute o valor de produccedilatildeo imediato mesmo que para isso se

degrade o meio ambiente e se comprometa a possibilidade de produccedilotildees

futuras Os movimentos ambientalistas conseguem produzir um conjunto de

princiacutepios em relaccedilatildeo ao meio ambiente atraveacutes de protocolos e declaraccedilotildees

Este conjunto constitui a base do direito ambiental brasileiro e internacional o

qual associa a proteccedilatildeo do meio ambiente ao desenvolvimento

socioeconocircmico ldquoA poliacutetica nacional do meio ambiente tem por objetivo a

preservaccedilatildeo melhoria e recuperaccedilatildeo da qualidade ambiental propiacutecia agrave vida

visando assegurar no paiacutes condiccedilotildees ao desenvolvimento socioeconocircmicordquo

4

(Brasil Poliacutetica Nacional do Meio Ambiente - Lei 6938 1981 citado em Montibeller

Filho 2001)

Eacute por isto que uma boa formaccedilatildeo do educador ambiental se faz

necessaacuterio pois a Educaccedilatildeo Ambiental eacute antes de tudo um instrumento de

promoccedilatildeo da cidadania como jaacute dito anteriormente principalmente nos dias de

hoje onde eacute fundamental para o desenvolvimento a inserccedilatildeo competitiva de

qualquer naccedilatildeo do mundo o seu conhecimento Conhecimento este que seraacute

compartilhado com os alunos que satildeo os que iniciam a jornada de mudanccedila

pois estes seratildeo os transmissores desses conhecimentos aos seus pais vizinhos

amigos enfim como se fosse uma grande corrente Neste ponto eacute que a

Educaccedilatildeo Ambiental difere das demais disciplinas tendo uma visatildeo muito mais

ampla do que o simples acuacutemulo de informaccedilotildees sem conexatildeo entre elas e com

o potencial de evocaccedilatildeo existente na aprendizagem Baseia-se na premissa de

que eacute na reflexatildeo tanto individual como coletiva que se tem em relaccedilatildeo ao meio

ambiente que se daacute o processo de aprendizagem (wwweducarscuspbr)

A Educaccedilatildeo Ambiental natildeo pode estar reduzida a uma disciplina ou

programa seja este de reciclagem ou reaproveitamento do lixo preservaccedilatildeo da

aacutegua etc A importacircncia destes programas existe mas a Educaccedilatildeo Ambiental

natildeo pode estar somente baseada neles tem que ter um sentido mais amplo

como o uso de recursos com responsabilidade desenvolvendo produccedilotildees limpas

que geram lucro mantendo a harmonia com o meio ambiente Para isto existe a

necessidade de ldquopromover a Educaccedilatildeo Ambiental em todos os niacuteveis de ensinordquo

(Brasil 1988) Dessa forma o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo (MEC) elaborou os

Paracircmetros Curriculares Nacionais (PCNs) em que o meio ambiente (Educaccedilatildeo

Ambiental) eacute apresentado como tema transversal para todo o curriacuteculo escolar

(Guimaratildees 2004)

Mesmo a educaccedilatildeo ambiental estando presente nos PCNs esta natildeo eacute

amplamente aplicada em especial no Ensino Meacutedio da Rede Puacuteblica foco do

presente trabalho Acredita-se que um dos motivos seja o despreparo dos

educadores do Ensino Meacutedio Por esse motivo eacute que haacute a necessidade de uma

5

efetiva integraccedilatildeo da Universidade com o Ensino Meacutedio pois desta forma os

educadores estaratildeo participando de alguma maneira deste processo

educacional

A Universidade prepara os professores que atuaratildeo no ensino meacutedio e

estes por sua vez seratildeo responsaacuteveis pela formaccedilatildeo dos alunos que ingressam na

Universidade Os alunos por seu turno saem da Universidade jaacute na qualidade de

profissionais que podem ser professores ou natildeo Poreacutem existe a necessidade de

investimento na formaccedilatildeo do docente isto eacute este deve retornar a Universidade

atraveacutes de programas de formaccedilatildeo continuada seja em cursos de extensatildeo ou

especializaccedilatildeo A formaccedilatildeo continuada se reveste de uma importacircncia ainda

maior principalmente devido agrave existecircncia das poliacuteticas de inclusatildeo social que

visam a democratizaccedilatildeo do ensino superior promovendo o ingresso de alunos de

baixa renda a um ensino de qualidade nas Universidades Puacuteblicas A respeito

dessas poliacuteticas existem algumas opiniotildees divergentes em relaccedilatildeo ao sistema de

cotas que consiste na reserva de vagas para alunos carentes e negros Para

alguns facilitar a entrada desses alunos nas Universidades eacute a soluccedilatildeo para a

inclusatildeo social natildeo importando se este aluno tem condiccedilotildees de se manter na

Universidade devido ao seu despreparo advindo do ensino meacutedio Para outros a

inclusatildeo social se faz natildeo reservando vagas e sim melhorando a qualidade do

ensino meacutedio da rede puacuteblica para que os alunos tenham condiccedilotildees de

competir em igualdade com os demais alunos e esta melhoria do ensino pode

ter iniacutecio atraveacutes da capacitaccedilatildeo do docente

Essas propostas formam uma espeacutecie de ciclo conforme o esquema

mostrado na figura 11 O mais importante poreacutem eacute que os profissionais tenham

consciecircncia do seu papel como cidadatildeos e da sua relaccedilatildeo com o Meio

Ambiente

6

UNIVERSIDADE

ALUNOS DOCENTES

ENSINO MEacuteDIO

Figura 11 Esquema do Ciclo da Educaccedilatildeo

12 Objetivos do Trabalho

Com base nas premissas abordadas a presente dissertaccedilatildeo tem como

objetivos

Objetivo Geral

Criar instrumentos que viabilizem a integraccedilatildeo Universidade com o Ensino

Meacutedio com base em poliacuteticas de inclusatildeo social para capacitaccedilatildeo de docentes

no segmento de Educaccedilatildeo Ambiental

7

Objetivos especiacuteficos

bull Avaliaccedilatildeo do atual estado da arte da Educaccedilatildeo Ambiental no

ensino meacutedio ministrado na Rede Estadual de Ensino do municiacutepio do

Rio de Janeiro

bull Avaliaccedilatildeo do acesso agraves Universidades Puacuteblicas atraveacutes de estudos

de caso

bull Elaboraccedilatildeo de uma proposta de Educaccedilatildeo Continuada visando a

capacitaccedilatildeo do docente de Ensino Meacutedio

13 Organizaccedilatildeo do Estudo

A presente dissertaccedilatildeo foi organizada em 10 capiacutetulos Aleacutem deste que

traz uma breve apresentaccedilatildeo do tema nos capiacutetulos subsequumlentes seratildeo feitas as

seguintes abordagens

O capiacutetulo 2 apresenta uma anaacutelise histoacuterico-social do sistema educacional

brasileiro desde a colonizaccedilatildeo ateacute os dias atuais

O capiacutetulo 3 traz a estrutura organizacional da educaccedilatildeo no Brasil

incluindo as esferas poliacuteticas responsaacuteveis pelos diferentes segmentos

As poliacuteticas puacuteblicas de inclusatildeo social satildeo abordadas no capiacutetulo 4 e o

capiacutetulo 5 contextualiza a Educaccedilatildeo ambiental sob os prismas histoacuterico e

evolutivo

As metodologias empregadas nos estudos elaborados estatildeo descritas no

capiacutetulo 6

No capiacutetulo 7 eacute realizada uma avaliaccedilatildeo do acesso aos cursos de

graduaccedilatildeo de Universidades Puacuteblicas atraveacutes de estudos de caso envolvendo a

Universidade Estadual do Rio de Janeiro e a Universidade Federal do Rio de

Janeiro comparando-se o acesso com sistemas de cotas (UERJ) e a proposta em

8

estudo para a reserva de vagas na UFRJ aleacutem de uma anaacutelise quantitativa do

acesso dos estudantes da rede puacuteblica a estas universidades

O capiacutetulo 8 traz os resultados referentes ao estudo de campo sobre a

Educaccedilatildeo Ambiental realizado junto agraves escolas de Ensino Meacutedio da Rede Puacuteblica

Estadual localizadas no municiacutepio do Rio de Janeiro

A partir das demandas detectadas nesse estudo de campo foi elaborada

uma proposta de curso de capacitaccedilatildeo voltado para os professores de Ensino

Meacutedio apresentada no capiacutetulo 9 As principais conclusotildees desse estudo bem

como as sugestotildees de continuidade do trabalho encontram-se no capiacutetulo 10

O capiacutetulo a seguir conforme jaacute citado aborda o Sistema Educacional

Brasileiro

9

Capiacutetulo 2 O Sistema Educacional Brasileiro

21 Introduccedilatildeo

Neste capitulo foi realizada uma anaacutelise histoacuterico-social do sistema

educacional brasileiro desde o iniacutecio da colonizaccedilatildeo brasileira ateacute a atualidade

A histoacuteria da educaccedilatildeo brasileira natildeo eacute uma histoacuteria difiacutecil de ser estudada e

compreendida Ela evolui em rupturas marcantes e faacuteceis de serem observadas

A primeira grande ruptura travou-se com a chegada dos portugueses ao territoacuterio

do Novo Mundo Natildeo se pode deixar de reconhecer que os portugueses

trouxeram um padratildeo de educaccedilatildeo proacuteprio da Europa o que natildeo quer dizer que

as populaccedilotildees que por aqui jaacute viviam natildeo possuiacutessem caracteriacutesticas proacuteprias de

se fazer educaccedilatildeo Conveacutem ressaltar que a educaccedilatildeo que se praticava entre as

populaccedilotildees indiacutegenas natildeo tinha as marcas repressivas do modelo educacional

europeu

A chegada dos jesuiacutetas ao territoacuterio brasileiro natildeo trouxe somente a moral

os costumes e a religiosidade europeacuteia trouxe tambeacutem os meacutetodos pedagoacutegicos

Este meacutetodo funcionou absoluto durante 210 anos de 1549 a 1759 quando uma

nova ruptura marca a histoacuteria da educaccedilatildeo no Brasil a expulsatildeo dos jesuiacutetas pelo

10

Marquecircs de Pombal Se existia alguma coisa muita bem estruturada em termos

de educaccedilatildeo o que se viu a seguir foi o mais absoluto caos Tentaram-se as aulas

reacutegias o subsiacutedio literaacuterio mas o caos continuou ateacute que a Famiacutelia Real fugindo

de Napoleatildeo na Europa resolveu transferir o Reino para o Novo Mundo Na

verdade natildeo se conseguiu implantar um sistema educacional nas terras

brasileiras mas a vinda da Famiacutelia Real permitiu uma nova ruptura com a situaccedilatildeo

anterior Para preparar o terreno para sua estadia no Brasil D Joatildeo VI abriu

Academias Militares Escolas de Direito e Medicina a Biblioteca Real o Jardim

Botacircnico e sua iniciativa mais marcante em termos de mudanccedila foi a criaccedilatildeo da

Imprensa Reacutegia Segundo alguns autores o Brasil foi finalmente ldquodescobertordquo e a

nossa Histoacuteria passou a ter uma complexidade maior A educaccedilatildeo no entanto

continuou a ter uma importacircncia secundaacuteria Sabe-se que enquanto nas colocircnias

espanholas jaacute existiam muitas universidades como a Universidade de Satildeo

Domingos criada em 1538 a do Meacutexico e a de Lima criadas em 1551 a nossa

primeira Universidade soacute surgiu em 1934 em Satildeo Paulo Por todo o Impeacuterio

incluindo D Joatildeo VI D Pedro I e D Pedro II pouco se fez pela educaccedilatildeo

brasileira e muitos reclamavam de sua qualidade ruim Com a Proclamaccedilatildeo da

Repuacuteblica fizeram-se vaacuterias reformas que pudessem dar uma nova guinada mas

observando bem a educaccedilatildeo brasileira natildeo sofreu um processo de evoluccedilatildeo

que pudesse ser considerado marcante ou significativo em termos de modelo

Ateacute os dias de hoje muito se tem mudado no planejamento educacional mas a

educaccedilatildeo continua a ter as mesmas caracteriacutesticas impostas em todos os paiacuteses

do mundo que eacute de manter o ldquostatus quordquo para aqueles que frequumlentam os

bancos escolares (Niskier 1989)

Desde jaacute pode-se dizer que a Educaccedilatildeo Brasileira tem um princiacutepio meio e

fins bem demarcados e facilmente observaacuteveis Eacute isso que se pretende mostrar

neste capiacutetulo Logo o trabalho foi dividido por periacuteodos considerados como os

mais marcantes e os que sofreram as rupturas mais concretas na nossa

educaccedilatildeo Assim seraacute mostrada uma relaccedilatildeo de fatos histoacutericos em diferentes

visotildees procurando-se realccedilar os fatos ligados agrave Histoacuteria da Educaccedilatildeo no Brasil

11

Para tanto os textos a seguir satildeo baseados nas informaccedilotildees e citaccedilotildees

extraiacutedas das seguintes fontes Lima 1974 Niskier 1989 Romanelli 1978

wwwacciocombr wwwpedagogiaemfocoprobr

22 A Educaccedilatildeo no Brasil Colocircnia

No iniacutecio da colonizaccedilatildeo do Brasil por volta de 1532 natildeo se cogitou nada

que se relacionasse com a instruccedilatildeo de seus moradores pois o interesse de

Portugal era direcionado para as riquezas da terra descoberta A educaccedilatildeo no

Brasil teve iniacutecio com a chegada dos jesuiacutetas e foi atribuiacuteda aos educadores da

Companhia de Jesus por volta de 1549 com a vinda do primeiro governador

geral Tomeacute de Sousa Este encontrou a Colocircnia inteiramente despreparada em

mateacuteria de instruccedilatildeo natildeo soacute do chamado ldquogentiordquo como tambeacutem dos filhos dos

colonos Tomeacute de Sousa fez questatildeo de incluir na sua comitiva dedicados

membros da Companhia de Jesus e em menos de quinze dias jaacute funcionava

uma escola chamada na eacutepoca de ldquoler e escreverrdquo Os primeiros coleacutegios e as

ditas ldquoaulas de ensinar e contarrdquo foram criados pelos jesuiacutetas e eram mantidos

com sacrifiacutecio mediante esmolas e donativos especiais e a matildeo de obra nas

construccedilotildees eram do esforccedilo fiacutesico dos proacuteprios religiosos ajudados por iacutendios e

alguns colonos Esses coleacutegios ensinavam gratuitamente Gramaacutetica Latina

Filosofia Teologia Dogmaacutetica e Moral Primeiras Letras e Matemaacutetica Elementar

(Niskier 1989)

Em 1553 chegara ao Brasil com o governador Duarte da Costa o padre

Joseacute de Anchieta que era o encarregado do ensino dos religiosos neoacutefitos Na

falta de livros escrevia as liccedilotildees nos cadernos que distribuiacutea para cada aluno Os

jovens catecuacutemenos1 e os filhos dos colonos aprendiam assim os princiacutepios das

liacutenguas portuguesa espanhola latina brasiacutelica ou tupi indispensaacuteveis no trato

com os indiacutegenas Alguns estudiosos condenam a ausecircncia de um ensino jaacute

naquela eacutepoca mais voltado para a ciecircncia nos moldes do ensino europeu o

que daria ao Brasil melhores condiccedilotildees de competitividade internacional em

1 Pessoas em fase de preparaccedilatildeo para o batismo

12

vaacuterias aacutereas Se isto eacute um fato por outro lado natildeo deixa de ser meacuterito dos jesuiacutetas

a manutenccedilatildeo da nossa integridade territorial e a existecircncia de uma soacute

predominante religiatildeo como tambeacutem ficou sendo o portuguecircs a liacutengua utilizada

nas escolas implantadas no territoacuterio brasileiro (Niskier 1989)

Entretanto a Companhia de Jesus natildeo possuiacutea um trabalho pedagoacutegico

nem uma filosofia da educaccedilatildeo especialmente elaborada para o desempenho

desta missatildeo A Companhia vinha ao mundo com diversas ideacuteias novas

especialmente no campo ascese cristatilde e na sua proacutepria organizaccedilatildeo como

sociedade de cleacuterigos mas natildeo tinha nada a dizer de especial quanto agrave filosofia

da educaccedilatildeo no sentido em que entendemos hoje este termo excluiacuteda a

educaccedilatildeo especial daqueles que deveriam ser sarcedotes Por causa disso ela

limitou-se na praacutetica em termos da educaccedilatildeo mais geral a codificar atraveacutes da

experiecircncia de seus docentes uma filosofia de educaccedilatildeo em que de certo

modo cristianizava-se o modelo educacional renascentista baseado no

equivalente ao ensino secundaacuterio no estudo dos claacutessicos e no cultivo da liacutengua

latina De tal modo o ensino expandiu com o tempo este modelo pedagoacutegico

cristatildeo que comeccedilou a ser visto como se fosse a proacutepria filosofia cristatilde da

educaccedilatildeo (Niskier 1989)

Ateacute meados do seacuteculo XVIII esse foi o modelo educacional brasileiro

Poreacutem em 1759 apoacutes a decisatildeo do Marquecircs de Pombal de expulsar os jesuiacutetas

segundo Fernando de Azevedo (professor educador criacutetico ensaiacutesta e

socioacutelogo) ldquoNa educaccedilatildeo estabeleceu-se um caos completo a despeito dos

esforccedilos de outras ordens religiosasrdquo (Niskier 1989) A expulsatildeo dos jesuiacutetas teve

como consequumlecircncia imediata aleacutem da desintegraccedilatildeo do ensino o fechamento

de residecircncias missotildees e coleacutegios e seminaacuterios Vaacuterios autores consideram a

expulsatildeo dos jesuiacutetas um fator de retrocesso na educaccedilatildeo brasileira natildeo soacute pela

diminuiccedilatildeo do nuacutemero de escolas mas sobretudo nos aspectos organizacional e

didaacutetico- pedagoacutegico Abaixo eacute destacado o que expressou Moreira de

Azevedo em seu artigo ldquoInstruccedilatildeo Puacuteblica nos Tempos Coloniais do Brasilrdquo sobre

a expulsatildeo dos Jesuiacutetas

13

ldquoPrivados desses preceptores experimentou a instruccedilatildeo sensiacutevel atraso e se para substituiacute-los vieram as escolas monaacutesticas dos Beneditinos Carmelitas e Franciscanos natildeo chegaram estas ao grau de meacutetodo ensino e regularidade das dos padres de Jesus poreacutem ainda assim quando aquelas desapareceram eram as melhores que possuiacutea a colocircnia do Brasilrdquo (AZEVEDO Moreira de Apud NISKIER 1989)

Em 1772 foi assinada uma lei que abolia o antigo sistema de donativos

para a Instruccedilatildeo e estabelecia o Subsiacutedio Literaacuterio Foi criada uma taxaccedilatildeo

complementar para os vinhos e demais bebidas alcooacutelicas destinada a fornecer

os fundos para o pagamento dos mestres que fossem nomeados pelo governo

No Brasil o Subsiacutedio Literaacuterio entrou em vigor em 1773 o que iria proporcionar o

funcionamento de aulas destinadas ao ensino das primeiras letras de Gramaacutetica

Latina de Filosofia e Grego (Niskier 1989) No Rio de Janeiro passou a funcionar

uma Aula de Engenharia autorizada pela Rainha D Maria I Poreacutem essas aulas

natildeo produziram os efeitos desejados com queixa dos professores e dos alunos

Eram observados uma estrutura fraca e resultados mediacuteocres pois as aulas

estavam a cargo de mestres improvisados que natildeo tinham programas

estabelecidos e natildeo havia fiscalizaccedilatildeo no que diz respeito agrave qualidade do ensino

ministrado e do aproveitamento dos alunos O Subsiacutedio Literaacuterio natildeo bastava em

muitas capitanias natildeo sendo suficiente sequer para o pagamento dos

professores continuando a dependecircncia de boa vontade de particulares Na

eacutepoca os professores aleacutem de mal pagos eram desconsiderados no seio da

sociedade pois a educaccedilatildeo era como trazer a luz aos ignorantes o que ia ao

encontro dos interesses de muitos

Havia maior preocupaccedilatildeo em ensinar Latim e ateacute mesmo Grego e Retoacuterica

do que a Liacutengua Portuguesa A Matemaacutetica custou a integrar-se no curriacuteculo

escolar As Ciecircncias Naturais contavam com a preferecircncia de diminuto nuacutemero

de abnegados professores Os coleacutegios prepararam para estudo superior em

universidades europeacuteia os jovens que natildeo buscavam a vida sacerdotal O ensino

superior concentrava-se na Universidade de Coimbra para onde eram enviados

os filhos de famiacutelias que dispunham de recursos

14

Assim o resultado das decisotildees do Marquecircs de Pombal foi que no princiacutepio

do seacuteculo XIX a educaccedilatildeo brasileira estava reduzida praticamente a nada O

sistema jesuiacutetico foi desmantelado e nada que pudesse chegar proacuteximo desse

sistema foi organizado para dar continuidade a um trabalho de educaccedilatildeo Esta

situaccedilatildeo somente sofreu uma mudanccedila com a chegada da Famiacutelia Real ao Brasil

em 1808

23 A Educaccedilatildeo no Brasil Impeacuterio

Com a vinda da Corte Portuguesa para o Brasil em 1808 fugindo das tropas

de Napoleatildeo que haviam invadido Portugal por esta eacutepoca Dom Joatildeo VI sabia

que sua estadia forccedilada em terras brasileira natildeo seria curta e portanto aleacutem de

abrir os portos do Brasil agraves naccedilotildees amigas resolveu permitir a imprensa facilitar a

entrada de livros e fundar cerca de uma dezena de instituiccedilotildees de ensino teacutecnico

ou superior em nosso territoacuterio no Rio de Janeiro e na Bahia

O setor cultural tambeacutem seria extraordinariamente beneficiado atraveacutes da

criaccedilatildeo de vaacuterias instituiccedilotildees destinadas a dar continuidade agraves que existiam em

Portugal Dentre os cursos superiores o de Medicina foi o que mereceu atenccedilatildeo

especial Em 1808 foi criado pelo priacutencipe regente o Coleacutegio Meacutedico-ciruacutergico da

Bahia instalado no Real Hospital Militar e sediado no preacutedio onde funcionara o

coleacutegio dos jesuiacutetas

O ensino militar recebeu maior atenccedilatildeo do governo real depois do seu

estabelecimento na cidade do Rio de Janeiro A Academia Real Militar da Corte

recebeu o nome de Escola Central abrigando o curso de Engenharia que

permaneceu com a designaccedilatildeo de Escola Politeacutecnica ateacute a transferecircncia em

nossos dias para a ilha do Fundatildeo

Assim como o ensino superior as instruccedilotildees primaacuteria e secundaacuteria tambeacutem

passaram por estaacutegio de desenvolvimento desordenado problema este gerado

pela falta de um plano geral que pudesse ser aplicado em todas as capitanias

do Brasil Mesmo depois da instalaccedilatildeo da Corte no Rio de Janeiro houve um

aumento consideraacutevel nos pedidos de criaccedilatildeo de escolas de primeiras letras

15

pedidos estes que foram atendidos ou natildeo conforme a disponibilidade de

recursos para pagamento de professores (Niskier 1989)

Neste periacuteodo a evasatildeo escolar era muito grande para evitar o

esvaziamento das escolas o governo decidiu isentar do recrutamento para fins

militares os alunos dos estabelecimentos puacuteblicos que demonstrassem frequumlecircncia

assiduidade e bom aproveitamento o que deveria ser atestado pelos professores

Em 1817 a cidade do Rio de Janeiro contava aleacutem das escolas de

primeiras letras dos estabelecimentos de ensino militar e naval das aulas de

Medicina e das de Comeacutercio com trecircs de Gramaacutetica Latina uma de Retoacuterica

uma de Filosofia uma de Grego e uma de Desenho e Pintura Um grupo de

negociantes do Rio de Janeiro propocircs ao Priacutencipe-Regente a constituiccedilatildeo de um

fundo cujos rendimentos seriam reservados para criar e manter estabelecimentos

destinados agrave instruccedilatildeo puacuteblica

Desde a chegada de D Joatildeo VI ao Rio o governo portuguecircs fez tentativas

louvaacuteveis para introduzir no Brasil aleacutem das instituiccedilotildees civis os estabelecimentos

de instruccedilatildeo puacuteblica da metroacutepole Natildeo se deu a devida importacircncia agrave instruccedilatildeo

primaacuteria das classes baixas e meacutedias da sociedade e os que nas classes

elevadas sentiam a necessidade de uma instruccedilatildeo mais completa nem por isso

encontravam maiores recursos continuaram mais ou menos obrigados a adquiri-

la em Coimbra ou mesmo na Inglaterra ou na Franccedila

Com a Proclamaccedilatildeo da Independecircncia o Brasil tinha outros problemas

mais urgentes com que se preocupar do que a fundaccedilatildeo de uma universidade

ou o estabelecimento de uma rede de ensino primaacuterio e secundaacuterio Logo o

sistema de aulas avulsas continuou a existir na impossibilidade de substituiacute-lo

imediatamente por um verdadeiro sistema escolar tal como o entendemos nos

dias de hoje ou como existia ainda que precariamente no tempo dos jesuiacutetas

Mas em 1824 a primeira Constituiccedilatildeo Brasileira estabeleceu no seu ceacutelebre Art

179 no paraacutegrafo XXXII que

16

ldquoA instruccedilatildeo primaacuteria eacute gratuita a todos os cidadatildeos e a Constituiccedilatildeo garante coleacutegios e universidades onde seratildeo ensinados os elementos das ciecircncias belas letras e artesrdquo (Niskier 1989)

Poreacutem estas determinaccedilotildees nunca chegaram a ser cumpridas em grande

extensatildeo e antes que tais projetos se concretizassem ocorreu uma modificaccedilatildeo

constitucional no Brasil que iria complicar seriamente os destinos da educaccedilatildeo

durante todo o restante do Impeacuterio

Com a abdicaccedilatildeo de Dom Pedro I ao trono em favor de seu filho D Pedro

II Os parlamentares brasileiros com receio de que o novo imperador acumulasse

um excesso de poder promulgaram o Ato Adicional de 1834 agrave Constituiccedilatildeo

Imperial pelo qual o poder puacuteblico em diversos sentidos era descentralizado

Assim o Ato Adicional de 1834 estabelecia que cada proviacutencia do Brasil se

tornava autocircnoma para organizar de acordo apenas com suas proacuteprias diretivas

o ensino primaacuterio e secundaacuterio Haveria ou poderia haver portanto tantos

sistemas de ensino primaacuterios e secundaacuterios no Brasil quantas fossem as proviacutencias

sem que nenhuma tivesse que dar satisfaccedilatildeo nem agraves demais proviacutencias nem

tampouco ao governo central O ensino superior poreacutem ficaria sob a

responsabilidade do governo central em todo territoacuterio nacional

Mas na praacutetica estas medidas acabaram por consagrar a partilha de

diversas atribuiccedilotildees do domiacutenio da Instruccedilatildeo Puacuteblica apoacutes a reforma da

constituiccedilatildeo os estudos primaacuterios e secundaacuterios limitaram-se ao municiacutepio da

corte Portanto em 1837 o acontecimento mais importante no campo da

instruccedilatildeo puacuteblica no Brasil foi a criaccedilatildeo do Coleacutegio Pedro II onde funcionava o

Seminaacuterio de Satildeo Joaquim na cidade do Rio de Janeiro O coleacutegio fora criado

com o objetivo de se tornar um modelo pedagoacutegico para o curso secundaacuterio

sendo ali realizado um curso de sete anos que correspondia aproximadamente

ao que depois veio a ser o ginaacutesio e o colegial (Niskier 1989)

Em 1854 o governo central ao reformar o ensino na capital do Impeacuterio

propusera a criaccedilatildeo do ensino primaacuterio e 2ordm grau Assim criou-se a Inspetoria

17

Geral da Instruccedilatildeo primaacuteria e secundaacuteria oacutergatildeo ligado ao Ministeacuterio do Impeacuterio e

destinado a fiscalizar e orientar o ensino puacuteblico e particular na cidade do Rio de

Janeiro e estruturou em dois niacuteveis a instruccedilatildeo primaacuteria gratuita que a constituiccedilatildeo

prometera a todos (www acciocom br )

O exemplo da corte frutificou nas proviacutencias empenhando assim em

promover a uniformizaccedilatildeo do ensino em todo o impeacuterio Logo as demais

proviacutencias passaram a voltar a sua atenccedilatildeo paras as reformas que se realizavam

na corte

No entanto na corte e nas proviacutencias as escolas ficaram apenas na letra

da lei Alguns estabelecimentos particulares na corte e nas grandes cidades

ofereceram um ensino mais rico que o ministrado nas escolas puacuteblicas

Dentre as causas que entatildeo obstaram a ampliaccedilatildeo e o enriquecimento do

ensino elementar destacava-se a falta de pessoal docente devidamente

habilitado e entatildeo veio a necessidade de preparar o pessoal docente para as

escolas Logo surgiram apoacutes a reforma da constituiccedilatildeo e por iniciativa dos

governos provinciais as primeiras escolas normais brasileiras

Em 1880 teria a capital do Impeacuterio sua primeira escola normal mantida e

administrada pelo poder puacuteblico sendo que qualitativamente a instruccedilatildeo se

mostrava precaacuteria

Outras causas muito importantes eram as dispersotildees da populaccedilatildeo o

nuacutemero insuficiente de escolas o descontentamento de professores mal

remunerados a ignoracircncia dos pais que se recusavam a mandar os filhos para a

escola

Com o objetivo de estimular o desenvolvimento dos estudos secundaacuterios

nas proviacutencias o ministro Joatildeo Alfredo Correia de Oliveira instalou nas capitais das

proviacutencias do Impeacuterio novas bancas de exames gerais preparatoacuterios

18

Os mais importantes projetos de reforma nas deacutecadas do seacuteculo XIX

pediam a colaboraccedilatildeo da capital para a elevaccedilatildeo do ensino em todo o Impeacuterio

Cuidavam do enriquecimento e aperfeiccediloamento e da expansatildeo da instruccedilatildeo

primaacuteria e do ensino normal cuja frequumlecircncia pretendia tornar obrigatoacuteria a todas

as crianccedilas na faixa dos sete aos quatorze anos

Deslocando-se dos demais projetos de reforma apresentados nos uacuteltimos

anos do Impeacuterio pelo desassombro e pela riqueza de suas posiccedilotildees o substitutivo

apresentado por Rui Barbosa ao decreto Leocircncio Carvalho ficaria como um vasto

programa de reformas que a Repuacuteblica caberia cumprir

Assim a proposta de Rui Barbosa cuidava amplamente do ensino

elementar e meacutedio Estruturava o ensino primaacuterio em quatro niacuteveis para os quais

se previa pela primeira vez um tempo miacutenimo de duraccedilatildeo propunha o

enriquecimento dos programas e a renovaccedilatildeo dos meacutetodos de ensino e tornava

obrigatoacuteria uma frequumlecircncia de quatro anos na escola primaacuteria elementar e

meacutedia formando assim um verdadeiro curso de instruccedilatildeo secundaacuteria popular

(www acciocom br)

Com o quadro assim configurado perto do fim da eacutepoca imperial

comeccedilaram a surgir sinais de que a sociedade estava comeccedilando a

amadurecer para o problema educacional Isto se deu porque nesta eacutepoca a

unidade nacional jaacute estava consolidada do ponto de vista militar uma seacuterie de

outros problemas mais preemente estavam solucionados ou em via de solucionar-

se a aboliccedilatildeo da escravatura jaacute estava agrave vista e podia-se pensar mais

serenamente na educaccedilatildeo brasileira A Proclamaccedilatildeo da Repuacuteblica trazia

consigo a esperanccedila de novas mudanccedilas e o Imperador em seus uacuteltimos

discursos na sessatildeo ao Parlamento Imperial solicitava a criaccedilatildeo de um Ministeacuterio

da Educaccedilatildeo pois ateacute aquela eacutepoca natildeo existia nada semelhante na

organizaccedilatildeo do nosso Estado

19

24 A Educaccedilatildeo na Primeira Repuacuteblica

A Repuacuteblica proclamada adotou o modelo poliacutetico americano baseado

no sistema presidencialista Na organizaccedilatildeo escolar percebeu-se a influecircncia da

filosofia positivista

O advento federativo natildeo trouxe significaccedilotildees e alteraccedilotildees para a

instruccedilatildeo puacuteblica nem inaugurou uma nova corrente de ideacuteias educacionais

tendo significado simplesmente o coroamento e portanto a continuidade de

ideacuteias que se iniciariam no impeacuterio mas precisamente nas suas duas ultimas

deacutecadas O que podemos constatar atraveacutes dos relatos de Fernando Azevedo

ldquoDo ponto de vista cultural e pedagoacutegico a Repuacuteblica foi uma revoluccedilatildeo que abortou e que contentando-se com a mudanccedila do regime natildeo teve o pensamento ou a decisatildeo de realizar uma transformaccedilatildeo radical no sistema de ensino para provocar uma renovaccedilatildeo cultural das elites culturais e poliacuteticas necessaacuterias agraves novas instituiccedilotildees democraacuteticasrdquo (www acciocom br )

A primeira constituiccedilatildeo republicana natildeo chegou a contemplar a

gratuidade e a obrigatoriedade da instruccedilatildeo elementar O legado deixado pelo

Impeacuterio natildeo se alterou substancialmente o ensino secundaacuterio defendia e

reclamava desde as uacuteltimas deacutecadas do Impeacuterio a equumlidade como mecanismo

necessaacuterio ao aperfeiccediloamento do ensino secundaacuterio a sua estruturaccedilatildeo em

acircmbito nacional a instituiccedilatildeo de ensino regulares e sistemaacuteticos (www

acciocom br)

Assim pela constituiccedilatildeo de 1891 agrave qual se acrescentava a Lei de 20 de

novembro de 1892 ficou determinado que

bull No Distrito Federal competia ao Governo federal o ensino superior e

secundaacuterio e agrave Prefeitura o ensino primaacuterio

bull Os Estados poderiam organizar seus proacuteprios sistemas de ensino

primaacuterio secundaacuterio e superior

bull Em cada Estado o Governo Federal podia organizar seu proacuteprio

sistema de ensino secundaacuterio e superior

20

Entretanto apesar da legislaccedilatildeo e organizaccedilatildeo do sistema federal de

ensino ser uma atribuiccedilatildeo do Congresso Nacional na praacutetica era o poder

executivo quem legislava e organizava a educaccedilatildeo Isto fez com que durante

toda a Primeira Repuacuteblica a posiccedilatildeo do Governo Federal fosse conservadora Isto

de certa forma restringia o entusiasmo pedagoacutegico que dominou a sociedade

brasileira depois da Primeira Guerra Mundial

Jaacute em relaccedilatildeo agraves administraccedilotildees estaduais a partir de 1920 uma febre de

otimismo pedagoacutegico comeccedilou a tomar conta dos principais governos estaduais

do Brasil o que provocou uma seacuterie de reformas de ensino em vaacuterios estados da

Uniatildeo Embora cada Estado pudesse organizar um sistema completo de ensino

desde o primaacuterio ateacute o superior tais reformas se limitavam sempre agrave estrutura do

ensino primaacuterio e normal porque todo ensino superior estava na eacutepoca no

acircmbito do Governo Federal e o ensino secundaacuterio por natildeo ser obrigatoacuterio para a

admissatildeo aos cursos superiores natildeo passava de uma rede de cursos

preparatoacuterios com exceccedilatildeo do Coleacutegio Pedro II no Rio de Janeiro que com a

Repuacuteblica havia mudado de nome para Ginaacutesio Nacional e alguns coleacutegios

religiosos Mesmo estes na praacutetica natildeo podiam fugir do espiacuterito dos preparatoacuterios

As principais reformas levantadas a efeito na deacutecada de 1920 foram as

seguintes

bull Em 1920 em Satildeo Paulo por Sampaio Doacuteria

bull Em 1922 no Cearaacute por Lourenccedilo Filho comissionado ao governo do

Cearaacute pelo Estado de Satildeo Paulo

bull Em 1927 em Minas Gerais por Francisco Campos

bull Em 1928 no Distrito Federal por Fernando Azevedo vindo de Satildeo Paulo

a convite da Prefeitura do Rio de Janeiro

bull Em 1928 na Bahia por Aniacutesio Teixeira

Os responsaacuteveis pela seacuterie de reformas estaduais ocorridas na deacutecada de

1920 tiveram para ajudaacute-los no empreendimento vaacuterios fatores concorrendo a

seu favor e o primeiro deles foi o proacuteprio clima de euforia pedagoacutegica que tomou

conta da sociedade brasileira depois da Primeira Guerra Mundial Tambeacutem veio

21

a favor deles o iniacutecio do surto industrial que pressionava por uma nova direccedilatildeo

do ensino e a introduccedilatildeo no Brasil das ideacuteias da Escola Nova em cujas teorias se

inspiraram os reformadores

As doutrinas educacionais da Escola Nova vinham haacute seacuteculos se

desenvolvendo na Europa mas soacute entraram com toda a sua forccedila na sociedade

brasileira na eacutepoca do entusiasmo pedagoacutegico do fim da Primeira Repuacuteblica em

boa parte por obra de estudiosos tais como Fernando de Azevedo Aniacutesio Teixeira

e Lourenccedilo Filho que figuraram tambeacutem na lista dos reformadores estaduais

O movimento reformista foi favorecido pela criaccedilatildeo em 1924 da

Associaccedilatildeo Brasileira de Educaccedilatildeo que agremiou elementos de todo paiacutes em

torno de questotildees de acircmbito nacional relativas agrave Educaccedilatildeo escolar Atraveacutes de

conferecircncias curados debates e inqueacuteritos os profissionais da Educaccedilatildeo

divulgavam as ideacuteias de escolas renovadas Isto contribuiu para formaccedilatildeo de

uma nova consciecircncia educacional relativa ao papel do Estado na Educaccedilatildeo

levando agrave necessidade de expansatildeo da escola puacuteblica ao direito de todos na

educaccedilatildeo levando a exigecircncia de uma poliacutetica nacional de Educaccedilatildeo na qual

a uniatildeo exerce o papel coordenador orientador e supletivo no desenvolvimento

do ensino em todo paiacutes Muitas dessas ideacuteias viriam a consubstanciar-se em

proposiccedilotildees do manifesto dos pioneiros da Educaccedilatildeo Nova (1932) e em

dispositivo da carta de 1934

25 A Educaccedilatildeo no Poacutes 1930

A queda da Repuacuteblica Velha sob o impacto da Revoluccedilatildeo de 1930

transformou as relaccedilotildees de poder entre o governo federal e os estados dando

iniacutecio a um periacuteodo de progressiva centralizaccedilatildeo poliacutetica econocircmica Embora

natildeo trouxesse uma programaccedilatildeo definida seja para o setor poliacutetico-econocircmico

seja para o educacional a revoluccedilatildeo deu iniacutecio a um periacuteodo em que todos os

campos foram atingidos caracterizando-se progressivamente a passagem de

22

uma sociedade preacute-capitalista agraacuteria - comercial e artesanal para uma

sociedade urbano-industrial

As transformaccedilotildees poliacuteticas e econocircmicas ocorridas a partir de 1930 foram

acompanhadas de grandes alteraccedilotildees sociais especialmente nos Estados do

sudeste onde se encontravam os processos de industrializaccedilatildeo Isto acelerou a

urbanizaccedilatildeo e as migraccedilotildees para as cidades que passaram a oferecer novas

oportunidades de trabalho e salaacuterios mais vantajosos Assim a populaccedilatildeo urbana

elevou-se de 10 em 1920 para 3124 em 1940 3616 em 1950 atingindo 458

em 1960 este fato causou um reflexo na urbanizaccedilatildeo tendo como consequumlecircncia

o desenvolvimento de um importante setor de serviccedilos que se localizavam nas

grandes cidades do sudeste modificando assim a sua estratificaccedilatildeo social

(wwwacciocombr )

Com a nova ordem poliacutetico-econocircmica o aumento da populaccedilatildeo urbana

relativamente agrave rural e o aparecimento de novas ocupaccedilotildees ligadas a vida

urbana industrial surgiram maiores possibilidades de mobilidade social passando

a educaccedilatildeo escolar a representar um meio de ecircxito profissional Assim a

demanda por educaccedilatildeo cresceu consideravelmente sobretudo no periacuteodo

posterior a 1945

As mesmas transformaccedilotildees soacutecio-econocircmicas que determinaram a

incorporaccedilatildeo de novas camadas sociais ao ensino secundaacuterio tambeacutem tiveram

como consequumlecircncia a modificaccedilatildeo do status social das mulheres que passaram

a frequumlentar o ensino secundaacuterio contribuindo para a expansatildeo do mesmo

Portanto entre 1933 e 1960 as matriacuteculas aumentaram em 25367 para o ensino

primaacuterio e 40211 para o ensino normal levando o crescimento das matriacuteculas

no ensino secundaacuterio a um percentual de 1207 (www acciocom br)

Logo o governo central para atuar de forma mais significativa no

processo de organizaccedilatildeo do ensino criou em 1930 o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e

Sauacutede Puacuteblica e em 1931 o Conselho Nacional de Educaccedilatildeo oacutergatildeo consultivo

destinado a assessorar o ministro

23

As reformas realizadas nos anos imediatamente posteriores agrave revoluccedilatildeo

pelo primeiro ministro da educaccedilatildeo e sauacutede puacuteblica Francisco Campos

evidenciaram a ampliaccedilatildeo das funccedilotildees federais relativas agraves modalidades de

ensino por elas abrangidas Para o ensino secundaacuterio a reforma Francisco

Campos significou a definitiva superaccedilatildeo dos exames parcelados que vinham

consagrando a proeminecircncia de estudos avulsos e irregulares bem como a

concepccedilatildeo preparativa Entre outros meacuteritos a reforma deu uma estrutura

orgacircnica ao ensino secundaacuterio comercial e superior Com relaccedilatildeo ao ensino

secundaacuterio Francisco Campos escreveu

ldquoA finalidade exclusiva do ensino secundaacuterio natildeo haacute de ser a matriacutecula nos cursos superiores o seu fim pelo contraacuterio deve ser a preparaccedilatildeo do homem para todos os grandes setores da atividade nacional constituindo no seu espiacuterito todo um sistema de haacutebitos atitudes e comportamentos que o habitem a viver por si e tomar em qualquer situaccedilatildeo as decisotildees mais convenientes e mais segurasrdquo( ROMANELLI 1978)

Como citado dentre algumas medidas da Reforma Francisco Campos

estavam a criaccedilatildeo do Conselho Nacional de Educaccedilatildeo e a organizaccedilatildeo do

ensino secundaacuterio e comercial Dessa forma Francisco Campos havia dividido o

curso secundaacuterio em dois ciclos de cinco e dois anos respectivamente o primeiro

fundamental e o segundo complementar orientado para as diferentes opccedilotildees

de carreira universitaacuteria A lei de 1931 previa ainda a criaccedilatildeo de um sistema

nacional de inspeccedilatildeo do ensino secundaacuterio a ser feito por uma rede de

inspetores regionais

Pela primeira vez num texto constitucional brasileiro ficavam estabelecidos

os princiacutepios de gratuidade e obrigatoriedade do ensino primaacuterio e da educaccedilatildeo

como direito de todos Aleacutem do que percentuais da receita dos impostos foram

vinculados para a manutenccedilatildeo e desenvolvimento do ensino

A orientaccedilatildeo centralista acabou por ser consagrada com a constituiccedilatildeo

outorgada em 1937 cabendo assim ao Estado Novo fixar as bases e determinar

os quadros da educaccedilatildeo nacional da infacircncia e da juventude Poreacutem a referida

carta silencia quanto agrave vinculaccedilatildeo de recursos para a educaccedilatildeo e quanto ao

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plano nacional da educaccedilatildeo Digna de nota foi a sua preocupaccedilatildeo com o

ensino profissional que foi considerado o primeiro dever do estado

A poliacutetica educacional centralizadora tentava regulamentar em acircmbito

central a organizaccedilatildeo e o funcionamento de todos os tipos de ensino no paiacutes

Assim em 1942 depois de muitos estudos e consultas aos oacutergatildeos especializados o

ministro Gustavo Capanema promoveu uma nova reforma do ensino que viria a

ser conhecida como Lei Orgacircnica do Ensino Secundaacuterio (Brasil 1942a) De

acordo com Lauro de Oliveira Lima Educador brasileiro (www wikipediaorg)

ldquodispensaram qualquer debate puacuteblico sendo elaboradas no sigilo dos

gabinetes por um pequeno grupo de intelectuais e impostas a um sistema

escolar em crescimentordquo (LIMA 1974)

Foi organizado o ensino teacutecnico-profissional nas trecircs aacutereas da economia

(agriacutecola industrial e comercial) Pela impossibilidade de o sistema de ensino

oferecer a educaccedilatildeo profissional necessaacuteria agrave induacutestria e de oferecer recursos o

governo preocupou-se em engajar o setor industrial na qualificaccedilatildeo de seu

pessoal

Apesar de ter sido mais enfaacutetica na questatildeo profissional a reforma estava

impregnada pela ideologia do governo favoraacutevel a um Sistema Educacional de

discriminaccedilatildeo social Pode-se perceber este fato no artigo 129 assim redigido

O ensino preacute-vocacional e profissional destinado agraves classes menos favorecidas eacute em mateacuteria de educaccedilatildeo o primeiro dever do Estado Cumpre-lhe dar execuccedilatildeo a esse dever fundando institutos de ensino profissional e subsidiando os de iniciativas dos Estados dos Municiacutepios e dos indiviacuteduos ou associaccedilotildees particulares e profissionais(Brasil 1942a)

Este artigo oficializou o ensino profissional como ensino destinado aos

pobres e o Estado instituiu oficialmente a discriminaccedilatildeo social por meio da

escola fazendo novamente com que a demanda social da educaccedilatildeo se

voltasse para o ensino secundaacuterio onde se poderia assegurar o prestiacutegio social

Pela nova Lei o curso secundaacuterio seria ministrado em dois ciclos O

primeiro constando do curso ginasial e o segundo compreendendo dois cursos

25

paralelos o claacutessico e o cientiacutefico O curso ginasial teria duraccedilatildeo de quatro anos

e se destinaria a dar aos adolescentes os elementos fundamentais do curso

secundaacuterio O curso claacutessico com duraccedilatildeo de trecircs anos concorreria para a

funccedilatildeo intelectual Com a mesma duraccedilatildeo o cientiacutefico enfatizaria o estudo das

ciecircncias (Brasil 1942a)

A partir dessa divisatildeo em primeiro e segundo ciclos passou a haver uma

denominaccedilatildeo diversa para os estabelecimentos de ensino secundaacuterios ginaacutesios e

coleacutegios

Por influecircncia da segunda Guerra Mundial a lei instituiu tambeacutem a

educaccedilatildeo militar para os alunos do sexo masculino Reafirmou o caraacuteter

facultativo da educaccedilatildeo religiosa e obrigatoacuteria da educaccedilatildeo moral e ciacutevica e

recomendou ainda que a educaccedilatildeo das mulheres fosse feita em

estabelecimentos distintos daquele onde se educavam os homens (Brasil 1942a)

Estas reformas marcam uma distinccedilatildeo entre o trabalho intelectual para as

classes mais favorecidas e o trabalho manual enfatizando o ensino profissional

para as classes mais desfavorecidas Logo o Decreto-Lei 4048 de 22 de janeiro

criou o Serviccedilo Nacional de Aprendizagem Industrial ndash SENAI (Brasil 1942b) Jaacute o

Decreto-Lei 4481 de 16 de julho dispocircs sobre a obrigatoriedade dos

estabelecimentos induacutestrias empregarem um total de 8 correspondente ao

nuacutemero de operaacuterios e matriculaacute-los nas escolas do SENAI (Brasil 1942c) Ainda no

espiacuterito da Reforma Capanema foi baixado o Decreto-lei 6141 de 28 de

dezembro de 1943 regulamentando o ensino comercial (Brasil 1943) O Serviccedilo

Nacional de Aprendizagem Comercial ndash SENAC soacute seria criado em 1946 ( Niskier

1989)

Foram assim promulgadas entre 19421946 por iniciativa do ministro

Gustavo Capanema as leis orgacircnicas do ensino decreto e leis federais que

regulamentavam minuciosamente os diversos ramos e modalidades do ensino

secundaacuterio industrial comercial agriacutecola normal e primaacuterio

A interferecircncia financeira da uniatildeo no ensino primaacuterio solicitada desde o

impeacuterio soacute ocorreu nos uacuteltimos anos do Estado Novo quando foi instituiacutedo o

26

Fundo Nacional do Ensino Primaacuterio e assinado o Convecircnio Nacional do Ensino

Primaacuterio Ainda que se mantendo fiel agrave tradiccedilatildeo de tratar separadamente cada

modalidade de ensino coube agrave legislaccedilatildeo do Estado Novo o meacuterito de ser

abrangente e de aproximar em termos de duraccedilatildeo e de divisatildeo em ciclos Os

vaacuterios ramos do ensino profissional (comercial industrial agriacutecola) as

modalidades de ensino teacutecnico e normal foram atribuiacutedas finalidades relativas agrave

qualificaccedilatildeo profissional A exposiccedilatildeo do motivo da lei orgacircnica do ensino

secundaacuterio dava a este a funccedilatildeo de formar nos adolescentes uma soacutelida cultura

geral

Na constituiccedilatildeo de 1946 as leis orgacircnicas continuaram em vigecircncia com

algumas modificaccedilotildees ateacute 1961 Estas leis introduziram a possibilidade de

articulaccedilatildeo do ensino profissional com o secundaacuterio Jaacute com a lei de diretriz e

bases - LDB lei nordm 4024 de 201261 (Brasil 1961) deu-se um importante passo no

sentido da unificaccedilatildeo do sistema de ensino e da eliminaccedilatildeo do dualismo

administrativo herdado do impeacuterio Iniciou-se pela primeira vez uma relativa

descentralizaccedilatildeo do sistema como um todo O Ministro da Educaccedilatildeo e Cultura e

as Secretarias de Educaccedilatildeo deixaram de observar ambas as funccedilotildees criando ndash

se para os exerciacutecios das funccedilotildees normativas o conselho federal de educaccedilatildeo os

conselhos estaduais de educaccedilatildeo e o plano de educaccedilatildeo referente a cada

fundo (Fundo nacional de ensino primaacuterio do ensino meacutedio e do ensino superior)

A lei procurou apenas diminuir a distacircncia que os separava e eliminar as

condiccedilotildees de privileacutegios conferidos ao ensino secundaacuterio pela lei orgacircnica de

1942 O ensino primaacuterio obrigatoacuterio continuava a ter quatro seacuteries de duraccedilatildeo

facultando aos sistemas estaduais o seu prolongamento para leis Somente em

1961 efetivou-se a vitoacuteria dos educadores das deacutecadas de 20 e inicio dos anos 30

fixando as diretrizes gerais e as grandes linhas de um sistema nacional de

educaccedilatildeo

27

26 Educaccedilatildeo na Nova Repuacuteblica (1946 ndash 1963)

O fim do Estado Novo consubstanciou-se na adoccedilatildeo de uma nova

Constituiccedilatildeo de cunho liberal e democraacutetico Esta nova Constituiccedilatildeo na aacuterea da

Educaccedilatildeo determinou a obrigatoriedade de se cumprir o ensino primaacuterio e deu

competecircncia agrave Uniatildeo para legislar sobre diretrizes e bases da educaccedilatildeo

nacional Aleacutem disso a nova Constituiccedilatildeo fez voltar o preceito de que a

educaccedilatildeo eacute direito de todos inspirada nos princiacutepios proclamados pelos

Pioneiros nos primeiros anos da deacutecada de 30

Ainda em 1946 o entatildeo Ministro Raul Leitatildeo da Cunha regulamentou o

Ensino Primaacuterio e o Ensino Normal aleacutem de criar o Serviccedilo Nacional de

Aprendizagem Comercial - SENAC atendendo as mudanccedilas exigidas pela

sociedade apoacutes a Revoluccedilatildeo de 1930

Baseado nas doutrinas emanadas pela Carta Magna de 1946 o Ministro

Clemente Mariani criou uma comissatildeo com o objetivo de elaborar um

anteprojeto de reforma geral da educaccedilatildeo nacional Esta comissatildeo presidida

pelo eminente educador Lourenccedilo Filho era organizada em trecircs subcomissotildees

uma para o Ensino Primaacuterio uma para o Ensino Meacutedio e outra para o Ensino

Superior

Em novembro de 1948 este anteprojeto foi encaminhado a Cacircmara

Federal dando iniacutecio a uma luta ideoloacutegica em torno das propostas

apresentadas Num primeiro momento as discussotildees estavam voltadas agraves

interpretaccedilotildees contraditoacuterias das propostas constitucionais Num momento

posterior apoacutes a apresentaccedilatildeo de um substitutivo do Deputado Carlos Lacerda

as discussotildees mais marcantes relacionaram-se agrave questatildeo da responsabilidade do

Estado quanto agrave educaccedilatildeo inspirados nos educadores da velha geraccedilatildeo de 30

e a participaccedilatildeo das instituiccedilotildees privadas de ensino

Depois de 13 anos de acirradas discussotildees foi promulgada a Lei 4024 em

20 de dezembro de 1961 pelo entatildeo Presidente Joatildeo Goulart que introduziu

como inovaccedilatildeo a respeito da Educaccedilatildeo Nacional a descentralizaccedilatildeo do Ensino

28

O aspecto mais caracteriacutestico da nova Lei era conceder categoria puacuteblica

ao ensino privado As verbas destinadas agrave educaccedilatildeo puacuteblica foram desviadas

para a manutenccedilatildeo dos sistemas escolares estaduais e para os auxiacutelios agraves escolas

empresaacuterias O Ministeacuterio de Educaccedilatildeo e Cultura deixou de ser o oacutergatildeo

orientador fiscalizador e estimulador da educaccedilatildeo nacional sendo transferido o

seu poder para o Conselho Federal de Educaccedilatildeo e para as Secretarias de

Educaccedilatildeo dos Estados (Brasil 1961)

Se as discussotildees sobre a Lei de Diretrizes e Bases para a Educaccedilatildeo Nacional

foi o fato marcante por outro lado muitas iniciativas marcaram este periacuteodo

como talvez o mais feacutertil da Histoacuteria da Educaccedilatildeo no Brasil

bull Em 1950 em Salvador no Estado da Bahia Aniacutesio Teixeira inaugura o

Centro Popular de Educaccedilatildeo (Centro Educacional Carneiro Ribeiro)

dando iniacutecio a sua ideacuteia de escola-classe e escola-parque

bull Em 1952 em Fortaleza o educador Lauro de Oliveira Lima iniciou uma

didaacutetica baseada nas teorias cientiacuteficas de Jean Piaget o Meacutetodo

psicogeneacutetico

bull Em 1953 a educaccedilatildeo passou a ser administrada por um Ministeacuterio proacuteprio o

Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura

bull Em 1961 a Prefeitura Municipal de Natal iniciou uma campanha de

alfabetizaccedilatildeo (De Peacute no Chatildeo Tambeacutem se Aprende a Ler) A teacutecnica

didaacutetica criada pelo pernambucano Paulo Freire propunha-se a

alfabetizar adultos em 40 horas A experiecircncia teve iniacutecio na cidade de

Angicos no Estado do Rio Grande do Norte e logo depois na cidade de

Tiriri no Estado de Pernambuco

bull Em 1962 foi criado o Conselho Federal de Educaccedilatildeo cumprindo o artigo 9o

da Lei de Diretrizes e Bases Este substituiu o Conselho Nacional de

Educaccedilatildeo Foram criados tambeacutem os Conselhos Estaduais de educaccedilatildeo

bull Ainda em 1962 foi criado o Plano Nacional de Educaccedilatildeo e o Programa

Nacional de Alfabetizaccedilatildeo pelo Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura

inspirado no Meacutetodo Paulo Freire

29

Em 1964 o golpe militar abortou todas as iniciativas de se revolucionar a

educaccedilatildeo brasileira sob o pretexto de que as propostas eram comunizantes e

subversivas Foi um periacuteodo em que o paiacutes viveu a emergecircncia de um novo

modelo econocircmico apoiado pelas empresas internacionais A poliacutetica do

nacionalismo desenvolvimentista jaacute natildeo mais se ajustara a esse modelo

Necessitava-se de novas poliacuteticas para a sustentaccedilatildeo do novo modelo poliacutetico

(www acciocom br)

27 A Educaccedilatildeo no Periacuteodo Militar (1964 -1985)

Alguma coisa acontecia na educaccedilatildeo brasileira Pensava-se em erradicar

definitivamente o analfabetismo atraveacutes de um programa nacional levando-se

em conta as diferenccedilas sociais econocircmicas e culturais de cada regiatildeo

A criaccedilatildeo da Universidade de Brasiacutelia em 1961 permitiu vislumbrar uma

nova proposta universitaacuteria com o planejamento inclusive do fim do exame

vestibular valendo para o ingresso na Universidade o rendimento do aluno

durante o curso de 2ordm grau (ex-Colegial e atual Ensino Meacutedio)

Depois da implementaccedilatildeo do regime militar ditatorial de 1964 muito

educadores passaram a ser perseguidos em funccedilatildeo de posicionamentos

ideoloacutegicos Muito foram calados para sempre alguns outros se exilaram outros

se recolheram agrave vida privada e outros demitidos trocaram de funccedilatildeo

O Regime Militar espelhou na educaccedilatildeo o caraacuteter antidemocraacutetico de sua

proposta ideoloacutegica de governo professores foram presos e demitidos

universidades foram invadidas estudantes foram presos feridos nos confronto

com a poliacutecia e alguns foram mortos os estudantes foram calados e a Uniatildeo

Nacional dos Estudantes proibida de funcionar o Decreto ndash Lei 477 calou a boca

de alunos e professores (Brasil 1969) Agrave eacutepoca o Ministro da Justiccedila declarou que

estudantes tecircm que estudar e natildeo podem fazer baderna

Nessa eacutepoca firmaram-se acordos do MEC e seus oacutergatildeos com a USAID ndash

Agecircncia Norte ndash Americana para o Desenvolvimento Internacional visando agrave

30

cooperaccedilatildeo econocircmico ndash financeira para a organizaccedilatildeo e desenvolvimento do

sistema educacional A ajuda externa vinha atraveacutes de programas que foram

implantados sem nenhuma anaacutelise por parte dos educadores brasileiros A sua

presenccedila se fez desde a organizaccedilatildeo do sistema educacional ateacute as propostas

dos curriacuteculos dos diversos niacuteveis de ensino implantando a visatildeo tecnicista no

contexto da educaccedilatildeo brasileira com as repercussotildees por todos conhecidas

Neste periacuteodo poreacutem deu-se a grande expansatildeo das universidades no

Brasil E para acabar com os excedentes (aqueles que tiravam notas suficientes

para mas natildeo conseguiam vaga para estudar) foi criado o vestibular

classificatoacuterio

Para erradicar o analfabetismo foi criado o Movimento Brasileiro de

Alfabetizaccedilatildeo aproveitando-se em sua didaacutetica no expurgado Meacutetodo Paulo

Freire denominado MOBRAL que propunha erradicar o analfabetismo no Brasil

Natildeo conseguiu E entre denuacutencias de corrupccedilatildeo foi extinto No periacuteodo mais

cruel da ditadura militar onde qualquer expressatildeo popular contraacuteria aos

interesses do governo era abafada muitas vezes pela violecircncia fiacutesica que foi

instituiacuteda a Lei 5692 Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional em 1971

(Brasil 1971)

A caracteriacutestica mais marcante desta Lei era tentar dar a formaccedilatildeo

educacional um cunho profissionalizante Dentro do espiacuterito dos slogans

propostos pelo governo como Brasil grande ame-o ou deixe-o milagre

econocircmico etc planejava-se fazer com que a educaccedilatildeo contribuiacutesse de

forma decisiva para o aumento da produccedilatildeo brasileira

A lei introduziu no paiacutes a obrigatoriedade da profissionalizaccedilatildeo em todos os

cursos de 2ordm Grau o que implicava em valorizaccedilatildeo das aacutereas tecnoloacutegicas com

perda gradativa das aacutereas de ciecircncias humanas

A Histoacuteria e a Geografia foram integradas na aacuterea de Estudos Sociais o que

causou a superficialidade desses conteuacutedos a Educaccedilatildeo Moral e Ciacutevica eou

Estudos dos Problemas Sociais passaram a ser disciplinas obrigatoacuterias e

31

responsaacuteveis pela formaccedilatildeo do cidadatildeo brasileiro com visotildees distorcidas de

cidadania e nacionalismo

A ditadura militar se desfez por si soacute tamanha era a pressatildeo popular de

vaacuterios setores da sociedade que o processo de abertura poliacutetica tornou-se

inevitaacutevel Mesmo assim os militares deixaram o governo atraveacutes de uma eleiccedilatildeo

indireta mesmo que concorressem somente dois civis (Paulo Maluf e Tancredo

Neves)

28 A Educaccedilatildeo no Periacuteodo da Abertura Poliacutetica (1986-2001)

Com o fim do Regime Militar a eleiccedilatildeo indireta de Tancredo Neves seu

falecimento e a posse de Joseacute Sarney discutir-se-iam novamente questotildees sobre

educaccedilatildeo de uma forma democraacutetica e aberta A discussatildeo sobre as questotildees

educacionais jaacute havia perdido o seu sentido pedagoacutegico e assumido um caraacuteter

poliacutetico Para isso houve uma participaccedilatildeo mais ativa de pensadores de outras

aacutereas do conhecimento que passaram a falar de educaccedilatildeo num sentido mais

amplo do que as questotildees pertinentes agrave escola agrave sala de aula agrave didaacutetica e agrave

dinacircmica escolar em si mesma Impedidos de atuarem em suas funccedilotildees por

questotildees poliacuteticas durante o Regime Militar profissionais da aacuterea de Sociologia

filosofia antropologia histoacuteria psicologia entre outras passaram a assumir postos

na aacuterea da educaccedilatildeo e a concretizar discursos em nome da educaccedilatildeo

O Projeto de Lei da nova LDB foi encaminhado agrave Cacircmara Federal pelo

Deputado Octaacutevio Elisio em 1988 No ano seguinte o Deputado Jorge Hage envia

agrave Cacircmara um substitutivo ao Projeto e em 1992 o Senador Darcy Ribeiro

apresenta um novo Projeto que acabou por ser aprovado em dezembro de 1996

oito anos apoacutes o encaminhamento do Deputado Otaacutevio Elisio Assim a nova Lei

Nordm 9394 Lei Diretrizes e Bases da educaccedilatildeo foi promulgada em 20 de Dezembro

de 1996 (Brasil 1996)

O Governo Collor de Mello em 1990 lanccedilou o projeto de construccedilatildeo de

Centros Integrados de Apoio agrave Crianccedila - CIACS em todo o Brasil inspirados no

32

modelo dos Centros Integrados de Educaccedilatildeo Puacuteblica - CIEPS do Rio de Janeiro

existentes desde 1982

Neste periacuteodo do fim do Regime Militar aos dias de hoje a fase

politicamente marcante na educaccedilatildeo foi o trabalho do Ministro Paulo Renato de

Souza agrave frente do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Logo no iniacutecio de sua gestatildeo atraveacutes

de uma Medida Provisoacuteria extinguiu o Conselho Federal de Educaccedilatildeo e criou o

Conselho Nacional de Educaccedilatildeo vinculado ao Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura

Esta mudanccedila tornou o Conselho menos burocraacutetico e mais poliacutetico

Cabe ressaltar que podemos natildeo concordar com a forma como tecircm sido

executados alguns programas temos que reconhecer que em toda a Histoacuteria da

Educaccedilatildeo no Brasil contada a partir do descobrimento jamais houve execuccedilatildeo

de tantos projetos na aacuterea da educaccedilatildeo numa soacute administraccedilatildeo Entre esses

programas destacam-se

bull Fundo de Manutenccedilatildeo e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de

Valorizaccedilatildeo do Magisteacuterio - FUNDEF

bull Programa de Avaliaccedilatildeo Institucional - PAIUB

bull Sistema Nacional de Avaliaccedilatildeo da Educaccedilatildeo Baacutesica ndash SAEB

bull Exame nacional do Ensino Meacutedio ndash ENEM

bull Paracircmetros Curriculares Nacionais ndashPCNs

bull Exame Nacional de Cursos ndash ENC

Desses Programas o mais contestado foi o Exame Nacional de Cursos e o

chamado Provatildeo onde os alunos das universidades devem realizar uma prova

ao fim do curso para receber seus diplomas Esta prova em que os alunos podem

simplesmente assinar a ata de presenccedila e se retirar sem responder nenhuma

questatildeo eacute levada em consideraccedilatildeo como avaliaccedilatildeo das instituiccedilotildees Aleacutem do

mais entre outras questotildees o exame natildeo diferencia as regiotildees do paiacutes e as

condiccedilotildees de cada IES (Instituiccedilatildeo de Ensino Superior) como por exemplo

infraestrutura e capacitaccedilatildeo docente(wwwacciocombr)

33

29 Cronologia da Histoacuteria da Educaccedilatildeo Brasileira

A tabela 21 a seguir apresenta um resumo dos principais acontecimentos

na educaccedilatildeo brasileira Destacando-se os principais eventos relacionados ao

ensino meacutedio

Tabela 21 ndash Evoluccedilatildeo da educaccedilatildeo no Brasil principais acontecimentos-periacuteodo

de 1549 a 1998

ANO HISTOacuteRIA DA EDUCACcedilAtildeO BRASILEIRA

1549 middot Chega ao Brasil o primeiro grupo de seis padres jesuiacutetas chefiados por Manuel de Noacutebrega marcando o iniacutecio da Histoacuteria da Educaccedilatildeo no Brasil (nos moldes europeus) middot Quinze dias apoacutes a chegada funda na cidade de Salvador a primeira escola elementar

1554 middot Satildeo fundadas as escolas jesuiacutetas de Satildeo Paulo de Piratininga tendo como seu primeiro professor o padre Joseacute de Anchieta e a da Bahia

1556 middot Eacute fundado o coleacutegio jesuiacuteta de Todos os Santos middot Comeccedila a vigorar as Constituiccedilotildees da Companhia de Jesus incluindo a aprendizagem do canto da muacutesica instrumental e o estudo profissional agriacutecola

1567 middot Eacute fundado o coleacutegio jesuiacuteta do Rio de Janeiro

1570 middot O Brasil conta com cinco escolas elementares (Porto Seguro Ilheacuteus Satildeo Vicente Espiacuterito Santo e Satildeo Paulo de Piratininga) e trecircs coleacutegios (Rio de Janeiro Pernambuco e Bahia)

1759

middot Duzentos e dez anos apoacutes a chegada e de serem os uacutenicos responsaacuteveis pela educaccedilatildeo no Brasil deixam a colocircnia cerca de Quinhentos padres jesuiacutetas expulsos pelo Marquecircs de Pombal Ministro de D Joseacute I paralisando 17 coleacutegios 36 missotildees seminaacuterios menores e escolas elementaresmiddot O Alvaraacute de 28 de julho determina a instituiccedilatildeo de aulas de gramaacutetica latina aulas de grego e de retoacuterica aleacutem de criar o cargo de Diretor de Estudos Medidas inoacutecuas para um sistema de ensino fragmentado

1770 A Reforma Pombalina de Educaccedilatildeo substitui o sistema jesuiacutetico e o ensino eacute dirigido pelos vicemiddotreis nomeados por Portugal

1772 middot Eacute instituiacutedo o subsiacutedio literaacuterio imposto destinado a manutenccedilatildeo dos ensinos primaacuterio e meacutedio middot Eacute fundada no Rio de Janeiro a Academia Cientiacutefica

1810 middot Desfazendomiddotse de seus proacuteprios livros (60000 volumes) trazidos de Portugal D Joatildeo funda a nossa primeira biblioteca middot Eacute criada a Academia Militar

1812 Satildeo criados cursos de Agricultura na Bahia middot Eacute criada a escola de serralheiros oficiais de lima e espingardeiros em Minas Gerais middot Eacute criado o laboratoacuterio de quiacutemica no Rio de Janeiro

1822 O Decreto de 1o de marccedilo criava no Rio de Janeiro uma escola baseada no meacutetodo lancasteriano ou de ensino muacutetuo Ou seja somente um professor para cada escola

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1824 middot A Constituiccedilatildeo outorgada pela Assembleacuteia Constituinte dizia no seu artigo 179 que a instruccedilatildeo primaacuteria era gratuita a todos os cidadatildeos

1834 middot O Ato Adicional da reforma constitucional dizia que a educaccedilatildeo primaacuteria e secundaacuteria ficaria a cargo das proviacutencias restando a administraccedilatildeo nacional o ensino superior

1835 Eacute criada uma escola normal em Niteroacutei A primeira do Brasil

1838 middot O Coleacutegio Pedro II eacute fundado no Rio de Janeiro

1854 O Decreto 1331A de 17 de fevereiro reforma os ensinos primaacuterio e secundaacuterio exigindo professores credenciados e a volta da fiscalizaccedilatildeo oficial cria a Inspetoria Geral da Instruccedilatildeo Primaacuteria e Secundaacuteria middot Eacute criada uma escola normal na Paraiacuteba

1873 Com o objetivo de estimular o desenvolvimento dos estudos secundaacuterios nas proviacutencias e de facilitar aos candidatos das proviacutencias o acesso aos cursos superiores o Ministro Joatildeo Alfredo Correia de Oliveira instalou nas capitais das proviacutencias do Impeacuterio bancas de exames gerais preparatoacuterios

1874 middot Eacute criada a Escola Politeacutecnica

1889

Ferreira Viana Ministro do Impeacuterio dizia ser fundamental formar professores com a necessaacuteria instruccedilatildeo cientiacutefica e profissional middot Em sua uacuteltima fala do trono Sua Majestade pedia empenho para a criaccedilatildeo de um ministeacuterio destinado aos negoacutecios da Instruccedilatildeo Puacuteblica middot Com a Proclamaccedilatildeo da Repuacuteblica no Governo Provisoacuterio do Marechal Deodoro da Fonseca torna-se Ministro da Instruccedilatildeo Puacuteblica Correios e Teleacutegrafos Benjamin Constant Botelho de Magalhatildees middot Os alunos matriculados nas escolas correspondem a 12 da populaccedilatildeo em idade escolar

1890 middot O Decreto 510 do Governo Provisoacuterio da Repuacuteblica diz em seu artigo 62 item 5o que o ensino seraacute leigo e livre em todos os graus e gratuito no primaacuterio middot O iacutendice de analfabetismo no Brasil eacute de 672

1891 A Constituiccedilatildeo estipula o ensino leigo nas escolas puacuteblicas em oposiccedilatildeo ao ensino religioso middot Eacute Ministro da Instruccedilatildeo Puacuteblica Correios e Teleacutegrafos Joatildeo Barbalho Uchoa Cavalcanti middot No Governo de Floriano Peixoto satildeo Ministros da Instruccedilatildeo Puacuteblica Correios e Teleacutegrafos Joseacute Higino Duarte Pereira (interino) e Fernando Lobo Leite Pereira

1927

O educador Francisco Campos realiza no Estado de Minas Gerais uma reforma educacional middot Realizamiddotse a primeira das Conferecircncias Nacionais de Educaccedilatildeo em Curitiba organizada pela Associaccedilatildeo Brasileira de Educaccedilatildeo middot ABE middot Por iniciativa de Francisco Mendes Pimentel eacute criada a Universidade de Minas Gerais (a iniciativa teve curta duraccedilatildeo)

1930

Satildeo Ministros da Justiccedila e Negoacutecios Interiores na Junta Governativa que durou apenas onze dias Gabriel Loureiro Bernardes e Afracircnio de Melo Franco (interino) middot Eacute criado o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Sauacutede Puacuteblica atraveacutes do Decreto 19402 tendo como Ministros no Governo Getuacutelio Vargas Francisco Luiz da Silva Campos Belizaacuterio Augusto de Oliveira Pena Washington Ferreira Pires e Gustavo Capanema middot O educador Lourenccedilo Filho publica Introduccedilatildeo ao Estudo da Escola Nova middot O educador Fernando de Azevedo cria a Biblioteca Pedagoacutegica Brasileira middot Os alunos matriculados nas escolas correspondem a 30 da populaccedilatildeo em idade escolar

1931

O governo provisoacuterio sanciona decretos organizando o ensino secundaacuterio e as universidades brasileiras ainda inexistentes Estes Decretos ficaram conhecidos como Reforma Francisco Campos middot O Decreto 19850 de 11 de abril cria o Conselho Nacional de Educaccedilatildeo middot O Decreto 19851 de 11 de abril institui o Estatuto das Universidades Brasileiras que dispotildee sobre a organizaccedilatildeo do ensino superior no Brasil e adota o regime universitaacuterio

35

middot O Decreto 19852 de 11 de abril dispotildee sobre a organizaccedilatildeo da Universidade do Rio de Janeiro middot O Decreto 19890 de 18 de abril dispotildee sobre a organizaccedilatildeo do ensino secundaacuterio middot O Decreto 20158 de 30 de julho organiza o ensino comercial regulamenta a profissatildeo de contador e daacute outras providecircncias middot O Decreto 21241 de 14 de abril consolida as disposiccedilotildees sobre o ensino secundaacuterio

1932

Um grupo de educadores lanccedila agrave naccedilatildeo o Manifesto dos Pioneiros da Educaccedilatildeo Nova redigido por Fernando de Azevedo middot O Decreto 21241 de 4 de abril consolida a reforma do ensino secundaacuterio visando segundo Francisco Campos a formaccedilatildeo do homem para todos os grandes setores da atividade nacional Este Decreto resultou na implantaccedilatildeo de um curriacuteculo enciclopeacutedico

1934

A nova Constituiccedilatildeo dispotildee pela primeira vez que a educaccedilatildeo eacute direito de todos devendo ser ministrada pela famiacutelia e pelos Poderes Puacuteblicos Passa a funcionar o Conselho Nacional de Educaccedilatildeo CNE e os Conselhos Estaduais de Educaccedilatildeo middot CEEs Por iniciativa do governador Armando Salles Oliveira foi criada a Universidade de Satildeo Paulo A primeira a ser criada e organizada segundo as normas do Estatuto das Universidades Brasileiras de 1931 Eacute fundada a Universidade de Porto Alegre

1942

Eacute decretada a reforma do ensino relativa ao ensino secundaacuterio conhecida como Reforma Capanema middot O Decreto-lei 4048 de 22 de janeiro cria o Serviccedilo Nacional de Aprendizagem Industrial - SENAI middot O Decreto-lei 4073 de 30 de janeiro regulamenta o ensino industrial middot O Decreto-lei 4244 de 9 de abril regulamenta o ensino secundaacuterio middot O Decreto-lei 4481 de 16 de julho dispotildee sobre a obrigatoriedade dos estabelecimentos industriais empregarem um total de 8 correspondente ao nuacutemero de operaacuterios e matriculaacute-los nas escolas do SENAI middot O Decreto-lei 4436 de 7 de novembro amplia o acircmbito do SENAI atingindo tambeacutem o setor de transportes das comunicaccedilotildees e da pesca middot O Decreto-lei 4984 de 21 de novembro compele que as empresas oficiais com mais de cem empregados a manter por conta proacutepria uma escola de aprendizagem destinada agrave formaccedilatildeo profissional de seus aprendizes

1943

Ainda no espiacuterito da Reforma Capanema eacute baixado o Decreto-lei 6141 de 28 de dezembro regulamentando o ensino comercial Eacute criada em Recife por Felipe Tiago Gomes a Campanha do Ginasiano Pobre - CGP nuacutecleo inicial da futura Campanha Nacional de Escolas da Comunidade - CNEC A Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho exige que sejam implantadas creches nas empresas para filhos de funcionaacuterios middot Eacute fundada a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro - UFRRJ

1946

A nova Constituiccedilatildeo determina a obrigatoriedade de se cumprir o ensino primaacuterio e daacute competecircncia agrave Uniatildeo para legislar sobre as diretrizes e bases da educaccedilatildeo nacional Volta a figurar na Constituiccedilatildeo que a educaccedilatildeo eacute direito de todos Tendo como Ministro da Educaccedilatildeo Raul Leitatildeo da Cunha satildeo baixados os seguintes Decretos-lei middot O Decreto-lei 8529 de 2 de janeiro regulamenta o ensino primaacuterio middot O Decreto-lei 8530 de 2 de janeiro regulamenta o ensino normal middot Os Decretos-lei 8621 e 8622 de 10 de janeiro criam o Serviccedilo Nacional de Aprendizagem Comercial - SENAC middot O Decreto-lei 9613 de 20 de agosto regulamenta o ensino agriacutecola Satildeo fundadas a Universidade Federal de Pernambuco e a Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica de Satildeo Paulo middot Satildeo Ministros da Educaccedilatildeo e Sauacutede Puacuteblica no Governo Eurico Gaspar Dutra Ernesto de Souza Campos Clemente Mariani Bittencourt Eduardo Rios Filho (interino) e Pedro Calmon Moniz de

36

Bittencourt

1948 O governo atraveacutes do Ministro Clemente Mariani encaminha ao Congresso Nacional o projeto de Lei de Diretrizes e Bases para a Educaccedilatildeo Nacional Realiza-se o I Congresso Nacional da Campanha do Ginasiano Pobre que passa a se chamar Campanha Nacional dos Educandaacuterios Gratuitos

1953

Com a criaccedilatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Sauacutede Puacuteblica passa a se chamar Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura Eacute criada a Campanha de Aperfeiccediloamento e Difusatildeo do Ensino Secundaacuterio - CADES vinculado agrave Diretoria do Ensino Secundaacuterio dirigida por Armando Hildebrand Eacute criado o Comitecirc Brasileiro da Organizaccedilatildeo Mundial de Educaccedilatildeo Preacute-Escolar - OMEP

1955

Eacute criado o Instituto Superior de Estudos Brasileiros - ISEB com o objetivo de criar uma cultura brasileira Eacute criada a Campanha Nacional de Alimentaccedilatildeo Escolar - CNAE vinculada ao Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Aniacutesio Teixeira funda os Centros de Pesquisas Educacionais de Satildeo Paulo Rio de Janeiro Recife Belo Horizonte Salvador e Porto Alegre O Deputado Carlos Lacerda apresenta seu primeiro substitutivo ao projeto de Lei para Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional Eacute Ministro da Educaccedilatildeo e Cultura no Governo Nereu Ramos Abgard de Castro Arauacutejo Renault Satildeo fundadas a Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica de Campinas e a Universidade Federal da Paraiacuteba

1957

Eacute criada a Revista Escola Secundaacuteria pela Campanha de Aperfeiccediloamento e Difusatildeo do Ensino Secundaacuterio - CADES do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo O ministro Cloacutevis Salgado altera o projeto original da Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional e envia para o Congresso Nacional o Substitutivo no 2222 Fundada a Universidade Federal do Paraacute

1959 A Emenda Carlos Lacerda (seu terceiro substitutivo) prevalece sobre o texto das Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional alterando substancialmente a pujanccedila do projeto original Cento e oitenta educadores lanccedilam um manifesto agrave naccedilatildeo solicitando ao governo que o projeto da Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional fosse rejeitado

1961

Depois de treze anos de discussotildees eacute promulgada a Lei 4024 que regulamenta as Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional O presidente Joatildeo Goulart ainda vetou 25 artigos que posteriormente receberam aprovaccedilatildeo pelo Congresso Surgem os Centros Populares de Cultura - CPC intimamente ligados agrave Uniatildeo Nacional dos Estudantes - UNE e o Movimento de Educaccedilatildeo de Base - MEB ligado agrave Confederaccedilatildeo Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB e ao governo da Uniatildeo A Prefeitura Municipal de Natal no Rio Grande do Norte inicia uma campanha de alfabetizaccedilatildeo (De Peacute no Chatildeo Tambeacutem se Aprende a Ler) A teacutecnica didaacutetica criada pelo pernambucano Paulo Freire propunha-se a alfabetizar em 40 horas adultos analfabetos A experiecircncia teve iniacutecio na cidade de Angicos no Estado do Rio Grande do Norte e logo depois na cidade de Tiriri no Estado de Pernambuco Eacute Ministro da Educaccedilatildeo e Cultura no Governo Jacircnio Quadros Briacutegido Fernandes Tinoco Satildeo Ministros da Educaccedilatildeo e Cultura no Governo Joatildeo Goulart durante o Regime Parlamentarista Antonio Ferreira de Oliveira Brito Roberto Tavares de Lira e Darcy Ribeiro durante o Regime Presidencialista Teotocircnio Mauriacutecio Monteiro de Barros Filho Paulo de Tarso Santos e Juacutelio Furquim de Sambaqui (interino) Eacute criada a Universidade de Brasiacutelia a Universidade Federal de Alagoas e a do Espiacuterito Santo e a Universidade Catoacutelica de Petroacutepolis e a de Salvador

1962 Eacute criado o Conselho Federal de Educaccedilatildeo cumprindo o artigo 9o da Lei de Diretrizes e Bases Este substitui o Conselho Nacional de Educaccedilatildeo Satildeo criados tambeacutem os Conselhos Estaduais de Educaccedilatildeo

37

Eacute criado o Plano Nacional de Educaccedilatildeo e o Programa Nacional de Alfabetizaccedilatildeo pelo Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura inspirado no Meacutetodo Paulo Freire Eacute fundada a Universidade Estadual de Campinas e a Universidade Norte de Ensino Superior de Montes Claros Minas Gerais

1965 Acordo MECConselho de Cooperaccedilatildeo Teacutecnica da Alianccedila para o Progresso - CONTAPUSAID para melhoria do ensino meacutedio Previa assessoria teacutecnica americana para o planejamento do ensino e treinamento de teacutecnicos brasileiros nos Estados Unidos

1966 Acordo MEC CONTAP USAID de assessoria para a expansatildeo e aperfeiccediloamento do quadro de professores de ensino meacutedio no Brasil

1968 A Lei 5540 de 28 de novembro fixa normas de organizaccedilatildeo e funcionamento do ensino superior e sua articulaccedilatildeo com a escola meacutedia

1971

Eacute promulgada a Lei 5692 que regulamenta o ensino de primeiro e segundo graus Entre outras determinaccedilotildees amplia a obrigatoriedade escolar de quatro para oito anos aglutina o antigo primaacuterio com o ginasial suprimindo o exame de admissatildeo e criando a escola uacutenica profissionalizante A Resoluccedilatildeo no 8 do Conselho Federal de Educaccedilatildeo fixa o nuacutecleo comum para os curriacuteculos do ensino de 1o e 2o graus definindo seus objetivos e a amplitude O Parecer 853 do Conselho Federal de Educaccedilatildeo define a doutrina de curriacuteculo indica os conteuacutedos de nuacutecleo comum apresenta o conceito de mateacuteria orienta suas formas de tratamento e integraccedilatildeo indica os objetivos das aacutereas de estudo e os do processo educativo remetendo-os ao objetivo geral do ensino de 1o e 2o graus e aos fins da educaccedilatildeo brasileira O Decreto 68908 dispotildee sobre o concurso vestibular fixando as condiccedilotildees para o ingresso na Universidade

1972 O Parecer no 45 do Conselho Federal de Educaccedilatildeo fixa o curriacuteculo miacutenimo a ser exigido em cada habilitaccedilatildeo profissional ou conjunto de habilitaccedilotildees afins no ensino de 2o grau

1978 A Portaria no 505 do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo aprova diretrizes baacutesicas para o ensino de Moral e Ciacutevica nos cursos de 1o e 2o graus e de Estudos de Problemas Brasileiros nos cursos superiores

1982

A Lei no 7044 altera dispositivos da Lei 569271 referentes agrave profissionalizaccedilatildeo do ensino de 2o grau implicando em algumas mudanccedilas na proposta curricular dispensando as escolas da obrigatoriedade da profissionalizaccedilatildeo voltando a ecircnfase agrave formaccedilatildeo geral O Parecer no 618 do Conselho Federal de Educaccedilatildeo explica as alteraccedilotildees introduzidas pela Lei 7044

1986

O Parecer no 785 do Conselho Federal de Educaccedilatildeo reformula o nuacutecleo comum para o ensino de 1o e 2o graus middot A Resoluccedilatildeo no 6 do Conselho Federal de Educaccedilatildeo reformula o nuacutecleo comum para os curriacuteculos do ensino de 1o e 2o graus revogando a Resoluccedilatildeo no 871 do proacuteprio CFE dando novas diretrizes

1992 As disciplinas de Organizaccedilatildeo Social e Poliacutetica do Brasil - OSPB e Estudos de Problemas Brasileiros - EPB deixam de ser obrigatoacuterias no ensino de 2o grau e superior

1995 A Universidade de Brasiacutelia cria o Programa de Avaliaccedilatildeo Seriada - PAS para ingresso na universidade que acaba com o exame vestibular A avaliaccedilatildeo do aluno eacute feita durante a realizaccedilatildeo do 2o grau

1996 O Presidente sanciona a Lei no 9394 a Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo (LDB) que ficou oito anos em discussatildeo no Congresso

1997 As escolas de 2o grau tambeacutem satildeo avaliadas atraveacutes de Provatildeo

1998 Eacute instituiacutedo pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais - INEP o Exame Nacional do Ensino Meacutedio - ENEM para ser aplicado aos alunos concluintes e aos egressos deste niacutevel de ensino

38

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria a partir de dados disponibilizados em

wwwPedagogiaemfocoprobr

No capiacutetulo a seguir eacute descrita a Estrutura Organizacional da Educaccedilatildeo no

Brasil

39

Capiacutetulo 3 A Estrutura Organizacional da Educaccedilatildeo no Brasil

Os conteuacutedos dos itens 31 e 32 foram extraiacutedos da Lei nordm 9394 de 20 de

dezembro de 1996 - Lei de Diretrizes e Bases (LDB) e as informaccedilotildees do item 33

foram baseados no site institucional da Secretaria Estadual de Educaccedilatildeo do

Estado do Rio de Janeiro (SEERJ)

31 A Organizaccedilatildeo

A Organizaccedilatildeo da Educaccedilatildeo Nacional eacute composta pela Uniatildeo pelos

Estados pelo Distrito Federal e pelos Municiacutepios organizados em regime de

colaboraccedilatildeo

Cabe agrave Uniatildeo a coordenaccedilatildeo da poliacutetica nacional de educaccedilatildeo da

articulaccedilatildeo os diferentes niacuteveis e sistemas A Uniatildeo ainda exerce funccedilatildeo

normativa redistributiva e supletiva em relaccedilatildeo agraves demais instacircncias

educacionais

40

311 Atribuiccedilotildees da Uniatildeo

De acordo com a Lei das Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo eacute papel do

Governo Federal atraveacutes do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo

1 - Elaborar o Plano Nacional de Educaccedilatildeo em colaboraccedilatildeo com os

Estados o Distrito Federal e os Municiacutepios

2 - Organizar manter e desenvolver os oacutergatildeos e instituiccedilotildees oficiais do

sistema federal de ensino e o dos Territoacuterios

3 - Prestar assistecircncia teacutecnica e financeira aos Estados ao Distrito Federal e

aos Municiacutepios para o desenvolvimento de seus sistemas de ensino e o

atendimento prioritaacuterio agrave escolaridade obrigatoacuteria exercendo sua funccedilatildeo

redistributiva e supletiva

4 - Estabelecer em colaboraccedilatildeo com os Estados o Distrito Federal e os

Municiacutepios competecircncias e diretrizes para a educaccedilatildeo infantil o ensino

fundamental e o ensino meacutedio que nortearatildeo os curriacuteculos e seus conteuacutedos

miacutenimos de modo a assegurar formaccedilatildeo baacutesica comum

5 - Coletar analisar e disseminar informaccedilotildees sobre a educaccedilatildeo

6 - Assegurar processo nacional de avaliaccedilatildeo do rendimento escolar no

ensino fundamental meacutedio e superior em colaboraccedilatildeo com os sistemas de

ensino objetivando a definiccedilatildeo de prioridades e a melhoria da qualidade do

ensino

7 - Baixar normas gerais sobre cursos de graduaccedilatildeo e poacutes-graduaccedilatildeo

8-Assegurar processo nacional de avaliaccedilatildeo das instituiccedilotildees de educaccedilatildeo

superior com a cooperaccedilatildeo dos sistemas que tiverem responsabilidade sobre

este niacutevel de ensino

41

9-Autorizar reconhecer credenciar supervisionar e avaliar

respectivamente os cursos das instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior e os

estabelecimentos do seu sistema de ensino

312 Atribuiccedilotildees dos Estados

Tambeacutem conforme estabelecido na LDB cabe aos Governos Estaduais

atraveacutes das Secretarias Estaduais de Educaccedilatildeo

1-Organizar manter e desenvolver os oacutergatildeos e instituiccedilotildees oficiais dos seus

sistemas de ensino

2-Definir com os Municiacutepios formas de colaboraccedilatildeo na oferta do ensino

fundamental as quais devem assegurar a distribuiccedilatildeo proporcional das

responsabilidades de acordo com a populaccedilatildeo a ser atendida e os recursos

financeiros disponiacuteveis em cada uma dessas esferas do Poder Puacuteblico

3-Elaborar e executar poliacuteticas e planos educacionais em consonacircncia

com as diretrizes e planos nacionais de educaccedilatildeo integrando e coordenando as

suas accedilotildees e as dos seus Municiacutepios

4-Autorizar reconhecer credenciar supervisionar e avaliar

respectivamente os cursos das instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior e os

estabelecimentos do seu sistema de ensino

5-Baixar normas complementares para o seu sistema de ensino

6-Assegurar o ensino fundamental e oferecer com prioridade o ensino

meacutedio

Em relaccedilatildeo ao Distrito Federal aplicam-se as competecircncias referentes aos

Estados e aos Municiacutepios

42

313 Atribuiccedilotildees dos Municiacutepios

A LDB estabelece que os Municiacutepios incumbir-se-atildeo atraveacutes das Secretarias

Municipais de Educaccedilatildeo

1-Organizar manter e desenvolver os oacutergatildeos e instituiccedilotildees oficiais dos seus

sistemas de ensino integrando-os agraves poliacuteticas e planos educacionais da Uniatildeo e

dos Estados

2-Exercer accedilatildeo redistributiva em relaccedilatildeo agraves suas escolas

3-Baixar normas complementares para o seu sistema de ensino

4-Autorizar credenciar e supervisionar os estabelecimentos do seu sistema

de ensino

5-Oferecer a educaccedilatildeo infantil em creches e preacute-escolas e com

prioridade o ensino fundamental permitida a atuaccedilatildeo em outros niacuteveis de ensino

somente quando estiverem atendidas plenamente as necessidades de sua aacuterea

de competecircncia e com recursos acima dos percentuais miacutenimos vinculados pela

Constituiccedilatildeo Federal agrave manutenccedilatildeo e desenvolvimento do ensino

Os Municiacutepios podem optar ainda por se integrar ao sistema estadual de

ensino ou compor com ele um sistema uacutenico de educaccedilatildeo baacutesica

314 O Papel dos Estabelecimentos de Ensino

Respeitadas as normas comuns e as do seu sistema de ensino a LDB

estabelece que os estabelecimentos de ensino tecircm a funccedilatildeo de

1 -Elaborar e executar sua proposta pedagoacutegica

2- Administrar seu pessoal e seus recursos materiais e financeiros

3 -Assegurar o cumprimento dos dias letivos e horas-aula estabelecidos

43

4 -Velar pelo cumprimento do plano de trabalho de cada docente

5 -Prover meios para a recuperaccedilatildeo dos alunos de menor rendimento

6-Articular-se com as famiacutelias e a comunidade criando processos de

integraccedilatildeo da sociedade com a escola

7 -Informar os pais e responsaacuteveis sobre a frequumlecircncia e o rendimento dos

alunos bem como sobre a execuccedilatildeo de sua proposta pedagoacutegica

315 Atribuiccedilotildees dos Docentes

Segundo a LDB cabe aos docentes

1 -Participar da elaboraccedilatildeo da proposta pedagoacutegica do estabelecimento

de ensino

2 -Elaborar e cumprir plano de trabalho segundo a proposta pedagoacutegica

do estabelecimento de ensino

3 -Zelar pela aprendizagem dos alunos

4- Estabelecer estrateacutegias de recuperaccedilatildeo para os alunos de menor

rendimento

5-Ministrar os dias letivos e horas-aula estabelecidos aleacutem de participar

integralmente dos periacuteodos dedicados ao planejamento agrave avaliaccedilatildeo e ao

desenvolvimento profissional

6 -Colaborar com as atividades de articulaccedilatildeo da escola com as famiacutelias e

a comunidade

A LDB estabelece ainda que os sistemas de ensino definiratildeo as normas da

gestatildeo democraacutetica do ensino puacuteblico na educaccedilatildeo baacutesica de acordo com as

suas peculiaridades e conforme os princiacutepios de

44

Participaccedilatildeo dos profissionais da educaccedilatildeo na elaboraccedilatildeo do projeto

pedagoacutegico da escola e de participaccedilatildeo das comunidades escolar e local em

conselhos escolares ou equivalentes

Tambeacutem se configura como atribuiccedilatildeo dos sistemas de ensino assegurar agraves

unidades escolares puacuteblicas de educaccedilatildeo baacutesica que os integram progressivos

graus de autonomia pedagoacutegica e administrativa e de gestatildeo financeira

observadas as normas gerais de direito financeiro puacuteblico

32 A Abrangecircncia dos Sistemas

Os sistemas de ensino estatildeo relacionados agraves diferentes esferas

governamentais conforme segue

321 O Sistema Federal

O Sistema Federal de ensino compreende

1 - As instituiccedilotildees de ensino mantidas pela Uniatildeo

2-As instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior criadas e mantidas pela iniciativa

privada

3 -Os oacutergatildeos federais de educaccedilatildeo

322 Os Sistemas de Ensino dos Estados e do Distrito Federal Compreendem

1-As instituiccedilotildees de ensino mantidas respectivamente pelo Poder Puacuteblico

estadual e pelo Distrito Federal

2 -As instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior mantidas pelo Poder Puacuteblico

municipal

3-As instituiccedilotildees de ensino fundamental e meacutedio criadas e mantidas pela

iniciativa privada

45

4 -Os oacutergatildeos de educaccedilatildeo estaduais e do Distrito Federal

respectivamente

No Distrito Federal as instituiccedilotildees de educaccedilatildeo infantil criadas e mantidas

pela iniciativa privada integram seu sistema de ensino

323 O Sistema Municipal Na esfera Municipal os sistemas de ensino compreendem

1-As instituiccedilotildees do ensino fundamental meacutedio e de educaccedilatildeo infantil

mantidas pelo Poder Puacuteblico municipal

2-As instituiccedilotildees de educaccedilatildeo infantis criadas e mantidas pela iniciativa

privada

3-Os oacutergatildeos municipais de educaccedilatildeo

As instituiccedilotildees de ensino dos diferentes niacuteveis classificam-se nas seguintes

categorias administrativas

1-Puacuteblicas assim entendidas as criadas ou incorporadas mantidas e

administradas pelo Poder Puacuteblico

2 -Privadas assim entendidas as mantidas e administradas por pessoas

fiacutesicas ou juriacutedicas de direito privado

A figura 31 mostra de forma resumida a estrutura organizacional da educaccedilatildeo brasileira

46

UNIAtildeO

MINISTEacuteRIO DA EDUCACcedilAtildeO

ESTADOS

SECRETARIA ESTADUAL DE EDUCACcedilAtildeO

MUNICIacutePIOS

SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCACcedilAtildeO

AL UNOS

ENSINO SUPERIOR

Docentes

ENSINO MEacuteDIO

Docentes

ENSINO FUNDAMENTAL

Figura 31 Organograma da Organizaccedilatildeo Educacional Brasileira

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria a partir dos dados descritos neste capiacutetulo

Como os estudos deste trabalho estatildeo focados no ensino meacutedio a seguir

seraacute destacada a Secretaria Estadual de Educaccedilatildeo do Estado do Rio de Janeiro

33 A Secretaria Estadual de Educaccedilatildeo

A Secretaria Estadual de Educaccedilatildeo do Rio de Janeiro foi criada em 15 de

marccedilo de 1975 Em sua atual administraccedilatildeo o Secretaacuterio Nelson Maculam Filho

comanda uma rede de ensino de 1679 escolas 77 mil professores 22617

funcionaacuterios de apoio administrativo e um universo de 15 milhatildeo de alunos A

Secretaria eacute composta por 29 coordenadorias distribuiacutedas por regiotildees do estado

do Rio de Janeiro de acordo com a Tabela 31

47

Tabela 31 Coordenadorias da SEERJ

REGIOtildeES COORDENADORIASBaiacutea da Ilha Grande Baiacutea da Ilha Grande

Baixadas Litoracircneas IBaixadas Litoracircneas IICentro Sul ICentro Sul IIMeacutedio Paraiacuteba IMeacutedio Paraiacuteba IIMeacutedio Paraiacuteba IIIMetropolitana IMetropolitana IIMetropolitana IIIMetropolitana IVMetropolitana VMetropolitana VIMetropolitana VIIMetropolitana VIIIMetropolitana IXMetropolitana XMetropolitana XINoroeste Fluminense INoroeste Fluminense IINoroeste Fluminense IIINorte Fluminense INorte Fluminense IINorte Fluminense IIISerrana ISerrana IISerrana IIISerrana IV

Noroeste Fluminense

Norte Fluminense

Serrana

Baixadas Litoracircneas

Centro Sul

Meacutedio Paraiacuteba

Metropolitana

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria a partir de dados da SEERJ

No mapa da figura 32 satildeo mostrados os municiacutepios de cada regiatildeo relacionados na tabela 31

48

Figura 32 Mapa das metropolitanas do estado do Rio de Janeiro

Fonte Site institucional da SEEERJ

O foco deste estudo se restringe agraves escolas situadas no Municiacutepio do Rio de

Janeiro portanto seratildeo mostrados os detalhes das Metropolitanas III IV e X

METROPOLITANA III

Situada no bairro do Meacuteier coordena 163 escolas compreendendo

escolas de ensino fundamental e ensino meacutedio totalizando cerca de 68475

alunos

METROPOLITANA IV

Situada no bairro de Campo Grande coordena 141 escolas

compreendendo escolas de ensino fundamental e ensino meacutedio totalizando

cerca de 90733 alunos

49

METROPOLITANA X

Situada no bairro da Tijuca coordena 163 escolas compreendendo

escolas de ensino fundamental e ensino meacutedio totalizando cerca de 58693

alunos

Aleacutem das atribuiccedilotildees definidas por lei a SEERJ desenvolve accedilotildees e projetos

paralelos como mostrados a seguir

Accedilotildees e Projetos Secretaria Estadual de Educaccedilatildeo

PROGRAMA SUCESSO ESCOLAR

O programa sucesso escolar foi lanccedilado em 31 de maio de 2004 com o

objetivo de combater a reprovaccedilatildeo e a evasatildeo nas escolas evasotildees estas que

custam ao Estado cerca de R$ 450 milhotildees por ano O Rio de Janeiro tem um dos

maiores iacutendices de reprovaccedilatildeo do Sudeste 381 cerca de 10 abaixo da meacutedia

nacional Desde 2004 os alunos da rede recebem reforccedilo escolar atraveacutes de

aulas extras O programa atende aos alunos com baixo desempenho escolar

PROGRAMA SAUacuteDE NA ESCOLA

O Programa promove sauacutede nos CIEPS desde 2000 Em 1995 com base na

Carta de Otawa (WHO 1986) surgiu o conceito de Escolas Promotoras de

Sauacutede atraveacutes da Iniciativa Global de Sauacutede na Escola lanccedilada pela

Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede Trata-se de uma accedilatildeo em parceria entre as

secretarias de Estado de Educaccedilatildeo Sauacutede e a Defesa Civil visando a prevenccedilatildeo

e a promoccedilatildeo da sauacutede dos estudantes oferecendo atendimento cliacutenico

pediaacutetrico e odontoloacutegico

REGISTRO UacuteNICO DO ALUNO (REGUA)

O Registro Uacutenico do Aluno (REGUA) estaacute inserido no Programa de

Reestruturaccedilatildeo da Rede Puacuteblica de Ensino (PRO-REDE) Com o registro que eacute

uma carteira de estudante que funciona como identidade os estudantes tecircm

direito ao Passe Livre nos ocircnibus municipais aleacutem de descontos na aacuterea cultural

50

PROGRAMA QUADRO DE HORAacuteRIOS

O Programa foi lanccedilado em outubro de 2004 para definir os quadros de

horaacuterios de cada turma das 1854 escolas da rede estadual de ensino com o

objetivo de identificar os professores que natildeo estatildeo dando aula nem exercem

funccedilotildees administrativas nas escolas e assim poder providenciar a alocaccedilatildeo deles

em outras unidades combatendo assim o problema da falta de professores

PROJETO DE CAPACITACcedilAtildeO DE GESTORES ESCOLARES O Curso de Gestatildeo Escolar para Diretor Geral Diretor Adjunto e Gerente de

Ensino tem como objetivo

1 ndash Oferecer formaccedilatildeo continuada e ou formaccedilatildeo em niacutevel de

especializaccedilatildeo em serviccedilo aos gestores das escolas puacuteblicas de educaccedilatildeo

baacutesica da rede estadual

2 ndash Contribuir para a melhoria dos processos de gestatildeo da rede estadual

do Rio de Janeiro e tornar positivo seu impacto na qualidade da educaccedilatildeo

Baacutesica

3 ndash Contribuir para construccedilatildeo de um novo significado da gestatildeo escolar

com base na integraccedilatildeo dos aspectos administrativos e pedagoacutegicos nas accedilotildees

dos gestores

PROGRAMA ESTADUAL DE LEITURA

O programa pretende estimular o haacutebito de leitura nos alunos das escolas

da rede estadual e promove o acesso a livros e bens culturais Envolve a criaccedilatildeo

de poacutelos de leitura nas bibliotecas das escolas da rede em todos os municiacutepios do

Rio com a promoccedilatildeo ainda de eventos culturais mensais

PROGRAMA DE VISITAS

O Programa foi lanccedilado em maio de 2005 com a finalidade de combater

a evasatildeo e a repetecircncia nas escolas estaduais O programa tem por objetivo

resgatar o aluno e envolver a famiacutelia no dia-a-dia da escola Setecentos

estudantes do Ensino Meacutedio de 140 escolas da rede estadual com altos iacutendices

51

de evasatildeo e repetecircncia de 15 coordenadorias regionais percorreratildeo as suas

proacuteprias comunidades para levar informaccedilotildees sobre os projetos da Secretaria

chamar de volta agrave escola os colegas que desistiram de estudar e reunir sugestotildees

e reivindicaccedilotildees das famiacutelias visitadas Esses jovens receberatildeo bolsa mensal de R$

6500 (sessenta e cinco reais)

PROGRAMA DE MUNICIPALIZACcedilAtildeO DO ENSINO

O programa tem por objetivo aleacutem da passagem gradual dos encargos

da educaccedilatildeo infantil e ensino fundamental para a esfera municipal o programa

de municipalizaccedilatildeo traduz-se na integraccedilatildeo entre as esferas administrativas

atraveacutes de accedilotildees poliacutetico-pedagoacutegicas tendo por base a racionalizaccedilatildeo dos

sistemas municipais e estaduais de educaccedilatildeo objetivando aperfeiccediloar a

ocupaccedilatildeo de espaccedilos alocaccedilatildeo de alunos adequaccedilatildeo e aproveitamento dos

recursos humanos e materiais pensados enquanto rede puacuteblica unificada e sem

discriminaccedilotildees

PREcircMIO NACIONAL DE REFEREcircNCIA EM GESTAtildeO

Com o apoio da Fundaccedilatildeo Ford do Fundo das Naccedilotildees Unidas para a

infacircncia - Unicef da embaixada dos Estados Unidos no Brasil do Conselho

Britacircnico e eventualmente de outros organismos e instituiccedilotildees o Precircmio foi

instituiacutedo para atingir os seguintes objetivos

a) estimular o desenvolvimento da gestatildeo democraacutetica na escola tendo

como foco o compromisso com uma aprendizagem de qualidade

b) valorizar as escolas puacuteblicas de educaccedilatildeo baacutesica que se destaquem

por iniciativas e experiecircncias inovadoras e bem sucedidas de gestatildeo escolar

c) apoiar o desenvolvimento de uma cultura de auto-avaliaccedilatildeo da gestatildeo

escolar

d) incentivar o processo de melhoria contiacutenua da escola pela elaboraccedilatildeo

de planos de accedilatildeo tendo com base a sua auto-avaliaccedilatildeo

52

PLANO DE RECUPERACcedilAtildeO DA REDE FIacuteSICA

O Programa foi iniciado em 2002 responsaacutevel pela construccedilatildeo ampliaccedilatildeo

reforma e manutenccedilatildeo nas escolas da rede estadual de ensino

O programa tem por objetivo revitalizar as escolas da rede e atender

alunos professores e servidores de apoio com mais qualidade por meio de um

plano de recuperaccedilatildeo

PARLAMENTO JUVENIL

O Parlamento Juvenil eacute um programa pedagoacutegico da SEE em parceria

com a Assembleacuteia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) criado em 2003

em que os estudantes da rede aprendem a exercer na praacutetica as funccedilotildees

parlamentares

Tem por objetivo conscientizar os alunos da rede estadual de ensino sobre

processo democraacutetico integrando-os agrave atividade poliacutetica Aleacutem disso eacute uma

maneira de aproximar o jovem de tudo que diz respeito agrave sua cidade jaacute que seus

projetos de lei devem abordar os problemas de seus municiacutepios Tem como

Puacuteblico alvo toda a comunidade escolar

PROJETO OLHANDO A ESCOLA

O programa eacute desenvolvido em parceria entre a secretarias estaduais de

Educaccedilatildeo Sauacutede e Defesa Civil para identificar estudantes com problemas de

visatildeo o que tecircm dificultado o aprendizado e consequumlentemente o

desempenho escolar

PROGRAMA NOVA ESCOLA

O Objetivo eacute impulsionar a melhoria na qualidade de ensino e valorizar a

escola puacuteblica objetiva a propor criteacuterios de avaliaccedilatildeo das escolas em cinco

itens prestaccedilatildeo de contas gestatildeo da matriacutecula integraccedilatildeo com a comunidade

desempenho dos alunos (estudantes da 2ordf a 8ordf seacuteries do ensino Fundamental e 1ordf

a 3ordf seacuteries do ensino meacutedio fizeram provas de Liacutengua Portuguesa e Matemaacutetica e

53

fluxo escolar A partir dos resultados o programa concede aos professores e

demais profissionais gratificaccedilotildees proporcionais agraves suas realizaccedilotildees educacionais

PROGRAMA MERENDA ESCOLAR

Tem como objetivo suprir as necessidades nutricionais dos alunos durante o

tempo de permanecircncia na escola contribuir para a reduccedilatildeo da evasatildeo escolar

melhorar o rendimento escolar formar bons haacutebitos alimentares e contribuir para

a manutenccedilatildeo da sauacutede escolar

KITS ESCOLARES

O programa foi criado em 2004 consiste na distribuiccedilatildeo de kits escolares

para 15 milhatildeo de estudantes Os kits satildeo formados por caderno reacutegua cola

caneta laacutepis borracha apontador e mochila

JOGOS DA EDUCACcedilAtildeO PUacuteBLICA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Programa eacute desenvolvido em parceria pelas Secretarias Estaduais de

Educaccedilatildeo e de Esportes para incentivar o gosto e o haacutebito de praticar esporte

entre os estudantes da rede fornecendo noccedilotildees de cidadania e contribuindo

para melhorar o desempenho escolar

PROGRAMA ESTADUAL DE INFORMAacuteTICA APLICADA Agrave

EDUCACcedilAtildeO

O programa tem como objetivo aumentar o nuacutemero de laboratoacuterios e

ampliar o acesso dos estudantes e da comunidade escolar em geral agrave

informaacutetica e agrave internet promovendo assim a inclusatildeo digital

HORAacuteRIO INTEGRAL

Os Centros Integrados de Educaccedilatildeo Puacuteblica satildeo escolas de estilo

arquitetocircnico e proposta pedagoacutegica proacuteprios com funcionamento em horaacuterio

integral que proporcionam a seus alunos muacuteltiplas atividades complementando

54

o trabalho nas salas de aula com recreaccedilotildees esportes atividades culturais aleacutem

de fornecer alimentaccedilatildeo

O objetivo eacute estabelecer um processo de formaccedilatildeo do aluno que

estimule a constante troca de ideacuteias vivecircncias e empenho em promover a

autoconfianccedila para que eles sintam vontade real de aprender cada vez mais

cientes de seus deveres e direitos de cidadatildeo

PROGRAMA GEOREFERENCIAMENTO

Um sistema de informaacutetica georeferenciou cerca de 11 mil escolas das

redes municipal estadual federal e particular tendo como objetivos permitir que

a Secretaria de Educaccedilatildeo tenha informaccedilotildees sobre as 11 mil escolas do estado

do Rio de Janeiro Seraacute possiacutevel por meio dele planejar a construccedilatildeo e a

ampliaccedilatildeo de novas escolas assim como a matriacutecula e a troca de informaccedilotildees

entre municiacutepio e estado

FOacuteRUM PERMANENTE DE DIRETORES

Esse Foacuterum eacute presidido pelo Secretaacuterio com a presenccedila dos Subsecretaacuterios

e 81 Diretores das Unidades Escolares de toda a rede Visa discutir a realidade de

nossas escolas trazer sugestotildees a fim de nortear os trabalhos desenvolvidos pela

SEE

PROJETO FACcedilA PARTE O projeto tem por objetivo discutir de que maneira alunos e as escolas

podem ser estimulados a agir como voluntaacuterios debatendo as vaacuterias formas de

mobilizaccedilatildeo social considerada pelos especialistas como uma ferramenta de

ensino inovadora e interativa

PROGRAMA ESCOLAS DE PAZ O Programa Escolas de Paz faz parte de um acordo de cooperaccedilatildeo entre

a Unesco e a Secretaria de Estado de Educaccedilatildeo do Rio de Janeiro e segue as

orientaccedilotildees do Programa Abrindo Espaccedilos recomendado pela Unesco como

55

estrateacutegia de construccedilatildeo de uma Cultura de Paz Foi criado em 2000 e retomado

em agosto de 2003 Consiste em abrir 200 unidades escolares de 11

coordenadorias da Regiatildeo Metropolitana selecionadas nas aacutereas onde haacute maior

carecircncia de lazer nos finais de semana para atividades artiacutesticas esportivas e de

lazer As escolas oferecem cafeacute da manhatilde almoccedilo e agraves vezes lanches aos

participantes Eacute voltado para jovens de quatorze a vinte quatro anos

O programa visa implantar uma cultura de natildeo violecircncia no interior das

escolas e comunidades vizinhas aleacutem de procurar integrar e aproximar a famiacutelia

dos jovens agrave escola melhorar o desempenho estudantil e despertar eventuais

potencialidades culturais artiacutesticas e esportivas nos alunos O programa acontece

aos saacutebados das 9h agraves 17h mesmo nas feacuterias e as escolas recebem mensalmente

verbas para pagamento da equipe local manutenccedilatildeo e nutriccedilatildeo

PROJETO ESCOLA FAZ ARTE

A escola eacute o espaccedilo ideal para que os alunos possam expressar suas

qualidades artiacutesticas criando muitas vezes trabalhos maravilhosos verdadeiras

obras de arte que passam despercebidas fora dos muros escolares O projeto

visa valorizar os jovens talentos que surgem em nossas Unidades Escolares

incentivando e proporcionando uma maior divulgaccedilatildeo de seus dons criativos

Sendo assim a SEE elaborou o Projeto Escola faz Arte em agosto de 2004

retornando em marccedilo de 2005 visando expor durante uma semana os trabalhos

das Unidades Escolares no hall do gabinete do Secretaacuterio (5deg andar)

CHEQUE ndashESCOLA

Trata-se de um Programa de inclusatildeo social que transfere recursos

estaduais para famiacutelias de baixa renda que tenham filhos com idade escolar

entre sete e quatorze anos matriculados na rede puacuteblica

O programa tem por objetivo a permanecircncia dos alunos na escola

afastando-os da situaccedilatildeo de risco social favorecendo a formaccedilatildeo de novos

cidadatildeos e uma melhoria na qualidade de vida da famiacutelia A frequumlecircncia escolar

eacute condiccedilatildeo fundamental para a participaccedilatildeo e manutenccedilatildeo da famiacutelia no

56

programa

PROJETO APRENDENDO XADREZ NAS ESCOLAS

Consiste em uma parceria com a Federaccedilatildeo de Xadrez do Estado do Rio

de Janeiro para transformar o xadrez em ferramenta pedagoacutegica estimulando o

raciociacutenio a concentraccedilatildeo e a criatividade do aluno A meta eacute melhorar o

desempenho em matemaacutetica aleacutem de combater a repetecircncia e evasatildeo escolar

PROGRAMA ACELERA JOVEM

Programa foi lanccedilado para ajudar alunos que apresentem defasagem

idade-seacuterie a recuperar o tempo perdido com o objetivo de colocar o ensino

fundamental ao alcance de jovens que estatildeo fora da escola ou que estatildeo com

os estudos atrasados

O Programa visa atender aquela faixa etaacuteria delineada como de risco

jovens entre 15 e 30 anos que estatildeo fora da escola ou estando na escola

tenham pelo menos concluiacutedos quatro anos de estudo e apresentem uma

defasagem idade-seacuterie de trecircs anos ou mais

A ESCOLA VAI AO TEATRO

O Programa foi desenvolvido em parceria entre as Secretarias Estaduais de

Educaccedilatildeo e Cultura para estimular o interesse dos alunos por teatro e disciplinas

como literatura e histoacuteria O projeto quer incentivar ainda a melhoria do

desempenho escolar atraveacutes da abordagem de temas histoacutericos

O objetivo eacute levar os alunos permanentemente para assistir agrave peccedilas que

tenham conteuacutedo pedagoacutegico facilitando aos estudantes da rede puacuteblica o

acesso a esses bens culturais aleacutem de fornecer aos professores material para ser

discutido e trabalhado dentro da sala de aula

57

EDUCACcedilAtildeO AMBIENTAL

Esclarece e orienta agraves escolas os alunos e agrave comunidade sobre questotildees

referentes agrave Educaccedilatildeo Ambiental na Rede de Ensino Puacuteblica Estadual do Rio de

Janeiro

Contribui na consolidaccedilatildeo da Lei nordm 9795 de abril de 1999 que institui a

Poliacutetica Nacional de Educaccedilatildeo Ambiental

Desenvolve o Programa Estadual de Educaccedilatildeo Ambiental instituiacuteda pela

Lei 3325 de 17121999

Promove accedilotildees seminaacuterios e projetos objetivando a implantaccedilatildeo e

implementaccedilatildeo da Agenda Ambiental nas escolas puacuteblicas estadual do Rio de

Janeiro

A Estrutura Organizacional da Educaccedilatildeo no Brasil eacute uma ferramenta que

daacute suporte para o desenvolvimento da cidadania que eacute fator determinante para

a inclusatildeo social A inclusatildeo social seraacute tratada no capiacutetulo seguinte atraveacutes das

Poliacuteticas Puacuteblicas

58

Capiacutetulo 4 Poliacuteticas Puacuteblicas de Inclusatildeo Social

41 A Crise do Sistema Poliacutetico Liberal e o Iniacutecio do

Intervencionismo do Estado

Ateacute o iniacutecio do seacuteculo XX prevaleciam ideacuteias de um sistema poliacutetico liberal

no qual o Estado natildeo tinha muita participaccedilatildeo e a relaccedilatildeo do indiviacuteduo com a

sociedade soacute era percebida se o mesmo estivesse inserido de alguma forma no

mercado Aqueles que se encontravam fora desta condiccedilatildeo eram privados da

utilizaccedilatildeo de serviccedilos essenciais aquisiccedilatildeo de bens enfim de tudo o mais que se

fazia necessaacuterio para seu desenvolvimento (Carvalho 2002)

No primeiro quartel do seacuteculo XX a economia se encontrava em

recuperaccedilatildeo dos efeitos de poacutes-guerra a partir do liberalismo do estado e neste

mesmo periacuteodo se dava a consolidaccedilatildeo do capitalismo monopolista com a

fusatildeo de pequenas companhias originando os grandes conglomerados Isto

ocorreu mesmo com a existecircncia de leis como as ldquoantitrustesrdquo que impediam

estas uniotildees entre empresas Sem a efetividade das leis as grandes empresas

industriais e bancaacuterias predominavam o cenaacuterio econocircmico sob a proteccedilatildeo de

59

uma poliacutetica adotada pelos governos de natildeo intervirem nas movimentaccedilotildees do

mercado (Magdof 1979)

Nessa eacutepoca os Estados Unidos assumiram a hegemonia econocircmica em

escala mundial O seu crescimento econocircmico no poacutes-guerra propiciou enorme

euforia social dando a falsa imagem de uma prosperidade eterna Poreacutem a

sensaccedilatildeo de seguranccedila absoluta impediu a correta avaliaccedilatildeo das tendecircncias

econocircmicas Assim uma crise econocircmica se desencadeou a partir de 1929

resultante da quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque abalando a estrutura

do capitalismo liberal trazendo reflexos que se propagaram no mundo todo

promovendo uma crise econocircmica mundial (Arruda apud Reis 2000)

Este fato impulsionou a percepccedilatildeo de que o mercado possuiacutea seus limites

como reguladores naturais isto eacute que o mercado sozinho natildeo tinha condiccedilotildees de

se auto regular sem a influecircncia do Estado Natildeo restou alternativa para os

americanos a natildeo ser empreender uma mudanccedila de rumo no capitalismo liberal

inaugurando-se a fase intervencionista na qual o governo passou a ter papel

decisivo na orientaccedilatildeo do processo econocircmico Com a poliacutetica do ldquoNew Dealrdquo

os americanos traccedilaram um marco histoacuterico na trajetoacuteria do capitalismo A

intervenccedilatildeo do estado na vida econocircmica representava uma mudanccedila

significativa no modelo tradicional da economia de mercado praticada pelos

Estados Unidos Logo o Estado passou a ser o agente mediador civilizador

interferindo nas relaccedilotildees soacutecio econocircmicas (Arruda apud Reis 2000)

As repercussotildees da crise prolongaram-se ateacute 1933 e nesse cenaacuterio o Brasil

foi um dos paiacuteses novos que mais sofreu com a crise uma vez que o seu produto principal era o cafeacute responsaacutevel por 70 das exportaccedilotildees sendo os Estados

Unidos os maiores compradores e consumidores do produto

Os fazendeiros de cafeacute principal sustentaacuteculo do poder poliacutetico no Brasil

ateacute entatildeo exigiam medidas urgentes para solucionar a crise A incapacidade do

governo de Washington Luiacutes em superaacute-la foi o motivo imediato da revoluccedilatildeo de

1930 que depocircs o presidente e levou ao poder Getuacutelio Vargas

60

O Governo Vargas teve que implantar uma seacuterie de medidas com o

objetivo de modernizar a economia brasileira Nesse contexto se produziu uma

primeira ruptura no que diz respeito ao avanccedilo da acumulaccedilatildeo capitalista no

paiacutes no sentido da implantaccedilatildeo de um nuacutecleo baacutesico de induacutestria de bens de

produccedilatildeo bem como no da redefiniccedilatildeo do papel do Estado na economia Para

isso havia a necessidade de um Estado forte e promotor da integraccedilatildeo do

mercado interno e de uma intervenccedilatildeo econocircmica de modo a assegurar a

proteccedilatildeo agrave produccedilatildeo nacional e o bem-estar social da Naccedilatildeo (Mendonccedila

1986)

Na deacutecada de cinquumlenta o modelo econocircmico implantado por Getuacutelio

Vargas comeccedilou a dar seus primeiros sintomas de esgotamento provocando

uma crise poliacutetica que desembocaria finalmente na crise do pacto populista em

1964 Com a posse de Juscelino Kubitschek ocorreu uma reorientaccedilatildeo dos rumos

de nossa economia O Plano de Metas proposto por Juscelino foi um marco na

reelaboraccedilatildeo qualitativa das relaccedilotildees entre Estado e economia no paiacutes

integrando pela primeira vez sob o controle do governo as atividades do capital

puacuteblico e do privado (Mendonccedila 1986)

O golpe de 1964 natildeo correspondeu a nenhum marco no sentido da

definiccedilatildeo de um novo modelo econocircmico pelo contraacuterio seu papel foi apenas o

de garantir a consolidaccedilatildeo definitiva do modelo implantado nos anos cinquumlenta

aprimorando-o Se no periacuteodo compreendido entre 1962 e 1967 foi todo ele de

crise econocircmica Jaacute entre 1968 e 1974 ocorreu o conhecido ldquomilagre

econocircmicordquo cuja essecircncia nada mais significou senatildeo a garantia de lucros

faraocircnicos agraves empresas monopolistas (nacionais e estrangeiras) (Mendonccedila

1986)

42 O Estado e Suas Novas Funccedilotildees Sociais

O fim da deacutecada de 1970 foi marcado por uma crise proveniente do fim

de um periacuteodo denominado ldquomilagre econocircmicordquo este fato favoreceu

movimentos da sociedade em direccedilatildeo a redemocratizaccedilatildeo e a organizaccedilatildeo da

61

sociedade civil atraveacutes de diversos acontecimentos sociais Estes

acontecimentos levaram a instalaccedilatildeo da Assembleacuteia Nacional Constituinte na

qual os movimentos sociais se articularam para tentar incluir na Carta

Constitucional os direitos sociais que entatildeo passariam a ser traduzidos como

deveres do Estado atraveacutes das Poliacuteticas Puacuteblicas Nesta eacutepoca a Poliacutetica Social

brasileira apresentava estrateacutegia reformista conforme Fagnani (citado por

Carvalho 2002)

ldquoCrescimento sustentado ampliaccedilatildeo do emprego aumento de salaacuterio real melhor distribuiccedilatildeo de renda reforma agraacuteria seguro desemprego revisatildeo da legislaccedilatildeo trabalhista e sindical descentralizaccedilatildeo poliacutetico-administrativa participaccedilatildeo e controle social redefiniccedilatildeo do padratildeo regressivo de financiamento das poliacuteticas sociais universalizaccedilatildeo do acesso ampliaccedilatildeo do impacto redistributivordquo

A Carta Constitucional de 1988 formulou a organizaccedilatildeo do sistema

federativo brasileiro onde ficou definido o papel do governo federal que assumiu

prioritariamente a coordenaccedilatildeo das Poliacuteticas Puacuteblicas Sociais enquanto os

municiacutepios assumiram a maior parte da responsabilidade de execuccedilatildeo dessas

poliacuteticas Com isto ficou prevista a transferecircncia de diversas atribuiccedilotildees

responsabilidades e recursos da instancia federal para os niacuteveis estaduais e

municipais de governo Com esta transferecircncia de atribuiccedilotildees os estados

passaram a ter autonomia para definirem a organizaccedilatildeo e a gestatildeo de suas

poliacuteticas (Carvalho 2002)

A deacutecada de 1990 foi marcada pelas lutas dos setores progressistas da

sociedade pela implementaccedilatildeo e regulamentaccedilatildeo dos direitos sociais definidos

na Constituiccedilatildeo Foram entatildeo regulamentadas as leis nas aacutereas voltadas para a

crianccedila e o adolescente da seguridade social da sauacutede da assistecircncia social

da previdecircncia social e da educaccedilatildeo Foi um periacuteodo marcado pelo conflito

entre a expectativa da implementaccedilatildeo de Poliacuteticas Puacuteblicas que concretizassem

os direitos conquistados assegurados em lei e as restriccedilotildees poliacuteticas e

econocircmicas impostas para a sua implementaccedilatildeo (Carvalho 2002)

62

O Estado entatildeo passou a formular poliacuteticas de caraacuteter econocircmico e

social que comeccedilaram a se tornar segundo Silva (citado em Carvalho 2002)

ldquoarena de lutas por acesso a riqueza socialrdquo Isto porque as poliacuteticas puacuteblicas satildeo

geralmente responsaacuteveis por grandes conflitos de interesses pois atingem

diretamente as camadas e classes sociais Devido agrave criaccedilatildeo de questotildees sociais

para atender interesses de uns acabam por infligir no interesse de outros

Pode-se supor que o principal motivo para que os conflitos ocorram seja

devido agraves classes mais favorecidas natildeo terem interesse em perder seus privileacutegios

e com isto natildeo admitirem que os indiviacuteduos das classes menos privilegiadas

venham a ter condiccedilotildees de atingirem niacuteveis melhores de desenvolvimento Com

isto esta parcela desprivilegiada da sociedade passaria a ter a possibilidade de

aumentar a sua capacidade de competiccedilatildeo Se a maioria dos indiviacuteduos tiver a

mesma capacidade de competiccedilatildeo seraacute facilitada a diminuiccedilatildeo das diferenccedilas

sociais e com isto haveraacute a promoccedilatildeo da igualdade Igualdade esta que fere

fortemente os privileacutegios de classe que jaacute se encontram enraizados na cultura de

dominaccedilatildeo sobre os mais fracos Neste processo se faz muito importante agrave

participaccedilatildeo de grupos de indiviacuteduos que quando organizados promovem

movimentos de defesa da garantia dos direitos civis poliacuteticos e sociais

Os movimentos gerados por estes grupos satildeo muitas vezes responsaacuteveis

pelas accedilotildees do Estado atraveacutes de reuniotildees entrevistas pesquisas e contatos

diretos com os indiviacuteduos que satildeo levantadas as principais necessidades da

sociedade sejam elas poliacuteticas ou sociais (Carvalho 2002)

43 Poliacuteticas Puacuteblicas Uma Questatildeo de Conceito

Dentre as vaacuterias definiccedilotildees para poliacuteticas Puacuteblicas destacam-se pela

abrangecircncia a definiccedilatildeo dada por Pereira citada em Carvalho 2002

ldquoLinha de accedilatildeo coletiva que concretiza direitos sociais coletivos declarados e garantida

em lei Eacute mediante as poliacuteticas Puacuteblicas que satildeo distribuiacutedos os redistribuiacutedos bens e serviccedilos

63

sociais em resposta agraves demandas da sociedade Por isso o direito que as fundamenta eacute um direito

coletivo e natildeo individualrdquo(apud Carvalho2002)

Ainda segundo Pereira para se definir Poliacutetica Puacuteblica se faz necessaacuteria agrave

compreensatildeo do real significado do termo puacuteblico e tambeacutem a sua abrangecircncia

neste sentido destaca-se

ldquoO termo puacuteblico associado agrave poliacutetica natildeo eacute uma referecircncia exclusiva ao Estado como

muitos pensam mas sim agrave coisa puacuteblica ou seja de todos sob a eacutegide de uma mesma lei e o apoio

de uma comunidade de interesses Portanto embora as Poliacuteticas Puacuteblicas sejam reguladas e

frequumlentemente providas pelo Estado elas tambeacutem englobam preferecircncias escolhas e decisotildees

privadas podendo (e devendo) ser controladas pelos cidadatildeos A Poliacutetica Puacuteblica expressa assim a

conversatildeo de decisotildees privadas em decisotildees e accedilotildees puacuteblicas que afetam a todosrdquo

44 Formulaccedilatildeo de Poliacuteticas Puacuteblicas

Para que uma Poliacutetica Puacuteblica seja formulada existe o envolvimento de

diversos fatores sendo os principais a identificaccedilatildeo dos atores e dos reais

interesses que envolvem a inclusatildeo de determinada questatildeo na agenda puacuteblica

para que posteriormente seja regulamentada como Poliacutetica Puacuteblica Para isto eacute

importante que ocorra a mobilizaccedilatildeo de representantes da sociedade civil e do

Estado que discutem os problemas fazem o levantamento das necessidades

para que posteriormente fundamentem suas argumentaccedilotildees Todo este processo

se faz necessaacuterio para que os direitos sociais possam ser regulamentados e no

momento seguinte seja formulada uma Poliacutetica Puacuteblica que expresse com

clareza os interesses e as necessidades de todos os envolvidos (Carvalho 2002)

Os movimentos sociais que na deacutecada de 1980 lutaram pelo fim do

regime autoritaacuterio e pela redemocratizaccedilatildeo da sociedade foram atores sociais

importantes na discussatildeo e definiccedilatildeo das novas formas de organizaccedilatildeo e gestatildeo

das Poliacuteticas Puacuteblicas A descentralizaccedilatildeo dos poderes e das funccedilotildees do Estado eacute

tema recorrente como sinocircnimo de democratizaccedilatildeo Os atores envolvidos

frequumlentemente questionam as poliacuteticas puacuteblicas brasileiras as quais satildeo

atribuiacutedas historicamente as seguintes caracteriacutesticas (Carvalho 2002)

64

SELETIVAS Natildeo possuem grande abrangecircncia isto eacute natildeo atingem a

toda faixa da sociedade que em tese necessitaria de uma determinada poliacutetica

puacuteblica soacute atingindo um pequeno grupo selecionado Um exemplo a ser citado

eacute o caso da Nova Escola pois atinge a uma parcela de escolas que satildeo

selecionadas pelo seu desempenho isto eacute preenchem todos os requisitos

estabelecidos A escola que natildeo se enquadrar nesses moldes padrotildees natildeo

recebe recursos nem a gratificaccedilatildeo dos professores o que acarreta um

desempenho ainda pior no ano seguinte Isto pode ocorrer devido ao perfil das

escolas e de seus alunos serem diferentes natildeo podendo ser julgados da mesma

forma isto se reflete claramente nas aacutereas mais carentes onde devido aos

diversos problemas vividos por esta comunidade o desempenho dos alunos

muitas vezes eacute mais baixo natildeo significando que a escola natildeo esteja cumprindo o

seu papel de ensinar

FRAGMENTADAS Normalmente natildeo satildeo contiacutenuas atuam por um

determinado periacuteodo de tempo e com o passar do tempo simplesmente satildeo

esquecidas Este esquecimento muitas vezes se faz devido agrave falta de recursos

que podem ser oriundos da falta de interesse poliacutetico como tambeacutem da

sociedade que eacute detentora de capital Neste caso podemos tomar como

exemplo o caso dos CIEPS (Centro Integrado de Educaccedilatildeo Puacuteblica) que no seu

projeto original a escola funcionava em regime integral onde os alunos aleacutem de

estudarem participavam de inuacutemeras atividades aleacutem de alimentaccedilatildeo soacute

retornando para casa no fim do dia Este projeto que inicialmente tinha uma

visatildeo de escola ideal com as mudanccedilas poliacuteticas e a falta de recursos para a

sua manutenccedilatildeo foi praticamente extinto tendo hoje em dia algumas poucas

unidades funcionando em regime integral

EXCLUDENTES Excluem entre os excluiacutedos Isto significa que entre os

considerados excluiacutedos as Poliacuteticas Puacuteblicas natildeo atingem a todos excluem a

maioria do grupo Neste caso podemos citar alguns programas sociais nos quais

as pessoas para receber os benefiacutecios precisam ser cadastradas Para isso eacute

necessaacuterio que estas pessoas tenham toda documentaccedilatildeo que nem sempre a

populaccedilatildeo socialmente excluiacuteda natildeo tem condiccedilotildees de possuir

65

SETORIADAS natildeo satildeo amplas atingem somente uma necessidade

e natildeo a um conjunto de necessidades que por muitas vezes estatildeo interligadas

assim como atingem somente alguns setores da sociedade e natildeo a sociedade

como um todo Nesta aacuterea podemos citar como exemplo algumas accedilotildees na

aacuterea de sauacutede Existem poliacuteticas de doaccedilatildeo de remeacutedios mas natildeo existe

investimento na aacuterea de prevenccedilatildeo de doenccedilas como saneamento baacutesico que

eacute uma das maiores causas de doenccedilas nas aacutereas carentes

Os questionamentos desses atores e a incorporaccedilatildeo das vontades da

sociedade nas decisotildees poliacuteticas movimentaram a Assembleacuteia Constituinte de

1988 e resultaram em dois princiacutepios que fundamentaram o processo de

descentralizaccedilatildeo a democratizaccedilatildeo e a participaccedilatildeo

A figura 41 a seguir mostra esquematicamente como se daacute a

formaccedilatildeo de uma Poliacutetica Puacuteblica

66

ESTADO

DIAGNOacuteSTICO DO PROBLEMA

SOCIEDADE

CIVIL

LEVANTAMENTO DAS NECESSIDADES

DIREITOS SOCIAIS

POLIacuteTICAS PUacuteBLICAS

Figura 41 Diagrama esquemaacutetico da formaccedilatildeo de uma poliacutetica puacuteblica

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria a partir de informaccedilotildees citadas neste capiacutetulo

67

45 Aacutereas de Aplicaccedilatildeo das Poliacuteticas Puacuteblicas

Existem diversas aacutereas onde satildeo aplicadas as Poliacuteticas Puacuteblicas das quais

podemos destacar a ciecircncia e tecnologia a econocircmica a social e a

educacional

Poliacuteticas Puacuteblicas da Ciecircncia e Tecnologia

As Poliacuteticas Puacuteblicas da ciecircncia e tecnologia tem como principal objetivo

promover o desenvolvimento cientiacutefico e tecnoloacutegico tendo em foco a soberania

e a independecircncia do paiacutes As bases de uma sociedade minimamente justa

derivam de seu desenvolvimento cientiacutefico e tecnoloacutegico e principalmente da

democratizaccedilatildeo desses avanccedilos e dos acessos a seus benefiacutecios por todos os

cidadatildeos pois natildeo tem sentido um paiacutes possuir grandes avanccedilos tecnoloacutegicos e

cientiacuteficos se isto soacute ficar restrito ao mundo acadecircmico ou cientiacutefico Para estes

avanccedilos terem um real valor devem ser acessiacuteveis agraves diversas camadas da

sociedade atingindo um maior nuacutemero possiacutevel de indiviacuteduos seja de maneira

aplicativa ou mesmo informativa (Amaral 2004)

A ciecircncia deve sempre estar a dispor do humanismo e tem como um dos

seus principais papeacuteis a inclusatildeo social atraveacutes do combate aos desniacuteveis sociais

e regionais que separam a humanidade Satildeo exemplos de Poliacutetica Puacuteblicas

cientiacuteficas e tecnoloacutegicas O desenvolvimento da economia utilizando inovaccedilotildees

e bens e serviccedilos que promovam a substituiccedilatildeo competitiva de importaccedilotildees

para gerar renda e empregos a ampliaccedilatildeo e a formaccedilatildeo de pesquisadores em

aacutereas estrateacutegicas a promoccedilatildeo de articulaccedilotildees de cooperaccedilatildeo entre

Universidades e empresas(Amaral 2004)

Enfim as poliacuteticas Publicas de ciecircncia e tecnologia tem como objetivo

principal agrave popularizaccedilatildeo do conhecimento cientiacutefico e tecnoloacutegico para que

estes sejam reconhecidos como componentes do bem estar social (Amaral

2004)

68

Poliacuteticas Puacuteblicas Sociais

Nas Poliacuteticas Puacuteblicas Sociais a expressatildeo ldquosocialrdquo faz com que esta se decirc

atraveacutes de um conjunto de princiacutepios diretrizes objetivas e normas que

necessitam ser de caraacuteter permanente e o mais abrangente possiacutevel para que

possam orientar a atuaccedilatildeo do poder puacuteblico (Carvalho 2002)

Nos uacuteltimos anos do seacuteculo passado a maioria dos paiacuteses foi marcada por

fortes ajustes econocircmicos o que causou o agravamento dos problemas sociais

que teve como principais fatores

O desemprego estrutural rArr Falta de postos de trabalho suficientes

para todos ou pelo menos para a maioria dos indiviacuteduos em idade

economicamente ativa

As relaccedilotildees trabalhistas precaacuterias rArr Irregularidades cometidas pelos

empregadores como a falta de carteira assinada dos trabalhadores

terceirizaccedilatildeo de matildeo de obra desregulamentaccedilatildeo dos direitos conquistados

etc

As alteraccedilotildees na organizaccedilatildeo familiar rArr Aumento do nuacutemero de

famiacutelias chefiadas por mulheres

Alteraccedilatildeo no ciclo de vida rArr Diminuiccedilatildeo da taxa de mortalidade

infantil e aumento da longevidade pois com o avanccedilo da medicina alguns

problemas de sauacutede que causavam mortes no passado hoje satildeo considerados

relativamente simples e podem ser tratados diminuindo as mortes precoces Este

fato acarreta um aumento expressivo da populaccedilatildeo ativa como tambeacutem o

periacuteodo em que os indiviacuteduos estatildeo ativos

Estes fatores contribuem para um aumento expressivo das necessidades

essenciais para a populaccedilatildeo o que o sistema natildeo consegue suprir pois o nuacutemero

de postos de trabalho natildeo eacute suficiente deixam milhares de pessoas sem acesso

agraves necessidades baacutesicas assim como possibilitam um desrespeito com o

trabalhador Esse cenaacuterio promove o aprofundamento das desigualdades

69

sociais o que gera exclusatildeo social e simultacircnea inclusatildeo marginal de grande

parcela da populaccedilatildeo (Carvalho 2002)

Os problemas citados satildeo apenas alguns exemplos das causas das

desigualdades sociais e da geraccedilatildeo de um grande nuacutemero de indiviacuteduos

excluiacutedos Estes estatildeo agrave margem da sociedade sem acesso ao miacutenimo

necessaacuterio para viverem bem e principalmente ficam privados de terem acesso

a melhores condiccedilotildees de vida

Para tentar mudar este cenaacuterio alguns programas de accedilotildees foram criados

poreacutem na maioria das vezes natildeo satildeo abrangentes satildeo seletivos isto eacute

selecionam alguns dentre todos que precisam Isto significa excluir dentro dos

excluiacutedos Estes programas tambeacutem em muitos casos natildeo satildeo accedilotildees contiacutenuas

e sim temporaacuterias que com o tempo perdem o interesse sejam estes interesses

poliacuteticos pessoais etc Com isto simplesmente satildeo interrompidas deixando muitas

pessoas desamparadas visto que em muitos casos esta parcela carente da

sociedade se torna dependente destas accedilotildees sociais Estes indiviacuteduos estatildeo

sempre agrave mercecirc de novas poliacuteticas geradas por outros interesses

A participaccedilatildeo popular na gestatildeo ldquoda coisa puacuteblicardquo foi consagrada pelo

processo de redemocratizaccedilatildeo do Estado brasileiro ao fundar as bases para a

introduccedilatildeo de algumas experiecircncias que contribuiacuteram para a ampliaccedilatildeo da

esfera puacuteblica no paiacutes entendida como ldquoarenardquo onde as questotildees que atingem

a determinado conjunto da sociedade satildeo expressas debatidas e tematizadas

por atores sociais Tais experiecircncias alteraram significativamente a relaccedilatildeo

Estado-Sociedade na medida em que criaram novos canais de participaccedilatildeo

popular como por exemplo a criaccedilatildeo dos conselhos de poliacuteticas sociais que tecircm

atuado na sua co-gestatildeo Estes conselhos funcionam como instrumentos de

expressatildeo representaccedilatildeo e participaccedilatildeo popular possuindo portanto o desafio

de discutir e deliberar sobre determinados temas buscando consensos e alianccedilas

que definam as agendas puacuteblicas que representem interesses coletivos

(Carvalho 2002)

70

A construccedilatildeo de poliacuteticas Puacuteblicas na aacuterea Social necessita da adoccedilatildeo de

conceitos e praacuteticas inovadores que possam dar suporte teacutecnicondashpoliacutetico uma

vez que estes enunciados natildeo possuem forccedila suficiente para a transformaccedilatildeo

das praacuteticas realizadas na aacuterea social que satildeo tradicionalmente assistencialistas

Sendo assim satildeo accedilotildees que possuem o poder de transformar os direitos dos

indiviacuteduos adquiridos atraveacutes de lutas em simples ajuda ou doaccedilatildeo O que deixa

o indiviacuteduo com a sensaccedilatildeo de gratidatildeo e ateacute na obrigaccedilatildeo de retribuir o favor

o que na visatildeo da autora eacute indesejaacutevel pois em uacuteltima instacircncia praacuteticas

assistencialistas podem se transformar em moeda de troca com fins eleitorais

Poliacuteticas Puacuteblicas Educacionais

As poliacuteticas educacionais muitas vezes se confundem com as poliacuteticas

sociais isto porque quando satildeo criadas muitas vezes satildeo responsaacuteveis pela

inclusatildeo social Com a educaccedilatildeo eacute possiacutevel se obter a melhoria da qualidade de

vida dos indiviacuteduos atraveacutes da diminuiccedilatildeo das diferenccedilas sociais devido agrave

educaccedilatildeo ser responsaacutevel pela igualdade das oportunidades Quando se tem

Poliacuteticas Puacuteblicas que oferecem acesso a uma educaccedilatildeo de qualidade a todos

sem distinccedilatildeo satildeo criados mecanismos para que a competiccedilatildeo ocorra em

igualdade de condiccedilotildees

A Poliacutetica da Educaccedilatildeo tem como principal objetivo a promoccedilatildeo da

cidadania e eacute um instrumento de grande importacircncia para o desenvolvimento a

inserccedilatildeo e a competitividade de todos os indiviacuteduos Isto eacute um fator de muita

importacircncia para o crescimento de qualquer naccedilatildeo principalmente as que estatildeo

em desenvolvimento Se um paiacutes deseja se ver como soberano e sem exclusotildees

precisa desenvolver as ciecircncias humanas naturais exatas tecnoloacutegicas as artes

e todas as linguagens de modo geral o que jaacute se faz possiacutevel atraveacutes da garantia

de uma educaccedilatildeo de qualidade para todos sem distinccedilatildeo Dentro deste tema

ensinos de qualidade existem diversas poliacuteticas de avaliaccedilatildeo do desempenho do

ensino puacuteblico desde a educaccedilatildeo baacutesica ateacute o ensino universitaacuterio

(wwwestadatildeocombr)

71

Dentre essas poliacuteticas podemos destacar a criaccedilatildeo do Fundo de

Manutenccedilatildeo e de Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorizaccedilatildeo do

Magisteacuterio (FUNDEF) que trouxe benefiacutecios principalmente nas regiotildees mais

pobres do paiacutes Outras poliacuteticas educacionais adotadas satildeo as avaliaccedilotildees de

cursos como o Exame Nacional do Ensino Meacutedio (ENEM) e o Exame Nacional de

Cursos (PROVAtildeO) Tais avaliaccedilotildees para serem efetivas necessitariam de virem

acompanhadas de programas consistentes de melhoria de qualidade do ensino

envolvendo a formaccedilatildeo o treinamento contiacutenuo e a valorizaccedilatildeo do professor

inclusive atraveacutes de uma melhor remuneraccedilatildeo a partir de criteacuterios de

desempenho (wwwestadaocombr)

No tocante agrave capacitaccedilatildeo docente o papel das Universidades como

centros de geraccedilatildeo e de difusatildeo de saber torna-se fundamental e muito

importante pois satildeo estas que preparam os professores Aleacutem disso devem

promover a formaccedilatildeo contiacutenua pois a formaccedilatildeo do professor natildeo termina com o

final da graduaccedilatildeo e sim as universidades devem estar sempre oferecendo

cursos de capacitaccedilatildeo para que estes profissionais estejam sempre atualizados

de modo a realizar o seu trabalho com maior eficiecircncia

Os desafios qualitativos e quantitativos da educaccedilatildeo satildeo de tal

magnitude que natildeo podem mais passar despercebidos tanto que necessitam

que seja dada uma importacircncia estrateacutegica para este problema e com isto se

fazer investimentos nesta aacuterea A educaccedilatildeo seja baacutesica ou universitaacuteria deve ser

considerada prioridade e contar com recursos progressivamente maiores

Atualmente a meacutedia de escolaridade dos brasileiros eacute de pouco mais de

quatro anos o que eacute um indicador que demonstra a situaccedilatildeo da desigualdade e

injusticcedila social existente no paiacutes Segundo o Censo da Educaccedilatildeo Superior de

2000 o jovem das camadas mais pobres praticamente natildeo tem acesso agrave

educaccedilatildeo superior Apenas 77 dos jovens entre 18 e 22 anos frequumlentam

cursos Universitaacuterios Cerca de 70 destes estudam em estabelecimentos de

ensino privados que por possuiacuterem custo elevado levam a uma situaccedilatildeo de que

somente uns poucos consigam concluir o curso Para isto nos anos 70 foi criado o

72

Creacutedito Educativo que funciona como uma alternativa poreacutem este sistema natildeo

eacute suficiente para atender agrave grande demanda pois o nuacutemero de alunos assistidos

por este programa eacute muito pequeno em relaccedilatildeo agrave quantidade de jovens em que

este se faz necessaacuterio (www estadaocom br)

Uma alternativa oferecida eacute o PROUNI definido como Programa

Universidade para Todos que foi criado pela MP nordm 2132004 e institucionalizado

pela Lei nordm 11096 de 13 de janeiro de 2005 O programa tem como finalidade a

concessatildeo de bolsas de estudos integrais e parciais a estudantes de baixa renda

em cursos de graduaccedilatildeo e sequumlenciais de formaccedilatildeo especiacutefica em instituiccedilotildees

privadas de educaccedilatildeo superior oferecendo em contrapartida isenccedilatildeo de

alguns tributos agravequelas que aderirem ao Programa

Estes programas funcionam apenas como paliativos dos problemas

educacionais do paiacutes pois o ideal seria um maior investimento na formaccedilatildeo

baacutesica de qualidade na rede puacuteblica para que todos tivessem igualdade de

condiccedilatildeo para ingressar nas Universidades Puacuteblicas

Como forma de poliacutetica de inclusatildeo social foi criada uma lei (nordm36272004)

que aumenta a inserccedilatildeo de jovens carentes e negros nas Universidades Puacuteblicas

isto ocorre atraveacutes das reservas de vagas denominado de SISTEMA DE COTAS

que seraacute tratado detalhadamente no Capiacutetulo 7

No capiacutetulo seguinte seratildeo abordados o histoacuterico e a evoluccedilatildeo da

Educaccedilatildeo Ambiental no Brasil e no mundo

73

Capiacutetulo 5 Histoacuterico e Evoluccedilatildeo da Educaccedilatildeo

Ambiental

51 Definiccedilatildeo

Para se definir Educaccedilatildeo Ambiental natildeo eacute simples e para isto deve-se

fazer uma anaacutelise de vaacuterios contextos pois de acordo com a influecircncia que o

meio exerce e a vivecircncia de cada indiviacuteduo pode-se ter inuacutemeros conceitos para

a Educaccedilatildeo Ambiental (wwwapoemacombr)

Atraveacutes de um levantamento bibliograacutefico vaacuterias definiccedilotildees sobre o tema

Educaccedilatildeo Ambiental foram encontradas e estatildeo apontadas a seguir em ordem

cronoloacutegica

ldquoEacute um processo que tem como objetivo a formaccedilatildeo de cidadatildeos cujos

conhecimentos acerca do ambiente biofiacutesico e seus problemas associados

possam alertaacute-los e habilitaacute-los a resolver seus problemasrdquo (Stapp et alii 1969)

ldquoEacute um processo que consiste em reconhecer valores e em aclarar

conceitos com o objetivo de fomentar aptidotildees e atitudes necessaacuterias para

74

compreender e apreciar as inter-relaccedilotildees entre o homem sua cultura e seu meio

biofiacutesico Ela compreende tambeacutem a praacutetica na tomada de decisotildees e na

elaboraccedilatildeo de um coacutedigo de comportamento acerca das questotildees

relacionadas com a qualidade do meio ambienterdquo (Reuniatildeo Internacional sobre

EA da IUCN ndash Paris 1970)

ldquoA finalidade da Educaccedilatildeo Ambiental eacute formar uma populaccedilatildeo mundial

consciente e preocupada com o ambiente e os problemas com ele

relacionados e que possua conhecimentos capacidades atitudes a motivaccedilatildeo

e compromisso para colaborar individual coletivamente na resoluccedilatildeo de

problemas atuais na prevenccedilatildeo de problemas futurosrdquo( Conferecircncia de

Estocolmo 1972)

ldquoEacute um processo no qual deveria ocorrer o desenvolvimento progressivo de

um senso de preocupaccedilatildeo com o meio ambiente baseado em um completo e

sensiacutevel entendimento de relaccedilatildeo do homem com o meiordquo (Mellowes C 1972)

ldquoEgrave uma dimensatildeo dada ao conteuacutedo e a praacutetica da Educaccedilatildeo orientada

para a soluccedilatildeo dos problemas concretos do meio ambiente atraveacutes de enfoques

interdisciplinares e de uma participaccedilatildeo ativa e responsaacutevel de cada indiviacuteduo e

da coletividaderdquo(Conferecircncia de Tbilisi 1977)

ldquoA Educaccedilatildeo Ambiental tem sido entendida e desenvolvida enquanto

educaccedilatildeo sobre o ambiente educaccedilatildeo no ambiente educaccedilatildeo para o

ambiente e pelas classes formadas pelas possiacuteveis combinaccedilotildees entre as trecircs

categorias A Educaccedilatildeo sobre o ambiente procura desenvolver o conhecimento

e a compreensatildeo incluindo as capacidades necessaacuterias para obter este

conhecimento A educaccedilatildeo para ambiente procura a preservaccedilatildeo ou melhoria

do ambiente Ambas satildeo caracterizadas pelos seus objetivos Por outro lado a

educaccedilatildeo no ambiente caracteriza-se por ser uma teacutecnica de ensino ndash

aprendizagem e o termo ambiente geralmente significa o mundo fora da sala de

aula ou de uma forma geral o contexto natural eou social em que as pessoas

vivemrdquo (Lucas 1980)

75

ldquoEacute um processo permanente no qual os indiviacuteduos e a comunidade tomam

consciecircncia do seu ambiente e adquirem conhecimentos habilidades

experiecircncias valores e a determinaccedilatildeo que os tornam capazes de agir individual

ou coletivamente na busca de soluccedilotildees para os problemas ambientais presentes

e futurosrdquo(UNESCO 1987)

ldquoEacute o processo de reconhecer valores e aclarar conceitos para criar

habilidades e atitudes necessaacuterias que sirvam para compreender e apreciar a

relaccedilatildeo muacutetua entre o homem sua cultura e seu meio circundante biofiacutesico A

educaccedilatildeo ambiental tambeacutem incluiu a praacutetica de tomar decisotildees e autoformular

um coacutedigo de comportamento com relaccedilatildeo agraves questotildees que concernem agrave

qualidade ambientalrdquo (Gonccedilalvez 1990)

ldquoA Educaccedilatildeo Ambiental natildeo deve ser entendida como um tipo especial

de educaccedilatildeo Trata-se de um processo longo e contiacutenuo de aprendizagem de

uma filosofia de trabalho participativo em que todos famiacutelia escola e

comunidade devem estar envolvidos O processo de aprendizagem de que trata

a educaccedilatildeo ambiental natildeo pode ficar restrito exclusivamente agrave transmissatildeo de

conhecimentos agrave heranccedila cultural do povo agraves geraccedilotildees mais novas ou agrave simples

preocupaccedilatildeo com a formulaccedilatildeo integral do educando inserindo em seu

contexto social Deve ser um processo de aprendizagem centrado no aluno

gradativo contiacutenuo e respeitador de sua cultura e de sua comunidade Deve ser

um processo criacutetico criativo e poliacutetico com preocupaccedilatildeo de transmitir

conhecimentos a partir da discussatildeo e avaliaccedilatildeo critica dos problemas

comunitaacuterios e tambeacutem da avaliaccedilatildeo feita pelo aluno de sua realidade

individual e social na comunidade em que viverdquo (Gonccedilalves 1990)

ldquoA educaccedilatildeo ambiental se caracteriza por incorporar as dimensotildees soacutecio-

econocircmica poliacutetica cultural e histoacuterica natildeo podendo se basear em pautas

riacutegidas e de aplicaccedilatildeo universal devendo considerar as condiccedilotildees e estaacutegios de

cada paiacutes regiatildeo e comunidade sob uma perspectiva histoacuterica Assim sendo a

Educaccedilatildeo Ambiental deve permitir a compreensatildeo da natureza complexa do

meio ambiente e interpretar a interdependecircncia entre os diversos elementos que

76

conformam o ambiente com vistas a utilizar racionalmente os recursos do meio

na satisfaccedilatildeo material e espiritual da sociedade no presente e no

futurordquo(Conferecircncia Rio 92)

ldquoEacute o conhecimento das estruturas de composiccedilatildeo e da funcionalidade

da natureza das interferecircncias do que o homem produziu sobre esta estrutura

essa composiccedilatildeo e essa funcionalidaderdquo (Faria 1992)

ldquoEacute um processo de formaccedilatildeo e informaccedilatildeo orientado para o

desenvolvimento da consciecircncia criacutetica sobre as questotildees ambientais e de

atividades que levem agrave participaccedilatildeo das comunidades na preservaccedilatildeo do

equiliacutebrio ambientalrdquo (Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA)

ldquoEacute um processo por meio do qual o indiviacuteduo e a coletividade constroem

valores sociais conhecimentos habilidades atitudes e competecircncias voltadas

para a conservaccedilatildeo do Meio Ambiente bem de uso comum do povo essencial

agrave sadia qualidade de vida e sua sustentabilidaderdquo (Art1ordm Lei Federal nordm9795 de

27041999)

ldquoEacute o processo educacional de estudos e aprendizagem dos problemas

ambientais e suas interligaccedilotildees com o homem na busca de soluccedilotildees que visem a

preservaccedilatildeo do meio ambienterdquo (Santos1999)

ldquoEacute um processo que envolve um vigoroso esforccedilo de recuperaccedilatildeo de

realidades e que garante um compromisso com o futuro Uma accedilatildeo entre

missionaacuteria utoacutepica destinada a reformular comportamentos humanos e recriar

valores perdidos ou jamais alcanccedilados Trata-se de um novo ideaacuterio

comportamental tanto no acircmbito individual quanto no coletivordquo (Aziz Abrsquo Saber)

ldquoEacute um processo no curso do qual o indiviacuteduo consegue assimilar os

conceitos e interiorizar as atitudes mediante as quais adquire as capacidades e

os comportamentos que lhe permitem compreender e julgar as relaccedilotildees de

interdependecircncia estabelecidas entre a sociedade com seu modo de

produccedilatildeo sua ideologia e sua estrutura de poder dominante e seu meio

77

biofiacutesico assim como para atuar em consequumlecircncia da anaacutelise efetuadardquo (Cantildeal

Garcia Porlaacuten)

Com as inuacutemeras definiccedilotildees para Educaccedilatildeo Ambiental observa-se que

cada oacutergatildeo ou membro da Sociedade tem uma visatildeo de Educaccedilatildeo Ambiental

que vai variar no ponto de interesse de cada um

Para alguns indiviacuteduos falar sobre os problemas do Meio Ambiente eacute se

restringir aos assuntos relacionados agrave extinccedilatildeo de organismos vivos como animais

e plantas Atualmente a Educaccedilatildeo Ambiental eacute colocada em uma posiccedilatildeo

mais realista e esclarecedora na qual define como Meio Ambiente tudo que

compotildee a paisagem Deste modo Meio Ambiente pode ser classificado de

diversas formas como Meio Ambiente natural que eacute a natureza com toda sua

diversidade Meio Ambiente fiacutesico que satildeo as edificaccedilotildees estradas etc e Meio

Ambiente social que eacute formado pelas pessoas que compotildeem a Sociedade

(Carvalho 2002)

Com base nestas definiccedilotildees se pode afirmar que a Educaccedilatildeo Ambiental

funciona como uma base na busca de um equiliacutebrio entre o homem e o

ambiente que o cerca e o seu objetivo fundamental eacute suscitar mudanccedilas de

comportamento na sociedade Os indiviacuteduos devem construir enquanto grupo

social valores novos conhecimentos atitudes e habilidades indispensaacuteveis para a

conservaccedilatildeo do meio ambiente que eacute um patrimocircnio coletivo essencial para a

vida saudaacutevel (ALERJ 1999)

Para que o equiliacutebrio possa ser atingido existe a necessidade da

construccedilatildeo dos pilares de uma Sociedade Sustentaacutevel onde cada sistema social

tende a atualizar-se de modo a incorporar a dimensatildeo ambiental em suas

respectivas especificidades a partir do fornecimento de meios adequados para

a transiccedilatildeo em direccedilatildeo a sustentabilidade Assim o Sistema Juriacutedico cria o

ldquoDireito Ambientalrdquo o Sistema Cientiacutefico desenvolve a ldquoCiecircncia Complexardquo o

Sistema Tecnoloacutegico cria a ldquoTecnologia Eco eficienterdquo o Sistema Econocircmico

potencializa uma ldquoEconomia Ecoloacutegicardquo o Sistema poliacutetico oferece uma ldquoPoliacutetica

78

Verderdquo e o Sistema Educacional fornece a ldquoEducaccedilatildeo Ambientalrdquo Cabe a cada

sistema social desenvolver condiccedilotildees especiacuteficas que favoreccedilam as muacuteltiplas

dimensotildees da Sustentabilidade (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)

Dentro deste contexto de sistemas sociais que possuem o poder e o dever

de promover as mudanccedilas na aacuterea ambiental destaca-se o Sistema

Educacional pois este eacute o responsaacutevel pela construccedilatildeo dos fundamentos da

Sociedade Sustentaacutevel capaz de promover as mudanccedilas atraveacutes de duas

funccedilotildees ldquoMudanccedilas Culturaisrdquo com a informaccedilatildeo e promoccedilatildeo da eacutetica

ecoloacutegica e as ldquoMudanccedilas Sociaisrdquo atraveacutes da valorizaccedilatildeo dos indiviacuteduos grupos

e sociedades que muitas vezes se encontram em maacutes condiccedilotildees de enfrentar os

desafios dos novos tempos

52 Histoacuterico

Alguns autores mencionam que a Educaccedilatildeo Ambiental teve iniacutecio apoacutes a

Segunda Guerra Mundial onde fez emergir com maior ecircnfase os estudos do meio

ambiente e a importacircncia de uma educaccedilatildeo especiacutefica para este fim Para

outros a Educaccedilatildeo Ambiental eacute anterior a este periacuteodo mesmo que de forma

inconsciente sem maiores pretensotildees (Ministeacuterio do meio Ambiente 2004)

Na verdade natildeo se pode definir com exatidatildeo o momento onde tem iniacutecio

a histoacuteria da Educaccedilatildeo Ambiental tanto no Brasil como no mundo Na verdade a

Educaccedilatildeo Ambiental sempre esteve presente desde a antiguidade e ateacute se

pode mencionar que a histoacuteria teve iniacutecio no momento em que os primeiros

habitantes da terra comeccedilaram a se incomodar com o seu entorno isto eacute com

seus dejetos onde a presenccedila deles comeccedilou a causar desconforto Neste

momento se comeccedilou a pensar como eliminar estes dejetos para melhorar a

qualidade do ambiente em que viviam (Abreu 2000)

Partindo deste principio admiti-se que a evoluccedilatildeo da Educaccedilatildeo

Ambiental se deu atraveacutes de fatos ou acontecimentos que levaram as pessoas a

pensarem e tomarem iniciativas que levassem a melhorar as condiccedilotildees do

79

ambiente em que viviam ou para evitar que problemas maiores pudessem surgir

no futuro que pudessem comprometer a qualidade de vida das futuras

geraccedilotildees Baseados neste princiacutepio destacam-se alguns fatos ocorridos no Brasil

e no mundo que foram marcantes para a histoacuteria da Educaccedilatildeo Ambiental

SEacuteCULO XIX

1808 Criaccedilatildeo do Jardim Botacircnico no Rio de Janeiro Em 13 de junho

de 1808 foi criado o Jardim de Aclimataccedilatildeo que serviria para aclimatar as

especiarias vindas das Iacutendias Orientais Foi criado por DJoatildeo Priacutencipe Regente

na eacutepoca que era encantado com a exuberacircncia da natureza do lugar As

primeiras espeacutecies de plantas trazidas para o Jardim vieram das Ilhas Mauriacutecio do

Jardim Pamplemousse por Luiz de Abreu Vieira e Silva (wwwjbrjgovbr)

1850 Lei 601 de Dom Pedro II proibindo a exploraccedilatildeo florestal nas

terras devolutas isto eacute as que natildeo se acharem aplicadas a algum uso puacuteblico

nacional provincial ou municipal A lei determinava a proibiccedilatildeo de derrubada de

matas e o atear fogo Poreacutem a lei foi ignorada continuando o desmatamento

para implantaccedilatildeo da monocultura de cafeacute (wwwjusticcedilaspgovbr)

1869 Ernenst Haeckel propotildee o vocaacutebulo ldquoecologiardquo para estudos das

relaccedilotildees entre as espeacutecies e seu ambiente (wwwambientebrasilcombr)

1872 Criaccedilatildeo do primeiro parque nacional do mundo ldquoYellowstonerdquo

USA Sua fundaccedilatildeo em 1872 ocorreu numa eacutepoca em que ecologia e ambiente

estavam longe de ser preocupaccedilotildees cotidianas Mas graccedilas agraves pressotildees

exercidas pelo naturalista Ferdinand Hayden do departamento de pesquisas

geoloacutegicas dos Estados Unidos Yellowstone inaugurou o conceito de parque

nacional (www2uolcombrcaminhosdaterra reportagens)

1876 Andreacute Rebouccedilas sugere a criaccedilatildeo de parques nacionais na Ilha

de Bananal e em Sete Quedas (wwwcefleorgbr)

80

1896 Foi criado o primeiro parque estadual em Satildeo Paulo Parque da

Cidade (wwwcefleorgbr)

SEacuteCULO XX

1920 O pau Brasil eacute considerado extinto devido agrave exploraccedilatildeo

irresponsaacutevel e ao desmatamento da Mata Atlacircntica floresta onde ele nascia

normalmente Hoje eacute artigo raro nas florestas brasileiras mas na eacutepoca do

descobrimento era tatildeo abundante que a planta acabou dando nome ao nosso

paiacutes (wwwcanalkidscombrmeioambiente)

1932 Realiza-se no Museu Nacional a primeira Conferecircncia Brasileira de

Proteccedilatildeo agrave Natureza (wwwambientebrasilcombr)

1934 Decreto 23793 transforma em Lei o Anteprojeto de Coacutedigo

Florestal(Brasil1934)

1937 Cria-se o Parque Nacional de Itatiaia Pioneiro foi a primeira aacuterea

do paiacutes a oficialmente se constituir em Unidade de Conservaccedilatildeo procurando-se

com isso preservar seu rico patrimocircnio bioacutetico e geomorfoloacutegico

(wwwmregovbr) (wwwparqueitatiaiacombr)

1939 O Parque Nacional do Iguaccedilu (PNI) foi criado em 10 de janeiro

de 1939 e tombado pela UNESCO como Patrimocircnio da Humanidade em 1986 por

ser a uacuteltima grande amostra do Domiacutenio da Mata Atlacircntica que cobre grande

parte da bacia do Prata(wwwunbbr)

1947 Eacute Fundado na Suiacuteccedila a UICN-Uniatildeo Internacional para a

Conservaccedilatildeo da Natureza que eacute uma Organizaccedilatildeo Internacional que congrega

instituiccedilotildees governamentais e natildeo governamentais em volta da problemaacutetica da

integridade e diversidade da natureza (wwwambientebrasilcombr)

1952 Em Londres no ano de 1952 houve um episoacutedio grave Os efeitos

de uma ldquoneacutevoa negrardquo comeccedilaram a se manifestar atraveacutes da proliferaccedilatildeo de

81

diversas moleacutestias contraiacutedas principalmente pelos habitantes que sofriam de

problemas pulmonares e circulatoacuterios Foram constatadas na semana seguinte

ao episoacutedio quatro mil mortes a mais do que esperado

(wwweducaccedilatildeopublicarjgovbr)

1962 Publicaccedilatildeo da ldquoPrimavera Silenciosardquo por Rachel Louise Carson

escritora cientista e ecologista norte-americana Deve-se a ela o livro que

marcou o iniacutecio da revoluccedilatildeo ecoloacutegica nos Estados Unidos The Silent Spring (A

Primavera Silenciosa) o qual relata os efeitos da maacute utilizaccedilatildeo dos pesticidas e

inseticidas quiacutemico-sinteacuteticos alertando sobre as consequumlecircncias danosas de

inuacutemeras accedilotildees humanas sobre o ambiente trazendo uma seacuterie de advertecircncias

sobre o meio ambiente Ainda hoje a obra eacute considerada uma das mais

importantes do seacuteculo ajudando a desencadear uma mudanccedila de postura dos

EUA e de outros paiacuteses do mundo em relaccedilatildeo aos pesticidas e

poluentes(wwwgeocitiescombr) (wwwambientebrasilcombr)

1965 Em marccedilo de 1965 na Conferecircncia de Educaccedilatildeo da

Universidade de Keele na Inglaterra colocou-se pela primeira vez a expressatildeo

Educaccedilatildeo Ambiental com a recomendaccedilatildeo de que ela deveria se tornar uma

parte essencial de educaccedilatildeo de todos os cidadatildeos(wwwmmagovbr)

(wwwjornaldomeioambientecombr)

1968 Fundaccedilatildeo do Clube de Roma Fundado pelo industrial italiano

Aureacutelio Peccei e pelo quiacutemico inglecircs Alexander King agregando empresaacuterios

poliacuteticos cientistas sociais Um grupo de especialistas de vaacuterias aacutereas passou a se

reunir regularmente com a preocupaccedilatildeo de discutir a crise atual e futura da

humanidade (wwwsenacbr) (wwwambientespgov)

1970 Entidade relacionada agrave revista britacircnica The Ecologist elabora o

ldquoManifesto para Sobrevivecircnciardquo onde insistiam que um aumento indefinido de

demanda natildeo pode ser sustentado por recursos finitos (wwwmecgovbr)

82

1971 Cria-se no Rio Grande do Sul a associaccedilatildeo gauacutecha de proteccedilatildeo

ao Ambiente Natural Fundada em 27 de abril de 1971 em Porto Alegre atraveacutes

da figura de Joseacute Lutzenberger encontrava uma ressonacircncia na miacutedia local e

nacional e junto aos meios universitaacuterios Pensadores e liacutederes ambientalistas

perceberam que harmonizar civilizaccedilatildeo industrial e natureza era um desafio que

exigiria uma revoluccedilatildeo cultural econocircmica e social sem precedentes(

wwwagirazulcombr)

1972 Publicaccedilatildeo do Relatoacuterio ldquoOs Limites do Crescimentordquo ndash Clube de

Roma Na visatildeo de Freire Dias o embriatildeo dessa medida foi gerado a partir do

relatoacuterio elaborado em 1968 e publicou um relatoacuterio denominado The limits of

growth (Os limites do crescimento econocircmico) onde se condenava a partir de

estudos sobre os modelos de desenvolvimento adotados a busca incessante do

crescimento da economia a qualquer custo e a meta de se tornaacute-la cada vez

maior mais rica e poderosa sem levar em conta o custo final desse crescimento

As vaacuterias anaacutelises contidas no referido relatoacuterio convergiam para o alerta sobre o

perigo do crescente consumo das sociedades modernas que se mantido no

ritmo atual levaria a humanidade a um limite de crescimento possivelmente a

um colapso Esse relatoacuterio apesar de rejeitado pelos poliacuteticos da eacutepoca foi

levado agrave Conferecircncia de Estocolmo em cujo foacuterum aprovou-se a

Recomendaccedilatildeo nordm 96 que reconhecia o desenvolvimento da Educaccedilatildeo

Ambiental como elemento criacutetico para o combate agrave crise ambiental do mundo

moderno (wwwsenaccombr)

Conferecircncia de Estocolmo ndash Em julho de 1972 na Sueacutecia onde

113 paiacuteses 90 dos quais pertenciam ao grupo dos paiacuteses em desenvolvimento

onde apenas 16 deles possuiacuteam entidades de proteccedilatildeo ambiental se reuniram

na Conferecircncia sobre o Meio Ambiente Humano Foi a primeira reuniatildeo

ambiental global que viria a acrescentar definitivamente agraves questotildees prioritaacuterias

discutidas pela ONU criada em 1945 - a paz os direitos humanos e o

desenvolvimento com igualdade - o tema da seguranccedila ecoloacutegica Desse modo

a Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas sobre Meio Ambiente Humano mundialmente

conhecida como Conferecircncia de Estocolmo passou a ser o marco de referecircncia

83

para as discussotildees sobre o que na sequumlecircncia viria a constituir-se numa das

questotildees mais complexas e mais cruciais da histoacuteria recente da humanidade ou

seja a questatildeo do desenvolvimento sustentaacutevel Ela chamou a atenccedilatildeo do

mundo para a gravidade da situaccedilatildeo nesse setor

(wwwmregovbr)(wwwagirazulcombr) (wwwcomcienciabr)

Universidade Federal de Pernambuco inicia uma campanha de

reintroduccedilatildeo do pau brasil considerado extinto em 1920

(wwwambientebrasilcombr)

Ainda como resultado da Conferecircncia de Estocolmo neste

mesmo ano a ONU criou um organismo denominado Programa das Naccedilotildees

Unidas para o Meio Ambiente - PNUMA sediado em Nairobi (wwwmecgovbr)

A Universidade Federal do Rio Grande do Sul criou o primeiro

curso de poacutes-graduaccedilatildeo em Ecologia do paiacutes (wwwmecgovbr)

1973 Registro Mundial de Programas em Educaccedilatildeo Ambiental-USA

(wwwambientebrasilcombr)

Cria-se a Secretaria Especial do Meio Ambiente SEMA pelo

Decreto nordm 73030 de 30 de outubro de 1973 que entre outras atividades

comeccedilou a fazer Educaccedilatildeo Ambiental e se propocircs a discutir junto agrave opiniatildeo

puacuteblica a questatildeo ambiental fazendo com que as pessoas se preocupassem

mais com o meio ambiente e evitassem atitudes predatoacuterias Vaacuterias medidas

legais foram tomadas posteriormente com o objetivo de preservar e conservar os

recursos ambientais e de controlar as diversas formas de poluiccedilatildeo A SEMA

dedicou-se a defender dois grandes objetivos estar atenta agrave poluiccedilatildeo

principalmente a de caraacuteter industrial mais visiacutevel e proteger a natureza

(wwwibamagovbr)

1974 Seminaacuterio de Educaccedilatildeo Ambiental em Jammi Finlacircndia - Esse

seminaacuterio considerou que a Educaccedilatildeo Ambiental permite alcanccedilar os objetivos

de proteccedilatildeo ambiental e que natildeo se trata de um ramo da ciecircncia ou uma

84

mateacuteria de estudos separada mas de uma accedilatildeo integral permanente

(wwwprgovbrmeioambiente)

1975 Congresso de Belgrado - Estabeleceu as metas e os princiacutepios da

Educaccedilatildeo Ambiental presentes na chamada Carta de Belgrado onde tambeacutem

se propusera que a Educaccedilatildeo Ambiental deveria ser contiacutenua multidisciplinar

integrada agraves diferenccedilas e voltada para os interesses nacionais

(wwwprgovbrmeioambiente)

Programa Internacional de Educaccedilatildeo Ambiental ndash PIEA- Criado

pela UNESCO o Programa Internacional de Educaccedilatildeo Ambiental e ateacute os dias

de hoje tem continuamente atuado na EA internacional e regionalmente O PIEA

manteacutem uma base de dados com informaccedilotildees sobre instituiccedilotildees de EA em todo

o mundo aleacutem de projetos e eventos que envolvem estudantes professores e

administradores (wwwambientespgov)

1976 Reuniatildeo Sub-regional de EA para o ensino secundaacuterio em

Chosica Peru Nesse foacuterum as questotildees ambientais na Ameacuterica Latina foram

relacionadas agraves necessidades de sobrevivecircncia e aos direitos humanos de seus

povos (wwwambientebrasilcombr)

Congresso de Educaccedilatildeo Ambiental Brasarville na Aacutefrica o qual

reconheceu que a pobreza eacute o maior problema ambiental

(wwwambientebrasilcombr)

A SEMA a Fundaccedilatildeo Educacional do Distrito Federal e a

Universidade de Brasiacutelia realizaram o primeiro curso de Extensatildeo para professores

do 1o Grau em Ecologia (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)

1977 A SEMA constitui um grupo de trabalho para elaboraccedilatildeo de um

documento de Educaccedilatildeo Ambiental para definir seu papel no contexto brasileiro

(Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)

85

Seminaacuterios Encontros e debates preparatoacuterios agrave Conferecircncia de

Tbilisi satildeo realizados pela FEEMA-RJ (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)

No Brasil o Conselho Federal de Educaccedilatildeo tornou obrigatoacuteria a

disciplina Ciecircncias Ambientais nos cursos de Engenharia (wwwmecgovbr)

Conferecircncia de Tbilisi realizada em 1977 na Geoacutergia ex-Uniatildeo

Sovieacutetica Foi deste encontro que saiacuteram as definiccedilotildees os objetivos os princiacutepios e

as estrateacutegias para a Educaccedilatildeo Ambiental que ateacute hoje satildeo adotadas

mundialmente Para que se chegasse a recomendaccedilotildees tatildeo duradouras foram

necessaacuterios vaacuterios anos de preparo Os proacuteprios organizadores do evento de Tbilisi

reconheceram que ele foi um prolongamento da Conferecircncia de Estocolmo de

1972 onde a Educaccedilatildeo Ambiental passou a ser considerada como campo de

accedilatildeo pedagoacutegica adquirindo relevacircncia e vigecircncia internacional

(wwwprgovbrmeioambiente)

1978 Nos cursos de Engenharia Sanitaacuteria inserem-se as disciplinas de

Saneamento Baacutesico e Saneamento Ambiental (wwwambientebrasilcombr)

1979 O MEC e a CETESB SP publicam o documento ldquoEcologia uma

Proposta para o Ensino de 1o e 2o Grausrdquo (wwwjornaldomeioambientecombr)

Encontro Regional de Educaccedilatildeo Ambiental para Ameacuterica Latina

em San Joseacute Costa Rica(wwwambientebrasilcombr)

1980 Seminaacuterio Regional Europeu sobre EA para Europa e Ameacuterica do

Norte o qual assinala a importacircncia do intercacircmbio de informaccedilotildees e

experiecircncias (wwwambientebrasilcombr)

Seminaacuterio Regional sobre EA nos Estados Aacuterabes Manama

Bahrein (UNESCO-PNUMA 1980)

1981 Lei Nordm 6938 de 31 de Agosto de 1981 dispotildee sobre a Poliacutetica

Nacional do Meio Ambiente (Brasil 1981)

86

1983 Por decisatildeo da Assembleacuteia Geral da ONU foi criada a Comissatildeo

Mundial de Meio Ambiente e Desenvolvimento ndash CMMAD presidida pela entatildeo

primeira ministra da Noruega Gro Harlem Brundtland Tinha como objetivo

analisar a interface entre a questatildeo ambiental e o desenvolvimento assim como

propor um plano de accedilotildees (wwwambientespgovbr)

1984 Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) apresenta uma

resoluccedilatildeo estabelecendo diretrizes para a Educaccedilatildeo Ambiental que natildeo eacute

tratada (wwwambientebrasilcombr)

1985 Parecer 81985 do MEC reforccedila a necessidade da inclusatildeo de

conteuacutedos ecoloacutegicos ao longo do processo de formaccedilatildeo do ensino de 1ordm e 2ordm

graus integrados a todas as aacutereas do conhecimento de forma sistematizada e

progressiva possibilitando a ldquoformaccedilatildeo da consciecircncia ecoloacutegica do futuro

cidadatildeordquo (wwwmecgovbr)

1986 A SEMA junto com a Universidade Nacional de Brasiacutelia organiza o

primeiro Curso de Especializaccedilatildeo em Educaccedilatildeo Ambiental (1986 a 1988)

(Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)

1987 O MEC aprova o Parecer 22687 do conselheiro Arnaldo Niskier

em relaccedilatildeo agrave necessidade de inclusatildeo da Educaccedilatildeo Ambiental nos curriacuteculos

escolares de 1o e 2o Graus O Plenaacuterio do Conselho Federal de Educaccedilatildeo

aprovou por unanimidade a conclusatildeo da Cacircmara de Ensino a respeito do

parecer 22687 que considerava necessaacuteria a inclusatildeo da Educaccedilatildeo Ambiental

dentre os conteuacutedos a serem explorados nas propostas curriculares das escolas

de 1ordm e 2ordm graus bem como sugeria a criaccedilatildeo de Centros de Educaccedilatildeo

Ambiental (wwwmecgovbr)

Estrateacutegia Internacional de accedilatildeo em mateacuteria de educaccedilatildeo e

formaccedilatildeo ambiental para o dececircnio de 90 - documento final do Congresso

Internacional sobre Educaccedilatildeo e Formaccedilatildeo Relativas ao Meio-ambiente realizado

em 1987 em Moscou Ruacutessia promovido pela UNESCO Ressalta a importacircncia da

87

formaccedilatildeo de recursos humanos nas aacutereas formais e natildeo formais da EA e na

inclusatildeo da dimensatildeo ambiental nos curriacuteculos de todos os niacuteveis

(wwwmecgovbr)

Paulo Nogueira Neto Primeiro secretaacuterio da Secretaria Especial

do Meio Ambiente (1974-1986) representa o Brasil na Comissatildeo Brundtland -

Comissatildeo Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento tambeacutem

conhecida como Comissatildeo Brundtland Essa comissatildeo produziu um relatoacuterio de

grande repercussatildeo internacional tendo sido usado inclusive como base para a

Agenda 21 Esse relatoacuterio da Comissatildeo Brundtland diz que desenvolvimento

sustentaacutevel ldquoeacute aquele que atende agraves necessidades do presente sem

comprometer a possibilidade de as geraccedilotildees futuras atenderem as suas proacuteprias

necessidadesrdquo (wwwibgegovbr)

Divulgaccedilatildeo do Relatoacuterio da Comissatildeo Brundtland Nosso Futuro

Comum A Comissatildeo Brundtland circulou o mundo e encerrou seus trabalhos em

1987 com um relatoacuterio chamado ldquoNosso Futuro Comumrdquo E eacute nesse relatoacuterio que

se encontra a definiccedilatildeo de desenvolvimento sustentaacutevel mais aceita e difundida

em todo o Planeta ldquoDesenvolvimento sustentaacutevel eacute aquele que atende agraves

necessidades do presente sem comprometer a possibilidade das geraccedilotildees futuras

satisfazerem suas proacuteprias necessidadesrdquo Segundo a Comissatildeo o desafio era

trazer as consideraccedilotildees ambientais para o centro das tomadas de decisotildees

econocircmicas e para o centro do planejamento futuro nos diversos niacuteveis local

regional e global (wwwmregovbr)

Congresso Internacional da UNESCO ndash PNUMA sobre Educaccedilatildeo

e Formaccedilatildeo Ambiental - Moscou Realizou a avaliaccedilatildeo dos avanccedilos desde Tbilisi

reafirmou os princiacutepios de Educaccedilatildeo Ambiental e assinalou a importacircncia e

necessidade da pesquisa e da formaccedilatildeo em Educaccedilatildeo Ambiental

(wwwambientebrasilcombr)

88

1988 Declaraccedilatildeo de Caracas ORPAL - PNUMA Sobre Gestatildeo

Ambiental na Ameacuterica a qual denuncia a necessidade de mudar o modelo de

desenvolvimento (wwwprgovbr)

A Constituiccedilatildeo Brasileira de 1988 em Art 225 no Capiacutetulo VI - Do

Meio Ambiente Inciso VI destacou a necessidade de lsquorsquopromover a Educaccedilatildeo

Ambiental em todos os niacuteveis de ensino e a conscientizaccedilatildeo puacuteblica para a

preservaccedilatildeo do meio ambientersquorsquo Para cumprimento dos preceitos

constitucionais leis federais decretos constituiccedilotildees estaduais e leis municipais

determinaram a obrigatoriedade da Educaccedilatildeo Ambiental(Brasil 1988)

Fundaccedilatildeo Getuacutelio Vargas traduz e publica o Relatoacuterio

Brundtland Nosso Futuro Comum (wwwprgovbr)

A Secretaria de Estado do Meio Ambiente de SP e a CETESB

publicam a ediccedilatildeo piloto do livro ldquoEducaccedilatildeo Ambientalrdquo Guia para professores

de 1o e 2o Graus (wwwnossoambienteonlinehpgigcombr)

1989 Criaccedilatildeo do IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente) pela

fusatildeo da SEMA SUDEPE SUDEHVEA e IBDF - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e

dos Recursos Naturais Renovaacuteveis uma autarquia federal foi criado pela Lei

773589 vinculado ao Ministeacuterio do Meio Ambiente ndash MMA sendo responsaacutevel

principalmente pela execuccedilatildeo da Poliacutetica Nacional do Meio Ambiente e

desenvolve atividades para a preservaccedilatildeo e conservaccedilatildeo do patrimocircnio natural

exercendo o controle e a fiscalizaccedilatildeo sobre o uso dos recursos naturais Nele

funciona a Divisatildeo de Educaccedilatildeo Ambiental com a missatildeo de promover a

conscientizaccedilatildeo de todos para a utilizaccedilatildeo racional dos recursos naturais

incentivando o desenvolvimento sustentaacutevel visando agrave preservaccedilatildeo do meio

ambiente para as geraccedilotildees futuras (wwwgeocitiesyahoocombribamapr)

Programa de Educaccedilatildeo Ambiental em Universidade Aberta da

Fundaccedilatildeo Demoacutecrito Rocha por meio de encartes nos jornais de Recife e

Fortaleza (wwwprgovbr)

89

Primeiro Encontro Nacional sobre Educaccedilatildeo Ambiental no Ensino

Formal IBAMA UFRPE Recife (wwwprgovbr)

Criou-se o Fundo Nacional de Meio Ambiente (FNMA) no

Ministeacuterio do Meio Ambiente MMA Criado pela Lei 7797 de 10 de julho de 1989

O FNMA tem por missatildeo contribuir como agente financiador e por meio da

participaccedilatildeo social para a implementaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional do Meio

Ambiente (PNMA) Desde sua criaccedilatildeo o FNMA apoacuteia projetos ambientais em todo

o paiacutes tendo investido mais de cem milhotildees de reais distribuiacutedos entre mais de mil

projetos aprovados (wwwmmagovbr)

Primeiro Seminaacuterio sobre materiais para a Educaccedilatildeo Ambiental

ORLEAC - UNESCO - PIEA Santiago Chile (wwwprgovbr)

Declaraccedilatildeo de HAIA preparatoacuterio da RIO 92 aponta a

importacircncia da cooperaccedilatildeo internacional nas questotildees

ambientais(wwwambientebrasilcombr)

1990 Conferecircncia Mundial sobre Ensino para Todos Satisfaccedilatildeo das

necessidades baacutesicas de aprendizagem em Jomtien Tailacircndia Destaca o

conceito de Analfabetismo Ambiental O analfabetismo ambiental levou a

espeacutecie humana a produzir essas pressotildees insuportaacuteveis sobre os sistemas naturais

Estamos vivendo de retiradas contiacutenuas de uma poupanccedila na qual natildeo fazemos

nenhum depoacutesito ldquoO analfabetismo ambiental eacute o mais difiacutecil de ser erradicado

pois atinge ateacute pessoas com vaacuterios anos de escolaridade que continuam

ateando fogo nas folhas secas em seus quintais natildeo reciclando o lixo e natildeo

poupando aacutegua nem energia eleacutetricardquo Gonccedilalves 1990 (wwwigcuspbr)

A ONU declara o ano 1990 como o Ano Internacional do Meio

Ambiente (wwwambientebrasilcombr)

I Curso Latino-Americano de Especializaccedilatildeo em Educaccedilatildeo

Ambiental PNUMAIBAMACNPqCAPESUFMTCUIABAacute-MT (1990 a 1994)

(wwwambientebrasilcombr)

90

1991 Portaria 678 (140591) do MEC determinou que a educaccedilatildeo

escolar deveria contemplar a Educaccedilatildeo Ambiental permeando todo o curriacuteculo

dos diferentes niacuteveis e modalidades de ensino Foi enfatizada a necessidade de

investir na capacitaccedilatildeo de professores (wwwmecgovbr)

Projeto de Informaccedilotildees sobre Educaccedilatildeo Ambiental IBAMA MEC

(wwwambientebrasilcombr)

Encontro Nacional de Poliacuteticas e Metodologias para Educaccedilatildeo

Ambiental promovido pela Presidecircncia da Repuacuteblica atraveacutes do MEC e SEMA

com apoio da UNESCOEmbaixada do Canadaacute em Brasiacutelia com a finalidade de

discutir diretrizes para definiccedilatildeo da Poliacutetica da EA (wwwmecgovbr)

Grupo de Trabalho para Educaccedilatildeo Ambiental coordenado pelo

MEC preparatoacuterio para a Conferecircncia do Rio 92 (wwwmecgovbr)

Reuniotildees preparatoacuterias da Rio 92(wwwambientebrasilcombr)

1992 Conferecircncia da ONU sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento

RIOndash92 UNCED Rio92 - Criaccedilatildeo da Agenda 21 Tratado de Educaccedilatildeo Ambiental

para Sociedades Sustentaacuteveis FORUN das ONGrsquos - compromissos da sociedade

civil com a Educaccedilatildeo Ambiental e o Meio Ambiente Carta Brasileira de

Educaccedilatildeo Ambiental o qual apontou as necessidades de capacitaccedilatildeo na aacuterea

(MEC 1992)

1ordm Encontro Nacional de Centros de Educaccedilatildeo Ambiental (CEAS)

ndash onde os coordenadores dos centros jaacute existentes e os teacutecnicos das Secretarias

de Educaccedilatildeo debateram propostas pedagoacutegicas e recursos institucionais e

apresentaram projetos e experiecircncias exitosas em educaccedilatildeo ambiental Em

decorrecircncia o Mec passou a incentivar a implantaccedilatildeo de centros de educaccedilatildeo

ambiental como espaccedilos de referencia visando a formaccedilatildeo integral do cidadatildeo

para interagir em diversos niacuteveis e modalidades de ensino e introduzir praacuteticas de

educaccedilatildeo ambiental junto agraves comunidades (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)

91

Foi criado o Ministeacuterio do Meio Ambiente (Ministeacuterio do Meio

Ambiente 2005)

Participaccedilatildeo das ONGrsquos do Brasil no Foacuterum de ONGrsquos e na

redaccedilatildeo do Tratado de Educaccedilatildeo Ambiental para Sociedades Sustentaacuteveis

Destaca-se o papel da Educaccedilatildeo Ambiental na construccedilatildeo da Cidadania

Ambiental (wwwambientebrasilcombr)

O MEC promove no Rio de Janeiro o Workshop sobre Educaccedilatildeo

Ambiental com o objetivo de socializar os resultados das experiecircncias nacionais e

internacionais de EA discutir metodologias e curriacuteculos destacando a

necessidade de capacitaccedilatildeo de recursos humanos para EA cujo resultado

encontra-se na Carta Brasileira de Educaccedilatildeo Ambiental (wwwmecgovbr)

1993 Uma Proposta Interdisciplinar de Educaccedilatildeo Ambiental para

Amazocircnia IBAMA Universidades e SEDUCrsquos da regiatildeo publicaccedilatildeo de um

Documento Metodoloacutegico e um de caraacuteter temaacutetico com 10 temas ambientais

da regiatildeo (1992 a 1994) (wwwambientebrasilcombr)

Projeto de Lei n 379293 de autoria do Deputado Faacutebio

Feldmann ora em tramitaccedilatildeo no congresso Nacional institui a Poliacutetica de

Educaccedilatildeo Ambiental Este projeto de Lei tem como objetivo interligar os sistemas

nacionais de meio ambiente e de educaccedilatildeo em um sistema uacutenico (Ministeacuterio do

Meio Ambiente2004) (wwwbio2000hpgigcombr)

Portaria 77393 do MEC instituiu em caraacuteter permanente um

Grupo de Trabalho para EA com o objetivo de coordenar apoiar acompanhar

avaliar e orientar as accedilotildees metas e estrateacutegias para a implementaccedilatildeo da EA nos

sistemas de ensino em todos os niacuteveis e modalidades concretizando as

recomendaccedilotildees aprovadas na RIO -92(wwwmecgovbr)

Criaccedilatildeo dos Centros de Educaccedilatildeo Ambiental do MEC com a

finalidade de criar e difundir metodologias em Educaccedilatildeo Ambiental

(wwwambientebrasilcombr)

92

Congresso Sul-americano como continuidade da Rio92 ndash

Argentina (wwwambientebrasilcombr)

1994 Criaccedilatildeo do programa Nacional de Educaccedilatildeo Ambiental

(PRONEA) em dezembro de 1994 pela Presidecircncia da Repuacuteblica em funccedilatildeo da

Constituiccedilatildeo Federal de 1988 e dos compromissos internacionais assumidos com a

Conferencia do Rio compartilhado pelo entatildeo Ministeacuterio do Meio Ambiente dos

Recursos Hiacutedricos e da Amazocircnia Legal e pelo Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e do

Desporto com as parcerias do Ministeacuterio da Cultura e do Ministro da Ciecircncia e

Tecnologia (Ministeacuterio do Meio ambiente 2004)

Proposta do Programa Nacional de Educaccedilatildeo Ambiental -

PRONEA elaborada pelo MECMMAMINCMCT com o objetivo de ldquocapacitar o

sistema de educaccedilatildeo formal e natildeo-formal supletivo e profissionalizante em seus

diversos niacuteveis e modalidadesrdquo (wwwmecgovbr)

1995 Foi criada a Cacircmara Teacutecnica temporaacuteria de Educaccedilatildeo Ambiental

no Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA) determinante para o

fortalecimento da Educaccedilatildeo Ambiental Realizou sua primeira reuniatildeo em junho

de 1996 quando se discutiu o documento intitulado ldquoSubsiacutedios para a formulaccedilatildeo

de uma Poliacutetica Nacional de Educaccedilatildeo Ambientalrdquo elaborada pelo MMAIBAMA

e pelo MEC Os princiacutepios orientadores para esse documento eram a

participaccedilatildeo a descentralizaccedilatildeo o reconhecimento da pluralidade e

diversidade cultural e a interdisciplinaridade (ProNEA-2004) (wwwmecgovbr)

Conferecircncia para o Desenvolvimento Social realizada em

Copenhague Sueacutecia que visaria a Criaccedilatildeo de um ambiente econocircmico-poliacutetico-

social-cultural e juriacutedico que permita o desenvolvimento social

(wwwambientebrasilcombr)

1996 Lei nordm 927696 que estabelece o Plano Plurianual do Governo

19961999 define como principais objetivos da aacuterea de Meio Ambiente a

ldquopromoccedilatildeo da Educaccedilatildeo Ambiental atraveacutes da divulgaccedilatildeo e do uso de

93

conhecimentos sobre tecnologias de gestatildeo sustentaacutevel dos recursos naturaisrdquo

procurando garantir a implementaccedilatildeo do PRONEA (wwwmecgovbr)

Cursos de Capacitaccedilatildeo em Educaccedilatildeo Ambiental para os

teacutecnicos das SEDUCrsquos e DEMECrsquos nos Estados - Coordenaccedilatildeo de Educaccedilatildeo

Ambiental promove trecircs cursos de Capacitaccedilatildeo de Multiplicadores em Educaccedilatildeo

Ambiental - Apoio do acordo BRASILUNESCO a fim de preparar teacutecnicos das

Secretarias Estaduais de Educaccedilatildeo Delegacias Regionais de Educaccedilatildeo do MEC

e algumas Universidades Federais para atuarem no processo de inserccedilatildeo da

Educaccedilatildeo Ambiental nos Paracircmetros Curriculares (wwwmecgovbr)

Criaccedilatildeo da Comissatildeo Interministerial de EA do MMA - Essa

Comissatildeo tem como objetivo assessorar o Presidente da Repuacuteblica na tomada de

decisotildees sobre as estrateacutegias e poliacuteticas nacionais necessaacuterias ao

desenvolvimento sustentaacutevel conforme as diretrizes estabelecidas pela Agenda

21 (wwwmmagovbr)

1997 Aprovaccedilatildeo dos Novos PCNrsquos ndash Os PCNrsquos constituem-se como um

subsiacutedio para apoiar a escola na elaboraccedilatildeo de seu projeto educativo inserindo

procedimentos atitudes e valores no conviacutevio escolar bem como a necessidade

de tratar de alguns temas sociais urgentes de abrangecircncia nacional

denominado como temas transversais meio ambiente eacutetica pluralidade cultural

orientaccedilatildeo sexual trabalho e consumo (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)

I Conferecircncia Nacional de Educaccedilatildeo Ambiental (ICNEA)

realizada em Brasiacutelia quando foi produzido o documento ldquoCarta de Brasiacutelia para

a Educaccedilatildeo Ambientalrdquo contendo cinco aacutereas temaacuteticas Educaccedilatildeo Ambiental

e as vertentes do desenvolvimento sustentaacutevel Educaccedilatildeo Ambiental formal

papel desafios metodologias e capacitaccedilatildeo Educaccedilatildeo no processo de gestatildeo

ambiental metodologia e capacitaccedilatildeo Educaccedilatildeo Ambiental e as poliacuteticas

puacuteblicas PRONEA poliacuteticas de recursos hiacutedricos urbanas agricultura ciecircncia e

tecnologia Educaccedilatildeo Ambiental eacutetica formaccedilatildeo da cidadania educaccedilatildeo

comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo da sociedade (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)

94

Cursos de Educaccedilatildeo Ambiental organizados pelo MECndash Atraveacutes

da Coordenaccedilatildeo de Educaccedilatildeo Ambiental para as escolas Teacutecnicas e segunda

etapa de capacitaccedilatildeo das SEDUCrsquos e DEMECrsquos Convecircnio UNESCO ndash MEC

(wwwambientebrasilcombr)

IV Foacuterum de Educaccedilatildeo Ambiental e I Encontro da Rede de

Educadores Ambientais em VitoacuteriaES (wwwambientebrasilcombr)

Conferecircncia Internacional sobre Meio Ambiente e Sociedade

Conferecircncia Internacional sobre Meio Ambiente e Sociedade Educaccedilatildeo e

Consciecircncia Puacuteblica para a Sustentabilidade ndash Thessaloniki Greacutecia 1997 Onde

houve o reconhecimento que passados cinco anos da Conferecircncia Rio-92 o

desenvolvimento da EA foi insuficiente (wwwmecgovbr)

A Coordenaccedilatildeo de Educaccedilatildeo Ambiental do MEC promove sete

Cursos de Capacitaccedilatildeo de Multiplicadores e cinco Teleconferecircncias

(wwwmecgovbr)

1998 A Coordenaccedilatildeo de Educaccedilatildeo Ambiental do MEC promove 8

Cursos de Capacitaccedilatildeo de Multiplicadores 5 teleconferecircncias 2 Seminaacuterios

Nacionais e produz 10 viacutedeos para serem exibidos pela TV Escola

(wwwmecgovbr)

Ao final deste ano a Coordenaccedilatildeo de Educaccedilatildeo Ambiental eacute

inserida na Secretaria de Ensino Fundamental ndash SEF do MEC apoacutes reforma

administrativa (wwwportalmecgovbr)

1999 Criaccedilatildeo da Diretoria de Educaccedilatildeo Ambiental (DEA) do MMA ndash

Que passou a desenvolver as seguintes atividades Implantaccedilatildeo do Sistema

Brasileiro de Informaccedilatildeo em Educaccedilatildeo Ambiental (SIBEA) objetivando atuar

como um sistema integrador das informaccedilotildees de educaccedilatildeo ambiental no paiacutes

Implantaccedilatildeo de Poacutelos de Educaccedilatildeo Ambiental e Difusatildeo de Praacuteticas Sustentaacuteveis

nos Estados objetivando irradiar as accedilotildees de Educaccedilatildeo Ambiental fomento aacute

formaccedilatildeo de Comissotildees Interinstitucionais de Educaccedilatildeo Ambiental nos estados e

95

auxilio na elaboraccedilatildeo de programas estaduais de Educaccedilatildeo Ambiental

implantaccedilatildeo de curso de Educaccedilatildeo Ambiental a distancia objetivando

capacitar gestores professores e teacutecnicos de meio ambiente de todos os

municiacutepios do paiacutes implantaccedilatildeo do projeto Protetores da Vida objetivando

sensibilizar e mobilizar jovens para as questotildees ambientais (Ministeacuterio do Meio

Ambiente 2004)

Aprovaccedilatildeo da LEI 959799 que estabelece a Poliacutetica Nacional

de EA - promulgada a Lei nordm 9795 de 27 de abril de 1999 que institui a Poliacutetica

Nacional de Educaccedilatildeo Ambiental a que deveraacute ser regulamentada apoacutes as

discussotildees na Cacircmara Teacutecnica Temporaacuteria de Educaccedilatildeo Ambiental no CONAMA

(wwwmecgovbr)

A Portaria 164899 do MEC criou o Grupo de Trabalho com

representantes de todas as suas Secretarias para discutir a regulamentaccedilatildeo da

Lei nordm 979599 (wwwmecgovbr)

O MEC propotildee o Programa PCNrsquos em Accedilatildeo atendendo agraves

solicitaccedilotildees dos Estados tendo o Meio Ambiente como uns dos temas

transversais que seraacute trabalhado no ano 2000 (wwwmecgovbr)

Programa Nacional de Educaccedilatildeo Ambiental ndash implantaccedilatildeo do

Programa Nacional de Educaccedilatildeo Ambiental - ProNEA(wwwmecgovbr)

A Coordenaccedilatildeo de EA (COEA) do MEC passa a formar parte da

Secretaacuteria de Ensino Fundamental (wwwambientebrasilcombr)

2000 A Educaccedilatildeo Ambiental integra o Plano Plurianual do Governo

(2000-2003) e agora institucionalmente vinculado ao Ministeacuterio do Meio

Ambiente contemplando sete accedilotildees realizadas pelo MMA IBAMA Banco do

Brasil e Jardim Botacircnico do Rio de Janeiro (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)

2001 Em reconhecimento a importacircncia da articulaccedilatildeo dos

educadores ambientais e as suas instituiccedilotildees em modelos de articulaccedilatildeo

96

horizontal o MMA iniciou uma accedilatildeo de fomento a estruturaccedilatildeo e do

fortalecimento da Rede Brasileira de Educaccedilatildeo Ambiental (REBEA) e da Rede

Paulista de Educaccedilatildeo Ambiental (REPEA) e forneceu apoio a estruturaccedilatildeo da

REASUL da Rede Aguapeacute e da Rede Acreana de Educaccedilatildeo Ambiental

(Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)

2002 No mecircs de junho a lei nordm 979599 foi regulamentada pelo Decreto

nordm4 281 que definem entre outras coisas a composiccedilatildeo e as competecircncias do

Oacutergatildeo Gestor da PNEA lanccedilando assim as bases para a execuccedilatildeo da PNEA

(Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)

2003 Eacute instaurada no MMA a Comissatildeo intersetorial de Educaccedilatildeo

Ambiental (CISEA) com representaccedilatildeo de todas as secretarias e todos os oacutergatildeos

vinculados ao MMA criando uma instancia para um processo coordenado de

consultas e deliberaccedilotildees internamente a esse Ministeacuterio e contribuindo para a

transversalidade interna e a sinergia das accedilotildees em educaccedilatildeo ambiental

desenvolvidas pelas suas secretarias e pelos seus oacutergatildeos vinculados (Ministeacuterio do

Meio Ambiente 2004)

O Ministeacuterio da Educaccedilatildeo estabelece como prioridades viabilizar

as accedilotildees e diretrizes da PNEA e reestruturar a Coordenaccedilatildeo Geral de Educaccedilatildeo

Ambiental (COEA) que passa da Secretaria de Educaccedilatildeo Fundamental

diretamente agrave Secretaria Executiva atuando de forma integrada a todas as

secretarias conferindo maior visibilidade agrave Educaccedilatildeo Ambiental e oportunizando

sua transversalidade assim como seu enraizamento no MEC e na estrutura de

Governo (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)

2004 O MMA e o MEC promoveram em 21 de julho a reuniatildeo de

instalaccedilatildeo do oacutergatildeo gestor da PNEA um passo decisivo para a execuccedilatildeo das

accedilotildees em educaccedilatildeo ambiental no Governo Federal tendo como primeira tarefa

a assinatura de um Termo de Cooperaccedilatildeo Teacutecnica para a realizaccedilatildeo conjunta

da Conferencia Infanto-Juvenil pelo Meio Ambiente (Ministeacuterio do Meio

Ambiente 2004)

97

Em 17 de novembro foi instaurado o Comitecirc Assessor do Oacutergatildeo

Gestor sendo realizada sua primeira reuniatildeo na qual foram criados seis grupos de

trabalho (GTs) dois temporaacuterios ndash GT Documento do ProNEA e GT Regimento

Interno e quatro permanentes ndash GT Gestatildeo do Sistema Brasileiro de Informaccedilotildees

sobre Educaccedilatildeo Ambiental(SIBEA) GT Criteacuterios e Indicadores para Projetos e

Accedilotildees de Educaccedilatildeo Ambiental GT Instrumentos Institucionais e Legais para a

Promoccedilatildeo da Educaccedilatildeo Ambiental e GT Relaccedilotildees Internacionais (Ministeacuterio do

Meio Ambiente 2004)

Foi realizado em Goiacircnia o primeiro encontro governamental

nacional sobre poliacuteticas publicas de educaccedilatildeo ambiental reunindo secretaacuterios e

gestores puacuteblicos das trecircs esferas de governo da aacuterea ambiental O evento visou

a elaborar um diagnoacutestico dos principais desafios ao enraizamento da educaccedilatildeo

ambiental e a aproximaccedilatildeo entre as secretarias de educaccedilatildeo e do meio

ambiente Neste encontro foi reconhecida a necessidade da articulaccedilatildeo e do

fortalecimento muacutetuo das Comissotildees Interinstitucionais Estaduais e das Redes de

Educaccedilatildeo Ambiental Foi elaborado o documento ldquoCompromisso de Goiacircniardquo

que consiste no estabelecimento de um importante e pioneiro pacto entre as

esferas de governo para a criaccedilatildeo de Poliacuteticas e Programas estaduais e

municipais de Educaccedilatildeo Ambiental sincronizados com o ProNEA (Ministeacuterio do

Meio Ambiente 2004)

Nesse ano foi realizada a deacutecima-nona ediccedilatildeo do curso de

Introduccedilatildeo agrave Educaccedilatildeo no Processo de Gestatildeo Ambiental do IBAMA

alcanccedilando quase 700 profissionais formados para atuar com a educaccedilatildeo na

gestatildeo ambiental (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2005)

Ocorreu nova reestruturaccedilatildeo do MEC com a transferecircncia da

Coordenaccedilatildeo Geral de Educaccedilatildeo Ambiental (CGEA) para a entatildeo receacutem-criada

Secretaria de Educaccedilatildeo Continuada Alfabetizaccedilatildeo e Diversidade (Ministeacuterio do

Meio Ambiente 2005)

98

Teve iniacutecio um novo Plano Plurianual o PPA 2004-2007 Em

funccedilatildeo das novas diretrizes e sintonizado com o ProNEA o Programa 0052 eacute

reformulado passa a ser intitulado Educaccedilatildeo Ambiental para Sociedades

Sustentaacuteveis e inicia o ano composto por accedilotildees de responsabilidade da Diretoria

de Educaccedilatildeo Ambiental Fundo Nacional do Meio AmbienteAgecircncia Nacional

de Aacuteguas Coordenaccedilatildeo Geral de Educaccedilatildeo Ambiental do Instituto Brasileiro de

Meio Ambiente e Recursos Naturais Renovaacuteveis Jardim Botacircnico do Rio de

Janeiro e a Secretaria da Comissatildeo Interministerial para os Recursos do Mar

(SECIRM) (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)

Em novembro de 2004 foi realizado o V Foacuterum Brasileiro de

Educaccedilatildeo Ambiental construiacutedo de forma coletiva a partir da Rede Brasileira de

Educaccedilatildeo Ambiental e que proporcionou espaccedilos para diaacutelogo e trocas entre

os educadores ambientais Realizada durante todo o evento a atividade

denominada ldquoConversando com as Redesrdquo proporcionou aos participantes a

oportunidade de estar em contato com as pessoas que formam as redes de

Educaccedilatildeo Ambiental de todo o Brasil As conexotildees foram reforccediladas e renovadas

no evento que viu nascer a Rede Nordestina de Educaccedilatildeo Ambiental e a Rede

de Edu -comunicaccedilatildeo Socioambiental (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2005)

Ainda em novembro de 2004 o MMA participou na Venezuela

da reuniatildeo de trabalho de especialistas em gestatildeo puacuteblica da educaccedilatildeo

ambiental da Ameacuterica Latina e Caribe para elaboraccedilatildeo do plano de

implementaccedilatildeo do Programa Latino-americano e Caribenho de Educaccedilatildeo

Ambiental (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2005)

Nesse ano de 2004 foi feita a revisatildeo do Plano Plurianual e do

Programa 0052 e seu conjunto de accedilotildees foi alterado iniciando o exerciacutecio de

2005 com a seguinte composiccedilatildeo

bull 6270 ndash Educaccedilatildeo ambiental para recursos hiacutedricos (ANA)

bull 2972 ndash Educaccedilatildeo para conservaccedilatildeo da biodiversidade (Jardim Botacircnico

do Rio de Janeiro)

99

bull 2965 ndash Fomento a projetos integrados de educaccedilatildeo ambiental (FNMA)

bull 4932 ndash Formaccedilatildeo de educadores ambientais (DEAIBAMA)

bull 09HO ndash Apoio agrave gestatildeo compartilhada da educaccedilatildeo ambiental (DEA)

bull1997 ndash Implantaccedilatildeo do Sistema Brasileiro de Informaccedilotildees sobre Educaccedilatildeo

Ambiental (DEA)

bull 6857 ndash Produccedilatildeo e veiculaccedilatildeo de programas de educaccedilatildeo ambiental

(DEA)

bull 4641 ndash Publicidade de utilidade puacuteblica (DEA)

bull 4232 ndash Capacitaccedilatildeo de recursos humanos para a prevenccedilatildeo e o

controle ambiental nas aacutereas mariacutetimas e portuaacuterias (SECIRM) (Ministeacuterio do Meio

Ambiente 2004)

Nessa revisatildeo a CGEAMEC inclui no Programa 1061 - Brasil Escolarizado

sob responsabilidade desse Ministeacuterio duas accedilotildees relativas especificamente agrave

educaccedilatildeo ambiental

bull 09EA ndash Apoio agrave distribuiccedilatildeo de material didaacutetico para formaccedilatildeo

continuada em educaccedilatildeo ambiental

bull 09ED ndash Apoio agrave formaccedilatildeo continuada em educaccedilatildeo ambiental para

profissionais da educaccedilatildeo (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2005)

53 Algumas Consideraccedilotildees sobre a Evoluccedilatildeo da Educaccedilatildeo Ambiental

A Educaccedilatildeo Ambiental eacute direito de todos De modo formal como

componente permanente da educaccedilatildeo em todos os niacuteveis e modalidades De

modo natildeo formal atraveacutes de praacuteticas educativas voltadas para a mobilizaccedilatildeo e

participaccedilatildeo da sociedade e suas organizaccedilotildees na defesa da qualidade do

meio ambiente (ALERJ 1999)

A Educaccedilatildeo Ambiental jaacute percorreu um longo caminho superou alguns

obstaacuteculos alguns conflitos ganhou algumas batalhas porem ainda falta muito

para vencer a guerra contra os avanccedilos tecnoloacutegicos sem responsabilidade com

o meio ambiente porque o desenvolvimento eacute necessaacuterio poreacutem natildeo pode estar

100

combinado com um poder impiedoso e irracional do homem que destroacutei a terra

que pisa e tira o sustento polui o ar que respira suja a aacutegua que garante a sua

sobrevivecircncia e das geraccedilotildees futuras

Ao longo desses anos a Educaccedilatildeo Ambiental caminhou em direccedilatildeo ao

reconhecimento da sua importacircncia pois se natildeo houver um investimento em

accedilotildees que despertem a consciecircncia da humanidade para com o Meio

Ambiente natildeo teraacute nenhum sucesso os investimentos para o futuro A educaccedilatildeo

eacute o meio mais importante para o desenvolvimento do homem e a Educaccedilatildeo

Ambiental deve estar presente em todos os niacuteveis educacionais pois atraveacutes dela

passa a existir a consciecircncia pessoal de que o homem natildeo eacute o uacutenico no mundo

e sim faz parte dele segundo Boff 1992 ldquoMesmo sendo o homem a expressatildeo

autoconsciente do mundo natildeo eacute a principal nem a uacutenicardquo Devido a isto o

homem deve ter a consciecircncia de que existe uma interdependecircncia entre os

seres e a natureza em todo o planeta A partir da conscientizaccedilatildeo o homem

passa a perceber e revisar seus conceitos em relaccedilatildeo a viver bem pois a

seduccedilatildeo e adoraccedilatildeo aos estilos e modismos que fazem das pessoas aacutevidos

consumidores e como consequumlecircncia temos a geraccedilatildeo de montanhas de lixo

resiacuteduos inclusive radioativos aleacutem da extraccedilatildeo desordenada dos recursos

naturais natildeo renovaacuteveis

Eacute evidente que nas questotildees ambientais existem os conflitos que vatildeo de

encontro com os propoacutesitos poliacuteticos e os projetos educativos realmente

comprometidos com o resgate do equiliacutebrio entre a necessidade social e a

ambiccedilatildeo pessoal No primeiro caso trata-se de pessoas que na maioria das

vezes por falta de informaccedilatildeo destroem a natureza como derrubada de aacutervores

morte de animais pesca predatoacuteria etc em favor de seu sustento e de suas

famiacutelias natildeo percebendo que com esta destruiccedilatildeo estatildeo limitando o tempo do

seu sustento pois sem controle haacute o esgotamento No segundo caso a

exploraccedilatildeo e a destruiccedilatildeo da natureza natildeo por falta de informaccedilatildeo e sim por

ambiccedilatildeo ao dinheiro e por consequumlecircncia pelo poder natildeo importando o mal

que esta sendo feito Em relaccedilatildeo a isto se pode ressaltar que a pobreza tanto

nacional quanto global eacute uma das principais causas da destruiccedilatildeo pois quando

101

se tem fome a preocupaccedilatildeo com a natureza natildeo tem valor por isto quando se

fala em meio ambiente eacute tudo que estaacute a nossa volta inclusive agrave sociedade

Nessa perspectiva a educaccedilatildeo ambiental precisa ultrapassar os limites da

escola formal isto eacute deve transcender o espaccedilo escolar e ser concebida como

um processo contiacutenuo de formaccedilatildeo para a cidadania atingindo o ser humano

seja ele quem for ou onde estiver para que seja possiacutevel atingir em essecircncia a

mudanccedila de paradigmas que existem nas relaccedilotildees entre homem sociedade e

natureza Para isto se faz necessaacuterio o preenchimento de todos os espaccedilos seja

da miacutedia da famiacutelia do lazer da cultura da ciecircncia do trabalho e

principalmente da educaccedilatildeo Se forem aproveitadas todas as oportunidades

para se praticar a Educaccedilatildeo Ambiental estes conceitos passariam a fazer parte

da consciecircncia individual e coletiva do ser humano provocando alteraccedilatildeo no

sistema social e psicoloacutegico promovendo uma nova eacutetica planetaacuteria

comprometida com a erradicaccedilatildeo da pobreza da fome da poluiccedilatildeo da

opressatildeo humana da degradaccedilatildeo ambiental para que todos os recursos da

natureza possam ser utilizados com equiliacutebrio e respeito agrave fragilidade da terra e

de forma a beneficiar toda a humanidade (wwwsenacbr)

O Estado do Rio de Janeiro dispotildee da Lei 332599 que determina a

Educaccedilatildeo Ambiental obrigatoacuteria em todos os periacuteodos e nas vaacuterias disciplinas do

primeiro e segundo graus natildeo podendo ter uma uacutenica cadeira com conceitos

ecoloacutegicos e as demais ignorarem completamente os ecossistemas e as relaccedilotildees

entre transportes induacutestria agricultura urbanizaccedilatildeo sauacutede e o meio ambiente A

Educaccedilatildeo Ambiental por ser responsabilidade de todos deve ser tratada como

tema transversal isto eacute uma preocupaccedilatildeo de toda a escola e de toda a

comunidade onde a escola estaacute inserida Os professores das vaacuterias disciplinas e a

direccedilatildeo da escola estaratildeo empenhados na construccedilatildeo de projetos pedagoacutegicos

que inclua a problemaacutetica ambiental

A seguir as metodologias utilizadas na realizaccedilatildeo deste trabalho

102

Capiacutetulo 6 Metodologias

O objetivo deste capiacutetulo eacute descrever as metodologias aplicadas na busca

dos objetivos especiacuteficos para atingir as metas apontadas neste estudo

O estudo apresentado nessa dissertaccedilatildeo teve como base agrave elaboraccedilatildeo

de um meacutetodo capaz de garantir a confiabilidade e reprodutibilidade da

pesquisa No decorrer deste capitulo seratildeo abordados temas como

planejamento de pesquisa meacutetodo estatiacutestico pesquisa de campo fontes de

informaccedilatildeo e os problemas encontrados

Eacute relevante citar que o processo de pesquisa cientifica eacute uma atividade

dinacircmica e passiacutevel de mutaccedilotildees A metodologia empregada nesta pesquisa

possibilitou a agregaccedilatildeo de informaccedilotildees no decorrer do trabalho norteadas

sempre pelos objetivos do estudo

A figura 61 mostra esquematicamente a estrateacutegia utilizada na pesquisa

cujas etapas estatildeo melhor detalhadas nos itens subsequumlentes

103

Figura 61 - Esquematizaccedilatildeo do Projeto

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria a partir dos dados deste capiacutetulo

104

61 Diagnose do Estado da Arte da Educaccedilatildeo Ambiental no Ensino Meacutedio da Rede Estadual de Ensino no Municiacutepio do Rio de Janeiro 611 Objetivos

Umas das finalidades da pesquisa proposta no presente trabalho consistiu

em analisar o estado da arte do ponto de vista da Educaccedilatildeo Ambiental do

Ensino Meacutedio na Rede Estadual de Ensino localizada no Municiacutepio do Rio de

Janeiro A partir desta anaacutelise pretende-se traccedilar um perfil das escolas e indicar

caminhos estrateacutegicos em termos de sugestotildees no sentido de melhorar as

informaccedilotildees fornecidas aos alunos dentro da sua formaccedilatildeo acadecircmica partindo

de uma boa formaccedilatildeo docente

A seguir seratildeo detalhados os procedimentos utilizados durante a

elaboraccedilatildeo da pesquisa

612 Metodologia de Pesquisa

O meacutetodo de pesquisa adotado foi uma combinaccedilatildeo de anaacutelise

exploratoacuteria e anaacutelise quantitativa envolvendo as Escolas do Ensino Meacutedio da

Rede Estadual de Ensino localizadas no Municiacutepio do Rio de Janeiro O meacutetodo

foi baseado nas seguintes definiccedilotildees

Uma anaacutelise exploratoacuteria eacute uma pesquisa empiacuterica que utilizando diversas

fontes de informaccedilatildeo investiga um fenocircmeno contemporacircneo no seu contexto

real quando as fronteiras entre o fenocircmeno e contexto natildeo se encontram

nitidamente definidas (Yin 1984)

A anaacutelise quantitativa muitas vezes pode natildeo englobar as variaacuteveis

necessaacuterias agrave compreensatildeo de determinados eventos A concorrecircncia desses

eventos pode abranger uma complexidade tal que os paracircmetros de anaacutelise

tornam-se multidimensionais e difiacuteceis de serem observados de forma quantitativa

105

Contudo isto natildeo significa que as fronteiras entre as duas estrateacutegias de

pesquisa adotadas devam ser claramente delimitadas pois sempre existiratildeo

pontos em comum entre elas Cabe ressaltar poreacutem que cada estrateacutegia possui

caracteriacutesticas proacuteprias (Castro 1978)

O meacutetodo Survey a seguir definido foi o mais adequado para o

desenvolvimento da pesquisa

ldquoA pesquisa survey pode ser descrita como obtenccedilatildeo de dados ou

informaccedilotildees sobre caracteriacutesticas accedilotildees ou opiniotildees de determinado grupo

de pessoas indicado como representante de uma populaccedilatildeo alvo por meio

de um instrumento de pesquisa normalmente um questionaacuteriordquo(Tanur apud

Pinsonneautlt amp Kraemer 1993)

A metodologia estaacute coerente com o objetivo do trabalho uma vez que

desejava-se identificar qual o estado da arte da educaccedilatildeo ambiental nas

escolas de ensino meacutedio da Rede Puacuteblica EstadualConsiderando as colocaccedilotildees

de classificaccedilatildeo de uma pesquisa Survey esta tem um propoacutesito exploratoacuterio e

descritivo

No desenvolvimento do trabalho foi realizado um levantamento de dados

no ambiente com a aplicaccedilatildeo de um questionaacuterio respondido por parte das

escolas (amostra) de cada Metropolitana envolvida na pesquisa

613 Planejamento da Pesquisa

O primeiro passo do planejamento da pesquisa foi o levantamento das

informaccedilotildees disponiacuteveis sobre a situaccedilatildeo do ensino da EA nas Instituiccedilotildees de

Ensino Meacutedio da Rede Puacuteblica Estadual do Municiacutepio do Rio de Janeiro Este

levantamento compreendeu os seguintes itens

Determinaccedilatildeo da metodologia de pesquisa a ser adotada no projeto

Elaboraccedilatildeo de questionaacuterios

106

Aplicaccedilatildeo dos questionaacuterios junto agraves Instituiccedilotildees de Ensino meacutedio

atraveacutes de parceria com a Secretaria Estadual de Educaccedilatildeo

Realizaccedilatildeo de entrevistas com os diretores de Ensino das

Metropolitanas envolvidas no projeto

Avaliaccedilatildeo da receptividade nas metropolitanas e na SEERJ

Levantamento estatiacutestico dos dados

Busca de maiores informaccedilotildees sobre o tema nos sites da SEERJ

Elaboraccedilatildeo de propostas

614 Fontes de Informaccedilotildees

Na pesquisa realizada se lidou com uma variedade de fontes de

informaccedilotildees como documentos entrevistas e observaccedilotildees conforme segue

Materiais Impressos de oacutergatildeos ambientais

Trabalhos acadecircmicos sobre Educaccedilatildeo Ambiental

Entrevistas com professores e diretores de instituiccedilotildees de ensino

Materiais disponibilizados em meio eletrocircnico

Informaccedilotildees disponibilizadas pela SEERJ

615 Pesquisa de Campo

A pesquisa de campo foi realizada em duas etapas

A primeira etapa consistiu na aplicaccedilatildeo de um questionaacuterio nas escolas de

Ensino meacutedio da Rede Puacuteblica Estadual do Municiacutepio do Rio de Janeiro no

periacuteodo de abril a julho de 2006 A distribuiccedilatildeo do questionaacuterio foi viabilizada

mediante parceria com a SEERJ atraveacutes da coordenadoria de EA Os

questionaacuterios foram enviados para as Metropolitanas que foram responsaacuteveis

pela distribuiccedilatildeo e pelo recolhimento destes nas escolas Nas escolas os

questionaacuterios foram respondidos pelos diretores ou orientadores pedagoacutegicos O

modelo do questionaacuterio encontra-se no anexo 3

107

Apoacutes anaacutelise quantitativa e qualitativa dos questionaacuterios foi realizada a

segunda etapa que consistiu na avaliaccedilatildeo da receptividade das Metropolitanas

e da proacutepria SEERJ relacionada agrave relevacircncia da pesquisa Para tal foi elaborado

um questionaacuterio especiacutefico a ser respondido pelo responsaacutevel pela distribuiccedilatildeo

em cada metropolitana (anexo 4 5 e 6) e tambeacutem pela Coordenaccedilatildeo de

Educaccedilatildeo Ambiental da SEERJ O modelo dos questionaacuterios encontram-se no

anexo 7

Depois de estabelecidas as primeiras diretrizes foi realizado um

levantamento bibliograacutefico sobre os assuntos referentes ao trabalho Atraveacutes da

revisatildeo da literatura foi encontrada uma seacuterie de documentos pertinentes ao

assunto tais como

Determinaccedilatildeo de um modelo estatiacutestico utilizaccedilatildeo de uma amostragem

adequada

Realizaccedilatildeo de um questionaacuterio para as escolas

Definiccedilatildeo de modelo estatiacutestico para avaliar os dados levantados

Discussatildeo sobre o modelo estatiacutestico

Numa segunda etapa foi realizado um questionaacuterio de avaliaccedilatildeo da

pesquisa com os Diretores de Ensino responsaacuteveis pelas das metropolitanas

envolvidas no projeto

616 Avaliaccedilatildeo dos Resultados

Os dados seratildeo apresentados de maneira a desenhar o perfil das escolas

respondentes e suas opiniotildees a respeito da situaccedilatildeo do ensino da Educaccedilatildeo

Ambiental na rede puacuteblica estadual do Municiacutepio do Rio de Janeiro

Entre as respostas verificadas desconsiderou-se as respostas que natildeo

estavam em concordacircncia com as perguntas e as respostas em branco

As avaliaccedilotildees foram feitas nos itens e demonstradas em forma de

percentual

108

Foi feita uma anaacutelise estatiacutestica dos dados poreacutem nem todos os dados

estavam adequados para este tipo de anaacutelise Dada a heterogeneidade dos

dados o que muitas vezes impediu a aplicaccedilatildeo de equaccedilotildees matemaacuteticas

optou-se por natildeo realizar o tratamento estatiacutestico

62 Diagnose do Acesso aos Cursos de Graduaccedilatildeo nas

Universidades Puacuteblicas Estudo de Caso da UERJ e UFRJ

621 Objetivos

Aleacutem do mapeamento da Educaccedilatildeo Ambiental no Ensino Meacutedio puacuteblico

estadual a outra finalidade da pesquisa proposta nesta dissertaccedilatildeo consistiu em

analisar o acesso agraves Universidades Puacuteblicas dos alunos oriundos das escolas de

ensino meacutedio da Rede Puacuteblica

Para atingir esta meta foi realizada uma avaliaccedilatildeo do Sistema de Cotas

implantado na UERJ como tambeacutem avaliaccedilatildeo de uma proposta do acesso

atraveacutes do Sistema de Cotas que estaacute em fase de projeto na UFRJ

A seguir seratildeo detalhados os procedimentos utilizados durante a

elaboraccedilatildeo da pesquisa

622 Metodologia de Pesquisa

O meacutetodo de pesquisa adotado foi uma combinaccedilatildeo de anaacutelise

exploratoacuteria e anaacutelise quantitativa envolvendo as Universidades UERJ e UFRJ As

definiccedilotildees das metodologias foram descritas no item 612 deste capiacutetulo

109

623 Planejamento da Pesquisa

O planejamento foi iniciado com o levantamento das informaccedilotildees

disponiacuteveis sobre o acesso dos alunos nas Universidades Puacuteblicas Este

levantamento compreendeu os seguintes itens

Definiccedilatildeo das Universidades que seriam objeto da Pesquisa

Solicitaccedilatildeo de informaccedilotildees referentes aos alunos ingressos nas

Universidades atraveacutes de relatoacuterios fornecidos pelas comissotildees de

Vestibular das Universidades

Realizaccedilatildeo de entrevistas teacutecnicas com professores e outros profissionais

envolvidos no sistema de cotas das Universidades

Avaliaccedilatildeo quantitativa de alunos que ingressam nas Universidades

Puacuteblicas definidas egressos de escolas de ensino meacutedio da rede puacuteblica

comparados com os alunos egressos das instituiccedilotildees de ensino da Rede

Particular

Levantamento estatiacutestico dos dados

Busca de maiores informaccedilotildees sobre o sistema de cotas na miacutedia

eletrocircnica e escrita

Anaacutelise criacutetica dos sistemas de Cotas referentes agraves Universidades

estudadas

624 Fontes de Informaccedilotildees

Na pesquisa realizada se lidou com uma variedade de fontes de

informaccedilotildees como documentos entrevistas e observaccedilotildees conforme segue

Materiais Impressos fornecidos pela UERJ

Materiais de impressos de circulaccedilatildeo interna sobre a implantaccedilatildeo

do Sistema de Cotas na UERJ

Entrevistas teacutecnicas com professores e pessoas ligadas ao Sistema

de Cotas nas Universidades

Materiais disponibilizados em meio eletrocircnico

Relatoacuterios disponibilizados pela UERJ e UFRJ

110

625 Pesquisa de Campo

A pesquisa de campo foi realizada em vaacuterias etapas

Primeiramente estabeleceu-se contato com profissionais de setores da

UERJ e UFRJ relacionados ao acesso aos cursos de graduaccedilatildeo Isto feito face agraves

diferentes formas de acesso dessas universidades foram adotadas estrateacutegias

diferentes para os dois casos

- Estudo de caso UERJ

Foram realizadas entrevistas teacutecnicas com docentes da UERJ que

participaram da implantaccedilatildeo do sistema de cotas tanto a niacutevel acadecircmico

como administrativo Aleacutem disso foram coletadas informaccedilotildees referentes ao

vestibular atraveacutes de relatoacuterios fornecidos pelo nuacutecleo de informaacutetica da

Comissatildeo de Vestibular

- Estudo de caso UFRJ

Foi realizado com base no relatoacuterio de informaccedilotildees sobre o acesso no

vestibular fornecido pela comissatildeo de vestibular da UFRJ No que diz respeito ao

acesso diferenciado foi avaliada uma proposta da UFRJ para sistema de cotas

A primeira etapa consistiu em entrevistas teacutecnicas com professores da

UERJ que participam do sistema de cotas adotado pela Universidade como

tambeacutem acesso agraves informaccedilotildees pertinentes ao vestibular

Atraveacutes da revisatildeo da literatura foi encontrada uma seacuterie de documentos

pertinentes ao assunto tais como

Relatoacuterio com as informaccedilotildees de acesso a UFRJ dos alunos egressos

da Rede Estadual de ensino Documento fornecido pelo nuacutecleo de

informaacutetica do setor de vestibular da Universidade

111

Relatoacuterio com as informaccedilotildees de acesso a UERJ dos alunos egressos

da Rede Estadual de ensino Incluindo os alunos contemplados pelos

sistemas de cotas Documento fornecido pelo nuacutecleo de informaacutetica do

setor de vestibular da Universidade

Numa segunda etapa foi realizada uma avaliaccedilatildeo dos resultados e

montado um quadro comparativo entre as Universidades

63 Limitaccedilotildees do Estudo

O fator limitante foi a dificuldade de acesso aos dados relativos agraves escolas

pois para alguns Diretores de Ensino responsaacuteveis pelas Metropolitanas foram

muito difiacuteceis a distribuiccedilatildeo e o recebimento dos questionaacuterios o que acabou

comprometendo a quantidade das informaccedilotildees

Algumas escolas natildeo demonstraram muito interesse em responder os

questionaacuterios deixando muitas perguntas em branco e natildeo mostrando a

realidade das escolas

A seguir seraacute mostrada uma avaliaccedilatildeo do acesso aos cursos de

graduaccedilatildeo

112

Capiacutetulo 7 Diagnoacutestico do Acesso aos Cursos de Graduaccedilatildeo Estudo de Casos UERJ e UFRJ

Neste capiacutetulo eacute mostrado como acontece o acesso agraves Universidades

Puacuteblicas dos alunos oriundos das escolas da rede Puacuteblica Estadual em

comparaccedilatildeo com a Rede Federal e a Rede ParticularTomou-se como estudo de

caso a Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e a Universidade Federal

do Rio de Janeiro (UFRJ) tendo como base os nuacutemeros referentes aos concursos

vestibulares no periacuteodo 2003-2006

Tambeacutem eacute feita uma avaliaccedilatildeo do acesso por Cotas focando

a sistemaacutetica implementada na UERJ que foi a primeira a implantar o sistema

Tambeacutem fez uma anaacutelise de uma proposta da UFRJ para futura implantaccedilatildeo do

sistema

113

71 O Sistema de Cotas

A lei de cotas nas universidades eacute considerado um assunto muito

polecircmico que divide muitas opiniotildees Desde o acircmbito acadecircmico passando

pelo governamental e faixas da sociedade(www universiacombr)

Com o passar dos anos o aumento da competiccedilatildeo por uma vaga

nas Universidades Puacuteblicas fez com que o grau de exigecircncia aliada agrave diminuiccedilatildeo

da qualidade do ensino meacutedio na rede puacuteblica estadual tornasse o ingresso

deste grupo nas Universidades cada vez mais difiacutecil Uma das consequumlecircncias eacute o

fato de que as vagas nessas universidades fiquem voltadas para a faixa da

sociedade que pelo domiacutenio do poder econocircmico prepara melhor seus alunos

garantindo suas vagas Esta faixa da sociedade natildeo concorda com as cotas

pois percebe com isto que as suas vagas jaacute consideradas certas seratildeo

distribuiacutedas para uma faixa excluiacuteda que ateacute entatildeo natildeo significava qualquer

ameaccedila na competiccedilatildeo e alguns ateacute julgam o sistema como ldquoinjustordquo

Em relaccedilatildeo ao sistema acadecircmico existe a preocupaccedilatildeo com a

diminuiccedilatildeo da qualidade do ensino devido ao ingresso de alunos que satildeo

considerados ldquodespreparadosrdquo para ingressar em uma universidade de

qualidade (www universiacombr)

Para implantaccedilatildeo do Sistema de Cotas foram criadas leis nos

acircmbitos federal e estadual

Lei Federal PROJETO DE LEI 36272004

Institui Sistema Especial de Reserva de Vagas para estudantes egressos de

escolas puacuteblicas em especial negros e indiacutegenas nas instituiccedilotildees puacuteblicas

federais de educaccedilatildeo superior e daacute outras providecircncias Anexo 1

Lei Estadual Lei Nordm 3708 de 9 de Novembro de 2001

114

Institui cota de ateacute 40 (quarenta por cento) para as populaccedilotildees negra e

parda no acesso a Universidade do Estado do Rio de Janeiro e agrave Universidade

Estadual do Norte Fluminense e daacute outras providecircnciasAnexo2

72 Implantaccedilatildeo do Sistema

Por forccedila do disposto na Lei Estadual Nordm 3708 a Universidade Estadual do

Rio de Janeiro (UERJ) foi a primeira instituiccedilatildeo a adotar o sistema de cotas no

Estado do Rio de Janeiro tendo iniacutecio em 2003 (wwwconcienciacombr)

Como a reserva de vagas de acordo com a lei prevecirc 50 do total de

vagas por cursoturnosemestre para alunos oriundos da rede puacuteblica e para que

a lei pudesse ser cumprida foram realizados dois vestibulares

Um tradicional aberto a candidatos oriundos de qualquer tipo de

escola e denominado como nos anos anteriores Vestibular Estadual para

preenchimento na UERJ 2485 vagas em 46 cursos

Outro aberto apenas a candidatos oriundos de escolas da rede

puacuteblica localizadas no Estado do Rio de Janeiro denominado Vestibular SADE

(Sistema de Acompanhamento do Desempenho dos Estudantes do Ensino Meacutedio

mantido pelo Poder Puacuteblico) para preenchimento na UERJ de 2485 vagas em 46

cursos

Como a reserva prevecirc 40 do total de vagas por cursoturnosemestre

para alunos autodeclarados negros e pardos e para atender a reserva foram

adotados os alguns procedimentos

Apoacutes a soma do nuacutemero total de vagas oferecido nos dois vestibulares e

calculado o valor correspondente a 40 de cada total obtido verifica-se o

quantitativo de autodeclarados negros ou pardos e se o quantitativo for igual ou

maior que os 40 previstos pela legislaccedilatildeo a reserva eacute considerada

atendida(UERJ 2003)

115

73 O Aluno na Universidade

A questatildeo natildeo se resume ao ingresso do aluno na Universidade mas

tambeacutem se a Universidade tem condiccedilotildees de acolher e manter estes alunos Se

estes tiverem muita dificuldade de acompanhar as aulas e isto acarretar evasatildeo

o sistema natildeo teraacute sentido

Segundo a Sub-Reitora de Graduaccedilatildeo da UERJ ProfaRaquel Villard

somente a reserva de vagas para as pessoas carentes natildeo eacute o suficiente pois

existe o problema financeiro No endereccedilo eletrocircnico institucional a Sub-Reitora

declara ldquoHoje noacutes temos um programa chamado PROINICIAR (Programa de

Iniciaccedilatildeo Acadecircmica) Por meio dele a Universidade tenta ajudar este aluno na

passagem para a vida universitaacuteria inclusive atendendo aos estudantes em suas

necessidades advindas de um ensino meacutedio ou fundamental sem a qualidade

que deveria terrdquo (www 2uerjbr)

A UERJ utiliza o sistema de cotas desde 2003 Os alunos cotistas que

comprovam baixa renda recebem uma bolsa auxilio de R$19000(cento e

noventa reais) Este auxilio eacute destinado agraves despesas baacutesicas de manutenccedilatildeo do

aluno como passagem coacutepias livros lanche etc e tem duraccedilatildeo de 1 ano Isso

eacute devido ao fato do aluno quando chega ao 3ordm periacuteodo de acordo com o seu

desempenho pode participar dos outros programas existentes na Universidade

como estaacutegios iniciaccedilatildeo cientiacutefica etc que oferecem bolsas Tendo assim a

partir deste periacuteodo o aluno jaacute eacute capaz de conseguir sua remuneraccedilatildeo natildeo

sendo mais necessaacuterio o auxilio(Noronha Patriacutecia - Coordenaccedilatildeo do PROINICIAR-

Entrevista teacutecnica)

Segundo informaccedilotildees coletadas junto agrave coordenaccedilatildeo do PROINICIAR

devido agraves carecircncias educacionais dos alunos eventuais falhas no Ensino Meacutedio a

UERJ instituiu dentro do programa Proiniciar cursos oficinas e atividades culturais

Este programa oferece em paralelo com as disciplinas do curso aulas de

Matemaacutetica Quiacutemica Fiacutesica Biologia etc como se fossem aulas de reforccedilo e

oficinas com aulas praacuteticas aleacutem de visitas e passeios culturais programados a

116

teatros cinemas museus etc A garantia do funcionamento deste programa eacute

atraveacutes de parcerias entre as diversas faculdades dentro da UERJ aleacutem de

parcerias externas Essas parcerias tecircm o objetivo de facilitar a execuccedilatildeo do

programa pois se faz necessaacuterio que diversos professores sejam disponibilizados

para os cursos e as oficinas Atraveacutes destas parcerias satildeo oferecidos tambeacutem

cursos de idiomas gratuitamente para os cotistas (Inglecircs Francecircs Alematildeo etc)

(Noronha Patriacutecia - Coordenaccedilatildeo do PROINICIAR-Entrevista teacutecnica)

Ainda de acordo com a Coordenaccedilatildeo do PROINICIAR inicialmente a

evasatildeo dos alunos cotistas era grande muitos natildeo conseguiam se manter na os

Universidade tanto por dificuldades em acompanhar as aulas quanto por

dificuldades financeiras Uma das razotildees atribuiacutedas era o fato de que havia um

excesso de oficinas e atividades coincidentes com os periacuteodos de provas Sendo

assim os alunos natildeo conseguiam dar conta de todas as atribuiccedilotildees natildeo

atingindo os graus necessaacuterios e com isto se sentiam incapazes perdiam o

entusiasmo e acabavam desistindo do curso Atualmente a oferta dos cursos e

das oficinas satildeo feitos no iniacutecio dos periacuteodos terminando antes do iniacutecio das

provas isto faz com que os alunos fiquem com tempo mais livre para se

prepararem melhor para as provas sem contar que no iniacutecio dos periacuteodos os

alunos estatildeo com maior disposiccedilatildeo Essas medidas jaacute trouxeram uma melhoria no

desempenho destes alunos e aumentaram tambeacutem a auto-estima tornando-

mais seguros(Noronha Patriacutecia - Coordenaccedilatildeo do PROINICIAR-Entrevista teacutecnica)

Em relaccedilatildeo ao desempenho dos cotistas que segundo a ProfaRaquel

Villard reprovam menos por frequumlecircncia do que os natildeo cotistas ldquoTambeacutem temos

dados que comprovam que o estudante se apega a essa chance como algo

que ele sabe que natildeo pode ser jogado fora natildeo pode ser perdido Isto explica o

empenho evidente nos estudosrdquo (wwwuniversiacombr)

Natildeo existe duacutevida de que a adoccedilatildeo de cotas eacute uma forma eficaz de

aumentar o ingresso de negros e carentes em Universidades Isto faz com que

tenham condiccedilatildeo de cursarem o niacutevel superior que hoje eacute um privileacutegio das

classes mais abastadas da sociedade pois somente alunos bem preparados

117

normalmente por escolas do setor privado e de cursinhos preparatoacuterios possuem

maior acesso agraves Universidades Puacuteblicas Como este preparo requer um custo

elevado fica cada vez mais restrito a uma pequena parcela da sociedade que

possui melhor poder aquisitivo

Segundo o Professor Ricardo Salles (historiador e professor da Faculdade de

Formaccedilatildeo de Professores da UERJ) o sistema trouxe principalmente dois grandes

resultados positivos

Inicialmente fez que um expressivo nuacutemero de afro-brasileiros e alunos

carentes oriundos de escolas puacuteblicas ingressasse na Universidade Puacuteblica Para

estas pessoas que tendo concluiacutedo o ensino meacutedio estavam legalmente em

condiccedilotildees de ingressarem em uma Universidade O Sistema de Cotas tornou

possiacutevel o ingresso em uma Universidade Puacuteblica pois sem as mesmas soacute teriam

condiccedilotildees de ingressarem em instituiccedilotildees privadas possibilidade esta que na

maioria dos casos esbarrava na falta de recursos financeiros devido ao alto

custo da mensalidade dos cursos

Ainda de acordo com o professor Ricardo Salles o segundo resultado

positivo da implantaccedilatildeo das cotas eacute que atraveacutes dela se tem novamente em

debate agrave polecircmica a respeito do lugar da Universidade Puacuteblica na Sociedade

Brasileira tendo como objetivo o desenvolvimento de uma naccedilatildeo mais justa e

democraacutetica Isto porque se existe a Universidade Puacuteblica e esta eacute mantida pelos

governos parte deste dinheiro adveacutem dos impostos da populaccedilatildeo nada mais

justo que a maioria das pessoas que estejam na Universidade Puacuteblica sejam as

que natildeo tenham condiccedilotildees de pagar uma boa Universidade particular Mas na

realidade o que ocorre eacute exatamente o contraacuterio satildeo as classes mais

privilegiadas que estatildeo nas Universidades Puacuteblicas pois nas trecircs ultimas deacutecadas

o descaso com o ensino meacutedio da rede puacuteblica foi tatildeo grande que os alunos

que se formam nessas instituiccedilotildees natildeo satildeo capazes de concorrerem em

igualdade com os que vecircm de um ensino meacutedio em instituiccedilotildees particulares caras

com um principal objetivo de cursar uma Universidade Puacuteblica Entatildeo o sistema

118

de cotas para esses alunos eacute uma maneira de compensar esse contra-senso

(www2uerjbr)

74 A Necessidade das Cotas

Eacute preciso se estar alerta para que o sistema de cotas ou reserva de vagas

natildeo incorra no risco de desviar a atenccedilatildeo de uma questatildeo muito grave talvez a

questatildeo-chave da situaccedilatildeo que eacute o niacutevel do ensino meacutedio da rede puacuteblica na

atualidade O Estado estaacute deixando de cumprir a sua parte que eacute de preparar

bem os alunos de famiacutelias mais carentes independentes da cor para que

aumentem suas condiccedilotildees de competiccedilatildeo para que melhorem suas condiccedilotildees

de vida atraveacutes de uma boa formaccedilatildeo Universitaacuteria

Este fato pode ser observado ao longo dos anos pois historicamente os

melhores alunos estavam na Rede Puacuteblica de Ensino em todos os niacuteveis de

formaccedilatildeo Somente estudavam em escolas particulares aqueles alunos que

tinham problemas seacuterios de disciplina ou muita dificuldade em aprendizagem

logo para completarem seus estudos recorriam agrave Rede Privada de ensino O

ensino puacuteblico era muito riacutegido e exigente o que contribuiacutea para uma boa

formaccedilatildeo e consequumlente condiccedilatildeo de ingresso em uma Universidade Puacuteblica

A inclusatildeo de negros na questatildeo das cotas tambeacutem adveacutem da maioria

da populaccedilatildeo que utiliza a Rede Puacuteblica Estadual de Ensino ser de pardos e

negros que gera por consequumlecircncia uma acentuada minoria desses alunos nas

Universidades Puacuteblicas

Com o passar dos anos a Educaccedilatildeo Puacuteblica comeccedilou a ser superada em

termos de formaccedilatildeo pela Rede Privada o que ocasionou uma lacuna entre os

alunos da Rede Puacuteblica Estadual e a Universidade pois se as instituiccedilotildees de ensino

particular estatildeo preparando melhor os seus alunos seratildeo estes que ingressaratildeo

nas Universidades Puacuteblicas Com isto o nuacutemero de alunos que terminam o ensino

meacutedio na Rede Puacuteblica Estadual que consegue se classificar em uma

Universidade Puacuteblica eacute a cada ano menor restando para estes alunos da Rede

119

Puacuteblica Estadual ingressarem em Universidades Privadas ou simplesmente que eacute o

que ocorre com maior frequumlecircncia ficar sem o direito de melhorar suas condiccedilotildees

de vida atraveacutes de uma boa graduaccedilatildeo

Com atenccedilatildeo a estes fatos eacute que o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo estaacute com um

projeto de lei no qual sugere a diminuiccedilatildeo gradativa do percentual da cota de

50 dos alunos que cursaram o ensino meacutedio na rede puacuteblica A intenccedilatildeo do

Ministeacuterio eacute promover a qualidade no ensino meacutedio na mesma proporccedilatildeo que os

alunos deixariam de utilizar as cotas (wwweducacaoaolbr)

Segundo o MEC (Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura) a melhoria da

qualidade do ensino puacuteblico ldquoeacute a mais eficiente poliacutetica de inclusatildeo social no

que diz respeito ao acesso agrave educaccedilatildeo superiorrdquo (wwweducacaoaolbr)

O Professor Joseacute Jorge de Carvalho (Departamento de Antropologia-

Universidade de Brasiacutelia) comenta que o sistema de cotas eacute a uacutenica forma de

resolver o problema da exclusatildeo racial em curto prazo O preconceito segundo

ele estaacute presente nas salas de aula O professor comeccedilou a defender o sistema

de cotas para negros quando presenciou o caso de um aluno que foi

prejudicado por um professor por motivos raciais (wwwespacoacademicocom

br)

O Professor Joseacute Jorge de Carvalho defende que ldquoHaacute poucos negros na

Universidade e isso dificulta que eles se unam para lutar por seus direitos Eacute preciso

mudar o tipo de relaccedilatildeo que existe na academia E isso soacute vai acontecer quando

houver vaacuterios negros laacute dentrordquo Os estudos do professor mostram os nuacutemeros da

exclusatildeo em 2003 97 dos universitaacuterios brasileiros satildeo brancos contra 2 de

negros e 1 de amarelos O desequiliacutebrio eacute evidente se no Brasil 45 da

populaccedilatildeo eacute negra Baseados nestes dados fica claro que era preciso tomar

alguma providecircncia para se tentar reverter este quadro era necessaacuterio que de

alguma maneira se fizesse agrave inserccedilatildeo do negro no ensino superior e o sistema de

cotas foi uma opccedilatildeo praacutetica e que amenizaria o problema num curto prazo

(wwwespacoacademicocombr)

120

Segundo a professora de Antropologia Yvonne Maggie (Professora Titular

da Universidade Federal do Rio de Janeiro) a ideacuteia de raccedila deve ser abolida por

estimular a divisatildeo do paiacutes em grupos eacutetnicos A cisatildeo racial seria um passo em

direccedilatildeo ao conflito Para a professora Yvonne Maggie ldquoDesde o Modernismo

nossa sociedade se vecirc como misturada A introduccedilatildeo do sistema de cotas rompe

com esse ideaacuterio e produz uma sociedade que tem a obrigaccedilatildeo legal de se

classificar como lsquobranca ou negrarsquo Em outros paiacuteses poliacuteticas que reforccedilam a

condiccedilatildeo racial geraram conflitos inimaginaacuteveis como a Ruanda o Kosovo e a

Aacutefrica do Sulrdquo (wwwcomcienciabr)

Na avaliaccedilatildeo da autora desta dissertaccedilatildeo a questatildeo do indiviacuteduo no

sistema de cotas ter que se auto-declarar negro ou branco natildeo chega a ser um

motivo passiacutevel de gerar um conflito de raccedilas pois a raccedila natildeo deve ser vista

como um motivo de vergonha para o indiacuteviduo e sim uma informaccedilatildeo comum

como peso idade etc O que pode gerar conflitos poreacutem eacute a discriminaccedilatildeo de

raccedilas exclusatildeo social que satildeo problemas muito mais graves no nosso paiacutes

problemas estes que satildeo as principais causas de confrontos e grandes geradores

de violecircncia Com a exclusatildeo social as diferenccedilas sociais se tornam cada vez

maiores provocando a falta de oportunidades para a maioria da populaccedilatildeo

privilegiando sempre uma pequena parcela da sociedade o que gera revolta e

consequumlentemente atos de violecircncia

Um comparativo da situaccedilatildeo das aprovaccedilotildees nos vestibulares das

Universidades Puacuteblicas participantes do estudo dos alunos egressos da Rede

Puacuteblica Estadual em relaccedilatildeo aos alunos egressos da Rede Puacuteblica Federal como

tambeacutem dos alunos egressos da Rede de Ensino Particular eacute mostrado a seguir

75 Comparativo Entre a Rede Estadual de Ensino e a Rede

Federal e Particular

Para os estudos foram selecionadas duas instituiccedilotildees a Universidade

Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) por ser a Universidade agrave qual eacute vinculado o

121

projeto de pesquisa e Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) por ser a

primeira universidade a utilizar o sistema de cotas aumentando assim o nuacutemero

de alunos oriundos de escolas da Rede Puacuteblica Estadual

A Rede Puacuteblica Estadual do Rio de Janeiro eacute a responsaacutevel pela formaccedilatildeo

do maior nuacutemero de alunos concluintes do ensino meacutedio mais isto natildeo significa

que estes alunos ingressam em maior nuacutemero em Universidades Puacuteblicas

Na realidade o que ocorre eacute que as Redes de Ensino Privadas e Federais

responsaacuteveis por apenas um terccedilo dos concluintes do ensino meacutedio satildeo os que

mais aprovam seus alunos nas Universidades Puacuteblicas conforme mostra a Tabela

71 a qual traz o nuacutemero de alunos egressos das escolas puacuteblicas inscritos e o

nuacutemero dos que obtiveram aprovaccedilatildeo nas Universidades Puacuteblicas

A maioria dos alunos da Rede Puacuteblica Estadual nem ao menos se inscreve

nos concursos dentre os que se inscrevem menos da metade consegue

classificaccedilatildeo para um curso de graduaccedilatildeo

Tabela 71 os Vestibulares UFRJ e UERJ - Nordm de inscritos e nordm de classificados

UFRJ UERJ a

ESTADUAL FEDERAL PARTICULAR ESTADUAL FEDERAL PARTICULAR

ANO INSC CLAS INSC CLAS INSC CLAS INSC CLAS INSC CLAS INSC CLAS

2000 ND ND ND ND ND ND 8391 318 4558 700 20764 1593

2001 ND ND ND ND ND ND 12866 479 4966 670 33583 2801

2002 ND ND ND ND ND ND 11938 805 4220 708 24664 2745

2003 11849 907 4670 1083 30796 4118 14804 2218 3529 817 16968 1647

2004 13703 875 4589 900 34921 4467 9941 1881 2824 688 15251 2321

2005 11671 910 4015 960 29563 4447 9007 1836 3010 621 17106 2468

2006 13681 870 4229 991 32527 4738 ND ND ND ND ND ND

ND Dados natildeo disponiacuteveis a Os dados da UERJ a partir de 2003 estatildeo computados com a reserva de vagas

122

Fontes Departamento de seleccedilatildeo acadecircmica-DSEA-UERJ(2006) Nuacutecleo de Computaccedilatildeo Eletrocircnica-UFRJ(2006)

De acordo com os dados pode-se constatar que a quantidade de alunos

da rede puacuteblica que conseguem ingressar nas Universidades Puacuteblicas eacute muito

inferior aos egressos da rede particular

O que se pode destacar de mais importante eacute o fato de que a partir do

ano de 2003 o nuacutemero de alunos da rede Puacuteblica Estadual que foram

classificados no vestibular da UERJ aumentou muito o que coincide com o iniacutecio

de implantaccedilatildeo das reservas de vagas concluindo que a reserva de vagas foi

um instrumento que contribuiu para o aumento do nuacutemero de alunos da rede

Puacuteblica Estadual na UERJ

O nuacutemero de Escolas da Rede Estadual de Educaccedilatildeo eacute cerca de 1014

escolas e a Rede privada estaacute em torno de 870 portanto a Rede Estadual possui

um nuacutemero superior de escolas em relaccedilatildeo agrave Rede Privada e ao nuacutemero de

Escolas da Rede Federal que satildeo cerca de 12 escolas

O nuacutemero de alunos da alunos da Rede Estadual corresponde agrave cerca de

23 quanto a Rede particular e a Federal juntas correspondem a 13 deste

nuacutemero (SEERJ)

Observa-se que mesmo a Rede Puacuteblica Estadual tendo um nuacutemero de

alunos concluintes do ensino meacutedio muito superior apenas um nuacutemero muito

pequeno destes conseguem ingressar em uma Universidade Puacuteblica

Baseando-se nas informaccedilotildees do Vestibular de 2003-2005 da UFRJ e UERJ

(Tabela 71) podem ser feitas algumas avaliaccedilotildees Foi selecionado este periacuteodo

pois segundo a tabela 71 eacute aquele que conteacutem dados das duas Universidades

Os graacuteficos foram elaborados utilizando-se a meacutedia dos dados de cada

esfera compreendidos entre os anos de 2003 e 2005

123

Caso UFRJ

Quanto ao nuacutemero de alunos inscritos

A Figura 71 mostra o percentual de alunos inscritos no vestibular da UFRJ

oriundos da Rede Estadual Federal e Particular calculado atraveacutes do somatoacuterio

do nuacutemero de inscritos no periacuteodo em anaacutelise

26

965

EstadualFederalParticular

Figura 71 Percentual de alunos inscritos no Vestibular da UFRJ

Foi observado que o percentual de alunos inscritos oriundos da Rede

Privada eacute muito superior aos demais A proporccedilatildeo de alunos inscritos da rede

Federal eacute pequeno Isso pode ser atribuiacutedo ao fato de que haacute poucas escolas da

Rede Federal de Ensino Meacutedio e portanto o nuacutemero de alunos eacute menor Quanto

agrave Rede Estadual de Ensino o nuacutemero de alunos inscritos eacute muito pequeno em

relaccedilatildeo ao total de alunos da rede jaacute que dois terccedilos dos alunos estatildeo neste

grupo Logo o percentual de inscritos deveria ser tambeacutem muito superior mas o

que os nuacutemeros mostram eacute exatamente o contraacuterio Tal distorccedilatildeo pode ser

devida a vaacuterios fatores destacando-se a questatildeo pedagoacutegica e financeira que

seraacute discutida posteriormente

124

Quanto ao nuacutemero de alunos classificados

A Figura 72 mostra o Percentual de alunos que foram classificados no

vestibular oriundos da Rede Estadual Federal e particular calculado atraveacutes do

percentual de alunos que foram classificados em funccedilatildeo do numero de inscritos

14

16

70

Estadual

Federal

Particular

Figura 72 Percentual de alunos classificados no Vestibular da UFRJ

O percentual de alunos classificados egressos da Rede Particular eacute muito

superior aos da Rede Federal e Estadual Isto ocorre devido ao nuacutemero de

inscritos ter sido muito superior aos demais A figura indica tambeacutem que a grande

maioria dos alunos que ingressam na UFRJ cerca 70 satildeo oriundos da Rede

Particular de Ensino Meacutedio

Relaccedilatildeo entre o nordm total de inscritos e classificados

A Figura 73 mostra o percentual em relaccedilatildeo ao nuacutemero de inscritos e

classificados dentro da Rede Puacuteblica Estadual Federal e Particular Calculado

pela quantidade de alunos classificados em funccedilatildeo dos inscritos dentro de cada

esfera comparativamente

125

7

22

14EstadualFederalParticular

Figura 73 Percentual de alunos classificados em funccedilatildeo do nuacutemero de

inscritos em cada esfera

Em relaccedilatildeo ao nuacutemero de inscritos e os que satildeo classificados destaca-se

que no tocante aos alunos oriundos da Rede Particular o nuacutemero de

classificados eacute inferior ao nuacutemero de classificados pelas Escolas Federais Estas

mesmo tendo um nuacutemero inferior de alunos formados proporcionalmente exibem

um melhor desempenho Isto leva agrave percepccedilatildeo de que as escolas da Rede

Federal de Ensino Meacutedio estatildeo conseguindo manter um padratildeo de ensino

superior agrave Rede Estadual e agrave Particular formando assim ilhas de excelecircncia em

Educaccedilatildeo

Na Rede Puacuteblica Estadual o baixo nuacutemero de classificados acaba sendo

um motivo para a falta de estiacutemulo para os alunos se inscreverem Na avaliaccedilatildeo

da autora estes julgam que a chance de conseguir a classificaccedilatildeo eacute muito

pequena devido agraves suas deficiecircncias pedagoacutegicas sendo assim nem tentam o

vestibular Este fato tambeacutem se alia aos problemas financeiros devido ao custo

das inscriccedilotildees que muitas vezes por falta de recursos somente os alunos que

conseguem isenccedilatildeo das taxas se inscrevem como tambeacutem os alunos que

priorizam o trabalho ao estudo jaacute que nas Universidades Puacuteblicas a maioria dos

horaacuterios das aulas impede que o aluno trabalhe

126

Caso UERJ

Quanto ao nuacutemero de alunos inscritos

A figura 74 mostra o percentual total de alunos inscritos no vestibular da

UERJ oriundos da Rede Estadual Federal e Particular Calculado a partir do

somatoacuterio dos inscritos em relaccedilatildeo agrave Rede Estadual Federal e Particular

37

10

53

Estadual

Federal

Particular

Figura 74 Percentual de alunos inscritos no Vestibular da UERJ

Pode-se destacar que semelhante agrave UFRJ o nuacutemero de alunos da Rede

Privada inscritos eacute superior aos demais O nuacutemero de alunos inscritos da rede

Federal eacute pequeno e na Rede Estadual de Ensino o nuacutemero de alunos inscritos eacute

superior aos inscritos na UFRJ Este nuacutemero superior de alunos inscritos da Rede

Estadual na UERJ em relaccedilatildeo agrave UFRJ se justifica pela existecircncia do Sistema de

Cotas existente na UERJ o que aumenta as chances desses alunos em

conseguirem classificaccedilatildeo gerando maior estiacutemulo neles em se inscreverem

Quanto ao nuacutemero de alunos classificados

A Figura 75 mostra o Percentual de alunos que foram classificados no

vestibular oriundos da Rede Estadual Federal e particular Calculado atraveacutes do

percentual de alunos que foram classificados em funccedilatildeo do numero de inscritos

127

41

15

44 Estadual

Federal

Particular

Figura 75 Percentual de alunos classificados no Vestibular da UERJ

A Rede Federal de Ensino manteve o seu percentual devido agrave

qualidade de formaccedilatildeo de seus alunos poreacutem o percentual de alunos

classificados egressos da Rede Particular e Estadual aparecem em equiliacutebrio

mantendo-se percentuais bem proacuteximos Este fato se deve a implantaccedilatildeo do

sistema de Reserva de vagas para alunos da rede Puacuteblica o que favoreceu o

aumento no nuacutemero desses alunos na Universidade e por consequumlecircncia

diminuindo o nuacutemero de alunos da Rede particular

Relaccedilatildeo entre o nordm total de inscritos e classificados

A Figura 76 mostra o percentual em relaccedilatildeo ao nordm de inscritos e

classificados dentro da Rede Puacuteblica Estadual Federal e Particular Calculado

pela quantidade de alunos classificados em funccedilatildeo dos inscritos dentro de cada

esfera comparativamente

128

17

22

13EstadualFederalParticular

Figura 76 Percentual de alunos classificados em funccedilatildeo do nuacutemero de

inscritos em cada esfera

Com o Sistema de reservas de vagas na UERJ a relaccedilatildeo

inscritosclassificados na Rede particular e federal praticamente se manteacutem

poreacutem na rede Estadual este percentual teve um aumento significativo Este

Sistema melhorou a distribuiccedilatildeo de vagas aumentando o acesso dos alunos da

Rede Puacuteblica a uma Universidade Puacuteblica

Avaliaccedilatildeo antes e depois da implantaccedilatildeo do sistema de

cotas

A figura 77 mostra um comparativo entre a situaccedilatildeo antes e depois da

implantaccedilatildeo do Sistema de Cotas

129

0

10

20

30

40

50

60

70

scotas ccotas scotas ccotas

alunos inscritos alunos classif icados

Estadual

Federal

Particular

Figura 77- Comparativo entre o antes e o depois da implantaccedilatildeo do

Sistema de Cotas

Com a implantaccedilatildeo do Sistema de Cotas houve um equiliacutebrio na

distribuiccedilatildeo das vagas na UERJ onde a Rede Federal de ensino se manteve na

meacutedia anterior portanto natildeo sofreu muita influecircncia do sistema A grande

vantagem foi para a Rede Estadual de Ensino que aumentou sensivelmente o

nuacutemero de seus alunos na ocupaccedilatildeo das vagas da UERJ vagas estas que como

observado na figura 77 eram destinadas a Rede Particular de ensino

76 Avaliaccedilatildeo do Sistema de Cotas da UERJ e da Proposta

UFRJ

Como citado em 73 a UERJ foi a primeira Universidade a implantar o

sistema de Reserva de vagas para alunos com perfis socioeconocircmicos e raciais

diferenciados em 2003

A UFRJ em 2004 em seu acircmbito discutiu este sistema e como resultado o

Conselho de Ensino de Graduaccedilatildeo(CEG) aprovou um documento no qual se

posicionou contra a qualquer sistema de reserva de vagas dentro do modelo

130

conhecido como Cotas No mesmo documento o CEG apontava como

diretrizes para a democratizaccedilatildeo do acesso aos cursos de graduaccedilatildeo da UFRJ o

investimento na melhoria das condiccedilotildees do Ensino Baacutesico a ampliaccedilatildeo do

nuacutemero de vagas para os cursos existentes a criaccedilatildeo de novos cursos e o

investimento em accedilotildees que visassem a permanecircncia dos alunos na UFRJ

Na UERJ o sistema foi muito discutido antes de ser implantado onde um

grupo era a favor do sistema e o defendia como uma forma de inclusatildeo social

outro grupo era totalmente contra por entender que o sistema seria uma invasatildeo

de alunos sem condiccedilotildees de estarem e de acompanharem o niacutevel da

Universidade e esta para natildeo ter reprovaccedilotildees em massa se sentiria na obrigaccedilatildeo

de chegar a esses alunos ldquobaixando seu niacutevel de ensinordquo

Diante da necessidade de implantaccedilatildeo do sistema a UERJ elaborou vaacuterias

propostas que convergiram a um modelo inicial que foi implantado Este modelo

passou por vaacuterias modificaccedilotildees para se adequar cada vez mais a realidade dos

alunos que estavam ingressando na Universidade poreacutem em nenhum momento

o niacutevel de ensino da Universidade precisou cair

A Professora Maria de Faacutetima Branquinho da Faculdade de Educaccedilatildeo da

UERJ que inicialmente fazia parte do grupo contraacuterio ao sistema de cotas e que

hoje eacute uma das professoras que mais se sentem gratificadas com o programa

com uma participaccedilatildeo ativa declarou que possui excelentes alunos cotistas que

se mostram bastante interessados e muitas vezes ateacute mais que os natildeo cotistas

Devido a isto costumam tirar boas notas e alguns deles quando chegam ao 3ordm

periacuteodo satildeo seus colaboradores em projetos de Educaccedilatildeo Ambiental nos quais

ela faz parte obtendo oacutetimos resultados Para a professora ldquoesses alunos

possuem potencial soacute lhes faltava oportunidade de mostrar e esta oportunidade

eacute como um precircmio para eles que se sentem na obrigaccedilatildeo de provarem que satildeo

capazes e que a chance natildeo foi desperdiccedilada (Branquinho 2006 - Entrevista

Teacutecnica)

131

A UFRJ elaborou um projeto piloto para aumentar a presenccedila de alunos da

rede Estadual em seu quadro discente O projeto eacute bastante ambicioso em curto

prazo pois seraacute possiacutevel por meio de parceria com a SEERJ e contaraacute com o

empenho de todos os professores da rede

O ponto central do projeto eacute a melhoria da formaccedilatildeo dos alunos do ensino

meacutedio da Rede Estadual A proposta eacute que isto seja feito atraveacutes de cursos de

Formaccedilatildeo continuada de conteuacutedo especiacutefico e de avaliaccedilatildeo aos professores

A participaccedilatildeo dos professores no projeto seria de no miacutenimo quatro para cada

escola esta que tambeacutem seria escolhida atraveacutes de criteacuterios preacute-estabelecidos

dentre eles a avaliaccedilatildeo no Acircmbito do Programa Nova Escola Esses professores

integrantes do Nuacutecleo Docente devem estar distribuiacutedos em aacutereas da seguinte

maneira Um docente de Liacutengua Portuguesa um docente de Matemaacutetica um

docente do Grupo 1(Quiacutemica Fiacutesica ou Biologia) e um docente do Grupo

2(Histoacuteria Geografia Filosofia ou Sociologia) Aleacutem disso todos os integrantes do

grupo devem ministrar aulas para as mesmas turmas de 3ordf seacuterie do ensino meacutedio

Os alunos das escolas participantes do programa para integrarem ao

projeto tambeacutem teriam que obedecer a vaacuterios criteacuterios estabelecidos pelo

CEGUFRJ Quando aceito no projeto o aluno seria inscrito e indicaria a qual

curso de graduaccedilatildeo pretende concorrer dentro dos que seratildeo disponibilizados

pela UFRJ

O projeto aleacutem dos cursos contaria com a participaccedilatildeo dos docentes da

Rede Estadual para que estes elaborem os instrumentos de avaliaccedilatildeo dos alunos

participantes do projeto Os alunos que apoacutes avaliaccedilatildeo pelo Nuacutecleo Docente

da escola conseguissem classificaccedilatildeo seriam encaminhados para os cursos de

formaccedilatildeo complementar que seriam oferecidos pela UFRJ no primeiro semestre

do ano letivo imediatamente posterior

Quanto ao Projeto da UFRJ com base na experiecircncia docente da autora

o seu principal problema seria provavelmente despertar interesse do corpo

docente das escolas da Rede Estadual em participar do projeto jaacute que a maior

132

parte do projeto seria executada por esses Docentes o que exigiria dedicaccedilatildeo

exclusiva Como os professores da Rede Estadual normalmente trabalham em

vaacuterias escolas isto seria muito difiacutecil Aleacutem de que somente o interesse natildeo eacute o

suficiente o professor tem que ser aceito pelo projeto atraveacutes de avaliaccedilotildees

Outra dificuldade seria em formar o Nuacutecleo Docente jaacute que este exige que os

professores participantes lecionem nas mesmas turmas de 3ordf seacuterie pois em

escolas que funcionam nos trecircs turnos o nuacutemero de turmas eacute muito grande e por

consequumlecircncia o de professores tambeacutem tornando muito difiacutecil coincidir as turmas

com os mesmos professores nas disciplinas exigidas

Adicionalmente no entendimento da autora a proposta da UFRJ exclui a

necessidade de vestibular poreacutem apresenta muitos obstaacuteculos para serem

superados natildeo soacute pelos alunos como tambeacutem pelas escolas e professores para

que o aluno oriundo da Rede Estadual de Ensino possa ser considerado apto

para ingressar na Universidade O fato da ausecircncia de vestibular poderia gerar

nesses alunos algum tipo de discriminaccedilatildeo em relaccedilatildeo aos demais alunos por

parecer que as vagas foram ganhas e natildeo conquistadas Surge entatildeo uma

reflexatildeo Se estes alunos seratildeo preparados atraveacutes da formaccedilatildeo complementar

seraacute que estaratildeo tambeacutem preparados para Vestibular Muito provavelmente isto

lhes daria uma compensaccedilatildeo dos esforccedilos e consequumlente elevaccedilatildeo da auto-

estima

Por outro lado ao se comparar com o projeto da UERJ esta trabalha com

alunos apoacutes o recebimento destes o que gera um grande trabalho inicial e se

corre o risco desses alunos ficarem no meio do caminho e o trabalho ser

desperdiccedilado Este fato eacute um contraposto ao projeto da UFRJ que pretende

trabalhar com esse aluno antes do ingresso deste na Universidade

Finalmente comparando as duas Universidades a UERJ conseguiu atender

as necessidades da lei de uma forma mais raacutepida estaacute funcionando poreacutem

precisa melhorar sua eficiecircncia Como todo projeto as dificuldades vatildeo

aparecendo agrave medida que os fatos se desenvolvem e a cada ano tem

conseguido melhorar o projeto adequando agraves necessidades dos alunos que

133

chegam do Ensino Meacutedio com as disponibilidades que a Universidade tem para

resolver Um ponto positivo eacute que a UERJ estaacute tentando contornar suas

dificuldades atraveacutes de seus proacuteprios meios e dispositivos natildeo dependendo

prioritariamente de outras Instituiccedilotildees A UERJ jaacute deu um primeiro passo com a

implantaccedilatildeo do projeto e seraacute necessaacuterio um tempo para que se resolvam os

problemas que forem surgindo

O projeto da UFRJ eacute abrangente pois a melhoria da formaccedilatildeo dos alunos

tem iniacutecio com a boa formaccedilatildeo dos Docentes poreacutem para que o projeto atinja

os objetivos esperados satildeo necessaacuterios meios adequados Esses pontos satildeo

positivos poreacutem na visatildeo da autora as chances de sucesso seriam maiores se

alguns aspectos fossem contemplados

Uma parceria com a Secretaria Estadual de Educaccedilatildeo para que

os professores tenham oportunidade de participarem dos cursos

Valorizaccedilatildeo dos professores de maneira que estes pudessem ter

disponibilidade de se dedicarem ao projeto

Criar formas de modo a incentivar a participaccedilatildeo dos professores

nos projetos

Fornecer materiais necessaacuterios para que o professor possa realizar

o seu trabalho de maneira satisfatoacuteria

Com bases nesses dados o capiacutetulo a seguir estaraacute fazendo uma

avaliaccedilatildeo da Educaccedilatildeo no Ensino Meacutedio focando a Educaccedilatildeo Ambiental

134

Capiacutetulo 8 Diagnoacutestico da Educaccedilatildeo Ambiental na

Rede Puacuteblica Estadual no Municiacutepio do Rio de

Janeiro

Neste capiacutetulo seraacute feita uma avaliaccedilatildeo do estado da arte da Educaccedilatildeo

Ambiental que eacute feita nas escolas da Rede Puacuteblica Estadual do Municiacutepio do Rio

de Janeiro

81 O Levantamento de Dados

A Educaccedilatildeo Ambiental eacute citada nos Paracircmetros Curriculares Nacionais

(PCNs) como um assunto que deve ser abordado nas Instituiccedilotildees de Ensino por

todas as disciplinas em todos os niacuteveis educacionais inclusive no Ensino Meacutedio A

questatildeo era saber como isto estava sendo feito nas Escolas de Ensino meacutedio da

Rede Estadual e como a UFRJ poderia contribuir para que esse tema fosse

abordado cada vez mais e de maneira mais abrangente Para que esta

avaliaccedilatildeo fosse possiacutevel foi necessaacuteria a execuccedilatildeo de uma coleta de dados

135

Os dados coletados foram resultados obtidos atraveacutes de questionaacuterios

enviados agraves escolas de Ensino Meacutedio da Rede Puacuteblica Estadual do Municiacutepio do

Rio de Janeiro O questionaacuterio foi elaborado de forma simplificada de maneira

que fosse capaz de revelar o mais proacuteximo possiacutevel da realidade vivida por essas

comunidades escolares

Os questionaacuterios foram enviados para as escolas pelas Coordenadorias

responsaacuteveis atraveacutes de parceria com a Secretaria Estadual de Educaccedilatildeo do

Estado do Rio de Janeiro (SEEERJ) que viabilizou a pesquisa no acircmbito escolas do

Municiacutepio do Rio de Janeiro

As Coordenadorias que fizeram parte da Avaliaccedilatildeo foram A Metropolitana

III a Metropolitana IV e a Metropolitana X

82 A Receptividade das Coordenadorias

A participaccedilatildeo e o empenho das Coordenadorias em colaborar com o

projeto foram muito diferentes algumas se mostraram bastante receptivas com o

projeto outras natildeo se interessaram e portanto natildeo se empenharam para um

resultado satisfatoacuterio

A figura 81 mostra os dados referentes agrave Metropolitana III Os nuacutemeros

revelam que a participaccedilatildeo foi mediana natildeo devolveu nenhum questionaacuterio

enviou todos para as escolas poreacutem retornou um numero pequeno de

questionaacuterios respondidos O nuacutemero foi pequeno poreacutem foi possiacutevel se ter uma

visatildeo da situaccedilatildeo nessa regiatildeo portanto este nuacutemero natildeo chegou a

comprometer o trabalho

136

85

0

30

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

Metropolitana III

Entregues

Devolvidos

Respondidos

Figura 81 ndash Avaliaccedilatildeo de receptividade da Metropolitana III

A figura 82 mostra os dados referentes a Metropolitana IV que foi a que se

mostrou interessada no projeto e teve um comprometimento muito grande na

figura de seu Sub Gerente de Ensino Professor Luiz Gustavo Ribeiro Vieira que

participou ativamente enviando o questionaacuterio a todas as escolas e cobrando o

seu retorno com isto obteve um retorno de questionaacuterios bastante significativo

133

0

50

0

20

40

60

80

100

120

140

Metropolitana IV

Entregues

Devolvidos

Respondidos

Figura 82 Avaliaccedilatildeo de receptividade da Metropolitana IV

A figura 83 mostra os dados referentes a Metropolitana X que foi a

Coordenadoria que natildeo mostrou interesse no projeto natildeo tendo nenhum

137

empenho na distribuiccedilatildeo nem recebimento dos questionaacuterios a serem

respondidos Com um nuacutemero muito pequeno de questionaacuterios respondidos por

essa Coordenadoria a quantidade de dados referente agrave realidade das escolas

natildeo ficou clara e com isto natildeo foi possiacutevel a avaliaccedilatildeo desta regiatildeo

125

100

6

0

20

40

60

80

100

120

140

Metropolitana X

Entregues

Devolvidos

Respondidos

Figura 83 Avaliaccedilatildeo de receptividade da Metropolitana X

Mesmo os questionaacuterios sendo apresentados de maneira bem simplificada

observou-se que as escolas tiveram dificuldade tanto de cumprirem os prazos

estabelecidos quanto de expressarem suas realidades

83 A Educaccedilatildeo Ambiental em Nuacutemeros

Os resultados foram baseados nos questionaacuterios respondidos pelas escolas

de Ensino Meacutedio da Rede Puacuteblica Estadual do Municiacutepio do Rio de Janeiro

O questionaacuterio foi composto por perguntas divididas em trecircs grupos

Primeiramente as perguntas relacionadas com a instituiccedilatildeo de ensino Segundo a

abordagem da educaccedilatildeo ambiental e em terceiro a respeito da capacitaccedilatildeo

docente O questionaacuterio focava tambeacutem o interesse com a Educaccedilatildeo

Ambiental tanto das Instituiccedilotildees de ensino quanto por parte dos professores e

alunos

138

A seguir os resultados finais apoacutes a avaliaccedilatildeo das respostas obtidas atraveacutes

dos questionaacuterios separados pelas Metropolitanas III IV Na Metropolitana X

como o nuacutemero de questionaacuterios foi muito pequeno esta natildeo entraraacute no estudo

comparativo

1 ndash Quanto agrave abordagem do Tema Educaccedilatildeo Ambiental

O tema Educaccedilatildeo Ambiental eacute abordado na Escola

A pergunta objetiva ter informaccedilotildees se de alguma forma o tema

Educaccedilatildeo Ambiental eacute abordado nas escolas natildeo especificando a maneira Os

resultados encontram-se na figura 84

96

4

97

3

0

20

40

60

80

100

Metro III Metro IV

SimNatildeo

Figura 84 - Abordagem do tema na escola

Segundo a figura 84 observa-se que ambas Metropolitanas possuem um

alto iacutendice de aplicaccedilatildeo da EA A regiatildeo onde ela eacute um pouco maior eacute a

Metropolitana IV regiatildeo que abrange a zona oeste da cidade Cerca de 97 das

escolas aplicam a EA e apenas 3 natildeo aplicam Na Metropolitana III cerca de

96 das escolas aplicam e cerca de 4 natildeo aplicam a EA Os resultados

apontam que existe a aplicaccedilatildeo de EA nas escolas mas estes nuacutemeros natildeo estatildeo

de acordo com as respostas das perguntas seguintes

139

Na Metropolitana X das sete escolas que responderam seis aplicam de

alguma forma a EA dentre estas trecircs satildeo da Zona Sul da cidade (Copacabana

Ipanema e Gaacutevea) 2 satildeo da Zona Norte(Tijuca e Satildeo Cristoacutevatildeo) e uma da Zona

Oeste(Barra da Tijuca) a escola que natildeo aplica estaacute localizada no bairro da

Taquara

O tema eacute abordado em uma disciplina multidisciplinar ou de outras

formas

A pergunta objetiva saber como a escola aborda o tema se atraveacutes de

uma disciplina especiacutefica isto eacute se existe dentro do curriacuteculo uma mateacuteria

voltada para a Educaccedilatildeo Ambiental (disciplinar) ou atraveacutes de vaacuterias

disciplinas onde todas iratildeo abordar o tema dentro dos conteuacutedos a serem

aplicados (multidisciplinar) que eacute a chamada multidisciplinaridade ou ainda se

a instituiccedilatildeo de ensino se utiliza de alguma outra forma Os dados satildeo mostrados

na figura 85

0

20

40

60

80

100

Metro III Metro IV

DisciplinarMultidisciplinar

Figura 85 O tema eacute disciplinar ou multidisciplinar

Segundo o graacutefico a maioria das escolas trata o tema como

multidisciplinar Nas que informaram que eram disciplinar natildeo ficou claro se a

escola tinha uma disciplina especiacutefica mas pareceu devido as perguntas

140

seguintes que o tema era abordado em biologia quiacutemica e geografia durante

as aulas em meio aos conteuacutedos dessas disciplinas

A Metropolitana III mostrou que 100 das escolas que participaram da

pesquisa abordam o tema de forma multidisciplinar Na Metropolitana IV cerca

de 19 das escolas abordam o tema de forma disciplinar isto eacute possuem uma

disciplina voltada para o tema

Na Metropolitana X dos sete questionaacuterios respondidos cinco responderam

que o tema eacute abordado em vaacuterias disciplinas

Existe obrigatoriedade da participaccedilatildeo dos alunos

O objetivo eacute mapear como se daacute a participaccedilatildeo discente ou seja se

quando os temas relacionados agrave educaccedilatildeo ambiental satildeo abordados nas

escolas existe a abrigatoriedade na participaccedilatildeo dos alunos Os resultados satildeo

mostrados na figura 86

0

20

40

60

80

100

Metro III Metro IV

SimNatildeo

Figura 86 ndash Obrigatoriedade da participaccedilatildeo discente

Atraveacutes do graacutefico verifica-se que na maioria das escolas quando o

tema eacute abordado existe a obrigatoriedade da participaccedilatildeo dos alunos Na

141

Metropolitana IV em 69 das escolas eacute obrigatoacuteria a participaccedilatildeo dos alunos Na

metropolitana III em 44 das escolas a participaccedilatildeo eacute obrigatoacuteria

Na Metropolitana X quatro escolas responderam que a participaccedilatildeo eacute

obrigatoacuteria

De acordo com as observaccedilotildees feitas atraveacutes das respostas do

questionaacuterio constatou-se que a participaccedilatildeo obrigatoacuteria dos alunos se daacute

devido a EA ser tratada na maioria das vezes dentro das disciplinas em meio ao

conteuacutedo isto torna a participaccedilatildeo dos alunos obrigatoacuteria jaacute que a natildeo

participaccedilatildeo pode implicar na perda de pontos nas disciplinas

Os professores participam das atividades relacionadas ao

tema

Objetiva monitorar a participaccedilatildeo dos professores das instituiccedilotildees de

ensino nas atividades relacionadas ao tema EA e se existe um grande

envolvimento dos professores quanto agrave difusatildeo do tema nas escolas sendo

os resultados mostrados na figura 87

0

20

40

60

80

100

Metro III Metro IV

TodosAlguns

Figura 87 - Participaccedilatildeo dos professores

142

Em todas as Metropolitanas verificou-se que natildeo satildeo todos os professores

que participam dos projetos Observa-se que apenas um pequeno grupo se

envolve nos assuntos relacionados ao tema Educaccedilatildeo Ambiental o que acaba

limitando o assunto a algumas disciplinas

A Educaccedilatildeo Ambiental eacute praticada atraveacutes de que meios

A pergunta objetiva saber os meios pelos quais as instituiccedilotildees de ensino

utilizam para praticarem a Educaccedilatildeo Ambiental Se informalmente quando o

tema eacute abordado sem nenhum compromisso ou durante as aulas teoacutericas das

disciplinas ou por vaacuterios meios quando a escola tem projetos feiras

pedagoacutegicas visitas viacutedeos etc utilizando todos os meios simultaneamente

conforme mostrado na figura 88

0

20

40

60

80

100

Metro III Metro IV

Aulas Teoacutericase praacuteticas

Informalmente

Outros

Figura 88 Meios de aplicaccedilatildeo da Educaccedilatildeo Ambiental

Em todas as Metropolitanas a maioria das escolas utiliza aulas teoacutericas ou

praacuteticas para abordarem o tema Educaccedilatildeo Ambiental

Na Metropolitana III cerca de 51 das escolas utiliza aulas teoacutericas ou

praacuteticas para abordar o tema cerca de 17 abordam o tema de maneira

informal e cerca de 32 das escolas diversificam a maneira de abordagem do

tema

143

Na Metropolitana IV cerca de 43 das escolas utiliza as aulas para

abordarem o tema cerca de 16 abordam o tema informalmente e 42 das

escolas diversificam a forma de abordarem o tema

Na Metropolitana X dos 6 questionaacuterios respondidos 4 escolas abordam o

tema nas aulas teoacutericas e praacuteticas e 2 escolas abordam o tema informalmente

O predomiacutenio da abordagem em aulas teoacutericas provavelmente eacute

decorrente da falta de um projeto pedagoacutegico voltado para a Educaccedilatildeo

Ambiental

Quais os projetos eou atividades implantados

Objetiva mapear quais os principais temas abordados nos projetos e ou nas

atividades desenvolvidas pelas instituiccedilotildees de ensino voltadas para a educaccedilatildeo

ambiental conforme mostrado na figura 89

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Metro III Metro IV

Reciclagem e ColetaSeletiva

Reduccedilatildeo de Consumo eReuso de aacutegua e Energia

Outros

Figura 89 Projetos e ou Atividades implantados

De acordo com o graacutefico em ambas Metropolitanas o tema mais

abordado eacute a Reciclagem e a Coleta Seletiva Na Metropolitana III 50 dos

questionaacuterios responderam Reciclagem e Coleta Seletiva contra 39 de

Reduccedilatildeo de consumo e Reuso de aacutegua e energia

144

Na Metropolitana IV cerca de 46 responderam Reciclagem e Coleta

seletiva e 37 de projetos de Reduccedilatildeo de Consumo de aacutegua e energia

Este resultado era esperado pois para a maioria dos indiviacuteduos educaccedilatildeo

ambiental eacute Coleta Seletiva de Materiais e Reciclagem com isto a EA fica muito

restrita a este tema deixando os aspectos mais importantes sem abordagem isto

pode ser devido a falta de informaccedilatildeo que os proacuteprios educadores tecircm a

respeito da EA

A Metropolitana X apresentou uma resposta diferente dos quatro

questionaacuterios que foram respondidos trecircs responderam Reduccedilatildeo de Consumo e

Reuso de Aacutegua e Energia e apenas um respondeu Coleta Seletiva e Reciclagem

Isto pode ser reflexo da condiccedilatildeo Soacutecio-econocircmica predominante das

regiotildees abrangidas pelas Metropolitanas III e IV que compreendem bairros com

populaccedilotildees mais carentes Neste caso a Coleta Seletiva e a Reciclagem muitas

vezes satildeo a fonte de renda de muitas famiacutelias e faz parte do cotidiano dessas

regiotildees

Existe interesse dos alunos em relaccedilatildeo aos projetos

A pergunta objetiva saber se os alunos das instituiccedilotildees de ensino

demonstram interesse na participaccedilatildeo nos projetos eou nas atividades

relacionadas agrave educaccedilatildeo ambiental desenvolvidas nas escolas os resultados

encontram-se na figura 810

145

0

20

40

60

80

100

Metro III Metro IV

SimNatildeo

Figura 810 Participaccedilatildeo dos alunos

Na Metropolitana III o percentual de interesse dos alunos eacute de 96 e na

Metropolitana IV o percentual eacute de 100 mostrando que o interesse dos alunos

das aacutereas abrangidas por essas metropolitanas eacute bastante alto Este alto

percentual de participaccedilatildeo pode estar relacionado com a obrigatoriedade na

participaccedilatildeo dos alunos jaacute citado em pergunta anterior

Na Metropolitana X dos quatro questionaacuterios que foram respondidos dois

responderam que sim e dois responderam que natildeo resultado que natildeo nos

permite ter uma visatildeo do niacutevel de interesse dos alunos desta regiatildeo

Os projetos possuem retorno financeiro

A pergunta objetiva saber se os projetos implantados pelas instituiccedilotildees de

ensino tiveram como objetivo aleacutem da informaccedilatildeo para os alunos e a

comunidade trouxe tambeacutem algum tipo de retorno financeiro para alguma das

partes Isto porque alguns projetos de Educaccedilatildeo Ambiental como os de Coleta

Seletiva geram recursos financeiros ou bens conforme mostrado na figura 811

146

0

20

40

60

80

100

Metro III Metro IV

NuncaAs Vezes

Figura 811 - Retorno financeiro nos projetos

Nas Metropolitanas III e IV a maioria das escolas declarou que natildeo possui

nenhum tipo de retorno financeiro quando da implantaccedilatildeo de seus projetos de

educaccedilatildeo ambiental

Na Metropolitana III o percentual foi de 92 e a Metropolitana IV foi de

96 Com base nesses resultados conclui-se que os projetos implantados nas

escolas em sua maioria natildeo objetivam retorno financeiro

Na Metropolitana X dos cinco questionaacuterios que responderam todos

responderam que nunca possuem retorno financeiro na implantaccedilatildeo de seus

projetos de EA

Os recursos arrecadados satildeo para que destino

A pergunta objetiva saber para onde os recursos arrecadados com os

projetos realizados pelas escolas foram destinados

147

0

20

40

60

80

100

Metro III Metro IV

Escola e AlunosComunidadeOutros

Figura 812 Destino dos recursos arrecadados

As escolas que tiveram algum tipo de retorno utilizaram este para

aquisiccedilatildeo de materiais para a escola e para os alunos A maioria das instituiccedilotildees

de ensino natildeo respondeu a este item uma vez que a sua resposta estava

vinculada a pergunta anterior

2 ndash Quanto a Capacitaccedilatildeo docente

Qual a formaccedilatildeo em niacutevel de graduaccedilatildeo dos professores que

participam da Educaccedilatildeo Ambiental

Objetiva mapear a graduaccedilatildeo dos professores isto eacute as disciplinas que

mais participam dos projetos de educaccedilatildeo ambiental implantados nas

escolas conforme mostrado na figura 813

148

0

20

40

60

80

100

Metro III Metro IV

QuimFisBioGeo

Outras

Figura 813 Professores que participam das atividades

Em todas as Metropolitanas as disciplinas que mais participam dos projetos

de Educaccedilatildeo Ambiental satildeo as mesmas isto eacute Quiacutemica Fiacutesica Biologia e

Geografia Isto ocorre por serem estas disciplinas que em seus curriacuteculos

apresentam o tema Educaccedilatildeo Ambiental o que torna mais faacutecil para os

professores destas disciplinas a abordagem do tema e por consequumlecircncia esta

desperta maior interesse

Na Metropolitana X dos quatro questionaacuterios respondidos todos

colocaram as mesmas disciplinas citadas anteriormente

Eacute interessante frisar que em especial os cursos de graduaccedilatildeo de Quiacutemica

Biologia e Geografia tecircm um conteuacutedo consideraacutevel de temas voltados para a

aacuterea ambiental Talvez seja pertinente questionar que se a Educaccedilatildeo Ambiental

fosse mais abordada em outros cursos de Licenciatura (Histoacuteria Portuguecircs

Matemaacutetica etc) talvez aumentasse a participaccedilatildeo dos professores dessas

disciplinas ou de projetos transversais

149

Os professores que participam possuem formaccedilatildeo especiacutefica em

EA

Identifica se os professores das instituiccedilotildees de ensino que participam dos

projetos de educaccedilatildeo ambiental possuem algum tipo de formaccedilatildeo especiacutefica

para este fim como cursos de especializaccedilatildeo mestrado doutorado ou mesmo

cursos de curta duraccedilatildeo Os resultados satildeo mostrados na figura 814

0

20

40

60

80

100

Metro III Metro IV

AlgumaFormaccedilatildeo

NenhumaFormaccedilatildeo

Figura 814 Os professores possuem formaccedilatildeo especiacutefica em EA

Diferentemente do esperado as Metropolitanas III e IV informaram que um

grande nuacutemero de professores possui algum tipo de formaccedilatildeo especiacutefica

Na Metropolitana III cerca de 90 dos professores possuem alguma

formaccedilatildeo especifica em EA e na Metropolitana IV a metade dos professores da

rede possuem algum tipo de especializaccedilatildeo em EA

Apesar das escolas terem informado um grande de professores com algum

tipo de especializaccedilatildeo natildeo foi informado se essa especializaccedilatildeo era especiacutefica

em Educaccedilatildeo Ambiental mesmo estando claro na pergunta Este resultado vai

de encontro com as respostas referentes agraves outras questotildees nas quais as escolas

e os docentes demonstraram dificuldade na exploraccedilatildeo do tema e sinalizam que

eacute necessaacuteria a capacitaccedilatildeo

150

Na Metropolitana X das cinco escolas que responderam a essa questatildeo

trecircs possuem professores com alguma especializaccedilatildeo e duas escolas declararam

que natildeo possuem professores com especializaccedilatildeo

A escola tem interesse na capacitaccedilatildeo docente para a

Educaccedilatildeo Ambiental

A pergunta objetiva mostrar se existe o interesse das escolas em preparar

os professores para que estes possam adquirir mais conhecimentos teacutecnicos e

com isto possam realizar seus projetos com maior eficiecircncia no desempenho de

seu trabalho segundo mostrado na figura 815

0

20

40

60

80

100

Metro III Metro IV

SimNatildeo

Figura 815 Interesse da escola na capacitaccedilatildeo docente

A quase totalidade das escolas das Metropolitanas III e IV mostraram

interesse na capacitaccedilatildeo de seus professores em Educaccedilatildeo Ambiental

Na Metropolitana X das cinco escolas que responderam a essa pergunta

todas declararam que possuem interesse na capacitaccedilatildeo docente

Essas respostas mostraram que talvez a pergunta referente agrave

especializaccedilatildeo dos docentes natildeo foi corretamente respondida

151

Segundo esses dados conclui-se que existe grande interesse das escolas

em melhorar o desempenho de seus professores na aplicaccedilatildeo da educaccedilatildeo

ambiental

Existe interesse dos professores em participarem de cursos de

formaccedilatildeo em Educaccedilatildeo Ambiental

Objetiva mostrar se haacute interesse dos professores em participarem de cursos

de formaccedilatildeo especializaccedilatildeo na aacuterea ambiental segundo figura 816

0

20

40

60

80

100

Metro III Metro IV

Sim

Natildeo

Figura 816 - Interesse dos professores em cursos de formaccedilatildeo em EA

Nas Metropolitanas III e IV o interesse dos professores em participar de um

curso de formaccedilatildeo em EA eacute bastante alto

Na Metropolitana X dos seis questionaacuterios respondidos todos mostraram

interesse na participaccedilatildeo no curso de capacitaccedilatildeo

De acordo com as questotildees existe um grande interesse da parte dos

professores em participarem de cursos de formaccedilatildeo especializaccedilatildeo em EA Para

isto se faz necessaacuterio que exista uma oferta de cursos destinada a este puacuteblico

alvo

152

Quais as aacutereas que os professores apresentam maior interesse

Objetiva mapear em quais aacutereas da Educaccedilatildeo Ambiental os professores

gostariam que fossem abordados com maior profundidade e abrangecircncia

conforme mostrado na figura 817

0

20

40

60

80

100

Metro III Metro IV

Coleta Seletiva eReciclagem

RecursosHiacutedricos

Outros

Figura 817 Aacutereas de interesse dos professores

Neste item as respostas foram muito variadas sendo que o assunto que

apareceu com mais frequumlecircncia foram os de Coleta Seletiva e Reciclagem

seguidos pelos Recursos Hiacutedricos os demais aparecerem com pouca frequumlecircncia e

foram agrupados num uacutenico grupo ldquooutrosrdquo Foi observado que muitas

instituiccedilotildees natildeo entenderam bem o questionamento pois ao inveacutes de

responderem sobre o tema ambiental de interesse responderam sobre outros

temas

84 Conclusotildees Parciais

As escolas tiveram muita dificuldade para responder os questionaacuterios pois

muitas respostas natildeo tinham relaccedilatildeo direta com a pergunta Em muitos casos o

questionaacuterio foi devolvido com muitas perguntas sem resposta natildeo ficando claro

se por falta de entendimento das perguntas ou por desinteresse pelo tema

153

Com o questionaacuterio percebeu-se de forma geral que natildeo houve muito

empenho em se fornecer respostas claras e que refletissem realmente a vivecircncia

das escolas Pode-se detectar que os professores natildeo participaram ou seja a

pessoa designada para responder emitiu somente a sua opiniatildeo e simplesmente

natildeo respondeu o que tinha relaccedilatildeo direta com o corpo docente da escola

Algumas escolas aproveitaram o espaccedilo do questionaacuterio destinado a

sugestotildees e observaccedilotildees para fazer reivindicaccedilotildees como melhor remuneraccedilatildeo a

inadequaccedilatildeo de cursos ou treinamentos aos saacutebados e que os cursos deveriam

ter ajuda de custo para o professor ou ainda solicitaccedilatildeo de apoio em

campanhas como por exemplo ldquoNatildeo para um lixatildeo em nosso bairrordquo

O questionaacuterio deixou alguns pontos bem claros e alarmantes a educaccedilatildeo

ambiental natildeo eacute vista como um assunto que seja importante Isso pode ser

atribuiacutedo agrave falta de informaccedilatildeo que atinge desde a comunidade ateacute os oacutergatildeos

que coordenam a educaccedilatildeo passando pelos professores que na avaliaccedilatildeo da

autora satildeo as peccedilas mais importantes Estes quando possuem uma boa

formaccedilatildeo vatildeo propagar as informaccedilotildees entre os alunos que propagaratildeo para

suas famiacutelias e comunidades estabelecendo-se um efeito multiplicador agrave difusatildeo

do conhecimento

Com base nas demandas detectadas na anaacutelise dos questionaacuterios e na

excelecircncia dos profissionais da UFRJ ligados agrave aacuterea ambiental eacute apresentada a

seguir uma proposta de curso de especializaccedilatildeo transdisciplinar em EA voltado

para professores do Ensino Meacutedio

154

Capiacutetulo 9 ndash Proposta de Curso de Formaccedilatildeo Para Professores

A Educaccedilatildeo Ambiental segundo a lei ndeg 9795 de 27 de abril de 1999 eacute

um componente essencial e permanente da Educaccedilatildeo Nacional devendo estar

presente em todos os niacuteveis e todas as modalidades do processo educativo

formal e natildeo-formal

Por seu caraacuteter humanista holiacutestico interdisciplinar e participativo a

Educaccedilatildeo Ambiental pode contribuir muito para renovar o processo educativo

trazendo a permanente avaliaccedilatildeo criacutetica a adequaccedilatildeo dos conteuacutedos agrave

realidade local e o envolvimento dos educandos em accedilotildees concretas de

transformaccedilatildeo dessa realidade

155

Para realmente abordar estes princiacutepios e atingir seus objetivos a

Educaccedilatildeo Ambiental precisa de uma ampla gama de meacutetodos e do preparo dos

educadores neste sentido

A partir das informaccedilotildees obtidas nesta pesquisa observou-se a

necessidade de cursos de formaccedilatildeo na aacuterea ambiental para os professores do

Ensino Meacutedio da Rede Puacuteblica Estadual

Este capiacutetulo objetiva propor um curso que atenda a essa necessidade

tendo em vista todas as dificuldades em termos de disponibilidade da entidade e

da quantidade de vagas que possa atender da melhor maneira possiacutevel ao

puacuteblico alvo

91 Objetivo do Curso

Capacitar os professores do Ensino Meacutedio da Rede Puacuteblica Estadual do

Municiacutepio do Rio de Janeiro para o ensino da Educaccedilatildeo Ambiental fornecendo

conhecimentos aos participantes de forma que os educadores tenham

condiccedilatildeo de desenvolver o seu trabalho de maneira plena e com maior

eficiecircncia

Desenvolver a capacidade de compreensatildeo da temaacutetica ambiental de

forma holiacutestica e no acircmbito interdisciplinar enfocando o papel da educaccedilatildeo

para a construccedilatildeo de uma sociedade sustentaacutevel

Analisar as relaccedilotildees entre educaccedilatildeo problemaacutetica ambiental e

desenvolvimento sustentaacutevel

Incentivar a pesquisa interdisciplinar e o desenvolvimento de projetos de

intervenccedilatildeo social aleacutem de promover atividades de prestaccedilatildeo de serviccedilos a

comunidade em geral atraveacutes de cursos accedilotildees integradas eventos entre outros

Para que estes objetivos sejam atingidos eacute necessaacuterio que na

programaccedilatildeo dos conteuacutedos sejam contemplados fundamentos teoacutericos e

156

praacuteticos de modo a atender as determinaccedilotildees dos oacutergatildeos Ambientais Estaduais

Municipais e do Ministeacuterio do Meio Ambiente

92 Duraccedilatildeo do Curso

Por se tratar de um curso de especializaccedilatildeo a carga horaacuteria miacutenima

deveraacute ser de 360 horas com aulas ministradas em dias e horaacuterios de melhor

disponibilidade para os professores e as Universidades

93 Conteuacutedo do Curso

Nesta proposiccedilatildeo de ensino de Educaccedilatildeo Ambiental para docentes do

Ensino Meacutedio o curso deveraacute ser composto por quatro moacutedulos para que seja

abordada a maioria dos aspectos necessaacuterios para a boa formaccedilatildeo docente

1ordm Moacutedulo ndash As diferentes dimensotildees da temaacutetica ambiental na atualidade

Analise dos mais variados enfoques das questotildees ambientais por meio de

debates e trocas de experiecircncias como alternativa para aproximar todas as

vaacuterias aacutereas de conhecimento reconhecendo a diversidade do grupo e a

necessidade de interaccedilatildeo entre as aacutereas de formaccedilatildeo ressaltando as interfaces

entre as ciecircncias naturais e as humanas dentro da perspectiva interdisciplinar

Conceitos baacutesicos na Aacuterea Ambiental

bull Meio Ambiente e Ecologia rarrConceitos baacutesicos a fim de atender

melhor a dinacircmica de interaccedilotildees nos biomas terrestres e ambientes

bull Tipos de Poluiccedilatildeo e seus efeitos rarr Classificaccedilatildeo dos principais tipos de

poluiccedilatildeo e seus efeitos no meio ambiente e na sociedade

bull Tratamento de resiacuteduos soacutelidos e de efluentesrarrNoccedilotildees de reduccedilatildeo na

produccedilatildeo de resiacuteduos e tratamento dos resiacuteduos

bull Minimizaccedilatildeo de emissotildeesrarrClassificaccedilatildeo dos tipos de emissotildees e como

minimiza-las

157

2ordm Moacutedulo ndash Aborda as leis e os oacutergatildeos ligados a Educaccedilatildeo Ambiental As

disciplinas pretendem realizar uma introduccedilatildeo ao Direito Ambiental apontando e

propiciando a discussatildeo anaacutelise e avaliaccedilatildeo de conceitos juriacutedicos baacutesicos para

a compreensatildeo da legislaccedilatildeo ligada agrave problemaacutetica ambiental e suas

implicaccedilotildees sociais

Legislaccedilatildeo Ambiental

bull Leis RegulamentadorasrarrMostrar as leis que regulamentam as accedilotildees

ligadas ao meio ambiente e a Educaccedilatildeo Ambiental

bull Oacutergatildeos fiscalizadoresrarrIdentificar os oacutergatildeos fiscalizadores das accedilotildees

voltadas para o meio ambiente como tambeacutem as accedilotildees voltadas para a

Educaccedilatildeo Ambiental

bull Esferas AdministrativasrarrMostrar as atribuiccedilotildees de cada esfera de

governo nas accedilotildees relacionadas as questotildees ambientais

3ordm Moacutedulo ndash mostrar as relaccedilotildees entre Meio Ambiente e sociedade a partir

da anaacutelise de casos concretos existentes A discussatildeo dos conceitos de

paisagem lugar e territoacuterio explicando os viacutenculos soacutecio-culturais com os

ambientes O conceito sustentabilidade deveraacute ser debatido tanto na dimensatildeo

cultural e social nas formas de produccedilatildeo da subsistecircncia humana e nos

diferentes modelos soacutecio-econocircmicos priorizando as questotildees dos ldquoecossistemas

urbanosrdquo

Educaccedilatildeo ambiental e Cidadania

bull Percepccedilatildeo da realidade ambientalrarr As relaccedilotildees entre o homem e

o seu meio ambiente social e natural atraveacutes de modelos de ocupaccedilatildeo do

espaccedilo e uso de recursos naturais por formas soacutecio-culturais diferenciadas

bull A relaccedilatildeo Educaccedilatildeo Ambiental - Qualidade de Vida rarr As relaccedilotildees

da EA com a qualidade de vida e a sauacutede

bull Projetos roteiros reflexotildees e praacuteticas de Educaccedilatildeo Ambiental

rarrInstrumentalizar para a elaboraccedilatildeo e execuccedilatildeo de projetos de gestatildeo

158

ambiental e de modelos de desenvolvimento sustentado adequados agraves

especificidades soacutecio-ambientais das populaccedilotildees ldquoalvordquo

bull Integraccedilatildeo Escola-Meio-Ambiente-ComunidaderarrAbordagem de

aspectos teoacutericos e praacuteticos da construccedilatildeo de projetos no contexto escolar e fora

deste espaccedilo

4 ndash Moacutedulo ndash Projetos - seratildeo tarefas pedagoacutegicas de caraacuteter

interdisciplinar A partir do levantamento dos interesses dos alunos pretende-se

estruturar coletivamente projetos de intervenccedilatildeo e pesquisa em EA que

deveratildeo possibilitar a elaboraccedilatildeo dos trabalhos de final de curso

Pesquisa em Educaccedilatildeo Ambiental

bull Estudo de Campo

bull Trabalho final

94 Consideraccedilotildees

Esta proposta daacute uma visatildeo de alguns aspectos que norteiam o tema

Educaccedilatildeo Ambiental focando essencialmente os assuntos que satildeo importantes

para a formaccedilatildeo do Educador Ambiental

Os temas devem ser abordados de forma sucinta de modo que consiga

atingir a todos os profissionais de Educaccedilatildeo considerando que estes possuem

diferentes formaccedilotildees em niacutevel de graduaccedilatildeo

Outro aspecto considerado eacute que dentre os temas abordados estatildeo a

relaccedilatildeo sociedade e meio ambiente que eacute um dos pontos mais importantes do

curso pois permitiraacute que o educador consiga transmitir aos seus alunos a sua real

importacircncia na contribuiccedilatildeo para a melhoria da sua qualidade de vida e de seu

entorno e consequumlentemente na conservaccedilatildeo do planeta

159

Capiacutetulo 10 ndash Conclusotildees e Sugestotildees

101 Consideraccedilotildees Finais

A Educaccedilatildeo eacute primordial para o crescimento de qualquer paiacutes poreacutem natildeo

lhe eacute dada toda a atenccedilatildeo necessaacuteria problema que natildeo eacute recente mas sim

um problema histoacuterico pois a Educaccedilatildeo natildeo eacute tema essencial desde os tempos

da colonizaccedilatildeo Desde aquela eacutepoca o ensino era colocado em segundo

plano como algo sem importacircncia e por consequumlecircncia a profissatildeo de professor

jaacute era desvalorizada muitas vezes sendo colocado como marginalizados pela

sociedade

A Educaccedilatildeo de qualidade era um direito de poucos e esses poucos eram os

indiviacuteduos que tinham famiacutelias tradicionais e abastadas que tinham condiccedilotildees

financeiras para estudar nos melhores coleacutegios Este fato se reflete nos dias de

hoje onde a qualidade no ensino estaacute cada vez mais destinada aos alunos que

tem melhores condiccedilotildees financeiras Isto pode ser verificado nas escolas puacuteblicas

160

de ensino fundamental e o ensino meacutedio da Rede Puacuteblica Estadual onde resta

para os menos favorecidos um ensino que natildeo tem como objetivo central uma

boa formaccedilatildeo

Atraveacutes das Poliacuteticas SociaisEducacionais a ideacuteia central eacute a manutenccedilatildeo

do aluno na escola fornecimento de alimentaccedilatildeo etc onde a manutenccedilatildeo do

aluno na escola se faz de vaacuterias formas dentre elas podemos citar a aprovaccedilatildeo

progressiva no ensino fundamental onde o aluno eacute aprovado mesmo sem

condiccedilotildees pois foi verificado que o aluno que reprova muitas vezes abandona a

escola

No ensino Meacutedio natildeo eacute muito diferente onde o problema comeccedilou no

momento em que o ingresso no ensino meacutedio passou a ser automaacutetico sem

nenhum tipo de avaliaccedilatildeo gerando turmas muito heterogecircneas com alunos

bons lado a lado com alunos que natildeo possuem a menor condiccedilatildeo de estarem no

ensino meacutedio Isto acarreta numa dificuldade muito grande ao professor de

passar o conteuacutedo das disciplinas com um agravante o professor eacute obrigado a

ter um niacutevel de exigecircncia muito baixo pois um nuacutemero de reprovaccedilatildeo muito alto

tambeacutem natildeo eacute permitido Aleacutem disso podemos citar ainda as condiccedilotildees de

trabalho principalmente nas aacutereas mais carentes onde muitas vezes o professor

natildeo tem o material miacutenimo de trabalho tendo que comprar do proacuteprio bolso

Tocando neste ponto um problema muito grave eacute a falta de valorizaccedilatildeo do

professor atraveacutes dos baixos salaacuterios que estes recebem o que causa uma

desmotivaccedilatildeo muito grande na boa execuccedilatildeo de seu trabalho

Esses satildeo apenas algumas das causas do baixo desempenho do ensino

meacutedio e por consequumlecircncia o baixo iacutendice de aprovaccedilatildeo desses alunos em

concursos de acesso as Universidades Puacuteblicas que deveria ser o fluxo natural

desses alunos Este fato gerou a Poliacutetica Publica de inclusatildeo social que determina

o aumento de alunos egressos da Rede Puacuteblica nas Universidades Puacuteblicas que eacute

feito atraveacutes de reservas de vagas nas Universidades para esses alunos Isto no

entendimento da autora funciona apenas como uma forma imediatista de

resolver o problema pois em educaccedilatildeo os impactos de uma proposta de

161

mudanccedila requerem um tempo para que sejam percebidos Com isto para se

reverter o problema de inclusatildeo dos jovens vindos da rede puacuteblica estadual nas

universidades seria necessaacuterio no miacutenimo de 12 anos Um periacuteodo relativamente

grande pois as mudanccedilas devem envolver todas as esferas do governo em

conjunto com a sociedade e natildeo devendo estar atrelada a um determinado

mandato Em outras palavras em um sistema ideal os mandatos acabariam

mais os projetos continuariam

O estado atual da Educaccedilatildeo no paiacutes eacute uma consequumlecircncia direta do

arrocho salarial e da degradaccedilatildeo dos serviccedilos puacuteblicos acentuados apoacutes o fim

do Regime Militar com isso a classe meacutedia passou a incluir em seus orccedilamentos a

educaccedilatildeo o que gerou uma ruptura da convivecircncia entre crianccedilas e jovens de

classes pobres e da classe meacutedia nas Escolas Puacuteblicas No topo da piracircmide

social estatildeo as famiacutelias de classe meacutedia e alta que usufruem do Ensino Privado

para posteriormente disputar em melhores condiccedilotildees as vagas nas Universidades

Puacuteblicas reconhecidas como as melhores Na base estatildeo os menos privilegiados

que estatildeo na rede puacuteblica que tem que se conformarem em parar os seus

estudos ao fim do Ensino meacutedio ou se sacrificar para pagar uma Universidade

Privada jaacute que natildeo possuem condiccedilotildees de competirem em igualdade de

condiccedilotildees agraves vagas oferecidas pelas Universidades Puacuteblicas

Um dos caminhos detectados nessa pesquisa para reverter o quadro atual

da educaccedilatildeo eacute a capacitaccedilatildeo docente Para uma melhor formaccedilatildeo dos

professores se faz necessaacuterio que o tema seja abordado em todos os cursos de

graduaccedilatildeo destinados a licenciatura Este assunto tambeacutem deve ser uma

preocupaccedilatildeo das Universidades para que estas ofereccedilam cursos de extensatildeo

capacitaccedilatildeo ou poacutes-graduaccedilatildeo para professores promovendo o retorno destes

as Universidades para atualizaccedilatildeo de seus conhecimentos para que possam

aprimorar e consequumlentemente melhor preparar o aluno que ingressaraacute na

Universidade Com isso para a Universidade o retorno consiste em receber alunos

oriundos do ensino meacutedio com uma formaccedilatildeo mais completa fechando o ciclo

de interaccedilotildees

162

102 Conclusotildees

A partir dessas consideraccedilotildees e dos dados coletados e discutidos no corpo

do trabalho pode-se extrair as seguintes conclusotildees

A desvalorizaccedilatildeo dos professores eacute um problema histoacuterico jaacute que a

pesquisa bibliograacutefica mostrou que desde o iniacutecio da Educaccedilatildeo no paiacutes

esta classe de profissionais natildeo era vista como algo primordial para o

desenvolvimento do paiacutes

De acordo com as necessidades da sociedade foram surgindo

articulaccedilotildees que levaram a formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas com o

objetivo de suprir ou amenizar problemas gerados pelas diferenccedilas sociais

da sociedade A formulaccedilatildeo dessas poliacuteticas se fundamenta no processo

de descentralizaccedilatildeo levando a democratizaccedilatildeo e a participaccedilatildeo

A Educaccedilatildeo Ambiental eacute essencial para uma boa formaccedilatildeo da

cidadania devido a isto o tema EA estaacute presente nos PCNs e deve ser

abordado em todas as disciplinas de forma transversal

A tema Educaccedilatildeo Ambiental eacute relativamente antigo poreacutem natildeo lhe

era dada a devida importacircncia somente a partir do seacuteculo XX que foram

realizadas as conferecircncias voltadas para o tema ambiental o que tornou

o Meio Ambiente uma preocupaccedilatildeo mundial

A pesquisa avaliou o ingresso de alunos da Rede Puacuteblica Estadual nas

Universidades Puacuteblicas com estudo de caso avaliando o sistema de Cotas

da UERJ e a proposta de Reserva de Vagas da UFRJ A pesquisa mostrou

que a reserva de vagas natildeo eacute a soluccedilatildeo para o problema de inclusatildeo

desses alunos poreacutem funciona como uma accedilatildeo imediata para

remediaccedilatildeo do problema

163

A avaliaccedilatildeo da EA nas escolas de Ensino Meacutedio da Rede Estadual do

Municiacutepio do Rio de Janeiro mostrou que os escolas tem dificuldade em

abordar o tema de forma plena e transversal

A pesquisa mostrou que o tema natildeo eacute abordado de maneira plena

devido ao despreparo dos professores nesta aacuterea jaacute que somente os

professores que possuem o tema Ambiental ligados a sua formaccedilatildeo tem

condiccedilotildees de transmit-lo para seus alunos Para isto se fazem urgente e

necessaacuterias gestotildees dos oacutergatildeos competentes no sentido do aumento da

oferta de cursos de capacitaccedilatildeo

103 Sugestotildees Para a continuidade desta pesquisa vaacuterias linhas de trabalho podem ser

desenvolvidas A seguir satildeo listadas algumas sugestotildees e accedilotildees

Realizar uma pesquisa comparativa sobre educaccedilatildeo Ambiental no acircmbito

do municiacutepio do Rio de Janeiro envolvendo as Redes Federal Estadual e

Particular

Realizar uma pesquisa por amostragem sobre o tema Educaccedilatildeo

Ambiental atingindo outros municiacutepios do Estado do Rio de Janeiro

Avaliar se eacute feita e de que maneira a Educaccedilatildeo Ambiental no Ensino

Fundamental

164

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ANEXO 1

LEI FEDERAL

PROJETO DE LEI 36272004

Institui Sistema Especial de Reserva de Vagas para estudantes egressos de

escolas puacuteblicas em especial negros e indiacutegenas nas instituiccedilotildees puacuteblicas

federais de educaccedilatildeo superior e daacute outras providecircncias

O CONGRESSO NACIONAL decreta

Art 1ordm As instituiccedilotildees puacuteblicas federais de educaccedilatildeo superior reservaratildeo

em cada concurso de seleccedilatildeo para ingresso nos cursos de graduaccedilatildeo no

miacutenimo cinquumlenta por cento de suas vagas para estudantes que tenham

cursado integralmente o ensino meacutedio em escolas puacuteblicas

Art 2ordm Em cada instituiccedilatildeo de educaccedilatildeo superior as vagas de que trata o

art1 o seratildeo preenchidas por uma proporccedilatildeo miacutenima de autodeclarados negros

e indiacutegenas igual agrave proporccedilatildeo de pretos pardos e indiacutegenas na populaccedilatildeo da

unidade da Federaccedilatildeo onde estaacute instalada a instituiccedilatildeo segundo o uacuteltimo censo

da Fundaccedilatildeo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica - IBGE

Paraacutegrafo uacutenico No caso de natildeo-preenchimento das vagas segundo os

criteacuterios do caput as remanescentes deveratildeo ser completadas por estudantes

que tenham cursado integralmente o ensino meacutedio em escolas puacuteblicas

Art 3ordm O Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e a Secretaria Especial de Poliacuteticas de

Promoccedilatildeo da Igualdade Racial da Presidecircncia da Repuacuteblica seratildeo responsaacuteveis

pelo acompanhamento e avaliaccedilatildeo do sistema de que trata esta Lei ouvida a

Fundaccedilatildeo Nacional do Iacutendio - FUNAI

174

Art 4ordm As instituiccedilotildees de que trata o art 1ordm teratildeo o prazo de duzentos e

quarenta dias para se adaptarem ao disposto nesta Lei

Art 5ordm O Poder Executivo promoveraacute no prazo de dez anos a contar da

publicaccedilatildeo desta Lei a revisatildeo do sistema especial para o acesso de estudantes

negros pardos e indiacutegenas bem como daqueles que tenham cursado

integralmente o ensino meacutedio em escolas puacuteblicas nas instituiccedilotildees de educaccedilatildeo

superior

Art 6ordm Esta Lei entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

Brasiacutelia(wwwportalmecgov)

175

ANEXO 2

LEI ESTADUAL

Iacutentegra da Lei Nordm 3708 de 9 de Novembro de 2001

Institui cota de ateacute 40 (quarenta por cento) para as populaccedilotildees negra e parda

no acesso a Universidade do Estado do Rio de Janeiro e agrave Universidade Estadual

do Norte Fluminense e daacute outras providecircncias

O Governador do Estado do rio de Janeiro

Faccedilo saber que a Assembleacuteia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro

decreta e eu sanciono a seguinte Lei

Art 1ordm Fica estabelecida a cota miacutenima de ateacute 40 (quarenta por cento)

para as populaccedilotildees negra e parda no preenchimento das vagas relativas aos

cursos de graduaccedilatildeo da universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e da

Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF)

Paraacutegrafo Uacutenico Nesta cota miacutenima ficam incluiacutedos tambeacutem os negros e

pardos beneficiados pela lei 35242000

Art 2ordm O Poder executivo regulamentaraacute a presente Lei no prazo de 30

(trinta) dias de sua publicaccedilatildeo

Art 3ordm Estaacute lei entraraacute em vigor na data de sua publicaccedilatildeo revogadas as

disposiccedilotildees em contraacuterio

Rio de janeiro 09 de novembro de 2001

ANTHONY GAROTINHO

Autoria Deputado Joseacute Amorim

176

Iacutentegra do Decreto Nordm 30766 de 04 de marccedilo de 2002

DISCIPLINA O SISTEMA DE COTA PARA NEGROS E PARDOS NO ACESSO Agrave

UNIVERSIDADE

DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO E Agrave UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE

FLUMINENSE E DAacute OUTRAS PROVIDEcircNCIAS

O Governador do Estado do Rio de Janeiro no uso de suas atribuiccedilotildees

legais tendo em vista o disposto no artigo 1ordm caput e paraacutegrafo uacutenico da Lei nordm

3708 de 09 de novembro de 2001 e tendo em vista o que consta do Processo E-

260592002

D E C R E T A

Projeto de Lei nordm 24902001

Art 1ordm - Ficam reservadas para negros e pardos 40 das vagas relativas

aos cursos de graduaccedilatildeo oferecidas pela Universidade do Estado do Rio de

Janeiro e pela Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro

Paraacutegrafo uacutenico Para os fins deste decreto natildeo se faz distinccedilatildeo entre pessoas

negras e pardas

Art 2ordm - Caberaacute agraves universidades envolvidas definir os criteacuterios miacutenimos de

qualificaccedilatildeo para o acesso agraves vagas reservadas aos alunos negros e pardos

Art 3ordm - No preenchimento de suas vagas deveratildeo as universidades

observar sucessivamente o seguinte

I - verificar os candidatos qualificados de acordo com o com os criteacuterios

tratados na Lei nordm 35242000 selecionando-os para ingresso ateacute o limite das

vagas destinadas a tal fim

177

II - identificar dentre os alunos selecionados para ingresso na instituiccedilatildeo na

forma do inciso anterior o percentual que se declarou negro ou pardo em

relaccedilatildeo ao nuacutemero total de vagas oferecidas por curso e turno

III - deduzir da cota de 40 o percentual de candidatos selecionados na

instituiccedilatildeo declarados negros ou pardos que foram beneficiados pela Lei nordm

35242000 (art 1ordm paraacutegrafo uacutenico da Lei 37082001)

IV - preencher as vagas restantes da cota de 40 com os demais

candidatos declarados negros ou pardos que tenham sido qualificados para

ingresso na instituiccedilatildeo independentemente da origem escolar e

V - preencher as demais vagas oferecidas independentemente da cor

raccedila ou origem escolar do candidato qualificado

Paraacutegrafo uacutenico - Em caso de reclassificaccedilatildeo deveratildeo as universidades

observar o sistema de cotas estabelecidos pelas Leis nordms 35242000 e 37082001

Art 4ordm - Caso natildeo sejam preenchidas todas as vagas reservadas aos

beneficiaacuterios deste Decreto poderatildeo ser elas aproveitadas pelos demais

estudantes

Art 5ordm - A identificaccedilatildeo dos alunos negros e pardos se faraacute atraveacutes de

declaraccedilatildeo firmada sob as penas da Lei pelo proacuteprio candidato agrave vaga na

universidade

sect1ordm - A autodeclaraccedilatildeo eacute facultativa ficando o candidato submetido agraves

regras gerais de seleccedilatildeo caso opte por natildeo a firma

sect2ordm - Os candidatos beneficiados pelo regime de reserva de vagas tratado

na Lei nordm 352400 poderatildeo firmar a declaraccedilatildeo prevista neste artigo

Art 6ordm - Fica instituiacutedo sem o aumento de despesa o Conselho para a

Promoccedilatildeo Educacional Superior das Populaccedilotildees Negra e Parda - COPESNEP com

os seguintes objetivos

178

I - manter a memoacuteria de dados capaz de permitir o acompanhamento do

perfil de desempenho dos estudantes negros e pardos nos exames seletivos para

o ingresso nas instituiccedilotildees de ensino superior em funcionamento no Estado do Rio

de Janeiro

II - propor medidas que visem estimular a aplicaccedilatildeo do sistema de cotas

estabelecido neste Decreto a outras instituiccedilotildees de ensino superior

III - propor medidas que visem o aprimoramento da legislaccedilatildeo que trata do

acesso dos negros e pardos ao ensino superior e

IV - propor medidas que visem divulgar e orientar a sociedade da

importacircncia das accedilotildees afirmativas adotadas por forccedila deste Decreto com vistas

agrave promoccedilatildeo da igualdade de oportunidades entre os diversos grupos eacutetnicos e o

combate agrave discriminaccedilatildeo

Art 7ordf - O Conselho para a Promoccedilatildeo Educacional Superior das

Populaccedilotildees Negra e Parda - COPESNEP vinculado agrave Secretaria de Estado de

Ciecircncia e Tecnologia eacute composto dos seguintes membros

I - um representante da Secretaria de Estado de Educaccedilatildeo de Ciecircncia e

Tecnologia

II - um representante da Secretaria de Estado de Educaccedilatildeo

III - um representante do Conselho Estadual do Negro

IV - um representante da Universidade do Estado do Rio de Janeiro

V - um representante da Universidade Estadual do Norte Fluminense

sect1ordm - Seraacute convidado para participar do COPESNEP um representante do

movimento estudantil negro organizado indicado pela Coordenaccedilatildeo Nacional

de Entidades Negras - CONEN dentre estudantes do ensino meacutedio

179

sect2ordm - O COPESNEP seraacute presidido pelo representante da Secretaria de

Estado de Ciecircncias e Tecnologia contando com voto qualificado em caso de

empate nas votaccedilotildees

sect3ordm - O exerciacutecio das funccedilotildees de Presidente ou membro do Conselho natildeo

seraacute remunerado a qualquer tiacutetulo sendo considerado de relevante interesse

puacuteblico

Art 8ordm - Este Decreto entraraacute em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

produzindo efeitos para o ingresso nas universidades a partir de 2003 revogadas

as disposiccedilotildees em contraacuterio

Rio de Janeiro 04 de marccedilo de 2002-03-22

ANTHONY GAROTINHO

180

ANEXO 3 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM TECNOLOGIA DE PROCESSOS QUIacuteMICOS E BIOQUIacuteMICOS ESCOLA DE QUIacuteMICA PROJETO DE PESQUISA DE DISSERTACcedilAtildeO DE MESTRADO ldquoA CAPACITACcedilAtildeO DOCENTE EM EDUCACcedilAtildeO AMBIENTALrdquo Mestranda Maria de Lourdes Ribeiro de Souza de Azevedo Orientadoras Maria Antonieta Peixoto Gimenes Couto Denize Dias de Carvalho

QUESTIONAacuteRIO DE LEVANTAMENTO DE DADOS SOBRE EDUCACcedilAtildeO

AMBIENTAL NO ENSINO MEacuteDIO DA REDE ESTADUAL

A - DADOS INSTITUCIONAIS 1 ndash Nome da instituiccedilatildeo de ensino_______________________________________ 2 ndash Metropolitana ______________________________________________ 3 ndash Bairro __________________________________________ 4 A Escola funciona em ( ) turno uacutenico ( ) manhatilde e tarde ( ) manhatilde tarde e noite ( )outros Qual_____ 5 ndash Nordm de alunos Manhatilde = _______________ Tarde = ________________Noite

=_______________

6 ndash Nordm de professores da instituiccedilatildeo ______________________________ 7 - O curso eacute ( ) normal ( ) supletivo ( ) manhatilde e tarde normal noite supletivo ( ) outrosQual B QUANTO Agrave ABORDAGEM DO TEMA EDUCACcedilAtildeO AMBIENTAL 1 ndash O tema educaccedilatildeo ambiental eacute abordado na escola ( ) sim ( ) natildeo 2 ndash Em caso positivo o tema eacute abordado em ( ) uma disciplina(disciplina especiacutefica-disciplinar) ( ) vaacuterias disciplinas(multidisciplinar) ( )de outras formas Quais ____________________________________________ 3 ndash Existe a obrigatoriedade da participaccedilatildeo dos alunos ( ) sim ( ) natildeo _____________________________________________________________________

181

4ndash Quantos professores participam das atividades relacionadas ao tema _______________________________________ 5 ndash A educaccedilatildeo ambiental eacute praticada atraveacutes de que meio (eacute admitida mais de uma resposta) ( ) aulas teoacutericas ( ) aulas praacuteticas ( ) informalmente ( ) projetos ( ) outros Qual_________________________________________________ 6 ndash Os projetos eou atividades implantados foram de(eacute admitida mais de uma resposta) ( ) reciclagem ( ) coleta seletiva ( ) reduccedilatildeo de consumo reuso de aacutegua ( ) reduccedilatildeo de consumo de energia ( ) outros Qual ________________________________________________________ 7 ndash Existe interesse dos alunos em relaccedilatildeo aos projetos ( ) sim ( ) natildeo __________________________________________ 8 ndash Os projetos possuem retorno financeiro ( ) frequumlentemente ( ) agraves vezes ( ) raramente ( ) Nunca 9 - Os recursos arrecadados satildeo para aquisiccedilatildeo de materiais para ( ) os alunos (por ex uniformes material escolar bolsa auxilio Outros Quais _________________________ ( ) a comunidade (por excesta baacutesicaestruturas de lazer cursos Outros Quais _______________________ ( ) a escola (por ex equipamentos livros infra-estrutura Outros Quais ___________________________ ( ) outros Qual _________________________ C QUANTO Agrave CAPACITACcedilAtildeO DOCENTE 1 ndash Qual eacute a formaccedilatildeo em niacutevel de graduaccedilatildeo dos professores que participam da educaccedilatildeo ambiental(eacute admitida mais de uma resposta) ( ) Quiacutemica ( ) Biologia ( ) Fiacutesica ( ) Geografia ( ) outra Quais________________________________________________________

182

2 ndash Dos professores que participam quantos possuem formaccedilatildeo especiacutefica em educaccedilatildeo ambiental e de que tipo ( ) especializaccedilatildeo(latu-senso) ____________ ( ) mestrado _____________ ( ) doutorado ____________ ( ) cursos de curta duraccedilatildeo___________ ( ) outros ________________ ( ) nenhuma ________________________________________________________________ 3 ndash A escola tem interesse na capacitaccedilatildeo docente para educaccedilatildeo ambiental ( ) sim ( ) natildeo _____________________________________ 4 ndash Haacute interesse dos professores em participarem de um curso de formaccedilatildeo em educaccedilatildeo ambiental ( ) sim ( ) natildeo Obs Caso positivo informar quantos _____________________________________ 5 - Quais as aacutereas que os professores apresentam maior interesse ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 6 ndash Observaccedilotildees e comentaacuterios da instituiccedilatildeo de ensino ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Obs As perguntas possuem linhas para quaisquer observaccedilotildees que a instituiccedilatildeo considerar importante para enriquecer as informaccedilotildees Solicito que as respostas reflitam de fato a situaccedilatildeo real da Escola de modo a construir um panorama que permita traccedilar metas que levem agrave melhoria do Ensino Para tal acreditamos que a capacitaccedilatildeo dos professores seja um bom caminho e principalmente em um tema tatildeo importante do qual depende o futuro de todos Obrigada

183

ANEXO 4

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM TECNOLOGIA DE PROCESSOS QUIacuteMICOS E BIOQUIacuteMICOS

ESCOLA DE QUIacuteMICA

PROJETO DE PESQUISA DE DISSERTACcedilAtildeO DE MESTRADO ldquoA CAPACITACcedilAtildeO DOCENTE EM EDUCACcedilAtildeO AMBIENTALrdquo

Mestranda Maria de Lourdes Ribeiro de Souza de Azevedo Orientadoras Maria Antonieta Peixoto Gimenes Couto Denize Dias de Carvalho

AVALIACcedilAtildeO DE RECEPTIVIDADE

Metropolitana METROPOLITANA III Responsaacutevel Nordm de questionaacuterios entregues Nordm de questionaacuterios devolvidos Nordm de questionaacuterios respondidos 1 ndash Todos os questionaacuterios foram enviados ( ) Sim ( ) Natildeo 2 ndash Na sua avaliaccedilatildeo o interesse das escolas sob a responsabilidade desta Metropolitana em responder agrave pesquisa foi ( ) Alto ( ) Mediano ( ) Baixo 3 ndash No espaccedilo abaixo justifique as suas respostas nas perguntas 1 e 2 ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ 4 ndash Na sua avaliaccedilatildeo a contribuiccedilatildeo da pesquisa para a integraccedilatildeo Universidade ndash Ensino Meacutedio eacute

( ) Relevante ( ) Irrelevante

184

ANEXO 5

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM TECNOLOGIA DE PROCESSOS QUIacuteMICOS E BIOQUIacuteMICOS

ESCOLA DE QUIacuteMICA

PROJETO DE PESQUISA DE DISSERTACcedilAtildeO DE MESTRADO ldquoA CAPACITACcedilAtildeO DOCENTE EM EDUCACcedilAtildeO AMBIENTALrdquo

Mestranda Maria de Lourdes Ribeiro de Souza de Azevedo Orientadoras Maria Antonieta Peixoto Gimenes Couto Denize Dias de Carvalho

AVALIACcedilAtildeO DE RECEPTIVIDADE

Metropolitana METROPOLITANA IV Responsaacutevel Nordm de questionaacuterios entregues Nordm de questionaacuterios devolvidos Nordm de questionaacuterios respondidos 1 ndash Todos os questionaacuterios foram enviados ( ) Sim ( ) Natildeo 2 ndash Na sua avaliaccedilatildeo o interesse das escolas sob a responsabilidade desta Metropolitana em responder agrave pesquisa foi ( ) Alto ( ) Mediano ( ) Baixo 3 ndash No espaccedilo abaixo justifique as suas respostas nas perguntas 1 e 2 ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ 4 ndash Na sua avaliaccedilatildeo a contribuiccedilatildeo da pesquisa para a integraccedilatildeo Universidade ndash Ensino Meacutedio eacute

( ) Relevante ( ) Irrelevante

185

ANEXO 6

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM TECNOLOGIA DE PROCESSOS QUIacuteMICOS E BIOQUIacuteMICOS

ESCOLA DE QUIacuteMICA

PROJETO DE PESQUISA DE DISSERTACcedilAtildeO DE MESTRADO ldquoA CAPACITACcedilAtildeO DOCENTE EM EDUCACcedilAtildeO AMBIENTALrdquo

Mestranda Maria de Lourdes Ribeiro de Souza de Azevedo Orientadoras Maria Antonieta Peixoto Gimenes Couto Denize Dias de Carvalho

AVALIACcedilAtildeO DE RECEPTIVIDADE

Metropolitana METROPOLITANA X Responsaacutevel Nordm de questionaacuterios entregues Nordm de questionaacuterios devolvidos Nordm de questionaacuterios respondidos 1 ndash Todos os questionaacuterios foram enviados ( ) Sim ( ) Natildeo 2 ndash Na sua avaliaccedilatildeo o interesse das escolas sob a responsabilidade desta Metropolitana em responder agrave pesquisa foi ( ) Alto ( ) Mediano ( ) Baixo 3 ndash No espaccedilo abaixo justifique as suas respostas nas perguntas 1 e 2 ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ 4 ndash Na sua avaliaccedilatildeo a contribuiccedilatildeo da pesquisa para a integraccedilatildeo Universidade ndash Ensino Meacutedio eacute

( ) Relevante ( ) Irrelevante

186

ANEXO 7

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM TECNOLOGIA DE

PROCESSOS QUIacuteMICOS E BIOQUIacuteMICOS

ESCOLA DE QUIacuteMICA

PROJETO DE PESQUISA DE DISSERTACcedilAtildeO DE MESTRADO ldquoA CAPACITACcedilAtildeO DOCENTE EM EDUCACcedilAtildeO AMBIENTALrdquo

Mestranda Maria de Lourdes Ribeiro de Souza de Azevedo Orientadoras Maria Antonieta Peixoto Gimenes Couto Denize Dias de Carvalho

AVALIACcedilAtildeO DE RECEPTIVIDADE

Responsaacutevel Regina Coeli de A Vasconcelos

Nordm total de questionaacuterios entregues 313 questionaacuterios

Nordm total de questionaacuterios devolvidos 68 questionaacuterios

Nordm total de questionaacuterios respondidos 94 questionaacuterios

1 ndash Na sua avaliaccedilatildeo a contribuiccedilatildeo da pesquisa para a integraccedilatildeo

Universidade ndash Ensino Meacutedio eacute

( ) Relevante ( ) Irrelevante

2 ndash Na sua avaliaccedilatildeo o interesse da SEERJ na implementaccedilatildeo de um curso

de capacitaccedilatildeo docente em Educaccedilatildeo Ambiental eacute

( ) Alto ( ) Mediano ( ) Baixo

187

3 ndash Que accedilotildees conjuntas poderiam ser sugeridas para a melhoria da

capacitaccedilatildeo docente do Ensino Meacutedio da Rede Puacuteblica Estadual em Educaccedilatildeo

Ambiental

_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

GRAacuteFICO COMPARATIVO ENTRE AS METROPOLITANAS DO MUNICIacutePIO

DO RIO DE JANEIRO

Questionaacuterios

0

100

200

300

400

Entregues Devolvidos Respondidos

0

50

100

150

Metro III Metro IV Metro X

Receptividade

QuestionaacuteriosentreguesQuestionaacuteriosdevolvidosQuestionaacuteriosrespondidos

  • MARIA DE LOURDES RIBEIRO DE SOUZA DE AZEVEDO
    • RIO DE JANEIRO
      • MARIA DE LOURDES RIBEIRO DE SOUZA DE AZEVEDO
        • Capiacutetulo 1 Apresentaccedilatildeo do Trabalho
        • 25 A Educaccedilatildeo no Poacutes 1930
        • 26 Educaccedilatildeo na Nova Repuacuteblica (1946 ndash 1963)
          • Accedilotildees e Projetos Secretaria Estadual de Educaccedilatildeo
          • PLANO DE RECUPERACcedilAtildeO DA REDE FIacuteSICA
          • PARLAMENTO JUVENIL
            • FOacuteRUM PERMANENTE DE DIRETORES
              • EDUCACcedilAtildeO AMBIENTAL
              • Capiacutetulo 4 Poliacuteticas Puacuteblicas de Inclusatildeo Social
                  • SEacuteCULO XIX
                  • 611 Objetivos
                  • A seguir seratildeo detalhados os procedimentos utilizados duran
                  • 612 Metodologia de Pesquisa
                  • O meacutetodo de pesquisa adotado foi uma combinaccedilatildeo de anaacutelise e
                  • 613 Planejamento da Pesquisa
                  • 614 Fontes de Informaccedilotildees
                  • 615 Pesquisa de Campo
                  • 616 Avaliaccedilatildeo dos Resultados
                  • 621 Objetivos
                  • A seguir seratildeo detalhados os procedimentos utilizados duran
                  • 622 Metodologia de Pesquisa
                  • 623 Planejamento da Pesquisa
                  • 624 Fontes de Informaccedilotildees
                  • 625 Pesquisa de Campo
                  • 63 Limitaccedilotildees do Estudo
                  • Capiacutetulo 10 ndash Conclusotildees e Sugestotildees
                  • Referecircncias
                  • ESCOLA DE QUIacuteMICA
                  • PROJETO DE PESQUISA DE DISSERTACcedilAtildeO DE MESTRADO
                    • Manhatilde = _______________ Tarde = ________________Noite =____
                      • ANEXO 4
                          • ESCOLA DE QUIacuteMICA
                          • PROJETO DE PESQUISA DE DISSERTACcedilAtildeO DE MESTRADO
                            • ANEXO 5
                              • ESCOLA DE QUIacuteMICA
                              • PROJETO DE PESQUISA DE DISSERTACcedilAtildeO DE MESTRADO
                              • ESCOLA DE QUIacuteMICA
                              • PROJETO DE PESQUISA DE DISSERTACcedilAtildeO DE MESTRADO
                                • ANEXO 7
                                  • UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
                                      • ESCOLA DE QUIacuteMICA
                                      • PROJETO DE PESQUISA DE DISSERTACcedilAtildeO DE MESTRADO
Page 6: MARIA DE LOURDES RIBEIRO DE SOUZA DE AZEVEDO186.202.79.107/download/a-capacitacao-docente-em-edu... · 2020. 10. 5. · 2007 . iv FICHA CATALOGRÁFICA AZEVEDO, MARIA DE LOURDES RIBEIRO

vi

Intervencionismo do Estado 54

42 O Estado e Suas Novas Funccedilotildees Sociais 56

43 Poliacuteticas Puacuteblicas Uma Questatildeo de Conceito 58

44 Formulaccedilatildeo de Poliacuteticas Puacuteblicas 59

45 Aacutereas de Aplicaccedilatildeo das Poliacuteticas Puacuteblicas das Poliacuteticas

Puacuteblicas

61

Capiacutetulo 5 ndash Histoacuterico e Evoluccedilatildeo da Educaccedilatildeo Ambiental

51 Definiccedilatildeo 68

52 Histoacuterico 73

53 Algumas Consideraccedilotildees sobre a Evoluccedilatildeo da Educaccedilatildeo

Ambiental

93

Capiacutetulo 6 ndash Metodologias

61 Diagnose do Estado da Arte da Educaccedilatildeo Ambiental no

Ensino Meacutedio da Rede Estadual de Ensino no Municiacutepio do

Rio de Janeiro

98

611 Objetivos 98

612 Metodologia de Pesquisa 98

613 Planejamento da Pesquisa 99

614 Fontes de Informaccedilotildees 100

615 Pesquisa de Campo 100

616 Avaliaccedilatildeo dos Resultados 101

62 Diagnose do Acesso aos Cursos de Graduaccedilatildeo nas

Universidades Puacuteblicas Estudo de Caso UERJ e UFRJ

102

621 Objetivos 102

622 Metodologia de Pesquisa 102

623 Planejamento da Pesquisa 102

624 Fontes de Informaccedilotildees 103

625 Pesquisa de Campo 103

62 Limitaccedilotildees do Estudo 105

Capiacutetulo 7ndash Avaliaccedilatildeo do Acesso aos Cursos de Graduaccedilatildeo Estudo de

Casos UERJ e UFRJ

vii

71 O Sistema de Cotas 107

72 Implantaccedilatildeo do Sistema 108

73 O Aluno na Universidade 109

74 A Necessidade das Cotas 111

75 Comparativo entre a Rede Estadual de Ensino e a Rede

Federal e Particular

114

76 Avaliaccedilatildeo do Sistema de Cotas da UERJ e da Proposta da

UFRJ

123

Capiacutetulo 8 ndash Avaliaccedilatildeo da Educaccedilatildeo Ambiental na Rede Puacuteblica Estadual

no Municiacutepio do Rio de Janeiro

81 Levantamento de Dados 128

82 A Receptividade das Coordenadorias 129

83 A Educaccedilatildeo Ambiental em Nuacutemeros 131

84 Conclusotildees Parciais 145

Capiacutetulo 9 ndash Proposta de Curso de Formaccedilatildeo para Professores

91 Objetivo do Curso 148

92 Duraccedilatildeo do Curso 149

93 Conteuacutedo do Curso 149

94 Consideraccedilotildees 151

Capiacutetulo 10 ndash Conclusotildees e sugestotildees

101 Consideraccedilotildees Finais 152

102 Conclusotildees 155

103 Sugestotildees 156

Referecircncias 157

viii

Dedico esta dissertaccedilatildeo de mestrado

aos amores de minha vida que satildeo

meus filhos meu marido e minha matildee

pela compreensatildeo de ter ficado muitas

vezes ausente pela paciecircncia e pelo

incentivo e forccedila para natildeo me deixar

desistir e conseguir chegar ao final

deste trabalho A vitoacuteria natildeo eacute soacute

minha eacute de todos noacutes

Muito obrigada

ix

AGRADECIMENTOS

A Deus por ter me dado forccedilas para completar esta jornada

A minha matildee por ter me ajudado nas horas difiacuteceis

Aos meus filhos pela compreensatildeo nos meus momentos de ausecircncia

Ao meu marido Marcos pelo incentivo apoio e carinho

As minhas Professoras orientadoras Maria Antonieta Peixoto Gimenes Couto e

Denize Dias de Carvalho pela contribuiccedilatildeo na conduccedilatildeo desse trabalho

A todos os professores do Programa pela contribuiccedilatildeo que deram ao meu

crescimento acadecircmico profissional e pessoal

Ao senhor Antonio Ceacutesar Alves pelo carinho e atenccedilatildeo sempre me ajudando no

que precisei durante minha jornada na UFRJ

A senhora Regina Coeli secretaacuteria de Educaccedilatildeo Ambiental da SEERJ pela

atenccedilatildeo e contribuindo para que tornasse possiacutevel a realizaccedilatildeo deste trabalho

Ao Professor Maacutercio Nele pelas sugestotildees na avaliaccedilatildeo dos dados

A Professora Acircngela Rocha pela Contribuiccedilatildeo na Pesquisa de campo

A Sra Luacutecia Manso por viabilizar os dados do vestibular da UFRJ

A Sra Patriacutecia Anido Noronha por viabilizar os dados do vestibular da UERJ

Ao professor Luiz Gustavo Ribeiro Vieira Coordenador na Metropolitana IV por seu

empenho na realizaccedilatildeo da pesquisa de campo

x

A Direccedilatildeo do Ciep 386 ndash Guilherme da Silveira Filho pelo apoio e atenccedilatildeo

Aos meus colegas do departamento de Sauacutede e saneamento Ambiental (DSSA)

da Fiocruz pelo apoio e companheirismo para a realizaccedilatildeo deste trabalho

xi

RESUMO

Azevedo Maria de Lourdes Ribeiro de Souza de A Capacitaccedilatildeo Docente em Educaccedilatildeo Ambiental Rio de Janeiro 2006 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Tecnologia de Processos Quiacutemicos e Bioquiacutemicos) Escola de Quiacutemica Universidade Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2006 O objetivo deste trabalho eacute viabilizar a criaccedilatildeo de ferramentas que sirvam para conduzir uma maior integraccedilatildeo entre a Universidade e o Ensino Meacutedio tendo como base agraves poliacuteticas de inclusatildeo social Para isso foi feita uma anaacutelise da Educaccedilatildeo Ambiental ministrada no Ensino Meacutedio no Municiacutepio do Rio de Janeiro Esta revelou que as escolas praticam de alguma forma a Educaccedilatildeo Ambiental poreacutem a pesquisa tambeacutem mostrou que a formaccedilatildeo dos professores neste tema estaacute muito aqueacutem do necessaacuterio o que dificulta a realizaccedilatildeo plena do seu trabalho Ainda dentro das Poliacuteticas de Inclusatildeo Social foi feito um levantamento do acesso dos alunos da Rede Puacuteblica Estadual nas Universidades Puacuteblicas atraveacutes de estudo de caso da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) avaliando comparativamente as escolas de Ensino Meacutedio da Rede Puacuteblica e a Rede Privada Os resultados mostraram que um nuacutemero muito pequeno de alunos oriundos da Rede Estadual de Ensino consegue uma vaga nestas Universidades Puacuteblicas problema este que foi amenizado pela UERJ que foi a primeira a implantar o sistema de cotas com resultados satisfatoacuterios e com isso aumentando significativamente o ingresso de alunos da Rede Puacuteblica Estadual Os resultados dessa pesquisa sinalizam que urge a definiccedilatildeo de Poliacuteticas Puacuteblicas que levam agrave melhoria de capacitaccedilatildeo docente do Ensino Meacutedio cabendo agrave Universidade o papel de promover centros de formaccedilatildeo continuada promovendo uma melhor qualificaccedilatildeo docente e por conseguinte um melhor preparo dos alunos

xii

ABSTRACT

Azevedo Maria de Lourdes Ribeiro de Souza de A Capacitaccedilatildeo Docente em Educaccedilatildeo Ambiental Rio de Janeiro 2006 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Tecnologia de Processos Quiacutemicos e Bioquiacutemicos) Escola de Quiacutemica Universidade Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2006 This study has an aim to be viable the creation of tools which serve to conduct a great integration between the University and the high school having as a basis Politics of Social Inclusion For this it was made an analysis on Environmental Education given in municipal district of Rio de Janeiro high schools It reveals that the schools practice some Environmental Education but the research also presents that the formation of teachers in this theme is far from what is necessary that makes difficulty the full realization of its work Yet within the Politics of Social Inclusion it was done a survey on the access of the State Public Net students at the public universities through a case study of the University of Rio de Janeiro State (UERJ) and Federal University of Rio de Janeiro (UFRJ) evaluating comparatively to the high school of Public and Private Net schools The results show that a small number of students from the State Net High School gets vacancy in those Public Universities a problem that was softened by the UERJ that was the first to establish a system of quotas with satisfactory results and with this encreasing significatively the entrance of State Public Net students The results of this research signal that it is necessary a definition of Public Politics that take to improvement of teaching capacitation of high school belonging to the University the roll of promote centers of Continued formation promoting a better teaching qualification and thus a better preparation of the students

xiii

LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES

Figura 11 ndash Esquema do Ciclo da Educaccedilatildeo

Figura 31 ndash Organograma da Organizaccedilatildeo Educacional Brasileira

Figura 32 ndash Mapa das Metropolitanas do Estado do Rio de Janeiro

Figura 41 ndash Diagrama Esquemaacutetico da Formaccedilatildeo de uma Poliacutetica Puacuteblica

Figura 61 ndash Esquematizaccedilatildeo do Projeto

Figura 71 - Percentual de Alunos Inscritos no Vestibular da UFRJ

Figura 72 ndash Percentual de Alunos Classificados no Vestibular da UFRJ

Figura 73 - Percentual de Alunos Classificados em Funccedilatildeo do Nuacutemero de Inscritos

em Cada Esfera

Figura 74 ndash Percentual de Alunos Inscritos no Vestibular da UERJ

Figura 75 - Percentual de Alunos Classificados no Vestibular da UERJ

Figura 76 ndash Percentual de Alunos Classificados em Funccedilatildeo do Nuacutemero de Inscritos

em Cada Esfera

Figura 77 - Comparativo Entre o Antes e Depois do Sistema de Cotas

Figura 81 - Avaliaccedilatildeo de Receptividade da Metropolitana III

Figura 82 ndash Avaliaccedilatildeo de Receptividade da Metropolitana IV

Figura 83 ndash Avaliaccedilatildeo de Receptividade da Metropolitana X

Figura 84 - Abordagem do Tema na Escola

Figura 85 - O Tema eacute Disciplinar ou Multidisciplinar Figura 86 - Participaccedilatildeo Discente Figura 87 - Participaccedilatildeo dos Professores

Figura 88 - Meios de Aplicaccedilatildeo da Educaccedilatildeo Ambiental Figura 89 - Projetos e ou Atividades Implantados Figura 810 - Interesse dos Alunos

Figura 811 - Retorno Financeiro nos Projetos

Figura 812 - Destino dos Recursos Arrecadados

Figura 813 - Professores que Participam das Atividades

Figura 814 - Os Professores Possuem Formaccedilatildeo Especiacutefica em EA

Figura 815 - Interesse da Escola na Capacitaccedilatildeo Docente

xiv

Figura 816 - Interesse dos Professores em Cursos de Formaccedilatildeo em Educaccedilatildeo

Ambiental Figura 817 - Aacutereas de Interesse dos Professores

xv

LISTA DE TABELAS

Tabela 21 ndash Evoluccedilatildeo da Educaccedilatildeo no Brasil Principais Acontecimentos

Tabela 31 ndash Coordenadorias da SEERJ

Tabela 71 ndash Quadro Comparativo dos Vestibulares da UERJ e UFRJ

xvi

GLOSSAacuteRIO

ABE ndash Associaccedilatildeo Brasileira de Educaccedilatildeo

ALERJ ndash Assembleacuteia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro

ANA - Agecircncia Nacional de Aacuteguas

CADES ndash Campanha de Aperfeiccediloamento e Difusatildeo do Ensino Secundaacuterio

CAPES - Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel Superior

CEA ndash Centros de Educaccedilatildeo Ambiental

CEE ndash Conselho Estadual de Educaccedilatildeo

CEG ndash Conselho de Ensino de Graduaccedilatildeo

CETESB - Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental

CFE ndash Conselho Federal de Educaccedilatildeo

CGEA ndash Coordenaccedilatildeo Geral de Educaccedilatildeo Ambiental

CIAC ndash Centro Integrado de Apoio a Crianccedila

CIEP ndash Centro Integrado de Educaccedilatildeo Puacuteblica

CISEA ndash Comissatildeo Intersetorial de Educaccedilatildeo Ambiental

CMMAD - Comissatildeo Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento

CNAE ndash Campanha Nacional de Alimentaccedilatildeo Escolar

CNBB ndash Confederaccedilatildeo Nacional dos Bispos do Brasil

CNE ndash Conselho Nacional de Educaccedilatildeo

CNEA ndash Conferecircncia Nacional de Educaccedilatildeo Ambiental

CNEC ndash Campanha Nacional de Escolas da Comunidade

CNPJ - Cadastro Nacional da Pessoa Juriacutedica

CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico

COEA - Coordenaccedilatildeo Geral de Educaccedilatildeo Ambiental

CONAMA ndash Conselho Nacional do Meio Ambiente

CONEN ndash Coordenaccedilatildeo Nacional de Entidades Negras

CONTAP ndash Conselho de Cooperaccedilatildeo Teacutecnica da Alianccedila para o Progresso

COPESNEP - Conselho para a Promoccedilatildeo Educacional Superior das Populaccedilotildees

Negra e Parda

CPC ndash Centros Populares de Cultura

DEA ndash Educaccedilatildeo Ambiental a Distacircncia

xvii

DEMEC - Departamento de Engenharia Mecacircnica

EA ndash Educaccedilatildeo Ambiental

ENC ndash Exame Nacional de Cursos

ENEM ndash Exame Nacional do Ensino Meacutedio

EPB ndash Estudos de Problemas Brasileiros

EUA ndash Estados Unidos da Ameacuterica

FEEMA - Fundaccedilatildeo Estadual de Engenharia do Meio Ambiente

FNMA - Fundo Nacional do Meio Ambiente

FUNAI - Fundaccedilatildeo Nacional do Iacutendio

FUNDEF ndash Fundo de Manutenccedilatildeo e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de

Valorizaccedilatildeo do Magisteacuterio

GT ndash Grupos de Trabalho

IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovaacuteveis

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica

IES ndash Instituiccedilotildees de Ensino Superior

INEP ndash Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais

ISEB ndash Instituto Superior de Estudos Brasileiros

LDB ndash Lei de Diretrizes e Bases

MCT - Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia

MEB ndash Movimento de Educaccedilatildeo de Base

MEC ndash Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura

MinC ndash Ministeacuterio da Cultura

MMA ndash Ministeacuterio do Meio Ambiente

MOBRAL - Movimento Brasileiro de Alfabetizaccedilatildeo

OMEP ndash Organizaccedilatildeo Mundial de Educaccedilatildeo Preacute-Escolar

ONG ndash Organizaccedilatildeo Natildeo Governamental

ONU ndash Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas

OSPB ndash Organizaccedilatildeo Social e Poliacutetica do Brasil

PAIUB - Programa de Avaliaccedilatildeo Institucional das Universidades Brasileiras

PAS ndash Programa de Avaliaccedilatildeo Seriada

PCN ndash Paracircmetros Curriculares Nacionais

PIEA - Programa Internacional de Educaccedilatildeo Ambiental

xviii

PNEA - Poliacutetica Nacional de Educaccedilatildeo Ambiental

PNI ndash Parque Nacional do Iguaccedilu

PNMA - Programa Nacional do Meio Ambiente

PNUMA ndash Programa das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente

PPA ndash Plano Plurianual

PROINICIAR ndash Programa de Iniciaccedilatildeo Acadecircmica

PRONEA ndash Programa Nacional de Educaccedilatildeo Ambiental

PRO-REDE ndash Programa de Reestruturaccedilatildeo da Rede Puacuteblica de Ensino

REASUL - Rede Sul Brasileira de Educaccedilatildeo Ambiental

REBEA ndash Rede Brasileira de Educaccedilatildeo Ambiental

REGUA ndash Registro Uacutenico do Aluno

REPEA ndash Rede Paulista de Educaccedilatildeo Ambiental

SAEB - Sistema Nacional de Avaliaccedilatildeo da Educaccedilatildeo Baacutesica

SECIRM ndash Secretaria da Comissatildeo Interministerial para os Recursos do Mar

SEDUC - Secretaria da Educaccedilatildeo Baacutesica

SEERJ ndash Secretaria Estadual de Educaccedilatildeo do Rio de Janeiro

SEF ndash Secretaria de Ensino Fundamental

SEMA - Secretaria Estadual do Meio Ambiente

SENAC ndash Serviccedilo Nacional de Aprendizagem Comercial

SENAI - Serviccedilo Nacional de Aprendizagem Industrial

SIBEA ndash Sistema Brasileiro de Informaccedilatildeo em Educaccedilatildeo Ambiental

UENF ndash Universidade Estadual do Norte Fluminense

UERJ ndash Universidade do Estado do Rio de Janeiro

UFMT - Universidade Federal de Mato Grosso

UNCED - United Nations Conference on Environment and Development

UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina

UFRJ ndash Universidade Federal do Rio de Janeiro

UFRPE - Universidade Federal Rural de Pernambuco

UFRRJ ndash Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro

UICN ndash Uniatildeo Internacional para Conservaccedilatildeo da Natureza

UNE ndash Uniatildeo Nacional dos Estudantes

xix

UNESCO - Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a educaccedilatildeo agrave ciecircncia e a

cultura

UNICEF ndash Fundo das Naccedilotildees Unidas para a Infacircncia

USAID - United States Agency for International Development

1

Capiacutetulo 1 Apresentaccedilatildeo do Trabalho

11 Introduccedilatildeo

A educaccedilatildeo eacute a base para o desenvolvimento de qualquer paiacutes por ser

um instrumento fundamental para a promoccedilatildeo da cidadania Eacute por meio dela

que as pessoas adquirem condiccedilotildees de se transformarem em cidadatildeos ativos e

competitivos

A cidadania se fundamenta em princiacutepios eacuteticos aleacutem de promover o

direito agrave justiccedila social pois eacute impossiacutevel conceber o crescimento de um paiacutes

tendo milhotildees de pessoas excluiacutedas da participaccedilatildeo democraacutetica em vaacuterias

instacircncias e niacuteveis da sociedade

Eacute atraveacutes de um bom desempenho da cidadania que a sociedade pode

contribuir para a soluccedilatildeo de problemas e ateacute evitar que alguns destes possam

surgir Neste processo a educaccedilatildeo ambiental tem um papel muito importante

pois participa natildeo somente como uma transmissatildeo de conhecimento mas

2

tambeacutem na aplicaccedilatildeo de informaccedilotildees como uma forma de mudanccedila de

atitudes da sociedade face aos problemas ambientais

A Educaccedilatildeo Ambiental eacute uma proposta de mudanccedila de comportamento

onde se faz o resgate de valores eacuteticos esteacuteticos democraacuteticos e humanistas

Estes valores satildeo fortemente defendidos pela educaccedilatildeo de um modo geral pelo

conjunto de conhecimentos produzidos nas mais diversas aacutereas tendo como foco

o princiacutepio do respeito pelo meio ambiente que natildeo eacute constituiacutedo somente pelos

organismos vivos Haacute uma preocupaccedilatildeo com um sentido muito mais amplo do

que meramente com a extinccedilatildeo de alguns animais ou plantas

(wwweducarscuspbr)

Meio Ambiente eacute tudo que compotildee a paisagem Eacute a interaccedilatildeo do

conjunto de elementos naturais artificiais culturais e sociais que propicia o

desenvolvimento equilibrado da vida em todas as suas formas

Podemos classificaacute-lo em Meio Ambiente natural ou fiacutesico constituiacutedo pelo

solo aacutegua ar atmosfeacuterico enfim tudo que eacute natureza com toda sua diversidade

Meio ambiente artificial eacute constituiacutedo pelo espaccedilo urbano construiacutedo

representado pelo conjunto de edificaccedilotildees (espaccedilo urbano fechado) e dos

equipamentos puacuteblicos (ruas praccedilas aacutereas verdes espaccedilos livres em geral

espaccedilo urbano aberto) Meio Ambiente Cultural integra o patrimocircnio histoacuterico

artiacutestico arqueoloacutegico paisagiacutestico turiacutestico que embora artificial difere do

anterior pelo sentido de seu valor especial e o Meio Ambiente Social que eacute

formado pelas pessoas que compotildeem a Sociedade (Carvalho 2002)

Com isto a Educaccedilatildeo Ambiental eacute tambeacutem o respeito pelas culturas que

incluem as especificidades de classe etnia e gecircnero funcionando como uma

defesa da descentralizaccedilatildeo e da distribuiccedilatildeo social do poder dando assim uma

efetiva contribuiccedilatildeo para uma sociedade melhor (wwweducarscuspbr)

A Educaccedilatildeo Ambiental visa modificar as relaccedilotildees entre a sociedade e o

meio ambiente de forma a melhorar a qualidade de vida transformando o

sistema produtivo e consumista em uma sociedade mais solidaacuteria promovendo a

3

inclusatildeo social atraveacutes da justa distribuiccedilatildeo dos recursos naturais entre todos

Para isto se faz necessaacuteria natildeo soacute a existecircncia de poliacuteticas sociais mas

principalmente que estas estejam integradas nas diversas esferas da sociedade

Eacute tambeacutem importante que tenham estrateacutegias bem definidas para que possam

ser formuladas e implementadas por accedilotildees que sejam intersetoriais buscando

sempre parcerias com os diversos segmentos sejam estes entidades ou

movimentos sociais

Um ponto importante que deve nortear a Educaccedilatildeo Ambiental eacute o

conceito de desenvolvimento sustentaacutevel que inter-relaciona os aspectos sociais

e ambientais isto eacute promove a qualidade das relaccedilotildees humanas com o ambiente

natural e a necessidade de produccedilatildeo de riquezas Sachs (citado em Montibeller-

Filho 2001) propotildee a seguinte definiccedilatildeo para Desenvolvimento Sustentaacutevel

ldquoTrata-se de gerir a natureza de forma a assegurar aos homens de nossa geraccedilatildeo

e das geraccedilotildees futuras a possibilidade de se desenvolverrdquo (Azevedo 1991)

Segundo a Comissatildeo Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento

Desenvolvimento Sustentaacutevel eacute definido como ldquoDesenvolvimento que responde

agraves necessidades do presente sem comprometer as possibilidades das geraccedilotildees

futuras de satisfazer suas proacuteprias necessidadesrdquo (wwweducarscuspbr)

O desenvolvimento sustentaacutevel deveria ser uma preocupaccedilatildeo primordial

para o desenvolvimento econocircmico poreacutem para alguns setores da economia o

mais importante eacute o valor de produccedilatildeo imediato mesmo que para isso se

degrade o meio ambiente e se comprometa a possibilidade de produccedilotildees

futuras Os movimentos ambientalistas conseguem produzir um conjunto de

princiacutepios em relaccedilatildeo ao meio ambiente atraveacutes de protocolos e declaraccedilotildees

Este conjunto constitui a base do direito ambiental brasileiro e internacional o

qual associa a proteccedilatildeo do meio ambiente ao desenvolvimento

socioeconocircmico ldquoA poliacutetica nacional do meio ambiente tem por objetivo a

preservaccedilatildeo melhoria e recuperaccedilatildeo da qualidade ambiental propiacutecia agrave vida

visando assegurar no paiacutes condiccedilotildees ao desenvolvimento socioeconocircmicordquo

4

(Brasil Poliacutetica Nacional do Meio Ambiente - Lei 6938 1981 citado em Montibeller

Filho 2001)

Eacute por isto que uma boa formaccedilatildeo do educador ambiental se faz

necessaacuterio pois a Educaccedilatildeo Ambiental eacute antes de tudo um instrumento de

promoccedilatildeo da cidadania como jaacute dito anteriormente principalmente nos dias de

hoje onde eacute fundamental para o desenvolvimento a inserccedilatildeo competitiva de

qualquer naccedilatildeo do mundo o seu conhecimento Conhecimento este que seraacute

compartilhado com os alunos que satildeo os que iniciam a jornada de mudanccedila

pois estes seratildeo os transmissores desses conhecimentos aos seus pais vizinhos

amigos enfim como se fosse uma grande corrente Neste ponto eacute que a

Educaccedilatildeo Ambiental difere das demais disciplinas tendo uma visatildeo muito mais

ampla do que o simples acuacutemulo de informaccedilotildees sem conexatildeo entre elas e com

o potencial de evocaccedilatildeo existente na aprendizagem Baseia-se na premissa de

que eacute na reflexatildeo tanto individual como coletiva que se tem em relaccedilatildeo ao meio

ambiente que se daacute o processo de aprendizagem (wwweducarscuspbr)

A Educaccedilatildeo Ambiental natildeo pode estar reduzida a uma disciplina ou

programa seja este de reciclagem ou reaproveitamento do lixo preservaccedilatildeo da

aacutegua etc A importacircncia destes programas existe mas a Educaccedilatildeo Ambiental

natildeo pode estar somente baseada neles tem que ter um sentido mais amplo

como o uso de recursos com responsabilidade desenvolvendo produccedilotildees limpas

que geram lucro mantendo a harmonia com o meio ambiente Para isto existe a

necessidade de ldquopromover a Educaccedilatildeo Ambiental em todos os niacuteveis de ensinordquo

(Brasil 1988) Dessa forma o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo (MEC) elaborou os

Paracircmetros Curriculares Nacionais (PCNs) em que o meio ambiente (Educaccedilatildeo

Ambiental) eacute apresentado como tema transversal para todo o curriacuteculo escolar

(Guimaratildees 2004)

Mesmo a educaccedilatildeo ambiental estando presente nos PCNs esta natildeo eacute

amplamente aplicada em especial no Ensino Meacutedio da Rede Puacuteblica foco do

presente trabalho Acredita-se que um dos motivos seja o despreparo dos

educadores do Ensino Meacutedio Por esse motivo eacute que haacute a necessidade de uma

5

efetiva integraccedilatildeo da Universidade com o Ensino Meacutedio pois desta forma os

educadores estaratildeo participando de alguma maneira deste processo

educacional

A Universidade prepara os professores que atuaratildeo no ensino meacutedio e

estes por sua vez seratildeo responsaacuteveis pela formaccedilatildeo dos alunos que ingressam na

Universidade Os alunos por seu turno saem da Universidade jaacute na qualidade de

profissionais que podem ser professores ou natildeo Poreacutem existe a necessidade de

investimento na formaccedilatildeo do docente isto eacute este deve retornar a Universidade

atraveacutes de programas de formaccedilatildeo continuada seja em cursos de extensatildeo ou

especializaccedilatildeo A formaccedilatildeo continuada se reveste de uma importacircncia ainda

maior principalmente devido agrave existecircncia das poliacuteticas de inclusatildeo social que

visam a democratizaccedilatildeo do ensino superior promovendo o ingresso de alunos de

baixa renda a um ensino de qualidade nas Universidades Puacuteblicas A respeito

dessas poliacuteticas existem algumas opiniotildees divergentes em relaccedilatildeo ao sistema de

cotas que consiste na reserva de vagas para alunos carentes e negros Para

alguns facilitar a entrada desses alunos nas Universidades eacute a soluccedilatildeo para a

inclusatildeo social natildeo importando se este aluno tem condiccedilotildees de se manter na

Universidade devido ao seu despreparo advindo do ensino meacutedio Para outros a

inclusatildeo social se faz natildeo reservando vagas e sim melhorando a qualidade do

ensino meacutedio da rede puacuteblica para que os alunos tenham condiccedilotildees de

competir em igualdade com os demais alunos e esta melhoria do ensino pode

ter iniacutecio atraveacutes da capacitaccedilatildeo do docente

Essas propostas formam uma espeacutecie de ciclo conforme o esquema

mostrado na figura 11 O mais importante poreacutem eacute que os profissionais tenham

consciecircncia do seu papel como cidadatildeos e da sua relaccedilatildeo com o Meio

Ambiente

6

UNIVERSIDADE

ALUNOS DOCENTES

ENSINO MEacuteDIO

Figura 11 Esquema do Ciclo da Educaccedilatildeo

12 Objetivos do Trabalho

Com base nas premissas abordadas a presente dissertaccedilatildeo tem como

objetivos

Objetivo Geral

Criar instrumentos que viabilizem a integraccedilatildeo Universidade com o Ensino

Meacutedio com base em poliacuteticas de inclusatildeo social para capacitaccedilatildeo de docentes

no segmento de Educaccedilatildeo Ambiental

7

Objetivos especiacuteficos

bull Avaliaccedilatildeo do atual estado da arte da Educaccedilatildeo Ambiental no

ensino meacutedio ministrado na Rede Estadual de Ensino do municiacutepio do

Rio de Janeiro

bull Avaliaccedilatildeo do acesso agraves Universidades Puacuteblicas atraveacutes de estudos

de caso

bull Elaboraccedilatildeo de uma proposta de Educaccedilatildeo Continuada visando a

capacitaccedilatildeo do docente de Ensino Meacutedio

13 Organizaccedilatildeo do Estudo

A presente dissertaccedilatildeo foi organizada em 10 capiacutetulos Aleacutem deste que

traz uma breve apresentaccedilatildeo do tema nos capiacutetulos subsequumlentes seratildeo feitas as

seguintes abordagens

O capiacutetulo 2 apresenta uma anaacutelise histoacuterico-social do sistema educacional

brasileiro desde a colonizaccedilatildeo ateacute os dias atuais

O capiacutetulo 3 traz a estrutura organizacional da educaccedilatildeo no Brasil

incluindo as esferas poliacuteticas responsaacuteveis pelos diferentes segmentos

As poliacuteticas puacuteblicas de inclusatildeo social satildeo abordadas no capiacutetulo 4 e o

capiacutetulo 5 contextualiza a Educaccedilatildeo ambiental sob os prismas histoacuterico e

evolutivo

As metodologias empregadas nos estudos elaborados estatildeo descritas no

capiacutetulo 6

No capiacutetulo 7 eacute realizada uma avaliaccedilatildeo do acesso aos cursos de

graduaccedilatildeo de Universidades Puacuteblicas atraveacutes de estudos de caso envolvendo a

Universidade Estadual do Rio de Janeiro e a Universidade Federal do Rio de

Janeiro comparando-se o acesso com sistemas de cotas (UERJ) e a proposta em

8

estudo para a reserva de vagas na UFRJ aleacutem de uma anaacutelise quantitativa do

acesso dos estudantes da rede puacuteblica a estas universidades

O capiacutetulo 8 traz os resultados referentes ao estudo de campo sobre a

Educaccedilatildeo Ambiental realizado junto agraves escolas de Ensino Meacutedio da Rede Puacuteblica

Estadual localizadas no municiacutepio do Rio de Janeiro

A partir das demandas detectadas nesse estudo de campo foi elaborada

uma proposta de curso de capacitaccedilatildeo voltado para os professores de Ensino

Meacutedio apresentada no capiacutetulo 9 As principais conclusotildees desse estudo bem

como as sugestotildees de continuidade do trabalho encontram-se no capiacutetulo 10

O capiacutetulo a seguir conforme jaacute citado aborda o Sistema Educacional

Brasileiro

9

Capiacutetulo 2 O Sistema Educacional Brasileiro

21 Introduccedilatildeo

Neste capitulo foi realizada uma anaacutelise histoacuterico-social do sistema

educacional brasileiro desde o iniacutecio da colonizaccedilatildeo brasileira ateacute a atualidade

A histoacuteria da educaccedilatildeo brasileira natildeo eacute uma histoacuteria difiacutecil de ser estudada e

compreendida Ela evolui em rupturas marcantes e faacuteceis de serem observadas

A primeira grande ruptura travou-se com a chegada dos portugueses ao territoacuterio

do Novo Mundo Natildeo se pode deixar de reconhecer que os portugueses

trouxeram um padratildeo de educaccedilatildeo proacuteprio da Europa o que natildeo quer dizer que

as populaccedilotildees que por aqui jaacute viviam natildeo possuiacutessem caracteriacutesticas proacuteprias de

se fazer educaccedilatildeo Conveacutem ressaltar que a educaccedilatildeo que se praticava entre as

populaccedilotildees indiacutegenas natildeo tinha as marcas repressivas do modelo educacional

europeu

A chegada dos jesuiacutetas ao territoacuterio brasileiro natildeo trouxe somente a moral

os costumes e a religiosidade europeacuteia trouxe tambeacutem os meacutetodos pedagoacutegicos

Este meacutetodo funcionou absoluto durante 210 anos de 1549 a 1759 quando uma

nova ruptura marca a histoacuteria da educaccedilatildeo no Brasil a expulsatildeo dos jesuiacutetas pelo

10

Marquecircs de Pombal Se existia alguma coisa muita bem estruturada em termos

de educaccedilatildeo o que se viu a seguir foi o mais absoluto caos Tentaram-se as aulas

reacutegias o subsiacutedio literaacuterio mas o caos continuou ateacute que a Famiacutelia Real fugindo

de Napoleatildeo na Europa resolveu transferir o Reino para o Novo Mundo Na

verdade natildeo se conseguiu implantar um sistema educacional nas terras

brasileiras mas a vinda da Famiacutelia Real permitiu uma nova ruptura com a situaccedilatildeo

anterior Para preparar o terreno para sua estadia no Brasil D Joatildeo VI abriu

Academias Militares Escolas de Direito e Medicina a Biblioteca Real o Jardim

Botacircnico e sua iniciativa mais marcante em termos de mudanccedila foi a criaccedilatildeo da

Imprensa Reacutegia Segundo alguns autores o Brasil foi finalmente ldquodescobertordquo e a

nossa Histoacuteria passou a ter uma complexidade maior A educaccedilatildeo no entanto

continuou a ter uma importacircncia secundaacuteria Sabe-se que enquanto nas colocircnias

espanholas jaacute existiam muitas universidades como a Universidade de Satildeo

Domingos criada em 1538 a do Meacutexico e a de Lima criadas em 1551 a nossa

primeira Universidade soacute surgiu em 1934 em Satildeo Paulo Por todo o Impeacuterio

incluindo D Joatildeo VI D Pedro I e D Pedro II pouco se fez pela educaccedilatildeo

brasileira e muitos reclamavam de sua qualidade ruim Com a Proclamaccedilatildeo da

Repuacuteblica fizeram-se vaacuterias reformas que pudessem dar uma nova guinada mas

observando bem a educaccedilatildeo brasileira natildeo sofreu um processo de evoluccedilatildeo

que pudesse ser considerado marcante ou significativo em termos de modelo

Ateacute os dias de hoje muito se tem mudado no planejamento educacional mas a

educaccedilatildeo continua a ter as mesmas caracteriacutesticas impostas em todos os paiacuteses

do mundo que eacute de manter o ldquostatus quordquo para aqueles que frequumlentam os

bancos escolares (Niskier 1989)

Desde jaacute pode-se dizer que a Educaccedilatildeo Brasileira tem um princiacutepio meio e

fins bem demarcados e facilmente observaacuteveis Eacute isso que se pretende mostrar

neste capiacutetulo Logo o trabalho foi dividido por periacuteodos considerados como os

mais marcantes e os que sofreram as rupturas mais concretas na nossa

educaccedilatildeo Assim seraacute mostrada uma relaccedilatildeo de fatos histoacutericos em diferentes

visotildees procurando-se realccedilar os fatos ligados agrave Histoacuteria da Educaccedilatildeo no Brasil

11

Para tanto os textos a seguir satildeo baseados nas informaccedilotildees e citaccedilotildees

extraiacutedas das seguintes fontes Lima 1974 Niskier 1989 Romanelli 1978

wwwacciocombr wwwpedagogiaemfocoprobr

22 A Educaccedilatildeo no Brasil Colocircnia

No iniacutecio da colonizaccedilatildeo do Brasil por volta de 1532 natildeo se cogitou nada

que se relacionasse com a instruccedilatildeo de seus moradores pois o interesse de

Portugal era direcionado para as riquezas da terra descoberta A educaccedilatildeo no

Brasil teve iniacutecio com a chegada dos jesuiacutetas e foi atribuiacuteda aos educadores da

Companhia de Jesus por volta de 1549 com a vinda do primeiro governador

geral Tomeacute de Sousa Este encontrou a Colocircnia inteiramente despreparada em

mateacuteria de instruccedilatildeo natildeo soacute do chamado ldquogentiordquo como tambeacutem dos filhos dos

colonos Tomeacute de Sousa fez questatildeo de incluir na sua comitiva dedicados

membros da Companhia de Jesus e em menos de quinze dias jaacute funcionava

uma escola chamada na eacutepoca de ldquoler e escreverrdquo Os primeiros coleacutegios e as

ditas ldquoaulas de ensinar e contarrdquo foram criados pelos jesuiacutetas e eram mantidos

com sacrifiacutecio mediante esmolas e donativos especiais e a matildeo de obra nas

construccedilotildees eram do esforccedilo fiacutesico dos proacuteprios religiosos ajudados por iacutendios e

alguns colonos Esses coleacutegios ensinavam gratuitamente Gramaacutetica Latina

Filosofia Teologia Dogmaacutetica e Moral Primeiras Letras e Matemaacutetica Elementar

(Niskier 1989)

Em 1553 chegara ao Brasil com o governador Duarte da Costa o padre

Joseacute de Anchieta que era o encarregado do ensino dos religiosos neoacutefitos Na

falta de livros escrevia as liccedilotildees nos cadernos que distribuiacutea para cada aluno Os

jovens catecuacutemenos1 e os filhos dos colonos aprendiam assim os princiacutepios das

liacutenguas portuguesa espanhola latina brasiacutelica ou tupi indispensaacuteveis no trato

com os indiacutegenas Alguns estudiosos condenam a ausecircncia de um ensino jaacute

naquela eacutepoca mais voltado para a ciecircncia nos moldes do ensino europeu o

que daria ao Brasil melhores condiccedilotildees de competitividade internacional em

1 Pessoas em fase de preparaccedilatildeo para o batismo

12

vaacuterias aacutereas Se isto eacute um fato por outro lado natildeo deixa de ser meacuterito dos jesuiacutetas

a manutenccedilatildeo da nossa integridade territorial e a existecircncia de uma soacute

predominante religiatildeo como tambeacutem ficou sendo o portuguecircs a liacutengua utilizada

nas escolas implantadas no territoacuterio brasileiro (Niskier 1989)

Entretanto a Companhia de Jesus natildeo possuiacutea um trabalho pedagoacutegico

nem uma filosofia da educaccedilatildeo especialmente elaborada para o desempenho

desta missatildeo A Companhia vinha ao mundo com diversas ideacuteias novas

especialmente no campo ascese cristatilde e na sua proacutepria organizaccedilatildeo como

sociedade de cleacuterigos mas natildeo tinha nada a dizer de especial quanto agrave filosofia

da educaccedilatildeo no sentido em que entendemos hoje este termo excluiacuteda a

educaccedilatildeo especial daqueles que deveriam ser sarcedotes Por causa disso ela

limitou-se na praacutetica em termos da educaccedilatildeo mais geral a codificar atraveacutes da

experiecircncia de seus docentes uma filosofia de educaccedilatildeo em que de certo

modo cristianizava-se o modelo educacional renascentista baseado no

equivalente ao ensino secundaacuterio no estudo dos claacutessicos e no cultivo da liacutengua

latina De tal modo o ensino expandiu com o tempo este modelo pedagoacutegico

cristatildeo que comeccedilou a ser visto como se fosse a proacutepria filosofia cristatilde da

educaccedilatildeo (Niskier 1989)

Ateacute meados do seacuteculo XVIII esse foi o modelo educacional brasileiro

Poreacutem em 1759 apoacutes a decisatildeo do Marquecircs de Pombal de expulsar os jesuiacutetas

segundo Fernando de Azevedo (professor educador criacutetico ensaiacutesta e

socioacutelogo) ldquoNa educaccedilatildeo estabeleceu-se um caos completo a despeito dos

esforccedilos de outras ordens religiosasrdquo (Niskier 1989) A expulsatildeo dos jesuiacutetas teve

como consequumlecircncia imediata aleacutem da desintegraccedilatildeo do ensino o fechamento

de residecircncias missotildees e coleacutegios e seminaacuterios Vaacuterios autores consideram a

expulsatildeo dos jesuiacutetas um fator de retrocesso na educaccedilatildeo brasileira natildeo soacute pela

diminuiccedilatildeo do nuacutemero de escolas mas sobretudo nos aspectos organizacional e

didaacutetico- pedagoacutegico Abaixo eacute destacado o que expressou Moreira de

Azevedo em seu artigo ldquoInstruccedilatildeo Puacuteblica nos Tempos Coloniais do Brasilrdquo sobre

a expulsatildeo dos Jesuiacutetas

13

ldquoPrivados desses preceptores experimentou a instruccedilatildeo sensiacutevel atraso e se para substituiacute-los vieram as escolas monaacutesticas dos Beneditinos Carmelitas e Franciscanos natildeo chegaram estas ao grau de meacutetodo ensino e regularidade das dos padres de Jesus poreacutem ainda assim quando aquelas desapareceram eram as melhores que possuiacutea a colocircnia do Brasilrdquo (AZEVEDO Moreira de Apud NISKIER 1989)

Em 1772 foi assinada uma lei que abolia o antigo sistema de donativos

para a Instruccedilatildeo e estabelecia o Subsiacutedio Literaacuterio Foi criada uma taxaccedilatildeo

complementar para os vinhos e demais bebidas alcooacutelicas destinada a fornecer

os fundos para o pagamento dos mestres que fossem nomeados pelo governo

No Brasil o Subsiacutedio Literaacuterio entrou em vigor em 1773 o que iria proporcionar o

funcionamento de aulas destinadas ao ensino das primeiras letras de Gramaacutetica

Latina de Filosofia e Grego (Niskier 1989) No Rio de Janeiro passou a funcionar

uma Aula de Engenharia autorizada pela Rainha D Maria I Poreacutem essas aulas

natildeo produziram os efeitos desejados com queixa dos professores e dos alunos

Eram observados uma estrutura fraca e resultados mediacuteocres pois as aulas

estavam a cargo de mestres improvisados que natildeo tinham programas

estabelecidos e natildeo havia fiscalizaccedilatildeo no que diz respeito agrave qualidade do ensino

ministrado e do aproveitamento dos alunos O Subsiacutedio Literaacuterio natildeo bastava em

muitas capitanias natildeo sendo suficiente sequer para o pagamento dos

professores continuando a dependecircncia de boa vontade de particulares Na

eacutepoca os professores aleacutem de mal pagos eram desconsiderados no seio da

sociedade pois a educaccedilatildeo era como trazer a luz aos ignorantes o que ia ao

encontro dos interesses de muitos

Havia maior preocupaccedilatildeo em ensinar Latim e ateacute mesmo Grego e Retoacuterica

do que a Liacutengua Portuguesa A Matemaacutetica custou a integrar-se no curriacuteculo

escolar As Ciecircncias Naturais contavam com a preferecircncia de diminuto nuacutemero

de abnegados professores Os coleacutegios prepararam para estudo superior em

universidades europeacuteia os jovens que natildeo buscavam a vida sacerdotal O ensino

superior concentrava-se na Universidade de Coimbra para onde eram enviados

os filhos de famiacutelias que dispunham de recursos

14

Assim o resultado das decisotildees do Marquecircs de Pombal foi que no princiacutepio

do seacuteculo XIX a educaccedilatildeo brasileira estava reduzida praticamente a nada O

sistema jesuiacutetico foi desmantelado e nada que pudesse chegar proacuteximo desse

sistema foi organizado para dar continuidade a um trabalho de educaccedilatildeo Esta

situaccedilatildeo somente sofreu uma mudanccedila com a chegada da Famiacutelia Real ao Brasil

em 1808

23 A Educaccedilatildeo no Brasil Impeacuterio

Com a vinda da Corte Portuguesa para o Brasil em 1808 fugindo das tropas

de Napoleatildeo que haviam invadido Portugal por esta eacutepoca Dom Joatildeo VI sabia

que sua estadia forccedilada em terras brasileira natildeo seria curta e portanto aleacutem de

abrir os portos do Brasil agraves naccedilotildees amigas resolveu permitir a imprensa facilitar a

entrada de livros e fundar cerca de uma dezena de instituiccedilotildees de ensino teacutecnico

ou superior em nosso territoacuterio no Rio de Janeiro e na Bahia

O setor cultural tambeacutem seria extraordinariamente beneficiado atraveacutes da

criaccedilatildeo de vaacuterias instituiccedilotildees destinadas a dar continuidade agraves que existiam em

Portugal Dentre os cursos superiores o de Medicina foi o que mereceu atenccedilatildeo

especial Em 1808 foi criado pelo priacutencipe regente o Coleacutegio Meacutedico-ciruacutergico da

Bahia instalado no Real Hospital Militar e sediado no preacutedio onde funcionara o

coleacutegio dos jesuiacutetas

O ensino militar recebeu maior atenccedilatildeo do governo real depois do seu

estabelecimento na cidade do Rio de Janeiro A Academia Real Militar da Corte

recebeu o nome de Escola Central abrigando o curso de Engenharia que

permaneceu com a designaccedilatildeo de Escola Politeacutecnica ateacute a transferecircncia em

nossos dias para a ilha do Fundatildeo

Assim como o ensino superior as instruccedilotildees primaacuteria e secundaacuteria tambeacutem

passaram por estaacutegio de desenvolvimento desordenado problema este gerado

pela falta de um plano geral que pudesse ser aplicado em todas as capitanias

do Brasil Mesmo depois da instalaccedilatildeo da Corte no Rio de Janeiro houve um

aumento consideraacutevel nos pedidos de criaccedilatildeo de escolas de primeiras letras

15

pedidos estes que foram atendidos ou natildeo conforme a disponibilidade de

recursos para pagamento de professores (Niskier 1989)

Neste periacuteodo a evasatildeo escolar era muito grande para evitar o

esvaziamento das escolas o governo decidiu isentar do recrutamento para fins

militares os alunos dos estabelecimentos puacuteblicos que demonstrassem frequumlecircncia

assiduidade e bom aproveitamento o que deveria ser atestado pelos professores

Em 1817 a cidade do Rio de Janeiro contava aleacutem das escolas de

primeiras letras dos estabelecimentos de ensino militar e naval das aulas de

Medicina e das de Comeacutercio com trecircs de Gramaacutetica Latina uma de Retoacuterica

uma de Filosofia uma de Grego e uma de Desenho e Pintura Um grupo de

negociantes do Rio de Janeiro propocircs ao Priacutencipe-Regente a constituiccedilatildeo de um

fundo cujos rendimentos seriam reservados para criar e manter estabelecimentos

destinados agrave instruccedilatildeo puacuteblica

Desde a chegada de D Joatildeo VI ao Rio o governo portuguecircs fez tentativas

louvaacuteveis para introduzir no Brasil aleacutem das instituiccedilotildees civis os estabelecimentos

de instruccedilatildeo puacuteblica da metroacutepole Natildeo se deu a devida importacircncia agrave instruccedilatildeo

primaacuteria das classes baixas e meacutedias da sociedade e os que nas classes

elevadas sentiam a necessidade de uma instruccedilatildeo mais completa nem por isso

encontravam maiores recursos continuaram mais ou menos obrigados a adquiri-

la em Coimbra ou mesmo na Inglaterra ou na Franccedila

Com a Proclamaccedilatildeo da Independecircncia o Brasil tinha outros problemas

mais urgentes com que se preocupar do que a fundaccedilatildeo de uma universidade

ou o estabelecimento de uma rede de ensino primaacuterio e secundaacuterio Logo o

sistema de aulas avulsas continuou a existir na impossibilidade de substituiacute-lo

imediatamente por um verdadeiro sistema escolar tal como o entendemos nos

dias de hoje ou como existia ainda que precariamente no tempo dos jesuiacutetas

Mas em 1824 a primeira Constituiccedilatildeo Brasileira estabeleceu no seu ceacutelebre Art

179 no paraacutegrafo XXXII que

16

ldquoA instruccedilatildeo primaacuteria eacute gratuita a todos os cidadatildeos e a Constituiccedilatildeo garante coleacutegios e universidades onde seratildeo ensinados os elementos das ciecircncias belas letras e artesrdquo (Niskier 1989)

Poreacutem estas determinaccedilotildees nunca chegaram a ser cumpridas em grande

extensatildeo e antes que tais projetos se concretizassem ocorreu uma modificaccedilatildeo

constitucional no Brasil que iria complicar seriamente os destinos da educaccedilatildeo

durante todo o restante do Impeacuterio

Com a abdicaccedilatildeo de Dom Pedro I ao trono em favor de seu filho D Pedro

II Os parlamentares brasileiros com receio de que o novo imperador acumulasse

um excesso de poder promulgaram o Ato Adicional de 1834 agrave Constituiccedilatildeo

Imperial pelo qual o poder puacuteblico em diversos sentidos era descentralizado

Assim o Ato Adicional de 1834 estabelecia que cada proviacutencia do Brasil se

tornava autocircnoma para organizar de acordo apenas com suas proacuteprias diretivas

o ensino primaacuterio e secundaacuterio Haveria ou poderia haver portanto tantos

sistemas de ensino primaacuterios e secundaacuterios no Brasil quantas fossem as proviacutencias

sem que nenhuma tivesse que dar satisfaccedilatildeo nem agraves demais proviacutencias nem

tampouco ao governo central O ensino superior poreacutem ficaria sob a

responsabilidade do governo central em todo territoacuterio nacional

Mas na praacutetica estas medidas acabaram por consagrar a partilha de

diversas atribuiccedilotildees do domiacutenio da Instruccedilatildeo Puacuteblica apoacutes a reforma da

constituiccedilatildeo os estudos primaacuterios e secundaacuterios limitaram-se ao municiacutepio da

corte Portanto em 1837 o acontecimento mais importante no campo da

instruccedilatildeo puacuteblica no Brasil foi a criaccedilatildeo do Coleacutegio Pedro II onde funcionava o

Seminaacuterio de Satildeo Joaquim na cidade do Rio de Janeiro O coleacutegio fora criado

com o objetivo de se tornar um modelo pedagoacutegico para o curso secundaacuterio

sendo ali realizado um curso de sete anos que correspondia aproximadamente

ao que depois veio a ser o ginaacutesio e o colegial (Niskier 1989)

Em 1854 o governo central ao reformar o ensino na capital do Impeacuterio

propusera a criaccedilatildeo do ensino primaacuterio e 2ordm grau Assim criou-se a Inspetoria

17

Geral da Instruccedilatildeo primaacuteria e secundaacuteria oacutergatildeo ligado ao Ministeacuterio do Impeacuterio e

destinado a fiscalizar e orientar o ensino puacuteblico e particular na cidade do Rio de

Janeiro e estruturou em dois niacuteveis a instruccedilatildeo primaacuteria gratuita que a constituiccedilatildeo

prometera a todos (www acciocom br )

O exemplo da corte frutificou nas proviacutencias empenhando assim em

promover a uniformizaccedilatildeo do ensino em todo o impeacuterio Logo as demais

proviacutencias passaram a voltar a sua atenccedilatildeo paras as reformas que se realizavam

na corte

No entanto na corte e nas proviacutencias as escolas ficaram apenas na letra

da lei Alguns estabelecimentos particulares na corte e nas grandes cidades

ofereceram um ensino mais rico que o ministrado nas escolas puacuteblicas

Dentre as causas que entatildeo obstaram a ampliaccedilatildeo e o enriquecimento do

ensino elementar destacava-se a falta de pessoal docente devidamente

habilitado e entatildeo veio a necessidade de preparar o pessoal docente para as

escolas Logo surgiram apoacutes a reforma da constituiccedilatildeo e por iniciativa dos

governos provinciais as primeiras escolas normais brasileiras

Em 1880 teria a capital do Impeacuterio sua primeira escola normal mantida e

administrada pelo poder puacuteblico sendo que qualitativamente a instruccedilatildeo se

mostrava precaacuteria

Outras causas muito importantes eram as dispersotildees da populaccedilatildeo o

nuacutemero insuficiente de escolas o descontentamento de professores mal

remunerados a ignoracircncia dos pais que se recusavam a mandar os filhos para a

escola

Com o objetivo de estimular o desenvolvimento dos estudos secundaacuterios

nas proviacutencias o ministro Joatildeo Alfredo Correia de Oliveira instalou nas capitais das

proviacutencias do Impeacuterio novas bancas de exames gerais preparatoacuterios

18

Os mais importantes projetos de reforma nas deacutecadas do seacuteculo XIX

pediam a colaboraccedilatildeo da capital para a elevaccedilatildeo do ensino em todo o Impeacuterio

Cuidavam do enriquecimento e aperfeiccediloamento e da expansatildeo da instruccedilatildeo

primaacuteria e do ensino normal cuja frequumlecircncia pretendia tornar obrigatoacuteria a todas

as crianccedilas na faixa dos sete aos quatorze anos

Deslocando-se dos demais projetos de reforma apresentados nos uacuteltimos

anos do Impeacuterio pelo desassombro e pela riqueza de suas posiccedilotildees o substitutivo

apresentado por Rui Barbosa ao decreto Leocircncio Carvalho ficaria como um vasto

programa de reformas que a Repuacuteblica caberia cumprir

Assim a proposta de Rui Barbosa cuidava amplamente do ensino

elementar e meacutedio Estruturava o ensino primaacuterio em quatro niacuteveis para os quais

se previa pela primeira vez um tempo miacutenimo de duraccedilatildeo propunha o

enriquecimento dos programas e a renovaccedilatildeo dos meacutetodos de ensino e tornava

obrigatoacuteria uma frequumlecircncia de quatro anos na escola primaacuteria elementar e

meacutedia formando assim um verdadeiro curso de instruccedilatildeo secundaacuteria popular

(www acciocom br)

Com o quadro assim configurado perto do fim da eacutepoca imperial

comeccedilaram a surgir sinais de que a sociedade estava comeccedilando a

amadurecer para o problema educacional Isto se deu porque nesta eacutepoca a

unidade nacional jaacute estava consolidada do ponto de vista militar uma seacuterie de

outros problemas mais preemente estavam solucionados ou em via de solucionar-

se a aboliccedilatildeo da escravatura jaacute estava agrave vista e podia-se pensar mais

serenamente na educaccedilatildeo brasileira A Proclamaccedilatildeo da Repuacuteblica trazia

consigo a esperanccedila de novas mudanccedilas e o Imperador em seus uacuteltimos

discursos na sessatildeo ao Parlamento Imperial solicitava a criaccedilatildeo de um Ministeacuterio

da Educaccedilatildeo pois ateacute aquela eacutepoca natildeo existia nada semelhante na

organizaccedilatildeo do nosso Estado

19

24 A Educaccedilatildeo na Primeira Repuacuteblica

A Repuacuteblica proclamada adotou o modelo poliacutetico americano baseado

no sistema presidencialista Na organizaccedilatildeo escolar percebeu-se a influecircncia da

filosofia positivista

O advento federativo natildeo trouxe significaccedilotildees e alteraccedilotildees para a

instruccedilatildeo puacuteblica nem inaugurou uma nova corrente de ideacuteias educacionais

tendo significado simplesmente o coroamento e portanto a continuidade de

ideacuteias que se iniciariam no impeacuterio mas precisamente nas suas duas ultimas

deacutecadas O que podemos constatar atraveacutes dos relatos de Fernando Azevedo

ldquoDo ponto de vista cultural e pedagoacutegico a Repuacuteblica foi uma revoluccedilatildeo que abortou e que contentando-se com a mudanccedila do regime natildeo teve o pensamento ou a decisatildeo de realizar uma transformaccedilatildeo radical no sistema de ensino para provocar uma renovaccedilatildeo cultural das elites culturais e poliacuteticas necessaacuterias agraves novas instituiccedilotildees democraacuteticasrdquo (www acciocom br )

A primeira constituiccedilatildeo republicana natildeo chegou a contemplar a

gratuidade e a obrigatoriedade da instruccedilatildeo elementar O legado deixado pelo

Impeacuterio natildeo se alterou substancialmente o ensino secundaacuterio defendia e

reclamava desde as uacuteltimas deacutecadas do Impeacuterio a equumlidade como mecanismo

necessaacuterio ao aperfeiccediloamento do ensino secundaacuterio a sua estruturaccedilatildeo em

acircmbito nacional a instituiccedilatildeo de ensino regulares e sistemaacuteticos (www

acciocom br)

Assim pela constituiccedilatildeo de 1891 agrave qual se acrescentava a Lei de 20 de

novembro de 1892 ficou determinado que

bull No Distrito Federal competia ao Governo federal o ensino superior e

secundaacuterio e agrave Prefeitura o ensino primaacuterio

bull Os Estados poderiam organizar seus proacuteprios sistemas de ensino

primaacuterio secundaacuterio e superior

bull Em cada Estado o Governo Federal podia organizar seu proacuteprio

sistema de ensino secundaacuterio e superior

20

Entretanto apesar da legislaccedilatildeo e organizaccedilatildeo do sistema federal de

ensino ser uma atribuiccedilatildeo do Congresso Nacional na praacutetica era o poder

executivo quem legislava e organizava a educaccedilatildeo Isto fez com que durante

toda a Primeira Repuacuteblica a posiccedilatildeo do Governo Federal fosse conservadora Isto

de certa forma restringia o entusiasmo pedagoacutegico que dominou a sociedade

brasileira depois da Primeira Guerra Mundial

Jaacute em relaccedilatildeo agraves administraccedilotildees estaduais a partir de 1920 uma febre de

otimismo pedagoacutegico comeccedilou a tomar conta dos principais governos estaduais

do Brasil o que provocou uma seacuterie de reformas de ensino em vaacuterios estados da

Uniatildeo Embora cada Estado pudesse organizar um sistema completo de ensino

desde o primaacuterio ateacute o superior tais reformas se limitavam sempre agrave estrutura do

ensino primaacuterio e normal porque todo ensino superior estava na eacutepoca no

acircmbito do Governo Federal e o ensino secundaacuterio por natildeo ser obrigatoacuterio para a

admissatildeo aos cursos superiores natildeo passava de uma rede de cursos

preparatoacuterios com exceccedilatildeo do Coleacutegio Pedro II no Rio de Janeiro que com a

Repuacuteblica havia mudado de nome para Ginaacutesio Nacional e alguns coleacutegios

religiosos Mesmo estes na praacutetica natildeo podiam fugir do espiacuterito dos preparatoacuterios

As principais reformas levantadas a efeito na deacutecada de 1920 foram as

seguintes

bull Em 1920 em Satildeo Paulo por Sampaio Doacuteria

bull Em 1922 no Cearaacute por Lourenccedilo Filho comissionado ao governo do

Cearaacute pelo Estado de Satildeo Paulo

bull Em 1927 em Minas Gerais por Francisco Campos

bull Em 1928 no Distrito Federal por Fernando Azevedo vindo de Satildeo Paulo

a convite da Prefeitura do Rio de Janeiro

bull Em 1928 na Bahia por Aniacutesio Teixeira

Os responsaacuteveis pela seacuterie de reformas estaduais ocorridas na deacutecada de

1920 tiveram para ajudaacute-los no empreendimento vaacuterios fatores concorrendo a

seu favor e o primeiro deles foi o proacuteprio clima de euforia pedagoacutegica que tomou

conta da sociedade brasileira depois da Primeira Guerra Mundial Tambeacutem veio

21

a favor deles o iniacutecio do surto industrial que pressionava por uma nova direccedilatildeo

do ensino e a introduccedilatildeo no Brasil das ideacuteias da Escola Nova em cujas teorias se

inspiraram os reformadores

As doutrinas educacionais da Escola Nova vinham haacute seacuteculos se

desenvolvendo na Europa mas soacute entraram com toda a sua forccedila na sociedade

brasileira na eacutepoca do entusiasmo pedagoacutegico do fim da Primeira Repuacuteblica em

boa parte por obra de estudiosos tais como Fernando de Azevedo Aniacutesio Teixeira

e Lourenccedilo Filho que figuraram tambeacutem na lista dos reformadores estaduais

O movimento reformista foi favorecido pela criaccedilatildeo em 1924 da

Associaccedilatildeo Brasileira de Educaccedilatildeo que agremiou elementos de todo paiacutes em

torno de questotildees de acircmbito nacional relativas agrave Educaccedilatildeo escolar Atraveacutes de

conferecircncias curados debates e inqueacuteritos os profissionais da Educaccedilatildeo

divulgavam as ideacuteias de escolas renovadas Isto contribuiu para formaccedilatildeo de

uma nova consciecircncia educacional relativa ao papel do Estado na Educaccedilatildeo

levando agrave necessidade de expansatildeo da escola puacuteblica ao direito de todos na

educaccedilatildeo levando a exigecircncia de uma poliacutetica nacional de Educaccedilatildeo na qual

a uniatildeo exerce o papel coordenador orientador e supletivo no desenvolvimento

do ensino em todo paiacutes Muitas dessas ideacuteias viriam a consubstanciar-se em

proposiccedilotildees do manifesto dos pioneiros da Educaccedilatildeo Nova (1932) e em

dispositivo da carta de 1934

25 A Educaccedilatildeo no Poacutes 1930

A queda da Repuacuteblica Velha sob o impacto da Revoluccedilatildeo de 1930

transformou as relaccedilotildees de poder entre o governo federal e os estados dando

iniacutecio a um periacuteodo de progressiva centralizaccedilatildeo poliacutetica econocircmica Embora

natildeo trouxesse uma programaccedilatildeo definida seja para o setor poliacutetico-econocircmico

seja para o educacional a revoluccedilatildeo deu iniacutecio a um periacuteodo em que todos os

campos foram atingidos caracterizando-se progressivamente a passagem de

22

uma sociedade preacute-capitalista agraacuteria - comercial e artesanal para uma

sociedade urbano-industrial

As transformaccedilotildees poliacuteticas e econocircmicas ocorridas a partir de 1930 foram

acompanhadas de grandes alteraccedilotildees sociais especialmente nos Estados do

sudeste onde se encontravam os processos de industrializaccedilatildeo Isto acelerou a

urbanizaccedilatildeo e as migraccedilotildees para as cidades que passaram a oferecer novas

oportunidades de trabalho e salaacuterios mais vantajosos Assim a populaccedilatildeo urbana

elevou-se de 10 em 1920 para 3124 em 1940 3616 em 1950 atingindo 458

em 1960 este fato causou um reflexo na urbanizaccedilatildeo tendo como consequumlecircncia

o desenvolvimento de um importante setor de serviccedilos que se localizavam nas

grandes cidades do sudeste modificando assim a sua estratificaccedilatildeo social

(wwwacciocombr )

Com a nova ordem poliacutetico-econocircmica o aumento da populaccedilatildeo urbana

relativamente agrave rural e o aparecimento de novas ocupaccedilotildees ligadas a vida

urbana industrial surgiram maiores possibilidades de mobilidade social passando

a educaccedilatildeo escolar a representar um meio de ecircxito profissional Assim a

demanda por educaccedilatildeo cresceu consideravelmente sobretudo no periacuteodo

posterior a 1945

As mesmas transformaccedilotildees soacutecio-econocircmicas que determinaram a

incorporaccedilatildeo de novas camadas sociais ao ensino secundaacuterio tambeacutem tiveram

como consequumlecircncia a modificaccedilatildeo do status social das mulheres que passaram

a frequumlentar o ensino secundaacuterio contribuindo para a expansatildeo do mesmo

Portanto entre 1933 e 1960 as matriacuteculas aumentaram em 25367 para o ensino

primaacuterio e 40211 para o ensino normal levando o crescimento das matriacuteculas

no ensino secundaacuterio a um percentual de 1207 (www acciocom br)

Logo o governo central para atuar de forma mais significativa no

processo de organizaccedilatildeo do ensino criou em 1930 o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e

Sauacutede Puacuteblica e em 1931 o Conselho Nacional de Educaccedilatildeo oacutergatildeo consultivo

destinado a assessorar o ministro

23

As reformas realizadas nos anos imediatamente posteriores agrave revoluccedilatildeo

pelo primeiro ministro da educaccedilatildeo e sauacutede puacuteblica Francisco Campos

evidenciaram a ampliaccedilatildeo das funccedilotildees federais relativas agraves modalidades de

ensino por elas abrangidas Para o ensino secundaacuterio a reforma Francisco

Campos significou a definitiva superaccedilatildeo dos exames parcelados que vinham

consagrando a proeminecircncia de estudos avulsos e irregulares bem como a

concepccedilatildeo preparativa Entre outros meacuteritos a reforma deu uma estrutura

orgacircnica ao ensino secundaacuterio comercial e superior Com relaccedilatildeo ao ensino

secundaacuterio Francisco Campos escreveu

ldquoA finalidade exclusiva do ensino secundaacuterio natildeo haacute de ser a matriacutecula nos cursos superiores o seu fim pelo contraacuterio deve ser a preparaccedilatildeo do homem para todos os grandes setores da atividade nacional constituindo no seu espiacuterito todo um sistema de haacutebitos atitudes e comportamentos que o habitem a viver por si e tomar em qualquer situaccedilatildeo as decisotildees mais convenientes e mais segurasrdquo( ROMANELLI 1978)

Como citado dentre algumas medidas da Reforma Francisco Campos

estavam a criaccedilatildeo do Conselho Nacional de Educaccedilatildeo e a organizaccedilatildeo do

ensino secundaacuterio e comercial Dessa forma Francisco Campos havia dividido o

curso secundaacuterio em dois ciclos de cinco e dois anos respectivamente o primeiro

fundamental e o segundo complementar orientado para as diferentes opccedilotildees

de carreira universitaacuteria A lei de 1931 previa ainda a criaccedilatildeo de um sistema

nacional de inspeccedilatildeo do ensino secundaacuterio a ser feito por uma rede de

inspetores regionais

Pela primeira vez num texto constitucional brasileiro ficavam estabelecidos

os princiacutepios de gratuidade e obrigatoriedade do ensino primaacuterio e da educaccedilatildeo

como direito de todos Aleacutem do que percentuais da receita dos impostos foram

vinculados para a manutenccedilatildeo e desenvolvimento do ensino

A orientaccedilatildeo centralista acabou por ser consagrada com a constituiccedilatildeo

outorgada em 1937 cabendo assim ao Estado Novo fixar as bases e determinar

os quadros da educaccedilatildeo nacional da infacircncia e da juventude Poreacutem a referida

carta silencia quanto agrave vinculaccedilatildeo de recursos para a educaccedilatildeo e quanto ao

24

plano nacional da educaccedilatildeo Digna de nota foi a sua preocupaccedilatildeo com o

ensino profissional que foi considerado o primeiro dever do estado

A poliacutetica educacional centralizadora tentava regulamentar em acircmbito

central a organizaccedilatildeo e o funcionamento de todos os tipos de ensino no paiacutes

Assim em 1942 depois de muitos estudos e consultas aos oacutergatildeos especializados o

ministro Gustavo Capanema promoveu uma nova reforma do ensino que viria a

ser conhecida como Lei Orgacircnica do Ensino Secundaacuterio (Brasil 1942a) De

acordo com Lauro de Oliveira Lima Educador brasileiro (www wikipediaorg)

ldquodispensaram qualquer debate puacuteblico sendo elaboradas no sigilo dos

gabinetes por um pequeno grupo de intelectuais e impostas a um sistema

escolar em crescimentordquo (LIMA 1974)

Foi organizado o ensino teacutecnico-profissional nas trecircs aacutereas da economia

(agriacutecola industrial e comercial) Pela impossibilidade de o sistema de ensino

oferecer a educaccedilatildeo profissional necessaacuteria agrave induacutestria e de oferecer recursos o

governo preocupou-se em engajar o setor industrial na qualificaccedilatildeo de seu

pessoal

Apesar de ter sido mais enfaacutetica na questatildeo profissional a reforma estava

impregnada pela ideologia do governo favoraacutevel a um Sistema Educacional de

discriminaccedilatildeo social Pode-se perceber este fato no artigo 129 assim redigido

O ensino preacute-vocacional e profissional destinado agraves classes menos favorecidas eacute em mateacuteria de educaccedilatildeo o primeiro dever do Estado Cumpre-lhe dar execuccedilatildeo a esse dever fundando institutos de ensino profissional e subsidiando os de iniciativas dos Estados dos Municiacutepios e dos indiviacuteduos ou associaccedilotildees particulares e profissionais(Brasil 1942a)

Este artigo oficializou o ensino profissional como ensino destinado aos

pobres e o Estado instituiu oficialmente a discriminaccedilatildeo social por meio da

escola fazendo novamente com que a demanda social da educaccedilatildeo se

voltasse para o ensino secundaacuterio onde se poderia assegurar o prestiacutegio social

Pela nova Lei o curso secundaacuterio seria ministrado em dois ciclos O

primeiro constando do curso ginasial e o segundo compreendendo dois cursos

25

paralelos o claacutessico e o cientiacutefico O curso ginasial teria duraccedilatildeo de quatro anos

e se destinaria a dar aos adolescentes os elementos fundamentais do curso

secundaacuterio O curso claacutessico com duraccedilatildeo de trecircs anos concorreria para a

funccedilatildeo intelectual Com a mesma duraccedilatildeo o cientiacutefico enfatizaria o estudo das

ciecircncias (Brasil 1942a)

A partir dessa divisatildeo em primeiro e segundo ciclos passou a haver uma

denominaccedilatildeo diversa para os estabelecimentos de ensino secundaacuterios ginaacutesios e

coleacutegios

Por influecircncia da segunda Guerra Mundial a lei instituiu tambeacutem a

educaccedilatildeo militar para os alunos do sexo masculino Reafirmou o caraacuteter

facultativo da educaccedilatildeo religiosa e obrigatoacuteria da educaccedilatildeo moral e ciacutevica e

recomendou ainda que a educaccedilatildeo das mulheres fosse feita em

estabelecimentos distintos daquele onde se educavam os homens (Brasil 1942a)

Estas reformas marcam uma distinccedilatildeo entre o trabalho intelectual para as

classes mais favorecidas e o trabalho manual enfatizando o ensino profissional

para as classes mais desfavorecidas Logo o Decreto-Lei 4048 de 22 de janeiro

criou o Serviccedilo Nacional de Aprendizagem Industrial ndash SENAI (Brasil 1942b) Jaacute o

Decreto-Lei 4481 de 16 de julho dispocircs sobre a obrigatoriedade dos

estabelecimentos induacutestrias empregarem um total de 8 correspondente ao

nuacutemero de operaacuterios e matriculaacute-los nas escolas do SENAI (Brasil 1942c) Ainda no

espiacuterito da Reforma Capanema foi baixado o Decreto-lei 6141 de 28 de

dezembro de 1943 regulamentando o ensino comercial (Brasil 1943) O Serviccedilo

Nacional de Aprendizagem Comercial ndash SENAC soacute seria criado em 1946 ( Niskier

1989)

Foram assim promulgadas entre 19421946 por iniciativa do ministro

Gustavo Capanema as leis orgacircnicas do ensino decreto e leis federais que

regulamentavam minuciosamente os diversos ramos e modalidades do ensino

secundaacuterio industrial comercial agriacutecola normal e primaacuterio

A interferecircncia financeira da uniatildeo no ensino primaacuterio solicitada desde o

impeacuterio soacute ocorreu nos uacuteltimos anos do Estado Novo quando foi instituiacutedo o

26

Fundo Nacional do Ensino Primaacuterio e assinado o Convecircnio Nacional do Ensino

Primaacuterio Ainda que se mantendo fiel agrave tradiccedilatildeo de tratar separadamente cada

modalidade de ensino coube agrave legislaccedilatildeo do Estado Novo o meacuterito de ser

abrangente e de aproximar em termos de duraccedilatildeo e de divisatildeo em ciclos Os

vaacuterios ramos do ensino profissional (comercial industrial agriacutecola) as

modalidades de ensino teacutecnico e normal foram atribuiacutedas finalidades relativas agrave

qualificaccedilatildeo profissional A exposiccedilatildeo do motivo da lei orgacircnica do ensino

secundaacuterio dava a este a funccedilatildeo de formar nos adolescentes uma soacutelida cultura

geral

Na constituiccedilatildeo de 1946 as leis orgacircnicas continuaram em vigecircncia com

algumas modificaccedilotildees ateacute 1961 Estas leis introduziram a possibilidade de

articulaccedilatildeo do ensino profissional com o secundaacuterio Jaacute com a lei de diretriz e

bases - LDB lei nordm 4024 de 201261 (Brasil 1961) deu-se um importante passo no

sentido da unificaccedilatildeo do sistema de ensino e da eliminaccedilatildeo do dualismo

administrativo herdado do impeacuterio Iniciou-se pela primeira vez uma relativa

descentralizaccedilatildeo do sistema como um todo O Ministro da Educaccedilatildeo e Cultura e

as Secretarias de Educaccedilatildeo deixaram de observar ambas as funccedilotildees criando ndash

se para os exerciacutecios das funccedilotildees normativas o conselho federal de educaccedilatildeo os

conselhos estaduais de educaccedilatildeo e o plano de educaccedilatildeo referente a cada

fundo (Fundo nacional de ensino primaacuterio do ensino meacutedio e do ensino superior)

A lei procurou apenas diminuir a distacircncia que os separava e eliminar as

condiccedilotildees de privileacutegios conferidos ao ensino secundaacuterio pela lei orgacircnica de

1942 O ensino primaacuterio obrigatoacuterio continuava a ter quatro seacuteries de duraccedilatildeo

facultando aos sistemas estaduais o seu prolongamento para leis Somente em

1961 efetivou-se a vitoacuteria dos educadores das deacutecadas de 20 e inicio dos anos 30

fixando as diretrizes gerais e as grandes linhas de um sistema nacional de

educaccedilatildeo

27

26 Educaccedilatildeo na Nova Repuacuteblica (1946 ndash 1963)

O fim do Estado Novo consubstanciou-se na adoccedilatildeo de uma nova

Constituiccedilatildeo de cunho liberal e democraacutetico Esta nova Constituiccedilatildeo na aacuterea da

Educaccedilatildeo determinou a obrigatoriedade de se cumprir o ensino primaacuterio e deu

competecircncia agrave Uniatildeo para legislar sobre diretrizes e bases da educaccedilatildeo

nacional Aleacutem disso a nova Constituiccedilatildeo fez voltar o preceito de que a

educaccedilatildeo eacute direito de todos inspirada nos princiacutepios proclamados pelos

Pioneiros nos primeiros anos da deacutecada de 30

Ainda em 1946 o entatildeo Ministro Raul Leitatildeo da Cunha regulamentou o

Ensino Primaacuterio e o Ensino Normal aleacutem de criar o Serviccedilo Nacional de

Aprendizagem Comercial - SENAC atendendo as mudanccedilas exigidas pela

sociedade apoacutes a Revoluccedilatildeo de 1930

Baseado nas doutrinas emanadas pela Carta Magna de 1946 o Ministro

Clemente Mariani criou uma comissatildeo com o objetivo de elaborar um

anteprojeto de reforma geral da educaccedilatildeo nacional Esta comissatildeo presidida

pelo eminente educador Lourenccedilo Filho era organizada em trecircs subcomissotildees

uma para o Ensino Primaacuterio uma para o Ensino Meacutedio e outra para o Ensino

Superior

Em novembro de 1948 este anteprojeto foi encaminhado a Cacircmara

Federal dando iniacutecio a uma luta ideoloacutegica em torno das propostas

apresentadas Num primeiro momento as discussotildees estavam voltadas agraves

interpretaccedilotildees contraditoacuterias das propostas constitucionais Num momento

posterior apoacutes a apresentaccedilatildeo de um substitutivo do Deputado Carlos Lacerda

as discussotildees mais marcantes relacionaram-se agrave questatildeo da responsabilidade do

Estado quanto agrave educaccedilatildeo inspirados nos educadores da velha geraccedilatildeo de 30

e a participaccedilatildeo das instituiccedilotildees privadas de ensino

Depois de 13 anos de acirradas discussotildees foi promulgada a Lei 4024 em

20 de dezembro de 1961 pelo entatildeo Presidente Joatildeo Goulart que introduziu

como inovaccedilatildeo a respeito da Educaccedilatildeo Nacional a descentralizaccedilatildeo do Ensino

28

O aspecto mais caracteriacutestico da nova Lei era conceder categoria puacuteblica

ao ensino privado As verbas destinadas agrave educaccedilatildeo puacuteblica foram desviadas

para a manutenccedilatildeo dos sistemas escolares estaduais e para os auxiacutelios agraves escolas

empresaacuterias O Ministeacuterio de Educaccedilatildeo e Cultura deixou de ser o oacutergatildeo

orientador fiscalizador e estimulador da educaccedilatildeo nacional sendo transferido o

seu poder para o Conselho Federal de Educaccedilatildeo e para as Secretarias de

Educaccedilatildeo dos Estados (Brasil 1961)

Se as discussotildees sobre a Lei de Diretrizes e Bases para a Educaccedilatildeo Nacional

foi o fato marcante por outro lado muitas iniciativas marcaram este periacuteodo

como talvez o mais feacutertil da Histoacuteria da Educaccedilatildeo no Brasil

bull Em 1950 em Salvador no Estado da Bahia Aniacutesio Teixeira inaugura o

Centro Popular de Educaccedilatildeo (Centro Educacional Carneiro Ribeiro)

dando iniacutecio a sua ideacuteia de escola-classe e escola-parque

bull Em 1952 em Fortaleza o educador Lauro de Oliveira Lima iniciou uma

didaacutetica baseada nas teorias cientiacuteficas de Jean Piaget o Meacutetodo

psicogeneacutetico

bull Em 1953 a educaccedilatildeo passou a ser administrada por um Ministeacuterio proacuteprio o

Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura

bull Em 1961 a Prefeitura Municipal de Natal iniciou uma campanha de

alfabetizaccedilatildeo (De Peacute no Chatildeo Tambeacutem se Aprende a Ler) A teacutecnica

didaacutetica criada pelo pernambucano Paulo Freire propunha-se a

alfabetizar adultos em 40 horas A experiecircncia teve iniacutecio na cidade de

Angicos no Estado do Rio Grande do Norte e logo depois na cidade de

Tiriri no Estado de Pernambuco

bull Em 1962 foi criado o Conselho Federal de Educaccedilatildeo cumprindo o artigo 9o

da Lei de Diretrizes e Bases Este substituiu o Conselho Nacional de

Educaccedilatildeo Foram criados tambeacutem os Conselhos Estaduais de educaccedilatildeo

bull Ainda em 1962 foi criado o Plano Nacional de Educaccedilatildeo e o Programa

Nacional de Alfabetizaccedilatildeo pelo Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura

inspirado no Meacutetodo Paulo Freire

29

Em 1964 o golpe militar abortou todas as iniciativas de se revolucionar a

educaccedilatildeo brasileira sob o pretexto de que as propostas eram comunizantes e

subversivas Foi um periacuteodo em que o paiacutes viveu a emergecircncia de um novo

modelo econocircmico apoiado pelas empresas internacionais A poliacutetica do

nacionalismo desenvolvimentista jaacute natildeo mais se ajustara a esse modelo

Necessitava-se de novas poliacuteticas para a sustentaccedilatildeo do novo modelo poliacutetico

(www acciocom br)

27 A Educaccedilatildeo no Periacuteodo Militar (1964 -1985)

Alguma coisa acontecia na educaccedilatildeo brasileira Pensava-se em erradicar

definitivamente o analfabetismo atraveacutes de um programa nacional levando-se

em conta as diferenccedilas sociais econocircmicas e culturais de cada regiatildeo

A criaccedilatildeo da Universidade de Brasiacutelia em 1961 permitiu vislumbrar uma

nova proposta universitaacuteria com o planejamento inclusive do fim do exame

vestibular valendo para o ingresso na Universidade o rendimento do aluno

durante o curso de 2ordm grau (ex-Colegial e atual Ensino Meacutedio)

Depois da implementaccedilatildeo do regime militar ditatorial de 1964 muito

educadores passaram a ser perseguidos em funccedilatildeo de posicionamentos

ideoloacutegicos Muito foram calados para sempre alguns outros se exilaram outros

se recolheram agrave vida privada e outros demitidos trocaram de funccedilatildeo

O Regime Militar espelhou na educaccedilatildeo o caraacuteter antidemocraacutetico de sua

proposta ideoloacutegica de governo professores foram presos e demitidos

universidades foram invadidas estudantes foram presos feridos nos confronto

com a poliacutecia e alguns foram mortos os estudantes foram calados e a Uniatildeo

Nacional dos Estudantes proibida de funcionar o Decreto ndash Lei 477 calou a boca

de alunos e professores (Brasil 1969) Agrave eacutepoca o Ministro da Justiccedila declarou que

estudantes tecircm que estudar e natildeo podem fazer baderna

Nessa eacutepoca firmaram-se acordos do MEC e seus oacutergatildeos com a USAID ndash

Agecircncia Norte ndash Americana para o Desenvolvimento Internacional visando agrave

30

cooperaccedilatildeo econocircmico ndash financeira para a organizaccedilatildeo e desenvolvimento do

sistema educacional A ajuda externa vinha atraveacutes de programas que foram

implantados sem nenhuma anaacutelise por parte dos educadores brasileiros A sua

presenccedila se fez desde a organizaccedilatildeo do sistema educacional ateacute as propostas

dos curriacuteculos dos diversos niacuteveis de ensino implantando a visatildeo tecnicista no

contexto da educaccedilatildeo brasileira com as repercussotildees por todos conhecidas

Neste periacuteodo poreacutem deu-se a grande expansatildeo das universidades no

Brasil E para acabar com os excedentes (aqueles que tiravam notas suficientes

para mas natildeo conseguiam vaga para estudar) foi criado o vestibular

classificatoacuterio

Para erradicar o analfabetismo foi criado o Movimento Brasileiro de

Alfabetizaccedilatildeo aproveitando-se em sua didaacutetica no expurgado Meacutetodo Paulo

Freire denominado MOBRAL que propunha erradicar o analfabetismo no Brasil

Natildeo conseguiu E entre denuacutencias de corrupccedilatildeo foi extinto No periacuteodo mais

cruel da ditadura militar onde qualquer expressatildeo popular contraacuteria aos

interesses do governo era abafada muitas vezes pela violecircncia fiacutesica que foi

instituiacuteda a Lei 5692 Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional em 1971

(Brasil 1971)

A caracteriacutestica mais marcante desta Lei era tentar dar a formaccedilatildeo

educacional um cunho profissionalizante Dentro do espiacuterito dos slogans

propostos pelo governo como Brasil grande ame-o ou deixe-o milagre

econocircmico etc planejava-se fazer com que a educaccedilatildeo contribuiacutesse de

forma decisiva para o aumento da produccedilatildeo brasileira

A lei introduziu no paiacutes a obrigatoriedade da profissionalizaccedilatildeo em todos os

cursos de 2ordm Grau o que implicava em valorizaccedilatildeo das aacutereas tecnoloacutegicas com

perda gradativa das aacutereas de ciecircncias humanas

A Histoacuteria e a Geografia foram integradas na aacuterea de Estudos Sociais o que

causou a superficialidade desses conteuacutedos a Educaccedilatildeo Moral e Ciacutevica eou

Estudos dos Problemas Sociais passaram a ser disciplinas obrigatoacuterias e

31

responsaacuteveis pela formaccedilatildeo do cidadatildeo brasileiro com visotildees distorcidas de

cidadania e nacionalismo

A ditadura militar se desfez por si soacute tamanha era a pressatildeo popular de

vaacuterios setores da sociedade que o processo de abertura poliacutetica tornou-se

inevitaacutevel Mesmo assim os militares deixaram o governo atraveacutes de uma eleiccedilatildeo

indireta mesmo que concorressem somente dois civis (Paulo Maluf e Tancredo

Neves)

28 A Educaccedilatildeo no Periacuteodo da Abertura Poliacutetica (1986-2001)

Com o fim do Regime Militar a eleiccedilatildeo indireta de Tancredo Neves seu

falecimento e a posse de Joseacute Sarney discutir-se-iam novamente questotildees sobre

educaccedilatildeo de uma forma democraacutetica e aberta A discussatildeo sobre as questotildees

educacionais jaacute havia perdido o seu sentido pedagoacutegico e assumido um caraacuteter

poliacutetico Para isso houve uma participaccedilatildeo mais ativa de pensadores de outras

aacutereas do conhecimento que passaram a falar de educaccedilatildeo num sentido mais

amplo do que as questotildees pertinentes agrave escola agrave sala de aula agrave didaacutetica e agrave

dinacircmica escolar em si mesma Impedidos de atuarem em suas funccedilotildees por

questotildees poliacuteticas durante o Regime Militar profissionais da aacuterea de Sociologia

filosofia antropologia histoacuteria psicologia entre outras passaram a assumir postos

na aacuterea da educaccedilatildeo e a concretizar discursos em nome da educaccedilatildeo

O Projeto de Lei da nova LDB foi encaminhado agrave Cacircmara Federal pelo

Deputado Octaacutevio Elisio em 1988 No ano seguinte o Deputado Jorge Hage envia

agrave Cacircmara um substitutivo ao Projeto e em 1992 o Senador Darcy Ribeiro

apresenta um novo Projeto que acabou por ser aprovado em dezembro de 1996

oito anos apoacutes o encaminhamento do Deputado Otaacutevio Elisio Assim a nova Lei

Nordm 9394 Lei Diretrizes e Bases da educaccedilatildeo foi promulgada em 20 de Dezembro

de 1996 (Brasil 1996)

O Governo Collor de Mello em 1990 lanccedilou o projeto de construccedilatildeo de

Centros Integrados de Apoio agrave Crianccedila - CIACS em todo o Brasil inspirados no

32

modelo dos Centros Integrados de Educaccedilatildeo Puacuteblica - CIEPS do Rio de Janeiro

existentes desde 1982

Neste periacuteodo do fim do Regime Militar aos dias de hoje a fase

politicamente marcante na educaccedilatildeo foi o trabalho do Ministro Paulo Renato de

Souza agrave frente do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Logo no iniacutecio de sua gestatildeo atraveacutes

de uma Medida Provisoacuteria extinguiu o Conselho Federal de Educaccedilatildeo e criou o

Conselho Nacional de Educaccedilatildeo vinculado ao Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura

Esta mudanccedila tornou o Conselho menos burocraacutetico e mais poliacutetico

Cabe ressaltar que podemos natildeo concordar com a forma como tecircm sido

executados alguns programas temos que reconhecer que em toda a Histoacuteria da

Educaccedilatildeo no Brasil contada a partir do descobrimento jamais houve execuccedilatildeo

de tantos projetos na aacuterea da educaccedilatildeo numa soacute administraccedilatildeo Entre esses

programas destacam-se

bull Fundo de Manutenccedilatildeo e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de

Valorizaccedilatildeo do Magisteacuterio - FUNDEF

bull Programa de Avaliaccedilatildeo Institucional - PAIUB

bull Sistema Nacional de Avaliaccedilatildeo da Educaccedilatildeo Baacutesica ndash SAEB

bull Exame nacional do Ensino Meacutedio ndash ENEM

bull Paracircmetros Curriculares Nacionais ndashPCNs

bull Exame Nacional de Cursos ndash ENC

Desses Programas o mais contestado foi o Exame Nacional de Cursos e o

chamado Provatildeo onde os alunos das universidades devem realizar uma prova

ao fim do curso para receber seus diplomas Esta prova em que os alunos podem

simplesmente assinar a ata de presenccedila e se retirar sem responder nenhuma

questatildeo eacute levada em consideraccedilatildeo como avaliaccedilatildeo das instituiccedilotildees Aleacutem do

mais entre outras questotildees o exame natildeo diferencia as regiotildees do paiacutes e as

condiccedilotildees de cada IES (Instituiccedilatildeo de Ensino Superior) como por exemplo

infraestrutura e capacitaccedilatildeo docente(wwwacciocombr)

33

29 Cronologia da Histoacuteria da Educaccedilatildeo Brasileira

A tabela 21 a seguir apresenta um resumo dos principais acontecimentos

na educaccedilatildeo brasileira Destacando-se os principais eventos relacionados ao

ensino meacutedio

Tabela 21 ndash Evoluccedilatildeo da educaccedilatildeo no Brasil principais acontecimentos-periacuteodo

de 1549 a 1998

ANO HISTOacuteRIA DA EDUCACcedilAtildeO BRASILEIRA

1549 middot Chega ao Brasil o primeiro grupo de seis padres jesuiacutetas chefiados por Manuel de Noacutebrega marcando o iniacutecio da Histoacuteria da Educaccedilatildeo no Brasil (nos moldes europeus) middot Quinze dias apoacutes a chegada funda na cidade de Salvador a primeira escola elementar

1554 middot Satildeo fundadas as escolas jesuiacutetas de Satildeo Paulo de Piratininga tendo como seu primeiro professor o padre Joseacute de Anchieta e a da Bahia

1556 middot Eacute fundado o coleacutegio jesuiacuteta de Todos os Santos middot Comeccedila a vigorar as Constituiccedilotildees da Companhia de Jesus incluindo a aprendizagem do canto da muacutesica instrumental e o estudo profissional agriacutecola

1567 middot Eacute fundado o coleacutegio jesuiacuteta do Rio de Janeiro

1570 middot O Brasil conta com cinco escolas elementares (Porto Seguro Ilheacuteus Satildeo Vicente Espiacuterito Santo e Satildeo Paulo de Piratininga) e trecircs coleacutegios (Rio de Janeiro Pernambuco e Bahia)

1759

middot Duzentos e dez anos apoacutes a chegada e de serem os uacutenicos responsaacuteveis pela educaccedilatildeo no Brasil deixam a colocircnia cerca de Quinhentos padres jesuiacutetas expulsos pelo Marquecircs de Pombal Ministro de D Joseacute I paralisando 17 coleacutegios 36 missotildees seminaacuterios menores e escolas elementaresmiddot O Alvaraacute de 28 de julho determina a instituiccedilatildeo de aulas de gramaacutetica latina aulas de grego e de retoacuterica aleacutem de criar o cargo de Diretor de Estudos Medidas inoacutecuas para um sistema de ensino fragmentado

1770 A Reforma Pombalina de Educaccedilatildeo substitui o sistema jesuiacutetico e o ensino eacute dirigido pelos vicemiddotreis nomeados por Portugal

1772 middot Eacute instituiacutedo o subsiacutedio literaacuterio imposto destinado a manutenccedilatildeo dos ensinos primaacuterio e meacutedio middot Eacute fundada no Rio de Janeiro a Academia Cientiacutefica

1810 middot Desfazendomiddotse de seus proacuteprios livros (60000 volumes) trazidos de Portugal D Joatildeo funda a nossa primeira biblioteca middot Eacute criada a Academia Militar

1812 Satildeo criados cursos de Agricultura na Bahia middot Eacute criada a escola de serralheiros oficiais de lima e espingardeiros em Minas Gerais middot Eacute criado o laboratoacuterio de quiacutemica no Rio de Janeiro

1822 O Decreto de 1o de marccedilo criava no Rio de Janeiro uma escola baseada no meacutetodo lancasteriano ou de ensino muacutetuo Ou seja somente um professor para cada escola

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1824 middot A Constituiccedilatildeo outorgada pela Assembleacuteia Constituinte dizia no seu artigo 179 que a instruccedilatildeo primaacuteria era gratuita a todos os cidadatildeos

1834 middot O Ato Adicional da reforma constitucional dizia que a educaccedilatildeo primaacuteria e secundaacuteria ficaria a cargo das proviacutencias restando a administraccedilatildeo nacional o ensino superior

1835 Eacute criada uma escola normal em Niteroacutei A primeira do Brasil

1838 middot O Coleacutegio Pedro II eacute fundado no Rio de Janeiro

1854 O Decreto 1331A de 17 de fevereiro reforma os ensinos primaacuterio e secundaacuterio exigindo professores credenciados e a volta da fiscalizaccedilatildeo oficial cria a Inspetoria Geral da Instruccedilatildeo Primaacuteria e Secundaacuteria middot Eacute criada uma escola normal na Paraiacuteba

1873 Com o objetivo de estimular o desenvolvimento dos estudos secundaacuterios nas proviacutencias e de facilitar aos candidatos das proviacutencias o acesso aos cursos superiores o Ministro Joatildeo Alfredo Correia de Oliveira instalou nas capitais das proviacutencias do Impeacuterio bancas de exames gerais preparatoacuterios

1874 middot Eacute criada a Escola Politeacutecnica

1889

Ferreira Viana Ministro do Impeacuterio dizia ser fundamental formar professores com a necessaacuteria instruccedilatildeo cientiacutefica e profissional middot Em sua uacuteltima fala do trono Sua Majestade pedia empenho para a criaccedilatildeo de um ministeacuterio destinado aos negoacutecios da Instruccedilatildeo Puacuteblica middot Com a Proclamaccedilatildeo da Repuacuteblica no Governo Provisoacuterio do Marechal Deodoro da Fonseca torna-se Ministro da Instruccedilatildeo Puacuteblica Correios e Teleacutegrafos Benjamin Constant Botelho de Magalhatildees middot Os alunos matriculados nas escolas correspondem a 12 da populaccedilatildeo em idade escolar

1890 middot O Decreto 510 do Governo Provisoacuterio da Repuacuteblica diz em seu artigo 62 item 5o que o ensino seraacute leigo e livre em todos os graus e gratuito no primaacuterio middot O iacutendice de analfabetismo no Brasil eacute de 672

1891 A Constituiccedilatildeo estipula o ensino leigo nas escolas puacuteblicas em oposiccedilatildeo ao ensino religioso middot Eacute Ministro da Instruccedilatildeo Puacuteblica Correios e Teleacutegrafos Joatildeo Barbalho Uchoa Cavalcanti middot No Governo de Floriano Peixoto satildeo Ministros da Instruccedilatildeo Puacuteblica Correios e Teleacutegrafos Joseacute Higino Duarte Pereira (interino) e Fernando Lobo Leite Pereira

1927

O educador Francisco Campos realiza no Estado de Minas Gerais uma reforma educacional middot Realizamiddotse a primeira das Conferecircncias Nacionais de Educaccedilatildeo em Curitiba organizada pela Associaccedilatildeo Brasileira de Educaccedilatildeo middot ABE middot Por iniciativa de Francisco Mendes Pimentel eacute criada a Universidade de Minas Gerais (a iniciativa teve curta duraccedilatildeo)

1930

Satildeo Ministros da Justiccedila e Negoacutecios Interiores na Junta Governativa que durou apenas onze dias Gabriel Loureiro Bernardes e Afracircnio de Melo Franco (interino) middot Eacute criado o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Sauacutede Puacuteblica atraveacutes do Decreto 19402 tendo como Ministros no Governo Getuacutelio Vargas Francisco Luiz da Silva Campos Belizaacuterio Augusto de Oliveira Pena Washington Ferreira Pires e Gustavo Capanema middot O educador Lourenccedilo Filho publica Introduccedilatildeo ao Estudo da Escola Nova middot O educador Fernando de Azevedo cria a Biblioteca Pedagoacutegica Brasileira middot Os alunos matriculados nas escolas correspondem a 30 da populaccedilatildeo em idade escolar

1931

O governo provisoacuterio sanciona decretos organizando o ensino secundaacuterio e as universidades brasileiras ainda inexistentes Estes Decretos ficaram conhecidos como Reforma Francisco Campos middot O Decreto 19850 de 11 de abril cria o Conselho Nacional de Educaccedilatildeo middot O Decreto 19851 de 11 de abril institui o Estatuto das Universidades Brasileiras que dispotildee sobre a organizaccedilatildeo do ensino superior no Brasil e adota o regime universitaacuterio

35

middot O Decreto 19852 de 11 de abril dispotildee sobre a organizaccedilatildeo da Universidade do Rio de Janeiro middot O Decreto 19890 de 18 de abril dispotildee sobre a organizaccedilatildeo do ensino secundaacuterio middot O Decreto 20158 de 30 de julho organiza o ensino comercial regulamenta a profissatildeo de contador e daacute outras providecircncias middot O Decreto 21241 de 14 de abril consolida as disposiccedilotildees sobre o ensino secundaacuterio

1932

Um grupo de educadores lanccedila agrave naccedilatildeo o Manifesto dos Pioneiros da Educaccedilatildeo Nova redigido por Fernando de Azevedo middot O Decreto 21241 de 4 de abril consolida a reforma do ensino secundaacuterio visando segundo Francisco Campos a formaccedilatildeo do homem para todos os grandes setores da atividade nacional Este Decreto resultou na implantaccedilatildeo de um curriacuteculo enciclopeacutedico

1934

A nova Constituiccedilatildeo dispotildee pela primeira vez que a educaccedilatildeo eacute direito de todos devendo ser ministrada pela famiacutelia e pelos Poderes Puacuteblicos Passa a funcionar o Conselho Nacional de Educaccedilatildeo CNE e os Conselhos Estaduais de Educaccedilatildeo middot CEEs Por iniciativa do governador Armando Salles Oliveira foi criada a Universidade de Satildeo Paulo A primeira a ser criada e organizada segundo as normas do Estatuto das Universidades Brasileiras de 1931 Eacute fundada a Universidade de Porto Alegre

1942

Eacute decretada a reforma do ensino relativa ao ensino secundaacuterio conhecida como Reforma Capanema middot O Decreto-lei 4048 de 22 de janeiro cria o Serviccedilo Nacional de Aprendizagem Industrial - SENAI middot O Decreto-lei 4073 de 30 de janeiro regulamenta o ensino industrial middot O Decreto-lei 4244 de 9 de abril regulamenta o ensino secundaacuterio middot O Decreto-lei 4481 de 16 de julho dispotildee sobre a obrigatoriedade dos estabelecimentos industriais empregarem um total de 8 correspondente ao nuacutemero de operaacuterios e matriculaacute-los nas escolas do SENAI middot O Decreto-lei 4436 de 7 de novembro amplia o acircmbito do SENAI atingindo tambeacutem o setor de transportes das comunicaccedilotildees e da pesca middot O Decreto-lei 4984 de 21 de novembro compele que as empresas oficiais com mais de cem empregados a manter por conta proacutepria uma escola de aprendizagem destinada agrave formaccedilatildeo profissional de seus aprendizes

1943

Ainda no espiacuterito da Reforma Capanema eacute baixado o Decreto-lei 6141 de 28 de dezembro regulamentando o ensino comercial Eacute criada em Recife por Felipe Tiago Gomes a Campanha do Ginasiano Pobre - CGP nuacutecleo inicial da futura Campanha Nacional de Escolas da Comunidade - CNEC A Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho exige que sejam implantadas creches nas empresas para filhos de funcionaacuterios middot Eacute fundada a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro - UFRRJ

1946

A nova Constituiccedilatildeo determina a obrigatoriedade de se cumprir o ensino primaacuterio e daacute competecircncia agrave Uniatildeo para legislar sobre as diretrizes e bases da educaccedilatildeo nacional Volta a figurar na Constituiccedilatildeo que a educaccedilatildeo eacute direito de todos Tendo como Ministro da Educaccedilatildeo Raul Leitatildeo da Cunha satildeo baixados os seguintes Decretos-lei middot O Decreto-lei 8529 de 2 de janeiro regulamenta o ensino primaacuterio middot O Decreto-lei 8530 de 2 de janeiro regulamenta o ensino normal middot Os Decretos-lei 8621 e 8622 de 10 de janeiro criam o Serviccedilo Nacional de Aprendizagem Comercial - SENAC middot O Decreto-lei 9613 de 20 de agosto regulamenta o ensino agriacutecola Satildeo fundadas a Universidade Federal de Pernambuco e a Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica de Satildeo Paulo middot Satildeo Ministros da Educaccedilatildeo e Sauacutede Puacuteblica no Governo Eurico Gaspar Dutra Ernesto de Souza Campos Clemente Mariani Bittencourt Eduardo Rios Filho (interino) e Pedro Calmon Moniz de

36

Bittencourt

1948 O governo atraveacutes do Ministro Clemente Mariani encaminha ao Congresso Nacional o projeto de Lei de Diretrizes e Bases para a Educaccedilatildeo Nacional Realiza-se o I Congresso Nacional da Campanha do Ginasiano Pobre que passa a se chamar Campanha Nacional dos Educandaacuterios Gratuitos

1953

Com a criaccedilatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Sauacutede Puacuteblica passa a se chamar Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura Eacute criada a Campanha de Aperfeiccediloamento e Difusatildeo do Ensino Secundaacuterio - CADES vinculado agrave Diretoria do Ensino Secundaacuterio dirigida por Armando Hildebrand Eacute criado o Comitecirc Brasileiro da Organizaccedilatildeo Mundial de Educaccedilatildeo Preacute-Escolar - OMEP

1955

Eacute criado o Instituto Superior de Estudos Brasileiros - ISEB com o objetivo de criar uma cultura brasileira Eacute criada a Campanha Nacional de Alimentaccedilatildeo Escolar - CNAE vinculada ao Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Aniacutesio Teixeira funda os Centros de Pesquisas Educacionais de Satildeo Paulo Rio de Janeiro Recife Belo Horizonte Salvador e Porto Alegre O Deputado Carlos Lacerda apresenta seu primeiro substitutivo ao projeto de Lei para Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional Eacute Ministro da Educaccedilatildeo e Cultura no Governo Nereu Ramos Abgard de Castro Arauacutejo Renault Satildeo fundadas a Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica de Campinas e a Universidade Federal da Paraiacuteba

1957

Eacute criada a Revista Escola Secundaacuteria pela Campanha de Aperfeiccediloamento e Difusatildeo do Ensino Secundaacuterio - CADES do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo O ministro Cloacutevis Salgado altera o projeto original da Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional e envia para o Congresso Nacional o Substitutivo no 2222 Fundada a Universidade Federal do Paraacute

1959 A Emenda Carlos Lacerda (seu terceiro substitutivo) prevalece sobre o texto das Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional alterando substancialmente a pujanccedila do projeto original Cento e oitenta educadores lanccedilam um manifesto agrave naccedilatildeo solicitando ao governo que o projeto da Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional fosse rejeitado

1961

Depois de treze anos de discussotildees eacute promulgada a Lei 4024 que regulamenta as Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional O presidente Joatildeo Goulart ainda vetou 25 artigos que posteriormente receberam aprovaccedilatildeo pelo Congresso Surgem os Centros Populares de Cultura - CPC intimamente ligados agrave Uniatildeo Nacional dos Estudantes - UNE e o Movimento de Educaccedilatildeo de Base - MEB ligado agrave Confederaccedilatildeo Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB e ao governo da Uniatildeo A Prefeitura Municipal de Natal no Rio Grande do Norte inicia uma campanha de alfabetizaccedilatildeo (De Peacute no Chatildeo Tambeacutem se Aprende a Ler) A teacutecnica didaacutetica criada pelo pernambucano Paulo Freire propunha-se a alfabetizar em 40 horas adultos analfabetos A experiecircncia teve iniacutecio na cidade de Angicos no Estado do Rio Grande do Norte e logo depois na cidade de Tiriri no Estado de Pernambuco Eacute Ministro da Educaccedilatildeo e Cultura no Governo Jacircnio Quadros Briacutegido Fernandes Tinoco Satildeo Ministros da Educaccedilatildeo e Cultura no Governo Joatildeo Goulart durante o Regime Parlamentarista Antonio Ferreira de Oliveira Brito Roberto Tavares de Lira e Darcy Ribeiro durante o Regime Presidencialista Teotocircnio Mauriacutecio Monteiro de Barros Filho Paulo de Tarso Santos e Juacutelio Furquim de Sambaqui (interino) Eacute criada a Universidade de Brasiacutelia a Universidade Federal de Alagoas e a do Espiacuterito Santo e a Universidade Catoacutelica de Petroacutepolis e a de Salvador

1962 Eacute criado o Conselho Federal de Educaccedilatildeo cumprindo o artigo 9o da Lei de Diretrizes e Bases Este substitui o Conselho Nacional de Educaccedilatildeo Satildeo criados tambeacutem os Conselhos Estaduais de Educaccedilatildeo

37

Eacute criado o Plano Nacional de Educaccedilatildeo e o Programa Nacional de Alfabetizaccedilatildeo pelo Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura inspirado no Meacutetodo Paulo Freire Eacute fundada a Universidade Estadual de Campinas e a Universidade Norte de Ensino Superior de Montes Claros Minas Gerais

1965 Acordo MECConselho de Cooperaccedilatildeo Teacutecnica da Alianccedila para o Progresso - CONTAPUSAID para melhoria do ensino meacutedio Previa assessoria teacutecnica americana para o planejamento do ensino e treinamento de teacutecnicos brasileiros nos Estados Unidos

1966 Acordo MEC CONTAP USAID de assessoria para a expansatildeo e aperfeiccediloamento do quadro de professores de ensino meacutedio no Brasil

1968 A Lei 5540 de 28 de novembro fixa normas de organizaccedilatildeo e funcionamento do ensino superior e sua articulaccedilatildeo com a escola meacutedia

1971

Eacute promulgada a Lei 5692 que regulamenta o ensino de primeiro e segundo graus Entre outras determinaccedilotildees amplia a obrigatoriedade escolar de quatro para oito anos aglutina o antigo primaacuterio com o ginasial suprimindo o exame de admissatildeo e criando a escola uacutenica profissionalizante A Resoluccedilatildeo no 8 do Conselho Federal de Educaccedilatildeo fixa o nuacutecleo comum para os curriacuteculos do ensino de 1o e 2o graus definindo seus objetivos e a amplitude O Parecer 853 do Conselho Federal de Educaccedilatildeo define a doutrina de curriacuteculo indica os conteuacutedos de nuacutecleo comum apresenta o conceito de mateacuteria orienta suas formas de tratamento e integraccedilatildeo indica os objetivos das aacutereas de estudo e os do processo educativo remetendo-os ao objetivo geral do ensino de 1o e 2o graus e aos fins da educaccedilatildeo brasileira O Decreto 68908 dispotildee sobre o concurso vestibular fixando as condiccedilotildees para o ingresso na Universidade

1972 O Parecer no 45 do Conselho Federal de Educaccedilatildeo fixa o curriacuteculo miacutenimo a ser exigido em cada habilitaccedilatildeo profissional ou conjunto de habilitaccedilotildees afins no ensino de 2o grau

1978 A Portaria no 505 do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo aprova diretrizes baacutesicas para o ensino de Moral e Ciacutevica nos cursos de 1o e 2o graus e de Estudos de Problemas Brasileiros nos cursos superiores

1982

A Lei no 7044 altera dispositivos da Lei 569271 referentes agrave profissionalizaccedilatildeo do ensino de 2o grau implicando em algumas mudanccedilas na proposta curricular dispensando as escolas da obrigatoriedade da profissionalizaccedilatildeo voltando a ecircnfase agrave formaccedilatildeo geral O Parecer no 618 do Conselho Federal de Educaccedilatildeo explica as alteraccedilotildees introduzidas pela Lei 7044

1986

O Parecer no 785 do Conselho Federal de Educaccedilatildeo reformula o nuacutecleo comum para o ensino de 1o e 2o graus middot A Resoluccedilatildeo no 6 do Conselho Federal de Educaccedilatildeo reformula o nuacutecleo comum para os curriacuteculos do ensino de 1o e 2o graus revogando a Resoluccedilatildeo no 871 do proacuteprio CFE dando novas diretrizes

1992 As disciplinas de Organizaccedilatildeo Social e Poliacutetica do Brasil - OSPB e Estudos de Problemas Brasileiros - EPB deixam de ser obrigatoacuterias no ensino de 2o grau e superior

1995 A Universidade de Brasiacutelia cria o Programa de Avaliaccedilatildeo Seriada - PAS para ingresso na universidade que acaba com o exame vestibular A avaliaccedilatildeo do aluno eacute feita durante a realizaccedilatildeo do 2o grau

1996 O Presidente sanciona a Lei no 9394 a Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo (LDB) que ficou oito anos em discussatildeo no Congresso

1997 As escolas de 2o grau tambeacutem satildeo avaliadas atraveacutes de Provatildeo

1998 Eacute instituiacutedo pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais - INEP o Exame Nacional do Ensino Meacutedio - ENEM para ser aplicado aos alunos concluintes e aos egressos deste niacutevel de ensino

38

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria a partir de dados disponibilizados em

wwwPedagogiaemfocoprobr

No capiacutetulo a seguir eacute descrita a Estrutura Organizacional da Educaccedilatildeo no

Brasil

39

Capiacutetulo 3 A Estrutura Organizacional da Educaccedilatildeo no Brasil

Os conteuacutedos dos itens 31 e 32 foram extraiacutedos da Lei nordm 9394 de 20 de

dezembro de 1996 - Lei de Diretrizes e Bases (LDB) e as informaccedilotildees do item 33

foram baseados no site institucional da Secretaria Estadual de Educaccedilatildeo do

Estado do Rio de Janeiro (SEERJ)

31 A Organizaccedilatildeo

A Organizaccedilatildeo da Educaccedilatildeo Nacional eacute composta pela Uniatildeo pelos

Estados pelo Distrito Federal e pelos Municiacutepios organizados em regime de

colaboraccedilatildeo

Cabe agrave Uniatildeo a coordenaccedilatildeo da poliacutetica nacional de educaccedilatildeo da

articulaccedilatildeo os diferentes niacuteveis e sistemas A Uniatildeo ainda exerce funccedilatildeo

normativa redistributiva e supletiva em relaccedilatildeo agraves demais instacircncias

educacionais

40

311 Atribuiccedilotildees da Uniatildeo

De acordo com a Lei das Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo eacute papel do

Governo Federal atraveacutes do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo

1 - Elaborar o Plano Nacional de Educaccedilatildeo em colaboraccedilatildeo com os

Estados o Distrito Federal e os Municiacutepios

2 - Organizar manter e desenvolver os oacutergatildeos e instituiccedilotildees oficiais do

sistema federal de ensino e o dos Territoacuterios

3 - Prestar assistecircncia teacutecnica e financeira aos Estados ao Distrito Federal e

aos Municiacutepios para o desenvolvimento de seus sistemas de ensino e o

atendimento prioritaacuterio agrave escolaridade obrigatoacuteria exercendo sua funccedilatildeo

redistributiva e supletiva

4 - Estabelecer em colaboraccedilatildeo com os Estados o Distrito Federal e os

Municiacutepios competecircncias e diretrizes para a educaccedilatildeo infantil o ensino

fundamental e o ensino meacutedio que nortearatildeo os curriacuteculos e seus conteuacutedos

miacutenimos de modo a assegurar formaccedilatildeo baacutesica comum

5 - Coletar analisar e disseminar informaccedilotildees sobre a educaccedilatildeo

6 - Assegurar processo nacional de avaliaccedilatildeo do rendimento escolar no

ensino fundamental meacutedio e superior em colaboraccedilatildeo com os sistemas de

ensino objetivando a definiccedilatildeo de prioridades e a melhoria da qualidade do

ensino

7 - Baixar normas gerais sobre cursos de graduaccedilatildeo e poacutes-graduaccedilatildeo

8-Assegurar processo nacional de avaliaccedilatildeo das instituiccedilotildees de educaccedilatildeo

superior com a cooperaccedilatildeo dos sistemas que tiverem responsabilidade sobre

este niacutevel de ensino

41

9-Autorizar reconhecer credenciar supervisionar e avaliar

respectivamente os cursos das instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior e os

estabelecimentos do seu sistema de ensino

312 Atribuiccedilotildees dos Estados

Tambeacutem conforme estabelecido na LDB cabe aos Governos Estaduais

atraveacutes das Secretarias Estaduais de Educaccedilatildeo

1-Organizar manter e desenvolver os oacutergatildeos e instituiccedilotildees oficiais dos seus

sistemas de ensino

2-Definir com os Municiacutepios formas de colaboraccedilatildeo na oferta do ensino

fundamental as quais devem assegurar a distribuiccedilatildeo proporcional das

responsabilidades de acordo com a populaccedilatildeo a ser atendida e os recursos

financeiros disponiacuteveis em cada uma dessas esferas do Poder Puacuteblico

3-Elaborar e executar poliacuteticas e planos educacionais em consonacircncia

com as diretrizes e planos nacionais de educaccedilatildeo integrando e coordenando as

suas accedilotildees e as dos seus Municiacutepios

4-Autorizar reconhecer credenciar supervisionar e avaliar

respectivamente os cursos das instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior e os

estabelecimentos do seu sistema de ensino

5-Baixar normas complementares para o seu sistema de ensino

6-Assegurar o ensino fundamental e oferecer com prioridade o ensino

meacutedio

Em relaccedilatildeo ao Distrito Federal aplicam-se as competecircncias referentes aos

Estados e aos Municiacutepios

42

313 Atribuiccedilotildees dos Municiacutepios

A LDB estabelece que os Municiacutepios incumbir-se-atildeo atraveacutes das Secretarias

Municipais de Educaccedilatildeo

1-Organizar manter e desenvolver os oacutergatildeos e instituiccedilotildees oficiais dos seus

sistemas de ensino integrando-os agraves poliacuteticas e planos educacionais da Uniatildeo e

dos Estados

2-Exercer accedilatildeo redistributiva em relaccedilatildeo agraves suas escolas

3-Baixar normas complementares para o seu sistema de ensino

4-Autorizar credenciar e supervisionar os estabelecimentos do seu sistema

de ensino

5-Oferecer a educaccedilatildeo infantil em creches e preacute-escolas e com

prioridade o ensino fundamental permitida a atuaccedilatildeo em outros niacuteveis de ensino

somente quando estiverem atendidas plenamente as necessidades de sua aacuterea

de competecircncia e com recursos acima dos percentuais miacutenimos vinculados pela

Constituiccedilatildeo Federal agrave manutenccedilatildeo e desenvolvimento do ensino

Os Municiacutepios podem optar ainda por se integrar ao sistema estadual de

ensino ou compor com ele um sistema uacutenico de educaccedilatildeo baacutesica

314 O Papel dos Estabelecimentos de Ensino

Respeitadas as normas comuns e as do seu sistema de ensino a LDB

estabelece que os estabelecimentos de ensino tecircm a funccedilatildeo de

1 -Elaborar e executar sua proposta pedagoacutegica

2- Administrar seu pessoal e seus recursos materiais e financeiros

3 -Assegurar o cumprimento dos dias letivos e horas-aula estabelecidos

43

4 -Velar pelo cumprimento do plano de trabalho de cada docente

5 -Prover meios para a recuperaccedilatildeo dos alunos de menor rendimento

6-Articular-se com as famiacutelias e a comunidade criando processos de

integraccedilatildeo da sociedade com a escola

7 -Informar os pais e responsaacuteveis sobre a frequumlecircncia e o rendimento dos

alunos bem como sobre a execuccedilatildeo de sua proposta pedagoacutegica

315 Atribuiccedilotildees dos Docentes

Segundo a LDB cabe aos docentes

1 -Participar da elaboraccedilatildeo da proposta pedagoacutegica do estabelecimento

de ensino

2 -Elaborar e cumprir plano de trabalho segundo a proposta pedagoacutegica

do estabelecimento de ensino

3 -Zelar pela aprendizagem dos alunos

4- Estabelecer estrateacutegias de recuperaccedilatildeo para os alunos de menor

rendimento

5-Ministrar os dias letivos e horas-aula estabelecidos aleacutem de participar

integralmente dos periacuteodos dedicados ao planejamento agrave avaliaccedilatildeo e ao

desenvolvimento profissional

6 -Colaborar com as atividades de articulaccedilatildeo da escola com as famiacutelias e

a comunidade

A LDB estabelece ainda que os sistemas de ensino definiratildeo as normas da

gestatildeo democraacutetica do ensino puacuteblico na educaccedilatildeo baacutesica de acordo com as

suas peculiaridades e conforme os princiacutepios de

44

Participaccedilatildeo dos profissionais da educaccedilatildeo na elaboraccedilatildeo do projeto

pedagoacutegico da escola e de participaccedilatildeo das comunidades escolar e local em

conselhos escolares ou equivalentes

Tambeacutem se configura como atribuiccedilatildeo dos sistemas de ensino assegurar agraves

unidades escolares puacuteblicas de educaccedilatildeo baacutesica que os integram progressivos

graus de autonomia pedagoacutegica e administrativa e de gestatildeo financeira

observadas as normas gerais de direito financeiro puacuteblico

32 A Abrangecircncia dos Sistemas

Os sistemas de ensino estatildeo relacionados agraves diferentes esferas

governamentais conforme segue

321 O Sistema Federal

O Sistema Federal de ensino compreende

1 - As instituiccedilotildees de ensino mantidas pela Uniatildeo

2-As instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior criadas e mantidas pela iniciativa

privada

3 -Os oacutergatildeos federais de educaccedilatildeo

322 Os Sistemas de Ensino dos Estados e do Distrito Federal Compreendem

1-As instituiccedilotildees de ensino mantidas respectivamente pelo Poder Puacuteblico

estadual e pelo Distrito Federal

2 -As instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior mantidas pelo Poder Puacuteblico

municipal

3-As instituiccedilotildees de ensino fundamental e meacutedio criadas e mantidas pela

iniciativa privada

45

4 -Os oacutergatildeos de educaccedilatildeo estaduais e do Distrito Federal

respectivamente

No Distrito Federal as instituiccedilotildees de educaccedilatildeo infantil criadas e mantidas

pela iniciativa privada integram seu sistema de ensino

323 O Sistema Municipal Na esfera Municipal os sistemas de ensino compreendem

1-As instituiccedilotildees do ensino fundamental meacutedio e de educaccedilatildeo infantil

mantidas pelo Poder Puacuteblico municipal

2-As instituiccedilotildees de educaccedilatildeo infantis criadas e mantidas pela iniciativa

privada

3-Os oacutergatildeos municipais de educaccedilatildeo

As instituiccedilotildees de ensino dos diferentes niacuteveis classificam-se nas seguintes

categorias administrativas

1-Puacuteblicas assim entendidas as criadas ou incorporadas mantidas e

administradas pelo Poder Puacuteblico

2 -Privadas assim entendidas as mantidas e administradas por pessoas

fiacutesicas ou juriacutedicas de direito privado

A figura 31 mostra de forma resumida a estrutura organizacional da educaccedilatildeo brasileira

46

UNIAtildeO

MINISTEacuteRIO DA EDUCACcedilAtildeO

ESTADOS

SECRETARIA ESTADUAL DE EDUCACcedilAtildeO

MUNICIacutePIOS

SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCACcedilAtildeO

AL UNOS

ENSINO SUPERIOR

Docentes

ENSINO MEacuteDIO

Docentes

ENSINO FUNDAMENTAL

Figura 31 Organograma da Organizaccedilatildeo Educacional Brasileira

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria a partir dos dados descritos neste capiacutetulo

Como os estudos deste trabalho estatildeo focados no ensino meacutedio a seguir

seraacute destacada a Secretaria Estadual de Educaccedilatildeo do Estado do Rio de Janeiro

33 A Secretaria Estadual de Educaccedilatildeo

A Secretaria Estadual de Educaccedilatildeo do Rio de Janeiro foi criada em 15 de

marccedilo de 1975 Em sua atual administraccedilatildeo o Secretaacuterio Nelson Maculam Filho

comanda uma rede de ensino de 1679 escolas 77 mil professores 22617

funcionaacuterios de apoio administrativo e um universo de 15 milhatildeo de alunos A

Secretaria eacute composta por 29 coordenadorias distribuiacutedas por regiotildees do estado

do Rio de Janeiro de acordo com a Tabela 31

47

Tabela 31 Coordenadorias da SEERJ

REGIOtildeES COORDENADORIASBaiacutea da Ilha Grande Baiacutea da Ilha Grande

Baixadas Litoracircneas IBaixadas Litoracircneas IICentro Sul ICentro Sul IIMeacutedio Paraiacuteba IMeacutedio Paraiacuteba IIMeacutedio Paraiacuteba IIIMetropolitana IMetropolitana IIMetropolitana IIIMetropolitana IVMetropolitana VMetropolitana VIMetropolitana VIIMetropolitana VIIIMetropolitana IXMetropolitana XMetropolitana XINoroeste Fluminense INoroeste Fluminense IINoroeste Fluminense IIINorte Fluminense INorte Fluminense IINorte Fluminense IIISerrana ISerrana IISerrana IIISerrana IV

Noroeste Fluminense

Norte Fluminense

Serrana

Baixadas Litoracircneas

Centro Sul

Meacutedio Paraiacuteba

Metropolitana

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria a partir de dados da SEERJ

No mapa da figura 32 satildeo mostrados os municiacutepios de cada regiatildeo relacionados na tabela 31

48

Figura 32 Mapa das metropolitanas do estado do Rio de Janeiro

Fonte Site institucional da SEEERJ

O foco deste estudo se restringe agraves escolas situadas no Municiacutepio do Rio de

Janeiro portanto seratildeo mostrados os detalhes das Metropolitanas III IV e X

METROPOLITANA III

Situada no bairro do Meacuteier coordena 163 escolas compreendendo

escolas de ensino fundamental e ensino meacutedio totalizando cerca de 68475

alunos

METROPOLITANA IV

Situada no bairro de Campo Grande coordena 141 escolas

compreendendo escolas de ensino fundamental e ensino meacutedio totalizando

cerca de 90733 alunos

49

METROPOLITANA X

Situada no bairro da Tijuca coordena 163 escolas compreendendo

escolas de ensino fundamental e ensino meacutedio totalizando cerca de 58693

alunos

Aleacutem das atribuiccedilotildees definidas por lei a SEERJ desenvolve accedilotildees e projetos

paralelos como mostrados a seguir

Accedilotildees e Projetos Secretaria Estadual de Educaccedilatildeo

PROGRAMA SUCESSO ESCOLAR

O programa sucesso escolar foi lanccedilado em 31 de maio de 2004 com o

objetivo de combater a reprovaccedilatildeo e a evasatildeo nas escolas evasotildees estas que

custam ao Estado cerca de R$ 450 milhotildees por ano O Rio de Janeiro tem um dos

maiores iacutendices de reprovaccedilatildeo do Sudeste 381 cerca de 10 abaixo da meacutedia

nacional Desde 2004 os alunos da rede recebem reforccedilo escolar atraveacutes de

aulas extras O programa atende aos alunos com baixo desempenho escolar

PROGRAMA SAUacuteDE NA ESCOLA

O Programa promove sauacutede nos CIEPS desde 2000 Em 1995 com base na

Carta de Otawa (WHO 1986) surgiu o conceito de Escolas Promotoras de

Sauacutede atraveacutes da Iniciativa Global de Sauacutede na Escola lanccedilada pela

Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede Trata-se de uma accedilatildeo em parceria entre as

secretarias de Estado de Educaccedilatildeo Sauacutede e a Defesa Civil visando a prevenccedilatildeo

e a promoccedilatildeo da sauacutede dos estudantes oferecendo atendimento cliacutenico

pediaacutetrico e odontoloacutegico

REGISTRO UacuteNICO DO ALUNO (REGUA)

O Registro Uacutenico do Aluno (REGUA) estaacute inserido no Programa de

Reestruturaccedilatildeo da Rede Puacuteblica de Ensino (PRO-REDE) Com o registro que eacute

uma carteira de estudante que funciona como identidade os estudantes tecircm

direito ao Passe Livre nos ocircnibus municipais aleacutem de descontos na aacuterea cultural

50

PROGRAMA QUADRO DE HORAacuteRIOS

O Programa foi lanccedilado em outubro de 2004 para definir os quadros de

horaacuterios de cada turma das 1854 escolas da rede estadual de ensino com o

objetivo de identificar os professores que natildeo estatildeo dando aula nem exercem

funccedilotildees administrativas nas escolas e assim poder providenciar a alocaccedilatildeo deles

em outras unidades combatendo assim o problema da falta de professores

PROJETO DE CAPACITACcedilAtildeO DE GESTORES ESCOLARES O Curso de Gestatildeo Escolar para Diretor Geral Diretor Adjunto e Gerente de

Ensino tem como objetivo

1 ndash Oferecer formaccedilatildeo continuada e ou formaccedilatildeo em niacutevel de

especializaccedilatildeo em serviccedilo aos gestores das escolas puacuteblicas de educaccedilatildeo

baacutesica da rede estadual

2 ndash Contribuir para a melhoria dos processos de gestatildeo da rede estadual

do Rio de Janeiro e tornar positivo seu impacto na qualidade da educaccedilatildeo

Baacutesica

3 ndash Contribuir para construccedilatildeo de um novo significado da gestatildeo escolar

com base na integraccedilatildeo dos aspectos administrativos e pedagoacutegicos nas accedilotildees

dos gestores

PROGRAMA ESTADUAL DE LEITURA

O programa pretende estimular o haacutebito de leitura nos alunos das escolas

da rede estadual e promove o acesso a livros e bens culturais Envolve a criaccedilatildeo

de poacutelos de leitura nas bibliotecas das escolas da rede em todos os municiacutepios do

Rio com a promoccedilatildeo ainda de eventos culturais mensais

PROGRAMA DE VISITAS

O Programa foi lanccedilado em maio de 2005 com a finalidade de combater

a evasatildeo e a repetecircncia nas escolas estaduais O programa tem por objetivo

resgatar o aluno e envolver a famiacutelia no dia-a-dia da escola Setecentos

estudantes do Ensino Meacutedio de 140 escolas da rede estadual com altos iacutendices

51

de evasatildeo e repetecircncia de 15 coordenadorias regionais percorreratildeo as suas

proacuteprias comunidades para levar informaccedilotildees sobre os projetos da Secretaria

chamar de volta agrave escola os colegas que desistiram de estudar e reunir sugestotildees

e reivindicaccedilotildees das famiacutelias visitadas Esses jovens receberatildeo bolsa mensal de R$

6500 (sessenta e cinco reais)

PROGRAMA DE MUNICIPALIZACcedilAtildeO DO ENSINO

O programa tem por objetivo aleacutem da passagem gradual dos encargos

da educaccedilatildeo infantil e ensino fundamental para a esfera municipal o programa

de municipalizaccedilatildeo traduz-se na integraccedilatildeo entre as esferas administrativas

atraveacutes de accedilotildees poliacutetico-pedagoacutegicas tendo por base a racionalizaccedilatildeo dos

sistemas municipais e estaduais de educaccedilatildeo objetivando aperfeiccediloar a

ocupaccedilatildeo de espaccedilos alocaccedilatildeo de alunos adequaccedilatildeo e aproveitamento dos

recursos humanos e materiais pensados enquanto rede puacuteblica unificada e sem

discriminaccedilotildees

PREcircMIO NACIONAL DE REFEREcircNCIA EM GESTAtildeO

Com o apoio da Fundaccedilatildeo Ford do Fundo das Naccedilotildees Unidas para a

infacircncia - Unicef da embaixada dos Estados Unidos no Brasil do Conselho

Britacircnico e eventualmente de outros organismos e instituiccedilotildees o Precircmio foi

instituiacutedo para atingir os seguintes objetivos

a) estimular o desenvolvimento da gestatildeo democraacutetica na escola tendo

como foco o compromisso com uma aprendizagem de qualidade

b) valorizar as escolas puacuteblicas de educaccedilatildeo baacutesica que se destaquem

por iniciativas e experiecircncias inovadoras e bem sucedidas de gestatildeo escolar

c) apoiar o desenvolvimento de uma cultura de auto-avaliaccedilatildeo da gestatildeo

escolar

d) incentivar o processo de melhoria contiacutenua da escola pela elaboraccedilatildeo

de planos de accedilatildeo tendo com base a sua auto-avaliaccedilatildeo

52

PLANO DE RECUPERACcedilAtildeO DA REDE FIacuteSICA

O Programa foi iniciado em 2002 responsaacutevel pela construccedilatildeo ampliaccedilatildeo

reforma e manutenccedilatildeo nas escolas da rede estadual de ensino

O programa tem por objetivo revitalizar as escolas da rede e atender

alunos professores e servidores de apoio com mais qualidade por meio de um

plano de recuperaccedilatildeo

PARLAMENTO JUVENIL

O Parlamento Juvenil eacute um programa pedagoacutegico da SEE em parceria

com a Assembleacuteia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) criado em 2003

em que os estudantes da rede aprendem a exercer na praacutetica as funccedilotildees

parlamentares

Tem por objetivo conscientizar os alunos da rede estadual de ensino sobre

processo democraacutetico integrando-os agrave atividade poliacutetica Aleacutem disso eacute uma

maneira de aproximar o jovem de tudo que diz respeito agrave sua cidade jaacute que seus

projetos de lei devem abordar os problemas de seus municiacutepios Tem como

Puacuteblico alvo toda a comunidade escolar

PROJETO OLHANDO A ESCOLA

O programa eacute desenvolvido em parceria entre a secretarias estaduais de

Educaccedilatildeo Sauacutede e Defesa Civil para identificar estudantes com problemas de

visatildeo o que tecircm dificultado o aprendizado e consequumlentemente o

desempenho escolar

PROGRAMA NOVA ESCOLA

O Objetivo eacute impulsionar a melhoria na qualidade de ensino e valorizar a

escola puacuteblica objetiva a propor criteacuterios de avaliaccedilatildeo das escolas em cinco

itens prestaccedilatildeo de contas gestatildeo da matriacutecula integraccedilatildeo com a comunidade

desempenho dos alunos (estudantes da 2ordf a 8ordf seacuteries do ensino Fundamental e 1ordf

a 3ordf seacuteries do ensino meacutedio fizeram provas de Liacutengua Portuguesa e Matemaacutetica e

53

fluxo escolar A partir dos resultados o programa concede aos professores e

demais profissionais gratificaccedilotildees proporcionais agraves suas realizaccedilotildees educacionais

PROGRAMA MERENDA ESCOLAR

Tem como objetivo suprir as necessidades nutricionais dos alunos durante o

tempo de permanecircncia na escola contribuir para a reduccedilatildeo da evasatildeo escolar

melhorar o rendimento escolar formar bons haacutebitos alimentares e contribuir para

a manutenccedilatildeo da sauacutede escolar

KITS ESCOLARES

O programa foi criado em 2004 consiste na distribuiccedilatildeo de kits escolares

para 15 milhatildeo de estudantes Os kits satildeo formados por caderno reacutegua cola

caneta laacutepis borracha apontador e mochila

JOGOS DA EDUCACcedilAtildeO PUacuteBLICA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Programa eacute desenvolvido em parceria pelas Secretarias Estaduais de

Educaccedilatildeo e de Esportes para incentivar o gosto e o haacutebito de praticar esporte

entre os estudantes da rede fornecendo noccedilotildees de cidadania e contribuindo

para melhorar o desempenho escolar

PROGRAMA ESTADUAL DE INFORMAacuteTICA APLICADA Agrave

EDUCACcedilAtildeO

O programa tem como objetivo aumentar o nuacutemero de laboratoacuterios e

ampliar o acesso dos estudantes e da comunidade escolar em geral agrave

informaacutetica e agrave internet promovendo assim a inclusatildeo digital

HORAacuteRIO INTEGRAL

Os Centros Integrados de Educaccedilatildeo Puacuteblica satildeo escolas de estilo

arquitetocircnico e proposta pedagoacutegica proacuteprios com funcionamento em horaacuterio

integral que proporcionam a seus alunos muacuteltiplas atividades complementando

54

o trabalho nas salas de aula com recreaccedilotildees esportes atividades culturais aleacutem

de fornecer alimentaccedilatildeo

O objetivo eacute estabelecer um processo de formaccedilatildeo do aluno que

estimule a constante troca de ideacuteias vivecircncias e empenho em promover a

autoconfianccedila para que eles sintam vontade real de aprender cada vez mais

cientes de seus deveres e direitos de cidadatildeo

PROGRAMA GEOREFERENCIAMENTO

Um sistema de informaacutetica georeferenciou cerca de 11 mil escolas das

redes municipal estadual federal e particular tendo como objetivos permitir que

a Secretaria de Educaccedilatildeo tenha informaccedilotildees sobre as 11 mil escolas do estado

do Rio de Janeiro Seraacute possiacutevel por meio dele planejar a construccedilatildeo e a

ampliaccedilatildeo de novas escolas assim como a matriacutecula e a troca de informaccedilotildees

entre municiacutepio e estado

FOacuteRUM PERMANENTE DE DIRETORES

Esse Foacuterum eacute presidido pelo Secretaacuterio com a presenccedila dos Subsecretaacuterios

e 81 Diretores das Unidades Escolares de toda a rede Visa discutir a realidade de

nossas escolas trazer sugestotildees a fim de nortear os trabalhos desenvolvidos pela

SEE

PROJETO FACcedilA PARTE O projeto tem por objetivo discutir de que maneira alunos e as escolas

podem ser estimulados a agir como voluntaacuterios debatendo as vaacuterias formas de

mobilizaccedilatildeo social considerada pelos especialistas como uma ferramenta de

ensino inovadora e interativa

PROGRAMA ESCOLAS DE PAZ O Programa Escolas de Paz faz parte de um acordo de cooperaccedilatildeo entre

a Unesco e a Secretaria de Estado de Educaccedilatildeo do Rio de Janeiro e segue as

orientaccedilotildees do Programa Abrindo Espaccedilos recomendado pela Unesco como

55

estrateacutegia de construccedilatildeo de uma Cultura de Paz Foi criado em 2000 e retomado

em agosto de 2003 Consiste em abrir 200 unidades escolares de 11

coordenadorias da Regiatildeo Metropolitana selecionadas nas aacutereas onde haacute maior

carecircncia de lazer nos finais de semana para atividades artiacutesticas esportivas e de

lazer As escolas oferecem cafeacute da manhatilde almoccedilo e agraves vezes lanches aos

participantes Eacute voltado para jovens de quatorze a vinte quatro anos

O programa visa implantar uma cultura de natildeo violecircncia no interior das

escolas e comunidades vizinhas aleacutem de procurar integrar e aproximar a famiacutelia

dos jovens agrave escola melhorar o desempenho estudantil e despertar eventuais

potencialidades culturais artiacutesticas e esportivas nos alunos O programa acontece

aos saacutebados das 9h agraves 17h mesmo nas feacuterias e as escolas recebem mensalmente

verbas para pagamento da equipe local manutenccedilatildeo e nutriccedilatildeo

PROJETO ESCOLA FAZ ARTE

A escola eacute o espaccedilo ideal para que os alunos possam expressar suas

qualidades artiacutesticas criando muitas vezes trabalhos maravilhosos verdadeiras

obras de arte que passam despercebidas fora dos muros escolares O projeto

visa valorizar os jovens talentos que surgem em nossas Unidades Escolares

incentivando e proporcionando uma maior divulgaccedilatildeo de seus dons criativos

Sendo assim a SEE elaborou o Projeto Escola faz Arte em agosto de 2004

retornando em marccedilo de 2005 visando expor durante uma semana os trabalhos

das Unidades Escolares no hall do gabinete do Secretaacuterio (5deg andar)

CHEQUE ndashESCOLA

Trata-se de um Programa de inclusatildeo social que transfere recursos

estaduais para famiacutelias de baixa renda que tenham filhos com idade escolar

entre sete e quatorze anos matriculados na rede puacuteblica

O programa tem por objetivo a permanecircncia dos alunos na escola

afastando-os da situaccedilatildeo de risco social favorecendo a formaccedilatildeo de novos

cidadatildeos e uma melhoria na qualidade de vida da famiacutelia A frequumlecircncia escolar

eacute condiccedilatildeo fundamental para a participaccedilatildeo e manutenccedilatildeo da famiacutelia no

56

programa

PROJETO APRENDENDO XADREZ NAS ESCOLAS

Consiste em uma parceria com a Federaccedilatildeo de Xadrez do Estado do Rio

de Janeiro para transformar o xadrez em ferramenta pedagoacutegica estimulando o

raciociacutenio a concentraccedilatildeo e a criatividade do aluno A meta eacute melhorar o

desempenho em matemaacutetica aleacutem de combater a repetecircncia e evasatildeo escolar

PROGRAMA ACELERA JOVEM

Programa foi lanccedilado para ajudar alunos que apresentem defasagem

idade-seacuterie a recuperar o tempo perdido com o objetivo de colocar o ensino

fundamental ao alcance de jovens que estatildeo fora da escola ou que estatildeo com

os estudos atrasados

O Programa visa atender aquela faixa etaacuteria delineada como de risco

jovens entre 15 e 30 anos que estatildeo fora da escola ou estando na escola

tenham pelo menos concluiacutedos quatro anos de estudo e apresentem uma

defasagem idade-seacuterie de trecircs anos ou mais

A ESCOLA VAI AO TEATRO

O Programa foi desenvolvido em parceria entre as Secretarias Estaduais de

Educaccedilatildeo e Cultura para estimular o interesse dos alunos por teatro e disciplinas

como literatura e histoacuteria O projeto quer incentivar ainda a melhoria do

desempenho escolar atraveacutes da abordagem de temas histoacutericos

O objetivo eacute levar os alunos permanentemente para assistir agrave peccedilas que

tenham conteuacutedo pedagoacutegico facilitando aos estudantes da rede puacuteblica o

acesso a esses bens culturais aleacutem de fornecer aos professores material para ser

discutido e trabalhado dentro da sala de aula

57

EDUCACcedilAtildeO AMBIENTAL

Esclarece e orienta agraves escolas os alunos e agrave comunidade sobre questotildees

referentes agrave Educaccedilatildeo Ambiental na Rede de Ensino Puacuteblica Estadual do Rio de

Janeiro

Contribui na consolidaccedilatildeo da Lei nordm 9795 de abril de 1999 que institui a

Poliacutetica Nacional de Educaccedilatildeo Ambiental

Desenvolve o Programa Estadual de Educaccedilatildeo Ambiental instituiacuteda pela

Lei 3325 de 17121999

Promove accedilotildees seminaacuterios e projetos objetivando a implantaccedilatildeo e

implementaccedilatildeo da Agenda Ambiental nas escolas puacuteblicas estadual do Rio de

Janeiro

A Estrutura Organizacional da Educaccedilatildeo no Brasil eacute uma ferramenta que

daacute suporte para o desenvolvimento da cidadania que eacute fator determinante para

a inclusatildeo social A inclusatildeo social seraacute tratada no capiacutetulo seguinte atraveacutes das

Poliacuteticas Puacuteblicas

58

Capiacutetulo 4 Poliacuteticas Puacuteblicas de Inclusatildeo Social

41 A Crise do Sistema Poliacutetico Liberal e o Iniacutecio do

Intervencionismo do Estado

Ateacute o iniacutecio do seacuteculo XX prevaleciam ideacuteias de um sistema poliacutetico liberal

no qual o Estado natildeo tinha muita participaccedilatildeo e a relaccedilatildeo do indiviacuteduo com a

sociedade soacute era percebida se o mesmo estivesse inserido de alguma forma no

mercado Aqueles que se encontravam fora desta condiccedilatildeo eram privados da

utilizaccedilatildeo de serviccedilos essenciais aquisiccedilatildeo de bens enfim de tudo o mais que se

fazia necessaacuterio para seu desenvolvimento (Carvalho 2002)

No primeiro quartel do seacuteculo XX a economia se encontrava em

recuperaccedilatildeo dos efeitos de poacutes-guerra a partir do liberalismo do estado e neste

mesmo periacuteodo se dava a consolidaccedilatildeo do capitalismo monopolista com a

fusatildeo de pequenas companhias originando os grandes conglomerados Isto

ocorreu mesmo com a existecircncia de leis como as ldquoantitrustesrdquo que impediam

estas uniotildees entre empresas Sem a efetividade das leis as grandes empresas

industriais e bancaacuterias predominavam o cenaacuterio econocircmico sob a proteccedilatildeo de

59

uma poliacutetica adotada pelos governos de natildeo intervirem nas movimentaccedilotildees do

mercado (Magdof 1979)

Nessa eacutepoca os Estados Unidos assumiram a hegemonia econocircmica em

escala mundial O seu crescimento econocircmico no poacutes-guerra propiciou enorme

euforia social dando a falsa imagem de uma prosperidade eterna Poreacutem a

sensaccedilatildeo de seguranccedila absoluta impediu a correta avaliaccedilatildeo das tendecircncias

econocircmicas Assim uma crise econocircmica se desencadeou a partir de 1929

resultante da quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque abalando a estrutura

do capitalismo liberal trazendo reflexos que se propagaram no mundo todo

promovendo uma crise econocircmica mundial (Arruda apud Reis 2000)

Este fato impulsionou a percepccedilatildeo de que o mercado possuiacutea seus limites

como reguladores naturais isto eacute que o mercado sozinho natildeo tinha condiccedilotildees de

se auto regular sem a influecircncia do Estado Natildeo restou alternativa para os

americanos a natildeo ser empreender uma mudanccedila de rumo no capitalismo liberal

inaugurando-se a fase intervencionista na qual o governo passou a ter papel

decisivo na orientaccedilatildeo do processo econocircmico Com a poliacutetica do ldquoNew Dealrdquo

os americanos traccedilaram um marco histoacuterico na trajetoacuteria do capitalismo A

intervenccedilatildeo do estado na vida econocircmica representava uma mudanccedila

significativa no modelo tradicional da economia de mercado praticada pelos

Estados Unidos Logo o Estado passou a ser o agente mediador civilizador

interferindo nas relaccedilotildees soacutecio econocircmicas (Arruda apud Reis 2000)

As repercussotildees da crise prolongaram-se ateacute 1933 e nesse cenaacuterio o Brasil

foi um dos paiacuteses novos que mais sofreu com a crise uma vez que o seu produto principal era o cafeacute responsaacutevel por 70 das exportaccedilotildees sendo os Estados

Unidos os maiores compradores e consumidores do produto

Os fazendeiros de cafeacute principal sustentaacuteculo do poder poliacutetico no Brasil

ateacute entatildeo exigiam medidas urgentes para solucionar a crise A incapacidade do

governo de Washington Luiacutes em superaacute-la foi o motivo imediato da revoluccedilatildeo de

1930 que depocircs o presidente e levou ao poder Getuacutelio Vargas

60

O Governo Vargas teve que implantar uma seacuterie de medidas com o

objetivo de modernizar a economia brasileira Nesse contexto se produziu uma

primeira ruptura no que diz respeito ao avanccedilo da acumulaccedilatildeo capitalista no

paiacutes no sentido da implantaccedilatildeo de um nuacutecleo baacutesico de induacutestria de bens de

produccedilatildeo bem como no da redefiniccedilatildeo do papel do Estado na economia Para

isso havia a necessidade de um Estado forte e promotor da integraccedilatildeo do

mercado interno e de uma intervenccedilatildeo econocircmica de modo a assegurar a

proteccedilatildeo agrave produccedilatildeo nacional e o bem-estar social da Naccedilatildeo (Mendonccedila

1986)

Na deacutecada de cinquumlenta o modelo econocircmico implantado por Getuacutelio

Vargas comeccedilou a dar seus primeiros sintomas de esgotamento provocando

uma crise poliacutetica que desembocaria finalmente na crise do pacto populista em

1964 Com a posse de Juscelino Kubitschek ocorreu uma reorientaccedilatildeo dos rumos

de nossa economia O Plano de Metas proposto por Juscelino foi um marco na

reelaboraccedilatildeo qualitativa das relaccedilotildees entre Estado e economia no paiacutes

integrando pela primeira vez sob o controle do governo as atividades do capital

puacuteblico e do privado (Mendonccedila 1986)

O golpe de 1964 natildeo correspondeu a nenhum marco no sentido da

definiccedilatildeo de um novo modelo econocircmico pelo contraacuterio seu papel foi apenas o

de garantir a consolidaccedilatildeo definitiva do modelo implantado nos anos cinquumlenta

aprimorando-o Se no periacuteodo compreendido entre 1962 e 1967 foi todo ele de

crise econocircmica Jaacute entre 1968 e 1974 ocorreu o conhecido ldquomilagre

econocircmicordquo cuja essecircncia nada mais significou senatildeo a garantia de lucros

faraocircnicos agraves empresas monopolistas (nacionais e estrangeiras) (Mendonccedila

1986)

42 O Estado e Suas Novas Funccedilotildees Sociais

O fim da deacutecada de 1970 foi marcado por uma crise proveniente do fim

de um periacuteodo denominado ldquomilagre econocircmicordquo este fato favoreceu

movimentos da sociedade em direccedilatildeo a redemocratizaccedilatildeo e a organizaccedilatildeo da

61

sociedade civil atraveacutes de diversos acontecimentos sociais Estes

acontecimentos levaram a instalaccedilatildeo da Assembleacuteia Nacional Constituinte na

qual os movimentos sociais se articularam para tentar incluir na Carta

Constitucional os direitos sociais que entatildeo passariam a ser traduzidos como

deveres do Estado atraveacutes das Poliacuteticas Puacuteblicas Nesta eacutepoca a Poliacutetica Social

brasileira apresentava estrateacutegia reformista conforme Fagnani (citado por

Carvalho 2002)

ldquoCrescimento sustentado ampliaccedilatildeo do emprego aumento de salaacuterio real melhor distribuiccedilatildeo de renda reforma agraacuteria seguro desemprego revisatildeo da legislaccedilatildeo trabalhista e sindical descentralizaccedilatildeo poliacutetico-administrativa participaccedilatildeo e controle social redefiniccedilatildeo do padratildeo regressivo de financiamento das poliacuteticas sociais universalizaccedilatildeo do acesso ampliaccedilatildeo do impacto redistributivordquo

A Carta Constitucional de 1988 formulou a organizaccedilatildeo do sistema

federativo brasileiro onde ficou definido o papel do governo federal que assumiu

prioritariamente a coordenaccedilatildeo das Poliacuteticas Puacuteblicas Sociais enquanto os

municiacutepios assumiram a maior parte da responsabilidade de execuccedilatildeo dessas

poliacuteticas Com isto ficou prevista a transferecircncia de diversas atribuiccedilotildees

responsabilidades e recursos da instancia federal para os niacuteveis estaduais e

municipais de governo Com esta transferecircncia de atribuiccedilotildees os estados

passaram a ter autonomia para definirem a organizaccedilatildeo e a gestatildeo de suas

poliacuteticas (Carvalho 2002)

A deacutecada de 1990 foi marcada pelas lutas dos setores progressistas da

sociedade pela implementaccedilatildeo e regulamentaccedilatildeo dos direitos sociais definidos

na Constituiccedilatildeo Foram entatildeo regulamentadas as leis nas aacutereas voltadas para a

crianccedila e o adolescente da seguridade social da sauacutede da assistecircncia social

da previdecircncia social e da educaccedilatildeo Foi um periacuteodo marcado pelo conflito

entre a expectativa da implementaccedilatildeo de Poliacuteticas Puacuteblicas que concretizassem

os direitos conquistados assegurados em lei e as restriccedilotildees poliacuteticas e

econocircmicas impostas para a sua implementaccedilatildeo (Carvalho 2002)

62

O Estado entatildeo passou a formular poliacuteticas de caraacuteter econocircmico e

social que comeccedilaram a se tornar segundo Silva (citado em Carvalho 2002)

ldquoarena de lutas por acesso a riqueza socialrdquo Isto porque as poliacuteticas puacuteblicas satildeo

geralmente responsaacuteveis por grandes conflitos de interesses pois atingem

diretamente as camadas e classes sociais Devido agrave criaccedilatildeo de questotildees sociais

para atender interesses de uns acabam por infligir no interesse de outros

Pode-se supor que o principal motivo para que os conflitos ocorram seja

devido agraves classes mais favorecidas natildeo terem interesse em perder seus privileacutegios

e com isto natildeo admitirem que os indiviacuteduos das classes menos privilegiadas

venham a ter condiccedilotildees de atingirem niacuteveis melhores de desenvolvimento Com

isto esta parcela desprivilegiada da sociedade passaria a ter a possibilidade de

aumentar a sua capacidade de competiccedilatildeo Se a maioria dos indiviacuteduos tiver a

mesma capacidade de competiccedilatildeo seraacute facilitada a diminuiccedilatildeo das diferenccedilas

sociais e com isto haveraacute a promoccedilatildeo da igualdade Igualdade esta que fere

fortemente os privileacutegios de classe que jaacute se encontram enraizados na cultura de

dominaccedilatildeo sobre os mais fracos Neste processo se faz muito importante agrave

participaccedilatildeo de grupos de indiviacuteduos que quando organizados promovem

movimentos de defesa da garantia dos direitos civis poliacuteticos e sociais

Os movimentos gerados por estes grupos satildeo muitas vezes responsaacuteveis

pelas accedilotildees do Estado atraveacutes de reuniotildees entrevistas pesquisas e contatos

diretos com os indiviacuteduos que satildeo levantadas as principais necessidades da

sociedade sejam elas poliacuteticas ou sociais (Carvalho 2002)

43 Poliacuteticas Puacuteblicas Uma Questatildeo de Conceito

Dentre as vaacuterias definiccedilotildees para poliacuteticas Puacuteblicas destacam-se pela

abrangecircncia a definiccedilatildeo dada por Pereira citada em Carvalho 2002

ldquoLinha de accedilatildeo coletiva que concretiza direitos sociais coletivos declarados e garantida

em lei Eacute mediante as poliacuteticas Puacuteblicas que satildeo distribuiacutedos os redistribuiacutedos bens e serviccedilos

63

sociais em resposta agraves demandas da sociedade Por isso o direito que as fundamenta eacute um direito

coletivo e natildeo individualrdquo(apud Carvalho2002)

Ainda segundo Pereira para se definir Poliacutetica Puacuteblica se faz necessaacuteria agrave

compreensatildeo do real significado do termo puacuteblico e tambeacutem a sua abrangecircncia

neste sentido destaca-se

ldquoO termo puacuteblico associado agrave poliacutetica natildeo eacute uma referecircncia exclusiva ao Estado como

muitos pensam mas sim agrave coisa puacuteblica ou seja de todos sob a eacutegide de uma mesma lei e o apoio

de uma comunidade de interesses Portanto embora as Poliacuteticas Puacuteblicas sejam reguladas e

frequumlentemente providas pelo Estado elas tambeacutem englobam preferecircncias escolhas e decisotildees

privadas podendo (e devendo) ser controladas pelos cidadatildeos A Poliacutetica Puacuteblica expressa assim a

conversatildeo de decisotildees privadas em decisotildees e accedilotildees puacuteblicas que afetam a todosrdquo

44 Formulaccedilatildeo de Poliacuteticas Puacuteblicas

Para que uma Poliacutetica Puacuteblica seja formulada existe o envolvimento de

diversos fatores sendo os principais a identificaccedilatildeo dos atores e dos reais

interesses que envolvem a inclusatildeo de determinada questatildeo na agenda puacuteblica

para que posteriormente seja regulamentada como Poliacutetica Puacuteblica Para isto eacute

importante que ocorra a mobilizaccedilatildeo de representantes da sociedade civil e do

Estado que discutem os problemas fazem o levantamento das necessidades

para que posteriormente fundamentem suas argumentaccedilotildees Todo este processo

se faz necessaacuterio para que os direitos sociais possam ser regulamentados e no

momento seguinte seja formulada uma Poliacutetica Puacuteblica que expresse com

clareza os interesses e as necessidades de todos os envolvidos (Carvalho 2002)

Os movimentos sociais que na deacutecada de 1980 lutaram pelo fim do

regime autoritaacuterio e pela redemocratizaccedilatildeo da sociedade foram atores sociais

importantes na discussatildeo e definiccedilatildeo das novas formas de organizaccedilatildeo e gestatildeo

das Poliacuteticas Puacuteblicas A descentralizaccedilatildeo dos poderes e das funccedilotildees do Estado eacute

tema recorrente como sinocircnimo de democratizaccedilatildeo Os atores envolvidos

frequumlentemente questionam as poliacuteticas puacuteblicas brasileiras as quais satildeo

atribuiacutedas historicamente as seguintes caracteriacutesticas (Carvalho 2002)

64

SELETIVAS Natildeo possuem grande abrangecircncia isto eacute natildeo atingem a

toda faixa da sociedade que em tese necessitaria de uma determinada poliacutetica

puacuteblica soacute atingindo um pequeno grupo selecionado Um exemplo a ser citado

eacute o caso da Nova Escola pois atinge a uma parcela de escolas que satildeo

selecionadas pelo seu desempenho isto eacute preenchem todos os requisitos

estabelecidos A escola que natildeo se enquadrar nesses moldes padrotildees natildeo

recebe recursos nem a gratificaccedilatildeo dos professores o que acarreta um

desempenho ainda pior no ano seguinte Isto pode ocorrer devido ao perfil das

escolas e de seus alunos serem diferentes natildeo podendo ser julgados da mesma

forma isto se reflete claramente nas aacutereas mais carentes onde devido aos

diversos problemas vividos por esta comunidade o desempenho dos alunos

muitas vezes eacute mais baixo natildeo significando que a escola natildeo esteja cumprindo o

seu papel de ensinar

FRAGMENTADAS Normalmente natildeo satildeo contiacutenuas atuam por um

determinado periacuteodo de tempo e com o passar do tempo simplesmente satildeo

esquecidas Este esquecimento muitas vezes se faz devido agrave falta de recursos

que podem ser oriundos da falta de interesse poliacutetico como tambeacutem da

sociedade que eacute detentora de capital Neste caso podemos tomar como

exemplo o caso dos CIEPS (Centro Integrado de Educaccedilatildeo Puacuteblica) que no seu

projeto original a escola funcionava em regime integral onde os alunos aleacutem de

estudarem participavam de inuacutemeras atividades aleacutem de alimentaccedilatildeo soacute

retornando para casa no fim do dia Este projeto que inicialmente tinha uma

visatildeo de escola ideal com as mudanccedilas poliacuteticas e a falta de recursos para a

sua manutenccedilatildeo foi praticamente extinto tendo hoje em dia algumas poucas

unidades funcionando em regime integral

EXCLUDENTES Excluem entre os excluiacutedos Isto significa que entre os

considerados excluiacutedos as Poliacuteticas Puacuteblicas natildeo atingem a todos excluem a

maioria do grupo Neste caso podemos citar alguns programas sociais nos quais

as pessoas para receber os benefiacutecios precisam ser cadastradas Para isso eacute

necessaacuterio que estas pessoas tenham toda documentaccedilatildeo que nem sempre a

populaccedilatildeo socialmente excluiacuteda natildeo tem condiccedilotildees de possuir

65

SETORIADAS natildeo satildeo amplas atingem somente uma necessidade

e natildeo a um conjunto de necessidades que por muitas vezes estatildeo interligadas

assim como atingem somente alguns setores da sociedade e natildeo a sociedade

como um todo Nesta aacuterea podemos citar como exemplo algumas accedilotildees na

aacuterea de sauacutede Existem poliacuteticas de doaccedilatildeo de remeacutedios mas natildeo existe

investimento na aacuterea de prevenccedilatildeo de doenccedilas como saneamento baacutesico que

eacute uma das maiores causas de doenccedilas nas aacutereas carentes

Os questionamentos desses atores e a incorporaccedilatildeo das vontades da

sociedade nas decisotildees poliacuteticas movimentaram a Assembleacuteia Constituinte de

1988 e resultaram em dois princiacutepios que fundamentaram o processo de

descentralizaccedilatildeo a democratizaccedilatildeo e a participaccedilatildeo

A figura 41 a seguir mostra esquematicamente como se daacute a

formaccedilatildeo de uma Poliacutetica Puacuteblica

66

ESTADO

DIAGNOacuteSTICO DO PROBLEMA

SOCIEDADE

CIVIL

LEVANTAMENTO DAS NECESSIDADES

DIREITOS SOCIAIS

POLIacuteTICAS PUacuteBLICAS

Figura 41 Diagrama esquemaacutetico da formaccedilatildeo de uma poliacutetica puacuteblica

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria a partir de informaccedilotildees citadas neste capiacutetulo

67

45 Aacutereas de Aplicaccedilatildeo das Poliacuteticas Puacuteblicas

Existem diversas aacutereas onde satildeo aplicadas as Poliacuteticas Puacuteblicas das quais

podemos destacar a ciecircncia e tecnologia a econocircmica a social e a

educacional

Poliacuteticas Puacuteblicas da Ciecircncia e Tecnologia

As Poliacuteticas Puacuteblicas da ciecircncia e tecnologia tem como principal objetivo

promover o desenvolvimento cientiacutefico e tecnoloacutegico tendo em foco a soberania

e a independecircncia do paiacutes As bases de uma sociedade minimamente justa

derivam de seu desenvolvimento cientiacutefico e tecnoloacutegico e principalmente da

democratizaccedilatildeo desses avanccedilos e dos acessos a seus benefiacutecios por todos os

cidadatildeos pois natildeo tem sentido um paiacutes possuir grandes avanccedilos tecnoloacutegicos e

cientiacuteficos se isto soacute ficar restrito ao mundo acadecircmico ou cientiacutefico Para estes

avanccedilos terem um real valor devem ser acessiacuteveis agraves diversas camadas da

sociedade atingindo um maior nuacutemero possiacutevel de indiviacuteduos seja de maneira

aplicativa ou mesmo informativa (Amaral 2004)

A ciecircncia deve sempre estar a dispor do humanismo e tem como um dos

seus principais papeacuteis a inclusatildeo social atraveacutes do combate aos desniacuteveis sociais

e regionais que separam a humanidade Satildeo exemplos de Poliacutetica Puacuteblicas

cientiacuteficas e tecnoloacutegicas O desenvolvimento da economia utilizando inovaccedilotildees

e bens e serviccedilos que promovam a substituiccedilatildeo competitiva de importaccedilotildees

para gerar renda e empregos a ampliaccedilatildeo e a formaccedilatildeo de pesquisadores em

aacutereas estrateacutegicas a promoccedilatildeo de articulaccedilotildees de cooperaccedilatildeo entre

Universidades e empresas(Amaral 2004)

Enfim as poliacuteticas Publicas de ciecircncia e tecnologia tem como objetivo

principal agrave popularizaccedilatildeo do conhecimento cientiacutefico e tecnoloacutegico para que

estes sejam reconhecidos como componentes do bem estar social (Amaral

2004)

68

Poliacuteticas Puacuteblicas Sociais

Nas Poliacuteticas Puacuteblicas Sociais a expressatildeo ldquosocialrdquo faz com que esta se decirc

atraveacutes de um conjunto de princiacutepios diretrizes objetivas e normas que

necessitam ser de caraacuteter permanente e o mais abrangente possiacutevel para que

possam orientar a atuaccedilatildeo do poder puacuteblico (Carvalho 2002)

Nos uacuteltimos anos do seacuteculo passado a maioria dos paiacuteses foi marcada por

fortes ajustes econocircmicos o que causou o agravamento dos problemas sociais

que teve como principais fatores

O desemprego estrutural rArr Falta de postos de trabalho suficientes

para todos ou pelo menos para a maioria dos indiviacuteduos em idade

economicamente ativa

As relaccedilotildees trabalhistas precaacuterias rArr Irregularidades cometidas pelos

empregadores como a falta de carteira assinada dos trabalhadores

terceirizaccedilatildeo de matildeo de obra desregulamentaccedilatildeo dos direitos conquistados

etc

As alteraccedilotildees na organizaccedilatildeo familiar rArr Aumento do nuacutemero de

famiacutelias chefiadas por mulheres

Alteraccedilatildeo no ciclo de vida rArr Diminuiccedilatildeo da taxa de mortalidade

infantil e aumento da longevidade pois com o avanccedilo da medicina alguns

problemas de sauacutede que causavam mortes no passado hoje satildeo considerados

relativamente simples e podem ser tratados diminuindo as mortes precoces Este

fato acarreta um aumento expressivo da populaccedilatildeo ativa como tambeacutem o

periacuteodo em que os indiviacuteduos estatildeo ativos

Estes fatores contribuem para um aumento expressivo das necessidades

essenciais para a populaccedilatildeo o que o sistema natildeo consegue suprir pois o nuacutemero

de postos de trabalho natildeo eacute suficiente deixam milhares de pessoas sem acesso

agraves necessidades baacutesicas assim como possibilitam um desrespeito com o

trabalhador Esse cenaacuterio promove o aprofundamento das desigualdades

69

sociais o que gera exclusatildeo social e simultacircnea inclusatildeo marginal de grande

parcela da populaccedilatildeo (Carvalho 2002)

Os problemas citados satildeo apenas alguns exemplos das causas das

desigualdades sociais e da geraccedilatildeo de um grande nuacutemero de indiviacuteduos

excluiacutedos Estes estatildeo agrave margem da sociedade sem acesso ao miacutenimo

necessaacuterio para viverem bem e principalmente ficam privados de terem acesso

a melhores condiccedilotildees de vida

Para tentar mudar este cenaacuterio alguns programas de accedilotildees foram criados

poreacutem na maioria das vezes natildeo satildeo abrangentes satildeo seletivos isto eacute

selecionam alguns dentre todos que precisam Isto significa excluir dentro dos

excluiacutedos Estes programas tambeacutem em muitos casos natildeo satildeo accedilotildees contiacutenuas

e sim temporaacuterias que com o tempo perdem o interesse sejam estes interesses

poliacuteticos pessoais etc Com isto simplesmente satildeo interrompidas deixando muitas

pessoas desamparadas visto que em muitos casos esta parcela carente da

sociedade se torna dependente destas accedilotildees sociais Estes indiviacuteduos estatildeo

sempre agrave mercecirc de novas poliacuteticas geradas por outros interesses

A participaccedilatildeo popular na gestatildeo ldquoda coisa puacuteblicardquo foi consagrada pelo

processo de redemocratizaccedilatildeo do Estado brasileiro ao fundar as bases para a

introduccedilatildeo de algumas experiecircncias que contribuiacuteram para a ampliaccedilatildeo da

esfera puacuteblica no paiacutes entendida como ldquoarenardquo onde as questotildees que atingem

a determinado conjunto da sociedade satildeo expressas debatidas e tematizadas

por atores sociais Tais experiecircncias alteraram significativamente a relaccedilatildeo

Estado-Sociedade na medida em que criaram novos canais de participaccedilatildeo

popular como por exemplo a criaccedilatildeo dos conselhos de poliacuteticas sociais que tecircm

atuado na sua co-gestatildeo Estes conselhos funcionam como instrumentos de

expressatildeo representaccedilatildeo e participaccedilatildeo popular possuindo portanto o desafio

de discutir e deliberar sobre determinados temas buscando consensos e alianccedilas

que definam as agendas puacuteblicas que representem interesses coletivos

(Carvalho 2002)

70

A construccedilatildeo de poliacuteticas Puacuteblicas na aacuterea Social necessita da adoccedilatildeo de

conceitos e praacuteticas inovadores que possam dar suporte teacutecnicondashpoliacutetico uma

vez que estes enunciados natildeo possuem forccedila suficiente para a transformaccedilatildeo

das praacuteticas realizadas na aacuterea social que satildeo tradicionalmente assistencialistas

Sendo assim satildeo accedilotildees que possuem o poder de transformar os direitos dos

indiviacuteduos adquiridos atraveacutes de lutas em simples ajuda ou doaccedilatildeo O que deixa

o indiviacuteduo com a sensaccedilatildeo de gratidatildeo e ateacute na obrigaccedilatildeo de retribuir o favor

o que na visatildeo da autora eacute indesejaacutevel pois em uacuteltima instacircncia praacuteticas

assistencialistas podem se transformar em moeda de troca com fins eleitorais

Poliacuteticas Puacuteblicas Educacionais

As poliacuteticas educacionais muitas vezes se confundem com as poliacuteticas

sociais isto porque quando satildeo criadas muitas vezes satildeo responsaacuteveis pela

inclusatildeo social Com a educaccedilatildeo eacute possiacutevel se obter a melhoria da qualidade de

vida dos indiviacuteduos atraveacutes da diminuiccedilatildeo das diferenccedilas sociais devido agrave

educaccedilatildeo ser responsaacutevel pela igualdade das oportunidades Quando se tem

Poliacuteticas Puacuteblicas que oferecem acesso a uma educaccedilatildeo de qualidade a todos

sem distinccedilatildeo satildeo criados mecanismos para que a competiccedilatildeo ocorra em

igualdade de condiccedilotildees

A Poliacutetica da Educaccedilatildeo tem como principal objetivo a promoccedilatildeo da

cidadania e eacute um instrumento de grande importacircncia para o desenvolvimento a

inserccedilatildeo e a competitividade de todos os indiviacuteduos Isto eacute um fator de muita

importacircncia para o crescimento de qualquer naccedilatildeo principalmente as que estatildeo

em desenvolvimento Se um paiacutes deseja se ver como soberano e sem exclusotildees

precisa desenvolver as ciecircncias humanas naturais exatas tecnoloacutegicas as artes

e todas as linguagens de modo geral o que jaacute se faz possiacutevel atraveacutes da garantia

de uma educaccedilatildeo de qualidade para todos sem distinccedilatildeo Dentro deste tema

ensinos de qualidade existem diversas poliacuteticas de avaliaccedilatildeo do desempenho do

ensino puacuteblico desde a educaccedilatildeo baacutesica ateacute o ensino universitaacuterio

(wwwestadatildeocombr)

71

Dentre essas poliacuteticas podemos destacar a criaccedilatildeo do Fundo de

Manutenccedilatildeo e de Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorizaccedilatildeo do

Magisteacuterio (FUNDEF) que trouxe benefiacutecios principalmente nas regiotildees mais

pobres do paiacutes Outras poliacuteticas educacionais adotadas satildeo as avaliaccedilotildees de

cursos como o Exame Nacional do Ensino Meacutedio (ENEM) e o Exame Nacional de

Cursos (PROVAtildeO) Tais avaliaccedilotildees para serem efetivas necessitariam de virem

acompanhadas de programas consistentes de melhoria de qualidade do ensino

envolvendo a formaccedilatildeo o treinamento contiacutenuo e a valorizaccedilatildeo do professor

inclusive atraveacutes de uma melhor remuneraccedilatildeo a partir de criteacuterios de

desempenho (wwwestadaocombr)

No tocante agrave capacitaccedilatildeo docente o papel das Universidades como

centros de geraccedilatildeo e de difusatildeo de saber torna-se fundamental e muito

importante pois satildeo estas que preparam os professores Aleacutem disso devem

promover a formaccedilatildeo contiacutenua pois a formaccedilatildeo do professor natildeo termina com o

final da graduaccedilatildeo e sim as universidades devem estar sempre oferecendo

cursos de capacitaccedilatildeo para que estes profissionais estejam sempre atualizados

de modo a realizar o seu trabalho com maior eficiecircncia

Os desafios qualitativos e quantitativos da educaccedilatildeo satildeo de tal

magnitude que natildeo podem mais passar despercebidos tanto que necessitam

que seja dada uma importacircncia estrateacutegica para este problema e com isto se

fazer investimentos nesta aacuterea A educaccedilatildeo seja baacutesica ou universitaacuteria deve ser

considerada prioridade e contar com recursos progressivamente maiores

Atualmente a meacutedia de escolaridade dos brasileiros eacute de pouco mais de

quatro anos o que eacute um indicador que demonstra a situaccedilatildeo da desigualdade e

injusticcedila social existente no paiacutes Segundo o Censo da Educaccedilatildeo Superior de

2000 o jovem das camadas mais pobres praticamente natildeo tem acesso agrave

educaccedilatildeo superior Apenas 77 dos jovens entre 18 e 22 anos frequumlentam

cursos Universitaacuterios Cerca de 70 destes estudam em estabelecimentos de

ensino privados que por possuiacuterem custo elevado levam a uma situaccedilatildeo de que

somente uns poucos consigam concluir o curso Para isto nos anos 70 foi criado o

72

Creacutedito Educativo que funciona como uma alternativa poreacutem este sistema natildeo

eacute suficiente para atender agrave grande demanda pois o nuacutemero de alunos assistidos

por este programa eacute muito pequeno em relaccedilatildeo agrave quantidade de jovens em que

este se faz necessaacuterio (www estadaocom br)

Uma alternativa oferecida eacute o PROUNI definido como Programa

Universidade para Todos que foi criado pela MP nordm 2132004 e institucionalizado

pela Lei nordm 11096 de 13 de janeiro de 2005 O programa tem como finalidade a

concessatildeo de bolsas de estudos integrais e parciais a estudantes de baixa renda

em cursos de graduaccedilatildeo e sequumlenciais de formaccedilatildeo especiacutefica em instituiccedilotildees

privadas de educaccedilatildeo superior oferecendo em contrapartida isenccedilatildeo de

alguns tributos agravequelas que aderirem ao Programa

Estes programas funcionam apenas como paliativos dos problemas

educacionais do paiacutes pois o ideal seria um maior investimento na formaccedilatildeo

baacutesica de qualidade na rede puacuteblica para que todos tivessem igualdade de

condiccedilatildeo para ingressar nas Universidades Puacuteblicas

Como forma de poliacutetica de inclusatildeo social foi criada uma lei (nordm36272004)

que aumenta a inserccedilatildeo de jovens carentes e negros nas Universidades Puacuteblicas

isto ocorre atraveacutes das reservas de vagas denominado de SISTEMA DE COTAS

que seraacute tratado detalhadamente no Capiacutetulo 7

No capiacutetulo seguinte seratildeo abordados o histoacuterico e a evoluccedilatildeo da

Educaccedilatildeo Ambiental no Brasil e no mundo

73

Capiacutetulo 5 Histoacuterico e Evoluccedilatildeo da Educaccedilatildeo

Ambiental

51 Definiccedilatildeo

Para se definir Educaccedilatildeo Ambiental natildeo eacute simples e para isto deve-se

fazer uma anaacutelise de vaacuterios contextos pois de acordo com a influecircncia que o

meio exerce e a vivecircncia de cada indiviacuteduo pode-se ter inuacutemeros conceitos para

a Educaccedilatildeo Ambiental (wwwapoemacombr)

Atraveacutes de um levantamento bibliograacutefico vaacuterias definiccedilotildees sobre o tema

Educaccedilatildeo Ambiental foram encontradas e estatildeo apontadas a seguir em ordem

cronoloacutegica

ldquoEacute um processo que tem como objetivo a formaccedilatildeo de cidadatildeos cujos

conhecimentos acerca do ambiente biofiacutesico e seus problemas associados

possam alertaacute-los e habilitaacute-los a resolver seus problemasrdquo (Stapp et alii 1969)

ldquoEacute um processo que consiste em reconhecer valores e em aclarar

conceitos com o objetivo de fomentar aptidotildees e atitudes necessaacuterias para

74

compreender e apreciar as inter-relaccedilotildees entre o homem sua cultura e seu meio

biofiacutesico Ela compreende tambeacutem a praacutetica na tomada de decisotildees e na

elaboraccedilatildeo de um coacutedigo de comportamento acerca das questotildees

relacionadas com a qualidade do meio ambienterdquo (Reuniatildeo Internacional sobre

EA da IUCN ndash Paris 1970)

ldquoA finalidade da Educaccedilatildeo Ambiental eacute formar uma populaccedilatildeo mundial

consciente e preocupada com o ambiente e os problemas com ele

relacionados e que possua conhecimentos capacidades atitudes a motivaccedilatildeo

e compromisso para colaborar individual coletivamente na resoluccedilatildeo de

problemas atuais na prevenccedilatildeo de problemas futurosrdquo( Conferecircncia de

Estocolmo 1972)

ldquoEacute um processo no qual deveria ocorrer o desenvolvimento progressivo de

um senso de preocupaccedilatildeo com o meio ambiente baseado em um completo e

sensiacutevel entendimento de relaccedilatildeo do homem com o meiordquo (Mellowes C 1972)

ldquoEgrave uma dimensatildeo dada ao conteuacutedo e a praacutetica da Educaccedilatildeo orientada

para a soluccedilatildeo dos problemas concretos do meio ambiente atraveacutes de enfoques

interdisciplinares e de uma participaccedilatildeo ativa e responsaacutevel de cada indiviacuteduo e

da coletividaderdquo(Conferecircncia de Tbilisi 1977)

ldquoA Educaccedilatildeo Ambiental tem sido entendida e desenvolvida enquanto

educaccedilatildeo sobre o ambiente educaccedilatildeo no ambiente educaccedilatildeo para o

ambiente e pelas classes formadas pelas possiacuteveis combinaccedilotildees entre as trecircs

categorias A Educaccedilatildeo sobre o ambiente procura desenvolver o conhecimento

e a compreensatildeo incluindo as capacidades necessaacuterias para obter este

conhecimento A educaccedilatildeo para ambiente procura a preservaccedilatildeo ou melhoria

do ambiente Ambas satildeo caracterizadas pelos seus objetivos Por outro lado a

educaccedilatildeo no ambiente caracteriza-se por ser uma teacutecnica de ensino ndash

aprendizagem e o termo ambiente geralmente significa o mundo fora da sala de

aula ou de uma forma geral o contexto natural eou social em que as pessoas

vivemrdquo (Lucas 1980)

75

ldquoEacute um processo permanente no qual os indiviacuteduos e a comunidade tomam

consciecircncia do seu ambiente e adquirem conhecimentos habilidades

experiecircncias valores e a determinaccedilatildeo que os tornam capazes de agir individual

ou coletivamente na busca de soluccedilotildees para os problemas ambientais presentes

e futurosrdquo(UNESCO 1987)

ldquoEacute o processo de reconhecer valores e aclarar conceitos para criar

habilidades e atitudes necessaacuterias que sirvam para compreender e apreciar a

relaccedilatildeo muacutetua entre o homem sua cultura e seu meio circundante biofiacutesico A

educaccedilatildeo ambiental tambeacutem incluiu a praacutetica de tomar decisotildees e autoformular

um coacutedigo de comportamento com relaccedilatildeo agraves questotildees que concernem agrave

qualidade ambientalrdquo (Gonccedilalvez 1990)

ldquoA Educaccedilatildeo Ambiental natildeo deve ser entendida como um tipo especial

de educaccedilatildeo Trata-se de um processo longo e contiacutenuo de aprendizagem de

uma filosofia de trabalho participativo em que todos famiacutelia escola e

comunidade devem estar envolvidos O processo de aprendizagem de que trata

a educaccedilatildeo ambiental natildeo pode ficar restrito exclusivamente agrave transmissatildeo de

conhecimentos agrave heranccedila cultural do povo agraves geraccedilotildees mais novas ou agrave simples

preocupaccedilatildeo com a formulaccedilatildeo integral do educando inserindo em seu

contexto social Deve ser um processo de aprendizagem centrado no aluno

gradativo contiacutenuo e respeitador de sua cultura e de sua comunidade Deve ser

um processo criacutetico criativo e poliacutetico com preocupaccedilatildeo de transmitir

conhecimentos a partir da discussatildeo e avaliaccedilatildeo critica dos problemas

comunitaacuterios e tambeacutem da avaliaccedilatildeo feita pelo aluno de sua realidade

individual e social na comunidade em que viverdquo (Gonccedilalves 1990)

ldquoA educaccedilatildeo ambiental se caracteriza por incorporar as dimensotildees soacutecio-

econocircmica poliacutetica cultural e histoacuterica natildeo podendo se basear em pautas

riacutegidas e de aplicaccedilatildeo universal devendo considerar as condiccedilotildees e estaacutegios de

cada paiacutes regiatildeo e comunidade sob uma perspectiva histoacuterica Assim sendo a

Educaccedilatildeo Ambiental deve permitir a compreensatildeo da natureza complexa do

meio ambiente e interpretar a interdependecircncia entre os diversos elementos que

76

conformam o ambiente com vistas a utilizar racionalmente os recursos do meio

na satisfaccedilatildeo material e espiritual da sociedade no presente e no

futurordquo(Conferecircncia Rio 92)

ldquoEacute o conhecimento das estruturas de composiccedilatildeo e da funcionalidade

da natureza das interferecircncias do que o homem produziu sobre esta estrutura

essa composiccedilatildeo e essa funcionalidaderdquo (Faria 1992)

ldquoEacute um processo de formaccedilatildeo e informaccedilatildeo orientado para o

desenvolvimento da consciecircncia criacutetica sobre as questotildees ambientais e de

atividades que levem agrave participaccedilatildeo das comunidades na preservaccedilatildeo do

equiliacutebrio ambientalrdquo (Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA)

ldquoEacute um processo por meio do qual o indiviacuteduo e a coletividade constroem

valores sociais conhecimentos habilidades atitudes e competecircncias voltadas

para a conservaccedilatildeo do Meio Ambiente bem de uso comum do povo essencial

agrave sadia qualidade de vida e sua sustentabilidaderdquo (Art1ordm Lei Federal nordm9795 de

27041999)

ldquoEacute o processo educacional de estudos e aprendizagem dos problemas

ambientais e suas interligaccedilotildees com o homem na busca de soluccedilotildees que visem a

preservaccedilatildeo do meio ambienterdquo (Santos1999)

ldquoEacute um processo que envolve um vigoroso esforccedilo de recuperaccedilatildeo de

realidades e que garante um compromisso com o futuro Uma accedilatildeo entre

missionaacuteria utoacutepica destinada a reformular comportamentos humanos e recriar

valores perdidos ou jamais alcanccedilados Trata-se de um novo ideaacuterio

comportamental tanto no acircmbito individual quanto no coletivordquo (Aziz Abrsquo Saber)

ldquoEacute um processo no curso do qual o indiviacuteduo consegue assimilar os

conceitos e interiorizar as atitudes mediante as quais adquire as capacidades e

os comportamentos que lhe permitem compreender e julgar as relaccedilotildees de

interdependecircncia estabelecidas entre a sociedade com seu modo de

produccedilatildeo sua ideologia e sua estrutura de poder dominante e seu meio

77

biofiacutesico assim como para atuar em consequumlecircncia da anaacutelise efetuadardquo (Cantildeal

Garcia Porlaacuten)

Com as inuacutemeras definiccedilotildees para Educaccedilatildeo Ambiental observa-se que

cada oacutergatildeo ou membro da Sociedade tem uma visatildeo de Educaccedilatildeo Ambiental

que vai variar no ponto de interesse de cada um

Para alguns indiviacuteduos falar sobre os problemas do Meio Ambiente eacute se

restringir aos assuntos relacionados agrave extinccedilatildeo de organismos vivos como animais

e plantas Atualmente a Educaccedilatildeo Ambiental eacute colocada em uma posiccedilatildeo

mais realista e esclarecedora na qual define como Meio Ambiente tudo que

compotildee a paisagem Deste modo Meio Ambiente pode ser classificado de

diversas formas como Meio Ambiente natural que eacute a natureza com toda sua

diversidade Meio Ambiente fiacutesico que satildeo as edificaccedilotildees estradas etc e Meio

Ambiente social que eacute formado pelas pessoas que compotildeem a Sociedade

(Carvalho 2002)

Com base nestas definiccedilotildees se pode afirmar que a Educaccedilatildeo Ambiental

funciona como uma base na busca de um equiliacutebrio entre o homem e o

ambiente que o cerca e o seu objetivo fundamental eacute suscitar mudanccedilas de

comportamento na sociedade Os indiviacuteduos devem construir enquanto grupo

social valores novos conhecimentos atitudes e habilidades indispensaacuteveis para a

conservaccedilatildeo do meio ambiente que eacute um patrimocircnio coletivo essencial para a

vida saudaacutevel (ALERJ 1999)

Para que o equiliacutebrio possa ser atingido existe a necessidade da

construccedilatildeo dos pilares de uma Sociedade Sustentaacutevel onde cada sistema social

tende a atualizar-se de modo a incorporar a dimensatildeo ambiental em suas

respectivas especificidades a partir do fornecimento de meios adequados para

a transiccedilatildeo em direccedilatildeo a sustentabilidade Assim o Sistema Juriacutedico cria o

ldquoDireito Ambientalrdquo o Sistema Cientiacutefico desenvolve a ldquoCiecircncia Complexardquo o

Sistema Tecnoloacutegico cria a ldquoTecnologia Eco eficienterdquo o Sistema Econocircmico

potencializa uma ldquoEconomia Ecoloacutegicardquo o Sistema poliacutetico oferece uma ldquoPoliacutetica

78

Verderdquo e o Sistema Educacional fornece a ldquoEducaccedilatildeo Ambientalrdquo Cabe a cada

sistema social desenvolver condiccedilotildees especiacuteficas que favoreccedilam as muacuteltiplas

dimensotildees da Sustentabilidade (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)

Dentro deste contexto de sistemas sociais que possuem o poder e o dever

de promover as mudanccedilas na aacuterea ambiental destaca-se o Sistema

Educacional pois este eacute o responsaacutevel pela construccedilatildeo dos fundamentos da

Sociedade Sustentaacutevel capaz de promover as mudanccedilas atraveacutes de duas

funccedilotildees ldquoMudanccedilas Culturaisrdquo com a informaccedilatildeo e promoccedilatildeo da eacutetica

ecoloacutegica e as ldquoMudanccedilas Sociaisrdquo atraveacutes da valorizaccedilatildeo dos indiviacuteduos grupos

e sociedades que muitas vezes se encontram em maacutes condiccedilotildees de enfrentar os

desafios dos novos tempos

52 Histoacuterico

Alguns autores mencionam que a Educaccedilatildeo Ambiental teve iniacutecio apoacutes a

Segunda Guerra Mundial onde fez emergir com maior ecircnfase os estudos do meio

ambiente e a importacircncia de uma educaccedilatildeo especiacutefica para este fim Para

outros a Educaccedilatildeo Ambiental eacute anterior a este periacuteodo mesmo que de forma

inconsciente sem maiores pretensotildees (Ministeacuterio do meio Ambiente 2004)

Na verdade natildeo se pode definir com exatidatildeo o momento onde tem iniacutecio

a histoacuteria da Educaccedilatildeo Ambiental tanto no Brasil como no mundo Na verdade a

Educaccedilatildeo Ambiental sempre esteve presente desde a antiguidade e ateacute se

pode mencionar que a histoacuteria teve iniacutecio no momento em que os primeiros

habitantes da terra comeccedilaram a se incomodar com o seu entorno isto eacute com

seus dejetos onde a presenccedila deles comeccedilou a causar desconforto Neste

momento se comeccedilou a pensar como eliminar estes dejetos para melhorar a

qualidade do ambiente em que viviam (Abreu 2000)

Partindo deste principio admiti-se que a evoluccedilatildeo da Educaccedilatildeo

Ambiental se deu atraveacutes de fatos ou acontecimentos que levaram as pessoas a

pensarem e tomarem iniciativas que levassem a melhorar as condiccedilotildees do

79

ambiente em que viviam ou para evitar que problemas maiores pudessem surgir

no futuro que pudessem comprometer a qualidade de vida das futuras

geraccedilotildees Baseados neste princiacutepio destacam-se alguns fatos ocorridos no Brasil

e no mundo que foram marcantes para a histoacuteria da Educaccedilatildeo Ambiental

SEacuteCULO XIX

1808 Criaccedilatildeo do Jardim Botacircnico no Rio de Janeiro Em 13 de junho

de 1808 foi criado o Jardim de Aclimataccedilatildeo que serviria para aclimatar as

especiarias vindas das Iacutendias Orientais Foi criado por DJoatildeo Priacutencipe Regente

na eacutepoca que era encantado com a exuberacircncia da natureza do lugar As

primeiras espeacutecies de plantas trazidas para o Jardim vieram das Ilhas Mauriacutecio do

Jardim Pamplemousse por Luiz de Abreu Vieira e Silva (wwwjbrjgovbr)

1850 Lei 601 de Dom Pedro II proibindo a exploraccedilatildeo florestal nas

terras devolutas isto eacute as que natildeo se acharem aplicadas a algum uso puacuteblico

nacional provincial ou municipal A lei determinava a proibiccedilatildeo de derrubada de

matas e o atear fogo Poreacutem a lei foi ignorada continuando o desmatamento

para implantaccedilatildeo da monocultura de cafeacute (wwwjusticcedilaspgovbr)

1869 Ernenst Haeckel propotildee o vocaacutebulo ldquoecologiardquo para estudos das

relaccedilotildees entre as espeacutecies e seu ambiente (wwwambientebrasilcombr)

1872 Criaccedilatildeo do primeiro parque nacional do mundo ldquoYellowstonerdquo

USA Sua fundaccedilatildeo em 1872 ocorreu numa eacutepoca em que ecologia e ambiente

estavam longe de ser preocupaccedilotildees cotidianas Mas graccedilas agraves pressotildees

exercidas pelo naturalista Ferdinand Hayden do departamento de pesquisas

geoloacutegicas dos Estados Unidos Yellowstone inaugurou o conceito de parque

nacional (www2uolcombrcaminhosdaterra reportagens)

1876 Andreacute Rebouccedilas sugere a criaccedilatildeo de parques nacionais na Ilha

de Bananal e em Sete Quedas (wwwcefleorgbr)

80

1896 Foi criado o primeiro parque estadual em Satildeo Paulo Parque da

Cidade (wwwcefleorgbr)

SEacuteCULO XX

1920 O pau Brasil eacute considerado extinto devido agrave exploraccedilatildeo

irresponsaacutevel e ao desmatamento da Mata Atlacircntica floresta onde ele nascia

normalmente Hoje eacute artigo raro nas florestas brasileiras mas na eacutepoca do

descobrimento era tatildeo abundante que a planta acabou dando nome ao nosso

paiacutes (wwwcanalkidscombrmeioambiente)

1932 Realiza-se no Museu Nacional a primeira Conferecircncia Brasileira de

Proteccedilatildeo agrave Natureza (wwwambientebrasilcombr)

1934 Decreto 23793 transforma em Lei o Anteprojeto de Coacutedigo

Florestal(Brasil1934)

1937 Cria-se o Parque Nacional de Itatiaia Pioneiro foi a primeira aacuterea

do paiacutes a oficialmente se constituir em Unidade de Conservaccedilatildeo procurando-se

com isso preservar seu rico patrimocircnio bioacutetico e geomorfoloacutegico

(wwwmregovbr) (wwwparqueitatiaiacombr)

1939 O Parque Nacional do Iguaccedilu (PNI) foi criado em 10 de janeiro

de 1939 e tombado pela UNESCO como Patrimocircnio da Humanidade em 1986 por

ser a uacuteltima grande amostra do Domiacutenio da Mata Atlacircntica que cobre grande

parte da bacia do Prata(wwwunbbr)

1947 Eacute Fundado na Suiacuteccedila a UICN-Uniatildeo Internacional para a

Conservaccedilatildeo da Natureza que eacute uma Organizaccedilatildeo Internacional que congrega

instituiccedilotildees governamentais e natildeo governamentais em volta da problemaacutetica da

integridade e diversidade da natureza (wwwambientebrasilcombr)

1952 Em Londres no ano de 1952 houve um episoacutedio grave Os efeitos

de uma ldquoneacutevoa negrardquo comeccedilaram a se manifestar atraveacutes da proliferaccedilatildeo de

81

diversas moleacutestias contraiacutedas principalmente pelos habitantes que sofriam de

problemas pulmonares e circulatoacuterios Foram constatadas na semana seguinte

ao episoacutedio quatro mil mortes a mais do que esperado

(wwweducaccedilatildeopublicarjgovbr)

1962 Publicaccedilatildeo da ldquoPrimavera Silenciosardquo por Rachel Louise Carson

escritora cientista e ecologista norte-americana Deve-se a ela o livro que

marcou o iniacutecio da revoluccedilatildeo ecoloacutegica nos Estados Unidos The Silent Spring (A

Primavera Silenciosa) o qual relata os efeitos da maacute utilizaccedilatildeo dos pesticidas e

inseticidas quiacutemico-sinteacuteticos alertando sobre as consequumlecircncias danosas de

inuacutemeras accedilotildees humanas sobre o ambiente trazendo uma seacuterie de advertecircncias

sobre o meio ambiente Ainda hoje a obra eacute considerada uma das mais

importantes do seacuteculo ajudando a desencadear uma mudanccedila de postura dos

EUA e de outros paiacuteses do mundo em relaccedilatildeo aos pesticidas e

poluentes(wwwgeocitiescombr) (wwwambientebrasilcombr)

1965 Em marccedilo de 1965 na Conferecircncia de Educaccedilatildeo da

Universidade de Keele na Inglaterra colocou-se pela primeira vez a expressatildeo

Educaccedilatildeo Ambiental com a recomendaccedilatildeo de que ela deveria se tornar uma

parte essencial de educaccedilatildeo de todos os cidadatildeos(wwwmmagovbr)

(wwwjornaldomeioambientecombr)

1968 Fundaccedilatildeo do Clube de Roma Fundado pelo industrial italiano

Aureacutelio Peccei e pelo quiacutemico inglecircs Alexander King agregando empresaacuterios

poliacuteticos cientistas sociais Um grupo de especialistas de vaacuterias aacutereas passou a se

reunir regularmente com a preocupaccedilatildeo de discutir a crise atual e futura da

humanidade (wwwsenacbr) (wwwambientespgov)

1970 Entidade relacionada agrave revista britacircnica The Ecologist elabora o

ldquoManifesto para Sobrevivecircnciardquo onde insistiam que um aumento indefinido de

demanda natildeo pode ser sustentado por recursos finitos (wwwmecgovbr)

82

1971 Cria-se no Rio Grande do Sul a associaccedilatildeo gauacutecha de proteccedilatildeo

ao Ambiente Natural Fundada em 27 de abril de 1971 em Porto Alegre atraveacutes

da figura de Joseacute Lutzenberger encontrava uma ressonacircncia na miacutedia local e

nacional e junto aos meios universitaacuterios Pensadores e liacutederes ambientalistas

perceberam que harmonizar civilizaccedilatildeo industrial e natureza era um desafio que

exigiria uma revoluccedilatildeo cultural econocircmica e social sem precedentes(

wwwagirazulcombr)

1972 Publicaccedilatildeo do Relatoacuterio ldquoOs Limites do Crescimentordquo ndash Clube de

Roma Na visatildeo de Freire Dias o embriatildeo dessa medida foi gerado a partir do

relatoacuterio elaborado em 1968 e publicou um relatoacuterio denominado The limits of

growth (Os limites do crescimento econocircmico) onde se condenava a partir de

estudos sobre os modelos de desenvolvimento adotados a busca incessante do

crescimento da economia a qualquer custo e a meta de se tornaacute-la cada vez

maior mais rica e poderosa sem levar em conta o custo final desse crescimento

As vaacuterias anaacutelises contidas no referido relatoacuterio convergiam para o alerta sobre o

perigo do crescente consumo das sociedades modernas que se mantido no

ritmo atual levaria a humanidade a um limite de crescimento possivelmente a

um colapso Esse relatoacuterio apesar de rejeitado pelos poliacuteticos da eacutepoca foi

levado agrave Conferecircncia de Estocolmo em cujo foacuterum aprovou-se a

Recomendaccedilatildeo nordm 96 que reconhecia o desenvolvimento da Educaccedilatildeo

Ambiental como elemento criacutetico para o combate agrave crise ambiental do mundo

moderno (wwwsenaccombr)

Conferecircncia de Estocolmo ndash Em julho de 1972 na Sueacutecia onde

113 paiacuteses 90 dos quais pertenciam ao grupo dos paiacuteses em desenvolvimento

onde apenas 16 deles possuiacuteam entidades de proteccedilatildeo ambiental se reuniram

na Conferecircncia sobre o Meio Ambiente Humano Foi a primeira reuniatildeo

ambiental global que viria a acrescentar definitivamente agraves questotildees prioritaacuterias

discutidas pela ONU criada em 1945 - a paz os direitos humanos e o

desenvolvimento com igualdade - o tema da seguranccedila ecoloacutegica Desse modo

a Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas sobre Meio Ambiente Humano mundialmente

conhecida como Conferecircncia de Estocolmo passou a ser o marco de referecircncia

83

para as discussotildees sobre o que na sequumlecircncia viria a constituir-se numa das

questotildees mais complexas e mais cruciais da histoacuteria recente da humanidade ou

seja a questatildeo do desenvolvimento sustentaacutevel Ela chamou a atenccedilatildeo do

mundo para a gravidade da situaccedilatildeo nesse setor

(wwwmregovbr)(wwwagirazulcombr) (wwwcomcienciabr)

Universidade Federal de Pernambuco inicia uma campanha de

reintroduccedilatildeo do pau brasil considerado extinto em 1920

(wwwambientebrasilcombr)

Ainda como resultado da Conferecircncia de Estocolmo neste

mesmo ano a ONU criou um organismo denominado Programa das Naccedilotildees

Unidas para o Meio Ambiente - PNUMA sediado em Nairobi (wwwmecgovbr)

A Universidade Federal do Rio Grande do Sul criou o primeiro

curso de poacutes-graduaccedilatildeo em Ecologia do paiacutes (wwwmecgovbr)

1973 Registro Mundial de Programas em Educaccedilatildeo Ambiental-USA

(wwwambientebrasilcombr)

Cria-se a Secretaria Especial do Meio Ambiente SEMA pelo

Decreto nordm 73030 de 30 de outubro de 1973 que entre outras atividades

comeccedilou a fazer Educaccedilatildeo Ambiental e se propocircs a discutir junto agrave opiniatildeo

puacuteblica a questatildeo ambiental fazendo com que as pessoas se preocupassem

mais com o meio ambiente e evitassem atitudes predatoacuterias Vaacuterias medidas

legais foram tomadas posteriormente com o objetivo de preservar e conservar os

recursos ambientais e de controlar as diversas formas de poluiccedilatildeo A SEMA

dedicou-se a defender dois grandes objetivos estar atenta agrave poluiccedilatildeo

principalmente a de caraacuteter industrial mais visiacutevel e proteger a natureza

(wwwibamagovbr)

1974 Seminaacuterio de Educaccedilatildeo Ambiental em Jammi Finlacircndia - Esse

seminaacuterio considerou que a Educaccedilatildeo Ambiental permite alcanccedilar os objetivos

de proteccedilatildeo ambiental e que natildeo se trata de um ramo da ciecircncia ou uma

84

mateacuteria de estudos separada mas de uma accedilatildeo integral permanente

(wwwprgovbrmeioambiente)

1975 Congresso de Belgrado - Estabeleceu as metas e os princiacutepios da

Educaccedilatildeo Ambiental presentes na chamada Carta de Belgrado onde tambeacutem

se propusera que a Educaccedilatildeo Ambiental deveria ser contiacutenua multidisciplinar

integrada agraves diferenccedilas e voltada para os interesses nacionais

(wwwprgovbrmeioambiente)

Programa Internacional de Educaccedilatildeo Ambiental ndash PIEA- Criado

pela UNESCO o Programa Internacional de Educaccedilatildeo Ambiental e ateacute os dias

de hoje tem continuamente atuado na EA internacional e regionalmente O PIEA

manteacutem uma base de dados com informaccedilotildees sobre instituiccedilotildees de EA em todo

o mundo aleacutem de projetos e eventos que envolvem estudantes professores e

administradores (wwwambientespgov)

1976 Reuniatildeo Sub-regional de EA para o ensino secundaacuterio em

Chosica Peru Nesse foacuterum as questotildees ambientais na Ameacuterica Latina foram

relacionadas agraves necessidades de sobrevivecircncia e aos direitos humanos de seus

povos (wwwambientebrasilcombr)

Congresso de Educaccedilatildeo Ambiental Brasarville na Aacutefrica o qual

reconheceu que a pobreza eacute o maior problema ambiental

(wwwambientebrasilcombr)

A SEMA a Fundaccedilatildeo Educacional do Distrito Federal e a

Universidade de Brasiacutelia realizaram o primeiro curso de Extensatildeo para professores

do 1o Grau em Ecologia (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)

1977 A SEMA constitui um grupo de trabalho para elaboraccedilatildeo de um

documento de Educaccedilatildeo Ambiental para definir seu papel no contexto brasileiro

(Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)

85

Seminaacuterios Encontros e debates preparatoacuterios agrave Conferecircncia de

Tbilisi satildeo realizados pela FEEMA-RJ (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)

No Brasil o Conselho Federal de Educaccedilatildeo tornou obrigatoacuteria a

disciplina Ciecircncias Ambientais nos cursos de Engenharia (wwwmecgovbr)

Conferecircncia de Tbilisi realizada em 1977 na Geoacutergia ex-Uniatildeo

Sovieacutetica Foi deste encontro que saiacuteram as definiccedilotildees os objetivos os princiacutepios e

as estrateacutegias para a Educaccedilatildeo Ambiental que ateacute hoje satildeo adotadas

mundialmente Para que se chegasse a recomendaccedilotildees tatildeo duradouras foram

necessaacuterios vaacuterios anos de preparo Os proacuteprios organizadores do evento de Tbilisi

reconheceram que ele foi um prolongamento da Conferecircncia de Estocolmo de

1972 onde a Educaccedilatildeo Ambiental passou a ser considerada como campo de

accedilatildeo pedagoacutegica adquirindo relevacircncia e vigecircncia internacional

(wwwprgovbrmeioambiente)

1978 Nos cursos de Engenharia Sanitaacuteria inserem-se as disciplinas de

Saneamento Baacutesico e Saneamento Ambiental (wwwambientebrasilcombr)

1979 O MEC e a CETESB SP publicam o documento ldquoEcologia uma

Proposta para o Ensino de 1o e 2o Grausrdquo (wwwjornaldomeioambientecombr)

Encontro Regional de Educaccedilatildeo Ambiental para Ameacuterica Latina

em San Joseacute Costa Rica(wwwambientebrasilcombr)

1980 Seminaacuterio Regional Europeu sobre EA para Europa e Ameacuterica do

Norte o qual assinala a importacircncia do intercacircmbio de informaccedilotildees e

experiecircncias (wwwambientebrasilcombr)

Seminaacuterio Regional sobre EA nos Estados Aacuterabes Manama

Bahrein (UNESCO-PNUMA 1980)

1981 Lei Nordm 6938 de 31 de Agosto de 1981 dispotildee sobre a Poliacutetica

Nacional do Meio Ambiente (Brasil 1981)

86

1983 Por decisatildeo da Assembleacuteia Geral da ONU foi criada a Comissatildeo

Mundial de Meio Ambiente e Desenvolvimento ndash CMMAD presidida pela entatildeo

primeira ministra da Noruega Gro Harlem Brundtland Tinha como objetivo

analisar a interface entre a questatildeo ambiental e o desenvolvimento assim como

propor um plano de accedilotildees (wwwambientespgovbr)

1984 Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) apresenta uma

resoluccedilatildeo estabelecendo diretrizes para a Educaccedilatildeo Ambiental que natildeo eacute

tratada (wwwambientebrasilcombr)

1985 Parecer 81985 do MEC reforccedila a necessidade da inclusatildeo de

conteuacutedos ecoloacutegicos ao longo do processo de formaccedilatildeo do ensino de 1ordm e 2ordm

graus integrados a todas as aacutereas do conhecimento de forma sistematizada e

progressiva possibilitando a ldquoformaccedilatildeo da consciecircncia ecoloacutegica do futuro

cidadatildeordquo (wwwmecgovbr)

1986 A SEMA junto com a Universidade Nacional de Brasiacutelia organiza o

primeiro Curso de Especializaccedilatildeo em Educaccedilatildeo Ambiental (1986 a 1988)

(Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)

1987 O MEC aprova o Parecer 22687 do conselheiro Arnaldo Niskier

em relaccedilatildeo agrave necessidade de inclusatildeo da Educaccedilatildeo Ambiental nos curriacuteculos

escolares de 1o e 2o Graus O Plenaacuterio do Conselho Federal de Educaccedilatildeo

aprovou por unanimidade a conclusatildeo da Cacircmara de Ensino a respeito do

parecer 22687 que considerava necessaacuteria a inclusatildeo da Educaccedilatildeo Ambiental

dentre os conteuacutedos a serem explorados nas propostas curriculares das escolas

de 1ordm e 2ordm graus bem como sugeria a criaccedilatildeo de Centros de Educaccedilatildeo

Ambiental (wwwmecgovbr)

Estrateacutegia Internacional de accedilatildeo em mateacuteria de educaccedilatildeo e

formaccedilatildeo ambiental para o dececircnio de 90 - documento final do Congresso

Internacional sobre Educaccedilatildeo e Formaccedilatildeo Relativas ao Meio-ambiente realizado

em 1987 em Moscou Ruacutessia promovido pela UNESCO Ressalta a importacircncia da

87

formaccedilatildeo de recursos humanos nas aacutereas formais e natildeo formais da EA e na

inclusatildeo da dimensatildeo ambiental nos curriacuteculos de todos os niacuteveis

(wwwmecgovbr)

Paulo Nogueira Neto Primeiro secretaacuterio da Secretaria Especial

do Meio Ambiente (1974-1986) representa o Brasil na Comissatildeo Brundtland -

Comissatildeo Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento tambeacutem

conhecida como Comissatildeo Brundtland Essa comissatildeo produziu um relatoacuterio de

grande repercussatildeo internacional tendo sido usado inclusive como base para a

Agenda 21 Esse relatoacuterio da Comissatildeo Brundtland diz que desenvolvimento

sustentaacutevel ldquoeacute aquele que atende agraves necessidades do presente sem

comprometer a possibilidade de as geraccedilotildees futuras atenderem as suas proacuteprias

necessidadesrdquo (wwwibgegovbr)

Divulgaccedilatildeo do Relatoacuterio da Comissatildeo Brundtland Nosso Futuro

Comum A Comissatildeo Brundtland circulou o mundo e encerrou seus trabalhos em

1987 com um relatoacuterio chamado ldquoNosso Futuro Comumrdquo E eacute nesse relatoacuterio que

se encontra a definiccedilatildeo de desenvolvimento sustentaacutevel mais aceita e difundida

em todo o Planeta ldquoDesenvolvimento sustentaacutevel eacute aquele que atende agraves

necessidades do presente sem comprometer a possibilidade das geraccedilotildees futuras

satisfazerem suas proacuteprias necessidadesrdquo Segundo a Comissatildeo o desafio era

trazer as consideraccedilotildees ambientais para o centro das tomadas de decisotildees

econocircmicas e para o centro do planejamento futuro nos diversos niacuteveis local

regional e global (wwwmregovbr)

Congresso Internacional da UNESCO ndash PNUMA sobre Educaccedilatildeo

e Formaccedilatildeo Ambiental - Moscou Realizou a avaliaccedilatildeo dos avanccedilos desde Tbilisi

reafirmou os princiacutepios de Educaccedilatildeo Ambiental e assinalou a importacircncia e

necessidade da pesquisa e da formaccedilatildeo em Educaccedilatildeo Ambiental

(wwwambientebrasilcombr)

88

1988 Declaraccedilatildeo de Caracas ORPAL - PNUMA Sobre Gestatildeo

Ambiental na Ameacuterica a qual denuncia a necessidade de mudar o modelo de

desenvolvimento (wwwprgovbr)

A Constituiccedilatildeo Brasileira de 1988 em Art 225 no Capiacutetulo VI - Do

Meio Ambiente Inciso VI destacou a necessidade de lsquorsquopromover a Educaccedilatildeo

Ambiental em todos os niacuteveis de ensino e a conscientizaccedilatildeo puacuteblica para a

preservaccedilatildeo do meio ambientersquorsquo Para cumprimento dos preceitos

constitucionais leis federais decretos constituiccedilotildees estaduais e leis municipais

determinaram a obrigatoriedade da Educaccedilatildeo Ambiental(Brasil 1988)

Fundaccedilatildeo Getuacutelio Vargas traduz e publica o Relatoacuterio

Brundtland Nosso Futuro Comum (wwwprgovbr)

A Secretaria de Estado do Meio Ambiente de SP e a CETESB

publicam a ediccedilatildeo piloto do livro ldquoEducaccedilatildeo Ambientalrdquo Guia para professores

de 1o e 2o Graus (wwwnossoambienteonlinehpgigcombr)

1989 Criaccedilatildeo do IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente) pela

fusatildeo da SEMA SUDEPE SUDEHVEA e IBDF - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e

dos Recursos Naturais Renovaacuteveis uma autarquia federal foi criado pela Lei

773589 vinculado ao Ministeacuterio do Meio Ambiente ndash MMA sendo responsaacutevel

principalmente pela execuccedilatildeo da Poliacutetica Nacional do Meio Ambiente e

desenvolve atividades para a preservaccedilatildeo e conservaccedilatildeo do patrimocircnio natural

exercendo o controle e a fiscalizaccedilatildeo sobre o uso dos recursos naturais Nele

funciona a Divisatildeo de Educaccedilatildeo Ambiental com a missatildeo de promover a

conscientizaccedilatildeo de todos para a utilizaccedilatildeo racional dos recursos naturais

incentivando o desenvolvimento sustentaacutevel visando agrave preservaccedilatildeo do meio

ambiente para as geraccedilotildees futuras (wwwgeocitiesyahoocombribamapr)

Programa de Educaccedilatildeo Ambiental em Universidade Aberta da

Fundaccedilatildeo Demoacutecrito Rocha por meio de encartes nos jornais de Recife e

Fortaleza (wwwprgovbr)

89

Primeiro Encontro Nacional sobre Educaccedilatildeo Ambiental no Ensino

Formal IBAMA UFRPE Recife (wwwprgovbr)

Criou-se o Fundo Nacional de Meio Ambiente (FNMA) no

Ministeacuterio do Meio Ambiente MMA Criado pela Lei 7797 de 10 de julho de 1989

O FNMA tem por missatildeo contribuir como agente financiador e por meio da

participaccedilatildeo social para a implementaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional do Meio

Ambiente (PNMA) Desde sua criaccedilatildeo o FNMA apoacuteia projetos ambientais em todo

o paiacutes tendo investido mais de cem milhotildees de reais distribuiacutedos entre mais de mil

projetos aprovados (wwwmmagovbr)

Primeiro Seminaacuterio sobre materiais para a Educaccedilatildeo Ambiental

ORLEAC - UNESCO - PIEA Santiago Chile (wwwprgovbr)

Declaraccedilatildeo de HAIA preparatoacuterio da RIO 92 aponta a

importacircncia da cooperaccedilatildeo internacional nas questotildees

ambientais(wwwambientebrasilcombr)

1990 Conferecircncia Mundial sobre Ensino para Todos Satisfaccedilatildeo das

necessidades baacutesicas de aprendizagem em Jomtien Tailacircndia Destaca o

conceito de Analfabetismo Ambiental O analfabetismo ambiental levou a

espeacutecie humana a produzir essas pressotildees insuportaacuteveis sobre os sistemas naturais

Estamos vivendo de retiradas contiacutenuas de uma poupanccedila na qual natildeo fazemos

nenhum depoacutesito ldquoO analfabetismo ambiental eacute o mais difiacutecil de ser erradicado

pois atinge ateacute pessoas com vaacuterios anos de escolaridade que continuam

ateando fogo nas folhas secas em seus quintais natildeo reciclando o lixo e natildeo

poupando aacutegua nem energia eleacutetricardquo Gonccedilalves 1990 (wwwigcuspbr)

A ONU declara o ano 1990 como o Ano Internacional do Meio

Ambiente (wwwambientebrasilcombr)

I Curso Latino-Americano de Especializaccedilatildeo em Educaccedilatildeo

Ambiental PNUMAIBAMACNPqCAPESUFMTCUIABAacute-MT (1990 a 1994)

(wwwambientebrasilcombr)

90

1991 Portaria 678 (140591) do MEC determinou que a educaccedilatildeo

escolar deveria contemplar a Educaccedilatildeo Ambiental permeando todo o curriacuteculo

dos diferentes niacuteveis e modalidades de ensino Foi enfatizada a necessidade de

investir na capacitaccedilatildeo de professores (wwwmecgovbr)

Projeto de Informaccedilotildees sobre Educaccedilatildeo Ambiental IBAMA MEC

(wwwambientebrasilcombr)

Encontro Nacional de Poliacuteticas e Metodologias para Educaccedilatildeo

Ambiental promovido pela Presidecircncia da Repuacuteblica atraveacutes do MEC e SEMA

com apoio da UNESCOEmbaixada do Canadaacute em Brasiacutelia com a finalidade de

discutir diretrizes para definiccedilatildeo da Poliacutetica da EA (wwwmecgovbr)

Grupo de Trabalho para Educaccedilatildeo Ambiental coordenado pelo

MEC preparatoacuterio para a Conferecircncia do Rio 92 (wwwmecgovbr)

Reuniotildees preparatoacuterias da Rio 92(wwwambientebrasilcombr)

1992 Conferecircncia da ONU sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento

RIOndash92 UNCED Rio92 - Criaccedilatildeo da Agenda 21 Tratado de Educaccedilatildeo Ambiental

para Sociedades Sustentaacuteveis FORUN das ONGrsquos - compromissos da sociedade

civil com a Educaccedilatildeo Ambiental e o Meio Ambiente Carta Brasileira de

Educaccedilatildeo Ambiental o qual apontou as necessidades de capacitaccedilatildeo na aacuterea

(MEC 1992)

1ordm Encontro Nacional de Centros de Educaccedilatildeo Ambiental (CEAS)

ndash onde os coordenadores dos centros jaacute existentes e os teacutecnicos das Secretarias

de Educaccedilatildeo debateram propostas pedagoacutegicas e recursos institucionais e

apresentaram projetos e experiecircncias exitosas em educaccedilatildeo ambiental Em

decorrecircncia o Mec passou a incentivar a implantaccedilatildeo de centros de educaccedilatildeo

ambiental como espaccedilos de referencia visando a formaccedilatildeo integral do cidadatildeo

para interagir em diversos niacuteveis e modalidades de ensino e introduzir praacuteticas de

educaccedilatildeo ambiental junto agraves comunidades (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)

91

Foi criado o Ministeacuterio do Meio Ambiente (Ministeacuterio do Meio

Ambiente 2005)

Participaccedilatildeo das ONGrsquos do Brasil no Foacuterum de ONGrsquos e na

redaccedilatildeo do Tratado de Educaccedilatildeo Ambiental para Sociedades Sustentaacuteveis

Destaca-se o papel da Educaccedilatildeo Ambiental na construccedilatildeo da Cidadania

Ambiental (wwwambientebrasilcombr)

O MEC promove no Rio de Janeiro o Workshop sobre Educaccedilatildeo

Ambiental com o objetivo de socializar os resultados das experiecircncias nacionais e

internacionais de EA discutir metodologias e curriacuteculos destacando a

necessidade de capacitaccedilatildeo de recursos humanos para EA cujo resultado

encontra-se na Carta Brasileira de Educaccedilatildeo Ambiental (wwwmecgovbr)

1993 Uma Proposta Interdisciplinar de Educaccedilatildeo Ambiental para

Amazocircnia IBAMA Universidades e SEDUCrsquos da regiatildeo publicaccedilatildeo de um

Documento Metodoloacutegico e um de caraacuteter temaacutetico com 10 temas ambientais

da regiatildeo (1992 a 1994) (wwwambientebrasilcombr)

Projeto de Lei n 379293 de autoria do Deputado Faacutebio

Feldmann ora em tramitaccedilatildeo no congresso Nacional institui a Poliacutetica de

Educaccedilatildeo Ambiental Este projeto de Lei tem como objetivo interligar os sistemas

nacionais de meio ambiente e de educaccedilatildeo em um sistema uacutenico (Ministeacuterio do

Meio Ambiente2004) (wwwbio2000hpgigcombr)

Portaria 77393 do MEC instituiu em caraacuteter permanente um

Grupo de Trabalho para EA com o objetivo de coordenar apoiar acompanhar

avaliar e orientar as accedilotildees metas e estrateacutegias para a implementaccedilatildeo da EA nos

sistemas de ensino em todos os niacuteveis e modalidades concretizando as

recomendaccedilotildees aprovadas na RIO -92(wwwmecgovbr)

Criaccedilatildeo dos Centros de Educaccedilatildeo Ambiental do MEC com a

finalidade de criar e difundir metodologias em Educaccedilatildeo Ambiental

(wwwambientebrasilcombr)

92

Congresso Sul-americano como continuidade da Rio92 ndash

Argentina (wwwambientebrasilcombr)

1994 Criaccedilatildeo do programa Nacional de Educaccedilatildeo Ambiental

(PRONEA) em dezembro de 1994 pela Presidecircncia da Repuacuteblica em funccedilatildeo da

Constituiccedilatildeo Federal de 1988 e dos compromissos internacionais assumidos com a

Conferencia do Rio compartilhado pelo entatildeo Ministeacuterio do Meio Ambiente dos

Recursos Hiacutedricos e da Amazocircnia Legal e pelo Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e do

Desporto com as parcerias do Ministeacuterio da Cultura e do Ministro da Ciecircncia e

Tecnologia (Ministeacuterio do Meio ambiente 2004)

Proposta do Programa Nacional de Educaccedilatildeo Ambiental -

PRONEA elaborada pelo MECMMAMINCMCT com o objetivo de ldquocapacitar o

sistema de educaccedilatildeo formal e natildeo-formal supletivo e profissionalizante em seus

diversos niacuteveis e modalidadesrdquo (wwwmecgovbr)

1995 Foi criada a Cacircmara Teacutecnica temporaacuteria de Educaccedilatildeo Ambiental

no Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA) determinante para o

fortalecimento da Educaccedilatildeo Ambiental Realizou sua primeira reuniatildeo em junho

de 1996 quando se discutiu o documento intitulado ldquoSubsiacutedios para a formulaccedilatildeo

de uma Poliacutetica Nacional de Educaccedilatildeo Ambientalrdquo elaborada pelo MMAIBAMA

e pelo MEC Os princiacutepios orientadores para esse documento eram a

participaccedilatildeo a descentralizaccedilatildeo o reconhecimento da pluralidade e

diversidade cultural e a interdisciplinaridade (ProNEA-2004) (wwwmecgovbr)

Conferecircncia para o Desenvolvimento Social realizada em

Copenhague Sueacutecia que visaria a Criaccedilatildeo de um ambiente econocircmico-poliacutetico-

social-cultural e juriacutedico que permita o desenvolvimento social

(wwwambientebrasilcombr)

1996 Lei nordm 927696 que estabelece o Plano Plurianual do Governo

19961999 define como principais objetivos da aacuterea de Meio Ambiente a

ldquopromoccedilatildeo da Educaccedilatildeo Ambiental atraveacutes da divulgaccedilatildeo e do uso de

93

conhecimentos sobre tecnologias de gestatildeo sustentaacutevel dos recursos naturaisrdquo

procurando garantir a implementaccedilatildeo do PRONEA (wwwmecgovbr)

Cursos de Capacitaccedilatildeo em Educaccedilatildeo Ambiental para os

teacutecnicos das SEDUCrsquos e DEMECrsquos nos Estados - Coordenaccedilatildeo de Educaccedilatildeo

Ambiental promove trecircs cursos de Capacitaccedilatildeo de Multiplicadores em Educaccedilatildeo

Ambiental - Apoio do acordo BRASILUNESCO a fim de preparar teacutecnicos das

Secretarias Estaduais de Educaccedilatildeo Delegacias Regionais de Educaccedilatildeo do MEC

e algumas Universidades Federais para atuarem no processo de inserccedilatildeo da

Educaccedilatildeo Ambiental nos Paracircmetros Curriculares (wwwmecgovbr)

Criaccedilatildeo da Comissatildeo Interministerial de EA do MMA - Essa

Comissatildeo tem como objetivo assessorar o Presidente da Repuacuteblica na tomada de

decisotildees sobre as estrateacutegias e poliacuteticas nacionais necessaacuterias ao

desenvolvimento sustentaacutevel conforme as diretrizes estabelecidas pela Agenda

21 (wwwmmagovbr)

1997 Aprovaccedilatildeo dos Novos PCNrsquos ndash Os PCNrsquos constituem-se como um

subsiacutedio para apoiar a escola na elaboraccedilatildeo de seu projeto educativo inserindo

procedimentos atitudes e valores no conviacutevio escolar bem como a necessidade

de tratar de alguns temas sociais urgentes de abrangecircncia nacional

denominado como temas transversais meio ambiente eacutetica pluralidade cultural

orientaccedilatildeo sexual trabalho e consumo (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)

I Conferecircncia Nacional de Educaccedilatildeo Ambiental (ICNEA)

realizada em Brasiacutelia quando foi produzido o documento ldquoCarta de Brasiacutelia para

a Educaccedilatildeo Ambientalrdquo contendo cinco aacutereas temaacuteticas Educaccedilatildeo Ambiental

e as vertentes do desenvolvimento sustentaacutevel Educaccedilatildeo Ambiental formal

papel desafios metodologias e capacitaccedilatildeo Educaccedilatildeo no processo de gestatildeo

ambiental metodologia e capacitaccedilatildeo Educaccedilatildeo Ambiental e as poliacuteticas

puacuteblicas PRONEA poliacuteticas de recursos hiacutedricos urbanas agricultura ciecircncia e

tecnologia Educaccedilatildeo Ambiental eacutetica formaccedilatildeo da cidadania educaccedilatildeo

comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo da sociedade (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)

94

Cursos de Educaccedilatildeo Ambiental organizados pelo MECndash Atraveacutes

da Coordenaccedilatildeo de Educaccedilatildeo Ambiental para as escolas Teacutecnicas e segunda

etapa de capacitaccedilatildeo das SEDUCrsquos e DEMECrsquos Convecircnio UNESCO ndash MEC

(wwwambientebrasilcombr)

IV Foacuterum de Educaccedilatildeo Ambiental e I Encontro da Rede de

Educadores Ambientais em VitoacuteriaES (wwwambientebrasilcombr)

Conferecircncia Internacional sobre Meio Ambiente e Sociedade

Conferecircncia Internacional sobre Meio Ambiente e Sociedade Educaccedilatildeo e

Consciecircncia Puacuteblica para a Sustentabilidade ndash Thessaloniki Greacutecia 1997 Onde

houve o reconhecimento que passados cinco anos da Conferecircncia Rio-92 o

desenvolvimento da EA foi insuficiente (wwwmecgovbr)

A Coordenaccedilatildeo de Educaccedilatildeo Ambiental do MEC promove sete

Cursos de Capacitaccedilatildeo de Multiplicadores e cinco Teleconferecircncias

(wwwmecgovbr)

1998 A Coordenaccedilatildeo de Educaccedilatildeo Ambiental do MEC promove 8

Cursos de Capacitaccedilatildeo de Multiplicadores 5 teleconferecircncias 2 Seminaacuterios

Nacionais e produz 10 viacutedeos para serem exibidos pela TV Escola

(wwwmecgovbr)

Ao final deste ano a Coordenaccedilatildeo de Educaccedilatildeo Ambiental eacute

inserida na Secretaria de Ensino Fundamental ndash SEF do MEC apoacutes reforma

administrativa (wwwportalmecgovbr)

1999 Criaccedilatildeo da Diretoria de Educaccedilatildeo Ambiental (DEA) do MMA ndash

Que passou a desenvolver as seguintes atividades Implantaccedilatildeo do Sistema

Brasileiro de Informaccedilatildeo em Educaccedilatildeo Ambiental (SIBEA) objetivando atuar

como um sistema integrador das informaccedilotildees de educaccedilatildeo ambiental no paiacutes

Implantaccedilatildeo de Poacutelos de Educaccedilatildeo Ambiental e Difusatildeo de Praacuteticas Sustentaacuteveis

nos Estados objetivando irradiar as accedilotildees de Educaccedilatildeo Ambiental fomento aacute

formaccedilatildeo de Comissotildees Interinstitucionais de Educaccedilatildeo Ambiental nos estados e

95

auxilio na elaboraccedilatildeo de programas estaduais de Educaccedilatildeo Ambiental

implantaccedilatildeo de curso de Educaccedilatildeo Ambiental a distancia objetivando

capacitar gestores professores e teacutecnicos de meio ambiente de todos os

municiacutepios do paiacutes implantaccedilatildeo do projeto Protetores da Vida objetivando

sensibilizar e mobilizar jovens para as questotildees ambientais (Ministeacuterio do Meio

Ambiente 2004)

Aprovaccedilatildeo da LEI 959799 que estabelece a Poliacutetica Nacional

de EA - promulgada a Lei nordm 9795 de 27 de abril de 1999 que institui a Poliacutetica

Nacional de Educaccedilatildeo Ambiental a que deveraacute ser regulamentada apoacutes as

discussotildees na Cacircmara Teacutecnica Temporaacuteria de Educaccedilatildeo Ambiental no CONAMA

(wwwmecgovbr)

A Portaria 164899 do MEC criou o Grupo de Trabalho com

representantes de todas as suas Secretarias para discutir a regulamentaccedilatildeo da

Lei nordm 979599 (wwwmecgovbr)

O MEC propotildee o Programa PCNrsquos em Accedilatildeo atendendo agraves

solicitaccedilotildees dos Estados tendo o Meio Ambiente como uns dos temas

transversais que seraacute trabalhado no ano 2000 (wwwmecgovbr)

Programa Nacional de Educaccedilatildeo Ambiental ndash implantaccedilatildeo do

Programa Nacional de Educaccedilatildeo Ambiental - ProNEA(wwwmecgovbr)

A Coordenaccedilatildeo de EA (COEA) do MEC passa a formar parte da

Secretaacuteria de Ensino Fundamental (wwwambientebrasilcombr)

2000 A Educaccedilatildeo Ambiental integra o Plano Plurianual do Governo

(2000-2003) e agora institucionalmente vinculado ao Ministeacuterio do Meio

Ambiente contemplando sete accedilotildees realizadas pelo MMA IBAMA Banco do

Brasil e Jardim Botacircnico do Rio de Janeiro (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)

2001 Em reconhecimento a importacircncia da articulaccedilatildeo dos

educadores ambientais e as suas instituiccedilotildees em modelos de articulaccedilatildeo

96

horizontal o MMA iniciou uma accedilatildeo de fomento a estruturaccedilatildeo e do

fortalecimento da Rede Brasileira de Educaccedilatildeo Ambiental (REBEA) e da Rede

Paulista de Educaccedilatildeo Ambiental (REPEA) e forneceu apoio a estruturaccedilatildeo da

REASUL da Rede Aguapeacute e da Rede Acreana de Educaccedilatildeo Ambiental

(Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)

2002 No mecircs de junho a lei nordm 979599 foi regulamentada pelo Decreto

nordm4 281 que definem entre outras coisas a composiccedilatildeo e as competecircncias do

Oacutergatildeo Gestor da PNEA lanccedilando assim as bases para a execuccedilatildeo da PNEA

(Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)

2003 Eacute instaurada no MMA a Comissatildeo intersetorial de Educaccedilatildeo

Ambiental (CISEA) com representaccedilatildeo de todas as secretarias e todos os oacutergatildeos

vinculados ao MMA criando uma instancia para um processo coordenado de

consultas e deliberaccedilotildees internamente a esse Ministeacuterio e contribuindo para a

transversalidade interna e a sinergia das accedilotildees em educaccedilatildeo ambiental

desenvolvidas pelas suas secretarias e pelos seus oacutergatildeos vinculados (Ministeacuterio do

Meio Ambiente 2004)

O Ministeacuterio da Educaccedilatildeo estabelece como prioridades viabilizar

as accedilotildees e diretrizes da PNEA e reestruturar a Coordenaccedilatildeo Geral de Educaccedilatildeo

Ambiental (COEA) que passa da Secretaria de Educaccedilatildeo Fundamental

diretamente agrave Secretaria Executiva atuando de forma integrada a todas as

secretarias conferindo maior visibilidade agrave Educaccedilatildeo Ambiental e oportunizando

sua transversalidade assim como seu enraizamento no MEC e na estrutura de

Governo (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)

2004 O MMA e o MEC promoveram em 21 de julho a reuniatildeo de

instalaccedilatildeo do oacutergatildeo gestor da PNEA um passo decisivo para a execuccedilatildeo das

accedilotildees em educaccedilatildeo ambiental no Governo Federal tendo como primeira tarefa

a assinatura de um Termo de Cooperaccedilatildeo Teacutecnica para a realizaccedilatildeo conjunta

da Conferencia Infanto-Juvenil pelo Meio Ambiente (Ministeacuterio do Meio

Ambiente 2004)

97

Em 17 de novembro foi instaurado o Comitecirc Assessor do Oacutergatildeo

Gestor sendo realizada sua primeira reuniatildeo na qual foram criados seis grupos de

trabalho (GTs) dois temporaacuterios ndash GT Documento do ProNEA e GT Regimento

Interno e quatro permanentes ndash GT Gestatildeo do Sistema Brasileiro de Informaccedilotildees

sobre Educaccedilatildeo Ambiental(SIBEA) GT Criteacuterios e Indicadores para Projetos e

Accedilotildees de Educaccedilatildeo Ambiental GT Instrumentos Institucionais e Legais para a

Promoccedilatildeo da Educaccedilatildeo Ambiental e GT Relaccedilotildees Internacionais (Ministeacuterio do

Meio Ambiente 2004)

Foi realizado em Goiacircnia o primeiro encontro governamental

nacional sobre poliacuteticas publicas de educaccedilatildeo ambiental reunindo secretaacuterios e

gestores puacuteblicos das trecircs esferas de governo da aacuterea ambiental O evento visou

a elaborar um diagnoacutestico dos principais desafios ao enraizamento da educaccedilatildeo

ambiental e a aproximaccedilatildeo entre as secretarias de educaccedilatildeo e do meio

ambiente Neste encontro foi reconhecida a necessidade da articulaccedilatildeo e do

fortalecimento muacutetuo das Comissotildees Interinstitucionais Estaduais e das Redes de

Educaccedilatildeo Ambiental Foi elaborado o documento ldquoCompromisso de Goiacircniardquo

que consiste no estabelecimento de um importante e pioneiro pacto entre as

esferas de governo para a criaccedilatildeo de Poliacuteticas e Programas estaduais e

municipais de Educaccedilatildeo Ambiental sincronizados com o ProNEA (Ministeacuterio do

Meio Ambiente 2004)

Nesse ano foi realizada a deacutecima-nona ediccedilatildeo do curso de

Introduccedilatildeo agrave Educaccedilatildeo no Processo de Gestatildeo Ambiental do IBAMA

alcanccedilando quase 700 profissionais formados para atuar com a educaccedilatildeo na

gestatildeo ambiental (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2005)

Ocorreu nova reestruturaccedilatildeo do MEC com a transferecircncia da

Coordenaccedilatildeo Geral de Educaccedilatildeo Ambiental (CGEA) para a entatildeo receacutem-criada

Secretaria de Educaccedilatildeo Continuada Alfabetizaccedilatildeo e Diversidade (Ministeacuterio do

Meio Ambiente 2005)

98

Teve iniacutecio um novo Plano Plurianual o PPA 2004-2007 Em

funccedilatildeo das novas diretrizes e sintonizado com o ProNEA o Programa 0052 eacute

reformulado passa a ser intitulado Educaccedilatildeo Ambiental para Sociedades

Sustentaacuteveis e inicia o ano composto por accedilotildees de responsabilidade da Diretoria

de Educaccedilatildeo Ambiental Fundo Nacional do Meio AmbienteAgecircncia Nacional

de Aacuteguas Coordenaccedilatildeo Geral de Educaccedilatildeo Ambiental do Instituto Brasileiro de

Meio Ambiente e Recursos Naturais Renovaacuteveis Jardim Botacircnico do Rio de

Janeiro e a Secretaria da Comissatildeo Interministerial para os Recursos do Mar

(SECIRM) (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2004)

Em novembro de 2004 foi realizado o V Foacuterum Brasileiro de

Educaccedilatildeo Ambiental construiacutedo de forma coletiva a partir da Rede Brasileira de

Educaccedilatildeo Ambiental e que proporcionou espaccedilos para diaacutelogo e trocas entre

os educadores ambientais Realizada durante todo o evento a atividade

denominada ldquoConversando com as Redesrdquo proporcionou aos participantes a

oportunidade de estar em contato com as pessoas que formam as redes de

Educaccedilatildeo Ambiental de todo o Brasil As conexotildees foram reforccediladas e renovadas

no evento que viu nascer a Rede Nordestina de Educaccedilatildeo Ambiental e a Rede

de Edu -comunicaccedilatildeo Socioambiental (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2005)

Ainda em novembro de 2004 o MMA participou na Venezuela

da reuniatildeo de trabalho de especialistas em gestatildeo puacuteblica da educaccedilatildeo

ambiental da Ameacuterica Latina e Caribe para elaboraccedilatildeo do plano de

implementaccedilatildeo do Programa Latino-americano e Caribenho de Educaccedilatildeo

Ambiental (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2005)

Nesse ano de 2004 foi feita a revisatildeo do Plano Plurianual e do

Programa 0052 e seu conjunto de accedilotildees foi alterado iniciando o exerciacutecio de

2005 com a seguinte composiccedilatildeo

bull 6270 ndash Educaccedilatildeo ambiental para recursos hiacutedricos (ANA)

bull 2972 ndash Educaccedilatildeo para conservaccedilatildeo da biodiversidade (Jardim Botacircnico

do Rio de Janeiro)

99

bull 2965 ndash Fomento a projetos integrados de educaccedilatildeo ambiental (FNMA)

bull 4932 ndash Formaccedilatildeo de educadores ambientais (DEAIBAMA)

bull 09HO ndash Apoio agrave gestatildeo compartilhada da educaccedilatildeo ambiental (DEA)

bull1997 ndash Implantaccedilatildeo do Sistema Brasileiro de Informaccedilotildees sobre Educaccedilatildeo

Ambiental (DEA)

bull 6857 ndash Produccedilatildeo e veiculaccedilatildeo de programas de educaccedilatildeo ambiental

(DEA)

bull 4641 ndash Publicidade de utilidade puacuteblica (DEA)

bull 4232 ndash Capacitaccedilatildeo de recursos humanos para a prevenccedilatildeo e o

controle ambiental nas aacutereas mariacutetimas e portuaacuterias (SECIRM) (Ministeacuterio do Meio

Ambiente 2004)

Nessa revisatildeo a CGEAMEC inclui no Programa 1061 - Brasil Escolarizado

sob responsabilidade desse Ministeacuterio duas accedilotildees relativas especificamente agrave

educaccedilatildeo ambiental

bull 09EA ndash Apoio agrave distribuiccedilatildeo de material didaacutetico para formaccedilatildeo

continuada em educaccedilatildeo ambiental

bull 09ED ndash Apoio agrave formaccedilatildeo continuada em educaccedilatildeo ambiental para

profissionais da educaccedilatildeo (Ministeacuterio do Meio Ambiente 2005)

53 Algumas Consideraccedilotildees sobre a Evoluccedilatildeo da Educaccedilatildeo Ambiental

A Educaccedilatildeo Ambiental eacute direito de todos De modo formal como

componente permanente da educaccedilatildeo em todos os niacuteveis e modalidades De

modo natildeo formal atraveacutes de praacuteticas educativas voltadas para a mobilizaccedilatildeo e

participaccedilatildeo da sociedade e suas organizaccedilotildees na defesa da qualidade do

meio ambiente (ALERJ 1999)

A Educaccedilatildeo Ambiental jaacute percorreu um longo caminho superou alguns

obstaacuteculos alguns conflitos ganhou algumas batalhas porem ainda falta muito

para vencer a guerra contra os avanccedilos tecnoloacutegicos sem responsabilidade com

o meio ambiente porque o desenvolvimento eacute necessaacuterio poreacutem natildeo pode estar

100

combinado com um poder impiedoso e irracional do homem que destroacutei a terra

que pisa e tira o sustento polui o ar que respira suja a aacutegua que garante a sua

sobrevivecircncia e das geraccedilotildees futuras

Ao longo desses anos a Educaccedilatildeo Ambiental caminhou em direccedilatildeo ao

reconhecimento da sua importacircncia pois se natildeo houver um investimento em

accedilotildees que despertem a consciecircncia da humanidade para com o Meio

Ambiente natildeo teraacute nenhum sucesso os investimentos para o futuro A educaccedilatildeo

eacute o meio mais importante para o desenvolvimento do homem e a Educaccedilatildeo

Ambiental deve estar presente em todos os niacuteveis educacionais pois atraveacutes dela

passa a existir a consciecircncia pessoal de que o homem natildeo eacute o uacutenico no mundo

e sim faz parte dele segundo Boff 1992 ldquoMesmo sendo o homem a expressatildeo

autoconsciente do mundo natildeo eacute a principal nem a uacutenicardquo Devido a isto o

homem deve ter a consciecircncia de que existe uma interdependecircncia entre os

seres e a natureza em todo o planeta A partir da conscientizaccedilatildeo o homem

passa a perceber e revisar seus conceitos em relaccedilatildeo a viver bem pois a

seduccedilatildeo e adoraccedilatildeo aos estilos e modismos que fazem das pessoas aacutevidos

consumidores e como consequumlecircncia temos a geraccedilatildeo de montanhas de lixo

resiacuteduos inclusive radioativos aleacutem da extraccedilatildeo desordenada dos recursos

naturais natildeo renovaacuteveis

Eacute evidente que nas questotildees ambientais existem os conflitos que vatildeo de

encontro com os propoacutesitos poliacuteticos e os projetos educativos realmente

comprometidos com o resgate do equiliacutebrio entre a necessidade social e a

ambiccedilatildeo pessoal No primeiro caso trata-se de pessoas que na maioria das

vezes por falta de informaccedilatildeo destroem a natureza como derrubada de aacutervores

morte de animais pesca predatoacuteria etc em favor de seu sustento e de suas

famiacutelias natildeo percebendo que com esta destruiccedilatildeo estatildeo limitando o tempo do

seu sustento pois sem controle haacute o esgotamento No segundo caso a

exploraccedilatildeo e a destruiccedilatildeo da natureza natildeo por falta de informaccedilatildeo e sim por

ambiccedilatildeo ao dinheiro e por consequumlecircncia pelo poder natildeo importando o mal

que esta sendo feito Em relaccedilatildeo a isto se pode ressaltar que a pobreza tanto

nacional quanto global eacute uma das principais causas da destruiccedilatildeo pois quando

101

se tem fome a preocupaccedilatildeo com a natureza natildeo tem valor por isto quando se

fala em meio ambiente eacute tudo que estaacute a nossa volta inclusive agrave sociedade

Nessa perspectiva a educaccedilatildeo ambiental precisa ultrapassar os limites da

escola formal isto eacute deve transcender o espaccedilo escolar e ser concebida como

um processo contiacutenuo de formaccedilatildeo para a cidadania atingindo o ser humano

seja ele quem for ou onde estiver para que seja possiacutevel atingir em essecircncia a

mudanccedila de paradigmas que existem nas relaccedilotildees entre homem sociedade e

natureza Para isto se faz necessaacuterio o preenchimento de todos os espaccedilos seja

da miacutedia da famiacutelia do lazer da cultura da ciecircncia do trabalho e

principalmente da educaccedilatildeo Se forem aproveitadas todas as oportunidades

para se praticar a Educaccedilatildeo Ambiental estes conceitos passariam a fazer parte

da consciecircncia individual e coletiva do ser humano provocando alteraccedilatildeo no

sistema social e psicoloacutegico promovendo uma nova eacutetica planetaacuteria

comprometida com a erradicaccedilatildeo da pobreza da fome da poluiccedilatildeo da

opressatildeo humana da degradaccedilatildeo ambiental para que todos os recursos da

natureza possam ser utilizados com equiliacutebrio e respeito agrave fragilidade da terra e

de forma a beneficiar toda a humanidade (wwwsenacbr)

O Estado do Rio de Janeiro dispotildee da Lei 332599 que determina a

Educaccedilatildeo Ambiental obrigatoacuteria em todos os periacuteodos e nas vaacuterias disciplinas do

primeiro e segundo graus natildeo podendo ter uma uacutenica cadeira com conceitos

ecoloacutegicos e as demais ignorarem completamente os ecossistemas e as relaccedilotildees

entre transportes induacutestria agricultura urbanizaccedilatildeo sauacutede e o meio ambiente A

Educaccedilatildeo Ambiental por ser responsabilidade de todos deve ser tratada como

tema transversal isto eacute uma preocupaccedilatildeo de toda a escola e de toda a

comunidade onde a escola estaacute inserida Os professores das vaacuterias disciplinas e a

direccedilatildeo da escola estaratildeo empenhados na construccedilatildeo de projetos pedagoacutegicos

que inclua a problemaacutetica ambiental

A seguir as metodologias utilizadas na realizaccedilatildeo deste trabalho

102

Capiacutetulo 6 Metodologias

O objetivo deste capiacutetulo eacute descrever as metodologias aplicadas na busca

dos objetivos especiacuteficos para atingir as metas apontadas neste estudo

O estudo apresentado nessa dissertaccedilatildeo teve como base agrave elaboraccedilatildeo

de um meacutetodo capaz de garantir a confiabilidade e reprodutibilidade da

pesquisa No decorrer deste capitulo seratildeo abordados temas como

planejamento de pesquisa meacutetodo estatiacutestico pesquisa de campo fontes de

informaccedilatildeo e os problemas encontrados

Eacute relevante citar que o processo de pesquisa cientifica eacute uma atividade

dinacircmica e passiacutevel de mutaccedilotildees A metodologia empregada nesta pesquisa

possibilitou a agregaccedilatildeo de informaccedilotildees no decorrer do trabalho norteadas

sempre pelos objetivos do estudo

A figura 61 mostra esquematicamente a estrateacutegia utilizada na pesquisa

cujas etapas estatildeo melhor detalhadas nos itens subsequumlentes

103

Figura 61 - Esquematizaccedilatildeo do Projeto

Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria a partir dos dados deste capiacutetulo

104

61 Diagnose do Estado da Arte da Educaccedilatildeo Ambiental no Ensino Meacutedio da Rede Estadual de Ensino no Municiacutepio do Rio de Janeiro 611 Objetivos

Umas das finalidades da pesquisa proposta no presente trabalho consistiu

em analisar o estado da arte do ponto de vista da Educaccedilatildeo Ambiental do

Ensino Meacutedio na Rede Estadual de Ensino localizada no Municiacutepio do Rio de

Janeiro A partir desta anaacutelise pretende-se traccedilar um perfil das escolas e indicar

caminhos estrateacutegicos em termos de sugestotildees no sentido de melhorar as

informaccedilotildees fornecidas aos alunos dentro da sua formaccedilatildeo acadecircmica partindo

de uma boa formaccedilatildeo docente

A seguir seratildeo detalhados os procedimentos utilizados durante a

elaboraccedilatildeo da pesquisa

612 Metodologia de Pesquisa

O meacutetodo de pesquisa adotado foi uma combinaccedilatildeo de anaacutelise

exploratoacuteria e anaacutelise quantitativa envolvendo as Escolas do Ensino Meacutedio da

Rede Estadual de Ensino localizadas no Municiacutepio do Rio de Janeiro O meacutetodo

foi baseado nas seguintes definiccedilotildees

Uma anaacutelise exploratoacuteria eacute uma pesquisa empiacuterica que utilizando diversas

fontes de informaccedilatildeo investiga um fenocircmeno contemporacircneo no seu contexto

real quando as fronteiras entre o fenocircmeno e contexto natildeo se encontram

nitidamente definidas (Yin 1984)

A anaacutelise quantitativa muitas vezes pode natildeo englobar as variaacuteveis

necessaacuterias agrave compreensatildeo de determinados eventos A concorrecircncia desses

eventos pode abranger uma complexidade tal que os paracircmetros de anaacutelise

tornam-se multidimensionais e difiacuteceis de serem observados de forma quantitativa

105

Contudo isto natildeo significa que as fronteiras entre as duas estrateacutegias de

pesquisa adotadas devam ser claramente delimitadas pois sempre existiratildeo

pontos em comum entre elas Cabe ressaltar poreacutem que cada estrateacutegia possui

caracteriacutesticas proacuteprias (Castro 1978)

O meacutetodo Survey a seguir definido foi o mais adequado para o

desenvolvimento da pesquisa

ldquoA pesquisa survey pode ser descrita como obtenccedilatildeo de dados ou

informaccedilotildees sobre caracteriacutesticas accedilotildees ou opiniotildees de determinado grupo

de pessoas indicado como representante de uma populaccedilatildeo alvo por meio

de um instrumento de pesquisa normalmente um questionaacuteriordquo(Tanur apud

Pinsonneautlt amp Kraemer 1993)

A metodologia estaacute coerente com o objetivo do trabalho uma vez que

desejava-se identificar qual o estado da arte da educaccedilatildeo ambiental nas

escolas de ensino meacutedio da Rede Puacuteblica EstadualConsiderando as colocaccedilotildees

de classificaccedilatildeo de uma pesquisa Survey esta tem um propoacutesito exploratoacuterio e

descritivo

No desenvolvimento do trabalho foi realizado um levantamento de dados

no ambiente com a aplicaccedilatildeo de um questionaacuterio respondido por parte das

escolas (amostra) de cada Metropolitana envolvida na pesquisa

613 Planejamento da Pesquisa

O primeiro passo do planejamento da pesquisa foi o levantamento das

informaccedilotildees disponiacuteveis sobre a situaccedilatildeo do ensino da EA nas Instituiccedilotildees de

Ensino Meacutedio da Rede Puacuteblica Estadual do Municiacutepio do Rio de Janeiro Este

levantamento compreendeu os seguintes itens

Determinaccedilatildeo da metodologia de pesquisa a ser adotada no projeto

Elaboraccedilatildeo de questionaacuterios

106

Aplicaccedilatildeo dos questionaacuterios junto agraves Instituiccedilotildees de Ensino meacutedio

atraveacutes de parceria com a Secretaria Estadual de Educaccedilatildeo

Realizaccedilatildeo de entrevistas com os diretores de Ensino das

Metropolitanas envolvidas no projeto

Avaliaccedilatildeo da receptividade nas metropolitanas e na SEERJ

Levantamento estatiacutestico dos dados

Busca de maiores informaccedilotildees sobre o tema nos sites da SEERJ

Elaboraccedilatildeo de propostas

614 Fontes de Informaccedilotildees

Na pesquisa realizada se lidou com uma variedade de fontes de

informaccedilotildees como documentos entrevistas e observaccedilotildees conforme segue

Materiais Impressos de oacutergatildeos ambientais

Trabalhos acadecircmicos sobre Educaccedilatildeo Ambiental

Entrevistas com professores e diretores de instituiccedilotildees de ensino

Materiais disponibilizados em meio eletrocircnico

Informaccedilotildees disponibilizadas pela SEERJ

615 Pesquisa de Campo

A pesquisa de campo foi realizada em duas etapas

A primeira etapa consistiu na aplicaccedilatildeo de um questionaacuterio nas escolas de

Ensino meacutedio da Rede Puacuteblica Estadual do Municiacutepio do Rio de Janeiro no

periacuteodo de abril a julho de 2006 A distribuiccedilatildeo do questionaacuterio foi viabilizada

mediante parceria com a SEERJ atraveacutes da coordenadoria de EA Os

questionaacuterios foram enviados para as Metropolitanas que foram responsaacuteveis

pela distribuiccedilatildeo e pelo recolhimento destes nas escolas Nas escolas os

questionaacuterios foram respondidos pelos diretores ou orientadores pedagoacutegicos O

modelo do questionaacuterio encontra-se no anexo 3

107

Apoacutes anaacutelise quantitativa e qualitativa dos questionaacuterios foi realizada a

segunda etapa que consistiu na avaliaccedilatildeo da receptividade das Metropolitanas

e da proacutepria SEERJ relacionada agrave relevacircncia da pesquisa Para tal foi elaborado

um questionaacuterio especiacutefico a ser respondido pelo responsaacutevel pela distribuiccedilatildeo

em cada metropolitana (anexo 4 5 e 6) e tambeacutem pela Coordenaccedilatildeo de

Educaccedilatildeo Ambiental da SEERJ O modelo dos questionaacuterios encontram-se no

anexo 7

Depois de estabelecidas as primeiras diretrizes foi realizado um

levantamento bibliograacutefico sobre os assuntos referentes ao trabalho Atraveacutes da

revisatildeo da literatura foi encontrada uma seacuterie de documentos pertinentes ao

assunto tais como

Determinaccedilatildeo de um modelo estatiacutestico utilizaccedilatildeo de uma amostragem

adequada

Realizaccedilatildeo de um questionaacuterio para as escolas

Definiccedilatildeo de modelo estatiacutestico para avaliar os dados levantados

Discussatildeo sobre o modelo estatiacutestico

Numa segunda etapa foi realizado um questionaacuterio de avaliaccedilatildeo da

pesquisa com os Diretores de Ensino responsaacuteveis pelas das metropolitanas

envolvidas no projeto

616 Avaliaccedilatildeo dos Resultados

Os dados seratildeo apresentados de maneira a desenhar o perfil das escolas

respondentes e suas opiniotildees a respeito da situaccedilatildeo do ensino da Educaccedilatildeo

Ambiental na rede puacuteblica estadual do Municiacutepio do Rio de Janeiro

Entre as respostas verificadas desconsiderou-se as respostas que natildeo

estavam em concordacircncia com as perguntas e as respostas em branco

As avaliaccedilotildees foram feitas nos itens e demonstradas em forma de

percentual

108

Foi feita uma anaacutelise estatiacutestica dos dados poreacutem nem todos os dados

estavam adequados para este tipo de anaacutelise Dada a heterogeneidade dos

dados o que muitas vezes impediu a aplicaccedilatildeo de equaccedilotildees matemaacuteticas

optou-se por natildeo realizar o tratamento estatiacutestico

62 Diagnose do Acesso aos Cursos de Graduaccedilatildeo nas

Universidades Puacuteblicas Estudo de Caso da UERJ e UFRJ

621 Objetivos

Aleacutem do mapeamento da Educaccedilatildeo Ambiental no Ensino Meacutedio puacuteblico

estadual a outra finalidade da pesquisa proposta nesta dissertaccedilatildeo consistiu em

analisar o acesso agraves Universidades Puacuteblicas dos alunos oriundos das escolas de

ensino meacutedio da Rede Puacuteblica

Para atingir esta meta foi realizada uma avaliaccedilatildeo do Sistema de Cotas

implantado na UERJ como tambeacutem avaliaccedilatildeo de uma proposta do acesso

atraveacutes do Sistema de Cotas que estaacute em fase de projeto na UFRJ

A seguir seratildeo detalhados os procedimentos utilizados durante a

elaboraccedilatildeo da pesquisa

622 Metodologia de Pesquisa

O meacutetodo de pesquisa adotado foi uma combinaccedilatildeo de anaacutelise

exploratoacuteria e anaacutelise quantitativa envolvendo as Universidades UERJ e UFRJ As

definiccedilotildees das metodologias foram descritas no item 612 deste capiacutetulo

109

623 Planejamento da Pesquisa

O planejamento foi iniciado com o levantamento das informaccedilotildees

disponiacuteveis sobre o acesso dos alunos nas Universidades Puacuteblicas Este

levantamento compreendeu os seguintes itens

Definiccedilatildeo das Universidades que seriam objeto da Pesquisa

Solicitaccedilatildeo de informaccedilotildees referentes aos alunos ingressos nas

Universidades atraveacutes de relatoacuterios fornecidos pelas comissotildees de

Vestibular das Universidades

Realizaccedilatildeo de entrevistas teacutecnicas com professores e outros profissionais

envolvidos no sistema de cotas das Universidades

Avaliaccedilatildeo quantitativa de alunos que ingressam nas Universidades

Puacuteblicas definidas egressos de escolas de ensino meacutedio da rede puacuteblica

comparados com os alunos egressos das instituiccedilotildees de ensino da Rede

Particular

Levantamento estatiacutestico dos dados

Busca de maiores informaccedilotildees sobre o sistema de cotas na miacutedia

eletrocircnica e escrita

Anaacutelise criacutetica dos sistemas de Cotas referentes agraves Universidades

estudadas

624 Fontes de Informaccedilotildees

Na pesquisa realizada se lidou com uma variedade de fontes de

informaccedilotildees como documentos entrevistas e observaccedilotildees conforme segue

Materiais Impressos fornecidos pela UERJ

Materiais de impressos de circulaccedilatildeo interna sobre a implantaccedilatildeo

do Sistema de Cotas na UERJ

Entrevistas teacutecnicas com professores e pessoas ligadas ao Sistema

de Cotas nas Universidades

Materiais disponibilizados em meio eletrocircnico

Relatoacuterios disponibilizados pela UERJ e UFRJ

110

625 Pesquisa de Campo

A pesquisa de campo foi realizada em vaacuterias etapas

Primeiramente estabeleceu-se contato com profissionais de setores da

UERJ e UFRJ relacionados ao acesso aos cursos de graduaccedilatildeo Isto feito face agraves

diferentes formas de acesso dessas universidades foram adotadas estrateacutegias

diferentes para os dois casos

- Estudo de caso UERJ

Foram realizadas entrevistas teacutecnicas com docentes da UERJ que

participaram da implantaccedilatildeo do sistema de cotas tanto a niacutevel acadecircmico

como administrativo Aleacutem disso foram coletadas informaccedilotildees referentes ao

vestibular atraveacutes de relatoacuterios fornecidos pelo nuacutecleo de informaacutetica da

Comissatildeo de Vestibular

- Estudo de caso UFRJ

Foi realizado com base no relatoacuterio de informaccedilotildees sobre o acesso no

vestibular fornecido pela comissatildeo de vestibular da UFRJ No que diz respeito ao

acesso diferenciado foi avaliada uma proposta da UFRJ para sistema de cotas

A primeira etapa consistiu em entrevistas teacutecnicas com professores da

UERJ que participam do sistema de cotas adotado pela Universidade como

tambeacutem acesso agraves informaccedilotildees pertinentes ao vestibular

Atraveacutes da revisatildeo da literatura foi encontrada uma seacuterie de documentos

pertinentes ao assunto tais como

Relatoacuterio com as informaccedilotildees de acesso a UFRJ dos alunos egressos

da Rede Estadual de ensino Documento fornecido pelo nuacutecleo de

informaacutetica do setor de vestibular da Universidade

111

Relatoacuterio com as informaccedilotildees de acesso a UERJ dos alunos egressos

da Rede Estadual de ensino Incluindo os alunos contemplados pelos

sistemas de cotas Documento fornecido pelo nuacutecleo de informaacutetica do

setor de vestibular da Universidade

Numa segunda etapa foi realizada uma avaliaccedilatildeo dos resultados e

montado um quadro comparativo entre as Universidades

63 Limitaccedilotildees do Estudo

O fator limitante foi a dificuldade de acesso aos dados relativos agraves escolas

pois para alguns Diretores de Ensino responsaacuteveis pelas Metropolitanas foram

muito difiacuteceis a distribuiccedilatildeo e o recebimento dos questionaacuterios o que acabou

comprometendo a quantidade das informaccedilotildees

Algumas escolas natildeo demonstraram muito interesse em responder os

questionaacuterios deixando muitas perguntas em branco e natildeo mostrando a

realidade das escolas

A seguir seraacute mostrada uma avaliaccedilatildeo do acesso aos cursos de

graduaccedilatildeo

112

Capiacutetulo 7 Diagnoacutestico do Acesso aos Cursos de Graduaccedilatildeo Estudo de Casos UERJ e UFRJ

Neste capiacutetulo eacute mostrado como acontece o acesso agraves Universidades

Puacuteblicas dos alunos oriundos das escolas da rede Puacuteblica Estadual em

comparaccedilatildeo com a Rede Federal e a Rede ParticularTomou-se como estudo de

caso a Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e a Universidade Federal

do Rio de Janeiro (UFRJ) tendo como base os nuacutemeros referentes aos concursos

vestibulares no periacuteodo 2003-2006

Tambeacutem eacute feita uma avaliaccedilatildeo do acesso por Cotas focando

a sistemaacutetica implementada na UERJ que foi a primeira a implantar o sistema

Tambeacutem fez uma anaacutelise de uma proposta da UFRJ para futura implantaccedilatildeo do

sistema

113

71 O Sistema de Cotas

A lei de cotas nas universidades eacute considerado um assunto muito

polecircmico que divide muitas opiniotildees Desde o acircmbito acadecircmico passando

pelo governamental e faixas da sociedade(www universiacombr)

Com o passar dos anos o aumento da competiccedilatildeo por uma vaga

nas Universidades Puacuteblicas fez com que o grau de exigecircncia aliada agrave diminuiccedilatildeo

da qualidade do ensino meacutedio na rede puacuteblica estadual tornasse o ingresso

deste grupo nas Universidades cada vez mais difiacutecil Uma das consequumlecircncias eacute o

fato de que as vagas nessas universidades fiquem voltadas para a faixa da

sociedade que pelo domiacutenio do poder econocircmico prepara melhor seus alunos

garantindo suas vagas Esta faixa da sociedade natildeo concorda com as cotas

pois percebe com isto que as suas vagas jaacute consideradas certas seratildeo

distribuiacutedas para uma faixa excluiacuteda que ateacute entatildeo natildeo significava qualquer

ameaccedila na competiccedilatildeo e alguns ateacute julgam o sistema como ldquoinjustordquo

Em relaccedilatildeo ao sistema acadecircmico existe a preocupaccedilatildeo com a

diminuiccedilatildeo da qualidade do ensino devido ao ingresso de alunos que satildeo

considerados ldquodespreparadosrdquo para ingressar em uma universidade de

qualidade (www universiacombr)

Para implantaccedilatildeo do Sistema de Cotas foram criadas leis nos

acircmbitos federal e estadual

Lei Federal PROJETO DE LEI 36272004

Institui Sistema Especial de Reserva de Vagas para estudantes egressos de

escolas puacuteblicas em especial negros e indiacutegenas nas instituiccedilotildees puacuteblicas

federais de educaccedilatildeo superior e daacute outras providecircncias Anexo 1

Lei Estadual Lei Nordm 3708 de 9 de Novembro de 2001

114

Institui cota de ateacute 40 (quarenta por cento) para as populaccedilotildees negra e

parda no acesso a Universidade do Estado do Rio de Janeiro e agrave Universidade

Estadual do Norte Fluminense e daacute outras providecircnciasAnexo2

72 Implantaccedilatildeo do Sistema

Por forccedila do disposto na Lei Estadual Nordm 3708 a Universidade Estadual do

Rio de Janeiro (UERJ) foi a primeira instituiccedilatildeo a adotar o sistema de cotas no

Estado do Rio de Janeiro tendo iniacutecio em 2003 (wwwconcienciacombr)

Como a reserva de vagas de acordo com a lei prevecirc 50 do total de

vagas por cursoturnosemestre para alunos oriundos da rede puacuteblica e para que

a lei pudesse ser cumprida foram realizados dois vestibulares

Um tradicional aberto a candidatos oriundos de qualquer tipo de

escola e denominado como nos anos anteriores Vestibular Estadual para

preenchimento na UERJ 2485 vagas em 46 cursos

Outro aberto apenas a candidatos oriundos de escolas da rede

puacuteblica localizadas no Estado do Rio de Janeiro denominado Vestibular SADE

(Sistema de Acompanhamento do Desempenho dos Estudantes do Ensino Meacutedio

mantido pelo Poder Puacuteblico) para preenchimento na UERJ de 2485 vagas em 46

cursos

Como a reserva prevecirc 40 do total de vagas por cursoturnosemestre

para alunos autodeclarados negros e pardos e para atender a reserva foram

adotados os alguns procedimentos

Apoacutes a soma do nuacutemero total de vagas oferecido nos dois vestibulares e

calculado o valor correspondente a 40 de cada total obtido verifica-se o

quantitativo de autodeclarados negros ou pardos e se o quantitativo for igual ou

maior que os 40 previstos pela legislaccedilatildeo a reserva eacute considerada

atendida(UERJ 2003)

115

73 O Aluno na Universidade

A questatildeo natildeo se resume ao ingresso do aluno na Universidade mas

tambeacutem se a Universidade tem condiccedilotildees de acolher e manter estes alunos Se

estes tiverem muita dificuldade de acompanhar as aulas e isto acarretar evasatildeo

o sistema natildeo teraacute sentido

Segundo a Sub-Reitora de Graduaccedilatildeo da UERJ ProfaRaquel Villard

somente a reserva de vagas para as pessoas carentes natildeo eacute o suficiente pois

existe o problema financeiro No endereccedilo eletrocircnico institucional a Sub-Reitora

declara ldquoHoje noacutes temos um programa chamado PROINICIAR (Programa de

Iniciaccedilatildeo Acadecircmica) Por meio dele a Universidade tenta ajudar este aluno na

passagem para a vida universitaacuteria inclusive atendendo aos estudantes em suas

necessidades advindas de um ensino meacutedio ou fundamental sem a qualidade

que deveria terrdquo (www 2uerjbr)

A UERJ utiliza o sistema de cotas desde 2003 Os alunos cotistas que

comprovam baixa renda recebem uma bolsa auxilio de R$19000(cento e

noventa reais) Este auxilio eacute destinado agraves despesas baacutesicas de manutenccedilatildeo do

aluno como passagem coacutepias livros lanche etc e tem duraccedilatildeo de 1 ano Isso

eacute devido ao fato do aluno quando chega ao 3ordm periacuteodo de acordo com o seu

desempenho pode participar dos outros programas existentes na Universidade

como estaacutegios iniciaccedilatildeo cientiacutefica etc que oferecem bolsas Tendo assim a

partir deste periacuteodo o aluno jaacute eacute capaz de conseguir sua remuneraccedilatildeo natildeo

sendo mais necessaacuterio o auxilio(Noronha Patriacutecia - Coordenaccedilatildeo do PROINICIAR-

Entrevista teacutecnica)

Segundo informaccedilotildees coletadas junto agrave coordenaccedilatildeo do PROINICIAR

devido agraves carecircncias educacionais dos alunos eventuais falhas no Ensino Meacutedio a

UERJ instituiu dentro do programa Proiniciar cursos oficinas e atividades culturais

Este programa oferece em paralelo com as disciplinas do curso aulas de

Matemaacutetica Quiacutemica Fiacutesica Biologia etc como se fossem aulas de reforccedilo e

oficinas com aulas praacuteticas aleacutem de visitas e passeios culturais programados a

116

teatros cinemas museus etc A garantia do funcionamento deste programa eacute

atraveacutes de parcerias entre as diversas faculdades dentro da UERJ aleacutem de

parcerias externas Essas parcerias tecircm o objetivo de facilitar a execuccedilatildeo do

programa pois se faz necessaacuterio que diversos professores sejam disponibilizados

para os cursos e as oficinas Atraveacutes destas parcerias satildeo oferecidos tambeacutem

cursos de idiomas gratuitamente para os cotistas (Inglecircs Francecircs Alematildeo etc)

(Noronha Patriacutecia - Coordenaccedilatildeo do PROINICIAR-Entrevista teacutecnica)

Ainda de acordo com a Coordenaccedilatildeo do PROINICIAR inicialmente a

evasatildeo dos alunos cotistas era grande muitos natildeo conseguiam se manter na os

Universidade tanto por dificuldades em acompanhar as aulas quanto por

dificuldades financeiras Uma das razotildees atribuiacutedas era o fato de que havia um

excesso de oficinas e atividades coincidentes com os periacuteodos de provas Sendo

assim os alunos natildeo conseguiam dar conta de todas as atribuiccedilotildees natildeo

atingindo os graus necessaacuterios e com isto se sentiam incapazes perdiam o

entusiasmo e acabavam desistindo do curso Atualmente a oferta dos cursos e

das oficinas satildeo feitos no iniacutecio dos periacuteodos terminando antes do iniacutecio das

provas isto faz com que os alunos fiquem com tempo mais livre para se

prepararem melhor para as provas sem contar que no iniacutecio dos periacuteodos os

alunos estatildeo com maior disposiccedilatildeo Essas medidas jaacute trouxeram uma melhoria no

desempenho destes alunos e aumentaram tambeacutem a auto-estima tornando-

mais seguros(Noronha Patriacutecia - Coordenaccedilatildeo do PROINICIAR-Entrevista teacutecnica)

Em relaccedilatildeo ao desempenho dos cotistas que segundo a ProfaRaquel

Villard reprovam menos por frequumlecircncia do que os natildeo cotistas ldquoTambeacutem temos

dados que comprovam que o estudante se apega a essa chance como algo

que ele sabe que natildeo pode ser jogado fora natildeo pode ser perdido Isto explica o

empenho evidente nos estudosrdquo (wwwuniversiacombr)

Natildeo existe duacutevida de que a adoccedilatildeo de cotas eacute uma forma eficaz de

aumentar o ingresso de negros e carentes em Universidades Isto faz com que

tenham condiccedilatildeo de cursarem o niacutevel superior que hoje eacute um privileacutegio das

classes mais abastadas da sociedade pois somente alunos bem preparados

117

normalmente por escolas do setor privado e de cursinhos preparatoacuterios possuem

maior acesso agraves Universidades Puacuteblicas Como este preparo requer um custo

elevado fica cada vez mais restrito a uma pequena parcela da sociedade que

possui melhor poder aquisitivo

Segundo o Professor Ricardo Salles (historiador e professor da Faculdade de

Formaccedilatildeo de Professores da UERJ) o sistema trouxe principalmente dois grandes

resultados positivos

Inicialmente fez que um expressivo nuacutemero de afro-brasileiros e alunos

carentes oriundos de escolas puacuteblicas ingressasse na Universidade Puacuteblica Para

estas pessoas que tendo concluiacutedo o ensino meacutedio estavam legalmente em

condiccedilotildees de ingressarem em uma Universidade O Sistema de Cotas tornou

possiacutevel o ingresso em uma Universidade Puacuteblica pois sem as mesmas soacute teriam

condiccedilotildees de ingressarem em instituiccedilotildees privadas possibilidade esta que na

maioria dos casos esbarrava na falta de recursos financeiros devido ao alto

custo da mensalidade dos cursos

Ainda de acordo com o professor Ricardo Salles o segundo resultado

positivo da implantaccedilatildeo das cotas eacute que atraveacutes dela se tem novamente em

debate agrave polecircmica a respeito do lugar da Universidade Puacuteblica na Sociedade

Brasileira tendo como objetivo o desenvolvimento de uma naccedilatildeo mais justa e

democraacutetica Isto porque se existe a Universidade Puacuteblica e esta eacute mantida pelos

governos parte deste dinheiro adveacutem dos impostos da populaccedilatildeo nada mais

justo que a maioria das pessoas que estejam na Universidade Puacuteblica sejam as

que natildeo tenham condiccedilotildees de pagar uma boa Universidade particular Mas na

realidade o que ocorre eacute exatamente o contraacuterio satildeo as classes mais

privilegiadas que estatildeo nas Universidades Puacuteblicas pois nas trecircs ultimas deacutecadas

o descaso com o ensino meacutedio da rede puacuteblica foi tatildeo grande que os alunos

que se formam nessas instituiccedilotildees natildeo satildeo capazes de concorrerem em

igualdade com os que vecircm de um ensino meacutedio em instituiccedilotildees particulares caras

com um principal objetivo de cursar uma Universidade Puacuteblica Entatildeo o sistema

118

de cotas para esses alunos eacute uma maneira de compensar esse contra-senso

(www2uerjbr)

74 A Necessidade das Cotas

Eacute preciso se estar alerta para que o sistema de cotas ou reserva de vagas

natildeo incorra no risco de desviar a atenccedilatildeo de uma questatildeo muito grave talvez a

questatildeo-chave da situaccedilatildeo que eacute o niacutevel do ensino meacutedio da rede puacuteblica na

atualidade O Estado estaacute deixando de cumprir a sua parte que eacute de preparar

bem os alunos de famiacutelias mais carentes independentes da cor para que

aumentem suas condiccedilotildees de competiccedilatildeo para que melhorem suas condiccedilotildees

de vida atraveacutes de uma boa formaccedilatildeo Universitaacuteria

Este fato pode ser observado ao longo dos anos pois historicamente os

melhores alunos estavam na Rede Puacuteblica de Ensino em todos os niacuteveis de

formaccedilatildeo Somente estudavam em escolas particulares aqueles alunos que

tinham problemas seacuterios de disciplina ou muita dificuldade em aprendizagem

logo para completarem seus estudos recorriam agrave Rede Privada de ensino O

ensino puacuteblico era muito riacutegido e exigente o que contribuiacutea para uma boa

formaccedilatildeo e consequumlente condiccedilatildeo de ingresso em uma Universidade Puacuteblica

A inclusatildeo de negros na questatildeo das cotas tambeacutem adveacutem da maioria

da populaccedilatildeo que utiliza a Rede Puacuteblica Estadual de Ensino ser de pardos e

negros que gera por consequumlecircncia uma acentuada minoria desses alunos nas

Universidades Puacuteblicas

Com o passar dos anos a Educaccedilatildeo Puacuteblica comeccedilou a ser superada em

termos de formaccedilatildeo pela Rede Privada o que ocasionou uma lacuna entre os

alunos da Rede Puacuteblica Estadual e a Universidade pois se as instituiccedilotildees de ensino

particular estatildeo preparando melhor os seus alunos seratildeo estes que ingressaratildeo

nas Universidades Puacuteblicas Com isto o nuacutemero de alunos que terminam o ensino

meacutedio na Rede Puacuteblica Estadual que consegue se classificar em uma

Universidade Puacuteblica eacute a cada ano menor restando para estes alunos da Rede

119

Puacuteblica Estadual ingressarem em Universidades Privadas ou simplesmente que eacute o

que ocorre com maior frequumlecircncia ficar sem o direito de melhorar suas condiccedilotildees

de vida atraveacutes de uma boa graduaccedilatildeo

Com atenccedilatildeo a estes fatos eacute que o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo estaacute com um

projeto de lei no qual sugere a diminuiccedilatildeo gradativa do percentual da cota de

50 dos alunos que cursaram o ensino meacutedio na rede puacuteblica A intenccedilatildeo do

Ministeacuterio eacute promover a qualidade no ensino meacutedio na mesma proporccedilatildeo que os

alunos deixariam de utilizar as cotas (wwweducacaoaolbr)

Segundo o MEC (Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura) a melhoria da

qualidade do ensino puacuteblico ldquoeacute a mais eficiente poliacutetica de inclusatildeo social no

que diz respeito ao acesso agrave educaccedilatildeo superiorrdquo (wwweducacaoaolbr)

O Professor Joseacute Jorge de Carvalho (Departamento de Antropologia-

Universidade de Brasiacutelia) comenta que o sistema de cotas eacute a uacutenica forma de

resolver o problema da exclusatildeo racial em curto prazo O preconceito segundo

ele estaacute presente nas salas de aula O professor comeccedilou a defender o sistema

de cotas para negros quando presenciou o caso de um aluno que foi

prejudicado por um professor por motivos raciais (wwwespacoacademicocom

br)

O Professor Joseacute Jorge de Carvalho defende que ldquoHaacute poucos negros na

Universidade e isso dificulta que eles se unam para lutar por seus direitos Eacute preciso

mudar o tipo de relaccedilatildeo que existe na academia E isso soacute vai acontecer quando

houver vaacuterios negros laacute dentrordquo Os estudos do professor mostram os nuacutemeros da

exclusatildeo em 2003 97 dos universitaacuterios brasileiros satildeo brancos contra 2 de

negros e 1 de amarelos O desequiliacutebrio eacute evidente se no Brasil 45 da

populaccedilatildeo eacute negra Baseados nestes dados fica claro que era preciso tomar

alguma providecircncia para se tentar reverter este quadro era necessaacuterio que de

alguma maneira se fizesse agrave inserccedilatildeo do negro no ensino superior e o sistema de

cotas foi uma opccedilatildeo praacutetica e que amenizaria o problema num curto prazo

(wwwespacoacademicocombr)

120

Segundo a professora de Antropologia Yvonne Maggie (Professora Titular

da Universidade Federal do Rio de Janeiro) a ideacuteia de raccedila deve ser abolida por

estimular a divisatildeo do paiacutes em grupos eacutetnicos A cisatildeo racial seria um passo em

direccedilatildeo ao conflito Para a professora Yvonne Maggie ldquoDesde o Modernismo

nossa sociedade se vecirc como misturada A introduccedilatildeo do sistema de cotas rompe

com esse ideaacuterio e produz uma sociedade que tem a obrigaccedilatildeo legal de se

classificar como lsquobranca ou negrarsquo Em outros paiacuteses poliacuteticas que reforccedilam a

condiccedilatildeo racial geraram conflitos inimaginaacuteveis como a Ruanda o Kosovo e a

Aacutefrica do Sulrdquo (wwwcomcienciabr)

Na avaliaccedilatildeo da autora desta dissertaccedilatildeo a questatildeo do indiviacuteduo no

sistema de cotas ter que se auto-declarar negro ou branco natildeo chega a ser um

motivo passiacutevel de gerar um conflito de raccedilas pois a raccedila natildeo deve ser vista

como um motivo de vergonha para o indiacuteviduo e sim uma informaccedilatildeo comum

como peso idade etc O que pode gerar conflitos poreacutem eacute a discriminaccedilatildeo de

raccedilas exclusatildeo social que satildeo problemas muito mais graves no nosso paiacutes

problemas estes que satildeo as principais causas de confrontos e grandes geradores

de violecircncia Com a exclusatildeo social as diferenccedilas sociais se tornam cada vez

maiores provocando a falta de oportunidades para a maioria da populaccedilatildeo

privilegiando sempre uma pequena parcela da sociedade o que gera revolta e

consequumlentemente atos de violecircncia

Um comparativo da situaccedilatildeo das aprovaccedilotildees nos vestibulares das

Universidades Puacuteblicas participantes do estudo dos alunos egressos da Rede

Puacuteblica Estadual em relaccedilatildeo aos alunos egressos da Rede Puacuteblica Federal como

tambeacutem dos alunos egressos da Rede de Ensino Particular eacute mostrado a seguir

75 Comparativo Entre a Rede Estadual de Ensino e a Rede

Federal e Particular

Para os estudos foram selecionadas duas instituiccedilotildees a Universidade

Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) por ser a Universidade agrave qual eacute vinculado o

121

projeto de pesquisa e Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) por ser a

primeira universidade a utilizar o sistema de cotas aumentando assim o nuacutemero

de alunos oriundos de escolas da Rede Puacuteblica Estadual

A Rede Puacuteblica Estadual do Rio de Janeiro eacute a responsaacutevel pela formaccedilatildeo

do maior nuacutemero de alunos concluintes do ensino meacutedio mais isto natildeo significa

que estes alunos ingressam em maior nuacutemero em Universidades Puacuteblicas

Na realidade o que ocorre eacute que as Redes de Ensino Privadas e Federais

responsaacuteveis por apenas um terccedilo dos concluintes do ensino meacutedio satildeo os que

mais aprovam seus alunos nas Universidades Puacuteblicas conforme mostra a Tabela

71 a qual traz o nuacutemero de alunos egressos das escolas puacuteblicas inscritos e o

nuacutemero dos que obtiveram aprovaccedilatildeo nas Universidades Puacuteblicas

A maioria dos alunos da Rede Puacuteblica Estadual nem ao menos se inscreve

nos concursos dentre os que se inscrevem menos da metade consegue

classificaccedilatildeo para um curso de graduaccedilatildeo

Tabela 71 os Vestibulares UFRJ e UERJ - Nordm de inscritos e nordm de classificados

UFRJ UERJ a

ESTADUAL FEDERAL PARTICULAR ESTADUAL FEDERAL PARTICULAR

ANO INSC CLAS INSC CLAS INSC CLAS INSC CLAS INSC CLAS INSC CLAS

2000 ND ND ND ND ND ND 8391 318 4558 700 20764 1593

2001 ND ND ND ND ND ND 12866 479 4966 670 33583 2801

2002 ND ND ND ND ND ND 11938 805 4220 708 24664 2745

2003 11849 907 4670 1083 30796 4118 14804 2218 3529 817 16968 1647

2004 13703 875 4589 900 34921 4467 9941 1881 2824 688 15251 2321

2005 11671 910 4015 960 29563 4447 9007 1836 3010 621 17106 2468

2006 13681 870 4229 991 32527 4738 ND ND ND ND ND ND

ND Dados natildeo disponiacuteveis a Os dados da UERJ a partir de 2003 estatildeo computados com a reserva de vagas

122

Fontes Departamento de seleccedilatildeo acadecircmica-DSEA-UERJ(2006) Nuacutecleo de Computaccedilatildeo Eletrocircnica-UFRJ(2006)

De acordo com os dados pode-se constatar que a quantidade de alunos

da rede puacuteblica que conseguem ingressar nas Universidades Puacuteblicas eacute muito

inferior aos egressos da rede particular

O que se pode destacar de mais importante eacute o fato de que a partir do

ano de 2003 o nuacutemero de alunos da rede Puacuteblica Estadual que foram

classificados no vestibular da UERJ aumentou muito o que coincide com o iniacutecio

de implantaccedilatildeo das reservas de vagas concluindo que a reserva de vagas foi

um instrumento que contribuiu para o aumento do nuacutemero de alunos da rede

Puacuteblica Estadual na UERJ

O nuacutemero de Escolas da Rede Estadual de Educaccedilatildeo eacute cerca de 1014

escolas e a Rede privada estaacute em torno de 870 portanto a Rede Estadual possui

um nuacutemero superior de escolas em relaccedilatildeo agrave Rede Privada e ao nuacutemero de

Escolas da Rede Federal que satildeo cerca de 12 escolas

O nuacutemero de alunos da alunos da Rede Estadual corresponde agrave cerca de

23 quanto a Rede particular e a Federal juntas correspondem a 13 deste

nuacutemero (SEERJ)

Observa-se que mesmo a Rede Puacuteblica Estadual tendo um nuacutemero de

alunos concluintes do ensino meacutedio muito superior apenas um nuacutemero muito

pequeno destes conseguem ingressar em uma Universidade Puacuteblica

Baseando-se nas informaccedilotildees do Vestibular de 2003-2005 da UFRJ e UERJ

(Tabela 71) podem ser feitas algumas avaliaccedilotildees Foi selecionado este periacuteodo

pois segundo a tabela 71 eacute aquele que conteacutem dados das duas Universidades

Os graacuteficos foram elaborados utilizando-se a meacutedia dos dados de cada

esfera compreendidos entre os anos de 2003 e 2005

123

Caso UFRJ

Quanto ao nuacutemero de alunos inscritos

A Figura 71 mostra o percentual de alunos inscritos no vestibular da UFRJ

oriundos da Rede Estadual Federal e Particular calculado atraveacutes do somatoacuterio

do nuacutemero de inscritos no periacuteodo em anaacutelise

26

965

EstadualFederalParticular

Figura 71 Percentual de alunos inscritos no Vestibular da UFRJ

Foi observado que o percentual de alunos inscritos oriundos da Rede

Privada eacute muito superior aos demais A proporccedilatildeo de alunos inscritos da rede

Federal eacute pequeno Isso pode ser atribuiacutedo ao fato de que haacute poucas escolas da

Rede Federal de Ensino Meacutedio e portanto o nuacutemero de alunos eacute menor Quanto

agrave Rede Estadual de Ensino o nuacutemero de alunos inscritos eacute muito pequeno em

relaccedilatildeo ao total de alunos da rede jaacute que dois terccedilos dos alunos estatildeo neste

grupo Logo o percentual de inscritos deveria ser tambeacutem muito superior mas o

que os nuacutemeros mostram eacute exatamente o contraacuterio Tal distorccedilatildeo pode ser

devida a vaacuterios fatores destacando-se a questatildeo pedagoacutegica e financeira que

seraacute discutida posteriormente

124

Quanto ao nuacutemero de alunos classificados

A Figura 72 mostra o Percentual de alunos que foram classificados no

vestibular oriundos da Rede Estadual Federal e particular calculado atraveacutes do

percentual de alunos que foram classificados em funccedilatildeo do numero de inscritos

14

16

70

Estadual

Federal

Particular

Figura 72 Percentual de alunos classificados no Vestibular da UFRJ

O percentual de alunos classificados egressos da Rede Particular eacute muito

superior aos da Rede Federal e Estadual Isto ocorre devido ao nuacutemero de

inscritos ter sido muito superior aos demais A figura indica tambeacutem que a grande

maioria dos alunos que ingressam na UFRJ cerca 70 satildeo oriundos da Rede

Particular de Ensino Meacutedio

Relaccedilatildeo entre o nordm total de inscritos e classificados

A Figura 73 mostra o percentual em relaccedilatildeo ao nuacutemero de inscritos e

classificados dentro da Rede Puacuteblica Estadual Federal e Particular Calculado

pela quantidade de alunos classificados em funccedilatildeo dos inscritos dentro de cada

esfera comparativamente

125

7

22

14EstadualFederalParticular

Figura 73 Percentual de alunos classificados em funccedilatildeo do nuacutemero de

inscritos em cada esfera

Em relaccedilatildeo ao nuacutemero de inscritos e os que satildeo classificados destaca-se

que no tocante aos alunos oriundos da Rede Particular o nuacutemero de

classificados eacute inferior ao nuacutemero de classificados pelas Escolas Federais Estas

mesmo tendo um nuacutemero inferior de alunos formados proporcionalmente exibem

um melhor desempenho Isto leva agrave percepccedilatildeo de que as escolas da Rede

Federal de Ensino Meacutedio estatildeo conseguindo manter um padratildeo de ensino

superior agrave Rede Estadual e agrave Particular formando assim ilhas de excelecircncia em

Educaccedilatildeo

Na Rede Puacuteblica Estadual o baixo nuacutemero de classificados acaba sendo

um motivo para a falta de estiacutemulo para os alunos se inscreverem Na avaliaccedilatildeo

da autora estes julgam que a chance de conseguir a classificaccedilatildeo eacute muito

pequena devido agraves suas deficiecircncias pedagoacutegicas sendo assim nem tentam o

vestibular Este fato tambeacutem se alia aos problemas financeiros devido ao custo

das inscriccedilotildees que muitas vezes por falta de recursos somente os alunos que

conseguem isenccedilatildeo das taxas se inscrevem como tambeacutem os alunos que

priorizam o trabalho ao estudo jaacute que nas Universidades Puacuteblicas a maioria dos

horaacuterios das aulas impede que o aluno trabalhe

126

Caso UERJ

Quanto ao nuacutemero de alunos inscritos

A figura 74 mostra o percentual total de alunos inscritos no vestibular da

UERJ oriundos da Rede Estadual Federal e Particular Calculado a partir do

somatoacuterio dos inscritos em relaccedilatildeo agrave Rede Estadual Federal e Particular

37

10

53

Estadual

Federal

Particular

Figura 74 Percentual de alunos inscritos no Vestibular da UERJ

Pode-se destacar que semelhante agrave UFRJ o nuacutemero de alunos da Rede

Privada inscritos eacute superior aos demais O nuacutemero de alunos inscritos da rede

Federal eacute pequeno e na Rede Estadual de Ensino o nuacutemero de alunos inscritos eacute

superior aos inscritos na UFRJ Este nuacutemero superior de alunos inscritos da Rede

Estadual na UERJ em relaccedilatildeo agrave UFRJ se justifica pela existecircncia do Sistema de

Cotas existente na UERJ o que aumenta as chances desses alunos em

conseguirem classificaccedilatildeo gerando maior estiacutemulo neles em se inscreverem

Quanto ao nuacutemero de alunos classificados

A Figura 75 mostra o Percentual de alunos que foram classificados no

vestibular oriundos da Rede Estadual Federal e particular Calculado atraveacutes do

percentual de alunos que foram classificados em funccedilatildeo do numero de inscritos

127

41

15

44 Estadual

Federal

Particular

Figura 75 Percentual de alunos classificados no Vestibular da UERJ

A Rede Federal de Ensino manteve o seu percentual devido agrave

qualidade de formaccedilatildeo de seus alunos poreacutem o percentual de alunos

classificados egressos da Rede Particular e Estadual aparecem em equiliacutebrio

mantendo-se percentuais bem proacuteximos Este fato se deve a implantaccedilatildeo do

sistema de Reserva de vagas para alunos da rede Puacuteblica o que favoreceu o

aumento no nuacutemero desses alunos na Universidade e por consequumlecircncia

diminuindo o nuacutemero de alunos da Rede particular

Relaccedilatildeo entre o nordm total de inscritos e classificados

A Figura 76 mostra o percentual em relaccedilatildeo ao nordm de inscritos e

classificados dentro da Rede Puacuteblica Estadual Federal e Particular Calculado

pela quantidade de alunos classificados em funccedilatildeo dos inscritos dentro de cada

esfera comparativamente

128

17

22

13EstadualFederalParticular

Figura 76 Percentual de alunos classificados em funccedilatildeo do nuacutemero de

inscritos em cada esfera

Com o Sistema de reservas de vagas na UERJ a relaccedilatildeo

inscritosclassificados na Rede particular e federal praticamente se manteacutem

poreacutem na rede Estadual este percentual teve um aumento significativo Este

Sistema melhorou a distribuiccedilatildeo de vagas aumentando o acesso dos alunos da

Rede Puacuteblica a uma Universidade Puacuteblica

Avaliaccedilatildeo antes e depois da implantaccedilatildeo do sistema de

cotas

A figura 77 mostra um comparativo entre a situaccedilatildeo antes e depois da

implantaccedilatildeo do Sistema de Cotas

129

0

10

20

30

40

50

60

70

scotas ccotas scotas ccotas

alunos inscritos alunos classif icados

Estadual

Federal

Particular

Figura 77- Comparativo entre o antes e o depois da implantaccedilatildeo do

Sistema de Cotas

Com a implantaccedilatildeo do Sistema de Cotas houve um equiliacutebrio na

distribuiccedilatildeo das vagas na UERJ onde a Rede Federal de ensino se manteve na

meacutedia anterior portanto natildeo sofreu muita influecircncia do sistema A grande

vantagem foi para a Rede Estadual de Ensino que aumentou sensivelmente o

nuacutemero de seus alunos na ocupaccedilatildeo das vagas da UERJ vagas estas que como

observado na figura 77 eram destinadas a Rede Particular de ensino

76 Avaliaccedilatildeo do Sistema de Cotas da UERJ e da Proposta

UFRJ

Como citado em 73 a UERJ foi a primeira Universidade a implantar o

sistema de Reserva de vagas para alunos com perfis socioeconocircmicos e raciais

diferenciados em 2003

A UFRJ em 2004 em seu acircmbito discutiu este sistema e como resultado o

Conselho de Ensino de Graduaccedilatildeo(CEG) aprovou um documento no qual se

posicionou contra a qualquer sistema de reserva de vagas dentro do modelo

130

conhecido como Cotas No mesmo documento o CEG apontava como

diretrizes para a democratizaccedilatildeo do acesso aos cursos de graduaccedilatildeo da UFRJ o

investimento na melhoria das condiccedilotildees do Ensino Baacutesico a ampliaccedilatildeo do

nuacutemero de vagas para os cursos existentes a criaccedilatildeo de novos cursos e o

investimento em accedilotildees que visassem a permanecircncia dos alunos na UFRJ

Na UERJ o sistema foi muito discutido antes de ser implantado onde um

grupo era a favor do sistema e o defendia como uma forma de inclusatildeo social

outro grupo era totalmente contra por entender que o sistema seria uma invasatildeo

de alunos sem condiccedilotildees de estarem e de acompanharem o niacutevel da

Universidade e esta para natildeo ter reprovaccedilotildees em massa se sentiria na obrigaccedilatildeo

de chegar a esses alunos ldquobaixando seu niacutevel de ensinordquo

Diante da necessidade de implantaccedilatildeo do sistema a UERJ elaborou vaacuterias

propostas que convergiram a um modelo inicial que foi implantado Este modelo

passou por vaacuterias modificaccedilotildees para se adequar cada vez mais a realidade dos

alunos que estavam ingressando na Universidade poreacutem em nenhum momento

o niacutevel de ensino da Universidade precisou cair

A Professora Maria de Faacutetima Branquinho da Faculdade de Educaccedilatildeo da

UERJ que inicialmente fazia parte do grupo contraacuterio ao sistema de cotas e que

hoje eacute uma das professoras que mais se sentem gratificadas com o programa

com uma participaccedilatildeo ativa declarou que possui excelentes alunos cotistas que

se mostram bastante interessados e muitas vezes ateacute mais que os natildeo cotistas

Devido a isto costumam tirar boas notas e alguns deles quando chegam ao 3ordm

periacuteodo satildeo seus colaboradores em projetos de Educaccedilatildeo Ambiental nos quais

ela faz parte obtendo oacutetimos resultados Para a professora ldquoesses alunos

possuem potencial soacute lhes faltava oportunidade de mostrar e esta oportunidade

eacute como um precircmio para eles que se sentem na obrigaccedilatildeo de provarem que satildeo

capazes e que a chance natildeo foi desperdiccedilada (Branquinho 2006 - Entrevista

Teacutecnica)

131

A UFRJ elaborou um projeto piloto para aumentar a presenccedila de alunos da

rede Estadual em seu quadro discente O projeto eacute bastante ambicioso em curto

prazo pois seraacute possiacutevel por meio de parceria com a SEERJ e contaraacute com o

empenho de todos os professores da rede

O ponto central do projeto eacute a melhoria da formaccedilatildeo dos alunos do ensino

meacutedio da Rede Estadual A proposta eacute que isto seja feito atraveacutes de cursos de

Formaccedilatildeo continuada de conteuacutedo especiacutefico e de avaliaccedilatildeo aos professores

A participaccedilatildeo dos professores no projeto seria de no miacutenimo quatro para cada

escola esta que tambeacutem seria escolhida atraveacutes de criteacuterios preacute-estabelecidos

dentre eles a avaliaccedilatildeo no Acircmbito do Programa Nova Escola Esses professores

integrantes do Nuacutecleo Docente devem estar distribuiacutedos em aacutereas da seguinte

maneira Um docente de Liacutengua Portuguesa um docente de Matemaacutetica um

docente do Grupo 1(Quiacutemica Fiacutesica ou Biologia) e um docente do Grupo

2(Histoacuteria Geografia Filosofia ou Sociologia) Aleacutem disso todos os integrantes do

grupo devem ministrar aulas para as mesmas turmas de 3ordf seacuterie do ensino meacutedio

Os alunos das escolas participantes do programa para integrarem ao

projeto tambeacutem teriam que obedecer a vaacuterios criteacuterios estabelecidos pelo

CEGUFRJ Quando aceito no projeto o aluno seria inscrito e indicaria a qual

curso de graduaccedilatildeo pretende concorrer dentro dos que seratildeo disponibilizados

pela UFRJ

O projeto aleacutem dos cursos contaria com a participaccedilatildeo dos docentes da

Rede Estadual para que estes elaborem os instrumentos de avaliaccedilatildeo dos alunos

participantes do projeto Os alunos que apoacutes avaliaccedilatildeo pelo Nuacutecleo Docente

da escola conseguissem classificaccedilatildeo seriam encaminhados para os cursos de

formaccedilatildeo complementar que seriam oferecidos pela UFRJ no primeiro semestre

do ano letivo imediatamente posterior

Quanto ao Projeto da UFRJ com base na experiecircncia docente da autora

o seu principal problema seria provavelmente despertar interesse do corpo

docente das escolas da Rede Estadual em participar do projeto jaacute que a maior

132

parte do projeto seria executada por esses Docentes o que exigiria dedicaccedilatildeo

exclusiva Como os professores da Rede Estadual normalmente trabalham em

vaacuterias escolas isto seria muito difiacutecil Aleacutem de que somente o interesse natildeo eacute o

suficiente o professor tem que ser aceito pelo projeto atraveacutes de avaliaccedilotildees

Outra dificuldade seria em formar o Nuacutecleo Docente jaacute que este exige que os

professores participantes lecionem nas mesmas turmas de 3ordf seacuterie pois em

escolas que funcionam nos trecircs turnos o nuacutemero de turmas eacute muito grande e por

consequumlecircncia o de professores tambeacutem tornando muito difiacutecil coincidir as turmas

com os mesmos professores nas disciplinas exigidas

Adicionalmente no entendimento da autora a proposta da UFRJ exclui a

necessidade de vestibular poreacutem apresenta muitos obstaacuteculos para serem

superados natildeo soacute pelos alunos como tambeacutem pelas escolas e professores para

que o aluno oriundo da Rede Estadual de Ensino possa ser considerado apto

para ingressar na Universidade O fato da ausecircncia de vestibular poderia gerar

nesses alunos algum tipo de discriminaccedilatildeo em relaccedilatildeo aos demais alunos por

parecer que as vagas foram ganhas e natildeo conquistadas Surge entatildeo uma

reflexatildeo Se estes alunos seratildeo preparados atraveacutes da formaccedilatildeo complementar

seraacute que estaratildeo tambeacutem preparados para Vestibular Muito provavelmente isto

lhes daria uma compensaccedilatildeo dos esforccedilos e consequumlente elevaccedilatildeo da auto-

estima

Por outro lado ao se comparar com o projeto da UERJ esta trabalha com

alunos apoacutes o recebimento destes o que gera um grande trabalho inicial e se

corre o risco desses alunos ficarem no meio do caminho e o trabalho ser

desperdiccedilado Este fato eacute um contraposto ao projeto da UFRJ que pretende

trabalhar com esse aluno antes do ingresso deste na Universidade

Finalmente comparando as duas Universidades a UERJ conseguiu atender

as necessidades da lei de uma forma mais raacutepida estaacute funcionando poreacutem

precisa melhorar sua eficiecircncia Como todo projeto as dificuldades vatildeo

aparecendo agrave medida que os fatos se desenvolvem e a cada ano tem

conseguido melhorar o projeto adequando agraves necessidades dos alunos que

133

chegam do Ensino Meacutedio com as disponibilidades que a Universidade tem para

resolver Um ponto positivo eacute que a UERJ estaacute tentando contornar suas

dificuldades atraveacutes de seus proacuteprios meios e dispositivos natildeo dependendo

prioritariamente de outras Instituiccedilotildees A UERJ jaacute deu um primeiro passo com a

implantaccedilatildeo do projeto e seraacute necessaacuterio um tempo para que se resolvam os

problemas que forem surgindo

O projeto da UFRJ eacute abrangente pois a melhoria da formaccedilatildeo dos alunos

tem iniacutecio com a boa formaccedilatildeo dos Docentes poreacutem para que o projeto atinja

os objetivos esperados satildeo necessaacuterios meios adequados Esses pontos satildeo

positivos poreacutem na visatildeo da autora as chances de sucesso seriam maiores se

alguns aspectos fossem contemplados

Uma parceria com a Secretaria Estadual de Educaccedilatildeo para que

os professores tenham oportunidade de participarem dos cursos

Valorizaccedilatildeo dos professores de maneira que estes pudessem ter

disponibilidade de se dedicarem ao projeto

Criar formas de modo a incentivar a participaccedilatildeo dos professores

nos projetos

Fornecer materiais necessaacuterios para que o professor possa realizar

o seu trabalho de maneira satisfatoacuteria

Com bases nesses dados o capiacutetulo a seguir estaraacute fazendo uma

avaliaccedilatildeo da Educaccedilatildeo no Ensino Meacutedio focando a Educaccedilatildeo Ambiental

134

Capiacutetulo 8 Diagnoacutestico da Educaccedilatildeo Ambiental na

Rede Puacuteblica Estadual no Municiacutepio do Rio de

Janeiro

Neste capiacutetulo seraacute feita uma avaliaccedilatildeo do estado da arte da Educaccedilatildeo

Ambiental que eacute feita nas escolas da Rede Puacuteblica Estadual do Municiacutepio do Rio

de Janeiro

81 O Levantamento de Dados

A Educaccedilatildeo Ambiental eacute citada nos Paracircmetros Curriculares Nacionais

(PCNs) como um assunto que deve ser abordado nas Instituiccedilotildees de Ensino por

todas as disciplinas em todos os niacuteveis educacionais inclusive no Ensino Meacutedio A

questatildeo era saber como isto estava sendo feito nas Escolas de Ensino meacutedio da

Rede Estadual e como a UFRJ poderia contribuir para que esse tema fosse

abordado cada vez mais e de maneira mais abrangente Para que esta

avaliaccedilatildeo fosse possiacutevel foi necessaacuteria a execuccedilatildeo de uma coleta de dados

135

Os dados coletados foram resultados obtidos atraveacutes de questionaacuterios

enviados agraves escolas de Ensino Meacutedio da Rede Puacuteblica Estadual do Municiacutepio do

Rio de Janeiro O questionaacuterio foi elaborado de forma simplificada de maneira

que fosse capaz de revelar o mais proacuteximo possiacutevel da realidade vivida por essas

comunidades escolares

Os questionaacuterios foram enviados para as escolas pelas Coordenadorias

responsaacuteveis atraveacutes de parceria com a Secretaria Estadual de Educaccedilatildeo do

Estado do Rio de Janeiro (SEEERJ) que viabilizou a pesquisa no acircmbito escolas do

Municiacutepio do Rio de Janeiro

As Coordenadorias que fizeram parte da Avaliaccedilatildeo foram A Metropolitana

III a Metropolitana IV e a Metropolitana X

82 A Receptividade das Coordenadorias

A participaccedilatildeo e o empenho das Coordenadorias em colaborar com o

projeto foram muito diferentes algumas se mostraram bastante receptivas com o

projeto outras natildeo se interessaram e portanto natildeo se empenharam para um

resultado satisfatoacuterio

A figura 81 mostra os dados referentes agrave Metropolitana III Os nuacutemeros

revelam que a participaccedilatildeo foi mediana natildeo devolveu nenhum questionaacuterio

enviou todos para as escolas poreacutem retornou um numero pequeno de

questionaacuterios respondidos O nuacutemero foi pequeno poreacutem foi possiacutevel se ter uma

visatildeo da situaccedilatildeo nessa regiatildeo portanto este nuacutemero natildeo chegou a

comprometer o trabalho

136

85

0

30

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

Metropolitana III

Entregues

Devolvidos

Respondidos

Figura 81 ndash Avaliaccedilatildeo de receptividade da Metropolitana III

A figura 82 mostra os dados referentes a Metropolitana IV que foi a que se

mostrou interessada no projeto e teve um comprometimento muito grande na

figura de seu Sub Gerente de Ensino Professor Luiz Gustavo Ribeiro Vieira que

participou ativamente enviando o questionaacuterio a todas as escolas e cobrando o

seu retorno com isto obteve um retorno de questionaacuterios bastante significativo

133

0

50

0

20

40

60

80

100

120

140

Metropolitana IV

Entregues

Devolvidos

Respondidos

Figura 82 Avaliaccedilatildeo de receptividade da Metropolitana IV

A figura 83 mostra os dados referentes a Metropolitana X que foi a

Coordenadoria que natildeo mostrou interesse no projeto natildeo tendo nenhum

137

empenho na distribuiccedilatildeo nem recebimento dos questionaacuterios a serem

respondidos Com um nuacutemero muito pequeno de questionaacuterios respondidos por

essa Coordenadoria a quantidade de dados referente agrave realidade das escolas

natildeo ficou clara e com isto natildeo foi possiacutevel a avaliaccedilatildeo desta regiatildeo

125

100

6

0

20

40

60

80

100

120

140

Metropolitana X

Entregues

Devolvidos

Respondidos

Figura 83 Avaliaccedilatildeo de receptividade da Metropolitana X

Mesmo os questionaacuterios sendo apresentados de maneira bem simplificada

observou-se que as escolas tiveram dificuldade tanto de cumprirem os prazos

estabelecidos quanto de expressarem suas realidades

83 A Educaccedilatildeo Ambiental em Nuacutemeros

Os resultados foram baseados nos questionaacuterios respondidos pelas escolas

de Ensino Meacutedio da Rede Puacuteblica Estadual do Municiacutepio do Rio de Janeiro

O questionaacuterio foi composto por perguntas divididas em trecircs grupos

Primeiramente as perguntas relacionadas com a instituiccedilatildeo de ensino Segundo a

abordagem da educaccedilatildeo ambiental e em terceiro a respeito da capacitaccedilatildeo

docente O questionaacuterio focava tambeacutem o interesse com a Educaccedilatildeo

Ambiental tanto das Instituiccedilotildees de ensino quanto por parte dos professores e

alunos

138

A seguir os resultados finais apoacutes a avaliaccedilatildeo das respostas obtidas atraveacutes

dos questionaacuterios separados pelas Metropolitanas III IV Na Metropolitana X

como o nuacutemero de questionaacuterios foi muito pequeno esta natildeo entraraacute no estudo

comparativo

1 ndash Quanto agrave abordagem do Tema Educaccedilatildeo Ambiental

O tema Educaccedilatildeo Ambiental eacute abordado na Escola

A pergunta objetiva ter informaccedilotildees se de alguma forma o tema

Educaccedilatildeo Ambiental eacute abordado nas escolas natildeo especificando a maneira Os

resultados encontram-se na figura 84

96

4

97

3

0

20

40

60

80

100

Metro III Metro IV

SimNatildeo

Figura 84 - Abordagem do tema na escola

Segundo a figura 84 observa-se que ambas Metropolitanas possuem um

alto iacutendice de aplicaccedilatildeo da EA A regiatildeo onde ela eacute um pouco maior eacute a

Metropolitana IV regiatildeo que abrange a zona oeste da cidade Cerca de 97 das

escolas aplicam a EA e apenas 3 natildeo aplicam Na Metropolitana III cerca de

96 das escolas aplicam e cerca de 4 natildeo aplicam a EA Os resultados

apontam que existe a aplicaccedilatildeo de EA nas escolas mas estes nuacutemeros natildeo estatildeo

de acordo com as respostas das perguntas seguintes

139

Na Metropolitana X das sete escolas que responderam seis aplicam de

alguma forma a EA dentre estas trecircs satildeo da Zona Sul da cidade (Copacabana

Ipanema e Gaacutevea) 2 satildeo da Zona Norte(Tijuca e Satildeo Cristoacutevatildeo) e uma da Zona

Oeste(Barra da Tijuca) a escola que natildeo aplica estaacute localizada no bairro da

Taquara

O tema eacute abordado em uma disciplina multidisciplinar ou de outras

formas

A pergunta objetiva saber como a escola aborda o tema se atraveacutes de

uma disciplina especiacutefica isto eacute se existe dentro do curriacuteculo uma mateacuteria

voltada para a Educaccedilatildeo Ambiental (disciplinar) ou atraveacutes de vaacuterias

disciplinas onde todas iratildeo abordar o tema dentro dos conteuacutedos a serem

aplicados (multidisciplinar) que eacute a chamada multidisciplinaridade ou ainda se

a instituiccedilatildeo de ensino se utiliza de alguma outra forma Os dados satildeo mostrados

na figura 85

0

20

40

60

80

100

Metro III Metro IV

DisciplinarMultidisciplinar

Figura 85 O tema eacute disciplinar ou multidisciplinar

Segundo o graacutefico a maioria das escolas trata o tema como

multidisciplinar Nas que informaram que eram disciplinar natildeo ficou claro se a

escola tinha uma disciplina especiacutefica mas pareceu devido as perguntas

140

seguintes que o tema era abordado em biologia quiacutemica e geografia durante

as aulas em meio aos conteuacutedos dessas disciplinas

A Metropolitana III mostrou que 100 das escolas que participaram da

pesquisa abordam o tema de forma multidisciplinar Na Metropolitana IV cerca

de 19 das escolas abordam o tema de forma disciplinar isto eacute possuem uma

disciplina voltada para o tema

Na Metropolitana X dos sete questionaacuterios respondidos cinco responderam

que o tema eacute abordado em vaacuterias disciplinas

Existe obrigatoriedade da participaccedilatildeo dos alunos

O objetivo eacute mapear como se daacute a participaccedilatildeo discente ou seja se

quando os temas relacionados agrave educaccedilatildeo ambiental satildeo abordados nas

escolas existe a abrigatoriedade na participaccedilatildeo dos alunos Os resultados satildeo

mostrados na figura 86

0

20

40

60

80

100

Metro III Metro IV

SimNatildeo

Figura 86 ndash Obrigatoriedade da participaccedilatildeo discente

Atraveacutes do graacutefico verifica-se que na maioria das escolas quando o

tema eacute abordado existe a obrigatoriedade da participaccedilatildeo dos alunos Na

141

Metropolitana IV em 69 das escolas eacute obrigatoacuteria a participaccedilatildeo dos alunos Na

metropolitana III em 44 das escolas a participaccedilatildeo eacute obrigatoacuteria

Na Metropolitana X quatro escolas responderam que a participaccedilatildeo eacute

obrigatoacuteria

De acordo com as observaccedilotildees feitas atraveacutes das respostas do

questionaacuterio constatou-se que a participaccedilatildeo obrigatoacuteria dos alunos se daacute

devido a EA ser tratada na maioria das vezes dentro das disciplinas em meio ao

conteuacutedo isto torna a participaccedilatildeo dos alunos obrigatoacuteria jaacute que a natildeo

participaccedilatildeo pode implicar na perda de pontos nas disciplinas

Os professores participam das atividades relacionadas ao

tema

Objetiva monitorar a participaccedilatildeo dos professores das instituiccedilotildees de

ensino nas atividades relacionadas ao tema EA e se existe um grande

envolvimento dos professores quanto agrave difusatildeo do tema nas escolas sendo

os resultados mostrados na figura 87

0

20

40

60

80

100

Metro III Metro IV

TodosAlguns

Figura 87 - Participaccedilatildeo dos professores

142

Em todas as Metropolitanas verificou-se que natildeo satildeo todos os professores

que participam dos projetos Observa-se que apenas um pequeno grupo se

envolve nos assuntos relacionados ao tema Educaccedilatildeo Ambiental o que acaba

limitando o assunto a algumas disciplinas

A Educaccedilatildeo Ambiental eacute praticada atraveacutes de que meios

A pergunta objetiva saber os meios pelos quais as instituiccedilotildees de ensino

utilizam para praticarem a Educaccedilatildeo Ambiental Se informalmente quando o

tema eacute abordado sem nenhum compromisso ou durante as aulas teoacutericas das

disciplinas ou por vaacuterios meios quando a escola tem projetos feiras

pedagoacutegicas visitas viacutedeos etc utilizando todos os meios simultaneamente

conforme mostrado na figura 88

0

20

40

60

80

100

Metro III Metro IV

Aulas Teoacutericase praacuteticas

Informalmente

Outros

Figura 88 Meios de aplicaccedilatildeo da Educaccedilatildeo Ambiental

Em todas as Metropolitanas a maioria das escolas utiliza aulas teoacutericas ou

praacuteticas para abordarem o tema Educaccedilatildeo Ambiental

Na Metropolitana III cerca de 51 das escolas utiliza aulas teoacutericas ou

praacuteticas para abordar o tema cerca de 17 abordam o tema de maneira

informal e cerca de 32 das escolas diversificam a maneira de abordagem do

tema

143

Na Metropolitana IV cerca de 43 das escolas utiliza as aulas para

abordarem o tema cerca de 16 abordam o tema informalmente e 42 das

escolas diversificam a forma de abordarem o tema

Na Metropolitana X dos 6 questionaacuterios respondidos 4 escolas abordam o

tema nas aulas teoacutericas e praacuteticas e 2 escolas abordam o tema informalmente

O predomiacutenio da abordagem em aulas teoacutericas provavelmente eacute

decorrente da falta de um projeto pedagoacutegico voltado para a Educaccedilatildeo

Ambiental

Quais os projetos eou atividades implantados

Objetiva mapear quais os principais temas abordados nos projetos e ou nas

atividades desenvolvidas pelas instituiccedilotildees de ensino voltadas para a educaccedilatildeo

ambiental conforme mostrado na figura 89

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Metro III Metro IV

Reciclagem e ColetaSeletiva

Reduccedilatildeo de Consumo eReuso de aacutegua e Energia

Outros

Figura 89 Projetos e ou Atividades implantados

De acordo com o graacutefico em ambas Metropolitanas o tema mais

abordado eacute a Reciclagem e a Coleta Seletiva Na Metropolitana III 50 dos

questionaacuterios responderam Reciclagem e Coleta Seletiva contra 39 de

Reduccedilatildeo de consumo e Reuso de aacutegua e energia

144

Na Metropolitana IV cerca de 46 responderam Reciclagem e Coleta

seletiva e 37 de projetos de Reduccedilatildeo de Consumo de aacutegua e energia

Este resultado era esperado pois para a maioria dos indiviacuteduos educaccedilatildeo

ambiental eacute Coleta Seletiva de Materiais e Reciclagem com isto a EA fica muito

restrita a este tema deixando os aspectos mais importantes sem abordagem isto

pode ser devido a falta de informaccedilatildeo que os proacuteprios educadores tecircm a

respeito da EA

A Metropolitana X apresentou uma resposta diferente dos quatro

questionaacuterios que foram respondidos trecircs responderam Reduccedilatildeo de Consumo e

Reuso de Aacutegua e Energia e apenas um respondeu Coleta Seletiva e Reciclagem

Isto pode ser reflexo da condiccedilatildeo Soacutecio-econocircmica predominante das

regiotildees abrangidas pelas Metropolitanas III e IV que compreendem bairros com

populaccedilotildees mais carentes Neste caso a Coleta Seletiva e a Reciclagem muitas

vezes satildeo a fonte de renda de muitas famiacutelias e faz parte do cotidiano dessas

regiotildees

Existe interesse dos alunos em relaccedilatildeo aos projetos

A pergunta objetiva saber se os alunos das instituiccedilotildees de ensino

demonstram interesse na participaccedilatildeo nos projetos eou nas atividades

relacionadas agrave educaccedilatildeo ambiental desenvolvidas nas escolas os resultados

encontram-se na figura 810

145

0

20

40

60

80

100

Metro III Metro IV

SimNatildeo

Figura 810 Participaccedilatildeo dos alunos

Na Metropolitana III o percentual de interesse dos alunos eacute de 96 e na

Metropolitana IV o percentual eacute de 100 mostrando que o interesse dos alunos

das aacutereas abrangidas por essas metropolitanas eacute bastante alto Este alto

percentual de participaccedilatildeo pode estar relacionado com a obrigatoriedade na

participaccedilatildeo dos alunos jaacute citado em pergunta anterior

Na Metropolitana X dos quatro questionaacuterios que foram respondidos dois

responderam que sim e dois responderam que natildeo resultado que natildeo nos

permite ter uma visatildeo do niacutevel de interesse dos alunos desta regiatildeo

Os projetos possuem retorno financeiro

A pergunta objetiva saber se os projetos implantados pelas instituiccedilotildees de

ensino tiveram como objetivo aleacutem da informaccedilatildeo para os alunos e a

comunidade trouxe tambeacutem algum tipo de retorno financeiro para alguma das

partes Isto porque alguns projetos de Educaccedilatildeo Ambiental como os de Coleta

Seletiva geram recursos financeiros ou bens conforme mostrado na figura 811

146

0

20

40

60

80

100

Metro III Metro IV

NuncaAs Vezes

Figura 811 - Retorno financeiro nos projetos

Nas Metropolitanas III e IV a maioria das escolas declarou que natildeo possui

nenhum tipo de retorno financeiro quando da implantaccedilatildeo de seus projetos de

educaccedilatildeo ambiental

Na Metropolitana III o percentual foi de 92 e a Metropolitana IV foi de

96 Com base nesses resultados conclui-se que os projetos implantados nas

escolas em sua maioria natildeo objetivam retorno financeiro

Na Metropolitana X dos cinco questionaacuterios que responderam todos

responderam que nunca possuem retorno financeiro na implantaccedilatildeo de seus

projetos de EA

Os recursos arrecadados satildeo para que destino

A pergunta objetiva saber para onde os recursos arrecadados com os

projetos realizados pelas escolas foram destinados

147

0

20

40

60

80

100

Metro III Metro IV

Escola e AlunosComunidadeOutros

Figura 812 Destino dos recursos arrecadados

As escolas que tiveram algum tipo de retorno utilizaram este para

aquisiccedilatildeo de materiais para a escola e para os alunos A maioria das instituiccedilotildees

de ensino natildeo respondeu a este item uma vez que a sua resposta estava

vinculada a pergunta anterior

2 ndash Quanto a Capacitaccedilatildeo docente

Qual a formaccedilatildeo em niacutevel de graduaccedilatildeo dos professores que

participam da Educaccedilatildeo Ambiental

Objetiva mapear a graduaccedilatildeo dos professores isto eacute as disciplinas que

mais participam dos projetos de educaccedilatildeo ambiental implantados nas

escolas conforme mostrado na figura 813

148

0

20

40

60

80

100

Metro III Metro IV

QuimFisBioGeo

Outras

Figura 813 Professores que participam das atividades

Em todas as Metropolitanas as disciplinas que mais participam dos projetos

de Educaccedilatildeo Ambiental satildeo as mesmas isto eacute Quiacutemica Fiacutesica Biologia e

Geografia Isto ocorre por serem estas disciplinas que em seus curriacuteculos

apresentam o tema Educaccedilatildeo Ambiental o que torna mais faacutecil para os

professores destas disciplinas a abordagem do tema e por consequumlecircncia esta

desperta maior interesse

Na Metropolitana X dos quatro questionaacuterios respondidos todos

colocaram as mesmas disciplinas citadas anteriormente

Eacute interessante frisar que em especial os cursos de graduaccedilatildeo de Quiacutemica

Biologia e Geografia tecircm um conteuacutedo consideraacutevel de temas voltados para a

aacuterea ambiental Talvez seja pertinente questionar que se a Educaccedilatildeo Ambiental

fosse mais abordada em outros cursos de Licenciatura (Histoacuteria Portuguecircs

Matemaacutetica etc) talvez aumentasse a participaccedilatildeo dos professores dessas

disciplinas ou de projetos transversais

149

Os professores que participam possuem formaccedilatildeo especiacutefica em

EA

Identifica se os professores das instituiccedilotildees de ensino que participam dos

projetos de educaccedilatildeo ambiental possuem algum tipo de formaccedilatildeo especiacutefica

para este fim como cursos de especializaccedilatildeo mestrado doutorado ou mesmo

cursos de curta duraccedilatildeo Os resultados satildeo mostrados na figura 814

0

20

40

60

80

100

Metro III Metro IV

AlgumaFormaccedilatildeo

NenhumaFormaccedilatildeo

Figura 814 Os professores possuem formaccedilatildeo especiacutefica em EA

Diferentemente do esperado as Metropolitanas III e IV informaram que um

grande nuacutemero de professores possui algum tipo de formaccedilatildeo especiacutefica

Na Metropolitana III cerca de 90 dos professores possuem alguma

formaccedilatildeo especifica em EA e na Metropolitana IV a metade dos professores da

rede possuem algum tipo de especializaccedilatildeo em EA

Apesar das escolas terem informado um grande de professores com algum

tipo de especializaccedilatildeo natildeo foi informado se essa especializaccedilatildeo era especiacutefica

em Educaccedilatildeo Ambiental mesmo estando claro na pergunta Este resultado vai

de encontro com as respostas referentes agraves outras questotildees nas quais as escolas

e os docentes demonstraram dificuldade na exploraccedilatildeo do tema e sinalizam que

eacute necessaacuteria a capacitaccedilatildeo

150

Na Metropolitana X das cinco escolas que responderam a essa questatildeo

trecircs possuem professores com alguma especializaccedilatildeo e duas escolas declararam

que natildeo possuem professores com especializaccedilatildeo

A escola tem interesse na capacitaccedilatildeo docente para a

Educaccedilatildeo Ambiental

A pergunta objetiva mostrar se existe o interesse das escolas em preparar

os professores para que estes possam adquirir mais conhecimentos teacutecnicos e

com isto possam realizar seus projetos com maior eficiecircncia no desempenho de

seu trabalho segundo mostrado na figura 815

0

20

40

60

80

100

Metro III Metro IV

SimNatildeo

Figura 815 Interesse da escola na capacitaccedilatildeo docente

A quase totalidade das escolas das Metropolitanas III e IV mostraram

interesse na capacitaccedilatildeo de seus professores em Educaccedilatildeo Ambiental

Na Metropolitana X das cinco escolas que responderam a essa pergunta

todas declararam que possuem interesse na capacitaccedilatildeo docente

Essas respostas mostraram que talvez a pergunta referente agrave

especializaccedilatildeo dos docentes natildeo foi corretamente respondida

151

Segundo esses dados conclui-se que existe grande interesse das escolas

em melhorar o desempenho de seus professores na aplicaccedilatildeo da educaccedilatildeo

ambiental

Existe interesse dos professores em participarem de cursos de

formaccedilatildeo em Educaccedilatildeo Ambiental

Objetiva mostrar se haacute interesse dos professores em participarem de cursos

de formaccedilatildeo especializaccedilatildeo na aacuterea ambiental segundo figura 816

0

20

40

60

80

100

Metro III Metro IV

Sim

Natildeo

Figura 816 - Interesse dos professores em cursos de formaccedilatildeo em EA

Nas Metropolitanas III e IV o interesse dos professores em participar de um

curso de formaccedilatildeo em EA eacute bastante alto

Na Metropolitana X dos seis questionaacuterios respondidos todos mostraram

interesse na participaccedilatildeo no curso de capacitaccedilatildeo

De acordo com as questotildees existe um grande interesse da parte dos

professores em participarem de cursos de formaccedilatildeo especializaccedilatildeo em EA Para

isto se faz necessaacuterio que exista uma oferta de cursos destinada a este puacuteblico

alvo

152

Quais as aacutereas que os professores apresentam maior interesse

Objetiva mapear em quais aacutereas da Educaccedilatildeo Ambiental os professores

gostariam que fossem abordados com maior profundidade e abrangecircncia

conforme mostrado na figura 817

0

20

40

60

80

100

Metro III Metro IV

Coleta Seletiva eReciclagem

RecursosHiacutedricos

Outros

Figura 817 Aacutereas de interesse dos professores

Neste item as respostas foram muito variadas sendo que o assunto que

apareceu com mais frequumlecircncia foram os de Coleta Seletiva e Reciclagem

seguidos pelos Recursos Hiacutedricos os demais aparecerem com pouca frequumlecircncia e

foram agrupados num uacutenico grupo ldquooutrosrdquo Foi observado que muitas

instituiccedilotildees natildeo entenderam bem o questionamento pois ao inveacutes de

responderem sobre o tema ambiental de interesse responderam sobre outros

temas

84 Conclusotildees Parciais

As escolas tiveram muita dificuldade para responder os questionaacuterios pois

muitas respostas natildeo tinham relaccedilatildeo direta com a pergunta Em muitos casos o

questionaacuterio foi devolvido com muitas perguntas sem resposta natildeo ficando claro

se por falta de entendimento das perguntas ou por desinteresse pelo tema

153

Com o questionaacuterio percebeu-se de forma geral que natildeo houve muito

empenho em se fornecer respostas claras e que refletissem realmente a vivecircncia

das escolas Pode-se detectar que os professores natildeo participaram ou seja a

pessoa designada para responder emitiu somente a sua opiniatildeo e simplesmente

natildeo respondeu o que tinha relaccedilatildeo direta com o corpo docente da escola

Algumas escolas aproveitaram o espaccedilo do questionaacuterio destinado a

sugestotildees e observaccedilotildees para fazer reivindicaccedilotildees como melhor remuneraccedilatildeo a

inadequaccedilatildeo de cursos ou treinamentos aos saacutebados e que os cursos deveriam

ter ajuda de custo para o professor ou ainda solicitaccedilatildeo de apoio em

campanhas como por exemplo ldquoNatildeo para um lixatildeo em nosso bairrordquo

O questionaacuterio deixou alguns pontos bem claros e alarmantes a educaccedilatildeo

ambiental natildeo eacute vista como um assunto que seja importante Isso pode ser

atribuiacutedo agrave falta de informaccedilatildeo que atinge desde a comunidade ateacute os oacutergatildeos

que coordenam a educaccedilatildeo passando pelos professores que na avaliaccedilatildeo da

autora satildeo as peccedilas mais importantes Estes quando possuem uma boa

formaccedilatildeo vatildeo propagar as informaccedilotildees entre os alunos que propagaratildeo para

suas famiacutelias e comunidades estabelecendo-se um efeito multiplicador agrave difusatildeo

do conhecimento

Com base nas demandas detectadas na anaacutelise dos questionaacuterios e na

excelecircncia dos profissionais da UFRJ ligados agrave aacuterea ambiental eacute apresentada a

seguir uma proposta de curso de especializaccedilatildeo transdisciplinar em EA voltado

para professores do Ensino Meacutedio

154

Capiacutetulo 9 ndash Proposta de Curso de Formaccedilatildeo Para Professores

A Educaccedilatildeo Ambiental segundo a lei ndeg 9795 de 27 de abril de 1999 eacute

um componente essencial e permanente da Educaccedilatildeo Nacional devendo estar

presente em todos os niacuteveis e todas as modalidades do processo educativo

formal e natildeo-formal

Por seu caraacuteter humanista holiacutestico interdisciplinar e participativo a

Educaccedilatildeo Ambiental pode contribuir muito para renovar o processo educativo

trazendo a permanente avaliaccedilatildeo criacutetica a adequaccedilatildeo dos conteuacutedos agrave

realidade local e o envolvimento dos educandos em accedilotildees concretas de

transformaccedilatildeo dessa realidade

155

Para realmente abordar estes princiacutepios e atingir seus objetivos a

Educaccedilatildeo Ambiental precisa de uma ampla gama de meacutetodos e do preparo dos

educadores neste sentido

A partir das informaccedilotildees obtidas nesta pesquisa observou-se a

necessidade de cursos de formaccedilatildeo na aacuterea ambiental para os professores do

Ensino Meacutedio da Rede Puacuteblica Estadual

Este capiacutetulo objetiva propor um curso que atenda a essa necessidade

tendo em vista todas as dificuldades em termos de disponibilidade da entidade e

da quantidade de vagas que possa atender da melhor maneira possiacutevel ao

puacuteblico alvo

91 Objetivo do Curso

Capacitar os professores do Ensino Meacutedio da Rede Puacuteblica Estadual do

Municiacutepio do Rio de Janeiro para o ensino da Educaccedilatildeo Ambiental fornecendo

conhecimentos aos participantes de forma que os educadores tenham

condiccedilatildeo de desenvolver o seu trabalho de maneira plena e com maior

eficiecircncia

Desenvolver a capacidade de compreensatildeo da temaacutetica ambiental de

forma holiacutestica e no acircmbito interdisciplinar enfocando o papel da educaccedilatildeo

para a construccedilatildeo de uma sociedade sustentaacutevel

Analisar as relaccedilotildees entre educaccedilatildeo problemaacutetica ambiental e

desenvolvimento sustentaacutevel

Incentivar a pesquisa interdisciplinar e o desenvolvimento de projetos de

intervenccedilatildeo social aleacutem de promover atividades de prestaccedilatildeo de serviccedilos a

comunidade em geral atraveacutes de cursos accedilotildees integradas eventos entre outros

Para que estes objetivos sejam atingidos eacute necessaacuterio que na

programaccedilatildeo dos conteuacutedos sejam contemplados fundamentos teoacutericos e

156

praacuteticos de modo a atender as determinaccedilotildees dos oacutergatildeos Ambientais Estaduais

Municipais e do Ministeacuterio do Meio Ambiente

92 Duraccedilatildeo do Curso

Por se tratar de um curso de especializaccedilatildeo a carga horaacuteria miacutenima

deveraacute ser de 360 horas com aulas ministradas em dias e horaacuterios de melhor

disponibilidade para os professores e as Universidades

93 Conteuacutedo do Curso

Nesta proposiccedilatildeo de ensino de Educaccedilatildeo Ambiental para docentes do

Ensino Meacutedio o curso deveraacute ser composto por quatro moacutedulos para que seja

abordada a maioria dos aspectos necessaacuterios para a boa formaccedilatildeo docente

1ordm Moacutedulo ndash As diferentes dimensotildees da temaacutetica ambiental na atualidade

Analise dos mais variados enfoques das questotildees ambientais por meio de

debates e trocas de experiecircncias como alternativa para aproximar todas as

vaacuterias aacutereas de conhecimento reconhecendo a diversidade do grupo e a

necessidade de interaccedilatildeo entre as aacutereas de formaccedilatildeo ressaltando as interfaces

entre as ciecircncias naturais e as humanas dentro da perspectiva interdisciplinar

Conceitos baacutesicos na Aacuterea Ambiental

bull Meio Ambiente e Ecologia rarrConceitos baacutesicos a fim de atender

melhor a dinacircmica de interaccedilotildees nos biomas terrestres e ambientes

bull Tipos de Poluiccedilatildeo e seus efeitos rarr Classificaccedilatildeo dos principais tipos de

poluiccedilatildeo e seus efeitos no meio ambiente e na sociedade

bull Tratamento de resiacuteduos soacutelidos e de efluentesrarrNoccedilotildees de reduccedilatildeo na

produccedilatildeo de resiacuteduos e tratamento dos resiacuteduos

bull Minimizaccedilatildeo de emissotildeesrarrClassificaccedilatildeo dos tipos de emissotildees e como

minimiza-las

157

2ordm Moacutedulo ndash Aborda as leis e os oacutergatildeos ligados a Educaccedilatildeo Ambiental As

disciplinas pretendem realizar uma introduccedilatildeo ao Direito Ambiental apontando e

propiciando a discussatildeo anaacutelise e avaliaccedilatildeo de conceitos juriacutedicos baacutesicos para

a compreensatildeo da legislaccedilatildeo ligada agrave problemaacutetica ambiental e suas

implicaccedilotildees sociais

Legislaccedilatildeo Ambiental

bull Leis RegulamentadorasrarrMostrar as leis que regulamentam as accedilotildees

ligadas ao meio ambiente e a Educaccedilatildeo Ambiental

bull Oacutergatildeos fiscalizadoresrarrIdentificar os oacutergatildeos fiscalizadores das accedilotildees

voltadas para o meio ambiente como tambeacutem as accedilotildees voltadas para a

Educaccedilatildeo Ambiental

bull Esferas AdministrativasrarrMostrar as atribuiccedilotildees de cada esfera de

governo nas accedilotildees relacionadas as questotildees ambientais

3ordm Moacutedulo ndash mostrar as relaccedilotildees entre Meio Ambiente e sociedade a partir

da anaacutelise de casos concretos existentes A discussatildeo dos conceitos de

paisagem lugar e territoacuterio explicando os viacutenculos soacutecio-culturais com os

ambientes O conceito sustentabilidade deveraacute ser debatido tanto na dimensatildeo

cultural e social nas formas de produccedilatildeo da subsistecircncia humana e nos

diferentes modelos soacutecio-econocircmicos priorizando as questotildees dos ldquoecossistemas

urbanosrdquo

Educaccedilatildeo ambiental e Cidadania

bull Percepccedilatildeo da realidade ambientalrarr As relaccedilotildees entre o homem e

o seu meio ambiente social e natural atraveacutes de modelos de ocupaccedilatildeo do

espaccedilo e uso de recursos naturais por formas soacutecio-culturais diferenciadas

bull A relaccedilatildeo Educaccedilatildeo Ambiental - Qualidade de Vida rarr As relaccedilotildees

da EA com a qualidade de vida e a sauacutede

bull Projetos roteiros reflexotildees e praacuteticas de Educaccedilatildeo Ambiental

rarrInstrumentalizar para a elaboraccedilatildeo e execuccedilatildeo de projetos de gestatildeo

158

ambiental e de modelos de desenvolvimento sustentado adequados agraves

especificidades soacutecio-ambientais das populaccedilotildees ldquoalvordquo

bull Integraccedilatildeo Escola-Meio-Ambiente-ComunidaderarrAbordagem de

aspectos teoacutericos e praacuteticos da construccedilatildeo de projetos no contexto escolar e fora

deste espaccedilo

4 ndash Moacutedulo ndash Projetos - seratildeo tarefas pedagoacutegicas de caraacuteter

interdisciplinar A partir do levantamento dos interesses dos alunos pretende-se

estruturar coletivamente projetos de intervenccedilatildeo e pesquisa em EA que

deveratildeo possibilitar a elaboraccedilatildeo dos trabalhos de final de curso

Pesquisa em Educaccedilatildeo Ambiental

bull Estudo de Campo

bull Trabalho final

94 Consideraccedilotildees

Esta proposta daacute uma visatildeo de alguns aspectos que norteiam o tema

Educaccedilatildeo Ambiental focando essencialmente os assuntos que satildeo importantes

para a formaccedilatildeo do Educador Ambiental

Os temas devem ser abordados de forma sucinta de modo que consiga

atingir a todos os profissionais de Educaccedilatildeo considerando que estes possuem

diferentes formaccedilotildees em niacutevel de graduaccedilatildeo

Outro aspecto considerado eacute que dentre os temas abordados estatildeo a

relaccedilatildeo sociedade e meio ambiente que eacute um dos pontos mais importantes do

curso pois permitiraacute que o educador consiga transmitir aos seus alunos a sua real

importacircncia na contribuiccedilatildeo para a melhoria da sua qualidade de vida e de seu

entorno e consequumlentemente na conservaccedilatildeo do planeta

159

Capiacutetulo 10 ndash Conclusotildees e Sugestotildees

101 Consideraccedilotildees Finais

A Educaccedilatildeo eacute primordial para o crescimento de qualquer paiacutes poreacutem natildeo

lhe eacute dada toda a atenccedilatildeo necessaacuteria problema que natildeo eacute recente mas sim

um problema histoacuterico pois a Educaccedilatildeo natildeo eacute tema essencial desde os tempos

da colonizaccedilatildeo Desde aquela eacutepoca o ensino era colocado em segundo

plano como algo sem importacircncia e por consequumlecircncia a profissatildeo de professor

jaacute era desvalorizada muitas vezes sendo colocado como marginalizados pela

sociedade

A Educaccedilatildeo de qualidade era um direito de poucos e esses poucos eram os

indiviacuteduos que tinham famiacutelias tradicionais e abastadas que tinham condiccedilotildees

financeiras para estudar nos melhores coleacutegios Este fato se reflete nos dias de

hoje onde a qualidade no ensino estaacute cada vez mais destinada aos alunos que

tem melhores condiccedilotildees financeiras Isto pode ser verificado nas escolas puacuteblicas

160

de ensino fundamental e o ensino meacutedio da Rede Puacuteblica Estadual onde resta

para os menos favorecidos um ensino que natildeo tem como objetivo central uma

boa formaccedilatildeo

Atraveacutes das Poliacuteticas SociaisEducacionais a ideacuteia central eacute a manutenccedilatildeo

do aluno na escola fornecimento de alimentaccedilatildeo etc onde a manutenccedilatildeo do

aluno na escola se faz de vaacuterias formas dentre elas podemos citar a aprovaccedilatildeo

progressiva no ensino fundamental onde o aluno eacute aprovado mesmo sem

condiccedilotildees pois foi verificado que o aluno que reprova muitas vezes abandona a

escola

No ensino Meacutedio natildeo eacute muito diferente onde o problema comeccedilou no

momento em que o ingresso no ensino meacutedio passou a ser automaacutetico sem

nenhum tipo de avaliaccedilatildeo gerando turmas muito heterogecircneas com alunos

bons lado a lado com alunos que natildeo possuem a menor condiccedilatildeo de estarem no

ensino meacutedio Isto acarreta numa dificuldade muito grande ao professor de

passar o conteuacutedo das disciplinas com um agravante o professor eacute obrigado a

ter um niacutevel de exigecircncia muito baixo pois um nuacutemero de reprovaccedilatildeo muito alto

tambeacutem natildeo eacute permitido Aleacutem disso podemos citar ainda as condiccedilotildees de

trabalho principalmente nas aacutereas mais carentes onde muitas vezes o professor

natildeo tem o material miacutenimo de trabalho tendo que comprar do proacuteprio bolso

Tocando neste ponto um problema muito grave eacute a falta de valorizaccedilatildeo do

professor atraveacutes dos baixos salaacuterios que estes recebem o que causa uma

desmotivaccedilatildeo muito grande na boa execuccedilatildeo de seu trabalho

Esses satildeo apenas algumas das causas do baixo desempenho do ensino

meacutedio e por consequumlecircncia o baixo iacutendice de aprovaccedilatildeo desses alunos em

concursos de acesso as Universidades Puacuteblicas que deveria ser o fluxo natural

desses alunos Este fato gerou a Poliacutetica Publica de inclusatildeo social que determina

o aumento de alunos egressos da Rede Puacuteblica nas Universidades Puacuteblicas que eacute

feito atraveacutes de reservas de vagas nas Universidades para esses alunos Isto no

entendimento da autora funciona apenas como uma forma imediatista de

resolver o problema pois em educaccedilatildeo os impactos de uma proposta de

161

mudanccedila requerem um tempo para que sejam percebidos Com isto para se

reverter o problema de inclusatildeo dos jovens vindos da rede puacuteblica estadual nas

universidades seria necessaacuterio no miacutenimo de 12 anos Um periacuteodo relativamente

grande pois as mudanccedilas devem envolver todas as esferas do governo em

conjunto com a sociedade e natildeo devendo estar atrelada a um determinado

mandato Em outras palavras em um sistema ideal os mandatos acabariam

mais os projetos continuariam

O estado atual da Educaccedilatildeo no paiacutes eacute uma consequumlecircncia direta do

arrocho salarial e da degradaccedilatildeo dos serviccedilos puacuteblicos acentuados apoacutes o fim

do Regime Militar com isso a classe meacutedia passou a incluir em seus orccedilamentos a

educaccedilatildeo o que gerou uma ruptura da convivecircncia entre crianccedilas e jovens de

classes pobres e da classe meacutedia nas Escolas Puacuteblicas No topo da piracircmide

social estatildeo as famiacutelias de classe meacutedia e alta que usufruem do Ensino Privado

para posteriormente disputar em melhores condiccedilotildees as vagas nas Universidades

Puacuteblicas reconhecidas como as melhores Na base estatildeo os menos privilegiados

que estatildeo na rede puacuteblica que tem que se conformarem em parar os seus

estudos ao fim do Ensino meacutedio ou se sacrificar para pagar uma Universidade

Privada jaacute que natildeo possuem condiccedilotildees de competirem em igualdade de

condiccedilotildees agraves vagas oferecidas pelas Universidades Puacuteblicas

Um dos caminhos detectados nessa pesquisa para reverter o quadro atual

da educaccedilatildeo eacute a capacitaccedilatildeo docente Para uma melhor formaccedilatildeo dos

professores se faz necessaacuterio que o tema seja abordado em todos os cursos de

graduaccedilatildeo destinados a licenciatura Este assunto tambeacutem deve ser uma

preocupaccedilatildeo das Universidades para que estas ofereccedilam cursos de extensatildeo

capacitaccedilatildeo ou poacutes-graduaccedilatildeo para professores promovendo o retorno destes

as Universidades para atualizaccedilatildeo de seus conhecimentos para que possam

aprimorar e consequumlentemente melhor preparar o aluno que ingressaraacute na

Universidade Com isso para a Universidade o retorno consiste em receber alunos

oriundos do ensino meacutedio com uma formaccedilatildeo mais completa fechando o ciclo

de interaccedilotildees

162

102 Conclusotildees

A partir dessas consideraccedilotildees e dos dados coletados e discutidos no corpo

do trabalho pode-se extrair as seguintes conclusotildees

A desvalorizaccedilatildeo dos professores eacute um problema histoacuterico jaacute que a

pesquisa bibliograacutefica mostrou que desde o iniacutecio da Educaccedilatildeo no paiacutes

esta classe de profissionais natildeo era vista como algo primordial para o

desenvolvimento do paiacutes

De acordo com as necessidades da sociedade foram surgindo

articulaccedilotildees que levaram a formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas com o

objetivo de suprir ou amenizar problemas gerados pelas diferenccedilas sociais

da sociedade A formulaccedilatildeo dessas poliacuteticas se fundamenta no processo

de descentralizaccedilatildeo levando a democratizaccedilatildeo e a participaccedilatildeo

A Educaccedilatildeo Ambiental eacute essencial para uma boa formaccedilatildeo da

cidadania devido a isto o tema EA estaacute presente nos PCNs e deve ser

abordado em todas as disciplinas de forma transversal

A tema Educaccedilatildeo Ambiental eacute relativamente antigo poreacutem natildeo lhe

era dada a devida importacircncia somente a partir do seacuteculo XX que foram

realizadas as conferecircncias voltadas para o tema ambiental o que tornou

o Meio Ambiente uma preocupaccedilatildeo mundial

A pesquisa avaliou o ingresso de alunos da Rede Puacuteblica Estadual nas

Universidades Puacuteblicas com estudo de caso avaliando o sistema de Cotas

da UERJ e a proposta de Reserva de Vagas da UFRJ A pesquisa mostrou

que a reserva de vagas natildeo eacute a soluccedilatildeo para o problema de inclusatildeo

desses alunos poreacutem funciona como uma accedilatildeo imediata para

remediaccedilatildeo do problema

163

A avaliaccedilatildeo da EA nas escolas de Ensino Meacutedio da Rede Estadual do

Municiacutepio do Rio de Janeiro mostrou que os escolas tem dificuldade em

abordar o tema de forma plena e transversal

A pesquisa mostrou que o tema natildeo eacute abordado de maneira plena

devido ao despreparo dos professores nesta aacuterea jaacute que somente os

professores que possuem o tema Ambiental ligados a sua formaccedilatildeo tem

condiccedilotildees de transmit-lo para seus alunos Para isto se fazem urgente e

necessaacuterias gestotildees dos oacutergatildeos competentes no sentido do aumento da

oferta de cursos de capacitaccedilatildeo

103 Sugestotildees Para a continuidade desta pesquisa vaacuterias linhas de trabalho podem ser

desenvolvidas A seguir satildeo listadas algumas sugestotildees e accedilotildees

Realizar uma pesquisa comparativa sobre educaccedilatildeo Ambiental no acircmbito

do municiacutepio do Rio de Janeiro envolvendo as Redes Federal Estadual e

Particular

Realizar uma pesquisa por amostragem sobre o tema Educaccedilatildeo

Ambiental atingindo outros municiacutepios do Estado do Rio de Janeiro

Avaliar se eacute feita e de que maneira a Educaccedilatildeo Ambiental no Ensino

Fundamental

164

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172

173

ANEXO 1

LEI FEDERAL

PROJETO DE LEI 36272004

Institui Sistema Especial de Reserva de Vagas para estudantes egressos de

escolas puacuteblicas em especial negros e indiacutegenas nas instituiccedilotildees puacuteblicas

federais de educaccedilatildeo superior e daacute outras providecircncias

O CONGRESSO NACIONAL decreta

Art 1ordm As instituiccedilotildees puacuteblicas federais de educaccedilatildeo superior reservaratildeo

em cada concurso de seleccedilatildeo para ingresso nos cursos de graduaccedilatildeo no

miacutenimo cinquumlenta por cento de suas vagas para estudantes que tenham

cursado integralmente o ensino meacutedio em escolas puacuteblicas

Art 2ordm Em cada instituiccedilatildeo de educaccedilatildeo superior as vagas de que trata o

art1 o seratildeo preenchidas por uma proporccedilatildeo miacutenima de autodeclarados negros

e indiacutegenas igual agrave proporccedilatildeo de pretos pardos e indiacutegenas na populaccedilatildeo da

unidade da Federaccedilatildeo onde estaacute instalada a instituiccedilatildeo segundo o uacuteltimo censo

da Fundaccedilatildeo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica - IBGE

Paraacutegrafo uacutenico No caso de natildeo-preenchimento das vagas segundo os

criteacuterios do caput as remanescentes deveratildeo ser completadas por estudantes

que tenham cursado integralmente o ensino meacutedio em escolas puacuteblicas

Art 3ordm O Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e a Secretaria Especial de Poliacuteticas de

Promoccedilatildeo da Igualdade Racial da Presidecircncia da Repuacuteblica seratildeo responsaacuteveis

pelo acompanhamento e avaliaccedilatildeo do sistema de que trata esta Lei ouvida a

Fundaccedilatildeo Nacional do Iacutendio - FUNAI

174

Art 4ordm As instituiccedilotildees de que trata o art 1ordm teratildeo o prazo de duzentos e

quarenta dias para se adaptarem ao disposto nesta Lei

Art 5ordm O Poder Executivo promoveraacute no prazo de dez anos a contar da

publicaccedilatildeo desta Lei a revisatildeo do sistema especial para o acesso de estudantes

negros pardos e indiacutegenas bem como daqueles que tenham cursado

integralmente o ensino meacutedio em escolas puacuteblicas nas instituiccedilotildees de educaccedilatildeo

superior

Art 6ordm Esta Lei entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

Brasiacutelia(wwwportalmecgov)

175

ANEXO 2

LEI ESTADUAL

Iacutentegra da Lei Nordm 3708 de 9 de Novembro de 2001

Institui cota de ateacute 40 (quarenta por cento) para as populaccedilotildees negra e parda

no acesso a Universidade do Estado do Rio de Janeiro e agrave Universidade Estadual

do Norte Fluminense e daacute outras providecircncias

O Governador do Estado do rio de Janeiro

Faccedilo saber que a Assembleacuteia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro

decreta e eu sanciono a seguinte Lei

Art 1ordm Fica estabelecida a cota miacutenima de ateacute 40 (quarenta por cento)

para as populaccedilotildees negra e parda no preenchimento das vagas relativas aos

cursos de graduaccedilatildeo da universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e da

Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF)

Paraacutegrafo Uacutenico Nesta cota miacutenima ficam incluiacutedos tambeacutem os negros e

pardos beneficiados pela lei 35242000

Art 2ordm O Poder executivo regulamentaraacute a presente Lei no prazo de 30

(trinta) dias de sua publicaccedilatildeo

Art 3ordm Estaacute lei entraraacute em vigor na data de sua publicaccedilatildeo revogadas as

disposiccedilotildees em contraacuterio

Rio de janeiro 09 de novembro de 2001

ANTHONY GAROTINHO

Autoria Deputado Joseacute Amorim

176

Iacutentegra do Decreto Nordm 30766 de 04 de marccedilo de 2002

DISCIPLINA O SISTEMA DE COTA PARA NEGROS E PARDOS NO ACESSO Agrave

UNIVERSIDADE

DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO E Agrave UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE

FLUMINENSE E DAacute OUTRAS PROVIDEcircNCIAS

O Governador do Estado do Rio de Janeiro no uso de suas atribuiccedilotildees

legais tendo em vista o disposto no artigo 1ordm caput e paraacutegrafo uacutenico da Lei nordm

3708 de 09 de novembro de 2001 e tendo em vista o que consta do Processo E-

260592002

D E C R E T A

Projeto de Lei nordm 24902001

Art 1ordm - Ficam reservadas para negros e pardos 40 das vagas relativas

aos cursos de graduaccedilatildeo oferecidas pela Universidade do Estado do Rio de

Janeiro e pela Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro

Paraacutegrafo uacutenico Para os fins deste decreto natildeo se faz distinccedilatildeo entre pessoas

negras e pardas

Art 2ordm - Caberaacute agraves universidades envolvidas definir os criteacuterios miacutenimos de

qualificaccedilatildeo para o acesso agraves vagas reservadas aos alunos negros e pardos

Art 3ordm - No preenchimento de suas vagas deveratildeo as universidades

observar sucessivamente o seguinte

I - verificar os candidatos qualificados de acordo com o com os criteacuterios

tratados na Lei nordm 35242000 selecionando-os para ingresso ateacute o limite das

vagas destinadas a tal fim

177

II - identificar dentre os alunos selecionados para ingresso na instituiccedilatildeo na

forma do inciso anterior o percentual que se declarou negro ou pardo em

relaccedilatildeo ao nuacutemero total de vagas oferecidas por curso e turno

III - deduzir da cota de 40 o percentual de candidatos selecionados na

instituiccedilatildeo declarados negros ou pardos que foram beneficiados pela Lei nordm

35242000 (art 1ordm paraacutegrafo uacutenico da Lei 37082001)

IV - preencher as vagas restantes da cota de 40 com os demais

candidatos declarados negros ou pardos que tenham sido qualificados para

ingresso na instituiccedilatildeo independentemente da origem escolar e

V - preencher as demais vagas oferecidas independentemente da cor

raccedila ou origem escolar do candidato qualificado

Paraacutegrafo uacutenico - Em caso de reclassificaccedilatildeo deveratildeo as universidades

observar o sistema de cotas estabelecidos pelas Leis nordms 35242000 e 37082001

Art 4ordm - Caso natildeo sejam preenchidas todas as vagas reservadas aos

beneficiaacuterios deste Decreto poderatildeo ser elas aproveitadas pelos demais

estudantes

Art 5ordm - A identificaccedilatildeo dos alunos negros e pardos se faraacute atraveacutes de

declaraccedilatildeo firmada sob as penas da Lei pelo proacuteprio candidato agrave vaga na

universidade

sect1ordm - A autodeclaraccedilatildeo eacute facultativa ficando o candidato submetido agraves

regras gerais de seleccedilatildeo caso opte por natildeo a firma

sect2ordm - Os candidatos beneficiados pelo regime de reserva de vagas tratado

na Lei nordm 352400 poderatildeo firmar a declaraccedilatildeo prevista neste artigo

Art 6ordm - Fica instituiacutedo sem o aumento de despesa o Conselho para a

Promoccedilatildeo Educacional Superior das Populaccedilotildees Negra e Parda - COPESNEP com

os seguintes objetivos

178

I - manter a memoacuteria de dados capaz de permitir o acompanhamento do

perfil de desempenho dos estudantes negros e pardos nos exames seletivos para

o ingresso nas instituiccedilotildees de ensino superior em funcionamento no Estado do Rio

de Janeiro

II - propor medidas que visem estimular a aplicaccedilatildeo do sistema de cotas

estabelecido neste Decreto a outras instituiccedilotildees de ensino superior

III - propor medidas que visem o aprimoramento da legislaccedilatildeo que trata do

acesso dos negros e pardos ao ensino superior e

IV - propor medidas que visem divulgar e orientar a sociedade da

importacircncia das accedilotildees afirmativas adotadas por forccedila deste Decreto com vistas

agrave promoccedilatildeo da igualdade de oportunidades entre os diversos grupos eacutetnicos e o

combate agrave discriminaccedilatildeo

Art 7ordf - O Conselho para a Promoccedilatildeo Educacional Superior das

Populaccedilotildees Negra e Parda - COPESNEP vinculado agrave Secretaria de Estado de

Ciecircncia e Tecnologia eacute composto dos seguintes membros

I - um representante da Secretaria de Estado de Educaccedilatildeo de Ciecircncia e

Tecnologia

II - um representante da Secretaria de Estado de Educaccedilatildeo

III - um representante do Conselho Estadual do Negro

IV - um representante da Universidade do Estado do Rio de Janeiro

V - um representante da Universidade Estadual do Norte Fluminense

sect1ordm - Seraacute convidado para participar do COPESNEP um representante do

movimento estudantil negro organizado indicado pela Coordenaccedilatildeo Nacional

de Entidades Negras - CONEN dentre estudantes do ensino meacutedio

179

sect2ordm - O COPESNEP seraacute presidido pelo representante da Secretaria de

Estado de Ciecircncias e Tecnologia contando com voto qualificado em caso de

empate nas votaccedilotildees

sect3ordm - O exerciacutecio das funccedilotildees de Presidente ou membro do Conselho natildeo

seraacute remunerado a qualquer tiacutetulo sendo considerado de relevante interesse

puacuteblico

Art 8ordm - Este Decreto entraraacute em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

produzindo efeitos para o ingresso nas universidades a partir de 2003 revogadas

as disposiccedilotildees em contraacuterio

Rio de Janeiro 04 de marccedilo de 2002-03-22

ANTHONY GAROTINHO

180

ANEXO 3 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM TECNOLOGIA DE PROCESSOS QUIacuteMICOS E BIOQUIacuteMICOS ESCOLA DE QUIacuteMICA PROJETO DE PESQUISA DE DISSERTACcedilAtildeO DE MESTRADO ldquoA CAPACITACcedilAtildeO DOCENTE EM EDUCACcedilAtildeO AMBIENTALrdquo Mestranda Maria de Lourdes Ribeiro de Souza de Azevedo Orientadoras Maria Antonieta Peixoto Gimenes Couto Denize Dias de Carvalho

QUESTIONAacuteRIO DE LEVANTAMENTO DE DADOS SOBRE EDUCACcedilAtildeO

AMBIENTAL NO ENSINO MEacuteDIO DA REDE ESTADUAL

A - DADOS INSTITUCIONAIS 1 ndash Nome da instituiccedilatildeo de ensino_______________________________________ 2 ndash Metropolitana ______________________________________________ 3 ndash Bairro __________________________________________ 4 A Escola funciona em ( ) turno uacutenico ( ) manhatilde e tarde ( ) manhatilde tarde e noite ( )outros Qual_____ 5 ndash Nordm de alunos Manhatilde = _______________ Tarde = ________________Noite

=_______________

6 ndash Nordm de professores da instituiccedilatildeo ______________________________ 7 - O curso eacute ( ) normal ( ) supletivo ( ) manhatilde e tarde normal noite supletivo ( ) outrosQual B QUANTO Agrave ABORDAGEM DO TEMA EDUCACcedilAtildeO AMBIENTAL 1 ndash O tema educaccedilatildeo ambiental eacute abordado na escola ( ) sim ( ) natildeo 2 ndash Em caso positivo o tema eacute abordado em ( ) uma disciplina(disciplina especiacutefica-disciplinar) ( ) vaacuterias disciplinas(multidisciplinar) ( )de outras formas Quais ____________________________________________ 3 ndash Existe a obrigatoriedade da participaccedilatildeo dos alunos ( ) sim ( ) natildeo _____________________________________________________________________

181

4ndash Quantos professores participam das atividades relacionadas ao tema _______________________________________ 5 ndash A educaccedilatildeo ambiental eacute praticada atraveacutes de que meio (eacute admitida mais de uma resposta) ( ) aulas teoacutericas ( ) aulas praacuteticas ( ) informalmente ( ) projetos ( ) outros Qual_________________________________________________ 6 ndash Os projetos eou atividades implantados foram de(eacute admitida mais de uma resposta) ( ) reciclagem ( ) coleta seletiva ( ) reduccedilatildeo de consumo reuso de aacutegua ( ) reduccedilatildeo de consumo de energia ( ) outros Qual ________________________________________________________ 7 ndash Existe interesse dos alunos em relaccedilatildeo aos projetos ( ) sim ( ) natildeo __________________________________________ 8 ndash Os projetos possuem retorno financeiro ( ) frequumlentemente ( ) agraves vezes ( ) raramente ( ) Nunca 9 - Os recursos arrecadados satildeo para aquisiccedilatildeo de materiais para ( ) os alunos (por ex uniformes material escolar bolsa auxilio Outros Quais _________________________ ( ) a comunidade (por excesta baacutesicaestruturas de lazer cursos Outros Quais _______________________ ( ) a escola (por ex equipamentos livros infra-estrutura Outros Quais ___________________________ ( ) outros Qual _________________________ C QUANTO Agrave CAPACITACcedilAtildeO DOCENTE 1 ndash Qual eacute a formaccedilatildeo em niacutevel de graduaccedilatildeo dos professores que participam da educaccedilatildeo ambiental(eacute admitida mais de uma resposta) ( ) Quiacutemica ( ) Biologia ( ) Fiacutesica ( ) Geografia ( ) outra Quais________________________________________________________

182

2 ndash Dos professores que participam quantos possuem formaccedilatildeo especiacutefica em educaccedilatildeo ambiental e de que tipo ( ) especializaccedilatildeo(latu-senso) ____________ ( ) mestrado _____________ ( ) doutorado ____________ ( ) cursos de curta duraccedilatildeo___________ ( ) outros ________________ ( ) nenhuma ________________________________________________________________ 3 ndash A escola tem interesse na capacitaccedilatildeo docente para educaccedilatildeo ambiental ( ) sim ( ) natildeo _____________________________________ 4 ndash Haacute interesse dos professores em participarem de um curso de formaccedilatildeo em educaccedilatildeo ambiental ( ) sim ( ) natildeo Obs Caso positivo informar quantos _____________________________________ 5 - Quais as aacutereas que os professores apresentam maior interesse ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 6 ndash Observaccedilotildees e comentaacuterios da instituiccedilatildeo de ensino ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Obs As perguntas possuem linhas para quaisquer observaccedilotildees que a instituiccedilatildeo considerar importante para enriquecer as informaccedilotildees Solicito que as respostas reflitam de fato a situaccedilatildeo real da Escola de modo a construir um panorama que permita traccedilar metas que levem agrave melhoria do Ensino Para tal acreditamos que a capacitaccedilatildeo dos professores seja um bom caminho e principalmente em um tema tatildeo importante do qual depende o futuro de todos Obrigada

183

ANEXO 4

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM TECNOLOGIA DE PROCESSOS QUIacuteMICOS E BIOQUIacuteMICOS

ESCOLA DE QUIacuteMICA

PROJETO DE PESQUISA DE DISSERTACcedilAtildeO DE MESTRADO ldquoA CAPACITACcedilAtildeO DOCENTE EM EDUCACcedilAtildeO AMBIENTALrdquo

Mestranda Maria de Lourdes Ribeiro de Souza de Azevedo Orientadoras Maria Antonieta Peixoto Gimenes Couto Denize Dias de Carvalho

AVALIACcedilAtildeO DE RECEPTIVIDADE

Metropolitana METROPOLITANA III Responsaacutevel Nordm de questionaacuterios entregues Nordm de questionaacuterios devolvidos Nordm de questionaacuterios respondidos 1 ndash Todos os questionaacuterios foram enviados ( ) Sim ( ) Natildeo 2 ndash Na sua avaliaccedilatildeo o interesse das escolas sob a responsabilidade desta Metropolitana em responder agrave pesquisa foi ( ) Alto ( ) Mediano ( ) Baixo 3 ndash No espaccedilo abaixo justifique as suas respostas nas perguntas 1 e 2 ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ 4 ndash Na sua avaliaccedilatildeo a contribuiccedilatildeo da pesquisa para a integraccedilatildeo Universidade ndash Ensino Meacutedio eacute

( ) Relevante ( ) Irrelevante

184

ANEXO 5

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM TECNOLOGIA DE PROCESSOS QUIacuteMICOS E BIOQUIacuteMICOS

ESCOLA DE QUIacuteMICA

PROJETO DE PESQUISA DE DISSERTACcedilAtildeO DE MESTRADO ldquoA CAPACITACcedilAtildeO DOCENTE EM EDUCACcedilAtildeO AMBIENTALrdquo

Mestranda Maria de Lourdes Ribeiro de Souza de Azevedo Orientadoras Maria Antonieta Peixoto Gimenes Couto Denize Dias de Carvalho

AVALIACcedilAtildeO DE RECEPTIVIDADE

Metropolitana METROPOLITANA IV Responsaacutevel Nordm de questionaacuterios entregues Nordm de questionaacuterios devolvidos Nordm de questionaacuterios respondidos 1 ndash Todos os questionaacuterios foram enviados ( ) Sim ( ) Natildeo 2 ndash Na sua avaliaccedilatildeo o interesse das escolas sob a responsabilidade desta Metropolitana em responder agrave pesquisa foi ( ) Alto ( ) Mediano ( ) Baixo 3 ndash No espaccedilo abaixo justifique as suas respostas nas perguntas 1 e 2 ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ 4 ndash Na sua avaliaccedilatildeo a contribuiccedilatildeo da pesquisa para a integraccedilatildeo Universidade ndash Ensino Meacutedio eacute

( ) Relevante ( ) Irrelevante

185

ANEXO 6

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM TECNOLOGIA DE PROCESSOS QUIacuteMICOS E BIOQUIacuteMICOS

ESCOLA DE QUIacuteMICA

PROJETO DE PESQUISA DE DISSERTACcedilAtildeO DE MESTRADO ldquoA CAPACITACcedilAtildeO DOCENTE EM EDUCACcedilAtildeO AMBIENTALrdquo

Mestranda Maria de Lourdes Ribeiro de Souza de Azevedo Orientadoras Maria Antonieta Peixoto Gimenes Couto Denize Dias de Carvalho

AVALIACcedilAtildeO DE RECEPTIVIDADE

Metropolitana METROPOLITANA X Responsaacutevel Nordm de questionaacuterios entregues Nordm de questionaacuterios devolvidos Nordm de questionaacuterios respondidos 1 ndash Todos os questionaacuterios foram enviados ( ) Sim ( ) Natildeo 2 ndash Na sua avaliaccedilatildeo o interesse das escolas sob a responsabilidade desta Metropolitana em responder agrave pesquisa foi ( ) Alto ( ) Mediano ( ) Baixo 3 ndash No espaccedilo abaixo justifique as suas respostas nas perguntas 1 e 2 ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ 4 ndash Na sua avaliaccedilatildeo a contribuiccedilatildeo da pesquisa para a integraccedilatildeo Universidade ndash Ensino Meacutedio eacute

( ) Relevante ( ) Irrelevante

186

ANEXO 7

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM TECNOLOGIA DE

PROCESSOS QUIacuteMICOS E BIOQUIacuteMICOS

ESCOLA DE QUIacuteMICA

PROJETO DE PESQUISA DE DISSERTACcedilAtildeO DE MESTRADO ldquoA CAPACITACcedilAtildeO DOCENTE EM EDUCACcedilAtildeO AMBIENTALrdquo

Mestranda Maria de Lourdes Ribeiro de Souza de Azevedo Orientadoras Maria Antonieta Peixoto Gimenes Couto Denize Dias de Carvalho

AVALIACcedilAtildeO DE RECEPTIVIDADE

Responsaacutevel Regina Coeli de A Vasconcelos

Nordm total de questionaacuterios entregues 313 questionaacuterios

Nordm total de questionaacuterios devolvidos 68 questionaacuterios

Nordm total de questionaacuterios respondidos 94 questionaacuterios

1 ndash Na sua avaliaccedilatildeo a contribuiccedilatildeo da pesquisa para a integraccedilatildeo

Universidade ndash Ensino Meacutedio eacute

( ) Relevante ( ) Irrelevante

2 ndash Na sua avaliaccedilatildeo o interesse da SEERJ na implementaccedilatildeo de um curso

de capacitaccedilatildeo docente em Educaccedilatildeo Ambiental eacute

( ) Alto ( ) Mediano ( ) Baixo

187

3 ndash Que accedilotildees conjuntas poderiam ser sugeridas para a melhoria da

capacitaccedilatildeo docente do Ensino Meacutedio da Rede Puacuteblica Estadual em Educaccedilatildeo

Ambiental

_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

GRAacuteFICO COMPARATIVO ENTRE AS METROPOLITANAS DO MUNICIacutePIO

DO RIO DE JANEIRO

Questionaacuterios

0

100

200

300

400

Entregues Devolvidos Respondidos

0

50

100

150

Metro III Metro IV Metro X

Receptividade

QuestionaacuteriosentreguesQuestionaacuteriosdevolvidosQuestionaacuteriosrespondidos

  • MARIA DE LOURDES RIBEIRO DE SOUZA DE AZEVEDO
    • RIO DE JANEIRO
      • MARIA DE LOURDES RIBEIRO DE SOUZA DE AZEVEDO
        • Capiacutetulo 1 Apresentaccedilatildeo do Trabalho
        • 25 A Educaccedilatildeo no Poacutes 1930
        • 26 Educaccedilatildeo na Nova Repuacuteblica (1946 ndash 1963)
          • Accedilotildees e Projetos Secretaria Estadual de Educaccedilatildeo
          • PLANO DE RECUPERACcedilAtildeO DA REDE FIacuteSICA
          • PARLAMENTO JUVENIL
            • FOacuteRUM PERMANENTE DE DIRETORES
              • EDUCACcedilAtildeO AMBIENTAL
              • Capiacutetulo 4 Poliacuteticas Puacuteblicas de Inclusatildeo Social
                  • SEacuteCULO XIX
                  • 611 Objetivos
                  • A seguir seratildeo detalhados os procedimentos utilizados duran
                  • 612 Metodologia de Pesquisa
                  • O meacutetodo de pesquisa adotado foi uma combinaccedilatildeo de anaacutelise e
                  • 613 Planejamento da Pesquisa
                  • 614 Fontes de Informaccedilotildees
                  • 615 Pesquisa de Campo
                  • 616 Avaliaccedilatildeo dos Resultados
                  • 621 Objetivos
                  • A seguir seratildeo detalhados os procedimentos utilizados duran
                  • 622 Metodologia de Pesquisa
                  • 623 Planejamento da Pesquisa
                  • 624 Fontes de Informaccedilotildees
                  • 625 Pesquisa de Campo
                  • 63 Limitaccedilotildees do Estudo
                  • Capiacutetulo 10 ndash Conclusotildees e Sugestotildees
                  • Referecircncias
                  • ESCOLA DE QUIacuteMICA
                  • PROJETO DE PESQUISA DE DISSERTACcedilAtildeO DE MESTRADO
                    • Manhatilde = _______________ Tarde = ________________Noite =____
                      • ANEXO 4
                          • ESCOLA DE QUIacuteMICA
                          • PROJETO DE PESQUISA DE DISSERTACcedilAtildeO DE MESTRADO
                            • ANEXO 5
                              • ESCOLA DE QUIacuteMICA
                              • PROJETO DE PESQUISA DE DISSERTACcedilAtildeO DE MESTRADO
                              • ESCOLA DE QUIacuteMICA
                              • PROJETO DE PESQUISA DE DISSERTACcedilAtildeO DE MESTRADO
                                • ANEXO 7
                                  • UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
                                      • ESCOLA DE QUIacuteMICA
                                      • PROJETO DE PESQUISA DE DISSERTACcedilAtildeO DE MESTRADO
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