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Maria Luiza Ferreira Tosta Santos (Secretária Acadêmica)

Hayda Carla de Vasconcelos Lapenda Francklin (Diretora Acadêmica)

Aline Gurgel d'Ávila (Diretora Assistente)

Anny Caroline de Souza Barreto (Diretora Assistente)

Beatriz Alexandria (Diretora Assistente)

João Victor de Queiroz Coelho (Diretor Assistente)

João Victor Queiroz Hazin (Diretor Assistente)

Rayane Soares Penha (Diretora Assistente)

CÂMARA DOS DEPUTADOS

Deliberação de projetos de lei na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania

Guia de Estudo apresentado ao Projeto de Extensão UNISIM-

RN – Simulação Intermundi, do Centro Universitário do Rio

Grande do Norte (UNI-RN), a ser realizado na data de 23 a 26

de agosto de 2017.

Orientadora Geral: Vânia Vaz Barbosa Cela

Natal/RN

26/07/2017

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APRESENTAÇÃO

Queridas delegadas e delegados,

Turo bom? Sejam bem-vindas e bem-vindos a XI edição da UNISIM-

RN, e ao comitê que simulará a Câmara dos Deputados.

A Câmara dos Deputados sente-se, pois, orgulhosa em trazer à

comunidade acadêmica a simulação de tal organismo tão importante para nossa realidade que

se destaca no processo Legislativo brasileiro.

Nós da Câmara dos Deputados, estamos ansiosos para poder auxiliá-los

no processo de discussão em busca de debater sobre projetos de lei. Desejamos que vocês

tenham um excelente processo de estudo e que isso resulte em um estimulante debate em

nosso comitê. Mas, para que possam nos conhecer melhor, segue abaixo uma breve descrição

dos integrantes desse comitê.

Hayda Lapenda, ou apenas Carla para os que têm o privilégio de

Conhecê-la por seu nome artístico,é a diretora acadêmica da câmara dos deputados mais

estilosa que você respeita. No auge dos seus 21 anos, ela dirige esse comitê da mesma forma

que dirige seu carro: perigosamente. Conhecida no DETRAN, fez seu nome logo cedo

conhecendo todos os instrutores de auto-escola de natown e conquistou todos com seu

carisma até conseguir sua famigerada habilitação. Quem a vê pela primeira vez pode até

acreditar no jeito meigo e doce, mas tire ela do sério que você vai a ver ligada no 220 para

desatar a falar e te convencer com propriedade do que ela quiser. Porém não se preocupe caro

delegado, basta colocar Tiago Iorc para tocar, ou melhor, a simples menção do nome desse

rapaz já vai acalmar o coração da nossa amada diretora. Brincadeiras a parte, de uma coisa

esse comitê tem certeza: do que você precisar, essa diretora vai estar lá para te ajudar, pois

dentro dela tem um coração que não cabe no peito e basta chegar perto dela para perceber e

sentir.

Senhores Deputados, preparem-se para o tiro que esta diretora vai dar

no coração dos senhores. Diretamente do sertão do Rio o Grande do Norte, Anny não veio

para ser só mais uma estudante de direito e filosofia na capital potiguar, ela veio para mostrar

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que sempre tem uma resposta na ponta da língua e que adora deixar as pessoas sem ter o que

falar com suas frases filosóficas e cheias de palavras difíceis. Então, Senhores Deputados, eu

acho melhor os senhores tomarem cuidado com essa diretora, porque, além disso, ela tem os

olhos claros mais hipnotizadores que os senhores vão ver ao longo desses três dias de

simulação e para alegria da nação ela está SOLTEIRA.

Quem bater o olho nessa diretora de primeira vai ter a falaciosa

impressão de que ela é sempre uma pessoa séria e serena. Bom, vamos lá, acho melhor vocês

olharem duas vezes, porque Rayane, como uma boa e dedicada estudante de Direito do 5°

período da UNI-RN, promete mostrar todos os seus surpreendentes lados dentro da nossa

estimadíssima Câmara dos Deputados. Para começar, sabemos que a mulher consegue manter

um bom decoro e pensar rápido nas mais diversas situações, e só para dar um gostinho desse

poder, sabemos que acima de tudo ela é a dona da internet e conhecedora de todos os

possíveis memes. Então, acho melhor vocês ficarem atentos, porque se vocês querem uma

magnífica diretora, é o que vocês terão.

Que Deus tenha misericórdia de João Victor Coelho, senhores

deputados. Atualmente cursando o nono período de direito na UnP, o deputado já está em sua

7ª simulação, a primeira como diretor. Com este destemido congressista é melhor ter cuidado,

pois, diferente da maioria, João não tem políticos de estimação e não vai passar a mão na

cabeça de ninguém. Ele é uma pessoa tranquila, e que gosta de se divertir, mas, na hora que se

senta na cadeira do presidente, é o próprio Eduardo Cunha (... e que Deus o tenha). Desde já,

avisá-los-ei: se este diretor não for eleito como direfashion, impeachments serão inevitáveis

(João não me pediu para escrever isso). Quando perguntando sobre o coffeebrake, disse:

“NÃO RENUNCIAREI. REPITO. NÃO RENUNCIAREI. Sei o que fiz e sei da correção dos

meus atos”. E, quando perguntado sobre aqueles delegados trabalhosos, João parou...

respirou... e disse: “é uma pantomima, uma patuscada [...] e eu repudio e repilo isso, com toda

veemência da força interior do meu coração”. Contudo, ao mesmo tempo, admite João que

um comitê comportado demais chega a ser sem graça, afirmando que é “uma fantasia, um

devaneio, um sonho de uma noite de verão”. Depois de tudo isso, resta apenas um fato a ser

declarado sobre João (pode ser sensível a Pernambucanos): este homem tem a audácia de se

referir à Bolo de Rolo – um patrimônio histórico e imaterial de Pernambuco – como

Rocambole. Vocês podem até achar este fato irrelevante, mas o diretor que vos escreve fica

profundamente insultado com esta atitude desídia. De qualquer forma, senhores deputados,

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meu tempo se esgotou, e para conhecer de fato este pujante ser humano, só na Câmara dos

Deputados da UniSim 2017™.

A Srta. Beatriz Alexandria é, oficialmente, a diretora mais fofa que

vocês verão neste ano (!!!). Cursando o terceiro período de direito na UFRN, já é dona da

coisa toda aonde chega. Bota moral em tudo - inclusive no love, João Victor Hazin, e

INCLUSIVE GANHANDO A APOSTA DE QUE TIRARIA A CARTEIRA DE

MOTORISTA ANTES DELE SE MATRICULAR NA AUTOESCOLA (#goteambeea)!

Engraçada, fofa e simpática, a pequena beea cativou à tod@s da Câmara, mesmo chegando

depois. Com pouco tempo de convívio, já se foi possível perceber o quão engrandecedoras

são suas ideias e como tinha a acrescentar na equipe da Câmara. Hazin que se cuide, pois

todos somos #teambeeavaitiraraCNHantesdevocêcomeçarasaulashahahah. Brincadeiras a

parte, aconselho a quem estiver lendo isso que, se tiver oportunidade, pode chegar junto que a

moça é super do bem e vai te acrescentar muito! Afinal, o cargo de direfofa mais fofa da vida,

não é qualquer uma que assume.

Primeiramente, senhores delegados, recomendo que estejam com o

dicionário em mãos para compreender o nosso diretor João Victor Hazin. Por isso, não se

deixem enganar pelo semblante bondoso que ele exibe por aí, já que com um vocabulário rico

– e inspirado no famoso e de reputação duvidosa Eduardo Cunha – o nosso Diretor poderá

usar palavras com significados conhecidos apenas por ele e pelo dicionário que talvez

signifiquem palavras de baixo calão, mas nunca saberemos. Ademais, o nosso diretor se

destaca facilmente no meio da multidão pela excelente oratória, inteligência e pulso firme,

além de ser um rapaz tranquilo, do signo de peixes, com quase duas décadas de vida, cursa

atualmente o 3º período do curso de direito na UFRN. Sendo mais competente que a Ana

Furtado, o Sr. Hazin assume com entusiasmo a função que lhe for destinada e ainda sobra

tempo para aquele bom e velho hangloose, para se declarar fã assumido do ET Bilu, preferir

Game of Thrones à Vikings e, claro, destinar um tempo à Sra. Beatriz, diretora responsável

pelo coração do nosso Diretor Aurélio.

Vocês já devem ter ouvido falar em Aline d’Ávila por ela ser

considerada uma pop de Natal. Aline marcou a era do formspring e arrasava nas festas teen,

mas essa época passou e agora ela vive uma vida de universitária, cursa o segundo período de

direito na UNI-RN e prefere frequentar rolés mais alternativos. Dezenove anos, ariana,

rolezeira, e não se deixem enganar com a carinha fofa, porque a bicha faz miséria com os

outros, além de ser crush suprema e, infelizmente, comprometida. Bom, a Câmara dos

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Deputados que se prepare para esse tiro, porque Aline, além de ser um mulherão... não vai

deixar fácil para vocês, deputados, se estão achando que essa Casa vai virar um cabaré, sem

decoro, Aline vai colocar vocês de volta nos trilhos, não queiram badblood. Se não quiserem

testar a paciência dela e se comportarem direito, vão ver que ela é um amorzinho.

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Sumário 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 8

2 A ESTRUTURA DA CÂMARA DOS DEPUTADOS ..................................................................... 9

3 O PLENÁRIO ................................................................................................................................... 10

4 AS COMISSÕES .............................................................................................................................. 16

4. 1 COMPETÊNCIAS E ATRIBUIÇÕES ...................................................................................... 17

4.2 O FUNCIONAMENTO DAS COMISSÕES NA CÂMARA DOS DEPUTADOS ................... 18

4.3 A APRECIAÇÃO DAS PROPOSIÇÕES PELAS COMISSÕES NA CÂMARA DOS

DEPUTADOS ................................................................................................................................... 20

5 COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E DE CIDADANIA (CCJC) ......................... 24

6 O PROCESSO LEGISLATIVO ..................................................................................................... 26

6.1 EMENDAS À CONSTITUIÇÃO ............................................................................................... 26

6.2 LEIS COMPLEMENTARES ...................................................................................................... 27

6.3 LEIS ORDINÁRIAS ................................................................................................................... 27

6.4 LEIS DELEGADAS ................................................................................................................... 28

6.5 MEDIDA PROVISÓRIA ............................................................................................................ 28

6.6 DECRETOS LEGISLATIVOS ................................................................................................... 28

6.7 RESOLUÇÕES ........................................................................................................................... 29

6.8 PARECER .................................................................................................................................. 29

7 PROJETOS DE LEI E SEUS RELATÓRIOS .............................................................................. 30

8 PARTIDOS POLÍTICOS ................................................................................................................ 33

8.1 HISTÓRICO NO BRASIL.......................................................................................................... 33

8.2 A IMPORTÂNCIA DO PARTIDO NA SOCIEDADE BRASILEIRA ..................................... 34

8.3 COLIGAÇÕES ........................................................................................................................... 34

8.3.1 DISTRIBUIÇÃO DAS CADEIRAS ENTRE PARTIDOS E COLIGAÇÕES .................... 35

8.4 BANCADAS PARTIDÁRIAS E BLOCOS PARLAMENTARES ............................................ 35

9 PARTIDOS POLITICOS A SEREM SIMULADOS .................................................................... 36

9.1 PARTIDO SOCIAL DA DEMOCRACIA BRASILEIRA – PSDB ........................................... 36

9.2 PARTIDO DO MOVIMENTO DEMOCRÁTICO BRASILEIRO – PMDB ............................. 37

9.3 PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT) .............................................................................. 38

9.4 PARTIDO SOCIALISMO E LIBERDADE (PSOL) .................................................................. 39

9.5 PARTIDO SOCIAL CRISTÃO – PSC ....................................................................................... 40

10 CONCLUSÃO ................................................................................................................................ 42

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1 INTRODUÇÃO

Durante o período de um ano, a UniSim estudou as regras do processo

legislativo e procura adaptá-las, com a maior fidelidade possível, ao espaço da simulação. Os

estudantes organizam a simulação e a fazem acontecer no âmbito acadêmico.

Nosso escopo é ser um meio reconhecido de aprendizagem sobre

Processo Legislativo e demais aspectos da política brasileira. Promover o conhecimento e a

prática das atividades políticas, valorizando a comunicação entre Estado e Sociedade Civil e

proporcionando experiência no Processo Legislativo e na Formação de Políticas Públicas.

A simulação consiste na representação, adaptada ao modelo

universitário, dos trabalhos legislativos desempenhados pelos deputados federais. O presente

guia se faz disponível aos inscritos como forma de introduzir com veracidade o processo

legislativo etodas suas características, bem como informações de acordo com a realidade de

maneira sucinta.

As adaptações para fins de simulação serão encontradas no Regimento

Interno que guiará os trabalhos do comitê, assim como nos outros documentos auxiliares. A

função de mentor executada pela organização do projeto com os inscritos será de fundamental

importância para a compreensão total do que idealizamos para o evento, e de igual

importância para preparação para a simulação.

Desejamos a todos uma ótima simulação desde já e nós, da organização,

nos colocamos a disposição para sanar qualquer eventual duvida e proporcionar o melhor

evento possível para todos. Obrigado pela oportunidade de viver essa experiência.

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2 A ESTRUTURA DA CÂMARA DOS DEPUTADOS

Na capital Federal do Brasil, está localizado o Congresso Nacional que

exerce a sua função sobre o poder legislativo e é dividida em duas casas, são elas a Câmara

dos Deputados ou câmara baixa e o Senado Federal.

Assim, O Estado brasileiro, é regido por três poderes, judiciário,

executivo e o legislativo. A Câmara dos Deputas atua sobre o poder legislativo, que tem como

função legislar sobre as leis, isto é, elaborá-las. Essas leis estão ligadas diretamente ao

convívio em sociedade para regularização do país, a conduta de cada cidadão e das

organizações sejam elas públicas ou privadas.

A casa do Congresso Nacional representa o povo brasileiro, através

Câmara baixa. Cada deputado é eleito para uma legislatura, ou seja, um mandato de quatro

anos em que exerce as suas atribuições descritas na Constituição Federal de 88. A legislaturaé

dividida anualmente, em quatro sessões legislativas. Cada sessão legislativa ordinária tem seu

início em 2 de fevereiro, é interrompida em 17 de julho, é reiniciada dia 1º de agosto e

encerrada em 22 de dezembro.

A organização estabelecida na casa dos Deputados Federias, é feita pela

representação feita pelo voto proporcional, que varia em torno de 8 (oito) deputados no

mínimo por estado e no máximo 70 (setenta) deputados. Hoje em dia a Câmara é representada

por 513 (quinhentos e treze) Deputados.

A Câmara dos Deputados é uma casa autônoma, com inúmeras

obrigações e deveres já estabelecidos, seja pela sua estrutura ou pela função exercida pelos

Deputados. A seguir, está a estrutura da Câmara dos Deputados:

A Câmara baixa possui o seu próprio livro de regras, chamado pelo

nome de Regimento interno, é um instrumento constituído para auxiliar os Deputados

Federais na elaboração nas leis do país. O regimento Interno pode tercomo função determinar

a estrutura, o funcionamento da Câmara dos Deputados e a organização.

A mesa diretora tem sua função dirigir os trabalhos legislativos e os

serviços administrativos da casa. A Câmara dos Deputados, é constituída por 7 (sete)

deputados eleitos pelos parlamentares da casa. Uma das funções exercida é a de Presidente da

Mesa, é um cargo exclusivo de brasileiro nato, e sua principal atribuição é estabelecer a pauta

de preposições a serem deliberadas pelo plenário. O Plenário é órgão de deliberação da casa.

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Nele os representantes do povo discutem e votam os projetos de leis em tramitação.

A Câmara dos Deputados existe para que o povo tenha os

representantes lutando para ter uma sociedade justa e igualitária. Por isso, é de suma

importância as atividades exercidas pelos Deputados Federais, que são eleitos pelo povo

brasileiro de 4 (quatro) em 4 (quatro) anos, através do voto. Ao assumir a sua função um

Deputado poderá propor novas leis, modificar ou revogar as leis já existentes.

3 O PLENÁRIO

O Regimento Interno de 1989 redimensionou os procedimentos de

Plenário, nele, sob o pressuposto de que parte significativa do trabalho de elaboração

legislativa se daria no âmbito das Comissões. Nesse sentido, adotou-se, por exemplo, como

regra, a apreciação em Plenário em sistema de turno único, em lugar dos tradicionais dois

turnos, reduziu-se o tempo destinado à discussão das matérias e previu-se a realização de

sessões não deliberativas, tudo sob a presunção de que o fluxo de tramitação das matérias

seria, em boa parte, direcionado à apreciação conclusiva nas Comissões. Ficando o Plenário

com competência originária sobre algumas matérias apenas, a exemplo das sujeitas a quórum

especial, como os projetos de lei complementar e propostas de emenda à Constituição, e

competência recursal quanto aos projetos de lei em geral.

Assim, para a devida assimilação da Câmara dos Deputados, nesse

momento nos nortearemos pelos seus princípios orientadores. Inicialmente, pelo princípio da

publicidade, compreendemos que os atos do processo legislativo, por sua característica de

exercício de mandato popular, são, via de regra, públicos. São públicos pela possibilidade de

acesso dos cidadãos às sessões do Plenário quando são discutidos e votados os projetos, são

públicos pela divulgação desses atos por meios institucionais, como o Diário da Câmara dos

Deputados, pela elaboração e publicação de atas de sessões e reuniões e, mais recentemente,

são públicos até mesmo pela transmissão de sessões pela imprensa e por canais oficiais de

radiodifusão.

O Regimento Interno da Câmara preconiza, além da publicidade das

sessões, a publicidade das votações, prevendo pouquíssimos e raros casos de votação secreta.

O princípio da oralidade está presente nas regras referentes à participação nas sessões por

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intervenções de viva voz, seja para oferecer pareceres às proposições, para discutir as

matérias, formular questões de ordem ou fazer pronunciamentos sobre matérias diversas.

Toda a dinâmica dos trabalhos em sessão plenária e nas reuniões das

comissões é caracterizada pela oralidade, prevendo, o regimento, tempo e o modo de os

Deputados intervirem no seu andamento para praticarem os diversos atos parlamentares. De

tal modo esse princípio é consagrado na Câmara dos Deputados que importantes atos

procedimentais devem ser praticados oralmente, em sessão, a exemplo do levantamento de

questões de ordem e de vários requerimentos atinentes ao andamento dos trabalhos

(Regimento Interno da Câmara dos Deputados, artigos 95 e 114).

Essencial é o princípio do exame prévio por comissão das matérias

sujeitas à apreciação da Casa Legislativa. Há mais de século os parlamentos se organizam em

colegiados internos destinados ao estudo das matérias submetidas ao seu exame, com vistas à

maior agilidade e especialização dos trabalhos. No caso brasileiro, a vigente Carta Magna não

apenas deu foro constitucional ao sistema de Comissões, como determinou sua criação para

oferecerem pareceres em matérias especiais, como as Medidas Provisórias e as leis

orçamentárias. (artigos 62, § 9 º e 166, §1º, da Constituição Federal).

Consoante o Regimento Interno da Câmara dos Deputados, salvo em

casos como o da não observância de prazos na tramitação de matérias em regime de urgência,

via de regra, as proposições legislativas são examinadas no âmbito de comissões antes de

serem apreciadas pelo Plenário ou mesmo quando dispensado este exame, na hipótese do

exercício do “poder conclusivo” ou “competência plena”.

No tocante ao processo legislativo ordinário, aquele previsto para a

tramitação das leis comuns, pode-se, em linhas gerais, dividi-lo em três grandes fases: a

introdutória, a constitutiva e a complementar. Para fins desse estudo, o foco estará nas

atividades que se sucedem em Plenário.

A fase inicial ou introdutória compreende as regras sobre iniciativa,

apresentação e definição do rito de tramitação da proposição e os incidentes preliminares que

podem surgir, como, por exemplo, a recusa de tramitação por vício de constitucionalidade ou

de forma.

A fase constitutiva compreende a apreciação do projeto de lei pela

Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, no caso da legislação federal, e sua submissão,

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uma vez aprovado pelo Congresso Nacional, ao Presidente da República, para o exercício de

sua faculdade de sanção ou veto. Havendo veto a fase constitutiva só se completará com a

manifestação do Congresso Nacional sobre a negativa de sanção.

Consagra, assim, a Constituição vigente (artigos 65 e 66) um

procedimento complexo para a formação das leis, conferindo competência legislativa idêntica

às duas Casas do Legislativo e, ainda, chamando a participação do Presidente da República.

No âmbito de cada Casa, a fase constitutiva, em geral, desdobra-se em duas etapas: a

apreciação da matéria pelas comissões e a apreciação pelo Plenário.

Em geral, é na etapa de apreciação pelas Comissões que as proposições

são alteradas, por meio das emendas, e negociadas politicamente. Do seu trabalho fluem para

o Plenário, quando é o caso, as alternativas consideradas viáveis, fundamentadas em pareceres

e estudos técnicos, assim como em considerações políticas. Por outro lado, as Comissões

cumprem um papel de triagem, evitando o congestionamento do Plenário com matérias

inviáveis ou ainda não suficientemente discutidas.

A principal diferença de procedimento, na apreciação, pelas Comissões,

entre os projetos sujeitos a competência conclusiva e os de Plenário é quanto às possibilidades

de oferecimento de emendas (artigos 119 e 120 do Regimento Interno da Câmara dos

Deputados). No processo legislativo, as emendas são consideradas proposições acessórias por

meios das quais os membros do Congresso Nacional e suas Comissões introduzem

modificações no texto legislativo originalmente oferecido ao seu exame.

O exercício dessa competência deve observar as restrições

constitucionais de não se aumentar a despesa prevista em projetos de iniciativa de outro Poder

(artigo 63) e não deve configurar usurpação de iniciativa legislativa privativa originária, pela

inserção, por via de emenda, em projeto em tramitação, de tema sujeito a essa reserva não

constante da proposição inicial.

O Regimento Interno da Câmara dos Deputados classifica as emendas

em supressivas, aglutinativas, substitutivas, modificativas e aditivas. As emendas

substitutivas, quando modificam a proposição inicial formal ou substancialmente em seu

conjunto, oferecendo uma nova redação integral ao texto são chamadas de Substitutivos.

Muitas vezes, o trabalho de negociação e elaboração legislativas se dá

em torno da confecção, no Congresso Nacional, de uma nova versão do projeto originalmente

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apresentado a sua consideração. Nos casos de projetos sujeitos à apreciação do Plenário, na

etapa de sua apreciação pelas Comissões, as emendas apenas podem ser oferecidas pelo

Relator e aprovadas pelo Colegiado.

Caso o Relator não se disponha a oferecer emendas sugeridas pelos

pares e a Comissão as queira aprovar, o procedimento regimental consistirá na rejeição do

parecer do Relator originário, com a consequente designação de um novo membro para

substituí-lo na tarefa, a quem caberá consignar a vontade do Colegiado e apresentar as

emendas pretendidas por meio da apresentação de um novo parecer – chamado “parecer

vencedor”, que é aquele que espelha a vontade da Comissão. Em se tratando de proposições

sujeitas à competência do Pleno, novas emendas poderão ser apresentadas à matéria quando

da sua discussão no Plenário da Casa, por qualquer Deputado ou com o apoio necessário,

quando for o caso (artigo 120 e parágrafos, do Regimento Interno).

Finalizada a etapa de apreciação em Comissões, duas possibilidades se

abrem em termos de tramitação na Câmara dos Deputados. Em se tratando de matéria sujeita

à apreciação do Plenário, será a proposição enviada à publicação, com os pareceres e emendas

oferecidos pelas Comissões, e aguardará sua inclusão em Ordem do Dia (artigo 59 do

Regimento Interno). Há, nesse, momento, outro funil na tramitação, uma vez que não apenas

não se prevê a inclusão automática em Ordem do Dia de proposição apreciada pelas

Comissões, como não se estabelece qualquer prazo para isso.

A organização da pauta das Sessões do Plenário da Câmara é feita

pelo Presidente da Câmara, ouvido o Colégio de Líderes, com elevado grau de

discricionariedade política (artigo 86 do Regimento Interno). Apenas as matérias com

prazo constitucional vencido, nomeadamente, as medidas provisórias e os projetos de lei com

urgência solicitada pelo Presidente da República (artigos 62, §6º e 64, º1º da Constituição

Federal) têm inclusão automática na Ordem do Dia.

Outra possibilidade regimental de incluir em Ordem do Dia do Plenário

uma proposição sem observância dos trâmites descritos é mediante a apresentação de um

requerimento de urgência para o qual, no entanto, são exigidas condições especiais de

formulação, autoria e aprovação pelo Plenário (artigos 153 a 155 do Regimento Interno da

Câmara dos Deputados, de tal forma que, também nesse caso fica essa possibilidade sujeita a

uma decisão preliminar).

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Os trabalhos de Plenário completam a fase constitutiva do processo

legislativo no âmbito de cada Casa. Os procedimentos previstos nos regimentos são de

considerável complexidade, quanto aos mecanismos de apreciação.

Via de regra, as proposições podem sofrer alterações durante a

discussão em Plenário, o que acarretará seu retorno às comissões para apreciação das emendas

porventura apresentadas. Também são admissíveis mecanismos de votação, como os

destaques e a votação parcelada, que permitem pontuar os aspectos polêmicos e gerenciar o

processo de superação dos dissensos.

Na Câmara dos Deputados são matérias legislativas de competência do

Plenário da Casa as Propostas de Emenda à Constituição, os Projetos de Lei Complementar,

os Projetos de Decreto Legislativo, os Projetos de Resolução e os Projetos de Lei nos casos

previstos no artigo 24, inciso II, do Regimento Interno. Além dessas proposições, desde o

advento da Emenda Constitucional n. º 32, de 2001, também as Medidas Provisórias são

apreciadas em Plenário. Tais possibilidades serão posteriormente, nesse guia, objeto de estudo

mais detalhado.

Acerca dos procedimentos abordados em Plenário e conduzido pelo

Regimento Interno temos que, em consonância com o princípio da separação da discussão

da votação, os turnos de apreciação das matérias no Plenário iniciam-se pela discussão, que é

a fase destinada ao debate sobre a proposição.

Durante a discussão, geralmente, poderão ser oferecidas emendas à

proposição de forma prescrita, se for o caso (artigo 120 do Regimento Interno). Encerrada a

discussão com emendas, são essas encaminhadas às Comissões pertinentes para que sobre

elas se pronunciem (artigo 179), retornando após oferecidos os pareceres, a matéria, à Ordem

do Dia do Plenário para votação. Encerrada a discussão sem emendas, passa-se de imediato à

votação da matéria, havendo quórum necessário para deliberação, em regra, a presença da

maioria absoluta dos membros da Casa.

A votação das matérias é, em geral, pública, por processo simbólico,

pelo qual, presente a maioria absoluta dos membros da Casa no Plenário verificada pelo

sistema eletrônico manifestam-se os Deputados a favor ou contra a matéria permanecendo

sentados ou levantando-se, respectivamente.

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A votação nominal, no entanto, será procedida nos casos de matérias

sujeitas a quórum especial, como as propostas de Emenda à Constituição e os projetos de lei

complementar, ou ocorrendo pedido de verificação de uma votação simbólica. As votações

nominais são feitas pelo sistema eletrônico ou por chamada (artigos 184 a 187 do Regimento

Interno). A votação de proposição em Plenário admite vários mecanismos regimentais de

parcelamento, agrupamento, inversão de ordem e ordenação dos dispositivos a serem

apreciados.

Como regra, vota-se a proposição em seu conjunto, salvo requerimento

de votação parcelada ou requerimentos de destaques. As emendas são votadas antes da

matéria principal, agrupadas de acordo com o sentido dos pareceres das Comissões,

ressalvadas as emendas destacadas, as emendas com pareceres divergentes e as emendas com

subemendas (artigo 189 do Regimento Interno).

Antes da votação da matéria e de cada um de seus desdobramentos,

admite-se o uso da palavra para o encaminhamento da votação, que consiste em falas breves

destinadas a orientarem o Plenário acerca do ponto específico que estará sendo submetido a

votos. Encerrada a votação de uma proposição, se for aprovada, será encaminhada, em regra à

Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania para elaboração da redação final, que

também deverá ser apreciada pelo Plenário. Aprovada a redação final, a matéria retorna à

Mesa para feitura dos autógrafos a serem encaminhados à revisão ou à sanção, conforme o

caso.

Consoante nosso sistema bicameral, a “aprovação de um projeto de lei

se dá pela conjugação da vontade das duas Casas Legislativas” (BASTOS, 2002). Assim,

aprovado um projeto de lei numa das Casas do Congresso Nacional é ele enviado à outra para

revisão em turno único de discussão e votação.

A Casa revisora poderá aprovar o projeto e enviá-lo, consequentemente

à sanção; rejeitá-lo, enviando-o ao arquivo ou emendá-lo, caso em que o devolverá à Casa

iniciadora para que aprecie as emendas, podendo aceitá-las ou rejeitá-las. Pelo menos é esse o

entendimento que dão os regimentos do Congresso à lacônica expressão do dispositivo inserto

no parágrafo único do artigo 65 da Constituição Federal: “Sendo o projeto emendado, voltará

à Casa iniciadora”.

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Finalmente, a fase complementar do processo legislativo ordinário

inclui a promulgação e a publicação da lei. Conforme Alexandre Moraes (2001, pág. 525), “a

primeira garante a executoriedade à lei, enquanto a segunda lhe dá notoriedade”.

4 AS COMISSÕES

O Poder Legislativo possui uma estrutura orgânica que permite o

desempenho de suas funções típicas, as quais são o ato de produção das leis e fiscalização dos

atos dos outros Poderes, com destaque ao Executivo. Com o fim de organizar o desempenho

dessas funções, o Congresso Nacional, as Assembleias Legislativas, a Câmara Distrital e as

Câmaras Municipais são constituídas por comissões parlamentares.

Assim, as comissões parlamentares são órgãos deliberativos criados

pelo regimento interno das casas legislativas, de organização colegiada, que se forma por uma

parcela de parlamentares designados pelas lideranças partidárias da respectiva casa, detendo

uma série de competências relacionadas às funções típicas do Poder Legislativo já

mencionadas.

Em outras palavras, as comissões parlamentares são plenários menores

dentro da casa legislativa com o fim de focar em uma temática específica, sob a égide em

fiscalizar os atos dos outros Poderes e emitir parecer aos projetos de lei. A título de exemplo,

a Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara dos Deputados

emite parecer quanto aos projetos de lei que tocam ao tema segurança pública e combate ao

crime. Ou seja, uma competência atrelada à função típica em produção legislativa.

Por serem plenários menores, cada comissão terá tem sua composição

em relação à proporção das cadeiras possuídas pelos partidos da casa legislativa de acordo

com o §1º do art. 58 da Constituição Federal. O partido ou frente partidária que detiver o

maior número de cadeiras, consequentemente, refletirá no número de cadeiras nas comissões

da Casa. Ocorre a renovação de seus membros a cada ano ou sessão legislativa.

Por fim, com base na doutrina constitucional, na Constituição Federal e

nos regimentos internos das Casas do Congresso Nacional (Senado e Câmara), destacam-se as

seguintes funções das comissões, conforme a sua matéria de competência:

a) Emitir parecer aos projetos de lei que lhe são de sua atribuição;

b) Discutir e votar projeto de lei que dispensar, na forma do

regimento, a competência do Plenário, salvo se houver recurso

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de um décimo dos membros da Casa;

c) Convocar os Ministros de Estado ou titulares de órgãos

diretamente subordinados à Presidência da República, a fim de

que prestem, pessoalmente, informações sobre assunto

previamente estabelecido, podendo, se o Legislativo o preferir,

deles requerer informações por escrito ( inciso III do §2º da

Constituição Federal);

d) Sabatinar os escolhidos aos cargos mencionados nos incisos III

e IV do art. 52 da Constituição Federal (restrita às comissões

do Senado Federal);

e) Realizar audiências públicas que tratam de temas de relevância

ao interesse público e sociedade em geral com entidades da

sociedade civil (inciso II do §2º da Constituição Federal);

f) Receber petições, reclamações, representações ou queixas de

qualquer pessoa contra atos ou omissões das autoridades ou

entidades públicas;

g) Solicitar depoimento de qualquer cidadão ou autoridade;

h) Apreciar e emitir de parecer de programas de obras, planos

nacionais, regionais e setoriais de desenvolvimento.

Classificam-se as comissões de diversas maneiras, mas a Constituição

Federal, no caput do art. 58, traz a dicotomia mais pertinente: comissões temporárias e

comissões permanentes. Serão constituídas na forma e atribuições previstas no Regimento das

Casas que compõem o Congresso Nacional.

4. 1 COMPETÊNCIAS E ATRIBUIÇÕES

As Comissões parlamentares no Brasil detêm um elenco de atribuições

e competências previstas constitucionalmente, a serem exercidas dentro dos respectivos

campos temáticos ou áreas de atuação, como demonstrado anteriormente.

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Além dessas atribuições previstas na Constituição para as Comissões

parlamentares em geral, o Regimento Interno da Câmara dos Deputados, nos seus artigos 24,

inciso I, e 128 o princípio do exame prévio pelas Comissões das matérias sujeitas à apreciação

do Plenário, estabelecendo a necessidade de pareceres escritos dos Colegiados competentes

para que qualquer proposição seja submetida a discussão e votação em Plenário.

As exceções a essa regra ocorrem nos casos de regime de urgência ou

de não cumprimento dos prazos regimentais, quando poderá haver parecer verbal, na própria

sessão, proferido por Relator em substituição à Comissão que não houver se pronunciado

(artigo 157, § 2º, do Regimento Interno).

Assim, de modo geral, podem as atribuições e prerrogativas das

Comissões parlamentares serem classificadas em três grupos: aquelas relacionadas com a

atividade de elaboração legislativa, as atinentes à atribuição de controle e fiscalização da

administração pública e aquelas voltadas ao relacionamento com a sociedade civil.

O Regimento Interno da Câmara dos Deputados regulamenta as

competências gerais das Comissões no artigo 24 e define, no artigo 32, os campos temáticos

ou áreas de atividades das Comissões Permanentes.

As Comissões Temporárias têm suas finalidades e atribuições descritas

no artigo 34 do Regimento Interno, sendo que, como já mencionado, apenas as Especiais

atuam no processo legislativo.

4.2 O FUNCIONAMENTO DAS COMISSÕES NA CÂMARA DOS DEPUTADOS

As reuniões das Comissões da Câmara dos Deputados são, via de regra,

públicas e ocorrem em horários não coincidentes com a Ordem do Dia das sessões do

Plenário da Casa (artigo 48 do Regimento Interno).

Seus trabalhos são dirigidos por um Presidente e três Vice –

Presidentes, eleitos pelo Colegiado para mandato de um ano, proibida a reeleição, regra que,

ao impor a rotatividade no comando das Comissões, tende a impedir o surgimento de

Presidências fortes e a manter seu controle na esfera das Lideranças partidárias (artigo 49 do

Regimento Interno).

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Tal influência dos Lideres é ainda mais reforçada por uma tradição

vigente na Câmara dos Deputados segundo a qual os Líderes dos maiores Partidos fazem

acordos para repartição dos cargos de Presidentes e Vice Presidentes de Comissão, aplicando

o princípio da proporcionalidade partidária. Assim, os maiores Partidos garantem um número

proporcional de Presidências e Vice Presidências de Comissões sem o desgaste da disputa

eleitoral em cada Colegiado.

Dessa maneira, os Líderes escolhem quais Comissões seus Partidos

irão presidir e os membros das respectivas bancadas que integrarão cada Comissão e, em

consequência, na prática, indicam os Presidentes da maioria das Comissões, ou, pelo menos,

das consideradas mais importantes.

Cabe ao Presidente da Comissão dirigir suas reuniões, fixar a

respectiva pauta e indicar Relatores para as matérias sujeitas a sua apreciação, prerrogativas

que lhe permitem, de certa forma, influenciar no tratamento a ser conferido às proposições no

âmbito do Colegiado (artigo 41 do Regimento Interno).

Os Relatores são encarregados de estudarem a matéria e oferecerem

um parecer conclusivo, opinando no sentido de sua aprovação, rejeição ou alteração (artigos

56 e 129 do Regimento Interno). Não raro, as Comissões realizam audiências públicas para

debate de proposições sujeitas a seu exame, aportando opiniões, estudos e reivindicações

dasociedade.

Os pareceres dos Relatores são submetidos à discussão e votação no

plenário da Comissão. Desse trabalho resultará o Parecer da Comissão, concluindo pela

aprovação, rejeição ou alteração da proposição inicial. O Parecer se fará acompanhar das

emendas aprovadas ou oferecidas ou de Substitutivo, quando for o caso (artigo 57 do

Regimento Interno).

Embora o Regimento Interno (artigos 29 e 30) faculte a criação de

Subcomissões Permanentes ou Especiais ou a divisão das Comissões em Turmas, impõe que,

em qualquer desses casos, as decisões desses colegiados menores sejam submetidas à

apreciação do plenário da Comissão, inibindo, em parte, sua utilização.

As deliberações das Comissões são tomadas por maioria de votos,

presente a maioria absoluta de seus membros (artigo 56, § 2º). Observe-se que a deliberação

da Comissão sempre se dá em torno da aprovação de um parecer sobre a matéria em exame,

sendo sob essa forma que conclui sua apreciação sobre a proposição, mesmo nos casos de

projetos sujeitos à apreciaçãoconclusiva.

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Tal procedimento difere, essencialmente, da forma de deliberação do

Plenário da Casa, onde se aprecia o projeto em si, de forma global ou mediante destaques,

bem como as emendas ele oferecidas, em grupos ouseparadamente.

Essa diferenciação dificulta a interpretação e aplicação da regra do §2º

do artigo 24 do Regimento Interno, que determina a aplicação “à tramitação dos projetos de

lei submetidos à deliberação conclusiva das Comissões, no que couberem, as disposições

previstas para as matérias submetidas à apreciação do Plenário da Câmara.”.

4.3 A APRECIAÇÃO DAS PROPOSIÇÕES PELAS COMISSÕES NA CÂMARA DOS

DEPUTADOS

Como se observou, o Regimento Interno da Câmara estabelece que as

proposições legislativas sejam, via de regra, examinadas pelas Comissões, quer com caráter

conclusivo, quer como preparação para a apreciação no Plenário da Casa.

As Comissões manifestam-se por meio de pareceres aprovados pelos

respectivos plenários (artigo 126 do Regimento Interno).

Quanto ao conteúdo dos pareceres emitidos pelas Comissões na

Câmara dos Deputados, importa distinguir a análise do mérito da proposição, a avaliação de

aspectos formais e a verificação de condições de efetividade jurídica das normas propostas.

Quanto ao mérito, podem as Comissões competentes, ao apreciarem

quaisquer matérias, proporem “a sua adoção ou a sua rejeição total ou parcial, sugerir o seu

arquivamento, formular projeto dela decorrente, dar-lhe substitutivo e apresentar emenda ou

subemenda” (artigos 53, inciso I, e 57, inciso IV). Os pareceres de mérito poderão ter caráter

conclusivo, nas hipóteses que serão analisadas maisadiante.

A avaliação dos aspectos formais de redação e de técnica legislativa é

feita, via de regra, pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (artigo 32, inciso

IV, alínea “a” do Regimento Interno).

As condições de efetividade jurídica são aquelas sem as quais as

normas eventualmente promulgadas não alcançam seus objetivos, por falta de conformidade

com a Constituição em vigor, por injuridicidade ou por inadequação ou imprevisão financeira

orçamentária.

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Consoante o ordenamento regimental da Câmara dos Deputados, cabe

à Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania avaliar os aspectos de

constitucionalidade e juridicidade das proposições legislativas em tramitação na Casa. Essa

análise é feita juntamente com a apreciação de mérito, quando é o caso (artigos 53, inciso III,

e 139, inciso II, alínea “c”, do Regimento Interno).

As proposições que tramitam em regime ordinário ou em prioridade

são examinadas pelas Comissões sucessivamente, nos prazos previstos no artigo 52 do

Regimento Interno, na ordem do despacho do Presidente da Câmara, manifestando-se a

Comissão de Finanças e Tributação em penúltimo, quando for o caso, e a Comissão de

Constituição e Justiça e de Cidadania, sempre, por último (artigo 139, incisos II a IV).

Os prazos são fixados em sessões, sendo para esse fim consideradas

apenas as sessões ordinárias do Plenário da Casa, que são realizadas uma vez por dia, todos os

dias úteis (Regimento Interno, artigos 280 e 65, inciso II).

Como se comentou anteriormente, esses prazos não são peremptórios,

não havendo nenhuma implicação automática para o processamento da matéria seu não

cumprimento. Os parágrafos do artigo 52 do Regimento Interno, todavia, prevêem vários

mecanismos para celeridade dos trabalhos das Comissões, como a substituição do Relator em

mora e a possibilidade de inclusão na pauta de reunião de matéria pendente de parecer, desde

que aprovado requerimento nesse sentido pela maioria absoluta do Colegiado.

Tramitando a matéria em regime de urgência, será encaminhada ao

mesmo tempo para todas as Comissões que tiverem que se pronunciar, correndo o prazo em

conjunto (artigo 139, inciso VI, do RegimentoInterno).

As emendas oferecidas em Plenário durante a discussão de qualquer

matéria sujeitam à sua apreciação são encaminhadas às Comissões para pareceres, sendo

permitido o oferecimento de subemendas (artigos 179 e 118, § 7 º, do Regimento Interno).

No âmbito interno das Comissões, cada projeto é distribuído a um

Relator, indicado livremente pelo Presidente do Colegiado (Regimento Interno, artigos 41,

inciso VI, e 56).

No caso de proposições sujeitas à apreciação do Plenário da Casa, a

tramitação nas Comissões é singela. O Relator oferece seu Parecer, composto de Relatório e

Voto do Relator (artigo 129 do Regimento Interno), o qual é lido, discutido, e, votado em

reunião da Comissão.

A já aludida falha na sistematização das regras do poder conclusivo

tem propiciado que as diversas Comissões Permanentes da Câmara adotem critérios não

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uniformes para apreciação das matérias conclusivas. Algumas admitem todos os tipos de

destaques de votação previstos para apreciação no Plenário da Casa, outras restringem mais a

utilização dessesinstrumentos.

Aqui é pertinente uma breve explicação sobre os destaques e seus

efeitos sobre a votação das proposições.

O destaque é um mecanismo que permite separar parte de proposição

ou emenda para ser votada separadamente. Em geral, como se mencionou alhures, o projeto é

votado no seu conjunto e as emendas votadas em grupos, consoante o sentido dos pareceres.

Mediante a formulação de um requerimento, é possível, de acordo

com os critérios previstos nos artigos 161 e 162 do Regimento Interno, promover a votação

em separado de emenda ou de parte de proposição ou de substitutivo. Assim, pode-se,

mediante destaque, requerer a aprovação de uma emenda que tenha parecer pela rejeição, ou

vice-versa, suprimir artigo de um projeto ou trazer parte de uma proposição para ser inserida

em outra. A índole do instrumento é, pois, permitir a apreciação isolada de pontos importantes

ou sobre os quais haja divergênciasmarcantes.

Esse é um mecanismo desenhado para a apreciação em Plenário, onde

o objeto de votação é a proposição legislativa em si. Como se disse, as Comissões sempre se

manifestam por meio de Pareceres, que são peças de natureza opinativa, eventualmente

acompanhadas de textos legislativos propostos como emendas ou substitutivos.

De toda forma, o rito regimental descrito no artigo 57 do Regimento

Interno para apreciação de projetos nas Comissões, sujeitos ou não ao poder conclusivo, prevê

as seguintes etapas e formalidades:

- Leitura do parecer do Relator ou sua distribuição porcópias;

- Discussão do Parecer, quando podem usar da palavras membros da

Comissão e Deputados em geral;

- Oferecimento de sugestões ao Relator por membros da Comissão, podendo

este, no caso de acolhimento, reformular seuParecer;

- Votação do Parecer do Relator, considerando-se favoráveis os votos pelas

conclusões, os com restrições e os em separado não divergentes das

conclusões e contrários os vencidos e os em separado divergentes das

conclusões;

- Aprovação por maioria simples, presente a maioria absoluta dos membros

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da Comissão;

- Em caso de rejeição do Parecer do Relator, designação de Relator substituto

para elaboração do Parecervencedor.

Como se vê, é um procedimento marcado pela oralidade e por relativa

fluidez de regras, permitindo, o Regimento, que as Comissões adotem normas internas para

organização dos seus trabalhos (artigo 51).

Poderão acompanhar o Parecer da Comissão estudos, votos em

separados, que são votos escritos, fundamentados, a favor ou contra a matéria e documentos

que estas julguem importantes para a instrução da matéria coligidos durante seu exame no

Colegiado, em audiências públicas, encaminhados pela sociedade ou produzidos pelo

assessoramento técnico institucional ou das Lideranças dos Partidos (Regimento Interno,

artigo 107,§1º).

As proposições apreciadas por uma Comissão são encaminhadas às

demais, na sequência do despacho do Presidente, como já se assinalou. Em razão disso, por

vezes ,a Comissão que recebe a matéria tem a examinar, além da proposição inicial, emendas

ou Substitutivos apresentados por outras Comissões, sendo que, nesses casos, deve ficar

adstrita à matéria de sua competência.

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De todo modo, uma proposição que passe por várias Comissões pode

acumular razoável quantidade de matéria legislativa a ser submetida ao Plenário, se for o

caso. Em se tratando de proposição sujeita a poder conclusivo, será necessário verificar a

convergência ou não dos pareceres a fim de se constatar o que terá sido aprovado, rejeitado ou

objeto de divergência entre as Comissões.

Os Pareceres das Comissões, além de subsidiarem a discussão das

matérias em Plenário, têm suas conclusões consideradas para o ordenamento de votação das

proposições no Pleno.

Dessa forma, o Plenário tende a examinar as proposições a partir dos

textos, ou das modificações oferecidos pelas Comissões, concentrando-se o debate e as

votações nos pontos trabalhados e negociados no âmbito dos Colegiados Técnicos.

Nessa linha, é facultado aos Relatores que tenham atuado nas

Comissões participarem, com precedência, da discussão e do encaminhamento da votação das

matérias que tenham examinado, com a finalidade de expressarem a posição dos respectivos

colegiados (Regimento Interno, artigos 172, 174, §2º, 177, 192, § 1º, entre outros).

Dada as noções gerais, é necessário um aprofundamento do estudo

focando na comissão que será simulada: Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania

(CCJC).

5 COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E DE CIDADANIA (CCJC)

À Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania, consoante o

ordenamento regimental da Câmara dos Deputados, cabe avaliar os aspectos de

constitucionalidade e juridicidade das proposições legislativas em tramitação na Casa. Essa

análise é feita juntamente com a apreciação de mérito, quando é o caso (artigos 53, inciso III,

e 139, inciso II, alínea “c”, do Regimento Interno).

Portanto, todos os projetos devem por obrigação passar pela

apreciação da CCJC, a qual possui parecer terminativo, ou seja, no tocante a

constitucionalidade, assim, sendo rejeitado por esta Comissão, o projeto estará sujeito a

arquivamento, salvo se for interposto recurso contra este procedimento. É valido destacar que

a CCJC é sempre a última Comissão em que os projetos tramitam.

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As atribuições da CCJC estão elencadas no artigo 32, inciso III,

do Regimento Interno da Câmara dos Deputados:

a) aspectos constitucional, legal, jurídico, regimental e de técnica legislativa de

projetos, emendas ou substitutivos sujeitos à apreciação da Câmara ou de suas Comissões;

b) admissibilidade de proposta de emenda à Constituição;

c) assunto de natureza jurídica ou constitucional que lhe seja submetido, em consulta,

pelo Presidente da Câmara, pelo Plenário ou por outra Comissão, ou em razão de recurso

previsto neste Regimento;

d) assuntos atinentes aos direitos e garantias fundamentais, à organização do Estado, à

organização dos Poderes e às funções essenciais da Justiça;

e) matérias relativas a direito constitucional, eleitoral, civil, penal, penitenciário,

processual, notarial;

f) Partidos Políticos, mandato e representação política, sistemas eleitorais e eleições;

g) registros públicos;

h) desapropriações;

i) nacionalidade, cidadania, naturalização, regime jurídico dos estrangeiros; emigração

e imigração;

j) intervenção federal;

l) uso dos símbolos nacionais;

m) criação de novos Estados e Territórios; incorporação, subdivisão ou

desmembramento de áreas de Estados ou de Territórios;

n) transferência temporária da sede do Governo;

o) anistia;

p) direitos e deveres do mandato; perda de mandato de Deputado, nas hipóteses dos

incisos I, II e VI do art. 55 da Constituição Federal; pedidos de licença para incorporação de

Deputados às Forças Armadas;

q) redação do vencido em Plenário e redação final das proposições em geral.

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6 O PROCESSO LEGISLATIVO

O processo legislativo diz respeito a um conjunto de regras que devem

ser observadas pelo órgão competente na produção das normas jurídicas. Essas formalidades

asseguram que o nosso ordenamento jurídico esteja em harmonia, e trabalhe como uma

unidade. Essas normas de elaboração legislativa estão definidas, de uma forma ampla, na

Constituição em seu Título IV, Capítulo I - Do Poder Legislativo.

De acordo com o art. 59, I a VII da CF, são normas jurídicas,

produzidas de acordo com as regras do processo legislativo:

I - Emendas à Constituição;

II - Leis complementares;

III - leis ordinárias;

IV - Leis delegadas;

V - Medidas provisórias;

VI - Decretos legislativos;

VII - Resoluções.

6.1 EMENDAS À CONSTITUIÇÃO

As Propostas de Emenda Constitucional (PEC) buscam alterar,

revogar ou acrescentar normas na nossa Lei Constitucional. Esse processo assegura que a

Constituição seja modificada em partes, para se adaptar e permanecer atualizada diante de

relevantes mudanças sociais.

Ela é matéria sujeita a tramitação especial, justamente pelo seu

alcance e efeitos em todo o nosso ordenamento jurídico, e deve ser proposta pelo Presidente

da República, por mais da metade das Assembleias Legislativas do país ou por, no mínimo,

um terço dos membros de qualquer Casa do Congresso. A proposta vai ser apreciada e votada

nas duas casas do congresso, em dois turnos, e só é aprovada se tiver três quintos dos votos

tanto no Senado Federal quanto na Câmara dos Deputados

Elas não podem ser realizadas durante intervenção federal e estado de

emergência ou sítio, e também não podem prejudicar a federação, o voto, a separação de

poderes e os direitos e garantias individuais.

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6.2 LEIS COMPLEMENTARES

As leis complementares só podem tratar de matérias que a

própria Constituição Federal determinar serem próprias dessa espécie normativa, as

matérias de Lei Complementar estão expressamente previstas no art. 61 da CF. Elas tem

como objetivo complementar, ressaltar, explicar e acrescentar algo à matéria constitucional.

Para sua promulgação é exigido o quórum qualificado (metade mais

um do número total de integrantes das Casas Legislativas), como também é votada em dois

turnos em ambas as casas e tramita em regime de prioridade.

6.3 LEIS ORDINÁRIAS

É o ato legislativo típico por excelência e o mais abundante do nosso

ordenamento jurídico, são as espécies normativas com as regras mais gerais e abstratas. Ele

pode tratar de quase toda matéria, com exceção das matérias destinadas à lei complementar e

os assuntos do congresso, câmara e do senado, ou seja, o que a Constituição não determinou

que deve ser tratado por norma jurídica especifica, será tratado por uma lei ordinária. Tendo

assim, competência residual.

Elas podem ser propostas: pelo presidente da república, deputados,

senadores, Supremo Tribunal Federal (STF), tribunais superiores e procurador-geral da

república. Os cidadãos também podem propor tal projeto, desde que subscrito por, no

mínimo, 1% do eleitorado do país, distribuído pelo menos por cinco estados, com não menos

de 0,3% dos eleitores de cada um deles. Necessitam, para sua aprovação, de maioria simples

de cada Casa do Congresso (o primeiro número inteiro superior à metade dos presentes).

Se o projeto for rejeitado a matéria nele apresentada poderá consistir

objeto de novo projeto de lei somente na próxima sessão legislativa, salvo quando a maioria

absoluta dos Deputados Federais ou dos Senadores da República requererem a

reapresentação mediante uma proposta de reapresentação. O projeto de lei deverá sempre

ser aprovado pelas duas Casas Legislativas, caso contrário, será arquivado.

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6.4 LEIS DELEGADAS

A lei delegada é elaborada e editada pelo Presidente da República,

mediante a autorização e fixação do conteúdo a ser tratado, pelo poder legislativo, a

aprovação do legislativo é feita por votação de maioria simples. Ela surgiu com o intuito de

possibilitar A lei delegada surgiu para possibilitar o aceleramento da criação de novas normas

jurídicas. Existem apenas 13 leis delegadas e a última foi produzida em 1992.

6.5 MEDIDA PROVISÓRIA

Outro ato normativo exclusivo do Presidente da República, em caso

de relevância do interesse público e urgência, tem força de lei a partir do momento que é

promulgada.

Essas Medidas Provisórias Perderão sua eficácia, se não forem

convertidas em lei dentro do prazo de 60 dias, prorrogável por uma única vez por igual prazo,

ou seja, ela depende de aprovação pelo Congresso para ser efetivada como lei.Tais medidas

são encaminhadas ao Congresso Nacional, o presidente do Senado terá quarenta e oito horas

para indicar uma Comissão mista, de Senadores e Deputados, que deverão avaliar e emitir um

parecer sobre a Medida Provisória. Sua tramitação inicia-se pela Câmara dos Deputados e

passam a tramitar em regime de urgência, se não averiguadas após 45 dias de sua instauração,

as MP's trancam todas as pautas da Casa em que se encontram.

As aprovações requerem maioria simples dos votos, e rejeição em

qualquer etapa resulta em arquivamento. Se uma MP for aprovada com emendas, o Presidente

pode vetá-la parcial ou integralmente, fazendo-a retornar ao Congresso para reapreciação. Já a

rejeição pelo Congresso deve ser acompanhada por um decreto legislativo regulamentando os

efeitos da MP durante sua vigência.

6.6 DECRETOS LEGISLATIVOS

Esta é uma espécie normativa atribuída a publicar matérias de

competência exclusiva do Congresso Nacional, todas elas elencadas e previstas nos

artigos 49 e 62 da CF. Não apresenta necessidade de sanção ou veto do executivo, sendo,

então, promulgado pelo Presidente do Senado Federal, na qualidade de Presidente do

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Congresso Nacional, que determinará a sua publicação. O processo legislativo de um

decreto legislativo deverá ser realizado mediante instrução, discussão e votação em ambas

as Casas Legislativas, e é norma aprovada por maioria simples pelo Congresso Nacional.

6.7 RESOLUÇÕES

As resoluções são de exclusividade do Congresso Nacional. A

metodologia de um processo legislativo de resolução cabe ao regimento interno de cada

uma das Casas, isso significa que os projetos de Resolução só são instruídos, discutidos e

votados na Casa em que foram criados, cabendo ao seu Presidente promulgá-la e determinar

a sua publicação. O Presidente da República não participa da elaboração de uma resolução.

Elas são deliberações político-administrativas designadas a regularizar matérias de

competência do Congresso Nacional, de competência privativa do Senado Federal ou de

competência privativa da Câmara dos Deputados.

6.8 PARECER

Quando um projeto de lei é apresentado, a mesa diretora define para

qual comissão o projeto deverá ser encaminhado e, assim, ser analisado. Cada comissão

possuí um presidente e ele será responsável por designar qual parlamentar irá redigir um

parecer sobre tal projeto. Um parecer então é a declaração da Comissão sobre matéria sujeita

à sua análise, e têm como objetivo explicar à Mesa, à Presidência ou ao Plenário, os aspectos

técnicos e políticos do conteúdo encaminhado à Comissão, permitindo que o assunto seja

discutido com um maior conhecimento.

Toda proposta apenas poderá ser deliberada ou votada se tiver um

parecer escrito da Comissão responsável por sua avaliação. Somente quando uma proposição

tramita em regime de urgência é que o seu parecer poderá ser apresentado de forma oral. Todo

parecer escrito deverá conter: o relatório, o voto do Relator e a decisão da Comissão.

O relatório: aqui o relator analisa a matéria em exame de forma

bastante objetiva, ele expondo o seu assunto, aponta quais seus pontos relevantes,

descrevendo todo o seu processo até o dado momento.

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O voto do Relator: consiste na opinião concisa do relator sobre o

interesse da aprovação ou rejeição total ou parcial do projeto, ou sobre a necessidade dele ser

substituído, ou até mesmo de ser acrescentada emenda ou subemenda. Nesta última hipótese,

a substituição e a emenda deverão constar do corpo do parecer.

A decisão da Comissão: Diz respeito a sua posição sobre a matéria,

aprovando ou não a manifestação do Relator. Deverá conter as assinaturas dos Deputados que

votaram a favor e contra.

É importante ressaltar que a declaração do relator pode se tornar o

parecer da comissão se for aprovada por maioria simples pelos seus membros, em caso de

empate o relator decidirá. A comissão pode também, por maioria de votos, rejeitar

completamente a opinião do Relator, bem como propor alterações. Nesse caso o Presidente da

Comissão pode designar outro Relator para redigir outro Parecer.

Pode ocorrer, também, que um dos membros da Comissão não

concorde com o teor do discurso do Relator, então ele irá apresentar um “voto em separado”,

para ser submetido à apreciação da Comissão, esse voto deverá ser exposto por escrito e

também ser fundamentado. A Comissão poderá rejeitar a manifestação do Relator, adotando o

voto em separado como parecer, ou vice-versa.

7 PROJETOS DE LEI E SEUS RELATÓRIOS

Após se compreender os tipos de proposições de projetos de lei dentro

do processo legislativo brasileiro, é deveras relevante ressaltar o que são tais proposições e

qual o caminho que se trilha até que a iniciativa venha a se tornar lei.

O artigo 59 da Constituição Federal designa os tipos de proposição

que são abrangidos pelo processo legislativo. Entretanto, perfazendo-se do dia-a-dia das casas

legislativas, pode-se afirmar que os projetos mais comumente apresentados são de leis

ordinárias. Como exemplo, os utilizaremos, então.

O rito que a propositura de um projeto de lei ordinária segue, parte da

iniciativa legislativa, na qual o projeto de lei é apresentado (na casa iniciadora, podendo ser a

Câmara dos Deputados ou Senado Federal).

Se aprovado, o projeto segue para a casa revisora, que ainda pode ser

o Senado, ou a Câmara (se o projeto surgir no Senado). Se não, será arquivado.

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Em seguida, inicia-se a fase de emendas. Caso exista proposta de

emenda, o projeto retorna à casa iniciadora (que pode acatar ou rejeitar as emendas) e segue

para análise do (a) Presidente da República. Do contrário, o projeto será normalmente votado

e pode ser aprovado (que passará, ainda assim, pelo crivo do (a) Presidente) ou, em não sendo

aprovado, arquivar-se-á.

Assim, o (a) Presidente terá direito ao veto. Em caso de discordância

ao projeto, o veto importará no seu retorno para o Congresso Nacional, para a apreciação do

veto. Se mantido, arquiva-se. Se existir divergência, o projeto retorna ao Presidente para

promulgação e publicação, em que, assim, entrará no ordenamento jurídico. Em caso de

concordância ao projeto, haverá apenas a promulgação e ingressará mais rapidamente ao

ordenamento.

A propositura de um projeto de lei pode ser realizada por qualquer

deputado ou senador, coletiva ou individualmente, por qualquer membro ou comissão do

Senado, Congresso ou da Câmara, pelos Tribunais Superiores, pelo Supremo Tribunal

Federal, pelo Procurador-Geral da República, ou até mesmo pelo próprio Presidente da

República. Não esquecendo, claro, da iniciativa popular (exemplo disso é a Lei da Ficha

Limpa, promovida por cidadãos brasileiros), como direciona os arts. 14, III e 61, §2º, da

Constituição.

Segue ilustração para melhor esclarecimento:

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As comissões – tanto da Câmara, quanto do Senado – servem de

auxílio para a elaboração de leis e normas jurídicas. Dividem-se em temporárias e

permanentes e sua composição partidária é proporcional ao número de integrantes da casa.

As comissões temporárias, como o próprio nome já sugere, são de

caráter transitório. Ou seja, possuem prazo definido para serem extintas. Podem ser especiais,

externas ou de inquérito.

As comissões permanentes funcionam como “órgão” fiscalizador dos

atos do poder público, bem como para deliberar as proposições lançadas nas casas.

Quando o projeto de lei é apresentado, logo é encaminhado, pela Mesa

Diretora, à comissão que lhe competir analisar. No que seja: o Presidente o designa a um

parlamentar específico que ficará na incumbência de manifestar-se através de um parecer

sobre o projeto, o aprovando, aprovando com mudanças ou opinando pelo arquivamento da

propositura.

Assim, fica ao relator a responsabilidade de acompanhar todo o

trâmite do processo de análise e deliberação daquele. A qualquer tempo, este pode modificar

acrescentar ou remover partes do texto do projeto ou do relatório. Porém, após encaminhado

para a Comissão, este será analisado em seu último teor. Ou seja, a próxima Comissão que

analisará o projeto, deverá perceber o seu teor conforme recebido, e assim sucessivamente.

De forma preliminar (ou seja, sem averiguar o mérito), o projeto passa

pelo crivo da Comissão de Constituição de Justiça, apenas para avaliar se este se encontra de

acordo com a Constituição Federal, em seus termos e princípios.

Assim, caso aprovado, o projeto de lei é encaminhado à Casa

Revisora, que, se de nada divergir, automaticamente se exporta para a decisão do Presidente

da República, que vai sancioná-lo e publicá-lo (e ingressará no ordenamento jurídico) ou vetá-

lo e, assim, arquivá-lo.

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8 PARTIDOS POLÍTICOS

8.1 HISTÓRICO NO BRASIL

Os primeiros partidos políticos datam do período Imperial (1822-

1889), durante as regências: o Partido Conservador (1836) e o Partido Liberal (1837). No

entanto, a denominação “partido” não possui a mesma conotação que utilizamos

hodiernamente, já que estas agremiações possuíam diferente função dentro do sistema político

imperial. Uma característica marcante deste tempo é a falta de conflito ideológico: os

integrantes dos dois partidos, proprietários de terra e de escravos, juristas ou membros da

igreja, faziam parte da mesma classe social e tinham como objetivo a manutenção do domínio

aristocrático-escravista, e discordavam em poucas questões.

A Proclamação da República em 1889 deu inicio a uma nova era na

política brasileira. Com o passar do tempo, as agremiações regionais como o Partido

Republicano Paulista e Mineiro obtiveram mais influência e em 1932, foi promulgado o

primeiro Código Eleitoral do Brasil. Durante o Estado Novo (1937-1945), Getúlio Vargas

extinguiu todos os partidos em mais uma política extremamente semelhante aos regimes

fascistas que insurgiam na Europa.

Quando o processo de redemocratização se tornou evidente, Vargas

tentou se antecipar e começou a organizar o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) e o Partido

Social Democrata (PSD), enquanto a oposição criava a União Democrática Nacional (UDN) e

o Partido Comunista Brasileiro voltava à legalidade, embalados pela libertação de Luís Carlos

Prestes. Tementes de que o comunismo se expandisse no Brasil, os comandantes do exército

brasileiro Góis Monteiro e Eurico Gaspar Dutra articularam um golpe, garantindo a realização

de eleições, mesmo que sem a participação destes. A partir deste ano se vinculou o registro

das candidaturas aos partidos, não sendo mais possível se candidatar de forma avulsa.

Em 1965, já durante a Ditadura Militar, foi decretado o AI-2. Entre

outras medidas, ele previa a extinção de todos os partidos e a criação de dois novos em seu

lugar: a Aliança Renovadora Nacional (Arena) e o Movimento Democrático Brasileiro

(MDB). Em 1979, quando o regime militar começava a se desfazer, o pluripartidarismo foi

reestabelecido, e os partidos criados a partir de então foram a base dos partidos políticos que

existem na atualidade.

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Atualmente, 32 legendas são registradas pelo Tribunal Superior

Eleitoral, das quais oito já existiam em 1989. O Brasil não fugindo à tendência mundial, vive

na segunda década dos anos dois mil uma crise de representatividade. Escândalos de

corrupção, patrimonialismo, a falta de ideologia, fuga dos debates, distanciamento com o

eleitor. Todos esses são fatores que ocasionaram para a população a perda da credibilidade e

da identificação nos partidos políticos brasileiros.

8.2 A IMPORTÂNCIA DO PARTIDO NA SOCIEDADE BRASILEIRA

Max Weber definia que o objetivo dos partidos políticos como

organização seria “simplesmente o de, através de eleições, colocar o seu dirigente no cargo de

direção, para que ele possa transferir os seus seguidores, isto é, os funcionários e os

propagandistas do partido para a máquina do Estado”. A Constituição Federal de 1988, artigo

1º, Parágrafo Único, estabelece que: ‘’Todo poder emana do povo que o exerce por meio de

seus representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição’’.

Ou seja, o Brasil é uma democracia representativa. Diferente da

Atenas da antiguidade clássica, onde cada indivíduo representava nos fóruns de discussão seu

próprio interesse, no Brasil, os eleitores elegem alguém para representar seus interesses dentro

da política. Para que este modelo de democracia funcione bem, é necessário que exista uma

série de instrumentos e instituições que amplifiquem o engajamento popular na política.

Por isso os partidos políticos funcionam também um canal de

comunicação, onde diversos cidadãos que partilham de ideologia semelhante podem se juntar

para discutir ideias entre si e cobrarem de seus representantes que estes ponham em pauta nos

órgãos do Estado suas demandas. Ou seja, é uma organização indispensável para que a

articulação política flua e para que a democracia representativa obtenha sucesso.

8.3 COLIGAÇÕES

As coligações são associações feitas entre partidos para garantir

benefícios todos os participantes. Frequentemente, o candidato ao executivo de um partido

maior se beneficia de maior tempo de propaganda eleitoral, atingindo um maior número de

eleitores, enquanto que os candidatos ao legislativo do partido menor se beneficiam de maior

número de cadeiras na câmara. Vale frisar que, nas eleições, os votos dos partidos coligados

são somados e as cadeiras são conquistadas pela coligação como se esta fosse um único

partido.

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8.3.1 DISTRIBUIÇÃO DAS CADEIRAS ENTRE PARTIDOS E COLIGAÇÕES

O primeiro passo para avaliar quantas cadeiras cada legenda obteve

após uma eleição é calcular o quociente eleitoral:

Total dos votos válidos (comparecimento - brancos e nulos)

Número de cadeiras em disputa

Em seguida, devemos dividir o número de votos de cada partido (ou

coligação) pelo quociente eleitoral. Os partidos que não conseguem atingir o quociente

eleitoral são excluídos da distribuição de cadeiras. Por exemplo, se numa eleição o total de

votos válidos for de 12.000.000 e as cadeiras disponíveis forem 60, o quociente eleitoral será

200.000. Ou seja, o partido ou coligação receberá uma cadeira a cada 200.000 votos. Se um

partido X tiver 600.000, ele terá 3 cadeiras (600.000/200.000).

Por último, em caso de existir cadeiras não preenchidas (sobras),

devemos dividir o total de votos do partido pelo número de cadeiras que este obteve na

divisão passada acrescido de um, para calcular sua média. Por exemplo, já que o partido X

recebeu 600.000 votos, deve-se dividir por 3 (número de cadeiras obtidas) + 1. Assim, sua

média será 600.000/4 = 150.000. O partido que tiver a maior média, leva a cadeira que

sobrou. Se sobrarem mais de uma cadeira, a legenda de maior média leva a primeira, a

segunda maior média a segunda cadeira e assim por diante, até todas serem preenchidas.

8.4 BANCADAS PARTIDÁRIAS E BLOCOS PARLAMENTARES

Bancada partidária é um agrupamento de parlamentares da mesma

legenda, organizada usualmente no início da legislatura e desfeita apenas ao seu término. O

líder da bancada é eleito dentre todos os integrantes e representa o respectivo partido diante da

casa legislativa a qual este pertence (seja a câmara ou o congresso). Informalmente, o uso da

palavra bancada é utilizado para agrupar parlamentares que sejam da mesma região ou que

possuam afinidade ideológica.

Quociente

eleitoral

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Por sua vez, o bloco parlamentar é uma aliança das representações

parlamentares de dois ou mais partidos políticos que passam a atuar na Casa Legislativa como

uma só bancada, sob liderança comum. Exemplo: bloco PTN, PTdoB e PSL, líder Antônio

Jácome, 19 cadeiras.

9 PARTIDOS POLITICOS A SEREM SIMULADOS

9.1 PARTIDO SOCIAL DA DEMOCRACIA BRASILEIRA – PSDB

Fundado em 25 de Junho de 1988 pelo ex-senador Mario Covas e

tendo ganhado visibilidade na campanha de impeachment do ex-presidente Collor, o PSDB -

representado pela figura emblemática de um tucano - é um dos partidos mais influentes na

atualidade do Brasil, uma vez que possui em sua configuração importantes caricaturas de

nossa nação, como Fernando Henrique Cardoso (ex-presidente da República), José Serra (ex-

governador de São Paulo), Aécio Neves (senador eleito por Minas Gerais) e Geraldo Alckmin

(governador eleito de São Paulo).

De acordo com o seu Estatuto, os princípios fundamentais do PSDB

são a democracia interna e a disciplina, de forma a objetivar a consolidação dos direitos

individuais e coletivos; o exercício democrático do poder; a soberania nacional; a garantia de

uma sociedade igualitária; o respeito ao pluralismo de ideias, etnias, religiões, identidades de

gênero e orientações sexuais e o desenvolvimento de forma harmoniosa, buscando a

distribuição equilibrada da riqueza nacional entre todas as regiões e classes sociais e a

sobreposição do trabalho diante o capital.

Seguindo a lógica de seu próprio Estatuto e a afirmação feita por

Fernando Henrique Cardoso em 2014, o partido denomina-se como de “centro-esquerda”.

Contrastando tal denominação, porém, observa-se que as pautas levadas pelo partido para

plenário, bem como as posições assumidas pelo partido diante os projetos de lei votados,

demonstram um fetichismo por ideais neoliberais e individualistas, onde os interesses

privados podem sobrepor o público. Para exemplificar, tem-se em vista a pauta levantada

pelos tucanos em 2015: o fim da participação obrigatória da Petrobras na exploração do Pré-

Sal, e a posição favorável do partido ao PL 4302/98, recentemente votado pela Câmara, o qual

regulamenta a terceirização irrestrita.

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Nesse contexto, estudando as propostas acima, constata-se uma

facilitação em privatizar a Petrobrás futuramente e diminuir a arrecadação da União. Nesse

sentido, a terceirização irrestrita também conta com a superestimação do setor privado, uma

vez que beneficia principalmente os empresários e setores privados do país. Por fim, juntando

tais fatores ao envolvimento do partido na Operação Lava Jato – maior investigação de

corrupção e lavagem de dinheiro que o Brasil já teve – as contradições contidas entre a

ideologia e a prática do partido tornam-se passivas de um estudo e averiguação pelo povo

brasileiro.

9.2 PARTIDO DO MOVIMENTO DEMOCRÁTICO BRASILEIRO – PMDB

O PMDB nasce, oficialmente, em 1966 sob o nome de MDB –

Movimento democrático Brasileiro - como fruto da extinção dos partidos imposta pelo AI-2 e

do bipartidarismo implantado. O partido foi batizado por Tancredo Neves e teve o início de

sua história pautado em ser oposição à bancada da Arena, assim, possuía entre os seus

componentes políticos caricaturas favoráveis à redemocratização da nação brasileira.

Foi nesse contexto político que a ascensão peemedebista ganhou

força, uma vez que se responsabilizou por formar comissões contra a opressão política,

reunindo e levando ao Congresso políticos que votariam nulo na eleição indireta do general

Médici. Em consequência desse ativismo, a bancada terminou esse período ditatorial legendo

seu representante Tancredo Neves para presidente, após a pressão popular do movimento

Diretas Já, o qual não chegou a assumir o cargo devido sua morte precoce e fora substituído

por José Sarney.

Nessa continuidade, desde o seu primórdio, o PMDB apresenta-se

com um espectro ideológico do “centro”, sendo o berço de partidos como o PCB, o PC do B e

o PSB, e colaborando com o Movimento de Unidade Progressista – MPU – que em 1888

resultara no atual PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira).

Até a atualidade, o partido exerce a sua ideologia central, podendo se

aliar e apoiar diferentes causas com base nela – observa-se que José Sarney deu apoio à

primeira eleição do ex-presidente Lula, o principal opositor do partido agora em 2017. Assim,

diferentes causas podem ser abraçadas pela bancada quando menos se espera, o que torna o

partido um grande diferencial nas votações da Câmara dos Deputados.

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Em seus princípios básicos, o PMDB se mostra como um partido que

representa os pobres e oprimidos, luta pela constância da democracia, combate a corrupção e

a sonegação, se mostra a favor da vida, de forma a ser contra a pena de morte, e promove a

tolerância aos diferentes credos, etnias e gêneros.

Nesse contexto, urgem no Novo Programa Doutrinário peemedebista

algumas facetas para pôr em prática tais princípios, sendo uma representação delas a defesa da

predominância do financiamento público nas eleições e, como segundo exemplo, a

preconização ao limite de gastos nas mesmas, formas estas de combater a corrupção. No

entanto, o partido encontra-se em denúncias da Operação Lava-Jato, o que poderia contrariar

os seus principais fundamentos e ambições de plano governamental para a nação brasileira se

fossem constatados.

Por fim, vê-se que o governo atual liderado pelo representante do

PMDB, Michel Temer, tem aderido medidas de ajustes fiscais e reformas, tais quais a

previdenciária e a trabalhista, proposta pelo mesmo, que vem gerando uma série de

repercussões populares. Partindo desse ponto de vista, trava-se uma disparidade entre o

pensamento dos atuais governantes em proporem tais medidas a fim de recuperar a economia

brasileira e a camada popular da sociedade, esta temendo ser prejudicada.

Do mesmo modo, os políticos filiados ao próprio partido encontram-se

divergentes quanto às medidas defendidas – mostra-se Renan Calheiros empenhado em

derrubar o PL 4330, da terceirização irrestrita, projeto este defendido pelos seus

companheiros do partido.

9.3 PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT)

O Partido dos Trabalhadores (PT) foi fundado ainda no período da

ditadura militar, porém só foi reconhecido como partido político em 15 de fevereiro de 1982.

Seu reconhecimento tardio foi devido ao bipartidarismo adotado durante a Ditadura Militar, o

qual não permitia a fundação de novos partidos, por isso, o PT só pôde ser criado após a

redemocratização. Seu surgimento está relacionado à necessidade dos trabalhadores de

participarem da política como seus próprios representantes, visto que tradicionalmente, os

políticos representavam os interesses da classe dominante.

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Nesse sentido, participou ativamente do movimento das Diretas Já,

pelo processo de redemocratização; da Assembleia Nacional Constituinte; da luta sindical; e

trabalhou em diversas campanhas para consolidar sua base nos poderes Legislativo e

Executivo. Em 2002, elegeu seu primeiro presidente, o operário, líder sindical e fundador do

partido, Luís Inácio Lula da Silva, reeleito em 2006. E posteriormente, elegeu a primeira

presidenta da história, Dilma Rousseff, reeleita em 2014.

Ao longo desses trinta e cinco anos desde sua fundação e quase doze

anos de governo, os trabalhadores conquistaram diversos direitos sociais e o partido ficou

conhecido pela criação de programas sociais, como Água Para Todos, Bolsa Família, Luz

para Todos, Fome Zero, Minha Casa, Minha Vida; entre muitos outros. Assim, o Brasil viveu

um momento de crescimento econômico somado ao avanço das conquistas sociais e o Partido

dos Trabalhadores se declara, e se consagrou no imaginário do povo brasileiro, como um

partido de esquerda, isso porque embora o PT se declare como um partido de esquerda, outros

partidos de esquerda não o reconhecem como tal, devido às suas alianças com o PMDB e sua

política de conciliação de classes.

Atualmente, o PT se encontra em oposição ao governo do PMDB,

presidido por Michel Temer, portanto, está atuando de forma contrária às reformas propostas,

como a reforma da previdência e a reforma trabalhista, em defesa dos trabalhadores. Embora

por vezes haja um posicionamento destoante do que se propõe, como a reforma da

previdência feita no governo Lula e a aprovação da Lei Antiterrorismo, no governo Dilma; em

geral, os Partidos dos Trabalhadores matem uma postura contrária aos projetos de lei em

prejuízo dos trabalhadores. A exemplo disso, o PT orientou sua bancada a votar contra a

terceirização e além disso, tem em tramitação na Câmara dos Deputados um Projeto de Lei

que acrescenta férias para terceirizados à Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

9.4 PARTIDO SOCIALISMO E LIBERDADE (PSOL)

Após a eleição do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva,

intensificaram-se as divergências entre alguns dos membros e o Partido dos Trabalhadores

(PT). Alguns membros acreditavam que o PT havia se distanciado de seus ideias de fundação

e caminhavam em sentido contrário à real luta dos trabalhadores, aliando-se à direita em prol

de uma suposta governabilidade. O ápice dessas tensões ocorreu com a aprovação da Reforma

da Previdência do setor público em 2003, proposta pelo ex-presidente Lula.

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A bancada petista foi orientada a votar a favor da reforma, contudo, os

então deputados federais Luciana Genro, Babá e João Fontes, além da senadora Heloísa

Helena, votaram contra, culminando em sua expulsão do partido.

Sem alternativa de um partido de esquerda no país, os parlamentares

iniciaram uma campanha pela criação de um novo partido e em 15 de setembro de 2005, o

Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) é oficialmente reconhecido pela Justiça Eleitoral.

Depois, outros membros do PT romperam com o partido e se uniram ao PSOL, como os

deputados federais Ivan Valente e Chico Alencar, além de outras personalidades da militância

política como Plínio de Arruda Sampaio e Marcelo Freixo.

Depois de doze anos de fundação, o PSOL se intitula um partido de

oposição, uma alternativa à esquerda. Luta em defesa dos direitos dos grupos sociais mais

oprimidos: pela igualdade de classe, raça e gênero; e no mais, por uma sociedade mais livre e

justa. As principais ações realizadas pelo partido foram: a CPI das Milícias, no Rio de Janeiro;

as CPIs da Dívida Pública, do Trabalho Escravo e do Tráfico Humano; a luta em favor do

meio ambiente, contra a MP da grilagem e contra o Código Florestal; nas manifestações

contra Sarney e Renan Calheiros. Além disso, o partido milita pelo casamento civil

igualitário, pela ruptura com o FMI, por reformas populares, pela reforma agrária, pela

inversão dos investimentos públicos para saúde e educação, entre diversas outras propostas.

9.5 PARTIDO SOCIAL CRISTÃO – PSC

O PSC teve sua origem em 1970, sob o nome de Partido Democrático

Republicano (PDR) e sendo Pedro Aleixo seu principal articulador. O principal objetivo da

criação do partido, na época, era acabar com o bipartidarismo e recompor a ordem

constitucional, porém, o registro eleitoral fora obstaculizado pelas exigências da legislação

vigente. Nesse contexto, quinze anos mais tarde, passando por uma reestruturação que

originou a atual nominação, o Partido Social Cristão conseguiu o seu registro e se solidificou

por meio da defesa do parlamentarismo, da reforma agrária e da consolidação da democracia

brasileira.

Nesse período inicial, um evento notório para o partido foi a formação

da coligação “Movimento Brasil Novo”, aliança com o Partido Social Trabalhista (PST), o

Partido Trabalhista Reformador (PTR) e o Partido da Reconstrução Nacional (PRN),

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responsável pela eleição de Fernando Collor de Melo, em 1989. Tal acontecimento, desde

essa época, já representara o espectro político de centro-direita do partido, o qual hoje é

presidido por Everaldo Pereira e contabiliza treze deputados federais na Câmara, entre eles os

polêmicos Jair Bolsonaro e Marcos Feliciano, os quais tem ganhado força entre os cidadãos

mais conservadores e religiosos do Brasil.

De acordo com o seu estatuto, o PSC adota como fundamento a

Doutrina Social Cristã, definindo o cristianismo como “um estado de espírito que não

segrega, não exclui nem discrimina”, motivo pelo qual ele aceitaria “a todos,

independentemente de credo, cor, raça, ideologia, sexo, condição social, política, econômica

ou financeira”. Nesse viés, a maior bandeira levantada pelo partido é a família brasileira,

protagonizando a campanha “Família, Eu Apoio” e convocando o povo brasileiro a recuperar

os valores da “família verdadeira”. Assim, o partido assume sua postura extremamente

conservadora e atribui ao seu histórico o apoio ao Projeto de Decreto Legislativo 234/11,

conhecido como “Cura Gay”.

Por fim, vê-se que o partido atribui como “missão e valores” ser a

favor da redução da maioridade penal e do voto facultativo e ser contra a legalização do

aborto – sob qualquer circunstância – bem como a legalização das drogas. Todavia, algumas

supostas ações definem uma contradição aos ideais partidários, sendo possível observar

denúncias à bancada política, uma vez que Marco Feliciano foi acusado pela ex-militante da

juventude do PSC, Patrícia Lelis, de assédio sexual em 2016, e ao mesmo passo o próprio

PSC está sendo também investigado pela Lava Jato, tendo de maneira suposta recebido cerca

de seis milhões de reais de empreiteiras.

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10 CONCLUSÃO

O Poder Legislativo cumpre papel imprescindível perante a sociedade

do País, visto que desempenha três funções primordiais para a consolidação da democracia:

representar o povo brasileiro, legislar sobre os assuntos de interesse nacional e fiscalizar a

aplicação dos recursos públicos.

Nesse contexto, a Câmara dos Deputados, autêntica representante do

povo brasileiro, exerce atividades que viabilizam a realização dos anseios da população,

mediante discussão e aprovação de propostas referentes às áreas econômicas e sociais, como

educação, saúde, transporte, habitação, entre outras, sem descuidar do correto emprego, pelos

Poderes da União, dos recursos arrecadados da população com o pagamento de tributos.

Assim, a Câmara dos Deputados compõe-se de representantes de todos

os Estados e do Distrito Federal, o que resulta em um Parlamento com diversidade de ideias,

revelando-se uma Casa legislativa plural, a serviço da sociedade brasileira.

Tendo em vista essa realidade, a XI edição da UniSim promove a

simulação de tal organismo como uma forma de inserir o jovem acadêmico na política

brasileira de uma maneira inicialmente lúdica com o propósito de incentivar a imersão no

contexto em que como cidadãos estamos inseridos.

O nosso propósito é fomentar a conscientização e participação política e

social dos indivíduos. Promover o debate sobre problemas políticos nacionais. Estimular,

ainda, ao inscrito na UniSim a responsabilidade social que cabe a nós, brasileiros, de procurar

soluções para viabilizar a construção de um país mais justo e igualitário.

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