5
Amigos fakes ... Apesar de sabermos que nunca deixaremos de gostar das pessoas e das coisas que vieram antes, sabemos que muitas vezes vamos parar para pensar nelas e vamos gostar mais. As vezes a vida nos leva por caminhos tortuosos, sombrios, perdemos o animo, a coragem... O tempo passa os amigos se casam, se afastam. As vezes telefonam ou mandam mensagem, ou nem mesmo ligam para saber como estamos. E nós ficamos sozinhos de novo. Conhecemos amigos novos, aumentamos o nosso ciclo de amizades e tudo começa outra vez... As vezes corremos sem rumo, fugindo do mundo. Talvez para o oceano... ou algum lugar para nos refugiar. Os tempos mudaram, mas continuamos sendo os mesmos. As vezes temos vontade de rir, e agora na pior das hipóteses sentimo-nos mal...porque aquele amigo que dizia ser amigo para sempre se calou, após ouvir todos os seus segredos, angustias e medos. Quem nunca teve amigos assim? Mas o melhor da vida é que eles um dia também ficarão sozinhos, e ai não haverá ninguém. Porque as únicas pessoas que eles podiam confiar, trocaram por um amor mesquinho. Por isso nós somos felizes, não precisamos ficar trocando de romances a todo instante. Gostamos de nós mesmos, não temos medo de ficar sozinhos na nossa própria companhia. Até porque nascemos sozinhos, morremos sozinhos e para onde vamos depois.... certamente também será sozinhos. Nossos pensamentos são nossos, o primeiro olhar, as idéias, ódios, vitórias.... Mas já dizia o grande poeta Vinicius de Moraes - “A gente não faz amigos, reconhece-os”. Eu....sei reconhecer os meus!!

Mariana Carneiro

Embed Size (px)

DESCRIPTION

reportagens e cronicas ....

Citation preview

Page 1: Mariana Carneiro

Amigos fakes ...

Apesar de sabermos que nunca deixaremos de gostar das pessoas e das coisas que vieram antes, sabemos que muitas vezes vamos parar para pensar nelas e vamos gostar mais. As vezes a vida nos leva por caminhos tortuosos, sombrios, perdemos o animo, a coragem...O tempo passa os amigos se casam, se afastam. As vezes telefonam ou mandam mensagem, ou nem mesmo ligam para saber como estamos. E nós ficamos sozinhos de novo.Conhecemos amigos novos, aumentamos o nosso ciclo de amizades e tudo começa outra vez...As vezes corremos sem rumo, fugindo do mundo. Talvez para o oceano... ou algum lugar para nos refugiar.Os tempos mudaram, mas continuamos sendo os mesmos. As vezes temos vontade de rir, e agora na pior das hipóteses sentimo-nos mal...porque aquele amigo que dizia ser amigo para sempre se calou, após ouvir todos os seus segredos, angustias e medos.Quem nunca teve amigos assim?Mas o melhor da vida é que eles um dia também ficarão sozinhos, e ai não haverá ninguém. Porque as únicas pessoas que eles podiam confiar, trocaram por um amor mesquinho.Por isso nós somos felizes, não precisamos ficar trocando de romances a todo instante. Gostamos de nós mesmos, não temos medo de ficar sozinhos na nossa própria companhia. Até porque nascemos sozinhos, morremos sozinhos e para onde vamos depois.... certamente também será sozinhos.Nossos pensamentos são nossos, o primeiro olhar, as idéias, ódios, vitórias....Mas já dizia o grande poeta Vinicius de Moraes - “A gente não faz amigos, reconhece-os”.Eu....sei reconhecer os meus!!

Page 2: Mariana Carneiro

22 anos de muita história....

Criada em 1987, pelos estudantes araxaenses que ingressaram nas Universidades de Uberaba, a Associação dos Estudantes de Araxá (A.E.A), completou este ano 22 anos de muito sucesso.No dia 30 de agosto do mesmo ano, um grupo de jovens universitários se reuniu pela primeira vez a fim de debaterem a criação da Associação e elegerem a diretoria provisória, a qual teve seu mandato até 30 de agosto de 1988. Na ocasião o primeiro presidente escolhido foi o Sr. Nilson Vieira de Carvalho. E assim nossa associação começou a dar os primeiros passos, criando os primeiros aspectos legais como a diretoria, os conselhos administrativos e outros previstos nos estatutos. Além de registros no cartório de títulos e documentos de Araxá, publicação do extrato no órgão oficial do estado de Minas Gerais, perante ao Ministério da Fazenda e outras providencias que se fizeram necessárias para torná-la reconhecida como de utilidade publica pelos órgãos competentes. Nos primeiros anos o número de associados ainda era bem pequeno, mas o suficiente para gerar desconforto. Segundo a diretoria daquela época, um ônibus poderia viajar com até 10 pessoas em pé, sem a necessidade de chamar outro ônibus. Imagine esta situação nos dias de hoje, com os mais de 400 associados. Não seria nada confortável, não é verdade?Por isso a atual gestão composta pelo presidente Israel .... em seu segundo mandato e pelo vice Leandro Alves dos Santos, lutam pelos poucos patrocínios que temos. Por aqui já passaram vários estudantes, hoje grandes profissionais nas áreas de odontologia, engenharia, nutrição, arquitetura, jornalismo, farmácia, entre outros.Agora !!... nos resta parabenizar todos os presidentes e vices que passaram por aqui e não mediram esforços para erguer e manter a nossa querida associação, que já formou nestes cinco ou quatro anos que passamos juntos amores, amigos, e a base do nosso sucesso profissional.A todos os estudantes que já passaram pela associação e para os formandos deste ano, fica estes versos de autor desconhecido. “(...) Até aqui viajamos juntos, mas chegou o momento de cada um seguir viajem sozinho. Que as experiências compartilhadas neste percurso seja a alavanca para alcançarmos a alegria de chegar ao destino projetado (...)”.

Page 3: Mariana Carneiro

Aquelas velhas fotos....

A fotografia foi inventada a quase dois séculos na França, sendo creditada ao Sr. Louis Jacques Mandé Daguerre, mas foi este outro francês que tirou a primeira fotografia este grande homem chamou-se Joseph Nicéphore Niepce, que utilizou de uma técnica própria chamada heliografia. Mas ainda assim, a imagem não ficou lá essas coisas e os dois trocaram informações e juntos buscaram aperfeiçoar essa idéia que hoje é utilizada por todos nós. Mas sem ao menos apresentar seu invento Joseph morre e Jacques ficou com toda a glória e vendeu-a caríssima ao governo francês em troca de uma vasta pensão. Ao longo de todos esses anos, as máquinas de fotografia sofreram uma enorme transformação, tanto na qualidade de seus produtos, tanto na estrutura física. Estamos em 1839, quando o inglês Willian Henry Fox Talbot criou a possibilidade de se fazer através do negativo do papel quantas copias quiser, esta técnica ficou conhecida como calotipia. Anos depois criou-se a chapa úmida, uma mistura que utilizava uma chapa de vidro preparada com nitrato de celulose e iodeto solúvel sensibilizado com nitrato de prata, a qualidade começou a melhorar e a facilidade de criar copias também. Mas a fotografia ainda era coisa para poucos, excepcionalmente as classes inferiores não tinham condições financeiras para registrar suas vidas. As máquinas além de muito grandes eram caras. Mais tarde, surgiram outras técnicas, agora estamos em 1871, onde nasceram os primeiros filmes de rolo. Tempo depois George Eastman fez o marco na história, juntou alguns desses processos e criou câmeras mais leves, acessíveis a maioria da população. Em 1888 a fábrica de George, lançou a câmera Kodak Brownie, a mais popular de todas elas e deixou seu nome na história. A partir de então as câmeras foram tomando uma proporção mundial, com longo alcance, atingindo todas as classes até chegarmos ao século XXI, nas câmeras digitais. Ai, o que era uma arte acabou se tornando brincadeira, as fotos perderam a qualidade. A não ser em grandes eventos, não se contratam mais fotógrafos, as fotos são amadoras e com o avanço da internet, ixiii... “Prefiro não comentar”. Com esta nova tecnologia e a mistura de fotos digitais e Orkut, acho que esse time todo que teve o maior trabalho para chegar à qualidade que temos hoje deve se retorcer nos túmulos. Orkut, e foto digital, nem sempre é uma mistura boa para quem não tem o bom senso, coisa antiga que vem desde os tempos de Jacques. Sabe aquelas fotos feinhas, ou melhor horrorosas que tiramos em casa, descabeladas, com roupas furadas, parede mofada, papagaio de fundo, no espelho do banheiro ou fazendo poses terríveis, então, elas são bizarras e cá entre nós, não se deve colocar em locais públicos, faz mal aos olhos. Fotos foram feitas para ser postadas sim, mas encontramos cada uma por ai que, parece brincadeira, espanta até lobo em noite de lua cheia. Mas já dizia Vinicius de Morais “Um dia nossos filhos verão aquelas fotografias e perguntarão: quem são aquelas pessoas? Diremos que eram nossos amigos, e isso vai doer tanto...”

Page 4: Mariana Carneiro

Bastidores - por tras das lentes...

Durante o nosso trabalho, presenciamos várias histórias, tensas, tristes, engraçadas, horríveis ou constrangedoras. Todas elas marcantes, cada matéria uma lição por menor que seja. É claro que temos nossos privilégios, pertencemos ao 4º poder, seguindo o Poder Executivo, Legislativo e Judiciário. Somos a voz de um povo sofrido, que se cala diante de meras circunstancias e precisa de pessoas como nós para denunciar e apurar fatos escandalizados.Muitos pensam que o curso mais fácil ou o emprego melhor é o de Jornalistas, nos vêem como oportunistas e fofoqueiros. Mas ninguém vê o que se passa atrás de nossas lentes e bastidores. Aqui se vive pessoas comuns, com sede de vida, com ganância de sabedoria, com raça e atitude para informar pessoas que “não sabem ler”. Raiva, ódio, paixão, personalidade, inteligência, transparência e verdade são nossas ferramentas de trabalho.Estamos em todos os lugares, seja ele bom ou ruim. Uma sala de redação confortável, ou um sol estupendo, festas ou funerais, chuva ou frio, dia normal e feriados. Há muito não sabemos o que é um bom descanso, poder dormir sem se preocupar em acordar cedo para não deixar a fonte esperando.Quantos amigos profissionais desta área já foram ameaçados, mortos e torturados? Talvez porque somos gente que fala verdades. Trabalhamos com a mente, desmentimos “verdades”.Ninguém vê o que se passa em nossos pensamentos, corações. Não podemos demonstrar sentimentos sob nenhuma hipótese, mesmo quando não estamos controlando a lágrima em nossa face. Aprendemos a ser frios.Às vezes, trabalhamos com pessoas difíceis de relacionar. O difícil acesso a fontes e a pressão da chefia é o que chamamos de “profissão repórter”. As melhores fontes nem sempre querem dar entrevistas, os melhores gravadores as vezes não funcionam. Se nossas anotações foram imprecisas não temos vergonha de perguntar de novo.Mas, como em qualquer outra profissão, erramos e, às vezes, esses delitos têm o preço de uma vida inteira. Nosso papel é informar, arregaçar as mangas e se tiver que escolher entre um amigo e uma notícia, não tenha dúvida, ficaremos com a notícia. Como se diz o velho ditado “um raio não cai duas vezes no mesmo lugar”.Agora se você ainda acha que não fazemos nada, o problema já não é nosso. Como dizia o grande músico Frank Zappa, “um repórter de rock é um jornalista que não sabe escrever, entrevistando gente que não sabe falar, para pessoas que não sabem ler”. Ninguém gosta de assumir que existem pessoas mais inteligentes que nós, não é engraçado?!

Page 5: Mariana Carneiro

A princesa e o sapo...

Quando falamos em sapos, lembramos de um anfíbio com pele esverdeada, fria e rugosa, que vive nos lagos e brejos. Desde a infância já escutamos várias histórias desses animais, quem nunca cantou aquela velha música “o sapo não lava o pé”? O bichinho, além de feio, ficou conhecido como chulezento. Chamamos de sapo algumas situações como quem aparece de intrometido em fotos ou festas, e também é usado para se referir a meninos desprovidos de beleza.Já as princesas, são vistas por nós como moças lindas de pele clara, cabelo comprido, roupas perfumadas, com coroas e magérrimas, sem falar nos sapatos de cristais. Mas algumas histórias infantis as colocam como se fossem muito ingênuas, pobres e meio burrinhas. Sempre são as vítimas, encontram seu príncipe encantado e vivem felizes para sempre.Mas quem disse que a Cinderela era uma moçinha ingênua, estava muito enganado. Ela era espertíssima, mentiu para o príncipe para ele não descobrir que ela era pobre e se casou com ele. Era uma farsante que à meia noite quase teve seu encanto descoberto.E a Branca de Neve então, menina quieta, que comeu uma maça envenenada. Mentira, quem nos garante que ela era tão boazinha assim e a pobre da bruxa é que sempre sobra com a culpa de tudo. Rapunzel, vai ver que ficou trancada na torre porque era muito feia e enjoada.E João e Maria, a esses dois pirralhos aposto que eram terríveis de chatos porque todos nós sabemos que crianças naquela idade não é flor que se cheire.Agora, a mais esperta de todas elas foi a Bela, da Bela e a Fera, a moçinha se fez de coitadinha e acabou ficando com aquele homem ricasso. Está certo que ele não era lá essas coisas, mas a casa era tão linda que até as xícaras falavam. Cá entre nós, com um poder desses, beleza não importa, não é verdade?!Todas as histórias infantis são assim, a moçinha e a bruxa e sempre tem um final feliz. São baseadas na “Jornada do Herói”. Basicamente começam com um mundo comum, onde geralmente a moçinha ou moçinho é uma pessoa normal de preferência bem pobre. Depois tem o chamado à aventura, o herói passa por uma situação incomum fora de sua rotina. Ai vem a recusa do chamado, é claro que ele não ia aceitar logo de primeira, sempre tem que fazer um charminho.Logo depois tem o encontro com o mentor, este pode ser tanto com alguém mais experiente ou com uma situação que o force a tomar uma decisão. Depois o herói ou a moçinha faz a travessia umbral, onde o personagem decide ingressar num mundo novo. Ao ingressar nesse mundo novo, ele encontra testes, aliados e inimigos, a maior parte da história, ou a parte principal se passa aqui.E depois de tanto desgaste finalmente vem aproximação do objeto, onde ele se aproxima do objeto ou pessoa de sua missão. Quando consegue isso, vem a provação máxima, que é o auge da crise. Depois de tanto sofrimento vem à conquista da recompensa, passada toda aquela tempestade, o herói / moçinha alcança finalmente a recompensa.E depois da recompensa ele faz o caminho de volta, geralmente essa parte é bem curtinha e tem histórias que a pulam. Depois vem a depuração, onde o herói tem que resolver uma trama mal resolvida anteriormente.E finalmente vem o retorno transformado, é a parte final da história, geralmente ele volta a origem de tudo mas transformado. Baseados nesse roteiro da Jornada do Herói, historiadores e cineastas, fazem todos esses filmes e livros que conhecemos. Seguindo essas doze regrinhas básicas fica fácil, não é verdade!Mas nem todos os escritores seguem à risca essa história da princesinha ser a coitadinha e os vilões os espertos da vez. Já dizia Luiz Fernando Veríssimo: “Era uma vez... numa terra muito distante...uma princesa linda, independente e cheia de autoestima.Ela se deparou com uma rã enquanto contemplava a natureza e pensava em como o maravilhoso lago do seu castelo era relaxante e ecológico...Então, a rã pulou para o seu colo e disse: linda princesa, eu já fui um príncipe muito bonito. Uma bruxa má lançou-me um encanto e transformei-me nesta rã asquerosa. Um beijo teu, no entanto, há de me transformar de novo num belo príncipe e poderemos casar e constituir lar feliz no teu lindo castelo.A tua mãe poderia vir morar conosco e tu poderias preparar o meu jantar, lavar as minhas roupas, criar os nossos filhos e seríamos felizes para sempre...Naquela noite, enquanto saboreava pernas de rã sautée, acompanhadas de um cremoso molho acebolado e de um finíssimo vinho branco, a princesa sorria, pensando consigo mesma: - Eu, hein?... nem morta!