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Aquelas velhas fotos... A fotografia foi inventada a quase dois séculos na França, sendo creditada ao Sr. Louis Jacques Mandé Daguerre, mas foi este outro francês que tirou a primeira fotografia este grande homem chamou-se Joseph Nicéphore Niepce, que utilizou de uma técnica própria chamada heliografia. Mas ainda assim, a imagem não ficou lá essas coisas e os dois trocaram informações e juntos buscaram aperfeiçoar essa idéia que hoje é utilizada por todos nós. Mas sem ao menos apresentar seu invento Joseph morre e Jacques ficou com toda a glória e vendeu-a caríssima ao governo francês em troca de uma vasta pensão. Ao longo de todos esses anos, as máquinas de fotografia sofreram uma enorme transformação, tanto na qualidade de seus produtos, tanto na estrutura física. Estamos em 1839, quando o inglês Willian Henry Fox Talbot criou a possibilidade de se fazer através do negativo do papel quantas copias quiser, esta técnica ficou conhecida como calotipia. Anos depois criou-se a chapa úmida, uma mistura que utilizava uma chapa de vidro preparada com nitrato de celulose e iodeto solúvel sensibilizado com nitrato de prata, a qualidade começou a melhorar e a facilidade de criar copias também. Mas a fotografia ainda era coisa para poucos, excepcionalmente as classes inferiores não tinham condições financeiras para registrar suas vidas. As máquinas além de muito grandes eram caras. Mais tarde, surgiram outras técnicas, agora estamos em 1871, onde nasceram os primeiros filmes de rolo. Tempo depois George Eastman fez o marco na história, juntou alguns desses processos e criou câmeras mais leves, acessíveis a maioria da população. Em 1888 a fábrica de George, lançou a câmera Kodak Brownie, a mais popular de todas elas e deixou seu nome na história. A partir de então as câmeras foram tomando uma proporção mundial, com longo alcance, atingindo todas as classes até chegarmos ao século XXI, nas câmeras digitais. Ai, o que era uma arte acabou se tornando brincadeira, as fotos perderam a qualidade. A não ser em grandes eventos, não se contratam mais fotógrafos, as fotos são amadoras e com o avanço da internet, ixiii... “Prefiro não comentar”. Com esta nova tecnologia e a mistura de fotos digitais e Orkut, acho que esse time todo que teve o maior trabalho para chegar à qualidade que temos hoje deve se retorcer nos túmulos. Orkut, e foto digital, nem sempre é uma mistura boa para quem não tem o bom senso, coisa antiga que vem desde os tempos de Jacques. Sabe aquelas fotos feinhas, ou melhor horrorosas que tiramos em casa, descabeladas, com roupas furadas, parede mofada, papagaio de fundo, no espelho do banheiro ou fazendo poses terríveis, então, elas são bizarras e cá entre nós, não se deve colocar em locais públicos, faz mal aos olhos. Fotos foram feitas para ser postadas sim, mas encontramos cada uma por ai que, parece brincadeira, espanta até lobo em noite de lua cheia. Mas já dizia Vinicius de Morais “Um dia nossos filhos verão aquelas fotografias e perguntarão: quem são aquelas pessoas? Diremos que eram nossos amigos, e isso vai doer tanto...”.

MARIANA

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Cronica legais

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Page 1: MARIANA

Aquelas velhas fotos...

A fotografia foi inventada a quase dois séculos na França, sendo creditada ao Sr. Louis Jacques Mandé Daguerre, mas foi este outro francês que tirou a primeira fotografia este grande homem chamou-se Joseph Nicéphore Niepce, que utilizou de uma técnica própria chamada heliografia. Mas ainda assim, a imagem não ficou lá essas coisas e os dois trocaram informações e juntos buscaram aperfeiçoar essa idéia que hoje é utilizada por todos nós. Mas sem ao menos apresentar seu invento Joseph morre e Jacques ficou com toda a glória e vendeu-a caríssima ao governo francês em troca de uma vasta pensão. Ao longo de todos esses anos, as máquinas de fotografia sofreram uma enorme transformação, tanto na qualidade de seus produtos, tanto na estrutura física. Estamos em 1839, quando o inglês Willian Henry Fox Talbot criou a possibilidade de se fazer através do negativo do papel quantas copias quiser, esta técnica ficou conhecida como calotipia. Anos depois criou-se a chapa úmida, uma mistura que utilizava uma chapa de vidro preparada com nitrato de celulose e iodeto solúvel sensibilizado com nitrato de prata, a qualidade começou a melhorar e a facilidade de criar copias também. Mas a fotografia ainda era coisa para poucos, excepcionalmente as classes inferiores não tinham condições financeiras para registrar suas vidas. As máquinas além de muito grandes eram caras. Mais tarde, surgiram outras técnicas, agora estamos em 1871, onde nasceram os primeiros filmes de rolo. Tempo depois George Eastman fez o marco na história, juntou alguns desses processos e criou câmeras mais leves, acessíveis a maioria da população. Em 1888 a fábrica de George, lançou a câmera Kodak Brownie, a mais popular de todas elas e deixou seu nome na história. A partir de então as câmeras foram tomando uma proporção mundial, com longo alcance, atingindo todas as classes até chegarmos ao século XXI, nas câmeras digitais. Ai, o que era uma arte acabou se tornando brincadeira, as fotos perderam a qualidade. A não ser em grandes eventos, não se contratam mais fotógrafos, as fotos são amadoras e com o avanço da internet, ixiii... “Prefiro não comentar”. Com esta nova tecnologia e a mistura de fotos digitais e Orkut, acho que esse time todo que teve o maior trabalho para chegar à qualidade que temos hoje deve se retorcer nos túmulos. Orkut, e foto digital, nem sempre é uma mistura boa para quem não tem o bom senso, coisa antiga que vem desde os tempos de Jacques. Sabe aquelas fotos feinhas, ou melhor horrorosas que tiramos em casa, descabeladas, com roupas furadas, parede mofada, papagaio de fundo, no espelho do banheiro ou fazendo poses terríveis, então, elas são bizarras e cá entre nós, não se deve colocar em locais públicos, faz mal aos olhos. Fotos foram feitas para ser postadas sim, mas encontramos cada uma por ai que, parece brincadeira, espanta até lobo em noite de lua cheia. Mas já dizia Vinicius de Morais “Um dia nossos filhos verão aquelas fotografias e perguntarão: quem são aquelas pessoas? Diremos que eram nossos amigos, e isso vai doer tanto...”.

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Bastidores: por tras das lentes...

Durante o nosso trabalho, presenciamos várias histórias, tensas, tristes, engraçadas, horríveis ou constrangedoras. Todas elas marcantes, cada matéria uma lição por menor que seja. É claro que temos nossos privilégios, pertencemos ao 4º poder, seguindo o Poder Executivo, Legislativo e Judiciário. Somos a voz de um povo sofrido, que se cala diante de meras circunstancias e precisa de pessoas como nós para denunciar e apurar fatos escandalizados.Muitos pensam que o curso mais fácil ou o emprego melhor é o de Jornalistas, nos vêem como oportunistas e fofoqueiros. Mas ninguém vê o que se passa atrás de nossas lentes e bastidores. Aqui se vive pessoas comuns, com sede de vida, com ganância de sabedoria, com raça e atitude para informar pessoas que “não sabem ler”. Raiva, ódio, paixão, personalidade, inteligência, transparência e verdade são nossas ferramentas de trabalho.Estamos em todos os lugares, seja ele bom ou ruim. Uma sala de redação confortável, ou um sol estupendo, festas ou funerais, chuva ou frio, dia normal e feriados. Há muito não sabemos o que é um bom descanso, poder dormir sem se preocupar em acordar cedo para não deixar a fonte esperando.Quantos amigos profissionais desta área já foram ameaçados, mortos e torturados? Talvez porque somos gente que fala verdades. Trabalhamos com a mente, desmentimos “verdades”.Ninguém vê o que se passa em nossos pensamentos, corações. Não podemos demonstrar sentimentos sob nenhuma hipótese, mesmo quando não estamos controlando a lágrima em nossa face. Aprendemos a ser frios.Às vezes, trabalhamos com pessoas difíceis de relacionar. O difícil acesso a fontes e a pressão da chefia é o que chamamos de “profissão repórter”. As melhores fontes nem sempre querem dar entrevistas, os melhores gravadores as vezes não funcionam. Se nossas anotações foram imprecisas não temos vergonha de perguntar de novo.Mas, como em qualquer outra profissão, erramos e, às vezes, esses delitos têm o preço de uma vida inteira. Nosso papel é informar, arregaçar as mangas e se tiver que escolher entre um amigo e uma notícia, não tenha dúvida, ficaremos com a notícia. Como se diz o velho ditado “um raio não cai duas vezes no mesmo lugar”.Agora se você ainda acha que não fazemos nada, o problema já não é nosso. Como dizia o grande músico Frank Zappa, “um repórter de rock é um jornalista que não sabe escrever, entrevistando gente que não sabe falar, para pessoas que não sabem ler”. Ninguém gosta de assumir que existem pessoas mais inteligentes que nós, não é engraçado?!